Diário do Comércio - setembro 2005

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Pânico na ponte: mais de mil mortos Na multidão de peregrinos que lotava a ponte sobre o Tigre correu o rumor de que se explodiria um homem-bomba. Pânico. E o dia mais sangrento do Iraque. Pág. 16 Ali Haider/EFE/AE

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Edição concluída às 23h55

Ano 81 - Nº 21.954

São Paulo, quinta-feira 1 de setembro de 2005

R$ 0,60 Ahmad Al-Rubaye/AFP

Sérgio Lima/Folha Imagem

A maior derrota de Lula

O presidente Lula ficou "indignado, chateado e aborrecido" com a derrubada de seu veto ao reajuste salarial de 15% aos servidores do Legislativo. Foram 407 votos a 25, na Câmara, e 61 votos a 7, no Senado uma derrota histórica no Congresso, a maior de seu governo. Lula vai recorrer ao STF. Se limitado ao Legislativo, o reajuste representa um total de R$ 577,9 milhões, mas ampliado a outros servidores poderá alcançar R$ 9,8 bilhões. Página 15.

Roberto Stuckert Filho/O Globo

Relatório não poupa ninguém Abi-Ackel e Serraglio (dir.) entregam hoje relatório: todos os citados no escândalo do mensalão estão na lista de "cassáveis". Dida Sampaio/AE

E tem capítulo só sobre Dirceu Relatório tem uma parte exclusiva para as denúncias contra o ex-ministro. Pág. 5

Chovem críticas a Severino Protestos contra o presidente da Câmara e os depoimentos de ontem, págs. 3 a 7 Paulo Pampolin/Digna Imagem

Sucesso de grão em grão

O Brasil cresceu 3,4% mais no 1º semestre de 2005 do que no mesmo período em 2004. E 1,4% a mais do que no 1º trimestre. O IBGE, página 13

PIB "Foi jóia"

Flávia Perin

Cadastro positivo no Congresso

Rodrigo Peres: desafio de revigorar uma marca tradicional. Página 20

Projeto de lei será encaminhado hoje ao Congresso. Página 19

HOJE

Mais área para construir

Sol com pancadas de chuva Máxima 26º C. Mínima 16º C.

AMANHÃ Nublado com chuva Máxima 23º C. Mínima 15º C.

Garagens não serão mais incluídas na área de construção. Pág. 17

Arme sua rede em Cancún Excelentes hotéis, atrações naturais e muita badalação noturna. Uma mistura irresistível que atrai mais de 3 milhões de visitantes todos os anos. Boa Viagem


DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

ORIENTAÇÃO LEGAL LEGISLAÇÃO • DOUTRINA • JURISPRUDÊNCIA INSTITUTO JURÍDICO DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO

COORDENAÇÃO: CARLOS CELSO ORCESI DA COSTA

Agenda Tributária Paulista – Setembro/2005 COMUNICADO CAT-36, DE 26/8/2005 O coordenador da Administração Tributária, declara que as datas fixadas para cumprimento das Obrigações Principais e Acessórias, do mês de setembro de 2005, são as constantes da Agenda Tributária Paulista anexa. AGENDA TRIBUTÁRIA PAULISTA Nº 193 MÊS: SETEMBRO DE 2005 DATAS PARA RECOLHIMENTO DO ICMS E OUTRAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Classificação de Atividade Econômica

Código de Prazo de Recolhimento

CNAE

CPR

15237, 15911 a 15954, 21105 a 21490, 23108 a 23302, 24112 a 24996, 25216 a 25291, 26204, 27138 a 27413, 27499 a 27529, 28118 a 28215, 28312 a 28991, 29130, 29157, 29246, 29254, 29513 a 29548, 29718 a 29963, 30112 a 30228, 31119 a 31410, 31518, 31810 a 31992, 32107 a 32301, 32905, 33103 a 33502, 33910 a 33944, 34100, 34207, 34509, 35114 a 35211, 35238, 35327 a 35912, 36927 a 36951, 36978 e 36994; 40118 a 40142, 40207 e 40304; 51217 a 51926, 60267 a 60291, 61115 a 61239, 62103 a 62308, 64114 e 64122; 92215, 92223 e 92401. 01112 a 01708, 02119 a 02135, 05118, 05126, 10006, 11100, 11207, 13102 a 13293, 14109 a 14290, 16004, 26913, 26921, 45110 a 45608, 50105, 50202, 50504, 51110 a 51195, 55131 a 55190, 55247, 60305 e 63118 a 63401; 65102 a 65994, 72109 a 72907, 74110 a 74993, 85111 a85324. 64203 15431, 41009, 50300 a 50423, 52116 a 52795, 55212 a 55239, 55298, 60100 a 60224, 66117 a 66303, 67113 a 67202, 70106 a 70408, 71102 a 71404, 73105, 73202, 75116 a 75302, 80136 a 80993, 90000, 91111 a 91995, 92118 a 92134, 92312 a 92398, 92517 a 92622, 93017 a 93092, 95001 e 99007. 28223, 29114 e 29122, 29149, 29211, 29220, 29238, 29297 a 29408, 29610 a 29696 15113 a 15229, 15318 a 15423, 15512 a 15890, 17116, 17191, 19100 a 19291, 20109 a 20290, 22144 a 22349, 23400, 25119 a 25194, 26115 a 26190, 26301, 26492, 26999, 27421, 31429, 31526, 31607, 34312 a 34495, 35220, 35920, 35998, 36110 a 36919, 37109, 37206, 60232 a 60259. 17213 a 17795, 18112 a 18228, 19313 a 19399, 26417, 26425, 35319 e 36960. Industriais ou Atacadistas de Pequeno Porte (art. 11 das Disposições Transitórias do RICMS/2000)

Observações: O Decreto 45.490, de 30/11/2000 - D.O. de 1°/ 12/2000, que aprovou o novo RICMS, estabeleceu em seu Anexo IV prazos do recolhimento do imposto em relação às Classificações de Atividade Econômica ali indicadas, com alteração do Decreto n° 49.016 de 06/10/2004, D.O. de 07/10/2004. O não recolhimento do imposto até o dia indicado sujeitará o contribuinte ao seu pagamento com juros estabelecidos pela Lei n° 10.175, de 30/12/98 - D.O. de 31/12/98, e demais acréscimos legais. Informações Adicionais: Do Imposto Retido Antecipadamente por Substituição Tributária: Os contribuintes, em rela-

Regime Periódico de Apuração Recolhimento do ICMS FATO GERADOR 08/2005 07/2005 DIA DIA

1031

5

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1100 1150

12 15

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20

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ção ao imposto retido antecipadamente por substituição tributária, estão classificados nos códigos de prazo de recolhimento abaixo indicados e deverão efetuar o recolhimento até os seguintes dias (Anexo IV, art. 3°, § 1° do RICMS aprovado pelo Decreto 45.490, de 30/11/ 00, D.O. de 1°/12/00, com alteração do Decreto 45.644, de 26/1/01): DIA 05 - cimento 1031; refrigerante, cerveja, chope e água - 1031; álcool anidro, demais combustíveis e lubrificantes derivados de petróleo 1031; DIA 09 - veículo novo 1090; veículo novo motorizado classificado na posição 8711 da NBM/SH 1090; pneumáticos, câ-

maras-de-ar e protetores de borracha - 1090; fumo e seus sucedâneos manufaturados - 1090; tintas, vernizes e outros produtos químicos - 1090; energia elétrica - 1090; DIA 15 - sorvete, acessórios como cobertura, xarope, casquinha, copo, copinho, taça e pazinha 1150. Observações em Relação ao ICMS Devido por ST: a) o contribuinte enquadrado em código de CNAE que não identifique a mercadoria a que se refere a sujeição passiva por substituição, observado o disposto no artigo 566, deverá recolher o imposto retido antecipadamente por sujeição passiva por substituição até o dia 9 do mês subse-

qüente ao da retenção, correspondente ao CPR 1090 (Anexo IV, art. 3°, § 2° do RICMS, aprovado pelo Decreto 45.490, de 30/11/00, D.O. de 1°/12/ 00; com alteração do Decreto 46.295, de 23/11/01, D.O. de 24/11/01). b) em relação ao estabelecimento refinador de petróleo e suas bases, observar-se-á o que segue: 1) no que se refere ao imposto retido, na qualidade de sujeito passivo por substituição tributária, 80% (oitenta por cento) do seu montante será recolhido até o 3º dia útil do mês subseqüente ao da ocorrência do fato gerador - CPR 1031 e o restante, até o dia 10 (dez) do correspondente mês CPR 1100; 2) no que se refere ao imposto decorrente das operações próprias, 95% (noventa e cinco por cento) será recolhido até o 3º dia útil do mês subseqüente ao da ocorrência do fato gerador - CPR 1031 e o restante, até o dia 10 (dez) do correspondente mês CPR 1100; 3) no que se refere ao imposto repassado a este Estado por estabelecimento localizado em outra unidade federada, o recolhimento deverá ser efetuado até o dia 10 de cada mês subseqüente ao da ocorrência do fato gerador - CPR 1100 (Anexo IV, art. 3º, § 5º do RICMS, acrescentado pelo Decreto nº 47.278, de 29/10/02). Empresa de Pequeno Porte e Microempresa CPR 1210 DIA 21 - Os contribuintes sujeitos a esse regime deverão efetuar o recolhimento do imposto apurado no mês de agosto/2005 até essa data (art. 11 do Anexo XX e art. 3°, inciso VII do Anexo IV do RICMS, aprovado pelo Decreto 45.490, de 30/11/ 00, D.O. de 1°/12/00; Comunicado CAT 3, de 22/1/ 01 - D.O. de 24/1/01). IPVA DIA 13 - Deverá ser paga até esta data a terceira parcela do imposto relativo a veículo de carga, categoria caminhão. (Comunicado CAT 66 de 28/12/ 2004; D.O. 29/12/2004 item 11) Outras Obrigações Acessórias 1) Guia de Informação e Apuração do ICMS GIA. A GIA, mediante transmissão eletrônica, deverá ser apresentada até

os dias a seguir indicados de acordo com o último dígito do número de inscrição estadual do estabelecimento. (art. 254 do RICMS, aprovado pelo Decreto 45.490, de 30/11/ 00 - D.O. 1º/12/00 -Portaria CAT 92, 23/12/98, Anexo IV, artigo 20 com alteração da Portaria CAT 49, de 26/06/01 - D.O. de 27/06/01). Final Dia 0e1 16 2,3e4 17 5,6e7 18 8e9 19 Caso o dia do vencimento para apresentação indicado recair em dia não útil, a transmissão poderá ser efetuada por meio da Internet no endereço http:/ /www.fazenda.sp.gov.br ou http://pfe.fazenda.sp.gov.br 2) DIA 10 - Guia Nacional de Informação e Apuração do ICMS Substituição Tributária: O contribuinte de outra unidade federada obrigado à entrega das informações na GIA-ST, em relação ao imposto apurado no mês de agosto/2005, deverá apresentá-la até essa data, na forma prevista no Anexo V da Portaria CAT 92, de 23/12/98 acrescentado pela Portaria CAT 89, de 22/11/00, D.O. de 23/11/00 (art. 254, parágrafo único do RICMS, aprovado pelo Decreto 45.490, de 30/11/ 00, D.O. de 1°/12/00). 3) DIA 15 - Demonstrativos do Crédito Acumulado: o contribuinte deverá entregar até essa data, no Posto Fiscal do seu domicílio os respectivos demonstrativos referentes aos fatos geradores do mês de agosto/2005 (art. 72 do RICMS, aprovado pelo Decreto 45.490, de 30/11/00, D.O. de 1°/ 12/00 e art. 1º, inciso IV da Portaria CAT 53/96, de 12/8/96 - D.O. de 27/8/96 - Retificada em 31/8/96, na redação dada pelas Portarias CAT 68/96, 15/ 97, 38/97, 71/97, 71/98; 37/2000, 94/01 e 35/02). 4) DIA 15 - Relação das Entradas e Saídas de Mercadorias em Estabelecimento de Produtor: produtor não equiparado a comerciante ou a industrial que se utilizar do crédito do ICMS deverá entregar até essa data, no Posto Fiscal a que estiver vinculado, a respectiva relação referente ao mês de agosto (art. 70 do RICMS, aprovado pelo Decreto

45.490, de 30/11/00, D.O. de 1°/12/00 e art. 18 da Portaria CAT 17/03). 5) DIA 15 - Arquivo com Registro Fiscal: Os seguintes contribuintes deverão enviar até essa data à Secretaria da Fazenda através do correio eletrônico http:// pfe.fazenda.sp.gov.br, com registro fiscal de todas as suas operações e prestações com combustíveis derivados de petróleo, gás natural veicular e álcool etílico hidratado combustível efetuadas a qualquer título efetuadas no mês de agosto: a) os fabricantes e os importadores de combustíveis derivados de petróleo, inclusive de solventes, as usinas e destilarias de açúcar e álcool, as distribuidoras de combustíveis, inclusive de solventes, como definidas e autorizadas por órgão federal competente, e os Transportadores Revendedores Retalhistas - TRR (art. 424-B do RICMS, aprovado pelo Decreto 48.139 de 8/10/2003, D.O. de 9/10/ 03, normatizada pela Portaria CAT-95 de 17/11/ 2003, D.O. de 19/11/ 2003). b) Os revendedores varejistas de combustíveis e os contribuintes do ICMS que adquirirem combustíveis para consumo (art. 424-C do RICMS, aprovado pelo Decreto 48.139 de 8/10/ 03, D.O. de 9/10/03 e normatizada pela Portaria CAT-95 de 17/11/2003. D.O. de 19/11/2003). Notas Gerais: 1. Unidade Fiscal do Estado de São Paulo Ufesp Por meio de comunicado, a Diretoria de Arrecadação divulgou o valor da Ufesp que, para o período de 1°/1 a 31/12/2005, será de R$ 13,30 (Comunicado DA 50, de 20/12/04 - D.O. 22/12/04). 2. Nota Fiscal de Venda a Consumidor: À vista do disposto no art. 134 do RICMS, aprovado pelo Decreto 45.490, de 30/11/ 00, D.O. de 1°/12/00, será facultada a emissão da nota fiscal, desde que não exigida pelo consumidor, quando o valor da operação for inferior a R$ 7,00, no período de 1°/1 a 31/ 12/2005 (Comunicado DA 54, de 20/12/04 - D.O. 22/12/04). 3. Esta Agenda Tributária foi elaborada com base na legislação vigente em 26/08/2005. D.O.E. - 27.08.05


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quinta-feira, 1 de setembro de 2005

TURISMO - 7

Divulgação/Conselho de Promoção Turística do México

A melhor amostra do mundo maia

Medidas perfeitas: é recomendável reservar um dia inteiro para conhecer as maravilhas arquitetônicas do sítio arqueológico maia. O templo principal (acima) tem disposição astronômica perfeita. Já o Observatório (ao lado) foi construído para servir de calendário solar aos habitantes dessa antiga civilização

Distante pouco mais de 200 quilômetros de Cancún, Chichen Itzá, o maior sítio arqueológico do México, vale a viagem. Sua estrela é o Templo de Kukulcán, em formato de pirâmide. Mas o local guarda outras imponentes construções e ruínas

N

ão se pode deixar de esticar a viagem a Cancún em mais 200 quilômetros em direção à mais valiosa jóia deixada pela civilização maia: Chichen Itzá. As marcas mais majestosas – e mais bem preservadas – dos primeiros habitantes mexicanos encontram-se neste enorme sítio arqueológico, o maior do México. Reserve um dia inteiro para conhecer imponentes construções como o Observatório, construído para servir de calendário solar aos antigos habitantes dessas terras e que deixa qualquer visitante boquiaberto. Não se deve dispen-

sar a companhia dos guias oferecidos no local, pois eles contam as histórias que envolvem essa e outras belas edificações, como o Templo dos Guerreiros, que abriga o Grupo das Mil Colunas. Pelo nome, fica fácil imaginar sua grandeza. Esporte – Outra atração de causar espanto é o Campo de Jogo de Bola. Com 168 metros de extensão, é formado por uma tribuna e duas paredes paralelas que contêm um grande anel, que faz as vezes de gol. Na época, a bola era levada pelos jogadores não com os pés, mas com os quadris. Mais uma curiosidade, esta um tanto mórbida: conta-se que os per-

dedores eram sacrificados. Mas a estrela de Chichen Itzá, um verdadeiro cartão-postal mexicano, é o Templo de Kukulcán, ou El Castillo (nome concedido posteriormente pelos colonizadores espanhóis). Erguido em 800 d.C., tem a disposição astronômica perfeita. A explicação? A pirâmide de 24 metros de altura possui quatro escadarias dispostas conforme os pontos cardeais. Seus 91 degraus representam os 365 dias do ano. A subida é dura – tem 45 graus de inclinação – mas vale cada gota de suor. É chegar ao topo, respirar fundo e contemplar a lindíssima vista. (F.P.)

RAIO X The City: tel. (52998) 848-8380, www.thecitycancun.com.

COMO CHEGAR A partir de São Paulo, a Aeromexico (tel. 11/3253-3888, site www.aeromexico.com) é a única companhia aérea com vôos diretos para o México. Passagem ida-evolta, com conexão na Cidade do México, a partir de US$ 979. ONDE DORMIR Moon Palace Golf & Spa Resort: Carretera Federal Chetumal Cancún km 340, tel. (52998) 881-6000, site www.palaceresorts.com. Diárias para casal a partir de US$ 320, allinclusive. Holiday Inn Express Cancún: Paseo Pok Ta Pok, L. 21 y 22, tel. (52998) 883-2200, site www.holidayinnexpress.cancun. ichotelsgroup.com. Diárias para casal a partir de US$ 75, incluindo café da manha. Hyatt Cancún Caribe Villas & Resort: Boulevard Kukulcán km 10,5, tel. (52998) 848-7800, site cancun.caribe.hyatt.com. Diárias para casal a partir de US$ 129,63. ONDE COMER E BEBER Carlos'n Charlie's: Boulevard Kukulcán km 8,5, tel. (52998) 8494124, www.carlosandcharlies.com. El Shrimp Bucket: Boulevard

Cancún

Kukulcán km 5,5, tel. (52998) 8497338, www.shrimpbucket.com. Glazz: Boulevard Kukulcán km 12,5, tel. (52998) 883-1881, www.glazz.com.mx. Señor Frog's: Boulevard Kukulcán km 9,5, tel. (52998) 849-4057, www.senorfrogs.com. Espaço reúne restaurante, café e boate.

ONDE DANÇAR Bulldog Café: tel. (52998) 848-9851, www.bulldogcafe.com. Coco Bongo: tel. (52998) 883-5061, www.cocobongo.com.mx. Dady'O: tel. (52998) 883-3333, www.dadyo.net. La Boom: tel. (52998) 849-7587, www.laboom.com.mx.

ONDE PASSEAR La Casa Del Arte Popular Mexicano: El Embarcadero, Boulevard Kukulcán km 4, tel. (52998) 849-4332. Abre das 11h às 19h. Ingresso a US$ 5. Aqua World: tel. (52998) 848-8300, www.aquaworld.com.mx. Tarifas sob consulta, por telefone ou no site. Garrafón: tel. (52998) 849-4950. O pacote all-inclusive custa US$ 59 por pessoa (adultos). Criança até 12 anos paga a metade do preço. Xcaret: tel. (00--52998) 898-1900, www.xcaret.com.mx (há serviço de vendas de pacote online). A entrada básica sai a US$ 59 para adultos e US$ 29,50 para crianças até 12 anos. PACOTES New Age: seis noites com passagem aérea, hospedagem no Hotel Flamingo Cancun (categoria turística) com café da manhã, traslados, um jantar cortesia, city tour, cartão assistência e bolsa de viagem. A partir de US$ 1.189 por pessoa. Preço válido até 8/12. Tel. (11) 3138-4888 www.newage.tur.br. Agaxtur: pacote de sete noites em Cancun inclui passagem aérea, hospedagem no Hotel Flamingo

Cancun com café da manhã, traslados e seguro-viagem. Por pessoa, em apartamento duplo, a partir de US$ 1.149, preço válido até 30/9. Tel. (11) 3067-0900, site www.agaxtur.com.br CVC: programa de oito dias com passagem aérea, traslados, sete noites de hospedagem no hotel escolhido com café da manhã, passeio turístico pela ilha e pelo centro da cidade e assistência de viagem internacional (Travel Ace). No Oasis Beach, custa US$ 1.248 por pessoa em apartamento duplo. No Hyatt Regency, US$ 1.328, e no Hilton Cancun, US$ 1.468. Tel. (11) 2146-7011, site www.cvc.com.br. STB: sete dias a R$ 1.214 por pessoa em apartamento duplo. Inclui passagem aérea, hospedagem no hotel Flamingo Cancun, café da manhã, traslados, city tour, um jantar (sem bebidas nem transportes) e seguro-viagem. Saídas até 10/12. Tel. (11) 3038-1555, site www.stb.com.br. FAÇA AS MALAS Moeda: US$ 1 vale 10,64 pesos mexicanos. Fuso: quatro horas a menos. Visto: não é necessário para brasileiros, mas se a viagem for feita via EUA, precisa-se de visto. Internet: site www.visitemexico.com.


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8 -.TURISMO

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

TOUR

Na poderosa Genebra Sede de diversas organizações internacionais, esta cidade da Suíça é considerada uma das mais importantes do mundo quando se fala em rumos das políticas globais. Nela, se respira dia e noite esse tema. Nela, se encontram pessoas das mais diversas nacionalidades dispostas a discutir sobre o futuro da economia, do meio ambiente, da política, da comunicação, da educação e, sobretudo, sobre os diversos conflitos e guerras. Muito desse espírito pode ser visto – e sentido – em poucas horas, visitando os museus da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Cruz Vermelha. De um ao outro, basta atravessar a rua, sintomaticamente, batizada de Avenue de la Paix Por Giovanna Modé Divulgação/A. Liautaud/ONU

O famoso palácio, que recebe cerca de 100 mil visitantes por ano, fica num parque de 25 hectares

Mais de um século de ajuda humanitária Museu conta o nascimento e a história do movimento internacional da Cruz Vermelha. Passeio mostra que até a guerra tem limites Fotos: Divulgação/Cruz Vermelha

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Palácio das Nações: conheça a ONU por dentro Aqui são tomadas decisões que influenciam todos os países do mundo. A visita de uma hora funciona como um be-a-bá da organização

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az alguns anos que a ONU abriu suas portas para que visitantes de todo o mundo possam matar a curiosidade de espiar, ainda que num recorrido de apenas uma hora, o local que costumam ver nos jornais e nos filmes. Já na entrada se revela o cuidado com o fluxo de turistas: além de passar por um controle de segurança, seu documento fica ali, bem guardado, até a volta – e sem negociações. Afinal, por lá passam nada menos que 100 mil visitantes por ano, isso sem contar as 25 mil pessoas que participam das mais de 8 mil conferências que se realizam nesse palácio construído entre 1929 e 1936. Palácio? Sim, literalmente. Batizado de Palácio das Nações, ele tem o interior todo de mármore e fica num belo parque de 25 hectares com vista para o Lago Lemán e para o Mont Blanc. O passeio começa com um filme de cerca de 15 minutos que dá uma idéia das atividades da organização. Mostra um pouco dos principais problemas do mundo e como a ONU e suas diferentes agências (United Nations Conference on Trade and Development, UNCTAD; United Nations High Commissioner for

Refugees, UNHCR; United Nations Children’s Fund, UNICEF; entre muitas outras) atuam nesse cenário. Entre seus principais objetivos, explicam, estão manter a paz e a segurança internacional, promover relações amistosas entre os países, cooperar na resolução de problemas econômicos, sociais, culturais e humanitários e promover os direitos humanos e as liberdades fundamentais. Aula – Em seguida, os visitantes passam para uma das salas de conferência e tomam os lugares reservados para a imprensa nas sessões tradicionais. Ali, o guia (não existe a opção de se fazer a visita sem ele) nos dá uma curta aula introdutória, uma espécie de bea-bá da instituição: começou em 1945, quando foi assinada a Carta das Nações entre 51 países. Hoje, são seis idiomas oficiais - inglês, francês, espanhol, árabe, russo e chinês – e 191 nações integrantes. Faz um rápido mistério para revelar qual o único país que não faz parte: o Vaticano. De lá o destino é a parte antiga do Palácio das Nações, onde foi fundada a então Sociedade das Nações (que foi substituída pela ONU e acabou mantendo a mesma sede). No

jardim e nos interiores, chamam a atenção os objetos de decoração presenteados pelos mais diferentes países à Instituição. Mas nada se compara à decoração da sala principal de conferências: todas as paredes e o teto foram pintados pelo artista espanhol José Martí Sert, simbolizando a vitória da paz sobre as guerras. O passeio termina justamente na livraria, quando inspiração não falta para se informar mais. Já os preços são outra história. Cada relatório não sai p o r m e n o s d e 2 0 e u ro s . A maioria acaba levando mesmo somente um souvenir ou cartão-postal. Para esse tipo de atividade, estão abertas, além de Genebra, as agências de Nova York, Viena e Nairobi. SERVIÇO ONU: Avenue de la Paix, 14, Genebra, Suíça. Tels. (4122) 917-4896 e 917-4539, site www.unog.ch. De abril a outubro, todos os dias, das 10h às 12h e das 14h às 16h. Em julho e agosto, abre das 10h às 17h. Entre novembro e março, de segunda a sexta, das 10h às 12h e das 14h às 16h. Ingressos a 10 francos suíços (em torno de 7 euros).

oi voltando de uma de suas viagens que um empresário de Genebra, Henry Dunant, presenciou, no caminho, o fim da Batalha de Solferino, em que os franceses conseguiram expulsar os austríacos do norte da Itália. O resultado foram 40 mil mortos num só dia. Era junho de 1859. Impressionado pelo abandono em que se encontravam os soldados depois da guerra, ele mesmo mobilizou a população local e improvisou as primeiras medidas de socorro. De volta à Suíça, Dunant propôs a criação de uma convenção que limitasse o sofrimento nas guerras por meio de instrumentos legais e o desenvolvimento de uma organização de atuação permanente nessa área. Conseguiu: quatro anos mais tarde, foi fundada a Cruz Vermelha, movimento conhecido internacionalmente por seu caráter de assistência humanitária. Seja onde for o conflito – Iraque, Afeganistão, Colômbia... – seu famoso símbolo é sempre respeitado. E, no ano seguinte, 1864, foi assinada a primeira Convenção de Genebra, protegendo os feridos na guerra e os que a eles socorriam. Independentemente de cor, nacionalidade, religião, crença, tendência política ou classe social, a organização tem como objetivo ajudar e proteger as pessoas que se encontram em situação de risco, sobretudo as vítimas de conflitos. Conflitos – O Museu Internacional da Cruz Vermelha Internacional e do Crescente Vermelho, situado na principal sede da organização, em Genebra, conta um pouco desses mais de 100 anos de história, que se confundem com os mais dolorosos momentos e guerras dos últimos séculos. É impossível sair indiferente. “O museu apresenta os fatos sem fazer julgamentos. A idéia é preservar o patrimônio da Cruz Vermelha e provocar reflexão. Os visitantes não são considerados expectadores do sofrimento alheio, mas são convidados a pensar e a agir”, diz seu diretor, Roger Mayou.

Entrada da entidade de socorro às vítimas de guerra: ajuda desde 1863

São fotos, filmes, salas interativas, objetos, cartazes... Uma linha do tempo vai explicando ao visitante os principais conflitos do mundo e as ações da organização. Interessante uma parada mais atenta quando chega na Primeira Guerra Mundial (1914-1918): além de assistir a um filme com imagens da época, o visitante pode recorrer a um arquivo com 7 milhões de fichas com nomes de prisioneiros de guerra. Por meio dele, criado pela Agência Internacional de Prisioneiros de Guerra, foi possível localizar mais de 2 milhões de prisioneiros detidos nos campos dos 38 países. As atividades contemporâneas são contadas nas salas temáticas e interativas. Uma delas é dedicada aos socorros em catástrofes: há um vídeo com cenas bastante parecidas às que foram vistas recentemente com o Tsunami na Ásia e também uma pequena exposição de produtos usados em situações de emergências, como remédios e alimentos.

Outro espaço é voltado às minas terrestres: interessante que o foco não está nas vítimas em si, mas nas campanhas de prevenção. Diversos cartazes, vídeos e alguns modelos de pernas mecânicas compõem a aula didática, além, é claro, das próprias minas. Também chama a atenção a sala que tem como tema o restabelecimento de laços familiares: as paredes são tomadas inteiramente por fotos de crianças africanas “catalogadas” em Ruanda em 1993, durante um dos mais duros conflitos da região, com o objetivo de encontrarem suas respectivas famílias. A expressão de cada uma delas vale o passeio. SERVIÇO Cruz Vermelha: Avenue de la Paix, 17, Genebra, tel. (4122) 748-9525, site www.micr.org. Abre todos os dias, das 10h às 17h, exceto às terças-feiras. Ingressos a 10 francos suíços (em torno de 7 euros).

No interior do museu, o visitante segue uma linha do tempo dos principais conflitos ocorridos nos últimos séculos. Para completar, vídeos, fotos e objetos incitam a reflexão


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

POLÍTICA - 7

MOMENTO DEFINITIVO EM VÁRIAS INSTÂNCIAS DO PT. NO PMDB, FOCO É AGILIZAR VOTAÇÕES NO CONGRESSO.

BERZOINI E PIMENTEL: SAIA JOSÉ DIRCEU! Dida Sampaio/AE

Dida Sampaio/AE

O

secretário-geral do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), reforçou ontem que quer a saída do deputado José Dirceu (PT-SP) da chapa do Campo Majoritário. Berzoini afirmou que defenderá também a saída dos demais deputados petistas envolvidos em denúncia de corrupção da chapa, na reunião de amanhã, para "evitar a contaminação da instituição pelos erros de alguns". Berzoini disse esperar que Dirceu "abra mão, voluntariamente, de sua chapa". O prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, também defendeu ontem que Dirceu se afaste da chapa deixando de ser um "empecilho à unidade partidária". Para Berzoini, se Dirceu se retirasse voluntariamente, ele demonstraria compreensão do atual momento político. "Não quero entrar no mérito de sua culpabilidade ou não, mas o fato é que há um senso comum na sociedade de que alguma coisa aconteceu", afirmou. Para ele, a presença de Dirceu na chapa não colaboraria com o processo de "descontaminação da disputa eleitoral". "O PT vive uma infelicidade: a coincidência de uma crise política com eleições internas. Se nós pudermos separar o máximo possível a crise da eleição, nós conseguimos superar esse momento eleitoral com uma eleição democrática (...) e, a partir daí, discutirmos o futuro do partido", afirmou Berzoini. Crítica – Apesar de desejar a saída de Dirceu, Berzoini criticou o relator da CPMI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), que divugou antecipadamente que Dirceu apareceria em seu relatório como chefe do esquema de corrupção do mensalão. "Se eu fosse relator, evitaria dar opiniões a cada dia; deixaria isso para o relatório (...) Se há fatos e fundamentos que levem a essa conclusão, eles devem ser apresentados no relatório. Desejo que a CPMI chegue ao final com conclusões consistentes e possamos penalizar aqueles que merecem", declarou. Berzoini fez questão de comentar a política econômica do governo Lula e disse que, para crescer em ritmo mais acelerado, de 5% a 6% ao ano, o País precisa investir mais. "Acredito que a execução orçamentária, talvez seja hoje o ponto fraco da nossa política econômica. Uma política econômica que, eu repito, é bemsucedida em seus fundamentos, mas, talvez, mal calibrada na execução orçamentária e na meta de inflação", opinou. Imagem arranhada – Berzoini admitiu que seria um "desafio grande" vir a ocupar a presidência nacional do partido num momento de crise, em que a legenda tem a imagem arranhada por várias suspeitas. "Há irregularidades, há ilegalidades e o partido tem de agir com firmeza, determinação", disse. Ele ressaltou a necessidade de um controle interno para evitar crises como a atual. "Creio que podemos sair d es s a crise c o m o u m P a í s maior, maduro e menos pretensioso", declarou. Facilidade – O prefeito Fernando Pimentel, principal destaque do PT nas eleições municipais de 2004 ao ser reeleito com quase 70% dos votos também defende que a saída de Dirceu do PT deve ser decidida pelo próprio deputado e não imposta. Segundo ele, a candidatura do deputado Ricardo Berzoini (SP), em substituição ao ex-ministro da Educação, Tarso Genro, "talvez facilite" essa decisão. Para ele, além da sociedade, com o disse Berzoini, a própria base partidária acredita que Dirceu deve se afastar, pelo menos "momentaneamente até que se esclarecesse toda essa situação para que a presença dele não fosse um empecilho à unidade partidária". (AE)

PT DECIDE NO SÁBADO FUTURO DE DELÚBIO. PARTIDO TEM OUTRA BAIXA.

O José Cruz/ABr

Ailton de Freitas/AG

Dirceu em vários momentos de sua articulação para manter o mandato na Câmara e sua liderança no Campo Majoritário, mais forte tendência do PT João Rangel/Chromafotos/AE

ADEUS...

'PÂNICO' DA TV NO PT

Com direito à coroa de flores, cortejo e hino nacional, a personagem de Luiz Fernando Verissimo a Velhinha de Taubaté, foi "enterrada" ontem na sua cidade natal. A última brasileira a acreditar nos governantes ganhou uma homenagem. "Ela levou o nome da cidade e a confiança para todo o País", disse o vereador autor da moção e coordenador do ato simbólico, Rodson Lima (PP). "Ela morreu de desgosto. O povo brasileiro não pode morrer também.". (AE)

O pânico tomou conta dos funcionários do diretório nacional do PT ontem. Dessa vez, no entanto, o pavor não foi causado por novas denúncias de corrupção no partido. O motivo do medo foi a súbita chegada de uma equipe do programa humorístico Pânico na TV ao partido. Caracterizados de presidente Lula, Enéas e Roberto Jefferson, os humoristas Carlos Alberto, Vinícius Vieira e Márvio Lúcio, o Carioca, apavoraram funcionários das lojas vizinhas ao PT, moradores de rua, funcionários do partido e até uma equipe da Polícia Militar que passava pelo local. Temendo as brincadeiras de gosto duvidoso dos humoristas, seguranças do partido trancaram a porta do diretório. Um dos momentos mais animados foi quando passou uma moto dos Correios. A presença dos humoristas no PT faz parte da campanha "Onde está Genoino?", iniciada na semana passada. (AG)

Diretório Nacional do PT analisa no sábado a possível expulsão de Delúbio Soares, a partir do relatório da Comissão de Ética da legenda, que já concluiu os trabalhos sobre as denúncias que envolvem o ex-tesoureiro do partido. O relatório será divulgado apenas na reunião do Diretório Nacional, que acontecerá na sede do Diretório Nacional, Centro de São Paulo, quando a coordenadora da comissão, Lene Teixeira, fará a apresentação do conteúdo. Delúbio, que afirma ter comandado o esquema de caixa 2 do partido nas campanhas eleitorais de 2002 e 2004, foi convocado para a reunião de sábado, quando deverá fazer nova defesa aos membros do diretório. Os membros do diretório, instância máxima da legenda, farão uma discussão sobre o parecer da comissão e uma votação sobre a indicação da punição a Delúbio. A desfiliação é uma das punições previstas. Mais baixas – Depois do anúncio da desfiliação do deputado André Costa (sem partido-RJ), o PT sofrerá mais uma baixa na sua bancada. O deputado João Alfredo (CE) decidiu ontem que sairá do partido para se filiar ao Psol no dia 25. Ao mesmo tempo, petistas tentam evitar a saída do senador Cristóvam Buarque (DF). Um encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Cristóvam está sendo articulado pelos senadores paulistas Eduardo Suplicy e Aloizio Mercadante. Cristóvam foi informado sobre a estratégia ontem, por Suplicy, durante uma exposição do chanceler Celso Amorim na Comissão de Relações Exteriores do Senado. O senador pediu ao líder do PT, Delcídio Amaral (MS), para deixar a presidência da comissão. "O cargo é do PT e estou na iminência de deixar o partido", justificou. (Agências)

O PARTIDO DO MENSALÃO Sergio Lima/Folha Imagem

Deputado do PL ironiza proposta de fusão com PP e PTB: 'Vão chamar de Partido do Mensalão'

A

pesar da simpatia manifestada pelo vice-presidente da República, José Alencar, os deputados e senadores do PL rejeitaram ontem, por 40 votos a um, a proposta de discutir uma fusão entre o PL, o PP e o PTB levada pelo líder do governo no Congresso, senador Fernando Bezerra (PTB-RN), ao vice-presidente José Alencar. Apenas o senador Marcelo Crivella (PL-RJ) votou a favor da proposta. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto (SP), disse que o PL não precisa da fusão porque vários deputados do PTB e do PP já estão procurando o partido. O deputado João Caldas (PL-AL) chamou a proposta de factóide e o deputado Luiz Antônio Medeiros (PL-SP) qualificou a idéia de infeliz. "Absurdo, vão chamar este novo partido de o Partido do Mensalão", ironizou Medeiros. Depois de quatro horas de reunião, os parlamentares do PL definiram ainda que, se for mantida a verticalização, regra pela qual as coligações estaduais devem ser coerentes com a coligação nacional, o partido não repetirá em 2006 a

José Alencar, Valdemar Costa Neto e líder do partido Sandro Mabel, em reunião do PL

coligação com o PT, o que significa que Alencar não deve repetir a dobradinha com Lula nas eleições do ano que vem. Performance – Para garantir que o partido atinja os 5% dos votos à Câmara, previsto pela cláusula de desempenho, ficou acertado que não se fará aliança nacional, para que o PL fique nos estados liberado para fazer a coligação que garanta uma melhor performance eleitoral. "Com a verticalização, ou José

Alencar é candidato a presidente ou temos que ficar livres para fazer alianças nos estados" , disse o líder do PL, deputado Sandro Mabel (GO). São mínimas as chances de a Câmara votar até 30 de setembro a emenda que estabelece o fim do princípio da verticalização, que obriga os partidos a fazerem as mesmas alianças em nível nacional e nos estados. Alencar se mostrou favorável à fusão de PL, PP e PTB de-

fendida por Bezerra. O vicepresidente afirmou que isso vai ao encontro do interesse nacional de reduzir o número de partidos políticos, mas destacou que o assunto precisa ser examinado porque há muitos problemas institucionais para que a fusão se torne realidade. Mas Alencar disse também que é muito cedo para que o PL tome uma posição sobre as eleições presidenciais de 2006 e elogiou o presidente do PL,

Valdemar Costa Neto. "Na reunião houve muito aplauso ao gesto heróico do presidente do partido, que se afastou do mandato, evitando que outros companheiros do partido fossem atingidos", disse. Na terça-feira, Alencar negou os rumores de que esteja saindo do PL, depois que Costa Neto renunciou ao mandato por causa de suposto envolvimento no esquema do mensalão. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.POLÍTICA

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

PARA MINISTRO CRISE VAI ACABAR LOGO; PMDB QUER A REFORMA ELEITORAL E CONCEIÇÃO SOLTA A LÍNGUA.

BASTOS: CRISE CAMINHA PARA O FIM. Arquivo DC

Lula Marques/Folha Imagem

O

Cúpula do PMDB reunida ontem: menos MPs, mais reforma política e contra a verticalização do caos

PMDB: MENOS MPs E VOTAÇÃO JÁ DA REFORMA ELEITORAL

D

urante reunião da Executiva Nacional do PMDB, ontem, o presidente do partido, Michel Temer, anunciou que vai solicitar ao Poder Executivo a retirada de medidas provisórias que trancam as votações da Câmara. Para ele, a reforma política também depende do Poder Executivo, já que a edição de medidas provisórias acabam atrapalhando o trabalho do

Legislativo. "A conclusão dessa reunião é: o governo colabora com o Congresso e o Congresso vota a reforma política". Reforma eleitoral – Os integrantes da Executiva do PMDB também ouviram um apelo do presidente do Senado, Renan Calheiros. Ele sugeriu a aprovação, sem recurso ao Plenário, do projeto de reforma eleitoral já votado pelos

senadores. Ele quer acabar, por exemplo, com a verticalização das coligações. "Estamos vivendo em um Brasil só. Não existe um Brasil na crise e outro não". Renan também apoiou o barateamento das campanhas políticas, como a proibição de brindes e showmícios, que já está prevista no projeto do Senado sobre a reforma. Consenso – O presidente do Senado sugeriu que a Câmara vote a reforma mínima com pontos de consenso para valerem já nas próximas eleições. Ficariam para depois a discussão da proibição da realização de pesquisas eleitorais nos 15 dias anteriores às eleições e a redução do tempo da propaganda na TV. (Agências)

MOVIMENTO DEFENDE REFORMAS Fotos: Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

A

DC

lém de pedir a apuração e punição dos culpados de atos de corrupção na política, o manifesto "Da Indignação à Ação" – lido ontem durante manifestação pública na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, no Centro de São Paulo – afirma que está na hora de uma "reconstrução republicana" e de imediatas alterações nos sistemas político e eleitoral brasileiro. Várias instituições e personalidades da vida pública nacional assinaram o manifesto, que deverá ser enviado ao Congresso Nacional, como antecipou um dos líderes do movimento, o jurista e ex-ministro da Justiça, Miguel Reali Júnior. Para ele, a mobilização da sociedade deve ser a mola propulsora das mudanças ainda este ano. "Para que não haja descrença da população no processo eleitoral, já em 2006", disse Reali Junior. O manifesto "Da Indignação à Ação" foi lido pelo presidente da Associação Brasil e i r a d e O u v i d o re s e O mbusdmans, José Benedicto Azevedo Marques e assinado por entidades como a OABSP, Instituto dos Advogados, Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Centro Acadêmico XI de Agosto da Faculdade de Direito da USP, além do ex-ministro da JustiDesde 1974

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José Gregório e Miguel Reali Junior: mudanças ainda este ano

Chico Whitaker: manifesto serve para respaldar as reformas

ça, José Gregori, do secretário municipal dos Negócios Jurídicos, Luiz Antônio Marrei, do professor Aziz Ab Saber, entre outros. O manifesto enfatiza que as mudanças não devem ser feitas apenas pelo Congresso "tão fortemente atingido (pelas denúncias de corrupção)". "É essencial que toda a sociedade se engaje", diz. Finalmente, o documento propõe, por meio de audiências públicas supra-partidárias, "um amplo processo de discussão das mudanças a introduzir em nosso sistema político eleitoral". Reali Júnior ressaltou que "ninguém está buscando uma caça às bruxas no País". Apenas pedindo a apuração dos fatos como forma de dar uma

resposta à população e respaldar mudanças "que evitem que se continue misturando o público e o privado na política nacional". Chico Whitaker, da Comissão Brasileira de Justiça e Paz da CNBB, explicou que o manifesto abre o debate "para respaldar o Congresso na reforma política e eleitoral". Para o secretário Luiz Antônio Marrei, é preciso mudar as regras políticas já, sob o risco de assistir uma crescente deterioração dos costumes políticos no Brasil. "A sobrevivência da democracia depende disso", acrescentou. Percival Maricatto, coordenador do PNBE, acredita que a mobilização de ontem deve ajudar "a que fatos de corrupção não se repitam nas eleições de 2006". Sergio Leopoldo Rodrigues

ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou ontem que a crise política que sacode o governo há mais de três meses, em meio a uma onda de denúncias de corrupção, está caminhando para o fim. Ele reconheceu que a crise é grave, "tem o seu processo natural e não adianta apressá-la". Mas ressalvou que o governo não está parado e vem tomando todas as providências para investigar, processar e punir culpados, na medida de suas culpas. "A crise tem começo, meio e fim. Acho que ela está saindo do meio para o fim", observou. As declarações de Bastos foram feitas no momento em que a oposição acusa o governo de agir para abafar as denúncias e facilitar a impunidade de parlamentares da base aliada envolvidos em atos de corrupção. A Polícia Federal e o próprio ministro, não têm sido poupados. Críticas – O ministro integra

Para o ministro da Justiça, não adianta apressar o fim da crise

o comitê de crise do Planalto e é criticado por ter usado sua experiência de advogado criminal para orientar a defesa de membros do governo, como o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, envolvidos nas denúncias. A oposição também o recrimina por ter supostamente ajudado o empresário Marcos Valério de Souza a construir a versão de que a única ilegalidade cometida por ele e o PT foi ter financiado o caixa

dois do partido. Nuvens – Bastos disse que o governo está trabalhando na construção de instituições republicanas capazes de dar combate ao crime e à corrupção. "Não viemos para fazer chover, mas para construir as nuvens. Ou seja, construir instituições capazes de absorver crises, investigar eventos e julgar os acusados". Ele citou o filósofo francês Charles-Louis de Secondat, o Barão de Montesquieu, para afirmar que uma sociedade livre "não se baseia na virtude dos homens, mas na solidez das instituições". Para Bastos, as instituições brasileiras têm todas as condições para absorver a crise. Sobre as acusações à PF, ele disse que em vez de preocupação, sente orgulho. Isso porque, as reclamações, nos dois anos e meio do governo Lula, partiram de todos os partidos, o que demonstra a impessoalidade da atuação do órgão. (AE)

CONCEIÇÃO: CRÍTICAS FEROZES

C

om a frase "pode ser o governo de merda, mas é o meu governo", a economista Maria da Conceição Tavares, resolveu por fim ao seu silêncio desde que começou o chamado escândalo do Mensalão. Em duro discurso, ela afirmou ser "impossível" que a esquerda do PT não tivesse conhecimento do rumo que o partido tomou no governo federal, em debate promovido no Rio pela Fundação Perseu Abramo com o presidente da legenda, Tarso Genro. "Não culpo o Lula nem o governo, nem mesmo o Palocci. Estavam todos lá, todos, desde

que entrei no partido. Não vêm agora com ar de que não têm nada a ver com isso. Então estavam todos dormindo de touca? Se não têm, deviam ter. Aquilo é uma executiva, gente que se fez de cego. Não sabem nada de economia, são uns analfabetos." Juros – Questionada sobre a questão dos juros no intervalo do debate, ela afirmou que "estão altos de mais porque a arbitragem é dos nossos bancos junto com os internacionais". "Por azar nosso e por sorte também nós temos bancos poderosos nacionais, coisa que não tem na Argentina ou no México, onde são todos

estrangeiros. Aqui tem que rachunchar, uma parte para eles e outra para os nossos bancos, por isso os juros são altos. Ninguém se dá conta de que o 'banqueiro central' da Alemanha trabalhou tanto para a social-democracia em 24 quanto para Hitler. No debate, o ex-presidente da Eletrobrás Luis Pinguelle Rosa afirmou ter a impressão de que, com o PT no poder houve um "stalinismo esquisito". "Acho que o José Dirceu não levou dinheiro mas resolveu organizar a putaria. A gente entrou num lugar cheio de gente com catapora e saímos com catapora." (AE)


Pânico na ponte: mais de mil mortos Na multidão de peregrinos que lotava a ponte sobre o Tigre correu o rumor de que se explodiria um homem-bomba. Pânico. E o dia mais sangrento do Iraque. Pág. 16 Ali Haider/EFE/AE

www.dcomercio.com.br/c ampinas/ Edição de Campinas concluída às 00h20 Ano 81 - Nº 21.954

São Paulo, quinta-feira 1 de setembro de 2005

R$ 0,60 Ahmad Al-Rubaye/AFP

Sérgio Lima/Folha Imagem

A maior derrota de Lula

O presidente Lula ficou "indignado, chateado e aborrecido" com a derrubada de seu veto ao reajuste salarial de 15% aos servidores do Legislativo. Foram 407 votos a 25, na Câmara, e 61 votos a 7, no Senado uma derrota histórica no Congresso, a maior de seu governo. Lula vai recorrer ao STF. Se limitado ao Legislativo, o reajuste representa um total de R$ 577,9 milhões, mas ampliado a outros servidores poderá alcançar R$ 9,8 bilhões. Página 15.

Roberto Stuckert Filho/O Globo

Relatório não poupa ninguém Abi-Ackel e Serraglio (dir.) entregam hoje relatório: todos os citados no escândalo do mensalão estão na lista de "cassáveis". Dida Sampaio/AE

E tem capítulo só sobre Dirceu Relatório tem uma parte exclusiva para as denúncias contra o ex-ministro. Pág. 6

Chovem críticas a Severino Protestos contra o presidente da Câmara e os depoimentos de ontem, págs. 4 a 8 Paulo Pampolin/Digna Imagem

Sucesso de grão em grão Rodrigo Peres: desafio de revigorar uma marca tradicional. Página 20

O Brasil cresceu 3,4% mais no 1º semestre de 2005 do que no mesmo período em 2004. E 1,4% a mais do que no 1º trimestre. O IBGE, página 13

PIB "Foi jóia"

Flávia Perin

Cadastro positivo no Congresso Projeto de lei será encaminhado hoje ao Congresso. Página 19

Mais área para construir

TEMPO EM CAMPINAS Sol com pancadas de chuva Máxima 28º C. Mínima 17º C.

Garagens não serão mais incluídas na área de construção. Pág. 17

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.CAMPINAS

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

em Campinas

Na primeira fase a cidade terá 20 câmeras e 106 no total

Fotos de Marcos Peron/Virtual Photo

SEGURANÇA

Cidade vigiada a partir de dezembro

ÓRBITA

A

Comerciantes estudam ratear gastos para a instalação de câmeras no Centro. Cada equipamento custa em torno de R$ 15 mil.

C

omerciantes de Campinas estudam ratear os gastos para instalação de câmeras de segurança no Centro. A intenção dos lojistas é que ruas movimentadas, como a 13 de Maio ou a Costa Aguiar, estejam vigiadas já na primeira fase do projeto do Centro Integrado de Monitoramento, Comando e Controle (CIMCC), proposta da prefeitura que pretende viabilizar o monitoramento de 106 pontos da cidade considerados mais propensos a ocorrências de crimes e a problemas no trânsito. Na primeira fase, prometida para dezembro, está previsto que 20 câmeras já estejam operando, número que pode aumentar com a participação dos comerciantes. As vias que os lojistas pretendem monitorar têm como característica o grande movimento de pedestres, o que as tornam prato cheio para os batedores de carteira, o principal crime que ocorre no centro da cidade segundo a Polícia Militar. Pelas ruas do Centro passam diariamente 270 mil pessoas. Segundo o tenente-coronel Edmundo Lopes Cecílio, do Instituto Militar de Engenharia (IME), entidade envolvida na implantação do CIMCC, vigiar esse aglomerado de consumidores exige câmeras capazes de ampliar várias vezes a imagem e girar em várias direções para seguir um suspeito de delito. Câmeras com essa capacidade, de acordo com Cecílio, custam por volta de R$ 15 mil. As câmeras que vierem a ser compradas por empresários para integrar o projeto da prefeitura devem atender a características de modelo que ainda não foram especificadas. Também podem ser feitas doações em dinheiro para o fundo de segurança da prefeitura. No entanto, não haverá a possibilidade do empresário escolher os pontos onde os equipamentos serão instalados. Estes pontos - os 106 já foram definidos pela Secretaria Municipal de Segurança em conjunto com a Secretaria de Transporte. Ficam na entrada e saída da cidade; cruzamentos de maiores fluxo de veículos, além de áreas de grande circulação de pedestres, que contemplam algumas das ruas que os comerciantes querem monitorar. Na rua 13 de Maio, como exemplo, são previstos pela prefeitura cinco cruzamentos com câmeras. Na avenida senador Saraiva, três pontos. Os locais da área central onde serão instalados os equipamentos estão no mapa ao lado. Além desses, haverá câmera nas esquinas da Treze de Maio com praça Mal. Floriano Peixoto; na Barão de Jaguara com Largo do Rosário e na rua da Abolição com a rua Álvaro Ribeiro Segundo Edvaldo de Souza Pinto, presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) e diretor da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), os lojistas ligados às entidades comerciais estão sendo consultados sobre o financiamento das câmeras.

“No ano passado já tínhamos conseguido 20 câmeras para o Centro que viriam pelo Orçamento Participativo. Mas muda a gestão, mudam os planos. O que queremos agora é agilizar as medidas de segurança para a área. Inibir os furtos e camelôs irregulares”, comenta Pinto. Para Fernando Piffer, diretor do Sindicato dos Lojistas de Campinas e Região (Sindilojas), monitorar o Centro é válido porque é “uma maneira de prevenir os crimes ao invés de remediá-los”. Mas Piffer ainda prefere ser cauteloso. “Acho que é melhor ver se o sistema da prefeitura funciona para depois comprar os equipamentos. Também é preciso definir se o encargo da compra do equipamento é do dono do imóvel ou do locatário”, comenta. As câmeras transmitirão, em tempo real, informações sobre toda a cidade para o Centro Integrado. Todo o sistema é coordenado por um software desenvolvido pelo Instituto Militar de Engenharia (IME). O programa também cria um mapa da cidade onde será possível localizar as unidades da Polícia Militar, Guarda Municipal, Bombeiros, Serviço Médico de Atendimento e de Urgência (Samu) e outras. “Será possível saber quais unidades estão mais próximas de uma ocorrência e coordenar ações conjuntas de diferentes órgãos. É uma forma de integração, mas mantendo a autonomia de cada equipe porque na central haverá um responsável por cada um dos órgãos”, diz o tenente-coronel Edmundo Lopes Cecílio. A implantação da totalidade dos equipamentos irá ocorrer em duas fases. A primeira consiste no planejamento e adaptação do projeto (programas de informática, concepção etc.), além das 20 câmeras, e custou aos cofres públicos R$ 2,8 milhões. Desse valor, que será custeado pela administração municipal, o governo federal irá oferecer R$ 300 mil.

Cerca de 270 mil pessoas passam diariamente pelo Centro. A vigilância eletrônica ajudará a reduzir a ação dos batedores de carteira e dos vendedores ambulantes. Nas fotos, os cruzamentos da rua Barão de Jaguara com largo do Rosário (superior) e o da José Paulino com 13 de Maio (inferior), que ganharão câmeras.

Renato Ibelli

No ano passado já tínhamos conseguido 20 câmeras para o Centro que viriam pelo Orçamento Participativo. O que queremos agora é agilizar as medidas de segurança para a área. Inibir os furtos e camelôs irregulares Edvaldo Pinto

omeçam hoje as inscrições para o vestibular da PUCCampinas. Os candidatos podem se inscrever em agências autorizadas do Banco Real ou pelo site da universidade (www.puccampinas/edu.br/ vestibular2006). Até 26 de setembro o valor da inscrição é R$ 80. Desta data até 10 de outubro, quando elas se encerram, o valor sobe para R$ 90. A PUC-Campinas oferece 5.570 vagas em 38 cursos. Os detalhes sobres os cursos podem ser obtidos no site da universidade. As provas ocorrem dias 2 e 3 de dezembro.

C

s 48 animais que estavam no Centro de Controle de Zoonoses de Campinas já foram transferidos para a Associação Amigos dos Animais (AAAC) da cidade. A entidade pede ajuda para adquirir casinhas para os cães e gatos. Os animais tiveram de ser retirados da Zoonoses pela precariedade das instalações. As obras de recuperação do centro devem começar no dia 15 de setembro e, até a conclusão, os bichos que forem recolhidos das ruas serão levados para Hortolândia.

O

Novas regras para tombamento prefeitura anunciou ontem mudanças nas reA gras de análise dos processos de tombamento de prédios e áreas históricas da cidade. A decisão, se-

Na rua 13 de maio, importante pólo comercial do centro, estão previstos cinco cruzamentos com câmeras. Na foto, a esquina com a rua Álvares Machado.

s ocorrências de roubo e furto de veículos voltaram ontem a ser registradas pelos 13 distritos policiais de Campinas. Desde 2000, esse tipo de ocorrência só era registrada no Setor de Furto e Roubo de Veículos, que funciona na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Campinas, o que sempre gerou reclamações por parte da vítima, que ficava sem opção próxima para recorrer. Durante a noite e nos finais de semana e feriados funcionam quatro plantões policiais: no primeiro, quarto, quinto e nono distritos policiais.

gundo Francisco de Lagos, secretário interino de Cultura, Esporte e Lazer, visa agilizar os procedimentos. Hoje, 240 processos pedindo demolição e reforma estão encalhados há mais de quatro meses no Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas (Condepacc), principalmente aqueles que pedem intervenção em imóveis que estão instalados em área envoltória de um bem tombado. Dentro das mudanças, é previsto que as coordenadorias setoriais dos patrimônios culturais farão, em 120 dias, um inventário de todos os prédios históricos do Centro. Segundo Lagos, agora antes dos processos chegarem ao Condepacc terão de receber parecer das secretarias de Assuntos Jurídicos, de Meio Ambiente e de Urbanismo. Só então, em 30 dias, que podem ser prorrogados, seguirão para o Conselho. “O conselheiro não precisa entender de aspectos jurídicos ou ligados ao meio ambiente. O objetivo: passar tudo mastigado para o conselheiro se focar na questão histórica”, disse Lagos. Outra mudança trata da intervenção em áreas que circundam bens tombados, que tem levado dor de cabeça a proprietários que querem reformar seus imóveis. A Prefeitura pretende liberar as reformas mais simples, exigindo análise mais detalhadas em casos especiais. (RI)

EXPEDIENTE

Diretoria Executiva (2004 - 2007) Presidente Guilherme Campos Júnior 1º Vice-Presidente Gilberto Rocha da Silveira Bueno 2º Vice-Presidente Carlos Francisco Simões Correia Assinaturas do Diário do Comércio (0xx19) 2104-9276 Departamento de Sócios Serviço de Atendimento ao Usuário, Convênios e Parcerias (19) 2104-9271/ 9272/ 9273 associados@acicnet.org.br Assessoria de Imprensa (19) 2104-9215/ 9216 imprensa@acicnet.org.br Página na Web www.acicnet.org.br Rua José Paulino, 1111, Campinas, SP - CEP 13013-001 PABX: 2104-9200


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.OPINIÃO

quinta-feira, 1 de setembro de 2005 Rafael Neddermeyer/AE

A N Á L I S E

O petróleo, de novo embro-me com niti- triais e nos transportes dez do primeiro cho- principalmente urbanos, inque do petróleo. Foi terurbanos e de cargas pesaem 1973; o bruto passou de das. É o que espera o consuUS$ 2,50 o barril a US$ 12,00, midor brasileiro nos próxide um dia para outro. O mos dias, quando se estabimundo ficou de joelhos dian- lize a oferta do óleo, já com o te dos potentados do ouro preço definitivo. Não é essa uma situação, negro, esse óleo viscoso, mal odoroso, que domina o mun- diremos, inédita; com o dedo. Pequenas nações, sem creto, a OPEP nos pega em peso com os grandes proble- situação delicada como esmas no mundo, como a Vene- sa, a tremenda crise política zuela e a Colômbia, foram que vai ter, sem dúvida neguindadas à altura de potên- nhuma, influência na economia. Os economistas do gocias decisivas. A dívida das nações ga- verno e de fora dele não esnhou dimensão inusitada. tão ainda pessimistas, como Agora estamos de novo acontece freqüentemente, diante do decreto da Opep, mas não deixam de ser realista, reconheçamos, quando que já chegou a US$ 70,00. nos acenam O petróleo é o mais rico e A Opep nos pega p a r a u m a nova fase o mais difícil em situação econômica produto micom dificulneral. A Pedelicada como dades para o trobrás, por exemplo, tem essa, a tremenda p ag a me nt o de parcelas uma onerosa crise política da dívida técnica conceexterna. dida nas Sumariando, iremos para águas profundas, ao largo de Campos. Graças ao seu arro- o Brasil como para a maioria jo, sua obstinação e sua polí- das nações o aumento de tica empresarial, no sentido custo da energia petrolífera, da independência do bruto, tomba como um mole de ela praticamente está hoje chumbo sobre a economia habilitada a atender a de- do País, dificilmente viremanda do Brasil e de outros mos os juros baixarem como clientes que já se abastecem desejam as classes empresariais, e pode ocorrer mesmo em seus estoques. Essa independência pe- uma recessão. Devemos nos trolífera-empresarial não preparar psicologicamente eliminou a responsabilida- para uma nova situação de que assumimos, por ne- preocupante. cessidade interna, com instituições financeiras clássicas. João de Scantimburgo Isto porque o petróleo entra é membro da Academia na manufatura de mais de Brasileira de Letras setenta mil produtos indusjscantimburgo@acsp.com.br

Erivelto Rodrigues, da Austin Rating, comentando a crise que reduziu o tamanho do Banco Rural para o nível de 2000.

Seria interessante eles começarem a pensar em mudar o nome do banco

JOÃO DE SCANTIMBURGO

L

COMENTÁRIO editor@dcomercio.com.br

O pior cego ilusão durou pouco, gas jornalistas, responde: logo o PT virou frente "Em matéria de antecipar de grupelhos e de si- acontecimentos, somos craques glas radicais, os mesmos su- mesmo é em prever o passado". Como ninguém desconhebintelectuais dos pecês (acrescidos dos padres corajosos e ce, as redações dos jornais e sectários da Teologia da Liber- revistas brasileiras são domitação), sob o comando de ex-di- nadas por simpatizantes de rigentes estalinistas e maoís- "esquerda" e os poucos que tas que perderam toda e qual- conseguem espaço para enquer perspectiva política, já frentá-los são sistematicanão acreditam em nada: são mente desqualificados, aproveitadores. O PT ficou quando não de forma torpe. O compromisso ideolóigual a qualquer dos antigos partidos operários, a qualquer gico impediu, portanto, dos partidos brasileiros, um sa- que a imprensa noticiasse amplamente o que estava co de gatos. É preciso chamar atenção acontecendo: alguns jornapara o fato de que o parágra- listas, tomados pela pior fo acima não foi escrito de- cegueira; a maioria, por simples mápois que emergiram os O compromisso fé. Passou a valer tudo escândalos env olve ndo ideológico impediu para ganhar altos funcioque a imprensa ad ee pl eoiiçsã go a-e nários da adm i n i s tr a ç ã o noticiasse o que rantir a reeleição. Como petista. Nem por jornalistas estava acontecendo se vê, ao contrário do que d e p ro j e ç ã o nacional que há muito com- diz Zuenir Ventura, não se batem as idéias e estratégias trata de incompetência. Por fim, o primeiro parádo PT, como Diogo Mainardi ou Olavo de Carvalho. Nem grafo deste comentário foi por nenhum dos colabora- extraído do livro Navegação dores do Mídia Sem Máscara, de Cabotagem", de 1992 (Rio ou quaisquer outros sites re- de Janeiro, Record, 5a. edicomendados pelo Instituto ção, pg. 32), de autoria de Liberal que, antes mesmo da Jorge Amado. Que jornalistas (bons!) coeleição de 2002, chamavam a atenção para práticas e liga- m o Z u e n i r Ve n t u r a n ã o ções no mínimo obscuras do prestem atenção em alguém tachado de "direita" é fenôPT e seus aliados. Zuenir Ventura, em crôni- meno perfeitamente aceito ca publicada no jornal O Glo- no Brasil. Mas não escutar a b o’, hoje, pergunta: " Co mo um dos mais festejados e enninguém viu isso? ... como nin- gajados escritores passa do guém previu que aquilo que es- limite da compreensão. A resposta de Zuenir Ventava ocorrendo quase ostensivamente numa escala e com tura comprova, lamentaveluma voracidade tão fora do co- mente, que o cenário não irá mum iria dar inevitavelmente mudar tão cedo. no que deu agora?". E, referindo-se a seus coleCândido Prunes

A

Cartas: editor@dcomercio.com.br ou fax (0xx11) 3244-3046 Os artigos enviados à Redação do DC para eventual publicação devem conter no máximo 2.800 caracteres, se digitados, ou 40 linhas de 70 toques cada, se datilografados.

Céllus

Perfil ideal e perfil real BENEDICTO FERRI DE BARROS

D

e empregada doméstica – um dos mais simples e humildes ofícios humanos – exige-se um mínimo de competência e um máximo de honestidade. De um presidente, que assumirá a mais importante e complexa função social, por envolver a nação e todo o povo, não se exige folha corrida nem instrução ao menos secundária. Dadas as imunidades que os políticos se auto-conferiram, a política se converteu assim no valhacouto ideal de desqualificados de todas as espécies, criminosos inclusive. Lula recebeu sua investidura de presidente como um diploma que dispensava todos os que não pudera ou não se empenhara em obter. E enunciou a cândida e equivocada platitude de que "coração" é o órgão mais importante para se governar. Pode ser para identificar carências populares urgentes, mas para lhes dar soluções é preciso cabeça.

Só cabeça, porém, não basta. cação e gana não é nem a de ser É preliminarmente indispen- político nem a de governar. Ele sável que se assuma o cargo e coloca seu poder carismático a seus encargos: fundamental- serviço de uma pretensão mais mente o comando político e o alta: o messianismo de ser o líadministrativo, instrumentos der mundial da extinção da depara que a cabeça possa reali- sigualdade, da exclusão, da zar aquilo que o coração im- pobreza, da fome. Seu comportamento neste inpõe. E foi o que Lula menos fez termezzo de durante seu mandato. Há Lula coloca seu mandato reitera e confirma a trauma evidência aritmética disso. poder carismático jetória que adodesde o iníDispensa um lea serviço de uma tou cio: ficar o mais vantamento eslonge possível tatístico o fato pretensão: do governo, isto de que a cadeira o messianismo é, da política e da presidencial é o ad min istr açã o. posto que menos ocupou, numa gestão que No primeiro ano viajou pelo mundo; agora viaja pelo Brasil. não exerceu. Seu absenteísmo foi agrava- Nas cinco semanas que vieram do pela escassez de recursos em seguida à deflagração da humanos que utilizou para maior crise de sua presidência, compor seu ministério, apare- ele fez 15 viagens aos extremos lhando-o com os quadros in- do país. Não sabia de nada, não competentes e desonestos do queria saber, e, a despeito de ser evidentemente o maior responseu partido, o PT. E tudo isso pelo fato simples sável pelo que se passa no país, e fundamental de que sua vo- não tinha nada que ver com tu-

do isso que aí estava. A própria reunião com seu novo e tão retardado ministério foi procrastinada, assim como foi atrasado e inadequado o pronunciamento que devia ao País e ao povo. Que se diria de um comandante que em meio a uma tempestade que ameaçasse seu navio de naufrágio não permanecesse na cabine de comando? Se em lugar de se deixar arrastar por suas alucinações messiânicas Lula houvesse se resignado a dirigir o país, exercendo o cargo de presidente para que fora eleito, teria tido a oportunidade de se elevar da condição de mais um dos insignificantes políticos que têm ocupado a Presidência, à grandeza de um estadista reclamada pela grandeza do país. E não teria, agora, tardiamente, que se confessar traído pela insignificância das figuras de que, com poucas exceções, se cercou.

Leão faminto e raposa preguiçosa

F

alar em serviço público de qualidade, tratandose dos órgãos governamentais brasileiros, no que se refere às Receitas Federal e Previdenciária, é fugir da realidade e cair em contradição, já que os serviços prestados ao contribuinte estão longe de ser classificados como ideais e eficientes. Para chegar a esta conclusão não é necessário ser um profundo estudioso do assunto. Basta o contribuinte precisar de um serviço simples e básico, como a solicitação de um CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), por exemplo, que leva em média cinco dias. E quando há greve? Dá para imaginar os transtornos que esses problemas podem gerar para o empresário? O Sescon-SP fez uma pesquisa com cerca de 400 empresas associadas do segmento contábil, de assessoramento, perícias, informações e pesquisas no Estado de São Paulo, tendo como objetivo contribuir para a melhoria das ope-

rações da Administração Tri- uma das agências da Previdênbutária. Como resultado, fo- cia Social pode levar de 10 a 20 ram apontadas as principais dias, apresentando GFIP (Guia dificuldades encontradas nos de Recolhimento do FGTS e Inserviços da Receita Federal e formações à Previdência), também algumas soluções pa- guias de recolhimento e muitas notas fiscais e efetuando ra sanar as falhas existentes. Entre as mais citadas estão: inúmeros telefonemas. Mes1-Existência de filas e distri- mo que a empresa prestadora buição de senhas, 2-Dificulda- de serviços esteja em dia com os seus recolhides de acesso ao sistema de conO leão poderá mentos, poderá não conseguir a ta-corrente, liengolir a raposa. C e r t i d ã o d o mitação do hoINSS, que recorário de atendiComo? Com a nhece a sua remento ao contrigularidade. b u i n t e , criação da Diante desta au sê nc ia/ di fisituação, os emculdades em reSuper-Receita presários perlação a esclarecimentos/orientações; 3-Difi- dem concorrências e deixam culdades nos procedimentos de receber faturas, o que propara obtenção da Certidão Ne- voca atraso nos salários. No gativa e Débito (CND), dificul- fim, a empresa ainda precisa dades nos procedimentos para enfrentar barreiras para recorrer a empréstimos. Uma divera baixa no CNPJ. Já na Previdência a situação gência pode ainda permanecer não é diferente: a lentidão no no aludido relatório sempre processo de emissão da Certi- que seja efetuado um novo pedão no INSS emperra o traba- dido de certidão, ou seja, a emlho das empresas. Este serviço presa estará fadada, periodicano balcão de atendimento de mente, a apresentar o mesmo

dossiê de documentos, explicar o motivo da divergência mais uma vez, explanar o fato a outro atendente e ter de aguardar mais 10, 15, 20... dias. Conclui-se que o leão (Receita) poderá engolir a raposa (Previdência). Mas como? Com a criação da Receita Federal do Brasil, mais conhecida como a Super-Receita, a união dos órgãos trará nada mais, nada menos que outras dificuldades no cumprimento das obrigações. Se não houver mais investimentos na qualificação dos servidores, não adiantará em nada todo o esforço para criar este novo órgão. Esperamos que a burocracia existente diminua com a racionalização das obrigações acessórias exigidas. Acreditamos que o Leão passe a não abocanhar tanto os lucros das empresas e que a Raposa seja mais cautelosa com seus gastos e eficiente na sua administração. Antonio Marangon, presidente do Sescon-SP

Fundado em 1º de julho de 1924

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quinta-feira, 1 de setembro de 2005

Política

Eymar MASCARO

POLÍTICA - 3

DEPUTADO É ELOGIADO E CRIA MANIFESTO. JURISTAS ATACAM SEVERINO Celso Junior/AE

PRÓ-DOBRADINHA

S

e prevalecer a tese de Geraldo Alckmin, o PSDB faz dobradinha com o PFL ainda no 1º turno da eleição presidencial. O governador paulista prefere não esperar pelo 2º turno para consolidar a coligação de partidos. Alckmin defende publicamente sua tese, talvez sustentado pela experiência bem sucedida que alcançou com sua eleição para o governo do estado, em que coligou o PSDB com o PFL. Seu vice é um pefelista, Cláudio Lembo. O governador de São Paulo, portanto, é contra a formação de uma chapa "puro sangue", isto é, representada apenas por candidatos tucanos. Alckmin provavelmente verá o sucesso de sua tese, pois também no PFL existe um grupo optando pela dobradinha com o PSDB, apesar do partido estar na rua com a candidatura de César Maia.

A pesar de defender a s o n h a c o m o a p o i o d o dobradinha com o PFL, PMDB à sua candidatura à

Alckmin é contra a antecipação das decisões. Quer que o partido deixe para decidir quem é o candidato no ano que vem. O PSDB, na opinião do governador, não deve colocar o carro na frente dos bois.

A mesma posição de Alckmin é defendida por

reeleição. Lula está disposto a ceder a vaga de vice a um candidato indicado pelos peemedebistas.

O

posicionistas do PMDB, porém, não querem nem ouvir dizer no a p o i o a o P T. H á q u e m prefira cair no colo dos tucanos. Mas, o partido continua defendendo a tese de candidatura própria. E já está na rua com a candidatura de Anthony Garotinho.

José Serra, outro presidenciável tucano. Serra lidera as pesquisas e, para ele, é interessante também que a decisão do partido fique senador C ris tov am para 2006. Quanto mais curta for a campanha me- Buarque deve ingressar em outra legenda até 1º de lhor para o prefeito. outubro, deixando o PT osé Serra se comporta onde está filiado desde como se já fosse o candida- 1990. Buarque pode disto tucano. Pelas pesquisas, putar o governo do Distrio prefeito de São Paulo é o to Federal pela nova leúnico tucano que, no mo- genda. Sua vontade é a de mento, derrotaria Lula nas ser candidato à sucessão urnas. Os demais ainda de Lula. perderiam para o petista, CM costuma advertir se a eleição fosse hoje. que políticos que compaPSDB realiza sua recem ao sambódromo ou convenção nacional em a campo de futebol cornovembro. A dupla de go- rem o risco de serem vaiavernadores Geraldo Alck- dos. Lula pretende conmin e Aécio Neves articula trariar o senador baiano e uma chapa para ganhar promete assistir ao jogo mais espaço no partido e do Brasil com o Chile no ter maior poder de decisão domingo, em Brasília, pena hora da escolha do can- las eliminatórias da Copa didato presidencial. do Mundo.

O

J

O

A

Bate-boca com presidente da Câmara rendeu ao deputado Gabeira inúmeras mensagens de apoio

GABEIRA: 'LAVEI A ALMA DE TODOS OS ENGASGADOS'.

A

reação de eleitores, de funcionários da Câmara e de parlamentares aliados e de oposição, com mensagens de solidariedade e apoio, surpreendeu o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ). Ele recebeu muitos abraços e a solidariedade de amigos, como o deputado Orlando Fantazzini (PT-SP), que considerou corajosa a atitude do colega. "Pode contar comigo no que precisar. Parabéns, você foi corajoso." Gabeira, que fechou ontem um manifesto contra a corrupção junto com 62 deputados, afirmou que a sensação, depois de ter confrontado Severino Cavalcanti (PP-PE), anunciando Dida Sampaio/AE/06-04/05

um movimento para derrubálo, foi de ter lavado a alma de todos que estão engasgados com o comportamento indevido do presidente da Câmara. Tranqüilo – À notícia de que o deputado Benedito Dias (PPAP), aliado de Severino, entrou com um pedido de cassação do seu mandato, Gabeira reagiu com um sorriso tranqüilo. "A repercussão foi enorme. Quando saí à rua ontem, e nos corredores do Congresso, os funcionários me cumprimentaram discretamente por medo de represália. Os parlamentares dizem que estão comigo. Recebo duas mensagens mais freqüentes. A primeira: você falou o que todos estamos pensando, que o Brasil Ed Ferreira/AE/16-02/05

não merece autoridades desse nível. E a segunda: você lavou a minha alma", disse. Mais críticas – "Muita gente me perguntou por que não respondi ao Severino, que mandou eu me recolher à minha insignificância. Mas as declarações dele (sobre a crise) são autoexplicativas, não precisam de legenda", afirmou. Ele não perdeu a chance de fazer novas críticas ao presidente da Câmara. "Os principais passos do Severino são no sentido de retardar o processo ou atenuar a situação da acusação. Eu temo pelas insinuações de corredores que dão conta de que ele esteja sofrendo chantagens de pessoas envolvidas, que o Dida Sampaio/AE/02/03/05

ameaçam com denúncias também de envolvimento." Perguntado se é preciso se preocupar com as próximas falas de Severino, como o discurso dele na ONU, no dia 9, Gabeira declarou que "nesse caso seremos salvos pela indiferença que existe em relação aos discursos de presidentes de parlamentos na ONU." Manifesto – Um grupo de 62 deputados de dez partidos, da oposição e da base aliada ao governo, fechou ontem um manifesto exigindo a apuração completa das denúncias de corrupção e a punição de corruptores e corrompidos. O documento do grupo, que se intitula Movimento Brasil Verdade, foi fechado pelos deputados Rafael Guerra (PSDB-MG), Ricardo Barros (PP-PR), Júlio Semeghini (PSDB-S), Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP) e Fernando Gabeira. "Neste momento de crise sem precedentes, caracterizado por um profundo processo de corrupção instalada no governo e com ramificações no Congresso e nos partidos, o Movimento Brasil Verdade exige a apuração completa das denúncias", afirma o manifesto. O grupo diz que não aceitará intimidações ou qualquer tipo de "acordão" para livrar os envolvidos nos escândalos e afirma que vai realizar, na próxima terça-feira, um ato público a ser iniciado no Congresso e encerrado na frente do Palácio do Planalto. Uma das faixas que serão levadas para o Planalto dirá: "Punição! Pizza, não". Cassação – Tomando as dores do companheiro de partido Severino Cavalcanti, o deputado Benedito Dias apresentou ontem à Mesa Diretora da Câmara uma representação pedindo a cassação do mandato de Gabeira. Na representação, Dias afirma que "ficou evidente e configurado o ato atentário ao decoro parlamentar à medida que o denunciado perpretou gravíssima ofensa moral ao presidente da Câmara." O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) não poupou Severino, ontem: "O presidente da Câmara também deveria emitir menos opiniões. Quanto mais ele emite opiniões prévias, pior para o clima político", disse. O prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), afirmou que "o deputado Severino está se mostrando inadequado para o cargo que ele ocupa. Ele não está, de fato, à altura da responsabilidade dessa presidência do Legislativo federal", afirmou. Severino, por sua vez, classificou como "excelente" o bateboca com Gabeira. "Eu tenho de ser questionado porque, sendo questionado, é uma prova de que estou vivo." (Agências) Joedson Alves/AE/09/08/05

A deptos da candida- A s entidades que estão tura Serra chegaram a en- aderindo à concentração saiar um movimento para que a indicação do candidato ocorresse na conv e n ç ã o d e n o v e m b ro . Mas, foram desarmados pelo próprio prefeito. Portanto, prevalece a tese de Alckmin: deixar tudo para 2006.

C esar Maia está em campanha, mas também já

se revelou favorável a uma dobradinha com o PSDB. Maia, contudo, foi claro: o cabeça de chapa será quem estiver mais bem situado nas pesquisas na hora da escolha.

N

as visitas que tem feito a bairros, José Serra tem sido saudado como futuro candidato a presidente. Mas o prefeito não morde a isca: responde que sua intenção é a de permanecer no cargo até o fim do mandato (2008).

do dia 6, na Praça da Sé, em São Paulo, vão dirigir sua alça de mira para o Congresso. Não querem que os parlamentares transformem as CPIs numa enorme pizza. Vão protestar.

O

relator da CPMI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB) deve encaminhar hoje ao presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, a relação de 18 nomes de deputados envolvidos com o mensalão e caixa 2 de partidos. Serraglio vai sugerir a cassação dos implicados.

S e Severino Cavalcanti quiser contemporizar ou

não sugerir ao Conselho de Ética a cassação dos mandatos dos deputados, o PPS reafirma que vai atropelar o presidente da Câmara. O presidente do partido, Roberto Freire, reafirma que represenmbora o PT tenha so- tará contra os deputados frido o golpe da crise atual, pedindo as cassações de o presidente Lula ainda seus mandatos.

E

JURISTAS CONDENAM PENAS BRANDAS

A

s declarações do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), que defendeu punições mais brandas para parlamentares envolvidos nas denúncias do esquema do mensalão, despertou reações acaloradas de integrantes do movimento iniciado ontem por juristas em torno do manifesto "Da Indignação à Ação" (leia mais na página 7). Para o idealizador do manifesto, o jurista e ministro da Justiça Miguel Reali Jr., o posicionamento de Severino parece ser uma reação de parlamentares do seu partido que ameaçarem "contar tudo" caso entre na listas de cassação. "De quem e do que Severino Cavalcanti tem medo? Porque existem membros do seu partido que ameaçam que se forem

processados irão contar tudo que sabem. Pois que contem". Desencanto – Ele criticou Severino e o corregedor da casa, deputado Ciro Nogueira (PPPI), por defenderem medidas brandas. Para ele, se não houver apuração das denúncias e punição dos culpados o desencanto com a democracia será muito grande. "É altamente preocupante as declarações do presidente da Câmara e do corregedor da Câmara quando os fatos estão em meio a apuração, quando há dados importantíssimos que estão sendo levantados, de ordem documental, e o presidente da Câmara se antecipa para dizer que deve haver apenas aplicação de punições brandas, e como presidente da casa onde há três comissões investigando, antecipa juízo de valor e sentença. A sociedade

precisa estar arregimentada. Se não houver apuração e punição, a desilusão, o desencanto da população com a democracia será muito grande", disse. Medo – Para o jurista, o presidente da Câmara teve uma postura que não condiz com seu cargo. "Será que Severino Cavalcanti tem medo dos deputados do seu partido e por isso age propondo punições brandas e o esquecimento de todos os fatos?" O ex-ministro da Justiça, José Gregori, foi mais irônico e afirmou que as declarações de Severino foram uma tentativa de fazer um minestrone. "Não vamos admitir acordo nem o que chamo de minestrone, que é aquela sopa italiana em que se coloca uma porção de ingredientes e as coisas ficam confusas, que é, de certa maneira, o

que o presidente da Câmara tentou fazer", disse. Perguntado sobre a possibilidade de um acordo no Congresso que termine em pizza, ele declarou: "Esse acordo eles podem fazer em pensamento. O povo não vai admitir e aí vai perder a cerimônia (de agir mais incisivamente contra os políticos)". Legitimidade – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que a crise política põe em xeque a legitimidade do Congresso. "O Brasil percebe que a questão imediata é a legitimidade. A população precisa voltar a acreditar nos seus representantes. Não me refiro ao presidente, mas ao Congresso", disse. "Nada é mais terrível para um sistema democrático que a perda na crença dos representantes. Estamos nos aproximando dessa situação." (Agências)


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4 -.POLÍTICA

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

EM DEPOIMENTOS DE ONTEM NAS CPIs, ROGÉRIO BURATTI E MARCOS VALÉRIO APARECEM COMO MENTIROSOS. Sérgio Lima/Folha Imagem

DOURADO DEFENDE BURATTI E PALOCCI

O

sócio da corretora de valores Bônus Banval, Enivaldo Quadrado, prestou depoimento ontem na CPMI dos Correios. A corretora seria uma das responsáveis pelo repasse de recursos das contas de Marcos Valério Fernandes de Souza a parlamentares. A corretora é investigada porque Antonio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, afirmou em seu depoimento na comissão que Valério usava a Bônus Banval para enviar dinheiro para o exterior. Enivaldo Quadrado afirmou que Marcos Valério mentiu quando disse, em seu depoimento na Polícia Federal, que só investiu, por meio da Bônus Banval, R$ 3 milhões em dólar futuro e em ouro. Segundo Enivaldo, na verdade foram R$ 6,5 milhões. Enivaldo explicou à PF que a Bônus é uma corretora com título que dá direito a investir na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e que faz aplicações para seus clientes. Durante as conversas sobre a compra da empresa, Enivaldo teria apresentado a lista de clientes para Valério. O empresário então escolheu um deles, que passaria a administrar seus negócios dentro da conta da Bônus.

Saques – O empresário contou que foi apresentado a Marcos Valério pelo deputado José Janene (PP-PR), que é o único político que ele (Enivaldo) conhece. Ao negar ter feito operações para qualquer fundo de pensão, ele afirmou: "Valério pediu que eu indicasse investimentos de boa qualidade para que ele mostrasse aos fundos". Ele esclareceu que a Bônus fez apenas um saque diretamente das contas de Valério, no valor de R$ 605 mil. Enivaldo disse que algumas pessoas autorizadas por Marcos Valério faziam resgate dos investimentos. Ele entregou uma lista com 90 nomes de pessoas autorizadas a fazer os saques ao relator da CPMI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), mas garantiu que não há nomes de políticos, apesar de Marcos Valério ter dito que quem fazia os saques eram políticos. Os saques chegariam a R$ 10 milhões. O deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) disse que acredita que não haja nomes de políticos, mas, segundo ele, com certeza há nomes relacionados a políticos. O deputado suspeita que Marcos Valério operava pelas corretoras Bônus e Guaranhus para desviar dinheiro dos fundos de pensão para o pagamento de políticos. (Agências)

Juscelino Dourado (acima) reconheceu amizade com Buratti, mas negou suas denúncias de pagamento de propina em Ribeirão Preto. Enivaldo Quadrado, da Bônus Banval (ao lado, à esq.), e seu advogado. Enivaldo entregou lista de 90 pessoas autorizadas por Marcos Valério a fazer saques.

João Francisco Daniel, irmão de Celso Daniel, depõe hoje Luiz Gushiken tem depoimento marcado para dia 6

Delúbio

Pereira

Valério

Mendonça

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, se recusou a nomear sacadores das contas de Valério na CPMI dos Correios. Na CPMI do Mensalão, ele não explicou pagamentos a Duda e disse que José Dirceu não negociou dívidas do PT.

Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Assumiu ter negociado cargos; saiu do PT, depois da descoberta de que ganhou um Land Rover da GDK . Valério disse que ele sabia dos empréstimos repassados ao diretório nacional.

Marcos Valério, dono da SMP&B e da DNA. Movimentação bancária mostra saques de vários políticos e assessores, num total de R$ 55 bilhões. Disse na CPMI do Mensalão que o aval de Dirceu foi confirmado várias vezes por Delúbio.

O publicitário Duda Mendonça, da DM9, confirmou ter recebido dinheiro de Marcos Valério no exterior. Os repasses, segundo ele, eram para pagar dívidas do PT, das campanhas eleitorais de 2002. Valério negou a versão de Duda.

Palmieri

Osório Batista

Jefferson

Lamas

Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB, depôs esta semana na CPMI do Mensalão e revelou que esteve em Portugal com Marcos Valério para obter recursos da Portugal Telecom para pagar dívidas do PT e do PTB.

Antônio Osório Batista, diretor afastado dos Correios por ter sido citado por Marinho na gravação. Depôs na CPMI e afirmou que Jefferson pediu dinheiro aos diretores da estatal para fazer caixa de campanha.

O deputado do PTB, Roberto Jefferson, depôs na CPMI do Mensalão. Ele envolveu o exsecretário de Comunicação do governo, Luiz Gushiken, em denúncias sobre o mensalão e reforçou acusações a José Dirceu.

O ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, confirmou em depoimento à CPMI do Mensalão que foi algumas vezes a Belo Horizonte buscar dinheiro a pedido do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.

Sereno

Jefferson

Edson Santos/AC

Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério. Depôs na CPMI e contestou as versões de seu ex-patrão para os grandes saques bancários: o próprio empresário voltou atrás e confessou que fazia os pagamentos a mando de Delúbio, a partir de uma lista.

Ed Ferreira/AE

Karina

Duda

Marcello Casal Jr/ABr

Galeria de personagens Valter Campanato/ABr

SÓCIO DA BÔNUS ENTREGA LISTA DE 90 SACADORES

Celso Junior/AE

Roosewelt Pinheiro/ABr

campanhas eleitorais do PT. Gt ec h – Dourado admitiu que Buratti esteve, em janeiro de 2003, por nove vezes no Ministério da Fazenda, mas jamais foi recebido pelo ministro. Buratti foi acusado por exdiretores da Gtech de ter exigido propina no valor de R$ 6 milhões para que a empresa renovasse o contrato, em abril de 2003, com a Caixa Econômica Federal, relativo a operacionalização de loterias federais. "Buratti, que é meu amigo, ia ao gabinete do Ministério da Fazenda após o expediente, sendo que nunca foi recebido por Palocci. Por volta das 9h30, a gente saía para jantar e falávamos apenas de assuntos de ordem particular", esclareceu Dourado. Palocci – Na próxima semana, a CPI não terá nenhum depoimento. Por isso, o senador Efraim Morais (PFL-PB), decidiu manter a disposição de votar a convocação de Palocci daqui a duas semanas porque considera o depoimento do ministro importante para esclarecer todos os fatos relatados por seus ex-assessores. Hoje a comissão ouvirá o depoimento do médico oftalmologista João Francisco Daniel, irmão do prefeito de Santo André, Celso Daniel, morto em 2002. Estará presente Roseana Morais Garcia, viúva do prefeito de Campinas, Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT, assassinado em 2001. Roseana e o irmão de Toninho do PT, Paulo Roberto da Costa Santos, serão recebidos pela líder do P-SOL na Casa, Heloísa Helena (AL). Eles devem reiterar que reivindicam uma nova investigação sobre o assassinato do prefeito de Campinas. (Agências)

Ailton de Freitas/AG

A

estratégia do chefe de gabinete do Ministério da Fazenda, Juscelino Dourado, de defender o advogado Rogério Buratti evitando falar mal dele e do ministro Antonio Palocci, causou estranheza aos senadores da CPI dos Bingos, principalmente aos da oposição. "O senhor e o ministro Antonio Palocci estão poupando muito o Buratti", observou o senador José Jorge (PFL-PE), acrescentando que "isso dá a impressão de que tem algum rabo preso". Dourado insistiu em dizer que Buratti nunca falou com ele sobre o contrato da multinacional Gtech com a Caixa Econômica sobre exploração das loterias oficiais, nem sobre a denúncia de que a empresa Leão Leão pagaria propina de R$ 50 mil à Prefeitura de Ribeirão Preto (SP) quando Palocci era prefeito do município. Acredita em quem? – O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) perguntou: "Mas o senhor acredita mais em Buratti ou em Palocci?" Dourado preferiu não responder. Dourado disse apenas, respondendo a outro parlamentar, compreender "a situação do Rogério", enfatizando o componente psicológico que influenciaria as declarações de Buratti. O chefe de gabinete do Ministério da Fazenda afirmou também que não tinha conhecimento de caixa 2 na campanha de Palocci e nem de doações do Leão Leão em 2000 que não tenham sido contabilizadas. Dourado também disse desconhecer denúncias de Buratti de que empresários ligados a jogos de bingo no estado de São Paulo teriam repassados cerca de R$ 1 milhão para

Jacinto Lamas

Delúbio Soares

Silvio Pereira

Ferreira

Guimarães

Costa Neto

Esteves

Marcos Vinícius Ferreira, genro de Roberto Jefferson e suposto canal do PTB com os Correios. Senado estuda pedir a quebra de seu sigilo bancário. A CPMI dos Correios ainda não remarcou seu depoimento.

O ex-presidente do Banco Popular do Brasil Ivan Guimarães negou há pouco disse à CPMI dos Correios, que sua indicação para o cargo no banco tenha sido feita pelo PT. Ele anunciou aos integrantes da comissão que vai se desfiliar do PT.

O presidente do PL Valdemar Costa Neto, se recusou ontem, em seu depoimento à CPMI da Compra de Votos, a revelar nomes de empresas e pessoas físicas para as quais teria repassado supostos R$ 6,5 milhões recebidos de Marcos Valério.

Clauzer Esteves, sócio de José Fortuna Neves. O também exagente do SNI afirmou que a Abin investigava os Correios a pedido da Casa Civil, informação essa que foi negada pelo então titular da pasta, o ex-ministro José Dirceu.

Lange

Salmeron

Dutra

Marinho

Edgard Lange, o "Alemão". O agente da Abin admitiu que, em abril, recebeu ordem para colher informações sobre irregularidades nos Correios, que teria sido dada pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Roberto Salmeron, ex-presidente da Eletronorte e ex-vice-presidente dos Correios. De acordo com o depoimento de Osório Batista, Jefferson e Salmeron teriam assistido à gravação um dia antes de ter sido divulgada à imprensa.

Mauro Dutra, dono da Novadata. Ele negou favorecimento em contratos da estatal. Disse que seus negócios com a estatal são reduzidos. Mas confirmou que sua empresa fornece 22% dos micros do governo e que conhece Lula há mais de 20 anos.

Maurício Marinho, ex-chefe de Contratação e Administração de Material dos Correios. Flagrado em uma gravação recebendo propina de R$ 3 mil, negou. Depôs no Ministério Público e será novamente ouvido na CPMI dos Correios.

Gonçalves

Waschek

Dipp

Marschner

Luiz Otávio Gonçalves, diretor da Skymaster, admitiu que pediu ajuda de Silvio Pereira para evitar que sua empresa perdesse o contrato com os Correios. Jefferson denunciou a empresa como tendo contrato superfaturado com a estatal.

Arthur Waschek, dono da Comam e Vetor. Mandante da gravação de Marinho, por ter interesses contrariados nos Correios. Waschek afirmou que as irregularidades não ocorrem nas licitações, mas na execução dos contratos.

Airton Dipp, ex-presidente dos Correios, confirmou na CPMI dos Correios encontro com Silvio Pereira e a influência de Luiz Gushiken na estatal, através da nomeação de três dos cinco membros de uma comissão de análise de publicidade.

Haroldo Marschner, um dos donos da Precision Componentes. Ele disse que teria recebido pedido de suborno de Maurício Marinho, para poupar a sua empresa da aplicação de multa por atraso na entrega de material.

PASSO-A-PASSO DAS INVESTIGAÇÕES

CPMI do Mensalão

Conselho de Ética

CPI dos Bingos

A comissão que investiga a compra de votos ouviu ontem os diretores dos fundos de pensão Previ, Petros e Funcef. Os dirigentes já prestaram depoimento fechado na comissão, na semana passada. Ontem, eles confirmaram envolvimento dos fundos com a Globalprev, empresa que pertencia a Luiz Gushiken.

O conselho vota hoje o pedido de cassação do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). A expectativa é de que ele seja cassado, mas antes disso, o pedido deverá ser votado também no plenário da Câmara. O próximo pedido de cassação a ser analisado será o do deputado José Dirceu (PT-SP).

Juscelino Dourado, chefe de gabinete do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, depôs ontem e negou qualquer envolvimento do ministro com recebimento de propina. Hoje depõe João Francisco Daniel, irmão do prefeito de Santo André, Celso Daniel, morto em 2002.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

Estado começa a cobrar IPVA do ano 2000. A multa será de 100%.

O

governo do estado de São Paulo está pronto para colocar contra a parede cerca de 800 mil pessoas que não pagaram o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) em 2000. Começa a enviar, no dia 1º de outubro, os autos de infração cobrando o pagamento da dívida, com um agravante: multa de 100% sobre o valor corrigido. Com esses veículos o estado deixou de arrecadar R$ 108 milhões apenas em 2000. A dívida acumulada do IPVA desde sua criação até o ano passado é de R$ 3,8 bilhões, em valores corrigidos. Quem não quiser arriscar um preço tão amargo tem de se apressar e pagar até o fim de setembro, com 20% de multa. Quem não pagar, poderá ter os bens penhorados para que a dívida seja quitada. Nos dois casos, não é possível parcelar o pagamento. Mas a pessoa pode buscar financiamentos na rede bancária. As pessoas vão receber em casa o auto de infração e, se não pagarem a dívida, terão mais 30 dias para resolver o caso ou irão para a dívida ativa, sofrendo uma acusação normal. Segundo o diretor de arrecadação da Secretaria Estadual da Fazenda, Ademar Fogaça Pereira, o estado vai deixar de arrecadar este ano cerca de R$ 231 milhões com os 10,5% da frota registrada no estado inadimplentes. A frota é de 14.212.131 veículos. "Mas em valor correspondem a 5,5% da arrecadação do IPVA, porque os veículos que mais devem são os mais antigos que têm valores menores", afirmou Pereira. Estudo - O estado está cobrando agora as dívidas do imposto de 2000 porque há um prazo de 5 anos que está se esgotando no fim do ano. Em 2004, foi a vez dos devedores de 1999. Foram notificados mais de 1 milhão de proprietários de veículos na ocasião. Mas muitos reclamaram que já tinham vendido os carros e continuavam recebendo a cobrança. Por conta disso, a secretaria, com apoio do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP), fez um levantamento minucioso da frota e descobriu que 1.145.556 unidades continuavam registradas na frota paulista mas, na verdade, estavam em outros estados e recolhendo impostos lá. "Com esse estudo chegamos a um número mais real", afirmou Pereira. A frota registrada era de 15.357.687. "Mas a circulante é mesmo de 14.212.131." Ele lembrou que, do total, apenas 9,7 milhões pagam o IPVA. "Há 3 milhões isentos porque têm mais de 20 anos de fabricação, 1,2 milhão que contam com imunidade. São de igrejas, partidos políticos, sindicatos, entidades sem fins lucrativos, deficientes, táxis e ônibus de transporte público." Existem 207 mil veículos não tributáveis. É o caso das carretinhas que transportam barcos e motos; carrocerias de caminhões, entre outros. Só o cavalo mecânico é taxado. Há projeto na Assembléia que anistia quem tiver dívida relativa a 1999 de até R$ 500,00, mas não foi votado. (AE)

CIDADES & ENTIDADES - 17

É uma vitória para a cidade e um alívio para a construção civil, que estava completamente estagnada. O Plano Diretor, por si só, já dificulta a construção. A inclusão das garagens era mais um obstáculo, especialmente para regiões especiais, como Centro e Jardins

A exclusão das garagens chega em boa hora e contribui para reaproximar a construção da realidade brasileira, pois o que temos vivido em São Paulo é realidade de Primeiro Mundo, longe da nossa. Estávamos parados, gerando menos empregos e arrecadação. Agora voltaremos a funcionar.

Roberto Mateus Ordine, vice-presidente da ACSP

Romeu Chap Chap, presidente do Secovi

Aprovado o "projeto das garagens" Área das garagens não mais será computada no coeficiente de construção. Setor imobiliário comemora. Texto vai à sanção do prefeito. Arquivo DC

Clarice Chiquetto

A

Câmara Municipal de São Paulo aprovou ontem em segunda e última votação o Projeto de Lei (PL) nº 463/05, conhecido como "projeto das garagens", pedido urgente do setor da construção civil, enviado pelo Executivo à Casa no final de abril. O texto traz nova redação para a Lei de Zoneamento (nº 13.885/04), sancionada em 2004, e exclui as garagem das áreas computáveis para o cálculo do coeficiente de aproveitamento dos terrenos – incluídas na conta graças ao veto da ex-prefeita Marta Suplicy (PT) a parte do artigo 189 da norma, que estabelece regras complementares ao Plano Diretor Estratégico, institui os Planos Regionais das Subprefeituras e dispõe sobre o parcelamento, uso e ocupação do solo. O projeto, que agora aguarda sanção do Executivo, dá ao mercado imobiliário o direito de excluir do cálculo de aproveitamento do solo de prédios residenciais e comerciais o espaço destinado às áreas cobertas de garagem, estacionamento, carga, descarga e manobras de veículos. "É uma vitória para a cidade e um alívio para a construção civil, que estava completamente estagnada", declarou o vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Roberto Mateus Ordine, para quem o setor estava parado, desanimado e sem perspectiva desde fevereiro deste ano, quando a regra começou a ter validade. "O Plano Diretor, por si só, já dificulta a construção em São Paulo. A inclusão das garagens era mais um obstáculo, um dos mais complicados, especialmente para regiões especiais, como Centro e Jardins", completou o vice-presidente. Segundo Ordine, o Plano Diretor aumentou o preço dos imóveis na cidade e a inclusão das garagens na metragem só contribuía mais para esse encarecimento, já que limitava as construções. De acordo com a norma, quando a construção vai além do permitido para sua região, a construtora é obrigada a pagar a outorga onerosa determinada para o caso. "Isso traz mais gastos e aumenta o preço final dos imóveis. A exclusão das garagens chega em boa hora e contribui para reaproximar a construção da realidade brasileira, pois o que temos vivido em São Paulo é realidade de primeiro mundo, longe da nossa", disse.

GIr Agendas da Associação e das distritais

Quarta I Posse – O membro vita-

lício do conselho deliberativo da ACSP Luciano Wertheim participa da solenidade de posse da nova diretoria do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo para o biênio 2005/2007. Às 9h, no Milenium Centro de Convenções, rua Dr. Bacelar, 1.043, Vila Mariana.

Romeu Chap Chap, presidente do Secovi, o Sindicato da Habitação, que defendeu a aprovação do projeto, também está satisfeito. "Estamos todos de parabéns. A construção civil estava completamente parada, gerando menos empregos e arrecadação para a cidade. Agora volta a funcionar". Segundo dados dos vereadores e do Secovi, enquanto no ano passado foram construídos 7,5 milhões de m² na cidade, e gerados cerca de R$ 7 bilhões, em 2005 esse número ainda não passou de 1,5 milhão de m². "A pergunta que vinha sendo feita por empresários do setor era se nós deveríamos passar a morar e trabalhar Arquivo DC

dentro das garagens, já que, muitas vezes, só a construção delas já computava toda a metragem permitida para a região", ironizou Chap Chap. Até a aprovação do Plano Diretor, no ano passado, a legislação de uso e ocupação do solo não computava os subsolos e as garagens cobertas na metragem permitida para a construção. "Estamos apenas corrigindo isso e voltando à regra anterior", explicou o vereador Aurélio Miguel (PL). "Foi um equívoco da antiga gestão que já deveria ter sido corrigido. A cidade perdeu muito com isso", afirmou o vereador Paulo Teixeira (PT) – o projeto foi aprovado por 41 votos a 1, sendo que precisava de 33 votos favoráveis, dos 55 possíveis. Antes, um substitutivo apresentado pelo vereador Wadih Mutran (PP) foi rejeitado por 38 votos a zero. Os parlamentares decidiram apresentar um novo projeto de lei em vez de derrubar o veto para não gerar a possibilidade de discussão a respeito dos outros vetos à mesma lei. Futuro – Para o presidente do Secovi, o mais importante a partir de agora é que a Secretaria de Habitação do município

Para Chap Chap, presidente do Secovi (no alto), o setor imobiliário de São Paulo ganha um novo alento, mas os resultados positivos só serão sentidos em um ano. Aprovado por 41 votos a 1 pelo Plenário da Câmara (foto acima) a aprovação do "projeto das garagens" também foi elogiada ontem por Roberto Mateus Ordine (à dir.) vicepresidente da Associação Comercial de São Paulo.

se organize e se esforce muito para aprovar rapidamente novos projetos e conseguir recuperar o que a cidade perdeu durante estes sete meses. Chap Chap acredita que os efeitos dessa paralisação na construção em 2005 só serão sentidos daqui seis ou sete meses, quando os projetos aprovados antes do Plano Diretor terminarem e outros ainda não tiverem começado, já que, segundo ele, até projetos de compra de terrenos foram paralisados nesse período. "No segundo trimestre de 2006 deixaremos de encontrar tantos

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anúncios de novos empreendimentos na mídia. A situação normal da construção só deve ser restabelecida daqui pouco mais de um ano", afirma. Audiências –Hoje serão realizadas na Câmara as audiências públicas dos Projetos de Lei nº 388/05, que institui o Programa de Parcelamento Incentivado (PPI), e nº 318/05, que dispõe sobre a qualificação de entidades sem fins lucrativos como organizações sociais e tem sido chamado de "novo PAS", em referência ao sistema de cooperativas implantado na saúde pelo ex-prefeito Paulo Maluf.

Hoje na Câmara Audiência Pública dos Projetos de Lei: - nº 318/05, que dispõe sobre a qualidade de entidades sem fins lucrativos como organizações sociais - nº 388/05, que institui o Programa de Parcelamento Incentivado (PPI) Local: plenário, 1º Andar Horário: 15h


DIÁRIO DO COMÉRCIO

18 -.CIDADES & ENTIDADES

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

Nereu de Almeida

Sul do País se prepara para ciclone Em Santa Catarina, Defesa Civil alerta pescadores para as ondas que poderão atingir 5 metros. A chegada do ciclone extratropical trará ventos de mais de 100 km/h ao Rio Grande do Sul.

A

maior preocupação da Defesa Civil de Santa Catarina é com a chuva incessante que começou, com alguns temporais e ventos fortes em várias cidades do estado. De acordo com o serviço de meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina (Epagri), o ciclone vai atuar com maior força no Rio Grande do Sul, com rajadas que poderão chegar a 120 km por hora. No litoral sul catarinense os ventos devem chegar a 100 km por hora e entre 60 a 70km por horas nas demais regiões do estado. O meteorologista Daniel Calearo explica que a formação de ciclones extratropicais é comum nesta época: "Registramos uma média de sete ou oito ciclones extratropicais na região sul por ano". O maior perigo é para as embarcações. O mar vai ficar muito agitado, com picos de onda de 3,5 a 5 metros, ao sul do Florianópolis, com possibilidade de ressaca. No restante do litoral catarinense, a altura das ondas vai variar de 2 a 3 metros. No ciclone do início de agosto, houve dois casos de grupos de pescadores resgatados e dezenas de barcos avariados pela força das ondas. Em seu relatório da manhã de ontem, a Defesa Civil registrava chuvas intensas em todo território catarinense, além de granizo e ventos fortes. Na terça-feira aconteceram destelha-

mentos em várias cidades, como Caçador, onde o ginásio de esportes da Escola de Educação Básica Dr. João Santo Damo foi destelhado. Recomendações - Em Florianópolis, os bombeiros e os postos da PM estão de prontidão. Em casos de tempestades, a orientação da Defesa Civil é para que as pessoas fiquem em casa, busquem abrigo e tenham cuidado com a queda de árvores. Também é recomendado que se evite transitar em áreas alagadas e encostas de morros, que estão sujeitas a deslizamentos. "Como o mar está muito agitado devido à formação do ciclone extratropicall, estamos alertando os pescadores para não irem para o mar", explicou o secretário executivo da Defesa Civil Municipal, Francisco Carlos Cardoso. No Paraná – Uma chuva de granizo, de menos de 10 minutos, danificou os telhados de cerca de 450 casas em Umuarama, no Paraná, na noite de terça-feira. As famílias foram atendidas por integrantes da Defesa Civil e da prefeitura, que forneceram lonas para a cobertura provisória das residências. Apesar de o dia ontem ter permanecido chuvoso em praticamente todo o estado, a Defesa Civil descartou a possibilidade de ciclone. Além de Umuarama, os municípios de Prudentópolis e Ortigueira tiveram problemas com granizo. Em Campo Mou-

Na cidade de Muitos Capões, no Rio Grande do Sul, dezenas de casas foram destruídas na noite de segunda-feira (acima). A energia elétrica já voltou, permitindo a retomada da distribuição de água na cidade de três mil habitantes. Donativos (dir.) também começaram a ser entregues numa quadra do município.

rão um raio atingiu um barracão, queimou a construção, um trator e implementos agrícolas. Em Curitiba, choveu forte desde a noite de terça-feira até a manhã de ontem. Durante a tarde, o tempo permaneceu nublado com pancadas de chuva. A previsão é de que o tempo nublado continue pelo menos hoje, com possibilidades de chuvas fortes. No Rio Grande do Sul – De forma gradativa, os serviços públicos começam a ser restabelecidos em Muitos Capões, cidade a 290 quilômetros de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, atingida por um tornado na noite de segunda-feira. A energia elétrica voltou, per-

mitindo a retomada da distribuição de água. A telefonia está retornando aos poucos à cidade de três mil habitantes. Um caminhão com donativos foi enviado ao município com mil peças de roupa, cem cobertores e uma tonelada de alimentos. Além disso, outro

caminhão transportou 1.600 telhas para recobrir as casas. Enquanto as telhas não são instaladas, coberturas provisórias com lonas foram colocadas com o auxílio do Corpo de Bombeiros e da Brigada Militar (a PM gaúcha). Ao todo, 82 edificações sofreram avarias por causa do tornado, que durou menos de um minuto, segundo relatos de moradores, e 21 casas foram totalmente destruídas. Dezoito famílias foram transferidas para casas de parentes. Uma estimativa preliminar indicou que a cidade gastará cerca de R$ 4 milhões para recuperar as perdas provocadas pelo fenômeno, incluindo os danos à rede elétrica, disse Ely. Os serviços de meteorologia alertam para a formação de um novo ciclone extratropical na costa gaúcha e a Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo (RS) recomendou que pescadores evitem sair ao mar nesses dias. Em São Paulo – A frente fria que chegou ao litoral de São Paulo ontem aumentou a umidade do ar na capital paulista e o dia amanheceu com muitas nuvens e névoa. O calor dimi-

nuiu, com mínima de 18 e máxima de 27,3 graus. A umidade relativa do ar foi de 66% no Instituto Nacional de Meteorologia, no Mirante de Santana. Além de reduzir a as temperaturas hoje, esse sistema frontal provoca chuva a qualquer hora no sul e no oeste de São Paulo, de acordo com o meteorologista da Climatempo, Alexandre Nascimento. Na região central, o céu fica nublado, com aberturas de sol e chuvas ocasionais. Entre a capital e o litoral, o sol aparece entre muitas nuvens e ocorrem pancadas de chuva. Há risco de temporais, com rajadas de vento no estado por causa do choque térmico. As temperaturas ficam entre 16 e 26 graus na capital, 12 e 24 em Campos do Jordão e 19 a 26 nas praias. Amanhã, a chegada de outra frente fria deixa o tempo chuvoso na maior parte das regiões paulistas. A máxima não deve passar dos 23 graus na Grande São Paulo e a mínima desce para 14 graus na madrugada. No sábado, as nuvens carregadas se concentram no leste e no nordeste e, no domingo, o sol volta a aparecer. (AE)

Moradora em meio a objetos que não foram destruídos pelo vento


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

POLÍTICA - 5

NO TEXTO, RELATORES CONFIRMAM PRESENÇA DO MENSALÃO E DEDICAM UM CAPÍTULO SÓ PARA JOSÉ DIRCEU. Lula Marques/Folha Imagem

RELATÓRIO PEDE CASSAÇÃO DE 18. E DESTACA DIRCEU. O

Ibrahim Abi-Ackel e Osmar Serraglio, relatores da CMPIs: 'Todos são passíveis de cassação por falta de decoro

FUNDOS NEGAM ENVOLVIMENTO Roberto Stuckert Filho/Agência O Globo

O depoimento dos representantes dos fundos de previdência na CPMI do Mensalão. Da esquerda para a direita: o senador Amir Lando, Wagner de Oliveira (Petros), Sérgio Rosa (Previ) e Guilherme Lacerda (Funcef): investimentos dos fundos nos bancos Rural e BMG não tem ligação com o suposto esquema de Marcos Valério, afirmam

O

s fundos de pensão Previ, Petros e Funcef têm contratos com a empresa Globalprev, que já pertenceu ao ex-ministro Luiz Gushiken. A revelação foi feita ontem pelos presidentes das três instituições – Sérgio Rosa (Previ), Wagner de Oliveira (Petros) e Guilherme Lacerda (Funcef) – na CPMI do Mensalão. O presidente do Petros, Wagner de Oliveira, admitiu ainda ter sido indicado para a presidência do fundo pelo então ministro chefe da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica, Luiz Gushiken. Sérgio Rosa disse ter sido indicado pela presidência do Banco do Brasil e, Guilherme Lacerda, pela presidência da Caixa Econômica Federal (CEF). Os três presidentes admitiram ainda que são filiados ao PT. O presidente da Previ, Sérgio Rosa, confirmou ter se encontrado com o ex-presidente do PT Luiz Gushiken para discutir a situação política e as denúncias contra os fundos. No entanto, negou ter negociado investimentos que beneficiassem outras pessoas a não ser os

associados da Previ. O presidente da Petros, Wagner Pinheiro de Oliveira, afirmou que já pediu esclarecimento sobre a operação da Telemar que investiu R$ 5 milhões na Gamecorp, empresa que tem como sócio Fábio Luís Lula da Silva, filho do presidente Lula. A Petros e a Previ são acionistas da Telemar. Rural e BMG – Os presidentes dos três fundos de pensão alegaram ainda que as operações que possuem nos bancos Rural e BMG são normais. Há suspeitas de que o aumento de recursos investidos pelos fundos de pensão nesses bancos seria uma forma de compensação pelos empréstimos feitos ao PT e ao empresário Marcos Valério. Os três negaram qualquer participação dos fundos no suposto esquema de financiamento de campanha coordenado por Marcos Valério, o valerioduto. Ações – O relator da CPMI, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), disse que a compra de ações da Brasil Telecom pelos fundos de pensão acabaria transformando a empresa em uma estatal. Segundo o depu-

tado, as ações da Brasil Telecom foram compradas do Citigroup por R$ 1,3 bilhão, mas valeriam no máximo R$ 350 milhões. A operação foi rejeitada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por causar prejuízos aos segurados. Sérgio Rosa, defendeu a operação. Segundo ele, o valor das ações subirá mais do que o previsto e o lucro reverterá em benefício dos fundos de pensão. Ele disse ainda que a lei permite que os fundos se unam para controlar empresas privadas e que operações desse tipo são normais. BM&F – Em resposta ao deputado Paulo Baltazar (PSBRJ), os presidentes dos três fundos também negaram irregularidades em contratos feitos pelos fundos em 1998 na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Eles prometeram enviar documentos à CPMI para provar a lisura dos contratos. Não convencido, Baltazar pediu a quebra de sigilo das operações realizadas pelos fundos na BM&F entre 1998 e 2005. A CPMI também investiga as contas de outros sete fundos de pensão. (Agências)

relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) decidiu fazer um relatório mais rígido e não poupar nenhum dos deputados citados nas investigações sobre o esquema de caixa dois operado pelo empresário mineiro Marcos Valério. Com isso, os 18 deputados envolvidos nas denúncias serão alvo de processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara por quebra de decoro e poderão ter o mandato cassado. O texto de 53 páginas, que afirma que há provas do pagamento do mensalão, tem um capítulo dedicado somente ao deputado José Dirceu (PT-SP). Segundo o relatório fechado no fim da noite de ontem por Serraglio em conjunto com o relator da CPMI do "Mensalão", deputado Ibrahim AbiAckel (PP-MG), não há legitimidade em mandatos financiados com dinheiro ilegal. "Vou indicar no relatório que todos são passíveis de cassação. A falta de decoro e as provas contra cada um deles serão examinadas pelo Conselho de Ética, que vai dizer se há ou não elementos suficientes para cassação", informou. "Apresentaremos os nomes que o deputado Serraglio sele-

cionou, independentemente dos nomes que apareceram na CPI do Mensalão", afirmou AbiAckel. "Mas não vou subscrever cegamente o relatório. Vamos trabalhar em conjunto." Provas – Inicialmente, Serraglio cogitou poupar o líder do PL na Câmara, Sandro Mabel (GO), e o ex-líder do PP Pedro Henry (MT), sob a alegação de que não havia provas contra os dois, apenas indícios. Os dois foram citados por Jefferson como conhecedores do esquema de caixa 2. Sobre o mensalão, o texto diz que o pagamento a parlamentares existiu, não importando se mensal ou não. E que os operadores do esquema eram Marcos Valério e o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares. Severino – "Vou colocar o nome de cada um, com o histórico do que tenho deles", disse Serraglio. Assim que for votado pelas CPMIs , o relatório será encaminhado à Mesa Diretora. Serraglio está confiante de que o presidente da Casa, Severino Cavalcanti (PP-PE), não vai engavetar o relatório. "É um equívoco imaginar que esse trabalho vai dormitar na Mesa", aposta o relator. Pressão – Foi um dia de muita pressão sobre os relatores. Até a última hora deputados tentavam escapar da lista dos

envolvidos nas denúncias de corrupção. "Do jeito que está sendo encaminhado acaba sendo um massacre desnecessário. Queria ser julgado", disse o deputado Vadão Gomes (PP-SP). O ex-ministro José Dirceu também pressionou. Procurou o relator da CPMI do Mensalão. Disse que vai entrar na Justiça para defender o mandato. "Eu vou lutar pelo arquivamento dessa denúncia. E vou ao Supremo. Eu era ministro, não era deputado. Não posso ser processado por quebra de decoro", afirmou. Inocente – Ele mostrou inconformismo com as afirmações de Serraglio e disse que o relator quebrou o decoro parlamentar ao prometer apontálo como responsável por um amplo esquema de corrupção no governo. "Acho que Osmar Serraglio é que está quebrando o decoro parlamentar e abusando de suas prerrogativas." "Quando uma pessoa fala, tem de apresentar provas. Qual é a prova que existe contra mim? Até hoje eu não vi", insistiu. Dirceu afirmou que recorrerá até ao Supremo Tribunal Federal (STF) para provar a inocência, caso seja cassado. "Se houver cassação, será um ato político porque nada existe contra mim", observou o deputado. (Agências)


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quinta-feira, 1 de setembro de 2005

FINANÇAS - 11

EM EVENTO DO MERCADO DE CARTÕES, ATUAÇÃO DE BANCO COM VAREJO É VISTA COMO BEM-SUCEDIDA Alexandre Nóbrega – 25/11/2004

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Banco Central voltou a defender o compartilhamento de redes de atendimento e de infra-estrutura pelos bancos, como forma de incentivar o uso de meios eletrônicos de pagamento e, assim, reduzir o custo da emissão de papel moeda, estimado em 3% do Produto Interno Bruto (PIB). "Hoje, a estrutura é pouco utilizada, o que ainda impede uma migração maior do uso de dinheiro em papel para instrumentos eletrônicos", disse o assistente sênior do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos do Banco Central, Marcelo Cavalcanti, durante ontem durante o Cardnews, evento voltado para a indústria de cartões, realizado em São Paulo.

Segundo o executivo, o número de terminais em condições de receber pagamentos com cartão de débito era de 4.660 por milhão de habitantes em 2003 (último dado disponível no BC). Só que o número de transações per capita desses terminais era de 2,6 no mesmo ano. "Esses números mostram que há uma lacuna gigantesca a ser preenchida", assinalou. Uma forma de resolver o problema da falta de uso, na opinião de Cavalcanti, está em os bancos deixarem de investir na abertura de novos terminais e aproveitar essa estrutura pronta, hoje pouco utilizada, por meio de parcerias. O que ocorre atualmente, segundo o executivo, é que os bancos têm visto a estrutura como concorrência, o que é um erro. "Se os bancos tentarem competir nessa área estarão sujeitos ao erro. A competição está logo abaixo, na formação de taxas e tarifas e não no fornecimento do serviço", diz. (AG)

PARCERIA DE BANCO COM VAREJO É POSITIVA

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Samuel Klein, da Casas Bahia (foto): junto com Bradesco

Acrefi: há espaço para expansão do crédito

Mastercard focará sua atuação na baixa renda

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presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Érico Sodré Quirino Ferreira, aposta que a procura das pessoas físicas por crédito será maior neste segundo semestre, na comparação com o primeiro. O que deverá puxar as vendas do comércio. A alta de 9,8% do faturamento do comércio paulista em julho, ante julho de 2004, veio de setores que precisam de crédito, como o automotivo e de vestuário, de tecidos e calçados. "A economia está tendo um crescimento consistente, que não era esperado pelos analistas", afirmou Quirino Ferreira, citando os dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostram uma expansão de 3 9% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, em relação a igual período de 2004. Para ele, a crise política não reduziu a confiança do consumidor. Sazonalmente, o comércio tem um desempenho mais forte no segundo semestre do que no primeiro. Quirino Ferreira disse que a demanda por crédito continuou forte em agosto, seguindo a tendência de crescimento registrada pelo Banco Central até o mês passado. "Até agora a crise não provocou nenhuma retração", disse o presidente da Acrefi. Estima-

Luiz Prado/Luz

Estrutura é pouco utilizada, o que ainda impede uma migração para o meio eletrônico. Marcelo Cavalcanti, assistente-sênior do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos do Banco Central tivas da Associação apontam que o aumento de oferta de crédito para pessoas físicas será semelhante ou superior ao registrado em 2004, quando a instituição registrou uma alta média de 35% em relação ao ano anterior. Segundo Quirino Ferreira, a pesada concorrência entre as instituições na disputa pelo consumidor vai contribuir para essa expansão.

Mastercard aposta em um novo nicho de mercado para crescer suas operações no País: o de baixa renda. A empresa anunciou ontem, durante a realização do Cardnews, evento voltado para a indústria de meios eletrônicos de pagamento, que está pronta para lançar a versão brasileira do cartão de crédito PayPass, um produto voltado para mercados de grandes massas, que já é sucesso em diversos países da Ásia. O produto tem como principal diferencial o fato de poder operar sem contato com o banco emissor. Isso significa que para aprovar a compra de um bem ou serviço não é mais necessário ao estabelecimento comercial a aprovação do banco para a liberação do crédito. O chip contido no plástico é capaz de liberar a transação sem que seja necessária uma comunicação com o banco emissor. "Essa tecnologia abre uma enorme leque de oportunidades, especialmente em mercados com grande volume de transações de baixo valor, como o de transporte e de fast food",

Adriana Gavaça

BNDES liberou R$ 28,6 bilhões neste ano

● TRABALHISTA (dissídios individuais e coletivos)

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Ações lideraram ganhos em agosto

A exemplo do que havia acontecido em julho, o investimento em ações foi o mais rentável entre as principais aplicações financeiras, no mês de agosto. O Ibovespa, principal indicador de desempenho da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), subiu 7,69% no período, deixando para trás os investimentos em renda fixa. Na ponta oposta, segurando a lanterna do ranking das aplicações, ficou o dólar comercial, com desvalorização acumulada de 0,92% em agosto. O dólar, aliás, foi o único investimento que perdeu para a inflação captada pelo IGP-M, da

disse o diretor da empresa, Murilo Barbosa. Na prática, o funcionamento do produto se assemelharia às transações feitas hoje no Brasil pela VR, empresa de vales-refeição, com o cartão Smart VR, em que o pagamento é debitado do cartão do usuário e creditado na máquina do estabelecimento, por meio de um chip. "O produto, além de mais ágil, pode gerar grande economia de custo para as administradoras de cartão, que poderiam ter importante redução com a aprovação de transações sem comunicação", explicou o executivo. Do lado do usuário, o executivo diz que as vantagens seriam percebidas especialmente pela baixa renda. "Como têm, no máximo, um cartão nada melhor do que agregar serviços no mesmo plástico", afirma. Dados da Mastercard mostram que a baixa renda representa 50% dos plásticos em circulação. No Brasil, pesquisas mostram que os bancos que apostaram na baixa renda cresceram mais de 200%.

oferta de serviços chegar a 13% ao ano. A exemfinanceiros dentro plo dos cartões private label, do varejo tem sido que cresceram a uma taxa positiva. Primeiro, anual de 12% entre 1998 e 2002 porque, ao disponibilizar, de e já representam cerca de 50 uma maneira prática e ágil, o milhões de plásticos no Brasil", crédito para o consumidor, finaliza o executivo. E se a oferta de serviços fique obtém o empréstimo dentro da própria loja, o varejo nanceiros dentro do varejo tem também tem a chance de am- atraído varejistas e bancos, pliar a carteira de clientes. Es- quando o assunto é crédito, sepecialmente entre o público gundo Braga, o mercado lanconsumidor de menor renda, çou outro produto: o seguro avaliou ontem Ricardo Braga, contra perda financeira. Segundo o executivo da Cardiretor-presidente da Cardif, empresa do grupo financeiro dif, de cada dois brasileiros, francês BNP Paribas, no Card- um tem ou já teve dificuldade news, evento de cartões reali- para pagar as prestações de um financiamento em dia. Isso zado em São Paulo O Unibanco foi pioneiro nes- é mais do que o dobro da média (23%) registrada se processo de em 14 países, inparceria com as cluindo o Brasil", redes de varejo diz Braga. ao fazer uma O s d a d o s f aparceria com o Nosso principal Magazine Luiza produto é o seguro de z e m p a r t e d e uma pesquisa e com o Ponto proteção financeira re a l i z a d a p e l a Frio. O Itaú enRicardo Braga, diretor- C a rd i f , n o p r itrou no processo presidente da Cardif, meiro bimestre com o Pão de empresa do grupo do ano. "Nosso Açúcar. Já o Brafinanceiro francês BNP principal produdesco tem investido forte nesse Paribas to é o seguro de proteção finansegmento. Se ceira, que garanjuntou, em parte ao parceiro de negócios o paceria, a Casas Bahia. Somente a associação entre o g a m e n t o d a s m e n s a l i d aBradesco e a Casas Bahia, fir- des/prestações (cartão de crémada em novembro do ano dito, financiamentos, leasing, passado, envolveu valores de entre outros) que a seguradora R$ 3,6 bilhões. Na semana pas- assumir, caso o cliente fique sada, o Bradesco fechou acor- impossibilitado de honrar dos com mais três redes de va- seus compromissos financeirejo para a concessão de crédi- ros", explica Braga. Para o executivo, a seqüênto: as redes EletroZema, de Araxá (MG), grupo Ponte Ir- cia de fatos mais comuns no mãos, de Manaus (AM) e Dis- Brasil é a do consumidor que mar, de Maringá (PR), que consegue trabalho, compra a atuam no segmento de móveis crédito, depois é demitido por e eletrodomésticos. Pelos acor- algum motivo, perde sua fonte dos, o Bradesco disponibiliza- de renda e não consegue pagar rá até R$ 30 milhões por mês as prestações. "Esse é o paradoem linhas de financiamento xo entre a alta vulnerabilidade e a predisposição para tomar aos clientes dessas lojas. Para Ricardo Braga, o Brasil crédito. É aí que o seguro gasegue a rota do crescimento. "O nha relevância", diz. O seguro sistema financeiro nacional, cobre as parcelas restantes em como conseqüência, deve tam- financiamentos em caso de debém crescer a um ritmo acele- semprego ou invalidez. rado de 12% ao ano, podendo Ana Laura Diniz

Fundação Getúlio Vargas (FGV). No mês passado, o índice registrou deflação (queda média de preços) de 0,65%. O balanço dos investimentos em agosto mostra que, apesar de ter gerado alguns momentos de turbulência nos mercados, a crise política teve efeito limitado no bolso dos investidores. A Bovespa, por exemplo, teve em agosto o segundo maior ganho mensal do ano (só perdeu para fevereiro, mês em que a valorização do Ibovespa chegou a 15,55%). A crise não conseguiu fazer disparar o dólar, como chegou a acontecer em outros momen-

tos de turbulência política. Depois da bolsa no ranking dos melhores investimentos do mês aparecem os CDBs para aplicações superiores a R$ 100 mil, com alta de 1,51%; os fundos DI e de renda fixa, ambos com rendimento de 1,28%; os CDBs para valores menores que R$ 100 mil, com alta de 1,18%; e a poupança, com ganho de 0,85%. Além dos investidores que apostaram em dólar, perdeu em agosto quem optou pela aplicação em ouro. O metal teve no período desvalorização de 0,30%. Rejane Aguiar

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liberou R$ 28,6 bilhões nos primeiros oito meses deste ano, 28% acima do mesmo período do ano passado, e deverá fechar 2005 com liberações totais em torno de R$ 50 bilhões. As previsões foram feitas ontem pelo presidente do banco, Guido Mantega. Ele também avaliou que o aumento dos investimentos no País, captado ontem na divulgação do Produto Interno Bruto (PIB), está produzindo um "crescimento sadio", que deve ser reforçado pela queda dos juros e pela alta do câmbio no segundo semestre. Recorde – O valor estimado para este ano será recorde histórico e representará crescimento de 25% sobre os R$ 40 bilhões liberados no ano passado pelo banco. Mas, se confirmado, ficará 17% abaixo do orçamento inicialmente aprovado para o ano, de R$ 60 bilhões. Em agosto, o desembolso foi de R$ 4,1 bilhões, conforme os dados preliminares. Para chegar a R$ 50 bilhões, os desembolsos terão de ser, na média, de R$ 7 bilhões ao mês, até dezembro. (AE)

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6 -.POLÍTICA

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

MOMENTO DEFINITIVO EM VÁRIAS INSTÂNCIAS DO PT. NO PMDB, FOCO É AGILIZAR VOTAÇÕES NO CONGRESSO.

BERZOINI E PIMENTEL: SAIA JOSÉ DIRCEU! Dida Sampaio/AE

Dida Sampaio/AE

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secretário-geral do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), reforçou ontem que quer a saída do deputado José Dirceu (PT-SP) da chapa do Campo Majoritário. Berzoini afirmou que defenderá também a saída dos demais deputados petistas envolvidos em denúncia de corrupção da chapa, na reunião de amanhã, para "evitar a contaminação da instituição pelos erros de alguns". Berzoini disse esperar que Dirceu "abra mão, voluntariamente, de sua chapa". O prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, também defendeu ontem que Dirceu se afaste da chapa deixando de ser um "empecilho à unidade partidária". Para Berzoini, se Dirceu se retirasse voluntariamente, ele demonstraria compreensão do atual momento político. "Não quero entrar no mérito de sua culpabilidade ou não, mas o fato é que há um senso comum na sociedade de que alguma coisa aconteceu", afirmou. Para ele, a presença de Dirceu na chapa não colaboraria com o processo de "descontaminação da disputa eleitoral". "O PT vive uma infelicidade: a coincidência de uma crise política com eleições internas. Se nós pudermos separar o máximo possível a crise da eleição, nós conseguimos superar esse momento eleitoral com uma eleição democrática (...) e, a partir daí, discutirmos o futuro do partido", afirmou Berzoini. Crítica – Apesar de desejar a saída de Dirceu, Berzoini criticou o relator da CPMI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), que divugou antecipadamente que Dirceu apareceria em seu relatório como chefe do esquema de corrupção do mensalão. "Se eu fosse relator, evitaria dar opiniões a cada dia; deixaria isso para o relatório (...) Se há fatos e fundamentos que levem a essa conclusão, eles devem ser apresentados no relatório. Desejo que a CPMI chegue ao final com conclusões consistentes e possamos penalizar aqueles que merecem", declarou. Berzoini fez questão de comentar a política econômica do governo Lula e disse que, para crescer em ritmo mais acelerado, de 5% a 6% ao ano, o País precisa investir mais. "Acredito que a execução orçamentária, talvez seja hoje o ponto fraco da nossa política econômica. Uma política econômica que, eu repito, é bemsucedida em seus fundamentos, mas, talvez, mal calibrada na execução orçamentária e na meta de inflação", opinou. Imagem arranhada – Berzoini admitiu que seria um "desafio grande" vir a ocupar a presidência nacional do partido num momento de crise, em que a legenda tem a imagem arranhada por várias suspeitas. "Há irregularidades, há ilegalidades e o partido tem de agir com firmeza, determinação", disse. Ele ressaltou a necessidade de um controle interno para evitar crises como a atual. "Creio que podemos sair d es s a crise c o m o u m P a í s maior, maduro e menos pretensioso", declarou. Facilidade – O prefeito Fernando Pimentel, principal destaque do PT nas eleições municipais de 2004 ao ser reeleito com quase 70% dos votos também defende que a saída de Dirceu do PT deve ser decidida pelo próprio deputado e não imposta. Segundo ele, a candidatura do deputado Ricardo Berzoini (SP), em substituição ao ex-ministro da Educação, Tarso Genro, "talvez facilite" essa decisão. Para ele, além da sociedade, com o disse Berzoini, a própria base partidária acredita que Dirceu deve se afastar, pelo menos "momentaneamente até que se esclarecesse toda essa situação para que a presença dele não fosse um empecilho à unidade partidária". (AE)

PT DECIDE NO SÁBADO FUTURO DE DELÚBIO. PARTIDO TEM OUTRA BAIXA.

O José Cruz/ABr

Ailton de Freitas/AG

Dirceu em vários momentos de sua articulação para manter o mandato na Câmara e sua liderança no Campo Majoritário, mais forte tendência do PT João Rangel/Chromafotos/AE

ADEUS...

'PÂNICO' DA TV NO PT

Com direito à coroa de flores, cortejo e hino nacional, a personagem de Luiz Fernando Verissimo a Velhinha de Taubaté, foi "enterrada" ontem na sua cidade natal. A última brasileira a acreditar nos governantes ganhou uma homenagem. "Ela levou o nome da cidade e a confiança para todo o País", disse o vereador autor da moção e coordenador do ato simbólico, Rodson Lima (PP). "Ela morreu de desgosto. O povo brasileiro não pode morrer também.". (AE)

O pânico tomou conta dos funcionários do diretório nacional do PT ontem. Dessa vez, no entanto, o pavor não foi causado por novas denúncias de corrupção no partido. O motivo do medo foi a súbita chegada de uma equipe do programa humorístico Pânico na TV ao partido. Caracterizados de presidente Lula, Enéas e Roberto Jefferson, os humoristas Carlos Alberto, Vinícius Vieira e Márvio Lúcio, o Carioca, apavoraram funcionários das lojas vizinhas ao PT, moradores de rua, funcionários do partido e até uma equipe da Polícia Militar que passava pelo local. Temendo as brincadeiras de gosto duvidoso dos humoristas, seguranças do partido trancaram a porta do diretório. Um dos momentos mais animados foi quando passou uma moto dos Correios. A presença dos humoristas no PT faz parte da campanha "Onde está Genoino?", iniciada na semana passada. (AG)

Diretório Nacional do PT analisa no sábado a possível expulsão de Delúbio Soares, a partir do relatório da Comissão de Ética da legenda, que já concluiu os trabalhos sobre as denúncias que envolvem o ex-tesoureiro do partido. O relatório será divulgado apenas na reunião do Diretório Nacional, que acontecerá na sede do Diretório Nacional, Centro de São Paulo, quando a coordenadora da comissão, Lene Teixeira, fará a apresentação do conteúdo. Delúbio, que afirma ter comandado o esquema de caixa 2 do partido nas campanhas eleitorais de 2002 e 2004, foi convocado para a reunião de sábado, quando deverá fazer nova defesa aos membros do diretório. Os membros do diretório, instância máxima da legenda, farão uma discussão sobre o parecer da comissão e uma votação sobre a indicação da punição a Delúbio. A desfiliação é uma das punições previstas. Mais baixas – Depois do anúncio da desfiliação do deputado André Costa (sem partido-RJ), o PT sofrerá mais uma baixa na sua bancada. O deputado João Alfredo (CE) decidiu ontem que sairá do partido para se filiar ao Psol no dia 25. Ao mesmo tempo, petistas tentam evitar a saída do senador Cristóvam Buarque (DF). Um encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Cristóvam está sendo articulado pelos senadores paulistas Eduardo Suplicy e Aloizio Mercadante. Cristóvam foi informado sobre a estratégia ontem, por Suplicy, durante uma exposição do chanceler Celso Amorim na Comissão de Relações Exteriores do Senado. O senador pediu ao líder do PT, Delcídio Amaral (MS), para deixar a presidência da comissão. "O cargo é do PT e estou na iminência de deixar o partido", justificou. (Agências)

O PARTIDO DO MENSALÃO Sergio Lima/Folha Imagem

Deputado do PL ironiza proposta de fusão com PP e PTB: 'Vão chamar de Partido do Mensalão'

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pesar da simpatia manifestada pelo vice-presidente da República, José Alencar, os deputados e senadores do PL rejeitaram ontem, por 40 votos a um, a proposta de discutir uma fusão entre o PL, o PP e o PTB levada pelo líder do governo no Congresso, senador Fernando Bezerra (PTB-RN), ao vice-presidente José Alencar. Apenas o senador Marcelo Crivella (PL-RJ) votou a favor da proposta. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto (SP), disse que o PL não precisa da fusão porque vários deputados do PTB e do PP já estão procurando o partido. O deputado João Caldas (PL-AL) chamou a proposta de factóide e o deputado Luiz Antônio Medeiros (PL-SP) qualificou a idéia de infeliz. "Absurdo, vão chamar este novo partido de o Partido do Mensalão", ironizou Medeiros. Depois de quatro horas de reunião, os parlamentares do PL definiram ainda que, se for mantida a verticalização, regra pela qual as coligações estaduais devem ser coerentes com a coligação nacional, o partido não repetirá em 2006 a

José Alencar, Valdemar Costa Neto e líder do partido Sandro Mabel, em reunião do PL

coligação com o PT, o que significa que Alencar não deve repetir a dobradinha com Lula nas eleições do ano que vem. Performance – Para garantir que o partido atinja os 5% dos votos à Câmara, previsto pela cláusula de desempenho, ficou acertado que não se fará aliança nacional, para que o PL fique nos estados liberado para fazer a coligação que garanta uma melhor performance eleitoral. "Com a verticalização, ou José

Alencar é candidato a presidente ou temos que ficar livres para fazer alianças nos estados" , disse o líder do PL, deputado Sandro Mabel (GO). São mínimas as chances de a Câmara votar até 30 de setembro a emenda que estabelece o fim do princípio da verticalização, que obriga os partidos a fazerem as mesmas alianças em nível nacional e nos estados. Alencar se mostrou favorável à fusão de PL, PP e PTB de-

fendida por Bezerra. O vicepresidente afirmou que isso vai ao encontro do interesse nacional de reduzir o número de partidos políticos, mas destacou que o assunto precisa ser examinado porque há muitos problemas institucionais para que a fusão se torne realidade. Mas Alencar disse também que é muito cedo para que o PL tome uma posição sobre as eleições presidenciais de 2006 e elogiou o presidente do PL,

Valdemar Costa Neto. "Na reunião houve muito aplauso ao gesto heróico do presidente do partido, que se afastou do mandato, evitando que outros companheiros do partido fossem atingidos", disse. Na terça-feira, Alencar negou os rumores de que esteja saindo do PL, depois que Costa Neto renunciou ao mandato por causa de suposto envolvimento no esquema do mensalão. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

POLÍTICA - 7

PARA MINISTRO CRISE VAI ACABAR LOGO; PMDB QUER A REFORMA ELEITORAL E CONCEIÇÃO SOLTA A LÍNGUA.

BASTOS: CRISE CAMINHA PARA O FIM. Arquivo DC

Lula Marques/Folha Imagem

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Cúpula do PMDB reunida ontem: menos MPs, mais reforma política e contra a verticalização do caos

PMDB: MENOS MPs E VOTAÇÃO JÁ DA REFORMA ELEITORAL

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urante reunião da Executiva Nacional do PMDB, ontem, o presidente do partido, Michel Temer, anunciou que vai solicitar ao Poder Executivo a retirada de medidas provisórias que trancam as votações da Câmara. Para ele, a reforma política também depende do Poder Executivo, já que a edição de medidas provisórias acabam atrapalhando o trabalho do

Legislativo. "A conclusão dessa reunião é: o governo colabora com o Congresso e o Congresso vota a reforma política". Reforma eleitoral – Os integrantes da Executiva do PMDB também ouviram um apelo do presidente do Senado, Renan Calheiros. Ele sugeriu a aprovação, sem recurso ao Plenário, do projeto de reforma eleitoral já votado pelos

senadores. Ele quer acabar, por exemplo, com a verticalização das coligações. "Estamos vivendo em um Brasil só. Não existe um Brasil na crise e outro não". Renan também apoiou o barateamento das campanhas políticas, como a proibição de brindes e showmícios, que já está prevista no projeto do Senado sobre a reforma. Consenso – O presidente do Senado sugeriu que a Câmara vote a reforma mínima com pontos de consenso para valerem já nas próximas eleições. Ficariam para depois a discussão da proibição da realização de pesquisas eleitorais nos 15 dias anteriores às eleições e a redução do tempo da propaganda na TV. (Agências)

MOVIMENTO DEFENDE REFORMAS Fotos: Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

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DC

lém de pedir a apuração e punição dos culpados de atos de corrupção na política, o manifesto "Da Indignação à Ação" – lido ontem durante manifestação pública na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, no Centro de São Paulo – afirma que está na hora de uma "reconstrução republicana" e de imediatas alterações nos sistemas político e eleitoral brasileiro. Várias instituições e personalidades da vida pública nacional assinaram o manifesto, que deverá ser enviado ao Congresso Nacional, como antecipou um dos líderes do movimento, o jurista e ex-ministro da Justiça, Miguel Reali Júnior. Para ele, a mobilização da sociedade deve ser a mola propulsora das mudanças ainda este ano. "Para que não haja descrença da população no processo eleitoral, já em 2006", disse Reali Junior. O manifesto "Da Indignação à Ação" foi lido pelo presidente da Associação Brasil e i r a d e O u v i d o re s e O mbusdmans, José Benedicto Azevedo Marques e assinado por entidades como a OABSP, Instituto dos Advogados, Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Centro Acadêmico XI de Agosto da Faculdade de Direito da USP, além do ex-ministro da JustiDesde 1974

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José Gregório e Miguel Reali Junior: mudanças ainda este ano

Chico Whitaker: manifesto serve para respaldar as reformas

ça, José Gregori, do secretário municipal dos Negócios Jurídicos, Luiz Antônio Marrei, do professor Aziz Ab Saber, entre outros. O manifesto enfatiza que as mudanças não devem ser feitas apenas pelo Congresso "tão fortemente atingido (pelas denúncias de corrupção)". "É essencial que toda a sociedade se engaje", diz. Finalmente, o documento propõe, por meio de audiências públicas supra-partidárias, "um amplo processo de discussão das mudanças a introduzir em nosso sistema político eleitoral". Reali Júnior ressaltou que "ninguém está buscando uma caça às bruxas no País". Apenas pedindo a apuração dos fatos como forma de dar uma

resposta à população e respaldar mudanças "que evitem que se continue misturando o público e o privado na política nacional". Chico Whitaker, da Comissão Brasileira de Justiça e Paz da CNBB, explicou que o manifesto abre o debate "para respaldar o Congresso na reforma política e eleitoral". Para o secretário Luiz Antônio Marrei, é preciso mudar as regras políticas já, sob o risco de assistir uma crescente deterioração dos costumes políticos no Brasil. "A sobrevivência da democracia depende disso", acrescentou. Percival Maricatto, coordenador do PNBE, acredita que a mobilização de ontem deve ajudar "a que fatos de corrupção não se repitam nas eleições de 2006". Sergio Leopoldo Rodrigues

ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou ontem que a crise política que sacode o governo há mais de três meses, em meio a uma onda de denúncias de corrupção, está caminhando para o fim. Ele reconheceu que a crise é grave, "tem o seu processo natural e não adianta apressá-la". Mas ressalvou que o governo não está parado e vem tomando todas as providências para investigar, processar e punir culpados, na medida de suas culpas. "A crise tem começo, meio e fim. Acho que ela está saindo do meio para o fim", observou. As declarações de Bastos foram feitas no momento em que a oposição acusa o governo de agir para abafar as denúncias e facilitar a impunidade de parlamentares da base aliada envolvidos em atos de corrupção. A Polícia Federal e o próprio ministro, não têm sido poupados. Críticas – O ministro integra

Para o ministro da Justiça, não adianta apressar o fim da crise

o comitê de crise do Planalto e é criticado por ter usado sua experiência de advogado criminal para orientar a defesa de membros do governo, como o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, envolvidos nas denúncias. A oposição também o recrimina por ter supostamente ajudado o empresário Marcos Valério de Souza a construir a versão de que a única ilegalidade cometida por ele e o PT foi ter financiado o caixa

dois do partido. Nuvens – Bastos disse que o governo está trabalhando na construção de instituições republicanas capazes de dar combate ao crime e à corrupção. "Não viemos para fazer chover, mas para construir as nuvens. Ou seja, construir instituições capazes de absorver crises, investigar eventos e julgar os acusados". Ele citou o filósofo francês Charles-Louis de Secondat, o Barão de Montesquieu, para afirmar que uma sociedade livre "não se baseia na virtude dos homens, mas na solidez das instituições". Para Bastos, as instituições brasileiras têm todas as condições para absorver a crise. Sobre as acusações à PF, ele disse que em vez de preocupação, sente orgulho. Isso porque, as reclamações, nos dois anos e meio do governo Lula, partiram de todos os partidos, o que demonstra a impessoalidade da atuação do órgão. (AE)

CONCEIÇÃO: CRÍTICAS FEROZES

C

om a frase "pode ser o governo de merda, mas é o meu governo", a economista Maria da Conceição Tavares, resolveu por fim ao seu silêncio desde que começou o chamado escândalo do Mensalão. Em duro discurso, ela afirmou ser "impossível" que a esquerda do PT não tivesse conhecimento do rumo que o partido tomou no governo federal, em debate promovido no Rio pela Fundação Perseu Abramo com o presidente da legenda, Tarso Genro. "Não culpo o Lula nem o governo, nem mesmo o Palocci. Estavam todos lá, todos, desde

que entrei no partido. Não vêm agora com ar de que não têm nada a ver com isso. Então estavam todos dormindo de touca? Se não têm, deviam ter. Aquilo é uma executiva, gente que se fez de cego. Não sabem nada de economia, são uns analfabetos." Juros – Questionada sobre a questão dos juros no intervalo do debate, ela afirmou que "estão altos de mais porque a arbitragem é dos nossos bancos junto com os internacionais". "Por azar nosso e por sorte também nós temos bancos poderosos nacionais, coisa que não tem na Argentina ou no México, onde são todos

estrangeiros. Aqui tem que rachunchar, uma parte para eles e outra para os nossos bancos, por isso os juros são altos. Ninguém se dá conta de que o 'banqueiro central' da Alemanha trabalhou tanto para a social-democracia em 24 quanto para Hitler. No debate, o ex-presidente da Eletrobrás Luis Pinguelle Rosa afirmou ter a impressão de que, com o PT no poder houve um "stalinismo esquisito". "Acho que o José Dirceu não levou dinheiro mas resolveu organizar a putaria. A gente entrou num lugar cheio de gente com catapora e saímos com catapora." (AE)


12 -.FINANÇAS

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 1 de setembro de 2005


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

NACIONAL - 13

A DESPEITO DA ALTA TAXA DE JURO E DO CÂMBIO, ECONOMIA BRASILEIRA CRESCE MAIS QUE O ESPERADO Gustavo Azeredo/Ag O Globo

SURPRESA: PIB CRESCE 3,4% NO SEMESTRE

A

DC

pesar dos juros e da vestimento pouco superior a flutuação do câm- 2% e veio 4,5%", disse Toledo. Investimentos – De acordo bio, a economia brasileira teve um com o economista, a estabilicrescimento de 3,4% no pri- dade macroeconômica, o câmmeiro semestre em relação a bio flutuante e o fortalecimenigual período de 2004, segun- to das instituições contribuíConstruções no do dados divulgados ontem ram para o aumento da produRio de Janeiro pelo Instituto Brasileiro de tividade. "A alta dos juros no provam que os Geografia e Estatística (IBGE). início do ano, porém, justificou investimentos E, os dados são positivos tam- a queda nos investimentos de voltaram bém em outras comparações: 2,9% no final de 2004 e de 3,6% no segundo trimestre, o Pro- no primeiro trimestre", diz Toduto Interno Bruto (PIB) apre- ledo. "Sem perspectiva de cres- João Wainer/Folha Imagem sentou variação de 1,4% frente cimento, era natural que os ao primeiro, já com ajuste sa- empresários não tivessem interesse em investir." zonal. É a maior exJá para o econopansão registrada mista-chefe da Cordesde o início do retora Ágora Sênior, ano passado, quanJoão Marcus Marido o IBGE apurou nho Nunes, outros alta de 2%. O presidente fatores influenciaCom esses resul- Lula considerou ram as decisões de tados, o governo "jóia" o consumo ou de indeverá aumentar a previsão oficial de resultado do PIB v e s t i m e n t o d o s agentes econômicrescimento da eco- no semestre nomia neste ano, Paulo Bernardo, cos. "A expectativa que atualmente é de ministro do de que a economia continuará crescenuma expansão de Planejamento do em 2006 contri3,4%. Segundo o buiu para o nível de ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, investimento mais elevado O consumo das famílias Paulo Bernardo, o presidente agora que o observado no priaumentou 0,9% Luiz Inácio Lula da Silva con- meiro trimestre, assim como a siderou "jóia" o resultado apreciação do real em relação ao dólar no período", informa. gostariam", diz Toledo. anunciado pelo IBGE. No setor de serviços, o único Na avaliação do ministro, o Opinião semelhante tem o crescimento do segundo tri- ramo a apresentar queda foi o presidente da Confederação mestre mostra a recuperação das comunicações, com retra- Nacional da Indústria (CNI), da atividade econômica e, por ção de 2,3%, provocada, se- Armando Monteiro Neto. Ele isso, ele prevê também um gundo o IBGE, pela redução salientou que crescimento de bom resultado para o terceiro nas ligações interurbanas. 3,4% do PIB no primeiro seConsumo das famílias – Já o mestre e a expansão de 4,4% da trimestre do ano. "A nossa expectativa é de que vá repetir o aumento de 0,9% no consumo indústria nesse mesmo períosegundo trimestre. O PIB está das famílias no segundo tri- do foram resultados "positivos mestre em relação ao primeiro e auspiciosos". No entanto, sua bombando", disse. Entre os destaques, os eco- foi considerado incipiente pe- previsão para o PIB de 2005 lo economista da não é tão otimista. "Os dados nomistas salientam MCM. Segundo To- nos autorizam a manter a preo c re s c i m e n t o d e ledo, embora esteja visão de que o crescimento se4 , 5 % d o s i n v e s t is e n d o m u i t o i m- rá superior a 3% neste ano", mentos, após dois pulsionado pelo disse Monteiro. O setor industrimestres consecucrédito, o tímido trial terá desempenho melhor, tivos de queda. As Projetávamos c r e s c i m e n t o d o segundo ele, crescendo 5%. exportações de bens um crescimento mercado de trabae serviços seguiram Lanterninha – Apesar do de investimento lho serve de obstáa trajetória ascenbom resultado obtido no seculo para o bom de- gundo trimestre, o Brasil ainda dente iniciada em pouco superior sempenho do setor. perde para a maioria dos paím e a d o s d e 2 0 0 3 , a 2% e veio Em relação ao mes- ses emergentes em taxas de c o m a u m e n t o d e 4,5% m o p e r í o d o d e crescimento. No mais recente 2,6%. Já o setor de Celso Toledo, 2004, o segundo tri- levantamento da revista The importações manteeconomista mestre deste ano te- Economist, Brasil, Polônia e ve a tendência prove uma alta de 3% Hungria dividiam a "lanternigressiva registrada por sete trimestres consecuti- no consumo das famílias. nha", com 2,9% de crescimento Opiniões divididas – Ape- do PIB no primeiro trimestre. vos, crescendo 2,4%. O consumo das famílias teve variação sar do resultado no semestre, Com o novo resultado, o Brapositiva de 0,9% e o do gover- economistas e empresários di- sil subiu no ranking de crescino, de 1,1% em relação ao tri- vergem quanto ao desempe- mento. Está agora em 18° lugar, nho do PIB no acumulado do à frente da Colômbia, Coréia do mestre anterior. Indústria – Enquanto isso, a ano. No próprio Relatório de Sul, Taiwan, Tailândia, México, indústria teve expansão de 3% Mercado, organizado pelo Hungria e Polônia. Mas, ainda contra a queda de 1% registra- Banco Central, a maioria dos perde de longe para o campeão da no período anterior. De analistas esperava uma expan- do crescimento, a Venezuela acordo com a técnica do IBGE, são de 3% em 2005. "Ainda é ce- (11,1%), e ainda para China Cláudia Dionísio, em parte is- do para afirmar que essa taxa (9,5%), Argentina (8%), Índia so se deve ao excepcional de- de crescimento permitirá ao (7%) e Chile (6,5%). sempenho do setor de extração Brasil crescer 5% como todos Juliana Tavares/AE mineral, que cresceu 17,5% no segundo trimestre deste ano, ADVOCACIA TRABALHISTA impulsionado pela extração de petróleo e carvão mineral. EMPRESARIAL ESPECIALIZADA Já o setor de serviços registrou Os Advogados, elevação de 1,2%, comparado OVIDIO LOPES GUIMARÃES JUNIOR à baixa de 0,2% no trimestre JOEL EDUARDO DE OLIVEIRA p a s s a d o . A a g ro p e c u á r i a ROGÉRIO PACILÉO NETO avançou 1,1%, contra a alta de Comunicam a todos os clientes e colegas a mudança do Escritório de 2,6% do período anterior. Advocacia Trabalhista para a Avenida Marquês de São Vicente, 121, Bloco B, Surpresas – O resultado já 13º andar, conjunto 1301, Barra Funda, São Paulo, SP, era esperado pelos economisCEP: 01139-001, Telefones: 11 3616-6544 - 3616-6546, a partir de 10/01/2005, onde estarão atendendo definifivamente. tas. "Os dados da indústria ao longo do primeiro semestre, o aumento das operações de crédito e o conseqüente crescimento do consumo sugeriam que o desempenho muito ruim Uma equipe altamente qualificada. no primeiro trimestre não era uma tendência", explica o ecoDesde um simples coquetel a nomista-chefe da MCM Conum primor oso jantar. sultores, Celso Toledo. Casamentos, aniver sários "O que nos surpreendeu positivamente foi a composição e eventos em ger al. da demanda: estávamos projeFone: 6547-1302 / 9412-6060 tando um crescimento de in-

Buffet Blue Star

CONSUMIDOR PESSIMISTA Pesquisa da FGV aponta piora no ânimo do brasileiro de julho para agosto Pablo de Souza/Luz

A

pesar do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) acima do esperado no primeiro semestre, o brasileiro está menos confiante com os rumos da economia nacional. A Sondagem de Expectativas do Consumidor, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que em agosto, houve piora em seis dos oito principais itens da pesquisa. Em relação à situação presente os resultados são, em média, os piores dos últimos 12 meses. Nas previsões para o futuro próximo, o grau de pessimismo com o cenário econômico do País e da família também é o maior já registrado desde o início da pesquisa, em outubro de 2002. "Talvez em 30 anos as coisas melhorem. Mas agora, não vejo solução para o Brasil", diz o vendedor ambulante Osmarildo Francisco, 37 anos, que resume nessas palavras a expectativa de muitos brasileiros. Segundo a sondagem da FGV, entre julho e agosto, aumentou de 37,3% para 39,9% a parcela de consumidores que afirma ter ocorrido piora no estado geral da economia. Apenas 9,5% acreditam que a situação esteja melhor. Famílias – Em relação à situação familiar, houve diminuição de 17,3% para 15,2% na parcela de pessoas que considera o momento melhor que há seis meses e de 22,1% para 20,7% nas que consideram a situação pior. Francisco, que vende doces e chocolates de porta em porta, está entre esses. "As pessoas estão sem dinheiro e cortam logo os gastos com supérfluos", acredita. Em casa, ele diz que a situação não é diferente. Até a esposa, que é diarista, não consegue trabalho. "Eu era

Talvez em 30 anos as coisas melhorem. Mas agora, não vejo solução para o Brasil Osmarildo Francisco

funcionário de uma metalúrgica, tinha carteira assinada e um bom trabalho. Depois, a coisa só fez piorar e por isso acho que não adianta mudar de governo. Quem sabe um dia os ricos resolvem dividir o dinheiro com a gente e tudo se resolve", sonha Francisco. E, ele não está sozinho. De acordo com a sondagem, no quesito que monitora o sentimento do consumidor em relação à situação econômica da família, a piora entre julho e agosto foi maior. Dos 1.438 entrevistados, 12,4% disseram que a situação atual é boa (1,4 pontos percentuais menor que em julho) e 28,1% acham que a situação está ruim (três pontos percentuais acima do registrado no mês anterior). Futuro – As expectativas para os próximos meses também não são animadoras. O grupo de consumidores que

acredita na melhora da situação econômica nos próximos seis meses despencou de 29,6% para 25,6%. Já o percentual de pessimistas aumentou de 22,3% para 24,%. Em relação à família, a proporção dos que esperam melhora reduziu-se de 52,1% para 46,7%. E dos que esperam piora, aumentou de 6,2% para 7%. Um futuro ruim é exatamente o sentimento da cozinheira Dirce Fátima Rezende dos Santos, de 52 anos. "Meu ex-marido e meu filho estão desempregados e está tudo tão difícil que não acho que eles vão arrumar trabalho tão cedo. Então, só resta eu ralar para cuidar da família." Contradições – Apesar do pessimismo, a pesquisa revela que os consumidores devem continuar comprando. A parcela de entrevistados que projetam gastos maiores com bens de alto valor aumentou de 12,5% em julho para 12,8% em agosto. Segundo a FGV, esse efeito é sazonal, sempre ocorre no segundo semestre, quando as pessoas começam a pensar nas compras de fim de ano. Mesmo assim, ainda há consumidores que dizem estar bem financeiramente e acreditam em um futuro melhor. É o caso do representante de vendas Fábio Roberto dos Santos, 28 anos. "Como trabalho com o setor alimentício, que está indo bem, exportando inclusive, só tenho boas notícias. Além disso, meus dois irmãos, que estavam desempregados, arrumaram novos trabalhos há pouco tempo", conta Santos. Ele reconhece entretanto, que "para a maior parte dos brasileiros a situação não está fácil. Basta olhar jornal para ver como estão as coisas". Fernanda Pressinott


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8 -.EMPRESAS

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

G Tintas ganham apelo emocional Suvinil e Coral investem na mudança do hábito dos consumidores. Cores devem transmitir sensações.

Cenas do cotidiano servem de base para a Coral definir a gama de cores da coleção Divulgação

Nuances de flores dão os tons do catálogo

Já o estudo de cores da moda eralmente pautada que permite que consumidor pela razão, a deci- escolha o tom que mais lhe para cada ano é conhecido no são de consumo pa- agrada. Na visão da direção da catálogo Colour Futures, rer a m a t e r i a i s d e indústria a tinta deixou de ser sultado de pesquisas realizaconstrução começa a ganhar produto de acabamento da das entre especialistas do setonovo viés. É que a indústria do obra para se transformar em re consumidores. "O material é setor verificou que a expansão ponto de partida da decora- inspiracional e destinado aos das vendas só será possível ção", explica Maurício Gaspe- profissionais da área, contrimediante o estabelecimento rini, gerente de produtos da buindo para combinações que ofereçam sensações de estímude uma relação emocional en- Coral. Ele afirma que, para este lo, conforto e tranqüilidade". tre clientes, marcas e produtos. Feng Shui – O uso da cor Essa é uma tendência interna- ano, a empresa planeja investir cional que contribui fortemen- R$ 42 milhões em marketing, o conforme as regras do Feng te para a receita do setor na Eu- equivalente a 76% do total de Shui é aproveitado tanto pela Coral como pela Suviaportes previstos para 2005. O ropa e nos Estados Uninil, que ensinam por dos, mas só recentemeio seus sites como o mente ganhou força no cliente deve combinar Brasil. O movimento as cores de acordo com a ocorre , em especial nas data de nascimento. A grandes capitais, em Suvinil investirá R$ 50 que a população voltou milhões em marketing a valorizar o ambiente até dezembro. "No últido lar por ser um dos mo ano fizemos uma poucos portos seguros pesquisa com duas mil que ainda restam. pessoas de capitais e Entre os que mais inidentificamos que a vestem no apelo das transformação dos amsensações está a indúsbientes pelo uso da cor é tria de tintas. Recentepouco conhecida, por mente a Suvinil, marca isso acreditamos que de tintas imobiliárias motivando o consumo, da Basf, lançou uma criaremos uma demancampanha nacional de da para o segundo setelevisão em que mosmestre", diz Amauri tra como a mudança da Ciani, gerente de martonalidade das paredes keting da fabricante. é capaz de contribuir Ele descreve que o obpara mudanças positijetivo da empresa é imvas na vida das pespulsionar em até 5% as soas. A atriz da Fernanvendas nos próximos da Torres foi uma das meses, retomando o escolhidas para a procrescimento em 2006. paganda na TV. Em 2004, a Suvinil auPioneirismo – Apesar disso, a pioneira em Nos EUA, o consumo per capta de tintas é de nove mentou a receita em litros por ano. No Brasil, as vendas crescem apenas 2,8% e a expectainvestimentos voltaconforme o investimento em marketing. tiva para 2005 é a manudos à sensibilização tenção dos resultados. dos consumidores quanto ao poder de transfor- objetivo é crescer 10%, estrei- "Durante a última década, o semação das cores no ambiente tando o relacionamento junto tor de construção civil chegou da casa foi a Coral, que desde aos clientes. "Em outubro des- a enfrentar retração e um dos 1996 é parte do grupo britânico t e a n o , o s i t e d a C o r a l fatores para a involução foi o ICI. A empresa traz conceitos (www.coral.com.br) vai apre- fato de que a decisão de consujá consolidados na cultura in- sentar uma nova ferramenta mo é demasiadamente racioglesa de habitar. "Antes mes- para a simulação de cores em nal quando o assunto é compra mo da aquisição pelo grupo es- ambientes, permitindo que o para reformas ou novas obras. trangeiro, a Coral já previa a usuário adapte imagens de cô- O consumo brasileiro per captendência de utilização das co- modos da sua própria casa ao ta de tintas é de apenas quatro res como forma de promover software que permite diferen- litros por ano, menos da metaambientes exclusivos. Fomos tes combinações de tonalida- de verificada entre os nortepioneiros no lançamento do des nas paredes, rodapés e mó- americanos". sistema tintométrico, em 1992, veis", anuncia. Juliana de Moraes

A Campanha pela Real Beleza da linha de cremes firmadores da Dove, da Unilever, ajudou as vendas crescerem 30%.

Personagens do mundo real Vendas da Unilever disparam com publicidade que mostra mulheres "normais"

O

s números mostram que as consumidoras estavam cansadas de ser bombardeadas por campanhas que impunham um padrão de beleza quase impossível de ser seguido - e que provocavam uma imensa sensação de frustração na maioria. A Unilever, dona da marca Dove, fez o caminho inverso. Enxergou as mulheres "normais" e colhe os frutos pela "campanha pela real beleza", lançada em setembro do ano passado. No último trimestre de 2004 as vendas cresceram 30% em relação a igual período de 2003. Entre abril e junho deste ano o índice também teve alta, de 33%, se compararmos com os mesmos meses de 2004. Nem a empresa esperava um retorno tão marcante. "O assunto teve uma das repercussões mais positivas de nossa história. Aos poucos, percebemos que a questão vem ganhando espaço na mídia, inclusive com outras marcas adotando esse concei-

to. Na Europa, a mesma campanha foi sucesso absoluto no ano passado. Esperamos que no Brasil a repercussão se repita e que as mulheres se vejam e se identifiquem, independentemente do corpo que possuem", afirma a gerente de marketing da marca Dove, Patricia Aversi. Na campanha, sete mulheres selecionadas nas ruas posaram associando com orgulho um belo sorriso às gordurinhas a mais, reveladas pela lingerie branca. Claro que as consumidoras consideradas tão "normais" quanto as retratadas na peça publicitária se identificaram prontamente com o que estavam vendo e se sentiram prestigiadas. "O objetivo é aumentar a auto-estima das mulheres e fazer com que elas parem de sofrer com os atuais estereótipos de beleza". A empresa aposta num setor que movimentou R$ 13,1 bilhões no Brasil só em 2004. O cálculo é da Associação Brasi-

leira da Indústria da Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). Site da Beleza - A Dove criou o site www.campanhapelarealbeleza.com.br. Quem acessa, tem a possibilidade de participar de votações com perguntas como "Dove acha que a beleza não veste só manequim 38. E você?" o outro mote é: "É necessário silicone para ser feliz ?" São registrados por mês 200 mil acessos. Pesquisa – A Unilever encomendou uma pesquisa, feita em dez países, que revelou que 75% das mulheres gostariam que a mídia retratasse a beleza de forma mais natural. O projeto contou com a participação de uma especialista da Universidade de Harvard. Foram ouvidas três mil consumidoras: apenas 2% se definiram como bonitas; 75% classificaram a própria beleza como mediana. Quase 50% declararam estar acima do peso ideal. Neide Martingo


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

TURISMO - 1

´

CANCUN

Reprodução

TURISTA GLS É ALVO NA FRANÇA E NA ALEMANHA Os dois países europeus investem neste perfil de viajante. E lançam no Brasil guias específicos, com dicas que vão de hotéis a discotecas e museus. Pág. 2 Flavia Perin

Estrela da Riviera Maia

P rincipal destino dos turistas que visitam o México, este balneário nunca sai de moda. Localizado na Península de Yucatán (a chamada Riviera Maia), reúne 22 quilômetros de areias branquinhas banhadas pelo Mar do Caribe e cerca de 100 resorts e hotéis de luxo. Sem falar nos restaurantes, shoppings e casas noturnas. Não é à toa que a cidade recebe sozinha, anualmente, mais de 3 milhões de visitantes. Págs. 4 a 7

Divulgação/Xcaret

Divulgação/Señor Frog's

As várias tonalidades de azul do mar encantam à primeira vista. É uma das razões pela qual as atrações mais procuradas sejam os parques aquáticos, como o Xcaret (ao lado), onde se pode nadar com golfinhos. Depois de gastar as energias, o viajante se delicia com pratos exóticos. No eclético Señor Frog's (ao lado), muitas receitas típicas mexicanas


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS - 9

A EXIGÊNCIA DO ECF PARA OS CONTRIBUINTES DO ISS DEIXA SETOR DE SERVIÇOS EM ESTADO DE ALERTA Marcos Fernandes/AgLuz

VEM AÍ MAIS UM ÔNUS IMPOSTO PELO FISCO Arquivo

Carlos Tanzilo, sócio da padaria D'Arte, com uma fôrma de pães, agora com alíquota zero de ICMS

Isenção do ICMS pode reduzir em 5% o preço do pão francês Paulo Pampolin/Digna Imagem

O

preço do pãozinho deve sofrer uma queda entre R$ 0,01 a R$ 0,02 nos próximos dois meses. A previsão é do presidente do Sindicato e Associação da Indústria de Panificação e Confeitaria de São Paulo (Sindipan e Aipan-SP), Frederico Maia, que calcula uma redução de 5% nos preços depois da aprovação, nesta terçafeira, pela Assembléia Legislativa de São Paulo, do Projeto de Lei nº 318/2005. O projeto garante alíquota zero do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o trigo em grão, farinha de trigo, pão francês, macarrão e bolachas não recheadas. O PL deve ser transformado em lei nos próximos dias, já que aguarda apenas a sanção do governador Geraldo Alckmin, que enviou a proposta junto com o pacote de medidas conhecido como "Outono Tributário". Segundo Maia, até

60% do trigo consumido no Brasil é importado. Mas, segundo o diretor do Sindicato da Indústria do Trigo do Estado de São Paulo (Sindustrigo), Ricardo Ferraz, este quadro deve mudar em breve. "Com certeza este benefício tributário será um grande impulso para o aumento do plantio e produção de trigo no estado", anima-se Ferraz. Cofins - O próximo passo do setor é intensificar as reivindicações junto ao governo federal para conseguir, também, zerar a as alíquotas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) do trigo e derivados. "Estamos nesta luta há dois anos. A farinha faz parte da alimentação básica do cidadão da mesma forma que o arroz, que já conseguiu este benefício", comenta Ferraz.

Maia: luta pela isenção do PIS/Cofins

mesmo as padarias enquadradas no Simples, que já pagam alíquota reduzida de impostos, devem ceder e reduzir o valor do pão francês. Isso porque haverá uma alteração no preço de mercado pelas padarias que não contam com os benefícios do regime simplificado e todas deverão reduzir seus preços para poder competir. "O valor só não será reduzido antes porque muitas padarias ainda têm estoque de farinha", afirma Maia. De acordo com ele, outro motivo que levaria as padarias a não repassarem o benefício ao consumidor final seria um aumento da matéria-prima no exterior, já que atualmente

IR

Márcia Rodrigues

O prazo para os isentos prestarem contas ao Leão começa hoje, com 15 dias de atraso com relação ao ano passado. O documento poderá ser enviado até o dia 30 de novembro.

Receita começa a receber declaração de isentos Receita Federal do Brasil começa hoje a receber as declarações de isento do Imposto de Renda das pessoas físicas que tiveram em 2004 rendimentos de até R$ 12,696 mil. O prazo para o envio do documento termina no dia 30 de novembro. Neste ano, os isentos terão 15 dias a menos para prestar contas ao Leão, já que no ano passado o prazo de entrega foi aberto na primeira quinzena de agosto. A declaração poderá ser feita na página da Receita na internet (www.receita.fazen-

A

da.gov.br), nas casas lotéricas, nas agências dos Correios e no Banco do Brasil (só para clientes). Segundo a Receita, o Banco Popular do Brasil e os Caixa Aqui, da Caixa Econômica Federal – localizados em supermercados, farmácias, padarias, etc – também estão autorizados a receber a declaração. Custo - No BB, lotéricas, Banco Popular e na rede Caixa Aqui, o custo da declaração é de R$ 1. Nos Correios é de R$ 2,40. A Caixa Econômica não receberá a declaração nos terminais de auto-atendimento.

A Receita espera que cerca de 60 milhões de brasileiros se declarem isentos este ano. Em 2004, foram 58 milhões. Quem deixa de declarar o Imposto de Renda por um ano tem a inscrição no Cadastro da Pessoa Física (CPF) considerada "pendente". Se a omissão persiste por dois anos, o documento é suspenso. Sem ele, o contribuinte fica impedido de abrir conta, pedir crediário, tirar passaporte, participar de concurso público e receber benefícios da Previdência. (Agências)

A

s milhares de empresas contribuintes do Imposto Sobre Serviços (ISS) na cidade de São Paulo estão apreensivas para saber se serão obrigadas a instalar o Emissor de Cupom Fiscal (ECF). O Decreto nº 46.233/05, publicado na última terça-feira pela Prefeitura de São Paulo, regulamenta o uso do equipamento pelo setor, mas não especifica quais contribuintes serão obrigados, nem o prazo para a instalação. A Secretaria de Finanças do Município promete publicar uma portaria para detalhar a legislação em breve, mas a polêmica em torno do ônus da máquina para os pequenos empreendedores já começou. O Fisco afirma que ainda não sabe quando a portaria será publicada, mas deixa claro que quem já usa a impressora fiscal autorizada pelo estado poderá mantê-la para o controle do ISS. "De qualquer maneira, o ECF é mais um pesado ônus porque a maioria dos prestadores de serviço são pequenos empresários, empre-

Impressora fiscal usada no comércio

sas uniprofissionais", critica Luigi Nese, vice-presidente da Federação de Serviços do Estado de São Paulo (Fesesp). "É mais um absurdo da Prefeitura porque a medida vai afastar a intenção de prestadores de serviço de se estabelecerem em São Paulo", diz. O novo decreto estabelece ainda que quem usar ECF nãoautorizado estará sujeito à apreensão do emissor ou ao arbitramento da base de cálculo do ISS. O empresariado espera ao menos a concessão de crédito para compensar o custo do equipamento. "Sendo o emissor um instrumento de fiscalização, deve caber ao Fisco bancar o ônus ou ao menos dividí-

lo com o contribuinte. Afinal, a função de fiscalizar é do Fisco", diz Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Histórico - Foi com este argumento que a ACSP ingressou, no ano passado, com ação contra a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz), que obriga os estabelecimentos comerciais que faturarem no mínimo R$ 120 mil no ano anterior a instalarem o equipamento. A entidade obteve uma liminar que liberava o uso do emissor e, apesar de derrubada, surtiu um importante efeito. Por meio do Decreto n° 49.203/04, a Sefaz concedeu aos contribuintes do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) um crédito no valor de R$ 2 mil para a aquisição do emissor e de mais R$ 2 mil para a sua interligação ao TEF (para registro de operações via cartão de crédito ou débito), que podem ser abatidos do ICMS em até 12 parcelas mensais e consecutivas. Laura Ignacio

Projeto polêmico altera cobrança para estacionar em shoppings s shopping centers e hipermercados paulistas correm o risco de não poderem mais cobrar pelo uso do estacionamento nos moldes atuais. O Projeto de Lei nº 35/05, aprovado na última terça-feira pela Assembléia Legislativa de São Paulo, prevê o pagamento apenas para quem não consumir, nestes estabelecimentos, o equivalente a dez vezes o valor cobrado de estacionamento. Então, se o período de quatro horas para parar o carro em uma vaga custar R$ 4,00, o cliente deverá consumir R$ 40,00, e apresentar a nota fiscal para não pagar nada. Segundo a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), boa parte dos consumidores deixará de pagar pelo uso da vaga pois cerca de 90% dos freqüentadores de shoppings em São Paulo consomem entre R$ 20,00 e R$ 40,00. O valor pode chegar a R$ 70,00 nas lojas mais sofisticadas. A proposta divide opiniões e é tão polêmica quanto o projeto similar aprovado no primeiro semestre deste ano na Câmara Municipal de São Paulo, mas vetado pelo prefeito José Serra. Há quem acredite que o projeto estadual terá o mesmo destino do municipal. "A idéia é boa pa-

O

ra a população, mas esbarra na legislação, pois é inconstitucional," afirma a advogada do escritório Leite, Tosto e Barros Advogados, Daniela Ricci. Ela lembra que há decisão no Supremo Tribunal Federal (STF) favorável à cobrança do estacionamento pelos shoppings. O diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, afirma que a medida restringe a liberdade da iniciativa privada. "O empresário não precisa de ninguém para mostrar o que fazer para incrementar seu negócio. Quem fixa as regras da atividade na sua área é a empresa, não é necessário um projeto de lei. Ao consumidor, resta aceitá-las ou procurar outra opção", diz. Aprovação - Uma pesquisa feita este ano pelo Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas-SP) apontou que 83% dos proprietários de lojas em shoppings são favoráveis à gratuidade dos estacionamentos. Consideram que essa medida pode incrementar as vendas. "As pessoas vão gastar mais", diz o consultor jurídico do Sindilojas, Luis Toledo Leite. Mas, para o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun, a experiência mostra que a medida

não estimulará as vendas e abrirá espaço para discussões judiciais, como aconteceu no Rio de Janeiro. Lá, um projeto de lei que prevê a mesma gratuidade, depois de sancionado, bateu às portas do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Isso porque a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) entrou com uma ação e conseguiu liminar contra a medida. Logo depois, o STJ manteve a liminar para os estabelecimentos poderem cobrar o estacionamento. "Por cerca de um mês em que a lei esteve em vigor, as vendas não aumentaram", lembra Sahyoun. O dirigente acredita ainda que a medida pode ter o efeito inverso. Ela pode forçar os lojistas a aumentar os preços de produtos. Isso porque como a receita do estacionamento será reduzida, o valor do condomínio a ser pago pelos lojistas será maior. Hoje, a receita dos estacionamentos reduz o valor total do condomínio que é dividido entre os lojistas. O presidente da Alshop também critica a interferência do poder público na iniciativa privada. "Os deputados deveriam priorizar problemas ligados à saúde e segurança", diz. Adriana David


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.TURISMO

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

MERCADO

França e Alemanha apostam no turismo GLS Os dois países europeus lançaram em São Paulo suas brochuras desenvolvidas especialmente para esse segmento Por Antonella Salem Divulgação/DZT

A agitada Berlim é a cidade alemã número um para o turista GLS. Há desde boates até museus específicos. “Tem até um prefeito gay assumido”, comenta a representante do DZT no Brasil, Adriana Martins

A

bandeira do arcoíris foi fincada definitivamente nos territórios da França e da Alemanha. De desfiles de rua ao longo de todo o ano a bares, restaurantes e hotéis classificados como “gay friendly”, os dois países europeus exibem um efervescente cenário GLS. Pensando nisso, o Centro de Turismo Alemão (DZT) e a Maison de la France no Brasil lançaram juntos, em São Paulo, suas brochuras “Gayfriendly Guide Germany - 2005/2006” e “France Guide for the Gay Traveler”. “É um mercado muito promissor”, disse a representante do DZT no País, Adriana Martins. “Gays e lésbicas já são na Alemanha um grupo-alvo extremamente importante e vamos iniciar este trabalho no Brasil e na América do Sul para divulgar as nossas atrações”, completou. Primeira ação do DZT junto a esse viajante no Brasil, as publicações vem em formato bilíngüe (inglês e alemão) e a entidade oferecerá em breve o conteúdo em português em seu site www.visitealemanha.com. “Esperamos que este link seja um campeão de audiência.” Segundo Adriana, Berlim é a cidade número um na Alemanha para o turista GLS. “Tem até um prefeito gay assumido”, exemplifica. Hot spots (entre boates, clubes com sauna e cafés) e sites úteis de serviço (Gay Information Center e Gay Museum, por exemplo) são apenas algumas das informações disponíveis. E além da vibrante capital, as cidades mais “quentes” do país, de acordo com o DZT, são Hamburgo, Frankfurt, Colônia e Munique. De todas, há dicas sob medida. Vale lembrar que as cinco serão sede de jogos da Copa do Mundo do ano que vem. O guia alemão traz, ainda, a Pink Timetable, um cronograma com todos os eventos ligados ao GLS, com datas. Paradas, festas, cultura... E em breve, de acordo com a representante do DZT, operadoras de turis-

viajantes GLS, de acordo com ela tratase de um segmento que se desenvolveu muito nos últimos anos e que representa uma parcela significativa da receita turística da França. “Esse turista gasta uma fortuna”, comenta. A publicação francesa, produzida em inglês, traz os melhores endereços para o viajante. Spas urbanos, restaurantes, bares e nightclubs “gay friendly”, espalhad o s p o r v á r i a s r egiões, estão listados. Sem contar os hotéis. No Marais, em Paris, por exemplo, uma dica é o Hotel de la Bretonnerie, um dos melhores no descolado bairro. E o guia inclui contatos de agências de turismo locais especializadas, sites, revistas e associações. Em breve, o conteúdo completo também poderá ser visto online, no site www.franceguide.com. Brochuras "gay friendly": a publicação da Um aperitivo: nas França (acima) faz parte de um trabalho de próximas três semaquatro anos com esse filão. O guia bilíngüe nas, quem for ao resda Alemanha é novidade no setor taurante Ritz, na Alameda Franca – palco mo brasileiras, como CVC e do lançamento das publicaÁlibi, prometem lançar paco- ções esta semana –, em São Paulo, verá as vitrines temátites completos. Pioneira – A nova brochura cas criadas para o evento pela da França faz parte de um tra- artista plástica Flávia Del Prá. balho que já tem quatro anos No espaço francês, há uma cajunto ao viajante GLS brasilei- deira no estilo Luís XV. No alero. Em 2003, a Maison de la mão, uma outra inspirada em France Brasil lançou até uma Bauhaus. E os clientes do Ritz rubrica especial em seu site – ganharão as brochuras. Tentaagora reformulada e que conta ções para viajar aos dois países com a participação de Franco não hão de faltar. Reinaudo, da Álibi Turismo. O SERVIÇO profissional compartilha sua experiência em viagens com os Mais informações sobre internautas, dá dicas e colaboos guias GLS no DZT ra com matérias. (tel. 11/5181-2310, site “É um segmento super imwww.visitealemanha.com) portante para nós”, disse Erika e na Maison de la France Balbino, da Maison de la Fran(tel. 11/3372-5503, site ce. Embora ainda não seja poswww.franceguide.com). sível quantificar o universo de

Divulgação/Panrotas

Presidente da TCM, Bernardo Feldberg (à esq.) e presidente da Favecc, Goiaci Alves Guimarães: entidades de agências de contas corporativas

Gestores de viagens serão premiados a partir de 2006 A TMC Brasil - Associação das Empresas Administradoras de Viagens de Negócios do Brasil - decidiu criar uma premiação para os gestores de viagens corporativas. O prêmio deve começar no próximo ano e foi uma das decisões da reunião da entidade em Brasília, na unidade da Blue Tree, para definir metas e fazer um balanço do começo de sua operação. O presidente da TMC, Bernardo Feldberg, analisa que essa função de gestor de viagem é muito recente e está crescendo significativamente. “Consideramos interessante premiar os travel managers mais profissionais”, disse. A perspectiva é que a premiação fique para novembro. O cargo de gestor de viagens nas empresas foi criado recentemente. Até pouco tempo, o responsável pelo gerenciamento das viagens era um funcionário do departamento de recursos humanos. Mas com a busca de redução de custos, as empresas decidiram deixar uma pessoa exclusivamente responsável por esse segmento e buscar negociações e formas de diminuir gastos sem impedir novos negócios fechados em viagens. Outra perspectiva da entidade é que a partir do próximo ano os dados de mercado da TMC sejam divulgados mensalmente. Durante o primeiro semestre, as empresas associadas à TMC faturaram cerca de R$ 1,4 bilhão. Com isso, a previsão do presidente da associação, Bernardo Feldberg, é de que o

faturamento anual alcance R$ 3 bilhões. Esse resultado representa um aumento de mais de 10% com relação ao ano passado, com estimativa de vendas de R$ 2,7 bilhões. “O segundo semestre deverá ser bom, mas pode ser uma decepção com relação ao previsto no início do ano”, disse. O executivo explicou que as operações cresceram muito mais do que os 10% do faturamento, mas com a redução do tíquete médio, as empresas precisam trabalhar mais para atingir patamares anteriores de receita. A TMC é formada pelas empresas CWT, American Express Business Travel, BTI, Avipam, BBTur e Kontik. As empresas da TMC pertenciam ao Fórum das Agências de Viagens Especializadas em Contas Comerciais (Favecc), mas consideraram que essa entidade, que reúne agentes especializados em viagens corporativas de todos os tamanhos, não atendia devidamente as necessidades do segmento de grandes contas corporativas. A criação da TMC neste ano não menosprezou o poder do Favecc. A entidade completou 11 anos de criação, fundada pelo atual presidente, Goiaci Alves Guimarães. No ano de 2004, as agências especializadas ligadas à associação movimentaram R$ 3,8 bilhões. Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

14 -.NACIONAL

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

SOBE E DESCE DA INDÚSTRIA DE SÃO PAULO CONTINUA: NOVA REDUÇÃO NA PRODUÇÃO NO MÊS DE JULHO Robson Ventura/Folha Imagem

QUEDA DA PRODUÇÃO PAULISTA É DE 2%

O

3,9% 5%

Importadas

SÓ bebidaS Nacionais

Setor automotivo teve redução na utilização da capacidade instalada. Mesmo assim, mantém previsão de alta de 5% nas vendas este ano

Novo Vectra ainda não existe, mas já tem preço

O

carro ainda não existe, mas a partir de sábado, dia 3, todas as concessionárias Chevrolet (535 em todo o País) estarão vendendo o novo Vectra, por um inédito programa de pré-venda com preço garantido na entrega (dentro de um mês). O modelo, que só será lançado em outubro, custará a partir

de R$ 59.990, na versão Elegance, com motor 2.0, e a partir de R$ 79.990, para a topo da linha, Elite. Desenvolvido no Brasil com design e engenharia da GMB, o carro é o terceiro da geração Vectra. O primeiro chegou ao País em 1993, sendo substituído em 1995, pelo modelo descontinuado há dois meses.

Aumento tímido no volume de produção do primeiro semestre foi causado principalmente pelas exportações Ernesto Rodrigues/AE

O

setor de embalagens registrou um crescimento modesto no primeiro semestre deste ano. O volume de produção subiu apenas 1,8% em relação ao ano passado e, se a expectativa de 0,5% de aumento para os próximos seis meses se confirmar, deve atingir 1,1% de expansão até o final do ano. Os dados foram apresentados ontem pela Associação Brasileira de Embalagem (Abre) e fazem parte de uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). "O resultado ficou abaixo dos 4% a 5% projetados pelo setor", afirma Fábio Mestriner, presidente da Abre. "O desempenho no período sofreu impacto direto de quatro fatores: consumo interno, exportações, desempenho da agroindústria, e as vendas das embalagens vazias para o mercado internacional", diz. Segundo Mestriner, foram

Fábrica de papelão, que produz embalagens para indústria de alimentos

verificados dois cenários favoráveis: as exportações de produtos nacionais em geral – que batem recordes seguidos – e as vendas de embalagens vazias ao mercado internacional – que totalizaram US$ 147,7 milhões nos primeiros seis meses do ano. "Esperamos finalizar o ano negociando US$ 300 milhões. Em 2004, o setor exportou US$ 292,5 milhões", afirma.

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EMBALAGEM: SETOR CRESCE 1,8%

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Em queda – Entre os fatores que pressionaram para baixo o resultado da indústria de embalagens se destaca os problemas do agronegócio. "A agroindústria não foi bem. E os números dessa produção afetam o nosso setor. Quanto mais se produz, mais se embala", diz Mestriner. Ele explica que, além dos fatores climáticos, houve queda no preço dos commodities

internacionais e também no valor dos insumos agrícolas, o que atingiu negativamente o desempenho do segmento. A situação econômica interna também não favoreceu a produção de embalagens. "Registramos queda no consumo, provocada principalmente pela diminuição da renda média da população", afirma o presidente da Abre. Mestriner ressalta que 62% das embalagens são utilizadas pelos setores de alimentação e bebidas, que dependem diretamente da renda. Faturamento – Ele afirma também que os números da indústria de embalagens ainda são tímidos. O faturamento anual do setor deve atingir R$ 32 bilhões até o final do ano, contra R$ 28,5 bilhões de 2004. "As exportações representam 2,5% do total produzido", diz. O setor emprega cerca de 167 mil profissionais. Alexandre Ventura DC

mês de julho regis- ção de emprego e o aumento trou redução de 2% do consumo. Até o momento, a na produção indus- blindagem só está sendo feita trial de São Paulo para o pagamento da dívida". Na opinião de Tabacof, a crifrente a junho, segundo o Indicador de Nível de Atividade se política não tem influência (INA). Descontada a sazonali- sobre os resultados negativos dade, a queda foi de 2,7%. O le- do INA. Para ele, a redução no vantamento, feito pela Federa- consumo poderia ser uma jusção das Indústrias do Estado tificativa para a queda ocorride São Paulo (Fiesp) em parce- da em julho. Ele lembrou que a ria com o Centro das Indús- demanda reprimida é muito trias do Estado e São Paulo grande e o que acontece na política pouco afeta a disposição (Ciesp), cobre 17 setores. Embora em anos anteriores do brasileiro em consumir. O o mês de julho tenha se carac- que determina mesmo o conterizado como positivo, este sumo é emprego e salário. Capacidade – O nível de ano, trouxe resultados negativos em todos os ramos de ati- utilização da capacidade instalada também apontou queda vidade pesquisados. O balanço foi divulgado pe- na maioria dos setores que a los diretores do departamento pesquisa abrange. A indústria au tomo bilí stide economia da ca foi um dos Fiesp, Paulo setores que reFrancini, e gistrou reduCiesp, Boris Tação no nível de bacof, que conutilização da t e mp o r i z ar a m Foi o quanto capacidade dizendo que instalada. O não há nenhucresceu a segmento pasma surpresa. "A produção no sou de uma taredução de 2% xa de ocupação oscila dentro de acumulado do ano de 91,7 em juuma linha de esnho para 88,8% tabilidade da em julho. a t i v i d a d e i nCom queda dustrial. Como de 6,7% ou d i z re s p e i t o a 3,5% (desconum único mês, tando a variaainda não pode ção sazonal), o ser considerado É a estimativa do setor automotium sinalizador vo teve um jude que a indússetor automotivo lho diferente tria vá seguir para as vendas até de outros anos. uma tendência O resultado nede queda", exo final de 2005 gativo não alteplicou Francini. rou as estimatiPara ele, esse resultado não foi uma decep- vas do setor para o ano. A Asção assim como o resultado an- sociação Nacional dos Fabriterior (junho) que apontou c a n t e s d e V e í c u l o s crescimento de 2% não foi con- Automotores (Anfavea) mansiderado uma retomada. Por tém a previsão de aumento de esse motivo, ele acredita que o 5% nas vendas internas e esticrescimento da economia do ma venda de aproximadamenBrasil deverá ficar abaixo tanto te 1,65 milhão de automóveis da média mundial como dos até o final do ano. Alguns setores conseguipaíses emergentes. Ano positivo – No acumu- ram se manter na linha de estalado do ano, no entanto, o INA bilidade quanto ao nível de continua positivo, com au- utilização da capacidade como mento de 3,9% de janeiro a ju- Coque, Refino de Petroquímilho em relação ao mesmo pe- co Combustível Nucelar e Produção Álcool; Produtos Mineríodo do ano passado. Tabacof atribuiu a redução rais não Metálicos; Máquinas e de julho à atual política econô- Equipamentos; Equipamenmica do governo que mantém tos de Escritório e Informática; as taxas de juros elevadas e o Máquinas, Aparelhos e Matecâmbio desfavorável à ativida- riais Elétricos; além de Móveis de industrial. "A verdadeira e Indústrias Diversas. blindagem econômica é a geraCejana Montelo

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

TURISMO - 3

Divulgação/Jefferson Pancieri/SP Turismo

Parque do Ibirapuera

São Paulo é verde Criado recentemente pela São Paulo Turismo e já comercializado pelas agências de viagens de todo o Brasil, eis um roteiro pelas áreas verdes da capital

Q

uando se pensa na cidade de São Paulo, verde não costuma ser a primeira cor que vem à cabeça. Mas até quem conhece bem a capital paulista pode se surpreender com a quantidade de áreas verdes que a maior metrópole da América Latina possui. O primeiro jardim público de São Paulo foi inaugurado em 1825, sendo o atual Jardim da Luz. O tema é o ponto de partida para o roteiro São Paulo Verde, lançado recentemente pela São Paulo Turismo e que já vem sendo comercializado pelas agências de viagens de todo o Brasil a partir de programas criados pela Trip on Jeep (tel.

11/5543-5281), Graffit Viagens e Turismo ( 11 /5 57 93629) e pela Service Global (11/3341-2577). Ibirapuera Na verdade, existem na capital 39 parques municipais, 12 estaduais e 11,2 milhões de metros quadrados de praças de grande porte. Juntos, eles somam uma área de 140 milhões de metros quadrados – em uma proporção de 13 metros quadrados de verde por habitante. O parque mais popular é o Parque do Ibirapuera, com 1,5 milhão de metros quadrados e que, além de lagos, fontes e muito verde, abriga em seu interior várias atrações cultu-

rais de destaque no cenário paulistano: o Museu de Arte Moderna (MAM), a Oca, consagrado espaço para exposições, a Fundação Bienal, o Museu Afro-Brasil, o Planetário e Escola Municipal de Astrofísica etc. Por semana, nada menos que 300 mil pessoas circulam pelo parque, principalmente nos fins de semana. E o passeio por ali já se tornou uma visita consagrada, praticamente um programa obrigatório para moradores e turistas, brasileiros ou não, que todos dos dias chegam à cidade. Capivari-Monos Recentemente descoberta pelos agentes de viagens, que

PANORAMA Zagaia Eco-resort agora é Blue Tree A partir do dia 1º de outubro, o Zagaia Eco-Resort Hotel, localizado no município de Bonito, Mato Grosso do Sul, começará a funcionar com a bandeira da rede Blue Tree Hotels. O eco-resort – que fica próximo das principais atrações turísticas e de lazer da região e é considerado uma das referências em hospedagem de alto padrão em Bonito – está passando por modificações em algumas instalações para se converter aos padrões da rede. Com este empreendimento, a Blue Tree passa a administrar 27 hotéis que somam mais de 6.200 apartamentos. Informações pelo site www. bluetree.com.br. Arte & Arquitetura: a nova rota da Suíça Na semana passada, o Switzerland Tourism, órgão de turismo suíço, e a The Leading Hotels of the World lançaram a terceira rota temática no país. Depois de "Luxo & Design" e "Vinho & Gastronomia", chegou a vez da "Arte & Arquitetura", que inclui 26 cidades com esta temática (entre elas, St. Gallen, Aarau, Bern e Zurique), além de curiosidades dos hotéis Leading nas localidades. Informações pelos sites www.myswitzerland.com/brazil (em inglês) e www.lhw.com. Vem aí o cartão turismo A Caixa Econômica Federal e a Visa firmaram nesta semana uma parceria para o lançamento do Cartão Turismo Caixa, que oferece opções de financiamento para gastos realizados em estabelecimentos ligados à indústria do turismo, tais como hotéis, companhias aéreas, restaurantes, agências de viagens, locadoras de carro e parques de diversão. Mais informações pelo site www.cef.gov.br. Adventura Sports Fair comemora resultados Realizada na semana passada na Bienal do Parque Ibirapuera, a Adventure Sports Fair, maior feira latino-americana de esportes, ecoturismo e aventura, comemora o sucesso. O evento reuniu 72 mil pessoas e gerou volume de negócios de cerca de R$ 85 milhões, superando a expectativa de crescimento de 15% comparado a 2004. "Hoje, a Adventure é referência no mercado outdoor não só no País como

na América Latina. Prova disso foi a maciça presença de outros países na feira deste ano", afirmou Sérgio Bernardi, diretor da Promotrade, empresa que organiza a feira. Hertz amplia programa de incentivo A Hertz, maior locadora de carros do mundo, expandiu o programa de fidelidade para clientes na América Latina, México e Caribe. O #1 Club Gold ganha ainda mais duas novas categorias para oferecer mais benefícios aos usuários freqüentes. É possível associar-se ao programa e acumular pontos em qualquer uma das unidades da locadora nos 150 países e 7.400 cidades em que está presente. Informações pelos tels. 0800/7017300 e (11) 30352811, site www.hertz.com.br. Nova ferramenta para a hotelaria A Avatar Interactive, agência interativa especializada na criação de sites corporativos e de soluções digitais personalizadas, acaba de lançar o "HotelNewMedia". A ferramenta, que será lançada na Equipotel nos dias 20 e 23 deste mês, tem o intuito de aumentar a ocupação dos hotéis, oferecendo um conjunto de soluções de marketing online de baixo custo para os empreendimentos hoteleiros. Com isso, o hotel terá site próprio, além do registro da marca como domínio na internet, cinco contas de e-mail, relatório completo de estatística de visitas e manutenção de conteúdo, com sistema de gerenciamento de usuários e de menu de navegação. Informações no site www.hotelnewmedia.com.br. NA AGENDA Artes e gastronomia em bairros do Rio Para comemorar seus 415 anos de existência, os bairros de Vargem Grande e Vargem Pequena, na zona oeste do Rio de Janeiro, irão promover – entre os dias 24 e 25 deste mês – o I Festival de Artes e Sabores das Vargens. Pelas ruas dos bairros, os visitantes poderão conhecer os 16 ateliês locais, e participar das atividades programadas, além de se deliciar nos restaurantes que fazem parte do circuito. A vez do jazz em Ouro Preto Entre os dias 15 e 17 deste mês, a charmosa cidade mineira de Ouro Preto se

transforma no palco do Tudo é Jazz Festival Internacional de Jazz de Ouro Preto, considerado um dos melhores eventos desse estilo musical no Brasil. Em suas três edições, o festival, que ocorre no Centro de Artes e Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto, já apresentou cerca de 75 músicos estrangeiros e mais de 100 brasileiros. E além das apresentações, há oficinas e workshops gratuitos (para participar é preciso mandar o currícul o p a r a o e - m a i l e v e n t o @ m u l tcult.com.br). Para as apresentações, os ingressos custam R$ 120 (por dia) e R$ 300 (o passaporte de três dias). Mais informações pelo site www.ouropreto.com.br. Em Atibaia, a tradição do morango e das flores O parque Edmundo Zanoni, em Atibaia, interior de São Paulo, recebe mais uma vez a tradicional Festa das Flores do Morango, com expectativa de receber mais de 120 mil visitantes este ano. Entre os dias 7 e 22 deste mês, a 25ª edição do evento terá um espaço de 40 mil m² com estufas para a exposição de flores e das mais diversas variedades de morango da região, que possui 15 milhões e 500 mil pés de morangos e produz 16 toneladas da fruta de maio a dezembro. Além de quatro restaurantes, barraquinhas venderão doces à base da fruta e arranjos com orquídeas e azaléias. Na programação também estão confirmadas apresentações culturais com grupos de dança que irão homenagear países como Rússia, Alemanha, Japão, Lituânia e Bolívia. Ingressos a R$12. Mais informações pelo tel. 0800/555979, sites www.comturatibaia.com.br e www.festadasfloresdeatibaia.com.br.

fizeram um tour pelo local a convite da São Paulo Turismo e se animaram com as perspectivas que se abrem para o produto e a vendas de pacotes aliados ao desenvolvimento sustentável, a APA (Área de Proteção Ambiental) CapivariMonos é a primeira e única reserva particular de patrimônio natural em zona urbana do Brasil. Localizada no extremosul da cidade de São Paulo, a APA possui 25 mil hectares, o que equivale a 1/6 da área do município. Está inserida na área de proteção aos mananciais sul, incluindo as bacias hidrográficas Guarapiranga, Billings e Capivari-Monos e também, na Reserva da Biosfera do Cinturão Verde. Em uma área de aproximadamente 80 alqueires está a Re-

serva Florestal Krukutu, que já sofreu intenso desmatamento e foi transformada em uma floresta de 800 mil árvores de 60 espécies diferentes. A recuperação resultou no retorno de tatus, pacas, quatis, antas, bichos-preguiça, onças, veados e cerca de 50 tipos de aves, como arapongas, tucanos e corujas. Com a recuperação, a Krukutu, segundo padrões técnicos da ONU, é responsável por 0,5% do oxigênio consumido em São Paulo. Ecoturismo A região da APA é pouco conhecida pela maioria dos paulistanos. A cobertura vegetal arbórea, representada pela Mata Atlântica, é bastante significativa. Existem pequenas áreas de mata primária e cam-

pos naturais, cercadas por grandes extensões de mata secundária em diferentes estágios de regeneração. A área tem grande potencial para a prática do ecoturismo, com a presença de cachoeiras e rios de água cristalina. Além disso, na Grande São Paulo está o enorme Parque da Cantareira, a maior floresta urbana nativa do mundo, com área equivalente a oito mil campos de futebol. Abrange parte dos municípios de São Paulo, Caieiras, Mairiporã e Guarulhos. SERVIÇO Mais informações sobre este e outros programas em São Paulo pelo site www.spturis.com.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

POLÍTICA - 15

CONGRESSO DERRUBA VETOS DO PRESIDENTE E MANTÉM AUMENTO DE SERVIDORES Sergio Lima/Folha Imagem

UM DURO GOLPE CONTRA O GOVERNO LULA

O O resultado no Congresso mostra que houve votos contra o Executivo na base aliada

Rombo no Orçamento pode chegar a R$ 9,8 bilhões

C

om a derrubada do veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao reajuste de 15% sobre o salário dos funcionários do Congresso, o rombo no Orçamento pode chegar a R$ 9,8 bilhões. A ameaça decorre da possibilidade de os servidores do Executivo e do Judiciário obterem na Justiça a extensão do mesmo aumento salarial, aprovado de forma linear para todos os funcionários do Senado, Câmara e Tribunal de Contas da União (TCU). Pela legislação, o governo precisa pagar a todos os servidores o mesmo reajuste anual, a título de reposição das perdas salariais. Se os funcionários do Legislativo obtêm um índice, o mesmo será devido aos demais Poderes. A interpretação é da Advocacia-Geral

da União (AGU) e balizou a decisão do presidente de vetar o projeto aprovado pelo Congresso no início do ano. Reajuste - Nos últimos três anos, para driblar essa camisa de força, o governo Lula tem dado reajustes simbólicos – 0,1% em 2005 – a título de reposição geral para os servidores. Isso não significa, porém, que os salários ficaram congelados, mas estão sendo aumentados por meio de gratificações e modificações pontuais nos planos de carreira das categorias escolhidas. Assim ocorreu com os servidores da Previdência, das universidades e de outros órgãos, que historicamente ganhavam menos e foram beneficiados pelos aumentos concedidos em 2004 e 2005. No caso dos 15% concedidos

ao Legislativo, no entanto, seu caráter é de reajuste geral e, por isso mesmo, deve ser reivindicado por outras categorias. Se ficasse restrito ao Senado, à Câmara e ao TCU, o custo para os cofres do governo não seria tão grande: R$ 577,9 milhões, este ano. Mas seria objeto de outro tipo de questionamento, de ordem ética: os servidores do Legislativo ganham, em média, muito mais do que os de outros órgãos e poderes. No Senado, a despesa média mensal por servidor foi de R$ 14.383 em 2004. Com o reajuste de 15%, subiria para mais de R$ 16,5 mil. Na Câmara, o valor médio recebido pelos funcionários é metade do que é pago pelo Senado, mas mais que o dobro do pago pelo Executivo. (AE)

presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve ontem uma derrota histórica no Congresso. Pela primeira vez nos dois anos e oito meses de governo, os parlamentares derrubaram vetos que Lula impôs a projetos de lei. Em sessão conjunta, os deputados e senadores restituíram a eficácia das propostas da Câmara e do Senado que deram reajuste salarial de 15% para os funcionários das duas Casas, vetados por ele em maio. O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), anunciou que a administração federal recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar a constitucionalidade dos textos. "Não há previsão orçamentária para o reajuste", afirmou, ressalvando o caso dos servidores da Câmara, que tiveram os recursos para o aumento incluídos no orçamento da Casa. O líder da minoria na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA), considerou a derrota do presidente como mais uma no "festival" de fracassos do Poder Executivo. "O governo não tem base segura para se manter vivo", afirmou Aleluia. A votação foi secreta, em cédulas colocadas em urnas, e a contagem dos votos foi processada na Secretaria Especial de Informática do Senado Federal (Prodasen). O veto presidencial à idéia de eleva-

Advocacia-geral estuda ingressar com Adin no STF

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governo avalia a proposta de técnicos do governo de entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) para tornar sem efeito a decisão da Câmara dos Deputados de conceder o reajuste de 15% aos servidores do Legislativo. O advogado-geral da União, Álvaro Augusto Ribeiro Costa, afirmou ontem que estudará a possibilidade. Por meio da assessoria, o chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Jaques Wagner, afirmou que a derrubada dos vetos do governo aos projetos que de concessão do aumento

salarial fere o artigo 169 da Constituição. "O artigo estabelece que só poderá ser pago (reajuste) se tiver dotação orçamentária suficiente e previsão na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)", ressaltou. "A derrubada dos vetos atende a interesses corporativos, embora conceder o reajuste seja justo." No entanto, dificilmente, uma ação nesse sentido teria sucesso no Supremo Tribunal Federal (STF). Ministros do Supremo consultados afirmaram que não há nenhuma irregularidade formal no fato de o Congresso derrubar vetos presidenciais. Segundo eles, esse é um direito do Parlamento. O procurador-

ção salarial dos funcionários da Câmara foi derrubado pelos deputados por 407 votos a 25, e pelos senadores, por 61 a 7. O veto ao projeto do Senado foi anulado pelos deputados por 370 votos a 59, e pelos senadores por 61 votos a 7. Os números foram divulgados pelo Senado. Para derrubar os vetos, era necessários 257 votos na Câmara e 41 no Senado. O resultado mostra que houve votos contra o Executivo na base aliada. Equívoco - "Não houve derrota para o governo", afirmou o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Para Calheiros, os vetos foram impostos de forma equivocada e o Legislativo apenas reparou esse equívoco. O prejuízo para o Palácio do Planalto só não foi maior na sessão de ontem porque a oposição concordou em fechar um acordo com os governistas para incluir na pauta de votação apenas os vetos referentes ao acréscimo salarial dos servidores. Caso outros vetos entrassem na pauta, o impacto fiscal poderia chegar a R$ 20 bilhões, de acordo com avaliação de Mercadante. Para evitar ameaça ao equilíbrio fiscal, o Planalto entrou em ação, ao procurar convencer os parlamentares a não ampliarem a pauta da sessão. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Murilo Portugal, ligou para Aleluia argu-

mentando sobre a necessidade da manutenção dos vetos presidenciais. "O governo está fragilizado e não dá para derrubarmos todos os vetos. Vamos esperar o governo se arrumar um pouco", disse Aleluia. A última vez que o Congresso derrubou veto presidencial foi em 9 de agosto de 2000, quando foi restituída a anistia das multas aplicadas pela Justiça Eleitoral, vetada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Nos oito anos de gestão Fernando Henrique, além desse veto, o Legislativo derrubou apenas um outro, em 12 de agosto de 1997, feito, parcialmente, ao projeto de planejamento familiar. O veto ao projeto que previa a esterilização de mulher provocou reações contrárias da mulher do presidente, Ruth Cardoso, que mobilizou parlamentares e o próprio FHC a favor da derrubada do veto. Em maio de 2004, o Congresso realizou sessão para analisar vetos de Lula, mas manteve todos eles. A decisão do Congresso deixou de fora os servidores do Tribunal de Contas da União (TCU), que também são funcionários do Legislativo. O reajuste beneficiará cerca de 30 mil servidores ativos e inativos da Câmara e do Senado. A folha de pagamento de cada uma das Casas é de R$ 1,8 bilhão, de acordo com informações da direção da Câmara. (AE)

Indignado, chateado e aborrecido O Alan Marques/Folha Image,

geral da República, Antônio Fernando de Souza, concorda com essa tese. Dificuldade - Uma eventual ação da AdvocaciaGeral da União (AGU) teria de provar que há inconstitucionalidades nos projetos que concederam aumento de salário aos servidores da Câmara e do Senado. Mas essa tarefa não é muito fácil. O STF enviará em breve à Câmara um projeto de lei propondo o reajuste nos salários de cerca de 100 mil funcionários do Judiciário da União. Segundo a Assessoria de Comunicação do Supremo, em alguns casos, o aumento será de cerca de 50%, mas o reajuste médio será de 22%. (AE)

presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou ontem que os presidentes do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), tiveram conduta "corporativista" no processo que resultou na derrubada dos vetos aos projetos de reajuste salarial dos servidores do Legislativo. Em conversas com ministros e parlamentares, Lula reconheceu, porém, que a derrota do governo era inevitável, pois o aumento foi promessa de campanha às Mesas do Congresso de Calheiros e Severino, em fevereiro. Responsável pela articulação com o Legislativo, o chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da

pois o momento não é dos melhores para o governo. Wagner e Lula tiveram um encontro à tarde para discutir que rumos o Planalto precisa tomar para não sofrer noLula critica conduta "corporativista" do Congresso vas derrotas no Legislativo. República, Jaques Wagner, tam- Um parlamentar que esteve bém disse, a interlocutores, que no gabinete presidencial ono corporativismo prevaleceu na tem relatou que Lula ficou "indignado", "chateado" e decisão da Câmara. "Lamento que interesses "aborrecido" com essa nova corporativos se coloquem aci- derrota, especialmente, com ma dos interesses da socieda- os líderes da base do goverde", reclamou. Wagner ressal- no na Câmara. Também critou, porém, que não é hora de ticou a atuação "personalisreclamar muito do Congresso, ta" dos aliados. (AE)

BANCO RODOBENS S.A. Atual Denominação do Banco Rede S/A CNPJ 33.603.457/0001-40 Rua Estado de Israel, 975 - São Paulo - SP - CEP 04022-002 Tel. (11) 5574-0055 - Fax (11) 5539-0077

BALANÇO PATRIMONIAL EM 30 DE JUNHO 2005 E 2004 ATIVO CIRCULANTE E REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Disponibilidades Aplicação interfinanceira de liquidez Em depósitos interfinanceiros Em operações compromissadas Titulos e valores mobiliários Instrumentos financeiros derivativos Operações de crédito Operações de crédito - Setor privado Provisão para créditos de liquidação duvidosa Outros créditos Rendas a receber Diversos Provisão para outros créditos de liquidação duvidosa Outros valores e bens Outros valores e bens PERMANENTE Investimentos Participação em controlada no país Outros investimentos Imobilizado Outros imobilizados de uso TOTAL DO ATIVO

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO

R$ MIL

PASSIVO 2005 2004 69.498 63.065 72 7 53.749 46.315 43.671 46.315 10.078 2 2 4 2.249 661 2.630 (657) (381) 14.762 13.457 6.725 2.562 8.047 10.930 (10) (35) 911 1.035 911 1.035 63.370 59.535 63.295 59.502 63.273 59.480 22 22 75 33 75 33 132.868 122.600

CIRCULANTE E EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Instrumentos financeiros derivativos Operações de swap Outras obrigações Sociais e estatutárias Fiscais e previdenciárias Diversas PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital - de domiciliados no país Reserva de lucros Lucros acumulados

2005 4.979 244 244 4.735 2.281 1.375 1.079 127.889 81.245 3.431 43.213

2004 2.595 173 173 2.422 1.471 951 120.005 81.245 2.987 35.773

TOTAL DO PASSIVO

132.868

122.600

Receita da intermediação financeira Operações de crédito Resultado de títulos e valores mobiliários Resultado com instrumentos financeiros derivativos Despesas da intermediação financeira Provisão para créditos de liquidação duvidosa Resultado bruto da intermediação financeira Outras receitas(despesas)operacionais Despesas de pessoal Outras despesas administrativas Despesas tributárias Resultado de participações em controlada Outras receitas operacionais Outras despesas operacionais Resultado operacional Resultado não operacional Resultado antes da tributação Imposto de renda e contribuição social Participação no resultado Resultado do semestre Número de ações (em milhares) Lucro por ações (R$ 1,00)

R$ MIL

Semestres findos em 30 de junho 2005 2004 5.764 3.659 1.315 285 4.489 3.719 (40) (345) (402) (6) (402) (6) 5.362 3.653 154 5.019 (502) (418) (699) (429) (223) (187) 3.029 6.289 231 361 (1.682) (597) 5.516 8.672 16 5.516 8.688 (641) (5) 5.511 8.047 81.245 81.245 0,068 0,099

DIRETORIA MILTON JORGE DE MIRANDA HAGE

VITOR CÉSAR BONVINO

PAULO HIDEAKI KAWAI

ELISA DO CÉU CORDEIRO

A íntegra das Demonstrações Contábeis foram publicadas no jornal "O Dia" (edição de 27.08.2005).

Paulo Hideaki Kawai Contador CRC 1SP136689/O-4


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.TURISMO

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

Divulgação/Conselho de Promoção Turística do México

Campeã do turismo mexicano O Mar do Caribe, e seus tons de azul-turquesa, é o pano de fundo para o destino paradisíaco que dá um show em infra-estrutura turística. Bem-vindo a Cancún Por Flavia Perin Flavia Perin

N

ão é à toa que Cancún logo vem à cabeça quando se pensa em visitar o México. Os primeiros a descobri-la, no entanto, foram os maias, que lhe deram o nome que, em sua língua, significa "serpente de ouro". Talvez, instintivamente, já previssem que um dia a cidade, localizada na Península de Yucatán (a chamada Riviera Maia), mais precisamente no Estado de Quintana Roo, alcançaria fama internacional e se tornaria o principal destino dos turistas que visitam o animado país. Na chegada, deve-se percorrer um bom trecho da Zona Hotelera – uma larga e extensa avenida que concentra resorts e grande complexos de hotéis – antes que se tenha a melhor das muitas surpresas que estão por vir. Os olhos do forasteiro, então, encontram o mar, de um azul indescritível, e ele se rende de pronto. Assim como o formato da cidade, que lembra um número sete, as águas do Mar do Caribe parecem ter sete tons, no mínimo. O olhar se fixará rumo ao horizonte tentando decifrar esse belo enigma de cores. Hotelaria – Mas há um outro i m p a c t o p re c e d e n t e p a r a quem vai a Cancún pela primeira vez. À medida que se avança pelo seu interior, chamam a atenção imponentes construções, dispostas lado a lado, à beira-mar: cerca de 100 resorts e hotéis de luxo, que juntos acomodam mais de 3 milhões de visitantes anualmente, em um total de 22 mil acomodações. Logo se nota que a cidade de Cancún, fundada 30 anos atrás, é uma bela jovem que cultiva um a mania de grandeza. Há aproximadamente 20 anos, a cidade começava a ser planejada e erguida para receber turistas, principalmente norte-americanos. A partir daí, seus 22 quilômetros de orla foram ganhando as mais variadas opções de hospedagem, lazer, gastronomia e compras. As maiores redes de hotelaria e fast-food do mundo estão lá presentes, por exemplo. E, debaixo da máscara civilizada que lhe puseram, encontra-se uma natureza privile-

giada, linda de causar espanto, além de um clima convidativo, seja pelo povo receptivo, seja pelo calor que bate os 30°C a maior parte do ano. Para que se tire o máximo de proveito dessa porção caribenha do México, é indicado voltar-se para as tão exuberantes e cristalinas águas e aproveitálas durante um bom tempo. Uma rica fauna surpreende os mergulhadores, permitindo que se pratique diversos tipos de esporte aquático, como scuba, snorkel ou sea trek. O ponto de partida pode ser um parque aquático, como Garrafón, em Isla Mujeres (a cerca de 7 km), Xcaret (a 72 km do aeroporto), ou Aqua World, às margens da própria Zona Hotelera. Badalação – Mas não pense que é só o dia de Cancún que pode ser preenchido: a noite também é repleta de atrativos por lá. Bares e discotecas convidam ao embalo até que o corpo tenha pique e acompanhe a animação típica dos mexicanos. Maurício Moraes/AE

Enfim, a fórmula local é simples: sol e mar, sossego ou agito, excelente infra-estrutura, diversão para todas idades e intenções. Por esses e outros motivos, fala-se com freqüência também que este é o destino preferido de um a cada cinco visitantes do Caribe. Realmente, Cancún é inteira do turismo. Mas, se você observar bem de perto, vai perceber que a essência e o encanto originais não se perderam. Suerte! A viagem foi oferecida pelo grupo Anderson's e Cancun Convention & Visitors Bureau

Do alto, tem-se a visão da cidade que tem o formato de um número 'sete' (no topo). Cancún é o destino preferido de um em cada cinco turistas que visitam o Caribe. A fórmula do sucesso é a mistura de um rico parque hoteleiro (ao lado), badalação noturna e atrações naturais, como belas praias e a Isla Mujeres (abaixo), ponto propício para a prática de mergulho


DIÁRIO DO COMÉRCIO

16 -.INTERNACIONAL

O

tamanho da tragédia podia ser medido pelas centenas de sapatos ensangüentados e abandonados na ponte sobre o Rio Tigre em AlKadhiriya, na capital do Iraque. Pouco depois das 10h30 locais (3h30 de Brasília), um grito de alerta sobre a presença de um homem-bomba deu início à correria. "Foi um verdadeiro inferno", lembra um membro da milícia Exército Mehdi, liderada pelo religioso radical xiita Moqtada al-Sadr. Pelo menos 1.030 pessoas morreram e outras 322 ficaram feridas, segundo os últimos números divulgados pelo Ministério do Interior, informou a rede de televisão Al - Jaazira. Uma multidão dirigia-se para uma cerimônia religiosa na mesquita de Kadhiriya, localizada na região norte da capital iraquiana, quando o falso alerta foi dado. "Centenas de pessoas começaram a correr e algumas se jogaram da ponte", disse um integrante das forças de segurança. "Muitos idosos morreram imediatamente... dezenas se afogaram. Muitos corpos ainda estão no rio e há barcos trabalhando para recolhê-los". A maior parte das vítimas era de mulheres e crianças que morreram afogadas ou pisoteadas. "As mulheres tinham mais dificuldade de se locomover", prosseguiu o miliciano, referindo-se ao pesado traje negro usado pelas xiitas. Aos milhares, os peregrinos convergiam para o bairro de Al-Kadhiriya dos principais distritos xiitas da capital iraq u i a n a : C i d a d e A l - S a d r, Chaab e Al-Qahida. Sob a vigilância dos milicianos, ziguezagueavam entre as barreiras de concreto instaladas em vários pontos de Bagdá para impedir atentados com carros-bomba. Cerca de 250 mil iraquianos viajaram para a mesquita vindos de todo o país a fim de participar do evento. A ponte foi construída no local onde o corpo do imã Musa al-Kadhim teria sido jogado após ele haver sido envenenado por supostos agentes do califa. Em meio ao desfile frenético de ambulâncias e os gritos de desespero das mulheres, a procissão religiosa continuava, com os fiéis demonstrando ainda mais fervor e os peregrinos se auto-flagelando ainda mais duramente. No hospital Nooman, no bairro sunita de Al-Adhamiya, centenas de cadáveres jaziam no chão do corredor, à espera de identificação. Dezenas de pessoas procuravam em desespero por parentes na recepção, onde o som de choro se misturava ao de telefones celulares.

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

TRAGÉDIA NO TIGRE Falso alerta de bomba mata mais de mil peregrinos Ahmad Al-Rubaye/AFP

O que restou das cenas de pânico: centenas de sapatos ensangüentados e abandonados na ponte que caiu sobre o Rio Tigre Ahmad Al-Rubaye/AFP

Centenas de peregrinos caíram ou se jogaram nas águas do Tigre

contrado perto do corpo da mãe morta. O ministro do Interior Bayan Jabor e outras duas autoridades xiitas responsabilizaram os insurgentes sunitas pela tragédia, dizendo que um deles havia disseminado o boato sobre o homem-bomba no meio da multidão. "O que aconteceu não teve nada a ver com as ten-

Apesar de o Iraque estar habituado com os massacres nas ruas de suas cidades, o choque provocado pelo incidente foi grande e o primeiro-ministro iraquiano, Ibrahim Jaafari, declarou três dias de luto. Durante as constantes transmissões televisivas sobre o desastre, houve um apelo para que parentes buscassem um bebê en-

Karim Sahib/AFP

Não havia ambulâncias suficientes para atender as vítimas

sões sectárias", retrucou o ministro iraquiano de Defesa, Saadoun al-Dulaimi, um árabe sunita. Segundo ele, o tumulto não teve relação com as tensões religiosas e étnicas que se acirraram depois da invasão liderada pelos EUA. Algumas testemunhas responsabilizaram a falta de organização na ceri-

mônia pelo grande número de mortos. Antes do trágico tumulto, três outros ataques com morteiros e mísseis contra a multidão que se concentrava para lembrar o martírio de Musa al-Kadhim, mataram sete pessoas. Estes ataques foram reivindicados por um grupo pouco conhecido de militantes sunitas. (Reuters/AE)

Gilles Lapouge/AE

ANTI-ESTUPRO

U

Robert Sullivan/AFP

juntamente com a amiga Letícia Figueiredo Alves da Silva Campos, de 21 anos, refugiouse no Superdome. "Eles estão brigando entre si, estão se matando. A Mônica disse que outras pessoas não estão suportando o sofrimento e estão se suicidando". Estas foram suas últimas palavras antes da bateria do celular acabar. No Rio de Janeiro, Márcia Picolo aguarda novas notícias do filho Marcos Frias Picolo Peres, de 24 anos, um engenheiro naval que se abrigou na casa de um amigo e fez apenas um contato por telefone. "Ele disse que havia conseguido um carro e estava a caminho de Houston, por isso o celular funcionou, mas sabia que não teria gasolina suficiente para completar a viagem", diz a mãe. Segundo o Consulado do Brasil em Houston, no Texas, há pelo menos uma dezena de brasileiros isolados em hotéis de New Orleans que esperam o resgate.

ÓRBITA

Joe Skipper/Reuters

A

Se o mesmo rumor houvesse se espalhado em Paris ou Niterói, não teria matado mil pessoas. Portanto, os verdadeiros culpados se dissimulam por trás do rumor de que haveria um homembomba. Alguns desses culpados gerais podem ser citados: o fanatismo religioso, esta praga que no Iraque vive uma temporada gloriosa. Os sunitas são ferozes. Quanto aos xiitas, especialistas na adoração dos "martírios", em seus cortejos fúnebres milhares de peregrinos giram e se auto- flagelam. Misturada a essa luta religiosa há a luta política que campeia desde que os americanos invadiram o país. Cada uma das duas vertentes do islamismo fez uma escolha política diferente: os xiitas, salvo algumas minorias irredentistas, aceitaram o calendário imposto pelos americanos. Os sunitas não aceitaram nem as eleições nem a nova Constituição do Iraque. Uma terceira razão: a loucura que envolve esse país desde a guerra. Caos, ódios, tribalismos frenéticos, um cotidiano lamentável, crianças mortas, feridas, famintas, corrupção, traições, delações, etc. E por cima dessa desordem infinita, o verdadeiro ator, o verdadeiro "ocupante" do Iraque: a morte, a morte que se tornou objeto de um fascínio e, provavelmente, de um júbilo misterioso e repulsivo, de um prazer inconfessável. Ei-la objeto de um culto. O drama da ponte em Bagdá é significativo: o que desencadeou o pânico? Ora, o homem-bomba não é justamente o servidor, o herói e o brasão dessa morte que se tornou a verdadeira senhora do Iraque? Esses homens-bomba não acionaram suas bombas porque eles não existiam. Mas o que importa? A morte está tão excitada, é tão hábil que nem precisa mais de soldados, de servidores, para assassinar mil inocentes. Basta-lhe um homembomba virtual.

Marc Serota/Reuters

BRASILEIROS ILHADOS, SEM COMIDA E ÁGUA EM NEW ORLEANS devastadora passagem do furacão Katrina pelo sul dos EUA também atingiu algumas famílias no Brasil. Aflitas, elas tentam obter notícias de parentes que estavam na região durante a terrível tempestade que provocou centenas de mortes e enchente em várias áreas. Duas famílias que conseguiram contato, porém, estão apenas em parte aliviadas: o relato que ouviram da realidade dentro do Superdome, o estádio onde se concentraram milhares desalojados, é assustador e muito diferente do que mostram as redes de TV americanas. Por telefone, uma brasileira contou que há muitos mortos no local, escassez de água e comida e cenas de disputa por sobrevivência. A cantora Sue Helen Vassão, de Curitiba, teve notícia na noite de terça-feira do paradeiro da irmã, a publicitária Mônica Vassão, de 25 anos, que

A MORTE NÃO PRECISA MAIS DE SOLDADOS

New Orleans está praticamente submersa. Acima, imagem da ponte tomada pela água próxima ao lago Pontchartran. Ao lado, uma dona-de-casa no Mississipi confere os estragos do furacão Katrina na casa onde nasceu. Em sua vizinhança, casas, carros e árvores ficaram completamente destruídos

Pior desastre –Ao sobrevoar as áreas atingidas, o presidente George W. Bush afirmou que o desastre provocado pelo Katrina é "uma das piores tragédias naturais" da história do país e que a reconstrução exigirá anos". O retorno à normalidade exigirá tempo. Levará anos", estimou o presidente. Bush estabeleceu três linhas prioritárias para enfrentar a situação: salvar vidas e resgatar sobreviventes em perigo, fornecer alimentos, água e abrigo para as pessoas deslocadas, e lançar um esforço integral de recuperação. (OG/AE)

ma camisinha feminina foi desenvolvida para facilitar a identificação dos estupradores e reduzir as 50 mil ocorrências por ano na África do Sul. "Ninguém nunca fez nada para ajudar essas mulheres e achei que já estava mais que na hora", disse a inventora Sonette Ehlers. O "rapex" é um dispositivo parecido com um absorvente interno que gruda ao pênis do agressor e só sai com intervenção cirúrgica.

SOLIDARIEDADE

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íderes mundiais se reuniram ontem em Gdansk, na Polônia, para celebrar os 25 anos da fundação do Solidariedade. O movimento foi o primeiro sindicato de trabalhadores de atuação independente a surgir dentro do antigo bloco comunista liderado pela União Soviética e foi um símbolo para o desenvolvimento de novas democracias no Leste Europeu.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

TURISMO - 5

Fotos: Divulgação/Glazz

Um festival de sabores à mesa em Cancún Come-se muito bem no balneário. Da herança maia, vieram receitas condimentadas. Entre os ingredientes cativos, há peixes e crustáceos em abundância. Sem falar nos pratos clássicos mexicanos (como quesadillas e tortillas) e na cozinha internacional, servida com primor nos restaurantes locais Divulgação/Conselho de Promoção Turística do México

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México é um país de sabores exóticos e Cancún não é diferente. Da forte herança da civilização maia que se reflete na região, surgem à mesa combinações ousadas e condimentos característicos – e muita pimenta, ou chili, como se diz por lá. Do mar amplamente habitado, saem enormes lagostas e peixes diversos sempre frescos, pescados logo ao lado. Delícias clássicas mexicanas, como tortilla, taco, quesadilla e enchilada, marcam presença nos cardápios. Nos restaurantes mais regionais, pode-se provar a versão cozida dos peixes locais, como costumam prepará-los. Anote um prato típico: chirmole, pipián, papatz tzul (variedade típicas de molhos feitos à base de condimentos) e cocido (cozido). Já a cochinita pibil (carne de porco marinada em achiote – tempero local –, laranja, limão, vinagre e cebola roxa, enrolada em folhas de bananeira) é um hit nacional. De carne argentina a comida chinesa – Aos paladares menos ousados, uma vantagem: são mais de 300 endere-

O grupo Anderson's – maior rede gastronômica do país, com 34 casas – é dono do badalado Glazz. Especializado em culinária asiática, trata-se de um misto de restaurante, lounge e discoteca (no topo e ao lado). Iguaria tradicionalíssima no México, o taco (acima) tem presença garantida nos cardápios

ços para satisfazer todos os gostos do turista. E a expressão cozinha internacional cabe perfeita – há desde parrilla argentina (carnes na grelha) a comida japonesa e chinesa, passando por especialidades de países europeus, como França e Itália. Uma dica: o grupo Ander-

son's – maior rede gastronômica do México, com 34 restaurantes em 40 anos de atividade – é parada certa para qualquer visitante. A cadeia é dona do consagrado Señor Frog's e ainda de outros como Carlos'n Charlie's, El Shrimp Bucket e o badalado três-em-um Glazz. Especializado em cozinha

asiática, o restaurante, lounge e discoteca Glazz reúne, num ambiente charmoso e agitado, bebidas e comidas caprichadas. Entre os coquetéis, martinis, sake-tinis e tequila-tinis. Sushis, frutos do mar e peculiaridades tailandesas completam a saborosa viagem étnica. No El Shrimp Bucket experi-

mente camarões de todos os jeitos. Carlos'n Charlie's, por sua vez, garante ser "100% mexicano" e family-friendly. Señor Frog's é um capítulo à parte. Spinach Mushroom Burrito (burrito de espinafre e cogumelos), Mexican Fettuccini (fettuccini à moda mexicana) e Beef Chapata (steak com

queijo) são o carro-chefe do menu, mas é a atmosfera que o diferencia dos demais. Garçons interagem com clientes, que interagem com a banda, e o clima é sempre de festa. Um aviso: os americanos batem ponto no local. Afinal de contas, são eles que dominam a cena turística mexicana. (F.P.)

Embale numa noite cosmopolita Fotos: Divulgação/Señor Frog's

P

lacas luminosas gigantescas chamam a atenção na paisagem: com muito néon, anunciam as inúmeras atrações noturnas que Cancún reserva. Para agradar turistas baladeiros de todos os gostos, há noites dos mais diversos temas. As mulheres são o principal foco para fazer a festa pegar fogo – ora não pagam, ora têm regalias na entrada e no bar. O cardápio caliente de bebidas, aliás, é outro chamariz da balada, já que se está no país da tequila, da marguerita, do mezcal... E que tal o esquema double drink? Em muitas casas, compra-se uma bebida e leva-se mais uma igual. O agito pode começar já na hora do jantar. Para isso, bares como Néctar e Azúcar são a pedida. Eles também são ideais para quem quiser apenas bebericar, paquerar e guardar gás para o dia seguinte. Mas, se houver bastante energia acumulada, as discotecas, abundantes, se encarregam de botar todo mundo para dançar. Desses locais de ferveção, anote alguns nomes: The City, Dady'O, Coco Bongo, Bulldog Café e La Boom estão entre os mais conhecidos e disputados. Um aviso aos novatos na noite mexicana: se existe um povo que sabe comemorar, es-

Señor Frog's: um dos endereços mais badalados da cena noturna da cidade, funciona como restaurante, bar, casa de show, local de gincanas e boate. Logo na chegada o cliente é abordado com brincadeiras dos garçons. Quase impossível não se contagiar pelo clima de Carnaval

te é o mexicano. E o detalhe é que em Cancún todas as noites são de comemoração. As boates, enormes, em geral são maiores e mais decoradas do que o padrão brasileiro. O som é tomado de hits dançantes nacionais e internacionais, e as pistas, onde ritmos no estilo Macarena costumam rolar, borbulham até o amanhecer. Prepare-se para uma longa e divertida jornada antes de sair do quarto.

Gincanas – Com um formato diferente das demais opções locais de diversão noturna, mas não menos alegre, o Señor Frog's segue estilo próprio. É uma espécie de mistura de restaurante, bar, casa de show, programa de gincanas e boate. O cliente é abordado desde o momento em que chega – e repetidas vezes – com cumprimentos e brincadeiras dos garçons, que também fazem o papel de animadores. No palco, a

banda e um apresentador entoam músicas para mexer com a platéia, que é sempre convidada a participar. Um tobogã transparente cruza o teto do lugar e convida os mais empolgados a cair numa piscina de água da Lagoa de Nichupté que margeia parte da cidade. O clima é de carnaval. Há quem fique apenas como espectador e não se junte à massa, que canta e dança sem parar, cada vez mais "solta". Os

mais comportados, no entanto, terão de, no mínimo, aceitar os gracejos dos funcionários, colocando um grande chapéu de bexiga personalizado na cabeça e subindo na cadeira quando o comando for dado. Em volta de sua mesa, é possível que passe um trenzinho em que os integrantes recebem jatos de bebida alcoólica direto na boca. Deixar de entrar nesse jogo de diversão vira missão quase impossível.

Caia ou não nas tentações que povoam essas terras, fica provado, então, que a noite no balneário de Cancún é assunto de primeira ordem - ninguém sai ileso dela. De qualquer forma, é importante se lembrar de não dormir demais durante a estada por lá, não importa a hora em que for deitar. O sol e o mar do Caribe mexicano são motivos suficientes para levantar cedo da cama feliz da vida. (F.P.)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

POLÍTICA - 19

GOVERNO ENCAMINHA AO CONGRESSO PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA PARA 2006 Jamil Bittar/Reuters

AMPLIADOS LIMITES PARA CARGA FISCAL E GASTOS

O Proposta foi entregue ao presidente do Senado, Renan Calheiros (dir.), pelo ministro Paulo Bernardo

Relator quer apressar votação O relator do projeto de Orçamento da União para 2006, deputado Carlito Merss (PT), afirmou ontem que quer evitar que a proposta seja votada nos últimos dias do ano – como acontece tradicionalmente. Ele informou que, para isso, vai se reunir com os coordenadores das bancadas de deputados e se-

nadores e pedir-lhes que indiquem rapidamente os dez relatores setoriais do Orçamento. Merss disse que quer apresentar seu relatório final no dia 1º de dezembro para que seja votado até o dia 15 do mês. Na avaliação do relator, "é uma loucura" fazer a votação da proposta nos últimos dias do ano, e

Vem aí uma nova MP do Bem O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, anunciou ontem que o governo vai fazer novas desonerações de tributos do setor produtivo no próximo ano. Segundo ele, o governo espera perder R$ 1,1 bilhão em receitas tributárias por conta dessas desonerações. Este custo foi incluído na

O

São Paulo, durante uma reunião na própria Associação Comercial. À época, Lisboa afirmara que o Cadastro Positivo é importante na medida em que poderá ajudar a reduzir os altos juros cobrados atualmente dos consumidores na ponta, ou seja, nas operações de crédito. Histórico - O Cadastro Positivo é um histórico do ponto de vista do bom pagador. Nele estarão informações do consumidor que cumpre os compromissos financeiros assumidos no mercado, seja por meio de empréstimo ou apenas em uma compra parcelada no comércio. Com base nas informações positivas que o Cadastro fornecerá aos credores (que podem ser bancos ou o varejo), o bom pagador seria premiado com juros menores. Hoje, na falta dessas informações positivas, o consumidor que quita em dia suas contas acaba pagando os mesmos juros cobrados de um consumidor que não paga em dia o que deve. A adoção do Cadastro Positivo , diz Afif, pode reduzir em até 50% a taxa de risco do consumidor. "É interesse do comércio conceder cada vez mais crédito", diz. Como o projeto já representa um consenso entre governo e iniciativa privada, para Afif "sua aprovação pelo Congresso fica mais fácil".

FALÊNCIAS & CONCORDATAS Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 31 de agosto de 2005, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falências: Requerente: Golden Post Prestação de Serviços Ltda. - Requerido: La Fiore Bijoias Ltda. - Rua Bela Cintra, 968 conj. 11 e 12 01ª Vara de Falência Requerente: Gerdau Açominas S.A. - Requerida: Madeireira e Ferragem Vila Diva Ltda. - Av. Sapopemba, 4.470 - 02ª Vara de Falência Requerente: Têxtil Leitão Ltda. - Requerido:Bottone Moda e Confecção Ltda. - Rua Barão de Ladário, 671 - 01ª Vara de Falência

nômica, o governo espera gastar apenas R$ 1,1 bilhão. A proposta orçamentária foi elaborada com previsão de forte queda dos juros em 2006. Segundo a estimativa do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão divulgada ontem, a taxa Over-Selic (juro básico da economia) deverá estar em 15,5% ao ano em dezembro de 2006. Atualmente, está em 19,75% ao ano. A taxa de juros média em 2006 foi estimada em 16,5% ao ano. O câmbio médio foi projetado em R$ 2,71 por dólar e a previsão para dezembro de 2006 é de R$ 2,79. A proposta prevê receitas totais de R$ 523,3 bilhões ou 24,48% do PIB, que é superior à estimada para este ano. As despesas totais foram projetadas em R$ 389,5 bilhões e o superávit primário (poupança para pagar juros), em R$ 52,4 bilhões. A despesa que mais vai crescer é com o funcionalismo, que passará de R$ 92,5 bilhões este ano para R$ 101 bilhões em 2006. O governo anunciou ontem que gastará em 2006 R$ 1,2 bilhão com as reestruturações de carreiras e cargos do funcionalismo civil e R$ 1,5 bilhão com reajuste da remuneração de ser-

vidores civis e militares (que ganharão mais 13% de aumento), entre outros gastos com pessoal. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que o governo ainda não definiu qual o percentual de reajuste linear que será concedido aos servidores no próximo ano. A partir de maio de 2006, o salário mínimo passará dos atuais R$ 300 para R$ 321, aumento de apenas 7%, segundo Bernardo. O aumento decorre da inflação do período medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (prevista em 5,03%) e de variação real do PIB per capita de 1,94%. Os recursos para o Bolsa Família atingirão R$ 8,3 bilhões, com aumento de 27,4% com relação ao previsto para este ano. Com esse dinheiro, o governo espera atender 11,2 milhões de famílias. Os investimentos foram estimados em R$ 14,7 bilhões, e neste total estão incluídos os R$ 3,3 bilhões do Projeto Piloto de Investimentos (PPI). Mas é impossível saber qual o crescimento em relação a 2005 porque a execução dos investimentos este ano está muito baixa. Apenas 47% dos recursos previstos para 2005 foram empenhados. (AE)

ATAS

proposta orçamentária de 2006, encaminhada ontem ao Congresso Nacional. Ele informou que o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, está defendendo, dentro do governo, "uma nova MP do Bem". Ainda não estão definidos os setores que terão seus tributos reduzidos. (AE)

Cadastro Positivo chega hoje ao Congresso

projeto de lei que "disciplina os bancos de dados de proteção ao crédito e de relações comerciais" será encaminhado hoje ao Congresso Nacional. Para o presidente da Associação Comercial de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, este é o primeiro passo para a aprovação do Cadastro Positivo. "Sem dúvida este será um importante instrumento para aperfeiçoar os mecanismos de concessão de crédito ao consumidor. As informações mais abrangentes aumentarão a segurança dos financiamentos com reflexos positivos sobre as taxas", afirma. Afif Domingos lembra que a ACSP participou ativamente, junto com outras entidades, da elaboração do projeto e cobra uma tramitação rápida entre os deputados e senadores. "Foi uma luta longa para chegarmos ao texto final, mas esperamos que essa demora seja compensada com a rápida tramitação no Congresso. O cadastro positivo permitirá que o bom pagador seja premiado com juros menores". O texto base do projeto é de autoria da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Foi apresentado ao então secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcos Lisboa, no início deste ano, em

ninguém sai ganhando com esse atraso. O relator disse acreditar que o Orçamento de 2006 será "pé no chão". Ele destacou que, nos anos recentes, os parlamentares vêm-se mostrando mais conscientes e têm evitado apresentar projeções de receitas não factíveis. (AE)

governo não cumpriu, na proposta orçamentária para 2006 encaminhada ontem ao Congresso, os limites que ele mesmo se impôs para a carga tributária e despesas da União. Em abril, quando elaborou o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a equipe econômica assegurou que a arrecadação administrada pela Secretaria da Receita Federal (SRF) em 2006 não passaria de 16% do Produto Interno Bruto (PIB) e os gastos não iriam além de 17% do PIB. Na proposta apresentada ontem, a previsão de receita administrada pela SRF ficou em 16,24% do PIB e a despesa pode passar de 17,1% do PIB. A previsão da receita que ultrapassou o limite de 16% do PIB – 0,24% do PIB – foi posta numa "reserva específica" e será gasta, de acordo com a proposta orçamentária, em aumentos de salários para servidores civis e militares (R$ 1,5 bilhão), investimentos (R$ 602,2 milhões), transferências para Estados e municípios (R$ 642,2 milhões) e Previdência Social (R$ 1,2 bilhão). Com novas desonerações dos tributos da atividade eco-

Requerente: Decisão Cobranças Ltda. - Requerido: Computer Warehouse Ltda. - Rodovia Raposo Tavares Km 14,5 Box 126/ 127 - 01ª Vara de Falência Requerente: Thek-Cryl Indústria e Comércio Ltda. - Requerido: Luiz Schuberti Transportes - Rua Cadiriri, 73 - 01ª Vara de Falência Requerente: Holos Administração Participação Ltda. - Requerida: Criciúma Comercial Ltda. Praça Tóquio, 20A - 02ª Vara de Falência

COMUNICADOS Ânfora Comércio e Indústria Ltda torna público que requereu a Cetesb, a renovação da Licença de Operação para a atividade de fabricação de vassouras, sita a Rua Alto de Montalegre, 47 - Lauzane Paulista - São Paulo - SP - CEP 02443-090.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: PREGÃO PRESENCIAL Nº 36/0966/05/05 OBJETO: AQUISIÇÃO DE MATERIAL ESCOLAR E MOCHILAS A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para aquisição de Material Escolar e Mochilas para a composição de Kit Escolar a ser distribuído aos alunos e escolas pertencentes à Rede Pública de Ensino do Estado de São Paulo. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 01/09/2005, na sede da FDE, na Supervisão de Licitações na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – CEP 01121-900 – São Paulo/SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br. O credenciamento do representante das proponentes e o recebimento dos Envelopes “Proposta” e “Documentos de Habilitação” ocorrerão na sede da FDE, no endereço acima mencionado, às 10:00 horas do dia 16/09/2005. Todas as propostas deverão obedecer rigorosamente o estabelecido no edital. Miguel Moubadda Haddad Diretor Executivo

AVISO AOS ACIONISTAS

CONVOCAÇÕES Paramédica – Sociedade Cooperativa de Trabalho dos Auxiliares de Serviços de Saúde Edital de Convocação Assembléia Geral Extraordinária A Presidente da Paramédica - Sociedade Cooperativa de Trabalho dos Auxiliares de Serviços de Saúde, no exercício dos poderes que lhe são conferidos pelos artigos 38 e seguintes da Lei nº 5.764/ 71, CONVOCA a todos os seus associados cooperados para a Assembléia Geral Extraordinária que se realizará à APM (Associação Paulista de Medicina) Rua Pedro de Toledo, 17 – Palmital, na cidade de Marília, em 26 de setembro de 2005, em primeira convocação às 09:00 horas, em segunda convocação às 10:00 horas e, em terceira e última convocação, cuja realização depende do quorum mínimo de 10 (dez) associados, às 11:00 horas, para deliberar a seguinte ORDEM DO DIA: I – Benefícios; II – Diária de Incapacidade Temporária; III - Outros assuntos de interesse geral da Sociedade Cooperativa. São Paulo, 29 de agosto de 2005. CIBELE H. F. MUNHOZ - PRESIDENTE

Cooper Team – Sociedade Cooperativa Multiprofissional de Prestação de Serviços Edital de Convocação Assembléia Geral Extraordinária A Presidente da Cooper Team - Sociedade Cooperativa Multiprofissional de Prestação de Serviços, no exercício dos poderes que lhe são conferidos pelos artigos 38 e seguintes da Lei nº 5.764/ 71, CONVOCA a todos os seus associados cooperados para a Assembléia Geral Extraordinária que se realizará à Rua México, 119 sala 902 – Castelo, na cidade do Rio de Janeiro, em 27 de setembro de 2005, em primeira convocação às 13:00 horas, em segunda convocação às 14:00 horas e, em terceira e última convocação, cuja realização depende do quorum mínimo de 10 (dez) associados, às 15:00 horas, para deliberar a seguinte ORDEM DO DIA: I – Benefícios; II – Diária de Incapacidade Temporária; III - Outros assuntos de interesse geral da Sociedade Cooperativa. São Paulo, 29 de agosto de 2005. TEREZA J. G. MACHADO - PRESIDENTE

Paramédica – Sociedade Cooperativa de Trabalho dos Auxiliares de Serviços de Saúde Edital de Convocação Assembléia Geral Extraordinária A Presidente da Paramédica - Sociedade Cooperativa de Trabalho dos Auxiliares de Serviços de Saúde, no exercício dos poderes que lhe são conferidos pelos artigos 38 e seguintes da Lei nº 5.764/ 71, CONVOCA a todos os seus associados cooperados para a Assembléia Geral Extraordinária que se realizará à Rua México, 119 sala 902 – Castelo, na cidade do Rio de Janeiro, em 27 de setembro de 2005, em primeira convocação às 16:00 horas, em segunda convocação às 17:00 horas e, em terceira e última convocação, cuja realização depende do quorum mínimo de 10 (dez) associados, às 18:00 horas, para deliberar a seguinte ORDEM DO DIA: I – Benefícios; II – Diária de Incapacidade Temporária; III - Outros assuntos de interesse geral da Sociedade Cooperativa. São Paulo, 29 de agosto de 2005. CIBELE H. F. MUNHOZ - PRESIDENTE

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.TURISMO

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

Divulgação/Xcaret

Nas águas que banhavam os maias Nas proximidades de Cancún, parque aquáticos misturam o misticismo que envolve a antiga civilização e os atrativos naturais da região. Que tal praticar sea trek, uma caminhada pelo subsolo marítimo em que se tem contato direto com peixes e ouriços?

Q

Fotos: Flavia Perin

uem vai à Cancún quer ficar o máximo que puder em um l u g a r : d e n t ro d a água. Imerso, além de fugir do calor escaldante, o turista tem diversão garantida. Os parques aquáticos, que geralmente ficam a alguns quilômetros da cidade, têm pacotes que dão direito a atividades bacanas e curiosas, como um passeio de canoa transparente para observar arrecifes. E vale que se gaste o dia inteiro para aproveitar o maior número de atrações. Um percurso de 25 minutos por barco, partindo do km 4,5 da Zona Hotelera, leva ao parque natural Garrafón. Seus 5 mil metros quadrados se estendem por toda a ponta sul de Isla Mujeres, o canto do México que primeiro assiste ao nascer do sol. Por esse fato, os habitantes maias ergueram ali um templo à deusa da fertilidade Ixchel. Nos arredores, esculturas e estátuas se esparramam, constituindo uma grande exposição a céu aberto. As aventuras náuticas incluem snorkel, caiaque ou sea trek – uma caminhada pelo subsolo marítimo em que o explorador, com roupa especial e capacete gigante, tem contato direto com seres do mar como peixes e ouriços. Os menos empolgados podem relaxar em uma piscina colada ao oceano ou experimentar drinques diferentes no bar. Tradições – Uma prática da civilização maia representa o mais célebre atrativo do parque eco-arqueológico Xcaret, de 5 hectares, que mistura misticismo com fauna e flora privilegiadas: se deixar levar pela corrente dos rios subterrâneos, cujas águas vêm dos cenotes, poços incrustados em rochas calcárias que edificam túneis naturais. Os navegantes maias acreditavam que por meio desses rios entravam em contato com o inframundo. Segundo a tradição, era uma maneira de purificar a alma, o que eles costumavam fazer antes de se lançar a novas expedições. O turista atual, munido de colete

salva-vidas, percorre pouco mais de um quilômetro desse curioso trajeto. Golfinhos também são responsáveis por grande parcela das visitações do parque – para nadar com as estrelas locais, é necessário marcar com antecedência. Não faltará o que fazer em Xcaret: aquário, bromélias e orquídeas, flamingos, mariposas, tartarugas, macacos, jaguares e até cachoeira formam um território de surpresas. Se a preguiça bater, redes e bóias convidam a se esticar. Convém reservar a noite para continuar por lá e assistir ao grandioso show que reconta a história do México com mais de 300 artistas em cena. Durante o espetáculo de dança, música e efeitos especiais, pode-se optar por um delicioso jantar típico. Aliás, assim como no parque Garrafón, há restaurantes, loja e vestiários. Alternativa mais próxima,

Flamingos, bromélias, tartarugas e macacos são os anfitriões do parque eco-arqueológico Xcaret (acima e à esq.), onde a atividade mais famosa é deixar-se levar pelas correntes de rios subterrâneos. Snorkel, caiaque ou o inusitado sea trek são as atrações em outro parque. Para chegar ao Garrafón, na Isla Mujeres (ao lado), bastam 25 minutos de barco

no km 15,2 da Boulevard Kukulcán da cidade, é o Aqua World, de onde se parte de jet ski para a região de mangue que cerca a Lagoa de Nichupté, em um Jungle Tour. É possível descobrir mais peculiaridades submersas do México caribenho das janelas de um submarino amarelo, o Sub See, ou ainda com equipamentos apropriados. Graças a uma importante medida adotada em todas essas localidades, a natureza de Cancún deverá seguir preservada: para entrar em contato com a água, só se pode usar protetor solar biodegradável, o qual se ganha amostra na entrada dos parques ou comprase na hora. Assim, os componentes oleosos dos produtos comuns não são liberados nas águas, o que colocaria em risco todo o santuário ecológico que emoldura essas férteis terras mexicanas. (F.P.)

Cidade também é meca das compras

Divulgação/ Conselho de Promoção Turística do México

Nos mercados de artesanato do centro há de pratarias a batas. Interessados em folclore devem visitar La Casa del Arte Popular Mexicano (abaixo) que, além de expor, vende os coloridos artefatos

Flavia Perin

A

inda que seja quase impossível resistir aos atrativos naturais de Cancún, também se pode dedicar algum tempo a outros programas imperdíveis e, digamos, mais urbanos. A cidade é um prato cheio para quem planeja se ren-

der às compras – tanto faz se a busca é por artigos de luxo ou típicos do México. A estrutura cosmopolita satisfaz plenamente os turistas que desejam gastar um pouco além com suas comprinhas. A boa notícia é que, nesse território, se está em uma zona livre de impostos. Ou seja: encontram-se as mais sofisticadas grifes mundiais e uma imensa variedade – perfumes, bebidas, charutos, jóias, roupas etc. Tudo com preços até 40% mais baixos do que os praticados no varejo. Um verdadeiro sonho de consumo. O endereço mais novo, concorrido e, claro, luxuoso é o shopping Luxury Avenue, inaugurado este ano. Uma amostra do que se pode encontrar ali: Louis Vuitton, Salvatore Ferragamo, Cartier, Ermenegildo Zegna, Fendi, Montblanc, Swarovski. Outros pequenos oásis de glamour são o La Isla Shopping Mall Village, o Boulevard Kukulcan, na recorrente Kukulcan Plaza, e a Plaza Caracol. Mercados – Mas, já que estamos no México, que tal conhecer seu artesanato riquíssimo e colorido? Não vale se deixar enganar por objetos adquiridos naquelas lojas de souvenir dos hotéis! A dica é dirigir-se ao centro de Cancún e ir até um legítimo mercadão de artesanato – Mercado 28 ou de

Kihuic –, e pechinchar diretamente com artesãos e vendedores de rua. Não se intimide, pois negociar é uma prática normal no país. Batas, cintos, bolsas, prataria, tipicidades alcoólicas como tequila e o poderoso mezcal, pôsteres, adereços mil – uma infinidade de boas alternativas para presentear alguém ou a si mesmo com simpáticos e originais regalos. Um ótimo lugar para visitar e comprar artefatos mais elaborados chama-se La Casa del Arte Popular Mexicano. É o único reduto de folclore e cultura da cidade, aproveite. Durante dois anos, o proprietário Miguel Quintana percorreu os mais distantes pueblos do México e, dessa longa viagem, montou o acervo de seu simpático museu, que abriga ainda livraria e loja. O espaço múltiplo está localizado no El Embarcadero, ponto de saída para ir à Isla Mujeres e que vale a pena ser conhecido por conta da Torre Escenica. Trata-se de um elevador que sobe a 80 metros do solo e gira a 360°, proporcionando uma vista panorâmica de Cancún. Lá de cima, se vê a Lagoa de Nichupté, que ladeia parte da cidade que tem formato de sete. Dali de cima, fica ainda mais fácil identificar as inúmeras tonalidades que compõem o lindo mar do Caribe mexicano. (F.P.)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

20 -.EMPREENDEDORES

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

Paulo Pampolim/Digna Imagem

LETREIRO

O

café seria comercializado no centro, portanto, Café do Centro parecia um nome bastante direto para identificar o objeto do negócio e o seu ponto de venda. David Nahum Neto, neto do fundador da empresa e exsecretário geral da Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café), descreve que seu avô ao chegar no Brasil pouco conhecia sobre café, mas após o envolvimento com o setor se transformou em profundo

conhecedor do assunto. Atualmente, Rodrigo e Rafael Peres comandam a empresa e trabalham para expandir a fama da marca. Recentemente, realizaram uma das maiores exportações já vistas de café pronto para consumo à França.

SEGREDO Na vanguarda do hábito de tomar café

O

pioneirismo e a preocupação com qualidade fez de David Nahum, o fundador do Café Nos anos 20, café do Centro, um empreendedor expresso no Petit de vanguarda. Ele soube Palais gerar valor agregado à marca em um tempo em que a palavra marketing mal existia para a maioria dos empresários. De 1916 até hoje a situação financeira da empresa especializada em cafés passou por muitas fases, mas nenhuma delas prejudicou o valor da empresa para os consumidores porque o conteúdo das embalagens manteve seus diferenciais mesmo quando a sustentabilidade do negócio parecia ameaçada. A história da empresa vem de longe. Teve início na São Paulo de apenas um milhão de habitantes, quando Nahum, um imigrante da Turquia, via no comércio do grão negro uma grande oportunidade. E foi na Travessa do Commércio que ele inaugurou a pequena loja para a venda de café. O aroma – A torrefação da empresa ocupava o número 27 da extinta rua Anhangabaú, próxima ao Viaduto Santa Ifigênia. Era de lá que vinha um perfume inconfundível, que rapidamente se transformou em fama para o A primeira loja na Travessa do Commércio ponto-de-venda. A pequena loja caiu no gosto dos fregueses, empolgados com o local que comercializava o pó moído na hora. Menos de dez anos depois, em 1925, o empreendedor inaugurou o Petit Palais. O expresso ainda era novidade na Europa quando Nahum implementou a venda do produto na capital paulista. Nos anos 40, com a percepção de que a vida atribulada do paulistano não permitia que ele retornasse ao lar a tempo para o almoço, lançou o Bar e Café Juca Pato, que chegou a comercializar diariamente 15 mil cafezinhos. O Café do Centro ainda chegou aos supermercados, onde foi líder em vendas na cidade.

CABECEIRA O ponto de equilíbrio para o chefe ser líder

L

A atual roupagem da marca que vai completar 90 anos em 2006

íderes devem refletir as qualidades requisitadas pelo grupo de trabalho, levando entusiasmo nos momentos de dificuldade e calma diante das crises que surgem invariavelmente no ambiente empresarial. Os autores John Adair e Peter Reed descrevem que o equilíbrio é a alma da liderança, enquanto que o uso exclusivo da autoridade leva à mera prática de chefiar. A obra Chefiar ou Liderar?

Seu Sucesso Depende dessa Escolha descreve que a adaptação do estágio de conhecimento técnico do líder ao perfil da equipe é sabedoria porque desenvolve o potencial de desenvolvimento dos profissionais, levando a melhores resultados. A leitura é indicada para todos aqueles que desejam manter uma relação mais próxima com seus colaboradores. (JM) Editora Futura, 2005 208 páginas

PEDRA

R

eorganizar a forma de distribuição de café aos clientes da capital levou os empreendedores Rodrigo e Rafael Peres a rever toda a gestão de clientes da empresa. "Na década de 90, a entrega em cafeterias era realizada por região, levando muitos clientes a adquirir o produto de outras marcas porque sabiam que apenas na semana seguinte poderiam contar com a distribuição no bairro em que estavam localizados. Cheguei fazer papel de entregador para não deixar que o proprietário de loja trocasse o Café do Centro por outra marca. Foi duro, mas valeu a pena", diz Rodrigo. Divulgação/ Arquivo DC

EMPREENDEDORES

Aroma e tradição inspiram o novo barão do café Desafiados a empreender sob a marca Café do Centro, Rodrigo Peres e seu primo, Rafael, conciliaram o respeito conquistado pela empresa ao longo de 89 anos, sem abrir mão da modernização dos processos e do sabor gourmet.

O

novo e o velho se confundem e se completam na história empreendedora dos antigos e dos atuais gestores do Café do Centro. Rodrigo Peres, vindo de uma família tradicional no setor de agronegócios, foi convidado pelo pai a experimentar o desafio de empreender em parceria com seu primo Rafael Peres na metade da década de 90. O negócio "desafiante" com o qual depararam pertencia à conhecida família Nahum e, para tornar o peso da responsabilidade ainda maior, os jovens vieram a saber que a empresa estava presente no mercado desde 1916. Rodrigo conta que o arrendamento da marca, há nove anos, e a posterior aquisição tinham por objetivo ensinar aos, então, garotos como revigorar um negócio. "Fomos beneficiados pela tradição e reconhecimento da companhia de café, que já foi líder de vendas na capital paulistana". Início dos tempos Nos anos 20, o Café do Centro tinha sua parcela de responsabilidade pelo ar romântico da cidade, já que torrefação da primeira loja ficava localizada também no centro e exalava o aroma de eterno café da manhã no bairro. "Esse perfume contribuía para o sucesso das vendas da marca, que simbolizava o agito e o desenvolvimento da cidade", descreve David Nahum, neto do fundador da empresa. Diante de toda as realizações que que faziam parte da

empresa, Rodrigo descreve que a responsabilidade em dar continuidade a uma história que teve início há quase 90 anos era um dos fatores de motivação para dupla. "Quando assumimos as operações, a produção mensal da empresa era mínima. Os problemas inerentes a uma administração familiar haviam impossibilitado a expansão dos negócios e que-

tada. O método era ineficiente", define. Tecnologia e tradição A solução para atender da melhor forma os clientes da empresa, que passaram de 100 para 2.400 desde então, foi implementar um software de gestão que é capaz de medir o consumo médio diário de cada cliente a partir de dados oferecidos por eles. A ferramenta

ríamos reverter este quadro, recuperando a força da marca, sem perder em nenhum momento o prestígio construído e mantido ao longo dos anos de existência". O empreendedor descreve que a reformulação no sistema de distribuição da empresa foi importante e permitiu a agilidade nas entregas do produto que, primeiramente, era comercializado exclusivamente em cafeterias. "A logística de entrega era estruturada por bairros da cidade e a cada dia da semana uma região era visi-

avisa o setor comercial quando o estoque de cada um está próximo do término. "As entregas foram terceirizadas porque coordenar logística está longe de ser a alma desse negócio. Para não deixar as cafeterias de clientes sem o produto, já saí rodando a cidade como entregador. O início foi difícil, mas importante para mostrar as necessidades de mudança e modernização que tínhamos para dar novo perfil à tradição de qualidade do negócio". Atualmente, as vendas da marca foram multiplicadas em

Rafael Peres, primo e sócio. O negócio continua em família.

mais de 10 vezes e a presença do Café do Centro vai além da capital. O investimento em variedade de tipos de café e embalagens também leva a marca às prateleiras dos supermercados, uma medida para que o consumidor final possa experimentar em casa o cafezinho que é comercializado em cafeterias especializadas. Os 25 tipos de café disponíveis fazem parte de um plano que tem como objetivo mostrar a diversidade de sabores que a produção brasileira do grão é capaz de oferecer. "Lançamos produtos selecionados por região do País. A iniciativa foi válida porque, de fato, as características geográficas e de solo interferem profundamente no resultado do sabor do café", descreve Rodrigo. Exportação para França Este ano o Grupo Pão de Açúcar escolheu marca para realizar uma exportação especial para o parceiro francês Casino, em comemoração do Ano do Brasil na França. O Café do Centro embarcou 57 mil quilos do produto embalado com marca própria, pronto para consumo. Já a distribuição foi feita nos 4.800 pontos de venda da bandeira de supermercados na Europa. Para entrar fortalecer o negócio, os empreendedores lançaram saches de açúcar, e cappuccino com marca própria e passaram a distribuir adoçantes, copinhos descartáveis e chás. "Inicialmente, concentramos as vendas a cozinhas industriais, depois pulverizamos. Hoje, as lojas de café expresso já fazem a maioria entre os clientes e contribuem fortemente para a perspectiva de crescimento da ordem de 15% em 2005", diz o empresário.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

OPINIÃO - 3 Rafael Neddermeyer/AE

A N Á L I S E

O petróleo, de novo embro-me com niti- triais e nos transportes dez do primeiro cho- principalmente urbanos, inque do petróleo. Foi terurbanos e de cargas pesaem 1973; o bruto passou de das. É o que espera o consuUS$ 2,50 o barril a US$ 12,00, midor brasileiro nos próxide um dia para outro. O mos dias, quando se estabimundo ficou de joelhos dian- lize a oferta do óleo, já com o te dos potentados do ouro preço definitivo. Não é essa uma situação, negro, esse óleo viscoso, mal odoroso, que domina o mun- diremos, inédita; com o dedo. Pequenas nações, sem creto, a OPEP nos pega em peso com os grandes proble- situação delicada como esmas no mundo, como a Vene- sa, a tremenda crise política zuela e a Colômbia, foram que vai ter, sem dúvida neguindadas à altura de potên- nhuma, influência na economia. Os economistas do gocias decisivas. A dívida das nações ga- verno e de fora dele não esnhou dimensão inusitada. tão ainda pessimistas, como Agora estamos de novo acontece freqüentemente, diante do decreto da Opep, mas não deixam de ser realista, reconheçamos, quando que já chegou a US$ 70,00. nos acenam O petróleo é o mais rico e A Opep nos pega p a r a u m a nova fase o mais difícil em situação econômica produto micom dificulneral. A Pedelicada como dades para o trobrás, por exemplo, tem essa, a tremenda p ag a me nt o de parcelas uma onerosa crise política da dívida técnica conceexterna. dida nas Sumariando, iremos para águas profundas, ao largo de Campos. Graças ao seu arro- o Brasil como para a maioria jo, sua obstinação e sua polí- das nações o aumento de tica empresarial, no sentido custo da energia petrolífera, da independência do bruto, tomba como um mole de ela praticamente está hoje chumbo sobre a economia habilitada a atender a de- do País, dificilmente viremanda do Brasil e de outros mos os juros baixarem como clientes que já se abastecem desejam as classes empresariais, e pode ocorrer mesmo em seus estoques. Essa independência pe- uma recessão. Devemos nos trolífera-empresarial não preparar psicologicamente eliminou a responsabilida- para uma nova situação de que assumimos, por ne- preocupante. cessidade interna, com instituições financeiras clássicas. João de Scantimburgo Isto porque o petróleo entra é membro da Academia na manufatura de mais de Brasileira de Letras setenta mil produtos indusjscantimburgo@acsp.com.br

Erivelto Rodrigues, da Austin Rating, comentando a crise que reduziu o tamanho do Banco Rural para o nível de 2000.

Seria interessante eles começarem a pensar em mudar o nome do banco

JOÃO DE SCANTIMBURGO

L

COMENTÁRIO editor@dcomercio.com.br

O pior cego ilusão durou pouco, gas jornalistas, responde: logo o PT virou frente "Em matéria de antecipar de grupelhos e de si- acontecimentos, somos craques glas radicais, os mesmos su- mesmo é em prever o passado". Como ninguém desconhebintelectuais dos pecês (acrescidos dos padres corajosos e ce, as redações dos jornais e sectários da Teologia da Liber- revistas brasileiras são domitação), sob o comando de ex-di- nadas por simpatizantes de rigentes estalinistas e maoís- "esquerda" e os poucos que tas que perderam toda e qual- conseguem espaço para enquer perspectiva política, já frentá-los são sistematicanão acreditam em nada: são mente desqualificados, aproveitadores. O PT ficou quando não de forma torpe. O compromisso ideolóigual a qualquer dos antigos partidos operários, a qualquer gico impediu, portanto, dos partidos brasileiros, um sa- que a imprensa noticiasse amplamente o que estava co de gatos. É preciso chamar atenção acontecendo: alguns jornapara o fato de que o parágra- listas, tomados pela pior fo acima não foi escrito de- cegueira; a maioria, por simples mápois que emergiram os O compromisso fé. Passou a valer tudo escândalos env olve ndo ideológico impediu para ganhar altos funcioque a imprensa ad ee pl eoiiçsã go a-e nários da adm i n i s tr a ç ã o noticiasse o que rantir a reeleição. Como petista. Nem por jornalistas estava acontecendo se vê, ao contrário do que d e p ro j e ç ã o nacional que há muito com- diz Zuenir Ventura, não se batem as idéias e estratégias trata de incompetência. Por fim, o primeiro parádo PT, como Diogo Mainardi ou Olavo de Carvalho. Nem grafo deste comentário foi por nenhum dos colabora- extraído do livro Navegação dores do Mídia Sem Máscara, de Cabotagem", de 1992 (Rio ou quaisquer outros sites re- de Janeiro, Record, 5a. edicomendados pelo Instituto ção, pg. 32), de autoria de Liberal que, antes mesmo da Jorge Amado. Que jornalistas (bons!) coeleição de 2002, chamavam a atenção para práticas e liga- m o Z u e n i r Ve n t u r a n ã o ções no mínimo obscuras do prestem atenção em alguém tachado de "direita" é fenôPT e seus aliados. Zuenir Ventura, em crôni- meno perfeitamente aceito ca publicada no jornal O Glo- no Brasil. Mas não escutar a b o’, hoje, pergunta: " Co mo um dos mais festejados e enninguém viu isso? ... como nin- gajados escritores passa do guém previu que aquilo que es- limite da compreensão. A resposta de Zuenir Ventava ocorrendo quase ostensivamente numa escala e com tura comprova, lamentaveluma voracidade tão fora do co- mente, que o cenário não irá mum iria dar inevitavelmente mudar tão cedo. no que deu agora?". E, referindo-se a seus coleCândido Prunes

A

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Céllus

Perfil ideal e perfil real BENEDICTO FERRI DE BARROS

D

e empregada doméstica – um dos mais simples e humildes ofícios humanos – exige-se um mínimo de competência e um máximo de honestidade. De um presidente, que assumirá a mais importante e complexa função social, por envolver a nação e todo o povo, não se exige folha corrida nem instrução ao menos secundária. Dadas as imunidades que os políticos se auto-conferiram, a política se converteu assim no valhacouto ideal de desqualificados de todas as espécies, criminosos inclusive. Lula recebeu sua investidura de presidente como um diploma que dispensava todos os que não pudera ou não se empenhara em obter. E enunciou a cândida e equivocada platitude de que "coração" é o órgão mais importante para se governar. Pode ser para identificar carências populares urgentes, mas para lhes dar soluções é preciso cabeça.

Só cabeça, porém, não basta. cação e gana não é nem a de ser É preliminarmente indispen- político nem a de governar. Ele sável que se assuma o cargo e coloca seu poder carismático a seus encargos: fundamental- serviço de uma pretensão mais mente o comando político e o alta: o messianismo de ser o líadministrativo, instrumentos der mundial da extinção da depara que a cabeça possa reali- sigualdade, da exclusão, da zar aquilo que o coração im- pobreza, da fome. Seu comportamento neste inpõe. E foi o que Lula menos fez termezzo de durante seu mandato. Há Lula coloca seu mandato reitera e confirma a trauma evidência aritmética disso. poder carismático jetória que adodesde o iníDispensa um lea serviço de uma tou cio: ficar o mais vantamento eslonge possível tatístico o fato pretensão: do governo, isto de que a cadeira o messianismo é, da política e da presidencial é o ad min istr açã o. posto que menos ocupou, numa gestão que No primeiro ano viajou pelo mundo; agora viaja pelo Brasil. não exerceu. Seu absenteísmo foi agrava- Nas cinco semanas que vieram do pela escassez de recursos em seguida à deflagração da humanos que utilizou para maior crise de sua presidência, compor seu ministério, apare- ele fez 15 viagens aos extremos lhando-o com os quadros in- do país. Não sabia de nada, não competentes e desonestos do queria saber, e, a despeito de ser evidentemente o maior responseu partido, o PT. E tudo isso pelo fato simples sável pelo que se passa no país, e fundamental de que sua vo- não tinha nada que ver com tu-

do isso que aí estava. A própria reunião com seu novo e tão retardado ministério foi procrastinada, assim como foi atrasado e inadequado o pronunciamento que devia ao País e ao povo. Que se diria de um comandante que em meio a uma tempestade que ameaçasse seu navio de naufrágio não permanecesse na cabine de comando? Se em lugar de se deixar arrastar por suas alucinações messiânicas Lula houvesse se resignado a dirigir o país, exercendo o cargo de presidente para que fora eleito, teria tido a oportunidade de se elevar da condição de mais um dos insignificantes políticos que têm ocupado a Presidência, à grandeza de um estadista reclamada pela grandeza do país. E não teria, agora, tardiamente, que se confessar traído pela insignificância das figuras de que, com poucas exceções, se cercou.

Leão faminto e raposa preguiçosa

F

alar em serviço público de qualidade, tratandose dos órgãos governamentais brasileiros, no que se refere às Receitas Federal e Previdenciária, é fugir da realidade e cair em contradição, já que os serviços prestados ao contribuinte estão longe de ser classificados como ideais e eficientes. Para chegar a esta conclusão não é necessário ser um profundo estudioso do assunto. Basta o contribuinte precisar de um serviço simples e básico, como a solicitação de um CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), por exemplo, que leva em média cinco dias. E quando há greve? Dá para imaginar os transtornos que esses problemas podem gerar para o empresário? O Sescon-SP fez uma pesquisa com cerca de 400 empresas associadas do segmento contábil, de assessoramento, perícias, informações e pesquisas no Estado de São Paulo, tendo como objetivo contribuir para a melhoria das ope-

rações da Administração Tri- uma das agências da Previdênbutária. Como resultado, fo- cia Social pode levar de 10 a 20 ram apontadas as principais dias, apresentando GFIP (Guia dificuldades encontradas nos de Recolhimento do FGTS e Inserviços da Receita Federal e formações à Previdência), também algumas soluções pa- guias de recolhimento e muitas notas fiscais e efetuando ra sanar as falhas existentes. Entre as mais citadas estão: inúmeros telefonemas. Mes1-Existência de filas e distri- mo que a empresa prestadora buição de senhas, 2-Dificulda- de serviços esteja em dia com os seus recolhides de acesso ao sistema de conO leão poderá mentos, poderá não conseguir a ta-corrente, liengolir a raposa. C e r t i d ã o d o mitação do hoINSS, que recorário de atendiComo? Com a nhece a sua remento ao contrigularidade. b u i n t e , criação da Diante desta au sê nc ia/ di fisituação, os emculdades em reSuper-Receita presários perlação a esclarecimentos/orientações; 3-Difi- dem concorrências e deixam culdades nos procedimentos de receber faturas, o que propara obtenção da Certidão Ne- voca atraso nos salários. No gativa e Débito (CND), dificul- fim, a empresa ainda precisa dades nos procedimentos para enfrentar barreiras para recorrer a empréstimos. Uma divera baixa no CNPJ. Já na Previdência a situação gência pode ainda permanecer não é diferente: a lentidão no no aludido relatório sempre processo de emissão da Certi- que seja efetuado um novo pedão no INSS emperra o traba- dido de certidão, ou seja, a emlho das empresas. Este serviço presa estará fadada, periodicano balcão de atendimento de mente, a apresentar o mesmo

dossiê de documentos, explicar o motivo da divergência mais uma vez, explanar o fato a outro atendente e ter de aguardar mais 10, 15, 20... dias. Conclui-se que o leão (Receita) poderá engolir a raposa (Previdência). Mas como? Com a criação da Receita Federal do Brasil, mais conhecida como a Super-Receita, a união dos órgãos trará nada mais, nada menos que outras dificuldades no cumprimento das obrigações. Se não houver mais investimentos na qualificação dos servidores, não adiantará em nada todo o esforço para criar este novo órgão. Esperamos que a burocracia existente diminua com a racionalização das obrigações acessórias exigidas. Acreditamos que o Leão passe a não abocanhar tanto os lucros das empresas e que a Raposa seja mais cautelosa com seus gastos e eficiente na sua administração. Antonio Marangon, presidente do Sescon-SP

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.POLÍTICA

Política

Eymar MASCARO

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

DEPUTADO É ELOGIADO E CRIA MANIFESTO. JURISTAS ATACAM SEVERINO Celso Junior/AE

PRÓ-DOBRADINHA

S

e prevalecer a tese de Geraldo Alckmin, o PSDB faz dobradinha com o PFL ainda no 1º turno da eleição presidencial. O governador paulista prefere não esperar pelo 2º turno para consolidar a coligação de partidos. Alckmin defende publicamente sua tese, talvez sustentado pela experiência bem sucedida que alcançou com sua eleição para o governo do estado, em que coligou o PSDB com o PFL. Seu vice é um pefelista, Cláudio Lembo. O governador de São Paulo, portanto, é contra a formação de uma chapa "puro sangue", isto é, representada apenas por candidatos tucanos. Alckmin provavelmente verá o sucesso de sua tese, pois também no PFL existe um grupo optando pela dobradinha com o PSDB, apesar do partido estar na rua com a candidatura de César Maia.

A pesar de defender a s o n h a c o m o a p o i o d o dobradinha com o PFL, PMDB à sua candidatura à

Alckmin é contra a antecipação das decisões. Quer que o partido deixe para decidir quem é o candidato no ano que vem. O PSDB, na opinião do governador, não deve colocar o carro na frente dos bois.

A mesma posição de Alckmin é defendida por

reeleição. Lula está disposto a ceder a vaga de vice a um candidato indicado pelos peemedebistas.

O

posicionistas do PMDB, porém, não querem nem ouvir dizer no a p o i o a o P T. H á q u e m prefira cair no colo dos tucanos. Mas, o partido continua defendendo a tese de candidatura própria. E já está na rua com a candidatura de Anthony Garotinho.

José Serra, outro presidenciável tucano. Serra lidera as pesquisas e, para ele, é interessante também que a decisão do partido fique senador C ris tov am para 2006. Quanto mais curta for a campanha me- Buarque deve ingressar em outra legenda até 1º de lhor para o prefeito. outubro, deixando o PT osé Serra se comporta onde está filiado desde como se já fosse o candida- 1990. Buarque pode disto tucano. Pelas pesquisas, putar o governo do Distrio prefeito de São Paulo é o to Federal pela nova leúnico tucano que, no mo- genda. Sua vontade é a de mento, derrotaria Lula nas ser candidato à sucessão urnas. Os demais ainda de Lula. perderiam para o petista, CM costuma advertir se a eleição fosse hoje. que políticos que compaPSDB realiza sua recem ao sambódromo ou convenção nacional em a campo de futebol cornovembro. A dupla de go- rem o risco de serem vaiavernadores Geraldo Alck- dos. Lula pretende conmin e Aécio Neves articula trariar o senador baiano e uma chapa para ganhar promete assistir ao jogo mais espaço no partido e do Brasil com o Chile no ter maior poder de decisão domingo, em Brasília, pena hora da escolha do can- las eliminatórias da Copa didato presidencial. do Mundo.

O

J

O

A

Bate-boca com presidente da Câmara rendeu ao deputado Gabeira inúmeras mensagens de apoio

GABEIRA: 'LAVEI A ALMA DE TODOS OS ENGASGADOS'.

A

reação de eleitores, de funcionários da Câmara e de parlamentares aliados e de oposição, com mensagens de solidariedade e apoio, surpreendeu o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ). Ele recebeu muitos abraços e a solidariedade de amigos, como o deputado Orlando Fantazzini (PT-SP), que considerou corajosa a atitude do colega. "Pode contar comigo no que precisar. Parabéns, você foi corajoso." Gabeira, que fechou ontem um manifesto contra a corrupção junto com 62 deputados, afirmou que a sensação, depois de ter confrontado Severino Cavalcanti (PP-PE), anunciando Dida Sampaio/AE/06-04/05

um movimento para derrubálo, foi de ter lavado a alma de todos que estão engasgados com o comportamento indevido do presidente da Câmara. Tranqüilo – À notícia de que o deputado Benedito Dias (PPAP), aliado de Severino, entrou com um pedido de cassação do seu mandato, Gabeira reagiu com um sorriso tranqüilo. "A repercussão foi enorme. Quando saí à rua ontem, e nos corredores do Congresso, os funcionários me cumprimentaram discretamente por medo de represália. Os parlamentares dizem que estão comigo. Recebo duas mensagens mais freqüentes. A primeira: você falou o que todos estamos pensando, que o Brasil Ed Ferreira/AE/16-02/05

não merece autoridades desse nível. E a segunda: você lavou a minha alma", disse. Mais críticas – "Muita gente me perguntou por que não respondi ao Severino, que mandou eu me recolher à minha insignificância. Mas as declarações dele (sobre a crise) são auto-explicativas, não precisam de legenda", afirmou. Ele não perdeu a chance de fazer novas críticas ao presidente da Câmara. "Os principais passos do Severino são no sentido de retardar o processo ou atenuar a situação da acusação. Eu temo pelas insinuações de corredores que dão conta de que ele esteja sofrendo chantagens de pessoas envolvidas, que o Dida Sampaio/AE/02/03/05

ameaçam com denúncias também de envolvimento." Perguntado se é preciso se preocupar com as próximas falas de Severino, como o discurso dele na ONU, no dia 9, Gabeira declarou que "nesse caso seremos salvos pela indiferença que existe em relação aos discursos de presidentes de parlamentos na ONU." Manifesto – Um grupo de 62 deputados de dez partidos, da oposição e da base aliada ao governo, fechou ontem um manifesto exigindo a apuração completa das denúncias de corrupção e a punição de corruptores e corrompidos. O documento do grupo, que se intitula Movimento Brasil Verdade, foi fechado pelos deputados Rafael Guerra (PSDB-MG), Ricardo Barros (PP-PR), Júlio Semeghini (PSDB-S), Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP) e Fernando Gabeira. "Neste momento de crise sem precedentes, caracterizado por um profundo processo de corrupção instalada no governo e com ramificações no Congresso e nos partidos, o Movimento Brasil Verdade exige a apuração completa das denúncias", afirma o manifesto. O grupo diz que não aceitará intimidações ou qualquer tipo de "acordão" para livrar os envolvidos nos escândalos e afirma que vai realizar, na próxima terça-feira, um ato público a ser iniciado no Congresso e encerrado na frente do Palácio do Planalto. Uma das faixas que serão levadas para o Planalto dirá: "Punição! Pizza, não". Cassação – Tomando as dores do companheiro de partido Severino Cavalcanti, o deputado Benedito Dias apresentou ontem à Mesa Diretora da Câmara uma representação pedindo a cassação do mandato de Gabeira. Na representação, Dias afirma que "ficou evidente e configurado o ato atentário ao decoro parlamentar à medida que o denunciado perpretou gravíssima ofensa moral ao presidente da Câmara." O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) não poupou Severino, ontem: "O presidente da Câmara também deveria emitir menos opiniões. Quanto mais ele emite opiniões prévias, pior para o clima político", disse. O prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), afirmou que "o deputado Severino está se mostrando inadequado para o cargo que ele ocupa. Ele não está, de fato, à altura da responsabilidade dessa presidência do Legislativo federal", afirmou. Severino, por sua vez, classificou como "excelente" o bateboca com Gabeira. "Eu tenho de ser questionado porque, sendo questionado, é uma prova de que estou vivo." (Agências) Joedson Alves/AE/09/08/05

A deptos da candida- A s entidades que estão tura Serra chegaram a en- aderindo à concentração saiar um movimento para que a indicação do candidato ocorresse na conv e n ç ã o d e n o v e m b ro . Mas, foram desarmados pelo próprio prefeito. Portanto, prevalece a tese de Alckmin: deixar tudo para 2006.

C esar Maia está em campanha, mas também já

se revelou favorável a uma dobradinha com o PSDB. Maia, contudo, foi claro: o cabeça de chapa será quem estiver mais bem situado nas pesquisas na hora da escolha.

N

as visitas que tem feito a bairros, José Serra tem sido saudado como futuro candidato a presidente. Mas o prefeito não morde a isca: responde que sua intenção é a de permanecer no cargo até o fim do mandato (2008).

do dia 6, na Praça da Sé, em São Paulo, vão dirigir sua alça de mira para o Congresso. Não querem que os parlamentares transformem as CPIs numa enorme pizza. Vão protestar.

O

relator da CPMI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB) deve encaminhar hoje ao presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, a relação de 18 nomes de deputados envolvidos com o mensalão e caixa 2 de partidos. Serraglio vai sugerir a cassação dos implicados.

S e Severino Cavalcanti quiser contemporizar ou

não sugerir ao Conselho de Ética a cassação dos mandatos dos deputados, o PPS reafirma que vai atropelar o presidente da Câmara. O presidente do partido, Roberto Freire, reafirma que represenmbora o PT tenha so- tará contra os deputados frido o golpe da crise atual, pedindo as cassações de o presidente Lula ainda seus mandatos.

E

JURISTAS CONDENAM PENAS BRANDAS

A

s declarações do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), que defendeu punições mais brandas para parlamentares envolvidos nas denúncias do esquema do mensalão, despertou reações acaloradas de integrantes do movimento iniciado ontem por juristas em torno do manifesto "Da Indignação à Ação" (leia mais na página 7). Para o idealizador do manifesto, o jurista e ministro da Justiça Miguel Reali Jr., o posicionamento de Severino parece ser uma reação de parlamentares do seu partido que ameaçarem "contar tudo" caso entre na listas de cassação. "De quem e do que Severino Cavalcanti tem medo? Porque existem membros do seu partido que ameaçam que se forem

processados irão contar tudo que sabem. Pois que contem". Desencanto – Ele criticou Severino e o corregedor da casa, deputado Ciro Nogueira (PPPI), por defenderem medidas brandas. Para ele, se não houver apuração das denúncias e punição dos culpados o desencanto com a democracia será muito grande. "É altamente preocupante as declarações do presidente da Câmara e do corregedor da Câmara quando os fatos estão em meio a apuração, quando há dados importantíssimos que estão sendo levantados, de ordem documental, e o presidente da Câmara se antecipa para dizer que deve haver apenas aplicação de punições brandas, e como presidente da casa onde há três comissões investigando, antecipa juízo de valor e sentença. A sociedade

precisa estar arregimentada. Se não houver apuração e punição, a desilusão, o desencanto da população com a democracia será muito grande", disse. Medo – Para o jurista, o presidente da Câmara teve uma postura que não condiz com seu cargo. "Será que Severino Cavalcanti tem medo dos deputados do seu partido e por isso age propondo punições brandas e o esquecimento de todos os fatos?" O ex-ministro da Justiça, José Gregori, foi mais irônico e afirmou que as declarações de Severino foram uma tentativa de fazer um minestrone. "Não vamos admitir acordo nem o que chamo de minestrone, que é aquela sopa italiana em que se coloca uma porção de ingredientes e as coisas ficam confusas, que é, de certa maneira, o

que o presidente da Câmara tentou fazer", disse. Perguntado sobre a possibilidade de um acordo no Congresso que termine em pizza, ele declarou: "Esse acordo eles podem fazer em pensamento. O povo não vai admitir e aí vai perder a cerimônia (de agir mais incisivamente contra os políticos)". Legitimidade – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que a crise política põe em xeque a legitimidade do Congresso. "O Brasil percebe que a questão imediata é a legitimidade. A população precisa voltar a acreditar nos seus representantes. Não me refiro ao presidente, mas ao Congresso", disse. "Nada é mais terrível para um sistema democrático que a perda na crença dos representantes. Estamos nos aproximando dessa situação." (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

POLÍTICA - 5

EM DEPOIMENTOS DE ONTEM NAS CPIs, ROGÉRIO BURATTI E MARCOS VALÉRIO APARECEM COMO MENTIROSOS. Sérgio Lima/Folha Imagem

DOURADO DEFENDE BURATTI E PALOCCI

O

sócio da corretora de valores Bônus Banval, Enivaldo Quadrado, prestou depoimento ontem na CPMI dos Correios. A corretora seria uma das responsáveis pelo repasse de recursos das contas de Marcos Valério Fernandes de Souza a parlamentares. A corretora é investigada porque Antonio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, afirmou em seu depoimento na comissão que Valério usava a Bônus Banval para enviar dinheiro para o exterior. Enivaldo Quadrado afirmou que Marcos Valério mentiu quando disse, em seu depoimento na Polícia Federal, que só investiu, por meio da Bônus Banval, R$ 3 milhões em dólar futuro e em ouro. Segundo Enivaldo, na verdade foram R$ 6,5 milhões. Enivaldo explicou à PF que a Bônus é uma corretora com título que dá direito a investir na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e que faz aplicações para seus clientes. Durante as conversas sobre a compra da empresa, Enivaldo teria apresentado a lista de clientes para Valério. O empresário então escolheu um deles, que passaria a administrar seus negócios dentro da conta da Bônus.

Saques – O empresário contou que foi apresentado a Marcos Valério pelo deputado José Janene (PP-PR), que é o único político que ele (Enivaldo) conhece. Ao negar ter feito operações para qualquer fundo de pensão, ele afirmou: "Valério pediu que eu indicasse investimentos de boa qualidade para que ele mostrasse aos fundos". Ele esclareceu que a Bônus fez apenas um saque diretamente das contas de Valério, no valor de R$ 605 mil. Enivaldo disse que algumas pessoas autorizadas por Marcos Valério faziam resgate dos investimentos. Ele entregou uma lista com 90 nomes de pessoas autorizadas a fazer os saques ao relator da CPMI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), mas garantiu que não há nomes de políticos, apesar de Marcos Valério ter dito que quem fazia os saques eram políticos. Os saques chegariam a R$ 10 milhões. O deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) disse que acredita que não haja nomes de políticos, mas, segundo ele, com certeza há nomes relacionados a políticos. O deputado suspeita que Marcos Valério operava pelas corretoras Bônus e Guaranhus para desviar dinheiro dos fundos de pensão para o pagamento de políticos. (Agências)

Juscelino Dourado (acima) reconheceu amizade com Buratti, mas negou suas denúncias de pagamento de propina em Ribeirão Preto. Enivaldo Quadrado, da Bônus Banval (ao lado, à esq.), e seu advogado. Enivaldo entregou lista de 90 pessoas autorizadas por Marcos Valério a fazer saques.

João Francisco Daniel, irmão de Celso Daniel, depõe hoje Luiz Gushiken tem depoimento marcado para dia 6

Delúbio

Pereira

Valério

Mendonça

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, se recusou a nomear sacadores das contas de Valério na CPMI dos Correios. Na CPMI do Mensalão, ele não explicou pagamentos a Duda e disse que José Dirceu não negociou dívidas do PT.

Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Assumiu ter negociado cargos; saiu do PT, depois da descoberta de que ganhou um Land Rover da GDK . Valério disse que ele sabia dos empréstimos repassados ao diretório nacional.

Marcos Valério, dono da SMP&B e da DNA. Movimentação bancária mostra saques de vários políticos e assessores, num total de R$ 55 bilhões. Disse na CPMI do Mensalão que o aval de Dirceu foi confirmado várias vezes por Delúbio.

O publicitário Duda Mendonça, da DM9, confirmou ter recebido dinheiro de Marcos Valério no exterior. Os repasses, segundo ele, eram para pagar dívidas do PT, das campanhas eleitorais de 2002. Valério negou a versão de Duda.

Palmieri

Osório Batista

Jefferson

Lamas

Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB, depôs esta semana na CPMI do Mensalão e revelou que esteve em Portugal com Marcos Valério para obter recursos da Portugal Telecom para pagar dívidas do PT e do PTB.

Antônio Osório Batista, diretor afastado dos Correios por ter sido citado por Marinho na gravação. Depôs na CPMI e afirmou que Jefferson pediu dinheiro aos diretores da estatal para fazer caixa de campanha.

O deputado do PTB, Roberto Jefferson, depôs na CPMI do Mensalão. Ele envolveu o exsecretário de Comunicação do governo, Luiz Gushiken, em denúncias sobre o mensalão e reforçou acusações a José Dirceu.

O ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, confirmou em depoimento à CPMI do Mensalão que foi algumas vezes a Belo Horizonte buscar dinheiro a pedido do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.

Sereno

Jefferson

Edson Santos/AC

Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério. Depôs na CPMI e contestou as versões de seu ex-patrão para os grandes saques bancários: o próprio empresário voltou atrás e confessou que fazia os pagamentos a mando de Delúbio, a partir de uma lista.

Ed Ferreira/AE

Karina

Duda

Marcello Casal Jr/ABr

Galeria de personagens Valter Campanato/ABr

SÓCIO DA BÔNUS ENTREGA LISTA DE 90 SACADORES

Celso Junior/AE

Roosewelt Pinheiro/ABr

campanhas eleitorais do PT. Gt ec h – Dourado admitiu que Buratti esteve, em janeiro de 2003, por nove vezes no Ministério da Fazenda, mas jamais foi recebido pelo ministro. Buratti foi acusado por exdiretores da Gtech de ter exigido propina no valor de R$ 6 milhões para que a empresa renovasse o contrato, em abril de 2003, com a Caixa Econômica Federal, relativo a operacionalização de loterias federais. "Buratti, que é meu amigo, ia ao gabinete do Ministério da Fazenda após o expediente, sendo que nunca foi recebido por Palocci. Por volta das 9h30, a gente saía para jantar e falávamos apenas de assuntos de ordem particular", esclareceu Dourado. Palocci – Na próxima semana, a CPI não terá nenhum depoimento. Por isso, o senador Efraim Morais (PFL-PB), decidiu manter a disposição de votar a convocação de Palocci daqui a duas semanas porque considera o depoimento do ministro importante para esclarecer todos os fatos relatados por seus ex-assessores. Hoje a comissão ouvirá o depoimento do médico oftalmologista João Francisco Daniel, irmão do prefeito de Santo André, Celso Daniel, morto em 2002. Estará presente Roseana Morais Garcia, viúva do prefeito de Campinas, Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT, assassinado em 2001. Roseana e o irmão de Toninho do PT, Paulo Roberto da Costa Santos, serão recebidos pela líder do P-SOL na Casa, Heloísa Helena (AL). Eles devem reiterar que reivindicam uma nova investigação sobre o assassinato do prefeito de Campinas. (Agências)

Ailton de Freitas/AG

A

estratégia do chefe de gabinete do Ministério da Fazenda, Juscelino Dourado, de defender o advogado Rogério Buratti evitando falar mal dele e do ministro Antonio Palocci, causou estranheza aos senadores da CPI dos Bingos, principalmente aos da oposição. "O senhor e o ministro Antonio Palocci estão poupando muito o Buratti", observou o senador José Jorge (PFL-PE), acrescentando que "isso dá a impressão de que tem algum rabo preso". Dourado insistiu em dizer que Buratti nunca falou com ele sobre o contrato da multinacional Gtech com a Caixa Econômica sobre exploração das loterias oficiais, nem sobre a denúncia de que a empresa Leão Leão pagaria propina de R$ 50 mil à Prefeitura de Ribeirão Preto (SP) quando Palocci era prefeito do município. Acredita em quem? – O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) perguntou: "Mas o senhor acredita mais em Buratti ou em Palocci?" Dourado preferiu não responder. Dourado disse apenas, respondendo a outro parlamentar, compreender "a situação do Rogério", enfatizando o componente psicológico que influenciaria as declarações de Buratti. O chefe de gabinete do Ministério da Fazenda afirmou também que não tinha conhecimento de caixa 2 na campanha de Palocci e nem de doações do Leão Leão em 2000 que não tenham sido contabilizadas. Dourado também disse desconhecer denúncias de Buratti de que empresários ligados a jogos de bingo no estado de São Paulo teriam repassados cerca de R$ 1 milhão para

Jacinto Lamas

Delúbio Soares

Silvio Pereira

Ferreira

Guimarães

Costa Neto

Esteves

Marcos Vinícius Ferreira, genro de Roberto Jefferson e suposto canal do PTB com os Correios. Senado estuda pedir a quebra de seu sigilo bancário. A CPMI dos Correios ainda não remarcou seu depoimento.

O ex-presidente do Banco Popular do Brasil Ivan Guimarães negou há pouco disse à CPMI dos Correios, que sua indicação para o cargo no banco tenha sido feita pelo PT. Ele anunciou aos integrantes da comissão que vai se desfiliar do PT.

O presidente do PL Valdemar Costa Neto, se recusou ontem, em seu depoimento à CPMI da Compra de Votos, a revelar nomes de empresas e pessoas físicas para as quais teria repassado supostos R$ 6,5 milhões recebidos de Marcos Valério.

Clauzer Esteves, sócio de José Fortuna Neves. O também exagente do SNI afirmou que a Abin investigava os Correios a pedido da Casa Civil, informação essa que foi negada pelo então titular da pasta, o ex-ministro José Dirceu.

Lange

Salmeron

Dutra

Marinho

Edgard Lange, o "Alemão". O agente da Abin admitiu que, em abril, recebeu ordem para colher informações sobre irregularidades nos Correios, que teria sido dada pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Roberto Salmeron, ex-presidente da Eletronorte e ex-vice-presidente dos Correios. De acordo com o depoimento de Osório Batista, Jefferson e Salmeron teriam assistido à gravação um dia antes de ter sido divulgada à imprensa.

Mauro Dutra, dono da Novadata. Ele negou favorecimento em contratos da estatal. Disse que seus negócios com a estatal são reduzidos. Mas confirmou que sua empresa fornece 22% dos micros do governo e que conhece Lula há mais de 20 anos.

Maurício Marinho, ex-chefe de Contratação e Administração de Material dos Correios. Flagrado em uma gravação recebendo propina de R$ 3 mil, negou. Depôs no Ministério Público e será novamente ouvido na CPMI dos Correios.

Gonçalves

Waschek

Dipp

Marschner

Luiz Otávio Gonçalves, diretor da Skymaster, admitiu que pediu ajuda de Silvio Pereira para evitar que sua empresa perdesse o contrato com os Correios. Jefferson denunciou a empresa como tendo contrato superfaturado com a estatal.

Arthur Waschek, dono da Comam e Vetor. Mandante da gravação de Marinho, por ter interesses contrariados nos Correios. Waschek afirmou que as irregularidades não ocorrem nas licitações, mas na execução dos contratos.

Airton Dipp, ex-presidente dos Correios, confirmou na CPMI dos Correios encontro com Silvio Pereira e a influência de Luiz Gushiken na estatal, através da nomeação de três dos cinco membros de uma comissão de análise de publicidade.

Haroldo Marschner, um dos donos da Precision Componentes. Ele disse que teria recebido pedido de suborno de Maurício Marinho, para poupar a sua empresa da aplicação de multa por atraso na entrega de material.

PASSO-A-PASSO DAS INVESTIGAÇÕES

CPMI do Mensalão

Conselho de Ética

CPI dos Bingos

A comissão que investiga a compra de votos ouviu ontem os diretores dos fundos de pensão Previ, Petros e Funcef. Os dirigentes já prestaram depoimento fechado na comissão, na semana passada. Ontem, eles confirmaram envolvimento dos fundos com a Globalprev, empresa que pertencia a Luiz Gushiken.

O conselho vota hoje o pedido de cassação do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). A expectativa é de que ele seja cassado, mas antes disso, o pedido deverá ser votado também no plenário da Câmara. O próximo pedido de cassação a ser analisado será o do deputado José Dirceu (PT-SP).

Juscelino Dourado, chefe de gabinete do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, depôs ontem e negou qualquer envolvimento do ministro com recebimento de propina. Hoje depõe João Francisco Daniel, irmão do prefeito de Santo André, Celso Daniel, morto em 2002.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.POLÍTICA

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

NO TEXTO, RELATORES CONFIRMAM PRESENÇA DO MENSALÃO E DEDICAM UM CAPÍTULO SÓ PARA JOSÉ DIRCEU. Lula Marques/Folha Imagem

RELATÓRIO PEDE CASSAÇÃO DE 18. E DESTACA DIRCEU. O

Ibrahim Abi-Ackel e Osmar Serraglio, relatores da CMPIs: 'Todos são passíveis de cassação por falta de decoro

FUNDOS NEGAM ENVOLVIMENTO Roberto Stuckert Filho/Agência O Globo

O depoimento dos representantes dos fundos de previdência na CPMI do Mensalão. Da esquerda para a direita: o senador Amir Lando, Wagner de Oliveira (Petros), Sérgio Rosa (Previ) e Guilherme Lacerda (Funcef): investimentos dos fundos nos bancos Rural e BMG não tem ligação com o suposto esquema de Marcos Valério, afirmam

O

s fundos de pensão Previ, Petros e Funcef têm contratos com a empresa Globalprev, que já pertenceu ao ex-ministro Luiz Gushiken. A revelação foi feita ontem pelos presidentes das três instituições – Sérgio Rosa (Previ), Wagner de Oliveira (Petros) e Guilherme Lacerda (Funcef) – na CPMI do Mensalão. O presidente do Petros, Wagner de Oliveira, admitiu ainda ter sido indicado para a presidência do fundo pelo então ministro chefe da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica, Luiz Gushiken. Sérgio Rosa disse ter sido indicado pela presidência do Banco do Brasil e, Guilherme Lacerda, pela presidência da Caixa Econômica Federal (CEF). Os três presidentes admitiram ainda que são filiados ao PT. O presidente da Previ, Sérgio Rosa, confirmou ter se encontrado com o ex-presidente do PT Luiz Gushiken para discutir a situação política e as denúncias contra os fundos. No entanto, negou ter negociado investimentos que beneficiassem outras pessoas a não ser os

associados da Previ. O presidente da Petros, Wagner Pinheiro de Oliveira, afirmou que já pediu esclarecimento sobre a operação da Telemar que investiu R$ 5 milhões na Gamecorp, empresa que tem como sócio Fábio Luís Lula da Silva, filho do presidente Lula. A Petros e a Previ são acionistas da Telemar. Rural e BMG – Os presidentes dos três fundos de pensão alegaram ainda que as operações que possuem nos bancos Rural e BMG são normais. Há suspeitas de que o aumento de recursos investidos pelos fundos de pensão nesses bancos seria uma forma de compensação pelos empréstimos feitos ao PT e ao empresário Marcos Valério. Os três negaram qualquer participação dos fundos no suposto esquema de financiamento de campanha coordenado por Marcos Valério, o valerioduto. Ações – O relator da CPMI, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), disse que a compra de ações da Brasil Telecom pelos fundos de pensão acabaria transformando a empresa em uma estatal. Segundo o depu-

tado, as ações da Brasil Telecom foram compradas do Citigroup por R$ 1,3 bilhão, mas valeriam no máximo R$ 350 milhões. A operação foi rejeitada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por causar prejuízos aos segurados. Sérgio Rosa, defendeu a operação. Segundo ele, o valor das ações subirá mais do que o previsto e o lucro reverterá em benefício dos fundos de pensão. Ele disse ainda que a lei permite que os fundos se unam para controlar empresas privadas e que operações desse tipo são normais. BM&F – Em resposta ao deputado Paulo Baltazar (PSBRJ), os presidentes dos três fundos também negaram irregularidades em contratos feitos pelos fundos em 1998 na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Eles prometeram enviar documentos à CPMI para provar a lisura dos contratos. Não convencido, Baltazar pediu a quebra de sigilo das operações realizadas pelos fundos na BM&F entre 1998 e 2005. A CPMI também investiga as contas de outros sete fundos de pensão. (Agências)

relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) decidiu fazer um relatório mais rígido e não poupar nenhum dos deputados citados nas investigações sobre o esquema de caixa dois operado pelo empresário mineiro Marcos Valério. Com isso, os 18 deputados envolvidos nas denúncias serão alvo de processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara por quebra de decoro e poderão ter o mandato cassado. O texto de 53 páginas, que afirma que há provas do pagamento do mensalão, tem um capítulo dedicado somente ao deputado José Dirceu (PT-SP). Segundo o relatório fechado no fim da noite de ontem por Serraglio em conjunto com o relator da CPMI do "Mensalão", deputado Ibrahim AbiAckel (PP-MG), não há legitimidade em mandatos financiados com dinheiro ilegal. "Vou indicar no relatório que todos são passíveis de cassação. A falta de decoro e as provas contra cada um deles serão examinadas pelo Conselho de Ética, que vai dizer se há ou não elementos suficientes para cassação", informou. "Apresentaremos os nomes que o deputado Serraglio sele-

cionou, independentemente dos nomes que apareceram na CPI do Mensalão", afirmou AbiAckel. "Mas não vou subscrever cegamente o relatório. Vamos trabalhar em conjunto." Provas – Inicialmente, Serraglio cogitou poupar o líder do PL na Câmara, Sandro Mabel (GO), e o ex-líder do PP Pedro Henry (MT), sob a alegação de que não havia provas contra os dois, apenas indícios. Os dois foram citados por Jefferson como conhecedores do esquema de caixa 2. Sobre o mensalão, o texto diz que o pagamento a parlamentares existiu, não importando se mensal ou não. E que os operadores do esquema eram Marcos Valério e o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares. Severino – "Vou colocar o nome de cada um, com o histórico do que tenho deles", disse Serraglio. Assim que for votado pelas CPMIs , o relatório será encaminhado à Mesa Diretora. Serraglio está confiante de que o presidente da Casa, Severino Cavalcanti (PP-PE), não vai engavetar o relatório. "É um equívoco imaginar que esse trabalho vai dormitar na Mesa", aposta o relator. Pressão – Foi um dia de muita pressão sobre os relatores. Até a última hora deputados tentavam escapar da lista dos

envolvidos nas denúncias de corrupção. "Do jeito que está sendo encaminhado acaba sendo um massacre desnecessário. Queria ser julgado", disse o deputado Vadão Gomes (PP-SP). O ex-ministro José Dirceu também pressionou. Procurou o relator da CPMI do Mensalão. Disse que vai entrar na Justiça para defender o mandato. "Eu vou lutar pelo arquivamento dessa denúncia. E vou ao Supremo. Eu era ministro, não era deputado. Não posso ser processado por quebra de decoro", afirmou. Inocente – Ele mostrou inconformismo com as afirmações de Serraglio e disse que o relator quebrou o decoro parlamentar ao prometer apontálo como responsável por um amplo esquema de corrupção no governo. "Acho que Osmar Serraglio é que está quebrando o decoro parlamentar e abusando de suas prerrogativas." "Quando uma pessoa fala, tem de apresentar provas. Qual é a prova que existe contra mim? Até hoje eu não vi", insistiu. Dirceu afirmou que recorrerá até ao Supremo Tribunal Federal (STF) para provar a inocência, caso seja cassado. "Se houver cassação, será um ato político porque nada existe contra mim", observou o deputado. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.OPINIÃO

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de setembro de 2005 Paulo Pampolin/Digna Imagem

A N Á L I S E

A morte do próximo Parece, diante das conquiscitado com freqüência nos livros sagrados o tas da ciência, insignificante a próximo, a quem o lacuna angustiada do próxiCristo nos aconselhou a mo, mas, na sua dura realidade a falta que estamos sentinamar como a nós mesmos. Todos os livros das revela- do, não raro, sem sabermos, ções e das vidas terrena e com exatidão, o motivo de eterna pedem que vejamos nossos tormentos íntimos. Tudo quanto está no Evanno próximo nosso irmão. O que nasce para a angústia. É, gelho é válido para a salvação portanto, figura central da do ser humano, desfigurado doutrina católica, a doutrina pelas mazelas dos mundos. Temos de vivificar o próximo da vida e da salvação. Todo o cristianismo foi edi- para vencermos as crises parficado sobre uma das colunas ciais e a grande crise que se de segurança, o próximo, o abriu como um pálio maldito s o b re a h uque nos dá manidade, e, unção nos exTemos de a p a r e n t etremos de soprocurar o mente, é inarfrimento nas rável. horas da eterpróximo, cuja O próximo na despedida, nos momen- ausência indicia a tem a força da fé, que semtos de indecisão, que nos crise do mundo pre removeu mon tanh as, atormenta como fez com o Bom Samarinas desventuras da vida. Com essa reflexão pode- tano, com o centurião da Via mos perguntar de quê está Crucis, com os reis que foram gemendo a civilização. Está de longe visitar o recém-nasgemendo, devemos respon- cido na manjedoura, com os der, por lhe faltar à pessoa - santos que mudaram, sem arnão resta desespero - o pró- mas, a face da terra. É de nosso breviário para ximo do Evangelho, que, em nome do Cristo, foi brinda- termos paz. Se ele não nos do com um destino eterno, socorrer, não haverá quem por estar colocado acima do nos socorra, neste mundo de tempo e de suas determina- tantas danações, mas, ainda, ções. Diante dessa proble- de tantas esperanças. mática, como diante da esfinge, nos encontramos, teJoão de Scantimburgo mos de procurar o próximo, é membro da Academia cuja ausência indicia a crise Brasileira de Letras do mundo moderno. jscantimburgo@acsp.com.br

De um empresário que participa do IX Encontro Nacional dos Cemitérios e Crematórios, no Rio

A gente não tem crise porque todo mundo é obrigado a morrer um dia!

JOÃO DE SCANTIMBURGO

Céllus

É

C A R T A S

editor@dcomercio.com.br

Rádio comunitária: o ar é de todos

C

resce no Brasil o nú- alcance para 1 km, não é raro mero de rádios co- ocorrer a extensão para 6 m u n i t á r i a s , e s p e- km, o que representa um gacialmente em regiões peri- nho considerável. Com o claro desejo de busféricas. A lei estima que elas devem operar em caráter car soluções, o conselheiro secundário, mas o que está Fernando Bittencourt, espeocorrendo é uma brutal dis- cialista na matéria, depois torção no uso do canal 200, de considerar que pela pricom interferências dramáti- meira vez o tema estava sencas em canais de radionave- do tratado de forma bastante séria, apresenta um congação aérea. É o resultado de uma am- flito de grandes proporções. pla pirataria, hoje atingindo Ao invadir competências da cerca de 12 mil emissoras, rádio comercial, as emissocom ênfase nas regiões me- ras comunitárias estão quetropolitanas do Rio de Janei- rendo concorrer nas cidades ro e de São Paulo. Além das grandes, numa ação predainterferências, a falta de tória que ofende a legislação controle atinge em cheio a da radiodifusão brasileira. programação. Várias delas A queixa de Clementino dos estão sendo empregadas pa- Santos Lopes, coordenador da Abraço, é ra dar os resultados do É uma ampla de que estamos com jogo do bicho, pirataria, hoje u m a l e i e xn u m a i mce ss iv am enpres si on an te b a b e l d e atingindo cerca de te restritiva – so deve apoio a uma 12 mil emissoras eseri sreexaminotória connado pelas travenção. comunitárias autoridades. O d r. A r a No debate havido no Minassian, diretor da Anatel, esclareceu ao Conselho CCS, coordenado por Gede Comunicação Social do raldo Pereira dos Santos, Congresso Nacional que há abordou-se a questão do 2.283 canais designados no emprego das rádios comucanal 200 e mais 2.231 em ca- n i t á r i a s t a m b é m p a r a a nais que não estão no 200, to- educação, faltando apenas talizando 5.541 municípios, uma ação governamental com potência máxima de 25 de peso para que houvesse watts e raio de 1 km. Não há colaboração na distribuimilagres tecnológicos que ção de programas adequaevitem superposições con- dos aos anseios das popudenáveis, além de prejuízo lações mais pobres do nosàs emissoras comerciais ins- so país. Se ainda temos 16 mitaladas, em virtude do desgoverno assinalado. Daí a lhões de analfabetos e uma reconfiguração do plano bá- grande quantidade de sesico de FM, para a utilização mi-analfabetizados, imagisegura dos canais 198, 199, ne-se o potencial que se en200, 201 e 202, segundo nor- contra aí embutido, depois de feitas as devidas corremas internacionais. Há um convencimento na ções de rumo. praça de que a valorização dos canais comunitários reArnaldo Niskier, presenta a democracia no ar. presidente do Conselho de Embora determinado o seu Comunicação Social Cartas: editor@dcomercio.com.br ou fax (0xx11) 3244-3046 Os artigos enviados à Redação do DC para eventual publicação devem conter no máximo 2.800 caracteres, se digitados, ou 40 linhas de 70 toques cada, se datilografados.

A falácia do desarmamento MARCEL SOLIMEO

Q

uando há pouco mais de dois anos eclodiu uma das violentas crises de violência no Rio, em que a polícia se mostrava impotente para enfrentar os bandidos, que portavam armas mais potentes e modernas que as os defensores da lei, o ministro da Justiça anunciou um Plano Nacional de Segurança, que não saiu do papel. Aproveitando-se do desespero da população, o governo apresentou uma falsa solução, assim com fez quando explodiu o escândalo Valdomiro e ele fechou os Bingos, e encaminhou ao Congresso projeto de desarmamento da população ordeira. Com base em estatísticas duvidosas, afirmações capciosas e conclusões falaciosas, os defensores do desarmamento, entre os quais muitas ONGs estrangeiras ou que recebem recursos do exterior, desencadearam forte campanha para a aprovação do projeto, que foi transformado em lei de forma apressada. Estranhamente, o texto aprovado previu a realização de um "referendo" sobre a proibição ou não da venda de armas quando, na prática, isso já está proibido pela Lei

10.826/03. O honesto teria si- conveniente para o projeto de do submeter a própria lei à vo- tomada do poder. Felizmente, o projeto de potação, se verdadeiramente se desejava ouvir a opinião da der que vinha sendo montado população a respeito de se de- com a ocupação de todas áreas sarmar ou não os cidadãos de do governo parece ter sido desbem, sem a garantia de que o montado com as denúncias de mesmo vai ocorrer com os Roberto Jefferson e as descomarginais. O que se quer com o bertas posteriores sobre como Referendo, que vai custar de o PT se elegeu e como cooptava 200 a 500 milhões de reais à na- seus apoios. Se usarmos para ção, é jogar sobre o povo, se o as estatísticas de mortes e feridesarmamento for aprovado, mentos no trânsito o mesmo raciocínio utilia responsabilidade por evenDefendo o direito zado com relação às armas patual, na verdade de qualquer ra justificar o mais do que prodesarmamento, vável, fracasso dessa medida cidadão de possuir vamos chegar à para conter a uma arma para conclusão simplista de que deviolência e, mais vemos proibir a ainda, por gradefender-se circulação e a ves problemas que poderão decorrer de sua venda de carros para evitaraplicação, uma vez que nada mos os acidentes. Antes de perguntar à popufoi e nem será feito para desarlação se é a favor ou contra o mar os bandidos. O que parece estar por trás desarmamento o governo dedo objetivo e da urgência dessa veria responder a algumas lei é desarmar os fazendeiros perguntas. Por exemplo: vai garantir a (basta ver que a única ação da Polícia Federal até agora a res- segurança de nossos lares conpeito foi desarmar uma em- tra a ação de bandidos, que presa de segurança que garan- muitas vezes não se contentam tia propriedades agrícolas), em roubar mas praticam toda para facilitar a ação do MST ca- sorte de violência contra os faso, no futuro, isso se revelasse miliares? Vai proteger as pro-

priedades agrícolas situadas em regiões isoladas e que vêm sendo vítimas de furtos e roubos, tanto de gado como de equipamentos e insumos agrícolas ? Vai impedir as invasões de propriedades por parte do MST, cujas armas (foices, machados, etc.) são considerados instrumentos de trabalho? Vai proteger os caminhoneiros q u e v i v e m s e n d o assaltados, e até mortos, nas rodovias? Vai desarmar os traficantes e quadrilhas cujos tiroteios fazem tantas vítimas, inclusive por balas perdidas? Não tenho armas e nem pretendo comprar, mas quero ter o direito de decidir sobre isso e não deixar que o governo determine o que deva fazer. Defendo o direito de qualquer cidadão de possuir em sua casa ou propriedade uma arma, com o devido registro, para defender-se. É uma falácia que o desarmamento vai reduzir a violência. Vai apenas deixar a população a mercê dos bandidos. Curiosamente, muitos grupos dos que defendem o desarmamento são contrários à redução da maioridade para efeito penal e defendem penas mais brandas para os criminosos.

Y así pasan los días... nvestidor já troca o Brasil pela A rg en t i n a , diz o título da matéria de Cíntia Cardoso na Folha. A conclusão vem do fato de que, em junho, fundos de investimento resgataram US$ 325 milhões no Brasil e simultaneamente compraram US$ 346 milhões de novos títulos argentinos. No ano, as aplicações em títulos brasileiros declinaram de 20,44% para 15,68% nos fundos monitorados pela consultoria Emerging Portfolio. Pode ser. No entanto, não é com base na diferença entre as taxas de risco dos dois países que essa conclusão se baseia. Anteontem, 31/8, a diferença entre as taxas de risco dos pa-

I

péis argentinos e brasileiros no ses emergentes como um tomercado internacional era de do (296 pontos). Nos últimos 26 pontos básicos - ou seja, três meses, essa diferença ja0,26% ao ano. Essa diferença já mais caiu abaixo de 100 ponfoi maior, no final de junho e tos (1%). E olha que estamos início de julho, em torno de 40 no melhor dos mundos possíveis em razão pontos (0,4%). da enorme Na última semaNão é a crise massa de liquina de julho essa política que nos dez que busca diferença pratiavidamente tícamente desaatrapalha. tulos nos merpareceu, quando os dois É a mesmice, a c a d o s e m e rgentes. s p re a d s d i f er iO que deveram em 0,07% e falta de reformas. ria nos preocuvoltaram a crespar não é um mero reajuste de cer durante o mês de agosto. Os s p re a d s da Argentina portfólio entre aplicações em (439 pontos) e do Brasil (413) papéis argentinos ou brasileise diferenciam, no entanto, r o s . A m b o s c o m a n d a m o da média dos spreadsdos paí- mesmo risco no mercado. De-

veria nos preocupar, sim, porque Rússia (130 pontos), Ucrânia (174), México (150) e tantos outros países conseguem captar a taxas tão inferiores às nossas. Não é a crise política que nos atrapalha. É a mesmice. É a falta de reformas. É a falta de perspectivas. São essas coisas que encarecem tanto a tomada de recursos externos e, por tabela, a taxa de juros interna. E olha, vou repetir: estamos, no momento, no melhor dos mundos possíveis. Y así pasan los días, Y yo, desesperando, Y tú, tú contestando… Roberto Fendt, do Instituto Liberal

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

20 -.INTERNACIONAL

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de setembro de 2005 Claudia Daut/Reuters

Helicópteros de resgate são surpreendidos por tiros, um dos pilotos é atingido Jason Reed/Reuters

HELP!

Milhares de sobreviventes famintos e com sede enfrentam tiroteios e saques. A lentidão dos resgates e a ausência de tropas para repor um mínimo de ordem põe em xeque a estratégia da Casa Branca. Katrina é o maior teste para Bush desde os atentados de 11/09.

Solidariedade na adversidade: presidente cubano, Fidel Castro, faz um minuto de silêncio e diz que a tragédia do Katrina "é de todos"

Onde está o exército americano? David J.Phillip/Reuters

Marc Serota/Reuters

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m meio a tiroteios, saques e uma população desesperada, New Orleans resvalou para a anarquia e o caos diante da incapacidade das autoridades locais, estaduais e federais de coordenarem suas ações e retirar da cidade milhares de sobreviventes sedentos e famintos, quatro dias depois de serem surpreendidos por um dos maiores desastres naturais da história dos EUA. "Este é um SOS desesperado", declarou o prefeito da cidade, Ray Nagin. "Neste momento estamos sem recursos no centro de convenções e não prevemos ter ônibus suficientes". No início do dia, quando alguns ônibus trasladavam centenas de refugiados no estádio Superdome para Houston , no Texas, o processo foi suspenso depois que um helicóptero da Guarda Nacional foi alvo de tiros. Um dos pilotos foi ferido e por causa da falta de segurança os resgates foram paralisados por horas. Em um dos hospitais da cidade, um bando armado forçou uma equipe médica a abandonar o bote no qual transportava um paciente para roubar o barco. "Não há nenhum tipo de controle e as pessoas se perguntam onde está o grande exército americano", relatou a deputada espanhola Lourdes Muñoz Santamaría, ao jornal El País, que esteve refugiada no estádio Superdome. O mesmo questionamento foi feito por uma mulher à emissora de TV CNN. "Se eles foram capazes de jogar comida de helicópteros em Bagdá, deveriam ser capazes de fazer o mesmo em New Orleans", disse a refugiada que aguardava a chegada de ajuda no centro de convenções da cidade. Ela e outros milhares de residentes foram desalojados de suas casas pela inundação que se seguiu à passagem do furacão Katrina depois que dois trechos dos diques que protegem a cidade, situada abaixo do nível do mar, cederam. Era uma das raras pessoas brancas em meio à multidão de negros que não acataram a ordem de retirada da cidade, dada pela governadora Kathleen Blanco, no sábado. Ela permaneceu porque não têm carro nem dinheiro para pagar um quarto de hotel em outro lugar. Embora a maioria da população branca que deixou a cidade não tenha casa, escola ou trabalho para os quais retor-

Jason Reed/Reuters

Jason Reed/Reuters

Cenas dramáticas: no telhado de um prédio de New Orleans , sobreviventes pedem água; carros bóiam entre casas destruídas; equipes de resgate salvam um bebê e em uma das áreas alagadas, sobrevivente caminha pela água em busca de socorro

nar, as penosas imagens de New Orleans lembravam mais cenas de desastres em países do Terceiro Mundo. E levantavam óbvias dúvidas sobre o ingrediente racial entre as vítimas da catástrofe. A inexplicável demora na chegada do socorro imediato, as pessoas que esperavam ajuda nas poucas partes da cidade não tomadas pelas águas, a lentidão da remoção dos refugiados e a ausência de tropas para repor um mínimo de ordem punham em questão a estratégia da administração Bush depois dos ataques terroristas do 11 de Setembro de 2001- de preparar o país para uma catástrofe de larga escala provocada por um atentado terrorista numa área urbana. Primeiro teste real do novo sis-

tema que supostamente teria tornado os EUA mais aptos a responder a emergências, o furacão Katrina e a inundação de New Orleans deixam claro que havia mais retórica do que dispositivos concretos a acionar. Bush determinou o estabelecimento de uma política de "tolerância zero" em relação aos saques não só em New Orleans, que desde segunda-feira está sob lei marcial , com em todas as áreas atingidas pelo furacão. O Congresso americano suspendeu seu recesso de verão para aprovar um pacote de ajuda emergencial no valor de US$ 10 bilhões. E os ex-presidentes George Bush e Bill Clinton assumiram a liderança dos esforços de arrecadação de fundos para as vítimas em todo o mundo. (Agências)

Bush apela: não comprem gasolina "Não comprem gasolina se vocês não precisarem", disse o presidente dos EUA, George W. Bush, em um pronunciamento à nação transmitido pela TV. Bush fez um apelo para que os americanos poupem o combustível, uma vez que os preços estão disparando após a passagem do furacão Katrina. O presidente disse ainda que poderá haver interrupção temporária no abastecimento em algumas regiões do país. Nove refinarias de petróleo na

costa americana do Golfo do México ainda estão totalmente paralisadas por causa da passagem do furacão. Além disso, 95% da produção de petróleo na região do Golfo, que abastece 25% da demanda do país, teve que ser interrompida. O medo dos consumidores de que falte gasolina nas bombas dos postos nos EUA fez com que o preço do galão (3,78 litros) quase dobrasse, subindo para mais de US$ 5 em algumas regiões do país. Motorisas de Atlanta disseram que as estações estavam cobrando até US$ 8 pelo galão.

Ontem, os contratos futuros de gasolina para entrega em outubro subiram 6,8% - para US$ 2,409 o galão - na Bolsa Mercantil de Nova York. Já o barril do petróleo leve para entrega em outubro encerrou o dia cotado a US$ 69,47, com alta de 0,77%. Fornecedores de gasolina europeus já acertaram o envio de 20 navios com carregamentos do combustível para os EUA desde segunda-feira a fim de aproveitar os altos preços da gasolina no país. Em Londres, o Brent do Mar do Norte no contrato de outubro subiu US$ 0,70 chegando a US$ 67,72.

Ahmad Al-Rubaye/Reuters

Mães de Beslan vão a Putin Sergei Karpukhin/Reuters

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COMPENSAÇÃO À DOR Iraquianos que perderam parentes em tumulto durante peregrinação xiita, após um falso alarme de bomba em uma ponte sobre o rio Tigre, receberão uma indenização de US$ 2.055 por família, garantiu o primeiro-ministro do país, Ibrahim al Jaafari. Ontem foram enterrados 965 das1033 vítimas.

a pequena cidade de 25 mil habitantes raiva e dor se juntam à loucura. Crianças que não falam e não brincam mais, homens que passam os dias a limpar os nomes dos filhos nas lápides do cemitério e durante a noite se refugiam na vodka, mulheres que ainda procuram por seus filhos e maridos. Esta é Beslan após um ano. Na manhã de 1º de setembro de 2004, um comando de terroristas chechenos entrou na escola de Ossétia do Norte, quando 1.200 pessoas estavam lá dentro comemorando o início do ano letivo. Crianças, mulheres, professores, homens. Todos feitos reféns durante três dias, sem comer e beber; 330 pessoas não saíram vivas dali, das quais 186 eram

crianças. Esta escola hoje parece um templo de dor, uma imensa catedral da morte. Num ato bastante infeliz o presidente da Rússia, Vladi-

mir Putin, pediu ontem que os russos se "lembrassem das crianças". Não por acaso foi claramente insinuado as autoridades do governo federal russo para que não comparecessem por ocasião do aniversário do massacre. Putin receberá hoje uma delegação do Comitê das Mães de Beslan em Moscou. Deverá ouvir insultos das mulheres que perderam seus filhos e buscam respostas para a invasão militar coordenada pelo Kremlin. Amanhã, exatamente às 13h05, horário da primeira explosão ouvida dentro da escola, as mães se ajoelharão no ginásio. Em seguida, a cidade toda sairá em procissão ao cemitério. (Ansa)


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sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de setembro de 2005

Política

Eymar MASCARO

SINDICÂNCIA NO PLANALTO. DEMISSÃO NO MINISTÉRIO DA FAZENDA.

CASA CIVIL RECONHECE NOTAS FISCAIS FRIAS

APENAS FOFOCA

O PSDB é considerado o fusão do PSB com o PCdoB partido que vai disputar a e até com o PT renovado. sucessão presidencial com mais chance de derrotar N ão resta mais dúvida: Lula, que deve ser candida- Itamar Franco retornou da

to à reeleição. Por isso, o Itália disposto a disputar o partido tem várias opções, Senado por Minas, em 2006. além do prefeito José Serra. Mas, o ex-presidente faz questão de dizer que tamom a queda de Lula bém é um presidenciável. nas pesquisas, os tucanos Em tempo: o PMDB mineipresidenciáveis se assa- ro deve fechar com o governharam, em especial Ser- nador tucano Aécio Neves. ra, que desponta como s integrantes da CPI principal opção do eleitor. Além de Serra, o PSDB ali- dos Bingos querem que o menta a esperança de Al- presidente do Sebrae, Paulo Okamoto, apresente provas ckmin, Aécio e FHC. de que pagou de seu bolso o mbora o PFL e o PMDB empréstimo de R$ 30 mil estejam em campanha que Lula tomou do PT. A com as candidaturas de CPI já convocou Okamoto César Maia e Anthony Ga- para prestar depoimento. rotinho, todas as pesquipesar de ameaçado de sas projetam atualmente uma provável polarização ser indiciado pela Polícia na campanha entre os can- Federal, por lavagem de dididatos do PT e PSDB. nheiro e sonegação fiscal, o marqueteiro Duda Menula sofreu uma queda donça não deve perder albrusca nas pesquisas, mas gumas contas do governo, ainda detém um aceitável como da estatal Petrobrás. índice de aceitação do eleilém de Duda Mendontor. Se a eleição fosse hoje, por exemplo, o petista só ça, a Polícia Federal deve inperderia para José Serra. diciar também o ex-presiEngrossaria a eleição contra dente do PT, José Genoino, qualquer outro candidato. o ex-tesoureiro Delúbio Soares e o publicitário Marlckmin continua im- cos Valério. Tudo por causa buído no propósito de pros- da confissão de Duda à CPseguir com sua política po- MI de que recebeu R$ 10 mipulista de reduzir o ICMS lhões do PT nas Bahamas. de alguns produtos da cesta diretório nacional do básica, como fez com a farinha de trigo, principal in- PT deve discutir, amanhã, grediente na fabricação do em São Paulo, o pedido de pãozinho. O pãozinho deve expulsão de Delúbio Soabaixar de preço. res, ex-tesoureiro do partido. O perigo é Delúbio se olta a ganhar impulso irritar a decidir prestar noa hipótese do ex-presidente vo depoimento às CPIs paFernando Henrique dispu- ra contar tudo o que sabe. tar a eleição de governador PT deve apresentar de São Paulo. Os tucanos paulistas estão entusiasma- hoje o relatório final da sindos com a perda de prestí- dicância que apurou o engio dos pré-candidatos do volvimento de petistas nos PT, como Aloizio Merca- escândalos. É provável que José Dirceu se pronundante e Marta Suplicy. cie para revelar se deixa ou vice José Alencar es- não a chapa do Campo pera pela definição de Lu- Majoritário que vai dispula (se será ou não candida- tar a convenção do dia 18. to à reeleição) para se candeputado Delfim Nedidatar à presidência. O PL de Alencar vem discu- to está deixando o PP e vai tindo uma provável fusão ingressar no PMDB, procom PTB e PP. O novo par- vavelmente para ser o cantido surgiria com a força didato da sigla ao governo de 90 deputados federais. do estado em 2006. Mas, o deputado só será candidapossibilidade de o- to à sucessão de Alckmin correr fusão de partidos não se Quércia decidir se canabrange somente as legen- didatar ao Senado, abandas de centro. Avança tam- donando sua pretensão de bém na direção das esquer- sempre, que é voltar a ser das. Fala-se, e muito, numa governador de São Paulo.

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Celso Junior/AE

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Casa Civil confirmou ontem o uso de notas fiscais frias em compras de cartuchos de tinta de impressora feitas pela Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, mas esclareceu que os materiais comprados foram devidamente recebidos pelo governo. Em nota divulgada no início da noite, a Casa Civil informou que a Secretaria de Fazenda do Distrito Federal confirmou que a empresa FR Comércio e Representação emitiu "notas fiscais inidôneas" desde junho de 2002. Como já havia confirmado a ministra Dilma Rousseff no dia 26 de agosto, a nota informa que a empresa forneceu materiais para o governo entre 2000 e 2004. Uma sindicância vai apurar se houve conivência de servidores públicos. O resultado da sindicância será enviado à Receita Federal e ao Ministério Público Federal para apuração de eventuais crimes de sonegação fiscal. Cadastro – Para evitar esse tipo de irregularidade, a Casa Civil reitera que está sendo criado um cadastro de fornecedores de bens e serviços de contratação direta (com dispensa de licitação). Na semana

dade, ela tem uma irregularidade há muito tempo. Nós somos os maiores interessados em apurar essa questão das notas frias. Tem certo tipo de acusação que não pode ser levantada levianamente", afirmou a ministra no dia 26. Saques – Documentosenviados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre gastos com o cartão de crédito corporativo mostram que a funcionária pública Maria da Penha Pires usou quatro notas frias da FR, entre junho e julho deste ano, para cobrir saques em dinheiro com o cartão corporativo de R$ 16.480. Maria da Penha está entre os 36 funcionários da Presidência que usam o cartão corporativo para pagar pequenas despesas e gastos emergenciais. A FR é registrada na Receita Federal como uma companhia da área de alimentos, mas no endereço registrado na Receita funciona um comércio de alimentos e não há cartuchos de impressora para venda. O problema, segundo a Casa Civil, é que a empresa não podia emitir notas fiscais desde 2002. No sábado, a Casa Civil divulgou um comunicado refutando o uso de notas frias para comprovar gastos da Presidência. (Agências)

passada, ao anunciar a criação do cadastro, a ministra reclamou da forma como foi denunciado o uso de notas frias para justificar os gastos no cartão corporativo do governo, alegando que a FR era fornecedora da Presidência e de outros órgãos do governo, desde o ano 2000, portanto, no governo passado. "O que é lamentável é que se divulgue que o governo estava recebendo nota fria. Se a empresa tem alguma irregulari-

Somos os maiores interessados em apurar essa questão das notas frias. Ministra Dilma Roussef

Joedson Alves/AE

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ão passa de fuxico a versão de que Aécio Neves poderia disputar a sucessão de Lula por outro partido, o PMDB. Aécio está firme no PSDB e é um dos presidenciáveis do partido. A situação do governador de Minas é tranqüila: se fracassar sua intenção de se candidatar à presidência, Aécio tem à sua disposição, ainda, a candidatura à reeleição, com amplas chances de vencer, segundo as pesquisas. Uma das poucas coisas que desagradam Aécio é o comentário de que o partido já bateu o martelo por Serra. O partido, para ele, ainda não tem candidato escolhido. Aécio continua defendendo a tese de que o candidato tucano terá de ter a capacidade de unificar o partido. O governador, portanto, não admite que a escolha se dê apenas em função da colocação nas pesquisas. De Minas, vem a informação de que Aécio Neves está decidido a apoiar a candidatura de Geraldo Alckmin. Teria sido este um dos motivos que o trouxeram a São Paulo para um encontro com o prefeito José Serra.

POLÍTICA - 3

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PRESTÍGIO – O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), foi condecorado com a Ordem de Rio Branco, no grau de Grã-Cruz, o mais alto concedido pelo Itamaraty. A cerimônia de condecoração contou com a presença do presidente Lula. Também ganharam medalha os ministros Paulo Bernardo, Sérgio Rezende, Nilcéia Freire e Matilde Ribeiro, os empresários Paulo Skaf e Antônio Ermírio de Moraes, o escritor Luiz Fernando Veríssimo. E, postumamente, o poeta Vinicius de Moraes.

ASSESSOR DE PALOCCI PEDE DEMISSÃO

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chefe de gabinete de Antonio Palocci, Juscelino Dourado, pediu demissão na tarde de ontem, um dia depois de ter dado explicações sobre sua relação com o advogado Rogério Tadeu Buratti, em depoimento na CPI dos Bingos. O ministro da Fazenda aceitou o pedido. Em nota, a assessoria de comunicação do Ministério da Fazenda reproduz uma troca de correspondências entre Palocci e Dourado. Na carta enviada a Palocci, Dourado afirma que está deixando sua atual função com a certeza de ter sido leal, dedicado, respeitoso e justo com todos os que conviveram com ele ao longo desses anos. Na resposta a Dourado, o

ministro afirma que é com respeito e compreensão que aceita a decisão. Palocci afirma ter absoluta certeza da seriedade e da lisura com que Juscelino Dourado lidou com os assuntos de sua responsabilidade e diz que a atividade pública de seu ex-chefe de gabinete deve ser motivo de orgulho. Amigo – "Sou testemunha da lealdade, dedicação e competência com que desempenhou suas funções em todos esses anos. Tenho certeza de que será feliz no novo ciclo de sua vida que agora se inicia. Recomendação a sua esposa e suas filhas, um abraço do amigo Antonio Palocci Filho", diz a carta do ministro da Fazenda. Na carta ao ministro, Juscelino Dourado afirma ter segurança de que lidou com os as-

suntos de sua responsabilidade com firmeza, comparecendo ao Senado para esclarecer todos os assuntos sobre sua conduta pública e diz que está c o m a c o n sc i ê n c i a t r a nqüila de que re a l i z o u s u a missão e não fugiu do caminho ético que s e m p r e n o rteou sua vida. Juscelino "Estou com a Dourado consciência tranqüila de que realizei minha missão, de que não fugi do caminho ético que sempre norteou e norteará a minha vida", afirma na carta. "Deixo minha atual função com a certeza de ter sido leal, dedicado, respeitoso e justo

Sérgio Lima/Folha Imagem

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Alan Marques/Folha Imagem

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com todos os que conviveram comigo, ao longo destes anos", continua Dourado. Ainda na carta, ele lembra que dedicou 20 anos da vida à militância política, dos quais 13 trabalhando ao lado de Palocci, no Executivo e no Legislativo. Dourado foi acusado de ter intermediado encontros de empresários com o ministro a pedido do advogado Rogério Buratti, secretário de governo na primeira gestão de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto. Durante depoimento à CPI dos Bingos na quarta-feira, Dourado negou a acusação. Amigo pessoal de Dourado, Buratti foi assessor de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto e acusa o ex-chefe de receber R$ 50 mil mensais de empreiteiras para campanhas do PT. (Agências)


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sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de setembro de 2005

RELATÓRIO DIZ QUE HÁ QUEBRA DE DECORO, CITA 19 NOMES E COLOCA DIRCEU COMO MENTOR DO ESQUEMA.

CPMIs: UNANIMIDADE NOS PEDIDOS DE CASSAÇÃO.

Celso Junior/AE

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JOSÉ DIRCEU É O 'CRIADOR DO ESQUEMA', SEGUNDO RELATÓRIO DAS COMISSÕES.

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relatório conjunto das CPMIs dos Correios e do Mensalão aponta o deputado José Dirceu (PT-SP) como "criador do esquema" de compra de votos de parlamentares em troca de apoio ao governo em votações de interesse dele. Baseado nas denúncias do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e nos depoimentos do empresário Marcos Valério e da mulher dele, Renilda Souza, o texto busca apresentar evidências testemunhais de que o sistema de pagamento não teria como funcionar sem a coordenação de Dirceu. O relatório sustenta ainda que Dirceu pode ser cassado por falta de decoro parlamentar apesar de não estar exercendo o mandato no período em que teriam ocorrido as irregularidades. "Entendemos necessário o registro da necessidade de se punir parlamentar por quebra de decoro, em razão de atos praticados ou fatos acontecidos, ainda que fora do exercício de mandato", diz o

texto, contrariando o principal argumento jurídico de defesa do deputado do PT. Defesa –Em sua defesa no relatório, Dirceu diz que existem apenas "suposições" a respeito de seu conhecimento sobre os empréstimos feitos pelo empresário Marcos Valério e repassados ao PT. E afirma que as referências feitas por Jefferson são "desprovidas de prova e seriedade, caracterizando mera tentativa de desviar o rumo das investigações que devem ser realizadas por esta CPI". Assim que soube do conteúdo do relatório e sem esconder o nervosismo, José Dirceu cobrou provas de que tenha comandado o esquema do mensalão ou participado de qualquer ato de corrupção no governo. "Quando vai começar o fuzilamento? Se você já tem convicção, é um fuzilamento político. Será um julgamento político, mas é preciso ter provas. É preciso ter direito de defesa e que não haja prejulgamento", afirmou. (Agências)

Abi-Ackel, Serraglio e os presidentes das CPMIs Lando e Delcídio, durante leitura do texto, que cita quatros leis violadas pelos parlamentares.

AÇÃO RÁPIDA É A RESPOSTA A SEVERINO

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presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE), avalia que a aprovação do pedido de cassação do mandato do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e a leitura do relatório parcial das CPMIs do Mensalão e dos Correios vão provocar mais pressões por punições. Freire duvida que, a partir de agora, o pre-

sidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), continue a colocar obstáculos para aberturas de processos de cassação. "Hoje é um ótimo dia para o Congresso. Depois da cassação de Jefferson por 14 a 0, mostramos que haverá punições e que Severino Cavalcanti é uma coisa menor. Duvido que a Mesa Diretora vai ficar sentada em ci-

ma do relatório apresentado por duas CPIs da Casa. Esse documento é mais importante que qualquer comissão de ética. Severino vai mandar direito para o Conselho". "Não haverá nenhuma operação abafa. Há um acordo para que o relatório seja votado do jeito que está, sem destaques de retirada de nomes,

sem discursos e sem perda de tempo", disse o deputado Júlio Redecker (PSDB-RS). "A melhor resposta que poderíamos dar ao deputado Severino Cavalcanti foi essa sessão conjunta, sem brigas, com a aprovação do relatório das CPIs por unanimidade", comemorou o deputado Fernando Coruja (PPS-SC). (Agências)

Comissões aprovam relatório conjunto, que vai à Mesa da Câmara CPMI dos Correios adia depoimento de Luiz Gushiken

Delúbio

Pereira

Valério

Mendonça

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, se recusou a nomear sacadores das contas de Valério na CPMI dos Correios. Na CPMI do Mensalão, ele não explicou pagamentos a Duda e disse que José Dirceu não negociou dívidas do PT.

Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Assumiu ter negociado cargos; saiu do PT, depois da descoberta de que ganhou um Land Rover da GDK . Valério disse que ele sabia dos empréstimos repassados ao diretório nacional.

Marcos Valério, dono da SMP&B e da DNA. Movimentação bancária mostra saques de vários políticos e assessores, num total de R$ 55 bilhões. Disse na CPMI do Mensalão que o aval de Dirceu foi confirmado várias vezes por Delúbio.

O publicitário Duda Mendonça, da DM9, confirmou ter recebido dinheiro de Marcos Valério no exterior. Os repasses, segundo ele, eram para pagar dívidas do PT, das campanhas eleitorais de 2002. Valério negou a versão de Duda.

Palmieri

Osório Batista

Jefferson

Lamas

Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB, depôs esta semana na CPMI do Mensalão e revelou que esteve em Portugal com Marcos Valério para obter recursos da Portugal Telecom para pagar dívidas do PT e do PTB.

Antônio Osório Batista, diretor afastado dos Correios por ter sido citado por Marinho na gravação. Depôs na CPMI e afirmou que Jefferson pediu dinheiro aos diretores da estatal para fazer caixa de campanha.

O deputado do PTB, Roberto Jefferson, teve seu pedido de cassação aprovado no Conselho de Ética da Câmara. O próximo passo será a votação em plenário, que deve acontecer a partir do dia 13 de setembro.

O ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, confirmou em depoimento à CPMI do Mensalão que foi algumas vezes a Belo Horizonte buscar dinheiro a pedido do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.

Sereno

Jefferson

Duda

Marcello Casal Jr/ABr

Edson Santos/AC

Ed Ferreira/AE

Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério. Depôs na CPMI e contestou as versões de seu ex-patrão para os grandes saques bancários: o próprio empresário voltou atrás e confessou que fazia os pagamentos a mando de Delúbio, a partir de uma lista.

Valter Campanato/ABr

Karina

Roosewelt Pinheiro/ABr

Galeria de personagens Ailton de Freitas/AG

s CPMIs dos Cor- deveres de honestidade, imreios e do Mensa- parcialidade, legalidade e leallão aprovaram on- dade às instituições. Ainda setem por unanimi- gundo o parecer, os deputados dade recomendar à presidên- teriam contrariado ainda o Cócia da Câmara a abertura de digo Penal, que criminaliza a processo por quebra de decoro corrupção passiva ou ativa, a parlamentar contra José Dir- prevaricação e a advocacia adceu (PT-SP) e outros 17 deputa- ministrativa; e a Lei 4729/65, dos, além do ex-deputado Val- que define as punições para a demar da Costa Neto, por en- sonegação fiscal. Confiança – Os parlamentavolvimento no suposto esquema do "mensalão". O relatório res não temem que o presidendos deputados Osmar Serra- te da Câmara, Severino Cavalglio (PMDB-PR) e Ibrahim canti (PP-PE), coloque empeciAbi-Ackel (PP-MG), relatores lhos para encaminhar o relatódas CPMIs, aprovado em vota- rio a Conselho de Ética da ção simbólica pelos integran- Casa, encarregado de avaliar tes das duas comissões, identi- os pedidos de processo contra fica ainda o uso de caixa 2 e trá- os deputados, que podem lefico de influência em estatais e var à cassação. Serraglio lembrou que alguns partidos políoutros órgãos públicos. Os dois relatores se reveza- ticos já manifestaram que, caso ram na leitura do texto de 61 isso aconteça, enviarão o docupáginas – no qual há um capí- mento diretamente para o tulo só sobre Dirceu (leia maté- Conselho. "Não tenho preocuria abaixo) –, que deverá ser vo- pação com isso, se ele enviar tado pelas duas CPMIs, em para a corregedoria, cinco misessões separadas. "O presente nutos depois vários partidos parecer destina-se (...) a enca- políticos estarão entrando (no minhar à presidência da Câ- Conselho)", disse Serraglio. Reclamações – Mal teve inímara dos Deputados o relato dos fatos até o momento apu- cio a leitura do relatório parcial rados, pelas duas Comissões das CPMIs, o deputado João Paulo Cunha M i s t a s d e I n(PT-SP), que faz quérito, com a parte da lista dos indicação dos cassáveis, comep a r l a m en t a re s çou a reclamar, cujo comportaalegando não ter mento pode ser Não há tido direito de t i d o c o m o i n- nenhuma defesa. "Se ele cocompatível com legitimidade em loca juízo de vao decoro parlal o r, e l e ( S e r r amentar", diz o mandatos conseguidos glio) tem de me relatório. ouvir. Tenho diO deputado por meio de reito de fazer miO s m a r S e r r a- caixa 2. nha defesa"disglio considerou "inconteste" o Deputado Osmar Serraglio se. "Estou seguro recebimento de que a Câmara dinheiro por parlamentares da base aliada votará contra a cassação do do governo. No parecer, ele meu mandato." Mabel – Su rpreend entedisse que a alegação de que os recursos vieram de emprésti- mente, o líder do PL na Câmamos é uma "desculpa esfarra- ra, deputado Sandro Mabel pada" e que não há provas que (GO), comemorou o conteúdo sustentem a afirmação de que do relatório parcial apresentao dinheiro teria sido usado pa- do ontem, apesar de ter o nome ra pagamento de despesas na lista dos cassáveis. "O relaeleitorais. "Não há legitimida- tório é ótimo para mim. Não de em mandatos conseguidos tem cheque, não tem saque. por meio de caixa 2. Meios ilí- Absolutamente nada em meu citos para ganhar eleições nome", disse. O líder do PL atentam contra o estado demo- acredita que será absolvido pelo Conselho de Ética. crático de Direito", afirmou. Além de Dirceu, João Paulo e Quatro crimes –O relatório cita quatro leis que teriam sido Mabel estão na lista os deputavioladas pelos parlamentares. dos: Carlos Rodrigues (PL), A primeira é o Código de Ética e João Magno (PT), José Borba Decoro Parlamentar da Câma- (PMDB), José Janene (PP), José ra, que prevê a cassação do de- Mentor (PT), Josias Gomes putado que receber vantagens (PT), Paulo Rocha (PT), Pedro indevidas em razão do exercí- Corrêa (PP), Pedro Henry (PP), cio da atividade. A segunda é a Professor Luizinho (PT), RoLei de Improbidade Adminis- berto Brant (PFL), Roberto Jeftrativa, que pune o enriqueci- ferson (PTB), Romeu Queiroz mento ilícito em razão do cargo (PTB), Vadão Gomes (PP), Wane a ação ou omissão que viole os derval Santos (PL). (Agências)

Jacinto Lamas

Delúbio Soares

Silvio Pereira

Ferreira

Guimarães

Costa Neto

Esteves

Marcos Vinícius Ferreira, genro de Roberto Jefferson e suposto canal do PTB com os Correios. Senado estuda pedir a quebra de seu sigilo bancário. A CPMI dos Correios ainda não remarcou seu depoimento.

O ex-presidente do Banco Popular do Brasil Ivan Guimarães negou há pouco disse à CPMI dos Correios, que sua indicação para o cargo no banco tenha sido feita pelo PT. Ele anunciou aos integrantes da comissão que vai se desfiliar do PT.

O presidente do PL Valdemar Costa Neto, se recusou ontem, em seu depoimento à CPMI da Compra de Votos, a revelar nomes de empresas e pessoas físicas para as quais teria repassado supostos R$ 6,5 milhões recebidos de Marcos Valério.

Clauzer Esteves, sócio de José Fortuna Neves. O também exagente do SNI afirmou que a Abin investigava os Correios a pedido da Casa Civil, informação essa que foi negada pelo então titular da pasta, o ex-ministro José Dirceu.

Lange

Salmeron

Dutra

Marinho

Edgard Lange, o "Alemão". O agente da Abin admitiu que, em abril, recebeu ordem para colher informações sobre irregularidades nos Correios, que teria sido dada pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Roberto Salmeron, ex-presidente da Eletronorte e ex-vice-presidente dos Correios. De acordo com o depoimento de Osório Batista, Jefferson e Salmeron teriam assistido à gravação um dia antes de ter sido divulgada à imprensa.

Mauro Dutra, dono da Novadata. Ele negou favorecimento em contratos da estatal. Disse que seus negócios com a estatal são reduzidos. Mas confirmou que sua empresa fornece 22% dos micros do governo e que conhece Lula há mais de 20 anos.

Maurício Marinho, ex-chefe de Contratação e Administração de Material dos Correios. Flagrado em uma gravação recebendo propina de R$ 3 mil, negou. Depôs no Ministério Público e será novamente ouvido na CPMI dos Correios.

Gonçalves

Waschek

Dipp

Marschner

Luiz Otávio Gonçalves, diretor da Skymaster, admitiu que pediu ajuda de Silvio Pereira para evitar que sua empresa perdesse o contrato com os Correios. Jefferson denunciou a empresa como tendo contrato superfaturado com a estatal.

Arthur Waschek, dono da Comam e Vetor. Mandante da gravação de Marinho, por ter interesses contrariados nos Correios. Waschek afirmou que as irregularidades não ocorrem nas licitações, mas na execução dos contratos.

Airton Dipp, ex-presidente dos Correios, confirmou na CPMI dos Correios encontro com Silvio Pereira e a influência de Luiz Gushiken na estatal, através da nomeação de três dos cinco membros de uma comissão de análise de publicidade.

Haroldo Marschner, um dos donos da Precision Componentes. Ele disse que teria recebido pedido de suborno de Maurício Marinho, para poupar a sua empresa da aplicação de multa por atraso na entrega de material.

PASSO-A-PASSO DAS INVESTIGAÇÕES

CPMI do Mensalão

Conselho de Ética

CPI dos Bingos

A comissão que investiga a compra de votos ouviu os diretores dos fundos de pensão Previ, Petros e Funcef. Os dirigentes já prestaram depoimento fechado na comissão, na semana passada. Eles confirmaram envolvimento dos fundos com a Globalprev, empresa que pertencia a Luiz Gushiken.

O conselho aprovou por unanimidade o pedido de cassação do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). O pedido irá a votação do plenário da Câmara no dia 13. De acordo com as regras regimentais, a Mesa tem a obrigação de incluir o processo na pauta até dois dias depois do prazo final do processo.

João Francisco Daniel, irmão do prefeito de Santo André, Celso Daniel, morto em 2002, depôs ontem e fez revelações que atingem o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho. A CPIdecidiu convocar os delegados que atuaram no caso do assassinato de Celso Daniel.


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CIDADES & ENTIDADES - 17

Entre os processos que chegaram à Câmara Municipal, e que suscitam desconfiança em vereadores que os analisaram, estão os empreendimentos do Shopping Santa Cruz e o do Wal-Mart da avenida Jabaquara, ambos na zona sul da cidade. Se o empreendimento não tiver cumprido as exigências e estiver funcionando significa que está irregular e não deveria estar aberto.

É comum que seja exigido do futuro pólo gerador, que pode ser um shopping center ou uma universidade, o cumprimento de diversas medidas, como a construção de uma passarela, de um retorno, ou mesmo de um estacionamento especial. Tudo isso para que o projeto, entre outras coisas, não atrapalhe o trânsito da região onde foi instalado. Arquivo DC - 5/01/2005

Vereadores cobram CET sobre projetos

Na foto maior, Roberto Scaringella (à esq.), presidente da CET, e Frederico Bussinger, secretário dos Transportes. Abaixo, o vereador Adilson Amadeu. Arquivo DC

Partidos pediram explicações sobre projetos de pólos geradores – obras que causam impacto onde são instaladas, como shoppings – a partir de 2004. Essas construções devem seguir requisitos da CET.

eunião da Comissão Permanente de Trânsito, Transporte e Atividade Econômica realizada ontem na Câmara Municipal recebeu, além de seus membros, líderes partidários, o presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Roberto Scaringella, e o secretário municipal de Transportes, Frederico Bussinger, entre outros. Os dois principais temas abordados no encontro foram questionamentos dos vereadores a respeito de possíveis favorecimentos em pólos geradores existentes na cidade e cartas falsas de fiança apresentadas por empresas de ônibus que operam na cidade no processo de licitação. Na primeira parte da reunião, o vereador Antônio Carlos Rodrigues, líder do PL, pediu esclarecimentos a Scaringella e ao superintendente da CET, Irineu Gneco Filho, sobre os projetos de pólos geradores – empreendimentos que provocam grande impacto na região onde são instalados, como shoppings e universidades – encaminhados à CET a partir de 2004. São 185 projetos no total. O vereador, que já havia encaminhado dois ofícios à empresa com pedidos de explicações, acredita que possa haver irregularidades nestes projetos. "Gostaria de saber quais pólos desse período atenderam os requisitos feitos pela

CET no momento de solicitação do projeto e realmente realizaram as melhorias exigidas", afirma. Análise – Rodrigues explica que antes de um projeto começar a ser construído passa por análise da CET, seguida de outra realizada pela subprefeitura e pela Secretaria Municipal de Transportes. Durante esse período, é comum que seja exigido do futuro pólo gerador o cumprimento de diversas medidas, como a construção de uma passarela, de um retorno, ou mesmo de um estacionamento especial, para que ele, entre outras coisas, não atrapalhe o trânsito da região onde foi instalado. "Se o empreendimento não tiver cumprido as exigências e estiver funcionando significa que está irregular e não deveria estar aberto", afirma Rodrigues. Ontem, o tema foi discutido e 24 processos de pólos construídos em 2004 e 2005 ficaram nas mãos dos vereadores para serem analisados por um grupo formado por vereadores, engenheiros da prefeitura e representantes do Tribunal de Contas do Município (TCM). Entre os processos que estão com os parlamentares e suscitam desconfiança de Rodrigues e do vereador Adilson Amadeu (PTB), vice-presidente da Comissão de Transportes, que analisaram rapidamente alguns dos deles durante a tarde, são o do Shopping

Santa Cruz e o do Wal-Mart da Avenida Jabaquara, ambos na zona sul. Durante a reunião, Scaringella declarou que este assunto é de competência da Secretaria de Transportes. Além disso, declarou que a CET não tem a responsabilidade de fiscalizar e cobrar da empresa responsável pelo pólo gerador o cumprimento das diretrizes estabelecidas no momento da aprovação do projeto. Rodrigues questionou também o fato de a empresa Connection Tecnologia Ltda, de propriedade do presidente da CET, possivelmente prestar serviços a pólos gera-

dores, formulando projetos – que seriam encaminhados à Companhia para análise. Roberto Scaringella se absteve de comentar o assunto. Ônibus – Outro tema abordado na reunião da Comissão foram falsas cartas-fianças apresentadas por empresas de ônibus que operam na cidade – Santa Brígida, Viação Vip e Viação Sambaíba – na época da licitação e do processo de contratação. As cartas estão em nome do Banco de La Nación Argentina e servem de garantia ao Poder Público de que os contratos, que envolvem no total um montante de R$ 12,3 bilhões,

terão cobertura em caso de descontinuidade do serviço. A instituição financeira, que não tinha agência na cidade à época das licitações questionadas, realizadas em 2003 e 2004, afirma que não emitiu as cartas – quatro parcelas de R$ 40 mil. "Além disso, as cartas de todas as empresas são intermediadas por um tal de Leo, corretor da Orla Seguros, que todas afirmam desconhecer o sobrenome e outros detalhes, como o local da empresa", afirma Adilson Amadeu. O presidente da Santa Brígida, presente à reunião, Luiz Augusto Saraiva, declarou que sua empresa foi no caso

um "terceiro de boa fé", ou seja, apenas pegou a carta-fiança, pagou por ela e a entregou à Prefeitura, acreditando que era verdadeira. Convidados, representantes das outras empresas não compareceram. Outra questão levantada foi quanto à dívida dessas empresas com o INSS. De acordo com entendimento dos vereadores, como são devedoras do órgão federal, as empresas não poderiam participar de licitações ou mesmo continuarem operando na cidade, no caso de dívida contraída após a licitação.

Audiência pública discute "novo PAS" F oi realizada ontem, na Câmara Municipal, a audiência pública do Projeto de Lei (PL) nº 318/05, que dispõe sobre a qualificação de entidades sem fins lucrativos, como as organizações sociais. O Projeto das Organizações Sociais, ou POS, tem sido chamado pela oposição e por funcionários públicos municipais contrários à medida, de "novo PAS", em referência ao sistema de cooperativas implantado na área da saúde pelo ex-

prefeito Paulo Maluf. De acordo com o texto, baseado na Lei Complementar 9637/98, o Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito privado, que não tenham fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde. Segundo o procurador

municipal presente à audiência para explicar o projeto, Guilherme Bueno de Carvalho, estas empresas serão submetidas ao controle da Câmara Municipal e do Tribunal de Contas do Município, sendo o controle interno responsabilidade do Executivo. Dezenas de pessoas, como funcionários ligados à saúde e à educação do municipio, comparecem ao evento para protestar contra o projeto. O Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino

Público Municipal (Sinesp), por exemplo, acredita que os contratos de gestão propostos pelo PL são equivalentes a privatizar o sistema. Mesma posição tem a bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara Municipal, para quem a Prefeitura pretende passar a responsabilidade de administrar, que é do município, a terceiros, ficando livre de possíveis cobranças e gastos com os serviços envolvidos. (CC)

Prefeitura vai retomar obras do Fura-Fila em outubro

Ulisses Job/Agência RBS/Agência O Globo

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Clarice Chiquetto

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ESPERANDO O CICLONE – A grande preocupação ontem em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul foi com as chuvas, que deixaram ruas, estradas e rios cheios, provocando estado de alerta em vários municípios. Em Florianópolis, uma pedra de 200 toneladas deslizou sobre a estrada que liga a Barra da Lagoa e a Lagoa da Conceição. O ciclone extratropical que era esperado para a noite de ontem perdeu a força e virou uma forte ventania. A intensidade do ciclone diminuiu bastante e o fenômeno deve ser sentido apenas no Rio Grande do Sul, com menos força.

prefeito José Serra anunciou ontem a retomada das obras do antigo Fura-Fila no próximo mês. O corredor exclusivo para ônibus, iniciado em 1997 na gestão Celso Pitta, já consumiu mais de R$ 328 milhões e terá um investimento adicional de R$ 400 milhões. O novo projeto vai aumentar o trajeto de 8 para 32 quilômetros e poderá ser concluído em 2008. "É uma obra para três anos", disse Serra. O plano original previa a construção de 140 quilômetros de um corredor suspenso para veículos especiais, mas apenas a estrutura básica de 2,8 quilômetros foi inaugurada por Pitta. Em 2001, a exprefeita Marta Suplicy (PT) retomou a obra, e rebatizou-a de Paulistão. Marta fez reparos na estrutura, concluiu mais 5 quilômetros e projetou a ampliação do trajeto até São Mateus, zona leste. Alegando falta de dinheiro, ela parou a obra em 2004 e, desde então, apenas a limpeza do canteiro está sendo feita. Agora, Serra pretende estender o corredor até Cidade Tiradentes, no extremo leste da cidade. (AE).


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POLÍTICA - 5

CONSELHO DE ÉTICA TEM CINCO MOTIVOS PARA PEDIR A PUNIÇÃO DO DEPUTADO. O PT AINDA É O ALVO DA PF.

JEFFERSON, A 257 VOTOS DA CASSAÇÃO. Ailton de Freitas/Agência O Globo

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or 14 votos a zero, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar recomendou ontem a cassação do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). A votação seguiu o parecer do relator do processo, deputado Jairo Carneiro (PFL-BA). O presidente do conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), não votou. Jairo Carneiro apontou cinco motivos que justificam a cassação de Jefferson: 1) Não ficou comprovada a efetiva participação dos deputados nominados por ele no chamado esquema do mensalão; 2) Recebeu R$ 4 milhões do PT, por meio do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, que não foram contabilizados e que teriam a mesma origem do esquema que denunciou; 3) Fez a denúncia do

O deputado (Jefferson) atingiu a imagem da Câmara, e não por um dever ético, mas para se livrar de suspeitas contra ele próprio. Jairo Carneiro suposto esquema não por dever de ofício, mas para sair do foco de investigações; 4) Confessou que fazia indicações partidárias para obter benefícios financeiros para o partido; 5) Mentiu ao relatar uma reunião da bancada do PTB na qual teria sido discutida a oferta para o partido receber o mensalão. Tu m u lt o – A reunião do Conselho de Ética começou tumultuada. Após uma breve discussão, os advogados de Roberto Jefferson se retiraram alegando cerceamento de defesa. Luiz Francisco Correa Barbosa e Itapuã Prestes de Messias se declararam impedidos de continuar sua defesa após terem seu pedido indeferido para que uma reportagem publicada ontem pelo jornal Folha de S. Paulo fosse incluída no processo. Segundo a reportagem, o relatório preliminar das comissões parlamentares mistas de inquérito (CPMIs) da Compra de Votos e dos Correios, divulgado nesta tarde, confirmaria a denúncia de mensalão e sugeriria a cassação de 18 deputados – o que se concretizou. Os advogados também argumentaram que o relator apresentou respostas por escrito às alegações da defesa, direito que os defensores também requeriram mas não conseguiram. O interesse dos advogados de Roberto Jefferson pela reportagem decorre de um dos pontos do relatório de Jairo Carneiro: o fato de Jefferson ter denunciado o esquema de mensalão e não ter apresentado provas. "Ao fazer essa generaliza-

ção, o deputado atingiu a imagem da instituição, e o fez não por um 'dever ético', mas para se livrar de suspeitas contra ele próprio", defendeu o relator. Repercussão – A unanimidade na aprovação do pedido foi interpretada ontem como sinal de que o Congresso, na votação dos outros processos envolvendo parlamentares, dificilmente contrariará o sentimento de indignação manifestado pela sociedade. Quase ninguém se mostrou surpreso com o resultado de ontem. A impressão manifestada por petistas e oposicionistas é que a unanimidade terá impacto direto no processo dos outros deputados no conselho, inclusive o ex-ministro José Dirceu. O presidente do PPS, deputado Roberto Freire, duvida que agora o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), continue a colocar obstáculos para a abertura de processos de cassação no conselho: "Hoje é um ótimo dia para o Congresso. Mostramos que haverá punições e que Severino Cavalcanti é uma coisa menor. Duvido que a Mesa Diretora vá ficar sentada em cima do relatório apresentado por duas CPIs. Severino vai mandar direto para o Conselho de Ética", disse. Após receber a decisão, Cavalcanti tem duas sessões da Casa para levar a matéria a votação dos deputados. A partir de então, ela passa a trancar a pauta do plenário, ou seja, a impedir a apreciação de outras matérias. O pedido deve entrar na pauta de votação do plenário

Hoje é um ótimo dia para o Congresso. Mostramos que haverá punições e que Severino Cavalcanti é uma coisa menor. Roberto Freire da Câmara no dia 13, por causa do feriado de Sete de Setembro. Quando o processo de Jefferson entrar na pauta, haverá oito medidas provisórias trancando as votações no plenário. As MPs, no entanto, não impedem a votação de pedido de cassação. Decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) considerou a votação de perda de mandato uma questão de administração interna dos deputados e não uma ação de elaboração de leis. O deputado Roberto Jefferson terá direito a defesa e outros parlamentares também poderão se manifestar. O secretáriogeral do PTB, deputado Luiz Antônio Fleury (SP), afirmou que a defesa deverá ser feita pelo próprio Jefferson. Fleury disse acreditar que Roberto Jefferson poderá ser absolvido, pois, além da votação ser secreta, na opinião do deputado, Jefferson é bom advogado. (Agências)

Tumulto na sessão do conselho: advogados de Jefferson criticaram os motivos apresentados pelo relator Jairo Carneiro contra seu cliente. E se retiraram após discussão com o presidente do conselho, Ricardo Izar, que defendeu o documento

Luiz Prado/Luz

COMO SERÁ C

om o pedido na Mesa da Câmara, o prazo é de duas sessões para que a matéria entre em votação no plenário. Isso deve acontecer em 13 de setembro, por causa do feriado de Sete de Setembro, na próxima semana. Um processo de cassação

tem prioridade sobre qualquer outra matéria na pauta de votações. Para a cassação, são necessários no mínimo 257 votos dos 513 deputados. A votação é secreta. Se cassado, Jefferson perderá seu mandato e os direitos políticos até 2015.

Nilton Fukuda/AE/10-02-05

Sebastião Nogueira/O Popular/Ag. O Globo/

José Genoino, ex-presidente do PT

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT

Vidal Cavalcante/AE/05-09-05

Duda Mendonça, publicitário

Valter Campanato/ABr

Marcos Valério, empresário

PF TEM MAIS TEMPO PARA INVESTIGAR O

Supremo Tribunal Federal (STF) deu mais 30 dias para a Polícia Federal investigar o suposto pagamento de mesadas a parlamentares, o chamado "mensalão". Além disso, o inquérito do Supremo enviado ontem à Polícia Federal pede mais oito buscas, apreensões e depoimentos. A PF informou ontem que tem elementos para indiciar por crime contra o sistema financeiro o ex-presidente nacional do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, o empresário Marcos Valério Fernandes de Sou-

za e o marqueteiro Duda Mendonça. Os quatro são suspeitos de fazer remessas ilegais de dinheiro para o exterior para movimentação de recursos do caixa dois do partido. O delegado Luiz Flávio Zampronha disse que deverá discutir com o Procurador-Geral da República, Antonio Fernando de Souza, e o relator do inquérito no STF, Joaquim Barbosa, o desmembramento do processo, uma vez que alguns dos investigados não são parlamentares, não tendo portanto foro privilegiado. Em julho, o inquérito sobre o

suposto "mensalão" saiu da competência da PF e passou para o STF, por determinação do juiz Jorge Macedo, da 4ª Vara Federal em Minas Gerais. O STF passou a presidir as investigações e determinar à PF a realização de diligências e análise de documentos, pois há parlamentares entre os investigados no inquérito do mensalão e estes têm direito a foro privilegiado. O procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, alertou, porém, que o indiciamento agora seria precipitado porque as investigações ainda estão em curso e

não poderia ser feito seu autorização do ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF) que preside o inquérito do mensalão. "Seria inócuo e – portanto – nulo de efeito", disse o procurador. Inconformado com a notícia, Genoino anunciou que vai tomar medidas judiciais para impedir o indiciamento, um ato que considera precipitado e injusto. Por meio de nota, disse que até agora foi convocado pela PF para prestar declarações. "É açodada, prematura e espetaculosa qualquer cogitação sobre indiciamento." (Agências)

ECONOMISTA DIZ QUE CRISE É POSITIVA

Nilton Fukuda/DiárioSP/Agência O Globo

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Roberto Pandovani: economia não é mais refém das crises políticas

e c o n o m i s t a R oberto Padovani, sócio diretor da Tendências Consultoria Integrada, tem uma visão positiva da crise política. Primeiro, porque ela mostra que a economia deixou de ser refém dos acontecimentos políticos, como ocorria até o passado recente. Segundo, "porque é um símbolo que o Brasil está mudando sua agenda, passando a pensar também no futuro e não apenas no dia seguinte". Para Padovani, o quadro internacional é favorável para países como Brasil, Rússia, Índia e China e a nossa economia está sólida – "aliás blin-

dando o presidente Lula" – e deverá crescer na média de 3% ao ano, nos próximos cinco anos. "Contudo abaixo desses países, que deverão crescer entre 4,5% e 6% nesse mesmo período", ponderou. Mas há o lado pessimista. Ele não enxerga nos próximos 16 meses capacidade para o Congresso e o governo, dado ao modelo presidencialista, promoverem as reformas necessárias para dar competitividade à economia nacional. "Manteremos um crescimento sustentado em patamares baixos", alertou ontem, na Associação de Empresas Brasileiras para Integração de Mercados (Adebim).

Reformas – Só as reformas, argumentou, garantiriam investimentos em infra-estrutura e educação. "O estado está quebrado e não podemos contar com ele para a quantidade de recursos exigidos por essas áreas". Para Padovani, a boa governança no presidencialismo exige simultaneamente popularidade do presidente, aliados constantes no Congresso e disciplina dos aliados nas votações de projetos de interesse do Executivo. "Bem ou mal, o presidente Lula tem o primeiro item", enfatizou, "mas já não tem os demais", para promover qualquer reforma, pelo menos, até o fim do mandato, em 2006. O

economista não está certo de que apenas a mudança de presidente garanta as reformas. Padovani resumiu: "Assim, dificilmente teremos qualquer reforma que garanta um ambiente propício, inclusive na área regulatória, para promover novos investimentos, que já estão sendo postergados". Isso, acrescentou, fará com que daqui a quatro ou cinco anos, crescendo a 3% ao ano, o Banco Central (BC) tenha que elevar novamente os juros para conter a inflação. "E a culpa não será do BC, mas do governo que não articulou as reformas no Congresso", afirmou ele. Sergio Leopoldo Rodrigues


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6 -.POLÍTICA

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PARTIDO PODE ENFRENTAR DIFICULDADES NAS ELEIÇÕES. BERZOINI DESAGRADA E MAIS UM DEIXA A LEGENDA.

CANDIDATURA DE BERZOINI RACHA MAIS O PT Arquivo DC

Ailton deFreitas/Agência Globo

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saída de Tarso Genro da disputa pela presidência do diretório nacional e sua substituição por Ricardo Berzoini pode agravar ainda mais a crise política dentro do PT. A candidatura Berzoini pode levar o Campo Majoritário, maior tendência dentro do partido, a perder o comando da sigla e sacramentar o enterro político do deputado José Dirceu. Militantes petistas, entre eles muitos com mandato, não escondem a insatisfação e podem escolher como novo presidente Valter Pomar, ligado a correntes mais à esquerda. "É possível que essa guinada aconteça por causa da escolha do Berzoini para candidato. Na capital, há uma parcela do Campo Majoritário que não vai votar no Berzoini. O novo presidente do PT tem de defender o governo Lula, principalmente a política econômica. Além disso, o método utilizado para escolher tanto Tarso quanto Berzoini não agradou aos militantes", afirma o vereador Paulo Fiorillo, candidato à presidência do diretório municipal do PT pelo Campo Majoritário. As declarações de Berzoini contra a política econômica foram a gota que faltava para aumentar o descontentamento, agora crescente dentro da legenda. Por isso, até integrantes do Campo Majoritáriopodem anular o voto ou escolher Valter Pomar. Críticas – "Não vejo nenhum problema em outro candidato ser eleito presidente do diretório nacional, com exceção dos que dizem que vão sair do PT caso percam as eleições. Não gostei da primeira declaração do Berzoini como candidato. Quem foi ministro do governo Lula não pode fazer uma crítica daquelas,

Arquivo DC

Paulo Pinto/AE

Alencar, Tatto, Fiorillo e Vacarezza: um coro de críticas une petistas, apesar de tendências diferentes

cheirando à falta de sinceridade", afirma o deputado estadual Cândido Vaccarezza, também do Campo Majoritário. Outras tendências fortes na capital, como o PT de Lutas e de Massas, podem apoiar Pomar. A ironia é que até há bem pouco tempo Berzoini pertencia a esse grupo. "Tivemos uma conversa com o Pomar. Ele mostrou que está pronto para dirigir o partido. Mas também vamos falar com o Berzoini. Depois vamos decidir", diz o vereador Arselino Tatto, um dos líderes do PT de Lutas e de Massas. Na bancada de 12 vereadores do PT em São Paulo, ao menos oito manifestam a intenção de votar em Pomar. Debandada – O ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio, candidato à presidência do diretório nacional, disse há alguns dias que se não ganhar a eleição vai abandonar o partido. Além dele e de seu grupo, outros integrantes que formam grupos independentes, como o deputado

Hélvio Romero/AE

federal Chico Alencar, do Rio, também podem trilhar o mesmo caminho. "O Campo Majoritário pode perder a presidência, mas vai manter o restante da chapa. Vai mostrar que o Campo Majoritário não vence mais as disputas dentro do partido por goleada. O resultado está mais apertado", afirma Alencar. Desinteresse – No dia 18 de setembro podem votar na eleição para a presidência dos diretórios (nacional, estaduais e municipais) cerca de 825 mil militantes que estão cadastrados nas fichas eleitorais. Em 2001, apenas 227 mil compareceram às urnas. Na capital, existem 70 mil filiados com direito a voto. Em 2001, a presença foi de quase 80%. Mas em pesquisas feitas por assessores de vereadores petistas foi constatado que de cada dez militantes apenas quatro se mostraram interessados no processo eleitoral. Para Pomar, essa aparente apatia da base tem explicação na atual crise do partido. "Essa crise, somada aos erros políticos que eles cometeram, e somada ao fato de importantes lideranças desse grupo estarem sob fortíssimas acusações, faz com que os filiados percebam que este grupo (Campo Majoritário) hoje não tem mais condições nem unidade interna para dirigir o PT no próximo período. A gente precisa de uma direção capaz de defender o PT e o governo, de conduzir o partido a um bom desempenho em 2006", afirma. Hoje, na quadra do Sindicato dos Bancários, os sete candidatos à presidência do Diretório Nacional participam de um debate. Integrantes do Campo Majoritário querem aproveitar o debate para decidirem apoio, ainda não sacramentado, a Valter Pomar. Fernando Lancha

Tarso Genro diz que Campo Majoritário 'não existe mais' e articula movimento político dentro da legenda.

TARSO PREVÊ UM FUTURO SOMBRIO PARA O PARTIDO

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presidente do PT, Tarso Genro, traçou ontem um cenário pouco otimista para a sigla nas eleições de 2006. Para ele, o partido pode ter dificuldade para ocupar o espaço de centro-esquerda da última eleição, por concorrência do PMDB, além do tradicional adversário PSDB. "Estamos correndo um perigo de que tenhamos duas candidaturas de centro-esquerda... uma do PMDB e outra do PSDB", disse Tarso em coletiva. "E qual é o espaço que o PT vai ocupar? Não há viabilidade para uma candidatura de esquerda que não tenha uma coalizão ampla de centroesquerda. O PT vai apresentar um programa centrista? Pode até ser, mas aí seria uma ruptura", acrescentou.

Para o presidente do PT, a legenda precisa de uma reforma interna e de um novo diálogo com a sociedade para disputar o poder e continuar como principal força de esquerda no País. Isso, argumentou, demanda uma estrutura partidária menos fragmentada. "Essa metodologia de tendências está esgotada. Por isso, acho que o sentido é formar um campo político novo", avaliou. Movimento – Tarso dedicase agora a articular um movimento político dentro da legenda capaz de conduzir à criação de um novo núcleo dirigente. Ele disse que este novo grupo contará até com o trabalho em correntes de esquerda. "Eu não estou montando um novo grupo de dirigentes, nem uma nova articulação. Estou,

na verdade, fazendo um movimento político para ajudar o partido a constituir um núcleo dirigente mais legítimo." O presidente nacional do PT afirmou que o Campo Majoritário é uma tendência que não existe mais dentro do partido e que, de qualquer forma, nunca esteve diretamente ligado à corrente. "Não há rompimento com o Campo Majoritário, pois ele não existe mais", disse Tarso, afirmando que o grupo é hoje apenas "uma ficção política legítima". Dirceu – Apesar da quebrade-braço pela eleição no partido, Tarso defendeu Dirceu. Ele afirmou que não vê fundamentação jurídica para uma nulidade do mandato de Dirceu baseada no conceito de quebra de decoro parlamentar. "Eu acho que esta fundamentação para cassá-lo é completamente equivocada. Ela não tem nenhum suporte jurídico", disse e completou: "A disputa saudável que nós temos no partido não me tira a lucidez de transferi-lo de maneira mecânica à ordem jurídica externa. Agora, todos sabem que esse é também um processo político." (Agências)

MAIS UMA BAIXA NA BANCADA

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ois dias depois do anúncio da desfiliação do deputado André Costa (sem partido-RJ), o PT irá sofrer mais uma baixa na sua bancada. O deputado João Alfredo (PT-CE) decidiu na quarta-feira que irá sair do PT e filiar-se ao P-SOL, dia 25. Ao mesmo tempo, petistas tentam evitar a saída do senador Cristovam Buarque (DF) do partido e tentam um encontro entre Lula e Cristovam (foto), que está sendo articulado pelos senadores paulistas Eduardo Suplicy e Aloizio Mercadante. Cristovam foi informado sobre a estratégia na quartafeira, por Suplicy. O senador, ex-governador do Distrito Federal e ex-ministro da Educação do governo Lula,

pediu ao líder do PT, Delcídio Amaral (MS), para deixar a presidência da comissão. "O cargo é do PT e estou na iminência de deixar o partido", afirmou Cristovam. Célio Azevedo/Agência Senado

Suplicy fez um apelo para que Cristovam reflita mais sobre sua decisão. O deputado João Alfredo integra a ala esquerda do PT

e está insatisfeito com o governo há algum tempo. "Está muito difícil continuar no PT, por sua política econômica ortodoxa, a aliança com partidos políticos fisiológicos e a dificuldade do Campo Majoritário em largar a rapadura, como se diz na minha terra", disse. Saídas – A debandada de deputados do PT em direção ao P-SOL deverá crescer nas próximas semanas. A Executiva do P-SOL reuniu-se na última terça-feira com oito deputados da ala esquerda petista. Eles discutiram programas partidários, chances de se elegerem na legenda, que ainda não está oficialmente legalizada. O P-SOL já pediu registro de leganda no Tribunal Superior. (AG)

ções com os credores formais PT NEGA CALOTE. do partido foram iniciadas em O tesoureiro não quis MAS PEDE QUE O PAGAMENTO junho. dar detalhes das negociações ou explicar se já entrou em contato com o BMG, informando SEJA PARCELADO. apenas que o partido não rece-

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presidente interino do PT, Tarso Genro, afirmou ontem que o PT não pretende dar calote em dívidas legais que tenha contraído com o banco BMG. De acordo com ele, o partido procurará os seus credores para negociar os pagamentos de seus débitos, frisando que todos os credores sabem da impossibilidade de os débitos serem quitados em uma só parcela. Segundo Tarso, até ontem o PT não foi acionado judicialmente para quitar a dívida. "O PT vai procurar seus credores e negociar. Não temos

condições de honrar essas dívidas de uma vez só. Vamos negociar, parcelar, e o que for dívida legítima, o partido vai pagar", disse Tarso, que se recusou a falar qual é o valor da divida oficial e da referente ao caixa 2. Imitando o PSDB – Já o tesoureiro nacional do PT, deputado José Pimentel (PT-CE), que também não falou em valores, afirmou que o PT imitará o PSDB em sua defesa sobre os empréstimos ligados ao empresário Marcos Valério no BMG. "Nós vamos pegar a defesa do PSDB e copiar," disse. Segundo Pimentel, as negocia-

beu nenhuma citação formal. BMG – O vice-presidente executivo do BMG, Roberto Rigotto, afirmou ontem que a instituição "fará de tudo" para recuperar os supostos empréstimos feitos ao PT e às empresas de Valério, acusado de ser o operador do chamado "mensalão". A preços de hoje, a dívida total chegaria a R$ 60 milhões. " Vamos fazer de tudo. Se depender de nós, vamos recuperar 100%", afirmou o executivo.O banco já entrou na Justiça para cobrar a execução das dívidas. "É díficil imaginar que um partido deixe de pagar suas dívidas", disse Rigotto. (AG)


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FINANÇAS - 11

CRIAÇÃO DE UM HISTÓRICO DE BOM PAGADOR SERÁ BOM PARA O CONSUMIDOR E BOM PARA O VAREJO José Paulo Lacerda/Ag.Pixel

CADASTRO POSITIVO Governo Lula envia projeto ao Congresso

Presidente Lula assinou ontem o projeto que cria o cadastro que mostra o histórico do bom pagador

José Paulo Lacerda/Ag. Pixel

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BMG QUER EMPRESTAR R$ 10 BILHÕES EM 2005 Crédito seria do tipo consignado, voltado a aposentados do INSS

A Lula: " vamos fazer uma inversão da ênfase sobre a inadimplência" Paulo Pampolim/Digna Imagem

Newton Santos/Digna Imagem

O cadastro pode reduzir os juros do crédito Guilherme Afif Domingos, presidente da Associação Comercial de SP

Vamos trabalhar para que seja aprovado logo Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial de SP

junto ao Congresso para que o projeto seja aprovado rapidamente. Sabemos que será um trabalho difícil, mas entendemos que esse é um tema extremamente importante, que deve resultar em uma expansão do crédito, em uma melhora na qualidade dos empréstimos e, principalmente, na redução das taxas de juros", disse Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial, que participou em Brasília da cerimônia de criação do cadastro. Estudo do Banco Mundial mostra que quanto mais as informações sobre clientes forem positivas na análise do crédito, maior é a oferta de dinheiro no país que adota essas medidas. Hoje, a maioria dos países desenvolvidos utiliza o cadastro positivo para avaliar o perfil de risco do cliente na hora de emprestar dinheiro. Na Colômbia e no México, economias mais próximas à brasileira, o cadastro já existe e temse mostrado eficiente. Nos Estados Unidos, onde o volume de crédito representa

mais de 100% do PIB local, são os consumidores interessados nos empréstimos que tomam a iniciativa de apresentar seu histórico de crédito positivo à instituição financeira. "Até certo ponto é engraçado, porque lá (nos Estados Unidos) a maior dificuldade em adquirir crédito se dá justamente na primeira vez em que é feita a solicitação, pela falta de um histórico para balizar as taxas de juros", diz Solimeo. Spread – No Brasil, a idéia é de que o cadastro sirva para diminuir o risco de crédito, atualmente contaminado pelos maus pagadores. Com informações sobre comportamento de compras e de pagamento do cliente em potencial em mãos, os bancos poderão cobrar taxas mais adequadas ao perfil de risco de cada um, o que, na opinião de associações ligadas ao comércio e ao sistema financeiro, deve provocar uma acentuada redução do spread – diferença entre o juro pago pelo banco no mercado e o que ele cobra no crédito. Adriana Gavaça

instituição financeira responsável hoje por 40% do mercado de crédito consignado – com desconto das prestações diretamente em folha de pagamento – no País, projeta chegar, até o final do ano, à marca de R$ 10 bilhões emprestados apenas nessa modalidade. Até o mês de junho, a cifra havia chegado a R$ 6,5 bilhões, quase o dobro da registrada em dezembro, de R$ 3,7 bilhões. "Já conseguimos praticamente cumprir a meta inicial, que era de R$ 7 5 bilhões", diz o vice-presidente do banco, Roberto Rigotto. Diante desse desempenho e com a descoberta dos empréstimos a Marcos Valério, que teriam sido repassados ao PT, várias especulações surgiram no mercado. Uma delas era que o BMG teria sido beneficiado pelo governo ao atuar por algum tempo sozinho ao lado da Caixa Econômica Federal na concessão de crédito consignado aos aposentados, que teria dado vantagem ao banco sobre os concorrentes.

executivo afirmou que ela não faz parte do banco, embora pertença ao proprietário da instituição. Pesquisa – Rigotto esteve ontem em São Paulo, onde apresentou uma pesquisa sobre o perfil do tomador de crédito consignado do INSS. Segundo ele, até junho o volume de empréstimos para aposentados e pensionistas havia somado R$ 2,5 bilhões. Segundo estudo feito pelo Ibope Solution, a pedido do BMG, 78% dos tomadores pertencem às classes C e D e 65% têm renda de R$ 300 a R$ 999. A maioria dos empréstimos, 59%, é feita por mulheres. O principal motivo para a obtenção do crédito continua sendo a quitação de dívidas. Das 365 pessoas entrevistadas, 46% deram essa justificativa. Perto 41% afirmaram que o dinheiro foi direcionado ao pagamento de pendências em lojas, especialmente em supermercados. Outros 29% disseram que o dinheiro emprestado cobriu cartão de crédito, empréstimos e cheque especial. (AE)

Desmentido – Rigotto, no entanto, desmente essa versão e diz que o banco sempre teve know-how para atuar nessa área. "Nosso foco é o crédito consignado, diferentemente dos grandes bancos, que atuam em outros nichos. Temos mais experiência nessa modalidade." O aumento dos empréstimos foi responsável pelo crescimento de 247% do lucro do banco no primeiro semestre deste ano, que chegou a R$ 266 milhões. O número foi alcançado mesmo com o provisionamento de R$ 56 milhões de crédito de difícil recebimento. Nesse valor estão inclusos R$ 35 milhões concedidos a Marcos Valério. "É bom esclarecer que isso é um provisionamento e não o reconhecimento de prejuízo. Temos garantias patrimoniais de alguns valores", esclareceu Rigotto. Sobre a empresa Centerpharma, que está sendo investigada por subfaturamento e sonegação de impostos na importação de produtos, o

DC

p re s i d e n t e L u i z Inácio Lula da Silva enviou ontem ao Congresso o projeto de lei que prevê a criação do cadastro positivo – um histórico dos consumidores que mostra sua pontualidade no pagamento de dívidas financeiras contraídas no mercado na forma de empréstimos. Se aprovado pelos parlamentares, o cadastro terá importante papel na redução dos juros cobrados hoje nas operações de crédito. É simples: o cadastro nada mais é do que um histórico, positivo, do bom pagador. Como bom pagador, o consumidor que quita suas dívidas em dia poderá ser contemplado com juros menores, tanto nos bancos quanto nos demais operadores de crédito. Para o presidente Lula, o cadastro permitirá que as informações sobre os bons pagadores sejam ampliadas. "Vamos fazer uma inversão da ênfase sobre a questão da inadimplência", disse Lula durante seu discurso, feito após ter assinado autorização de envio do texto ao Congresso. Defensora – A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) foi uma das mais ferrenhas defensoras do cadastro positivo. Há dois anos vem ajudando o Ministério da Fazenda a elaborar o texto do projeto, tendo tido várias reuniões com o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcos Lisboa, que deixou o governo no primeiro semestre. Mesmo com a saída de Lisboa, as discussões se mantiveram com o governo Lula para a aprovação do projeto. Na avaliação de Guilherme Afif Domingos, presidente da Associação Comercial, o cadastro "é importante na medida em que ao mesmo tempo em que pode ajudar na redução dos juros dos empréstimos, premiando com taxas menores os que pagam em dia suas dívidas financeiras" e também elevará o volume de crédito liberado no mercado. Economia – O reflexo disso poderá ser sentido em cadeia na economia: com mais crédito, o consumidor tende a comprar mais, o varejo tende a ampliar encomendas à indústria, que investirá mais, tanto em mão-de-obra, com mais empregos, quanto na capacidade produtiva. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre de 2005, em 3,4% sobre igual período de 2004, contou com a ajuda do crédito, avaliam economistas. A expectativa, agora, é a de que o Congresso aprove a criação do cadastro positivo ainda neste ano. "Vamos trabalhar

Informe Publicitário

O projeto da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas já foi entregue aos presidentes da República, do Senado e da Câmara Federal para apreciação iniciativa que contou com apoio e participação do Sindicato do Comércio Varejista de Campinas e Região (Sindivarejista) e da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio). A aprovação das medidas contidas na nova lei são essenciais para que ele possa se desenvolver de maneira sustentável, gerando mais empregos e mais renda. Apenas em São Paulo, são cerca de 1,3 milhão de micro e pequenas empresas, responsáveis por 67% das vagas de trabalho existentes no mercado e que respondem

por

20%

do

PIB.

São

números

que

impressionam

-

mas

que

poderiam ser ainda maiores, caso a legislação favorecesse o setor. Há,

por

exemplo,

3,2

milhões

de

pessoas

no

Estado

que

estão

hoje

na

informalidade e que não se sentem estimuladas a partir para um negócio próprio justamente por causa de problemas como o excesso de impostos e da burocracia que trava o setor das micro e pequenas empresas. Por isso, os representantes da Frente Empresarial Paulista que defendem a aprovação da nova lei (e da qual faz parte a Fecomércio) têm pressa em mudar esse quadro. Entre outras facilidades, o projeto entregue ao governo estabelece tratamento jurídico diferenciado e simplificado, promove a competitividade das micro

e

pequenas

empresas

no

mercado

e

abre

as

portas

para

que

os

empreendimentos hoje na informalidade possam entrar no sistema produtivo legal sem os ônus que este processo traz hoje. A proposta foi amplamente discutida - os trabalhos começaram em 2003. Desde então, foram realizados seminários para analisar e debater o assunto em todos os Estados brasileiros, com a participação de mais de 6 mil pessoas entre empresários, lideranças e parlamentares até se chegar ao documento atual. As discussões se concentraram em soluções para os entraves tributários, legais, de crédito e de acesso à tecnologia para os micro e pequenos empresários. Para conhecer as propostas visite o nosso site, onde está disponibilizado um quadro comparativo entre a situação atual e as mudanças sugeridas pelo projeto de lei.

www.sindivarejistacampinas.org.br


sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de setembro de 2005

DIÁRIO DO COMÉRCIO

POLÍTICA - 7

ASSESSOR DIRETO DE LULA SABIA DO ESQUEMA DE CORRUPÇÃO EM SANTO ANDRÉ, SEGUNDO JOÃO FRANCISCO.

IRMÃO DE DANIEL ENVOLVE CARVALHO Ed Ferreira/AE

C

Roosewelt Pinheiro/AS

onforme o prometido pelo senador José Jorge (PFL-PE), o projeto de reforma eleitoral – aprovado no dia 18 no Senado – foi encaminhado ontem à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. O prazo para que a matéria, que tramitou em caráter terminativo no Senado, recebesse recurso para deliberação em plenário, terminou na última quarta-feira. A proposta, que foi negociada e aprovada rapidamente no Senado, é tida como uma resposta à atual crise política. As mudanças previstas visam principalmente reduzir os custos de campanha. Entre outras medidas, ficam proibidos showmícios, distribuição de brindes em geral e divulgação de imagens externas (um candidato de partido de oposição não vai poder mostrar, por exemplo, cenas de aposentados nas filas esperando atendimento durante a greve do INSS) ao longo de toda a campanha política. O tempo de campanha eleitoral também foi reduzido de 90 para 60 dias. Prazo curto – A proposta agora exige uma tramitação igualmente rápida na Câmara dos Deputados, para ser aprovada a tempo de valer já em 2006, quando haverá eleição para presidente, governadores, senadores e deputados (federais e estaduais). A Con stitui ção diz que a proposta deve ser sancionada pelo presidente da ReJosé Jorge, pública e puautor do blicada no substitutivo Diário Oficial no Senado da União até o dia 30 de setembro. José Jorge, que foi o relator do projeto de lei 275/05, fez um apelo ao presidente da Câmara Severino Cavalcanti e ao presidente da CCJ da Casa Antonio Carlos Biscaia, pedindo agilidade para a aprovação da matéria. Biscaia vai agora apontar um relator, que deve emitir um parecer, para dar início ás discussões. Mas Biscaia, em entrevista na última terçafeira ao Diário do Comércio, não mostrou muito otimismo. Para ele, não há um clima de entendimento na Câmara para que o projeto do Senado tenha tramitação rápida. Crise atrapalha – A Casa analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 275/05, do deputado Ney Lopes (PFLRN), que permite, em caráter excepcional, a redução do prazo para entrada em vigor de alterações na legislação eleitoral. De acordo com o projeto, modificações aprovadas até 31 de dezembro seriam válidas nas eleições de 2006. Para o deputado, a crise política vem impedindo o Congresso de votar projetos polêmicos, já que os parlamentares se concentram na apuração de denúncias de corrupção. "Dessa forma, dificilmente haverá tempo hábil para a aprovação de matéria eleitoral até o final de setembro, sendo necessária a dilatação excepcional do prazo constitucional", diz Lopes. A CCJ da Câmara está analisando a admissibilidade da proposta. Se aprovado, o texto será encaminhado ao exame de uma comissão especial de deputados, antes da votação em dois turnos no plenário da Câmara. Durante o ciclo de debates sobre reforma política promovido pela Associação Comercial, a idéia foi discutida e houve consenso entre todos os participantes da importância da proposta. Kety Shapazian/AS

E

m depoimento à CPI dos Bingos, o médico João Francisco Daniel, irmão do prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel, do PT, assassinado em janeiro de 2002, informou que o chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, sabia do esquema de corrupção naquela prefeitura. João Francisco contou que, às vésperas da missa de sétimo dia de Celso Daniel, em 26 de janeiro de 2002, encontrou-se com Gilberto Carvalho no apartamento do exprefeito. Em companhia de seu irmão Bruno, ouviu o chefe de gabinete de Lula contar detalhes sobre o esquema de corrupção e pagamento de propina que envolvia, principalmente, empresas de ônibus de Santo André. "Ele estava sério e disse: eu preciso confidenciar uma coisa. O Celso sabia do esquema do qual faziam parte o Klinger, o Sergio e Ronan", disse João Francisco, que afirmou ter ficado estarrecido ao tomar conhecimento de toda a estrutura, que tinha como principal mentor o então secretário de obras da prefeitura, Klinger de Oliveira Souza. "O esquema era completado com a ajuda do empresário ligado à coleta de João Francisco: assassinato de Celso Daniel está ligado a dossiê que ele preparava sobre corrupção lixo Ronan Maria Pinto, e SérEd Ferreira/AE Gustavo Miranda/AG gio Gomes da Silva, o Sombra, responsável pela arrecadação das propinas. Após o recolhimento do dinheiro, Sérgio pegava seu Corsa preto e se dirigia para São Paulo, para entregar o dinheiro diretamente a José Dirceu, na época presidente do PT", disse. "Meu irmão não ligava para bens Roseana Garcia, com Heloisa Helena (esq.) e Gilberto Carvalho, que negou saber de irregularidades em Santo André materiais e, quando ficou sabendo que os três (Klinger, Sombra e Ronan) estavam enriquecendo de maneira estratosférica, quis brecar", afirmou. Sombra, O depoimento na CPI que o assassinato de seu a volta dos cobradores e a principal suspeito do assassidos Bingos de João marido não foi crime renovação da frota. nato, era segurança de Celso Francisco Daniel, irmão do comum. Roseana lembrou que o prefeito assassinado de Segundo ela o Toninho executor do assassinato foi Daniel, tendo depois se tornado empresário. Santo André, Celso Daniel, teria se indisposto contra morto 20 dias depois da O irmão de Celso Daniel infoi assistido pela viúva e três setores na cidade: com morte do prefeito. No ano formou que, em seu depoipelo irmão do prefeito de as empresas de bingos, ao passado ela levou um mento ao Ministério Público, Campinas, Antonio da negar alvará o abaixo assinado para ser em maio de 2002, disse que Costa Santos, Toninho do funcionamento; com as entregue ao presidente Luiz "Gilberto Carvalho também lePT, também assassinado. empresas de coleta de lixo, Inácio Lula da Silva pedindo vava para José Dirceu dinheiro Roseana Garcia e Paulo que ele reduziu o valor do a reabertura do processo, para a campanha presidencial, oriundo de esquemas de corRoberto da Costa Santos contrato em 42 milhões e mas o presidente não a rupção de Santo André". José estiveram um pouco antes com o setor de transporte. recebeu, apesar de ter-lhe Dirceu move contra ele um com a senadora Heloisa Toninho do PT havia prometido, ainda em processo por danos morais. Helena (PSOL-AL). anunciado o congelamento campanha, que esse caso As revelações feitas por João Roseana disse ter certeza dos preços das pa ssagens, não seria esquecido. (AE) Francisco atiçaram os ânimos da oposição, que está decidida

VIÚVA DE TONINHO DO PT NA CPI

a intensificar o ataque ao governo. O presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFLPB), defendeu a convocação do deputado José Dirceu. "Estas são as denúncias mais graves que chegaram à CPI". Dossiê – João Francisco disse que a morte de Celso Daniel foi precipitada por um dossiê que ele preparava sobre o esquema de corrupção na prefeitura, que entregou aos integrantes da CPI. Tais operações ilegais teriam sido atribuídas ao Sombra, que estava com o ex-prefeito na Pajero quando ele foi seqüestrado, em 18 de janeiro de 2002. O corpo do prefeito foi encontrado dois dias depois pela polícia, numa estrada em Juquitiba. João Francisco lembrou que mais de seis pessoas relacionadas ao caso já foram assassina-

Sérgio (Sombra) pegava seu Corsa preto e se ia para São Paulo entregar o dinheiro a Dirceu. João Francisco das e disse que tem recebido ameaças veladas. Tese desmontada – João Francisco Daniel afirmou à CPI que o depoimento do médico legista Carlos Delmont, que examinou o corpo do irmão, desmonta a tese de crime comum . "O depoimento do dr. Delmont é contundente e desmonta a tese de crime comum porque ele garante que houve tortura. Celso Daniel foi brutalmente assassinado e, com este laudo, a tese de crime comum está desmontada". João Francisco disse também que a família não tem nada contra o chefe de Gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), mas admitiu que está magoada "com a sistemática negativa" do parlamentar de negar a tortura no homicídio de Celso Daniel. Resposta – Em nota divulgada no fim da tarde de ontem pelo Palácio do Planalto, o chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, rebateu as declarações de João Francisco Daniel. "Não afirmei a esse senhor em nenhum momento que levei qualquer importância em dinheiro ao deputado federal José Dirceu, simplesmente porque nunca o fiz". (Agências)

MORTE DE Restaurante La Bourse DANIEL: R$ 1 MI Almoce com... C ustou R$ 1 milhão a cabeça do prefeito de Santo André, no Grande ABC (SP), Celso Daniel, que o PT havia escalado para coordenar a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência. Por esse dinheiro, Daniel foi capturado na noite de 18 de janeiro de 2002, na periferia de São Paulo, levado para um cativeiro nas cercanias da Rodovia Régis Bittencourt e, dois dias depois, crivado de balas 9 milímetros. A revelação foi feita ontem à tarde por um dos acusados pela morte do prefeito, que está preso numa penitenciária de segurança máxima. O nome dele é mantido em sigilo pelo Ministério Público (MP), que teme pela vida do denunciante. Ele apontou o empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sérgio Chefe ou Sombra, como mandante e mentor da trama. Amigo e segurança do prefeito, Sombra teria preparado a

armadilha porque Daniel havia decidido dar um fim em suposto esquema de corrupção e desvio de verbas públicas para financiamento de campanhas eleitorais do PT. O prefeito teria sob a guarda minucioso dossiê apontando a participação de empresários, entre eles Sombra, e políticos. O relato do prisioneiro tem peso extraordinário para os promotores que há três anos e seis meses investigam o caso que incomoda o Palácio do Planalto e o PT. "A proposta era seqüestrar, pegar os documentos que a vítima guardava e depois era para matar", confessou. Mas o dinheiro prometido não teria sido pago, pelo menos para alguns dos executores, que foram sete, todos identificados e detidos. Um que não recebeu pelo serviço é o preso que hoje foi interrogado. "O dinheiro ia ser dividido em partes iguais", afirmou o preso em depoimento. (AE)

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DC

REFORMA ELEITORAL: AGORA É COM A CÂMARA.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.FINANÇAS

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de setembro de 2005

INDICADORES ECONÔMICOS

01/09/2005

Comércio Balanço geral

Títulos protestados ago05 1.963.655 1.744.470 381.747 304.670 89 48 3 2

consultas Usecheque consultas SCPC registros recebidos registros cancelados falências requeridas falências decretadas concordatas requeridas concordatas deferidas

ago05/ago04 2,4% 5,7% 11,4% 8,1% -58,8% 100% -40% estável

Por segmento

ago05 1.952 6.744 2.555 147

indústria comércio serviços não classificados

na capital

Cheques - dados nacionais

em quantidade

Cheques sem fundo registrados no Banco Central

jul/ago05 (%) -15,24 -15,11 -13,47 -12,5

Destaques de agosto

setores com maior valor de protestos

40

adm, planej e imob tecidos e armarinhos vestuário e artefatos de tecido combustíveis e lubrificantes transporte, turismo e armazenagem mat. construção e ferragens

quantidade 863 1.321 552 131 330 572

35

Quantidade e evolução

30

Pessoa jurídica

Evolução das falências decretadas 50

48

46

45

25

21

20

junho

julho

agosto

junho julho agosto

valor (R$) 1.746.239 1.568.742 1.362.368 1.130.789 970.169 814.331

Pessoa física

2005

04/05

13.584 13.369 11.398

-9,57% -11,2% -20,9%

junho julho agosto

2005

04/05

51.984 53.263 53.165

-3,88% -4,12% -7,21%

2005 3.231.165

agosto

variação 2004/2005 (%) 14,5

Cheques sem fundo excluídos do Banco Central* 2005 2.742.220

agosto

variação 2004/2005 (%) 12,0

Cheques sustados por roubo ou extravio 2005 1.171.442

julho

variação 2004/2005 (%) 18,41

*cheques pagos

Falências decretadas ano de fundação das empresas julho 1 2 2 2 14

até 1970 de 1971 a 1980 de 1981 a 1990 de 1991 a 1993 de 1994 a 2005

agosto 1 11 5 31

no ano 14 19 64 38 263

Fonte: Associação Comercial de São Paulo

Juros e taxas Pessoa jurídica (taxas em %)

desconto duplicatas: 1,8854 a.m. cheque pré-datado: capital de giro: swap 90 dias:

ACC* (180 dias): 5,80 período factoring: hot money:

4,51 a.m. 25,66 a.a.

4,70 a.m. 2,44 a.m.

swap 180 dias: 18,8 período

19,40 período

*Adiantamentos contratos câmbio

obs.: a.m.: ao mês/a.a.: ao ano/período: pelo período contratado

Pessoa física (taxas em % ao mês) cheque especial

média Procon Banco do Brasil Banespa Bradesco Caixa Econômica HSBC Itaú Real Unibanco

empréstimo pessoal

8,29 7,99 8,40 8,33 7,95 8,47 8,50 8,40 8,39

5,44 4,85 5,75 5,87 5,28 5,10 5,95 5,70 5,87

Taxas de referência

Selic (juro básico): 19,75% ao ano Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP): 9,75% ao ano

TR

(em %)

24/08 25/08 26/08 27/08 28/08 29/08 30/08 31/08

TR pro rata

0,2972 0,2548 0,2160 0,2157 0,2550 0,2951 0,3027 0,2936

0,0134900 0,0121186 0,0107889 0,0107740 0,0121281 0,0133948 0,0137393 0,0139614

TBF

1,5409 1,4579 1,3785 1,3882 1,4581 1,5388 1,5465 1,5252

até R$ 1.164,00 de R$ 1.164,01 a R$ 2.326,00 acima de R$ 2.326,00

R$ 117,00 por dependente; R$ 1.164,00 por aposentadoria (uma apenas) paga por entidade pública a quem já completou 65 anos; pensão alimentícia; contribuição à Previdência Social; contribuição para previdência privada e para os Fapi obs.: sobre o imposto em atraso incide multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%, e juros de mora equivalentes à taxa Selic mais 1% no mês de pagamento. Fonte: Secretaria da Receita Federal

Fontes: Enfoque Sistemas, Banco Central, Procon-SP, Anfac

Aplicações financeiras Poupança (%) 21/09: 22/09: 23/09: 24/09: 25/09: 26/09: 27/09: 28/09: 29/09: 30/09:

0,7579 0,8009 0,7966 0,7987 0,7561 0,7171 0,7168 0,7563

obs.: a remuneração dos dias 29, 30 e 31 é a do dia 1º subseqüente

CDB 30 dias: 19,20% ao ano

salário base mínimo R$ 300,00 máximo R$ 2.668,15

alíquota 20% 20%

contribuição R$ 60,00 R$ 533,63

Empregados domésticos

empregado empregador

alíquota 7,65% a 11% 12%

mínimo R$ 22,95 R$ 36,00

máximo R$ 293,49

fundos de renda fixa fundos DI fundos dólar fundos multimercado* fundos de ações** fundos FGTS Petrobras fundos FGTS Vale do Rio Doce fundos PIBB fundos Previdência DI *sem renda variável **indexados ao Ibovespa

Fontes: Bovespa, Banco Central, Enfoque Sistemas, Anbid

ano 3,42 3,31 0,75 1,12 3,02 2,62 4,42

12 meses 6,57 5,54 3,43 4,88 6,20 5,61 7,88

Fatores de reajuste do aluguel IGP-M IGP-DI IPC-Fipe IPCA

jun

jul

ago

set

1,0908 1,0835 1,0771 1,0805

1,0712 1,0650 1,0651 1,0727

1,0538 1,0488 1,0620 1,0657

1,0343

até R$ 800,45 7,65% de R$ 800,46 a R$ 900,00 8,65% de R$ 900,01 a R$ 1.334,07 9,00% de R$ 1.334,08 a R$ 2.668,15 11,00% Empresas têm prazo até 2/9 e pessoas físicas, até 15/9. Depois do vencimento incidem multas de 4% a 100%. Salário-família R$ 21,27 para quem ganha até R$ 414,78 R$ 14,99 para quem ganha até R$ 623,44

Bovespa

A

A

Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou o primeiro pregão do mês de setembro em baixa, depois de três dias seguidos de alta. O fraco desempenho das bolsas americanas e a especulação de que o Comitê de Política Monetária (Copom) pode ser conservador na reunião de setembro incentivaram o movimento de queda. O Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, encerrou os negócios em 27.962 pontos, com desvalorização de 0,29%. Com esse resultado, o índice passa a acumular ganhos de 6,74% no ano. O destaque da sessão foi o desempenho das ações preferenciais da Petrobras, no primeiro dia de negociação após o desdobramento dos papéis da estatal. A ação preferencial, que encerrou na quartafeira a R$130, fechou ontem em baixa de 0,61%, com forte volume de negócios. O dólar comercial encerrou em leve alta, refletindo um ajuste de investidores, que aproveitaram a queda da moeda na sessão anterior. A moeda americana subiu 0,25%, para R$ 2,363 na ponta de venda. De acordo com operadores, foi um ajuste dos dias anteriores e não parece haver muito espaço para uma valorização expressiva do dólar neste momento. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a subir 0,68%, para R$ 2,373. (DC/Reuters)

Fonte: Enfoque Sistemas

julho 1,44 1,50 2,03 1,33 3,90 4,44 12,37 5,00 1,36

ago -0,65

Fonte: Ministério da Previdência e Assistência Social

Fundos de investimento rentabilidade em %

jul 0,25 0,03 -0,34 -0,40 0,30 -0,17 0,02

Trabalho assalariado

Previdência Social competência agosto Contribuinte individual e facultativo

CDB 61 dias: 19,10% ao ano CDB 90 dias: 19,00% ao ano

jun -0,02 -0,11 -0,44 -0,45 -0,20 -0,17 0,03

Contribuição social

Bovespa espa fecha fecha em baixa de 0,29%

Ufir: 1,0641 (deixou de ser calculada em janeiro de 2001)

IPCA INPC IGP-M IGP-DI IPC-Fipe ICV-Dieese CUB

Fontes: IBGE, FGV, Fipe, Dieese, Sinduscon-SP

Mercados

Unidade fiscal do estado de São Paulo (Ufesp): R$ 13,30

11/09: 0,7519 12/09: 0,7174 13/09: 0,7203 14/09: 0,7495 15/09: 0,7920 16/09: 0,7935 17/09: 0,7942 18/09: 0,7420 19/09: 0,7161 20/09: 0,7276

isento 15% 27,5%

Deduções R$ 174,60 R$ 465,35

Deduções

Unidade fiscal do município (UFM): R$ 76,58

0,8483 0,8326 0,8338 0,7988 0,7524 0,7615 0,7913 0,8010 0,8026 0,7845

Índices de inflação (em %)

Descontos na fonte

Unidade padrão de capital (UPC) abril/maio/junho: R$ 20,01 julho/agosto/setembro: R$ 20,27

01/09: 02/09: 03/09: 04/09: 05/09: 06/09: 07/09: 08/09: 09/09: 10/09:

Preços/aluguel

Imposto de Renda

Ibovespa (%) dia: -0,29 mês: -0,29 Principais índices Ibovespa Itag IVBX-2 IGC IEE IBX-50 Itel

ano: 6,74

pontos 27.962 3.793 2.951 2.919 8.054 4.046 810

Ações mais negociadas Petrobras PN Contax PN Vale do Rio Doce PNA CSN ON Usiminas PNA Telemar PN Brasil Telecom PN* Braskem PNA

cotação (R$) 32,51 1,45 71,48 46,50 46,30 34,70 9,36 23,27

variação (%) -0,29 0,10 -0,14 0,38 -0,72 0,01 -0,43 variação (%) -0,61 -8,22 0,96 0,36 0,15 -2,50 1,18 -0,25

*por lote de mil ações

Maiores oscilações do Ibovespa (%) altas baixas Contax ON: 4,65 Contax PN: Comgas PNA*: 3,95 TIM Par S/A ON*: Telesp PN: 2,39 CRT Celular PNA:

-8,22 -6,37 -3,96

Fonte: Bovespa

ano 12 meses 10,36 17,38 10,61 17,91 -11,40 8,34 13,50 -1,64 13,97 20,48 52,21 4,68 47,76 5,01 32,97 9,29 15,21

Moedas Outras moedas

Dólar americano (à vista)

Em R$

Em R$

comercial paralelo (SP) turismo

compra 2,362 2,53 2,31

venda 2,364 2,63 2,45

euro iene libra esterlina

Fontes: Banco Central, Enfoque Sistemas

Para esclarecer dúvidas, ou dar sugestões, entre em contato com o jornal pelo e-mail indicadores@dcomercio.com.br ou pelo telefone (11) 3244-3829, a partir das 13 horas.

compra 2,94234 0,021488 4,32837

venda 2,95926 0,021512 4,33298


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.EMPRESAS

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de setembro de 2005

Fotos: Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

Em busca da pizza perfeita A tradicional redonda ganha uma versão feita em forno à gas. A Di Volpi, fabricante do equipamento, garante que ela não perde a consistência crocante e o sabor da pizza produzida em forno à lenha. A novidade ganha adeptos das pizzarias do Brasil e até da Itália.

Divulgação

Forno é vendido por R$ 5.279 e cozinha a pizza a 550 graus de temperatura

E

m tempos em que tudo pode acabar em pizza, há quem acredite que uma redonda bem feita é aquela produzida em forno a lenha, certo? Há controvérsias, dirá Dino Volpi, sócio-proprietário da fábrica responsável pelo forno Di Volpi Forno Forte, que promete produzir, sem a queima de madeira, a tradicional pizza napolitana feita no forno à lenha. O produto conquistou adeptos de diversos setores da indústria de alimentação nacional e já chegou ao Japão, Estados Unidos e até mesmo à terra pátria da amada pizza, a Itália. A fábrica que pertence à família Volpi lançou comercialmente o produto em 2000, após dois anos do forno em experiência na pizzaria Di Volpi, inaugurada em 1998 na capital exclusivamente para provar aos consumidores e futuros clientes da fábrica a viabilidade da invenção. "A possibilidade de experimentar a massa na pizzaria garantiu a aceitação da inovação de forma mais rápida", define Dino. Um conto sobre desejo A idéia do forno, que é inédito e faz sucesso fora do Brasil, nasceu da história que mais parece um conto sobre desejo, já que foi o pai de Dino, João Volpi, quem lançou a si mesmo o desafio de produzir em casa a pizza mais perfeita que já se ouviu falar. Não fosse esse o objetivo que se mistura a sonho de pizzaiolo, o gravurista especializado na estamparia em aço jamais teria inventado o forno Sputinik, criado, não por acaso, no mesmo ano de lançamento do satélite russo de mesmo nome, em 1957. "A primeira versão do forno era, no mínimo, estrambólica. Pouco se parecia com o modelo que hoje comercializamos no mercado. Tratava-se de uma engenhoca repleta de remendos, mas que dava asas à imaginação de meu pai e sua vontade de fazer pizza ideal em casa", descreve. Ele conta que foram inúmeras as massas queimadas em experimentos, mas o equipamento exclusivo da família Volpi se transformou em atração. "O famoso churrasco de final de semana passou a enfrentar concorrência com a pizza dominical, que era produzida ao lado da churrasqueira no quintal de casa". Com o passar dos anos, um dos filhos do senhor João, o Lauri, sugeriu que o forno, que era fonte de diversão, trazia em sua originalidade uma oportunidade de negócio. "Mas a dúvida que surgiu foi: quem acreditaria na idéia? Afinal, era notória a diferença de sabor da pizza produzida em forno a gás para uma feita em forno à lenha", relembra. Pizzaria "tira-teima" – A solução encontrada foi a inauguração da pizzaria Di Volpi. O empreendimento recebeu R$ 300 mil em investimentos. O local comercializa exclusivamente pizzas produzidas pelo

forno a gás. O equipamento eleva a temperatura a 550 graus. A massa alcançar o sabor e a consistência crocante do cozimento à lenha. Padarias Dino afirma que o forno foi patenteado. Desde então, foram lançados diferentes acabamentos, para atender às exigências de produção da boa pizza, além de economizar madeira. De acordo com ele, a previsão da empresa é colocar no mercado 500 unidades do produto, mas para 2006 a meta é dobrar a capacidade da fábrica, já que a inovação vem conquistando piz-

zarias e, principalmente, proprietários de padarias, que vêem no forno a possibilidade de oferecer uma pizza com o sabor daquela feita pelo forno à lenha. O valor do Volpi Forno Forte, que pesa 30 quilos, parte de R$ 5.279 e é vendido nas versões para gás natural e GLP. "Estabelecimentos conhecidos, como a pizzaria 1.900, utilizam o forno para eventos fora das unidades das empresas, garantindo o mesmo sabor que os clientes encontram nos pontos-de -venda". Juliana de Moraes

Divulgação

Eduardo Volpi e o pai, Lauri Volpi: forno foi inventado pelo patriarca da família João Volpi em 1957

SIGA A DICA DO GURU: CONTE ATÉ DEZ ANTES DE NEGOCIAR Paulo Pampolim/Digna Imagem

W

i l l i a m U r y, u m d o s maiores especialistas em negociação e gestão de conflitos, afirma que para conduzir uma negociação de forma a alcançar os objetivos da empresa é preciso muito mais do que habilidade para conversar. Ele, que realizou, ontem, uma palestra em São Paulo pelo Fórum Mundial de Negociação da HSM Inspiring Ideas, define que planejamento é chave para o encontro de soluções que atendam as necessidades das partes envolvidas. O acadêmico, que é professor da Harvard University, cofundador do Programa de Negociação da entidade e autor do best-seller Getting to Yes (Como Chegar ao Sim - A Negociação de Acordos Sem Concessões, Editora Imago), descreveu com bom humor e algumas palavras em português (ele é casado com uma brasileira) o roteiro de preparação de empreendedores para que se vejam aptos a negociar. Ury descreve que o negociador deve enxergar três classes distintas de uma conversa: pessoas, problema e decisão. Ele sugere que, antes de se colocar como a pessoa mais indicada para enfrentar uma negociação, o empreendedor deve analisar suas posturas, avaliando se é capaz de enfrentar situações de pressão com perspectiva, calma e autocontrole. "Às vezes a capacidade para criar alternativas para a solução de conflitos não vem acompanhada do talento da retórica. Nesses casos, a melhor forma de atuar numa negociação é por meio da parceria com outro representante". Falar menos, ouvir mais – Ele diz que o tempo de preparação das propostas para uma reunião deve ser equivalente ao da apresentação. Ou seja, falar é bom, mas ouvir é melhor. Responder, por via das dúvidas, só depois de contar até 10.

as metas de todos os envolvidos". O professor afirma que o negociador deve se dar a chance de entender o que a outra parte deseja, transmitindo, dessa forma, confiança e respeito. Causas – Ury acredita que atrás de toda posição existem motivos subjacentes que trazem necessidades, desejos, temor e s e p r e o c u p ações. Assim, o negociador que conhecer essas razões terá um panorama mais claWilliam Ury fez palestra ontem em São Paulo ro, conseguindo mediar os interesE antes mesmo de oferecer a ses das partes para que se alopinião, o negociador deve fa- cance um acordo ideal. "E se zer com que seu interlocutor ainda assim não for possível repita o que falou sob o pretex- encontrar a melhor solução, reto de querer ter certeza de que direcione a conversa. Ofereça a entendeu a idéia. "Tudo isso tentativa de conversar com outraz tempo para que se pense tros envolvidos no processo. É melhor na sugestão alternati- comum que, com a colaboravas, já que o acordo ideal difi- ção da maioria, todos saiam sacilmente é que você irá propor, tisfeitos e com as relações comas aquele que vai combinar merciais fortalecidas". (JM)


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sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de setembro de 2005

LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS - 9

FRENTE QUER MANTER CORREÇÃO DO SIMPLES E AMPLIAR PRAZOS PARA NÚMERO MAIOR DE TRIBUTOS

MP DO BEM: LUTA AGORA SERÁ NO SENADO Celso Junior/AE

A

Em encontro com Afif Domingos, presidente do Senado, Renan Calheiros, defendeu a atualização da tabela do Simples

AS BONDADES APROVADAS ATÉ AGORA O texto básico da MP do Bem, aprovado pela Câmara dos Deputados na semana passada, trouxe várias bondades tributárias para os contribuintes. Uma delas foi uma reivindicação da Frente Brasileira que derrubou a MP 232: a ampliação do prazo para o recolhimento das contribuições dos optantes do Simples. Após 25 horas de negociações entre o relator da medida, deputado Custódio Mattos (PSDB-MG), e a Receita Federal, o texto básico da MP do Bem prevê a suspensão do PIS/Cofins para novas empresas que venham a exportar 80% de sua produção e a posterior

isenção desses tributos, se essa obrigação tiver sido cumprida nos três primeiros anos. Aquelas que não alcançarem esse percentual pagarão o PIS/Cofins relativo apenas à diferença entre a proporção do faturamento que foi exportado nos três anos e os 80%. Outra bondade incluída no texto foi a diminuição do Imposto de Renda a ser pago sobre ganhos de capital na venda de imóveis. Desde 1996, o valor dos imóveis não é corrigido para efeito de declaração do IR. Com a modificação incluída por Mattos, o valor dos imóveis será atualizado pelo fator de 0,60% a partir de 1996 e pelo fator de 0,35% a contar da entrada em vigor da MP.

A MP também permite às empresas do setor elétrico contabilizar a depreciação de bens como empresas de outros setores fazem. Quanto maior a depreciação, menor o lucro tributável. As empresas de saneamento básico também saíram vitoriosas. O relatório prévio determina que a tributação do PIS/Cofins dessas empresas deve ser feita de acordo com a entrada de dinheiro no caixa. Assim, o que não for pago pelos consumidores inadimplentes não entra mais na base de cálculo das contribuições. Já alguns tipos de leite e queijo conseguiram alíquota zero de PIS/Cofins. (LI)

SUPER-RECEITA TST suspende andamento de ações Arquivo

Ministro do TST, Vantuil Abdala: Justiça do Trabalho recebe número elevado de recursos do INSS

Nacional, que passará a representar o INSS, pertence administrativamente à AdvocaciaGeral da União. Vantuil também fez um alerta sobre o elevado número de recursos que têm sido apresentados pelo INSS na Justiça do Trabalho. Em alguns tribunais regionais há mais recursos do INSS do que de todas as outras partes juntas. Preocupado com a situação, Álvaro Costa pediu que o TST forneça à AGU da-

dos sobre os processos envolvendo o INSS para que possa estudar o assunto e propor providências para diminuir o problema. Desde 1999, a Justiça do Trabalho faz a arrecadação das contribuições previdenciárias sobre condenações judiciais de empregadores. Em 2004, foram arrecadados, em contribuições previdenciárias, mais de R$ 962 milhões aos cofres da União. (AG)

ADVOCACIA TRABALHISTA EMPRESARIAL ESPECIALIZADA

DC

O

pleno do Tribunal Superior do Trabalho (TST) aprovou ontem resolução administrativa que suspende por 60 dias a tramitação de processos em que figure como parte o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com exceção dos mandados de segurança e ações cautelares e outras medidas que exijam solução urgente. A suspensão foi decidida em função da Medida Provisória nº 258, que criou a Super-Receita, órgão que reúne a Receita Federal e a Secretaria da Receita Previdenciária. O artigo 3º da MP transferiu à União, por meio da Receita Federal, a tarefa de arrecadar, fiscalizar, administrar, lançar e normatizar o recolhimento de contribuições sociais. O presidente do TST, ministro Vantuil Abdala, tratou do tema com o advogado-geral da União, Álvaro Augusto Ribeiro Costa, uma vez que o corpo de procuradores da Fazenda

Os Advogados,

OVIDIO LOPES GUIMARÃES JUNIOR JOEL EDUARDO DE OLIVEIRA ROGÉRIO PACILÉO NETO Comunicam a todos os clientes e colegas a mudança do Escritório de Advocacia Trabalhista para a Avenida Marquês de São Vicente, 121, Bloco B, 13º andar, conjunto 1301, Barra Funda, São Paulo, SP, CEP: 01139-001, Telefones: 11 3616-6544 - 3616-6546, a partir de 10/01/2005, onde estarão atendendo definifivamente.

Frente Brasileira que derrubou a MP 232 se prepara para convencer os senadores a incluir a ampliação dos prazos para o recolhimento dos tributos federais na Medida Provisória n° 252, a chamada MP do Bem. O primeiro passo nesta direção foi dado ontem pelo presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, que esteve em Brasília para discutir o assunto com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Durante o encontro, Calheiros ressaltou a necessidade de dilatar os prazos para o pagamento de impostos das micro e pequenas. Defendeu também o reajuste do teto de faturamento para o ingresso das empresas no Simples. Antes da MP seguir para o Senado, entretanto, a Frente vai à Brasília para iniciar um trabalho das assessorias das entidades integrantes da Frente junto aos assessores parlamentares do Senado. " O diretor da secretaria de coordenação técnica e relações institucionais da Casa, Helder Rebouças, é quem vai trabalhar com as assessorias", revelou Afif. "Vamos rediscutir a dilatação de prazos dos tributos federais como havíamos pedido ao deputado Custódio Mattos (PSDB-MG), relator da medida provisória", avisou. Batalha - A luta da Frente para incluir mais bondades na MP do Bem começou cedo. Em julho, integrantes do movimento reuniram-se com Mattos, o secretário da Receita Federal do Brasil, Jorge Rachid, e o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), para pedir a in-

clusão, no texto da MP, da ampliação dos prazos das contribuições do Simples, das devidas ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), Programa de Integração Social (PIS), Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Ficou acordado que entraria no relatório da MP a ampliação dos prazos do FGTS e das contribuições do Simples. Na época, a Receita justificou que não poderia estender no momento

Vamos rediscutir a dilatação de prazos dos tributos federais como havíamos pedido ao deputado Custódio Mattos (PSDB-MG), relator da medida provisória.

Afif Domingos

o prazo do INSS porque a medida representaria alteração no pagamento de benefícios para aposentados e pensionistas. Já com relação ao PIS/Cofins, o Fisco argumentou que boa parte dessas contribuições financia a seguridade social e haveria uma repercussão que não poderia assumir imediatamente. Sobre o IPI, alegou que a MP já amplia o prazo do imposto. Mas Rachid se comprometeu a voltar a discutir o assunto. Ao apresentar seu relatório na Câmara, Mattos surpreendeu os representantes da Frente e incluiu apenas a dilatação do prazo das contribuições do

Simples. A assessoria parlamentar do Ministério do Trabalho argumentou que a alteração do prazo do FGTS prejudicaria o sistema eletrônico da Previdência Social e os trabalhadores, que teriam que esperar um período maior de dias para poder sacar o fundo. Simples - No encontro com Afif, Calheiros disse que irá confirmar os novos limites do Simples, por uma questão de justiça. Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou o texto básico da medida e dois destaques. Um deles dobra os limites de receita bruta que determinam se uma empresa pode ser enquadrada no regime de tributação simplificado. O limite de receita anual para microempresas passou de R$ 120 mil para R$ 240 mil e para as empresas de pequeno porte passou de R$ 1,2 milhão para R$ 2,4 milhões anuais. "A Câmara fez a correção à revelia da Receita Federal e tenho certeza de que o Senado vai confirmar, porque isso é importante para a própria arrecadação", declarou Afif. O outro destaque aprovado restabelece o regime de incidência cumulativa do PIS/Cofins para o setor elétrico, com alíquota mais baixa. Ontem, a MP do Bem, mais um vez, foi retirada da pauta da Câmara. Ainda faltam ser votados oito destaques. Como não haverá sessões deliberativas na próxima semana por causa do feriado do Dia da Pátria, na quarta-feira, e a votação do pedido de cassação do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) tem prioridade na ordem dos trabalhos da Casa, não se sabe quando será concluída a apreciação da MP. Laura Ignacio


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6 -.POLÍTICA

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CONSELHO DE ÉTICA TEM CINCO MOTIVOS PARA PEDIR A PUNIÇÃO DO DEPUTADO. O PT AINDA É O ALVO DA PF.

JEFFERSON, A 257 VOTOS DA CASSAÇÃO. Ailton de Freitas/Agência O Globo

P

or 14 votos a zero, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar recomendou ontem a cassação do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). A votação seguiu o parecer do relator do processo, deputado Jairo Carneiro (PFL-BA). O presidente do conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), não votou. Jairo Carneiro apontou cinco motivos que justificam a cassação de Jefferson: 1) Não ficou comprovada a efetiva participação dos deputados nominados por ele no chamado esquema do mensalão; 2) Recebeu R$ 4 milhões do PT, por meio do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, que não foram contabilizados e que teriam a mesma origem do esquema que denunciou; 3) Fez a denúncia do

O deputado (Jefferson) atingiu a imagem da Câmara, e não por um dever ético, mas para se livrar de suspeitas contra ele próprio. Jairo Carneiro suposto esquema não por dever de ofício, mas para sair do foco de investigações; 4) Confessou que fazia indicações partidárias para obter benefícios financeiros para o partido; 5) Mentiu ao relatar uma reunião da bancada do PTB na qual teria sido discutida a oferta para o partido receber o mensalão. Tu m u lt o – A reunião do Conselho de Ética começou tumultuada. Após uma breve discussão, os advogados de Roberto Jefferson se retiraram alegando cerceamento de defesa. Luiz Francisco Correa Barbosa e Itapuã Prestes de Messias se declararam impedidos de continuar sua defesa após terem seu pedido indeferido para que uma reportagem publicada ontem pelo jornal Folha de S. Paulo fosse incluída no processo. Segundo a reportagem, o relatório preliminar das comissões parlamentares mistas de inquérito (CPMIs) da Compra de Votos e dos Correios, divulgado nesta tarde, confirmaria a denúncia de mensalão e sugeriria a cassação de 18 deputados – o que se concretizou. Os advogados também argumentaram que o relator apresentou respostas por escrito às alegações da defesa, direito que os defensores também requeriram mas não conseguiram. O interesse dos advogados de Roberto Jefferson pela reportagem decorre de um dos pontos do relatório de Jairo Carneiro: o fato de Jefferson ter denunciado o esquema de mensalão e não ter apresentado provas. "Ao fazer essa generaliza-

ção, o deputado atingiu a imagem da instituição, e o fez não por um 'dever ético', mas para se livrar de suspeitas contra ele próprio", defendeu o relator. Repercussão – A unanimidade na aprovação do pedido foi interpretada ontem como sinal de que o Congresso, na votação dos outros processos envolvendo parlamentares, dificilmente contrariará o sentimento de indignação manifestado pela sociedade. Quase ninguém se mostrou surpreso com o resultado de ontem. A impressão manifestada por petistas e oposicionistas é que a unanimidade terá impacto direto no processo dos outros deputados no conselho, inclusive o ex-ministro José Dirceu. O presidente do PPS, deputado Roberto Freire, duvida que agora o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), continue a colocar obstáculos para a abertura de processos de cassação no conselho: "Hoje é um ótimo dia para o Congresso. Mostramos que haverá punições e que Severino Cavalcanti é uma coisa menor. Duvido que a Mesa Diretora vá ficar sentada em cima do relatório apresentado por duas CPIs. Severino vai mandar direto para o Conselho de Ética", disse. Após receber a decisão, Cavalcanti tem duas sessões da Casa para levar a matéria a votação dos deputados. A partir de então, ela passa a trancar a pauta do plenário, ou seja, a impedir a apreciação de outras matérias. O pedido deve entrar na pauta de votação do plenário

Hoje é um ótimo dia para o Congresso. Mostramos que haverá punições e que Severino Cavalcanti é uma coisa menor. Roberto Freire da Câmara no dia 13, por causa do feriado de Sete de Setembro. Quando o processo de Jefferson entrar na pauta, haverá oito medidas provisórias trancando as votações no plenário. As MPs, no entanto, não impedem a votação de pedido de cassação. Decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) considerou a votação de perda de mandato uma questão de administração interna dos deputados e não uma ação de elaboração de leis. O deputado Roberto Jefferson terá direito a defesa e outros parlamentares também poderão se manifestar. O secretáriogeral do PTB, deputado Luiz Antônio Fleury (SP), afirmou que a defesa deverá ser feita pelo próprio Jefferson. Fleury disse acreditar que Roberto Jefferson poderá ser absolvido, pois, além da votação ser secreta, na opinião do deputado, Jefferson é bom advogado. (Agências)

Tumulto na sessão do conselho: advogados de Jefferson criticaram os motivos apresentados pelo relator Jairo Carneiro contra seu cliente. E se retiraram após discussão com o presidente do conselho, Ricardo Izar, que defendeu o documento

Luiz Prado/Luz

COMO SERÁ C

om o pedido na Mesa da Câmara, o prazo é de duas sessões para que a matéria entre em votação no plenário. Isso deve acontecer em 13 de setembro, por causa do feriado de Sete de Setembro, na próxima semana. Um processo de cassação

tem prioridade sobre qualquer outra matéria na pauta de votações. Para a cassação, são necessários no mínimo 257 votos dos 513 deputados. A votação é secreta. Se cassado, Jefferson perderá seu mandato e os direitos políticos até 2015.

Nilton Fukuda/AE/10-02-05

Sebastião Nogueira/O Popular/Ag. O Globo/

José Genoino, ex-presidente do PT

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT

Vidal Cavalcante/AE/05-09-05

Duda Mendonça, publicitário

Valter Campanato/ABr

Marcos Valério, empresário

PF TEM MAIS TEMPO PARA INVESTIGAR O

Supremo Tribunal Federal (STF) deu mais 30 dias para a Polícia Federal investigar o suposto pagamento de mesadas a parlamentares, o chamado "mensalão". Além disso, o inquérito do Supremo enviado ontem à Polícia Federal pede mais oito buscas, apreensões e depoimentos. A PF informou ontem que tem elementos para indiciar por crime contra o sistema financeiro o ex-presidente nacional do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, o empresário Marcos Valério Fernandes de Sou-

za e o marqueteiro Duda Mendonça. Os quatro são suspeitos de fazer remessas ilegais de dinheiro para o exterior para movimentação de recursos do caixa dois do partido. O delegado Luiz Flávio Zampronha disse que deverá discutir com o Procurador-Geral da República, Antonio Fernando de Souza, e o relator do inquérito no STF, Joaquim Barbosa, o desmembramento do processo, uma vez que alguns dos investigados não são parlamentares, não tendo portanto foro privilegiado. Em julho, o inquérito sobre o

suposto "mensalão" saiu da competência da PF e passou para o STF, por determinação do juiz Jorge Macedo, da 4ª Vara Federal em Minas Gerais. O STF passou a presidir as investigações e determinar à PF a realização de diligências e análise de documentos, pois há parlamentares entre os investigados no inquérito do mensalão e estes têm direito a foro privilegiado. O procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, alertou, porém, que o indiciamento agora seria precipitado porque as investigações ainda estão em curso e

não poderia ser feito seu autorização do ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF) que preside o inquérito do mensalão. "Seria inócuo e – portanto – nulo de efeito", disse o procurador. Inconformado com a notícia, Genoino anunciou que vai tomar medidas judiciais para impedir o indiciamento, um ato que considera precipitado e injusto. Por meio de nota, disse que até agora foi convocado pela PF para prestar declarações. "É açodada, prematura e espetaculosa qualquer cogitação sobre indiciamento." (Agências)

ECONOMISTA DIZ QUE CRISE É POSITIVA

Nilton Fukuda/DiárioSP/Agência O Globo

O

Roberto Pandovani: economia não é mais refém das crises políticas

e c o n o m i s t a R oberto Padovani, sócio diretor da Tendências Consultoria Integrada, tem uma visão positiva da crise política. Primeiro, porque ela mostra que a economia deixou de ser refém dos acontecimentos políticos, como ocorria até o passado recente. Segundo, "porque é um símbolo que o Brasil está mudando sua agenda, passando a pensar também no futuro e não apenas no dia seguinte". Para Padovani, o quadro internacional é favorável para países como Brasil, Rússia, Índia e China e a nossa economia está sólida – "aliás blin-

dando o presidente Lula" – e deverá crescer na média de 3% ao ano, nos próximos cinco anos. "Contudo abaixo desses países, que deverão crescer entre 4,5% e 6% nesse mesmo período", ponderou. Mas há o lado pessimista. Ele não enxerga nos próximos 16 meses capacidade para o Congresso e o governo, dado ao modelo presidencialista, promoverem as reformas necessárias para dar competitividade à economia nacional. "Manteremos um crescimento sustentado em patamares baixos", alertou ontem, na Associação de Empresas Brasileiras para Integração de Mercados (Adebim).

Reformas – Só as reformas, argumentou, garantiriam investimentos em infra-estrutura e educação. "O estado está quebrado e não podemos contar com ele para a quantidade de recursos exigidos por essas áreas". Para Padovani, a boa governança no presidencialismo exige simultaneamente popularidade do presidente, aliados constantes no Congresso e disciplina dos aliados nas votações de projetos de interesse do Executivo. "Bem ou mal, o presidente Lula tem o primeiro item", enfatizou, "mas já não tem os demais", para promover qualquer reforma, pelo menos, até o fim do mandato, em 2006. O

economista não está certo de que apenas a mudança de presidente garanta as reformas. Padovani resumiu: "Assim, dificilmente teremos qualquer reforma que garanta um ambiente propício, inclusive na área regulatória, para promover novos investimentos, que já estão sendo postergados". Isso, acrescentou, fará com que daqui a quatro ou cinco anos, crescendo a 3% ao ano, o Banco Central (BC) tenha que elevar novamente os juros para conter a inflação. "E a culpa não será do BC, mas do governo que não articulou as reformas no Congresso", afirmou ele. Sergio Leopoldo Rodrigues


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8 -.POLÍTICA

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de setembro de 2005

ASSESSOR DIRETO DE LULA SABIA DO ESQUEMA DE CORRUPÇÃO EM SANTO ANDRÉ, SEGUNDO JOÃO FRANCISCO.

IRMÃO DE DANIEL ENVOLVE CARVALHO Ed Ferreira/AE

C

Roosewelt Pinheiro/AS

onforme o prometido pelo senador José Jorge (PFL-PE), o projeto de reforma eleitoral – aprovado no dia 18 no Senado – foi encaminhado ontem à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. O prazo para que a matéria, que tramitou em caráter terminativo no Senado, recebesse recurso para deliberação em plenário, terminou na última quarta-feira. A proposta, que foi negociada e aprovada rapidamente no Senado, é tida como uma resposta à atual crise política. As mudanças previstas visam principalmente reduzir os custos de campanha. Entre outras medidas, ficam proibidos showmícios, distribuição de brindes em geral e divulgação de imagens externas (um candidato de partido de oposição não vai poder mostrar, por exemplo, cenas de aposentados nas filas esperando atendimento durante a greve do INSS) ao longo de toda a campanha política. O tempo de campanha eleitoral também foi reduzido de 90 para 60 dias. Prazo curto – A proposta agora exige uma tramitação igualmente rápida na Câmara dos Deputados, para ser aprovada a tempo de valer já em 2006, quando haverá eleição para presidente, governadores, senadores e deputados (federais e estaduais). A Con stitui ção diz que a proposta deve ser sancionada pelo presidente da ReJosé Jorge, pública e puautor do blicada no substitutivo Diário Oficial no Senado da União até o dia 30 de setembro. José Jorge, que foi o relator do projeto de lei 275/05, fez um apelo ao presidente da Câmara Severino Cavalcanti e ao presidente da CCJ da Casa Antonio Carlos Biscaia, pedindo agilidade para a aprovação da matéria. Biscaia vai agora apontar um relator, que deve emitir um parecer, para dar início ás discussões. Mas Biscaia, em entrevista na última terçafeira ao Diário do Comércio, não mostrou muito otimismo. Para ele, não há um clima de entendimento na Câmara para que o projeto do Senado tenha tramitação rápida. Crise atrapalha – A Casa analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 275/05, do deputado Ney Lopes (PFLRN), que permite, em caráter excepcional, a redução do prazo para entrada em vigor de alterações na legislação eleitoral. De acordo com o projeto, modificações aprovadas até 31 de dezembro seriam válidas nas eleições de 2006. Para o deputado, a crise política vem impedindo o Congresso de votar projetos polêmicos, já que os parlamentares se concentram na apuração de denúncias de corrupção. "Dessa forma, dificilmente haverá tempo hábil para a aprovação de matéria eleitoral até o final de setembro, sendo necessária a dilatação excepcional do prazo constitucional", diz Lopes. A CCJ da Câmara está analisando a admissibilidade da proposta. Se aprovado, o texto será encaminhado ao exame de uma comissão especial de deputados, antes da votação em dois turnos no plenário da Câmara. Durante o ciclo de debates sobre reforma política promovido pela Associação Comercial, a idéia foi discutida e houve consenso entre todos os participantes da importância da proposta. Kety Shapazian/AS

E

m depoimento à CPI dos Bingos, o médico João Francisco Daniel, irmão do prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel, do PT, assassinado em janeiro de 2002, informou que o chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, sabia do esquema de corrupção naquela prefeitura. João Francisco contou que, às vésperas da missa de sétimo dia de Celso Daniel, em 26 de janeiro de 2002, encontrou-se com Gilberto Carvalho no apartamento do exprefeito. Em companhia de seu irmão Bruno, ouviu o chefe de gabinete de Lula contar detalhes sobre o esquema de corrupção e pagamento de propina que envolvia, principalmente, empresas de ônibus de Santo André. "Ele estava sério e disse: eu preciso confidenciar uma coisa. O Celso sabia do esquema do qual faziam parte o Klinger, o Sergio e Ronan", disse João Francisco, que afirmou ter ficado estarrecido ao tomar conhecimento de toda a estrutura, que tinha como principal mentor o então secretário de obras da prefeitura, Klinger de Oliveira Souza. "O esquema era completado com a ajuda do empresário ligado à coleta de João Francisco: assassinato de Celso Daniel está ligado a dossiê que ele preparava sobre corrupção lixo Ronan Maria Pinto, e SérEd Ferreira/AE Gustavo Miranda/AG gio Gomes da Silva, o Sombra, responsável pela arrecadação das propinas. Após o recolhimento do dinheiro, Sérgio pegava seu Corsa preto e se dirigia para São Paulo, para entregar o dinheiro diretamente a José Dirceu, na época presidente do PT", disse. "Meu irmão não ligava para bens Roseana Garcia, com Heloisa Helena (esq.) e Gilberto Carvalho, que negou saber de irregularidades em Santo André materiais e, quando ficou sabendo que os três (Klinger, Sombra e Ronan) estavam enriquecendo de maneira estratosférica, quis brecar", afirmou. Sombra, O depoimento na CPI que o assassinato de seu a volta dos cobradores e a principal suspeito do assassidos Bingos de João marido não foi crime renovação da frota. nato, era segurança de Celso Francisco Daniel, irmão do comum. Roseana lembrou que o prefeito assassinado de Segundo ela o Toninho executor do assassinato foi Daniel, tendo depois se tornado empresário. Santo André, Celso Daniel, teria se indisposto contra morto 20 dias depois da O irmão de Celso Daniel infoi assistido pela viúva e três setores na cidade: com morte do prefeito. No ano formou que, em seu depoipelo irmão do prefeito de as empresas de bingos, ao passado ela levou um mento ao Ministério Público, Campinas, Antonio da negar alvará o abaixo assinado para ser em maio de 2002, disse que Costa Santos, Toninho do funcionamento; com as entregue ao presidente Luiz "Gilberto Carvalho também lePT, também assassinado. empresas de coleta de lixo, Inácio Lula da Silva pedindo vava para José Dirceu dinheiro Roseana Garcia e Paulo que ele reduziu o valor do a reabertura do processo, para a campanha presidencial, oriundo de esquemas de corRoberto da Costa Santos contrato em 42 milhões e mas o presidente não a rupção de Santo André". José estiveram um pouco antes com o setor de transporte. recebeu, apesar de ter-lhe Dirceu move contra ele um com a senadora Heloisa Toninho do PT havia prometido, ainda em processo por danos morais. Helena (PSOL-AL). anunciado o congelamento campanha, que esse caso As revelações feitas por João Roseana disse ter certeza dos preços das pa ssagens, não seria esquecido. (AE) Francisco atiçaram os ânimos da oposição, que está decidida

VIÚVA DE TONINHO DO PT NA CPI

a intensificar o ataque ao governo. O presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFLPB), defendeu a convocação do deputado José Dirceu. "Estas são as denúncias mais graves que chegaram à CPI". Dossiê – João Francisco disse que a morte de Celso Daniel foi precipitada por um dossiê que ele preparava sobre o esquema de corrupção na prefeitura, que entregou aos integrantes da CPI. Tais operações ilegais teriam sido atribuídas ao Sombra, que estava com o ex-prefeito na Pajero quando ele foi seqüestrado, em 18 de janeiro de 2002. O corpo do prefeito foi encontrado dois dias depois pela polícia, numa estrada em Juquitiba. João Francisco lembrou que mais de seis pessoas relacionadas ao caso já foram assassina-

Sérgio (Sombra) pegava seu Corsa preto e se ia para São Paulo entregar o dinheiro a Dirceu. João Francisco das e disse que tem recebido ameaças veladas. Tese desmontada – João Francisco Daniel afirmou à CPI que o depoimento do médico legista Carlos Delmont, que examinou o corpo do irmão, desmonta a tese de crime comum . "O depoimento do dr. Delmont é contundente e desmonta a tese de crime comum porque ele garante que houve tortura. Celso Daniel foi brutalmente assassinado e, com este laudo, a tese de crime comum está desmontada". João Francisco disse também que a família não tem nada contra o chefe de Gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), mas admitiu que está magoada "com a sistemática negativa" do parlamentar de negar a tortura no homicídio de Celso Daniel. Resposta – Em nota divulgada no fim da tarde de ontem pelo Palácio do Planalto, o chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, rebateu as declarações de João Francisco Daniel. "Não afirmei a esse senhor em nenhum momento que levei qualquer importância em dinheiro ao deputado federal José Dirceu, simplesmente porque nunca o fiz". (Agências)

MORTE DE Restaurante La Bourse DANIEL: R$ 1 MI Almoce com... C ustou R$ 1 milhão a cabeça do prefeito de Santo André, no Grande ABC (SP), Celso Daniel, que o PT havia escalado para coordenar a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência. Por esse dinheiro, Daniel foi capturado na noite de 18 de janeiro de 2002, na periferia de São Paulo, levado para um cativeiro nas cercanias da Rodovia Régis Bittencourt e, dois dias depois, crivado de balas 9 milímetros. A revelação foi feita ontem à tarde por um dos acusados pela morte do prefeito, que está preso numa penitenciária de segurança máxima. O nome dele é mantido em sigilo pelo Ministério Público (MP), que teme pela vida do denunciante. Ele apontou o empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sérgio Chefe ou Sombra, como mandante e mentor da trama. Amigo e segurança do prefeito, Sombra teria preparado a

armadilha porque Daniel havia decidido dar um fim em suposto esquema de corrupção e desvio de verbas públicas para financiamento de campanhas eleitorais do PT. O prefeito teria sob a guarda minucioso dossiê apontando a participação de empresários, entre eles Sombra, e políticos. O relato do prisioneiro tem peso extraordinário para os promotores que há três anos e seis meses investigam o caso que incomoda o Palácio do Planalto e o PT. "A proposta era seqüestrar, pegar os documentos que a vítima guardava e depois era para matar", confessou. Mas o dinheiro prometido não teria sido pago, pelo menos para alguns dos executores, que foram sete, todos identificados e detidos. Um que não recebeu pelo serviço é o preso que hoje foi interrogado. "O dinheiro ia ser dividido em partes iguais", afirmou o preso em depoimento. (AE)

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DC

REFORMA ELEITORAL: AGORA É COM A CÂMARA.


www.dcomercio.com.br/c ampinas/ Edição de Campinas concluída às 00h30 Ano 81 - Nº 21.955

São Paulo, sexta-feira a domingo, 2 a 4 de setembro de 2005

Celso Júnior/AE

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Enfim, algo Positivo chega ao Congresso

Em sessão conjunta, CPIs dos Correios e do Mensalão aprovam por unanimidade pedidos de cassação

O projeto do Cadastro Positivo foi enviado ao Congresso, ontem, em meio à crise política, pelo presidente Lula e o ministro Palocci. Para a Associação Comercial de SP, que esteve por trás de todas as fases do projeto, com ele virão a expansão do crédito, melhora na qualidade dos empréstimos e redução de taxas de juros. Página 11

Senado quer mais bens na MP do Bem

A seleção do Mensalão São 22 escalados pelas CPIs, Conselho de Ética e PF: Roberto Jefferson (PTB-RJ)

Pedro Corrêa (PP-PE)

Bispo Rodrigues (PL-RJ)

Pedro Henry (PP-MT)

João Magno (PP-MG)

Professor Luizinho (PT-SP)

João Paulo Cunha (PT-SP)

Roberto Brant (PFL-MG)

José Borba (PMDB-PR)

Romeu Queiroz (PTB-MG)

José Janene (PP-PR)

Valdão Gomes (PP-SP)

José Mentor (PT-SP)

Wanderval Santos (PL-SP)

Sandro Mabel (PL-GO)

José Dirceu (PT-SP)

Josias Gomes (PT-BA)

José Genoino (PT-SP)

Paulo Rocha (PT-PA)

Duda Mendonça (marqueteiro)

Delúbio Soares (PT)

Marcos Valério (o valerioduto)

Celso Júnior/AE

O presidente do Senado, Renan Calheiros, aceitou a sugestão de aumentar os prazos para pagamento de impostos das micro e pequenas empresas e o reajuste dos limites do Simples, feita pelo presidente da ACSP, Afif Domingos (foto). Página 9

Severino recebe de Lula a mais alta condecoração do Itamaraty. Pág. 4 Foto: Alan Marques/Folha Imagem

Página 5

Irmão de Celso Daniel leva crise ao gabinete de Lula Irmão do prefeito morto diz que o atual chefe de gabinete de Lula confessou que entregava dinheiro a Dirceu. Página 8

Seleção de programas para o fim de semana DCULTURA E as vacas foram para... São Paulo

Divulgação

150 vacas esculpidas por artistas, em tamanho natural, pastam em vários pontos da cidade.

Fórmula para sair da crise: tirar a roupa

Milton Mansilha/Luz

Um filme cinqüentenário, como se fosse novo

Grupo de coroas desempregados resolve criar um inusitado "clube para mulheres". É a peça "Adoráveis semvergonhas" em cartaz no Teatro Imprensa.

Divulgação

"A Batalha de Argel", relançada em cópias novas 50 anos depois, trata de um fenômeno atemporal: a revolta dos oprimidos.

TEMPO EM CAMPINAS Nublado com chuva Máxima 25º C. Mínima 17º C. Antonio Scorza/AFP

A 90 minutos da Copa Seleção, com Robinho, entra em campo no domingo. A vitória contra o Chile garante uma vaga na Copa. Pág. 16

Primeiros acordes da Primavera Domingo, Ibirapuera: a Osesp e a violinista japonesa Midori


DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de setembro de 2005

NOVA LEI DO ISS A CAMINHO DA JUSTIÇA

A

s entidades representativas do setor de serviços da cidade de São Paulo estão se articulando para ingressar com uma ação judicial contra a Prefeitura para contestar a Lei nº 14.042, publicada no Diário Oficial da última quarta-feira. A nova legislação obriga os prestadores de serviços sediados em outros municípios a se cadastrarem na Secretaria de Finanças de São Paulo para continuar atuando na capital e, assim, recolher o Imposto sobre Serviços (ISS). Pela lei, o prestador que não se cadastrar terá o imposto retido pelo tomador do serviço, além de se responsabilizar solidariamente pelo pagamento do tributo, caso o agente da retenção não faça o recolhimento. A contestação da nova legislação será centrada principalmente no artigo 3º da Lei Complementar nº 116/2003, que regulamenta o tributo. Segundo o artigo, o "serviço prestado e o imposto devido devem ser recolhidos no local do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador". O presidente da Federação de Serviços do Estado de São Paulo (Fesesp), Luigi Nese, classificou a nova lei como lamentável e garantiu que a entidade vai ingressar com uma

ação ainda este mês, juntamente com as demais que compõem o Fórum Permanente em Defesa do Setor de Serviços. "Fizemos audiência pública e entregamos um documento apontando de forma clara a inconstitucionalidade da lei, mas parece que toda a mobilização não foi suficiente. Por isso não temos outra alternativa que não seja ingressar com a ação judicial", disse Nese. Para o assessor da presidência do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP), José Constantino, além de questionamentos judiciais, a nova lei conta com vários pontos que precisam ser esclarecidos antes de entrar em vigor. O principal deles é a forma como será conduzido o cadastramento dos prestadores. "A Prefeitura precisa publicar um decreto disciplinando o prazo para adequação às novas regras e os procedimentos para fazer o cadastro". Constantino também alertou que as novas regras de cobrança podem levar à bitributação. "O fato de a empresa recolher o imposto em São Paulo não elimina a possibilidade de ser cobrada pelo município onde tem sede". Além disso, por causa da responsabilidade supletiva imposta pela nova lei, o prestador passa a respon-

Arquivo DC

PRESTADORES DE SERVIÇOS CRITICAM PRINCIPALMENTE A EXIGÊNCIA DE CADASTRO NA CAPITAL

Fisco libera certidão de débito unificada Contribuinte poderá usar o documento em até 180 dias

E

Luigi Nese: "não temos outra alternativa que não seja uma ação judicial".

der legalmente caso o tomador recolha o imposto e não o repasse para a prefeitura. A parte da lei que trata sobre o cadastramento vai entrar em vigor já em outubro. Na opinião de Constantino, a Prefeitura está buscando uma solução errada para combater o problema de evasão fiscal e concorrência desleal. Para ele, a Prefeitura paulistana deveria investir na redução da alíquota de forma progressiva. "Se reduzissem meio por cento ao ano, em seis anos, estaríamos trabalhando com a alíquota de 2% praticada pelos demais municípios", explicou. Atualmente, a alíquota cobrada em São Paulo é de 5% para a maioria dos serviços. Mas, o próprio secretário das Finanças, Mauro Ricardo, em outra ocasião, argumentou que

poderá atender este pleito do setor somente quando a base de contribuintes for ampliada. Vizinhos - Para o secretário de Comunicação do município de Santana do Parnaíba, Jamil Akkari, a LC nº 116 é clara ao dizer o local onde o imposto deve ser recolhido. "O que é um direito constitucional para a maioria, vem sendo considerado como uma fraude pelo município de São Paulo. Por que quando um prestador faz algum serviço fora, mas tem um estabelecimento na capital, a Prefeitura não abre mão do recolhimento do imposto?", questionou. Segundo Akkari, a atual gestão municipal quer ampliar a sua base de arrecadação do ISS e, por isso, vem buscando várias medidas para viabilizar isso. Márcia Rodrigues

BALANÇO

stão unificadas desde ontem as certidões negativas relativas a tributos administrados pela Receita Federal e a débitos inscritos na dívida ativa da União. A novidade está prevista na Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 2 e na Instrução Normativa nº 565, publicadas na edição de ontem no Diário Oficial. A unificação das certidões negativas torna mais ágil a obtenção de prova de regularidade fiscal. Fica unificada também a validade das certidões,

que passa a ser de até 180 dias. Quanto às contribuições sociais administradas pela extinta Secretaria de Receita Previdenciária, a Instrução Normativa RFB nº 558, publicado no DOU de 23/8/2005, estabelece certidão negativa à parte. Mas, de acordo com o secretário-adjunto da Receita Federal, Paulo Ricardo Cardoso, a expectativa é de que, em breve, essas contribuições passem a integrar a certidão unificada. "A idéia é trazer para um só documento a prova sobre regularidade fiscal e previdenciária", diz. (Agências)

Novas regras para o Sistema S

A

s contribuições devidas às entidades que compõem o Sistema "S", como Senai, Sesi, Senac e Sesc, passam a ser recolhidas pela Receita Federal do Brasil. Antes da criação do órgão, o recolhimento era feito pela Secretaria da Receita Previdenciária. A medida consta das Instruções Normativas nº 566 e 567, publicadas no Diário Oficial de hoje. A forma de recolhimento, porém, não será alterada. O secretário-geral Jorge Rachid assinou convênios com dez entidades para arrecadação, fiscalização e cobrança de contribuições, sem qualquer alteração quanto a prazo para pagamento e código de receita. Segundo a Receita, as mudanças no recolhimento, pre-

vistas para ocorrerem a partir de 2006, só alcançam os contribuintes do salário-educação e os do Sesi e Senai. Em relação aos fatos geradores que ocorrerem a partir 1º de janeiro de 2006, a contribuição social do salário-educação será recolhida à Receita Federal. Não haverá mais recolhimento direto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O contribuinte que firmou convênio com o Sesi e Senai até 14 de agosto de 2005, para recolhimento direto das contribuições, continuará a recolher em relação aos fatos geradores até 31 de março de 2006, como convencionados. Para os fatos geradores posteriores, as contribuições serão recolhidas à Receita.

AVISO AOS ACIONISTAS Uno-E Brasil Banco de Investimento S.A.

(nova denominação social do Banco Uno-E Brasil S.A.) CNPJ nº 45.283.173/0001-00 Relatório da Diretoria Senhores Acionistas: Em cumprimento às disposições legais e estatutárias, submetemos à apreciação de V. Sas. O Balanço Patrimonial e demais Demonstrações Financeiras relativas aos exercícios encerrados em 30 de junho de 2005 e 2004, permanecendo esta Diretoria ao inteiro dispor dos Senhores Acionistas para quaisquer esclarecimentos que desejarem. São Paulo, 02 de setembro de 2005. Demonstrações de resultados - Semestres findos em 30/06/05 e 2004 Balanços patrimoniais em 30 de junho de 2005 e 2004 (Em milhares de Reais) (Em milhares de Reais, exceto o lucro por ação) Ativo 2005 2004 Passivo 2005 2004 2005 2004 Circulante 73.849 71.158 Circulante 7.420 14.737 3.796 4.756 Disponibilidades 47 111 Relações interfinanceiras 1 Receitas da intermediação financeira 4.756 Títulos e valores mobiliários e Recebimentos e pagamentos a liquidar 1 Resultado de operações com títulos e valores mobiliários 3.796 3.796 4.756 instrumentos financeiros derivativos 73.788 71.039 Outras obrigações 7.420 14.736 Resultado bruto da intermediação financeira (402) (445) Carteira própria 73.788 71.039 Sociais e estatutárias 6.646 14.205 Outras receitas (despesas) operacionais Outros créditos 14 8 (206) (164) Fiscais e previdenciárias 769 528 Outras despesas administrativas Diversos 14 8 Diversas 5 3 Despesas tributárias (229) (240) Exigível a longo prazo 2.148 1.951 Outras receitas (despesas) operacionais 33 (41) Realizável a longo prazo 3.782 3.373 Outras obrigações 2.148 1.951 Resultado operacional 3.394 4.311 Outros créditos 3.782 3.373 Fiscais e previdenciárias 880 826 Result. antes da tributação s/ o lucro e participações 3.394 4.311 Imposto de renda a compensar 1.468 1.331 Outras contingências 1.268 - Imposto de renda e contribuição social (733) (515) Depósitos judiciais 2.314 2.042 Diversas 1.125 Lucro líquido do semestre 2.661 3.796 Patrimônio líquido 68.066 57.846 Juros sobre o capital próprio (1.321) (2.876) Permanente 3 3 Capital social: Lucro líquido por ação - R$ 0,05 0,07 Investimentos 3 3 55.981 45.394 De domiciliados no exterior As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras. Reserva de lucros 1.014 781 Lucros acumulados 11.071 11.671 Demonstrações das origens e aplicações de recursos Total do ativo 77.634 74.534 Total do passivo 77.634 74.534 Semestres findos em 30/06/05 e 2004 (Em milhares de Reais) As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras. 2005 2004 Origens de recursos 13.248 4.085 Demonstrações das mutações do patrimônio líquido - Semestres findos em 30 de junho de 2005 e 2004 (Em milhares de Reais) Lucro líquido ajustado do semestre 2.661 3.796 Reserva Lucro líquido do semestre 2.661 3.796 Capital Social de lucros Recursos de acionistas 10.587 Capital aumento Reserva Lucros Aumento de capital 10.587 realizado capital legal acumulados Total Recursos de terceiros originários de: 289 Saldos em 1º de janeiro de 2005 45.394 881 9.864 56.139 Aumento dos subgrupos do passivo Lucro líquido do semestre 2.661 2.661 circulante e exigível a longo prazo 289 Aumento de capital 10.587 10.587 Relações interfinanceiras e interdependências 1 Destinações: Outras obrigações 288 Reserva legal 133 (133) Aplicações de recursos 13.266 4.059 Juros sobre o capital próprio (1.321) (1.321) Dividendos propostos 133 Saldos em 30 de junho de 2005 45.394 10.587 1.014 11.071 68.066 Juros sobre o capital próprio 1.321 2.876 Saldos em 1º de janeiro de 2004 45.394 640 11.025 57.059 Aumento dos subgrupos do ativo Lucro líquido do semestre 3.796 3.796 circulante e realizável a longo prazo 2.790 1.050 Destinações: Títulos e valores mobiliários e instrumentos Reserva legal 141 (141) financeiros derivativos 2.671 906 Juros sobre o capital próprio (2.876) (2.876) Outros créditos 119 144 Dividendos (133) (133) Diminuição dos subgrupos do passivo Saldos em 30 de junho de 2004 45.394 781 11.671 57.846 circulante e exigível a longo prazo 9.155 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras. Outras obrigações 9.155 Notas explicativas às demonstrações financeiras - Semestres findos em 30 de junho de 2005 e 2004 (Em milhares de Reais) Aumento (diminuição) das disponibilidades (18) 26 1 - Contexto operacional - Em Assembléia Geral Extraordinária (AGE) nominativas, sem valor nominal. Conforme disposição estatutária, está Modificações na posição financeira de re-ratificação realizada em 08 de julho de 2004, foi aprovada a anula- assegurado aos acionistas dividendo mínimo de 5% do lucro líquido do Disponibilidades ção da AGE de 17 de julho de 2003 onde aprovava a alteração da deno- semestre, após a destinação de reserva legal, de R$ 133 (R$ 141 em Início do semestre 65 85 minação social do Banco para Uno-E Participações S.A., a mudança do 2004). Em Assembléia Geral Extraordinária (AGE) realizada em 28 de Fim do semestre 47 111 objeto social e o cancelamento da autorização para a Companhia funci- abril de 2005, foi autorizado o aumento de capital social da companhia, Aumento (diminuição) das disponibilidades (18) 26 onar como Instituição Financeira junto ao Banco Central do Brasil. Na mediante a capitalização de TJLP dos exercícios de 1996 (R$ 1.479), As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras. mesma AGE, foi aprovada a alteração da denominação social do Banco 1997 (R$ 1.503), 1998 (R$ 1.959), 1999 (R$ 3.310) e 2000 (R$ 2.336). 2005 2004 para UNO-E Brasil Banco de Investimento S.A. e a Sociedade passou a Perfazendo o total de R$ 10.587 sendo emitidas 10.587.068 ações todas Outras despesas operacionais é composta por: 29 24 ter por objeto principal a prática de operações de investimento, adminis- ordinárias nominativas, sem valor nominal. Na mesma AGE, foi aprovado Juros sobre contribuição social Juros sobre imposto de renda 39 o pagamento aos acionistas de R$ 1.321 a título de juros sobre capital tração da carteira de valores mobiliários, fundos de investimento, partici1 15 pação ou financiamento a prazo médio e longo para suprimento de capi- próprio (em substituição ao dividendo mínimo) calculado com base no Juros fiscais Juros sobre passivos contingentes 74 65 patrimônio líquido de 31 de dezembro de 2004. Esta distribuição consta tal fixo ou de movimento de empresas do setor privado, mediante aplica30 ção de recursos próprios e coleta, intermediação e aplicação de recurso como destinação do resultado, diretamente na demonstração das muta- Multa compensatória 3 de terceiros, podendo praticar todas as operações ativas, passivas e aces- ções do patrimônio líquido, na forma da circular nº 2.739 do Banco Cen- Outras Total 134 146 sórias; e, a participação em outras sociedades, na qualidade de sócia, tral do Brasil, e reduziu a despesa com imposto de renda e contribuição quotista ou acionista. Esta AGE foi homologada em 11 de maio de 2005 social do semestre em aproximadamente R$ 449. Esta ata encontra-se DIRETORIA pelo Banco Central do Brasil. 2 - Elaboração e apresentação das de- em processo de aprovação no Bacen. Carlos Masetti Júnior – CRC-1SP 179400/O-5 monstrações financeiras a. Apresentação das demonstrações finan- 8 - Imposto de renda e contribuição social Parecer dos auditores independentes ceiras - As demonstrações financeiras foram preparadas de acordo com a. Encargos com imposto de renda e contribuição social Aos Acionistas e Administradores do Uno-E Brasil Banco de Investimento 2005 2004 as práticas contábeis emanadas da legislação societária brasileira e em S.A. (nova denominação social do Banco Uno-E Brasil S.A.) São Paulo Imp. de Contrib. Imp. de Contrib. consonância com as diretrizes estabelecidas pelo Banco Central do BraSP. Examinamos os balanços patrimoniais do Uno-E Brasil Banco de InReceita/despesa renda social renda social sil (BACEN). b. Principais critérios contábeis - O resultado é apurado vestimento S.A. (nova denominação social do Banco Uno-E Brasil S.A.), pelo regime de competência. - As estimativas contábeis foram baseadas Lucro antes do imposto de levantados em 30 de junho de 2005 e 2004, e as respectivas demonstrarenda e contribuição social 3.394 3.394 4.311 4.311 em fatores objetivos e subjetivos, com base no julgamento da adminisções de resultados, das mutações do patrimônio líquido e das origens e tração para determinação do valor adequado a ser registrado nas de- Adições aplicações de recursos, correspondentes aos semestres findos naquelas Permanente monstrações financeiras. Itens significativos sujeitos a estas estimativas datas, elaborados sob a responsabilidade de sua administração. Nossa Outras provisões, receitas e despesas e premissas incluem a provisão para contingências. A liquidação das responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstraIndedutíveis 17 17 26 24 mesmas poderão resultar em valores divergentes devido a imprecisões ções financeiras. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as Temporárias inerentes ao processo de sua determinação. O Banco revisa as estimatinormas de auditoria aplicáveis no Brasil e compreenderam: (a) o planejaProv. p/ contingências fiscais e outras 102 102 90 90 vas e premissas pelo menos semestralmente.O ativo e o passivo, mento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de (-) TJLP (1.321) (1.321) (2.876) (2.876) transações e os sistemas contábeis e de controles internos do Banco; (b) circulante e a longo prazo, são demonstrados pelos valores de realiza2.192 2.192 1.551 1.549 ção e compromissos estabelecidos nas contratações, incluindo, quando Base de cálculo a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que Encargos do sem. às alíquotas de aplicável, os rendimentos ou encargos auferidos ou incorridos até a data suportam os valores e as informações contábeis divulgados; e (c) a avali15% (imposto de renda) e 9% dos balanços. As aplicações em fundos de investimento são atualizadas ação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas (contribuição social) (329) (197) (233) (139) adotadas pela administração do Banco, bem como da apresentação das diariamente conforme o valor da cota, divulgada pelo administrador do Adicional de (imp. de renda) a 10% fundo. A provisão para o imposto de renda é constituída com base no demonstrações financeiras tomadas em conjunto. Em nossa opinião, as lucro, ajustado pelas inclusões e exclusões de caráter permanente, à sobre parcela excedente a R$ 120 (207) (143) demonstrações financeiras acima referidas representam, adequadamenalíquota de 15%, acrescida de adicional de 10% sobre o lucro tributável Imposto de renda/contribuição te, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira do excedente a R$ 120 (semestral). A contribuição social foi constituída à social do semestre (536) (197) (376) (139) Uno-E Brasil Banco de Investimento S.A. (nova denominação social do alíquota de 9%.3 - Títulos e valores mobiliários - A carteira de títulos e O Banco não efetua o registro contábil dos créditos tributários decorrentes Banco Uno-E Brasil S.A.) em 30 de junho de 2005 e 2004, os resultados valores mobiliários, classificada na categoria títulos para negociação, está de diferenças temporárias por não haver expectativa de realização. O valor de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido e as origens e assim representada: dos créditos tributários não reconhecidos monta R$ 18 (2004 - R$ 30). 9 - aplicações de seus recursos, correspondentes aos semestres findos na2005 2004 Outras informações - a. Derivativos - Não houveram operações de ins- quelas datas, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. Bradesco FAQ Federal Plus 19.720 16.780 trumentos financeiros derivativos em 30 de junho de 2005 e 2004. b. Limi- Conforme mencionado na Nota Explicativa nº 1, a Administração do BanBradesco FAQ de FI Marte Renda Fixa 44.408 41.376 tes operacionais (acordo de Basiléia) - O Uno-E Brasil Banco de Inves- co, por meio de Assembléia Geral Extraordinária de 8 de julho de 2004, Bradesco FAQ de FI Cambial 9.660 12.883 timentos S.A., em 30 de junho de 2005, atingiu o índice de 173,53% (2004 aprovou as seguintes deliberações: a) anulação da AGE de 17 de julho de Total 73.788 71.039 - 153,96%). c. Outras despesas administrativas 2003 pela qual foram aprovadas a alteração da denominação social do 4 - Outros créditos - A conta de outros créditos está representada, por Outras despesas administrativas é composta por: 2005 2004 Banco para Uno-E Participações S.A., a mudança do objeto social e o antecipação de Imposto de renda e Contribuição social em R$ 1.468 (R$ Despesa de comunicação 5 5 cancelamento da autorização para a sociedade funcionar como instituição 1.331 em 2004) e por devedores por depósitos judiciais em R$ 2.314 Despesa de serviços técnicos 138 102 financeira do Banco Central do Brasil; b) alteração da denominação social (R$ 2.042 em 2004). 5 - Outras obrigações - Sociais e estatutárias - Despesa de processamento de dados 3 2 do Banco para Uno-E Brasil Banco de Investimento S.A.; c) alteração do Refere-se a juros sobre o capital próprio e dividendos a pagar a acionis- Despesas serviços sistema financeiro 18 19 objetivo social que passou a ser prática de operações de investimento, tas, que se encontram acumulados à disposição dos mesmos. 6 - Outras Despesa de serviços de terceiros 22 9 administração de carteira de valores mobiliários, fundos de investimentos, obrigações - Fiscais e previdenciárias - Referem-se à provisão para Despesa de contribuição a entidades de classe 17 24 participação ou financiamento a médio e longo prazos para suprimento de imposto de renda R$ 536 (R$ 376 em 2004), provisão para contribuição Outras 3 3 capital fixo ou de movimentos de empresas do setor privado, mediante aplicação de recursos próprios e coleta, intermediação e aplicação de resocial R$ 197 (R$ 139 em 2004), R$ 880 de provisão para riscos fiscais Total 206 164 cursos de terceiros, podendo praticar todas as operações ativas, passivas (R$ 826 em 2004) e outras contribuições R$ 36 (R$ 13 em 2004). O d. Outras receitas (despesas) operacionais e acessórias; e a participação em outras sociedades, na qualidade de sócia, Banco vem contestando judicialmente a legalidade da exigência de diOutras receitas operacionais é composta por: quotista ou acionista. Essas alterações foram homologadas pelo Banco versos impostos e contribuições e, baseado na opinião de seus assesso2005 2004 Central, em 11 de maio de 2005. res legais, não espera a ocorrência de perdas no desfecho desses proReversão de provisão 9 2 11 de agosto de 2005 cessos, além das já provisionadas. 7 - Patrimônio líquido - O Capital 158 103 KPMG Auditores Independentes José Gilberto Montes Munhoz Social em 30 de junho de 2005, totalmente subscrito e integralizado, é Variação monetária sobre tributos Total 167 105 CRC 2SP014428/O-6 Contador CRC 1SP145676/O-5 representado por 55.980.634 (45.393.566 em 2004) ações ordinárias

DECLARAÇÃO À PRAÇA DECLARAÇÃO À PRAÇA

Eu, Fernanda N. Sanseverino Cury, CPF/MF 101.110.258-77, declaro ao comércio geral, e a quem mais possa interessar, que não mais faço parte do quadro societário desde o dia 01/08/2005, da firma LKJ Rep. Com. S/S Ltd CNPJ 03.019.661/0001-57, data em que o controle acionário foi transferido por Contrato de Cessão a Título Oneroso de Quotas, à Adriana Fernandes M. B. Cavalcanti - CPF/MF 149.019.678-19 e Lucia F. M. Silva - CPF/MF 129.360.408-92, sendo portanto de suas responsabilidades todos os atos praticados em nome desta Empresa. São Paulo, 01 de setembro de 2005

ATAS COMARK VEÍCULOS LTDA

CNPJ nº 67.371.302/0001-47 - NIRE nº 35.210.640.064 Ata de Reunião de Sócios Data, Hora e Local: Aos vinte e nove dias do mês de agosto de 2005, às dez horas, na sede da sociedade à Av. Giovanni Gronchi, nº 6.328 - Morumbi -CEP 05724-002; Presença: Sócios representando a totalidade do Capital Social; Composição da Mesa: Arnaldo dos Santos Diniz, brasileiro, casado, empresário, portador da cédula de identidade RG nº 3.265.692 -SSP/SP e inscrito no CPF sob nº 083.877.538-15, residente e domiciliado nesta Capital do Estado de São Paulo à Rua Guadalupe, 558 - Jardim América CEP 01439-010 - Presidente, e André dos Santos Diniz, brasileiro, solteiro, maior, empresário, portador da cédula de identidade RG nº 23.064.048-5 - SSP/SP e inscrito no CPF sob nº 263.696.448-70, residente e domiciliado nesta Capital do Estado de São Paulo, à Rua Gironda, nº 80 - 6º andar - apto. 62 - Jardim Paulista - CEP 01435-040 - Secretário; Convocação: Dispensados de convocação, por atenderem ao disposto no Art. 1.072, Parágrafo 2º da Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002; Ordem do Dia: Deliberar sobre a Proposta de Redução de Capital Social, no valor de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), conforme prevê o Parágrafo II, do Art. 1.082, da Lei 10.406 de 10/01/02, passando portanto de R$ 6.600.000,00 (seis milhões e seiscentos mil reais), para R$ 5.600.000,00 (cinco milhões e seiscentos mil reais); Deliberação: Os sócios sem restrição aprovam a Proposta apresentada de Redução de Capital Social, para R$ 5.600.000,00 (cinco milhões e seiscentos mil reais), respeitando-se o disposto no Art. 1.084, da Lei 10.406 de 10/01/02, que determina que a diminuição deva ser proporcional ao valor nominal das quotas. Deliberam ainda que a presente Ata deva ser encaminhada para a publicação conforme determina o Parágrafo 1º do Art. 1.084 da mesma lei, e decorridos 90 (noventa) dias, e não havendo oposição de credores quirografários, a respectiva Alteração de Contrato Social, seja levada a registro na MM. Junta Comercial do Estado de São Paulo; Encerramento e Aprovação da Ata: Terminados os trabalhos, inexistindo qualquer outra manifestação, lavrou-se a presente Ata, que lida, foi aprovada e assinada por todos os sócios. Arnaldo dos Santos Diniz - Presidente, André dos Santos Diniz - Secretário, Arnaldo dos Santos Diniz - Sócio, p/ Comardi Comercial Ltda. Arnaldo dos Santos Diniz - Sócio.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de setembro de 2005

LAZER - 1

CINEMA

A BATALHA DE ARGEL

UM MARCO SEM RUGAS Filme de Pontecorvo completa 50 anos. E volta como se fosse novo Geraldo Mayrink VideoFilmes/Divulgação

Arquivo DC

O seu caderno de artes, espetáculos e lazer

Um diretor de poucas e densas obras

Fotos: Arquivo DC

G

illo Pontecorvo nasceu em Pisa, na Itália, em 1919. Ele estudou química, mas acabou tornando-se jornalista. Filiado ao Partido Comunista, começou a trabalhar nos anos de 1930, chegando a ser correspondente em Paris de jornais italianos. Ao fim da Segunda Guerra Mundial (193945), tornou-se assistente de Yves Allégret e Mario Monicelli. Começou no no cinema em 1956, em fitas de episódios supervisionadas por Alberto Cavalcanti e Joris Ivens, onde havia também um episódio do brasileiro Alex Viany. Nos de 1950 dirigiu documentários, antes de estrear na ficção com Giovanna, episódio do filme Die Vind Rose (1954), sobre uma operária da indústria têxtil. Fez apenas 15 filmes, mas dirigiu obras elaboradas e densas. Recentemente declarou-se aposentado como diretor. Depois de comandar o Festival de Veneza durante anos, dedica-se à construção de um instituto internacional para o desenvolvimento do cinema latino.

Ao tratar de política de forma brilhante e de repressão furiosa com grande competência, filme desagradou muita gente

I

nterrogado sobre sua avaliação quanto à revolução francesa, ocorrida quase duzentos anos antes, o líder chinês Mao Tse-Tung respondeu: "Ainda é cedo para saber". Mas cinqüenta anos, no caso de uma revolução tratada pelo cinema, arte "existencialista" que se esgota quase no momento em que é concluída, bastam. Esta é a idade de A Batalha de Argel (1965), relançado agora como se fosse novo em folha. É um marco sem rugas. Trata de um fenômeno sem data, a revolta dos oprimidos contra os opressores e, contrariando mais um pensamento do gordo tirano oriental, já dá para saber que é um filme fora do comum. Mao, não mencionado no filme, era um misto de filósofo e açougueiro, e nota-se isso aqui sem nenhum desdém ou elogio a essas duas classes trabalhadoras. Gillo Pontecorvo é cineasta. Italiano, de carreira de poucos títulos, mas muito expressiva. Este seu filme, ganhador de

prêmios pelo mundo afora, merece todos, como o Leão de Ouro em Veneza. Passa-se na Argélia, o grande país africano que abrigou exilados brasileiros inconformados e antes foi berço do escritor Albert Camus, autor de O Homem Revoltado e "profeta do absurdo", como estranhamente era chamado vulgarmente. Mostra, entre 1954 e 1957, a luta do povo dominado contra os dominadores. Já faz parte da História (a Argélia se tornou independente da matriz em 1962). No filme aparecem faces crispadas e iradas, as árabes de um lado, e outras francesas, de outro. Parece documentário realista, e num certo sentido é mesmo, mas sobretudo se impõe como encenação dramática de grande inspiração. Por isso é um excelente filme, com produção argelina e italiana, falada em francês e árabe. Craques como o compositor Enio Morricone e o montador de clássicos italianos, Mario Sarandrei, comparece-

ram. Assim trataram dos três grandes temas envolvendo a trama: do terrorismo dos dois lados, uma frase do comandante francês Mathieu (Jean Martin) – "a informação é nossa arma" – e a conseqüência dela, a tortura, através da qual os franceses tristemente se notabilizaram na África. O pau-dearara não foi inventando no Brasil. Está lá, no filme. O frio comandante diz que a Argélia não é mais um balneário e comenta sobre um artigo de JeanPaul Sartre condenando a guerra colonial: "Não gosto dele, nem como adversário. Por que não há sartres do nosso lado"? Pois é. Não há mesmo. Mas há sempre torturadores que acreditam no que fazem. E terroristas que matam inocentes jogando bombas neles. Pontecorvo, nascido em 1919, mereceria mais notoriedade do que a lhe deu sua carreira. Trabalhou com atores e atrizes do primeiro time, como Yves Montand, Alida Valli, Renato Salvatore Susan Stras-

berg e Gian Maria Volontè. Isso sem falar do maior de todos, Marlon Brando, seu gênio rebelde em Queimada! (1969), um filme que atendia aos anseios políticos de ambos. Então brigaram. Tanto Queimada como A Batalha de Argel, tratando ambos de política de forma brilhante e de repressão furiosa com grande competência, desagradaram a muita gente, inclusive à censura brasileira, que os proibiu. Depois Pontecorvo reinou por muitos anos como diretor do mais antigo festival de cinema do mundo, o de Veneza, e hoje não se fala mais nele. A Batalha de Argel vale como lembrança e homenagem. A Batalha de Argel (La Bataille d’Alger, Argélia/Itália, 1965, 121 minutos). Direção: Gillo Pontecorvo. Com Brahim Haggiag, Jean Martin, Saadi Yacef, Samia Kerbash, Fusia El Kader, Ugo Paletti, Mohamed Bem Kassen. VideoFilmes.

A Argélia na guerra e hoje País libertou-se da França, mas continua sendo uma nação pobre do norte da África

A

Argélia, país do norte de África banhado pelo Mar Mediterrâneo, tem como vizinhos Tunísia, Líbia, Mali, Mauritânia e Marrocos. A guerra de independência começou em 1954, na capital Argel, com confronto entre governo e guerrilha, que formada por grupos com diferentes ideologias, também lutava entre si. Em 1956, a França abriu mão da Tunísia e do Marrocos, mas a guerra na Argélia durou até 1962, quando finalmente ocorreu a libertação. Com quinta maior reserva de gás natural do mundo e 14ª de petróleo, a base da economia da Argélia sai do subsolo. Mas ainda assim é mais uma pobre nação africana. Com 31 milhões de habitantes, está em 108º no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) medido pela ONU em 177 países. A classificação é liderada pela Noruega, sendo que o Brasil figura em 72º lugar e Serra Leoa, em último. O mais célebre argelino foi o escritor Albert Camus (1913 - 1960), um dos pioneiros do movimento existencialista francês.

Cenas do épico de Pontecorvo, com Marlon Brando em desempenho inesquecível

Queimada, outro grande marco

D

epois de A Batalha de Argel, Queimada! (Quemada!) de 1969, é o mais conhecido filme de Gillo Pontecorvo. Coprodução ítalo-francesa, o filme tem como cenário uma fictícia ilha das Antilhas, colônia portuguesa, para tratar do colonialismo. Marlon Brando é o agente britânico Sir William Walter, que chega à ilha para insuflar uma revolta que atende aos intereses dos colonizadores, mas a situação acaba fugindo ao controle, e passados dez anos, o mesmo agente é despachado para caçar e destruir os revolucionários, por ele antes estimulados. O filme foi proibido durante anos no Brasil. Entre as grandes obras de Pontecorvo estão ainda A Grande Estrada Azul (La Grande Strada Azzurra, 1957); Pane e Zolfo (1959), Kapò (1959), com Emmanuelle Riva, Laurent Terzieff e Susan Strasberg; The Devil’s Bishop (1987), Ogro (1979) e um Altro Mondo è Possibile (2001).


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de setembro de 2005

Fotos: Fox Film

Extraterrestres

Outras estréias

O assunto sempre desperta curiosidade. Por isso, o National Geographic Channel convida neste domingo, dia 4, às 21h, os assinantes que crêem que há vida além desse planeta chamado Terra a acompanhar o especial Extraterrestres. Trata-se de um trabalho desenvolvido por um grupo de cientistas da NASA – que fazem parte das principais universidades do mundo --, que juntos começaram a imaginar como poderia ser a vida extraterrestre.

Imagem Filmes/Divulgação

Deu Zebra: infantil divertido

D

A

meaça invisível – Stealth (Stealth, EUA, 2005, 121 minutos). Direção de Rob Cohen. A ação começa com três pilotos de caça da Marinha americana, interpretados por Josh Lucas, Jamie Foxx (Ray) e Jessica Biel. Eles são acompanhados em sua missão secreta por um avião supersônico comandado apenas por computador. Eles se dão bem ao destruir um edifício em Mianmar. Mas o jato perde o controle e ganha autonomia. Com Sam Shepard. Buena Vista International.

C

oisa de mulher (Brasil, 2005, 97 minutos). Dirigido por Eliana Fonseca, que aqui tentou fazer uma comédia para adultos. Editor responsável pela coluna feminina mais lida da revista Clímax, usa a vida sexual de vizinhas para criar os artigos. É a primeira produção do SBT Filmes, com elenco liderado por Adriane Galisteu. Com Evandro Mesquita, Adriane Galisteu, Eliana Fonseca, O Grelo Falante: Carmen Frenzel, Claudia Ventura, Lucília de Assis, Suzana Abranches, Cacá Amaral, Daniel Boaventura, Gustavo Otoni, Juan Alba. Convidada: Hebe Camargo. Warner Bros.

C

oisa mais linda (Brasil, 2005, 126 minutos). Direção de Paulo Thiago. Documentário sobre a bossa nova. Carlos Lyra e Roberto Menescal são co-produtores. Interpretações inspiradas nas vozes de Johnny Alf e Alaíde Costa e depoimentos e perfis de Nara Leão, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, João Gilberto; entrevistas com Miele, Nelson Motta, Sérgio Cabral e Tárik de Souza. Columbia Pictures.

D

iário de um novo mundo (Brasil/Por tugal/ Argentina/ Uruguai, 2005, 92 minutos). Direção de , de Paulo Nascimento. No drama de estréia do diretor, filme ganhou dois prêmios no último Festival de Gramado: melhor roteiro e prêmio do júri popular. História sobre um romance proibido e colonização do Brasil. Com Edson Celulari e Daniela Escobar como protagonistas. E Nicola Siri, Marcos Paulo e Ney Matogrosso no elenco. Panda Filmes

Drew Barrymore e Jimmy Fallon: o amor tentando vencer o fanatismo pelo time Boston Red Sox

CINEMA

Febre do amor, jogo de bola à parte O professor, a executiva e muito beisebol nessa comédia romântica Lúcia Helena de Camargo

T

orcedores fanáticos vão se identificar com o professor Ben (Jimmy Fallon, conhecido por sua participação no humorístico Saturday Night Live), cuja paixão na vida é o time de beisebol Boston Red Sox. Ele não perde um só jogo, para os quais possui cadeira cativa, e programa todas as outras atividades para se encaixarem no calendário do campeonato. Não raro, perde as namoradas, que não compartilham sua dedicação pela equipe esportiva. Ele então conhece Lindsey (Drew Barrymore), com quem tudo vai bem até ser revelada sua obsessão. A comédia romântica Amor em Jogo, que estréia nesta sexta, trata com leveza o tema. A base é o livro Febre de Bola, de Nick Hornby (Rocco, 248 páginas, R$ 32,50), uma espécie de autobiografia do autor, torcedor

entusiasmado do time de fute- branças de jogos, ingressos e bol inglês Arsenal. Em 1997, o fotos de jogadores. A maior diferença entre o lilivro já foi filmado por David Evans, com roteiro do próprio vro e o filme é que o autor deHornby, em A Febre da Bola (Fe- mora-se nas explicações sobre como tornou-se um ver Pitch), e Colin fã alucinado. Aqui Firth no elenco. O apenas as cenas iniautor escreveu tamciais mostram o gabém Um Grande Garoto conduzido ao roto e Alta Fidelidade, "vício" por um tio. ambos levados às teAs complicações las. O fator em cosó aparecem na tramum nas histórias é ma quando o casal já a existência de um está apaixonado um homem adulto que pelo outro. de alguma forma se O pequeno Ben: tio No início, em narecusa a crescer. Em Amor em Jogo, levou-o ao "vício" da atrapalha o fato de ela ser uma exenão é diferente. E o Peter Pan da vez é Ben, cujo cutiva bem-paga e ele um proguarda-roupa é abarrotado de fessor de geometria de colégio. camisas do time, além de viver Porém, fica difícil para a moça cercado por objetos com a "gri- aceitar impassível as maluquife" do Red Sox, do relógio des- ces de torcedor insano nas pertador ao telefone, da toalha quais ele é flagrado pela TV de banho às dezenas de qua- durante uma partida e ela, por dros nas paredes com lem- acaso, assiste em casa.

Dirigido pelos irmãos Peter e Bobby Farrely, o filme não possui o humor irônico característico da dupla, que fez Quem Vai Ficar Com Mary?, mas esta comédia romântica é sustentada pelas boas atuações de Barrymore e Fallon, que mostra ter jeito para algo mais além do humor escrachado. Há ainda uma interessante trilha sonora, que pontua e dá ritmo às peripécias da dupla, incluindo do conhecido Tears for Fears (Who Killed Tangerine?) a menos famosos como The Standells (Dirty Water) e Hurricane Smith (Oh, Babe, What Would You Say?). Amor em jogo (Fever Pitch, Estados Unidos, 2005, 103 minutos). Direção: Peter e Bobby Farrelly. Com Drew Barrymore e Jimmy Fallon. Fox Film.

Assombrações e trapalhadas Geraldo Mayrink

A

platéia pode bater três vezes na madeira porque a maldita está de volta, se é que realmente saiu ou sai de cena. É a casa mal-assombrada, de Água Negra e tantos outros, que serve de cenário para A Chave Mestra. Desta vez está plantada ao lado de um pântano, no misterioso e sempre atrasado sul dos Estados Unidos, onde há nomes e um sotaque francês herdados de outros colonizadores. Terra de grandes superstições que deu gênios como o escritor William Faulkner e espetaculares fenômenos de massa, como ... E o Verto Levou. Tudo em vão, pois A Chave Secreta nada herdou disto e nele prevalecem apenas a ignorância e a vulgaridade É a história horrível , em todos os sentidos, de uma jovem enfermeira, Caroline (Kate Hudson), que chega lá para ajudar um velho mudo, Ben ( o grande John Hurt, irreconhecível), entrevado por um derrame, e sua mulher Violet (a grande Gena Rowlands, também irreconhecível), que fuma sem parar e dá ordens autoritárias. Um advogado vigarista,

S

egunda chance (P.S., EUA, 2004, 97 minutos). Direção de Dylan Kidd. Laura Linney vive Louise Harrington, mulher com mais de 30 anos divorciada que conhece o jovem Scott Feinstadt (Topher Grace) e inicia história de amor. Problema é que o rapaz é muito parecido com seu namorado na juventude, um artista que morreu num acidente de carro 20 anos antes e nunca mais saiu de sua mente. Paris Filmes.

Gorda, muito gorda

UIP/Universal/Divulgação

John Hurt, irreconhecível, e Kate Hudson

Luke (Peter Sergaard), ronda o lugar, preparando testamentos Mas os personagens principais apenas são evocados em cena, pois morreram linchados e queimados por brancos muitas décadas antes. Era um casal de negros, que o sul americano tem em grande quantidade e que deram ao país manifestações alegres e de grande força, como o jazz. No entanto, as artes negras também trouxeram vudus e hudus (apresentada no filme, algo incompreensível), feitiçarias, poções mágicas, pós, sangue e cabe-

los, além de uma aversão a espelhos, tudo contra encostos e outros males. Basta acreditar neles para que funcionem, inclusive em forma de vingança contra os brancos. Todos estes ingredientes e espíritos realmente negros impregnam a casa mal assombrada, fazendo com que a enfermeira loura hesite entre sua fé na ciência médica e a rendição afro-americana aos apelos do além. Mas isto numa interpretação mais sofisticada e misericordiosa da trama rabiscada com desleixo pelo roteirista

Ehren Kruger. Uma danação cai sobre o filme, que por isso mesmo é danado de ruim. O velho e bom terror perde o rumo e confunde-se com uma trama policial rala e o sobrenatural perde toda pose, cedendo lugar a correrias, tombos e alguns tiros. Nada que lembre nem de longe momentos de assombrações de grande dignidade, como as casas de O Iluminado ou Os Inocentes. Desconfia-se até que o diretor Iain Softely (dado a esquisitices como K-Pax – o Caminho da Luz, O Chamado e Hackers – Piratas de Computador) nunca viu estes clássicos, pelo menos para tentar copiá-los. Por isto, as besteiras do enredo levam a melhor, mas os grandes derrotados são os espíritos do mal. Assim foi erguida mais uma mansão mal assombrada, mas na versão dos Trapalhões. A Chave Mestra (The Skeleton Key, EUA, 2005, 104 minutos). Direção: Iain Softley. Com Kate Hudson, Gena Rowlands, Peter Sarsgaard, John Hurt, Joy Bryant. UIP.

Mais uma vez Gaijin Divulgação

G

aijin – ama-me como sou (Brasil/ Japão, 2005, 130 minutos), filme de Tizuka Yamasaki vencedor deste ano do Festival de Gramado, narra a trajetória de quatro gerações de mulheres que vivem entre Japão e Brasil. A história começa no Japão, em 1908, quando Titoe, aos 16 anos, decide vir trabalhar no

Brasil na tentativa de ajudar a família. Ela promete voltar em cinco anos, "coberta do ouro" do novo Eldorado. Porém, em 1930 ainda está no País, levando a dura vida de imigrante no Estado do Paraná. Sua filha, Shinobu, renega a cultura brasileira. Ela casa-se com um professor e tem dois filhos, Maria e

Kazumi. Shinobu não consegue impedir o casamento de Maria com um gaijin (estrangeiro), filho de um espanhol e uma italiana. O inesperado coloca em cheque o amor delas por suas famílias e países, e a integração cultural. Com seqüências no Brasil de 1990 e no Japão em 2005.

TELEVISÃO O melhor da semana: clássicos de Peter Sellers

eu zebra (Racing Stripes, África do Sul/EUA, 2005, 102 minutos). Direção de de Frederik Du Chau. O divertido infantil conta a história do pequeno bebê zebra, que é deixado para trás por um circo e acaba resgatado pelo fazendeiro e criador de cavalos Nolan Walsh (Bruce Greenwood), que o leva para casa e o dá de presente para sua filha Channing (Hayden Panettiere). Chamado de Listrado, a zebrinha (na voz de Bruno Gagliasso), mesmo discriminada pelos cavalos, quer vencer corridas. Uma cabra (Cissa Guimarães) e um pelicano (Evandro Mesquita), além de outros animais do sítio, decidem dar uma mãozinha e fazer de Listrado um campeão do hipódromo. As duas moscas, dubladas por João Gordo e Matheus Nachtergae, são os melhores personagens do filme. Somente cópias dubladas. Imagem Filmes.

Essa é para quem vive em briga com a balança. A atriz americana Kirtie Alley (das séries de TV e dos filmes Olha quem Está Falando, com John Travolta) é a condutora de um divertido programa que fez muito sucesso na TV americana, o Fat Actress, que o canal Fox estréia na quarta, dia 7, às 21h. Kirstie interpreta a si mesma no programa, ou seja, uma estrela de TV que está muito acima do peso, que sofre com seu corpo "nada convencional" na indústria de beldades de Hollywood e que por causa disso vive sendo ridicularizada pelos tablóides. No episódio de estréia, por exemplo, Kirstie lamentase pelo fato de sua carreira ter chegado ao fundo do poço pelo fato de ter engordado demais e conversa com John Travolta.

Sellers: A Pantera e Dr. Fantástico

Tributo Um dos atores mais geniais de todos os tempos, o inglês Peter Sellers (19251980) completaria na quinta, dia 8, 80 anos de vida. Seu talento ficou registrado em mais de 70 filmes. Quatro dessas produções serão exibidas nesta semana e na próxima, pelo canal A&E no especial Tributo a Peter Sellers, sempre às 22h. A programação começa na quinta, dia 8, com A Pantera Cor de Rosa(1963), produção na qual surgiu o personagem mais popular da carreira de Sellers, o inesquecível Inspetor Clouseau. Na sexta, 9, é a vez de o ator se revezar na atuação de três personagens no clássico Dr. Fantástico, no qual foi dirigido por Stanley Kubrick em 1964. No sábado, dia 10, Sellers comove com sua atuação em Muito Além do Jardim (1979), no qual divide a cena com Shirley MacLaine e Melvyn Douglas. E no domingo, dia 11, ele vai provocar muitas gargalhadas em Um Convidado Bem Trapalhão (1968). Regina Ricca


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2 -.CAMPINAS

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de setembro de 2005 Fotos de Marcos Peron/Virtual Photo

em Campinas DENÚNCIA

OUTRO LADO

Vereador acusa postos de prática de cartel

Não há cartel, diz Martins O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Campinas e Região (Recap), Emílio Martins, rechaça a denúncia. "É natural que as pessoas que não conhecem o funcionamento do mercado tenham essa sensação de formação de cartel. Mas tenho certeza que isso não ocorre. O setor é maduro o suficiente para não praticar atos ilícitos", disse. Martins não vê nenhum problema nos preços iguais. "O setor é muito competitivo e, por isso, acaba acontecendo o nivelamento de preços", disse.

Postos têm até hoje para apresentar defesa. Depois, o Procon analisará se há ou não crime contra a ordem econômica

U

ma denúncia encaminhada à Comissão de Economia e Defesa dos Direitos do Consumidor da Câmara Municipal de Campinas levou o vereador Petterson Prado (PPS), presidente da comissão, a entrar com uma representação no Procon e no Ministério Público Estadual (MPE) contra os postos de combustíveis que vendem Gás Natural Veicular (GNV) no município. Segundo o vereador, há fortes indícios de que os seis postos que vendem o gás natural na cidade estão praticando um crime contra a ordem econômica. “Ao que parece, está ocorrendo ajuste ou acordo (de preços) entre as empresas com a finalidade de fraudar a livre concorrência. Este eventual ajuste, popularmente conhecido como cartel, visa a apuração de lucros através da impossibilidade de o consumidor ter opção mais barata para a obtenção do produto desejado”, escreveu o vereador Petterson Prado na representação. O primeiro indício, de acordo com Prado, é a prática do mesmo preço por todos os postos. Os seis estabelecimentos cobram R$ 1,29 o metro cúbico do gás. As variantes são os milésimos, que vão de R$ 0,007 a R$ 0,009. “Os seis postos usam esta variante como subterfúgio, para passarem a idéia de que não estão praticando cartel. Mas esses milésimos não existem. Se você for fazer as contas, no preço final vai dar uma economia irrisória de R$ 0,03”, afirma o vereador. O outro indício, segundo a representação, é de que os preços praticados em Campinas são os mais altos do Estado. Pelo levantamento da comissão, os valores cobrados na cidade são até 18,4% mais caros do que em outros municípios. O valor médio do gás nas cidades pesquisadas pela comissão ficou em R$ 1,20. “Está aí um outro indício forte de formação de cartel”, acredita Prado. O diretor da Coordenadoria de Proteção ao Consumidor (Procon), Anderson Gianetti, esteve nos seis postos e constatou que os preços praticados realmente são os mesmos. Segundo ele, esta coincidência e os valores elevados em relação a outras cidades do Estado são fortes indícios de formação de cartel. Mas é preciso ter cautela. “Indício não é prova e esses estabelecimentos têm direito à ampla defesa”, informa Gianetti. Os donos dos postos têm até hoje para apresentar a defesa. Depois disso, a procuradoria jurídica do Procon vai analisar e verificar se houve ou não o crime contra a ordem econômica. Mas Gianetti adianta: "caracterizar o crime de cartel é muito difícil. É preciso que haja algum documento assinado pelos empresários comprovando que houve o ajuste de preços. E como o cartel é crime, ninguém assina documento atestando que está praticando um crime”, explica. Uma outra forma de caracterizar o cartel é por meio de testemunha. “Alguém que tenha presenciado o acordo verbal e denuncie. Mas isso também é difícil”, finaliza. Cristiane Prezotto

ÓRBITA presidente Luis Inácio Lula da Silva foi condenado a pagar uma indenização de R$ 40 mil ao ex-prefeito de Campinas, Francisco Amaral. Lula disse, em entrevista ao jornal Correio Popular, que a cidade vinha sendo assaltada pelos seus governantes. A declaração foi publicada em fevereiro de 2001, quando Francisco Amaral era prefeito. A ação foi acatada pelo juiz Basílio Penteado de Castro Jr. A defesa do presidente recorreu ao Tribunal de Justiça.

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asos de produção mais limpa em empresas de diversos portes, nos setores metal-mecânico (redução de resíduo de emulsão), galvanoplastia (secagem térmica) e petroquímica e cerâmica (da matéria-prima ao resíduo), serão debatidos na 3ª Semana de Produção Mais Limpa. O evento promovido pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) - Regional Campinas acontece no dia 8 de setembro. O diretor do CiespCampinas, Luiz Alberto Soares Souza, e o diretor do departamento de Meio Ambiente da entidade e coordenador do Grupo de Ação Regional Produção Mais Limpa no Setor Produtivo, Marlúcio Borges, fazem a abertura da semana. A participação é gratuita, mas as inscrições devem ser feitas pelo fone (19) 3743-2206.

C Os preços praticados na cidade são os mais altos do Estado

OS PONTOS DO GÁS Preço do GNV na região I Campinas R$ 1,297 a R$ 1,299 I Jundiaí R$ 1,192 I Hortolândia R$ 1,270 I São Paulo R$ 1,097 I Valinhos R$ 1,229 I Indaiatuba R$ 1,139 I Americana R$ 1,299

Preço do GNV em Campinas I Auto Posto Global R$ 1,298 I Auto Posto Novo Chapadão R$ 1,297 I Auto Posto Jardim do Lago R$ 1,297 I Auto Posto Parque São Martinho R$ 1,297

Está acontecendo acordo (de preços) entre as empresas para fraudar a livre concorrência Petterson Prado

I Auto Posto Parque Via Norte R$ 1,298 I Auto Posto Vila Teixeira R$ 1,299

Fonte: Pesquisa da Comissão de Economia e Defesa dos Direitos do Consumidor da Câmara Municipal de Campinas.

m rapaz de 20 anos e sua irmã, de 16 anos, foram flagrados ontem quando tentavam jogar um revólver calibre 38 dentro da cadeia de Santa Bárbara d´Oeste, na região de Campinas. Segundo a polícia, os dois conseguiram chegar ao muro da cadeia porque era dia de visitas. Os jovens têm um irmão preso na unidade. O rapaz foi autuado por porte de arma e corrupção de menores. A irmã dele foi entregue aos responsáveis.

U

O presidente do Recap diz que o setor é muito competitivo, por isso tem preços nivelados Nos seis postos, o preço do produto é praticamente o mesmo

CRISE NAS UNIVERSIDADES

EXPEDIENTE

Manifestação por mais verbas Assembléia Legislativa volta a discutir na terça-feira veto de Alckmin às emendas que definem mais recursos para as universidades Caio Guatelli/Folha Imagem

oi adiada para a terçafeira a discussão na Assembléia Legislativa paulista que trataria do veto do governador Geraldo Alckmin (PSDB) às emendas que previam aumento de repasse de 9,57% para 10% da cota de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para as três universidades paulistas: Unicamp , USP e Unesp. Ontem, estudantes da Unicamp fizeram piquete e panfletagem no campus para protestar contra o veto. Algumas entradas da Unicamp foram bloqueadas pelos estudantes com sofás, pneus e cones. As aulas de algumas unidades foram suspensas porque alunos, professores e funcionários seguiram de

F

ônibus para a Assembléia Legislativa para pressionar os deputados a derrubarem o veto de Alckmin. Estudantes, funcionários e professores das três universidades, num total de 600, fizeram, em seguida, um protesto no Legislativo. A PM chegou a barrar a entrada dos manifestantes, provocando empurra-empurra. Por volta das 11h, foi liberado o acesso ao plenário. Motivo - O artigo vetado faz parte da Lei de Diret r i z e s O rç a m e n t á r i a s (LDO) de 2006. Além da maior fatia na arrecadação do ICMS que ele previa para as universidades paulistas, o artigo também propõe que 1% do ICMS passe a ser destinado às Faculda-

Protesto contra veto reuniu no Legislativo paulista cerca de 600 estudantes e professores

des de Tecnologia e estabelece um aumento de 30% para 31% dos impostos do Estado vinculados à educação básica.

Devido ao veto do governador, a exemplo de outras universidades do Estado, professores, funcionários e alunos da

Unicamp entraram em greve na última quartafeira . Aderiram à paralisação parte da USP e Unesp. (RI)

Diretoria Executiva (2004 - 2007) Presidente Guilherme Campos Júnior 1º Vice-Presidente Gilberto Rocha da Silveira Bueno 2º Vice-Presidente Carlos Francisco Simões Correia Assinaturas do Diário do Comércio (0xx19) 2104-9276 Departamento de Sócios Serviço de Atendimento ao Usuário, Convênios e Parcerias (19) 2104-9271/ 9272/ 9273 associados@acicnet.org.br Assessoria de Imprensa (19) 2104-9215/ 9216 imprensa@acicnet.org.br Página na Web www.acicnet.org.br Rua José Paulino, 1111, Campinas, SP - CEP 13013-001 PABX: 2104-9200


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LAZER - 3

Fotos: Divulgação

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os anos 1970, ao voltar do exílio imposto pela ditadura militar, Caetano Veloso faz no Teatro João Caetano sua primeira apresentação pública no Rio de Janeiro. Lembro-me bem: o teatro lotado. Muita expectativa para ver e ouvir quem desafiara costumes e não tinha por hábito calar-se sob coação. As luzes se apagam; silêncio; a cortina abre. O foco ilumina um banquinho no proscênio. Caetano, vestido com roupas que em nada lembravam o tropicalista, senta-se e dedilha o violão. Seu canto vem propositalmente recatado: "É só isso o meu baião/ E não tem mais nada não/ O meu coração pediu assim só: bim-bom-bim-bimbim-bom (...)" Os aplausos ecoam feito temporal desabando em teto de zinco. Agosto de 2005. No Teatro Alfa, em São Paulo, o Grupo Corpo encena Lecuona, baseada no repertório de Ernesto Lecuona. Nela, o coreógrafo Rodrigo Pederneiras faz seus 22 bailarinos dançarem a tragédia, a paixão, a voluptuosidade das composições do músico cubano.

Ronnie Von (esq.), hoje um filósofo do entretenimento, prepara novo disco. E Ronnie Von na década de 1960, o "Pequeno Príncipe" do iê-iê-iê.

MÚSICA

Do tropicalismo ao século 21 Ronnie Von, personagem da Jovem Guarda, adorava mesmo o tropicalismo André Domingues

A

co da minha carreira.

trajetória de Ronnie Von é curiosa. Enquanto seu trabalho de apresentador veio crescendo e colecionando êxitos nos últimos anos – o programa diário Todo Seu é o maior exemplo –, o de cantor foi minguando, sobrevivendo apenas nas coleções dos admiradores fervorosos. Mas agora se ensaia uma volta por cima. Sem gravar desde 1997, Ronnie acaba de acertar um contrato para lançar um luxuoso pacote de CD e DVD. O que vai ter nele e a gravadora que vai editá-lo ainda são mistérios, mas vale esperar. Tudo começou alguns dias atrás, quando Ronnie foi com um amigo assistir a uma apresentação de Zizi Possi e ficou entusiasmadíssimo: "comentei com ele que, se fosse voltar a gravar, sonhava que fosse algo como aquele show: muito elegante, mas absolutamente acústico e simples, já que me aborrecem as grandes produções". O amigo era Manoel Poladian, um dos mais fortes empresários do meio musical, que sentiu cheiro de sucesso na idéia e já voltou uma semana depois com uma proposta irrecusável. Sentindo-se como um menino com a realização, Ronnie, falou ao DCultura sobre a nova fase de sua carreira e sobre um passado que nem sempre o deixa orgulhoso.

mas vezes em que pude fazer o que queria, durante uma troca de presidentes da gravadora Philips. Foi aí que recebi as duas únicas matérias grandes que tive, e, não por acaso, seus títulos foram "Ronnie, esse desconhecido" e "A que veio Ronnie Von".

Você se sente insatisfeito com a sua carreira pregressa? Tive uma carreira irregular, a mais que vi na vida, sem empresários nem produtores, só corretores de shows e discos. Cobravam de mim vender discos e mais nada. Ignorante que era, eu gravava, mas odiando aquilo Então o que você queria, na tudo. Não tinha ninguém que época, era ser tropicalista? acreditasse em mim, as coisas Era o que eu queria, a tropieram aleatórias, tanto que nun- cália foi o ultimo movimento ca tive um projeto de carreira. O musical puro e simples, sem único que tive foi um montado mercantilismo. Só não perpor meu amigo maneci nela Franco, que lepor problemas vou pra uma comerciais aos gravadora e ouq u a i s n ã o t iviu um não. Ennha nenhum tão, decepcioacesso. nado, apagou o meu nome, esComo você vê a creveu o de uma primeira dupla que apregeração do rock sentei para ele, brasileiro, que Leandro e Leocomemorou nardo, e aí topasimbolicamente ram. Fui vítima seus 40 anos de o tempo inteiro idade na da opinião de semana Na TV tenho que era um arpassada, conciência de tista menor e usando a data estar contribuindo que fazia muside estréia do com o País, c a m e n o s i mprograma levando portante. NunJovem Guarda ca recebi um como informação, elogio, ainda referência? educação, cultura, que discreto, Foi revolufilosofia, elegância. por parte da mícionária, mas dia que eu messem derramar mo consumia e isso me deixava sangue, só música. Havia, diminuído. Agora, com o novo desde o pós-guerra, uma rejeidisco, talvez eu me vingue de ção das coisas dos nossos pais, uma forma comportada, com e o rock nos impressionava celos e violinos, mas absoluta- muito por expressar, de forma mente feliz. até visual, um processo de libertação. Havia nele uma certa rebeldia contra o status quo Mas o seu disco Ronnie Von, de que só mostrou toda a sua for1968, hoje está sendo tratado ça depois dos Beatles. Eu, cocomo um marco da MPB... É, de repente, fui redesco- mo boa parte da minha geraberto e virei o cara fez um dis- ção, tinha como parâmetro de co cult de rock psicodélico, boa música a bossa-nova, mas um precursor da tropicália. quis muito fazer parte desse Poucos sabem que esse disco novo processo. Era uma espéfoi gravado numa das raríssi- cie de responsabilidade mis-

O que você está planejando para esse novo CD/DVD? Ronnie: Penso algo popular, já que nunca tive a pretensão de ser erudito, mas com grande elegância de arranjo e orquestração, o que é um sonho antigo meu. Como acho que não há mais espaço para ineditismo na minha idade, penso em gravar coisas bonitas que fiz, que outros fizeram e algumas que queria ter feito e não fiz. Não quero que seja mais um disco da minha carreira, mas um dis-

sionária de mudar o mundo. Onde vive esse missionário hoje, no cantor ou no apresentador? Hoje, eu acho que sou uma pessoa mais ligada à TV, que acredito ser, fundamentalmente, um veículo de prestação de serviços. Ali, tenho a mais absoluta consciência de estar contribuindo com o País, levando informação, educação, cultura, filosofia, elegância, enfim, valores que estão muito debaixo do tapete. Num texto de música eu talvez não conseguisse dizer o que digo de maneira tão direta na tela. Mas, embora eu já devesse estar sepultado se dependesse só dos meus discos, não quero nem imaginar que a música tenha passado para um outro plano na minha vida. Ela tem de estar sempre no topo, já que me deu tudo o que eu tive, não só materialmente, como emocionalmente. Comparando seu primeiro programa de tv, "O Pequeno Mundo de Ronnie Von", com o atual, "Todo Seu", parece que você passou do namorado ideal para o marido que toda mulher quer ter. É a realização de uma promessa? Nunca pensei por esse lado, mas sinto isso mesmo. Como tive a oportunidade, ainda que compulsória, de ser pai e mãe dos meus filhos e, assim, viver no universo feminino, entendo que elas pensem "Ah! Se eu tivesse esse cara que lava, passa, cozinha, cuida das crianças, faz compras e ainda se diz interessado em sexo...". Eu até acredito que possa me aproximar disso, mas tem muito de idolatria aí. Antigamente o assédio era juvenil, de densidade momentânea, mas agora, com mulheres mais maduras, seguras, ficou muito perigoso. Elas vêm armadas até os dentes e têm um poder de sedução fora de propósito!

SHOW

A

Jovem Guarda faz 40 anos. E comemora com a realização de espetáculos dos quais participam vários astros e estrelas da época. Depois da noite que reuniu Erasmo Carlos, Wanderléa, The Fevers e Golden Boys no Tom Brasil, é a vez de Centro Cultural Banco do Brasil fazer um divertido revival, programado para todas as sextas de setembro, sob o título de Festa de Arromba (sucesso de Wanderléa). Os convidados desta semana são o

Arquivo DC

Festa de arromba no Banco do Brasil

Jerry Adriani

Waldirene

cantor Jerry Adriani, que faz parceria com Waldirene, a tal "garota papo firme de que o Roberto falou". Ela canta, entre outras, Garota do Roberto, Só Vou Gostar de Quem Gosta de Mim e Te Darei o Céu. Adriani, conhecido também como o "Italianíssimo", interpreta Doce, Doce Amor, Coisinha Estúpida e Um Grande Amor. CCBB: Rua Álvares Pentado, 112, Centro, tel.: (11) 3113-3651. Nesta sexta (2) e sábado (3), 19h30; e domingo (4), 18h. Ingresso: R$ 10.

DANÇA A alma do Corpo, transpiração de vida

Ritmo Quase sempre em duplas, o Corpo evolui ao ritmo ora cadenciado, ora alvoroçado da música de Lecuona. Certamente, a escolha da trilha foi propositalmente feita para demonstrar a capacidade que tem o Grupo de prescindir, quando assim deseja, dos efeitos vigorosos que àquelas compostas por Arnaldo Antunes, João Bosco e Tom Zé já lhe proporcionaram. Assim, o vigor demonstrado em outras coreografias foi substituído por uma aparente candura. Aparente, sim, pois as malícias da manha e da sensualidade estão fortemente impregnadas em Lecuona, o que só alimenta do mesmo e sempre intenso fervor o bailado do Corpo. Após o intervalo, vem à cena Onqotô (a criação de 2005). Rodrigo Pederneiras, como sempre, é o criador da magia corporal que dá ao Corpo ar feérico. Caetano Veloso e José Miguel Wisnik, autores da trilha musical emprenhada do som dos meninos percussionistas do Candeal, souberam mesclar seu talento com a necessidade de serem coadjuvantes, propiciando que corpos se revelem em plenitude máxim a . C o n j u g a ç ã o d e e s f o rç o s d e a r t e s ã o s q u e conhecem seus ofícios e tratam de devolvê-los lapidados à platéia, a qual não mede olhos nem ouvidos para melhor apreender as artes ofertadas.

É tudo isso Logo no início de O nq ot ô, um mote cantado por Caetano resume: "É só isso!". Alguns minutos depois ele repete: "É só isso!". Com melodia igual a "É só isso o meu baião (...)", o mote repetido traz de chofre à memória a música lembrada no parágrafo inicial. Zé Miguel e Caetano, tomados por modéstia momentânea, insistem, inutilmente, em tentar nos fazer pensar que tudo ali "é só isso!", quando todos vemos que Onqotô é tudo isso!". Tudo em Onqotô reforça a sublimidade do Grupo Corpo. Cada vez mais confiante, Rodrigo Pederneiras nos revela um Corpo com carnes, vísceras, sangue, paixão, luxuria... Salta aos olhos o erotismo de quem voa e se roça; de quem (ar) roja e se entrelaça. Corpo em conjugação carnal a revelar a vida que ressalta a arte longa. Corpos que resvalam na utopia para determinar um padrão de beleza breve. Corpo vivo que dispensa truques. Músculos a serviço da graciosidade. Bailarinos/gladiadores que retesam a potência e a elevam, retornando-a a nós já submissos à fantasia e à beleza. Mas Onqotô é ainda mais Corpo, e tudo alma, na ousada coreografia de Mortal Loucura, poema de Gregório de Matos musicado por Wisnik. "(...) Ó voz zelosa, que dobrada... brada, (...)/ Será no fim dessa jornada... nada." Nela, dois pares de bailarinos de movem ao som dos versos musicados para permitirlhes momentos de extrema generosidade corporal. Um deles é composto por mulheres que se deixam misturar os corpos enquanto se tocam e se veneram em explícito amor, tão carnal quanto lúdico. Simultaneamente, o outro (uma mulher e um homem) se deixa enredar pelo afeto que salta das palavras secas feito a caatinga, e que a todos inundam com a seiva desprendida de corpos em êxtase. O Grupo Corpo é a brasilidade a nos orgulhar e redimir ante a podridão que hoje nos lacera alma e corpo. Aquiles Rique Reis, músico e integrante do MPB4

Lecuona: tragédia, paixão e voluptuosidade


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CLIMA DESFAVORÁVEL E JUROS AINDA MUITO ALTOS PREJUDICARAM DESEMPENHO DO COMÉRCIO PAULISTA Clóvis Ferreira/Digna Imagem

VAREJO FECHA MÊS COM VENDAS FRACAS

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pesar da redução ping realizou na primeira no ritmo, o comér- quinzena do mês. "Até então, cio varejista pau- ainda estava um pouco frio e as listano cresceu em pessoas aproveitaram para agosto. Na média, as consultas comprar roupas de inverno ao Serviço Central de Proteção com preços bons", diz. Mas não ao Crédito (SCPC) e ao Use- foi só isso. Segundo Consuelo, cheque, ambos da Associação o movimento foi constante ao C o m e r c i a l d e S ã o P a u l o longo de todo o mês. "Acháva(ACSP) tiveram aumento de mos que depois do Dia dos 4% na comparação com o mes- Pais a freqüência ao shopping diminuiria, mas não foi o que mo mês do ano passado. As vendas a prazo – medidas aconteceu", diz. Para o economista Emilio pelo SCPC – cresceram isoladamente 5,7%, enquanto os negó- Alfieri, do Instituto de Econocios a vista – refletidos no Use- mia Gastão Vidigal, da ACSP, cheque – subiram 2,4%. A má foi justamente a data comemonotícia é que esse aumento foi rativa que impediu que o mês puxado por um dia útil a mais passado tivesse desempenho neste ano ante agosto de 2004. pior. "Para se ter uma idéia, na primeira quinzena, Tanto que, pela média comparando a média diária, as vendas dediária, as consultas saceleraram, já que as A redução dos ao SCPC cresceram consultas ao SCPC ti- juros seria veram alta de apenas importante para 6% e as ao Usecheque, 3,2%. Foi depois 1,8% e as ao Usecheo varejo, que se disso que as vendas que caíram 1,4%. caíram", afirma. Segundo o presi- prepara para Crise – Quanto à dente da ACSP, Gui- fazer as lherme Afif Domin- encomendas do crise política, o economista acredita que gos, além da desace- fim do ano. leração observada na Guilherme Afif ela não se fez sentir segunda quinzena do Domingos s o b re o c o n s u m o , embora tenha afetamês, também contribuiu para a queda no ritmo de do as decisões de investimennegócios a base de compara- tos. Alfieri lembra, porém, que ção forte do ano anterior, quan- houve queda na confiança do do as vendas a prazo, por consumidor, o que pode tê-lo exemplo, cresceram 12,1%. "O levado a adotar uma postura Usecheque registrou aumento mais conservadora. Uma forma de melhorar o no mês fechado, mas teve média diária negativa, o que de- cenário seria o Banco Central monstra o enfraquecimento começar a reduzir os juros a das vendas de bens não-durá- partir deste mês. "Isso seria um veis. Em parte isso ocorreu por importante sinal para o varejo, causa do inverno mais quente, que se prepara para fazer as enque prejudicou muito o varejo comendas à indústria para o fim do ano", diz o presidente de confecções", explica Afif. Clima – Mas, se no comércio da ACSP, Guilherme Afif. Inadimplência – Os dados em geral o clima quente foi ruim, no Shopping Villa-Lobos da ACSP mostram ainda que a seu efeito não foi tão grande. Só inadimplência se mantém com no fluxo de pessoas em agosto, índices parecidos há três mea alta foi de 13%. Embora ainda ses. Sobre agosto de 2004 hounão tenha números de vendas ve um aumento de 11,4% nas consolidados, a gerente de inclusões de nomes e de 8,1%, marketing do empreendimen- nas exclusões no cadastro de to, Consuelo Gardim, prevê ex- maus pagadores, o que representa uma inadimplência lípansão de 10%. Um dos motivos foi a liqui- quida de 4,7%. dação de inverno que o shopPatrícia Büll

Palocci comemora resultados econômicos s números mais recentes sobre o comportamento da economia, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), levaram o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, a abandonar sua conhecida atitude cautelosa e comedida. Sem esconder a euforia, Palocci disse ontem durante palestra no Fórum Especial do Instituto Nacional de Altos Estudos, que o Brasil está vivendo "um dos mais robustos ciclos de crescimento das últimas décadas". Na visão do ministro, o mais importante é que os investimentos aumentam em um ritmo mais forte do que a atividade econômica como um todo, o que assegura um crescimento sustentado. Ele chegou a falar que o Brasil ingressou "num ciclo de desenvolvimento duradouro". Para o ministro, o melhor é que o atual cenário vem acompanhado do aumento do nível de emprego formal. "Foram 3 milhões de vagas com carteira assinada nos últimos dois anos", disse. Para o futuro próximo, o ministro considera que o País deva enfrentar o déficit da Previdência Social, que apresentou forte crescimento nos últimos

anos. Além disso, Palocci observou que é fundamental estabilizar os gastos correntes do governo em 17% do Produto Interno Bruto (PIB). "Só assim serão criadas condições para a desoneração tributária dos investimentos e para uma formação maior de poupança, quando isso for necessário", afirmou. (AE) DC

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Shopping Villa-Lobos foi exceção: teve aumento de 13% no público e previsão de alta de 10% nos negócios, graças ao Dia dos Pais e liquidações

CAI PREÇO DA CESTA BÁSICA Redução ocorreu nas 16 capitais pesquisadas pelo Dieese. São Paulo continua com o valor mais alto. Fábio Seixo/AG

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preço da cesta básica caiu nas 16 capitais brasileiras pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em agosto. As quedas variaram de 0,49%, em Salvador, a 6,37%, em Recife. São Paulo segue com a cesta básica mais cara do Brasil. Apesar da retração de 1,74% em agosto em relação a julho, o valor médio do kit de produtos foi superior ao das demais capitais: ficou em R$ 175,12. O segundo maior preço foi registrado em Porto Alegre (R$ 172,86). Os menores custos do País foram apurados nas cidades de Salvador (com R$ 133,57); Recife (R$ 134,26), Fortaleza (R$ 134,42) e João

Pessoa (R$ 134,75). Em 12 meses, a retração do valor da cesta em São Paulo é de 3,92%, enquanto nos oito meses deste ano foi apurada elevação de 1,70%. Dos 13 produtos que compõem o kit, três apresentaram aumento em agosto: farinha de trigo (0,83%), banana nanica (1,14% ) e café em pó (3,37%). Outros nove itens tiveram recuo, entre eles a batata (queda 21,43%), tomate (menos 3,43%) e óleo de soja (2,58% negativo). Salário mínimo – Segundo o Dieese, o trabalhador que ganhou salário mínimo no mês passado precisou trabalhar 110 horas para adquirir os alimentos essenciais para viver, uma redução de três

Em agosto, um trabalhador com salário mínimo precisaria trabalhar 110 horas para adquirir uma cesta com alimentos essenciais

horas e 49 minutos sobre o que era exigido em julho, quando esse tempo atingia 113 horas e 49 minutos. A instituição divulgou ainda que o salário mínimo necessário para o trabalhador brasileiro em agosto deveria ser de R$ 1.471,18. Essa quantia é 4,90 vezes maior do que o piso vigente no País. O Dieese chegou ao

montante com base no maior valor apurado para a cesta básica e levando em consideração o preceito constitucional que diz que o salário mínimo deve suprir as necessidades de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, transportes, educação, vestuário, higiene, saúde, lazer e Previdência. (AE)


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O poder

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TEATRO

O prego

Divulgação

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ator e diretor Darson Ribeiro recorreu a dois textos argentinos – Dizer Sim, de Griselda Gambaro, e O Acompanhamento, de Carlos Gorostiza – para escrever a tragicomédia Sangue na Barbearia, que em ritmo acelerado inaugura nesta sexta (2) o espaço Auditório, no Sesc Pinheiros. O cenário é indefinido. Tanto pode ser uma barbearia quanto um palco ou mesmo um hospício. A peça põe em cena, no primeiro ato, dois homens de meia-idade a praticar um duelo verbal de conseqüências imprevisíveis. De um lado está Tuco (Ribeiro), que abandonou o emprego rotineiro em uma fábrica para se dedicar com paixão obsessiva ao teatro; de outro, Zé (Antonio Petrin), velho operário que decidiu abrir uma barbearia para enfim sentir o gosto de comandar a própria vida. Na segunda parte do espetáculo, o jogo muda: Tuco reaparece como um cliente da barbearia de Zé. Escritos durante a ditadura militar na Argentina, os textos abordam, ainda que de maneira indireta, um estranho exercício entre poderosos e submissos. Auditório do Sesc Pinheiros - Rua Paes Leme, 195, tel.: (11) 3095-9400. Sexta às 20h, sábado às 19h. Ingressos a R$ 6.

Adoráveis Sem-Vergonhas: sátira de costumes

Louco strip-tease Um bando de coroas descobre como ganhar (bem) a vida Sérgio Roveri

João Caldas/Divulgação

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A gata

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ntes de mais nada, um aviso à garotada: deixem de lado a tradicional história da Cinderela, que vocês já devem conhecer de cor. No espetáculo infantil Gata Borralheira, que entra em cartaz amanhã, no Teatro Folha, nada é o que parece. A fábula da jovem humilhada pela madrasta cruel, que perde um dos sapatinhos ao sair correndo de um baile, à meia-noite, ganhou uma versão muito mais moderna, e abrasileirada, pelas mãos do escritor e roteirista Toni Brandão. O príncipe, vivido pelo ator Julio Rocha, agora é um fanfarrão que não quer saber de nada, até se apaixonar pela Gata Borralheira (Bárbara Paz, foto acima), que um dia pula o muro do seu castelo. O tradicional baile foi organizado pelo rei, somente para conseguir uma mulher rica que se interesse pelo seu filho e assim salve seu reino da falência. A bondosa fada madrinha virou uma mulata nordestina, que surge em cena fazendo acrobacias aéreas. Ainda no elenco os comediantes Ary França e Fabio Herford. Teatro Folha- Av. Higienópolis, 618, Shopping Higienópolis, tel.: (11) 3823-2323. Sábado e domingo às 16h. Ingressos: R$ 20.

ão seis amigos entre 20 e 70 anos que se reúnem diariamente em uma oficina no bairro do Bexiga, de onde contemplam, com visível amargura, os dias passando e os bolsos ficando cada vez mais vazios. Desempregados, procuram soluções – sempre ineficazes – para contornar a crise financeira que os nocauteou. Pensam, primeiro, em produzir cadernos de papel reciclado a partir de jornais velhos. Projeto abortado. Depois, encontram uma fórmula caseira de fabricar emplastos de nicotina para quem deseja parar de fumar. Outro tiro na água. Até que resolvem mergulhar naquilo que menos sabem fazer: cantar, dançar e tirar a roupa para o público feminino. A despeito da idade e do acúmulo de lipídeos nas cinturas, em pouco tempo eles se transformam no grupo de strip-tease mais con-

corrido da cidade. E a velha oficina descobre sua inusitada vocação: a de abrigar um clube de mulheres. Esta história será contada, a partir de hoje, na peça Adoráveis Sem-Vergonhas, que entra em cena para uma temporada de três meses no Teatro Imprensa. O espetáculo, que ficou três anos em cartaz no Rio de Janeiro e pode ser visto no momento em uma montagem em Belo Horizonte, marcou a estréia na direção do ator Guilherme Leme, 44 anos. Em São Paulo, além de dirigir ele também pode ser visto em ação, como o personagem Peixoto, um quarentão humilhado diariamente pela mulher por não trazer um tostão para casa. "Nenhum dos amigos tem o tipo convencional do stripper", diz o ator. "Um é gordo demais, um outro já passou da idade, um terceiro é evangélico. Mas dançar num clube de mulheres foi a maneira

Divulgação

que eles encontraram para vencer a crise com honestidade". Comédia musical que pretende, embora sem muita convicção, dar uma alfinetada na crise financeira que não é privilégio só do Brasil, Adoráveis Se m- Ve rgo nh as foi adaptada por Guilherme Leme a partir de um texto escrito pelo argentino Daniel Botti, que, por sua vez, buscou inspiração na peça Ladie’s Night. A história também chegou ao cinema em 1997, com o título de Ou Tudo ou Nada (Full Monty), candidato ao Oscar de melhor filme daquele ano. "Procurei trazer o texto para mais perto da realidade brasileira", diz o diretor. "Nesta versão paulistana, os personagens falam com o sotaque do Bexiga. Da mesma maneira que, no Rio, eles tinham o linguajar típico da zona sul". Leme recheou a trilha do espetáculo com sambas clássicos. O momento mais aguar-

Divulgação

Prego na Testa: Hugo Possolo

dado da peça, o primeiro striptease, se dá ao som de Com que Roupa, em um remix que vestiu de batida tecno a voz de Noel Rosa. Adoniran Barbosa e Paulo Vanzolini também surgem com seus antigos sucessos remixados. "Eles são machos e são do Bexiga, só podiam mesmo dançar samba", diz. Adoráveis Sem-Vergonhas caminha agora para se transformar em uma bem-sucedida franquia do teatro brasileiro. Além da montagem paulistana, que estréia hoje, e da mineira, em cartaz desde maio, Guilherme Leme já recebeu convites para levantar o espetáculo em Fortaleza e Salvador. Adoráveis Sem-Vergonhas Estréia hoje no Teatro Imprensa, Rua Jaceguai, 400, tel.: (11) 3241-4203. Sexta e sábado às 21h30, domingo às 19h30. Ingressos de R$ 30 a R$ 40.

João Marcos Rosa

Beckett 3: diálogos antológicos

Por Elise: Grace Passo

Murilo Góes

Beckett

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mais famosa das peças do dramaturgo irlandês, Esperando Godot, e seguramente a mais curta delas, Respiração, que dura apenas 30 segundos, foram reunidas pela Companhia Nova de Teatro Moderno em um espetáculo único, que permanece em cartaz até o dia 30 na Galeria Olido. Clássico da dramaturgia mundial, Esperando Godot traz diálogos antológicos nas vozes dos personagens Vladimir e Estragon, numa espécie de aula-magna sobre o vazio da existência humana. Já Respiração, trabalho de meados da década de 60, não vai muito além do que o próprio nome sugere: a obra toda se desenrola no intervalo entre dois gritos e dois blecautes. Segundo a lenda que cerca o dramaturgo, Respir ação foi escrita no verso de um cartão postal enviado a Nova York. A direção do espetáculo é de Lenerson Polonini. Galeria Olido - Avenida São João, 473, tel.: (11) 3334-0001. Quinta e sexta, às 20h. Ingressos a R$ 10.

m mendigo que acredita ser o dono do vagão do metrô no qual viaja. Um homem que procura um grupo de auto-ajuda em busca de algum conforto para a fixação sexual que o atormenta. O dono de um sítio que, durante um churrasco, deixa vir à tona os sinais de uma personalidade perturbada. Estes são apenas três dos nove personagens que o parlapatão Hugo Possolo interpreta em Prego na Testa, espetáculo que estréia hoje no Sesc Belenzinho. Escrito pelo ator e dramaturgo norte-americano Eric Bogosian e traduzido por Aimar Labaki, que também assina a direção, a peça é uma impiedosa radiografia de tipos urbanos marcados pela neurose e pela solidão, mas também por muito humor. "O texto joga muito com a tristeza de alguns personagens, mas sem abandonar uma comicidade que vai cativar o público, ainda que todos riam de nervosismo", diz Possolo, que já fez algumas apresentações no interior do estado para testar o espetáculo. "Vimos que um texto americano, ambientado em grandes metrópoles, pode perfeitamente ser assimilado por qualquer público. A realidade brasileira está cada vez mais próxima da neurose descrita por Bogosian". Possolo entra em cena usando um figurino básico, todo preto, que vai ganhando adereços coloridos à medida que os personagens vão se sucedendo. Sesc Belenzinho - Avenida Álvaro Ramos, 915, tel.: (11) 6602-3700. Sexta às 21h, sábados e domingos às 20h. Ingressos a R$ 15.

Por Elise

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pós sair consagrada do Festival de Teatro de Curitiba e ter realizado quatro sessões concorridíssimas em São Paulo, no primeiro semestre, chega finalmente ao cartaz, amanhã, Por Elise, produção mineira que recolheu nos fatos mais simples do cotidiano a matéria-prima para esta pequena fábula urbana. Escrita por Grace Passo, também atriz e diretora da montagem, Por Elise coloca em cena alguns personagens de comovente simplicidade: uma dona de casa que pensa em colocar colchões no quintal, para amortecer a queda dos frutos do seu velho abacateiro, um lixeiro que ganha resistência extra a partir do momento em que veste o uniforme, e uma mulher dilacerada diante da possibilidade de ter o seu cão doente sacrificado. Como numa metáfora sobre os rumos inexoráveis da vida, abacates despencam em cena o tempo todo, enquanto os personagens driblam um destino banal, mas sempre poético. Sesc Belenzinho, - Avenida Álvaro Ramos, 915, tel.: (11) 6602-3700. Sábado e domingo às 19h. Ingressos a R$ 15.

Humor

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Nunca se Sábado: pândega

A volta do Fraternal. Em dose tripla

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rês espetáculos do repertório da Fraternal Companhia de Arte e MalasArtes – Borandá, Eh, Turtuvia e Auto da Paixão e da Alegria – voltam ao cartaz, a partir de terça-feira, para uma temporada de pouco mais de um mês na Sala Jardel Filho do Centro Cultural São Paulo. Borandá, que será apresentada

às terças e sextas, é baseada em histórias de três migrantes na cidade de São Paulo. O texto rendeu o prêmio Shell de autor em 2003 para Luís Alberto de Abreu. Com sessões às quartas e sábados, Eh, Turtuvia desvenda o universo das antigas comunidades rurais brasileiras, com destaque para o linguajar do caipira, seu

apego aos assuntos da comunidade e sua percepção cíclica da vida. A história é contada por quatro cablocos e ambientada na década de 50 do século passado. A última peça do repertório, Auto da Paixão e da Alegria, em cartaz às quintas e domingos, é o divertido relato de quatro saltimbancos que

perambulam a contar as principais passagens da bíblia. Três deles alegam ser descendentes distantes de pessoas que viveram na época de Cristo. O quarto é um paraibano íntimo das escrituras sagradas. Centro Cultural São Paulo, Rua Vergueiro, 1000, tel.: (11) 3277-3611. Ingressos a R$ 12.

cidade ganha, aos sábados à meia-noite, um novo espaço para o humor. Inspirado nos quadros do Saturday Night Live, o projeto Nunca se sábado vai levar para o palco do Teatro Folha alguns dos melhores grupos humorísticos do Brasil para um p ro g r a m a e m f o r m a t o d e gincana. A cada sábado, trêsgrupos irão mostrar esquetes cômicos inéditos, acompanhados por um ator conhecido, que irá mudar a cada semana – o convidado da primeira noite é Dalton Vigh. Quanto terminar o espetáculo, a platéia dará notas que determinarão quem deixa a atração e quem volta no sábado seguinte. Teatro Folha, Shopping Higienópolis, piso 2, avenida Higienópolis, 618, tel.: (11) 38232323. Sábados à meia-noite. Ingressos a R$ 20.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de setembro de 2005

LAZER - 5

Fotos: Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

ADEGA

A hora e a vez dos espumantes brasileiros

A calma rua do Platz: bar é espécie de anexo do restaurante Forino

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HAPPY HOUR

A importância de ser diferente Longe da ferveção, Platz tem vocação para o relax e o namoro Armando Serra Negra

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Platz fica numa calma rua residencial do Campo Belo, perto do Shopping Ibirapuera e da Avenida Berrini. O nome não poderia ser mais adequado (lugar, em alemão), numa região onde a concentração de famílias vindas do norte da Europa é alta. "O bar é como um anexo do restaurante Forino, o primeiro do pedaço", diz a proprietária – expert em culinária suíça – Cristina Neute. A poucas quadras dali, o Forino aglutinou outros bares ao redor, num novo quadrilátero de agito. Um agito diferente, com vocação mais para o relax e namoro, longe de congestionamentos e ferveção. Já marcam presença o Santa Tereza, Inédito, Rasgueiro, Leporace (homena-

gem ao radialista e ator Vicente Leporace), Dedo de Moça, Memorial... O Platz marca a tendência com ambiente à meia luz, decoração elegante, teto retrátil na varanda, tipo celeiro, branco, internamente. Piso de azulejo hidráulico, antigo relógio de estação de trem avisa a happy hour. Vela nas mesas e leve toque lúdico: Yamaha "cinqüentinha" – anos 70 – sobressai no alto do bar de tijolo e madeira, funcional, outros posters de motocicleta na parede, coleção de carrinhos Burago nas prateleiras, grande quadro a óleo retratando uma São Paulo simpática e colorida. Música de fita, freqüência entre os 30 e 40 anos de idade, bomba nas sextas-feiras. "O pessoal do aeroporto de Congonhas vem muito aqui", conta

a proprietária. "Era um dos pontos preferidos do comandante Rolim Amaro (fundador da TAM, morto em acidente de helicóptero em 2001) – e hoje do Maurício, filho dele", diz. Sugestões: mix de lingüicinha (R$ 17), deliciosos bolinhos de carne (R$ 14), costelinhas de porco (R$ 18); mini chope (R$ 2,90), chope (R$ 3,50), caipiroska de frutas vermelhas (R$ 11); uísque 8 anos (R$ 10), 12 anos (R$ 14) e o bom e velho Dimple, 15 anos, garrafa triangular e gostosa de segurar (R$ 17). Um "platz" diferente para quem circula pelos bares da vida, principalmente no momento de impressionar alguém com criatividade, sem o risco de um olhar indiscreto! armando@dcomercio.com.br

Os donos Cristina Hafeli, Mônica e Alberto Neute; e a caipiroska de frutas vermelhas (esq.)

Platz Rua Cristóvão Pereira, 1252, Campo Belo, tel.: (11) 5531-4036.

s vinhos espumantes brasileiros já são os melhores produzidos na América Latina. Esse é um consenso entre enólogos, enófilos e conhecedores. "A produção brasileira de espumantes caminha para a excelência, já superando de longe os argentinos", diz o enólogo Ennio Federico, que este ano dará cursos de harmonização de alimentos e bebidas, no evento Boa Mesa São Paulo. "Além de serem muito bem elaborados, nossos espumantes são mais baratos do que os importados, o que os coloca em vantagem no mercado", analisa. Entre aqueles que julga de melhor qualidade dentro da produção nacional, Federico cita os espumantes da Casa Valduga, Chandon Excellence, Marson e Miolo. "A Serra Gaúcha está afirmando sua vocação para a produção de espumantes, pois uma característica do solo ali é a acidez, que é muito conveniente para esse vinho", comenta o enólogo. "Há grandes semelhanças com a região de Champanhe, na França, que sabemos ser a melhor do mundo na produção de espumantes." A qualidade vem sendo reconhecida através de diversos prêmios recebidos nos últimos anos pelos vinhos nacionais. A Casa Valduga, por exemplo, recebeu em 2002 a medalha de Ouro para o Espumante Brut 2002 e prata para o Estações Prosecco 2004, no 4º Concurso de Espumante Fino Brasileiro, evento promovido pela Associação Brasileira de Enologia (ABE), em julho, em Garibaldi, no Rio Grande do Sul. O concurso contou com a participação de 120 amostras de 45 vinícolas brasileiras. O brut premiado reúne as uvas Chardonnay e Pinot Noir. Já o prosecco tem sabor que remete a peras maduras. O outro espumante entre os melhores produzidos no País, Miolo Brut, também é feito com 50% de uvas Pinot Noir e 50% de uvas Chardonnay, cultivadas no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, pelo método tradicional "champegnoise". De cor amarelo-palha com reflexos verdes, apreciadores atribuem ao sabor lembranças de maçã verde, manteiga, abacaxi e mel. O Chandon Excellence, produzido pela Chandon do Brasil, é também elaborada com uvas Chardonnay e Pinot Noir de vinhedos próprios. O sabor é frutado, com toques de maçã, cítricos e avelãs. O espumante Marson Brut, cuja produção é limitada a 30 mil garrafas por ano, ganhou notoriedade quando a americana Jancis Robinson, única mulher no mundo a deter o título Master of Wine, classificou-o como dono de "um frescor absoluto", em uma degustação no Brasil, em 2003. Assim como outros espumantes da região, é feito com uvas Chardonnay e Pinot Noir produzidas na cidade de Cotiporã, na região serrana do Estado do Rio Grande do Sul. Os bons espumantes brasileiros podem ser encontrados em empórios e lojas de bebidas ou pedidos diretamente aos produtores, que aceitam encomendas de caixas fechadas.

GASTRONOMIA

Lúcia Helena de Camargo

Banquete em alto estilo Le Coq Hardy mantém por 30 anos a excelência na comida e no serviço Lúcia Helena de Camargo

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ma refeição memorável. Nada menos do que isso o comensal encontra no Le Coq Hardy. Referência da alta gastronomia francesa em São Paulo, o restaurante existe há quase 30 anos no bairro do Itaim Bibi, mantendo o serviço impecável e a comida nada menos do que perfeita. Em 2002, o comando da cozinha trocou de mãos. Saiu o chef José Pereira de Souza, que esteve 26 anos na casa, assumindo seu irmão e discípulo, Elizeu Pereira de Souza, que depois de 14 anos de trabalho em conjunto passou a ser o novo chef, sem qualquer prejuízo para os freqüentadores. A festa gastronômica começa no couvert (R$ 7), que inclui patê de fígado de frango, pão quente, manteiga e ratatouille (refogado) de berinjela e outros vegetais. Ainda para abrir o apetite, pode-se pedir a delicada porção de endívias gratinadas com presunto parma,

O chef Elizeu Pereira de Souza; o amplo salão; e a porção de escargot: tradição da casa

servidas com o mini creme de legumes. Na entrada, nada supera o tradicional escargot Bourguignonne (R$ 36), que leva alho, manteiga e salsinha. Uma variação criativa para aqueles que preferem o sabor atenuado do alho é o escargot com champanhe (R$ 38). Quem experimentar e virar fã, pode reservar seu lugar no festival do escargot, promovido todo ano pelo restaurante. A sugestão de prato para começar é o robalo com molho de

açafrão e aspargos frescos (R$ 48), seguido do inesquecível magret de pato com maçã caramelizada (R$ 48). O medalhão de filé com molho de mostarda Dijon e batata frita pode vir depois (R$ 42). Para a sobremesa, o petit gateau (R$ 14) é a grande dica. O Le Coq Hardy foi o primeiro restaurante brasileiro a colocar o doce no cardápio, hoje o mais pedido ali. E a experiência, nesse caso, fez a excelência. O pequeno bolo vem no ponto certo, com boa pro-

porção entre calda quente e sorvete. E são dignos de nota também o fondant de chocolate (R$ 14) e as carolinas de chocolate recheadas com sorvete. A finalização do lauto jantar ou almoço pode ser com petit fours, os docinhos variados que chegam à mesa acompanhando as xícaras de café, disponível nas versões tradicional e descafeinado. Tradicional na cidade, o Le Coq Hardy ganhou nos últimos tempos fama de caro. Embora seus preços não sejam exatamente populares, são mais convidativos do que em muitos restaurantes da moda que ficam anos-luz aquém na qualidade da comida. No almoço, há o menu executivo, que inclui do couvert à sobremesa, pelo preço de R$ 48. A carta de vinhos oferece cerca de 200 rótulos. A maioria, obviamente, franceses, mas há boas opções argentinos, chilenos, australianos, portugueses e espanhóis. O proprietário é o italiano Vincenzo Ondei, que abriu em São Paulo uma casa com mesmo nome de outro Le Coq Hardy pelo qual passava todos os dias, quando morava na França, mas não tinha condições de freqüentar. A casa francesa já não existe, mas o Le Coq Hardy do Itaim ganha a comparação com muitos excelentes restaurantes da França. Chamar o chef à mesa para parabenizá-lo é quase uma obrigação. Le Coq Hardy Rua Jerônimo da Veiga, 461, Itaim-Bibi, tel.: (011) 3079-3344.

Fotos: Divulgação

Fotos: Divulgação

Casa Valduga - Vale dos Vinhedos, Bento Gonçalves (RS), tel.: (54) 453-3122. Site: www.casavalduga.com.br. Vinícola Miolo - Vale dos Vinhedos, Bento Gonçalves (RS), tel.: 0800-541-4165. Site: www.miolo.com.br. Chandon do Brasil - Rodovia RST 470, km 224, Garibaldi (RS), tel.: (54) 462-2499. Site: www.chandon.com.br Vinícola Marson - Linha Frei Caneca, s/n°, Cotiporã (RS), tels.: (54) 446-1318 e 0800-704-1318. Site: www.vinhosmarson.com.br

As melhores cartas de vinhos

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edição 2005 do guia Wine Spectator, da respeitada revista norte-americana especializada em vinhos, traz nove restaurantes brasileiros na sua lista das melhores cartas de vinhos do mundo. Na categoria mais importante, Best of Award of Excellence, entraram o Figueira Rubayat e Baby Beef Rubaiyat, de São Paulo, e o Laguiole, do Rio. Nessa lista constam as casas que oferecem cartas com mais de 400 rótulos, e possuem adegas com vinhos de importantes regiões produtoras. Os outros restaurantes brasileiros relacionados no guia são o Eau, do hotel Grand Hyatt, o Fogo de Chão, ambos da capital paulista; além do Boulevard, de Curitiba; e Splendido Ristorante e Taste-Vin, de Belo Horizonte. O Wine Spectator relaciona este ano 3.600 restaurantes, de 49 países. A lista completa pode ser vista no site: www.winespectator.com.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

14 -.NACIONAL

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de setembro de 2005

IMPORTAÇÕES CRESCERAM MAIS QUE EXPORTAÇÕES MENSAIS, MAS SALDO ANUAL SEGUE MAIOR QUE EM 2004

CHINA

SUPERÁVIT MENOR, MAS SÃO PAULO SE DESTACA

Lula garante: País poderá brecar invasão de produtos

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28,3

Importadas

SÓ bebidaS Nacionais

MERCOSUL

UE pode ser único grande acordo C om a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) em paralisia, a falta de perspectivas concretas para as negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC) e os insistentes problemas no Mercosul, alguns funcionários da União Européia (UE) avaliam que o acordo entre o Mercosul e a UE é uma das principais e raras possibilidades de sucesso para a política exterior do Brasil no atual governo. O comissário de Comércio da Europa, Peter Mandelson, afirma que, até agora, a crise

provocada pelo escândalo de corrupção no Brasil não teve impacto nos debates entre a UE e o bloco do Cone Sul. "Por enquanto não sentimos um efeito negativo", diz. Em Bruxelas, negociadores parecem não descartar a hipótese de que a falta de resultados na Alca ou em outras negociações possa fazer o Brasil apostar cada vez mais suas fichas no acordo com a Europa como uma forma de garantir acesso dos produtos nacionais a um mercado rico. "Um dos cenários é o de que, sabendo que existe essa

Patrícia Cruz/Ag. Luz

s próximas missões comerciais brasileiras ao exterior foram tema de debate ontem na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Entre os eventos já programados estão a missão empresarial à Polônia e a participação da São Paulo Chamber of Commerce no Latin Asia Business Forum em Cingapura, além das visitas a Alemanha, Líbano, França e Índia. A reunião, presidida pelo vice-presidente da ACSP e coordenador da SP Chamber, Alfredo Cotait Neto, teve participação do embaixador Jadiel Oliveira Ferreira, do assessor de relações internacionais do governo estadual paulista, Adalnio Senna Ganem, além de conselheiros e representantes de diversas instituições. Eles discutiram, entre outras coisas, como aumentar as ações da SP Chamber na internacionalização do estado. "Temos um trabalho afinado com o governo, várias alianças, tudo no esforço conjunto de fomentar ações de relações internacionais. Mas queremos

Empresários e diplomatas discutem ações de incentivo ao comércio

mais", disse Alfredo Cotait. No entanto, ele admitiu que algumas arestas de trabalho precisam ser aparadas. "Ainda pecamos por falta de comunicação com o governo estadual, mas vamos trabalhar para melhorar isso." O embaixador Ferreira também disse notar o problema, mas se disse disposto a estreitar o relacionamento entre a instituição e o governo. Segundo o embaixador, é importante destacar ainda que, apesar da crise política, o Brasil não está enfrentando

Santa Ana R$ 7,50*

“MANIA DE VENDER BARATO”

ITALIANOS VILLA VIVALDI............................................................................................R$ LAMBRUSCO EMILIA AMABILE................................................................R$ MONTEPULCIANO D’ABRUZO .................................................................R$ PROSECCO ABAZZIA CONTESSA CHIARA............................................R$ PORTUGUESES CAMILLO ALVES ........................................................................................R$ QUINTA DO CARNEIRO ............................................................................R$ PORCA DE MURÇA ...................................................................................R$ CASAL GARCIA BRANCO .........................................................................R$ MARQUÊS DE MARIALVA ........................................................................R$ CARTUXA ...................................................................................................R$ ESPORÃO ALANDRA ................................................................................R$

R$ 21,90 Asti George Albert

R$ 14,90

pressão no Brasil, a UE faça ao Mercosul a oferta de uma abertura de seu mercado inferior à ideal. Outra possibilidade é de que a proposta do próprio Mercosul seja maior para tentar convencer a UE a aceitar um acordo", diz um alto negociador em Bruxelas. Segundo outro funcionário da equipe do presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, "se o governo brasileiro está lutando tanto para conseguir um resultado, é melhor que se empenhe em fechar o acordo conosco (Europa)". (AE)

Missões empresariais em debate A

Só BEBIDAS

Prosecco Abazzia Contessa Chiara

Pressão por resultados na política externa brasileira poderá prejudicar Mercosul

conflitos em suas relações bilaterais, o que é ótimo para o crescimento das indústrias e para a geração de emprego. Ações de incentivo – E, para incentivar ainda mais as exportações, Cotait sugeriu, durante a reunião, a criação de um prêmio a ser oferecido às empresas paulistas que mais se destacarem no comércio internacional, em especial às pequenas e médias. "É importante que isso faça parte do calendário do estado", disse. Maria Helena Martins

DC

balança comercial ano passado, mas um número brasileira registrou 6,3% inferior a julho último. Neste ano, a balança acumuum superávit de US$ 3,672 bilhões la superávit de US$ 28,348 bino mês de agosto, valor abaixo lhões, sendo que as exportados US$ 5,012 bilhões de julho, ções chegaram a US$ 76,086 biquando foi batido o recorde do l h õ e s e a s i m p o r t a ç õ e s , período. Em relação a agosto US$ 47,738 bilhões. São Paulo – Enquanto as exdo ano passado houve uma pequena alta. Naquele mês o sal- portações do País cresceram do positivo atingiu US$ 3,434 apenas 19,9%, as vendas do esbilhões, segundo as estatísti- tado de São Paulo fecharam cas do Ministério do Desenvol- agosto com alta de 23,4% sobre vimento Indústria e Comércio o mesmo mês de 2004, e alcanExterior (Mdic). Um dos desta- çaram US$ 3,727 bilhões. A ques positivos neste agosto, média diária foi de US$ 162,07 mais uma vez, foi o desempe- bilhões. "O estado continua se destacando como o principal nho paulista. A explicação para a queda no pólo exportador do Brasil", superávit do País em relação a confirma Almeida, do Iedi. No acumulado de 2005, a bajulho é o aumento das importações. No mês passado, as com- lança comercial paulista se pras somaram US$ 7,676 bi- destaca por ter crescido 133,6% lhões, um recorde no histórico em relação ao ano passado, enmensal e um número 30,6% su- quanto a balança nacional reperior às compras externas fei- gistrou expansão de 33,6%. tas em julho. Em relação a agos- "Aumentamos o volume de vendas consideto de 2004, o varavelmente, inlor revela um auclusive de mamento de 15,9% nuf aturad os", nos negócios. afirma Almeida. "Esse cresciUm exemplo mento é obviad e s s e c r e s c imente relacionado à queda do bilhões de dólares é o mento são as exortações da dólar em relasaldo acumulado na p Motorola, a sétição ao real, e balança comercial ma maior exporprejudica muito a produção inbrasileira em 2005. tadora do estado. No primeiro dustrial brasileira, que recebe Exportações chegam semestre deste ano, a fabricante novos concora US$ 76,086 bi. de celulares, rentes para o com sede na cimercado interdade de Jaguano e perde competitividade no exterior", diz o riúna, vendeu US$ 577,2 midiretor executivo do Instituto lhões, mais que o dobro regisde Estudos de Desenvolvi- trado de janeiro a julho de 2004 mento Industrial (Iedi), Júlio (US$ 232,1 milhões). Outro exemplo é a CaterpilGomes de Almeida. A média diária de importa- lar, sexta no ranking estadual. ç õ e s e m a g o s t o f i c o u e m A produtora de maquinário para construção civil vendeu US$ 333,7 milhões. Exportações – Embora as US$ 512,8 milhões no primeiro compras externas tenham ba- semestre, mesmo com o câmtido o recorde mensal, não se bio desfavorável. De acordo pode dizer que as exportações com a assessoria da empresa, o fizeram feio. No período, as dólar desvalorizado em relavendas totalizaram US$ 11,348 ção ao real prejudicou os negóbilhões, o maior valor de 2005. cios, porém, "desde sempre a De acordo com o relatório do Caterpillar tentou se destacar Mdic, esse resultado confirma no cenário internacional por a "sustentabilidade do comér- diferenciais no produto e não cio exterior brasileiro, já que é o no preço". A companhia, com segundo mês consecutivo que fábrica na cidade de Piracicaas vendas ultrapassam a casa ba, vende máquinas de terraplanagem, compactadores, dos US$ 11 bilhões". A média diária das exporta- tratores, escavadeiras, entre ç õ e s d e a g o s t o a t i n g i u o s outros produtos, desde 1966 US$ 493,4 milhões, uma alta de para mais de 120 países. 19,9% em relação a agosto do Fernanda Pressinott

presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que o governo brasileiro não hesitará em adotar medidas de salvaguardas contra importações de produtos chineses se isso for necessário. "Não tivemos nenhum problema em reconhecer a China como economia de mercado. Mas não teremos problemas também de colocar salvaguardas nos produtos deles", disse o presidente em discurso durante cerimônia de formatura de diplomatas, no Itamaraty. A imposição de barreiras vem sendo reivindicada Empresários por setores brasileiros não como os de querem só têxteis e de medidas brinquedos, restritivas que se voluntárias às sentem importações, prejudicados eles exigem pelo salvaguardas aumento acentuado das importações da China. Para que as salvaguardas possam ser adotadas, no entanto, é preciso que o governo baixe decretos regulamentando a medida. Na quarta-feira, o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, disse ao presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, que os decretos deverão ser assinados antes da viagem que ele fará à China, na segunda semana deste mês, para negociar o estabelecimento de cotas para exportações de têxteis de lá para cá. Problemas – Assim como o Brasil, os Estados Unidos também enfrentam problemas com a invasão de mercadorias chinesas, principalmente têxteis. Há dois dias, representantes das duas nações começaram reuniões para negociar limites às vendas desses produtos da China para os EUA. No Brasil, os empresários não querem só medidas restritivas voluntárias, mas exigem as salvaguardas. Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, "as salvaguardas são um instrumento de pressão. Sem elas, o governo brasileiro demonstrará fraqueza nas negociações de restrição e esperamos que o governo aja conforme o interesse da indústria nacional", afirmou Skaf. (AE)

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.LAZER

Fotos: Milton Mansilha/Agência Luz

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de setembro de 2005

ARTE NA RUA

AS VACAS TOMAM CONTA DA CIDADE Cow Parade espalha 150 esculturas de vacas em tamanho natural. É um show de criatividade

GRÁTIS

Cowpirinha, de Pablo Menezes, cuja inspiração foi a saudade que sentiu da bebida típica, ao ficar meses na Itália

Patrícia Cruz/Agência Luz

N

Acima, a vaca amalucada de Marcelo Calado; ao lado, o artista naif Rodolpho Tamanini Netto e sua Comendo Arte, que retrata frente e verso do Masp

o domingo, dia 4, começa a Cow Parade – Circuito das Vacas. A cidade será invadida por 150 vacas em tamanho natural, construídas em fibra de vidro e pintadas por artistas do mundo das artes plásticas, quadrinhos e moda, como Lino Villaventura, Anita Kaufmann, Marcelo Sommer, Angeli, Adão Iturrusgarai, Jorge Medeiros, Antonio Henrique Amaral, Romero Britto, Gêmeos do Grafite, entre outros. As esculturas permanecem fixadas no chão até 6 de novembro, em pontos de grande circulação, como grandes avenidas, shoppings, estações de metrô e aeroportos. Ao longo da Paulista ficarão oito vacas. "O movimento vai causar impacto em São Paulo como há tempos não ocorria", prevê Rodolpho Tamanini Netto, pintor naif cuja vaca intitulada Comendo Arte será exposta no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp). "Desde a Mostra Brasil 500 Anos não tínhamos por aqui algo dessa magnitude." Selecionado para participar da exposição pelo galerista Jacques Ardies, Tamanini pintou o próprio Masp em sua obra. "Quis fazer um ícone da cidade, e a vaca foi perfeita porque pude retratar nela a

frente e os fundos do museu", diz ele, que no dia 13 de setembro inaugura também uma exibição individual com 30 trabalhos na galeria Jacques Ardies. As vacas são "adotadas" por empresas, que pagam o custo da realização da escultura em troca de divulgação para sua marca. A vaca patrocinada pela Volkswagen, por exemplo, tem faróis que acendem e um motor. Aquela que ficará exposta em frente à loja H. Stern foi pintada como se estivesse coberta de jóias. Terão suas vacas também BM&F, Nike, Swatch, Mont Blanc, Terra, Toddy, Milka, Malwee, Consultoria Passarelli, Shopping Jardim Sul, Batavo, entre outras. E não apenas empresas vão lucrar. Ao final do evento as vacas serão leiloadas e o dinheiro obtido doado para a Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente. O lance mínimo estipulado para cada exemplar será de R$ 5 mil. Com objetivo de levar a arte às ruas de forma inusitada, o Cow Parade surgiu na Suíça, em 1999, e desde então já percorreu 24 cidades ao redor do mundo, como Nova York, Bruxelas, Londres, Tóquio, Praga, Estocolmo. Mais de três mil esculturas foram feitas, além das miniaturas,

Mônica, vaca criada pelos irmãos Gustavo e Otávio, conhecidos como Gêmeos do Grafite

que são disputadas por colecionadores. O total arrecadado desde o início do circuito mundial é estimado em US$ 11 milhões. Além de São Paulo, este ano haverá vacas espalhadas também em Barcelona, Moscou e Mônaco. Lúcia Helena de Camargo

Os últimos acabamentos são dados em escultura que ficará nas ruas até o dia 6 de novembro; lance mínimo para cada peça será de R$ 5 mil

CONCERTO

Bumbaminha-vaca, de Mirian Barrada Margiela, que ficará exposta no Aeroporto Internacional de Guarulhos

Boas opções começam com festa no Ibirapuera

P

ela primeira vez na sua nova fase, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) fará uma apresentação gratuita, na Praça da Paz do Parque Ibirapuera, ao meio-dia de domingo, dia 4, com regência de John Neschling, e solo de uma das maiores violinistas da atualidade, a japonesa Midori (foto), que fará o solo de violino. No repertório, Concerto para Violino nº 1 em sol menor, Op.26, de Max Brunch, e Sinfonia nº 2 em mi menor, Op.27, de Rachmaninov. Tudo com transmissão ao vivo pela TV Cultura. Mais música de graça Os espetáculos musicais têm entrada franca também no Museu da Casa Brasileira no fim de semana. No sábado, dia 3, às 16h, o violoncelista uruguaio German Prentki apresenta o recital Only Cello, no qual interpreta obras de Bach, Ruback, Koeppen e Jaurena. No domingo, dia 4, às 11h, o músico Zé Guilherme faz show acompanhado de Estevan Sinkovitz (violão e bandolim), com canções de seu CD Recipiente. No repertório, composições assinadas por Zeca Baleiro (Não Me Mande Carta), Sivuca e Humberto Teixeira (Fogo Pagô), Maurício Pereira e Skowa (Compromisso) e Carlinhos Brown (Zanza). O museu fica na avenida Brigadeiro Faria Lima, 2705, Jardim Paulistano, tel.: (11) 3032-3727.

CORAL

N

o Teatro Cultura Artística apresentase o Accentus Coro de Câmara, com regência de Laurence Equilbey (foto), na segunda, dia 5, a terça 6, sempre às 21h. No programa da primeira noite entram Villa-Lobos (Duas lendas ameríndias e outras); Poulenc (Quatre motets pour un temps de pénitence) e Ravel (Trois Chansons e outras). A noite de terça traz Debussy (Trois Chansons sur des poèmes de Charles d´Orléans), além de Villa Lobos e Ravel. O grupo executa obras à capela, formando uma orquestra na qual os instrumentos são substituídos pelas 32 vozes do coral. Os preços vão de R$ 10 (estudantes até 30 anos, meia hora antes dos concertos) a R$ 170 (ingresso para setor 1). O teatro fica na rua Nestor Pestana, 196, tel.: (11) 3258-3344.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

MODELOS DE BANDEJA

Marcos Fernandes/Agência Luz

Milton Mansilha/Agência Luz

Enquanto a fama não vem, elas faturam como garçonetes

Milton Mansilha/Agência Luz

E

mesmo diante dos assédios, que partem de todas as direções. "Parece que é um fetiche geral", diverte-se ele com a situação. Estudante de Engenharia do Mackenzie, Bruno Aliberti de Campos Mello, 19 anos, 1m81, da Help, endossa: "Se eu estivesse no meio da pista dançando não despertaria tanta atenção. Parece que visto o uniforme, vou para trás de um bar ou circulo com uma bandeja e todo mundo vem em cim a . E d i f e r e n t emente de quando estou numa danceteria, no trabalho as pessoas não precisam de um álibi para se aproximar. Elas chegam junto, sim, e pedem uma bebida como pretexto". Divulgação/Pernod Ricard

N

em só um farto e requintado bufê garante o sucesso de uma festa. Seja evento social ou corporativo, a regra, cada vez mais adotada, é uma só: colocar jovens bonitos e educados por trás do balcão e circulando com bandeja entre os convidados. A fórmula, um sucesso entre os convidados, não só agrega senso estético ao time de garçons e barmen, como desloca, na maioria das vezes, o foco das atenções para o que se quer destacar. Supervisora nacional de eventos da Pernod Ricard, Flávia Clemente não abre mão de um seleto time de rapazes e garotas que chamam a atenção pela beleza, porte e desenvoltura nas ações de marketing de marcas como Chivas e Wyborowa. "Eles traduzem a nossa marca, comunicam o que queremos ao público e têm o perfil do nosso consumidor", diz a executiva. "Sempre escalamos gente bonita, porque eles atraem as atenções, motivando as pessoas a irem até o bar buscar uma bebida. E, além de motivar a aproximação, também acabam sendo responsáveis pelo maior recall: as pessoas lembram-se muito mais do que beberam quando são servidas por pessoas atraentes e educadas", argumenta. Entretanto, afora o profissionalismo e a beleza estética dos rapazes e moças, a postura desenvolta também é determinante no sucesso dessa fórmula, de acordo com Flávia. "Eles passam atitude, sinalizam tendências de comportamento e de consumo", acrescenta. Atitude E atitude, pelo que se vê, é o que mais caracteriza o perfil desses profissionais que vêm na atividade uma oportunidade de reforçar a mesada, faturar um extra e ainda se divertir. Segundo Wagner Violante, da empresa WTF, saber interagir com os clientes, mantendo uma conversa (se houver oportunidade), é tão importante quanto a aparência. Herberson Ramos, da Help, também concorda, destacando que graças a esse perfil de barman e garçons os bares tornaram-se points de encontro e referência em qualquer festa ou evento. "Antes, ficávamos escondidos, como mero apoio de bebidas ao serviço do bufê. Agora, não mais. Temos destaque no mínimo igual, mas quase sempre maior". Chico Lopes, da equipe da banqueteira Neka Mena Barreto (uma das pioneiras a escalar rapazes com jeito de modelo) faz coro e emenda: "Além de circular à vontade entre os convidados, eles ainda elevam o astral de qualquer ambiente." Performances Se os donos de agências especializadas contabilizam lucros e pedidos contínuos para eventos em todo o Brasil, os performáticos rapazes e moças apontam as vantagens do trabalho - os ganhos oscilam entre R$ 90 e R$ 150 por noite de trabalho. Mais experiente que os demais colegas de sua equipe (agência Team), Ivan Grotti, 36 anos, está há 10 na atividade. Formado em Hotelaria, ele atua como coordenador, monitorando a distribuição de tarefas e serviços, sobretudo, as que se referem à manutenção da postura educada,

Milton Mansilha/Agência Luz

João Jacques

Vanessa Kseib e Marina Frizola (abaixo) custeam os estudos trabalhando no Spot

Milton Mansilha/Agência Luz

Para animar a festa, desfile de beldades

ESTILO - 15 Marcos Fernandes/Agência Luz

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de setembro de 2005

Igualmente entusiasmado pelo que faz, Rodrigo Oliveira, 21 anos, loiro, 1m92, concorda com Campos Mello e Grotti. Há um ano como barman e fluente em francês, italiano e inglês, ele diz que encarava o trabalho como um bico. Mas gostou tanto que pensa seguir carreira e cursar hotelaria. Com jogo de cintura, diz saber lidar com as muitas cantadas que recebe. "As meninas en-

costam no balcão, olham firmemente e pedem o drinque Sex on the Beach." Já o santista Christian Pestana, 29 anos, 1m80, estudante de Engenharia, conta que o que mais o fascina "é conhecer uma São Paulo diferente, como casas de celebridades e empresários". Marcella Loureiro e Manuela Barreiros, ambas com 21 anos, decidiram trabalhar como garçonetes em abril deste ano. Prestes a concluírem a fa-

Rodrigo Dias, servindo e em performance no bar; Marcella Loureiro e Manoela Barreiros, entre taças. Bruno Aliberti, entre garrafas: "Chamo mais a atenção quando estou de uniforme".

culdade de Administração de Empresas, elas afirmam gostar muito do que fazem. "Não tanto pela grana, muito mais pela diversão", diz Manuela, que concilia os horários com o curso e um estágio numa empresa. Marcella, por sua vez, pretende seguir no ramo até juntar mais dinheiro. "Quero fazer um intercâmbio e morar no exterior. Como ganho muito mais de bandeja na mão do que como estagiária, vou fazer o máximo de eventos possível, para reforçar meu caixa".

Barmen da Pernod Ricard ajudam a promover as marcas Wyborowa e Chivas

m um dos restaurantes mais badalados da capital estão verdadeiras beldades trabalhando como garçonetes. No Spot, elas atendem os clientes com charme e simpatia. Como estão na casa dos vinte anos, vêem no emprego uma forma de custear os estudos e fazer amizades. A estudante de marketing Vanessa Kseib, 19 anos, começou a trabalhar como garçonete há sete meses. Ela conta que escolheu o Spot porque o local é bem frequentado e com ambiente alegre. "O horário de trabalho não atrapalha minha faculdade. Além disso, é muito legal lidar com o público", diz. Antes de trabalhar no Spot, Vanessa já foi vendedora, fez teatro e propaganda de televisão. A boa aparência, segundo a estudante, é fundamental em qualquer emprego. Assim como ter boa postura, ser comunicativa e saber lidar com situações adversas. Uma delas são as eventuais cantadas de clientes mais exaltados. Para isso, Vanessa recomenda driblar a situação sem perder a classe. Quanto ao futuro, apesar de ressaltar que o emprego é bom financeiramente, ela pretende terminar a faculdade e trabalhar como publicitária. As 15 garçonetes do Spot fazem cursos das mais diversas áreas. Normalmente, o serviço não interfere em outros compromissos profissionais. Esse é o caso da atriz Luciana Caruso, 23 anos, há dois anos e meio trabalhando no Spot. Quando tem alguma peça para atuar, se o horário da apresentação coincidir com o do trabalho no restaurante, ela pede para trocar a escala com alguma amiga. "Os horários são flexíveis e não atrapalham as nossas atividades", conta. Luciana começou a trabalhar como garçonete quando foi ao restaurante Ritz buscar o namorado, que trabalha no local como barman. Lá, um dos sócios do Spot estava presente e a convidou para trabalhar no restaurante. "É um emprego com o qual eu consigo me sustentar sozinha", diz. A atriz acredita que um rosto bonito não é a única qualidade para ter êxito. Ela atribui à atitude e principalmente ao jogo de cintura no atendimento dois aspectos decisivos para quem deseja ser garçonete. André Alves


w w w. d co m e rc i o. co m . b r Edição concluída às 23h50

Ano 81 - Nº 21.955

São Paulo, sexta-feira a domingo, 2 a 4 de setembro de 2005

Celso Júnior/AE

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Enfim, algo Positivo chega ao Congresso

Em sessão conjunta, CPIs dos Correios e do Mensalão aprovam por unanimidade pedidos de cassação

O projeto do Cadastro Positivo foi enviado ao Congresso, ontem, em meio à crise política, pelo presidente Lula e o ministro Palocci. Para a Associação Comercial de SP, que esteve por trás de todas as fases do projeto, com ele virão a expansão do crédito, melhora na qualidade dos empréstimos e redução de taxas de juros. Página 11

Senado quer mais bens na MP do Bem

A seleção do Mensalão São 22 escalados pelas CPIs, Conselho de Ética e PF: Roberto Jefferson (PTB-RJ)

Pedro Corrêa (PP-PE)

Bispo Rodrigues (PL-RJ)

Pedro Henry (PP-MT)

João Magno (PP-MG)

Professor Luizinho (PT-SP)

João Paulo Cunha (PT-SP)

Roberto Brant (PFL-MG)

José Borba (PMDB-PR)

Romeu Queiroz (PTB-MG)

José Janene (PP-PR)

Valdão Gomes (PP-SP)

José Mentor (PT-SP)

Wanderval Santos (PL-SP)

Sandro Mabel (PL-GO)

José Dirceu (PT-SP)

Josias Gomes (PT-BA)

José Genoino (PT-SP)

Paulo Rocha (PT-PA)

Duda Mendonça (marqueteiro)

Delúbio Soares (PT)

Marcos Valério (o valerioduto)

Celso Júnior/AE

O presidente do Senado, Renan Calheiros, aceitou a sugestão de aumentar os prazos para pagamento de impostos das micro e pequenas empresas e o reajuste dos limites do Simples, feita pelo presidente da ACSP, Afif Domingos (foto). Página 9

Severino recebe de Lula a mais alta condecoração do Itamaraty. Pág. 3 Foto: Alan Marques/Folha Imagem

Página 4

Irmão de Celso Daniel leva crise ao gabinete de Lula Irmão do prefeito morto diz que o atual chefe de gabinete de Lula confessou que entregava dinheiro a Dirceu. Página 7

Seleção de programas para o fim de semana DCULTURA E as vacas foram para... São Paulo

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

150 vacas esculpidas por artistas, em tamanho natural, pastam em vários pontos da cidade.

Pizza com toque ecológico

Milton Mansilha/Luz

Um filme cinqüentenário, como se fosse novo

Empresário cria forno a gás que deixa a pizza igual a feita no forno a lenha. Uma solução saborosa e ecológica. Página 8

Divulgação

"A Batalha de Argel", relançada em cópias novas 50 anos depois, trata de um fenômeno atemporal: a revolta dos oprimidos.

HOJE Nublado com chuva Máxima 23º C. Mínima 17º C.

AMANHÃ Nublado com chuva Máxima 23º C. Mínima 15º C. Antonio Scorza/AFP

A 90 minutos da Copa Seleção, com Robinho, entra em campo no domingo. A vitória contra o Chile garante uma vaga na Copa. Pág. 16

Primeiros acordes da Primavera Domingo, Ibirapuera: a Osesp e a violinista japonesa Midori


DIÁRIO DO COMÉRCIO

18 -.IMÓVEIS

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de setembro de 2005

LISTA É EXTENSA, MAS VALE A PENA O COMPRADOR SE EMPENHAR PARA OBTER TODA A DOCUMENTAÇÃO

Que documentos exigir para evitar problemas na compra de um imóvel

U

"O documento hábil deverá descrever em detalhes o imóvel, com todas as suas características e confrontações, além da forma e das condições de pagamento", informa Juares. "O talão do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) também deverá ser analisado, para o comprador conferir se a metragem está de acordo com o descrito na escritura definitiva", acrescenta. Confira, a seguir, alguns dos documentos que devem ser exigidos do vendedor com o objetivo de reduzir os riscos da compra ou se o imóvel perten-

ma forma de garantir que a compra de um imóvel não trará problemas futuros é checar se ele não está em situação irregular. Isso deve ser feito antes da assinatura do contrato de compra e venda. Um dos problemas está no desconhecimento de muitos consumidores sobre quais os documentos que precisam ser observados, conferidos e até exigidos de quem está vendendo o imóvel. Ao todo, são 13, entre documentos e certidões. Para quem não conhece esses papéis, a melhor saída é procurar ajuda de profissionais especializados, que atuem nessa área, como corretores de imóveis, advogados e responsáveis pelos serviços notariais, de cartórios. Não basta, porém, os documentos do imóvel estarem em ordem. É necessário verificar a idoneidade do vendedor. Em geral, o tempo para a liberação dos documentos por parte do cartório é de, em média, três dias úteis por certidão solicitada. De acordo com Juares de Marcos Jardim, consultor jurídico do Sindicato dos Corretores de Imóveis de São Paulo (Sciesp) e diretor adjunto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Santo André, a primeira providência a ser tomada por quem pensa em comprar um imóvel é analisar a escritura definitiva e o registro imobiliário ou documento que comprove a titularidade de quem está vendendo. Não são raros os casos de compradores que descobrem, na assinatura do contrato de compra e venda, que o imóvel está em nome de um terceiro, que não aquele que está vendendo.

O IPTU deve ser analisado, para o comprador saber se a metragem é a descrita na escritura Juares Jardim ce mesmo a quem se diz proprietário. Além desses documentos, é preciso requerer também certidões pessoais do vendedor, como certidão dos distribuidores de protesto, cíveis, da Justiça Federal, de executivos fiscais. Se o vendedor for pessoa jurídica, é preciso exigir a certidão negativa de débitos do INSS e da Receita Federal, e certidão dos distribuidores de falência e concordata que atestem a idoneidade dos vendedores, para saber se eles não estão sendo acionados judicialmente, por ações que possam comprometer a venda.

Na eventualidade de aparecer alguma ação, deve-se exigir a certidão explicativa, também chamada de certidão de objeto e pé. Veja o que deve ser observado, quais os documentos que têm de ser apresentados eos pagamentos que cabem ao comprador para ter sua compra efetivada. Registro: Título de propriedade registrado no Cartório do Registro de Imóveis competente, ou seja, aquele ao qual o imóvel pertence (de acordo com a região em que está localizado). O documento é importante porque mostra se o imóvel é regular e se ele pertence de fato a quem o está vendendo. No registro consta o nome do atual proprietário, a existência ou não de dívidas que recaem sobre o imóvel, eventual hipoteca, penhora ou quaisquer outros problemas relacionados à unidade. Também é no registro que está a descrição do imóvel quanto à sua área e suas delimitações. Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI): Deve ser pago pelo comprador ao município e apresentado na hora de dar entrada na escritura do imóvel. Custa 2% do valor do bem e pode ser pago na diretamente na Prefeitura da cidade onde está o imóvel. Corresponde a 2% do valor de venda do imóvel. Quitação Fiscal ou Certidão de Situação Fiscal Imobiliária: A certidão mostra se há algum imposto sobre o imóvel que não foi pago, que esteja pendente e que não foi ajuizado. O documento não tem nenhum custo e sua emissão na Prefeitura sai no mesmo dia do pedido. Junto com essa certidão devem ser apresentados

Aabic: índice de mão-de-obra

O

CRECI 51361

DC

mercado nacional de administração de imóveis residenciais e comerciais e condomínios tem atualmente 492 mil empregados com carteira assinada. A conclusão é de pesquisa que começou a ser feita em parceria pela Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios (Aabic) e a GV Consult, empresa de consultoria e planejamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV). De acordo com a primeira aferição, o nível de emprego no setor em todo o País teve crescimento de 0,4% entre maio e junho passados e, especificamente em São Paulo, alta de 0,7% no período pesquisado. Esse levantamento dará origem a um índice periódico do nível de emprego do setor. O estudo mostrou que cerca de um terço dos 492 mil trabalhadores que têm registro em carteira, ou 161 mil funcionários, estão concentrados em São Paulo. De acordo com o gerente de projeto da GV Consult, Fernando Garcia, a pesquisa será feita mensalmente com

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Entidade vai acompanhar nível de emprego no setor de condomínios

Ilustração Abe

os carnês originais do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) dos dois últimos anos pagos, até a data da escritura. Situação Enfiteutica: O documento serve para saber se o imóvel está sob o domínio de órgãos públicos ou privados, como a Marinha e a Igreja. A emissão dessa certidão também não tem nenhum custo e não costuma demorar mais do que dois dias úteis para ficar pronta. Também pode ser retirada na Prefeitura. Planta baixa: Deve ser apresentada nos casos em que houve financiamento na compra ou uso do saldo do Fundo de Garantia (FGTS).

base em dados captados e divulgados pelo Ministério do Trabalho. O presidente da Aabic, Claudio Felippe Anauate, afirma que a criação dessa pesquisa é de extrema importância para o desenvolvimento e aprimoramento do setor, à medida que torna mais visível a situação dos empregados, sejam funcionários das administradoras ou dos edifícios. A GV Consult estima que, em São Paulo, dos 161 mil empregados do segmento 145 mil estão nos condomínios e os 16 mil restantes, nas administradoras de condomínios e imóveis. O novo índice pode ser informação importante para os síndicos, considerando que, pelos cálculos da Aabic, os gastos mensais que têm com a mão-de-obra contratada (contando salários e encargos e benefícios sociais dos funcionários) correspondem a 52,14% dos custos totais.

Metodologia — Anauate informa, ainda, que a parceria fechada com a GV Consult também prevê a reavaliação da metodologia adotada pelos dois índices de mercado calculados pela entidade, o Índice Periódico de Variação dos Custos Condominiais (Ipevecon) e o Índice Periódico de Valores Médios dos Aluguéis Residenciais (Ipevemar). Em junho passado, o último dado disponível, o Ipevecon registrou aumento médio de 2,16% nos custos totais dos condomínios na comparação com maio. Nos 12 meses anteriores, o indicador registrou variação acumulada de 2,76%. Em junho, influenciaram a alta do Ipevecon os aumentos dos gastos com pessoal (3,28%) e com encargos sociais (7,34%). As despesas com pessoal tiveram elevação por causa do reajuste dos valores dos contratos de empresas que terceirizam a mão-de-obra de muitos condomínios. Rejane Aguiar

no caso de apartamentos, de que o imóvel se encontra em dia com o pagamento das cotas condominiais. Se a declaração for feita pelo síndico, deve ser acompanhada da Ata da Assembléia que o elegeu. Certidão da divisão de alinhamentos e projetos (DAP): O documento revela se o imóvel está na faixa de influência do metrô, como também se faz parte de algum plano de alinhamento para alteração ou recuo de logradouros. Além desses documentos, convém que sejam apresentadas as contas de água, luz e gás dos últimos três meses, pagas. Maristela Orlowsky

ALUGUÉIS TÊM ALTA EM SP Pesquisa do grupo Hubert mostra aumento de 1,55% no mês de julho

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Em São Paulo, condomínios empregam 161 mil pessoas

Ônus reais: A certidão, apontada por advogados como uma das mais importantes na hora da compra de um imóvel, traça um histórico do imóvel nos últimos vinte anos e indica em nome de quem ele realmente está registrado, se está hipotecado, se tem o habite-se (ou seja, se tem autorização da Prefeitura para ser ocupado). O documento custa de R$ 20 a R$ 25 e demora três dias úteis para ficar pronto. É fornecido pelo Cartório de Registro de Imóveis da região a que o imóvel pertence. Declaração de quitação condominial: Declaração do síndico ou da administradora,

s principais índices de inflação do País têm apresentado tendência de baixa, mas os valores dos aluguéis residenciais na capital paulista continuam em alta. De acordo com pesquisa feita pelo grupo Hubert, que atua na intermediação de negócios e na administração de condomínios, em julho os preços de locação na cidade de São Paulo subiram, em média, 1,55%. A alta foi registrada em todos os segmentos do mercado de locação na capital. A pesquisa da Hubert engloba os seguintes bairros: Jardins, Itaim Bibi,

Moema, Vila Olímpia, Vila Mariana, Aclimação, Campo Belo e Brooklin. Desta vez, destacaram-se os apartamentos de dois dormitórios, cujo aluguel ficou, em média, 2,15% mais alto entre junho e julho. Segundo a Hubert, os valores de locação de imóveis residenciais em São Paulo têm alta ininterrupta desde o mês de novembro do ano passado. O índice médio de valorização dos aluguéis no período de 12 meses encerrado no último mês de julho atingiu 6,11%. O ganho para os proprietários é superior à inflação média do período

medida pelo Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) da Fundação Getúlio (FGV), de 5,34%. Regiões — De acordo com o levantamento da Hubert, a locação residencial mais cara em julho foi registrada nos apartamentos de quatro dormitórios nas regiões dos Jardins e do Itaim Bibi, na zona sul da cidade, com média de R$ 3,250 mil. Na ponta oposta, têm preços mais baixos os apartamentos de um dormitório localizados nos bairros da Vila Mariana e da Aclimação, com aluguel médio de R$ 730. (RA)

CUB TEM DEFLAÇÃO DE 0,15% Índice que apura variação de preços na construção civil recuou em agosto

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Custo Unitário Básico (CUB), índice que acompanha as oscilações dos preços do setor da construção civil paulista, interrompeu dois meses de estabilidade e apresentou deflação de 0,15% no mês de agosto, na comparação com o resultado de julho. A informação foi divulgada ontem pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP). Nos acumulado dos primeiros oito meses de 2005, o índice, que é utilizado nos reajustes de contrato do segmento, o

indicador teve elevação de 4,26%, enquanto, nos últimos 12 meses encerrados em agosto, a variação atingiu 6,69%. De acordo com o SindusCon-SP, os maiores responsáveis pela queda do indicador no mês passado foram os preços de materiais de construção, que recuaram, em média, 0,33% no período. Já os custos das construtoras com a mão-deobra ficaram estáveis. A média ponderada entre essas duas variações de custos do setor resultou no CUB padrão da construção civil paulista, de R$ 920,08 por metro quadrado.

No mês de agosto de 2005, dos 70 insumos utilizados na construção, cujos preços são pesquisados mensalmente pelo SindusCon-SP, 55 apresentaram variação superior à do Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que apresentou variação negativa de 0,65% no mesmo período. Entre os aumentos mais expressivos, destacaram-se os verificados no caixilho em alumínio (8,28%), granito polido (6,15%) e na tinta a óleo para pintura de interiores (2,27%). (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

PARA VER NO DOMINGO

16 -.CIDADES & ENTIDADES

Os jogadores Kaká (esquerda) e Juan (direita) treinam em Teresópolis. A principal recomendação no coletivo foi a de roubar a bola nos contraataques dos jogadores chilenos.

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de setembro de 2005

Patrícia Santos/AE

SE GANHAR DO CHILE, BRASIL ESTARÁ NA COPA Para o jogo de domingo, às 16h, contra o Chile, em Brasília, o técnico Carlos Alberto Parreira pediu aos jogadores que valorizem a posse de bola de modo a romper a retranca chilena. Ele prega muita paciência. Uma vitória e o Brasil estará classificado para o Mundial da Alemanha. A torcida aposta em gols, mas o quarteto formado por Kaká, Robinho, Adriano e Ronaldo está cauteloso.

N

ão passa pela cabeça do torcedor brasileiro uma seleção formada ofensivamente por Kaká, Robinho, Adriano e Ronaldo jogar 90 minutos sem marcar gols. Por isso, esperase uma vitória convincente domingo contra o Chile, pelas Eliminatórias da Copa da Alemanha, mesmo a despeito da formação defensiva que a equipe do técnico Nelson Acosta deverá montar em Brasília, com três zagueiros e também três volantes de marcação. O técnico Carlos Alberto Parreira e o quarteto de frente entretanto, preferem a cautela, sobretudo porque ainda não existe entrosamento dos jogadores. Eles jogaram juntos apenas 45 minutos do amistoso com a Croácia, empate por 1 a 1. "Todos nós sabemos fazer gols, sendo que o Ronaldo e o Adriano são especialistas nisso. Um de nós vai marcar e espero que sejam dois gols domingo", disse Robinho, que na quarta-feira recebeu uma ligação do técnico Vanderlei Luxemburgo para "saber como estão as coisas". Depois de vislumbrar um Robinho mais à frente, próximo de Ronaldo e Adriano e infernizando a vida dos rivais, Parreira repensou sua decisão e disse nesta quinta que o jogador do Real Madrid terá funções de construir jogadas. O técnico teme que o trio fique isolado no ataque. A recomendação tem sido pela movimentação. "Se eles não se acertarem, a Seleção ficará vulnerável. E o trio muito embolado." Apesar da opção ofensiva contra o Chile, Parreira não abre mão que seus homens de frente recuem para dar combate. "Se isso não acontecer, não ganharemos de ninguém." O técnico também percebeu nesta quinta uma certa ansiedade no time em querer definir as jogadas o mais rapidamente possível. "Não é esse o nosso estilo. Temos de ficar com a bola nos pés, segurá-la um pouco mais, como sempre foi a nossa característica."

Fábio Motta/AE

"Precisamos segurar a bola e ter paciência para encontrar os espaços. O que quero é simplicidade acima de tudo. Quando perdemos a bola, todos precisam voltar para fechar os espaços. Do contrário, vamos ter dificuldades", disse Parreira Exemplos – Para o treinador, o fato de ter quatro jogadores que sabem fazer gols não representa uma goleada certa. Ele deu exemplos de clubes do futebol brasileiro que se valeram de bons atacantes em determinadas temporadas e que não funcionaram. O Flamengo no ano do seu centenário teve Edmundo, Sávio e Romário na frente e a equipe não conseguiu se acertar. É de Ronaldo, no entanto, que o torcedor mais espera os gols necessários para a classificação do Brasil à Copa da Alemanha. O próprio jogador reconheceu sua necessidade em marcar na Seleção, pois já está há cinco partidas sem balançar as redes. Seu último gol pelo Brasil foi no ano passado, na vitória por 5 a 2 diante da Venezuela, em Maracaibo. Depois daquela partida, Ronaldo ficou fora de dois jogos das Eliminatórias por determinação da CBF - uma punição porque ele não quis disputar a Copa das Confederações. E não marcou mais. "Já passou da hora de eu marcar. Mas o importante contra o Chile é a gente ganhar. Para isso, temos de nos posicionar bem. Precisamos ficar em cima deles e usar os espaços." Ronaldo acredita no sucesso da dupla com Adriano. O atacante teve ontem a visita do seu pai na Granja Comary. Seu Nélio acompanhou a maior parte do coletivo em silêncio. Ronaldo o cumprimentou após o trabalho. Ele estará em Brasília. Máquina – Parreira sabe que tem nas mãos uma máquina de fazer gols. Mesmo Robinho, o mais novo dos quatro, aprendeu na última temporada a finalizar bem para o gol. Mas o treinador cobra um time equilibrado, acima de tudo. Sua principal recomendação no coletivo foi em motivar seu elenco a também roubar a bola nos contra-ataques 'chilenos'. Não foi fácil e em determinados momentos parecia que a equipe toda estava no ataque, deixando a batata quente para Zé Roberto e Emerson. Adriano também virou sinô-

Com medo de vaia, Lula não vai ao jogo

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presidente Luiz Inácio Lula da Silva não irá ao estádio Mané Garrincha para ver o jogo entre Brasil e Chile, pelas Eliminatórias da Copa da Alemanha, às 16h de domingo. A informação foi fornecida ontem pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República. O presidente Lula foi convidado oficialmente pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Mas, depois de ser aconselhado por assessores, decidiu não comparecer ao jogo por causa do risco de ser vaiado. Lula é fanático por futebol e torcedor do Corinthians. Com a ausência de Lula, o desejo de Carlos Alberto Parreira foi atendido. O treinador disse que não permitiria usarem a Seleção Brasileira como arma política, para desviar o foco da crise existente no Planalto. Roosewelt Pinheiro/ABr O presidente Lula, como a maioria dos brasileiros, assistirá ao jogo pela televisão em sua casa em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Na segunda-feira, o presidente já tem compromissos agendados em São Paulo. (AG) Lula: assistirá o jogo da seleção pela televisão

Adriano, Ronaldo, Robinho e Roberto Carlos (acima) durante o treino da Seleção, ontem, na Granja Comary, em Teresópolis. O técnico Parreira (esquerda) tem recomendado ao time muita movimentação. "Se eles não se acertarem, a Seleção ficará vulnerável", disse. O Brasil jogo com o Chile no domingo, às 16h, em Brasília, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2006.

nimo de gols na Itália. Na abertura do Campeonato Italiano, semana passada, ele fez três gols na vitória da Inter de Milão. E já virou a sensação da disputa. Mas também prefere a cautela para comentar o desempenho da Seleção em Brasília. "Olhando para a escalação do Brasil é fácil dizer que faremos muitos gols. Mas não será tão fácil assim. Vamos tentar nos ajudar o tempo todo para furar o bloqueio adversário. Temos de ter muita movimentação", comentou quase repetindo as palavras do técnico Parreira. Kaká também espera deixar sua marca, sobretudo em sua cidade natal e diante de seus familiares. Mas dos quatro homens de frente, ele é quem tem mais a consciência tática exigida pelo treinador. (AE)

Celso Avila/Folha Imagem

O Velho Lobo não está nem aí com o tempo A os 74 anos, Mário Sérgio Lobo Zagallo parece desafiar o tempo e seu relacionamento com a carreira. Enquanto Carlos Alberto Parreira prepara-se para a aposentadoria depois do Mundial da Alemanha, já anunciada, o Velho Lobo não admite a idéia de parar, mesmo ainda visivelmente abatido com a cirurgia de seis horas que fez quatro meses atrás e que mexeu com quase todo o seu organismo. Zagallo tirou a vesícula, parte do estômago, pâncreas e duodeno. Emagreceu 11 quilos. Pesa 58 e não deve recuperar muito mais que isso, dada sua falta de apetite. "Hoje eu como bem menos do que comia antes da operação e mesmo assim após cada refeição parece que comi um boi inteiro", comentou, ele que ficou 39 dias internado no hospital após a cirurgia. Foi lá que viu um garoto de 21 anos morrer ao seu lado de leucemia. O encontro da delegação brasileira para a partida com

o Chile marca sua volta à Seleção, de onde não quer sair por nada nesse mundo. "Isso aqui me traz vida, me traz saúde. Não sei viver sem estar envolvido com a amarelinha", diz um Zagallo ainda animado em comentar as coisas da Seleção. Ontem, na Granja Comary, ele passou por um teste de saúde: passou 30 minutos atendendo jornalistas debaixo do sol quente de Teresópolis. Tratou a todos com a mesma atenção. Era o mesmo Zagallo de sempre, com frases de efeito e emoção nos olhos ao referirse do time que entra em campo logo mais. Pela manhã, um de seus filhos esteve na Granja para lhe levar um complemento alimentar medicamentoso. "Esqueci em casa no embarque", disse. Sua saúde não permite mais exageros. O coordenador técnico passa a maior parte do tempo sentado, observando o que acontece em campo. Poucas vezes se entrega ao

Zagallo, ontem, em Teresópolis: tenacidade e confiança

trabalho de bola. Mas está feliz. "Pensei em voltar mais cedo, para os jogos da Argentina ou mesmo para o amistoso com a Croácia, mas não deu. Esse meu retorno me enche de vida". Zagallo diz que seu retorno é para não parar mais. De Teresópolis, ele seguirá para Brasília e depois para Sevilha, onde a Seleção fará amistoso contra o time local, na terça-feira. Volta então ao Brasil e fica à espera do jogo com a Bolívia, em La Paz. "Não existe qualquer restrição às minhas viagens. Estou mais magro, mas estou bem", comentou. "E dessa forma, estarei lá na Alemanha em 2006, e depois nas próximas disputas da Seleção, se Deus quiser." Sua carreira no futebol é talvez a mais longa de que se

tem notícia no futebol mundial, digna de um registro no Guinness, o livro dos recordes. Zagallo começou nas categorias de base do América em 1948. Eram tempos de pós-guerra. Em 1952, profissionalizou-se no Flamengo. E não parou mais. É mais de meio século de serviços prestados ao futebol brasileiro. Como jogador, ele esteve nas conquistas de 1958 e 1962 como jogador. Em 1970, como técnico, sagrou-se tricampeão mundial. Foi auxiliar de Parreira em 1994 e técnico da Seleção no vice de 1998. A governadora do Rio, Rosinha Garotinho, prometeu-lhe um busto no novo Maracanã, onde já há um de Garrincha e um de Bellini. Aí, Zagallo será eterno. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de setembro de 2005

OPINIÃO - 3 Paulo Pampolin/Digna Imagem

A N Á L I S E

A morte do próximo Parece, diante das conquiscitado com freqüência nos livros sagrados o tas da ciência, insignificante a próximo, a quem o lacuna angustiada do próxiCristo nos aconselhou a mo, mas, na sua dura realidade a falta que estamos sentinamar como a nós mesmos. Todos os livros das revela- do, não raro, sem sabermos, ções e das vidas terrena e com exatidão, o motivo de eterna pedem que vejamos nossos tormentos íntimos. Tudo quanto está no Evanno próximo nosso irmão. O que nasce para a angústia. É, gelho é válido para a salvação portanto, figura central da do ser humano, desfigurado doutrina católica, a doutrina pelas mazelas dos mundos. Temos de vivificar o próximo da vida e da salvação. Todo o cristianismo foi edi- para vencermos as crises parficado sobre uma das colunas ciais e a grande crise que se de segurança, o próximo, o abriu como um pálio maldito s o b re a h uque nos dá manidade, e, unção nos exTemos de a p a r e n t etremos de soprocurar o mente, é inarfrimento nas rável. horas da eterpróximo, cuja O próximo na despedida, nos momen- ausência indicia a tem a força da fé, que semtos de indecisão, que nos crise do mundo pre removeu mon tanh as, atormenta como fez com o Bom Samarinas desventuras da vida. Com essa reflexão pode- tano, com o centurião da Via mos perguntar de quê está Crucis, com os reis que foram gemendo a civilização. Está de longe visitar o recém-nasgemendo, devemos respon- cido na manjedoura, com os der, por lhe faltar à pessoa - santos que mudaram, sem arnão resta desespero - o pró- mas, a face da terra. É de nosso breviário para ximo do Evangelho, que, em nome do Cristo, foi brinda- termos paz. Se ele não nos do com um destino eterno, socorrer, não haverá quem por estar colocado acima do nos socorra, neste mundo de tempo e de suas determina- tantas danações, mas, ainda, ções. Diante dessa proble- de tantas esperanças. mática, como diante da esfinge, nos encontramos, teJoão de Scantimburgo mos de procurar o próximo, é membro da Academia cuja ausência indicia a crise Brasileira de Letras do mundo moderno. jscantimburgo@acsp.com.br

De um empresário que participa do IX Encontro Nacional dos Cemitérios e Crematórios, no Rio

A gente não tem crise porque todo mundo é obrigado a morrer um dia!

JOÃO DE SCANTIMBURGO

Céllus

É

C A R T A S

editor@dcomercio.com.br

Rádio comunitária: o ar é de todos

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resce no Brasil o nú- alcance para 1 km, não é raro mero de rádios co- ocorrer a extensão para 6 m u n i t á r i a s , e s p e- km, o que representa um gacialmente em regiões peri- nho considerável. Com o claro desejo de busféricas. A lei estima que elas devem operar em caráter car soluções, o conselheiro secundário, mas o que está Fernando Bittencourt, espeocorrendo é uma brutal dis- cialista na matéria, depois torção no uso do canal 200, de considerar que pela pricom interferências dramáti- meira vez o tema estava sencas em canais de radionave- do tratado de forma bastante séria, apresenta um congação aérea. É o resultado de uma am- flito de grandes proporções. pla pirataria, hoje atingindo Ao invadir competências da cerca de 12 mil emissoras, rádio comercial, as emissocom ênfase nas regiões me- ras comunitárias estão quetropolitanas do Rio de Janei- rendo concorrer nas cidades ro e de São Paulo. Além das grandes, numa ação predainterferências, a falta de tória que ofende a legislação controle atinge em cheio a da radiodifusão brasileira. programação. Várias delas A queixa de Clementino dos estão sendo empregadas pa- Santos Lopes, coordenador da Abraço, é ra dar os resultados do É uma ampla de que estamos com jogo do bicho, pirataria, hoje u m a l e i e xn u m a i mce ss iv am enpres si on an te b a b e l d e atingindo cerca de te restritiva – so deve apoio a uma 12 mil emissoras eseri sreexaminotória connado pelas travenção. comunitárias autoridades. O d r. A r a No debate havido no Minassian, diretor da Anatel, esclareceu ao Conselho CCS, coordenado por Gede Comunicação Social do raldo Pereira dos Santos, Congresso Nacional que há abordou-se a questão do 2.283 canais designados no emprego das rádios comucanal 200 e mais 2.231 em ca- n i t á r i a s t a m b é m p a r a a nais que não estão no 200, to- educação, faltando apenas talizando 5.541 municípios, uma ação governamental com potência máxima de 25 de peso para que houvesse watts e raio de 1 km. Não há colaboração na distribuimilagres tecnológicos que ção de programas adequaevitem superposições con- dos aos anseios das popudenáveis, além de prejuízo lações mais pobres do nosàs emissoras comerciais ins- so país. Se ainda temos 16 mitaladas, em virtude do desgoverno assinalado. Daí a lhões de analfabetos e uma reconfiguração do plano bá- grande quantidade de sesico de FM, para a utilização mi-analfabetizados, imagisegura dos canais 198, 199, ne-se o potencial que se en200, 201 e 202, segundo nor- contra aí embutido, depois de feitas as devidas corremas internacionais. Há um convencimento na ções de rumo. praça de que a valorização dos canais comunitários reArnaldo Niskier, presenta a democracia no ar. presidente do Conselho de Embora determinado o seu Comunicação Social Cartas: editor@dcomercio.com.br ou fax (0xx11) 3244-3046 Os artigos enviados à Redação do DC para eventual publicação devem conter no máximo 2.800 caracteres, se digitados, ou 40 linhas de 70 toques cada, se datilografados.

A falácia do desarmamento MARCEL SOLIMEO

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uando há pouco mais de dois anos eclodiu uma das violentas crises de violência no Rio, em que a polícia se mostrava impotente para enfrentar os bandidos, que portavam armas mais potentes e modernas que as os defensores da lei, o ministro da Justiça anunciou um Plano Nacional de Segurança, que não saiu do papel. Aproveitando-se do desespero da população, o governo apresentou uma falsa solução, assim com fez quando explodiu o escândalo Valdomiro e ele fechou os Bingos, e encaminhou ao Congresso projeto de desarmamento da população ordeira. Com base em estatísticas duvidosas, afirmações capciosas e conclusões falaciosas, os defensores do desarmamento, entre os quais muitas ONGs estrangeiras ou que recebem recursos do exterior, desencadearam forte campanha para a aprovação do projeto, que foi transformado em lei de forma apressada. Estranhamente, o texto aprovado previu a realização de um "referendo" sobre a proibição ou não da venda de armas quando, na prática, isso já está proibido pela Lei

10.826/03. O honesto teria si- conveniente para o projeto de do submeter a própria lei à vo- tomada do poder. Felizmente, o projeto de potação, se verdadeiramente se desejava ouvir a opinião da der que vinha sendo montado população a respeito de se de- com a ocupação de todas áreas sarmar ou não os cidadãos de do governo parece ter sido desbem, sem a garantia de que o montado com as denúncias de mesmo vai ocorrer com os Roberto Jefferson e as descomarginais. O que se quer com o bertas posteriores sobre como Referendo, que vai custar de o PT se elegeu e como cooptava 200 a 500 milhões de reais à na- seus apoios. Se usarmos para ção, é jogar sobre o povo, se o as estatísticas de mortes e feridesarmamento for aprovado, mentos no trânsito o mesmo raciocínio utilia responsabilidade por evenDefendo o direito zado com relação às armas patual, na verdade de qualquer ra justificar o mais do que prodesarmamento, vável, fracasso dessa medida cidadão de possuir vamos chegar à para conter a uma arma para conclusão simplista de que deviolência e, mais vemos proibir a ainda, por gradefender-se circulação e a ves problemas que poderão decorrer de sua venda de carros para evitaraplicação, uma vez que nada mos os acidentes. Antes de perguntar à popufoi e nem será feito para desarlação se é a favor ou contra o mar os bandidos. O que parece estar por trás desarmamento o governo dedo objetivo e da urgência dessa veria responder a algumas lei é desarmar os fazendeiros perguntas. Por exemplo: vai garantir a (basta ver que a única ação da Polícia Federal até agora a res- segurança de nossos lares conpeito foi desarmar uma em- tra a ação de bandidos, que presa de segurança que garan- muitas vezes não se contentam tia propriedades agrícolas), em roubar mas praticam toda para facilitar a ação do MST ca- sorte de violência contra os faso, no futuro, isso se revelasse miliares? Vai proteger as pro-

priedades agrícolas situadas em regiões isoladas e que vêm sendo vítimas de furtos e roubos, tanto de gado como de equipamentos e insumos agrícolas ? Vai impedir as invasões de propriedades por parte do MST, cujas armas (foices, machados, etc.) são considerados instrumentos de trabalho? Vai proteger os caminhoneiros q u e v i v e m s e n d o assaltados, e até mortos, nas rodovias? Vai desarmar os traficantes e quadrilhas cujos tiroteios fazem tantas vítimas, inclusive por balas perdidas? Não tenho armas e nem pretendo comprar, mas quero ter o direito de decidir sobre isso e não deixar que o governo determine o que deva fazer. Defendo o direito de qualquer cidadão de possuir em sua casa ou propriedade uma arma, com o devido registro, para defender-se. É uma falácia que o desarmamento vai reduzir a violência. Vai apenas deixar a população a mercê dos bandidos. Curiosamente, muitos grupos dos que defendem o desarmamento são contrários à redução da maioridade para efeito penal e defendem penas mais brandas para os criminosos.

Y así pasan los días... nvestidor já troca o Brasil pela A rg en t i n a , diz o título da matéria de Cíntia Cardoso na Folha. A conclusão vem do fato de que, em junho, fundos de investimento resgataram US$ 325 milhões no Brasil e simultaneamente compraram US$ 346 milhões de novos títulos argentinos. No ano, as aplicações em títulos brasileiros declinaram de 20,44% para 15,68% nos fundos monitorados pela consultoria Emerging Portfolio. Pode ser. No entanto, não é com base na diferença entre as taxas de risco dos dois países que essa conclusão se baseia. Anteontem, 31/8, a diferença entre as taxas de risco dos pa-

I

péis argentinos e brasileiros no ses emergentes como um tomercado internacional era de do (296 pontos). Nos últimos 26 pontos básicos - ou seja, três meses, essa diferença ja0,26% ao ano. Essa diferença já mais caiu abaixo de 100 ponfoi maior, no final de junho e tos (1%). E olha que estamos início de julho, em torno de 40 no melhor dos mundos possíveis em razão pontos (0,4%). da enorme Na última semaNão é a crise massa de liquina de julho essa política que nos dez que busca diferença pratiavidamente tícamente desaatrapalha. tulos nos merpareceu, quando os dois É a mesmice, a c a d o s e m e rgentes. s p re a d s d i f er iO que deveram em 0,07% e falta de reformas. ria nos preocuvoltaram a crespar não é um mero reajuste de cer durante o mês de agosto. Os s p re a d s da Argentina portfólio entre aplicações em (439 pontos) e do Brasil (413) papéis argentinos ou brasileise diferenciam, no entanto, r o s . A m b o s c o m a n d a m o da média dos spreadsdos paí- mesmo risco no mercado. De-

veria nos preocupar, sim, porque Rússia (130 pontos), Ucrânia (174), México (150) e tantos outros países conseguem captar a taxas tão inferiores às nossas. Não é a crise política que nos atrapalha. É a mesmice. É a falta de reformas. É a falta de perspectivas. São essas coisas que encarecem tanto a tomada de recursos externos e, por tabela, a taxa de juros interna. E olha, vou repetir: estamos, no momento, no melhor dos mundos possíveis. Y así pasan los días, Y yo, desesperando, Y tú, tú contestando… Roberto Fendt, do Instituto Liberal

Fundado em 1º de julho de 1924

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.POLÍTICA

Política

Eymar MASCARO

SINDICÂNCIA NO PLANALTO. DEMISSÃO NO MINISTÉRIO DA FAZENDA.

CASA CIVIL RECONHECE NOTAS FISCAIS FRIAS

APENAS FOFOCA

O PSDB é considerado o fusão do PSB com o PCdoB partido que vai disputar a e até com o PT renovado. sucessão presidencial com mais chance de derrotar N ão resta mais dúvida: Lula, que deve ser candida- Itamar Franco retornou da

to à reeleição. Por isso, o Itália disposto a disputar o partido tem várias opções, Senado por Minas, em 2006. além do prefeito José Serra. Mas, o ex-presidente faz questão de dizer que tamom a queda de Lula bém é um presidenciável. nas pesquisas, os tucanos Em tempo: o PMDB mineipresidenciáveis se assa- ro deve fechar com o governharam, em especial Ser- nador tucano Aécio Neves. ra, que desponta como s integrantes da CPI principal opção do eleitor. Além de Serra, o PSDB ali- dos Bingos querem que o menta a esperança de Al- presidente do Sebrae, Paulo Okamoto, apresente provas ckmin, Aécio e FHC. de que pagou de seu bolso o mbora o PFL e o PMDB empréstimo de R$ 30 mil estejam em campanha que Lula tomou do PT. A com as candidaturas de CPI já convocou Okamoto César Maia e Anthony Ga- para prestar depoimento. rotinho, todas as pesquipesar de ameaçado de sas projetam atualmente uma provável polarização ser indiciado pela Polícia na campanha entre os can- Federal, por lavagem de dididatos do PT e PSDB. nheiro e sonegação fiscal, o marqueteiro Duda Menula sofreu uma queda donça não deve perder albrusca nas pesquisas, mas gumas contas do governo, ainda detém um aceitável como da estatal Petrobrás. índice de aceitação do eleilém de Duda Mendontor. Se a eleição fosse hoje, por exemplo, o petista só ça, a Polícia Federal deve inperderia para José Serra. diciar também o ex-presiEngrossaria a eleição contra dente do PT, José Genoino, qualquer outro candidato. o ex-tesoureiro Delúbio Soares e o publicitário Marlckmin continua im- cos Valério. Tudo por causa buído no propósito de pros- da confissão de Duda à CPseguir com sua política po- MI de que recebeu R$ 10 mipulista de reduzir o ICMS lhões do PT nas Bahamas. de alguns produtos da cesta diretório nacional do básica, como fez com a farinha de trigo, principal in- PT deve discutir, amanhã, grediente na fabricação do em São Paulo, o pedido de pãozinho. O pãozinho deve expulsão de Delúbio Soabaixar de preço. res, ex-tesoureiro do partido. O perigo é Delúbio se olta a ganhar impulso irritar a decidir prestar noa hipótese do ex-presidente vo depoimento às CPIs paFernando Henrique dispu- ra contar tudo o que sabe. tar a eleição de governador PT deve apresentar de São Paulo. Os tucanos paulistas estão entusiasma- hoje o relatório final da sindos com a perda de prestí- dicância que apurou o engio dos pré-candidatos do volvimento de petistas nos PT, como Aloizio Merca- escândalos. É provável que José Dirceu se pronundante e Marta Suplicy. cie para revelar se deixa ou vice José Alencar es- não a chapa do Campo pera pela definição de Lu- Majoritário que vai dispula (se será ou não candida- tar a convenção do dia 18. to à reeleição) para se candeputado Delfim Nedidatar à presidência. O PL de Alencar vem discu- to está deixando o PP e vai tindo uma provável fusão ingressar no PMDB, procom PTB e PP. O novo par- vavelmente para ser o cantido surgiria com a força didato da sigla ao governo de 90 deputados federais. do estado em 2006. Mas, o deputado só será candidapossibilidade de o- to à sucessão de Alckmin correr fusão de partidos não se Quércia decidir se canabrange somente as legen- didatar ao Senado, abandas de centro. Avança tam- donando sua pretensão de bém na direção das esquer- sempre, que é voltar a ser das. Fala-se, e muito, numa governador de São Paulo.

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Celso Junior/AE

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Casa Civil confirmou ontem o uso de notas fiscais frias em compras de cartuchos de tinta de impressora feitas pela Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, mas esclareceu que os materiais comprados foram devidamente recebidos pelo governo. Em nota divulgada no início da noite, a Casa Civil informou que a Secretaria de Fazenda do Distrito Federal confirmou que a empresa FR Comércio e Representação emitiu "notas fiscais inidôneas" desde junho de 2002. Como já havia confirmado a ministra Dilma Rousseff no dia 26 de agosto, a nota informa que a empresa forneceu materiais para o governo entre 2000 e 2004. Uma sindicância vai apurar se houve conivência de servidores públicos. O resultado da sindicância será enviado à Receita Federal e ao Ministério Público Federal para apuração de eventuais crimes de sonegação fiscal. Cadastro – Para evitar esse tipo de irregularidade, a Casa Civil reitera que está sendo criado um cadastro de fornecedores de bens e serviços de contratação direta (com dispensa de licitação). Na semana

dade, ela tem uma irregularidade há muito tempo. Nós somos os maiores interessados em apurar essa questão das notas frias. Tem certo tipo de acusação que não pode ser levantada levianamente", afirmou a ministra no dia 26. Saques – Documentosenviados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre gastos com o cartão de crédito corporativo mostram que a funcionária pública Maria da Penha Pires usou quatro notas frias da FR, entre junho e julho deste ano, para cobrir saques em dinheiro com o cartão corporativo de R$ 16.480. Maria da Penha está entre os 36 funcionários da Presidência que usam o cartão corporativo para pagar pequenas despesas e gastos emergenciais. A FR é registrada na Receita Federal como uma companhia da área de alimentos, mas no endereço registrado na Receita funciona um comércio de alimentos e não há cartuchos de impressora para venda. O problema, segundo a Casa Civil, é que a empresa não podia emitir notas fiscais desde 2002. No sábado, a Casa Civil divulgou um comunicado refutando o uso de notas frias para comprovar gastos da Presidência. (Agências)

passada, ao anunciar a criação do cadastro, a ministra reclamou da forma como foi denunciado o uso de notas frias para justificar os gastos no cartão corporativo do governo, alegando que a FR era fornecedora da Presidência e de outros órgãos do governo, desde o ano 2000, portanto, no governo passado. "O que é lamentável é que se divulgue que o governo estava recebendo nota fria. Se a empresa tem alguma irregulari-

Somos os maiores interessados em apurar essa questão das notas frias. Ministra Dilma Roussef

Joedson Alves/AE

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ão passa de fuxico a versão de que Aécio Neves poderia disputar a sucessão de Lula por outro partido, o PMDB. Aécio está firme no PSDB e é um dos presidenciáveis do partido. A situação do governador de Minas é tranqüila: se fracassar sua intenção de se candidatar à presidência, Aécio tem à sua disposição, ainda, a candidatura à reeleição, com amplas chances de vencer, segundo as pesquisas. Uma das poucas coisas que desagradam Aécio é o comentário de que o partido já bateu o martelo por Serra. O partido, para ele, ainda não tem candidato escolhido. Aécio continua defendendo a tese de que o candidato tucano terá de ter a capacidade de unificar o partido. O governador, portanto, não admite que a escolha se dê apenas em função da colocação nas pesquisas. De Minas, vem a informação de que Aécio Neves está decidido a apoiar a candidatura de Geraldo Alckmin. Teria sido este um dos motivos que o trouxeram a São Paulo para um encontro com o prefeito José Serra.

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PRESTÍGIO – O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), foi condecorado com a Ordem de Rio Branco, no grau de Grã-Cruz, o mais alto concedido pelo Itamaraty. A cerimônia de condecoração contou com a presença do presidente Lula. Também ganharam medalha os ministros Paulo Bernardo, Sérgio Rezende, Nilcéia Freire e Matilde Ribeiro, os empresários Paulo Skaf e Antônio Ermírio de Moraes, o escritor Luiz Fernando Veríssimo. E, postumamente, o poeta Vinicius de Moraes.

ASSESSOR DE PALOCCI PEDE DEMISSÃO

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chefe de gabinete de Antonio Palocci, Juscelino Dourado, pediu demissão na tarde de ontem, um dia depois de ter dado explicações sobre sua relação com o advogado Rogério Tadeu Buratti, em depoimento na CPI dos Bingos. O ministro da Fazenda aceitou o pedido. Em nota, a assessoria de comunicação do Ministério da Fazenda reproduz uma troca de correspondências entre Palocci e Dourado. Na carta enviada a Palocci, Dourado afirma que está deixando sua atual função com a certeza de ter sido leal, dedicado, respeitoso e justo com todos os que conviveram com ele ao longo desses anos. Na resposta a Dourado, o

ministro afirma que é com respeito e compreensão que aceita a decisão. Palocci afirma ter absoluta certeza da seriedade e da lisura com que Juscelino Dourado lidou com os assuntos de sua responsabilidade e diz que a atividade pública de seu ex-chefe de gabinete deve ser motivo de orgulho. Amigo – "Sou testemunha da lealdade, dedicação e competência com que desempenhou suas funções em todos esses anos. Tenho certeza de que será feliz no novo ciclo de sua vida que agora se inicia. Recomendação a sua esposa e suas filhas, um abraço do amigo Antonio Palocci Filho", diz a carta do ministro da Fazenda. Na carta ao ministro, Juscelino Dourado afirma ter segurança de que lidou com os as-

suntos de sua responsabilidade com firmeza, comparecendo ao Senado para esclarecer todos os assuntos sobre sua conduta pública e diz que está c o m a c o n sc i ê n c i a t r a nqüila de que re a l i z o u s u a missão e não fugiu do caminho ético que s e m p r e n o rteou sua vida. Juscelino "Estou com a Dourado consciência tranqüila de que realizei minha missão, de que não fugi do caminho ético que sempre norteou e norteará a minha vida", afirma na carta. "Deixo minha atual função com a certeza de ter sido leal, dedicado, respeitoso e justo

Sérgio Lima/Folha Imagem

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Alan Marques/Folha Imagem

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com todos os que conviveram comigo, ao longo destes anos", continua Dourado. Ainda na carta, ele lembra que dedicou 20 anos da vida à militância política, dos quais 13 trabalhando ao lado de Palocci, no Executivo e no Legislativo. Dourado foi acusado de ter intermediado encontros de empresários com o ministro a pedido do advogado Rogério Buratti, secretário de governo na primeira gestão de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto. Durante depoimento à CPI dos Bingos na quarta-feira, Dourado negou a acusação. Amigo pessoal de Dourado, Buratti foi assessor de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto e acusa o ex-chefe de receber R$ 50 mil mensais de empreiteiras para campanhas do PT. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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POLÍTICA - 5

RELATÓRIO DIZ QUE HÁ QUEBRA DE DECORO, CITA 19 NOMES E COLOCA DIRCEU COMO MENTOR DO ESQUEMA.

CPMIs: UNANIMIDADE NOS PEDIDOS DE CASSAÇÃO.

Celso Junior/AE

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JOSÉ DIRCEU É O 'CRIADOR DO ESQUEMA', SEGUNDO RELATÓRIO DAS COMISSÕES.

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relatório conjunto das CPMIs dos Correios e do Mensalão aponta o deputado José Dirceu (PT-SP) como "criador do esquema" de compra de votos de parlamentares em troca de apoio ao governo em votações de interesse dele. Baseado nas denúncias do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e nos depoimentos do empresário Marcos Valério e da mulher dele, Renilda Souza, o texto busca apresentar evidências testemunhais de que o sistema de pagamento não teria como funcionar sem a coordenação de Dirceu. O relatório sustenta ainda que Dirceu pode ser cassado por falta de decoro parlamentar apesar de não estar exercendo o mandato no período em que teriam ocorrido as irregularidades. "Entendemos necessário o registro da necessidade de se punir parlamentar por quebra de decoro, em razão de atos praticados ou fatos acontecidos, ainda que fora do exercício de mandato", diz o

texto, contrariando o principal argumento jurídico de defesa do deputado do PT. Defesa –Em sua defesa no relatório, Dirceu diz que existem apenas "suposições" a respeito de seu conhecimento sobre os empréstimos feitos pelo empresário Marcos Valério e repassados ao PT. E afirma que as referências feitas por Jefferson são "desprovidas de prova e seriedade, caracterizando mera tentativa de desviar o rumo das investigações que devem ser realizadas por esta CPI". Assim que soube do conteúdo do relatório e sem esconder o nervosismo, José Dirceu cobrou provas de que tenha comandado o esquema do mensalão ou participado de qualquer ato de corrupção no governo. "Quando vai começar o fuzilamento? Se você já tem convicção, é um fuzilamento político. Será um julgamento político, mas é preciso ter provas. É preciso ter direito de defesa e que não haja prejulgamento", afirmou. (Agências)

Abi-Ackel, Serraglio e os presidentes das CPMIs Lando e Delcídio, durante leitura do texto, que cita quatros leis violadas pelos parlamentares.

AÇÃO RÁPIDA É A RESPOSTA A SEVERINO

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presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE), avalia que a aprovação do pedido de cassação do mandato do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e a leitura do relatório parcial das CPMIs do Mensalão e dos Correios vão provocar mais pressões por punições. Freire duvida que, a partir de agora, o pre-

sidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), continue a colocar obstáculos para aberturas de processos de cassação. "Hoje é um ótimo dia para o Congresso. Depois da cassação de Jefferson por 14 a 0, mostramos que haverá punições e que Severino Cavalcanti é uma coisa menor. Duvido que a Mesa Diretora vai ficar sentada em ci-

ma do relatório apresentado por duas CPIs da Casa. Esse documento é mais importante que qualquer comissão de ética. Severino vai mandar direito para o Conselho". "Não haverá nenhuma operação abafa. Há um acordo para que o relatório seja votado do jeito que está, sem destaques de retirada de nomes,

sem discursos e sem perda de tempo", disse o deputado Júlio Redecker (PSDB-RS). "A melhor resposta que poderíamos dar ao deputado Severino Cavalcanti foi essa sessão conjunta, sem brigas, com a aprovação do relatório das CPIs por unanimidade", comemorou o deputado Fernando Coruja (PPS-SC). (Agências)

Comissões aprovam relatório conjunto, que vai à Mesa da Câmara CPMI dos Correios adia depoimento de Luiz Gushiken

Delúbio

Pereira

Valério

Mendonça

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, se recusou a nomear sacadores das contas de Valério na CPMI dos Correios. Na CPMI do Mensalão, ele não explicou pagamentos a Duda e disse que José Dirceu não negociou dívidas do PT.

Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Assumiu ter negociado cargos; saiu do PT, depois da descoberta de que ganhou um Land Rover da GDK . Valério disse que ele sabia dos empréstimos repassados ao diretório nacional.

Marcos Valério, dono da SMP&B e da DNA. Movimentação bancária mostra saques de vários políticos e assessores, num total de R$ 55 bilhões. Disse na CPMI do Mensalão que o aval de Dirceu foi confirmado várias vezes por Delúbio.

O publicitário Duda Mendonça, da DM9, confirmou ter recebido dinheiro de Marcos Valério no exterior. Os repasses, segundo ele, eram para pagar dívidas do PT, das campanhas eleitorais de 2002. Valério negou a versão de Duda.

Palmieri

Osório Batista

Jefferson

Lamas

Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB, depôs esta semana na CPMI do Mensalão e revelou que esteve em Portugal com Marcos Valério para obter recursos da Portugal Telecom para pagar dívidas do PT e do PTB.

Antônio Osório Batista, diretor afastado dos Correios por ter sido citado por Marinho na gravação. Depôs na CPMI e afirmou que Jefferson pediu dinheiro aos diretores da estatal para fazer caixa de campanha.

O deputado do PTB, Roberto Jefferson, teve seu pedido de cassação aprovado no Conselho de Ética da Câmara. O próximo passo será a votação em plenário, que deve acontecer a partir do dia 13 de setembro.

O ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, confirmou em depoimento à CPMI do Mensalão que foi algumas vezes a Belo Horizonte buscar dinheiro a pedido do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.

Sereno

Jefferson

Duda

Marcello Casal Jr/ABr

Edson Santos/AC

Ed Ferreira/AE

Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério. Depôs na CPMI e contestou as versões de seu ex-patrão para os grandes saques bancários: o próprio empresário voltou atrás e confessou que fazia os pagamentos a mando de Delúbio, a partir de uma lista.

Valter Campanato/ABr

Karina

Roosewelt Pinheiro/ABr

Galeria de personagens Ailton de Freitas/AG

s CPMIs dos Cor- deveres de honestidade, imreios e do Mensa- parcialidade, legalidade e leallão aprovaram on- dade às instituições. Ainda setem por unanimi- gundo o parecer, os deputados dade recomendar à presidên- teriam contrariado ainda o Cócia da Câmara a abertura de digo Penal, que criminaliza a processo por quebra de decoro corrupção passiva ou ativa, a parlamentar contra José Dir- prevaricação e a advocacia adceu (PT-SP) e outros 17 deputa- ministrativa; e a Lei 4729/65, dos, além do ex-deputado Val- que define as punições para a demar da Costa Neto, por en- sonegação fiscal. Confiança – Os parlamentavolvimento no suposto esquema do "mensalão". O relatório res não temem que o presidendos deputados Osmar Serra- te da Câmara, Severino Cavalglio (PMDB-PR) e Ibrahim canti (PP-PE), coloque empeciAbi-Ackel (PP-MG), relatores lhos para encaminhar o relatódas CPMIs, aprovado em vota- rio a Conselho de Ética da ção simbólica pelos integran- Casa, encarregado de avaliar tes das duas comissões, identi- os pedidos de processo contra fica ainda o uso de caixa 2 e trá- os deputados, que podem lefico de influência em estatais e var à cassação. Serraglio lembrou que alguns partidos políoutros órgãos públicos. Os dois relatores se reveza- ticos já manifestaram que, caso ram na leitura do texto de 61 isso aconteça, enviarão o docupáginas – no qual há um capí- mento diretamente para o tulo só sobre Dirceu (leia maté- Conselho. "Não tenho preocuria abaixo) –, que deverá ser vo- pação com isso, se ele enviar tado pelas duas CPMIs, em para a corregedoria, cinco misessões separadas. "O presente nutos depois vários partidos parecer destina-se (...) a enca- políticos estarão entrando (no minhar à presidência da Câ- Conselho)", disse Serraglio. Reclamações – Mal teve inímara dos Deputados o relato dos fatos até o momento apu- cio a leitura do relatório parcial rados, pelas duas Comissões das CPMIs, o deputado João Paulo Cunha M i s t a s d e I n(PT-SP), que faz quérito, com a parte da lista dos indicação dos cassáveis, comep a r l a m en t a re s çou a reclamar, cujo comportaalegando não ter mento pode ser Não há tido direito de t i d o c o m o i n- nenhuma defesa. "Se ele cocompatível com legitimidade em loca juízo de vao decoro parlal o r, e l e ( S e r r amentar", diz o mandatos conseguidos glio) tem de me relatório. ouvir. Tenho diO deputado por meio de reito de fazer miO s m a r S e r r a- caixa 2. nha defesa"disglio considerou "inconteste" o Deputado Osmar Serraglio se. "Estou seguro recebimento de que a Câmara dinheiro por parlamentares da base aliada votará contra a cassação do do governo. No parecer, ele meu mandato." Mabel – Su rpreend entedisse que a alegação de que os recursos vieram de emprésti- mente, o líder do PL na Câmamos é uma "desculpa esfarra- ra, deputado Sandro Mabel pada" e que não há provas que (GO), comemorou o conteúdo sustentem a afirmação de que do relatório parcial apresentao dinheiro teria sido usado pa- do ontem, apesar de ter o nome ra pagamento de despesas na lista dos cassáveis. "O relaeleitorais. "Não há legitimida- tório é ótimo para mim. Não de em mandatos conseguidos tem cheque, não tem saque. por meio de caixa 2. Meios ilí- Absolutamente nada em meu citos para ganhar eleições nome", disse. O líder do PL atentam contra o estado demo- acredita que será absolvido pelo Conselho de Ética. crático de Direito", afirmou. Além de Dirceu, João Paulo e Quatro crimes –O relatório cita quatro leis que teriam sido Mabel estão na lista os deputavioladas pelos parlamentares. dos: Carlos Rodrigues (PL), A primeira é o Código de Ética e João Magno (PT), José Borba Decoro Parlamentar da Câma- (PMDB), José Janene (PP), José ra, que prevê a cassação do de- Mentor (PT), Josias Gomes putado que receber vantagens (PT), Paulo Rocha (PT), Pedro indevidas em razão do exercí- Corrêa (PP), Pedro Henry (PP), cio da atividade. A segunda é a Professor Luizinho (PT), RoLei de Improbidade Adminis- berto Brant (PFL), Roberto Jeftrativa, que pune o enriqueci- ferson (PTB), Romeu Queiroz mento ilícito em razão do cargo (PTB), Vadão Gomes (PP), Wane a ação ou omissão que viole os derval Santos (PL). (Agências)

Jacinto Lamas

Delúbio Soares

Silvio Pereira

Ferreira

Guimarães

Costa Neto

Esteves

Marcos Vinícius Ferreira, genro de Roberto Jefferson e suposto canal do PTB com os Correios. Senado estuda pedir a quebra de seu sigilo bancário. A CPMI dos Correios ainda não remarcou seu depoimento.

O ex-presidente do Banco Popular do Brasil Ivan Guimarães negou há pouco disse à CPMI dos Correios, que sua indicação para o cargo no banco tenha sido feita pelo PT. Ele anunciou aos integrantes da comissão que vai se desfiliar do PT.

O presidente do PL Valdemar Costa Neto, se recusou ontem, em seu depoimento à CPMI da Compra de Votos, a revelar nomes de empresas e pessoas físicas para as quais teria repassado supostos R$ 6,5 milhões recebidos de Marcos Valério.

Clauzer Esteves, sócio de José Fortuna Neves. O também exagente do SNI afirmou que a Abin investigava os Correios a pedido da Casa Civil, informação essa que foi negada pelo então titular da pasta, o ex-ministro José Dirceu.

Lange

Salmeron

Dutra

Marinho

Edgard Lange, o "Alemão". O agente da Abin admitiu que, em abril, recebeu ordem para colher informações sobre irregularidades nos Correios, que teria sido dada pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Roberto Salmeron, ex-presidente da Eletronorte e ex-vice-presidente dos Correios. De acordo com o depoimento de Osório Batista, Jefferson e Salmeron teriam assistido à gravação um dia antes de ter sido divulgada à imprensa.

Mauro Dutra, dono da Novadata. Ele negou favorecimento em contratos da estatal. Disse que seus negócios com a estatal são reduzidos. Mas confirmou que sua empresa fornece 22% dos micros do governo e que conhece Lula há mais de 20 anos.

Maurício Marinho, ex-chefe de Contratação e Administração de Material dos Correios. Flagrado em uma gravação recebendo propina de R$ 3 mil, negou. Depôs no Ministério Público e será novamente ouvido na CPMI dos Correios.

Gonçalves

Waschek

Dipp

Marschner

Luiz Otávio Gonçalves, diretor da Skymaster, admitiu que pediu ajuda de Silvio Pereira para evitar que sua empresa perdesse o contrato com os Correios. Jefferson denunciou a empresa como tendo contrato superfaturado com a estatal.

Arthur Waschek, dono da Comam e Vetor. Mandante da gravação de Marinho, por ter interesses contrariados nos Correios. Waschek afirmou que as irregularidades não ocorrem nas licitações, mas na execução dos contratos.

Airton Dipp, ex-presidente dos Correios, confirmou na CPMI dos Correios encontro com Silvio Pereira e a influência de Luiz Gushiken na estatal, através da nomeação de três dos cinco membros de uma comissão de análise de publicidade.

Haroldo Marschner, um dos donos da Precision Componentes. Ele disse que teria recebido pedido de suborno de Maurício Marinho, para poupar a sua empresa da aplicação de multa por atraso na entrega de material.

PASSO-A-PASSO DAS INVESTIGAÇÕES

CPMI do Mensalão

Conselho de Ética

CPI dos Bingos

A comissão que investiga a compra de votos ouviu os diretores dos fundos de pensão Previ, Petros e Funcef. Os dirigentes já prestaram depoimento fechado na comissão, na semana passada. Eles confirmaram envolvimento dos fundos com a Globalprev, empresa que pertencia a Luiz Gushiken.

O conselho aprovou por unanimidade o pedido de cassação do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). O pedido irá a votação do plenário da Câmara no dia 13. De acordo com as regras regimentais, a Mesa tem a obrigação de incluir o processo na pauta até dois dias depois do prazo final do processo.

João Francisco Daniel, irmão do prefeito de Santo André, Celso Daniel, morto em 2002, depôs ontem e fez revelações que atingem o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho. A CPIdecidiu convocar os delegados que atuaram no caso do assassinato de Celso Daniel.


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POLÍTICA - 7

PARTIDO PODE ENFRENTAR DIFICULDADES NAS ELEIÇÕES. BERZOINI DESAGRADA E MAIS UM DEIXA A LEGENDA.

CANDIDATURA DE BERZOINI RACHA MAIS O PT Arquivo DC

Ailton deFreitas/Agência Globo

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saída de Tarso Genro da disputa pela presidência do diretório nacional e sua substituição por Ricardo Berzoini pode agravar ainda mais a crise política dentro do PT. A candidatura Berzoini pode levar o Campo Majoritário, maior tendência dentro do partido, a perder o comando da sigla e sacramentar o enterro político do deputado José Dirceu. Militantes petistas, entre eles muitos com mandato, não escondem a insatisfação e podem escolher como novo presidente Valter Pomar, ligado a correntes mais à esquerda. "É possível que essa guinada aconteça por causa da escolha do Berzoini para candidato. Na capital, há uma parcela do Campo Majoritário que não vai votar no Berzoini. O novo presidente do PT tem de defender o governo Lula, principalmente a política econômica. Além disso, o método utilizado para escolher tanto Tarso quanto Berzoini não agradou aos militantes", afirma o vereador Paulo Fiorillo, candidato à presidência do diretório municipal do PT pelo Campo Majoritário. As declarações de Berzoini contra a política econômica foram a gota que faltava para aumentar o descontentamento, agora crescente dentro da legenda. Por isso, até integrantes do Campo Majoritáriopodem anular o voto ou escolher Valter Pomar. Críticas – "Não vejo nenhum problema em outro candidato ser eleito presidente do diretório nacional, com exceção dos que dizem que vão sair do PT caso percam as eleições. Não gostei da primeira declaração do Berzoini como candidato. Quem foi ministro do governo Lula não pode fazer uma crítica daquelas,

Arquivo DC

Paulo Pinto/AE

Alencar, Tatto, Fiorillo e Vacarezza: um coro de críticas une petistas, apesar de tendências diferentes

cheirando à falta de sinceridade", afirma o deputado estadual Cândido Vaccarezza, também do Campo Majoritário. Outras tendências fortes na capital, como o PT de Lutas e de Massas, podem apoiar Pomar. A ironia é que até há bem pouco tempo Berzoini pertencia a esse grupo. "Tivemos uma conversa com o Pomar. Ele mostrou que está pronto para dirigir o partido. Mas também vamos falar com o Berzoini. Depois vamos decidir", diz o vereador Arselino Tatto, um dos líderes do PT de Lutas e de Massas. Na bancada de 12 vereadores do PT em São Paulo, ao menos oito manifestam a intenção de votar em Pomar. Debandada – O ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio, candidato à presidência do diretório nacional, disse há alguns dias que se não ganhar a eleição vai abandonar o partido. Além dele e de seu grupo, outros integrantes que formam grupos independentes, como o deputado

Hélvio Romero/AE

federal Chico Alencar, do Rio, também podem trilhar o mesmo caminho. "O Campo Majoritário pode perder a presidência, mas vai manter o restante da chapa. Vai mostrar que o Campo Majoritário não vence mais as disputas dentro do partido por goleada. O resultado está mais apertado", afirma Alencar. Desinteresse – No dia 18 de setembro podem votar na eleição para a presidência dos diretórios (nacional, estaduais e municipais) cerca de 825 mil militantes que estão cadastrados nas fichas eleitorais. Em 2001, apenas 227 mil compareceram às urnas. Na capital, existem 70 mil filiados com direito a voto. Em 2001, a presença foi de quase 80%. Mas em pesquisas feitas por assessores de vereadores petistas foi constatado que de cada dez militantes apenas quatro se mostraram interessados no processo eleitoral. Para Pomar, essa aparente apatia da base tem explicação na atual crise do partido. "Essa crise, somada aos erros políticos que eles cometeram, e somada ao fato de importantes lideranças desse grupo estarem sob fortíssimas acusações, faz com que os filiados percebam que este grupo (Campo Majoritário) hoje não tem mais condições nem unidade interna para dirigir o PT no próximo período. A gente precisa de uma direção capaz de defender o PT e o governo, de conduzir o partido a um bom desempenho em 2006", afirma. Hoje, na quadra do Sindicato dos Bancários, os sete candidatos à presidência do Diretório Nacional participam de um debate. Integrantes do Campo Majoritário querem aproveitar o debate para decidirem apoio, ainda não sacramentado, a Valter Pomar. Fernando Lancha

Tarso Genro diz que Campo Majoritário 'não existe mais' e articula movimento político dentro da legenda.

TARSO PREVÊ UM FUTURO SOMBRIO PARA O PARTIDO

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presidente do PT, Tarso Genro, traçou ontem um cenário pouco otimista para a sigla nas eleições de 2006. Para ele, o partido pode ter dificuldade para ocupar o espaço de centro-esquerda da última eleição, por concorrência do PMDB, além do tradicional adversário PSDB. "Estamos correndo um perigo de que tenhamos duas candidaturas de centro-esquerda... uma do PMDB e outra do PSDB", disse Tarso em coletiva. "E qual é o espaço que o PT vai ocupar? Não há viabilidade para uma candidatura de esquerda que não tenha uma coalizão ampla de centroesquerda. O PT vai apresentar um programa centrista? Pode até ser, mas aí seria uma ruptura", acrescentou.

Para o presidente do PT, a legenda precisa de uma reforma interna e de um novo diálogo com a sociedade para disputar o poder e continuar como principal força de esquerda no País. Isso, argumentou, demanda uma estrutura partidária menos fragmentada. "Essa metodologia de tendências está esgotada. Por isso, acho que o sentido é formar um campo político novo", avaliou. Movimento – Tarso dedicase agora a articular um movimento político dentro da legenda capaz de conduzir à criação de um novo núcleo dirigente. Ele disse que este novo grupo contará até com o trabalho em correntes de esquerda. "Eu não estou montando um novo grupo de dirigentes, nem uma nova articulação. Estou,

na verdade, fazendo um movimento político para ajudar o partido a constituir um núcleo dirigente mais legítimo." O presidente nacional do PT afirmou que o Campo Majoritário é uma tendência que não existe mais dentro do partido e que, de qualquer forma, nunca esteve diretamente ligado à corrente. "Não há rompimento com o Campo Majoritário, pois ele não existe mais", disse Tarso, afirmando que o grupo é hoje apenas "uma ficção política legítima". Dirceu – Apesar da quebrade-braço pela eleição no partido, Tarso defendeu Dirceu. Ele afirmou que não vê fundamentação jurídica para uma nulidade do mandato de Dirceu baseada no conceito de quebra de decoro parlamentar. "Eu acho que esta fundamentação para cassá-lo é completamente equivocada. Ela não tem nenhum suporte jurídico", disse e completou: "A disputa saudável que nós temos no partido não me tira a lucidez de transferi-lo de maneira mecânica à ordem jurídica externa. Agora, todos sabem que esse é também um processo político." (Agências)

MAIS UMA BAIXA NA BANCADA

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ois dias depois do anúncio da desfiliação do deputado André Costa (sem partido-RJ), o PT irá sofrer mais uma baixa na sua bancada. O deputado João Alfredo (PT-CE) decidiu na quarta-feira que irá sair do PT e filiar-se ao P-SOL, dia 25. Ao mesmo tempo, petistas tentam evitar a saída do senador Cristovam Buarque (DF) do partido e tentam um encontro entre Lula e Cristovam (foto), que está sendo articulado pelos senadores paulistas Eduardo Suplicy e Aloizio Mercadante. Cristovam foi informado sobre a estratégia na quartafeira, por Suplicy. O senador, ex-governador do Distrito Federal e ex-ministro da Educação do governo Lula,

pediu ao líder do PT, Delcídio Amaral (MS), para deixar a presidência da comissão. "O cargo é do PT e estou na iminência de deixar o partido", afirmou Cristovam. Célio Azevedo/Agência Senado

Suplicy fez um apelo para que Cristovam reflita mais sobre sua decisão. O deputado João Alfredo integra a ala esquerda do PT

e está insatisfeito com o governo há algum tempo. "Está muito difícil continuar no PT, por sua política econômica ortodoxa, a aliança com partidos políticos fisiológicos e a dificuldade do Campo Majoritário em largar a rapadura, como se diz na minha terra", disse. Saídas – A debandada de deputados do PT em direção ao P-SOL deverá crescer nas próximas semanas. A Executiva do P-SOL reuniu-se na última terça-feira com oito deputados da ala esquerda petista. Eles discutiram programas partidários, chances de se elegerem na legenda, que ainda não está oficialmente legalizada. O P-SOL já pediu registro de leganda no Tribunal Superior. (AG)

ções com os credores formais PT NEGA CALOTE. do partido foram iniciadas em O tesoureiro não quis MAS PEDE QUE O PAGAMENTO junho. dar detalhes das negociações ou explicar se já entrou em contato com o BMG, informando SEJA PARCELADO. apenas que o partido não rece-

O

presidente interino do PT, Tarso Genro, afirmou ontem que o PT não pretende dar calote em dívidas legais que tenha contraído com o banco BMG. De acordo com ele, o partido procurará os seus credores para negociar os pagamentos de seus débitos, frisando que todos os credores sabem da impossibilidade de os débitos serem quitados em uma só parcela. Segundo Tarso, até ontem o PT não foi acionado judicialmente para quitar a dívida. "O PT vai procurar seus credores e negociar. Não temos

condições de honrar essas dívidas de uma vez só. Vamos negociar, parcelar, e o que for dívida legítima, o partido vai pagar", disse Tarso, que se recusou a falar qual é o valor da divida oficial e da referente ao caixa 2. Imitando o PSDB – Já o tesoureiro nacional do PT, deputado José Pimentel (PT-CE), que também não falou em valores, afirmou que o PT imitará o PSDB em sua defesa sobre os empréstimos ligados ao empresário Marcos Valério no BMG. "Nós vamos pegar a defesa do PSDB e copiar," disse. Segundo Pimentel, as negocia-

beu nenhuma citação formal. BMG – O vice-presidente executivo do BMG, Roberto Rigotto, afirmou ontem que a instituição "fará de tudo" para recuperar os supostos empréstimos feitos ao PT e às empresas de Valério, acusado de ser o operador do chamado "mensalão". A preços de hoje, a dívida total chegaria a R$ 60 milhões. " Vamos fazer de tudo. Se depender de nós, vamos recuperar 100%", afirmou o executivo.O banco já entrou na Justiça para cobrar a execução das dívidas. "É díficil imaginar que um partido deixe de pagar suas dívidas", disse Rigotto. (AG)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

OPINIÃO - 3 Celso Júnior/AE

A N Á L I S E

Marcos Valério, em entrevista ao repórter Ricardo Amaral, da Agência Reuters. "A cópia verdadeira", completou.

Eu sou o back-up do Delúbio!

JOÃO DE SCANTIMBURGO

Conjugação do verbo roubar u m d e s e u s s e r- las da política brasileira. Quando se fala tanto de mões o padre Antônio Vieira, S. J., reforma política é oportuno trata do verbo roubar ou lembrar que as fraudes com verbo rapio, conjugado pe- dinheiro público não comlos portugueses nas colô- binam com uma democranias de seu tempo e das cia participativa digna desse nome, mas, sem dúvida, a quais tinha notícia. Dizia o formidável prega- roubalheira beneficiou não dor que esse verbo era conju- pouco as obscuras personagado em todos os tempos, no gens que foram projetadas passado, no presente e no fu- no cenário político, e inopituro, nos particípios e no ge- nadamente, para surpresa rúndio, nada ficando de fora nossa, que deles nunca ouda roubalheira pelos delega- vimos falar. O que tem sido revelado dos da Coroa, sem que Sua Majestade ficasse sabendo, pela CPI seria inimaginável pois para roubar mais e mui- num regime decente. Mas to mais os delegados impu- neste regime, sobre o qual nham a lei do silêncio, a fa- vivemos, já ouvimos falar mosa omertá dos mafiosos si- do "rouba, mas faz" mais de uma vez e cilianos. Os ladrões O que tem sido conhecemos fortunas feique estão revelado pela CPI tas à sombra sendo projepoder na tados pela seria inimaginável do vida de váCPI também rios indivíroubaram em num regime duos, que de todos os temdecente outra maneipos. Suponr a n ã o c odo que se não fosse descoberta a maroteira nheceriam a fortuna. Desconfiamos há muito que premiou parlamentares da camaradagem, termos dessas comissões de parlaapropriados para os tipos mentares de inquérito que das esquerdas que cercam o investigam ações malévolas presidente. É esse, pois, o para os interesses nacionais verbo mais conhecido das e não punem os culpados, ratazanas das câmaras na- para exemplo das novas gecionais. E mais fariam se não rações que se manifestaram, mais de uma vez nos últimos fossem descobertos. Como se vê, o verbo rou- tempos, com ceticismo no bar vem sendo proferido há julgamento sobre a política séculos e teve no grande je- nacional. É o que devem pensar os suíta um de seus censores enérgicos. Seu sermão é uma parlamentares que são resvaliosa peça de censura dos ponsáveis pela apuração costumes coloniais de sua das ações condenáveis que época e da época de hoje. estão vindo a lume. Evidentemente, esse não é um consolo para nós, que esJoão de Scantimburgo tamos observando o funcioé membro da Academia namento da CPI das fraudes Brasileira de Letras do mensalão e outras mazejscantimburgo@acsp.com.br

Céllus

N

COMENTÁRIO editor@dcomercio.com.br

Relendo José Genoino

O

depoimento na CPI a sociedade que imagina (ou do s B i n g o s d o i r- imaginava) que o socialismo mão de Celso Da- é compatível com a liberdaniel, prefeito de Santo An- de. Acho que os eleitores dedré assassinado em 2002, foi veriam refletir sobre a matéum endosso à tese já expli- ria, pelo menos aqueles que cada por José Genoino ao classificam a corrupção coqualificar qualquer tipo de mo ação não aceitável eticaação. Dizia Genoino que va- mente. Ainda que camuflale tudo pela própria causa e da por justificativas de própria causa. nada em causa própria. Agora nós sabemos tamFoi exatamente ao defender a necessidade de apura- bém que a execução sumária de um partição da morte de Celso DaA corrupção é dário, mesmo que deniel que seu aceitável e fendendo i r m ã o a f i ra cormou que o desejada se carrear apenas rupção relap re f e i t o a stiva, é igualsassinado rerecursos para a mente aceivoltou-se ao tável pelo saber que própria causa PT. É aceitáparte das propinas pagas à prefeitura – na vel porque a denúncia de qual envolveu diretamente gestores de eventos de corGilberto Carvalho, assessor rupção, se denunciados, pode Lulla – era usada em cau- deria vir a frustrar a complesa própria (enriquecimento xa operação montada para pessoal). Em outras pala- assaltar os cofres públicos. N ã o é p o s s í v e l a n i nvras: a corrupção é aceitável e desejada se carrear recur- guém intelectualmente hosos para a própria causa, no nesto aceitar a premissa de que os fins justificam os caso, o PT. Essa visão leninista de as- meios porque isto é aceitar salto aos cofres públicos não que não existem limites étié nova. Mas quando um par- cos. Quem faz isto são tertido social-democrata ou so- roristas que matam quaiscialista, como se afirma o PT, quer pessoas em nome de a endossa nas pessoas de Ge- sua causa. noino e do irmão de Celso Daniel, ela deve amedrontar Arthur Chagas Diniz

Esta é a nova seção dos leitores do Diário do Comércio. Ela estréia amanhã, na página 7.

Uma pequena diferença Antonio Delfim Netto

S

ão dessas excentricidades que só acontecem no Brasil: aqui entre nós o Banco Central autônomo é presidido por um cidadão (ou cidadã) a quem se concedeu por lei a proteção de ministro de Estado, o que significa sua estrita dependência das ordens do Presidente da República. Mas se, por descuido ou intencionalmente, o Presidente ou o seu Vice ousassem dar alguma sugestão sobre a política de juros, logo se levantariam as vozes do sacrossanto "mercado" financeiro para reclamar da interferência leiga em assuntos de tal delicadeza. Apenas para efeito de comparação, vou relembrar uma historinha que aconteceu no dia 18 de agosto último. No Chile, o Banco Central goza de um alto grau de autonomia mas nem por isso pode esquivar-se dos "conselhos" do chefe do governo. Naquele dia (enquanto em

Brasília o Copom aumentava peso chileno... mas que, por isso sorrateiramente a nossa taxa mesmo... 2- O Banco Central deve ser de juro real), o sr. Ricardo Lag o s , p re s i d e n t e d o C h i l e , muito cuidadoso com a taxa de juro real, pois ela transmitia puajuda a atrair cablicamente sua É evidente que pital volátil que opinião sobre o que estava acontemos que mudar vmaaliosr iaz taaaxian dd ae tecendo com o câmbio em face o mix da política câmbio! O que diriam da valorização econômica os nossos sábios das exportações analistas finande cobre. Ele fez duas observações muito claras ceiros e os "cientistas", naquela habitual linguagem de bancoe com endereço certo: 1-É inevitável que os altos pre- centralês, se o presidente Lula ços do cobre e, portanto, o grande fizesse uma declaração como aumento do valor das exportações esta!? No mínimo, que se tratacontribuam para a valorização do va de uma tentativa populista

de mudar a política monetária. Seria considerada "abusiva" e todo o sistema financeiro nacional e internacional ficaria de "mau humor". A comparação com o Chile é interessante por se tratar de um país cuja política econômica é dada como exemplo para a maioria dos "emergentes". As diferenças com o Brasil podem ser observadas no quadro abaixo. Nossa desvantagem mais gritante pode ser resumida nos itens: taxas de juros escandalosamente mais altas, inchaço da dívida em relação ao PIB e a lerdeza em reagir à valorização do câmbio nos últimos doze meses. É evidente que temos que providenciar sem mais demora a mudança do mix de política econômica, aumentando o peso atribuído à política fiscal para poder afrouxar a política monetária e nos libertarmos da enorme tolice que é a sustentação da excessiva valorização do Real.

A maldade da MP do Bem

E

nquanto só se fala em blindagem da economia para que ela não sofra impactos da crise política, passa despercebida a Medida Provisória 252. Em tramitação no Congresso, o pacote de incentivos fiscais para novos investimentos produtivos, batizado de “MP do Bem”, contempla em seu bojo uma boa fatia da “MP do Mal”. A Receita Federal, a exemplo dos lobbies e m p re s a r i a i s que se articulam para obter benefícios tributários, aproveitou-se dessa medida para inserir no texto regras que visam elevar a arrecadação. Ou seja, os novos artigos pleiteados pela Receita têm como objetivos a redução de brechas na sonegação e o aumento da eficiência do Fisco. Apesar da entrada de tantas “bondades”, a mesma Frente Brasileira de Entidades, da qual o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) está à frente e que conseguiu derrubar a MP 232, voltou a

dar as mãos defendendo, em forma, são obrigadas a antecisíntese, um sistema tributário par os impostos antes de receque não desestimule os em- ber, configurando um confisco antecipado do faturamenpreendedores. Após duas reuniões e uma to da empresa, que é obrigada análise mais aprofundada do a recorrer a capital de giro e conteúdo da “MP do Bem”, fi- taxas de juros altíssimas. Das cou claro que esta possui pon- 5,5 milhões de empresas pestos positivos, porém, peca por quisadas, 54%, ou melhor, incentivar apenas alguns seto- três milhões possuem débitos tributários. re s c o m o , p o r Mesmo os seexemplo, o exConfisco do tores beneficiaportador, o imofaturamento: dos pela MP biliário, da in5 2 c o n s i d eformática, de as empresas devem 2ram os incentiinovação tecnovos acanhados. lógica e de previantecipar Prova disso é dência privada. os impostos. que a MP cheCria benefícios gou à Câmara para o Imposto de Renda da Pessoa Física e com um total de 443 sugestambém para empresas insta- tões de emendas. No passado, quando a carga ladas em regiões pobres, mas maldades estão intercaladas e tributária era menor e a inflanão corrige distorções graves, ção alta, os prazos de recolhia exemplo do prazo de recolhi- mento dos tributos foram antecipados para que o governo mento de tributos. As empresas, em média, não perdesse, mas hoje, com têm que pagar impostos após carga tributária próxima de 25 dias, enquanto o prazo pa- 40% do Produto Interno Bruto ra a entrada da receita é de 57 e índices inflacionários relatidias. As companhias, desta vamente baixos, a antecipação

não se justifica. Outra maldade grave é em relação ao dispositivo que possibilita a criação de turmas especiais no Conselho de Contribuintes. Se a MP for convertida em lei, o Ministério da Fazenda poderá estabelecer turmas temporárias para julgar os processos que especificar, de acordo com a matéria ou valor da causa. Com esses verdadeiros fiscais de exceção, o Fisco passa a ter o poder de mudar o curso do julgamento. O que o país não pode tolerar mais são as altas cargas tributárias cobradas das empresas paralelamente às elevadas taxas de juros. Juros esses que sufocam o setor produtivo, impedindo a criação de empregos e de novos investimentos. O confisco antecipado compromete a saúde das empresas e o capital de giro dos empreendedores. José Martonio Alves Coelho, presidente do Conselho Federal de Contabilidade

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4 -.POLÍTICA

Política

Eymar MASCARO

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

ACSP E ENTIDADES PREPARAM MANIFESTAÇÃO CONTRA CORRUPÇÃO Filipe Araújo/AE/03-09-05

DELFIM X FHC

Grito de guerra de José Rainha Júnior, com dissidentes do MST: "Vamos parar o Pontal e o latifúndio vai tremer".

A

ntigo militante da Arena, partido da revolução de 64, passando pelo PDS e agora no PP, o deputado Delfim Neto está trocando a legenda de Paulo Maluf pelo PMDB de Orestes Quércia. Perde Maluf e ganha Quércia. Delfim Neto vai para o PMDB provavelmente para disputar o governo de São Paulo em 2006. Como o PSDB sonha em fazer de FHC o candidato do partido à sucessão de Alckmin, o eleitor poderá assistir a um pega sensacional nas urnas entre o ex-ministro e o ex-presidente da República. Delfim Neto é um dos mais atuantes quadros do PP no Congresso Nacional. Trata-se de um deputado respeitado por todos os partidos. É natural, portanto, que sua filiação desperte tanto interesse nos peemedebistas. Nas eleições de 2002, Delfim Neto foi um dos deputados mais votados em São Paulo. Superou a marca dos 100 mil votos. Delfim Neto prefere dizer que vai para o PMDB para disputar mais um mandato de deputado federal. Acha que o candidato natural do partido a governador é Orestes Quércia.

A ida de Delfim Neto tos para pilotar uma chapa para o PMDB estava sendo na convenção de novemtrabalhada pelo ex-governador Orestes Quércia com a colaboração de Michel Temer. O PMDB pensa em disputar a sucessão de Alckmin com candidato próprio. Agora tem 3 opções: Quércia, Temer e Delfim.

bro. Os dois, com isso, ganhariam mais espaço no partido e teriam a primazia de indicar o candidato à Presidência.

A pesar de ter sido aprovada a cassação de Rober-

to Jefferson no Conselho C om a crise que abala o de Ética, por 14 votos a zegoverno federal, o PT so- ro, quem dará a palavra fifreu desgaste natural também em São Paulo. O partido, que tinha seis précandidatos ao governo estadual, ficou com apenas dois: Aloizio Mercadante e Marta Suplicy.

nal sobre o destino do mandato do deputado será o plenário da Câmara. Para cassar Jefferson será preciso o mínimo de 257 votos favoráveis.

ral, também em São Paulo a eleição para governador pode ficar polarizada entre os candidatos do PT e PSDB, sobretudo se os tucanos lançarem FHC.

contrário da votação no Conselho de Ética. A Câmara tem 513 deputados. Para cassar um mandato são necessários a metade dos votos, mais um, ou seja, 257 votos.

A votação no plenário A exemplo do que pode da Câmara, possivelmente acontecer no plano fede- no dia 21, será secreta, ao

O PMDB quer estragar a festa de petistas e tuca- A maioria dos deputa-

nos. Por isso, o partido pensa em ter um candidato forte ao Palácio dos Bandeirantes. Se conseguir, a disputa em São Paulo ficará restrita ao PT, PSDB e PMDB.

dos acha que não será fácil o relator da CPMI dos Correios, Osmar Serraglio ver concretizado seu parecer, que pede a cassação de 18 deputados, entre os quais José Dirceu, por envolvimento com o mensalão e olta-se a falar no pos- caixa 2 dos partidos. sível adiamento da conernando Gabeira está venção do PSDB marcada para novembro. A transfe- atrás de um partido de rência de data seria para mais expressão para subsmarço para coincidir com crever a representação que o processo de escolha do prepara, pedindo o afastacandidato à presidência mento de Severino Cavalcanti da Presidência da Câda República. mara. A representação tem e r a l d o A l c k m i n é de ser enviada ao Consecontra a mudança de data. lho de Ética. Não é mais segredo para e a representação for ninguém que o governador disputa o comando do subscrita apenas pelo departido com José Serra. Os putado, pode ser enviada dois lutam pela legenda por Severino Cavalcanti para se candidatar à suces- para a Corregedoria da são de Lula. Câmara. Depois de receber parecer do corregedor, l ckmi n, no entanto, a representação voltaria desmente que esteja corte- para a Presidência, que dej a n d o o c o m a n d o d o cide se envia a matéria paPSDB. E arrisca dizer que ra o Conselho de Ética. quem apostar numa sueve ser amanhã, em posta briga entre ele e o prefeito, quebra a cara. Pe- Brasília, a reunião do prelo jeito que diz, até parece sidente do STF, ministro que ambos são como ir- Nelson Jobim, com os governadores, para a apremãos siameses. sentação de um plano que osé Serra, contudo, já equacione o problema dos detectou que os governa- precatórios nos estados, dores Aécio Neves e Ge- que tanta dor-de-cabeça raldo Alckmin atuam jun- traz aos governantes.

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SETEMBRO VERMELHO Alexandre Belém/AE

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m dia antes do início de uma nova jornada de luta pela reforma agrária, o "setembro vermelho", com invasões de fazendas em todo o País, pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), cinco pessoas ficaram feridas em Pernambuco, durante uma ocupação de terra na fazenda Berra Boi, de propriedade do empresário Paulo Miranda, que também atua no setor imobiliário. O incidente aconteceu no início da manhã, quando cerca de 500 pessoas ligadas ao MST ocuparam a fazenda, cuja desapropriação é exigida pelo movimento para fins de reforma agrária. Os sem-terra se dirigiam para a Berra Boi, quando quatro deles foram atingidos por uma blazer dirigida pelo proprietário e ficaram feridas. Durante o incidente, um dos jagunços da fazenda caiu da caminhonete e também se feriu. Ele e um outro – que caiu de uma moto no mesmo momento – foram rendidos pelos sem-terra, que alegam que eles participaram da agressão. A situação já está sob controle, mas a tensão no local permanece. O Incra informou que a Berra Boi encontra-se na lista de pro-

priedades que devem ser vistoriadas no estado. O incidente aconteceu em Glória de Goitá, a 63 quilômetros de Recife. Ocupações – O MST já programou para o "setembro vermelho" manifestações e atos de protesto contra a política econômica e pela reforma política, com a ocupação de agências bancárias e repartições públicas. As ações não se restringirão ao Dia da Independência, quando o movimento participa do Grito dos Excluídos (veja matéria abaixo). Está previsto um número recorde de invasões, este ano. Setembro foi escolhido para concentrar as ações que, geralmente, são realizadas em abril, quando os sem-terra lembram o massacre ocorrido em Eldorado dos Carajás (PA), em 1996, com a morte 19 sem-terra em confronto com policiais militares. Os dirigentes do movimento avaliaram que o momento é oportuno para desencadear as ações, que representarão o fim da trégua dada ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após as negociações que encerraram a marcha. Disposto a recuperar-se da crise política que o deixou quase imobilizado, após as denúncias do mensalão, a adminis-

Em Glória do Goitá, em Pernambuco: invasão e quatro feridos.

tração federal empenharia numa agenda de realizações e pode acelerar a reforma agrária. Os líderes avaliaram que as ocupações não prejudicam Lula e podem dividir a atenção da opinião pública, focada no cenário político de Brasília. A retomada das atividades de campo é vista como uma forma de unir a militância. Rainha dissidente – Acusado de estar tornando-se uma organização "de gabinete" o MST vê crescerem as dissidências. No sábado, o líder José Rainha Júnior reuniu 1.200 militantes no Pontal do Paranapanema, à revelia dos dirigentes e em apoio ao deputado Jo-

sé Dirceu (PT-SP). Ele anunciou uma jornada própria de invasões de 26 a 30 de dezembro. "Vamos parar o Pontal e o latifúndio vai tremer", anunciou. Na região, duas fazendas – a Santo Expedito, em Teodoro Sampaio, e a Aprumado, em Rancharia – estão ocupadas pelo MST e, ao mesmo tempo, por grupos dissidentes. O presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antônio Nabhan Garcia, lamentou o anúncio de uma escalada de invasões. Segundo ele, o MST busca "um mártir" para desviar as atenções dos escândalos de corrupção na gestão do PT. (Agências)

EXCLUÍDOS PREPARAM SEU GRITO

S

ob o lema "Brasil, em nossas as mãos a mudança", diversos movimentos sociais iniciam a preparação da 11ª edição do Grito dos Excluídos deste ano. A manifestação nacional , que pode reunir mais de 100 mil pessoas, prevê ações em todos os estados durante a semana e, particularmente no dia 7, quando caravanas de diferentes regiões se encontram na Basílica de Nossa Senhora de Aparecida do Norte. Neste ano, o objetivo é exigir mudanças econômicas e políticas e o combate à corrupção. O bispo auxiliar de São Paulo, Pedro Luiz Stringhini,

representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), defende que no Grito deste ano também deve estar em pauta a discussão sobre a ética no Brasil, especialmente no que se refere à corrupção. Alerta – Na opinião de Stringhin, o País já é capaz de encarar o 7 de Setembro como uma data em que o povo se mobiliza para exigir mudanças nas áreas de moradia, trabalho, educação e saúde. "O Grito é sempre um movimento de alerta", diz ele. Os atos públicos do Grito dos Excluídos terão início hoje com a Romaria para o Grito,

que sairá da Paróquia Cristo Rei, na Via Anhanguera, da Grande São Paulo, onde se dará o Grito Contra a Implantação do Lixão na região. A romaria seguirá para outros destinos, nos quais haverá gritos pela Paz, pelo Migrante, Contra a Exclusão na Saúde Pública e pela Instalação de Centro Cultural Memória e Lazer do Trabalhador. Amanhã a romaria itinerante segue para se reunir às outras, que partem das demais cidades e bairros da capital, rumo à praça da Sé, onde haverá vigília e acampamento. Caravana – Na manhã da quarta-feira, após missa cele-

brada às 7 horas na Catedral da Sé, os romeiros se dividem entre os que irão ao Grito no Monumento à Independência (às 10 horas) e os que seguirão em caravana até Aparecida do Norte, onde ocorre o Grito Nacional (às 9h30) . No Rio Grande do Sul, haverá atos do Grito em dez cidades. Em Pernambuco, os preparativos acontecem nas dioceses de Recife e Caruaru; em Minas Gerais, além da capital, nas dioceses de Mariana e Itabira. Também participam dos atos as organizações dos de estados como Amapá, Santa Catarina, Ceará, Rio de Janeiro. (Agências)

ATO PELO FIM DA CORRUPÇÃO

A

s lideranças do Movimento pela Legalidade, contra o Arbítrio e a Corrupção, do qual fazem parte a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), se reúnem nesta manhã na sede da Ordem dos Advogados do Brasil para acertar os últimos detalhes da manifestação marcada para amanhã. Segundo Guilherme Afif Domingos, presidente da ACSP, a manifestação, primeiramente, mostrará a insatisfação da sociedade com o rumo das investigações a respeito das denúncias de corrupção. Ela também servirá de protesto contra a "clara manobra de

se transferir a crise para o Congresso". "A crise é do governo, a corrupção está no governo. Vamos expressar nossa solidariedade ao Congresso e exigir que tudo seja apurado", disse Afif Domingos, que é a favor da unificação das três comissões parlamentares de inquérito (Correios, Mensalão e Bingos). A manifestação "Corrupção Zero - Eu quero a verdade", parte da praça da Sé e termina na praça Ramos, com uma parada em frente ao Impostômetro (veja box ao lado). O movimento, que é apartidário e foi lançado no dia 18 de julho, é integrado por mais de 40 entidades da sociedade civil. Kety Shapazian

IMPOSTÔMETRO, NO MEIO DO CAMINHO

A

manhã, durante a passeata em protesto contra a corrupção, os participantes vão acompanhar em tempo real o apetite do Leão quando passarem pelo Impostômetro, painel eletrônico instalado no prédio da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), na rua Boa Vista. O taxímetro do Fisco deverá ter ultrapassado a marca dos R$ 500 bilhões, que é o valor total de tributos arrecadados pelos governos federal, estadual e municipal desde o dia 1º de janeiro de 2005, incluindo multas, juros e correção monetária. A ferramenta foi

lançada em abril para conscientizar a população sobre o quanto ela paga de impostos, taxas e contribuições, segundo a segundo, para que possa exigir do governo a contrapartida na prestação de serviços públicos. Este ano, com o Impostômetro, foi possível constatar que a marca dos R$ 400 bilhões em tributos recolhidos pelos contribuintes foi atingida em 25 de julho, 22 dias mais cedo do que ocorreu em 2004. O painel também está disponível na Internet, no endereço: www.impostometro.org.br.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

POLÍTICA - 5

A REFORMA POLÍTICA É URGENTE, MAS FALTA TEMPO HÁBIL PARA IMPLEMENTÁ-LA PARA VIGORAR EM 2006. Luiz Prado/Agência Luz

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

DEBATES MOSTRAM A NECESSIDADE DE REFORMAS José Paulo Lanyi

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necessidade de uma reforma político-eleitoral foi o principal ponto de convergência entre os participantes do ciclo de debates promovido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) para discutir saídas para a crise. Na mesma direção, o ceticismo quanto ao ritmo das reformas deu o tom das discussões. O pensamento hegemônico é de que pouco se pode esperar de significativo na mudança das regras para as eleições do ano que vem. "Quem quer continuar com o atual sistema eleitoral com alguns remendos que faça a sua opção", disse o deputado Ronaldo Caiado (PFL-GO), relator da Comissão Especial de Reforma Política, um dos participantes dos debates. "Nós estamos na iminência de entrarmos no ano eleitoral sem uma legislação reformuladora, trabalhando em cima da atual legislação", preocupou-se o presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, durante o ciclo de palestras. Caiado disse não acreditar que a data-limite para a aprovação de mudanças para a próxima eleição seja estendida de 30 de setembro para 31 de dezembro. "Os partidos que estão sendo enfocados nesse processo de escândalo não vão querer mudar esse prazo. Quanto mais prazo for dado, mais eles vão desidratando, perdendo substância de agora para frente. Eles querem manter esse um ano (de prazo legal entre a aprovação das novas regras e a data da eleição)." Financiamento – A primeira plenária foi realizada em 8 de agosto, em São Paulo, com o deputado Roberto Jefferson (PTB). Também debateram o diretor da Transparência Brasil, Claudio Weber Abramo, o ex-ministro do TSE, Torquato Jardim, o presidente da Comissão Defesa da República da OAB, Cícero Harada, e o cientista político Amaury de Souza. Jefferson, cuja cassação ainda não havia sido aprovada pelo Conselho de Ética da Câmara, citou a democracia norte-americana como exemplo positivo de financiamento de campanhas eleitorais e criticou o que chama de hipocrisia na divulgação dos nomes dos doadores. De acordo com o deputado, nos Estados Unidos o empresário que mais contribui é aplaudido e chega a tirar fotografias ao lado do presidente como grande incentivador da democracia.

Mídia – O autor das denúncias do mensalão criticou a forma com que os meios de comunicação estariam tratando os empresários que fazem doações legais aos candidatos. "Nos Estados Unidos ninguém increspa, acusa, marca, carimba aquele empresário de ser corruptor do presidente. Ele não está comprando o presidente, não está comprando a pena do presidente da América. Ele está apostando na democracia, a doação dele é para que se permita o exercício pleno da atividade democrática". O deputado condenou a divulgação das listas de doadores legais no Brasil. O embate "entre vencedores e perdedores" estaria no centro dos conflitos expostos pelos meios de comunicação brasileiros. "Quando os interesses se conflitam, imediatamente a mídia abre e diz: o partido do Roberto Jefferson , o PTB, recebeu doações de tais, tais e tais empresas. Já expõe as vísceras dessas pessoas à sanha da Receita Federal ou da receita estadual ou da Previdência. O empresário que opera caixa 2 nunca é exposto. Esse nunca vai para as manchetes dos jornais. E é esse que manda no governo", observou. "Os grupos econômicos também se sucedem no poder e a gente fica com essa mentira no Brasil de que os grupos econômicos não podem apostar na democracia até para mudar aqueles que lá estão", disse Roberto Jefferson. Listas – O segundo debate foi em 22 de agosto, com a presença do deputado Ronaldo Caiado, do presidente nacional do PMDB, Michel Temer, do titular da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, José Eduardo Martins Cardozo (PT-SP), e do deputado João Almeida (PSDB-BA). A reforma eleitoral emergiu como base da reforma política. A ênfase foi na profunda reformulação dos mecanismos atuais. "Se há um equívoco que foi cometido pelo nosso governo foi não ter priorizado a reforma política", reconheceu Cardozo. "O debate político e ideológico cede espaço a questões como simpatia, personalidade e outras questões. É hipócrita, porque o eleitor não sabe que está votando não só no candidato, mas na legenda que recebe o voto e redistribui para pessoas que não são as votadas. As pessoas votam em uns e elegem outros". Listas – Para Michel Temer, a opção é o sistema de listas

No alto, os deputados Roberto Jefferson (PTB-RJ) e José Eduardo Cardozo (PT-SP): pontos de vista diferentes sobre questões como a doação de empresários para fundos de campanha. Abaixo, Ronaldo Caiado (PFL-GO) e Michel Temer (PMDB-SP): preocupados com a possibilidade de que a reforma saia às pressas e incompleta.

partidárias, em substituição ao modelo vigente. "O grande problema que tenho quando me candidato a deputado federal é que tenho que disputar com o meu companheiro de partido os votos para a minha eleição. É mais uma forma de destruição do partido político, nega a idéia de agregação partidária", salienta o presidente do PMDB. Caixa 2 – "Se nós mudarmos o sistema eleitoral e permitirmos que só o partido faça campanha, São Paulo vai ter oito, dez campanhas este ano. Na próxima, nem dez: cinco ou seis, porque os outros partidos vão sucumbir. Aí, sim, a Justiça Eleitoral vai poder acompanhar. Com este sistema eleitoral é impraticável", comentou o deputado baiano João Almeida, um dos maiores especialistas da Câmara sobre este tema.

FINANCIAMENTO ELEITORAL "Financiamento público inibiria o caixa 2? Conversa fiada. Ia tornar o caixa 2 mais forte ainda. Porque ninguém ia doar por dentro e todos doariam por fora." (Roberto Jefferson) "No momento em que se buscam recursos eleitorais, muitas vezes interesses não sadios fazem com que doadores de campanha se liguem a candidatos que, a partir desse momento, vendem a alma ao diabo". (José Eduardo Martins Cardozo) "Ou nós vamos discutir claramente o financiamento das campanhas eleitorais, ou não vamos acabar com a raiz da corrupção". (Roberto Jefferson) "Há dez anos atrás eu dizia que financiamento não resolve. Hoje, continuo pensando da mesma forma. Não resolve porque não elimina o

caixa 2". (Carlos Velloso) "O sistema eleitoral é clientelista. Políticos têm que cuidar individualmente daqueles que os apoiaram e acabam gastando muito. Se muda o sistema para o partidário, gasta-se menos". (João Almeida) "Não são apenas os interesses sociais que se assentam naquela cadeira presidencial, são também os econômicos. E essas coisas têm que ser claras. Enquanto persistir a hipocrisia e a mentira, toda eleição é financiada por fora". (Roberto Jefferson) "O financiamento eleitoral, da forma como ele se apresenta, é a porta de entrada da corrupção. Há estudos que demonstram que a renda per capta brasileira seria diferente". (José Eduardo Martins Cardozo)

REFORMA POLÍTICA "Esquerda, centro-esquerda, centro, centro-direita, direita: cinco partidos são capazes de agasalhar todo o sentimento ideológico do País". (Roberto Jefferson) "Showmício é enganar o eleitor, a história das imagens externas e de outras manifestações nos programas televisivos desvia a atenção do eleitor, que não fica sabendo exatamente qual é o pensamento dos candidatos. A campanha fica chata visualmente, mas fica expressiva, significativa, saliente, verdadeira para o eleitor". (Michel Temer) "A reforma do sistema eleitoral é que pode levar à redução do custo das campanhas, que no País é altíssimo. O candidato tem que fazer ele próprio a eleição. Tem que competir com o seu companheiro de partido e com os adversários de outros partidos". (João Almeida) "Quando se privilegia a relação entre pessoas e mandatos, se desconstitui a idéia de partido. Nós não temos, historicamente, no Brasil, partidos. Nós temos legendas, espaços de ocupação para disputa eleitoral, em que a formação não passa por situações programáticas ou ideológicas".(José Eduardo Martins Cardozo) "A lista pré-ordenada é um instrumento tão inteligente e já usado em tantos outros países que viabiliza o financiamento público de campanhas, fortalece os partidos e acaba de uma vez por todas com a infidelidade partidária, porque o cidadão que negociou os seus interesses ou teve conchavos feitos para passar para outro partido vai para o fim da fila, morreu politicamente. Alguém vai ceder o lugar na fila para alguém que chegou por outros acordos ao partido?" (Ronaldo Caiado)

vai estimular os doadores a declarar com exatidão aquilo que doaram. Estimulados os doadores, oferecendo-lhes o incentivo, vão declarar aquilo que doaram". Diplomação – Entre as alterações que serão encaminhadas pelo presidente do TSE destaca-se a que impede a diplomação do candidato cujas contas tenham sido rejeitadas "por dolo, fraude ou simulação". Pela proposta a ser analisada pelos congressistas, o processo de prestação de contas de campanha poderá ser

reaberto a qualquer tempo durante o mandato por provocação de partido político, do Ministério Público e do eleitor. Se as contas forem rejeitadas, o candidato estará sujeito à perda de seu mandato. "Estou propondo a realização de convênios com as secretarias da Receita Federal, estaduais e municipais. Elas é que podem dizer se uma nota é fria ou não, se a empresa foi extinta ou não. Vamos também fazer auditorias nas sedes dos partidos políticos", anunciou Velloso.

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O deputado Ronaldo Caiado citou o estudo de um cientista político segundo o qual as eleições de 94 custaram R$ 10 bilhões, dos quais apenas um pequeno porcentual teria origem lícita. Conforme o deputado da bancada ruralista, outro dado que comprometeria o sistema atual foi explicitado por um delegado da Polícia Federal, em uma audiência pública na Comissão de Reforma Política. De acordo com o policial, o Brasil é o segundo País do mundo em financiamento de políticos com caixa de narcotráfico. "Só perde para a Colômbia. Tem também jogo do bicho, tráfico de armas e roubo de cargas bancando candidaturas ou se candidatando", disse Caiado durante o debate. Caixa 2 – O presidente do TSE, Carlos Velloso, diz não acreditar no fim do caixa 2. No terceiro debate, ele previu que o conjunto de medidas que encaminhará este mês ao Congresso Nacional pode produzir "uns 80% de êxito". "Há aquela parcela de pessoas gananciosas que estão pensando sempre em satisfazer os seus interesses pessoais, e são esses que penso que vão impedir que o caixa 2 acabe de vez". Também participaram do debate o vice-governador Cláudio Lembo e o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, Álvaro Lazzarini. Doações – Nas discussões, Velloso disse ainda ser contrário à limitação do valor das doações, como está previsto na minirreforma eleitoral em tramitação no Congresso. "Deve haver estímulos fiscais na proporção do quanto doado. Isso vai impedir o caixa 2 porque


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segunda-feira, 5 de setembro de 2005

FINANCIAMENTO PÚBLICO DE CAMPANHAS É UM DOS PONTOS MAIS POLÊMICOS DO PROJETO DE REFORMA. L

"Nós sempre tivemos problema com campanha", disse o presidente do TRE-SP, Álvaro Lazzarini. Ex-corregedor eleitoral, Lazzarini é contra o financiamento público das campanhas. "Não vejo como o financiamento público será algo para eliminar o caixa 2. Só se for para massagear o ego do candidato. É gratuita para o candidato", ironizou, lembrando que as emissoras são compensadas no pagamento de tributos, e que, portanto, há uma geração de despesas para o País. Voto distrital – Opaineltambém abordou os mecanismos fundamentais da eleição. Guilherme Afif Domingos brincou com a preferência dos deputados e senadores. "Lá no Congresso, 98% dos parlamentares são a favor do voto distrital para o ano 2070". Conforme o presidente da ACSP, "o voto distrital pode ter chance de sair, se distrito for desenhado pela Justiça Eleitoral, a única forma isenta de se estabelecer uma regra, porque, se deixar para o Legislativo, isso é impossível". "Estamos muito evoluídos em matéria de Justiça Eleitoral", disse, em contraponto ao vicegovernador Cláudio Lembo, citando a emoção do presidente de Portugal, Roque Sampaio, ao constatar que o resultado da eleição presidencial brasileira saiu no mesmo dia da votação, por causa da urna eletrônica. "Nossa Justiça Eleitoral, criação brasileira, é notável. Mas nós, brasileiros, às vezes enfrentamos algo circunstancial, como o atual momento político, em que um partido, numa ação autofágica, se autodestrói, se desfaz, porque não tinha vínculo, não tinha liame entre si". (JPL)

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

FIDELIDADE PARTIDÁRIA "O voto em lista exige fidelidade partidária, é inerente a esse processo. Não dá mais para se trocar de partido como se troca de camisa, como temos visto. É simplesmente lamentável, ridículo, inaceitável e joga contra a base de sustentação democrática que é a formação de partidos fortes". (José Eduardo Martins Cardozo) "Há 513 deputados federais há Câmara dos Deputados, 261 trocas nesta legislatura. Houve deputados que trocaram seis, oito vezes de partido. E o mensalão está atrás disso. A disputa era 30 mil mais luvas". (Roberto Jefferson) "E agora, nessa proposta que vem do Senado, querem mudar para três anos, dizendo que isso garante fidelidade partidária. Isso não garante fidelidade partidária, garante filiação ao partido, não tem nenhum cabimento". (João Almeida) "Não é por motivo ideológico que ele migra, a migração tem sempre um interesse econômico e financeiro". (Roberto Jefferson) "Fidelidade partidária é fundamental para a estabilidade da democracia no País. Nós já vamos eliminar aqui mais 30% da corrupção". (Roberto Jefferson)

Roberto Jefferson Virgem, no Congresso Nacional, só o partido da senadora Heloísa Helena, o P-SOL. Os outros todos foram financiados por caixa 2. O que permeia toda a corrupção políticopartidária e eleitoral vem das agências de publicidade.

José Eduardo Cardozo Hoje, um governante que não cede a essa busca de espaços administrativos, que às vezes gera conseqüências terríveis no campo da probidade, é um governo que não consegue governar. Sou um defensor intransigente do financiamento público de campanha. O que é preferível? Um sistema hipócrita em que o financiamento é feito com dinheiro público sem que se saiba e sem controle, ou um sistema em que o orçamento assuma o custo da democracia?

João Almeida Qualquer reforma política que se faça que não se trabalhe o sistema eleitoral vai resultar em nada Eleição não é assunto de Justiça, é de partido político e cidadania Como é que vai se dar estrutura à Justiça Eleitoral para controlar em São Paulo na próxima eleição mil campanhas? Cada um faz a sua. Arrecada e gasta. Aí aumenta a pena para cinco anos, bota um tesoureiro que também vai ser responsável. Não muda nada.

Ronaldo Caiado Em 2 anos e 6 meses, a Câmara dos Deputados assistiu 136 deputados federais mudarem de partido mais de 210 vezes. Isso não existe no mundo. Os maiores porcentuais chegam em torno de 1%, 1,5%. No Brasil nos já extrapolamos os 25% de deputados federais que já deixaram a sua sigla, pela qual foram eleitos, para outra sigla. Nós vamos definir no orçamento R$ 807 por voto, de acordo com o número de eleitores registrados no TSE no ano que antecede as eleições. 120 milhões de eleitores, R$ 840 milhões o gasto de uma eleição. O dinheiro público não será repassado para précandidato, mas para o partido político. O TRE terá que fiscalizar o partido.

Em sentido horário: o deputado João Almeida dos Santos (PSDB), o ministro Carlos Velloso, do TSE, o presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, e o cientista político Amaury de Souza. Durante debate sobre a reforma política, todos destacaram os principais desafios e entraves de aprovar novas regras no Congresso.

REFORMA PRECISA SER MELHOR DEBATIDA

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ociedade e classe política querem que a reforma política entre em vigor já nas eleições do próximo ano, mas mudanças com conteúdo só poderão ser feitas se for alterado o prazo para sua aprovação, passado de 30 de setembro para 31 de dezembro deste ano. A ampliação do prazo ajudaria a melhorar as discussões, já que alguns temas, como o financiamento público, ainda dividem opiniões. Essas foram algumas das conclusões do cientista político Amaury de Souza, que fez o balanço dos três debates que aconteceram nas palestras promovidas pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) com o título "Reforma política: o que fazer?". Na primeira palestra, o convidado foi o deputado Roberto Jefferson (PTB), autor das denúncias sobre a existência do mensalão. O segundo encontro de debates contou com a presença dos deputados José Eduardo Cardozo (PT), Michel Temer (PMDB), Ronaldo Caiado (PFL) e João Almeida (PSDB). O último debate contou com a presença do ministro Carlos Velloso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Legislativo e Judiciário participaram dos debates. Além disso, houve um grande interesse da sociedade civil e da imprensa. O que aprendemos com as palestras é que o tema reforma política ainda exige um processo de debate mais amplo e profundo, embora já

tenha surgido um consenso de que algo precisa ser feito para corrigir as distorções partidárias e eleitorais. As discussões afloraram e despertaram divergências quando foi tocado no assunto do financiamento das campanhas e na elaboração de listas de candidatos, substituindo o voto no candidato pelo voto na legenda", resume Amaury de Souza. Projetos – Segundo o cien-

No meio do caminho está o projeto que limita a filiação partidária, estabelecendo um mínimo de três anos para o candidato ficar numa legenda. tista político, existem hoje vários projetos de reforma eleitoral e política, com maior ou menor ambição. "O projeto da comissão especial da Câmara busca reformular de maneira mais radical o processo de eleições e a representação no Congresso, estabelecendo a criação de listas fechadas de candidatos. Também cria o financiamento público das campanhas e a federalização partidária. Enquanto isso, o projeto do senador Bornhausen se concentra em medidas de alcance imediato e voltado para as campanhas políticas". Amaury de Souza explica

ainda que "no meio do caminho, está o projeto que limita a filiação partidária, estabelecendo um mínimo de três anos para o candidato ficar numa legenda. Os projetos mais ambiciosos dificilmente serão aprovados pelo Congresso para valerem nas eleições de 2006, já que o prazo termina no final deste mês", acredita ele. Barreira – Nos debates também ficou claro que existe uma alteração no processo político já aprovado que deve ser defendido. "Trata-se da cláusula de barreira. Cada partido terá que conseguir alcançar 5% dos votos nacionais para a Câmara dos Deputados, além de 3% dos votos em nove estados do País. Os candidatos que pertencerem a partidos que não consigam esses índices vão poder assumir seus mandatos, caso consigam ser eleitos, mas não têm direito às vantagens dos partidos maiores, como o fundo partidário, horário eleitoral gratuito e participação nas comissões permanentes. Serão verdadeiros mortos vivos", diz Souza. Para ele, a tendência, nesses casos, "será a eliminação dos partidos menores, já que os deputados devem migrar para as legendas maiores, reduzindose drasticamente o número de partidos. Devemos ter entre cinco e seis partidos", avalia Souza. "Deve-se impedir no Congresso qualquer aprovação de emenda que a altera ou que a revogue", afirma. O cientista político também lembra que, durante as pales-

A reforma (política) deve atender prioritariamente ao desejo dos eleitores e não os de seus representantes. tras, sempre foi destacada a importância da implantação do voto distrital misto, para as eleições legislativas. Esse sistema atingiria as Câmaras federal e municipais, além das Assembléias Legislativas. Identificação – "Metade das casas legislativas seria eleita pelo voto majoritário. O restante pelo voto de legenda, a partir de lista elaboradas pelos próprios partidos. Assim, os eleitores seriam capazes de identificar os representantes na casas legislativas e poderiam exigir deles ações coerentes com a maioria dos eleitores dos distritos", explica Amaury de Souza. "Da mesma forma as palestras também indicaram a necessidade de os temas da reforma serem levados a um público mais amplo, envolvendo a sociedade na elaboração dos conteúdos das propostas apresentadas no Congresso. A reforma deve atender prioritariamente ao desejo dos eleitores e não os de seus representantes", afirma Souza. Fernando Lancha


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segunda-feira, 5 de setembro de 2005

POLÍTICA - 7

OPOSIÇÃO ARTICULA PARA AFASTAR PRESIDENTE DA CÂMARA. MAIS TRÊS DEPUTADOS PODEM SER CASSADOS.

AGORA, SEVERINO É O ALVO. Anna Izabel

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SINDICÂNCIA, PF E TCU APURAM

Se ganhar adeptos, movimento anti-Severino pode levar pedido de afastamento para votação em plenário

Parlamentares de Inquérito (CPIs) dos Correios e do "Mensalão". Segundo Aleluia, o comportamento de Severino afeta a credibilidade da Câmara e dos integrantes dela. "Dizer que ele representa a política do passado é condenar pessoas que tiveram papel importante nos períodos de democracia do País. Ele não representa nada. Severino Cavalcanti é o pior que se pode esperar da política." Licença – Integrante da ala esquerda do PT, o deputado Chico Alencar (RJ) afirmou que o afastamento temporário de Severino permitiria que as

Comissões dedicam a semana a análise de documentos

Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo/O Globo

FERIADO DESACELERA TRABALHOS DAS CPIs

feriado do Dia da Independência desacelera os trabalhos das CPIs nesta semana. Os integrantes das comissões vão se dedicar a trabalhos internos. Todos as presenças foram canceladas, entre elas a do ex-ministro da Secretaria de Comunicação de Governo Luiz Gushiken. Senado e Câmara terão uma espécie de recesso branco. As votações de matérias só voltam a partir do dia 12. Valério – O empresário Marcos Valério, acusado de operar o financiamento paralelo do PT, presta novo depoimento à Polícia Federal em Brasília. Será o primeiro depoimento dele à PF depois que o publicitário Duda Mendonça confessou ter recebido pagamentos no exterior pelos serviços prestados ao PT nas campanhas de 2002 e 2004. A PF também quer saber se há outros parlamentares en-

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volvidos no esquema. À noite, é entrevistado pelo Roda Viva da TV Cultura. Jefferson – Amanhã, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara deverá votar o recurso do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) contra decisão do Conselho de Ética, que recomendou sua cassação. O processo de cassação do deputado deverá ser levado à votação (secreta, em cédulas) no plenário entre os dias 13 e 14. Na discussão e votação do parecer do Conselho de Ética, Jefferson terá direito de nova defesa oral, que deverá feita pelo próprio Jefferson. Para o deputado ser cassado, perder seus direitos políticos por oito anos e o restante do atual mandato são necessários os votos de no mínimo 257 dos 513 deputados, ou seja, maioria absoluta da casa. (Agências)

Pereira

Valério

Mendonça

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, se recusou a nomear sacadores das contas de Valério na CPMI dos Correios. Na CPMI do Mensalão, ele não explicou pagamentos a Duda e disse que José Dirceu não negociou dívidas do PT.

Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Assumiu ter negociado cargos; saiu do PT, depois da descoberta de que ganhou um Land Rover da GDK . Valério disse que ele sabia dos empréstimos repassados ao diretório nacional.

Marcos Valério, dono da SMP&B e da DNA. Movimentação bancária mostra saques de vários políticos e assessores, num total de R$ 55 bilhões. Disse na CPMI do Mensalão que o aval de Dirceu foi confirmado várias vezes por Delúbio.

O publicitário Duda Mendonça, da DM9, confirmou ter recebido dinheiro de Marcos Valério no exterior. Os repasses, segundo ele, eram para pagar dívidas do PT, das campanhas eleitorais de 2002. Valério negou a versão de Duda.

Palmieri

Osório Batista

Jefferson

Lamas

Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB, depôs esta semana na CPMI do Mensalão e revelou que esteve em Portugal com Marcos Valério para obter recursos da Portugal Telecom para pagar dívidas do PT e do PTB.

Antônio Osório Batista, diretor afastado dos Correios por ter sido citado por Marinho na gravação. Depôs na CPMI e afirmou que Jefferson pediu dinheiro aos diretores da estatal para fazer caixa de campanha.

O deputado do PTB, Roberto Jefferson, teve seu pedido de cassação aprovado no Conselho de Ética da Câmara. O próximo passo será a votação em plenário, que deve acontecer a partir do dia 13 de setembro.

O ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, confirmou em depoimento à CPMI do Mensalão que foi algumas vezes a Belo Horizonte buscar dinheiro a pedido do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.

Karina Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério. Depôs na CPMI e contestou as versões de seu ex-patrão para os grandes saques bancários: o próprio empresário voltou atrás e confessou que fazia os pagamentos a mando de Delúbio, a partir de uma lista.

Sereno

Jefferson

Duda

Marcello Casal Jr/ABr

Galeria de personagens Edson Santos/AC

vidos no esquema. A denúncia foi negada pelo PT e pela estatal, mas três diretores de Furnas foram afastados. Juizo político – Serraglio está confiante que os 18 deputados, entre eles o ex-ministro José Dirceu (PT-SP) e o próprio Jefferson, serão cassados. "É um juízo político, mas tem tudo para isso, têm elementos suficientes", afirmou o deputado. Esta semana ele vai se dedicar à análise de documentos, uma vez que todos os depoimentos foram adiados pelo feriado do Dia da Independência, que significa baixo quórum no Congresso. (Reuters)

Delúbio

Ed Ferreira/AE

Serraglio: confiante em cassação

Depoimento de Luiz Gushiken ainda não tem data definida

Ailton de Freitas/AG

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investigações avançassem sem constrangimentos: "É melhor que o presidente se licencie para não ser acusado de fazer pressões contra a Corregedoria." Alencar afirmou ter sugerido ao Diretório do PT que a legenda se manifestasse sobre as denúncias contra Severino, proposta rejeitada. "Esse PT oficial anda meio tímido, meio inibido", ironizou. "Mas o entendimento da nossa ala é que, para apuração melhor da denúncia, o presidente deva afastar-se. Seria uma atitude exemplar. Se for constatada sua inocência, ele volta." (AE)

Valter Campanato/ABr

com uma representação contra Severino no Conselho de Ética, alegando quebra do decoro. "Não se trata de iniciativa da oposição, mas sim de todos aqueles que querem zelar pela imagem da instituição", afirmou Aleluia. Declarações – Ele disse que não é de agora que Severino atropela a "seriedade" exigida pelo cargo que ocupa. "Ele vinha, cada vez mais, distanciando-se da posição de portavoz da Câmara", avaliou. O pefelista lembrou as declarações de Severino a favor de penas brandas para os deputados denunciados pelas Comissões

MAIS TRÊS DEPUTADOS PODEM SER CASSADOS relator da CPMI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR), admitiu que outros deputados poderão ser cassados pelo escândalo do mensalão, além dos 18 pedidos já aprovados pela comissão. Ele citou "os três deputados de Furnas que receberam R$ 500 mil", alertando que esta investigação não faz parte do foco da CPMI dos Correios, mas será avaliada pela CPMI dos Mensalão. Os três parlamentares em questão — Luiz Piauhylino (PDT-PE), Osmânio Pereira (sem partido-MG) e Salvador Zimbaldi (sem partido-SP) — foram citados por Roberto Jefferson (PTB-RJ) em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo de 30 de junho. Eles teriam recebido dinheiro para trocar o PSDB por partidos da base aliada, como o PTB. Furnas – Esses parlamentares fariam parte de um esquema relatado por Jefferson de desvio de R$ 3 milhões de Furnas Centrais Elétricas. O dinheiro era dividido entre o PT nacional, o PT de Minas Gerais e o grupo de deputados envol-

espaços físicos da Casa. O presidente da Câmara também informa, na nota, que solicitará ao Tribunal de Contas da União (TCU) auditoria em todos os contratos da Casa que envolvam a Buani & Paulucci Ltda. Ele já havia pedido ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que determinasse à Polícia Federal investigação sobre a suposta tentativa de extorsão por parte do empresário Sebastião Augusto Buani, dono da empresa. Regras – A Constituição e o Regimento Interno da Câmara não contemplam hipótese de afastamento do presidente, a não ser por iniciativa do próprio deputado (afastamento temporário ou renúncia) ou por quebra de decoro. O afastamento por quebra de decoro exige a tramitação de processo no Conselho de Ética e aprovação em plenário. O Regimento Interno prevê ainda que, caso ocorra um afastamento definitivo do presidente da Câmara antes do dia 30 de novembro do último ano do mandato, o 1° vice-presidente assume a presidência e, em até cinco sessões, realiza nova eleição para o cargo. Se isso acontecer depois do dia 30 de novembro, o primeiro vice fica no comando da Casa até a eleição da nova Mesa Diretora, na legislatura seguinte. (ABr)

m resposta a denúncias publicadas na imprensa no final de semana, de que teria recebido R$ 10 mil mensais em propina da empresa Buani & Paulucci Ltda., o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), divulgou ontem nota oficial em que afirma já ter determinado ao diretor-geral da Casa, Sérgio Sampaio, a criação de uma comissão de sindicância para apurar os fatos. A Buani & Paulucci Ltda. é a administradora do restaurante do 10º andar do Anexo IV da Câmara dos Deputados. O contrato com a Câmara vence no próximo dia 14 e não seria renovado porque a empresa deve R$ 150 mil em aluguéis atrasados. Porém, como a Buani & Paulucci tem um crédito de R$ 30 mil com a Casa, a dívida totalizaria R$ 120 mil. Chantagem – Segundo a versão de Severino Cavalcanti, diante da decisão da Câmara de executar a dívida sem a renovação do contrato, a empresa resolveu procurar a imprensa para fazer denúncias de pagamento de propina ao presidente da Casa, numa espécie de chantagem para pressionálo. Antes de assumir a presidência, Severino Cavalcanti ocupava a 1ª secretaria da Câmara, cargo que tem a responsabilidade de administrar os

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Roosewelt Pinheiro/ABr

pedido de afastam e n t o d o p re s idente da Câmara, S e v e r i n o C a v a lcanti (PP-PE), começa a ganhar forma hoje, numa reunião aberta a deputados de todos os partidos. A iniciativa tem o apoio de PFL, PSDB, PPS e PV, além da ala esquerda do PT. O líder da minoria na Casa, José Carlos Aleluia (PFL-BA), disse que a idéia é redigir um texto pedindo que Severino se licencie até o esclarecimento das denúncias contra ele. Depois disso, o grupo buscará entre os deputados o maior número possível de assinaturas de apoio ao requerimento. A suspeita contra Severino é de que ele tenha extorquido o dono de um dos restaurantes instalados na Câmara. Os indícios são de que, para que o estabelecimento não fosse despejado, o empresário Sebastião Augusto Buani teve de pagar uma espécie de "mensalinho", com desembolsos de R$ 10 mil por mês. O acordo foi firmado no tempo em que Severino ocupava a primeira-secretaria da Câmara, divisão encarregada da administração da Casa. Em plenário — Se obtiver a adesão de um número significativo de deputados, o movimento anti-Severino proporá que a solicitação de afastamento seja levada a votação no plenário. Caso a iniciativa fracasse, os partidos deverão entrar

Jacinto Lamas

Delúbio Soares

Silvio Pereira

Ferreira

Guimarães

Costa Neto

Esteves

Marcos Vinícius Ferreira, genro de Roberto Jefferson e suposto canal do PTB com os Correios. Senado estuda pedir a quebra de seu sigilo bancário. A CPMI dos Correios ainda não remarcou seu depoimento.

O ex-presidente do Banco Popular do Brasil Ivan Guimarães negou há pouco disse à CPMI dos Correios, que sua indicação para o cargo no banco tenha sido feita pelo PT. Ele anunciou aos integrantes da comissão que vai se desfiliar do PT.

O presidente do PL Valdemar Costa Neto, se recusou ontem, em seu depoimento à CPMI da Compra de Votos, a revelar nomes de empresas e pessoas físicas para as quais teria repassado supostos R$ 6,5 milhões recebidos de Marcos Valério.

Clauzer Esteves, sócio de José Fortuna Neves. O também exagente do SNI afirmou que a Abin investigava os Correios a pedido da Casa Civil, informação essa que foi negada pelo então titular da pasta, o ex-ministro José Dirceu.

Lange

Salmeron

Dutra

Marinho

Edgard Lange, o "Alemão". O agente da Abin admitiu que, em abril, recebeu ordem para colher informações sobre irregularidades nos Correios, que teria sido dada pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Roberto Salmeron, ex-presidente da Eletronorte e ex-vice-presidente dos Correios. De acordo com o depoimento de Osório Batista, Jefferson e Salmeron teriam assistido à gravação um dia antes de ter sido divulgada à imprensa.

Mauro Dutra, dono da Novadata. Ele negou favorecimento em contratos da estatal. Disse que seus negócios com a estatal são reduzidos. Mas confirmou que sua empresa fornece 22% dos micros do governo e que conhece Lula há mais de 20 anos.

Maurício Marinho, ex-chefe de Contratação e Administração de Material dos Correios. Flagrado em uma gravação recebendo propina de R$ 3 mil, negou. Depôs no Ministério Público e será novamente ouvido na CPMI dos Correios.

Gonçalves

Waschek

Dipp

Marschner

Luiz Otávio Gonçalves, diretor da Skymaster, admitiu que pediu ajuda de Silvio Pereira para evitar que sua empresa perdesse o contrato com os Correios. Jefferson denunciou a empresa como tendo contrato superfaturado com a estatal.

Arthur Waschek, dono da Comam e Vetor. Mandante da gravação de Marinho, por ter interesses contrariados nos Correios. Waschek afirmou que as irregularidades não ocorrem nas licitações, mas na execução dos contratos.

Airton Dipp, ex-presidente dos Correios, confirmou na CPMI dos Correios encontro com Silvio Pereira e a influência de Luiz Gushiken na estatal, através da nomeação de três dos cinco membros de uma comissão de análise de publicidade.

Haroldo Marschner, um dos donos da Precision Componentes. Ele disse que teria recebido pedido de suborno de Maurício Marinho, para poupar a sua empresa da aplicação de multa por atraso na entrega de material.

PASSO-A-PASSO DAS INVESTIGAÇÕES

CPMI do Mensalão

Conselho de Ética

CPI dos Bingos

A comissão que investiga a compra de votos ouviu os diretores dos fundos de pensão Previ, Petros e Funcef. Os dirigentes já prestaram depoimento fechado na comissão, na semana passada. Eles confirmaram envolvimento dos fundos com a Globalprev, empresa que pertencia a Luiz Gushiken.

O conselho aprovou por unanimidade o pedido de cassação do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). O pedido irá a votação do plenário da Câmara no dia 13. De acordo com as regras regimentais, a Mesa tem a obrigação de incluir o processo na pauta até dois dias depois do prazo final do processo.

João Francisco Daniel, irmão do prefeito de Santo André, Celso Daniel, morto em 2002, depôs na comissão e fez revelações que atingem o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho. A CPI decidiu convocar os delegados que atuaram no caso do assassinato de Celso Daniel.


PFL, PSDB, PPS, PN e parte do PT vão pedir hoje:

Dá licença, Severino Deputados de todos os partidos vão pedir ao presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, que se licencie até ser esclarecida a denúncia de que ganhava um "mensalinho" de R$ 10 mil por mês para permitir que um restaurante no Congresso não fosse despejado. Página 7 www.dcomercio.com.br/c ampinas/ Edição de Campinas concluída às 23h55 Ano 81 - Nº 21.956

São Paulo, segunda-feira 5 de setembro de 2005

Pablo de Sousa/Luz

R$ 0,60

Patrícia Cruz/Luz

ABAIXO! Ato pela legalidade, amanhã, na Sé

E um grito contra a fome do Leão

Passeata contra a corrupção, que tem apoio da ACSP, Força Sindical, OAB e mais de 40 entidades, sairá da Sé às 10h e irá até a Praça Ramos. Página 4

Como protesto contra a alta carga tributária, os manifestantes farão uma parada em frente ao Impostômetro, que já estará na marca dos R$ 500 bi.

Engolidor de fogo, malabarista, camelôs com bugigangas e balinhas são o novo alvo da Prefeitura. Numa entrevista ao DC, Walter Feldman promete: vai reconquistar as ruas de SP.

Prefeitura quer de volta as ruas de São Paulo DCidade

REFORMA POLÍTICA, URGENTE!

Já não há tempo para reformar em 2006. É a conclusão de debates na ACSP. Págs. 5 e 6

Alexandre Cassiano/Ag. O Globo

Robert Galbraith/Reuters

MST Setembro pintado de vermelho

AMANTES DE FURACÃO

Alexandre Belém/JC Imagem/AE

Por Olavo de Carvalho. Pág. 20

O furacão de queixas atinge todos os EUA Presidente Bush reage a um país espantado com o socorro de 3º mundo. Pág. 18

Sem-terra prometem recorde de invasões este ano. Página 4

TEMPO EM CAMPINAS Nublado com chuva Máxima 25º C. Mínima 17º C.

CARECAS DE FAZER GOLS Os carecas Juan, Robinho e Adriano (3 gols), apoiados por Ronaldo e Kaká, fazem 5 a 0 contra o Chile. O resultado garante, por antecipação, uma vaga na Copa do Mundo de 2006. O cuidado, agora, é com o favoritismo, que, tradicionalmente sempre pareceu jogar contra o Brasil. DCEsporte


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

POLÍTICA - 5

FINANCIAMENTO PÚBLICO DE CAMPANHAS É UM DOS PONTOS MAIS POLÊMICOS DO PROJETO DE REFORMA. L

"Nós sempre tivemos problema com campanha", disse o presidente do TRE-SP, Álvaro Lazzarini. Ex-corregedor eleitoral, Lazzarini é contra o financiamento público das campanhas. "Não vejo como o financiamento público será algo para eliminar o caixa 2. Só se for para massagear o ego do candidato. É gratuita para o candidato", ironizou, lembrando que as emissoras são compensadas no pagamento de tributos, e que, portanto, há uma geração de despesas para o País. Voto distrital – Opaineltambém abordou os mecanismos fundamentais da eleição. Guilherme Afif Domingos brincou com a preferência dos deputados e senadores. "Lá no Congresso, 98% dos parlamentares são a favor do voto distrital para o ano 2070". Conforme o presidente da ACSP, "o voto distrital pode ter chance de sair, se distrito for desenhado pela Justiça Eleitoral, a única forma isenta de se estabelecer uma regra, porque, se deixar para o Legislativo, isso é impossível". "Estamos muito evoluídos em matéria de Justiça Eleitoral", disse, em contraponto ao vicegovernador Cláudio Lembo, citando a emoção do presidente de Portugal, Roque Sampaio, ao constatar que o resultado da eleição presidencial brasileira saiu no mesmo dia da votação, por causa da urna eletrônica. "Nossa Justiça Eleitoral, criação brasileira, é notável. Mas nós, brasileiros, às vezes enfrentamos algo circunstancial, como o atual momento político, em que um partido, numa ação autofágica, se autodestrói, se desfaz, porque não tinha vínculo, não tinha liame entre si". (JPL)

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

FIDELIDADE PARTIDÁRIA "O voto em lista exige fidelidade partidária, é inerente a esse processo. Não dá mais para se trocar de partido como se troca de camisa, como temos visto. É simplesmente lamentável, ridículo, inaceitável e joga contra a base de sustentação democrática que é a formação de partidos fortes". (José Eduardo Martins Cardozo) "Há 513 deputados federais há Câmara dos Deputados, 261 trocas nesta legislatura. Houve deputados que trocaram seis, oito vezes de partido. E o mensalão está atrás disso. A disputa era 30 mil mais luvas". (Roberto Jefferson) "E agora, nessa proposta que vem do Senado, querem mudar para três anos, dizendo que isso garante fidelidade partidária. Isso não garante fidelidade partidária, garante filiação ao partido, não tem nenhum cabimento". (João Almeida) "Não é por motivo ideológico que ele migra, a migração tem sempre um interesse econômico e financeiro". (Roberto Jefferson) "Fidelidade partidária é fundamental para a estabilidade da democracia no País. Nós já vamos eliminar aqui mais 30% da corrupção". (Roberto Jefferson)

Roberto Jefferson Virgem, no Congresso Nacional, só o partido da senadora Heloísa Helena, o P-SOL. Os outros todos foram financiados por caixa 2. O que permeia toda a corrupção políticopartidária e eleitoral vem das agências de publicidade.

José Eduardo Cardozo Hoje, um governante que não cede a essa busca de espaços administrativos, que às vezes gera conseqüências terríveis no campo da probidade, é um governo que não consegue governar. Sou um defensor intransigente do financiamento público de campanha. O que é preferível? Um sistema hipócrita em que o financiamento é feito com dinheiro público sem que se saiba e sem controle, ou um sistema em que o orçamento assuma o custo da democracia?

João Almeida Qualquer reforma política que se faça que não se trabalhe o sistema eleitoral vai resultar em nada Eleição não é assunto de Justiça, é de partido político e cidadania Como é que vai se dar estrutura à Justiça Eleitoral para controlar em São Paulo na próxima eleição mil campanhas? Cada um faz a sua. Arrecada e gasta. Aí aumenta a pena para cinco anos, bota um tesoureiro que também vai ser responsável. Não muda nada.

Ronaldo Caiado Em 2 anos e 6 meses, a Câmara dos Deputados assistiu 136 deputados federais mudarem de partido mais de 210 vezes. Isso não existe no mundo. Os maiores porcentuais chegam em torno de 1%, 1,5%. No Brasil nos já extrapolamos os 25% de deputados federais que já deixaram a sua sigla, pela qual foram eleitos, para outra sigla. Nós vamos definir no orçamento R$ 807 por voto, de acordo com o número de eleitores registrados no TSE no ano que antecede as eleições. 120 milhões de eleitores, R$ 840 milhões o gasto de uma eleição. O dinheiro público não será repassado para précandidato, mas para o partido político. O TRE terá que fiscalizar o partido.

Em sentido horário: o deputado João Almeida dos Santos (PSDB), o ministro Carlos Velloso, do TSE, o presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, e o cientista político Amaury de Souza. Durante debate sobre a reforma política, todos destacaram os principais desafios e entraves de aprovar novas regras no Congresso.

REFORMA PRECISA SER MELHOR DEBATIDA

S

ociedade e classe política querem que a reforma política entre em vigor já nas eleições do próximo ano, mas mudanças com conteúdo só poderão ser feitas se for alterado o prazo para sua aprovação, passado de 30 de setembro para 31 de dezembro deste ano. A ampliação do prazo ajudaria a melhorar as discussões, já que alguns temas, como o financiamento público, ainda dividem opiniões. Essas foram algumas das conclusões do cientista político Amaury de Souza, que fez o balanço dos três debates que aconteceram nas palestras promovidas pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) com o título "Reforma política: o que fazer?". Na primeira palestra, o convidado foi o deputado Roberto Jefferson (PTB), autor das denúncias sobre a existência do mensalão. O segundo encontro de debates contou com a presença dos deputados José Eduardo Cardozo (PT), Michel Temer (PMDB), Ronaldo Caiado (PFL) e João Almeida (PSDB). O último debate contou com a presença do ministro Carlos Velloso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Legislativo e Judiciário participaram dos debates. Além disso, houve um grande interesse da sociedade civil e da imprensa. O que aprendemos com as palestras é que o tema reforma política ainda exige um processo de debate mais amplo e profundo, embora já

tenha surgido um consenso de que algo precisa ser feito para corrigir as distorções partidárias e eleitorais. As discussões afloraram e despertaram divergências quando foi tocado no assunto do financiamento das campanhas e na elaboração de listas de candidatos, substituindo o voto no candidato pelo voto na legenda", resume Amaury de Souza. Projetos – Segundo o cien-

No meio do caminho está o projeto que limita a filiação partidária, estabelecendo um mínimo de três anos para o candidato ficar numa legenda. tista político, existem hoje vários projetos de reforma eleitoral e política, com maior ou menor ambição. "O projeto da comissão especial da Câmara busca reformular de maneira mais radical o processo de eleições e a representação no Congresso, estabelecendo a criação de listas fechadas de candidatos. Também cria o financiamento público das campanhas e a federalização partidária. Enquanto isso, o projeto do senador Bornhausen se concentra em medidas de alcance imediato e voltado para as campanhas políticas". Amaury de Souza explica

ainda que "no meio do caminho, está o projeto que limita a filiação partidária, estabelecendo um mínimo de três anos para o candidato ficar numa legenda. Os projetos mais ambiciosos dificilmente serão aprovados pelo Congresso para valerem nas eleições de 2006, já que o prazo termina no final deste mês", acredita ele. Barreira – Nos debates também ficou claro que existe uma alteração no processo político já aprovado que deve ser defendido. "Trata-se da cláusula de barreira. Cada partido terá que conseguir alcançar 5% dos votos nacionais para a Câmara dos Deputados, além de 3% dos votos em nove estados do País. Os candidatos que pertencerem a partidos que não consigam esses índices vão poder assumir seus mandatos, caso consigam ser eleitos, mas não têm direito às vantagens dos partidos maiores, como o fundo partidário, horário eleitoral gratuito e participação nas comissões permanentes. Serão verdadeiros mortos vivos", diz Souza. Para ele, a tendência, nesses casos, "será a eliminação dos partidos menores, já que os deputados devem migrar para as legendas maiores, reduzindose drasticamente o número de partidos. Devemos ter entre cinco e seis partidos", avalia Souza. "Deve-se impedir no Congresso qualquer aprovação de emenda que a altera ou que a revogue", afirma. O cientista político também lembra que, durante as pales-

A reforma (política) deve atender prioritariamente ao desejo dos eleitores e não os de seus representantes. tras, sempre foi destacada a importância da implantação do voto distrital misto, para as eleições legislativas. Esse sistema atingiria as Câmaras federal e municipais, além das Assembléias Legislativas. Identificação – "Metade das casas legislativas seria eleita pelo voto majoritário. O restante pelo voto de legenda, a partir de lista elaboradas pelos próprios partidos. Assim, os eleitores seriam capazes de identificar os representantes na casas legislativas e poderiam exigir deles ações coerentes com a maioria dos eleitores dos distritos", explica Amaury de Souza. "Da mesma forma as palestras também indicaram a necessidade de os temas da reforma serem levados a um público mais amplo, envolvendo a sociedade na elaboração dos conteúdos das propostas apresentadas no Congresso. A reforma deve atender prioritariamente ao desejo dos eleitores e não os de seus representantes", afirma Souza. Fernando Lancha


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.POLÍTICA

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

OPOSIÇÃO ARTICULA PARA AFASTAR PRESIDENTE DA CÂMARA. MAIS TRÊS DEPUTADOS PODEM SER CASSADOS.

AGORA, SEVERINO É O ALVO. Anna Izabel

O

SINDICÂNCIA, PF E TCU APURAM

Se ganhar adeptos, movimento anti-Severino pode levar pedido de afastamento para votação em plenário

Parlamentares de Inquérito (CPIs) dos Correios e do "Mensalão". Segundo Aleluia, o comportamento de Severino afeta a credibilidade da Câmara e dos integrantes dela. "Dizer que ele representa a política do passado é condenar pessoas que tiveram papel importante nos períodos de democracia do País. Ele não representa nada. Severino Cavalcanti é o pior que se pode esperar da política." Licença – Integrante da ala esquerda do PT, o deputado Chico Alencar (RJ) afirmou que o afastamento temporário de Severino permitiria que as

Comissões dedicam a semana a análise de documentos

Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo/O Globo

FERIADO DESACELERA TRABALHOS DAS CPIs

feriado do Dia da Independência desacelera os trabalhos das CPIs nesta semana. Os integrantes das comissões vão se dedicar a trabalhos internos. Todos as presenças foram canceladas, entre elas a do ex-ministro da Secretaria de Comunicação de Governo Luiz Gushiken. Senado e Câmara terão uma espécie de recesso branco. As votações de matérias só voltam a partir do dia 12. Valério – O empresário Marcos Valério, acusado de operar o financiamento paralelo do PT, presta novo depoimento à Polícia Federal em Brasília. Será o primeiro depoimento dele à PF depois que o publicitário Duda Mendonça confessou ter recebido pagamentos no exterior pelos serviços prestados ao PT nas campanhas de 2002 e 2004. A PF também quer saber se há outros parlamentares en-

O

volvidos no esquema. À noite, é entrevistado pelo Roda Viva da TV Cultura. Jefferson – Amanhã, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara deverá votar o recurso do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) contra decisão do Conselho de Ética, que recomendou sua cassação. O processo de cassação do deputado deverá ser levado à votação (secreta, em cédulas) no plenário entre os dias 13 e 14. Na discussão e votação do parecer do Conselho de Ética, Jefferson terá direito de nova defesa oral, que deverá feita pelo próprio Jefferson. Para o deputado ser cassado, perder seus direitos políticos por oito anos e o restante do atual mandato são necessários os votos de no mínimo 257 dos 513 deputados, ou seja, maioria absoluta da casa. (Agências)

Pereira

Valério

Mendonça

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, se recusou a nomear sacadores das contas de Valério na CPMI dos Correios. Na CPMI do Mensalão, ele não explicou pagamentos a Duda e disse que José Dirceu não negociou dívidas do PT.

Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Assumiu ter negociado cargos; saiu do PT, depois da descoberta de que ganhou um Land Rover da GDK . Valério disse que ele sabia dos empréstimos repassados ao diretório nacional.

Marcos Valério, dono da SMP&B e da DNA. Movimentação bancária mostra saques de vários políticos e assessores, num total de R$ 55 bilhões. Disse na CPMI do Mensalão que o aval de Dirceu foi confirmado várias vezes por Delúbio.

O publicitário Duda Mendonça, da DM9, confirmou ter recebido dinheiro de Marcos Valério no exterior. Os repasses, segundo ele, eram para pagar dívidas do PT, das campanhas eleitorais de 2002. Valério negou a versão de Duda.

Palmieri

Osório Batista

Jefferson

Lamas

Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB, depôs esta semana na CPMI do Mensalão e revelou que esteve em Portugal com Marcos Valério para obter recursos da Portugal Telecom para pagar dívidas do PT e do PTB.

Antônio Osório Batista, diretor afastado dos Correios por ter sido citado por Marinho na gravação. Depôs na CPMI e afirmou que Jefferson pediu dinheiro aos diretores da estatal para fazer caixa de campanha.

O deputado do PTB, Roberto Jefferson, teve seu pedido de cassação aprovado no Conselho de Ética da Câmara. O próximo passo será a votação em plenário, que deve acontecer a partir do dia 13 de setembro.

O ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, confirmou em depoimento à CPMI do Mensalão que foi algumas vezes a Belo Horizonte buscar dinheiro a pedido do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.

Karina Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério. Depôs na CPMI e contestou as versões de seu ex-patrão para os grandes saques bancários: o próprio empresário voltou atrás e confessou que fazia os pagamentos a mando de Delúbio, a partir de uma lista.

Sereno

Jefferson

Duda

Marcello Casal Jr/ABr

Galeria de personagens Edson Santos/AC

vidos no esquema. A denúncia foi negada pelo PT e pela estatal, mas três diretores de Furnas foram afastados. Juizo político – Serraglio está confiante que os 18 deputados, entre eles o ex-ministro José Dirceu (PT-SP) e o próprio Jefferson, serão cassados. "É um juízo político, mas tem tudo para isso, têm elementos suficientes", afirmou o deputado. Esta semana ele vai se dedicar à análise de documentos, uma vez que todos os depoimentos foram adiados pelo feriado do Dia da Independência, que significa baixo quórum no Congresso. (Reuters)

Delúbio

Ed Ferreira/AE

Serraglio: confiante em cassação

Depoimento de Luiz Gushiken ainda não tem data definida

Ailton de Freitas/AG

O

investigações avançassem sem constrangimentos: "É melhor que o presidente se licencie para não ser acusado de fazer pressões contra a Corregedoria." Alencar afirmou ter sugerido ao Diretório do PT que a legenda se manifestasse sobre as denúncias contra Severino, proposta rejeitada. "Esse PT oficial anda meio tímido, meio inibido", ironizou. "Mas o entendimento da nossa ala é que, para apuração melhor da denúncia, o presidente deva afastar-se. Seria uma atitude exemplar. Se for constatada sua inocência, ele volta." (AE)

Valter Campanato/ABr

com uma representação contra Severino no Conselho de Ética, alegando quebra do decoro. "Não se trata de iniciativa da oposição, mas sim de todos aqueles que querem zelar pela imagem da instituição", afirmou Aleluia. Declarações – Ele disse que não é de agora que Severino atropela a "seriedade" exigida pelo cargo que ocupa. "Ele vinha, cada vez mais, distanciando-se da posição de portavoz da Câmara", avaliou. O pefelista lembrou as declarações de Severino a favor de penas brandas para os deputados denunciados pelas Comissões

MAIS TRÊS DEPUTADOS PODEM SER CASSADOS relator da CPMI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR), admitiu que outros deputados poderão ser cassados pelo escândalo do mensalão, além dos 18 pedidos já aprovados pela comissão. Ele citou "os três deputados de Furnas que receberam R$ 500 mil", alertando que esta investigação não faz parte do foco da CPMI dos Correios, mas será avaliada pela CPMI dos Mensalão. Os três parlamentares em questão — Luiz Piauhylino (PDT-PE), Osmânio Pereira (sem partido-MG) e Salvador Zimbaldi (sem partido-SP) — foram citados por Roberto Jefferson (PTB-RJ) em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo de 30 de junho. Eles teriam recebido dinheiro para trocar o PSDB por partidos da base aliada, como o PTB. Furnas – Esses parlamentares fariam parte de um esquema relatado por Jefferson de desvio de R$ 3 milhões de Furnas Centrais Elétricas. O dinheiro era dividido entre o PT nacional, o PT de Minas Gerais e o grupo de deputados envol-

espaços físicos da Casa. O presidente da Câmara também informa, na nota, que solicitará ao Tribunal de Contas da União (TCU) auditoria em todos os contratos da Casa que envolvam a Buani & Paulucci Ltda. Ele já havia pedido ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que determinasse à Polícia Federal investigação sobre a suposta tentativa de extorsão por parte do empresário Sebastião Augusto Buani, dono da empresa. Regras – A Constituição e o Regimento Interno da Câmara não contemplam hipótese de afastamento do presidente, a não ser por iniciativa do próprio deputado (afastamento temporário ou renúncia) ou por quebra de decoro. O afastamento por quebra de decoro exige a tramitação de processo no Conselho de Ética e aprovação em plenário. O Regimento Interno prevê ainda que, caso ocorra um afastamento definitivo do presidente da Câmara antes do dia 30 de novembro do último ano do mandato, o 1° vice-presidente assume a presidência e, em até cinco sessões, realiza nova eleição para o cargo. Se isso acontecer depois do dia 30 de novembro, o primeiro vice fica no comando da Casa até a eleição da nova Mesa Diretora, na legislatura seguinte. (ABr)

m resposta a denúncias publicadas na imprensa no final de semana, de que teria recebido R$ 10 mil mensais em propina da empresa Buani & Paulucci Ltda., o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), divulgou ontem nota oficial em que afirma já ter determinado ao diretor-geral da Casa, Sérgio Sampaio, a criação de uma comissão de sindicância para apurar os fatos. A Buani & Paulucci Ltda. é a administradora do restaurante do 10º andar do Anexo IV da Câmara dos Deputados. O contrato com a Câmara vence no próximo dia 14 e não seria renovado porque a empresa deve R$ 150 mil em aluguéis atrasados. Porém, como a Buani & Paulucci tem um crédito de R$ 30 mil com a Casa, a dívida totalizaria R$ 120 mil. Chantagem – Segundo a versão de Severino Cavalcanti, diante da decisão da Câmara de executar a dívida sem a renovação do contrato, a empresa resolveu procurar a imprensa para fazer denúncias de pagamento de propina ao presidente da Casa, numa espécie de chantagem para pressionálo. Antes de assumir a presidência, Severino Cavalcanti ocupava a 1ª secretaria da Câmara, cargo que tem a responsabilidade de administrar os

E

Roosewelt Pinheiro/ABr

pedido de afastam e n t o d o p re s idente da Câmara, S e v e r i n o C a v a lcanti (PP-PE), começa a ganhar forma hoje, numa reunião aberta a deputados de todos os partidos. A iniciativa tem o apoio de PFL, PSDB, PPS e PV, além da ala esquerda do PT. O líder da minoria na Casa, José Carlos Aleluia (PFL-BA), disse que a idéia é redigir um texto pedindo que Severino se licencie até o esclarecimento das denúncias contra ele. Depois disso, o grupo buscará entre os deputados o maior número possível de assinaturas de apoio ao requerimento. A suspeita contra Severino é de que ele tenha extorquido o dono de um dos restaurantes instalados na Câmara. Os indícios são de que, para que o estabelecimento não fosse despejado, o empresário Sebastião Augusto Buani teve de pagar uma espécie de "mensalinho", com desembolsos de R$ 10 mil por mês. O acordo foi firmado no tempo em que Severino ocupava a primeira-secretaria da Câmara, divisão encarregada da administração da Casa. Em plenário — Se obtiver a adesão de um número significativo de deputados, o movimento anti-Severino proporá que a solicitação de afastamento seja levada a votação no plenário. Caso a iniciativa fracasse, os partidos deverão entrar

Jacinto Lamas

Delúbio Soares

Silvio Pereira

Ferreira

Guimarães

Costa Neto

Esteves

Marcos Vinícius Ferreira, genro de Roberto Jefferson e suposto canal do PTB com os Correios. Senado estuda pedir a quebra de seu sigilo bancário. A CPMI dos Correios ainda não remarcou seu depoimento.

O ex-presidente do Banco Popular do Brasil Ivan Guimarães negou há pouco disse à CPMI dos Correios, que sua indicação para o cargo no banco tenha sido feita pelo PT. Ele anunciou aos integrantes da comissão que vai se desfiliar do PT.

O presidente do PL Valdemar Costa Neto, se recusou ontem, em seu depoimento à CPMI da Compra de Votos, a revelar nomes de empresas e pessoas físicas para as quais teria repassado supostos R$ 6,5 milhões recebidos de Marcos Valério.

Clauzer Esteves, sócio de José Fortuna Neves. O também exagente do SNI afirmou que a Abin investigava os Correios a pedido da Casa Civil, informação essa que foi negada pelo então titular da pasta, o ex-ministro José Dirceu.

Lange

Salmeron

Dutra

Marinho

Edgard Lange, o "Alemão". O agente da Abin admitiu que, em abril, recebeu ordem para colher informações sobre irregularidades nos Correios, que teria sido dada pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Roberto Salmeron, ex-presidente da Eletronorte e ex-vice-presidente dos Correios. De acordo com o depoimento de Osório Batista, Jefferson e Salmeron teriam assistido à gravação um dia antes de ter sido divulgada à imprensa.

Mauro Dutra, dono da Novadata. Ele negou favorecimento em contratos da estatal. Disse que seus negócios com a estatal são reduzidos. Mas confirmou que sua empresa fornece 22% dos micros do governo e que conhece Lula há mais de 20 anos.

Maurício Marinho, ex-chefe de Contratação e Administração de Material dos Correios. Flagrado em uma gravação recebendo propina de R$ 3 mil, negou. Depôs no Ministério Público e será novamente ouvido na CPMI dos Correios.

Gonçalves

Waschek

Dipp

Marschner

Luiz Otávio Gonçalves, diretor da Skymaster, admitiu que pediu ajuda de Silvio Pereira para evitar que sua empresa perdesse o contrato com os Correios. Jefferson denunciou a empresa como tendo contrato superfaturado com a estatal.

Arthur Waschek, dono da Comam e Vetor. Mandante da gravação de Marinho, por ter interesses contrariados nos Correios. Waschek afirmou que as irregularidades não ocorrem nas licitações, mas na execução dos contratos.

Airton Dipp, ex-presidente dos Correios, confirmou na CPMI dos Correios encontro com Silvio Pereira e a influência de Luiz Gushiken na estatal, através da nomeação de três dos cinco membros de uma comissão de análise de publicidade.

Haroldo Marschner, um dos donos da Precision Componentes. Ele disse que teria recebido pedido de suborno de Maurício Marinho, para poupar a sua empresa da aplicação de multa por atraso na entrega de material.

PASSO-A-PASSO DAS INVESTIGAÇÕES

CPMI do Mensalão

Conselho de Ética

CPI dos Bingos

A comissão que investiga a compra de votos ouviu os diretores dos fundos de pensão Previ, Petros e Funcef. Os dirigentes já prestaram depoimento fechado na comissão, na semana passada. Eles confirmaram envolvimento dos fundos com a Globalprev, empresa que pertencia a Luiz Gushiken.

O conselho aprovou por unanimidade o pedido de cassação do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). O pedido irá a votação do plenário da Câmara no dia 13. De acordo com as regras regimentais, a Mesa tem a obrigação de incluir o processo na pauta até dois dias depois do prazo final do processo.

João Francisco Daniel, irmão do prefeito de Santo André, Celso Daniel, morto em 2002, depôs na comissão e fez revelações que atingem o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho. A CPI decidiu convocar os delegados que atuaram no caso do assassinato de Celso Daniel.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

NACIONAL - 7

EXCESSO DE DÍVIDAS E QUEBRA DE SAFRA GERAM CRISE QUE PODE PREJUDICAR BALANÇA COMERCIAL DO PAÍS

PIB DO AGRONEGÓCIO DEVE CAIR 10% Fotos: Marcos Bergamasco/Folha Imagem

O

Patrícia Büll

Jonas Oliveira/Folha Imagem

MAIS VERBA PARA SUBSÍDIO RURAL Ao menos uma das reivindicações dos produtores rurais parece ter sido atendida pelo governo federal. Na última sexta-feira, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento anunciou a reserva de R$ 45 milhões no Orçamento da União de 2006 para o programa de subsídios ao seguro rural. Este ano, o programa conta com apenas R$ 10 milhões. O valor é insuficiente para atender a demanda, segundo Macel Caxeta, presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás e da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). "Todo país emergente que se pretende desenvolvido possui, por parte dos governos, programas de seguro rural. No Brasil, até agora, é tudo muito incipiente", afirma. Já o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Ivan Wedekin, garante que com o aumento

dos recursos no ano que vem será possível dobrar o número de agricultores beneficiados, chegando a um total de cerca de 100 mil produtores. Como funciona – Por meio do programa, o governo federal arca com uma parcela do valor que o agricultor paga ao contratar o seguro para cobrir eventuais perdas na lavoura decorrentes de fenômenos climáticos, como seca ou granizo. O subsídio do governo varia de 30% a 50%, de acordo com o produto. Para a cultura de arroz, maçã, soja e uva, esse valor é equivalente a 30%. Já nos casos de algodão, milho e trigo, o governo paga 40% e, no de feijão, 50%. "O restante fica por conta do agricultor", explica o secretário. Os valores máximos de subvenção anual por agricultor são de R$ 7 mil para grãos, e de R$ 12 mil para frutas. No entanto, o mesmo produtor poderá ser beneficiado com duas parcelas, caso plante duas safras diferentes no mesmo ano. (PB)

Demora do governo em anunciar plano de apoio para próxima safra pode comprometer futuro do setor

Desconto de 60% em acessórios

A

Rolagem de dívida vai limitar crédito N a semana passada, o Conselho Monetário Nacional (CMN) ratificou a prorrogação dos débitos de custeio da safra 2004/05. Pelo acerto, as parcelas vencidas em junho, julho e agosto de 2005 poderão ser pagas em março e abril de 2006. Se por um lado esse anúncio trouxe um pouco de alívio aos produtores rurais, por outro poderá comprometer oferta de crédito oficial para a safra que começa a ser cultivada em meados deste mês. DC

agronegócio, que foi responsável por cerca de 40% das exportações brasileiras no ano passado, tem passado por maus bocados em 2005. Os problemas que os produtores enfrentam com dívidas e redução da safra por conta do excesso de chuva na região Sul e em parte do CentroOeste, além de estiagem no Nordeste, devem resultar em queda de R$ 14 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário em relação ao resultado de 2004. Ou seja, ele deve finalizar o ano em R$ 146,42 bilhões, contra os R$ 160,65 bilhões do período anterior. A estimativa faz parte da pesquisa realizada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A previsão trouxe ainda mais preocupações ao setor, que ao longo do ano recebeu enxurradas de más notícias. Isoladamente, a perda da agricultura deve ser maior, de 14% de seu PIB, saindo de R$ 95,23 bilhões em 2004 para R$ 81,44 bilhões. "A redução se deve tanto à quebra da safra quanto à queda no preço das commodities", diz Pedro Arantes, assessor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg). No Saca de soja, primeiro caque era vendida so, a chuva a R$ 45, agora nos estados vale R$ 27. Já o do Sul prejucâmbio d i c o u a s aflutuante fez o f r a . N o o uprodutor tro, o probleplantar com o ma é a globadólar valendo lização. R$ 2,80 e colher Segundo a R$ 2,30. Arantes, ao contrário do que se imagina, a safra menor não é sinônimo de melhora nos preços. "Antes da globalização isso era verdadeiro. Agora, a safra recorde de soja e milho nos Estados Unidos, por exemplo, derrubou o preço dessas commodities", afirma. Para se ter uma idéia, a saca de soja, que em 2004 era comercializada a R$ 45, este ano é vendida a R$ 27. Some-se a isso o câmbio flutuante, que fez o produtor plantar com o dólar valendo R$ 2,80 e colher a R$ 2,30. E um cenário ainda mais nebuloso está formado. Segundo o assessor, o setor amarga redução no preço de praticamente todos os produtos entre 30% e 40%. E, na safra, de 10%. Falta de renda – "O produtor brasileiro está mais pobre e endividado. E isso traz sérios riscos à economia", afirma Arantes. Ele conta que em agosto do ano passado cerca de 60% a 70% das compras (sementes, insumos, etc) dos produtores já estavam efetuadas. Em agosto deste ano, esse índice caiu para 15%. "O agricultor vai plantar atrasado e como não tem renda disponível, vai usar menos técnicas culturais, o que só aumenta o risco com a safra", explica o assessor da Federação. Portanto, na opinião do presidente da Faeg e da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, Macel Caixeta, a possibilidad e d e u m a re d u ç ã o a i n d a maior no PIB agropecuário no próximo ano é quase certa. "Para um País eminentemente agrícola, que garante superávit na balança comercial graças às exportações agrícolas, é uma vergonha o que o governo faz com nossos produtores", critica. Segundo ele, a demora em anunciar um plano de apoio para a próxima safra e o impasse em relação à instalação do seguro rural, além da falta de liberação de recursos para a safra 2005/2006 poderão comprometer especialmente a produção de grãos.

De acordo com informações do Banco do Brasil, instituição que faz o maior repasse de recursos aos agricultores, essa prorrogação, aliada à que já havia sido anunciada aos produtores de lavouras atingidas pela seca, representa redução de R$ 2 bilhões na disponibilização de recursos controlados para este ano. Condições – Por isso, o Banco do Brasil impôs limites de valores para financiamentos a juros controlados para conseguir atender um número

maior de produtores com o dinheiro disponível. Agora, a oferta de crédito nessas condições ficou com teto máximo de R$ 50 mil para cada tomador. Acima desse valor, os bancos propõem financiamento a taxas de mercado. Ou seja, um produtor de algodão, por exemplo, que teria limite de R$ 500 mil neste tipo de empréstimo, agora só consegue receber 10% desse valor. A prorrogação de dívidas vale as culturas de algodão, soja, milho trigo e sorgo. (Agências)

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8 -.EMPRESAS

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

VIVENDA DO CAMARÃO COMEÇA A EXPORTAR PRATOS CONGELADOS PARA OS ESTADOS UNIDOS E EUROPA

DAS PRAIAS BRASILEIRAS PARA O EXTERIOR Rede de fast-foof investe R$ 2,5 milhões na abertura de lojas com novo lay-out . Reformulação das unidades e dos processos de produção ajudaram a empresa a aumentar as vendas em 30%. Até o início de 2006, produtos congelados da marca devem seguir para o exterior, aumentando a presença da Vivenda do Camarão. Negociações para a expansão por meio de franquias no mercado externo já começaram.

Fotos: Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

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amarão combina com catupiry, molho branco e arroz; vai bem como strogonoff ou com salada. A combinação da Vivenda do Camarão, que se especializou em servir o produto, é responsável pelo sucesso da rede, que dá agora dois passos ousados: vai exportar pratos congelados para o exterior e começa a negociar a abertura de franquias da marca na Europa e Estados Unidos. E a empresa tem história para contar. Há 21 anos, foi inaugurada a primeira loja no charmoso bairro de Moema, em São Paulo. As 48 unidades (serão 50 até dezembro deste ano) 35 próprias e 15 franquias - passam por uma reformulação no layout, que começou a sair do papel há um ano. Apenas uma delas não fica em shopping center (em Juiz de Fora, Minas Gerais). E todas recebem o mesmo tratamento: apesar da praça de alimentação dos shoppings, as unidades oferecem ao cliente um espaço para o fast-food, onde os consumidores sentam-se em balcões e um local para o restaurante . Os frequentadores podem se sentar e ser servidos pelos garçons da Vivenda do Camarão. "É um lugar que chamamos de misto. Fizemos a inovação porque os consumidores fizeram questão de ter atendimento personalizado, mesmo podendo contar com espaços comuns", conta o diretor de exportação e franquias da empresa, Diego Perri. A grafia do nome da marca Vivenda do Camarão também foi modificada: está mais estilizada. "As lojas novas já estão sendo construídas dentro das determinações desse novo conceito. Vamos precisar de dois anos para colocar todas na mesma linha. Os gastos para cada unidade podem chegar a R$ 100 mil. Para as franquias, o ritmo é mais lento. Não queremos prejudicar o capital do franqueado", diz Perri. Mudanças na fábrica As modificações não são apenas na forma, mas também no conteúdo. A Vivenda do Camarão investiu R$ 2,5 milhões (recursos próprios) na reforma da fábrica em Cotia, região metropolitana de São Paulo. "A nossa preocupação neste momento é o mercado externo. Fizemos a reestruturação para nos adequarmos às exigências dos consumidores estrangeiros. Melhoramos os procedimentos, os processos, mudamos as embalagens e compramos máquinas e equipamentos", conta o executivo. A empresa começará a exportar para os Estados Unidos e Europa refeições congeladas no começo de 2006. No início, serão vendidas entre 10 toneladas e 15 toneladas mensais. Montante que em um ano, deve subir para setenta toneladas por mês. Perri aposta no poder aquisitivo do norte-americano e do europeu, que considera alto. "O consumo de camarão per capita no exterior é mais do que o triplo do registrado no nosso País. O que acontece não porque as pessoas não gostam do produto; é que elas não têm dinheiro para comprar. Mas nós popularizamos o camarão, um alimento requintado", conta Perri. Ele diz isso porque quando a Vivenda do Camarão faz promoções nas lojas, as vendas aumentam. O prato mais barato já chegou a custar R$ 7,90 (strogonoff de camarão). O mais caro é vendido por R$ 32,00 (o chamado camarão premium). Em cada refeição são servidos, em média, vinte camarões. Com a reforma, a Vivenda do Camarão aumentou a capacidade de produção de congelados para 100 toneladas de alimento por mês (sem contar com os acompanhamentos nas refeições, como o arroz). "Antes das modificações, podíamos produzir aproximadamente 20 toneladas mensais. Temos hoje 70% da capacidade ociosa. Uma situação que deve se reverter com as vendas externas". Quem se interessa pela marca deve desembolsar entre R$ 220 mil e R$ 240 mil do total, R$ 180 mil para a construção da loja e capital de giro, além de R$ 40 mil de taxa de franquia. A empresa não cobra royalties dos franqueados e o tempo estimado do retorno do investimento é de 24 a 36 meses. A margem de lucro estimada fica entre 15% e 20%. Franquias no exterior Apesar de a experiência em Portugal não ter dado certo – o contrato de cinco anos com o franqueado venceu em maio e não foi renovado –, a empresa continua apostando no mercado externo. Segundo Perri, o franqueado português não manteve o padrão da qualidade da Vivenda do Camarão, oferecendo produtos não autorizados pela marca. A Vivenda do Camarão fimou parceria com a Associação Brasileira de Franchising (ABF) e com a Agência de Promoção de Exportações no Brasil (APEX). Participou de feiras nos Estados Unidos, México e Portugal e vai integrar um evento no mês que vem na Espanha. A idéia é inaugurar entre seis a dez lojas num prazo de um ano e meio. Apesar da expectativa de crescimento de vendas de 30% este ano em relação a 2004, Diego Perri acredita que as pessoas estão mais receosas na hora de gastar e indo menos ao restaurante. Mesmo assim, em agosto, as vendas aumentaram 27% em relação ao mesmo mês de 2004. Neide Martingo

Diego Perri, diretor de exportação da Vivenda do Camarão, aposta no alto poder aquisitivo dos consumidores norteamericanos e europeus para as vendas dos produtos da rede. Reformulação da imagem da empresa ajuda a atrair mais consumidores para as lojas no País. Divulgação

STROGONOFF Prato ganha versão nacional com a adição do camarão

Divulgação

PEIXE Com pirão de peixe e arroz, receita lembra a culinária do nordeste

Divulgação

BOBÓ Tipicamente brasileira, a mistura ganha ares sofisticados para conquistar o público estrangeiro


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segunda-feira, 5 de setembro de 2005

Negócios & Oportunidades

COMÉRCIO EXTERIOR - 13

EMPRESÁRIOS RUMAM AO ORIENTE EM BUSCA DE NOVOS NEGÓCIOS Luis Enrique Ascui/Reuters

Presidente da Áustria visita São Paulo com empresários

ntre os próximos dias 19 e 20, uma delegação de empresários acompanha a visita oficial do presidente da Áustria, Heinz Fischer, ao Brasil. A missão, liderada pelo presidente da Câmara Federal de Economia da Áustria, Christoph Leitl é composta pelas seguintes empresas: G Bauer: sistemas de irrigação (pivots e lineares), automáticos para grandes superfícies, que economizam água e energia, entre outros. G BeYu e Ardeco: cosméticos para o público jovem; óculos de sol; coleção de armações ultraleves em materiais nobres; bolsas pequenas multi-uso. G Efinio Ingenieure: softwares para indústria automotiva G Efkon: pedágio eletrônico, estacionário, móvel, sistema de gerenciamento de tráfego em rodovias. G Energea: biodiesel e tecnologia para energia alternativa. G Hartl: moin h o s d e i mpacto móveis e britadeiras de mandíbulas com peso total de 30 toneladas e capacidade de vazão de 150 t/h até peso total de 80 ton e vazão de 500 t/h (1). G Hereschwerke: automação industrial de rede (fornecimento de energia), área ambiental, túneis, construção de instalações de comando. G HTN Artigos Esportivos: raquetes de tênis, squash e racketball, bolas de tênis, esquis e snowboards, botas de esqui e snowboards, entre outros. G IKU Intelligente: sistemas de auto-limpeza de janelas e fachadas. G Kapsch TrafficCom: sistemas de pedágio e telemática de tráfego. G Knapp Logistik Automation: soluções one-stop, automação de depósitos. G Nowicky Pharma: anticancerigeno Ukrain, medicamento semi-sintético à base de plantas para utilização na tera-

pia do câncer, que age de forma seletiva nas células cancerígenas, enquanto as saudáveis permanecem intactas. G Orion: luminárias com mais de 12 mil modelos, de simples luminárias até exclusivos lustres de cristal. G PPC Insulators: isoladores de alta tensão. G Red Bull: bebidas energéticas. G RZV Finance: serviços financeiros comerciais para bancos e empresas. G S&T System Integration & Technology: desenvolve e implementa soluções de TI. G Salzburger Aluminium: componentes de alumínio (tanques de combustível, recipientes de ar comprimido, câmaras de ar), construções especiais em alumínio, para indústria automobilística, motocicletas, aviões, veículos utilitários e ferroviários. G O.Salm: instalações para micro-cervejarias (2). G Sonnentor: ervas para chás e temperos, creme de frutas sem açúcar, biscoitos, café de aroma suave. G Thoni: equipamentos para os setores ambiental, de energia e de fundição, mangueiras especiais e processamento de alumínio. G Untha: máquinas e equipamentos trituradores para a indústria da reciclagem e meioambiente. G Windtec Engineering: equipamentos eólicos, procura parcerias, joint-venture, cooperação; além de importadores e distribuidores. Contato – Os encontros acontecem nos dias 19 e 20 de setembro, no Hotel Renaissance - salão Amazônia, à alameda Santos, 2233. A organização das reuniões está a cargo do Consulado Geral da Áustria. Interessados devem entrar em conto pelo telefone (11) 30449944, e-mail: saopaulo@austriantrade.org

Feira multissetorial na Índia

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India Trade Promotion Organisation - ITPO de São Paulo convida empresas brasileiras interessadas em entrar no mercado indiano a participar da Índia International Trade Fair 2005, entre os dias 14 e 27 de novembro. A Feira multissetorial expõe tecnologia da informação, bens de produção, empreendimentos científicos e tecnológicos em todos os setores da indústria, agricultura, telecomunicações, infra-estrutura, indústria de serviços, bens de consumo duráveis, alimentos, têxteis e roupas, artigos para presentes, artigos para cozinha, brinquedos, artigos e equipamentos esportivos, materiais de construção, produtos medicinais e herbáceos, ar-

tigos de couro, todos os tipos de produtos para engenharia, artigos para diversões eletrônicas, mobília de madeira, dentre outros. A feira é realizada no principal centro de exposições da Índia, o Pragati Maidan, em Nova Delhi. O valor do estande varia de US$ 170, sem estrutura básica; e US$ 180 com estrutura básica. Histórico – A Índia já é a quarta maior economia do mundo em termos de paridade de poder de compra. Sua população é superior a 1,1 bilhão de habitantes, cuja classe média totaliza de 400 milhões. Em São Paulo o ITPO está localizado à alameda Santos, 705 - 10º andar, telefones (11) 32845925 e 3284-8095.

PAÍSES QUE DESEJAM IMPORTAR DO BRASIL

ÁFRICA DO SUL 258 - Carnes e miudezas do capitulo 02. ALEMANHA 259 - Bolsas de boa qualidade e acabamento; luvas de malha; xales, echarpes, lenços, cachecóis de alta qualidade, em seda; jóias, bijuterias de prata de alta qualidade. 260 - Produtos farmacêuticos genéricos. 261 - Móveis e partes para móveis. ARGENTINA 262 - Álcool etílico e aguardentes. 263 - Serviços de mesa e outros utensílios de mesa ou de cozinha. CHILE

264 - Polímeros de estireno, em formas primárias ESPANHA 265 - Açúcar refinado. 266 - Abacates, goiabas e mangas. FRANÇA 267 - Óleos essenciais e resinóides; produtos de perfumaria ou de toucador preparados e preparações cosméticas. HONG KONG 268 - Açúcares e produtos de confeitaria. MÉXICO 269 - Cartuchos e suas partes para espingardas ou carabinas de cano liso e chumbos para carabinas de ar condicionado.

Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397

País, que faz parte do grupo dos tigres asiáticos, é altamente receptivo e oferece oportunidades a pessoas de qualquer nacionalidade

De ilha de pescadores a integrante dos tigres asíaticos

O BRASIL A CAMINHO DE CINGAPURA

e hoje não há dúvidas sobre o potencial econômico de Cingapura, isso nem sempre foi assim. Durante séculos, a ilha asiática foi apenas uma área pantanosa ocupada por pescadores e pertencente ao sultanato de Johore, localizado na região da Malásia. Apenas em 1819, sir Stanford Raffles, da Companhia Britânica das Índias Orientais, fundou ali um posto comercial e, cinco anos depois, o sultão de Johore cedeu Cingapura à Companhia das Índias, que se tornou, assim, uma colônia britânica. A mudança foi o primeiro passo para o desenvolvimento. Mas a autonomia administrativa só veio em 1959 e, mais tarde, em 1963, surgiu a incorporação à Federação Malaia (atual Malásia). A união, porém, fracassou por causa das tensões entre os malaios, dominantes na federação, e as comunidades de origem chinesa, majoritárias em Cingapura. O país tornou-se independente em 1965. Nos 25 anos seguintes, Cingapura foi governada pelo primeiro-ministro Lee Kuan Yew, que deixou o cargo em 1990, mas permaneceu no gabinete exercendo grande influência. No fim de outubro de 1997, a queda na Bolsa de Hong Kong repercutiu fortemente no Sudeste Asiático, inclusive em Cingapura, o que provocou instabilidade da moeda e elevação da taxa de juros, situação que afetou a economia do País durante os anos seguintes. (FP)

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ingapura é um dos treitar o relacionamento com a c h a m a d o s t i g r e s América do Sul (Cingapura já asiáticos, país que se tem um escritório no México). modernizou e cres- Por ocasião de inauguração, o ceu rapidamente nas últimas vice-primeiro-ministro cingadécadas. Mas é um tigre sem pureano, S Jayakuman, viajará garras afiadas e disposto a aco- para o Brasil. Oportunidades –Na opilher pessoas de qualquer nacionalidade, principalmente nião de Hélio Nicolletti, os emlatino-americanos. Entre os presários brasileiros devem dias 7 e 8 de setembro, Cinga- pensar em Cingapura como pura realiza justamente um uma boa oportunidade de exevento para aproximar a Amé- plorar novos mercados e dirica Latina da Ásia: o 2º Latin versificar a pauta de exportações. Além do país possuir um Asia Business Forum. O evento, organizado pelo mercado doméstico expressiMinistério de Comércio Exte- vo, é de fato a porta de entrada rior de Cingapura, terá pales- para outras nações do sudeste asiático. Tanto tras sobre as é verdade que o p o r t u n i d ao porto cingades de negóp u re a n o é o cios para bram a i s m o v isileiros e oumentado do tros latinos, e mundo em tosobre como nelagem de d e se n v o lv e r milhões de dólares embarque. estratégias de Em 2003, a marketing pafoi o total exportado carga marítira o mercado pelo Brasil ma manuseaasiático. Do ao país asiático no da chegou a outro lado, re179 milhões presen tantes primeiro semestre de toneladas de países latideste ano para o mercanos falarão de do interno e seus mercados mais de 134 e das peculiamilhões de toneladas para paíridades de cada região. Entre os palestrantes brasi- ses vizinhos. E, melhor, o país leiros está o presidente da As- não cobra tarifas aduaneiras sociação Brasileira de Promo- sobre produtos alimentícios, ção das Exportações (Apex), só para bebidas alcoólicas. Parceiros – O Brasil é, incluJuan Quiróz; o embaixador Edmundo Fujita; e o vice-pre- sive, um dos principais fornecesidente da Associação Comer- dores de alimentos de Cingapucial de São Paulo (ACSP), Hé- ra. No primeiro semestre de lio Nicolletti. Na missão brasi- 2005 foram vendidos mais de leira também seguem empre- US$ 444 milhões. Entre os prinsários de diversos segmentos. cipais itens enviados estão car"Esperamos receber mais de ne de frango, boi, suínos e miu150 pessoas nesse evento e re- dezas, café e óleos comestíveis. Do lado deles, as exportações petir o sucesso do ano passado. Após o Latin Asia, temos co- chegaram a US$ 415 milhões no nhecimento que vários negó- primeiro semestre e os producios foram fechados", diz Su- tos vendidos para o Brasil fozana Simões, responsável pelo primeiro escritório de Cinga pura no Brasil. Aliás, a inaugu! " ! # $ % & ração desse escritório, no dia ' ( ( 23 de setembro, é o segundo passo do governo de lá para es-

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ram principalmente óleo diesel, aparelhos transmissores, circuitos e chips de computador e celular, entre outros manufaturados do tipo. Mas, de acordo com Nicolletti, além das expectativas para o setor de alimentos, Cingapura está interessada em expandir seus investimentos na América Latina. "Alguns movimentos de investidores já começaram e eles estão dispostos a conhecer mais a região. Temos que aproveitar essa oportunidade. Além disso, precisamos lembrar que Cingapura é um pequeno país, mas de extrema importância na Ásia", afirma ele. Livre comércio – Cingapura adota uma política de livre comércio pela qual a maioria dos produtos importados ou exportados não se sujeita a controles tarifários. Contudo, determinados itens são controlados por motivos ligados ao meio ambiente, à segurança pública e saúde. Fernanda Pressinott


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segunda-feira, 5 de setembro de 2005

LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS - 9

ANTIGOS, TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS COMO O TIT E O CONSELHO DE CONTRIBUINTES CONTINUAM ATRAENTES Paulo Pampolin/Digna Imagem

MEIO MAIS ÁGIL PARA A DISPUTA TRIBUTÁRIA

No TIT, os processos administrativos são julgados com celeridade, transparência, eficiência e total independência.

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Ives Gandra Martins, jurista

cred

As mudanças, necessárias, não poderão comprometer o direito de ampla defesa dos contribuintes e também a qualidade dos julgamentos.

Eliana Maria Bertachini, presidente do TIT

Na esfera federal, processo anda ainda mais rápido Divulgação

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Fagundes: maior preparo para julgar

processuais e, até o fim do julgamento, o Fisco não cobra o débito em discussão. O advogado Gilberto de Castro Moreira Júnior, do escritório Albino Advogados Associados, diz que vale a pena levar ao conselho causas que envolvam matéria contábil ou muito técnica. "Os conselhos não julgam matéria constitucional. Nesse caso, é melhor ir direto à Justiça", recomenda Moreira Júnior. Já para Fagundes, se já há decisões favoráveis ao contribuin-

te ou ainda não há julgamento sobre a matéria no conselho, é interessante entrar com recurso na esfera administrativa. "Além disso, quando o contribuinte entra com ação direto na Justiça, ele renuncia ao direito de discuti-la administrativamente", lembra. Se a Justiça ainda não pacificou a matéria, o conselho pode julgá-la a favor do contribuinte, mesmo que a Justiça seja, em sua maioria, contrária. "O 1° Conselho já firmou o entendimento de que o prazo de decadência do IRPJ, por exemplo, começa a contar da data da ocorrência do fato gerador (não pagamento do tributo). Já a Primeira Seção do STJ decidiu que o prazo só começa a ser contado após 5 anos da ocorrência do fato gerador", explica Gadelha. Em 2004, a Portaria nº 820 da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) tentou esvaziar o Conselho, ao permitir que a Fazenda conteste em juízo decisões desfavoráveis à União. Mas, segundo Gadelha, a medida não foi colocada em prática. Laura Ignacio

ADVOCACIA TRABALHISTA EMPRESARIAL ESPECIALIZADA

DC

a esfera federal, a celeridade dos julgamentos dos processos administrativos é ainda maior. No Conselho de Contribuintes, que completou ontem 81 anos, a tramitação de um processo varia de 3 a 5 anos, de acordo com advogados. No Judiciário, o contribuinte tem de esperar, em média, de 5 a 7 anos para ver resolvida uma pendência envolvendo tributos federais. "Tudo depende da existência de recurso especial na Câmara Superior de Recursos Fiscais ou outros recursos regimentais", explica Manoel Antônio Gadelha Dias, presidente do 1º Conselho de Contribuintes. Atualmente, tramitam no 1º, 2º e 3º Conselhos 19 mil processos. Recursos envolvendo IRPJ, IRPF, IRRF, CSLL e contribuições relacionadas ao IRPJ são levados ao 1º Conselho. Os demais julgam recursos relativos ao PIS, COFINS, IPI, IOF e CPMF II, IE, IPI, ITR e outros relativos a regimes aduaneiros. Neste ano, pelo menos 4.592 ações sobre matéria tributária chegaram ao Supremo Tribunal Federal (STF). Já no Superior Tribunal de Justiça (STJ), há em tramitação 438 ações sobre CPMF, 803 referentes a CSLL, 1.650 sobre IOF, 22.920 a respeito de IR e 24.392 de PIS/Cofins. Especialistas são unânimes em dizer que os membros do conselho têm mais capacidade técnica para julgar matérias tributárias do que os juízes dos tribunais. "Eles são melhor preparados para julgar causas relativas a impostos", afirma o advogado Bruno Fagundes, do escritório R e m o r, R i b a s , F a g u n d e s , Amad e Ciari Advogados. Isso acontece porque metade dos seus membros é constituída de representantes da Fazenda Nacional e a outra metade de representantes de entidades de classe como contadores, administradores e economistas. Na hora de decidir se é melhor entrar direto com recurso na Justiça ou primeiro na esfera administrativa, deve-se considerar que para discutir uma causa no âmbito administrativo é preciso arrolar bens no valor de 30% da dívida como garantia. No entanto, não há necessidade de advogado para se defender, nem custas

Os Advogados,

OVIDIO LOPES GUIMARÃES JUNIOR JOEL EDUARDO DE OLIVEIRA ROGÉRIO PACILÉO NETO Comunicam a todos os clientes e colegas a mudança do Escritório de Advocacia Trabalhista para a Avenida Marquês de São Vicente, 121, Bloco B, 13º andar, conjunto 1301, Barra Funda, São Paulo, SP, CEP: 01139-001, Telefones: 11 3616-6544 - 3616-6546, a partir de 10/01/2005, onde estarão atendendo definifivamente.

onsiderado o melhor tribunal administrativo do País, o Tribunal de Impostos e Taxas (TIT), da Secretaria da Fazenda de São Paulo (Sefaz), completa 70 anos tentando reduzir ao máximo o tempo de julgamento de um auto de infração fiscal, sem deixar de lado o seu prestígio como exemplo de qualidade técnica. O tribunal é usado como base para decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Com a mesma idade do TIT, o jurista Ives Gandra Martins faz elogios ao tribunal onde fez a sua primeira sustentação oral. "Os processos administrativos são julgados com celeridade, transparência e eficiência. Em 46 anos em que defendo contribuintes nesse tribunal, nunca percebi nenhum favorecimento. A independência é total", diz ao analisar o órgão que é formado por 48 juízes representantes do Fisco e de contribuintes. Apesar do prestígio, o TIT precisa tornar-se mais ágil. A meta é reduzir de seis para dois anos a conclusão dos processos que, no Judiciário paulista, levam em média 10 anos para terem uma decisão final. Propostas não faltam para isso e o secretário da Fazenda, Eduardo Guardia, está empenhado numa reestruturação. "As mudanças não poderão comprometer o direito de ampla defesa do contribuinte e a qualidade dos julgamentos", diz a atual presidente do TIT, Eliana Maria Barbieri Bertachini. Nos últimos anos, o TIT tem

sido parabenizado pela agilidade no julgamento dos autos de infração. Há 11 anos, as autuações demoravam nove anos para serem julgadas. Hoje, são seis anos de espera, graças a iniciativas como o enxugamento dos procedimentos de circulação dos processos, controle da pauta de julgamento, análise conjunta de processos sobre o mesmo assunto e o estabelecimento de prazos mais rígidos. As mudanças trouxeram resultados visíveis na primeira instância de julgamento, que é formada pelas delegacias regionais tributárias da Sefaz, onde os autos são julgados em três meses. Antes, levavam oito anos. Atualmente, há 15 mil processos em primeira instância e seis mil em segunda, para onde podem ser enviados os processos acima de 2 mil Ufesps (R$ 26,6 mil), mediante arrolamento de bens no valor de 30% da dívida em discussão. O andamento dos julgamentos no TIT só não é mais ágil, entre outros motivos, por causa do elevado número de autos de infração, que variam entre 1,5 e 1,7 mil por mês e alcançam o mesmo patamar de anos anteriores. Ultimamente, segundo Eliana, os autos relativos ao Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) vêm prejudicando o andamento dos processos. E não é para menos. Entre outubro e dezembro de 2004, foram lavrados 1,8 milhão de autos, cobrando o imposto não recolhido de 1999. Este ano, o número deve beirar os 800 mil. Os processos administrati-

vos no TIT são sempre originados de autos de infração. Há casos, menos comuns, de contribuinte que, conhecendo o entendimento do TIT sobre determinado assunto, se deixa autuar pela Fazenda para discutir a questão administrativamente. Quando não concorda com determinada exigência do Fisco, a outra alternativa que o contribuinte tem é entrar com um mandado de segurança para discutir a cobrança judicialmente. "Mas vai gastar mais dinheiro e tempo e pode não ter o mesmo entendimento técnico do TIT", diz o advogado Roberto Mateus Ordine, vicepresidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que há 15 anos atua como juiz no Tribunal. O resultado dos julgamentos também mostra que a fiscalização ganhou eficiência. Hoje, 75% dos autos de infração são confirmados. Há seis anos, só 50% dos autos eram ratificados. Isso é resultado de novos métodos de fiscalização, iniciados em 1999: em vez de uma dupla de fiscais, as empresas recebem uma equipe multidisciplinar de dez. "O controle de qualidade é maior pois temos profissionais com diferentes habilidades trabalhando juntos", explica o diretor adjunto da Diretoria Executiva Administração Tributária da Sefaz (DEAT), Antônio de Moura Campos, juiz do TIT desde 1989. Além disso, a Escola Fazendária do Estado de São Paulo (Fazesp) oferece cursos para mostrar os erros mais comuns cometidos pelos fiscais. Adriana David


PFL, PSDB, PPS, PN e parte do PT vão pedir hoje:

Dá licença, Severino Deputados de todos os partidos vão pedir ao presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, que se licencie até ser esclarecida a denúncia de que ganhava um "mensalinho" de R$ 10 mil por mês para permitir que um restaurante no Congresso não fosse despejado. Página 6 w w w. d co m e rc i o. co m . b r Edição concluída às 23h50

Ano 81 - Nº 21.956

São Paulo, segunda-feira 5 de setembro de 2005

Pablo de Sousa/Luz

R$ 0,60

Patrícia Cruz/Luz

ABAIXO! Ato pela legalidade, amanhã, na Sé

E um grito contra a fome do Leão

Passeata contra a corrupção, que tem apoio da ACSP, Força Sindical, OAB e mais de 40 entidades, sairá da Sé às 10h e irá até a Praça Ramos. Página 3

Como protesto contra a alta carga tributária, os manifestantes farão uma parada em frente ao Impostômetro, que já estará na marca dos R$ 500 bi.

Engolidor de fogo, malabarista, camelôs com bugigangas e balinhas são o novo alvo da Prefeitura. Numa entrevista ao DC, Walter Feldman promete: vai reconquistar as ruas de SP.

Prefeitura quer de volta as ruas de São Paulo DCidade

REFORMA POLÍTICA, URGENTE!

Já não há tempo para reformar em 2006. É a conclusão de debates na ACSP. Págs. 4 e 5

Alexandre Cassiano/Ag. O Globo

Robert Galbraith/Reuters

MST Setembro pintado de vermelho

AMANTES DE FURACÃO

Alexandre Belém/JC Imagem/AE

Por Olavo de Carvalho. Pág. 20

O furacão de queixas atinge todos os EUA Presidente Bush reage a um país espantado com o socorro de 3º mundo. Pág. 18

Sem-terra prometem recorde de invasões este ano. Página 3

HOJE Nublado com chuva Máxima 21º C. Mínima 16º C.

AMANHÃ Nublado com chuva Máxima 20º C. Mínima 15º C.

CARECAS DE FAZER GOLS Os carecas Juan, Robinho e Adriano (3 gols), apoiados por Ronaldo e Kaká, fazem 5 a 0 contra o Chile. O resultado garante, por antecipação, uma vaga na Copa do Mundo de 2006. O cuidado, agora, é com o favoritismo, que, tradicionalmente sempre pareceu jogar contra o Brasil. DCEsporte


DIÁRIO DO COMÉRCIO

14 -.LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

ORIENTAÇÃO LEGAL LEGISLAÇÃO • DOUTRINA • JURISPRUDÊNCIA INSTITUTO JURÍDICO DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO

COORDENAÇÃO: CARLOS CELSO ORCESI DA COSTA

Agenda Tributária Federal – Setembro/2005 SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL COORDENAÇÃO-GERAL DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA ATO DECLARATÓRIO EXECUTIVO Nº 59, DE 30 DE AGOSTO DE 2005 I - até o quinto dia útil do mês de maio de 2005, a DCTF Semestral relativa a eventos ocorridos Divulga a Agenda Tributária do mês de setembro de 2005. nos meses de janeiro e fevereiro de 2005; O coordenador-geral de Administração Tributária, no uso de suas atribuições, declara: II - até o último dia útil do mês de maio de 2005, a DIPJ relativa a eventos ocorridos nos meses Art. 1º As datas fixadas para pagamento dos tributos administrados pela Receita Federal do de janeiro, fevereiro e março de 2005; e Brasil (RFB) e para apresentação das principais declarações, demonstrativos e documentos III - até o último dia útil do mês de julho de 2005, o Dacon relativo a eventos ocorridos nos exigidos por esse órgão, no mês de setembro de 2005, são as constantes na Agenda Tributária meses de janeiro, fevereiro, março, abril e maio de 2005. anexa. Art. 4 º No caso de extinção decorrente de liquidação, incorporação, fusão ou cisão total, a Art. 2º As referências a “Entidades financeiras e equiparadas”, contidas nas discriminações pessoa jurídica extinta deve apresentar a Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, dizem respeito às pessoas jurídicas de que trata (Dirf), relativa ao respectivo ano-calendário, até o último dia útil do mês subseqüente ao da o § 1º do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. ocorrência do evento. Art. 3º No caso de extinção, incorporação, fusão ou cisão, a pessoa jurídica extinta, Parágrafo único A Dirf, de que trata o caput, deverá ser entregue até o último dia útil do mês incorporadora, incorporada, fusionada ou cindida deverá apresentar: de março quando o evento ocorrer no mês de janeiro do respectivo ano-calendário. I - até o último dia útil do mês subseqüente ao do evento: Art. 5º Na hipótese de saída definitiva do País ou de encerramento de espólio ocorridos no a) a Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ); ano-calendário de 2005, a Dirf de fonte pagadora pessoa física relativa a esse ano-calendário b) a Declaração Simplificada das Pessoas Jurídicas - Simples; deve ser apresentada: c) a Declaração Simplificada das Pessoas Jurídicas Inativas (Declaração de Inatividade 2005); I - no caso de saída definitiva do Brasil, até: d) o Demonstrativo do Crédito Presumido do IPI (DCP); e a) a data da saída do País, no caso desta ser em caráter permanente; e e) o Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (Dacon). b) trinta dias contados da data em que a pessoa física declarante completar doze meses II - até o quinto dia útil do segundo mês subseqüente ao do evento: consecutivos de ausência, no caso de saída do País em caráter temporário; ou a) a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Mensal (DCTF Mensal); ou II - até o último dia útil do mês de fevereiro de 2006, no caso de encerramento de b) a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Semestral (DCTF Semestral). espólio. § 1º As declarações e os demonstrativos constantes das alíneas “a”, “b”, “d” e “e” do inciso Art. 6º A Declaração Final de Espólio deve ser apresentada no prazo de sessenta dias I deverão ser apresentados até o último dia útil do mês de março quando o evento ocorrer no mês contados da data do trânsito em julgado da decisão judicial da partilha, sobrepartilha ou de janeiro do respectivo ano-calendário. adjudicação dos bens inventariados. § 2º A obrigatoriedade de apresentação da DIPJ, da DCTF, da Declaração Simplificada das Parágrafo único Se o prazo para a apresentação da Declaração Final de Espólio encerrarPessoas Jurídicas - Simples e do Dacon na forma prevista no caput não se aplica à incorporadora se antes da data prevista para a apresentação da Declaração de Ajuste Anual do Imposto de nos casos em que as pessoas jurídicas, incorporadora e incorporada, estejam sob o mesmo Renda Pessoa Física (DIRPF) correspondente ao ano-calendário anterior, essas duas declaracontrole societário desde o ano-calendário anterior ao do evento. ções devem ser apresentadas no prazo previsto no caput para a entrega da Declaração Final § 3º Excepcionalmente, em relação aos eventos de extinção, incorporação, fusão, cisão de Espólio. parcial ou cisão total, a pessoa jurídica extinta, incorporada, incorporadora, fusionada ou cindida deverá apresentar: Michiaki Hashimura ANEXO AGENDA TRIBUTÁRIA – MÊS DE SETEMBRO DE 2005 DATA DE VENCIMENTO: DATA EM QUE SE ENCERRA O PRAZO LEGAL PARA PAGAMENTO DE TRIBUTOS ADMINISTRADOS PELA RECEITA FEDERAL DO BRASIL Data de Vencimento Diária

Diária

Diária

Diária Diária

5 8

Tributos

Código DARF

Período de Apuração do Fato Gerador (FG)

Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Rendimentos do Trabalho Tributação exclusiva sobre remuneração indireta

2063

FG ocorrido no mesmo dia

Rendimentos de Residentes ou Domiciliados no Exterior Royalties e pagamentos de assistência técnica

0422

FG ocorrido no mesmo dia ” ” ” ” ” ” ” ”

Renda e proventos de qualquer natureza Juros e comissões em geral Obras audiovisuais, cinematográficas e videofônicas Fretes internacionais Remuneração de direitos Juros remuneratórios do capital próprio Previdência Privada e Fapi Aluguel e arrendamento Outros Rendimentos Pagamento a beneficiário não identificado

5217

Imposto sobre a Exportação (IE)

0107

Cide - Combustíveis - Importação - Lei 10.336/01 Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a importação de petróleo e seus derivados, gás natural, exceto sob a forma liquefeita, e seus derivados, e álcool etílico combustível

Contribuição para o PIS/Pasep PIS/Pasep - Importação de serviços (Lei 10.865/04) Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) Cofins - Importação de serviços (Lei 10.865/04) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) IPI - Cigarros do código 2402.20.00 da Tipi IPI - Bebidas do capítulo 22 da Tipi Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Rendimentos de Capital Títulos de renda fixa - Pessoa Física Títulos de renda fixa - Pessoa Jurídica Fundo de Investimento - Renda Fixa Fundo de Investimento em Ações Operações de swap Day-Trade - Operações em Bolsas Ganhos líquidos em operações em bolsas e assemelhados Juros remun. do capital próprio (art. 9º da Lei nº 9.249/95) Aluguéis e royalties pagos à pessoa física Rend. de partes beneficiárias ou de fundador Demais rendimentos de capital Rendimentos do trabalho Trabalho assalariado Trabalho sem vínculo empregatício Resgate previdência privada Rendimentos decorrentes de decisão da Justiça do Trabalho Rend. de residentes ou domiciliados no Exterior Aplicações Financeiras - Fundos/Entidades de Investimento Coletivo Aplicações em Fundos de Conversão de Débitos Externos/Lucros/Bonificações/Dividendos Juros de Empréstimos Externos Outros rendimentos Prêmios obtidos em concursos e sorteios Prêmios obtidos em bingos Remuneração de serv. prest. por pessoa jurídica Pagamentos de PJ a PJ por serviços de factoring Pagamento PJ a cooperativa de trabalho Juros e indenizações de lucros cessantes Multas e vantagens Vida gerador de benefício livre - VGBL Indenização por danos morais Rendimentos decorrentes de decisão da Justiça Federal Demais rendimentos

0473 0481 5192 9412 9427 9453 9466 9478

Data de Vencimento

Tributos

8

Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) IOF - Operações de crédito - Pessoa Jurídica IOF - Operações de crédito - Pessoa Física IOF - Operações de câmbio - Entrada de moeda IOF - Operações de câmbio - Saída de moeda IOF - Aplicações Financeiras IOF - Factoring (art. 58 da Lei 9.532/97) IOF - Seguros IOF - Ouro, Ativo Financeiro Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira - (CPMF) CPMF - Operações de lançamento a débito em conta CPMF - Operações de liquidação ou pagamento sem crédito em conta CPMF - Devida pela instituição financeira, na condição de contribuinte Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Posição na Tipi Produto 87.03 Automóveis de passageiros e outros veículos automóveis principalmente concebidos para transporte de pessoas (exceto os da posição 87.02), incluídos os veículos de uso misto (“station wagons”) e os automóveis de corrida; 87.06 Chassi com motor para os veículos automóveis das posições 87.01 a 87.05; 84.29 “Bulldozers”, “angledozers”, niveladores, raspo-transportadores (“scrapers”), pás mecânicas, escavadores, carregadoras e pás carregadoras, compactadores e rolos ou cilindros compressores, autopropulsados; 84.32 Máquinas e aparelhos de uso agrícola, hortícola ou florestal, para preparação ou trabalho do solo ou para cultura; rolos para gramados (relvados), ou para campos de esporte; 84.33 Máquinas e aparelhos para colheita ou debulha de produtos agrícolas, incluídas as enfardadeiras de palha ou forragem; cortadores de grama (relva) e ceifeiras; máquinas para limpar ou selecionar ovos, frutas ou outros produtos agrícolas, exceto as da posição 84.37; 87.01 Tratores (exceto os carros-tratores da posição 87.09); 87.02 Veículos automóveis para transporte de 10 pessoas ou mais, incluindo o motorista; 87.04 Veículos automóveis para transporte de mercadorias; 87.05 Veículos automóveis para usos especiais (por exemplo: auto-socorros, caminhõesguindastes, veículos de combate a incêndios, caminhões-betoneiras, veículos para varrer, veículos para espalhar, veículos-oficinas, veículos radiológicos), exceto os concebidos principalmente para transporte de pessoas ou de mercadorias; 87.11 Motocicletas (incluídos os ciclomotores) e outros ciclos equipados com motor auxiliar, mesmo com carro lateral; carros laterais. Contribuição para o PIS/Pasep Retenção de contribuições - pagamento de PJ a PJ de direito privado (Cofins, PIS/Pasep, CSLL) PIS/Pasep - Retenção - pagamentos de PJ a PJ de direito privado Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) Retenção de Contribuições - pagamentos de PJ a PJ de direito privado (Cofins, PIS/Pasep, CSLL) Cofins - Retenção - pagamentos de PJ a PJ de direito privado Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) Retenção de contribuições - pagamentos de PJ a PJ de direito privado (Cofins, PIS/Pasep, CSLL) CSLL - Retenção - pagamentos de PJ a PJ de direito privado Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) Pagamento Unificado - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias IRPJ - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias

8

9

9438

5434

FG ocorrido no mesmo dia Exportação, cujo registro da declaração para despacho aduaneiro tenha-se verificado 15 dias antes.

Importação, cujo registro da declaração tenha-se verificado no mesmo dia FG ocorrido no mesmo dia

5442

FG ocorrido no mesmo dia

1020 0668

21 a 31/Agosto/2005 ”

8053 3426 6800 6813 5273 8468

28/Ago a 3/Set/2005 1ª Sem. de Setembro ” ” ” ” ”

5557

5706 3208 3277 0924

” ” ” ”

0561 0588 3223

” ” ” 9

5936 5286

” ” 9

0490 5299

” ”

0916 8673 1708 5944 3280 5204 9385 6891 6904

” ” ” ” ” ” ” ” ”

5928 8045

” ”

9

12

Código DARF

Período de Apuração do Fato Gerador (FG)

1150 7893 4290 5220 6854 6895 3467 4028

28/Ago a 3/Set/2005 1ª Sem. de Setembro ” ” ” ” ” ” ”

5869

25 a 31/Agosto/2005 5ª Semana de Agosto

5871

5884

0676

21 a 31/Agosto/2005

0676

1097

1097

1097

1097

1097

1097

1097

1097

5952

16 a 31/Agosto/2005

5979

5952

16 a 31/Agosto/2005

5960

5952

16 a 31/Agosto/2005

5987

4095

Agosto/2005

4112

(Continua na página seguinte)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS

segunda-feira, 5 de setembro de 2005 Folha Imagem

LEI CAPIXABA DETERMINA QUE SEJA DISCRIMINADA A CARGA TRIBUTÁRIA

OS FRUTOS DA CAMPANHA DO FEIRÃO DO IMPOSTO ção da carga tributária em todos os produtos é inviável, porque não dá para se fazer um cálculo único para toda uma gama de produtos. Para se chegar ao valor exato, seria necessário levantar o quanto se pagou de imposto em toda a cadeia produtiva, o que seria muito complicado. Márcia Rodrigues

Projeto paulista está a caminho do plenário

O

projeto de lei que tramita em São Paulo já passou pelas comissões de Justiça e de Economia e Planejamento e deve seguir em breve para a votação no plenário. De autoria do atual presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, Rodrigo Garcia (PFL), o PL nº 64/2005 determina que "todos os produtos comercializados no Estado de São Paulo devem ter discriminado em suas embalagens ou em tabelas, gôndolas ou assemelhados, desde que em local visível, a porcentagem do preço paga a título de impostos". A idéia de tratar o assunto em um projeto de lei surgiu quando o deputado participou de uma reunião na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que na época liderava um movimento de conscientização do cidadão sobre qual a sua participação individual na mordida do Fisco. Segundo o deputado pefelista, a princípio o projeto pretende conseguir a discriminação apenas dos impostos estaduais. "Mas nada impede que ao sancionar a lei, o governador determine que todos os produtos produzidos em São Paulo saiam das fábricas com a descrição de todos os impostos", diz. "Desde que assumi a presidência da

Arquivo/DC

O

Feirão do Imposto competência legislativa resertem inspirado pro- vada à União, pois é norma gejetos de lei esta- ral de Direito do Consumidor duais com o objeti- ou de Direito Tributário. E vo de conscientizar a popula- acrescenta que a lei gera efeitos ção sobre o peso dos tributos jurídicos em todos os entes da no preço final de produtos e Federação, ao exigir que os forserviços. Um deles, de autoria necedores explicitem a carga do deputado Rodrigo Garcia tributária, já que "as relações (PFL), tramita na Assembléia de comércio não ocorrem denLegislativa de São Paulo e ou- tro de quadro estático, onde tro já se transformou em lei no fornecedores e consumidores Espírito Santo desde o mês de se situam dentro do território julho, estabelecendo a obriga- do mesmo estado". "A Adin foi proposta por toriedade de discriminar a carga tributária juntamente com o uma questão de competência e preço. A deputada Janete de Sá não de mérito. O governo en(PSB-ES) é a autora da projeto, tende que se deve ampliar a que foi vetado pelo governa- discussão sobre a melhoria da dor, Paulo Cesar Hartung legislação federal para que o (PSB-ES), mas foi promulgado contribuinte saiba o quanto pela Assembléia Legislativa paga de imposto", afirmou o quando retornou para análise governador por meio de sua assessoria de imprensa. dos parlamentares. A opinião do A L e i n º governador do 8.068/05 é a priEspírito Santo é meira que se tem co mp ar til ha da notícia de uma por Guilherme iniciativa para Afif Domingos, regulamentar o Na verdade, presidente da parágrafo 5º do a matéria só Associação CoArtigo 150 da pode ser mercial de São Constituição FePaulo (ACSP), deral, que dá ao regulamentada c o n s u m i d o r o por uma lei federal que encampou a direito de saber Guilherme Afif re a l i z a ç ã o d o qual a incidênDomingos, presidente F e i r ã o d o I mposto na capital cia de impostos da ACSP paulista no ano sobre produtos e passado. "A deserviços. A legislação obriga todas as putada transferiu a obrigação empresas a mostrar ao consu- de discriminar a carga tributámidor o quanto do valor de um ria incidente em produtos e produto ou serviço correspon- serviços para uma lei estadual, de ao pagamento de tributos quando na verdade a matéria das três esferas do governo: fe- só pode ser regulamentada por uma lei federal", disse, deral, estadual e municipal. Defesa - Para a deputada, lembrando que há projetos tranão haverá dificuldades para mitando no Congresso. Comércio - Para o presias empresas cumprirem as determinações da lei. "Antes de dente da Federação do Coser parlamentar, sempre atuei mércio do Estado do Espírito na área sindical. Por isso, acho Santo (Fecomércio-ES), Haimportante a sociedade saber o milton Azevedo Rebello, o quanto paga de impostos para maior temor do comércio não poder exigir melhorias no ser- é a promulgação da lei, mas a forma como seriam conduziviço público", diz Janete. A iniciativa da deputada po- das as regras para sua aplicade ser vista como o primeiro ção. "O cumprimento desta lei passo efetivo para conscienti- vai aumentar os custos para o zação da sociedade sobre o comércio", afirma. De acordo quanto a incidência de impos- com Rebello, a entidade está tos influencia no seu dia-a-dia. avaliando juntamente com a Mas nem toda a população ca- Confederação do Comércio pixaba está feliz com a legisla- (CNC) a possibilidade de ção. O governador entrou com também ingressar com uma uma ação direta de inconstitu- ação no Supremo. A Associação Capixaba de cionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF), Supermercados (Acaps), por com pedido de liminar, argu- meio de sua assessoria de immentando que a lei ofende prensa, declarou que a exposi-

Arrecadação estadual cresce 5,9% em agosto Mais R$ 3,45 bilhões entraram nos cofres públicos paulistas. Só o ICMS rendeu R$ 3,119 bilhões.

O Garcia: aprovação ainda este ano

Assembléia não pude mais acompanhar a tramitação do projeto e nem apressar a sua aprovação. Mas o projeto tem grande chance de ser votado ainda este ano". Esfera federal - A obrigatoriedade da discriminação da carga tributária embutida em mercadorias e serviços é uma luta que há mais de dez anos tem sido travada no Congresso Nacional. Vários projetos de lei tramitam na Casa com esta finalidade. Um, de autoria do deputado Lobbe Neto (PSDB-SP), pede para que seja exibido o valor aproximado do imposto. Outro, do deputado Pompeo Mattos (PDT-RS), exige que seja dada a informação adequada e clara sobre a incidência de impostos. Já o PL de João Capiberibe (PSB-AP), quer que apenas o preço do produto, livre de impostos, seja exibido na embalagem da mercadoria. (MR)

estado de São Paulo arrecadou R$ 3,453 bilhões em agosto, o que representa um crescimento real (deflacionado pelo IGPDI) de 3,9% em comparação ao mês de julho. Relativamente a agosto do ano passado, a arrecadação tributária apresentou aumento de 5,9%. E no acumulado do ano, de 4,1%. A receita do IPVA atingiu R$ 76 milhões, apresentando crescimento de 6,1% comparativamente a julho, de 17,9% relativamente a agosto de 2004 e de 6,8% no acumulado do ano. De acordo com nota técnica da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz), as variações positivas nos comparativos com o ano anterior podem ser creditadas ao aumento dos preços dos veículos acima da inflação medida pelo IGP-DI e ao crescimento das vendas de veículos novos em 2004 e 2005. Em agosto, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) rendeu R$ 3,119 bilhões aos cofres do estado. Um crescimento real de 2,0% em comparação ao mês de julho, 3,2% quando comparado a agosto de 2004 e de 3,8% no acumulado do ano. A Sefaz ressalta que a variação da arrecadação acumulada no ano está estabilizada no mesmo patamar desde junho de 2005, o que pode ser explicado pelo desempenho da receita do ICMS com importações (afetados pela taxa de câmbio) que se estabilizou e o melhor nível de atividade da economia paulista. Os recolhimentos vinculados às importações – que re-

presentaram 19,1% da arrecadação do ICMS de agosto – apresentaram um aumento real de 8,1% em relação ao mês anterior, motivado pelo maior número de dias úteis no mês e pela taxa negativa de inflação do mês. A média diária destes recolhimentos, entretanto, mostrou queda de 3,12%, decorrente, entre outros fatores, da desvalorização do dólar frente ao real. Ainda em relação a estes recolhimentos, houve uma variação negativa de 8,1% no acumulado do ano, o que também é explicada, em parte, pela valorização do real em 27,4% nos últimos doze meses. Apenas em agosto a queda dos recolhimentos vinculados a importações foi de 14,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Descontando-se do total da arrecadação do ICMS o valor dos recolhimentos provenientes das operações com desembaraço das mercadorias do exterior, verifica-se ainda um crescimento real para os demais segmentos de 7,0% no acumulado do ano. No comparativo entre agosto com o mesmo mês de 2004, a arrecadação do mês por esse critério alcançou 8,4% de variação positiva. Segundo a Sefaz, tanto os segmentos de comércio e serviços como o de preços administrados foram os que apresentaram melhor desempenho no acumulado até julho, atingindo, respectivamente, taxas positivas de 13,4% e 4,9%. O setor industrial apresentou queda de 2,4% no mesmo período. (Agências)

AGENDA TRIBUTÁRIA

Setembro/2ª semana ICMS/SP - OPERAÇÕES INTERESTADUAIS COM COMBUSTÍVEIS DERIVADOS DE PETRÓLEO E COM ÁLCOOL ETÍLICO ANIDRO CARBURANTE O contribuinte deverá entregar as informações relativas às operações interestaduais que promover com combustíveis derivados de petróleo em que o imposto tenha sido retido anteriormente ou com álcool etílico anidro carburante cuja operação tenha ocorrido com diferimento do lançamento do imposto com observância de programa de transmissão eletrônica de dados. O contribuinte obrigado a prestar essas informações por meio de transmissão eletrônica de dados deverá observar os seguintes prazos para o cumprimento dessa obrigação (Convênio ICMS nº 3/1999, cláusula décima sexta, na redação do Convênio ICMS nº 33/2005, cláusula primeira): a) TRR: nos dias 1º.09.05; b) contribuinte que tiver recebido o combustível de outro contribuinte substituído, exceto TRR: nos dias 02 e 05.09.05; c) contribuinte que tiver recebido o combustível exclusivamente do sujeito passivo por substituição: no dia 06.09.05; d) importador: até o dia

06.09.05; e) refinaria de petróleo ou suas bases: e.1) até o dia 13.09.05 em relação às operações cujo imposto tenha sido anteriormente retido por refinaria de petróleo ou suas bases; e.2) até o dia 23.09.05 em relação às operações cujo imposto tenha sido anteriormente retido por outros contribuintes. (Arts. 423-A e 424-A do RICMS/SP, artigo 20 da DDTT e Ato Cotepe nº 15/2005). DIA 05 IPI (exceto o devido por ME ou EPP) - Pagamento do IPI apurado no 3º decêndio de agosto/2005, incidente sobre produtos classificados no Capítulo 22 da TIPI (bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres). IPI (exceto o devido por ME ou EPP) - Pagamento do IPI apurado no 3º decêndio de agosto/2005, incidente sobre produtos classificados no código 2402.20.00 da TIPI (cigarros que contêm fumo). ICMS/SP - CNAE’S - 15237, 15911 a 15954, 21105 a 21490, 23108 a 23302, 24112 a 24996, 25216 a 25291, 26204, 27138 a 27413, 27499 a 27529, 28118 a 28215, 28312 a 28991, 29130, 29157, 29246, 29254, 29513 a 29548, 29718 a 29963,

30112 a 30228, 31119 a 31410, 31518, 31810 a 31992, 32107 a 32301, 32905, 33103 a 33502, 33910 a 33944, 34100, 34207, 34509, 35114 a 35211, 35238, 35327 a 35912, 36927 a 36951, 36978, 36994; 40118 a 40142, 40207, 40304; 51217 a 51926; 60267 a 60291, 61115 a 61239, 62103 a 62308, 64114, 64122, 92215, 92223 e 92401 - último dia para recolhimento do ICMS apurado no mês de agosto/2005. ICMS/SP – SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA – álcool anidro, demais combustíveis e lubrificantes derivados de petróleo, cimento, refrigerante, cerveja, chope e água – último dia para o recolhimento do ICMS retido apurado no mês de agosto/2005. DIA 06 SALÁRIO DE AGOSTO/2005 – Pagamento dos salários mensais. Nota: O prazo para pagamento dos salários mensais é até o 5o dia útil do mês subseqüente ao vencido. Na contagem dos dias, incluir o sábado e excluir domingos e feriados, inclusive municipais. Consultar o documento coletivo de trabalho da respectiva categoria profissional, que pode estabelecer prazo específico para pagamento de salário aos

trabalhadores. CADASTRO GERAL DE EMPREGADOS E DESEMPREGADOS – CAGED – Envio, ao ministério do Trabalho e Emprego (MTE), da relação de admissões e desligamentos de empregados ocorridos em agosto/2005. FGTS – Depósito em conta bancária vinculada dos valores relativos ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), correspondentes à remuneração paga ou devida em agosto/2005 aos trabalhadores. Não havendo expediente bancário, devese antecipar o depósito. DIA 08 IRRF – Recolhimento do Imposto de Renda Retido na Fonte correspondente a fatos geradores ocorridos no período de 28.08 a 03.09.2005, incidente sobre rendimentos de beneficiários identificados, residentes ou domiciliados no País. DCTF - Entrega da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), com informações sobre fatos geradores ocorridos no mês de julho/2005, pelas pessoas jurídicas em geral, inclusive as equiparadas, imunes e isentas (art. 2o da IN SRF no 482/2004): a) cuja receita bruta auferida no segundo ano-calendário anterior

ao período correspondente à DCTF a ser apresentada tenha sido superior a R$ 30.000.000,00; ou b) cujo somatório dos débitos declarados nas DCTFs relativas ao segundo ano-calendário anterior ao período correspondente à DCTF a ser apresentada tenha sido superior a R$ 3.000.000,00. DIA 09 PREVIDÊNCIA SOCIAL (INSS) - GPS - ENVIO AO SINDICATO – Envio ao sindicato representativo da categoria profissional mais numerosa entre os empregados, da cópia da Guia da Previdência Social (GPS) relativa à competência agosto/2005. Havendo recolhimento de contribuições em mais de uma GPS, encaminhar cópias de todas as guias. Nota: Se a data-limite para a remessa for legalmente considerada feriado (municipal, estadual ou nacional), a empresa deverá antecipar o envio da GPS. IPI (Exceto o devido por ME ou EPP) – Pagamento do IPI apurado no 3º decêndio de agosto/ 2005, incidente sobre produtos classificados nas posições 84.29, 84.32 e 84.33 (máquinas e aparelhos) e nas posições 87.01, 87.02, 87.04, 87.05 e 87.11 (tratores, veí-

culos automóveis e motocicletas) todos da TIPI. IPI (Exceto o devido por ME ou EPP) - Pagamento do IPI apurado no 3º decêndio de agosto/2005, incidente sobre produtos classificados nas posições 87.03 e 87.06 da TIPI (automóveis e chassis). COFINS / CSL / PIS-PASEP – RETENÇÃO NA FONTE - Recolhimento da Cofins, da CSL e do PIS-Pasep retidos na fonte sobre remunerações pagas por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas (Lei nº 10.833/2003, arts. 30, 33 e 34), no período de 16 a 31.08.2005. ICMS/SP – SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA – energia elétrica, fumo e seus sucedâneos manufaturados, pneumáticos, câmaras-dear e protetores de borracha, tintas, vernizes e outros produtos químicos, veículo novo, veículo novo de duas rodas motorizado e outros contribuintes enquadrados em código de CNAE-Fiscal que não identifique a mercadoria a que se refere a sujeição passiva por substituição – último dia para o recolhimento do ICMS retido apurado no mês de agosto/2005.

Fonte


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.OPINIÃO

segunda-feira, 5 de setembro de 2005 Celso Júnior/AE

A N Á L I S E

Marcos Valério, em entrevista ao repórter Ricardo Amaral, da Agência Reuters. "A cópia verdadeira", completou.

Eu sou o back-up do Delúbio!

JOÃO DE SCANTIMBURGO

Conjugação do verbo roubar u m d e s e u s s e r- las da política brasileira. Quando se fala tanto de mões o padre Antônio Vieira, S. J., reforma política é oportuno trata do verbo roubar ou lembrar que as fraudes com verbo rapio, conjugado pe- dinheiro público não comlos portugueses nas colô- binam com uma democranias de seu tempo e das cia participativa digna desse nome, mas, sem dúvida, a quais tinha notícia. Dizia o formidável prega- roubalheira beneficiou não dor que esse verbo era conju- pouco as obscuras personagado em todos os tempos, no gens que foram projetadas passado, no presente e no fu- no cenário político, e inopituro, nos particípios e no ge- nadamente, para surpresa rúndio, nada ficando de fora nossa, que deles nunca ouda roubalheira pelos delega- vimos falar. O que tem sido revelado dos da Coroa, sem que Sua Majestade ficasse sabendo, pela CPI seria inimaginável pois para roubar mais e mui- num regime decente. Mas to mais os delegados impu- neste regime, sobre o qual nham a lei do silêncio, a fa- vivemos, já ouvimos falar mosa omertá dos mafiosos si- do "rouba, mas faz" mais de uma vez e cilianos. Os ladrões O que tem sido conhecemos fortunas feique estão revelado pela CPI tas à sombra sendo projepoder na tados pela seria inimaginável do vida de váCPI também rios indivíroubaram em num regime duos, que de todos os temdecente outra maneipos. Suponr a n ã o c odo que se não fosse descoberta a maroteira nheceriam a fortuna. Desconfiamos há muito que premiou parlamentares da camaradagem, termos dessas comissões de parlaapropriados para os tipos mentares de inquérito que das esquerdas que cercam o investigam ações malévolas presidente. É esse, pois, o para os interesses nacionais verbo mais conhecido das e não punem os culpados, ratazanas das câmaras na- para exemplo das novas gecionais. E mais fariam se não rações que se manifestaram, mais de uma vez nos últimos fossem descobertos. Como se vê, o verbo rou- tempos, com ceticismo no bar vem sendo proferido há julgamento sobre a política séculos e teve no grande je- nacional. É o que devem pensar os suíta um de seus censores enérgicos. Seu sermão é uma parlamentares que são resvaliosa peça de censura dos ponsáveis pela apuração costumes coloniais de sua das ações condenáveis que época e da época de hoje. estão vindo a lume. Evidentemente, esse não é um consolo para nós, que esJoão de Scantimburgo tamos observando o funcioé membro da Academia namento da CPI das fraudes Brasileira de Letras do mensalão e outras mazejscantimburgo@acsp.com.br

Céllus

N

COMENTÁRIO editor@dcomercio.com.br

Relendo José Genoino

O

depoimento na CPI a sociedade que imagina (ou do s B i n g o s d o i r- imaginava) que o socialismo mão de Celso Da- é compatível com a liberdaniel, prefeito de Santo An- de. Acho que os eleitores dedré assassinado em 2002, foi veriam refletir sobre a matéum endosso à tese já expli- ria, pelo menos aqueles que cada por José Genoino ao classificam a corrupção coqualificar qualquer tipo de mo ação não aceitável eticaação. Dizia Genoino que va- mente. Ainda que camuflale tudo pela própria causa e da por justificativas de própria causa. nada em causa própria. Agora nós sabemos tamFoi exatamente ao defender a necessidade de apura- bém que a execução sumária de um partição da morte de Celso DaA corrupção é dário, mesmo que deniel que seu aceitável e fendendo i r m ã o a f i ra cormou que o desejada se carrear apenas rupção relap re f e i t o a stiva, é igualsassinado rerecursos para a mente aceivoltou-se ao tável pelo saber que própria causa PT. É aceitáparte das propinas pagas à prefeitura – na vel porque a denúncia de qual envolveu diretamente gestores de eventos de corGilberto Carvalho, assessor rupção, se denunciados, pode Lulla – era usada em cau- deria vir a frustrar a complesa própria (enriquecimento xa operação montada para pessoal). Em outras pala- assaltar os cofres públicos. N ã o é p o s s í v e l a n i nvras: a corrupção é aceitável e desejada se carrear recur- guém intelectualmente hosos para a própria causa, no nesto aceitar a premissa de que os fins justificam os caso, o PT. Essa visão leninista de as- meios porque isto é aceitar salto aos cofres públicos não que não existem limites étié nova. Mas quando um par- cos. Quem faz isto são tertido social-democrata ou so- roristas que matam quaiscialista, como se afirma o PT, quer pessoas em nome de a endossa nas pessoas de Ge- sua causa. noino e do irmão de Celso Daniel, ela deve amedrontar Arthur Chagas Diniz

Esta é a nova seção dos leitores do Diário do Comércio. Ela estréia amanhã, na página 7.

Uma pequena diferença Antonio Delfim Netto

S

ão dessas excentricidades que só acontecem no Brasil: aqui entre nós o Banco Central autônomo é presidido por um cidadão (ou cidadã) a quem se concedeu por lei a proteção de ministro de Estado, o que significa sua estrita dependência das ordens do Presidente da República. Mas se, por descuido ou intencionalmente, o Presidente ou o seu Vice ousassem dar alguma sugestão sobre a política de juros, logo se levantariam as vozes do sacrossanto "mercado" financeiro para reclamar da interferência leiga em assuntos de tal delicadeza. Apenas para efeito de comparação, vou relembrar uma historinha que aconteceu no dia 18 de agosto último. No Chile, o Banco Central goza de um alto grau de autonomia mas nem por isso pode esquivar-se dos "conselhos" do chefe do governo. Naquele dia (enquanto em

Brasília o Copom aumentava peso chileno... mas que, por isso sorrateiramente a nossa taxa mesmo... 2- O Banco Central deve ser de juro real), o sr. Ricardo Lag o s , p re s i d e n t e d o C h i l e , muito cuidadoso com a taxa de juro real, pois ela transmitia puajuda a atrair cablicamente sua É evidente que pital volátil que opinião sobre o que estava acontemos que mudar vmaaliosr iaz taaaxian dd ae tecendo com o câmbio em face o mix da política câmbio! O que diriam da valorização econômica os nossos sábios das exportações analistas finande cobre. Ele fez duas observações muito claras ceiros e os "cientistas", naquela habitual linguagem de bancoe com endereço certo: 1-É inevitável que os altos pre- centralês, se o presidente Lula ços do cobre e, portanto, o grande fizesse uma declaração como aumento do valor das exportações esta!? No mínimo, que se tratacontribuam para a valorização do va de uma tentativa populista

de mudar a política monetária. Seria considerada "abusiva" e todo o sistema financeiro nacional e internacional ficaria de "mau humor". A comparação com o Chile é interessante por se tratar de um país cuja política econômica é dada como exemplo para a maioria dos "emergentes". As diferenças com o Brasil podem ser observadas no quadro abaixo. Nossa desvantagem mais gritante pode ser resumida nos itens: taxas de juros escandalosamente mais altas, inchaço da dívida em relação ao PIB e a lerdeza em reagir à valorização do câmbio nos últimos doze meses. É evidente que temos que providenciar sem mais demora a mudança do mix de política econômica, aumentando o peso atribuído à política fiscal para poder afrouxar a política monetária e nos libertarmos da enorme tolice que é a sustentação da excessiva valorização do Real.

A maldade da MP do Bem

E

nquanto só se fala em blindagem da economia para que ela não sofra impactos da crise política, passa despercebida a Medida Provisória 252. Em tramitação no Congresso, o pacote de incentivos fiscais para novos investimentos produtivos, batizado de “MP do Bem”, contempla em seu bojo uma boa fatia da “MP do Mal”. A Receita Federal, a exemplo dos lobbies e m p re s a r i a i s que se articulam para obter benefícios tributários, aproveitou-se dessa medida para inserir no texto regras que visam elevar a arrecadação. Ou seja, os novos artigos pleiteados pela Receita têm como objetivos a redução de brechas na sonegação e o aumento da eficiência do Fisco. Apesar da entrada de tantas “bondades”, a mesma Frente Brasileira de Entidades, da qual o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) está à frente e que conseguiu derrubar a MP 232, voltou a

dar as mãos defendendo, em forma, são obrigadas a antecisíntese, um sistema tributário par os impostos antes de receque não desestimule os em- ber, configurando um confisco antecipado do faturamenpreendedores. Após duas reuniões e uma to da empresa, que é obrigada análise mais aprofundada do a recorrer a capital de giro e conteúdo da “MP do Bem”, fi- taxas de juros altíssimas. Das cou claro que esta possui pon- 5,5 milhões de empresas pestos positivos, porém, peca por quisadas, 54%, ou melhor, incentivar apenas alguns seto- três milhões possuem débitos tributários. re s c o m o , p o r Mesmo os seexemplo, o exConfisco do tores beneficiaportador, o imofaturamento: dos pela MP biliário, da in5 2 c o n s i d eformática, de as empresas devem 2ram os incentiinovação tecnovos acanhados. lógica e de previantecipar Prova disso é dência privada. os impostos. que a MP cheCria benefícios gou à Câmara para o Imposto de Renda da Pessoa Física e com um total de 443 sugestambém para empresas insta- tões de emendas. No passado, quando a carga ladas em regiões pobres, mas maldades estão intercaladas e tributária era menor e a inflanão corrige distorções graves, ção alta, os prazos de recolhia exemplo do prazo de recolhi- mento dos tributos foram antecipados para que o governo mento de tributos. As empresas, em média, não perdesse, mas hoje, com têm que pagar impostos após carga tributária próxima de 25 dias, enquanto o prazo pa- 40% do Produto Interno Bruto ra a entrada da receita é de 57 e índices inflacionários relatidias. As companhias, desta vamente baixos, a antecipação

não se justifica. Outra maldade grave é em relação ao dispositivo que possibilita a criação de turmas especiais no Conselho de Contribuintes. Se a MP for convertida em lei, o Ministério da Fazenda poderá estabelecer turmas temporárias para julgar os processos que especificar, de acordo com a matéria ou valor da causa. Com esses verdadeiros fiscais de exceção, o Fisco passa a ter o poder de mudar o curso do julgamento. O que o país não pode tolerar mais são as altas cargas tributárias cobradas das empresas paralelamente às elevadas taxas de juros. Juros esses que sufocam o setor produtivo, impedindo a criação de empregos e de novos investimentos. O confisco antecipado compromete a saúde das empresas e o capital de giro dos empreendedores. José Martonio Alves Coelho, presidente do Conselho Federal de Contabilidade

Fundado em 1º de julho de 1924

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 5 de setembro de 2005 Fotos de Luiz Prado/Agência Luz

CIDADES & ENTIDADES - 1

Robson Fernandjes/AE - 13/01/2005

SINAL VERMELHO PARA O COMÉRCIO NOS SEMÁFOROS

WALTER FELDMAN

ENTREVISTA

A venda de balinhas, canetas e outros produtos oferecidos em semáforos será coibida pela Prefeitura, segundo o secretário de Coordenação das Subprefeituras, Walter Feldman.

Arquivo DC

Davi Franzon e Fernando Vieira

A

venda dos mais variados produtos nos semáforos da capital é o próximo alvo da Prefeitura no combate ao comércio ambulante ilegal. Walter Feldman, secretário de Coordenação das Subprefeituras, em entrevista exclusiva ao Diário do Comércio, anunciou que essa prática será combatida simultaneamente às ações de retirada dos camelôs ilegais das ruas da cidade. O secretário destacou que a erradicação do comércio junto aos semáforos e cruzamentos vai requerer uma abordagem especial, uma vez que, muitas vezes, vai envolver crianças. Por isso, a ação terá a participação da secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social. Segundo Feldman, "semáforo não é loja, muito menos uma casa para crianças". A preocupação com os menores se justifica na medida em que muitos delas são explorados pelos chamados "pais de rua", que os obrigam a vender de flanelas a balas, de canetas a chocolates, a qualquer hora do dia ou da noite. Por enquanto, a linha de atuação da Prefeitura nos semáforos ainda está em estudo, mas, segundo Feldman, ela integrará o esforço pela liberação de calçadas, ruas e cruzamentos das atividades comerciais ilegais. Sete meses depois de assumir a Secretaria das Subprefeituras, Feldman disse que a administração municipal decidiu enfrentar de maneira decisiva um dos muitos problemas crônicos da cidade de São Paulo: o comércio ambulante ilegal. Desde março, as subprefeituras elaboram ações de retirada e reorganização do espaço público. A estratégia da Prefeitura, segundo Feldman, é de, até novembro, ocupar fisicamente os sete principais pólos comerciais da capital (Centro, Santana, Santo Amaro, Lapa, Brás, São Miguel e Tatuapé), saneá-los e devolvê-los aos vendedores ambulantes legais e aos comerciantes. Segundo o secretário, o atual quadro do comércio informal de São Paulo – que vai da multiplicação exponencial do número de ambulantes, passando pela compra de espaços nas ruas e chegando no pagamento de propinas a "sindicatos de camelôs" e a fiscais municipais – é resultado da "intencional falta de inteligência" das administrações anteriores. Após encontro com representantes da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), realizado na última terça-feira, Feldman avaliou seu período à frente da Secretaria das Subprefeituras e as ações realizadas para controlar o comércio ambulante. Destacou a ajuda que as superintendências distritais da ACSP darão à Prefeitura nessa empreitada.

O secretário das Subprefeituras, Walter Feldman, que anunciou um trabalho conjunto com a secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social no trabalho de sanear os cruzamentos da cidade

Diário do Comércio – As ações da Prefeitura contra o comércio de rua serão extensivas aos vendedores de produtos em semáforos da cidade, incluídas aí as crianças? Walter Feldman –As ações municipais serão totalmente extensivas aos semáforos. Temos já todo um trabalho comandado pelo secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, no sentido de retirar as crianças das ruas, especialmente aquelas que vendem produtos nos semáforos da cidade. É preciso ficar claro que semáforo não é loja como também não é casa. Não podemos mais deixar crianças, jovens e malabaristas fazendo tudo isso que acontece hoje em quase todos os cruzamentos de São Paulo. Queremos parar com esse tipo de ação que se dissemina cada vez mais.

DC – Na sua opinião, o problema da cidade estava diretamente ligado à falta de autonomia e qualidade da administração das subprefeituras? Feldman – O tratamento da questão das subprefeituras tem muita semelhança com aquilo que foi feito em Brasília. Não se trata do mensalão, mas da distribuição de uma subprefeitura para cada parlamentar. Isso foi ruim para o parlamentar e também para a cidade. A desvantagem desse modelo é que o trabalho das subprefeituras não é feito de maneira técnica, com responsabilidade pública e social. Elas acabavam sendo entregues para determinadas composições políticas, tendo como finalidade a construção da governabilidade. O governo, como poder central, se despreocupou das funções daquele espaço publico, daquele espaço político e foi cuidar de outras atividades. Por exemplo, a antiga administração se preocupou com grandes obras viárias, com a estruturação do sistema de transporte coletivo. Em conseqüência, na gestão anterior, as subprefeituras foram relegadas a um segundo plano. O mesmo ocorreu nas demais gestões anteriores, para as quais as subprefeituras foram tratadas como um espaço secundário. Esta administração entra e diz o seguinte: o subprefeito é a

L

DC – O senhor comparou São Paulo à Chicago dos anos 20, a cidade do crime. Como chegou-se a essa situação? É possível revertê-la? Feldman – O primeiro passo foi uma mudança no modelo de administração, especialmente na relação com as

Não só os adultos e crianças que vendem toda a sorte de produtos serão retirados dos cruzamentos da cidade. Malabaristas e performáticos também deverão deixar esses locais, segundo informou o secretário Walter Feldman. "Queremos parar com esse tipo de ação que se espalha cada vez mais", afirmou o secretário.

subprefeituras. São Paulo era uma cidade ilegal em todos os seus aspectos. Resultado de um Poder Executivo centralizado na figura do prefeito. Não houve pulso forte por parte da Prefeitura no controle das ações e obrigações das subprefeituras. Encontramos uma cidade desordenada, sem um projeto de ocupação do espaço público. Uma cidade abandonada. A preocupação da administração anterior (Marta Suplicy, do Partido dos Trabalhadores) era concluir grandes obras viárias. Não houve uma preocupação com o dia-a-dia. O resultado foi a invasão das ruas. Tudo estava à venda, era só chegar, pagar e ficar com o seu espaço. No uso do espaço urbano, no transporte público, na habitação, tudo foi feito na linha do tudo é possível. Ocupa-se qualquer lugar, vende-se qualquer produto.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS - 15

ORIENTAÇÃO LEGAL

LEGISLAÇÃO • DOUTRINA • JURISPRUDÊNCIA INSTITUTO JURÍDICO DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO

COORDENAÇÃO: CARLOS CELSO ORCESI DA COSTA

AGENDA TRIBUTÁRIA – MÊS DE SETEMBRO DE 2005 DATA DE VENCIMENTO: DATA EM QUE SE ENCERRA O PRAZO LEGAL PARA PAGAMENTO DE TRIBUTOS ADMINISTRADOS PELA RECEITA FEDERAL DO BRASIL Tributos Código Período de Apuração Data de Tributos Código DARF do Fato Gerador (FG) Vencimento DARF

(Continuação da página anterior)

Data de Vencimento 12

12

12

12 14

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14 15

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20

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) Pagamento Unificado - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias 4095 CSLL - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias 4153 Contribuição para o PIS/Pasep Pagamento Unificado - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias 4095 PIS/Pasep - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias 4138 Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) Pagamento Unificado - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias 4095 Cofins - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias 4166 Simples - Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas (ME) DARF e Empresas de Pequeno Porte (EPP) Simples Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Rendimentos de Capital Títulos de renda fixa - Pessoa Física 8053 Títulos de renda fixa - Pessoa Jurídica 3426 Fundo de Investimento - Renda Fixa 6800 Fundo de Investimento em Ações 6813 Operações de swap 5273 Day-Trade - Operações em Bolsas 8468 Ganhos líquidos em operações em bolsas e assemelhados 5557 Juros remun. do capital próprio 5706 (art. 9º da Lei nº 9.249/95) Aluguéis e royalties pagos à pessoa física 3208 Rend. de partes beneficiárias ou de fundador 3277 Demais rendimentos de capital 0924 Rendimentos do trabalho Trabalho assalariado 0561 Trabalho sem vínculo empregatício 0588 Resgate previdência privada 3223 Rendimentos decorrentes de decisão da Justiça do Trabalho 5936 Rend. de residentes ou domiciliados no Exterior Aplicações Financeiras - Fundos/Entidades de Investimento Coletivo 5286 Aplicações em Fundos de Conversão de Débitos Externos/Lucros/Bonificações/Dividendos 0490 Juros de Empréstimos Externos 5299 Outros rendimentos Prêmios obtidos em concursos e sorteios 0916 Prêmios obtidos em bingos 8673 Remuneração de serv. prest. por pessoa jurídica 1708 Pagamentos de PJ a PJ por serviços de factoring 5944 Pagamento PJ a cooperativa de trabalho 3280 Juros e indenizações de lucros cessantes 5204 Multas e vantagens 9385 Vida gerador de benefício livre - VGBL 6891 Indenização por danos morais 6904 Rendimentos decorrentes de decisão da Justiça Federal 5928 Demais rendimentos 8045 Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) IOF - Operações de crédito - Pessoa Jurídica 1150 IOF - Operações de crédito - Pessoa Física 7893 IOF - Operações de câmbio - Entrada de moeda 4290 IOF - Operações de câmbio - Saída de moeda 5220 IOF - Aplicações Financeiras 6854 IOF - Factoring (art. 58 da Lei 9.532/97) 6895 IOF - Seguros 3467 IOF - Ouro, Ativo Financeiro 4028 Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira - (CPMF) CPMF - Operações de lançamento a débito em conta 5869 CPMF - Operações de liquidação ou pagamento sem crédito em conta 5871 CPMF - Devida pela instituição financeira, na condição de contribuinte 5884 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) IPI - Cigarros do código 2402.20.00 da Tipi 1020 IPI - Bebidas do capítulo 22 da Tipi 0668 Contribuição para o PIS/Pasep PIS/Pasep - Faturamento 8109 PIS/Pasep - Folha de salários 8301 PIS/Pasep - Pessoa jurídica de direito público 3703 PIS/Pasep - Entidades financeiras e equiparadas 4574 PIS - Fabricantes/Importadores de veículos em substituição tributária 8496 PIS - Combustíveis 6824 PIS - Não-cumulativo 6912 Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Cofins - Entidades financeiras e equiparadas 7987 Cofins - Demais Entidades 2172 Cofins - Fabricantes/Importadores de veículos em substituição tributária 8645 Cofins - Combustíveis 6840 Cofins - Não-cumulativa 5856 Cide - Combustíveis - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural, exceto sob a forma liquefeita, e seus derivados, e álcool etílico combustível 9331 Cide - Remessas ao Exterior - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a remessa de importâncias ao exterior nas hipóteses tratadas no art. 2º da Lei 10.168/2000, com a alteração introduzida pelo art. 6º da Lei 10.332/2001. 8741 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) IPI - Cigarros do código 2402.90.00 da Tipi 5110 IPI - Todos os produtos, com exceção de bebidas (Capítulo 22), cigarros (códigos 2402.20.00 e 2402.90.00) e os das posições 84.29, 84.32, 84.33, 87.01 a 87.06 e 87.11 da Tipi 5123 Contribuição para o PIS/Pasep (art. 3º, §§ 3º e 5º da Lei 10.485/02, alterada pelo art. 39 da MP 252/05) PIS/Pasep - Retenção - pagamentos de PJ de direito privado 5979 Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) (art. 3º, §§ 3º e 5º da Lei 10.485/02, alterada pelo art. 39 da MP 252/05) Cofins - Retenção - pagamentos de PJ a PJ de direito privado 5960 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Posição na Tipi Produto 87.03 Automóveis de passageiros e outros veículos automóveis principalmente concebidos para transporte de pessoas (exceto os da posição 87.02), incluídos os veículos de uso misto (“station wagons”) e os automóveis de corrida; 0676 87.06 Chassi com motor para os veículos

20 Agosto/2005 ” Agosto/2005 ”

Agosto/2005 ” Agosto/2005 4 a 10/Setembro/2005 2ª Sem. de Setembro ” ” ” ” ” ” ” ” ” ” ” ” ”

21

” ” ” ” ” ” ” ” ” ” ” ” ” ” ” ” 4 a 10/Setembro/2005 2ª Sem. de Setembro ” ” ” ” ” ” ” 1ª a 6/Setembro/2005 1ª Sem. de Setembro ” ” 1º a 10/Setembro/2005 ”

21

Agosto/2005 ” ” ” ” ” ”

21

” Agosto/2005 ” ” ” ”

23 23

Agosto/2005 23

Agosto/2005 Agosto/2005

16 a 31Agosto/2005

16 a 31/Agosto/2005

1º a 10/Setembro/2005

23

28

automóveis das posições 87.01 a 87.05; 84.29 “Bulldozers”, “angledozers”, niveladores, raspo-transportadores (“scrapers”), pás mecânicas, escavadores, carregadoras e pás carregadoras, compactadores e rolos ou cilindros compressores, autopropulsados; 84.32 Máquinas e aparelhos de uso agrícola, hortícola ou florestal, para preparação ou trabalho do solo ou para cultura; rolos para gramados (relvados), ou para campos de esporte; 84.33 Máquinas e aparelhos para colheita ou debulha de produtos agrícolas, incluídas as enfardadeiras de palha ou forragem; cortadores de grama (relva) e ceifeiras; máquinas para limpar ou selecionar ovos, frutas ou outros produtos agrícolas, exceto as da posição 84.37; 87.01 Tratores (exceto os carros-tratores da posição 87.09); 87.02 Veículos automóveis para transporte de 10 pessoas ou mais, incluindo o motorista; 87.04 Veículos automóveis para transporte de mercadorias; 87.05 Veículos automóveis para usos especiais (por exemplo: auto-socorros, caminhõesguindastes, veículos de combate a incêndios, caminhões-betoneiras, veículos para varrer, veículos para espalhar, veículos-oficinas, veículos radiológicos), exceto os concebidos principalmente para transporte de pessoas ou de mercadorias; 87.11 Motocicletas (incluídos os ciclomotores) e outros ciclos equipados com motor auxiliar, mesmo com carro lateral; carros laterais. Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Rendimentos de Capital Títulos de renda fixa - Pessoa Física Títulos de renda fixa - Pessoa Jurídica Fundo de Investimento - Renda Fixa Fundo de Investimento em Ações Operações de swap Day-Trade - Operações em Bolsas Ganhos líquidos em operações em bolsas e assemelhados Juros remun. do capital próprio (art. 9º da Lei nº 9.249/95) Aluguéis e royalties pagos à pessoa física Rend. de partes beneficiárias ou de fundador Demais rendimentos de capital Rendimentos do trabalho Trabalho assalariado Trabalho sem vínculo empregatício Resgate previdência privada Rendimentos decorrentes de decisão da Justiça do Trabalho Rend. de residentes ou domiciliados no Exterior Aplicações Financeiras - Fundos/Entidades de Investimento Coletivo Aplicações em Fundos de Conversão de Débitos Externos/Lucros/Bonificações/Dividendos Juros de Empréstimos Externos Outros rendimentos Prêmios obtidos em concursos e sorteios Prêmios obtidos em bingos Remuneração de serv. prest. por pessoa jurídica Pagamentos de PJ a PJ por serviços de factoring Pagamento PJ a cooperativa de trabalho Juros e indenizações de lucros cessantes Multas e vantagens Vida gerador de benefício livre - VGBL Indenização por danos morais Rendimentos decorrentes de decisão da Justiça Federal Demais rendimentos Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) IOF - Operações de crédito - Pessoa Jurídica IOF - Operações de crédito - Pessoa Física IOF - Operações de câmbio - Entrada de moeda IOF - Operações de câmbio - Saída de moeda IOF - Aplicações Financeiras IOF - Factoring (art. 58 da Lei 9.532/97) IOF - Seguros IOF - Ouro, Ativo Financeiro Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira - (CPMF) CPMF - Operações de lançamento a débito em conta CPMF - Operações de liquidação ou pagamento sem crédito em conta CPMF - Devida pela instituição financeira, na condição de contribuinte Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) IPI - Cigarros do código 2402.20.00 da Tipi IPI - Bebidas do capítulo 22 da Tipi Contribuição para o PIS/Pasep Retenção de contribuições - pagamento de PJ a PJ de direito privado (Cofins, PIS/Pasep, CSLL) PIS/Pasep - Retenção - pagamentos de PJ a PJ de direito privado Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) Retenção de Contribuições - pagamentos de PJ a PJ de direito privado (Cofins, PIS/Pasep, CSLL) Cofins - Retenção - pagamentos de PJ a PJ de direito privado Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) Retenção de contribuições - pagamentos de PJ a PJ de direito privado (Cofins, PIS/Pasep, CSLL) CSLL - Retenção - pagamentos de PJ a PJ de direito privado Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Rendimentos de Capital Títulos de renda fixa - Pessoa Física Títulos de renda fixa - Pessoa Jurídica Fundo de Investimento - Renda Fixa Fundo de Investimento em Ações Operações de swap Day-Trade - Operações em Bolsas Ganhos líquidos em operações em bolsas e assemelhados Juros remun. do capital próprio (art. 9º da Lei nº 9.249/95) Aluguéis e royalties pagos à pessoa física Rend. de partes beneficiárias ou de fundador Demais rendimentos de capital Rendimentos do trabalho Trabalho assalariado Trabalho sem vínculo empregatício Resgate previdência privada Rendimentos decorrentes de decisão da Justiça do Trabalho

Período de Apuração do Fato Gerador (FG)

0676

1097

1º a 10/Setembro/2005

1097

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8053 3426 6800 6813 5273 8468

11 a 17/Setembro/2005 3ª Sem. de Setembro ” ” ” ” ”

5557

5706 3208 3277 0924

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0561 0588 3223

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5286 0490 5299

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0916 8673 1708

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5944 3280 5204 9385 6891 6904

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5928 8045 1150 7893 4290 5220 6854 6895 3467 4028

” ” 11 a 17/Setembro/2005 3ª Sem. de Setembro ” ” ” ” ” ” ”

5869

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5871

5884

1020 0668

11 a 20/Setembro/2005 ”

5952

1º a 15/Setembro/2005

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1º a 15/Setembro/2005

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8053 3426 6800 6813 5273 8468

18 a 24/Setembro/2005 4ª Sem. de Setembro ” ” ” ” ”

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 5 de setembro de 2005 Celso Junior/AE

ESPORTE - 1 Celso Junior/AE

Juan, Robinho e Adriano levam para Brasília a alegria do gol ALMANAQUE BRASIL JOGARÁ SUA 18ª COPA Última Hora/Arquivo do Estado de São Paulo

CARECAS DO BEM Jamil Bittar/Reuters

F Com a goleada de ontem sobre o Chile, o Brasil garantiu pela 18ª vez sua participação na Copa do Mundo, mantendo-se como o único país presente em todas as edições do evento, desde 1930, no Uruguai. Foi também contra os chilenos que o Brasil disputou o primeiro de todos os seus jogos pelas Eliminatórias, no dia 28 de fevereiro de 1954. Acima, o centroavante Baltazar aparece marcando o primeiro de seus gols naquela vitória por 2 a 0 que abriu o caminho da classificação para a Copa do Mundo da Suíça, realizada naquele mesmo ano. 0

O REI DAS ELIMINATÓRIAS Em 2005, o Brasil disputa as Eliminatórias pela décima vez. A partida de ontem foi a 70ª por esse tipo de competição, com 44 vitórias, 17 empates e 9 derrotas, 152 gols marcados e 47 sofridos. Um saldo positivo de 105 gols. O Brasil só foi conhecer sua primeira derrota em Eliminatórias em 1993, quarenta anos depois de começar a disputá-las. Foi para a Bolívia, em La Paz, por 2 a 0. Naquela oportunidade, só conseguiu a classificação para a Copa dos Estados Unidos na última rodada, contra o Uruguai. 0

HEGEMONIA CONFIRMADA Em quatro oportunidades (1962, 1966, 1974 e 1998), o Brasil não precisou disputar as Eliminatórias, por ter vaga garantida na Copa do Mundo, na condição de campeão das edições anteriores. A partir deste Mundial de 2006, na Alemanha, no entanto, a Fifa resolveu revogar essa regra. Por isso, o Brasil, dessa vez, teve que disputar seu lugar dentro de campo, mesmo sendo o atual campeão mundial, título conquistado na Copa do Japão e da Coréia do Sul, em 2002. 0

"Foi Deus quem convocou Romário." (Carlos Alberto Parreira, técnico do Brasil, depois de tê-lo deixado 21 meses fora do time e voltar a convocá-lo. O Baixinho marcou os dois gols sobre o Uruguai.) Hoje, 5 de setembro, o Estádio Mineirão, em Belo Horizonte, completa 40 anos. Foi inaugurado com o jogo Seleção Mineira 1 x 0 River Plate, da Argentina. Buglê, que na época era jogador do AtléticoMG, marcou o primeiro gol. Exatamente 28 anos depois, em 5 de setembro de 1993, o Brasil disputou seu primeiro jogo em Eliminatórias no Mineirão: 4 a 0 na Venezuela. Dois dias após a inauguração do Mineirão, o Palmeiras entrou em campo representando a Seleção Brasileira. O Verdão bateu a Seleção Uruguaia por 3 a 0. Corinthians e São Paulo jogaram 274 vezes, com 104 vitórias corintianas, 84 são-paulinas e 86 empates, 400 gols alvinegros, 373 gols tricolores.

Celso Unzelte

oi uma uma tarde gloriosa para os carecas Juan, Robinho e Adriano na Brasília que ontem trocou as sessões da CPI pela exibição de gala da Seleção Brasileira no Estádio Mané Garrincha. O trio que ainda briga por uma vaga entre os titulares de Parreira assinou a goleada por 5 a 0 sobre o Chile e garantiu matematicamente a presença do Brasil na Copa do Mundo da Alemanha. Juan, substituto de Roque Junior, fez 1 a 0. Robinho, substituto de Ronaldinho Gaúcho, aumentou para 2 a 0 na finalização de uma jogada em que a bola rodou de pé em pé por todo o quarteto mágico - de Adriano para Kaká, que deu a Ronaldo, que ajeitou para o novo parceiro de Real Madrid marcar. Ainda no primeiro tempo, Adriano fez o terceiro e o quarto gols do Brasil. No intervalo, Parreira substituiu Ronaldo, que sentiu dores musculares, por Ricardinho. O Brasil diminuiu o ritmo, parou de pressionar o Chile e perdeu Roberto Carlos, que foi atingido por um chileno no joelho. Juninho Pernambucano entrou no meio-decampo, Zé Roberto foi para a lateral. Já nos acréscimos, quando o placar parecia definido, Adriano recebeu um passe de Robinho e fechou a goleada em 5 a 0. Assim, o Brasil chegou a 30 pontos nas Eliminatórias SulAmericanas, apenas um ponto atrás da líder Argentina, derrotada pelo Paraguai por 1 a 0 no sábado. Mesmo que perca os dois jogos restantes - contra a Bolívia, em La Paz, e a Venezuela, em Belém - a Seleção está garantida entre os quatro primeiros colocados, que irão à Alemanha. A América do Sul pode ter mais um representante- o quinto colocado disputará uma vaga na repescagem com o campeão da Oceania. A vaga brasileira na Copa do Mundo de 2006 foi conquistada com mais facilidade do que nas últimas Eliminatórias, quando o time dirigido por Luiz Felipe Scolari se classificou na última rodada. Agora, o Brasil (que, amanhã, fará um amistoso com o Sevilla, na Espanha) terá de conviver com o rótulo de favorito antes do Mundial na Alemanha. Apontada em todo o mundo do futebol como a principal candidata ao título, a Seleção Brasileira terá de administrar essa pressão aparentemente positiva - algo que nunca conseguiu em sua história de cinco sucessos em Copas do Mundo. O Brasil jamais se deu bem como favorito. É uma tradição que os carecas do bem agora querem derrubar.

Evaristo Sá/AFP

Os chilenos mal têm tempo de ensaiar a retranca em Brasília: Adriano faz três e Robinho marca um na goleada aberta por Juan. Os 5 a 0 garantem matematicamente o Brasil na Copa da Alemanha.

Sérgio Moraes/Reuters

Parreira quer mais C

Garantida a presença na Copa do Mundo, Parreira exige que o time brigue até o fim pelo primeiro lugar nas Eliminatórias Sul-Americanas

arlos Alberto Parreira festejou com os jogadores a classificação antecipada do Brasil para a Copa do Mundo de 2006 e, ainda no Estádio Mané Garrincha, definiu o próximo desafio do time pentacampeão do mundo: superar a Argentina nas duas últimas rodadas das Eliminatórias SulAmericanas. "Vamos agora colocar pressão neles. Temos seis pontos para disputar e quero duas vitórias" - deixou claro. O técnico da Seleção Brasileira era só alegria ao comentar o resultado, que ele mesmo considerou surpreendente, diante dos chilenos, e confirmou que continuará trabalhando o time-base nos jogos contra Bolívia e Venezuela, em outubro. Fez questão, porém, de mandar um recado aos torcedores que começam a pedir Ronaldinho Gaúcho junto com Kaká, Robinho, Adriano e Ronaldo. "Temos um problema conceitual: um quadrado só tem quatro lados, não pode ter cinco" - disse, entre sorrisos. Quando lhe perguntaram quem vai sair, adiou a resposta: "Vamos pensar nisso mais para frente." O certo é que, amanhã, a Seleção terá Ronaldinho Gaúcho - que não jogou ontem por estar suspenso - no amistoso com o Sevilla. Talvez o Brasil não tenha Ronaldo, que saiu no intervalo dos 5 a 0 sobre o Chile, com dores musculares na coxa direita. O craque será reavaliado nesta segunda-feira pelos médicos. Se for vetado, resolverá o problema imediato de Parreira que escalará Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Robinho e Adriano em Sevilha. Se Ronaldo puder jogar, Parreira terá de antecipar o novo quadrado.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

Política

Eymar MASCARO

POLÍTICA - 3

ACSP E ENTIDADES PREPARAM MANIFESTAÇÃO CONTRA CORRUPÇÃO Filipe Araújo/AE/03-09-05

DELFIM X FHC

Grito de guerra de José Rainha Júnior, com dissidentes do MST: "Vamos parar o Pontal e o latifúndio vai tremer".

A

ntigo militante da Arena, partido da revolução de 64, passando pelo PDS e agora no PP, o deputado Delfim Neto está trocando a legenda de Paulo Maluf pelo PMDB de Orestes Quércia. Perde Maluf e ganha Quércia. Delfim Neto vai para o PMDB provavelmente para disputar o governo de São Paulo em 2006. Como o PSDB sonha em fazer de FHC o candidato do partido à sucessão de Alckmin, o eleitor poderá assistir a um pega sensacional nas urnas entre o ex-ministro e o ex-presidente da República. Delfim Neto é um dos mais atuantes quadros do PP no Congresso Nacional. Trata-se de um deputado respeitado por todos os partidos. É natural, portanto, que sua filiação desperte tanto interesse nos peemedebistas. Nas eleições de 2002, Delfim Neto foi um dos deputados mais votados em São Paulo. Superou a marca dos 100 mil votos. Delfim Neto prefere dizer que vai para o PMDB para disputar mais um mandato de deputado federal. Acha que o candidato natural do partido a governador é Orestes Quércia.

A ida de Delfim Neto tos para pilotar uma chapa para o PMDB estava sendo na convenção de novemtrabalhada pelo ex-governador Orestes Quércia com a colaboração de Michel Temer. O PMDB pensa em disputar a sucessão de Alckmin com candidato próprio. Agora tem 3 opções: Quércia, Temer e Delfim.

bro. Os dois, com isso, ganhariam mais espaço no partido e teriam a primazia de indicar o candidato à Presidência.

A pesar de ter sido aprovada a cassação de Rober-

to Jefferson no Conselho C om a crise que abala o de Ética, por 14 votos a zegoverno federal, o PT so- ro, quem dará a palavra fifreu desgaste natural também em São Paulo. O partido, que tinha seis précandidatos ao governo estadual, ficou com apenas dois: Aloizio Mercadante e Marta Suplicy.

nal sobre o destino do mandato do deputado será o plenário da Câmara. Para cassar Jefferson será preciso o mínimo de 257 votos favoráveis.

ral, também em São Paulo a eleição para governador pode ficar polarizada entre os candidatos do PT e PSDB, sobretudo se os tucanos lançarem FHC.

contrário da votação no Conselho de Ética. A Câmara tem 513 deputados. Para cassar um mandato são necessários a metade dos votos, mais um, ou seja, 257 votos.

A votação no plenário A exemplo do que pode da Câmara, possivelmente acontecer no plano fede- no dia 21, será secreta, ao

O PMDB quer estragar a festa de petistas e tuca- A maioria dos deputa-

nos. Por isso, o partido pensa em ter um candidato forte ao Palácio dos Bandeirantes. Se conseguir, a disputa em São Paulo ficará restrita ao PT, PSDB e PMDB.

dos acha que não será fácil o relator da CPMI dos Correios, Osmar Serraglio ver concretizado seu parecer, que pede a cassação de 18 deputados, entre os quais José Dirceu, por envolvimento com o mensalão e olta-se a falar no pos- caixa 2 dos partidos. sível adiamento da conernando Gabeira está venção do PSDB marcada para novembro. A transfe- atrás de um partido de rência de data seria para mais expressão para subsmarço para coincidir com crever a representação que o processo de escolha do prepara, pedindo o afastacandidato à presidência mento de Severino Cavalcanti da Presidência da Câda República. mara. A representação tem e r a l d o A l c k m i n é de ser enviada ao Consecontra a mudança de data. lho de Ética. Não é mais segredo para e a representação for ninguém que o governador disputa o comando do subscrita apenas pelo departido com José Serra. Os putado, pode ser enviada dois lutam pela legenda por Severino Cavalcanti para se candidatar à suces- para a Corregedoria da são de Lula. Câmara. Depois de receber parecer do corregedor, l ckmi n, no entanto, a representação voltaria desmente que esteja corte- para a Presidência, que dej a n d o o c o m a n d o d o cide se envia a matéria paPSDB. E arrisca dizer que ra o Conselho de Ética. quem apostar numa sueve ser amanhã, em posta briga entre ele e o prefeito, quebra a cara. Pe- Brasília, a reunião do prelo jeito que diz, até parece sidente do STF, ministro que ambos são como ir- Nelson Jobim, com os governadores, para a apremãos siameses. sentação de um plano que osé Serra, contudo, já equacione o problema dos detectou que os governa- precatórios nos estados, dores Aécio Neves e Ge- que tanta dor-de-cabeça raldo Alckmin atuam jun- traz aos governantes.

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SETEMBRO VERMELHO Alexandre Belém/AE

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m dia antes do início de uma nova jornada de luta pela reforma agrária, o "setembro vermelho", com invasões de fazendas em todo o País, pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), cinco pessoas ficaram feridas em Pernambuco, durante uma ocupação de terra na fazenda Berra Boi, de propriedade do empresário Paulo Miranda, que também atua no setor imobiliário. O incidente aconteceu no início da manhã, quando cerca de 500 pessoas ligadas ao MST ocuparam a fazenda, cuja desapropriação é exigida pelo movimento para fins de reforma agrária. Os sem-terra se dirigiam para a Berra Boi, quando quatro deles foram atingidos por uma blazer dirigida pelo proprietário e ficaram feridas. Durante o incidente, um dos jagunços da fazenda caiu da caminhonete e também se feriu. Ele e um outro – que caiu de uma moto no mesmo momento – foram rendidos pelos sem-terra, que alegam que eles participaram da agressão. A situação já está sob controle, mas a tensão no local permanece. O Incra informou que a Berra Boi encontra-se na lista de pro-

priedades que devem ser vistoriadas no estado. O incidente aconteceu em Glória de Goitá, a 63 quilômetros de Recife. Ocupações – O MST já programou para o "setembro vermelho" manifestações e atos de protesto contra a política econômica e pela reforma política, com a ocupação de agências bancárias e repartições públicas. As ações não se restringirão ao Dia da Independência, quando o movimento participa do Grito dos Excluídos (veja matéria abaixo). Está previsto um número recorde de invasões, este ano. Setembro foi escolhido para concentrar as ações que, geralmente, são realizadas em abril, quando os sem-terra lembram o massacre ocorrido em Eldorado dos Carajás (PA), em 1996, com a morte 19 sem-terra em confronto com policiais militares. Os dirigentes do movimento avaliaram que o momento é oportuno para desencadear as ações, que representarão o fim da trégua dada ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após as negociações que encerraram a marcha. Disposto a recuperar-se da crise política que o deixou quase imobilizado, após as denúncias do mensalão, a adminis-

Em Glória do Goitá, em Pernambuco: invasão e quatro feridos.

tração federal empenharia numa agenda de realizações e pode acelerar a reforma agrária. Os líderes avaliaram que as ocupações não prejudicam Lula e podem dividir a atenção da opinião pública, focada no cenário político de Brasília. A retomada das atividades de campo é vista como uma forma de unir a militância. Rainha dissidente – Acusado de estar tornando-se uma organização "de gabinete" o MST vê crescerem as dissidências. No sábado, o líder José Rainha Júnior reuniu 1.200 militantes no Pontal do Paranapanema, à revelia dos dirigentes e em apoio ao deputado Jo-

sé Dirceu (PT-SP). Ele anunciou uma jornada própria de invasões de 26 a 30 de dezembro. "Vamos parar o Pontal e o latifúndio vai tremer", anunciou. Na região, duas fazendas – a Santo Expedito, em Teodoro Sampaio, e a Aprumado, em Rancharia – estão ocupadas pelo MST e, ao mesmo tempo, por grupos dissidentes. O presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antônio Nabhan Garcia, lamentou o anúncio de uma escalada de invasões. Segundo ele, o MST busca "um mártir" para desviar as atenções dos escândalos de corrupção na gestão do PT. (Agências)

EXCLUÍDOS PREPARAM SEU GRITO

S

ob o lema "Brasil, em nossas as mãos a mudança", diversos movimentos sociais iniciam a preparação da 11ª edição do Grito dos Excluídos deste ano. A manifestação nacional , que pode reunir mais de 100 mil pessoas, prevê ações em todos os estados durante a semana e, particularmente no dia 7, quando caravanas de diferentes regiões se encontram na Basílica de Nossa Senhora de Aparecida do Norte. Neste ano, o objetivo é exigir mudanças econômicas e políticas e o combate à corrupção. O bispo auxiliar de São Paulo, Pedro Luiz Stringhini,

representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), defende que no Grito deste ano também deve estar em pauta a discussão sobre a ética no Brasil, especialmente no que se refere à corrupção. Alerta – Na opinião de Stringhin, o País já é capaz de encarar o 7 de Setembro como uma data em que o povo se mobiliza para exigir mudanças nas áreas de moradia, trabalho, educação e saúde. "O Grito é sempre um movimento de alerta", diz ele. Os atos públicos do Grito dos Excluídos terão início hoje com a Romaria para o Grito,

que sairá da Paróquia Cristo Rei, na Via Anhanguera, da Grande São Paulo, onde se dará o Grito Contra a Implantação do Lixão na região. A romaria seguirá para outros destinos, nos quais haverá gritos pela Paz, pelo Migrante, Contra a Exclusão na Saúde Pública e pela Instalação de Centro Cultural Memória e Lazer do Trabalhador. Amanhã a romaria itinerante segue para se reunir às outras, que partem das demais cidades e bairros da capital, rumo à praça da Sé, onde haverá vigília e acampamento. Caravana – Na manhã da quarta-feira, após missa cele-

brada às 7 horas na Catedral da Sé, os romeiros se dividem entre os que irão ao Grito no Monumento à Independência (às 10 horas) e os que seguirão em caravana até Aparecida do Norte, onde ocorre o Grito Nacional (às 9h30) . No Rio Grande do Sul, haverá atos do Grito em dez cidades. Em Pernambuco, os preparativos acontecem nas dioceses de Recife e Caruaru; em Minas Gerais, além da capital, nas dioceses de Mariana e Itabira. Também participam dos atos as organizações dos de estados como Amapá, Santa Catarina, Ceará, Rio de Janeiro. (Agências)

ATO PELO FIM DA CORRUPÇÃO

A

s lideranças do Movimento pela Legalidade, contra o Arbítrio e a Corrupção, do qual fazem parte a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), se reúnem nesta manhã na sede da Ordem dos Advogados do Brasil para acertar os últimos detalhes da manifestação marcada para amanhã. Segundo Guilherme Afif Domingos, presidente da ACSP, a manifestação, primeiramente, mostrará a insatisfação da sociedade com o rumo das investigações a respeito das denúncias de corrupção. Ela também servirá de protesto contra a "clara manobra de

se transferir a crise para o Congresso". "A crise é do governo, a corrupção está no governo. Vamos expressar nossa solidariedade ao Congresso e exigir que tudo seja apurado", disse Afif Domingos, que é a favor da unificação das três comissões parlamentares de inquérito (Correios, Mensalão e Bingos). A manifestação "Corrupção Zero - Eu quero a verdade", parte da praça da Sé e termina na praça Ramos, com uma parada em frente ao Impostômetro (veja box ao lado). O movimento, que é apartidário e foi lançado no dia 18 de julho, é integrado por mais de 40 entidades da sociedade civil. Kety Shapazian

IMPOSTÔMETRO, NO MEIO DO CAMINHO

A

manhã, durante a passeata em protesto contra a corrupção, os participantes vão acompanhar em tempo real o apetite do Leão quando passarem pelo Impostômetro, painel eletrônico instalado no prédio da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), na rua Boa Vista. O taxímetro do Fisco deverá ter ultrapassado a marca dos R$ 500 bilhões, que é o valor total de tributos arrecadados pelos governos federal, estadual e municipal desde o dia 1º de janeiro de 2005, incluindo multas, juros e correção monetária. A ferramenta foi

lançada em abril para conscientizar a população sobre o quanto ela paga de impostos, taxas e contribuições, segundo a segundo, para que possa exigir do governo a contrapartida na prestação de serviços públicos. Este ano, com o Impostômetro, foi possível constatar que a marca dos R$ 400 bilhões em tributos recolhidos pelos contribuintes foi atingida em 25 de julho, 22 dias mais cedo do que ocorreu em 2004. O painel também está disponível na Internet, no endereço: www.impostometro.org.br.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.CIDADES & ENTIDADES

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

Fotos Arquivo/DC

ENTREVISTA

WALTER FELDMAN

L

figura mais importante do poder público.

DC – Qual o critério para escolha de um subprefeito na capital? Feldman –Experiência administrativa anterior, de preferência em gestão pública, ética, compreensão da política comunitária, política do bairro. Não os jogos da política. Antes, foram priorizadas relações institucionais equivocadas, em detrimento do interesse do cidadão, que mora na jurisdição de uma determinada subprefeitura. O prefeito José Serra sempre deixou muito claro a mudança de postura, afirmando que os olhos da cidade são os subprefeitos.

DC – A Prefeitura encara o comércio ambulante como uma atividade econômica ou como um problema social? Feldman -Estou convencido de que não é a maioria dos que hoje vendem na rua que devem continuar nessa atividade. Na minha opinião, o comércio ambulante deve ser uma atividade transitória, temporária, que acontece em alguns momentos de crise, de desemprego. Mas não deve ser considerada uma atividade profissional definitiva. A não ser que esses camelôs se transformem em microempresários. Aí, sim, numa segunda etapa do comércio estabelecido, que Isaumir Nascimento/AE

DC – Como o senhor vê a questão do comércio ambulante? Feldman –Houve uma confusão intencional por parte do Poder Público na compreensão de que a rua é de quem a ocupa, quando a tarefa do Poder Público é gerenciar o uso da rua para o bem coletivo. Essa é a tarefa principal. Como é que se organiza aquilo que é de todos e para o bem comum e não para o bem particular? Na verdade, as ruas, as praças, os largos foram privatizados. Houve apropriação de um espaço que é todos para fins comerciais. Não há diferença dessa atividade para a de um empresário que ocupa esse espaço para atividades empresariais. Utilizando um fato que é a pobreza, o indivíduo opta pelo comércio informal. Isso não significa que ele tenha encontrado uma alternativa de sobrevivência. Se ele tiver duas alternativas, o emprego formal e o informal, optará pelo informal. Isso é desnaturação da organização pública.

Buracos nas ruas, calçadas e praças, pichações e famílias desabrigadas pelas chuvas de quinta-feira: problemas sérios e urgentes que a Prefeitura não pode esquecer e busca maneiras de resolver. "A cidade que encontramos estava muito feia, mas não no sentido estético e sim no sentido da auto-estima. Mas nós vamos recuperá-la. Agora, são muitas as tarefas, e a gente tem de se dedicar a algumas com maior empenho até criar musculatura para cuidar das outras", disse Walter Feldman. Evelson de Freitas/AE

estimule muita gente a sair dessa atividade e também a criação de alternativas de shoppings populares, onde possam trabalhar confinados, com controle, com origem do produto e com taxas. DC – Mas a Prefeitura pouco tem feito para apoiar os popcentros, afirmam as pessoas que optaram por esses locais. O senhor concorda com elas? Feldman – Eles têm toda razão. Acho que esta gestão ainda não teve condições de dar essas respostas. Ao mesmo tempo que apresentamos alternativas, temos que criar condições para que aqueles locais sejam atraentes. É o caso da experiência do Brás. O espaço

ou os espaços que estão sendo buscados no Brás envolvem praças de alimentação, escritório do Sebrae, orientação para que o indivíduo possa dar seqüência a sua atividade profissional e estacionamento de ônibus próximo ao local de venda. Acho inclusive que deveríamos trabalhar na questão publicitária. Nas grandes cidades do mundo, o turista chega e é estimulado a ir visitar os outlets. Muitas vezes eles fazem parte do roteiro turístico, porque lá são vendidos produtos de qualidade Às vezes ele têm algum problema ou defeito em sua produção, mas nada que alterar sua qualidade no conjunto. Então, acho que o

outlet é uma grande saída. Os shoppings populares deveriam trabalhar nessa linha, sem pirataria e sem contrabando. Por exemplo, com produtos artesanais, na linha cultural, características regionais de São Paulo. Mas eu concordo que a Prefeitura tem de ser mais parceira nesse empreendimento, não no lucro, mas no estímulo para que dê certo. Vou conversar com os subprefeitos sobre esse tema. DC – A Prefeitura tem competência para legislar sobre a transformação do ambulante em microempresário? Feldman –Tem competência para criar parcerias e também podemos

lançar a proposta oferecida pelo presidente da ACSP, mas que depende de legislação federal, de criar o préempresário, algo que protocolado já facilitasse a criação de uma microempresa, que pudesse criar as condições para o funcionamento pleno dessas atividades embrionárias do empreendedorismo. É uma idéia que deve ser pensada, articulada. O que não dá para fazer é destruir o comércio de São Paulo, que será o destino inexorável se a gente deixar do jeito que está. DC – Qual a estratégia da Prefeitura para evitar os confrontos nas ruas no período de compras de Natal?

L

são os shoppings populares. Grandes cidades do mundo criaram outlets, que é um jeito de vender produtos mais baratos, mas com origem, com nota fiscal, com recibo, para que se possa identificar um mínimo de qualidade. O grande problema hoje é a pirataria, o contrabando, o DC – O que a Prefeitura pode produto sem origem, o fazer de maneira prática para alimento estragado e sem combater o que o senhor controle. A cidade não pode chamou de sindicatos do crime conviver com essa realidade. por trás dos camelôs? Eu vejo que uma parte das Feldman –Operações pessoas que hoje fazem o integradas com a policia. comércio de rua deve ser Uma ação de intervenção nas estimulada a exercer outras ruas da cidade envolve uma atividades. Se tornarem ação administrativa da microempresários, subprefeitura por meio de sua empreendedores por meio de fiscalização, com o apoio da cooperativas, reciclagens Guarda Civil profissionais e Metropolitana, estímulo ao mas com a emprego formal. retaguarda dos Os centros de serviços da referência que a inteligência das Não podemos mais Prefeitura está Polícias Civil e instalando, e deixar crianças, Militar. É isso que outros instalados jovens e permitiu a prisão pelo governo do malabaristas em do Afonso Estado, devem Camelô. Mas não quase todos os estimular essas posso dizer os cruzamentos de São pessoas a detalhes de como Paulo. Queremos procurarem os sindicatos do outras atividades. crime estão sendo parar com esse tipo de ação. combatidos, até DC – Com alto porque o trabalho Walter Feldman faturamento nas exige sigilo. ruas – há casos de ambulantes que faturam cerca DC – É possível diferenciar o joio de R$ 10 mil por mês – como do trigo nessas representações? fazê-los mudar de atividade? Feldman –Sim. Estamos Feldman –Enquanto forem buscando a real atividades questionáveis e representação. Se você for ver, gerarem recursos mensais muitos camelôs gostariam de consideráveis, eles vão optar se relacionar com o Poder por elas. Mas não pode ser Público de maneira diferente, uma atividade de alta mas se sentem constrangidos, lucratividade, já que o espaço amedrontados, ameaçados. público está sendo utilizado Não podemos viver numa indevidamente para cidade onde até essa relação compensar uma situação de está viciada. Claro, também crise para um cidadão. É uma há a questão da troca. O ambulante não pode sobrevivência. Nós ganhar mais do que o reconhecemos isso. Achamos comércio estabelecido, que que existe a parte social do paga seus impostos e seus problema. Mas não é só isso. empregados regularmente. Não podemos entrar nesse Quantas lojas hoje faturam plano de que é tudo pobreza, dez mil reais por mês? Não é miséria, linha da fome. Não é justo. O estado é o mediador assim. Nós queremos separar das relações e dos conflitos as coisas. Por isso, hoje, inter-pessoais. Não pode ser buscamos uma relação direta um facilitador para tudo que com os camelôs e com as se queira. Às vezes, o que o entidades que têm uma indivíduo quer não é possível. postura correta. Defendo a idéia de que se


DIÁRIO DO COMÉRCIO

16 -.LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

ORIENTAÇÃO LEGAL

LEGISLAÇÃO • DOUTRINA • JURISPRUDÊNCIA INSTITUTO JURÍDICO DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO

COORDENAÇÃO: CARLOS CELSO ORCESI DA COSTA

AGENDA TRIBUTÁRIA – MÊS DE SETEMBRO DE 2005 DATA DE VENCIMENTO: DATA EM QUE SE ENCERRA O PRAZO LEGAL PARA PAGAMENTO DE TRIBUTOS ADMINISTRADOS PELA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

(Continuação da página anterior)

Data de Vencimento

Tributos

28

Rend. de residentes ou domiciliados no Exterior Aplicações Financeiras - Fundos/Entidades de Investimento Coletivo Aplicações em Fundos de Conversão de Débitos Externos/Lucros/Bonificações /Dividendos Juros de Empréstimos Externos Outros rendimentos Prêmios obtidos em concursos e sorteios Prêmios obtidos em bingos Remuneração de serv. prest. por pessoa jurídica Pagamentos de PJ a PJ por serviços de factoring Pagamento PJ a cooperativa de trabalho Juros e indenizações de lucros cessantes Multas e vantagens Vida gerador de benefício livre - VGBL Indenização por danos morais Rendimentos decorrentes de decisão da Justiça Federal Demais rendimentos Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) IOF - Operações de crédito - Pessoa Jurídica IOF - Operações de crédito - Pessoa Física IOF - Operações de câmbio - Entrada de moeda IOF - Operações de câmbio - Saída de moeda IOF - Aplicações Financeiras IOF - Factoring (art. 58 da Lei 9.532/97) IOF - Seguros IOF - Ouro, Ativo Financeiro Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira - (CPMF) CPMF - Operações de lançamento a débito em conta CPMF - Operações de liquidação ou pagamento sem crédito em conta CPMF - Devida pela instituição financeira, na condição de contribuinte Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF) Recolhimento mensal (Carnê Leão) Ganhos de capital na alienação de bens e direitos Ganhos de capital na alienação de bens e direitos e nas liquidações e resgates de aplicações financeiras adquiridos em moeda estrangeira Ganhos líquidos em operações em bolsa 6ª quota do imposto apurado na Declaração de Ajuste Anual Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Posição na Tipi Produto 87.03 Automóveis de passageiros e outros veículos automóveis principalmente concebidos para transporte de pessoas (exceto os da posição 87.02), incluídos os veículos de uso misto (“station wagons”) e os automóveis de corrida; 87.06 Chassi com motor para os veículos automóveis das posições 87.01 a 87.05; 84.29 “Bulldozers”, “angledozers”, niveladores, raspo-transportadores (“scrapers”), pás mecânicas, escavadores, carregadoras e pás carregadoras, compactadores e rolos ou cilindros compressores, autopropulsados; 84.32 Máquinas e aparelhos de uso agrícola, hortícola ou florestal, para preparação ou trabalho do solo ou para cultura; rolos para gramados (relvados), ou para campos de esporte; 84.33 Máquinas e aparelhos para colheita ou debulha de produtos agrícolas, incluídas as enfardadeiras de palha ou forragem; cortadores de grama (relva) e ceifeiras; máquinas para limpar ou selecionar ovos, frutas ou outros produtos agrícolas, exceto as da posição 84.37; 87.01 Tratores (exceto os carros-tratores da posição 87.09); 87.02 Veículos automóveis para transporte de 10 pessoas ou mais, incluindo o motorista; 87.04 Veículos automóveis para transporte de mercadorias; 87.05 Veículos automóveis para usos especiais (por exemplo: auto-socorros, caminhõesguindastes, veículos de combate a incêndios, caminhões-betoneiras, veículos para varrer, veículos para espalhar, veículos-oficinas,

28

28

30

30

Data de Vencimento Diário

Diário

2

Contribuições Previdenciárias Receita bruta de espetáculos desportivos e contratos de patrocínio - CNP

Pagamento de parcelamento de clube de futebol - CNPJ - (5% da receita bruta destinada ao clube de futebol) - art. 2º da Lei 8.641/1993.

Simples - CNPJ Empresas optantes pelo Simples - CNPJ - recolhimento sobre aquisição de produto rural do produtor rural pessoa física Empresas optantes pelo Simples - CNPJ - recolhimento sobre contratação de transportador rodoviário autônomo Empresas em geral - CNPJ Empresas em geral - CNPJ - pagamento exclusivo para outras entidades (Sesc, Sesi, Senai, etc.) Empresas em geral - CEI Empresas em geral - CEI - pagamento exclusivo para outras entidades (Sesc, Sesi, Senai, etc.) Filantrópicas com isenção - CNPJ Filantrópicas com isenção - CEI Órgãos do poder público - CNPJ Órgãos do poder público - CEI Órgãos do poder público - CNPJ - recolhimento sobre aquisição de produto rural do produtor rural pessoa física Comercialização da produção rural - CNPJ Comercialização da produção rural - CNPJ - pagamento exclusivo para outras entidades (Senar) Contribuição retida sobre a NF/Fatura da empresa prestadora de serviço - CNPJ Contribuição retida sobre a NF/Fatura da prestadora de serviço - CNPJ (uso exclusivo do órgão do poder público - administração direta, autarquia e fundação federal, estadual, do distrito federal ou municipal)

Código DARF

Período de Apuração do Fato Gerador (FG)

5286

18 a 24/Setembro/2005 4ª Sem. de Setembro

0490 5299

” ”

0916 8673 1708 5944 3280 5204 9385 6891 6904

” ” ” ” ” ” ” ” ”

Data de Vencimento

Tributos

30

veículos radiológicos), exceto os concebidos principalmente para transporte de pessoas ou de mercadorias; 87.11 Motocicletas (incluídos os ciclomotores) e outros ciclos equipados com motor auxiliar, mesmo com carro lateral; carros laterais. Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Devido pelas microempresas (ME) e pelas empresas de pequeno porte (EPP) não optantes pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições (Simples). IPI - Bebidas do capítulo 22 da Tipi IPI - Cigarros dos códigos 2402.20.00 e 2402.90.00 da Tipi IPI - Todos os produtos, com exceção de: bebidas do Capítulo 22, e cigarros dos códigos 2402.20.00 e 2402.90.00 da Tipi Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Rendimentos de Capital Fundos de Investimento Imobiliário Contribuição para o PIS/Pasep (art. 3º, §§ 3º e 5º da Lei 10.485/02, alterada pelo art. 39 da MP 252/05) PIS/Pasep - Retenção - pagamentos de PJ de direito privado Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) (art. 3º, §§ 3º e 5º da Lei 10.485/02, alterada pelo art. 39 da MP 252/05) Cofins - Retenção - pagamentos de PJ a PJ de direito privado Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) PJ que apuram o IRPJ com base no lucro real Entidades Financeiras Balanço trimestral (3ª quota) Estimativa mensal Demais Entidades Balanço trimestral (3ª quota) Estimativa mensal PJ que apuram o IRPJ com base no lucro presumido ou arbitrado (3ª quota) Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) PJ obrigadas a apuração com base no lucro real Entidades Financeiras Balanço trimestral (3ª quota) Estimativa mensal PJ obrigadas a apuração com base no lucro real Demais entidades Balanço trimestral (3ª quota) Estimativa mensal PJ não obrigadas a apuração com base no lucro real Optantes pela apuração com base no lucro real Balanço trimestral (3ª quota) Estimativa mensal Lucro presumido (3ª quota) Lucro arbitrado (3ª quota) IRPJ - Renda Variável IRPJ - Finor/Balanço Trimestral - Opção art. 9º da Lei nº 8.167/91 (3ª quota) IRPJ - Finor/Estimativa - Opção art. 9º da Lei nº 8.167/91 IRPJ - Finam/Balanço Trimestral - Opção art. 9º da Lei nº 8.167/91 (3ª quota) IRPJ - Finam/Estimativa - Opção art. 9º da Lei nº 8.167/91 IRPJ - Funres/Balanço Trimestral - Opção art. 9º da Lei nº 8.167/91 (3ª quota) IRPJ - Funres/Estimativa - Opção art. 9º da Lei nº 8.167/91 Programa de Recuperação Fiscal - Refis Refis - Parcelamento vinculado à receita bruta Refis - Parcelamento alternativo Refis - ITR/Exercícios até 1996 Refis - ITR/Exercícios a partir de 1997 Parcelamento Especial (PAES) PAES - Pessoa física PAES - Microempresa PAES - Empresa de pequeno porte PAES - Demais pessoas jurídicas PAES - ITR Imposto Territorial Rural (ITR) 1ª quota ou quota única do ITR relativo ao exercício de 2005

30

30 5928 8045 1150 7893 4290 5220 6854 6895 3467 4028

” ” 18 a 24/Setembro/2005 4ª Sem. de Setembro ” ” ” ” ” ” ”

5869

15 a 21/Setembro/2005 3ª Sem. de Setembro

5871

5884

0190 4600

Agosto/2005 ”

8523 6015

” ”

0211

Ano-calendário/2004

0676

11 a 20/Setembro/2005

0676

1097

1097

30

30

30

30

30 1097

1097

1097

1097

30

30

Código GPS

Período de Apuração Fato Gerador (FG)

2500

Data da realização do evento (2 dias úteis anteriores ao vencimento)

4316

2003

2011

Data de Vencimento

Contribuições Previdenciárias

2

Contribuição retida sobre a NF/Fatura da empresa prestadora de serviço - CEI Contribuição retida sobre a NF/Fatura da prestadora de serviço - CEI (uso exclusivo do órgão do poder público - administração direta, autarquia e fundação federal, estadual, do distrito federal e municipal Comercialização da produção rural - CEI Comercialização da produção rural - CEI - pagamento exclusivo para outras entidades (Senar) Reclamatória trabalhista - CEI Reclamatória trabalhista - CEI - pagamento exclusivo para outras entidades (Sesc, Sesi, Senai, etc.) Reclamatória trabalhista - CNPJ Reclamatória trabalhista - CNPJ - pagamento exclusivo para outras entidades (Sesc, Sesi, Senai, etc.) Comprev - recolhimento efetuado por RPPS - órgão do poder público - CNPJ Comprev - recolhimento efetuado por RPPS - órgão do poder público - CNPJ - estoque Contribuinte individual - recolhimento mensal NIT/PIS/Pasep Contribuinte individual - recolhimento mensal - com dedução de 45% (Lei 9.876/99) - NIT/PIS/Pasep Facultativo mensal - NIT/PIS/Pasep Segurado especial mensal - NIT/PIS/Pasep Empregado doméstico mensal - NIT/PIS/Pasep Cooperativa de trabalho - CNPJ Pagamento de parcelamento administrativo - número do título de cobrança (preenchimento exclusivo pelo INSS) Pagamento de dívida ativa parcelamento - referência (preenchimento exclusivo pelo INSS) Comprev - pagamento de dívida ativa - parcelamento de regime próprio de previdência social RPPS órgão do poder público - referência Comprev - pagamento de dívida ativa - não parcelamento de regime próprio de previdência social RPPS - órgão do poder público - referência

Data da realização do evendo (2 dias úteis anteriores ao vencimento) 1º a 31/Agosto/2005

” 8

2020 2100

” ”

2119 2208

” ”

2216 2305 2321 2402 2429

” ” ” ” ”

15

20 2437 2607

” ”

2615

2631

” 30

2640

Código DARF

Período de Apuração do Fato Gerador (FG)

1097

11 a 20/Setembro/2005

1097

0668

Agosto/2005

1020

1097

5232

Agosto/2005

5979

1º a 15/Setembro/2005

5960

1º a 15/Setembro/2005

2030 2469

Abril a Junho/2005 Agosto/2005

6012 2484

Abril a Junho/2005 Agosto/2005

2372

Abril a Junho/2005

1599 2319

Abril a Junho/2005 Agosto/2005

0220 2362

Abril a Junho/2005 Agosto/2005

3373 5993 2089 5625 3317

Abril a Junho/2005 Agosto/2005 Abril a Junho/2005 Abril a Junho/2005 Agosto/2005

9004

Abril a Junho/2005

9017

Agosto/2005

9020

Abril a Junho/2005

9032

Agosto/2005

9045

Abril a Junho/2005

9058

Agosto/2005

9100 9222 9113 9126

Diversos ” ” ”

7042 7093 7114 7122 7288

Diversos ” ” ” ”

1070

1º/Janeiro/2005

Código GPS

Período de Apuração Fato Gerador (FG)

2658

1º a 31/Agosto/2005 ”

2682 2704

” ”

2712 2801

” ”

2810 2909

2917

7307

1º a 31/Agosto/2005

7315

1007

1º a 31/Agosto/2005

1120 1406 1503 1600 2171

” ” ” ” ”

4308

6106

6505

6513

1º a 31/Agosto/2005

(Continua na página seguinte)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ESPORTE

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

GRACIAS, ZALAYETA É o Brasil e mais 31

ROBERTO BENEVIDES

PASSE LIVRE

Miguel Rojo/AFP

Não há Copa do Mundo sem o Brasil e, hoje em dia, não há Seleção Brasileira sem o Robinho. A mais nova e cintilante estrela do futebol mundial ajudou a confirmar, nos 5 a 0 de ontem sobre o Chile, a presença do Brasil na Alemanha e regou mais um pouco a dúvida que, lá mesmo, em campos alemães, durante a Copa das Confederações, havia semeado na cabeça de Parreira: com que time o Brasil vai tentar o hexa mundial no ano que vem? Mantida por Robinho e ilustre companhia a tradição inaugurada em 1930 por Fausto e parceiros de jamais o futebol brasileiro faltar a um Mundial, a Copa será o Brasil e mais 31 da mesma forma que a Seleção é, cada vez mais, Robinho e mais dez. Exagero? Talvez, se considerarmos que o Brasil tem, apenas do meio para a frente, craques como Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo e Adriano, mas exagero mesmo é o que Robinho vem jogando. Consagrado com a camisa 7 no Santos, deu agora para brincar com a 10 - no Real Madrid, em definitivo, e na Seleção, provisoriamente, como ontem, na vaga de Ronaldinho Gaúcho. Leve como sempre, bailarino abusado em todos os gramados, nem de longe Robinho parece sentir qualquer peso ao vestir as camisas imortalizadas por Garrincha e Pelé, os dois maiores craques da história do futebol brasileiro. Como se não bastasse mais uma grande atuação de Robinho, dessa vez no Estádio Mané Garrincha, o goleador Adriano também mostrou que não está para brincadeira, marcando três dos cinco gols brasileiros. Que fará, então, Parreira para escolher o ataque do hexa? Bem que ele gostaria de manter Ronaldo e Adriano na linha de frente e não passa por sua cabeça tirar Kaká ou Ronaldinho Gaúcho do time. Onde escalar Robinho, então? Na Copa, Parreira terá pela frente adversários menos frágeis do que o Chile e talvez tenha de escalar Ronaldo como único centroavante, assessorado por Kaká, Ronaldinho e Robinho. Adriano seria, então, um luxo imperial no banco de reservas.

N

ão foi nada fácil. O Uruguai, que vencia a Colômbia no Estádio Centenário, em Montevidéu, por 2 a 0, até os 34 minutos do segundo tempo, levou um susto quando Soto diminuiu a diferença. No minuto seguinte, a Colômbia chegou a empatar, levando os uruguaios ao desespero. Mas era o dia de Zalayeta, que já havia marcado os dois primeiros gols uruguaios, aos 43 minutos do primeiro tempo e aos 6 do segundo. Aos 41, o atacante careca que joga na Juventus, da Itália, voltou a aparecer na área colombiana para salvar o Uruguai, empurrando um cruzamento para o gol. O resultado de 3 a 2 foi fundamental para as pretensões uruguaias de ir à Copa do Mundo. Com ele, a equipe fecha a rodada em quinto lugar, colocação que, hoje, lhe daria o direito de disputar a vaga no Mundial da Alemanha contra o vencedor do grupo da Oceania. No sábado, a Austrália fez em casa a primeira partida da final do continente, arrasando as Ilhas Salomão por 7 a 0. Os classificados da zona sulamericana até aqui repetem os da última Copa do Mundo, realizada na Coréia do Sul e no Japão, em 2002: Argentina, Brasil (ambos já classificados),

Com três gols do seu careca, Uruguai sofre, mas consegue derrotar a Colômbia por 3 a 2 em Montevidéu Equador e Paraguai (que precisam de apenas mais uma vitória nas duas últimas partidas). Até o Uruguai, atualmente em quinto, é o mesmo país

que derrotou o campeão da Oceania (a Austrália) na repescagem de 2002. No sábado, ao perder para o Equador por 2 a 1, a lanterna Bolívia deu adeus

j

às suas últimas chances. Outro que está fora é o Peru, goleado por 4 a 1 pela Venezuela. Já classificada, a Argentina perdeu para o Paraguai (1 a 0).

Enfim, Shevchenko Issouf Sanogo/AFP

Badri Ketiladze/Reuters

A

Ucrânia tornou-se no sábado a primeira seleção européia a se classificar dentro de campo para a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. O empate por 1 a 1 com a Geórgia, fora de casa, garantiu à equipe o primeiro lugar no Grupo 2, e ao craque Andriy Shevchenko a chance de disputar seu primeiro Mundial. Será o primeiro grande torneio da seleção ucraniana, que é treinada por Oleg Blokhin, ídolo da seleção da União Soviética nas décadas de 70 e 80. Em 2002, a Ucrânia bateu na trave: ficou em segundo em seu grupo e caiu na repescagem, contra a Alemanha. Shevchenko, que ganhou a Bola de Ouro de 2004 como melhor jogador do futebol europeu, terá a chance que não teve outro jogador consagrado com a camisa do Milan: o liberiano George Weah, que se aposentou sem conseguir levar seu país a uma Copa. Na Europa, mais duas seleções podem carimbar o passaporte no meio da semana: Portugal, que voltou a contar com Figo em jogos oficiais e tem de vencer a Rússia, fora de casa, e torcer pela Estônia contra a Eslováquia, e a Holanda, que precisa vencer Andorra, em casa, e torcer por tropeço da República Checa contra a Armênia. Mesmo que não consigam assegurar a vaga na quarta, Portugal e Holanda estão muito perto da Copa, pois na Europa classificam-se os campeões

ANTES E DEPOIS Antes do jogo, os chilenos reclamaram da escalação do árbitro paraguaio Carlos Amarilla, que é casado com uma brasileira. Depois, reclamaram do goleiro Tápia.

José Manuel Ribeiro/Reuters

A Ucrânia vai à Copa pela primeira vez; Portugal, de Figo, ficou mais perto da classificação; e Camarões, de Eto'o, bateu a Costa do Marfim e só depende de si dos oito grupos e os dois melhores vices - as outras seleções que ficarem em segundo jogam mata-matas entre si. Quem também já se classificou para a Copa foram os Esta-

dos Unidos, que bateram o México por 2 a 0 e garantiram uma das três vagas da Concacaf. Os mexicanos, contudo, só precisam bater o Panamá, quarta. Dos seis finalistas, três

vão à Copa e o quarto disputa vaga com o vencedor da repescagem da Ásia - o Uzbequistão venceu o Bahrein por 1 a 0, em casa, no sábado, e só precisa de um empate na quarta. Na África, a situação mais confortável é de Gana, que só precisa de um empate na última rodada, em outubro, contra Cabo Verde, mas pode se classificar até com derrota basta um empate entre República Democrática do Congo e África do Sul. Outros possíveis estrantes, Togo e Angola, também só dependem de si. Já a Costa do Marfim, que podia se classificar ontem, perdeu por 3 a 2 para Camarões, em casa, e entregou de bandeja a vaga para os rivais: os camaroneses agora só precisam de vitória simples contra o Egito.

EUROPA Grupo 1 Armênia 0 x 1 Holanda Romênia 2 x 0 República Checa Andorra 0 x 0 Finlândia

EXCESSO É tão bom o momento da Seleção Brasileira que os cinco gols sobre o Chile, no jogo que garantiu a vaga na Copa, foram marcados por jogadores que ainda não conquistaram o status definitivo de titulares: Juan, que ontem substituiu Roque Junior, Robinho, que jogou na vaga de Ronaldinho Gaúcho, e Adriano, que pode perder a vaga para Robinho.

Grupo 7 Sérvia e Montenegro 2 x 0 Lituânia Bósnia-Herzegovina 1 x 0 Bélgica

Grupo 5 Escócia 1 x 1 Itália Eslovênia 2 x 3 Noruega Moldova 2 x 0 Bielo-Rússia

Grupo 3 Portugal 6 x 0 Luxemburgo Rússia 2 x 0 Liechtenstein Estônia 2 x 1 Letônia

FATOR R O Brasil ganhou o tetra em 1994 com os atacantes Romário e Bebeto, apelido derivado do nome José Roberto. E ainda tinha Raí. Em 98, o ataque seria Ronaldo e Romário, que, contundido, deu o lugar a Bebeto. O meia era Rivaldo. O ataque do penta, em 2002, foi Ronaldo e Rivaldo. Na meia, Ronaldinho Gaúcho. Em 2006, o Brasil desembarcará na Alemanha com Ronaldinho, Robinho, Kaká (que é Ricardo), Ronaldo, Ricardo Oliveira e Adriano - aliás, Adriano Leite Ribeiro. Daqui a pouco, vai pedir para ser chamado pelo último sobrenome.

É OUTRO Com a autoridade de xerife num time quase todo voltado para o ataque, o volante Emerson encara com bom humor o repórter que quer saber: - Quem vai sair do time para a volta de Ronaldinho Gaúcho? - Eu não sou. Certamente não será. AUSÊNCIA ILUSTRE O presidente Lula, que tanto gosta de futebol, não foi ao Estádio Mané Garrincha, mas seus filhos Sandro e Luiz Cláudio foram. OUTRO BRASIL Pilotando uma Williams, Antonio Pizzonia, que não corria há um ano, foi o único brasileiro a pontuar no GP da Itália. Na Alemanha, há quatro GPs, pontuou apenas Felipe Massa. Sem marcar um pontinho sequer nos últimos quatro GPs, Barrichello ainda é o melhor brasileiro da temporada. Como diria Millôr Fernandes, não é nada, não é nada, não é nada. FIM DE PAPO "Sem dúvida nenhuma, essa é a melhor geração brasileira desde 1970." - Pelé, em Curitiba, dois dias antes de o Brasil fazer 5 a 0 no Chile e confirmar, de vez, a presença na Copa do Mundo da Alemanha

*Com Agência Estado e Reuters

ÁFRICA Grupo 4 Zimbábue 3 x 1 Ruanda Angola 3 x 0 Gabão Argélia 2 x 5 Nigéria

Grupo 1 Zâmbia 0 x 1 Senegal Mali 2 x 0 Congo Togo 3 x 0 Libéria Classificação

P

V

S

GP

Classificação

P

V

S

1 Togo

20

6

11

17

1 Angola

18

5

5

11

2 Senegal

18

5

10

18

2 Nigéria

18

5

10

16

3 Zâmbia

16

5

1

11

3 Zimbábue

15

4

3

12

4 Congo

10

3

-3

8

4 Gabão

9

2

-2

11

5 Mali

8

2

0

11

5 Ruanda

8

2

-7

7

6 Libéria

4

1

-19

3

6 Argélia

4

0

-9

7

GP

Grupo 5 Quênia 0 x 2 Tunísia Marrocos 1 x 0 Botsuana Guiné 3 x 1 Malauí

Grupo 2 Burkina Fasso 3 x 1 África do Sul RD Congo 2 x 1 Cabo Verde Gana 2 x 0 Uganda

Classificação

P

V

S

Classificação

P

V

S

GP

Classificação

P

V

S

GP

Classificação

P

V

S

GP

1 Sérvia e Montenegro

15

4

12

12

Classificação

P

V

S

GP

Classificação

P

V

S

GP

1 Holanda

25

8

18

21

1 Portugal

23

7

26

30

1 Itália

14

4

4

10

2 Espanha

13

3

8

10

1 Gana

18

5

9

13

1 Tunísia

20

6

16

23

2 Romênia

22

7

9

19

2 Eslováquia

18

5

15

22

2 Noruega

12

3

4

9

3 Bósnia-Herzegovina

10

2

0

8

2 RD Congo

15

4

4

12

2 Marrocos

19

5

10

15

3 República Checa

21

7

19

28

3 Rússia

18

5

7

18

3 Eslovênia

9

2

0

8

4 Lituânia

9

2

2

7

3 África do Sul

15

5

-2

10

3 Guiné

14

4

4

13

4 Finlândia

13

4

2

16

4 Letônia

14

4

0

17

4 Bielo-Rússia

7

1

1

10

5 Bélgica

8

2

-1

7

4 Burkina Fasso

12

4

1

12

4 Quênia

10

3

-6

8

5 Macedônia

8

2

-9

10

5 Estônia

14

4

-2

14

5 Escócia

7

1

-1

4

6 San Marino

0

0

-21

2

5 Cabo Verde

10

3

-3

8

5 Botsuana

9

3

-7

9

6 Andorra

5

1

-23

4

6 Liechtenstein

5

1

-12

9

6 Moldova

5

1

-8

3

6 Uganda

7

2

-9

4

6 Malauí

3

0

-17

9

7 Armênia

4

1

-16

5

7 Luxemburgo

0

0

-34

4

Grupo 2 Geórgia 1 x 1 Ucrânia Turquia 2 x 2 Dinamarca Albânia 2 x 1 Cazaquistão

Grupo 4 França 3 x 0 Ilhas Faroe Suíça 1 x 1 Israel

GP

Grupo 3 Líbia 0 x 0 Sudão Costa do Marfim 2 x 3 Camarões Egito 4 x 1 Benin

Grupo 8 Suécia 3 x 0 Bulgária Islândia 1 x 3 Croácia Hungria 4 x 0 Malta

Grupo 6 País de Gales 0 x 1 Inglaterra Polônia 3 x 2 Áustria Irlanda do Norte 2 x 0 Azerbaijão

Classificação

P

V

S

GP

Classificação

P

V

S

GP

Classificação

P

V

S

GP

Classificação

P

V

S

Classificação

P

V

S

GP

1 Suíça

13

3

9

14

1 Polônia

21

7

18

25

1 Croácia

19

6

15

19

1 Camarões

20

6

8

17

1 Ucrânia

24

7

12

16

2 Irlanda

13

3

7

11

2 Inglaterra

19

6

11

14

2 Suécia

18

6

24

26

2 Costa do Marfim

19

6

11

17

2 Turquia

17

4

12

21

3 Grécia

15

4

5

12

4 Dinamarca

13

3

5

15

5 Chipre

4

1

-5

7

5 País de Gales

2

0

-7

5

5 Islândia

4

1

5 Albânia

12

4

-7

9

6 Ilhas Faroe

1

0

-20

3

6 Azerbaijão

2

0

-18

1

6 Malta

1

0

6 Geórgia

9

2

-5

7 Cazaquistão

0

0

-22

GP

CONCACAF EUA 2 x 0 México Panamá 1 x 3 Costa Rica Trinidad e Tobago 3 x 2 Guatemala Classificação

P

V

S

GP

18

6

11

14 11

13

3 Egito

16

5

11

25

1-EUA

11

4 Líbia

12

3

-1

8

2-México

16

5

6

-10

11

5 Sudão

6

1

-14

5

3-Costa Rica

10

3

-2

9

-28

2

6 Benin

2

0

-15

8

4-Guatemala

7

2

-1

11

13

5-Trinidad e Tobago

7

2

-5

7

3

6-Panamá

2

0

-9

4

3 França 4 Israel

13 12

3 2

7 2

8 11

3 Áustria 4 Irlanda do Norte

11 6

3 1

2 -6

13 7

3 Hungria 4 Bulgária

13 8

4 2

2 -3


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.POLÍTICA

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

A REFORMA POLÍTICA É URGENTE, MAS FALTA TEMPO HÁBIL PARA IMPLEMENTÁ-LA PARA VIGORAR EM 2006. Luiz Prado/Agência Luz

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

DEBATES MOSTRAM A NECESSIDADE DE REFORMAS José Paulo Lanyi

A

necessidade de uma reforma político-eleitoral foi o principal ponto de convergência entre os participantes do ciclo de debates promovido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) para discutir saídas para a crise. Na mesma direção, o ceticismo quanto ao ritmo das reformas deu o tom das discussões. O pensamento hegemônico é de que pouco se pode esperar de significativo na mudança das regras para as eleições do ano que vem. "Quem quer continuar com o atual sistema eleitoral com alguns remendos que faça a sua opção", disse o deputado Ronaldo Caiado (PFL-GO), relator da Comissão Especial de Reforma Política, um dos participantes dos debates. "Nós estamos na iminência de entrarmos no ano eleitoral sem uma legislação reformuladora, trabalhando em cima da atual legislação", preocupou-se o presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, durante o ciclo de palestras. Caiado disse não acreditar que a data-limite para a aprovação de mudanças para a próxima eleição seja estendida de 30 de setembro para 31 de dezembro. "Os partidos que estão sendo enfocados nesse processo de escândalo não vão querer mudar esse prazo. Quanto mais prazo for dado, mais eles vão desidratando, perdendo substância de agora para frente. Eles querem manter esse um ano (de prazo legal entre a aprovação das novas regras e a data da eleição)." Financiamento – A primeira plenária foi realizada em 8 de agosto, em São Paulo, com o deputado Roberto Jefferson (PTB). Também debateram o diretor da Transparência Brasil, Claudio Weber Abramo, o ex-ministro do TSE, Torquato Jardim, o presidente da Comissão Defesa da República da OAB, Cícero Harada, e o cientista político Amaury de Souza. Jefferson, cuja cassação ainda não havia sido aprovada pelo Conselho de Ética da Câmara, citou a democracia norte-americana como exemplo positivo de financiamento de campanhas eleitorais e criticou o que chama de hipocrisia na divulgação dos nomes dos doadores. De acordo com o deputado, nos Estados Unidos o empresário que mais contribui é aplaudido e chega a tirar fotografias ao lado do presidente como grande incentivador da democracia.

Mídia – O autor das denúncias do mensalão criticou a forma com que os meios de comunicação estariam tratando os empresários que fazem doações legais aos candidatos. "Nos Estados Unidos ninguém increspa, acusa, marca, carimba aquele empresário de ser corruptor do presidente. Ele não está comprando o presidente, não está comprando a pena do presidente da América. Ele está apostando na democracia, a doação dele é para que se permita o exercício pleno da atividade democrática". O deputado condenou a divulgação das listas de doadores legais no Brasil. O embate "entre vencedores e perdedores" estaria no centro dos conflitos expostos pelos meios de comunicação brasileiros. "Quando os interesses se conflitam, imediatamente a mídia abre e diz: o partido do Roberto Jefferson , o PTB, recebeu doações de tais, tais e tais empresas. Já expõe as vísceras dessas pessoas à sanha da Receita Federal ou da receita estadual ou da Previdência. O empresário que opera caixa 2 nunca é exposto. Esse nunca vai para as manchetes dos jornais. E é esse que manda no governo", observou. "Os grupos econômicos também se sucedem no poder e a gente fica com essa mentira no Brasil de que os grupos econômicos não podem apostar na democracia até para mudar aqueles que lá estão", disse Roberto Jefferson. Listas – O segundo debate foi em 22 de agosto, com a presença do deputado Ronaldo Caiado, do presidente nacional do PMDB, Michel Temer, do titular da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, José Eduardo Martins Cardozo (PT-SP), e do deputado João Almeida (PSDB-BA). A reforma eleitoral emergiu como base da reforma política. A ênfase foi na profunda reformulação dos mecanismos atuais. "Se há um equívoco que foi cometido pelo nosso governo foi não ter priorizado a reforma política", reconheceu Cardozo. "O debate político e ideológico cede espaço a questões como simpatia, personalidade e outras questões. É hipócrita, porque o eleitor não sabe que está votando não só no candidato, mas na legenda que recebe o voto e redistribui para pessoas que não são as votadas. As pessoas votam em uns e elegem outros". Listas – Para Michel Temer, a opção é o sistema de listas

No alto, os deputados Roberto Jefferson (PTB-RJ) e José Eduardo Cardozo (PT-SP): pontos de vista diferentes sobre questões como a doação de empresários para fundos de campanha. Abaixo, Ronaldo Caiado (PFL-GO) e Michel Temer (PMDB-SP): preocupados com a possibilidade de que a reforma saia às pressas e incompleta.

partidárias, em substituição ao modelo vigente. "O grande problema que tenho quando me candidato a deputado federal é que tenho que disputar com o meu companheiro de partido os votos para a minha eleição. É mais uma forma de destruição do partido político, nega a idéia de agregação partidária", salienta o presidente do PMDB. Caixa 2 – "Se nós mudarmos o sistema eleitoral e permitirmos que só o partido faça campanha, São Paulo vai ter oito, dez campanhas este ano. Na próxima, nem dez: cinco ou seis, porque os outros partidos vão sucumbir. Aí, sim, a Justiça Eleitoral vai poder acompanhar. Com este sistema eleitoral é impraticável", comentou o deputado baiano João Almeida, um dos maiores especialistas da Câmara sobre este tema.

FINANCIAMENTO ELEITORAL "Financiamento público inibiria o caixa 2? Conversa fiada. Ia tornar o caixa 2 mais forte ainda. Porque ninguém ia doar por dentro e todos doariam por fora." (Roberto Jefferson) "No momento em que se buscam recursos eleitorais, muitas vezes interesses não sadios fazem com que doadores de campanha se liguem a candidatos que, a partir desse momento, vendem a alma ao diabo". (José Eduardo Martins Cardozo) "Ou nós vamos discutir claramente o financiamento das campanhas eleitorais, ou não vamos acabar com a raiz da corrupção". (Roberto Jefferson) "Há dez anos atrás eu dizia que financiamento não resolve. Hoje, continuo pensando da mesma forma. Não resolve porque não elimina o

caixa 2". (Carlos Velloso) "O sistema eleitoral é clientelista. Políticos têm que cuidar individualmente daqueles que os apoiaram e acabam gastando muito. Se muda o sistema para o partidário, gasta-se menos". (João Almeida) "Não são apenas os interesses sociais que se assentam naquela cadeira presidencial, são também os econômicos. E essas coisas têm que ser claras. Enquanto persistir a hipocrisia e a mentira, toda eleição é financiada por fora". (Roberto Jefferson) "O financiamento eleitoral, da forma como ele se apresenta, é a porta de entrada da corrupção. Há estudos que demonstram que a renda per capta brasileira seria diferente". (José Eduardo Martins Cardozo)

REFORMA POLÍTICA "Esquerda, centro-esquerda, centro, centro-direita, direita: cinco partidos são capazes de agasalhar todo o sentimento ideológico do País". (Roberto Jefferson) "Showmício é enganar o eleitor, a história das imagens externas e de outras manifestações nos programas televisivos desvia a atenção do eleitor, que não fica sabendo exatamente qual é o pensamento dos candidatos. A campanha fica chata visualmente, mas fica expressiva, significativa, saliente, verdadeira para o eleitor". (Michel Temer) "A reforma do sistema eleitoral é que pode levar à redução do custo das campanhas, que no País é altíssimo. O candidato tem que fazer ele próprio a eleição. Tem que competir com o seu companheiro de partido e com os adversários de outros partidos". (João Almeida) "Quando se privilegia a relação entre pessoas e mandatos, se desconstitui a idéia de partido. Nós não temos, historicamente, no Brasil, partidos. Nós temos legendas, espaços de ocupação para disputa eleitoral, em que a formação não passa por situações programáticas ou ideológicas".(José Eduardo Martins Cardozo) "A lista pré-ordenada é um instrumento tão inteligente e já usado em tantos outros países que viabiliza o financiamento público de campanhas, fortalece os partidos e acaba de uma vez por todas com a infidelidade partidária, porque o cidadão que negociou os seus interesses ou teve conchavos feitos para passar para outro partido vai para o fim da fila, morreu politicamente. Alguém vai ceder o lugar na fila para alguém que chegou por outros acordos ao partido?" (Ronaldo Caiado)

vai estimular os doadores a declarar com exatidão aquilo que doaram. Estimulados os doadores, oferecendo-lhes o incentivo, vão declarar aquilo que doaram". Diplomação – Entre as alterações que serão encaminhadas pelo presidente do TSE destaca-se a que impede a diplomação do candidato cujas contas tenham sido rejeitadas "por dolo, fraude ou simulação". Pela proposta a ser analisada pelos congressistas, o processo de prestação de contas de campanha poderá ser

reaberto a qualquer tempo durante o mandato por provocação de partido político, do Ministério Público e do eleitor. Se as contas forem rejeitadas, o candidato estará sujeito à perda de seu mandato. "Estou propondo a realização de convênios com as secretarias da Receita Federal, estaduais e municipais. Elas é que podem dizer se uma nota é fria ou não, se a empresa foi extinta ou não. Vamos também fazer auditorias nas sedes dos partidos políticos", anunciou Velloso.

L

O deputado Ronaldo Caiado citou o estudo de um cientista político segundo o qual as eleições de 94 custaram R$ 10 bilhões, dos quais apenas um pequeno porcentual teria origem lícita. Conforme o deputado da bancada ruralista, outro dado que comprometeria o sistema atual foi explicitado por um delegado da Polícia Federal, em uma audiência pública na Comissão de Reforma Política. De acordo com o policial, o Brasil é o segundo País do mundo em financiamento de políticos com caixa de narcotráfico. "Só perde para a Colômbia. Tem também jogo do bicho, tráfico de armas e roubo de cargas bancando candidaturas ou se candidatando", disse Caiado durante o debate. Caixa 2 – O presidente do TSE, Carlos Velloso, diz não acreditar no fim do caixa 2. No terceiro debate, ele previu que o conjunto de medidas que encaminhará este mês ao Congresso Nacional pode produzir "uns 80% de êxito". "Há aquela parcela de pessoas gananciosas que estão pensando sempre em satisfazer os seus interesses pessoais, e são esses que penso que vão impedir que o caixa 2 acabe de vez". Também participaram do debate o vice-governador Cláudio Lembo e o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, Álvaro Lazzarini. Doações – Nas discussões, Velloso disse ainda ser contrário à limitação do valor das doações, como está previsto na minirreforma eleitoral em tramitação no Congresso. "Deve haver estímulos fiscais na proporção do quanto doado. Isso vai impedir o caixa 2 porque


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

CIDADES & ENTIDADES - 3

Fotos de Pablo de Sousa/Agência Luz

ENTREVISTA

WALTER FELDMAN

L Feldman –Nós queremos fazer tudo o quanto for possível antes do início das compras de Natal. Porque o confronto afugenta todo comprador, dá sensação de medo. O consumidor ficará em sua casa ou vai comprar apenas nos shoppings centers, o que não é justo com todo o gigantesco comércio que existe em São Paulo. Queremos fazer toda a operação até novembro e fazer um acordo para que não haja nenhum tipo de confronto. Nossa linha é de arrumar o comércio de rua definitivamente em São Paulo no ano de 2005 e até o final do atual mandato.

DC – Como o senhor avalia os sete meses de governo? Feldman –É de entusiasmar. É uma sensação que, apesar dos gigantescos problemas que se acumularam em São Paulo, se houver determinação, vontade política, persistência na busca dos objetivos e ética, isto é, vontade de cumprir a lei, de não prevaricar, de saber que tem um prefeito que está te acompanhando, está exigindo mais rapidez, percebem-se resultados muito rápidos. Essa é uma cidade profundamente contaminada pela omissão do Poder Público. Na medida em que você deixa de fazer isso ou se envolve com sua ação, rapidamente, as respostas aparecem. Isso em todas as áreas. No Psiu é surpreendente o controle do silêncio urbano que estamos obtendo. Também na arrumação da casa, nos aspectos relativos à drenagem, ao corte de mato, à poda de árvore, ao sistema de tapa buraco, às respostas que se iniciam na área de pavimentação, de calçadas. Ou seja, há uma sociedade que desacreditou do Poder Público e sinto que, agora, passa a acreditar, vê respostas, vê empenho. Pelo menos, há esforço e ele apresenta resultados naquilo que é aplicado.

DC – Quais são os grandes desafios nos próximos meses? Feldman –Primeiro o ambulante. Temos que criar os grandes paradigmas para serem copiados em todas as regiões onde esse conflito existe. Além disso, devemos nos preparar para as próximas chuvas. Estamos fazendo todo um programa de prevenção e combate às enchentes, em boca de lobo, ramais, galerias, com limpeza mecânica e manual dos córregos e piscinões, além da canalização de vários córregos pela cidade. São Paulo vai estar mais bem preparada para a época de chuvas. Estamos articulando uma integração no Centro de Gerenciamento de Emergência, no Centro de Comando Operacional, para que, se houver chuvas superiores às previstas, a gente tenha capacidade de dar respostas. E o prefeito tem me pedido muito um cuidado especial com o pavimento, no sentido de melhorar o sistema de tapa-buraco e de recapeamento, além da questão das calçadas. Outro grande problema é a paisagem urbana. É a retirada de faixas, dos lambe-lambe, dos outdoors colocados irregularmente e combater a pichação. A cidade que encontramos estava muito feia, mas não no sentido estético e sim no sentido da auto-estima. Mas nós vamos recuperá-la. São muitas as tarefas. Temos de nos dedicar a algumas delas com maior empenho até conseguirmos criar musculatura para cuidar das outras.

Sindicalista sugere novo modelo para popcentros A idéia é criar um local nos moldes do Poupatempo, com serviços públicos e local para o comércio ambulante. Mas para o projeto dar certo seriam necessárias mudanças na concessão do TPU.

U

ma alternativa para acomodação de todos os ambulantes. Esse é o pedido do Sindicato dos Trabalhadores na Economia Informal (Sintein) faz à Prefeitura. Juraci Sampaio, presidente da entidade, diz que uma opção precisa ser apresentada o mais breve possível, ou a proliferação dos camelôs ilegais nas ruas não terá uma solução definitiva. Juraci indica os shoppings populares, ou popcentros, mas desde que seja incentivada a ida da população ao local. "Não adianta confinar o ambulante em um espaço fechado. O local precisa receber uma quantidade razoável de pessoas para que se possa vender mercadoria", disse. Sampaio acredita que a união de uma praça de serviços públicos, como o modelo do Poupatempo, é uma alternativa viável. "Em São Miguel deu certo. Havia um mercado municipal, uma série de serviços públicos e os comerciantes informais". Segundo Juraci, enquanto não ocorrer uma mudança no atual modelo de concessão do Termo de Permissão de Uso (TPU), a Prefeitura enfrentará problemas com a venda e o aluguel das permissões. Juraci lembra que a falta de uma política de organização do comércio ambulante resultou na entrada dos produtos piratas nas barracas. "A rua é uma disputa total. Se o ambulante não vende o produto pirata, o seu vizinho vende. Não há como isso ocorrer em um espaço fechado, onde toda a mercadoria terá comprovação de origem", avaliou. Sampaio espera uma abertura por parte da Prefeitura nas negociações sobre o futuro dos

ambulantes sem autorização. Para ele, uma conversa entre os dois lados resultará numa solução positiva para as ruas da capital e para os camelôs. Em relação às denúncias de uma "guerra" interna entre as associações e sindicatos de ambulantes – O Diário do Comércio revelou uma briga para controlar as mensalidades pagas por camelôs legais e ilegais, cujos valores chegam a R$ 50 por semana, para continuarem trabalhando nas ruas –, Juraci garante que o Sintein nunca fez parte do esquema. "O pagamento da nossa mensalidade é facultativo. Temos mais inadimplentes do que adimplentes", explicou. Sampaio confirma que há uma disputa entre as associações, mas sua motivação é o caráter de "moeda de troca" concedida aos TPUs com o passar dos anos. "O TPU é usado como arma de negociação. Quem tem, usa como quer". Juraci também negou a participação de Ana Maria Pontes Teixeira no sindicato. Ana Maria é acusada de comandar o esquema de pagamento de propina na Subprefeitura da Lapa, zona oeste. O pagamento, que já é investigado pela subprefeitura, era feito para garantir a permanência de camelôs na rua 12 de Outubro e no seu entorno. "Ela nunca fez parte do sindicato. Não temos relação alguma com a Ana Maria. Apenas discutimos as ações dos ambulantes da Lapa na Comissão Permanente de Ambulantes", disse. Outro que também está sendo investigado e que, inclusive, já foi preso, é o presidente do Sindicato dos Camelôs Independentes de São Paulo (Sindcisp), Afonso da Silva, o Afonso Camelô. (DF e FV)

Rua de 12 de Outubro, na Lapa (acima): antes completamente tomada pelos camelôs, que impediam inclusive a passagem de veículos, hoje está livre e passa por processo de recuperação. Na foto ao lado, a diretoria do Sintein, com Juraci Sampaio (centro), que defende um novo modelo para os popcentros.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS - 17

ORIENTAÇÃO LEGAL LEGISLAÇÃO • DOUTRINA • JURISPRUDÊNCIA

INSTITUTO JURÍDICO DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO

COORDENAÇÃO: CARLOS CELSO ORCESI DA COSTA

AGENDA TRIBUTÁRIA – MÊS DE SETEMBRO DE 2005

(Continuação da página anterior)

Data de apresentação: data em que se encerra o prazo legal para apresentação das principais declarações, demonstrativos e documentos exigidos pela Receita Federal do Brasil sem a incidência de multa.

Data de Apresentação

Declarações, Demonstrativos e Documentos

Período de Apuração

Data de Apresentação

De Interesse Principal das Pessoas Jurídicas 8 25

30

30 30 30 30 30 30

Declarações, Demonstrativos e Documentos

Período de Apuração

De Interesse Principal das Pessoas Físicas

DCTF Mensal - Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Mensal DCide - Combustíveis - Declaração de Dedução de Parcela da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Incidente sobre a Importação e Comercialização de Combustíveis das Contribuições para o PIS/Pasep e Cofins CPMF - DIC - Declaração de Informações Consolidadas da Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira CPMF - Medidas Judiciais DIF Bebidas - Declaração Especial de Informações Fiscais relativa à Tributação das Bebidas DIF Cigarros - Declaração Especial de Informações Fiscais relativa à Tributação de Cigarros DNF - Demonstrativo de Notas Fiscais DOI - Declaração de Operações Imobiliárias DIPI - TIPI 33 - produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumaria

Diário

Declaração Final de Espólio

Diário

Declaração de Saída Definitiva

Julho/2005

Agosto/2005

Agosto/2005 Agosto/2005 Agosto/2005

De Interesse Principal do Proprietário de Imóvel Rural 30

Agosto/2005 Agosto/2005 Agosto/2005

Sessenta dias contados da data do trânsito em julgado da decisão judicial da partilha, sobrepartilha ou adjudicação dos bens inventariados. Data da saída do Brasil, no caso de residente no País que se retirar em caráter permanente; ou trinta dias contados da data em que completar 12 meses consecutivos de ausência do País, no caso de residente que se retirar em caráter temporário

DITR - Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural

Data de Apresentação 6

Julho e Agosto/2005

Declaração Previdenciária GFIP - Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia e Informações à Previdência Social

Exercício - 2005

Período de Apuração 1º a 31/Agosto/2005 DOU - 1º/09/2005

ATAS

COMUNICADOS

CONVOCAÇÃO

COMUNICADO - Pelos poderes a mim conferidos na qualidade de Presidente desta Cooperativa, como dispõe o Estatuto da COOPERATIVA HABITACIONAL INTER-COOP, viemos por meio desta comunicar que, apesar de inúmeras tentativas de contatos através de cartas, telegramas e notificações extrajudiciais via cartório com os Cooperados abaixo relacionados, não foi possível localizá-los “outrossim” notificamos sua exclusão do quadro de Cooperados conforme dispõe o Art. 22, Item “C” do Estatuto que rege a Cooperativa. Anderson Rodrigues, Ivanilda Oliveira da Silva Faustino, Eliana Correia das Neves, Fabiane de Araújo Basílio, Pedro Arcanjo da Silva Filho, Vergílio Augusto Caetano. São Paulo, 02 de setembro de 2005. Luís Henrique de Lima - Presidente

EDITAIS AVISO AOS ACIONISTAS

Edital de Citação.Prazo 20 dias. Proc. 04.014516-3. O Dr. Luis Fernando Nardelli, Juiz de Direito da 3a. Vara Cível do Regional do Tatuapé, FAZ SABER a José Henrique Kroistesfeit e Marcos José Saragoca que Máfia Car Comércio de Automóveis Ltda.-ME, lhes ajuizou ação Consignatória da quantia de R$ 800,00, referente ao Cheque n o. MS437809, banco Itaú S/A, Ag. 0770, de emissão da empresa requerente. Pretendendo o autor liquidar a dívida e proceder ao cancelamento do protesto junto ao 8o. Cart. de Protesto da Capital, depositou o valor devido em Juízo. Encontrando-se os Réus em lugar ignorado, foi determinada a citação por edital para que no prazo de 15 dias a fluir após os 20 dias supra, venham levantarem o depósito ou oferecerem contestação, sob pena de serem aceitos como verdadeiros os fatos articulados. Será o presente, afixado e publicado na forma da lei.

AVISO DE LICITAÇÃO

FALÊNCIAS & CONCORDATAS Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 02 de setembro de 2005, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falências: Requerente: Indústria Mecânica BN Ltda. - Requerido: Millenium Comércio de Materiais Ltda. - Av. Álvaro Ramos, 2.222 - 02ª Vara de Falência

DIÁRIO DO COMÉRCIO

GERAL

Pablo de Sousa/Agência Luz

Festa cívica abre semana da Pátria Distrital Pinheiros mobiliza entidades do bairro e estudantes em desfile militar. Evento deu início às comemorações dos festejos de 7 de Setembro na capital.

U

m desfile militar, de estudantes e de entidades da sociedade civil, além de muita festa cívica, marcaram ontem a abertura da Semana da Pátria, na Praça Panamericana, no Alto de Pinheiros, zona oeste da cidade. Os organizadores – a Distrital Pinheiros da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em conjunto com a OAB-SP, Rotary Club, subprefeitura de Pinheiros e Polícia Militar (PM) – conseguiram, pelo 12º ano consecutivo, largar na frente, em grande estilo, para o 7 de Setembro, reunindo na mesma praça, PM, Exercito, Marinha, Aeronáutica, estudantes com suas fanfarras, rotarianos, CGM, entidades de jovens e da terceira idade. A festa começo de manhã e avançou por boa parte da tarde, com desfile de carros antigos, veículos militares, até integrantes do Projeto Criança Cidadã e jovens Camp Pinheiros, projeto sócio educativo. Ricardo Granja, superinten-

Superintendentes e diretores das distritais da Associação Comercial também participaram do desfile

dente da Distrital Pinheiros, lembrou que a comemoração vem crescendo ano a ano. E tem como objetivo básico manter "a chama do civismo nos brasileiros e recuperar valores patrióticos nas crianças". Granja enfatizou que a ACSP deu esse exemplo, desfilando com vários de seus dire-

tores e associados. O superintendente da Distrital Pirituba José Roberto Maio Pompeu, participou do evento, assim como os ex-superintendentes da Distrital Pinheiros, Fernando Vaz e Enrico Francesco Cirillo. O subprefeito de Pinheiros, Antônio Marsiglia e o presi-

dente da OAB-Pinheiros, José Vicente Laino, agradeceram aos participantes. Os organizadores destacaram o empenho da tenente coronel da PM, Marli Moreno, para a realização do evento. Ao final, entidades e escolas foram homenageadas com a cópia em miniatura do "Marco da Paz". (SLR)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

ESPORTE - 3

SINAL DE ALERTA Agliberto LIma/AE

Clayton de Souza/AE

U

m deles ganhou a Libertadores recentemente, mas após a série de derrotas no Brasileiro passou a ter seu trabalho questionado. O outro, depois de ter levado sua equipe à liderança da competição nacional até o final do primeiro turno, também começa a receber críticas. Para o clássico da próxima quarta-feira à tarde, entre São Paulo e Corinthians, tanto Paulo Autori, pelo lado tricolor, quanto Márcio Bittencourt, pelo alvinegro, terão problemas para escalar suas equipes. E sabem que, se quiserem continuar trabalhando com tranqüilidade, não podem perder. Autuori é quem enfrentará mais obstáculos. Não terá o lateral Cicinho, o volante Josué e o zagueiro Lugano, todos suspensos. Além disso, um dos candidatos a substituir Lugano, Alex, será julgado amanhã, pela expulsão contra o Atlético-PR. Por isso, Autuori já optou por Edcarlos, independen-

temente do resultado do julgamento: “O Alex era minha primeira opção, mas o Edcarlos está jogando muito, ganhou forma física e técnica”. Já Márcio Bittencourt, que na semana passada teria recebido uma proposta do futebol japonês, diz que só sai se quiserem. “Procuro me acostumar

Com problemas para escalar seus times, Paulo Autuori e Márcio Bittencourt vão para o clássico em busca da tranqüilidade perdida com tudo isso (a pressão) e estou encarando numa boa. Já estou ficando com o couro grosso. Faz parte da profissão”, explica. O Corinthians volta hoje aos treinamentos e vários joga-

D

epois de ceder sua maior estrela, Robinho, para o Real Madrid, o Santos já começa a se reforçar com o dinheiro vindo desta transação. A primeira novidade a aportar na Vila Belmiro é o lateral-esquerdo Kléber, ex-Corinthians, que veio por empréstimo do Basel, da Suíça. Kléber apresentou-se na tarde de sábado e só não estreará contra o Atlético-PR, nesta quarta-feira, na Arena da Baixada, se sua documentação não for regularizada a tempo. Além de Kléber, o Santos continua negociando com o CSKA, da Rússia, para repatriar o atacante Vágner Love. A primeira proposta santista foi

Maurício de Souza/AE

Kléber é o primeiro reforço Santos traz lateral e ainda negocia com Vágner Love

de um milhão de euros por um ano de empréstimo, com a possibilidade de pagamento de mais nove milhões de euros para que o jogador fique em

definitivo depois da Copa de 2006. Hoje, o presidente santista, Marcelo Teixeira, pode propor um outro tipo de negociação para levar o atacante.

A

pós os primeiros treinos para enfrentar o Coritiba, o técnico Leão, do Palmeiras, parecia satisfeito: “Consegui deixar o time todo preocupado”. Ele escalou reservas que não vinham sendo aproveitados e rebaixou jogadores com status de titulares, como Juninho e Pedrinho. “Faz parte do meu trabalho dar essa sacudida. Isso motiva o elenco. Segunda-feira (hoje), todos voltarão mais concentrados.” O objetivo é montar uma nova equipe titular. A formação com Marcinho, Pedrinho e Juninho foi muito mal no último jogo, a derrota para o Brasiliense por 3 a 1, em Taguatinga.

Agliberto Lima/AE

Leão sacode o Palmeiras Técnico treina com titulares, como Juninho, entre reservas

Dos três, só Marcinho não chegou a treinar entre os reservas na última semana, o que, segundo Leão, não quer dizer que ele seja titular absoluto: “O

Marcinho é o artilheiro do campeonato (com 14 gols, ao lado do vascaíno Alex Dias), mas o dia que ele estiver ruim, sai do time”.

dores que tiveram problemas de contusão deverão passar por avaliação médica. O volante Marcelo Mattos, recuperado da contusão que o tirou de campo durante a partida

contra o Goiás, pela Copa SulAmericana, deve enfrentar o São Paulo. Dispensado por Márcio, o atacante Carlos Tevez não participou dos treinos do sábado. Deve, no entanto,

treinar hoje, mesmo porque o técnico vem cobrando dele uma maior participação. “Ele é o nosso líder. Os meninos seguem o que Carlitos faz”, diz Márcio. “Tenho certeza de que ele irá se envolver mais. Principalmente porque estamos entrando em um momento decisivo do Brasileiro.”

SÉRIE B

Lusa e Marília chegam lá Fernando Pilatos/AE

A

pós desperdiçar a chance da classificação antecipada duas vezes seguidas — nas derrotas para o Grêmio, em casa, por 2 a 1, e para o Paulista, em Jundiaí, por 3 a 0 —, a Portuguesa finalmente garantiu sua classificação para a próxima fase da Série B. Sexta-feira, no Canindé, a Lusa fez 4 a 2 no Sport Recife e chegou aos 33 pontos, alcançando o quinto lugar. Outro paulista classificado antecipadamente é o Marília. Com os 5 a 1 sobre o Criciúma no sábado, em Marília, a equipe do interior voltou à segunda posição, ultrapassando o Santo André no número de vitórias (onze contra dez). Faltando uma rodada para o final da primeira fase, cinco das oito vagas já foram preenchidas, por Santa Cruz, Marília, Santo André, Grêmio e Portuguesa. Os outros três classificados sairão entre Avaí, Vila Nova, Guarani (todos com 32 pontos) e Náutico (30). O Guarani tem boas chances de classificação, pois recebe o Avaí, seu rival direto. Estão matematicamente rebaixados: Caxias (16 pontos) e Criciúma (19). Entre Sport (27), Ceará (26), Vitória (26), CRB (26), Paulista (25), Bahia (25), Anapolina (24) e União Barbarense (23) sairão os outros quatro rebaixados para a Série C do Brasileiro em 2006.

Os dois juntam-se ao grupo de classificados para a próxima fase. Restam três vagas RESULTADOS: terça, 30/8: Gama-DF 1 x 0 Ceará-CE; União Barbarense-SP 4 x 1 Vitória-BA; Vila Nova-GO 2 x 1 PaulistaSP. Sexta, 2/9: Portuguesa-SP 4 x 2 Sport-PE; Santa Cruz-PE 1 x 1 Ituano-SP; Avaí-SC 2 x 1 Náutico-PE; Caxias-RS 1 x 2 Guarani-SP; CRB-AL 1 x 1 Grêmio-RS. Sábado, 3/9: São Raimundo-AM 2 x 0 Anapolina-GO; Bahia-BA 3 x 0 Santo André-SP; Marília-SP 5 x 1 Criciúma-SC. PRÓXIMOS JOGOS: sábado, 10/9: Náutico-PE x Caxias-RS; Guarani-SP x Avaí-SC; Santo André-SP x Santa CruzPE; Sport-PE x Gama-DF; Paulista-SP x Bahia-BA; Criciúma-SC x CRB-AL; Grêmio-RS x Marília-SP; Anapolina-GO x União Barbarense-SP; Vitória-BA x Portuguesa-SP; Ceará-CE x Vila NovaGO; Ituano-SP x São Raimundo-AM.

Classificação

P

V

S

1-Santa Cruz

38

11

9

GP 29

2-M arília

34

11

10

37

3-Santo André

34

10

11

33

4-G rêmio

34

9

6

31

5-Por tuguesa

33

10

8

32

6 - Ava í

32

10

8

34

7-V ila Nova

32

10

1

28

8-G uarani

32

9

5

28

9 - N á u t i co

30

9

-1

32

10-I tuano

28

8

6

32

11-São R aimundo

28

8

-5

22

12-Spor t

27

8

-1

29

1 3 - Ce a r á

26

7

3

25

14-V itória

26

7

0

32

15-CRB

26

7

-10

26

16-B ahia

25

7

-4

26

17-G ama

25

7

-7

26

1 8 - Pa u l i s t a

25

6

3

36

19-Anap olina

24

7

-6

25

20-U. Barbarense

23

6

-4

20

21-Cr iciúma

19

6

-20

23

2 2 - Ca x i a s

16

4

-12

18

SÉRIE C

Três paulistas entre os 32 classificados

M

ogi, Atlético Sorocaba e Rio Branco classificaram-se para a próxima fase da Série C, que terá estes matamatas: São Raimundo-PA x Nacional-AM; Vila AuroraMT x Independência-AC; Tocantinópolis-TO x Remo-PA; Abaeté-PA x Moto Clube-MA; Nacional de Patos-PB x Ferroviário-CE; Icasa-CE x Coruripe-AL; Itabaiana-SE x TrezePB; ABC-RN x Sergipe-SE; Mogi-SP x Ipatinga-MG; Serra-ES x Atlético Sorocaba-SP; Paranoá-DF x Londrina-PR; CENE-MS x Ceilândia-DF; V.

Redonda-RJ x R. Branco-SP; Ituiutaba-MG x V. Nova-MG; N. Hamburgo-RS x GaúchoRS; Glória-RS x Joinville-SC. RESULTADOS: Independência-AC 0 x 0 Nacional-AM; Ji-Paraná-RO 1 x 0 Luverdense-MT; Vila Aurora-MT 3 x 2 São Raimundo-PA; São José-AP 1 x 1 Abaeté-PA; Remo-PA 4 x 0 São Raimundo-RR; Parnahyba-PI 1 x 1 Moto Clube-MA; Imperatriz-MA 0 x 1 Tocantinópolis-TO; Serrano-PE 0 x 1 Ferroviário-CE; Icasa-CE 2 x 0 Piauí-PI; Coruripe-AL 3 x 4 Nacional de Patos-PB; América-RN 4 x 0 Vitória de Santo Antão-PE; ASA-AL 1 x 0 ABC-RN; Treze-

PB 3 x 3 Baraúnas-RN; Ipitanga-BA 3 x 2 Sergipe-SE; Itabaiana-SE 1 x 0 JuazeiroBA; Ipatinga-MG 2 x 0 Estrela do NorteES; Serra-ES 5 x 0 Americano-RJ; Mogi Mirim-SP 2 x 2 Atlético Sorocaba-SP; Portuguesa Santista-SP 3 x 0 MadureiraRJ; Londrina-PR 1 x 1 Operário-MS; Cene-MS 4 x 2 Cianorte-PR; MineirosGO 1 x 0 Paranoá-DF; Ceilândia-DF 5 x 1 Grêmio Inhumense-GO; Rio Branco-SP 2 x 0 União São João-SP; América-SP 1 x 1 Ituiutaba-MG; Volta Redonda-RJ 1 x 0 Villa Nova-MG; América-MG 2 x 2 Cabofriense-RJ; Joinville-SC 1 x 0 ADAPPR; Iraty-PR 1 x 2 Novo Hamburgo-RS; Glória-RS 1 x 0 Marcílio Dias-SC; Atlético Herman Aichinger-SC 0 x 1 Gaúcho-RS.

COPA SUL-AMERICANA

Brasileiros pegam argentinos N

o meio da semana passada foram definidos os quatro times brasileiros classificados para as oitavasde-final da Copa Sul-Americana. Eles agora enfrentam argentinos em mata-matas. Na quarta-feira, o Santos

derrotou o Fluminense ( 2 a 1), mas perdeu a classificação nos pênaltis (4 a 2). Os cariocas enfrentam o Banfield. Também na quarta, o Corinthians empatou com o Goiás, no Pacaembu, em 1 a 1, e agora joga com o River Plate.

Na quinta, São Paulo e Inter empataram no Morumbi (1 a 1), resultado que qualificou o Inter para pegar o Rosario. O Cruzeiro perdeu para o Juventude (1 a 0) em Minas, mas havia feito 3 a 1 em Caxias e enfrentará o Vélez.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.CIDADES & ENTIDADES

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

eM DIa

GIr Agendas da Associação e das distritais

com As DisTrItAIs

Hoje

Notícias dos postos avançados da ACSP

ISão Miguel – A distrital

realiza reunião de profissionais de salão de beleza do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 18h.

Mooca faz 449 anos, lança selo e premia empresário estrangeiro

IGuia Exame – O supe-

Festa incluiu também peça de teatro e ato cívico

O

tradicional bairro da Mooca, na zona leste da cidade, festejou 449 anos em agosto, mas já de olho no futuro. Em um dos eventos comemorativos, no Teatro Arthur Azevedo, foi lançado o selo comemorativo pelos 450 anos da Mooca, em 2006. O modelo foi escolhido num concurso entre os alunos do Senai da Mooca. A vencedora foi a aluna Daniela Garcia Silvestrin. No bairro com sotaque italiano, já que abrigou boa parte dos imigrantes que aqui chegaram, foram entregues Certificados de Empreendedor Estrangeiro, além de uma réplica do Marco da Paz para empresários de outras nacionalidades. Receberam a premiação as seguintes pessoas: Volga Seman

(Croácia), Moises Lewi (Polônia), Emílio Iborra Blanca (Espanha) e Maria Caió Lococciolo (Itália). A entrega foi coordenada pelo superintendente da Distrital Mooca, Antonio Viotto Netto, e pelo subprefeito do bairro, Walter José Pires Bellintani. Dentro das comemorações pelo aniversário do bairro, foi realizada ainda a apresentação da peça "Sossego e Turbulência no Coração de Hortência", também no teatro Arthur Azevedo, e um ato cívico, em frente do posto policial do 21º BPMM, com hasteamento da bandeiras Nacional, Paulista e da Mooca. As crianças participaram com a apresentação do Coral Rafaelis, do Externato São Rafael, e o depósito de flores no monumento a Anchieta.

Os imigrantes ajudaram no desenvolvimento do bairro da Mooca, que completou 449 anos

rintendente de recursos humanos da ACSP, Fernando Moya, participa de premiação pela classificação da ACSP na 9ª edição do Guia Exame - Você S/A - As Melhores Empresas para Você Trabalhar 2005 e como uma das Melhores Empresas para Mulheres, promovida pela editora Abril e revistas Você S/A e Exame. Às 19h30, na sala São Paulo, Pç. Júlio Prestes, Centro.

Amanhã I M anifestação – A Fe-

deração das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e a ACSP, juntamente com a OAB - SP, Força Sindical e outras entidades, promovem a manifestação Grito do Silêncio, contra a corrupção. Às 10h, na praça da Sé, Centro. ISão Miguel – A distrital

realiza reunião de profissionais de buffets e eventos do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 14h30. IEx terior – Reunião da

Comissão de Comércio Exterior da ACSP coordenada pelo vice-presidente Renato Abucham. Às 17h, rua Boa Vista, 51, 9º andar

Empreendedores estrangeiros que receberam homenagem

Centro entrega doações da Campanha do Agasalho

O

Conselho da Mulher Empreendedora (CME) da Distrital Centro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) realizou a entrega das doações da Campanha do Agasalho de 2005. Foram arrecadados 364 cobertores e também 50 peças de roupas. A entrega foi feita pela coordenadora do CME,

Maria Amélia de Paula Rebouças, e pelo superintendente da distrital, Marcelo Flora Stockler. A Campanha do Agasalho deste ano beneficiou as seguintes entidades: Turma da Toca, Capela Nossa Senhora dos Aflitos e o Fundo de Solidariedade do Estado de São Paulo.

Foram beneficiados a Turma da Toca, a Capela Nossa Senhora dos Aflitos e o Fundo de Solidariedade do Estado

Penha faz homenagem pelo Dia do Maçom

Mais de 200 empresários se reúnem em Santana

Vereador faz visita ao Butantã

C

om a presença de 200 empreendedores foi realizado mais um Café com Negócios da Distrital Santana da Associação Comercial de São Paulo . Desta vez o evento aconteceu no Parthenon Nortel, também na zona norte da cidade. O principal objetivo de desse tipo de encontro é aproximar as empresas, principalmente com a perspectiva de gerar novos negócios entre elas. Segundo o superintendente da Distrital Santana, João de Favari, "a cada dia aumenta a procura e a participação das empresas. Os empresários enxergaram que este é o caminho para a realização de bons empreendimentos". Participaram do Café com Negócios da Distrital Santana as seguintes empresas: Semp Toshiba, Vinhos Salton, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Sul

A

Amato entrega Marco da Paz

A

João de Favari, superintendente

América Seguros, Porto Seguro e Nossa Caixa. Os empresários interessados em participar da próxima edição podem entrar em contato com Distrital Santana pelos telefones 6979-4504/ 6973-3708. O Parthenon Nortel, fica localizado na avenida Luiz Dumont Villares, 400, e o telefone é o 6972-8111.

Distrital Penha da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) realizou, no dia 18 de agosto, uma reunião extraordinária em homenagem à maçonaria. Nessa data foi comemorado o Dia do Maçom. Na presença de quase 180 membros, representando as 13 Lojas Maçônicas da região da Penha, foram entregues várias réplicas do Marco da Paz. Esteve presente ao evento o vice-presidente da ACSP e presidente da Rebraf, Rogério Amato. Foi a primeira vez que este tipo de evento foi realizado na Distrital Penha.

Distrital Butantã recebeu a visita do vereador Donato, que explicou o seu trabalho na Câmara e ouviu as reivindicações da comunidade. Ele prometeu verificar, pessoalmente, as reclamações e recebeu a sugestão para que os vereadores eleitos pela região se reunissem com o subprefeito para analisar as prioridades.

Café com Negócios em Santo Amaro

A

Distrital Santo Amaro realizou o seu 10 º Café com Negócios com a presença de presença de mais de 60 empreendedores. A coordenação do evento foi do superintendente, Aloysio Luz Cataldo. O encontro contou também com a presença da gerente da Unidade Novos Associados da ACSP, Marina Bavaresco.

Associação Comercial de São Paulo Distrital Butantã Rua Alvarenga, 415 – CEP 05509-070 Fone/fax: 3032-6101 José Sérgio Pereira Toledo Cruz Diretor Superintendente

Distrital Jabaquara Av. Santa Catarina, 641 – CEP 04635-001 Fone: 5031-9835 – Fax: 5031-3613 Fernando Calderon Alemany Diretor Superintendente

Distrital Penha Av. Gabriela Mistral, 199 – CEP 03701-010 Fone: 6641-3681 – Fax: 6641-4111 Marco Antonio Jorge Diretor Superintendente

Distrital Santana Rua Jovita, 309 – CEP 02036-001 Fone: 6973-3708 – Fax: 6979-4504 João de Favari Diretor Superintendente

Distrital Sudeste Rua Afonso Celso, 76 – CEP 04119-000 Fone/fax: 5572-0280 Giacinto Cosimo Cataldo Diretor Superintendente

Distrital Centro Rua Galvão Bueno, 83 – CEP 01506-000 Fone/fax: 3207-9366 - Fone: 3208-5753 Marcelo Flora Stockler Diretor Superintendente

Distrital Lapa Rua Martim Tenório, 76/1º andar CEP 05074-060 – Fone: 3837-0544 – Fax: 3873-0174 Douglas Formaglio Diretor Superintendente

Distrital Pinheiros Rua Simão Álvares, 517 – CEP 05417-030 Fone: 3031-1890 – Fax: 3032-9572 Ricardo Aparecido Granja dos Santos Diretor Superintendente

Distrital Santo Amaro Av. Mário Lopes Leão, 406 – CEP 04754-010 Fone/fax: 5521-6700 Aloysio Luz Cataldo Diretor Superintendente

Distrital Tatuapé Praça Silvio Romero, 29 – CEP 03303-000 Fone/Fax: 6941-6397/6192-2979/6942-8997 Antonio Sampaio Teixeira Diretor Superintendente interino

Distrital Ipiranga Rua Benjamin Jafet, 95 – CEP 04203-040 Fone: 6163-3746 – Fax: 274-4625 Antonio Jorge Manssur Diretor Superintendente

Distrital Mooca Rua Madre de Deus, 222 – CEP 03119-000 Fone/fax: 6694-2730 Antonio Viotto Netto Diretor Superintendente

Distrital Pirituba Av. Raimundo Pereira de Magalhães, 3.678 CEP 05145-200 – Fone/fax: 3831-8454 José Roberto Maio Pompeu Diretor Superintendente

Distrital São Miguel Av. Marechal Tito, 1042 – CEP 08010-090 CEP 08010-080 – Fone: 6297-0063 – Fax: 6297-6795 José Parziale Rodrigues Diretor Superintendente

Distrital Vila Maria Rua do Imperador, 1.660 – CEP 02074-002 Fone: 6954-6303 – Fax: 6955-7646 José Correia Diretor Superintendente


DIÁRIO DO COMÉRCIO

18 -.INTERNACIONAL

segunda-feira, 5 de setembro de 2005 Nicolas Kamm/AFP

Chris Hondros/AFP

Chris Hondros/AFP

Há regiões da cidade de Nova Orleans que continuam completamente alagadas. Em outras, onde a água já baixou, soldados americanos patrulham casa por casa em busca de sobreviventes. A presença de carros e tanques do Exército ainda não foi suficiente para reestabelecer a ordem pública , evitar saques, assassinatos e estupros . Destruída, a cidade do jazz está sendo inteiramente esvaziada.

A nova Nova Orleans

A

resposta dos EUA à crise provocada pelo furacão Katrina foi criticada por sua lentidão e insuficiência, mas o Governo insiste em dizer que a magnitude da tragédia excedeu os limites do previsível. Neste final de semana, equipes de socorro terminaram o resgate por terra e por ar dos últimos 40 mil sobreviventes de Nova Orleans, sendo que 10 mil estavam há quase uma semana no estádio Superdome e no Centro de Convenções. "Temos que drenar esta cidade. Temos que retirar todos esses

cadáveres da água", afirmou o prefeito, Ray Nagin à rede de TV CNN. "Basicamente, estamos mudando a cidade de Nova Orleans para outras partes do país", afirmou o Secretário de Segurança Nacional, Michael Chertoff. Em meio aos escombros em Nova Orleans (Louisiana), Chertoff, esteve em vários programas da televisão para insistir no fato de que a tragédia registrada nos estados da Louisiana, do Mississippi e do Alabama deixou um rastro de miséria próprio de países mais pobres. "As neces-

sidades incluem a distribuição de água, medicamentos e alimentos, o restabelecimento das aulas para as crianças, a ampliação do número de albergues e a busca de moradia permanente aos desabrigados, que continuam "presos" em Nova Orleans", disse. Numa decisão inédita para a potência mais rica do planeta, os EUA pediram ajuda de emergência para as vítimas do Katrina à União Européia (UE) e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Foi o que informou ontem Barbara Helfferich, porta-voz da Co-

missão Européia. Washington pediu equipes de primeiros socorros, roupas, mantas, água mineral e 500 mil refeições enlatadas. "Estamos preparados para contribuir com os esforços dos americanos para aliviar a crise humanitária em Nova Orleans", disse o comissário de meio ambiente da CE, Stavros Dimas. O Canadá enviará milhares de camas de acampamento, cobertores, luvas cirúrgicas e outros materiais médicos. Segundo o diretor adjunto da Agência de Saúde pública canadense, Howard Njoo, os

EUA pediram seringas, curativos cirúrgicos, blusas cirúrgicas e toalhas de banho. Ofertas de ajuda vieram tanto de lugares esperados - como o Kuwait, que ofereceu US$ 500 milhões, a maior oferta individual até agora - como de países improváveis - caso do Afeganistão, que prometeu US$ 100 mil. O presidente venezuelano, Hugo Chávez, fez uma oferta de US$ 5 milhões e de um milhão de barris de gasolina para as áreas mais afetadas. Naturalmente, Chávez aproveitou o anúncio para criticar George W. Bush por de-

morar a retirar as vítimas do furacão. "Os ricos foram capazes de sair, por seus próprios meios. Foram os pobres que continuaram lá", alfinetou . Em um comunicado na Internet atribuído à rede Al-Qaeda, os militantes afirmaram: "A ira do todo poderoso caiu sobre a nação dos opressores. Seus mortos são milhares e suas perdas são bilionárias... Até recentemente, os EUA assassinavam e matavam de fome a quem desejassem. Agora, eles estão suplicando por petróleo e por comida", dizia o texto. (Agências) Jan Garup/Rapho/AFP

ÓRBITA

A

imagem ao lado acaba de ser premiada na 17ª edição do Festival Internacional de Fotojornalismo Visa, em Perpignan, no sudoeste da França. O fotógrafo dinamarquês Jan Garup, da agência de fotografia Rapho, imortalizou a origem do conflito de Dafur, no Sudão. Uma crise humanitária sem precedentes instalou-se depois que os árabes do norte decidiram impor a sharia (lei islâmica) em todo o território - mesmo nas áreas onde os muçulmanos são minoria. Mais de 300 mil pessoas foram mortas no conflito e 1,5 milhão deixaram a região. Jason Reed/Reuters

Victor Tonelli/Reuters

Karen Ballard/AFP

MILIONÁRIO

EGITO

M

O

presidente da Suprema Corte dos EUA, William Rehnquist, aliado do presidente dos EUA, George W. Bush, morreu no sábado, após lutar contra um câncer de tiróide. Bush deve aproveitar sua saída para acrescentar mais vozes conservadoras ao Judiciário. Sua morte acontece dias antes de o Senado começar as audiências de confirmação de John Roberts, um conservador escolhido para substituir a moderada juíza da Suprema Corte, Sandra Day O'Connor.

embros da família real britânica temem que o príncipe Harry, de 20 anos, possa deixar a carreira militar para viver com sua namorada, Chelsy Davy, quando tiver acesso a uma parte da fortuna deixada para ele por sua bisavó, a rainha mãe. O filho mais novo de Charles e Diana receberá, após seu aniversário em 15 de setembro, a metade de uma fortuna de 4,9 milhões de libras e poderá usar este dinheiro como quiser, uma vez que ele não poderá herdar o trono. Segundo o jornal Sunday Express, alguns amigos do príncipe, que atualmente estuda na academia militar de Sandhurst, dizem que ele quer usar parte do dinheiro para montar a futura casa.

Q

O U

m incêndio criminoso tomou conta de um prédio de apartamentos na madrugada de domingo em L'HayLes-Roses, sul de Paris. Quinze pessoas morreram, inclusive três crianças. Muitas das vítimas inalaram gases tóxicos. Este foi o terceiro incêndio em Paris ou nos arredores da capital francesa nos últimos nove dias, agravado pela má-conservação dos prédios. A polícia tem certeza de que o incêndio foi provocado de propósito e suspeita da participação de um grupo de jovens que mora na região.

ex-presidente iraquiano Saddam Hussein e sete dos mais próximos colaboradores serão julgados a partir de 19 de outubro pelo Tribunal Especial Iraquiano por sua responsabilidade no massacre de 1982 em Dujail. Eles terão que responder pela execução de 143 pessoas, pelo seqüestro de 399 famílias e a destruição de suas casas.

uase três semanas de comícios criaram um debate político que não era testemunhado em décadas no Egito, mas muitos eleitores ainda vêem poucas perspectivas de que o pleito de 7 de setembro tire do poder o atual presidente do país, Hosni Mubarak - que tem apenas um rival à altura, Ayman Nour. Em fevereiro, Mubarak propôs as eleições presidenciais para substituir um sistema onde o parlamento nomearia um único candidato a ser aprovado em referendo. Desde o fim da monarquia nenhum presidente egípcio deixou o cargo por via das urnas. O antecessor de Mubarak, Anwar Sadat, foi assassinado e Gamal Abdel Nasser morreu quando estava no poder.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.ESPORTE

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

FINALMENTE Walter Astrada/AFP

O

Brasil venceu a Argentina por 100 a 88, ontem à noite, e conquistou pela primeira vez a Copa América, disputada na República Dominicana. Em 2001, na Argentina, o Brasil havia perdido a final para os donos da casa: 78 a 59. A seleção começou mal a partida e chegou a estar mais de dez pontos atrás no primeiro quarto. Reagiu e virou o jogo na segunda parte. Teve a vitória ameaçada apenas no final do terceiro quarto. A Copa América valia quatro vagas no Mundial de 2006, no Japão. A Argentina, já classificada por ser a campeã olímpica, mandou um time B. O Brasil, por sua vez, havia assegurado a classificação para o Mundial na quinta-feira, com a vitória sobre República Dominicana por 80 a 72. Na sexta, com reservas, o Brasil havia perdido para a mesma Argentina, 71 a 60. A Venezuela ficou com o terceiro lugar, ao derrotar os Estados Unidos por 93 a 83. O Panamá ficou em quinto e também vai ao Japão. O Brasil manteve uma tradição: ao lado dos Estados Unidos, é a única seleção que esteve presente nos 14 Mundiais já disputados. E, se a Argentina mandou reservas, o Brasil foi campeão sem duas de suas principais estrelas: Nenê, que

F

Brasil de Marcelinho vence a Argentina, conquista pela primeira vez a Copa América e, classificado para o Mundial de 2006, sonha em voltar a brilhar numa Olimpíada

Questão de tempo Stefano Rellandrini/Reuters

ernando Alonso já conta as voltas para se tornar o mais jovem campeão de Fórmula 1 de todos os tempos. Com o segundo lugar no GP da Itália, o espanhol pode conquistar o título já no domingo que vem, no GP da Bélgica. Para isso, Alonso, de 24 anos, tem que aumentar em mais quatro pontos sua vantagem sobre Kimi Raikkonen, da M c L a re n , q u e c h e g o u e m quarto ontem, depois de fazer o melhor tempo dos treinos e largar em 11º - foi punido por trocar o motor quebrado. O domínio da McLaren foi comprovado pela vitória de Juan Pablo Montoya, de ponta a ponta. Giancarlo Fisichella, da Renault, fechou o pódio. A falta de sorte que acompanha Raikkonen na temporada não se manifestou apenas no treino: na corrida, ele saiu de sua parada nos boxes em quin-

O

está brigado com a direção da Confederação Brasileira de Basquete, e Anderson Varejão, que se contundiu no jogo contra os Estados Unidos, ainda na primeira fase. Para o técnico Lula Ferreira, mais importante que o resultado, no entanto, era obter a classificação para o Mundial. "Estamos começando um novo ciclo olímpico rumo à vaga para 2008. A equipe está amadurecendo para cumprir esse objetivo", afirmou - a seleção masculina ficou de fora das últimas duas Olimpíadas, e não vai ao pódio em torneios de alto nível desde o bronze no Mundial de 1978, nas Filipinas, que marcou a estréia da geração de Oscar e Marcel. Feminino - A seleção feminina reinicia hoje os treinos para a Copa América, que começa dia 14, também na República Dominicana. O Brasil já está classificado para o Mundial de 2006, como país-sede. O torneio classifica três seleções. O Brasil está no grupo B, ao lado de Porto Rico, Colômbia e Canadá. No grupo A estão Argentina, Cuba, Guatemala e República Dominicana. Os Estados Unidos, campeões olímpicos, já têm vaga no Mundial e abriram mão de ir a Santo Domingo. Na temporada, o Brasil já ganhou o Sul-Americano e venceu 18 de 19 amistosos.

Segundo no GP da Itália, Alonso pode ser campeão no domingo que vem, na Bélgica to e poderia buscar melhor posição, mas teve de parar novamente logo em seguida por causa de uma deformação

Deu Osasco

num pneu traseiro. O finlandês voltou em 12º e ainda conseguiu ganhar oito posições. Jarno Trulli foi o quinto, à

Button. Só depois vieram as Ferrari, donas da casa, com Rubens Barrichello (nono) e Michael Schumacher (décimo).

MUNDIAL DE CONSTRUTORES: 1. Renault, 144; 2. McLaren, 136; 3. Ferrari, 86; 4. Toyota, 78; 5. Williams, 54; 6. Red Bull, 27; 7. BAR, 25; 8. Sauber, 14; 9. Jordan, 11; 10. Minardi, 7.

Reis de Atenas Musa arrasadora

João Pires/Divulgação

Finasa/Osasco conquistou no sábado seu terceiro título da Copa Salonpas, ao derrotar o Rexona/Rio por 3 a 0 (25/23, 25/21 e 25/ 23), no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Foi a terceira conquista da equipe, que venceu a competição em 2001 e 2002, e no ano passado havia sido derrotada pelo time carioca. Na primeira fase do torneio, o Osasco já havia vencido, 3 a 2. A decisão mostrou por que as duas equi- Time paulista superou o Rexona por 3 a 0 e pes dominam o vôlei ganhou pela terceira vez a Copa Salonpas feminino nacional na atualidade - afinal, nove joga- das jogadoras, que tiveram doras da seleção brasileira es- muita disposição. Isso fez nostavam em quadra. so sistema tático funcionar e "É uma bela conquista, fruto conseguirmos marcar um adde trabalho, determinação e versário forte", comemorou exigências constantes. Achei o Paulo Coco. resultado surpreendente, já Paulista - O Banespa obteve que o Rexona tem um ótimo no sábado a sexta vitória em segrupo", disse o técnico cam- te jogos no Paulista masculino: peão, Paulo Coco. bateu a Ulbra/Ferraz por 3 a 1 O Osasco teve no bloqueio a (29/31, 25/18, 25/20 e 25/17), principal arma para vencer. Só e é o vice-líder, atrás apenas da neste fundamento, foram 14 Unisul, que venceu os sete jopontos, contra 7 do Rexona. gos que disputou. Amanhã, o "Estou orgulhoso pelo espírito Banespa pega o Pinheiros.

frente de Ralf Schumacher. Antonio Pizzonia, substituto de Nick Heidfeld na Williams, foi o sétimo, seguido de Jenson

MUNDIAL DE PILOTOS: 1. Alonso (ESP/Renault), 103; 2. Raikkonen (FIN/McLaren), 76; 3. M. Schumacher (ALE/Ferrari), 55; 4. Montoya (COL/ McLaren), 50; 5. Trulli (ITA/Toyota), 43; 6. Fisichella (ITA/Renault), 41; 7. R. Schumacher (ALE/Toyota), 35; 8. Barrichello (BRA/Ferrari), 31; 9. Heidfeld (ALE/Williams), 28; 10. Button (ING/BAR) e Webber (AUS/Williams), 24; 12. Coulthard (ESC/Red Bull), 21; 13. Massa (BRA/Sauber), 8; 14. Wurz (AUT/McLaren), Villeneuve (CAN/Sauber) e Monteiro (POR/Jordan), 6; 17. Klien (AUT/Red Bull) e Karthikeyan (IND/Jordan), 5; 19. De la Rosa (ESP/McLaren) e Albers (HOL/Minardi), 4; 21. Friesacher (AUT/Minardi), 3; 22. Pizzonia (BRA/Williams), 2; 23. Liuzzi (ITA/Red Bull) e Sato (JAP/BAR), 1.

Mike Segar/Reuters

Divulgação/FIVB

U

m ano depois de conquistarem a medalha de ouro olímpica no vôlei de praia masculino, a dupla de brasileiros Ricardo e Emanuel voltou a Atenas para conquistar mais um título. Desta vez, foi a etapa do Circuito Mundial disputada na Grécia. A dupla bateu ontem os suíços Egger e Laciga por 2 sets a 0 (21/14 e 26/24), em 1 hora e quatro minutos. Na disputa do terceiro lugar, os também brasileiros Ben- Um ano após o ouro olímpico, Ricardo e jamin e Harley (ter- Emanuel vencem etapa do Circuito Mundial ceiros do ranking) bateram os australianos Schacht deram comemorar no sábado e S l a c k p o r 2 a 0 ( 2 4 / 2 2 e o sexto título em etapas da 21/19). competição. Os campeões olímpicos cheElas foram derrotadas pelas garam a 4.168 pontos e assumi- também brasileiras Talita e Reram a liderança do ranking nata, que venceram a etapa de mundial, ultrapassando os Atenas ao derrotá-las por 2 sets também brasileiros Márcio e a 1 (18/21, 21/16 e 17/15), em Fabio Luiz, que ficam com 56 minutos. 4.080 pontos. A próxima etapa Na decisão do terceiro lugar, do Circuito será na Indonésia, as vice-campeãs olímpicas a partir do dia 14 de setembro. Adriana Behar e Shelda derroNo feminino, Larissa e Julia- taram as anfitriãs gregas Karana, campeãs por antecipação dassiou e Arvaniti por 2 a 1 do Circuito Mundial, não pu- (21/18, 24/26 e 15/11).

M

aria Sharapova não tomou conhecimento da indiana Sania Mirza, ontem à noite, e se classificou com facilidade para as quartasde-final do Aberto dos EUA. A cabeçade-chave número 1, que tenta voltar ao topo do ranking mundial, fez 2 a 0 (6/2 e 6/1) em Mirza, e agora enfrenta outra russa, Nadia Petrova, a quem já derrotou duas vezes. No duelo prematuro entre as irmãs Williams, Venus bateu a caçula Serena por 2 a Sharapova venceu indiana e se classificou 0 (7/6 e 6/2) e se clas- para duelo russo nas quartas-de-final sificou para as quartas-de-final. Foi o 15º confron- duelo com o suíço Roger Fedeto "familiar", com sete vitórias rer, número 1 do mundo, foi para Venus. A adversária da adiado. Blake pega hoje o espanorte-americana será a belga nhol Tommy Robredo, que eliKim Clijsters, que eliminou a minou Gustavo Kuerten na sevenezuelana Maria Vento- gunda rodada. Outra atração Kabchi por 2 a 0 (6/0 e 6/1). de hoje é Andre Agassi, que enEntre os homens, a surpresa frenta o belga Xavier Malisse. foi a eliminação do espanhol O australiano Lleyton Rafael Nadal na terceira roda- Hewitt garantiu vaga nas oitada. O espanhol, campeão de vas ao derrotar o norte-ameriRoland Garros, não resistiu ao cano Taylor Dent (6/3, 3/6, norte-americano James Blake e 6/7, 6/2 e 7/5). Roger Federer foi derrotado por 3 a 1 (6/4, venceu o belga Olivier Rochus 4/6, 6/3 e 6/1). O esperado por 3 a 0 (6/3, 7/6 e 6/2).


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

FINANÇAS - 11

QUANDO AS QUEIMADAS, OS DEMATAMENTOS E A POLUIÇÃO DO AR E DE RIOS FAZEM A DIFERENÇA NO PAÍS Mônica Zarattini/AE

Pequenos bancos se especializam em nichos específicos

ECONOMIA PERDE COM PROBLEMAS AMBIENTAIS

Com atendimento personalizado e mais crédito liberado, pequenas instituições financeiras se mantêm no mercado sem perder espaço

Estudos mostram que a perda pode chegar a US$ 200 bilhões ao ano até 2012. Em 15 anos, o prejuízo foi de US$ 1 tri

E

Importadas

SÓ bebidaS Nacionais

Efeito estufa gerado pela emissão de gases poluentes está entre os principais problemas que podem ter impacto negativo na economia Antônio Gualdério/Folha Imagem

Q

ueimadas, desmatamentos e emissão de poluentes não contribuem apenas para o aquecimento do planeta. Podem interferir na economia de um país. Estudiosos da relação que o meio ambiente tem com o desenvolvimento apontam que as perdas econômicas até 2012 decorrentes dos problemas ambientais devem gerar perdas que podem chegar a até US$ 200 bilhões por ano. Nos últimos quinze anos, foi contabilizado prejuízo de US$ 1 trilhão. O que representa uma média de US$ 67 bilhões por ano. O Brasil é, atualmente, o sexto maior emissor de gases que contribuem para o efeito estufa. Segundo Giovanni Barontini, especialista em sustentabilidade e vice-presidente da Fábrica Éthica Brasil, alterações atmosféricas são capazes de interferir no Produto Interno Brasileiro (PIB) dos países. E o que as empresas estão fazendo para amenizar o problema? Para Giovanni, "hoje em dia as empresas já apresentam políticas de mudanças climáticas que visam reduzir as emissões de gases de efeito estufa, considerados os geradores dos problemas", diz. A Sadia, por exemplo, tem projetos de redução de gases de efeito estufa desde 2003. Para atender aos critérios de preservação do meio ambiente, foi criado, em 2004, o Instituto Sadia de Sustentabilidade, entidade sem fins lucrativos para promover o desenvolvimento sustentável da companhia. O principal projeto é o programa de venda de créditos de carbono, com repasse dos resultados financeiros aos associados. Já a Petrobras alterou traçados para fugir das áreas ambientais sensíveis. A meta da empresa é a de sempre estabelecer canais de comunicação

Bolsa de Valores de São Paulo se prepara para lançar, em dezembro, índice de sustentabilidade

por meio de programas voltados à comunidade com palestras, auxílio à saúde. Bovespa – Pensando em contribuir com a sustentabilidade das empresas a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) se prepara para lançar, em dezembro, o primeiro índice focado em questões socioambientais da América Latina. O Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) deve apontar cerca de 40 empresas com as melhores práticas. Cerca de 150 empresas listadas na bolsa paulista estarão concorrendo a uma vaga dentro do índice. "Apenas 40 serão selecionadas para compor o ISE, diz o superintendente de Operações da Bovespa, Ricardo Nogueira. Segundo ele, a integração de empresas ao Índice de Sustentabilidade Empresarial é apenas uma ques tão de tempo e deverá ocorrer normalmente a exemplo do que se viu com as boas práticas de governança corporativa. Para Nogueira, o ISE será

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um diferencial que deve, no médio e longo prazo, fazer diferença para as empresas, já que a procura por papéis de empresas que façam parte do índice deverá ser maior do que por outras ações, de empresas que estejam fora dele. Nesse sentido, o investidor poderá decidir como direcionar seus investimentos tendo uma referência de empresas com boas práticas socioambientais, além da boa governança corporativa. O Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri) dissemina todas as informações sobre o impacto das mudanças climáticas junto a seus associados, levando a discussão dos problemas ambientais para dentro das empresas por meio da área de relações com investidores da Bolsa. Selo de qualidade – Geraldo Soares, vice-presidente do instituto, diz que, a partir do momento em que a empresa fizer parte do ISE ela terá uma espécie de selo de qualidade,

indicando que é socialmente responsável. "O mais importante é que a avaliação será feita com base em parâmetros iguais para todo mundo!", explica Soares. As empresas em geral já têm programas e projetos ligados às questões socioambientais. Esse tipo de índice elaborado pela Bovespa contribui para uniformizar as práticas e também demonstrar eventuais projetos que essas companhias ainda não estejam desenvolvendo. Já existem dois fundos no Brasil que investem em empresas socialmente responsáveis. Um deles é o do Banco ABN AMRO Real, o Fundo Ethical, e o outro, do Banco Itaú , o Itaú Exccelência Social. Em 2001, os investimentos nos dois fundos somavam R$ 3 milhões. Hoje, já são R$ 50 milhões investidos. Sinal de que os aplicadores estão buscando um pouco mais do que uma boa rentabilidade: querem investir em uma vida mais saudável. Vanessa Rosal DC

nquanto os gran- carteira de crédito total, des bancos de va- porque há uma boa rentabirejo, como Brades- lidade nesse tipo de operaco e Itaú, registram ção. Deixamos de oferecer gordos lucros, as institui- crédito do BNDES, porque ções de pequeno e médio houve restrições de liberaporte concorrem se especia- ção de dinheiro para os banlizando em nichos específi- cos. Mas continuamos com cos. Segundo a Federação foco no financiamento de Brasileira das Associações capital de giro para emprede Bancos (Febraban), a taxa sas com linhas próprias, que de concentração do crédito são de curto prazo. As lientre as 20 maiores institui- nhas do BNDES são de lonções bancárias do País caiu go prazo", disse. O banco também vai ofedo 0,9% em 2003 para 0,83% no ano passado. Em relação recer produtos de tesouraaos depósitos, a taxa tam- ria como hedge, swap e debém ficou menor, passando rivativos em operações de crédito e transações de exde 0,926 para 0,903. O mesmo movimento de portação e importação aos dispersão pode ser visto em seus oito mil clientes pessoa relação ao patrimônio líqui- jurídica. Neste ano, o banco do dos 20 maiores bancos investiu R$ 600 mil em sistebrasileiros, entre públicos e mas de tecnologia para se adequar à Baprivados, onsiléia II, com de a taxa de consultoria concentração da Delloitte. caiu de 0,846 O banco em 2003 para português 0,768, no ano Muitos bancos de porte médio Banif, no passado. mercado braPara o con- ganharam mais sileiro desde sultor da En- fôlego depois da forte 1 9 9 9 , t a mgenheiros Fibém está amn a n c e i r o s onda de fusões e pliando suas Con sulto res aquisições registrada atividades. A (EFC), Carlos no mercado brasileiro sede vai muC o r a d i , o s na última década d a r d a A l ab a n c o s p eCarlos Coradi, meda Santos, quenos não consultor da EFC nos Jardins, perdem merpara a Avenicado para os grandes porque vêm atuan- da Juscelino Kubitschek, no Itaim Bibi. A mudança tamdo em nichos específicos. "Os que mais sofrem são bém significa uma nova fase os bancos médios. Mas eles para o banco, que teve a foram beneficiados, no ano aprovação no Banco Central passado, pela redução do de um novo nicho: a Banif depósito compulsório exi- Investimentos, que terá 75% gido pelo Banco Central. do capital do próprio banco Muitos bancos médios ga- e 25% de parceiros brasileinharam mais fôlego depois ros. O banco anunciou reda forte onda de fusões e centemente que lançará aquisições registrada no uma corretora no México e mercado brasileiro na últi- um escritório em Londres. No Banco Capital, que ma década", disse Coradi. Empresas – O Bic Banco, tem apenas uma agência, com atua 100% com clientes em Salvador há 40 anos, tem pessoa jurídica, lucrou me- 2.000 clientes, entre pessoa nos neste semestre, na com- física e empresas de pequeparação com o mesmo pe- no e médio porte. Apenas ríodo do ano passado. Mas no ano passado o Banco Caviu crescer sua carteira de pital lançou seu site na Incrédito e o total de seus de- ternet para clientes. A depósitos. O valor da carteira mora é porque o banco ainde crédito é de R$ 120 mi- da aposta na personalização lhões. Agora, o foco de cres- do atendimento e assim cimento está no crédito con- mantém velhos hábitos, cosignado de empresas, se- mo a entrega de documengundo o vice-presidente do tos a clientes por motoboys. Agora, o banco se prepara banco, Milton Bardini. "Queremos dobrar a car- para investir mais no créditeira de crédito consignado to consignado. de 4,5% para 8% ou 9% da Sandra Silva

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

GERAL - 19

M

ais seis praias de Niterói, no Grande Rio de Janeiro, foram afetadas ontem pelo vazamento de óleo combustível na Baía de Guanabara, ocorrido na madrugada do último sábado. O óleo chegou ao mar aberto e manchou as águas das Praias de Adão e Eva Rio Branco, Imbuí, Prainha e Piratininga. Segundo a Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema), a praia mais afetada pelo óleo é a de Icaraí, na zona sul da cidade, e a região costeira das Praias de Graoatá, Boa Viagem e Flechas, inicialmente, atingidas pelo vazamento, está em fase de limpeza. Plano de emergência – A Feema acionou o Plano de Emergência para a Baía de Guanabara para tratar das conseqüências do vazamento. Ontem, representantes da fundação sobrevoaram as áreas atingidas e chegaram ao cálculo aproximado da quantidade de óleo derramado, que ficou próximo de 1.200 litros. O vazamento ocorreu depois de um acidente com um navio fundeado na área do Estaleiro Enavi, de Niterói. Hoje, técnicos da Feema sobrevoarão a área novamente e

amanhã será entregue um relatório para análise do Conselho Estadual de Controle Ambiental (Ceca), que pode definir responsabilidades e punições pelo acidente. Recuperação difícil – O pesquisador na área de petróleo e meio ambiente da Universidade Federal Fluminense (UFF) Eduardo Negri afirmou ter sido surpreendido com a extensão da mancha de óleo. "Já tinha visto em mar aberto porque trabalho com isso, mas nunca vi chegar assim, na praia", afirmou, enquanto passeava pelo calçadão da Praia das Flechas. Para o pesquisador Edgar Lima, também estudioso da área de petróleo e meio ambiente da UFF, vai demorar até o mar se recuperar de um acidente como esse. Ele explicou que, mesmo com a limpeza efetuada por embarcações, que retiram a parte mais aparente do vazamento, há sempre resíduos que ficam na água. Ontem, subiu de 15 para 18 o número de embarcações que trabalham na contenção do óleo na costa. Lima criticou o fato de a Companhia de Limpeza Urbana (Clin) coordenar a limpeza das praias. "Não acho que eles estejam preparados para isso. Afinal, não estão lidando com

Banhistas tiveram que ficar na areia em razão das manchas de óleo. Foi o terceiro vazamento na Baía de Guanabara este ano. Ricardo Moraes/AE

MANCHA DE ÓLEO ATINGE MAIS SEIS PRAIAS NO RIO

Gustavo Stephan/AE

ESPECIALISTAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESTIMAM QUE RECUPERAÇÃO DO MAR SERÁ LENTA

limpeza urbana", disse. Segundo informações da Feema, as barreiras de contenção do óleo no mar atingem cerca de 2.500 metros de extensão.

Os desafios do ecoturismo brasileiro

Divulgação

O

Publicação será lançada nesta terça-feira pela editora Manole na Casa das Rosas

Valter Pontes/AE

equilíbrio entre a atividade econômica e o aproveitamento da natureza e cultura, além da sustentabilidade ambiental são alguns dos temas discutidos no livro Ecoturismo no Brasil (Editora Manole), que será lançado nesta terçafeira, às 19 horas, na Casa das Rosas. O livro foi organizado pela bióloga e socióloga Rita Mendonça e pelo pesquisador Zysman Neiman. Mas a complexidade do tema exigiu a divisão do estudo em vários capítulos, que foram assinados por especialistas de diferentes áreas de atuação, num total de 18 autores. A certificação de produtos e serviços de ecoturismo, o manejo de trilhas, a participação de ONGs e a educação ambiental estão entre as discussões oferecidas pela obra. O turismo de aventura, prática em alta no País, é um dos temas abordados com base em estudos de casos. O lançamento acontecerá no Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, na Casa das Rosas, que fica na av. Paulista, 37.

PARADA GAY DE SALVADOR – Animada por oito trios elétricos, a 4ª Parada Gay da Bahia lotou o centro de Salvador na tarde ontem, com mais de 200 mil participantes. O desfile percorreu o mesmo trajeto dos blocos de Carnaval. O ex-BBB Jean Willys foi atração principal do desfile, marcando o tema do evento, Amizade e Televisão.

Mesmo com esse trabalho, alguns banhistas tiveram de se contentar em ficar na areia, com receio das manchas de óleo que, volta e meia apare-

ciam na arrebentação das ondas. É o caso de Patrícia da Silva Fernandes e do filho dela Patrick, de 5 anos. Moradora do bairro do Ingá, próximo à Praia de Icaraí, uma das praias mais afetadas, foi a primeira vez que viu grandes manchas de óleo nas praias de Niterói. "Vim aproveitar o sol de domingo, mas vou ficar na areia. Já avisei para o meu filho não entrar na água", disse. No fim da tarde de sábado, o estaleiro divulgou nota esclarecendo que não se considera responsável pelo acidente com o navio, informando que o vazamento aconteceu antes da embarcação chegar ao cais da companhia. Foi o terceiro vazamento de óleo na Baía de Guanabara este ano. Baleia - Uma fêmea de baleia da espécie jubarte, medindo 12 metros de comprimento

e pesando mais de 2 toneladas, apareceu morta na manhã de ontem na Praia do Jardim de Alá, orla marítima de Salvador. Biólogos do Instituto Baleia Jubarte e Projeto Mamíferos Marinhos estiveram no local constatando que o animal havia morrido, provavelmente, 24 horas antes de encalhar na praia. Eles orientaram os banhistas a se afastarem da baleia para prevenir qualquer tipo de contaminação, uma vez que as causas da morte são desconhecidas. Funcionários da prefeitura aguardavam a maré baixa para retirar a baleia com a ajuda de uma escavadeira e um trator. O animal deve ser levado para o aterro sanitário da capital baiana longe dos moradores. Os biólogos colheram material para estudar o que causou a morte da jubarte. (AE)


12 -.FINANÇAS

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 5 de setembro de 2005


DIÁRIO DO COMÉRCIO

20 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

Joe Raedle/Getty Imagens/AFP

té o momento em que escrevo esta coluna, o Brasil não está oficialmente entre os 25 países, os 25 únicos países que, dos quase duzentos membros da ONU, ofereceram ajuda às vítimas do furacão Katrina. Já o sr. Hugo Chavez, um sociopata insensível, preferiu zombar dos cadáveres com uma oferta cínica de... petróleo! Os EUA não precisam de ajuda nenhuma do exterior. Muitas cidades americanas já foram destruídas por terremotos, incêndios e furacões. Foram reconstruídas, sem ajuda de quem quer que fosse, pelo povo cujo trabalho suado salvou os russos, várias vezes, de morrer de fome, e ainda reergueu a Alemanha, a Itália, a França, a Inglaterra e o Japão depois da guerra. Os EUA não precisam de ninguém. Mas, quando a simples intenção humanitária é sonegada tão maciçamente por países que sem a ajuda americana já nem mesmo existiriam, a conclusão inevitável é que o ódio espalhado no mundo pela brutal campanha de difamação sustentada pelo sr. George Soros não se volta contra os srs. Bush e Rumsfeld, mas contra a nação americana enquanto tal: seu povo, sua história, seus valores, sua simples existência física. Os americanos criaram a única sociedade decente que existe no planeta, a única onde moral, humanitarismo e piedade ainda contam para alguma coisa, a única onde a terça parte do povo faz trabalhos voluntários para socorrer outros povos, a única que alimenta e ampara as nações que a combatem, a única onde os próprios direitos da cultura nacional são negados para dar mais espaço a imigrantes presunçosos, a única onde até terroristas estrangeiros sanguinários presos em combate têm os direitos dos cidadãos locais, a única que constantemente se coloca a si própria em questão com uma coragem intelectual inigualável, a única onde a luta pela justiça é a própria substância da vida nacional, a única que se condena a si mesma antes de jogar as culpas nos outros, a única que, vencedora numa guerra, retirou imediatamente suas tropas, deixando que os derrotados reconquistassem sua liberdade e dignidade, enquanto seu grande parceiro de vitória permanecia por décadas nos territórios ocupados, com tanques, canhões e pelotões de fuzilamento, sugando sangue de dezenas de povos e ainda acusando os ameriA canos de "imperiaLouisiana lismo". é o estado mais Os americanos criaram a única nacorrupto dos ção que, julgada Estados Unidos, em comparação uma Petelândia com as outras - e do Norte n ã o c o m o s p adrões angélicos artificiosos com que elas a julgam precisamente para fugir da comparação humana na qual sabem que sairiam perdendo --, tem mais motivos de se orgulhar que de se envergonhar. A existência da América é uma vergonha para os russos, que juraram destruí-la e acabaram de chapéu na mão, implorando socorro. É uma vergonha para a China, que acumula armas nanotecnológicas na esperança insana de matar de varíola e tifo a população americana inteira mas não pode usá-las, porque seria mandar para a panela a galinha que bota ovos de ouro nas estatais de Pequim. É uma vergonha para o mundo islâmico, que com toda a sua bela oratória religiosa de mil e quatrocentos anos jamais conseguiu criar uma sociedade que não fosse, em maior ou menor medida, a negação viva das promessas corânicas de liberdade e justiça. É uma vergonha para os latinoamericanos, que não suportam a comparação com o vizinho do Norte sem roer-se de desprezo a si mesmos e buscar alívio em histrionismos e fanfarronadas de uma abjeção sem par. A campanha do sr. Soros somou todas essas vergonhas, para jogá-las sobre a América. A campanha está surtindo efeito. Por isso, pela primeira vez na história da pretensa "ordem internacional", a afetação de humanitarismo, usual nas catástrofes naturais, cedeu lugar à indiferença explícita, quando não aos sorrisinhos de satisfação. O mundo está hoje repleto de amantes de Katrina, como ontem de admiradores de bin-Laden.

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Louisiana desconhecida

Alguns capítulos da verdadeira história da tragédia de New Orleans, cujo reverso fictício vocês lêem na mídia brasileira todos os dias. A Louisiana é o estado mais corrupto dos EUA, uma Petelândia do Norte. Há décadas o governo federal envia verbas enormes para obras públicas, o dinheiro some. Técnicos passaram anos alertando que as barragens do lago Pontchartrain não agüentariam um solavanco

Palácio do Planalto sob a proteção das autoridades federais e participando de festinhas em Brasília com políticos governistas, nas quais se gabam de ter financiado a campanha presidencial do PT. Será coincidência que pela primeira vez um desses tipos, o sr. Olivério Medina, tenha sido preso justamente no momento em que a fortaleza de seus protetores no governo federal ameaça desabar, e não antes? No Equador e na Bolívia, a política interna é ditada por grupos "bolivarianos" subsidiados por Hugo Chavez e orientados, através dele, por Fidel Castro. Na Venezuela, policiais e juízes de Cuba, autorizados a isso por uma lei de Hugo Chavez, podem prender qualquer um nas ruas, seja cubano, venezuelano ou de qualquer outra nacionalidade, sem que o infeliz tenha sequer o direito de apelar aos tribunais locais. Milícias venezuelanas, por sua vez, operam dentro do território da Colômbia, ajudando as Farc. É esse o panorama do que alguns agentes de influência, bem colocados na mídia, nas universidades, nas academias militares e na Escola Superior de Guerra, chamam de "soberania nacional", jurando que a coisa mais patriótica do mundo é defendê-la contra uma iminente "invasão ianque". O prezado leitor acha que algum desses indivíduos é idiota o bastante para acreditar sinceramente que Fidel Castro, Hugo Chávez e os homens das Farc sejam patriotas brasileiros, arrebatados de emoção verde-amarela, devotos da memória de Caxias, ciosos da honra nacional e da integridade do nosso território? Acha que são sonsos ao ponto de ignorar que a promiscuidade judicial cubano-venezuelana, a onipresença triunfante da narcoguerrilha e a hegemonia absoluta do Foro de São Paulo são, já, a dissolução das fronteiras nacionais e a preparação da futura União das Repúblicas Socialistas Latino-Americanas? Pois é. Nada disso. Eles sabem perfeitamente bem que nenhum país da AL tem condições de repelir sozinho a intromissão multilateral armada e corruptora, que aquilo que chamam "invasão americana", se um dia chegar a se materializar, será na mais enfática das hipóteses o envio de umas poucas tropas a pedido de governos locais acossados, como aconteceu na Colômbia, que desencadear uma onda de pânico anti-americano é apenas diversionismo calculado para legitimar, sob desculpa alarmista e falsa, o fortalecimento da máquina chavista-fidelista-narcótica que oprime o continente. Sabem perfeitamente que a ocupação norteamericana de uma parte qualquer da América Latina, mesmo ínfima, está fora de cogitação, porque os EUA não são uma Cuba qualquer, onde um cachorro louco fardado sai rosnando ordens e todo mundo obedece. Os EUA têm leis, têm uma ordem constituída, têm liberdade de imprensa, têm um parlamento, e quem quer que apareça em público propondo mesmo a título de simples conjeturação teórica uma invasão da América Latina receberá mil vezes mais pauladas do que o pastor Robertson, que sugeriu ainda mais conjeturalmente um tiro, apenas um tiro, um tirico de nada, na cabeça de anta do sr. Hugo Chavez. Sabem que ninguém, nos EUA, quer um metro quadrado, um centímetro quadrado, um milímetro quadrado da América Latina, nem dado de graça. Sabem que, se a população do Brasil inteiro, de joelhos, implorar aos americanos: "Invadam-nos", a resposta será: "Não, obrigado. Vocês têm idéia de quantos soldados e funcionários teríamos de enviar para botar ordem nessa bagunça infernal que vocês armaram aí? Têm idéia de quanto custaria isso? Daria para reconstruir duzentas New Orleans." Pois é, aqueles fulanos sabem de tudo isso, mas mentem, porque só são jornalistas nominalmente. Em substância, são agentes de influência, o que é coisa totalmente diversa. Explicarei a diferença num dos próximos artigos.

AMANTES DO FURACÃO por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC

mais sério, ninguém ligou. Fora as refinarias de petróleo, o Estado mal tem infra-estrutura industrial. Milhões de desempregados obesos, estufados pela previdência social, passam as tardes em cadeiras de balanço, nas varandas de suas casas em ruínas, curtindo uma ociosidade deprimente e sem esperança. A taxa de delinqüência é a maior do país. O turismo sexual move a economia. Desordem, ilegalidade, roubalheira, confusão: estava tudo pronto para que, ao primeiro abalo da casca de civilização que ainda recobria o cenário, a Louisiana encenasse uma espécie de "Lord of the Flies" tamanho Spielberg. Dois dias antes de romperem as barragens, o governo do Estado, alertado pelo serviço meteorológico, determinou a evacuação das áreas de risco. Os sábios da grande mídia acharam que era um exagero, porque o furacão ainda era considerado de categoria 3, tolerável. O povo acreditou na mídia e no prefeito cuja indolência a confirmava. A cinco milhas da zona que viria a ser atingida, há terra seca, moradias, aeroporto, serviços públicos. A população teve dois dias para salvar a vida. Bastava andar cinco milhas. Ninguém andou, nem foi incentivado a isso. O governo federal ofereceu convocar a Guarda Nacional para ajudar na evacuação, ninguém quis. Nossa polícia dará conta do recado, garganteavam. No tumulto que se seguiu, a polícia em desespero abriu as portas das cadeias, liberando milhares de delinqüentes que logo se armaram e espalharam novos motivos de pânico entre uma população já aterrorizada. Tantos são os crimes e tantos os criminosos na longa preparação da tragédia, que os primeiros jamais serão investigados e os segundos jamais serão punidos. O remédio, naturalmente, é cuspir no culpado de sempre. George W. Bush provocou o furacão porque não assinou o protocolo de Kyoto. George W. Bush gastou no Iraque o dinheiro da reforma das barragens. George W. Bush não convocou a Guarda Nacional em tempo. George W. Bush não mandou o Exército para socorrer a multidão de vítimas, porque eram negras e ele é um maldito racista branco. Adianta dizer que mil Protocolos de Kyoto não mudariam o clima terrestre em tão pouco tempo, sobretudo porque essa fraude monumental isenta de restrições ecológicas os maiores poluidores do mundo, China e Índia? Adianta dizer que o dinheiro que foi para o Iraque não era da reforma e que, se a verba inteira da guerra fosse para a reforma, jamais a barragem ficaria pronta antes de chegar o furacão? Adianta dizer que não faz sentido acusar os EUA, ao mesmo tempo, de estar no Iraque para ganhar dinheiro e para desperdiçar dinheiro? Adianta dizer que os cortes de verbas para a Louisiana já vinham do tempo de Clinton e que aliás deixar de fazê-los não construiria barragem nenhuma, só encheria ainda mais os bolsos dos políticos locais? Adianta dizer que quem não quis a Guarda Nacional em tempo foi o governo da Louisiana, e que aliás a Guarda Nacional é uma organização de voluntários, espalhados por suas casas e empregos, impossíveis de reunir em número suficiente para um desafio dessas proporções em menos de três ou quatro dias? Adianta dizer que uma lei americana centenária (Posse Comitatus, de 1879) proíbe a mobilização do Exército para qualquer assunto interno, que mudar essa lei seria uma discussão de meses no Congresso e que George W. Bush não é o Congresso? Não, não adianta. Nos EUA, é claro, só uma fração mínima da opinião pública levou a sério as calúnias escabrosas que, como sempre, vieram pela boca dos Jesses Jacksons e Michael

Moores. No Brasil, elas passam por verdades absolutas.

Jornalismo da vaca amarela O colunista Zuenir Ventura aderiu à campanha lançada pela sua colega Miriam Leitão - aqui comentada no artigo anterior -- para fazer de conta que ninguém na redação do Globo sabia da corrupção petista, pela simples razão de que jamais tive uma coluna semanal ali, jamais escrevi nada que pudesse alertar do assunto os meus colegas e, se escrevi, eles, coitadinhos inocentes, nunca leram. Como Groucho Marx, não lêem jornais que os aceitam como empregados. Quinze anos de ocultação de crimes valem por outros tantos crimes. Quando por fim os delitos originais são revelados sem que ninguém mais consiga escondê-los, a saída de emergência é ocultar a ocultação. É a engenharia do esquecimento. Miriam e Zuenir lideram o pelotão de empreiteiros. Com exceção de uns poucos, cujos nomes não cito para não fazer deles alvos de ódio, não há mais jornalistas na redação do Globo. Há somente agentes de influência do Foro de São Paulo, mentirosos compulsivos, covardões oportunistas, signatários deslumbrados de manifestos pró-Chavez e, é claro, clones em miniatura de Duda Mendonça. Direi que são uma vergonha para a profissão? Mas como ter a certeza de que compreenderão o que quer dizer "vergonha"? Sua memória talvez não chegue tão longe.

Suma patifaria Quando comecei a falar do Foro de São Paulo, desagradando um jornal que esperava que eu nada fizesse contra o seu querido socialismo além de repetir os argumentos econômicos usuais - e já então sem efeito -- do falecido dr. Roberto Campos, a gangue do candidato Lula ficou logo alarmada. Depois das eleições, seria fácil, com verbas federais, obter da mídia o silêncio obsequioso que viria a se mostrar tão eficaz. Naquela época, porém, era preciso inventar um desmentido às pressas. O desmentido veio pelas mãos do "assessor internacional" de Lula, o sr. Giancarlo Summa, o qual, em nota oficial, afirmava taxativamente ser o Foro apenas um encontro informal de debates, sem qualquer alcance estratégico ou decisório. Respondi que encontros informais de debates não emitiam resoluções, muito menos resoluções sempre unânimes como as do Foro (v. htt p:// www. olav odeca rval ho.o rg/s emana/10192002globo.htm). A resposta bastava, mas agora veio outra melhor. E veio da boca do próprio presidente da República, no discurso extraordinariamente vexaminoso, mesmo para os padrões lulísticos, com que enalteceu as condecorações oferecidas a alguns de seus puxa-sacos mais devotados: "Então, nós passamos a ter uma relação privilegiada com presidentes e com ministros que eram militantes, junto conosco, do Foro de São Paulo." Ou seja: o clube informal de debates, além de emitir resoluções, tinha também militantes. Ouviram bem? Militantes. Não sei onde anda o sr. Summa. O que sei é que é uma delícia ver o presidente, ex ore suo, meter um carimbo de mentiroso na testa do assessor que tentou lhe encobrir as indecências.

A verdadeira invasão Não satisfeitos de enviar ao Brasil duzentas toneladas anuais de cocaína em troca de armas contrabandeadas do Líbano, os homens das Farc treinam bandidos nos morros cariocas, recrutam brasileiros para o narcotráfico e atiram em nossos soldados na Amazônia, ao mesmo tempo que continuam transitando à vontade no


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.CAMPINAS

em Campinas

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

Estratégias únicas e a troca de informações permitem obter receita maior, mas é preciso rede bem-estruturada e sócios comprometidos. Alberto Cohen, gestor da rede Fotos de Marcos Peron/Virtual Photo

ASSOCIATIVISMO

Pequenas farmácias crescem com união

P

pois, constituíram a Associação de Farmácias e Drogarias de Campinas e Região (Assofardi) e criaram o nome fantasia que foi incorporado pelos participantes da rede, hoje com 45 lojas administradas por 32 proprietários (seis deles são donos de mais de uma loja), 28 das quais em Campinas e as demais nas cidades de Hortolândia, Jaguariúna, Louveira, Mogi-Mirim, Paulínia, Pedreira, Piracicaba, Santa Bárbara D’Oeste, Sumaré, Valinhos e Vinhedo. O berço da Farmaestra foi Vinhedo e o grupo inicial de quatro drogarias locais alcançou o número atual de onze estabelecimentos, pertencentes a sete proprietários, que constituíram a Sociedade de Desenvolvimento e Administração de Farmácias (Sodefar), relata Alberto Cohen Junior, gestor da rede. A organização também está presente em Campinas e Valinhos. Ambas geram cerca de R$ 3 milhões em compras mensais. Além de ganhar um poder de negociação com fabricantes e distribuidores de medicamentos e perfumaria que jamais teriam individualmente, os proprietários beneficiaram-se de outras

Estão na cidade redes como Drogasil, Droga Raia, Drogaria São Paulo e Iporanga.

I O setor em São

Paulo faturou R$ 8,09 bilhões em 2004. O mercado nacional movimentou R$ 22,16 bilhões, com crescimento de 17% em relação ao ano anterior. Fonte: Sincofarma.

O papel dos empresários nas associações Cohen e Kobayashi (fotos) dirigem duas redes que geram compras mensais de R$ 3 milhões

A Farmáxima investe em atividades cruciais com custos altos para um único comerciante. Jorge Kobayashi, diretor da rede

vantagens proporcionadas pela união. Para conquistar a preferência e a exclusividade das redes aos seus produtos, os fornecedores não economizam em afagos e regularmente patrocinam eventos e outras iniciativas dos grupos. “Conseguimos investir substancialmente em atividades cruciais aos nossos negócios, como propaganda, marketing e capacitação de pessoal para atendimento ao cliente, que têm custos proibitivos para um único comerciante”, salienta Jorge Kobayashi. “A associação também conseguiu contratar um plano de saúde para todos os funcionários das drogarias associadas, em condições muito mais vantajosas do que teria individualmente uma farmácia”, conta. Na rede administrada por Alberto Cohen, descontos obtidos nas negociações com fornecedores também viram recursos para encontros, cursos de

aperfeiçoamento profissional de farmacêuticos e balconistas e ações para a comunidade. O grupo chega a concentrar cerca de 70% de suas compras em um único distribuidor e fecha contratos para 12 meses. “Prestigiamos os fornecedores que se mostram abertos a parcerias com a rede”, argumenta Cohen. A formação das redes também viabilizou o projeto que os proprietários tinham de criar convênios para empresas e oferecer descontos nas compras aos funcionários, já que agora, sob uma bandeira comum, podiam atuar em diferentes regiões e, portanto, em condições de atender os conveniados perto de suas residências. A iniciativa fez a clientela crescer. Com tamanho sucesso, os grupos passaram a ser assediados por donos de outras drogarias. Nos primeiros cinco anos a Farmáxima chegou a ter 78 unidades. “Crescemos em quantidade e não em qua-

lidade, o que prejudicou a imagem da rede. Tivemos que enxugar e selecionar melhor os novos associados”, comenta Kobayashi. Para compatibilizar a necessidade de expansão com a preservação de qualidade de atendimento, a sociedade tem estimulado a abertura de novas drogarias entre os atuais proprietários, explica o empreendedor. Outra medida foi limitar a distância mínima entre lojas da rede em 500 metros para a região central e 700 metros para os bairros. “O associativismo é muito interessante para quem participa. A elaboração de estratégias conjuntas e a troca de informações permitem obter receita maior, mas é preciso ter uma organização bem-estruturada e sócios comprometidos com a filosofia da rede”, ensina Cohen, dando a receita para quem não quer ter dores-de-cabeça ao tentar empreitada semelhante. Paulo Cesar Nascimento

Expectativa positiva para as vendas de fim de ano

reunião do Copom e, representa atualmente crédito nas contas s números de agosto 1,6% nas vendas à vista. cerca de R$ 18,7 milhões, aparentemente, a crise Isso confirma o cenário nacionais, bem como da O último do Serviço política não afetará os que deixaram de entrar evolução da taxa de observado nos meses Central de Proteção ao anteriores, com as vendas a prazo se elevando, apesar das altas taxas de juros, motivadas pela expansão do crédito e prazos mais longos. Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do IBGE para o 1º semestre mostram esse efeito do

Drogasil, Droga Raia e Iporanga são redes oriundas de outras cidades presentes em Campinas. Paulo tem cerca de 15 mil farmácias e drogarias. O Brasil possui 54 mil estabelecimentos.

CONJUNTURA Crédito (SCPC) mostram mais uma vez queda nas vendas se comparados com os de julho desse ano: 3,1%. Porém, continua superior em 7% aos números de agosto de 2004. No acumulado do ano, as consultas superam 2004, em 13,8% nas vendas a prazo e

I Drogaria São Paulo,

I O Estado de São

Farmáxima e Farmaestra prosperam. São 56 lojas, 350 funcionários e vendas mensais da ordem de R$ 4,5 milhões. equenos proprietários de drogarias em Campinas encontraram no associativismo o tônico para ganhar mais competitividade e enfrentar o crescimento na cidade de filiais de grandes redes farmacêuticas. Com 56 estabelecimentos no município e na Região Metropolitana de Campinas (RMC), 350 funcionários e faturamento mensal na ordem de R$ 4,5 milhões, as redes Farmáxima e Farmaestra prosperaram na última década. Embora representem cerca de 7% do mercado campineiro de aproximadamente 440 farmácias e drogarias – segundo dados do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sincofarma) – constituem exemplos dos resultados positivos que podem ser alcançados quando empreendedores põem a concorrência de lado para alavancar seus negócios com o trabalho em grupo. A Farmáxima nasceu há dez anos, quando o farmacêutico Jorge Kobayashi e mais oito empreendedores cotizaram-se para comprar computadores e softwares necessários à informatização das lojas. De-

PÍLULAS

investimentos, com o PIB nacional registrando expansão anual de 5,7%. A inadimplência, por sua vez, também continua em expansão, ficando 22,3% acima de 2004, com 68.271 carnês atrasados até agora, contra 55.838 contas não pagas em 2004. Isso

no caixa do comércio varejista de Campinas. As perspectivas são de que com o reinício das obras da rua 13 de Maio, com a conclusão prevista para até 26 de novembro, o comércio comece a recuperar as vendas perdidas. A taxa Selic pode cair já na próxima

fundamentos econômicos, o que faz prever uma boa performance para o comércio varejista no final do ano. Isso se nenhum fato mais grave surgir no horizonte econômico, político e social. Laerte Martins, economista da Acic

Assofardi é administrada por uma A diretoria formada por proprietários, eleita pelos associados para um mandato de dois anos. Os diretores dividem-se em comissões deliberativas para assuntos específicos (compras, convênios, marketing, entre outras) e os cargos não são remunerados. Cada loja contribui ainda com uma taxa mensal para custeio de despesas de manutenção da sede própria da entidade e para o pagamento dos nove funcionários. A associação não mantém um depósito central para recebimento e distribuição de mercadorias à rede. “A negociação e a compra são centralizadas na sede e realizadas pelos diretores responsáveis. Mas a entrega e o pagamento dos fornecedores ocorrem individualmente, conforme a quantidade de produtos solicitada por loja”, esclarece Jorge Kobayashi. Na Sodefar os proprietários também são os responsáveis pela administração da sociedade, explica Alberto Cohen Junior. Atividades e serviços, como central de compras, atendimento ao consumidor e treinamento de funcionários, ocupam instalações de unidades da rede em Vinhedo. Redes farmacêuticas com o mesmo modelo também operam em cidades como Bauru, Descalvado, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, São Paulo e Sorocaba.

EXPEDIENTE

Diretoria Executiva (2004 - 2007) Presidente Guilherme Campos Júnior 1º Vice-Presidente Gilberto Rocha da Silveira Bueno 2º Vice-Presidente Carlos Francisco Simões Correia Assinaturas do Diário do Comércio (0xx19) 2104-9276 Departamento de Sócios Serviço de Atendimento ao Usuário, Convênios e Parcerias (19) 2104-9271/ 9272/ 9273 associados@acicnet.org.br Assessoria de Imprensa (19) 2104-9215/ 9216 imprensa@acicnet.org.br Página na Web www.acicnet.org.br Rua José Paulino, 1111, Campinas, SP - CEP 13013-001 PABX: 2104-9200


NOVAS PÁGINAS NO DC Mais espaço para o debate: duas páginas para abrigar as diversas correntes de pensamento e permitir a franca troca de idéias. Participe. Páginas 6 e 7

Dinâmico, de leitura rápida, Logo traz dicas, serviços e dialoga diretamente com o site do DC. Estará sempre na página 2. Leia logo!

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Edição concluída às 23h55 Ano 81 - Nº 21.957

São Paulo, terça-feira 6 de setembro de 2005

R$ 0,60

O protesto está na cara

Arte com foto de Milton Mansilha/LUZ

A marcha do Grito do Silêncio vai ecoar a indignação contra a corrupção e a impunidade. Sai da Sé às 10h. Pára diante do Impostômetro da ACSP que ultrapassa hoje o meio trilhão arrecadado em impostos. E termina no Teatro Municipal, com a leitura de um manifesto. Página 5 Leia o editorial de Guilherme Afif Domingos, na página 6

HOJE Nublado Máxima 24º C. Mínima 14º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 26º C. Mínima 13º C.

Severino nega três vezes. E não sai. É a 3ª nota oficial sobre denúncia de propina. Página 3

Adriano Machado/Folha Imagem

DC Informática

Internet reinventa o rádio A nova onda é o Podcast, uma mistura de rádio virtual com blog de áudio. Sintonize.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 6 de setembro de 2005

NACIONAL - 13

PAÍS APARECE NA QUARTA COLOCAÇÃO NO RANKING MUNDIAL DAS PREFERÊNCIAS DE INVESTIMENTOS Eduardo Nicolau/AE

BRASIL ATRAI ATENÇÃO DE INVESTIDORES

O

O aumento no fluxo de investimentos até 2006 é dado como certo. O volume dos recursos alocados, porém, irá variar de acordo com o setor.

´

Dieese aponta que mais de 80% dos reajustes salariais concedidos no primeiro semestre foram superiores à variação do INPC. É o melhor resultado obtido desde o primeiro semestre de 1996.

Reajustes superam inflação L Roosevelt Cassio/AE

Na semana passada, funcionários da GM aceitaram reajuste de 9%

total reajustado em até um ponto abaixo do índice. Para o diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, o resultado positivo das negociações foi fruto do decréscimo dos indicadores de inflação, da estabilidade macroeconômica e da expectativa de bom desempenho da economia, tanto neste ano quanto no próximo. "Também tivemos um reajuste bom porque viemos de uma base de reajustes bastante depreciada", afirmou Lúcio. Indústria – A indústria foi a

Balança comercial inicia setembro com superávit A balança comercial brasileira teve superávit de US$ 527 milhões na primeira semana de setembro (dias 1 a 4). As exportações somaram US$ 1,066 bilhão (média diária de 533 milhões) e as importações, US$ 539 milhões (média de US$ 269,5 milhões por dia). No ano, o saldo acumulado da balança subiu para US$ 28,875 bilhões. Em comparação com período semelhante do ano passado, as exportações de janeiro até a primeira semana de setembro de 2005 cresceram 23% e as importações, 20,6%. Os dados da primeira semana do mês envolvem, na verdade, apenas dois dias úteis. Nesse período, a média diária das exportações foi US$ 533 milhões. Esse valor é 25,4% maior do que a média de setembro do ano passado, quando registrou US$ 424,9 milhões. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), houve aumento nos embarques em todas as categorias de produtos. Manufaturados – A média das exportações de manufaturados subiu 38,4%, com destaque para as vendas de álcool etílico, aparelhos transmissores e recep-

tores, máquinas e aparelhos para terraplenagem, chassis com motor, suco de laranja, tratores, automóveis de passageiros, motores para veículos, calçados, bombas e compressores, autopeças e ainda óleos combustíveis. As vendas de produtos básicos tiveram elevação de 13,5%, sendo petróleo em bruto, carne de frango, minério de ferro, algodão em bruto, café em grão e carne suína os principais exportados. Os semimanufaturados, por seu lado, aumentaram 4,1% no período. Os destaques do segmento ficaram com açúcar em bruto, couros e peles, óleo de soja em bruto e semimanufaturados de ferro e aço. Importação cai – Nas importações, a média diária de US$ 269,5 milhões da primeira semana de setembro ficou 1,6% abaixo da média do mês de setembro de 2004 (US$ 273,9 milhões). As maiores reduções ocorreram nas compras de adubos e fertilizantes (-53,8%), cereais e produtos de moagem (-9,3%), combustíveis e lubrificantes (-6,2%), veículos automóveis (-3,5%), químicos orgânicos/inorgânicos (-3,1%) e produtos farmacêuticos (-1,5%). (AE)

responsável pelas maiores altas, registrando 77,9% dos aumentos acima do INPC e 11% iguais ao indicador. O comércio deu aumento real para 72,5% dos trabalhadores e reajuste na média da inflação para 17,5%, enquanto o setor de serviços reajustou 53,1% dos salários acima do INPC e 24,1% iguais à variação da inflação. As correções inferiores ao índice inflacionário foram de 11% na indústria, 10% no comércio e 22,8% em serviços. A região Centro-Oeste, onde

cerca de 80% das negociações implicaram aumento real, apresentou as maiores altas salariais. Em seguida, as regiões Sul e Sudeste tiveram 71% dos reajustes acima do INPC. Na região Nordeste, as correções superiores ao índice somaram 49%, enquanto no Norte, as altas acima do INPC ficaram em 40%, mesmo percentual das negociações que resultaram em correção abaixo da inflação. Os recursos de parcelamento, escalonamento e abonos salariais, usados para aliviar o reajuste salarial, foram bastante reduzidos no primeiro semestre. As correções escalonadas caíram de 12% no primeiro semestre de 2004 para 7% na primeira metade de 2005. No primeiro semestre deste ano, a freqüência dos abonos caiu para 4% quando comparada aos 8% registrados no ano passado. Já os parcelamentos de reajustes, que tinham representatividade de 8% em 2004, ficaram em 5%. (AE)

Fabricantes de eletrônicos rejeitam corte da TEC

O

s fabricantes de eletroeletrônicos reagiram de forma negativa à proposta do Ministério da Fazenda, que prevê a redução da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul para grande parte dos setores industriais brasileiros. A proposta será apresentada pelo Brasil nas negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), retomadas neste mês. De acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), a proposta prevê corte de mais de 50% na TEC, que passaria, segundo a entidade, da média de 20% para 10%. Ontem, a proposta seria analisada pelo Grupo Executivo de Comércio Exterior (Gecex), que pode recomendar ou não a manutenção do texto. O presidente da Eletros, Paulo Saab, argumenta que "a proposta poderá prejudicar a competitividade do setor, abrindo o mercado para produtos fabricados em países que oferecem benefícios e incentivos à sua indústria, sem nenhuma contrapartida para a indústria aqui instalada. E, no momento errado", diz Saab. Para ele, o governo aceita abrir totalmente o mercado

interno antes de buscar condições que reduzam o custo Brasil de forma sustentada. "É temeroso ver como o governo conclui estudos e recomendações não tendo feito uma análise pontual das conseqüências de abrir o mercado interno sem contrapartidas", ressalta. (AE)

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evantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que 83,6% dos reajustes salariais conseguidos nos primeiros seis meses deste ano foram iguais ou superiores à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é o melhor conseguido em um primeiro semestre desde 1996. No ano passado, os reajustes acima do INPC representaram 75,7% do total. Segundo a pesquisa, 65,7% das correções salariais ficaram acima do INPC, e cerca de 57% mostraram aumentos reais de até dois pontos percentuais acima da inflação observada no período. Os aumentos que se igualaram ao indicador do IBGE somaram 17,9%, enquanto os reajustes inferiores ao INPC representaram 16,4%, com 12,1% desse

Brasil está entre os Brasil é o tamanho de seu merpaíses mais atraen- cado doméstico e os recursos tes do mundo para naturais. Esses dois elemense investir entre tos, porém, existiam ainda 2005 e 2006. Levantamento fei- quando o País nem sequer apato pela Conferência das Na- recia entre os principais destições Unidas para o Desenvol- nos de investimentos, o que vimento e Comércio (Unctad), prova, segundo a Unctad, que da Organização das Nações o principal motivo da nova poUnidas (ONU), mostrou que sição no ranking é mesmo sua os analistas de mercado colo- situação econômica. Emergentes – O Brasil e a cam o País na quarta posição no ranking da preferência para China não são os únicos merinvestir. Entre as empresas cados emergentes a aparecem multinacionais, ele surge co- na classificação da ONU. A enmo o quinto colocado da lista. tidade aponta que a atenção A classificação atual do Brasil dos investidores parece estar contrasta com seu desempenho saindo de locais tradicionalno levantamento feito há pouco mente importante para novos mais de um ano com os mesmos mercados. Metade dos dez loanalistas e empresas. Na oca- cais mais citados por empresas sião, ele não aparecia nem entre estão fora dos países ricos. A os dez primeiros colocados do Ásia e o Leste Europeu são as duas regiões com ranking. as melhores persA lista deste ano Atenção dos pectivas, enquané encabeçada pela to os latino-ameriChina e foi feita a investidores canos devem manpartir de levantaestá saindo de ter a retomada de mentos com as 325 locais investimentos. maiores multinatradicionais e A China é o local cionais, 75 especiaindo para novos mais atraente para listas e 158 agênmercados. 87% das empresas cias nacionais de Metade dos dez entrevistadas e 85% promoção de inpaíses mais dos analistas. A lisvestimentos. No citados por ta é seguida pelos geral, a ONU acreempresas não Estados Unidos, dita que o fluxo de são ricos. que continuam a investimentos diser o pólo de atrare t o s n o m u n d o ção nos países ricos, continuará a crescer no curto e médio prazos, ainda que as demais economias ainda que de forma cautelosa e desenvolvidas venham perdepois de uma acentuada que- dendo espaço. Índia, Rússia e da nos primeiros anos desta Brasil aparecem com destaque. Quanto à origem dos invesdécada. Para a agência das Nações Unidas, a retomada será timentos, as agências apontam guiada pela atração que os os americanos como maior mercados emergentes estão fonte de fluxos, seguidos pelo Reino Unido, Alemanha e Chiprovocando. Confiança – Na avaliação na. O Brasil também aparece de um dos responsáveis pelo entre os 15 primeiros nessa lislevantamento, James Zhan, di- ta, juntamente com África do retor do Departamento de In- Sul, Índia, Malásia e Coréia. Entre os especialistas e emvestimentos da Unctad, o desempenho do Brasil neste ano presas, mais da metade aposta se explica pela confiança do se- em um aumento do fluxo de intor privado e dos analistas nos vestimentos até 2006. Para 81% fundamentos da economia. "A das agências de promoção de estabilidade relativa da econo- investimentos, não há dúvida mia do País vem causando óti- de que os fluxos serão increma impressão", afirmou. Se- mentados. Ainda assim, o vogundo ele, o fato de nem a crise lume dos recursos dependerá de corrupção nos últimos me- do setor. No caso de serviços ses ter afetado de forma pro- de informática, turismo e funda as finanças do País dá transporte, as perspectivas são ainda mais confiança aos in- positivas assim como na provestidores de que a economia dução de equipamentos eletrônicos e máquinas. No setor caminha "na direção correta". Outros fatores que contri- primário, mineração e petróbuem para a atratividade do leo serão os destaques. (AE)

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.CAMPINAS

terça-feira, 6 de setembro de 2005

em Campinas Fotos de Marcos Peron/Virtual Photo

HISTÓRIA

A revolta dos liberais ganha roteiro cultural Grupos de preservação da cultura e prefeitura elaboram roteiro turístico histórico-cultural sobre o Combate da Venda Grande

C

Os canhões da batalha da Venda Grande estão expostos no Museu da Cidade

ampinas, 7 de junho de 1842. As tropas imperiais cercam os revoltosos campineiros do movimento liberal que se encontravam aquartelados em um engenho apelidado de Venda Grande. Nos nove dias que se seguem, confrontos intensos acontecem. Por fim, as forças do Império debelam a revolta, deixando saldo de dezenas de campineiros mortos e outras dezenas são feitos prisioneiros. Esse episódio da história da cidade deve ser trazido de volta por grupos de preservação da cultura local em parceria com a Secretaria Municipal de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo (SMCIST). Está em fase de elaboração na prefeitura um roteiro turístico histórico-cultural sobre o Combate da Venda Grande (veja box), que deve ser incluído nas atrações da cidade ainda esse ano. A proposta, segundo Mirza Maria Baffi Pellicciotta, historiadora e coordenadora de Planejamento e Informação da SMCIST, irá servir de projeto-piloto para um novo padrão de roteiros culturais da cidade. De acordo com a historiadora, o passeio terá trechos a pé e outros de ônibus por áreas em que ocorreram os conflitos - localizadas no bairro Santa Mônica e no Chapadão. Também estão programadas visitas a instituições que contêm acervos deste episódio. O roteiro contará ainda com atores que representarão passagens importantes do combate tendo como subsídio antigas crônicas. “Essa é uma saída para a falta de elementos físicos que restaram daquela época”, conta Mirza. Passeio - Apesar do projeto estar na fase inicial de elaboração, alguns pontos que farão parte das visitas já estão definidos. Segundo a historiadora, o passeio deve começar pela praça Bento Quirino, ponto em torno do qual a cidade de Campinas cresceu. Foi na época do conflito que Campinas deixou de ser vila para ganhar status de cidade. “O combate foi um movimento político. O que acarreta o desenvolvimento de uma cidade são os fatos político-administrativos”, justifica a historiadora. Da praça, a idéia é seguir a pé até o Centro de Ciências, Letras e Artes (CCLA), que mantém um grande e interessante acervo sobre o período do conflito. Em seguida, é previsto que os visitantes saiam de ônibus em direção ao 11º Batalhão do Exército, na região da Santa Mônica, onde conflitos aconteceram. Um dos prováveis resquícios do episódio - trincheiras usadas pelos revoltosos -, encontrariam-se nesse local. Nessa mesma região estão programadas visitas a fazendas que pertenceram aos revoltosos e ao monumento que lembra o combate. A SMCIST está em busca de patrocinadores para o roteiro do combate da Venda Grande. Reivindicações - A proposta de transformar o episódio em roteiro turístico nasceu depois de reivindicações (veja quadro) de entidades que buscam preservar a memória do combate. “Há muito ainda para ser redescoberto sobre o combate, porque ele foi se apagando com o passar do tempo. O que pretendemos é não deixar que este fato importante da história de Campinas desapareça”, comenta Simão Podolsky, representante do Grupo Pró-Memória da Venda Grande. Hoje, mesmo os monumentos erguidos para lembrar o episódio encontram-se degradados.

RESGATE HISTÓRICO I As reivindicações do

Grupo Pró-Memória da Venda Grande para resgatar a história do combate I Construção de praça

– praça Venda Grande – às margens do córrego da Lagoa, próximo de onde ficava o engenho onde se travou o combate. Hoje as margens do córrego são tomadas por favelas I Colocação de um

painel com informações sobre o combate e do perfil da Campinas de 1842 junto ao monumento erguido para lembrar o combate

A batalha do Brigadeiro Tobias Combate da Venda das lideranças dos revolGrande é um dos tosos foi o ex-senador e exO mais importantes fatos regente padre Diogo Anhistóricos de Campinas. Ocorreu em 1842, durante a Revolução Liberal iniciada em Sorocaba, sob a liderança do brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar. Essa revolução, segundo o historiador Américo Batista Villela, do Museu da Cidade, tinha o mesmo ideário que motivou as revoluções Farroupilha, a Sabinada e a Cabanada anos antes. “A indicação pelo poder moderador do presidente da província da qual fazia parte São Paulo não agradou os paulistas, o que disparou uma série de revoltas”, diz Villela. O movimento liberal começou em 17 de maio de 1842, em Sorocaba, cuja Câmara aclamou como presidente da Província, Tobias de Aguiar. Uma

I Mudança da

denominação da rua Dario Freire Meirelles, onde fica o monumento, para avenida

tônio Feijó que, na época, residia em Campinas. “Essa história tem ainda pedaços obscuros. As pessoas passam na Campos Sales, onde morou Feijó, e não se dão conta do fato”, diz Villela. O combate definitivo entre as tropas do imperador (conservadores) e os revoltosos liberais aconteceu em 7 de junho de 1842, num engenho c h a m a d o d e Ve n d a Grande. No local, os revoltosos se mantiveram aquartelados até que as tropas imperiais derrotaram as forças liberais que se encontravam acampadas. A guerra entre conservadores e liberais terminou em Sorocaba com a f u g a d e To b i a s d e Aguiar e a prisão de padre Diogo Feijó.

I Colocação de placas

na estrada dos Amarais indicando o caminho para o monumento I Plantar uma

O historiador Américo Villela (alto) ao lado de canhões usados na batalha. Nos bairros de Santa Mônica e no Chapadão há marcos que rememoram o fato

Renato Ibelli

o Dia da Independência do Brasil, comemorado amanhã, a Prefeitura Municipal de Campinas reativará o esquema de plantão nos serviços essenciais para atendimento emergencial. Veja a relação dos setores disponíveis no feriado e os códigos telefônicos para contato:

N

ÓRBITA

O que abre e o que fecha no feriado I Comércio: não abrirá.

I Água e esgoto: a Sanasa

I Mercado Municipal:

atenderá pelo 0800-772-1195 solicitações de reparos. I Centros de Saúde: permanecerão de plantão 24h as Unidades de Pronto Atendimento do Ouro Verde, Jardim São José e Vila Padre Anchieta. Os Centros de Saúde ficarão fechados. I Hospital Mário Gatti: funcionamento ininterrupto. I Guarda Municipal: manterá a rotina de trabalhos com funcionamento 24h, podendo ser acionado através do "1532".

funcionará das 7h às 12h. I Ceasa: os mercados hortifrutigranjeiros e de flores e plantas ornamentais funcionarão. I Feiras-livres: serão realizadas nos locais e horários programados. I Defesa Civil: atendimento 24h pelo telefone 199. I Disque Trânsito: funcionamento 24h pelo telefone 3232-1517. I Sistema de Atendimento 156: não operará.

s funcionários da lagoa do Taquaral, principal área de lazer em Campinas, vão passar por treinamento com o Corpo de Bombeiros para socorrer usuários do parque. Na semana passada duas pessoas passaram por dificuldades, depois que o pedalinho onde estavam virou na lagoa.

O

Polícia Militar apreendeu 1.476 CDs e 233 DVDs piratas, no último domingo, em Santa Bárbara D´Oeste, na Região Metropolitana de Campinas. A ação dos policiais militares teve acompanhamento de representantes da Associação Protetora dos Direitos Intelectuais Fonográficos do Brasil (APDIF).

A

palmeira imperial junto ao monumento do combate

EXPEDIENTE

Diretoria Executiva (2004 - 2007) Presidente Guilherme Campos Júnior 1º Vice-Presidente Gilberto Rocha da Silveira Bueno 2º Vice-Presidente Carlos Francisco Simões Correia Assinaturas do Diário do Comércio (0xx19) 2104-9276 Departamento de Sócios Serviço de Atendimento ao Usuário, Convênios e Parcerias (19) 2104-9271/ 9272/ 9273 associados@acicnet.org.br Assessoria de Imprensa (19) 2104-9215/ 9216 imprensa@acicnet.org.br Página na Web www.acicnet.org.br Rua José Paulino, 1111, Campinas, SP - CEP 13013-001 PABX: 2104-9200


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 6 de setembro de 2005 David J. Phillip/Pool/Reuters

CIDADES & ENTIDADES - 15 Mario Tama/AFP

Brancos voltam aos poucos a Nova Orleans Classe média retorna para ver o que sobrou da cidade. Subcomandante da polícia informou ontem que Nova Orleans está destruída e que todos devem deixá-la. Prefeito estima que 10 mil pessoas tenham morrido.

Vítima do Katrina é auxiliada por equipe de resgate, em Nova Orleans

Anne Rice: "Vocês falharam"

A

casa de Betty Titman, de 48 anos, em Lakeview, está debaixo d'água. Funcionária do hotel Monteleone, ela e dois colegas de trabalho estão acampados desde a passagem do Katrina na casa de um gerente do hotel, Marvin Allen, de 53 anos, no French Quarter de Nova Orleans, vivendo de água e suprimentos estocados antes da tormenta. Sem banho há 8 dias, Titman e Allen planejam deixar a cidade até o fim da semana. "Decidimos esperar até que a situação de segurança seja resolvida e até lá vamos levar uma vida a mais normal possível, limpando a casa e ajudando os vizinhos que passaram o furacão no Quarter", disse Allen. Ele não espera a volta dos serviços de água e eletricidade ou a reabertura do hotel antes do mês que vem. No domingo, com as ruas do bairro tomadas por dezenas de policiais fortemente armados, dois bares reabriram na Bourbon Street, servindo água e bebidas que não pedem gelo. Meia dúzia de jovens ensaiaram um pequeno cortejo de Mardi Gras, o carnaval da cidade, seguidos por várias equipes de TV provavelmente em busca de imagens (falsas) para mostrar que New Orleans já começou a voltar ao normal. Dominic Ebenbichler/Reuters

D

TRAGÉDIA NA NEVE – Pelo menos nove turistas morreram ontem na estação de esqui de Soelden, a 40 quilômetros a sudoeste de Innsbruck, na Áustria, depois que um helicóptero, acidentalmente, despejou uma carga de Milhares retornaram para ver os estragos deixados pelo Katrina

Boeing cai na Indonésia e mata 147 U

m Boeing 737-200 sacudiu violentamente pouco depois da decolagem, inclinou-se para a esquerda e caiu numa rua movimentada de Medan, a terceira maior cidade da Indonésia. Pelo menos 147 pessoas morreram, muitas delas em solo, informaram autoridades Avie Erleno/Reuters

locais. O avião incendiou-se depois da queda, ocorrida ontem. Pelo menos 16 ocupantes do avião sobreviveram, inclusive um bebê de um ano e meio protegido pelos braços da mãe. O avião da companhia aérea Mandala Airlines caiu a 500 metros da cabeceira da

concreto sobre dois teleféricos. O concreto seria utilizado em obras na estação austríaca. Um dos teleféricos foi atingido em cheio. O segundo foi afetado pelas ondulações no cabo de sustentação dos carros. Há crianças entre os feridos.

pista do aeroporto de Medan, no norte da ilha de Sumatra, esmagando carros, motocicletas e danificando uma série de casas. Testemunhas relataram que alguns passageiros correram para fora da aeronave com o corpo em chamas. Investigadores tentam determinar a causa da queda. Trata-se do segundo acidente aéreo de grande porte na Indonésia nos últimos nove meses e da sexta tragédia do gênero em todo o mundo desde 1º de agosto. Asril Tanjung, diretor da companhia Equipes de resgate procuram por sobreviventes depois da queda do Boeing em Medan, terceira maior cidade da Indonésia

aérea, comentou que as hipóteses mais prováveis investigadas pelos especialistas são erro humano e problemas técnicos. O avião acabara de decolar de Medan com destino a Jacarta com 116 pessoas a bordo. Milhares de pessoas reuniram-se para assistir ao combate às chamas e às operações de resgate. Além do avião, o fogo também destruiu carros e motos atingidos durante a queda. O acidente causou a morte de cem ocupantes da aeronave e de 47 pessoas em solo. Sobreviventes disseram que o avião começou a sacudir violentamente quando atingiu aproximadamente cem metros de altitude. Alguns disseram ter ouvido uma explosão seguida pela formação de uma bola de fogo. O avião então inclinou-se para a esquerda e caiu. (AE)

! "

ois dias após o fim amigos numa cidade próxima. do dramático êxodo Os estragos, estimados em cerdos mais de 100 mil ca de US$ 20 mil, serão coberrefugiados do fura- tos por dois seguros. Sor te – A duas quadras, cão Katrina e da inundação que se seguiu, milhares de ha- Marlene Schwebe, sua filha bitantes de Nova Orleans e dos Stacy e o genro, Adam Mays, subúrbios à sua volta começa- tiveram mais sorte. Os dois soram a retornar ontem para ins- brados que a família ocupa fipecionar os danos em suas ca- caram praticamente intactos. sas e iniciar o penoso processo Eles culpam o governo Bush de reconstrução. Viajando em pela resposta tardia e caótica milhares de veículos, que for- ao desastre. "Este país manda maram filas de quilômetros nos tanques em dois dias ao Iraprincipais acesso da região me- que, mas não consegue atentropolitana, os retornados ti- der uma emergência em Nova nham instruções das autorida- Orleans?", disse Adam. Marlene é solidária com os des para limitar sua permanência a um máximo de doze horas que mais sofreram na catástroe partir antes do cair da noite, fe, mas disse que violência em pois a maior parte da cidade es- Nova Orleans, das gangues tá sem eletricidade e levará dias, dos bairros pobres, estava fisenão semanas, para que água e cando impossível e se permitiu um desabafo: "é como se a mão esgoto sejam restaurados. de Deus tivesse laEm contraste com vado aquilo tudo", a torrente humana disse, para embaracomposta em sua ço da filha, que capmaioria por negros e pobres que deixou Advertimos que t o u o r a c i s m o d a afirmação. Nova Orleans na seNuma rua próximana passada, de- a cidade está ma, Nakia Hamppois de dias de pri- destruída. Não ton, uma enfermeira vações e horrores no existem negra, reclamava da S u p e r d o m e e n o empregos nem falta de ajuda. "Meu Centro de Convenalimentos. Não carro está debaixo ções da cidade à esda água, não sei pera de socorro, os há razão para quando voltarei paque voltaram ontem ficarem aqui. eram predominanWarren Riley, r a m i n h a c a s a , temente brancos de subcomandante de quando receberei classe média que espolícia meu salário nem como farei para dar cocaparam a tempo da mida aos meus cintormenta e podiam contar com a proteção de um co filhos", disse ela, empurranforte esquema de segurança do um carrinho de supermernas ruas para impedir saques. cado com garrafas de água e Piso – Lynn e Emile Naquin, pouca de comida. " "10 mil mortos" – O prefeique vivem no Parque Driftwood, uma subdivisão do distrito to de Nova Orleans, Ray Nade Jefferson, encontraram o gin, disse ontem que o número carpete e os tapetes de sua con- de mortos pode chegar a 10 fortável casa térrea encharca- mil. "Estamos fazendo alguns dos e o piso da sala danificado progressos", disse ao prograpela água que entrou pelos bu- ma Today, na NBC, e acrescenracos que o furacão abriu em tou: "Não seria um disparate duas partes do telhado. Ela é calcular 10 mil mortos". Até cabeleireira. Ele trabalha no agora, autoridades vinham Home Depot, cadeia de lojas evitando mencionar número de mortos. Oficialmente, são de material de construção. As duas filhas e netos vivem 234 mortes em cinco Estados. O subcomandante de polícia na vizinhança. "Eu construí essa casa e vou consertá-la", dis- Warren Riley disse que milhase um exausto e emocionado res de pessoas insistem em Emile, após avaliar o estrago e permanecer "em situação de retirar a comida que apodrece- perigo". "Advertimos que esta ra na geladeira. Ele permane- cidade foi completamente descerá na casa porque a partir de truída". "Estamos tentando hoje terá de ir trabalhar numa convencê-los de que não existe loja do Home Depot situada a razão – não existem empregos, 16 quilômetros. Lynn voltaria não existem alimentos – para no fim da tarde para a casa de eles ficarem aqui". (AE)

A realidade, no entanto, é a de uma cidade que apenas começou a contar os seus mortos, ainda não conhece a dimensão da catástrofe que sofreu e está traumatizada pela sensação de que foi abandonada quando mais precisava de ajuda. O trauma não se limita ao sofrimento dos mais de cem mil residentes, a maioria negros e pobres, que viveram dias de horror à espera do socorro que tardou a chegar e agora estão em centros de refugiados no Texas, sem ter para onde ir ou para onde voltar. A romancista Anne Rice, personalidade da elite branca de New Orleans e uma das autoras mais conhecidas dos Estados Unidos, manifestou o sentimento dominante num artigo publicado no domingo no New York Times. "Ao meu país quero dizer o seguinte: durante a crise, vocês falharam. Vocês fizeram pouco caso de nós desprezaram nossas vítimas e nos desprezaram. Vocês querem nosso Jazz Fest, vocês querem nosso Mardi Gras, vocês querem nossa cozinha e nossa música. Mas quando vocês viram que nós estávamos diante de um problema real, quando vocês viram uma pequena minoria abusando dos mais fracos entre nós, vocês nos chamaram de 'Cidade do Pecado' e nos deram as costas". (AE)

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

16 -.CIDADES & ENTIDADES

terça-feira, 6 de setembro de 2005

Vivi Zanatta/AE

A

cidentes em vários bairros da cidade e em estradas atrapalharam o trânsito e complicaram o dia dos motoristas, ontem, em São Paulo. Logo cedo, um engavetamento envolvendo 11 veículos interditou parcialmente a rodovia Fernão Dias no sentido São Paulo. O saldo foi de 12 quilômetros de congestionamento e sete pessoas feridas. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, um Corsa perdeu o controle e bateu no muro de contenção da rodovia, na altura do km 78, já em São Paulo. Um caminhão que vinha atrás não conseguiu parar. No total, se envolveram no acidente 4 caminhões e sete carros. Os feridos foram levados pelos bombeiros para hospitais da região. Um helicóptero da Polícia Militar foi acionado para levar uma vítima em estado grave para o Hospital das Clínicas, na capital. As três faixas da rodovia ficaram interditadas do sentido São Paulo das 6h45 às 8h15. Por volta das 10h20, uma faixa permanecia bloqueada. Ônibus – Um acidente, entre dois ônibus, também pela manhã, deixou 14 feridos na avenida Sumaré, zona oeste da cidade. A colisão aconteceu por volta das 6h e mobilizou quatro viaturas do Corpo de Bombeiros. Três vítimas foram encaminhadas para o Hospital das Clínicas, quatro para o pronto-socorro de Vila Penteado e dois para o pronto-socorro Vergueiro. Os outros feridos foram liberados no local. Óleo – Por volta das 16h, um caminhão que transportava óleo bateu contra um muro, na avenida Professor Luís Ignácio de Anhaia Melo, na Vila Prudente, zona leste. O acidente ocorreu no sentido

GIr Agendas da Associação e das distritais

Inquérito vai apurar vazamento de óleo na Baía de Guanabara

O

Acidente com Corsa causou um engavetamento com 11 veículos, sendo 4 caminhões e 7 veículos, na altura do km 78 da rodovia Fernão Dias

Dia de acidentes complica o trânsito em São Paulo Em várias regiões da cidade, colisões bloquearam faixas, interromperam o tráfego e derrubaram postes Sapopemba da via, na altura da rua Amparo. A pista ficou parcialmente interditada durante uma hora, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego. Praticamente no mesmo horário, um acidente envolvendo um carro e um carro-forte causou a queda de um poste e provocou congestionamento na região central de São Paulo. A colisão aconteceu na altura da praça Roosevelt e interditou a faixa da esquerda da ligação leste-oeste no sentido Lapa e toda a pista sentido Penha. Por volta das 16h, uma faixa em cada sentido ainda permanecia bloqueada. Uma

ministra palestra em Cingapura, no seminário LatinAsiaBiz 2005, sobre "O potencial e oportunidades de negócio no Estado de São Paulo" e sobre a "São Paulo Chamber of Commerce".

Amanhã

Quinta

IIpiranga – A distrital, em

ISão Miguel – A distrital

parceria com o Rotar y, Lions, Clube dos Lojistas e subprefeitura do bairro presta homenagem ao Dia da Independência, depositando flores no Monumento da Independência. Às 10h, no Parque da Independência, s/nº.

realiza reunião do núcleo setorial de profissionais de escolas de educação infantil e fundamental do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 20h.

IChamber – O vice-presi-

dente e coordenador do Conselho de Câmaras Internacionais de Comércio da ACSP, Hélio Nicoletti,

ISão Miguel – A distrital

realiza reunião do núcleo setorial de profissionais de automecânica do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 20h.

● TRABALHISTA (dissídios individuais e coletivos)

● REPRESENTAÇÃO COMERCIAL

Rua Mário Amaral, 335 - Paraíso S. Paulo/Capital - Tel/Fax: (11) 3885-0423 www.advrns.com.br

advrns@aasp.org.br

pessoa ficou ferida. Motos – Um acidente entre um veículo de passeio e uma motocicleta causou um congestionamento de mais de sete quilômetros na marginal Tietê. A colisão aconteceu por volta das 12h, próximo à ponte da Casa Verde, na pista expressa, sentido Ayrton Senna, e ocupou duas das três faixas da via. O motorista enfrentou lentidão até a rua Atílio Fontana. Mais cedo, às 8h, um acidente envolvendo um caminhão e uma moto já havia causado congestionamento de mais de cinco quilômetros na avenida dos Bandeirantes, na zona sul

da capital. O acidente aconteceu próximo ao viaduto Santo Amaro, e o trânsito ficou congestionado até perto da entrada da marginal Pinheiros. Uma pessoa ficou ferida e a lentidão atingiu cerca de quatro quilômetros, do local do acidente até a alameda dos Maracatins, contribuindo para o alto índice de congestionamento na cidade. Segundo a CET foram registrados, às 9h30 de ontem, 86 quilômetros de lentidão, contra a média de 63 para o horário. No domingo – Por volta das 21h30 de domingo, na altura do 4.500 da avenida

Deputado Cantídio Sampaio, em Vila Damasceno, na zona Norte, Ivan Mendes Ferreira, de 20 anos, e sua namorada, Andreza Delmaschio de Macedo, de 19 anos, morreram ao caírem da moto Honda CG-125 Titã que era pilotada pelo rapaz, dono do veículo. Uma equipe dos bombeiros encaminhou Ivan para o pronto-socorro de Vila Nova Cachoeirinha, mas o jovem não resistiu. A garota morreu na hora. Segundo testemunhas, chovia no momento em que Ivan, em alta velocidade, perdeu o controle da moto no trecho de descida da avenida.

Ministério Público Federal instaurou inquérito para apurar a responsabilidade pelo vazamento de cerca de dois mil litros de óleo na Baía de Guanabara, no Rio, no sábado. O procurador Wanderley Dantas pediu ao Ibama que impeça a partida do navio Saga Mascot, de Nassau, de onde vazou o produto, para evitar que os responsáveis desapareçam. Três praias de Niterói ainda estão sujas. Técnicos da Fundação Estadual de Engenharia de Meio Ambiente (Feema) entregarão hoje à Comissão Estadual de Controle Ambiental um relatório com informações sobre o vazamento, que decidirá se caberá multa. O valor pode variar de R$ 10 a R$ 50 milhões. Reparação - A Procuradoria Geral do Estado deu entrada em ação ação civil pública pedindo reparação integral do ecossistema afetado, ressarcimento pelos gastos para a contenção do óleo e pagamento de indenização aos pescadores. O acidente ocorreu na madrugada de sábado. O navio manobrava para atracar no estaleiro Enave-Renavi, em Niterói, quando o óleo vazou por duas rachaduras no tanque. Técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Niterói arrastaram o óleo do mar para a areia, por meio de barreiras flutuantes. O Ministério Público Federal poderá mover ação civil pública cobrando medidas compensatórias pelos danos causados pelo vazamento. A PF vai indiciar os responsáveis. Os pescadores da região temem que os peixes e mexilhões sejam afetados. Eles não estão pescando por ser época de desova. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 6 de setembro de 2005

INFORMÁTICA - 1

Podcast: rádios virtuais se espalham pelo mundo Fenômeno recente, os podcasts já não são mais apenas uma brincadeira de jovens fãs de música que querem compartilhar seus arquivos; agora eles ganharam nova função e cada vez mais empresas querem surfar essa onda

Q

uando ninguém mais acreditaria que nada de revolucionário surgiria na internet, eis que aparece o podcast. Com cara de rádio de internet, misturado com blog de áudio, essa mania de gravar e colocar no ar as suas idéias, entrevistas e músicas –ou a mistura de todos esses gêneros– virou um novo canal de comunicação entre internautas, principalmente os jovens brasileiros. Criado no ano passado pelo ex-VJ da MTV Adam Curry essa febre tem se espalhado rapidamente pela rede e se tornou numa das mais avassaladoras novidades da net. Isso se deve principalmente pelo lançamento dos iPods, os grandes responsáveis pela essa onda de tráfego de áudio pela internet. Esse ex-VJ queria criar uma maneira mais fácil de transferir para seu portátil seus arquivos de áudio, para isso, começou a desenvolver um aplicativo em linguagem de programação Applescript. Como seu conhecimento em programação não era dos melhores, Adam colocou a disposição na internet o programa para receber atualizações pela comunidade. Na verdade, a Apple acreditou que a aplicação do seu player seria apenas para tocar músicas, principalmente da coleção pessoal de CDs de quem adquiriu o aparelho ou compradas pelo site iTunes. Porém, muitos dos que possuem o iPod, além de ouvir músicas, baixam podcasts de notícias, rádios e muito mais. Prova disso foi um levantamento realizado pela Pew Internet and American

Anúncios trazem códigos Os anúncios do DCInformática agora trazem códigos numéricos. Entenda como eles funcionam Pág. 2

Kaiser cria concurso de 'PodKast' Empresa aposta na nova tecnologia para alcançar o público jovem

om a popularização do podcast (uma forma de transmissão de arquivos de áudio pela internet), empresas, imprensa, escolas e instituições religiosas acreditam que essa é a nova maneira de chegar ao seu público. Cada vez mais sites são criados ou remodelados com essa tecnologia para atender usuários que buscam a mobilidade da informação, fazendo com que essa ferramenta seja um atrativo, principalmente para quem busca o perfil jovem. Segundo o portal Podcast Alley (www.podcastalley.com), um dos mais populares sobre podcast, seu banco de dados já conta com quase 7.000 sites cadastrados com essa tecnologia. Um dos mais famosos casos de transmissão de um podcast foi o do astronauta norte-americano Steve Robinson (no site w w w. n a s a . g o v / re t u r n t o fl ight /cre w/ro bins on_p od cast.html), tripulante da nave Discovery, que gravou um podcast no espaço no mês passado, informando como era a experiência de ver o mundo lá de cima enquanto sobrevoava a Indonésia. Para Ricardo Baroni, coorde-

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nador de projetos da Euro RSCG 4D, uma grande agência de publicidade, essa é uma alternativa à mídia convencional, uma rádio reinventada e personalizada, na qual cada um pode publicar aquilo que quiser. "Com o podcast não é mais preciso sintonizar uma rádio e esperar o seu programa favorito passar, você baixa e escuta quando quiser. Além disso, você pode criar suas próprias rádios, com mensagens, músicas, entrevistas e muito mais. Uma pessoa pode virar uma celebridade de uma noite para o dia", explica Baroni. No Brasil, já se tem notícia de sites religiosos e de grandes empresas usando esse canal como divulgação. Aliás, a Euro RSCG 4D foi a responsável pela criação do novo site da Kaiser, remodelado usando tecnologia de ponta e todo voltado para quem curte podcast. "Pesquisas demonstraram que o meio de comunicação mais eficiente para a faixa etária que queremos atingir (de 18 a 25 anos) é a internet. O podcast é uma evolução e tendência. Resolvemos inovar com essa tecnologia porque sabemos que os brasileiros são os

que mais se adaptam a novas tecnologias", explica Paulo Macedo, diretor de Assuntos Coorporativos da Cervejaria Kaiser Brasil. A promoção convida o usuário a criar um ou mais "PodKasts" sobre o tema: "as melhores coisas da vida". Para ajudar o internauta, o site explica o que é, como fazer, disponibiliza links para softwares, oferece um acervo de sons e uma ferramenta para upload dos áudios. A Promoção PodKurtir vai até 16 de outubro. Dessa data até a divulgação dos vencedores dos PodKasts mais acessados, em 28 de outubro, os usuários poderão atualizar e divulgar seus podcasts. No dia 11 de novembro serão divulgados os vencedores do Júri Kaiser. Mesmo portais de religiões estão inovando. O site Sarava Umbanda (www.umbanda. brasilpodcast.com.br), traz notícias, entrevistas, comentários e links sobre o tema. Algumas escolas dos EUA, Europa e mesmo o Brasil também estão utilizando essa ferramenta. Professores também já ministram aulas que podem ser ouvidas a qualquer momento. (FP)

Life Project, que aponta que, de um ano para cá mais de 22 milhões de americanos possuem iPods ou tocadores MP3, e que 29% deles fazem downloads de podcasts para escutar os áudios no aparelho no momento em que desejarem. Isso atinge mais de 6 milhões de pessoas. Grandes veículos de notícias, como a BBC, já colocaram à disposição seus conteúdos para serem baixados e ouvidos em qualquer player. Para ouvir um podcast, porém, não há a necessidade de ter um iPod, pois é possível ouvir os arquivos através de qualquer software capaz de reproduzir MP3, no próprio computador. Um termo tão complicado de ser definido, mas facilmente de ser criado, o podcast no Brasil também tem ganhado grandes proporções. A mídia, em geral, tem apostado como um dos principais meios de comunicação para o futuro, assim como são os blogs. Faça em casa – Para fazer um podcast de boa qualidade é mais importante a criatividade do que o equipamento que você tem. É tão simples que pode ser desenvolvido até por quem tem pouca intimidade com o micro. Primeiramente é preciso ter um microfone e uma saída de som conectado

ao micro –um fone de ouvido é mais aconselhável por não causar ecos durante a gravação. Outro ponto importante é ter o programa para gravar os áudios. A melhor opção é dar uma olhada no Superdownloads (www. superdownloads.com.br), já que existem vários softwares capazes de realizar essa tarefa. O Audacity (http://audacity. sourceforge.net) é também uma boa opção de software para gravação de som. Mas quem não tem como instalar um desses, pode usar o Windows, que tem uma ferramenta para isso em acessórios. Essa ferramenta não é o aplicativo mais recomendado para gravar, já que gera arquivos com formato WAV –que são muito grandes. Depois, será preciso transformá-los para MP3 usando outro aplicativo, como Winamp. Feita a conversão é chegada a hora de hospedar seu áudio. No Brasil existem poucas opções de empresas que fazem essa hospedagem. A Brasil Podcast (http:// brasilpodcast.com.br) está oferecendo 100 MB de espaço para a hospedagem de arquivos, blog e um subdomínio (www. nomequeescolher. brasilpodcast.com.br, por exemplo) por R$ 10 mensais, esse é o menor plano.

Outro servidor brasileiro para hospedagem é o Locaweb (http://www. locaweb.com.br) que dá direito aos mesmos 100 MB, mas com 5 gigabytes de transferência. O plano básico custa R$ 29. Servidores internacionais existem aos montes, mas alguns dos mais conhecidos são o Liberated Syndication (www.libsyn.com), que cobra US$ 5 por mês, e o Godaddy (http://www. godaddy.com), que tem como plano mais barato o que oferece 25 gigabytes de transferência e 500 MB de espaço para salvar arquivos. Alguns programas fazem o download automático de todos os podcasts distribuídos pela rede e cadastrados por você. Esses softwares são chamados de programas agregadores e deixam o usuário atualizado sobre os últimos programas, de forma muito fácil de ser operado e de graça. Os mais conhecidos são: Ipodder.org que pode ser baixado em http://www. ipodder.org/directory/4/ ipodderSoftware e o Itunes no http://www. apple.com/itunes. Fábio Pelegrini

Saiba mais: www.brasilpodcast.com.br www.eupodo.com.br www.guileite.com.br


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terça-feira, 6 de setembro de 2005

FINANÇAS - 11

Patrícia Cruz/Luz

VAREJO SE RENDE AO PRODUTO

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consórcio de motocicletas seduziu o varejo, do norte ao sul do País, nas lojas físicas ou virtuais . Lojas Cem, Magazine Luiza e Gazín Móveis, este com atuação no sul do Brasil além de Rondônia e do Mato Grosso, são apenas três exemplos do varejo que decidiram entrar na disputa por clientes interessados no segmento de motos. A Lojas Cem vende consórcios de motocicletas há seis meses. Já o Magazine Luiza se rendeu ao sistema há apenas um mês. Como as duas gigantes do varejo de eletrodomésticos e eletroeletrônicos já trabalham há muitos anos com o consórcio de eletro, aproveitaram essa estrutura para expandir os negócios. "Já tínhamos a autorização do Banco Central para atuar na formação de grupos de consórcio, equipe, espaço e experiência na venda de cotas. Pensamos então: por que não apostar em mais um nicho de consórcio?", diz o supervisorgeral das Lojas Cem, Valdemir Colleone. Em 180 dias, a loja vendeu 1.537 cotas de motocicletas. Número que a empresa

Patrícia Cruz/Luz

Motos já se misturam aos eletros

quer aumentar rapidamente. "Nossa expectativa é chegar a 20 mil cotas vendidas no prazo de três anos", diz Coleone. Marketing – Para isso, o diretor diz que a empresa tem investido no marketing direto aos mais de quatro milhões de clientes da rede. "Claro que não são todos os clientes que possuem perfil ou gostam de comprar por meio de consórcio. Mas entendemos que é um serviço a mais que a loja passa a oferecer a seus milhares de clientes", diz. A empresa trabalha atualmente com grupos de 50 meses, com taxa de administração de 15% e carta de crédito de R$ 5,2 mil, em média. O Magazine Luiza também decidiu usar a experiência em eletro (desde 1992 a empresa trabalha nesse segmento) para lançar, em julho passado, o consórcio de motocicletas nas lojas da rede. O Magazine Luiza já comercializava esse tipo de produto por meio de sua empresa de consórcio, que não possuía uma unidade física. Mesmo assim, a empresa já ocupava a 9ª posição no ranking de administradoras com o maior número de participantes, com 14.393 clientes ativos em junho deste ano. Por enquanto, a empresa focou o novo produto nos clientes ouro (aqueles com histórico e compra de alto valor e pontualidade no pagamento). Uma maneira de atrair esse tipo de público é o desconto de 1% na taxa de administração. "Queremos mostrar para esse cliente que ele pode comprar também motocicletas por meio de nossa rede. Embora não tenhamos experiência na venda de veículos de duas rodas, acreditamos que a confiança que esse cliente tem no Magazine Luiza o levará a preferir o consórcio de nossas lojas em vez da concorrência", diz a diretora de Consórcio da empresa, Edna Maria Honorato. A taxa de administração cobrada pela empresa é de, em média, 18%, porcentual que é diluído pelo tempo de duração do plano, que vai até 80 meses. A carta de crédito varia de R$ 6 mil a R$ 12 mil. (AG)

Dos 3,34 milhões de participantes do sistema de consórcios, praticamente a metade – 1,7 milhão – tem uma cota para a compra de uma moto

CONSÓRCIO DE MOTOS ATRAI MAIS CONSUMIDORES Adriana Gavaça

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e cada duas motocicletas que circulam hoje no País, uma foi adquirida pelo sistema de consórcios, segundo levantamento feito pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abracico). Dos 3,34 milhões de pessoas que atualmente participam do sistema de consórcios, praticamente a metade – 1,7 milhão, mais precisamente – possui uma cota para a compra de uma moto.

Nos últimos cinco anos, o número de brasileiros que entraram para um grupo de consórcio de motocicletas cresceu 41,7%, de acordo com a Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios (Abac), que representa cerca de 400 administradoras independentes, aquelas que não estão ligadas a nenhuma instituição financeira. Razões para a maior procura por esse tipo de bem há e são várias. Entre elas, por exemplo, está o alongamento do prazo de duração dos planos

de motos, que hoje podem chegar a até 80 meses (pouco mais de seis anos e meio). Com isso, o valor do bem escolhido acaba sendo diluído por um número maior de meses e, assim, a prestação tende a ficar menor. Atualmente, um plano de consórcio para a compra de uma moto tem mensalidade a partir de R$ 80,00. Ações – Promoções diferenciadas, como a que prevê a diluição do lance nas prestações, ou a inclusão, também nas mensalidades, do valor gasto com documentação, são algu-

mas das estratégias encontradas pelas administradoras de consórcios para atrair mais clientes. Essas ações, associadas ao aumento de motoboys nos grandes centros, na avaliação da Abac, mantêm as vendas em alta e ajudam o setor a não ficar estagnado. "O mercado tem de estar atento às mudanças de perfil dos consumidores e elaborar campanhas voltadas para essas novas necessidades", diz o gerente da Divisão de Motocicletas da Embracon, maior administradora independente do País, Alberto Petrocchi. A empresa descobriu que muitos desistiam de entrar no consórcio porque não tinham como dar um lance, mas tinham pressa em adquirir o bem. Para colocar um fim a esse impasse e conquistar esses consumidores, a Embracon decidiu lançar um plano no qual o lance pode ser diluído pelo tempo de duração do grupo. Se a carta de crédito for de R$ 5 mil, o consorciado pode sacar R$ 1 mil e dar de lance. Funciona como um adiantamento da administradora ao consorciado. "Essa facilidade permite que a pessoa que tem

pressa em adquirir o produto tenha acesso ao bem mais rápido", diz Petrocchi. Atualmente, são 58.237 clientes ativos. Custo – O gasto do consumidor com o consórcio também pesa na balança. A Honda, maior administradora de consórcios de motocicletas do País, com 1,02 milhão do 1,72 milhão de participantes ativos desse segmento, tem diluído a taxa de administração por até 72 meses. Mas tem mais: "Colocamos nas ruas a campanha 'Mega Plano', em que o consorciado pode não só optar por cotas de até 72 meses, mas tem chances maiores de ser contemplado, uma vez que aumentamos o número de participantes sorteados de 4 para até 12 ao mês, se houver saldo comum do grupo", diz o gerente-geral de Comercialização e Serviços Financeiros da Honda, Sérgio Bessa. Para Rodolfo Montosa, presidente da Abac, a questão do preço e do prazo com certeza são levadas em conta pelo consumidor. "Basta comparar com as taxas de financiamento desse tipo de bem, que chegam a 36% ao ano", diz Montosa. Distribuição – O gerente da Honda atribui o sucesso de vendas também à agressividade da empresa em termos de canais de venda nos últimos anos. A Honda se rendeu ao sistema móvel de vendas, principalmente em locais em que o acesso ao consórcio não é tão disseminado. "Hoje, já é possível encontrar revendedores do consórcio Honda até no Amazonas", diz Bessa. A empresa trabalha ainda em parceria com 600 concessionárias. A internet é outro canal de venda da administradora, pela qual é possível consultar não apenas o preço de motos, mas fazer simulações do quanto ela custaria por meio de consórcio. Na hora de finalizar a compra, porém, é preciso que o interessado entre em contato com um revendedor da Honda, cujo número está disponível no site. "Esse não é o segmento do consórcio que mais cresce, mas ainda é, disparado, o que apresenta o maior número de participantes. O grande desafio das empresas que atuam nesse segmento é continuar crescendo de forma acentuada ou no mesmo ritmo da economia", diz Montosa, da Associação das Administradoras.


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2 -.INFORMÁTICA

terça-feira, 6 de setembro de 2005

Sony lança Vaio BX para empresas Novo modelo portátil da empresa tem características avançadas de conectividade e de segurança

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S o n y e s t á c o n t e mplando o mercado de pequenas e médias empresas com a nova linha de notebooks da série Vaio BX, cujo lançamento foi realizado na semana passada nos Estados Unidos. A família BX foi idealizada para se adaptar às necessidades dos executivos de SMB (small e medium business), pois os portáteis podem ser configurados ao gosto do usuário. As telas são de 14, 15 e 17 polegadas, os chips Intel vão de 1.50 GHz a 2.26 GHz e os usuários podem escolher os tipos de periféricos como drives de DVD+-RW, +R, e tamanhos de disco rígido até 120 GB. A memória RAM varia de 256 MB a 2 GB. Um dos bons recursos (e conforto) proporcionados pelo equipamento, graças à tecnologia SmartWi da Sony, é a facilidade com que o usuário pode trocar de conectividade conforme o ambiente que se encontrar, com um simples toque no mouse ou em um botão do micro. Tudo isso porque o portátil precisa ser acionado pelo executivo a qualquer hora e em qualquer lugar, seja num vôo, num café, dentro da empresa ou em casa. As opções de conexão sem fio são via Bluetooth, para comunicação com outros dispositivos com a mesma tecnolo-

O Vaio BX tem preço estimado em US$ 1.300 nos Estados Unidos

gia (PDAs, celulares) até um raio de 10 metros; WLAN (wireless local network area) para conexões em casa, no escritório ou em hot spots (aeroportos, hotéis, cafés com antenas disponíveis), e também para os notebooks topo de linha, a rede de alta velocidade e de longa distância WWAN (wireless wide area network), que funciona onde existe cobertu-

ra de uma rede celular. Nos Estados Unidos, os assinantes da operadora de telefonia móvel norte-americana Cingular Wireless, com cobertura Edge (transmissão mais veloz e que pode chegar a 384 kbps), poderão utilizar o Vaio BX para acessar a WWAN quando se encontrarem em locais não servidos por acess points (dos hot spots) ou outro tipo de redes

com e sem fio. Outra característica importante do Vaio BX, da Sony, é a segurança. O módulo Trusted Platform permite que os dados possam ser encriptados sobre uma rede local ou na internet. Além disso, o portátil dispõe de um sensor biométrico para ler a digital do usuário, garantindo mais segurança para quem acessa o micro e eliminando

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aquelas inúmeras e complicadas senhas corporativas. O Vaio BX estará à venda em outubro nos Estados Unidos, com preço a partir de US$ 1.300 (cerca de R$ 3.300). Barbara Oliveira

SERVIÇO Mais informações em www.sony.com/vaiobx

HP lança notebooks com controle remoto Além de garantirem a produtividade do usuário, os novos equipamentos portáteis também trazem funções multimídia avançadas e chegam às lojas brasileiras já na semana que vem

Entenda os códigos dos anúncios

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uer saber mais detalhes sobre os produtos e as empresas que publicam seus anúncios nas páginas do Diário do Comércio? O jornal criou um e-mail especial (admdiario@acsp.com.br) para que os interessados tirem suas dúvidas e tenham mais segurança no momento de escolher o melhor equipamento para sua empresa. Para obter mais informações sobre computadores, softwares, acessórios e serviços de tecnologia e informática o leitor terá que mencionar em sua mensagem o código numérico que, agora, consta dos anúncios. Segundo o departamento comercial do Diário do Comércio, esta nova estratégia visa também garantir maior credibilidade e oferecer aos anunciantes um mecanismo seguro de avaliação do retorno. Com isso, o leitor terá assegurada a possibilidade de efetuar compras de equipamentos ou de contratação de serviços e assessoria técnica de maneira mais segura.

HP Pavillion dv1000: com controle remoto e recursos multimídia avançados vai custar cerca de R$ 6.399

Divulgação

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ortáteis que servem como aparelho de som, vêm com controle remoto e funcionam como pequenos aparelhos de DVD com tela widescreen e nitidez muito próxima a de um cinema é o que se propõe a HP com os novos notebooks da linha Pavillion dv1000, lançados pela empresa em São Paulo. "Os dois portáteis atendem a uma tendência entre os novos notebooks, que aliam produtividade e entretenimento num só modelo, ou seja, a computação móvel e o home theater", observa a vice-presidente do grupo de sistemas pessoais da HP, Cristina Palmaka. Os dois modelos Pavillion, o dv1330 e o dv1340, serão fabricados em Jaguariúna (SP) e chegam às lojas no próximo dia 12. Segundo Palmaka, entre os principais recursos dos portáteis HP está a tecnologia BrightView, que dá à tela widescreen de 14" imagens mais nítidas e brilhantes, mesmo em casos de ela ser vista pela lateral. Outro ponto alto do equipamento é o QuickPlay, que permite ao usuário acessar conteúdos de filmes

ou músicas no DVD sem precisar ligar o computador completamente, ou seja, sem carregar o sistema operacional. Basta um toque no botão de DVD, ou de música, ou pelo controle remoto, para ouvir o som ou ver seu vídeo/filme preferido. A placa de vídeo embutida é a Intel Graphics Media Accelerator 900. "Para ouvir as músicas, o notebooks pode até ficar desligado, já que esta é uma de suas funções, que ele sirva como aparelho de som mesmo", explica Palmaka. O controle remoto é a novidade da HP. Ele vem no tamanho de um pequeno

cartão (do tipo PC Card) só que com teclas. Elas são acionadas para ativar o DVD ou as faixas do CD. Para ouvir músicas não é necessário nem ligar o micro, basta usar o controle remoto, que se comunica com o notebook via infravermelho. O som estéreo e os fones de ouvido completam o sistema. Para atender as exigências de produtividade do usuário, já que o notebook é voltado também para profissionais liberais e executivos, o equipamento tem processador Pentium M e é dotado da tecnologia

móvel Centrino, da Intel, com placa Pro/Wireless 802.11BG WLAN para conexões sem fio. O disco rígido pode ser de 80 a 100 GB e a memória RAM é de 512 MHz. Um dos modelos, o Pavillion dv1330, que custa R$ 6.399, traz leitor de DVD e gravador de CD, enquanto que o dv1340 tem gravador de DVD+RW e CD-RW mas custa um pouco mais, R$ 7.399. Outra vantagem é que ambos trazem leitor para seis tipos de cartões de memória, o que lhes garante versatilidade na hora de ampliar a memória do micro. (BO)


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terça-feira, 6 de setembro de 2005

INFORMÁTICA - 3

Fotos: Divulgação

Hitachi quer transformar os mini-HDs em acessórios da moda Fabricante japonesa aposta em música para atrair os consumidores; jovens norte-americanos levam mais de US$ 2 mil em arquivos de entretenimento em seus dispositivos portáteis

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ara atrair o público mais jovem e aqueles que não resistem a uma novidade tecnológica, a japonesa Hitachi criou uma linha de mini-discos rígidos (HDs, na sigla em inglês) que poderão ser usados como acessórios de moda e que trazem como maior apelo o armazenamento de músicas no formato MP3. Com 4,5 cm e apenas 5 mm de espessura, os novos HDs em miniatura foram batizados comercialmente como Mikey e Slim. O primeiro tem 6 GB ou 8 GB de espaço, o suficiente para guardar mais de quatro mil músicas. Já o Slim sai em versões de 20, 30, 40 ou 60 GB, para o armazenamento de até 30 mil canções. A Hitachi Global Storage Technologies acredita que o dispositivo será o próximo "bling" –termo usado para denominar o uso de pendrives e outros mini-equipamentos com memória flash como acessórios de moda em colares, anéis e até mesmo brincos. "Acreditamos que os discos rígidos em miniatura serão um acessório indispensável em dispositivos eletrônicos portáteis, tanto pe-

Os novos mini-discos rígidos da Hitachi poderão ser usados como acessórios de moda e trazem como maior apelo o armazenamento de músicas no formato MP3; os modelos das fotos vêm com diamantes incrustados e custam US$ 500 cada um

lo preço acessível quanto pela quantidade de dados que podem carregar", diz Bill Healy, vice-presidente sênior de marketing e planejamento estratégico da divisão de HDs da Hitachi. Para provar seu ponto de vista, a empresa sorteará nos Estados Unidos 25 blings de ouro com diamantes incrustados, como os das fotos. A peça está avaliada em US$ 500. A diferença entre a memória flash e o disco rígido, lem-

bra a Hitachi, é que o segundo ainda é capaz de armazenar uma quantidade muito superior de dados, além de ter uma interface mais robusta. Os produtos foram anunciados pela companhia japonesa como uma ótima opção para os chamados smartphones (como o Treo, da palmOne), tocadores de música e/ou de vídeo e para handhelds, entre outros aparelhos, oferecendo características como interface

CE-ATA para dispositivos pequenos, baixo consumo de energia e proteção de dados em caso de queda. Fabricantes licenciados já criaram protótipos de equipamentos, tanto com o Mikey (que, oficialmente, se chama Microdrive 3K8) como com o Slim (Travelstar C4K60 Slim é o seu nome de fábrica), e os primeiros devem chegar ao mercado ainda este ano, afirma a Hitachi.

US$ 2 mil nos bolsos – Para justificar a aposta nos miniHDs, a Hitachi também encomendou uma pesquisa à KRC Research que mostra que os adultos americanos carregam cerca de US$ 1.135 dólares em arquivos de entretenimento em seus PCs, laptops, MP3 players, gravadores digitais de vídeo (os DVRs), celulares, câmeras digitais, PDAs e outros dispositivos do gênero –e que o apetite por mais espaço para carregar músicas, vídeos, fotos e games cresce à medida que a vida vai ficado mais "móvel". A chamada "Geração Y", jovens de 18 a 24 anos apaixonados por aparelhos tecnológicos, vai além, chegando a levar mais de US$ 2.199 em entretenimento nos bolsos ou nas mochilas. "Conforme os HDs vão encolhendo em tamanho e crescendo em capacidade, eles vão mudando a forma como as pessoas acumulam e guardam entretenimento em suas casas e em suas vidas", diz Healy. "Os mais jovens entraram nessa revolução de cabeça e têm um interesse enorme em

criar um estilo de vida digital. Baseados na queda de preços por megabyte dos dispositivos de armazenamento, nós acreditamos que os HDs serão a melhor solução para atender a esta demanda dos consumidores em um futuro próximo". Para realizar a pesquisa, a KRC entrevistou por telefone, em agosto, 1.004 norte-americanos entre 18 e 65 anos. Mais da metade (56%) respondeu que as fotos, músicas, filmes e videogames por eles armazenados são extremamente importantes e valiosos e chegam até mesmo "não ter preço" –esta última foi a resposta de um em cada cinco entrevistados. O estudo mostra também que 34% possuem 21 GB ou mais de capacidade de armazenamento entre diversos aparelhos, e que 10% dos entrevistados acumulam mais de 200 GB de espaço em equipamentos variados para guardar seus arquivos digitais. Mesmo assim, 60% desejam ter cada vez mais capacidade de armazenamento em seus dispositivos eletrônicos. Renata Mesquita


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12 -.GERAL

terça-feira, 6 de setembro de 2005

Sérgio Castro/AE

ESTATAIS SÃO MAIS RENTÁVEIS

GOVERNO ANUNCIA RECOMPRA DE C-BONDS

BANCOS PÚBLICOS VENCEM PRIVADOS

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governo anunciou ontem que vai tirar de circulação o estoque remanescente de US$ 1,2 bilhão de C-Bonds que ainda resta no mercado internacional. Mais famoso título da dívida externa brasileira, o C-Bond leva a marca do calote do Brasil da década de 80 porque foi emitido durante a renegociação da dívida, no início dos anos 90. O anúncio da recompra já era esperado pelo mercado internacional depois que o Tesouro concluiu, em julho, uma troca de US$ 4,4 bilhões de CBonds. Na operação, o Tesouro pagou os investidores com um novo título, o A-Bond, que tem prazo de vencimento em 2018. O valor daquela troca correspondeu a 78% do estoque de US$ 5,6 bilhões de C-Bonds que estava nas mãos dos investidores. O US$ 1,2 bilhão remanescente será recomprado pelo Tesouro no dia de 17 de outubro. A maior parte dos títulos está nas mãos do Banco Central e do Banco do Brasil, que pelas regras da operação não puderam participar da troca em julho. O Tesouro tem o direito de recomprar o C- Bond porque esse papel foi vendido com uma cláusula conhecida no mercado como "call", ou seja, uma opção de recompra que pode ser exercida nos vencimentos semestrais do papel, toda vez que o C-Bond atingir o nível de 100 centavos por dólar. O próximo vencimento é em outubro, mas o Tesouro é obrigado a anunciar que vai exercer o direito de recompra pelo menos um mês antes do pagamento. (AE)

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Mercado identificou saída de recursos em agosto, mas volume de negócios aumentou no mês

BOLSA: MENOS ESTRANGEIROS

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Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou em agosto saída de recursos de estrangeiros. Balanço divulgado ontem mostra que as aplicações de investidores de outros países ficaram negativas em R$ 120,7 milhões no mês passado. No

CONVOCAÇÕES

período, as vendas, de R$ 12,338 bilhões, superaram as compras, que somaram R$ 12,218 bilhões. No acumulado do ano o saldo ainda está positivo, em R$ 2,8 bilhões. Diminuíram os investimentos estrangeiros, mas aumentaram os volumes de negociação. A Bovespa

movimentou R$ 36,9 bilhões, 30,7% a mais do que em julho. A média diária de giro financeiro totalizou R$ 1,60 bilhão (com 62.340 negócios), contra R$ 1,34 bilhão em julho (57.346 negócios). O avanço da média diária de volume entre julho e agosto foi de 19,4%. Rejane Aguiar

ela primeira vez os bancos públicos conseguiram ser mais rentáveis que as instituições privadas. Levantamento feito pela consultoria Austin Rating com os dez principais bancos do País mostra que a rentabilidade média sobre o patrimônio líquido dos bancos estatais ultrapassou a da iniciativa privada no primeiro semestre – 26,1%, ante 25,9%. A explicação está no aumento do crédito, crescimento menor dos custos, alta da taxa Selic e queda da inadimplência, informa o presidente da consultoria, Erivelto Rodrigues. "Além disso, esses bancos passaram por um processo de reestruturação para se adequar a sua estrutura e também melhoraram a gestão do negócio." O lucro dos cinco bancos públicos, no entanto, não ultrapassa o dos privados. De janeiro a junho, eles lucraram R$ 3,476 bilhões, ante R$ 7,521 bilhões da iniciativa privada. Mas esses números, quando comparados ao patrimônio líquido, revelam um retorno maior. No primeiro semestre do ano passado, os estatais tiveram um retorno sobre o patrimônio de 20,7% e neste ano, de 26,1%. No caso dos privados, a rentabilidade de 20,8% subiu para 25,9%. Segundo Rodrigues, o desempenho das instituições públicas foi puxado especialmente pela Caixa Econômica Federal e pela Nossa Caixa. Os dois bancos elevaram consideravel-

mente os índices de rentabilidade do ano passado para cá. No caso do banco federal (Caixa), o retorno subiu de 20,3%, no primeiro semestre de 2004, para 27,7%. Já na instituição controlada pelo governo do Estado de São Paulo (Nossa Caixa), a lucratividade saltou de 15,4% para 36% - superior aos índices dos líderes privados Bradesco (30,1%) e Itaú (32,9%). Com a melhora da economia, a carteira de crédito dos bancos, sejam públicos ou privados, cresceu de forma acelerada, elevou as receitas e turbinou os lucros. No total das dez instituições pesquisadas pela Austin Rating, o estoque de empréstimos e financiamento saltou de R$ 303,138 bilhões para R$ 360,540 bilhões neste ano – aumento de 18,94%. Neste aspecto, os privados tiveram desempenho melhor e registraram crescimento de 20%, ante 17,5% dos públicos. Mas quando o assunto é receita de crédito, os bancos estatais apresentam maior desempenho: crescimento de 12,9%, ante 8,8% da iniciativa privada. Os bons números do crédito são decorrentes especialmente do sucesso do empréstimo consignado, afirma o economista João Augusto Salles, especialista em setor bancário da consultoria Lopes Filho & Associados. De junho do ano passado até agora, e s s a m o d a l i d a d e c re s c e u 116,1%. No Banco do Brasil (BB), por exemplo, o crédito consignado teve um salto de 146% nos últimos 12 meses. (AE)

BALANÇO

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS GRÁFICAS NO ESTADO DE SÃO PAULO – S I N D I G R A F Edital de Convocação – Assembléia Geral Extraordinária Ficam convocados os Srs. Industriais Gráficos, Associados e não Associados do SINDIGRAF-SP, para a A.G.E a ser realizada em sua sede social, na Rua do Paraíso, nº 533 - térreo, S.Paulo, no dia 27/9/2004, às 13:00hs, em 1ª convocação, a fim de deliberar sobre as seguintes matérias da Ordem do Dia: a) Outorga de poderes ao SINDIGRAF-SP para empreender as negociações necessárias, com poderes especiais para fixar reajustamento salarial, celebrar Convenção Coletiva de Trabalho, instaurar Dissídio Coletivo ou firmar Acordo Judicial referente ao período 2005/2007; b) Definição da Contribuição Asistencial do período 2005/2006; c) Proposta de composição da Comissão de Relações Trabalhistas do SINDIGRAF-SP. Caso não haja número legal para a sua instalação no horário acima previsto a A.G.E. será instalada em 2ª convocação, uma hora após, ou seja, às 14:00hs, no mesmo dia e local mencionados, atendendo assim às disposições dos artigos 612 e 859 da CLT, para a instauração de instância ou celebração de acordo. São Paulo, 5/9/2005. Mário César Martins de Camargo - Presidente.

EDITAIS COOPERATIVA HABITACIONAL NACIONAL-COOP

EDITAL DE CONVOCAÇÃO O Diretor–Presidente da Cooperativa Habitacional Nacional-COOP, no uso de suas atribuições que lhe confere o artigo 35 inciso I, e em conformidade, com capítulo quarto do artigo 7º, Normas e Critérios A e B do Estatuto Social, convoca seus cooperados em dia com suas obrigações estatutárias para uma Assembléia Geral Ordinária, a realizar-se no dia 18/09/2005 (domingo) na Rua Emídio de Souza, 137 – Quininim – Itanhaém – SP – Cep 11740-000, em primeira convocação às 14:00 horas com 2/3 dos cooperados, em segunda convocação às 14:30 horas, com pelo menos metade dos sócios cooperados, para tratar da seguinte Ordem do Dia: 1 - Apresentação de Contas; 2 - Cronograma de Obras da 2ª Lista de antecipação; 3 - Sorteio das unidades; 4 - Apresentação de novo Conselho Fiscal Exercício 2005. Itanhaém – São Paulo. Diretor-Presidente. Narcizo dos Santos Miranda.

ATA

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP

ABERTURAS DE LICITAÇÃO MODALIDADE: PREGÃO PRESENCIAL Nº 034/2005 OBJETO: Aquisição de 03 ônibus, destinados ao transporte de alunos Sec. Mun. de Educação. Valor total estimado da licitação: R$585.000,00. Data da entrega das propostas e sessão de abertura: 20 de setembro de 2005, às 08:30 horas. MODALIDADE: PREGÃO PRESENCIAL Nº 035/2005 OBJETO: Aquisição de aparelho de raio X, ultra-sonografia, bomba vácuo, compressor e sonar doppler, destinado ao Programa do PROESF. Valor total estimado da licitação: R$212.638,00. Data da entrega das propostas e sessão de abertura: 21 de setembro de 2005, às 08:30 horas.

FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR

EDITAL DE PREGÃO Nº 007/2005-FAMESP/HEB PROCESSSO Nº 085/2005-FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados até o dia 23 de setembro de 2005, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada à Rua João Butignolli, s/n., Distrito de Rubião Júnior - Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680 – ramal 111 - FAX (0xx14) 3882-1885 – ramal 110 ou 117, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações / Hospital Estadual Bauru, o Edital do Pregão nº 007/2005FAMESP/HEB, Processo nº 085/2005-FAMESP/HEB, que tem como objetivo a Aquisição de Pacote de Papel Sulfite, 100% celulose vegetal “virgem”... . A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação, será realizada no dia 26 de setembro de 2005, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 – Jardim Santos Dumont, Cidade de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 05 de Setembro de 2005. Prof. Dr. Pasqual Barretti - Diretor Presidente - FAMESP.

COMUNICADOS “Tupi-Cação Ind. e Com. Embalagens Ltda torna público que recebeu da Cetesb a

renovação de Licença de Operação nº 310021-15 válida até 24/08/2009, p/fabricação de fechos p/embalagens, sita Rua Visc. Inhomerim, 950 - Mooca- SP.” A empresa Yammy Ind. e Com. de Alimentos Ltda – ME, CNPJ: 05.946.591/0001-08, situada na Rua Professor Clemente Pinho, 325 / 326 – Jd. Promissão – São Paulo – SP, torna público que recebeu da CETESB a licença de operação nº 33001549 com validade até 21/06/2008 para fabricação de bolos e tortas geladas

FALÊNCIAS & CONCORDATAS Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 5 de setembro de 2005, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falências:

Quer falar com 26.000 empresários de uma só vez?

Publicidade Comercial - 3244-3344 Publicidade Legal - 3244-3799

Requerente: TJ Distribuidora de Abrasivos e Soldas Ltda. - Requerido: Regino Veículos Ltda. - Rua Quitanduba,

400,13º andar - 02ª Vara de Falência Requerente: JMC Moreno e Cia. Ltda. - Requerido: Computer

Warehouse Ltda. - Rodovia Raposo Tavares Km 14,5 01ª Vara de Falência Requerente: Litec Comercial

Ltda. - Requerido: Foutech Engenharia e Instalações Ltda. - Rua Itaipu, 181 - 02ª Vara de Falência


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.INFORMÁTICA

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terça-feira, 6 de setembro de 2005

Gemco aposta no pequeno supermercado Fotos: Divulgação

Em evento realizado em São Paulo, a empresa demonstra todas as funcionalidades do Gemco SmartBiz Tecnomarket, que promete uma gestão mais competitiva para o pequeno varejista Por Carlos Ossamu

Gemco Creative Software, empresa especializada em sistemas de gestão para o varejo, está reforçando sua atuação nos pequenos supermercados para atender à crescente demanda do setor este ano. Na Expo Abras 2005, que começou ontem e termina dia 8 no Centro de Exposição Imigrantes, em São Paulo, a empresa apresenta soluções para suprir as necessidades dessa faixa de mercado, que vem adotando soluções de gestão para combater as perdas resultantes da má administração e aumentar as margens de lucro. "Com a pressão das grandes redes, o pequeno varejista está percebendo a necessidade de melhorar sua gestão para ser competitivo. Ao adotar um sistema de varejo, ele consegue alinhar as operações na retaguarda, ganhando uma visão ampla do negócio e promovendo uma gestão mais eficiente. Com o sistema, o supermercadista pode também analisar o desempenho de vendas de todos os produtos separadamente e realizar um pedido de compra de acordo com a demanda e o perfil do consumidor", explica Marcos Massena,

diretor Comercial da Gemco. Massena explica que, com uma gestão mais afinada, o pequeno supermercadista pode calcular melhor suas margens e oferecer preços competitivos, o que é mais um atrativo para o consumidor. "Os pequenos supermercadistas, de atuação regionalizada, já oferecem o benefício da conveniência e serviços personalizados. Com preços de mercado, optar pelo pequeno estabelecimento é ainda mais atraente para o consumidor", afirma. Distribuição – Para atender à demanda desse segmento, a Gemco vem investindo em aprimoramento de sua solução Gemco SmartBiz Tecnomarket, voltada para supermercados, e também na criação de uma rede de canais de distribuição, que visa a tornar o sistema mais disponível em todas as regiões do país. "Atualmente já contamos com uma rede de 58 revendas, que estão aptas a venderem, implementarem e prestarem treinamento para usuários", explica Nelson Massud, presidente da Gemco. "Com essa maior capilaridade, pretendemos expandir nossa participação no pequeno estabeleci-

mento", completa. Exposição – Além do Gemco S m a r t B i z Te c n o m a r k e t , a Gemco apresenta na Expo Abras sua linha de produtos Gemco Anywhere, voltada para a gestão de grandes estabelecimentos. A empresa expõe suas soluções, em parceria com a Intel e a IBM Brasil, em um caminhão de 16 metros de comprimento, colocado dentro do pavilhão de exposições e que conta com 10 computadores para demonstração. "Estamos em um espaço diferenciado, onde o visitante poderá conhecer nossas soluções de gestão de ponta a ponta para as várias necessidades do segmento supermercadista", explica Gabriel Baster, gerente de Marketing da Gemco. Estão expostos os módulos de retaguarda do Gemco Anywhere, que envolvem as atividades financeiras, contábil, compras e controle de estoque e também o módulo de automação do ponto-de-venda. Além disso, a Gemco apresenta a solução Gemco SmartBiz Gas, voltada para a gestão de postos de combustíveis e lojas de conveniência. "Cada vez mais as grandes redes supermercadistas estão investindo no negócio de postos de combustíveis, e temos soluções que atendem a essa nova tendência", explica Baster. A Gemco é especializada no desenvolvimento de soluções para automação e gestão de empresas de varejo, atuando há 23 anos nesse mercado. Com cerca de 200 profissionais, a empresa tem seus software instalados em mais de 1600 lojas e somando mais de seis mil usuários, oferecendo sistemas completos para administração de empresas de pequeno, médio ou grande porte. Em 2004, a empresa faturou R$ 16 milhões, crescimento de 30% em relação a 2003. Este ano, ela iniciou um amplo programa de canais que credenciou, no primeiro semestre, cerca de 50 parceiros para venda indireta das soluções Gemco SmartBiz.

Nelson Massud (acima) e Marcos Massena (dir.) falam sobre as vantagens das soluções de gestão, principalmente no estoque

Empresa exibe casos de sucesso

A

Marsil, um dos maiores atacadistas e distribuidores no mercado de doces do estado de São Paulo e principal distribuidora na América Latina das quatro maiores empresas fornecedoras de "candies" do mundo, utiliza a solução Gemco Anywhere para integrar seus departamentos, automatizar processos e aprimorar o fluxo das informações. Com o sistema, a atacadista obteve vários benefícios, como maior controle de estoque, agilidade no processo de entrega e firmeza na tomada de decisão, o que resultou em ganho de performance em torno dos 60%. O Gemco Anywhere é um sistema de gestão integrado (ERP), que reúne todas as funções para o gerenciamento da empresa, do operacional até o nível estra-

tégico. Essa solução corporativa é voltada para a administração de redes de varejo e atacado, gerenciando a frente de loja, retaguarda e distribuição. Dentre suas principais funções estão: compras, estoques, entradas, saídas, distribuição/ logística, preços, planejamento, Business Intelligence (BI), financeiro, contabilidade e fiscal. A solução também apresenta sistemas complementares, como automação de força de vendas externas, o G-commerce, catálogo eletrônico, entre outros. "Antes, utilizávamos uma solução desenvolvida internamente e toda integração financeira, contábil e fiscal era feita manualmente. A empresa estava crescendo bastante e o sistema não nos dava o suporte necessário", afirma o gerente de Informática da Marsil, Ronaldo Assunção. Segundo ele, a escolha pela solução Gemco foi motivada pelas funcionalidades do sistema e sua adequação às necessidades do setor atacadista. "A solução se adaptava muito bem à realidade da Marsil, principalmente no que se referia a gestão comercial. Além disso, o custo de um sistema desenvolvido in house é muito alto." Vantagens –Com a implantação do sistema, a empresa conseguiu otimizar os resultados em todas as áreas. "Nos adaptamos ao Gemco e à maneira como ele trabalha a gestão comercial –o que envolve precificação, recebimento, fluxo de caixa, entre outros processos. Aliado a isso, a integração dos módulos nos fornece informações confiáveis e, hoje, conseguimos me-

lhorar em 100% nossas tomadas de decisão." Os benefícios também foram percebidos no processo de recebimento de mercadorias. Antes, o tempo de descarga era de três horas e meia e hoje é de apenas 30 minutos. Não havia controle de avaria, mas hoje é possível apurar produtos que foram para o lixo, que estão vencidos, devolvidos etc. O antigo sistema não tinha controle de entrada e saída de mercadoria e todo esse processo, que era feito individualmente, é hoje estruturado pela solução Gemco. Com isso, além de aumentar em 30% a produtividade do depósito, foi possível elevar o número de notas fiscais emitidas e agilizar as entregas. "Antes as vendas eram entregues em 48 horas, hoje estão nos clientes em 24 horas. Nossa empresa ganhou credibilidade, pois o cliente tem a certeza de que receberá a mercadoria no dia seguinte", comemora. Além disso, o controle de inventário da Marsil era totalmente manual e feito por meio de fichas, que eram preenchidas por cerca de 80 funcionários. Por essa razão, era muito comum acontecerem erros e diferenças na apuração dos dados. Segundo Ronaldo Assunção, a partir da implantação do Gemco esse problema acabou. "Temos total confiança nos dados e conseguimos diminuir em 50% o número de pessoas que fazem o inventário. Graças ao Gemco, chegamos a um nível de qualidade excelente na contagem do inventário geral do nosso estoque". (CO)


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terça-feira, 6 de setembro de 2005

INFORMÁTICA - 13

Cores ganham vida com a Nikon D2X Equipamento traz resolução de 12,4 megapixels que proporciona considerável nitidez das imagens, principalmente para trabalhar com ampliações grandes

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Fotos: Ana Maria Guariglia e Divulgação

Por Ana Maria Guariglia

uitas pessoas questionam o motivo de uma câmera digital apresentar resoluções acima de 6 ou 7 megapixels. Ao testar a D2X, fabricada pela Nikon, com resolução de 12,4 megapixels, obtive a resposta. A relação entre sua alta resolução e as de menos resolução está na melhora considerável da nitidez das imagens. Essa nitidez se traduz nas cores, que têm como atributos principais o matiz, a luminosidade e a saturação, além das tonalidades do contraste e os detalhes da imagem claramente visíveis. Esse resultado é muito bom, sobretudo para fotógrafos que trabalham com ampliações grandes do tipo outdoor. Apesar do preço meio salgado (em torno de R$ 19 mil), mas condizente com o tipo de equipamento, esta câmera não deixa de ser interessante para os aficionados em fotografia digital, em que a qualidade é o ponto principal. Esse novo modelo é sucessor do anterior D1X, que possuía resolução de 5,47 megapixels, tendo agora também maior velocidade de obturador, de 1/6.000 passou para 1/8.000, e a incorporação de controle remoto sem fio, WT-2A. Para obter bons resultados, o fabricante apostou na D2X a nova geração do sistema LSI (conversor de imagem), criado pela própria Nikon, e que aumenta significativamente a precisão do processamento durante a conversão da imagem analógica para digital. Os engenheiros da indústria japonesa também usaram o sensor CMOS para detectar as imagens, que oferece ao consumidor baixo consumo de energia, economizando sensivelmente a bateria que aciona a câmera. Outra característica do CMOS é a rapidez da velocidade na leitura do objeto a ser fotografado, permitindo a captura rápida, mesmo em condições de baixa iluminação. O sensor CMOS é complementado pelo fotômetro, que "lê" a iluminação mais crítica, devido ao sensor conhecido como Advanced 3D Matrix Metering e que foi aperfeiçoado para essa máquina, mas já usado em outros equipamentos. A D2X tem o sistema reflex (SLR), empregado em câmeras convencionais para filmes 35 mm, para maior rendimento dos registros. Na verdade, é uma solução engenhosa encontrada para obter o máximo de resultado da resolução de 12,4 megapixels. A utilização do sistema SLR significa que a imagem a ser fotografada é real ou aquela que o usuário está vendo pelo visor. A autofocalização automática contribui para os resultados esperados, funcionando bem com a maioria das objetivas da Nikon com a sigla AF ou do tipo foco manual, inclusive com as do tipo telefoto ou

de longo alcance de 300 ou 400 mm. Essas são muito utilizadas para registros no futebol e nas pistas automobilísticas. Nessas situações, a D2X permite que se faça imagens consecutivas de cinco fotos ou quadros por segundo. Além da resolução de 12,4 megapixels (4.288 X 2.848 pixels), opções podem ser usadas para outras aplicações que não exigem altíssima resolução: 3.216 X 2.136 pixels, 2.144 X 1.424 pixels, 3.216 X 2.136 pixels, 2.400 X 1.600 pixels e 1.600 X 1.064 pixels. O armazenamento das imagens é realizado em cartões de memória removíveis do tipo Compact Flash Type I ou II ou ainda suporte Microdrive, e o fotógrafo pode gravar até 30 caracteres de texto. Se preferir, o usuário pode optar pelo recurso de gravação de voz de 60 segundos, ideal para descrever os dados técnicos sobre a imagem. Tela ampla – A tela de cristal líquido é ampla, com 2,5 polegadas, e é do tipo TFT que produz boa leitura em qualquer ângulo, como se comprovou no teste. Ela apresenta o menu de exposição detalhado, recurso do slideshow e historiograma das fotos tiradas e funciona como um belo visor para fotografar, com excelente enquadramento. Um componente curioso e útil, principalmente para foto jornalistas, é a possibilidade do uso do GPS, que informa sobre a localização da foto, como longitude, latitude e altitude. Essas informações, incluindo a data com hora mundial, são transferidas para o microprocessador da câmera e gravadas nas fotos. O GPS está disponível através do cabo MC-35, que deve ser adquirido à parte. Embora tenha aspecto de equipamento pesado e grande, a D2X é leve –o corpo sem objetiva pesa em torno de um quilo–, não cansando os braços como as similares de outras marcas. Dessa forma, permite que o fotógrafo se concentre nas tomadas. Se utilizar uma objetiva acima de 300 mm, por exemplo, deverá colocar a câmera sobre um tripé para evitar trepidação. Durante o teste, também chamou a atenção a disposição facilitada dos botões de acionamento, convenientemente localizados. Segundo o fabricante, os mecanismos, como o disparador, foram fabricados para agüentar os trancos do dia-a-dia ou do manuseio contínuo, e o corpo é resistente à água. Para esse modelo, são indicados os flashes SB-600 (R$ 1 mil) ou SB-800 (R$ 1.600). A D2X vem acompanhada do programa aplicativo Nikon Picture Project, para organizar, editar e transferir as imagens para o computador. Distribuidora de produtos Nikon: T. Tanaka www.ttanaka.com.br

Durante os testes, a Nikon D2X mostrou-se bastante leve e chamou a atenção pela disposição facilitada dos botões de acionamento, convenientemente localizados


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terça-feira, 6 de setembro de 2005

Elgin Automação apresenta novidades

INFORMÁTICA - 5 Fotos: Divulgação

Fabricante lança microterminal com poder de um computador e inicia a venda de leitores de código de barras e leitor de consulta

A

divisão de automação comercial da Elgin ( ww w. el gi n. co m. br ) está a todo o vapor neste segundo semestre, de olho no aumento das vendas que ocorre nesta época, quando novas lojas são inauguradas e os varejistas se preparam para o Natal. A empresa está anunciando um novo conceito de microterminal, compatível com redes TCP/IP, e o início da comercialização de dois modelos de leitores de código de barras e do terminal de consulta TT 2000, que começam a ser vendidos agora pela rede de revendas. A primeira novidade é o Newera E1, que a Elgin chama de PDV completo. Trata-se de um microterminal com display, voltado para o comércio de médio porte, principalmente supermercados, com até 30 mil itens. "O Newera E1 é uma ótima solução para lojas com até dez checkouts, sendo compatível com redes TCP/IP, protocolo usado pela internet, que proporciona um ambiente mais robusto e de menor custo", comenta Wilson Antunes, diretor de Operações da Elgin. Segundo o executivo, o produto substitui o micro PC com

Antunes: diretor de Operações

vantagens. Por ser dedicado, o operador do caixa não tem acesso a jogos de computador ou páginas da internet. "A solução sai por cerca de R$ 1.500, mais barata do que um micro com monitor e softwares aplicativos instalados", afirma. "Ele também é compatível com TEF (Transferência Eletrônica de Fundos), o que não ocorre com as caixas registradoras." Antunes revela também que o Newera E1 levou dois anos para ser desenvolvido e consumiu investimentos de R$ 500 mil. Leitores – A Elgin e a sua rede de revendas começam a vender agora dois modelos de leitores de código de barras que aumentam a produtividade do operador. "Os leitores de

Nova opção em terminal de consultas já está à venda nos revendedores da Elgin

Divulgação

Bematech lança computador para o varejo

O Smart Box 5000 é voltado para aplicações de frente de caixa

A

Bematech (www.bematech.com.br), fabricante de equipamentos e soluções para automação comercial, está lançando o Smart Box 5000, um computador PC compacto e robusto, voltado para aplicações de frente de caixa. O produto, que tem preço de R$ 1.137 na configuração básica, é indicado quando o volume de itens é muito grande ou quando o varejista necessita de um equipamento para aplicações mais amplas. Por não ser dedicado e ter arquitetura aberta, o Smart Box 5000 é compatível com diversos periféricos, como gaveta de dinheiro, leitora de cheques, balança, leitora de código de barras, impressora fiscal, impressora de cheque, entre outros. O produto é baseado no processador Celeron de 2.26 GHz, traz 128 MB de memória RAM, disco de 40 GB, drive de 3,5 po-

legadas, placa de rede e vídeo on-board, mouse, teclado, duas portas seriais para conexão de periféricos, com possibilidade de expansão para quatro seriais com a placa multisserial (opcional), uma porta paralela e quatro portas USB na traseira do equipamento. Opcionalmente, pode vir com leitor de CD-ROM e o monitor não está incluso. A Bematech montou um pacote e está comercializando o Smart Box 5000 com monitor e impressora fiscal MP 25 FI com preço a partir de R$ 2.600. Tratase de um impressora matricial bidirecional de 9 agulhas, com velocidade de 3 lps (linhas por segundo), que oferece funcionalidades extras no cupom fiscal, como acréscimos e descontos posterior ao lançamento do item, cancelamento de acréscimos e descontos e permite a colocação de RG e endereço do comprador. (CO)

mão tradicionais precisam que o usuário encoste o equipamento na embalagem onde está impresso o código de barras. Vamos lançar dois modelos que aumentam essa distância, p ro p o rc i o n a n d o maior produtividade", comenta. O primeiro modelo é o CCD de 4 polegadas, que permite a leitura do código a uma distância de até 4 polegadas (pouco mais de 10 cm), o que facilita o seu manuseio por parte do operador. A sua velocidade é de 100 scans por segundo e o equipamento pesa apenas 215 gramas. Através do software Eazy Config, o aparelho permite uma rápida configuração, via download PC-Leitor, onde o usuário pode salvar a configuração e replicá-la para vários leitores. Disponível nas versões, RS 232, Teclado Wedge e USB, ele possibilita diversas combinações e a migração de uma conexão para outra através da troca de cabos. O leitor de mão Long Range permite a leitura do código até uma distância de 8 polegadas (mais de 20 cm). Por isso, ele pode funcionar acoplado a um pedestal, sem a necessidade do operador ter de levar o leitor até o local da embalagem onde está impresso o código de barras. A sua velocidade é de 270 scans por segundo e ele pesa 205 gramas. Ele também possibilita a rápida configuração via download PC-Leitor, onde o usuário pode salvar a configuração e replicá-la para vários leitores. Realiza também a configuração através de leitura de códigos no manual do produto. Está disponível nas versões, RS232, Teclado Wedge e USB. O terminal de consulta TT

A empresa está anunciando um novo conceito de microterminal, compatível com redes TCP/IP

2000 é outro produto que chega agora às prateleiras da rede de revendas. Segundo Antunes, o produto custa R$ 2.200, preço 20% inferior ao praticado pelos concorrentes para um equipamento similar. O TT 2000 realiza a leitura a uma distância de até 30 cm, com velocidade de 2.480 scans por segundo e funciona em rede TCP/IP de até 255 terminais. O seu display backlight possui duas linhas de 20 caracteres e pode exibir até quatro mensagens diferentes, com tempo de troca configurável. A importação da tabela de preço dos produtos é automática. Segundo Antunes, no início de 2006 a Elgin deve lançar o seu modelo de impressora térmica MFD (Memória Fita Detalhe). "Avaliamos que estaremos entrando no momento certo com essa tecnologia. Outros fabricantes se anteciparam e sofreram problemas com mudanças da legislação, que somente agora se mostra mais madura, com 95% definida", diz. As impressoras fiscais térmicas com MFD trarão grandes vantagens para os varejistas, pois eliminam a necessidade de se guardar a segunda via dos cupons fiscais. As informações para o Fisco ficam armazenadas na memória. Crescimento – Nem bem o ano terminou, a Elgin já está comemorando. A empresa, que vinha atuando apenas no pequeno varejo, mudou seu foco e passou a apostar no co-

mércio de médio e grande porte. A estimativa é de dobrar o faturamento alcançado no ano passado, alcançando US$ 18 milhões. "Este será o terceiro ano consecutivo em que a Elgin Automação Comercial dobra de tamanho", observa Wilson Antunes. "O objetivo é alcançarmos a liderança do mercado em, no máximo, dois anos", prevê o executivo. De acordo com Antunes, todo esse crescimento foi estruturado em bases bastante sólidas. Alguns fatores responsáveis por esse desenvolvimento estão ligados à ampliação da linha de produtos e melhoria na qualidade do que é oferecido ao cliente, além da criação de uma política comercial consistente com os parceiros de negócios, que foi consolidada graças ao apoio dos distribuidores nesse processo. A empresa, que faturou em junho dez vezes mais em comparação com o mesmo período de 2002, explica também que hoje existe investimento maior em equipamentos voltados aos médios e grandes varejos, diferentemente do que era feito até alguns anos. "Hoje temos soluções que vão de A a Z, podemos atender todos os mercados com qualidade comprovada", afirma, acrescentando que a sua fábrica em Manaus recentemente dobrou sua capacidade produtiva para atender à demanda.

Atualmente, o seu canal é formado por 40 VARs (revendas de valor agregado, que fazem projetos, implementam as soluções e dão suporte) e 5 distribuidores, formando uma rede de 500 revendas certificadas com atuação nacional. Somente as revendas certificadas podem comercializar os produtos Elgin. Essa foi uma forma que a empresa encontrou para garantir a qualidade no atendimento aos clientes. "Temos uma forte parceria com o canal, oferecendo boa margem de lucro, suporte e treinamento. Apesar de atendermos diretamente grande contas, o canal sempre é comissionado", afirma. Carlos Ossamu

O leitor de mão Long Range também já está disponível


DIÁRIO DO COMÉRCIO

14 -.INFORMÁTICA

terça-feira, 6 de setembro de 2005

10 invasões que viraram história Livro narra em detalhes ações e hackers que invadiram sistemas e mostra que essa briga nunca terá fim várias maneiras e as entrevistas se repetiram a intervalos de tempo regulares, isso para ver se a fonte não caía em contradição. Além disso, devido sua experiência, Mitnik questionava cada ação tecnicamente, para verificar se o interlocutor não havia inventado uma maneira de narrar uma invasão que em teoria era possível, mas na prática, inviável. A narrativa do livro corre solta e não é preciso saber de computação ou ser técnico para ler o livro. É claro que se o leitor entender um pouco ajuda, mas não é imprescindível. As informações técnicas estão destacadas em boxes para quem quiser ler, mas aqueles que não entendem ou não desejarem se informar de detalhes podem passar por cima que não irá comprometer em nada a leitura e compreensão do livro. Dividido em 10 capítulos, cada um com início, meio e fim, a leitura pode ser feita em qualquer ordem, pois não compromete o entendimento e também não existe ordem cronológica entre os fatos ou personagens. A narrativa envolve doses de suspense, crime, ousadia e perseguições virtuais, além de terrorismo, já que dois jovens foram aliciados por terroristas ligados a Bin Laden, para invadir computadores do governo americano e das forças armadas, isso antes de 11 de setembro de 2001. Se conseguiram ou não, está no livro.

Outra história que impressiona é como um grupo de detentos de uma penitenciária americana conseguiu equipamentos, linha telefônica e toda estrutura para se conectar à internet e começou a invadir servidores para aplicar golpes, sem que ninguém dentro da prisão suspeitasse de nada. O que mais impressiona n e s s a n a r r a t i v a é q u e n enhum dos envolvidos sabia computação até se dedicarem

a ela clandestinamente dentro do presídio. Uma outra conta como dois amigos burlaram máquinas de caça-níqueis em vários cassinos dos Estados Unidos e conseguiram a quantia de um milhão de dólares nos vários anos que praticaram os delitos, até serem pegos. Esse livro prova que o problema da segurança da informação nunca será resolvido, já que sempre haverá alguém

Indústria prepara DVD regravável de duas camadas DVD+RW Alliance, entidade formada por grandes nomes dos mercados de PCs, armazenamento óptico e eletrônicos de consumo que apóiam a gravação de DVDs, anunciou que até o final deste ano deve estar pronto o novo padrão de DVD regravável (DVD+RW DL) de duas camadas, ou seja, que tem duas camadas para a gravação de arquivos, chegando a 8,5 GB de espaço. Com esta mídia, que mantém as medidas de sua antecessora (12 cm), os usuários poderão gravar

A

cerca de 4 horas de vídeo com qualidade de DVD, segundo a entidade. O DVD regravável de duas camadas já é realidade para quem usa gravadores de DVD embutidos em computadores. A padronização do formato permitirá que eles agora possam ser usados em qualquer tipo de gravador doméstico. "O DVD+RW de duas camadas DL dará ao consumidor espaço extra para a gravação de vídeos, especialmente se compararmos aos discos de 8 cm das filmadoras que usam

TYEL INFO

DC

DVDs como mídia", diz Frank Simonis, membrodiretor da DVD+RW Alliance e diretor de marketing da Philips Optical Storage, uma das empresas que integram o grupo. Segundo a Philips, as mídias de duas camadas apresentam bons resultados tanto na velocidade de gravação 2,4x quanto em 4x mas, como oferecem um pouco de reflexo e isso pode confundir o laser, elas por enquanto só poderão ser lidas em aparelhos compatíveis com o formato. (ReM)

roteção "non stop" das informações contidas em notebooks, PCs e servidores contra vírus, corrupção de dados ou apagamento acidental é a promessa do IBM Tivoli Continuous Data Protection for Files, novo software da IBM. A solução faz o backup em tempo real de arquivos importantes como documentos de texto, áudio em MP3, fotos digitais, apresentações em PowerPoint e planilhas. Segundo a IBM, é extremamente útil manter um serviço de backup contínuo das informações porque cada vez mais as pessoas acessam a internet em

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disposto a burlar algum sistema. Veja algumas citações de hackers que separei para provar isso: "Toda vez que algum engenheiro de software diz: 'Ninguém se dará ao trabalho de fazer isso', haverá sempre alguém na Finlândia que vai se dar a esse trabalho." "Não sei por que continuei fazendo isso. Natureza compulsiva? Sede de dinheiro? Sede de poder? Posso citar várias

IBM cria solução de backup automático de máquinas

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oje vou falar de um livro lançado recentemente e que, além de interessante, aborda o assunto "segurança da Informação" de forma realística e agradável. Trata-se do livro "A Arte de Invadir", escrito pelo hacker Kevin Mitnik e pelo escritor e roteirista William Simon. Ao contrário do que possa parecer, o livro não ensina e nem é um manual de como invadir redes, sites e computadores pessoais. Narra 10 histórias de invasões realizadas ao longo dos últimos 15 anos contadas pelos próprios protagonistas, em entrevistas concedidas à dupla Mitnik e Simon. Os dois autores corriam sério perigo na elaboração das entrevistas e relatos. Como poderiam confiar que as histórias que os hackers iriam narrar para eles eram verdadeiras? A personalidade desse tipo de pessoa, além de ser furtiva, caracteriza-se por enganar deliberadamente qualquer um, ainda mais um personagem como Mitnik. Como é dito no prefácio do livro, se o sonho de todo invasor de sistemas é um dia poder penetrar no site ou sistema daquele que é considerado o papa das invasões, o que os deteria de contar uma mentira nas entrevistas e depois sair por aí dizendo que enganara o autor? Para que isso não ocorresse os dados fornecidos pelos entrevistados foram checados de

banda larga em locais públicos como cibercafés, parques, shopping centers e até mesmo cidades inteiras que não podem correr o risco de perder seus dados –ou, pior, os dados da companhia, já que funcionários que atuam em campo nem sempre podem contar com o serviço de administradores de rede e de sistemas em suas máquinas. Além de ser automática, dispensando o agendamento do backup, a ferramenta ainda restaura arquivos apagados indevidamente com apenas alguns cliques no mouse. As cópias dos arquivos são repetidamente gravadas na própria máquina e enviadas, a cada nova versão, para um servidor remoto. A restauração dos dados apagados ou corrompidos pode ser feita pelo próprio usuário e em qualquer ponto do arquivo que se desejar, diz a IBM. "Imagine alguém preso em um aeroporto, trabalhando sem fio, que perde horas de trabalho quando um arquivo trava. Com essa ferramenta, a informação está protegida, mesmo os últimos segundos antes de o arquivo travar são gravados", garante a companhia, acrescentando que a instalação e configuração do IBM Tivoli Continuous Data Protection for Files, que nos Estados Unidos custa US$ 35 por laptop ou desktop e US$ 995 por servidor, são bastante amigáveis para o usuário. (ReM)

possibilidades." "Então entrei na sala cheia de oficiais e perguntei: 'Vocês reconhecem alguns destes nomes?'. Um oficial federal explicou: 'São juízes do Fórum Distrital dos Estados Unidos em Seatle'. Eu disse: 'Bem, tenho um arquivo de senhas aqui e 26 delas foram violadas'. Eles ficaram brancos." "Invadir sistemas para mim sempre teve menos a ver com tecnologia e mais com religião." "O ditado de que os sistemas de segurança têm que vencer sempre e o atacante só tem que vencer uma vez é verdadeiro." "Se você tenta tornar seus sistemas invioláveis, há sempre alguém mais tolo ainda que é mais inventivo que você." "Se alguma coisa não funcionava, eu tentava outra, porque sabia que algo funcionaria. Há sempre alguma coisa que funciona. É só uma questão de descobrir o que é." "Não sou criptoanalista nem matemático. Só sei como as pessoas cometem erros em aplicativos e elas cometem sempre os mesmos erros." O livro é da editora Pearson Education, que detém os direitos de tradução, edição e distribuição no Brasil e pode ser encontrado nas livrarias, tanto virtuais quanto reais. O preço sugerido é de R$ 54, mas pode ser encontrado com preço mais baixo na internet. gojunior@videopress.com.br

País ganha site para denúncias sobre pedofilia na web oi lançado no último dia 2 o Hotline Br, primeiro canal brasileiro para denúncias de pedofilia na internet. O portal foi apresentado durante a abertura do Seminário Internacional sobre o Enfrentamento da Pornografia Infanto-juvenil na Internet, que ocorreu na Bahia. Construído seguindo as regras internacionais de combate a este tipo de crime, o Hotline Br receberá as denúncias e as encaminhará para a Polícia Federal ou para a polícia internacional, a Interpol, conforme o caso. Os internautas podem denunciar a prática de pornografia infantil em sites, comunidades virtuais, redes peer-to-peer (P2P) de compartilhamento de arquivos, chats e em programas de mensagens instantâneas. O autor da denúncia poderá acompanhar o processo e ficará sabendo se o endereço denunciado foi retirado do ar e para onde o caso foi encaminhado. Segundo o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Yves de Roussan/BA, criador do serviço em parceria com o Fundo Canadá, a identidade do denunciante será mantida sob sigilo e as informações por ele apresentadas não serão gravadas. O projeto conta com o apoio de várias entidades. O endereço do Hotline Br é www.denuncie.org.br. (ReM)

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.INFORMÁTICA

terça-feira, 6 de setembro de 2005

Hands quer incentivar o uso da internet no celular

Celular e palmtops agilizam agronegócio

Novos conteúdos –com uma boa parte deles sendo gratuita– estão disponíveis no portal e também alimentarão smartphones, em breve

Próxima lança sistema PIMS Mobile, um aplicativo criado para gerenciamento de coleta de dados no campo

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Divulgação

Hands R$ 0,75, pelo qual ele poderá –responsável por dispor de qualquer tipo de transportar informação de todos os conteúdos de provedores que participam do notícias, entretenimento, projeto como a Editora Abril, tempo, gastronomia, cotações Globo Online, InvestNews, de ações, agendas culturais jornal Lance, CineClick, semanais, saúde, músicas etc. Climatempo, Net, Folha para as telas dos palmtops–, Online, Bolsa de Valores. São ampliou suas parcerias para mais de 120 canais. que os serviços de seu portal Todos os celulares mais (www.hands.com.br ) recentes, para redes GSM ou também possam ser baixados CDMA, e desde que tenham por celulares de todos os tipos tela colorida (até 240 pixels, e, em breve, por smartphones. pelo menos), são compatíveis O portal, agora, contempla com os conteúdos do portal, não só os usuários, como assim como os handhelds também fabricantes, com sistemas operacionais operadoras de telefonia, Palm OS e Windows provedores de conteúdos e Mobile (em breve anunciantes em geral. também os smartphones Segundo o diretor de com sistema Symbian). Portal Hands no celular Marketing e Vendas da Hands, Nesta primeira etapa do Cesar S. Cesar, "o portal móvel projeto, a operadora Claro é a oferece, desde a semana passada, mais única conveniada da Hands e está pronta conteúdos gratuitos graças aos novos para tarifar os assinantes que baixarem os patrocinadores, o que vai estimular o tráfego conteúdos do portal, mas até o fim do ano das informações dentro dos aparelhos as demais operadoras de telefonia celular celulares, smartphones e handhelds, estarão adaptadas ao novo serviço, pois ninguém vai querer ficar de fora desse filão. beneficiando todas os participantes do projeto: as operadoras que verão esse tráfego Segundo Cesar, da Hands, esse é um novo modelo de negócios, denominado por aumentar; os patrocinadores e outros anunciantes que terão visualização no ele como a "segunda onda" da internet, pois é bom para todo os envolvidos no projeto já portal cada vez que o usuário entrar no site; os fornecedores de conteúdos porque que visa a incentivar a adoção da internet móvel como ferramenta do dia-a-dia do vão ampliar seus serviços, e os usuários que pagarão nada ou muito pouco para terem consumidor final. "Somos uma espécie de disponíveis as notícias, informações sobre o diretório muito útil, como era o Yahoo, clima, diversão, cultura etc., graças ao quando ele começou há alguns anos." patrocínio de algumas empresas no Em pouco tempo, o portal deve evoluir com a parceria de corporações que devem portal". Os primeiros dois grandes patrocinadores da Hands nesse colocar suas intranets e sites dentro dos smartphones dos seus funcionários, com projeto são a Nokia e o banco Itaú. Não é preciso baixar nenhum software conteúdos personalizados. Outras inovações chegam em breve, com serviços para que os telefones móveis ou handhelds pay-per-view, venda de música digital e os acessem esses serviços do portal Hands. programas de busca dentro dos celulares Parte dos conteúdos –os mais básicos– como o Google, Yahoo, MSN. serão abertos como, por exemplo, o nome A Hands, criada em 1998, é uma das mais do filme, onde ele está em cartaz e os horários. Mas o usuário pagará o tráfego de bem sucedidas empresas a transportar conteúdos da internet para dispositivos dados na conta da operadora no final do móveis do país. Depois de lançar o VHands, mês. Se ele quiser acessar áreas mais um dos primeiros browsers para a restritas, como a sinopse do filme, ou a plataforma Palm OS, transformando os íntegra do jornal, terá de ter um plano de palmtops em muito mais do que simples assinatura mensal a ser feita no site ou agendas, a empresa criou o seu portal, tendo através de uma conta telefônica. os provedores da internet como parceiros. Para checar a previsão do tempo, a Hoje, a companhia tem 150 mil usuários programação de cinema e ler 10 notícias mais recentes seriam trafegados cerca de 50 de palmtops (clientes corporativos, profissionais liberais em sua maioria) e deve Kbytes, que custam, em média, R$ 0,25 cobrados na conta mensal do assinante pela fechar o ano com faturamento de R$ 2,5 milhões, sendo que 35% desse total devem operadora (Vivo, Claro, TIM, Oi). ser conseguidos com publicidade no portal. Além disso, o portal Hands tem um plano de 24 horas de acesso irrestrito ao website por Cesar espera que no prazo de 12 meses cerca de 5 milhões de usuários de celulares estejam utilizando o novo portal da Hands, e que 20% deles paguem pelo menos os R$ 0,75 para o acesso irrestrito de 24 horas aos conteúdos exclusivos. Com isso, o faturamento da Hands se elevaria para R$ 6 milhões. (BO)

Por Barbara Oliveira Sérgio Parasmo édiretor de Marketing da Próxima

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ão importa o tamanho da empresa, a atividade ou a localização. O que elas precisam é de agilidade nos seus negócios para serem competitivas no mundo globalizado. No setor agrícola essa competição é acirrada, especialmente num país continental em que a atividade rural tem um peso significativo na economia e nas exportações brasileiras. Por isso, na agroindústria o uso da tecnologia não é mais novidade há anos. Agora, o setor dispõe de uma nova ferramenta que começa a ser testada em algumas usinas de açúcar e álcool de São Paulo, e que vai agilizar ainda mais as inúmeras tarefas no campo. Trata-se do PIMS Mobile, um aplicativo desenvolvido pela Próxima Software e Serviços, da cidade de Assis (SP), que vai embutido em dispositivos móveis como os palmtops e cujas informações colhidas no campo são retransmitidas pela rede GPRS de celulares diretamente para os servidores da usina. "Isso vai significar uma tremenda economia de tempo entre a captação dos dados no campo e a sua disponibilidade no servidor para acesso imediato pelos responsáveis", lembra o diretor de Marketing e Relacionamento da Próxima, Sérgio Parasmo. A P ró x i m a j á t e m c o m o clientes uma base de 3.500 usuários de 80 usinas de açúcar, álcool, sucos e grãos, fornecendo um sistema conhecido como PIMS, que no servidor da empresa monitora e dá mais agilidade a todos os processos que envolvem a produção, preparo da terra (índice pluviométrico, adubação, controle de insumos etc.), plantio, colheita, logística do transporte, perdas na colheita, recepção da matéria-prima, enfim, informações colhidas no campo e que dão suporte aos sistemas de gestão administrativa e de RH tradicionais (ERPs) já utilizados dentro das empresas. "A ferramenta PIMS só gerencia informações colhidas no campo", salienta Parasmo, "não fazemos gestão de empresa, e sim complementamos os softwares da Oracle ou aqueles desenvolvidos dentro das usinas". O sistema dispõe de 12 módulos que podem ser

instalados conforme as necessidades de cada cliente, entre eles o grupo Nova América, Usina São Martinho e o grupo Cosan, todos do setor sucro-alcooleiro de São Paulo. Mas até agora, na hora de captarem as informações no campo para transferirem para o computador central da empresa, os clientes da Próxima usavam ou planilhas de papel, o que é demorado e dá margem a erros, ou coletores de dados "que são caros e pouco eficientes porque seu nível de inteligência é limitado", observa Parasmo. Com o novo software PIMS Mobile, lançado agora, os usuários dispõem de um aplicativo similar ao PIMS convencional, só que em versão compacta e simplificada, e que roda no sistema operacional Palm OS dos palmtops. E não precisam ser equipamentos muito sofisticados, pois mesmo os modelos Zire ou Tungsten dão conta do recado e têm preços que variam de R$ 500 a R$ 900, respectivamente, dependendo da configuração.

ciona como se fosse um dos módulos do PIMS, um programa gerenciador. Parece complicado mas não é, pois para o usuário tudo isso fica transparente, já que todas as etapas do processo de gerenciamento dos dados colhidos no campo (ainda pela mão do homem) foram automatizadas por programas inteligentes e dispositivos móveis que se comunicam com o servidor central. "Antes, o usuário tinha uma planilha em papel e um computador para alimentar com as informações captadas no campo, agora com esse software embutido na máquina, não há mais necessidade do digitador, pois os dados chegam via celular e o aplicativo faz tudo sozinho. Desta forma, eliminamos papéis, encurtamos o ciclo de tempo entre o lançamento dos dados até o computador onde eles são analisados e reduzimos drasticamente o número de erros na captação dessas informações", explica Fábio Girardi. A compra do aparelho celular nessa operação toda tam-

Fotos: Divulgação

Telas mostram algumas aplicações do programa PIMS para gestão e controle de produtividade das usinas

Manuseio simples – O gerente de Tecnologia da Próxima, Fábio Girardi diz que esses modelos da Palm são sugeridos pela empresa para serem adotados na coleta dos dados pelas usinas, pois eles são simples no manuseio, têm preços competitivos e possuem conexão infravermelha, o que permite a transferência das informações para os celulares (com esse mesmo tipo de conexão sem fio). O uso do celular neste caso se justifica porque ele será o elo entre o Palm e o servidor, para o envio das informações via rede GPRS. O celular recebe as informações colhidas no palmtop (por infravermelho) e transmite o pacote de dados para um endereço IP fixo do servidor HTTP (como se fosse uma mensagem de texto para um e-mail qualquer). A partir daí, o software que está rodando no servidor formata essa mensagem recebida e gerencia as informações agregando-as ao banco de dados da empresa. O software do servidor que está sempre ativo como se fosse um web site, fun-

bém não pesa no custo final da empresa porque tanto a Claro como a TIM, operadoras de GSM, dispõem de pacotes corporativos para a rede GPRS que incluem o fornecimento de aparelhos gratuitamente, lembra o diretor Sérgio Parasmo. Os sistemas PIMS tradicional e a versão Mobile foram formatados para as agroindústrias de grande porte, seus maiores clientes (80 usinas em todo o país), mas nada impede que ele também seja utilizado por empresas de tamanho médio, que podem reduzir o uso de módulos. Há 18 anos a Próxima desenvolve soluções de gestão de negócios na agroindústria dentro do país e agora também exporta para a Colômbia, México e Peru. Os preços de implantação do sistema PIMS Mobile não são fornecidos pelos dirigentes da Próxima porque os sistemas são montados sob encomenda, conforme a configuração desejada pelo cliente. Mais informações em www.proxima.agr.br


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 6 de setembro de 2005

INFORMÁTICA - 15

Fotos: Divulgação

Novo código de barras traz todas as informações sobre os produtos A tendência é que o EPC (Electronic Product Code) substitua totalmente os códigos de barras tradicionais

ma nova tecnologia pode substituir em breve o código de barras em mercadorias, em uso desde a década de 1970. Chamado "Electronic Product Code" (EPC), o sistema cria uma etiqueta com 96 bits de informação, que permite a identificação exclusiva de um item. O sistema EPC foi apresentado no final de 2003 e é uma criação do AutoID Center do M.I.T., um consórcio que reúne 120 entidades, entre multinacionais e laboratórios de universidades. O desenvolvimento do EPC é supervisionado pela EPCGlobal Inc, uma subsidiária das entidades que criam o código de barras original. A característica mais interessante do etiquetamento com EPC é que esse sistema foi desenvolvido para ser usado em conjunto com a tecnologia RFID, que usa micro-transmissores de rádio embutidos nas mercadorias. Dessa forma, cada item ganha uma identidade propriamente dita, com todas as informações sobre lote, cor, datas de produção e validade, composição, localização no estoque e muito mais. A tendência é que o EPC venha a substituir totalmente os códigos de barras tradicionais nos próximos anos, por ser mais flexível e por ter mais capacidade de informação sobre uma determinada mercadoria. Combinado com a capacidade de monitoração da etiqueta com transmissor RFID, o novo sistema de código deve aperfeiçoar o controle de estoque e distribuição de produtos pela cadeia de suprimentos. Uma pesquisa realizada recentemente pela EPCGlobal US indicou que a grande maio-

ria dos executivos de varejo e atacado dos EUA reconhece na dobradinha EPC/RFID um avanço tecnológico essencial para o setor comercial. O levantamento indicou ainda que 80% dos executivos de redes de varejo naquele país consideram a tecnologia importante para seus negócios. A pesquisa entrevistou mais de 400 executivos de cadeia de suprimentos em vários setores comerciais dos EUA. Mais de 90% dos entrevistados trabalham para empresas com vendas anuais acima de US$ 1 bilhão. Para a maioria dos entrevistados, dois pontos são críticos:

As novas etiquetas podem trazer uma combinação das tecnologias EPC e RFID e, segundo especialistas, criar uma verdadeira "internet de objetos"

a tecnologia permitir um padrão global único de classificação de produto, e o estabelecimento de um padrão de domínio público, sem a necessidade de pagamento de royalties. Segundo Mike Meranda, presidente da EPCglobal US, o sucesso do EPC em escala global depende da adoção de um padrão unificado que todos os pontos da cadeia de suprimentos reconheçam. Meranda disse que essas são as prioridades máximas da EPCGlobal. O executivo disse que a EPCGlobal está acelerando a implementação e ratificação de vários padrões do sistema EPC, para atender necessidades es-

pecíficas de setores como logística, ciências biológicas, indústria farmacêutica etc. Especialistas em tecnologias de monitoração dizem que a combinação das tecnologias EPC e RFID pode criar uma verdadeira "internet de objetos": de qualquer ponto do mundo, será possível saber onde está determinado item ou produto. A tecnologia terá um profundo impacto sobre a

indústria, o comércio varejista, transportes, serviços de saúde e governos, oferecendo uma visão sem precedentes dos recursos disponíveis em cada atividade. Em março deste ano, funcionários da rede de livrarias Barnes & Noble com e ç a r a m o f icialmente a categorizar os liv r o s c o m etiquetas EPC. Como as etiquetas EPC contém muito mais espaço para inform a ç õ e s , t o rnou-se mais fácil localizar itens dentro da loja ou no estoque, e a conversão de códigos ISBN antigos está sendo realizada sem dificuldades. A organização Uniform Code Council (UCC) espera que a transição para o formato EPC de todos os códigos ISBN esteja completa até janeiro de 2007. A Gillette nos Estados Unidos está empregando a combinação EPC/RFID tanto nos lotes embalados como nos itens individuais. A empresa transporta suas lâminas para um

centro de embalagens, onde elas são transferidas para um centro de distribuição de acordo com os pedidos de clientes. Antes do EPC, esse procedimento exigia que cada embalagem passasse pelo menos 5 vezes por um scanner a laser e envolvia pelo menos 3 operações no teclado do computador. Por exemplo, alguém tinha que contar o número de embalagens em cada caixa e verificar se cada embalagem continha o produto certo. O tempo médio por caixa da área de embalagens para a distribuição era de 20 segundos. Com o EPC/RFID, as caixas agora deslizam em uma esteira e são registradas automaticamente pelos sensores –o tempo médio da operação caiu para 5 segundos por caixa. Além disso, os clientes geralmente fazem encomendas "mistas", com produtos diferentes dentro de uma mesma caixa. Antigamente, essa combinação de produtos era feita manualmente, e demorava entre 80 segundos e 20 minutos para ser completada. Com o EPC, o processo leva 20 segundo por caixa, já que cada caixa passa por um "túnel de verificação", que sabe exatamente o que o consumidor pediu e se a caixa contém os produtos corretos. Para a Gillette, a tecnologia

EPC/RFID melhorou vários processos críticos, facilitou a administração do estoque e aumentou a eficiência no preenchimento de pedidos. Segundo Dick Cantwell, vicepresidente de cadeia de suprimentos da Gillette, os custos operacionais caíram em média 20% por centro de distribuição. Cantwell acredita que o retorno dos investimentos em EPC/RFID deve chegar a 25%. Para os varejistas, a economia poderá ser muito maior. Segundo Phillip J. Windley, professor de ciência da computação da Brigham Young University, a rede Wal-Mart poderá economizar até US$ 8,35 bilhões anualmente com a implementação da tecnologia. O cálculo do professor Windley inclui US$ 600 milhões pela eliminação de encalhe nos estoques; US$ 575 milhões com a prevenção de furtos, erros e fraudes; US$ 300 milhões com o melhor acompanhamento de caixas e lotes e cerca de US$ 6,7 bilhões com o fim da checagem manual de itens na cadeia de suprimentos. Não é de surpreender que a gigante varejista esteja investindo US$ 3 bilhões na tecnologia EPC/RFID em um programa de vários anos de implementação.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

16 -.INFORMÁTICA

terça-feira, 6 de setembro de 2005

Fotos: Divulgação

Ajude um pai preocupado a encontrar sua filha, uma renomada repórter que desapareceu na amazônia boliviana

Boling Point: uma aventura na selva

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ida de jornalista não é fácil e requer muito empenho. Das guerras aos conflitos armados, que envolvem também o narcotráfico e bandidos, o repórter é levado a situações de risco ou para viagens de última hora. Tudo para estar próximo da notícia e poder passar aos seus leitores uma informação mais precisa. O problema é que nem sempre esse profissional escapa ileso. Esse é o dilema do novo game para computador da Atari, o Boiling Point, que mistura ação e estratégia em tempo real, além de elementos de role-playing games (RGP) com total autonomia dos jogadores para tomarem as decisões que bem entenderem. O enredo do jogo traz uma situação complicada para um pai americano. Save Myers soube que sua filha Lisa, repórter de uma renomada revista, se perdeu na selva amazônica boliviana e acabou sendo envolvida com um chefe de uma quadrilha do local. O jogador estará na pele desse personagem, como um exmilitar, para resgatá-la e levá-

A história acontece em Puerto Sombra, uma fictícia cidade boliviana, e conta com excelentes imagens

Por Fábio Pelegrini

la de volta a sua pátria. Muita conversa e poucos tiros para descobrir o que de fato está acontecendo mostra que o game não traz fases lineares, níveis e contagem regressiva. Boiling Point oferece ação como na vida real.

SERVIÇO BOILING POINT Distribuição: Moving Imagem e Editora Gênero: Ação em tempo real Mídia: DVD-ROM Telefone: (11) 3071-1390 Requisítos mínimos do sistema: processador Pentium 4 - 2GHz ou AMD Athlon 2GHz (recomendado Pentium 4 - 3 GHz ou AMD Athlon XP 3000 + ou superior), memória RAM de 512 MB, disco rígido com 4GB livres,

leitor de DVD-ROM: 6x ou melhor, placa de vídeo de 128 MB, compatível com hardware T&L (recomendado 256 MB compatível com hardware T&L) e placa de som, ambas compatíveis com Direct X 9.0c. Idioma: software em inglês e manual em português. Faixa etária: 18 anos Preço sugerido: R$ 79,90 Mais Informações: www.movingeditora.com.br

Confiar em informações ou simplesmente se aproximar de guerrilheiros, exército, máfia e diversos grupos e facções, pode levar a crer que o personagem tem mais simpatia por determinado grupo. E qualquer movimento afetará conexões futuras. Tudo tem de ser muito bem pensado. Como nem tudo acaba em conversa, a variedade de armas à disposição do jogador é muito grande, como facas, pistolas, metralhadoras, espingardas, explosivos, entre outras. Dependendo da sua missão, algumas servirão para momentos em que o silêncio é peça fundamental, como a faca; outras para quando for necessário mostrar o poder de fogo, como o lançador de granada. Independentemen-

te de qual arma o jogador irá utilizar, será preciso ganhar experiência para poder aproveitar todo o seu potencial. Além disso, será muito difícil achar ou comprar: a saída é roubar de pessoas mortas. Acessórios – O gamer terá à disposição outros acessórios para ajudá-lo em suas missões, alguns comuns, como microfones para ouvir conversas a uma longa distância, e outros bastante inusitados, como potes de geléia para atrair sanguessugas para seus inimigos. Também é possível conduzir veículos, apesar de poucos, para que o jogador se locomova mais rapidamente, ao estilo GTA. No começo, você já tem a habilidade de dirigir carros e poderá realizar testes para dirigir e pilotar outros transpor-

tes, como aviões, barcos e tanques. Algumas vezes, será preciso, eliminar o condutor para conseguir sair dirigindo e devemos cuidar de dois pontos importantes para continuar nosso caminho, o estado do veículo e a quantidade de combustível disponível. A qualidade gráfica do game é indiscutível. A aventura acontece em Puerto Sombra, uma cidade de uma fictícia província boliviana, que conta com excelentes imagens e um perímetro de 450 km² para percorrer durante sua busca –há total liberdade de movimento e de direção. A adrenalina é total, já que a cada passo pode haver algo à espreita, seja um soldado sanguinário, uma cobra esperando para dar o bote, um quartel

inimigo ou uma suspeita vila de nativos. A inteligência artificial proporciona inúmeros temperamentos aos chamados npc's (personagens controlados pelo computador) para interagir e reagir de diferentes formas e transmitir informações dependendo do que é perguntado –principalmente, da forma como é perguntado. Outro ponto forte nessa aventura são os efeitos sonoros e as suas melodias. Desde a instalação do jogo –e olha que é muito demorada– até os sons dos passos do personagem permitem ver o extremo cuidado e preocupação que a empresa teve ao desenvolver o game e chegar ao efeito mais fiel possível. Uma música envolvente e sons diferentes a cada tipo de solo podem ser notados. Tudo isso, aliado a um enrredo empolgante e imagens de alta qualidade levam a uma imersão ao mundo de caos e aventureiro sugerido. Apenas dois aspectos negativos acabam afetando esse ótimo título: a configuração necessária e o idioma. Nem se arrisque a comprar o jogo se não for totalmente compatível com seu equipamento –até mesmo a configuração mínima já causa travamentos. Já o idioma, poderia ter pelo menos a legenda em português, já que é essencial entender a narrativa e a respostas dos personagens para salvar Lisa.

Aproveite para gastar calorias enquanto joga videogames Divulgação

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Dynacom, fabricante nacional de produtos eletroeletrônicos, apresentou uma forma diferente de interação dos jogadores com os games. Acaba de lançar acessórios que provocam movimentos, também nas telas. Box, Futebol e Ping Pong virtuais são jogados como os jogos reais, tornando as brincadeiras mais saudáveis e divertidas, além de movimentadas. Com o crescimento do mercado de jogos eletrônicos, também tem aumentado a preocupação com o sedentarismo causado pelo uso excessivo dos videogames, principalmente entre as crianças e os adolescentes. Segundo estudo realizado pelo Centro de Adolescência da Unifesp, em parceria com o Núcleo de Qualidade de Vida da Universidade São Marcos, somente no ano de 2004, a cidade de São Paulo registrou 8.000 crianças e adolescentes, na faixa etária dos 10 aos 15 anos, com obesidade infantil. Isso significa 23% da população da região metropolitana de São Paulo. Preocupados com o bem-estar e com a saúde de seus consumidores, a Dynacom procurou seguir uma tendência in-

Com o Ping Pong Virtual o jogador repete os movimentos do jogo real

ternacional e passou a produzir, no Brasil, jogos virtuais que garantem diversão e vida saudável ao mesmo tempo. Esses acessórios possibilitam a movimentação dos jogadores, o que constitui num grande diferencial em relação aos demais games oferecidos no mercado. Além disso, esse é um estímulo para crianças e adolescentes que não gostam de freqüentar academias ou de praticar esportes. O Ping Pong Virtual, por exemplo, possui uma raquete com sensores, com alcance de 2 metros, o que possibilita ao jogador fazer os mesmos movimentos corporais de uma par-

tida real, como se estivesse em uma mesa profissional e utilizando bolinhas de verdade. O Futebol Virtual possui as mesmas características, porém os sensores são colocados no pé do jogador, para que ele possa simular embaixadinhas e chutes a gol. Há, também, o Boxe Virtual, no qual o jogador coloca os sensores nas mãos, dá golpes e tenta evitar o nocaute. Os dispositivos têm preços atrativos em relação aos benefícios atribuídos: entre R$ 60 e R$ 100. (FP) SERVIÇO Para mais informações, acesse www.dynacom.com.br

Vem aí a bola eletrônica presidente da Federação Internacional de Futebol (FIFA) Joseph Blatter, admitiu que poderá autorizar a utilização de bolas com chips já na Copa de 2006, se os testes feitos durante o campeonato mundial Sub-17, que acontecerá no Peru, de 16 de setembro a 22 de outubro, forem bem-sucedidos. Desenvolvido em conjunto por três empresas alemãs –o Instituto Fraunhofer, a Cairos Techologies e a Adidas–, o chip avisa o juiz, por meio de um computador de pulso, quando a bola atravessa o gol.

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"Isso acontece em milésimos de segundo e não atrapalha o andamento do jogo", diz o pesquisador René Dunkler, do Instituto Fraunhofer. A bola eletrônica, porém, está gerando polêmica. O próprio Blatter, simpatizante do chip, entende que o futebol perderá seu fascínio se for inteiramente controlado pela tecnologia. Blatter citou um jogo que gerou polêmica. Recentemente, o Liverpool marcou contra o Chelsea durante partida válida pelas semifinais da UEFA Champions League. Os londri-

nos, no entanto, acreditavam veemente que o zagueiro William Gallas havia tirado a bola em cima da linha. O Liverpool venceu, por 1x0, e foi campeão. “Havia 12 câmeras na partida, mas ninguém pôde dizer com certeza se a bola havia entrado ou não”, disse Blatter. “Faz parte do jogo”. “Assim como os jogadores, os juizes cometem erros. As únicas pessoas que não erram são os torcedores. A tecnologia vai tirar a diversão de discutir se a bola passou da linha ou não. Eles vão sentir falta.” (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.POLÍTICA

terça-feira, 6 de setembro de 2005

OS TRÊS PODERES MOSTRAM PREOCUPAÇÃO COM A NOVA CRISE. COMEÇA INVESTIGAÇÕES DO 'MENSALINHO'.

AFASTAMENTO DE SEVERINO INQUIETA LULA Roberto Stuckert/PR/ABr

Lindomar Cruz/ABr

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s presidentes do Su- derado, de todo, um aliado premo Tribunal Fe- plenamente confiável. O goderal (STF), minis- verno ressalta, por exemplo, tro Nelson Jobim, que agirá da forma que puder do Superior Tribunal de Justiça para dar ajuda a ele, como pôr a (STJ), ministro Édson Vidigal, e PF atrás dos chantagistas, aindo Congresso, senador Renan da mais que considere inadCalheiros (PMDB-AL), conver- missível ele ser acuado. Mas os saram ontem com o presidente mesmos interlocutores ressalLuiz Inácio Lula da Silva sobre vam, no entanto, que o Poder as preocupações dele com os Executivo está abatido, não ataques que são feitos ao presi- tem forças para ajudar a salvar dente da Câmara, Severino Ca- Severino e qualquer movivalcanti (PP-PE). Outra preo- mentação em favor dele, vinda cupação é o risco de paralisação do Planalto, poderia acabar por atrapalhá-lo. da agenda legislativa. Apesar dos ataques, o ExeLula, que, a princípio, se sentiu aliviado com o desvio de fo- cutivo está convencido de que co dos ataques do governo pa- a oposição não terá sucesso na ra o Legislativo, também tem empreitada de derrubar Seveinquietações com a desestabi- rino. Primeiro, porque não halização de Severino por causas veria amparo regimental para das conseqüências que isso po- a manobra. Segundo porque o derá ter para a administração acusador começou a voltar federal, uma vez que os possí- atrás nas acusações e, terceiro, veis sucessores, todos da opo- porque a oposição, que articula essa manobra, sição, agiriam foi quem coopecontra o Poder rou com a eleiExecutivo. ção dele. No Palácio do Reação – NoPlanalto, a avaliação é de que o Os ataques a Severino vos passos para a reação do Plamovimento poforam considerados, nalto à crise de representar eram tratados u m a e s c a l a d a no Planalto, ontem, em reupara tentar ata- como uma manobra nião, por Lula, car os chefes dos das oposições na Residência Poderes, que co- que podem até Oficial do Torto meçou pelo Exec o m o s m i n i scutivo e agora colocar as instituições tros que trabac h e g o u a o L e- em risco. lham com ele no g i s l a t i v o , p odendo estender-se pelos de- Planalto. O presidente convermais. Daí, a apreensão do pre- sou com os chefes da Casa Cisidente, Jobim, Vidigal e Re- vil, Dilma Rousseff e das secren a n c o m o s a t a q u e s a o tarias de Relações Institucionais, Jaques Wagner, e Geral da presidente da Câmara. Oposição – "A oposição está Presidência, Luiz Dulci. Entre partindo para tudo", afirmou as reações da Presidência da um interlocutor de Lula, ao República à atual fase, destalembrar que os opositores vol- ca-se a tentativa de desblotaram a radicalizar por causa quear a pauta de votações, que das eleições de 2006, uma vez está trancada por oito medidas q u e e l e a b r i u u m a b re c h a provisórias. A Presidência quando disse que não decidiu quer brigar também pela votase é candidato ou não à reelei- ção da reforma política. Lula e Renan, segundo fonção. Os ataques a Severino foram considerados, no Planal- tes do Planalto e do Congresso, to, como "uma manobra das trabalham com um cenário oposições que podem até colo- que não prevê o afastamento car as instituições em risco". voluntário de Severino, sugeEste tipo de desassossego foi rido por líderes do PFL, PSDB, verbalizado pelos presidentes PPS, PDT e PV. Ao contrário, do STF e STJ, durante o dia de esperam que Severino resista ontem. Por isso, todos reco- com tenacidade. O afastamenmendavam "muita calma" pa- to voluntário de Severino tende a dominar os debates, acuar ra tratar da crise Severino. Para a Presidência da Repú- o presidente da Câmara e preblica, não é bom que o presi- judicar as votações, calculam dente da Câmara deixe o car- articuladores políticos do gogo, apesar de ele não ser consi- verno. (Agências)

Lula: preocupação com o futuro de Severino

Renan Calheiros e Édson Vidigal se reuniram com o presidente para discutir os rumos do País

A CÂMARA E A POLÍCIAL FEDERAL JÁ ESTÃO TRATANDO DO CASO

O

presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acha que as denúncias contra o presidente da Câmara dos Deputados devem ser encaminhadas "rapidamente" para a corregedoria da Câmara e para a Polícia Federal. "O fundamental é que as instituições estão funcionando", comentou Renan, durante o seminário Propostas para um Novo Modelo de Persecução Criminal – Combate à Impunidade, no Superior Tribunal de Justiça (STJ). "É importante que tenhamos uma rápida investigação e o esclarecimento dos fatos. O Severino, mais do que qualquer um, é interessado diretamente nisso". Investigação –Apesar de a Polícia Federal ter aberto ontem o inquérito para investigar suposta tentativa de extorsão do presidente da Câmara, a ação policial só começa na semana que vem, quando Severino, que deve ser o primeiro a ser ouvido e poderá escolher local e data, prestar seu depoimento.

O pedido de abertura de inquérito foi feito pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, a pedido do próprio Severino. O delegado responsável pela investigação será Sérgio Menezes. Comissão –A DiretoriaGeral da Câmara nomeou ontem os integrantes da Comissão de Sindicância que vai investigar as denúncias de pagamento de propina ao presidente da Câmara. A comissão, que foi instalada a pedido de Severino, será integrada por assessores jurídicos da Câmara (José Ricardo Teixeira Alves, Aurifran Lopes Nogueira e Guilherme Feliciano de Lima). Prazo – A comissão terá prazo de 15 dias para apresentar relatório. Serão analisados todos os contratos assinados entre a Buanni & Paulucci e a Câmara dos Deputados. Os contratos também serão analisados pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Severino determinou o encaminhamento de pedido ao presidente do TCU, ministro Adylson Motta, pa-

ra que o órgão faça auditorias no contrato 2004/167.0, que foi rescindido pela Câmara, e nas licitações da Câmara das quais a Buanni e Paulucci participou. Denúncias –O diretor-geral da Câmara, Sérgio Sampaio, informou que a Buanni & Paulucci explora restaurantes e lanchonetes em espaços da Câmara desde meados do ano 2000, após rescisão de contrato com a empresa anterior, Jalmes Restaurante Ltda. Como a Buanni & Paulucci tinha se classificado em segundo lugar na licitação ocorrida em 1997, foi chamada para cumprir o restante do contrato, que poderia ser prorrogado por até cinco anos, ou seja, até o ano 2002. Sampaio conta que Sebastião Augusto Buanni entrou com pedido para que os cinco anos começassem a ser contados a partir da data que ele assumiu os restaurantes, e não partir de 1998, data em que a Jalmes assumiu. Buanni não foi atendido, e os contratos se encerrariam em 2002. De

Dida Sampaio/AE

acordo com Sampaio, não foi feita licitação imediatamente porque um dos restaurantes, o do Anexo 3, estava em reforma, e havia decisão para não permitir que uma mesma empresa continuasse explorando os quatro restaurantes, como vinha acontecendo. Contrato - O diretor-geral afirmou que, por causa da reforma, a comida era feita em um restaurante e transportada para outro, razão pela qual a Buanni & Paulucci teve seu contrato prorrogado ao longo de 2003. O diretor também afirma que, de 2003 a 2004, o atual presidente da Câmara não ocupava o cargo de primeiro-secretário, portanto não tinha responsabilidade sobre esse tipo de contrato. Sampaio disse que não havia nenhuma irregularidade administrativa para justificar a suposta propina. "Tudo que foi feito no processo, foi feito dentro da lei. Tanto é que o empresário sempre se queixou do rigor da nossa administração", declarou. (Agencias) Beto Barata/AE

Empresário Sebastião Buani, dono de restaurantes na Câmara, a jornalistas: 'nunca paguei propina'

Vista interna do restaurante Fiorella, no anexo da Câmara: dívida por atraso de aluguel de R$ 150 mil

EMPRESÁRIO NEGA PROPRINA. CÂMARA PEDE RESCISÃO DE CONTRATO.

para manter a concessão na Câmara, quando Severino era primeiro secretário da Casa, responsável pelas questões administrativas. Na sexta-feira, ao tomar conhecimento da reportagem, Severino negou o recebimento de propina e acusou o empresário de tentar extorqui-lo. À imprensa, o empresário refutou ainda a denúncia apresentada por Severino, de que tenha tentado chantageá-lo a renegociar a dívida que possui com a Casa, por atraso no pagamento do aluguel do restaurante. "Se o presidente falou isso, ele vai ter que provar, porque em nenhum momento na minha vida eu fiz isso", disse

O

empresário Sebastião Augusto Buani, proprietário do restaurante Fiorella que funciona no 10º andar do Anexo 4 da Câmara, negou ontem que tenha pa-

go propina ou tentado extorquir o presidente da Casa, Severino Cavalcanti (PP-PE). Buani, no entanto, se recusou a comentar se Severino pediu propina para garantir a con-

cessão do restaurante. Ontem mesmo, a Câmara dos Deputados decidiu rescindir o contrato de concessão com a Buani & Paulucci para a administração do restaurante. "Eu nunca paguei propina. Aliás, eu não tenho dinheiro para pagar as minhas contas, quanto mais propina", disse Buani a jornalistas, após depor à comissão de sindicância criada pela Câmara para investigar irregularidades no contrato de concessão do restaurante. "No momento próprio, vai ser apresentado (à Polícia Federal) o que eu tiver", acrescentou. Segundo reportagem da revista Veja desta semana, Buani teria pago R$ 10 mil mensais

Buani, que negou também ter feito a denúncia à imprensa. Silêncio – Buani preferiu silenciar quando foi questionado sobre outros possíveis "favores" que tivesse prestado a Severino na época em que este era primeiro-secretário da Mesa Diretora. O empresário procurou se isentar de qualquer responsabilidade pelas denúncias atribuídas a um ex-funcionário seu, Iseilton Carvalho. O depoimento foi tomado na Comissão de Sindicância por funcionários da assessoria jurídica da Direção-Geral da Casa. Segundo Buani, Severino o recebeu no gabinete apenas "três ou quatro vezes" desde que tornou-se presidente da

Câmara, em fevereiro, sempre acompanhado de assessores. Nessas condições, frisa ele, não haveria a mínima possibilidade de ele ter tratado de assunto "tão sério" como uma tentativa de extorsão. De acordo com o diretor-geral, Sérgio Sampaio de Almeida, a empresa deve ser informada amanhã sobre a decisão da Câmara de rescindir o contrato de concessão de sua empresa para administração do restaurante da Casa e terá cinco dias para apresentar defesa. "Estamos rescindindo o contrato em função da dívida de Buani", disse. A dívida por inadimplência contratual seria de cerca de R$ 150 mil. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 6 de setembro de 2005

POLÍTICA - 5

ACSP LIDERA ATO PÚBLICO PELA LEGALIDADE EM SÃO PAULO. EM SÃO BERNARDO, ATO PRÓ-LULA Fotos: Pablo de Souza/Agência Luz

Afif Domingos, ACSP

Luiz Flávio Borges D´Urso, OAB

Paulinho, Força Sindical

Antonio Marangon, Sescon-SP

Luigi Nese, Fesesp

Rafael Guerra (PSDB-MG)

CONTRA A CORRUPÇÃO, O GRITO DO SILÊNCIO.

O

Grito do Silêncio será o mote que vai mobilizar a sociedade numa manifestação pública do Movimento pela Legalidade e Contra a Corrupção que partirá, hoje às 10 horas, sem discursos ou falatório, da Praça dá Sé até as portas do Teatro Municipal, na praça Ramos de Azevedo, onde será lido o manifesto conjunto das mais de 20 entidades que organizam o ato público. Durante o trajeto, que inclui as ruas Boa Vista, Líbero Badaró e viaduto do Chá, uma parada estratégica em frente ao "Impostômetro", instalado no prédio da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) - uma das entidades que integram a organização do Movimento, juntamente com a OAB-SP, Força Sindical, Sescon, Sindiscon, Secovi, Instituto dos Advogados do Brasil, Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), Faesp, Ciesp, e Associação Paulista dos Magistrados, entre outras. Ali na rua Boa Vista, o presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Fa-

cesp), Guilherme Afif Domingos, mostrará aos manifestantes os mais de R$ 500 bilhões já arrecadados em impostos, desde o início do ano até agora. A passeata silenciosa, ao som do Hino da Independência, seguirá até o Teatro Municipal onde se dispersará após a leitura do Manifesto e a execução do Hino Nacional.

tisfeitos com os rumos das investigações a respeito das denúncias de corrupção. Guilherme Afif Domingos acrescentou que a população tem se mostrado disposta a evidenciar sua indignação com os acontecimentos políticos, "mas está cansada de falatório e discursos". Por isso mesmo, explicou Afif, surgiu a idéia de um movimento silencioso capaz de envolver toda a sociedade. Ele reafirmou que os políticos são bem-vindos,

Protesto apartidário Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical, disse ontem, durante reunião dos organizadores na sede da OAB-SP, que todos os segmentos da sociedade estarão representados na manifestação, por meio de seus sindicatos e entidades civis. "Não haverá palanques, nem dis- Os políticos são cursos", enfatibem vindos mas zou. Ele fez questão de dei- os partidos é que xar claro que o estarão na marcha movimento é da sociedade e a p a r t i d á r i o não o contrário mas aceitará a Guilherme Afif participação de Domingos, da ACSP políticos insa-

mas de um jeito novo e bastante original: "Os partidos estarão

na marcha da sociedade e não o contrário". Afif Domingos também elogiou a decisão dos organizadores de entregarem a redação final do texto do Manifesto ao desembargador Celso

pando integralmente para mostrar de forma silenciosa sua indignação", enfatizou. O próprio desembargador Celso Limongi agradeceu a missão a ele conferida. "Estou aqui hoje porque no Não podemos atual estágio da permitir a execução nossa democraapenas de um projeto cia não podemos de poder, mas permitir a execução apenas de defender um u m p ro j e t o d e projeto de Nação. poder, mas deCelso Limongi, fender um projedesembargador t o d e N a ç ã o " , disse. Para ele, esse projeto precisa reduzir as desigualdades sociais, acelerar o crescimento e fortalecer ainda mais a democracia no Brasil.

Limongi, presidente da Associação Paulista de Magistrados (Apamagis). "Isso mostra que a sociedade está partici-

Gesto político Luiz Flávio Borges D’Urso, presidente da OAB-SP, garantiu que a manifestação "Corrupção Zero – Eu quero a verdade" tem por objetivo tentar varrer a corrupção da política nacional. "A corrupção e a ilegalidade violam a cidadania, afetam a qualidade de vida de

todos os brasileiros e comprometem a normalidade jurídica do País", enfatizou. O Manifesto, segundo D’Urso, vai sintetizar um gesto contra os atuais acontecimentos políticos. Outras entidades participaram ontem na OAB-SP, durante a reunião que apresentou os detalhes finais do movimento. Canindé Pegado, secretáriogeral da CGT, lembrou que as manifestações silenciosas nos EUA marcaram, nos anos 70, o início de uma nova etapa para a conquista dos direitos civis da população negra. O deputado federal Rafael Guerra (PSDB-MG), um dos integrantes do Grupo PróCongresso, que reúne 60 deputados federais e quatro senadores, de 10 partidos políticos, inclusive, do PT – que lutam pela apuração dos fatos e pela ética na política – informou que estará presente, junto com outros parlamentares, entre eles o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), na manifestação que correrá o centro velho de São Paulo. "Somos um grupo que temos a mesma indignação da sociedade", resumiu. Sergio Leopoldo Rodrigues

S. BERNARDO SAI EM DEFESA DE LULA do Chinaglia (SP); com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho; e com o deputado Professor Luizinho, acusado de envolvimento no esquema do mensalão. Embalados pela música “Pra não dizer que não falei de flores”, um dos hinos da resistência à ditadura, os manifestantes gritavam: “Lula, é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo”. Em frente à igreja, os manifestantes gritaram palavras de ordem contra a “elite burguesa”. Segundo Tarso, a manifestação pró-Lula demonstra que o governo está sintonizado com os movimentos populares. Promovido pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o ato contou com a participação de 40 entidades sindicais de São Paulo. O presidente do sindicato, José Lopez Feijó, partiu para o ataque à oposição. "A direita tenta desestabilizar o governo porque não aceita um governo que distribui renda e gera empregos". De acordo com o coordenador do PT no ABC, Hamilton Lacerda, a idéia do movimento foi mostrar à população da região que o governo Lula defende a apuração das denúncias e que não abandonou os compromissos históricos com a classe trabalhadora. "A popu-

lação brasileira está indignada com o que está acontecendo, mas há um sentimento de que a figura do presidente precisa ser preservada". Grito dos Excluídos Em contrapartida, começa hoje o Grito dos Excluídos, manifestação que reúne em diversas regiões do Brasil centrais sindicais, movimentos populares e eclesiais em favor de

"mudanças profundas na economia e na política". Sob o lema "Em nossas mãos a mudança", o manifesto afirma que "o povo não acredita mais na maioria dos políticos e este não têm legitimidade para representá-lo". Para João Pedro Stédile, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e um dos membros da coordenação do Grito, há três princi-

pais reivindicações por parte do MST. "O foco principal da gritaria é, em primeiro lugar, exigir mudanças na política econômica do governo. No segundo aspecto, vamos pedir que o governo brasileiro retire as tropas do Haiti, que nos envergonha. E em terceiro, vamos aproveitar para conscientizar o povo de que só a organização dele é que pode gerar mudanças sociais".

Stédile diz que é importante que a população saiba que as mudanças dependem dela. "O problema do governo é do governo. O nosso problema como organizações populares é que essa política econômica aumenta os problemas do povo. Então, nós temos a obrigação de reclamar, denunciar e dizer ao governo que esta política está errada e tem que mudar". (Agências)

ADVOCACIA TRABALHISTA EMPRESARIAL ESPECIALIZADA

DC

L

ideranças de partidos de esquerda e de sindicatos que apóiam o governo Lula (PT) ocuparam a Praça da Matriz, em São Bernardo – ponto histórico de manifestações de metalúrgicos do ABC contra a ditadura militar (1964-1985) – para realizar um ato em defesa do presidente e da ética na política. A manifestação de rua reuniu cerca de duas mil pessoas e foi a primeira no Grande ABC desde o início do escândalo do mensalão em junho. Numa resposta antecipada ao Grito dos Excluídos que começa hoje em todo o País e terá o seu ápice amanhã, nas comemorações do Dia da Independência, o presidente do PT, Tarso Genro, admitiu ter vergonha dos erros cometidos no partido, pediu aos militantes para não baixarem a cabeça e provocou a oposição: "Querem mostrar que Lula não tem como governar e abater a autoestima dos operários. Não vamos baixar nossas cabeças. Nosso partido não é perfeito. Mas se (a oposição) quisesse investigar financiamento ilegal de campanha, por que não fez antes? ", disse ele. Num ato simbólico, Tarso caminhou de braços dados com o líder do governo, Arlin-

Os Advogados,

OVIDIO LOPES GUIMARÃES JUNIOR JOEL EDUARDO DE OLIVEIRA ROGÉRIO PACILÉO NETO Comunicam a todos os clientes e colegas a mudança do Escritório de Advocacia Trabalhista para a Avenida Marquês de São Vicente, 121, Bloco B, 13º andar, conjunto 1301, Barra Funda, São Paulo, SP, CEP: 01139-001, Telefones: 11 3616-6544 - 3616-6546, a partir de 10/01/2005, onde estarão atendendo definifivamente.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

terça-feira, 6 de setembro de 2005

Fundado em 1º de julho de 1924

O GRITO

DO SILÊNCIO GUILHERME AFIF DOMINGOS NOVAS IDÉIAS,

JOÃO DE SCANTIMBURGO O CASO SEVERINO

GUILHERME AFIF DOMINGOS

NOVO CAMINHO

N

E

ntendemos que o debate de idéias é fundamental nesta fase de renovação editorial do Diário do Comércio. Sobretudo, porque ele se contrapõe a um modelo dominante de pensamento. Acreditamos que neste momento da vida nacional é fundamental recolocar o contraditório das idéias, função quase esquecida em nossa mídia. Até agora, quem não tinha um pensamento de esquerda foi automaticamente taxado "de direita" ou "neoliberal". Porém, neste importante momento político exige-se uma ampla contestação dessa quase imposição intelectual.

A

brindo nossas páginas ao debate, o DC estará dando abrigo às várias correntes de pensamento, para o esclarecimento de nossos leitores. Muitas vezes recebemos cartas criticando este ou aquele articulista e suas idéias, mas nem sempre essa crítica é acompanhada de bons argumentos, mostrando que ainda prevalece o espírito de censura aos que pensam de forma diferente. O que propomos com a ampliação deste espaço de participação é exatamente permitir o debate franco de idéias, coerente com o espírito liberal que preside o pensamento da Associação Comercial de São Paulo nos seus mais de 110 anos de vida. Mais do que nunca, o País precisa hoje encontrar novos caminhos e idéias inovadoras.

É fundamental neste momento da vida nacional recolocar o contraditório das idéias

O

papel desempenhado pelo DC e seus leitores se fortalecerá à medida que a ACSP melhor represente o pensamento de uma sociedade que se organiza na busca da verdadeira cidadania, sepultando a "Cultura de súdito" no Brasil. Daí a importância de mantermos nesse espaço o espírito criativo do contraditório, pois apenas com um discurso franco, aberto, sem maniqueismos e patrulhamentos, libertaremos e deixaremos fluir livremente o pensamento.

céllus

A

sociedade brasileira assiste estarrecida, a cada dia, a novas revelações sobre os graves episódios de corrupção, envolvendo membros do governo, dos partidos políticos e do Congresso. Ao mesmo tempo, preocupa-se com a possibilidade de que o ritmo lento das apurações e a forma confusa com que os trabalhos se desenrolam possam levar ao abrandamento das punições ou à redução do número de atingidos. Não há sentido em que três CPIs funcionem de forma competitiva, ao invés de cooperativa, uma vez que os fatos a serem apurados por todas elas são interligados e se resumem ao mesmo problema: corrupção. A audiência das sessões das CPIs mostra que o povo brasileiro acompanha com interesse os trabalhos de apuração, mas começa a haver um certo cansaço e desencanto ao constatar que os resultados obtidos até o momento são muito limitados, restringindo-se aos nomes de alguns parlamentares beneficiados com o recebimento de recursos do "valerioduto", e cujos pedidos de cassação foram encaminhados à Comissão de Ética da Câmara. Jornadas intermináveis, estendidas pela atuação de alguns parlamentares que, preocupados apenas com os holofotes da televisão, se perdem em perguntas inúteis e repetitivas, pouco têm contribuído para a apuração da fonte dos recursos e dos responsáveis pela montagem desse escandaloso esquema de "compra"

de apoios políticos e de abuso de poder econômico nas eleições. O que se espera é que não apenas as CPIs, como o Ministério Público e a Polícia Federal, apurem com rapidez tanto os beneficiários do uso de recursos de natureza espúria, como, principalmente, a origem dos mesmos. Quem se lembra das ações do Ministério Público e da Polícia Federal, prendendo empresários para investigações, em verdadeiras "operações de guerra", devidamente registradas pela mídia, estranha a desenvoltura com que continuam se movimentando notórios envolvidos nos episódios que vêm chocando a Nação. A falta de resultados concretos, até o momento, aumenta a sensação de que se pretende restringir o campo das investigações e a reduzir o ímpeto das punições.

M

ais do que tudo, preocupam as tentativas de limitar as punições apenas aos aspectos da legislação eleitoral, como se fosse um problema exclusivo do Congresso, ignorando-se outros crimes claramente caracterizados pelas informações já disponíveis. Somente a mobilização da sociedade pode impedir que tais tentativas possam obter êxito. Nesse sentido O Grito do Silêncio é uma manifestação de repúdio a qualquer tentativa de se minimizar as punições, e em favor de maior rapidez na apuração dos crimes come-

tidos e que todos os culpados sejam exemplarmante punidos.

E

ssa manifestação se insere entre O Silêncio dois Intelectuais, quebrado com sinceridade por uns poucos, mantido pela comodidade de alguns, pela perplexidade de outros e pela cumplicidade de muitos, e O Grito dos Excluídos, que mistura legítimas reivindicações com posições ideológicas retrógradas, ignorando a crise política. O Grito do Silêncio procura refletir a indignação ainda silenciosa da grande maioria da população, manifestada com intensidade pela Internet, nos ambientes de trabalho, nas reuniões de família, nas conversas entre amigos, e retratadas nas pesquisas de opinião. AAssociação Comercial de São Paulo e inúmeras outras entidades que compõem o Movimento Contra o Arbítrio e a Corrupção esperam que o País supere rapidamente essa grave crise política, com a ampla apuração de todos os fatos que vêm sendo denunciados e a punição rigorosa de todos os culpados, permitindo encerrar esse lamentável episódio que manchou a democracia brasileira. E também possibilitar que o Congresso e o Executivo possam voltar a exercer normalmente suas funções, além de adotar medidas que contribuam para evitar a repetição desses lamentáveis fatos e, sobretudo, para dedicar-se à solução dos graves problemas nacionais.

Q ue o País supere rapidamente a grave crise política com ampla apuração de todos os fatos

Guilherme Afif Domingos Presidente Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dco-

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Severino, segundo a mídia, se deixou fisgar pelo diabólico conquistador chamado dinheiro

A

pegaram-se a essa particularidade da vida política do hábil pernambucano os deputados da oposição, que pretendem apeá-lo do poder parlamentar. Não entramos no mérito, mas lembramos que Severino Cavalcanti foi eleito de acordo com o regimento da Câmara. Nessa ocasião é que a oposição deveria ter conduzido a sua ofensiva para não elegê-lo. O cargo é importantíssimo, pois se Lula fosse obrigado a deixar o poder e José Alencar não pudesse assumir, o presidente seria Severino Cavalcanti, o que a oposição não quer admitir de maneira alguma.

É

CONSELHO EDITORIAL

Alves, Clarice Chiqueto, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fer-

ão tenho dúvida de que o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, sonhou com o cargo mas nunca deu a conhecer a ninguém seu sonho. Foi eleito por esta discrição que o aproxima dos mineiros, habilíssimos políticos, como já se sabe. Segundo o noticiário dos órgãos de comunicação, Severino se deixou fisgar por esse diabólico conquistador que se chama dinheiro. Segundo o noticiário, o presidente da Câmara embolsaria um "mensalinho", pois a esse respeito as ambições seriam modestas.

Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005 Auditado pela

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esse mais um embrulho gerado nos refolhos da crise política, cujo desfecho está longe de nos mostrar na sua inteireza. Evidentemente, Severino Cavalcanti está procurando defender seu cargo e sua posição política contra ventos e marés que se levantam contra sua estrela, até há pouco brilhante.

jscantimburgo@ acsp.com.br


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 6 de setembro de 2005

OPINIÃO - 7

Lula perdeu? Quem perde é o povo.

N

Do mesmo modo como o radicalismo islâmico é uma das maldições de nosso tempo, a cultura das celebridades também é.'' Salmon Rushdie, escritor perseguido por "blasfêmia" ao Islã, que hoje condena a cultura da fama instantânea.

ão consigo enterder certas coisas, que me deixam intrigada. O prefeito de São Paulo, José Serra, ganhou as eleições em São Paulo dizendo que achava um absurdo os impostos cobrados pelo PT, que não precisaria disso, etc. A primeira coisa que fez quando tomou posse foi aumentar a passagem de ônibus. Não diminuiu o ISS, não acabou com a Taxa de Lixo, não fez os postos de saúde 24 horas, não melhorou a saúde de São Paulo, as enchentes continuaram... E agora vem aí o ECF da prefeitura, mais uma exigência para as pequenas e micro empresas. Mais taxas para pagar. O governador, sr. Geraldo Alkimim - do PSDB, como o prefeito -, partido que critica tanto o presidente Lula por alegar que desconhecia o esquema do mensalão, diz em reportagem que ficou sabendo pela imprensa de mais uma taxa que o Detran cobrará nas provas escritas, pois esta tarefa passaria a ser feita pelo Senac ou Senai (não lembro bem)... E só então resolveu vetar o au-

mento. Não tem algo errado aí? Respondo: tem. O problema não está em um único partido e sim na prática da política no Brasil. Os deputados ficam transformando um assunto sério em circo, pois é no que as CPIs estão virando. Perguntados se existem provas, dizem existem indícios - e desde quando indício é prova? Acho que eles atrapalham as investigações. Se existissem provas... mas estas não existem mais! A polícia, com seus relatórios falhos, não poderá fazer muita coisa. Vão cassá-los? E quem será preso? Nada será esclarecido. Os escândalos de 1994 e 1998 não serão apurados por ninguém porque já fazem parte da história. Li neste jornal a manchete com a derrota de Lula, quando se falava do aumento de 15% do legislativo. Derrota do Lula, desde quando, já que quem paga este aumento somos nós? A derrota é do povo. Este aumento vai onerar o orçamento do governo e aí alguém dirá que se reduza os juros, o que não acontecerá, e quem sairá perdendo, mais

uma vez, será o povo. Acredito que esteja na hora de mostrar que o Lula não perde nada. Quem perde é o povo. Peço aos nobres deputados que comecem a pensar naqueles que os elegeram e não em derrotar este ou aquele partido, bem como chamo a atenção dos caros leitores para que não deixem de votar ou acreditar no que é nosso, mas que prestem atenção em quem votam para deputado, senador ou vereador, e cobrem deles o que disseram que fariam, vigiem seus mandatos, exijam que mandem retorno de tudo que fazem em prol dos senhores. Não existe corrupto se não existir a quem corromper. Vamos pensar nisso. E acredito no Brasil, pois acredito em mim, que sou brasileira com muito orgulho. No Brasil não existe só corrupção, existe também um povo lindo, solidário e com um senso de humor maravilhoso. Só precisamos acreditar em nós mesmos. RITA HELENA ALGABA DE LIMA, SÃO PAULO, SP RITAALGABA@TERRA.COM.BR

O problema não está em um único partido, mas na política brasileira

Furacão no Brasil

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randes catástrofes G assolam o mundo e destróem vidas e bens

materiais, como se Deus e a natureza estivessem devolvendo as atrocidades que o ser humano comete contra eles. No Brasil quase passamos ilesos, não fosse a ação dos políticos envolvidos com as falcatruas do governo Lula e os que, a serviço dos corruptos, tentam esconder o escândalo e proteger seus aliados. Diferente das catástrofes de lá, sobre a nossa podemos fazer algo. Pelo menos, exigir punições. JOÃO PATRÍCIO, SÃO PAULO, SP JBPATRIC@UNISYS.COM.BR

C omo a sociedade civil vai desfilar no Sete de Setembro. Por Abê.

Adeus às armas?

Laranjas petistas: recursos públicos compram aplausos

"Dos políticos eu tenho vergonha, mas ainda sobra muito do que me orgulhar." Yan Echevarria, músico, adepto da moda verdeamarelo, usando abrigo com listas verdes e o nome do País.

O Brasil parou as reformas e se arrisca a pegar um resfriado se vier um inverno na economia globalizada Paulo Guedes, economista, em sua coluna ontem n'O Globo, defendendo uma verdadeira dinâmica de crescimento.

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triste, embora fosse, há de outras organizações sob a screvo para manifestar É tempos, absolutamente tutela do PT, ainda sob forte E meu apoio às opiniões influência de José Dirceu. previsível. Sob o comando do artigo "A Falácia do

eterno do PC do B – o que por si só já demonstra sua falta de representatividade junto aos universitários – a UNE se transformou, para usar expressão da jornalista Liliana Pinheiro, de Primeira Leitura, numa espécie de "laranja do petismo". Mas não está só nesta sua empreitada, por assim dizer, cínico-pecuniária. Conta com o apoio da CUT, MST e

De janeiro a agosto de 2005 recebeu do governo federal R$ 1,2 milhão, praticamente o dobro do que lhe fora repassado pela administração Lula em 2003 e 2004. Em julho recebeu R$ 773 mil. Pelo visto, os que vão às ruas defender o governo e o presidente só o fazem a soldo. MILTON FLÁVIO, VICE-LÍDER DO GOVERNO NA ASSEMBLÉIA DE SÃO PAULO

Desarmamento", de Marcel Solimeo . Penso que a crença de parcela da população no desarmamento promovido pelo governo pode ser atribuída a falta de esclarecimento. Artigos como o de Marcel Solimeo tem a maior importância em um momento como este. ROBERTO DUFRAYER, SÃO PAULO, SP DUFRAYER1@IG.COM.BR

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Antonio Carlos Parise, Marco Aurélio Bertaiolli, Robert Schoueri, Roberto Pereira da Silva e Rogério Amato FILIADA À

PAULO SAAB O "MESSIAS" E O SILÊNCIO

D

e volta, agora semanalmente, após uma pequena pausa nos 23 anos de publicação diária da coluna PS neste Diário do Comércio, busco no passado recente referência e olho para o futuro sabendo quem é o culpado por todos os males políticos que assolam o país. É você, leitor! Mas, primeiro o "messias". Em 21 de novembro de 2002, portanto, após a eleição de Lula e antes de sua posse, escrevi na página 2 deste jornal: "Uns entendem que o futuro presidente da República assumirá uma atitude messiânica, reservando a maior parte de seu tempo para peregrinações e contatos com a população, explorando o prestígio obtido com a eleição e o carisma de líder popular que chega ao Planalto. Deixaria, assim, a José Dirceu, Antonio Palocci e outros de confiança, a tarefa da administração do país, evitando também contágio com o natural desgaste que o exercício do poder provoca".

Busco no passado e olho para o futuro sabendo quem é o culpado por todos os males políticos. É você!

S

anta boquinha...Para complementar este comentário de retorno, reproduzo também trecho de artigo que publiquei na internet em 29 de julho último, sob o título "O silêncio dos culpados", onde fundamento a razão pela qual disse acima que a culpa de tudo é sua, leitor. "Você, leitor, é o culpado pela avassaladora crise de corrupção que assola o país. Você, leitor, é o culpado por todos os males e mazelas que fazem parte do cenário da vida nacional... você não se interessa pela vida política, afasta-se dos partidos e fica esperando que algo venha melhorar. Só vai piorar se você não se convencer de que a briga é com você mesmo e, indo à luta.Por isso, pague seus impostos em dia, cumpra com todas as suas obrigações fiscais e não chie. Aliás, é por isso que você é o culpado. Só resmunga. Você não chia de público. Não reclama de verdade".

Somos os culpados (sim, me incluo) porque delegamos a terceiros a representação e depois só esperamos os resultados

A

"bronca" não é gratuita. Ela se insere numa situação de herança cultural, de deseducação política da sociedade brasileira. Ela é uma provocação para estimular o leitor a buscar ser menos passivo e se envolver mais com as coisas públicas do País. No fim, somos sempre nós, especialmente a classe média, quem paga a conta dos desatinos "deles". Somos os culpados (sim, me incluo) porque delegamos a terceiros a representação e depois esperamos resultados como se fossemos nós os delegados. É preciso mais do que isso. É preciso agir. Sair da inércia, mobilizar os afins, os inconformados, os decepcionados, os afrontados, os indignados.

O

silêncio, ao longo do tempo, nos faz culpados. Até de termos eleito um "messias" que vive em seu mundo particular. Tudo o que está acontecendo na vida pública - partidária, política - do País é reflexo da alienação de quem sustenta tudo isso. Nós mesmos.

D

aí a importância da mobilização de protesto contra o estado atual do País, do qual a ACSP é um dos organizadores. Apoiar as entidades de classe sérias é uma primeira maneira de começar a participar mais efetivamente. Demonstrar, nesse momento e sempre, que a sociedade brasileira está cansada de sustentar parasitas exige ação organizada e ordeira. psaab@uol.com.br


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.POLÍTICA

terça-feira, 6 de setembro de 2005

EX-PREFEITO VAI PARA O PTB, O DEPUTADO PARA O PMDB.BLITZ NA CASA DE DUDA E NOVA CONTA DE VALÉRIO.

DEPOIS DE DELFIM, A VEZ DE MALUF SAIR DO PP. Ailton de Freitas/O Globo

O

DESCOBERTA NOVA CONTA DE VALÉRIO

Sonegação de divisas Responsável pela campanha publicitária que levou Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, Duda Mendonça afirmou em depoimento na CPI dos Correios ter recebido R$ 10,5 milhões numa conta bancária aberta em nome da offshore Dusseldorf Company Ltda, nas Bahamas. O dinheiro, de acordo com o publicitário, referia-se a serviços prestados ao PT durante as eleições de 2002. A PF e o Ministério Público estão investigando a origem do dinheiro que foi transferido para essa conta. Nesta semana, a PF informou que já tem indícios para indiciar o publicitário pelo crime de sonegação de divisas. Na semana passada, a Polícia Federal cumpriu 18 mandados de busca e apreensão nas empresas Dial, Radial e Tradeline. As empresas teriam mandado dinheiro para a empresa Dusseldorf. (OGlobo)

Fernando Lancha

Comissões dedicam a semana a análise de documentos Depoimento de Luiz Gushiken ainda não tem data definida

Delúbio

Pereira

Valério

Mendonça

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, se recusou a nomear sacadores das contas de Valério na CPMI dos Correios. Na CPMI do Mensalão, ele não explicou pagamentos a Duda e disse que José Dirceu não negociou dívidas do PT.

Sílvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Assumiu ter negociado cargos; saiu do PT, depois da descoberta de que ganhou um Land Rover da GDK . Valério disse que ele sabia dos empréstimos repassados ao diretório nacional.

Marcos Valério, dono da SMP&B e da DNA. Movimentação bancária mostra saques de vários políticos e assessores, num total de R$ 55 milhões. Disse na CPMI do Mensalão que o aval de Dirceu foi confirmado por Delúbio.

O publicitário Duda Mendonça, da DM9, confirmou ter recebido dinheiro de Marcos Valério no exterior. Os repasses, segundo ele, eram para pagar dívidas do PT, das campanhas eleitorais de 2002. Valério negou a versão de Duda.

Palmieri

Osório Batista

Jefferson

Lamas

Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB, depôs no dia 16 de agosto na CPMI do Mensalão e revelou que esteve em Portugal com Marcos Valério para obter recursos da Portugal Telecom para pagar dívidas do PT e do PTB.

Antônio Osório Batista, diretor afastado dos Correios por ter sido citado por Marinho na gravação. Depôs na CPMI e afirmou que Jefferson pediu dinheiro aos diretores da estatal para fazer caixa de campanha.

O deputado do PTB, Roberto Jefferson, teve seu pedido de cassação aprovado no Conselho de Ética da Câmara. O próximo passo será a votação em plenário, que deve acontecer a partir do dia 13 de setembro.

O ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, confirmou em depoimento à CPMI do Mensalão que foi algumas vezes a Belo Horizonte buscar dinheiro a pedido do presidente nacional do partido, Valdemar da Costa Neto.

Karina Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério. Depôs na CPMI e contestou as versões de seu ex-patrão para os grandes saques bancários: o próprio empresário voltou atrás e confessou que fazia os pagamentos a mando de Delúbio, a partir de uma lista.

Sereno

Jefferson

Duda

Marcello Casal Jr/ABr

Galeria de personagens Edson Santos/AC

no Centro de Estratégias Políticas (CEP), que pertence ao publicitário, e na casa de Zilmar Fernandes. Há cerca de um mês Duda e Zilmar compareceram espontaneamente à sede da PF em Salvador e forneceram seus endereços, mas nenhum dos dois tem sido encontrado nos domicílios informados. Semana passada, o publicitário foi intimado a depor num processo penal, aberto no Juizado Especial Criminal de Salvador, que apura seu envolvimento em brigas de galo, mas também não compareceu.

PF apreende documentos em escritório do publicitário Duda Mendonça

Ed Ferreira/AE

rês equipes integradas por agentes da Superintendência da Polícia Federal na Bahia e um grupo de auditores da Receita Federal cumpriram no início da manhã um mandado de busca e apreensão no escritório, residência e sítio do publicitário Duda Mendonça, na Bahia. Foram apreendidos disquetes, documentos bancários, computadores, livros contábeis e agendas do publicitário. O mandado foi expedido pelo Supremo Tribunal Federal e integra o inquérito que investiga o esquema de corrupção, através de pagamento de mesadas a parlamentares do PT e da base do governo federal. Duda e sua sócia, Zilmar Pimentel, são acusados de remessa ilegal de dinheiro para o exterior. O material seguiu para Brasília, levado pelo delegado Clayton Eustáquio Xavier, que comandou a operação. Sem dar nenhuma informação à imprensa, que não pôde acompanhar a movimentação, três equipes - com um total de 20 agentes e auditores da Receita Federal - começaram a operação por volta das 6h30. Eles passaram na casa de Duda Mendonça, no Edifício Mansão Costa Pinto, no bairro da Vitória, no escritório da agência de publicidade dele, a DM9, no Edifício Oceania, bairro da Barra, e na chácara dele, na região metropolitana de Salvador. Em São Paulo, a PF iniciou o processo de buscas e apreensão de documentos na sede da empresa Duda Publicidade,

Nilton Fukuda/AE

Valter Campanato/ABr

PF VASCULHA ESCRITÓRIO, CASA E SÍTIO DE DUDA. T

Marcos Valério chega à PF de Brasília para o seu terceiro depoimento

Roosewelt Pinheiro/ABr

Propaganda – o gerente financeiro Wagner Monteiro e o encarregado Júlio Cassão –, o empresário Vanderlane Afonso Godoy e o publicitário Valter Eustáquio Cruz Gonçalves. Os dois funcionários da DNA efetuaram retiradas que totalizam cerca de R$ 1,1 milhão. Eles disseram que fizeram os saques a pedido diretor financeiro da agência, Paulino Alves Ribeiro. Lucros – O advogado da DNA – que está dissolvendo a sociedade com Valério –, Leonardo Yarochewsky, alegou que os recursos sacados eram para o pagamento de divisão de lucros entre os sócios ou para quitação de empréstimos contraídos junto à SMP&B Comunicação. Walter Eustáquio contou à PF que sacou R$ 112 mil a pedido de Valério e negou saber o destino do dinheiro. De acordo com o delegado da PF, o único depoente que apresentou documentos comprovando o destino de um saque de R$ 55 mil foi Godoy. Ele demonstrou que prestou serviços à DNA, o que foi comprovado através de uma cópia do contrato e de notas fiscais. Genoino– Na sede da PF em São Paulo, o ex-presidente do PT, José Genoino, foi chamado a explicar o envio de R$ 300 mil do diretório nacional do partido para o diretório de São Luiz, no Maranhão, por meio de caixa dois. Hoje será a vez do extesoureiro do partido, Delúbio Soares. (Agências)

Ailton de Freitas/AG

A

CPMI dos Correios descobriu que o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza abriu uma conta no Banco Rural, até então desconhecida, especificamente para fazer repasse de dinheiro a pessoas indicadas pelo então tesoureiro do PT Delúbio Soares. Segundo o relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), a movimentação financeira dessa conta – que registra depósitos que vão de R$ 10 mil a R$ 1,5 milhão – foi obtida neste fim de semana por uma equipe técnica da CPMI que visitou a sede do Banco Rural, em Belo Horizonte. "Com esses novos dados, a comissão pode finalmente chegar à origem dos recursos repassados por Marcos Valério", afirmou o sub-relator de Movimentação Financeira da CPMI, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR). Ontem o empresário, acusado de ser o operador do suposto Mensalão, depôs pela terceira vez na sede da Polícia Federal, em Brasília. "Não tem revelação. Eu vejo no jornal muita especulação", afirmou Valério à imprensa. DNA – Paralelamente, a Polícia Federal começou a colher depoimentos de pessoas que figuram como sacadores de altas somas das contas da DNA Propaganda – a pedido da CPMI dos Correios. Ao todo, 16 pessoas serão ouvidas até sexta-feira. Prestaram depoimentos dois funcionários da DNA

guir. Em 1982, quando deixou o governo do Estado para se candidatar a uma vaga de deputado federal, Maluf conseguiu mais de 500 mil votos. O deputado Ricardo Izar, presidente do Conselho de Ética da Câmara, não gostou da novidade, já que Maluf é seu desafeto. Surpresa – Após o café da manhã, Maluf passou a disparar telefonemas para os novos companheiros. O líder do PTB na Câmara, deputado José Múcio, afirmou que recebeu uma ligação ontem do ex-prefeito para negociar Dida Sampaio/AE sua filiação ao partido. "Foi uma surpresa para mim. Ele me disse que tinha conversado com Jefferson e que desejava entrar no PTB, queria fazer uma filiação rápida", disse Múcio. Ele disse a Maluf que só trataria da filiação após o final do processo de cassação de Jefferson ser votado no plenário da Câmara. Mas o ex-prefeito também não está com a vida fácil. Na semana passada, teve um pedido de prisão contra ele enviado à Justiça. A Polícia Federal ouviu o doleiro Vivaldo Alves, conhecido como "Birigui", que denunciou ter remetido dinheiro para o exterior a pedido de Maluf e de seu filho Flavio. O ex-prefeito classifica a denúncia como tentativa de extorsão.

ex-prefeito Paulo Maluf está deixando o Partido Progressista (PP), legenda que ajudou a fundar. Maluf se filia até o próximo dia 22 ao PTB, do deputado Roberto Jefferson. Junto com Maluf, outros deputados, prefeitos e vereadores devem deixar o partido. Mas isso não significa que todos vão para o PTB. O deputado federal Delfim Neto (foto à dir.), por exemplo, está de malas prontas para desembarcar no PMDB. Maluf (foto abaix o) deve J.F. Diorio/AE disputar uma vaga de deputado federal. A re u n i ã o que sacramentou a ida de Maluf para o PTB aconteceu ontem, num café da manhã no escritório de Delfim Neto. Além do ex-ministro e Maluf, estava presente o deputado estadual Campos Machado, principal liderança do partido no Estado. Os entendimentos para colocar Maluf no PTB começaram há 10 dias, articulados pelo seu fiel escudeiro, deputado estadual Antônio Salim Curiati. Com a saída de Maluf, a bancada do PP na Assembléia deixa de existir: Curiati e Conte Lopes já anunciaram que seguem o chefe. Votos – No PTB, o anúncio da chegada de Maluf não provocou, por enquanto, nenhum protesto, já que muitos pensam nos votos que ele pode conse-

Jacinto Lamas

Delúbio Soares

Silvio Pereira

Ferreira

Guimarães

Costa Neto

Esteves

Marcos Vinícius Ferreira, genro de Roberto Jefferson e suposto canal do PTB com os Correios. Senado estuda pedir a quebra de seu sigilo bancário. A CPMI dos Correios ainda não remarcou seu depoimento.

O ex-presidente do Banco Popular do Brasil Ivan Guimarães negou à CPMI dos Correios que sua indicação para o cargo no banco tenha sido feita pelo PT. Ele anunciou aos integrantes da comissão que vai se desfiliar do PT.

O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, se recusou em seu depoimento à CPMI da Compra de Votos a revelar nomes de empresas e pessoas físicas para as quais teria repassado supostos R$ 6,5 milhões recebidos de Marcos Valério.

Clauzer Esteves, sócio de José Fortuna Neves. O também exagente do SNI afirmou que a Abin investigava os Correios a pedido da Casa Civil, informação essa que foi negada pelo então titular da pasta, o ex-ministro José Dirceu.

Lange

Salmeron

Dutra

Marinho

Edgard Lange, o "Alemão". O agente da Abin admitiu que, em abril, recebeu ordem para colher informações sobre irregularidades nos Correios, que teria sido dada pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Roberto Salmeron, ex-presidente da Eletronorte e ex-vice-presidente dos Correios. De acordo com o depoimento de Osório Batista, Jefferson e Salmeron teriam assistido à gravação um dia antes de ter sido divulgada à imprensa.

Mauro Dutra, dono da Novadata. Ele negou favorecimento em contratos da estatal. Disse que seus negócios com a estatal são reduzidos. Mas confirmou que sua empresa fornece 22% dos micros do governo e que conhece Lula há mais de 20 anos.

Maurício Marinho, ex-chefe de Contratação e Administração de Material dos Correios. Flagrado em uma gravação recebendo propina de R$ 3 mil, negou. Depôs no Ministério Público e será novamente ouvido na CPMI dos Correios.

Gonçalves

Waschek

Dipp

Marschner

Luiz Otávio Gonçalves, diretor da Skymaster, admitiu que pediu ajuda de Sílvio Pereira para evitar que sua empresa perdesse o contrato com os Correios. Jefferson denunciou a empresa como tendo contrato superfaturado com a estatal.

Arthur Waschek, dono da Comam e Vetor. Mandante da gravação de Marinho, por ter interesses contrariados nos Correios. Waschek afirmou que as irregularidades não ocorrem nas licitações, mas na execução dos contratos.

Airton Dipp, ex-presidente dos Correios, confirmou na CPMI dos Correios encontro com Sílvio Pereira e a influência de Luiz Gushiken na estatal, através da nomeação de três dos cinco membros de uma comissão de análise de publicidade.

Haroldo Marschner, um dos donos da Precision Componentes. Ele disse que teria recebido pedido de suborno de Maurício Marinho, para poupar a sua empresa da aplicação de multa por atraso na entrega de material.

PASSO-A-PASSO DAS INVESTIGAÇÕES

CPMI do Mensalão

Conselho de Ética

CPI dos Bingos

A comissão que investiga a compra de votos ouviu os diretores dos fundos de pensão Previ, Petros e Funcef. Os dirigentes prestaram depoimento fechado na comissão, no dia 25 de agosto. Eles confirmaram envolvimento dos fundos com a Globalprev, empresa que pertencia a Luiz Gushiken.

O conselho aprovou por unanimidade o pedido de cassação do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). O pedido irá à votação do plenário da Câmara no dia 13. De acordo com as regras regimentais, a Mesa tem a obrigação de incluir o processo na pauta até dois dias depois do prazo final do processo.

João Francisco Daniel, irmão do prefeito de Santo André, Celso Daniel, morto em 2002, depôs na comissão e fez revelações que atingem o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho. A CPI decidiu convocar os delegados que atuaram no caso do assassinato de Celso Daniel.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 6 de setembro de 2005

LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS - 9

LULA DIZ QUE REFORMA TRIBUTÁRIA AINDA NÃO SAIU DO PAPEL POR RESISTÊNCIA DOS ESTADOS Alex Silva/AE

Auditores cruzam os braços contra a Super-Receita

UNIFICAÇÃO DO ICMS ESTÁ NAS MÃOS DOS GOVERNADORES

A

medida provisória que criou a Receita Federal do Brasil dividiu os funcionários do órgão e criou mais uma dor de cabeça para o governo. Os auditores fiscais decidiram paralisar as atividades por 48 horas na quinta e na sexta-feira para fazer um alerta contra o que eles classificam de um "trem de alegria": a possibilidade de que técnicos da Receita sejam promovidos ao cargo de auditor sem concurso interno. Embora deva durar apenas dois dias, a greve poderá prejudicar o andamento de serviços como o desembaraço alfandegário de mercadorias nos portos e aeroportos. O risco da promoção automática dos técnicos, segundo os auditores, está na MP 258, que criou a Super-Receita, assim chamada por ter unificado a arrecadação de tributos federais e contribuições previdenciárias. Os técnicos fizeram uma paralisação que durou seis semanas para reivindicar uma reestruturação da carreira dos servidores do órgão. Nessa reestruturação, eles poderiam passar a auditores, cargo mais prestigiado e com melhor remuneração. Hoje, o salário de entrada do técnico é de R$ 3.900 e do auditor, de R$ 7.700. A paralisação dos técnicos só terminou depois que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, acenou com mudanças na MP para contemplar o pedido dos técnicos. A sinalização do governo, no entanto, acendeu a luz vermelha para os auditores. Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), Carlos André Nogueira, a promoção só poderia ocorrer por meio de concurso público. O diretor do Unafisco, Paulo Gil, afirmou que a ascensão funcional dos técnicos afeta os direitos dos auditores, que exercem funções de nível superior e foram selecionados em concurso público. Os auditores também discordam do fato da Super-Receita ter sido criada por meio de medida provisória e não por projeto de lei. As duas secretarias (Receita Federal e Previdência) cuidam de 70% da arrecadação de recursos do governo. (Agências)

O

Em evento da Abras, ontem, Lula aconselha os empresários a pressionarem pela retomada da votação da matéria Milton Mansilha/Ag.Luz

Leão já devorou R$ 500 bilhões em impostos m pouco antes do início da passeata em protesto contra a corrupção no governo Lula, que acontece hoje no centro de São Paulo, o Impostômetro deve atingir a marca dos R$ 500 bilhões. O taxímetro de impostos da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), entidade que também participa da mobilização, revela o valor total de tributos arrecadados pelos governos federal, estadual e municipal desde 1º de janeiro deste ano. A cifra dos R$ 500 bilhões será alcançada com 39 dias de antecedência em relação a 2004, o que revela que a voracidade do Leão está cada vez maior. "Isso representa R$ 69

U

bilhões a mais, sem contar juros, de arrecadação em relação a 6 de setembro do ano passado", diz o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), Gilberto Luiz do Amaral. Descontando a sonegação e a informalidade, Amaral calcula que a arrecadação poderia ser 39% maior. "Os R$ 600 bilhões devem ser atin-

LEI KANDIR

gidos no final de outubro e, até o final do ano, devem ter sido recolhidos um total de R$ 750 bilhões", afirma. O painel eletrônico fica na fachada do prédio da ACSP, na Rua Boa Vista, mas também pode ser acessado via internet, no endereço www.impostometro.org.br. Laura Ignacio

O governo federal, mais uma vez, deve deixar de ressarcir os estados da desoneração do ICMS nas vendas externas.

Recursos excluídos do orçamento proposta orçamentária para 2006, entregue semana passada pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não inclui recursos para o ressarcimento dos Estados por conta da chamada lei Kandir, segundo avaliação preliminar feita pela área técnica do Congresso. A lei Kandir desonerou do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) as exportações de produtos primários e semielaborados. Este ano, o custo

A

DC

Cifra será alcançada com 39 dias de antecedência em relação a 2004

desse ressarcimento para os cofres da União é de R$ 4,3 bilhões. Se os mesmos R$ 4,3 bilhões forem destinados ao ressarcimento em 2006, a proposta orçamentária ficará com um "rombo" de igual valor e terá que ser coberto com corte nos investimentos ou com aumento da previsão da receita. No ano passado, o governo fez a mesma coisa. Também não incluiu na proposta orçamentária os recursos para o ressarcimento. Foi o Congresso que alocou a dotação de R$ 4,3 bilhões para cobrir os custos da Lei

Kandir. O relator da proposta orçamentária para 2006, deputado Carlito Merss (PTSC), disse que não sabia que faltam recursos para o ressarcimento aos Estados. "Vamos ter que resolver isso aqui", disse. Merss propõe que esse assunto seja resolvido num amplo acordo com os governadores, que permita também aprovar a reforma tributária. A reforma tributária está pronta para ser votada pelo plenário da Câmara. Ela unifica a legislação do ICMS e reduz o número de alíquotas desse imposto para cinco. (AE)

presidente Luiz ano, algo da ordem de 6% do Inácio Lula da Silva Produto Interno Bruto (PIB), e rebateu ontem, em emprega mais de 400 mil funSão Paulo, as críti- cionários em todo o território cas ao aumento da carga tribu- nacional, para se queixar, em tária e aconselhou os empresá- seguida, que a carga tributária rios do setor de supermercados brasileira é "quase insuportáa procurar convencer governa- vel", ao atingir cerca de 40% do dores e deputados a apoiarem PIB. Oliveira citou o Instituto no Congresso a retomada da Brasileiro de Planejamento votação da reforma tributária. Tributário (IBPT), o qual indica A recomendação foi feita du- que o brasileiro trabalha quarante a abertura da 39ª Conven- tro meses e 20 dias por ano soção Nacional de Supermerca- mente para pagar impostos. dos, em resposta às queixas do "É preciso racionalizar o tapresidente da Associação Bra- manho da máquina pública e sileira de Supermercados melhorar o sistema arrecada(Abras), João Carlos Oliveira, dor e de fiscalização tributáentre as quais, a de que as dife- ria", cobrou. Além disso, o prerentes alíquotas do Imposto so- sidente da Abras reclamou do bre Circulação de Mercadorias alto índice de cheques devolvie Serviços (ICMS) adotadas nos dos por ausência de fundos na estados prejudicam os negó- economia brasileira. Segundo cios do setor. Oliveira, nos primeiros sete Em seu discurmeses de 2005, o so, Lula disse que v o l u m e d e c h e"caiu do cavalo" ques sem fundos quem apostou cresceu 25% em reque a crise política A parte pertinente do lação a 2004 e, soiria contaminar a governo federal na m e n t e n o s e t o r, economia. Defen- reforma tributária foi 13% das compras deu, também, a re- mais ou menos são pagas com dução da taxa de resolvida. Falta a cheques, dos quais juros nas próxi- parte dos estados. 5% são devolvimas reuniões do dos. Comitê de Política "É preciso criar Luiz Inácio Monetária (CoLula da Silva u m a l e g i s l a ç ã o pom) por consideque moralize o parar que a "inflação gamento com cheestá definitivaques e que leve os mente controlada". bancos a se responsabilizarem "Se alguém achou que pode- pelo pagamento até determiria fazer conflito político, nado valor, como se faz em váachando que iria acertar a eco- rios países do mundo", sugenomia e que o País iria sair do riu. O presidente da entidade trilho, caiu do cavalo porque a também tratou da crise polítieconomia está cada vez mais ca dizendo que, "felizmente, as sólida", disse o presidente. instituições brasileiras são sóSobre a reforma tributária, lidas", mas que a sociedade deLula disse "que a parte perti- verá ficar "em alerta" para que nente do governo federal foi as investigações cheguem até mais ou menos resolvida. Falta as últimas conseqüências. a parte dos estados", compleRebate - O governador do tou, ao se referir ao item espe- Rio Grande do Sul, Germano cífico de unificação das alíquo- Rigotto (PMDB) rebateu a afirtas do ICMS em todo o territó- mação de Lula de que o governo rio nacional. federal fez a sua parte no pro"Se dependesse apenas da cesso de reforma tributária. " O vontade do governo federal, já governo fala a favor, mas trabateria sido votado no ano passa- lha contra a reforma. O que se do. Agora, depende de interes- viu até agora foram remendos ses regionais, de interesses lo- fiscais", criticou Rigotto, à tarde, cais. Aí cada associação comer- na sede do Palácio Piratini, em cial, cada associação de super- Porto Alegre. mercados, cada associação de "Para avançar, é preciso reempresários precisa, nos seus solver a questão do Fundo da estados, chamar os deputados Lei Kandir, criar o Fundo de e governadores e os convence- Desenvolvimento Regional rem a votar a reforma tributá- para compensar o fim da guerria porque ainda tem governa- ra fiscal, e implementar o Sedor que acha que seu estado guro Receita, equalizando as vai crescer fazendo a guerra alíquotas e ressarcindo os estafiscal", complementou. dos que terão perda de receita. Oliveira, anteriormente, cri- Tudo isso depende do Ministéticou não apenas a ausência de rio da Fazenda, que deve conuniformidade nas alíquotas do versar com o Congresso NaICMS, mas também o cresci- cional, com os governadores e mento da carga fiscal brasilei- com quem for necessário para ra. Num discurso contunden- tornar a reforma tributária te, ele lembrou que o setor fatu- uma realidade", disse o goverra mais de R$ 100 bilhões ao nador gaúcho. (Agências)


10 -.FINANÇAS

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terça-feira, 6 de setembro de 2005


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INFORMÁTICA - 7

Telefone celular agora também tem blog O novo serviço Blog Brasil Telecom GSM permite ao assinante criar seu próprio blog e atualizá-lo com textos e fotos diretamente do seu celular, de onde estiver

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celular já tem quase 1.001 utilidades. Além de telefone, funciona também como câmera digital, filmadora, acessa a web, recebe e envia emails, toca música, exibe fotos e vídeos, é uma mini central de games… Mas a Brasil Telecom GSM descobriu mais uma função para o aparelhinho multitarefa: blogar. O novo serviço Blog Brasil Telecom GSM permite ao assinante criar seu próprio blog e atualizá-lo com textos e fotos diretamente do seu celular, de onde estiver. Para criar o blog, basta usar o acesso WAP do celular, escolher a opção blog e se cadastrar. Para atualizar o blog, basta enviar um torpedo multimídia para o número 843. A novidade é exclusiva para os usuários da Brasil Telecom GSM e só eles podem editar ou atualizar o blog por meio do celular. O assinante da Brasil Telecom GSM pode divulgar seu blog para parentes e amigos –para visualização, navegação e comentários– com acesso pela internet ou através do WAP ao endereço http:// blog.brasiltelecom.com.br, independentemente da operadora a que pertencem. Muito além da voz – Para Paulo Matos, diretor de Novos Negócios e Soluções da Brasil Telecom GSM, a operadora "tem a consciência de

Fotos: Captura de telas

que, cada vez mais, a demanda de nossos clientes vai além dos serviços de voz". "Este serviço permite ao público jovem experimentar os benefícios da convergência, pois com o Blog Brasil Telecom GSM estamos unindo internet, telefonia celular e serviços multimídia, em um exemplo muito claro de nosso trabalho na utilização conjunta das mais diversas tecnologias", explica Paulo Matos. Daniel Pinz, de 22 anos, morador de Florianópolis (SC) e ligado em música, esporte e culinária, é um desses usuários multimídia. Todas as refeições gordurosas com que alimenta diariamente sua taxa de colesterol são fotografadas antes de serem ingeridas e postadas no blog "Gordura", um dos mais visitados. Seu mais recente post, que incluía espetinhos, arroz, farofa, maionese e mandioca frita, recebeu 12 comentários de visitantes esfomeados e até suscitou uma paquera virtual. Danielli, de Brasília (DF), escreveu: "Temos várias coisas em comum: Primeiramente o nome, depois a data de aniversário que é a mesma. Depois: Adoro comer tudo isso! Mas sou magra. Bjos de Dany DF para Dani!". Haja coincidência! Atletas famosos como a ginasta Daiane dos Santos e o iatista Robert Scheidt, patroci-

nados pela Brasil Telecom, também criaram blogs para interagir com os fãs, e chegaram a receber comentários de pessoas que não acreditam que eles sejam os responsáveis pelos posts. Campeão – Mas o campeão de visitas não é nenhum atleta ou artista famoso. Luiz Suzuki, de 25 anos, funcionário da Brasil Telecom em Brasília e dono do blog XuXuKi, conquista leitores por conta de suas atualizações ágeis e sua capacidade de estar numa multiplicidade de eventos em cidades diferentes em curto espaço de tempo. Campeonatos de esporte amador, casamentos, reuniões de colegas de turmas diversas, festas, encontros familiares, ufa! O moço –e quem

Fotos: Divulgação

São Paulo ganha megastore de informática para micro e pequenas empresas Com variada gama de produtos, PC Center promete oferecer soluções para pequenos escritórios, profissionais de informática e também para usuários domésticos

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epois de sete lojas no Rio de Janeiro, a rede PC Center chega a São Paulo com a proposta de atender as necessidades de informática de empresas que têm 20, 30 usuários e não são grandes o suficiente para atrair as revendas. "Pode até parecer engraçado, mas muitas multinacionais grandes com operações enxutas no país têm hoje dificuldades para comprar uma impressora de grande porte, uma licença de software. Quero atender esse público de escritórios de advocacia, de contabilidade, consultorias e outros segmentos que precisam ser atendidos na hora e não deixam de ser importantes só porque têm 20 ou 30 funcionários", diz João

de Sá, proprietário da rede. A PC Center paulistana abriu as portas na última semana com 2.000 produtos em exposição e consultores técnicos de marcas como HP, Microsoft, LG e Epson, entre outras, disponíveis para responder as dúvidas deste público-alvo, que inclui também os usuários domésticos. As prateleiras exibem desde dispositivos simples, como cabos e cartuchos, até placas, drives de memória flash, monitores LCD, notebooks, câmeras, handhelds, impressoras profissionais e muito software –jogos e versões em inglês de programas da Microsoft fazem parte da lista. "A idéia é acabar com o clima intimidador das lojas especializadas em informática. Ao

mesmo tempo, criamos um ambiente cheio de máquinas e bem iluminado que é confortável para os clientes mais técnicos, quero que eles se sintam mergulhados em tecnologia. Existem clientes que não gostam de comprar cartucho de tinta para a impressora na papelaria", diz Sá, acrescentando que a oferta de servidores será o próximo passo do empreendimento e deve acontecer dentro de algumas semanas. A loja divide espaço com a Estação Poeta, uma livraria/ café com ambiente wireless –em qualquer ponto da loja o cliente pode se conectar à internet veloz com seu notebook ou handheld com conexão sem fio, ou ainda em um dos computadores disponíveis na casa. O imóvel na avenida Juscelino Kubtischek, que um dia abrigou uma concessionária de motos, foi escolhido pela localização que, segundo o executivo, dá muita visibilidade ao negócio. "Estamos em uma região que é uma zona de expansão corporativa da cidade e que já conta com inúmeras empresas com o perfil que buscamos. São escritórios que precisam de produtos de informática que atendam às suas necessidades", conclui Sá. Renata Mesquita

SERVIÇO PC Center – av. Juscelino Kubtischek, 1.600, Vila Olímpia; segunda a sexta, das 9h às 22h, sábados, das 9h às 20h; tel. (11) 3168-6490

Entre os blogs mais visitados estão XuXuKi, Gordura e o do iatista Robert Scheidt

acompanha seu blog– não perde uma. Mal a Seleção Brasileira de Futebol garantiu a vaga na Copa da Alemanha após bater o Chile por 5 a 0, no último domingo, e Suzuki já havia atualizado o blog com comentário e foto a caráter. Cobertura – A Brasil Telecom GSM, subsidiária da Brasil Telecom S.A., iniciou sua operação comercial há pouco mais de dez meses e já tem 1,5 milhão de clientes, que contam com vantagens exclusivas –como pulsos extras todo mês para ligações locais (números fixos da Brasil Telecom), Amigos toda Hora (grupo de até 14 amigos para falar com tarifas de R$ 0,10 o minuto) e cartão 3 em 1 com créditos para serem usados no celular pré-pago, no orelhão ou no telefone fixo. A Brasil Telecom GSM atua no Distrito Federal e nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Acre, Rondônia e Tocantins. Es-

sa área corresponde a 33% do território nacional e tem cerca de 40 milhões de habitantes. Rede EDGE – A Brasil Telecom GSM já concluiu a ativação da rede móvel de transmissão de dados em alta velocidade em todas as capitais dos estados onde atua, com exceção de Cuiabá, prevista para o dia 30 de setembro. Com a implantação da rede EDGE (Enhanced Data rates for GSM Evolution), os clientes da Brasil Telecom GSM já podem fazer downloads, acessar bancos de dados e navegar na internet

pelo celular com muito mais rapidez. Hoje, 100% da rede da Brasil Telecom GSM já é coberta com a tecnologia GPRS para transmissão de dados; o EDGE é uma evolução, pois garante velocidades ainda mais altas. Com a tecnologia EDGE é possível transmitir dados pelo celular com taxas de até 236 Kbps. A velocidade média de utilização depende do modelo do aparelho celular e do local onde o usuário está, variando normalmente entre 80 Kbps e 120 Kbps. Rachel Melamet


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8 -.INFORMÁTICA

terça-feira, 6 de setembro de 2005 Fotos: Divulgação

Vasco Security faz planos para o Brasil Com grandes clientes na área financeira, como o Bradesco e o HSBC, companhia belgo-americana aposta em tokens de autenticação para celulares e comércio eletrônico e quer crescer em identificação digital Por Renata Mesquita

E

m uma época de paranóia justificada com segurança de dados, ameaçados a todo momento por scams, phishing scams, vírus e cavalos-de-tróia, a empresa belgo-americana Vasco Data Security, especializada em autenticação de usuários, faz planos para crescer na América Latina –principalmente no Brasil, que considera um mercado estratégico e onde já conta com um representante bem-sucedido, a UserID. "Ao avaliarmos a região, ficamos em dúvida entre o Chile e o Brasil. Optamos pelo Brasil porque é um mercado interessante e oferece taxas mais interessantes se pensarmos no desenvolvimento ou fabricação locais", disse a jornalistas na semana passada o presidente e COO (chief operational officer) da Vasco, Jan Valcke. O executivo belga confessou que a percepção sobre nosso país –no que se refere a negócios– não era muito clara. "Estamos surpresos com a qualidade profissional das pessoas que você encontra aqui. Além disso, os bancos brasileiros estão fazendo um trabalho tremendo em tecnologia, em internet banking", declarou, acrescentando que os próximos planos mundiais da companhia incluem o desenvolvimento de novos produtos e/ou a compra de empresas que desenvolvam tecnologias específicas para a segurança de dados. "Vamos crescer também em escritórios e em funcionários, que são nosso principal ativo. Pulamos de 75 pessoas trabalhando para nós no terceiro trimestre de 2004 para mais de 110 no primeiro trimestre de 2005. E vamos aumentar a rede de agentes espalhados pelo mundo, que são pagos por comissão ou como se fossem nossos funcionários", disse Valcke. A Vasco Security chegou ao país oficialmente em julho de 2004, quando fez um contrato de representação exclusiva

Jan Valcke é presidente e COO da Vasco, especializada em autenticação de usuários e, entre outros, comercializa tokens (dispositivos eletrônicos que geram senhas randômicas automaticamente) no Brasil

com a UserID. De lá para cá, conquistou clientes como HSBC, Itaú, Bradesco, Honda, Chocolates Garoto, Impsat, Orbitall, Companhia Siderúrgica de Tubarão e o Hospital Albert Einstein, que usam suas soluções para autenticar as operações de clientes de internet banking, no caso dos bancos, ou dos usuários que têm acesso à rede corporativa. A empresa se prepara agora para fortalecer sua presença nesse mercado –segundo estudos citados pela Vasco, existe atualmente no país uma demanda por tokens (dispositivos eletrônicos que geram senhas randômicas automaticamente) superior a 10 milhões de unidades– e para ampliar seu foco de atuação. "Temos certeza que o Brasil apresenta um enorme potencial para nós não só em internet banking como nos segmentos de ecommerce e e-business e de segurança corporativa de redes", declarou César Lovisaro Neto, diretor comercial da UserID. A empresa também cuidou do registro de todas marcas e patentes da Vasco do Brasil. Estratégia – Comércio eletrônico e governo eletrônico são dois mercados estratégicos para a Vasco neste momento. No primeiro, espera ajudar a quebrar

as barreiras que impedem as lojas virtuais de decolarem de verdade –"grande parte das pessoas ainda têm medo de comprar na internet", acredita Valcke– e aumentar o número de cartões com chip em circulação. Para isso, está trabalhando com as bandeiras Visa e Mastercard para a expansão de tokens leitores de smartcards no Brasil já a partir de 2006. Outra aposta é nos geradores automáticos de senhas que podem ser instalados em celulares, como o produto Digipass For Java Phone. Já o mercado de e-government deve começar a ser melhor explorado, na visão do executivo, a partir de 2007. A companhia pretende fornecer tecnologia de segurança para carteiras de identificação, passaportes e credenciais de acesso. Mesmo sem citar valores, a empresa justifica os investimentos no país com números fornecidos por pesquisas: segundo o Grupo de Respostas a Incidentes para a Internet (CERT.br) as fraudes em internet banking no Brasil cresceram 577% em 2004 e mais de 1.300% no segundo trimestre de 2005, em comparação com o mesmo período do ano passado. Em 2003, as fraudes eram responsáveis por apenas 1% dos

incidentes de segurança que atingiam a internet, ao lado de vermes, vírus, invasões e falhas no firewall. Em 2004, esse índice subiu para 5%. Entre abril e junho deste ano, as fraudes tiveram um crescimento exponencial e hoje representam 45% de todos os incidentes de segurança na internet registrados por aqui, informou a Vasco. Para ajudar no crescimento local, a companhia belgo-americana dá plena autoridade à UserID. "Não deixamos os clientes na mão. Nossa atuação é local, a troca do equipamento ou dispositivo é local e o suporte técnico é prestado em português. Esse cuidado com o pós-venda é o erro de algumas outras empresas. Também fazemos um guia de referência em português para que o usuário não se sinta dependente durante a instalação das soluções. Queremos que ele saiba que estamos ao seu lado, mas que ele pode cuidar de uma parte do processo sozinho", disse Lovisaro Neto. Segundo o executivo, há também uma preocupação constante com o canal de distribuição, com direito a treinamentos trimestrais e certificação técnica das revendas especializadas que queiram trabalhar com a marca.

Uso de tokens zera fraudes no HSBC rimeiro banco a fornecer tokens geradores de senhas dinâmicas a seus clientes pessoas jurídicas, o HSBC conseguiu zerar o número de fraudes entre esses correntistas. "Com 2,2 milhões de transações no Connect Bank (nome dado ao internet banking para pessoas jurídicas), se não tivermos segurança podemos ter problemas financeiros consideráveis", explicou Valdir Milani, diretor de pagamentos do HSBC. "O número de fraudes entre pessoas jurídicas já era baixo. Não tivemos nenhuma fraude entre os clientes que já adotaram os tokens." O projeto-piloto começou em julho de 2004 com cinco mil empresas clientes do banco que movimentavam os maiores limites bancários e foram convidadas a treinar a utilização da ferramenta. Hoje, são quatro mil empresas com mais de seis mil tokens em funcionamento, sem custo adicional pra os clientes. Segundo Milani, apenas um de todos os tokens adquiridos apresentou problemas e foi trocado. "Ficamos em dúvida entre adotar certificação digital ou o token. Optamos pelo token, que tem implementação mais fácil, é efetivamente seguro, oferece a melhor relação custo x benefício, é mais tranqüilo de usar e não teve rejeição por parte dos clientes", contou o executivo. O modelo adotado pelo banco foi o Digipass GO3, um dispositivo que lembra um chaveiro pequeno e vem com uma tela onde a senha

P

criada é exibida. O cliente precisa apenas apertar um botão para gerar uma senha dinâmica e única para acessar o ConnectBank e autorizar transações financeiras –senha que é pedida tanto para confirmar a entrada daquele usuário no sistema quanto após cada operação realizada. A senha muda automaticamente a cada 36 segundos e só pode ser usada uma vez. "Agora eu posso acessar o internet banking inclusive nas salas de espera dos aeroportos, sem problema, porque se alguém conseguir ver a senha que eu digitei, não poderá usá-la da próxima vez, mesmo se estiver de posse do número da minha conta e da senha eletrônica tradicional". O cliente que perder ou extraviar o token passa por uma investigação do banco e deve pagar cerca de R$ 100 para repor o dispositivo. A tarifa abrange as taxas de importação e impostos cobrados sobre o produto. A idéia deu tão certo que virou projeto para o HSBC em 77 países. Hong Kong será o primeiro a adotar, seguido pelo México, a partir de 2006. No Brasil, a adoção pelos demais clientes pessoa-jurídica –são 300 mil no total, 135 mil deles cadastrados nos bancos eletrônicos– começa em outubro. Ao longo do ano que vem, o HSBC espera ter pelo menos 100 mil clientes usando tokens para acessar o banco na internet com segurança. Mas os planos ainda não incluem os clientes pessoas físicas – quem está considerando a possibilidade atualmente, segundo a UserID, é o Bradesco. (ReM)


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terça-feira, 6 de setembro de 2005

INFORMÁTICA - 9

Reuniões em qualquer lugar do planeta, sem sair do escritório WebConference permite reunir até 24 pessoas em salas virtuais que funcionam como no mundo real, com visualização de todos os participantes, troca de arquivos, conversas via chat e apresentação de slides, vídeos e palestras Fotos: Divulgação

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oras perdidas no trânsito, filas nos aeroportos, gastos elevados com passagens aéreas, hospedagem e alimentação, tudo para participar de reuniões que muitas vezes duram pouco mais de uma hora. A rotina estressante –e cara– dos encontros presenciais periódicos com fornecedores, parceiros comerciais e clientes sempre encontrou justificativa na necessidade de manter o contato "olho no olho". Mas agora já é possível fazer reuniões com dezenas de participantes, cara a cara, sem que nenhum deles precise sair do próprio escritório, não importando a quantos quilômetros de distância se encontre –em outra cidade, outro Estado ou país. Basta ter um computador com webcam e microfone, acesso à internet, digitar login e senha e, com um clique do mouse, entrar na sala virtual de reunião. Num país de dimensões continentais como o Brasil, com oportunidades de empreendimentos em praças muitas vezes distantes milhares de quilômetros da sede das empresas, as ferramentas que permitem a comunicação via web em tempo real fazem a diferença na hora de fechar negócios, já que possibilitam contato direto e visual entre os participantes, a qualquer hora, sem a impessoalidade –e custos– dos interurbanos. Uma dessas ferramentas é o WebConference, da Netpoint Interactive, empresa especializada em multimídia para internet que oferece serviços de áudio e vídeo streaming ao vivo ou sob demanda. Há dois anos no mercado, ela acaba de lançar a versão 2.0 da solução, com novos recursos para facilitar a vida dos executivos. O WebConference oferece salas virtuais onde até quatro participantes da reunião podem aparecer online simultaneamente, e mais 20 pessoas podem participar assistindo as

imagens e interagindo através de chat e do "whiteboard" –uma página de comandos que permite enviar mensagens e compartilhar arquivos, fotos, gráficos e apresentações. Diferenciais – Entre outras funções, o WebConference emite um aviso quando o responsável pela reunião sai da conferência e também quando o encontro estiver para acabar, dentro do limite de tempo pré-agendado. O recurso auxilia os participantes, alertando para que finalizem suas considerações. Se a reunião é de rotina na empresa, o WebConference oferece repetição diária e semanal do evento criado, para que o administrador não precise perder tempo programando uma nova conferência a cada dia –basta solicitar que o evento seja repetido quantas vezes for necessário. Também permite a escolha do dia e hora para a montagem e reprodução de slide shows no whiteboard, para facilitar as demonstrações do tema ou produto que está sendo exposto. O WebConference ainda oferece recursos específicos para o administrador, como o extrato de uso, que mostra o consumo de banda e tempo de utilização do sistema; gravação das conversas ocorridas no chat; estatísticas da reunião em tempo real disponíveis no próprio painel da conferência; convite em HTML enviado pelo sistema aos participantes e possibilidade de criação de reuniões sem prazo para terminar. Segundo Cristian Faber, gerente de marketing da Netpoint Interactive, o objetivo do novo sistema é que ele substitua o modelo convencional de videoconferência. "O WebConference 2.0 é uma ferramenta moderna, útil e econômica. As diferenças são percebidas em todos os aspectos, desde sua utilidade até custo, pois a economia é compreendida logo no primeiro contato", afirma o executivo. Custo e instalação – O Web-

Cristian Faber, gerente de marketing da Netpoint, fala sobre as vantagens dos sistemas InteracTV e Webconference

Conference não ocupa espaço nos computadores ou no servidor da empresa usuária –tudo fica no servidor da Netpoint, que faz a instalação do sistema, treinamento dos administradores e personalização da sala de reunião do cliente. Esse setup inicial sai por uma taxa única de R$ 1.500. A partir daí, a mensa-

lidade para uso da sala fica em torno de R$ 700. Parece caro. Mas refaça as contas com os gastos mensais com passagens aéreas, hospedagem e alimentação das pessoas da empresa que se deslocam para reuniões, acrescente a redução na conta telefônica e a economia de tempo, e é mui-

DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS ASP, JAVA, SQL, ACESS e MACROMEDIA Design e Implementação de Websites Corporativos, Portais, B2B, WebTV service

MICROL

COD.: 39385

to provável que o investimento no serviço seja recuperado já no primeiro mês. InteracTV – Pertencente ao grupo Netpoint Internet Company, a Netpoint Interactive oferece também o InteracTV, um sistema que permite a transmissão de áudio e vídeo pela internet, baseando-se no

conceito de streaming –transmissão em fluxo contínuo, ou seja, não há armazenamento de imagens em buffer para download, elas são viualizadas à medida que chegam ao computador. Sistema muito utilizado para TVs de acesso restrito em ambientes corporativos e principalmente na criação de TVs interativas. Na área de vídeo digital, a empresa cria, produz e implementa soluções integradas para exibição de conteúdo multimídia pela web. Atualmente a estrutura de transmissão da Netpoint Interactive é formada por técnicos treinados, sistemas próprios criados e mantidos internamente, servidores dedicados e largura de banda de 100Mbps. Rachel Melamet

SERVIÇO Mais informações: www.netpoint.com.br/interactive


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10 -.INFORMÁTICA

terça-feira, 6 de setembro de 2005

Fotos: Captura de telas

Programe sua própria "secretária virtual" Portal de serviços "Organize sua Vida" faz o papel de uma secretária executiva e auxilia profissionais a organizar as finanças, a vida pessoal e familiar e a manter em ordem a agenda de trabalho e o escritório, reduzindo o estresse Por Rachel Melamet

D

ifícil saber, no Brasil de hoje, o que é mais estressante para um executivo: organizar e controlar o escritório e a rotina de trabalho ou deixar tudo por conta da secretária –e viver temeroso de que seus assuntos particulares acabem literalmente na boca do povo, como aconteceu com o empresário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza, denunciado por envolvimento com o escândalo do "mensalão" a partir da famosa agenda de sua ex-secretária Fernanda Karina Somaggio. Para os profissionais que gostam de navegar pela web, um novo serviço pode ser a solução para os dois problemas: o estresse com a falta de organização e a tensão pela dependência excessiva em relação à secretária para cuidar também de tarefas pessoais. A OZ! Organize sua Vida está lançando o que afirma ser o "maior portal de organização pessoal da América Latina", o www.organizesuavida.com.br. Navegando pelos vários atalhos do portal, o internauta encontra artigos variados para consulta, testes, ferramentas online como tabelas e checklists, videoclips divertidos com conteúdo informativo e download de softwares, entre outras recursos multimídia e interativas. De acordo com o diretor da OZ!, José Luiz Cunha, "o propósito é oferecer às pessoas orientações, produtos, serviços e métodos eficazes, que possam ajudá-las a organizar melhor sua casa e seu trabalho, obtendo mais produtividade e qualidade de vida". Sem estresse – A falta de organização na vida pessoal pode causar desconforto, sensação de mal-estar, desperdício de tempo, de dinheiro e aumentar o estresse. Pesquisa realizada pela International Stress Management Association do Brasil revela que 82% dos mil profissionais consultados na amostra apresentaram traços de ansiedade em diversos graus, apontando altos níveis de estresse. Já outro estudo, divulgado pelo Grupo Soma, realizado com profissionais que implantaram metodologias de organização em seu trabalho, mostra que houve redução da ansiedade (75%), diminuição do cansaço (60%) e mais felicidade (71%), entre outras conclusões positivas. Os cinco pontos – Com uma meta inicial de cerca de 50 mil acessos mensais, e uma estimativa de alcançar 150 mil acessos/mês, o portal está dividido em cinco grandes áreas, que auxiliam na gestão dos cinco pontos fundamentais da vida pessoal que é preciso manter em ordem. Na área "Organize seu Trabalho" o internauta encontra

O portal Organize sua Vida tem diversas áreas que ensinam a controlar compromissos profissionais e familiares, além de ajudar a administrar as finanças pessoas

informações voltadas ao aumento da produtividade pessoal no ambiente profissional: melhor uso de agendas, o que não pode faltar na mesa de trabalho, como organizar arquivos, entre outros. A área "Organize suas Finanças" disponibiliza um software online para gerenciamento financeiro pessoal e contábil, voltado para profissionais liberais. Na seção "Organize sua Casa" há uma profusão de dicas sobre como gerenciar melhor o espaço doméstico, incluindo o home office e duas áreas que costumam ser as favoritas dos homens: o bar e a garagem. Em "Organize sua Família", o internauta encontra dicas e checklists sobre como gerenciar melhor as atividades da família, eventos como aniversários e outras datas relevantes, viagens, empregados etc. Os sonhos e projetos de vida também precisam de organização para serem alcançados, no conceito da OZ!. Em "Organize seu Conhecimento" está disponível um vasto material sobre "mapas mentais" e como esta inovadora ferramenta pode auxiliar desde estudantes até profissionais de qualquer área. No mínimo curioso. E as secretárias? – Mesmo com todos estes recursos para "se virarem" sozinhos, a maioria dos executivos jamais vai abrir mão de suas secretárias. Pelo menos é o que acredita Sandra Lucia Vilela, secretária de diretoria com 20 anos de experiência

que trabalha em Belo Horizonte (MG), mesma cidade de Fernanda Karina Somaggio. A pedido do DCInformática, ela avaliou o portal Organize sua Vida e seu potencial de "secretária virtual". Suas conclusões: "O portal é bem interessante e completo, tem ótimas dicas sobre organização pessoal e profissional. Creio que os executivos mais jovens, ligados em informática, farão bom uso dessa ferramenta para os assuntos particulares. Mas a maioria dos chefes que já passaram dos 50 anos de idade são completamente dependentes de suas secretárias para tudo. Já trabalhei para executivos que não sabem

sequer onde está a caneta para assinar um documento se a gente não entregar na mão deles", conta Sandra Lúcia. Mesmo que a tecnologia e o desejo de privacidade alterem alguns comportamentos –como pagar as próprias contas no banco virtual e usar serviços como o Organize sua Vida para lembrar o aniversário da esposa– Sandra Lúcia acha que as secretárias sempre terão seu espaço. "Alguém precisa cuidar dos imprevistos e atender os telefones durante as reuniões. Muitos chefes chegam a suar frio e afrouxar o nó da gravata quando a secretária vai ao toalete e os telefones começam a tocar, porque só sabem apertar o botão de transferir ligação", diverte-se. Organizador profissional – Dados de pesquisas norte-americanas mostram um crescimento acelerado do mercado de produtos e serviços para organização de residências e escritórios nos Estados Unidos. Segun-

do a revista "Newsweek", somente em 2004 foram movimentados US$ 4,6 bilhões. Além disto, já existem nos EUA mais de cinco mil "professional organizers" (profissionais de organização) em atividade. O portal Organize sua Vida é uma espécie de vitrine virtual para os serviços que a OZ! tam-

bém irá oferecer no mundo real, através de uma equipe de Consultores e Organizadoras Profissionais. A empresa vai atuar em Organização de Residências e Organização de Escritórios –desde a avaliação de layout, planejamento e organização de espaços até auxiliar na compra de móveis e materiais.


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terça-feira, 6 de setembro de 2005

AGRONEGÓCIO - 18

ABACAXI À BAIANA A cidade de Itaberaba tem dois mil hectares plantados com a cultura e produz cerca de 30 milhões de unidades da variedade pérola ao ano. Quem leva adiante a produção de abacaxi são pequenos agricultores que encontram no fruto uma importante fonte de renda

ÓRBITA ltos e baixos em terras gaúchas. A Expointer, principal feira agropecuária da região Sul, terminou no domingo (4), em Esteio, no Rio Grande do Sul, e registrou um aumento nas vendas de animais durante os nove dias do evento. Foram comercializados ovinos, bovinos de corte e leite, eqüinos e caprinos. Só no leilão de eqüinos foram negociados R$ 2,9 milhões. Ao todo, foram feitos negócios com animais da ordem de R$ 6,1 milhões este ano. Em 2004, foram R$ 4,5 milhões.

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Divulgação

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m pequeno município do semi-árido b a i a n o e s t á g anhando fama nacional e internacional em função da produção de abacaxis. Itaberaba é conhecida no estado da Bahia como a "capital do abacaxi". No país, a cidade é destaque no cultivo do abacaxi pérola. No ano passado, a produção da variedade na região chegou a 30 milhões de frutos. Além da alta produtividade, as plantações de Itaberaba também se destacam pela grande quantidade de açúcar nos frutos. O abacaxi baiano é mais doce do que os outros. "A acidez do solo combinada com a alta luminosidade do semi-árido e o baixo índice pluviométrico tornam a região perfeita para o cultivo do abacaxi", garante o presidente da Cooperativa de Produtores de Abacaxis de Itaberaba (Coopaita), Pedro Paulo Santos. A história da produção de Itaberaba começou há cerca de 12 anos, quando a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), a unidade de Mandioca e Fruticultura da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Cruz das Almas, e os produtores rurais locais resolveram investir no cultivo da fruta, até então uma estranha à região. Em 1993 eram apenas 50 hectares cultivados. De acordo com Getúlio Pinto da Cunha, da Embrapa, o baixo nível tecnológico não ajudava a produção

as nem tudo é festa no Sul do país. Enquanto os pecuaristas comemoram os resultados da Expointer, os fabricantes de máquinas agrícolas contabilizam resultados nada positivos. Um levantamento parcial da feira mostrou que os negócios com máquinas agrícolas diminuíram 55% em relação ao ano passado. Foram vendidos apenas R$ 135 milhões. "Nenhum momento do agronegócio foi tão difícil quanto o que vivemos nos últimos meses", avaliou o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, numa referência à perda de renda no campo por causa da estiagem e dos baixos preços de alguns cultivares.

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e o assunto no Sul é a estiagem, em Pernambuco são os agrotóxicos em frutas, verduras e hortaliças que preocupam. Desde ontem, o Centro de Abastecimento Alimentar (Ceasa) vai inspecionar os alimentos produzidos no estado. O objetivo é monitorar a presença de resíduos de agrotóxicos nos produtos. Segundo o secretário estadual de produção rural, Ricardo Rodrigues, o serviço, resultado de parceria entre a Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária (Adagro ) e o Ceasa, será executado por engenheiros agrônomos e veterinários. Os fora da lei serão advertidos.

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União Democrática Ruralista Nacional (UDR) informou ontem que tentará barrar na Justiça Federal a compra do frigorífico Swift Armour, o maior grupo no setor de carnes e embutidos da Argentina, pelo frigorífico brasileiro Friboi. A holding JBS, controladora desta empresa, confirmou ontem a aquisição do controle da empresa argentina. Procurado, o Friboi não se pronunciou sobre a decisão da UDR. Os ruralistas consideram ilegal o apoio financeiro que a Friboi receberá do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a compra da concorrente argentina. O banco, por intermédio da assessoria de imprensa, confirmou, que liberou um crédito de US$ 80 milhões para o Friboi comprar cerca de 75% da Swift. Naban Garcia, presidente da UDR, afirmou que a organização entrará com uma ação popular na Justiça Federal, em Brasília. Segundo a assessoria

Nacionais

jurídica da UDR, a ação virá acompanhada de medida cautelar incidental, a partir da qual pedirá uma liminar para impedir a liberação de recursos para o Friboi. Para os ruralistas, a operação de crédito é irregular. O empréstimo será feito com recursos provenientes de captações internacionais do BNDES, terá condições de reajuste diferentes, baseadas numa cesta de moedas Na defesa, o BNDES apresentou três razões para ter aprovado a operação de financiamento de compra de ativos pela empresa de capital nacional no exterior. Para o banco, a iniciativa ajuda a expandir as exportações brasileiras de carne, já que o Friboi poderá aproveitar os mercados atendidos pela Swift, como os EUA. Com a compra, o Friboi se torna um dos maiores frigoríficos da América do Sul. No primeiro semestre deste ano, o grupo respondeu por 20% das exportações de carne bovina do país. (AE)

100 associados da cooperativa, criada há cinco anos. Junto com o pai e mais três irmãos, ele cultiva uma área de 15 hectares, onde espera colher 250 mil frutos até o final deste ano. Santos afirma que o abacaxi é "uma bênção de Deus". Mas nem sempre foi assim. "Logo que comecei a plantar abacaxi, há cerca de 10 anos, ainda estava muito desorganizado, vendia para atravessadores e muitas vezes ficava no prejuízo", lembra Santos. "De uns três anos pra cá passei a entregar a colheita na cooperativa, que garante o nosso pagamento em dia", conta.

Governo libera R$ 45 milhões para seguro rural

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Cláudia Marques

Governo mineiro cria Centro Nacional de Inteligência do Café

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Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) reservou, no orçamento de 2006, R$ 45 milhões para o programa de subsídios ao seguro rural. Este ano, o programa conta com R$ 10 milhões. Segundo o secretário de Política Agrícola do ministério Ivan Wedekin, com o aumento dos recursos no ano que vem, será possível dobrar o número de agricultores beneficiados, chegando a cerca de 100 mil produtores. Por meio desse programa, o governo federal arca com uma parcela do valor que o agricultor paga ao contratar o seguro para cobrir eventuais perdas na lavoura decorrentes de fenômenos climáticos, como seca ou granizo. Wedekin cita o exemplo de um produtor que cultive milho, que vai pagar 60% à seguradora. "Na hora em que ele compra o seguro, já recebe a apólice, paga a parte dele. Depois a seguradora vem aqui no ministério, que paga a subvenção", afirmou.

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A nova atividade mudou significativamente a condição financeira da família de Santos. "Quando a gente plantava mandioca, mamona e abóbora só dava para sobreviver e mesmo assim com dificuldades. Hoje já tenho moto e carro na garagem", comemora o agricultor. Empregos – O presidente da Coopaita acredita que o cultivo de abacaxis gera cerca de três mil empregos diretos e indiretos no município de Itaberaba. No período da colheita, que acontece de junho a dezembro, mais postos de trabalho são criados. Nos demais

Ivan Wedekin: seguro garantido

O subsídio do governo varia de 30% a 50%, de acordo com o produto. Para a cultura de arroz, maçã, soja e uva, esse valor é equivalente a 30%. Já nos casos de algodão, milho e trigo, o governo paga 40% e, no de feijão, 50%. "O restante fica por conta do agricultor", explica. Os interessados devem estar em dia com a União. Os valores máximos de subvenção anual são de R$ 7 mil, por agricultor, para grãos e de R$ 12 mil para frutas. Mas é possível acumular valores das safras. "O agricultor pode pegar até R$ 26 mil, que é a soma dos R$ 7 mil (da safra inverno), com os R$ 7 mil (verão) e R$ 12 mil de frutas", afirma. (Agência Brasil)

governo de Minas Gerais lançou ontem o Centro Nacional de Inteligência do Café. A iniciativa é uma parceria com a iniciativa privada e as universidades. A intenção é transmitir informações atualizadas para toda a cadeia produtiva do café. Para isso, foi criado um banco de dados, que será alimentado por universidades como a Universidade Federal de Lavras (UFLA), entidades como Emater e associações e cooperativas, como a Cooxupé, de Guaxupé. Um dos objetivos é aprimorar o planejamento de negócios na cafeicultura e evitar quedas acentuadas de preço. "Agora que o preço melhorou – passou de R$ 200 a R$ 350 a saca –, não podemos plantar mais café, senão teremos super safra no ano seguinte e os preços cairão", explica Silas Brasileiro, secretário estadual de Agricultura. Os alvos principais das ações do Centro serão os pequenos cafeicultores, que correspondem a 70% dos produtores mineiros. (CM) DC

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SÓ bebidaS

crescer. "Foram feitos investimentos e aí o cultivo deslanchou", afirma Cunha. Atualmente são dois mil hectares. "Nosso trabalho é focado no manejo orgânico e na redução do uso de agrotóxicos", afirma o pesquisador da Embrapa. Cunha faz parte do comitê que pesquisa a fruticultura na região e que tem como foco principal o cultivo do abacaxi no município de Itaberaba. O desenvolvimento que a nova cultura trouxe para a região pode ser percebido no sorriso dos produtores locais. O agricultor Lorival da Cruz Santos, de 42 anos, é um dos

Ruralistas tentam barrar empréstimo ao Friboi

reocupação com qualidade também está na pauta da União Brasileira de Avicultura (UBA). A entidade propôs ao Ministério da Agricultura um projeto de regionalização da atividade avícola. A proposta prevê a criação de zonas avícolas no país, como as zonas livres de aftosa para os bovinos. O trânsito dos animais entre os diversos estados brasileiros produtores estaria vinculado à existência ou não de doenças.

Importadas

Abacaxi sertanejo: fruta mais doce é resultado da combinação da acidez do solo com a alta luminosidade

meses do ano, os produtores se dedicam à preparação do solo e ao plantio. No mercado interno os principais compradores, além da Bahia, são Belo Horizonte, em Minas Gerais, a capital paulista e o Distrito Federal. No mercado externo, os primeiros passos foram dados no ano passado, quando a Coopaita atendeu pedidos de exportação para a Europa, por meio de uma empresa exportadora do estado de Tocantins, e também fez uma venda direta para um importador de Portugal. Parceiras – O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas na Bahia (Sebrae) é um dos parceiros da Coopaita, sendo responsável pelas capacitações dos produtores em logística, marketing, gestão, empreendedorismo, cooperativismo, inovação tecnológica e participação em eventos e feiras. "No momento, a principal contribuição do parceiro Sebrae é na comercialização e acesso a mercados", revela o presidente da cooperativa. "O Sebrae está apoiando os produtores especialmente para que a comercialização seja realizada entre a cooperativa e seus clientes", explica Lúcia Fátima Leite de Sousa, analista da agência Sebrae em Itaberaba. A certificação para inserir o abacaxi de Itaberaba no mercado internacional também está sendo feita pelos profissionais do Sebrae.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 6 de setembro de 2005

INFORMÁTICA - 11

Tecnologia voltada para a educação Empresas mostraram produtos e soluções para escolas na segunda edição do TecEducation Fotos: Divulgação

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ssim como ocorreu com os bancos na década de 80, as escolas, principalmente as particulares, começam a investir fortemente em tecnologia como um diferencial de marketing. Laboratórios de informática, apostilas eletrônicas, professores online, lousas que parecem monitores gigantes, simuladores de realidade virtual e outras ferramentas já são usadas em instituições de ensino. Para atender esse mercado, na semana passada foi realizada em São Paulo a segunda edição do TecEducation - Congresso e Exposição Internacional de Tecnologia Educacional. No estande da Scheiner Solution (www.scheiner.com. br), os visitantes conheceram a linha de lousas interativas Smart Board. A Série 500 é de projeção frontal e necessita de um projetor. A lousa se transforma em uma tela touch screen (sensível a toque) do computador. Com um simples toque na lousa, o professor pode acessar e controlar aplicativos, páginas na internet ou outros recursos do computador. Ainda é possível escrever sobre esse conteúdo usando uma caneta virtual, inserindo anotações e destacando informações. O usuário ainda pode salvar o trabalho em um único arquivo, que pode ser impresso, enviado por e-mail ou publicado na internet. Outra possibilidade é salvar as aulas em formato de vídeo, com o aplicativo SMART Recorder, reproduzindo o áudio e toda atividade desenvolvida na superfície da lousa interativa. O ponto negativo é que, por depender de um projetor, caso o usuário fique em frente da projeção irá fazer sombra, atrapalhando a visão dos alunos. Para não ter esse inconveniente, a Scheiner possui o modelo Smart Board 2000i, de projeção traseira, que se parece com uma tevê de plasma de 66 polegadas. A sua tela também é sensível ao toque, onde o usuário pode acessar aplicativos, gravar,

learning, integração com sistemas acadêmicos e soluções para gerenciamento de conteúdo em portais", explica Luís Fernando Pereira, diretor Comercial da empresa. Segundo o executivo, o professor pode formar um grupo de uma sala de aula, por exemplo, onde apenas aqueles alunos têm acesso ao grupo de discussão. "Os participantes têm acesso a diversas ferramentas, como e-mail, messenger, sala de chat, blog, fotoblog, agenda, enquetes etc. Após uma aula, o professor pode colocar o material no portal, fazer enquetes para ver se a turma compreendeu a explicação, tirar dúvidas através de grupos de discussão etc. As possibilidades são infinitas", afirma. "Todos esses serviços e recursos ficam hospedados em um data center, com segurança, garantia de disponibilidade, banda de acesso e suporte em níveis muito melhores do que a instituição poderia oferecer e a um custo substancialmente menor", observa Leandro Schmitz, diretor do Grupos Internet. "A capacid a d e d o E nturma de ser integrado aos sistemas internos legados permite à instituição fornecer em um único portal, totalmente perA Sun exibiu a versão Java do Visual Class sonalizado, as i n f o r ma ç õ e s escrever, imprimir e colocar o pertinentes às notas, faltas, siarquivo disponível na internet. tuação financeira, bolsas e biComunidade – No estande blioteca", acrescenta. Projetos e softwares – No do Grupos Internet (www. grupos.com.br), o destaque estande da Sun Microsystems, foi o Enturma, uma solução os visitantes puderam conhepara relacionamentos via in- cer projetos apoiados pela emternet, que se baseia nas co- presa, que entre outras coisas munidades virtuais, como o desenvolveu a linguagem JaOrkut. "O Enturma é uma pla- va, muito usada na internet. taforma para inserir as insti- Entre esses projetos está o tuições de ensino na internet e Amadis (http://amadis.lec. viabilizar a formação de co- ufrgs.br), um ambiente de munidades digitais, incluin- aprendizagem a distância dedo apoio virtual ao ensino e e- senvolvido pelo Laboratório

LinuxWorld chega ao país À esq., a lousa Smart Board Série 500; abaixo, Luís F. Pereira (esq.) e Leandro Schmitz do Grupos Internet

de Estudos Cognitivos (LEC) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O Amadis é um ambiente onde o usuário encontra um espaço para o desenvolvimento de projetos de aprendizagem, publicação de produções e de comunicação com as pessoas envolvidas no projeto. Segundo explica o pesquisador James Zortea, do LEC, o Amadis foi inicialmente desenvolvido em linguagem PHP, mas agora está migrando para Java. "Os participantes do projeto podem, pela internet, compartilhar idéias, interferir no projeto e trocar informações a distância. Trata-se de um ambiente colaborativo", observa.

Também foi exibido no estande da Sun a versão Java do Visual Class, um conhecido programa de autoria, usado por muitas escolas. O produto foi desenvolvido por Celso Tatizana, da Class Informática (www.classinformatica.com. br). O programa é voltado para a criação de projetos multimídia, como aulas, palestras, treinamento, livros eletrônicos, quiosques multimídia, cursos de ensino a distância e sites na internet. Com uma interface simples, a idéia é que o programa pode ser usado por qualquer usuário, mesmo com pouco conhecimento em informática. Carlos Ossamu

Evento realizado em 15 países ganha edição brasileira, a ser realizada em maio do ano que vem, colocando o Brasil na rota das discussões mundiais sobre software livre

M

aior evento mundial de software livre para o mercado corporativo, com edições em 15 países, a LinuxWorld Conference & Expo chega ao Brasil pelas mãos da Reed Exhibitions Brasil e da IDG World Expo, detentora da marca. A primeira edição nacional –que também é a primeira na América do Sul– está marcada para acontecer entre 23 e 25 de maio de 2006, no centro de convenções do Gran Meliá WTC, em São Paulo. De acordo com os organizadores, o evento é focado em empresas que vendem e promovem produtos, serviços, aplicativos e soluções para ambientes Linux. A idéia é que essas empresas possam fazer contato ou estreitar seu relacionamento com técnicos e profissionais de TI e com os tomadores de decisões de companhias de todos os portes e que esses, por sua vez, aumentem seus conhecimentos sobre as soluções de código aberto em uma série de conferências ministradas por especialistas no assunto.

Vale lembrar que o governo brasileiro é um grande defensor, usuário e divulgador do software de código aberto, o que abre um espaço enorme para a realização de eventos como este no país. A LinuxWorld brasileira terá espaço para 50 expositores e oferecerá cerca de 25 conferências sobre a tecnologia considerada uma das mais promissoras no mercado corporativo para o próximo ano pelo instituto de pesquisas Gartner. A agenda do congresso prevê temas como segurança, armazenamento e casos de sucesso. A Reed Exhibitions espera receber mais de dois mil visitantes nos três dias de realização, incluindo profissionais dos setores de finanças, saúde, bancário, governo, militar, telecomunicações, varejo, desenvolvimento de software e mídia, entre outros. Renata Mesquita

SERVIÇO Mais informações podem ser obtidas no site www.linuxworldbrasil.com.br ou pelo e-mail info@linuxworldbrasil.com.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

14 -.EMPRESAS

terça-feira, 6 de setembro de 2005

REDE GOLDEN SERVICE ABRIRÁ PRIMEIRA LOJA NO MÉXICO E NEGOCIA NOVAS FRANQUIAS NA EUROPA Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

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rede Golden Services está a um passo da internacionalização das marcas Sapataria, Costura, Bordado e Lavanderia do Futuro. A empresa inaugura, este mês, a primeira loja fora do País, no México, e prevê, ainda em 2005, a abertura de mais uma unidade em Portugal. "Após participarmos de feiras de franquia no exterior verificamos que o conceito de centro de serviços para consertos é uma novidade para a maioria dos paises", diz Fernando Guimarães, responsável pelo projeto de ampliação da empresa. Ele conta que a loja mexicana vai agregar serviços de sapateiro, costura e bordado, enquanto a unidade portuguesa vai oferecer, além desses, a lavanderia. "Negociações estão adiantadas junto a empreendedores do Chile, Argentina e Equador, sempre seguindo o padrão de empresa que une vários tipos de consertos e lavagem", anuncia. Crescimento nacional – A rede acaba de anunciar o lançamento dos modelos de loja Sapataria do Futuro Express e Costura do Futuro Express. O primeiro já está em fase de comercialização, enquanto o segundo deve chegar ao mercado até o final do ano. Cada unidade terá apenas 20 m². Com R$ 45 mil será possível investir no negócio. "Para se ter uma idéia de como serão compactas as lojas Express em termos físicos e 'financeiros', basta dizer que nas unidades tradicionais da rede a metragem padrão começa em 40 m². O custo do empreendimento é praticamente o dobro. Isso inviabiliza o modelo de operação para muitos interessados". Projeto antigo – Ele conta que o conceito de miniloja está nos planos da empresa há alguns anos e com ele a meta é levar a marca para ambientes comerciais que a rede não teve acesso até o momento, como rodoviárias, aeroportos e centros de compra pequenos, além de cidades do interior que tenham a partir de 30 mil habitantes. "A rapidez na entrega de consertos simples deve ser marca das unidades Express da rede. Com estes modelos, esperamos elevar a presença das bandeiras da Golden Services nas regiões norte, centro oeste e sul". A rede oferece aos investidores da franquia assessoria na escolha do ponto de instalação da loja, negociação de preço, seleção de funcionários e treinamento. "Para as unidades com apenas 20 metros quadrados, apenas dois colaboradores são necessários para operar o maquinário e fazer o atendimento ao público", descreve Guimarães. O faturamento mensal das lojas mais compactas vai girar entre R$ 8 mil e R$ 12 mil. Já as taxas de royalty e de fundo de propaganda somarão 7% da receita mensal. "Até o mês de dezembro desejamos inaugurar 10 pontos de venda com a marca Express. Apesar disso, acreditamos que o crescimento maior vai acontecer no próximo ano, quando o modelo vai estar consolidado", define o executivo. Sapataria e Costura – Ele acrescenta desde já que os empreendedores que preferirem unir Sapataria e Costura Express poderão fazê-lo com investimento total que não deve ultrapassar os R$ 55 mil. "Com 25 metros quadrados de loja e três colaboradores é possível implementar os dois serviços, garantindo receita extra para o ponto-de-venda". Guimarães afirma que está otimista quanto ao desempenho da rede nos próximos anos. A empresa deve fechar 2005 com alta de 25% no faturamento e 210 pontos em operação. "Apesar disso, com a internacionalização das marcas da Golden Services, o avanço deve se dar a passos mais largos a partir de 2006", aposta. Juliana de Moraes

CONSUMIDOR PREFERE TELA DE 29" E

SAPATARIA DO FUTURO COSTURA NEGÓCIOS NO EXTERIOR

m razão do poder aqui- cer." Há 65 milhões de televisitivo do consumidor, o sores em funcionamento no mercado brasileiro de tele- País, o que representa 1,3 visores sempre foi domina- unidade para cada casa com do pelos modelos de telas eletricidade. Nos países desenvolvipequenas. Isso ainda acontece. Mas com a queda de dos, esse índice chega a 2,5. preços e a popularização do De acordo com a Eletros, DVD, os aparelhos de 29 po- 10% da população ainda legadas começam a ganhar não tem acesso à televisão mais espaço no mercado. por falta de renda ou eletri"Se os juros fossem menores, cidade. Dos 49 milhões de o resultado seria ainda me- domicílios brasileiros, 47,6 lhor", afirmou o presidente milhões têm energia elétrida Associação Nacional de ca. Desses, 44 milhões têm Fabricantes de Produtos televisores. De acordo com Saab, as Eletroeletrônicos (Eletros), vendas no segundo trimesPaulo Saab. Bons de vendas – Os apa- tre e no começo deste não forelhos de 29 polegadas já ram tão boas quanto o esperespondem por 19% das rado, mas ele acredita em melhora vendas, de Arquivo/DC até o fim do acordo com ano. l e v a n t aOutro mento da fator que Eletros. Em p o d e i n2000, esses centivar a modelos tivenda de nham apet e l e v i s onas 5% do res, assim mercado. Queda no preço de TVs c o m o f a" A o c o mde plasma impulsiona z e m o s prar um as vendas do formato DVDs, é a D V D , o TV digital. cliente acab a q u e re n d o f a z e r u m a "Os fabricantes voltaram a atualização no modelo do ser ouvidos", disse Saab, televisor da casa", explicou que tem uma reunião com o Saab. "Essa influência, po- ministro das Comunicarém, ainda não foi mensura- ções, Hélio Costa, na próxida." No ano passado foram ma semana. "O foco passou vendidos 3,6 milhões de a ser o modelo de negócio aparelhos de DVD. No pri- envolvido nessa nova tecmeiro semestre deste ano nologia de imagem." TVs de plasma – A assohouve um crescimento de ciação de fabricantes projeta 12% nas vendas. A busca de uma imagem que, em 2008, a venda de temelhor traz escala, o que le- levisores com telas de cristal va à queda de preços. Nos líquido, ou LCD, e plasma primeiros quatro meses do deverão representar cerca ano, os aparelhos de 29 pole- de 3% do volume de vendas, gadas tiveram preço médio ou cerca de 230 mil aparede R$ 1.186, o que representa lhos. "No médio prazo, os tequeda de 5% em relação a levisores de tela plana de dezembro de 2004. Os tele- LCD, plasma e outras novas visores convencionais de 20 tecnologias devem conquispolegadas, que respondem tar o espaço dos aparelhos por 31% das vendas, custa- convencionais", disse Saab. ram em média R$ 538. Os de Os aparelhos são importa14 polegadas têm uma fatia dos, mas a tendência é que os preços caiam. de 26% do mercado. Em 2002, quando chegaAs vendas de televisores no País devem somar, ao fim ram ao mercado nacional, os do ano, 8,5 milhões, ante 7,3 aparelhos de televisão de milhões em 2004. Apesar do plasma e cristal líquido no crescimento expressivo, os País tiveram 2,1 mil unidafabricantes ainda trabalham des vendidas. Em 2003, esse abaixo do pico de quase 10 volume chegou a 2,4 mil milhões atingido em 1996. unidades e em 2004, a 11,5 "Ainda temos 20% de capa- mil. Para este ano, a previcidade ociosa", disse Saab. são do setor é de vendas de "Há muito espaço para cres- 35 mil aparelhos. (AE)

Unilever irá desativar fábrica da Kibon na capital

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As bandeiras Sapataria do Futuro, Costura e Bordado do Futuro ganharão formato "express" este ano. Investimento menor incentiva pequenos emprendedores a apostarem nesse modelo de negócio.

Rede deve fechar o ano com 210 pontos-de-venda. Empresa conquistou mercado oferecendo consertos rápidos nas áreas de serviços de shopping centers.

Unilever informou ontem ao mercado e aos funcionários que irá, num prazo de 12 meses, fechar a fábrica de sorvetes Kibon, instalada em São Paulo. A unidade fica no bairro do Brooklin, região sul da capital. Toda a produção será transferida para duas outras unidades, em Valinhos, no interior de São Paulo – onde a Unilever mantém um complexo industrial –, e em Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana do Recife (PE), onde fica a produção de picolés. A fábrica de São Paulo é responsável pela produção do sorvete de massa. A maior parte da produção (80%) será transferida para Valinhos. O restante para o Recife. Para justificar a decisão, a empresa alega que a localização da fábrica impede os investimentos em expansão e modernização industrial. Outro problema é a limitação da logística de distribuição em São Paulo. O presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Industrialização Alimentícia de São Paulo e Região (Sindeeia), Carlos

Vicente de Oliveira, o Carlão, disse que promoverá hoje uma assembléia com os funcionários da Kibon. "Vamos conhecer a posição dos trabalhadores e, a partir disso, negociar com a empresa", disse. O dirigente sindical não descartou a possibilidade de recorrer ao prefeito José Serra e ao governador Geraldo Alckmin para que intercedam a favor da manutenção da fábrica em São Paulo. O sindicato alega que 1,5 mil trabalhadores seriam demitidos com a transferência da fábrica. A Unilever negou a informação em nota divulgada ontem. No comunicado, a empresa afirma que a medida afetará 343 pessoas, todas ligadas à área fabril. Para reduzir a resistência à decisão, a Unilever antecipou-se e anunciou que irá oferecer "ao final do processo", para os trabalhadores que ficarem na unidade até o fim dos 12 meses, apoio para recolocação no mercado de trabalho e assistência médica. A empresa diz ainda que tentará recolocar os trabalhadores em outras unidades ao longo desse período. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.INFORMÁTICA

terça-feira, 6 de setembro de 2005

Odia em que os robôs vão invadir São Paulo Robótica 2005 - Salão Internacional de Robótica e Inteligência Artificial acontece entre os dias 8 e 11 de setembro, no Ibirapuera Fotos: Divulgação

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tempo de vida é longo –não havendo assim a necessidade de trocá-los com tanta freqüência. Os organizadores do encontroesperam que o evento provoque um crescimento da área robótica e que atraia mais investimentos. "O encontro é uma forma de acenar para novas aplicações, como prótese dentária, entretenimento e relação entre robóica e educação. A indústria está prepara, mas faltam investimentos. Temos experimentos com a indústria, inclusive com empresas de pequeno e médio porte", explica José Reinaldo Silva. Apesar de terem surgido várias propostas de criar andróides, os robôs mais populares e mais desenvolvido atualmente são os manipuladores que imitam o braço humano. Esses equipamentos são mais apropriados para a manipulação e realização de tarefas, mesmo para as tarefas domésticas, como aspirar o pó, não há necessidade de o robô ter forma humaDC

or muitas vezes, os filmes de ficção trouxeram uma idéia distorcida de que os robôs humanóides dominariam o mundo e que dependeríamos deles para tudo. É uma fantasia que vai muito além da realidade e que confunde quem desconhece o assunto –principalmente sobre a importância da robótica na realização de tarefas de risco e na automação industrial. Como uma forma de levar ao público brasileiro, principalmente o leigo, uma idéia do significado real e do desenvolvimento da robótica no Brasil, a WTM Management Feiras e Congressos, com o apoio e coordenação técnica da MANET (Manufacturing Automation Network) e do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) realizará o Salão Internacional de Robótica e Inteligência Artificial. O primeiro evento nacional que busca o desenvolvimento científico, mercadológico, empresarial e educacional do setor. A feira, que se realizará no pavilhão da Bienal, em São Paulo, apresentará as novas gerações de robôs, produtos inteligentes, tecnologias avançadas e suas aplicações, com o objetivo de incentivar pesquisas e despertar o interesse de novos profissionais, além de fechar negócios no setor industrial. Segundo José Reinaldo Silva, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e um dos maiores especialistas em robótica no Brasil, a cada dia surgem novas aplicações e mercados para a utilização desses equipamentos, com um crescimento significativo no setor industrial. Apesar disso, tem se notado uma taxa de redução do crescimento da população robótica, já que existe um grande número de robôs no mercado e o seu

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A feira irá mostrar a aplicação da robótica na indústria e o visitante terá também a oportunidade de conferir de perto uma série de robôs, inclusive domésticos, interagindo com eles, assistindo palestras e aulas sobre o tema, além de competições, como o futebol de robôs

na. Já o humanóide está mais relacionado ao entretenimento. Inclusive, essa é a grande discussão. "Não sabemos se o ideal é apelar para uma forma humanóide, como um tributo ao ser humano, ou se isso não implicaria muito no preço do desenvolvimento, os tornando mais caro sem necessidade e inviabilizando o comércio", completa. Competição – Além de a feira mostrar a aplicação da robótica na indústria, o visitante poderá conferir de perto uma série de robôs, inclusive domésticos, interagindo com eles, assistindo palestras e aulas sobre o tema. José Eduardo Bran-

co, diretor da WTM, garante que esse será "um grande passeio pelo mundo da robótica". "A interação começará na entrada da feira, onde os visitantes encontrarão um simpático robô que fará a saudação e a organização das filas. Além disso, acontecerão quatro competições entre as máquinas, em arenas do tamanho de uma quadra de basquete criadas especialmente para os campeonatos. São elas: FIRST Robotics Exhibition, FIRST Lego League (FLL), Futebol de Robôs e VEX", completa Branco Na FIRST Robotics Exhibition estudantes do ensino mé-

dio irão manipular robôs de até 4 metros de altura. São 5 times que durante os quatro dias da feira competirão com aproximadamente 35 jogos de 2 minutos cada um, numa arena retangular de 60 m2. O 2º Campeonato Nacional de Robótica Educacional "FIRST LEGO League" Nacional do Brasil (FLL) contará com a participação de cerca de oitenta equipes de todo o Brasil. Realizado em mais de 14 países, o FLL é destinado a alunos de 10 a 15 anos e combina a robótica prática e interativa ambientadas numa atmosfera esportiva. Os times são compostos de, no máximo, dez jogadores com o objetivo da construção em equipe, a solução de problemas, a criatividade e o pensamento analítico. O Futebol de Robôs é outra competição que promete agitar os visitantes. A categoria FIRA (Federation of International Robot-Soccer) conta com a participação das universidades FEI (Fundação Educacional Inaciana), Mauá (Escola

de Engenharia Mauá do Instituto Mauá de Tecnologia), Unesp (Universidade do Estado de São Paulo) e UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte). Essa paixão tecnológica alia a estratégia tática (inteligência artificial), com habilidade técnica (robótica) dos jogadores. Já a competição VEX traz dois times de robôs pequenos, confeccionados em metal, demonstram seus talentos em jogos diversos. Do kit para iniciantes da Vex fazem parte motores de velocidade variável, múltiplas engrenagens, dentre outros componentes auxiliares. São múltiplas possibilidades e desafios para os alunos exercitarem suas capacidades de resolver o problema com a manipulação dos componentes do kit. Fábio Pelegrini

FICHA TÉCNICA ROBÓTICA 2005 Salão Internacional de Robótica e Inteligência Artificial Data e horário: de 8 a 11 de setembro de 2005, quinta e sexta-feira, das 13h às 21h; sábado e domingo, das 10h

às 20h Local: Pavilhão da Bienal, Parque do Ibirapuera (Portão 3) Número de expositores: 60 Valor do ingresso: R$ 20 (estudante paga meia)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 6 de setembro de 2005

LEGAIS - 17

Bradesco Consórcios Ltda. C.N.P.J. No 52.568.821/0001-22 Sede: Cidade de Deus s/no - Prédio Verde - Vila Yara - SP

Relatório da Administração

Demonstração dos Resultados - Em Reais mil 1o Semestre 2005

Senhores Cotistas: Em cumprimento às disposições legais e dispositivos estabelecidos pelo Banco Central do Brasil, apresentamos para apreciação de V.Sa(s), as Demonstrações Financeiras da Bradesco Consórcios Ltda. relativas ao período encerrado em 30 de junho de 2005, acompanhadas das notas explicativas e do parecer dos auditores independentes.

Cidade de Deus, 26 de agosto de 2005 Diretoria e Administração

Balanço Patrimonial - Em Reais mil AT IV O

30.06.2005

31.12.2004

CIRCULANTE .............................................................................................. DISPONIBILIDADES ................................................................................... TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS ......................................................... Carteira Própria ............................................................................................ OUTROS CRÉDITOS ................................................................................... Diversos ...................................................................................................... OUTROS VALORES E BENS ...................................................................... Despesas Antecipadas ...............................................................................

115.529 9 114.002 114.002 1.470 1.470 48 48

75.518 5 74.709 74.709 755 755 49 49

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO ................................................................. OUTROS CRÉDITOS ................................................................................... Diversos ......................................................................................................

545 545 545

863 863 863

PERMANENTE ............................................................................................ INVESTIMENTOS ........................................................................................ Outros Investimentos .................................................................................. Provisão para Perdas .................................................................................. IMOBILIZADO DE USO ................................................................................ Outras Imobilizações de Uso ...................................................................... Depreciação ................................................................................................

706 1 12 (11) 705 1.131 (426)

782 1 12 (11) 781 1.110 (329)

TOTAL ..........................................................................................................

116.780

77.163

P A S S IVO CIRCULANTE .............................................................................................. OUTRAS OBRIGAÇÕES .............................................................................. Obrigações Sociais e Estatutárias ............................................................. Fiscais e Previdenciárias ........................................................................... Diversas ......................................................................................................

30.06.2005

31.12.2004

37.748 37.748 18.582 13.033 6.133

22.566 22.566 10.810 5.234 6.522

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO ....................................................................... OUTRAS OBRIGAÇÕES .............................................................................. Fiscais e Previdenciárias ........................................................................... Diversas ......................................................................................................

170 170 170 –

686 686 170 516

PATRIMÔNIO LÍQUIDO ................................................................................. Capital: - De Domiciliados no País .......................................................................... Reserva de Capital ...................................................................................... Reserva de Lucros ...................................................................................... Lucros Acumulados ....................................................................................

78.862

53.911

14.800 10 3.911 60.141

14.795 10 2.275 36.831

TOTAL ..........................................................................................................

116.780

77.163

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - Em Reais mil CAPITAL SOCIAL REALIZADO

E V E N T O S

RESERVA DE LUCRO

RESERVA DE CAPITAL

LUCROS ACUMULADOS

TOTAIS

LEGAL

SALDOS EM 30.06.2004 .................................................................................................................................. LUCRO DO SEMESTRE ................................................................................................................................... DESTINAÇÕES: RESERVA LEGAL ............................................................................................................................................ DIVIDENDOS PROPOSTOS .............................................................................................................................

14.795 –

10 –

968 –

18.193 26.158

33.966 26.158

– –

– –

1.307 –

(1.307) (6.213)

– (6.213)

SALDOS EM 31.12.2004 .................................................................................................................................. AUMENTO DE CAPITAL ................................................................................................................................... LUCRO DO SEMESTRE ................................................................................................................................... DESTINAÇÕES: RESERVA LEGAL ............................................................................................................................................ DIVIDENDOS PROPOSTOS .............................................................................................................................

14.795 5 –

10 – –

2.275 – –

36.831 (5) 32.723

53.911 – 32.723

– –

– –

1.636 –

(1.636) (7.772)

– (7.772)

SALDOS EM 30.06.2005 ..................................................................................................................................

14.800

10

3.911

60.141

78.862

RECEITAS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ............................................. Impostos Incidentes sobre Serviços ..........................................................

63.221 (6.150)

51.611 (2.916)

RECEITA LÍQUIDA DOS SERVIÇOS ........................................................... RECEITAS / (DESPESAS) OPERACIONAIS .............................................. Despesas de Pessoal ................................................................................. Despesas Administrativas .......................................................................... Despesas Tributárias ................................................................................... Despesas Comerciais ................................................................................. Receitas Financeiras .................................................................................. Outras Receitas Operacionais .................................................................... Outras Despesas Operacionais ..................................................................

57.071 (6.769) (3.535) (3.890) (99) (8.243) 7.821 1.274 (97)

48.695 (15.288) (3.799) (2.885) (178) (13.174) 4.246 596 (94)

RESULTADO OPERACIONAL ...................................................................... RESULTADO ANTES DATRIBUTAÇÃO SOBRE O LUCRO ......................... IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL .................................... Provisão para Imposto de Renda ................................................................ Provisão para Contribuição Social ............................................................. Ativo Fiscal Diferido .................................................................................... LUCRO LÍQUIDO DO SEMESTRE ...............................................................

50.302 50.302 (17.579) (12.871) (4.587) (121) 32.723

33.407 33.407 (7.249) (5.327) (1.922) – 26.158

Número de cotas ......................................................................................... Lucro por cota em R$ ..................................................................................

14.800.000 2,21

14.794.828 1,77

Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos - Em Reais mil 1o Semestre 2005

AT I V O

31.12.2004

CIRCULANTE .............................................................................................. DISPONIBILIDADES ................................................................................... APLICAÇÕES FINANCEIRAS ..................................................................... Aplicações Financeiras Grupos em Andamento ........................................ Aplicações Financeiras Grupos em Formação ........................................... OUTROS CRÉDITOS ................................................................................... Contribuições a Receber em Atraso ........................................................... Contribuições a Receber Ajuizadas ...........................................................

377.010 – 373.206 370.377 2.829 3.804 2.771 1.033

268.577 50 266.733 265.806 927 1.794 1.227 567

COMPENSAÇÃO ......................................................................................... Previsão mensal de recursos a receber de consorciados ......................... Contribuições devidas ao grupo ................................................................. Consorciados - bens a contemplar ............................................................. Contemplações pendentes de entrega ....................................................... Bens a entregar a consorciados (*146.149 unids. em 2005 e *134.182 unids. em 2004) Bens entregues a consorciados (*26.494 unids. em 2005 *14.735 unids. em 2004) Assembléias a realizar (*52.270 unids. em 2005 e *49.093 unids. em 2004)

9.494.874 76.542 4.631.683 4.453.925 332.724 * * *

8.163.647 61.984 3.993.959 3.864.535 243.169 * * *

TOTAL ..........................................................................................................

9.871.884

8.432.224

30.06.2005

PASSI VO

47.487 32.723 97 97

35.238 26.158 94 94

Recursos de Terceiros Originários de: ...................................................... - Aumento dos Subgrupos do Passivo: ..................................................... Outras Obrigações ................................................................................... - Diminuição dos Subgrupos do Ativo: ...................................................... Outros Créditos ........................................................................................ Outros Valores e Bens .............................................................................

14.667 14.666 14.666 1 – 1

8.986 8.917 8.917 69 52 17

APLICAÇÃO DOS RECURSOS ................................................................... Dividendos Propostos .................................................................................

47.483 7.772

35.233 6.213

Inversões em: ............................................................................................. Imobilizado ..................................................................................................

21 21

76 76

Aumento dos Subgrupos do Ativo: ............................................................. Títulos e Valores Mobiliários ....................................................................... Outros Créditos ............................................................................................ Aumento das Disponibilidades ...................................................................

39.690 39.293 397 4

28.944 28.944 – 5

MODIFICAÇÕES NA POSIÇÃO FINANCEIRA

69.131 69.131 – 69.131

36.083 36.083 63 36.020

PATRIMÔNIO LÍQUIDO ................................................................................. Recursos Coletados .................................................................................... Recursos Coletados Grupos em Andamento .............................................. Recursos Coletados Grupos em Formação ................................................ Recursos Utilizados .................................................................................... Outros ..........................................................................................................

307.879 1.413.825 1.410.996 2.829 (1.040.619) (65.327)

232.494 860.739 859.812 927 (593.956) (34.289)

COMPENSAÇÃO ......................................................................................... Recursos mensais a receber de consorciados .......................................... Obrigações do grupo por contribuições ...................................................... Obrigações por futuras contemplações ...................................................... Créditos à disposição de consorciados ..................................................... Obrigações por entregadebens (*146.149 unids.em 2005e*134.182 unids.em 2004) Entrega de bens a consorciados (*26.494 unids. em 2005 e *14.735 unids. em 2004) Assembléias futuras (*52.270 unids. em 2005 e 49.093 unids. em 2004)

9.494.874 76.542 4.631.683 4.453.925 332.724 * * *

8.163.647 61.984 3.993.959 3.864.535 243.169 * * *

TOTAL ..........................................................................................................

9.871.884

8.432.224

Início do Período ....................................................

5

Fim do Período .......................................................

9

5

Aumento das Disponibilidades .............................

4

5

Demonstração Consolidada das Variações nas Disponibilidades de Grupos - Em Reais mil

31.12.2004

CIRCULANTE .............................................................................................. OUTRAS OBRIGAÇÕES .............................................................................. Obrigações com a Administradora .............................................................. Recursos a Devolver a Consorciados ........................................................

2o Semestre 2004

ORIGEM DOS RECURSOS ......................................................................... Lucro Líquido .............................................................................................. Ajustes ao Lucro Líquido ............................................................................ Depreciação ................................................................................................

Demonstração Consolidada dos Recursos de Consórcio - Em Reais mil 30.06.2005

2o Semestre 2004

1o Semestre 2005 DISPONIBILIDADES NO INÍCIO DO SEMESTRE ....................................... Depósitos Bancários ................................................................................... Aplicações Financeiras (Cotas de Fundos de Investimentos e Operações Compromissadas/LFT) .............................................................................. ( + ) RECURSOS COLETADOS .................................................................... Contribuições para aquisição de bens ....................................................... Taxa de Administração ................................................................................ Contribuições ao fundo de reserva ............................................................. Rendimentos de aplicações financeiras .................................................... Multas e juros moratórios ............................................................................ Prêmios de seguro ...................................................................................... Custas Judiciais ......................................................................................... Outros .......................................................................................................... ( - ) RECURSOS UTILIZADOS ..................................................................... Aquisição de Bens ...................................................................................... Taxa de Administração ................................................................................ Multas e juros repassados a administradora .............................................. Custas Judiciais ......................................................................................... Devolução a Consorciados Desligados ..................................................... Prêmios de seguro (nota 13) ....................................................................... Rendimentos Pagos Vinculados a Contemplações ................................... Seguro Quebra de Garantia (nota 13) .......................................................... DISPONIBILIDADES NO FINAL DO SEMESTRE ....................................... Depósitos Bancários ................................................................................... Aplicações Financeiras (Cotas de Fundos de Investimentos e Operações Compromissadas/LFT) ..............................................................................

266.783 50

2o Semestre 2004 163.659 –

266.733 553.086 437.106 61.650 13.586 17.166 2.211 16.141 41 5.185 (446.663) (351.238) (62.230) (1.104) (40) (3) (15.885) (8.432) (7.731) 373.206 –

163.659 411.092 322.586 50.823 12.793 9.447 1.597 12.915 – 931 (307.968) (233.410) (51.326) (795) – (22) (12.084) (4.557) (5.774) 266.783 50

373.206

266.733

Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras - Semestres findos em 30 de junho de 2005 e 31 de dezembro de 2004 1 - CONTEXTO OPERACIONAL A Bradesco Consórcios iniciou, em 09 de dezembro de 2002, a venda de cotas de consórcio a funcionários e, em 21 de janeiro de 2003, para correntistas e não correntistas das instituições financeiras da Organização Bradesco, passando o consórcio a ser parte do portfolio de produtos oferecidos pela Organização. Atuando na Administração de Grupos de Consórcios de Imóveis, Automóveis, Tratores, Caminhões e Colheitadeiras, conta com toda a infraestrutura de atendimento da Organização Bradesco. Como parte da Organização Bradesco, utiliza-se, de forma compartilhada, da infraestrutura administrativa e tecnológica de seu Controlador (Banco Bradesco) e suas demonstrações financeiras devem ser entendidas neste contexto. A capilaridade e a segurança associadas à Marca Bradesco são vantagens importantes na expansão das vendas. 2 - APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DA ADMINISTRADORA E DOS GRUPOS DE CONSÓRCIO As demonstrações financeiras foram elaboradas a partir de diretrizes contábeis emanadas da Lei das Sociedades por Ações para a contabilização das operações, associadas às normas e instruções do BACEN, específicas para as administradoras de consórcios e incluem estimativas e práticas contábeis no que se refere à constituição de provisões. Conforme requerido pelo BACEN, estão sendo apresentadas as demonstrações consolidadas dos recursos de consórcios e das variações nas disponibilidades de grupos. 3 - PRINCIPAIS DIRETRIZES CONTÁBEIS DA ADMINISTRADORA a) Apuração do resultado O resultado é apurado pelo regime de competência. A taxa de administração é reconhecida mensalmente em função dos recebimentos das contribuições, e a comissão sobre venda de cotas de consórcio, cujo pagamento se dá em parcela única, quando da inclusão nos grupos. b) Títulos e Valores Mobiliários São demonstrados pelos valores de aplicação acrescidos dos rendimentos incorridos até a data do balanço, e quando aplicável constituído provisão para perdas com base no valor de mercado. As aplicações em cotas de fundos de investimentos são valorizadas com base no valor da cota disponibilizada pelo administrador do fundo, Banco Bradesco S.A. (gestão da BRAM - Bradesco Asset Management S.A. DTVM), para a data-base. c) Ativos circulante e realizável a longo prazo São demonstrados pelos valores de realização, incluindo, quando aplicável, os rendimentos e as variações monetárias (em base pro rata dia). d) Permanente Demonstrado ao custo, combinado com: • Investimentos - Constituição de provisão para perdas quando aplicável. • Imobilizado de Uso - Depreciado às taxas que levam em consideração a vida útil dos bens representados por: Instalações e Móveis e Utensílios 10% a.a.; Equipamentos de Informática e Direito de Uso de Softwares 20% a.a. e) Passivos circulante e exigível a longo prazo Os valores demonstrados incluem, quando aplicável, os encargos e as variações monetárias (em base pro rata dia) incorridas. A provisão para contingências é constituída considerando a opinião dos assessores jurídicos da sociedade, a natureza das ações, o posicionamento dos tribunais para causas de natureza semelhante e a experiência da administração, desta forma julgamos que a provisão constituída é suficiente para atender as perdas prováveis dos respectivos processos judiciais. f) Impostos Calculados às alíquotas abaixo mencionadas, consideram, para efeito das respectivas bases de cálculo, a legislação vigente pertinente a cada tributo: Imposto de Renda ...................................................................................................... Adicional de Imposto de Renda ................................................................................. Contribuição Social .................................................................................................... PIS (1) ......................................................................................................................... COFINS (1) ..................................................................................................................

15% 10% 9% 1,65% 7,60%

(1) De acordo com a Lei 10.833/02, as receitas relativas a contratos celebrados anteriormente a 31/10/2003, com prazo superior a um ano, estão sujeitas ao Pis e Cofins às alíquotas de 0,65% e 3% respectivamente. 4 - PRINCIPAIS DIRETRIZES CONTÁBEIS DOS GRUPOS DE CONSÓRCIOS a) Disponibilidades e Aplicações Financeiras São demonstrados pelos valores de aplicação acrescidos dos rendimentos incorridos até a data do balanço, e quando aplicável constituído provisão para perdas com base no valor de mercado. As aplicações em cotas de fundos de investimentos são valorizadas com base no valor da cota disponibilizada pelo administrador do fundo, Banco Bradesco S.A. (gestão da BRAM - Bradesco Asset Management S.A. DTVM), para a data-base. Esses valores representam os recursos disponíveis e não utilizados pelos grupos e são aplicados de acordo com as diretrizes da Circular no 3261/04, do BACEN. Os rendimentos dessas aplicações são incorporados ao fundo comum e de reserva de cada grupo diariamente.

Diretoria Osasco, SP, 26 de agosto de 2005

Diretor-Presidente ANTONIO CELSO MARZAGÃO BARBUTO

Diretor JOSÉ ALCIDES MUNHOZ José Alves Bicudo Filho Contador CRC 1SP124.511/O-3

b) Passivo circulante Representam as obrigações dos grupos de consórcio registrado por valores conhecidos ou calculáveis acrescidos dos correspondentes encargos e variações monetárias incorridos quando aplicável. c) Contas de Compensação I. Previsão Mensal de recursos a receber de consorciados e recursos mensais a receber de consorciados Demonstram a previsão de contribuições a receber (fundo comum e fundo de reserva) de consorciados para o mês subseqüente ao mês base das demonstrações financeiras. O montante foi calculado considerando o valor de mercado dos bens objeto das operações de consórcio em 30 de junho de 2005. II. Contribuições devidas ao grupo e obrigações do grupo por contribuições Referem-se aos valores totais das contribuições (fundo comum e fundo de reserva) devidas pelos consorciados ativos (grupos em andamento) até o final do grupo, considerando o valor de mercado dos bens objeto das operações de consórcio na data do balanço. III. Consorciados - bens a contemplar e obrigações por futuras contemplações Correspondem ao valor dos bens a serem contemplados em assembléias futuras, considerando o valor de mercado dos bens objeto das operações de consórcio na data do balanço. IV. Contemplações pendentes de entrega e créditos à disposição de consorciados Correspondem ao valor de bens contemplados nos grupos, a serem entregues após a data das demonstrações financeiras. V. Bens a entregar a consorciados e obrigações por entrega de bens Indica a quantidade de bens a entregar a consorciados. VI. Bens entregues a consorciados e entrega de bens Indica a quantidade de bens entregues a consorciados dos grupos em andamento. VII. Assembléias a realizar Representam a quantidade de assembléias que deverão ser realizadas referentes aos grupos já formados. d) Patrimônio líquido dos grupos de consórcio e Demonstração consolidada das variações nas disponibilidades de grupos I. Recursos coletados Os recursos coletados estão apresentados no patrimônio líquido dos grupos de consórcio desde a constituição dos grupos e incluem os rendimentos vinculados entre outros. Na demonstração consolidada das variações nas disponibilidades de grupos estão apresentados os valores relativos aos semestres findos nas datas dos balanços. Os valores das contribuições mensais, para aquisição de bens, recebidos dos participantes dos grupos são determinados com base no valor do bem objeto da operação e no percentual de pagamentos estabelecidos para cada contribuição, de acordo com o prazo de duração dos grupos, acrescidos da taxa de administração, do fundo de reserva e dos seguros. O fundo de reserva tem como finalidade cobrir eventual insuficiência de caixa. II. Recursos utilizados Representam todos os desembolsos realizados pelos grupos, tais como: pagamentos das cartas de crédito, taxas de administração, seguros e outros. 5 - TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS - ADMINISTRADORA Os títulos e valores mobiliários estão compostos como segue: Em R$ mil 30 de junho de 2005

Descrição Cotas de Fundos de Investimentos: a) Próprias .......................................................................................... b) Grupos Encerrados (nota 6c) ......................................................... Títulos Públicos Federais - LFT ...........................................................

107.368 6.081 553

31 de dezembro de 2004

7 - PATRIMÔNIO LÍQUIDO - ADMINISTRADORA Em 30 de junho de 2005 o capital social é de R$ 14.800 mil e está representado por 14.800.000 cotas ao valor nominal de R$ 1,00 cada. Aos cotistas estão asseguradas as distribuições de dividendos mínimos obrigatórios correspondentes a 25% do lucro líquido, ajustado nos termos da legislação. A sociedade registrou o valor de R$ 7.772 mil (31 de dezembro de 2004 - R$ 10.810 mil) como dividendos propostos. 8 - IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - ADMINISTRADORA a) Demonstração do cálculo dos encargos com imposto de renda e contribuição social: Semestre findo em 30 de junho de 2005 Descrição

68.856 5.853 –

Total ...................................................................................................... 114.002 74.709 6 - OUTROS CRÉDITOS E OUTRAS OBRIGAÇÕES - ADMINISTRADORA a) No ativo circulante e realizável a longo prazo, outros créditos diversos referem-se a rendas a receber R$ 111 mil (31 de dezembro de 2004 - R$ 225 mil) , outros adiantamentos R$ 319 mil (em 31 de dezembro de 2004 - R$ 61 mil) créditos tributários R$ 62 mil (31 de dezembro de 2004 - R$ 183 mil), devedores por depósitos em garantia R$ 382 mil (31 de dezembro de 2004 - R$ 851 mil), impostos e contribuições a compensar R$ 1.141 mil (31 de dezembro de 2004 - R$ 298 mil) e outros valores e bens referem-se a despesas antecipadas R$ 48 mil (em 31 de dezembro de 2004 - R$ 49 mil). b) Outras obrigações fiscais e previdenciárias referem-se principalmente a provisão para imposto de renda, contribuição social, impostos e contribuições s/ serviços de terceiros e salários R$ 13.033 mil (31 de dezembro de 2004 - R$ 5.234 mil) e provisão para riscos fiscais - R$ 170 mil (31 de dezembro de 2004 - R$ 170 mil). c) No passivo circulante e exigível a longo prazo, outras obrigações diversas referem-se a provisão para pagamentos a efetuar R$ 532 mil (31 de dezembro de 2004 - R$ 1.185 mil) e valores a ressarcir a consorciados de grupos encerrados - R$ 6.081 mil (31 de dezembro de 2004 - R$ 5.853 mil), em virtude do encerramento, em exercícios anteriores, da carteira de grupos de consórcio, estando estes recursos à disposição dos respectivos consorciados.

Valor

Resultado antes do Imposto de Renda e Contribuição Social .................................. 50.302 Imposto de Renda e Contribuição Social às alíquotas de 25% e 9%, respectivamente . 17.103 Efeito das adições/exclusões no cálculo dos tributos (1) ........................................ 476 Total dos encargos de Imposto de Renda e Contribuição Social ............................. 17.579 b) No semestre foram realizados R$ 121 mil de créditos tributários decorrentes de prejuízos fiscais e base negativa de contribuição social, restando em 30 de junho de 2005 R$ 62 mil referentes a diferenças temporárias. A sociedade não possui créditos tributários não ativados. c) Em 2004, a sociedade optou pelo pagamento de imposto de renda e contribuição social utilizando como base o lucro presumido. 9 - OUTRAS INFORMAÇÕES - ADMINISTRADORA a) As despesas administrativas no valor de R$ 3.890 mil (em 31 de dezembro de 2004 - R$ 2.885 mil) estão representadas por despesas com comunicação no valor de R$ 916 mil (em 31 de dezembro de 2004 R$ 695 mil), material gráfico no valor de R$ 251 mil (em 31 de dezembro de 2004 R$ 341 mil), processamento de dados no valor de R$ 1.362 mil (em 31 de dezembro de 2004 R$ 891 mil), serviços prestados por terceiros no valor de R$ 365 mil (em 31 de dezembro de 2004 R$ 111 mil), viagens e hospedagens no valor de R$ 221 mil (em 31 de dezembro de 2004 R$ 185 mil) e outras despesas administrativas no valor de R$ 775 mil (em 31 de dezembro de 2004 R$ 662 mil). b) As despesas de pessoal no valor de R$ 3.535 mil (em 31 de dezembro de 2004 - R$ 3.799 mil) estão representadas por salários, benefícios e encargos sociais trabalhistas no valor de R$ 2.853 mil (em 31 de dezembro de 2004 - R$ 3.082 mil), provisões de 13º salário e férias R$ 682 mil (em 31 de dezembro de 2004 - R$ 717 mil). c) As despesas comerciais no valor de R$ 8.243 mil estão representadas principalmente por despesas com comissões (em 31 de dezembro de 2004 - R$ 13.174 mil) d) Outras receitas operacionais no valor de R$ 1.274 mil (em 31 de dezembro de 2004 - R$ 596 mil) referem-se principalmente a taxas para recuperação de despesas junto aos consorciados, conforme previsto contratualmente. 10 - APLICAÇÕES FINANCEIRAS - GRUPOS As aplicações financeiras dos grupos de consórcio (em andamento e em formação) no valor de R$ 373.206 mil, estão compostas por R$ 47.641 mil em operações compromissadas com lastro em títulos públicos federais, junto ao Banco Bradesco S.A., e R$ 325.565 mil em cotas de fundos de investimentos. A taxa de administração paga pelos fundos ao Banco Bradesco S.A., no semestre foi de R$ 2.260 mil (em 31 de dezembro de 2004 R$ 3.287 mil). Atendendo a Circular Bacen 3261/04, foi transferido (sem custo), em 29/03/2005, o recurso anteriormente aplicado no fundo exclusivo FIF Mediterrâneo, para o fundo de rede FIF Rubi DI. 11 - PATRIMÔNIO LÍQUIDO - GRUPOS A composição do Patrimônio líquido consolidado dos grupos de consórcio pode ser resumida como segue: Grupos em Andamento

Grupos em Formação

30 de junho 2005

31dedezembro 2004

Fundo Comum ...........................

356.403

2.812

359.215

257.259

Fundo de Reserva ..................... Recursos de Consorciados ...... Total ...........................................

13.974 (65.327) 305.050

17 – 2.829

13.991 (65.327) 307.879

9.524 (34.289) 232.494

Descrição

12 - RESUMO DAS OPERAÇÕES DE CONSÓRCIOS As operações de consórcios em 30 de junho de 2005 e 31 de dezembro de 2004 apresentam a seguinte posição em quantidades: 30.06.2005 31.12.2004 Grupos em andamento ......................................................................... Consorciados ativos ............................................................................ Consorciados contemplados ............................................................... Bens pendentes de entrega ................................................................. Taxa média de inadimplência ..............................................................

931 171.646 36.096 7.566 1,34%

805 148.546 21.813 5.126 0,71%

13 - OUTRAS INFORMAÇÕES A Bradesco Consórcios mantêm seguros relativos a vida e quebra de garantia, junto ao Grupo Bradesco Seguros e Previdência, cujos valores encontram-se demonstrados em recursos utilizados - prêmios de seguros.

Parecer dos Auditores Independentes Aos Administradores e Cotistas da Bradesco Consórcios Ltda. Osasco - SP Examinamos os balanços patrimoniais da Bradesco Consórcios Ltda., levantados em 30 de junho de 2005 e 31 de dezembro de 2004, e as respectivas demonstrações de resultados, das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos, correspondentes aos semestres findos naquelas datas, bem como as demonstrações consolidadas dos recursos de consórcio em 30 de junho de 2005 e 31 de dezembro de 2004 e das variações nas disponibilidades de grupos para os semestres findos naquelas datas, elaborados sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações financeiras. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria aplicáveis no Brasil e compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e os sistemas contábil e de controles internos da Sociedade; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgados; e (c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas pela Administração da Sociedade, bem como da apresentação das demonstrações financeiras tomadas em conjunto.

Em nossa opinião, as demonstrações financeiras acima referidas representam, adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Bradesco Consórcios Ltda., em 30 de junho de 2005 e 31 de dezembro de 2004, os resultados de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido e as origens e aplicações de seus recursos, correspondentes aos semestres findos naquelas datas, bem como as demonstrações consolidadas dos recursos de consórcio em 30 de junho de 2005 e 31 de dezembro de 2004 e das variações nas disponibilidades de grupos para os semestres findos naquelas datas, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. 26 de agosto de 2005

KPMG Auditores Independentes CRC 2SP014428/O-6

Alberto Spilborghs Neto Contador CRC 1SP167455/O-0


NOVAS PÁGINAS NO DC Mais espaço para o debate: duas páginas para abrigar as diversas correntes de pensamento e permitir a franca troca de idéias. Participe. Páginas 6 e 7

www.dcomercio.com.br/c ampinas/ Edição de Campinas concluída às 00h15 Ano 81 - Nº 21.957

São Paulo, terça-feira 6 de setembro de 2005

R$ 0,60

O protesto está na cara

Arte com foto de Milton Mansilha/LUZ

A marcha do Grito do Silêncio vai ecoar a indignação contra a corrupção e a impunidade. Sai da Sé às 10h. Pára diante do Impostômetro da ACSP que ultrapassa hoje o meio trilhão arrecadado em impostos. E termina no Teatro Municipal, com a leitura de um manifesto. Página 5 Leia o editorial de Guilherme Afif Domingos, na página 6

TEMPO EM CAMPINAS Nublado Máxima 24º C. Mínima 15º C.

Severino nega três vezes. E não sai. É a 3ª nota oficial sobre denúncia de propina. Página 3

Adriano Machado/Folha Imagem

DC Informática

Internet reinventa o rádio A nova onda é o Podcast, uma mistura de rádio virtual com blog de áudio. Sintonize.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Logo Logo

terça-feira, 6 de setembro de 2005

Quando escrevo, já aconteceu de escutar a voz de John (Lennon) na minha cabeça. Então, me pergunto, bem, que fizemos aqui? E posso escutá-lo reclamar ou aprovar.

Arquivo DC

www.dcomercio.com.br/logo

Paul McCartney, em entrevista divulgada ontem

6 Empresas têm de enviar hoje ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) a relação de admissões e desligamentos de empregados ocorridos em agosto deste ano

Opinião agora nas páginas

Damir Sagolj/Reuters

I NDÚSTRIA

6e7

Mussarela e Queijo Prato

C OMÉRCIO

Os dois queijos mais consumidos pelos brasileiros devem ficar mais gostosos. Pesquisadores da Unicamp que estudam a relação entre quantidade de células de defesa no leite e qualidade do queijo concluíram que quanto menos células no leite, mais consistente é o queijo. Além disso, a produção rende mais.

Na praia, um mar de oportunidades O Sebrae vai mapear o comércio de praia. A idéia é "potencializar" os negócios informais como a venda de sorvetes, sanduíches, bebidas, cangas e bronzeadores. Sem contar a oferta de aulas de vôlei, de surfe, de futebol e aluguel de cadeiras. "É um local onde existem brasileiros à procura de trabalho e renda. Vamos ver de que forma o Sebrae pode alavancar esses projetos", diz o presidente do Sebrae/RJ, Sergio Malta. Os primeiros alvos: Rio e Bahia.

Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp – http://www.fea.unicamp.br E M

SETEMBRO

2 -.LOGO

C A R T A Z

SHOW

Sebrae Rio de Janeiro – (0xx21) 2215-9275 P ETRÓLEO Divulgação

L

Terça Blues O guitarrista novaiorquino John Hammond Jr., bem sacudido aos 62 anos, toca no Tom Brasil, acompanhado de bateria e baixo. Desfila os hits de seu mais recente CD, uma compilação certeira de blues, folk e country autorais. Mas a festa começa com Hélio Delmiro, virtuose do violão na MPB. Tom Brasil Nações Unidas. Rua Bragança Paulista, 1281. Fone: 2163-2000. Hoje, 22h. Ingressos: R$ 40,00 a R$ 90,00.

P OLÍTICA

Desconfiança galopante Pesquisa Ibope Opinião divulgada pela revista Carta Capital constata: os políticos estão desmoralizados. Exatos 90% dos entrevistados não confiam nos políticos e 88% não confiam nos partidos políticos. As variações – Câmara dos Deputados e Senado – amargam 81% e 76% de desconfiança. Boa notícia, só para os médicos: 81% ainda confiam nesses profissionais. B RAZIL COM Z

Bordeaux nos pomares brasileiros

A EROPORTOS

Atenção senhores passageiros: tarifas de embarque sobem 70%

B ATE-PRONTO

Severino embaralha fronteiras

Esse é o aumento médio anunciado ontem pelo governo. É o segundo reajuste do ano

A

notícia econômica mais importante para os passageiros freqüentes de companhias aéreas não estará nos avisos de voz dos aeroportos, mas virá embutida no preço da próxima passagem. O governo anunciou ontem um aumento médio de 70% nas tarifas nacionais de embarque nos aeroportos. A partir de 1º de outubro, a tarifa mais alta cobrada dos passageiros passará de R$ 11,55 para R$ 19,62. Os terminais mais movimentados, como os de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, são classificados na primeira categoria e, por isso, os embarques e desembarques nessas capitais têm as taxas mais altas. Em aeroportos de outras categorias, os novos valores vão variar entre R$ 15,42 e R$ 11,58. Essas taxas são cobradas já na venda da passagem e repassadas à Infraero, estatal que administra os 66 aeroportos. A portaria do Departamento de Aviação Civil (DAC) que fixa os novos valores foi publicada ontem no Diário Oficial da União. Esse é o segundo aumento nos valores das taxas domésticas neste ano. Em janeiro já havia sido autorizado um reajuste médio de 26%, mas a Infraero argumenta que os preços estão defasados, pois desde 1997 as taxas estavam congeladas. Outro argumento da estatal é que várias obras de modernização e ampliação das instalaA TÉ LOGO

ções aeroportuárias estão paralisadas ou atrasadas por falta de recursos. No mês passado, o governo liberou R$ 350 milhões do Orçamento para a Infraero, mas o repasse do dinheiro ainda depende da regulamentação do aumento de capital da estatal. Uma parte da receita das taxas de embarque é repassada também ao Comando da Aeronáutica, responsável pela segurança dos vôos. E o País está correndo contra o relógio para se adaptar, até o fim deste ano, às regras internacionais de segurança e fiscalização, definidas pela Organização Mundial de Aviação Civil após os atentados terroristas de 2001 nos Estados Unidos. Entre as exigências está a compra de equipamentos modernos de raio-X, capazes de identificar a composição química de volumes transportados pelos passageiros. Segundo a assessoria da Infraero, no ano passado as taxas pagas pelos passageiros renderam aos cofres da empresa R$ 294 milhões, o equivalente a quase 18% da receita total no período. A estatal sustenta, no entanto, que somente essa fonte de recursos é insuficiente para a manutenção das instalações e, por isso, tem buscado alternativas. Em 2004, por exemplo, as tarifas cobradas por prestação de serviços de armazenagem de cargas representaram 27% da receita e o aluguel de lojas nos aeroportos rendeu 24% do total. (AE)

Ricos entram em cena. E preço cai A oferta dos países da Agência Internacional de Energia de fornecer petróleo para os EUA está acalmando os mercados, após o furacão Katrina. Ontem, na Bolsa de Petróleo, em Londres, os contratos para o Brent em outubro fecharam a US$ 64,85 por barril, queda de 1,21%. F UTEBOL Marcelo del Pozo/Reuters

Arquivo DC

Paulistano, 71 anos, e autor de 13 livros, o cientista político e professor titular aposentado da USP e da Unicamp, Leôncio Martins Rodrigues (foto), acompanhou a trajetória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT desde 1979. Para ele, agora, a "linha divisória" entre governo e oposição está cada vez mais confusa. Como a denúncia de que o presidente da Câmara Severino Cavalcanti recebeu propina agrava a crise política? Introduzindo uma nova clivagem na relação entre os partidos. Há setores da esquerda que se uniram ao PSDB e PFL contra o presidente da Câmara. Isso mostra um novo alinhamento político, que passa por cima das diferenças "ideológicas" embora os que são favoráveis ao governo, na sua maioria, tendam a ficar distantes da iniciativa de afastamento do Severino. O fato abala ainda mais a imagem do Congresso? Seguramente contribui para tornar a imagem do legislativo ainda mais negativa perante a opinião pública e rebaixa os índices de governabilidade geral. Embora o presidente da República e o PT não

Ronaldinho e Robinho

Hoje, em Sevilha, com Ronaldinho tenham responsabilidade direta na eleição de Severino, seu desprestígio atual pesa desfavoravelmente ao governo e afeta a governabilidade, porque o presidente da Câmara não tem legitimidade para conduzir a votação de questões importantes, entre elas a cassação de colegas. Se os fatos ficarem provados, o senhor acredita que seja realizada nova eleição para presidente da Câmara? Difícil dizer se poderá haver ou não outra eleição para a Presidência da Câmara. Por um lado, o deputado Severino perdeu legitimidade mas, por outro, não será fácil removê-lo porque ele contará, provavelmente, com o apoio do Executivo e do PT. Um dos problemas que pode dificultar os prognósticos é que a linha divisória entre governo e oposição está cada vez mais confusa. Heci Regina Candiani

Mais política nas páginas 3,4, 5 e 8.

As dores musculares que incomodaram Ronaldo no último dia de trabalho em Teresópolis, antes da partida com o Chile, serviram de alívio para o técnico Carlos Alberto Parreira. Enquanto o craque faz seu tratamento em Madri, o técnico escalou para a partida de hoje contra o Sevilha o meia Ronaldinho Gaúcho. A escolha entre um ou outro jogador para o amistoso internacional atormentava o técnico. Sem Ronaldo, Robinho volta para sua posição de origem ao lado de Adriano, e Ronaldinho Gaúcho faz dupla de armação com Kaká. O Sevilha tem dois brasileiros em sua equipe – Renato e Luís Fabiano. Renato foi liberado pela CBF e vai atuar pelo clube espanhol na partida de hoje. Brasil X Sevilha: amistoso transmitido ao vivo pela SporTV e TV Cultura a partir das 17h de Brasília. L OTERIAS Concurso 102 da Lotofácil 01

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Clique www.dcomercio.com.br/logo para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Morre ex-chefe do SNI nos governos Geisel e Figueiredo

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Custo de renovação de carteira pode aumentar número de motoristas ilegais nas ruas

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Uma nova doença que ataca os laranjais paulistas mobilizou técnicos do Instituto Nacional de Pesquisa Agronômica (INRA, na sigla em francês) de Bordeaux, na França. Pesquisadores do instituto testaram plantas afetadas por bactérias até então desconhecidas e que podem destruir plantações inteiras em cinco a oito anos. Ainda não há como combater a doença. A notícia foi destaque do jornal francês Le Monde.

CIDADE EM RUÍNAS - Crianças palestinas queimam entulho das casas demolidas no assentamento judaico de Neve Dekalim, na Faixa de Gaza. Ontem, poucas horas depois de as autoridades palestinas visitarem o local, uma misteriosa explosão derrubou um edifício inteiro em Gaza, deixando pelo menos quatro mortos e 30 feridos, segundo moradores. O Exército israelense assegurou que não tem ligação com a explosão.

Fifa investiga dinheiro russo


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 6 de setembro de 2005

POLÍTICA - 3

O PEDIDO DE LÍDERES DE CINCO PARTIDOS DE OPOSIÇÃO É O PRIMEIRO PASSO PARA UMA POSSÍVEL CASSAÇÃO

OPOSIÇÃO QUER SEVERINO AFASTADO Lula Marques/Folha Imagem

R

Deputados da oposição, como Gabeira (à esq.), pedem afastamento somente durante as investigações. Adriano Machado/Folha Imagem

SEVERINO NEGA ACUSAÇÕES E AVISA: 'NÃO SAIO'.

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m resposta ao pedido de afastamento feitos pelos lideres da oposição, o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), negou novamente, em sua terceira nota oficial, as denúncias de que teria recebido propina do empresário Sebastião Augusto Buani, proprietário da empresa Buani & Paulucci, administradora do restaurante do 10º andar do anexo 4, as quais classificou de má-fé. "Não posso ser colocado à execração pública com acusações sórdidas, irresponsáveis e sem provas", afirmou o presidente da Camara que ontem despachou em casa e à noite viajou para Nova York, para participar da 2ª Conferência Mundial de Presidentes de Parlamento da União Interparlamentar. Segundo parlamentares, ele afirmou que não vai deixar o cargo. Ao se defender disse que a austeridade marca a sua "vida em família e de homem público". "Posso tropeçar nas palavras, mas jamais irão encontrar nada que desonre o meu mandato ou atos corruptos que manchem a minha biografia de quase 40 anos de vida pública", diz na nota. Além de prestar mais esclarecimentos, Severino lembrou seu compromisso com a austeridade nos gastos públicos, que levou à economia de R$

reuniram-se ontem para elaborar uma carta a Severino, pedindo a licença do parlamentar enquanto as denúncias são apuradas. No documento protocolado na presidência da Câmara, eles afirmam que sem isso as investigações serão comprometidas, mas não estabelecem prazo para que Severino deixe o cargo. Interesse direto – "Por diversas vezes, Vossa Excelência dirigiu-se à Nação anunciando que agiria na condição de magistrado... é novamente hora de demonstrar seu compromisso com a imparcialidade. A ne-

O presidente da Câmara perdeu a autoridade moral e política para presidir esta Casa. Esse é um fato' Alberto Goldman nhum magistrado é dado comandar um procedimento no qual possui interesse direto", diz o texto. "Em nome do que representa o Parlamento brasileiro, solicitamos à Vossa Excelência que se afaste da presidência da Câmara até que as denúncias sejam apuradas com rigor e isenção. Sem essa providência, as investigações estarão comprometidas." De acordo com o regimento da Câmara, não há nenhum instrumento que inviabilize a permanência de Severino à frente de suas funções, a não ser pela cassação do seu mandato.

Comissão informal – Os oposicionistas disseram que a carta não é um ultimato e se comprometeram a não entrar com representação contra Severino no Conselho de Ética até que as investigações da Comissão de Sindicância sejam concluídas. Por isso, criaram uma comissão informal para acompanhar as investigações. Fazem parte do grupo: José Carlos Aleluia (PFL-BA), Ronaldo Caiado (PFL-GO), Fernando Gabeira (PV-RJ) e Ronaldo Dimas (PSDB-TO) e Raul Jungmann (PPS-PE). Em caso de evidência inequívoca de envolvimento de Severino no episódio denunciado, um processo de cassação deverá ser pedido. “Havendo suspeita de corrupção, vamos persegui-lo até o fim e pedir a perda do mandato de Severino na Mesa Diretora”, disse Gabeira. "Não é para nós compatível que ele seja ao mesmo tempo réu e juiz do processo", analisou Jungmann, segundo quem haverá uma nova reunião até terça-feira para discutir os rumos das investigações e o posicionamento dos partidos ante a possibilidade de abertura de um processo de cassação. Na avaliação de Jungmann, caso não haja qualquer fundamento nas denúncias, Severino voltaria a ser presidente no gozo de maior legitimidade. Uma eventual saída definitiva de Severino abriria uma disputa para o cargo entre os partidos. A hipótese, evitada entre os parlamentares para não parecer oportunismo, foi negada pelo vice-líder do PFL Ronaldo Caiado (GO). Segundo ele, os partidos de oposição não estão "manobrando" para a saída de Severino. "Isso nunca existiu. (Agências)

Ricardo Stuckert/PR/ABr

COMENDA AMEAÇADA O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), pediu em requerimento ao Itamaraty a cassação da comenda da Ordem do Rio Branco dada ao presidente da Câmara, Severino Cavalcanti. À noite, a preocupação de Virgílio era outra: não viajar ao lado de Severino, rumo a Nova York, onde participará do encontro do Parlamento Latino-Americano.

Severino: 'Não posso ser colocado à execração pública sem provas'

100 milhões quando esteve à frente da Primeira-Secretaria da Câmara (2001/2002). "Como presidente da Câmara há sete meses, estamos conseguindo uma das maiores economias já registradas na Casa nos últimos anos (mais de R$ 120 milhões), cortando o supérfluo sem comprometer os serviços essenciais e o bom desempenho do mandato dos parlamentares." Concessão – Severino afirmou que, ao contrário das denúncias, não poderia ter assegurado cinco anos de concessão ao restaurante de Buani, já que os contratos da Casa são renovados anualmente, e o

poLítica Eymar Mascaro

Na alça de mira

A

epresentantes dos partidos de oposição que ajudaram a eleger Severino Cavalcanti (PP-PE) como presidente da Câmara dos Deputados pediram ontem o afastamento temporário do parlamentar pepebista. Os deputados querem que Cavalcanti se afaste até a conclusão da investigação sobre as denúncias de que ele teria recebido propina da empresa Buani&Paulucci, que administra um dos restaurantes da Câmara. Trata-se do primeiro movimento de uma ofensiva que pode levar à abertura de um processo de cassação do mandato de Severino. "O presidente da Câmara perdeu a autoridade moral e política para presidir esta Casa. Esse é um fato", afirmou o líder do PSDB, deputado Alberto Goldman (SP). Segundo o líder do PSDB, “é preciso dizer com clareza que não há comprovação das denúncias; de qualquer forma, seria importante que Severino se afastasse provisoriamente para que as investigações fossem aprofundadas sem nenhuma limitação ou constrangimento”, afirmou. “Se fosse provada a sua inocência, ele estaria de volta com toda a nossa simpatia e carinho”. Recado – Severino, que nega ter recebido propina, já mandou um recado à oposição: não deixará o seu cargo, segundo relato de José Carlos Aleluia (PFL-PA), líder da minoria na Casa. "As denúncias não estão provadas, mas o presidente perdeu a condição de comandar as investigações e o andamento da Casa neste momento", disse Aleluia, que leu o pedido em Plenário. PFL, PSDB, PPS, PDT e PV

umenta a pressão das lideranças partidárias pelo afastamento de Severino Cavalcanti da presidência da Câmara. A crise entre Severino e os líderes de partidos começou com as declarações do deputado de colocar panos quentes na tentativa de cassação de mandatos de quem foi acusado de se beneficiar com o mensalão e dinheiro do caixa 2 dos partidos. Se dependesse apenas da vontade do presidente da Câmara, os deputados envolvidos receberiam uma pena mais branda: uma advertência, por exemplo. A situação de Severino Cavalcanti piorou depois da denúncia de que teria recebido um mensalinho (R$ 10 mil) para favorecer uma rede que explora o restaurante da Câmara. Após a denúncia, Severino pediu que a Polícia Federal apurasse o caso, enquanto o TCU pode promover uma auditoria na Casa. O Regimento Interno da Câmara não prevê o afastamento do presidente, mas os partidos insistem para que Severino se afaste do cargo até que as investigações cheguem ao fim. O caso pode parar no Conselho de Ética da Câmara.

mandato dos integrantes da Mesa é de apenas dois anos. "Nesse meu período de primeiro-secretário, como provam documentos da DiretoriaGeral da Câmara, todos os pedidos do sr. Buani que visavam à prorrogação de seu contrato por período superior ao permitido pela legislação foram negados", disse. Ele lembrou ter pedido abertura de licitação antes do término da vigência de contrato do restaurante. "Essa nova licitação foi feita com toda a correção e lisura já pelo primeiro-secretário que me sucedeu, o deputado Geddel Vieira Lima." A acusação de que teria rece-

INVESTIGAÇÃO A Polícia Federal já começou a investigar a acusação de que Severino Cavalcanti teria recebido o "mensalinho" quando era 1º secretário da Câmara. Severino nega a acusação. Ouvido ontem pela comissão de sindicância da Câmara, o empresário Buani, proprietário do restaurante do Anexo 4 da Câmara, negou o pagamento de propina. Mas foi evasivo quanto a Severino.

NEGATIVA Ao negar seu envolvimento com o mensalinho, Severino prefere acusar o PSDB e o PFL. Segundo o deputado, esses dois partidos estariam por trás das denúncias, com o objetivo de afastá-lo do cargo para favorecer o 1º vicepresidente, Thomas Nonô, do PFL alagoano.

CASSAÇÕES Severino Cavalcanti é contra a proposta de cassação de mandato dos 18 deputados denunciados pela CPMI dos

bido propinas mensais ao longo de 2003 também foi rejeitada por Severino. "Nesse período eu já não era primeiro-secretário e não detinha nenhum poder sobre os contratos da Casa, o que denota a má-fé das aleivosias do sr. Buani." O presidente da Câmara negou ainda que envelopes com dinheiro tenham sido recebidos por suas secretárias. "Uma

das mais torpes acusações, sem provas, diz que minhas secretárias recebiam mensalmente envelope lacrado contendo numerário a mim destinados. Elas jamais encontraram dinheiro em envelopes a mim encaminhados." Viagem – Apesar das acusações, Severino viajou para Nova Iorque, onde participará da 2ª Conferência Mundial de Presi-

dentes de Parlamento da União Interparlamentar. E, ao contrário de Severino, o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o corregedor da Câmara, deputado Ciro Nogueira, que também participariam do evento, desmarcaram viagem para acompanhar de perto o andamento das investigações e da abertura de processos de cassação contra 18 deputados. (Agências)

Correios. Severino promete enviar o relatório da comissão para o Conselho de Ética no dia 13.

deputado já discutiu sua complicada situação num encontro recente com Lula. Dirceu continua defendendo a tese de que não quebrou o decoro parlamentar porque estava fora da Câmara.

movimento, entre as quais, a Associação Comercial de São Paulo, esperam que seja um grande sucesso a concentração de hoje no centro da cidade de protesto contra a corrupção no governo. Esperam pela participação de milhares de pessoas, que farão uma caminhada silenciosa.

PREOCUPAÇÃO A assessoria do Palácio do Planalto nega que o presidente Lula esteja manobrando pela cassação do mandato de José Dirceu para abreviar a crise. A assessoria adianta que o boato é mais uma invenção da oposição para atritar o presidente com o ex-ministro.

RECURSO Advogados de José Dirceu continuam estudando o recurso que devem encaminhar ao STF contra a decisão da Câmara de votar o pedido de cassação do mandato do ex-ministro. Dirceu já teria sondado o STF e descobriu que sua situação é incômoda.

PESSIMISMO Apesar de fazer declarações otimistas, José Dirceu acha difícil escapar da cassação. O

INCONFORMISMO Os petistas ainda não entenderam por que o senador Eduardo Azeredo (PSDB), que usou o caixa 2 na campanha de 1998, em Minas, ficou de fora da lista dos 18 cassáveis. Nem o líder do partido no Senado, Aloízio Mercadante, sabe explicar os motivos.

JUSTIFICATIVA Os petistas preferem esperar pelo relatório da CPMI do Mensalão, que incluiria Azeredo entre os cassáveis. Mas o tucanato está de prontidão para defender o presidente do partido. Se Azeredo não entrar na lista, o PT vai chiar.

PROTESTOS A Força Sindical e as entidades que aderiram ao

INSISTÊNCIA O PMDB tem prazo até o fim do mês para decidir se lança a candidatura do ministro Nelson Jobim à presidência da República. O prazo é curto porque o ministro precisa ter, no mínimo, um ano de filiação partidária, se quiser ser candidato.

CARREIRA Nelson Jobim fez carreira política no PMDB. Foi por este partido, por exemplo, que Jobim foi relator da Assembléia Constituinte em 1988. Ele se desligou do PMDB para assumir a cadeira de ministro do STF. Sua última eleição a deputado também foi pelo PMDB.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

quarta-feira e quinta-feira, 7 e 8 de setembro de 2005

Fundado em 1º de julho de 1924

Aluizio Arruda/JC Imagem/AE

CADASTRO POSITIVO,

UM AVANÇO IMPORTANTE

O Tivesse seguido seu destino sem se aventurar a dar passos maiores que as pernas, Severino Cavalcanti provavelmente teria vida longa no Congresso Dora Kramer, em sua coluna de ontem, no Estadão

A reforma política é tema muito controvertido. Proponho apenas dois parâmetros: ela não é panacéia, ela não pode ser feita à custa da participação democrática. José Murilo de Carvalho, historiador, em entrevista à revista Pesquisa Fapesp.

Joedson Alves/AE

desenvolvimento da indústria de bens de consumo duráveis (móveis e eletrodomésticos, veículos) e semiduráveis (confecções, calçados, tecidos), que ganhou grande impulso no País a partir da década de 60, está intimamente associado à evolução dos mecanismos de crédito direto ao consumidor, que permitiram à população de menor renda adquirir tais produtos. Segundo a PNAD – Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar, cerca de 97% dos lares brasileiros possuem fogão, 90% têm rádio, 81,0%, televisão, 75%, geladeira e 27% possuem máquina de lavar roupa. Esses dados mostram que, apesar do fato de que uma larga faixa da população se encontra nos extratos mais baixos de renda, consegue acesso aos bens duráveis, o que pode ser explicado principalmente pelas facilidades oferecidas pelo crediário. Apesar desse grande avanço, podemos constatar que ainda existem milhares de domicílios que não possuem tais bens, representando um imenso contingente de consumidores que somente poderão adquiri-los através de mecanismos de crédito simples e ágil. Também a indústria automobilística se viabilizou no Brasil graças ao financiamento ao consumidor em condições facilitadas, ampliando a faixa da população que consegue adquirir seus veículos e oferecendo economia de escala para a implantação e expansão do parque automotivo nacional.

tarem as documentações e comprovações antes exigidas, que eram verificadas por informantes autônomos, burocratizando, retardando e encarecendo as operações de crédito. O risco da inadimplência representa um importante componente dos juros do crediário e do chamado "spread" bancário - a diferença entre a taxa de captação dos bancos e a taxa cobrada nos financiamentos -, e responde por cerca de 17% da diferença entre esses dois custos. Quanto maior o risco da inadimplência, maior os juros cobrados nos financiamentos. Por outro lado, o volume de crédito destinado às pessoas físicas e jurídicas é ainda baixo por razões macroeconômicas, como a drenagem excessiva de recursos por parte do governo para financiar seus déficits e sua dívida, o que também implica em juros elevados para o consumidor.

A

evolução da tecnologia na atualidade permite que se possa desenvolver informações mais completas sobre os con-

F

oi uma luta longa para se chegar ao texto final do projeto, mas esperamos que essa demora possa ser compensada com uma rápida tramitação. O encaminhamento do "Projeto de Lei que disciplina os bancos de dados de proteção ao crédito e de relações comerciais" na última semana é o primeiro passo para a aprovação do Cadastro Positivo, que certamente será um importante instrumento para aperfeiçoar os mecanismos de crédito ao consumidor. Esperamos que sua tramitação se dê com a urgência que a matéria está a exigir.

P

or sua vez, o crédito ao consumidor consolidou-se graças à criação dos serviços de Proteção ao Crédito - dos quais o SCPC da Associação Comercial de São Paulo foi o pioneiro -, o que garantiu a massificação do crediário por seu sistema simples, eficiente e ágil, oferecendo maior segurança às transações sem acarretar custos elevados para a obtenção das informações e sem a necessidade de os consumidores apresen-

sumidores, utilizando-se ferramentas que propiciam não apenas maior segurança para a concessão do crédito como, inclusive, diferenciar as taxas de juros em função do risco potencial dos clientes, beneficiando ao bom pagador. O Cadastro Positivo, a análise do histórico e o sistema de pontuação são ferramentas importantes já disponíveis nos serviços de informações, como o SCPC. Mas não puderam ser utilizadas ainda devido ação do Ministério Público e do Judiciário que, na falta de uma legislação específica, impõem obstáculos à sua disponibilização imediata. A Associação Comercial de São Paulo, com outras entidades, e em conjunto com a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, colaborou no desenvolvimento de um projeto de lei que acaba de ser encaminhado ao Congresso Nacional e que permitirá aos bancos de dados oferecer as informações positivas e a pontuação necessárias ao crédito, o que representará um avanço significativo na redução do risco da inadimplência, propiciando a diminuição das taxas de juros, com benefícios para o consumidor, para a indústria de bens de consumo e para toda sociedade. O Cadastro Positivo permitirá que o bom pagador seja premiado com juros menores e as informações mais abrangentes permitirão aumentar a segurança dos financiamentos.

Abê

C

reio não errar ao afirmar ser o Brasil o país com o maior número de drogarias e farmácias no mundo. É esse um sinal de que comercializar medicamentos é um bom negócio. Isso porque ainda somos um grande hospital, como classificou numa das seções da Câmara dos Deputados nos anos 30 o conceituadíssimo professor Miguel Pereira. O que se destaca no setor de medicamentos é o alto preço dos produtos com marca de fantasia. Sabem os clientes das drogarias e farmácias que quando vão comprar medicamentos têm de gastar muito.

Os remédios necessários nem sempre estão disponíveis nos postos de saúde

N

USP versus neoliberalismo

É

espantoso que a Universidade de São Paulo, um dos núcleos mais capitalizados e elitistas do ensino do país, entre em greve para pressionar a Assembléia a derrubar o veto oposto pelo governador Alckmin às suas pretensões de aumentar seus benefícios corporativos com sacrifício de necessidades sociais mais relevantes e menos atendidas. Mas isso se torna estarrecedor e grotesco quando a Adusp, para fundamentar sua posição invoca o termo "neoliberalismo" para estigmatizar a decisão do governador como fruto de um posicionamento ideológico. De uns tempos a esta parte, um dos estribilhos criados pelos marqueteitos contratados para executar a agit-prop do PT foi atribuir a essa designação a pecha de um

movimento de reforço do odioso capitalismo burguês.

V

á lá que a solércia de profissionais da propaganda possa cometer uma distorção grosseira como essa. O que não dá para compreender é que representantes da elite acadêmica do país ignorem que o neoliberalismo nasceu justamente da primeira grande manifestação intelectual contra o totalitarismo de direita e esquerda, representada pela publicação em 1936 da obra The Good Society, de Walter Lippman, que provocou um movimento intelectual mundial de apoio às suas teses. O que têm a ensinar os catedráticos uspianos de história, política, economia et al aos que na Adusp falam como seus representantes?

Céllus

CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Presidente

Marcelo Medeiros, pesquisador do Ipea, autor da tese "O que faz os Ricos ricos - os fatores que determinam a pobreza."

MEDICAMENTOS

O Cadastro Positivo permitirá que o bom pagador seja premiado com juros menores no crediário

O neoliberalismo foi a primeira grande manifestação intelectual contra todos os totalitarismos

O pobre gasta 32,79% da renda com comida, o rico apenas 10,2%, o que prova que ele paga mais tributos que os ricos.

JOÃO DE SCANTIMBURGO O PREÇO DOS

Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dco-

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Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005 Auditado pela

o custo do medicamento entram vários fatores, por se tratar de produto destinado a saúde, mais os encargos de distribuição e propaganda. Reconhecemos que o problema da precificação dos medicamentos é complexo, por entrarem nesse particular os aludidos fatores de encarecimento. Tendo em vista o problema do preço, o governo envia medicamentos para suas repartições especializadas distribuirem aos pacientes sem recursos financeiros. Esse, porém, é um paliativo, porque nem sempre nos postos de saúde estão os medicamentos receitados ou necessários para a saúde dos pacientes e nem sempre também os responsáveis pelo funcionamento da repartição se dão conta dos estoques. Nesse ambiente, quem sai prejudicado é o paciente. Daí impor-se ao governo medidas enérgicas para corrigir o defeituosa sistema.

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E

sta aí, sumariamente, o quadro crítico da saúde pública, em função dos medicamentos. Não ignoramos que solucionar esta equação não é fácil, mas é preciso enfrentá-la no interesse dos milhões de enfermos de nosso país.

João de Scantimburgo é membro da Academia Brasileira de Letras jscantimburgo@acsp.com.br


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira e quinta-feira, 7 e 8 de setembro de 2005

OPINIÃO - 7

Para escrever ou comentar as cartas e artigos desta seção, envie sua mensagem para doispontos@dcomercio.com.br

Paulo Pampolin/Digna Imagem

BENEDICTO FERRI DE BARROS RESQUIECAT IN PACEM

O

comentário vem meio amanhecido. Mas... O PT não está falido apenas financeiramente. E não tanto pela inadimplência dos filiados que escamoteiam os dízimos e quintos que deveriam pagar por serem nomeados para cargos públicos em lugar de funcionários de carreira. E nem porque nas megaoperações da dupla Valério-Delúbio parte dos recursos encaminhados ao partido para financiar a campanha presidencial, a cooptação de legendas e a compra de voto pelo mensalão os intermediários hajam cobrado comissões de corretagem para fazer o repasse. Isso é praxe do comércio. Do comércio universal: de batatinhas e de política. Corresponde a remuneração por trabalhos e riscos. Por exemplo, o de inutilizar cuecas carregando-as com excesso de dólares. Pode inutilizar as cuecas e levar à cadeia.

Afalência maior do PT é ideológica. A diferença entre o que propagaram e o que fizeram.

A

falência maior é ideológica. A da versão de ética que propagaram e a que usaram na praxis. Isso provocou uma debandada geral dos seus gurus. Para citar apenas alguns dos maiores, Frei Betto, Plínio de Arruda Sampaio, Francisco de Oliveira. Eles dão o partido por morto e enterrado. Não dá para repetir aqui o Te Deum que oficiaram no enterro. Baste citar o que disse Frei Betto: "Nem sob os anos da ditadura a direita conseguiu desmoralizar a esquerda como esse núcleo petista fez em tão pouco tempo." Outros ícones do partido xingaram mais duro. Como se diz nos enterros, Resquiecat in pacem. Benedicto Ferri de Barros é membro da Academia Paulista de Letras pajolube@terra.com.br

Trabalhar em casa: o que diz a lei

N

os últimos anos, ao folhear os cadernos de imóveis e de construção dos jornais, é comum encontrar anúncios de venda de imóveis em condomínios, verticais ou horizontais, que prometem, como principal atrativo, a tranqüilidade e a segurança que só um empreendimento desse tipo pode proporcionar. Porém, ao se concretizar, este “sonho” muitas vezes pode se transformar em início de um pesadelo. Seja o condomínio vertical ou horizontal, a tranqüilidade é sempre rompida por problemas imprevistos. A lei que trata da situação dos condomínios é a 6.491/64. O artigo 19 da referida lei permite a qualquer condômino o direito de usufruir, com exclusividade, de sua unidade autônoma, segundo suas conveniências e interesses, condicionados às normas de boa vizinhança. Determina ainda que o condômino poderá usar as partes e instrumentos comuns de maneira a não causar dano ou incômodo aos demais condôminos ou moradores, nem obstáculo ou embaraço ao bom

uso das mesmas partes por todos. A idéia é preservar a boa relação entre os vizinhos a fim de que a utilização de cada unidade e das partes comuns do condomínio seja realizada de forma harmônica. Apesar da lei, que apresenta somente linhas gerais com relação ao funcionamento do condomínio como um todo, o que irá regular de maneira bem específica essas relações é a convenção do condomínio. Na convenção haverá a especificação de que forma poderá ser dada a destinação de cada unidade. Ou seja, haverá previsão se as mesmas se destinarem única e exclusivamente para fins residenciais, ou se o proprietário ou eventual locatário poderá dar outra destinação, como por exemplo, o desenvolvimento de atividade comercial. Vale dizer que o tipo de atividade comercial a ser desenvolvida deve ser especificado na convenção, haja visto que, de maneira geral, apenas as atividades intelectuais são autorizadas. Outras atividades, que necessitam, por exemplo, o recebimento de clientes, des-

caracterizam o imóvel tido como residencial, e fica configurada a violação à vida privada e à intimidade dos demais condôminos. Em outras palavras, é preciso que a atividade desenvolvida não perturbe, incomode ou constranja os demais moradores. É importante destacar ainda que há decisões dos tribunais ressaltando que se o imóvel tido como residencial for utilizado para exercício de atividade comercial não implicará em descaracterização do mesmo, se a atividade desenvolvida não desrespeitar o interesses e direitos dos demais condôminos. A discussão sobre essa especificidade vem sendo objeto de leis municipais no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador, por exemplo, autorizando microempresas e empresas de pequeno porte a funcionarem na residência de seus titulares, especialmente quando a natureza da atividade for intelectual. ANDREA TERLIZZI SILVEIRA, ADVOGADA DA

TREVISIOLI ADVOGADOS ASSOCIADOS

A Justiça ampara, se a atividade não desrespeitar os demais condôminos

Vazamento do bem

.

stou de pleno acordo E com o que diz o promotor Afonso Ghizzo ao tratar da liberdade de imprensa. E estou de pleno acordo com o comportamento dos promotores paulista que permitiram a divulgação do depoimento que traz denúncias de corrupção relacionadas ao ministro Papoloci antes da conclusão do processo. O crime organizado que administra o Estado brasileiro poderia impedir ou distorcer o depoimento do assessor incriminando o exprefeito de Ribeirão Preto. Lembro que não consta no inquérito do assassinato de Celso Daniel, censurado pelo governo petista, que o mesmo foi torturado pelos assassinos antes de ser executado com violência própria de vingança. No caso das denúncias de corrupção sobre o ministro Palocci os promotores usaram a imprensa a favor da Justiça e da democracia. Se no caso de Celso Daniel a apuração fosse mais transparente, hoje estaríamos mais próximos da verdade. Não existe nada melhor para fiscalizar os governantes que uma imprensa livre, melhor até que o MP, no qual existem membros acomodados e tendenciosos. FRANCISCO ANÉAS. SÃO PAULO, SP ANEAS@ANEASCESTAS.COM.BR

Lula não Basta de merece perdão pantomima!

.

.

uem fala o que quer, ula enganou, fez de Q ouve o que não quer, e L trouxa 53 milhões de brasileiros e ainda alcançou à Lula tem falado muita Presidência financiado por dinheiro podre. Entra para a história como o pior dos presidentes e não merece perdão. O governo do PT só se salva, em parte, por estar seguindo o modelo econômico praticado por FHC. No mais, sua administração é trágica. WALTER TADEU DE LIMA, SANTO ANDRÉ, SP DIRECTUM@DIRECTUM.COM.BR

besteira. Antes fosse o Getúlio, o Juscelino, o Jânio ou o Jango, que de uma maneira ou outra deram alguma contribuição. Lula só conseguiu enganar e podia ser comparado a Nero (que tocava harpa enquanto Roma ardia). Basta de pantomima! ROBERTO DAL PONT, SÃO PAULO, SP RDALPONT@IG.COM.BR

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Antonio Carlos Parise, Marco Aurélio Bertaiolli, Robert Schoueri, Roberto Pereira da Silva e Rogério Amato FILIADA À

MARCEL SOLIMEO CONCLUSÕES FALACIOSAS

C

om grande estardalhaço foi divulgada pesquisa feita pelo Ministério da Saúde, com base em dados do SUS, mostrando queda de 8,2% no número mortes por armas de fogo no país. Embora possa ser mera coincidência a divulgação dessas estatísticas às vésperas do referendo sobre desarmamento, e quando o governo precisa desesperadamente de boas notícias que possam distrair as atenções da população, não se pode negar tratar-se de um fato auspicioso, uma vez que representa menos perda de vidas, especialmente de jovens. As conclusões tiradas pelas autoridades, no entanto, merecem alguns reparos pois não parecem se justificar com base nos dados apresentados, podendo, quando muito, ser consideradas como hipóteses a serem melhor investigadas. Segundo o Secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, " é clara a relação entre a redução das mortes e o desarmamento", linha de raciocínio seguida também pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Esse argumento, no entanto, não explica porque em algumas regiões houve aumento do número de mortes por armas de fogo a partir do desarmamento.

A

explicação de que isso ocorreu nos estados onde o resultado do desarmamento foi menor não parece convincente porque poderia justificar uma redução menor desses eventos, proporcionalmente ao menor recolhimento de armas, mas não seu aumento. Além disso, é preciso lembrar que no Estado de São Paulo, um dos que apresentaram maior redução, a taxa de mortalidade por armas de fogo, assim como dos crimes em geral, vem caindo desde 1999, bem antes da campanha do desarmamento, em função de uma política de segurança mais eficiente. Assim, pelo menos neste Estado, parece difícil verificar o quanto da redução das mortes pode ser explicada pela campanha, e o que é resultado do melhor policiamento observado desde 1999. Quando se divulgam os dados relativos às mortes por armas de fogo no Brasil, e apresentam o desarmamento como solução para reduzir esses números, seria necessário uma análise mais

detalhada para verificar a natureza e suas circunstâncias. Por exemplo, quantas dessas mortes foram praticadas por bandidos ou resultantes de confronto entre polícia e marginais, o número das que foram praticadas com armas sem registro e, do total, qual a parcela foi resultante de eventos em que cidadãos de bem, apenas por estarem armados, cometeram os crimes? Essa última parcela é a que poderia ter sido evitada pelo desarmamento. Estudo realizado pelo empresário Peter Hof no Grande Rio durante quatro meses mostra que menos do que 4,0% das mortes por armas de fogo poderiam, eventualmente, terem sido evitadas pelo desarmamento. Hof cita em seu artigo uma frase de Benjamin Franklin que deveria servir para reflexão a respeito do tema: " Quando todas as armas forem de propriedade do governo, este decidirá de quem serão as outras propriedades ".

A relação entre a redução das mortes e o desarmamento precisa ser investigada

U

m dado que seria importante considerar, mas que não é disponível, é o de quantos crimes são atualmente evitados porque os marginais sabem que enfrentarão resistência. Parece claro que o desarmamento aumentará a ousadia dos marginais, pois saberão não correr riscos com a população desarmada. É evidente que os cidadãos de melhor poder aquisitivo poderão se valer de empresas de segurança para ter uma proteção adicional, até porque existe o risco de que o governo continue omisso na redução da criminalidade, como se observou nos últimos anos. As estatísticas internacionais, ao contrário do que tem sido afirmado, não dão suporte às afirmações de que o desarmamento reduz o número de crimes. Dados relativos ao número de crimes na Inglaterra - que adotou o desarmamento civil em 1997 - mostram crescimento a partir de 1998, enquanto nos Estados Unidos, onde é livre o comércio de armas na maioria dos estados, vem ocorrendo declínio.

O

grande risco que os brasileiros correm é o de ficarem sem a possibilidade de defenderem suas vidas e propriedade com o uso de armas e, ao mesmo tempo, continuarem com a precária, e em alguns locais inexistente, proteção do Estado. Marcel Selimeo é superintendente da ACSP msolimeo@acsp.com.br


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.POLÍTICA

quarta-feira e quinta-feira, 7 e 8 de setembro de 2005

NA PASSEATA QUE REUNIU 15 MIL PESSOAS, NADA DE DISCURSOS. APENAS O HINO NACIONAL E UM MANIFESTO.

O GRITO DO SILÊNCIO PEDE O FIM DA CORRUPÇÃO

"C

"O País assiste hoje, estarreom este grito do silêncio, a cido, à maior crise política de indignação da sua história. A cada dia sursociedade bra- gem denúncias de graves casileira chegou às ruas. Nin- sos de corrupção no Governo guém aguenta mais ouvir tan- Federal e no Congresso Naciota gente falando nas três CPIs. nal. No mesmo ritmo, crescem Uma CPI só, a da corrupção, suspeitas de que partidos políseria o suficiente para acabar ticos saquearam os cofres púcom este mar de lama". A opi- blicos, em nome dos governos nião e a indignação são de Gui- federal e municipais, para lherme Afif Domingos, presi- comprar apoio de políticos, sedente da Associação Comer- ja para troca de siglas, votações cial de São Paulo (ACSP), uma no Congresso ou financiamendas entidades que organiza- to ilegal de campanhas eleitoram a manifestação "Corrup- rais. O andamento das apuração Zero", que aconteceu na ções de três comissões parlamanhã de terça-feira, no centro mentares de inquérito é lento e confuso, com risco de punide São Paulo. "Não somos palhaços, que- ções brandas. É inaceitável que remos a verdade. Corrupção membros do governo e do Lezero". Esta faixa, estampada na gislativo se esforcem para prejudicar as invesPraça da Sé, chatigações e, asmava a atenção sim, livrar os de quem passaprincipais acuva pelo local. As sados das merepessoas foram cidas punições. c h e g a n d o e m Com este grito Não faltam grupos. Não dedo silêncio, denúncias, conmorou muito fissões e docup a r a q u e u m a a indignação mentos para multidão – de da sociedade fundamentar incerca de 15 mil brasileira chegou q u é r i t o s , p ropessoas – come- às ruas. c e s s o s , j u l g açasse a mostrar Guilherme Afif mentos e punisua indignação Domingos, da ACSP ções. Por isso, a com o festival de sociedade brasidenúncias de leira espera das corrupção que transformou o Governo Fede- CPIs, do Plenário da Câmara ral num mar de lama. Passava dos Deputados, do Ministério das dez da manhã, quando a Público e da Polícia Federal, passeata saiu da Praça da Sé, que todos os crimes sejam desna direção das escadarias do vendados e os criminosos proTeatro Municipal, na Praça Ra- cessados e punidos com rigor, mos de Azevedo. Ao som do nos termos da lei. O governo Hino da Independência, toca- está paralisado há quase quado pelo caminhão de som da tro meses. O Congresso tamForça Sindical – que, junto com bém. Portanto, mais cedo ou a ACSP e a OAB, ajudou na or- mais tarde, a economia será ganização do protesto –, a pas- a f e t a d a . O o r ç a m e n t o d a seata seguiu pela Rua Boa Vis- União não é executado, interta e parou em frente ao prédio rompendo benefícios dos proda Associação Comercial de gramas sociais à população São Paulo. A parada foi para mais necessitada. Precisamos de um projeto de ver a marca histórica do Impostômetro, que momentos nação e não de tomada e apareantes chegara ao impressio- lhamento do poder. O País esnante número de R$ 500 bi- pera o cumprimento de fato de lhões de impostos pagos pela um programa de governo, alpopulação brasileira do mês terando, com segurança, a política econômica. Não há outro de janeiro até agora. Ainda mais indignados com meio de reduzir os juros, reneo que viram no painel do Im- gociar a dívida externa, sem postômetro, os manifestantes desrespeitar contratos e execuseguiram na direção da Rua Li- tar o orçamento da União com responsabilidabero Badaró. Pode fiscal. Exauslíticos e repreta de promessas sentantes de dinão cumpridas, versos partidos a nação exige e sindicatos, vitransparência e nham logo atrás Exausta de promessas ética na política do caminhão de e nas relações do som, com nari- não cumpridas, Estado com a sozes de palhaço e a Nação exige cantando o Hino transparência e ética na c i e d a d e c i v i l . da Independên- política e nas relações do Exige desenvolvimento e emcia. Não havia Estado com a prego. Exige d i s c u r s o s . S ejustiça social. gundo Luiz Flá- sociedade civil. vio D'Urso, preDo manifesto Nossa manifestação hoje, na sidente da OAB, véspera do Dia "o silêncio é, muitas vezes, mais eloqüente da Independência, se expressa por um indignado silêncio. O do que o barulho". Manifesto – Foi uma passea- Silêncio da vergonha." Lido o manifesto, todos canta representativa. Vários partidos, como PFL, PPS, PDT, PV e taram o Hino Nacional. "Esta é PSDB, mandaram representan- uma manifestação da sociedates. Começou a chover forte as- de civil, que está indignada sim que a passeata atingiu o Via- com a tentativa de abafa que duto do Chá. Na frente do Tea- neste momento ocorre em Bratro Municipal, por volta do sília. Saímos às ruas para exigir meio-dia, foi lido um manifesto, punição aos culpados. A deassinado por mais de 40 entida- núncia contra o Severino Cades da sociedade civil e que será valcanti é apenas mais uma e enviado ao Palácio do Planalto, penso que trata-se de uma tenao Supremo Tribunal Federal tativa do governo de levar a (STF) e ao Congresso Nacional. crise para o Congresso. QuereEis a íntegra do documento, de- mos apuração dos fatos e puninominado pelo movimento de ção para os culpados", finali"O Grito do Silêncio: Queremos zou o Paulinho da Força. a verdade!": Wladimir Miranda

Luiz Prado/Luz

Nilton Fukuda/AE

Bandeiras nacionais e cartazes de protestos... Pablo de Souza/Luz

...líderes de entidades, como OAB e Força Sindical... Filipe Araújo/AE

...políticos, como o deputado Fernando Gabeira... Paulo Liebert/AE

... e estudantes: o cenário do protesto popular

Manifestação reuniu 15 mil pessoas, 40 entidades e 12 partidos no centro de São Paulo Pablo de Souza/Luz

Guilherme Afif Domingos, na passeata, mostra o Impostômetro da ACSP aos manifestantes

Luiz Prado/Luz

Ato uniu integrantes de todas as idades

O PRIMEIRO PASSO PARA UM PAÍS MELHOR

D

epois do Grito do Silêncio, as lideranças do Movimento pela Legalidade, contra o Arbítrio e a Corrupção manifestaram o que esperam do governo frente aos escândalos do mensalão e do mensalinho, além de fazerem um balanço sobre a mobilização. Para o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), o próximo passo na Câmara dos Deputados é o afastamento do presidente da Casa, Severino Cavalcanti (PP-PE). "O País vai ficar melhor", acredita. Gabeira comemorou a manifestação da sociedade contra a corrupção. "É o que nós gostaríamos que estivesse acontecendo, manifestações para mostrar que não estamos satisfeitos, que queremos apuração de todos os fatos e punição de todos os culpados. É o Brasil mostrando a cara", disse. O afastamento de Cavalcanti também é defendido pela deputada Zulaiê Cobra (PSDBSP). Ela acredita que se ele se afastasse haveria melhores condições para uma investigação correta sobre o mensalinho. "Vai depender muito dele, da pressão da sociedade e da imprensa para ele sair porque não temos nenhum dispositivo legal para tirá-lo da presidência", explicou. Quanto ao mensalão, Zulaiê disse estar convencida de que já há provas suficientes para penalizar os beneficiados com a mesada, mas quer mais. "Já temos provas suficientes, tanto testemunhais como materiais, mas não quero cassar só

os corrompidos, quero cassar os corruptores: José Dirceu, Gushiken, Lula... todos que participaram do esquema de compra de deputados". O deputado Roberto Freire (PPS-PE) foi ainda mais longe. Para Freire, o Congresso tem

A sociedade está entendendo que esse movimento é para haver mudanças essenciais. É a sociedade começando a agir. Antônio Marangon, do Sescon-SP que se preparar, se for necessário, para o impeachment do presidente da República. Sobre o mensalinho, o deputado disse que se Cavalcanti não se afastar e ficar comprovada a denúncia, certamente o presidente da Câmara vai sofrer um processo de cassação. "E se isso acontecer, pior do que está não fica. A corrupção chegar no Congresso Nacional é relativo porque o grosso da corrupção está no Palácio do Planalto, é de Lula", afirmou. Já o presidente da Federação dos Serviços do Estado de São Paulo (Fesesp), Luigi Nese, lembra que é preciso ter cuidado com o denuncismo. "Se for comprovado o envolvimento de qualquer pessoa em corrupção, seja do Legislativo, Judi-

ciário ou Executivo, a lei tem que ser cumprida rigorosamente. Mas é preciso provas", salientou Nese. Ao ser questionado se acredita que o impeachment pode chegar ao Lula, o presidente da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), Luiz Flávio Borges D´Urso, disse que a posição da OAB-SP é a de que a lei vale para todo mundo, desde os anônimos até o presidente da República, se necessário. Quanto à suposta operação abafa, D´Urso revelou que se for percebido qualquer retrocesso na apuração, a OAB-SP vai à Justiça para garantir investigação e punição. Balanço -O principal objetivo da mobilização de terça-feira é iniciar uma pressão saudável da sociedade, em conjunto, pela apuração de todos os fatos relacionados às suspeitas de corrupção no governo Lula. Para João Carlos Basílio da Silva, representante do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) na passeata,

Temos que promover essas mudanças agora para que não tenhamos novos 'valeriodutos' daqui a três anos. João Carlos Basílio da Silva, do Ciesp

a mobilização já está cumprindo sua função. "Sem dúvida nenhuma, a mobilização da sociedade reforça o movimento para que possamos apurar todas as irregularidades. Temos que promover essas mudanças agora para que não tenhamos novos valeriodutos daqui a três anos", criticou. O presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP), Antônio Marangon, também gostou do que viu. "Tenho a impressão de que a sociedade – comércio, indústrias, trabalhadores, serviços – está entendendo que esse movimento é para haver mudanças essenciais. É a sociedade começando a agir!", constatou Marangon. Quando a mobilização já se dispersava em frente ao Teatro Municipal, D´Urso resumiu bem o propósito da passeata ao explicar que o povo está nas ruas para mostrar sua indignação contra a falta de ética do governo. "Isso significa: exigimos apuração profunda e transparente para punir quem precisa ser punido e virar essa página triste da história brasileira", completou. Para Guilherme Afif Domingos, presidente da ACSP, o que a sociedade quer é que se apure a verdade. "Não existe governo ruim para uma sociedade organizada. O poder emana do povo", disse. Participaram do Grito do Silêncio cerca de 40 entidades e 12 partidos políticos. Laura Ignacio


DCARRO

FRANKFURT CONCEITO

8

São Paulo, quinta-feira, 8 de setembro de 2005

Divulgação

O SHOW À PARTE Fábricas aproveitam salões para mostrar tendências do futuro dos automóveis. Alguns desses "futuros" podem aparecer em breve.

O O "20", ao alto: frente de carro, traseira de moto. O Citroën, ao lado, mostra suas linhas arrojadas.

s salões de automóveis são sempre uma grande oportunidade para conferir os concept cars – ou carros conceito – que servem como termômetro para futuros e possíveis lançamentos dos fabricantes de automóveis. Para isso são investidos milhões de euros, no desenvolvimento dessas obras-primas da indústria de automóvel. Nesta sua 61ª edição, o Salão de Frankfurt irá apresentar algumas criações dos designers. O Citroën C-Sport Lounge, amostra disso, vem com nova interpretação de veículo gran turismo. Já a Ford está ousando com seu Iosis – que pode ser a nova geração do Focus. Ele tem design esportivo e

portas asa de gaivota. Por sua vez a Daimler-Chrysler segue apostando na área de SUVs e vem com seus Patriot e Compass, apelidados carinhosamente de "baby-jeeps", numa alusão aos modelos da marca. A francesa Peugeot traz o curioso 20 Cup, híbrido – misturando carro e moto com três rodas: duas dianteiras e uma traseira mais larga. A Renault mostra a releitura do Clio com o esportivo RS e o SUV conceito Egeus com motorização V6 diesel 3.0 litros 24 válvulas, turbocompressor, com 250 cv e transmissão 4x4 totalmente automática. Entre as asiáticas, a japonesa Mitsubishi inova com o Sportback Concept, com design futurístico. Mais novas: Mazda Sasson e estudos da Daihatsu de SUVs 4x4 como o HVS e o D-Compact 4x4. Da Honda, o protótipo Legend que promete ser uma das vedetes da marca. A alemã BMW aposta em uma releitura de seu esportivo Z4 coupé mais potente e reestilizado. A Smart mostra o Forfour Button que também promete ser uma das sensações do Salão. Mais informações sobre veículos expostos em Frankfurt na páginas 3,4 e 5. MotorCar

Chrysler Patriot, Ford Iosis e Chevrolet T2X, entre outros, vão dividir as atenções dos visitantes do Salão de Frankfurt. Entre eles, um ponto em comum: fazem parte do chamado clube dos carros conceito, que mostram o que as montadoras preparam para o futuro. Muitos viram realidade, enquanto outros jamais chegam ao mercado.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira e quinta-feira, 7 e 8 de setembro de 2005

FINANÇAS - 9

RENDA FIXA VOLTA A LIDERAR CAPTAÇÃO NO MÊS DE AGOSTO Os fundos de investimento cujas carteiras são compostas por títulos de renda fixa foram os preferidos dos investidores durante o mês de agosto, quando registraram depósitos maiores

O

investidor brasileiro voltou a pref e r i r, n o m ê s d e agosto, os fundos de renda fixa na hora de aplicar seu dinheiro. Balanço divulgado na última terça-feira pela Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid) mostra que a classe de fundos de investimento que mais captações registrou foi a de renda fixa, com um volume total de R$ 3.174 bilhões de depósitos feitos. Um aumento equivalente a 1,2% sobre a captação conseguida no mês anterior. Os fundos, que investem em papéis de renda fixa públicos ou privados e que podem ser prefixados (o investidor sabe no momento da aplicação de quanto será seu rendimento) ou pós-fixados (quando o rendimento só é conhecido ao final do prazo da aplicação), também já haviam sido os que mais depósitos receberam em julho, por serem os que menos risco oferecem aos aplicadores. Apesar de terem ficado recebido o segundo maior volume de depósitos, os fundos referenciados DI, aqueles que acompanham de perto o resultado do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) e a taxa básica de juros, a Selic, receberam bem menos, se compara-

dos aos de renda fixa: foram R$ 849 milhões em depósitos. Os fundos cambiais, cuja carteira é aplicada em papéis de empresas com capital aberto, ou seja, que têm suas ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), somaram R$ 714 milhões em depósitos no mês passado. O maior crescimento entre as classes de fundos em relação ao mês de julho: de 16,42%, segundo a Anbid. No caminho inverso, os fundos que tiveram o maior volume de saques foram os fundos de ações, com 237 milhões em retiradas, muito em parte ao fraco desempenho da bolsa naquele mês e também os fundos de curto prazo, com R$ 208 milhões em saques. Os fundos de privatização registraram saques de R$ 40 milhões. Acumulado – Com os repetidos destaques em termos de captação verificados nos últimos meses, os fundos de renda fixa lideram, no ano de 2005, o maior volume em depósitos. Até agosto, esses fundos somam R$ 65 bilhões, que representam um crescimento de 35,14% sobre o resultado apresentado por essas aplicações entre os meses de janeiro e agosto de 2004. Os fundos Referenciados DI aparecem em segundo lugar

com o maior volume de depósitos acumulado em 2005, com um total de R$ 10,3 bilhões, ou 9,31% mais do que igual período do ano passado. Os fundos de Previdência somam R$ 8,3 bilhões no ano, com um crescimento de 23,36%; os fundos de curto prazo registram um total de 4,4 bilhões em depósitos, um avanço de 19,64% e os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios, os FIDCs, acumulam depósitos de R$ 2,5 bilhões, com avanço de 55,27%. Ganho – Em relação ao retorno dos fundos, o investidor que deixou o dinheiro aplicado em um fundo de privatização da Petrobras foi o que conseguiu o maior ganho, de 15% nos primeiros oito meses do ano. Acima dos fundos de ações, que deram um retorno ao investidor de no máximo 8,79% em média, de acordo com o levantamento da Anbid. As aplicações de renda fixa multi-índices, que inclui os fundos com carteira investida em títulos públicos atrelados a índices de inflação, como o Índice Geral de Preços Médio (IGP-M) e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registraram uma rentabilidade de 1,30%, um reflexo direto do recuo dos índices que medem a inflação. (DC)

Unibanco e Claro lançam cartões O

DC

Unibanco e a operadora de telefonia celular Claro anunciaram, na última terçafeira, uma parceria para lançar no mercado dois cartões de crédito, ambos com a bandeira Mastercard: o Claro Mastercard e o Claro Clube Unicard Mastercard. Para ganhar a adesão de consumidores, as empresas estão oferecendo anuidade gratuita em qualquer um dos cartões. Outro diferencial anunciado é a possibilidade de o portador do cartão efetuar a recarga de seu celular via cartão de crédito, pagar contas com o cartão. Mas o destaque estaria no ser-

viço de envio de mensagens de texto ao usuário, pelo qual ele é informado sobre o local da compra, o valor, a data e o horário em que o cartão foi usado, que, segundo o Unibanco, dão maior segurança ao portador. No Claro Mastercard, a renda mínima exigida é de R$ 200,00, como limite de crédito também de R$ 200,00 e cobertura nacional. permite até quatro cartões adicionais. O Claro clube Unicard Mastercard é um cartão internacional, tem limite de crédito mínimo de R$ 200,00 e voltado para quem tem renda mínima mensal de R$ 800,00.

Os cartões também contarão com o plano de fidelidade, em que todas as compras pagas com o cartão serão convertidas em pontos, que poderão, posteriormente ser trocados por aparelhos celulares ou outros prêmios. "Durante todo o ano, vamos oferecer ainda vantagens para os clientes que usarem seus cartão Claro para recarregar o celular", disse o executivo das Empresas de Consumo do Unibanco, Raphael de Carvalho, por meio de comunicado de lançamento divulgado à imprensa. Adriana Gavaça

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Bancos já antecipam 13º salário G rande parte das instituições bancárias já oferece a seus clientes a possibilidade de antecipar o 13 º salário, com prazo para quitação até 20 de dezembro. Com taxa de juros mensais que variam de 2,5% a 5,57%, essa é uma boa opção, mas apenas para os correntistas com dívidas e empréstimos a taxas muito mais altas. A linha de crédito da Nossa Caixa tem taxas prefixadas que variam de 3,30% a 4% ao mês, para servidores públicos, metroviários e aposentados; e de até 4,20% para os demais correntistas. Já os clientes do Unibanco que recebem pagamento pela instituição podem utilizar até 40% de seu 13º salário, entre R$ 200,00 e R$ 12 mil, a juros de 3,69% ao mês.

No Itaú, o serviço pode ser contratado via Itaú Bankline (www.itau.com.br), caixa eletrônico e nas agências do banco. O valor do crédito varia de R$ 80,00 e R$ 5.000,00 e a tarifa e o IOF são financiados junto com o empréstimo. A taxa de juros muda de acordo com o perfil do cliente, com valores a partir de 2,5% ao mês. O Bradesco oferece taxas prefixadas que oscilam de 3,29% a 3,50% ao mês para clientes que recebem os salários por meio de folha de pagamento no banco, e de 3,29 % a 5,57% para os demais clientes. A linha de crédito pode ser parcelada em duas vezes: a primeira prestação deve ser quitada em novembro e a segunda, em dezembro de 2005. Nesse caso, o banco antecipa até

70% do 13º salário, sendo válida apenas para clientes que não receberam a 1º parcela do benefício; a segunda opção é o pagamento em uma única parcela, com prazo para quitação até 20 de dezembro. Neste caso, o banco antecipa até 40% do 13º salário, mas apenas para clientes que já receberam a 1º parcela do 13º. O Banco Real, por sua vez, coloca à disposição dos clientes pessoa jurídica o Capital de Giro 13º Salário, que dá carência de até 60 dias para o pagamento da primeira parcela e pode ser dividido em até oito vezes, dependendo da análise das condições de crédito do cliente. O valor contratado é liberado na conta corrente de uma única vez. Ana Laura Diniz


w w w. d co m e rc i o. co m . b r Edição concluída às 23h40

Ano 81 - Nº 21.958

São Paulo, quarta-feira e quinta-feira, 7 e 8 de setembro de 2005

R$ 0,60

Lucas Lacaz Ruiz/AE

Apareceu no NY Times e no Post. Mas sumiu no Brasil A passeata Grito do Silêncio reuniu 15 mil pessoas, para os jornais New York Times, Washington Post, Miami Herald e Diário do Comércio. A Folha, que contou só 2 mil manifestantes, e o Estadão, 2.500, parece que não a viram. A passeata, organizada por 40 entidades, entre elas a ACSP, lotou a rua Boa Vista e iniciou os protestos do 7/9. Página 8

DESFILES DE PROTESTOS Celso Júnior/AE

Paulo de Almeida/Chromafotos/AE

Lula: entre vaias e aplausos no desfile do Sete de Setembro

Referências à crise política dominaram faixas, cartazes e palavras-de-ordem da tradicional Marcha dos Excluídos

No Dia da Pátria, as comemorações dão lugar a manifestações contra a corrupção. Severino, na ONU, luta para manter-se no cargo. Lula faz mais um pronunciamento e está na mira dos humoristas. Páginas 3, 4 e 5

Jamil Bittar/Reuters

Cristiano Borges/Futura Press

Paulo Liebert/AE

No Dia da Pátria...

O "mensallão" vai à frente da banda em Goiânia

Severino foi destaque nos protestos

Divulgação

Kin Dias

O tesouro da Chapada Diamantina Agora são as cachoeiras, grutas, pântanos, vales, picos, cânions e história. Antes, eram só diamantes

Jóias de quatro rodas Acelere para as novidades do Salão de Frankfurt. HOJE Parcialmente nublado Máxima 25º C. Mínima 13º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 27º C. Mínima 14º C.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

DCARR São Paulo, 8 de setembro de 2005

Monitores de teto para o banco traseiro, equipamentos de som e outras "máquinas" para seu carro, na página 7 Nº 87

Divulgação/Lamborghini Gallardo

Páginas 3, 4, 5 e 8


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira e quinta-feira, 7 e 8 de setembro de 2005

TURISMO - 3

Xique-Xique é jóia escondida

Fotos: Kin Dias

A apenas 100 km de Lençóis, a visita a essa pequena vila, desconhecida por muitos viajantes, é surpreendente. Ali, há tantas pedras em suas pitorescas e antigas construções quanto histórias dos tempos áureos do garimpo de diamantes que seus moradores podem contar

RAIO X COMO CHEGAR A partir de São Paulo, TAM (tels. 40025700 e 0800/5705700, site www.tam.com.br), Varig ( te l . 4003-7000, www.varig.com.br) e G ol (tels. 2125-3200 e 03007 8 9 2 1 2 1 , s i t e w w w . v o egol.com.br) têm vôos para Salvador. O bilhete ida-e-volta mais promocional custa R$ 520 (vôos corujão – madrugada), R$ 716 e R$ 668, respectivamente. Da capital baiana, a Ocean Air (tel. 03007 8 9 - 8 1 6 0 , s i t e w w w . o c e anair.com.br) voa para Lençóis. Idae-volta promocional a partir de R$ 530 – saídas às segundas, quintas e sextas-feiras. ONDE DORMIR Alcino Estalagem Atelier: Ru a General Viveiros, 139, Lençóis tel. (75) 3334-1171. Quartos simples na casa-ateliê do mineiro Alcino. Serve o mais famoso café da manhã da cidade. Diárias para casal a partir de R$ 192, com café. Vila Serrano: Rua Alto do Bonfim, 08, Lençóis, tel. (75) 3334-1486. Estilo colonial nessa pequena casa com quartos e chalés cercados de vegetação nativa. Diárias para casal a partir de R$ 135, com café. Canto das Águas: Avenida Senhor dos Passos, 1, tel. (75) 33341154. Considerado um dos melhores da cidade, faz parte da Associação Roteiros de Charme (www.roteirosdecharme.com.br). Diárias para casal a partir de R$ 159, com café da manhã. Pousada Pedras de Igatu: XiqueXique do Igatu, tel. (75) 3335-2281. O melhor de Xique-Xique, tem quartos simples, deliciosa comida caseira e uma piscina natural. Diárias para casal a partir de R$ 98 com café da manhã.

P

ouco mais de 100 quilômetros separam Lençóis de uma outra rica cidadezinha da Chapada Diamantina: Xique-Xique do Igatu. Antiga vila de apoio para o garimpo entre os municípios de Andaraí e Mucugê, ela leva o nome de um cacto em abundância pela região (XiqueXique). Situada no sul do parque, tem acesso difícil por longas estradas de terra batida e, provavelmente, por isso ainda é pacata e pouco conhecida pelos turistas que visitam o parque nacional. A caminho, parada obrigatória para conhecer um dos principais pontos turísticos de Mucugê, o Cemitério de Santa Isabel. De estilo bizantino, foi construído no fim do século 19 na encosta da Serra do Cruzeiro. Uma vez lá, tenha a certeza de não ter visto nada igual. De volta à jornada, já nas proximidades de Igatu, no alto, a visão que se tem é de uma vila toda feita de pedras e de uma série de muralhas em ruínas. "É a nossa Machu Picchu", apresenta o guia. No percurso, vêem-se os sinais do tempo do garimpo de diamantes, cujo auge se deu no século 19, época em que surgiu Igatu e a maioria das cidades da Chapada. Além de velhos alicerces, restos dos trabalhos manuais, entre barragens, escavações e entulho, estão à mostra nas proximidades. E um pequeno museu a céu aberto conta um pouco da história do Ciclo do Diamante e de seus garimpeiros. Por lá, espere encontrar muito silêncio e a interação com seus moradores. Amarildo – "Meu nome é Amarildo dos Santos. Nasci em Igatu no dia 25 de outubro de 1963. Minha infância? Passei toda ela aqui. E participei de todas as brincadeiras da nossa vilazinha: empinar pipa, pular corda, bola de gude... Um acontecimento marcante: a chegada da luz elétrica e da TV, o telefone, a chegada do turismo." Personagem folclórico dessa pequena cidade, ele sabe tudo sobre Igatu. Mantém um levantamento completo e

Muralhas em ruínas, estradas de terra batida e cactos compõem a paisagem (foto maior). Na vila, bares simples – como o Bar Igatu (no alto, à esq.) –, museu sobre o garimpo (no alto, à dir.) e igreja. Hospitalidade não falta entre seus moradores, como Amarildo, que registra cada detalhe sobre Igatu em cadernos (acima, ao meio)

atualizado das estatísticas locais, tudo feito à mão, incluindo a lista dos moradores por nome. Igatu reúne 104 casas, 300 habitantes, duas pousadas, sete motos... A senhora mais velha tem 90 anos. Amarildo recebe em sua casa de braços abertos. E até mantém um livro de visitantes. Zélia Duncan foi uma das personalidades que nele registraram comentários. "Minha vida atual: escrevo as histórias de Igatu todas manuscritas; também tenho uma vendinha na minha casa..." Pelo simples casebre, há desde chocolates até cachaça. Nas paredes, algo um tanto curioso: uma coleção de recortes de jornais e revistas sobre Xuxa. "A Xuxa está imortalizada na minha vida. Sou fã número um", conta. O grande sonho do baiano: conhecer a apresentadora. (A.S.)

Buracão e Poço Encantado Fotos: Kin Dias

elo menos três atrações P incríveis do Parque Nacional da Chapada Diamantina ficam situadas nas proximidades de Igatu. Uma delas, a Cachoeira do Buracão, no extremo sul do parque, é considerada a maior queda da região em volume de água. Uma trilha de três quilômetros conduz ao cânion e à enorme cachoeira de cerca de 120 metros. Mais uma maravilha: Poço Encantado, de águas cristalinas que, conforme a entrada luz natural, ganha tonalidades diferentes – ora turquesas, ora esverdeadas. Nele, porém, o turismo é de contemplação. Não se pode nadar. A 40 km do Encantado, entretanto, em outra caverna, o mergulho é livre no Poço Azul. E inesquecível. (A.S.) Cachoeira do Buracão (acima) é a maior da região em volume d'água. No Poço Encantado não se pode nadar, apenas admirar

ONDE COMER Restaurante Cozinha Aberta: Rua da Baderna, 111, Lençóis, tel. (75) 334-1066. Cozinha étnica. Parador de Santiago: Rua Cel. José Florêncio, 33, Lençóis, tel. (75) 334-1083. Com vista para o Rio Lençóis, serve pratos variados. A Picanha na Praça: Praça do Coreto, 62, Lençóis, tel. (75) 334-1080. Boa dica para saborear especialidades regionais. FALA AS MALAS Pacotes: a Venturas & Aventuras (tel. 11-3872-0362, site www.venturas.com.br ) e a Cia Nacional de Ecoturismo (tel. 11-5571-2525, site www.cianacional.com.br) têm roteiros para a Chapada Diamantina. Oito dias (quatro noites no Hotel de Lençóis e três na Pousada Pedras de Igatu, com café da manhã) saem a partir de R$ 2.670 por pessoa em quarto duplo. O preço inclui parte aérea, taxas de embarque, transporte terrestre, passeios com guias, lanches de trilha, cinco refeições, seguro-viagem e kit viagem – saídas aos domingos. O programa de trekking no Vale do Paty, também de oito dias, custa R$ 2.620 por pessoa em quarto duplo, com passagem aérea, taxas de embarque, transporte terrestre, sete noites de hospedagem em casa de moradores locais (pensão completa), trilha, passeios com guia e seguro-viagem. Saídas aos sábados e às segundas. Preços válidos para setembro. Melhor época: há mais chuvas entre dezembro e março. De abril a setembro, o Poço Encantado tem brilho fora do comum.


10 -.FINANÇAS

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira e quinta-feira, 7 e 8 de setembro de 2005


2

DCARRO

São Paulo, quinta-feira, 8 de setembro de 2005

Índice CONGRESSO pág. 2 Nesta página, detalhes sobre o Congresso SAE Brasil 2005, que acontece em novembro.

CAPA págs. 3, 4 e 5 O Salão de Frankfurt abrirá suas portas para a imprensa de todo o mundo na próxima segunda-feira. Para o público, vai funcionar entre os dias 17 e 25, mostrando 80 lançamentos de diferentes marcas.

MERCADO pág. 6 Com a venda de 151 mil veículos em agosto, indústria automobilística registra crescimento de 9,4% sobre agosto e de 16,5% em relação ao mesmo mês de 2004.

ACESSÓRIOS pág. 7 Veja as novidades em som e vídeo, como o monitor de teto com tela ajustável.

CONCEITOS pág. 8 A maioria das montadoras aproveita o Salão de Frankfurt para expor carros conceitos, incluindo não só esportivos como também sedãs e utilitários.

Agenda 10 e 11 de Setembro A 4ª edição do Mega Tuning Show, evento voltado aos aficionados em tuning e personalização automotiva no Brasil, acontece em Itu, na Arena Schincariol. Neste ano, além de uma grande feira para venda de acessórios, haverá uma área exclusiva para clubes, tenda eletrônica, exposição e campeonato de tuning, desfile de néon e competição de slalon, entre outras atividades. De acordo com a Megacycle Eventos, o público pode ultrapassar a marca de 35 mil pessoas.

Errata A foto da capa da edição nº 86 é da Fiat (Divulgação).

Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor chicolelis 3244-3184 chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues 3244-3689 alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br Diagramação Hedilberto Monserrat Jr. 3244-3281

Gerentes: Publicidade Solange Ramon 3244-3344 sramon@acsp.com.br Produto Arthur Gebara Jr. 3244-3122 agebara@acsp.com.br Rua Boa Vista, 51 Impressão S/A O Estado de S. Paulo

OESP Área Comercial Celso Nascimento 3856-2454/9168-8258 www.dcomercio.com.br/dcarro

Desafios para a engenharia da mobilidade ovas tecnologias têm custo elevado e, em um país como o Brasil, movido principalmente pelo carro popular, equilibrar a balança custo/benefício é tarefa árdua. O XIV Congresso e Exposição Internacionais da Tecnologia da Mobilidade SAE Brasil, que acontece de 22 a 24 de novembro, no Transamérica Expo Center, em São Paulo, mostrará como os engenheiros de montadoras e sistemistas realizam esta difícil tarefa e, ao mesmo tempo, mantêm o produto competitivo. Com o tema ‘Novas Tecnologias - Novos Mercados: Desafios para a Engenharia da Mobilidade’, o congresso abordará, dentro da programação do comitê de "veículos de passeio", as perspectivas para a engenharia de desenvolvimento no Brasil. Serão discutidos e apresentados também a evolução dos combustíveis e lubrificantes, as novas tecnologias de conforto e segurança, injeção de gasolina, aços de alta resistência e, principalmente, os desafios de torná-los economicamente viáveis no País. Estes temas serão tratados em fóruns de debate por expoentes da indústria automotiva brasileira e internacional. Adicionalmente, haverá uma palestra sobre a aplicação do conceito de “Lean Engineering” no desenvolvimento de produtos, proferida

N

por especialistas do Lean Institute – Brasil. “Pretendemos compartilhar os conhecimentos e experiências de especialistas que ajudarão os engenheiros da mobilidade em seu trabalho de levar aos consumidores finais produtos cada vez melhores em qualidade, tecnologia e custos”, afirma José Fernando Penteado, diretor do comitê de "veículos de passeio" do Congresso SAE Brasil 2005, que também é diretor do Campo de Provas da Cruz Alta, da General Motors do Brasil. O congresso será presidido pelo engenheiro Mauro Luis Correia, diretor de Operações da Fábrica Anchieta da Volkswagen. “O evento consolidou-se no mercado e reforça sua importância como espaço ímpar para toda a cadeia produtiva mostrar a tecnologia da mobilidade em seu estado da arte”, diz Mauro Correia, que tem como vice-presidente Besaliel Botelho, que exerce a mesma função na divisão de Sistemas a Gasolina da Bosch. Segundo o engenheiro Gábor János Deák, presidente da SAE Brasil, o evento representa uma importante oportunidade para a troca de informações sobre novos desenvolvimentos tecnológicos com outros países. SAE Brasil


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

A obra dele (Oswald de Andrade) ainda é de vanguarda, mesmo passados 50 anos de sua morte. De Rudá de Andrade, filho do poeta, na abertura do Projeto Palavra Viva (Sesc Pinheiros), dedicado a Oswald durante todo o mês de setembro

T ELEFONIA

SOS Anatel. Telefone de volta A Central de Atendimento da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), fora do ar desde 26 de agosto, voltou a funcionar. O serviço é gratuito para usuários de todo o País que necessitem de ajuda sobre a regulamentação do setor e prestadoras de serviço. Telefone: 0800-332001, de segunda a sábado, das 8h às 20h.

SETEMBRO

Rubens Chiri/AE

P ARCERIA

Rei do Mate. Mas pode pedir café, sim. A rede Rei do Mate já não é só a tradicional casa de chá, que nasceu de uma portinha no centro de São Paulo, em 1970, e ganhou os shoppings. É uma procurada cafeteria também, que agora comemora o aumento de 25% nas vendas de café. A descoberta do filão aconteceu há dois anos, quando Antônio Carlos Nasraui, diretor comercial e de marketing da Rei do Mate, foi surpreendido com os números: estavam vendendo, em média, 150 mil xícaras por mês. De café, bem entendido. Foi por isso que a rede trouxe para seu balcão um produto do tipo gourmet: nada menos do que o "Café do Centro".

C A R T A Z Projeto Vozes João Orecebe hoje o cantor, compositor e Maravilha violonista João

SHOW

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Bosco. Sempre inquieto e bom pesquisador, ele trará músicas do seu mais recente CD, Malabaristas do Sinal Vermelho. Bourbon Street Music Club. Rua dos Chanés, 127. Fone: 5095-6100. Horário: 21h. Ingressos: R$ 95,00 a R$ 120. Divulgação

B RAZIL COM Z

Uma imagem cercada de mal-entendidos O jornal francês Libération em sua edição de 7 de setembro publicou um artigo sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No texto, o ex-conselheiro financeiro da embaixada da França no Brasil, Philippe Delleur, sugere que a atual situação do presidente brasileiro, diante da crise política, coloca a esquerda – no Brasil e na França – diante do o debate

"eterno" sobre o lugar da ética na política. O artigo diz ainda que dois mal-entendidos cercam a imagem do presidente Lula no Brasil e no exterior. O primeiro: a idéia de que Lula romperia com a política econômica de FHC. O segundo: a percepção de que o discurso e a trajetória pessoal de Lula representassem ferramentas no combater à corrupção no País.

I NTERNET

R ELIGIÃO

Muito melhor na vida real

Castigo divino para George W. Bush?

A seção Snapshot da versão online do jornal norte-americano USA Today fez uma pesquisa interativa para saber dos internautas quais são as coisas da vida real que o mundo virtual não pode substituir. Mais de três quartos dos entrevistados – 77% – "conhecer pessoas em bares" é algo que a internet não substitui, nem com os bate-papos ou os sites de encontros. "Ir até a agência de correio" foi a opção de 71% dos internautas enquanto só 40% elegeram a leitura de jornais como insubstituível.

Um destacado rabino de Israel disse que o furacão Katrina foi uma punição de Deus ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, por seu apoio à retirada israelense de Gaza. "Deus não dá nada às pessoas sem que elas mereçam", afirmou durante um sermão Ovadia Yosef, antigo rabino-chefe de Israel e líder espiritual do movimento ultraortodoxo Shas. Yosef também disse que as vítimas do Katrina estão sofrendo "porque elas não têm Deus", referindo-se aos negros. E acrescentou: "Eles não estudam o Torá (livro sagrado judaico)".

V AREJO

Guia dos principais fornecedores Acaba de ser lançado o Anuário Top Five 2005/06, publicação do Grupo Lund, que também edita a revista Supermercado Moderno. O guia traz os 825 principais fornecedores em 165 categorias de produtos. A relação apresenta os cinco primeiros classificados. http://www.sm.com.br E XPORTAÇÕES

Urnas eletrônicas, agora, para a Nigéria

I NTERNACIONAL B ATE-PRONTO

Mascarados assassinam primo de Arafat Assessor de presidente da Autoridade Palestina era considerado corrupto por muitos palestinos Mohammed Abed/AFP

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m grupo de a p r ox i m adamente cem militantes palestinos mascarados arrastou ontem o exchefe de segurança Moussa Arafat de sua casa na Cidade de Gaza e o matou a tiros na madrugada, depois de um tiroteio de mais de meia hora com os seguranças dele. O filho de Moussa, Manhal, de 30 anos, foi seqüestrado pelos mascarados. De acordo com a polícia, os militantes palestinos chegaram à casa do general já de madrugada e começaram a disparar foguetes contra a residência, matando seus guarda-costas. Moussa Arafat, então, foi arrastado para fora de casa, onde foi executado com mais de 20 tiros. O general, que foi chefe do serviço de inteligência militar, era considerado extremamente corrupto pela maioria da população palestina. O general Moussa foi o funcionário de mais alto escalão A TÉ LOGO

morto na violência entre facções. Seu assassinato levantou dúvidas sobre a possibilidade de que as f o rç a s d e s e g urança manter a ordem no território, após a retirada israelense. O p re s i d e n t e da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, condenou ontem o assassinato do general Moussa Arafat. O governo declarou estado de emergência na cidade enquanto a polícia investiga o assassinato. Uma coalizão militante, o Comitê de Resistência Popular, assumiu a autoria do ataque e do seqüestro de Manhal, mas horas mais tarde desmentiu qualquer ligação com os incidentes. Moussa Arafat, primo do falecido líder palestino Yasser Arafat, foi mantido como assessor do presidente Mahmud Abbas após ter sido afastado da chefia do serviço de inteligência em uma repressão anticorrupção em abril. Abbas prometeu caçar os assassinos. (AE)

José Patrício/AE

Há soluções para a Amazônia Há cinco anos, 189 países (Brasil incluído) participaram da Cúpula do Milênio, na ONU, e firmaram metas de desenvolvimento a serem alcançadas até 2015, ao custo de US$ 300 bilhões. Um balanço desse pacto está sendo discutido no Fórum Universo do Conhecimento, da Universidade São Marcos, que recebe hoje o biólogo Thomas Lovejoy, consultor-chefe de biodiversidade do Banco Mundial. Como as pessoas podem viver na Amazônia sem impactar a floresta? As 20 milhões de pessoas que vivem na Amazônia terão um impacto sobre o meio ambiente. A questão é se será um impacto moderado ou devastador. É possível ter grandes cidades na Amazônia? Será que, para salvar a floresta, a população deve se contentar com uma escala menor de desenvolvimento? Acho que não. Cidades ativas e lucrativas são parte da solução para a região. A conservação está ligada à qualidade de vida. Como conciliar desenvolvimento e preservação?

Com atividades econômicas que não tenham grande impacto ambiental. Uma Amazônia dominada pela agricultura e pecuária não vai funcionar porque, no final, são atividades dependentes do ciclo hidrológico da floresta, que é afetado pelo desflorestamento. Piscicultura, fruticultura, ecoturismo e indústrias de serviços podem ser de baixo impacto, quando bem conduzidas. Por que precisamos proteger a biodiversidade? Os benefícios incluem fertilidade do solo, água limpa, polinização, estabilidade climática. Ao destruir a biodiversidade empobrecemos nosso futuro. Gosto de pensar na biodiversidade como uma biblioteca viva. Cada espécie guarda informações biológicas enormes. www.universodoconhecimento.com

Clique www.dcomercio.com.br/logo para ler a íntegra das notícias abaixo:

Para a ONU, gastos com saúde e educação no Brasil são insuficientes de podem barrar desenvolvimento

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Presos fizeram nove reféns ontem na Penitenciária Feminina do Butantã e em Presidente Venceslau

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Ontem, Obasanjo e Lula firmaram um acordo para aumentar as venda brasileiras para o país. No momento, o que o governo brasileiro quer é reduzir o déficit comercial de US$ 2,99 bilhões que o Brasil amarga principalmente com a compra de petróleo.

O CLÁSSICO DOS TABUS - A derrota por 3 a 2 para o São Paulo ontem deu continuidade à série negativa do Corinthians contra a equipe do Morumbi. Nas últimas oito partidas entre os dois times, o São Paulo venceu seis e empatou duas. A última vitória do Corinthians sobre o São Paulo foi em 22 de março de 2003, num 3 a 2 que rendeu ao timão o Campeonato Paulista. Outro tabu que envolve os dois times é ainda mais antigo. Em partidas válidas pelo Campeonato Brasileiro, a última vitória do Corinthians sobre o São Paulo foi em 1999. Foram dois jogos que o timão venceu: o primeiro por 3 a 2 e o segundo por 2 a 1. Desde então, o Corinthians só tem amargado derrotas.

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Quando o presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, pisar na Fiesp hoje encontrará empresários brasileiros dispostos a negociar. O cardápio de ofertas inclui de urnas eletrônicas a tecnologia brasileira para carros flexpower (bicombustíveis).

Dia de recolher o IRRF correspondente a fatos geradores ocorridos entre 28/8 e 3/9/2005 e de entregar a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) de julho.

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Opinião agora nas páginas 6e7

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo

quarta-feira e quinta-feira, 7 e 8 de setembro de 2005

Setor elétrico teme comprometimento do abastecimento de energia nos próximos anos


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.TURISMO

quarta-feira e quinta-feira, 7 e 8 de setembro de 2005

MERCADO

Ceará apresenta oito novos roteiros para o viajante em férias A chamada Terra do Sol aposta em rotas que vão além da capital, Fortaleza. Da beleza das praias aos esportes de aventura nas serras Por Márcia Rodrigues Fotos: Divulgação/José Wagner/Setur-CE

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turista que desembarcar no Ceará com e ç a a c o n t a r, a partir deste mês, com novas opções de destino para passar as férias. O anúncio foi feito na 4ª Expotur, realizada pela Secretaria de Turismo do Estado (Setur), no fim de agosto, que apresentou um mapeamento de rotas com pontos considerados verdadeiros ícones cearenses. O fluxo turístico do Estado terá, então, mais oito roteiros. Além de Fortaleza, capital, também serão oferecidos Costa do Sol Nascente, Costa do Sol Poente, Serras de Baturité e Aratanha, Serra da Ibiapaba, Sertão Central, Vale do Acaraú e Região do Cariri. Cada rota guarda suas peculiaridades e, juntas, elas apresentam parte do muito que o Ceará tem a oferecer ao viajante. Fortaleza não poderia ficar de fora. Com festas todos os dias, a cidade oferece opções para todos os gostos. A diversidade de bares, restaurantes e boates atraiu, somente no ano passado, 1,8 milhão de turistas, sendo 250 mil do exterior. Segundo o secretário do Turismo, Allan Aguiar, apesar de o Estado da Bahia figurar como o mais visitado por turistas, Fortaleza foi apontada como a cidade brasileira que mais recebeu passageiros da operadora CVC no mês de julho. Enquanto a capital cearense atingiu a cota de 16.030 passageiros, Porto Seguro recebeu 14.183. "Esperamos atingir a cota de 2 milhões de turistas em 2005 e estender o pólo turístico para o sertão e a serra cearense, que também merecem ser apreciados por nossos turistas. Afinal, a beleza do Ceará vai muito além de nossas praias", afirma Aguiar. Divulgação – O governador do Estado, Lúcio Alcântara, acredita que o sucesso turístico do Ceará se deve à agressiva divulgação na mídia sobre seus encantos naturais e à qualificação e capacitação da população para atender aos visitantes, decorrente de uma parceria feita com o Sebrae, que vem oferecendo cursos gratuitos em várias cidades. Além disso, o governo também vem investindo na melhoria da qualidade do atendimento e na compra de equipamentos de infra-estrutura. "Também estamos buscando a instalação de novos resorts no Estado pa-

ra oferecer novas alternativas para o turista na hora de sua acomodação", comenta o governador. Outro investimento, segundo Lúcio Alcântara, está focado no fortalecimento do consórcio feito com os Estados do Maranhão e Piauí. "A idéia é fortalecer a opção de visitar os três Estados com um único pacote", afirma. Novos roteiros – Na Costa do Sol Nascente, os visitantes poderão conhecer o litoral leste, em uma viagem que conta com novidades ainda na Região Metropolitana de Fortaleza, com o Parque Eólico e o Centro das Rendeiras. Há ainda atrativos como o passeio de charrete, os engenhos de canade-açúcar e a apresentação de grupos folclóricos. A rota inclui os municípios de Eusébio,

Aquiraz, Pindoretama, Cascavel, Beberibe, Fortim, Aracati e Icapuí e a famosa praia de Canoa Quebrada. Para quem se aventurar pelo litoral oeste, o trajeto é um pouco maior. No roteiro, são visitadas praias como Cumbuco, Taíba, Lagoinha, Mundaú e Flexeiras. A Costa do Sol Poente contempla as cidades de Caucaia, São Gonçalo do Amarante, Paracuru, Paraipaba, Trairi, Itapipoca, Amontada, Itarema, Cruz, Granja, Jijoca de Jericoacoara, Barroquinha Camocim e Chaval. Nessa região, os esportes náuticos ficam em alta, graças aos bons ventos. Campeonatos de surfe, windurfe e kitesurfe têm se firmado no calendário local. No roteiro fica a maravilhosa praia de Jericoacoara, considerada uma das mais belas do mundo. Ao lado de areias movimentadas como Jeri, vilas de pescadores, a exemplo de Tatajuba, também encantam os visitantes. E para mostrar que a

beleza cearense não tem limites, cidades como Camocim mesclam um ecossistema de praias e sertão. Ritmo de aventura – Escolhendo as Serras de Baturité e Aratanha, os banhos de cachoeira, o ecoturismo e os esportes de aventura ganham destaque. Nas localidades de Maranguape, Guaiuba, Pacatuba, Redenção, Baturité, Aratuba, Pacoti, Palmácia, Mulungu e Guaramiranga as construções antigas de igrejas, estações ferroviárias, fazendas e casarios propiciam passeios que remetem ao passado. Cenário semelhante pode ser encontrado na Ibiapaba. Lá o divertimento fica por conta de trilhas, grutas e cachoeiras das cidades da Serra. Viçosa do Ceará, Tianguá, Ubajara, Ibiapina, São Benedito, Carnaubal, Guaraciaba do Norte, Croatá e Ipu compõem o roteiro. Sertão – O modelo elaborado para o Sertão Central surpreende quem acredita que no semi-árido não há onde se divertir. Quixadá, Quixeramobim, Banabuiu e Canindé vêm desmentir a idéia. Com temperaturas de até 33ºC, é ideal também para os fãs do turismo esportivo, com opções de escalada, rapel, paragliding e canoagem na cidade de Quixadá. Monólitos e grutas chamam a atenção para a região. Além das atrações naturais, o destino conta com fortes manifestações culturais e uma inigualável culinária regional. Sobral, Meruoca, Alcântaras, Massapé e Varjota formam um roteiro que relembra importantes fases como a do ciclo do couro. Na região de clima quente e seco, a água de açudes, como Jaibaras e Forquilha, refresca o visitante. Sobral, uma das cidades mais desenvolvidas do interior do Estado, possui um dos maiores acervos culturais e religiosos do Ceará. Museus, santuários, romeiros e uma grande área tombada como patrimônio histórico são grandes atrativos da região do Cariri. A cultura local se espalha por Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha, Missão Velha, Santana do Cariri, Nova Olinda, Assaré, Jardim, Campos Sales, Brejo Santo, Caririaçu e Araripe. Na terra do Padre Cícero, existe a alternativa de se seguir um circuito de fé. A viagem foi oferecida pela Secretaria do Turismo do Ceará

SERVIÇO COSTA DO SOL NASCENTE: acesso pelas rodovias CE 040 e BR 304. O município mais distante de Fortaleza – Icapuí – fica a 200 km da capital. COSTA DO SOL POENTE: acesso pelas rodovias CE 085 e BR 222 com diversas entradas para as praias. SERRAS DE BATURITÉ E ARATANHA: a rota é ligada à capital pelas rodovias CE 060, CE 065 e CE 356.

SERRA DA IBIAPABA: acesso pelas rodovias BR 222 e CE 187. SERTÃO CENTRAL: distante cerca de 120 km de Fortaleza, o acesso é feito pelas BR 122, BR 020, CE 456 e CE 060. VALE DO ACARAÚ: acesso pelo Aeroporto Regional de Sobral e pela BR 222. CARIRI: acesso pela BR 116 Mais informações sobre o Ceará no www.setur.ce.gov.br.

Na Costa do Sol Nascente, Aquiraz (ao lado e abaixo à esq.) se destaca pelas rendeiras e pelos engenhos de açúcar. Guaramiranga (acima, à esq.) é uma das cidades que compõem a Rota das Serras de Baturité e Aratanha, onde esportes como tirolesa e arvorismo são atrações locais. Sem falar nas inúmeras praias do Estado, que possuem uma imensa diversidade de cenários, com falésias e cavernas

Divulgação/Panrotas

ABGev e NBTA terão evento em SP A National Business Travel Association (NBTA) e a sua parceira brasileira Associação Brasileira de Gestores de Viagens Corporativas (ABGev) irão realizar o 1º Encontro Latino-Americano de Viagens Corporativas e Tecnologia, entre 6 a 8 de fevereiro de 2006, em São Paulo. O evento oferecerá um programa global para o mercado corporativo com o objetivo de atualizar os profissionais da área de viagens corporativas dos Estados Unidos, do Brasil e de outros países da América Latina. A conquista do evento, resultado de longas negociações entre a entidade e a presidente da ABGev, Viviânne Martins, foi anunciada durante a 37ª Convenção Anual da NBTA, ocorrida em San Diego, no mês de agosto. A fórmula da convenção norte-americana será aplicada no evento brasileiro, com sessões educacionais e uma feira de tecnologia paralela. Carol Devine, presidente da NBTA, afirmou que a entidade e a ABGev têm trabalhado juntas como integrantes do Paragon Partnership, aliança formada por 12 associações de gestores de viagens corporativas distribuídas pelo mundo. "O mercado de viagens corporativas na América Latina está maduro para o desenvolvimento e a educação de seus integrantes", disse Viviânne. A 37ª Convenção da NBTA foi a maior feira da história da entidade com 5,2 mil participantes. Novos recursos e tecnologias de políticas de viagens, pesquisa e relatórios de bilhetes nãoutilizados foram os principais assuntos abordados nas palestras e produtos mostrados no evento. Presentes, Solange e Luis Vabo, da Solid, membro do Favecc, perceberam a ampliação de recursos para tentar facilitar o controle dos bilhetes que não são utilizados. Outro ponto foi o papel das on-line booking tool (ferramentas de reservas on-line, para os clientes). Essa foi uma das grandes novidades apresentadas na NBTA, segundo vários participantes. O Sabre apresentou o seu

Solange e Luis Vabo, da Solid, na Convenção da NBTA

GetThere, o Orbitz, da Cendant, também chamou a atenção, e a Worldspan mostrou o seu Expedia. As tecnologias apresentadas na área do Travel Show se destacaram por apresentarem as tendências do mercado. "Mas não há previsão delas chegarem no Brasil, principalmente pelas regras tarifárias", analisou Marjorie Arbaitman, da Maringá Turismo, que também esteve na NBTA. Para ela, está claro que no futuro esse produto será maciçamente usado. "Em certas agências corporativas, a venda de passagem já é feita quase 70% via on-line booking tools." Segundo dados da Amex na NBTA, durante o período de 12 meses encerrado em julho, mais de 35% dos seus clientes de negócios fizeram as transações on-line. Com isso, os papéis dos TMCs (travel management companies, nova designação das agências corporativas) e dos próprios gestores de viagens das empresas irão mudar, analisa Marjorie, com a simplificação e barateamento da ferramenta on-line, somados à mudança na forma de pagamento da comissão ou taxas por emissão de bilhete aéreo. Pensando no futuro, a executiva sabe que sua empresa precisará de outros serviços, além da venda de passagens para sobreviver. "Eventos e viagens de incentivos. Esse será nosso futuro, pois organizar um evento não pode ser feito exclusivamente via internet, como a compra de um bilhete aéreo. Ainda há muito planejamento e serviço de consultoria atrás da organização de um evento ou realização de uma grande viagem de incentivo", disse. Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.


DCARRO

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SALÃO DE FRANKFURT

São Paulo, quinta-feira, 8 de setembro de 2005

Divulgação

PARA QUEM QUER FICAR POR DENTRO Frankfurt abre suas portas para 80 novos modelos. São 1.000 expositores de 44 países.

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SportLounge, Ford Iosis, Jeeps Patriot e Compass, Renault Egeus e Toyota Endo. Para aficionados pelos superesportivos, Frankfurt reserva boas surpresas. O estande da Ferrari é visita obrigatória e entre as atrações está a bela FXX. O modelo, que terá apenas 20 unidades fabricadas, conta com anexos exclusivos aerodinâmicos desenvolvidos no túnel de vento da equipe Ferrari de Fórmula 1, que também "empresta" a tecnologia do câmbio automatizado utilizado nas pistas. Sob o capô, o conhecido V12, de 6.282 cm3, 12 cilindros, com potência máxima de 800 cavalos a 8.500 rpm. Gostou? É, mas toda máquina exclusiva tem um preço: US$ 1,8 milhão. Na Bugatti, o Veyron, apresentado como carro conceito em outros salões, que entrará em produção após o salão. A marca anunciou que a beldade, equi-

pada com motor de 8 litros, 64 válvulas de 1.001 cavalos de potência máxima, só poderá ser adquirida sob encomenda. A Maserati estará expondo entre seus modelos a nova Quattroporte em duas versões: Executive GT e Sport GT. A primeira tem acabamento em madeira de lei, volante em couro, a grade dianteira e as saídas de ar laterais cromadas e rodas de 19 polegadas. A Sport GT conta com volante esportivo, pedais de alumínio, rodas de 20 polegadas e acabamento interno em titânio. Uma novidade para os clientes: o escapamento ganhou ronco mais forte. O estande da Alfa Romeo não pode deixar de ser visitado. A marca italiana usará este salão para lançar o modelo mais esportivo da família: o Brera, apresentado como concept em Genebra, em 2002. Depois do grande

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m dos mais esperados salões do automóvel de 2005 – o 61th Internationalen Automobil – Ausstellung (IAA) - abrirá suas portas para a imprensa mundial na próxima segunda-feira. Expositores de 44 países estarão espalhados pelos 215 mil metros quadrados. Em seguida, de 17 a 25 de setembro, o público poderá ver de perto 80 lançamentos mundiais e milhares de modelos, além, é claro, dos famosos concept cars (na pág. 8), presentes em boa parte das marcas em todos os salões. Os organizadores esperam receber 1 milhão de visitantes que verão novidades como o Audi Q7, Vectra, BMW 3 Séries Touring, Fiat Punto, Honda Civic, Opel Astra Twin Top, Peugeot 407 Coupé, Porsche Cayman, Volvo C70, Ferrari FXX. Além disso, concept cars da Citroën C-

A bela Bugatti Veyron, que um dia, como outros modelos, já foi "concept car", virou atração da marca neste salão


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira e quinta-feira, 7 e 8 de setembro de 2005

POLÍTICA - 3

DIA DA INDEPENDÊNCIA FOI DIA DE PROTESTOS. LULA CRITICA NA TV MANIPULADORES DA CRISE.

CONTAMINAÇÃO DA CRISE PREOCUPA LULA C

Contra a corrupção, ironia, bom humor e protestos. Adriano Machado/Folha Imagem

BRASÍLIA

Lula Marques/Folha Imagem

ercado pela crise política que se agrava a cada dia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assistiu ontem a um desfile de 7 de Setembro esvaziado, ouviu vaias e aplausos e passou duas horas e meia em um palanque cheio de ministros, mas carente de amigos, parentes e parlamentares. À noite, em cadeia nacional de rádio e TV, o presidente disse que o Brasil não pode permitir que a crise política "seja manipulada por interesses menores e se alastre artificialmente". Lula afirmou que a crise não mudará a política econômica e social e manifestou confiança de que as atuais dificuldades políticas serão vencidas "pelo Congresso, pelo governo e pelo povo brasileiro", com "a apuração cabal de todas as denúncias e com a punição rigorosa dos culpados". O presidente Lula reconheceu a importância do trabalho das CPIMs, da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça na apuração das denúncias de corrupção e afastou a possibilidade de acordo político para preservar pessoas ou partidos. "Nem eu nem vocês admitiremos qualquer contemporização, nenhum acordo subalterno. Doa a quem doer, sejam amigos ou adversários. O fundamental é que a verdade prevaleça e não haja impunidade", afirmou. Mas Lula não esclareceu quais seriam os "interesses menores" que estariam interessados em manipular a crise política e poderiam, segundo afir-

Saberemos superar – com coragem e serenidade – as atuais turbulências políticas.

Presidente Lula

mou, contaminar "de modo abusivo e desnecessário a vida nacional". De acordo com o presidente, "a política econômica será mantida, a política social continuará sendo ampliada, a política externa seguirá seu curso e a vigilância ética será redobrada". Economia – Lula voltou a recorrer aos bons números da economia para fazer um contraponto à crise e enaltecer o governo. Destacou a queda da inflação, o aumento das exportações e disse que o País voltou a crescer de modo sustentado, mas com uma diferença em relação a épocas passadas. "Desta vez, o crescimento é para todos, com geração de empregos e distribuição de renda", disse. "O Brasil entrou definitivamente na rota do desenvolvimento. E nada nos desviará desse caminho. Da mesma forma que soubemos vencer o desafio da crise econômica, e estamos vencendo o desafio da dívida social, saberemos supe-

rar – com coragem e serenidade – as atuais turbulências políticas", disse. Dia de protestos – As comemorações da Independência concorridas e cheias de atrações inventadas pelo publicitário Duda Mendonça ficaram para trás. Mesmo assim, Lula avaliou positivamente o "teste de normalidade" a que se submeteu ontem, disse uma fonte ligada ao Planalto. Platéias modestas nas comemorações oficiais, cartazes irônicos, narizes de palhaço e protestos contra a corrupção marcaram o Dia da Independência – uma comemoração à qual faltaram muitas autoridades e que foi seguida, em quase todos os lugares, das manifestações do 11º Grito dos Excluídos (veja fotos ao lado). "Honestidade ou morte!", pedia uma das faixas na avenida Presidente Vargas, no Rio, misturando o grito histórico de 1822 com a indignação de hoje contra a corrupção.

poLítica

Envergonhados – Em São Paulo, sem uma única bandeira do PT, o Grito – cujo tema era "Brasil: em nossas mãos a mudança" – reuniu pelo menos 2,5 mil no Museu do Ipiranga, para cobrar mudanças na economia e mais ética na política. "A militância petista está envergonhada, mas esse é um momento de reconhecimento dos próprios erros", afirmou um dos organizadores da marcha, o veterano Waldemar Rossi, da Pastoral Operária. Em Salvador houve mais barulho e rivalidade entre grupos. Integrantes de um trio elétrico gritavam "Xô, corrupção!" e, em seguida, "Xô, impeachment", em defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao perceber que grupos da oposição vaiavam o presidente e pediam sua saída. No Recife, onde o desfile aconteceu bem cedo, os manifestantes do Grito não agitavam bandeiras do PT como antes, nem tinham o mesmo entusiasmo. Em Belo Horizonte, cerca de 25 mil pessoas viram o desfile, na avenida Afonso Pena. Estudantes, vestidos de preto, saíram às ruas para protestar contra a corrupção na praça Sete. Em Maceió, a Marcha dos Excluídos juntou dois mil trabalhadores rurais, com palavras de ordem pela reforma agrária e outras como "Fome, não, vamos acabar com o mensalão". Mais atrevidos, caraspintadas de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, exibiram frases como "Se Lula é inocente, Beira-Mar pra presidente". (Agências)

possível coligação em 2006 para disputar a sucessão de Lula. O PFL já está com um pré-candidato na rua, o prefeito do Rio Cesar Maia e, por certo, gostaria de ter um vice do PMDB.

Eymar Mascaro

PRÓPRIO

Linha de frente

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convenção nacional do PSDB está mantida para novembro e dois nomes de peso surgem como prováveis candidatos a presidente do partido: senador Tasso Jereisatti e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Recentemente, o governador Aécio Neves lançou o nome de FHC para presidir o PSDB, em substituição a Eduardo Azeredo. FHC foi lembrado também para atuar como intermediário para apaziguar as facções que lutam pelo comando da legenda e para ter influência na escolha do candidato à sucessão de Lula. FHC disse que recusaria a indicação. Surge, então, o nome de Tasso Jereisatti, que não é do inteiro agrado do prefeito José Serra. O prefeito é um forte candidato a presidente e seria mais interessante se FHC presidisse o Partido. Serra acha que o senador cearense inclina-se para apoiar a candidatura Alckmin.

DISPUTA A legenda do PSDB está sendo disputada porque o partido tem muita chance de vencer a eleição presidencial em 2006. Interessa, portanto, ter o comando da legenda no momento das convenções.

CANDIDATURAS O PSDB é o partido que tem maior número de candidatos à sucessão presidencial, tais como, José Serra, Geraldo Alckmin, Aécio Neves e FHC. Ainda correm por fora Tasso Jereisatti e o governador de Goiás, Marconi Perilo.

CAITITUAGEM PFL e PMDB estão conversando e falam de uma

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Mas o PMDB está diante de um dilema: pensa em lançar como candidato o presidente do STF, ministro Nelson Jobin. O partido, contudo, tem prazo até o final de setembro para refiliar o ministro Jobin.

NÃO GOSTOU O movimento peemedebista em favor de Nelson Jobin desagrada Anthony Garotinho, que já está em campanha pelos estados, com o apoio de uma rede especial de emissoras de rádio e tevê.

ELEIÇÃO O vice José Alencar tem prazo até o fim do mês para decidir em qual partido ingressará depois do PL. Foi

Gustavo Miranda/Agência O Globo

Brito Jr./Piauimagens/Futura Press

BRASÍLIA

PIAUÍ

Manu Dias/Bahia Fotos/AE

SALVADOR

Sebastião Moreira/AE

Vidal Cavalcante/AE

SÃO PAULO

APARECIDA

convidado a voltar ao PMDB. Alencar será candidato em 2006 e precisa estar filiado a um partido até 1º de outubro.

processos dos cassáveis ao Conselho de Ética e Decoro.

INGRESSO Paulo Maluf pode ingressar no PTB no próximo dia 19. O ex-prefeito levará com ele alguns deputados do PP. O PTB se prepara para eleger uma boa bancada à Câmara Federal em 2006, tendo em Maluf um puxador de votos.

Os deputados José Dirceu (PT) e bispo Rodrigues (PL) vão tomar caminhos diferentes. Dirceu vai correr o risco e responder a processo de cassação, não renunciando ao mandato enquanto o bispo Rodrigues está pronto para renunciar e abandonar a vida pública.

BARREIRA

CONFIRMAÇÃO

O PTB está com medo da cláusula de barreira. Por isso, se prepara para enfrentar a legislação: partido que não alcançar 5% da votação em alguns estados, na próxima eleição, pode perder o registro no TSE.

A revista Veja exibe na edição desta semana documento comprovando que Severino Cavalcanti teria exigido propina para o funcionamento de um restaurante na Câmara.

RENÚNCIAS A Câmara dos Deputados deve começar a receber os pedidos de renúncia de deputados envolvidos com o mensalão e caixa 2, até hoje. Porque, amanhã, 13, Severino Cavalcanti deve enviar os

DISTINTOS

NEGATIVA A Veja nega que tenha comprado informações de prepostos do dono do restaurante para fazer a denúncia contra Severino Cavalcanti. A revista informa que não tem por hábito pagar por informações.


DCARRO

A Fiat mostra o Sedici, um "concept car", que poderá ser produzido no início do ano. Outro produto da marca é o novo Punto, maior que o anterior.

São Paulo, quinta-feira, 8 de setembro de 2005 A Maseratti chega à Frankfurt com a sua Quattroporte, enquanto a Opel (GM européia) apresenta o novo Vectra, diferente do nosso. O Audi Q7, vem entre o A6 e o A8, com a nova série da marca. E deverá aportar no Brasil em 2006. Enquanto isso, a Volkswagen apresenta, em casa, o Golf R32.

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SALÃO DE FRANKFURT

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sucesso, irá para a linha de produção em três versões de motorização: duas a gasolina (2.2 litros de 185 cv e outra de 3.2 litros de 260 cv), além de um turbo-diesel de 2.4 litros que gera 200 cv. Mas há mais esportivos para apreciar: Lamborghini Gallardo SE, série limitada de apenas 250 unidades; Porsche Cayman S com propulsor 6 cilindros boxer de 3.4 litros de 295 cv, o BMW Z4... Não só "máquinas" - Frankfurt não exibe apenas máquinas e conceitos. São muitos os fabricantes que o aguardam ansiosamente para realizar o debut de seus modelos. Neste ano o evento será marcado por muitas novidades, como o Audi Q7, um Sport Utility Vehicle (SUV), que será lançado, efetivamente, no Divulgação

início de 2006. De acordo com a marca "a letra "Q" denota a criação de uma nova família na gama, ao lado do A, S e RS. O "7" o posiciona entre o A6 e o A8. Baseado no concept Pikes Peak, ele será oferecido com motor turbo V8 de 4.2 litros de 350 cv e 3.0 litros TDI, 6 cilindros de 233 cv. O carro já está em testes no Brasil, onde será comercializado no próximo ano. No estande da Mercedes as principais estrelas são o novo Classe S, o Classe R e o ML 63 AMG. Este último será oferecido com duas motorizações: V6 de 3.5 litros e V8 de 5.0 litros, com 272 cv e 306 cv, respectivamente. Será mostrado, também, com o motor do Porsche Cayenne – turbo, V8 de 6.3 litros que gera 513 cv e 64,22 mkgf de torque máximo. Conta com a transmissão Speed Shift 7-G Tronic com alavancas no volante.

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Nacionalidades diversas - As marcas francesas também estarão marcando presença nesta edição de Frankfurt. A Peugeot, por exemplo, terá como destaques o 206 sedan, o 307 totalmente reformulado e a estréia do 407 Coupé. Sucessor do 406, ele encanta com suas linhas suaves. Segundo a empresa é 14 cm mais longo que o sedã 407 do qual deriva (agora com 4,81 metros de comprimento). Os motores? Um 4 cilindros de 2.2 litros de 160 cv, além de um 3.0 litros de 290 cv e o novo V6 diesel de 2.7 litros que gera 205 cv, utilizado no 607. As novidades no estande da Renault serão o novo Clio e o Kangoo reestilizado. Já na Citroën, o C3 será mostrado com mudanças. A Fiat reservou para este salão o avantpremière da nova geração do Punto, denominada de Grande Punto, porque o novo modelo chegará maior que o atual – 3,90 metros de comprimento – e com o design assinado pelo estilista italiano Giorgetto Giugiaro, responsável pela criação dos desenhos de alguns importantes produtos da Fiat, como o novo Palio. A Fiat até pensou em trazer certa vez o modelo para o mercado brasileiro, mas desistiu, por causa da alta do dólar na época.

O Novo Vectra será a estrela do estande da Opel (a General Motors Européia) e marcará o lançamento mundial do modelo em todo o mundo, inclusive no Brasil, apesar da diferença entre os dois modelos. Embora ele já esteja sendo vendido por aqui, as primeiras unidades começarão a ser entregues no início de outubro, logo depois do término do evento. Além do novo Vectra, a Opel estará apresentando um quarto integrante da terceira geração da família Astra: o conversível Twin Top (dupla capota) de 4 lugares. Em vez da capota de lona usada no Astra Cabrio antigo, o novo modelo, produzido em Antuérpia, na Bélgica, tem capota de aço com recolhimento eletrohidráulico, operação rea-


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.POLÍTICA

quarta-feira e quinta-feira, 7 e 8 de setembro de 2005

OPOSIÇÃO JÁ ARTICULA NOME S PARA SUCEDER SEVERINO. NA CPMI DOS CORREIOS, AGENDA CHEIA.

SUCESSÃO DE SEVERINO EM PAUTA Miguel Ramjil/EFE/AE

AUMENTA A TENSÃO NO PONTAL

Joedson Alves/AE

Deputado ACM Neto e o senador Delcídio Amaral na CPMI dos Correios

Comissões dedicam a semana a análise de documentos Votação sobre futuro de Roberto Jefferson será dia 13

Delúbio

Pereira

Valério

Mendonça

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, se recusou a nomear sacadores das contas de Valério na CPMI dos Correios. Na CPMI do Mensalão, ele não explicou pagamentos a Duda e disse que José Dirceu não negociou dívidas do PT.

Sílvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Assumiu ter negociado cargos; saiu do PT, depois da descoberta de que ganhou um Land Rover da GDK . Valério disse que ele sabia dos empréstimos repassados ao diretório nacional.

Marcos Valério, dono da SMP&B e da DNA. Movimentação bancária mostra saques de vários políticos e assessores, num total de R$ 55 milhões. Disse na CPMI do Mensalão que o aval de Dirceu foi confirmado por Delúbio.

O publicitário Duda Mendonça, da DM9, confirmou ter recebido dinheiro de Marcos Valério no exterior. Os repasses, segundo ele, eram para pagar dívidas do PT, das campanhas eleitorais de 2002. Valério negou a versão de Duda.

Palmieri

Osório Batista

Jefferson

Lamas

Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB, depôs no dia 16 de agosto na CPMI do Mensalão e revelou que esteve em Portugal com Marcos Valério para obter recursos da Portugal Telecom para pagar dívidas do PT e do PTB.

Antônio Osório Batista, diretor afastado dos Correios por ter sido citado por Marinho na gravação. Depôs na CPMI e afirmou que Jefferson pediu dinheiro aos diretores da estatal para fazer caixa de campanha.

O deputado do PTB, Roberto Jefferson, teve seu pedido de cassação aprovado no Conselho de Ética da Câmara. O próximo passo será a votação em plenário, que acontece na próxima terça-feira, dia 13 de setembro.

O ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, confirmou em depoimento à CPMI do Mensalão que foi algumas vezes a Belo Horizonte buscar dinheiro a pedido do presidente nacional do partido, Valdemar da Costa Neto.

Karina Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério. Depôs na CPMI e contestou as versões de seu ex-patrão para os grandes saques bancários: o próprio empresário voltou atrás e confessou que fazia os pagamentos a mando de Delúbio, a partir de uma lista.

Sereno

Jefferson

Duda

Marcello Casal Jr/ABr

Galeria de personagens Edson Santos/AC

segundo relatório parcial tomar o depoimento da presida CPMI dos Correios, dente do Banco Rural, Katia cuja apresentação está prevista Rabelo, às 14 horas, e de diripara a próxima quinta-feira, gentes da instituição. No mesdia 15, deverá trazer os primei- mo dia, a sub-relatoria de Conros dados sobre a origem dos tratos ouvirá dirigentes da emrecursos repassados ao PT pe- presa Skymaster, que presta lo empresário Marcos Valério serviços aos Correios, e do doFernandes de Souza, suposto no da empresa de informática operador do esquema "mensa- Novadata, Mauro Dutra. No dia 14, às 10 horas, será lão" – e deverá propor uma nova sistemática para os contra- ouvido no plenário da CPMI o tos de publicidade dos órgãos secretário do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presipúblicos. As informações foram di- dência da República, Luiz vulgadas pelo deputado Anto- Gushiken. "Queremos saber o nio Carlos Magalhães Neto grau de influência dele nos f u n d o s d e p e n(PFL-BA) –que se são", explica revelou "surpreACM Neto. No so" com os valodia 15, está preres movimentavista uma reunião dos pelo esquea dm in is tr at iv a m a , e s t i m a d o s Queremos para a votação de em R$ 2,7 bilhões. saber n o v o s re q u e r iTambém deverão o grau de mentos, além da constar deste re- influência dele apresentação do latório informarelatório parcial. ções sobre o cru- (Luiz Gushiken) No dia 20 de sezamento dos tele- nos fundos tembro, a sub-refonemas de Mar- de pensão cos Valério. ACM Neto latoria do Sistema Financeiro tomaNo total, há mais de 1,6 milhão de telefone- rá o depoimento de dirigentes mas a serem rastreados – tra- do Banco de Minas Gerais balho que segundo o presiden- (BMG) e de Rogério Tolentino, te da comissão, o senador Del- sócio do empresário Marcos cídio Amaral (PT-MS), não de- Valério, às 17 horas. Um pouco ve extrapolar o prazo final de mais cedo, às 14 horas, o ex-di15 de dezembro. No entanto, retor de Operações dos Cormesmo que o cronograma seja reios, Maurício Madureira, respeitado, a convocação ex- prestará depoimento à sub-retraordinária do Congresso po- latoria de Contratos, que tamderá ser necessária para a vota- bém ouvirá dirigentes da empresa aérea Beta. No dia 21, esção do relatório. Agenda– A semana da CP- tá prevista às 10 horas uma auMI dos Correios segue movi- d i ê n c i a n a C P M I c o m o mentada. No dia 13, a sub-rela- presidente do grupo Opportutoria do Sistema Financeiro vai nity, Daniel Dantas. (Agências)

Em Nova York, Severino (no alto) participa da Assembléia Geral da ONU. No Rio (ao lado), o povo pede sua renúncia. Em Presidente Prudente (SP), José Rainha é preso novamente (foto menor).

Jorge Santos/AE

Ed Ferreira/AE

CPMI VAI DIVULGAR ORIGEM DO DINHEIRO O

Tasso Marcelo/AE

Valter Campanato/ABr

ainda não foi concluído. O pedido de prisão levou em conta o anúncio do MST de realizar uma nova jornada de invasões este mês no chamado "setembro vermelho". Transferência – Preso quando jantava no restaurante de um posto de gasolina, em Mirante do Paranapanema, Rainha alegou que não tinha participado da ação na fazenda. Segundo testemunhas, ele estava em outra cidade quando ocorreu a invasão. Levado à cadeia pública de Presidente Wenceslau, deve ser transferido hoje para o Centro de Detenção Provisória de Caiuá. É a terceira prisão de Rainha nos últimos três anos. Em 2002, flagrado com uma espingarda calibre 12 no carro, foi preso por porte ilegal de arma. No ano seguinte voltou a ser detido após condenação em processo resultante da invasão da fazenda Santa Maria. Cerca de 400 integrantes do MST invadiram ontem a fazenda Rimafra, em Cascavel (PR). A polícia esteve no local logo após a invasão, mas, como não houve conflito, não permaneceu durante a tarde.

Roosewelt Pinheiro/ABr

coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), João Paulo Rodrigues, informou que a coordenação do movimento entrará hoje na Justiça com pedido de liberdade provisória para José Rainha Junior, preso na noite de terçafeira no Pontal do Paranapanema. A prisão do principal líder do MST aumentou o clima de tensão na região. Mais de 500 militantes protestaram durante o Grito dos Excluídos, realizado em Mirante do Paranapanema, cidade onde Rainha foi detido. Os manifestantes pediram a libertação do líder e o fim da "perseguição" ao MST. A ordem de prisão de Rainha foi dada pela juíza Adriana Nolasco da Silva, que atendeu ao pedido do promotor Marcos Akira Mizusaki. Também foi decretada a prisão do coordenador estadual do MST, Paulo Albuquerque, e dos líderes Márcio Barreto, Edna Torrioni e Manuel Messias Duda. Todos são acusados de formação de quadrilha, furto e danos durante a invasão da fazenda Santa Cruz, em Mirante, no dia 15 de junho. O inquérito

Ailton de Freitas/AG

O

M

a l c o m e ç o u o do procurado pelo PSDB e o bombardeio e os PFL como uma alternativa. partidos defla- Seu nome agrega também a esgraram o debate querda petista. Outro petista sobre a substituição do presi- lembrado é Arlindo Chinaglia dente da Câmara, Severino Ca- (SP), líder do governo, mas ele valcanti (PP-PE). Nos bastido- não convence o PSDB nem o res, parlamentares discutem PFL. Fora do PT, os nomes coalternativas em torno de uma gitados são os de Aldo Rebelo opção que independentemen- (PC do B-SP) e Eduardo Camte da vinculação partidária pos (PSB-PE). Pesa contra os possa recuperar a credibilida- dois ex-ministros a vinculação com o governo. de da Casa. C on t ra di ç ão – Na próxima seEm Nova York, mana a oposição onde participa de promete entrar evento da Orgacom pedido de nização das Nacassação de Seve- Essa perícia não ções Unidas rino no Conselho existe. Sei porque (ONU), Severino de Ética, aumen- não existe o Cavalcanti deu tando a pressão documento. justificativas depara que ele se Só pode ser um sencontradas paafaste antes do rera o documento sultado das in- documento falso. vestigações. Sob Severino Cavalcanti, que assinou proressa perspectiva, presidente da Câmara r o g a n d o p o r 5 anos a concessão os parlamentares buscam um nome que possa do restaurante que o empresário Sebastião Augusto Buani ter o máximo de apoio. N om e s – A oposição reco- mantém na Câmara. Na primeira reação, negou. nhece que Severino ainda tem sustentação do Palácio do Pla- "Eu não assinei esse contrato, nalto e de partidos aliados. Ou mas, se assinei, é um contrato seja, ele só sai se esse apoio ruir. normal que deve estar com toEnquanto isso os petistas ad- da a documentação". Cerca de mitem que serão derrotados 15 minutos depois, apresentou numa eventual eleição para a nova explicação: "Eu tenho presidência, se não negocia- que ver o documento original". rem – já que na disputa com Se- Duas horas depois, ao ser alerverino, Luiz Eduardo Gree- tado de que há uma perícia confirmando a autenticidade nhalgh (SP) levou a pior. Nesse quadro incerto, o de- do documento, Severino reaputado José Eduardo Cardozo giu: "Essa perícia não existe. (PT-SP), que não tem muita Sei porque não existe o docuforça na bancada do PT por ser mento. Só pode ser um documais independente, vem sen- mento falso". (AE)

Jacinto Lamas

Delúbio Soares

Silvio Pereira

Ferreira

Guimarães

Costa Neto

Esteves

Marcos Vinícius Ferreira, genro de Roberto Jefferson e suposto canal do PTB com os Correios. Senado estuda pedir a quebra de seu sigilo bancário. A CPMI dos Correios ainda não remarcou seu depoimento.

O ex-presidente do Banco Popular do Brasil Ivan Guimarães negou à CPMI dos Correios que sua indicação para o cargo no banco tenha sido feita pelo PT. Ele anunciou aos integrantes da comissão que vai se desfiliar do PT.

O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, se recusou em seu depoimento à CPMI da Compra de Votos a revelar nomes de empresas e pessoas físicas para as quais teria repassado supostos R$ 6,5 milhões recebidos de Marcos Valério.

Clauzer Esteves, sócio de José Fortuna Neves. O também exagente do SNI afirmou que a Abin investigava os Correios a pedido da Casa Civil, informação essa que foi negada pelo então titular da pasta, o ex-ministro José Dirceu.

Lange

Salmeron

Dutra

Marinho

Edgard Lange, o "Alemão". O agente da Abin admitiu que, em abril, recebeu ordem para colher informações sobre irregularidades nos Correios, que teria sido dada pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Roberto Salmeron, ex-presidente da Eletronorte e ex-vice-presidente dos Correios. De acordo com o depoimento de Osório Batista, Jefferson e Salmeron teriam assistido à gravação um dia antes de ter sido divulgada à imprensa.

Mauro Dutra, dono da Novadata. Ele negou favorecimento em contratos da estatal. Disse que seus negócios com a estatal são reduzidos. Mas confirmou que sua empresa fornece 22% dos micros do governo e que conhece Lula há mais de 20 anos.

Maurício Marinho, ex-chefe de Contratação e Administração de Material dos Correios. Flagrado em uma gravação recebendo propina de R$ 3 mil, negou. Depôs no Ministério Público e será novamente ouvido na CPMI dos Correios.

Gonçalves

Waschek

Dipp

Marschner

Luiz Otávio Gonçalves, diretor da Skymaster, admitiu que pediu ajuda de Sílvio Pereira para evitar que sua empresa perdesse o contrato com os Correios. Jefferson denunciou a empresa como tendo contrato superfaturado com a estatal.

Arthur Waschek, dono da Comam e Vetor. Mandante da gravação de Marinho, por ter interesses contrariados nos Correios. Waschek afirmou que as irregularidades não ocorrem nas licitações, mas na execução dos contratos.

Airton Dipp, ex-presidente dos Correios, confirmou na CPMI dos Correios encontro com Sílvio Pereira e a influência de Luiz Gushiken na estatal, através da nomeação de três dos cinco membros de uma comissão de análise de publicidade.

Haroldo Marschner, um dos donos da Precision Componentes. Ele disse que teria recebido pedido de suborno de Maurício Marinho, para poupar a sua empresa da aplicação de multa por atraso na entrega de material.

PASSO-A-PASSO DAS INVESTIGAÇÕES

CPMI do Mensalão

Conselho de Ética

CPI dos Bingos

A comissão que investiga a compra de votos ouviu os diretores dos fundos de pensão Previ, Petros e Funcef. Os dirigentes prestaram depoimento fechado na comissão, no dia 25 de agosto. Eles confirmaram envolvimento dos fundos com a Globalprev, empresa que pertencia a Luiz Gushiken.

O conselho aprovou por unanimidade o pedido de cassação do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). O pedido irá à votação do plenário da Câmara no dia 13. De acordo com as regras regimentais, a Mesa tem a obrigação de incluir o processo na pauta até dois dias depois do prazo final do processo.

João Francisco Daniel, irmão do prefeito de Santo André, Celso Daniel, morto em 2002, depôs na comissão e fez revelações que atingem o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho. A CPI decidiu convocar os delegados que atuaram no caso do assassinato de Celso Daniel.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.CAMPINAS

quarta-feira e quinta-feira, 7 e 8 de setembro de 2005 Fotos de Marcos Peron/Virtual Photo

em Campinas DECORAÇÃO

Associação ajuda lojistas a virar a mesa

ÓRBITA Prefeitura Municipal de Campinas aumentou em 68,06% a arrecadação de recursos provenientes de acordos judiciais de janeiro a agosto de 2005, em relação ao mesmo período do ano passado. Nos primeiros oito meses desse ano, foram arrecadados R$ 7.807.409,50 contra R$ 4.645.707,37 no mesmo período de 2004 somente com acordos judiciais provenientes da dívida ativa.

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O Pólo Arqdec Interior dobrou a vendas com uma estratégia que une itens selecionados, preços competitivos e atendimento diferenciado

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ojas de materiais de acabamento, produtos e acessórios para decoração uniram-se em Campinas para atender melhor a clientela e aumentar as vendas. Reunidos em uma associação, o Pólo Arqdec Interior, os lojistas conseguiram dobrar o faturamento em menos de dois anos. A estratégia do sucesso foi aliar produtos selecionados e preços competitivos a um padrão de atendimento em que a parceria e a fidelidade dos profissionais de arquitetura, decoração e paisagismo contribuem decisivamente para fomentar novos negócios. A empresária Fátima Nicoletti, proprietária de uma loja de artigos para decoração, trouxe a idéia para a cidade após integrar associação semelhante em Ribeirão Preto, onde abrira uma filial. “Havia uma rede de relacionamento muito forte entre lojistas, arquitetos e decoradores, e fiquei impressionada com o impacto disso nas minhas vendas”, conta Fátima. “Um ano e meio depois de inaugurada, a filial já faturava mais do que a matriz , com três anos de mercado”, recorda-se. Convencer os colegas concorrentes de que poderiam ter sucesso com empreitada semelhante em Campinas foi difícil. Dos 63 lojistas convidados para a primeira reunião, em fevereiro de 2002, apenas 13 participaram da criação do pólo, cerca de um ano depois. “Ficaram aqueles lojistas mais antenados e que enxergaram as vantagens obtidas com a união”, diz. O número de lojas cresceu e, agora, o ingresso de novos membros só ocorre por indicação de um “padrinho” (que pode ser um associado ou profissional cadastrado) e após uma rigorosa avaliação do pretendente, explica Paulo Monteiro, presidente do pólo. Não há restrições a empresas com produtos e serviços concorrentes, mas as chances são maiores para aquelas que agregam valor à cadeia. “Uma de nossas demandas é de especialistas em gesso”, diz. Se passar pelo crivo, o interessado terá que desembolsar luvas que variam conforme o seu porte e pagar mensalidade para manter os serviços prestados pela entidade e custear ações promocionais conjuntas. Uma das Os escolhidos sabem que os benefícios compensam o demandas investimento: recebem um selo de qualidade e passam hoje é a merecer a preferência dos especificadores (arquitetos especialistas e decoradores) cadastrados. Na loja de metais e louças de Fábio Emídio, as vendas em gesso. cresceram 50% desde seu ingresso no pólo há um ano e Novos meio. Com os novos negócios, veio a necessidade de sócios são adaptar a empresa a uma clientela sofisticada. Em outubro, o estabelecimento vai para um local três vezes admitidos maior. O novo ponto, em um bairro após nobre da cidade, terá uma área de lazer rigorosa para receber profissionais e clientes em avaliação happy hours. Tanto mimo tem suas razões. Paulo Monteiro, “Meu público requer um tratamento presidente do pólo diferenciado. Os preços de produtos industrializados são praticamente os mesmos, mas é essa atenção que faz com que ele opte por comprar em minha loja em vez de ir para um home center”, argumenta Fábio. Segundo o arquiteto Christie Cornélio, o pólo cobriu uma lacuna que havia no mercado local no atendimento a clientes de alto poder aquisitivo. “A orientação e a assessoria são itens muito valorizados por esse público. As lojas oferecem esse respaldo, o que deixa o profissional mais seguro no momento de especificar um produto ou sugerir uma compra”, afirma Christie. Para cativar os profissionais, lojistas investem não só em mercadorias e em atendimento de qualidade. Em parceria com fornecedores, organizam lançamentos, palestras técnicas e viagens a feiras do setor. A principal motivação, contudo, é um programa de fidelidade que premia os especificadores por compras assistidas nas lojas associadas. Os profissionais são bonificados a cada compra com pontos denominados méritos, que podem ser trocados por produtos nas lojas da rede. Os mais pontuados concorrem a viagens internacionais e, no final do ano, aquele com maior número de pontos ganha um carro novo, como ocorreu com Christie em 2004, após gerar R$ 400 mil em compras no pólo. Paulo Cesar Nascimento

município de Campinas vai licitar a concessão do aterro sanitário da cidade Complexo Delta por 20 anos. O custo operacional previsto no período será de R$ 333 milhões, o que representa R$ 16,6 milhões por ano. A informação foi divulgada pela administração municipal na última audiência pública sobre a concessão para a destinação do lixo.

O Números do bom gosto Convencer os concorrentes de que teriam sucesso reunidos num pólo foi difícil. Dos 63 lojistas convidados para a primeira reunião só 13 ficaram. Fátima Nicoletti, empresária

I Lojas associadas: 26. I Cidades: Campinas (23), Itatiba (1)

e Vinhedo (2). I Faturamento: R$ 7,774 milhões

(1o. semestre de 2005). I Público: classes A e B. I Profissionais cadastrados: 550 I Valores da luva: de R$ 6 mil a R$ 12 mil. I Valor da mensalidade: R$ 403,00.

Serviço: Mais informações sobre o o Pólo Arqdec Interior podem ser obtidas no endereço www.poloarqdec.com ou pelo telefone: (19) 3255-4992.

Sucesso atrai lojas de fora sucesso do pólo O atraiu comerciantes da Região Metropolitana

O pólo cobriu uma lacuna que havia no mercado local no atendimento a clientes de alto poder aquisitivo Christie Cornélio, arquiteto

de Campinas (RMC). Henrique Metzner, dono de uma loja de artigos para iluminação em Itatiba, entrou para o seleto grupo há cerca de um ano e, nesse período, viu o percentual de vendas assistidas por profissionais saltar de 10% para 50% do total comercializado pelo estabelecimento. Ele afirma, porém, que há potencial para ampliar em até 80% os negócios estimulados por arquitetos e decoradores vinculados ao Pólo Arqdec Interior. “A associação deu mais visibilidade aos nossos produtos e tivemos um crescimento de 20% nas vendas para residências e escritórios da região”, testemunha Frederik

Antonius Geuer, sócio de uma loja de vitrais em Vinhedo. O lojista de Vinhedo explica que seus produtos, fabricados de forma artesanal, têm usos muito específicos e custos variáveis entre R$ 800,00 e R$ 4 mil o metro quadrado. São artigos com aplicações personalizadas, que requerem acompanhamento especializado, observa o comerciante. “Por isso, a filiação ao pólo tem nos ajudado a difundir a arte de vitrais entre os profissionais do mercado. Arquitetos e decoradores passaram a contar com uma opção diferenciada de acabamento para oferecer aos clientes e a boa receptividade está impulsionando nossos negócios.”, diz Geuer.

stão abertas as inscrições para o curso "Treinamento Básico para Secretária", que será ministrado na Acic a partir do próximo sábado, dia 10. Sempre aos sábados, das 08h30 às 12h30, o treinamento aborda: código de ética profissional, redação comercial, organização de eventos, etiqueta empresarial, marketing pessoal entre outros temas da área. Mais informações: 2104-9209 ou 2104-9210.

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EXPEDIENTE

Diretoria Executiva (2004 - 2007) Presidente Guilherme Campos Júnior 1º Vice-Presidente Gilberto Rocha da Silveira Bueno 2º Vice-Presidente Carlos Francisco Simões Correia Assinaturas do Diário do Comércio (0xx19) 2104-9276 Departamento de Sócios Serviço de Atendimento ao Usuário, Convênios e Parcerias (19) 2104-9271/ 9272/ 9273 associados@acicnet.org.br Assessoria de Imprensa (19) 2104-9215/ 9216 imprensa@acicnet.org.br Página na Web www.acicnet.org.br Rua José Paulino, 1111, Campinas, SP - CEP 13013-001 PABX: 2104-9200


São Paulo, quinta-feira, 8 de setembro de 2005

DCARRO

Por enquanto ela está em Frankfurt mas, brevemente, a BMW Série 3 Touring chegará aos concessionários da marca no Brasil. Isto vale também para o Audi Allroad Quattro, que deverá chegar aqui em 2006 Divulgação

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Conversível, o Opel Twin Top será atração da marca, assim como o Citroën C6 na casa francesa e o Spider na Alfa Romeo

lizada em apenas 30 segundos. Mais novidades para o segmento dos sedãs de luxo. Entre elas o Passat VR6, que será uma das sensações do estande da Volkswagen. O modelo volta a ser equipado com o motor VR6 e o V8 deixa de ser oferecido. O novo propulsor tem 3.6 litros, 24 válvulas e desenvolve 280 cv e 36,6 mkgf de torque. Ele circulará pelas ruas brasileiras em outubro, logo depois do salão. Um modelo que será fabricado aqui, sem data definida, um dos destaques do estande da Honda é o Novo Civic. Ele ganhou design mais esportivo e linhas arredondadas. O início da comercialização está previsto para janeiro de 2006. O Novo PT Cruiser, linha 2006, deverá chamar bem a atenção dos visitantes para o estande da Chrysler. O bonito modelo passou por uma reestilização (novos faróis e grade do radiador com detalhes em alumínio) e ganhou motor mais potente de 233,5 cv. Internamente ganhou novos estofamentos e cores mais modernas. Outro modelo a ser muito apreciado, o Volkswagen Golf R32, foi apresentado como concept pela primeira vez há três anos. O sucesso foi tanto que a marca decidiu transformá-lo em mais um dos modelos da sua vasta linha de veículos. Ele é equipado com motor de 6 cilindros de 3.2 litros de 250 cv (antes tinha 241 cv), suspensão rebaixada, rodas de liga leve de 20 polegadas, transmissão automática de 6 velocidades e controle de tração permanente integral. O Chevrolet Aveo também marcará presença neste salão. Fabricado na Coréia, a nova geração, parecida com o nosso Corsa, chegará com a inédita opção de motor de 1.2 e 1.4 litro para o continente europeu. Comercializado em mais de 120 países do mundo mede 4,30 metros de comprimento e 1,71 metro de largura. Outros modelos deverão chamar a atenção.

Caso do Daimler Super Eight, versão do grande sedã Jaguar XJ. Ele trará como destaque a grade dianteira e os retrovisores cromados, e as rodas de 18 polegadas com desenho exclusivo. Seu motor, V8 de 4.2 litros com compressor, de 400 cv, em conjunto com o câmbio automático de seis marchas acelera de 0 a 100 km/h em 5,3 segundos e atinge a velocidade final de 250 km/h. No estande da Volvo o maior lançamento ficará para o C70, a versão mais esportiva dos modelos da marca sueca. Essa segunda geração, produzida em Uddevalla, na Suécia, é marcada pela tecnologia: esse belo esportivo se transforma em segundos de cupê para conversível. Sob o capô, a opção de um motor de cinco cilindros em linha a gasolina, 2.4 litros com 170 cv ou um turbo TS que gera 220 cv, que já equipou o S40 e o V50. Escolha o seu. Entre os inúmeros modelos expostos no estande da Toyota na mostra germânica estará a linha 2006 do RAV 4. Esse Sport Utility chegará com alguns centímetros a mais em quase todos os lados em relação à versão anterior. Mas há muito mais veículos para apreciar nesta edição do Salão de Frankfurt, como o mini One D, o Nissan Micra, o Bentley Azuce, o Cadillac STS-V, o novo Citroën C3, o Seat Altea TFSI, o Skoda Octavia RS, o SsangYong Kyron, o Subaru Impreza, o Suzuki Grand Vitara, o Toyota Yaris, o New Beetle renovado, o Touareg W12 Executive, o Ford Fiesta reestilizado, o Kia Magentis, o Maybach 57S, o Mazda 5 CRT D, e muitos outros. Por isso um dia de visitação é pouco para quem gosta de observar tudo e os mínimos detalhes em cada um dos carros expostos. MotorCar

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira e quinta-feira, 7 e 8 de setembro de 2005

POLÍTICA - 5

COM NOVAS DENÚNCIAS TODOS OS DIAS, SITES DE HUMOR ABUSAM DE PIADAS E CHARGES COM POLÍTICOS.

A CRISE DESPERTA O BOM HUMOR

Fotos: Reprodução

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ara quem achava que todas as piadas já haviam sido contadas, eis que o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), dá sua contribuição com a denúncia na sexta-feira de que em 2003 teria recebido 'mensalinho' de R$ 10 mil (dizem que o tamanho da propina seria correspondente à estatura – física e política – do deputado) de um concessionário de restaurante na Casa. Os sites de humor adoraram. O Kibe Loco e o Eu Hein! inclusive usaram a mesma foto – Lula condecorando Severino na semana passada. Só a piada é diferente. No Kibe, a legenda que acompanha a imagem diz que "nada é tão ruim que não possa piorar." É a crise em tempos de internet. Dá para acompanhar sessão de CPMI ao vivo, saber de bate-boca entre parlamentares praticamente assim que acontece, ler blog de prefeito carioca ou rir, rir muito das charges e piadas. Não é só o humor do mercado financeiro que a crise política dita. Do "presidente Lula" caído na calçada da Avenida Paulista – no programa Pânico há duas semanas – ao primeiro "cadáver" da crise (a Velhinha de Taubaté, que deve ter morrido de desgosto), humoristas e escritores encontraram no atual momento político um terreno pra lá de fértil. De paródia de filme americano à foto escatológica de Lula, tem piada para todos os gostos. Os sites Ovo Azul, Kibe Loco, Eu hein! e Humor Tadela deitam e rolam. E ainda contam com ajuda da oposição. Troféu – O ovoazul.zip.net divulgou o resultado do Troféu Berzoini de Crueldade, oferecimento do site do PFL. O ganhador foi Gilberto Gil, ministro da Cultura, que teria gasto R$ 9 milhões na decoração de seu gabinete, segundo o PFL. É lá que está também a tal da foto escatológica. No site euhein.com.br Lula e Severino, vestidos de pizzaiolos, 'servem' uma pizza numa fotomontagem. O internauta pode ainda fazer o teste do mensalão, para descobrir o quanto sabe sobre o escândalo. "Renilda Maria de Souza é mulher de..." Verdade, malandro ou Marcos Valério são as alternativas de resposta. Não dá para não rir.

Críticas bemhumoradas: as fotos-montagens (capturadas nos sites Kibe Loco e Eu Hein!) ironizam cenas reais, inventam diálogos e até criam situações fictícias, como a de Lula e Severino segurando uma pizza com o formato do mapa do Brasil (acima)

O PAÍS PEDE MAIS RIQUEZA, DIZ AFIF. A crise política revelou que não é mais possível conviver com um Estado que custa caro para a sociedade, que presta mal serviços públicos e ainda gera uma burocracia que impede o desenvolvimento do empreendedorismo capaz de gerar riquezas e empregos no Brasil. A mensagem do presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, sensibilizou os alunos de administração do Centro Universitário de Santo André, reunidos, na noite da última terça-feira, na 2ª Semana de Administração e Comércio Exterior. Provocados por Afif, mais de uma centena deles disseram, em coro, que não estão contentes com a qualidade dos serviços públicos que deveriam ser prestados em troca da carga tributária que beira os 40% do PIB. "Pelo menos a crise derrubou o último bastião de defesa dessa estrutura na qual o assistencialismo rende muito mais ao as-

Osvaldo Ventura/DGABC

Afif e Kogut: como gerar empregos e desenvolvimento.

sistente do que ao assistido", disse Afif. Solução eleitoral – Qual a solução para a atual crise? Afif respondeu que dificilmente virá pelo impeachment de Lula, justificando que o próprio Congresso não tem a credibilidade necessária para cassar um presidente. "Mas virá pelo processo eleitoral, pela urnas, em 2006". Para Afif, os candidatos à sucessão de Lula terão que apresentar um projeto de geração de

oportunidades para os milhares de jovens que entram no mercado de trabalho todos os anos. "E para isso será preciso ter claro que é a livre iniciativa e não o Estado que gera oportunidades". Afif lembrou sua luta em defesa da micro e pequena empresa como deputado constituinte – em l988 – e na presidência do Sebrae-Nacional. "Se queremos desenvolvimento temos que recolocar a microempresa na agenda nacional". Só assim, será possível "lutar contra a burocracia que não gosta de simplificar". Porque "simplificar é perder poder o controle". Para o reitor do Centro Universitário, Edy Luiz Kogut, as teses defendidas por Afif podem impulsionar o País. Participaram a do debate o pró-reitor, Alexandre Matei, o coordenador do Curso de Administração, José Carlos Ferreira e os professores Carlos da Silveira e Rogério Brumati. Sergio Leopoldo Rodrigues

O kibeloco.com.br apresenta "11 momentos que você gostaria de ver numa CPMI." Além de ironizar o "pela ordem" (usado a todo momento pelos parlamentares durante as sessões das três CPIs), o pessoal do site, com muito humor, mostra como a língua-pátria é às vezes castigada pelos parlamentares. "Pela ordem", 'pede' um integrante da CPMI, "não é menas, é menos!" No humortadela.com.br o internauta pode responder a um teste e descobrir se dá para político. Para o jornalista carioca Nelito Fernandes, do Eu Hein!, a crise faz bem à categoria, mas "a concorrência das piadas prontas pode deixar os humoristas desempregados", ele ironiza. Para se ter uma idéia de quanto faz bem, o recorde no número de visitas no seu site foi batido em julho: 2,4 milhões de páginas visitadas. Um aumento de 30% se comparado com números de antes da crise. "As pessoas acompanham o noticiário e cobram", conta Fernandes. "O episódio da cueca (ex-dirigente petista José Adalberto Vieira da Silva, detido no dia 8 de julho, em São Paulo, tentando embarcar para Fortaleza com R$ 209 mil numa bolsa de náilon e mais US$ 100 mil es-

condidos na cueca) aconteceu tegrantes. Muito estranho... numa sexta-feira e na segunda Já Severino aparece em 72 cojá havia um monte de emails munidades, quase todas contra perguntando se eu não iria 'fa- ele, a maior delas, com mais de zer' nada – o site não é atualiza- nove mil pessoas. Seu desafeto, do no fim de semana." o deputado Fernando Gabeira Clássicos – Da série "Clássi- (PV-RJ) tem apenas cinco cocos do cinema em tempos de munidades, mas todas a favor. mensalão" do Eu Hein!, um dos Uma, inclusive, apóia o depumais comentados até agora é tado carioca (Gabeira bateu bo'A Fantástica Fábrica de Di- ca com Severino, chamando-o nheiro', com o publicitário de indigno de presidir a CâmaMarcos Valério no lugar do ra), para presidente em 2006. ator Johnny Depp. Outro hit Os deputados Onyx Lorenfoi a campanha para a secretá- zoni (PFL-RS), ACM Neto (PFLria Fernanda Karina Somma- BA), e Osmar Serraglio (PMDBgio não posar nua para uma re- PR) também foram 'homenavista masculina. O método geados'. Cento e dezesseis pesusado para aferir o sucesso não tem nada de científico. "Tem piada que cai na graça do internauta e começa a circular por e-mail", explica Fernandes. O jornalista conta que, até agora, o único a ameaçá-lo com processo foi o exprefeito de São Paulo, Paulo Maluf. O motivo foi uma brincadeira Sites: imaginação de sobra para falar do mensalão no Eu Hein! na qual o jogador (um bonequi- soas se casariam com ACM Nenho do Maluf) tinha que levar to e 15 pedem que Serraglio (reo dinheiro para a Suíça sem ser lator da CPMI dos Correios), copego pelas autoridades. Fer- nhecido por se prolongar às nandes tirou o jogo do site. vezes, fale mais rápido. Outra Orkut –Apesar de o Orkut ter parlamentar que está bem no sido invadido pela bandidagem Orkut é Denise Frossard (PPS– até foto do jogador Ronaldi- RJ), com 15 comunidades, todas nho ao lado de traficante tem – a de apoio à juíza. Mas a 'rainha' crise fincou pé no site de relacio- do site é a senadora Heloísa Henamentos que tanto faz sucesso lena (PSOL-AL), com 120 cono País. De 211 comunidades munidades, quase todas de adem junho, o deputado Roberto miração. Tem até quem ache Jefferson (PTB-RJ) agora tem "Loló" (apelido da senadora) 541 grupos, a maioria de apoio. fashion e muito sexy. Somados os integrantes das dez Kety Shapazian maiores comunidades, todas pró-Jefferson, o número chega a cerca de 75 mil. Surpresa é encontrar uma novíssima (nasceu em julho) comunidade de apoio a Lula, com, pasmem, 80 mil in-


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quarta-feira e quinta-feira, 7 e 8 de setembro de 2005

EMPRESAS - 13

EXPO ABRAS 2005 APRESENTA AS PRINCIPAIS NOVIDADES DA INDÚSTRIA PARA O SETOR SUPERMERCADISTA Pablo de Sousa/Agência Luz

DE LANCHES RÁPIDOS A ALIMENTOS DIETS

L

anches rápidos, fáceis de preparar e alimentos lights e diets são as principais novidades da Expo Abras 2005 para o setor de supermercados. A realização da feira em São Paulo também é uma novidade para as empresas do segmento. A presença das principais redes no estado motivou a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) a transferir a feira, que era realizado no Rio de Janeiro até o ano passado, para a capital. Principal mostra de negócios do varejo supermercadista do Brasil e da América Lati-

na, a feira, que termina hoje no Centro de Exposições Imigrantes, é voltada apenas aos profissionais do setor. A estimativa é de que o volume de negócios cresça 5% este ano em relação a última edição, que movimentou em torno de R$ 7 bilhões. Os cerca de 250 expositores, reunidos em uma área de 15 mil m² do Centro de Exposições Imigrantes, esperam receber aproximadamente 40 mil visitantes, entre representantes dos segmentos de supermercados, redes de hotéis e restaurantes. Um dos objetivos da Expo Abras é apresentar novidades ao setor, princi-

Visitantes poderão calcular a tributação dos lançamentos da feira

palmente, nos segmentos de higiene e beleza, bebidas e alimentos. Lanches rápidos – A Perdigão é uma das empresas com maior destaque no evento em razão do número de lançamentos e visibilidade do estande na feira. A empresa aposta na linha de lanches rápidos, que podem ser preparados em poucos minutos e no microondas. "Tratam-se de dois produtos que respondem a uma exigência cada vez mais forte no mercado: a rapidez na preparação e o consumo por toda a família", explica Eduardo Jackus, gerente de marketing de novos produtos. O Rock Dog é um enroladinho de salsicha congelado que pode ser preparado em um minuto e meio no microondas. Já o Panino Pizza é um lanche feito com massa de pizza e recheio de presunto, queijo, tomate e orégano. As novidades chegam ao mercado este mês em unidades individuais de aproximadamente 100 gramas. Outros lançamentos da marca são o Hot Wings, produto elaborado com coxas e asas de frango; o empanado Donutz, com pedaços de carne de frango empanados em forma de anéis; o Steak de Frango sabor calabresa e a lasanha de presunto e queijo ao sugo. Ainda no segmento de alimentação, a Ajinomoto acaba de ingressar na área de refresco em pó diet. Com o Fit Diet, a empresa quer conquistar 20%

Pablo de Sousa/Agência Luz

Supermercados serão aliados na conscientização do consumidor, segundo Guilherme Afif Domingos

VAREJO DE OLHO NO IMPOSTO A principal feira de negócios do varejo supermercadista do Brasil e da América Latina - Expo Abras 2005 - contou com a participação do presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos. Com o tema "Desarmamento burocrático e tributário", Afif palestrou na última terça-feira sobre a importância da conscientização do

consumidor sobre o fato de que ele é pagador de impostos e, portanto, deve exigir os serviços e fiscalizar os gastos públicos. Outros temas abordados foram a parafernália burocrática e o arbítrio fiscal praticado no País. Aliado – O setor supermercadista foi apontado por Afif como um possível grande aliado na conscientização dos consumidores quanto ao pagamento de impostos. Diante de uma platéia formada por empresários

que lotaram o auditório do Centro de Exposições Imigrantes, Afif ressaltou os esforços da Associação Comercial de São Paulo na luta contra a alta carga tributária. Ele destacou ainda que R$ 27 mil são arrecadados em impostos por segundo no Brasil. O presidente da Associação Comercial explicou o funcionamento, na prática, do Impostômetro e da Calculadora do Imposto, disponível no site www.calculadoradoimposto .com.br.

Profissionais do setor poderão conferir na feira as novidades das empresas para supermercadistas, hotéis e restaurantes. Perto de 40 mil pessoas devem participar da Expo Abras até o final do evento. Maiores destaques são os lançamentos de lanches rápidos e alimentos lights.

do mercado de sucos na categoria adoçado até 2010. "Investiremos cerca de R$ 80 milhões nesse novo produto, sendo que R$ 15 milhões serão inves-

tidos até março de 2006", reforça Patrícia Barbieri, gerente de produtos da Ajinomoto. O produto estará disponível nos pontos-de-venda a partir de

outubro e terá o preço médio sugerido ao consumidor final de R$ 0,75. Dicas - A Coca-Cola, mais do que divulgar lançamentos, apresenta na Expo Abras programas destinados a aumentar as vendas em supermercados. Segundo Evandro Tavares, diretor para clientes especiais, o objetivo da empresa este ano é apresentar aos supermercadistas uma gama de produtos, embalagens, equipamentos e p ro g r a m a s d e m a r k e t i n g adaptados para cada perfil de comprador. "Temos campanhas de marketing específicas para supermercados que, corretamente executadas, maximizam o resultado de vendas da categoria de bebidas", diz Tavares. Entre os lançamentos da Coca-Cola, destaque para a o refrigerante Nova Sprite, já disponível no mercado. André Alves


www.dcomercio.com.br/c ampinas/ Edição de Campinas concluída às 23h55 Ano 81 - Nº 21.958

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R$ 0,60

Lucas Lacaz Ruiz/AE

Apareceu no NY Times e no Post. Mas sumiu no Brasil A passeata Grito do Silêncio reuniu 15 mil pessoas, para os jornais New York Times, Washington Post, Miami Herald e Diário do Comércio. A Folha, que contou só 2 mil manifestantes, e o Estadão, 2.500, parece que não a viram. A passeata, organizada por 40 entidades, entre elas a ACSP, lotou a rua Boa Vista e iniciou os protestos do 7/9. Página 8

DESFILES DE PROTESTOS Celso Júnior/AE

Paulo de Almeida/Chromafotos/AE

Lula: entre vaias e aplausos no desfile do Sete de Setembro

Referências à crise política dominaram faixas, cartazes e palavras-de-ordem da tradicional Marcha dos Excluídos

No Dia da Pátria, as comemorações dão lugar a manifestações contra a corrupção. Severino, na ONU, luta para manter-se no cargo. Lula faz mais um pronunciamento e está na mira dos humoristas. Páginas 3, 4 e 5

Jamil Bittar/Reuters

Cristiano Borges/Futura Press

Paulo Liebert/AE

No Dia da Pátria...

O "mensallão" vai à frente da banda em Goiânia

Severino foi destaque nos protestos

Divulgação

Kin Dias

O tesouro da Chapada Diamantina Agora são as cachoeiras, grutas, pântanos, vales, picos, cânions e história. Antes, eram só diamantes

Jóias de quatro rodas Acelere para as novidades do Salão de Frankfurt. TEMPO EM CAMPINAS Parcialmente nublado Máxima 27º C. Mínima 14º C.


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DCARRO

São Paulo, quinta-feira, 8 de setembro de 2005

MERCADO/AUTOINFORME

Vendas crescem em agosto Com a comercialização de mais de 151 mil veículos, setor registra desempenho positivo no mês e pode fechar o ano com resultado 10% superior ao de 2004

O

setor automobilístico se recuperou depois de dois meses fracos e as vendas cresceram 9,3% em agosto comparativamente a julho. Foram vendidos 151.723 carros, comerciais leves, caminhões e ônibus. Em relação a agosto de 2004, as vendas internas de veículos aumentaram 16,5%. O balanço do mês passado mostra que foram comercializados 120.663 veículos de passeio, 22.876 comerciais leves, 6.634 caminhões e 1.550 ônibus. As vendas de carros bicombustíveis não param de crescer e já representam 57,2%, diante de 54% no mês anterior. Já os modelos de 1000 cc, os chamados populares, perderam participação e têm agora 45,2% do total das vendas.

Liderança - A Fiat continua na frente, com 25,5% da participação no mercado e um total de 36.630 veículos vendidos no mês. A General Motors é a segunda colocada no segmento de carros e comerciais leves, com 31.169 unidades (21,7%). A Volkswagen é a terceira, com 28.755 (20%), e a Ford se mantém na quarta colocação, com 18.917 (13,2%). A GM também passou a ocupar a segunda posição no acumulado do ano, com 21,8% do bolo do mercado, enquanto que a Volkswagen, em terceiro, tem 21,6%. Na seqüência vêm a Ford e as japonesas Honda e Toyota. No acumulado dos primeiros oito meses do ano as vendas atingiram 1.090.587 veículos automotores, o que significa um crescimento de 10,4% sobre o resultado obtido pelo setor no mesmo período do ano passado. Se esse ritmo se mantiver nos

próximos quatro meses, a indústria automobilística vai fechar o ano com 1.635.000 unidades vendidas internamente, um acréscimo de 10% e o melhor desempenho desde 2001. Ranking por modelo - A surpresa do ranking de vendas de agosto é a segunda colocação do Mille, que passou o Palio e o Celta. O Gol permanece em primeiro, fato que se repete há 18 anos. Em agosto foram comercializadas 14.399 unidades do Gol e 11.839 do Fiat Mille. O Celta, terceiro colocado, vendeu 10.918 unidades e o Palio caiu da segunda para a quarta posição, com 10.839. Entre os veículos comerciais leves, a Strada abriu larga vantagem sobre a segunda colocada, a Chevrolet Montana. A Fiat aumentou em 15% as vendas da Strada e totalizou 4.162 unidades. Bem atrás, a picape da GM vendeu 1.618 unidades e a Hilux, que ocupou a segunda colocação nos dois últimos meses, ficou em terceiro, com 1.251 unidades. Mas a picape da Toyota continua liderando com folga o ranking do segmento das médias. Nas dez primeiras posições do ranking figuram seis modelos hatchs pequenos, dois sedãs, uma picape e um utilitário esportivo. O médio mais vendido no País é o Toyota Corolla, na 12ª posição, com 3.772 vendas. A liderança das minivans é da Meriva, que é a 23ª no ranking total, com 1.565 unidades. A perua mais vendida é a Fiat Palio, enquanto no segmento das vans os destaques são a Fiorino e a Kombi.


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quarta-feira e quinta-feira, 7 e 8 de setembro de 2005

LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS - 11

IMPOSTÔMETRO ASSUSTA CONTRIBUINTE AO MOSTRAR O QUANTO JÁ SE PAGOU DE TRIBUTOS DESDE JANEIRO Marcos Fernandes/Ag.Luz

O segurança Humberto Procópio de Almeida (à dir.): acham que somos palhaços

Acho que R$ 500 bilhões é muito dinheiro para pouco retorno. É incrível como com tanto dinheiro nas mãos, o governo não faz quase nada.

Francisco Dario Morais, motorista

Nem acabou o ano e o governo já arrecadou tudo isso! Falta escola, transporte, moradia. Esse dinheiro é para isso, não é?

Os impostos deveriam ser menores. Se a carga tributária fosse mais leve, o povo se responsabilizaria mais pelo pagamento.

Ana Gomes, doméstica

Antonio Guerra, engenheiro

Superleão libera hoje consulta ao quarto lote tribuinte acessar a página do Fisco na internet (www.receita.fazenda.gov.br) ou ligar para 0300-78-0300. O dinheiro da restituição poderá ser sacado no próximo dia 15 e estará corrigido em 7,26%, referentes à correção da taxa Selic de maio a agosto, e mais 1%, relativo setembro. (AE) DC

Receita Federal do Brasil vai liberar hoje, às 8 horas, a consulta ao quarto lote de restituições do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) de 2005. Esse é o maior lote do ano, com um total de R$ 1,449 bilhão em imposto a restituir aos contribuintes. Para verificar se está na lista, basta o con-

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UMA ARRECADAÇÃO ABSURDA: R$ 500 BI A pouco menos de quatro meses para terminar o ano, a arrecadação de tributos dos governos federal, estadual e municipal já ultrapassou os R$ 500 bilhões. A cifra bilionária foi atingida nesta terça-feira, por volta das 9h30, e revelada graças ao Impostômetro, instalado na fachada do prédio da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) para monitorar, em tempo real, a voracidade do Leão. A reação de quem passou em frente ao painel eletrônico se resume a uma palavra: Absurdo!. A doméstica Ana Gomes ficou revoltada. "Nem acabou o ano e o governo já arrecadou tudo isso! Falta escola, transporte, moradia. Esse dinheiro é para isso, não é?", indagou. Também indignado, o engenheiro civil Antônio Guerra acredita que o mais grave é ter que pagar impostos tão altos e não ver esse dinheiro ser reinvestido em benefícios para a população.

O engenheiro sugeriu que o governo diminua a carga tributária do País. "Os impostos deveriam ser menores. Se a carga tributária fosse mais leve, o povo se responsabilizaria mais pelo pagamento", disse. Guerra lembrou do mal exemplo de alguns membros do governo. "É por causa da pesada carga tributária que até o próprio governo faz caixa dois", completou. A precariedade dos serviços públicos prestados à população também é a principal reclamação do motorista Francisco Dario Morais. "Acho que R$ 500 bilhões é muito dinheiro para pouco retorno. É incrível como com tanto dinheiro nas mãos, o governo não faz quase nada", afirmou. O segurança Humberto Procópio de Almeida concorda. "O governo só sabe cobrar impostos, mas não vemos o dinheiro ir para lugar nenhum. Acham que somos palhaços", disse Almeida. Os R$ 500 bilhões foram al-

cançados com 39 dias de antecedência em relação a 2004. Segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), Gilberto Luiz do Amaral, isso representa R$ 69 bilhões a mais de arrecadação, sem contar juros, em relação a 6 de setembro do ano passado. Já os R$ 600 bilhões devem ser atingidos no final de outubro e, até o final do ano, estima-se o registro de um total de R$ 750 bilhões em tributos arrecadados pelas três esferas de governo. Para o presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, a carga tributária brasileira está acabando com as empresas. "Com o que se arrecada de impostos neste País daria para termos excelentes serviços públicos, mas o governo gasta muito mal o nosso dinheiro. Precisamos urgentemente que o brasileiro tome consciência do quanto paga e do quase nada que recebe em troca", afirma.

No mesmo dia em que foi atingida a marca de R$ 500 bilhões em tributos recolhidos, aconteceu no centro de São Paulo a passeata chamada "Grito do Silêncio" contra a corrupção do governo Lula, que contou com a participação da ACSP. Ao passar pelo Impostômetro, Afif chamou a atenção dos cidadãos para a cifra bilionária. "Onde está esse dinheiro? Para onde vai tanto dinheiro?", questionou Afif. Lançado no dia 20 de abril, o Impostômetro tem como objetivo conscientizar a população sobre o quanto ela paga de impostos todos os dias para que, com isso, possa exigir do governo a contrapartida na prestação dos serviços públicos. Os números computados pela ferramenta incluem multas, juros e correção monetária. O painel também está disponível na Internet, pelo endereço eletrônico www.impostometro.org.br. Laura Ignacio

Cai cláusula restritiva na Rede Plaza

S

eguindo os passos do Morumbi Shopping, os shopping centers Pátio Higienópolis, Paulista, West Plaza e Plaza Sul atenderam solicitação do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas-SP) para facilitar a renovação dos contratos de locação dos 1.046 lojistas da Rede Plaza. Na terça-feira, foi protocolado um acordo entre os shoppings e o sindicato que anula uma cláusula que impõe condição

pecuniária – um montante mínimo de pagamento – para a renovação do aluguel. A cláusula determina como condição essencial para a renovação do contrato de locação que, nos últimos 12 meses anteriores à renovação ou por pelo menos um terço dos meses de vigência de seu contrato, o locatário tenha pago valores de aluguel superiores ao mínimo. Para os shoppings, o acordo também é benéfico. "O acordo

foi firmado pelo interesse da Rede Plaza em manter um bom relacionamento com os lojistas", diz o advogado da rede, Fábio Ajbeszyc. Para valer, só falta a homologação do acordo pela Justiça. Assim como foi feito pelo Morumbi Shopping, o acordo vale para contratos em vigência e futuros e foi firmado após o sindicato entrar com uma ação declaratória de nulidade de cláusula contra os shoppings

da Rede Plaza. O principal argumento do sindicato é a Lei do Inquilinato, que dispõe que são nulas as cláusulas que afastem a possibilidade de renovação contratual ou imponham obrigações pecuniárias para tanto. "O acordo foi algo positivo porque os lojistas poderão renovar com mais tranquilidade os respectivos contratos", afirma o advogado do Sindilojas-SP, Daniel Alcântara Nastri Cerveira. (LI)


São Paulo, quinta-feira, 8 de setembro de 2005

DCARRO

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ACESSÓRIOS

Divulgação

Novidades em som e vídeo Anderson Cavalcante

Monitor de teto com tela ajustável, amplificadores digitais que melhoram a qualidade do som e disqueteiras são alguns dos novos produtos já à venda no mercado brasileiro

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mercado de som e vídeo automotivo não pára de apresentar novidades. A Clarion, uma das empresas responsáveis pela renovação constante dos produtos deste segmento, traz para o Brasil mais três novos equipamentos que ampliam sua linha de produtos: o monitor de teto traseiro OHM 102, com tela de 10,2 polegadas, o amplificador digital APA 4320 e a disqueteira VCZ625. O novo monitor com visor TFT Widescreen de Matriz-Ativa e ajuste de ângulo lateral permite a divisão de imagens na "tela ajustável" (picture in picture), para que os passageiros possam assistir, simultaneamente, um filme e jogar videogame, por exemplo. O aparelho possui dois fones de ouvido sem fio para que cada um dos usuários possa reproduzir o áudio escolhido. O ajuste do monitor é facilitado através da mensagem na tela (OSD) e o controle remoto (tipo Card). O produto já está disponível nas lojas de todo Brasil pelo preço sugerido de R$ 4.490. Garantia - Outro lançamento da marca, o amplificador digital APA 4320, tem a garantia da fábrica de trabalho noite e dia sem queimar, com potência máxima de 640 watts, utilização em 4, 3 e 2 canais, saída de potência contínua média de 320

watts (80 W x 4 canais em 4 ohms) estéreo 2 ohms (115 W x 4 canais), crossover de Low-Pass e Hi-Pass ajustável, saída mosfet, entrada RCA e de nível de alto-falantes e placa FR4PC de dupla face. Pequeno e moderno, pode ser utilizado em grandes sistemas de sonorização como subwoofers ou sistemas de áudio com saída RCA. O preço sugerido pelo fabricante para o consumidor final é de R$ 1.299. Disqueteira - Entre as opções para motoristas que não abrem mão da autonomia na hora de escutar uma música com qualidade estão as disqueteiras. Uma ótima notícia para eles é que agora isso também é possível para reprodução de vídeos e DVD. A novidade da Clarion é a disqueteira VCZ625 com capacidade para seis discos e que reproduz DVD, CD de Áudio, Vídeo CD e CD-R/RW codificados em MP3. A utilização é possível em equipamentos Clarion com comunicação CeNET ou em operação individual utilizando qualquer monitor do mercado. Além da reprodução multimídia, o aparelho conta com saída de áudio digital para processadores DolbyPrologic/DTS 5.1 via cabo de fibra ótica ou RCA e um conversor digital/analógico de 24 bits.

O monitor de teto traseiro OHM 102, com tela de 10,2 polegadas, os amplificadores APA 4320 (digital) e SPL 6000 e a disqueteira VCZ625

O novo equipamento da Clarion, que chega ao mercado brasileiro com preço na faixa de R$ 4.500, possui controle remoto com receptor e pode ser instalado no porta-malas do veículo ou embaixo do banco em ângulos de 0º a 90º. Stetsom - Apresentando o novo amplificador SPL 6000, a empresa está mostrando a renovação de material gráfico e do design que ocorrerá gradativamente em toda sua linha, na tentativa de modernizar, ainda mais, seus aparelhos. O SPL 6000 é um amplificador Mono com 16 transistores Mosfet de alta corrente, garantindo ao aparelho a potência de 600W RMS ou 6000W PMPO. Conta com um cooler de alta vazão para resfriar o sistema e tem a

instalação simplificada pela utilização de conectores que evitam emendas nos fios. O aparelho, disponível na cor branca e que vem com o novo logo Stetsom, pode ser instalado em qualquer auto-rádio, CDPlayer/MP3 Player ou equalizador e tem preço na faixa de R$ 390.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.EMPREENDEDORES Rosemberg no Parque São Jorge: empresário administra a loja de artigos oficiais do Corinthians

EMPREENDEDORES

Especialista em fanáticos por futebol Eduardo Rosemberg é tão apaixonado por futebol quanto milhares de brasileiros. Mas o exdirigente da torcida Gaviões da Fiel fez da paixão um negócio lucrativo: a Roxos e Doentes.

LETREIRO

A

s palavras "roxos" e "doentes" são sinônimas de fanáticos, para os entendidos de futebol. "É um nome de impacto para os apaixonados pelo esporte", explica Eduardo. A escolha pela cor roxa também não se identifica com a de nenhum clube em particular. Conseqüentemente, a loja oferece produtos para todas as torcidas. O escudo, obrigatório em qualquer equipe, também está presente na marca da empresa. "Além de trabalharmos com o futebol, também somos uma equipe em busca de nossos objetivos", diz o empresário.

SEGREDO

Q

uando uma pessoa gosta do que faz fica mais fácil. Com base nessa premissa, Eduardo conseguiu que sua empresa crescesse ao longo dos anos. "Minha vida é o futebol", costuma dizer. A proximidade no relacionamento com os clientes também colaborou para o sucesso da Roxos. Eduardo afirma que sua equipe de vendas tem que entender de futebol. "O pessoal tem que ser roxo e doente por futebol. Só assim eles conseguem oferecer informações corretas e atualizadas sobre os clubes e seus produtos licenciados".

D

quarta-feira e quinta-feira, 7 e 8 de setembro de 2005

Patrícia Cruz/Agência Luz

PEDRA escobrir, dentro do amplo mix de produtos oferecidos, aqueles que proporcionam as maiores margens de lucro foi uma das principais dificuldades encontradas por Eduardo Rosemberg no início da Roxos e Doentes. "Determinar o controle do estoque só foi possível depois de vários meses atuando no negócio", explica o empresário. Além disso, ele ressalta que as vendas são condicionadas, principalmente, ao desempenho dos quatro grandes times de São Paulo nas competições, fator esse que é imprevisível.

André Alves

E

le é corinthiano "roxo". E "doente" por futebol, como no dito popular. Ex-dirigente da torcida Gaviões da Fiel, a t u a l m e n t e o e m p re s á r i o Eduardo Rosemberg agrada a torcedores fanáticos de todos os times. Esse feito deve-se à rede de lojas Roxos e Doentes, que ajudou a fundar em 1999. Sua idéia era ter a maior quantidade possível de itens relacionados ao futebol em um único espaço. O empreendimento deu tão certo que até já virou grife de roupa. A paixão pelo futebol vem da infância. Mesmo enquanto trabalhava com vendas de automóveis e, posteriormente, como bancário, a modalidade esportiva nunca saiu da mente de Eduardo. O curso superior de Administração de Empresas também não conseguiu desviá-lo do seu sonho de trabalhar com artigos relacionados ao esporte. Então, ao visitar grandes estabelecimentos comerciais e clubes do exterior, o empresário resolveu fundar a primeira loja exclusivamente voltada ao futebol no Brasil, com foco em fanáticos pela bola. "A pessoa pode até mudar de sexo, mas não muda de time", brinca o empresário. A primeira loja da Roxos e Doentes foi aberta em 1999, no Shopping Light, na capital paulista. Na época, Eduardo e seu sócio desembolsaram cerca de R$ 100 mil no novo empreendimento. "Fizemos vá-

rios anúncios no rádio dizendo que o torcedor podia encontrar tudo sobre o clube dele", conta. Em razão da crescente demanda, a inauguração de outra loja foi inevitável. Ela veio no ano seguinte, em Santana, zona norte da cidade. O conceito de uma loja da Roxos, segundo Eduardo, não é apenas vender materiais esportivos. "É acima de tudo uma loja de presentes", afirma. Cerca de 90% dos 1,5 mil itens Trabalhar com esportes era sonho de infância disponíveis em cada unidade são produtos usados dentro do título, os resultados são ainda campo, como camisas, chutei- mais positivos", diz Eduardo. ras, calções, entre outros. Os Cerca de 70% das vendas nas 10% restantes são os itens uti- lojas são de camisas de times e lizados fora das quatro linhas, seleções. Ao lado da Copa do como bonés, bandeiras, garra- Mundo, os lançamentos de nofas de água e canecas. vas camisas dos principais cluCopa bes brasileiros e as respectivas A Roxos e Doentes conta conquistas de títulos são os facom cinco lojas em São Paulo, tores que contribuem para imtodas próprias. A empresa pulsionar as vendas. quer aproveitar a próxima CoOutro ramo recente de atuapa do Mundo, que vai ser rea- ção da empresa veio com a conlizada na Alemanha em 2006, solidação da marca no mercapara aumentar as vendas. "A do: a grife Roxos e Doentes. Ela Copa significa um Natal a mais conta com cerca de 20 camisas para o negócio. Se o Brasil che- e blusas voltadas a ambos os gar à final da competição e ao sexos. São roupas de verão e in-

"O futebol virou componente da moda", diz Eduardo Rosemberg

verno que trazem o logotipo da loja estampados na frente ou nas costas. Como a demanda inicial está sendo alta, a Roxos lançará no próximo mês sua linha infantil de roupas, e não vai parar por aí. "Para a Copa do Mundo, vamos fazer camisas da marca alusivas aos países participantes da competição. Acredito que é uma área que vai crescer muito. É como se fôssemos um time", diz o empresário. Lojas oficiais Além das cinco unidades em São Paulo, a Roxos e Doentes administra as lojas oficiais do Corinthians, no Parque São Jorge, do Atlético Mineiro, em Belo Horizonte e do Internacional, no estádio do Beira Rio, em Porto Alegre. É uma parceria entre a empresa e os clubes por meio da qual a Roxos administra e paga uma porcentagem nas vendas dos produtos para os times.

O desempenho da Roxos e Doentes desde que foi criada mostra um crescimento anual de cerca de 25% nas vendas. Para Eduardo, o trabalho que vem sendo desenvolvido pelas grifes é um dos motivos para o crescimento do setor. "O futebol está sendo visto por grandes marcas como componente da moda. Muitas roupas casuais já são inspiradas na modalidade". A partir do próximo ano, a empresa deve adotar o sistema de franquias, que já está em fase de formatação. A idéia é abrir lojas no interior de São Paulo e, depois, para outros estados. De acordo com o projeto, serão 20 lojas até o início de 2008. Seis delas devem ser inauguradas em 2006, enquanto que as outras doze serão abertas em 2007. Na primeira etapa as lojas serão instaladas em shoppings centers. Depois, no formato de rua.

CABECEIRA Produtos com marca própria são a nova aposta da Roxos e Doentes. Objetivo é oferecer alternativas de presentes para quem aprecia futebol. Mais de 1,5 mil itens são vendidos nas cinco lojas da empresa.

Jogos e comportamento

B

aseado nas teorias dos Jogos e da Evolução o livro conceitua e depois exemplifica tudo o que pode ser resolvido a partir do famoso "se eu souber prever o que você pensa sobre mim, saberei agir e reagir, atendendo às suas expectativas". Raul Marinho, o autor, transforma o aprendizado de técnicas de compreensão do comportamento humano em uma leitura divertida e repleta de sugestões sobre outras obras as quais consultou para a produção do livro. Ele conta que a idéia de escrever sobre o tema adaptando-o às questões relacionadas à negociação e à estratégia ganhou impulso com o lançamento do filme Uma Mente Brilhante, que retrata a vida de John Nash, ganhador do prêmio Nobel de Economia por seu trabalho em Teoria dos Jogos. Dessa vez, é a teoria a favor da prática. (JM)

A publicação é da Editora Saraiva (160 páginas)


quarta-feira e quinta-feira, 7 e 8 de setembro de 2005

DIÁRIO DO COMÉRCIO

TURISMO - 1

CHAPADA DIAMANTINA

Divulgação/Setur-CE

BELEZAS CEARENSES ALÉM DE FORTALEZA Estado se estrutura em oito rotas temáticas, que incluem praias – famosas como Jeri e menos conhecidas como Camocim –, cultura, história, esportes de aventura e até religião. Pág. 4 Fotos: Kin Dias

MINA DE RIQUEZAS N o passado, essa preciosa região da Bahia vivia do garimpo de diamantes. Hoje, é a natureza seu grande tesouro. Mais de 70 cachoeiras, 100 grutas, pântanos, rios de águas de cor coca-cola, vales, picos, cânions e cidadezinhas históricas encantam cada vez mais viajantes. Págs. 2 e 3

A pitoresca Xique Xique do Igatu (no topo) serve de base para se desvendar algumas das atrações mais espetaculares do parque nacional. Entre elas, Poço Encantado (acima, à esq). Cachoeiras pontuam quase todas as trilhas locais. Entre um programa e outro, tem-se o contato com o povo sorridente, com muitas histórias para contar


DIÁRIO DO COMÉRCIO

16 -.CIDADES & ENTIDADES

Prefeitura usará câmeras para combater corrupção

quarta-feira e quinta-feira, 7 e 8 de setembro de 2005 Arquivo DC

Fiscal da Subprefeitura do Jabaquara revela esquema de mensalinho envolvendo propaganda de empreendimentos imobiliários. Prefeitura anunciou que vai fotografar placas irregulares nas ruas da cidade. Arquivo DC

P

ara tentar reduzir os casos de corrupção e e x e rc e r u m m a i o r controle sobre os fiscais do Município, agentes das subprefeituras vão registrar por meio de fotografias as placas irregulares de propaganda nas ruas de São Paulo. Com isso, a administração quer criar um banco de imagens para saber se a fiscalização é feita de forma adequada. A medida já foi iniciada na Subprefeitura da Sé, mas as subprefeituras de Pinheiros, Mooca, Vila Mariana, Butantã e Lapa também adotarão a medida. "É uma medida simples, mas eficiente, pois dessa forma saberemos quais empresas que devemos cobrar e se os fiscais estão trabalhando direito", disse o subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo, que acumula o cargo de secretário de Serviços. No último sábado, um fiscal da Subprefeitura do Jabaquara foi apanhado em flagrante ao cobrar propina para não fiscalizar anúncios irregulares. O fiscal exigiu R$ 500 de um repórter da Rádio Bandeirantes, que se fez passar por um empresário do ramo e gravou a conversa. O subprefeito Walter Iihoshi instaurou uma sindicância e afastou funcionários (ver texto abaixo). O fiscal disse ainda que existia um esquema semelhante em outras subprefeituras e que parte do dinheiro servia para pagar mensalinhos a vereadores. Além das fotografias, a Subprefeitura da Sé confeccionou um selo que, a partir de outubro, será obrigatório em todos os cavaletes de publicidade da região. "As empresas costumam comprar autorização para 5 cavaletes e espalham 40",

O subprefeito do Jabaquara, Walter Iihoshi, que afastou fiscais

diz Matarazzo. "Em outubro, o cavalete que não tiver o selo será retirado e a empresa que o colocou, multada." Para as subprefeituras de regiões em que há grande quantidade de lançamentos imobiliários, os cavaletes são uma importante fonte de receitas. Conforme a Subprefeitura da Sé, no primeiro semestre, a autorização para 2.660 cavaletes de publicidade na região rendeu aos cofres municipais R$ 755 mil. Em 2004, a receita com os cavaletes foi de R$ 177 mil. A Prefeitura ainda estuda a

No Jabaquara, relatório sobre propina sai em 5 dias

E

m cinco dias, a comissão de averiguação preliminar criada pela Subprefeitura do Jabaquara para apurar denúncia de corrupção de fiscais deverá concluir relatório sobre os beneficiários do suposto esquema de mensalinho. Anteontem, quatro funcionários suspeitos de envolvimento com o esquema foram afastados de suas atividades pelo subprefeito Walter Iihoshi. Em sua conversa com o repórter da Rádio Bandeirantes (ver texto acima), o fiscal Luís Carlos de Andrade revelou que o esquema de vistas grossas à veiculação de propaganda nos dias de semana segue uma tabela cujos valores são fixados pelo chefe de fiscalização da Subprefeitura, Edgard Barreto Santos. Citou ainda os nomes do supervisor de fiscalização, Mario Gazzo Neto, e do agente fiscal Jair

Vasconcelos. “O negócio vem da nossa mão e o Edgard manda a gente fazer o serviço. Ele dá o valor, valor de tabela”, disse Andrade. O subprefeito Walter Iihoshi disse que a denúncia “é uma surpresa e caiu como uma bomba na sua administração”. Em entrevista ao Diário do Comércio, Iihoshi afirmou que “todos os suspeitos envolvidos já foram afastados, sendo que os dois funcionários que ocupavam cargos já foram exonerados”. Em outro trecho da conversa telefônica, o fiscal afirmou que o esquema existe em outras subprefeituras, como as de Pinheiros, Sé, Santo Amaro e Lapa. A arrecadação com propinas chegaria a R$ 100 mil e o montante repassado para outras pessoas. “Dá um dinheiro bom, uns cem paus" (...) até vereador pega, meu". Fernando Vieira

● TRABALHISTA (dissídios individuais e coletivos)

● REPRESENTAÇÃO COMERCIAL

Rua Mário Amaral, 335 - Paraíso S. Paulo/Capital - Tel/Fax: (11) 3885-0423 www.advrns.com.br

advrns@aasp.org.br

legislação para saber se pode pedir auxílio à população na retirada das placas. "Caso seja permitido, vamos pedir para que os próprios pedestres nos ajudem a retirar os cavaletes que não tiverem o selo." Denúncias pelo serviço 156 e pela Ouvidoria serão incentivadas. A Subprefeitura da Sé tem 32 fiscais para cobrir uma área de 26,2 km². Desse grupo, três fiscais ficarão encarregados de tirar as fotografias das principais avenidas da região. A avenida Tiradentes já foi fotografada e os trabalhos terão

continuidade por todo o mês. O secretário de Coordenação das Subprefeituras, Walter Feldman, informou que outras medidas já foram adotadas por algumas subprefeituras para reduzir as fraudes. "Em Santana, por exemplo, eles utilizam um sistema de planta online que permite monitorar a demanda da parte de imóveis." Na Lapa, o subprefeito Paulo Bressan firmou parceria com o Instituto Trevisan para estudar uma maneira de simplificar os processos de uso e ocupação de solo. "Nós queremos diminuir os intermediários e desburocratizar o sistema." Segundo Bressan, essa aproximação com a população já trouxe resultados. "Antes, o bairro da Lapa era uma da áreas com mais denúncias. Neste ano, não houve nenhuma." Feldman disse que o combate à corrupção foi iniciado em março. "Em 90 dias todo o sistema de fiscalização mudará radicalmente." Investigação – Na Câmara Municipal, a Comissão de Constituição e Justiça aprovou pedido para que o fiscal Luís Carlos de Andrade, flagrado pedindo propina na gravação, preste esclarecimentos e aponte se há vereadores envolvidos no esquema de corrupção. Em 1999, durante a administração do ex-prefeito Celso Pitta, o vereador Vicente Viscome e o deputado estadual Hanna Garib foram cassados no caso da máfia dos fiscais. Tudo começou em 1998, quando o fiscal Marco Antônio Zeppini, da então Administração Regional de Pinheiros, foi preso em flagrante por uma tentativa de suborno. (AE)

Alterações de mãos-de-direção na República durarão 10 meses

Metrô provoca alterações de trânsito na República

A

partir das 10h do próximo domingo, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) vai promover uma série de interdições de trânsito na região da praça da República, na região central de São Paulo, especialmente nas confluências da avenida Ipiranga com a avenida São Luís e rua 24 de Maio. O motivo é a construção de um trecho da linha 4 do metrô. As modificações na circulação de veículos deverão durar, pelo menos, dez meses. Uma das principais alterações para a realização das obras serão, exatamente, duas interdições parciais na avenida Ipiranga. De acordo com técnicos da CET, estão previstas modificações na mão de direção da rua Araújo, que passará a ter sentido único entre a praça da República e a avenida Ipiranga. Já a rua Gabus Mendes passará a ter ter mão-dupla de direção. Na rua Aurora, diversas áreas de zona azul serão desativadas e o estacionamento de veículos nessa via passará a ser proibido em tempo integral em quase toda a sua extensão. As mesmas alterações serão observadas nas ruas Bento Freitas e

Major Sertório, além da própria região de entorno da praça da República. Com a função de permitir a circulação por rotas alternativas a CET deverá instalar pelo menos cinco semáforos. Sua localização já foi definida: eles estarão nos cruzamentos entre as ruas dos Andradas e dos Timbiras, dos Andradas e Aurora, dos Andradas e Vitória, dos Timbiras e Joaquim Gustavo, Aurora e Guaianases. Uma outra medida a ser adotada pela CET em função das interdições é o remanejamento de dois pontos de táxi. Um deles, hoje localizado no cruzamento da rua Aurora com a rua Guaianases, vai ser transferido para a praça da República, entre a rua do Arouche e a Pedro Américo. Outros pontos de táxi localizados na rua Bento Freitas – entre a Marquês de Itu e a General Jardim e entre a rua Santa Isabel e o largo do Arouche – também serão transferidos para a República, entre a rua 7 de Abril e a Basílio da Gama. Itinerários de linhas de ônibus que passam pela região também serão alterados. As mudanças serão anunciadas pela Secretaria Municipal de Transportes. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.TURISMO

Fotos: Kin Dias

quarta-feira e quinta-feira, 7 e 8 de setembro de 2005

Uma miragem no sertão da Bahia

No coração do Estado, brotam maravilhas – de cachoeiras a grutas impressionantes. A porta de entrada é a histórica cidade de Lençóis. Bem-vindo à região do Parque Nacional da Chapada Diamantina

Por Antonella Salem Patrimônio secular, Lençóis (à esq. e acima) concentra a melhor infra-estrutura para o turista. Nas proximidades, muitas atrações: Morro do Pai Inácio (no topo, à esq.), o lugar para o pôrdo-sol; passeio de canoa pelo Rio Santo Antônio (no topo, à dir.) e seu pântano; a famosa Cachoeira da Fumaça (à dir.) e o snorkelling na Gruta da Pratinha (abaixo)

S

empre quis conhecer a Chapada Diamantina, um daqueles destinos imperdíveis no Brasil de que ouvimos falar tanto e que ficam guardados na memória. "Um dia eu vou." Pois chegara este dia e lá estávamos no saguão do pequeno Aeroporto de Lençóis, a porta de entrada para este precioso parque nacional no coração do Estado da Bahia. Nosso guia turístico à espera, devidamente vestido para a aventura. "Prontos?" Pé na estrada. E quilômetros a percorrer pelo árido sertão. "A história geológica dessa região começa há 1,8 bilhão de anos, quando o sertão era mar", conta o anfitrião. Movimentos tectônicos e a erosão dos ventos e da água deram, então, origem às maravilhas que hoje vislumbramos. São 152 milhões de hectares de parque, criado em 1985, e incontáveis atrações naturais lá dentro e ao redor. A Chapada baiana brilha, impressiona. Mais de 70 cachoeiras, 100 grutas, além de cavernas, pântanos, rios de águas de cor coca-cola, vales, picos, cânions profundos e cidadezinhas pitorescas cativam viajantes de todas as partes – europeus aos montes.

BOA VIAGEM Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editora Antonella Salem antonellasalem@uol.com.br Sub-editora Lygia Rebello lygiarebello@uol.com.br Projeto gráfico José Coelho Gerentes: Publicidade Solange Ramon, tel. 3244-3344, sramon@acsp.com.br Produto Arthur Gebara Jr., tel. 32443122, agebara@acsp.com.br Rua Boa Vista, 51, 6º andar Impressão Diário de São Paulo www.dcomercio.com.br

Sem falar na vegetação exuberante, que mistura espécies cactáceas da caatinga e raros exemplares da flora serrana, entre bromélias, orquídeas e sempre-vivas. E além da natureza para lá de privilegiada, tem-se o contato com muitas e muitas histórias de seus moradores, descendentes de gerações de garimpeiros que, no século 19, viveram da "corrida" ao diamante. Capital do Diamante – "Uma semana é pouco", avisa o guia. "Vai faltar um monte de coisa." Ele tem razão. O visitante pode optar por conhecer alguns dos principais municípios e os atrativos nas proximidades ou pode juntar-se a grupo de trekking e percorrer durante seis dias a trilha do Vale do Paty, dormindo em barracas e em casas de moradores. Isso só para citar alguns dos roteiros possíveis. A principal base para a maioria dos programas: Lençóis. Encravada no norte do parque, dona da melhor infraestrutura local para turistas, a chamada Capital do Diamante reúne um patrimônio histórico secular que remonta à época do garimpo. Em cada casinha, há hoje uma lojinha de equipamentos para caminhadas, um restaurante, um boteco, uma residência, uma pousada. Num tour pelas ruelas com calçamento de pedras se destacam o Mercado Municipal, transformado em centro cultural, e a bela igreja matriz de Nossa Senhora do Rosário. L e n ç ó i s s u rg i u e m 1 8 4 4 quando garimpeiros criaram abrigo, em um contraforte da Serra do Sincorá, usando toldos de panos. Daí originou-se seu nome. Dizem, também,

que ela teria sido assim batizada graças aos lençóis d’água em seu entorno – na região nascem 90% dos rios da Bahia. Show – A partir do centro histórico, há muitas águas e paisagens díspares para explorar. A Chapada dá um show diferente a cada passeio, mas é preciso estar preparado para caminhar. Imperdível, a trilha de cerca de sete quilômetros que acompanha parte do leito do Rio Ribeirão leva à bela Cachoeira do Sossego. São várias quedas, com direito a um refrescante mergulho. Mais impressionante é o percurso de seis quilômetros, por cima, rumo à Cachoeira da Fumaça. O programa começa com a dura subida do morro e continua suave pelos floridos

campos de altitude do Vale do Capão. Por fim, eis uma das visões mais esperadas da Chapada Diamantina – o paredão vertical e os 380 metros de queda. Para avistá-la, os mais corajosos deitam sobre uma pedra e arriscam o olhar cânion abaixo. E um aviso: as águas da Fumaça dispersam com a altura. O que se vê é um fio de água fininho que mais parece fumaça. Na seca, os turistas mais ansiosos irão se decepcionar, já que a cachoeira desaparece, restando apenas o desfiladeiro. Para os viajantes menos esportistas, a região também reserva programas. A visita à Gruta da Pratinha, por exemplo, convida a vislumbrar formações calcárias e à possibilidade da prática de snorkelling

em águas cristalinas. Já o passeio pelo Rio Santo Antônio é feito a bordo de uma canoa, passando pelas áreas alagadas (ou de pântano) conhecidas por Marimbus. No fim do dia, o espetáculo da natureza baiana tem de ser no topo do Morro do Pai Inácio. Acessível por carro e alguns metros a pé, o local é palco da lenda que trata do ro-

mance proibido entre o escravo Inácio e a filha de seu senhor. Todo guia narra a história nos mínimos detalhes. Como pano de fundo, a cena inesquecível da luz do pôr-dosol sobre os chapadões, reluzentes como diamantes. Viagem a convite da Venturas & Aventuras, Cia Nacional de Ecoturismo. TAM e Ocean Air

NA AGENDA Para quem está com viagem marcada à Chapada Diamantina ou quer se programar para o ano que vem, uma dica: a cidade de Lençóis é palco anualmente de um agitado Festival de Inverno. Em sua 7ª edição, o evento deste ano começa hoje e se estende até 11 de setembro. Realizado na praça principal, baseiase no trinômio música, cultura e ecologia. Grandes nomes da música brasileira prometem subir no palco. Já confirmaram presença Pato Fu, Chico Cesar, Vanessa da Matta,

Matingueiros, Luiz Caldas, Cordel do Fogo Encantado e Os Mustangues. Sem contar a apresentação de artistas locais. Além da música, o Festival de Inverno da Chapada Diamantina tem espaço para manifestações culturais – da fotografia ao teatro, passando pela dança e o cinema. Paralelamente, estão programados painéis para a discussão do desenvolvimento sustentável do parque nacional, todos abertos ao público.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

14 -.GERAL

quarta-feira e quinta-feira, 7 e 8 de setembro de 2005

MESMO SEM TEREM PARA ONDE IR, MORADORES DE NOVA ORLEANS SERÃO OBRIGADOS A DEIXAR SUAS CASAS Marcio Jose Sanchez/AFP/AE

Shannon Stapleton/Reuters

Estados Unidos não respondem à oferta de ajuda feita por Cuba ais de uma semana se passou depois que Cuba ofereceu ajuda aos Estados Unidos com o envio de 1.500 mil médicos para tratar das vítimas do furação Katrina sem que obtivesse nenhuma resposta do presidente George Bush. O oferta de Cuba coloca o antigo inimigo de Havana, o governo dos EUA, entre a cruz e a espada: ou os EUA aceitam a ajuda de uma nação que classificam de um "posto avançado da tirania" ou se arriscam a ser acusados de colocar considerações políticas à frente da vida do povo norte-americano. A oferta original de Cuba de 1.100 médicos, feita durante um encontro reservado com diplomatas americanos em 30 de agosto, foi ampliada para 1.500 profissionais à medida que mais médicos cubanos se sensibilizaram com as imagens de sofrimento da população de New Orleans. O Departamento de Estado dos EUA diz que ainda não se decidiu sobre o oferecimento de Havana, que não tem relações com Washington há mais de quatro décadas. O departamento também não tomou nenhuma decisão a respeito da oferta feita por outro adversário da administração Bush: o presidente venezuelano, Hugo Chávez, que ofereceu 1 milhão de barris de gasolina, US$ 5 milhões em espécie e uma equipe de 200 pessoas que atuam com ajuda humanitária. Já a oferta do Irã, outro "posto avançado da tirania", de 20 milhões de barris de petróleo, foi descartada porque trazia uma exigência: a de que Washington suspendesse as sanções impostas à república islâmica. No último domingo, durante um encontro com os médicos cubanos voluntários, Fidel Castro declarou que iria esperar quantos dias fossem necessários. (AE)

M

Com as águas mais baixas, máquinas dão início à limpeza de ruas e busca de mais corpos de vítimas

ALERTA! MAIS SEIS FURACÕES À VISTA.

A

ntes mesmo de Nova Orleans ter começado a se recuperar dos estragos deixados pelo furacão Katrina, uma péssima notícia: serviços de meteorologia alertaram ontem que há mais seis furacões a caminho da área, até novembro. Três deles são de categoria três para cima. O Katrina teve categoria quatro. Cinco é a máxima. O que levaria os Estados Unidos a enfrentar um agravamento da atual situação. "Ainda estamos em uma situação muito delicada. Não chegamos ao pico da temporada de furacões. E Nova Orleans pode ser atingida de novo", disse Susan Cutter, diretora do Laboratório de Pesquisas de Perigos da Universidade da Carolina do Sul. Tanto a intensidade quanto o número de furacões são determinados pela temperatura da água na superfície dos oceanos. Segundo os especialistas, este ano o Golfo do México, o mar do Caribe e o Atlântico estão mais quentes do que de costume. “As perspectivas não são muito animadoras. Tudo

indica que quando terminar a temporada de furacões, em novembro, veremos uma atividade de ciclones tropicais acima da média, que poderá ser recorde”, diz boletim emitido ontem por meteorologistas da Universidade do Colorado. Retirada – O prefeito de Nova Orleans, Ray Nagin, ordenou a retirada de todos os habitantes que resistem em deixar suas casas, estimados em 10 mil. Ontem, policiais, bombeiros e membros da Guarda Nacional deram início à operação de remoção obrigatória. Depois que as águas começaram a baixar, surge o temor de uma epidemia. A Agência de Proteção do Ambiente dos Estados Unidos confirmou que a água de Nova Orleans apresenta alto nível de contaminação, uma vez que 60% da cidade continua alagada. Stephen Johnson, diretor da Agência, alerta a população para evitar ao máximo o contato com a água, na medida do possível. Testes da água feitos em laboratório encontraram níveis de bactérias escherichia coli, presentes nas fezes huma-

nas e de animais, muito acima dos recomendados. Pelo menos cinco das mortes registradas nos últimos dias podem ter sido causadas por infecções bacterianas, disseram autoridades sanitárias. Água – O alerta piora ainda mais a situação dos moradores de Nova Orleans, que têm sido orientados a não beber água da região. "Pode levar semanas até que seja possível beber água", disse a diretora do Centro de Prevenção e Controle de Doenças, Julie Geberding. "As pessoas não compreendem a situação de risco a que estão se expondo", disse o chefe de polícia Edwin Compass, referindo-se aos que resistem em deixar suas casas, rodeadas pela água. "Vamos retirá-los com ou sem a cooperação deles.", disse o chefe de polícia. Vinte e cinco mil bolsas para cadáveres foram enviadas para Nova Orleans. Autoridades temem que o número de mortos supere os milhares. Ontem, entre 25 e 30 corpos foram achados em um asilo na região de St. Bernard Parish, perto de de Nova Orleans. (Agências)

Operação de retirada obrigatória de moradores começou ontem

Tempestade tropical pode atingir a costa da Flórida costa da Flórida pode ser atingida por uma tempestade tropical, a Ophelia, a décima-quinta registrada no Oceano Atlântico neste ano. Alertas a toda a população foram emitidos ontem, segundo o Centro Nacional de Furacões (CNH), em Miami. Nesse momento, o centro da tempestade se

A

encontrava a 136 quilômetros na direção leste-nordeste do Cabo Canaveral, costa oriental da Flórida. Os ventos registrados tinham velocidade de 80 quilômetros por hora, com sinais de fortalecimento. Os alertas emitidos informavam ainda que a Ophelia poderia atingir a parte oeste e cruzar a Flórida em direção ao Golfo do México. Outros dois furacões foram registrados. (Agências)

Reuters

Centro Nacional de Furacões detectou ventos de 80 quilômetros

ATAS

CONSTRUTORA TRIUNFO S/A CNPJ nº 77.955.532/0001-07 - NIRE nº 35.300.174.143 Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 6 de setembro de 2005. 1) Data, Hora e Local: Aos 6 (seis) dias do mês de setembro de 2005 (dois mil e cinco), às 9:00 (nove) horas, na sede social da Sociedade, na rua das Olimpíadas, 205, conj. 1403, Vila Olímpia, CEP. 04551-000, em São Paulo-SP. 2) Convocação: Por prévio entendimento de todos os acionistas, vez que todos foram regular e tempestivamente convocados, dispensaram a publicação dos anúncios convocatórios estando assim regulares neste ato, com a aplicação subsidiária do disposto no artigo 124, parágrafo 4º, da Lei nº 6.404/76. 3) Composição da Mesa: Escolhido à unanimidade dos presentes, assumiu a Presidência desta reunião o Sr. João Villar Garcia que nomeou a mim, Luiz Fernando Wolff de Carvalho, para secretariá-lo. 4) Presenças: Reuniram-se todos os acionistas, representando a totalidade do capital social da Sociedade, conforme se constata pelas assinaturas lançadas no competente Livro de Presenças, cujos nomes e qualificações constam na parte final desta ata. 5) Ordem do Dia: Análise e deliberação sobre: (I) Eleição e/ou renovação dos mandados dos membros do Conselho de Administração, para um novo período de vigência. (II) Autorização do valor global limite anual para a remuneração dos membros do Conselho de Administração e da Diretoria Executiva da sociedade. 6) Deliberações: Colocados os temas em discussão e deliberação foram os mesmos aprovados pela unanimidade dos acionistas que: (I) Foi decidido por unanimidade entre os acionistas a renovação e reeleição dos mandatos dos atuais membros do Conselho de Administração da Companhia, cujos mandatos ficam assim renovados por um novo período cujo prazo será excepcionalmente de 1 ano, 3 meses e 17 (dezessete) dias, fixando-se o início em 14 de setembro de 2005 a findar em 31 de dezembro de 2006, ficando portanto os membros do Conselho de Administração ora nomeados, eleitos e investidos em seus cargos para as práticas de todos os atos previstos no Estatuto Social da Companhia, a saber: (i) Sr. Miguel Ferreira de Aguiar, brasileiro, casado, engenheiro, RG nº 524.583 (SSP/MG) e CPF/MF nº 006.357.239-72; (ii) Sr. Wilson Piovezan, brasileiro, casado, administrador, RG nº 712.721 (SSP/ PR) e CPF/MF nº 027.236.389-87; (iii) João Villar Garcia, brasileiro, casado, engenheiro, RG nº 5.030.478 (SSP/SP) e CPF/MF nº 796.994.728-04; (iv) Sr. Luiz Fernando Wolff de Carvalho, brasileiro, casado, engenheiro, RG nº 877.564 (SSP/PR) e CPF/MF nº 274.536.269-00; (v) Sr. Antonio José Monteiro da Fonseca de Queiroz, brasileiro, casado, empresário, RG nº 9.254.344 (SSP/SP) e CPF/MF nº 798.451.938-20; (vi) Sr. Daniel Haller, suíço, casado, engenheiro, RG nº W013079-H e CPF/MF nº 059.301.389-15, (vii) Sr. Hélio Ogama, brasileiro, casado, engenheiro, RG nº 1.139.323 (SSP/PR) e CPF/MF nº 236.159.669-53; (viii) Sr. Odenir José Sanches, brasileiro, casado, engenheiro, RG nº 951.926 (SSP/PR) e CPF/MF nº 329.610.009-68; e (ix) Sr. Pedro Jonsonn, brasileiro, casado, engenheiro, RG nº 835.382 (SSP/PR), todos domiciliados no endereço da própria Companhia, a saber, rua das Olimpíadas, 205, conj. 1403, Vila Olímpia, CEP. 04551000, São Paulo, SP. (II) Fixar e autorizar o valor da remuneração global anual para os membros do Conselho de Administração e para os membros da Diretoria Executiva da Companhia, na importância total limite de até R$ 2.000.000,oo (dois milhões de reais), devendo sempre ser respeitado o que dispõe a respeito a legislação vigente, bem como a Lei n. 6.404/76 e suas alterações. 7) Encerramento: Concluídas as análises das matérias constante da pauta, todas aprovadas à unanimidade pelos acionistas, e nada mais havendo a tratar deram-se por encerrados os trabalhos, tendo sido lavrada esta Ata que, após lida, conferida e achada exata, foi assinada em Livro Próprio por todos os acionistas presentes: Miguel Ferreira de Aguiar, brasileiro, casado, engenheiro, portador do RG. nº 524.583(SSP-MG) e CPF nº 006.357.239-72; Wilson Piovezan, brasileiro, casado, administrador, portador do RG. nº 712.721(SSP-SP) e CPF nº 027.236.389-87; João Villar Garcia, brasileiro, casado, engenheiro, portador do RG. nº 5.030.478(SSP-SP) e CPF nº 796.994.728-04; Luiz Fernando Wolff de Carvalho, brasileiro, casado, engenheiro, portador do RG. n. 877.564(SSP-PR) e CPF n. 274.536.269-00; e Antonio José Monteiro da Fonseca de Queiroz, brasileiro, casado, empresário, portador do RG. nº 9.254.344(SSP-SP) e CPF nº 798.451.938-20, , todos domiciliados na rua das Olimpíadas, 205, conj. 1403, Vila Olímpia, CEP. 04551-000, em São Paulo, estado de São Paulo. Sr. João Villar Garcia – Presidente e Sr. Luiz Fernando Wolff de Carvalho – Secretário. A presente é cópia fiel, lavrada no livro próprio e arquivado na Sociedade. São Paulo, 6 de setembro de 2005. Luiz Fernando Wolff de Carvalho - Secretário.

CONSTRUTORA TRIUNFO S/A CNPJ N. 77.955.532/0001-07 - NIRE N. 35.300.174.113 Ata de Reunião do Conselho de Administração realizada em 6 de setembro de 2005 1) Data, Hora e Local: Aos 6 (seis) dias do mês de setembro de 2005 (dois mil e cinco), às 16:00 (dez) horas, na sede social da Companhia, localizada na rua das Olimpíadas, 205, conj. 1403, Vila Olímpia, CEP. 04551-000, na cidade de São Paulo, estado de São Paulo. 2) Convocação: Por prévio entendimento de todos os membros do Conselho de Administração, vez que todos foram regular e tempestivamente convocados, dispensaram a publicação dos anúncios convocatórios estando assim regulares neste ato, com a aplicação subsidiária do disposto no artigo 124, parágrafo 4º, da Lei n. 6.404/76. 3) Composição da Mesa: Escolhido à unanimidade pelos presentes conselheiros, assumiu a Presidência o Sr. João Villar Garcia o qual nomeou a mim, Luiz Fernando Wolff de Carvalho, para secretariá-lo. 4) Presenças: Reuniram-se todos os membros do Conselho de Administração da Companhia, conforme assinaturas apostas na Lista de Presença de Conselheiros lavrado em livro próprio e arquivado na sede da Companhia, os quais seguem abaixo identificados e qualificados nesta Ata. 5) Ordem do Dia: Eleição, nomeação e posse, do Presidente do Conselho de Administração, e dos membros da Diretoria Executiva da Sociedade, para o exercício dos mandatos no período excepcional de 1 (um) ano, 3 (três) meses e 17 (dezessete) dias, a iniciar em 14 de setembro de 2005 e a encerrar em 31 de dezembro de 2006, conforme decidido pelos Srs. Acionistas. 6) Deliberações: Iniciando-se os trabalhos, após análise e discussões, e para fins de exercerem mandato de 1 (um) ano, 3 (três) meses e 17 (dezessete) dias, iniciando-se em 14 de setembro de 2005 e a encerrar em 31 de dezembro de 2006, foi deliberado e assim aprovado por unanimidade pelos Conselheiros a eleição, nomeação e posse do Sr. Miguel Ferreira de Aguiar como Presidente do Conselho de Administração da Companhia. Dando-se continuidade aos trabalhos na presente reunião do Conselho de Administração, foi também decidido por unanimidade pelos Srs. Conselheiros a reeleição, nomeação e posse da Diretoria Executiva, como a seguir definido: o Sr. Luiz Fernando Wolff de Carvalho para o exercício do cargo de Diretor de Desenvolvimento de Negócios e acumulando também o cargo de Diretor de Planejamento e de Controle de Qualidade; o Sr. João Villar Garcia para o exercício do cargo de Diretor de Operações; o Sr. Antonio José Monteiro Da Fonseca de Queiroz para o exercício do cargo de Diretor Administrativo e Financeiro e o Sr. Carlo Alberto Bottarelli, para o cargo de Diretor Comercial. Todos os aqui eleitos e empossados declaram expressamente, sob as penas da lei, que inexistem quaisquer impedimentos ou restrições aos exercícios plenos de seus respectivos mandatos. 7) Encerramento: Nada mais havendo a tratar, estando todas as deliberações aprovadas por unanimidade, o Presidente deu por encerrada esta reunião, lavrando-se a presente ata a qual, lida, conferida e achada exata, foi assinada por todos os presentes em instrumento próprio arquivado na Sociedade, para os registros e publicações cabíveis, para que surta seus fins e efeitos jurídicos, a saber: Srs. Miguel Ferreira de Aguiar, brasileiro, casado, engenheiro, portador do RG. n. M-524.583(MG) e CPF n. 006.357.23972, como presidente do Conselho; Wilson Piovezan, brasileiro, casado, administrador, portador do RG. 712.721(SSP-PR) e CPF n. 027.236.389-87; Daniel Haller, suíço, casado, engenheiro, RG nº W013079-H e CPF n. 059.301.389-15; João Villar Garcia, brasileiro, casado, engenheiro, portador do RG. n. 5.030.478(SSP-SP) e CPF n. 796.994.728-04; Luiz Fernando Wolff de Carvalho, brasileiro, casado, engenheiro, portador do RG. n. 877.564(SSP-PR) e CPF n. 274.536.269-00; Antonio José Monteiro da Fonseca de Queiroz, brasileiro, casado, empresário, RG. n. 9.254.344(SSPSP) e CPF n. 798.451.938-20; Pedro Antonio Jonson, brasileiro, casado, engenheiro, portador do RG. n. 835.382(SSP-PR) e CPF n. 302.634.769-87; Helio Ogama, brasileiro, casado, engenheiro, RG. n. 1.139.323(SSP-PR) e CPF n. 236.159.669-53; e Odenir José Sanches, brasileiro, casado, engenheiro, portador do RG. n. 951.926-2(SSP-PR) e CPF n. 329.160.009-68, todos com domicilio no endereço da própria Companhia. Presidente - Sr. João Villar Garcia e Secretário - Sr. Luiz Fernando Wolff de Carvalho. A presente é cópia fiel do original, lavrada em livro próprio e arquivada na sede da Companhia. São Paulo, 6 de setembro de 2005. Luiz Fernando Wolff de Carvalho - Secretário.

FALÊNCIAS & CONCORDATAS Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 06 de setembro de 2005, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falências:

Quer falar com 26.000 empresários de uma só vez?

Publicidade Comercial - 3244-3344 Publicidade Legal - 3244-3799

Requerente: U-Sion Indústria e Comércio Têxtil Ltda. - Requerido: North Confecções Ltda. - Rua Rubino de Oliveira, 338 - 01ª Vara de Falência Requerente: Theodorus Gerardus Cornelis Sanders - Requerido: Multigrain Com. Exportação e Importação S/A - Av. Brig. Faria Lima, 3.900 - 6º andar - 01ª Vara de Falência Requerente: Excim Importação e Exportação Ltda. - Requerido: Hellen Malhas Ltda.-ME - Rua da Graça, 822 02ª Vara de Falência Requerente: Avantcar Locação de Veículos Ltda.-ME Requerido: HLS Honel Agroindústria do Nordeste Ltda. - Rua Gomes Freire, 517 - 02ª Vara de Falência


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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CIDADES & ENTIDADES - 17

Fotos de Luludi/Agência Luz

INTERNOS PRODUZEM JORNAIS

UMA BOA NOTÍCIA NA FEBEM Clarice Chiquetto

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o dia 29 será realizado um evento em homenagem às 13 paulistas indicadas ao Prêmio Nobel, entre as mil mulheres selecionadas pelo mundo. Nesse dia, cerca de vinte pequenos escritores sentirão tanto orgulho quanto elas. São os autores do livro sobre as indicadas, financiado pela Secretaria de Justiça, que será distribuído aos presentes. Todos menores da Fundação Estadual do BemEstar do Menor (Febem), são responsáveis por fotos e textos com o perfil das candidatas. Esta semana, os textos foram praticamente finalizados no complexo Brás, onde o trabalho faz parte de um projeto maior, coordenado pela ONG Comunica Bem, dirigida por quatro jornalistas. As fotos são responsabilidade da unidade Belém. Livro – Empolgados, os internos contam que aprenderam muito com a produção do livro. Na terça-feira, por exemplo, um deles descobriu o significado da palavra sociologia enquanto escrevia o perfil de uma das indicadas, professora de Ciências Sociais. O objetivo inicial da Comunica Bem era desenvolver uma oficina de jornalismo que culminaria com a produção de um jornal, em formato tablóide, que seria distribuído nas unidades da Febem, em universidades e em pontos da cidade. Mas, por causa da solicitação da secretaria, o lançamento do jornal foi adiado para outubro. "O tablóide vai sair. Apenas colocamos na geladeira para tocar o livro e um outro jornal sobre mulheres. Também pedido da secretaria, ele terá uma matéria sobre o evento do dia 29, feita por dois de nossos 'repórteres'", conta Fábio Mallante, um dos responsáveis pela ONG. Para o projeto inicial, as sugestões de reportagens foram dos próprios internos. Entre os temas, estão esportes (inclusive xadrez) e música. Entrevistas com músicos, jornalistas e artistas plásticos também estarão no trabalho. "Queremos que façam matérias sobre temas da sociedade. Tentamos dar uma visão mais ampla, porque eles vão sair daqui e quanto mais souberem sobre o mundo de fora da Febem, melhor", diz Mallante. Este é o segundo jornal que os internos produzem no com-

plexo Brás coordenado pela organização. O primeiro teve 10 mil exemplares e foi financiado pelos membros da ONG, que tiveram apoio da gráfica Kingraf e da Faculdade Integração Zona Oeste. A produção de cada edição demora três ou quatro meses; os menores têm aulas e Jovens trabalham na confecção do livro sobre as indicadas ao Prêmio Nobel. Dois deles atuaram como 'repórteres' em cerimônia no dia 29. laboratórios de jornalismo. Falando como um aluno em início de faculdade, um dos internos conta que o mais interessante do projeto foi aprender o significado de termos como pauta, lead, nota e matéria. "Palavras que eu nem imaginava que existiam", conta. Tablóide – Outra unidade da Febem que produziu um jornal recentemente foi a 22 da Raposo Tavares. Com o a u x í l i o d a O N G Reprodução do jornal Justiça e Liberdade Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE), o tablóide foi lançado no dia 2 e teve tiragem de oito mil exemplares. Ao contrário do projeto do Brás, o da Raposo foi mais direcionado para temas voltados à cidadania do que ao jornalismo, tanto que foi batizado por seus autores de "Justiça e Liberdade" e Justiça e Liberdade, feito pelos internos da Raposo, foi lançado no início do mês tem matérias sobre preconceito e sobre a dificulda- são crítica acima da média de- de dos projetos, desde o início, de dos pais em visitá-los (devi- senvolvida pelos que partici- não é fazer os internos se intedo à falta de transporte). param do trabalho é ressaltada ressarem pelos trabalhos – isso é ã de Maurício de Souza, do "Justiça e Liberdade". E, O jornal fez parte do progra- pela técnica de pedagogia da o mais fácil. O complicado é M.M., de 15 anos, sonha assim como todos os ma Cidadaniatour, cujo objeti- Febem, Cristiane Fregonese, conseguir apoio para a impresinternos que participaram em ser artista plástico. Até vo é trazer uma formação so- que auxiliou Soraia da Silva, do são dos jornais. Depende desse dos jornais, sonha em fazer hoje, suas pinturas foram cial para os internos. Além de PNBE, no projeto. Amanhã, co- fator, aliás, o lançamento do sedestaque por onde passou – um curso profissionalizante debaterem temas de cidadania meçam as discussões para um gundo projeto da Raposo e a quando sair da Febem para já expôs na escola e na entre eles, os menores assisti- segundo jornal na unidade. continuação dos jornais no Brás, poder seguir uma carreira. Febem. Tanto que foi ram palestras de juristas e visiOs coordenadores das ONGs cuja direção já mostrou interespersonagem de reportagem No caso, a artística. taram a Câmara Municipal. destacam que a maior dificulda- se na manutenção do projeto. Para um dos internos, de 16 anos, o mais interessante foi descobrir um mundo desconhecido: "todos pensam que na Febem só tem bandidos e rebelião. Eu também pensava. É claro que existe, mas não é só isso. Vou sair daqui com muito mais conhecimento do que entrei". "Não acreditava que o jornal fosse existir mesmo. É bacana mostrar o lado bom daqui", declarou outro, de 14 anos. A vi-

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NO CAMINHO DA ARTE

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

NACIONAL - 15

SE TUDO CORRER BEM, EM 2005 SERÁ A SEGUNDA VEZ NA HISTÓRIA QUE BC CONSEGUE ATINGIR SUA META Sebastião Moreira/AE

ENFIM, INFLAÇÃO SE ADEQUA À META DO GOVERNO

A

Pesquisadora coleta dados de variação de preços e confirma: política econômica segurou inflação em 2005

Preço de alimentos derruba índices Clayton de Souza/AE

rês indicadores divulgados esta semana mostram que a inflação está controlada. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que baliza a meta do governo federal – foi de 0,17% em agosto, ante variação de 0,25% em julho. Com este resultado, o IPCA acumula alta de 3,59% no ano, percentual inferior ao registrado no mesmo período de 2004 (5,14%). Nos últimos 12 meses, o indicador ficou em 6,02%, abaixo da taxa dos 12 meses imediatamente anteriores (6,57%). Em agosto de 2004, a taxa mensal foi 0,69%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pela captação dos dados, o recuo do indicador em agosto deveu-se à menor incidência do reajuste da tarifa de telefonia fixa (em julho foi de 4,21% e em agosto, 1,15%), pela elevação dos preços dos combustíveis em menor escala que em julho e pela deflação registrada no grupo alimentos e bebidas (-0,73%) pelo terceiro mês consecutivo. Entre os produtos que mais influenciaram o resultado dos alimentos destacam-se: batata inglesa (-15,99%); cebola (-11,13%); tomate (-8,37%); feijão preto (-6,07%); hortaliças (6,04%); feijão carioca (-3,15%) e leite (-3,02%).

T

Em agosto, de novo, os consumíveis ajudaram a controlar a inflação

Dentre os itens que apresentaram crescimento na passagem de julho para agosto, os destaques foram o item empregados domésticos – que teve a maior contribuição individual do mês (0,06 ponto percentual) – e passagens aéreas. IGP-DI – Além do IPCA, também o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e responsável por muitos contratos de longo prazo, teve resultado abaixo do registrado no mês anterior. Em agosto, a variação do IGP-DI foi negativa em 0,79%, 0,39 ponto abaixo da variação registrada em julho de menos 0,40%. É quarto mês consecutivo de deflação. Os três índices que com-

põem o IGP-DI mostraram decréscimos em suas taxas: o Índice de Preços por Atacado (IPA) foi de –0,69%, em julho, para –1,04%, em agosto; o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), de 0,13% para -0,44%; e finalmente, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), de 0,11% para 0,02%. De acordo com a FGV, no atacado, a queda mais acentuada foi na taxa dos bens finais, que passou de –0,09% em julho para –1,22% em agosto. Neste setor, as principais baixas foram do feijão, leite e ovos. No varejo, todas as sete classes de despesa apresentaram desaceleração, sendo o grupo alimentos o principal responsável por esse movimento. (FP)

PMEs no comércio internacional

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ma das preocupações da Comissão de Comércio Exterior da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) é buscar maneiras de inserir as pequenas e médias empresas (PMEs ) no comércio internacional. E, no último mês, foi dado mais um passo nessa direção. A coordenadora do Comitê de Desburocratização de Comércio Exterior da ACSP, Rita de Cássia Campagnoli,

esteve na Secretaria da Receita Federal e apresentou a preocupação da entidade com esses empresários. "Nossa intenção é abrir um canal de comunicação com a Receita para sermos um interlocutor entre o órgão e nossos associados", disse Rita. Dessa maneira, ela acredita que será possível contribuir na elucidação de dúvidas, especialmente em relação à Instrução Normativa 455. Afinal, é ela que estabelece os procedimentos de habilitação para operação no Sistema

Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) e credencia representantes tanto de pessoas físicas quanto de jurídicas para a prática de atividades no comércio internacional. Na opinião de Renato Abucham, presidente do Conselho de Comércio Exterior da ACSP, a reunião em Brasília mostrou que o governo é acessível e está interessado em ouvir os representantes da iniciativa privada. Patrícia Büll

meta da inflação será alcançada neste ano. Pelo menos, essa é a previsão da maior parte dos economistas. A certeza veio com a divulgação, na última terça-feira, do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que acumula 3,59% em 2005, o menor percentual desde 1998. De acordo com os analistas, esse resultado contribui para que o País alcance a meta, estipulada pelo Banco Central, de 5,1% de inflação no ano. "O governo arriscou muito com uma política econômica focada apenas em metas de inflação, mas acabou dando certo e é provável que, até o final do ano, o IPCA não ultrapasse os 5,2%", acredita o economista do Instituto Gastão Vidigal, Emílio Alfieri. Mas, segundo ele, o governo Lula errou ao esquecer outras premissas simples de qualquer manual econômico, como equilíbrio das contas externas, geração de emprego e crescimento econômico. "O jogo foi perigoso, mas o governo teve sorte. O País está crescendo mesmo com juros exorbitantes, por insistência dos empresários; as contas públicas estão se ajustando às custas do aumento dos impostos. E, agora, o governo também decidiu controlar os gastos e aumentar o superávit primário, o que é importante", diz Alfieri. Desde

abril, a política de restrição de gastos fez o superávit ficar em 5% do Produto Interno Bruto (PIB), o que é considerado adequado pelos economistas. Jason Vieira, da consultoria GRC Visão, também acredita que a meta será alcançada ou ficará muito próxima do estipulado pelo BC. "Se tudo continuar como está, o IPCA deve ficar próximo aos 5,1%, talvez em 5,2%. E, se isso acontecer, será a segunda vez na história que o BC e o Copom (Comitê de Política Monetária) conseguirão cumprir o objetivo dentro do centro", explica ele. Vale destacar que o cálculo para previsão do IPCA da consultoria leva em conta um reajuste nos combustíveis de 5%. Juros – Para aumentar as boas notícias do ano, os economistas esperam que, agora, o Copom reduza a taxa básica de juros (Selic), que ajudou a manter a inflação baixa. "Com os juros altos, todos temíamos pelo efeito do câmbio, o que poderia afetar as exportações e aumentar as contas externas do Brasil, mais isso não aconteceu. Só que o governo já conseguiu o que queria (reduzir a inflação) e pode rever a Selic", acredita Alfieri. Segundo ele, se isso for feito, além das exportações aumentarem, as contas nacionais entrarão em ajuste, o que vai melhorar o risco-país e a imagem do Brasil no exterior.

Futuro – E, em 2006, se tudo continuar ajustado, a situação do País pode ficar ainda melhor. De acordo com a consultoria Global Invest, a meta da inflação para o ano que vem (4,5%) está praticamente alcançada, isso porque os índices que definem os preços administrados (IGP-M e IGP-DI) estão bem abaixo do registrado nos últimos anos. A consultoria calcula que o IGP-M deve fechar o ano em 2,7% e o IGPDI, em 1,8%. Se de fato isso acontecer, os reajustes de telefonia e energia – que em geral puxam a inflação para cima – serão bem menores do que foram nos últimos anos, e acabarão por criar um ciclo de estabilidade. "Se confirmadas, essas taxas serão as menores para os reajustes desses serviços desde a privatização de ambos", diz o relatório da Global Invest. O economista Alfieri diz mais: "se a meta de 2006 for alcançada junto com um superávit primário de 5%, e a taxa Selic ficar em torno de 15%, o governo conseguirá equilibrar suas contas e zerar o déficit nominal (valor que se gasta, menos o que se arrecada)". Fernanda Pressinott


DIÁRIO DO COMÉRCIO

18 -.GERAL

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ASSOCIAÇÃO APARECE NO GUIA DA REVISTA EXAME PELA SEGUNDA VEZ

ACSP ESTÁ ENTRE AS MELHORES EMPRESAS PARA TRABALHAR Reprod

Arquivo/DC

ução

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ob o título: Carreira estável e sólida, segue a reportagem que traz a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) como uma das 150 melhores empresas para se trabalhar no Brasil. A matéria será divulgada na edição especial Exame/Você SA que circula nacionalmente a partir de hoje. A entidade também foi escolhida como uma das 50 mais indicadas para mulheres atuarem profissionalmente. De acordo com Fernando Moya, superintendente de Recursos Humanos da ACSP, o elevado conceito das práticas de gestão de pessoas não é novidade para a organização. Teve início há quase 10 anos, quando os gestores definiram que era necessário desenvolver a área com a oferta de benefícios e oportunidades para o desenvolvimento profissional. "Foi em 1996 que os colaboradores passaram a receber o vale-alimentação, uma das primeiras mudanças implementadas com o objetivo de estabelecer uma relação de compromisso entre a empresa e seus funcionários", diz. Desde a última vez que foi eleita entre as 100 melhores companhias para se trabalhar no País, a ACSP elevou duas vezes e meia sua receita, gerando faturamento de R$ 170 milhões em 2004. "Somos pequenos em comparação à maioria das empresas eleitas no ranking das revistas deste ano. Apesar disso, a direção acredita que, a partir do desenvolvimento das pessoas, conquistamos maior competitividade. E de fato isso ocorre, já que o de-

Fernando Moya: conceito de gestão de pessoas começou a ser implantado há dez anos pela associação comercial

sempenho da ACSP ao longo dos últimos três anos teve taxa de crescimento superior ao da

Ranking das revistas Exame e Você S/A com as 150 melhores empresas para trabalhar chega hoje às bancas de jornais

empresa que é a principal concorrente na oferta de serviços de consulta ao crédito".

Moya conta que, para melhorar a avaliação da ACSP no ranking organizado pelas publicações da editora Abril, a organização se esforçou nos últimos três anos para melhorar os salários e passou a divulgar as oportunidades internamente, o que trouxe maior mobilidade aos colaboradores que têm intenções de desenvolver suas carreiras dentro da Associação. Com quase 1.000 colaboradores, a ACSP continua investindo em suportes adicionais. Nos últimos dois meses, passou a contar com uma dermatologista e um fisioterapeuta. Este último permanece na associação para oferecer orientação postural. Eles vêm melhorar a assistência aos colaboradores sobre problemas de saúde", conta Moya. Outro projeto em execução é a reforma de uma área da sede para a construção de uma academia interna. "Melhorar a qualidade de vida é uma das principais metas das empresas. Na premiação foi dito que, nas companhias eleitas, cada R$ 1 investido no colaborador é revertido em R$ 18 para a empresa. Ou seja, todos estão trabalhando muito, mas ficou provado que vale a pena oferecer boas condições porque nos tornamos mais satisfeitos e, portanto, rentáveis", conclui.

Auditores de braços cruzados hoje e amanhã Liberação de mercadorias nos portos está ameaçada

D

epois dos técnicos, agora é a vez dos auditores se rebelarem contra a Receita Federal do Brasil, conhecida como Super-Receita. Eles cruzam os braços hoje e amanhã em protesto contra o que classificam de "trem da alegria": a possibilidade de que técnicos da Receita sejam promovidos ao cargo de auditor sem concurso interno. Embora deva durar apenas dois dias, a greve poderá prejudicar o andamento de serviços como o desembaraço alfandegário de mercadorias nos portos e aeroportos. O risco da promoção automática dos técnicos, segundo os auditores, está na MP nº 258, que criou a Super-Receita e está na pauta de votação no plenário da Câmara dos Deputados. Os técnicos fizeram uma paralisação que durou seis semanas para reivindicar uma reestruturação da carreira dos servidores do órgão. Nessa reestruturação, eles poderiam passar a auditores, cargo mais prestigiado e com melhor remuneração. A greve só terminou depois que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, acenou com mudanças na medida provisória para contemplar o pedido dos técnicos. A sinalização do governo, no entanto, acendeu a luz vermelha para os auditores. Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), Carlos André

Nogueira, a promoção só poderia ocorrer por meio de concurso público. O diretor do Unafisco, Paulo Gil, afirmou que a ascensão funcional dos técnicos afeta os direitos dos auditores, que exercem funções de nível superior e foram selecionados em concurso público. Gil criticou ainda a tentativa dos fiscais do Ministério do Trabalho de também ingressarem na Receita Federal do Brasil. Como a MP ainda não foi votada, a Unafisco teme alguma manobra e, com isso, seja facilitada a equiparação entre técnicos e auditores. Os auditores discordam ainda da forma como foi conduzida a criação da Super-Receita. O processo de integração das duas secretarias (Receitas Federal e Previdenciária ) começou no dia 15 de agosto. Para eles, isso não poderia ter sido feito por meio de medida provisória porque as duas secretarias cuidam de 70% da arrecadação de recursos do governo. “Parece ser uma resposta diante do próprio abalo na credibilidade do governo.” Ainda de acordo com a Unafisco, outras categorias, entre elas a de fiscais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) , querem um plano de carreiras com os mesmos efeitos do exigido pelos técnicos da Receita Federal do Brasil, o que daria margem a mais “trens-daalegria”. (Agências)

Juliana de Moraes

90 mil romeiros lotam santuário de Nossa Senhora Aparecida Vidal Cavalcante/AE

C

erca de 90 mil romeiros de todo o País passaram ontem pelo Santuário de Nossa Senhora Aparecida, o maior centro de peregrinação católica do Brasil. Desse universo, cerca de 5 mil foram pedir especialmente à padroeira que livre o País dos males da corrupção, da falta de ética na política e da desigualdade social. Eram os participantes da Romaria dos Trabalhadores e do Grito dos Excluídos, manifestações organizadas pelas pastorais sociais da Igreja, por meio da comunidades eclesiais de base (CEBs), com o apoio do MST e a colaboração da Central Única dos Trabalhadores (CUT). No ato que realizaram pela manhã no pátio da Basílica, os manifestantes gritaram: "Basta de corrupção. Punição, ética, transparência – é o que nós queremos." Também bradaram contra a política econômica do governo e o neoliberalismo. Depois juntaram-se aos outros romeiros para assistir à missa celebrada pelo arcebis-

Cerca de 5 mil manifestantes rezaram para livrar o Brasil da corrupção

po de Aparecida, d. Raymundo Damasceno, que em sua homilia retomou o tema político. "O País vive um momento crítico de caráter ético e moral" – disse ele, conclamando os cristãos a se perguntarem o que têm feito na prática para transformar essa situação. A Igreja organiza a Romaria e o Grito há mais de uma década. Ontem as duas manifestações tiveram um número de participantes menor que o

previsto (os organizadores esperavam 25 mil) e mostraram menos entusiasmo que nos anos anteriores. Isso pode ser atribuído, em parte, à profunda crise pela qual passa o Partido dos Trabalhadores (PT), ao qual as CEBs estão intimamente ligadas. No ato realizado diante da Basílica, apareceu apenas uma tímida bandeira petista. Na multidão, nenhum rosto conhecido de político do PT. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira e quinta-feira, 7 e 8 de setembro de 2005 CONVOCAÇÕES

LEGAIS - 19

COMUNICADOS

ATA

COMUNICADO Solicito o comparecimento da Sra. Iman Noureddine, portadora da CTPS 80277 série 0002-97/SP nesta empresa no prazo de 3 dias. O seu não comparecimento caracterizará abandono de emprego, conforme artigo 482 Letra “I” da CLT. SPA Company Instituto de Cabelo e Estética Ltda/ME - CNPJ 05268401/0001-40

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA:

5,6,8 ASSOCIAÇÃO DOS ESCREVENTES DOS CARTÓRIOS OFICIALIZADOS DO ESTADO DE SÃO PAULO

EDITAL Convocação - Assembléia Geral Extraordinária Pelo presente edital, ficam convocados os associados da Entidade, que preencham os requisitos do artigo 7, letra “c” do Estatuto Social, para a Assembléia Geral Extraordinária, eleição da Diretoria e Conselho Fiscal da Associação - triênio 2006/2008, a realizar-se na Sede Social, na Praça da Sé, 96 2º andar - conjunto 201, no dia 05 de outubro do corrente ano, no período das 09 às 17 horas. Outrossim, fica estabelecido o prazo de 10 (dez) dias, a contar da publicação deste edital, para apresentação de “chapas” perante a comissão eleitoral, conforme o artigo 13 do Regimento Interno à disposição dos interessados. São Paulo, 04 de setembro de 2005. (a) JOSÉ FERREIRA DA SILVA - Presidente.

CONCORRÊNCIA nº 46/0688/05/01 A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação na modalidade Concorrência, do tipo Técnica e Preço, nº 46/0688/05/01, objetivando a seleção de empresas ou consórcio de empresas para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados de engenharia consultiva, relativos ao gerenciamento de projetos de arquitetura e de engenharia de obras civis de prédios escolares e administrativos da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, sob o regime de empreitada por preços unitários. CAPITAL SOCIAL MÍNIMO INTEGRALIZADO DE PARTICIPAÇÃO: R$ 1.400.000,00 (hum milhão e quatrocentos mil reais) PRAZO DE VIGÊNCIA CONTRATUAL - 720 DIAS ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) - às 10:00 horas do dia 25/10/2005. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações ou através da internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 09/09/2005, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 8:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável, pelo valor de R$ 50,00. O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Miguel Moubadda Haddad Diretor Executivo

BALANÇOS

JAFET S/A CNPJ nº 61.500.450/0001-38 RELATÓRIO DA DIRETORIA Senhores acionistas: Em cumprimento aos preceitos legais e às normas estatutárias, vimos com satisfação submeter à consideração de V.Sas. as Demonstrações Financeiras referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2004. Agradecemos a colaboração recebida e continuamos ao inteiro dispor de V.Sas., em nossa sede social, para quaisquer esclarecimentos relativos às contas prestadas. São Paulo, 15 de agosto de 2005. A Diretoria. BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO DE 2004 Ativo 2004 2003 P a s s i v o 2004 2003 Circulante Circulante Disponível Pensão Alimentícia – 978,00 Caixa 181.131,55 66.731,83 Obrigações Previdenciárias a Recolher 31.742,76 7.479,70 Bancos 18.034,60 181.171,79 Obrigações Tributárias a Recolher 25.106,09 20.623,50 Realizável a Longo Prazo Imp. Renda s/Lucro Presumido a Pagar 25.801,74 22.489,14 Outros Devedores 74.000,00 65.000,00 Contribuição Social a Recolher 16.236,51 3.349,42 Adiantamentos de Salários – 1.401,71 Adicional I.R.P.J. a Recolher 16.040,57 13.196,65 Impostos a Recuperar 1.192,53 – Outras Contas a Pagar 400.000,00 – Títulos Vinculados ao Mercado Aberto 656.015,46 274.417,77 Total do Circulante 514.927,67 68.116,41 Total do Circulante 930.374,14 588.723,10 Realizável a Longo Prazo Patrimônio Líquido Investimentos Capital Social 1.926.400,00 1.926.400,00 Participações em Outras Empresas 6.328,15 6.328,15 Reservas de Capital 385.280,00 385.280,00 Imobilizado Prejuízos Acumulados (31.280,29) (14.380,86) Construção Fábrica 5.927.633,56 5.189.601,82 Lucro do Exercício 2.582.283,01 2.228.955,57 Construção Edifício Minerasil 239.223,38 239.223,38 Total do Patrimônio Líquido 4.862.682,72 4.526.254,71 Terrenos 305.171,96 310.216,52 Instalações Pára-raios 62.985,14 62.985,14 Instalações Telefônicas 47.432,06 47.432,06 Total do Passivo 5.377.610,39 4.594.371,12 Móveis e Utensílios Escritório-SP 39.276,35 43.640,39 DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS Imóveis n/Ocupados p/ Ind. Lj. Ed. Chevelle – 89.235,69 EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2004 Deprec. Acumul. s/Instal. Linhas Telefônicas (23.716,05) (18.972,84) Depreciação Acumulada sobre Pára-raios (18.264,75) (11.966,24) Dicriminação Valores Deprec. Acumul. sobre Lj. Ed. Chevelle – (40.756,34)

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2004 Receitas Operacionais Receitas de Locação 5.731.935,49 Receitas de Vendas de Imóveis 170.000,00 Despesas Gerais Administrativas Honorários e Despesas com Pessoal-SP (1.323.608,54) Despesas Tributárias-SP (682.712,23) Despesas Gerais-SP (466.862,77) Despesas Financeiras (450,31) Depreciações (242.919,60) Custo de Alienação Imobilização (53.523,91) Lucro Líquido Operacional 3.131.858,13 Receitas não Operacionais Receitas Financeiras 83.734,85 Outras Rceitas não Operacionais 30,42 Resultado Líquido do Exerc. antes do Imp. de Renda 3.215.623,40 Provisão para Imposto de Renda (458.888,53) Provisão para Contribuição Social (174.451,86) Lucro Líquido depois do Imposto de Renda 2.582.283,01 Resultado por Ação 1,34

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2004 Resumo das Normas Contábeis Na elaboração das demonstrações financeiras foram obedecidos os critérios estabelecidos pela Lei 6.404 de 15/12/76 e Decreto Lei 1598 de 26/12/ 77. As normas adotadas pela Sociedade resumem-se no seguinte: 2.214.574,71 Deprec. Acumul. sobre Escritório (48.616,09) (48.616,09) Saldo Anterior dos Lucros Acumulados A) Investimentos: Não relevantes estão registrados ao custo de aquisição Deprec. Acumul. sobre Ed. Minerasil (167.992,15) (158.423,21) Lucro do Exercício 2.582.283,01 corrigidos monetariamente até 31/12/95. Deprec. Acumul. s/Constr. Prédios Fábrica (1.922.225,31)(1.704.280,41) Distribuição de Dividendos (2.245.855,00) B) Imobilizado: Os valores demonstrados são os custos de aquisição e Total do Permanente 4.447.236,25 4.005.648,02 instalação acrescidos da respectiva Correção Monetária e deduzida da de2.551.002,72 Total do Ativo 5.377.610,39 4.594.371,12 Lucro Acumulado preciação também acrescida da Correção Monetária até 31/12/95. DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2004 C) Ativo e Passivo Circulante: Os valores realizáveis e exigíveis com venCapital Reserva Lucros ou Prejuízos Total do cimentos até 360 dias são demonstrados no Circulante. D) Provisão para Imposto de Renda: A Provisão do Imposto de Renda foi Itens Social Legal Acumulados Patrimônio Líquido Saldos em 31 de dezembro de 2002 1.926.400,00 385.280,00 2.381.692,07 4.693.372,07 calculada à taxa de 15% sobre a Receita Tributável e registrado na Conta de Distribuição de Dividendos – – (2.405.701,00) (2.405.701,00) Resultado. Lucro do Exercício – – 2.228.955,57 2.228.955,57 Flávio Frederico Jafet Carlos Hamoi Saldos em 31 de dezembro de 2003 1.926.400,00 385.280,00 2.214.574,71 4.526.254,71 Diretor Presidente Diretor Superintendente Lucro do Exercício – – 2.582.283,01 2.582.283,01 Decio de Figueiredo Distribuição de Dividendos – – (2.245.855,00) (2.245.855,00) Tec. Contabilidade - CRC 1SP-25703/O-4 Saldos em 31 de dezembro de 2004 1.926.400,00 385.280,00 2.551.002,72 4.862.682,72

BPN Brasil Banco Múltiplo S.A. CNPJ nº 61.033.106/0001-86

Relatório da Administração Senhores Acionistas: Submetemos à apreciação de V.Sas. as Demonstrações Contábeis do BPN Brasil Banco Múltiplo S.A., relativas ao semestre de 30 de junho de 2005, as quais seguem os dispositivos estabelecidos pelo Banco Central do Brasil.

Balanço Patrimonial em 30 de Junho - Em milhares de reais Ativo Circulante Disponibilidades Aplicações interfinanceiras de liquidez Aplicações no mercado aberto Aplicações em depósitos interfinanceiros TVM e instrumentos financeiros derivativos Carteira própria Vinculados à prestação de garantia Instrumentos financeiros derivativos Relações interfinanceiras Correspondentes no país Operações de crédito Setor privado Provisão para créditos de liquidação duvidosa Outros créditos Carteira de câmbio Diversos Prov. p/outros créditos de liquidação duvidosa Outros valores e bens Despesas antecipadas Realizável a longo prazo Operações de crédito Setor privado Outros créditos Diversos Outros valores e bens Despesas antecipadas Permanente Investimentos Participações em controladas Outros investimentos Imobilizado de uso Outras imobilizações de uso Depreciações acumuladas Diferido Gastos de organização e expansão Constituição e reestruturação da sociedade Gastos com desenvolvimento de logiciais Amortizações acumuladas Total do ativo

2005 91.492 891 4.677 4.441 236 4.718 47 2.611 2.060 133 133 39.549 42.689 (3.140) 39.201 37.250 2.203 (252) 2.323 2.323 1.342 302 302 603 603 437 437 5.473 2.676 2.600 76 850 1.145 (295) 1.947 1.201 1.998 822 (2.074) 98.307

2004 41.390 112 3.185 3.185 – 3.073 2.000 1.073 – 4 4 21.672 22.770 (1.098) 13.302 12.839 480 (17) 42 42 1.009 226 226 783 783 – – 3.337 76 – 76 927 1.091 (164) 2.334 1.201 1.992 402 (1.261) 45.736

Passivo e patrimônio líquido Circulante Depósitos Depósitos vinculados Depósitos interfinanceiros Depósitos a prazo Obrigações por empréstimos Empréstimos no exterior Instrumentos financeiros derivativos Instrumentos financeiros derivativos Outras obrigações Cobrança e arrecadação de tributos assemelhados Carteira de câmbio Fiscais e previdenciárias Negociação e intermediação de valores Diversas Exigível a longo prazo Depósitos Depósitos a prazo Resultados de exercícios futuros Resultados de exercícios futuros Patrimônio Líquido Capital social - domiciliados no exterior Reservas de lucros Lucros ou prejuízos acumulados Total do passivo e patrimônio líquido

2005 52.736 2.488 1.389 – 1.099 43.557 43.557 339 339 6.352 8 3.802 340 19 2.183 1.611 1.611 1.611 32 32 43.928 43.500 71 357 98.307

2004 15.948 2.329 291 1.002 1.036 – – – – 13.619 4 12.757 150 – 708 – – – – – 29.788 30.000 71 (283) 45.736

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Em milhares de reais

Em 1º de janeiro de 2004 Prejuízo do semestre Em 30 de junho de 2004 Em 1º de janeiro de 2005 Prejuízo do semestre Em 30 de junho de 2005

Capital subscrito 30.000 – 30.000 43.500 – 43.500

Lucros/ Reservas (prejuízos) de lucros acumulados 71 1.266 – (1.549) 71 (283) 71 634 – (277) 71 357

abaixo demonstradas, consideram, para efeito das respectivas bases de cálculo, a legislação vigente pertinente a cada encargo. Percentual Imposto de renda 15,00 Adicional de imposto de renda 10,00 Contribuição social 9,00 PIS 0,65 COFINS 4,00 4. Aplicações interfinanceiras de liquidez: A carteira de Aplicações no Mercado Aberto, em 30 de junho de 2005, é composta por Letras Financeiras do Tesouro, com vencimento acima de 365 dias, no montante de R$ 4.677; em 30 de junho de 2004 era composta por Letras do Tesouro Nacional no montante de R$ 3.185. 5. Títulos e valores mobiliários e instrumentos financeiros derivativos: Abaixo, composição da carteira de títulos e valores mobiliários classificadas na categoria “para negociação”, por tipo de papel, demonstrada pelo seu valor de custo e de mercado e por prazo de vencimento em 30 de junho de 2005, bem como a composição da carteira de instrumentos financeiros derivativos. (a) Composição por classificação 2005 2004 Custo Contábil Custo Contábil Carteira própria Títulos para negociação Letras Financ. do Tesouro - LFTs 47 47 1.994 2.000 Vinculados à prestação de garantias Letras Financ. do Tesouro - LFTs 2.603 2.611 1.059 1.073 Instrumentos financeiros derivativos Non Deliverable Forward - NDFs 2.060 2.060 – – 4.710 4.718 3.053 3.073 (b) Composição por prazo de vencimento 2005 2004 Até Acima Até Acima 360 de 360 Total 360 de 360 Total Títulos públicos Letras Financeiras do Tesouro - LFTs – 2.658 2.658 2.808 265 3.073 Instrumentos financeiros derivativos 2.060 – 2.060 – – – 2.060 2.658 4.718 2.808 265 3.073 (c) Composição por emissor Títulos para negociação 2005 2004 Governo federal 2.658 – Instrumentos financeiros derivativos 2.060 3.073 4.718 3.073 (d) Resultado de operações com títulos e valores mobiliários e instrumentos financeiros derivativos 2005 2004 Rendas de títulos de renda fixa 858 851 Instrumentos financeiros derivativos (312) (421) 546 430

Carlos Alberto Filippelli Giraldes Diretor

Empréstimos e títulos descontados Financiamentos Adiantamentos sobre contratos de câmbio Outros créditos

2004 4.888 3.951 851 82 4 (1.627) (90) – (1.116) (421) 3.261 (5.586) – (1.574) (3.828) (257) 115 (42) (2.325) (2.325) 776 – (7) 783 (1.549) 461.601 (3,36)

Valdemir Rodrigues dos Santos Contador - CRC 1SP111087/O-7

2005 10.412 32.579 42.991 34.624 608 78.223

2004 8.597 14.399 22.996 – 175 23.171

(b) Composição por vencimento A vencer Até 90 dias De 91 a 360 dias Acima de 360 dias

Diretoria José António Inácio Castelo Branco Presidente

2005 Receitas da intermediação financeira 9.383 Operações de crédito 8.094 Resultado de operações com títulos e valores mobiliários 858 Resultado de operações de câmbio 424 Resultado de aplicações compulsórias 7 Despesas da intermediação financeira (3.321) Operações de captação no mercado (153) Operações de empréstimos, cessões e repasses (225) Provisão para créditos de liquidação duvidosa (2.631) Resultado com instrumentos financeiros derivativos (312) Resultado bruto da intermediação financeira 6.062 Outras receitas (despesas) operacionais (6.511) Receitas de prestação de serviços 101 Despesas de pessoal (1.628) Despesas administrativas (4.389) Despesas tributárias (521) Outras receitas operacionais – Outras despesas operacionais (74) Resultado operacional (449) Resultado antes da tributação sobre o lucro e participações (449) Imposto de renda e contribuição social 172 Imposto de renda e contribuição social (152) A compensar referentes a adições temporárias – Ativo fiscal diferido 324 Prejuízo (277) Número de ações (em milhares) 43.500 Prejuízo por lote de mil ações - R$ (6,36) 6. Operações de crédito (a) Composição total da carteira em 30 de junho de 2005

Total 31.337 (1.549) 29.788 44.205 (277) 43.928

Notas Explicativas da Administração às Demonstrações Financeiras dos Semestres Findos em 30 de Junho de 2005 e de 2004 - Em milhares de reais 1. Contexto operacional: O BPN Brasil Banco Múltiplo S.A. tem por objeto a prática de todas as operações ativas, passivas e acessórias inerentes aos bancos múltiplos e as respectivas carteiras autorizadas (investimento e crédito, financiamento e investimento e câmbio). O Banco Central do Brasil aprovou, em 05 e 29 de abril de 2004, o credenciamento para o BPN Brasil Banco Múltiplo S.A. operar no Mercado de Câmbio de Taxas Livres e no Mercado de Câmbio de Taxas Flutuantes, respectivamente. 2. Apresentação das demonstrações financeiras: As demonstrações financeiras do BPN Brasil Banco Múltiplo S.A., foram elaboradas de acordo com práticas contábeis adotadas no Brasil e normativos do Banco Central do Brasil - BACEN. 3. Resumo das principais práticas contábeis: (a) Resultado: É apurado pelo regime de competência. (b) Ativos e passivos circulantes e de longo prazo: Demonstrados pelos valores de realização e exigibilidade, incluindo, quando aplicável, as variações monetárias e cambiais, os rendimentos auferidos e encargos incorridos, reconhecidos em base “pro rata” dia. Quando aplicável, são constituídas provisões para redução dos ativos ao valor de mercado ou de provável realização. (c) Aplicações interfinanceiras de liquidez: Registradas a valor futuro, retificadas por conta redutora dos rendimentos a apropriar. (d) Títulos e valores mobiliários: Registrados pelo custo de aquisição atualizado pelo indexador e/ou taxa de juros efetiva, classificados e avaliados pelos critérios definidos pelo BACEN, através da Circular nº 3.068 de 08 de novembro de 2001, de acordo com as seguintes categorias: • Títulos para negociação - títulos e valores mobiliários adquiridos com o propósito de serem ativa e freqüentemente negociados, avaliados pelo valor de mercado em contrapartida ao resultado do período. • Títulos disponíveis para venda - títulos e valores mobiliários que não se enquadrem como para negociação nem como mantidos até o vencimento, avaliados pelo valor de mercado em contrapartida à conta destacada do patrimônio líquido. • Títulos mantidos até o vencimento - títulos e valores mobiliários, exceto ações não resgatáveis, para os quais haja intenção ou obrigatoriedade e capacidade financeira da instituição para sua manutenção em carteira até o vencimento, avaliados pelos custos de aquisição, acrescidos dos rendimentos em contrapartida ao resultado do período. Os ganhos e perdas de títulos disponíveis para venda, quando realizados, serão reconhecidos na data de negociação na demonstração do resultado, em contrapartida de conta específica do patrimônio líquido. Os declínios no valor de mercado dos títulos e valores mobiliários disponíveis para venda e dos mantidos até o vencimento, abaixo dos seus respectivos custos, relacionados a razões consideradas não temporárias, são refletidos no resultado como perdas realizadas. (e) Investimentos: (i) Participações em controladas no país: As participações em sociedades controladas são avaliadas pelo método de equivalência patrimonial. (ii) Outros investimentos: São representados por obras de arte e estão registrados pelo valor de custo. (f) Imobilizado: Demonstrado ao custo de aquisição, menos depreciação acumulada. As depreciações são calculadas pelo método linear, sobre o custo, a taxa anual de 10%. O sistema de processamento de dados tem taxa anual de 20%. (g) Diferido: Os gastos de organização e expansão correspondem a: (i) Gastos pré-operacionais: Relativos a benfeitorias em imóveis de terceiros, amortizados linearmente com base no prazo de locação de três anos. (ii) Gastos com constituição e reestruturação da sociedade: Correspondem a despesas com advogados e consultoria para a reestruturação do Banco, amortizados linearmente pelo prazo de 60 meses. (iii) Gastos com desenvolvimento de logiciais: Correspondem a despesas com cessão de uso de sistemas de softwares e consultoria para implantação dos sistemas de contabilidade, empréstimos, e gerenciais, amortizados linearmente pelo prazo de 60 meses. (h) Imposto de renda, contribuição social, PIS e COFINS: Provisionados às alíquotas

Demonstração do Resultado Semestres Findos em 30 de Junho - Em milhares de reais

2005

2004

54.912 23.009 302 78.223

16.835 6.110 226 23.171

(c) Composição da carteira de créditos por setor de atividade Setor privado 2005 2004 Rural – 1.546 Indústria 39.631 905 Comércio 1.068 4.002 Outros serviços 5.113 2.023 Pessoas físicas 32.411 14.695 78.223 23.171 O risco da carteira e a provisão para créditos de liquidação duvidosa estavam assim distribuídos em 30 de junho de 2005: Nível Percentual 2005 de da Operações Operações Total Provisão risco provisão vencidas a vencer 2005 2004 2005 2004 AA – – 7.145 7.145 8.213 – – A 0,5 – 46.626 46.626 9.874 233 49 B 1,00 134 19.053 19.187 2.333 192 23 C 3,00 209 805 1.014 835 30 25 D 10,00 237 337 574 659 58 66 E 30,00 277 256 533 435 160 130 F 50,00 334 201 535 389 267 389 G 70,00 355 166 521 313 364 313 H 100,00 1.780 308 2.088 120 2.088 120 3.326 74.897 78.223 23.171 3.392 1.115 7. Investimentos: Conforme Instrumento Particular, datado de 30 de junho de 2005, o BPN Brasil Banco Múltiplo S.A. integralizou 99,99% do capital social da sociedade BIZ SERVICE Tecnologia em Meios de Pagamento Ltda., cujo montante é de R$ 2.600 mil (dois milhões e seiscentos mil reais) representado por 2.600.000 quotas. 8. Obrigações por empréstimos no exterior: Em 2005 representados por recursos captados em banco no exterior, destinados à aplicação em financiamentos à exportação e importação, com encargos financeiros correspondentes à “LIBOR” ou “prime rate” acrescida de “spread”, substancialmente a curto prazo, no montante de R$ 43.557. 9. Carteira de câmbio: 2005 2004 Ativo: Câmbio comprado a liquidar 34.213 6.438 Cambiais e doctos. a prazo em moedas estrangeiras 526 – Direitos sobre vendas de câmbio 1.904 6.401 Rendas a receber de adiantamentos concedidos 607 – 37.250 12.839 Passivo: Câmbio vendido a liquidar 1.904 6.438 Obrigações por compra câmbio 36.520 6.319 Adiantamentos sobre contratos de câmbio (34.624) – Valores em moedas estrangeiras 2 – 3.802 12.757 10. Patrimônio Líquido: (a) Capital social: O capital social está representado por 43.500.000 (2004 - 461.601.273) ações ordinárias, sem valor nominal, totalmente integralizadas. Conforme deliberação da Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária realizada em 29 de abril de 2005, os acionistas aprovaram a substituição da quantificação das ações para melhor espelhar a proporcionalidade do capital social vis-à-vis o número de ações, que passará dos 475.101.273 de ações para 43.500.000 de ações. Referida alteração foi aprovada pelo BACEN em 29 de julho de 2005. (b) Dividendos: Conforme disposição estatutária, está assegurado aos acionistas dividendo mínimo de 5% do lucro líquido do exercício. 11. Instrumentos financeiros: O Banco participa de operações envolvendo instrumentos financeiros com o objetivo de atender às necessidades próprias e de clientes, a fim de administrar exposições a riscos de mercado, de moeda e de taxas de juros. O gerenciamento e acompanhamento desses riscos são efetuados através de políticas e estratégias de operação, assim como limites para posições assumidas e o crédito concedido às contrapartes, consoantes as diretrizes estabelecidas pela administração.

Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos Semestres Findos em 30 de Junho - Em milhares de reais 2005 Origens dos recursos 27.547 Rec. de terc. origin. de: Aum. dos subgrupos do passivo 23.792 Depósitos 3.536 Obrigações para empréstimos e repasses 19.916 Instrumentos financeiros derivativos 340 Outras obrigações – Redução dos subgrupos do ativo 3.431 Aplicações interfinanceiras de liquidez – Títulos e valores mobiliários 3.431 Alienação no diferido 324 Aplicações dos recursos 31.989 Prejuízo do semestre 277 Ajustes ao prejuízo Depreciação e amortização (429) Variação nos resultados de exercícios futuros 41 Inversões em: Imobilizado de uso 54 Investimentos 2.600 Aplicação no diferido 197 Aumento dos subgrupos do ativo 28.513 Aplicações interfinanceiras de liquidez 173 Relações interfinanceiras 134 Operações de crédito 15.036 Outros créditos 11.039 Outros valores e bens 2.131 Redução dos subgrupos do passivo 736 Depósitos – Outras obrigações 690 Relações interfinanceiras 46 Redução das disponibilidades (4.442) Modificações na posição financeira 5.333 Disponibilidades: Início do semestre Fim do semestre 891 Redução das disponibilidades (4.442)

2004 26.186 12.669 – – – 12.669 13.517 547 12.970 – 26.226 1.549 (532) – 3 – 235 24.133 – 4 10.135 13.964 30 838 838 – – (40) 152 112 (40)

Os instrumentos financeiros derivativos estão sendo apresentados por tipo de papel e vencimento como segue: 2005 Diferencial/ajuste Valor referencial A pagar A receber Mercado futuro 8.226 (2.983) – NDFs 11.472 – 3.010 Swaps 7.300 (339) – Em 30 de junho de 2004, o Banco não possuía em sua carteira operações com instrumentos financeiros derivativos. 12. Outros créditos - diversos 2005 2004 Adiantamento e antecipações salariais 91 297 Créditos tributários 603 783 Impostos e contribuições a compensar 258 – Títulos e créditos a receber – 175 Pagamentos a ressarcir 25 – Contas a receber (*) 1.829 8 2.806 1.263 (*) Em 2005, outros créditos - diversos - contas a receber referem-se, substancialmente, a valores a receber da empresa Ergi Empreendimentos Imobiliários Ltda., cujo vencimento ocorrerá a partir de outubro de 2005 em dez parcelas. 13. Outras obrigações - diversas 2005 2004 Provisões para pagamentos a efetuar - pessoal 275 236 Outras despesas administrativas 109 – Credores diversos - país (*) 1.799 472 2.183 708 (*) Em 2005, outras obrigações - credores diversos - país referem-se, substancialmente, a valores a pagar referente a comissões das operações de CDC e CDCI no montante de R$ 1.336 (2004 - R$ 470). 14. Imposto de renda e contribuição social: Os créditos tributários são reconhecidos considerando a expectativa da administração de apuração de lucros tributáveis futuros para realização do referido crédito. (a) Os encargos com imposto de renda e contribuição social incidentes sobre as operações são demonstrados a seguir: 2005 2004 Resultado antes do imposto de renda e contribuição social (449) (2.325) Base de cálculo (449) (2.325) Encargos (imposto de renda e contribuição social) às alíquotas de 25% e 9% 152 791 Acréscimos e decréscimos de imposto de renda e contribuição social no período (152) – Constituição de crédito tributário 344 783 A compensar referentes a adições temporárias – (7) Compensação de crédito sobre prejuízo fiscal (20) – Total do encargo de imposto de renda e contribuição social 172 776 (b) Origem dos créditos tributários de imposto de renda e contribuição social diferidos Saldo em ConstiSaldo em 31/12/2004 tuição Reversão 30/06/2005 Provisão para créditos de liquidação duvidosa 259 775 431 603 Prejuízo fiscal 20 – 20 – Total dos créditos tributários 279 775 451 603 (c) Previsão de realização dos créditos tributários sobre diferenças temporárias Previsão de realização Valor presente 2005 603 503 603 503 O valor presente dos créditos tributários foi calculado considerando a taxa média de captação do CDI. 15. Informações complementares: Despesas administrativas, em 30 de junho de 2005 referem-se, substancialmente, ao pagamento de despesas com Correspondentes no País para o produto Crédito Direto ao Consumidor - CDC no valor de R$ 1.693 (2004 - R$ 1.114) e pagamento com a campanha de Incentivo e Marketing junto aos lojistas da rede para aumento da produção do produto CDC no valor de R$ 543 (2004 - R$ 772) no semestre.

Parecer dos Auditores Independentes Aos Administradores BPN Brasil Banco Múltiplo S.A. 1. Examinamos os balanços patrimoniais do BPN Brasil Banco Múltiplo S.A. em 30 de junho de 2005 e de 2004 e as demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos dos semestres findos nessas datas, elaborados sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de emitir parecer sobre essas demonstrações financeiras. 2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria aplicáveis no Brasil, as quais requerem que os exames sejam realizados com o objetivo de comprovar a adequada apresentação das demonstrações financeiras em todos

os seus aspectos relevantes. Portanto, nossos exames compreenderam, entre outros procedimentos: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e os sistemas contábil e de controles internos da instituição; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgados; e (c) a avaliação das práticas e estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administração da instituição, bem como da apresentação das demonstrações financeiras tomadas em conjunto. 3. Somos de parecer que as referidas demonstrações financeiras apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira do BPN Brasil Banco Múltiplo S.A. em 30 de junho de 2005 e de 2004 e o resultado

das operações, as mutações do patrimônio líquido e as origens e aplicações de recursos dos semestres findos nessas datas, de acordo com práticas contábeis adotadas no Brasil. São Paulo, 29 de julho de 2005 Auditores Independentes CRC 2SP000160/O-5

Ricardo Baldin Contador CRC 1SP110374/O-0


DIÁRIO DO COMÉRCIO

20 -.GERAL

quarta-feira e quinta-feira, 7 e 8 de setembro de 2005

GOVERNO E EMPRESÁRIOS DISCUTIRAM FORMAS DE AMPLIAR RELAÇÕES COMERCIAIS BILATERAIS Fotos: Joseph Barrak/AFP

Issa Goraieb*

E

m meio a calorosas (e no entanto clássicas) reafirmações dos profundos laços de amizade que unem os dois países, foi com seriedade que as possibilidades de promover as trocas comerciais entre o Brasil e o Líbano foram exploradas durante a breve estada de uma importante delegação brasileira em Beirute. Comandada pelo governador do estado, Geraldo Alckmin, a delegação era composta pelo secretário de Tecnologia e Desenvolvimento Econômico de São Paulo, José Goldemberg, e pelos empresários e vice-presidentes da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Luiz Roberto Gonçalves e Alfredo Cotait Neto – também presidente da Câmara de Comércio Brasil-Líbano e coordenador da São Paulo Chamber of Commerce – e pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. Ainda integraram a comitiva o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Secovi), Romeu Chap Chap, e o diretor da Schahin Engenheria, Salim Taufic Schahin. A delegação, que chegou a Beirute nas primeiras horas de terça-feira, às vésperas do 7 de Setembro, acompanhada pelo embaixador Marcus de Vincenzi, foi recebida pelo presidente da República do Líbano, Emile Lahoud, pelo presidente da Assembléia Nacional, Nabih Berry e pelo primeiro-ministro Fouad Siniora. Os três fizeram questão de enfatizar a discutir os meios de desenvolimportância excepcional dos ver as trocas comerciais entre laços humanos e culturais en- os dois países, cujas relações tre o Líbano e o Brasil, que aco- enfrentam alguns problemas. lheu um grande número de Um dos principais é a distânimigrantes do país do cedro. cia geográfica, que afeta forçoA proximidade é tanta que o samente a freqüência e o volupresidente do Conselho Muni- me dos negócios bilaterais cipal de Beirute, Abdel Menem que, na realidade, ainda são Ariss, chegou a propor um bastante modestos. acordo para fazer de São Paulo As importações libanesas de e da capital libanesa cidades produtos brasileiros não ultragêmeas. A idéia passaram a cafoi bem recebisa dos US$ 70 da pelos empremilhões nos sários e memprimeiros seis bros do governo meses deste e deve ser estuano. Quanto às dada. importações milhões de dólares Reforço nas brasileiras, são relações – O c on s i de r a da s foi o valor gasto presidente Emiquase irrisórias pelos libaneses em no período, de le Lahoud não deixou de evoimportações de acordo com o car a visita ofiprodutos brasileiros presidente da cial que fez no Federação Linos primeiros seis ano passado ao banesa das CâBrasil, durante m a r a s d e C omeses deste ano a qual foram asmércio, Indússinados divertria e Agriculsos protocolos de acordos com t u r a e e x - m i n i s t r o d a o objetivo de reforçar as rela- Economia, Adnan Kassar, que ções bilaterais. Ele também organizou um encontro entre a agradeceu os brasileiros pelo missão brasileira e empresáapoio constante que é dado às rios libaneses na sede da insticausas libanesas em instâncias tuição, na última terça-feira. internacionais. Esforços – Pragmático, KasMas foi essencialmente com sar insistiu, durante o enconos empresários libaneses, en- tro, na necessidade de uma tretanto, que a missão brasi- maior atenção e de esforços leira teve a oportunidade de voltados para colocar em prá-

O governador Geraldo Alckmin presta homenagem ao ex-primeiro ministro libanês Rafik Hariri, assassinado em atentado terrorista

BRASIL E LÍBANO: MUITO ALÉM DE LAÇOS DE TRADIÇÃO

70

Importadas

SÓ bebidaS Nacionais

À esquerda, integrantes da comitiva caminham pelas ruas do centro de Beirute. Acima, Adnan Kassar, presidente da Federação Libanesa das Câmaras de Comércio, Indústria e Agricultura.

Entretanto, fez questão de afirmar que a conclusão desse projeto deve permitir a abertura efetiva dos mercados libaneses e árabes a produtos brasileiros e, igualmente, a possibilidade de que empresários brasileiros aproveitem as vantagens da zona árabe de livre comércio (que reúne mais de 265 milhões de consumidores)

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por meio da comercialização de seus produtos via Líbano. Em troca, disse Kassar, os produtos libaneses poderão, via Brasil, se infiltrar nos mercados da América do Sul. Mas o presidente da Federação preconizou, sobretudo, a criação de um fundo de apoio financeiro aos setores privados dos dois países que terá

* Issa Goraieb, jornalista libanês, é diretor do jornal L'Orient Le Jour DC

tica os numerosos acordos de cooperação comercial e econômica concluídos durante a visita oficial do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, ao Líbano, ocorrida em dezembro de 2003. Ele ainda ressaltou a demora na construção da Casa do Brasil no Líbano, um projeto firmado por ocasião da viagem.

um objetivo duplo: comercial e de investimento. Além de permitir o escoamento de produtos, este fundo serviria para financiar estudos de viabilidade para projetos de parceria entre o Líbano e o Brasil. Oportunidades – O governador Geraldo Alckmin destacou a importância da diáspora libanesa ao Brasil, já que esses imigrantes representaram e ainda representam um papel importante no desenvolvimento das relações bilaterais. Ele enfatizou também as oportunidades de investimento no estado de São Paulo, com seus 40 milhões de habitantes e um crescimento econômico de 7,6% ao ano. Alckmin ressaltou o peso de São Paulo para o Brasil, cuja contribuição é de 34% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, embora o território estadual represente apenas 3% do nacional. Os participantes do encontro debateram ainda as diversas dificuldades impostas às trocas comerciais entre Brasil e Líbano, especialmente as regras de armazenamento impostas pela aduana em São Paulo e que, segundo as empresas libanesas, dificultam as atividades comerciais.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

20 -.ESTILO

sexta-feira, sábado e domingo, 9, 10 e 11 de setembro de 2005

PIN-UPS

O termo pin-up surgiu em 1915, quando o fotógrafo George Miller pediu para uma artista russa levantar um pouco a saia. Diz a lenda que a imagem era de "pendurar na parede". Ao lado e com a guitarra, Ana Bandarra e Helena Barros (abaixo) que fazem pin-ups por meio de auto-retratos.

Na parede, lolitas que encantam e seduzem De Marilyn Monroe Betty Boop, sem esquecer de Brigitte Bardot, Ursula Andress, Jane Fonda, como Barbarella, até Lara Croft, em Tomb Raider, dos games e da versão de Hollywood. O glamour das pin-ups está de volta. Engana-se quem acredita que esses ícones de beleza feminina agrada apenas aos homens. A internet reúne duas das maiores colecionadoras de imagens do gênero no País, Helena Barros e Ana Bandarra. As duas já fizeram da arte um estilo de vida a ser seguido. E os colecionadores da ala masculina, de tão avidos pelas pin-ups, chegaram a pagar em um leilão US$ 125 mil por um exemplar do artista peruano Joaquim Alberto Vargas y Chaves, que retratou por 12 anos as coristas da Brodway, de Nova Iorque. Pura arte pop. (Ana Bandarra), outra aficcionada. "São Lolitas permeando a imaginação; intocáveis mas tocáveis, divinas e terrestres, fortes e vulneráveis", diz o engenheiro Eduardo Campos da Silva, referindo-se ao personagem de Vladimir Nabokov. Como tantos outros, ele alimenta uma coleção garimpando feiras de antigüidades. "As pin-ups não ficam muito na vitrine; são difíceis de aparecer e fáceis de vender", avalia Seiko Yanagihara, da Central Pré-histórica dos Antiquários em São Paulo. Vênus de Ícones Willendorf Os colecionadores são ávidos por elas. Vargas é o grande ídolo. "Ele é o máximo!", concorda Helenbar. Peruano, Joaquim Alberto pin-up da vez. Vargas y Chaves (1896-1982) viu a fama atingir Premiada no projeto de graduação em o auge entre 1960 e 1976, ao imprimir seus design gráfico e novas tecnologias pela desenhos na revista Playboy norte-americana. Universidade Estadual do Rio de Janeiro Antes disso, retratou por 12 anos as coristas da (UERJ), é professora universitária e publicitária. Especializou-se no tratamento de Broadway, um dos primeiros a utilizar o aerógrafo. Seus originais tornaram-se imagens, utilizando o próprio corpo como verdadeiras obras-primas: matéria prima. Auto Leonardo Rodrigues/Digna Imagem no ano passado um deles fotografa-se numa foi arrematado em leilão temática ampla e da Christie’s, em Nova aleatória, causando York, por US$ 125 mil. "Se frisson na comunidade o século 19 teve retratistas on-line. Divulga suas como Gustav Klimt e foto-ilustrações retrô – no Toulouse-Lautrec, a auge da moda – assinatura de Vargas, nos associadas à sensualidade 20, é incomparável", e estilos da época. comenta Campos da Silva. "As pin-ups Requisitadas durante a representam o que Segunda Guerra Mundial amamos, queremos amar, como mascotes, os ou possuir", resume Mark aviadores as pintavam na Gabor em Pin-up – A fuselagem, marinheiros Modest History (Pan pregavam no beliche. O Books, Londres, 1973). antiquário Paulo Afonso Qualquer coisa que possa Seefelder lembra que, em ser pendurada na parede São Paulo, a fábrica de é – em essência – uma pinlouças Zapp, no Tatuapé, up. Mas o termo abrange produzia pin-ups de imagens impressas ou grande sucesso: "Ainda moldadas em caixas de tenho uma a R$ 600,00", fósforo, camisetas, cartas oferece. Muitas foram as de baralho. estrelas de cinema que História começaram assim. Entre Estatueta de pedra, a as mais famosas, Hedy pré-histórica Vênus de Lamarr – o primeiro nu Willendorf é a primeira de nas telas; Marilyn Monroe que se tem notícia. Suas – no calendário nua sobre formas denotam uma veludo vermelho; Betty estética feminina Boop, bonequinha de arqueológica, que não Para Eduardo Campos da Silva, as pin-ups cinta-liga que acaba de pára de evoluir: das são personagens divinas e intocáveis, completar 75 anos de graciosas gordinhas idade. Mas não esquecer renascentistas aos nus dos porém,fortes e vulneráveis Brigitte Bardot, Ursula anos 40, 50, 60 e 70. Andress, Barbarella (Jane Fonda), Lara Croft... Épocas em que a mulher fascinava os homens Nos últimos anos as pin-ups quase foram naturalmente, sem retoques de computador, relegadas ao esquecimento, dando lugar à silicone, botox, lipo ou cirurgia plástica. proliferação de publicações "impróprias para O termo pin-up veio à tona quando, em menores". Até as folhinhas de borracharia 1915, o repórter fotográfico George Miller escassearam. Mas, como a história é cíclica, e a pediu a uma artista russa, em visita a Nova moda "vintage" se renovando, elas reaparecem York, que posasse para sua objetiva via internet: "Divulgo meu trabalho no blog levantando um pouco a saia. Quando o editor www.fotolog.net/helenbar - com mais de 600 viu a foto, exclamou: "Ora, isso é de pendurar mil visitas em dois anos", contabiliza. As na parede (pin-up)!". Verdade ou não, foi o musas integram um site de relacionamento começo de um modo de ilustração www.pinmeup.com.br - com 740 membros no provocativa. Embora seu sucesso esteja no Brasil. "Nos inspiramos no Orkut para formar "sex-appeal" (apelo sexual), não devem ser uma comunidade interessada em fotografia e confundidas com a arte erótica em geral. "A pin-ups; para participar é necessário receber Vênus de Botticelli não é uma pin-up, mesmo convite, mas pode ser acessado livremente", que se possa pendurar sua reprodução na parede. Não foi criada com essa intenção: uma diz Miss Jaya (Joana Mazza). Miss Ana entrou na onda para divulgar a pin-up já nasce pin-up!", exclama Miss Ana

Edu Vilamaior

Elas estão de volta. Desde o tempo das cavernas, o homo sapiens sente-se cada vez mais atraído pela beleza, sensualidade e magia das pinups. Da pintura rupestre às iluminuras medievais, da fotografia às técnicas modernas de ilustração, a arte marôta de seduzir chegou ao topo tecnológico por meio da digitalização de imagens. Como as criadas por Helenbar (Helena de Barros) a

grife de sua confecção Voodoo Doll: "São roupas femininas dedicadas a vestir as pinups modernas – de lingeries a roupas de banho e vestidos glamurosos". Dos quatro concursos internacionais que participou, suas fotos venceram dois, ficando em segundo e terceiro lugar nos outros. "Depois que comecei a fazer fotos de pin-ups, minhas e de amigas, não parei mais!". Curta-as: www.fotolog.net/rockin_wear. Também visando uma graninha, Helenbar criou postais numerados das suas personagens, que esgotaram rapidamente. "Meu trabalho é artesanal, inviável para comercialização em grande escala sem patrocínio". Habilita-se? Dou-lhe uma, dou-lhe duas... pin-up! Armando Serra Negra

Vargas imprimia seus desenhos na Playboy


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.CAMPINAS

sexta-feira, sábado e domingo, 9, 10 e 11 de setembro de 2005

em Campinas UNIVERSIDADE

Unicamp critica anteprojeto de reforma

ÓRBITA

Marcos Peron/Virtual Photo

ito gatos e dois gambás foram encontrados mortos no Bosques dos Jequitibás, em Campinas, na madrugada dessa quintafeira. A direção do parque acredita que os animais foram envenenados. Exames toxicológicos serão realizados nas espécies mortas. Foi registrado boletim de ocorrência policial. A onda de extermínio de animais na cidade já fez vitimas. No dia 8 de agosto passado, os irmãos Daniel e Ana dos Santos, de 13 e 11 anos, respectivamente, sofreram envenenamento por chumbinho, após comer pedaços de pizza que encontraram em cima do cesto de lixo. As crianças precisaram de dois dias de internação hospitalar.

As conclusões sobre o anteprojeto serão enviadas ao Ministério da Educação, à Casa Civil e ao Congresso Nacional. O relatório foi aprovado essa semana

O Conselho Universitário vê falta de diagnóstico da realidade brasileira, de definições sobre a qualidade do ensino superior e sobre a autonomia universitária.

O

Paulo Liebert/AE

A

falta de uma análise da realidade brasileira que aponte as virtudes, debilidades e distorções do sistema de ensino em todos os níveis, a ausência de definição sobre a qualidade do ensino superior e sobre a autonomia universitária são alguns dos problemas encontrados pelo Conselho Universitário (Consu) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) na terceira e última versão do anteprojeto da reforma universitária. As conclusões do Consu sobre o anteprojeto serão encaminhadas ao Ministério da Educação, à Casa Civil e ao Congresso Nacional. O relatório foi aprovado essa semana pelos integrantes do Conselho. Entre outros pontos, de acordo com o Consu, o financiamento das universidades federais não está claro no projeto, cuja interpretação deixa profunda inc e r t e z a s o b re a manutenção de seus orçamentos nos níveis atuais. O relatório afirma que o projeto não leva em conta a necessidade de corrigir o desequilíbrio do universo educacional brasileiro através de sua qualificação sistêmica, do fundamental ao universitário, sem esquecer também as lacunas que se verificam na educação infantil e no ensino técnico-profissionalizante. O Consu mantém ainda a crítica sobre o sistema de cotas, argumentando que o acesso de negros, indígenas e estudantes de escolas públicas às universidades deve ocorrer por meio de ações concretas para melhorar os ensinos médio e fundamental e, em segundo lugar, mediante programas de inclusão que não reproduzam o sistema de reserva de vagas nem deixem de levar em conta a qualificação do estudante. Outros pontos negativos do anteprojeto, e os avanços presentes em seu texto, foram detalhados por José Tadeu Jorge, reitor da Unicamp, em entrevista concedida ao Diário do Comércio. Diário do Comércio – Essa última versão do anteprojeto apresentou avanços significativos em relação às últimas duas versões? José Tadeu Jorge – Al-

D

O reitor José Tadeu Jorge (foto) diz que o anteprojeto de reforma universitária avançou em alguns poucos pontos

guns poucos pontos avançaram. Se você recordar, a primeira versão era uma mistura confusa que colocava no mesmo pacote o sistema Federal, o Estadual e o privado. Essa falta de clareza foi bem considerada agora. Melhoraram também algumas questões pontuais, como a definição do conselho social que agora tem caráter apenas indicativo. Antes, esse conselho era apresentado como tendo caráter deliberativo, o que não fazia sentido, já que é inadmissível que pessoas que não têm conhecimento do funcionamento de uma universidade ditem os caminhos que essas devem seguir. Mas pelo parecer do Conselho Universitário (Consu) vários pontos polêmicos passaram intocados, como a questão da autonomia universitária. Tadeu Jorge – Sim. Permanece a insistência em definir a autonomia das universidades. Não precisa dessa definição porque a Constituição brasileira já trata disso no artigo 207. É a universidade quem deve definir os cursos que criará, as suas linhas de pesquisa, quais áreas deve atender. Essas definições não podem ser externas. Um conselho que teria caráter deliberativo. A tentativa de definir autonomia universitária. Por que a reforma parece insistir em um controle externo sobre as universidades?

Tadeu Jorge – Pois é. Essa é uma visão utilitarista das universidades, o que é errado. É a tentativa de usar as instituições para resolver os problemas do governo. A universidade ajuda a sociedade formando recurso humano competente. Não é a universidade que melhora as condições sociais, não se pode inverter o problema. Quem melhora a saúde é o Ministério da Saúde. A universidade contribui

líticas, econômicas e sociais que sustentariam a reforma universitária. Qual a importância desta definição? Tadeu Jorge – Quando se vai fazer qualquer reforma, até mesmo a de uma casa, é preciso fazer um diagnóstico. O diagnóstico para a reforma universitária não foi apresentado até agora. Isso implica no seguinte: o projeto, por exemplo, coloca a universidade como

Gustavo Magnusson/AAN/AE

Quando você vai fazer uma reforma é preciso um diagnóstico, que não foi apresentado. Tadeu Jorge, reitor

com pesquisa. A Unicamp tem um hospital para formar bons médicos, formando a realidade do trabalho, e desenvolver pesquisas. Essa é a prioridade. O atendimento à população vem por tabela. O anteprojeto tratou de forma minimizada a separação da pesquisa em relação à extensão dos trabalhos da universidade. O que persiste erroneamente é um desequilíbrio que diz que para ser universidade não há necessidade intensa de pesquisa, e sim de extensão. O Consu foi bastante crítico em relação à falta de definição das bases po-

tendo fundamental importância para o desenvolvimento regional. Mas o desenvolvimento do Nordeste é diferente daquele visto no Sudeste, então, a formação que as universidades teriam de oferecer em cada região seria diferente também. Mas não sabemos quais são essas diferenças, porque o diagnóstico não foi feito. Em relação ao veto do governador para o aumento do orçamento para educação, e à crise financeira pela qual passa o Hospital das Clínicas (HC). Até que ponto estes problemas compro-

metem o desempenho da Unicamp? Tadeu Jorge – São duas questões distintas. O HC recebe recurso do SUS (Sistema Único de Saúde) para se manter. O problema é que não houve correção da tabela do SUS, mas os preços dos medicamentos e equipamentos usados no hospital continuaram sendo reajustados. Outro problema está no fato do HC ter como atribuição fazer procedimentos complexos, mas como o sistema está desequilibrado, pacientes que precisam de procedimento simples também são encaminhados para lá. Claro que esses pacientes são atendidos, mas como essa não é uma atribuição definida pelo SUS, não recebemos por esses atendimentos. Não está havendo sobra de dinheiro para equilibrar as despesas, então estamos revendo as contas. Mas e em relação ao veto do governador. Se ele permanecer, quais as conseqüências para a Unicamp, além do corte que já é previsto? Tadeu Jorge - Se o veto permanecer e não houver um programa para ampliar as vagas oferecidas no vestibular, o que vai acontecer é que ficaremos sem condição de aumentálas. De 1989 até hoje, as vagas dobraram, mas não temos mais estrutura para ampliação sem recursos. Renato Ibelli

BLITZ Pente-fino no comércio começa segunda omeça segundafeira o Fórum Permanente de Fiscalização de Campinas, projeto para recuperar o Centro. Em ação conjunta,

C

ois detentos morreram na madrugada da última quarta-feira em prisões de Campinas e Hortolândia. Um preso morreu em cela do Centro de Detenção Provisória de Hortolândia, após passar mal. Outro homem, detido por atentado violento ao pudor contra uma criança, foi encontrado morto com sinais de enforcamento na cadeia do segundo DP de São Bernardo. As mortes estão sendo investigadas pela Polícia Civil e Secretaria de Administração Penitenciária. Inquéritos foram instaurados e o IML de Campinas faz análises para apurar as circunstâncias.

13 órgãos municipais fiscalizarão o comércio formal e informal em busca de irregularidades. Na primeira fase, 12 agentes da ouvidoria ape-

nas orientarão. Depois, os técnicos passarão para fiscalizar e, se preciso, autuar. Segundo o presidente da Setec , José Antonio Azevedo, o objetivo é combater a

poluição e verificar a qualidade dos alimentos vendidos e a higiene dos estabelecimentos. Irregularidades poderão acarretar em multa e até na lacração da loja.

Cartazes, banners e placas de publicidade irregulares estarão sujeitas a punições severas, conforme a lei. Cristiane Prezotto

melhor forma de negociar será tema de palestra durante o terceiro encontro promovido pelo grupo ID Empresarial. Nesta edição, serão abordados assuntos relacionados à formação da credibilidade, ao contorno de objeções e ao tratamento aos clientes. A palestra será ministrada na próxima terça-feira, dia 13, pelo presidente da HSM do Brasil, Carlos Alberto Júlio, na Usina Royal, em Campinas. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone: 3795 4440.

A

EXPEDIENTE

Diretoria Executiva (2004 - 2007) Presidente Guilherme Campos Júnior 1º Vice-Presidente Gilberto Rocha da Silveira Bueno 2º Vice-Presidente Carlos Francisco Simões Correia Assinaturas do Diário do Comércio (0xx19) 2104-9276 Departamento de Sócios Serviço de Atendimento ao Usuário, Convênios e Parcerias (19) 2104-9271/ 9272/ 9273 associados@acicnet.org.br Assessoria de Imprensa (19) 2104-9215/ 9216 imprensa@acicnet.org.br Página na Web www.acicnet.org.br Rua José Paulino, 1111, Campinas, SP - CEP 13013-001 PABX: 2104-9200


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6 -.POLÍTICA

sexta-feira, sábado e domingo, 9, 10 e 11 de setembro de 2005

COM OU SEM CRISE, LULA VAI AO EXTERIOR; DIRCEU QUER DEPOR E PM CONFIRMA 15 MIL MANIFESTANTES. Sérgio Lima/Folha Imagem

LULA ESPERA UM DESFECHO RÁPIDO

O

p re s i d e n t e L u i z Inácio Lula da Silva acha que a solução para o caso do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), precisa ser rápida para não criar um clima de desestabilização política no País. Após ser informado por auxiliares, em Puerto Maldonado (Peru), do depoimento devastador do empresário Sebastião Buani – que acusou Severino de cobrar propina para manter a concessão de restaurante na Câmara –, Lula disse esperar que o processo de investigação não se arraste por muito tempo. O presidente brasileiro esteve na cerimônia de lançamento de lançamento da pedra fundamental da Rodovia Interoceânica juntamente com seus colegas Alejandro Toledo, do Peru e Eduardo Rodrigues, da Bolívia. PT e PC do B mandaram para a cidade 600 militantes em ônibus contratados pelos

dois partidos. A claque aplaudiu Lula a toda hora. Nos bastidores, o governo já articula a candidatura de um outro nome da base aliada para concorrer à presidência da Câmara. Em conversas reservadas são citados os deputados Sigmaringa Seixas (PT-DF) e Eduardo Campos (PSB-PE), que foi ministro da Ciência e Tecnologia de Lula. "Quem elegeu Severino deve pedir desculpas ao País", afirmou o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia. "Aliás, quem elegeu e agora está acusando tem de provar. O candidato do governo à presidência da Câmara se chamava Luiz Eduardo Greenhalgh", completou, numa referência ao deputado do PT que perdeu a disputa para Severino, em fevereiro deste ano. Turbulência – O ministrochefe da Secretaria de Relações Institucionais, Jaques Wagner, disse que o clima de turbulência não pode se arrastar indefi-

nidamente. "Esperamos que investigações ocorram da forma mais célere possível, com as instituições funcionando, e que os esclarecimentos sejam brevíssimos." Ele insistiu que não estava fazendo pré-julgamento de Severino. No discurso oficial o governo quer mostrar que não interfere no Congresso. Na prática, porém, as consultas para a substituição de Severino já começaram. "Não recebi encomenda do presidente Lula nem para blindar nem para me afastar do Severino", afirmou Wagner. "Agora, num clima como esse, é recomendável que haja investigação e punição, se constatada a irregularidade, independentemente de nome, sobrenome ou partido político." Diante do agravamento da crise alguns auxiliares do presidente aconselharam-no a cancelar duas viagens internacionais na próxima semana. Mas o presidente está disposto

Lula, Alejandro Toledo (Peru) e Eduardo Rodrigues (Bolívia), saudados por populares em Porto Maldonado

a manter a agenda, onde constam a visita de Estado à Guatemala, a partir de segunda-feira, e a viagem para Nova York, onde ele participará da Cúpula do Milênio. Hoje Lula deve se reunir com a coordenação política do governo para avaliar os efeitos do caso Severino. Decepção – O presidente na-

cional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, qualificou ontem como "uma decepção geral" o pronunciamento feito na véspera por Lula, afirmando que "ele continuou devendo à população uma explicação convincente sobre os fatos que alimentam a crise político-insti-

tucional do País". Para Busato, Lula tratou superficialmente o problema da crise. "Não entrou no núcleo da crise, que é de onde o povo está esperando um pronunciamento mais contundente, mais convincente por parte do presidente", afirmou o presidente da OAB. (AE)

DIRCEU QUER DEPOR E MUDAR RELATÓRIO José Cruz/ABr

O

s advogados de defesa do deputado José Dirceu (PT-SP) ingressaram com um requerimento na secretaria da CPMI dos Correios pedindo que o relatório preliminar que recomenda abertura de processo contra 18 deputados seja retificado, que o nome do ex-ministro da Casa Civil seja retirado da lista e que a CPMI marque um dia para o depoimento de Dirceu. Caso o recurso seja indeferido, os advogados antecipam que entrarão com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF). No requerimento, assinado pelos advogados José Luis Oliveira Lima e Rodrigo Dall’Acqua, há duras críticas especialmente ao relator da CPMI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). Lima contesta ponto por ponto as acusações do relatório produzido em conjunto com a CPMI do Mensalão e a

CMPI dos Correios e alega que as duas comissões fizeram um julgamento prévio de Dirceu, cerceando o seu direito de defesa. "São várias questões abordadas. Todas as afirmações foram rebatidas. Existem várias contradições". Renilda – Lima alega que houve deturpação de depoimentos de testemunhas chaves, como o de Renilda Santiago, mulher do empresário Marcos Valério, apontado como operador financeiro do "mensalão". O advogado diz que Renilda não afirmou em seu depoimento que Valério se reuniu com o exministro, como afirma o relatório. "É chocante tamanho descompromisso com a verdade, devendo o relatório parcial corrigir prontamente suas equivocadas e inverídicas conclusões sobre tal prova testemunhal". O advogado também questionou o porquê de o relator ter excluído do relatório o nome do senador Eduardo Azeredo (PSDB-

MG), que recebeu recursos de Valério em 1998. Azeredo – "O argumento para que não se possa incluí-lo foi que ele (Azeredo) não estava no exercício do mandato de senador (à época era governador de Minas e tentava a reeleição). Portanto, prova contra o ministrochefe da Casa Civil vira indício. Prova, indícios contra outros não vingam nada", disse Lima. Ele afirmou ainda que seu cliente é vítima de um julgamento político, e não jurídico. "Não se pode cassar um parlamentar com mais de 550 mil votos com argumentos políticos. Quem faz julgamento político é o povo." O presidente da CPMI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), rebateu os argumentos de Dirceu, de que seu direito de defesa teria sido cerceado. "O Conselho de Ética é o foro adequado para os parlamentares apresentarem sua defesa". (Agências)

Lima, advogado do ex-ministro (ao centro): críticas a Serraglio e ao relatório conjunto das CPMIs

José Cruz/ABr

Lula Marques/Folha Imagem

CRISTOVAM, ENFIM, SAI DO PT E VAI PARA O PDT

CORREGEDOR PEDE CASSAÇÃO DE 18 DEPUTADOS

O senador Cristovam Buarque (DF) formalizou ontem pedido de desfiliação do PT. Ele disse que deve ingressar no PDT, partido que já o abrigou no passado. O senador não deve mais presidir a Comissão de Relações Exteriores porque o cargo pertence ao PT. Primeiro ministro da Educação de Lula, o senador

Depois de três meses de investigação sobre o envolvimento de deputados no suposto esquema do "mensalão", o relator da comissão de sindicância da Corregedoria, deputado Robson Tuma (PFL-SP), anunciou ontem a conclusão de seu parecer. O relatório, que foi lacrado, só será lido e votado pela

No plenário do Senado, Cristovam conversa com Delcídio Amaral

passou a colecionar desilusões com o PT e o governo depois de ser demitido no dia 22 de janeiro de 2004 do cargo de

ministro por telefone. Ele disse que pode disputar a presidência da República em 2006, caso seja de interesse de seu novo partido. (AE)

Relatório de Tuma cita os mesmos nomes do parecer das CPMIs

comissão na segunda-feira. Segundo Tuma, o relatório cita os mesmos 18 deputados listados no parecer das CPMIs dos

Correios e da Compra de Votos. "Não posso antecipar o voto, mas não há nenhuma intenção de ir contra o trabalho das CPMIs." (AE)

soas. Já a Folha de S. Paulo informou que apenas duas mil pessoas estiveram presentes, enquanto que o O Estado de S. Paulo publicou que 2.500 manifestantes foram à passeata. Para alguns sites, a participação foi de seis mil pessoas. Momento – Para colocar um ponto final na guerra dos números, o Diário do Comércio procurou a Polícia Militar. As explicações foram dadas pelo capitão Fábio Leite, do setor de Comunicação Social da corporação. "Depende do momento em que cada repórter solicitou a informação. Quem publicou que a passeata reuniu dois mil ou 2 mil e 500 pessoas deve ter obtido a informação no final da passeata, quando milhares de pessoas já haviam saído da manifestação. Posso garantir que na praça da Sé, local do início da passeata, a passeata reu-

niu 15 mil pessoas. Pelas explicações do capitão, por volta das 10 horas, quando a multidão estava reunida na praça da Sé, esperando o momento de sair em passeata até a praça Ramos de Azevedo, cada metro quadrado estava tomado por quatro pessoas. Na rua Boa Vista, no início da passeata, a multidão aumentou e continuou numerosa até a rua Líbero Badaró. Quando começou a chover, no início do viaduto do Chá, houve uma dispersão. Quando a passeata chegou às escadarias do Teatro Municipal, já contava com um número reduzido. "As consultas da imprensa ocorrem em diversos horários e momentos. Isto justifica a informação da Folha, do Estado e dos sites quanto ao número de manifestantes", explicou o capitão Fábio Leite.

Nilton Fukuda/AE

PM CONFIRMA 15 MIL NA MANIFESTAÇÃO DO GRITO DO SILÊNCIO Rua Líbero Badaró: tomada por milhares de pessoas

A

Polícia Militar confirmou: 15 mil pessoas participaram da passeata Grito do Silêncio, realizada na terçafeira no centro de São Paulo, e que deu início aos protestos do Dia da Independência. Organizada por 40 entidades, entre elas a Associação Comercial de São Paulo, a manifestação reuniu uma multidão indignada com a corrupção.

Se houve consenso entre os participantes da passeata quanto à lentidão das três CPIs para apurar as denúncias no governo Lula, faltou sintonia nas informações publicadas por jornais brasileiros quanto ao número de pessoas na manifestação. New York Times, Washington Post,Miami Heralde o Diário do Comércio informaram seus leitores com exatidão. A passeata reuniu 15 mil pes-

Wladimir Miranda


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12 -.EMPRESAS

sexta-feira, sábado e domingo, 9, 10 e 11 de setembro de 2005

Fotos: Divulgação

OBRA DE ARTE URBANA

O HOTEL FESTEIRO DE 50 MILHÕES DE DOLÁRES

E

Controverso e polêmico, o desenho ousado do arquiteto Ruy Ohtake é referência mundial em design

O espaço de eventos do Unique é disputado o ano inteiro. Local já virou símbolo da baladação paulistana.

Publicações de várias partes do mundo já citaram as formas inovadoras do Unique. Ambientes e projetos apareceram em revistas chinesas, russas e japonesas.

Além do cardápio do Skye, que funciona na cobertura do hotel e proporciona uma das vistas mais bonitas da cidade, o Unique ganhou fama pelo O The Wall Bar

mbora intuição não das pontas, 12 ao todo, a forma seja uma ferramenta curvilínea da arquitetura posde trabalho confessa- sibilitou um correspondente damente utilizada no espaço curvo, propiciando meio empresarial, quando as- sensação de fundo infinito. "O sociada à experiência de inves- que brinda o hóspede com tidores pode surtir resultados uma diferenciada e deliciosa que transcendam o imaginá- sensação", afirma o autor. Modernidade – Os números vel. Caso do Hotel Unique, em São Paulo, cujo terreno, de 6 de ocupação, superiores a mil metros quadrados em ple- muitos endereços tradicionais na Av. Brigadeiro Luís Antô- da cidade, reforçam a aprovanio, estava destinado a acolher ção do audacioso projeto. Com mais um shopping de luxo e, diárias que variam de R$ 930 a na última hora, ganhou o mais R$ 8.500, o Unique registra badalado projeto arquitetôni- ocupação média de 60% dos 95 apartamentos (de 36 m² a 312 co em hotelaria do País. A inspiração veio de Ian Sch- m²). Mas o quesito hospedarager, proprietário do famoso gem é apenas um dos fatores Studio 54, também dono dos de sucesso do empreendimenhotéis-conceito Mondrian, Pa- to. O espaço de eventos, um ramount e Mercy. Ruy Ohtake, dos mais requisitados da cidaque foi convidado a elaborar o de, acolhe tanto festas sociais projeto arquitetônico do shop- como promoções corporativas ping, viu a mudança de planos a desfiles de moda e baladas do do investidor Jonas Siaulys universo fashion. E qualquer com entusiasmo e assumiu o convite que traga o hotel como desafio de erguer o hotel. Isso endereço já sinaliza, de imefoi em 1999, ano em que se ini- diato, sofisticação e moderniciou a construção. Três anos dade. Talvez resida aí um dos após a inauguração (completa- motivos de o espaço de evendos neste mês), o Unique é uma tos manter uma taxa de ocupareferência mundial em design ção de 90% durante o ano todo. e o empreendimento, um case São 5 mil m² de área no subsolo, com capacidade para 1.200 de sucesso. Algo mais – "A coisa foi se pessoas e flexibilidade de fortransformando num hotel, mar diferentes ambientes, com mas não era essa a idéia inicial, o apoio necessário: hall, coziassim como ter um projeto com nha, copa, depósitos, sanitáretorno financeiro. Era ter o rios e estacionamento. Hotel-galeria – Outras áreas controle, o drive comercial, e dessa forma acrescentar algu- do Unique aprovadas e requima coisa a São Paulo", lembra sitadas pelo público são o bar e Siaulys. Sobre a repercussão o restaurante. O The Wall Bar, que alcançou em tempo recor- mix do projeto de Ohtake com de, o empresário atribui ao ambientação de João Armenconjunto de forças e talentos tano, destaca-se pela impoque trabalharam na concep- nente parede de concreto, com ção. "O principal diferencial do 15 metros de altura. Nela, cenUnique é que não é apenas um tenas de garrafas, com bebidas belíssimo hotel, onde você se do mundo todo, ficam expossente bem e é bem atendido. É tas em prateleiras que vão até o também o ambiente, a atmos- teto. Posicionadas nas extrefera". E, pelo visto, não só a mí- midades dessa parede, duas dia especializada e a clientela esculturas barrocas (século brasileira captaram e aprova- 18), do acervo do colecionador ram a proposta dos empreen- Ugo di Pace, realçam o amdedores. Publicações interna- biente e estabelecem um concionais do porte de Wallpaper, traponto com a modernidade. Condé Nast Traveler (foi capa Além dessas duas preciosidainclusive), Vogue (Portugal e des, a área do bar tem outras França) e New York Times, a t r a ç õ e s , c o m o a C a d e i r a além de outras publicações na Proust, feita e pintada à mão China, Japão, Rússia, Chile, pelo artista plástico italiano Argentina, Peru e Espanha, Alessandro Mendini, em 1978, curvaram-se ao ineditismo do e uma legítima poltrona Fendi, projeto e a detalhes de requinte na cor mostarda com o encosto da cabeça marrom. Outras da ambientação. Com investimento inicial de obras de arte, como peças assiUS$ 50 milhões foi reunido um nadas por Hugo França e pelos time de estrelas para a gênese Irmãos Campana, compledo Unique. "O desafio era er- mentam o décor do lobby. Já o Skye, o restaurante que guer um hotel único, cosmopolita como a maior cidade do funciona na cobertura, leva, País. Um projeto inusitado, jamais visto aqui ou em qualquer outra parte do mundo. Os convidados para vencer o desafio foram os melhores profissionais em suas áreas, verdadeiras grifes brasileiras", recorda Chef Emanuel Bassoleil assina menu do Skye Siaulys. Responsável pelo projeto ar- além da assinatura dos arquiquitetônico, Ohtake criou uma tetos, o prestígio do chef Emobra de arte urbana, que se manuel Bassoleil, responsável destaca pela forma: um grande pelo menu. E, a exemplo de caarco invertido, de 100 m de da um dos ambientes do hotel, comprimento e 25 m de altura, o espaço gastronômico oferee as janelas circulares, com diâ- ce, além de uma culinária de metro de 1,80 m. Os dois vãos, primeira, uma das melhores com 25 m de altura, trazem a vistas da metrópole: de um lanítida conotação de um dese- do, o Parque do Ibirapuera, e nho urbano. Os seis andares de do outro, a Avenida Paulista. apartamentos também têm Com todos esses ingredientes, um desenho singular. Os cor- não é por acaso que se tornou redores são uma sucessão de uma das estrelas mais cintilancurvas, cujas tangentes rece- tes no céu da cidade. bem a luz natural. Nos quartos João Jacques


sexta-feira, 9, 10 e 11 de setembro de 2005

DIÁRIO DO COMÉRCIO

GERAL - 7


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 9, 10 e 11 de setembro de 2005

LEGAIS - 19

NOIVA CHEGOU 15 MINUTOS ATRASADA

Padre é condenado a pagar R$ 8 mil por não celebrar casamento

O

padre Sebastião Mezêncio foi condenado a indenizar em R$ 8 mil, por danos morais, um casal que pretendia se casar na Igreja Matriz de Alfenas, município a 378 quilômetros de Belo Horizonte. A cerimônia do casal estava marcada para dezembro de 2004. O religioso se recusou a celebrar o casamento porque a noiva teria chegado à igreja quinze minutos depois da hora marcada. O padre, que pode recorrer da decisão da juíza Cristiane Vieira Tavares, da Comarca de Alfenas, alegou que, com o atraso da noiva, à missa, que seria celebrada em seguida, atrasaria.

Os noivos escolheram uma terça-feira para a cerimônia. O casal descobriu que, nas terças-feiras, o valor cobrado pelo casamento era menor. O padre foi rigoroso. Com o atraso da noiva anunciou, ao microfone, diante de mais de 500 convidados, que não iria mais fazer a celebração por causa do atraso. Inconformado, o casal casou-se dois dias depois, mas decidiu entrar na Justiça contra o pároco. "O que ele fez foi um absurdo. A igreja estava cheia. Ele não podia adiar nosso casamento por causa de um atraso de quinze minutos", argumenta Poliana Alves. Na época, os noivos paga-

ram R$ 180 pelo casamento religioso e decidiram entrar com uma ação na Justiça contra o padre por danos morais. Contente com à decisão da Justiça, Poliana espera agora que sua história sirva de exemplo para outros casais que encontram dificuldades para custear as taxas cobradas pelas igrejas para a realização dos casamentos. "O sonho de muitos casais é o casamento. E, apesar das dificuldades, conseguimos arrumar o dinheiro para pagar a cerimônia. Tem noiva rica que atrasa uma hora e a cerimônia acontece sem problemas. Apenas exigimos na Justiça o nosso direito", completa Poliana. (AE)

Tiros e bombas de tinta no Metrô Saúde U m assalto seguido de tiroteio causou pânico ontem na Estação Saúde do metrô. Três homens aproveitaram a ausência de seguranças na bilheteria e anunciaram um assalto às 14h30. Eles fugiram correndo com R$ 45 mil em bilhetes e R$ 1.180,00 em dinheiro, apontan-

do armas para os passageiros. Policiais trocaram tiros com os bandidos. Apavoradas, mulheres e crianças se jogaram no chão. O trio foi preso com a ajuda de bombas de tinta, dispositivo de segurança do Metrô. Do lado de fora da estação, na Avenida Jabaquara, três cúm-

plices esperavam os assaltantes num Gol. Eles conseguiram fugir durante o tiroteio. Os ladrões foram detidos na Rua Carneiro da Cunha, totalmente manchados de vermelho por causa das bombas de tinta, armazenadas nos sacos onde guardam o dinheiro arrecadado. (AE)

ERRATA

CONVOCAÇÕES

COMUNICADO SINDICATO DAS EMPRESAS DE COMPRA, VENDA, LOCAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE IMÓVEIS DE SÃO PAULO – SECOVI-SP. EDITAL DE CONVOCAÇÃO ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA Pelo presente edital, ficam convocados todos os associados e sindicalizados deste Sindicato, quites e em pleno gozo de seus direitos sindicais, para participarem da Assembléia Geral Extraordinária, a ser realizada no dia 15/09/2005, às 11h30, à Rua Dr. Bacelar, 1043 – Vila Mariana, a fim de deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: a) Outorga à Diretoria de plenos poderes para negociar com as respectivas entidades representativas das categorias profissionais, firmar convenções coletivas de trabalho, decidir sobre pedidos de alteração de data-base, requerer instauração de dissídios coletivos, relativos ao período de 17/09/2005 a 16/09/2006, com as Federações e Sindicatos das categorias profissionais próprias do setor; b) Deliberação sobre a contribuição assistencial; c) Outros assuntos trabalhistas de interesse da categoria econômica. Não havendo, na hora acima indicada, número legal de associados e sindicalizados, para a instalação dos trabalhos em primeira convocação, a Assembléia será realizada uma hora após, no mesmo dia e local, em segunda convocação, com qualquer número de associados e sindicalizados, presentes. São Paulo, 09/09/2005. ROMEU CHAP CHAP - Presidente do SECOVI-SP.

DECLARAÇÕES A Sara Lee Cafés do Brasil Ltda torna público que recebeu da Cetesb-Osasco, a Licença de Instalação nº 32002552 e requereu a licença de operação de equipamento novo - Empacotadeira da fábrica, sita à Avenida Café do Ponto, nº 479 – Jardim dos Camargos – Barueri – São Paulo A Sara Lee Cafés do Brasil Ltda torna público que recebeu da Cetesb-Osasco, a Licença Prévia nº 32001046 e requereu a Licença de Instalação para atividades ao ar livre tanques de GLP e ampliação da fábrica, sita à Avenida Café do Ponto, 479 - Jardim dos Camargos - Barueri - São Paulo.

AVISO DE LICITAÇÃO

ABANDONO DE EMPREGO Solicitamos o comparecimento do Sr. Igor do Vale Lobato, portador da CTPS nº 0062286 série 284/SP em nossa empresa no prazo máximo de 48 hs., sob pena de infringir o artigo 482 alínea I da CLT. Fibratam Usina de Tambores de Fibra Ltda, sita à Rua Dr. Giovanni Recordati, 153 Vila Anastácio.

EDITAL

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FUNDAÇÃO PARA O REMÉDIO POPULAR - FURP

CONVOCAÇÃO O Presidente do Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo de Campinas e Região, sito à Rua Regente Feijó, nº 95 - Centro - Campinas/SP vem, nos termos que lhe faculta o estatuto social, convocar todos os membros da categoria para participar da assembléia geral extraordinária que será realizada dia 16 de setembro de 2005, às 16 horas, em primeira convocação, quando será discutida e deliberada sobre a seguinte Ordem do Dia a) Leitura, discussão e aprovação da ata AGE anterior; b) Apreciação e discussão da proposta de alteração da base territorial e sua extensão para alguns municípios da região visando regularizar a situação da entidade junto ao MTB. Não havendo quorum mínimo necessário na hora acima designada, esta assembléia será realizada na mesma data, duas horas após. Campinas, 09 de setembro de 2005. Francisco Soares de Souza - Presidente

AVISO DE LICITAÇÃO Acha-se aberta na Fundação para o Remédio Popular – Furp, a seguinte licitação: Pregão Internacional n.º 0267/2005. Pregoeira Designada: Ana Lucia Martins Gomes. OBJETO: Aquisição de Matérias - Primas Farmacêuticas (Amoxicilina Triidratada Compactada, Estavudina (Port. 344C4/98) e Lamivudina (Port. 344C4/98) Realização da Sessão: 22/09/2005 às 08:30 horas. Custo do Edital: R$ 6,40. EDITAL / INFORMAÇÕES: Seção de Licitações, Rua Endres, 35, Itapegica, Guarulhos – SP. Tel. (11) 6423-6156 / 6226, das 10:00 às 12:00 hs. e das 13:00 às 16:00 hs. – E-mail licitacao@furp.sp.gov.br – As licitantes interessadas poderão consultar o resumo do edital nos sites: http:// www.pregao.sp.gov.br e http://www.furp.sp.gov.br ou adquiri-lo através do site http://www.e-negociospublicos.com.br. SECRETARIA

FUNDAÇÃO PARA O REMÉDIO POPULAR

DA SAÚDE

GOVERNO DO ESTADO DE

SÃO

PAULO

CUIDANDO DE GENTE

PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº52/05. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 6088/5900/2005. OBJETO: EXTRATO DE TOMATE CONCENTRADO. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 h. do dia 27 de setembro de 2005. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços - DSE nº50/05. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 6089/5900/2005. OBJETO: ARROZ POLIDO TIPO 1 – LONGO FINO. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 14:30 h. do dia 27 de setembro de 2005. Edital completo à disposição dos interessados, via Internet, pelo Site www.e-negociospublicos.com.br. INFORMAÇÕES: fones: (11) 3866-1615/1616, de 2ª a 6ª feira, no horário das 8h. às 17h. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE SUPRIMENTO ESCOLAR

ATAS

BALANÇO

FALÊNCIAS & CONCORDATAS Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 08 de setembro de 2005, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falências:

Requerente: Administradora e Construtora Soma Ltda. - Requerido: SQG Empreendimentos e Construções Ltda. - Rua Roma, 620 - 01ª Vara de Falência Requerente: Killing S/A Tintas e Adesivos - Requerido: MDC Multimarcas Distribuidora de Calçados Ltda. Av. Fagundes Filho, 739 - 02ª Vara de Falência

Requerente: Edmilson Franzoi - Requerido: Centro de Arte Pamplona Ltda. - Rua Pamplona, 929 - 02ª Vara de Falência Recuperação Judicial Requerente: Comércio e Ind. de Mandioca Paulista Ltda. - Requerido: Comércio e Ind. de Mandioca Paulista Ltda. - Av. Ipiranga, 877 - 8º andar conj. 85 - 02ª Vara de Falência

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CAMP CENTRO - CENTRO DE APRENDIZAGEM E MELHORAMENTO PROFISSIONAL CNPJ Nº 69.127.835/0001-03 BALANÇO PATRIMONIAL DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO LEVANTADO EM 30 DE JUNHO DE 2005 - R$ ENCERRADA EM 30 DE JUNHO DE 2005 - R$ 30/6/2005 31/12/2004 30/6/2005 31/12/2004 RECEITA OPERACIONAL BRUTA 467.540 749.760 Ativo 109.947 46.205 85.236 150.825 Circulante 60.111 16.333 Receita de Convênios 1.540 2.940 Caixa Geral 379 218 Receitas Diversas 380.764 595.995 Bancos - Conta Movimento 10.625 5.679 Reembolso de Despesas DESPESAS OPERACIONAIS (460.046) (738.992) Bancos - Aplic. Financeiras 49.107 10.436 Despesas Administrativas (458.854) (734.296) Realizável a Curto Prazo 17.905 1.120 Despesas Financeiras (3.092) (5.217) Crédito com Terceiros 17.905 1.120 Receitas Financeiras 1.900 521 Permanente 31.931 28.752 SUPERÁVIT DO EXERCÍCIO 7.494 10.768 Imobilizado 31.931 28.752 DEMONSTRAÇÃO DAS SOBRAS ACUMULADAS Máquinas e Equipamentos 8.979 8.979 ENCERRADA EM 30 DE JUNHO DE 2005 - R$ Móveis e Utensílios 13.367 13.067 30/06/2005 31/12/2004 Computadores e Periféricos 9.585 6.706 Sobras do Exercício Anterior 43.829 33.061 PASSIVO 109.947 46.205 Sobras de Exercício 7.494 10.768 51.323 43.829 CIRCULANTE 58.623 2.376 Sobras Acumuladas Empréstimos Bancários 1 PARECER DO CONSELHO FISCAL Débitos com Terceiros 814 Nós, membros do Conselho Fiscal do CAMP CENTRO - Centro Salários a Pagar 42.515 - de Aprendizagem e Melhoramento Profissional - declaramos Tributos a Recolher 15.294 2.375 que após as devidas verificações nas contas relativas ao PATRIMÔNIO LÍQUIDO 51.323 43.829 balanço encerrado em 30 de junho de 2005, decidimos pela Patrimônio Social 51.323 43.829 sua aprovação. Conselho Fiscal: Robinson Ares - João Baptista de Oliveira - Hildo Pera - João Paulino Pinto Teixeira - Bruno Leone Ary Giron - Primeiro Tesoureiro / Maria Lúcia Ferreira Silva - Presidente em Exercício / Charles Nogueira - TC CRC-SP 1SP217728/O-7


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2 -.LOGO

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Em New Orleans, nós reagimos de acordo com a idéia de que depois da tragédia vem a alegria. É uma filosofia poderosa que dá base à nossa cultura. Louis Edwards, romancista de New Orleans e produtor do Jazz and Heritage Festival

SETEMBRO

Recolhimento de ICMS retido em agosto e de Cofins, CSL e PIS-Pasep retidos na fonte na segunda quinzena de agosto. Pagamento de IPI apurado nos últimos dez dias do mês passado.

Opinião nas páginas 10 e 11

Claro Cortes IV/Reuters

É TICA

Chile, confiável para os negócios

P UBLICIDADE

O Chile, com 74 pontos, é o país mais ético e sustentável para os negócios na América Latina, segundo estudo da consultoria espanhola Management & Excellence. O Brasil, com 47, é o quinto da lista, atrás da Argentina (59) e do Peru (51). Na lanterna, a Colômbia (31). Foram analisados indicadores como governança corporativa, performance fiscal, segurança, desempenho educacional e social e combate à corrupção. E M

Gisele nua. Para vender sandália A Grendene e a W/Brasil, agência de Washington Olivetto, conseguiram um feito inédito. A partir de amanhã, TV, jornais e revistas trarão Gisele Bündchen, pela primeira vez, nua e tatuada. Ao som da canção Slown Motion Bossa Nova, de Celso Fonseca e Ronaldo Bastos, Gisele aparecerá esbanjando uma sensualidade quase infantil. O destaque, entretanto, serão os pés da modelo e as sandálias Ipanema Gisele Bündchen.

C A R T A Z

Divulgação

CAMARA

V IAGEM

Navegação cancelada L

Concerto grátis O conjunto Camerata Fukuda, dirigido pelo maestro brasileiro Celso Antunes, apresenta hoje um espetáculo que vai do classicismo ao contemporâneo. O programa tem Mozart Rossini, Bottesini e Bartók. Theatro São Pedro. Rua Barra Funda, 171. Telefone: 3667-0499. Às 20h30. Entrada franca.

F RANÇA

Chirac, o leão só pensa no Eliseu O presidente francês Jacques Chirac encontra-se como "um leão na jaula" e não vê a hora de sair do hospital militar de Val de Grace, onde está internado há 7 dias. A imagem é de assessores de Chirac, que se recupera bem do acidente vascular cerebral que lhe causou problemas de visão. As seqüelas do AVC estão em fase de regressão, segundo os médicos e ele deve receber alta até amanhã.

ESTÉTICA DO CAPITALISMO - Uma violinista chinesa se prepara minutos antes de um show em que vai se apresentar numa feira de Varejo em Pequim, na China socialista. As companhias chinesas têm explorado novas técnicas de promoção de seus produtos com o objetivo de atrair a nascente classe média do país, que tem ampliado seus rendimentos – e o consumo – graças aos bons rumos da economia chinesa.

E CONOMIA

Energia fica mais barata. Ou quase.

A

lguns consumidores residenciais de energia elétrica já podem dizer que a queda da inflação não é apenas notícia de jornal, mas também realidade. A variação do dólar e do IGP-M, neste ano, levou sete distribuidoras a reajustarem as tarifas para baixo. Mas só os chamados clientes de baixa tensão foram beneficiados. Para quem consome menos energia, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), as quedas nos preços chega a até 2%. As empresas que reduziram as tarifas são: Copel (-0,55%), Cataguases Leopoldina (-1,97%), Eletropaulo (-7,8%), Elektro (0,90%), CEB (-4,70%), CPFL (-2,09%) e Cemat (-3,87%). Mas como PIS e Cofins foram retirados das tarifas e passaram a ser destacados na conta

o efeito no valor a pagar foi menor ou nulo. Em São Paulo, por exemplo, as tarifas da AES Eletropaulo caíram 7,8% em julho, mas o efeito no valor total foi de 2% por causa dos dois impostos. No caso da distribuidora, as primeiras faturas com o desconto integral começaram a chegar neste mês. O reajuste de energia elétrica leva em consideração vários fatores. Uma parcela é reajustada pelo IGP-M menos os ganhos de produtividade conseguidos pela empresa. Outra parte sofre a influência do câmbio, por causa da energia comprada de Itaipu, cotada em dólar. O realinhamento tarifário também influencia. Antes, os consumidores residenciais subsidiavam os clientes de alta tensão, especialmente as indústrias, o que não acontece mais. (AE)

B RAZIL COM Z

P REFEITURA

Estatal chinesa de olho no minério

Ouvidoria combate esquema de corrupção

Em sua edição de ontem o diário econômico britânico Financial Times anuncia que a empresa China Minmetals, estatal chinesa de comercialização e produção de minério de ferro, tem planos de estabelecer uma aliança com a brasileira Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) no exterior. A estatal chinesa, que tem planos de expansão em todo o mundo, perdeu no ano passado a opção de compra da canadense Noranda, em que pretendia investir US$ 5 bilhões. F AVORITOS

Nos aeroportos, sem espera

L L

http://www.infraero.gov.br

A TÉ LOGO

L

Para saber o horário previsto de chegada, as escalas ou o número de um vôo em diversas cidades do País, basta acessar a página da Infraero na internet. O link Vôos on-line traz dados obtidos diretamente das companhias aéreas.

R

elatório preliminar da Ouvidoria do Município pede o a f a s t a m e n t o p reventivo dos quatro funcionários da Subprefeitura do Jabaquara suspeitos de participar de esquema de corrupção. A recomendação, acolhida pelo ouvidor Elci Pimenta Freire, publicada hoje no Diário Oficial do Município e precisa ser aceita pelo secretário dos Negócios Jurídicos, Luiz Antônio Marrey. Se isso ocorrer, os servidores terão desconto de parte do salário e ficarão afastados por 120 dias. Na terça-feira, dois dos suspeitos prestaram depoimento na Ouvidoria. O agente Luís Carlos de Andrade – flagrado pela Rádio Bandeirantes pedindo propina de R$ 500,00 pa-

ra liberar anúncios imobiliários irregulares – confessou a cobrança do valor, mas disse ter sido ato isolado. Com isso, desmentiu que o esquema existe em outras subprefeituras. Ontem, outros dois servidores citados por Andrade no flagrante – Mario Gazzo Neto e Jair Vasconcelos – negaram participar do esquema. O mesmo já havia sido feito na terçafeira pelo ex-chefe de fiscalização Edgar Barreto Santos, exonerado após a denúncia. A Ouvidoria também pediu abertura de inquérito contra Andrade e sindicância para apuração do envolvimento dos demais. Esse inquérito pode resultar em demissão. Pela Lei da Via Rápida, o prazo para concluir a apuração é de 60 dias, prorrogáveis por mais 60. (AE)

B ATE-PRONTO

Casa Grande contra a República

Com apenas 35% de ocupação nos aviões em agosto – diante da média de 68% do setor –, a WebJet, cuja proposta era vender bilhetes apenas pela internet, cancelou o projeto e se rendeu aos agentes de viagem. A Associação Nacional de Agências de Viagem (Abav) recomendou a seus associados que não se cadastrem junto à WebJet até que esta assine um acordo para o pagamento de 10% de comissão nas vendas, o que deve acontecer na próxima semana. O RIENTE MÉDIO

Fábio Rossi/AG

O antropólogo Roberto DaMatta é hoje um dos principais estudiosos do Brasil contemporâneo. A maioria de seus estudos – detalhados em mais de 12 livros e pelo menos uma centena de artigos – partem de manifestações populares para analisar a sociedade brasileira. Seu mais destacado livro foi publicado há 20 anos – Carnaval, malandros e heróis (Rocco, R$ 39 ) – e o mais recente, este ano – Tocquevilleanas (Rocco, R$ 39). Ao DC ele falou sobre a crise política. O que a crise política nos diz sobre a cultura brasileira? Diz que ainda não conseguimos equacionar bem a casa grande e a senzala (referência à obra do sociólogo Gilberto Freyre que destaca a intimidade e a dominação nas relações entre entre senhores e escravos)com os ideais cívicos da ordem e do progresso que vieram com a República. Ou seja, temos dificuldade em separar os laços de amizade e a idéia de igualdade, que é a razão de ser a República, das instituições que pertencem a todos. O Brasil, como país de todos, democrático, nunca foi tão traído quanto agora, pelos dudas e petistas. Várias manifestações têm sido realizadas como protesto contra a corrupção. Que sentimentos populares esses protestos mobilizam? Vergonha e decepção, principalmente. Nos protestos que tentam

Causa mortis misteriosa

ROBERTO DAMATTA

explicar os fatos como conspiração da oposição e da direita, há flagrante desonestidade e má-fé. É verdade que, no Brasil, tudo acaba em pizza? Isso era o que dizia o PT que inventou o termo sem imaginar que, um dia, seria o maior fazedor de pizzas da história. Nem tudo acaba em pizza e, quando acaba, a vergonha do fracasso perdura. A corrupção é mesmo um elemento enraizado na cultura brasileira? Sim, no sentido de que ainda não modernizamos suficientemente nossos laços de amizade, família e simpatia e que não compreendemos bem o que é viver numa sociedade de iguais, onde as leis valem para todos. O País sairá melhor da crise? Espero que sim. Mas não será fácil. O PT é um partido muito difícil porque é muito polarizador e sectário. Heci Regina Candiani

Mais política nas páginas 3 a 6.

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O mistério sobre a morte do presidente palestino Yasser Arafat, em 11 de novembro, em Paris, permanece. Além da hipótese de envenenamento, novas versões surgiram ontem. O jornal israelense Ha'aretz fala em aids, assinalando que o médico de Arafat, Ashraf al-Kurdi, acredita que o vírus foi injetado no paciente para esconder sinais de envenenamento. O norteamericano The New York Times divulgou um dossiê médico que revela: Arafat morreu de derrame causado por doença hemorrágica. E GITO Arte:Cellus

O último faraó. Agora eleito. O presidente do Egito, Hosni Mubarak, conquistou ontem a vitória na primeira eleição com candidatos múltiplos do País. Dados preliminares apontaram que 80% dos votos foram para Mubarak. Esta é a sexta reeleição do presidente, e perpetua no poder um dirigente que já está no posto há 24 anos. As cinco vitórias anteriores foram obtidas por Mubarak em referendos com candidatos únicos nos quais os eleitores optavam entre o "sim" e o "não". A reeleição tem sido questionada pela oposição, que tentou repetir a votação, mas não conseguiu. L OTERIAS

Em Rancharia (SP), Prefeitura e sem-terra disputam fazenda de 487 hectares do ex-governador Paulo Egídio Martins A partir de outubro, três parques de São Paulo passarão a funcionar 24 horas e terão até aulas de hidroginástica Aos 62 anos, engenheiro Vincent Cerf, conhecido como "pai da internet", foi contratado pelo Google

Concurso 1496 da QUINA 08

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 9, 10 e 11 de setembro de 2005

POLÍTICA - 3

DONO DE RESTAURANTE CONFIRMA AS DENÚNCIAS E SEVERINO, MUITO IRRITADO, CON TINUA NEGANDO.

BUANI MOSTRA COMO NEGOCIOU A PROPINA

Lula Marques/Folha Imagem

E

m um relato de pouco menos de uma hora, o empresário Sebastião Augusto Buani, proprietário da empresa que administrava o restaurante Fiorella da Câmara dos Deputados, revelou em detalhes ter pago entre 2002 e 2003 cerca de R$ 110 mil em propina ao então primeiro-secretário da Casa, Severino Cavalcanti (PP-PE). As revelações complicam a situação do atual presidente da Câmara, que vem negando insistentemente as denúncias de corrupção. Os pagamentos, disse o empresário, foram feitos em dinheiro vivo, diretamente a Severino ou a secretárias dele. A primeira quantia paga, segundo Buani, foi de R$ 40 mil entregue nos primeiros dias de abril de 2002. Era o preço da assinatura de Severino em um documento – que hoje se sabe ser ilegal, portanto sem validade alguma – prorro-

Ele (Severino) disse: Não se preocupe, enquanto eu estiver na Mesa Diretora, você estará aqui na Casa. Eu não tinha armas para brigar. Sebastião A. Buani

gando a autorização de funcionamento dos restaurantes e lanchonetes de Buani até janeiro de 2005. Passo a passo– Em coletiva à imprensa, realizada na Associação Comercial do Distrito Federal, Sebastião Buani contou que tudo começou a partir de uma conversa com o deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE) sobre uma possível renovação dos contratos por cinco anos. Dias depois, teria sido chamado ao gabinete de Severino Cavalcanti, quando lhe foi apresentado o documento garantindo a prorrogação até 2005. Era 4 de abril de 2002. "Ele (Severino) disse ter ficado "satisfeito" com a prorrogação, mas emendou: .... Eu não tenho empresas, sou só parlamentar. E nesse ano de eleições... vou querer saber no que você pode me ajudar.... (ver box à direita) . "Eu mostrei que não tirava R$ 20 mil limpos do meu trabalho". O acerto ficou então em R$ 40 mil pelos três anos e o dinheiro entregue em um envelope. Ex to rs ão–O acerto funcionou até o fim de 2002, quando Buani foi surpreendido por uma carta da Diretoria-Geral da Câmara perguntando se o

empresário tinha interesse em fazer um contrato emergencial por mais um ano. Buani foi à primeira-secretaria e mostrou a cópia do documento pelo qual tinha pago R$ 40 mil. Na pasta com o processo, porém, não constava o original. "O que tinha era um papel dizendo 'indefiro tal pedido', assinado por Severino", relatou. "Fui direto a ele, porque não tenho sangue de barata. E ele disse: 'Não se preocupe, enquanto eu estiver na Mesa Diretora, você estará aqui na Casa.' Eu não tinha armas para brigar", conta o empresário. Cobrança– Foi então que teria começado a segunda fase da extorsão. Sem a prorrogação por três anos, Buani e Severino negociaram nova propina para a renovação em 2003. Em fevereiro, disse, não conseguiu reunir o valor inteiro. "Consegui R$ 5 mil. Ele me cobrava e dizia para diluir os R$ 5 mil nos próximos dois meses". Segundo Buani, no recesso do meio do ano o problema se repetiu. "Ele ficou bravo. Eu tinha uma conta com R$ 50 mil ou R$ 60 mil para capital de giro. Resolvi fazer um cheque". Buani contou que, alguns dias depois, recebeu um telefonema da gerente do Bradesco perguntando se poderia entregar o dinheiro a um motorista de Severino, que faria o saque. S e g u n d o o re l a t o , e n t re agosto e setembro de 2003, Buani suspendeu os pagamentos. "No início de 2004, me tomaram o restaurante dos funcionários da Câmara e a lanchonete do Anexo 3". Na Câm a r a , o e m p re s á r i o f i c o u apenas com o restaurante Fiorella, no 10º andar do Anexo 4, que deixará de funcionar a partir desta segunda-feira. Concussão–A estratégia da defesa de Buani, a cargo dos

No início de 2004 me tomaram o restaurante dos funcionários da Câmara e a lanchonete do Anexo 3. Sebastião A. Buani advogados Sebastião Coelho da Silva e Ricardo Baitello, é de apresentá-lo como vítima de concussão (extorsão praticada por funcionário público), na tentativa de livrá-lo de um processo por corrupção ativa, apesar da confissão. Ele deverá depor na Polícia Federal na próxima semana. (Agências)

poLítica Eymar Mascaro

Cassação à vista

A

s oposições devem acelerar as negociações para encaminhar o mais breve possível a representação ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara pedindo a cassação do mandato do presidente Severino Cavalcanti, em razão das denúncias de recebimento do "mensalinho". O empresário Sebastião Buani, proprietário do restaurante Fiorella, deu entrevista coletiva ontem e contou todos os detalhes do pagamento de propina a Severino, em troca da renovação da concessão do restaurante. As declarações caíram como uma bomba em Brasília e repercutiram negativamente no Congresso. Severino Cavalcanti ignora o pedido de afastamento da presidência, como desejam as oposições, até que durem as investigações. Diante da recusa de deixar o cargo os oposicionistas decidiram que vão partir para a etapa seguinte, que é a cassação do mandato. Mas, antes, querem dar ao acusado amplo direito de defesa. Se Severino vier a ser cassado, assume a presidência o 1º vice-presidente, José Thomaz Nonô, do PFL-AL. Nonô, no entanto, permaneceria no cargo por tempo determinado e convocaria eleição para a escolha do novo presidente.

Ao lado da mulher, Buani chora ao lembrar o que perdeu ao suspender a propina. Abaixo, Severino e seu vice Thomaz Nonô em Nova York. Claudio Versiani/Agência Câmara

TRECHOS DA 'NEGOCIAÇÃO' Em 2002, no gabinete do então primeiro-secretário Severino Cavalcanti, Sebastião Buani relata ter tido o seguinte diálogo: Severino:Eu vi que você está aumentando os preços de seu restaurante em 30%. Buani: Mas eu estou aqui há 3 anos, deputado, meus preços estão defasados. Severino: Veja. Eu não tenho empresas, sou só parlamentar. E nesse ano de eleições... vou querer saber no que você pode me ajudar. Você me dá R$20 mil para cada ano. Então são três anos o que dá R$ 60 mil.

A RESPOSTA DE SEVERINO

É mentira, mentira, mentira! E

nquanto Brasília fervia com o depoimento de Sebastião Buani, o presidente da Câmara Severino Cavalcanti – que está Nova York para participar de uma reunião da União Interparlamentar Mundial nas Nações Unidas – fugia dos jornalistas. De tão cansado, até cochilou no plenário durante o discurso do secretário-geral da ONU, Kofi Annan. Depois de muita insistência dos repórteres em

saber se ele tinha mesmo recebido dinheiro irregular, o parlamentar finalmente reagiu: "É mentira, mentira, mentira!". Visivelmente irritado ao ser questionado se completaria seu mandato, Severino informou que irá conversar com seus advogados e só então poderá dar uma resposta sobre as denúncias. "Só falo na segunda-feira". E completou: "Não se pode acreditar em uma denúncia de um farsante".

AFASTAMENTO

Licitações e prorroga o contrato da empresa mediante o pagamento da propina de R$ 10 mil mensais.

As oposições admitem que sem o afastamento de Severino Cavalcanti da presidência fica mais difícil investigar se houve realmente a propina paga ao deputado para beneficiar Buani na exploração do restaurante da Câmara.

INVESTIDA Os cinco partidos de oposição ao governo (PSDB, PFL, PDT, PV e PPS), somados ao PMDB não governista e à esquerda do PT, se uniram e fecharam o acordo para instaurar o processo de cassação de Severino.

INTERROGATÓRIO Na semana que vem, a Polícia Federal deve ouvir o depoimento de Severino Cavalcanti sobre a denúncia da propina. A denúncia, que chegou a ser negada por Buani, foi posteriormente confirmada por outro funcionário do restaurante.

DOCUMENTO O ex-funcionário do restaurante, Izeilton Carvalho, resolveu revelar o documento em que Severino não obedece à Lei das

INCISIVO O documento entregue aos deputados permitiu, então, o funcionamento do restaurante. Diz o ex-funcionário que além da propina de R$ 10 mil por mês, o presidente da Câmara teria levado mais um prêmio de R$ 40 mil.

CANDIDATURA O deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), vicelíder do governo, está disposto a lançar sua candidatura à presidência da Câmara, se Severino for cassado. Albuquerque é o primeiro pretendente à suposta vaga de Severino.

IMPEACHMENT A oposição quer eleger o substituto de Severino, mas ainda não indicou o candidato. Pode ser o pefelista José Carlos Aleluia, da Bahia. A oposição nega que aproveitaria a ocasião para tocar em frente um processo de impeachment de Lula.

Segundo assessores, Severino Cavalcanti deve retornar ao Brasil no sábado. Eles informaram que o deputado telefonou ao seu gabinete em Brasília e garantiu que irá provar sua inocência. "O que fizeram comigo foi um linchamento moral", teria declarado Severino em conversa telefônica. Os assessores comentaram com jornalistas que Severino, em 2003, era segundo-secretário da Câmara, e que o primei-

ro-secretário –cargo que permitiria ao seu ocupante negociar a questão da prorrogação– era o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA). Buani, segundo os assessores, atuou também, durante 15 anos, "explorando restaurantes do Senado". E não apresentou documentos na entrevista em que fez as acusações contra Severino Cavalcanti. O deputado aguarda que o empresário apresente provas. (AE)

ARREPENDIMENTO

outro partido, é contra o ingresso do ex-prefeito no PTB. Presidente do Conselho de Ética da Câmara, Izar promete lutar contra a direção do partido em São Paulo tentando impedir a nova aquisição petebista.

Duda Mendonça não consegue esconder seu arrependimento de ter contado à CPMI ter recebido pagamento do PT em depósitos bancários no paraíso fiscal das Bahamas. Depois da confissão, Duda não parou de ser investigado, aqui e no exterior.

DECISÃO É dia 13 a sessão da Câmara que pode cassar o mandato de Roberto Jefferson, por quebra de decoro parlamentar. Para viabilizar a cassação são necessários 257 votos, no mínimo, de um total de 513 deputados.

ATRITO Azedou de vez o relacionamento entre os exprefeitos Celso Pitta e Paulo Maluf. Depois de ser ameaçado de ter sua prisão decretada pela Justiça, Pitta prometeu processar seu expadrinho, responsabilizandoo pelos processos a que responde.

É CONTRA Ricardo Izar, que já foi companheiro de Maluf em

ENVOLVIMENTO No depoimento prestado recentemente na Polícia Federal, o publicitário Marcos Valério teria envolvido Ratinho no escândalo do mensalão. O apresentador de TV, segundo o depoente, teria recebido parte do dinheiro do PT para fazer o marketing de Marta Suplicy.

ESPAÇO FHC continua ocupando espaços na mídia com a seqüência de críticas a Lula. Ele ganha em centimetragem de qualquer outro tucano.

NO PÁREO Apesar de suas investidas contra Lula, FHC continua afirmando que não pretende ser candidato a presidente. Diz que a vez é de Geraldo Alckmin, José Serra ou Aécio Neves. "Estou aposentado na política", declara o ex-presidente.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 9, 10 e 11 de setembro de 2005

LAZER - 1

94 ANOS. COMEMORE O Teatro Municipal está em festa com uma grande programação

Luiz Prado/Agência Luz - 24.9.2004

G Concertão sinfônico com a Heróica de Beethoven G Espetáculo eclético de percussão G Reunião de vozes com peças latino-americanas G Quatro obras solenes para órgão G Recital clássico e contemporâneo para câmara G Três coreografias importantes do Balé da Cidade Divulgação

O seu caderno de artes, espetáculos e lazer

A ópera no templo da ópera Arquivo DC

A vocação tradicional do mais antigo e nobre teatro de São Paulo é a ópera. Neste ano, segundo Jamil Maluf, diretor artístico do Municipal, o orçamento para todos os eventos, inclusive montagens operísticas, é de R$ 2,5 milhões. "Não se trata de grande quantia, mas isso não impede de termos em cartaz Os Pescadores de Pérolas, ópera em três atos de Georges Bizet" (foto), diz o maestro. Participam a Orquestra Experimental de Repertório, sob a regência de Jamil, e o Coral Paulistano. Elenco de cantores: Cláudia Riccitelli, Fernando Portari, Sebastião Teixeira e Luiz Otávio de Faria. Bizet, nascido na França, viveu entre 1838 e 1875, é autor também de Carmen, uma das óperas mais populares da história da música. A ópera Os Pescadores de Pérolas volta a ser encenada no Municipal, após dez anos. Assim como em 1995, a direção cênica, cenários e figurinos são assinados por Naum Alves de Souza. Com libreto de Michel Carré e Eugène Cormon, o drama é cantado em francês, com legendas em português. Ambientado numa aldeia de pescadores do Ceilão (atual Sri Lanka), no século 19, conta a história de amor de dois amigos pela mesma mulher. Pescadores de Pérolas Teatro Municipal. Sábado, dia 10, às 20h30. Ingressos: de R$ 40,00 a R$ 80,00.

U

m elegante senhor paulistano completa 94 anos na segunda, dia 12, e 1500 pessoas estão convidadas para a festa. O quase centenário aniversariante é o Teatro Municipal de São Paulo, que vai oferecer uma programação de espetáculos de música e dança com ingressos gratuitos durante toda a semana, até domingo, dia 18. O número de presenças é limitado aos lugares disponíveis na sala de espetáculos. Todos os dias da semana, às 10 horas da manhã, serão distribuídos dois ingressos para cada interessado. A festa, que ganhou o nome de O Municipal e seus Artistas, começa na segunda com um concerto de gala, do qual participam a Orquestra Sinfônica Municipal, o Coral Lírico, o Coral Infanto-Juvenil da Escola Municipal de Música e os cantores Eiko Senda, Denise de Freitas, Rubens Medina e José Gallisa. No encerramento, o Balé da Cidade de São Paulo faz três apresentações, incluindo uma coreografia inédita. Quem já conhece o Teatro Municipal sabe que vale a pena entrar na fila para obter ingressos, e assistir a um espetáculo na bela casa de espetáculos. Aqueles que nunca pisaram no chão de mármore dessa instituição paulistana podem aproveitar a oportunidade para conhecer e participar em grande estilo da festa de aniversário.

Concerto de gala No espetáculo de abertura, às 21h do dia 12, será apresentado o oratório Uma Criança do Nosso Tempo, obra do compositor inglês Michael Tippett, escrita durante a Segunda Guerra Mundial. A composição é baseada em um fato real: o assassinato, em Paris, de um oficial do governo nazista por um judeu e a conseqüente represália dos alemães, que levou 20 mil pessoas para os campos de concentração. No mesmo será apresentada a Terceira Sinfonia de Ludwig van Beethoven, também conhecida como Sinfonia nº 3, a Heróica, composta em 1806. Há registros de que o autor primeiramente pensava em intitulá-la Napoleão, até então seu ídolo, mas teria mudado de idéia ao saber que o cônsul havia se auto-proclamado imperador dos franceses. Desse concerto de gala participam a Orquestra Sinfônica Municipal, o Coral Lírico e o Coral InfantoJuvenil da Escola Municipal de Música. Como solistas estão escalados Eiko Senda (soprano), Denise de Freitas (meio-soprano), Rubens Medina (tenor) e José Gallisa (baixo), sob a regência de Celso Antunes.

Dança e percussão O segundo dia de programação

(terça, 13, às 20h) traz ao palco os alunos das escolas de música e de balé do Teatro Municipal. A Escola Municipal de Música, representada pelo seu grupo de percussão, mostra composições de D. Friedman e D. Samuels (Carousel, para vibrafone e marimba); Ney Rosauro (Cadência para Berimbau, quarteto); Josep Soler (Sonidos de la Noche, sexteto) e George Frock (Three Asiatic Dances, sexteto). E as formandas deste ano da Escola de Bailado apresentam trechos do balé Don Quixote, coreografado por Luís Augusto Ribeiro para técnica clássica; e a coreografia Dançante, de Ruth Rachou, de técnica moderna. A coordenação é de Elisabeth Del Grande e Joaquim de Abreu.

Vozes O programa prossegue na quarta, dia 14, às 21h, com o Coral Paulistano apresentando a Missa Criolla, composta por Ariel Ramires em 1964 com base em ritmos folclóricos argentinos. Sob a regência de Mara Campos, entram no repertório também obras de Astor Piazzolla (La Milonga del Angel, La Muerte del Angel e La Ressureción del Angel); Rodolfo Halffter (Três Epitáfios); Carlos Alberto Pinto Fonseca (Dona Nobis

Pacem); Heitor Villa-Lobos (Ave Maria), Osvaldo Lacerda (Romaria), Zoltán Kodály (Esti Dal), Gunnar Hahn (Rondó Lapônico) e Leos Janacek (Pai Nosso). Mais antigo conjunto coral da cidade, o grupo foi criado em 1936, pelo escritor Mário de Andrade.

sábado, dia 17, às 17h. No repertório entram obras de Wolfgang Amadeus Mozart, Anton Webern e Maurice Ravel.

Órgão O órgão do Teatro Municipal é a principal estrela do dia 15, às 21h. O instrumento estará presente em quatro peças a serem executadas pelo organista Nelson Silva, junto com o Coral Lírico. Chamada de Música para Coro e Órgão, a apresentação terá regência de Mário Zaccaro, e como solistas Elayne Casehr (soprano), Lídia Schaffer (meio-soprano), Marcello Vannucci (tenor) e José Carlos Leal (baixo). No programa, entram Missa op. 4 para Coro Misto, Quarteto de Solistas e Órgão, de Camile Saint-Saëns; Sinfonianº 4 em Sol Menor, op. 42, de Charles-Marie Widor, composta para execução em órgão-solo; Sonata nº 3 em Lá Maior, op. 65 de Felix Mendelssohn-Bartholdy e Suíte Gothique, op. 25, de Leon Boellmann.

Cordas

Balé O Balé da Cidade de São Paulo encerra a semana de comemorações com a apresentação de três coreografias, sendo uma delas (Adeus Deus, de Sandro Borelli) inédita, na qual são utilizados elementos de dança e teatro para tratar a questão do suicídio. Esse é o primeiro trabalho do jovem Jorge Garcia, bailarino e coreógrafo da companhia. As outras coreografias são Bossa, de Henrique Rodovalho, e Divinéia, de Jorge Garcia. Em Bossa, o coreógrafo mistura elementos da Bossa Nova e o samba com o estilo "lounge" de música eletrônica. Já Divinéia, dançada apenas por homens, é inspirada no livro Estação Carandiru, de Dráuzio Varella. A direção artística é de Mônica Mion. O grupo se apresenta na sexta, dia 16, e sábado, 17, às 21h; e no domingo, dia 18, às 11h. Lúcia Helena de Camargo

O Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo apresenta-se dentro da série Matinê no Municipal, no

O Municipal e seus Artistas Teatro Municipal Praça Ramos de Azevedo, s/nº, Centro - tel.: (11) 222-8698. Do dia 12 ao 18. Ingresso: grátis.


PM confirma: 15 mil participaram do "Grito do Silêncio"

LEÃO TRAPALHÃO

Alegria durou pouco. Redução de alíquota do IR foi um erro O Leão prometia morder menos em 2006, mas foi apenas um "equívoco" do governo. Entenda a confusão na página 9.

Número, calculado no início do ato, foi dado pelo NY Times, Washington Post e DC. Outros jornais informaram o total de presentes no final da manifestação. Pág. 6

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Edição concluída às 23h55

Ano 81 - Nº 21.959

São Paulo, sexta-feira a domingo, 9 a 11 de setembro de 2005

R$ 0,60

Dono de restaurante cria novo prato nas cassações

SEVERINO FRITO

Givaldo Barbosa/Ag. O Globo

O empresário Sebastião Buani (à esq., ao lado de sua mulher) fez picadinho do presidente da Câmara ao revelar, em detalhes, como pagou a ele R$ 110 mil reais em propina. O "mensalinho" de R$ 10 mil seria para garantir o funcionamento, no Congresso, de restaurantes e lanchonetes de propriedade de Buani. Em Nova York, onde representa o Brasil em evento da ONU, Severino demorou a reagir. Só depois de muita insistência é que respondeu à pergunta se tinha realmente recebido o dinheiro: "É mentira, mentira, mentira", afirmou. Cláudio Versiani/Ag. Câmara

Oposição apressa cassação

Partidos já disputam a cadeira Páginas 3, 4, 5 e 6

Divulgação

Warner Bros/Divulgação

DCULTURA

P

ode comemorar. O Teatro Municipal faz 94 anos e o presente é uma extensa programação gratuita. Entre os convidados para a festa estão a ópera Os Pescadores de Pérolas (acima), concerto sinfônico com Beethoven, o Balé da Cidade e muitos outros, além de você. Prepare seu DVD: uma febre de lançamentos de coleções especiais tomou conta das lojas e Doris Day (ao lado) é uma das eleitas. São nove filmes em três caixas. E conheça o Hooters, o bar onde a Happy Hour chega de patins. HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 27º C. Mínima 14º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 29º C. Mínima 15º C.

As pin-ups renascem. Há marmanjos que colecionam belas poses. E moças bonitas que sonham em ser uma delas. Pág. 20


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 9, 10 e 11 de setembro de 2005

Divulgação

Mulheres contam as suas histórias

MEMÓRIA

Albert Einstein: vida e obra

LEITURA

Renato Pompeu

TELEVISÃO

As histórias da coletânea +30 mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira se passam no universo das novas gerações, surgidas no último meio século

A

Abê

coletânea de contos +30 mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira, organizada pelo escritor Luiz Ruffato e recémpublicada pela Editora Record, completa antologia anterior, de 25 autoras, escolhidas pelo mesmo organizador, fazendo divulgar 55 autoras não conhecidas pelo grande público. Significativo é o fato de que o organizador teve de ser um homem; não se pode imaginar, por exemplo, as escritoras Nélida Piñon ou Lygia Fagundes Telles ajudando a divulgar as suas colegas menos famosas. Pois isso tenderia a ser considerado como uma tomada de posição feminista, e não como um empreendimento que tem como fulcro o mérito literário das obras, como foi a intenção de Ruffato. E mérito literário é o que não falta nesses contos de mulheres de todas as regiões do País, menos do Norte, onde Ruffato não encontrou escritoras, o que faz lembrar uma coletânea de contos de todos os Estados feita nos anos 1940 pelo escritor Graciliano Ramos, que recebeu dos meios cultos do então Território de Fernando de Noronha a informação de que "Não temos literatura, o senhor compreende..." O Norte tem escritores do porte de Márcio Souza e Milton Hatoum, mas parece não ter escritoras. Mesmo assim está retratado na índia mestiça do conto "A frente", da paulista Regina Rheda. É preciso notar que, por mérito literário, se entendem todas as contribuições que a literatura pode fazer. Uma dessas funções é a documental, predominante na maioria dos contos da coletânea. As autoras são jornalistas, professoras universitárias, psicólogas, isto é, mulheres que nem são trabalhadoras manuais, nem são simples donas-de-casa, e suas histórias se passam no universo das novas gerações, surgidas no último meio século, de profissionais intelectualizadas e seu cotidiano de estarem abrindo um mundo novo, de mulheres ao mesmo tempo atrevidas e angustiadas e de homens acuados no que tentam manter de seu machismo. Não estão esquecidas, porém, as mulheres de classe baixa, representadas na mendicante do conto A mendiga, da carioca Lucia Castello Branco, na empregada doméstica de Xadrez, da gaúcha Paula Taitelbaum, e na dona-decasa mulher de trabalhador de I+zil+d=inha, da carioca Elvira Vigna. Do universo mais próximo das autoras, no entanto, são a moça que está fazendo psicanálise em Teoria freudiana do medo, da carioca Angela Dutra de Menezes, e a roteirista casada com diretor de cinema, em Vício de Roteiro, da carioca Ana Teresa Jardim, além da artista plástica em Helga, escrito pela paulista

A procura por trabalho e o terror no mundo

Desemprego Dóris Fleury. Além de tipos sociais, estão retratados casos de família, como em Freio nos Dentes, da carioca Miriam Mambrini, sobre um estranho relacionamento entre mãe e filha, e situações de resistência ao regime militar, como em Felizes poucos, da goiana Maria José Silveira. Não faltam, é claro, as histórias de amor, ou de amores sempre ameaçados, em Dos amores fingidos, da mineira Maria Esther Maciel; Dora, da carioca Carmen Moreno, e Um Amor, da fluminense Sônia Peçanha. Mas alguns contos vão além da documentação, como o surrealismo satírico e humorista de Olívia Palito, da gaúcha Verônica Stigger, sobre um país de anões que dá origem... aos travestis das cidades de pessoas de tamanho comum!!! Porém, a obra de arte mais bem acabada da coletânea parece ser justamente o conto de abertura, Os inocentes, da paraibana Marília Arnaud, em que se misturam a finura psicológica exigida pelos leitores mais cultos, com o suspense e a sucessão de surpresas exigidos pelos leitores mais fascinados, especialmente com o sexo. É um drama de adolescentes que chegam à perversidade e, o mais impressionante é que, apesar de a história ter sido escrita por uma mulher, o narrador é um rapaz, de modo que Marília Arnaud foi capaz fugir ao estigma de ser uma "escritora mulher" para se tornar uma "escritora" de pleno direito e de qualidade eminentemente estética, no sentido em que ela cria estesias, sensações de beleza, mesmo perversa. Em suma, um livro que, além de naturalmente por mulheres, pode ser lido com proveito também por homens – no mínimo, para que saibamos o que "elas" estão pensando. Renato Pompeu é jornalista e escritor, autor de Canhoteiro, o Homem que Driblou a Glória (Ediouro), e do romance internético O Poder Virtual, www.carosamigos.com.br +30 Mulheres que Estão Fazendo a Nova Literatura Brasileira Luiz Ruffato, 304 páginas, Editora Record, R$ 39,90.

Desenho do cientista: figura emblemática do século 20

A

mostra Albert Einstein – O Personagem do Século, em cartaz até 23 de outubro no Centro da Cultura Judaica, traz 30 painéis com textos e fotos sobre a vida do cientista, uma das figuras mais emblemáticas de nosso tempo, além de 20 documentos e manuscritos. Os documentos integram o acervo do Universidade Hebraica de Jerusalém, da qual Einstein foi um dos fundadores e para a qual legou sua coleção e correspondência. Durante o evento haverá

workshops para crianças com demonstrações de experimentos do cientista, além de uma palestra sobre Einstein ministrada pelo professor Chanoch Gutfreund, no segunda, dia 12, às 20h, no Teatro do Centro da Cultura Judaica. Centro da Cultura Judaica Rua Oscar Freire, 2500 (ao lado do metrô Sumaré). Informações e agendamento de visitas pelo telefone (11) 3065-4333. De segunda a sexta, das 10h às 21h; sábados, domingos e feriados, das 14h às 19h. Grátis.

MEGASHOW Fotos: Arquivo DC

Metal e pop adolescente em SP

S

etembro é o mês de megashows em São Paulo. Nesta sexta, dia 9, às 19h, o Arena Skol Anhembi recebe o conjunto de heavy metal Judas Priest (foto acima), que se apresenta na capital paulista dentro da turnê mundial com o show Angel of Retribution. A banda chega com sua formação original, incluindo o vocalista Rob Halford. O quinteto, que já esteve no País no Rock in Rio 2, em 1991, segue depois para show no Rio de Janeiro. O Judas Priest já lançou 22 discos e emplacou sucessos como o clássico Breaking The Law. A abertura ficará por conta do Angra, e toca na noite também o Whitesnake, com David Coverdale nos vocais. Com o forte no rock pesado, o Whitesnake tem angariado fãs femininas com suas baladas e pela performance "sensual" do vocalista, que integrava o Deep Purple nos anos de 1970. Pop adolescente - No dia 25, às 19h, é a vez do show da cantora Avril Lavigne (foto), que aos 20 anos é um fenômeno do pop rock adolescente, com a

venda de 22 milhões de CDs no mundo – meio milhão no Brasil. Há dois anos nas paradas de sucesso, ela tem dois discos e três DVDs lançados. Esta primeira visita de Avril ao País está incluída na turnê do álbum Under My Skin. Antes de São Paulo, ela apresentase em Porto Alegre no dia 21; Curitiba no dia 23 e no Rio, no d i a 2 4 . N o re p e r t ó r i o d o s shows entram as músicas Don't Tell, Nobody Home e Complicated, entre outros sucessos. Judas Priest e Whitesnake Arena Skol - Anhembi - Alameda Olavo Fontoura, 1209 Anhembi. Ingressos: R$ 100 (pista) e R$ 150 (camarote). Avril Lavigne - Estádio do Pacaembu - Praça Charles Miller, s/nº - Pacaembu. Ingressos: R$ 60 (arquibancada), R$ 80 (cadeira d es c o be rta), R$ 100 (pista) e R$ 140 (cadeira coberta). Informações: tel.: (11) 6846-6000.

Drama que aflige milhões de brasileiros nos últimos anos, o desemprego é o assunto central do Globo Repórter desta sexta (9), logo após a novela A mérica. O que fazer quando o desemprego chega é a pergunta que o programa tenta desvendar, ao mostrar como muitos cidadãos fazem para garantir o pão nosso de cada dia pelas ruas das grandes cidades. O Globo Repórter foi atrás de histórias comoventes, como a do homem que conseguiu comprar um imóvel graças ao dinheiro que economizou com a venda das revistas que escreve e desenha sozinho.

Ataques Tragédias nos metrôs de Londres e Madri

O terror islâmico que semeou pânico pelo mundo é o tema de documentário inédito que o GNT exibe hoje, sexta (9), às 21h. Produzido pela BBC, Londres na Mira do Terror analisa os ataques terroristas realizados em Londres, há dois meses, e em Madri, em 11 de março do ano passado, mostrando em detalhes como as tragédias afetaram a vida de pessoas de várias etnias, nacionalidades e religiões. Vítimas das explosões nos metrôs londrinos falam sobre os momentos de angústia que viveram na fatídica manhã de 7 de julho deste ano e muitas exibem as fotos que tiraram logo após as explosões nos metrôs londrinos.

Terror Histórias do fatídico 11 de setembro

A CNN também entra em ação neste sábado (10), às 18h (com reprise no domingo, às 14h e 20h) para relembrar os quatro anos dos atentados a Nova York. Twist of Fate: Stories From 9/11 mostra o que aconteceu depois que o grupo de 19 terroristas jogaram quatro aviões contra as Torres Gêmeas de Nova York e o Pentágono, em Washington, matando mais de 3 mil pessoas. Mas joga seu foco principalmente nas seqüelas deixadas em seis pessoas que tiveram as vidas afetadas pelos atos terroristas. Regina Ricca

POCKET SHOW Lupicínio Rodrigues (no alto, à esquerda), Nelson Rodrigues, e Denílson Benevides (foto maior), que com Jece Valadão interpreta a paixão segundo os Rodrigues

N

a terça dia 13, Jece Valadão e Denílson Benevides sobem ao palco do Bar Brahma com o espetáculo A Paixão segundo os Rodrigues, uma colagem e adaptação de textos e frases de Nelson Rodrigues e músicas de Lupicínio Rodrigues. O texto foi compilado e adaptado por Décio Fischetti. O diretor do espetáculo, em formato de pocket show, é Eddy Newton (ex-TV Globo) e a direção musical de Jair Sanches. "O show foi criado a partir da quase inexplicável coincidência – que vai muito além dos sobrenomes – destes admiráveis expoentes da cultura brasileira. Apesar da diferença cultural existente entre eles, seus temas e seus universos são semelhantes no contexto e na mensagem artística", diz Fischetti. O show começa às 22h30. A previsão é que se mantenha em cartaz até 4 de outubro. A Paixão segundo os Rodrigues Bar Brahma - Av. São João, 677, Centro, tel.: (11) 3333-0655. Couvert artístico: R$ 20.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.POLÍTICA

sexta-feira, sábado e domingo, 9, 10 e 11 de setembro de 2005

APÓS DEPOIMENTO DE EMPRESÁRIO, PARLAMENTARES PEDEM A SAÍDA IMEDIATA DO PRESIDENTE DA CÂMARA

SEVERINO ESTÁ MAIS PERTO DO FIM

Adriano Machado/Folha Imagem

Luiz Alves/Agência Câmara

É um dos momentos mais difíceis de minha vida, mas saberei cumprir meu dever. Ciro Nogueira

Dida Sampaio/AE

O deputado Ciro Nogueira, corregedor da Câmara e amigo pessoal de Severino, mesmo chocado com as declarações de Buani, garantiu que vai agir. Os deputados Aleluia (acima) e Jungmann e Goldman (abaixo) querem a cassação.

ELE SÓ SAI POR RENÚNCIA OU QUEBRA DE DECORO A Constituição e o Regimento Interno da Câmara dos Deputados contemplam hipótese de afastamento do presidente da Casa apenas

A segunda opção exige processo no Conselho de Ética e a aprovação em plenário. E se a decisão for pela cassação, o deputado perde o mandato. Se o

por iniciativa do próprio deputado (afastamento temporário, para facilitar investigações, ou renúncia) ou por quebra de decoro parlamentar.

cargo ficar vago antes do dia 30/11 do último ano do mandato, o primeiro vice-presidente assume e, em cinco sessões, realiza nova eleição. (ABr)

Gushiken depõe dia 14; Dantas, dia 21 e Marinho é demitido. Votação sobre futuro de Roberto Jefferson será dia 13

Delúbio

Pereira

Valério

Mendonça

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, se recusou a nomear sacadores das contas de Valério na CPMI dos Correios. Na CPMI do Mensalão, ele não explicou pagamentos a Duda e disse que José Dirceu não negociou dívidas do PT.

Sílvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Assumiu ter negociado cargos; saiu do PT, depois da descoberta de que ganhou um Land Rover da GDK . Valério disse que ele sabia dos empréstimos repassados ao diretório nacional.

Marcos Valério, dono da SMP&B e da DNA. Movimentação bancária mostra saques de vários políticos e assessores, num total de R$ 55 milhões. Disse na CPMI do Mensalão que o aval de Dirceu foi confirmado por Delúbio.

O publicitário Duda Mendonça, da DM9, confirmou ter recebido dinheiro de Marcos Valério no exterior. Os repasses, segundo ele, eram para pagar dívidas do PT, das campanhas eleitorais de 2002. Valério negou a versão de Duda.

Palmieri

Osório Batista

Jefferson

Lamas

Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB, depôs no dia 16 de agosto na CPMI do Mensalão e revelou que esteve em Portugal com Marcos Valério para obter recursos da Portugal Telecom para pagar dívidas do PT e do PTB.

Antônio Osório Batista, diretor afastado dos Correios por ter sido citado por Marinho na gravação. Depôs na CPMI e afirmou que Jefferson pediu dinheiro aos diretores da estatal para fazer caixa de campanha.

O deputado do PTB, Roberto Jefferson, teve seu pedido de cassação aprovado no Conselho de Ética da Câmara. O próximo passo será a votação em plenário, que acontece na próxima terça-feira, dia 13 de setembro.

O ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, confirmou em depoimento à CPMI do Mensalão que foi algumas vezes a Belo Horizonte buscar dinheiro a pedido do presidente nacional do partido, Valdemar da Costa Neto.

Sereno

Jefferson

Edson Santos/AC

Ed Ferreira/AE

Valter Campanato/ABr

Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério. Depôs na CPMI e contestou as versões de seu ex-patrão para os grandes saques bancários: o próprio empresário voltou atrás e confessou que fazia os pagamentos a mando de Delúbio, a partir de uma lista.

Roosewelt Pinheiro/ABr

Karina

Duda

Marcello Casal Jr/ABr

Galeria de personagens Ailton de Freitas/AG

O

Corregedor da Câ- poimento coloca em dificuldamara, deputado Ci- de a defesa que Severino vai ter ro Nogueira (PP- que fazer de seu mandato, uma PI), classificou de vez que terá que conciliar isso chocante o depoimento do em- com o exercício da presidência presário Sebastião Buani, no da Câmara. "Ele não tem a isenqual detalha os pagamentos ção necessária para que sejam feitos ao ex-primeiro secretá- tomados os procedimentos lerio da Câmara deputado Seve- gislativos. Espera-se do presidente Severino Cavalcanti um rino Cavalcanti (PP-PE). Ele considerou mais fácil es- gesto que possa manter em clarecer os fatos já que o empre- funcionamento a Câmara", sário disse existir um cheque disse, referindo-se à renúncia. "É evidente que nós temos de que comprovaria pagamento de propina. "É uma prova mui- ouvi-lo (Severino), mas, tiranto forte de que realmente acon- do a hipótese de ele provar cateceu isso", disse. Ele afirmou balmente sua inocência, é inque vai esperar o cheque lhe ser dispensável a abertura de um apresentado antes de ouvir o processo para cassar o seu depoimento de Severino na mandato", disse o deputado JoComissão de Sindicância, cria- sé Eduardo Cardozo (PT-SP). Entendimento – O deputado da no âmbito da corregedoria Antonio Carlos Magalhães Nepara apurar o assunto. O corregedor, que é amigo to (PFL-BA) disse que a fala do próximo a Severino, disse estar empresário acabou de sepultar vivendo um momento muito a gestão de Severino. "Agora, é difícil com as denúncias contra preciso haver um entendimenSeverino. "É um dos momen- to pluripartidário para que nós tos mais difíceis de minha vi- possamos chegar a uma saída da, mas tenho certeza que sa- rápida e enérgica que preserve a berei separar e cumprir meu imagem da Câmara." O líder da minoria na Câmadever." Questionado se Severino teria condições de perma- ra, deputado José Carlos Alenecer na presidência da Câma- luia (PFL-BA) avaliou que o País todo deve estar ra, Ciro respondeu: perplexo. Ele disse es"Só se for inocente. perar que o presidenCabe aos parlamente da Câmara ajude a tares cassar ou não o buscar uma solução, mandato; afastamenafastando-se o quanto ou renúncia é uma É o fim. O to antes do cargo, coquestão pessoal." capítulo mo chegou a ser soliIndignação – O decitado no início da sepoimento de Buani Severino mana, na representacausou uma onda de Cavalcanti na indignação entre os presidência da ç ã o a s s i n a d a p o r integrantes do PFL, parlamentares, que Câmara está PSDB, PPS, PV e PDT. pediam a saída ime"As acusações foram diata de Severino. "É encerrado. o fim da linha", decla- Raul Jungmann detalhadas. É impossível alguém duvidar rou o vice-líder do PPS na Câmara dos Deputa- da sua veracidade. São provas dos, Raul Jungmann (PE). O consistentes para que outros parlamentar pediu a renúncia partidos, como PMDB, PT e do presidente da Casa, Severi- PSB, venham a endossar a nosno Cavalcanti logo após as de- sa representação". O líder do PDT, Severiano clarações de Buani. "O capítulo Severino Cavalcanti na presi- Alves (BA), defendeu a antecidência da Câmara está encer- pação da entrega do pedido de rado", disse. Segundo ele, a ba- cassação do mandato de Sevese de apoio de Severino se "es- rino. "Esse pedido será encaminhado com urgência". Para Sefumaçou". O s e n a d o r Á l v a r o D i a s veriano Alves, "Severino não (PSDB-PR) declarou que o fu- tem mais condições de presidir turo do presidente da Câmara uma sessão da Câmara". PT – "Quem pariu Matheus está traçado depois do detalhamento feito pelo empresá- que o embale. O PSDB e o PFL rio. "Sua cassação é inevitá- não mediram esforços para vel". Para ele, agora, todos os derrotar o PT nas eleições para partidos têm o dever de repre- a presidência da Câmara", declarou o deputado federal Carsentar contra Severino. Vexame – Para o senador Jef- lito Merss (PT-SC), sobre Seveferson Peres (PDT-AM), as de- rino. Merss disse que "agora, núncias são "algo vexaminoso" ele tem que ter direito à defesa, para toda a classe política, por- tem que se explicar". Outro deque "essa figura menor (Severi- putado petista, Carlos Abicalil no) foi eleita com votos de parte (MT), se mostrou surpreso da oposição". Segundo o presi- com as revelações feitas por dente do PFL, senador Jorge Buani. "É a primeira vez que Bornhausen, o "depoimento do vejo um corruptor se manifesBuani confirma uma denúncia tar antecipadamente numa enda mais alta gravidade, o que trevista coletiva. O Buani fez mostra que o presidente da Câ- um relato detalhado, que de famara está sem condições para to vai exigir rigor e celeridade nas investigações por parte da presidir a Casa". Ele disse ainda que esse de- Câmara." (Agências)

Jacinto Lamas

Delúbio Soares

Silvio Pereira

Ferreira

Guimarães

Costa Neto

Esteves

Marcos Vinícius Ferreira, genro de Roberto Jefferson e suposto canal do PTB com os Correios. Senado estuda pedir a quebra de seu sigilo bancário. A CPMI dos Correios ainda não remarcou seu depoimento.

O ex-presidente do Banco Popular do Brasil Ivan Guimarães negou à CPMI dos Correios que sua indicação para o cargo no banco tenha sido feita pelo PT. Ele anunciou aos integrantes da comissão que vai se desfiliar do PT.

O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, se recusou em seu depoimento à CPMI da Compra de Votos a revelar nomes de empresas e pessoas físicas para as quais teria repassado supostos R$ 6,5 milhões recebidos de Marcos Valério.

Clauzer Esteves, sócio de José Fortuna Neves. O também exagente do SNI afirmou que a Abin investigava os Correios a pedido da Casa Civil, informação essa que foi negada pelo então titular da pasta, o ex-ministro José Dirceu.

Lange

Salmeron

Dutra

Marinho

Edgard Lange, o "Alemão". O agente da Abin admitiu que, em abril, recebeu ordem para colher informações sobre irregularidades nos Correios, que teria sido dada pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Roberto Salmeron, ex-presidente da Eletronorte e ex-vice-presidente dos Correios. De acordo com o depoimento de Osório Batista, Jefferson e Salmeron teriam assistido à gravação um dia antes de ter sido divulgada à imprensa.

Mauro Dutra, dono da Novadata. Ele negou favorecimento em contratos da estatal. Disse que seus negócios com a estatal são reduzidos. Mas confirmou que sua empresa fornece 22% dos micros do governo e que conhece Lula há mais de 20 anos.

Maurício Marinho, ex-chefe de Contratação e Administração dos Correios. Foi flagrado em gravação recebendo propina de R$ 3 mil. Foi demitido por justa causa mas, como está de licença médica, continua recebendo salário de R$ 10 mil.

Gonçalves

Waschek

Dipp

Marschner

Luiz Otávio Gonçalves, diretor da Skymaster, admitiu que pediu ajuda de Sílvio Pereira para evitar que sua empresa perdesse o contrato com os Correios. Jefferson denunciou a empresa como tendo contrato superfaturado com a estatal.

Arthur Waschek, dono da Comam e Vetor. Mandante da gravação de Marinho, por ter interesses contrariados nos Correios. Waschek afirmou que as irregularidades não ocorrem nas licitações, mas na execução dos contratos.

Airton Dipp, ex-presidente dos Correios, confirmou na CPMI dos Correios encontro com Sílvio Pereira e a influência de Luiz Gushiken na estatal, através da nomeação de três dos cinco membros de uma comissão de análise de publicidade.

Haroldo Marschner, um dos donos da Precision Componentes. Ele disse que teria recebido pedido de suborno de Maurício Marinho, para poupar a sua empresa da aplicação de multa por atraso na entrega de material.

PASSO-A-PASSO DAS INVESTIGAÇÕES

CPMI do Mensalão

Conselho de Ética

CPI dos Bingos

A comissão que investiga a compra de votos ouviu os diretores dos fundos de pensão Previ, Petros e Funcef. Os dirigentes prestaram depoimento fechado na comissão, no dia 25 de agosto. Eles confirmaram envolvimento dos fundos com a Globalprev, empresa que pertencia a Luiz Gushiken.

O conselho aprovou por unanimidade o pedido de cassação do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). O pedido irá à votação do plenário da Câmara no dia 13. De acordo com as regras regimentais, a Mesa tem a obrigação de incluir o processo na pauta até dois dias depois do prazo final do processo.

Os senadores que integram a Comissão devem votar no dia 13 requerimentos convocando para depor o ministro Antonio Palocci e o chefe-de-gabinete da Presidência, Gilber to Car valho. Também vão decidir a data do depoimento do ex-ministro José Dirceu e do doleiro "Toninho da Barcelona".


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 9, 10 e 11 de setembro de 2005

POLÍTICA - 5

PT QUER RETOMAR A PRESIDÊNCIA DA CÂMARA. OPOSIÇÃO É CONTRA, MAS NÃO CHEGA A UM CONSENSO.

COMEÇA A DISPUTA PELA CADEIRA DE SEVERINO Xando P./ Agência a Tarde/AE

Roberto Freire: 'PT não pode ser premiado'

Xando P./Agência A Tarde/AE

Ed Ferreira/AE-/12-07-2005

Eduardo Paes: 'Eduardo Cardozo seria boa escolha'

Denise Frossard quer cassação: 'Se há provas, é cortar'

Arlindo Chinaglia: 'presidência está fora de discussão'

Não é o momento de fazer luta política. Um novo presidente precisa garantir condições de votar matérias importantes como a reforma política. Por isso é necessário um profundo diálogo", afirmou. Segundo ele, o PT tem direi-

Temos de evitar a qualquer custo uma nova disputa. Temos de preocupar é com a recuperação da imagem do Congresso. Alberto Goldman to constitucional de ficar na presidência, já que detém a maior bancada na Câmara. "Precisamos aprofundar o debate para escolher um nome, mas as regras constitucionais

DC

E

mbora deputados governistas e oposicionistas defendam a saída de Severino Cavalcanti (PP-PE) da presidência da Câmara, por estar envolvido em denúncias de recebimento de propina, ainda não há consenso sobre como se daria a substituição dele. Nos bastidores os parlamentares já discutem alternativas em torno de nome que, independentemente da vinculação partidária, possa recuperar a imagem e credibilidade da Câmara. E o assunto provoca polêmica até mesmo entre oposicionistas. Unidos na oposição ao governo, PFL e PSDB divergem sobre o assunto. Os tucanos defendem o afastamento de Severino e a convocação imediata de eleição para o cargo. O PFL prefere o afastamento temporário para que o primeiro vice-presidente José Thomaz Nonô (PFLAL) fique no cargo por pelo menos 120 dias. Enquanto isso, os líderes dos partidos de oposição traçam perfis e abrem a temporada de uma nova disputa política. E nomes de deputados já estão sendo lançados . A oposição reconhece que Severino ainda tem sustentação do Planalto e de partidos da base aliada. Ou seja, ele só sai se esse apoio ruir. Em contrapartida, os petistas admitem que serão derrotados se não houver negociação. A melhor saída, discutida até o momento para a crise, seria a escolha de um substituto de consenso que teria o apoio de todas as forças políticas da Casa. Mas o nome não viria necessariamente do PT, a maior bancada, como defende o líder do partido na Câmara, Henrique Fontana (RS), que mudou sua postura cautelosa e prudente em relação Severino após o depoimento de Buani. Ele classificou como gravíssimas as novas revelações, defendeu que a Mesa Diretora abra investigação expressa, e pediu o retorno imediato do presidente da Câmara, que está em Nova York. PT – Avaliando a possibilidade de uma nova eleição para presidente da Câmara, Fontana defendeu a escolha de um nome de consenso, porém adianta que o PT deve lançar candidato. "Temos que ter sabedoria para não jogar a Câmara numa aventura.

Dida Sampaio/AE/08-08-2005

precisam ser respeitadas num momento como esse. Todas as possibilidades devem ser avaliadas", disse o líder do PT. O que os petistas não aceitam é que o primeiro vice-presidente, o deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL), assuma o cargo de Severino, pois temem que ele use o cargo para abrir um processo de crime de responsabilidade contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Não vamos dar um mandato para quem não foi eleito para isso", disse Fontana. Polêmica – A intenção do líder do PT causou polêmica. "Se houver cassação, não tem por que a escolha do novo presidente da Câmara respeitar o princípio da proporcionalidade. O PT não pode ser premiado com a presidência da Casa porque ele e seu governo são responsáveis pelo mensalão e pela desmoralização da Câmara", afirmou o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE), apoiado pela deputada federal Denise

Frossard (PPS-RJ), que defende Jungmann (PPS-PE) também a cassação de Severino. "Se há defende a saída de Severino, mas acredita que a permanênprovas, é cortar". "Temos de evitar a qualquer cia de Nonô no comando da Câmara é custo uma noLeonardo Rodrigues/Digna Imagem ruim. "Sou va disputa. frontalmente Te m o s d e contrário a ispreocupar é so. Defendo com a recupeuma nova ração da imaeleição para a gem do Conp re si d ên ci a gresso e a cacinco sessões pacidade de a após a saída Câmara funde Severino. cionar e proNão creio que duzir", disse, o PFL vá incom cautela, o sistir nessa tál í d e r d o tica, porque PSDB, depuparalisaria a tado Alberto Câmara. O Goldman (SP). "Não podemos repetir a governo não toparia e passaria bobagem que já fizemos: a de a obstruir as votações. É trocar eleger o Severino. Não pode ha- seis por meia dúzia". Candidatos – O deputado ver veto ao PT nem pode ser obrigação o futuro presidente Eduardo Paes (PSDB-RJ) citou na última terça-feira que o ideal ser do PT", disse. Independentemente das di- seria um deputado do PT com vergências entre PFL e PSDB, o bom trânsito na oposição. Em deputado oposicionista Raul meio a esse quadro de indefini-

ção, o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), que não tem muita força na bancada do PT por ser mais independente, vem sendo procurado por parlamentares do PSDB e do PFL, como alternativa. Seu nome tem apoio também de deputados da esquerda do PT que defendem um nome suprapartidário. "Tanto Sigmaringa Seixas (PTDF) quanto Cardozo (foto) seriam boas escolhas." Outro petista lembrado para o cargo é o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), líder do governo. "Isso está fora de discussão", afirmou Chinaglia, ressaltando que o momento é de apuração das denúncias. O PPS prefere um não-petista, mas admite dificuldades porque os demais partidos que compõem a base governista também estão envolvidos nas denúncias de corrupção. As exceções são o PSB, que poderia lançar Eduardo Campos (PE), e o PCdoB, de Aldo Rebelo (SP). (Agências)


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LAZER - 3

CINEMA

OUTRAS ESTRÉIAS

A saga do pugilista-cinderela A Luta pela Esperança mostra trajetória de herói da Depressão americana Lúcia Helena de Camargo Fotos: Buena Vista International/Divulgação

Divulgação

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Russel Crowe e Paul Giamatti em cena: o lutador e o amigo que o incentiva a voltar aos ringues

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ussell Crowe emagreceu 22 quilos para protagonizar A Luta pela Esperança, cinebiografia do pugilista Jim Braddock, cuja carreira nos ringues ascendeu e decaiu meteoricamente na época da depressão econômica nos Estados Unidos. Aos 41 anos, o ator neo-zelandês exibe não apenas boa forma física, mas uma grande atuação. Apelidado de Cinderela Man – título original do filme – o lutador viveu uma história que de fato se assemelha a um conto de fadas. Ao lado da mulher (Renée Zellweger) e dos três filhos, chegou a passar fome e frio, ficando sem dinheiro para pagar a conta do aquecimento, no rigoroso inverno americano. Mas não se cai na tristeza sem fim. Há até cenas engraçadas, como aquela em que os filhos entendem que o pai trará para a casa uma tartaruga (em

W

Aventura recheada de música, sátira às festas de casamento e Catherine Deneuve em um terror revisitado

inglês, turtle), quando ele disse que iria em busca do "título" (title). E as crianças ficam à espera do bicho. Aposentado antes da hora em razão a uma série de derrotas, Jim faz trabalhos avulsos, como carregador nas docas, para obter o sustento da família. Quando consegue sua segunda chance no ringue, precisa enfrentar seu oponente mais feroz, Max Baer (Craig Bierko), atual campeão mundial dos pesos pesados, que já matou dois lutadores em confrontos. Embora com argumento piegas e algo previsível, o filme acaba se resolvendo de maneira sóbria e consistente, nas mãos do diretor Ron Howard, que já havia trabalhado com Crowe em Uma Mente Brilhante (2001). O caminho de Braddock de volta ao sucesso no boxe leva consigo a esperança de que fala o título, neste caso a esperança do país, até então apático

diante da adversidade do período negro nos anos de 1930. Crowe e Renée não deixam a peteca cair e a qualidade dramática é mantida até quando se espera melodrama. A trajetória de Braddock, alçado ao status de herói nacional nos EUA, já arrecadou cerca de US$ 61,5 milhões nas bilheterias americanas e é forte candidato ao Oscar 2005.

A Luta pela Esperança (Cinderella Man, Estados Unidos, 2005, 144 minutos). Direção de Ron Howard. Com Russell Crowe, Renée Zellweger, Craig Bierko, Paul Giamatti, Paddy Considine. Buena Vista International.

e tanto bater o meu coração parou (De Battre mon Coeur s'est Arrêté, França, 2005, 107 minutos). Refilmagem que o diretor Jacques Audiard fez de Fingers, filme de James Toback (1978), com Harvey Keitel como protagonista. Agora, o francês Romain Duris (A Residência Espanhola) dá vida a esta história, onde a Máfia foi substituída pelo mercado imobiliário. Tom é um homem de 28 anos, destinado a seguir os passos do pai no mundo dos negócios imobiliários, onde quase tudo é permitido (espancamentos incluídos).

Um encontro inesperado leva-o a acreditar que pode tornar-se pianista, como sua falecida mãe, e abandonar o mundo corrupto. Então prepara-se para uma audição com uma exímia pianista chinesa que não fala uma palavra de francês. A música torna-se a única forma de comunicação entre os dois. Mas as pressões do seu mundo de trabalho são cada vez maiores e cada vez mais difíceis de suportar. O filme consegue escapar a todos os lugares-comuns. A trilha sonora criada por Alexandre Desplat foi premiada no Festival de Cinema de Berlim.

Fotos: Playarte/Divulgação

O pai com a filha pequena: tartaruga ou título?

Horror. Mas é para rir Vôo Noturno acha que é de arrepiar. Acha

es Craven não se cansa de cansar as platéias, assustando-as. Vôo Noturno aparece tão logo saiu de cartaz seu horrível espetáculo sobre lobisomens, Amaldiçoados, lançado há apenas dois meses, e não fica nada a dever, embora seja na aparência muito diferente. Aqui, o diretor famoso pelos seus vários Pânico, numerados de um a três, e de outros cujos títulos falam por si (O Jardim dos Esqueletos, A Maldição dos MortosVivos), entra em nova faixa, a do terror psicológico. Mas nem tanto assim, pois Craven está mais acostumado com trabalho pesado e sangrento do que com os mistérios da psique. Por exemplo: quem tem medo de avião, onde se passa boa parte de Vôo Noturno, vai se arrepiar, embora o filme não apresente nenhuma catástrofe aérea. Como se pretende "psicológico", mostra antes de tudo que é preciso tomar cuidado com quem se senta ao seu lado. Com a mente do vizinho. É o que aprende penosamente a linda Lisa (Rachel McAdams) com o insinuante Jackson (Cillian Murphy), seu companheiro numa travessia noturna para Miami. Ela tem cargo de chefia num hotel de luxo e ele é um agente do mal. Tão mau que pretende usá-la para que ela mude o apartamento reservado pelo secretá-

Geraldo Mayrink Fotos: UIP/Divulgação

rio de segurança dos Estados Unidos e o coloque de frente para o mar, de onde um barco o alvejará com o foguete mortal, dizimando também sua família. Se Lisa não topar, o pai dela será morto. Entenderam? Trata-se de uma trama tão inacreditável como o próprio filme, no seu conjunto. É verdade que ninguém vai ao cinema para encarar a realidade e os fatos da vida, mas vamos com calma. Não dá para acreditar, pelo menos na tela, que a doce Lisa seja capaz de reagir com tanta fúria contra seu vizinho de poltrona, embora ele mereça pois nocauteou-a com um soco. E nem que lhe perfure a garganta com uma caneta e lhe dê tanta pancada depois que saem do avião, além de exibir um preparo físico digno das três Panteras, tal sua força e capacidade de correr como se fosse uma maratonista. Aí, a platéia desiste dos sustos e cai na risada. Merece. Pois enfrentou antes longas cenas de embarque num vôo atrasado, quando os futuros vizinhos de poltrona se conhecem, em momentos tão aborrecidas como toda espera em aeroporto, pois o avião – e o filme junto – não decola. O medonho Craven acaba prestando homenagem a todas as simpáticas , lindas e esforçadas atendentes de hotel. Lisa faz milagres com seu celular – aliás, um dos personagens principais do filme – e é

Penetras Bom de Bico: comédia politicamente incorreta sobre invadores de festa faz sucesso nos EUA

P

Lisa Reisert (Rachel McAdams), com Jackson (Cillian Murphy); e o diretor Wes Craven

tão boa gente que merece aparecer em publicidade turística sobre bom atendimento. Mas não rola nenhuma emoção ou sexo nesta atenção hospitaleira, nem entre uma linda e um insinuante. Quem quiser isto, que vá procurar outro avião, ou outro filme.

Vôo Noturno (Red Eye Estados Unidos, 2005, 85 min). Direção: Wes Craven. Com Brian Cox, Cillian Murphy, Guy Chapman, Noelle Drake, Rachel McAdams, Tina Anderson. UIP.

enetras Bons de Bico (Wedding Crashers, EUA, 2005, 119 minutos). Direção de David Dobkin. A comédia politicamente incorreta está fazendo sucesso nos Estados Unidos. A fita superou o investimento de US$ 30 milhões apenas no primeiro fim de semana de exibição. Os mediadores de divórcios John Beckwith (Owen Wilson) e Jeremy Grey (Vince Vaughn) são parceiros nos negócios e amigos de longa data, além de, toda primavera, compartilharem um hobby original: ir a casamentos para os quais não foram convidados. Eles aparecem em casamentos com cerimônias judaicas, italianas, irlandesas, chinesas, hindus e outros. A dupla sempre tem histórias para contar aos convidados curiosos e, inevitavelmente, se torna a sensação das recepções. Na

festa de um político (Christopher Walken), John acaba se apaixonando pela filha do anfitrião (Rachel McAdams) e Jeremy é assediado pela irmã dela, Gloria (Isla Fisher). PlayArte.

F

ome de viver (The Hunger, Inglaterra, 1983, 100 minutos). Direção de Tony Scott. Terror revisitado. Para fãs do gênero, a abertura, ao som de Bela Lugosi Is Dead, do grupo gótico Bauhaus, vale a ida ao cinema. Na história sobrenatural, a atriz francesa Catherine Deneuve e o cantor David Bowie formam o casal que busca nas discotecas parceiros para sugar o sangue – e assim lhes garantir a eterna juventude. Quando o marido ganha rugas em questão de minutos, a mulher se envolve com uma cientista, interpretada por Susan Sarandon.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

CIDADES & ENTIDADES - 17

Fotos de Pablo de Sousa/Agência Luz

OPERAÇÃO LIMPEZA

Rede montará perfil do explorador de jovens e crianças no Brasil

M

Bolsão na Lapa (esq.): mercadorias ilegais. Recadastramento de TPUs (abaixo).

Eu só espero que a gente realmente volte a trabalhar na rua em que temos direito – e com mais organização. Aílton Custódio, de 62 anos, camelô legalizado que trabalha desde 1989 na rua Cincinato Pomponet, na Lapa.

Prefeitura reconta camelôs da Lapa Apesar da ocupação da rua 12 de Outubro e de outras vias do bairro pela Prefeitura, o comércio ambulante ilegal continua a ser praticado na região. Ontem a subprefeitura iniciou a atualização dos Termos de Permissão de Uso (TPUs). Fernando Vieira

A

Subprefeitura da Lapa começou ontem o programa de atualização dos Termos de Permissão de Uso (TPU) dos ambulantes cadastrados na região. A iniciativa é o primeiro golpe direto da Prefeitura para tentar desmantelar um esquema de corrupção, denunciado pelo Diário do Comércio, que envolve a compra e venda das autorizações municipais, aluguel de barracas e distribuição de propinas a funcionários públicos. No primeiro dia do programa de atualização, que vai até sexta-feira da semana que

vem, apenas 24 ambulantes legalizados atenderam à convocação da subprefeitura para regularizar a documentação. Muitos outros ambulantes ilegais, acreditando que se tratava de um novo cadastramento da Prefeitura, apareceram para tentar se inscrever, mas foram informados de que não seriam emitidas mais autorizações. Para a região da Lapa existem 667 TPUs oficiais, mas cerca de 3 mil ambulantes ocupavam a rua 12 de Outubro e entorno, até o dia 29 de agosto, quando a Prefeitura ocupou a área e deu início a um programa de revitalização do bairro.

Cidade terá placas em três idiomas D etalhes do romance entre o imperador d. Pedro I e a paulistana Domitila de Castro Couto e Mello, a marquesa de Santos, serão revelados numa placa a ser instalada diante do Solar da Marquesa, na rua Roberto Simonsen, no Centro. A novidade faz parte do projeto São Paulo Tem Histórias, da São Paulo Turismo (SPTuris), que prevê a instalação de 300 placas em ruas, monumentos, edifícios e locais históricos da região central. As primeiras placas (em três idiomas) serão vistas a partir do aniversário da cidade, em 25 de janeiro. As placas serão metálicas e instaladas em totens, que ficarão no ponto principal da rua ou avenida, de preferência na esquina. A Prefeitura estuda três modelos de totens, mas já definiu que haverá apenas um painel em cada ponto histórico. "O projeto tem o objetivo de tornar esses pontos visíveis e explicar a história de São Paulo para moradores e turistas", disse o presidente da SPTuris, Caio Luiz de Carvalho. Para ele, a cidade carece de informações sobre seu patrimônio ar-

paço vago nas vias e calçadas, concessão de TPUs, indepenfoi causada pela própria admi- dentemente do histórico de nistração pública, nas gestões trabalho de cada um. Por isso, passadas. Custódio disse que o resultado da desorganização algumas pessoas que tiveram o das administrações municiTPU emitido pela Prefeitura, pais, hoje, pode ser demonsem 1998 e 2001, para a região da trado pela disputa de pontos rua 12 de Outubro e entorno, ja- entre ambulantes. Até mesmo neste momento mais haviam trabalhado naqueles locais. “Ficou um monte de tentativa de regularizar a side gente que tinha o ponto, mas tuação do comércio ambulante que não conseguiram o TPU. na Lapa, a atual subprefeitura Então passaram a dividir os es- se mantém distante em relação paços”. Mas o ambulante pare- à fiscalização e acaba permitindo a prática de ce não perceber atos ilegais. que uma via púExemplos disso blica não tem podem ser visdono. tos nos espaços O que ocorre indicados para de fato, e nisso a instalação Custódio tem provisória de razão, é que a barracas – na omissão das adviela Ema Ânministrações gela Murari e municipais em no bolsão do esfiscalizar o cotac ioname nto mércio das ruas do Mercado da de São Paulo abriu brechas Aílton Custódio: R$ 1.146 para Lapa. Ali, diversos para que os ca- regularizar sua situação ambulantes melôs ocupassem o mesmo local (e conti- continuam, com extrema natunuam em muitas regiões) du- ralidade e aval de permanênrante anos. Esses longos perío- cia da Prefeitura, a comercialidos de tempo dão a sensação a zar produtos piratas e possiessas pessoas de que se torna- velmente contrabandeados. ram "donas" do ponto. Acredi- Expostos aos clientes e a qualtam que têm direitos adquiri- quer pessoa que por lá circule, estão cigarros, tênis, bermudos, que não procede. E quando o poder público das, bonés, camisas de clubes abriu inscrições para o cadas- de futebol e de marcas consatramento de ambulantes, se- gradas, todas falsificadas. guiu a legislação que dá priori- A l é m d e i n ú m e ro s C D s e dade a deficientes físicos e ido- DVDs piratas dos mais variasos, nesse critério inicial para dos gêneros.

Arquivo/DC

O ambulante Aílton Custódio, de 62 anos, foi um dos primeiros a efetuar a renovação do TPU. Ele afirma que trabalha como camelô desde 1989, com ponto na rua Cincinato Pomponet. Para regularizar sua situação, Custódio pagou as taxas pendentes de 2003, 2004 e, parcialmente, a de 2005, totalizando R$ 1.146. “Só espero que a gente realmente volte a trabalhar na rua em que temos direito e com mais organização”, disse. Ele afirma que a confusão que se via nas ruas da Lapa, com um número excessivo de barracas disputando cada es-

DC

aior rede internacional de combate à exploração sexual infantil, a Ecpat (End Child Prostitution and Trafficking of Children for Sexual Purposes) vai traçar o perfil do explorador de crianças e adolescentes no Brasil. O trabalho, que começa até novembro, contará com o apoio de quatro organizações nãogovernamentais do Rio, Brasília, Bahia e Pará. "Até agora a intervenção dos governos tem sido de proteção à vítima, de prevenção. Mas ninguém estudou ainda a demanda. Queremos saber quem são as pessoas que procuram esse tipo de sexo, qual a classe social, as construções sociais, culturais, os conceitos sobre sexualidade que dão base para esse tipo de procura", afirmou a diretora da Ecpat para as Américas, a venezuelana Monica Darer. O resultado de estudos como esse na Bélgica e no Peru foram apresentados ontem, durante a 3ª Assembléia Internacional da Ecpat, que reúne 200 delegados e especialistas de 67 países no Rio. "O explorador sexual não tem um perfil único. Vem de todas as classes sociais. É comum ouvirmos coisas do tipo 'pelo menos aqui não temos exploração de crianças de 6 ou 7 anos.' Como se fosse justificável a prostituição de adolescentes de 15, 16 ou 17 anos. Temos que entender essa demanda para desconstruir esses padrões." Pesquisadora da Ecpat na Bélgica, Katlijn Declercq disse que se deparou com policiais, diplomatas, jornalistas, caminhoneiros e empresários ao estudar a exploração sexual de crianças e adolescentes em seu país. "Dos 32 casos que encontramos, 13 envolviam funcionários de ONGs que trabalham na defesa dos direitos humanos". Para combater a prática, a Ecpat contou com a ajuda do governo e das empresas em que trabalhavam os agressores, que pagaram pelo material da campanha. "Nossa estratégia era pedir: solidarizem-se com as vítimas e ajudem-nos a limpar nossa casa. Esse não é um fenômeno econômico, localizado. É algo concreto, que tem de ser enfrentado de forma concreta porque os abusadores são belgas concretos". disse. (AE)

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Na Solar da Marquesa: detalhes do romance de Domitila e d. Pedro I

quitetônico. "As placas serão como um museu de rua." Os técnicos estão dando atenção especial à redação dos textos. "Precisamos trabalhar um texto charmoso, leve, de fácil compreensão e interessante, sem deturpar a informação histórica" afirmou a historiadora Maria Cristina Masagão, coordenadora do projeto. Os técnicos também estão pesquisando os fatos históricos e definindo os pontos da cidade onde ficarão as placas, de forma a não prejudicar a circulação dos pedestres.

Custo - A primeira fase do projeto deverá custar R$ 484 mil. "Estamos em busca de patrocinadores para obter os recursos necessários para ampliar o projeto", informou Carvalho. Na segunda etapa está prevista a instalação de mais cem totens. A SPTuris também está preparando um site que permita acrescentar informações novas a respeito dos locais de interesse histórico e estimular a participação dos moradores. "A população poderá contribuir com informações que só ela conhece." (AE)

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10 -.OPINIÃO

sexta-feira, sábado e domingo, 9, 10 e 11 de setembro de 2005

Fundado em 1º de julho de 1924

Breve balanço conjuntural O relatório da ONU mostra que, se considerarmos apenas o crescimento econômico, levaremos quase duas décadas para superar a desigualdade. Por isso urge que políticas sejam desenvolvidas para assegurar emprego e renda. Dilma Roussef, ministra-chefe da Casa Civil, comentando a permanência do Brasil no 63º lugar do ranking do IDH.

O

A

estridência do escândalo da corrupção parece ter diminuído com a divulgação do primeiro relatório das CPIs, embora a lava de lama continue a se alastrar e a crise política a se aprofundar. Talvez esse relatório contribua para isso, pois dos 128 cassáveis de uma lista inicial (?), após cerca de 3 meses de trabalho, a CPI não fez mais do que 32 sessões e não ouviu mais do que 31 depoimentos, só conseguindo apontar 18 culpados. Esse número não bate sob nenhum aspecto aritmético com as dimensões da coisa. A CPI dos Anões do Orçamento, focando um grupo muito menor, apontou 18 envolvidos. Um mensalão de R$ 30 mil também não “bate” com isso. O volume de recursos girado por Valério e Delúbio, o número de partidos, congressistas e votos cooptados impõe aritmeticamente um número muito maior de culpados. Só 18 para mais de 600 congressistas é um índice de corrupção de apenas 3% - talvez um recorde Guinness de ética... Corremos ainda um risco maior. O de que as centenas de milhares de documentos, toneladas deles, não consigam ser processados a tempo pelas diferentes comissões. Que a comissão que investiga o Waldogate e pode atingir mais seriamente o mentor presumível de todo esquema, continue andando de esguelha. Que dentro dos prazos burocráticos do regimento parlamentar seja inviável juntar todos os trabalhos num todo coerente e sem brechas. E que assim grande número dos implicados se aferre à letra regimental para escapar das sanções.

s políticos têm um espírito tribal muito forte. São muito lenientes consigo próprios. Chamam de erros e “falta de decoro” o que na linguagem comum se denomina de fraudes e crimes. Por exemplo, ganhar eleição com Caixa 2, que é crime eleitoral, não configura invalidade de eleição? Contudo, não é para desanimar. Os efeitos políticos derivados são animadores. De alto a baixo o esquema petista e o próprio PT se desmilinguiram. A estrutura de sustentação da indecência foi abaixo. Ao passo que o destino dos 18 congressistas ainda depende de maracutais políticas, o número dos que foram decapitados ou praticaram haraquiri nos altos escalões executivos do governo e das estatais já totaliza 35 indivíduos, soma dos levantamentos informados pela imprensa. Mais de uma dúzia de “históricos” e gurus se escafederam de um partido que traiu seus sonhos.

T

udo isso aí ainda é o de menos, porque as investigações pela polícia e pelo Ministério Público prosseguirão sem prazo. Começa-se a erguer a saia dos fundos de pensão. Os rombos, aí, devem ser superiores aos do mensalão. Está mais do que claro que a política precisa de uma reforma radical, que ela é incapaz de fazer. Mas não é para desanimar. “Roma não se fez num dia.” O povo começa a reclamar nas ruas. Vamos trocar o medo pela esperança.

Céllus

O esquema petista se desmilingüiu. A estrutura de sustentação da indecência foi abaixo.

A corrupção na China é alta. Segundo a organização Transparência Internacional, ganha nota 3,4 (de 10), perto do Brasil, 3,9 em 2004. Isto antes dos escândalos do governo Lula. Em 2005 a China terá nota melhor que nós. Eliana Cardoso, economista, em sua coluna no jornal Valor.

Estado demolidor de riquezas

O

Estado perdeu sua capacidade de investimento, não é gerador de riqueza, ele é demolidor de riqueza, gastador. Dos R$ 650 bilhões arrecadados no ano passado, os novos investimentos foram inferiores a R$ 11 bilhões, menos de 2% do total. O governo está demolindo 98% da arrecadação". Palavras da Senadora Heloísa Helena ou do deputado Babá? Ou seria um desabafo da deputada Luciana Genro? Errou leitor, se escolheu um dos dois. Quem diz isso é o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), Gilberto Luiz do Amaral, em entrevista publicada na revista de julho da Fecomércio do RS, Bens & Serviços. Advogado, contador e professor de pós-graduação em planejamento tributário, Gilberto diz mais: "Toda vez que o Estado quer ser gerador de riquezas dá com ‘os burros n’água’. Um exemplo é o programa Primeiro Emprego do governo federal. Não basta lançar um programa sem saber se o empresário tem condições de dar este primeiro emprego, pois a carga tributária para contra-

tar é muito alta. Quem gera emprego é a empresa, e ela tem uma carga de 44% sobre o salário. Basta reduzir esta carga para 24% para que as empresas comecem a contratar e a informalidade caia. (...) É preciso agir muito rá-

pido ou teremos a favelização das empresas". E como fica o "sucesso da política econômica" diante disso? O presidente Lula afirmou recentemente que a sua parte já foi feita; a bola estaria com o Congresso Nacional. Ainda segundo o IBPT, a carga tributária no primeiro semestre deste ano teria atingido 41,6% do PIB. Até 1995, a carga tributária estava em 26% do PIB; de lá para cá só fez crescer.

C

omo todo mundo esquece, é bom relembrar: o governo gasta a soma da carga tributária, mais o aumento líquido da dívida pública, mais a emissão de moeda. Dá tudo mais ou menos 45% do PIB. Logo, logo, estará gastando 50% de tudo o que se produz neste país. Quais são os resultados? O que o contribuinte recebe de volta, em troca do que contribui? O pagamento de aposentadorias milionárias a uma patota e um festival de desperdício e roubo. É isso que se chama uma política econômica bem sucedida?

Céllus

DO INSTITUTO LIBERAL

A té 1995 a carga tributária estava em 26% do PIB. Logo, logo o governo estará gastando 50%. CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Presidente Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Estão dadas as condições para a queda da TJLP. Ela tem uma dinâmica diferente da Selic. Guido Mantega, do BNDES, lembrando que a TJLP é uma taxa de longo prazo e, portanto, mais estável.

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dco-

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mercio.com.br) Repórteres:Adriana David, Adriana Gavaça, André Alves, Clarice Chiqueto, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Lancha, Fernando Vieira, Juliana de Moraes, Kelly Ferreira, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Sandra Man-

Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005 Auditado pela

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JOÃO DE SCANTIMBURGO TRAGÉDIA AMERICANA

T

omo de empréstimo o título de romance de Sinclair Lewis, se não me engano, pois li o romance há muitos anos. O que acaba de ocorrer nos Estados Unidos foi, exatamente, uma tragédia americana, que abalou o orgulho da grande potência de nossos tempos. A tragédia é o irremediável. Foi o que aconteceu. Milhares de mortos, milhares de propriedades destruídas, riquezas consideráveis arrasadas, fábricas, casas comerciais, museus, ruas e praças, tudo por terra, ou levado pelo furor do furacão Katrina. O presidente George W. Bush demorou mais do

É triste ver uma cidade de tantas tradições e de tantos apelos ao passado desaparecer que devia em enviar forças armadas que protegessem os bens e a vida dos moradores.

É

muito possível que o governo americano e o governo do estado não resolvam reedificar a cidade que desapareceu, mas estão ali as raízes de velhas tradições americanas, inclusive da Louisiana, que era uma cidade tipicamente francesa e foi vendida aos Estados Unidos. É triste ver uma cidade de tantas tradições e de tantos apelos ao passado desaparecer. Era um florão latino da França, de suas tradições monárquicas reais e brilhantes, de suas literaturas, do pensamento dos grandes homens do saber, vinculados a Nova Orleans, título de uma das casas principescas da velha Gália. As catástrofes do vulto no qual destruiu a cidade são imprevisíveis e quando rebentam nenhuma força pode detêlas. Ainda que todo poderoso, os Estados Unidos não teriam recursos para impedir.

C

omo amigos dos EUA, a quem nos ligam tantos laços de apego e de solidariedade, manifestamos profundamente tristes pesares como o que ocorreu na vida da nação à qual muito deve o mundo democrático.

João de Scantimburgo é membro da Academia Brasileira de Letras jscantimburgo@acsp.com.br


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 9, 10 e 11 de setembro de 2005

Fotos: Patricia Cruz/Agência

José Luiz Torres: quadros impressionistas e búzios para complementar a renda

PAULISTA AOS DOMINGOS

ENSAIO

ARTE NA AVENIDA

Viva o Brasil Francisco! Aquiles Rique Reis

Os artistas adoram criar. Com um pé na realidade Neide Martingo

D

e qualquer esquina pode aparecer uma oportunidade de chegar ao coração dos passantes. Os artistas de rua não se estabelecem em um lugar fixo à espera do cliente, mas vão até onde o povo está, como sabiamente canta Milton Nascimento. Eles usam variadas e inusitadas formas de chamar a atenção para seus trabalhos, que incluem quadros, objetos de decoração, instrumentos musicais, bijuterias e performances ao ar livre. Difícil pensar um lugar melhor do que a movimentada avenida Paulista para conseguir divulgar sua arte. Mas não é fácil. Uma simples chuva pode acabar com a festa dos artistas: o movimento cai 60% quando a água cai e leva embora os potenciais interessados. Aos domingos, as obras ficam espalhadas de ponta a ponta na grande avenida. Os expositores são gente de talento, com pé na arte e outro na realidade. É que muitos artistas não conseguem se manter só com o dinheiro da venda das peças que produzem. Assim, não é difícil encontrar alguém que tenha duas ou mais atividades. É o caso de José Luis Torres, de 60 anos. Ele é babalaô (joga búzios) e pinta quadros impressionistas. Os "per-

go de manhã Isaías sonagens" predilesai do bairro de tos são as mulheCampo Limpo, peres. A inspiração riferia da zona sul vem de filmes antide São Paulo, para gos. Ele começou a vender dinossaucarreira há 20 anos, ros e lagartos feipintando em vitos de jornal, revisdros - fez vários tas e papéis de precursos, leu, pessente. A sucata gaquisou estilos. nha vida em suas Mas o esforço não mãos. O preço das proporcionou repeças vai de R$ 5 a torno financeiro. Todo domingo ele Adoro o contato com R$ 25. O artista esas pessoas: muitas tá desempregado está na avenida Paulista. A cada páram para elogiar há um mês - foi demitido de uma fátrês domingos no meu trabalho local, ele vende um Isaías Santana brica, onde realiquadro, a R$ 700 das Virgens zava serviços gerais. O sonho dele? cada. "O melhor é que aqui na Paulista eu faço "Queria me dedicar somente à contatos; tem gente que liga arte, que adoro. Mas estou prodias depois para encomen- curando trabalho fixo para podar", diz Torres. Com a venda der sobreviver". Cada bichidos quadros ele tira aproxima- nho leva duas horas para ficar damente R$ 2 mil por mês. Co- pronto. A técnica, aprendida mo babalaô, jogando búzios, com um amigo, consiste em mais R$ 1 mil. "Gosto das ativi- Isaías aprendeu construir o esdades, mas nenhuma delas me queleto do animal com o papel permite exclusividade. Preci- e ir preenchendo-o aos poucos. so das duas para viver digna- Para fazer o acabamento, usa mente", afirma. A dificuldade, fita crepe. Isaías acha que vale segundo ele, é que as pessoas a pena passar quase duas hoapreciam o trabalho, mas não ras dentro do ônibus para vender, em média, uma peça a catêm dinheiro para comprar. Dinossauros - outro artista da domingo "Adoro o contato que chama a atenção na aveni- com as pessoas: muitas páram da Paulista é Isaías Santana para elogiar meu trabalho". Quadros - Na mesma calçadas Virgens, de 39 anos, autodidata das artes. Todo domin- da na qual fica Isaías, encontra-

mos o publicitário Cleber Vieira. Com o estilo impressionista dos quadros inspirados em fotografias, ele tenta cativar quem apenas passeia. As pessoas páram, mas poucos compram. "Nem é possível mensurar o número de parabéns que ouço todos os domingos. Fico feliz, mas isso não me sustenta", lamenta. Essa não é a única frustração do artista plástico. Alguns elogiam seu trabalho e conseguem reconhecer até mesmo o lugar retratado: a Londres ou a cidade de São Paulo da década de 20, por exemplo. Mas outros chegam dizendo que querem apenas "tapar um buraco na parede". Esses escolhem minha obra só pelo tamanho, nem sabem o que estão levando", afirma Vieira. Ele possui um estúdio publicitário, visita a avenida Paulista todos os domingos para complementar a renda. No final do dia, Cleber Vieira costuma ir para casa com dinheiro no bolso: entre R$ 800 e R$ 1.200, conseguidos com a venda das obras. Sobre a profissão na área de publicidade, ele acredita ter hoje poucas oportunidades. "Quem, aqui no Brasil, vai contratar um diretor de criação de 58 anos? ". O que Vieira quer agora é conseguir patrocínio para fazer uma exposição.

Artesanato, encanto das crianças

Cleber Vieira: pintura e publicidade

Bijuterias: cores e muita variedade

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ão tem fome, nem seca, nem doença grave que impeça o seguir em frente de quem carrega na alma a doidice de pretender que o presente seja o futuro com que se sonha. Futuro que mãos lapidam enquanto calejam e afagam. Passado que segue vida afora, a lembrar que ontem foi pior, que hoje será melhor, que amanhã será... bem, amanhã Deus dará. O filme Dois Filhos de Francisco, sobre a saga dos Camargo, é, acima de tudo, vigoroso. Pujantes são seus personagens (destaque para Ângelo Antonio interpretando brilhantemente o seu Francisco); afetuosa é a direção que revela atores juvenis com traquejo cênico (seus olhos e olhares em close são pungentes); carinhosa é sua fotografia a relatar uma família como tantas outras espalhadas pelo Brasil; mágicas são as canções que embalam um roteiro bem alinhavado que não se envergonha em flechar certeiramente o coração do espectador. Despudoradamente popular, o filme de Breno Silveira é belo como ela é a força que têm os que não se curvam diante das pedras que o mundo põe à frente de seus pés. Por tudo isso, não surpreende a emoção causada pela persistência de um pai que quer uma vida melhor para seus filhos. Cada lágrima derramada pela platéia revela a identificação que cada um de nós tem com quem não mede esforços para fazer os filhos felizes. Reverente a seu Francisco, o pai de Zezé di Camargo e Luciano, se desenrola a trama em que não faltam tragédia nem desesperança. E, homenageando um Brasil feito de gente doida que teima em não desanimar, mais um belo filme tem levado multidões aos cinemas (mais de 1,5 milhão de pessoas já o assistiram). 2 filhos de Francisco é uma história real, mas poderia muito bem ter sido inventada por um argumentista inspirado. A epopéia dos Camargo é a ficção sonhada por milhões de Franciscos doidos como o protagonista. Um pai Francisco doido como o de Zezé di Camargo e Luciano existe em cada lar, em cada um dos quatro cantos deste país. Somos capazes de nos ver gastando todo o dinheiro ganho num mês para comprarmos algo valioso para um filho nosso, como o acordeão comprado por seu Francisco para seu filho. Somos capazes, como fez seu Francisco, de nos ver comprando um saco de fichas telefônicas, distribuindo-as entre os colegas de trabalho, e pedindo a eles que liguem para a rádio pedindo que toquem a música gravada pelos filhos. Feito seu Francisco, também sentimos o que está no imaginário popular: "Não tem jeito: é bola ou viola". Percebemos isso e choramos, ao constatar que somos capazes de fazer na vida real o que fez seu Francisco pelos filhos. Mas percebemos também que sentimos medo ao imaginar que nossos meninos, para vencerem na vida, só sendo um Zezé di Camargo, um Luciano, um Pelé... Seu Francisco é a realidade. Zezé di Camargo e Luciano, a ficção. Cada um, sentado no escurinho da sala de projeção, se vê retratado na vida de seu Francisco. Ao mesmo tempo imaginando que, apesar de termos tanta garra quanto o protagonista, nossos próprios filhos talvez nunca vendam milhões de discos (o que equivale a temer: "eles nunca serão felizes"). A história dos Camargo está tão perto, e tão longe, de cada um de nós, que a amamos como se ama a um sonho doido. Mesmo que imaginemos os maiores desatinos e os persigamos denodadamente ao longo de toda a nossa existência, sempre os veremos como tão difíceis de realizar quanto será acertar na Mega Sena acumulada. Como se ser Francisco fosse fácil; como se ter em casa admiráveis Zezés e Lucianos fosse impossível. E aí reside, devastador, o porquê do sucesso do filme de Breno Silveira: gente como seu Francisco o Brasil produz aos montes, graças a Deus, e por isso, apesar dos podres pesares, vamos construindo uma Nação. Difícil, e como dói, é nos contentarmos com menos para nossas crias do que elas comporem "É o amor" e venderem milhões de discos, feito os filhos de seu Francisco, ou fazerem mil gols, como o filho de seu Dondinho, e virarem celebridades. Aquiles Rique Reis, músico e integrante do MPB4


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18 -.CIDADES & ENTIDADES

sexta-feira, sábado e domingo, 9, 10 e 11 de setembro de 2005

Stan Honda/AFP

Estragos do Katrina chegam à Casa Branca Somente 41% dos eleitores ouvidos aprovam o desempenho de George W. Bush à frente do governo. A insatisfação com o socorro às vítimas de Nova Orleans levou a taxa de popularidade do presidente ao ponto mais baixo desde a posse. Shannon Stapleton/Reuters

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insatisfação da maioria dos americanos com o socorro tardio e desorganizado do governo federal às vítimas do furacão Katrina e da inundação de New Orleans fez a taxa de popularidade do presidente George W. Bush desabar a seu ponto mais baixo desde que ele assumiu a presidência. Numa indicação do impacto político do maior desastre natural da história dos EUA, apenas 41% de 1.157 eleitores ouvidos pelo instituto Zogby disseram que aprovam o desempenho de Bush. Este número se compara com 45% apurados no final de julho e 50%, em fevereiro, dias após o início do segundo mandato. A pesquisa foi realizada nos dias 6 e 7, depois que o prefeito de New Orleans, Ray Nagin, estimou o número de mortos em até 10 mil, mas antes de as autoridades confirmarem que solicitaram 25 mil sacos usados para a remoção de cadáveres. Apenas 36% disseram que consideram o desempenho de Bush na Casa Branca "bom" ou "excelente", enquanto 60% o classificaram de "regular" ou "ruim". Para 53%, o país está no rumo errado. Uma enquete da CBS mostrou que apenas 32% confiam na capacidade do governo para administrar a crise, menos da metade dos 66% que aprovaram o desempenho de Bush depois dos ataques de 11 de setembro de 2001. Boicote – Com a popularidade do presidente americano em declínio, os líderes da oposição democratas abriram as baterias contra a administração e anunciaram que boicotarão uma comissão parlamen-

tar bipartidária dominada por aliados de Bush, que a maioria republicana instituiu para investigar a "imensa f a l h a " d e Washington. A senadora e exprimeira dama Hillary Clinton, democrata de Nova York e presidenciável nas eleições de 2008, disse que "o governo não pode investigar-se a si mesmo" e pediu a criação de uma comissão nacional independente. "Quanto tempo o presidente dedicou para tratar da crise que se aproximava enquanto estava em férias", perguntou o líder da minoria democrata no Senado, Harry Reed, de Nevada, referindo-se ao fato de que Bush só retornou a Washington para lidar com a catástrofe mais de 48 horas após o furacão Katrina ter chegado, no Golfo do México, e mais de 24 horas após o rompimento dos diques em Nova Orleans. Desastres – Segundo a líder democrata na Câmara, Nancy Pelosi, da Califórnia, "houve dois desastres na semana passada: primeiro, o natural, segundo, o humano, produzido pelos erros feitos pela Fema"- a agência federal incumbida de administrar emergências. Pelosi disse que, num encontro que teve com Bush na quartafeira junto com uma delegação de congressistas, pediu a demissão do diretor da Fema, Mi-

As muitas gafes da família Bush

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presidente George W. Bush não é o único integrante de sua família a causar mal-estar por causa de comentários sobre as vítimas do furacão Katrina. Sua mãe, Barbara, e a sua mulher, Laura, também andaram metendo os pés pelas mãos. Depois de visitar refugiados no estádio Astrodome, em Houston, no Texas, Barbara se disse "um pouco assustada" por ouvir falar que todos pretendem ficar naquele Estado dos EUA. Depois, acrescentou: "Muitas pessoas que estão aqui no estádio eram muito carentes. Portanto isso... (sorrindo), isto está bem para eles." Laura Bush, ao visitar um centro de ajuda a 340 quilômetros de Nova Orleans, se disse extasiada e que o abrigo era um exemplo de que

as coisas "funcionam muito, muito bem na Louisiana". E instou os desabrigados a matricular o quanto antes seus filhos em escolas porque "isso lhes dará a sensação de normalidade". Bush, por seu lado, animou as vítimas do Mississippi a reconstruir suas casas tomando como exemplo o senador republicano Trent Lott – não exatamente um símbolo dos refugiados mais pobres. "Sobre as ruínas da casa de Trent Lott, tenho a certeza de que se erguerá uma mansão fantástica", disse. Outros destacados republicanos também contribuíram para a controvérsia. O presidente da Câmara dos Representantes, Dennis Hastert, de Lousiana, questionou se valeria os custos reconstruir Nova Orleans. (AE)

Sobreviventes terão de abandonar Nova Orleans

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ropas da Guarda Nacional dos Estados Unidos iniciaram ontem uma procura, de porta em porta, de pessoas que insistem em ficar na cidade inundada de Nova Orleans. Enquanto isso, as águas baixam e revelam a extensão da tragédia. Trinta corpos foram achados num asilo e 25 mil sacos para corpos foram enviados. Um necrotério montado na periferia está pronto para receber mais de cinco mil corpos. A cifra oficial, no entanto, é de 83 mortos na Louisiana e de 201 no Mississippi. O prefeito de Nova Orleans, Ray Nagin, emitiu uma ordem de retirada obrigatória da população, em razão das toxinas presentes na água da inundação e também porque a cidade precisa estar vazia para a ope-

ração de limpeza. No bairro boêmio de Bywater, que foi razoavelmente poupado da tragédia, os soldados aumentaram a pressão para que os moradores abandonem a cidade. Corpos – Cadáveres em decomposição continuam espalhados pelas ruas. "É incrível que numa rua central de uma grande cidade americana, um cadáver possa se decompor por dias e isso seja aceitável", relatou ontem o The New York Times. Pelo corpo em questão, passaram soldados enquanto o repórter observava – e o máximo que fizeram foi o sinal da cruz. Equipes de resgate amarraram corpos que boiavam em árvores ou cercas para buscá-los depois. A Guarda Nacional vasculha casa por casa em busca de mortos ou doentes. (Agências)

David J. Phillip/Pool/Reuters

Vítima do furacão Katrina (acima) é levada em ônibus escolar para fora de Nova Orleans. À esquerda, policial revista casa para retirada de sobreviventes. George W. Bush (à direita) tem seu mais baixo índice de popularidade.

chael Brown, que não tomou nenhuma medida preparatória de socorro antes do furacão e pediu a seus funcionários para trabalhar para manter "uma imagem positiva" no primeiro memorando de instruções que lhes mandou, quatro horas depois que a tormenta chegou à Louisiana e ao Mississippi. "Por que eu faria isso?", respondeu Bush, segundo Pelosi. Outras reações de conservadores podem ter complicado ainda mais os esforços da Casa Branca para conter os danos políticos. O senador republicano Rick Santorum, um ultradireitista da Pensilvânia, disse que as pessoas que no futuro não acatarem ordens de evasão devem ser multadas. Uma declaração no mínimo insensível. justo quando soldados, bombeiros e paramédicos recolhem os corpos e tentam convencer as pessoas a saírem da cidade inundada por causa dos riscos à saúde. (AE)

Ophelia passa de tempestade para furacão

O

Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos elevou ontem a tempestade tropical Ophelia para furacão de categoria 1. A tormenta, que ontem por volta das 18h de (de Brasília) estava localizada aproximadamente a 112 quilômetros a lestenordeste de Cabo Canaveral (Flórida), apresentava ventos máximos sustentados de quase 120 km/hora, segundo informações do centro de pesquisas. O furacão Ophelia é o sétimo desta temporada, que vai de junho a final de novembro. (AE)


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sexta-feira, sábado e domingo, 9, 10 e 11 de setembro de 2005

OPINIÃO - 11

Para escrever ou comentar as cartas e artigos desta seção, envie sua mensagem para doispontos@dcomercio.com.br

ROBERTO FENDT NOVA ABERTURA DA ECONOMIA?

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izia o Barão de Itararé que de onde menos se espera, daí mesmo é que não sai nada. Mas há exceções. Agora mesmo, o governo do PT vem de propor uma drástica redução nas tarifas aduaneiras - os impostos que incidem sobre os bens importados e consolidados na Organização Mundial do Comércio, a OMC. A proposta consiste em reduzir as alíquotas dos tributos, que hoje chegam a 35%, diminuindo para 10,5% a alíquota máxima. Dessa forma, cerca de 62% das tarifas seriam reduzidas. A tarifa média, hoje em 29,87%, cairia para 9,79%. Esmola demais, o santo desconfia. O que teria levado o governo a propor agora, em pleno segundo tempo do jogo - para usar uma das metáforas preferidas do Sr. Presidente - a tomar uma medida de tão amplo significado? Por que demorou tanto? O que receia?

O que teria levado o governo a propor agora a queda das tarifas aduaneiras?

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o ponto de vista econômico, a medida deveria ter sido tomada no primeiro dia do governo. David Hume escreveu em 1752 que "a grandeza do Estado e a felicidade de seus súditos, independentes [eu diria, conflitantes] em tantos aspectos, são, em geral, inseparáveis com relação ao comércio; e, à medida que as pessoas obtêm uma maior segurança na posse de seu comércio e maiores riquezas do poder do público, da mesma forma o público se torna mais poderoso em proporção à opulência e amplitude do comércio dos agentes privados". Esse argumento bastaria. O governo pode também alegar que só agora, na reta final das negociações da Rodada Doha da OMC, apresentou-se a oportunidade para uma proposta tão abrangente e audaciosa.

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ode ser. Mas pode haver interesses mais imediatos. Para reproduzir a estratégia FHC de combate à inflação, ficou faltando uma maior abertura da economia. Esta, ao permitir o ingresso no País de mercadorias a um custo menor, aumenta a concorrência no mercado interno e dá mais opções, a um menor preço, para os consumidores. Pode ser que se esteja vendo pelo em casca de ovo. Qualquer que seja o motivo, a idéia é boa. Sou a favor.

Roberto Fendt é vicepresidente do Instituto Liberal ilrj@gbl.com.br

Voto obrigatório é bom para quem?

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arabéns pelo editorial "O Grito do Silêncio". Precisamos também exigir o fim do voto obrigatório, mesmo que em caráter experimental, ou políticos piores do que boa parte dos atuais serão eleitos nas próximas eleições. É certo que o voto é livre, cada um vota em quem quiser, etc. Mas obrigar eleitores há muito descrentes das promessas a votar é aumentar o número dos votos de protesto: aqueles que elegem figurões de todo tipo. Ainda mais se o candidato tiver algum jeito engraçado, um nome ou bordão "criativo". Serão os preferidos daqueles

eleitores desmotivados, especialmente dos menos informados das conseqüências, para eles, pior do que está não fica. Fosse o voto em cédulas de papel, centenas deles iriam para nomes como "Mensalão", "Bob Jeff", "Éguinha Pocotó", ou "Mico Leão Dourado". A lei fere a igualdade de direitos, pois para os analfabetos, os maiores de setenta e para os maiores de 16 e menores de 18 anos o voto é facultativo. Para os demais, é obrigatório. Não entendo por que continuar com essa obrigatoriedade se ela de nada serve para a boa escolha dos eleitos, visto todos os acontecimentos e as dificuldades em sa-

ber separar o joio do trigo.

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a maioria dos países democráticos o voto é facultativo. Na verdadeira democracia não pode existir esse tipo de obrigatoriedade, pois o voto é um direito conquistado e não pode ser um resquício da Ditadura. Para entrar em vigor já nas eleições de outubro de 2006 a Lei Eleitoral precisa ser alterada ainda em setembro, não é assim? Podemos contar com o senhor Afif Domingos? Um abraço e saudações. ISABEL TEREZINHA FERRONATO, ISABEL.BEL@IG.COM.BR

A voto obrigatório não ajuda a escolher, nem a separar o joio do trigo.

Severino: o risco de acusar certas pessoas mundo enigmático da O política está sendo desvendado a cada dia, pois

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os próprios integrantes dão pistas e provas para entendermos suas complicações. Dizem que o eleitor tem a memória fraca, eu cheguei a conclusão que isso é a mais pura verdade. á pouco tempo os jornais H traziam a notícia que Severino Cavalcanti dava mil desculpas quando era indagado sobre o pedido de cassação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Em tom que exalava seriedade, dizia: "A Câmara tem uma ordem cronológica para pautar seus trabalhos, e vamos respeitá-la!". Era notório que Severino não queria de jeito nenhum votar a cassação de Dirceu, mas a imprensa, a oposição e a opinião pública pressionaram e ele teve de ceder. estranho não é o Severino ter voltado atrás e sim que até pouco tempo atrás ele estava totalmente ileso da acusação de ter alguma participação da corrupção, mas foi só ele voltar atrás em relação ao Dirceu que tudo veio à tona: foi descoberto que um empresário pagava propina de dez mil reais mensais a Severino. No mundo da política as coisas funcionam assim: o ruim não é acusar as pessoas erradas, mas sim defender as pessoas certas. Muito estranho!

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SAMUEL DE SOUZA, SÃO PAULO, SP SAMUCASOUSA@HOTMAIL.COM

S everino à moda da Casa. Por Céllus.

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Novas páginas no DC. Vibrei! ecebam os parabéns pelas mudanças do R Diário do Comércio. As

novas páginas anunciadas são um grande achado. Transmitam o meu abraço ao João de Scantimburgo, ao Moisés Rabinovici, ao José Guilherme Rodrigues Ferreira e toda a equipe. O editorial O Grito do Silêncio, do Guilherme Afif Domingos, marcou luzes douradas à inauguração da nova página. Beleza! Acho que a edição de hoje - com uma formidável primeira página - marca o início de uma grande arrancada. Vibrei!

CLÁUDIO WEBER ABRAMO DINHEIRO NÃO TEM COR

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ara quem está acostumado com faturas, duplicatas, alíquotas tributárias, contadores e balanços, só pode soar como piada a história mal contada dos recursos do Valerioduto. Essa parece ser uma tubulação que começa em lugar nenhum e termina no nada. Por dentro passa um dinheiro, mas não há informações nem de como foi alimentado nem de qual foi o seu destino. A tubulação está aí, perdida no espaço. Ora, qualquer pessoa com um mínimo de discernimento se pergunta de onde a grana veio, porque de algum lugar precisa ter vindo. A indagação, que muitos querem evitar, levará à resposta de quem se beneficiou de fraudes. (A menos que o eventual leitor seja partidário da idéia de que empresas dão dinheiro a políticos por baixo do pano por algum motivo "republicano", no incomparável dizer do deputado Roberto Jefferson.)

A indagação, que muitos querem evitar, levará à quem se beneficiou de fraudes

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MAURO SALLES, SÃO PAULO, SP MSALLES@ INTERAMERICANALTDA.COM.BR

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Antonio Carlos Parise, Marco Aurélio Bertaiolli, Robert Schoueri, Roberto Pereira da Silva e Rogério Amato FILIADA À

inheiro de Caixa Dois de campanha é sempre derivado de corrupção. Ou é um investimento tendo em vista benefícios ilícitos futuros, ou é o pagamento da propina devida pelo benefício fraudulento que se auferiu. Não há outra possibilidade. Acreditar que haja outra explicação é crer que duplicatas evaporam, que impostos desaparecem ou que banqueiros são banqueiros porque, quando criancinhas, queriam crescer para ser Madre Teresa. As curiosidades não param por aí. Do outro lado da tubulação, os deputados que receberam a grana se transformaram em buracos negros de dinheiro. Eles dizem que a grana foi usada para pagar dívidas de campanha eleitoral. (Por uns segundos, digamos que isso sirva de explicação – como se fizesse alguma diferença usar dinheiro escuso para pagar campanha ou para entesourar.) Mas

ninguém apresenta os credores dessas pretensas dívidas. É como se, numa sociedade, um sócio fizesse retiradas esquisitas e, quando perguntado pelo outro sócio, dissesse que doou tudo para o fundo de solidariedade das vítimas do furacão Katrina, mas que, puxa vida, não tem comprovantes, sabe como esse pessoal é desorganizado... A turma está achando que todo mundo é idiota. Estão usando o fato de dinheiro não ter cor para tentar nos confundir. Se não perguntarmos insistentemente quem financiou o Valerioduto e onde foi parar o dinheiro dos deputados, a peça de ficção acabará por prosperar.

Se não perguntarmos quem financiou o Valerioduto , a ficção acabará por prosperar.

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o que se noticia, as CPMIs não estão conseguindo encontrar os financiadores do Valerioduto. Os depósitos feitos nas contas das empresas do publicitário Marcos Valério são irrisórios em comparação com os empréstimos que foram usados para repassar dinheiro a políticos. Por outro lado, dos dois bancos envolvidos (BMG e Rural), só o primeiro está executando a dívida judicialmente. O Rural, não. Por quê? Esse por quê mereceria atenção. Por exemplo, a quem de fato pertencem as empresas de publicidade do sr. Valério? Quais empresas fizeram aplicações em fundos administrados pelo banco Rural? Qual foi a rentabilidade desses fundos, quanto se pagou de comissões? Só se chegará a um esclarecimento mínimo do escândalo se essas, e outras, investigações financeiras forem conduzidas. Claudio Weber Abramo é diretor executivo da Transparência Brasil (www.transparencia.org.br), organização dedicada ao combate à corrupção no país. Blog: crwa.zip.net.


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LAZER - 5

Fotos: Newton Santos/Digna Imagem

ADEGA

Vinho e saúde Sérgio de Paula Santos

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A gerente Mariana e as garçonetes Adelaide, Dani G, Priscila, Tatiana, Jussy, Renata e Stella; o atendimento; freqüentadores e a fachada do bar

HAPPY HOUR

Os pedidos chegam de patins Charme das garotas e atendimento simpático fazem a diferença no Hooters Armando Serra Negra

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eslizando sobre patins para cá e para lá, as famosas Garotas Hooters servem as mesas com a maior graça e simpatia. Jovens, entre 19 e 25 anos, estudantes, abrem um sorriso luminoso ao anotar os pedidos, trazendo alegria ao aos clientes. Aberto há três anos na Chácara Santo Antônio (perto da estátua do Borba Gato, na avenida Santo Amaro), a casa é a primeira franquia brasileira de uma cadeia de 401 estabelecimentos nos EUA. Tipo bangalô praiano, em madeira, a decoração é voltada para o esporte. Telão para assi-

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tir a jogos e corridas, kart e scooter penduradas no teto, bastões de esqui e hóquei, posters na parede. E o charme irresistível das garotas. Mesmo transbordando de sensualidade, shortinho cor de laranja tipo maratona, camiseta com corujinha estampada, o profissionalismo, classe e nível de sua educação – verdadeiras "princesas" – afastam logo qualquer provocação. "Elas vêm de várias regiões de São Paulo para trabalhar aqui", diz Mariana Taraia, apontando um grande diferencial: como o dono da Hooters é proprietário da Universidade Ibirapue-

ra (Unib), elas tem direito a bolsas de estudo. Renata, por exemplo, está no segundo ano de psicologia. As especialidades da casa são porções de chicken wings (R$ 19), camarões borboleta (R$ 41) e a pitcher (R$ 25) – uma jarra high-tech com 1,8 litro de chope sempre geladinho. Durante a semana o bar é freqüentado principalmente por executivos e estrangeiros, devido à proximidade de empresas como a Pfizer, Paramount, Samsung. No happy hour às segundas e terças-feiras há a promoção double Brahma – pede uma pitcher ganha duas. Aos

domingos – double Heineken, idem – famílias aparecem para os burgers diferenciados de 200 gamas, abertos no prato (R$ 23). Tudo isso regado a estimulantes "pocket-shows" instantâneos: luzes coloridas piscam, hooters dançam coreografias ao rock, agitando fitas coloridas, como fazem as "cheerleaders" nos intervalos dos jogos. O nome Hooters vem da onomatopéia inglesa do canto noturno das corujas: hoo-hoo!

ão muitas as evidências comprovadas, das ações benéficas do vinho sobre a saúde do homem, se regular e moderadamente consumido. Trabalhos científicos realizados em todas as partes e em todas as áreas o confirmam. De Hipócrates, há 2500 anos, aos dias de hoje, todo esse conhecimento vem se acumulando e se sedimentando, de estudos epidemiológicos relativos a moléstias tumorais, degenerativas, (Alzheimer), moléstias dos aparelhos digestivos, cárdiovasculares, nos níveis de colesterol, de glicemia etc. Ainda assim, nas campanhas anti-alcoólicas, nivelam-se as bebidas fermentadas (vinho e cerveja), benéficas à saúde, às destiladas (aguardentes, uísque, vodca), claramente relacionadas ao alcoolismo e seus malefícios. Evidentemente são desinformados, que vêem no "álcool" a causa de todos os males da humanidade, obcecados por sua visão limitada. A ação benéfica do vinho deve-se aos polifenóis. Reconhecem-se hoje no vinho cerca de 800 componentes (contra cerca de 300 de há algumas décadas), além da água, de 60% a 80%, e do álcool, de 10% a 20%, dependendo do tipo do vinho. Entre esses compostos encontramos açúcares, ácidos orgânicos, sais minerais, microelementos, vitaminas, minerais e polifenóis. Estes, que fazem parte dos taninos, são muito comuns nas frutas e nas hortaliças. Em 1997, John Pezzutto da Universidade de Illinóis expôs em Madrid um estudo pioneiro para o Instituto Nacional do Câncer (EUA), que selecionou entre milhares de plantas silvestres, uma do Peru que apresentava acentuada ação quimioterápica em alguns tipos de tumores. Identificado seu princípio ativo antitumoral como sendo o reservatrol, um flavonóide (um tipo de polifenol), encontrado em quantidade significativa no vinho tinto. Um de seus descobridores (em 1992), Leroy Creasy, da Universidade de Cornell, afirmou recentemente: "Uma garrafa de vinho tinto, cuja elaboração exige cerca de mil uvas (com suas cascas) contém a mesma dose que 17.000 comprimidos de resveratrol do mercado farmacêutico", que custariam cerca de 8.000 euros. Diga-se que além do resveratrol, identificam-se no vinho, como substâncias benéficas, os ácidos gálico, cafeico, ferúlico, p-cumário, catequima, epicatequina, flavonas e antocianinas. Das várias variedades de uvas tintas, que contém naturalmente essas substâncias, a Merlot, a mais plantada das uvas de Bordeaux, em Saint Emilion e Pomerol. Provaremos hoje dois vinhos de Merlot, com resveratrol e com prazer.

Hooters Rua José Guerra 111, Chácara Sto. Antônio, tel.: (11) 51813879.

Divulgação

Clóvis Ferreira/Digna Imagem

O ambiente do Obá: decoração no estilo rústico-chique e espera nos finais de semana

Medrano - Merlot - 2002

GASTRONOMIA

Vamos badalar. Obá! Restaurante oferece ambiente moderno e comida nada tradicional

e o objetivo é badalar , o lugar é o Obá. O restaurante da movimentada rua do Jardins reúne gente que circula por galerias, agências de publicidade, mundo da moda. Nos finais de semana, a procura é grande. Então o pessoal com ar contemporâneo coloca seu nome na lista de espera e sobe ao andar de cima, onde fica o bar com poltronas e varanda, aguardando a vez com margueritas (R$ 13,60) na mão. Aberta em abril, a casa oferece pratos da comida brasileira, mexicana, tailandesa e italiana, em cardápio montado pela chef e banqueteira Aninha Gonzalez, em conjunto com o mexicano Hugo Delgado, exexecutivo que gerencia o Obá. A decoração - assinada pelo sócio Carlos Tavares – é no estilo

Lúcia Helena de Camargo rústico-chique, e inclui muita madeira, arranjos de flores e vime, presente em diversas modalidades, desde as pequenas cestas em que são servidas algumas entradas aos lugares americanos colocados sobre as mesas sem toalhas. A comida é para quem aprecia experiências gastronômicas pouco ortodoxas. Nem pense em bife com fritas. O menu oferece, por exemplo, Peixe Caju (filé de peixe com crosta de castanha de caju, purê de cará e frutas, R$ 34,90) e Mole Verde (frango com molho de tomate, semente de abóbora e temperos mexicanos com arroz, frijoles refritos e tortillas, R$ 32). Entre as sobremesas, vale experimentar a Torta do Luiz, que consiste numa mousse de chocolate com castanha do Pará, e adição de um pouco de cachaça

(R$ 11,90), sobre uma calda de maracujá; ou a Fragolle all’aceto, que combina morangos frescos com vinagre balsâmico e creme de mascarpone (R$ 11,90). Dúvidas? Chame uma das simpáticas garçonetes, treinadas pelo sócio Diego Lopez (formado em Recursos Humanos) e elas explicam em detalhes os complicados nomes que aparecem no cardápio, como o garri pup de curry thai de frango (R$ 12), que vem a ser um mini pastel; ou chizze de parmesão, tomate e ervas (R$ 12), outro tipo de pastel. No almoço, o cardápio fica mais comportado, com duas opções de prato principal e três acompanhamentos, uma saladinha verde, a sopa do dia ou o doce do dia e café (R$ 29,50). Entre as opções de pratos estão o escondidinho de carne e purê

Vinho produzido pela Medrano Estate, de Mendoza, Argentina. Importado por Companhia Brasileria Distribuição. Comprado na Rede Pão de Açúcar, Alameda Santos, 2071. Preço: R$ 17,10. Vinho de coloração rubi escura, límpida e brilhante. De aroma frutado, na boca mostra claramente a tipicidade da variedade. É complexo, potente e harmônico, com um excelente custo-benefício. Acompanha bem massas, carnes vermelhas, inclusive churrasco. É um vinho correto, por um custo honesto. Avaliação: 78/100

Valdorelli - Merlot Delle Venezie - 2003 de abóbora; carne moída com quiabo, arroz e feijão preto; canelone cremoso de vegetais e tortillas recheadas de frango desfiado e cobertas com molho de tomate. Aos não fumantes, um alerta: não é nítida a divisão entre os salas em que se pode ou não fumar. Assim, os adeptos da fumaça sentem-se à vontade para acender os cigarros em qualquer área do restaurante. Os quadros pendurados nas paredes e muitos dos objetos que compõem a decoração são da Galeria Brasiliana. E caso um freqüentador aprecie uma peça, pode levar para a casa, porque tudo está à venda. Obá Restaurante Rua Melo Alves, 205, Jardins, tel.: (11) 3086-4774.

Produzido e Engarrafado por Enoitalia, importado pela Bruck. Rua Paula Souza, 216, tel.: (11) 3329-3400. Adquirido na Rede Pão de Açúcar, loja Alameda Santos, 2071. Preço - R$ 21,70. Vinho de coloração vermelha escura, com tons violáceos. Aroma frutado e persistente. Na boca é macio, com taninos arredondados, que lhe dão uma complexidade e harmonia. Retrogosto duradouro. Um vinho agradável, potente, principalmente para massas ou para acompanhar queijos picantes. Avaliação: 82/100 Cotações: G Regular - 50 a 60 pontos sobre 100 possíveis G Bom - 60 a 70 pontos G Muito Bom - 70 a 80 pontos G Ótimo - 80 a 90 pontos G Excelente - Acima de 90 pontos

Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da FIJEV, Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho, é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, "O Vinho e suas Circunstâncias", Senac, S. Paulo, 2003.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.NACIONAL

sexta-feira, sábado e domingo, 9, 10 e 11 de setembro de 2005

QUEDA DE 2,5% NA PRODUÇÃO BRASILEIRA EM JULHO VEIO DEPOIS DE QUATRO MESES SEGUIDOS DE ALTA

INDÚSTRIA TEM MAIOR PERDA DESDE 2003 Beto Barata/AE

D

epois de quatro me- cimento obtido nos meses ans e s s e g u i d o s d e teriores", afirma Macedo. Ajuste de estoques – Um crescimento, a produção industrial dos motivos apontados pelo brasileira sofreu uma forte economista para a queda na queda em julho. A redução produção é "um possível prochegou a 2,5% na comparação cesso de ajuste de estoques". com junho, já na série livre de Para exemplificar, ele usa os efeitos sazonais. Nos quatro números divulgados na últimeses anteriores, o setor pro- ma terça-feira pela Confederadutivo tinha acumulado um ção Nacional da Indústria crescimento de 4,8%. A perda (CNI). De acordo com eles, de julho foi também a maior houve uma redução de 0,33% desde janeiro de 2003 na com- nas vendas do setor no mês de paração com o mês imediata- julho sobre o período anterior. De qualquer forma, o impulmente anterior, segundo as estatísticas do Instituto Brasilei- so de associar a queda da proro de Geografia e Estatística dução no mês com a situação política é quase inevi(IBGE). Já na compatável. Entretanto, paração com julho de ra o diretor executivo 2004, houve expando Instituto de Estusão de 0,5%. dos para o DesenvolO economista da vimento Industrial Coordenação de In- Isso (redução (Iedi), Júlio Sérgio dústria do IBGE, An- dos juros) dré Macedo, afirma traria um novo Gomes de Almeida, não aconteceu essa que a queda ocorreu de forma generaliza- alento ao setor contaminação. Segundo ele, o deda e atingiu 20 das 23 produtivo, que sempenho ruim da atividades pesquisa- se animaria indústria se deve das pelo instituto. Os em investir muito mais à falta de piores desempenhos mais. sustentação do cresficaram por conta dos Júlio Gomes de cimento anterior do setores de veículos Almeida que a outros fatores. automotores, com reA expansão passadução de 4,6% na sua produção; material eletrônico da, para Almeida, foi "calcado e equipamentos de comunica- em poucos setores", entre eles, ção, com queda de 10,7%; e má- o de bens duráveis, que inclui quinas e equipamentos, com veículos, celulares e eletrodomésticos da linha branca. "Esretração de 5,7%. Ele ressalta, entretanto, que ses segmentos são sujeitos a tanto a indústria de veículos flutuações naturais e ao crédiquanto a de material eletrôni- to, que também oscila de acorco e equipamentos de comuni- do com o grau de endividacação vinham de crescimentos mento do consumidor", afirma significativos nos meses ante- o diretor executivo do Iedi. Expectativa – Não por outro riores. No primeiro caso, a expansão chegou a 8,3% entre motivo, ele acredita que essa maio e junho. E foi de 32,3% en- oscilação deverá continuar petre fevereiro e junho para o se- los próximos meses. "Daqui gundo grupo. "Vale ressaltar, para frente, a flutuação será também, que o resultado nega- menor, mas ainda sem regulativo de julho não supera o cres- ridade, a menos que o governo

Indústria de material eletrônico e equipamentos de comunicação teve um dos piores desempenhos setoriais, com queda de 10,7% no mês

acene com uma melhora no quadro de crescimento", explica Gomes de Almeida. Uma das maneiras disso ocorrer, segundo ele, seria uma redução expressiva da taxa básica de juros (Selic) pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central. "Isso traria um novo alento ao setor produtivo, que se animaria em investir mais e, assim, contratar pessoal. E isso se acabaria se refletindo também no consumidor, que não ficaria tão refém do crédito", diz. Ano a ano – Na comparação com julho do ano passado, o mês ainda registrou uma expansão tímida de 0,5% na pro-

dução. Entretanto, além de ficar abaixo dos resultados registrados até então, desde agosto de 2003 não se registrava um crescimento tão baixo. Para Macedo, do IBGE, um dos motivos que pode explicar o desempenho tão fraco pode ser o fato de em julho de 2004 ter havido um dia útil a mais que no mesmo mês deste ano. A base de comparação também é mais alta. "No segundo semestre do ano passado, a produção industrial cresceu bastante. Portanto, daqui para frente, não será surpresa se ocorrerem expansões menores nessa comparação", explica o economista. Patrícia Büll

BRASILEIRO NÃO ENTENDE O QUE LÊ Estudo mostra que 75% da população não consegue ler e escrever plenamente. Eles se dividem entre analfabetos funcionais e absolutos

C

erca de 75% da população brasileira não consegue ler e escrever plenamente. Esse número inclui os analfabetos absolutos (7%) e os funcionais (68%) – que têm dificuldade de compreender um texto, mas sabem distinguir palavras soltas. Os resultados fazem parte do Indicador Nacional de Analfabetismo Funcional (Inaf) e foram divulgados ontem pelo Instituto Paulo Montenegro – departamento social do Ibope – e pela Organização Não Governamental (ONG) Ação Educativa. Os números pouco mudaram em relação às últimas pesquisas, feitas em 2001 e 2003. As pessoas enquadradas no nível I ou rudimentar, se mantiveram na faixa dos 30% da população nacional. São aquelas que apenas distinguem palavras, títulos de textos e conseguem ler os números para ver preços ou olhar as horas. Na faixa II, ou básica, houve uma ligeira elevação de 37% para 38% da população com capacidade para ler textos de maior extensão e números decimais. No último nível, o pleno ou III, são incluídos apenas 25% dos brasileiros. São as pessoas com plena capacidade de interpretação de texto e cálculo. A prova aplicada pelo instituto tem questões com grau de dificuldade progressivo. São aplicados também questionários sobre situação familiar, escolar e práticas de leitura e escrita. O estudo deste ano foi feito com 2002 entrevistados entre 15 e 64 anos. Sem qualidade – "O tempo médio dos cidadãos na escola aumentou nos últimos anos. Porém, podemos notar que a qualidade do ensino não é boa ou suficiente para que as pessoas exerçam atividades simples do dia-a-dia", diz a coordenadora da ONG Ação Edu-

Eduardo Nicolau/AE

Ó RBITA

MAIS CARO

O

preço da cesta básica subiu 0,86% nesta semana na capital paulista. Segundo pesquisa diária da Fundação Procon-SP, em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o valor médio passou de R$ 205,21 na quinta-feira passada para R$ 206,98 ontem. Na análise por grupo, o Procon constatou aumento de 1,20% nos preços de alimentos, alta de 0,04% em limpeza e queda de 0,86% em higiene pessoal. Dos 31 itens pesquisados, 19 subiram, nove diminuíram de preço e três ficaram estáveis. (AE)

SALÁRIOS

O Cresce a cada ano a quantidade de adultos que volta, ou chega, aos bancos escolares para iniciar o processo de alfabetização

cativa, Vera Masagão. De acordo com ela, houve um incremento de 10 pontos percentuais, entre 2001 e 2005, no número de cidadãos que completam o ensino médio. Entretanto, não houve mudanças significativas nos níveis de alfabetização da pesquisa. Além disso, 63% dos brasileiros não completam o ensino fundamental (até a 8ª série). Ou seja, não desfrutam do direito mínimo de educação garantido pela Constituição. A Inaf também detectou que 26% dos que são completamente analfabetos chegaram a cursar de um a três anos de escola. "Como isso

pode ser possível eu não sei", diz a coordenadora. Também foi verificado que 42% das pessoas que freqüentaram a escola de quatro a sete anos são incluídos no nível rudimentar. "É preciso mais que oferecer ensino, é preciso que seja de qualidade", afirma Fábio Montenegro, secretárioexecutivo do Instituto Paulo Montenegro. Influência –O estudo tentou detectar quais fatores influenciam na capacidade de leitura e escrita entre as pessoas que se destacam como alfabetizados de nível pleno. Os resultados foram: background familiar, is-

to é, capacidade de leitura dos pais e oferta de livros e revistas na infância; herança de capital cultural e social; e práticas atuais. "Vemos que se destacam aqueles que fazem cursos extra-curriculares e que têm acesso a bibliotecas próximas de casa ou trabalho, sejam públicas ou não. Além disso, os que têm acesso a computador também melhoram bastante", explica Vera. Pelos dados, 54% dos alfabetizados plenos têm acesso ao computador. Dos que têm nível pleno de alfabetização, 33% pertencem à classe A ou B e 41% à classe C;

83% lêem jornais e revistas, 60% têm pelo menos escolaridade média; e 64% vão regularmente ao cinema. Entre os alfabetizados de nível básico, 40% são da classe C, enquanto 45% são das D e E; 41% vão ao cinema às vezes e 72% lêem "alguma parte" do jornal. Já para aqueles que têm nível rudimentar de alfabetização, 64% são das classes D e E (o restante classe C); 49% têm, no máximo, sete anos de estudo; e apenas 20% vão ao cinema (a maioria não lê jornal). Entre os analfabetos, 81% são de classe D ou E. Fernanda Pressinott

s reajustes salariais este ano acompanham, em parte, o desempenho individual das empresas. A Ford concedeu 4,5% de aumento real aos 8,5 mil funcionários da fábrica da Bahia, onde a produção foi recorde. Já no ABC e no interior de São Paulo, o aumento seguiu o acordo fechado entre as demais montadoras e os trabalhadores, que foi de 3,7% de aumento real. No Paraná, as empresas Renault/Nissan, Volkswagen/Audi e Volvo acertaram aumento de 9% para o piso salarial, que ficará próximo a R$ 1.030. Enquanto isso, no ABC e no interior paulista, o piso oficial dessas empresas foi para R$ 950 este ano. (AE)


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6 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 9, 10 e 11 de setembro de 2005

O CINEMA RENASCE NA ERA DO DVD

É uma febre o lançamento de coleções especiais. Doris...

Divulgação

OS FILMES Ama-me ou Esquece-me: Doris no papel de uma cantora nos anos 20. O filme ganhou o Oscar em 1955, com direção de Charles Vidor. Registro especial: belo desempenho de James Cagney, um dos homens maus do cinema na rea de ouro de Hollywood. Mais ao lado da bela loira, ele é só sorrisos. até dança.

Uma trilogia...

... com Rock Hudson...

Uma voz amada pelos músicos Doris Day soube aprender a lição. Seu o uvido privilegiado permitiu-lhe observar com atenção a técnica de cantoras mitológicas de jazz, entre elas, Bessie Smith, Mabel Mercer e Billie Holiday. Mais, endendeu com perfeição a atuação das big bands dos anos 40. Aperfeiçoou o fraseado vocal ao estudar com afinco as peculiaridades dos instrumentos básicos dos grupos de jazz e swing. O clarinete de Artie Shaw e Benny Goodman, por exemplo; ou os arranjos das bandas de Harry James e Tomy Dorsey. Enfim, formou um repertório sensacional, com clássicos de Cole Porter, Richard Rogers, Irving Berlin e outros grandes. Há várias antologias suas nas lojas. Uma delas (foto) comprova a dimensão de seu talento, com interpretações de hits como 'S Wonderful, de Gershwin, e Stardust, de Carmichael. Hoje, sabe-se que os mais talentosos band leaders adoravam (e disputavam) a colaboração de Doris.

Família

VOLTOU PARA FICAR

D

oris Day nasceu no mesmo dia, mês e ano que Marlon Brando: 3 de julho de 1924. Ela chegou há pouco aos 81, ainda sacudida. Ele nos deixou aos 80, em 2004. Durante décadas, a mídia lembrou com ironia ferina a simultaneidade de datas. Marlon, o símbolo da rebeldia. Doris, a imagem da caretice conservadora de Hollywood. Dwight McDonald, respeitável (e cáustico) crítico, chegou a defini-la sem piedade como "tão saudável e sexy quanto um prato de cornflakes". Que tal ver menos lenda nessas versões?

Faz-de-conta Pois Marlon nem sempre representou na tela aquele rapaz sombrio e feroz de Sindicato de Ladrões (On The Waterfront, 1954, direção de Elian Kazan); foi também um japonês maneiroso em Sayonara (1957) e , imagine (onde estaria com a cabeça?), protagonizou o pai de Christopher Reeve em Superman. Doris, além de atriz, foi extraordinária crooner. Nem sempre representou a açucarada namoradinha de Rock Hudson em comédias românticas proibidas para depois das seis da tarde, como Volta Meu Amor (Lover Come Back, 1961, direção de Delbert Man). Ela soube imprimir tensão e dramaticidade a um Hitchcok de primeira, a refilmagem de O Homem que Sabia Demais (The Man Who Knew Too Much, 1956). A prsença dela sustenta uma longa cena de terror enquanto canta Que Sera Sera: momento-clímax antológico da história do cinema. Dizer que Doris nasceu no melhor dos berços e foi criança mimada é outra bobagem. Filha de um maestro alemão "moralista" e inflexível, testemunhou desce criancinha as escapadas do pai, na verdade um hipócrita de marca maior. Diante daqueles traumas, a menina refugiava-se na mais pura e legítima fantasia. Sonhava ser

Ginger Rogers e, quem sabe, um dia arrebatá-la de Fred Astaire, o maior dançarino do cinema, e parceiro de Ginger em dez fitas.

Sonho e drama Fantasia à parte, Doris foi à luta. Aos 13 aos, em 1937, associou-se a um garoto, Jerry. Formaram uma dupla talentosa de sapateadores, ganharam vários concursos, sempre de olho em Hollywood, que importava formidáveis musicais da Broadway e os adaptava para a tela. Aconteceu então o que tinha de acontecer àquela dupla sonhadora: convite para um teste lá mesmo, em Hollywood. À véspera do teste, Doris comemorava com amigos. Eles a convidaram para passear a bordo de um carrão. Noite agradável, som do rádio ligado em standards das big bands. Então, o pânico, a dor. Um trem de carga os pegou de surpresa ao atravessarem a ferrovia. Ninguém morreu. Doris levou a pior: fraturas múltiplas. Ossos estilhaçados tiveram de ser colados com arames e pinos. Na perna esquerda, fratura exposta, gesso. Dançar? Nunca mais, ela pensava. Talvez sequer voltasse a andar. Foi um ano de estaleiro. Que se arrastou entre duras crises de depressão e fases de esperança. Prevaleceu a força de vontade. Ao melhorar a mobilidade graças às muletas, Doris recobrou forças e bom astral. Mas... (estava escrito?) ainda não seria a hora da bonança.

De queda em queda Certo dia, fazendo piruetas (apoiada em muletas), Doris quis provar à mãe que poderia ainda dançar, sim! Avisou, "preste atenção, mammy". Aumentou o som do receptor, que transmitia o delicioso blues-swing Tea For Two (mais tarde gravado em versão inesquecível por ela). Daí, ensaiou uns passos à Ginger Rogers. Pra quê? Tchbummm! As muletas escorregaram,

Doris estatelou-se. Outro ano engessada! Como se vê, a vida real da artista pouco teve das amenidades retratadas em suas comédias leves, prinipalmente as da década de 1950, quando já era já trintona. Pois ainda naquela época carregava o peso dos rótulos e alimentava a peçonha de gente do seu ambiente. Até de amigos como o pianista Oscar Levant: "Estou no cinema há tanto tempo que conheci Doris antes que ela ficasse virgem". Conta o folclore de Hollywood que essa frase tem outra autoria, seria na verdade uma tirada do cômico Groucho Marx, o que parece ser mais coerente. Bem. Nos anos em que Doris viveu em recesso, foram cerca de 600 dias praticamente imobilizada, apelou para o que lhe restava de distração – curtir música. Ouvia discos das divas da época, Billie Holiday, Ella Fitzgerald. Daí, eureka! Percebeu que gostava de imitá-las. De Ella, amava a capacidade dos gorjeios, dos scats; de Billie, observava o senso jazzístico e a emoção ao "declamar" as letras.

(E o casal teve um filho, devotado a ela até hoje.) Como se vê, mais uma vez, o Jordan da vida de Doris nada teria do Rock Hudson de seus filmes românticos. Jordan quase a destruiu. Em, 1945, de novo Doris superou um pesadelo – isto é, Jordan. Livrando-se dele, voltou à banda de Les Brown, com a qual gravou, magistralmente, Sentimental Journey. (Para Frank Sinatra, ouvir esta canção era o mesmo que fazer lição de casa.) Em 1946, quando tudo parecia céu-cor-de-rosa na existência da cantora, de novo ela se meteu em trapalhadas. Das piores. Engraçou-se com o saxofonista George Wedler, quebrou o contrato com Les Brown, trocou alianças com o tal Wedler e provou mais uma vez o fel da infidelidade Em menos de dois acordes, ele a dispensou, e fim. Querem mais? Em 1951 (fase profissional áurea da artista), Doris casou-se com o agente Marty Melcher. Este, associado ao advogado Jerry Rosenthal, sugou-lhe a fortuna que já amealhara com filmes em Hollywood (de 1948 a 1955, estrelara 18 para a Warner). Na verdade, o "departamento" Marty a fez trabalhar loucamente para(apenas) sustentálo.Foram anos de martírio e cansaço até ser condenada ao ostracismo por pelo menos duas décadas (19701980). Mas... a aura de Doris renasceu nos 1990, quando colecionadores fanáticos pressionaram o mercado a relançar alguns de seus discos antológicos. Mais tarde a indústria do vídeo resgatou-lhe vários filmes. No momento, a febre de DVDs completa o serviço. Três caixas (9 obras) relembram, sim, o talento e a doçura dessa Doris às vezes estabanada, sempre sardenta, e "guardiã" da virgindade, que os experts do entretenimento souberam explorar espertamente. Aliás, quem consolidou tal imagem foi o escroque Marty Melcher, que ela amou com total devoção. Não tente entender por quê. (MMJ)

... e Tony Randall.

Em Exito Fugaz

A Espiã de Calcinha de Rendas

Já Fomos Tão Felizes

A Mais Querida do Mundo

Pulo do gato Doris contratou uma professora de canto, começou treinando vocalises como as cantoras líricas) e, logo, logo, já livre das fraturas, conseguiu emprego (de crooner) na emissora local, em Cincinatti, Ohio, onde nasceu. Ganhou um programa só para ela, adotou o pseudônimo de Doris Day (chamavase até ali Doris Mary Anne Kappelhoff) e, finalmente, a sorte! Ouviu-a o band leader Bob Crosby, irmão de Bing, que a carregou para Chicago – cidade aberta ao jazz, ao movimento das grandes orquestras de dança, à arte. Ali, trabalhou como vocalista da banda de Les Brown; depois, na de Al Jordan, um bonitão de 23 anos, canalha, violento, por quem Doris se apaixonou e com quem casou. Era 1941. Eis Doris noutra fria: o psicopata Jordan a cobria de murros dia sim e outro também. Sabe-se lá como sobreviveu.

Ardida como Pimenta: desempenho hilariante e cheio de garra


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 9, 10 e 11 de setembro de 2005

LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS - 9

GOVERNO ADMITE EQUÍVOCO E MANTÉM ALÍQUOTA DO IMPOSTO DE RENDA EM 27,5% PARA 2006

LEÃO MUDA DE IDÉIA. NÃO VAI MEXER NO IR

Cai liminar contra prazo de validade para créditos de pré-pago

Valéria Gonçalvez/AE

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O

governo não vai mais reduzir de 27,5% para 25% a alíquota máxima do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). Um "equívoco" da Receita Federal do Brasil levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a prometer ao Congresso, na mensagem enviada com a proposta orçamentária de 2006, a redução do tributo. A confusão só foi desfeita ontem à tarde, quando os Ministérios da Fazenda e do Planejamento divulgaram nota conjunta. Segundo ela, a trapalhada ocorreu porque o Fisco, ao fazer a estimativa de receita tributária para 2006, baseou-se, "por equívoco", na Lei 10.828, que determinava que a alíquota de 27,5% do IRPF só teria validade até 31 de dezembro de 2005. Assim, a partir de janeiro de 2006, a alíquota máxima voltaria a 25%. Ocorre que a alíquota de 27,5% passou a ser permanente pela Lei 11.119, de 25 de maio de 2005. Essa legislação revogou o dispositivo da Lei 10.828, que definia a alíquota de 27,5% como transitória. "As alíquota vigentes para o ano de 2006 são de 15% e de 27,5%, em conformidade com o estabelecido pela lei 11.119", esclarece a nota. Assim, caso o governo queira reduzir a alíquota máxima do IR, o presidente terá de editar medida provisória com esse fim ou enviar projeto de lei ao Congresso. História - A alíquota de 27,5% foi instituída em 1997 pelo chamado "Pacote 51", que definiu um conjunto de medidas para contornar os efeitos financeiros e fiscais da crise econômica da Ásia. Sua validade era, inicialmente, apenas para 1998 e 1999, mas foi prorrogada três vezes. Na primeira, foi estendida até 31 de dezembro de 2002, depois até 31 de dezembro de 2003 e, posteriormente, até 31 de dezembro de 2005. Finalmente, este ano o governo Lula a tornou permanente. A Lei 11.119 é originária da polêmica Medida Provisória nº 232, que corrigia os valores da tabela do IR em 10% e elevava a tributação das empre-

Auditores fiscais realizam assembléia no prédio do Ministério da Fazenda, em São Paulo. Greve prossegue hoje.

OPERAÇÃO-PADRÃO NA RECEITA A Leão vai continuar mordendo 27,5% de quem ganha salário superior a R$ 2.326,00.

sas de serviços. Houve uma grande mobilização da sociedade contra a elevação dos tributos e os parlamentares terminaram derrubado esses dispositivos da MP 232, preservando apenas a correção da tabela do IR. Mas o Congresso deixou passar o caráter permanente da alíquota máxima de 27,5%. A nota oficial informa que a Secretaria de Orçamento Federal incorporou na proposta orçamentária a estimativa de receita para 2006 encaminhada pela Receita Federal, "supondo que já estivesse concluída a discussão ainda em curso no âmbito do governo sobre desoneração tributária adicional". O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, reagiu ao recuo do governo em manter a alíquota de 27,5%. "Vamos fazer barulho, vamos para as ruas, mas não aceitaremos que o governo mantenha a política de apropriação do salário do trabalhador", afirmou, ao lembrar que a redução da alíquota para 25% é uma reivindicação antiga da central. (AE)

uditores fiscais da Receita Federal do Brasil paralisaram as atividades ontem em todas as delegacias sindicais do País e fazem operaçãopadrão nos portos, aeroportos e alfândegas, liberando só o que tem caráter de urgência, como cargas perecíveis, medicamentos, animais vivos e materiais explosivos. A paralisação continua hoje e, dizem os auditores, é uma "greve de advertência" contra a criação da Receita Federal do Brasil, a SuperReceita. Eles discordam do compartilhamento de suas atividades com as dos técnicos da Receita Federal, de nível médio. Alegam que a progressão funcional dos

técnicos afeta seus direitos, já que exercem funções de nível superior e foram selecionados em concurso público. "Temos de barrar as tentativas de avanço sobre as atribuições do cargo de auditor fiscal da Receita e demonstrar claramente que não aceitaremos soluções disfarçadas que atinjam nossas atribuições ou o princípio da hierarquia entre os cargos dentro da instituição", disse o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal, Carlos André Nogueira. Os auditores criticam o modo como a fusão dos dois órgãos – a Secretaria da Receita Federal e a da Receita Previdenciária – está

sendo conduzida. Segundo Nogueira, elas têm estruturas, culturas e formas de trabalho diferentes no que se refere à fiscalização e à arrecadação. O risco da promoção automática dos técnicos, segundo os auditores, está na sinalização do governo de alterar pontos da MP que criou a Super-Receita para contemplar o pedido da categoria. Os técnicos fizeram uma paralisação que durou seis semanas para reivindicar uma reestruturação da carreira e só voltaram ao trabalho depois de o Ministro da Fazenda, Antonio Palocci, ter acenado com mudanças na MP, ainda não votada pelo plenário da Câmara dos Deputados. (Agências)

Turismo: remessa ao exterior isenta de IR A s remessas de recursos ao exterior para promoção do turismo brasileiro ficarão isentas do pagamento de Imposto de Renda (IR). Segundo o Decreto nº 5.533, publicado ontem no Diário Oficial, fica reduzida de 17,8% para zero a alíquota de IR para recursos destinados a pesquisa de mercado para a promoção turística do Brasil, financiamento de exposições feiras e eventos vinculados à promoção turística e pagamento de propaganda e comunicação realizadas no âmbito destes eventos. O decreto é retroativo a 1º de abril de 2004, quando foi aprovada a Lei nº 10.865, que criou o incentivo fiscal. A diretora de Turismo de Negócios e Eventos da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), Jeanine

Pires, disse que ainda não foi definida a forma como o governo devolverá o imposto pago até o momento. A matéria deverá ser regulamentada por uma norma complementar editada pela Embratur e a Receita Federal do Brasil. Custos - Ela destacou que a medida reduz os custos da própria Embratur, dos órgãos estaduais e municipais de turismo e das empresas privadas envolvidas na atividade turística. "Não faz sentido a Embratur pagar Imposto de Renda para o governo, se o nosso orçamento vem justamente do Tesouro, nem sobretaxar uma atividade que vem batendo recordes de divisa para o País", disse a diretora. A autarquia deve pagar entre R$ 8 milhões e R$ 9 milhões em Imposto de

Renda este ano. As empresas deverão encaminhar requerimento à Embratur solicitando o benefício fiscal. Os beneficiários terão 60 dias, após a realização do evento no exterior, para comprovarem as despesas. (AE)

prazo de validade de 90 dias para os créditos do celular pré-pago voltou a valer ontem em todo o País para os clientes da TIM. A desembargadora do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região em Brasília, Selene Maria de Almeida, cassou a liminar que suspendia o prazo de validade dos cartões ao julgar um recurso apresentado pela empresa. Na interpretação de advogados de outras operadoras, a decisão da desembargadora alcança os clientes de outras companhias, uma vez que a liminar valia para todas as empresas do Brasil. A liminar foi concedida em agosto pelo juiz da 7ª Vara da Justiça Federal em Brasília, Novély Vila Nova da Silva Reis, e contestada no TRF pela TIM, Claro e Brasil Telecom GSM. Em sua decisão, o juiz considerou a validade "abusiva e lesiva ao consumidor". Já desembargadora considerou legal e correto o prazo de 90 dias para a validade dos créditos. "O prazo não ofende as regras de consumo, já que o usuário tem amplo acesso à informação sobre os prazos de utilização dos créditos adquiridos", disse Selene, segundo nota da Acel. Atualmente, cerca de 62 milhões de celulares utilizam o sistema pré-pago, o que representa 81% do total de 76,5 milhões de telefones móveis em todo o País. Os créditos do celular pré-pago não utilizados perdem a validade após 90 dias, que é o prazo mínimo permitido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). As operadoras argumentam que se forem colocar à venda cartões com um prazo maior de validade, como propõe a Anatel, elas terão de cobrar mais caro por isso. O advogado das empresas TIM, Claro e Brasil Telecom GSM, Carlos Forbes, entende que a decisão é válida para todas as empresas. (AE)

Justiça livra empresa de contribuição sobre exportações via trading Inova Investimentos S.A. é a primeira empresa que se tem notícia que conseguiu uma liminar para não pagar a contribuição previdenciária sobre as receitas de produtos agrícolas exportados via trading ou comercial exportadora – empresas que fazem intermediação de comércio exterior. Mas não é a única a questionar a norma no Judiciário. Outras ações também estão sendo apreciadas pela Justiça de Ribeirão Preto e pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que analisa uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), ajuizada no final de agosto pela Associação Brasileira das Empresas de Trading (Abece). A nova regra foi imposta pela Instrução Normativa nº 3, editada no começo do mês passado, pela extinta Secretaria da Receita Previdenciária. A instrução inclui a receita proveniente das vendas externas feiras por meio de tradings na base de cálculo para o recolhimento da contribuição

previdenciária. Até então, as agroindústrias e os produtores rurais recolhiam 2,5% sobre a receita bruta da venda de sua produção, mas excluiam do cálculo o faturamento obtido com todas as suas vendas externas. Agora, somente as transações feitas diretamente com empresas no exterior poderão desfrutar do benefício fiscal. Na ação da Inova Investimentos S.A., a advogada da empresa, Lígia Regini da Silveira, do escritório Barbosa, Müssnich & Aragão, argumentou que a nova norma faz uma interpretação restritiva do Artigo 149 da Constituição Federal quanto à ampla imunidade às receitas decorrentes de exportações. Segundo a advogada, não dá para considerar as operações de trading como internas e restringir o benefício fiscal apenas para as empresas que comercializam diretamente para outros países. "Muitas empresas de pequeno porte não têm condições de exportar sozinha, por

isso realizam estas transações via trading. Mas isso não significa que esta é uma operação interna, já que o produto não fica no País", explica. STF – A Adin ajuizada pela Abece também alega afronta ao Artigo 149, 2º, I, da Constituição Federal, que trata de imunidade tributária. Diz também que o dispositivo questionado da instrução normativa colide frontalmente com o princípio da legalidade quando diz que "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei". A entidade também sustenta, na ação, afronta ao Artigo 150, da Constituição, segundo o qual é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar tributos sem lei que o estabeleça. Assim, afirma a Abece na ação "a instrução normativa não é o instrumento legal adequado para dispor sobre a questão". Márcia Rodrigues

ADVOCACIA TRABALHISTA EMPRESARIAL ESPECIALIZADA

DC

A

Os Advogados,

OVIDIO LOPES GUIMARÃES JUNIOR JOEL EDUARDO DE OLIVEIRA ROGÉRIO PACILÉO NETO Comunicam a todos os clientes e colegas a mudança do Escritório de Advocacia Trabalhista para a Avenida Marquês de São Vicente, 121, Bloco B, 13º andar, conjunto 1301, Barra Funda, São Paulo, SP, CEP: 01139-001, Telefones: 11 3616-6544 - 3616-6546, a partir de 10/01/2005, onde estarão atendendo definifivamente.


PM confirma: 15 mil participaram do "Grito do Silêncio"

LEÃO TRAPALHÃO

Alegria durou pouco. Redução de alíquota do IR foi um erro O Leão prometia morder menos em 2006, mas foi apenas um "equívoco" do governo. Entenda a confusão na página 9.

Número, calculado no início do ato, foi dado pelo NY Times, Washington Post e DC. Outros jornais informaram o total de presentes no final da manifestação. Pág. 6

www.dcomercio.com.br/c ampinas/ Edição de Campinas concluída às 00h15 Ano 81 - Nº 21.959

São Paulo, sexta-feira a domingo, 9 a 11 de setembro de 2005

R$ 0,60

Dono de restaurante cria novo prato nas cassações

SEVERINO FRITO

Givaldo Barbosa/Ag. O Globo

O empresário Sebastião Buani (à esq., ao lado de sua mulher) fez picadinho do presidente da Câmara ao revelar, em detalhes, como pagou a ele R$ 110 mil reais em propina. O "mensalinho" de R$ 10 mil seria para garantir o funcionamento, no Congresso, de restaurantes e lanchonetes de propriedade de Buani. Em Nova York, onde representa o Brasil em evento da ONU, Severino demorou a reagir. Só depois de muita insistência é que respondeu à pergunta se tinha realmente recebido o dinheiro: "É mentira, mentira, mentira", afirmou. Cláudio Versiani/Ag. Câmara

Oposição apressa cassação

Partidos já disputam a cadeira Páginas 3, 4, 5 e 6

Divulgação

Warner Bros/Divulgação

DCULTURA

P

ode comemorar. O Teatro Municipal faz 94 anos e o presente é uma extensa programação gratuita. Entre os convidados para a festa estão a ópera Os Pescadores de Pérolas (acima), concerto sinfônico com Beethoven, o Balé da Cidade e muitos outros, além de você. Prepare seu DVD: uma febre de lançamentos de coleções especiais tomou conta das lojas e Doris Day (ao lado) é uma das eleitas. São nove filmes em três caixas. E conheça o Hooters, o bar onde a Happy Hour chega de patins. TEMPO EM CAMPINAS Sol com pancadas de chuva Máxima 28º C. Mínima 15º C.

As pin-ups renascem. Há marmanjos que colecionam belas poses. E moças bonitas que sonham em ser uma delas. Pág. 20


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 9, 10 e 11 de setembro de 2005

FINANÇAS - 13

BNDES LIBERA R$ 28 BILHÕES NO ANO, MAS AINDA É POUCO DIANTE DO QUE TEM PARA EMPRESTAR Milton Mansilha/Luz

VAI SOBRAR DINHEIRO NO CAIXA DO BNDES

HSBC aberto também aos sábados O

banco HSBC dá início amanhã a um projetopiloto de abertura de agências aos sábados, inicialmente em três unidades de cidades do interior paulista (Piracicaba, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto). "Até março de 2006 vamos observar a experiência e se percebermos que deu certo devemos abrir outras muitas agências aos sábados", afirmou o presidente do banco no Brasil, Emílson Alonso. Essa será a primeira vez que agências bancárias ficarão abertas aos sábados no País, segundo ele. O projeto pôde ser implantado graças a um acordo firmado entre o banco e a Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários dos Estados de São Paulo e do Mato Grosso do Sul. A legislação trabalhista proíbe que uma instituição de crédito funcione aos sábados, a não ser que exista acordo com sindicato, para evitar abusos de horas-extras. No acordo, o HSBC se dispôs a contratar funcionários especificamente para o atendimento aos sábados, que será das 10 horas às 16 horas. Para a primeira fase do projeto-piloto foram contratados 16 trabalhadores, que terão salário a partir de R$ 310 por 24 horas mensais de trabalho. A remuneração depende do cargo ocupado – o banco abriu vagas para caixas, atendentes e gerentes de conta, por exemplo – e os empregados terão direito a benefícios como o auxíliorefeição e vale-transporte, além de férias. Alonso disse que, aos sábados, as agências vão oferecer todos os serviços disponíveis durante os dias úteis. A única diferença é o tempo de compensação. "Operações de pagamentos de contas, transferências para outros bancos, resgates e aplicações em fundos só serão efetuados no primeiro dia útil subseqüente". A expectativa é que, até março, quando acaba o projeto-piloto, entre 15 e 20 agências do banco estejam atendendo aos sábados. A ampliação dos horários de atendimento das agências é uma das estratégias que o HSBC adotou para crescer no País. Atualmente, 214 das 929 agências do banco no Brasil operam com horário estendido de atendimento (das 9 horas às 18 horas, dependendo da localidade). De um ano para cá, segundo Alonso, esse horário ampliado já garantiu ao banco um aumento de 20% no volume de transações e de 10% no número de novas contas correntes. "E nesse período precisamos contratar mais 800 pessoas para dar conta do trabalho extra", disse o executivo.

Guido Mantega (acima), presidente do BNDES, diz que desembolsos poderiam ter sido ainda maiores

DESAFIO DO BANCO EM 2005: EMPRESTAR OS R$ 60 BILHÕES Arquivo DC

O

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou, recentemente, mais um corte no seu spreads – taxa que corresponde à diferença entre o custo que o banco tem para tomar dinheiro no mercado e o que ele cobra em seus empréstimos. De acordo com Guido Mantega, presidente da instituição, a redução, feita em abril, a segunda (a primeira foi em março de 2004) tem por objetivo estimular a competição entre os bancos, melhorar as garantias e reduzir a inadimplência no mercado. "O Brasil precisa investir para crescer", diz Mantega. Para tanto, até o fim do ano o BNDES tem o desafio de emprestar os R$ 60 bilhões, com financiamentos de até R$ 900 milhões para clientes que já tenham relacionamento com o banco há pelo menos cinco anos. Mas nem todos os setores do mercado deverão ser beneficiados. "Faltariam recursos. Escolhemos setores estratégicos da política industrial, como bens de capital, máquinas e equipamentos, fármacos, softwares e semicondutores, que têm repercussão em toda a economia. Mas temos linhas de crédito para todos e nada impede que o setor têxtil, por exemplo, consiga um nível de taxas de juros parecido", disse. Grita – Para Fernando Pimentel, superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) "as nossas propostas visam uma política justa para as micro e pequenas empresas, desoneração de impostos e maior incentivo para financiamento ao setor industrial. O BNDES, mesmo sendo o maior financiador da indústria no País, não pode agir sozinho". A indústria de bens de capital obteve redução de 1 ponto porcentual no spread, e terá um custo de 13,95% ao ano e não mais de 14,95%. Os empréstimos para fabricantes de máquinas e equipamentos foram

Monteiro: mercado precisa de subsídios para honrar dívidas

contemplados com um corte de 80% do custo de remuneração do banco de fomento e passaram a uma taxa de 0,25% ao ano. "Essas medidas são imprescindíveis, pois a manutenção da taxa básica de juros não ajuda na retomada do crescimento econômico e a escassez de financiamento barato é um gargalo", diz Pimentel. Outras iniciativas do BNDES ficaram em torno da redução do spreads dos financiamentos para a indústria naval (de 7% para até 6% ao ano, dependendo das características do projeto) e das exportações (de 2% a 1,5% ao ano). Os exportadores contarão com maior apoio a projetos que envolvem bens e serviços, com o custo do financiamento menos exposto à cesta de moedas estrangeiras e mais atrelados à Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), passando de 60% para 80% do total de desembolso para grandes empresas, e a criação de uma taxa fixa de juros para as linhas préembarque, pré-embarque especial para grandes empresas e bens de capital. Reaquecer – Para Armando Monteiro Neto, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), é preciso que haja o reaquecimento de toda atividade econômica para que todos possam melhorar a renda e ter perspectivas de novos negócios. "O mercado precisa não apenas ser

Rejane Aguiar

MAIS DÓLARES SAÍRAM DO PAÍS A s remessas de dólares ao exterior superaram os ingressos em US$ 7 milhões em agosto. O dado, divulgado ontem pelo Banco Central, interrompeu uma série de dois meses consecutivos em que as entradas de dinheiro estrangeiro no País superaram as saídas. A informação, entretanto, não chegou a preocupar o mercado. "A cotação do dólar nem se mexeu", disse um operador hoje, num momento em que a taxa de câmbio estava em tor-

no de R$ 2,3220. Os analistas de mercado acham que o resultado fechado do mês passado possa ter sido influenciado pelas compras de dólares feitas pelo Tesouro Nacional com o objetivo de honrar compromissos da dívida externa do País. Essas operações estão contabilizadas entre as saídas de divisas. "É possível que o Tesouro tenha entrado no mercado e retirado todo o excesso de liquidez que havia", disse um analista.

Em agosto, as operações de câmbio ligadas ao comércio exterior (exportação menos importação) proporcionaram um ingresso de US$ 4,873 bilhões no País. Mas as operações do segmento financeiro (pagamentos de dívidas e remessas diversas) geraram déficit de US$ 4,880 bilhões. Apesar do resultado negativo, os dados do BC mostram que entre janeiro e agosto os ingressos superam as saídas em US$ 10,789 bilhões. (AE)

incentivado a contrair dívidas, mas ter subsídios para honrá-las", diz. Ele explica que os problemas de financiamento ao setor produtivo no Brasil são variados e estão em maior ou menor grau sobre dois componentes dos custos do tomador de empréstimo: a taxa básica de juros, que é a base da remuneração do poupador, e o spread bancário, que representa a remuneração bruta do intermediário financeiro. "O crescimento das empresas brasileiras fica limitado à sua capacidade de financiamento interno, ou seja, aos recursos ou lucros gerados ao longo de ciclos produtivos. Nesse contexto, as pequenas empresas, as emergentes ou as pouco capitalizadas tendem a enfrentar dificuldades ainda maiores para crescer", acrescenta. Mas não é só isso. Existem também os agentes de repasse dos recursos. "Do BNDES, nota-se uma redução sensível dos prazos de aprovação e de liberação de recursos para os processos que lhe chegam completos e corretos. Porém, mesmo com a manutenção da TJLP em 9,75% ao ano, o spreads aplicados pelos agentes financeiros ainda continuam em alta e giram em torno de 3% a 8,75% ao ano. Isso prejudica sobretudo as pequenas e médias empresas, que não têm acesso direto ao BNDES e precisam desses serviços para obter dinheiro", diz Mônica Vaders Mora, diretora de financiamento da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Outro fator limitador é o que se segue após conseguir os créditos aprovados pelos bancos. "As garantias solicitadas são maiores do que o próprio equipamento, ou seja, o segmento sofre com garantias adicionais em várias modalidades", reclama ela. Apesar disso, Monica Mora reconhece que esse é o financiamento mais procurado pelos associados da Abimaq. Ana Laura Diniz

O

presidente do Ban- R$ 5,5 bilhões. O volume repreco Nacional de De- senta uma alta de 28% sobre s e n v o l v i m e n t o período semelhante de 2004. Econômico e Social Apesar de ter conseguido um (BNDES), Guido Mantega, re- volume de recursos menor, de conheceu ontem que a institui- R$ 1,8 bilhão, comparado ao ção, principal fonte de recur- ano passado, foi a indústria sos do País às empresas que mecânica a que apresentou o buscam crédito, não consegui- maior crescimento: de 239% no rá emprestar, neste ano, todos que se refere ao total de dinheios R$ 60 bilhões que tem dispo- ro conseguido. Questionado níveis em seu orçamento. Para sobre o recuo de 2,5% da proMantega, entre os motivos es- dução industrial em julho, ditaria o fato de muitas empresas vulgado ontem pelo IBGE, e de porte maior se mostrarem seu possível impacto nos pedimais capitalizadas e outras dos da indústria ao banco, buscarem recursos no merca- Mantega disse considerar o redo externo, onde os juros, na cuo apenas pontual. Infra-estrutura – Depois da sua opinião, competem com os indústria, o setor de infra-esdo BNDES. Guido Mantega esteve nesta trutura, que engloba os setores de construção, quinta-feira em energia elétrica, São Paulo para transporte terdivulgar o barestre, telecol a n ç o d o s d emunicações e sembolsos feitos outros, recebeu pelo BNDES nos o segundo primeiros oito maior volume meses do ano. O no período: R$ v o l u m e d e d i10,6 bilhões. nheiro liberado Desse total, R$ chegou a R$ 28,8 4,1 bilhões ficabilhões entre jaram com a área neiro e agosto, de transporte re pre sen tan do terrestre, com um aumento de alta de 66% so18% sobre o bre 2004. mesmo período Comércio e do ano passado, serviços teve R$ quando Mante1,5 bilhão, ou ga ainda não es16% mais do tava à frente da instituição. Estamos fazendo uma q u e o m e s m o período do ano Na sua avaliacampanha para passado. ção, os desemdivulgar as linhas de As grandes b o l s o s p o d ecrédito o banco às empresas contiriam ter sido pequenas e médias n u a r a m l i d emaiores, terem rando o maior passado dos R$ empresas volume recebi30 bilhões, se Guido Mantega, do, com R$ 20,5 não fosse o setor presidente do BNDES bilhões, ou 24% a grop ec uá ri o, mais. Já as mique reduziu os pedidos por conta do compro- cro, pequenas e médias, além metimento da safra após a SE- das pessoas físicas (microemCA que atingiu a região sul do presários) ficaram com pratiPaís. Ainda assim, o presiden- camente um terço daquele tote do BNDES mostrou otimis- tal apenas: R$ 8,1 bilhões. O mo: "Os números mostram Bradesco foi o agente financeique nosso crescimento está em ro do BNDES que mais emprestou às pequenas e médias: linha com o da economia". Qualidade – Mantega fez R$ 1,56 bilhão. "O BNDES está fazendo uma questão de ressaltar o aumento do número de aprovações de campanha voltada às pequepedidos feitos por empresas, nas e médias empresas para que subiu 39%, em um total de apresentar os produtos de créR$ 31,3 bilhões de créditos cor- dito que o banco tem a oferecer, respondentes. Para ele, os pro- já que muitas desconhecem esjetos apresentados pelas em- ses produtos", disse o presipresas tiveram uma melhora dente do banco. A região Suqualitativa, o que teria ajuda- deste lidera com o maior voludo em uma aprovação mais rá- me: R$ 17,3 bilhões. pida. O tempo de espera das Roseli Lopes empresas para a aprovação de seus pedidos também ficou menor, disse Mantega. Quem puxou a fila dos desembolsos foi a indústria, com um total de R$ 13,7 bilhões tomados na forma de crédito. Um aumento de 52%, sobre os primeiros oito meses de 2004. Dentro da indústria, o destaque ficou com o setor de material de transporte, que recebeu


14 -.FINANÇAS

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 9, 10 e 11 de setembro de 2005


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 9, 10 e 11 de setembro de 2005

GERAL - 15

FALTA DE TRANSPARÊNCIA NA FORMAÇÃO DE PREÇOS AFASTARIA INVESTIMENTOS PRIVADOS

Ipea critica política para combustíveis

Arquivo DC

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Eduardo Nicolau/AE

Furlan: só especulações

Furlan nega redução de tarifas de importação

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Importadas

SÓ bebidaS Nacionais

No Ibirapuera, criança se encanta com os robôs produzidos da Symphony Robótica Educacional

ROBÔS

No Brasil, há cerca de 8 mil robôs, somando os aplicados à indústria ou uso doméstico. É apenas 0,05% do número de robôs do Japão.

Feira apresenta as novidades do mundo da inteligência artificial

B

asta dar um passo para dentro do Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera, em São Paulo, e logo um robozinho oval e piscante aparece. Ele acena os bracinhos mecânicos, tentando chamar a atenção dos visitantes. O "robozinho recepcionista" é um dos produtos em exposição na Robótica 2005, feira de robótica e inteligência artificial que vai até domingo. O propósito da feira é expor o que está sendo produzido no Brasil ou importado no segmento de robôs. "É um mercado que deve se expandir muito nos próximos anos", diz o coordenador-técnico do evento, José Reinaldo da Silva. "Temos no Brasil cerca de 8 mil robôs, somando os aplicados à indústria ou uso doméstico. É apenas 0,05% do número de robôs do Japão." Ele explica que a maioria dos robôs não se parece com o C3PO, de Guerra nas Estrelas.

"Robôs que realizam funções específicas têm os mais variados formatos. Os humanóides são mais voltados ao entretenimento." Dentre eles está o tal robô recepcionista, alugado pela Symphony para eventos por R$ 350 a hora. A empresa desenvolve robôs, usando sucata, e cérebros artificiais que controlam as máquinas. "Temos um robô que anda como um besouro e outro que exibe mensagens e imagens em um visor na barriga", diz o diretor da Symphony, Sérgio Costa. "A indústria já se acostumou aos robôs. Decidi explorar a área educacional e o entretenimento." Muitos dos robôs foram desenvolvidos por alunos de robótica de Costa. A Edacon Tecnologia também aposta na junção de educação e tecnologia. Há nove anos, a empresa traz para o Brasil o Lego Educacional – que permite a montagem de pequenas

máquinas. "Cerca de 150 escolas no Brasil utilizam os kits de Lego como complemento às aulas", diz Valéria Sitta, gerente pedagógica da empresa. Ela acredita que em um ano o número subirá para 400. Um kit custa entre R$ 600 e R$ 1,5 mil. Os estudantes Paulo Galhardo e Vitor Mota construíram, com mais três colegas, um robô de Lego, para cumprir provas na Lego League, competição que ocorre no evento. "Além de aprendermos algo que pode ajudar nosso futuro profissional, trabalhamos estratégia e o lado emocional", diz Vitor. A Electrolux levou seu aspirador Trilobite para a feira – redondo, ele anda sozinho limpando a casa. "Acredito que o robô doméstico será como o celular", diz Cintia Lima, da área comercial da empresa. "Hoje ele ainda é um produto de elite, mas no futuro será algo corriqueiro." (AE)

Só BEBIDAS

Santa Ana R$ 7,50*

“MANIA DE VENDER BARATO”

ITALIANOS VILLA VIVALDI............................................................................................R$ LAMBRUSCO EMILIA AMABILE................................................................R$ MONTEPULCIANO D’ABRUZO .................................................................R$ PROSECCO ABAZZIA CONTESSA CHIARA............................................R$ PORTUGUESES CAMILLO ALVES ........................................................................................R$ QUINTA DO CARNEIRO............................................................................R$ PORCA DE MURÇA ...................................................................................R$ CASAL GARCIA BRANCO .........................................................................R$ MARQUÊS DE MARIALVA ........................................................................R$ CARTUXA ...................................................................................................R$ ESPORÃO ALANDRA ................................................................................R$

Prosecco Abazzia Contessa Chiara

R$ 21,90 Asti George Albert

R$ 14,90

os preços internos, coisa que os economistas chamam de passthrough. O ponto de partida dos autores é que alguma definição deste tipo é melhor do que a ausência de qualquer regra. O economista da UFRJ Carlos Thadeu de Freitas Filho concorda que o controle de preços tende a retrair o investidor de longo prazo, num setor intensivo de capital. Os autores do Ipea também argumentam que, além de atrapalhar a formação de um "mercado competitivo", o modelo atual acaba abrindo espaço para questionamento sobre os objetivos do governo. "A falta de uma regra clara que defina esses reajustes cria um ambiente favorável a especulações acerca do caráter intervencionista que possa permear decisões dessa natureza", diz o texto. "Dez anos depois da queda do monopólio estatal, o fato é que, no País, o setor de petróleo continua sendo, na prática, completamente dominado por uma única empresa e a definição de preços de produtos é resultado da decisão discricionária de um único ator - o Estado –, em vez de refletir a ação das forças de mercado", conclui o trabalho. Inflação - Maria Andréia também comentou que o bom desempenho dos índices de inflação permite que se decida por um aumento na gasolina sem impedir que o IPCA permaneça perto da meta para o ano, de 5,1% este ano. Os autores defendem que seria até "aconselhável" determinar o aumento ainda este ano, para reduzir as distorções entre o preços externo e doméstico e para entrar o ano de 2006 sem resquícios de aumento do ano anterior. Um eventual aumento de 10% na gasolina e 8% no diesel provocaria impacto direto de 0,4 ponto porcentual no IPCA, a maior parte ligada à gasolina. A projeção de IPCA do Ipea para este ano é de 5,3%, já levando em conta cenário de algum reajuste dos combustíveis. Caso contrário, a inflação poderia ser igual ou pouco inferior à meta traçada. (AE)

Superávit tem de crescer A manutenção do alto nível de juros reais pode criar a necessidade de um aumento significativo no superávit público primário (receita menos despesas, sem considerar os gastos com juros) , cuja meta anual atualmente é de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB). Esta avaliação está publicada no Boletim de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), na nota técnica "Independência Monetária", do economista Roberto Pires Messenberg. "O juro tem que cair porque do jeito que está é insustentá-

vel", resumiu, referindo-se aos efeitos fiscais e sobre a atividade econômica. Para o economista, a queda de 2,5% na produção industrial de junho para julho também é fruto da influência negativa dos juros. Messenberg observou que, com a inflação baixando e a Selic sendo mantida, os juros reais estão aumentando e ampliando conseqüentemente, as despesas públicas. Com isso, a receita inflacionária do governo está caindo, mas os gastos com juros reais também crescem, em vez de diminuírem. (AE) DC

ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, disse ontem que, ao contrário do que foi divulgado no início da semana, não existe uma proposta do Ministério da Fazenda para a redução de tarifas industriais de importação, a ser apresentada nas negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Segundo o ministro, o que existe sobre o tema são estudos, produzidos dentro dos diversos ministérios, que estão sendo analisados e devem resultar em uma proposta única do Brasil para a Rodada Doha, mas só depois de ser submetida ao Mercosul e aprovada pelo bloco. "Por enquanto, não há nada fechado. Só especulações." O ministro ressaltou que o corte de tarifas de importação ainda será avaliado com grande cuidado e lembrou que qualquer desoneração de importações será gradual, num período de dez anos. "O Brasil não fará qualquer abertura unilateral sem que haja uma con cessão consistente por parte dos países nos quais o Brasil e o Mercosul têm interesse." O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, defendeu, a respeito do corte das tarifas industriais, que qualquer decisão tem de ser fruto de uma ampla discussão entre governo e setor privado. "Esse não foi o caso da proposta apresentada pelo Ministério da Fazenda", afirmou o empresário. Skaf defendeu que cortes de tarifa só podem ser bruscos se o Brasil tiver condições isonômicas para competir com produtos estrangeiros. "O problema é que nossa realidade é muito diferente da de países industrializados por conta de nossa alta carga tributária, dos juros e da logística. Temos de fazer uma negociação que nos dê muito em troca. E para isso é preciso que o governo tenha uma estratégia de negociação", complementou. (AE)

conomistas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) fizeram um trabalho em que criticam a falta de transparência na formação de preços de combustíveis no País. Segunda os autores, não há uma regra clara para a fixação dos preços internos e isso afasta a possibilidade de investimentos privados, impede a concorrência no setor e pode refletir uma intervenção do governo, o que, em última análise, afeta negativamente a imagem do País. O texto, produzido pelo coordenador do Grupo de Acompanhamento Conjuntural (GAC) do Ipea, Fabio Giambiagi, e pela economista Maria Andréia Parente Lameiras, foi divulgado no boletim trimestral da instituição. Eles alertam que, na prática, o que ocorre atualmente é uma "política de reajustes esporádicos", sem regras sobre a periodicidade e a intensidade, o que representa um "instrumento ineficiente do ponto de vista regulatório". Segundo os autores, quando o preço do petróleo cai internacionalmente e isso demora a ser repassado, o consumidor é prejudicado. Quando, ao contrário, as cotações sobem e os preços internos ficam estáveis, há distorções que prejudicam a atividade produtiva e colocam as refinarias privadas em dificuldades. Isso porque elas compram matéria-prima mais cara, mas não podem reajustar os preços, mantidos baixos pela Petrobras, estatal que domina o setor. "Adicionalmente, a possibilidade de que aumentos e reduções dos valores dos combustíveis possam ser utilizados como instrumento de política afeta negativamente a imagem do país, na medida em que configura uma ação de caráter intervencionista, inconsistente com o regime de concorrência que vigora nos países mais avançados", registra o documento. Segundo o trabalho, o País deveria ter alguma regra de repasse dos preços externos para

12,50 12,50 19,90 21,90 13,90 15,50 17,90 19,90 39,90 85,00 22,50

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

16 -.IMÓVEIS

sexta-feira, sábado e domingo, 9, 10 e 11 de setembro de 2005

Arquivo/DC

D

DC

epois do aparecimento da internet, comprar ou alugar imóveis ficou mais prático. Para o interessado, as visitas aos empreendimentos passaram a ter objetivos mais definidos, negociados 1,9 milhão de em vez de andar a esmo pela novas unidades e vendidos cidade em busca de produtos cerca de seis milhões de e ofertas. Por sua vez, as imóveis usados. O incorporadoras e construtoras consumidor acessa uma cada vez investem mais nessa imobiliária que coloca à mídia ao conferir a disposição todos seus importância de estar presente produtos. "O que importa é no ciberespaço. Jornal, atender bem o consumidor e folhetos, comerciais de TV ou que exista uma variedade placas são importantes grande de imóveis e todos pontos de referência, mas não disponíveis nas listas", podem oferecer a infinidade explica Fernandez Mera. de detalhes que a web Acessos – Em operação há apresenta. cinco anos, o maior portal da De acordo com o Secovi-SP, América Latina, o o sindicato paulista da planetaimovel.com habitação, os negócios disponibiliza ofertas e originados por visitas em demandas de produtos e estandes levam 75 dias em serviços do segmento. São 350 média para serem fechados, mil ofertas de imóveis para enquanto na internet esse compra, venda e locação nas período ficou reduzido a 22 principais cidades brasileiras dias. Um dos maiores além de parcerias com mais benefícios, além de o de 1,8 mil empresas usuário obter do mercado maiores informações imobiliário. O para seu negócio, é número de A rede mundial internautas poder pesquisar o produto sem sair de facilita os cadastrados em sua casa, e às vezes à base alcança 180 mil contatos no noite, nos finais de mercado, porém pessoas e as visitas semana e até de não aconselho o diárias chegam a 40 madrugada, se não mil. Mensalmente, acerto de tiver tempo. são mais de nove negócios José Augusto milhões de Viana, presidente do diretamente pageviews e cerca Creci (Conselho de 500 mil usuários por esse meio Regional de únicos, segundo José Augusto informações do Corretores de Viana, presidente próprio portal. Imóveis do Estado do Creci-SP Para auxiliá-los de São Paulo) vê com otimismo a na decisão compra internet como ponto de apoio de sua casa ou apartamento, para o mercado. No site do agora os internautas do Conselho, qualquer corretor planetaimovel.com têm mais inscrito pode ser identificado uma ferramenta. O usuário por meio de e-mail para dessa pode visualizar fotos de forma impedir a atuação satélite em alta resolução da daqueles que não estejam região em que se encontra o legalmente habilitados, imóvel de seu interesse. O proporcionando assim maior editor de conteúdo do portal, segurança nas transações. Lucas Renan Bessel, explica "A rede mundial de que as imagens são obtidas computadores facilita os por meio de um acordo com o contatos, porém não sistema Google Maps. As aconselho a fechar negócios fotos estão relacionadas aos diretamente por ela", adverte. bairros conforme Segundo Viana, há coordenadas geográficas da interessados principalmente região. "O recurso em locação de casas de permite ao veraneio que depositam o internauta fazer sinal com cartão de crédito via um 'sobrevôo' na internet e podem ser vítimas área, onde ainda de vigaristas. pode ser exibido Novo sistema — Nos um mapa com últimos cinco anos, na hospitais, Europa, nos Estados Unidos e shopping centers, no Canadá, metade das supermercados e consultas nas imobiliárias são bancos, além de originadas por meio de sites e outras instituições portais, como relata Élbio de serviços", Fernandez Mera, diretor de descreve. comercialização e marketing No portal há, do Secovi-SP. Ele lembra que entre outros no mundo o ciclo de mudança recursos, um de endereço é geralmente de espaço para o sete anos. "A compra da internauta digitar residência é a de maior a metragem, o importância para a família, preço e o bairro de além de o aluguel empreendimentos corresponder muitas vezes a que lhe 20% da renda familiar. Por interessam. O isso são decisões sistema cruza os importantes", diz. A idéia é a dados e apresenta de que no futuro sua os resultados da instituição disponibilize em busca de acordo seu portal um sistema de com os imóveis imóveis à venda, no qual cadastrados. todas as imobiliárias de São Hábitos – Outro grande Paulo apresentarão seus portal do setor, o produtos. Essa prática já é imovelweb.com.br, está em utilizada em cidades como operação desde 1999. Em Curitiba, Belo Horizonte e São julho último, o endereço José dos Campos. O Sistema recebeu 800 mil acessos, de Lista Múltipla, o MLS segundo seu diretor geral, (Multiple List System), é Gustavo Guedes. Pelo menos bastante conhecido nos metade dessa procura é Estados Unidos, onde a dirigida ao Estado de São Associação Nacional dos Paulo. O executivo informa Corretores (National que a maior parte dos Associated Realtors - NAR) usuários é das classes A, B e C. expõe um vasto volume de "Hoje, há uma grande busca informações para os por imóveis de menor valor", interessados em imóveis. Por afirma. "O horário de almoço intermédio do seu portal são é o de maior acesso, o que se deduz que estas visitas são CRECI 51361 feitas a partir do local de trabalho. Há, também, picos nos finais da tarde." CONSULTORIA IMOBILIÁRIA Guedes acrescenta que a Administração procura on-line se divide por Locação toda a cidade, com exceção A menor taxa Venda aos bairros extremamente do mercado pobres. Na busca podem ser Faça sua consulta informados os bairros conosco desejados, e a quantidade de (DEPARTAMENTO JURÍDICO PRÓPRIO) quartos e de vagas na Fone: (11) 3225-9020 Fax: (11) 3338-2360 garagem. A partir do Rua 24 de Maio, 35 17º andar - sl 1705 - Centro cruzamento surge uma série

Hilda Macedo

Internet facilita a compra e venda de imóveis Consumidor pode dispensar as longas andanças e consultar, antes, o tipo e o estado dos imóveis Paulo Sérgio Pires

Marcos Fernandes/Agência Luz

A compra da residência é a de maior importância para a família brasileira Élbio Fernandez Mera, diretor do Secovi paulista

O horário de almoço é o de maior acesso, o que se deduz que essas visitas são feitas do local de trabalho Gustavo Guedes, do imovelweb de possibilidades de escolha. A seguir o interessado tem a opção de enviar e-mail ou usar outros recursos para conhecer melhor o empreendimento. O consumidor tem, por exemplo, como tirar dúvidas ou conseguir mais detalhes sobre áreas de lazer, condições de pagamentos, entrada e valor das parcelas, e só então fazer a visita concretamente. Segundo o diretor geral do imovelweb.com.br, muitos clientes começam sua procura numa região e acabam comprando em outro lugar por conta de uma oferta melhor ou valor mais baixo do metro quadrado. "Ainda é um meio que as empresas ainda estão descobrindo. Mas um dos grandes nomes do setor como a Gafisa declara que 25% dos seus negócios se iniciam na web. A Fernandez Mera fala em 21% e a Coelho da Fonseca, por seu lado, afirma que 30% dos seus imóveis

usados são negociados a partir da internet", relata Guedes. "Elas estão colhendo bons frutos porque investem menos para vender mais. O custo de produção de um site não exige grandes somas em dinheiro", complementa. O próprio imovelweb.com.br tem um sistema automático para produção de minissites, pelo qual o anunciante escolhe as cores e fontes de uma página padrão. Se preferir, o próprio portal desenvolve uma alternativa sobre medida de acordo com as necessidades do anunciante. Satisfação — A diretoria da construtora e incorporadora Cyrela, uma das maiores do País, comemora o resultado de seu investimento no novo portal cyrela.com. Segundo a empresa, a página recebeu mais de 1,5 milhão de acessos. Por meio de campanhas publicitárias para brasileiros que residem no Exterior, além de ações voltadas a clientes brasileiros, a empresa conseguiu um salto em suas

vendas de imóveis pela Internet, que eram de 4% do total, para 15%, entre janeiro e julho deste ano. Hoje, a empresa atende pela web a um número de clientes três vezes maior que aqueles atendidos anteriormente via envio de e-mails marketing ("mala-direta eletrônica") ou pelo "fale conosco" (webmail). Para anunciantes com a Cyrela, a nova mídia tem ainda como vantagem a medição de audiência, acessos e a possibilidade de avaliação para planejamento de novas ações. O site tem ainda o serviço de corretor online. O cliente ao entrar na página encontra um link pelo qual conversa diretamente com o corretor, como numa sala de bate-papo. "O Procon não recebeu reclamações nos últimos anos de locações feitas a partir da internet ou telefone. Mas muita gente que pode ter sido lesada não reclamou e as informações se perderam no tempo", informa Evandro

Zuliani, diretor de Atendimento e Orientação ao Consumidor. Assim como nos folhetos, as ofertas e imagens, que constarem numa página da web precisam corresponder à realidade. Se o comprador imprimir a página com fotos e detalhes ela pode integrar o contrato e vincular o prometido. Apesar de todas as ferramentas à disposição, existem donos de página na web que ainda cometem erros simples no uso da novidade. Vários telefones de contato nos sites não atendem e as mensagens do "fale conosco" (webmail) muitas vezes retornam inexplicavelmente. Para imobiliárias, os negócios com a internet passaram a prosperar, mas houve novos inconvenientes. O aumento de curiosos que ligam para obter informações ou exigir condições de compra ou de locações impossíveis de serem atendidas.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.POLÍTICA

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

DOCUMENTOS REVELAM QUE O PT PAGOU VIAGENS DE PARENTES DE LULA E PALOCCI. NÃO PODIA FAZER ISSO.

A OPOSIÇÃO ESTÁ MUITO INDIGNADA COM O PT DIDA SAMPAIO/AE

ED FERREIRA/AE

A mulher e a filha de Palocci viajaram de graça na virada do ano 2002/2003.

A lista de passageiros de Lula inclui filhos, noras, genro e até uma neta.

A

oposição reagiu vermos um sistema que não pucom indignação às ne os culpados e adiarmos redenúncias de paga- formas nas leis eleitorais, ficarementos de passa- mos continuamente indignagens aéreas feitas pelo PT para dos, porque fatos assim vão parentes do presidente Lula e acontecer sempre", observou. Turismo - O senador Álvaro do ministro da Fazenda, Antônio Palocci. Os gastos foram fei- Dias (PSDB-PR) também foi dutos com dinheiro do Fundo Par- ro com o PT e o presidente Lula. tidário, que é abastecido com re- "É simples: dinheiro do Fundo cursos públicos. A oposição co- Partidário serve para custear o bra explicações do presidente, partido, e não para fazer turisde Palocci e do PT, que ainda mo ou providenciar empréstimos para dirigennão se manifestaANTÔNIO CRUZ/ABr tes", disse lembranram sobre o caso. do o suposto emO partido pagou préstimo de R$ 27 viagens de filhos, mil contraído por noras, um genro e Lula junto ao PT. uma neta de Lula, Para o senador, além de passagens e os pagamentos são hospedagem para a "ilegais" e "estramulher e a filha de nhos". "É uma atituPalocci, na virada de de condenável, de 2002 para 2003. Os quem deveria ser o pagamentos consprimeiro a dar o tam de notas fiscais, Senador Álvaro Dias exemplo. Mesmo recibos e cheques anexados à prestação de contas que devolvam os recursos, perdo PT ao Tribunal Superior Elei- manece o ilícito. Agora está nas mãos do TSE." toral (TSE), no ano de 2003. Para o ex-ministro do TSE Irregular - Os ministros do tribunal ainda não aprovaram Walter Costa Porto, o relator as contas, mas especialistas em do caso, ministro Gilmar Menlegislação eleitoral afirmaram des, tem duas opções. "Ou ele que os gastos são irregulares. A considera os pagamentos um CPI dos Correios já recebeu có- fato menor e manda o partido pia dos documentos. Para o de- pagar ou ele rejeita as contas putado Gustavo Fruet (PSDB- por completo", explicou. "Eu PR), sub-relator da CPI, os fatos acho os gastos irregulares. Não são graves e merecem investi- tanto pelo valor, mas pela nagação aprofundada. "Essas de- tureza dos pagamentos." Jorge Maurique, presidente núncias somam mais um desvio ético ao PT, que confunde o pú- da Associação dos Juízes Federais (Ajufe), não vê complicablico com o privado", criticou. Fruet acredita que a denúncia ções no caso. "É um desvio claserve como alerta. "Enquanto ti- ro de finalidade." (AE)

A CPI DOS BINGOS QUER OUVIR O MINISTRO

O

presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), confirmou que colocará em votação, nesta semana, o requerimento de autoria do senador Geraldo Mesquita Júnior (PSOL-AC) que convoca para depor o ministro da Fazenda, Antonio Palocci. O senador Mesquita justificou o requerimento lembrando que, ao depor pela primeira vez na CPI dos Bingos, em 9 de agosto, o advogado Rogério Tadeu Buratti afirmou não ter tido mais contato com Palocci desde que ele assumiu o Ministério da Fazenda. No entanto, a quebra do sigilo telefônico de Buratti, conforme observou o senador, "com-

prova que ele, por diversas vezes, telefonou para o ministro, inclusive para a sua residência em Brasília". A convocação - A intenção de convocar Palocci para depor na CPI ficou fortalecida depois que Buratti, no seu segundo depoimento, em 25 de agosto, reiterou denúncias que havia feito ao Ministério Público de São Paulo de que a empresa Leão&Leão pagava propina de R$ 50 mil mensais à prefeitura de Ribeirão Preto (SP), no período em que Palocci era prefeito do município. O dinheiro, contou Buratti, era arrecadado pelo secretário de Fazenda, Ralf Barquete - já falecido - e repassado a Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT.

Em depoimento à CPI na semana passada, o então chefe de gabinete do ministro da Fazenda, Juscelino Dourado, disse desconhecer o pagamento da suposta propina. E chegou a garantir que, ao longo dos 13 anos de convivência com Palocci, sempre "observou que ele teve uma vida regrada e que sempre foi muito cuidadoso com as finanças de suas campanhas eleitorais, não havendo jamais a existência de caixa 2". N eg a - Juscelino Dourado também negou que Palocci tivesse recebido Buratti no Ministério da Fazenda e informou que as ligações telefônicas do advogado - que classificou de "amigo" - eram endereçadas a ele, Dourado, e

não a Palocci. No dia seguinte ao depoimento, Dourado pediu demissão. O passado - Rogério Buratti foi secretário de Governo da prefeitura de Ribeirão Preto na primeira gestão de Palocci (1993 a 1996). Ele foi demitido após denúncias de favorecimento a empreiteiras. Buratti também é acusado de ter cobrado propina de R$ 6 milhões da multinacional Gtech, a mando de Waldomiro Diniz - ex-assessor de José Dirceu na Casa Civil da Presidência da República - para facilitar a renovação, em abril de 2003, de contrato destinado à operacionalização das loterias federais, entre a empresa e a Caixa Econômica Federal. (Agência Senado)

Dida Sampaio/AE

Pereira

Valério

Mendonça

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, se recusou a nomear sacadores das contas de Valério na CPMI dos Correios. Na CPMI do Mensalão, ele não explicou pagamentos a Duda e disse que José Dirceu não negociou dívidas do PT.

Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Assumiu ter negociado cargos; saiu do PT, depois da descoberta de que ganhou um Land Rover da GDK . Valério disse que ele sabia dos empréstimos repassados ao diretório nacional.

Marcos Valério, dono da SMP&B e da DNA. Movimentação bancária mostra saques de vários políticos e assessores, num total de R$ 55 milhões. Disse na CPMI do Mensalão que o aval de Dirceu foi confirmado por Delúbio.

O publicitário Duda Mendonça, da DM9, confirmou ter recebido dinheiro de Marcos Valério no exterior. Os repasses, segundo ele, eram para pagar dívidas do PT, das campanhas eleitorais de 2002. Valério negou a versão de Duda.

Palmieri

Osório Batista

Jefferson

Lamas

Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB, depôs no dia 16 de agosto na CPMI do Mensalão e revelou que esteve em Portugal com Marcos Valério para obter recursos da Portugal Telecom para pagar dívidas do PT e do PTB.

Antônio Osório Batista, diretor afastado dos Correios por ter sido citado por Marinho na gravação. Depôs na CPMI e afirmou que Jefferson pediu dinheiro aos diretores da estatal para fazer caixa de campanha.

O deputado do PTB, Roberto Jefferson, teve seu pedido de cassação aprovado no Conselho de Ética da Câmara. O próximo passo será a votação em plenário, que acontece na próxima terça-feira, dia 14 de setembro.

O ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, confirmou em depoimento à CPMI do Mensalão que foi algumas vezes a Belo Horizonte buscar dinheiro a pedido do presidente nacional do partido, Valdemar da Costa Neto.

Sereno

Jefferson

Duda

Jacinto Lamas

Marcello Casal Jr/ABr

Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério. Depôs na CPMI e contestou as versões de seu ex-patrão para os grandes saques bancários: o próprio empresário voltou atrás e confessou que fazia os pagamentos a mando de Delúbio, a partir de uma lista.

Ed Ferreira/AE

Karina

Edson Santos/AC

Galeria de personagens Valter Campanato/ABr

ses do Sistema de Integração Centro-Americana (Sica). Na quarta, Lula viaja para Nova York para encontros da Organização das Nações Unidas (ONU). Ele deve participar de reuniões relativas às áreas de desenvolvimento e de busca de financiamentos para o combate à pobreza e não discursará na abertura da abertura da Assembléia Geral da entidade. Retorna ao Brasil na quinta-feira. Pesquisa – Amanhã, será divulgada pesquisa do Instituto Sensus, feita para a Confederação Nacional do Transporte (CNT) sobre a avaliação do governo Lula, realizada entre 6 e 8 de setembro. Ainda na terça, a CPMI dos Correios, em subrelatoria, ouve três representantes da empresa Skymaster (João Marcos Pozzetti, Américo Proietti e Hugo Cesar Gonçalves). Às 17h, a mesma subrelatoria ouve Mauro Dutra, da empresa Novadata, amigo de Lula há mais de 20 anos. Rural – Em outra subrelatoria, a CPMI dos Correios recebe Katia Rabelo, presidente do Banco Rural. E a CPI dos Bingos ouve a partir das 11h a deputada estadual Cidinha Campos (RJ) e Etelmino Alfredo Pedrosa, diretor da revista IstoÉ. A CPMI dos Correios ouve o depoimento de Luiz Gushiken, assessor da Presidência e exchefe da Secretaria de Comunicação de Governo (Secom) na quarta. E na quinta, a comissão se reúne às 10h e pode entregar relatórios parciais das investigações. (Agências)

Delúbio

Roosewelt Pinheiro/ABr

destino do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), e do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) serão provavelmente resolvidos nesta semana, concentrando as atenções da agenda política, que nos próximos dias está praticamente lotada. Todos os olhos estão voltados para o futuro de Severino, que negou renunciar ao cargo, mas evitou descartar uma eventual licença durante as investigações do recebimento de propina. Severino será ouvido pela corregedoria da Câmara, assim como todas as pessoas que o estão acusando, segundo o corregedor-geral da Casa, deputado Ciro Nogueira (PPPI). Também estará na mira da Câmara a votação em plenário da cassação do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), marcada para quarta-feira. Mas a oposição admite atrasar a sessão caso Severino decida presidir os trabalhos. Sem legitimidade – As legendas de oposição não reconhecem mais a legitimidade do presidente da Casa para presidir as sessões e não aceitarão que ele se sente na cadeira de presidente. A permanência de Severino pode provocar tumulto e constrangimento nas sessões da Câmara. "Não faremos a votação da cassação de Jefferson com Severino na presidência", afirmou o líder da minoria, José Carlos Aleluia (PFL-BA). Hoje, o presidente Lula viaja para a Guatemala onde participa de reunião de chefes de Estado e de governo dos paí-

Requerimento para convocar Palocci será votado amanhã na CPI dos Bingos

Ailton de Freitas/AG

SEVERINO E JEFFERSON: UMA SEMANA DECISIVA.

O

Depois do recesso branco, agenda lotada nas comissões

Ex-ministro Gushiken: depoimento marcado para quarta-feira.

Delúbio Soares

Silvio Pereira

Ferreira

Guimarães

Costa Neto

Esteves

Marcos Vinícius Ferreira, genro de Roberto Jefferson e suposto canal do PTB com os Correios. Senado estuda pedir a quebra de seu sigilo bancário. A CPMI dos Correios ainda não remarcou seu depoimento.

O ex-presidente do Banco Popular do Brasil Ivan Guimarães negou à CPMI dos Correios que sua indicação para o cargo no banco tenha sido feita pelo PT. Ele anunciou aos integrantes da comissão que vai se desfiliar do PT.

O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, se recusou em seu depoimento à CPMI da Compra de Votos a revelar nomes de empresas e pessoas físicas para as quais teria repassado supostos R$ 6,5 milhões recebidos de Marcos Valério.

Clauzer Esteves, sócio de José Fortuna Neves. O também exagente do SNI afirmou que a Abin investigava os Correios a pedido da Casa Civil, informação essa que foi negada pelo então titular da pasta, o ex-ministro José Dirceu.

Lange

Salmeron

Dutra

Marinho

Edgard Lange, o "Alemão". O agente da Abin admitiu que, em abril, recebeu ordem para colher informações sobre irregularidades nos Correios, que teria sido dada pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Roberto Salmeron, ex-presidente da Eletronorte e ex-vice-presidente dos Correios. De acordo com o depoimento de Osório Batista, Jefferson e Salmeron teriam assistido à gravação um dia antes de ter sido divulgada à imprensa.

Mauro Dutra, dono da Novadata. Ele negou favorecimento em contratos da estatal. Mas confirmou que sua empresa fornece 22% dos micros do governo e que conhece Lula há mais de 20 anos. Amanhã ele depõe na subrelatoria da CPMI dos Correios.

Maurício Marinho, ex-chefe de Contratação e Administração dos Correios. Foi flagrado em gravação recebendo propina de R$ 3 mil. Foi demitido por justa causa mas, como está de licença médica, continua recebendo salário de R$ 10 mil.

Gonçalves

Waschek

Dipp

Marschner

Luiz Otávio Gonçalves, diretor da Skymaster, admitiu que pediu ajuda de Silvio Pereira para evitar que sua empresa perdesse o contrato com os Correios. Amanhã, a CPMI dos Correios, ouve outros três representantes da empresa.

Arthur Waschek, dono da Comam e Vetor. Mandante da gravação de Marinho, por ter interesses contrariados nos Correios. Waschek afirmou que as irregularidades não ocorrem nas licitações, mas na execução dos contratos.

Airton Dipp, ex-presidente dos Correios, confirmou na CPMI dos Correios encontro com Silvio Pereira e a influência de Luiz Gushiken na estatal, através da nomeação de três dos cinco membros de uma comissão de análise de publicidade.

Haroldo Marschner, um dos donos da Precision Componentes. Ele disse que teria recebido pedido de suborno de Maurício Marinho, para poupar a sua empresa da aplicação de multa por atraso na entrega de material.

PASSO-A-PASSO DAS INVESTIGAÇÕES

CPMI do Mensalão

Conselho de Ética

CPI dos Bingos

A comissão ouve amanhã o ex-presidente do PT José Genoino. Na quarta, será a vez do ex-assessor da liderança do PP na Câmara João Claudio Genu e do deputado Pedro Corrêa (PP-PE). A CPMI também quer apresentar um relatório do cruzamento de informações dos documentos que recebeu até agora.

O conselho aprovou por unanimidade o pedido de cassação do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). O pedido irá à votação do plenário da Câmara no dia 14. De acordo com as regras regimentais, a Mesa tem a obrigação de incluir o processo na pauta até dois dias depois do prazo final do processo.

Os senadores da CPI devem votar amanhã requerimentos convocando para depor o ministro Antonio Palocci e o chefe-de-gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho. A CPI ouve também amanhã a deputada estadual Cidinha Campos (PDT-RJ) e Etelmino Alfredo Pedrosa, diretor da revista IstoÉ .


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

POLÍTICA - 5

PT ESCOLHE SEU NOVO PRESIDENTE NO DIA 18. QUÉRCIA NÃO ABRE O JOGO SOBRE DELFIM NO PMDB.

RACHADO, O PT VAI ÀS URNAS Priscila Forone/Gazeta do Povo/AE

Alexandre Severo/AE

Ricardo Berzoini, Campo Majoritário

E

m meio à maior crise de credibilidade desde sua criação há 25 anos, o PT escolhe seu novo presidente no dia 18. Nas eleições diretas, com o voto colocado em urna, cinco candidatos de esquerda e um de centro tentam derrubar a situação, representada pela ala moderada –identificada com o governo do presidente Lula. Depois do afastamento de José Genoino e da desistência de Tarso Genro, o ex-sindicalista Ricardo Berzoini, atual secretário-geral, tem a missão de manter o chamado Campo Majoritário à frente do partido, repetindo a liderança conquistada há dez anos com o deputado José Dirceu. Desta vez, as denúncias da prática de caixa dois nas eleições de 2002 e 2004 e a transferência de recursos não contabi-

Alaor Filho/AE

Markus Sokol, O Trabalho

lizados para partidos da base aliada tornaram a missão mais difícil e abateram a maior bandeira da legenda: sua ética. Mesmo que os petistas diretamente envolvidos no escândalo tenham se afastado, como Genoino, o ex-tesoureiro Delúbio Soares e o ex-secretáriogeral Silvio Pereira – e que Dirceu tenha prometido não participar da direção apesar de constar da chapa – o Campo Majoritário foi atingido, abrindo espaço para os correntes. Em disputa – Os candidatos que demonstram mais organização e miram um segundo turno são o atual terceiro vicepresidente do PT, Valter Pomar, da Articulação de Esquerda (AE) e o deputado estadual Raul Pont (PT-RS), da Democracia Socialista (DS). A AE tem em torno de 9% do Diretório Nacional, enquanto a DS al-

cança 15%, segundo levantamento do PT. Os demais candidatos são a deputada federal Maria do Rosário (RS), do Movimento PT (de centro), o petista histórico Plínio de Arruda Sampaio, que tem o apoio da Ação Popular Socialista entre outras correntes menores; Markus Sokol, de O Trabalho; e Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, representante de movimentos dos sem-teto. A esquerda, em graus diferenciados, critica o comportamento do partido no episódio do caixa dois e pede punição, o que, até agora, em mais de três meses de crise não aconteceu. Os alvos principais da oposição são as alianças partidárias e a política econômica. Podem votar 825,5 mil filiados do partido, desde que estejam em dia com a contribuição partidária. Cerca de 120 brasi-

QUÉRCIA DESCONVERSA SOBRE FUTURO DE DELFIM Dida Sampaio/AE

A

"cara dura" do ex-governador Orestes Quércia foi a principal razão que levou o deputado federal Delfim Neto a trocar o PP pelo PMDB. Segundo o próprio Quércia, há um mês ele começou a ler na imprensa que Delfim estava insatisfeito e resolveu tentar o convite. Quem conhece o ex-governador, líder máximo do PMDB em São Paulo, sabe que ele consegue ser irresistível quando quer trazer alguém para seu partido. Depois de muitos cafés e almoços, Quércia convenceu Delfim. Segundo o ex-governador, o futuro do deputado no partido será decidido pelo próprio Delfim. "Ele pode ser candidato ao que quiser. Depende dele", afirma Quércia. Inicialmente, se especulava que Delfim poderia ser candidato do PMDB ao governo do Estado, cargo também cobiçado por Quércia que, no entanto, prefere desconversar. "Ele pode ser candidato. Disseram isso na imprensa. Mas é bom lembrar que, além, de Delfim, o partido também conta com outros bons nomes, como o Michel Temer, o Almir Pazzianotto e Francisco Rossi", afirma. Mas como um político de direita se encaixa num partido como o PMDB, que pode ser definido como de centro-esquerda? "O Delfim é um democrata. Serviu como ministro o regime militar e até pouco tempo ajudava a assessorar o governo Lula. É uma figura política bem quista em todos os partidos", afirma Quércia. Político experiente, o ex-governador não se inclui na lista de candidatos a governador, mas não esconde a felicidade quando lembram que algumas pesquisas o apontam com grandes chances na eleição ao governo do Estado no próximo ano. "Tenho recebido essas pesquisas. Fico feliz. Mas por

Ex-governador: só depende dele

enquanto não acho nada", afirma Quércia. Ele se limita a sorrir e a agradecer a lembrança do seu nome. É candidato. Troca de partidos - Com a aproximação do fim do prazo para troca de partidos – que termina no próximo dia 30 – outros parlamentares devem seguir o exemplo de Delfim e bucar outras legendas. E isso vai mexer na composição das bancadas na Câmara e no Senado. Hoje, a maior bancada de deputados federais é a do PT com 89 parlamentares, seguida pelo PMDB, com 85 deputados. Mas o PMDB poderá se tornar a legenda mais numerosa da Câmara, ultrapassando o PT, que deve sofrer muitas

baixas. O deputado Chico Alencar (PT-RJ), por exemplo, deve sair da sigla após a eleição da direção nacional do partido, no próximo dia 18. Outros petistas, considerados independentes e ligados a Plínio de Arruda Sampaio, já adiantaram que vão deixar o PT e ir para o P-SOL, da senadora alagoana Heloísa Helena. O PP, por causa da crise, está ameaçado de ser o partido que mais vai perder espaço, diferente do que vinha acontecendo até agora. Na eleição de 2002, a legenda conseguiu eleger 49 deputados mas hoje tem 54 parlamentares. Em São Paulo, os deputados estaduais estão saindo para o PTB, acompanhando Paulo Maluf, que se filia ao partido de Roberto Jefferson no dia 22. Na esfera federal, outros devem seguir o caminho de Delfim Neto. Segundo o site da Câmara dos Deputados, desde o começo da atual legislatura foram computadas 1.171 mudanças (mas a contabilidade da Câmara registra como mudança também quando o deputado fica sem partido. Ou seja, quando ele sai de uma legenda, e entra em outra, ele faz duas trocas). Fernando Lancha

Mônica Zarattini/AE

Plínio Arruda Sampaio, Ação Popular

leiros residentes no exterior também poderão participar. O resultado só deve sair no dia 23 de setembro, mas pode ser adiantado. O comparecimento não tende a ser maciço. Segundo dados da legenda, na última eleição, realizada em 2001, 227 mil petistas votaram, de um total de 867 mil filiados. O número de associados de 2001 não é comparável com o de hoje uma vez que foi realizado um recadastramento nacional. Está previsto segundo turno em 9 de outubro se nenhum candidato atingir mais da metade dos votos válidos. Abandono – Deputados da ala mais à esquerda do PT devem sair do partido, depois das denúncias do mensalão envolvendo até então grandes caciques, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (SP),

Valter Pomar, Articulação de Esquerda

ligados ao Campo Majoritário. Ao todo, eles formam um grupo de 21 parlamentares, mas ainda há outros 13 deputados descontentes que não fazem parte da esquerda mas também podem abandonar o barco. A saída desses petistas, afirma o deputado Chico Alencar (RJ), dependerá da escolha do novo presidente e do Diretório Nacional. "Não queremos que o atual Campo Majoritário continue (à frente do p ar ti d o) . Evidentemente, há discussão de eventual saída em bloco. No máximo, serão 15 e, no mínimo, cinco", avalia Chico Alencar. Nos últimos três anos, o PT recebeu a adesão de dois deputados, enquanto perdeu seis, sendo três expulsos. A última saída foi do deputado André Costa (RJ), no mês passado e já por conta do mensalão. João

Alfredo (CE) já adiantou que pretende se afastar. No Senado, a baixa se deu com a saída do senador Cristóvão Buarque, disposto a ir para o PDT. As conversas, acrescentou Alencar, estão mais adiantadas com o P-SOL, basicamente formado por ex-petistas que foram expulsos depois de votarem contra o governo. PPS, PDT e PSB são partidos que também podem receber petistas descontentes. Para líderes de oposição, o presidente Lula não tem mais chances de compor uma base que lhe garanta maioria na Casa. "Ele (Lula) já ofereceu cargo e dinheiro antes e não conseguiu ter maioria (na Câmara). O governo terá de conversar com as forças políticas em cada projeto", avalia o líder do PSDB na Casa, Alberto Goldman (SP). (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

Fundado em 1º de julho de 1924

Economicismo, a ilusão mortífera Dez anos depois da queda do monopólio, o fato é que o setor de petróleo continua sendo dominado por uma única empresa e a definição de preços é resultado da decisão discricionária do Estado, em vez de refletir a ação do mercado Trecho do diagnóstico produzido pelo Grupo de Acompanhamento Conjuntural do Ipea

As empresas emergentes ocupavam uma faixa periférica da economia global. Mas a situação mudou. Não existe mais um território preservado às antigas muitinacionais. Antoine van Agtmael, ecomomista, que prepara um ranking com as maiores e melhores empresas dos mercados emergentes

A

va traz de contrabando a anuência implícita e às vezes inconsciente à premissa geral do adversário, que deveria ter sido refutada em primeiro lugar? Numa irônica inversão de papéis, a concentração exclusiva na superioridade econômica do capitalismo dá ainda a um adversário tradicionalmente materialista e ateu o privilégio de posar como porta-voz único e exclusivo das preocupações nobres, enquanto o advogado da democracia capitalista, portadora dos valores espirituais mais altos da humanidade, passa por ser um filisteu que só pensa em dinheiro. Por fim, a obsessão economicista envolve um risco político-estratégico que beira o suicídio. Conscientes de que a revolução que preconizam não avança uniformemente em todos os campos, mas procede por avanços e recuos, fintas e rodeios, os adeptos do socialismo e do estatismo anestesiam a classe empresarial com concessões que a satisfaçam momentaneamente na esfera econômico-financeira, ao mesmo tempo que a militância esquerdista organizada avança na ocupação voraz de todos os espaços públicos não diretamente colocados sob a atenção empresarial.

liberdade econômica tem sido há mais de um século a causa pela qual se bate a Associação Comercial de São Paulo. Hoje mais do que nunca essa causa tem de ser defendida contra os apóstolos do Estado onipotente, os comedores de impostos, os proxenetas da miséria gerada por eles próprios. Nesse combate, muito se têm empenhado os empresários brasileiros, com o auxílio de vigorosos jornalistas e brilhantes estudiosos universitários. No entanto, algumas ilusões debilitam essa tropa valorosa. A principal delas, a mais mortífera, é a de que a liberdade econômica pode ser defendida sozinha, isolada das condições políticas, culturais e morais que a geraram e que tornam possível a sua subsistência. A ênfase unilateral nos argumentos econômicos, obtendo triunfos demasiado fáceis sobre as pretensões decrépitas do socialismo, leva a confundir o mero sucesso acadêmico com a vitória na vida real. A desmoralização do socialismo enquanto teoria não o impede de continuar crescendo como militância e de ampliar indefinidamente seu poder organizado, justamente porque a exaustão mesma da sua substância intelectual facilita a sua condensação em fórmulas verbais de grande impacto emocional, contra as quais a argumentação racional pouco vale.

T

ranqüilizada pela aparente conversão da esquerda às vantagens do capitalismo, a classe empresarial se vê de repente cercada, acossada pela opressão esquerdista, sem saber explicar como pôde cair numa armadilha que até poucos minutos antes lhe parecia apenas o fantasma evanescente de um passado extinto. O economicismo é a doença infantil da ideologia capitalista. A luta pela economia de mercado tem de ser empreendida em todos os fronts – político, moral, cultural, educacional, religioso – ou contentarse com uma vitória parcial que é a camuflagem provisória da derrota total.

P

or outro lado, a insistência no enfoque econômico isolado reflete o enfraquecimento cultural do discurso capitalista, que abandona a riqueza dos valores éticos, religiosos, intelectuais e políticos que lhe são inerentes e cede ante a exigência marxista de fazer do fator econômico a origem e o fundamento explicativo da História humana. De que adianta à argumentação pró-capitalista sair vencedora na prova deste ou daquele ponto em particular, se essa pro-

Céllus

O economicismo é a doença infantil do capitalismo e envolve um risco político-estratégico

Caso Toninho: o apelo à verdade

O

surto revulsivo de profilaxia política que agita o organismo cívico nacional, traz à tona mais um caso de suspeita de assassinato político: o de Toninho do PT, prefeito de Campinas. Ocorrido há mais de quatro anos, o caso embalsamado ressurge dos sarcófagos ocultos sob as pirâmides do partido. Em comício na cidade, durante a campanha para a eleição de 2002, o candidato Lula prometeu colocar a Polícia Federal para investigar o caso, se eleito. "Depois que assumiu, o presidente mudou de idéia." Em maio do ano passado o presidente recebeu a viúva por cinco minutos. (Estadão). Mas de lá para cá nada mudou. Segundo declaração do ministro da Jus-

tiça, como o caso se acha sub judice (já em julgamento) não há como reabrir investigações. A menos que o juiz encarregado do caso se decida a fazê-lo.

R

oseana, a viúva do prefeito, não aceita a aproximação do caso de seu marido com o de Celso Daniel, de Santo André, porque este não se insurgiu contra a corrupção, mas contra o desvio dos recursos do PT para o bolso de seus agentes. Ela não acusa ninguém, mas como 70% da população campineira rejeita as conclusões da polícia. Quer apenas verdade, que afirma não encontrar nem na polícia nem nos políticos. O apelo de Roseana é mais um, no clamoroso coro do povo brasileiro.

Céllus

R oseana, a viúva de Toninho, não aceita a aproximação do caso com o de Celso Daniel

Meu nome é Severino, não tenho outro de pia. Como há muito Severino, que é santo de romaria, deram então de me chamar Severino da Maria, lá da Serra da Costela, limites da Paraíba Trecho de "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto, que comemorou ontem 40 anos de palco.

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ARTHUR CHAGAS DINIZ DE LULLA E MALLUF

E

ntre o ex-sindicalista, hoje convertido aos ternos Versaci, e o mais popular freqüentador de inquéritos sobre remessas e pagamentos supostamente ilícitos no exterior, existem muito mais semelhanças do que a nossa vã filosofia pôde, até agora, alcançar. Em primeiro lugar, é preciso estabelecer uma clara diferença entre os dois. Erra quem pensar que esta reside na origem social dos dois políticos paulistas. Eles têm em comum o mesmo marqueteiro e o aconselhamento jurídico formal ou informal – do mesmo criminalista. Mais do que isso, no caso do marqueteiro Duda Mendonça, os dois parecem preferir pagar os serviços publicitários de campanha lá fora (em verdinhas). Também no campo jurídico, Márcio Thomaz Bastos é amigo e conselheiro dos dois. O Beau Brumel do

Seria interessante um estudo sociológico do quarteto Malluf, Lulla, Duda e Márcio governo Lulla vai ter que tratar – já que a ele cabe o comando da Polícia Federal – de dois modelos de corrupção envolvendo Malluf e Lulla. Aparentemente no caso de Malluf, a apropriação de recursos públicos se deu sempre em causa própria o que, como ensina José Genonino, é diferente de errar (se é que corrupção é erro) pela própria causa.

T

udo parece indicar, a menos que Lulla seja muito pouco perspicaz – ele é ignorante, mas não é estúpido -, que o assalto do Partidão aos cofres públicos seja institucional, enquanto Malluf a praticaria, com poucas exceções de amigos chegados, em caráter individual. De qualquer forma, seria interessante um estudo sociológico dos laços e da lógica de um quarteto tão improvável quanto Malluf, Lulla, Duda e Márcio. Não se pode deixar de reconhecer a habilidade do ministro da Justiça em manobras diversionistas tipo Daslu com as quais tem tentado tirar o foco do seu principal cliente. Ainda que ministro da Justiça, não me parece justo que Márcio não atenda às ligações de Paulo Malluf. Trata-se, afinal, de um cliente aflito que, em futuras eleições. Embora isso pareça absurdo, nas semelhanças que têm Lulla e Malluf podem ainda vir a se ajudar. Arthur Chagas Diniz, presidente do Instituto Liberal


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segunda-feira, 12 de setembro de 2005

OPINIÃO - 7

Para escrever ou comentar as cartas e artigos desta seção, envie sua mensagem para doispontos@dcomercio.com.br

Código do Consumidor faz 15 anos. Tem festa?

DE UM SERVIÇO

Q

uando a Associação Comercial de São Paulo cogitou de instituir um Serviço Central de Proteção ao Crédito SCPC, não visou, especificamente, o freguês inadimplente, mas executar uma política empresarial-pedagógica de doutrinação da importância do crédito pelo bom pagamento dos débitos parcelados, segundo contrato com o vendedor. Quem conhece o Serviço tem ciência de que essa política vem sendo observada incontornavelmente pela ACSP. O sentido pedagógico de que falamos se preocupa com

O SCPC obteve invariavelmente uma regra moral da qual é cioso e que dá resultados uma mentalidade perfeitamente arejada com a preocupação de honrar compromissos assumidos. Entendemos, perfeitamente, que na vida de cada um de nós ocorrem contra a nossa vontade dias nefastos, como desemprego, o mais freqüente, e outros no âmbito familiar que levam o freguês devedor a inadimplência, por esses motivos e outros. O Serviço exerce a função pedagógica de acomodar, num encontro de propostas, a fórmula provável de quitação de débitos atrasados.

E

ssa política vem sendo seguida com êxito, pois é um semnúmero de fregueses que são levados a encontrar fórmulas aconselhadoras de pagamento de débitos, pois é sabido que o credor prefere acordos legais do que lhe cabe a receber. Por este motivo, o SCPC obteve invariavelmente uma regra moral da qual é cioso e que lhe tem dado os melhores resultados nas relações entre credores e devedores, pois é alto o número dos que se reabilitam. Sabemos que devedores não pensam assim, mas insistimos que temos uma política de amizade e queremos que todos os devedores se enquadrem na regra moral que sustenta a nossa vitoriosa política empresarial. João de Scantimburgo, membro da Academia Brasileira de Letras jscantimburgo@acsp.com.br

res totalmente irreais. Não se pode confundir meros transtornos do dia a dia com a ocorrência de danos morais. Esses são ofensas à dignidade da pessoa humana, muito difíceis de serem aferidos. Não é concebível, por exemplo, que o atraso na entrega de um aparelho de DVD ocasione danos morais, posto não ter sido ferida a dignidade do ser humano com tal lapso. Até mesmo os operadores do direito acabam por ter uma visão equivocada e passam mais uma vez a criar uma desigualdade, tendo como premissa ser verdadeiro tudo o que o

Ontem, 11 de setembro, o Código de Defesa do Consumidor completou o 15º aniversário. Trata-se de uma lei que alterou o cenário jurídico brasileiro, vez que, por ser protecionista (semelhante à CLT - Consolidação das Leis do Trabalho), objetiva a guarda dos interesses do consumidor, tido como parte hiposuficiente em relação ao fabricante e ao fornecedor de produtos colocados no mercado. O legislador, ao elaborar essa lei, possuía a intenção de tratar desigualmente os desiguais, visando que esses tivessem, na prática, um tratamento igualitário. Em suma, a finalidade era proteger o consumidor, considerado como parte mais “fraca” numa relação de consumo, em detrimento da outra, fabricante/fornecedor, que, em tese, possuiria maiores condições para defender-se numa eventual demanda decorrente de tal relação. No entanto, após 15 anos de existência, é possível verificar que a digna intenção dos legisladores foi posta de lado. O que visava à proteção de interesses passou a ser utilizado como meio de abuso de direito. Desse modo, é possível verificar inúmeras ações baseadas em razões levianas. O CDC exacerbou um sentimento de confiança nos consumidores que antes desconheciam seus direitos. Com esse diploma legal os resguardando, muitos passaram a acreditar que possuem todos os direitos, inclusive aqueles que o CDC não protege, passando a pleitear absurdos, em especial no que tange aos danos morais. Aliás, os danos morais têm sido requeridos em valo-

I

Muitos passaram a acreditar que possuem todos os direitos, inclusive os que o CDC não protege consumidor alega, devendo o fabricante/fornecedor produzir provas em contrário. Nessa toada, o que a priori deveria servir para igualar, acabou, em razão do mau uso do instituto, a desigualar, embora em outro patamar, passando a imputar ao fabricante/fornecedor um ônus excessivo. Tanto é assim que uma das principais criações do CDC -- a inversão do ônus da prova -acabou por ser utilizada de modo indevido. A regra geral do sistema brasileiro pode ser resumida pela máxima de que “o ônus da prova cabe a quem alega”. Porém, por entender que o consumidor carece de melhores condi-

ções processuais para produção de determinadas provas, foi aberta a possibilidade de inversão desse ônus, passando a ser uma obrigação do fornecedor/fabricante produzir determinadas provas. Frise-se, todavia, que a inversão não é regra para todas as relações de consumo. Ela deve espelhar as situações de cada caso e, desde que verificada a impossibilidade do consumidor em produzir determinadas provas, o ônus deverá ser invertido. No entanto, não poderá ser imputado ao fornecedor/fabricante o ônus de produzir uma prova negativa, conhecida como prova diabólica. Desta forma, não há como se determinar que uma parte prove não ter recebido valores da outra. Essa prova é impossível. Para agravar a situação, outro instituto, que deveria trazer uma maior celeridade para causas de menor complexidade, acabou por contribuir com esse abuso de direitos. Com a criação da Lei 9.099/95, que rege os Juizados Especiais, tal prática se tornou mais difundida. Desse modo, após 15 anos de existência, verificamos que o CDC implantou enormes mudanças que visam ou deveriam visar os interesses dos consumidores. Mas, ao longo do tempo, o uso desse diploma tem se deturpado. Ele é utilizado de modo desnecessário, atolando o judiciário brasileiro com demandas inconseqüentes, as quais, por bom senso dos nossos magistrados, não têm encontrado guarida para prevalecer. ELAINE CRISTINA ZANÃO, ADVOGADA DO VISEU, CASTRO, CUNHA E ORICCHIO ADVOGADOS

ntenção era tratar desigualmente os desiguais. Virou abuso de direito

Algemas em Maluf é humilhação?

.

E

REGINALDO BONFIM, SÃO PAULO ITANAGRA@ ITANAGRACOMERCIO.COM.BR

ANTONIO DELFIM NETTO CRESCIMENTO E CRISE

O

s números revelados pelo IBGE na última semana sobre a atividade econômica trouxeram uma boa surpresa quanto ao crescimento do PIB, superior ao que a maioria das pessoas esperava para 2005. Nós imaginávamos um número entre 3.5% e 3.7% e talvez tenhamos que corrigir essa previsão para algo mais próximo de 4% até o final do ano, com base no aumento dos investimentos da indústria nos últimos doze meses até junho último (8.6%, o dobro do crescimento do PIB no período). Os dados mostram não apenas a continuidade da expansão, mas uma certa aceleração no ritmo da produção industrial. Esse entusiasmo aparentemente não está sofrendo nenhum abalo mais forte diante da formidável crise política que atravessamos. O que se diz a respeito da "blindagem" da economia nada mais é do que a crença que o presidente

A economia está crescendo há dez trimestres. É medíocre, mas é melhor que nenhum Lula não vai mudar a política e que continuará a dar sustentação à austeridade fiscal e ao processo de redução do constrangimento externo comandados pelo ministro Palocci.

ngraçado!!!! Segundo informação do Jornal Hoje, da Rede Globo, de sábado, o sr. Paulo Maluf e filho choraram por estarem sendo presos. Quando estavam envolvidos em seus esquemas não pensaram que fazendo errado poderiam ser presos. Segundo disse um dos seus advogados, "é uma vergonha o que a polícia está fazendo" ao ter algemado o filho, Flávio Maluf, e fazê-lo passar uma humilhação dessas. Agora digo: quantas figuras anênimas passam por humilhação e mal podem falar algo?

É

Céllus

JOÃO DE SCANTIMBURGO A REGRA MORAL

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Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Antonio Carlos Parise, Marco Aurélio Bertaiolli, Robert Schoueri, Roberto Pereira da Silva e Rogério Amato FILIADA À

fundamental constatar que as instituições estão dando conta do recado. E não se pode negar que a melhora no ritmo do crescimento ajuda a manter a economia protegida dos piores efeitos da crise. O próprio governo que andava murcho mostra um pouco mais de animação, chamando a atenção para o fato que a economia está crescendo há dez trimestres seguidos, o que talvez caracteriza um novo ciclo de desenvolvimento. É verdade que é um crescimento medíocre para os padrões brasileiros, muito aquém do que nós precisamos, mas sempre é melhor do que nenhum crescimento. Apesar de algum exagero nas atuais

comemorações, não é fora de propósito a aposta do presidente do BNDES, Guido Mantega de uma expansão de 5% do PIB em 2006. Desde que se mantenha a dura política fiscal e se façam já os devidos ajustes na política monetária para pôr ordem no câmbio, é um objetivo perfeitamente atingível.

O

câmbio é realmente capaz de derrubar o atual entusiasmo e frustrar o objetivo do crescimento mais uma vez. A sobrevalorização do Real é fatal para as exportações. A mais recente sondagem empresarial da FGV revela que pela primeira vez em 14 trimestres o humor dos grandes

O câmbio é capaz de derrubar o entusiasmo e frustrar o crescimento mais uma vez exportadores mudou: a maioria antevê a piora na situação e portanto vai reduzir o ritmo das operações e adiar investimentos.

H

á tempos que ninguém ignora que o câmbio no Brasil deveria se valorizar como se valorizaram todas as taxas de câmbio do mundo em relação ao dólar. O que não existe é justificativa para a valorização do Real em 22% enquanto a média de valorização dos demais emergentes ficou entre 5% e 7%. A diferença se explica, na verdade, pelo erro da política monetária que sustenta as altas taxas de juro. Ela tem que ser corrigida, pois é dela que depende o câmbio que vai sustentar as exportações e o crescimento. dep.delfimnetto@ camara.gov.br


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segunda-feira, 12 de setembro de 2005

NACIONAL - 13

Fotos: Pablo de Souza e Marcos Fernandes/Luz

VENDA DIRETA PASSOU DE "BICO" PARA ATIVIDADE PRINCIPAL DE MILHARES DE PESSOAS NO BRASIL

DE PORTA EM PORTA, UM MERCADO DE R$ 5,5 BI

O

Morais (acima) tenta sobreviver com vendas mesmo sem conhecer muitas pessoas. Silva (abaixo), já consegue obter boa renda mensal.

Comecei para ver no que dava e me dei bem. É um bom dinheiro para quem é casado e tem dois filhos como eu. Nivaldo Oliveira da Silva, revendedor da Yakult Cosméticos

Quero ter estabilidade financeira com as vendas e acho que sou capaz porque vejo muitos colegas que conseguiram. Jefferson Morais, distribuidor Herbalife

A

qualificação profissional deixou de ser uma exigência apenas de empregos fixos com bons salários. Atualmente, o mercado quer que todos saibam mais do que realmente vão utilizar na função a ser exercida. Além dos revendedores de catálogos, os profissionais de limpeza, que não sentiam essa necessidade, também passam por processos de treinamento e estudo. "Não há mais espaço para analfabetos", resume Pedro Salla, diretor de assuntos institucionais e expresidente da Associação Brasileira do Mercado Institucional de Limpeza (Abralimp). Ele explica que os produtos utilizados para limpeza estão cada vez mais difíceis de serem utilizados. "Os rótulos são complexos, com muitas instruções, além disso, as empresas preferem contratar alguém que possa anotar um recado ou deixar um bilhete se for preciso, mesmo que essa não seja a função inicial do faxineiro." Rótulos pintados – Hoje, como ainda existem muitos profissionais que não sabem ler ou escrever, os encarregados costumam pintar os rótulos dos produtos de cores diferentes e ensinar onde e como usar cada um deles. "Mas há cada vez menos espaço para esse tipo de coisa", afirma Salla. Nas empresas de

Fotos: Mônica Zarattini/AE e Divulgação

QUALIFICAÇÃO PARA TODOS

terceirização, a situação é ainda mais complicada. Além de saber ler e escrever, os funcionários de limpeza precisam saber tratar de vários tipos de pisos, materiais sofisticados, móveis de couro, diversos tipos de vidro. Tudo isso porque as empresas oferecem excelência de qualidade na hora de vender seus serviços aos clientes. Como se não bastasse, é cada vez mais recorrente a indicação de pessoas que entendem de meio ambiente, produtos biodegradáveis e segurança no trabalho de faxina. "Os clientes compram o processo de limpeza e precisamos oferecer pessoas qualificadas para atendê-los, por isso as exigências não

param de crescer", explica o diretor da Abralimp. Números – Os empregadores do setor de serviços somam mais de 12 mil empresas no País, que geram 1,5 milhão de postos diretos, sendo 420 mil só na cidade de São Paulo. Esses funcionários são todos registrados. "Nas contratações diretas, sem terceirização, as exigências também crescem. E, nesse caso, os funcionários não recebem nenhum tipo de treinamento ou fazem parte de processos de inclusão", diz Salla. Segundo ele, nas empresas de terceirização é cada vez mais frequente a formação de grupos de alfabetização e de treinamentos específicos para o serviço. (FP)

Algumas empresas de limpeza já exigem de seus funcionários conhecimentos básicos de leitura, para que eles possam entender sem erro os vários rótulos

início da maioria bém passaram a ser mais sofisdas vendas diretas ticados, o que exigiu uma quade produtos de hi- lificação maior dos profissiogiene e beleza no nais para que eles pudessem País parece banal. A simples atuar com os clientes. "Antigamente, creme era frase: "Oi amiga, quer ver o catálogo novo?", dita em conver- creme e só. Agora, tem para tosas típicas entre colegas de tra- das as idades, pele clara, escubalho, manicures e clientes, ou ra, oleosa, seca, normal. Quer entre vizinhas, pode soar co- dizer, virou uma coisa complemo algo sem sofisticação ou xa e é preciso conhecer tudo técnica, mas é um processo que muito bem para não empurrar dá certo. Tanto é verdade que, algo errado para o cliente, o somente no primeiro semestre que depois se reverte em recladeste ano, as vendas diretas mação", acredita a consultora movimentaram R$ 5,5 bilhões, de varejo, Celina Kochen. O revendedor de produtos de acordo com a Associação Brasileira de Vendas Diretas da Yakult Cosméticos Nivaldo (Abevd). O resultado repre- Oliveira da Silva também acresenta um crescimento de 22% dita nisso e diz que os treinaem relação ao mesmo período mentos ajudam a entender os produtos e a vender mais. Ele, do ano passado. E a grande maioria desses como a maior parte dos honegócios envolvem produtos mens que vendem cosméticos, cosméticos. Cerca de 85% das começou há seis anos por acavendas de batom no Brasil, por so, porque uma amiga trabaexemplo, são efetuadas por lhava na Yakult e comentou someio de catálogos de empresas bre as oportunidades de ganho. "Comecei para ver no que como Avon, Natura e Jafra. São mais 1,5 milhão de pes- dava e me dei bem", diz. Atualmente, Silva que tamsoas que, na maioria das vezes, começaram o trabalho por te- bém é servidor público, retira R$ 500 menrem perdido sais com as um emprego vendas de fixo ou pela produtos Yanec essid ade kult. "É um d e c o m p l ebom dinheiro mentar a renpara quem é da familiar. casado e tem Muitas delas, dois filhos cop o r é m , d emilhão de pessoas mo eu", afirpois acabam atuam com vendas ma, alegre. por dar priodiretas no País. E a Quanto ao ridade às venfato de ser um das de porta renda média mensal homem venem porta. delas foi de R$ 436 no dendo itens Na hora de de beleza, ele tomar essa último semestre diz que não decisão, os sente nenhubons ganhos m a re j e i ç ã o obtidos nos dos clientes, negócios são pelo contráfator primorrio, "a maioria dial. A renda pensa até que média desses sou mais esp ro f is s io n ai s forçado, já no primeiro que, teoricasemestre foi das vendas totais de mente, não de R$ 436, nabatom no Brasil entendo tanda desprezível para um atualmente são feitas por to do assunto", diz Silva. País em que o meio de catálogos de Ta l e n t o e salário míniempresas como Avon, amigos – Para mo vigente é ser um bom de R$ 300. Natura e Jafra vendedor é Marketing importante – O q u e m eestar bem l h o ro u o retorno financeiro dos vendedo- treinado, ter talento para o neres porta-a-porta foram peque- gócio e uma boa rede de aminas mudanças de denomina- gos. "Muita gente pega o trabação e técnicas avançadas de lho e larga depois de dois memarketing. Hoje, eles demons- ses porque descobre que não tram conhecimento sobre os tem talento para vendas ou produtos e são chamados de não conhece tanta gente assim. consultores de beleza. A evolu- Esse mercado é ideal para pesção fez a venda de batom deixar soas de personalidade mais de ser algo simples para se tor- agressiva ou que trabalhem nar um ato que exige qualifica- em um lugar com um fluxo ção. Isso porque, assim como grande de mulheres, como em em outros setores, na venda di- salão de cabeleireiro, por exemplo", acredita Celina. reta há muita concorrência. A dificuldade em encontrar A maior parte das empresas que trabalha com esse sistema ocupação, porém, faz quem investe bastante em treina- não se enquadra nesses quesimentos. Na Jafra, por exemplo, tos também virar revendedor. existe um programa de desen- É o caso de Jefferson Morais, volvimento de vendas. Nele, distribuidor de produtos Heros profissionais aprendem balife, que está tentando somarketing, filosofia, negócios breviver com as vendas diree, claro, tudo sobre os produtos tas, mesmo sem trabalhar em da marca. "O trabalho deixou um lugar com um fluxo grande de ser um bico sem importân- de pessoas . "Quero ter estabicia e precisamos que os reven- lidade financeira com as vendedores estejam bem qualifi- das da Herbalife e acho que cados para poderem expandir sou capaz porque vejo muitos seus negócios", explica a dire- colegas que conseguiram", tora de marketing da empresa, diz. Morais, que vende artigos de beleza e nutrição, é univerValéria Rossi. Sofisticação – Mas existe sitário e já trabalhou em emum motivo adicional para os pregos fixos, mas está desemcursos. Além da concorrência pregado há seis meses. do mercado, os produtos tamFernanda Pressinott

1,5

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.POLÍTICA

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

PRESIDENTE DA CÂMARA EXIBE PROVA (REFUTADA) DE FALSIFICAÇÃO DE SUA ASSINATURA. E DIZ QUE NÃO SAI. Sérgio Lima/Folha Imagem

'TENHO CONVICÇÃO QUE O DOCUMENTO É FRAUDULENTO', DIZ SEVERINO.

Resistirei como presidente da Câmara dos Deputados. Não posso me curvar à pressão dos poderosos, estejam eles onde estiverem. Severino Cavalcanti rente às ameaças da oposição, que pretende paralisar os trabalhos da Casa, a partir de hoje, em protesto. Na sua tentativa de reação, ele ainda tentou comprometer o Planalto, afirmando ter apoio do governo e da base aliada. "Mas é claro que eu tenho o apoio do governo", garantiu o deputado, que conversou pela manhã com o ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner, sobre a sua estratégia de defesa. "Se o governo está defendendo a seriedade tem que ficar do meu lado". Ele afirmou ainda que espera que o governo fique do seu lado, mas acrescentou que não fará nada para sensibilizar o presidente Lula. "Ele que cumpra com o dever dele que eu cumpro com o meu. Eu tenho respeito pelo presidente Lula e espero dele o mesmo". Entrevista – Durante toda a entrevista, Severino desqualificou o empresário Sebastião Buani, proprietário do restaurante Fiorella, que confirmou

FALA DE SEVERINO É 'RISÍVEL', DIZ BUANI.

O

empresário Sebastião Buani, pivô do escândalo do "mensalinho", desdenhou ontem a defesa apresentada pelo presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE). Ele assistiu à coletiva de Severino pela tevê. "Foi risível. A defesa dele é me atacar, ficar me agredindo", criticou. "Ele está mentindo. E você acha que eu iria comprar briga com o presidente da Câmara com um documento falso?", questionou. "Eu não sou tão burro assim." Buani reafirmou que Severino assinou na frente dele o documento, no qual o deputado garantia ao empresário a exploração do restaurante da Câmara até o final de 2005. "Negar isso já é demais, né?", revoltou-se. O empresário acha graça no fato de Severino ter tentado se distanciar dele. "Eu apoiei a candidatura do Severino, fiz campanha e tudo", contou. "Era o único presidente que me deixava visitar o gabinete. Até dez dias atrás, eu ia lá sempre."

Chantagem – Buani garante que não chantageou o presidente da Câmara. "A troco de que eu iria mexer com o Severino? Só sendo louco", disse. O empresário disse que, mesmo antes do escândalo, já tinha decidido abandonar a exploração dos restaurantes da Câmara, porque estaria tendo prejuízos. Achaque – Buani jurou que iria denunciar o suposto achaque que sofreu de Severino. "Ia fazer isso com advogado, depois de negociar as minhas dívidas. Mas aí as denúncias surgiram e eu não poderia mentir." Ele espera receber amanhã os extratos de sua conta no Bradesco e atribuiu à demora em pegá-los ao banco. "Pedi na véspera de feriado e até agora, nada." Com os dados em mãos, o empresário espera que ainda nesta semana, provavelmente amanhã, possa obter cópias do cheque supostamente descontado por um dos motoristas do Severino. "Aí a história vai se fechar." (Agências)

as denúncias de extorsão na semana passada. Além disso, acusou Sebastião Buani de ter feito chantagem para a prorrogação do contrato e de envolver seus "humildes" empregados numa mentira. Empregados de Buani afirmaram ter levado o pagamento do chamado "mensalinho" ao gabinete de Severino. Mas o deputado diz que estes empregados não souberam identificar os servidores que teriam recebido a propina, o que seria prova da mentira. "Isso é inadimissível, em vista que os empregados iam usualmente ao gabinete, onde entregavam lanche aos funcionários. As secretárias do gabinete desmentiram categoricamente as afirmações dos empregados do restaurante." Ele disse ainda que Buani foi ao gabinete da presidência há poucos dias, e segundo ele para manter o contrato do restaurante Fiorella por meio de "chantagem". Cheque – Severino negou que seu motorista tenha sacado os R$ 40 mil descontando o cheque de uma conta do dono do restaurante Fiorella. "Afirmo peremptoriamente que não existe o saque e que esta é mais uma mentira do empresário". O novo advogado de Severino, José Eduardo Alckmin, também atacou o empresário, dizendo que a data que consta do documento que comprovaria a prorrogação irregular do contrato é anterior à data em que foi protocolado na Câmara. O documento, disse o advogado, é datado de 4 de abril de 2002. No entanto, a prorrogação formal do contrato no setor burocrático do Congresso foi expedida no dia 9. "Como um empresário experiente (Sebastião Buani) poderia acreditar na validade de um documento que nem protocolado estava?" Severino também colocou em dúvida a autenticidade da cópia do cheque que teria recebido e que deve ser apresentada por Buani amanhã. "Eu não respondo a hipóteses. Tenho certeza absoluta de que não existe esse cheque, a não ser que ele (Buani) seja um artista muito grande e que tenha produzido esse cheque", afirmou, acrescentando que se a cópia fosse verdadeira já teria sido apresentada. E disse não temer uma acareação. "Não tenho medo de ninguém". Trabalho normal – O presidente da Câmara aproveitou a coletiva para descartar qualquer afastamento do cargo, ainda que temporário, nem mesmo por licença médica. "Eu (estando) doente já saí do hospital. Não vou agora adoecer de novo para deixar de cumprir com minha obrigação para com a população e com a Câmara". Ele garantiu ainda que irá presidir todas as sessões da Câmara nesta semana, que incluem a votação do processo de cassação de Roberto Jefferson (PTB). E afirmou também que está convencido de que os trabalhos dos parlamentares seguirão normalmente depois de seus esclarecimentos na coletiva de ontem. Questionado se permitiria que o vice-presidente da Câmara presidisse a sessão, Cavalcanti descartou a hipótese. "Isto é uma conversa de carochinha. Não abdicarei das minhas prerrogativas. Exercerei meus direitos e presidirei toda e qualquer sessão que seja votada no Congresso. Não vou fugir nem adoecer". (Agências)

Severino mostra laudo – de perito contratado por ele – que conclui falsificação do documento revelado por Buani Celso Junior/AE

O presidente da Câmara aproveitou a coletiva para reafirmar mais uma vez que não deixará o cargo

A RESPOSTA DE GABEIRA

A

tacado por Severino Cavalcanti durante a entrevista de ontem, o deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ), cabeça do movimento pela destituição do presidente da Câmara, afirmou que a escolha do advogado Mario Gil Rodrigues, que defende Severino, reforçam as acusações. "Já foi divulgado que ele responde na Justiça por seqüestro e condução de um aborto. Advogados de Pernambuco sabem que ele pode ter providenciado uma perícia falsa."

Rafael Neddermeyer/AE

seu mandato depois que ele mostrar que as acusações são falsas. Ele afirmou que se, no entanto, os líderes resolverem cassá-lo mesmo assim, poderão no futuro cair na própria cilada. "Denúncias infundadas não são denúncias. Eu confio nos líderes. Os deputados vão separar o joio do trigo e eu serei o trigo e não o joio. Se quiserem fazer uma posição política, façam, mas fiquem conscientes que podem cair nessa cilada também, porque a mentira não pode prevalecer sobre a verdade". Severino manteve-se indife-

Gabeira revela crimes de advogado e perito de Severino

Ele disse ter informações de que o perito Adamastor Nunes de Oliveira responde por crimes de roubo e estupro em Pernambuco. "O perito que ele arranjou tem complicações com a Justiça. Se encontrado, ele irá ajudar no processo (de cassação)".

Na parte final da entrevista, Severino atacou Gabeira: "Sou contra fazer esse negócio que o Gabeira faz e que eu não faço". E continuou: "Eu não ando com maconha e nem com tóxico. E nem defendo que juventude freqüente lugares para tomar maconha, fumar maconha." Gabeira retrucou, lembrando a letra da música O tempo não pára, de Cazuza: "'Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro/Transformam o País inteiro num puteiro/Pois assim se ganha mais dinheiro'". (AE)

PERITO AINDA ESTÁ INSEGURO

A

pesar de afirmar que O perito houve falsificação eletrônica na assinatura pernambucano Adamastor do deputado Severino CavalNunes de canti no documento que atestaOliveira ria a prorrogação irregular do contrato do restaurante Fiorella com o Congresso Nacional, o perito Adamastor Nunes de uma cópia do documento ( o oriOliveira – que foi contratado ginal está com a PF). por Severino – disse ontem que O perito está licenciado do sua avaliação não pode ser con- Instituto de Criminalista de clusiva. A análise foi feita em Pernambuco há cerca de um

Agencia O Globo

E

m entrevista coletiva para se defender das acusações de extorsão para a prorrogação do contrato do restaurante Fiorella com o Congresso Nacional, o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), voltou a negar ontem as acusações. Severino afirmou que foi falsificada a sua assinatura que consta de documento apresentado pela revista Veja e que comprovaria o suposto esquema. "Antecipei meu retorno de relevante missão no exterior e pedi esse encontro com a imprensa em razão de graves e mentirosas acusações que me foram feitas nos últimos dias", disse. O presidente da Câmara afirmou que é "fraudulento" o documento apresentado pelo empresário Sebastião Buani no caso de denúncia de propina envolvendo o restaurante da Casa. "Afirmo com absoluta convicção de que o documento é fraudulento. Não assinei nem assinaria de forma consciente documento de tal conteúdo, porque é evidentemente inócuo perante a lei." Severino contou ter contratado o perito pernambucano Adamastor Nunes de Oliveira, membro da Associação Brasileira de Criminalística, que concluiu pela falsidade da assinatura. "Forçoso é constatar que se trata de um documento montado eletronicamente. Trata-se, assim, de uma falsificação", leu Severino, que distribuiu à imprensa cópias do laudo do perito e disse estar sendo vítima de preconceito por ser nordestino. Renúncia – Além disso, acusou a "indústria do denuncismo que se instalou no País" e reafirmou que não renunciará ao cargo. "Resistirei como presidente da Câmara dos Deputados. Não posso me curvar à pressão dos poderosos, estejam eles onde estiverem", disse, completando que tem ao seu lado "um passado cheio de lutas" e sua família. Severino disse que acredita que os líderes dos partidos na Câmara vão desistir de cassar

ano. Depois de atuar por 24 anos como perito do IC, Adamastor ocupa um cargo de confiança na Comissão Estadual de Licitações, vinculada à Secretaria de Administração de Pernambuco. "Não houve nenhuma solicitação oficial ao instituto. Portanto, se ele prestou esse serviço ao presidente da Câmara, fez em caráter particular", disse o secretário de Defesa Social, João Braga. (AE)

OPOSIÇÃO: É GUERRA. JANENE: 'MENTIRA'.

P

artidos de oposição não aceitaram as explicações de Severino Cavalcanti e abriram guerra contra ele na Câmara. Eles vão adotar uma estratégia para evitar que Severino presida as sessões e vão pedir formalmente amanhã a cassação do presidente da Câmara ao Conselho de Ética.

O

deputado José Janene (PP-PR) negou ontem, por meio de sua assessoria, que tenha enviado na semana passada um "emissário" para comprar o silêncio do empresário Sebastião Buani. O deputado afirmou que a história é "mentirosa". A denúncia foi publicada pela revista IstoÉ.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

14 -.COMÉRCIO EXTERIOR

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

Jonne Roriz/AE

Negócios & Oportunidades Feira de negócios une empresários de Jundiaí

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Associação Comercial e Empresarial de Jundiaí promove entre próximos dias 13 e 16, a Feira da Indústria, Negócios e Turismo de Jundiaí e Região (FINT). O objetivo do evento é fazer com que fornecedores de produtos e serviços da cidade participem das reuniões com possíveis compradores. Entre os interessados nas reuniões estão: Klabin, Akzo Nobel, Engepack, Correias Mercúrio, Roca do Brasil, Continental Teves, KSB, Collins, SKF do Brasil, Eco Fabril, Renner, Emulzint, Duratex, Takata

Petri, Sifco, AutoBan e TAM Jatos Executivos. No site www.fint.com.br/ cne, além das condições de participação, é possível verificar os materiais e serviços que cada uma das 17 empresas mencionadas procura dos fornecedores jundiaienses. O evento, que acontece no Parque da Uva, em Jundiaí, será aberto no dia 13 às 14h, com a presença do vice-governador do estado de São Paulo, Cláudio Lembo e do presidente da Federação da Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf.

Se não for commodity ou manufaturado, nenhum importador gosta de comprar no escuro. A exportação em consignação pode ser uma saída

Delegação de Cingapura em SP

CONSIGNAÇÃO: EXPORTE PRIMEIRO E VENDA DEPOIS

A

São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), receberá no próximo dia 21, o vice-primeiro ministro e o vice-ministro de Comércio de Cingapura. Eles virão acompanhados por uma delegação de empresários formada por representantes das companhias Keppel Offshore & Marine, SembCorp Marine Ltd, PSA International Pte Ltd e Te-

Franquia peruana no Brasil Empresa oferece nova tecnologia para cristais e vidro

A

É muito fácil: o produto brasileiro é remetido ao país de destino para um revendedor ou trade. Se for vendido, sucesso. Se não, a mercadoria volta sem precisar pagar impostos ou taxas de entrada.

O

empresário brasileiro que pretende ingressar no mercado internacional tem à disposição uma modalidade de venda externa ainda pouco conhecida, a exportação em consignação. Nela, o produto é remetido ao destino, para um revendedor ou trade, que vai tentar vendê-lo ao mercado local. Se o consignatário (representante local) não tiver sucesso, a mercadoria volta sem ter que pagar impostos ou taxas de entrada no País. Essa pode ser a resposta aos problemas que os empresários enfrentam quando tentam convencer o comprador internacional que ele tem que levar a mercadoria de olhos fechados, sem analisá-la antes, apenas verificando a amostra. Afinal, se o produto em questão for uma commodity ou um manufaturado, não há o menor problema. Mas, como exigir que ele compre jóias, roupas, acessórios e tantas outras coisas sem consultar quais são as variações? O comprador fica receoso e o exportador perde negócios ou gasta muito tempo tentando convencer o cliente que o produto é bom. O prazo para a tentativa de venda por consignação é de 180 dias, prorrogável por igual período. Se a mercadoria for efetivamente vendida, emite-se a fatura comercial em nome da empresa brasileira e se liquida o câmbio. Simples assim. "A vantagem maior é para empresas que estão tentando explorar novos mercados, vendendo produtos desconhecidos na região de destino. Nesse caso, o cliente pode ver e entender melhor o produto brasileiro e, se quiser, fazer um teste rápido com os consumidores locais", explica o gerente de consultoria às exportações da Edições Aduaneiras, Luiz

Martins Garcia. Ele ainda aponta a rápida entrega como uma vantagem importante. Mais vantagens – Na opinião do diretor do Departamento de Comércio Exterior do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Humberto Barbato, o procedimento é mais vantajoso ainda quando se deseja usar o destino da consignação como porta de entrada de mercados próximos. Como exemplo ele cita o Panamá. "Criar um estoque próximo ao Canal do Panamá

pode ser essencial para conquistar a região e enviar mercadorias à Ásia por exemplo." Além disso, diz ele, esse tipo de estratégia pode ser decisiva para combater um competidor local ou de um país próximo. Um outro exemplo de bom uso da exportação em consignação é o de uma empresa brasileira fabricante de copos com logotipos de cervejas, que deixa seus produtos com um agente na Bulgária. De lá, os copos são distribuídos em pequenas quantidades para ba-

Produtos que não podem entrar no sistema Nem todos os produtos podem ser exportados por consignação. Conheça a lista dos proibidos: G Carnes e miudezas relacionadas à cota Hilton G Café não torrado G Soja, mesmo triturada G Óleo de soja em bruto, mesmo degomado G Outros óleos de soja G Açúcares de cana ou beterraba e sacarose quimicamente pura G Álcool etílico não desnaturado com teor alcóolico em volume igual ou superior a 80% G Álcool etílico G Tortas (bagaços) e outros resíduos sólidos G Fumo e derivados G Hulhas, briquetes, bolas em aglomerados e combustíveis sólidos G Líquidos para transmissões hidráulicas G Pólvora e explosivos; artigos de pirotecnia; fósforos e matérias inflamáveis G Pneumáticos

masek Holding Pte Ltd. Os executivos das empresas visitantes, algumas já com investimentos no Brasil, permanecerão na ACSP durante todo o período da tarde em busca de contatos comerciais com interessados paulistas. Para participar – Mais informações podem ser obtidas na São Paulo Chamber of Commerce, pelo telefone (11) 32443500 com Teresa.

recauchutados ou usados G Couros e peles curtidos de bovinos G Lenha em qualquer estado, madeira em estilhas, serragem, desperdícios e resíduos de madeira, formas, vassouras e outros artigos de madeira G Ouro em barras, fios e perfis de seção maciça para uso não monetário G Ouro, incluído ouro platinado em formas brutas, semimanufaturadas ou em pó G Armas de guerra, exceto revólveres, pistolas, armas brancas e cartuchos e suas partes G Outros sabres, espadas, baionetas, lanças e outras armas brancas, suas partes e bainhas. Para saber mais – Para mais detalhes e códigos dos produtos, consultar o site do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC), no www.mdic.gov.br (FP)

res e restaurantes de toda a Europa. "Seria quase impossível exportar lotes tão pequenos. Então, eles garantem o acesso local e faturam quando entregam os copos aos bares", explica o diretor do Ciesp. Desvantagens – No entanto, Barbato alega que para deixar esse estoque paralisado é preciso que a empresa tenha muito capital de giro, "coisa complicada em um país como o nosso", diz. Além disso, se o produto não for comercializado, o exportador é obrigado a arcar com todos os custos de retorno da mercadoria ao Brasil. "É preciso pensar bastante para usar essa modalidade, conhecer o mercado que se quer invadir e principalmente, o parceiro do local de destino: tudo para evitar supresas", afirma Barbato. Embora o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (Mdic) não tenha números de quantas empresas usam essa modalidade no País, sabe-se que ela é pouco explorada. Um dos únicos setores que a desenvolve é o de jóias, metais e pedras preciosas devido às especificidades dos produtos e porque o setor foi um dos primeiros a ser agraciado com o regime, em 1992. "O valor agregado dessas mercadorias é grande e cada uma das peças tem um design diferente, por isso vale a pena. As vendas são feitas mais ou menos nos moldes do comércio de jóias em consignação nacional", diz o consultor em comércio exterior, Sérgio Hortmann. Para os demais segmentos, a modalidade existe desde o ano 2000, mas sofreu alterações em 2004 e 2005. As portarias que regulam a atividade são: Secex nº 15, de novembro de 2004 artigos 23 e 24; e a Portaria Secex nº 1 de outubro de 2005. Fernanda Pressinott

empresa peruana Glassinter, líder no setor de reparação de cristais e pára-brisas, busca parceiros para franquias no Brasil. A empresa, que se dedica à fabricação de equipamentos e acessórios, é a única a utilizar a tecnologia espanhola através do Microcristal - Resin Structural System, que propicia um acabamento diferenciado e melhor adaptação da estrutura do cristal. Vale lembrar que a atividade de reparação de cristais, ao invés de substituição, é

cada vez mais demandada pelos setores de automóveis e de construção civil. A Glassinter adianta que, com baixo investimento, porém alta rentabilidade e gastos fixos mínimos, o franqueado terá um negócio de fácil gestão e com expressivo crescimento no curto prazo. Mais informações – Detalhes podem ser obtidos no site da empresa: www.glassinter.com.pe ou pelo e-mail: franquicias.conosur@glassinter.com.pe, com Gonzalo.

Rodada de negócios na Bolívia

A

Bolívia sediará a a 15ª Rueda de Negócios Internacional. O evento, voltado a empresas latino-americanas, acontece entre os dias 21 e 23 de setembro e é organizado pela Camara de Industria, Comercio, Servicios y Turismo de Santa Cruz, paralelamente à Feira Internacional de Santa Cruz. O encontro multissetorial é considerado uma excelente oportunidade para empresas de diferentes países oferecerem e demandarem produtos bolivianos.

A rodada de negócios já se tornou tradicional na América Latina e os números demonstram isso: em 2004, 640 companhias de 20 países se inscreveram e participaram do evento, realizando mais de 6,8 mil encontros. Os negócios realizados durante todo o evento chegaram a US$ 85 milhões. Os brasileiros que quiserem participar têm que preencher uma ficha cadastral no site: www.cainco.org.bo. Além disso, é necessário o pagamento de uma taxa de US$ 150.

PAÍSES QUE DESEJAM IMPORTAR DO BRASIL PERU 270 - Compressores para serem utilizados nos equipamentos frigoríficos INGLATERRA 271 - Bolsas, mesmo com tiracolo, incluídas as que não possuam alças SUÍÇA 272 - Vestuário e acessórios, exceto de malha TAILÂNDIA 273 - Pastas de madeira ou

de outras matérias fibrosas celulósicas; papel ou cartão de reciclar 274 - Indutos utilizados em pintura 275 - Mastique de vidraceiro, cimentos de resinas e outros mastiques URUGUAI 276 - Laquês para o cabelo; preparações para barbear (antes, durante ou após); papel higiênico

PAÍSES QUE DESEJAM EXPORTAR PARA O BRASIL ARGENTINA 277 - Roupas de outono-inverno; capas de chuva; jaque-

tas de frio, suéteres, blazers, saias, calças, camisas, camisetas, cintos, cachecóis e xales

Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

FINANÇAS - 9

S

Brasileiros com renda mensal de R$ 300 até R$ 500 passaram a ficar na mira das instituições financeiras

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

Produtos geram discussão

Genilson Santana (acima): o melhor produto é o crédito consignado, que tem baixo risco para os bancos

insiste em repetir que o sistema utilizado pelos bancos está errado. "É necessário criar uma estratégia mais focada de atendimento às camadas mais baixas da sociedade, que não têm acesso aos sistemas bancários". Na opinião de Genilson Santana, economista da MCM Consultores, os produtos

oferecidos pelos bancos a essa camada da população são bem-sucedidos. Segundo ele, o melhor é o crédito consignado, aquele com desconto direto das prestações na folha de pagamento, que apresenta poucos riscos para os bancos. "Os clientes de baixa renda possuem um histórico de bons pagadores", diz. (VR)

ADVOCACIA TRABALHISTA EMPRESARIAL ESPECIALIZADA

DC

A

pesar do aumento do número de produtos criados pelos bancos para o consumidor com renda menor, há quem discorde desse modelo de inclusão desse público no mercado financeiro. Na opinião de Marcel Pereira, economistachefe da ARC Consultores, a proposta que o governo Lula tem utilizado desde o início é uma proposta de extensão de crédito, mas não propriamente com uma melhoria da qualidade dos serviços prestados. "Da mesma forma que se aumenta o limite de crédito, se aumenta também o nível de endividamento das pessoas", diz ele. Para ele, basicamente o grande desafio que o Brasil tem de superar nessa área, e há algumas estratégias internacionais nesse sentido, é de como ofertar esse crédito para financiar programas que vão gerar mais empregos. Segundo o economista, essa é uma estratégia carente. "Ainda não foi apresentado propriamente nada de novo em termos de capitalização e em termos de como oferecer esse empréstimo para baixa renda com garantia e até com retorno", afirma Pereira, que

PÚBLICO DE BAIXA RENDA GANHA MAIS ESPAÇO EM BANCOS

Os Advogados,

OVIDIO LOPES GUIMARÃES JUNIOR JOEL EDUARDO DE OLIVEIRA ROGÉRIO PACILÉO NETO Comunicam a todos os clientes e colegas a mudança do Escritório de Advocacia Trabalhista para a Avenida Marquês de São Vicente, 121, Bloco B, 13º andar, conjunto 1301, Barra Funda, São Paulo, SP, CEP: 01139-001, Telefones: 11 3616-6544 - 3616-6546, a partir de 10/01/2005, onde estarão atendendo definifivamente.

egundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem atualmente no País perto de 25 milhões de brasileiros incluídos na chamada baixa renda, pessoas com renda mensal variando de R$ 200,00 a 500,00. Esse público representa 39% da População Economicamente Ativa (PEA), ou seja, exerce um trabalho remunerado. Longe dos produtos financeiros oferecidos pelos bancos, esse público passou, de uns tempos para cá, a ganhar mais atenção das instituições financeiras. Pesquisa do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV) com a Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP) mostra que um dos produtos mais utilizados entre esses consumidores é o cartão de crédito. Em 1998, apenas 10% dessa população utilizava o produto, diz o estudo. Já em 2004, esse porcentual subiu para 25%. Até o final do ano passado, a população de baixa renda detinha 20,6% do total de cartões de crédito em circulação. O equivalente a 10,5 milhões de cartões e 6,6%, em volume financeiro desse mercado, estimado em R$ 100 bilhões. Ao perceber esse mercado potencial, a Credicard investiu R$ 1 milhão no lançamento, em agosto de 2004, do Cartão Credicard Brasil, voltado para clientes com renda mensal de R$ 300 até R$ 500. Com ele pode-se parcelar as compras em até 12 vezes, ter acesso a 750 mil estabelecimentos credenciados e concorrer, toda semana, a um prêmio em dinheiro no valor de R$ 3 mil e, todo mês, a outro, equivalente a 20 vezes o valor da fatura. Proteção – Outro interesse demonstrado recentemente pelo público de baixa renda está nos produtos de vida e previdência. Lançado em janeiro de 2004, ano em que a maioria dos produtos com perfil para esse público começou a surgir efetivamente, o Vida Segura Bradesco já vendeu 650 mil apólices. Um atrativo está no preço do produto, de R$ 9,62 ao mês para um capital segurado de R$ 10 mil. "Nessa classe social é uma grande oportunidade, porque o valor garante a renda temporária da família", diz Eugênio Velasques, diretor de Seguros de Vida do banco. Segundo ele, a empresa começou a testar um tipo de mercado segurador que o próprio segmento não havia observado até então. "Antigamente, as pessoas de baixa renda que compravam o produto o faziam por impulso. Hoje, eles compram seguro de vida com

Divulgação

Leonrado Rodrigues/Digna Imagem

ANTES LONGE DOS PRODUTOS FINANCEIROS, CONSUMIDOR COM RENDA MENOR FICA NA MIRA DO MERCADO

A idéia foi a de oferecer crédito sem nenhuma burocracia, com pagamento em até 12 vezes Dilson Ribeiro, diretor da Taií. financeira do Banco Itaú

Crédito para esse público ficou mais barato e mais fácil, dizem bancos

mais consciência, com o objetivo de proteção mesmo". Também de olho nesse público, o Itaú desenvolveu produtos mistos no segmento de seguros de vida. "Percebemos que esse é um público que tem muita preocupação com imprevistos", afirma Osvaldo Nascimento, diretor-executivo da Itaú Vida e Previdência. O produto é do tipo Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) e custa R$ 2 por dia. Já tem na carteira 250 mil participantes. "Esse público de baixa renda ainda está criando o que chamamos de cultura previdenciária", diz Nascimento. Mais produtos, segundo ele, deverão chegar ao mercado em breve, como as novas famílias de VGBL, onde os participantes passariam a ser cotistas diretos do fundo. Hoje, o cotista é a empresa seguradora. Já o seguro "Mini ItauVida", também voltado para a baixa renda, custa R$ 12,21 ao mês e cobre morte e invalidez. Financeira – Com o objetivo de ampliar sua atuação junto ao público de baixa renda o Banco Itaú iniciou, no ano passado, as operações da financeira Taií. A idéia foi a de oferecer crédito sem burocracia, com pagamento em até 12 vezes. Segundo o diretor da empresa, Dílson Ribeiro, o projeto foi concretizado depois de uma pesquisa feita com os clientes. "A Taií foi feita por eles e para eles. Consultamos o público sobre estratégia, nome, logomarca, cores e características de produtos", diz Ribeiro. Há dois anos, o Banco do

Brasil também passou a oferecer produtos desenhados especialmente para esse público, por meio do Banco Popular do Brasil, braço financeiro do Banco do Brasil, criado em julho de 2004 com o objetivo de atender as classes mais baixas da população. A instituição é voltada para quem ganha até três salários mínimos e que não possui nenhum tipo de conta corrente. Entre os produtos e serviços oferecidos estão conta corrente simplificada e crédito com valor variando de R$ 50 a R$ 600, a juros de 2% ao mês. O seguro de vida é uma das grandes novidades no portfólio de produtos da instituição. O valor cobrado é simbólico: R$ 12,00 a cada seis meses, para um capital segurado de R$ 2.500. O diretor-executivo de produtos da empresa, Marcos Tadeu de Siqueira, diz que para abrir uma conta no Banco Popular do Brasil não é preciso comprovar renda. "Esse é um dos nossos principais diferenciais". Perto de um milhão e 100 mil operações já foram realizadas, perfazendo um total aproximado de R$ 110 milhões em depósitos. "O interessante é que o valor médio da operação é próximo a R$ 100", diz. A novidade do banco é o financiamento de bens duráveis. Em julho, foi implementado um piloto no Paraná, onde o consumidor escolhe um eletrodoméstico, vai até um ponto do Banco Popular e solicita o financiamento, que é aprovado em 24 horas. Vanessa Rosal


w w w. d co m e rc i o. co m . b r Edição concluída às 23h00

Ano 81 - Nº 21.960

São Paulo, segunda-feira 12 de setembro de 2005

R$ 0,60

Givaldo Barbosa/Ag. O Globo

Rogerio Cassimiro/Folha Imagem

Está armado o confronto: o deputado Severino Cavalcanti disse que não renuncia, não se licencia e nem abre mão de presidir a Câmara; e os partidos de oposição vão pedir amanhã a sua cassação ao Conselho de Ética. "Vai ser uma guerra", resume o deputado ACM Neto. Severino, a oposição, o uso ilegal do Fundo Partidário e o racha no PT, págs. 3, 4, 5 e 8 Paulo Pampolin/DIgna Imagem

Chip East/Reuters

Cuidado para não atender um falso fiscal

A dor completa quatro anos

Eles pedem propina por telefonemas, cartas, visitas, ameaças. Saiba como se proteger. Pág. 11

Um sino cala os EUA: um minuto de silêncio pelos 4 anos do 11/9. Página 18

Daniel Augusto/Ag. O Globo

Quibe, coalhada e ironia para Maluf As duas estudantes (foto) entregaram a comida com uma carta para Maluf, preso com o filho na Polícia Federal. Pág. 3 Patrícia Cruz/Luz

Projeto quer bala legal no ônibus Vereador pretende legalizar camelô de ônibus. Proposta é polêmica. DCidade HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 22º C. Mínima 16º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 18º C. Mínima 12º C.

Corinthians vence e faz as pazes com a torcida Marcelo Mattos (na foto com Betão) comemora: depois de 5 jogos sem ganhar, o Corinthians faz 2 a 0 no Atlético Paranaense. E fica a 2 pontos da liderança do Brasileirão.

Ouro inédito do judô brasileiro João Derly faz história: é dono da primeira medalha de ouro do judô brasileiro em mundiais. DC Esporte

Nesta edição, Argentina Exporta


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

LIGA DOS CAMPEÕES Robert Pratta/Reuters

ESPORTE - 3

NEGÓCIO DA CHINA

Pierre-Phelippe Marcou/AFP

Sátiro Sodré/CBDA

Joanna Maranhão, destaque do José Finkel, já tem vaga, ao lado de mais 11 atletas, no Mundial de piscina curta de 2006, em Xangai Lyon, que venceu o Monaco com dois gols do excruzeirense, desafia o Real, derrotado pelo Celta na estréia do ex-santista como titular

J

oanna Maranhão bateu ontem o recorde sulamericano dos 200 m medley, com 2m12s42, derrubando em dois décimos a marca que pertencia desde 1997 a Gabrielle Rose. Ela confirmou o índice para o Mundial de piscina curta de 2006, que será em Xangai, e ajudou o Pinheiros a ficar com o título do Troféu José Finkel, disputado em Santos, equivalente ao Brasileiro em piscina de 25 m. Foi o primeiro torneio de al-

Fred x Robinho L

yon e Real Madrid fazem amanhã o jogo mais "brasileiro" da primeira rodada da Liga dos Campeões. O time francês assistiu no sábado à brilhante estréia de Fred, autor dos dois gols da vitória sobre o Monaco por 2 a 1 que garantiu à equipe a liderança isolada do Francês. Já Robinho não teve a mesma felicidade em sua primeira partida diante da torcida do Real. Em pleno Santiago Bernabéu, o time perdeu por 3 a 2 para o Celta, e ainda foi prejudicado pela arbitragem (a bola não entrou no terceiro gol do time de Vigo). O time caiu no Espanhol: é o oitavo. Real e Lyon estão no Grupo F, que tem ainda o duelo entre o Olimpiacos, de Rivaldo e o Rosenborg. Pelo Grupo E, o Milan es-

tréia diante do Fenerbahçe, de Alex e Fábio Luciano. O time milanês vem de boa vitória no Italiano: 3 a 1 sobre o Siena, com um gol de Kaká. No outro jogo, o PSV Eindhoven recebe o Schalke. O Liverpool, atual campeão europeu, estréia no Grupo G diante do Betis, que conseguiu sua primeira vitória no Espanhol: 1 a 0 sobre o Osasuna, gol de Ricardo Oliveira. Na mesma chave, o Chelsea, que tem 100% de aproveitamento no Inglês, recebe o Anderlecht. Pelo Grupo H, a Inter de Milão tenta se reabilitar da derrota de 3 a 2, sábado, para o Palermo, contra o desconhecido Artmedia Bratislava, da Eslováquia. O Porto, um dos líderes do Português após os 3 a 0 sobre o Rio Ave,

vai à Escócia para enfrentar o Rangers. Na quarta-feira, o Barcelona estréia no Grupo C contra o Werder Bremen, duelo de dois times embalados: o time espanhol venceu ontem o Mallorca por 2 a 0, dois gols de Eto'o, enquanto o alemão fez 5 a 1 no Kaiserslautern. No Grupo H, o Benfica, que está na zona de rebaixamento do Português - perdeu por 2 a 1 para o Sporting, no sábado, graças a um gol de Leidson -, enfrenta o Lille. O outro jogo do grupo é Villareal x Manchester United. Também na quarta, pelo Grupo A, a Juventus vai à Bélgica para enfrentar o Bruges, enquanto o Bayern pega o Rapid Viena. No B, o Arsenal recebe o Thun, da Suíça, e o Ajax visita o Sparta Praga.

ITÁLIA

ESPANHA

INGLATERRA

Palermo 3 x 2 Internazionale Milan 3 x 1 Siena Roma 0 x 1 Udinese Chievo 1 x 0 Parma Empoli 0 x 4 Juventus Lecce 0 x 0 Ascoli Messina 2 x 2 Fiorentina Sampdoria 3 x 2 Reggina Treviso 0 x 1 Livorno Cagliari 1 x 1 Lazio

Real Madrid 2 x 3 Celta La Coruña 1 x 0 Atlético Madrid Betis 1 x 0 Osasuna Barcelona 2 x 0 Mallorca Getafe 1 x 1 Athletic Bilbao Racing Santander 0 x 1 Cádiz Real Sociedad 2 x 1 Alavés Villareal 1 x 1 Sevilla Málaga 1 x 2 Espanyol Zaragoza 2 x 2 Valencia

Birmingham 0 x 1 Charlton Chelsea 2 x 0 Sunderland Everton 0 x 1 Portsmouth Man. United 1 x 1 Man. City Newcastle 1 x 1 Fulham Tottenham 0 x 0 Liverpool West Bromwich 1 x 2 Wigan Middlesbrough 2 x 1 Arsenal Bolton 0 x 0 Blackburn West Ham x Aston Villa (hoje)

to nível disputado por Joanna desde que ela deixou, de forma abrupta, os treinos na Universidade da Flórida. Ela mesma admitiu que não esperava alcançar com tanta antecedência o índice para o Mundial. Outro destaque do Finkel foi o paraibano Kaio Márcio de Almeida, eleito o nadador mais eficiente da competição. Ele venceu as três provas no nado borboleta: 50 m, 100 m e 200 m, todos com recorde sul-americano e índice para Xangai.

Além de Kaio Márcio e Joanna Maranhão, a lista dos nadadores classificados para o Mundial tem mais 10 nomes, além do revezamento 4x200 metros masculino. Ontem, César Cielo, que já recebeu elogios de Gustavo Borges, ganhou os 100 metros livre, com o tempo de 48s21. Ele confirmou o índice e melhorou em dois centésimos o tempo das eliminatórias. "É minha prova preferida, a distância que mais treino", disse.

Futuro de ouro Divulgação/FIVB

A

Camillinha e Carolina, filha de Isabel, ganharam o Mundial Sub-21 de vôlei de praia

supremacia do Brasil no vôlei de praia feminino começa já nas categorias de base. Camillinha e Carolina, filha da ex-jogadora Isabel, conquistaram no sábado o Mundial Sub-21 do esporte, disputado no Rio, em Copacabana. Na decisão, as brasileiras derrotaram as alemãs Ruth Flemig e Ilka Semmler por 2 a 1 (11/21, 21/17 e 17/15). Foi o bi de Carolina, que no ano passado havia sido campeã, em Portugal, ao lado de Taiana. Os brasileiros não se deram tão bem no masculino: Pedro e Tiago ficaram em quarto lugar, após derrota por 2 a 0 (21/16 e 29/27) para os russos Hoshkarev e Prokopiev.

Outro título na mira Gaspar Nóbrega/CBB

Classificação

P

V

S

GP

Classificação

P

V

S

GP

Classificação

P

V

S

GP

1 Juventus

6

2

5

5

1 Celta

6

2

3

5

1 Chelsea

15

5

10

10

2 Livorno

6

2

2

3

2 La Coruña

6

2

2

2

2 Charlton

12

4

7

8

3 Udinese

6

2

2

2

3 Athletic Bilbao

4

1

3

4

3 Manchester City

11

3

3

7

4 Milan

4

1

2

4

4 Getafe

4

1

2

3

4 Manchester United

10

3

5

6 6

5 Fiorentina

4

1

1

4

5 Barcelona

4

1

2

2

5 Bolton

8

2

2

Palermo

4

1

1

4

6 Sevilla

4

1

1

2

6 Tottenham

8

2

2

4

4

1

1

2

7 Valencia

3

1

1

1

7 Middlesbrough

7

2

1

5

7 Lazio 8 Internazionale

3

1

2

5

8 Real Madrid

3

1

0

4

8 Arsenal

6

2

3

7

9 Roma

3

1

2

3

9 Cádiz

3

1

0

2

9 Wigan

6

2

0

3 0

10 Chievo

3

1

0

1

Osasuna

3

1

0

2

10 Liverpool

5

1

1

11 Sampdoria

3

1

0

4

11 Betis

3

1

0

1

11 Aston Villa

5

1

0

4

12 Siena

3

1

1

3

12 Real Sociedad

3

1

2

2

12 Blackburn

5

1

2

3

13 Ascoli

2

0

0

1

13 Zaragoza

2

0

0

0

13 Fulham

5

1

3

4

14 Cagliari

1

0

1

2

14 Villareal

1

0

1

2

14 West Ham

4

1

1

4

Messina

1

0

1

2

15 Alavés

1

0

1

1

15 Portsmouth

4

1

3

4

1

0

1

1

16 Atlético Madrid

1

0

1

0

16 Birmingham

4

1

4

4

16 Lecce Parma

1

0

1

1

17 Espanyol

0

0

2

0

17 West Bromwich

4

1

5

5

18 Reggina

0

0

4

2

Málaga

0

0

2

0

18 Everton

3

1

3

1

19 Treviso

0

0

4

0

19 Racing Santander

0

0

2

0

19 Newcatle

2

0

6

1

20 Empoli

0

0

5

0

20 Mallorca

0

0

3

0

20 Sunderland

0

0

7

2

FRANÇA

ALEMANHA

PORTUGAL

Lyon 2 x 1 Monaco Ajaccio 1 x 0 Nancy Metz 0 x 2 Lille Nice 0 x 1 Saint-Etienne PSG 1 x 0 Strasbourg Rennes 3 x 1 Auxerre Toulouse 0 x 2 Le Mans Troyes 1 x 0 Nantes Lens 1 x 1 Bordeaux Sochaux 0 x 1 Olympique

Bayer Leverkusen 1 x 1 Schalke 04 Hannover 2 x 0 Eintracht Frankfurt Kaiserslautern 1 x 5 Werder Bremen Mainz 1 x 3 Hamburgo Borussia Moenchen. 2 x 1 Duisburgo Nuremberg 1 x 2 Bayern Stuttgart 1 x 1 Arminia Bielefeld Borussia Dortmund 2 x 1 Colônia Hertha 3 x 0 Wolfsburg

Vitória de Guimarães 0 x 2 Braga Porto 3 x 0 Rio Ave Sporting 2 x 1 Benfica Gil Vicente 0 x 1 Nacional Uinão Leiria 0 x 0 Marítimo Amadora 2 x 1 Naval Acadêmica 0 x 1 Vitória de Setúbal Boavista 4 x 1 Paços Ferreira Penafiel x Belenenses (hoje)

Classificação

P

V

S

GP

Classificação

P

V

S

GP

Classificação

P

V

S

GP

1 Bayern

12

4

10

13

1 Porto

9

3

5

7

1 Lyon

16

5

6

9

2 Werder Bremen

10

3

9

13

2 Braga

9

3

4

4

2 PSG

13

4

6

10

3 Hamburgo

10

3

7

9

3 Sporting

9

3

3

6

3 Lens

11

3

8

12

4 Schalke 04

8

2

2

6

4 Nacional

7

2

2

4

4 Le Mans

11

3

6

8

5 Hertha

7

2

2

7

5 Gil Vicente

6

2

2

3

5 Bordeaux

11

3

3

5

6 Hannover

6

1

2

6

6 Rio Ave

6

2

1

5

6 Ajaccio

10

2

3

7

7 Colônia

6

2

0

7

7 Boavista

5

1

3

5

7 Saint-Etienne

10

2

3

4

8 Kaiserslautern

6

2

2

10

8 Amadora

4

1

0

3

8 Lille

9

2

2

7

9 Borussia Dortmund

5

1

0

6

9 Vitória de Setúbal

4

1

0

1

9 Troyes

9

2

1

5

10 Wolfsburg

5

1

-2

5

10 Belenenses

3

1

1

4

10 Nantes

8

2

2

6

11 Borussia Moenchen.

5

1

-2

4

11 Naval

3

1

0

5

11 Nice

8

2

1

7

12 Bayer Leverkusen

4

1

1

8

12 Paços Ferreira

3

1

3

2

12 Monaco

7

2

2

4

13 Arminia Bielefeld

4

1

3

5

13 Acadêmica

2

0

1

2

13 Auxerre

7

2

8

4

14 Stuttgart

3

0

1

5

14 Marítimo

1

0

2

1

14 Rennes

6

2

11

6

15 Eintracht Frankfurt

3

1

6

2

15 União Leiria

1

0

3

1 1

15 Sochaux

5

1

2

2

16 Duisburgo

2

0

3

6

Benfica

1

0

3

16 Olympique

5

1

4

5

17 Nuremberg

1

0

5

2

17 Penafiel

0

0

3

0

17 Toulouse

5

1

5

2

18 Mainz

0

0

7

1

18 Vitória de Guimarães

0

0

6

1

18 Nancy

3

1

1

7

19 Strasbourg

3

0

3

1

20 Metz

3

0

7

1

C

omeça na quarta-feira a luta da seleção de basquete feminino por mais um título. A renovada equipe, que já conquistou neste ano o Sul-Americano e venceu 18 amistosos, disputa a Copa América, na República Dominicana, como preparação para o Mundial de 2006, que será no Brasil. O torneio vai até domingo e vale três vagas no Mundial. Já classificada, a seleção quer o tricampeonato - venceu, em casa, em 97 e 2001. A Copa América é disputada por seis seleções, que jogam entre si. O Brasil estréia na quarta, contra a Argentina, e pega depois Porto Rico, Canadá, República Dominicana e Cuba.

O técnico Barbosa leva novatas para defender Brasil na Copa América de basquete feminino

Time de Falcão ganha Liga Futsal

Vôlei masculino defende perfeição

IRL: Wheldon vence e põe a mão na taça

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A

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Malwee/Jaraguá do Sul conquistou ontem o título da Liga Futsal, ao vencer o Atlântico (RS) por 3 a 2, em Brusque (SC), de virada. O resultado consagrou o ala Falcão, que voltou à equipe em abril, depois de uma passagem pelo São Paulo, sua terceira incursão sem sucesso no futebol de campo. Falcão terminou como artilheiro da competição, com 25 gols, mas não marcou em nenhum dos dois jogos da decisão - o primeiro havia terminado em empate por 2 a 2. O time gaúcho não levou em conta o fato de estar atuando fora de casa e marcou 2 a 0 no primeiro tempo, com gols de Domenico e Saranduba. Xoxo (2) e Valtin, apenas na etapa final, viraram para o Malwee. Adeus - No sábado, o Brasil goleou o Equador por 7 a 1, em jogo que marcou a despedida da seleção de cinco jogadores campeões mundiais em 1996: Serginho, Márcio, Sandrinho, Fininho e Vander Carioca.

seleção brasileira de vôlei masculino defende um currículo perfeito no Sul-Americano, que será disputado de quarta a domingo, em Lages (SC): o Brasil venceu todas as edições do torneio que disputou. A única das 25 edições que terminou sem o Brasil no alto do pódio foi em 1964, quando a seleção não participou. O técnico Bernardinho não terá o capitão do time, o levantador Ricardinho, que pediu dispensa por causa de um assalto sofrido por sua família, em Maringá (PR). Marcelinho será o substituto, e Gustavo, o capitão. "Ele tem a experiência e a seriedade que o caracterizam como um dos líderes da equipe", disse Bernardinho. No torneio, seis seleções jogam todas contra todas. O Brasil estréia na quarta, às 20h, contra a Colômbia. Enfrenta em seguida, pela ordem, Paraguai, Argentina, Chile e Venezuela. O Sportv vai transmitir os jogos do time nacional.

an Wheldon praticamente assegurou o título da IRL, ao vencer ontem o GP de Chicago, 15ª prova da temporada. O inglês abriu mais de 100 pontos sobre o vice-líder, o brasileiro Tony Kannan, que chegou em quinto, e só precisa largar nas duas provas restantes para assegurar o título - a vitória vale 50 pontos, mas todos os pilotos que largam recebem ao menos 12. O brasileiro Helio Castroneves chegou em segundo, enquanto Vítor Meira foi o sétimo. CLASSIFICAÇÃO: 1. Wheldon (ING), 570; 2. Kanaan (BRA), 468; 3. Hornish Jr. (EUA), 456; 4. Franchitti (ESC), 423; 5. Castroneves (BRA), 400; 6. Sharp (EUA), 390; 7. Meira (BRA), 375; 8. Herta (EUA), 354; 9. Scheckter (AFS), 349; 10. Carpentier (CAN), 341; 11. Barron (CAN), 300; 12. Patrick (EUA), 299; 13. Matsuura (JAP), 280; 14. Rice (EUA), 265; 15. Dixon (NZL), 248; 16. Briscoe (AUS), 232; 17. Enge (TCH), 220; 18. Foyt IV (EUA), 219; 19. Yasukawa (EUA), 217; 20. Carpenter (EUA), 216; 21. Manning (ING), 186.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

EMPRESAS - 15

Clóvis Ferreira/Digna Imagem

BELEZA DEMOCRÁTICA. PARA HOMENS E MULHERES. A maior feira do segmento de beleza, a Cosmoprof Cosmética, transformou o Parque Anhembi em um grande salão de cabeleireiro e estética. Expositores apostam alto em novas linhas de produtos voltadas especialmente para o público masculino. Evento deverá impulsionar as vendas da indústria e ser responsável por negócios da ordem de US$ 29 milhões.

A

indústria cosmética não quer apenas d e i x a r h omens e mulheres mais bonitos. O objetivo é oferecer também qualidade de vida e relaxamento. Os representantes do setor não posam de bonzinhos; eles descobriram um nicho rentável e investem nele. Existe peruca para quem tem cabelo comprido (e quer exibir madeixas curtinhas), apliques para quem procura o contrário, cremes, géis redutores de gordura, maquiagem, esmalte, tintura. Tudo isso em exposição e à venda na Cosmoprof Cosmética, uma das maiores feiras do segmento. Hoje é o último dia do evento, que começou na sexta, dia 9 no Parque Anhembi, zona norte de São Paulo. Andando pelo local, é notório o interesse dos visitantes. Gente que se engalfinha por um brinde, que se deita para receber uma massagem nas costas ou nos pés, fica com olhos vendados para o produto fazer efeito e passa por um tra- Gustavo Lopes testa esmalte e visitante tratamento anti-rugas para o rosto tamento com direito a maquiagem e penteado. É um que câmbio e crise política, são nutos - porque homem não imenso salão de beleza e esté- as barreiras tarifárias e a certi- tem paciência. As iniciativas tica em pleno Anhembi. ficação sanitária. Landi afirma fizeram tanto sucesso que a Aposta - A Sther Cosméticos que a Itália e o Brasil poderiam Niasi espera que até 2006 a liapresenta os números positi- dialogar mais para facilitar os nha corresponda a 5% do fatuvos. Entre julho de 2004 e julho negócios e a troca de informa- ramento da empresa. de 2005, as vendas cresceram ções. "Se tivéssemos apoio, não Outro indício do sinal dos 40%. As exportações corres- precisaríamos chegar no porto tempos: para divulgar o gel repondem a até 15% desse resul- de Santos com os produtos e dutor de gordura localizada, a tado. Na Cosmoprof, a Sther ter que trazê-los de volta por- Valmari contou com modelos expôs os cremes para cabelo que o rótulo não está de acordo não só mulheres de biquíni, que são vendidos no Oriente com as normas brasileiras". mas também homens de sunMédio - com as informações Cabelos e unhas - As empre- ga, com o produto na pele, nos rótulos escritas em árabe. sas "acordaram" e começam a mostrando que os rapazes "Estamos de olho na Arábia dar prioridade à linha mascu- também estão em busca da Saudita, na América do Sul, e lina. A Niasi está lançando o barriga sarada. E topam fazer no México", afirma João Vitor Risqué Homem. São duas ba- alguns sacrifícios. São os chaRicardi, presidente da empre- ses, a fosca e a semi-brilho para mados metrossexuais. sa. O investimento no período que as unhas fiquem fortes e Bronzeamento - Mais uma chegou a US$ 500 mil -em no- com aspecto de limpas. O ad- prova de que as consumidoras vos produtos, equipamentos e ministrador de empresas Gus- querem beleza mas também treinamento de pessoal. Ricar- tavo Lopes, de 23 anos, visita- manter a saúde é o brozeamendi dá uma dica: o único cami- va a feira não dispensou a to instantâneo. O interessado nho que leva ao sucesso é o do oportunidade de deixar as em "pegar uma cor" se submetrabalho sério. Ele só reclama unhas mais bonitas. "Hoje em te a jatos de tinta por dez minuda elevada taxa de juros brasi- dia, os homens também têm tos. O produto seca no corpo leira. em 15 minutos e dura até oito que se cuidar", diz. S et or - Segundo Roberta Outra novidade é a linha dias. O superintendente da Dias, diretora da Cosmoprof, Biocolor Homem, com quatro Fast Bronze, Sérgio Luiz Marem um ano deverão ser gera- cores de tintura para cabelo. tins, conta que o faturamento dos, por causa da feira, negó- São xampus tonalizantes com este ano deve aumentar 40% cios da ordem de US$ 29 mi- fragrâncias masculinas e que em relação a 2004. lhões (entre setembro de 2005 e agem no cabelo em cinco miNeide Martingo setembro de 2006). Isso corresponde a três meses de produção do setor. Mas ela não esconde que a crise política e a valorização do real em relação ao dólar atrapalharam. "Algumas empresas, principalmente norte-americanas cancelaram contratos. Elas tiveram receio por causa dos escândalos e em razão do câmbio". Mesmo assim, compradores de 36 países compareceram ao evento. São 71 expositores internacionais - Estados Unidos, China, Itália. O diretor do Instituto Italiano para o Comércio Exterior, Riccardo Landi, afirma que dez empresas representadas pelo instituto vieram para a Cosmoprof. Para ele, pior do Modelos usam creme redutor de gordura da barriga e culote

A Cosmoprof Cosmética reúne no Parque Anhembi 71 expositores internacionais e um total de 700 marcas. Tratamentos corporais para reduzir gorduras, coloração para cabelos de homens de mulheres e bronzeamento à jato são os destaques da feira. Acima, João Vitor Ricardi, da Sther Cosméticos.


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Fábio Motta/AE

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segunda-feira, 12 de setembro de 2005

BRO e M E T ES SE

PL o do SIM s a agosto. t n e m i Recolh ISS referente ICMS nto do ento do pagame para recolhim . lho dia Último apurado em ju

Eu nunca havia escrito um poema tão longo, contendo tanta matéria existencial e poética. Ferreira Gullar, sobre o Poema Sujo, que completa 30 anos e foi escrito durante seu exílio pela ditadura militar

Fábio Motta/AE

2 -.LOGO

Poema Sujo é um marco na poesia brasileira. Não é só um lancinante protesto político, mas um profundo depoimento da dor de uma geração. Cacá Diegues, cineasta

Vidal Cavalcante/AE

I MIGRAÇÃO

Bebendo caipirinha e guaraná na Alemanha Reportagem da revista alemã Der Spiegel mostra que a Alemanha se transformou em um dos principais redutos de imigrantes brasileiros na Europa

C A R T A Z

Arquivo/DC

SINFÔNICA

Noite de gala no Municipal A comemoração dos 94 anos do Teatro Municipal acontece esta noite com uma apresentação de gala. A celebração reunirá a Orquestra Sinfônica Municipal, o Coral Lírico e o Coral Infanto-Juvenil da Escola Municipal de Música, regidos pelo maestro Celso Antunes. No programa, a

C ONFECÇÃO

Sinfonia nº 3, de Beethoven, e o oratório Uma Criança do Nosso Tempo, de Michael Tippett. A entrada é gratuita mas, apesar dos 1,5 mil lugares , é recomendável retirar os ingressos com antecedência na bilheteria. Teatro Municipal. Pça. Ramos de Azevedo, s/nº, Centro. Telefone: 222-8698. Às 21h.

PROGRAMA DE ÍNDIO - Cerca de 40 representantes das tribos Xavante e Krahô participaram ontem da Corrida das Toras, no entorno do Parque do Ibirapuera, durante a abertura da III Semana do Meio Ambiente, realizada pela Universidade de São Paulo (USP). A corrida é esporte e rito de mudança do ciclo de vida.

T ELEVISÃO

L IVROS

In vino veritas. Em reality show.

Tradição cultural na internet

Depois do sucesso do filme Sideways (2004) – que tem como pano de fundo visitas às vinícolas da Califórnia –, a rede de TV norteamericana PBS criou um reality show sobre o assunto. The Wine Makers deve estrear no ano que vem, mas a produção do programa já começou. Cinco competidores terão de provar quem sabe mais sobre teoria e degustação de bons vinhos. O programa incluirá ainda cenas das vinícolas mais famosas de Paso Robles, San Luis Obispo e Santa Barbara.

Em 1876 os imigrantes portugueses Antonio Maria e José Joaquim Teixeira abriram, na rua São Bento, no Centro, a livraria que se tornou ponto de encontro de intelectuais e escritores durante décadas, a Livraria Teixeira. Por ali passaram Olavo Bilac, Érico Veríssimo, Lygia Fagundes Telles... Fechada em 1997, a livraria vai virar uma rede – uma loja foi aberta no Shopping Tamboré, em Alphaville e fará vendas pela internet. http://www.livrariateixeira.com.br

B RAZIL COM Z

Fisco argentino vai investigar brasileiros A Administração Federal de Receitas Públicas (Afip) da Argentina investigará "com especial interesse" as grandes empresas brasileiras que nos últimos anos se instalaram no país. O anúncio foi feito pelo diretor da Afip, Alberto Abad, em entrevista ao jornal "Perfil". Desde a crise de 20012002, a Argentina transformou-se no alvo de substanciais investimentos brasileiros. Nos últimos três anos e meio, as operações de aquisição de empresas argentinas por parte de grupos brasileiros alcançou US$ 2,75 bilhões. Nunca antes a Receita Federal argentina havia escolhido os investimentos brasileiros naquele país como alvo de investigações. M ÍDIA

F AVORITOS

Grife de roupas da Survivor: vencedor Wal-Mart chega ao País pode ser preso

Um jornal na cola de Néstor Kirchner

Telegramas mais charmosos

A marca de roupas George, do Wal-Mart, a mais vendida em volume na Inglaterra e presente hoje nos supermercados da rede em dez países, começa a chegar ao Brasil este mês. Na Inglaterra, onde surgiu há 15 anos, ela é comercializada em 257 lojas da rede de varejo Asda, bandeira do Wal-Mart no país. A George, que representa para a Asda um faturamento de 2 bilhões de libras por ano, é vendida também em sete lojas próprias.

Um novo semanário chega às bancas argentinas esta semana com uma linha editorial simples: criticar implacavelmente todas as ações tomadas na Casa Rosada. O presidente Néstor Kirchner será o alvo principal do jornal Perfil, que é publicado pela empresa homônima. O novo periódico será publicado aos domingos e a primeira edição tem 176 páginas. Os partidos da oposição também estão na mira do jornal, mas não são prioridade.

A TÉ LOGO

T RIBUTAÇÃO

Berlim não conquistou o tão almejado emprego que foi prometido pela amiga. A solução para que conseguisse dinheiro rápido seria aceitar o convite para trabalhar em um prostíbulo na capital. Mas ela estava decidida a cumprir a promessa que havia feito a si mesma, não abrindo mão de sua dignidade. Com a ajuda de um amigo e uma prima que vivem em Hamburgo, Ana Paula finalmente ingressou na informalidade alemã, passando por tarefas que vão de limpeza a serviço de babá, sempre ilegalmente, recebendo menos de 300 euros mensais por atividades que consomem mais de 12 horas diárias. Ela diz que gostaria de retornar ao Brasil, mas teme voltar mais pobre do que quando partiu. A manicure brasileira afirma viver com medo de ser pega pelas autoridades alemãs. "A Alemanha é, de fato, mais limpa e mais segura, mas não é o meu País", lamenta.

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E M

tante diversificado, segundo Bianca Dontangelo, editora da publicação bilíngue Brasine. A maioria está legalmente estabelecida, mas há um grupo de brasileiros ilegais que não pára de crescer. Eles têm pouca formação e estão chegando ao país em busca de melhores salários. É o caso de Ana Paula, que mudou-se para a Alemanha no último ano para tentar exercer a atividade de manicure. A ida ao país teve como objetivo conseguir melhores condições para sua filha, que vive no Rio de Janeiro com a avó. A opção pela imigração pareceu uma boa saída para resolver o problema da falta de dinheiro, já que uma amiga de infância, que vive na Alemanha há alguns anos, disse que lá ela facilmente ganharia quantias impensáveis para uma trabalhadora com a sua formação. Ana Paula estava preparada para fazer de tudo, menos se submeter à prostituição. Apesar disso, chegando em

O vencedor do primeiro reality show norte-americano Survivor (que inspirou o No Limite, transmitido pela Globo), Richard Hatch, não pagou nenhum imposto sobre o US$ 1 milhão que recebeu como prêmio e pode ir para a cadeia. Ele responde por 10 acusações. Caso seja julgado culpado pode pegar até 75 anos de prisão. De acordo com o advogado de Hacth, ele não pagou impostos por ter realizado doações a instituições de caridade.

Esqueça as antigas visitas à agência dos Correios ou os telegramas por telefone. Agora, no site da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, é possível personalizar suas mensagens inserindo figuras ou colocando a logomarca da sua empresa. O serviço tem ainda outras vantagens que podem ser conferidas no link Correios Online do site. www.correios.com.br

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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O primeiro anticoncepcional genérico do mercado brasileiro chega às farmácias no início de outubro

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Setor da construção deve fechar o ano com um dos piores desempenhos de sua história no setor público

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Mesmo com reajuste no preço dos combustíveis, Copom pode anunciar queda da taxa de juros esta semana

B ATE-PRONTO

CARLOS CONDE

O jazz improvisa por New Orleans Entusiasta menor do jazz tradicional e fã fervoroso do jazz moderno, o produtor e apresentador Carlos Conde (todas as sextas e sábados no ar às 23h pela Rádio Cultura FM no Jazz Concert) falou ao DC sobre a passagem do furacão Katrina por New Orleans, o berço do ritmo nascido dos lamentos e das canções sagradas dos trabalhadores negros. A destruição de New Orleans vai deixar suas marcas também no mundo do jazz? Hoje, a destruição da cidade é muito mais um problema social e urbanístico – porque a reconstrução da cidade será uma operação muito complicada e cara. Do ponto de vista musical, a cidade tem uma importância muito grande por ser o berço do jazz e um lugar onde ainda se cultuavam as formas primitivas deste gênero musical, até como elemento de exploração comercial e turística. Por isso, haverá um prejuízo grande. E qual a importância da cidade, para os músicos de jazz, ainda hoje? A música que era feita lá, mantinha muita fidelidade com o jazz tradicional dos anos 20. No chamado bairro francês, o French Quarter, há a famosa Bourbon Street, com uma boate ao lado da outra, todas com apresentações de jazz a noite toda. As bandas desfilam todos os

dias pelas ruas principais, tocando melodias tanto alegres quanto tristes porque muitas vezes os músicos acompanhavam funerais. Além disso, dos anos 80 para cá houve uma nova onda de jazz moderno que nasceu em New Orleans com a família Marsalis e seus seguidores, que hoje praticamente são os embaixadores do jazz no mundo e controlam a Lincoln Center Jazz Orchestra, de Nova York. Qual a trilha sonora deste momento? As canções When the saints go marching in, Blues in the night e o clássico jazzístico de Louis Armstrong (foto),West End Blues. Mas, além das canções, existe uma infinidade de filmes que retratam a importância histórica e social do jazz de New Orleans, o próprio Armstrong está em dezenas deles. O clássico New Orleans, de 1940, traz ele e Billie Holiday. De 1941, há o filme Nascimento do Blues; de 1942 há Cabana no Céu e Tempestade do Ritmo. De 1965, Cincinnati Kid, que apesar do título se passa todo na cidade. Heci Regina Candiani

Reprodução/AE

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Brasil já foi destino de mais de 260 mil alemães do início de 1800 à II Guerra Mundial e estima-se que por volta de 1929 um milhão de pessoas falavam a língua alemã no Brasil. Apesar disso, de duas décadas para cá houve uma significativa mudança no fluxo de imigração que envolve os dois países, segundo reportagem da última edição da revista semanal alemã Der Spiegel. O Departamento de Relações Exteriores do Brasil na Alemanha, de acordo com a reportagem, estima que a comunidade de brasileiros já supera a marca de 60 mil pessoas, o que transforma a nação em um dos principais redutos de imigrantes brasileiros na Europa. Os sinais de crescimento da população são evidenciados pelo aumento no número de lojas que comercializam produtos de origem brasileira, como cachaça e guaraná. O perfil desse grupo é bas-


10 -.FINANÇAS

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 12 de setembro de 2005


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

CIDADES & ENTIDADES - 1

Cláudio Roberto Nogueira, presidente da Cooperativa dos Vendedores de Doces Ambulantes, mostra como os camelôs de ônibus deverão trabalhar, caso a atividade seja legalizada: de jaleco, cestinho e doces com até 180g

Vereador verde quer legalizar camelô de ônibus

Isso aconteceu durante um encontro entre o secretário (Aloísio Nunes Ferreira) e representantes da categoria. Ele gostou do projeto e pediu que eu adequasse minha proposta às que já existem sobre o comércio ambulante e a venda em ônibus. Vou encaminhar a proposta ainda este ano Abou Anni, vereador pelo Partido Verde Fotos de Patrícia Cruz/Luz

180 gramas é o peso máximo que um doce deve ter para poder ser vendido em terminais e interior de ônibus, segundo projeto do vereador Abou Anni

Na contramão de todas as ações da Prefeitura contra os vendedores ambulantes ilegais, o vereador Abou Anni (PV) quer legalizar os camelôs de ônibus, aqueles que vendem doces nos coletivos. Ele tem esperança de aprovar seu projeto, já vetado uma vez pelo prefeito.

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Ivan Ventura Concluída a compra, o vendedor deverá entregar sacos plásticos aos passageiros (evitando assim a sujeira nos coletivos). O que pode causar polêmica entre os usuários de ônibus da capital é o tópico que se refere às condições para a venda dos produtos nos ônibus. Segundo o projeto, o camelô não poderá permanecer no corredor do coletivo quando o número de passageiros em pé exceder em um terço a capacidade total desse espaço. "Vamos supor que a capacidade máxima de pessoas em pé seja de 20 passageiros. O vendedor não poderá vender os doces e salgados quando seis ou mais pessoas ocuparem esse espaço no ônibus", explicou o vereador do PV. A fiscalização dessa matemática e da atividade dos camelôs nos ônibus deverá ficar sob a responsabilidade da São Paulo Transportes (SPTrans). A proposta não é uma nenhuma novidade para os vereadores ou para a Prefeitura. A regulamentação das atividades de camelô nos terminais e nos ônibus da cidade entrou pela primeira vez em discussão em fevereiro deste ano. Na época, o projeto de lei passou por

4 mil vendedores ambulantes já estariam cadastrados na Cooperativa dos Vendedores de Doces Ambulantes, segundo seu presidente

Segundo o vereador Anni, o camelô não poderá permanecer no corredor do coletivo quando o número de passageiros em pé exceder em um terço a capacidade total desse espaço

três comissões e duas votações em plenário até chegar às mãos do prefeito José Serra, que o vetou. Mesmo assim, o vereador Abou Anni alegou ter sido encorajado pelo secretário de

governo do municipio, Aloísio Nunes Ferreira, a seguir com a proposta . "Isso aconteceu durante um encontro entre o secretário e representantes da categoria (ambulantes de balas e

salgados). Ele gostou do projeto e pediu que eu adequasse minha proposta com as que já existem sobre o comércio ambulante e a venda de produtos nos ônibus. Fiz as mudanças e

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m projeto de lei polêmico, que vai na contramão de todas as recentes ações da Prefeitura no sentido de tirar os camelôs ilegais das ruas da cidade, deverá ser apresentado e votado até o fim do ano pela Câmara Municipal de São Paulo. Trata-se da regularização de uma classe específica de camelôs, conhecidos como vendedores ambulantes de doces. Eles atuam nos terminais de ônibus e dentro dos coletivos da capital. É a segunda vez que a proposta vai entrar na pauta de discussão dos vereadores. Na primeira vez, aprovado em plenário, o projeto foi vetado pelo prefeito José Serra. Segundo o vereador Abou Anni (PV), autor do projeto , a regulamentação seria destinada apenas a esses camelôs. Dentre os pontos mais importantes da proposta destacam-se o uso de uniformes e o pagamento da passagem do ônibus por parte desses profissionais (extinguindo-se a famosa prática de pedir carona ao motorista). Pelo projeto, os produtos serão carregados dentro de cestas e cada unidade do produto a ser vendido não poderá exceder o peso de 180 gramas.


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4 -.ESPORTE

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

Fotos: Ali Jarekji/Reuters

Primeiro brasileiro a ser campeão mundial, João Derly é escolhido o melhor dos 307 judocas que disputaram o Mundial do Egito

MELHOR DO MUNDO

A

conquista da inédita medalha de ouro para o judô brasileiro no Mundial do Egito, no sábado, garantiu ao gaúcho João Derly, 24 anos, um lugar de destaque na comunidade esportiva internacional. Depois de comemorar a vitória com pizza, num restaurante italiano do hotel no Cairo, e de uma noite mal-dormida, ele foi eleito ontem o melhor judoca entre os 307 que disputaram a competição. Os eleitores foram jornalistas e membros da Federação Internacional de Judô (IJF). No

feminino, o prêmio foi para a norte-coreana Sun Hui Kye. João Derly, que não tem patrocínio pessoal e vive com o salário de seu clube, a Sogipa, recebeu convite da Geórgia para disputar a Liga Alemã. "O critério para a premiação só pode ter ter sido a final contra o japonês", disse o judoca, que conquistou o ouro na categoria meio-leve (até 66 kg) ao derrotar por ippon o campeão olímpico, Masato Uchishiba, em 42 segundos. "Mas as lutas mais difíceis foram contra o húngaro (Miklos Ungvari), de pontuação mais baixa, e a da semi-

final, por causa do estilo do judoca da Geórgia (David Masgoshivili)." Derly conta que, quando entrou no tatame para a final contra Uchishiba, estava totalmente focado. "Esqueci do mundo ao redor", revelou. O judoca admite que pode ser interessante passar um tempo na Europa. "Mas ainda não analisei todos os fatores, como o calendário", explicou. A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) negocia com a Infraero um patrocínio que poderá instituir "um bicho por competições" para os judocas. Antes mesmo do acordo, aliás,

os judocas brasileiros estamparam no Mundial a marca da estatal nos quimonos. D e r l y, q u e f o i c a m p e ã o mundial júnior em 2000, admite que "sempre é bom ter reconhecimento financeiro". Sabe que sua medalha é um marco para o judô brasileiro, mas observa que o ouro foi sendo construído por outros atletas, ao longo do tempo. "Claro que tem meu esforço e trabalho, mas muitas pessoas vieram desbravando, como o Aurélio Miguel, que mostrou que o Brasil tinha potencial", disse. Miguel, campeão olímpico

em Seul-88, foi duas vezes vice-campeão mundial, em Hamilton (CAN), em 1993, e quatro anos depois, em Paris, além de medalha de bronze em Essen, na Alemanha, em 1987, sempre como meio-pesado. João Derly conta que ainda não assimilou direito o que ocorreu. "Estava preparado para decidir tudo em um dia. Fiz uma boa preparação na Sogipa, um bom apronto final com a seleção, para fazer uma boa competição", avaliou. No dia seguinte à vitória, porém, sentiu as "dores" da festa: "Meu corpo doía, parecia que eu ti-

nha apanhado, não batido". Em 2002, Derly, que lutava como ligeiro (até 60 kg), foi pego num exame antidoping, por uso de diuréticos, e ficou seis meses suspenso. A dificuldade em manter o peso o fez optar por subir de categoria. Como meio-leve, não conseguiu vaga na Olimpíada de Atenas. O Brasil sai do Cairo com mais uma medalha: Luciano Corrêa foi bronze entre entre os meio-pesados (até 100 kg). Na história, são quinze pódios: o ouro de Derly, as pratas de Aurélio Miguel e mais doze medalhas de bronze.

Decisão em Interlagos Thierry Roge/Reuters

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eis pontos separam Fernando Alonso do título mundial de Fórmula 1. O espanhol chegou em segundo no GP da Bélgica, e agora só precisa ser o terceiro colocado no GP do Brasil, daqui a duas semanas, para comemorar o título. A missão não é difícil para quem foi ao pódio em 12 das 16 corridas disputadas no ano. Kimi Raikkonen mais uma vez venceu, mas não pôde contar com o companheiro Juan Pablo Montoya, que estava em segundo e bateu ao tentar passar o retardatário Antonio Pizzonia. Jenson Button fechou o pódio, seguido por Mark Webber, Rubens Barrichello, Jacques Villeneuve, Ralf Schumacher e Tiago Monteiro.

MUNDIAL DE PILOTOS: 1. Alonso (ESP/Renault), 111; 2. Raikkonen (FIN/McLaren), 86; 3. M. Schumacher (ALE/Ferrari), 55; 4. Montoya (COL/McLaren), 50; 5. Trulli (ITA/Toyota), 43; 6. Fisichella (ITA/Renault), 41; 7. R.

Schumacher (ALE/Toyota), 37; 8. Barrichello (BRA/Ferrari), 35; 9. Button (ING/BAR), 30; 10. Webber (AUS/Williams), 29; 11. Heidfeld (ALE/Williams), 28; 12. Coulthard (ESC/Red Bull), 21; 13. Villeneuve (CAN/Sauber), 9; 14. Massa (BRA/Sauber), 8; 15. Monteiro (POR/Jordan), 7; 16. Wurz (AUT/McLaren), 6; 17. Klien (AUT/Red Bull) e Karthikeyan (IND/Jordan), 5; 19. De la Rosa (ESP/McLaren) e Albers (HOL/Minardi), 4; 21. Friesacher (AUT/Minardi), 3; 22. Pizzonia (BRA/Williams), 2; 23. Liuzzi (ITA/Red Bull) e Sato (JAP/BAR), 1. MUNDIAL DE CONSTRUTORES: 1. Renault, 152; 2. McLaren, 146; 3. Ferrari, 90; 4. Toyota, 80; 5. Williams, 59; 6. BAR, 30; 7. Red Bull, 27; 8. Sauber, 17; 9. Jordan, 12; 10. Minardi, 7.

Após 2º lugar na Bélgica, Alonso será campeão se chegar em 3º no Brasil Dom Emmert/AFP

Shaun Best/Reuters

A estreante e o "veterano" R

oger Federer comprovou sua força. Kim Clijsters abandonou a escrita de grande tenista que não consegue vencer um Grand Slam. O suíço e a belga enfrentaram diferentes desafios para levantar a taça do Aberto dos Estados Unidos. Cada vez mais especializado em detonar recordes, Federer tornou-se o primeiro tenista da era aberta (depois de 1970) a conquistar, nos mesmos anos, o bicampeonato em Wimbledon e Flushing Meadows. A conquista veio numa disputada partida contra um tenista da casa, o veterano Andre Agassi, dois títulos do Aberto dos EUA nas costas. "Foi provavelmente a final de Grand Slam mais especial da minha carreira. Enfrentar Andre Agassi aqui em Nova York foi um sonho", afirmou.

Depois de passar dificuldades durante o torneio, Federer abandonou a modéstia. "Tive que apresentar meu melhor tênis aqui na final, exatamente como fiz na final do ano passado. Eu não sei como faço isso, mas é sempre ótimo." Federer marcou 3 a 1 sobre Agassi (6/3, 2/, 7/6 e 6/1). No sábado, a belga Kim Clijsters bateu a francesa Mary Pierce por 2 a 0 (6/3 e 6/ 1), faturou o prêmio recorde para as mulheres de US$ 2,2 milhões e esqueceu as derrotas em decisões de Grand Slam - foramquatro, sendo que em 2003 perdeu Roland Garros e Wimbledon, no prazo dm um mês, para a compatriota Justine Henin-Hardenne. "É um sentimento fantástico, acho difícil de acreditar. Provei a mim mesma que consigo e que estou no mesmo nível das melhores".

Kim Clijsters ganhou nos EUA seu primeiro título de Grand Slam; bi em Nova York, Roger Federer já soma dez títulos em 2005


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16 -.EMPRESAS

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

CONSULTOR DE VAREJO ENSINA COMO EVITAR PERDAS DE VENDAS E FALHAS NO TRATO COM O CONSUMIDOR Evandro Monteiro/Digna Imagem

OS PECADOS MORTAIS DO ATENDIMENTO AO CLIENTE

Ingerência, apropriação de autoridade indevida são as bases que dão origem às principais falhas das empresas junto aos seus clientes. Pecados banais ganham proporções gigantescas quando propagadas pelos consumidores. O custo da falta de solução dos processos que resultam em quebra de confiança são sempre bem maiores do que a simples perda de uma venda. Abaixo, estão destacados relatos de consumidores que foram desrespeitados em diversas situações. A partir deles, todo empreendedor pode tirar lições sobre o que NÃO fazer com a clientela, aproveitando para criar medidas preventivas que evitem gastos desnecessários com o a recuperação da confiança perdida. Reflexões para o Dia do Cliente, que será comemorado nesta quinta-feira. Juliana de Moraes

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Enquanto o foco não for atendimento, os clientes trocarão uma empresa pela outra sem pesar

Nunca mais voltei ao supermercado e divulgo sempre o acontecimento para que menos pessoas se aborreçam por lá

Marcelo Miyashita

Faltou respeito e consideração no momento mais difícil: morte de pessoa querida

Felipe Barros

Gustavo Queiroz

Administradores da loja enviaram profissionais para o conserto do telhado, mas não avisaram data e horário

Ricardo Luis Mahlmeister

Consumidor morre. Celular fica. Propaganda só antes de vender

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Chega de fazer compras!

elipe Barros, estudante de artes plásticas, viveu uma situação a qual não esquece em um supermercado da Vila Mariana, na capital. "Eram mais ou menos 20h50. Eu estava terminando de incluir os itens da lista quando as luzes do local começaram a ser apagadas. Pessoas faziam compras quando isso aconteceu. Na seqüência fui abordado por uma funcionária que disse: o senhor deve, agora, passar as compras no caixa, caso contrário não será atendido porque fechamos às 21h". Felipe ainda pediu alguns minutos para que terminasse a compra do mês, mas diante da insistência da representante da rede, abriu mão e saiu com a promessa de nunca mais voltar. Segundo ele, a funcionária saiu esbravejando, pois teria de arrumar os produtos de vol-

O consultor Macerlo Miyashita, da Miyashita Consulting, credita as falhas das empresas à falta organização e treinamento de funcionários

ta nas prateleiras. "O que não consigo entender é a atitude da pessoa. Afinal, permitiram que eu entrasse no local às 20h30 e então deveriam prever que eu demoraria pelo menos meia hora para sair. Nunca mais voltei ao supermercado e divulgo sempre o acontecimento para que menos pessoas se aborreçam por lá". Marcelo Miyashita, consultor e proprietário da Miyashita Consulting, diz que posturas como essa ocorrem em empresas onde o exemplo de atitude do dono ou da autoridade máxima não é vista. "Os funcionários são insatisfeitos porque provavelmente o discurso do bom atendimento não é praticado nem mesmo junto aos colaboradores", explica. Ele acrescente que o bom exemplo deve vir de cima. Caso contrário nunca alcançará o cliente.

ustavo Queiroz, publicitário, conta que após o falecimento da namorada, este ano, teve problemas para cancelar a linha de telefone celular dela. "Ao entrar em contato com central da operadora, a atendente não sabia o procedimento para o cancelamento da linha quando o usuário falece, mas indicou a entrega de alguns documentos, pedindo, ao mesmo tempo, para confirmar com outro funcionário. Tentei novamente e outra atendente apresentou um novo tipo de procedimento. Finalmente, numa terceira tentativa, outro procedimento. Por incrível que pareça foi solicitada até a senha dela para que fosse feito o cancelamento". Queiroz descreve que depois de muitas ligações para a empresa apelou para a Anatel, que pediu o prazo de uma semana para resolução do pro-

blema. "Só então uma pessoa entrou em contato e consegui cancelar a linha. Aproveitei para comunicar que queria também o cancelamento do meu número, que pertencia à mesma operadora. Faltou respeito e consideração no momento mais difícil: morte de uma pessoa querida". O consultor Myiashita credita a desorganização à falta de estrutura das empresas do setor. "De 1994 até hoje as operadoras agem como se a fidelidade do cliente fosse ao número de telefone. Com a entrada de novas concorrentes o comportamento do usuário mudou". Para ele, quando as promessas feitas na primeira venda não são cumpridas, a credibilidade da companhia se perde. "Enquanto o foco não for o atendimento, os clientes trocarão uma empresa pela outra sem pesar", lamenta.

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icardo Luis Mahlmeister, advogado, descreve que no momento de contratação da mão de obra de troca do telhado, o vendedor da empresa especializada foi objetivo e prometeu prazos para o trabalho e posterior vistoria, além da garantia pelo serviço. "Na prática dois profissionais independentes foram ao local, sem uniformes, e realizaram a obra, mas após a conclusão o vendedor nunca apareceu para fiscalizar o resultado. Não bastasse isso, na primeira chuva o problema das goteiras voltou a surgir", afirma o advogado. A crise começou a partir das inúmeras ligações sem retorno do vendedor. "Administradores da loja enviaram profissionais para o conserto do telhado, mas não avisavam a data e o horário. Eles chegavam sem uniforme e queriam entrar na

minha residência. Por três ocasiões proibi", aponta. Mahlmeister só conseguiu resolver a questão sob a ameaça processar a empresa. "Nesse momento o vendedor reapareceu e, finalmente, recebi a visita de um profissional experiente que arrumou, definitivamente, o telhado da minha casa", diz. Miyashita afirma que empresas brasileiras ainda apostam mais na conquista do que na manutenção dos clientes. "É uma característica latina. Enquanto aqui cerca de 70% da verba de marketing é voltada a campanhas para trazer novos clientes, nos Estados Unidos, por exemplo, a divisão é de 50% para novos consumidores e 50% para a modernização do atendimento dos clientes ativos. Isso mostra que é preciso repensar as importâncias", conclui o consultor.

Lições de marketing para iniciantes

P

ara evitar lamentações sobre a perda de participação no mercado é válida a leitura do livro Os 10 Pecados Mortais do Marketing, do consagrado professor Philip Kotler, da Kellog School of Management da Northwestern University. Ele descreve pontos que devem merecer toda a

atenção de gestores. A obra é didática, apontando sinais que caracterizam as principais deficiências e as respectivas soluções para cada um dos casos explicitados. A exemplo do quinto capítulo, em que é apresentado o que se deve fazer quando a empresa não se mostra capaz de encontrar

novas oportunidades, Kotler produziu um quadro simples, com dois ensinamentos: crie sistemas de fluxo de novas idéias e introduza métodos de criatividade para gerar idéias. As explicações e exemplos são apresentados em seguida e deixam claro o que deve ser feito para a melhoria dos processos.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

POLÍTICA - 3

ADVOGADOS DO EX-PREFEITO DEVEM PEDIR HOJE HABEAS-CORPUS. NA PF, PRESENTES E VISITAS AOS MALUF.

MESMO PRESO, MALUF ANUNCIA CANDIDATURA. Rogério Cassimiro/Folha Imagem

processo podem combinar, pela lei, o que vão dizer à Justiça. Segundo ele, Paulo Maluf se sente profundamente injustiçado. "Maluf diz que não houve tentativa de interferir junto a testemunhas. Prova de que a acusação é falsa é que o réu denominado no processo é confesso", acrescentou. Prisão – A prisão preventiva dos dois foi decretada na sexta-feira pela juíza Silvia Rocha, da 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo, que aceitou na íntegra a denúncia da Polícia Federal, endossada pelo Ministério Público Federal. Maluf e seu filho são acusados de coagir testemunhas e ocultar provas do processo no qual agora é réu e acusado de evasão de divisas, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Os dois estão presos em celas separadas desde sábado e têm recebido alimentos levados pelo secretário particular do ex-prefeito, Roque Carneiro. O ex-prefeito pode usar livremente o telefone celular para se comunicar com a família e com empregados. Carneiro disse que Maluf está chateado, mas 'permanece firme' e está tranqüilo. Segundo ele, disse que os dois estão numa espécie de apartamento de dois quartos, com sala de tevê e copa com geladeira. "Ele está bem, está firme, não está chorando pelos cantos não." A PF e a Procuradoria da República suspeitam que os Maluf estão tentando impedir a identificação de outras pessoas envolvidas – entre elas o publicitário Duda Mendonça – com a remessa ilegal de US$ 161 milhões para a conta Chanani, no Safra National Bank de Nova York. (Agências)

poLítica Eymar Mascaro

Hora de decisão

O PT pretende reunir sua bancada na Câmara dos Deputados para adotar uma posição (se possível unida) sobre o processo de cassação do mandato do presidente Severino Cavalcanti, que será conduzido pelas oposições. Por mais problemática que seja, os petistas vão tentar uma ação em conjunto, embora a bancada esteja dividida em função da crise política. O partido vê chance, apesar de remota, de eleger o sucessor de Severino. A situação dele se agravou, e muito, com o depoimento do dono do restaurante da Câmara, Sebastião Buani, que confirmou o pagamento de propina ao presidente da Casa. Coisa de cerca de R$ 110 mil. Severino procura desmentir a acusação, mas seu argumento é frágil diante das denúncias de que é alvo e de documentos que comprovam a propina. O presidente da Câmara tem poucas horas para decidir se renuncia ou se prefere esperar pela cassação. No fim de semana, surgiu uma nova possibilidade: o afastamento enquanto durarem as investigações. Severino já admite essa hipótese. Se isso acontecer, assume o 1° vice-presidente da Câmara, José Thomaz Nonô, de Alagoas. E do PFL. É tudo o que o PT não quer no comando da Câmara. Nonô terá o prazo de cinco sessões para convocar uma nova eleição.

Eduardo Nicolau/AE

Duas estudantes levara à PF comida árabe e carta-protesto. Várias pessoas tentaram visitar Maluf e seu filho, mas só os advogados e a mulher de Flávio, Jaqueline, conseguiram.

COALHADA, QUIBE E UM PEDIDO ESPECIAL.

O

ex-prefeito Paulo Maluf e o filho Flávio tiveram um dia agitado na carceragem da Polícia Federal, em São Paulo. Instalados em quartos separados com banheiros exclusivos e acesso a uma linha de telefone fixa, os detentos receberam vários presentes e muitas visitas, além de seus advogados. Ontem eles receberam a mulher de Flávio Maluf, Jaqueline, que permaneceu no prédio por cerca de uma hora. Sem dar entrevista, deixou o local dizendo apenas que os dois estão

ALIADO

abatidos, "mas confiantes". Pouco antes das 10h da manhã o secretário de Maluf, Roque Carneiro, chegou na sede da PF levando uma pequena sacola vermelha com produtos para o café da manhã, como torradas, mel e adoçante. À tarde, a apresentadora da TV Record, Sônia Abraão, foi até a sede da PF manifestar seu apoio e solidariedade ao exprefeito. A radialista disse que deixou um bilhete ao amigo, dizendo que é amiga para todas as horas. A diretora da Brascop, empresa de Flávio ou em caso de vacância.

Severino Cavalcanti é considerado um aliado do presidente Lula. Sua queda da presidência da Câmara não deixa de preocupar o Palácio do Planalto, sobretudo porque há nos partidos de oposição quem ainda alimenta a esperança de lutar pelo impeachment de Lula.

NA DISPUTA Os partidos de oposição se preparam para lançar candidato próprio à presidência da Câmara, já com a certeza de que Severino estará fora do cargo em breve. O PT – que diz ter direito ao cargo por ter a maior bancada na Câmara – pode lançar também um candidato para enfrentar as oposições. Mas os deputados vão tentar a conciliação.

IMPORTÂNCIA A eleição do substituto de Severino ganha importância porque o presidente da Câmara é o terceiro homem na linha da sucessão presidencial. Depois de Lula e José Alecar, é o presidente da Câmara que assume o comando do País no caso de ausência dos dois primeiros

PULOU FORA O presidente Lula já não se entusiasma mais em defender Severino Cavalcanti. O presidente mandou os ministros esquecerem Severino. A perda do cargo é inevitável na visão de Lula. Por isso, Lula resolveu recolher os flaps.

INCENTIVO O PSDB continua imbuído da idéia de que as oposições precisam convencer o PT a aderir ao movimento que vai derrubar Severino. Os tucanos desconfiam que ainda existe no PT um grupo que protege o presidente da Câmara.

NA RUA Governistas e oposicionistas estão à espera de novas pesquisas para saber se a crise continua sangrando Lula. Os resultados são esperados porque quem quiser mudar de partido e ser candidato em 2006 tem prazo somente até 1º de outubro.

RAMIFICAÇÃO O PT está interessado nas novas pesquisas porque quer

Maluf, também foi à PF levar documentos para o empresário assinar. A 56 ªsuplente de vereador do PP, Miriam da Conceição levou uma sacola com chá e suco de manga para Maluf e seu filho. E até um carteiro tentou deixar um telegrama endereçado ao ex-prefeito, mas foi orientado a entregar na casa dele. Protesto – A visita mais comentada, porém, foi a de duas estudantes que, vestidas de "chefes de cozinha" levaram comida árabe para Maluf em, segundo elas, um 'ato de protesto'. A estudante de Biologia, de 19 anos , e a outra de Psicologia, de 22 anos, entregaram uma bandeja com quibe assado, coalhada e pão árabe na sede da Polícia Federal. Junto, uma carta de autoria da Quitutes aos Corruptos – Alimentando Cadeia aos Corruptos. O texto da carta dizia: "Estamos enviando ao senhor qui-

tutes árabes cuidadosamente preparados e temperados. Desejamos que a sua estadia seja a mais prolongada possível. Aproveite! Que sua figura nefasta mantenha-se afastada do cenário político brasileiro por longa data! PS. Gostaríamos de estender os votos de boa estadia neste recinto ao seu rebento e discípulo, Flávio." Elas preferiram dar entrevista sem se identificar porque dizem ter medo. "Não vamos divulgar nossos nomes porque temos medo de ladrão", explicaram. Elas disseram nunca ter votado no ex-prefeito Paulo Maluf. No sábado, além da visita da mulher de Flávio, Jaqueline, o vereador Agnaldo Timóteo e o deputado estadual Antonio Salim Curiati, ambos do PP, tentaram visitar o ex-prefeito mas foram impedidos de entrar. Curiati levou quibes e quindins para Maluf. (Agências)

saber, ainda, se a crise continua abalando o partido em São Paulo e atingindo seus pré-candidatos ao governo estadual, Aloizio Mercadante e Marta Suplicy.

políticos por oito anos, não podendo ser candidato em 2006.

INTERPELAÇÃO Ratinho já contratou advogados para interpelar judicialmente o empresário Marcos Valério, que teria dito na Polícia Federal que o apresentador de TV recebeu dinheiro do PT para fazer o marketing de Marta Suplicy. Ratinho desmente o publicitário.

DÚVIDA Os deputados ainda não sabem se terão condições de votar no dia 13 a cassação do mandato de Roberto Jefferson, sem antes ter resolvido a situação do presidente da Câmara. Severino está sem condições de conduzir a sessão de cassação de Roberto Jefferson.

PROPOSTAS As oposições vão encurralar Severino, propondo ao presidente que escolha entre a renúncia e a cassação. Se vier a ser cassado, ele perde os direitos DC

A

pesar de estar abatido com a prisão, o ex-prefeito Paulo Maluf garante que vai se candidatar a algum cargo eletivo em 2006. Quem garante é o ex-presidente do PP em São Paulo, Jesse Ribeiro, que disse ter conversado ontem com Maluf por telefone. Os advogados do ex-prefeito Paulo Maluf e do filho dele, Flávio Maluf, ainda não sabem quando vão entrar com o pedido de hábeas-corpus para libertar seus clientes, que passaram o fim de semana presos na sede da Polícia Federal em São Paulo. É provável que o façam ainda hoje. Os advogados José Roberto Batocchio e Ricardo Tosto estiveram ontem na PF por cerca de 2 horas e afirmaram que, antes de entrar com o pedido de hábeas-corpus, precisam estudar a decisão da Justiça. Habeas-corpus – Leal disse à imprensa que desconhece o teor da acusação que levou à decretação da prisão preventiva de Maluf e seu filho. "Se eu entrar com um habeas-corpus sem conhecer o conteúdo da denúncia, estarei dando um tiro aleatório, sem saber o alvo", afirmou, justificando porque ainda não entrou com o pedido de libertação de seus clientes. Leal explicou que o fórum fechou às 19 horas de sexta-feira e só reabrirá hoje. Como a prisão de Paulo e Flávio Maluf foi decretada no final da noite de sexta-feira, não houve tempo hábil para que os advogados requisitassem à Justiça o conteúdo da denúncia feita pelo Ministério Público. No pedido de hábeas-corpus, os advogados deverão argumentar que não há testemunha coagida, pois o doleiro Vivaldo Alves é réu e réus de um mesmo

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REVELAÇÕES Severino é considerado um arquivo vivo. Se for cassado, pode abrir o bico e contar tudo o que sabe sobre outras mazelas da Câmara, especialmente em relação ao mensalão. Calcula-se que exista um número muito maior de deputados envolvidos com o escândalo.

PREFERÊNCIA-1 Sigmaringa Seixas (DF) e Paulo Delgado (MG) são os petistas preferidos do Palácio do Planalto para suceder Severino na presidência da Câmara. Os dois tem trânsito livre nas oposições.

PREFERÊNCIA-2 O Planalto estaria disposto a bancar a candidatura do deputado Sigmaringa Seixas, que foi do PSDB antes de optar pelo PT. O Planalto admite que Seixas poderia ser um nome de consenso. Mas quem pode acabar levando é o paulista José Eduardo Martins Cardozo, que tem uma postura mais independente.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.CIDADES & ENTIDADES

Se não for aprovado, vamos trabalhar clandestinos mesmo. Cláudio Nogueira, presidente da cooperativa

AÇÃO NA CONCÓRDIA – Na última sexta-feira, fiscais da subprefeitura da Mooca, agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM), policiais civis e militares voltaram à região da largo da Concórdia com a missão de desalojar camelôs ilegais. Essa área da cidade tem mais de três mil vendedores ambulantes sem o Termo de Permissão de Uso (TPU), mas apenas 895 estão autorizados a montar suas barracas.

L vou encaminhar a proposta ainda este ano", contou Anni. Com base nessa injeção de ânimo, cerca de mil vendedores ambulantes de doces estiveram no último dia 5 na Câmara. À frente deles estavam representantes da recém-criada Cooperativa dos Vendedores de Doce Ambulantes do Estado de São Paulo, presidida pelo também vendedor de balas Cláudio Fonseca Nogueira. O discurso de Nogueira é semelhante aos dizeres dos volantes que esses vendedores anexam aos pacotinhos de doces oferecidos aos passageiros. "Não estamos roubando. Queremos ter o direito de trabalhar e sustentar as nossas famílias". Perguntado sobre a aprovação ou não do projeto, Nogueira disse estar confiante, mas fez uma ressalva: "Se não for aprovado, vamos trabalhar na clandestinidade mesmo". Contradições – A proposta do vereador verde vai na contramão das ações da Prefeitura no sentido de retirada os ambulantes ilegais do Centro da cidade. No último dia 11 de agosto, por exemplo, houve intenso confronto entre camelôs, fiscais da Prefeitura, agentes da Guarda Civil Metropolitana e policiais militares na regiao do Largo da Concórdia. Houve pânico e destruição. Para se proteger, comerciantes da região tiveram de baixar as portas de suas lojas. Na época, dezoito pessoas foram detidas. O líder desses camelôs e presidente do Sindicato dos Camelôs Independentes de São Paulo (Sindcisp), Afonso José da Silva, está preso, acusado de formação de quadrilha, extorsão, lesão corporal dolosa, incitação ao crime e danos ao patrimônio público e privado. E as ações da Prefeitura contra o comércio ambulante ilegal não pararam por aí. No dia 29 de agosto, a rua 12 de Outubro, na Lapa,

amanheceu livre dos mais de 3 mil camelôs que há anos a tomavam. Na realidade, a rua (e imediações) foi ocupada por agentes municipais, que imediatamente iniciaram trabalhos de recuperação urbanística da região. E mais: na última sextafeira, com o auxílio de guardas municipais, de policiais militares e civis os fiscais da Subprefeitura da Mooca realizaram nova operação de limpeza na região do Largo da Concórdia. O objetivo era impedir a atuação de cerca de 3.500 vendedores ambulantes que atuam ilegalmente naquelas ruas. A operação começou à zero hora de sexta e prolongou-se até as 14h. Em toda a região do Largo da Concórdia, apenas 895 vendedores ambulantes estão autorizados a montar suas barracas. Apesar de toda a movimentação contra o comércio ambulante ilegal, o vereador Abou Anni conta que na primeira votação, seu projeto de lei teve o apoio da bancada do PSDB. "Na segunda votação tivemos o apoio unânime dos vereadores tucanos", disse. Segundo ele, somente o PT foi contra o projeto. No mínimo curioso, já que o líder da bancada do PSDB na Câmara, o vereador Juscelino, por meio de sua assessoria de imprensa, informou nesta semana que os vereadores tucanos apóiam todas decisões do prefeito. E isso inclui um novo veto ao projeto de lei. A Secretaria de Municipal de Transportes, responsável pela São Paulo Transportes (órgão responsável pelos ônibus da Capital) foi procurada pela reportagem do Diário do Comércio e comunicou apenas que, por enquanto, não irá opinar sobre o assunto. Isso até que o projeto de lei seja aprovado pelos vereadores e, quem sabe, depois, sancionado pelo prefeito José Serra.

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

Vendedores ambulantes que trabalham nos ônibus da avenida Santo Amaro, na zona sul de São Paulo, formam uma dissidência da cooperativa presidida por Cláudio Roberto Nogueira

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

LÍDER PRESO – No primeiro choque da Prefeitura com os camelôs ilegais da região do largo da Concórdia, no dia 11 de agosto, houve pânico e feridos. O líder do Sindicato dos Camelôs Independentes de São Paulo (Sindcisp), Afonso José da Silva, foi preso, acusado de formação de quadrilha, extorsão, lesão corporal dolosa, incitação ao crime e danos ao patrimônio público e privado.

UMA NOVA LAPA – Cumprindo a promessa de abrir uma guerra de ocupação contra os camelôs ilegais de São Paulo, uma força-tarefa da Prefeitura tomou conta e limpou a rua 12 de Outubro, tradicional reduto do comércio ambulante ilegal na zona oeste de São Paulo. De agora em diante, Prefeitura e comerciantes trabalharão juntos para reconquistar as calçadas, ruas e avenidas da cidade.

Dissidência na avenida Santo Amaro Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

E

les dizem ser 10 mil em todo o estado. Alguns até ignoram a presença deles, mas, mesmo assim, adquirem seus produtos de qualidade e prazo de validade duvidosos. São clandestinos e têm um faturamento médio mensal de R$ 400 (com uma jornada de trabalho das 10h às 23h). E costumam dizer: "Eu podia estar roubando, eu podia estar pedindo, mas estou vendendo as minhas balas aqui no ônibus a um preço bem baratinho...". Em síntese, esses são os vendedores ambulantes de doces e salgados que exercem sua atividade ilegal nos ônibus e terminais da cidade. A categoria começa a se unir e já criou a Cooperativa dos Vendedores de Doces Ambulantes do Estado de São Paulo. O presidente da entidade, o também camelô Claudio Roberto Nogueira disse que 4 mil vendedores já estão cadastrados. A confiança da entidade é grande em relação à regularização da atividade, tanto que já mandou confeccionar as roupas que os ambulantes deverão usar nos ônibus. Até as cores já foram definidas e se diferenciam conforme a região da cidade. Abóbora para a zona leste, azul e vinho para a zona sul, laranja para a zona oeste e verde para a zona norte. Assim como para os ônibus, não haverá uma cor para os vendedores da zona central da cidade. A cooperativa já organiza até mesmo um curso de boas maneiras para os vendedores. "Ensinaremos os ambulantes a tratarem bem os passageiros e os motoristas.

Valdecir trabalha há 13 anos nos ônibus e participa de um grupo de ambulantes que faz reuniões diárias

Além disso, deverão estar preparados para dar instruções caso o usuário do ônibus tenha alguma dúvida, sugestão ou reclamação", contou Nogueira. Dissidência – Um outro grupo, porém, é indiferente às atividades da cooperativa. Eles também são organizados, são ao todo 47 pessoas e podem ser vistos nos pontos e ônibus da avenida Santo Amaro. O representante desse grupo, Valdecir Vieira de Souza, 43, também é vendedor, com mais de 13 anos de experiência. "A cooperativa não fez nada por nós. Por isso formamos o nosso próprio grupo e nos reunimos em uma casa. Temos reuniões diárias, às 18h", contou. Souza revelou ainda como funciona a ativi-

dade desses camelôs dentro dos ônibus. "Geralmente compramos os produtos em bomboniéres, em quantidades maiores, o que deixa o preço mais baixo". Exemplo: um pacote de bala, cuja embalagem exibe R$ 1 como sugestão de preço, é vendido aos passageiros por R$ 0,50. O que impressiona é o número médio de entradas gratuitas que os camelôs fazem nos ônibus que passam pela avenida Santo Amaro: 50 por dia. Segundo os ambulantes, o melhor horário para a venda é das 13h às 16h30, quando o movimento de passageiros é menor. Com o produto na mão, é preciso vendê-lo. Aí entra o bom papo e a comunicação do vendedor com o motorista de ônibus. É o caso de Roberto

Gottsfritz de Borba, 21 anos. "Temos que fazer amizade com eles (motoristas) para que possamos trabalhar. Mas sempre tem um que não deixa a gente entrar". Com a conversa e o discurso afiado Borba faturar chega a faturar R$ 300 por mês. Mas há aqueles que, mesmo circulando poucas vezes pelos ônibus ou apenas sentado no terminal, faturam R$ 600 mensais, em média. O aposentado por invalidez Carlos Antonio Novaes, 44 anos, é um exemplo disso e revela ainda um fato curioso: "Antes de vender as balas eu trabalhava como fiscal de ônibus em Petrolina (PE). Eu fiscalizava e apreendia quem vendia esses produtos". E foi além: "Na volta para casa eu continuo vendendo o meu produto. E sem pagar a passagem", disse. (IV)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

CIDADES & ENTIDADES - 3

Desapropriação na Cracolândia Decreto tornando área de utilidade pública já está no Diário Oficial. Mas a verba para desapropriação só deverá chegar em 2007. Arquivo/DC

OPINIÃO AGORA OU NUNCA MAIS

S

e a Prefeitura perseverar no combate ao comércio ambulante ilegal em São Paulo, é muito difícil, impossível mesmo, que o prefeito José Serra sancione um projeto de lei que prega exatamente o contrário do que vem sendo feito. Criar uma lei que legalize a atividade de camelô de ônibus é botar mais lenha numa fogueira que queima já há um bom tempo. E queima por combustão espontânea. A questão dos camelôs envolve polpudos esquemas de propinas, sindicatos que atuam como máfias e relações perigosas com o crime organizado. Ou a Prefeitura põe a mão nesse vespeiro agora ou qualquer ação tardia poderá significar descontrole. Nesse sentido, mesmo com roupa suja a lavar em casa (há casos de envolvimento de fiscais com a ilegalidade), a Prefeitura vem dando mostras de determinação. Por mais bem-intencionado que seja, o vereador Abou Anni bem que poderia usar sua criatividade na busca de soluções que dêem dignidade ao vendedor ambulante, promovendo-o, por exemplo, a microempresário. Essa é a proposta dos popcentros, idéia nascida na Associação Comercial de São Paulo, entidade que acaba de atender a uma solicitação do secretário da Subprefeituras, Walter Feldman, no sentido de se engajar no combate ao comércio ambulante ilegal. Carlos de Oliveira

A

Prefeitura paulistana dá mais um passo na tentativa de reurbanizar a área da cidade conhecida como Cracolândia, na Luz, região central da cidade. Depois de uma operação, há alguns meses, que retirou traficantes, usuários, prostitutas e mendigos do local, agora a idéia é desapropriar imóveis numa área equivalente a 10 quarteirões e melhorar ainda mais o entorno. O decreto do prefeito, que declara de utilidade pública o equivalente a 105 mil metros quadrados, já foi publicado no Diário Oficial do Município, mas ainda não estão definidos quantos e quais imóveis serão desapropriados. Segundo informações da Subprefeitura da Sé, o processo só poderá ser levado adiante quando a verba para indenização dos proprietários dos imóveis já estiver garantida no orçamento municipal. Para o próximo ano, segundo a subprefeitura, não há previsão de verba, uma vez que o orçamento deverá ser encaminhado à Câmara até o fim deste mês. O montante, portanto, só deverá integrar o orçamento de 2007. Sinais – Mesmo com a desapropriação sendo apenas um projeto a longo prazo, a declaração da área como utilidade pública já deve refletir no mercado imobiliário da região. Isso evita, por exemplo, que alguém compre o imóvel sem saber que ele será desapropriado no futuro. Mostra também que a Prefeitura realmente pretende investir na área e pode chamar a atenção de investidores. A própria Prefeitura poderia comprar imóveis e derrubá-los para a construção de algum equipamento público. A assessoria da Subprefeitura da Sé informou que a escolha dos imóveis a serem desapropriados depende do plano de urbanização da área, ainda não definido.

Uma área de 10 quarteirões será desapropriada na Cracolândia (esquerda). Apesar da região estar mais limpa, o tráfico de drogas e os grupos de usuários só atravessaram a Duque de Caxias, mas continuam por perto.

Pólo – A Prefeitura pretende criar na Cracolândia algo parecido com o Porto Digital de Recife, em Pernambuco, criado há aproximadamente cinco anos. Naquela cidade, edifícios históricos, alguns dos quais eram tombados pelo patrimônio histórico, foram completamente recuperados e neles foram instaladas empresas. Em São Paulo, estudam-se benefícios fiscais para quem se instalar na área, como a diminuição de alíquotas do Imposto sobre Serviços (ISS) e do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Segundo o advogado do movimento Defenda São Paulo, Marcus Vinicius Gramegna, os donos dos imóveis que serão desapropriados não podem ignorar a decisão, mas têm o direito de contestar judicialmente o valor pago pelo governo. A Prefeitura não compra o imóvel por seu valor de mercado, e sim pelo valor venal utilizado para o cálculo do IPTU.

Cracolândia – A região que ficou conhecida como Cracolândia está limpa no momento, depois de uma ação desenvolvida pela Prefeitura no começo deste ano. Mas o problema não desapareceu. Mudou de endereço e instalou-se agora nas proximidades da rua Barão de Piracicaba e alameda Glete. Grupos de viciados se reúnem para usar crack nesses dois endereços. A polícia já identificou o novo ponto de tráfico e de consumo de drogas. A Prefeitura agiu por três meses no combate ao tráfico de drogas e à prostituição com a Operação Limpa, realizada em parceria com o governo do estado, polícias Militar e Civil. Conseguiu sanear uma das áreas mais degradadas do Centro de São Paulo, o polígono delimitado pelas avenidas Ipiranga, Rio Branco, Duque de Caxias e rua General Couto de Magalhães. A área está limpa, mas central do crack atravessou a Duque de Caxias. Da Redação

Depois de denúncia, prefeito quer proibir anúncios nas ruas

P

ara tentar combater eventuais esquemas de corrupção nas subprefeituras de São Paulo, o prefeito José Serra decidiu proibir a colocação de cavaletes e placas de anúncios imobiliários nas ruas da cidade, a partir de outubro. Na segunda-feira da semana passada, veio a público a denúncia de que um agente de apoio havia sido flagrado cobrando propina, dois dias antes, para fazer vista grossa em relação a propagandas desse tipo no Jabaquara, na zona sul da capital Na sexta-feira, em entrevista à Rádio BandNews – que flagrou o pedido de propina do agente Luis Carlos de Andrade –, Serra disse que pediu a alguns secretários que preparem um decreto proibindo esse tipo de publicidade. "Minha intenção é acabar com os anúncios de rua porque o controle é quase impossível de ser feito", disse o prefeito. Ele lembrou a importância de combater a poluição visual. "Reuni meus secretários e pedi um decreto proibindo, a partir de outubro, o anúncio de imóveis em São Paulo." Segundo o secretário de Coordenação das Subprefeituras, Walter Feldman, a idéia está amadurecida dentro do governo e será tomada nos próximos dias. "Já vínhamos discutindo essa situação e o episódio do Jabaquara acabou sendo a gota d'água." Ele reconhece que há resistência dentro do mercado imobiliário, mas disse que a decisão já está tomada. "O setor alega dificuldades, pois quase 60% dos clientes chegam aos lançamentos pelas placas e cavaletes. Mas

teremos três semanas, até outubro para pensar em formas alternativas de anúncios, como outdoors ou quiosques nos bairros." De fato, o presidente em exercício do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Ricardo Yasbek, disse que a entidade vai tentar negociar com a Prefeitura uma medida menos restritiva. "Eles orientam as pessoas a chegarem ao local de venda. Se for decisão do prefeito, vamos tentar suspendê-la." Decreto ou lei - A Prefeitura pretende publicar o decreto logo, mas há questionamentos. Para o vereador Antonio Donato (PT), a medida só pode ser tomada pela Câmara Municipal. O petista apresentou proposta que proíbe o uso de cavaletes, aprovada em primeiro turno pelo Legislativo. "O prefeito não pode mudar lei por decreto. Pode autorizar a base governista a aprovar em segunda votação o projeto que está na Casa." (AE) Arquivo/DC

Serra: secretários preparam decreto para proibir publicidade


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

INTERNACIONAL - 17

GAZA É PALESTINA Nir Elias/Reuters

Thomas Coex/AFP

Enquanto isso, soldados palestinos, curiosos e militantes observavam à distância o fim da desocupação, ansiosos para tomar o controle do território.

Tropas israelenses arriaram a bandeira nacional na Faixa de Gaza. Hoje, eles farão a entrega total do território para os palestinos, após 38 anos de ocupação.

Carlos Barria/Reuters

Nova Orleans: caça aos corpos

Fotos: Brian Snyder/Reuters

A tragédia provocada pelo furacão Katrina pode ter feito uma vítima brasileira. Uma nota divulgada ontem pelo Ministério de Relações Exteriores diz que um corpo foi encontrado na casa de Benilda Caixeta, uma brasileira naturalizada norte-americana, que vive em Nova Orleans. O corpo se soma à já assustadora estatística de mortos que as equipes de resgate continuam encontrando, como ao lado.

JAPÃO: VITÓRIA PARA AS REFORMAS Partido de Junichiro Koizumi fortaleceu maioria na Câmara Baixa do Parlamento

Kimimasa Mayama/Reuters

O

primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi (foto), obteve ontem um grande triunfo político. Seu Partido Liberal Democrático (PLD) obteve a ampla maioria nas eleições para a Câmara Baixa do Parlamento (Câmara de Deputados), consideradas um referendo sobre seu projeto de privatizar o sistema postal. Segundo os números finais, divulgados pela TV NHK, o PLD obteve 296 das 480 cadeiras da Câmara Baixa, muito acima das 249 que tinha quando Koizumi convocou as eleições antecipadas no mês passado, e das 241 cadeiras necessárias para uma maioria no legislativo. Junto a seu aliado, o Partido Novo Komeito, a coalizão

governista terá mais de 320 cadeiras, uma maioria de dois terços que permitirá derrubar votações na Câmara Alta. "Agradeço à nação por seu apoio e compreensão", disse Koizumi na noite de ontem. Ele reiterou que planeja deixar o cargo em setembro de 2006, quando expira seu mandato como presidente do PLD. De acordo com estimativas da agência de notícias Kyodo, 67,5% dos 103 milhões de eleitores foram às urnas – sete pontos percentuais superior às últimas eleições para a Câmara Baixa, em 2003. Na semana passada, pesquisas indicaram que 75% dos eleitores estavam dispostos a ir às urnas. O eleitorado foi atraído pela situação que cercou a convocação das eleições pela campanha.

Koizumi dissolveu a Câmara Baixa em 8 de agosto, depois que a Câmara Alta, que ele não pode dissolver, rejeitou seu plano de privatizar o correio, a pedra angular de seu programa de reformas. Além de serviço de distribuição de cartas, o correio também oferece seguros e poupança. O órgão detém US$ 3 trilhões em depósitos e, se privatizado, será o maior banco do mundo. A campanha de Koizumi foi centrada em seu projeto de privatização e também no rejuvenescimento da imagem de seu partido. Ele retirou o apoio do PLD a 37 políticos rebeldes que votaram contra a privatização e recrutou celebridades, apelidadas de "matadores", para concorrer contra eles. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.CAMPINAS

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

em Campinas Fotos de Ricardo Lima/Virtual Photo

COMÉRCIO

Vitrines anunciam a chegada da primavera

ÓRBITA

O

As roupas da coleção primavera/verão, em cores vibrantes e tecidos leves, colorem as vitrines do comércio campineiro A consumidora Kilian da Rocha exibe modelos da estação que abusarão das misturas de elementos

A

primavera vem aí. O calor aumenta e as peças do guardaroupa têm que diminuir. Tecidos encorpados dão espaço para a leveza, mangas longas para os decotes. Saem as cores sóbrias e entram as cores vibrantes. Para quem tem pressa em promover a mudança, é possível antecipar as compras da estação. Grande parte das lojas do centro da cidade e dos shoppings está fazendo a transição da coleção outono-inverno para a moda primaveraverão. Nas vitrines já é possível conhecer o que será usado durante os próximos meses. A nova coleção anuncia tendências exuberantes, com muito romantismo, cores estrondosas, cinturas marcadas, shorts cur- Roupas em tecidos leves e transparente, como o usado por Cristiane Nogueira, compondo com peças em tramas mais encorpadas farão sucesso tinhos e longos impactantes. Estampas gráficas e tropicais enxotam a monotonia do guarda-roupa. Looks brancos refrescam o corpo e a mente. Vestidos, pantalonas e saias longas e rodadas completam o rol dos itens O calor deixa as essenciais. E o melhor de tudo: muita simplicipessoas mais dade, leveza e alto-astral, em todos os estilos. alegres, abertas “O calor deixa as pessoas mais alegres, abertas e isso acaba e isso acaba se refletindo na roupa”, fala Silvia Salgueiro, especialista em moda e dona da lorefletindo na ja Folic, instalada no shopping Iguatemi. roupa Segundo Silvia, o charme desta estação esSílvia Salgueiro tará na mistura dos elementos. “O look da estação será a combinação de uma blusa sequinha com uma saia bem rodada, ou um tecido Sílvia Salgueiro, da Folic, aposta na dupla blusa sequinha e saia rodada leve e transparente com outro mais encorpado”, diz. Cores como o pink, o azul turquesa e o verde voltam com tudo. O brilho também continua em alta. Até mesmo as peças básicas recebem bordados. “Esta tendência continua nesta coleção”, diz Silvia. as lojas que vendem Há menos de uma semana a loja Folic exclusivamente trocou toda a coleção. Num belo desfile, a roupas masculinas, empresária Sílvia apresentou essa tendên- jaquetas e moletons ainda cia e está surpresa com o retorno. “Estamos estão nas vitrines. As vendendo muito bem. Como o inverno foi promoções também muito curto, logo as mulheres começaram a chamam a atenção de procurar roupas mais frescas. Elas estão sempre quem passa pelos A Hugo Concept terá a nova coleção no final do mês, diz a gerente Roberta dispostas a investir no visual”, sublinha. corredores dos A dentista Patrícia de Moraes Salles, que o diga. Ela shoppings. Peças com até percorre os corredores do Iguatemi em busca de novida- 70% de desconto ainda estação. “O homem é mais possível saber o que os des. “Acabei de sair de uma gravidez e preciso renovar o são encontradas homens estarão usando prático, tranqüilo com a guarda-roupa. Vou comprar tudo novo: jeans, blusas, facilmente nesses nas próximas estações. moda e espera mudar a vestidos, sapatos”, enumera. estabelecimentos. Assim como suas estação para fazer suas No centro da cidade a situação não é diferente. MulheSegundo a gerente da namoradas e esposas, eles compras. Nesta época ele res de todas as idades e classes sociais também estão em Hugo Concept, Roberta vão encontrar cores gosta mesmo é de busca de novidades. A recepcionista Renata Carvalho Novaes, no Iguatemi a vibrantes nas camisetas, aproveitar as liquidações acaba de comprar umas blusinhas novas e quer mais. moda primavera-verão pólos e camisas. “O de inverno. Por isso, “Estou vendo muita coisa bonita e vou levar algumas pe- para homens só estará turquesa, o laranja e o rosa adiamos a mudança da ças-chave para estar em dia com a moda”, afirma. disponível no final do coleção”, explica Roberta. estarão com tudo”, diz Cristiane Prezotto mês, quando muda a Roberta Novaes. Apesar disso, já é

Descontos na moda masculina

N

Cristiane Nogueira aposta num dos looks da estação: saia longa

Unilever muda produção de sorvete para Valinhos alinhos abrigará o prefeito da cidade, Mar- v e r n o s ú l t i m o s a n o s funcionários da Capital 80% desse total virão para V único complexo in- cos José da Silva (PMDB), transferiu setores de Vali- terão a oportunidade de Valinhos. O restante será dustrial da Unilever em p a r a d a r a n o t í c i a d a nhos para outras cidades buscar transferência para transferido para Jaboatão todo o Brasil que reunirá em apenas um local linhas de produção de sorvetes, margarinas e produtos de higiene e beleza. Isso porque, nos próximos meses, a unidade da cidade receberá a produção de sorvetes de massa Kibon, que hoje são fabricados dos na capital paulista. A gerente de Assuntos Coorporativos da Unilever, Juliana Nunes, e o gerente da fábrica de Valinhos, Fábio Colalillo, estiveram no gabinete do

transferência da fábrica, que hoje produz 7 milhões de litros de sorvete por ano. Para o prefeito Marcos José da Silva, essa transferência vem ao encontro da política municipal de atrair novas empresas para Valinhos e de fazer com que as já instaladas cresçam. “Com a chegada da Kibon, muitos empregos serão criados e também a receita de ICMS do município aumentará. Fico contente porque a Unile-

empresário Fernando Quércia, que concorreu a prefeito nas últimas eleições municipais pelo PL, se desligou do partido e se filiou ao PTB. Quércia levou também para o partido aliados políticos, como o comerciante Fernando Piffer, que foi candidato a vice em sua chapa, e ex-candidatos a vereador, como Antonio Rafful e Sinval Doringon. Segundo o empresário, sua saída do PL se deu em função do não entendimento entre ele e as executivas estadual e nacional do partido. "Encontrei no PTB uma representação para a exposição de minhas idéias e atividades políticas", resumiu Quércia.

e agora está acontecendo o contrário”, disse o prefeito. A mudança de produção será necessária já que a área em que hoje está situada a Kibon, em São Paulo, não oferece condições de expansão e modernização de suas instalações, além de enfrentar limitações logísticas por estar no centro urbano de uma grande cidade. A transferência completa se dará num intervalo de 12 meses. Nesse período, os

qualquer uma das outras fábricas da empresa no País. Os cargos, na unidade de Valinhos, criados e não preenchidos com a transferência de funcionários, serão ocupados por mão-de-obra local. Por conta disso, a direção da empresa ainda não sabe quantos empregos diretos serão gerados na cidade com essa mudança. A unidade da Kibon em São Paulo produz cerca de 70% do volume de sorvetes da Unilever no Brasil.

dos Guararapes, município vizinho a Recife, no Estado de Pernambuco. A mudança gradativa das linhas evitará problemas de abastecimento. A Kibon atua no mercado de sorvetes há 64 anos, sendo a primeira indústria brasileira do segmento. Hoje a marca possui 70% de participação de mercado no segmento impulso (picolés) e 54% em take home (potes), segundo dados da ACNielsen/04. (CP)

laudio Zoli vai "embalar" o público amanhã, dia 13, às 19h30, na Praça de Alimentação do shopping Parque D. Pedro. O cantor é a atração de setembro, do Conexão Cultural Ano III, e apresenta grandes sucessos de sua carreira e as músicas do seu mais novo trabalho "Sem Limite no Paraíso". O Parque D. Pedro fica Rodovia D. Pedro I, Km 137, Campinas. A entrada é franca. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (19) 3756-7500 ou pelo www.parquedpedro.com.br.

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solução de conflitos entre empresa utilizando a Arbitragem será o tema de palestra promovida pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef) - Seccional Campinas. A apresentação será feita pela diretora-geral do Tribunal de Arbitragem do Estado de São Paulo, advogada Ana Lúcia Pereira, especializada em Arbitragem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pós-graduada em Direito da Economia e Empresa pela FGV. A palestra acontece amanhã (dia 13), às 19 horas, no hotel New Port. Informações e reservas pelos telefones (19) 3233-0902 e 3233-1851.

A

EXPEDIENTE

Diretoria Executiva (2004 - 2007) Presidente Guilherme Campos Júnior 1º Vice-Presidente Gilberto Rocha da Silveira Bueno 2º Vice-Presidente Carlos Francisco Simões Correia Assinaturas do Diário do Comércio (0xx19) 2104-9276 Departamento de Sócios Serviço de Atendimento ao Usuário, Convênios e Parcerias (19) 2104-9271/ 9272/ 9273 associados@acicnet.org.br Assessoria de Imprensa (19) 2104-9215/ 9216 imprensa@acicnet.org.br Página na Web www.acicnet.org.br Rua José Paulino, 1111, Campinas, SP - CEP 13013-001 PABX: 2104-9200


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.CIDADES & ENTIDADES

eM DIa

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

Milton Mansilha/Agência Luz

GIr Agendas da Associação e das distritais

com As DisTrItAIs Notícias dos postos avançados da ACSP

Casamento é um grande negócio em São Miguel U

nião: ato ou efeito de unir (-se), casamento, associação. Os significados desta palavra, extraídos do Dicionário Aurélio, representam um faturamento bruto anual de R$ 500 mil para o Nube (Núcleo de Empreendedores de Buffets e Eventos), formado por 12 empreendedores na Distrital São Miguel da Associação Comercial de São Paulo. Festas de casamento respondem por 80% dos contratos fechados no último ano. Para estes empreendedores, união também é sinônimo de troca de experiências, levantamento de problemas comuns na administração dos negócios e busca de soluções conjuntas. Este é o lema do Projeto Empreender, que reúne há dois anos e meio o Nube, formado por empresários, a maioria informais, das áreas de decoração, alimentação, buffet, lembrancinhas, produção de vídeo e fotografia e de fornecimento de copeiras e garçons. Em reunião, na semana passada, o consultor do Projeto Empreender, Valdeir Gimenez, discutiu com o Nube noções de gestão, administração, marketing e divulgação. O projeto é fruto de uma parceria entre o Sebrae e a ACSP. Entre as ações realizadas pelo núcleo, o consultor destaca a participação em cursos ministrados pelo Sebrae, que visam capacitar os empreendedores na gestão de negócios. "O próximo curso deverá ser o das regras da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para manipulação de alimentos", reforça. A experiência adquirida nestas ações já rende frutos desde o início, em 2003. Focado na festa de casamento como o nicho de mercado mais rentável, o núcleo está organizando

a 4ª Expo Noivas Festas e Eventos da zona leste, prevista para abril de 2006. Para custear o evento, o núcleo realizará um fundo de caixa, com contribuições mensais em dinheiro de cada integrante. O objetivo é promover as empresas do Nube, que projetam um crescimento de 35% para 2006. "O retorno dos eventos ocorre em longo prazo, já que os noivos que têm casamento marcado para 2007 nos procuram com antecedência", destaca a empresária Jussara Maria Fernandes, da Delicatessen Buffet. Público-alvo – As estratégias para o crescimento de contratos de festas são elaboradas em conjunto no Nube e vão desde a conquista e adequação do consumidor, passando pela padronização de preços e serviços até a negociação conjunta com fornecedores. O Nube atende clientes, na maioria, da zona leste, pertencentes às classes média e média baixa. Os empreendedores adequam o melhor evento ao menor preço, mantendo a qualidade. "Vamos às festas uns dos outros e inspecionamos a cozinha, os alimentos e a decoração", afirma Maria Aparecida Batista da Silva, da Maitê Salgados. A padronização de preços também foi uma forma de transformar a união em lucro. "O intuito do Nube é evitar a concorrência interna. Por isso, criamos um padrão de preços para todos os serviços", destaca Jussara Maria. O consultor afirma que um dos objetivos do Projeto Empreender é que o núcleo mostre qualidade em relação à concorrência desleal, feita por outros profissionais da região que praticam preços abaixo do mercado. Os valores para festas de casamento, bodas e debutantes promovidas pelo Nube costumam ser equivalentes, varian-

Integrantes do Nube em reunião realizada na Distrital São Miguel

FORMATURA DE APRENDIZES – O superintendente da Distrital Santo Amaro, Aloysio Luz Cataldo, foi paraninfo de duas turmas do curso Aprendiz Administrativo no Asam - Centro de Apoio ao Jovem (foto). Foram capacitados 75 adolescentes nas áreas administrativas das empresas participantes.

Hoje I Pinheiros – A distrital realiza

Marilucia e Luciene, donas de buffet, participam do Empreender

Gimenez: consultor do projeto

Trabalhamos em família e nosso objetivo é a formalização das empresas do núcleo em conjunto Maria José Pedro, da J. Júnior Decorações do de acordo com o número de convidados (100 no mínimo), com o cardápio e a decoração. Na alimentação, o preço médio é de R$ 15 por pessoa. A decoração vai de R$ 500 a 1.200. Para trabalhar com um preço competitivo, o núcleo fechou uma negociação com um fornecedor de panificação e confeitaria, que oferece os mesmos benefícios proporcionados a pessoas jurídicas. Entre eles estão as compras a pra-

zo, cursos de culinária gratuitos e pedidos por telefone. Impostos – Os empresários do Nube, no entanto, enfrentam um obstáculo para se tornarem formais: os impostos. O objetivo comum e o mais difícil é reverter este quadro. "Quero formalizar a empresa, mas é inviável. Se eu vender uma decoração por R$ 500, por exemplo, pagarei 18% em impostos e o líquido será R$ 150", diz João Rivera, da El Shaddai Decorações. Atualmente, os integrantes do Nube trabalham em casa e os esforços em termos de administração se concentram em separar os custos residenciais e comerciais. A sócia da J. Júnior Decorações, Maria José Pedro, compartilha do mesmo desejo de legalização. "Trabalhamos em família e nosso objetivo é a formalização das empresas do núcleo em conjunto", afirma. Como participar - O Projeto Empreender teve início em maio de 2003 em São Paulo e atualmente existem cinco núcleos na Distrital São Miguel: buffet e eventos, lojas de móveis e colchões, escolas particulares de ensino infantil e fundamental, salões de beleza e automecânica. Os integrantes de cada núcleo setorial desenvolvem um regimento interno e mandamentos, e decidem sobre a inclusão de empresas. Uma das regras mais rígidas é o comparecimento a todas as reuniões. Mais informações podem ser obtidas na Distrital São Miguel pelo telefone 6297-0063. Rejane Tamoto

Subprefeito visita Vila Maria subprefeito de Vila Maria/Vila Guilherme, Antonio de Pádua Perosa, participou da reunião ordinária da Distrital Vila Maria da ACSP e destacou algumas obras que estão sendo executadas naquela região. Segundo ele, parte das prioridades enviadas ao prefeito José Serra, estabelecidas em reunião dos superintendentes do Clube Esperia, já estão sendo cumpridas. Entre as providências, destacou a asfaltamento de ruas de paralelepípedos e as obras do Terminal de Cargas Fernão Dias, que estarão encerradas até o final do ano. Perosa informou também sobre a constru-

ção do Parque do Trote, com 250 mil metros quadrados. A reunião foi coordenada pelo superintendente da Distrital Vila Maria, José Correia, e contou também com a presença dos subprefeitos de Jaçanã/Tremembé, Aníbal de Freitas Filho, e Casa Verde/Vila Nova Cachoeirinha, Nelson da Silva Teixeira. Homenagem – A Distrital Vila Maria prestou uma homenagem à delegada do 19º DP (Vila Maria), Nagya Cássia de Andrade, e ao soldado PM da 2ª Cia do 5º BPM/M, Sérgio Ribeiro das Chagas, em agradecimento aos serviços prestados à região.

Amanhã I Vila Maria – A distrital pro-

move Café com Negócios". Às 8h30. I São Miguel – A distrital realiza reunião do núcleo setorial de profissionais de buffets e eventos do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 14h30. I Construção - O conselheiro deliberativo da ACSP Antonio Carlos Pela participa da reunião do Comitê da Cadeia Produtiva da Construção Civil (Comcic), promovida pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Às 14h30, no salão promocional da Fiesp, avenida Paulista, 1313/16º andar. I Penha – A distrital realiza encontro do Movimento Degrau, sob a coordenação geral de Rogério Amato. Às 19h. I Pinheiros – A distrital promove encontro com o deputado estadual Rodrigo Garcia, presidente da Assembléia Legislativa, que falará sobre "Cidadania e democracia participativa". Às 19h30. I São Miguel – A distrital realiza reunião ordinária. Às 19h30. I Jabaquara – A distrital realiza reunião ordinária e promove pré-estréia da peça "Os reis

Quarta I Ensino - O diretor da ACSP

Antonio Marangon participa do seminário "Escola particular: Cenário de 2006", promovido pela Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen). Às 9h, na Associação Comercial de Brasília, Edifício Palácio do Comércio, SCS, 1º andar, Brasília (DF). I São Miguel – A distrital realiza reunião do núcleo setorial de profissionais de lojas de móveis e colchões do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 14h30. I Centro – A distrital realiza reunião ordinária e promove palestra teatral sobre o tema "Gandhi, um líder servidor", com o ator João Signorelli. Às 18h. I Santo Amaro – A distrital realiza reunião ordinária. Às 19h. I Ip i ra n ga – A distrital, em parceria com a Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras e a subprefeitura do bairro, promove a exposição do "PAM - Plano de Auxílio Mútuo", com o objetivo de agregar forças aos empresários e entidades da região para definir diretrizes de coordenação em situações de emergência envolvendo os munícipes. Às 19h30. I Lapa – A distrital promove a palestra "Código de Defesa do Consumidor - 15 anos", com a coordenadora da domissão de defesa do consumidor da 96ª subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) , Maria Lumena Baleben Sampaio. Às 19h30.

Jabaquara aprende sobre coleta seletiva

Participação foi na reunião ordinária da distrital

O

reunião com a comissão organizadora do 18º Salão de Artes. Às 10h. I Facesp - 4ª reunião dos conselhos diretor e gestor da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). Às 10h, rua Boa Vista, 51/9º andar, plenária. I Distritais - Reunião das distritais da Associação Comercial de São Paulo. Às 17h, rua Boa Vista, 51/12º andar, no Enre.

da voz", produzida por André Thadeu, com os atores Ione Prado, Emilie Mihomem e Wilson Sampson . Às 19h30.

M

José Correia e o subprefeito do bairro, Antonio de Pádua Perosa

Agasalho – O Conselho da Mulher Empreendedora (CME) da Vila Maria, entregou cerca de 300 peças de agasalho ao Fundo Social de Solidarie-

dade do Estado de São Paulo. A Campanha do Agasalho deste ano foi coordenada pela presidente do CME, Maria Aldana Bueno de Souza.

ais de 120 pessoas assistiram à palestra "Coleta Seletiva do Lixo" e ao lançamento do projeto Recicla Rotary Jabaquara, realizados na Distrital Jabaquara, no dia 23, durante a 10ª reunião ordinária. O projeto visa conscientizar os empresários e cidadãos sobre a importância da reciclagem do lixo, transformando-o em recursos financeiros para as entidades beneficentes da região. A Aparas São Judas viabilizará o projeto com a realização da coleta seletiva

Reunião ordinária na distrital

em empresas, escolas, hospitais, setores da administração pública e outras instituições. Com a palestra de Roberto Silva de Sousa, da Aparas, os participantes puderam aprender um pouco mais sobre coleta seletiva e como essa prática é indispensável para a preservação dos recursos naturais e para o desenvolvimento da comunidade.

Associação Comercial de São Paulo Distrital Butantã Rua Alvarenga, 415 – CEP 05509-070 Fone/fax: 3032-6101 José Sérgio Pereira Toledo Cruz Diretor Superintendente

Distrital Jabaquara Av. Santa Catarina, 641 – CEP 04635-001 Fone: 5031-9835 – Fax: 5031-3613 Fernando Calderon Alemany Diretor Superintendente

Distrital Penha Av. Gabriela Mistral, 199 – CEP 03701-010 Fone: 6641-3681 – Fax: 6641-4111 Marco Antonio Jorge Diretor Superintendente

Distrital Santana Rua Jovita, 309 – CEP 02036-001 Fone: 6973-3708 – Fax: 6979-4504 João de Favari Diretor Superintendente

Distrital Sudeste Rua Afonso Celso, 76 – CEP 04119-000 Fone/fax: 5572-0280 Giacinto Cosimo Cataldo Diretor Superintendente

Distrital Centro Rua Galvão Bueno, 83 – CEP 01506-000 Fone/fax: 3207-9366 - Fone: 3208-5753 Marcelo Flora Stockler Diretor Superintendente

Distrital Lapa Rua Martim Tenório, 76/1º andar CEP 05074-060 – Fone: 3837-0544 – Fax: 3873-0174 Douglas Formaglio Diretor Superintendente

Distrital Pinheiros Rua Simão Álvares, 517 – CEP 05417-030 Fone: 3031-1890 – Fax: 3032-9572 Ricardo Aparecido Granja dos Santos Diretor Superintendente

Distrital Santo Amaro Av. Mário Lopes Leão, 406 – CEP 04754-010 Fone/fax: 5521-6700 Aloysio Luz Cataldo Diretor Superintendente

Distrital Tatuapé Praça Silvio Romero, 29 – CEP 03303-000 Fone/Fax: 6941-6397/6192-2979/6942-8997 Antonio Sampaio Teixeira Diretor Superintendente interino

Distrital Ipiranga Rua Benjamin Jafet, 95 – CEP 04203-040 Fone: 6163-3746 – Fax: 274-4625 Antonio Jorge Manssur Diretor Superintendente

Distrital Mooca Rua Madre de Deus, 222 – CEP 03119-000 Fone/fax: 6694-2730 Antonio Viotto Netto Diretor Superintendente

Distrital Pirituba Av. Raimundo Pereira de Magalhães, 3.678 CEP 05145-200 – Fone/fax: 3831-8454 José Roberto Maio Pompeu Diretor Superintendente

Distrital São Miguel Av. Marechal Tito, 1042 – CEP 08010-090 CEP 08010-080 – Fone: 6297-0063 – Fax: 6297-6795 José Parziale Rodrigues Diretor Superintendente

Distrital Vila Maria Rua do Imperador, 1.660 – CEP 02074-002 Fone: 6954-6303 – Fax: 6955-7646 José Correia Diretor Superintendente


DIÁRIO DO COMÉRCIO

18 -.INTERNACIONAL

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

Henry Ray Abrams/Reuters

11/09 Os Estados Unidos lembraram ontem, com atos e missas, o quarto aniversário dos atentados de 11 de setembro de 2001, que fizeram 2.973 mortos. A homenagem começou com um minuto de silêncio, às 8h46 local, hora do choque do primeiro avião à torre norte do World Trade Center.

Stan Honda/AFP

Stan Honda/AFP

Gary Hersorn/Reuters

Jason Cohn/Reuters

Rick Wilking/Reuters

Jonathan Ernst/Reuters

Rick Wilking/Reuters

Rick Wilking/Reuters

Rick Wilking/Reuters

Mais uma vez lembramos que a adversidade faz reluzir o melhor do espírito norte-americano

Hoje, 11 de setembro, nos lembramos da violência dos terroristas. Que Deus inspire os homens e mulheres de boa vontade a renunciar ao ódio

George W. Bush, presidente dos EUA

Papa Bento XVI


www.dcomercio.com.br/c ampinas/ Edição de Campinas concluída às 23h50 Ano 81 - Nº 21.960

São Paulo, segunda-feira 12 de setembro de 2005

R$ 0,60

Givaldo Barbosa/Ag. O Globo

Rogerio Cassimiro/Folha Imagem

Está armado o confronto: o deputado Severino Cavalcanti disse que não renuncia, não se licencia e nem abre mão de presidir a Câmara; e os partidos de oposição vão pedir amanhã a sua cassação ao Conselho de Ética. "Vai ser uma guerra", resume o deputado ACM Neto. Severino, a oposição, o uso ilegal do Fundo Partidário e o racha no PT, págs. 3, 4, 5 e 8 Paulo Pampolin/DIgna Imagem

Chip East/Reuters

Cuidado para não atender um falso fiscal

A dor completa quatro anos

Eles pedem propina por telefonemas, cartas, visitas, ameaças. Saiba como se proteger. Pág. 11

Um sino cala os EUA: um minuto de silêncio pelos 4 anos do 11/9. Página 18

Daniel Augusto/Ag. O Globo

Quibe, coalhada e ironia para Maluf As duas estudantes (foto) entregaram a comida com uma carta para Maluf, preso com o filho na Polícia Federal. Pág. 3 Patrícia Cruz/Luz

Projeto quer bala legal no ônibus Vereador pretende legalizar camelô de ônibus. Proposta é polêmica. DCidade

TEMPO EM CAMPINAS Nublado com chuva Máxima 23º C. Mínima 17º C.

Corinthians vence e faz as pazes com a torcida Marcelo Mattos (na foto com Betão) comemora: depois de 5 jogos sem ganhar, o Corinthians faz 2 a 0 no Atlético Paranaense. E fica a 2 pontos da liderança do Brasileirão.

Ouro inédito do judô brasileiro João Derly faz história: é dono da primeira medalha de ouro do judô brasileiro em mundiais. DC Esporte

Nesta edição, Argentina Exporta


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS - 11

NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS, A POLÍCIA FEDERAL PRENDEU 20 PESSOAS ACUSADAS DE SUBORNAR EMPRESÁRIOS Paulo Pampolin/Digna Imagem

CUIDADO! UM FALSO FISCAL BATE À PORTA.

Importadas

SÓ bebidaS Nacionais

presas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon -SP), José Constantino, todo empresário que suspeitar de qualquer irregularidade na fiscalização deve procurar o seu contador para esclarecer suas dúvidas e denunciar o caso às autoridades competentes. "Eles são habilitados para saber quando uma fiscalização é verídica ou não", comenta. Além disso, acrescenta, depois que a Receita Federal criou o Mandado de Procedimento Fiscal ficou mais fácil para o empresário verificar se o fiscal é um falsário ou não. Basta solicitar o documento e verificar a sua autenticidade no site da Receita (www.receita.fazenda.gov.br). Foi com a ajuda do seu contador que o empresário paulista do setor metalúrgico conseguiu se livrar do falso fiscal. Depois do primeiro telefonema, o falsário não esperou por uma resposta e, já no dia seguinte, enviou um motoboy com uma nota fiscal e um pedido de retirada de cheque no valor de R$ 1.600,00. Assustado, o empresário ligou para seu contador, que o orientou a não pagar nada naquele momento. Vinte minutos após ter dispensado o motoboy, o empresário recebeu uma nova ligação do falso fiscal que, ao saber que o pagamento não foi efetuado, travou uma discussão. Ele, então, disse para que ligasse para seu contador, que estaria melhor habilitado a cuidar da questão. Indignado, o fiscal tentou convencê-lo de que não havia necessidade de envolvêlo na história. Mesmo assim, entrou em contato com o contador que, sabendo do golpe, conseguiu dispensá-lo. "Esta não foi a primeira abordagem feita por estes falsários na minha empresa. Quando mudei o meu negócio da capital para a Grande São Paulo, também recebi ligações de um fiscal pedindo contribuição", lembra o empresário, acrescentando que o principal motivo que faz a classe empresarial ceder às ameaças dos falsos fiscais e pagar os valores exigidos é o medo de sofrer represálias por parte da própria fiscalização. "Pode ser que eles realmente tenham alguma ligação com os fiscais da Receita." O empresário também critica a pesada carga tributária e o excesso de burocracia, que levam as empresas a não conseguir cumprir com suas obrigações.

Empresário paulista do setor metalúrgico foi vítima de um falso fiscal, que lhe pediu R$ 2.500,00 para tirá-lo da mira da fiscalização

Contador arma flagrante e estelionatário é preso

Dicas para não ser enganado Ao receber a visita de um fiscal, peça o Mandado de Procedimento Fiscal e cheque a sua veracidade no site da Receita (www. receita.fazenda.gov.br) O empresário deve permitir a entrada do fiscal no estabelecimento somente após constatar a autenticidade do documento expedido pela Receita O mandado dá ao fiscal um prazo de até 120 dias para averiguar os livros e documentos da empresa. Neste caso, o ideal é solicitar ao contador que acompanhe a fiscalização

Ao denunciar, exerci o meu papel de cidadão. Todos deveriam fazer o mesmo para acabar com ações como esta. Manoel de Oliveira Maia, contador

Santa Ana R$ 7,50*

“MANIA DE VENDER BARATO”

ITALIANOS VILLA VIVALDI............................................................................................R$ LAMBRUSCO EMILIA AMABILE................................................................R$ MONTEPULCIANO D’ABRUZO .................................................................R$ PROSECCO ABAZZIA CONTESSA CHIARA............................................R$ PORTUGUESES CAMILLO ALVES ........................................................................................R$ QUINTA DO CARNEIRO............................................................................R$ PORCA DE MURÇA ...................................................................................R$ CASAL GARCIA BRANCO .........................................................................R$ MARQUÊS DE MARIALVA ........................................................................R$ CARTUXA ...................................................................................................R$ ESPORÃO ALANDRA ................................................................................R$

R$ 21,90 Asti George Albert

R$ 14,90

Ferreira continua preso até hoje, mas seus comparsas nunca foram descobertos. Maia, que hoje é diretor do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP) e da Federação dos Contabilistas do Estado de São Paulo, apesar de não ter ganho nada profissionalmente com a denúncia – perdeu dias de trabalho para comparecer à delegacia e ao fórum para prestar depoimento – se sente feliz por ter contribuído com o fim da atuação de pelo menos um falsário. "Ao denunciar, exerci o meu papel de cidadão. Todos deveriam fazer o mesmo para acabar com ações como esta", afirmou. Para o contador, a Receita Federal já deu sua contribuição ao concentrar boa parte da fiscalização na internet. "Hoje é possível acompanhar muito do movimento da empresa de forma eletrônica, o que reduz muito a presença de fiscais nas empresas e, consequentemente, a abordagem de falsos fiscais", comenta. (MR)

Márcia Rodrigues

Só BEBIDAS

Prosecco Abazzia Contessa Chiara

A denúncia é a melhor forma de coibir a atuação dos falsos fiscais. Em 2001, o contador Manoel de Oliveira Maia ajudou a prender um falso fiscal que, juntamente com dois comparsas, passaram-se por auditores fiscais e cobraram R$ 1.000,00 de seu cliente. O motivo seriam supostas irregularidades na empresa e a quantia garantiria que alguns processos, que segundo eles estariam em aberto na Receita Federal, fossem arquivados. Imediatamente, o cliente afirmou que precisaria verificar se tinha o dinheiro e ligou para seu contador. Maia consultou a Receita Federal, que o orientou a pedir para o seu cliente denunciar o caso à polícia e armar um flagrante. No dia combinado para a entrega do dinheiro, um portador, que mais tarde foi identificado como Sidney Osserio Ferreira, um estelionatário com várias passagens pela polícia, chegou na empresa com uma nota fiscal e recibos "frios". Os policiais cercaram o suspeito e deram voz de prisão.

DC

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á passava das seis horas da tarde de uma quarta-feira quando um empresário paulista do setor metalúrgico – que, por questões de segurança, prefere não se identificar – recebeu uma estranha ligação em seu escritório. Do outro lado da linha, um suposto fiscal da Receita Federal lhe pedia uma contribuição de R$ 2.500,00, que alegava ser para a revista do seu sindicato. Em troca, prometia tirar sua empresa do alvo da fiscalização. O empresário tentou argumentar que era um valor muito alto para desembolso imediato. Mas o suposto fiscal sustentou que o pagamento poderia ser "facilitado", em cinco parcelas, e que ele ainda receberia uma nota fiscal para deduzir o valor na sua declaração de Imposto de Renda (IR). Não foi uma tarefa nada fácil para ele tirar do seu pé o falso fiscal. Casos como esse são mais comuns do que se imagina. Nos dois últimos anos, a Polícia Federal (PF) conseguiu prender 20 falsos fiscais, que tentaram subornar empresários paulistas, principalmente de médio porte. A atuação da PF, no entanto, de acordo com o chefe de comunicação da Receita Federal, o auditor fiscal Luiz Monteiro, não consegue inibir a ação cada vez mais sofisticada dos criminosos. "Eles continuam atuando e cada vez de forma mais severa. Se identificam como fiscais, integrantes da Unafisco (entidade de classe da categoria), ou promotores, sempre vestidos de forma muito elegante", descreve Monteiro. Alguns, inclusive, chegam a enviar correspondências com papel timbrado da Receita Federal para intimidar as vítimas. Segundo o auditor, na maioria dos casos o empresário recebe, primeiramente, um telefonema e somente depois passa a ser visitado pelo falso fiscal. "Eles não cansam. Eles perturbam a vítima durante meses para conseguir o dinheiro – normalmente pedem de R$ 3 a R$ 5 mil. O empresário acaba se cansando e pagando o que querem para ter paz", afirma. "E, na maioria das vezes, eles voltam a atacar." Monteiro explica que eles chegam com o argumento de que a empresa está praticando alguma irregularidade, como não emitir nota fiscal, por exemplo, prática comum nas empresas, e "intimidam o empresário a pagar para não ser autuado". Segundo o assessor da presidência do Sindicato das Em-

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

IR: volta da alíquota de 25% só com nova lei

E

stá nas mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do Congresso Nacional a volta da alíquota máxima de 25% do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). Apesar da Lei n° 10.828/03 prever que a alíquota de 27,5% vale somente até dezembro deste ano, o governo argumenta que uma lei posterior – n° 11.119/05 – mantém em vigor a alíquota por prazo indeterminado. Assim, caso queira reduzir a alíquota máxima do IR, o presidente terá de editar medida provisória com esse fim ou enviar projeto de lei ao Congresso. "Uma norma posterior sempre revoga a anterior. Para mudar a alíquota é preciso haver um novo ato", afirma Joaquim Adir, supervisor nacional do Imposto de Renda.

Um "equívoco" da Receita Federal levou o presidente a prometer ao Congresso, na mensagem enviada com a proposta orçamentária de 2006, que não prorrogaria a alíquota de 27,5%. A confusão aconteceu porque só foi levada em consideração a Lei n° 10.828/03. Ao lembrar da Lei n° 11.119/05, que corrigiu a tabela do IR em 10%, o governo voltou atrás e divulgou nota esclarecendo o problema. Mas ainda assim haveria dúvidas entre integrantes da área econômica do próprio governo. Eles alegam que a Lei n° 10.828/03 deveria ter sido revogada expressamente. Especialistas, no entanto, são unânimes em dizer que no ano que vem continua em vigor a alíquota de 27,5%, a menos que seja editada uma nova lei. O tri-

LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS - 19

Rafael Neddermeyer/AE

Receita prefere desonerar o consumo trapalhada do governo em torno das alíquotas do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) antecipou uma disputa que o Ministério da Fazenda não queria começar agora: definir para onde serão destinados os R$ 2,65 bilhões que foram reservados no Orçamento da União de 2006 para a redução de tributos. O equívoco abriu a discussão dentro e fora do governo e criou mais dificuldades para a equipe econômica administrar as pressões. A Receita Federal é contra novas mudanças no IRPF e prefere continuar no caminho da desoneração tributária dos investimentos produtivos e impostos que incidem sobre o consumo. O governo pretende definir até dezembro as propostas de desoneração, o que

A

Everardo Maciel: as duas leis não se contradizem

butarista Carlos Eduardo Ortolano, do escritório Pompeu, Longo, Kignel & Cipullo Advogados, lembra que a Lei n° 10.828/03 não determina que após dezembro de 2005 a alíquota do Imposto de Renda voltaria a ser de 25%. Para o ex-secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, as duas leis não se contradizem, mas se complementam. "É uma questão de lógica. Além disso, o fato de a lei mais antiga não ter sido revogada expressamente não quer dizer que ela não foi revogada", explica. O tributarista Jeferson Nardi, do escritório Trevisioli Advogados Associados, ressalta

que uma lei pode ser revogada de forma tácita, de acordo com a Lei de Introdução ao Código Civil. "Não há brecha para discutir a manutenção da alíquota de 27,5% na Justiça. Para voltar aos 25% só por meio de uma nova lei, aprovada até o fim do ano", afirma Nardi. A alíquota de 27,5% – instituída pela primeira vez em 1997 e depois prorrogada reiteradamente – deve ser aplicada para calcular o IRPF daqueles com rendimento mensal superior a R$ 2.326,00 ou anual superior a R$ 27.912,00. Respectivamente, esses contribuintes podem deduzir R$ 465,35 e R$ 5.584,20 do imposto.

acontecerá junto com a discussão e votação da Lei Orçamentária. Mas o anúncio de que a alíquota máxima do IRPF cairia para 25% no próximo ano, e depois o recuo do governo explicando que se tratava de erro, fez aumentar as propostas de redução dos tributos. "Não justifica desonerar os tributos justamente de quem ganha os maiores salários. Essa é uma alternativa injusta", disse uma fonte da equipe econômica. Segundo a fonte, usar os recursos para uma nova correção da tabela do Imposto de Renda, ampliando o limite de isenção, também não é uma alternativa boa, já que abre um precedente perigoso com o risco da volta da "indexação". "Tivemos uma correção de 10% este ano. Um novo reajuste seguido em 2006 cria a expectativa de que todos os anos haverá correção", ponderou a fonte, que destaca que apenas 7% da população economicamente ativa pagam IRPF. (AE)

Laura Ignacio

ATAS METROPOLITAN LIFE SEGUROS E PREVIDÊNCIA PRIVADA S.A.

SOUZA PINTO PNEUS E ACESSÓRIOS LTDA. - EPP CNPJ/MF: 53.542.593/0001-84 - NIRE: 35.201.348.950 ATA DE ASSEMBLÉIA DOS SÓCIOS Local, Data e Hora: Na sede da sociedade na Av. Morumbi, 8.557 - Brooklin - São Paulo/SP, CEP 04703-004, no dia 15/06/05, às 10:00 hs. Presença: Sócios representando a totalidade do capital social da Souza Pinto Pneus e Acessórios Ltda. - EPP, sociedade do tipo de pequeno porte limitada, inscrita no CNPJ do M.F. sob nº 53.542.593/0001-84, com seu contrato social registrado na JUCESP, sob nº 35.201.348.950, em sessão de 08/04/1984. Mesa: Assumiu a presidência da Assembléia o Sócio-Administrador, Sr. Edson de Souza Pinto e como secretária a outra sócia Érica Veneroni Pinto. Edital de Convocação: Dispensada a publicação de editais, conforme o disposto no § 2º do art. 1.072 do Código Civil. Ordem do Dia: Informou o Sr. Presidente que a Assembléia tinha por escopo deliberar sobre a redução do capital social. Deliberação: A Assembléia deliberou por unanimidade pela aprovação da redução do capital social, de acordo com o artigo 1.082, inciso II do Código Civil, em R$ 597.000,00, mediante o cancelamento de 11.940 quotas, no valor nominal de R$ 50,00 cada, em função de perdas irreparáveis (prejuízos acumulados) da sociedade. A Cláusula IV do Contrato Social passará a vigorar com a seguinte redação: IV - o capital social é do valor de R$ 80.000,00, dividido em 1.600 quotas, do valor nominal de R$ 50,00 cada, totalmente subscritas e integralizadas em moeda corrente nacional, e assim divididas entre os sócios. Quotistas Nº de Quotas Vlr. Unit. Partic. Vlr. Total Edson de Souza Pinto 1.584 R$ 50,00 90% R$ 79.200,00 Érica Veneroni Pinto 16 R$ 50,00 10% R$ 79.800,00 Total 1.600 100% R$ 80.000,00 Encerramento: Nada mais havendo a tratar e ninguém desejando manifestar-se, foi aprovada a deliberação da pauta, tendo sido aprovada e assinada a presente ata por todos os sócios presentes representando a totalidade do capital. Mesa: Edson de Souza Pinto Presidente; Érica Veneroni Pinto, Secretária; Sócios: Edson de Souza Pinto e Érica Veneroni Pinto.

CNPJ/MF nº 02.102.498/0001-29 - NIRE 35.300.151.071 Ata de Assembléia Geral Extraordinária realizada em 18 de novembro de 2004 Data, Hora e Local: Aos 18 dias do mês de novembro de 2004, às 12:00 horas, na sede social da Companhia, na Rua Flórida, nº 1595, 8º andar, conjunto 81, Brooklin Novo, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo. Presenças: Acionistas representando a totalidade do capital social, conforme assinaturas lançadas no Livro de Presença. Convocação: Dispensada a convocação em virtude do comparecimento da totalidade das acionistas, conforme faculta o parágrafo 4º do Artigo124 da Lei 6.404/76. Mesa: Presidente: Thaddeus Ogden Burr; Secretária: Paola Tirelli. Ordem do Dia: (i) aumentar o capital social, com a conseqüente alteração do artigo 5º do Estatuto Social; (ii) alterar o artigo 15 do Estatuto Social; e (iii) consolidar o Estatuto Social da Companhia. Deliberações: As acionistas presentes deliberaram, por unanimidade de votos, (i) aumentar o capital social em R$ 16.577.560,00 (dezesseis milhões, quinhentos e setenta e sete mil, quinhentos e sessenta reais), passando referido capital de R$ 125.232.067,00 (cento e vinte e cinco milhões, duzentos e trinta e dois mil, sessenta e sete reais), para R$ 141.809.627,00 (cento e quarenta e um milhões, oitocentos e nove mil, seiscentos e vinte e sete reais) mediante emissão de 16.577.560 (dezesseis milhões, quinhentas e setenta e sete mil, quinhentas e sessenta) novas ações ordinárias nominativas, sem valor nominal, ao preço de emissão de R$ 1,00 (um real) cada, as quais foram subscritas em sua totalidade pela acionista Metlife lnternational Holdings, Inc., conforme Boletim de Subscrição anexo à presente ata, e integralizadas, no mesmo ato, em dinheiro, com a remessa do numerário efetuada através do Contrato de Câmbio n° 04/062249, celebrado em 27 de outubro de 2004, com o BankBoston Banco Múltiplo S.A. As acionistas se valeram do art. 14 da Lei das Sociedades Anônimas para fixar, nesta Assembléia Geral, o preço de emissão das novas ações em R$ 1,00 (um real) para cada ação, com base no capital social da Companhia. A acionista Natiloportem Holdings, Inc. declara que está de acordo com este aumento de capital e que não houve diluição injustificada de sua participação na Companhia para efeitos do art. 170, § 1º da Lei das Sociedades Anônimas. A acionista Natiloportem Holdings, Inc. renunciou expressamente ao seu direito de preferência para a subscrição das ações representativas desse aumento de capital. Em virtude do aumento de capital acima mencionado, o art. 5° do Estatuto Social foi alterado e passará a vigorar com a redação constante da consolidação abaixo; (ii) alterar o Art. 15 do Estatuto Social, o qual passará a vigorar com a redação constante da consolidação abaixo, a fim de estabelecer que quaisquer 2 (dois) Diretores poderão representar a Companhia em atos envolvendo o montante de até R$ 250.000,00 (duzentos e cinqüenta mil reais), sendo que em atos envolvendo um montante superior a referido limite, a Companhia deverá ser representada necessariamente pelo Diretor Presidente em conjunto com qualquer outro Diretor; e (iii) em virtude das deliberações acima, consolidar o Estatuto Social da Companhia, o qual passa a vigorar com a seguinte nova redação: “Estatuto Social de Metropolitan Life Seguros e Previdência Privada S/A CAPÍTULO I - Nome, Objetivo, Duração e Sede. Artigo 1º - A Companhia é denominada Metropolitan Life Seguros e Previdência Privada S/A sendo regida por este Estatuto e pela legislação aplicável em vigor. Artigo 2° - A Companhia tem por objeto a exploração seguros de vida, incluindo a criação e administração de fundos abertos de previdência privada; e a participação em outras companhias, como quotista ou acionista, observadas as restrições previstas em lei. Artigo 3° - A Companhia tem sede e foro na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Rua Flórida, nº 1595, 8° andar, conj. 81, Brooklin Novo, podendo abrir e manter escritórios e filiais em qualquer parte do território nacional e no exterior. Artigo 4° - A Companhia tem prazo de duração por tempo indeterminado. CAPÍTULO II - Capital e Ações. Artigo 5° - O capital social da companhia é de R$ 141.809.627,00 (cento e quarenta e um milhões, oitocentos e nove mil, seiscentos e vinte e sete reais), dividido em 141.809.627 (cento e quarenta e um milhões, oitocentas e nove mil, seiscentas e vinte e sete), ações ordinárias nominativas sem valor nominal, totalmente integralizadas em espécie. Parágrafo 1° - Cada ação nominal registrada conferirá ao acionista o direito a um voto nas Assembléias. Parágrafo 2° - As ações podem ser representadas por certificados assinados por dois Diretores ou por um certificado múltiplo de ações. CAPÍTULO III Assembléia de Acionistas. Artigo 6° - As Assembléias Gerais podem ser Ordinárias ou Extraordinárias. As Assembléias Ordinárias deverão ser realizadas nos primeiros 04 (quatro) meses subseqüentes ao término do exercício social, e as Extraordinárias sempre que necessário. Artigo 7° - As Assembléias Gerais serão presididas por um dos Diretores da empresa. O presidente da Assembléia escolherá o Secretário. Parágrafo Único - Para a instalação da Assembléia Geral será necessário, em primeira chamada, o quorum mínimo de 2/3 do capital votante e, em segunda chamada, a simples maioria. Todas as outras regras concernentes à convocação das Assembléias e à votação poderão ser encontradas na legislação em vigor. Artigo 8° - Todas as decisões tomadas nas Assembléias Gerais (ordinárias ou extraordinárias) deverão ser aprovadas pela maioria do capital votante. CAPÍTULO IV - Direção e Administração. Artigo 9° - A companhia será administrada pela Diretoria. Parágrafo 1 ° - Os Diretores tomarão posse 30 dias depois de suas indicações nos livros da Companhia e depois da aprovação de seus nomes pela SUSEP - Superintendência de Seguros Privados. Os Diretores permanecerão no cargo até a data prevista para suas respectivas substituições. Parágrafo 2° - A Assembléia Geral estabelecerá a remune-

ração dos Diretores, que será levada à conta de despesas gerais da Companhia. CAPÍTULO V - Diretoria. Artigo 10 - A Companhia será administrada por no mínimo 02 (dois) e no máximo 05 (cinco) Diretores, sendo um o Diretor Presidente e os outros Diretores sem designação específica, acionistas ou não, residentes no Brasil, com mandato de 03 (três) anos, sendo permitida a reeleição. Artigo 11 - Os Diretores da Companhia serão eleitos pela Assembléia Geral. Parágrafo 1º- Os Diretores eleitos deverão ser pessoas que preencham os requisitos legais, com experiência reconhecida, e que possam dedicar à companhia tempo compatível com as obrigações por eles assumidas. Parágrafo 2° - No caso de vacância de cargo de Diretor, a Assembléia Geral indicará o substituto para período remanescente. Parágrafo 3° - A Assembléia Geral poderá remover, a qualquer tempo, qualquer Diretor, com ou sem causa. Artigo 12 - Os Diretores reunir-se-ão sempre que necessário ou sempre que solicitado por quaisquer dos Diretores, para deliberar sobre os seguintes assuntos: (a) organização e operacionalização da Companhia; (b) obediência à todas as deliberações tomadas em Assembléias Gerais de Acionistas, (c) controle geral de todas as decisões das Assembléias Gerais, (d) elaboração de relatórios da administração e demais documentos que se fizerem necessários para apresentação à Assembléias Gerais. Parágrafo 1º - As resoluções tomadas pelos Diretores deverão ser aprovadas por maioria simples de votos. Artigo 13 - Os Diretores, com as restrições presentes neste Estatuto Social, são investidos de todos os poderes de administração para o melhor desempenho de suas funções, incluindo, exemplificativamente: (a) representação da Companhia como demandante ou demandado em todas as ações e processos e perante qualquer repartição federal, estadual ou municipal; (b) direção e administração dos negócios da Companhia. Artigo 14 - Os Diretores poderão efetuar qualquer negócio no curso normal das atividades da Companhia, observando o orçamento anual da empresa e as regras incluídas neste Estatuto Social. Artigo 15 - Em atos envolvendo o montante superior a R$ 250.000,00 (duzentos e cinqüenta mil reais), a Companhia se obrigará mediante as assinaturas do Diretor Presidente agindo em conjunto com qualquer outro Diretor. Em atos envolvendo o montante inferior a R$ 250.000,00 (duzentos e cinqüenta mil reais), a Companhia se obrigará mediante as assinaturas: (a) de quaisquer 2 (dois) Diretores agindo em conjunto, ou (b) de qualquer Diretor agindo em conjunto com um procurador, ou (c) de 2 (dois) procuradores com poderes específicos, agindo em conjunto. Parágrafo Único - As procurações outorgadas pela Companhia deverão ser sempre assinadas em conjunto por 02 (dois) Diretores, devendo um deles ser necessariamente o Diretor Presidente, e deverão estabelecer os poderes da representação. Com exceção das procurações ad judicia, as procurações não deverão ter prazo de validade superior a 1 (um) ano. Artigo 16 - Os Diretores não poderão outorgar ou emitir quaisquer garantias em favor da Companhia, sem a prévia e expressa autorização da Assembléia Geral de Acionistas. CAPÍTULO VI - Conselho Fiscal. Artigo 17 - A Companhia poderá ter um Conselho Fiscal, que exercerá as atribuições impostas por lei, e será instalado nos respectivos anos fiscais em que houver a requisição de qualquer acionista, bem como nos casos previstos em lei. Parágrafo 1° - O Conselho Fiscal será composto por três (3) membros efetivos e três (3) suplentes, sócios ou não, residentes no país, sendo permitida a reeleição. Parágrafo 2° - Nos exercícios fiscais em que for requisitado a instalação do Conselho Fiscal, a Assembléia Geral elegerá seus membros e estabelecerá suas respectivas remunerações. O mandato dos membros do Conselho Fiscal terminará na primeira Assembléia Geral Ordinária subseqüente. CAPÍTULO VII - Ano Fiscal e Demonstrativos de Finanças. Artigo 18 - O ano fiscal da Companhia se encerra no dia 31 de dezembro de cada ano. Artigo 19 - No encerramento de cada ano fiscal um balanço final geral e um demonstrativo de lucros e despesas será realizado com a efetiva observância da lei. Cópias destes documentos serão enviadas a cada acionista até três meses antes do fechamento do exercício. Parágrafo 1 ° - Depois das deduções das reservas previstas em lei a Assembléia Geral decidirá sobre a distribuição dos lucros, de acordo com a proposta da Diretoria. Parágrafo 2° - Os acionistas, em cada exercício fiscal, terão direito ao dividendo mínimo compulsório, que representa vinte e cinco (25%) por cento dos lucros auferidos naquele ano. A Assembléia Geral pode, no entanto, com o consentimento de todos os acionistas presentes, decidir pela diminuição na distribuição dos lucros ou, até mesmo, pela retenção total dos dividendos. CAPÍTULO VII - Liquidação. Artigo 20 - A Companhia poderá entrar em processo de liquidação nos casos previstos em lei e a Assembléia Geral estabelecerá a forma pela qual esta será procedida, apontando o liquidante e, se assim decidido, os membros do Conselho Fiscal que participarão do citado processo.” Os acionistas aprovaram a lavratura da presente ata em forma sumária, nos termos do Artigo 130, § 10 da Lei nº 6.404/76. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, foram os trabalhos suspensos até a lavratura desta ata. Reabertos os trabalhos, foi a presente ata lida e aprovada, tendo sido assinada por todos os presentes. Assinaturas: Presidente: Thaddeus Ogden Burr. Secretária: Paola Tirelli. Acionistas: Metlife International Holdings, Inc. e Natiloportem Holdings, Inc., ambas representadas por seus bastante procuradores Maria Elisa Gualandi Vem e Mareio Mello Silva Baptista, advogados. Declaração: Declaramos, para os devidos fins, que a presente é cópia fiel da ata original lavrada no livro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas nele apostas. São Paulo, 18 de novembro de 2004. Metropolitan Life Seguros e Previdência Privada S.A. (a) Paola Tirelli. JUCESP - Certifico o registro sob o nº 247.216/05-7, em 02/09/2005. Pedro Ivo Biancardi Barboza - Secretário Geral.

EDITAIS

FALÊNCIAS & CONCORDATAS Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 9 de setembro de 2005, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falências: Requerente: Samavel Administradora de Consórcios S/C Ltda.Autofalência - Requerido: Samavel Administradora de Consórcios S/C Ltda.Autofalência - Largo São Bento, 64 12º andar salas 121/122 - 42a Vara Cível

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: CONCORRÊNCIA nº 05/2495/05/01

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação do tipo Técnica e Preço, nº 05/1102/05/01, objetivando a seleção de empresas ou consórcio de empresas para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados de engenharia consultiva, relativos ao gerenciamento de obras novas, ampliações, adequações, construção de embriões, reformas gerais/básicas e reformas de pequeno porte de prédios escolares da rede pública do Estado de São Paulo, sob o regime de empreitada por preços unitários, nas REGIÕES DE TRABALHO denominadas: REGIÃO I; REGIÃO II; REGIÃO III; REGIÃO IV; REGIÃO V; REGIÃO VI. CAPITAL SOCIAL MÍNIMO INTEGRALIZADO DE PARTICIPAÇÃO REGIÃO I - R$ 254.316,00; REGIÃO II - R$ 314.193,00; REGIÃO III - R$ 366.751,00; REGIÃO IV - R$ 358.705,00; REGIÃO V - R$ 299.956,00; REGIÃO VI - R$ 312.101,00. PRAZO DE VIGÊNCIA CONTRATUAL - 720 DIAS. ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) - às 10:00 horas do dia 28/10/2005. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações ou através da internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 13/09/2005, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 8:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável, pelo valor de R$ 50,00. O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Miguel Moubadda Haddad Diretor Executivo

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AVISO DE LICITAÇÃO FUNDAÇÃO PARA O REMÉDIO POPULAR - FURP

AVISO DE LICITAÇÃO Concorrência 0008/2004 – 2ª Fase - Contratação de Consórcio de Empresas já pré-qualificado para a execução da segunda etapa de construção da unidade industrial farmacêutica da FURP, localizada no município de Américo Brasiliense – SP, com execução de obras e serviços, fornecimento e instalação de sistemas auxiliares, bem como fornecimento e instalação de sistemas farmacêuticos. Comunicamos que a data da abertura da Concorrência supra, anteriormente marcada para o dia 05/09/2005, às 09:00 horas, fica redesignada para o dia 14/09/2005 às 09:00 horas.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

ESTANDE "DE OLHO NO IMPOSTO" NA EXPO ABRAS 2005 EXPÔS A VORACIDADE DO FISCO Patrícia Cruz/AgLuz

IMPOSTOS PESADOS NAS GÔNDOLAS

C

om cerca de 120 itens vendidos em supermercados, o estande "De Olho no Imposto", da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), instalado na Expo Abras 2005, feira do setor supermercadista realizada na semana passada em São Paulo, foi o que mais chamou a atenção dos visitantes. De supermercadistas a estudantes, todos se espantaram com os impostos embutidos no preço final de alimentos, bebidas, eletrodomésticos e artigos de higiene, limpeza, cama, mesa e banho. Os visitantes também puderam, com a Calculadora do Imposto, verificar o peso da tributação sobre a renda, o patrimônio e consumo. E, com o Impostômetro, quanto os brasileiros contribuíram para os cofres dos governos municipal, estadual e federal desde o início de 2005. O que mais assustou foi a rapidez com que os números da arrecadação giravam no Impostômetro. "Ele não pára. É terrível. Não é à toa que aparece tanto dinheiro em Brasília. Sobra muito para os políticos. Já para a população...", criticou o gerente de vendas de alimentos, André Luiz da Silva, que até então não tinha noção de quanto o Brasil arrecadava de impostos. O seu colega de trabalho, Antonio da Mata, concorda e aponta uma solução para o Impostômetro girar mais devagar: "É só roubarem menos". Mata ficou indignado com a carga de impostos embutida em produtos básicos, como leite (33%) e margarina (37,1%). Já o supermercadista gaúcho, Otávio Wieland, sugeriu que os brasileiros façam um impostão. "Declararíamos,

Com uma carga tributária insuportável, os preços se elevam, não há consumo e o empresário não consegue alavancar as vendas para cobrir suas despesas.

Otávio Wieland, supermercadista

mas não pagaríamos impostos por um mês. Estaríamos praticando desobediência civil, mas por que não poderíamos se eles podem?", indagou, referindo-se aos parlamentares que recebiam mensalão. "Hoje, com a carga insuportável, os preços se elevam, não há consumo e o empresário não consegue alavancar as vendas para cobrir as despesas que são cada vez maiores." Para ele, a sua maior concorrente é a informalidade e o maior prejudicado é o supermercadista médio. Wieland explica que o supermercado de grande porte faz um planejamento tributário. O pequeno não conta com uma assessoria contábil e prefere sonegar para sobreviver. No final, o médio é que paga exatamente do jeito que o governo quer. Weiland defendeu ainda a re d u ç ã o d a s a l í q u o t a s d e ICMS. Pelo Impostômetro, comparou a arrecadação de estados onde as alíquotas para energia elétrica são de 30% e de 17% e comprovou a tese de que com imposto baixo, o governo arrecada mais. Seu conterrâneo, Ugo Dalpiaz, gostaria de vender mais vinho em seu supermercado, mas diz que mesmo na região produtora a bebida é cara. "Se os impostos fossem baixos, venderíamos mais", disse. Ele sugere ao governo aumentar a base de contribuintes para aliviar o bolso dos que recolhem muito. "Quando é pouco, todos pagam." Já o gerente de vendas, Donizeti Ferreira, pensa diferente. "Remédio deveria ser isento de impostos e supérfluos poderiam ser ainda mais tributa-

O Impostômetro não pára de girar. É terrível. Não é à toa que aparece tanto dinheiro em Brasília. Sobra muito dinheiro para os políticos.

O supermercadista Otávio Weiland diz que a alta tributação aumenta a informalidade, sua principal concorrente

André Luiz da Silva, gerente de vendas

Ugo Dalpiaz: impostos atrapalham a venda de vinhos

O problema maior não é pagar tanto imposto, mas para onde vai esse dinheiro. O retorno para a população deveria ser melhor.

Donizeti Ferreira: governo deveria isentar remédios

Djanira Cunha, bancária

Se os impostos fossem mais baixos, venderíamos muito mais. Além disso, quando é pouco, todos acabam pagando.

Ugo Dalpiaz, supermercadista

O estudante Leandro Saikali descobre o peso dos tributos sobre um simples travesseiro e um cobertor

dos. Mas seria preciso haver a contrapartida, acabar com mensalão, caixas dois e corrupção", afirmou. O gerente destacou a falta de competência do governo para fiscalizar a arrecadação dos impostos que, junto com a alta carga, é um incentivador da sonegação.

Para o estudante Leandro Saikali saber quanto de impostos está embutido nos produtos é um serviço de utilidade pública. "Agora, toda vez que morder um chocolate vou lembrar que 32% do seu preço é abocanhado pelo Leão." Após visitar a feira, a bancá-

Agora toda vez que morder um chocolate, vou lembrar que 32% do seu preço final é abocanhado pelo Leão.

ria Djanira Cunha defendeu a exposição dos impostos juntamente com o preço nas gôndolas de supermercados. "Mas o problema não é pagar tanto imposto, mas para onde todo este dinheiro vai. O retorno deveria ser melhor", disse.

Leandro Saikali, estudante

Adriana David

AGENDA TRIBUTÁRIA

Setembro/3ª semana ICMS/SP - OPERAÇÕES INTERESTADUAIS COM COMBUSTÍVEIS

dito de Juros sobre o Capital Próprio no

TABELECIMENTOS (TFE) DO MUNI-

CIDE – Pagamento da Contribuição

mês de agosto/2005.

CÍPIO DE SÃO PAULO - Pagamento da

de Intervenção no Domínio Econômico,

3

parcela da Taxa de Fiscalização de Es-

cujos fatos geradores ocorreram no mês de

ICMS/SP - PRODUTOR - RELA-

alterada pelas Portarias CAT nºs. 68/96, 15/97, 38/97, 71/97, 71/98 e 37/2000).

DERIVADOS DE PETRÓLEO E COM

ICMS/SP - CNAE’S: 17213 a 17795,

ÁLCOOL ETÍLICO ANIDRO CARBU-

18112 a 18228, 19313 a 19399, 26417,

tabelecimentos (TFE), de periodicidade

agosto/2005: Incidente sobre as importân-

ÇÃO DAS ENTRADAS E SAÍDAS DE

RANTE

26425, 35319 e 36960 - último dia para

anual, referente ao exercício de 2005. O

cias pagas, creditadas, entregues, emprega-

MERCADORIAS EM ESTABELECI-

recolhimento do ICMS apurado no mês

contribuinte da TFE deverá efetuar o

das

ou

MENTO DE PRODUTOR – Para fins de

de julho/2005.

enquadramento no código correspon-

domiciliados no exterior, a título de

utilização de créditos do ICMS, o produ-

O contribuinte deverá entregar as informações relativas às operações interesta-

a

ou

remetidas

a

residentes

duais que promover com combustíveis de-

ICMS/SP – Fabricantes de telefone

dente e calcular o seu valor com base nas

royalties ou remuneração previstos nos

tor deve apresentar o citado documento à

rivados de petróleo em que o imposto te-

celular, de latas de chapa de alumínio ou

tabelas constantes dos Anexos 1 e 2 da

respectivos contratos relativos a forneci-

repartição fiscal a que estiver subordina-

nha sido retido anteriormente ou com ál-

de painéis de madeira MDF – último dia

Portaria SF n

05/2003 (Leis n s 13.477 e

mento de tecnologia, prestação de serviços

do, com informações relativas ao mês an-

cool etílico anidro carburante cuja opera-

para o recolhimento do ICMS apurado no

13.647/2003,

art.

de assistência técnica, cessão e licença de

terior. (Portaria CAT nº 17/2003).

ção tenha ocorrido com diferimento do

mês de julho/2005.

42.899/2003, alterado pelos Decretos n s

uso de marcas e cessão e licença de explora-

43.437 e 43.742/2003 e Portarias SF n s

ção

43 e 75/2003).

comercialização de petróleo e seus deriva-

INTERESTADUAIS - Remessa

dos, gás natural e seus derivados e álcool

contribuinte usuário de sistema eletrôni-

etílico combustível (Cide – Combustíveis).

co de proces samento de dados às Secre-

IPI (exceto o devido por ME ou EPP)

tarias de Fazenda, Finanças ou Tributa-

o

o

25

do

Decreto

n

o

o

lançamento do imposto com observância

ICMS/SP – Industriais ou Atacadis-

de programa de transmissão eletrônica de

tas de Pequeno Porte (art. 11, § 3º, das

dados. O contribuinte obrigado a prestar

Disposições Transitórias, na redação dada

essas informações por meio de transmissão

pelo decreto nº 49.472/2005) - último dia

DIA 14

eletrônica de dados deverá observar os se-

para o recolhimento do ICMS apurado no

IRRF – Recolhimento do Imposto de

guintes prazos para o cumprimento dessa

mês de julho/2005.

o

de

patentes;

Incidente

na

ICMS/SP - ARQUIVO MAGNÉTICO - OPERAÇÕES E PRESTAÇÕES pelo

Renda Retido na Fonte correspondente a

- Pagamento do IPI apurado no mês de

ção das Unidades da Federação de arqui-

obrigação (Convênio ICMS nº 3/1999, clá-

ICMS/SP - CNAE´S - 01112 a 01708,

fatos geradores ocorridos no período de

agosto/2005, incidente sobre todos os

vo magnético com registro fiscal das ope-

usula décima sexta, na redação do Convê-

02119 a 02135; 05118; 05126; 10006,

04 a 10.09.2005, incidente sobre rendi-

produtos (exceto os classificados no Capí-

rações e prestações efetuadas no mês an-

nio ICMS nº 33/2005, cláusula primeira):

11100, 11207, 13102 a 13293, 14109 a

mentos de beneficiários identificados, re-

tulo

2402.20.00,

terior (Convênio ICMS nº 57/1995, e

a) TRR: nos dias 1º.09.05;

14290; 16004; 26913; 26921; 45110 a

sidentes ou domiciliados no País.

2402.90.00 e nas posições 84.29, 84.32,

alterações posteriores, e Portaria CAT nº

b) contribuinte que tiver recebido o

45608; 50105, 50202, 50504, 51110 a

84.33, 87.01 a 87.06 e 87.11 da TIPI).

32/1996, na redação dada pela Portaria

combustível de outro contribuinte substi-

51195; 55131 a 55190; 55247; 60305;

- Pagamento

IPI (exceto o devido por ME ou EPP) -

tuído, exceto TRR: nos dias 02 e 05.09.05;

63118 a 63401; 65102 a 65994; 72109 a

decêndio de setembro/2005, incidente so-

Pagamento do IPI apurado no mês de agosto/

ICMS/SP - ARQUIVO MAGNÉTI-

c) contribuinte que tiver recebido o

72907, 74110 a 74993; 85111 a 85324 -

bre produtos classificados no Capítulo 22

2005, incidente sobre produtos do código

CO COM REGISTRO FISCAL DAS

combustível exclusivamente do sujeito

último dia para recolhimento do ICMS

da TIPI (bebidas, líquidos alcoólicos e

2402.90.00 da TIPI (“outros cigarros”).

OPERAÇÕES E PRESTAÇÕES REALI-

passivo por substituição: no dia 06.09.05;

apurado no mês de agosto/2005.

vinagres).

IPI (exceto o devido por ME ou EPP) do

IPI

apurado

no

22,

nos

códigos

PREVIDÊNCIA SOCIAL (INSS) –

ICMS/SP - REMESSA INTERESTA-

IPI (exceto o devido por ME ou EPP)

e) refinaria de petróleo ou suas bases:

DUAL EM CONSIGNAÇÃO INDUS-

e.1) até o dia 13.09.05 em relação às

CAT nº 92/2002).

ZADAS – CONTRIBUINTES DO SE-

contribuições

TOR DE COMBUSTÍVEIS – Os contri-

- Pagamento do IPI apurado no 1º decêndio

previdenciárias relativas à competência

buintes e os importadores de combustí-

TRIAL - ENTREGA DE ARQUIVO ELE-

de setembro/2005 incidente sobre produtos

agosto/2005, devidas pelos contribuintes

veis

operações cujo imposto tenha sido anteri-

TRÔNICO – Entrega pelo consignante à

classificados no código 2402.20.00 da TIPI

individuais, pelo facultativo e pelo segura-

solventes, as usinas e as destilarias de açú-

ormente retido por refinaria de petróleo

repartição fiscal a que estiver vinculado,

(cigarros que contêm fumo).

do especial que tenha optado pelo recolhi-

car e álcool, as distribuidoras de combus-

ou suas bases;

em meio magnético, de demonstrativo de

mento na condição de contribuinte indi-

tíveis, inclusive solventes, e os Transpor-

d) importador: até o dia 06.09.05;

Recolhimento

das

derivados

de

petróleo,

inclusive

e.2) até o dia 23.09.05 em relação às

todas as remessas interestaduais efetuadas

DIA 15

vidual, pelo empregador doméstico (con-

tadores Revendedores Retalhistas (TRR)

operações cujo imposto tenha sido anteri-

em consignação e das correspondentes

COFINS - Pagamento da contribui-

tribuição do empregado e do emprega-

deverão enviar à Secretaria da Fazenda

ormente retido por outros contribuintes.

devoluções, com a identificação das mer-

ção cujos fatos geradores ocorreram no

dor), bem como pela cooperativa de tra-

arquivo magnético com o registro fiscal de

cadorias (inciso II do art. 474-A).

mês de agosto/2005:

balho em relação à contribuição descon-

todas as operações e prestações realizadas

tada dos seus associados como contribu-

a qualquer título no mês de agosto/2005

inte individual. Não havendo expediente

(art. 1º da Portaria CAT nº 95/2003).

(Arts. 423-A e 424-A do RICMS/SP, artigo 20 da DDTT e Ato Cotepe nº 15/2005).

ISS – MUNICÍPIO DE SP – RECOLHIMENTO DO IMPOSTO - CONTRI-

* Cofins - Entidades Financeiras e equiparadas;

DIA 12

BUINTES EM GERAL – Pagamento do

* Cofins - Demais Entidades;

bancário, permite-se prorrogar o recolhi-

ICMS/SP - ARQUIVO MAGNÉTI-

IRPJ / CSL / PIS / COFINS - Incorpo-

imposto relativo às prestações de serviços

* Cofins – Combustíveis;

mento para o dia útil imediatamente pos-

CO COM REGISTRO FISCAL DAS

rações imobiliárias - Regime Especial de

efetuadas em agosto/2005, bem como o

* Cofins - Fabricantes/Importadores

terior.

OPERAÇÕES E PRESTAÇÕES REALI-

Tributação - Recolhimento unificado do

imposto retido na fonte no referido mês

IRPJ/CSL/PIS/Cofins, relativamente às

(art. 80 do novo RISS, aprovado pelo De-

receitas recebidas em agosto/2005, pelas

ICMS/SP - CNAE - 64203 - último

ZADAS – REVENDEDOR VAREJISTA

* Cofins não-cumulativa.

dia para recolhimento do ICMS apurado

DE COMBUSTÍVEIS E CONTRIBUIN-

creto nº 44.540/2004 e Portaria SF nº 14/

PIS/PASEP - Pagamento das contri-

no mês de agosto/2005.

TES QUE ADQUIRIREM COMBUSTÍ-

incorporadoras que tiverem optado pelo

2004). As diversas instruções para cálculo

buições cujos fatos geradores ocorreram

Regime Especial de Tributação (RET), na

e recolhimento do ISS estão previstas na

no mês de agosto/2005:

forma da IN SRF n

Portaria SF nº 14/2004.

o

SIMPLES

474/2004.

* PIS-Pasep - Faturamento (cumula-

pelas

TAXA DE FISCALIZAÇÃO DE

Microempresas (ME) e Empresas de Pe-

ANÚNCIOS (TFA) DO MUNICÍPIO

queno Porte (EPP) optantes pelo Sistema

DE SÃO PAULO - Pagamento da 3 par-

Integrado de Pagamento de Impostos e

cela da Taxa de Fiscalização de Anúncios

Contribuições (SIMPLES), do valor devi-

(TFA), de periodicidade anual, referente

do sobre a receita bruta do mês de agosto/

ao exercício de 2005. O contribuinte da

2005.

TFA deverá calcular o seu valor com base

-

Pagamento,

COMPROVANTE DE JUROS SO-

a

nas Tabelas I e II constantes do Anexo

BRE O CAPITAL PRÓPRIO - (PJ) - For-

Único da Portaria SF n

necimento, à beneficiária pessoa jurídica,

13.474/2002 e Portaria SF n

do Comprovante de Pagamento ou Cré-

de veículos em substituição tributária;

o

17/2003 (Lei n

o

o

17/2003).

TAXA DE FISCALIZAÇÃO DE ES-

tivo);

ICMS/SP – SUBSTITUIÇÃO TRI-

VEIS – O revendedor varejista de com-

BUTÁRIA – sorvetes e acessórios – último

bustíveis e os contribuintes do ICMS que

dia para o recolhimento do ICMS retido

adquirirem combustíveis para consumo

apurado no mês de agosto/2005.

deverão enviar à Secretaria da Fazenda

ICMS/SP - DEMONSTRATIVO DE

* PIS – Combustíveis;

CRÉDITO ACUMULADO (DCA) -

arquivo magnético com o registro fiscal de

O

todas as suas operações e prestações reali-

estabelecimento que apropriar, receber

zadas, a qualquer título, no mês de agosto/

* PIS-Pasep - Folha de Salários;

em devolução, lançar excesso de reserva

2005, com combustíveis derivados de pe-

* PIS-Pasep - Pessoa Jurídica de Di-

ou

transferência,

tróleo, gás natural veicular e álcool etílico

reincorporação ou compensação, crédito

hidratado combustível (art. 2º da Portaria

acumulado, deverá apresentar à reparti-

CAT nº 95/2003).

*

PIS

-

Não-cumulativo

(Lei

10.637/2002);

reito Público; * PIS-Pasep - Entidades Financeiras e Equiparadas; * PIS - Fabricantes/Importadores de veículos em substituição tributária.

utilizar,

por

ção fiscal da respectiva jurisdição, até esta

GIA Eletrônica relativa ao mês de referência agosto/2005 deverá ser apresentada por

me i o

pelos contribuintes com o último dígito de inscrição estadual 0 e 1 (art. 20 do Anexo IV da Portaria CAT nº 92/1998, acrescentado pela Portaria CAT nº 46/2000, na redação da Portaria CAT nº 49/2001 e Portaria CAT nº 91/2002). Nota: Na hipótese de o dia do vencimento para apresentação recair em dia não útil, a transmissão poderá ser efetuada nesse mesmo dia. (Parágrafo único do art. 20 do Anexo IV da Portaria CAT nº 92/98, acrescentado pela Portaria CAT nº 46/2000). DIA 17 ICMS/SP - GIA ELETRÔNICA – A GIA Eletrônica relativa ao mês de referência agosto/2005 deverá ser apresentada por

me i o

DIA 16

mulado (DCA) (Portaria CAT nº 53/96,

ICMS/SP - GIA ELETRÔNICA – A

da

Internet (www.pfe.fazenda.sp. gov.br), pelos contribuintes com o último dígito de inscrição estadual 2, 3 e 4 (art. 20 do Anexo IV da Portaria CAT nº 92/1998, acrescentado pela Portaria CAT nº 46/2000, na redação da Portaria CAT nº 49/2001 e Portaria CAT nº 91/2002). Nota: Na hipótese de o dia do vencimento para apresentação recair em dia não útil, a transmissão poderá ser efetuada nesse mesmo dia. (Parágrafo único do art. 20 do Anexo IV da Portaria CAT nº 92/98, acrescentado pela Portaria CAT nº 46/2000). DIA 18 ICMS/SP - GIA ELETRÔNICA – A GIA Eletrônica relativa ao mês de referência agosto/2005 deverá ser apresentada

por

meio

da

Internet (www.pfe.fazenda.sp. gov.br), pelos contribuintes com o último dígito de inscrição estadual 5, 6 e 7 (art. 20 do Anexo IV da Portaria CAT nº 92/ 1998, acrescentado pela Portaria CAT nº 46/2000, na redação da Portaria CAT nº 49/2001 e Portaria CAT nº 91/2002). Nota: Na hipótese de o dia do vencimento para apresentação recair em dia não útil, a transmissão poderá ser efetuada

nesse

mesmo

dia.

(Parágrafo

único do art. 20 do Anexo IV da Portaria CAT nº 92/98, acrescentado pela Portaria CAT nº 46/2000).

Fonte

data, o Demonstrativo do Crédito Acu-

da

Internet (www.pfe.fazenda.sp. gov.br),


DIÁRIO DO COMÉRCIO

20 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO

reAL

MuNDO

por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC

Quem joga a culpa em Bush é um mentiroso a serviço do que existe de pior na América

David J. Philip/AFP

O malvado Bush contra a infeliz Louisiana lei americana é clara: o presidente da República não pode interferir nos estados, mesmo em caso de calamidade pública, exceto a pedido do governo local. Até o quarto dia do furacão a governadora da Louisiana, Kathleen Blanco, recusou a ajuda das autoridades federais. Quando finalmente a aceitou, e de má-vontade, em menos de uma hora a ajuda chegou a New Orleans. Tudo o que o presidente podia fazer antes disso era colocar as equipes e tropas federais de prontidão, aguardando o chamado da autoridade estadual. George W. Bush fez isso em tempo. Na Guarda Nacional e na FEMA (Federal E m e rg e n c y M a n a g e m e n t Agency), milhares de soldados, funcionários, médicos e enfermeiros, com helicópteros e ambulâncias, remédios e armas, mapas e planos de socorro, esperaram ansiosamente, durante os quatro dias mais longos das suas vidas, o sinal para entrar em ação. Quando o sinal chegou, New Orleans já estava inundada. Pior. Vendo que os organismos federais estavam de mãos atadas ante a teimosia da governadora, o presidente Bush passou toda a sexta-feira, dia 26 de agosto, preparando com seus assessores a complexa operação jurídico-burocrática que a lei e o Congresso exigem para autorizar a intervenção federal não solicitada, um caso raríssimo e, para os padrões do orgulhoso federalismo americano, traumático. Enquanto isso, o furacão se aproximava. Pouco antes da meia-noite, sentindo que estava perdendo a corrida contra o furacão, o presidente ligou pessoalmente para a governadora, suplicando que ela assinasse o pedido. De novo ela se recusou. Mais tarde soube-se que, em reunião com sua equipe, ela havia comentado que a entrada dos federais em cena seria desmoralizante para a administração estadual. Os esforços do presidente para salvar milhares de pessoas foram frustrados

A

pela vaidade de uma politiqueira de província. Mas não só os do presidente. A sra. Kathleen “Deixa Comigo” Blanco recusou-se também a aceitar um pacote multi-estadual de ajuda, bloqueando a entrada das tropas da Guarda Nacional e até das equipes da Cruz Vermelha que aguardavam nas fronteiras dos estados vizinhos. Sábado, pouco antes de as águas atingirem New Orleans em cheio, Bush telefonou novamente à governadora, insistindo que ela assinasse o pedido de socorro, decretasse o estado de emergência na Louisiana e determinasse a evacuação obrigatória das áreas de risco. A mulherzinha concordou, mas com reservas: topou a evacuação, mas parcial em vez de total, e o estado de emergência, mas ainda sem intervenção das equipes federais. Foi diante dessa prova final de má-vontade que o presidente colocou então em ação o esquema preparado desde a véspera, decretando “estado de desastre nacional” e impondo pela força a entrada do socorro federal na Louisiana. As duas conversas da madame com George W. Bush foram gravadas. Quem quer que jogue a culpa do atraso no presidente é um mentiroso a serviço do que existe de pior na América. Resta ainda a hipótese de que seja um idiota do Terceiro Mundo, para quem a esquerda chique de Nova York é a máxima autoridade moral do planeta. Mas não parou por aí a notável performance da sra. Blanco e do prefeito da cidade, Ray Nagin. New Orleans tinha um plano de socorro detalhado e preciso, elaborado fazia mais de um ano com base num exercício simulado e no estudo dos erros cometidos por ocasião do furacão George, de 1998. Os pontos principais eram: 1) A população das zonas de risco deveria ser evacuada completamente, e não levada para lugares como o Superdome e o Convention Center, expostos a roubos e ao vandalismo; 2) Como seria preciso transportar pelo menos tre-

meira vez em décadas, a reação crescente dos conservadores nos três fronts que antes ele dominava tranqüilamente, a mídia, a educação e o debate cultural (v. South Park Conservatives. The Revolt Against Liberal Media Bias, de Brian C. Anderson, New York, Regnery, 2005). A revelação do vexame criminoso da dupla Nagin-Blanco se-

ria a versão política do furacão Katrina arrombando portas e janelas da agremiação combalida, o raio de Júpiter abatendo-se sobre um edifício periclitante. Era preciso evitar isso a todo preço. Se antes mesmo da chegada da ajuda federal a prioridade máxima dos políticos locais já era a de salvar a própria pele, imaginem depois. Mal iniciada a contagem dos cadáveres, todos os megafones foram acionados para desviar as atenções dos fatos e jogar a culpa na única autoridade que tinha cumprido o seu dever nessa história. A tropa-de-choque foi a mesma de sempre: Hillary Clinton, Ted Kennedy, Jesse Jackson, Michael Moore, a nata da vigarice elegante, afilhada de George Soros e madrinha de Hugo Chávez. Com a simultaneidade e a uniformidade de praxe nessas campanhas, os slogans e palavras-de-ordem atravessaram o planeta, repetindo-se fielmente de Pequim a Caracas, de Nova York a São Paulo. Confiante no ilimitado poder persuasivo da absurdidade estupefaciente, o partido dos radicais de limusine apelava ao protocolo de Kyoto, que teria miraculosamente parado as águas como Moisés se não lhe faltasse a maldita assinatura americana, enfatizava inexistentes poderes presidenciais que Bush não acionou por ser cruel como a peste e, last, but not least, denunciava o racismo do governo federal que, ciente da maioria negra entre as vítimas do desastre, teria retardado de propósito o socorro para aproveitar o ensejo de branquear a população. O servilismo descarado com que os comentaristas brasileiros – os Magnolis, os Saders e tutti quanti – macaqueiam essas tolices ao mesmo tempo maliciosas e pueris mostra que nossa classe letrada, em matéria de inteligência, está abaixo de qualquer redneck, de qualquer caipirão americano, daqueles que circulam pelas estradas em camionetes dos anos 50 com uma calibre 12 na cabine, ou de qualquer daqueles negões de dois metros que ficam rindo à toa e exibindo suas proteínas nos shopping centers com um CD-player na orelha, calça pela canela e camiseta até o joelho. Aqui, 55% do povão, segundo pesquisas recentes, perceberam na hora o engodo. No Brasil, 100% das mentes iluminadas acreditaram em tudo. Ou pelo menos desejam ardentemente que você acredite.

claração feita em Brasília adquire um peso bem diferente e o sr. Medina se torna uma prova viva, não só dos delitos petistas, considerados na escala menor da pura corrupção local, mas da existência de uma máquina criminosa de dimensões continentais, empenhada em subjugar dezenas de países por meio do narcotráfico, do morticínio, da fraude e da mentira organizada. Neste caso, o risco de que ele venha a ser interrogado pelos oficiais colombianos que arrancaram aquela história escabrosa do sr. Fernandinho é realmente temível e tem de ser evitado custe o que custar. Sinceramente, acho que esta hipótese é bem mais verossímil -- principalmente porque casos idênticos já se observaram inúmeras vezes no mundo - do que as explicações desesperadoramente postiças inventadas até agora para encobrir as relações PT-Farc. Parece mesmo que a fábrica de explicações já desistiu de teimar na negação peremptória, a qual nem a credulidade brasileira pode continuar levando integralmente a sério, e passou à etapa seguinte: o amortecimento do fato consumado. Até a coluna do sr. Alcelmo Góes no Globo já admite que a contribuição ilegal das Farc aconteceu mesmo, só que – acrecen-

ta o colunista – a direção do partido não sabia de nada. Decerto ela é ainda mais ingênua que o comando das Farc. Quanto à sra. Heloísa Helena, como explicar que a autora de tantos discursos histéricos contra a corrupção do PT passe a empenhar-se com tamanho vigor no esforço de impedir que a possível testemunha máxima da criminalidade petista continue caladinha no Brasil em vez de ir cantar na Colômbia? A forma da pergunta já traz em si a resposta: uma coisa é armar um teatrinho local, afetando indignação contra o governo para salvar, como expliquei no artigo citado acima, o projeto revolucionário da esquerda, no qual, sem dúvida, os denunciados do momento viriam a ser reaproveitados amanhã ou depois, em cargos menores, talvez, mas ainda honrosos. Outra coisa é permitir que as investigações assumam magnitude internacional, com a previsível revelação de crimes incomparavelmente mais graves do que tudo o que tem vindo à tona no Brasil até agora. O furor ético da sra. Heloísa Helena parece ter os seus limites – os limites da conveniência estratégica. Se for esse o caso, não será injusto concluir que, como Don Quijote, ela é “loca, si, pero no tonta.”

zentas mil pessoas, todos os ônibus municipais e escolares deveriam ser utilizados para isso. Como foi executado o plano? 1) Avisados pelo National Hurricane Center, com dois dias de antecedência, de que seria preciso evacuar a cidade, a governadora e o prefeito não fizeram absolutamente nada. Quando o furacão chegou, fizeram pior que nada: obstinados na evacuação parcial, enviaram as vítimas justamente para o Superdome e o Convention Center, onde a desordem e a violência se repetiram multiplicadas por mil. A evacuação total só foi decretada no domingo, em obediência tardia às ordens do presidente. 2) Os ônibus da Prefeitura e das escolas não foram usados. A recusa de mobilizá-los foi proposital. Logo antes de a cidade ser atingida, o diretor dos serviços municipais de emergência, Joseph Mathews, declarou à revista U. S. News and World Report: “Nossa política oficial é que cada cidadão assuma o encargo de arranjar seus próprios meios de evacuação.” Esqueceu-se de mencionar um detalhe: segundo o censo de 2003, aproximadamente cem mil habitantes da região não têm carro. Resultado: saíram a pé, de carona ou em viaturas de polícia, numa confusão dos diabos. Estacionados nas suas respectivas garagens, os ônibus que deveriam socorrê-los acabaram sendo eles próprios submergidos e destruídos pelas águas. Aceito, por fim, em desespero de causa, o socorro federal veio com tudo, em menos de uma hora. Mas já era tarde. New Orleans agonizava. O prefeito nem viu nada: estava em Baton Rouge. Só voltou para botar a boca no mundo contra George W. Bush. Ironicamente, sua maior queixa contra o presidente foi a de não ter enviado os ônibus extras da Greyhound solicitados para o transporte dos flagelados. Bem, como o presidente ou a Greyhound poderiam imaginar que a Prefeitura estava com falta de ônibus porque tinha deixado os seus boiando no la-

Paul J. Richards/AFP

Os esforços do presidente foram frustrados pela vaidade da governadora Kathleen Blanco

va-rápido? Mas a indignação fingida do prefeito fazia sentido. Tanto ele quanto a sra. Blanco são do Partido Democrata, que desde as últimas eleições atravessa a fase mais deprimente da sua história: perdeu a Presidência, perdeu a maioria no Parlamento, perdeu vários governos estaduais, e ainda enfrenta, pela priRodrigo Paiva/AE

Louca? Loucos somos nós

sra. Heloísa Helena, préfabricada no Foro de São Paulo para ser a nova encarnação da moral e dos bons costumes na hipótese da desbeatificação de São Lulinha (detalhes em http://www.olav o d e c a r v a l h o . o rg / s e m ana/050904zh.htm), vem se destacando como peça importante no esquema montado às pressas, em escala mundial, para apresentar o sr. Olivério Medina como vítima inocente de uma trama fascista e impedir que ele seja entregue pela Polícia Federal às autoridades colombianas. O sr. Medina, como ninguém ignora, é aquele emissário das Farc que, numa festinha de políticos em Brasília, contou ter trazido uma polpuda contribuição ilegal da narcoguerrilha colombiana à campanha eleitoral do PT. Na época, a central petista de gerenciamento de danos, ativíssima na mídia brasileira, apelou à linda explicação de

A

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

que tudo não passara de uma bravata com que o convidado estrangeiro tentara impressionar políticos interioranos. Mas, se o PT ameaçava processar o deputado Alberto Fraga, que apenas divulgara a denúncia de segunda mão, por que se absteve de fazer ameaça idêntica à fonte mesma de onde brotara a acusação presumidamente falsa? Quem, em seu juízo perfeito, processa o cúmplice acidental ao mesmo tempo que poupa o autor principal do delito, se não tem para isso motivos ocultos? Mais ainda, como seria possível que as Farc, a tropa armada e assassina mais rica e poderosa do continente, que alimenta pretensões de ser aceita mundialmente como força política legítima, continuassem confiando num fanfarrão leviano, sem nem cogitar em removê-lo das altas funções de representante seu num país cuja proteção e amizade são essenciais para o futuro da organização?

Se o furor ético da sra. Heloísa Helena tem seus limites na conveniência estratégica, não será injusto concluir que ela é 'loca, si, pero no tonta'

O fato é que, estupidificada por décadas de intoxicação esquerdista, a opinião pública brasileira, tão suspicaz contra miúdos Joões Alves e juízes Lalaus, se acostumou a curvar-se com credulidade beócia ante qualquer desculpa esfarrapada que venha de bocas ungidas pela bênção de Che Guevara. Agora, a operação “Tirem o Medina da Encrenca” tem sólidas razões de ser. Se alguém tem provas de que as Farc deram ou não deram dinheiro do narcotráfico para o PT, é ele. E a diferença entre esse cidadão estar no Brasil ou na Colômbia é a mesma que se viu no caso análogo do sr. Fernandinho Beira-Mar. Lá, interrogado pelo Exército, o rapaz cantou como um canário com dor de corno, explicou com detalhes co-

mo injetava anualmente no mercado brasileiro duzentas toneladas de cocaína colombiana em troca de armas contrabandeadas do Líbano. De volta ao Brasil, foi levado para estrear um show no Parlamento, onde humilhou as excelências todas com respostas atravessadas que não diziam absolutamente nada, sendo depois transportado para um presídio de segurança máxima que lhe garante, sobretudo, a máxima segurança contra perguntas incômodas. Até agora, naturalmente, nada mais disse nem lhe foi perguntado. E se o sr. Medina não for apenas um sonso boquirroto? E se ele for o agente sério e eficiente que as Farc, tão ingênuas, coitadinhas, continuam enxergando nele? Neste caso, a de-


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

ESPORTE - 1 Jorge William/Ag. O Globo

ALMANAQUE SANTOS PERTO DOS 11 000 GOLS

Flu é o novo líder do Brasileirão

Alonso promete festa em Interlagos

Depois de vencer o Brasiliense por 3 a 0, o time de Tuta tem ajuda do Fla, que empatou com o Santos.

Segundo no GP da Bélgica, o piloto precisa apenas do terceiro lugar no Brasil para ser campeão.

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ALÍVIO NO PACAEMBU Ayrton Vignola/Folha Imagem

Última Hora/Arquivo do Estado de São Paulo

N O Santos, que ontem perdeu a liderança do Campeonato Brasileiro ao empatar por 0 a 0 com o Flamengo, está muito perto de se tornar o primeiro time do mundo a alcançar a marca dos 11 000 gols. Nada menos que 1 086 foram marcados por um único jogador: Edson Arantes do Nascimento, o Pelé. Na foto, o Rei do Futebol enfrenta o Racing, da Argentina, num torneio amistoso, em 19 de novembro de 1968. O Santos ganhou por 2 a 0 e um dos gols foi marcado por ele, Pelé. 0

HÁ SETE ANOS, FESTA PARA O GOL 10 000 No dia 20 de janeiro de 1998, quando o Santos derrotou o Villa Nova, em Nova Lima (MG), por 4 a 3, no jogo de ida da Fase Preliminar da Copa do Brasil , houve muita festa para comemorar o gol 10 000 da história do clube, também um recorde mundial àquela altura. Seu autor foi o meia Jorginho, que também jogou na Portuguesa e no Palmeiras. O lance aconteceu aos 15 minutos do primeiro tempo, e naquele dia, coincidentemente, Jorginho vestia a camisa 10 que Pelé consagrou.

ão chegou a ser um jogo empolgante, mas, ao bater o A t l é t i c o P a r anaense por 2 a 0, no Pacaembu, o Corinthians pôs fim à série de cinco jogos sem vitória e firmou-se na briga pela liderança do Campeonato Brasileiro. Embora continue em quinto lugar, com 43 pontos, a equipe do técnico Márcio Bittencourt está a apenas dois do Fluminense, novo líder. A vitória dá tranqüilidade ao técnico e também valeu para reabilitar alguns jogadores, como Roger e Carlos Alberto, que vinham sendo cobrados pela torcida. "É isso que precisamos fazer: não dá na técnica, vai na raça", disse Roger, após o jogo, reconhecendo a atuação apenas discreta da equipe. O Corinthians tentou, desde o início, explorar as jogadas laterais, especialmente com Eduardo, e as tabelas entre Roger e Tevez, mas só abriu o

Carlos Alberto fecha a vitória por 2 a 0 sobre o Atlético Paranaense, confirma o Corinthians na briga pela liderança do Campeonato Brasileiro, garante o sono de Márcio Bittencourt e volta a ser aplaudido

Pesadelo na Vila Maurício de Souza/AE

A

0

POSSIBILIDADE DE ERRO NAS CONTAS Pelas contas do Portal do Santista Roxo, faltam 14 gols para a marca histórica. Esta coluna, no entanto, alerta para um erro que pode antecipar a festa: antigas estatísticas do Santos consideram uma derrota para o Corinthians por 2 a 1, num amistoso disputado em 14 de julho de 1929 que, na verdade, terminou empatado por 2 a 2. Assim, o Santos teria um gol a mais. Vale a pena confrontar os dados antes de comemorar o 11 000º. 0

"Marcar mil gols como Pelé é fácil. Marcar um gol como Pelé é muito difícil." (Carlos Drummond de Andrade, homenageando o responsável por quase 1 em cada 10 gols do Santos desde 1912.) Entre os oito times que continuarão brigando pelo acesso da Série B para a Série A do Brasileiro, somente o Marília jamais disputou a primeira divisão. Guarani, em 1978, e Grêmio, em 1981 e 1996, foram campeões brasileiros. O Grêmio, fundado pelo paulista Cândido Dias da Silva em 1903, festeja 102 anos na quinta-feira. Dias era dono da única bola de futebol em Porto Alegre, ainda lembrada no formato do escudo do clube.

Em jornada de alguma força e pouca inspiração, Paulo César irrita torcida e acaba vaiado no 0 a 0 com o Fla

Celso Unzelte

torcida do Santos não escondeu a raiva neste domingo, na Vila Belmiro, diante do festival de passes errados e gols perdidos no empate por 0 a 0 com o Flamengo que derrubou o time da liderança para a quarta colocação do Campeonato Brasileiro. A irritação transformou-se, ao final do jogo, em vaias que tiveram como alvo o técnico Gallo, os atacante Geílson e Basílio e o lateral Paulo César. Depois do frustrante 3 a 3 com o Atlético Paranaense no meio de semana, o torcedor esperava que o Santos mantivesse a liderança diante de um adversário que apenas luta contra o rebaixamento, mas foi vendo, aos poucos, o sonho se transformar em pesadelo. Uma mostra do que seria a tarde na Vila foi dada aos 10 minutos. Diego chutou cruzado e Geílson, do lado da trave, sem goleiro, perdeu o gol. A esperança santista de que Giovanni fizes-

se a diferença ruiu na metade do primeiro tempo. Com uma contusão na coxa direita, ele deixou o campo para a entrada de Léo Lima, que, mais uma vez, contribuiu para aumentar o mau humor da torcida. Sem Giovanni, o Santos perdeu o rumo. O técnico Andrade fechou o Flamengo na defesa e apertou a marcação em Ricardinho. A partida só melhorou depois dos 15 minutos do segundo tempo, quando Ricardinho passou a jogar um pouco mais adiantado e começou a deixar os atacantes do Santos na frente do gol. Depois de perder algumas chances, o Santos ficou sem Kléber, expulso, nos 20 minutos finais. O Flamengo melhorou de rendimento e deu trabalho ao goleiro Saulo, raro santista poupado da ira dos torcedores após o 0 a 0. Agora, com 44 pontos e uma vitória a menos do que Inter e Goiás, o Santos ficou a um ponto do líder.

Valterci Santos/AE

Como Leão queria C

omo vinha exigindo o técnico Emerson Leão, o Palmeiras foi um time aplicado tática e fisicamente, neste domingo, em Maringá, diante do Paraná, mas contou principalmente com um grande atuação de Juninho Paulista, autor de dois gols, para chegar à vitória por 3 a 1 e ao sexto lugar no campeonato, com 39 pontos, seis a menos do que o líder Fluminense. "Vencemos e convencemos", exagerou o volante Correa. É verdade que os primeiros quinze minutos talvez tenham sido os melhores do Palmeiras sob o comando de Leão - forte na marcação e rápido nos contra-ataques, o time pressionou muito o Paraná, forçando o goleiro Darci a fazer, pelo menos, três boas defesas. Juninho Paulista abriu o placar aos 16 com

um lindo chute de pé esquerdo de fora da área. Com a vantagem, o Palmeiras diminuiu o ritmo e acabou permitindo o empate pouco depois. No começo do segundo tempo, porém, quando a torcida já pedia a entrada de Pedrinho, o Palmeiras desempatou, com mais um gol de Juninho Paulista. O Paraná perdeu, em seguida, o zagueiro Daniel Marques, expulso, facilitando a vida dos palmeirenses. Marcinho – artilheiro do campeonato ao lado de Alex Dias, do Vasco, e de Robson, do Paysandu - soltou uma bomba de fora da área e fechou o placar em 3 a 1. "O time volta a ter confiança para ir atrás dos primeiros colocados", festejou Pedrinho, substituto de Juninho nos últimos minutos.

Juninho Paulista é o destaque palmeirense nos 3 a 1 sobre o Paraná, com dois gols e uma bela atuação em Maringá

Leandro Taques/AE

Como Cicinho prometeu C

No ano do seu centenário, o Sport ganhou um presente no fim de semana. Perdeu do Gama (2 a 0), é verdade, mas se manteve na Série B graças à combinação da derrota do Bahia para o Paulista (3 a 2) com o empate entre Vitória e Portuguesa (3 a 3). Ao caírem juntos para a Série C, terceira divisão brasileira, os baianos Bahia e Vitória revivem o drama de outros clubes tradicionais que já passaram por esse vexame, como Coritiba (1990), Fluminense e Náutico (1998).

marcador aos 13 minutos do segundo tempo. Numa cobrança de falta, Marcelo Mattos aproveitou a bola mal rebatida pela defesa atleticana e mandou para as redes de Diego. Já no fim, aos 41 minutos, Carlos Alberto marcou o segundo e, depois de tantas críticas, voltou a ser aplaudido pela torcida corintiana. Feliz com o resultado, Márcio Bittencourt reconheceu, nos vestiários, que iria "dormir tranqüilo pela primeira vez nos últimos dez dias". Fez questão, no entanto, de ressalvar que não se considerava ameaçado: "Eu sempre tive respaldo da diretoria corintiana. E isso me dá tranqüilidade para fazer o meu trabalho da melhor maneira possível. Mas é bom poder dormir bem pelo menos um dia. Sei, no entanto, que essa tranqüilidade vai somente até quarta-feira, quando o time tem outra partida. A nossa vida é essa."

Rogério Ceni, autor do primeiro gol, vibra com os 4 a 1 sobre o Coritiba e a distância da zona de rebaixamento

icinho estava certo ao anunciar que poderia resolver o jogo contra o Coritiba. De fato, o lateral foi o principal responsável no Couto Pereira, em Curitiba, pela goleada por 4 a 1 que leva o time de Paulo Autuori ao 16º lugar do Campeonato Brasileiro, com 31 pontos, quatro a mais do que o Flamengo, que puxa a fila do rebaixamento. A atuação de Cicinho serviu para encobrir algumas falhas da equipe, mas, nessa fase de recuperação, o resultado vale mais do que qualquer análise. A goleada começou com um susto, logo aos 7 minutos - Lugano fez pênalti em Capixaba, mas Renaldo bateu para fora. Na primeira vez em que pressionou o adversário, o São Paulo abriu o placar - foi a vez de Lugano sofrer pênalti. Rogério Ceni cobrou e fez. Em vantagem, os são-paulinos de-

ram espaços para o rival, que, mesmo limitado, chegava com facilidade ao ataque. Rogério Ceni fez algumas boas defesas, mas acabou levando o gol de empate, marcado por Capixaba aos 38 minutos. Paulo Autuori trocou Richarlyson e Renan por Fábio Santos e Souza e o São Paulo começou bem o segundo tempo, mas logo perdeu Fábio Santos, expulso após duas entradas violentas. Quando o Coritiba parecia melhor, a categoria de Cicinho fez a diferença. Aos 35 minutos, bateu uma falta na cabeça de Christian, que só teve o trabalho de desviar para as redes. Três minutos depois, puxou o contra-ataque que acabou no gol de Hernanes. Aos 40 minutos, ele mesmo tabelou com Souza e tocou na saída de Douglas para fechar a goleada. Cicinho prometeu e cumpriu.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ESPORTE

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

BOLA COM O FLU

Robinho manda recado

N

uma semana que começou com a goleada sobre o Cruzeiro em Belo Horizonte por 6 a 2, quarta-feira, o Fluminense chegou à liderança do Campeonato Brasileiro depois de bater o Brasiliense, sábado, em Volta Redonda, por 3 a 0, e atingir a marca dos 45 pontos. Ontem, favorecido pelo 0 a 0 entre Santos e Flamengo, manteve a liderança. Nos dois jogos, o atacante Petkovic foi o destaque da equipe, que perdeu o meia Felipe, por contusão, na goleada sobre o Cruzeiro. Fez um belo gol em cada partida e criou boas chances para o artilheiro Tuta, autor dos outros dois gols na vitória sobre o Brasiliense. Com uma boa dose de sorte, o Flu foi ajudado pela contusão dos adversários Iranildo e Oséas, que deixaram o campo no início do jogo. Na próxima rodada, o novo líder vai ao Paraná para enfrentar o Coritiba, 13º colocado, com 33 pontos. Dos seus perseguidores imediatos, só o Internacional jogará em casa contra o Atlético-PR. Goias, contra Botafogo, Santos, cont r a A t l é t i c o - M G , e C o r i nthians, contra Figueirense, também terão de viajar;

Não foi a estréia que Robinho esperava diante de sua nova gente, no Santiago Bernabéu de tantas histórias. Até que o garoto fez um primeiro tempo digno da fama que o vai entronizando como novo galáctico do mundo da bola, mas pifou no segundo e, sem gás, pouco brilhou nos minutos em que o Real Madrid mais dele necessitou para escapar da derrota para o Celta, um timinho mediano que voltou à Primeira Divisão nesta temporada. O juiz foi decisivo, é certo, ao dar como gol a bola que não entrou e, assim, ficou o placar em 3 a 2 para os visitantes, mas o jogo se decidiu, de verdade, na crônica incompetência defensiva deste time de muitas estrelas e poucos títulos que é o Real dos últimos anos. Agora mesmo, antes de começar a temporada 2005-2006, Vanderlei Luxemburgo deu mais atenção ao ataque do que à defesa procurando reforçar o que o time já tinha de mais forte. É verdade que o Real gastou 27 milhões de euros (mais ou menos o que pagou ao Santos por Robinho) para tirar o jovem zagueiro Sergio Ramos do Sevilla, mas, se tanto dinheiro tem, mais deveria gastar na montagem de uma defesa que dê retaguarda a Zidane, Ronaldo, Robinho, Beckham, Júlio Baptista, Roberto Carlos e Raúl e um mínimo de tranqüilidade ao bom goleiro Casillas. Não basta um grande ataque para fazer um grande time. Este é o recado de Robinho e ilustre companhia para os brasileiros que, tomados pela alegria das últimas vitórias na Copa das Confederações e nas Eliminatórias, acham que Parreira deve desmontar a defesa para abrir mais uma vaga na frente e, assim, acomodar Kaká, Robinho, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo e Adriano na Seleção que vai à Alemanha no ano que vem com a incubência de trazer mais uma vez o caneco da Copa do Mundo. "Queremos baile", dizem alguns, vestindo uma fantasia que, no corpo dos jogadores, é tida como máscara. Futebol é competição. O show faz bem aos olhos, mas a derrota faz mal ao coração. Queremos vencer. Queremos o hexa lá na Alemanha que já nos viu conquistar a Copa das Confederações. E, para tal intento, o Brasil tem uma maravilhosa geração de meias e atacantes, mas precisa de zagueiros e volantes que segurem o rojão na defesa.

j

SÉRIE B

Metade paulista Neco Varella/AE

Q

uatro equipes paulistas continuam na briga pelo título da Série B e pelas duas vagas na edição de 2006 da Série A do Campeonato Brasileiro. Divididas em dois grupos o Santo André no A, ao lado de Grêmio, Avaí e Santa Cruz; o Marília, o Guarani e a Portuguesa, com o Náutico, no B-, começam, já no sábado, a disputa pelas quatro vagas nas finais. Em cada grupo desta Segunda Fase, as equipes se enfrentarão em jogos de ida-e-volta, num total de seis rodadas em dois turnos. Os dois melhores de cada grupo vão ao quadrangular final, que repetirá a fórmula de disputa. Além dos quatro paulistas, continuam na briga dois times pernambucanos, um catarinense e um gaúcho. Pelo que se viu na Primeira Fase, o equilíbrio deve ser a marca da Segunda. Dos quatro paulistas que estão nesta briga, o Guarani e a Portuguesa querem voltar à Série A, enquanto Santo André e Marília pretendem ficar entre os grandes pela primeira vez. Entre os oito classificados, três deles sempre estiveram na zona de classificação: Santa Cruz, Santo André e Portuguesa. O Santa Cruz chegou à liderança com um time individualmente simples, mas competente na parte coletiva. O Santo André reforçou-se para sua primeira participação na Copa Libertadores e usou sua base para se firmar na Série B. A Portuguesa tem elenco reduzido e não pode sofrer suspensões ou contusões para lutar até o fim pelo título - ou, pelo menos, por uma das duas vagas na Série A. O Guarani, após um péssimo começo, chegou à zona de classificação somente na penúltima rodada da Primeira fase. E terminou a fase em terceiro lugar. O Marília também teve um começo fraco, mas depois se firmou, chegando à segunda fase pelo terceiro ano consecutivo. Forte favorito ao acesso é o Grêmio, principalmente pela força de sua torcida e de sua tradição. Com menos chances aparecem Avaí e Náutico. Surpreendentemente, no entanto, já caíram para a Terceira Divisão - ou Série C - do Campeonato Brasileiro de 2006 as mais tradicionais equipes baianas - o Bahia, campeão brasileiro de 1988, e o Vitória, vice-campeão em 1993.

ROBERTO BENEVIDES

PASSE LIVRE

Marília, Portuguesa, Santo André e Guarani continuam na briga por uma vaga na Série A em 2006

Manu Dias/AE

Fernando Pilatos/AE

NA TELA Como havia prometido, o Corinthians filmou a atuação do árbitro Wagner Tardelli nos 2 a 0 de ontem sobre o Atlético Paranaense. O juiz, elogiado pelos corintianos depois do jogo, não se incomodou: "Tudo evolui no futebol . A Fifa e o Superior Tribunal de Justiça Desportiva se valem de imagens para tomar algumas de suas decisões. Portanto, não vejo problema nisso." PALMAS PARA SAULO Os jogadores do Santos saíram do gramado da Vila Belmiro debaixo de uma grande vaia após o decepcionante 0 a 0 com o Flamengo. Curiosamente, num time marcado pela força ofensiva, somente o goleiro Saulo, uma das boas surpresas da temporada, foi aplaudido. BOM RETORNO Estêvam Soares estreou bem na Ponte. Depois de nove rodadas sem vitória - com dois empates e sete derrotaso time, finalmente voltou a vencer. Em casa, fez 2 a 1 no Fortaleza.

MAIS UM Depois de perder cinco jogos seguidos, o São Caetano apela a um velho conhecido: Jair Picerni, vice brasileiro em 2000 e 2001, reassume o comando técnico do time. PRESTÍGIO Kleber, o neo-santista expulso no 0 a 0 de ontem com o Flamengo, tem fãs muito influentes na comissão técnica da Seleção Brasileira. LÁ E CÁ Imparcial, o juiz de Real 2 x 3 Celta marcou um pênalti inexistente para os donos da casa e um muito duvidoso para os visitantes. Parcial, deu um gol que não houve ao Celta. Ramírez Dominguez retrata bem a péssima arbitragem espanhola. Eis algo que o futebol de lá não pode resolver nos campos daqui. Nossos juízes também são ruins de doer. GOL DE LETRA "O nosso grupo ainda não está fechado para o Mundial de Clubes." - Paulo Autuori, técnico do São Paulo, a Zé Gonzalez, do jornal Lance!

*Com Agência Estado e Reuters

SÉRIE C

Paulistas sem vitória

N Christiano Mazzola/AE

RESULTADOS: sábado, 10/9: NáuticoPE 3 x 1 Caxias-RS; Guarani-SP 2 x 0 Avaí-SC; Santo André-SP 1 x 3 Santa Cruz-PE; Sport-PE 0 x 2 Gama-DF; Paulista-SP 3 x 2 Bahia-BA; Criciúma-SC 1 x 2 CRB-AL; Grêmio-RS 1 x 1 MaríliaSP; Anapolina-GO 0 x 0 União Barbarense-SP; Vitória-BA 3 x 3

Portuguesa-SP; Ceará-CE 2 x 0 Vila Nova-GO; Ituano-SP 1 x 0 São Raimundo-AM. PRÓXIMOS JOGOS: sexta, 16/9:Santo André-SP x Grêmio-RS; Avaí-SC x Santa Cruz-PE. Sábado, 17/9:Náutico-PE x Marília-SP; Portuguesa-SP x Guarani-SP

Classificação

P

V

S

1 Santa Cruz

41

12

11

GP 32

2 Marília

35

11

10

38

3 Guarani

35

10

7

30

4 Grêmio

35

9

6

32

5 Santo André

34

10

9

34

6 Por tuguesa

34

10

8

35

7 Náutico

33

10

1

35

8 Avaí

32

10

6

34

9 V ila Nova

32

10

-1

28

10 I tuano

31

9

7

33

11 Ceará

29

8

5

27

12 CRB

29

8

-9

28

13 G ama

28

8

-5

28

14 São R aimundo

28

8

-6

22

15 Paulista

28

7

4

39

16 Spor t

27

8

-3

29

17 V itória

27

7

0

35

18 Bahia

25

7

-1

28

19 Anapolina

25

7

-6

25

20 União Barbarense

24

6

-4

20

21 Criciúma

19

6

-21

24

22 Caxias

16

4

-6

19

Classificados para a 2º fase Rebaixados para a Série C

enhum dos três paulistas venceu seu jogo de ida na Segunda Fase da Série C do Brasileiro. Atlético Sorocaba e Rio Branco, no entanto, estão em situação confortável, pois só precisam vencer por 1 a 0 o jogo de volta - valem os gols fora, como na Copa do Brasil. O Mogi tem tarefa mais complicada: joga fora e precisa vencer ou empatar com mais de três gols. Em caso de placares iguais, a decisão é nos pênaltis.

RESULTADOS: Serra-ES 4 x 3 Atlético Sorocaba-SP; Mogi Mirim-SP 2 x 2 Ipatinga-MG; Volta Redonda-RJ 2 x 1 Rio Branco-SP; Independência-AC 2 x 1 Vila Aurora-MT; América-RN 2 x 1 Ferroviário-CE; Tocantinópolis-TO 2 x 0 Remo-PA; Abaeté-PA 1 x 0 Moto ClubeMA; Itabaiana-SE 1 x 1 Treze-PB; Paranoá-DF 1 x 0 Londrina-PR; CENE-MS 1 x 2 Ceilândia-DF; Ituiutaba-MG 1 x 3 Vila Nova-MG; Gaúcho-RS 0 x 0 Novo Hamburgo-RS; Joinville-SC 3 x 1 GlóriaRS; Icasa-CE 1 x 0 Coruripe-AL; ABC-RN 3 x 2 Sergipe-SE.

COPA SUL-AMERICANA

Argentinos à vista O

s quatro times brasileiros vivos na Copa SulAmericana encaram nesta semana rivais argentinos, na rodada de ida das oitavas-de-final. Pela pré-definição das chaves, os brasileiros só voltam a se enfrentar nas semifinais. Na quarta, às 19h15, o Cruzeiro enfrenta o Velez

Sarsfield, em Buenos Aires. No mesmo dia, às 21h45, dois jogos no Brasil: o Corinthians recebe o River Plate, enquanto o Fluminense enfrenta o Banfield. Na quinta-feira, às 21h15, o Internacional joga fora de casa contra o Rosário Central. Os jogos de volta serão em 28 e 29 de setembro.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 13 de setembro de 2005

OPINIÃO - 7

Para escrever ou comentar as cartas e artigos desta seção, envie sua mensagem para

doispontos@dcomercio.com.br

CÂNDIDO PRUNES REGINA NÃO ESTÁ MAIS SÓ

A

crescente crise política trouxe temores e apreensões. Quando a atriz Regina Duarte expressou seu medo com a perspectiva de vitória do Partido dos Trabalhadores na última eleição presidencial, ela foi imperdoavelmente "patrulhada". Sua declaração foi considerada abjeta. Seu gesto foi tido como imperdoável, ainda mais partindo de um membro da classe artística. Afinal, com Lula-lá ninguém poderia ter medo de ser feliz. Hoje Regina Duarte não está mais só. Aliás, alguém deveria organizar um ato de desagravo. A atriz expressou há quase três anos o sentimento que hoje assalta quase toda a população. Imaginar que, se não fossem circunstâncias particularíssimas, talvez nunca o deputado Roberto Jefferson teria revelado o esquema criminoso no qual se enredaram parcela do PT e da base governista dá medo.

Teria Genoino nomeado o homem-cueca para algum cargo no alto escalão estadual?

Corrupção e reforma política: hora de acertar

.A

mudança do s i s t e m a p r oporcional brasileiro é fundamental para inibir a corrupção e aproximar o eleitor dos políticos Nosso sistema eleitoral estimula duplamente a corrupção. Primeiro, a escolha pelo voto individualizado entre 100, 200 ou até 1.000 candidatos obriga os competidores a um dispêndio muito alto para se destacar dos concorrentes, do próprio partido, e dos outros. A busca desses recursos acaba, em geral, fugindo à legalidade e à ética, com desvio de recursos públicos, caixa dois, etc. O segundo estímulo à corrupção é que, não existindo vinculação eleito-eleitor, os legisladores se sentem livres para agir em benefício pessoal e de seus amigos, pois têm a quase certeza de que não podem ser cobrados pelos que neles votaram. Portanto, um dos mecanismos indispensáveis para reduzir o alto nível de corrupção e a falta de ética na política é alterar o sistema eleitoral,

com a introdução do voto distrital misto. A proposta do Projeto Brasil 2022 do Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE) é estabelecer já a eleição pelo voto distrital misto, para começar a valer em 2008, na eleição dos vereadores. Ao mesmo tempo, deixará de existir a remuneração de vereadores em municípios com menos de 50 mil habitantes.

O

voto distrital misto, objeto de projeto no Congresso, é um dos itens do projeto de reforma política que o PNBE lançou em 1993 e que, 12 anos depois, continua válido, mas não foi adotado por afetar interesses particulares dos políticos e de seus financiadores. Os outros itens do projeto, complementado em 1999, são: 1-Proporcionalidade da representação, de acordo com a norma democrática de um eleitor, um voto para a Câmara dos Deputados; 2-Democratização dos partidos , com estabelecimento de regras gerais que estimulem e garantam maior participação dos filiados; 3-

Redefinição do papel do Senado; 4-Profissionalização da administração pública e grande redução dos cargos de livre nomeação; 5-Definição de novas regras de financiamento eleitoral; 6-Voto facultativo , com um prazo para consolidação anterior (eleições de 2010); 7Criação de nova entidade administrativa, a vila, com custo menor que o município; 8-Separação do ano das eleições para o Executivo e o Legislativo; e, 9-Fim da obrigatoriedade dos estados respeitarem a mesma regra (até 1964 existiam mandatos estaduais de 4 e de 5 anos).

E

ssas reformas exigem uma forte pressão da sociedade civil, uma vez que a maior parte dos políticos se sente protegida e favorecida com o atual sistema. Vamos, portanto, nos mobilizar, para cobrar o andamento de uma verdadeira reforma política. MARIO ERNESTO HUMBERG, CONSULTOR DE ÉTICA EMPRESARIAL, É COORDENADOR DO PENSAMENTO

NACIONAL DAS BASES EMPRESARIAIS (PNBE).

O sistema eleitoral estimula a corrupção. E os políticos se sentem livres.

Céllus

I

maginar que o Sr. José Genoino poderia estar hoje sentado no Palácio dos Bandeirantes dá medo. Se na condução do PT o sr. Genoino foi tão incompetente e leviano, pode-se conjeturar como seria sua gestão no governo do estado mais importante da federação. Teria ele nomeado o homem-cueca para algum cargo no alto escalão estadual? Teria ele assinado documentos sem ler? Teria ele fechado os olhos para as finanças do estado? Imaginar que na esfera federal foram feitas mais de 20.000 (vinte mil) nomeações e que talvez 10% delas sejam de delúbios, waldomiros ou silvinhos também dá medo. Isso significa que há pelos menos 2.000 altos funcionários do governo fazendo o que um Delúbio, Waldomiro ou Silvinho foram flagrados fazendo. Definitivamente, viramos todos reginasduarte.

R oger Federer está feliz. Sua namorada cuida de tudo fora das quadras

Endereço para Ciclovia, um participar projeto para da revolução a Radial

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omo podemos viver com uma carga C tributária dessa magnitude? Acredito que o País está caminhando para uma guerra civil, pois só assim vamos conseguir nos livrar desses governantes hipócritas, que só inventam impostos, contribuições, taxas, e etc.. Como o povo brasileiro aceita tudo de cabeça baixa, eles não se importam. Caso saibam de algum site onde se aceita inscrição para participar de uma revolução, favor me enviar o endereço. AILDSON DURTE, BRASILIA, DF AILDSON@ DUARTESEGUROS.COM.BR

Escracho, a nova arma da PF

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om referência à liberação de verba do C Banco Mundial para implantação de ciclovias na periferia, gostaria de salientar que apresentei um Projeto de Lei sob o nº 282/2004, que propõe a implantação de ciclovia ao longo da pista da nova Radial Leste, ligando Guaianases à Estação Corinthians-Itaquera. Muitos se utilizam de bicicletas para ir ao trabalho, porém de forma precária, correndo risco de vida. Espero que o povo mais pobre também possa contar com esta verba. VER. BETO CUSTÓDIO (PT-SP) BETOCUSTODIO@UOL.COM.BR

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rancamente, a Polícia Federal, nos últimos F tempos, anda exagerando nas suas atribuições e, praticando cada vez mais o chamado “abuso de autoridade”. Não bebo cerveja Schin, não sou cliente da Daslu e nem eleitor do Maluf, porém tenho que protestar contra este esquema Globo que eles estão adotando. Por que não prendem e algemam o Duda ou o Jefferson, réus confessos? Os outros são cidadãos que negam os crimes que lhes são imputados e não podem ser submetidos a esta situação embaraçosa. ROBERTO DAL PONT, SÃO PAULO RDALPONT@IG.COM.BR

Cândido Prunes, vicepresidente do Instituto Liberal

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Antonio Carlos Parise, Marco Aurélio Bertaiolli, Robert Schoueri, Roberto Pereira da Silva e Rogério Amato FILIADA À

PAULO SAAB DO LIMÃO, LIMONADA

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á tanto limão amargo sendo espremido na goela do brasileiro que o único jeito é aproveitarmos a crise profunda que atravessamos (sempre estamos numa) para buscar fazer uma limonada palatável à imensa maioria honesta. A dimensão da crise política atual, gerada pelo governo do PT e pelos congressistas da base aliada do próprio governo Lula, é tamanha que mesmo o cidadão mais desavisado dela já teve notícia. E a conseqüente indignação, claro. Vou citar mais alguns fatos que estão ardendo de tão ácidos na garganta de cada um de nós: 1-As armas entregues à PF pela população para serem destruídas foram parar nas mãos de criminosos em Santos. 2-O presidente Lula condecorou Severino Cavalcanti com a Ordem do Rio Branco, maior comenda nacional. 3-o presidente Lula teve contas de parentes pagas com dinheiro do fundo partidário . E ainda não explicou como foi paga antiga dívida sua com o PT de Delúbio. -Recursos do Fome Zero estão abastecendo as burras do MST. -A Febem de São Paulo engole governos tucanos e segue sendo uma fábrica com linha de montagem de infratores. -A Prefeitura de São Paulo, entra ano, sai ano, entra governo, sai governo, não consegue estancar a vergonhas corrupção na fiscalização. -Países como a China, o México e Argentina, para quem o Brasil rendeu vassalagem, derrotaram todas as propostas tupiniquins. O México acaba de impor visto de entrada para os brasileiros ,de novo. A pedido do Tio Sam. Tem mais. Muito mais. Tenho certeza de que o leitor pode fazer uma lista mais extensa e completa do que a minha. E nem mencionei a crise atual em si. De passagem citei Severino. Não precisa mais do que isso. Quero, agora, valer-me das palavras de Rui Barbosa em 11 de novembro de 1914, na manifestação popular na atual Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, na véspera do início do governo Hermes da Fonseca: "Povo brasileiro! Reatai a vossa história, honrai os vossos maiores e não vos esqueçais dos vossos filhos, se lhes não quereis testar uma herança de opróbrio, haveis de colocar acima de todas as coisas,

acima da paz, acima do território, acima até da vossa existência, acima da pátria mesma, que não pode existir aviltada, o pudor, o respeito de vós mesmos, o culto da liberdade.... dentro da lei, com a lei e pela lei, vós o povo, vós a nação, vós, o Brasil, sois o direito, sois o poder, sois a força. Saia a opinião pública de dentro de si mesma , declare-se, levante-se, e vença. Onde que quer apareça, reinará,como divindade esperada que se revela. A democracia, o governo do povo pelo povo, não é outra coisa: o império da opinião, cercada e servida pelos órgãos de sua soberania. E, onde a opinião pública entrar, espancaram-se as trevas, raiou a luz meridiana, sumiram-se os vampiros e répteis, entrou a grande higiene, a competência, a virtude, a moralidade, assumem o poder." Busco socorro em Rui para enfatizar o que tenho repetido à exaustão: está em nossas mãos, nas mãos de cada cidadão, cidadã, de bem do Brasil, tomar as rédeas da desfaçatez que se chama poder público em nosso país.

Está em nossas mãos tomar as rédeas da desfaçatez que se chama poder público

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oportunidade de fazermos desse limão que nos amarga uma limonada (nem diria doce, mas digerível) é extraordinária. De oxigenarmos o cenário político-partidário, ou ao menos iniciar o processo de oxigenação. Isto, todavia, exige que a opinião pública, dona de tudo, acima mencionada por Rui, faça valer sua vontade. Não há outro meio de fazer prevalecer essa vontade que não seja envolvendo-se, participando, conhecendo, dizendo presente à cena da qual todos tentamos escapar, a política, a partidária. Esse mesmo avesso que temos, na forma até de asco, de nojo, precisa ser vencido pela nossa própria presença. Sem ela, no comodismo de apenas maldizer e xingar, nada será mudado, porque seguiremos dando representação, legitimidade, cheques em branco na forma de voto, a quem está anos-luz distante das aspirações coletivas da opinião pública brasileira. Fazer do limão limonada significa, antes de tudo, que cada cidadão e cidadã de bem passem não só a considerar a sua presença efetiva na vida partidária como também aprender como isso tudo funciona. E rápido, antes que as aves de rapina não deixem nem os restos carcomidos da coisa pública. Habilite-se,leitor! Paulo Saab é jornalista e presidente da Eletros psaab@uol.com.br


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.POLÍTICA

terça-feira, 13 de setembro de 2005

DEPOIMENTOS MUDAM O CURSO DA INVESTIGAÇÃO, A OPOSIÇÃO VAI EM FRENTE MAS O PT RECUA.

PF VÊ SEVERINO COMO INVESTIGADO

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empresário Sebastião Buani, dono da rede de restaurantes que atende à Câmara dos Deputados, entregou ontem à Polícia Federal o extrato de sua conta bancária do Bradesco, com o saque de R$ 40 mil que ele alega ter feito para pagar ao presidente da Casa, deputado Severino Cavalcante (PPPE). Na época do saque, 4 de abril de 2002, Severino era 1º secretário da Câmara e, segundo Buani, o suborno teria sido exigido pelo parlamentar para prorrogar o contrato de exploração do seu restaurante por mais três anos, sem necessidade de nova licitação. O delegado da Polícia Federal Sérgio Menezes disse que depois dos depoimentos de ontem, de três funcionários de Buani, já existem indícios de cobrança de propina envolvendo o presidente da Câmara (veja matéria ao lado). Severino, de autor da denúncia, passou à condição de investigado. Segundo Menezes, o caso deve ser encaminhado ao Supremo Tribunal Federal até o fim do mês porque Severino tem direito a foro privilegiado. Sinal – O dinheiro, segundo Buani, era uma espécie de sinal do 'mensalinho', a mesada mensal que o empresário passaria a pagar ao parlamentar para não perder a concessão. "É o primeiro documento que prova que eu falei a verdade: o saque na minha conta, no mesmo dia, 4 de abril, em que ele (Severino) assinou o documento prorrogando

o contrato", disse Buani. No total, ele alega ter pago cerca de R$ 128 mil, de janeiro a outubro de 2003. Ele prometeu levar hoje a prova mais contundente do achaque que afirma ter sofrido: a cópia microfilmada do único pagamento feito em cheque em julho de 2003. O presidente da Câmara nega a denúncia e alega que sua assinatura foi falsificada no documento. Valor – Buani não soube precisar o valor do cheque, mas estimou uma quantia entre R$ 7 mil e R$ 7,5 mil. Ele pediu a microfilmagem de todos os cheques entre R$ 5 mil e R$ 10 mil emitidos no período, na certeza de que um deles é o de Severino. "Eu já tenho o número do cheque, já pedi a microfilmagem ao Bradesco e amanhã (hoje) devo estar com esse cheque em mãos", afirmou Buani na saída da sede da PF. O cheque teria sido descontado por um motorista de Severino numa agência do Bradesco na Asa Sul, em Brasília. "Estou mostrando o 'mensalão'. Amanhã (hoje), com a cópia do cheque, espero mostrar o mensalinho", disse o empresário, exultante com a chegada de parte dos documentos pedidos ao banco inclusive o número dos cheques a serem microfilmados. "Hoje é um dia feliz, cheguei a beijar o gerente do banco", comemorou. O empresário disse que se sente vítima de chantagem e explicou que, agora, está com "a alma lavada e a consciência tranqüila" por ter restabelecido a

verdade. Ele explicou que o acordo era para fazer pagamentos em dinheiro, o que realizava com a arrecadação do caixa. "Só uma vez paguei com cheque porque estava sem dinheiro e tive de sacar do capital de giro". Gerente não lembra – A PF ouviu ontem a gerente do banco Bradesco, Jane Oliveira de Albuquerque, gerente das contas de Buani. Em entrevista a jornalistas, ela disse não se lembrar especificamente dos saques aos quais Buani se referiu em seus depoimentos. Jane está afastada do banco há dois, mas não explicou o motivo. O Instituto Nacional de Criminalística começou a fazer a perícia no Conselho de Ética. técnica no documento em que Severino prorroga por três anos a concessão para exploração do serviço de restaurantes. Para a PF, a perícia encomendada por Severino ao perito Adamastor Nunes de Oliveira, não tem credibilidade e muito menos valor legal. Nela, o documento que prorroga por três anos a concessão do restaurante de Biani seria forjado e a assinatura de Severino, falsa. "Esse laudo (de Adamastor) não vale nada e legalmente será ignorado", informou um delegado do INC. Caso se confirme o recebimento de propina, Severino será processado por corrupção passiva, concussão (extorsão praticada por servidor público) e improbidade administrativa. Ao final das investigações, que durarão 30 dias, os autos serão encaminhados ao STF. (Agências)

DEFESA MOSTRA DOCUMENTOS E DESQUALIFICA BUANI

Gustavo Miranda/O Globo

Os garçons Ribamar da Silva, Rosenildo Soares e Hélio da Silva na PF

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O

s advogados do presidente da Câmara Severino Cavalcanti (PPPE) apresentaram documentos –com as datas escritas a mão – sobre a extensão do contrato do empresário Sebastião Buani para explorar o restaurante do Anexo III da Casa. As datas, segundo os advogados, desmentem Buani, que alega ter passado cinco horas na sala de Severino, em 31 de janeiro de 2003, esperando o presidente assinar seu contrato. Sebastião Buani confirmou ontem à noite que a Câmara já havia comunicado que o contrato de exploração do restaurante seria prorrogado. "Todos os pareceres da Câmara eram para garantir a prorrogação normal do contrato. Mas o Severino é quem tinha o poder da caneta. Ele disse que, se não tivesse grana, não prorrogaria o contrato", afirmou. Defesa – Foram apresentados três documentos. O primeiro deles, um parecer técnico do Departamento de Materiais e Propriedades da Câmara, do dia 30 de dezembro de 2002, sugere a prorrogação do contrato de Buani por 12 meses, "em caráter excepcional", por causa das obras no restaurante. O outro documento, do dia 17 de janeiro, comunica a Buani a decisão de estender o contrato. O último é o contrato em si, assinado por Buani e por Sérgio Almeida, diretor-geral da Câmara, no dia 23 de janeiro.

Buani promete para hoje cópia do cheque que deu a Severino: "Vou mostrar o mensalinho".

FUNCIONÁRIOS DE BUANI CONFIRMAM 'MENSALINHO'

Beto Barata/AE

Marcos Vasconcelos, assessor jurídico da presidência da Câmara

A mão –Todas as datas dos documentos entregues estão escritas a mão, enquanto os meses e anos e o texto em si foram feitos em computador. De acordo com Marcos Vasconcelos, assessor jurídico da Câmara que está fazendo o papel de advogado de Severino junto com José Eduardo Alckmin, esse é um procedimento normal porque as datas seriam colocadas no momento da assinatura. "Não haveria porque o senhor Buani ter ficado até às 10h da noite do dia 31 com o presidente Severino esperando a assinatura do contrato, como ele alega, porque o contrato já estava assinado". De acordo com a nota preparada pelos assessores de Severino, o processo estava, na época do saque, não com Severino na primeira secretaria, mas no Departamento de Material e Patrimônio, onde ficou de 12 de março de 2002 a 22 de maio de 2002. O saque teria sido feito no dia 4 de abril de 2002. "Não existe prova material. O senhor Buani é um empresário. Ele poderia sacar várias quantias da sua conta", disse Vasconcelos.

Pessoal –Na tentativa de desqualificar o empresário, a defesa de Severino resolveu levantar ocorrências pessoais de Buani na polícia para divulgar à imprensa. Na primeira, de 2000, o empresário é acusado de submeter criança ou adolescente a vexame ou constrangimento. A segunda, um termo circunstanciado da delegacia da mulher por ameaça e agressão. P iz za – No domingo, o deputado João Caldas (PL-AL) esteve com Severino em sua residência oficial e presenciou uma cena inusitada: Maria Christina Mendes Caldeira, ex-mulher do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, participava de uma festa em uma casa ao lado e foi ao local jogar pizzas em cima dos carros estacionados na casa do presidente da Câmara. Caldas nega que seja da tropa de choque de Severino: " Eu quero que tudo seja apurado, mas não quero o linchamento político do presidente Severino. Se em quatro dias ele for triturado, sem provas, qual a segurança jurídica que teremos no País?" (Agências)

Joedson Alves/AE

O PT RECUSA APOIO À AÇÃO CONTRA SEVERINO O líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), que havia anunciado apoio à oposição contra Severino Cavalcanti no Conselho de Ética, mudou de opinião depois de se reunir no Palácio do Planalto com o ministro Jaques Wagner e o líder do governo Arlindo Chinaglia (PT-SP). Fontana saiu afinado com o discurso oficial: o PT só assina se houver prova contra Severino. "É preciso dar amplo direito de defesa ao Severino. Não pode haver incentivo a um ambiente de tribunal de exceção." De manhã, no entanto, Fontana parecia

Henrique Fontana (RS), líder do PT na Câmara

bem decidido: "O PT assina sem qualquer problema." "Prevaleceu o bom senso", afirmou o ministro Jaques Wagner, ao saber da decisão do PT. (Agências)

Ed Ferreira/AE

Ed Ferreira/AE

rês empregados do restaurante Fiorella, de Sebastião Buani, – o maître José Ribamar da Silva e os garçons Hélio Antônio da Silva e Rosenildo Francisco Soares – confirmaram ontem, em depoimento à PF, que fizeram a entrega da propina no gabinete, no ano de 2003, ao então primeiro-secretário da Câmara, deputado Severino Cavalcanti, hoje presidente da Casa.

Os pacotes com dinheiro, conforme disseram os depoentes, eram levados após o encerramento do expediente do restaurante, depois das 15h, e entregues às secretárias do deputado, Ricely Paulo Camacho e Gabriela Kenia da Silva. Envelopes lacrados – "Levei pacotes contendo dinheiro para a secretária do Severino. Não sabia quanto tinha porque estava lacrado, mas a Gisele (filha de Buani, diretora financeira do restaurante) falava para eu ter cuidado porque continha dinheiro", relatou Ribamar à imprensa, logo após o depoimento. Ele assumiu ter feito duas entregas a Severino.

Com algumas variações, os dois garçons confirmam a história. "Não posso dizer que era para Severino, mas a recomendação foi que eu entregasse na primeira secretaria", explicou Hélio, que alega ter feito três entregas de pacotes recheados de dinheiro. Ele disse que teme pela sua segurança e por sua permanência no emprego. "Sabia que era dinheiro, mas para que servia eu não sabia", acrescentou Rosenildo, responsável por uma das entregas a Severino. "Viemos confirmar toda a história. A gente levava mesmo dinheiro para o deputado Severino", completou Rosenildo. As demais entregas foram todas feitas pessoalmente por Buani. Em depoimento, as duas secretárias de Severino negaram o recebimento dos pacotes. O empresário Sebastião Buani acusa o deputado Severino Cavalcanti de, na época, cobrar propina – o chamado 'mensalinho', espécie de mesada mensal – para que ele pudesse manter a concessão de seu restaurante, Fiorella, no décimo andar da Câmara dos Deputados. (Agências)

Sérgio Lima/AE

OPOSIÇÃO VAI USAR SESSÕES PARA PROTESTOS CONTRA SEVERINO

O

s partidos de oposição mudaram de tática na guerra contra o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), e participarão da sessão de amanhã da Casa marcada para votar o pedido de cassação do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). O boicote anunciado, inicialmente, para todas as sessões em que Severino estiver presente será transformado em uma manifestação de repúdio a ele no plenário. Ao mesmo tempo, a oposição conseguiu ampliar os apoios ao movimento contra Severino atraindo o PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e parte do PMDB. Hoje, os partidos reúnem-se para concluir o pedido de cassação do mandato do presidente da Câmara, que deverá ser enviado até amanhã ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa. A oposição justificou o recuo no boicote das sessões pela possibilidade de a obstrução dos partidos favorecer a absolvição de Jefferson. Para cassar o deputado, são necessários 257 votos do total de 513 deputados. "Vamos cassar quem tiver de ser cassado e tornar a vida dele (Severino) insuportável na presidência", afirmou o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), um dos articuladores do movimento pela saída de Severino. "Va-

Deputados Rafael Guerra, Gabeira e Carlos Aleluia fazem pressão

mos deixar claro a nossa inconformidade com o presidente, mas não podemos fazer o jogo do adversário, que não quer punir ninguém", afirmou o deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA). Opinião pública – Os partidos tomaram essa decisão preocupados com a repercussão que o boicote ao julgamento de Jefferson teria na opinião pública. Eles avaliaram que Severino poderia usar o fato a favor e se transformar em vítima. "Não podemos dar essa arma a ele", afirmou Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA). O PT, maior partido da base, está sob pressão da oposição desde a semana passada para entrar no movimento pela saída de Severino como estratégia para a obtenção de apoio dos demais partidos aliados. A assinatura de partidos da base na representação dará um caráter maior ao movimento, aumentando a pressão sobre Severino. Ontem, Gabeira e o líder da minoria, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA),

depois de conversas com peemedebistas, contabilizaram o apoio de parte do PMDB, a que faz oposição ao governo. Na avaliação da oposição, apenas o PL, o PTB e o PP, partido de Severino, deverão ficar de fora do movimento. Depois de passar o dia em busca de uma saída para a situação de Severino, a oposição achou ter encontrado uma brecha para afastá-lo, mesmo que temporariamente, no artigo 13 do Código de Ética da Câmara. O texto prevê a possibilidade de suspensão das "prerrogativas regimentais" desde que seja por intermédio de proposta do Conselho de Ética, que seja votada em plenário. "Estamos procurando todos os meios. Estamos preparando todos os caminhos constitucionais e legais", afirmou Aleluia. O governador de Pernamb u c o , J a r b a s Va s c o n c e l o s (PMDB), defendeu o afastamento de Severino "para dar isenção". "Daria maior agilidade à apuração." (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 13 de setembro de 2005

LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS - 9

CUT DE OLHO NAS GRANDES FORTUNAS

Ailton de Freitas / Agência O Globo

CUT QUER REGULAMENTAR COBRANÇA DE IMPOSTO SOBRE PATRIMÔNIO ACIMA DE R$ 2,4 MILHÕES

Justiça derruba uso da Selic em correção de ICMS

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Cristallo Indústria e Comércio conseguiu decisão judicial que permite a aplicação da taxa de juros de 1% ao mês – mais correção monetária – sobre débitos de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), ao invés da incidência da Selic, hoje de 19,75%. A decisão, obtida no Tribunal de Justiça paulista, aliviará a dívida fiscal da empresa, que em 2003 já correspondia a R$ 112 mil. O advogado Sandro Mercês, que defendeu a causa, argumentou que a incidência da Selic é ilegal porque não é fixada por legislação, mas por ato normativo do Banco Central, e é inconstitucional por violar o princípio da legalidade. "O Código Tributário Nacional (CTN) determina a aplicação da taxa de 1% ao mês, se outra lei não dispuser a respeito. Além disso, a Constituição Federal impõe que é proibido exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça", diz. Na decisão, em embargos à execução fiscal, o juiz Roberto Hiroshi Morisugi, da Vara das

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Central Única dos campanhas para pressionar Tr a b a l h a d o r e s parlamentares. "Quando se ( C U T ) r e t o m o u apresenta uma proposta conuma discussão po- creta de melhoria no salário lêmica ontem, quando divul- mínimo, só se recebe críticas. gou que vai apresentar à Comis- Mas até agora ninguém desão Quadripartite do Trabalho, monstrou interesse em dar um do Ministério do Trabalho, uma salário mínimo justo para a poproposta para regulamentar a pulação. Quem tiver que aprecobrança do Imposto sobre sente", afirma. Retrocesso – Para o diretor Grandes Fortunas (IGF). A idéia é taxar em 1,5%, em uma única do Instituto de Economia Gasvez, quem têm patrimônio aci- tão Vidigal da Associação Coma de R$ 2,4 milhões. O que, se- mercial de São Paulo (ACSP), gundo estudo da subsecção do Marcel Solimeo, a CUT tem Dieese na CUT Nacional, atingi- uma visão equivocada sobre distribuição de renda. A comeria 300 mil famílias brasileiras. Segundo o presidente da çar pela definição de fortuna. CUT, João Antonio Felício, o "A fortuna de uma rede de suimposto solidário sobre gran- permercados, por exemplo, esdes fortunas, como vem sem tá concentrada no patrimônio sendo chamado pelo sindica- e na renda da empresa. Portanto tributar esta to, financiaria fatia seria dreum Fundo de Sonar seu fluxo de lidariedade que caixa, o que traconcentraria os ria graves conrecursos necesseqüências para sários para ga"Instituir um o seu capital de r a n t i r u m a uimposto sobre giro", afirma Somento real anual grandes fortunas é limeo. de 8,9% ao saláminar qualquer Segundo o rio mínimo, mais intenção de se economista, esa taxa de inflata discussão faz ção, até 2012. investir no país. o Brasil seguir o "Fala-se muito Marcel Solimeo, caminho inverem investimento economista da ACSP so de outros paísocial ou crescises que já abolimento econômico, mas nada se faz para viabi- ram a cobrança deste imposto. lizar isso. A criação desse im- "Instituir um imposto deste tiposto, previsto na Constitui- po é minar qualquer intenção ção Federal, seria um gesto de se investir no país", diz. A mesma opinião tem o jurissolidário desta fatia da sociedade que foi beneficiada com o ta Ives Gandra Martins, que crescimento econômico do confirma a constitucionalidade da cobrança. Para o jurista, enPaís", afirma. Com a cobrança, o Dieese tretanto, a cobrança não condiz estima uma arrecadação de com a realidade econômica do R$ 23,8 milhões. "Os recursos País. Ives lembra que o próprio absorveriam o impacto na ex-presidente Fernando HenriPrevidência Social e o dinhei- que Cardoso, quando senador, ro alocado para a elevação do chegou a propor a instituição mínimo responderia apenas do imposto, mas recuou ao anap o r 3 % d o s a u m e n t o s lisar o assunto mais a fundo. "Precisamos atrair investimenanuais", diz Felício. O presidente da CUT reco- tos para o Brasil e isso só será nhece os obstáculos para a possível com a redução da caraprovação do projeto. Por isso ga tributária", conclui. não descarta a realização de Márcia Rodrigues

França e Alemanha já desistiram da cobrança

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idéia de se tributar as grandes fortunas surgiu na França, no início da década de 80, com o objetivo de melhorar a distribuição de renda. Mas tanto a França como a Alemanha – que também instituiu o imposto no mesmo período – o aboliram em 1995. Segundo os especialistas, a tributação não vingou porque não atingiu a expectativa dos seus criadores. Isso porque o dinheiro arrecadado com o imposto seguia para investimentos em serviços públicos, que deveriam ser garantidos com os demais tributos. Além disso, acredita-se que o tributo resultou na inibição de novos investimentos nos países onde foi adotado. "É natural em uma situação como esta, que se um país tributa demais, os investidores sigam para outro que oferece mais vantagens fiscais",

Superleão facilita a abertura de empresas Instrução normativa da Receita, publicada ontem no Diário Oficial da União, regulamenta cadastro único. Medida, que já começou a valer na Bahia e deve chegar a São Paulo em um mês, pretende reduzir em até 20 dias o tempo de abertura de uma empresa no País

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Receita Federal do Brasil pretende reduzir em até 20 dias o tempo de abertura das empresas no País, simplificando as regras de cadastramento fiscal. De acordo com a Instrução Normativa 568, publicada ontem no Diário Oficial , as empresas abertas em estados e municípios que fizerem convênio com a Receita precisarão apenas fazer inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), sem necessidade de inscrições adicionais nos cadastros estaduais e municipais. Atualmente, o tempo médio para abertura de uma empresa na cidade de São Paulo é de 150 dias – sendo a maior parte dele (120 dias) para emissão de alvará municipal de funcionamento. Com a instrução, segundo técnicos da Receita, o tempo de abertura poderá ser reduzido em até 10 dias, com a dispensa de inscrição estadual, e mais 10 dias com o fim da inscrição municipal. A medida, entretanto, vale inicialmente apenas para o es-

tado da Bahia, cujo convênio assinado com a Receita começou a funcionar ontem. O próximo estado a ter dispensada a exigência de inscrição estadual é São Paulo, o que deverá ocorrer no prazo de até um mês, avaliam fontes da Receita. A partir de 2006, a prefeitura de São Paulo e outros 15 estados e quatro municípios também terão dispensados os cadastros estaduais e municipais. "Essa norma tem novidades importantes para simplificação e desburocratização de procedimentos, facilitando a legalização das empresas, e também reforça a capacidade da administração tributária de obter dados úteis para a fiscalização e pesquisas" disse o secretário da Receita, Jorge Rachid, em nota à imprensa. "Outras medidas estão sendo fechadas para reduzir ainda mais as exigências para abertura e fechamento das empresas." Investidor estrangeiro - A instrução normativa desburocratizou também a concessão do Cadastro Nacional de Pes-

soas Jurídicas para investidores estrangeiros. A partir da semana que vem, as empresas estrangeiras que venham a ter negócios no Brasil e que são obrigadas a se registrar no Banco Central – como as que compram participação em empresas de sociedade limitada – terão inscrição automática no CNPJ, após seu registro no BC. Atualmente, quando uma empresa vem operar no País, na maioria dos casos ela precisa se registrar no BC, recebendo também um número de inscrição no CNPJ. Esse cadastro, entretanto é considerado "suspenso" até que seja providenciada a documentação exigida pela Receita, cujo prazo de entrega é de seis meses. Essa documentação, a partir da semana que vem, não mais será exigida. As empresas estrangeiras que operam no mercado financeiro não precisam se registrar no BC, tendo de fazer sua inscrição na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o que também gera automaticamente um registro no CNPJ. (AE)

afirma o advogado Rogério Gandra Martins. Os únicos países que ainda mantêm a cobrança do imposto são a Espanha e a Dinamarca. No primeiro, segundo Martins, por causa da forte tendência socialista ainda predominante. Na Dinamarca, por se tratar de um país que mais proporciona benfeitorias ao contribuinte com o pagamento de impostos. De acordo com o advogado, muitos países da Europa que cogitaram criar o imposto, desistiram da idéia por causa da experiência desastrosa dos que iniciaram a sua cobrança. "Além de não cumprir seu propósito, a cobrança do imposto também não representou aumento significativo na arrecadação", conta Martins. "Por este motivo, tanto os Estados Unidos como o Japão também descartaram esse tipo de tributação", (MR)

Execuções Fiscais do Estado de São Paulo, acolheu a inconstitucionalidade da taxa Selic. "Sua instituição não tem finalidade tributária, sendo definida como taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia para títulos federais", declarou o juiz. Jurisprudência - O chefe da procuradoria fiscal do estado de São Paulo, Clayton Eduardo Prado, reconhece que há várias decisões de primeira instância favoráveis aos contribuintes. "Mas a Lei estadual n° 10.175/98 determina o uso da Selic para fins tributários e há reiteradas decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) neste sentido", afirma o procurador. No STJ, há decisões de agosto deste ano – tanto da Primeira quanto da Segunda Turma – pela aplicabilidade da taxa, mas também há decisões de 2002 que a julgam inconstitucional. A questão ainda não chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF). Laura Ignacio

Auditores voltam a cruzar os braços

O

s auditores da Receita vão fazer hoje e amanhã uma nova greve de advertência ao governo. Eles são contrários ao processo de unificação das Receitas Federal e Previdenciária, a Super-Receita, prevista na MP nº 258. A nova paralisação foi decidida em assembléias realizadas realizadas na última sexta-feira por todo o País. "A decisão foi tomada por uma ampla maioria. Queremos alertar para o problema da fusão de dois órgãos tão complexos, o que pode acabar gerando prejuízos no atendimento ao cidadão", afirma Carmen Bressane, presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco) de São Paulo. Carmen critica a velocidade com que o processo vem sendo conduzido, sem que se ouçam as demandas dos funcionários dos órgãos ou mesmo da socie-

dade. Na sua opinião, o ideal seria que a união das receitas fosse proposta por meio de um projeto de lei, que permitiria um amadurecimento maior da idéia. "Não existe nem cronograma estabelecido (para a fusão). É preciso que haja uma discussão mais ampla", diz. Nesse sentido, a presidente do Unafisco de São Paulo ainda critica a tentativa de regulamentação da nova estrutura feita pelo governo nesta semana, quando foi emitida uma portaria que estabelece metas de fiscalização para o novo órgão em 2006. "Isso é temeroso. Estamos falando de uma medida que ainda não foi aprovada e já estão fazendo regulamentações. O correto seria aguardar a aprovação da MP", diz. Os auditores também temem mudanças no texto da MP que tramita no Congresso, permitindo a ascensão de técnicos ao nível de auditores. (Agências)

Associação Comercial de São Paulo

Reunião Plenária Tema: “Referendo sobre desarmamento: sim ou não?” Debatedores: Deputado federal Jamil Murad (PC do B) pró-desarmamento Deputado federal Luiz Antonio Fleury (PTB) contra o desarmamento Dia: 19 de setembro de 2005, segunda-feira Horário: às 17 horas Local: Edifício-sede da ACSP, na Rua Boa Vista, 51 - 9º andar

A palestra será transmitida em aberto na internet, pelo site www.acsp.com.br (Clique em Web TV ACSP - ao vivo)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 13 de setembro de 2005

CIDADES & ENTIDADES - 1

Um dos sons mais insuportáveis na cidade é o das britadeiras. A exposição ao barulho, dependendo da intensidade e frequência, pode causar a Perda Auditiva Induzida por Ruído (Pair).

Fotos de Paulo Pampolin/Digna Imagem

O ruído intenso nas ruas da cidade, causado principalmente pelos veículos, preocupa especialistas. Alguns já apontam o barulho como um problema de saúde pública, pois contribui para o agravamento de doenças cardiovasculares e o aumento da hipertensão. Mas, além de exames preventivos e uso de equipamentos, muito pouco pode ser feito. Kelly Ferreira

A

cidade de São Paulo é considerada uma das mais barulhentas do País. Os ruídos urbanos estão por todos os lados, até mesmo naqueles lugares que parecem mais tranqüilos. A situação caótica, causada principalmente pelos congestionamentos – devido ao aumento no número e à má conservação dos veículos – preocupa médicos e pesquisadores. De acordo com especialistas, além do estresse, o barulho constante pode contribuir para o aparecimento da hipertensão e de alterações no sistema cardiovascular. A exposição ao barulho, dependendo da intensidade, freqüência e tempo, pode causar ainda a Perda Auditiva Induzida por Ruído (Pair). Um estudo da fonoaudióloga Carolina Moura de Souza, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), aponta que 100% das 75 vias pesquisadas apresentaram níveis de decibéis acima do permitido na capital paulista. Em áreas residenciais, por exemplo, onde o permitido é 50 decibéis para o período diurno (manhã e tarde), foram registrados, no mínimo, 54 decibéis. A rua Antonio de Andrade Rebelo, no Jardim Morumbi, zona sul, registrou a maior intensidade de barulho, 62,69 decibéis. Nas áreas mistas, que incluem residências e comércio, a situação não foi NA ALAMEDA diferente. Nesses locais o JAÚ, O ÍNDICE permitido é entre 55 e 65 decibéis. Na alameda Jaú, FICOU EM por exemplo, o índice ficou em 71,46 decibéis. Na 71,46 DECIBÉIS avenida Paulista foram registrados 76,04 decibéis. Segundo Carolina, a maioria dos locais avaliados apresentou o tráfego de veículos como a maior e mais importante fonte de ruídos. Porém, a fonoaudióloga destaca que em algumas áreas da cidade, como nas ruas Henrique Carvalho, Jacutinga e Jequitaí, na zona sul, e as ruas Doutor Mário Ferraz e Ernesto Nazareth, na zona oeste, o barulho teve como principal fonte o tráfego aéreo intenso. Na página 2, mais informações sobre os ruídos na cidade

A má conservação dos veículos agrava os ruídos urbanos na cidade, criando situações de estresse que prejudicam a saúde

OS MALES DO SOM Além do estresse, o barulho constante nas cidades pode contribuir para o aparecimento da hipertensão e também de alterações no sistema cardiovascular. A exposição ao barulho constante, dependendo da intensidade, freqüência e tempo de permanência, pode causar a Perda Auditiva Induzida por Ruído (Pair). Um pequeno zumbido no ouvido já pode ser indício de que alguma coisa está errada e que é necessário fazer exames periódicos com mais freqüência.


10 -.FINANÇAS

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 13 de setembro de 2005


2 -.CIDADES & ENTIDADES

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 13 de setembro de 2005

Paulo Pampolin/Digna Imagem

Falta legislação para controlar os ruídos urbanos Estudos apontam que muitos profissionais apresentam perda auditiva devido ao trabalho que exercem nas ruas, em aeroportos, com britadeiras e em casas noturnas. O barulho está entre os três tipos mais importantes de poluição ambiental, ao lado da poluição do ar e da água.

S

egundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o ruído urbano está entre os três mais importantes tipos de poluição ambiental, ao lado da contaminação do ar e da água. Trata-se de um problema de difícil solução, já que em São Paulo não existe nenhum programa que estabeleça o controle para esse tipo de ruído. A situação é cada dia mais preocupante. "Chega a ser um problema de saúde pública", afirma a fonoaudióloga Carolina Moura de Souza. Ela começou sua pesquisa há quatro anos. Outro estudo nessa mesma linha, do médico Antonio Sérgio Melo Barbosa, do Grupo de Estudos em Ruídos e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP, mostra que a exposição constante à poluição sonora presente nas ruas da cidade pode causar danos à saúde humana. Estudo feito com 620 operadores de tráfego da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), conhecidos como marronzinhos, apontou que 28% deles apresentavam diferentes graus de perda auditiva. As medições do estudo, finalizado em 2001, foram realizadas em seis grandes áreas da cidade. As que apresentaram alto grau de ruído foram a zona leste, onde está a Radial Leste, as marginais Tietê e Pinheiros, e a avenida dos Bandeirantes. Nessas áreas, o ruído alcançou 91 decibéis, quando o permitido seria 85 decibéis para um período de exposição de até oito horas. De acordo com a CET, após a conclusão do estudo, técnicos da área de operação de trânsito passaram a realizar exames médicos periódicos para avaliar a audição e também a usar equipamentos de proteção auricular. Um projeto da companhia, o Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional, prevê a identificação dos locais de trabalho mais barulhentos na cidade. "O levantamento implicará a adoção de medidas preventivas, como o rodízio no horário de trabalho. O estudo deve ser concluído ainda este ano", afirma o assessor da CET, Manuel Costa. Não apenas os marronzinhos são MARRONZINHOS, suscetíveis a perdas auditivas. Motoristas de MOTORISTAS E DJS ônibus, profissionais que com britadeiras, PODEM SOFRER DE trabalham operadores de tráfego aéreo e até DJs podem ser vítimas PERDA AUDITIVA do problema se não estiverem com os ouvidos devidamente protegidos. "Uma pessoa exposta a um barulho de 80 decibéis por mais de oito horas já pode ter a sua audição prejudicada", explica a coordenadora do serviço de fonoaudiologia do hospital Sírio Libanês, Tatiana Vilanova. Segundo ela, numa balada, o volume da música geralmente atinge mais de 100 decibéis. "O ideal seria ficar no ambiente por, no máximo, uma hora. O problema é que as pessoas costumam ficar mais de três horas expostas ao barulho. Ao sair, elas podem sofrer uma perda transitória da audição. A bebida também potencializa a perda, caso seja ingerida durante a exposição excessiva ao barulho. Com o tempo, essa perda transitória pode se tornar crônica", disse. Para o otorrinolaringologista do hospital Sírio Libanês, Antonio Douglas Menom, o problema está na falta de percepção das pessoas. "A dificuldade em ouvir só é detectada ao longo do tempo. Um pequeno zumbido no ouvido já pode ser um indício de que é preciso fazer exames periódicos com mais freqüência". De olhos e ouvidos nesse problema, a administração do Aeroporto de Congonhas providencia exames audiométricos semestrais para todos os funcionários. O operador de pátio da Infraero Raimundo Anísio da Silva, de 33 anos, diz nunca ter tido nenhum problema auditivo, nem mesmo zumbido no ouvido. "Durante o tempo que fico exposto ao barulho (6 horas) uso o protetor auricular, que pode ser o de concha ou o de ouvido. É preciso se proteger, aqui é muito barulhento", diz. Segundo Claudio Rogério Teotonio, da Segurança do Trabalho da Infraero, os ruídos chegam a atingir 89 decibéis no pátio . "O correto para uma jornada de oito horas é de até 85 decibéis. Com o protetor de concha é possível abafar 27 decibéis e com o de ouvido, 26 decibéis", diz. Nas proximidades das aeronaves, o barulho chega a atingir 115 decibéis, sem o protetor de ouvido. "Nesse caso, o tempo de exposição do funcionário tem de ser de, no máximo, três minutos", diz Teotonio. O barulho nas ruas não tem como ser controlado, mas o que é proveniente de lojas, shoppings, indústrias, igrejas, bares, restaurantes e casas noturnas já tem destino certo. O Programa de Silêncio Urbano (Psiu), hoje ligado à Secretaria Municipal das Subprefeituras, realiza semanalmente cerca de 500 vistorias, com o auxílio de 50 funcionários, entre engenheiros e agentes vistores, e com 30 sonômetros, aparelho usado para medir a intensidade do ruído. As reclamações, geralmente, chegam dos próprios moradores. "Mas, independentemente disso, realizamos 'batidas' em todos os bairros", diz o major Moacir Rosado, diretor do Psiu. Na capital paulista existem duas leis contra a poluição sonora. A primeira é a lei de funcionamento após a uma hora da manhã, segundo a qual apenas bares com acústica apropriada, segurança própria ou terceirizada,

Fotos de Milton Mansilha/Agência Luz

Orientadora de pedestres (acima) e o operador de pátio da Infraero Raimundo Anísio da Silva (esquerda) usam protetores de ouvido para trabalhar nas ruas e na pista do aeroporto. Pesquisa apontou que 28% dos agentes de trânsito apresentam algum tipo de perda auditiva. Em Congonhas, funcionários passam por exames regulares para avaliação da audição.

Engenheiro da Prefeitura (direita) usa o sonômetro para medir o barulho em rua da cidade durante operação do Psiu. O aparelho registrou 69 decibéis. A lei do silêncio tem de ser cumprida durante as 24 horas do dia na capital e não apenas à noite. As reclamações, geralmente, chegam dos próprios moradores. Mas para quem não pode fugir do barulho, o ideal é usar protetores de ouvido.

estacionamento e manobrista podem funcionar. A outra é a lei do silêncio que, diferentemente do que as pessoas possam pensar, tem de ser cumprida 24 horas por dia. "Todo mundo acha que é permitido fazer barulho até as 22h. Isso não é verdade", diz o major. Nas zonas residenciais, no período das 7h às 22h, são permitidos ruídos de até 50 QUEM NÃO decibéis. Das 22h às 7h, 45 CUMPRIR A LEI decibéis. Nas regiões mistas, onde existem residências e PAGA MULTA DE comércio, das 7h às 22h, o MAIS DE R$ 11 MIL permitido é entre 55 e 65 decibéis. Das 22h às 7h, entre 45 e 55. Já nas áreas industriais, das 7h às 22h, o permitido é entre 65 e 70 decibéis. Das 22h às 7h, de 55 a 60. A multa para quem descumprir a lei e tiver a licença de funcionamento pode ser de até R$ 11.487,00. Para os que não têm licença, o valor chega a R$ 30.632,00, mais o lacramento do local. "A poluição sonora é um mal invisível. As pessoas se adaptaram ao barulho e nem percebem quando a saúde começa a ser afetada. Recebo muitas denúncias de excesso de ruído provocado por carros e cachorros, mas não podemos fazer nada. Não há

uma legislação. Felizmente, as pessoas, principalmente os comerciantes, estão mais cientes de que o barulho é uma questão de saúde e estão se adequando à lei", diz o diretor do Psiu. No ano que vem, o Psiu realizará o 1º Congresso de Poluição Sonora. O objetivo do encontro é tentar encontrar soluções – talvez por meio de uma legislação mais abrangente – para reduzir o barulho existente na cidade. Enquanto o congresso não acontece, a Sociedade Brasileira de Otologia, dará início, no próximo dia 20, ao segundo ano da Campanha Nacional da Audição, promovendo ações de conscientização em todo o País. Segundo a entidade, hoje, cerca de 30% dos atendimentos nos consultórios de otorrinolaringologia dizem respeito a problemas auditivos. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) vão além e apontam que mais de 15 milhões de brasileiros têm problemas de audição. O fato preocupa porque apenas 40% dos afetados reconhecem a doença. "A falta de informação e o preconceito fazem com que a maioria demore, em média, seis anos para tomar uma providência, escondendo o problema", diz o otorrinolaringologista Luiz Carlos Alves de Souza, coordenador da campanha nacional da saúde auditiva. (KF)


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4 -.INFORMÁTICA

terça-feira, 13 de setembro de 2005 Fotos: Divulgação

Fabricantes de celulares começam a embutir chips nos aparelhos para receberem programação de televisão, via satélite

Aparelhos celulares Samsung B100 (acima) e LG SB100 (à esq.), que podem receber a programação da tevê

Por Barbara Oliveira

C

omo os telefones se transformaram em dispositivos multimíd i a c o m t o c a d o re s musicais e câmeras digitais embutidos, não ia demorar muito para que eles também transmitissem, em tempo real, programação de televisão, transformando os celulares em pequenas tevês móveis. Coisa que os coreanos adoram, por exemplo, é assistir seus seriados preferidos ou competições esportivas nas telinhas enquanto estão no metrô. Como 2006 é o ano da Copa do Mundo, fornecedores de tecnologia e fabricantes de terminais móveis correm contra o tempo para oferecer dispositivos portáteis com funções de tevê. A nova promessa nesse segmento são os aparelhos com chips DMB (Digital Media Broadcasting, ou transmissão de mídia digital). A tecnologia permite que os usuários sintonizem diretamente os canais de tevê de alta definição, via

satélite, em seus telefones. A LG, a Samsung e a Nokia estão apostando pesado nesses aparelhos de tevê móveis. Para isso, também mudaram o design dos celulares e ampliaram suas telas para dar mais conforto visual ao usuário. A LG correu na frente e, no ano passado em feiras mundiais de tecnolo-

gia, apresentou dois modelos com DMB, o LT1000 e o SB100, para rede CDMA 1x Ev-DO (3G), que também permitem até 60 minutos de gravação de vídeo e têm som surround com dois poderosos alto-falantes. Na semana passada, a LG mostrou durante a feira de eletrônicos de consumo de Berlim IFA 2005 (Internationale Funkausstellung) o seu mais novo modelo, o V9000, com o conceito de uma tevê pessoal móvel e também com chip DMB para receber programação em sua tela de alta definição (e mais larga que as demais). A tela gira separando-se do corpo para ficar na horizontal. Nele, os usuários poderão receber programação por cerca de três horas e gravarem seus programas favoritos. O produto deve ser lançado comercialmente na Europa e na China no primeiro quadrimes-

Dois aparelhos que trazem a função de TV foram lançados na semana passada: acima, o Samsung B250 e, abaixo, o LG V9000

NIS TEL

10 Anos de Tradição DC

TVs móveis apostam no ano da Copa do Mundo

tre do ano que vem. A LG já está pensando na rede 3,5 G de celulares com suas altíssimas velocidades que superam a 2 Mbps e pretende lançar, em meados de 2006, outros aparelhos DMB para 3,5 G HSDPA (High Speed Downlink Packet Acess). A Samsung não fica atrás e lançou, na Coréia, seu quarto aparelho com suporte à tecnologia DMB. O celular SCHB250 completa a família multimídia por satélite que era composta pelos B100, B130 e B200. O novo modelo traz design mais compacto (ele é o menor DMB da marca) e uma tela, que a exemplo dos seus concorrentes, pode ficar na horizontal. A vantagem é que ao mesmo tempo em que assiste tevê o usuário pode efetuar chamadas e enviar e receber mensagens de texto. Ele também vem equipado com câmera de 2 Megapixels com função para edição de fotos. Uma curiosidade é que o usuário pode mudar as expressões faciais das fotos, podendo trocar um rosto sorridente por um outro diferente, sério ou triste. O aparelho é dobrável e sua tela de cristal líquido gira 90 graus, traz suporte de saída para TV e pesa 144 gramas. A rede é CDMA 1x Ev-DO, considerada de terceira geração com velocidades que chegam a 1 Mbps. O aparelho embute um software para visualização de arquivos do Office ou em PDF, e que inclui um dicionário de 330 mil verbetes. A memória externa é de 250 MB e o preço estimado na Coréia será de US$ 700. Todos portáteis – A DMB não se limitará aos telefones móveis, ela também deve integrar outros dispositivos portáteis como notebooks, handhelds ou smartphones. A Nokia, por exemplo, mostrou na feira alemã encerrada na semana passada em Berlim, uma versão-protótipo de seu modelo 7710 com um novo painel capaz de mostrar até 12 canais de televisão de alta qualidade. A Nokia agora está em fase de formar parcerias com empresas de conteúdos e emissoras de tevê –especialmente canais esportivos. O produto deverá estar disponível comercialmente em 2006, possivelmente antes da Copa do Mundo. Uma pesquisa recente realizada na Finlândia entre assinantes de celulares concluiu que 41% dos 500 pesquisados desejam assinar serviços de TV móvel, e metade deles concorda em pagar cerca de 10 euros por mês para ter essa facilidade.

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terça-feira, 13 de setembro de 2005

CIDADES & ENTIDADES - 3

Patrícia Cruz/Agência Luz

ÓRBITA

DESAFIO MORTAL s amigos Carlos Roberto Aquino, de 39 anos, e Joel da Silva, de 23, decidiram verificar quem bebia mais. No último sábado sentaram-se em um bar, no povoado Cobra D'Água, município de Pacatuba, a 116 quilômetros de Aracaju, e beberam oito garrafas de cachaça. Ambos morreram intoxicados. Aquino morreu no local. Silva foi medicado e morreu mais tarde, em casa. A notícia chegou a Aracaju porque o Instituto Médico Legal (IML) foi acionado, mas como se tratava de morte natural, os corpos não foram recolhidos.(AE)

O

NOVO TRÂNSITO primeiro dia útil da interdição parcial da avenida Ipiranga, no Centro, para obras da Linha 4Amarela do metrô foi de trânsito tranqüilo. Na manhã de ontem, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) não registrou lentidão. Houve confusão apenas para quem procurava ônibus. Muitos tiveram o ponto alterado. Desde domingo, três das seis faixas da avenida estão fechadas. "Apesar de a restrição ser grande, os desvios começam antes da praça da República, que é o ponto crítico", disse o diretor de Operações da CET, Adauto Martinez Filho. (AE)

O

RECORDE DE MULTAS e janeiro a agosto deste ano, a CET lavrou mais de 2 milhões de multas na capital, um recorde nos dois últimos anos. Apenas 20% dos motoristas da cidade são responsáveis por todas as multas. Domingo é o dia em que mais se cometem infrações. Das multas aplicadas, 44% foram por excesso de velocidade, 17% por desobediência ao rodízio e 16% por estacionamento em local proibido. Circulam por dia na cidade cerca de 3,5 milhões de veículos e o período em que mais multas são lavradas é entre 12h e 18h. Aos domingos, a principal infração é o excesso de velocidade. (AG)

D

DIA SEM CARRO Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente pede que no dia 22 os motoristas paulistanos deixem seu carro em casa e participem do "Dia Mundial Sem Carro". O evento ocorre simultaneamente em vários países. O objetivo é combater a poluição do ar, estimular a adoção de políticas públicas de transportes coletivos e incentivar o uso de transportes não motorizados. Órgãos municipais, como subprefeituras e autarquias, também devem aderir ao movimento.(AG)

A

Comércio aos domingos: mais debate Em audiência pública realizada na Assembléia, representantes de trabalhadores e pequenos comerciantes pediram o fechamento das grandes redes aos domingos. A ACSP quer veto ao texto. Clarice Chiquetto Arquivo/DC

F

oi realizada ontem na Assembléia Legislativa de São Paulo a audiência pública do Projeto de Lei (PL) nº 319/03, do deputado Vicente Cândido (PT), aprovado pela Casa dia 17 de agosto, que propõe o fechamento aos domingos de super e hipermercados, lojas de departamentos e redes de materiais de construção. Cerca de 600 pessoas, entre trabalhadores, pequenos comerciantes e empresários, além de representantes de entidades sindicais, estiveram presentes para apoiar o texto, que aguarda a aprovação do governador Geraldo Alckmin. O principal argumento das entidades e comerciantes favoráveis ao projeto são as vantagens, como maior geração de renda, que a medida pode trazer para os pequenos e micro comércios de bairro, como padarias, farmácias e açougues, prejudicados com o crescimento das grandes redes especialmente na última década. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes do Estado de São Paulo, Manuel Ramos, conta que quando entrou no sindicato, na década de 80, os açougues representavam cerca de 70% das vendas de carne em São Paulo – 80% em todo o Brasil. Hoje, conta, a proporção está em apenas 30% para os açougues e 70% para os super e hipermercados. Apesar do apelo social apresentado pelo autor do projeto, o economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, acre-

dita que a proposta não é a melhor forma de fortalecer os pequenos comerciantes – a ACSP enviou ofício ao governador com pedido de veto ao texto. Para Solimeo, fechar os grandes e, conseqüentemente, reduzir a concorrência e prejudicar os consumidores dificultando as compras aos domingos, não resolve o problema. Ele defende que medidas de incentivo voltadas aos pequenos seriam mais eficazes. "Você não pode ajudar um prejudicando o outro. É uma intervenção na liberdade de empreender. Mais iniciativas como o Simples, de benefícios fiscais, ou outras que facilitem o crédito barato e tragam bons planos de gerenciamento, seriam melhores do que a limitação à concorrência e a restrição aos grandes", opina o economista. Outro ponto a favor do projeto citado por entidades presentes à audiência é a geração de empregos. Segundo Ricardo Patah, presidente do Sindicato dos Comerciários, as pequenas e microempresas e comércios representam 98% dos empreendimentos empresariais do Brasil, além de serem responsáveis por 60% dos postos de trabalho e 30% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo José Silvestre, do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos SócioEconômicos (Dieese), para cada emprego gerado por um supermercado, quatro são fechados nos pequenos comércios. "Ou seja, com o fechamento das grandes redes um dia por semana, os empregos vão aumentar nos comércios de bair-

P

ro, que vão precisar de mais funcionários para atender à nova demanda", opina. Segundo ele, empresas que possuem até quatro empregados são responsáveis por 40% dos empregos do país. Além disso, Patah ressalta que a medida beneficia milhares de comerciários que trabalham 56 horas por semana. "Com a proibição de funcionamento aos domingos, o horário de trabalho passará a contemplar o exigido pela Constituição: no máximo 44 horas semanais", afirma. Solimeo, entretanto, tem outra opinião. Para ele, é indiscutível que diversos postos de trabalho serão fechados com a proibição de abertura de grandes redes aos domingos. "Como você vai explicar para o funcionário do supermercado central que um pequeno comércio abriu uma vaga na periferia?", indaga. O passo seguinte dos parlamentares e entidades favoráveis ao projeto é a realização de uma audiência com o governador, que já foi pedida e deve acontecer nos próximos dias. Alckmin tem pouco menos de 15 dias para sancionar ou vetar

o projeto de lei – enquanto isso, analisa os argumentos de ambos os lados. No próximo dia 15 será realizada na Câmara de Rio Claro outra audiência pública com o objetivo de mobilizar a população a favor do projeto. Dia 22, será a vez da cidade de Americana receber a frente em favor do texto. Ontem, foram assinados abaixo-assinados favoráveis ao PL nº 319/03 e ao ante-

projeto da Lei Geral das Micro Empresas, que aguarda aprovação no Congresso Federal. Participaram da audiência, entre outros, os sindicatos da panificação e dos comerciários de São Paulo, a Associação de Supermercados de São Paulo, a Força Sindical, a Central Única dos Trabalhadores, o Sindicato dos Promotores de Supermercados e a Federação do Comércio de São Paulo.

Prefeitura tira cavalete e perde dinheiro Ex-fiscal deporá na Câmara A O

Prefeitura vai deixar de arrecadar R$ 20 milhões por ano com a proibição dos anúncios imobiliários em cavaletes e placas. A informação foi dada ontem pelo prefeito José Serra após participar da inauguração de uma unidade de saúde no Grajaú, zona sul. "Vamos perder a arrecadação, mas reduzir a poluição visual na cidade e, ao mesmo tempo, eliminar fatores de risco no trânsito, pois muitas vezes o motorista tem a visão encoberta pelos cartazes, além de combater a corrupção." Quem não cumprir a proibição terá de pagar multa de R$ 1 mil por até 10 metros quadrados de placa irregular. Acima disso, serão acrescidos R$ 50,00 por metro excedente.

Decreto – O decreto que Serra assinará nos próximos dias vai proibir a instalação de cavaletes e placas com anúncios de imóveis a partir do dia 1º. "Daremos esse prazo pois várias empresas já pagaram pela permissão de fazer propaganda de empreendimentos nos fins de semana e temos de respeitar isso na fase de transição", disse. "A partir de outubro não será mais permitido." O Sindicato da Habitação (Secovi) é contra a proibição. De acordo com pesquisa realizada pela entidade, 52% das visitas aos estandes de venda de apartamentos são de pessoas atraídas pelos anúncios nos cavaletes. A direção do Secovi deverá ter uma reunião hoje com o secretário de Coor-

Sebastião Moreira/AE

CARTA MAIS BARATA ode ficar mais barato renovar a carteira de motorista. A Secretaria de Estado da Segurança Pública estuda uma forma de reduzir os preços, que ficaram mais altos desde a semana passada, quando passaram a ser exigidos em São Paulo cursos de direção defensiva e de primeiros socorros, além de prova sobre os dois temas, para a renovação da carta. Segundo a secretaria, o motorista pode até receber isenção de algumas taxas. (AE)

Comerciários acreditam que o fechamento de grandes lojas poderá ajudar no aumento de vagas no pequeno comércio dos bairros. Solimeo (direita) afirma que muitos postos de trabalho serão fechados com a proibição de abertura aos domingos.

José Serra disse que não voltará atrás em sua decisão. Com a retiradas dos anúncios imobiliários a Prefeitura deixará de arrecadar R$ 20 milhões.

denação das Subprefeituras, Walter Feldman, para tentar um acordo e evitar a proibição total do uso de cavaletes. Maneiras – Serra, no entanto, disse que não pretende voltar atrás em sua decisão. "Existem mil maneiras de se divulgar lançamentos imobiliários. Há anúncios em jornais, painéis eletrônicos", sugeriu. "Como é que o resto do mundo faz? Nenhuma cidade do mundo tem este sistema. Por que São Paulo tem de ser diferente, permitindo essa ocupação predatória do espaço público?" O prefeito destacou que vai pedir à população que ajude a fiscalização na retirada de propaganda irregular. "Mas isso, só em outubro." "O que não podemos permitir é a existência de esquemas de corrupção na fiscalização", disse Serra. No dia 2, fazendo se passar por empresário do ramo imobiliário, um repórter da Rádio Bandeirantes gravou conversa em que um fiscal exigia propina em troca da instalação de anúncios. O agente de apoio da Subprefeitura do Jabaquara Luís Carlos de Andrade pediu R$ 500,00 para liberar o uso de cavaletes. Apesar de ter adotado medidas para aumentar a arrecadação com as placas, que saltou de R$ 1,9 milhão em 2004 para R$ 9 milhões nos cinco primeiros meses deste ano, o prefeito admitiu que está longe de acabar com a corrupção. "Tudo aquilo que envolve fiscalização é problemático. As medidas que estão sendo tomadas ajudam, mas ainda falta muito para ser feito." (AE)

ex-fiscal da Subprefeitura do Jabaquara Luís Carlos de Andrade deve comparecer amanhã à Câmara Municipal afim de prestar depoimento sobre cobrança de propina para não punir responsáveis pela colocação de anúncios imobiliários irregulares. Os vereadores querem indagar o funcionário público sobre um suposto envolvimento de outros vereadores no esquema de cobrança de

propina. Andrade foi flagrado por um repórter da Rádio Bandeirantes. O fiscal receberia R$ 500 por permitir a instalação dos anúncios e a conversa foi gravada e colocada no ar. A convocação do ex-fiscal partiu da Comissão de Constituição e Justiça, da Câmara Municipal, presidida pelo vereador Celso Jatene (PDT), mas a iniciativa veio de outro parlamentar, o ex-judoca Aurélio Miguel (PL).

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terça-feira, 13 de setembro de 2005

INFORMÁTICA - 5

Novos monitores LCD mudam de tela sem mudar de tamanho Modelos lançados pela Waytec para aplicações comerciais pesam apenas 3,5 kg e podem ser personalizados na cor que o cliente escolher Fotos: Divulgação

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scritórios, pontos comerciais e agências bancárias têm mais uma opção de monitores LCD (com tela de cristal líquido) a preços convidativos, com design compacto e que podem ser personalizados na cor que o cliente preferir para aplicações comerciais. A novidade está sendo lançada pela Waytec Tecnologia, única fabricante nacional de monitores LCD e telas de touch screen. Os novos modelos de 14 e 15 polegadas –FW 1420S e FW 1520S– são mais finos e mais leves, pesando apenas 3,5 kg. O design compacto inovador possibilita que o mesmo gabinete plástico comporte tanto uma tela de 14 polegadas como uma de 15 polegadas. O tamanho e aparência externa dos modelos é idêntico, o que muda é o "breaket" metálico –moldura que envolve a tela– cuja largura varia de acordo com o tamanho da tela. "O novo design possibilita a continuidade da linha, reduzindo a obsolescência, pois com uma única peça o usuário tem dois produtos", explica Moisés Aleixo Nunes, sócio-diretor da Waytec. Dessa forma, se num mesmo ambiente de trabalho

Os novos monitores LCD da Waytec, modelos FW1420S e FW1520S

for necessária a utilização de telas de dimensões diferentes, a harmonia do conjunto não é quebrada, pois os monitores têm o mesmo tamanho. O mercado pediu – Os dois modelos possuem kit multimídia, com dois altofalantes embutidos, eliminando a necessidade de

conexão com caixas de som externas e reduzindo ainda mais a necessidade de espaço físico. O pedestal dos monitores tem dispositivo ajustável ao melhor ângulo de utilização pelo usuário, tanto na altura quanto no ângulo de inclinação. Possui padrão de

Tevês CRT ficam mais finas e tomam conta da sala

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ão é por serem tradicionais e com tubos catódicos (CRT) que elas devem continuar ocupando muito espaço dentro de casa ou no escritório com aquele móvel pesadão. Os televisores CRT estão ganhando corpinhos mais esbeltos e ficando mais finas, já que a concorrência de tevês de plasma e LCD é grande, embora os preços sejam bem mais elevados. A Samsung está inovando sua linha de tevês de tubo com o modelo SlimFit CL-32Z30D, de 32 polegadas, tela widescreen (16:9) e um terço mais fina do que os aparelhos convencionais. Outra característica importante do equipamento é que ele está preparado para receber sinais digitais de alta definição (HDTV) para quando esse recurso estiver disponível no Brasil. Mesmo assim, o vice-presidente executivo da Samsung, José Roberto Campos lembra que a SlimFit "tem qualidade de imagens superior graças à sua tecnologia de Nano Pigmentos, que agrega cores mais naturais e brilho intenso". Ele explica que devido ao menor tamanho dos pigmentos de cores RGB, há mais pontos nas extremidades da tela, melhorando tam-

Samsung CRT: pronta para HDTV e um terço mais fina que as tradicionais

bém o contraste que é de 5000:1. O preço do equipamento é de R$ 5.999. A função HDTV ready se dá através da entrada HDMI que permite receber sinais digitais de áudio e vídeo com até 1080 linhas de resolução horizontal, padrão de alta definição. A HDMI –High Definition Multimedia Interface– transmite dados de vídeo sem nenhum tipo de compressão e é uma evolução do DVI (Digital Visual Interface), que tem um conector cheio de pinos e que não foi tão padronizado, criando problemas entre aparelhos de outras marcas, além de não

Fotos: Divulgação

Toshiba de 36 polegadas, também CRT, ao preço de R$ 10 mil

transmitir áudio. A HDMI já é uma conexão adotada pela Toshiba, Panasonic, Hitachi, Philips, Sony e Thomson entre outros fabricantes, e deve ser tornar um padrão também de controle universal, pois como a transmissão tem dupla comunicação, ele pode funcionar como cabo USB no PC, transmitindo comandos digitais. Isso significa que o usuário pode acionar o play do DVD e, ao mesmo tempo, ligar a TV e o aparelho de som. Além disso, HDMI é capaz de transmitir vídeos com resoluções de 1080i (1920 x 1080 pixels) ou 720p (ou 1280 x 720 pixels). O p após o número significa varredura progressiva (progressive scan), cuja varredura de linhas é menos visível e minimiza as falhas de cintilações nas imagens, trazendo qualidade superior àquelas com varredura entrelaçada (o i de interlaced). Neste caso, primeiro são desenhadas as linhas ímpares da tela e depois são desenhadas as linhas pares, com perda de qualidade. A Toshiba também está lançando um aparelho de televisão de tubo (CRT) de 36 polegadas, a 36HF84, pronta para a HDTV com entrada HDMI. O aparelho permite duas imagens na tela e dispõe de duas entradas para vídeo de alta definição (720p ou 1080i), além de vários recursos para bloquear canais e entradas de vídeo, programar os favoritos, ajustar os formatos de tela para Natural, Full e Theater Wide 1, 2 e 3., etc. O preço sugerido é de R$ 9.999. Barbara Oliveira

montagem VESA (padrão industrial unificado para montagem de equipamentos de informática em parede estabelecido pela Video Eletronics Standards Association), para fixação do display na parede. A fonte de força é interna, o que elimina a necessidade de

adaptadores e requer apenas um cabo de força. Os monitores suportam temperaturas de operação de zero grau a 50 graus. "O produto foi desenvolvido levando em consideração tudo o que o mercado já pedia há tempos", observa Moisés

Aleixo Nunes. Os novos modelos apresentam imagem de alta qualidade, com resolução máxima de 1024 x 768 pixels, dot pitch (distância entre pontos) de 0,279 mm e capacidade para reproduzir 16,7 milhões de cores. Ligados, os equipamentos têm um consumo máximo de 30W; no modo stand by, o consumo cai para 3W. Entre os controles disponíveis estão o botão Liga/Desliga (na parte frontal), Brilho, Contraste, Ajuste, Cor, Posição da Imagem (Horizontal e Vertical), Seleção de Idioma, OSD, Auto Ajuste, Informações e Exit. O FW 1420S e o FW 1520S estão disponíveis na cor preta com frontal prata. Dependendo do volume encomendado para aplicações comerciais, a Waytec customiza as peças na cor que o cliente preferir. Preços – O FW 1420S e o FW 1520S têm preço sugerido de R$ 799 e R$ 879, respectivamente, e garantia de três anos. Esses valores podem ser parcelados em 12 vezes sem juros. Rachel Melamet Mais informações e relação dos pontos de venda: www.waytec.com.br .


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14 -.INFORMÁTICA

terça-feira, 13 de setembro de 2005

GUIDO ORLANDO JÚNIOR

Dados perdidos, emprego ameaçado A perda de dados vitais em uma empresa pode colocar em risco o emprego até de quem não é responsável por eles

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partir do ano de 2001 a data de 11 de setembro sempre será lembrada de uma forma ou de outra. É inevitável relembrar o que cada um de nós estava fazendo no exato momento do choque dos aviões contra as torres em Nova Yorque. Naquele dia, além de vidas perdidas, muitas empresas também deixaram de existir por um motivo que ainda hoje é presente na maioria das corporações: não tinham contingências de dados ou, para ser mais direto, não tinham um plano de backup e recuperação de dados externo ao ambiente de trabalho. E o motivo para que isso ocorra são muitos: esquecimento, olhar esse problema real como distante, ou seja, acontecerá sempre com os outros, não dar a devida atenção, mas o mais comum é achar que é caro e que não vale a pena investir determinada quantia na prevenção de acidentes. Esse último fator de descaso é o que mais atinge as empresas, pois assinar um cheque para cobrir eventualidades e prevenir desastres, ou fazer seguro, não está entre a lista das ações que agradam o departamento financeiro de uma empresa. Porém, uma coisa é certa: caso ocorra algum sinistro, ou perda considerável de dados, o prejuízo será muito maior do que o cheque que deveria ter sido feito para prevenir o acontecido. Se esse é o caso da empresa que você trabalha, o con-

solo é que ela não está sozinha. Na verdade ela faz parte da maioria, mas isso não é desculpa ou justificativa para que ações não sejam tomadas. Se você é o responsável pela área de TI na empresa, uma fórmula simples pode fazer com que os responsáveis pela aprovação de um plano de contingência sejam sensibilizados a liberar, se não toda, parte da verba necessária para manter a empresa ativa mesmo após um desastre. Basta demonstrar os riscos que ela está correndo caso alguma coisa aconteça. Primeiro faça um levantamento físico do local onde a empresa está localizada: corre risco de inundação? Existe alguma obra pública importante perto da sede que pode provocar queda repentina de energia ou mesmo queda na conexão? A fiação da empresa está dimensionada corretamente? A segurança física do local é adequada? Veja outros fatores que podem colocar em risco os sistemas e dados da empresa. Depois classifique os dados por importância para o dia-adia da empresa: sistemas de contas a pagar e receber, recursos humanos, estoque, cadastro de clientes e fornecedores, e-mail, site e assim por diante. Querer proteger tudo ao mesmo tempo e de uma só vez geralmente é impraticável e caro. Defina prioridades e faça questionamentos. O sistema de e-mails pode ficar fora do ar durante um período inteiro

que o impacto aos negócios será bem menor do que o sistema de contas a pagar e receber ou mesmo o de folha de pagamentos, principalmente se for perto do dia de sua emissão. Definidas as prioridades, faça um levantamento junto a fornecedores sérios do mercado do custo para proteger de forma consistente cada item classificado. Pegue de preferência três cotações, pois os preços variam bastante de acordo com os níveis de serviços oferecidos. Aqui também deve ser feita uma análise de cada um, pois o preço mais baixo nem sempre quer dizer pro-

teção aceitável. Munido de todos esses dados e elaborado o relatório, faça um paralelo entre o custo de proteção versus o prejuízo que a empresa certamente terá caso algum processo pare de funcionar. De preferência coloque esse prejuízo na seguinte escala: Qual será o prejuízo da empresa caso determinado sistema entre em colapso por uma hora? E se parar por meio dia? E por um dia? Não adianta determinar as perdas por uma hora e multiplicar por 24, por exemplo, para saber o prejuízo diário. Ele vai se acumulando à medida em que o tem-

po passa, pois será necessário tomar ações cada vez mais complexas para compensar o tempo perdido. Certamente o valor da coluna prejuízo será muito maior do que o cheque que deverá ser feito para prevenir qualquer desastre. Isso deverá sensibilizar os responsáveis pela aprovação da verba e irá tirar a responsabilidade de quem cuida da área de TI. Se, por um acaso, ocorrer algum desastre sem que essas ações tenham sido tomadas pelo departamento de tecnologia, certamente ele será responsabilizado e ouvirá a seguinte frase, geralmente do diretor financeiro: "Por que você não previu isso? Com esse sistema parado estamos tendo X reais de prejuízo, que poderia ter sido evitado se tivéssemos investido muito menos em prevenção." Aí o responsável pela segurança irá ficar sem resposta e terá que se virar para colocar tudo funcionando no menor espaço de tempo possível, sob terrível pressão. Aqui vão algumas dicas de backup, pelo menos para minimizar o problema enquanto a verba não vem: Para as empresas que possuem uma estrutura e um departamento de TI, o mais indicado são as fitas de backup ou cópias em servidores remotos, que tiram cópia de grandes quantidades de dados, a intervalos regulares, geralmente durante a madrugada. Mas é bom lembrar que as estações normalmente ficam a cargo de

Evento em SP mostrará como traduzir TI em serviços

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DC

brasileiras a aderirem ao ITIL. "Foi-se o tempo que o mercado discutia tecnologias e tendências – agora, o grande desafio é traduzir TI em um formato de serviços que podem e devem ser projetados, oferecidos e medidos de acordo com as melhores práticas reunidas no ITIL. A adoção da biblioteca serve de caminho das pedras para todos que almejam a excelência em seus ambientes", acredita.

Faiber Info Prestamos serviços em redes de fibra óptica, realizamos emendas ópticas, instalação de DGO’s e todo tipo de serviço da área de fibras Desenvolvemos sistemas em Clipper e Dephi COD.: 61925

Criada no Reino Unido, depois que uma série de estudos indicou que mais de 80% do valor gasto com serviços de informática nas empresas estava relacionado ao dia-a-dia de sua operação e apenas 20% ao estágio de desenvolvimento, o ITIL é considerado o mais acessível e estruturado modelo para atendimento de serviços de TI disponível atualmente. Formada por módulos que trazem as melhores práticas retiradas de empresas públicas e privadas, a Biblioteca de Infraestrutura de TI considera todos os equipamentos, programas e ativos de telecomunicações sobre os quais a aplicação dos sistemas e serviços é desenvolvida e entregue, cobrindo itens como gerenciamento de incidentes, de problemas e service desk. A expectativa dos organizadores é receber 700 profissionais nas 38 palestras. Vinte dos encontros mostrarão estudos de casos de empresas que revolucionaram seus processos internos com a biblioteca. Estão programados também eventos pré e pós-conferência, durante toda a semana. O tema da pré-conferência é "Planning to implement ITSM", com noções básicas sobre a implementação de melhores práticas. Já durante a pós-

A itSMF Brasil Conference 2005 acontece nos dias 4 e 5 de outubro

conferência será promovido o curso ITIL Foundations. "O acréscimo da pré e da pósconferência dá ao evento um caráter formador. Entre 3 e 8 de outubro, será possível se iniciar no universo do ITIL, mergulhar no que de mais avançado se faz hoje sobre essa plataforma e, finalmente, passar pelo processo de prova que irá entregar certificados a uma nova geração de profissionais", destaca Sérgio Rubinato Filho, vice-presidente do itSMF Brasil. As inscrições para o itSMF

gojunior@videopress.com.br

eBay paga US$ 2,6 bi pelo Skype eBay Inc, que no Brasil é dono do MercadoLivre, anunciou a compra da Skype Technologies SA por aproximadamente US$ 2,6 bilhões, em dinheiro e ações. Segundo a empresa, a aquisição fortalecerá a plataforma global de comércio eletrônico e o sistema de pagamentos do eBay, "abrindo novas linhas de negócios e criando novas e significativas oportunidades de faturamento, enquanto permitirá ao Skype avançar em sua liderança em comunicações de voz pela internet". Pelo acordo, eBay, Skype e PayPal formarão uma ferramenta "única e sem precedentes" de comércio eletrônico e comunicação para vendedores e compradores ao redor do mundo. "Essa combinação criará um ambiente de negócios na web extraordinariamente forte", declarou Meg Whitman, presidente e CEO do eBay. A empresa pagará US$ 1,3 bilhão em dinheiro e o restante em ações pelo Skype, que foi fundado em 2002 por Niklas Zennstrom e Janus Friis. "Admiramos muito como o eBay e o PayPal simplificaram o comércio eletrônico e os sistemas de pagamento digital em todo o mundo", disse Friis, vice-presidente sênior de estratégia do Skype. O negócio deve ser concluído no 4º trimestre de 2005. (ReM)

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Divulgação

contece nos dias 4 e 5 de outubro, em São Paulo, a segunda edição do itSMF Brasil, versão brasileira do fórum internacional que desenvolve e promove melhores práticas em TI pelo padrão ITIL (IT Infrastructure Library, ou Biblioteca de Infraestrutura de TI). Geraldo Coen, presidente do itSMF Brasil, espera que a conferência ajude as empresas

cada usuário. Para esses casos, deve haver educação e treinamento nas empresas para que cada um tire sua cópia nos servidores destinados a isso. Em ambos os casos, aqui vão três recomendações: 1 - Para agilizar a operação, tire backup somente de seus dados. O sistema operacional e os programas podem ser facilmente reinstalados. 2 - Não deixe o intervalo entre as cópias ficar muito extenso. Quanto maior esse intervalo, menos eficaz é a prevenção de perda de dados. Recuperar arquivos copiados meses atrás é, em muitos casos, o mesmo que não fazer backup. 3 - Guarde as cópias em local diferente de onde normalmente ficam os computadores; de preferência faça a operação em servidores remotos, longe da empresa. Isso evita perda total em caso de catástrofes, acidentes naturais ou roubo. O atentado às Torres Gêmeas de 11 de setembro, a inundação recente do Ceasa ou mesmo o desastre em New Orleans podem ser acontecimentos extremos, mas são relatados casos de empresas que estavam no World Trade Center e foram à falência, não pelo acontecimento em si, mas por perderem todo seu histórico e não conseguirem se recuperar. Para finalizar –e se serve de consolo– tanto no mundo real quanto no virtual, a tranca parece que só é colocada depois da porta arrombada.

Brasil Conference 2005 devem ser feitas exclusivamente no endereço www.itsmf.com.br. Associados da entidade pagam R$ 640, não associados pagam R$ 800. A participação na pré-conferência sai por R$ 140 e, na pós-conferência, por R$ 1.390 –o preço inclui a prova de certificação. Renata Mesquita itSMF Brasil Conference 2005 Data: 4 e 5 de outubro Local: Centro de Eventos Shopping Frei Caneca, rua Frei Caneca, 569


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2 -.CAMPINAS

terça-feira, 13 de setembro de 2005

em Campinas Fotos de Marcos Peron/Virtual Photo

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Dono do Cafezal em Flor vai à Justiça para funcionar logo

rês estabelecimentos que estavam funcionando com algum tipo de irregularidade foram lacrados na madrugada da última sexta-feira pelo Fórum Permanente de Fiscalização, programa municipal que reúne 13 órgãos ligados à administração para fiscalizar o comércio formal e informal em busca de irregularidades. Falta de higiene na cozinha, alimentos fora do prazo de validade, mesas na calçada atrapalhando os pedestres e barulho além do permitido foram os maiores responsáveis pelas interdições. Os fiscais do Procon, da Vigilância Sanitária, da Servviços Técnicos Gerais (Setec) e do Departamento de Uso e Ocupação do Solo (Duos) visitaram bares e casas noturnas de cinco bairros da cidade. Segundo o diretor do Procon, Anderson Gianetti, mais de 100 quilos de alimentos impróprios para o consumo – principalmente carnes estragadas - foram apreendidos . “Eram alimentos que colocavam em risco a saúde da população”, diz Gianetti. Em apenas um dos bares visitados, o Dona Flor, no Cambuí, foram encontrados cerca de 50 quilos de alimentos estragados. Nesse mesmo bar, o barulho estava acima do permitido e as mesas ocupavam praticamente toda a calçada. Apesar de tudo isso, o local não pode ser lacrado devido a uma liminar obtida pelo proprietário que permitia o funcionamento. “Mas iremos acionar a Secretaria de Assuntos Jurídicos para que o juiz que expediu esta liminar seja informado dos problemas encontrados nesse local”, adianta Gianetti. Já o Cafezal em Flor, também no Cambuí, que não tinha condições nenhuma de higiene na cozinha, foi lacrado pela comissão de fiscais. “Era absurda a sujeira deste estabelecimento”, diz Gianetti. O Chomp Chopp, no Jardim Leonor, também foi autuado por falta de higiene. “Um frango já assado e não consumido, foi encontrado num freezer que não apresentava padrão de higiene. Aquela carne iria voltar a ser comercializada, o que não poderia acontecer”, explica Gianetti. Já o Bar da Liberdade, no Jardim Santa Lúcia, não respeitou o limite máximo de decibéis permitidos pela legislação e acabou interditado. Todos estes estabelecimentos têm 10 dias para apresentar defesa. Enquanto isso, continuarão fechados. “Abrimos um processo administrativo e, para voltar a abrir as portas, eles devem atender aos requisitos básicos para terem novo alvará da vigilância sanitária e do Duos”, esclarece Gianetti. A fiscalização em bares e casas noturnas será realizada quinzenalmente pelos funcionários municipais. Já o trabalho nos outros estabelecimentos será semanal. Ontem os agentes de postura da Ouvidoria iniciaram o trabalho de orientação, que será feito até o final do ano. Esses agentes visitarão as ruas e os estabelecimentos comerciais e verificarão se há irregularidades. Caso sejam encontrados problemas, eles vão orientar a população. “Os agentes de postura não têm poder de autuação. Somente mostrarão o caminho correto”, informa José Alberto Silva Curado, ouvidor da prefeitura. Uma cartilha, com a legislação vigente, será entregue aos comerciantes para que todos tomem conhecimento de seus direitos e deveres. “Não queremos que um comerciante autuado diga que não conhecia a lei”, diz José Antonio Azevedo, presidente da Setec. O objetivo dessa ação é coibir a poluição sonora e visual e a venda de alimentos vencidos. “Iremos realizar uma fiscalização integrada. Nosso objetivo maior é recuperar os espaços públicos e preservar a saúde da população”, afirma Azevedo. O programa, num primeiro momento, está sendo realizado nas principais vias do centro expandido da cidade (ruas centrais, Cambuí e Guanabara, principalmente). “Mas nada nos impede de praticar esta ação também em outros bairros da cidade, como ocorreu na sexta-feira”, diz Gianetti. Amanhã à tarde os membros do Fórum se reunirão e definirão o plano de ação para os próximos dias. “Seremos informados pelos agentes de postura quais foram os estabelecimentos visitados e orientados, e quais as irregularidades verificadas. A partir desses dados iremos propor qual o caminho a ser seguido”, diz Gianetti.

ÓRBITA Prefeitura de Campinas fez uma parceria com o governo federal para a área do esporte . A busca de novos talentos, a reforma de praças públicas e a construção de um centro olímpico são os objetivos da parceria. O município vai receber do Ministério dos Esportes uma verba de R$ 3,5 milhões para a reforma de praças e a construção de um dos cinco centros olímpicos que serão construídos no País. Até o final desse mês, uma equipe do ministério estará na cidade para implantação dos projetos.

A

Cafezal em Flor, instalado no Cambuí, foi interditado por falta de higiene na cozinha

BLITZE

Falta de higiene e barulho: motivos para autuar bares e casas noturnas Ação continua. Bares e casas noturnas terão visitas quinzenais e os demais estabelecimentos blitze semanais

s isentos da taxa da inscrição ao vestibular 2006 da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) foram 6.845 candidatos, que não precisarão arcar com os R$ 95 cobrados para participar. Todos os beneficiados receberão um comunicado via correios até o dia 23 de setembro. O nome dos contemplados pode ser conferido no site www.conveste. unicamp.br A inscrição, que ainda pode ser feita na página da Convest, prossegue até o dia 7 de outubro. A expectativa é de que 55 mil estudantes se candidatem às vagas em todo o País.

O

O comerciante Eliseu Queiroz diz que a falta de cobertura do fogão a lenha motivou a interdição do Cafezal

Cafezal faz mudanças para reabrir casos, por isso já entrei proprietário do bar etiqueta indicando a com pedido de liminar na validade. O Dona Flor, Cafezal em Flor, Eliseu Queiroz Júnior, diz Justiça para voltar a segundo o funcionário, que as mudanças exigidas funcionar”, diz Queiroz. está com a portas abertas a O proprietário do pelo Procon já estão sendo base de liminar obtida na estabelecimento Dona Flor Justiça porque a prefeitura feitas. Segundo ele, a não foi localizado pela implicância dos fiscais está demorando para reportagem. Um recaiu sobre a falta de liberar o alvará de cobertura no local onde se funcionário, que pediu funcionamento do local. encontra o fogão à lenha, para não ser identificado, “Todas as mudanças onde assegura não serem disse que os 50 quilos de exigidas anteriormente manipulados alimentos. O carne foram apreendidos pela prefeitura nós porque tinham acabado de fizemos, mas a comerciante diz que as reformas exigidas ficarão ser encomendados de um administração municipal prontas hoje. “A prefeitura açougue próximo, e por não envia fiscais para isso não possuíam costuma demorar nestes validá-las”. (CP/RI)

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Cristiane Prezotto

Maioria aprova alteração proposta pelo comércio

ampinas pretende ampliar a ciclovia do Parque Portugal, que passará a ter cerca de 7 quilômetros, chegando até a praça Arautos da Paz. A expectativa, segundo a administração municipal, é de que as obras de ampliação comecem amanhã, e estejam concluídas em trinta dias. Para a extensão da ciclovia, alguns pontos do calçadão da Praça Arautos da Paz serão reduzidos.

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EXPEDIENTE

População, ouvida em pesquisa, concorda com a mão dupla da Júlio de Mesquita m um primeiro moE mento, a proposta de comerciantes do Cambuí de transformar em mão dupla a avenida Júlio de Mesquita para aliviar o trânsito local parece ter agradado. Uma primeira remessa dos questionários com a opinião de quem mora ou trabalha no bairro mostra que de 81 pessoas ouvidas, 58 concordavam com a proposta. O questionário traz outras duas opções: uma para quem não quer nenhuma alteração nas mãos do Cambuí, opção que recebeu 23 votos; e outra para quem prefere as alterações propostas pela Empresas Municipal de Desenvolvimento (Emdec), que não recebeu nenhum voto. A idéia da Emdec, ainda em estudo, é mudar o sentido das ruas Coronel Quirino e Maria

Prevista a abertura de alça de acesso do viaduto Laurão para veículos de passeio

Campanha do comércio se estenderá por 25 dias, diz José Fernandez

Monteiro. O resultado completo do primeiro dia da pesquisa será divulgado hoje. O levantamento é parte da campanha “CambuIR e VIR”, bancada por comerciantes, e tem previsão de se estender por 25 dias. Segundo José Renato Fernandez, coordenador da campanha, estão sendo investidos R$

10 mil no projeto. Motivo – A CambuIR e VIR foi lançada porque a proposta da Emdec – de inverter as mãos das ruas Coronel Quirino e Maria Monteiro -, segundo Fernandez, prejudicaria o comércio do Cambuí. “Se essa mudança for feita os comerciantes da Maria Monteiro serão os mais

prejudicados porque a rua não será mais alternativa para quem vem do Taquaral. Perderão uma boa clientela”, diz Fernandez. Com a criação da mão dupla na Júlio de Mesquita, proposta para um trecho entre as avenidas Moraes Salles e Coronel Silva Telles, Fernandez acredita que o trânsito da Maria Monteiro e da Coronel Quirino diminuiria, já que a nova mão da Júlio de Mesquita seria uma opção a estas ruas. Isso sem prejudicar o comércio, pois o trânsito continuaria distribuído no bairro.

Os comerciantes estão propondo a abertura do cruzamento da rua Ferreira Penteado com Irmã Serafina para permitir o acesso direto ao centro pela Ferreira Penteado; a abertura de alça de acesso do viaduto Laurão para veículos de passeio; implantação de mão dupla na rua José Pires Neto; implantação de mão única na rua Raggio Nóbrega entre a rua Padre Almeida e Emílio Ribas e a construção de uma ponte no final da rua Maria Monteiro, sobre o Córrego Serafim, na Orosimbo Maia. Renato Ibelli

Diretoria Executiva (2004 - 2007) Presidente Guilherme Campos Júnior 1º Vice-Presidente Gilberto Rocha da Silveira Bueno 2º Vice-Presidente Carlos Francisco Simões Correia Assinaturas do Diário do Comércio (0xx19) 2104-9276 Departamento de Sócios Serviço de Atendimento ao Usuário, Convênios e Parcerias (19) 2104-9271/ 9272/ 9273 associados@acicnet.org.br Assessoria de Imprensa (19) 2104-9215/ 9216 imprensa@acicnet.org.br Página na Web www.acicnet.org.br Rua José Paulino, 1111, Campinas, SP - CEP 13013-001 PABX: 2104-9200


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.CIDADES & ENTIDADES

terça-feira, 13 de setembro de 2005

foi torturado Polícia prende suspeito de Engenheiro "por engano" há sete anos chacina de dekasseguis A Assassinato de cinco pessoas aconteceu na zona leste, no fim de semana. Os criminosos estavam atrás de dólares trazidos do Japão. Patriarca da família reconheceu a voz do vigia, que está preso. Vidal Cavalcante (AE)

A

polícia prendeu ontem o vigia Ricardo Francisco dos Santos, de 26 anos, acusado de envolvimento na chacina de cinco pessoas da família Yonekura, no fim de semana, na Vila Nova Curuçá, na zona leste da cidade. Santos conhecia a família e sua voz foi identificada pelo aposentado Tadashi Yonekura durante o roubo. Para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), esse é o provável motivo de os ladrões terem executado as vítimas. Segundo os policiais, Santos sabia que William Yonekura, a mulher, Erica Akemi Miyamoto, e sua irmã, Fátima Yonekura, voltariam do Japão com dólares no sábado. Os três passaram seis anos naquele país, onde William e Fátima trabalharam. Eles pretendiam usar o dinheiro nesses anos para ajudar a família. Na sexta-feira, um homem que não se identificou telefonou para a casa dos Yonekura e perguntou a Tadashi se o seu filho William iria chegar no sábado. "Temos certeza de que foi um latrocínio", disse o delegado Fábio Guedes Rosa, do DHPP. Retrato – A polícia também divulgou o retrato falado de outro suspeito da chacina. Ele é um homem pardo, magro, de cabelos castanhos escuros e crespos, com cerca de 1,75 metro de altura, e aproximadamente 28 anos de idade. Os dois ladrões entraram na casa dos Yonekura às 20h de sábado e dominaram toda a família. William contou aos policiais que estava dormindo quando os bandidos entraram. Ele havia chegado de viagem do Japão horas antes e estava

Fachada da casa onde a família Yonekura viveu momentos de terror antes de ser praticamente dizimada. Os ladrões levaram US$ 5 mil. Abaixo, retrato falado de outro suspeito, divulgado ontem pela polícia.

Reprodução

descansando. Os bandidos acordaram William e o obrigaram a descer até a sala onde estavam os demais familiares. Os criminosos amarraram com fios de cobre Tadashi e Futaba Yonekura, William, Fátima e Erica. Pouco depois, o terceiro filho do casal de japoneses, Nilton, chegou e também foi dominado pelos ladrões, que exigiam os dólares. William explicou que a maior parte do dinheiro, US$ 27 mil, estava no banco. Na casa havia apenas US$ 5 mil. Cerveja - Os criminosos não acreditaram na versão da família e reviraram a casa em busca do dinheiro. Para que não fossem reconhecidos, enrolaram camisetas no rosto, como presos amotinados. Depois que Tadashi reconheceu a voz de Santos, a violência aumentou. Os ladrões bebiam cervejas e apagavam cigarros na mão de Nilton. Queriam o "dinheiro do banco". Como o assalto estava demorando, um dos bandidos telefonou para casa e acalmou a mulher. Disse

que "estava tudo bem" e pediu a ela que não se preocupasse. Os bandidos passaram a bater com um pedaço de pau nas vítimas. Primeiro agrediram Fátima, que acabou desmaiando. William tentou impedir o ataque à mulher, foi golpeado na cabeça e também desmaiou. Em seguida, os bandidos levaram os pais dos dekasseguis para o andar superior da casa. Já semi-consciente, William ouviu tiros. Também ouviu a mulher ser executada dentro do Gol da família. No banco traseiro do carro estava o filho do casal, o bebê Bruno, de 11 meses, nascido no Japão - poupado pelos ladrões. Nilton foi o último a ser morto, com um tiro. Os bandidos apanharam tíner e álcool a atearam fogo aos corpos dos pais de William. Pensando que ele também estava morto tentaram incendiá-

lo, mas não conseguiram porque o tíner havia acabado e o álcool que jogaram na vítima não pegou fogo com o fósforo. Os ladrões fugiram às 6h, levando US$ 5 mil. Os vizinhos das vítimas perceberam o fogo e chamaram ajuda. Só depois é que perceberam a chacina. "Vamos prender o outro ladrão", afirmou o delegado. (AE)

o saber da história da família Yonekura, o engenheiro E., que pediu para não ser identificado, lembrou os momentos de terror que ele e sua família viveram há sete anos. Passaram mais de cinco horas sob a mira de pistolas, foram torturados, amordaçados e sofreram ameaças. O bando, formado por seis homens encapuzados e armados, queria saber onde estava o dinheiro que a família trouxera do Japão. "Mas era engano. Não tínhamos ido para lá." Ele relaciona os dois casos e acredita que exista uma quadrilha especializada nesse tipo de crime no estado de São Paulo. Depois de horrorizar a família, os bandidos foram embora. "Só se convenceram de que não havia dinheiro depois de rasgar todos os sofás e colchões da casa. Mas, antes, apavoraram a minha família." Eles deram dois tiros a esmo. Um deles acertou o braço do pai de E., que, durante a tortura, teve três costelas quebradas. Em Mogi – Na época, três casos envolvendo dekasseguis abalaram a cidade de Mogi das Cruzes, na região metropolitana de São Paulo. Os bandidos seguiam as vítimas desde o Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, colocavam obstáculos e pedras nas rodovias Dutra e Ayrton Senna e esperavam o carro parar. Depois, roubavam e matavam as vítimas. Um delegado que trabalhou na apuração dos crimes disse que, por causa das festas de fim de ano, pode aumentar esse tipo de ocorrência, já que muitos dekasseguis voltam ao País. A orientação de

especialistas é que não tragam dinheiro em espécie. "O correto é enviar o dinheiro pelo banco", orienta o consultor jurídico Ricardo Sasaki, professor de Direito do Mackenzie e ex-vice-cônsul do Brasil em Nagóia. A taxa de remessa gira em torno de US$ 20 a US$ 30, dependendo do banco. No Japão, há várias agências brasileiras, como Banco do Brasil, Bradesco, Real e Santander. "É muito perigoso trazer dinheiro vivo. Além do risco de ser pego na alfândega, tem o risco de ser assaltado", salienta Sasaki. Ele afirma que, por conta de um acordo entre Brasil e Japão, o Imposto de Renda é cobrado em apenas um dos países. "Em geral, o dekassegui paga o imposto lá, porque é retido na fonte." Só é preciso comprovar o pagamento. Reforço – Integrantes da comunidade japonesa em São Paulo ressaltaram a necessidade de reforço no policiamento e nas investigações dos casos para evitar esse tipo de crime. "Isso nos entristece, porque é um povo que faz sacrifícios, trabalha anos para conseguir esse dinheiro e acaba cruelmente saqueado por bandidos", disse o vicepresidente da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa, Reimei Yoshioka. Atualmente, mais de 286 mil brasileiros vivem no Japão, segundo registros do Departamento de Imigração Japonês. Todos os anos, US$ 2,5 bilhões são enviados ao Brasil por esses dekasseguis, que recebem, em média, US$ 10 por hora de trabalho. Cerca de 1,2 milhão é a estimativa de japoneses e descendentes que vivem no Brasil. (AE)

NOTA PRESO EM MINAS GERAIS ACUSADO DE RAPTAR O FILHO Foi preso em Poços de Caldas, no sul de Minas Gerais, o comerciante Marcos Mori de Andrade, de 37 anos, acusado de matar o irmão de sua ex-sogra e raptar o filho de 8 anos em Campinas. A ex-sogra também foi atingida de ras-

pão por um tiro. O crime aconteceu no dia 2 de setembro. Segundo a Polícia Militar, Andrade foi preso em um hotel no bairro Estância Poços de Caldas. Os policiais chegaram até ele após denúncia anônima. O menino já está em Campinas em companhia da mãe. A Justiça decretou a prisão temporária de Andrade por 30 dias. O menino foi levado quando saia da escola. (AG)

GIr Agendas da Associação e das distritais

Quinta I São Miguel – A distrital realiza

reunião do núcleo setorial de profissionais de escolas particulares do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 9h. I Lapa – O CME (Conselho da Mulher Empreendedora) da distrital oferece às pessoas de baixa renda do bairro o curso de empreendedorismo, ministrado pela coordenadora do CME da Lapa, Agda Tonon Formaglio. Às 9h. I Austrália - O vice-presidente da ACSP Hélio Nicoletti recebe o cônsul-geral da Austrália em São Paulo, Mark G. Argar, e o diretor regional para as Américas da Australian Trade Commission, Ian Wing. Às 11h, rua Boa Vista, 51/1º andar. I Penha – A distrital promove a palestra a "Atual situação política do País", ministrada pelo deputado federal e presidente da Comissão de Ética da Câmara dos deputados, Ricardo Izar. Às 19h30. I São Miguel – A distrital realiza reunião do núcleo setorial de

profissionais de automecânica do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 20h.

Sexta I Ipiranga – A comissão organi-

zadora dos festejos, formada pelos conselheiros da distrital e com o apoio do coronel Edson Ferrarini, fará a abertura oficial dos festejos de aniversário do bairro do Ipiranga com a apresentação do coral da escola estadual Visconde de Itaúna. Às 20h30, na Assembléia Legislativa, avenida Pedro Álvares Cabral, 201.

Sábado I Ipiranga – Em comemoração

ao 421º aniversário do bairro, ocorrerá a IV troca de bandeira, com o apoio da Maçonaria do Grande Oriente de São Paulo. Às 8h, Monumento da Independência, no Parque da Independência. I Butantã – A distrital promove a 3ª Feira da Saúde e Cidadania do bairro. Às 8h, estacionamento do Carrefour, rodovia Raposo Tavares, km 17,5.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.INFORMÁTICA

terça-feira, 13 de setembro de 2005

Fotos: Divulgação

AOC lança linha de TVs de cristal líquido para pegar a onda da convergência digital Empresa aposta no crescimento do mercado deste tipo de produto e na queda de preços dos equipamentos que possibilitam a convergência entre tecnologias

E

mpresas fabricantes de equipamentos de alta fidelidade estão apostando no Brasil e na América Latina. Eles acreditam que este é um mercado promissor de imagem e som e, por isso, têm investido em estratégias específicas para lançar sua produção nestes países, atraindo o público consumidor interessado em tecnologias que possibilitem convergência e também com preços mais acessíveis. Este é o caso da fabricante de monitores AOC. Ela está aproveitando eventos voltados para a área para lançar sua nova linha de televisores de cristal líquido e plasma. No início do mês, a empresa apresentou ao mercado os LCDs de 20 e 27 polegadas, com preços de R$ 3.499,00 e R$ 6.999,00, respectivamente. Além disso, lançou também o modelo de plasma de 42 polegadas a R$ 10.700. A venda deste produto foi limitada a

cinco unidades por pessoa. O televisor de cristal líquido de 20 polegadas apresenta um design arrojado e painel extremamente fino, que permite, inclusive, a instalação da TV na parede. É o mais barato da linha e pesa 12 kg – seu uso é recomendado para salas, quartos, cozinhas e ambientes corporativos. O modelo de 27 polegadas possui um incrível ângulo de 140 graus de visão, que possibilita que todos na sala compartilhem a melhor imagem, sem distorção. O aparelho pesa 18 kg e é indicado para apresentações corporativas, videoconferências e home theater. Já a TV de plasma de 42 polegadas da AOC é uma boa escolha para os que preferem esta tecnologia, porque disponibiliza imagens vibrantes em conjunto com recursos de som normal, 3D estéreo, WOW ou BBE. O design plano, moderno e fino possibilita a sua instalação na parede para apre-

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Com esta iniciativa, a expectativa é de que o fabricante venda duas mil a três mil peças de TV de cristal líquido de 20 polegadas, produzidas em sua fábrica de Manaus, até o final deste ano. O posicionamento da empresa é o de baixo custo agregado a mais benefícios, tendo um preço 15% mais barato do que o praticado pela concorrência, na linha de televisores. No ano que vem a companhia pretende dobrar este voO LCD 20 tem lume de produção. "A intenção painel fino e é que, já no primeiro trimestre pesa 12 kg. O de 2006, a empresa venha prode 27 duzir a televisão de plasma e polegadas é de LCD de 27 polegadas, além indicado a de outros modelos", afirma. apresentações A fabricante pretende invescorporativas tir fortemente em campanhas de marketing para apresentar sentações corporativas, vi- a empresa e seus produtos padeoconferências, sinalização ra esse novo público, principalmente para demonstrar e home theatre. Apesar de a empresa estar que o menor preço está ligado entrando apenas agora no ra- justamente à quantidade fabrimo de televisores, a sua marca cada. Além disso, estão previsjá está consolidada na área de tos investimentos de US$ 1 miinformática e abastece o mer- lhão a mais só neste ano para cado com a fabricação de cerca melhoria da linha de LCD. "No ano que vem, devem vir de 800 mil monitores por ano, somados CRTs e LCDs, inclusi- US$ 20 milhões. Estamos inve para outras marcas, em regi- vestindo em um mercado futume de OEM (sem caracteriza- ro, a tendência é de que os teleção de sua produção, como visores tenham uma redução de preço e uma circulação embalagem e logo). Ampliação – Segundo a ge- maior. Um plasma chegou ao rente de Marketing da AOC, mercado a R$ 25 mil, hoje é Adriana Justi, "essa é mais possível encontrar por metade uma estratégia de ampliação desse valor", explica a gerente da linha de produtos, em fun- de Marketing da AOC Brasil. Feira – Aproveitando este ção, principalmente, da tendência de convergência digi- maior interesse por este tipo de tal, que veio para suportar vá- produto, foi realizada em São rias tecnologias, como entra- Paulo no início de setembro a da de computador, vídeo, 9ª edição do Hi-Fi Show, que conexão de um receptor de sa- reuniu os maiores fabricantes télite, TV a cabo, DVD player destes equipamentos da América Latina. A feira contou com e console de jogos". A AOC está no Brasil há seis mais de 60 participantes, que anos e ocupa o quarto lugar em apresentaram novidades do vendas de monitores, cerca de setor a preços mais acessíveis. Fábio Pelegrini 12% do mercado brasileiro.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 13 de setembro de 2005

FINANÇAS - 11

QUEM DEIXOU DE INVESTIR NO FUNDO DE AÇÕES PIBB TERÁ OUTRA CHANCE: MAIS UMA OFERTA FOI LANÇADA Pablo de Sousa/Luz

BNDES E BOVESPA OFERECEM COTAS DO PIBB

Clubes são alternativa para aplicar em ações

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em muita gente interessada em investir no mercado de ações, mas esbarra no velho problema da falta de conhecimento do funcionamento desse mercado ou porque acha que é uma aplicação para quem tem muito dinheiro. Os clubes de investimento podem ser a solução para quem se enquadra nas situações acima. Formados por até 150 cotistas, os clubes de investimento possuem patrimônio geralmente suficiente para comprar papéis de diferentes empresas, o que ajuda a diluir os riscos de investir nesse tipo de mercado. Na prática, esse tipo de aplicação se assemelha aos fundos de investimento, com a diferença de que no clube cada cotista pode opinar sobre decisões de compra e venda de papéis, diferentemente do que ocorre em um fundo. Além disso, a taxa de administração anual tende em ser mais baixa. Enquanto a taxa média é de 2% ao ano nos clubes, a de fundos variam de 3,5% a 5%. Atualmente são 1.219 clubes em operação, que reúnem um patrimônio líquido de R$ 5,08 bilhões e 110 mil cotistas. Desse volume, grande parte ainda encontra-se aberto. Isso quer dizer que o número de cotistas máximo (de 150) não foi preenchido. Para quem não quer tem como formar um grupo com outras pessoas, essa pode ser a chance de ingressar em um clube de forma simples. No meio do caminho – Basta o interessado procurar pelo administrador do investimento, geralmente uma corretora, e pedir sua inclusão. "Todo clube tem seu regulamento, com deveres e direitos. Se o investidor se enquadrar no perfil exigido, ele poderá facilmente ingressar em uma dessas carteiras", diz a assistente de investimento da Gradual Corretora, Daraci Júlia. A corretora administra 20 clubes de investimento, sendo que 70% estão abertos para receber novos cotistas. E o valor de ingresso é relativamente baixo, de R$ 100 ao mês. A Prime é outra corretora, que administra 14 clubes e que tem um clube aberto para interessados nesse tipo de investimento. "Os clubes acabam servindo de solução para quem quer ter acesso ao mercado acionário e não quer se preocupar com a gestão dos papéis", diz o administrador de clubes da Prime, Sandoval Penha. Adriana Gavaça

O

Guido Mantega (à esq.), do BNDES, e Raymundo Magliano (à dir.), da Bovespa, durante o lançamento

Itaú lança o título PIC Natureza

O

banco Itaú acaba de lançar mais um título de capitalização voltado para o social: o PIC Natureza. Além de sortear prêmios em dinheiro aos participantes, o novo título vai contribuir para a preservação da natureza, como sugere seu nome. todos os resultados financeiros conseguidos com o título serão repassados a projetos de reflorestamento em várias regiões brasileiras. "Os excelentes resultados obtidos anteriormente nos motivaram a lançar o PIC natureza que contribuirá não apenas para o reflorestamento de diversas regiões do País como para a conscientização e educação ambiental da população", disse Antônio Matias por meio de um comunicado divulgado à imprensa. Adesão – O PIC Natureza será vendido em duas opções: o consumidor pode aplicar R$ 35,00 ou R$ 50,00 mensais, pelo

prazo de 60 meses (cinco anos), prazo de duração do plano. Durante todo esse período o participante estará concorrendo a R$ 10,5 milhões em prêmios em dinheiro, por meio da Loteria Federal. O novo título de capitalização foi lançado com o apoio da Organização não-governamental WWF Brasil, que atua no Brasil desde 1971 e a quem caberá o gerenciamento das doações aos projetos de reflorestamento. A WWF Brasil também faz parte de uma das maiores redes mundiais de conservação da natureza. Planos – O PIC Natureza não é o primeiro lançado pelo Itaú com essas características. Em 1994, o banco colocou no mercado o PIC Criança; quatro anos depois, em 1998, foi a vez do PIC Esperança, cujos resultados foram revertidos para o Fundo das Nações Unidas (Unicef) e para projetos da

Fundação Itaú Social. Nas três versões anteriores o banco conseguiu comercializar quase 500 mil títulos que geraram recursos em um total de R$ 21 milhões, dinheiro que foi integralmente repassado ao Unicef e à Fundação Itaú. Mais de um milhão de crianças foram beneficiadas segundo o banco. O título de capitalização, ao contrário do que muitos imaginam, não é um investimento financeiro, mas uma alternativa de o consumidor juntar dinheiro. Os planos costumam durar até 60 meses, durante os quais os participantes concorrem, pela loteria federal, a sorteios em dinheiro, que variam entre as várias instituições financeiras que oferecem o produto. Ao final desse período, o participante que não tiver sido sorteado, receberá seu dinheiro de volta corrigido monetariamente.

Banco faz parte da carteira Dow Jones

O

Itaú Holding Financeira foi incluído na carteira do Dow Jones Sustainability World Index (DJSI) em sua edição 2005/2006. O conglomerado foi escolhido , juntamente com outras 316 empresas de todo o mundo. O banco, o segundo maior privado do país em termos de ativos financeiros, figura no índice desde sua criação em 1999, e mantém-se como o único banco latino-americano a participar de sua composição. O DJSI, criado em janeiro de 1999, tornou-se uma referência importante para instituições administradoras de recursos estrangeiros, que se baseiam no desempenho do índice para tomar suas decisões de investimentos.

Também é com base no DJSI que essas instituições oferecem produtos diversificados a seus clientes tendo como base as ações das empresas componentes do DJSI, comprometidas com o desenvolvimento social, ambiental e cultural. O DJSI é composto por ações de empresas comprometidas com a sustentabilidade corporativa, isto é, empresas preocupadas em criar valor para os acionistas no longo prazo, por meio da criação de oportunidades e o gerenciamento de riscos ligados a fatores econômicos, ambientais e sociais. significa dizer que leva em conta não apenas a performance financeira, mas principalmente a qualidade

da gestão da empresa, que deve integrar o valor econômico à transparência, governança corporativa e responsabilidade social e ambiental como forma de sustentabilidade no longo prazo. A nova composição do DJSI reúne 317 empresas de 24 países, sendo apenas três empresas brasileiras. O índice é revisado anualmente com base em questionários enviados às empresas e informações públicas disponibilizadas em relatórios anuais e websites de relações com investidores. O levantamento abrangeu as 2.500 maiores empresas por valor de mercado do Dow Jones Global Index, representando 58 segmentos industriais. (Reuters)

Katrina e a economia: efeitos incertos Kyle Niemi/Reuters

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Desastre em Nova Orleans ainda está sendo analisado em números

presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, na cidade de Dallas, Richard Fisher, afirmou ontem que a economia norte-americana se recuperará dos estragos do furacão Katrina, mas que os efeitos da devastação para a política monetária ainda são muito incertos. "Como o Katrina afeta as perspectivas? A verdade é que realmente não sabemos", disse Fischer em um discurso para o Texas Banking Department , distribuído posteriormente em Washington. "Minha inclinação é ler, ouvir e observar e não ter pressa em avaliar como o desastre irá impactar a economia ou como a política monetária deve responder", afirmou ele. Fisher é atualmente membro votante do comitê que determina as taxas de juros norteamericanas.

O comitê se reunirá no dia 20 de setembro e suspeita-se no mercado que o Katrina possa levar o banco central a interromper 15 meses de altas sucessivas dos juros. Essas apostas, contudo, perderam força depois que os preços do petróleo voltaram a ficar abaixo dos US$ 64 o barril e diante da insistência de autoridades do Fed de que o banco central precisa manter sua meta de controlar os índices de inflação. Fisher deixou claro que não considera que as implicações do Katrina para o crescimento dos Estados Unidos sejam motivo de pânico. "Entre as forças da economia norte-americana estão seu tamanho, sua diversidade, suas interconexões e sua resistência. A economia irá se recuperar desse desastre", disse.(Reuters)

Banco Nacional de mo que as ações não se valoriDes envo lvime nto zem nesse período", explicou Econômico e Social Guido Mantega. Para o ministro do Desen(BNDES) e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bo- volvimento, Indústria e Covespa) lançaram ontem a se- mércio Exterior, Luiz Fernangunda oferta de cotas do Fun- do Furlan, a iniciativa corrobodo PIBB (Papéis Índice Brasil ra a consolidação da economia Bovespa). "A exemplo do su- brasileira. "O mercado de cesso da edição anterior, em ju- ações favorece o crescimento lho de 2004, o fundo deve esti- da economia de forma sustenmular o desenvolvimento do tada ao incentivar o pequeno mercado brasileiro de capitais poupador a investir com gae liberar recursos de investi- rantias", disse. O prazo para o investidor mentos do BNDES", disse o presidente da instituição, Gui- optar pela revenda inicia-se um ano após a compra das codo Mantega. De acordo Raymundo Ma- tas do PIBB, encerrando-se em gliano Filho, presidente da Bo- dezembro de 2006. Categorias - Já estão dispovespa, a nova oferta pública será equivalente a R$ 1 bilhão. níveis duas categorias de inVolume superior, portanto, vestimento em cotas do Fundo aos R$ 600 milhões da opera- PIBB: a Compra Direta de PIBBs e a Compra Indireta meção do ano passado. diante Fundos de "Desse total, R$ Investimento e 800 milhões serão clubes de investidestinados a inmento-PIBB. As vestidores do seas duas últimas tor de varejo (pescategorias foram soas físicas e peselaboradas espesoas jurídicas cialmente para esn ã o - f i n a n c e ita oferta. ras)", disse Ma"Na Compra gliano. Direta, o investiA oferta anundor fará sua orciada ontem será dem de compra a maior de varejo diretamente aos no mercado, afiragentes vendedomou Mantega. res, durante o pe"Também o priríodo de reservas meiro fundo de que começou oníndice brasileiro O mercado de ações tem e tem prazo formado por 50 favorece o crescimento para terminar em ações das empre- de forma sustentada 14 de setembro, sas brasileiras mais negociadas Luiz Furlan, disse o diretor da na Bovespa (índiministro do área financeira do ce IbrX-50), a Desenvolvimento, BNDES, Carlos exemplo da PeIndústria e Comércio Kawall. O limite mínitrobras e da ComExterior mo para aplicação panhia Vale do via ordem direta Rio Doce, que de compra é de R$ compõem cerca de 50% da carteira", acrescen- 1 mil, mas poderá ficar abaixo desse valor, a critério das institou o presidente do banco. Coordenada pelos bancos tuições financeiras envolvidas Itaú BBA e Santander, que sub- na operação. Na Compra Indireta, feita contrataram um grupo de instituições financeiras (Banco por meio dos Fundos de InvesReal ABN Amro, HSBC, Caixa timento financeiros, destinaEconômica Federal, entre ou- dos à aplicação em títulos e vatros), a corretora Ágora Sênior lores mobiliários e outros atié quem atuará como formado- vos do mercado financeiro, o ra de mercado do PIBB e deve- valor mínimo de aplicação é de rá garantir a liquidez para R$ 300. "Mas esse valor tamofertas de até 2 mil PIBBs, ou bém poderá ser reduzido, a cricerca de R$ 70 mil, com spread tério das instituições financeiras envolvidas na operação", máximo de 1%. Condições - Os pequenos ressalta Kawall. Cada instituiinvestidores poderão investir ção decidirá se baixa ou não o no fundo entre R$ 300 (valor limite, segundo o executivo. Já na Compra Indireta, via mínimo) a R$ 500 mil (valor máximo). As ordens de com- clubes de investimento, o vapra acima de R$ 500 mil serão lor mínimo de investimento oferecidas a investidores insti- será determinado pelo próprio tucionais. "Os investidores de regulamento do clube. Desde varejo terão a garantia de re- que, é claro, não fuja muito ao compra por parte do BNDES, valor estipulado pelo BNDES. Desde o lançamento, o Funpelo mesmo preço de venda a ser definido para a oferta, para do PIBB obteve valorização aplicações de até R$ 50 mil (o média de 57%, com a cota sendobro do valor da oferta ante- do negociada a R$ 41,25 na úlrior). Esse compromisso é um tima sexta-feira, dia 9. O fundo mecanismo de proteção do ca- PIBB foi iniciativa do BNDES pital aplicado pelo investidor, para estimular o investimento ou seja, o valor inicialmente in- no mercado de ações. vestido está assegurado mesAna Laura Diniz


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 13 de setembro de 2005

INFORMÁTICA - 15

Fotos: Divulgação

Estudo revela crescente sofisticação tecnológica do varejo Redes estão diversificando seus investimentos em TI, indo além dos sistemas mais comuns de débito automático e de cartões de fidelidade Por Sergio Kulpas

O controle digital de estoques é estratégico

O

estudo "2005 Retail Technology Trends Study", publicado recentemente pela influente revista RIS (www.risnews.com/) traz importantes indicações sobre o crescimento do investimento do setor de varejo em TI e sistemas tecnológicos para lojas. A publicação entrevistou executivos de 219 grupos de varejo (muitos com atuação global e faturamento acima de US$ 1 bilhão) para traçar um amplo painel sobre o crescimento do uso da tecnologia no comércio. O estudo nota inicialmente que as redes de varejo passaram a diversificar seus investimentos em TI, indo além dos sistemas mais comuns de débito automático e cartões de fidelidade. Entre as novas áreas de investimento, estão setores como controle eletrônico de estoque, grandes telas de plasma para publicidade e comunicação com os clientes e outras tecnologias para melhor atender os consumidores. A pesquisa revelou que 57% dos entrevistados já usam sistemas de débito sofisticados em seus estabelecimentos, e 13% estão substituindo sistemas antigos por novas versões. Cartões de fidelidade e prêmio também estão em alta no varejo, com

adoção próxima de 45%, enquanto outros 18% estão em processo de instalação. Tecnologias inovadoras de pagamento, como cheques digitais e cartões equipados com RFIDs para pagamento à distância, também registraram crescimento significativo. Grandes operadoras de cartões como American Express, Visa e Mastercard estão estimulando a adoção dessas novas tecnologias, o que ajuda a sustentar o crescimento de seu uso pelo varejo. O levantamento da revista mostrou que três tecnologias estão se destacando no planejamento estratégico dos executivos de TI das empresas. Automação de entregas, prevenção de prejuízos e controle digital de estoques mostram crescimento robusto e em elevação. Das três, a automatização do controle de estoque mostra a mais elevada taxa de adoção entre os varejistas. Isso porque se trata de algumas das funções mais básicas do comércio varejista: o controle preciso dos estoques e a automatização de pedidos de reposição. O controle tecnológico de estoques envolve a integração de muitos sistemas (POS, encomendas, faturas e pagamentos) em um único

sistema complexo. Os varejistas que investem consistentemente na sofisticação do controle de estoque estão tipicamente entre as maiores redes, que dispõem de mais recursos para adquirir sistemas complexos, revelou o estudo. Outras tecnologias que surgem com destaque na pesquisa são sistemas sofisticados para caixas (20% dos entrevistados já adotaram tecnologias de ponta e 21% estão em processo de implementação) e planejamento automatizado do espaço da loja (18% já adotaram e 14% em processo de implementação). São aplicações táticas, e sua principal motivação é acelerar o retorno dos investimentos. Uma outra descoberta importante do estudo: a maioria dos varejistas aposta em equipamentos digitais conectados via redes sem fio, para melhorar as operações dentro dos estabelecimentos. 44% dos entrevistados já possuem servidores de última geração em suas lojas, e 18% estão em processo de instalação. Há um dramático crescimento no uso de ferramentas e equipamentos digitais, como quiosques eletrônicos para consultas e grandes telas de plasma para informar e promover mercadorias. A chamada identificação

biométrica, que permite a confirmação de identidade do cliente por impressão digital ou reconhecimento facial, ainda está em seus estágios iniciais de adoção, e é vista com cautela pelos executivos. Apenas 2% das empresas já adotaram esse tipo de tecnologia, e 2% estão em processo de instalação. Mas a tendência pode se acelerar nos próximos anos: 11% dos entrevistados disseram que planejam implementar sistemas de identificação biométrica nos próximos dois anos. Grandes supermercados parecem liderar essa tendência, devido ao potencial para redução de fraudes nos pagamentos. À medida que o ambiente do varejo se torna cada vez mais sofisticado, é lógico supor que o uso de computadores aumentará dramaticamente nas lojas. E com o crescimento do uso de computadores, uma grande variedade de ferramentas deverá ser adotada pelas empresas nos próximos anos. A pesquisa da RIS indica, acima de tudo, que o conjunto de ferramentas tecnológicas está transformando a face do comércio, de uma maneira nunca antes vista.

Displays de plasma informam e promovem itens do comércio, enquanto as grandes telas atraem a atenção dos clientes


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terça-feira, 13 de setembro de 2005

INFORMÁTICA - 7

Fotos: Divulgação

Maxtor mostra HD externo para pequenas redes O Maxtor Shared Storage Plus pode ser usado para backup ou para armazenamento de conteúdos multimídia

A

João Pereira da Silva Jr. é diretor de Negócios Estratégicos da Insigne

Duas pessoas podem usar o mesmo PC ao mesmo tempo? A resposta é afirmativa para quem adotar o Dual-System, software desenvolvido Insigne Free e que foi lançado no TecEducation, Congresso e Exposição Internacional de Tecnologia Educacional

O

Por Felipe Boni

mercado brasileiro para o setor de informática é diversificado e está em ascensão. Segundo dados apresentados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, ele movimentou, só no ano de 2000, mais de R$ 51 bilhões. Além do mais, é comparável ao dos países mais desenvolvidos, porém com uma diferença: ainda tem muito potencial para ser explorado. Uma pesquisa realizada pelo Sebrae demonstrou que mais de 50% das pequenas empresas ainda não dispõem de sistemas informatizados. Pensando nisso e de olho nos planos governamentais de inclusão digital foi que pesquisadores da Insigne Free Software do Brasil, empresa brasileira, desenvolvedora de soluções de código aberto, acabam de desenvolver o Dual-System, software que permite o uso simultâneo de um computador por duas pessoas. A inovação foi lançada durante o TecEducation, Congresso e Exposição Internacional de Tecnologia Educacional, que aconteceu de 31 de agosto a 2 de setembro, no Frei Caneca Shopping & Convention Center, em São Paulo. Nascido da versão corporativa Six-System, que permite o uso da mesma máquina por até seis pessoas ao mesmo tempo, o DualSystem promete atingir as camadas mais baixas de renda, configurando-se como uma ferramenta de inclusão digital. "Com o Insigne Linux Dual-System, é possível que duas pessoas possam executar tarefas simultâneas usando um mesmo desktop, equipado com dois conjuntos de teclados, mouses e monitores, e sem perda de performance", explica João Pereira da Silva Jr., Diretor de Negócios

Estratégicos da Insigne. E os valores para que tal solução seja implantada são modestos, ficando abaixo dos R$ 2 mil. "No programa PC Conectado, por exemplo, o computador é vendido por aproximadamente R$ 1,3 mil. Já o restante dos equipamentos –monitor, R$ 350, teclado e mouse, R$ 25 cada e placa de vídeo, por volta de R$ 150–, ficam por conta do usuário", comenta Pereira. "Para o Dual-System, a redução em termos de hardware fica em 40%. Já para a versão corporativa SixSystem, o ganho chega aos 65%", diz o executivo. O mercado – Mas o DualSystem não está só no mercado. Em contrapartida à versão gerada em base Linux, há uma segunda desenvolvida para o sistema operacional Windows, a Betwen. Com características similares ao software desenvolvido pela Insigne, a diferença fica por conta dos custos das licenças dos softwares. "Por usarmos softwares livres como é o caso do Open Office, software similar ao Office da Microsoft, a redução de custos é muito grande e pode chegar a R$ 8 mil por equipamento", segundo o diretor. Mas a brasileira Insigne não se assusta com a concorrência. No primeiro semestre de 2005, a empresa contabilizou um crescimento de 65% e comemora um recém assinado contrato, ainda em sigilo, feito com uma multinacional. "Esse é mais um importante passo que damos em busca da inclusão digital", conclui Pereira. Durante o ano fiscal de 2004, a Insigne obteve um crescimento de 40% e estima para 2005 um fechamento de 110%, o que deve resultar, num prazo de seis meses, na quadruplicação de seu quadro de colaboradores.

O sistema operacional Six System em ação

Maxtor (www. maxtor. com.br), fabricante de discos rígidos e soluções de storage para consumo, lançou o drive externo Maxtor Shared Storage Plus, um equipamento para compartilhamento de dados em pequenas redes. Agora, ficou mais fácil armazen a r, c o m p a r t i l h a r, imprimir e fazer backup de arquivos de mídia, como fotos, músicas e vídeos a partir de um local central de uma rede doméstica ou mesmo de uma pequena empresa. Por meio do software de backup da Maxtor, os usuários são capazes de realizar, com facilidade e rapidez, cópias de segurança dos dados do PC para o Shared Storage Plus, aumentando a proteção de seus arquivos. O Maxtor Shared Storage Plus estará disponível em outubro nos principais varejistas, distribuidores e lojas online dos EUA, bem como na loja virtual www.maxstore.com. A disponibilidade nos demais países, incluindo o Brasil, começa em novembro de 2005. O preço ao consumidor final sugerido pela empresa, nos Estados Unidos, é de US$ 299,95 para o drive de 200 GB, de US$ 399,95 para a capacidade de 300 GB, e de US$ 499,95 para 500 GB. Trata-se do primeiro drive para redes da Maxtor, que oferece a vantagem de armazenamento centralizado para equipamentos de entretenimento digital. O produto conta com um servidor exclusivo de mídia embutido, que permite compartilhar e enviar fluxos de dados digitais para diversos equipamentos conectados à rede, sem ter de roteálos por meio de um PC. Segundo a fabricante, o drive externo é ideal para os donos de pequenas empresas que mantêm diversos PCs em redes cabeadas ou mesmo wireless e que querem, simultaneamente, fazer backup, compartilhar e imprimir arquivos digitais a partir de um ponto central. O drive fornece gerenciamento

não exige que nenhum PC da rede esteja ativo para o compartilhar e transferir arquivos digitais. "Com o Maxtor Shared Storage Plus, acrescentamos recursos de software que visam valorizar as redes domésticas e de pequenas empresas, tais como a habilidade de backup simplificado de arquivos digitais, e servidores embutidos para a impressão e o compartilhamento de streaming de mídia", diz Stacey Lund, vice-presidente de Marketing da Maxtor. O novo recurso SimpleView , que atua como um administrador de TI embutido, fornece uma visualização rápida e detalhada do status do backup e do armaO novo zenamento para todos os drive externo usuários da rede. Além disda Maxtor oferece a vantagem so, graças a uma interface de armazenamento centralizado intuitiva do wizard, o usuário pode facilmente visualide dados e de segurança para até 20 zar as pastas compartilhadas, que usuários, sem sobrecargas, garan- podem ser configuradas para terem tindo que os dados de todos os com- acesso total ou limitadas, definir hoputadores da rede sejam sistemati- rários de realização de backups e simplificar a restauração de arquivos. camente salvos pelo backup. A organização de arquivos digiO Maxtor Shared Storage Plus tem capacidades de armazenamento de tais torna-se muito fácil com o recur200 GB, 300 GB e 500 GB. Inclui duas so Drag and Sort, exclusivo da Maxportas USB para conectar e compar- tor, que automaticamente identifica tilhar duas impressoras USB, ou dois e classifica mais de cem tipos difedrives externos adicionais, ou uma rentes de arquivos Windows e os coloca em pastas específicas para múimpressora e um drive. Recursos – Quando conectado a sicas, fotografias, filmes, web, uma rede doméstica, o Maxtor Sha- softwares ou documentos. A configuração do Maxtor Shared Storage Plus atua como um servidor de mídia de entretenimento red Storage Plus em uma rede dodigital centralizado. Um dos recur- méstica ou rede SoHo (Small Offisos do software que acompanha o ce/Home Office) é bem simples. produto é a capacidade para trans- Pode ser conectado a um roteador ferir o conteúdo de mídias de strea- de rede por meio de uma porta ming de adaptadores de mídia digi- Ethernet 10/100 e é instalado rapitais UPnP AV compatíveis para vi- damente com a ajuda da configurasualização em equipamentos de en- ção de rede automática. Uma vez conectado à rede, os usuários simtretenimento da rede. Por exemplo: os membros de uma plesmente executam um CD de inifamília podem, simultaneamente, cialização rápida em cada PC ligado ouvir músicas em um sistema de à rede para receber, automaticasom, passar filmes em um sistema li- mente, um ícone de desktop que gado em rede na sala de tevê e assis- lhes dará acesso a uma pasta públitir a um slide show de fotografias em ca compartilhada e um conjunto de um notebook em outro ponto da ca- pastas de rede privada pessoais e sa. Baseado no software Media Ser- protegidas por senha. Carlos Ossamu ver, da Mediabolic, o equipamento Foto

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terça-feira, 13 de setembro de 2005

O DRAGÃO DA INFLAÇÃO JÁ ESTÁ CONTROLADO NA CIDADE DE SÃO PAULO. IPC DA FIPE FICA EM - 0,11% Newton Santos/Digna Imagem

SELIC PODE CAIR COM NOVA DEFLAÇÃO

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cidade de São Paulo registrou nova deflação. Na primeira quadrissemana de setembro, a variação foi de 0,11%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da Universidade de São Paulo (USP). O resultado segue a tendência de queda das últimas semanas, mas foi maior que o apurado no fechamento do mês de agosto, quando a inflação ficou em -0,2% Os segmentos que mais influenciaram essa queda foram alimentos, com queda de 1,2%, e despesas pessoais, com - 0,86%. Do lado oposto, o item saúde ficou com a maior alta, 1,07%, causada pelo reajuste dos planos de saúde. O cenário de deflação, registrado também em outros índices divulgados na última semana, criou expectativa no mercado de redução da taxa Selic. Segundo analistas, a reunião do Copom, que começa hoje, deve provocar redução de 0,25 pontos percentuais nos juros, atualmente em 19,75%. Mas, eles afirmam que a queda poderia ser maior, de até 0,5 pontos percentuais. "O IPC da primeira semana de setembro confirma que a inflação está sob controle. Já é ponto pacífico que a meta do governo para o ano será atingida. Agora, é preciso focar o crescimento econômico baixando os juros para aumentar produção industrial, gerar empregos e aumentar o consumo", avalia Emílio Alfieri, economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Reforça essa hipótese, segundo Alfieri, o fato do comércio também acumular índices negativos. Comparativamente, o período de janeiro a agosto de 2005 registrou redução de quase 2% no acumulado das vendas, fechando em 5,7% ante o crescimento de 7,6% do mesmo período de 2004.

Sob controle – Para ele, a redução da inflação e a perspectiva de queda da Selic não devem gerar aquecimento imediato no consumo. Na opinião de Alfieri, esse movimento provoca efeito psicológico que pode ser explorado pelo marketing das empresas, mas a repercussão em vendas para alta ou baixa só é percebida depois de seis a oito meses. Mesmo o aumento do combustível, que entrou em vigor nesse domingo, de cerca de 10% nas bombas, não deve impactar de forma significativa a inflação. O analista Alex Agostini, da Global Invest, avalia que o impacto será mínimo na inflação desse ano. E, que o Banco Central poderá fazer a estratégia de política monetário para o próximo ano sem o "fantasma do aumento do combustível", afirma. Agostini também está confiante na redução da taxa Selic e concorda que ela poderia ser de até 0,5 pontos. "Mas considerando a política conservadora do governo, a redução deverá ser de apenas 0,25". Alimentos em queda – A influência do setor de alimentos na redução da inflação já se repete há cinco semanas. Segundo analistas, os motivos mais relevantes são a taxa de câmbio e demanda fraca. O dólar baixo permite que o comércio tenha mais poder de negociação. O câmbio gera o "preço sombra" – recurso que o varejo adota para negociar com o mercado interno. "Mesmo que as importações não sejam consumadas, essa possibilidade serve como parâmetro de negociação com os fornecedores locais", diz Alfieri. O s i n s u m o s t a m b é m i nfluenciam nos alimentos. Como a embalagem que, com a redução do preço do aço, ficou mais barata. Outros setores apurados pela Fipe são Habitação (0,27%), Transportes (0,55%), Vestuário (0,28%) e Educação, 0,03%.

Mais uma vez os alimentos foram os principais responsáveis pelas maiores reduções de preços, o que colaborou para a queda da inflação

Mercado financeiro também está mais otimista

A ALIMENTOS MAIS BARATOS O resultado negativo nas vendas de alimentos nas últimas semanas repercutiu no Índice de Preços do Varejo (IPV), divulgado ontem pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), que registrou queda de 0,55% no mês de agosto. Também o Índice de Preços dos Supermercados (IPS), da Associação Paulista dos Supermercados (Apas), foi de 1,58 negativo , o que comprova o peso dos preços de alimentos na inflação. Segundo o presidente da Apas, Sussumu Honda, o mercado de alimentos oscila muito em função da safra e das commodities.

Ele cita como exemplo as reduções de preço no acumulado dos últimos doze meses do arroz, 24% e óleo de soja, 19,43%. Vale lembrar que o desempenho do IPV é influenciado principalmente pelos resultados negativos dos supermercados que, por sua vez, são influenciados pelos alimentos. Esses, são afetados pela sazonalidade como quebra de safra e estiagem. Com queda de 1,2% na primeira quadrissemana de setembro, segundo a Fipe, alimentos têm se destacado nas últimas semanas como o item que mais pesou na redução da inflação no período. (CM)

Cejana Montelo

redução na variação dos índices que medem a inflação parece ter criado uma onda de otimismo no mercado financeiro, que acredita que o Comitê de Política Monetária (Copom) promoverá quatro cortes nas taxas de juros até o fim deste ano. Com o movimento, a taxa recuaria dos atuais 19,75% para 18%, nível mais baixo desde dezembro de 2004. O abrandamento da política monetária seria iniciado já na reunião do Copom que começa hoje e termina quarta-feira. A expectativa é de que nessa reunião, a taxa caia 0,25 ponto percentual e passe para 19,5% ao ano, de acordo com os dados de pesquisa semanal divulgada ontem pelo Banco Central (BC). Também a projeção para o Índice de Preço Consumidor Amplo (IPCA) para esse ano recuou pela 17ª semana seguida, caindo de 5,23% para 5,2%. Com isso, a previsão ficou apenas 0,1 ponto porcentual acima do objetivo de 5,1% perseguido pelo Copom. O levantamento foi concluído na sextafeira, sem ter captado, portanto, o efeito do aumento dos combustíveis. Para 2006, a estimativa de inflação também continuou em

queda, passando de 4,85% para 4,8%, mas ainda superior aos 4,5% da meta fixada para o próximo ano. O BC já contabiliza cinco quedas consecutivas na previsão de inflação para 2006, que era de 4,98% há quatro semanas. PIB maior – A pesquisa registrou também melhora na expectativa do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2005. A previsão subiu de 3,2% para 3,21%, impulsionada pela expansão de 1,4% registrada no segundo trimestre. Apesar da alta, o percentual esperado pelo mercado ainda é inferior aos 3,4% projetados pelo próprio BC no Relatório de Inflação divulgado no fim de junho. Para 2006, as projeções de aumento do PIB permaneceram em 3,5% pela 19ª semana consecutiva. O aumento da atividade econômica seria acompanhado por um superávit das contas externas de US$ 12,2 bilhões. Há quatro semanas, a previsão era de US$ 11 bilhões. A melhora reflete o bom desempenho da balança comercial. De acordo com a pesquisa, o mercado espera que a balança tenha neste ano superávit de US$ 40,5 bilhões. (AE)

Nilton Fukuda/AE

Petrobras descarta novos reajustes da gasolina e diesel

Álcool tende a subir de preço O

aumento na demanda pelo álcool hidratado até agosto, de cerca de 20% mais em relação ao mesmo período do ano passado; a aproximação do fim safra canavieira do Centro-Sul do Brasil e o reajuste de até 10% nos preços da gasolina nos postos devem puxar o preço do combustível renovável, de acordo com o setor produtivo. "A safra de cana-de-açúcar segue o ciclo normal. A partir de outubro ou novembro, até março do próximo ano, durante a entressafra, a oferta do produto cai e o preço naturalmente sobe", afirma o consultor e presidente da Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool do Ministério da Agricultura, Luiz Carlos Corrêa Carvalho. De acordo com Carvalho, o limite para o aumento do preço do álcool é até a paridade de 65% do preço cobrado pela gasolina nos postos, que, em algumas cidades, chega a 40%. Ele explica que os aumentos no valor do álcool combustível são graduais e a paridade máxima com o preço da gasolina

deve, segundo Carvalho, ocorrer só até o começo da próxima safra, em março ou abril de 2006. "A partir daí, a demanda pelo álcool cai, normalmente já há o início da próxima safra e o preço do combustível volta a recuar em razão do aumento da oferta", salienta Carvalho. Já o empresário Luiz Guilherme Zancaner, presidente da Usinas e Destilarias do Oeste Paulista (Udop), lembrou que a demanda mensal total de álcool na região Centro-Sul, somados hidratado e anidro misturado à gasolina, está próxima a 1,1 bilhão de litros, ante 900 milhões no mesmo período do ano passado. Para Zancaner, o aumento do preço da gasolina e a estabilidade do preço do álcool incentivam a prática do rabo-degalo, que é o abastecimento com álcool hidratado de veículos a gasolina. "Isso cria uma demanda extra pelo álcool que nós (usineiros) não conseguimos mensurar", diz. "Mas acredito na recuperação dos preços do álcool", completou. A Câmara Setorial do Açú-

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O aumento do consumo do álcool e o início da entressafra podem causar alta nas bombas

car e do Álcool estima que a demanda gerada pela prática do rabo-de-galo seja de 1,7 bilhão de litros por ano, cerca de 10% de toda a produção nacional. Outro motivo apontado para o aumento do consumo do combustível renovável foi o crescimento da frota de veículos bicombustível. Afinal, isso

facilita que o consumidor opte pelo álcool quando do aumento do preço da gasolina. Também a União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica) informa, por meio de sua assessoria de imprensa, que a tendência é mesmo de um reajuste nos preços do álcool nas usinas. Mas, salienta que

a prática é comum nesta época em virtude do aumento na demanda e redução na oferta. Apesar disso, a entidade salienta que a oferta do combustível na safra 2005/2006 é bastante ajustada com o mercado consumidor. Ou seja, não há risco de desabastecimento do combustível nos postos. (AE)

presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, descartou ontem a possibilidade de novos reajustes nos preços da gasolina e do diesel, enquanto as cotações internacionais do petróleo se mantiverem nos níveis atuais. Ele disse que após os aumentos anunciados na sexta-feira, o preço do produto se equiparou "entre US$ 60 e US$ 70" o barril. "Achamos que os preços já chegaram a um novo patamar e por isso decidimos pelo reajuste", disse o executivo. Ele admitiu, porém, que o arrefecimento dos índices de inflação contribuiu na hora de decidir. "A Petrobras não pode desconsiderar o que acontece na economia brasileira. Sempre analisamos os impactos sobre a atividade econômica", explicou, citando fatores como a renda do trabalhador, a inflação e a balança comercial brasileira, entre os itens que são levados em conta na hora de decidir por aumento de preços. Gabrielli evitou responder se os aumentos eliminaram a defasagem em relação ao mercado internacional. (AE)


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terça-feira, 13 de setembro de 2005

Fotos: Divulgação

Cuidado para não ficar viciado em Vietcong: Purple Haze Jogo reproduz fielmente as ações e os movimentos da Guerra do Vietnã Por Fábio Pelegrini

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abe um daqueles jogos que você não quer sair da frente do computador nem para ir ao banheiro? Essa é a sensação de entusiasmo que sentimos ao jogar um dos melhores jogos de ação e tiro em primeira pessoa ambientados no Vietnã, o Vietcong: Purple Haze. A Tech Dealer trouxe para o Brasil a versão completa desse game, que reúne o Vietcong original e o pacote de expansão Fist Alpha, em um total de 28 missões, além de um editor de mapas que permite ao jogador criar suas próprias missões. Esse game já criou polêmica antes mesmo da sua chegada. Na Inglaterra, uma frase no pôster de divulgação do jogo foi considerada ofensiva: "Napalm nunca cheirou tão bem". A reclamação foi parar no órgão regulador de publicidade Advertising Standards Authority (ASA) depois que sete pessoas oficializaram a reclamação contra o anúncio ofensivo. A empresa responsável pelo título, a Take2 Interactive, se desculpou e removeu a frase dos seus novos cartazes. Polêmica à parte, a qualidade do jogo é surpreendente e mostra como foi dura essa batalha que matou mais de três milhões de pessoas. Uma luta difícil, na qual os americanos encontraram astutos inimigos vietnamitas, que tinham ao seu favor o conhecimento da região –eles poderiam se esconder e criar armadilhas de forma muito eficaz. Desde a instalação do Vietcong: Purple Haze, o usuário é

transportado para o ano de 1967 e, nas missões offline, assume a personalidade do sargento Steve Hawkins, líder de uma equipe das Forças Especiais do exército norte-americano que está fazendo missões de reconhecimento nas florestas vietnamitas. A equipe inclui outros cinco membros: o médico J. Crocker, o especialista em comunicações P. J. Defort, o engenheiro e responsável pelas munições T. Bronson, o atirador de elite C. J. Hornster e o guia local Le Duy Nhut. Na pele de Hawkins, cabe ao jogador comandar toda a equipe e mantê-la a salvo dos temidos guerrilheiros vietcongues da sanguinária Frente Nacional de Libertação, criada pelo governo comunista do Vietnã do Norte. Passar pelo tutorial é a coisa mais sábia a fazer para tirar o melhor proveito possível do grande número de comandos que o jogo tem, além de conhecer um pouco mais sobre o poder bélico à disposição do jogador. Aliás, um dos pontos fortes de Vietcong: Purple Haze são justamente os armamentos. Para garantir o máximo de realismo ao jogo, seus desenvolvedores fizeram um cuidadoso trabalho de pesquisa que incluiu até viagens ao Vietnã. São trinta armas, entre elas o rifle M16 (a arma mais famosa da Guerra do Vietnã), o lançador de granadas M79, minas Claymore, granadas e a Thompson, a preferida do personagem central da trama. Tanto no modo solo como

no multiplayer, o jogador só pode transportar uma arma de cada classe, uma arma de punho, uma espingarda/metralhadora, até quatro granadas e uma faca (que não pode ser abandonada). A qualidade gráfica do game é muito boa e confere a este título os melhores ambientes em cenários reais, com muita ação e a emoção, o que torna o jogo completamente viciante. Como o principal desafio desse jogo da Tech Dealer é vencer os inimigos, a qualidade do mecanismo de inteligência artificial faz jus à fama do título, o jogo reproduz fielmente as ações e os movimentos traiçoeiros que fizeram a (má) fama dos guerrilheiros do Vietnã do Norte. Evitando o confronto cara-a-cara com as tropas americanas, os vietcongues, sempre prontos para matar seus inimigos, criam emboscadas, rastejam, cavam túneis e são agéis em se esconder atrás de troncos e pedras. Com uma trilha sonora que reproduz sucessos da época e não deixa ninguém fora de sintonia, entre eles canções de Iggy Pop e The Stooges e do Deep Purple. Os efeitos de tiro e explosões também são bem realistas. Vietcong: Purple Haze também pode ser jogado em rede local ou via internet. No modo Turn Table (TT - Virada de mesa) um time ataca enquanto o outro defende. Os atacantes devem capturar um número de bandeiras em ordem, enquanto os defensores devem impedir o quanto for possível.

O jogador faz parte de uma equipe das Forças Especiais do exército norte-americano que está realizando missões de reconhecimento nas florestas vietnamitas

SERVIÇO VIETCONG: PURPLE HAZE Distribuição: Tech Dealer Tel.: (11) 4226-2404 Requisitos mínimos de sistema: Pentium III ou AMD Athlon 700 MHz,Windows 98SE, ME, 2000 ou XP, 256 MB de memória RAM, 1,8 GB de espaço livre em disco, leitor de CD-ROM de 16x, placa de vídeo 3D com 16 MB e placa de som, ambas compatíveis com DirectX 8.1. Idioma: software em inglês e manual em português Preço médio: R$ 89,00 Faixa etária: 18 anos Mais informações: www.techdealer.com.br

Os melhores jogos do Atari reunidos em um único CD s trintões de plantão vão adorar recordar os games de grande sucesso dos anos 80. A Full Games 55 chega às bancas fazendo uma nostálgica viagem a essa época trazendo os jogos do mais popular videogame no Brasil, o Atari. O console teve seus melhores jogos compilados num CD, que traz para a tela do computador toda a emoção das disputas do videogame. Quem já curtiu e quem não tinha curtido ainda o Atari, poderá passar horas se divertindo com os inúmeros jogos que marcaram uma geração. A Full Games 55 dá a oportunidade de ver aquele game preferido ou então o jogo que você nem mesmo recordava. É como se fosse possível relembrar aquelas partidas acirradas entre amigos e vizinhos, em que cada um era melhor naquele game que mais gostava. Esta também é a chance dos papais mostrarem para a nova geração de onde surgiram os jogos atuais. Além disso, a revista que acompanha o pacote traz um passo-a-passo para conseguir chegar ao final do game de terror Midnight Nowhere. (FP)

Divulgação

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A revista vai tirar o sono de muito trintão saudoso de jogar os clássicos mais divertidos da Atari

Confira os títulos dos jogos s clássicos do Arcade: Asteroids, Asteroids Deluxe, Battlezone, Black Widow, Centipede, Crystal Castles, Gravitar, Liberator, Lunar Lander, Major Havoc, Millipede, Missile Command, Pong, Red Baron, Super Breakout, Space Duel, Tempest e Warlords. Títulos do Atari 2600: 3D TicTac-Toe, A game of Concentration, Adventure, Air Sea Battle, Asteroids, Basic Programming, Battlezone, Bowling, Breakout, Canyon Bomber, Casino, Centipede, Circus Atari, Codebreaker, Combat, Crystal Castles, Demons to Diamonds, Dodge 'Em, Double Dunk, Flag Capture, Football, Fun With Numbers, Golf, Gravitar, Haunted

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House, Home Run, Human Cannonball, Math Gran Prix, Maze Craze, Millipede, Miniature Golf, Missile Command, Night Driver, Outlaw, Quadrun, Radar Lock, Realsports Baseball, Realsports Football, Realsports Tennis, Realsports Volleyball, Sky Diver, Slot Machine, Slot Racers, Space War, Star Raiders, Star Ship, Stellar Track, Street Racer, Submarine Commander, Super Baseball, Super Breakout, Super Football, Surround, Swordquest: Earthworld, Swordquest: Fireworld, Swordquest: Waterworld, Video Checkers, Video Chess, Video Olympics, Video Pinball, Warlords e Yar's Revenge.

SERVIÇO Revista Full Games 55 - Atari 80 Clássicos Requisitos mínimos do sistema: Windows 98, ME, 2000 ou XP, processador Pentium®II 200 MHz ou AMD Athlon equivalente, 32 MB de memória RAM, 200 MB de espaço em disco, leitor de CDROM de 4X de velocidade, placa de vídeo: SVGA AGP com 4 MB e placa de som, ambas compatíveis com DirectX® 8.1. Preço: R$ 15,90 Mais Informações: (11) 37081300 - www.fullgames.com.br


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terça-feira, 13 de setembro de 2005

Novo serviço de rastreamento de encomendas para transportadoras

Goldnet (www. goldnet.com.br), integradora especializada em conectividade e convergência de redes, está lançando o Tracking Voice Delivery, um serviço de rastreamento voltado para empresas de transportes de todos os portes, que realiza a notificação sobre o sucesso da entrega. Assim que a encomenda é entregue, o motorista envia a informação, via telefone fixo ou celular, que imediatamente fica disponível no sistema da transportadora, que pode disponibilizar a informação na sua página na internet ou enviar um email para o cliente. Segundo Marcio Barbero, diretor da integradora, no país existem cerca de 12 mil empresas de transportes rodoviários, e pelo menos 95% delas estão suficientemente informatizadas para se beneficiar do serviço. O executivo comenta uma pesquisa da CNT (Confederação Nacional de Transportes), que aponta que apenas 5% utilizam roteirizadores para definir suas rotas e apenas 46,8 % têm o controle de frotas informatizado. Neste contexto, o Tracking Voice Delivery vem contribuir para aumentar o nível de informatização do setor, que pode oferecer melhores serviços aos seus clientes. "A grande vantagem do serviço é que não há a necessidade de investimento em infraestrutura, porque toda a tecnologia está centralizada na Goldnet. Para tanto, realizamos um investimento de US$ 200 mil", explica Barbero. "Se a transportadora tivesse de montar essa infra-estrutura, iria gastar entre US$ 50 mil

A Goldnet lançou o Tracking Voice Delivery, um sistema de notificação de entrega de mercadorias Por Carlos Ossamu Divulgação

Marcio Barbero, diretor da Goldnet: "A grande vantagem do serviço é que não há a necessidade de investimento em infra-estrutura, porque toda a tecnologia está centralizada na Goldnet"

e US$ 100 mil." O Tracking Voice Delivery é comercializado como uma assinatura mensal, permitindo uma redução nos custos operacionais, além de oferecer suporte 24 x 7 x 365. Para até 10 mil notificações, é cobrado R$ 0,20 por registro (input). Ao fazer a entrega, o motorista liga para um número 0800. O atendimento é todo automatizado, sem intervenção humana, com a digitação de códigos que identificam a operação. Feito isso, as informações são repassadas online para o sistema da transportadora (input), que ficam disponíveis para consulta na sua página na internet ou

para operadores do call center, caso o cliente ligue para saber do status da sua entrega. Telefonia IP – A Goldnet também aderiu à onda de telefonia via internet e recentemente criou a divisão IPComm, responsável pelo desenvolvimento, venda e implementação de nove soluções nesta plataforma: IP Phone Suíte, Easy Message, IP Face to Face, Virtual Phone, AVVID Total, Tracking Voice Airport, IP Speech, Noty Movie e Voice Bank Atendent. Cada solução é dedicada a um segmento de mercado, podendo ser comercializada através da

venda de licenças (com pagamentos anuais de manutenção), por meio de prestação de serviços no modelo ASP (Application Solution Provider) ou como um serviço diferenciado, voltado a executivos, por meio de parcerias com grandes provedores de acesso. "Outro diferencial é que estamos oferecendo essas soluções para potenciais clientes em forma de contratos-piloto a custo subsidiado para comprovação da viabilidade e eficácia dos serviços", enfatiza Barbero. Para oferecer suporte técnico de alto nível e atendimento diferenciado, de acordo com as

necessidades do cliente, a Goldnet pretende ter uma equipe de 15 profissionais totalmente dedicados à IPComm. Para uso corporativo são dois produtos. No IP Phone Suíte, são mais de 20 aplicações para redes convergentes, que incluem acesso ao controle de estoque através do telefone, controle de horários, agendas, ligações, acesso a informativos de notícias internas ou externas, entre outros. No AVVID Total, a partir da infra-estrutura existente na Goldnet, a IPComm oferece soluções de videoconferência, garantindo a realização de contatos de vídeo, voz e dados a partir de um simples link de conexão por meio da internet. Para executivos em geral, as ofertas são muitas. O Easy Message permite a centralização de mensagens de voz de diversas caixas postais, tanto de telefones fixos como móveis. O IP Face to Face realiza a integração completa de voz, dados e imagem, permitindo que call centers realizem o atendimento aos clientes de forma visual, garantindo um serviço diferenciado e mais eficiente. O Virtual Phone é uma aplicação de comunicação que permite o uso de apenas um número de telefone com acesso via internet. Já o IP Speech possibilita que, por meio de

uma ligação do telefone fixo ou celular, o usuário seja avisado sobre um email recebido, podendo, a partir deste momento, acessar a mensagem via internet ou por voz. Para o segmento de logística foi criado o Tracking Voice Airport, que permite que, automaticamente, seja enviada para qualquer lugar a informação sobre a chegada ou decolagem de vôos, possibilitando aos passageiros maior comodidade. Para a área bancária, a IPComm criou dois produtos. O Tracking Credit Card permite que a operadora avise sistematicamente (e sem intervenção humana) ao usuário sobre qualquer transação com seu cartão de crédito, via telefone fixo ou móvel, em tempo real para que o cliente valide a operação. Também permite avisar, em tempo real, sobre uma operação fora do padrão de consumo do cliente. Já o Voice Bank Atendent foi desenvolvido para evitar que clientes permaneçam na fila de espera dos atendimentos de telemarketing. O sistema possibilita a programação do tempo para chamada de retorno, garantindo que o cliente terá sempre um operador pronto para atendê-lo no momento que inicia o contato com a instituição.


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terça-feira, 13 de setembro de 2005

NACIONAL - 13

LÁ FORA, BRASIL TEM MAIS UMA VITÓRIA NA OMC. AQUI DENTRO, CONTINUA EXPANSÃO DO SALDO COMERCIAL Arquivo DC

Superávit encosta em US$ 30 bilhões Apesar do câmbio, exportações seguem crescendo

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balança comercial brasileira registrou superávit (saldo positivo) na segunda semana de setembro de US$ 854 milhões, resultado de exportações de US$ 1,871 bilhão e de US$ 1,017 bilhão nas importações. No mês, o saldo comercial é de US$ 1,381 bilhão. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (Mdic), que divulgou os dados ontem, as vendas no ano ao exterior chegaram a US$ 79,023 bilhões e as compras, a US$ 49,294 bilhões. Já o superávit da balança acumula US$ 29,729 bilhões, valor 28,71% maior que no mesmo período de 2004. "Independentemente da pressão do câmbio, os resultados são bastante positivos e devem ser comemorados", afirma o analista da consultoria GRC Visão, Alex Agostini. A média diária das exportações nas duas primeiras semanas de setembro foi de US$ 489,5 milhões, 15,2% superior às vendas do mesmo período de 2004. Houve aumento nas três categorias de produtos: manufaturados (23,7%), principalmente, motores e geradores, polímeros plásticos, álcool etílico e aparelhos transmissores e receptores; semimanufaturados (4,5%), por conta de açúcar em bruto, couros e peles, celulose e ferro fundido; e básicos (3,7%), devido, principalmente, ao aumento das ex-

portações de petróleo em bruto, carne bovina, suína e de frango, minério de alumínio e café em grão. Já no comparativo com as vendas da primeira semana do mês, retraíram-se as vendas de manufaturados (-15,9%), principalmente, de automóveis de passageiros, motores para veículos, calçados, aparelhos transmissores/receptores e óleos combustíveis; e de básicos (-13%), devido ao menor consumo de petróleo em bruto, minério de ferro, carne de frango e suína e café em grão. Os semimanufaturados mantiveram-se estáveis (0,5%). Importações – Em relação às importações, houve queda de 5,3% na média diária até a segunda semana de setembro, em comparação ao mesmo período do ano passado. Houve retração nos gastos de combustíveis e lubrificantes (-27,0%), adubos e fertilizantes (-26,9%), químicos orgânicos/inorgânicos (-23,3%), aeronaves e peças (-16,4%) e produtos de moagem (-9,0%). Em relação à primeira semana do mês, também houve queda, de 5,6%, nas compras feitas do exterior, motivada pela redução dos gastos com combustíveis e lubrificantes, equipamentos mecânicos e elétricos/eletrônicos, químicos, instrumentos de ótica, plásticos e obras, siderúrgicos e borracha e obras. Fernanda Pressinott

Tarifa para a entrada de frango brasileiro na Europa chegou a subir de 15,4% para 75% em 2002. Brasil recorreu à arbitragem internacional.

Brasil vence UE em disputa sobre exportação de frango

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Brasil venceu a disputa contra a U n i ã o E u ro p é i a (UE), na Organização Mundial do Comércio (OMC), sobre as exportações nacionais de frango. Bruxelas não tem mais como apelar da decisão, mas mesmo assim não dá garantias de que cumprirá as determinações dos juízes internacionais. "Estamos desapontados com esta decisão", afirmou um porta-voz da UE em Genebra. A lei que estava sendo questionada pelo Brasil, e que foi condenada pela OMC, data de 2002 e promove mudanças técnicas de classificação na entrada do frango importado. A mudança acabou aumentando as tarifas sobre o produto brasileiro de 15,4% para 75%. Em outubro de 2003, o Brasil entrou com a queixa na OMC, juntamente com a Tailândia. O problema é que, poucos meses depois de o Brasil entrar com a queixa, a Europa promoveu mais algumas mudanças em sua legislação. Os europeus ainda fizeram de tudo pa-

ra atrasar o trabalho da OMC. A UE argumentava que o País estava colocando o mínimo exigido de sal no produto exportado para que o frango entrasse no mercado europeu em uma categoria que recebe impostos mais baixos que o frango congelado. O Itamaraty alegou que os europeus apenas se queixaram dessa prática quando as exportações brasileiras começaram a crescer, em meados de 2002. Histórico – Depois de várias prorrogações, porque Bruxelas se recusava a aceitar os nomes dos árbitros indicados para julgar o caso, só em junho de 2004 é que o comitê de arbitragem foi finalmente estabelecido. O Brasil foi obrigado a recorrer ao ex-diretor-geral da entidade, Supachai Panitchpakdi, para que fossem escolhidos os membros do comitê que julgaram as barreiras impostas pela UE. O Brasil já havia vencido o contencioso em uma primeira arbitragem, mas os europeus recorreram e o caso foi revisto. Ontem, a entidade divulgou

seu julgamento final e as condenações foram mantidas pelo órgão máximo da OMC contra a Europa. O problema agora é que os advogados de Bruxelas argumentam que não precisarão modificar as condições para a entrada do frango no mercado europeu e que a decisão não terá impacto nas transações comerciais. Segundo a UE, não há dúvida de que o Brasil venceu a disputa, mas ainda não está claro o que Bruxelas terá de fazer para colocar suas leis em ordem. Nova legislação – Segundo o grupo europeu, essa situação é possível graças à recusa dos juízes internacionais em avaliar as novas regulamentações que foram postas em prática depois que o Brasil abriu a queixa contra Bruxelas. Para o governo brasileiro, a interpretação dos europeus sobre o resultado da disputa não é correta, já que as novas regulamentações apenas complementam a lei principal, que foi plenamente condenada pela OMC. Quando os trabalhos dos árbitros finalmente foram inicia-

CELULAR

dos, o Brasil alertou à OMC que algumas novas leis haviam sido implementadas na Europa. Os árbitros, porém, não aceitaram a inclusão das novas queixas, já que o caso havia sido aberto em 2003. Para a UE, essa recusa deixava aberta a possibilidade de que as práticas aduaneiras européias fossem mantidas. Em Genebra, o governo brasileiro garantiu que a condenação da lei e o pedido da OMC para que seja revogada, no entanto, são elementos suficientes para que as regulamentações posteriores deixem de ser válidas, pois tratam-se de leis apenas complementares. Ainda assim, o governo brasileiro optou por também apelar e pediu que as regulamentações pós 2003 fossem consideradas pelos juízes. Eles mais uma vez se recusaram. O governo chegou a temer por uma decisão da OMC desfavorável ao Brasil. Essa foi a segunda vitória do País contra a UE em menos de um ano. No outro caso, o País conseguiu que a OMC condenasse os subsídios ao açúcar dados por Bruxelas. Os europeus chegaram a oferecer cotas de importação para o frango brasileiro nas negociações entre o Mercosul e a UE se o Brasil retirasse o caso da OMC, o que acabou não ocorrendo. (AE)

Anatel propõe que os créditos prépagos tenham validade de seis meses, e não mais de 90 dias. Operadoras reclamam dos custos.

Menor tarifa de importação beneficiaria a China

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presença da China na Organização Mundial do Comércio (OMC), na qual o país asiático entrou no fim de 2001, é uma das principais razões pelas quais os industriais brasileiros rechaçaram a proposta de uma substancial redução de tarifas de importação. A sugestão consta de um documento interno do Ministério da Fazenda, vazado à imprensa na semana passada. Pela proposta, as alíquotas industriais máximas do Brasil cairiam de 35% para 10,5%. Na prática, a tarifa média cobrada sairia de 12% para 7%. Humberto Barbato, diretor de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), observa que a redução de tarifas do documento da Fazenda privaria o Brasil de mecanismos de "proteção contra práticas desleais de comércio". Ele lembra que o governo, para defen-

der os produtores de calçados da competição considerada injusta da China, elevou a tarifa de 20% para 35%. "Isto seria impossível se aquela proposta vingasse", observou Barbato. Moeda de troca – A idéia da Fazenda seria a de oferecer, nas negociação da rodada Doha da OMC, a redução das tarifas industriais em troca de concessões dos países ricos no setor agrícola, no qual os produtores brasileiros são sempre vítimas de altas tarifas, barreiras não alfandegárias e subsídios. De maneira quase generalizada, industriais atacaram duramente a proposta do documento da Fazenda de reduzir as tarifas industriais. O principal argumento é o de que os produtores brasileiros atuam em desvantagem em relação aos seus principais competidores internacionais, como a China, devido à alta carga tributária e às deficiências da infra-estrutura do País. (AE)

O

s celulares terão, ainda este ano, novas regras de funcionamento, com direitos ampliados para os usuários. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgou ontem a proposta de novo regulamento para o setor, que ficará em consulta pública de 15 de setembro a 21 de novembro. Segundo o gerente de Regulamentação de Comunicações Pessoais da Anatel, Bruno Ramos, os créditos dos celulares pré-pagos terão validade de seis meses, e não mais de 90 dias, como atualmente. E, cada vez que o cliente comprar novos créditos, os antigos serão renovados por 180 dias. Pela proposta, o usuário que decidir mudar de operadora e ainda possuir créditos terá direito a ser ressarcido. Hoje, esse cliente perde os créditos. As mudanças vão beneficiar os 62 milhões de assinantes que usam a modalidade pré-paga e que representam 81% dos usuários de celular do País. A Associação das Operadoras Celulares (Acel) enco-

Márcio Fernandes/AE

Prazo dos créditos será prorrogado

Proposta beneficia mais de 62 milhões de usuários

mendou à Universidade de Brasília um estudo sobre o impacto das mudanças no faturamento das empresas. Mas para o presidente da Acel, Amadeu de Castro, pelo menos no caso da validade dos cartões, "o caminho normal" é aumentar o preço de venda dos créditos. Custos – De acordo com Castro, cada celular em operação custa para as empresas R$ 26 no primeiro ano e R$ 13 nos anos seguintes, a título de contribuição para o Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel). O presidente

da TIM, Mário Cesar Pereira de Araújo, sugeriu que a Anatel faça uma revisão no Fistel, com taxas mais reduzidas para os clientes pré-pagos. Ele propôs ainda uma redução da alíquota de ICMS cobrado sobre os valores dos créditos. "Se (a empresa) mantém o cliente na base e não tem receita, alguém vai ter que pagar", disse Araújo. Segundo ele, dos 76 milhões de celulares em todo o País, cerca de 15 milhões não geram nada de receita: 5 milhões não fazem nem recebem chamadas e 10

milhões pertencem a clientes que têm mais de uma linha e mantêm um dos aparelhos desligado em casa. Fronteiras – O novo regulamento cria ainda regras para zonas limítrofes, como em cidades que estão na fronteira de áreas de atuação de diferentes empresas. Nessas regiões, hoje, o usuário corre o risco de ter o seu celular operado na área de empresa da qual não é assinante, o que aumenta o custo das ligações. Nas novas regras, essas chamadas teriam tarifa local. Pela proposta da Anatel, as empresas de telefonia celular terão prazo máximo de 90 dias após a data da ligação para emitir a conta para os clientes pós-pagos. Após esse prazo, a operadora será obrigada a parcelar o pagamento. E, quando o cliente solicitar a rescisão do contrato, a empresa terá no máximo 24 horas para fazê-lo, o que atualmente leva uma semana. Segundo Bruno Ramos, a dificuldade de cancelar os serviços é uma das reclamações mais freqüentes recebidas pela Anatel. (AE)


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terça-feira, 13 de setembro de 2005

Roupas especiais para levar o iPod

INFORMÁTICA - 1

ouça

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egando carona no tsunami iPod, confecções desenvolvem roupas compatíveis com o aparelho. Uma jaqueta da Kenpo, recémlançada, permite que o dono controle seu tocador usando comandos localizados na manga, através de um chip embutido. À venda a partir de novembro por preços que variam de de US$ 275 a US$ 350. (Agências)

controle

STEVE JOBS ATACA NOVAMENTE

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dono da Apple conseguiu, de novo, atrair a atenção do mundo da tecnologia com dois lançamentos: o Rokr (celular que traz o iTunes) e o iPod nano (tocador de MP3). O primeiro celular compatível com o software musical mais popular do mundo é uma parceria da Apple com a Motorola. Já o o novo iPod nano chega com um pouco dos dois antecessores: tamanho diminuto e memória flash. Sacramentando o sucesso do iPod, tradicionais fabricantes de roupas inventam modelos compatíveis com o tocador de MP3 mais desejado do planeta

ITUNES NO CELULAR

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hega de conversa e toca a música! Foi mais ou menos esse o recado que a Apple deu na semana passada ao lançar, com a Motorola, o tão esperado celular equipado com o programa de músicas iTunes, campeão em donwloads no mundo todo (mas ainda não disponível para o Brasil). O aparelho Rokr ( lê-se Rocker), Reuters que já está à venda nos Estados Unidos exclusivamente para os assinantes da operadora Cingular (GSM), deve chegar na Europa, Ásia e Austrália no final do mês, e na América Latina e Brasil espera-se que até o fim do ano, segundo informação da própria Motorola em seu site (www.motorola.com). O celular também é chamado de iPhone pelo CEO da Apple, Steve Jobs, já que o aparelho mistura as funções do player iPod com as de um telefone. Ele tem capacidade para armazenar 100 músicas ou podcasts, arquivos de áudio gravados e distribuídos na internet. Os usuários podem transferir as faixas musicais do aparelho para os PCs ou Macs. Seu cartão de memória vem com 512 MB. A junção do celular com um player de música rodando o iTunes já era esperada pelos fãs da Apple desde junho do ano passado. O aparelho, que vai custar US$ 250 nos Estados Unidos, traz um visor colorido para que sejam visualizadas as canções. Elas podem ser escolhidas de forma aleatória ou o usuário define uma playlist de suas faixas favoritas e podcasts direta-

Por Barbara Oliveira mente baixados da biblioteca do iTunes, via conexão USB. A música pausa automaticamente quando ele recebe uma chamada ou quer ouvir suas mensagens na caixa postal, afinal, o aparelho é também um telefone e foi feito para se comunicar. Para ouvir novamente a música basta acionar um botão dedicado para o som.

O aparelho embute dois altofalantes com som estéreo, além de trazer fones de ouvidos. Ele é tri-band, vem com uma câmera digital padrão VGA e conexão Bluetooth. Os arquivos musicais que o Rokr reproduz são nos formatos MP3 e AAC, um tipo de codificação de áudio que comprime os arquivos de forma mais eficiente e com qualidade superior ao MP3, comparável ao de um CD. "Estivemos trabalhando com a Motorola nos últimos

meses para dar ao mundo a melhor experiência musical dentro de um telefone móvel", disse o vice-presidente da iTunes, Eddy Cue, acrescentando que eles vão trabalhar com as grandes operadoras de telefonia do mundo inteiro para levar esse celular ao mercado. O grande alvo da Apple é a Ásia. E não é para menos, os japoneses já baixam mais músicas digitais pelo telefone do que pelos players de MP3, segundo a Associação das Gravadoras do Japão. Um levantamento feito no primeiro semestre deste ano indicou que downloads de músicas e de toques musicais pelo celulares chegaram a 109 milhões até 30 de junho, gerando uma receita de US$ 123 milhões (para operadoras e sites de músicas pagos). Para a compra de canções na loja do iTunes (www.apple.com/itunes/), o usuário só precisa ter um cartão de crédito válido e um endereço no país da compra. Segundo o instituto Gartner, a Motorola só está atrás da Nokia no mercado mundial de telefones celulares. A Nokia, aliás, lançou recentemente também um aparelho com a mesma função de tocador de música, o n91, com 4 GB de memória, capaz de armazenar mais de mil músicas. O modelo SGH i300, da Samsung (não disponível aqui ainda), e o Walkman, da Sony, recém lançado no Brasil, também funcionam como players musicais. Leia mais sobre as novidades da Apple na página 3


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terça-feira, 13 de setembro de 2005

INFORMÁTICA - 9

Fotos: Divulgação

A OKI está lançando a sua primeira multifuncional colorida no Brasil e duas impressoras laser coloridas

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o completar oito anos de atuação no país, a OKI Data assume uma nova marca registrada, OKI Printing Solutions, que passa a estampar todas as suas impressoras, suprimentos e serviços. A mudança, acredita a companhia, refletirá seu foco na oferta de soluções completas, de nível superior e com boa relação custo x benefício em impressão para aumentar a produtividade dos clientes, transmitindo os princípios de qualidade, tecnologia e inovação orientados às necessidades dos usuários, diz a empresa. A nova marca e logotipo serão adotados em todas as subsidiárias nas Américas, África, Ásia e Europa e na sede, no Japão. Para Sergio Horikawa, presidente da companhia no Brasil, o nascimento da marca OKI(r) Printing Solutions significará uma importante evolução na maneira como a empresa apresenta seus produtos e serviços. "(ela) É uma lembrança tangível de nosso compromisso com a qualidade e valor que sempre mantivemos", acredita. Aniversário – Entre as ações comemorativas de aniversário a OKI está lançando sua primeira multifuncional colorida no Brasil e duas impressoras laser coloridas. Também anunciou novos planos para o canal de distribuição, com a meta de incorporar mais 10 revendas em regiões estratégicas ainda em 2005, ampliando o alcance de seus produtos, hoje concentrado no eixo Rio-São Paulo, para as regiões Sul, Nordeste e Centro-Oeste do país. A fabricante tem hoje 40 VARs (Value Added Reseller –Revendas de Valor Agregado), um crescimento considerável em comparação às 18 VARs que compunham seu canal em 2003. "Estamos muito orgulhosos com o fortalecimento cada vez mais consistente da OKI Data no Brasil", declarou Horikawa. Em 2004, a empresa aumentou em 50% o seu faturamento no país. A comercialização de máquinas monocromáticas registrou um crescimento de 78% e as impressoras matriciais tiveram suas vendas elevadas em 65%. No mercado de impressoras laser coloridas, a OKI Data conquistou 11,4% o mercado. Para 2005, a meta é aumentar o faturamento total em 25% e manter o

OKI Data muda marca registrada e espera aumentar receita em 50% Fabricante de impressoras anuncia planos para revendas e nova família de produtos, incluindo sua primeira multifuncional vendida no Brasil Por Renata Mesquita

Sergio Horikawa (acima), presidente, e Américo Ribeiro (dir.), diretor comercial

crescimento da participação neste setor. Novidades nas lojas – O maior destaque entre os lançamentos anunciados pela OKI Data na semana passada fica para a multifuncional colorida C5510n MFP, a primeira da companhia a ser comercializada no Brasil. O produto chega ainda este mês

ao país com recursos de impressão, cópia e digitalização de imagens com funções de edição. Compacto, o equipamento imprime documentos coloridos em até 12 ppm (páginas por minuto) e preto e branco em até 20 ppm e é capaz de imprimir até 99 cópias coloridas de um original, além de produzir

banners de até 120 cm de comprimento, com resolução 1200 x 600 dpi. Segundo a OKI, a multifuncional atinge um ciclo de trabalho de até 50 mil páginas por mês. Ela possui alimentador automático de documentos para até 50 folhas e alimentação padrão de 400 folhas, sendo 300 na bandeja universal e 100 na bandeja multifuncional, e vem com interface de rede. A C5510n MFP salva os documentos digitalizados com resolução 600 x 600 dpi como arquivos eletrônicos ou imagens nos formatos PDF, JPEG, TIFF ou M-TIFF, e também pode enviá-los diretamente a um grupo de emails (função Scan-to-email), pela rede ethernet e servidor SMTP, ou para uma pasta na rede ou servidores FTP. No país, o equipamento custará R$ 9.700, com garantia de 1 ano on-site. Com mais controle – Outras novidades são as impressoras laser coloridas C9800hdn e C9600n. A primeira incorpora a tecnologia EFI Fiery, ferramenta para o controle e o gerenciamento da funcionalidade do processo de impressão que promete otimizar o fluxo de trabalho e assegurar resultados de qualidade diferenciada. "Essa tecnologia, que já é

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consagrada no mundo todo, agora acompanha a nova impressora C9800hdn, agregando muito mais cor e qualidade às impressões", promete Horikawa. Dá para aumentar a velocidade de processamento de arquivos complexos, gerenciar ou visualizar a impressão dos trabalhos em fila, balancear o fluxo de trabalho dos dispositivos de rede, gerenciar perfis de cor e salvar modelos no disco rígido das impressoras para o processamento e impressão mais rápida dos trabalhos. O modelo também inclui a tecnologia de impressão ProQ4800, que permite apresentar detalhes finos e profundidade de cor vibrante, e usa um exclusivo toner da OKI que oferece acabamento profissional leve e brilhante para documentos impressos. A C9800hdn imprime colorido até 36 ppm e 40 ppm em preto e branco, aceita papéis com tamanhos e gramaturas variadas e permite a impressão em formatos especiais como tablóide-extra (30,48cm x 45,72 cm) e banners de até 120 cm de comprimento. A detecção de gramatura e ajuste para seu peso são automáticos, garante a empresa, e o produto atinge um ciclo de trabalho de até 150 mil páginas por mês. Seu preço sugerido é de R$ 38.190. Já a C9600n chega ao país com a promessa de ser, segundo a OKI, a única impressora em seu segmento capaz de imprimir colorido até 36 ppm e 40 ppm em preto e branco. Ela é direcionada para empresas que necessitam de impressão de informativos, folhetos em formato diferenciado, layout de anúncios, ilustrações grandes e banners e também imprime em formatos especiais. Vem com detecção automática da gramatura e a tecnologia Digital OKI Single Pass Color, que aumenta a velocidade de impressão e a durabilidade dos consumíveis, com troca individual de cartuchos de toner e de cilindros de imagem. Segundo a empresa, esses recursos proporcionam um custo por página muito competitivo, com ciclo de trabalho de até 150 mil páginas por mês. A impressora C9600n pode ser conectada à rede (PC ou Mac) via servidor de rede interno 10/100 ou interface de rede sem fio opcional (802.11g) e custa R$ 20.415.

OKI procura novas revendas OKI Data que aumentar sua rede de revendas de valor agregado (VARs, na sigla em inglês) de 30 para 40 ainda este ano. O foco da empresa é levar seus produtos e serviços, hoje oferecidos praticamente apenas no eixo Rio-São Paulo, para outras regiões estratégicas do país, principalmente no Nordeste e Centro-Oeste. "Esperamos elevar em 60% o faturamento ainda neste ano, por meio deste canal", revela Américo Ribeiro, diretor comercial da Oki Data. "A nossa meta é expandir o raio de ação. Já estamos qualificando novos parceiros e realizando campanhas de incentivos dedicadas para este canal", conclui. A iniciativa, que vai até 31 de março de 2006, foi batizada como "Pé na tábua OKI" e inclui a premiação dos vendedores que fecharem mais negócios. Entre os prêmios está uma viagem com acompanhante para o Grande Prêmio de Fórmula 1 da Inglaterra, uma viagem para a corrida de Stock Car (Etapa Curitiba) e um relógio da famosa marca Tag Heuer. Ricardo Coiro, gerente comercial corporativo da companhia, explica que os revendedores corporativos recebem total apoio comercial da pré-venda à pós-venda, inclusive em suporte técnico e marketing. Os interessados em entrar para o time de VARs da OKI devem entrar em contato com ele, através do e-mail rcoiro@okidata. com.br. (ReM)

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16 -.AGRONEGÓCIO

terça-feira, 13 de setembro de 2005 Divulgação

FLORES

Fim da safra de cana deve elevar o preço do álcool nas bombas

Produtor de Holambra, único a produzir a planta no país, ganhou a muda e a plantou por acaso

Orquídea rara é cultivada em São Paulo As exportações começaram há sete anos. "Quando tínhamos um canteiro com cinco mil mudas, decidimos que era hora de ir para o mercado externo, fizemos os primeiros contatos, fomos trabalhando e conseguimos entrar em dois países", conta Acosta. Atualmente, a Holanda e os Estados Unidos são os compradores da produção do agricultor. No entanto, Acosta não vende as flores – brancas e de miolo amarelo –, comercializa apenas as mudas da Ludisia. Para o plantio da espécie destinada à exportação, o agricultor cultiva uma área de 1.500 metros quadrados na fazenda. Por ser uma planta que floresce apenas uma vez ao ano, o produtor não tem interesse em investir na sua comercialização no mercado nacional. "O consumidor final quer a planta com a flor. Dessa forma, os investimentos com a produção para o abastecimento do mercado nacional não compensariam, isso porque a florada só acontece uma vez por ano. E aí eu teria que disponibilizar o ano inteiro uma grande área para o plantio da Ludisia e ter flores para vender somente a cada 12 meses", explica Acosta. No entanto, para atender o público da Expoflora, esse ano Acosta levou 15 mil unidades para serem vendidas, com exclusividade. A Ludisia é ven-

país poderá exportar o próprio combustível. "Até que possam converter a produção deles de açúcar para etanol", disse Vilalva.

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ÓRBITA

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xportando o jeitinho. Os países da América Central e do Caribe têm interesse em importar do Brasil a tecnologia para produção de etanol. A informação é do diretor do Departamento de Promoção Comercial do Itamaraty, Mário Vilalva. Protocolos de cooperação técnica neste sentido foram assinados ontem, durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Guatemala. Segundo o embaixador, além da tecnologia para o etanol o

Importadas

SÓ bebidaS Nacionais

afezinho na balança. A arrecadação média diária com as exportações de café ficou em 8,020 milhões de dólares na segunda semana de setembro, com a média acumulada das duas semanas do mês atingindo 8,496 milhões de dólares – queda de 30% sobre a média diária de agosto, de 12,145 milhões. Na comparação com a média diária de setembro de 2004, de 8,375 milhões de dólares, verifica-se um aumento de 1,4% no valor obtido diariamente pelas exportações de café neste mês de setembro.

Vistosa e única: folhagem da Ludisia encantou o produtor brasileiro

dida por 5,90 reais, com a flor. "Com os cuidados necessários, que envolvem pouca luminosidade e solo úmido, a Ludisia vai florescer novamente no inverno do ano que vem", explica Acosta. A dificuldade de se cultivar a Ludisia em grande quantidade é manter a cor original de suas folhas. Para conseguir qualidade nas plantas, os cuidados envolvem pouca adubação, luminosidade controlada e irrigação certa. O consumidor que tiver os cuidados necessários com sua planta será recompensado. Uma vez que a primeira florada morre, basta cortar o caule próximo a terra para deixá-la brotar novamente. A cada ano, sucessivamente, a planta vai aumentando de tamanho, tornandose cada vez mais bonita. Expoflora – A 24ª edição da Expoflora começou no dia 1º de setembro. A feira é considerada a maior exposição de flo-

res da América Latina. Para este ano, a expectativa dos organizadores é receber um público estimado em 283 mil turistas brasileiros e estrangeiros. A exposição deve movimentar 12 milhões de reais. Uma das novidades desta edição é a Mostra de Paisagismo e Decoração de Áreas Externas, que tem 22 ambientes criados por paisagistas, arquitetos e designers de interiores, e o pavilhão de negócios em paisagismo e decoração de áreas externas.

Produção orgânica faz crescer número de animais em sítio

Há mais de vinte anos, a Embrapa vêm desenvolvendo métodos para avaliação da biodiversidade em sistemas agrícolas, com aplicação em diversos tipos de propriedades rurais. As áreas da Usina São Francisco foram objeto de levantamentos intensivos de sua biodiversidade, entre 2002 e 2003, que identificaram 248 espécies. Num plantio convencional de cana, não se contam mais do que 30. "A fauna foi inventariada, qualificada e monitorada em diferentes habitats, identificados a partir do mapeamento. Esses levantamentos zooecológicos levaram em conta todos os aspectos da vida dos animais silvestres, como seus deslocamentos, alimentação, abrigo e reprodução",

U

m estudo realizado pela E m b r a p a M o n i t o r amento por Satélite, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), comprovou o aumento da biodiversidade animal em propriedades rurais que trocaram o sistema convencional de produção pelo orgânico. O projeto foi realizado em parceria com a ONG Ecoforça e biólogos e ecólogos da Universidade de São Paulo (USP) e do Mackenzie. As fazendas da Usina São Francisco, produtora de cana-de-açúcar orgânica do Noroeste do Estado, foram os locais escolhidos para o estudo.

Só BEBIDAS

Prosecco Abazzia Contessa Chiara

R$ 21,90 Asti George Albert

R$ 14,90

Arquivo DC

Cláudia Marques

24ª Expoflora Data: até 25 de setembro, de quinta-feira a domingo Horário: das 9 h às 19 h Local: Holambra, SP, rodovia Campinas-Mogi Mirim, KM 141, a 140 km de São Paulo e 41 Km de Campinas Ingressos: 18 reais Informações: (19) 3802-1421 ou pelo e-mail expoflora@expoflora.com.br

Santa Ana R$ 7,50*

“MANIA DE VENDER BARATO”

ITALIANOS VILLA VIVALDI............................................................................................R$ LAMBRUSCO EMILIA AMABILE................................................................R$ MONTEPULCIANO D’ABRUZO .................................................................R$ PROSECCO ABAZZIA CONTESSA CHIARA............................................R$ PORTUGUESES CAMILLO ALVES ........................................................................................R$ QUINTA DO CARNEIRO ............................................................................R$ PORCA DE MURÇA ...................................................................................R$ CASAL GARCIA BRANCO .........................................................................R$ MARQUÊS DE MARIALVA ........................................................................R$ CARTUXA ...................................................................................................R$ ESPORÃO ALANDRA ................................................................................R$

disse o consultor Carvalho. Já o empresário Luiz Guilherme Zancaner, presidente da Usinas e Destilarias do Oeste Paulista (Udop), lembrou que a demanda mensal total de álcool na região Centro-Sul somados hidratado e anidro misturado à gasolina – está próxima a 1,1 bilhão de litros, ante 900 milhões no mesmo período do ano passado. Para Zancaner, o aumento do preço da gasolina e a estabilidade do preço do álcool incentivam a prática do rabo-degalo, que é o abastecimento com álcool hidratado de veículos a gasolina. "Isso cria uma demanda extra pelo álcool que nós (usineiros) não conseguimos mensurar", disse Zancaner. "Mas acredito na recuperação dos preços do álcool", completou. A Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool estima que a demanda gerada pelo rabo-degalo seja de 1,7 bilhão de litros por ano, cerca de 10% de toda a produção nacional. A União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica) informou que a tendência é mesmo de um reajuste nos preços do álcool nas usinas, como sempre ocorre nesta época, em virtude do aumento na demanda e redução na oferta. (AE)

Aumento: demanda por álcool cresceu no comparativo com 2004

explica o coordenador do estudo, José Roberto Miranda. Os levantamentos registraram, inclusive, espécies raras como onça-parda, bugio, jaguatirica, tamanduá-bandeira, lobo-guará e lontra. Só para se ter uma idéia da riqueza, o número de espécies de aves registrado nas propriedades estudadas é superior a quase de metade da avifauna da Europa. "Mesmo localmente, os resultados são significativos. No município vizinho, de Ribeirão Preto, a comunidade de aves identificadas soma 123 espécies, ou seja 64% da avifauna presente nas áreas da Usina São Francisco", destaca Miranda. Ilhas – Os mapeamentos realizados destacaram que, além do modo de produção orgânico, a propriedade é ge-

renciada como um todo, considerando as diversas funções das unidades de paisagem na conservação da biodiversidade. O trânsito dos animais selvagens pelas áreas da propriedade, por exemplo, é assegurado e facilitado por uma série de conexões e corredores. As ilhas de biodiversidade, criadas ou recuperadas no meio do canavial, têm também papel essencial ao tipo de cultivo orgânico. As espécies que vivem na floresta, desde pássaros a insetos, ajudam no controle de pragas que atacam a cana. Ao mesmo tempo, o solo do canavial, livre de agrotóxicos e repleto de minhocas e insetos, tornase um banquete que sustenta a base da cadeia alimentar dos bichos. (Agências) DC

A

Ludisia, uma espécie rara de orquídea, está sendo produzida no interior de São Paulo, na região de Holambra. A planta, nativa da Indonésia e de Burma, na Ásia, se diferencia das demais orquídeas pelas suas folhas, que são purpúreas e rajadas de dourada. "A Ludisia é considerada a jóia das orquídeas, é a mais bonita em matéria de folhagem e suas flores são comparadas aos pingentes de um brinco", a f i r m a o p ro d u t o r R u b e n Acosta, que está expondo a espécie pela segunda vez na Expoflora, feira que acontece em Holambra até o dia 25 de setembro. Acosta começou a produção da Ludisia há 11 anos e por acaso. "Ganhei duas pequenas mudas de um amigo e plantei na minha propriedade", conta Acosta, que cultiva folhagens e abriu exceção na produção para a orquídea depois que a viu dar as primeiras flores. "Um ano depois, quando vi como a flor e as folhagens eram bonitas, plantei novas estacas e montei um canteiro, mais outro", explica. Atualmente, a produção de Acosta é de 60 mil mudas por ano. Para o ano que vem, o agricultor espera um aumento ainda maior, passar para 100 mil mudas. Acosta é o único a produzir a orquídea no país.

O aumento na demanda pelo álcool hidratado – de 20%, em relação ao mesmo período do ano passado –, a aproximação do fim safra canavieira do Centro-Sul do Brasil e o reajuste de até 10% nos preços da gasolina nos postos devem puxar para cima o preço do combustível renovável, de acordo com o setor produtivo. "A safra de cana segue o ciclo normal e, a partir de outubro ou novembro, até março, durante a entressafra, a oferta cai e o preço naturalmente sobe", disse o consultor e presidente da Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool do Ministério da Agricultura (MAPA), Luiz Carlos Corrêa Carvalho. De acordo com Carvalho, o limite para a elevação do preço do álcool é até a paridade de 65% do preço cobrado pela gasolina nos postos, que, em algumas cidades, chega a 40%. Os aumentos no álcool combustível são graduais e a paridade máxima com o preço da gasolina deve, segundo Carvalho, ocorrer só até o começo da próxima safra, em março ou abril de 2006. "A partir daí a demanda pelo álcool cai e aí, normalmente, já é o início da próxima safra e o preço do combustível volta a recuar, em razão do aumento da oferta",

12,50 12,50 19,90 21,90 13,90 15,50 17,90 19,90 39,90 85,00 22,50

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.INFORMÁTICA

terça-feira, 13 de setembro de 2005

Fotos: Captura de telas

D

ecorrência natural da experiência e conhecimento acumulados em 11 anos de Conip (Congresso de Informática Pública), surge no cenário nacional da Tecnologia da Informação uma nova organização não-governamental. Lançado oficialmente ontem em São Paulo, o Instituto Conip –Conhecimento, Inovação e Práticas de TI na Gestão Pública– tem como objetivo desenvolver e disseminar conhecimento e práticas no uso inovador e alternativo das tecnologias de informação e comunicação, com ênfase no fortalecimento da cidadania e maior eficiência do serviço público. Vagner Diniz, diretor do Instituto Conip, ressaltou a importância da transparência na administração pública, num momento de crise política como o que vive o país. "A idéia é mostrar à sociedade que existem instrumentos para de fiscalizar o governo. A transparência não existe se não houver vontade política do gestor público. E não adianta haver transparência se não houver interesse da sociedade civil em fiscalizar", afirma o diretor da nova ONG. Quem recebe – Um desses instrumentos já está à disposição da população na internet. O Portal da Transparência (www.portaldatransparencia. gov.br) da Controladoria-Geral da União (CGU) torna públicas as informações sobre a aplicação dos recursos federais arrecadados através de impostos e também dos gastos efetuados diretamente pelo governo federal, como compras governamentais e contratação de obras públicas e de prestadores de serviços. Navegando no portal, qualquer cidadão pode verificar, por exemplo, quanto foi destinado pelo governo federal para cada

O

Entenda os códigos dos anúncios

Q

As páginas ressaltam a transparência na administração pública, já que permitem checar até quem recebeu verba do Bolsa Família, por exemplo

Instituto Conip propõe uso da tecnologia para promover transparência e lança site de m-gov ONG quer difundir as melhores práticas de tecnologia no segmento público, especialmente as que permitem aos administradores informar com transparência à sociedade para onde vão os recursos município brasileiro, em cada ação governamental, como agricultura, saúde, educação, assistência social, segurança pública etc. No caso de projetos sociais como o Bolsa Família, pode-se chegar até ao nome e número do documento de identidade fiscal do beneficiário. Outro exemplo de transparência é o portal Dia-a-Dia Educação (www.diaadiaeducacao. pr.gov.br), iniciativa da Secretaria Estadual de Educação do Paraná. Ali, entre outros serviços, estão listadas mais de nove mil escolas municipais, estaduais e particulares, com número de alunos, corpo funcional, detalhamento da infra-estrutura, lista de materiais –de um simples balde plástico a computadores e

televisores– até a relação de alimentos entregues para a merenda, com quantidades e preços. Dessa maneira, os pais podem controlar se o que está na lista de ingredientes realmente está sendo consumido pelas crianças, e quais materiais pedagógicos a escola possui. "Práticas tenebrosas" – Rogério Santanna, secretário de Logística e TI do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, expôs detalhes dos projetos de uso da Inteligência Artificial (IA) para detecção de "práticas potencialmente tenebrosas", como tentativas já detectadas de fraudar pregões eletrônicos, através da combinação prévia de lances entre dois fornecedores –o

chamado "coelho". A arma chama-se Tamanduá, um software livre desenvolvido pelas universidades federais de Minas Gerais e Amazonas. O programa faz análises que permitem visualizar em forma de gráficos certas tendências que podem indicar fraudes, como os tipos de situações que definem um preço muito alto para determinado item mas mesmo assim ganham a licitação. O governo federal, segundo Santanna, também investe na gestão de qualidade de dados no ambiente de informações sociais, já que os sistemas de IA podem reconhecer e levar em conta erros de digitação ou grafia de nomes que podem ser determinantes para a de-

tecção de fraudes na Previdência Social, como pagamento de benefícios a pessoas falecidas e subdeclaração de renda para a Bolsa Família. M-Gov – O Instituto Conip também lançou ontem o primeiro site brasileiro sobre MGov Cidadania Móvel (www. conip.org/mgov). Ainda na versão beta, o site reúne as principais iniciativas de serviços públicos prestados à população via celular e PDAs. Já é possível, por exemplo, receber avisos no celular sobre o andamento de processos no Supremo Tribunal Federal, ou consultar dados sobre veículos (multas, licenciamento etc.) via celular no Detran do Paraná.

uer saber mais detalhes sobre os produtos e as empresas que publicam seus anúncios nas páginas do Diário do Comércio? O jornal criou um e-mail especial (admdiario@acsp.com.br) para que os interessados tirem suas dúvidas e tenham mais segurança no momento de escolher o melhor equipamento para sua empresa. Para obter mais informações sobre computadores, softwares, acessórios e serviços de tecnologia e informática o leitor terá que mencionar em sua mensagem o código numérico que, agora, consta dos anúncios. Segundo o departamento comercial do Diário do Comércio, esta nova estratégia visa também garantir maior credibilidade e oferecer aos anunciantes um mecanismo seguro de avaliação do retorno. Com isso, o leitor terá assegurada a possibilidade de efetuar compras de equipamentos ou de contratação de serviços e assessoria técnica de maneira mais segura.

Rachel Melamet

Mundo sem fio se reúne em São Paulo

s interessados em tecnologia sem fio poderão conferir de perto o que há de mais moderno no setor. A cidade de São Paulo será, mais uma vez, a sede para a 5ª edição do Telexpo Wireless & RFID Systems, que acontece entre os dias 14 e 15 de setembro, no Mercure Grand Hotel. O evento é organizado pela Questex e irá debater a perspectiva de implementação em médio e longo prazo de novas tecnologias de comunicação sem fio. Pela primeira vez a organização dividirá a grade temática do congresso para os assuntos ligados às redes wire-

Divulgação

less e ao RFID (Identificação por Rádio Freqüência). Serão 14 sessões, que abordarão os principais temas referentes às duas tecnologias. São esperados cerca de 2 mil visitantes e mais de 300 profissionais que trabalham diretamente ligados aos temas. Entre as questões debatidas nos painéis sobre wireless estão a evolução das redes e da infra-estrutura tecnológica, subsidiando os participantes com informações sobre como escolher e manter estas soluções, além de mapear os serviços que podem ser prestados. O Wi-Fi, WiMax e Wi-Mesh também serão discutidos durante o

evento, com destaque para a convergência de tecnologias. Os visitantes poderão ver também aplicações no celular de várias dessas tecnologias, como novos recursos para acesso a internet e também ao sistema de localização pelo telefone móvel. Etiquetas inteligentes – Já o seminário de RFID focará em cases das áreas de bens de consumo, atacado, varejo, farmacêutico, gestão de ativos e logísticos. Além disso, a implementação da ferramenta e seus benefícios também serão abordados pelos especialistas presentes. Na ocasião, a Genoa Soluções Inovadoras de Impressão irá apresentar ao público como é feita a impressão de uma etiqueta utilizando a tecnologia RFID. "Será possível conhecer o que já existe, qual será o caminho e quais as aplicações no varejo. A otimização hoje é muito importante. O varejo ganha dinheiro com compra e não mais com venda, a diferença de preço é muito pequena. Vamos chegar a um momento em que o fornecedor verá como está o estoque dos varejistas e gerar o pedido au-

Piratas usam furacão Katrina para roubar internautas a semana passada havia 900. Agora, são quase 2.000 sites falsos que fazem coleta de dinheiro para as vítimas do furacão Katrina, segundo o FBI. "Mais da metade dos endereços fraudulentos estão hospedados fora do Estados Unidos e fazem parte de uma rede de pirataria online que se aproveita de tragédias para pôr em prática sua estratégia criminosa', diz o agente da polícia federal americana Louis Reigel, especializado em crimes virtuais. Reigel avisa aos internautas para não fazer doações por intermédio de sites desconhecidos. Ele alerta também sobre e-mails que pedem contribuições para os desabrigados de New Orleans. "Mensagens do gênero podem conter códigos maliciosos." De acordo com levantamento do jornal "Chicago Tribune", existem mais golpes pela internet em nome do Katrina do que os relacionados aos atentados de 11 de setembro de 2001 e ao tsunami de 2004. (AE)

N

A 5ª edição do Telexpo Wireless & RFID Systems (na foto, o evento de 2004) começa amanhã no Mercure Grand Hotel, de São Paulo

tomaticamente para repor as mercadorias", fala Gabriel Rosa, diretor de Relações Coorporativas da Questex, sobre o RFID. Entre as empresas que participam da exposição estão a 3Com, NEC, Nextel, Qualcomm, Plantronics, Genoa e Ziva. Para se credenciar para o evento, basta acessar o site ww w.te lexp owireles s.co m. br, a entrada na feira é franca, mas está sujeita a análise. Os congressos são pagos e precisam de agendamento. Fábio Pelegrini

SERVIÇO Telexpo Wireless & RFID Systems - A Revolução da Comunicação Móvel Exposição Data: 14 e 15 de setembro Horário: das 12h às 20h Onde: Mercure Grand Hotel, rua Joinville, 515, São Paulo Entrada: a visita é exclusiva para profissionais do setor Congresso Data: 14 e 15 de setembro Horário: das 9h às 18h30


APOSTA NA QUEDA DE JUROS Nem aumento, nem manutenção. A aposta do mercado para o resultado da reunião do Copom que começa hoje é a de redução de 0,25 pontos percentuais na taxa Selic. Tudo porque a nova deflação registrada em São Paulo confirma: a inflação está sob controle. Página 12 w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Solução redonda

Edição concluída às 23h50

Ano 81 - Nº 21.961

São Paulo, terça-feira 13 de setembro de 2005

R$ 0,60

Dunkin'Donuts sai do Brasil e franqueados criam uma nova marca. Pág. 14

Gustavo Miranda/Ag. O Globo

Severino

à la carte

O prato de resistência do dono de restaurante Sebastião Buani é o extrato em que aparece o saque de R$ 40 mil (foto) e o cheque a ser apresentado hoje duas provas de que pagou mensalinho para o deputado Severino Cavalcanti.

Garçons! A Polícia Federal interrogou ontem três garçons apontados como portadores de envelopes com dinheiro para o deputado Severino Cavalcanti. E eles confirmaram as entregas.

Terça-feira gorda em Brasília. A PF deve promover o deputado Severino Cavalcanti de acusador a acusado, com os indícios que já conseguiu reunir. A renúncia de Carlos "Bispo" Rodrigues pode abrir caminho para a fuga de mais deputados que estão na mira de cassação das CPIs dos Correios e do Mensalão. Os partidos da oposição se reúnem para decidir como se comportarão para a sessão de julgamento do deputado Roberto Jefferson, já que Severino reitera que presidirá a Mesa da Câmara. E os deputados do PT manobram para ganhar tempo. Páginas 3, 4, 5 e 8 Divulgação

Paulo Pampolin/Digna Imagem

Mais um imposto polêmico CUT quer taxar grandes fortunas. Especialistas criticam proposta. Página 9

Silêncio! O barulho faz mal à saúde

HOJE Nublado com chuva Máxima 16º C. Mínima 11º C.

AMANHÃ Nublado com chuva Máxima 21º C. Mínima 14º C.

O alto nível de ruído das grandes cidades já é considerado um problema de saúde pública. DCidade

É celular? É iPod? Não. É um iPhone. Apple une tocador de música e celular. Novidade chega ao Brasil no fim do ano.

DC Informática


DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.INFORMÁTICA

Visando aperfeiçoar o relacionamento entre executivos e empreendedores, a ContatosBR promove a capacitação gerencial e a visibilidade profissional

networking, mas sem a possibilidade de participar dos debates", avisa Andreassa. "Ele permite a busca por um profissional no nosso sistema e a troca de Por Alexandre Ventura mensagens", diz. Cerca de 230 clientes já utilizaram os onhecimento, serviços da ContatosBR nos habilidade, dois meses de perseverança, funcionamento da empresa. concentração, "Nosso site recebeu 23 mil liderança e equilíbrio. Estas visitas no primeiro mês e, até são algumas características agosto, devemos somar 48 que executivos e mil visitas", afirma empreendedores devem Andreassa. "Nosso mailing possuir para competir no atual tem 60 mil nomes". mercado e atingir o sucesso. O empresário apresenta, Mas existe um item que está ainda, uma novidade. além das paredes do "Estamos criando planos escritório e das salas de corporativos para trabalhar reunião: o relacionamento, em conjunto com o cada vez mais, uma departamento de recursos ferramenta de crescimento humanos e oferecer aos profissional e pessoal. Hoje, não só no mundo corporativo, funcionários a possibilidade quem é bem relacionando tem de expandir suas relações, ampliar a capacidade, obter uma grande vantagem. Foi mais visibilidade interna e com essa visão que o melhorar o gerenciamento do empresário Lion Andreassa resolveu criar a ContatosBR, a negócio", diz Andreassa. Inovação –O que chamou a primeira companhia atenção de Daniela Meira, brasileira totalmente voltada gerente de marketing de uma ao chamado networking. empresa de perfumaria, foi o O objetivo é criar o nível dos profissionais que relacionamento entre utilizam a ContatosBR para executivos e ampliar suas relações empreendedores, profissionais. "Houve uma promovendo a capacitação troca de experiências muito gerencial e a visibilidade construtiva", diz. Ela ressalta profissional. "São dois módulos de trabalho", explica que não havia no mercado uma profissionalização dos Andreassa. "Um para canais de comunicação. executivos, com foco na "Isso acontecia durante carreira, e outro para o os eventos dos quais eu tinha empresário, que busca a a oportunidade de geração de negócios", diz. participar", afirma. O idealizador do projeto Para a executiva, a nova ressalta que a criação de uma idéia trouxe uma visão mais rede de contatos, com a ampla das possibilidades de possibilidade de realizar o um bom networking. Ela trabalho de "marketing participa há cerca de dois pessoal", adquirir meses e está satisfeita com os conhecimento e concretizar níveis de discussão. Daniela novos trabalhos era um "gap" de mercado. "Nenhuma outra confessa que chegou a ficar preocupada com a duração e empresa faz esse tipo de com os horários das contato", afirma. "Falamos de atividades, mas percebeu que crescimento profissional, o projeto se encaixava bem em pessoal e até financeiro". sua agenda. "Mesmo quando Andreassa destaca que não posso participar, leio os existe um critério rígido para entrar na lista da ContatosBR. resumos", diz. Ampliação de "Analisamos a experiência do interessado, que deve ter pelo relacionamentos – A possibilidade de ampliar seu menos oito anos de atuação; relacionamento profissional e verificamos o nível expandir seu conhecimento hierárquico do candidato na foram os principais fatores empresa onde ele trabalha, com preferência para os níveis que levaram Eloy Forte Junior, que atua no mercado gerenciais, e também é financeiro, a optar pelos avaliada a formação, com serviços da ContatosBR. exigência mínima de "Minha área de atuação não é escolaridade superior", muito grande e, depois de explica o empresário. algum tempo, você já Segundo ele, alguns conhece todo mundo", diz. profissionais com muitos "Verifiquei que seria uma anos de presença no mercado ótima oportunidade para podem fazer parte, falar com outros independentemente da profissionais e ampliar meu formação, "porque eles têm leque de debates", comenta. muito para ensinar". Ele lembra que participou O esquema de trabalho é de um evento "para simples e eficaz. O usuário investe no máximo R$ 180 por conhecer" e gosto do formato, com destaque para ano (valor atual) e participa as discussões. Forte ressalta de fóruns online sobre que não busca um novo assuntos de interesse geral, emprego, mas aprendizado. mediados por profissionais "A troca de informações traz de credibilidade – na lista uma perspectiva muito estão Bob Wollheim e Marco Antonio Queji, entre outros –, melhor", comenta. Como resultado, o por três ou quatro dias e no executivo conheceu pessoas final todos se reúnem em um de diferentes mercados e teve bar para debater as questões a oportunidade de ouvir apresentadas e trocar idéias. outras opiniões. "É um "Há um plano gratuito crescimento", diz. especifico para a criação do

terça-feira, 13 de setembro de 2005

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

Networking profissionalizado

C

Para Lion Andreassa, criação de rede de contatos é importante para todos os profissionais

Pequenas e médias empresas também investem em TI Divulgação

Mercado mundial para pequenas e médias: US$ 411 bi em 2004

Sergio Augusto Pugliefi, diretor da Contuval

F

oi-se o tempo em que Tecnologia da Informação era vista como solução exclusiva para as grandes empresas. Com o dinamismo dos mercados verticais e a crescente necessidade da customização dos gastos e da melhora no atendimento por parte das instituições de pequeno e médio porte, essa realidade tem sido alterada. É o que revela uma pesquisa realizada pela AMI (Access Markets International). Segundo ela, o mercado de TI mundial para as pequenas e médias empresas em 2004 foi de US$ 411 bilhões, cabendo

US$ 229 bilhões para as pequenas e US$ 182 bilhões para as médias. Na América Latina elas representam 96% do mercado com avanço anual de 9%. "Desse montante, cerca de 2% compete ao mercado brasileiro, enquanto que o americano detém mais de 30%. É claro que a grande parcela dos investimentos nessa área vai para o grande empresariado, mas as organizações de menor porte têm se destacado cada vez mais, não somente no desenvolvimento, mas na adoção dessas tecnologias", explica Denis Gaia, analista de mercado da IDC Brasil.

É o que nos mostra a brasileira Contuval, ligada ao comércio de válvulas e conexões industriais que, de cinco anos para cá, tem investido na implementação de soluções na área de TI. "Resolvemos contratar um consultor para nos assessorar em nossa rede e softwares. Fizemos uma amarração com os departamentos comercial, financeiro, almoxarifado, entre outros, investimos cerca de R$ 100 mil, num processo que durou oito meses, e implantamos um novo sistema", explica Sergio Augusto Pugliefi, diretor financeiro e administrativo. Com 25 anos de mercado, 80 funcionários, atuação direta no território nacional e indireta na América Latina, a fabricante de conexões e flanges em aço carbono e inox detectava a necessidade de otimizar seus processos. "Uma das grandes dificuldades foi na implementação como um todo. Para isso, passamos todos por um intenso treinamento e adaptação que durou uma semana. Temos hoje maior segurança, controle, agilidade, rotatividade e menos burocracia." Com vista nesse mercado e valendo-se do fato de que o maior crescimento médio anual nos investimentos de TI foi exatamente entre as pequenas empresas, que apresentam taxa média de crescimento anual (CAGR) de 10% a 11%, é que os grandes fornecedores têm se preparado para atender

a essa nova exigência. "Entre os provedores de solução existe uma concorrência enorme para ver quem irá oferecer soluções de TI para empresas de menor porte. Eles estão cada vez mais interessados nelas", analisa Gaia. "As empresas maiores têm uma adoção tecnológica muito maior. Cabe a elas ofertar para as menores. Mas para que isso ocorra, elas têm que customizar seus pacotes de informação, equipamentos etc., para se adequar não somente ao bolso, mas à necessidade dessas empresas." Dentre as soluções mais adotadas pelas pequenas e médias empresas estão os sistemas de gerenciamento, ERP (Enterprise Resource Planning) e CRM (Customer Relationship Management). Aplicações de SCM (Supply Chain Management) também estão sendo amplamente utilizadas. Tendências – Para 2006, os gastos com TI devem ultrapassar 8% das receitas das empresas. Telecomunicações será a área de maior crescimento no Brasil, além dos programas de governo eletrônico alimentarem o crescimento da indústria de TI na área pública e o país continuar atraindo fornecedores de soluções, segundo um levantamento do Gartner Group. Além disso, o mercado movimentado pelas pequenas e médias companhias em 2008 deverá ser de US$ 583,8 bilhões. Felipe Boni


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terça-feira, 13 de setembro de 2005

INFORMÁTICA - 3

Reuters

Apple troca iPod mini por iPod nano

É

Por Renata Mesquita

o fim do iPod mini, o irmão caçula e multicolorido do famoso tocador de músicas. Na semana passada, a Apple acabou com a linha –que atualmente contava com modelos de 4 GB e 6 GB– para dar lugar ao iPod nano, o mais novo queridinho dos fãs do aparelho. Finíssimo (são 67 milímetros de espessura e 42,5 gramas de peso), o dispositivo cabe em qualquer bolso, tem tela colorida e chega nas versões de 2 GB e 4 GB, o suficiente para guardar mais de 1.000 músicas ou mais de 25 mil fotos. Outras novidades do iPod nano: sai nas cores preta ou branca e, assim como o iPod shuffle, traz memória flash no lugar do mini-disco rígido para armazenar as canções. Como acontece com seus irmãos maiores, ele permite o uso de uma dock station para recarregar a bateria e trocar dados e músicas com Macs e PCs. Este é o segundo anúncio da

Apple para a linha iPod em menos de dois meses –o primeiro, em julho, foi a eliminação dos modelos com tela monocromática. "O iPod nano é a maior revolução depois da criação do iPod original", garante Steve Jobs, o CEO da Apple. "Ele traz todos os recursos do iPod em um quase impossível tamanho reduzido, e vai mudar as regras de todo o mercado de música digital portátil." "Fashion" e "fácil de combinar" foram outros adjetivos usados pela empresa para descrever seu novo produto. Na loja virtual da Apple (http://store.apple.com), o iPod nano de 2 GB custa US$ 199 (só US$ 50 mais caro que o iPod shuffle de 1 GB) e o de 4 GB sai por US$ 249. A empresa também já liberou uma porção de acessórios para o tocador, incluindo um fone de ouvido que vem em uma corrente para pendurar o aparelho no pescoço, capinhas coloridas e faixas para prender o iPod nano ao braço.

Sony reagiu imediatamente ao lançamento do novo iPod da Apple e anunciou para outubro o lançamento de cinco novos modelos de tocadores de música

A

Em San Francisco, Jobs anunciou que toda a obra de Madonna (que estava em Londres) estará disponível no iTunes

Chega o iPod para fãs de Harry Potter smilhões de leitores fiéis do simpático bruxinho criado pela escritora britânica J.K. Rowling ganharam uma edição especial do iPod que, além de vir personalizada, ainda pode incluir todas as obras da coleção em formato de audiobook. O iPod edição especial Harry Potter vem com 20 GB, tem o brasão da Escola Hogwarts gravado em baixo relevo na parte traseira e custa US$ 299. Quem pagar US$ 548 leva o aparelho e todos os seis livros da série já publicados, narrados em inglês. É uma coleção em áudio que encheria cerca de 100 CDs.

O

branco ou preto O iPod nano é mais fino que um lápis e cerca de um terço menor que o iPod Mini, modelo compacto anterior

fininho

digital. Três deles trazem memória flash com capacidade de 512 megabytes, 1 e dois Gigabytes. Os dois outros vêm com disco rígido, de 6 GB e 20 Gigabytes, respectivamente.

A biblioteca de audibooks Harry Potter também pode ser baixada por outros usuários de iPod na iTunes Music Store (www.apple. com/itunes/store), a loja virtual de músicas da Apple. Separadamente, cada livro custa entre US$ 32,95 e US$ 49,95; o pacote completo sai por US$ 249. Como a iTunes Music Store não está disponível para os internautas brasileiros, os interessados em adquirir a coleção precisarão da ajuda de algum conhecido que viva em um dos países com acesso ao serviço, como Estados Unidos e Inglaterra. (ReM)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 13 de setembro de 2005

INFORMÁTICA - 11

De olho nas pequenas e médias empresas, Impsat investe US$ 2 milhões em rede de última geração para serviços IP Divulgação

Companhia quer ampliar base de clientes oferecendo serviços baseados na tecnologia IP e soluções a preços acessíveis para pequenos empreendedores

A

Impsat, provedora de serviços integrados de transmissão de dados, internet, data center e telefonia na América Latina e Estados Unidos, está de olho nas micro, pequenas e médias empresas brasileiras. Voltada prioritariamente ao mercado das grandes corporações, a Impsat está investindo US$ 2 milhões na ampliação de sua rede NGN (Next Generation Network), que permite a convergência de voz e dados, para ampliar sua oferta de serviços IP (transmissáo via Protocolo de Internet). Com a rede NGN, a Impsat fortalece seu posicionamento no mercado corporativo e passa a ter a possibilidade de abordar outros segmentos, como pequenas e médias empresas e Soho (Small office e Home office), uma vez que os custos são mais baixos e é possível integrar mais de um serviço em um mesmo backbone e acesso. "O ticket médio de gastos com telecomunicações desses clientes é baixo, mas o grande volume compensa", diz Ricardo Morales Rodrigues, gerente de Telefonia da Impsat no Brasil. Cliente parceiro – A Imp-

sat já oferece aos seus clientes uma ampla gama de serviços baseados em IP, que permitem obter uma maior flexibilidade e diminuição dos custos. E a telefonia IP aparece como a solução mais requisitada. "É um fato de mercado: a telefonia IP vem apresentando um crescimento na faixa de 40% ano ano, e em três ou quatro anos deve ultrapassar a telefonia tradicional no mundo todo", observa Ricardo Morales "Acreditamos no desenvolvimento de soluções baseadas na tecnologia IP, que nos possibilita oferecer serviços integrados de voz e dados, mantendo a qualidade atual, reduzindo os custos e agregando novas facilidades às empresas. Com este posicionamento, buscamos ser pioneiros em tecnologia IP, nos colocando como parceiro tecnológico de nossos clientes", diz o executivo. "Para a Impsat, cada segmento apresenta demandas específicas e a companhia oferece soluções adequadas a estas diferentes necessidades", explica Morales. De acordo com ele, as pequenas e médias empresas buscam, além de redução de custos, serviços que

Em 2005, a Impsat expandiu sua base de clientes em 30%

não demandem grandes investimentos iniciais e a possibilidade de ganhar produtividade e eficiência. Para as grandes que já realizaram altos investimentos, a mudança para a tecnologia IP requer uma migração em distintas

Divulgação

Sistema biométrico substitui senhas no PC biometria para bancos, hosThe Q ("O Q", em portupitais e universidades norteguês) é o nome do novo sisamericanos. tema de biometria criado pe"O 'The Q' reconhece os sila US Biometrics para usuátes e programas protegidos rios domésticos e corporatipor senha que você usa e o vos que precisam conecta a eles automaticaadministrar muitas e muitas mente. Basta pressionar seu senhas e nomes de login em dedo no dispositivo para facomputadores, sites e aplicazer a leitura", diz a empresa. tivos –basta subsitituí-los pePara garantir a segurança e la impressão digital. Segunevitar o roubo ou uso indevido a empresa, as pessoas do de senhas e da identidade costumam ter pelo menos 20 digital do internauta, todos senhas de trabalho e lazer, inO 'The Q' reconhece os os dados relacionados à imcluindo e-mail, internet bansites e programas pressão digital são criptoking, lojas virtuais e sites que pedem assinatura para liberar a navegação, sem grafados. Nos Estados Unidos, a solução compatível com as versões 2000, XP Home, XP Pro e 2003 falar nas senhas do Windows e da rede. Com a solução, que inclui leitor de digitais com interface Server do Windows custa cerca de US$ 50. Há também uma versão corporativa com recursos USB e software de reconhecimento e adminispara o gerenciamento de usuários, a PassQ, que tração, todas essas senhas –sejam 5 ou 500– podem ser deixadas de lado com segurança, garan- custa US$ 165 no próprio site da US Biometrics (www.usbiometrics.com). (ReM) te a US Biometrics, que desenvolve sistemas de

MercadoLivre bateu recorde de transações online em julho No último mês de julho, o MercadoLivre foi palco de 419.535 transações de compra e venda online. O volume foi o maior deste seis anos do portal, assim como o número de vendedores únicos (pessoas que realizaram pelo menos uma venda nas páginas do site): 96.246 brasileiros, segundo a empresa. Entre os vendedores estão desde empreendedores (principalmente pequenos e médios comerciantes) até pessoas que se desfazem de objetos que têm em casa e não usam mais. Também em julho, o MercadoLivre teve 239.309

compradores únicos. Os itens mais procurados foram equipamentos de informática –foram vendidos 95.626 deles no mês, o que corresponde a aproximadamente um item a cada 30 segundos. Os campeões de venda foram as câmeras digitais, com 20.570 unidades (uma venda a cada dois minutos, mais ou menos), seguidas por celulares (17.287, um a cada 2,5 minutos), DVDs (14.484, um a cada três minutos), peças para tunning de automóveis (12.534, um a cada 3,5 minutos) e som para carros (9.467, um a cada 4,5 minutos). (ReM)

etapas, preservando os investimentos realizados. As soluções – Entre as soluções que estão sendo desenvolvidas pela Impsat para atender ao novo nicho de mercado estão a criação de um softfone (software de tele-

México estréia em pagamentos eletrônicos sem fio As máquinas de pagamentos eletrônicos sem fio, que deixaram de ser novidade no Brasil há algum tempo, começam a ser usadas no mercado mexicano. Uma parceira entre a VeriFone Holdings e a FIMPE (Fundo para a Infraestrutura de Pagamentos por Meios Eletrônicos), organização que reúne 15 bancos do México, permitirá que os clientes de sete mil postos de gasolina espalhados por aquele país paguem pelo combustível sem sair de seus automóveis –como já acontece por aqui em alguns postos, restaurantes e até quiosques de praia, um atendente do estabelecimento levará o terminal até eles na hora de acertar a conta com cartões de crédito ou de débito. A FIMPE encomendou 10 mil terminais Vx 610 com tecnologia GPRS à VeriFone. O equipamento, que já foi certificado por duas operadoras e por três administradoras de cartões do México, também pode se conectar à rede pelas tecnologias CDMA e Wi-Fi. É a primeira iniciativa em pagamentos sem fio no México, e tem como objetivo ajudar a aumentar a base de cartões no país dos atuais 150 mil para 450 mil em cinco anos. Para se ter uma idéia, os mexicanos até agora não podiam pagar por combustível com cartões de débito –e olha que existem 34 milhões deles em uso no país. Mas eles são mais populares em caixas eletrônicos. Pelo acordo, a FIMPE vai comprar e distribuir para lojistas mais de 300 mil sistemas de pagamentos eletrônicos até 2010. Depois dos postos de gasolina, os próximos estabelecimentos contemplados serão as farmácias. (ReM)

fonia via internet), especialmente para chamadas de longa distância nacionais e internacionais, e modem que permite a conexão de telefones tradicionais para trafegar na rede Impsat. Com esse sistema, afirma Ricardo Morales, uma empresa pode economizar até 70% na conta telefônica, dependendo do seu perfil de ligações de longa distância. "Mesmo que o empresário consiga apenas a economia mínima com telefonia IP, em torno de 30%, numa conta mensal de R$ 3.500 esse percentual representa mais de mil reais", destaca o gerente de Telefonia da Impsat. Como funciona – A Impsat opera uma rede NGN latino-americana, com infra-estrutura própria de alta capa-

cidade, utilizando as principais tecnologias em fibra óptica, rádio freqüência e satélite. Essa rede interliga seus 15 data centers, localizados nas mais importantes cidades da região, entre elas São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Buenos Aires, Bogotá, Caracas, Quito, Lima, Santiago e Fort Lauderdale. Essa infra-estrutura permite à Impsat oferecer uma linha completa de soluções sobre plataforma IP, o IP AnyWhere. A companhia provê serviços para mais de 3.900 clientes dos mais diversos segmentos, como indústria, varejo, instituições financeiras, agências governamentais e ISPs (Internet Service Provider , provedores de acesso). Brasil em alta – A Impsat mantém operações na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela e Estados Unidos, além de prover serviços para os outros países da América Latina. Em 2004, registrou um faturamento de US$ 227,7 milhões, o que representa um crescimento de 3,4% em relação a 2003. A operação brasileira obteve faturamento de US$ 33,5 milhões no período, 9,8% a mais que em 2003, percentual superior ao resultado global da Impsat. Para 2005, as perspectivas são ainda mais otimistas. Os resultados do segundo trimestre fiscal (maio, junho e julho) indicam que a Impsat expandiu sua base de clientes em 30%. O crescimento acumulado global no primeiro semestre foi de 9,7% e a operação brasileira continua em expansão: as receitas cresceram 45,5% somente neste segundo trimestre fiscal. Rachel Melamet


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12 -.INFORMÁTICA

terça-feira, 13 de setembro de 2005

NO MUNDO DE ERÍNIA Primeiro RPG Online 100% brasileiro tem monstros e heróis inspirados no folclore nacional e pode ser testado gratuitamente por 30 dias Fotos: Divulgação

Por Rachel Melamet

E

O jogador pode criar até três personagens diferentes para viver em Erínia

a-dia da cidade e ajudando a tornar a ilha um ambiente realmente seguro. Vencer as bestas e confirmar a realização da profecia de Hur é o grande desafio deste RPG online, totalmente desenvolvido por brasileiros, que já ganhou uma versão em alemão, no ar desde janeiro deste ano. Toda a tecnologia do jogo, desde a engenharia gráfica, sonora e de rede, ferramentas de apoio até os algoritmos de criptografia, foi desenvolvida pela Ignis Entretenimento e Informática, empresa criada em 2001 e que faz parte da Incubadora Tecnológica do Paraná. Heróis e renegados – Lançado no Brasil em maio de 2004, o Mundo de Erínia já tem mais de 50 mil internautas cadastrados para jogar e dois mil usuários pagantes no Brasil. O maior número de jogadores se concentra no Rio de Janeiro e Paraná, mas há assinantes em todos os estados brasileiros. A grande vantagem do RPG online é poder formar grupos que tenham ou queiram criar estratégias comuns para alcançar determinado objetivo dentro do "mundo virtual" do game. Uma ferramenta permite que os usuários conversem e DC

ra uma vez, no alvorecer da raça humana, um mago chamado H u r, e x - e s c r a v o d e dragão, que conseguiu vencer seu algoz num confronto direto, adquiriu parte de seus poderes e passou a auxiliar a humanidade a se livrar dos monstros e das bestas que impediam seu progresso. Para isso, Hur invocou o Ritual do Banimento Eterno, abrindo uma fenda dimensional –a Porta dos Mundos– e expulsando as bestas, hipnotizadas, para o outro lado. Porém, alguns humanos inadvertidamente também passaram para o outro lado, e Hur viu-se obrigado a segui-los e ensiná-los a se proteger dos inimigos, até que tivessem progredido o suficiente para enfrentá-los. O mago profetizou o momento da libertação do Povo de Hur e instruiu-os a viverem na segurança das grandes cavernas das montanhas, até que a profecia se cumprisse. Passaram-se mil anos até o evento tão esperado. E quando um grande cometa cruzou os céus e elevou o nível das águas, o povo desceu das montanhas para conquistar a Ilha de Tuorhence. Naturalmente, as bestas não se entregaram facilmente, e um longo e turbulento período teve início. A despeito disso, o povo de Hur conseguiu progredir a ponto de estabelecer três cidades fortificadas em Tuorhence –Aquilonius, Erynian e Hesperius– interligadas por uma rede de caminhos nem sempre seguros. Mas os monstros mudaram de tática e passaram a semear a discórdia entre os homens, e o Mundo de Erínia ficou em ruínas após a Guerra das Três Cidades. A ilha de Tuorhence precisa de reforços. Faz-se necessário alguém com força, coragem e ousadia para vencer o perigo que ronda seus caminhos e trazer segurança ao seu sofrido povo, restaurando a prosperidade local. Será você? É aqui que o internauta entra e se torna um membro da comunidade do Mundo de Erínia, um jogo do estilo MMORPG (Massively Multiplayer Online RPG) cujo enredo é baseado num contexto medieval ambientado num mundo imaginário –Erinia– onde os monstros e bestas são inspirados na mitologia fantástica brasileira. Em Aquilonius, a Cidade do Norte, o jogador inicia sua participação no Mundo de Erínia, envolvendo-se no dia-

BLAUR Microcomputadores

* Assistência Técnica * Compra e Venda * Planejamento de Rede

* Servidores de Rede COD.: 22118

troquem idéias em tempo real durante o jogo. No Mundo de Erínia, por exemplo, muitos jogadores não são fãs do herói e acabam se tornando "magos renegados" e construindo alianças entre si. Isto torna o RPG dinâmico pois nunca se sabe o que vai acontecer. O Mundo de Erínia tem uma "vida própria". Além dos tutoriais e ranking dos melhores jogadores, há boletins informativos sobre o que está acontecendo na comunidade –dentro do RPG. São boatos, notícias, desafios públicos, ligas, personalidades e o famoso "livro de guildas"– mas é preciso se cadastrar para entender do que se trata. Parceria – O trabalho dos jovens designers e programadores da Ignis chamou a atenção de Herlon Schmeiske de Oliveira, diretor da Rede Networks, consórcio de tecnologia da informação voltado ao aprimoramento e desenvolvimento de ferramentas de administração, serviço e entretenimento para provedores de internet. Ele mergulhou de cabeça no Mundo de Erínia e está oferecendo o RPG online a todos os provedores do país interessados em ampliar o leque de opções de entretenimento aos usuários. "É uma forma divertida de mostrar um pouco do folclore brasileiro, já que tanto heróis quanto monstros são inspirados no imaginário do nosso povo", observa Schmeiske. Cuidado: Gogós – De forma estilizada e com um aspecto mais carrancudo e violento, bem ao gosto dos adolescentes, lá estão no Mundo de Erínia o Saci, o Caipora, a Alma Penada, a Anta, o Tamanduá, o Lobo-Guará, o Uaiuara, o Homem do Saco. O jogador pode criar até três personagens diferentes para viver em Erínia. Dá para escolher sexo, cor da pele e cabelos, se vai usar barba ou franja, se vai ter mais força física, mental ou espiritual. Escolheu? Aperte o play e vá em frente. Ooops! Você está descalço e os terríveis Gogós Sarnentos mordedores estão à solta. Cuidado!

SERVIÇO O QUE É PRECISO PARA JOGAR * Visite o Mundo de Erínia, conheça a história completa e os personagens no site www.erinia.com.br. * No mesmo site, faça o download gratuito do jogo e crie a sua conta de acesso. O usuário tem 30 dias gratuitos para experimentar o jogo. Após esse período, é cobrada uma mensalidade de R$ 14,90. * Não é preciso ter conexão em banda larga. * Equipamento necessário – Computadores pessoais convencionais, com a seguinte configuração mínima: placa de vídeo 3D de 16MB de memória (Voodoo 3); 128MB de memória RAM; processador de 700 MHz; conexão discada de internet a 56kbps; espaço em disco de 600MB. O jogo roda em Windows 98, Me, 2000 e XP.


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terça-feira, 13 de setembro de 2005

INFORMÁTICA - 13 Fotos: Ana Maria Guariglia

A Canon A520 não quer ver as crianças e os animais parados A câmera digital tem uma exposição programada automática para ser usada quando o objeto da foto não fica quieto Por Ana Maria Guariglia

A

câmera digital A520 p o s s u i u m re c u r s o não usado por nenhuma outra compacta, pelo menos até o momento. Ela permite fotografar crianças e animais, não importa se é o bichinho de estimação ou do zoológico, o que não é fácil. Por natureza, crianças são irriquietas e não costumam fazer pose ou ficar um instante paradas, o mesmo acontecendo com os animais. Os engenheiros da fábrica japonesa Canon pensaram nesse tema e criaram uma exposição programada automática somente para esse tipo de foto. O segredo é um processador de imagens batizado de DigIC e o analisador de movimentos iSAPS. Basta escolher esse modo automático para fotografar e o sistema entra em ação, determinando a melhor velocidade para captar a imagem. Nessa exposição, também entra em ação o sistema de focalização automática, com

Divulgação

"sensores inteligentes" para o foco, como explica a Canon. Em conjunto, a exposição é calculada e clique... O resultado é muito bom, conforme mostraram os testes. Normalmente, com uma câmera convencional para filmes 35 mm, a regulagem manual de velocidade para fotografar pessoas é, no geral, de 1/125 de segundo. No caso da A520, essa velocidade varia eletronicamente entre 1/80 e 1/200 de segundo. São medidas que não existem na máquina manual devido à própria configuração mecânica. Já nos modelos digitais, os componentes eletrônicos possibilitam a variação de velocidade. Mesmo com alguma margem de erro, em vez de 1/100 de segundo, utiliza 1/90, a foto ganha aparência real e pouco acentuada de mo-

vimento. Na foto do teste, o d e s l o c amento da menina correndo deu graça à imagem. Caso contrário, a mesma imagem sairia estática e sem aspecto congelado e sem vida. Devido ao processador DigIC e o analisador iSAPS, a Canon pôde introduzir na A520 13 modos de exposição automática. Entre eles, registros na praia para que as imagens tenham equilíbrio de cores e de contraste, paisagens verdes e na neve, cujo branco excessivo torna-se crucial para o fotógrafo. Há também modos automáticos para fotos noturnas, dias ensolarados, cenas noturnas, fogos de artifício, foto marítima, utilizando uma caixa estanque opcional, imagens de movimento, como no campo de futebol e até de cenas de fil-

mes dentro do cinema. A compacta também faz videoclipes com som de até três minutos e você ainda pode editá-lo na câmera, sem necessidade de acessar programas no computador. A A520 tem resolução de 4 megapixels, objetiva do tipo zoom óptica de quatro vezes para aproximar objetos e a novidade: o flash também do tipo zoom, que permite diminuir ou aumentar a iluminação, de forma que esteja direcionada para destacar o objeto todo ou uma porção dele. A tela de cristal líquido é bastante brilhante e tem 1,8 polegada e as imagens são armazenadas em cartões de memória removível MultiMidiaCard (MMC) e SecurityCard (SD) e acompanha a câmera o de 16 megabytes. A A520 custa em torno de U$ 240 e ainda não tem previsão para chegada no país. Para saber mais: www.powershot.com

Qual câmera escolher em relação à resolução? Pixels aumentados: os pontos que formam a imagem

salgados. No entanto, ele possibilita gravar em torno de 500 imagens. Com os de 64 megabytes, aproximadamente 60 fotos e de 128, 120 registros. Canzy lembra que alguns programas de manipulação de imagens admitem a redução da resolução, mas é necessário conhecer bem o programa para não ter problemas com os controles. Mal usado, o fotógrafo poderá até perder o registro feito sem poder recuperá-lo. (AMG)

DC

de 'contar' para o programa de instalação como a imagem será exibida na tela do computador, de que forma vai reagir aos efeitos especiais de edição e de como será impressa", diz. Para conhecer a resolução real do equipamento, o usuário deve multiplicar a resolução horizontal pela resolução vertical, ou seja: imagem de 640 X 480 pixels, resulta em 307.200 mil pixels, ao passo que 1.280 X 1.024, resulta em 1.310,720 mil pixels ou 1,3 megapixel. Por outro lado, Canzy recomenda que o ideal é adquirir uma câmera digital que tenha resoluções variadas, de forma que se possa escolher qual será usada de acordo com a ocasião. Se fotos vão ser enviadas por email, utiliza-se baixa resolução, a padrão 640 X 480 é indicada. Se alguém pretende ampliações em torno de 25 X 30 cm ou mais, com uma câmera de 4 megapixels é aconselhável usar essa resolução. A maioria das máquinas usa cartões de memória removível e vem com unidades de valores 16 ou 32 megabytes. Esses cartões não permitem armazenar muitas imagens com resolução de 4 megabytes. Para essa resolução, são necessários cartões de 64 ou 128 megabytes ou maiores, como 512 megabytes, que possuem preços um pouco

Divulgação

ara ter uma idéia da qualidade das fotos e posterior impressão é sempre bom conhecer um pouco sobre pixels ou pontos que formam a imagem, onde a confecção das câmeras se baseia para a construção da resolução." É o conselho de Lennart Canzy, técnico da Camera Barrel e consultor digital em Miami (EUA). Ele diz que a maioria das pessoas adquire equipamentos sem saber exatamente para que muita ou pouca resolução e qual proveito tirar dela. O princípio básico é quanto maior o número de pixels, maior é a resolução da foto e melhor ainda será a qualidade da impressão. "As fotos impressas, com baixa resolução, mostram-se pontilhadas, com pontos mais ou menos quadrados com extremidades denteadas e sem suavidade. É óbvio que essa imagem é horrível e nada agradável ao visual." Canzy explica que a função do pixel é muito importante na aquisição de uma câmera. Mas também não é preciso adquirir máquinas com alta resolução, porque, às vezes, pode ser desnecessára em função do uso. "O pixel ou ponto é a menor quantidade de informação da imagem, incluindo informações de cor, contraste e luminosidade, além de possuir funções

"P

Exposição permite tirar fotos de crianças e animais com sensação de movimento e sem tirar a "vida" das imagens

Houre Master Cabeamento estruturado

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14 -.EMPRESAS

terça-feira, 13 de setembro de 2005

REDE NORTE-AMERICANA DUNKIN' DONUTS DEIXA O BRASIL E FRANQUEADOS CRIAM NOVA MARCA DE DOCE Fotos: Milton Mansilha/Agência Luz

DONUTS AO GOSTO DO FREGUÊS BRASILEIRO

A

Dunkin' Donuts não existe mais pelo menos no Brasil. O que ficou da marca foi o "donut", que se juntou a um outro produto, formando, desde julho o Café Donuts. O contrato que unia a empresa norte-americana com a brasileira Master Brasil Franquias desde 1984 terminou em janeiro deste ano. As 38 franquias tiveram até julho para se adequar à nova realidade. Ou optavam por "carreira solo" ou seguiam na nova franquia, a Café Donuts. Vinte delas preferiram o segundo caminho. A parceria terminou por iniciativa da MB Franquias. Segundo Oscar Curi, gestor do Café Donuts e diretor da empresa, o conceito norte-americano não era mais o ideal para o público brasileiro. "A proposta da Dunkin Donuts estava esgotada para a nossa realidade. Nós adoramos vender donuts. Mas os clientes queriam mais". Uma prova de que as coisas não iam bem é o número de lojas, que foi caindo ao longo dos anos. Em 99, (uma das melhores fases da marca) a rede contava com 90 franquias. Em julho deste ano eram 38. Um dos principais problemas enfrentados, segundo Curi, foi a perda de renda da população, tendência que se agravou nos últimos anos. Além disso, os problemas com o câmbio, também em 99, aprofundaram a situação negativa. "O negócio era atrelado à variação do dólar", explica ele. Variedade – A partir de agora, o Café Donuts oferece bebidas quentes (cafés, capuccinos, chás), água, refrigerante, sucos, além de salgados (coxinhas e sanduíches) e doces (donuts - a mesma receita da Dunkin' Donuts, muffins, croissants, brownies). As lojas recebem os donuts, recheios e

cobertura prontos. Os doces são montados no próprio estabelecimento. "Podemos competir com lojas brasileiras", afirma Curi. Ele conta que o lucro obtido era dividido por três: uma parte para a Dunkin Donuts, outra para a franqueadora (MB Franquias) e uma terceira para o franqueado. "Agora, a renda deverá ser dividida por dois". Mesmo assim, Curi garante que a separação das duas empresas foi "totalmente" amistosa. Negócio novo, cara nova – O visual das franquias mudou radicalmente. A Dunkin' Donuts exibia as cores bordô e laranja. A Café Donuts será conhecida pelo também laranja (outro tom, mais escuro) e azul. O logotipo exibe uma xícara de café estilizada. As vinte lojas estão bancando os gastos com a mudança na identificação visual. A maioria delas pôde receber a contribuição da fabricante de cigarros Philip Morris. A empresa vende os cigarros na loja e se responsabiliza pelos gastos da reforma. Os pontos que ficam em shoppings ou supermercados dependem da autorização do estabelecimento para fazer o merchandising da empresa. Nem todos os centros de compras permitem esse tipo de publicidade. Os franqueados que optaram em ficar com a MB Fraquias não precisaram pagar a taxa inicial de franquia. Os royalties, que eram de 10%, caíram para 6%. A expectativa de Oscar Curi é chegar a 50 lojas até o final de 2006. Segundo ele, o novo conceito já trouxe resultados. "Nos primeiros dias de operação, o lucro dos franqueados cresceu entre 30% e 50%", garante. Franquia - Quem estiver interessado na marca Café Donuts, vai encontrar duas op-

A antiga franqueada da Dunkin'Donuts, Pilar Micheli (acima), optou por aderir à rede Café Donuts. A empresária investiu R$ 70 mil na reformulação do empreendimento. Oscar Curi, (à esq.) gestor da MB Franquias, responsável pela expansão da nova marca, aposta na abertura de 50 unidades até 2006. Lojas vendem de café a salgados.

ções: se a loja estiver dentro de um outro empreendimento (um shopping center ou um supermercado, por exemplo) terá que desembolsar valores entre R$ 80 mil e R$ 90 mil. Se o ponto escolhido for na rua, o montante varia entre R$ 150 mil e R$ 200 mil. Recuperação – A espanhola Pilar Micheli, de 58 anos, está no Brasil desde os 11. E investe porque acredita. Ela gastou R$ 70 mil na reforma da loja (recursos próprios). Espera recuperar o montante em pelo menos um ano. Entre 1992 (uma

das melhores fases desde a abertura da franquia) e 2003 (quando registrou os piores resultados de vendas) o faturamento de Pilar caiu mais de 40%. "Os negócios não estão bem porque o Brasil passa por uma crise. Mas é em momentos como este é que precisamos investir e ousar", afirma Pilar. Na loja de 30 m² no shopping Interlagos, zona sul de São Paulo, ela vende 600 donuts por dia - sem contar os sanduíches, bebidas, salgados e doces. "Em 2006 será melhor". Neide Martingo

Crédito de celular valerá por seis meses Proposta de novo regulamento para o setor de telefonia celular ficará em consulta pública até novembro

C

om direitos ampliados para os usuários, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgou ontem a proposta de novo regulamento para o setor, que ficará em consulta pública de 15 de setembro a 21 de novembro. Segundo o gerente de Regulamentação de Comunicações Pessoais da Anatel, Bruno Ramos, os créditos dos celulares prépagos terão validade de seis meses, e não mais de 90 dias, como é atualmente. E, cada vez que o cliente comprar novos créditos, os antigos serão renovados por 180 dias. Pela proposta, o usuário que decidir mudar de operadora e ainda possuir créditos terá direito a ser ressarcido. Hoje, esse cliente perde os créditos. As mudanças vão beneficiar principalmente os 62 milhões de clientes que usam a modalidade pré-paga. Atualmente, existem no País cerca 76 milhões de celulares e 81% deles são pré-pagos. A Associação das Operadoras Celulares (Acel) encomendou à Universidade de Brasília um estudo sobre o impacto das mudanças no faturamento das empresas.

de celulares em todo o País, Mas, para o presidente da Acel, Amadeu de Castro, pelo cerca de 15 milhões estão em excesso, sem gerar receita: menos no caso da validade cinco milhões não fazem nem dos cartões, "o caminho recebem chamadas e dez normal" é aumentar o preço milhões pertencem a clientes de venda dos créditos que têm mais de uma linha e telefônicos. De acordo com Castro, cada mantêm um dos aparelhos desligado ou guardado. celular em operação custa O novo regulamento cria para as empresas R$ 26 no primeiro ano e R$ 13 nos anos ainda regras para zonas limítrofes, seguintes, a como em título de cidades que contribuição estão na para o Fundo fronteira de de Fiscalização áreas de das atuação de Telecomunicamilhões de linhas de diferentes ções (Fistel). O celulares estão empresas. presidente da TIM, Mário disponíveis no País. Nessas regiões, hoje, o usuário Cesar Pereira Desses, 15 milhões corre o risco de de Araújo, ter o seu celular sugeriu que a estão em excesso, operando na Anatel faça sem gerar receita. área de uma revisão no empresa da Fistel, com qual não é taxas mais assinante, o que gera custo reduzidas para os clientes maior pelas ligações. Nas pré-pagos. Ele propôs ainda novas regras, a chamada feita uma redução da alíquota de nessas regiões terá tarifa local. ICMS cobrado sobre os Pela proposta da Anatel, as valores dos créditos. empresas de telefonia celular "Se (a empresa) mantém o terão prazo máximo de 90 cliente na base e não gera dias após a data da ligação receita, alguém vai ter que para emitir a conta para o pagar", disse Araújo. cliente. Após esse prazo, a Segundo ele, dos 76 milhões

76

operadora será obrigada a parcelar o pagamento. E quando o cliente solicitar a rescisão do contrato, a empresa terá no máximo 24 horas para fazê-lo, o que atualmente leva mais de uma semana. Segundo Bruno Ramos, a dificuldade de cancelar os serviços é uma das reclamações mais freqüentes recebidas pela Anatel com relação à telefonia celular. As empresas terão de criar facilidades para o cliente com deficiência auditiva e serão obrigadas a afixar nas lojas a relação dos direitos do usuário. Os assinantes terão direito de manter o número do celular, mesmo que troquem de aparelho ou mudem do o sistema prépago para o pós-pago. A Anatel ainda não definiu regras sobre a possibilidade de se manter o mesmo número no caso de mudança de empresa. Isso deverá constar de outro regulamento, que ainda será colocado em consulta pública. Pela proposta divulgada ontem, o cliente que mudar de operadora terá direito, pelo período de 30 dias, a um aviso informando o seu novo número. (AE)

Companhia adere à nova lei de falências

O

s presidentes da Varig, FGV e de escritórios de adOmar Carneiro da Cu- vocacia no Brasil e no extenha, e do conselho de admi- rior. Na ocasião, o presidennistração da companhia, te do TJ criticou a falta de David Zylbersztajn, entre- atenção do governo em relagaram ontem o plano de re- ção ao caso Varig. "Se lá (gocuperação da empresa aérea verno) faltou atenção, do Juao Tribunal de Justiça (TJ) do diciário não irá faltar." SeRio de Janeiro. A Varig é a gundo ele, o plano da Varig primeira empresa de grande será um importante teste do porte a aderir à nova Lei de sucesso da nova lei. Cavalieri reforçou ainda que a Varig Falências. O presidente do TJ, Sérgio é uma empresa que repreCavalieri, explicou que será senta o Brasil por isso a Jusmarcada para o próximo dia tiça irá conduzir esse proces24 uma assembléia para que so "com muita responsabiliseja eleito um comitê de cre- dade". Os executivos da Vadores para analisar a pro- rig comentaram o plano em posta apresentada. A expec- detalhes ontem durante entativa é que participem da trevista coletiva na sede da reunião 10 mil credores. Em companhia. Pelo plano, a Varig vai refunção disso, o encontro foi marcado Marina da Glória, servar R$ 100 milhões para pagar as dívidas de cerca de zona sul do Rio de Janeiro. A partir da eleição do co- dois mil credores privados, mitê, os membros terão 30 excluindo o Fundo de Pendias para avaliar se o projeto são Aerus, em dois anos. Deé viável e aceitá-lo ou não. O pois desse prazo, os cerca de prazo máximo estabelecido cem credores que, pelos cálpor lei terminaria no início culos da empresa, terão R$ de dezembro. Porém, tanto o 1,9 bilhão a receber. Para chegar a uma marpresidente do TJ quanto a juíza Márcia Cunha não des- gem de lucro condizente cartam a possibilidade de com a média do setor, de uma prorrogação, se a com- 12%, a Varig projeta operar panhia mostrar que está se com taxa de ocupação supeesforçando para realizar o rior a 75%, chegando a 79% trabalho e que o tempo é in- em 2010. (AE) Wilton Junior/AE suficiente. Durante a entrega da proposta da Varig, Carneiro da C u n h a l e m b ro u que foi um desafio muito grande concluir o projeto em 60 dias, mas que o estudo contou com o suporte do B a n c o U B S , d a Plano de recuperação foi entregue ontem


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terça-feira, 13 de setembro de 2005

LEGAIS - 15

ATAS

Governo do Estado de São Paulo

Companhia Paulista de Parcerias – CPP CNPJ/MF nº 06.995.362/0001-46 – NIRE nº 35 300 317 220 ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA Aos vinte e um dias do mês de julho de 2005, às 9:00 horas, na Av. Rangel Pestana, nº 300, 5º andar, nesta Capital, reuniram-se em Assembléia Geral Extraordinária a totalidade dos acionistas da Companhia Paulista de Parcerias – CPP, a saber: o Estado de São Paulo, representado pela Procuradora do Estado Dra. Cláudia Polto da Cunha, e a Companhia de Seguros do Estado de São Paulo – COSESP, representada por seu Diretor Presidente Dr. Odair Lucietto. Em razão do comparecimento unânime dos acionistas, foram dispensadas as formalidades legais de convocação. Assumiu a presidência dos trabalhos o Dr. Eduardo Refinetti Guardia, Presidente do Conselho de Administração, que convidou a mim, Renata Weingrill Lancellotti, para secretariá-lo.Também se fizeram presentes os Diretores Dr.Mario Engler Pinto Junior, Daniel Sonder e Tomás Bruginski de Paula. O Senhor Presidente esclareceu que a ordem do dia compunha-se dos seguintes itens: 1) alteração do Estatuto Social da Companhia, para: a) introdução do artigo 23, e seus parágrafos 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, que tratam da defesa técnica jurídica dos Diretores, Conselheiros de Administração, Conselheiros Fiscais e empregados ou prepostos que atuem por delegação dos administradores, em processos judiciais e administrativos, que tenham por objeto fatos decorrentes ou atos praticados no exercício de suas atribuições legais ou institucionais; b) adequação de todos incisos; c) retificação da redação do caput, do artigo 3º e renumeração dos incisos, do parágrafo único, do mesmo artigo, bem como dos parágrafos do artigo 12; e d) consolidação do Estatuto Social. Foram tomadas as seguintes deliberações, sempre pela unanimidade dos acionistas presentes: a) Aprovação da inclusão do artigo 23 e seus parágrafos, que passa a ser a seguinte: Artigo 23 – A sociedade assegurará aos Diretores, Conselheiros de Administração, Conselheiros Fiscais e empregados ou prepostos que atuem por delegação dos administradores, a defesa técnica jurídica, em processos judiciais e administrativos, que tenham por objeto fatos decorrentes ou atos praticados no exercício de suas atribuições legais ou institucionais. § 1º - A garantia de defesa será assegurada mesmo após o agente ter, por qualquer motivo, deixado o cargo ou cessado o exercício da função. § 2º - A critério do agente e desde que não haja colidência de interesses, a defesa será exercida pelos advogados integrantes do quadro funcional da sociedade. § 3º - O agente poderá optar pela contratação de advogado de sua própria confiança, cujos honorários serão adiantados ou reembolsados desde logo pela sociedade, conforme parâmetros estabelecidos pelo Conselho de Defesa dos Capitais do Estado – CODEC. § 4º - Além da defesa jurídica, a sociedade arcará com as custas processuais, emolumentos de qualquer natureza, despesas administrativas e depósitos para garantia de instância. § 5º - O agente que for condenado ou responsabilizado, com sentença transitada em julgado, ficará obrigado a ressarcir à sociedade os valores efetivamente desembolsados, salvo quando evidenciado que agiu de boa-fé e visando o interesse social.; b) retificação de todos os incisos, de forma a ser representados em algarismos romanos; redação do caput, do artigo 3º, especificamente no que tange ao número da lei mencionada, para fazer constar “Lei nº 11.688/2004”; renumeração dos incisos, do parágrafo único, do artigo 3º, a partir do item “VI”; renumeração dos parágrafos do artigo 12, a partir do § 3º; e consolidação do Estatuto Social, que passará a vigorar com a seguinte redação: Artigo 1º - Fica constituída a sociedade por ações denominada COMPANHIA PAULISTA DE PARCERIAS – CPP, que se rege pelo presente estatuto, pela Lei federal nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, pela Lei estadual nº 11.688, de 19 de maio de 2004, e pelas demais disposições legais aplicáveis. Artigo 2º - A companhia tem sede na Av. Rangel Pestana nº 300, na Capital do Estado de São Paulo. Artigo 3º - A companhia tem por objetivo precípuo colaborar, apoiar e viabilizar a implementação do Programa de Parcerias Público-Privadas – PPP instituído pela Lei estadual nº 11.688/2004, podendo para isso celebrar, de forma isolada ou em conjunto com a Administração direta ou indireta do Estado, contratos que tenham por objeto: I) a elaboração de estudos técnicos sobre a viabilidade econômica e a modelagem recomendada para a estruturação de projetos de PPP; II) a instituição de PPP; III) a locação ou promessa de locação, arrendamento, cessão de uso ou outra modalidade onerosa, de instalações e equipamentos ou outros bens, vinculados a projetos de PPP; e IV) assumir, total ou parcialmente, direitos e obrigações decorrentes dos contratos previstos nos incisos anteriores. Parágrafo único – A companhia poderá ainda: I) disponibilizar bens, equipamentos e utilidades para a Administração Estadual, mediante pagamento de adequada contrapartida financeira; II) gerir os ativos patrimoniais a ela transferidos pelo Estado ou entidades da administração indireta, ou que tenham sido adquiridos a qualquer título; III) contratar a aquisição de instalações e equipamentos, bem como a sua construção ou reforma, pelo regime de empreitada, para pagamento a prazo, que poderá ter início após a conclusão das obras, observada a legislação pertinente; IV) contratar com a Administração direta e indireta do Estado a locação ou promessa de locação, arrendamento, cessão de uso ou outra modalidade onerosa, de instalações e equipamentos ou outros bens integrantes de seu patrimônio; V) contrair empréstimos e emitir títulos, nos termos da legislação em vigor; VI) explorar, gravar e alienar onerosamente os bens integrantes de seu patrimônio; VII) prestar garantias reais e fidejussórias, e contratar seguros;VIII) participar do capital de outras empresas controladas por ente público ou privado, inclusive mediante a constituição de subsidiárias integrais ou de sociedade controladas; IX) celebrar convênios e acordos com órgãos e entidades da Administração Estadual; e X) contratar serviços es-

pecializados de terceiros, observada a legislação pertinente. Artigo 4º - O prazo de duração da companhia é indeterminado. Artigo 5º - O capital social é de R$ 800.000,00 (oitocentos mil reais), dividido em 800.000 (oitocentas mil) ações ordinárias nominativas, sem valor nominal. Parágrafo único – Independentemente de reforma estatutária, o capital social poderá ser aumentado até o limite de R$ 1.000.000.000,00 (um bilhão de reais), mediante deliberação do Conselho de Administração. Artigo 6º - A pessoa jurídica do Estado de São Paulo deverá manter a titularidade direta da maioria absoluta das ações ordinárias, sendo permitida a participação minoritária no capital social de outras entidades da administração Estadual. Artigo 7º - A pedido do acionista, as ações poderão ser representadas por certificados, títulos múltiplos ou cautelas, mediante o pagamento à companhia do respectivo custo de emissão ou substituição. Artigo 8º - A companhia será administrada pelo Conselho de Administração e pela Diretoria. Artigo 9º - O Conselho de Administração será composto por cinco membros eleitos pela Assembléia Geral, mediante indicação do Governador do Estado. § 1º - Os membros do Conselho de Administração terão mandatos coincidentes de dois anos, que se prorrogarão automaticamente até a investidura dos substitutos. § 2º - Ocorrendo vaga no Conselho de Administração antes do término do mandato, a Assembléia Geral será convocada para eleger o substituto, que completará o mandato do substituído. § 3º - O Conselho de Administração terá um Presidente e um Vice-Presidente, escolhidos pela Assembléia Geral. § 4º - A remuneração dos Conselheiros de Administração será fixada pela Assembléia Geral. Artigo 10 - O Conselho de Administração reunir-se-á ordinariamente uma vez por mês e, extraordinariamente, sempre que necessário. § 1º - As reuniões do Conselho de Administração serão convocadas pelo seu Presidente ou por quaisquer outros dois Conselheiros, mediante o envio de correspondência escrita a todos os Conselheiros, com antecedência mínima de cinco dias e indicação da ordem do dia. § 2º - As reuniões do Conselho de Administração serão presididas pelo seu Presidente, ou na sua ausência pelo Vice-Presidente, ou ainda por outro Conselheiro escolhido pelos presentes. § 3º - Poderão participar das reuniões do Conselho de Administração os Diretores e outras pessoas convidadas pelo seu Presidente. § 4º - As deliberações do Conselho de Administração serão tomadas pelo voto da maioria dos Conselheiros em exercício, cabendo ao Presidente o voto de qualidade, no caso de empate. § 5º - Fica facultado ao Conselheiro, que não puder comparecer pessoalmente à reunião, manifestar o seu voto sobre a matéria submetida à deliberação, mediante o envio de comunicação escrita ao Presidente do Conselho de Administração, até a data e horário previsto para o início dos trabalhos. § 6º - As deliberações tomadas pelo Conselho de Administração deverão constar de ata, ficando dispensado o seu arquivamento no Registro de Comércio, quando não se destinarem a produzir efeitos perante terceiros. Artigo 11 – Além das atribuições previstas em lei, compete ainda ao Conselho de Administração: I) deliberar sobre o aumento do capital social, dentro do limite autorizado pelo presente estatuto, bem como fixar o preço de emissão das novas ações; II) aprovar previamente as operações referidas no Artigo 3º e parágrafo único do presente estatuto, salvo quando se tratar de ato de mera gestão patrimonial, que não implique alienação ou oneração; III) deliberar sobre o pagamento de juros sobre o capital próprio ou dividendos intercalares, sujeitando-se ao referendo posterior da Assembléia Geral; e IV) avocar o exame de qualquer assunto compreendido na competência da Diretoria e sobre ele expedir orientação de caráter vinculante. Artigo 12 – A Diretoria será composta por três membros, sendo um Diretor Presidente e outros dois Diretores sem designação especial, eleitos pelo Conselho de Administração, mediante indicação do Governador do Estado. § 1º - Os membros da Diretoria terão mandatos coincidentes de dois anos, que se prorrogarão automaticamente até a investidura dos substitutos. § 2º - O Diretor Presidente será substituído, nas suas faltas e impedimentos temporários, por outro Diretor por ele indicado. § 3º - Os demais Diretores serão substituídos, nas suas faltas e impedimentos temporários, pelo Diretor Presidente ou por outro Diretor por ele indicado. § 4º - No caso de vacância do cargo de Diretoria, o Conselho de Administração reunir-se-á para escolha do substituto, que completará o mandato do substituído. § 5º - A remuneração dos Diretores será fixada pela Assembléia Geral. Artigo 13 - A Diretoria terá os poderes e as atribuições conferidos pelo presente estatuto e pela lei para assegurar o funcionamento regular da companhia, podendo decidir sobre a prática de todos os atos e operações que se relacionarem com o objeto social e que não forem de competência privativa do Conselho de Administração ou da Assembléia Geral, ou ainda deles não exigirem prévia manifestação. Artigo 14 – Além da representação institucional da companhia, compete ainda ao Diretor Presidente coordenar as atividades dos demais Diretores, podendo para isso definir o respectivo campo de atuação e atribuir tarefas específicas. Artigo 15 - A Diretoria reunir-se-á sempre que convocada isoladamente pelo Diretor Presidente, ou pelos outros dois Diretores em conjunto, com antecedência mínima de três dias e a indicação dos assuntos a serem tratados. § 1º - As reuniões da Diretoria serão presididas pelo Diretor Presidente ou, na sua ausência, por qualquer outro Diretor presente. § 2º - Poderão participar das reuniões da Diretoria outras pessoas convidadas pelo Diretor Presidente. § 3º - As deliberações da Diretoria colegiada serão tomadas pela maioria dos Diretores em exercício, cabendo ao Diretor Presidente o voto de qualidade. § 4º - As deliberações da Diretoria colegiada serão transcritas em ata, ficando dispensado o seu arquivamento no Re-

gistro de Comércio, quando não se destinarem a produzir efeitos perante terceiros. Artigo 16 – Observadas as restrições do presente estatuto, a companhia obriga-se validamente perante terceiros: a) pela assinatura conjunta do Diretor Presidente e de mais um Diretor; b) pela assinatura conjunta de dois Diretores, nas ausências e impedimentos temporários do Diretor Presidente; c) pela assinatura conjunta de um Diretor e um Procurador, conforme a extensão dos poderes conferidos no respectivo instrumento de mandato; d) pela assinatura conjunta de dois Procuradores, conforme a extensão dos poderes conferidos no respectivo instrumento de mandato; e) pela assinatura isolada de um Procurador, conforme a extensão dos poderes conferidos no respectivo instrumento de mandato. Parágrafo único - Com exceção das procurações conferidas a advogado para atuação em juízo, as demais terão sempre prazo determinado não excedente a um ano; se porventura omissas quanto ao prazo de validade, serão consideradas automaticamente expiradas ao final do exercício em que foram outorgadas. Artigo 17 – A companhia terá um Conselho Fiscal de funcionamento permanente, com as competências e atribuições previstas em lei. § 1º - O Conselho Fiscal será composto por três membros e respectivos suplentes, eleitos pela Assembléia Geral. § 2º - Os Conselheiros fiscais exercerão o cargo até a realização da primeira Assembléia Geral Ordinária que se realizar após a sua eleição, sem prejuízo da substituição no curso do mandato, por deliberação de Assembléia Geral Extraordinária. § 3º - A remuneração dos Conselheiros Fiscais será fixada pela Assembléia Geral que os eleger. Artigo 19 – A Assembléia Geral será convocada, instalada e deliberará na forma da lei, sobre todas as matérias de interesse da companhia. § 1º - A Assembléia Geral também poderá ser convocada pelo Presidente ou pelo Vice Presidente do Conselho de Administração, ou ainda por quaisquer outros dois Conselheiros. § 2º - A Assembléia Geral será presidida preferencialmente pelo Presidente do Conselho de Administração ou, na sua falta, por qualquer outro Conselheiro ou Diretor, que escolherá um dos presentes para secretariar os trabalhos. § 3º - As atas serão lavras sob a forma de sumário, na forma do artigo 130, § 1º, da Lei nº 6.404/76. Artigo 20 - O exercício social coincide com o ano calendário, cabendo à Assembléia Geral deliberar sobre a destinação do resultado apurado. Artigo 21 – Os acionistas terão direito ao dividendo obrigatório correspondente a 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido do exercício, após as deduções determinadas ou admitidas em lei. § 1º - O dividendo obrigatório poderá ser pago pela companhia sob a forma de juros sob o capital próprio. § 2º - Se não houver oposição de nenhum acionista presente, a Assembléia Geral poderá deliberar a retenção de todo o lucro líquido do exercício. § 3º - A Diretoria poderá levantar balanços intermediários ou intercalares, submetendo ao Conselho de Administração a proposta de pagamento de juros sobre o capital próprio ou de distribuição de dividendos por conta do resultado do exercício social em curso, ou de reservas de lucros. Artigo 22 - A companhia será dissolvida e liquidada nos casos e na forma previstos em lei. Artigo 23 - A sociedade assegurará aos Diretores, Conselheiros de Administração, Conselheiros Fiscais e empregados ou prepostos que atuem por delegação dos administradores, a defesa técnica jurídica, em processos judiciais e administrativos, que tenham por objeto fatos decorrentes ou atos praticados no exercício de suas atribuições legais ou institucionais. § 1º - A garantia de defesa será assegurada mesmo após o agente ter, por qualquer motivo, deixado o cargo ou cessado o exercício da função. § 2º - A critério do agente e desde que não haja colidência de interesses, a defesa será exercida pelos advogados integrantes do quadro funcional da sociedade. § 3º - O agente poderá optar pela contratação de advogado de sua própria confiança, cujos honorários serão adiantados ou reembolsados desde logo pela sociedade, conforme parâmetros estabelecidos pelo Conselho de Defesa dos Capitais do Estado – CODEC. § 4º - Além da defesa jurídica, a sociedade arcará com as custas processuais, emolumentos de qualquer natureza, despesas administrativas e depósitos para garantia de instância. § 5º - O agente que for condenado ou responsabilizado, com sentença transitada em julgado, ficará obrigado a ressarcir à sociedade os valores efetivamente desembolsados, salvo quando evidenciado que agiu de boa-fé e visando o interesse social. O voto da acionista Fazenda do Estado foi orientado pelo Conselho de Defesa dos Capitais do Estado, nos termos do Parecer CODEC nº 089/2005, de 13 de julho de 2005, de cujo conteúdo foi dado ciência a todos os presentes. Nada mais havendo a tratar, foi dada por encerrada a sessão, da qual lavrou-se a presente ata, que vai assinada pelos presentes. (ass.) Eduardo Refinetti Guardia – Presidente da Assembléia; Renata Weingrill Lancellotti – Secretária da Assembléia; Cláudia Polto da Cunha – Acionista Estado de São Paulo; Odair Lucietto – Diretor Presidente da COSESP; Mario Engler Pinto Junior – Diretor Presidente; Tomás Bruginski de Paula – Diretor; Daniel Sonder – Diretor. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 248.758/05-6 em 06/09/2005. Pedro Ivo Biancardi Barboza – Secretário Geral.

SECRETARIA DA FAZENDA

CONVOCAÇÕES

Empresa Municipal de Processamento de Dados EMPRO - São José do Rio Preto/SP QUADRO DE CARGOS E SALÁRIOS (A.G.E. de 30/01/2003 e posteriores alterações) Cargos/Empregos Concursados

EDITAIS Edital de Citação e Intimação. Prazo 30 dias. Proc. 03.022685-0. O Dr. José Carlos de Lucca, Juiz de Direito da 1a.Vara Cível do Foro Regional do Tatuapé, FAZ SABER a Adolfo Yoshimoto Miyasato e s/ m. Edilene Magda de Freitas Yoshimoto que Ana Maria Di Froscia Rodrigues lhes ajuizou ação Execução, para cobrança de R$ 7.459,87, referente às despesas de Locação do Imóvel na Av. Rio das Pedras, 3624. Encontrando-se os réus em lugar ignorado, expede-se o presente edital para que no prazo de 24hs. a fluir após os 30 dias supra, pague o débito e demais consectários legais, sob pena de conversão do arresto em penhora realizada sobre: Uma casa e seu terreno, situado na Rua 14, no. 20, parte do Lote 20, quadra 20, Parque São Rafael – Itaquera – Capital, com uma área total de 125,00m2, registrado no 9o. CRI de São Paulo Matr. 15.594, passando a fluir então independente de qualquer outra intimação o prazo de 10 dias para embargos. Será o edital afixado e publicado na forma da lei.

EMPRESA PAULISTA DE PLANEJAMENTO METROPOLITANO

Salários 31/12/2004 1.117,17 797,37 629,98 660,00 996,67 1.375,00 973,85 1.579,47 2.046,60 2.277,90 1.760,00 2.140,95 2.484,84 2.586,78 2.879,85 3.263,92 2.879,85 2.206,38 2.586,78 Salários 31/12/2004 5.967,50 1.069,45 3.300,00 4.427,89 1.760,00 1.760,00 2.439,18 2.640,00 2.439,18 4.427,89 1.760,00 2.206,38 3.080,00 3.850,00 3.850,00 3.850,00

Motorista Recepcionista Auxiliar Serviços Gerais Assistente Técnico/Adm. I Assistente Técnico/Adm. II Assistente Técnico/Adm. III Digitador Operador de Computador I Operador de Computador II Operador de Computador III Analista Programador I Analista Programador II Analista Programador III Analista Programador IV Analista de Sistemas I Analista de Sistemas II Analista de Banco de Dados Analista de Suporte Técnico Engenheiro Cartógrafo Cargos/Empregos em Comissão Diretor Presidente Assessor da Presidência Assessor Jurídico Diretor Administrativo Assessor Financeiro Assessor Administrativo Chefe Administrativo e Financeiro Chefe de Prestação de Serviços Chefe de Fiscal. Eletr. Trânsito Diretor Técnico Assessor de Projetos TI I Assessor de Projetos TI II Assessor de Projetos TI III Chefe de Sistemas de Informação Chefe de Geoprocessamento Chefe de Apoio Técnico

Salários 31/07/2005 1.195,00 858,00 678,00 710,00 1.072,00 1.479,00 1.047,00 1.698,00 2.200,00 2.449,00 1.892,00 2.302,00 2.672,00 2.781,00 3.096,00 3.509,00 3.096,00 2.372,00 2.781,00 Salários 31/07/2005 6.415,00 1.150,00 3.548,00 4.760,00 1.892,00 1.892,00 2.623,00 2.838,00 2.623,00 4.760,00 1.892,00 2.372,00 3.311,00 4.139,00 4.139,00 4.139,00

SINCOMED - SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE MATERIAL MÉDICO, HOSPITALAR E CIENTÍFICO NO ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ (MF) Nº 62.803.069/0001-00 Edital de Convocação - Assembléia Geral Extraordinária O Presidente da Entidade supra, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo Estatuto, convoca os integrantes da categoria econômica por ela representada, para participarem da Assembléia Geral Extraordinária a ser realizada no dia 16 (dezesseis) de setembro de 2005, às 15:00 (quinze) horas, em sua sede social, nesta cidade, a fim de deliberar sobre a seguinte “Ordem do Dia”: (1) Negociação Coletiva com as entidades representativas da categoria profissional dos “comerciários” em geral; (2) Negociação Coletiva com as entidades representativas das categorias profissionais diferenciadas nas respectivas datas-base; (3) Outorga de poderes à Diretoria para negociar junto às entidades representativas das categorias profissionais, nas respectivas datas-base, em conformidade com o que vier a ser aprovado pela Assembléia; (4) Discussão e aprovação das contribuições assistencial e confederativa, esta última prevista no artigo 8º inciso IV, da Constituição Federal. Não havendo, na hora acima indicada, número legal de participantes para a instalação dos trabalhos em 1ª (primeira) convocação, a Assembléia Geral será realizada 30 (trinta) minutos após, em 2ª (segunda) convocação, com o “quorum” legal. São Paulo, 12 de setembro de 2005. LUIZ ANTONIO SILVA – Presidente.

COOPERATIVA HABITACIONAL HAB-COOP

EDITAL DE CONVOCAÇÃO O Conselho Administrativo da Cooperativa Habitacional Hab-Coop, de acordo com os atributos que lhe foram conferidos pelo artigo 51 do Estatuto Social, aprovado em 03 de agosto de 2003, convoca V.Sa. a participar da ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA, a ser realizada no próximo dia 24 de setembro de 2005, às 09:00 hs. em primeira convocação com no mínimo 2/3 (dois terços) dos cooperados presentes, às 09:00 hs. em segunda convocação com a metade mais um dos cooperados presentes, e às 10:00 hs. em terceira e última convocação com no mínimo 10 (dez) cooperados presentes, no salão de eventos do HOTEL SAN RAPHAEL, localizado no Largo do Arouche, nº 180 - Centro - São Paulo - SP, a fim de deliberar sobre os seguintes: a) Eleição e Posse do Conselho Fiscal gestão 2005. b) Eleição e Posse das vagas em aberto do Conselho Administrativo. São Paulo, 13 de setembro de 2005. CONSELHO ADMINISTRATIVO (Agnaldo Calixto, Everaldo Vitorazzi, Mônica Stella, Jamir Barbosa)

COOPERATIVA

HABITACIONAL

HAB-COOP

EDITAL DE CONVOCAÇÃO O Conseho Administrativo da Cooperativa Habitacional Hab-Coop, de acordo com os atributos que lhe foram conferidos pelo artigo 51 do Estatuto Social, aprovado em 03 de agosto de 2003, convoca V. Sa. a participar da Assembléia Seccional, a ser realizada no próximo dia 24 de setembro de 2005, às 11:00 hs. em primeira convocação com no mínimo 2/3 (dois terços) dos cooperados presentes, às 11:30 hs, em segunda convocação com a metade mais de um dos cooperados presentes, e às 12:00 hs, em terceira e última convocação com no mínimo 10 (dez) cooperados presentes, no salão de eventos do Hotel San Raphael, localizado no Largo do Arouche, nº 180 - Centro - São Paulo - SP, a fim de deliberar sobre o seguinte: a) - Entrega de Unidades Habitacionais (sorteio, programada e antecipação). São Paulo,13 de setembro de 2005, Conselho Administrativo (Agnaldo Calixto, Everaldo Vitorazzi, Mônica Stella, Jamir Barbosa).

EMPLASA

Encontra-se aberto o Pregão 001/05 para contratação de empresa/seguradora para prestação de serviços médico-hospitalares e cirúrgicos, aos beneficiários da Emplasa. A sessão do pregão será no dia 26/09/05, às 09h00, na Rua Boa Vista, nº 170, no Auditório do 15º andar do Bloco 3. Obtenção do edital: www.emplasa.sp.gov.br ou no 2º and. do end. citado. Informações: 3293.5340/5381.

EDITAL SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS

SECRETARIA DE ESTADO DE ECONOMIA E PLANEJAMENTO

GOVERNO DO ESTADO DE

SÃO

PAULO

RESPEITO

POR

VOCÊ

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Obras nas seguintes escolas: TOMADA DE PREÇOS N.º - OBJETO - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – ÁREA - CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2115/05/02 - Construção de ambientes complementares e reforma de prédio escolar com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador - EE Prof. Sebastião Faria Zimbres – Rua Quinta do Paco, 45 - Vila Bela Vista - São Paulo / SP - 210 - 28,20 - R$ 30.803,00 – R$ 3.080,00 – 10:30 – 30/09/2005. 05/2153/05/02 - Construção de ambientes complementares e reforma de prédio escolar - EE Chb Embu “N” – Rua Um, s/ nº - Parque Pirajussara - Embu / SP - 90 - 51,48 - R$ 15.004,00 – R$ 1.500,00 – 14:00 – 30/09/2005. 05/2375/05/02 - Construção de ambientes complementares e reforma de prédio escolar com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador - EE/Cel José Conti - Av. José Michel Mucare, 801 - Vila Boa Vista - Igaraçu do Tietê / SP - 210 - 40,60 - R$ 68.074,00 – R$ 6.807,00 – 16:00 – 30/09/2005. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 14/09/2005, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 29/09/2005, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Miguel Moubadda Haddad Diretor Executivo

FALÊNCIAS & CONCORDATAS Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 12 de setembro de 2005, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falências:

ERRATA SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

Concorrência nº 05/2495/05/01 - ERRATA: Na concorrência publicada dia 12/09/05 neste jornal, ONDE SE LÊ: Concorrência nº 05/1102/05/01. LEIA-SE: Concorrência nº 05/2495/05/01.

Requerente: Direção S.A Crédito Financiamento e Investimento - Requerido: Editora Vic Ltda. - Alameda Olga 380 - 01ª Vara de Falências Requerente: Policom Cabos e Conectores Ltda. - Requerido: DSLN Sistemas de Cabeamento e Consultoria Ltda. – Rua Cristovão Lopes 46 - 01ª Vara de Falências Requerente: Associação Religiosa Imprensa da Fé - Re-

querido: Editora Louvise Ltda. - Rua Olímpio Rodrigues da Silva, 133 - 02ª Vara de Falências Requerente: Maria Cristina Gomes Basile - Requerido: Schimitd e Carvalho Ltda.-ME - Rua Costa Carvalho, 523 Apto. 21 - 02ª Vara de Falências Requerente: Multifinance Fomento Mercantil Ltda. - Requerido: Linhas Globo Indústria e Comércio Ltda. - Rua Souza Caldas, 125 - 01ª Vara de Falências

COMUNICADOS Novelli Karvas Publicidade Ltda torna público que recebeu da CETESB a Licença de Operação nº 31002152, com validade até 25/08/2008 para Fabricação de Placas para Propaganda, no endereço Avenida Carlos Liviero, 59.

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APOSTA NA QUEDA DE JUROS Nem aumento, nem manutenção. A aposta do mercado para o resultado da reunião do Copom que começa hoje é a de redução de 0,25 pontos percentuais na taxa Selic. Tudo porque a nova deflação registrada em São Paulo confirma: a inflação está sob controle. Página 12 www.dcomercio.com.br/c ampinas/

Edição de Campinas concluída às 00h05

Ano 81 - Nº 21.961

Solução redonda

São Paulo, terça-feira 13 de setembro de 2005

R$ 0,60

Dunkin'Donuts sai do Brasil e franqueados criam uma nova marca. Pág. 14

Gustavo Miranda/Ag. O Globo

Severino

à la carte

O prato de resistência do dono de restaurante Sebastião Buani é o extrato em que aparece o saque de R$ 40 mil (foto) e o cheque a ser apresentado hoje duas provas de que pagou mensalinho para o deputado Severino Cavalcanti.

Garçons! A Polícia Federal interrogou ontem três garçons apontados como portadores de envelopes com dinheiro para o deputado Severino Cavalcanti. E eles confirmaram as entregas.

Terça-feira gorda em Brasília. A PF deve promover o deputado Severino Cavalcanti de acusador a acusado, com os indícios que já conseguiu reunir. A renúncia de Carlos "Bispo" Rodrigues pode abrir caminho para a fuga de mais deputados que estão na mira de cassação das CPIs dos Correios e do Mensalão. Os partidos da oposição se reúnem para decidir como se comportarão para a sessão de julgamento do deputado Roberto Jefferson, já que Severino reitera que presidirá a Mesa da Câmara. E os deputados do PT manobram para ganhar tempo. Páginas 3, 4, 5 e 8 Divulgação

Paulo Pampolin/Digna Imagem

Mais um imposto polêmico CUT quer taxar grandes fortunas. Especialistas criticam proposta. Página 9

Silêncio! O barulho faz mal à saúde

TEMPO EM CAMPINAS Nublado com chuva Máxima 20º C. Mínima 14º C.

O alto nível de ruído das grandes cidades já é considerado um problema de saúde pública. DCidade

É celular? É iPod? Não. É um iPhone. Apple une tocador de música e celular. Novidade chega ao Brasil no fim do ano.

DC Informática


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

terça-feira, 13 de setembro de 2005

13

A não ser que tomem medidas inteligentes, parte do Iraque acabará transformado em uma república islâmica, uma marionete de Teerã.

Entrega de informações sobre ICMS retido por refinaria de petróleo.

Mick Jagger, vocalista dos Rolling Stones, ao criticar a postura do primeiroministro Tony Blair em relação ao Iraque

Há 99 anos, Santos Dumont realizou o primeiro vôo do 14 Bis, em Paris.

SETEMBRO

2 -.LOGO

Pascal Rossignol/Reuters

M EIO AMBIENTE

B RAZIL COM Z

O Mapa da água em São Paulo

Diesel, além das fronteiras

O Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE), o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e outros serviços de pesquisa finalizarão este ano a elaboração do mapa dos aqüíferos paulistas. A partir do mapa, pesquisadores de todo o País conhecerão a localização e as condições dos nove aqüíferos do estado e poderão definir quais ainda podem ser explorados com segurança, de acordo com a demanda de regiões com problemas de abastecimento.

O jornal La Nación, da Argentina, publicou ontem uma reportagem mostrando que os postos de combustíveis próximos às fronteiras com Brasil, Paraguai e Uruguai registraram aumentos de 50% a 80% no movimento. A maioria dos "novos clientes" são estrangeiros, que atravessam a fronteira em busca de gasolina e diesel mais baratos. Para os brasileiros, especialmente os caminhoneiros, a vantagem é grande: na Argentina um litro de diesel sai pela metade do preço médio praticado nos postos brasileiros. Nos últimos dois anos, a Argentina não registrou aumentos significativos nos preços dos combustíveis.

E M

C A R T A Z

CINE

C ERTIFICAÇÃO

Divulgação

Urussanga, cidade do vinho

Grife Brasil

C OMÉRCIO

Eufóricos e descontrolados, milhares de palestinos invadiram ontem as áreas deixadas pelo Exército israelense na Faixa de Gaza, onde incendiaram sinagogas e comemoraram o fim de 38 anos de ocupação. A multidão ocupou terrenos de assentamentos judaicos e as praias nas quais o acesso era exclusivo para judeus. Cinco palestinos, incluindo duas crianças, morreram afogados. Em meio à festa, a população saqueava o que podia das ruínas de 1.800 casas demolidas pelo Exército de Israel.

Mercado de alimentos light e diet crescerá 20% em 2005. Mas o preço é entrave para as vendas.

Pedro Ugarte/AFP

F AVORITOS

Caminhos pelo computador

A TÉ LOGO

junto com a Abiadsa, revelam o avanço no consumo de lights e diets no País. Em 10 anos o crescimento foi de 800% e hoje 35% dos lares brasileiros consomem algum desses produtos. Mas, mesmo com o aumento de vendas, boa parte dos consumidores desconhece as características e diferenças dos lights e diets na hora da compra. Uma entrevista feita com 720 pessoas pelo Instituto Brasileiro de Educação para o Consumo de Alimentos e Congêneres (IBCA), mostrou que 35,5% não se sentiam seguras para explicar diferenças entre light e diet. "Muitos associam a palavra light à redução calórica, mas o alimento pode ser mais saudável, mas com caloria quase igual a um produto normal", diz Gouvêa. Para esclarecer melhor sobre as diferenças entre um segmento e outro e evitar a frustração do consumidor, a Abiadsa, em parceria com a Associação Paulista de Supermercados (Apas), vai distribuir até o fim do mês cerca de 1 milhão de cartilhas que indicam as diferenças entre os dois tipos de produto e esclarecem a importância da atenção aos rótulos. A cartilha vai mostrar que o produto diet tem, na maioria das vezes, restrição de algum nutriente que pode ser carboidrato (açúcares), gordura, proteína, sódio e outros. Os supermercados serão o foco principal da distribuição das cartilhas. (AE)

De ex-alunos do ITA, para Ermírio

Tributos fazem Brasil despencar em ranking O Brasil caiu 23 posições no ranking Doing Business do Banco Mundial (Bird), que analisa a facilidade para a realização de negócios em 155 países do mundo. O Brasil ficou em 119º lugar, perdendo para nações como Nigéria, Albânia e Sri Lanka. No ano passado, o País ficou em 96º lugar. Um dos motivos para a queda no ranking é estatístico: no ano passado, o índice

analisava 135 países e, neste ano, são 155. Além disso, itens como carga tributária, comércio internacional e alvarás de funcionamento pesaram negativamente contra o Brasil, que também amarga o 107º lugar em facilidade para o comércio exterior.

C ELEBRIDADE

Schwarzenegger, o exterminador de filmes A editora American Media Inc., AMI, pagou US$ 2 mil por um vídeo erótico no qual o atual governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, é mostrado bolinando uma mulher. A negociação foi feita, ao que tudo indica, para proteger o ex-ator e ex-consultor da empresa em sua campanha pela reeleição. Segundo o jornal Los Angeles Times, no vídeo intitulado Carnival in Rio, o governador aparece como apresen-tador e numa das cenas, diz: "Entendo porfeitamente

O empresário Antonio Ermírio de Moraes foi escolhido pela Associação dos Engenheiros do ITA (Aeita) para receber o Prêmio Excelência 2005, entregue anualmente pela entidade a personalidades que se destacam na sua área de atuação. A indicação final é feita pela diretoria, a partir de nomes sugeridos pelos 4,5 mil engenheiros formados pelo Instituto. O homenageado já confirmou presença à solenidade de premiação, que faz parte da programação do Sábado das Origens - encontro anual de ex-alunos. Dia 29 de outubro, às 11h, no Auditório Lacaz Netto, no ITA, em São José dos Campos.

por que o Brasil prefere a parte do corpo que eu mais gosto: a bunda." É a segunda vez que a editora paga pessoas para que mantenham silêncio sobre informações potencialmente embaraçosas para Schwarzenegger. (AE)

K ATRINA

Caridade, pela internet, não Na semana passada havia 900. Agora, são quase 2.000 sites falsos que recebem doações de dinheiro para as vítimas do furacão Katrina, segundo relatório do FBI. Por isso, a polícia federal norteamericana avisa os internautas para não fazerem doações por meio de sites desconhecidos. E-mails que pedem contribuições também devem ser desconsiderados. Existem mais golpes pela internet em nome do Katrina do que os relacionados aos atentados de 11 de setembro de 2001 e ao tsunami. L OTERIAS Concurso 103 da LOTOFÁCIL 01

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Clique www.dcomercio.com.br/logo para ler a íntegra das notícias abaixo:

Segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) quase 34 milhões de brasileiros não têm moradia

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Para evitar o roubo de obras e livros raros, Museu e Biblioteca Nacional investem em sistemas de segurança

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www.dner.gov.br

mercado de produtos light e diet movimentou no ano passado US$ 3,6 bilhões e já representa 5% do total das vendas de alimentos. A expectativa é que o setor feche o ano com crescimento de 20%, enquanto as vendas de produtos alimentícios em geral devem subir em torno de 5% em relação a 2004. O crescimento dietéticos e lights, no entanto, poderia ser ainda maior, não fossem os preços, em média 10% a 15% mais altos do que as versões tradicionais, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentos Dietéticos para Fins Especiais e Suplementos Alimentares (Abiadsa). Para eliminar essa barreira, a entidade vai reivindicar ao governo uma redução de impostos para cortar preços. "Não é um produto dispensável, 40% da população com mais de sete anos de idade, isto é, 120 milhões de indivíduos, está acima do peso", diz o presidente da entidade Carlos Eduardo Gouvêa. "Em 1975, este porcentual era de 16%." A Abiadsa deve pedir uma redução de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço (ICMS) para o governo estadual, numa primeira etapa, e corte em outros impostos para o governo federal no próximo ano. "No momento, por causa do quadro político é melhor aguardar", justifica. Os números de uma pesquisa da Latin Panel, em con-

B USINESS

L

Antes de seguir viagem pelo País, consulte o site do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNER). No link Mapas Rodoviários, as estradas brasileiras aparecem organizadas em ordem alfabética, para download.

O

Sebrae - (0xx61) 348-7200 P REMIAÇÃO

Produtos light, faturamento pesado

I NTERNACIONAL

Outra ocupação, 38 anos depois

DE VOLTA AO PASSADO - Com o grito de guerra "O Petróleo é a ruína" e usando cavalos para puxar seus tratores, fazendeiros franceses realizaram ontem um protesto na região de Arras, norte da França. Eles alegam que os altos preços do petróleo tornam proibitiva a utilização de equipamentos na agricultura. O primeiroministro Dominique de Villepin prometeu ajudá-los a enfrentar a alta internacional dos preços do petróleo.

Arquivo DC

www.cultura-e.com.br

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O Centro Cultural Banco do Brasil promove nesta semana um ciclo de filmes com a grife de Nelson Pereira dos Santos. Hoje, 15h: Estrada da Vida - Milionário e José Rico (1979/1981) 17h: Como Era Gostoso o Meu Francês (1970/1972); 19h: Tenda dos Milagres (1977). CCBB - Rua Álvares, 112. Telefone: 3113-3651. Ingressos: R$ 4,00 e R$ 2,00.

Cerca de 40 produtores de vinho branco de uvas tipo Goethe de Urussanga, em Santa Catarina, vão entrar na briga pelo mercado internacional. A certificação de origem deve ser obtida assim que a Universidade Federal de Santa Catarina finalizar os estudos do solo e das uvas. O Sebrae coordena o projeto.

A igreja mais antiga de São Paulo, a Capela de São Miguel Arcanjo, de 1622, busca financiamento para restauro


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 13 de setembro de 2005

POLÍTICA - 3

PT VAI APURAR PAGAMENTO DE PASSAGENS PARA FILHOS DE LULA E PALOCCI COM RECURSOS DO PARTIDO.

TARSO MANDA INVESTIGAR PASSAGENS DE LULA Jonne Roriz/AE - 02/08/2005

Tomas Bravo/Reuters

Lula, no aeroporto da Guatemala. Ele 'está tranqüilo' com as denúncias, diz Jacques Wagner.

Tarso Genro, presidente interino do PT

UMA AGENDA POSITIVA PARA O CONGRESSO Patrícia Cruz/Luz

É

preciso mobilizar a sociedade para forçar o Congresso Nacional a se mexer em torno de uma agenda de interesse nacional, que inclui, a aprovação do cadastro positivo, a legislação da préempresa e o projeto de lei popular, que exige que o total dos impostos cobrados do consumidor seja discriminado na nota ou cupom fiscal. Além disso, abrir um grande debate sobre o desarmamento no Brasil. Essa é a missão que cabe às 412 Associações Comerciais que integram a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), segundo seu presidente, Guilherme Afif Domingos. Preocupado com as CPIs, que consomem a atenção dos parlamentares, e com a falta de comando do governo, Afif crê que está na hora

Guilherme Afif Domingos, da ACSP

Marco Aurélio Bertaiolli, da Facesp

de "trabalhar para fazer passar coisas boas no Congresso". Só em 2006 – Para conseguir isso, ele alertou ontem os vicepresidentes da Facesp, durante reunião do Conselho Diretor e Gestor da Facesp, na Associa-

ção Comercial de São Paulo (ACSP), que não adianta esperar uma solução político-partidária para a atual crise. "Ela virá pelas urnas, em 2006". Até lá, "essa agenda positiva ajudará a fazer uma travessia tranqüila

poLítica Eymar Mascaro

Cerco a Severino

O

s partidos de oposição (PSDB, PFL, PDT, PV e PPS) mantêm para hoje uma reunião em que será discutido o processo de cassação que devem iniciar contra o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), acusado de quebra de decoro parlamentar. A princípio, a oposição tem dois objetivos: afastar Severino do comando da Casa e cassar o seu mandato. Severino é acusado de receber um 'mensalinho' (R$ 10 mil) de Sebastião Buani, que explorava o serviço de restaurante no anexo da Câmara. O presidente da Câmara retornou sábado de manhã dos EUA e, no domingo, convocou a imprensa para adiantar que não se afastará da presidência e que mantém a disposição de conduzir todas as sessões, inclusive a plenária de amanhã em que está marcada a votação do processo de cassação do mandato de Roberto Jefferson (PTB-RJ). Mas a oposição não confia mais na credibilidade de Severino e sugere que a sessão seja comandada pelo 1º vice-presidente, José Thomaz Nonô, do PFL-AL. Severino não aceita a proposta da oposição e o impasse está criado. A oposição diz que a entrevista coletiva de Severino não mudou os fatos. Buani entregou ontem à Polícia Federal extratos bancários onde se comprovaria o saque de R$ 40 mil do 'mensalão' de Severino. O empresário promete para hoje cópia do cheque de R$ 7,5 mil, que ele chama de mensalinho.

IMBRÓGLIO Apesar do impasse, o presidente da Câmara deve enviar hoje ao Conselho de Ética o processo dos 18 deputados cassáveis. Mas, a oposição questiona a presença de Severino na condução dos trabalhos: quer que antes de cassar mandatos, ele se afaste do cargo.

DEFESA A defesa de Severino pode durar até 90 dias, como determina o regimento da Câmara. Portanto, o processo contra ele pode se arrastar até dezembro. Se o impasse não for contornado, será problemática a votação das cassações dos 18 deputados.

ACORDO O presidente da Casa nega que tivesse admitido um acordo com a oposição: ele se afastaria do cargo com a promessa de que os partidos desistissem de pedir sua cassação. Severino mantém o "fico" e desafia a oposição a tirá-lo da presidência.

NEGOCIAÇÃO Independentemente da posição assumida por Severino, a oposição já

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para o País tirando proveito do lado positivo da crise". Segundo Guilherme Afif, também presidente da ACSP, a sociedade terá de pautar o debate eleitoral de 2006. "Nossas entidades têm um papel fundamental nesse processo, por sua credibilidade junto à todas as comunidades." Para Marco Aurélio Bertaiolli, vice-presidente da Facesp, a reunião serviu de preparatória para o 6º Congresso das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, que ocorrerá entre os dias 20 e 22/10, em Águas de Lindóia. "Um dos pontos importantes será a coleta de assinaturas para a emenda popular que exige transparência dos impostos na compra de todos os produtos e serviços." A expectativa é colher 1,5 milhão de assinaturas no Estado. Sergio Leopoldo Rodrigues

discute o nome do seu sucessor na Casa. Os partidos de oposição esboçam um acordo com o PT para a apresentação de um nome de consenso.

NEGATIVA A oposição ainda ameaça não participar das sessões na Câmara presididas por Severino. Por isso, existe expectativa para a sessão plenária de amanhã, quando Roberto Jefferson pode perder o mandato.

DECISÃO Mesmo que Severino viesse a se afastar do cargo para tratamento de saúde, como chegou a ser cogitado, a oposição não trancaria o processo de cassação de seu mandato. O presidente da Casa foi colocado na alça de mira das oposições.

PETISTA O PT está disposto a continuar negociando o nome do deputado Sigmaringa Seixas (DF) em substituição a Severino Cavalcanti. Mas o PFL não afasta a hipótese de sustentar a tese de que Thomaz Nonô pode continuar presidindo a

presidente interino do PT, Tarso Genro, determinou que o secretário de Finanças, José Pimentel, faça um levantamento nas contas do partido para descobrir por que o PT pagou, com dinheiro do Fundo Partidário, passagens aéreas para os filhos do presidente Luiz Inácio da Silva, suas namoradas e para a filha do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, contrariando a legislação. "Essa é uma questão financeira e contábil da executiva anterior e o José Pimentel está orientado a verificar e tomar as medidas para corrigir eventuais problemas", disse Genro, por meio de sua assessoria. Por causa das novas denúncias, a oposição – PFL e PSDB – já pensa em entrar com nova representação na Justiça Eleitoral contra o PT, alegando que o partido usou recursos públicos para pagar passagens para familiares de Lula e Palocci. Embora ainda não tenha recebido informações de Pimentel, Tarso se apressou em inocentar o presidente. "Lula não teve qualquer responsabilidade sobre isso. Foi uma medida unilateral do partido." Passagens – Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o PT pagou várias passagens para Marcos Cláudio, Sandro e Luiz Cláudio Lula da Silva, filhos do presidente, e suas respectivas mulheres e namoradas, irem a Brasília entre dezembro de 2002 e o início de 2003, quando Lula tomou posse. O PT também teria pago passagens de Ribeirão Preto a São Paulo e hospedagem para a filha de Palocci. Palocci declarou ontem, por meio de comunicado, que poderá ressarcir quaisquer despesas que o PT tenha tido inde-

O

vidamente com seus parentes. O dinheiro, segundo o jornal, saiu de uma conta do Banco do Brasil usada pelo PT para gerir os recursos do Fundo Partidário. O dinheiro deveria ser usado exclusivamente para pagamento de pessoal. Marcos Cláudio, Luiz Cláudio, Sandro, mulheres e namoradas estavam na festa de réveillon organizada pelo publicitário Duda Mendonça, em Brasília. Os cheques foram assinados por Delúbio Soares. Em depoimento ao procurador-geral da República, Antonio Fernando Barros e Silva, Delúbio disse que o PT fez dois e m p ré s t i m o s t o t a l i z a n d o R$ 5,4 milhões para pagar a festa da posse de Lula, que tiveram como avalista o empresário Marcos Valério. Tranqüilidade – O ministrochefe da Secretaria de Relações Institucionais, Jacques Wagner, disse que Lula está tranqüilo. "O presidente Lula está tranqüilo em relação a isso e ele tem dito: é preciso apurar até o final e punir os culpados, e é preciso que o País continue funcionando." Antes de embarcar para a Guatemala, Lula se reuniu com o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), na residência oficial da Granja do Torto. Segundo o deputado, o presidente Lula demonstrou preocupação em relação à pauta de votações e teria dito que uma das prioridades do governo é a aprovação da chamada MP do Bem. Lula embarcou para Guatemala, com 30 minutos de atraso. Lá, terá encontros com empresários e chefes de Estado de oito países da América Central e Caribe. Da Guatemala, segue para Nova York. Lula retorna ao Brasil na quinta-feira. (Agências)

Câmara, caso haja a vacância do cargo.

volte para Lula. Os partidos não estão gostando de ver o noticiário principal do mensalão ganhando plano secundário na mídia.

NA FRENTE O presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTBSP) admite que pode colocar o processo de cassação de Severino em 1º lugar na fila, isto é, na frente dos 18 processos de deputados denunciados pela CPMI dos Correios.

LEGAL Izar disse que basta a maioria do plenário do Conselho de Ética aprovar a proposta. Izar também acha que Severino não teria condições de conduzir as sessões dos cassáveis, caso haja a denúncia das oposições.

DEPOIMENTO José Dirceu deve depor na Polícia Federal sobre o mensalão. Ele foi acusado por Roberto Jefferson de ser um dos operadores da suposta propina paga pelo PT a um grupo de deputados.

CONVERGÊNCIA A oposição quer encerrar logo o caso do mensalinho para que o foco do noticiário

UNIÃO Os candidatos de esquerda à presidência nacional do PT firmaram o acordo: apoio integral dos candidatos a quem ficar para o 2º turno contra o candidato do Campo Majoritário - que domina a sigla -, Ricardo Berzoini.

FILIAÇÃO Por enquanto, está mantida a data de 19 próximo para a filiação de Paulo Maluf no PTB. A manutenção da data mostra que os advogados do ex-prefeito acreditam na sua libertação. Filiam-se também ao PTB os deputados malufistas Salim Curiati e Conte Lopes.

FORA DO PAÍS Enquanto fervilham as crises em Brasília, envolvendo Executivo e Legislativo, Lula se mantém longe do País. O presidente viajou ontem para a Guatemala e de lá vai para os EUA, para a sessão de abertura da ONU.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.POLÍTICA

terça-feira, 13 de setembro de 2005

BISPO RODRIGUES RENUNCIA PARA EVITAR CASSAÇÃO. GENOINO DEPÕE HOJE NA CPI DO MENSALÃO. Sérgio Lima/Folha Imagem

BISPO RENUNCIA E FOGE DA CASSAÇÃO

D

epois de consultar será apreciado hoje pela Mesa colegas e constatar Diretora, e se acatado, será enque seria mesmo caminhado ao Conselho de cassado, o ex-bispo Ética, instância competente Carlos Rodrigues (PL-RJ) re- para pedir a cassação. Uma vez iniciado o procesnunciou ao seu mandato de deputado. Preferiu sair de ce- so, Rodrigues não poderia na discretamente, com uma mais renunciar. E caso fosse carta enviada à Mesa da Câma- cassado, ficaria inelegível por ra – lida pelo segundo-vice- oito anos – a contar após o término de seu mandapresidente e correge- Wilton Junior/AE to, em fevereiro de dor, o deputado Ciro 2007 – ou seja, estaria Nogueira (PP-PI), pafora até 2015. ra um plenário vazio P ol ít ic a – Carlos – ao invés de ir à tribuRodrigues contesta a na, como fez o presiversão de que teria dente do PL, Valderenunciado para premar Costa Neto (SP), servar seus direitos no mês passado. políticos e diz que vai A renúncia foi feita abandonar a vida púna data limite: 24 hoblica. "Não vou esperas antes do início do Rodrigues não vai rar para ser cassado, processo de abertura disputar eleições d e c i d i re n u n c i a r. de cassação. Ontem a comissão de sindicância da Também não vou disputar Corregedoria aprovou o pare- eleições. Estou nas mãos de cer do deputado Robson Tuma Deus.... Deus sabe o que faz e (PFL-SP) que recomendou o quem sabe a recompensa que envio de representação contra tem para mim no futuro", disse os 18 deputados já citados no Rodrigues – que poderá ainda relatório preliminar das CP- responder na Justiça civil e peMIs do Mensalão e dos Cor- nal pelas denúncias de envolreios. O parecer da comissão vimento no "mensalão".

Erro – Rodrigues reconhece que errou ao ter recebido recursos de caixa 2 — R$ 400 mil das contas de Marcos Valério — para cobrir gastos de campanha do PL no Rio. Ele considera justo pagar por esse erro, mas pondera que é diferente de se submeter a um processo político "marcado pela hipocrisia". "Na campanha do Fernando Henrique teve caixa dois. Na campanha do Lula teve caixa dois. O Aloizio Mercadante fala em sair do PT mas fez uma das campanhas mais caras do país. A Heloísa Helena fica esbravejando na CPI, mas de onde veio o dinheiro da campanha dela? ".

Uma coisa que o deixa contrariado é quando os saques na conta da agência da SMP&B no Banco Rural são relacionados a atos de corrupção. Mesmo reconhecendo seu erro, ele explica que como presidente do PL do Rio era sua obrigação arranjar recursos para os candidatos do partido. Mas garante que não usou dinheiro em proveito próprio. "Deus sabe que não usei esse dinheiro para enriquecer. Numa campanha ninguém quer saber de onde veio o dinheiro, quer saber é de gasolina e santinho". Sem ânimo – Apesar de ter recebido a sugestão de ocupar a tribuna, Rodrigues explicou

Imprensa cerca gabinete de Rodrigues. Comissão de sindicância analisa cassações.

que não teria ânimo para cobrar isonomia de tratamento com outros políticos que também se elegeram com caixa dois mas que não estão sendo investigados ou punidos. Demonstrando abatimento, Rodrigues argumentou que não teria como enfrentar o processo de cassação, diante do preconceito que diz sofrer pelo fato de ter sido pastor da Igreja

Universal do Reino de Deus. Afastado da igreja em 2004, envolvido no escândalo que levou à queda do assessor parlamentar da Casa Civil, Waldomiro Diniz, ele afirmou que não teria como se defender e resolveu se poupar pedindo a renúncia: " Como enfrentar isso? A Globo contra mim e sem poder contar com o apoio da TV Record?". ( Agências)

Arquivo DC

Luiz Gushiken depõe amanhã na CPMI dos Correios.

A CPMI do Mensalão quer ouvir as explicações de Genoino sobre os empréstimos de Marcos Valério. No Conselho de Ética, será testemunha de José Dirceu.

CPMI do Mensalão ouve Genoino. Amanhã será a vez de Genu e Pedro Corrêa.

Mendonça

Marcos Valério, dono da SMP&B e da DNA. Movimentação bancária mostra saques de vários políticos e assessores, num total de R$ 55 milhões. Disse na CPMI do Mensalão que o aval de Dirceu foi confirmado por Delúbio.

O publicitário Duda Mendonça, da DM9, confirmou ter recebido dinheiro de Marcos Valério no exterior. Os repasses, segundo ele, eram para pagar dívidas do PT, das campanhas eleitorais de 2002. Valério negou a versão de Duda.

Palmieri

Osório Batista

Jefferson

Lamas

Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB, depôs no dia 16 de agosto na CPMI do Mensalão e revelou que esteve em Portugal com Marcos Valério para obter recursos da Portugal Telecom para pagar dívidas do PT e do PTB.

Antônio Osório Batista, diretor afastado dos Correios por ter sido citado por Marinho na gravação. Depôs na CPMI e afirmou que Jefferson pediu dinheiro aos diretores da estatal para fazer caixa de campanha.

O plenário da Câmara pode votar amanhã a proposta de cassação do deputado Roberto Jefferson (PTBRJ), conforme recomendado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Para a cassação, são necessários 257 votos.

O ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, confirmou em depoimento à CPMI do Mensalão que foi algumas vezes a Belo Horizonte buscar dinheiro a pedido do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.

Sereno

Jefferson

Duda

Jacinto Lamas

Marcello Casal Jr/ABr

Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério. Depôs na CPMI e contestou as versões de seu ex-patrão para os grandes saques bancários: o próprio empresário voltou atrás e confessou que fazia os pagamentos a mando de Delúbio, a partir de uma lista.

Ed Ferreira/AE

Karina

Edson Santos/AC

Galeria de personagens Valter Campanato/ABr

Gushiken irá depor amanhã na CPMI dos Correios e dará explicações sobre os contratos de publicidade do governo federal que estavam sob sua responsabilidade. A comissão também quer saber o grau de influência dele na gestão dos fundos de pensão. Mas o acontecimento da semana será amanhã, quando pode acontecer a votação da representação do PL contra o deputado Roberto Jefferson. O Conselho de Ética recomenda a cassação do mandato de Jefferson por quebra do decoro parlamentar devido às denúncias genéricas e sem comprovação sobre o suposto pagamento de "mensalão" a deputados do PP e do PL. 257 votos – Em seu voto, o relator da matéria no Conselho de Ética, deputado Jairo Carneiro (PFL-BA), cita também o recebimento de recursos irregulares do PT e de vantagens indevidas de empresas privadas e de órgãos públicos. O deputado poderá apresentar sua defesa pessoalmente em plenário antes da votação do processo. A votação será secreta e em cédulas. Para a cassação, são necessários 257 votos, a maioria absoluta dos 513 deputados. Se forem registrados menos de 257 votos favoráveis à perda de mandato, Jefferson continuará deputado, com todas as prerrogativas do cargo, e o processo será arquivado em caráter definitivo. (Agências)

Valério

Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Assumiu ter negociado cargos; saiu do PT, depois da descoberta de que ganhou um Land Rover da GDK . Valério disse que ele sabia dos empréstimos repassados ao diretório nacional.

Roosewelt Pinheiro/ABr

D

iferentemente da semana passada, as CPIs vão ter a semana cheia. Todas as atenções estarão voltadas a três personagens da crise: o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), o secretário do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República e ex-ministro da Secretaria de Comunicação de Governo, Luiz Gushiken, e o ex-presidente nacional do PT José Genoino. Hoje, a partir das 11h30, Genoino, deve depor na CPMI do Mensalão. A comissão quer ouvir sua versão sobre os empréstimos obtidos pelo partido junto aos bancos Rural e BMG, contratados por meio das empresas do publicitário Marcos Valério. Genoino tem outro depoimento agendado: quinta-feira, no Conselho de Ética da Câmara, como testemunha de defesa do deputado e ex-ministro José Dirceu (PT-SP). O conselho também vai ouvir no mesmo processo os ex-ministros e deputados Aldo Rebelo e Eduardo Campos (hoje) e o jornalista Fernando Morais (amanhã). Genu e Corrêa – Amanhã a comissão tomará depoimentos do tesoureiro informal do PP, João Cláudio Genu, e do presidente do partido, deputado Pedro Corrêa (PE). Genu estaria incluído na lista de sacadores de dinheiro das empresas de Valério, que o teria apontado como recebedor de R$ 4,1 milhões.

Pereira

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, se recusou a nomear sacadores das contas de Valério na CPMI dos Correios. Na CPMI do Mensalão, ele não explicou pagamentos a Duda e disse que José Dirceu não negociou dívidas do PT.

Ailton de Freitas/AG

DEPOIS DO RECESSO, VÁRIOS DEPOIMENTOS

Delúbio

Delúbio Soares

Silvio Pereira

Ferreira

Guimarães

Costa Neto

Esteves

Marcos Vinícius Ferreira, genro de Roberto Jefferson e suposto canal do PTB com os Correios. Senado estuda pedir a quebra de seu sigilo bancário. A CPMI dos Correios ainda não remarcou seu depoimento.

O ex-presidente do Banco Popular do Brasil Ivan Guimarães negou à CPMI dos Correios que sua indicação para o cargo no banco tenha sido feita pelo PT. Ele anunciou aos integrantes da comissão que vai se desfiliar do PT.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, se recusou em seu depoimento à CPMI da Compra de Votos a revelar nomes de empresas e pessoas físicas para as quais teria repassado supostos R$ 6,5 milhões recebidos de Marcos Valério.

Clauzer Esteves, sócio de José Fortuna Neves. O também exagente do SNI afirmou que a Abin investigava os Correios a pedido da Casa Civil, informação essa que foi negada pelo então titular da pasta, o ex-ministro José Dirceu.

Lange

Salmeron

Dutra

Marinho

Edgard Lange, o "Alemão". O agente da Abin admitiu que, em abril, recebeu ordem para colher informações sobre irregularidades nos Correios, que teria sido dada pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Roberto Salmeron, ex-presidente da Eletronorte e ex-vice-presidente dos Correios. De acordo com o depoimento de Osório Batista, Jefferson e Salmeron teriam assistido à gravação um dia antes de ter sido divulgada à imprensa.

Mauro Dutra, dono da Novadata. Ele negou favorecimento em contratos da estatal. Mas confirmou que sua empresa fornece 22% dos micros do governo e que conhece Lula há mais de 20 anos. Ele depõe hoje na subrelatoria da CPMI dos Correios.

Maurício Marinho, ex-chefe de Contratação e Administração dos Correios. Foi flagrado em gravação recebendo propina de R$ 3 mil. Foi demitido por justa causa mas, como está de licença médica, continua recebendo salário de R$ 10 mil.

Gonçalves

Waschek

Dipp

Marschner

Luiz Otávio Gonçalves, diretor da Skymaster, admitiu que pediu ajuda de Silvio Pereira para evitar que sua empresa perdesse o contrato com os Correios. Hoje, a CPMI dos Correios ouve outros três representantes da empresa.

Arthur Waschek, dono da Comam e Vetor. Mandante da gravação de Marinho, por ter interesses contrariados nos Correios. Waschek afirmou que as irregularidades não ocorrem nas licitações, mas na execução dos contratos.

Airton Dipp, ex-presidente dos Correios, confirmou na CPMI dos Correios encontro com Silvio Pereira e a influência de Luiz Gushiken na estatal, através da nomeação de três dos cinco membros de uma comissão de análise de publicidade.

Haroldo Marschner, um dos donos da Precision Componentes. Ele disse que teria recebido pedido de suborno de Maurício Marinho, para poupar a sua empresa da aplicação de multa por atraso na entrega de material.

PASSO-A-PASSO DAS INVESTIGAÇÕES

CPMI do Mensalão

Conselho de Ética

CPI dos Bingos

A comissão ouve hoje o ex-presidente do PT José Genoino. Amanhã, será a vez do ex-assessor da liderança do PP na Câmara João Claudio Genu e do deputado Pedro Corrêa (PP-PE). A CPMI também quer apresentar um relatório do cruzamento de informações dos documentos que recebeu até agora.

O deputado José Dirceu (PT-SP) foi convidado pelo conselho a participar das reuniões em que serão ouvidas suas testemunhas de defesa. O conselho ouve hoje o deputado e ex-ministro da Articulação Política Aldo Rebelo (PCdoBSP) e na quinta, o ex-presidente nacional do PT José Genoino.

A comissão vai poupar o ministro da Economia, Antonio Palocci, de uma convocação que era dada como certa. O argumento é de que ainda não há provas suficientes contra ele. A CPI ouve hoje a deputada estadual Cidinha Campos (PDT-RJ) e Etelmino Alfredo Pedrosa, diretor da revista IstoÉ .


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 13 de setembro de 2005

POLÍTICA - 5

PEDRO SIMON CRITICA A CORRUPÇÃO NO PT E PEDE A PRISÃO DE MEIRELLES. JACQUES WAGNER APÓIA 0 'LIMPA'.

SENADOR COBRA LIMPEZA COMPLETA NO PT Beto Magalhães/Estado de Minas/Folha Imagem

Senador José Sarney, ao lado do governador Aécio Neves: 'sistema partidário chegou ao fim, apodreceu'.

Ayrton Vignola/Folha Imagem

Motorista de Maluf leva café à PF

corrupção acabe com o ideal de ética e a biografia que o PT sempre pregou", disse aplaudido efusivamente pela platéia composta por 300 empresários. "A crise, neste momento, é maior porque com o pecado do pecador nós já nos habituamos. Mas o pecado do pregador choca a Nação inteira. Esse choque é geral." Culpados – Apesar das críticas ao PT, o peemedebista poupou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "É o menos culpado de todos que estão aí", destacou o senador, frisando que Lula é um bom presidente, mas não é bom administrador. "E o primeiro-ministro (ex-ministro José Dirceu) também não era. Ele pediu pro Zé tocar e aconteceram as coisas que estão aí." Ele chegou a pedir a prisão do presidente do Banco Central,

Senador Pedro Simon e ministro Jacques Wagner, no seminário sobre reforma política na Fiesp: críticas.

Henrique Meirelles. "Como o presidente do Banco Central não está na cadeia e como o Banco Rural ainda está aberto?" O senador fez também um desabafo sobre o seu partido. "Desde que o doutor Quércia (ex-governador Orestes Quércia) assumiu a presidência (em São Paulo), sou um exilado dentro do meu partido." Ironizou, ainda, a atuação do senador José Sarney (PMDB-AP) na Presidência: "Tancredo (Neves) não podia ter morrido. Apesar de respeitar o Sarney, de vice já estava bom". O ministro Jaques Wagner, concordou com a crítica do senador Pedro Simon de que é preciso fazer "uma limpa" nos quadros do PT. "Estou entre os que nunca defenderam o PT como um "partido dos puros". Wagner defendeu inclusive

o afastamento dos petistas envolvidos em denúncias, desde que sejam concluídas as investigações sobre cada caso e comprovadas as irregularidades. Segundo ele, o partido já mudou parte de sua direção e próximo final de semana realizará eleições internas. "Na minha opinião aqueles que erraram têm que ser afastados." Crise – O ministro disse que a turbulência vivida atualmente pelo País é mais dolorida pelo fato de o PT não ter se diferenciado dentro desse sistema político, o que era uma obrigação já que a legenda estava à frente das articulações políticas. Wagner concordou com parte das declarações de Simon, como o fato de o PT ter demorado para promover a reforma política. Ele insistiu, no entanto, que a crítica que tem a fazer

ao PT é de caráter político e não moral, abrangendo a forma como alguns representantes do partido não foram capazes de resistir aos vícios do sistema político brasileiro. O ministro reconheceu que a legenda tem sofrido com os "tropeços" de alguns de seus integrantes, mas insistiu que parte das dificuldades resultam de um sistema político que caracteriza como ultrapassado e viciado, precedente à chegada do PT ao poder. "Reconheço em todos os partidos gente boa e gente ruim, no meu inclusive", disse Wagner, pouco antes de deixar o debate sobre a reforma política na Fiesp. Ele preferiu não comentar a declaração de Simon de que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, deveria estar preso. (Agências)

SARNEY: SISTEMA CHEGOU AO FIM.

O

tom dos discursos na solenidade de entrega da Medalha Presidente Juscelino Kubitschek foi de crítica ao sistema partidário brasileiro ontem, em Diamantina (MG). O orador oficial da cerimônia, senador José Sarney (PMDB-AP), disse em seu pronunciamento que o atual sistema eleitoral partidário "chegou ao fim, apodreceu e não pode sobreviver". "Não temos o direito de deixar que ele sobreviva, porque ele tem tido a responsabilidade sobre os males que atravessamos", comentou. Sarney defendeu, durante o discurso, que aqueles que denegriram os valores da política devem ser afastados e punidos fora da vida pública.

Sarney afirmou também que a crise atual é de caráter e de conduta. O senador fez uma série de elogios a Juscelino Kubitschek, enaltecendo a figura do ex-presidente, ressaltando que todos os presidentes têm momentos de dificuldades, mas que ninguém mais do que JK teve competência para atra-

vessar essas dificuldades. Responsabilidade – O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), que presidiu a solenidade, reiterou que o País passa por momentos de grave provação e que a "busca de soluções para a crise em curso, mais do que nunca, exige de nós um alto senso de responsa-

ADVOCACIA TRABALHISTA EMPRESARIAL ESPECIALIZADA

DC

V

irou ouro uma parte dos recursos que o ex-prefeito Paulo Maluf (PP) teria desviado dos cofres públicos municipais e remetido para a conta Chanani, operada nos EUA pelo doleiro Vivaldo Alves, o Birigüi - principal acusador de Maluf, que está preso na Polícia Federal (PF) desde sábado (10). Investigação conjunta da PF e do MPE indica que pelo menos 349 kg do metal (R$ 4,5 milhões) foram adquiridos entre 14 e 20 de junho de 1998 com cheques de duas empresas fantasmas, sub-contratadas de empreiteiras que formaram consórcio para construção da avenida Água Espraiada. Aberta em 1997, a Chanani movimentou US$ 161 milhões no Safra National Bank de Nova York. À PF, "Birigüi" confessou ter sido o operador da conta e que o dinheiro foi usado para cobrir despesas dos Maluf nos EUA. O MP suspeita que US$ 5,88 milhões da conta tenham ido para o publicitário Duda Mendonça. O ex-prefeito, ainda preso, nega irregularidades e afirma que não houve propinas na obra. Maluf , réu por corrupção passiva, crime contra o sistema financeiro (evasão de divisas), lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, será interrogado judicialmente no dia 21. Os advogados do exprefeito e de seu filho Flávio apresentarão hoje habeascorpus perante o Tribunal Regional Federal (TRF) para revogar o decreto de prisão. A Promotoria de Justiça da Cidadania descobriu que outro doleiro também estaria envolvido na missão de transformar dinheiro desviado em ouro. Este doleiro que adquiriu 1,4 mil barras do metal será interrogado na próxima semana. Ele operou para o esquema PC Farias. Está preso há seis meses e foi condenado a 10 anos por gestão fraudulenta. (AE)

D

Os Advogados,

OVIDIO LOPES GUIMARÃES JUNIOR JOEL EDUARDO DE OLIVEIRA ROGÉRIO PACILÉO NETO Comunicam a todos os clientes e colegas a mudança do Escritório de Advocacia Trabalhista para a Avenida Marquês de São Vicente, 121, Bloco B, 13º andar, conjunto 1301, Barra Funda, São Paulo, SP, CEP: 01139-001, Telefones: 11 3616-6544 - 3616-6546, a partir de 10/01/2005, onde estarão atendendo definifivamente. DC

MALUF COMPROU 349 KG DE OURO COM DESVIOS, DIZ POLÍCIA FEDERAL.

urante um debate sobre reforma política, o senador Pedro Simon (PMDBRS) cobrou ontem uma limpeza completa nos quadros do PT e disse que o partido só recuperará sua conduta ética e a biografia se expulsar o quanto antes os petistas envolvidos em denúncias de corrupção. Num discurso inflamado, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o senador gaúcho provocou o ministro de Relações Institucionais, Jacques Wagner (PT), e o deputado federal Devanir Ribeiro (PT-SP), que compunham a mesa de debates: "O PT era e ainda é a nossa esperança, se vocês tiverem a coragem de fazer uma limpa no partido. De dizer que não dá para deixar que pessoas envolvidas com

Marcia Anunciação/AE

bilidade pública, discernimento, serenidade, rigor e objetividade". De acordo com o governador, será preciso que todos os políticos se coloquem acima dos interesses de grupos, partidos e projetos futuros. Ele

defendeu a reforma do sistema político-eleitoral, além da conclusão das diversas reformas constitucionais. "Precisamos avançar para outro patamar, outra realidade, outro paradigma e outra prática", comentou. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

terça-feira, 13 de setembro de 2005

Fundado em 1º de julho de 1924

Tinha uma crise no meio do caminho Infelizmente não vimos o governo do PT adotar uma política diferente dessa, que limita o crescimento e a geração de empregos João Felício, presidente da CUT, para quem só os subempregos têm crescido

A competição global não é só uma disputa da eficiência entre empresas, mas também uma questão de qualidade de governos. A classe política brasileira está longe de instaurar políticas públicas consistentes. Paulo Guedes, economista, ontem, em sua coluna n'O Globo

S

uperando as expectativas dos analistas e dos empresários em geral, o Brasil apresenta pela primeira vez em muitos anos um cenário econômico extremamente favorável, que combina crescimento da economia, queda da inflação e superávit do setor externo. Ao que tudo indica, a crise política ainda não apresentou reflexos no desempenho da economia em uma perspectiva de curto prazo. Talvez o mais surpreendente resultado observado na economia brasileira nos últimos meses seja o do comportamento dos índices de preços, especialmente os IGPs, que refletem mais os preços no atacado e são muito sensíveis à taxa cambial. Estes vêm apresentando seguidas deflações, que têm se estendido aos demais índices, sinalizando que será possível atingir a meta de inflação de 2005. Destaque-se ainda que, como os IGPs são utilizados para o reajuste das tarifas públicas, a forte desaceleração desses índices dará uma contribuição positiva para os reajustes das tarifas públicas para 2006. O comércio exterior apresentou em agosto mais um resultado positivo, com superávit de US$ 3,672 bilhões, resultante de exportações no valor de US$ 11,347 bilhões, enquanto as importações atingiram US$ 7,676 bilhões. Considerando-se o período de 12 meses, até agosto, o saldo da balança comercial foi da ordem de US$ 40 bilhões, permitindo que o País venha apresentando resultado positivo em transações correntes. Esse resultado assegura tranqüilidade em relação ao setor externo, mas de outro lado, acarreta valorização do Real. Felizmente o cenário internacional continua favorável, com ampla liquidez e forte demanda por importações, especialmente por parte da China e dos Estados Unidos. Com isso, as exportações devem continuar crescendo, embora a taxas menores.

Deve-se notar, contudo, que alguns setores vêm sentido o impacto da taxa de câmbio nas vendas para o exterior, enquanto outros vêm sofrendo maior concorrência dos produtos importados. É o caso, por exemplo, dos setores têxteis, de vestuários e de calçados, que sempre foram exportadores importantes e que vêm perdendo competitividade tanto no mercado externo como no interno. Se persistir por muito tempo a valorização cambial, alguns setores que são importantes absorvedores de mão-de-obra, e apresentam grande peso na economia de algumas regiões, poderão ser fortemente afetados. O crescimento do PIB, de 1,4% no segundo trimestre, também surpreendeu positivamente, levando muitos analistas a reverem para cima suas projeções do Produto para o ano. A euforia quando da

Céllus

divulgação desse dado foi um pouco abalada pela informação da queda de 2,5% da produção industrial em julho, o que significa desaceleração do ritmo de expansão, mas que não deve comprometer a expectativa de que o Produto Interno Bruto de 2005 seja entre 3% e 3,5% maior que o do ano anterior.

O

s fatores que têm garantido o crescimento da economia, aumento das exportações e do crédito devem continuar presentes. A produção e as vendas de bens de consumo duráveis têm crescido significativamente graças à forte expansão do financiamento às pessoas físicas, não apenas com as operações de crédito consignado, mas também pelo incremento do crediário em conseqüência das parcerias entre bancos e varejo. Os setores mais dependentes da renda, como o dos bens de consumo não-duráveis, inclusive alimentos, vêm apresentando resultados menos satisfatórios, uma vez que a massa dos salários se recupera lentamente. A forte queda da inflação, no entanto, somada ao aumento do emprego e às datas-base de importantes categorias profissionais no último trimestre do ano, deverá propiciar a recomposição da massa salarial e a expansão da venda desses bens. É muito provável, no entanto, que os investimentos, que já vinham sendo afetados pelas altas taxas de juros, tenham sido atingidos pelas incertezas resultantes da crise política, fazendo com que muitas decisões de investir sejam adiadas, o que vai se refletir no crescimento futuro do País. Se as expectativas para a economia são favoráveis para o final de ano, o País precisa urgentemente resolver sua crise política e promover reformas estruturais que permitam entrar em um ciclo virtuoso de crescimento econômico e social.

Maracutaias das CPIs

D

o confronto entre as apurações feitas pela CPI dos Correios e os levantamentos concluídos pela auditoria interna da estatal avultam mega-distorções que só a política é capaz de produzir. E só produz por completo desprezo com relação à racionalidade e decência que deveria presidir os atos públicos. Daí as maracutaias, como Lula as chamou quando na oposição. O primeiro fato é a inadequação de se criar um órgão com pessoas que não estão profissionalmente habilitadas para as tarefas que têm de executar. Perícias contábeis e investigações criminais são assunto para contabilistas, policiais e promotores e não para políticos. Neste caso, a apuração de fatos e verdades se converte em manobras para ocultá-los.

Como crer que erros, fraudes e crimes que resultaram na formação da base governista possam ser apurados idoneamente sob o comando de pessoas tiradas dessas bases? Apenas uma das centenas de irregularidades dos Correios mostra como um contrato de R$ 861,4 milhões se transforma em R$ 4,3 sob o governo petista.

D

essas maracutaias-mater advirão outras. O governo pretende usar essas e outras revelações de auditorias, da polícia e do Ministério Público como prova de seu combate à corrupção que ele próprio permitiu por sua inapetência e incapacidade para governar. O preço da liberdade é a eterna vigilância, dizia Eduardo Gomes. Nunca ela esteve tão viva como agora

Céllus

CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Presidente

Antonio Góis e Luciana Constantino, analisando o relatório sobre o IDH, na Folha

V

em de longe a expressão álcoolmotor. Se não me falha a memória, vem de 1924, por terem alguns usineiros da época procurado o presidente do Estado, Washington Luís, para interessá-lo neste produto, como combustível sucedâneo da gasolina. Éramos então inteiramente dependentes da gasolina refinada. Importada, chegava ao Brasil em latas grandes, que eram distribuídas pelo País para o consumo. Tratava-se da gasolina Energina, que tinha como logotipo a cruz suástica, como escrevi há pouco tempo.

O álcool cumprirá o seu papel se for adotado na política de substituição da gasolina

O país precisa resolver a crise política e fazer as reformas que permitam entrarmos no ciclo virtuoso

A apuração de fatos e verdades nas CPIs pode se converter em manobras para ocultá-los

As 500 pessoas mais ricas do mundo têm renda total superior ao conjunto de 416 milhões de habitantes mais pobres.

JOÃO DE SCANTIMBURGO A VEZ DO ÁLCOOL-MOTOR

Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dco-

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Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005 Auditado pela

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O que desejavam os usineiros, com o apoio do presidente do Estado, era a independência dos consumidores brasileiros no setor energético, pois entendiam que, adotado o álcool-motor, entraria em fase de desenvolvimento a indústria suco-alcooleira. Como acontece sempre no Brasil, invariavelmente mesmo, uma brilhante idéia que poderia ter iniciado a nossa libertação energética num setor que acabou esquecido. Quando os produtores árabes de petróleo, iranianos e outros fornecedores do bruto, decretaram o aumento do petróleo e de seus derivados, tivemos uma fase promissora de veículos movidos a álcool; parecia que o álcool havia entrado definitivamente no consumo auto-movido. Agora, volta-se a falar novamente do álcool. Somos de opinião que ele cumprirá o seu papel se for adotado como política de substituição da gasolina em todos os veículos automovidos do Brasil. A influente revista The Economist dedica o artigo de capa do seu último número exatamente ao álcool combustível, sinal de que há enorme interesse em aproveitar a tecnologia de que somos detentores. João de Scantimburgo, membro da Academia Brasileira de Letras jscantimburgo@acsp.com.br


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de setembro de 2005

GERAL - 19

ANÁLISES TÉCNICAS DE FUSÕES E CONDUTAS DE EMPRESAS NÃO DEVEM ULTRAPASSAR SEIS MESES

A

pós mais de dois anos de negociação interna, o governo Lula enviou ontem ao Congresso a proposta de reforma do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Responsável por dar a palavra final sobre fusões e condutas de empresas para preservar a livre concorrência na economia, o novo Cade passará a ser um tribunal administrativo com um desenho para tornar mais rápidas e menos burocráticas as análises. A expectativa do governo é de que a média de análise dos negócios, com a reforma, não ultrapasse seis meses. Os casos mais simples poderão ser resolvidos em questão de dias. Xerife - Numa solenidade que contou com a presença de ministros e dos titulares dos órgãos atuais do sistema, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o objetivo da reforma é dar maior segurança aos investidores e proteger os consumidores da ação predatória das empresas. "O projeto visa a aprofundar a política de defesa da concorrência no País", afirmou. O secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Daniel Goldberg, disse que a meta é abrir espaço para que o órgão anti-

truste possa melhorar sua atuação de xerife das condutas anticoncorrenciais que prejudicam os consumidores, como a formação de cartéis. Para obter essa celeridade, o governo propõe a redução do "filtro" que obriga as operações de fusões e incorporações a serem submetidas ao crivo do Cade. Somente os negócios envolvendo uma empresa que fature por ano, exclusivamente no Brasil, acima de R$ 150 milhões, comprando outra com faturamento anual superior a R$ 30 milhões, terão de ser analisados pelo sistema de defesa da concorrência. Poder de decisão - A legislação em vigor fixa um limite de faturamento mundial superior a R$ 400 milhões. "Com isso, espera-se uma redução de 30% a 40% dos atuais 600 processos obrigatoriamente protocolados no sistema", afirmou o secretário. Os valores propostos poderão ser atualizados por portaria ministerial. A proposta de um novo Cade prevê ainda a criação da figura do superintendente-geral, que terá o poder de decidir sozinho sobre as operações mais simples, remetendo para o plenário do tribunal apenas os negócios que representem um real risco à livre concorrência. (AE)

COMUNICADO

Filipe Araujo/AE

GOVERNO QUER UM CADE MENOS BUROCRÁTICO

Finep tem R$ 370 milhões para empresas em busca de inovação

A

SECOVI – O governador Geraldo Alckmin participou ontem, em São Paulo, da posse da nova diretoria do Sindicato da Habitação (biênio 2005/2007). Romeu Chap Chap foi reeleito à presidência do Secovi pela quinta vez."Chap Chap é um pentacampeão e mostra aqui o caminho, que é o do trabalho e da eficiência", disse Alckmin. Na foto (da esq. para a dir.), o governador, o presidente da Câmara, Rodrigo Garcia, e o vice-prefeito da capital, Gilberto Kassab, assistem ao juramento dos diretores.

ANÁLISE, ANTES DO NEGÓCIO Compra da Garoto pela Nestlé foi rejeitada mais de um ano após o anúncio

A

compra da Chocolates Garoto pela multinacional Nestlé em 2002 só foi analisada pelo Cade no ínicio do ano passado e acabou rejeitada por ter sido considerada um risco à concorrência no setor. A decisão está sendo questionada na Justiça pela Nestlé. Para evitar casos como esse, o projeto estabelece que as decisões do novo Cade

terão de ser prévias à conclusão dos negócios. As empresas não poderão anunciar a fusão antes da autorização do governo. Para isso, o órgão terá um corpo fixo de funcionários, bem mais amplo que o atual . "Com um controle mais seletivo, faremos uma análise de maior qualidade", disse a presidente do Cade, Elizabeth Farina. A

burocracia também deve ser reduzida. O Cade será fundido com a SDE numa autarquia, permanecendo o Departamento de Defesa do Consumidor vinculado à Justiça. Já a Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda vai monitorar os setores regulados, como telecomunicações, petróleo e energia elétrica. (AE)

Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), agência de inovação do governo, mais que dobrou os recursos para apoiar empresas entre 2004 e 2005, passando de R$ 151,2 milhões em 2004 para R$ 370 milhões neste ano. O presidente da instituição, Odilon Marcuzzo do Canto, diz que a Finep dispõe agora de instrumentos para aumentar financiamentos e investimentos em empresas privadas, sem descuidar do apoio a universidades e institutos científicos e tecnológicos. Estes continuam a receber a maior parte dos recursos - que este ano totalizam R$ 720 milhões. "Há alguns anos, mesmo que o presidente da Finep quisesse fazer isso, não teria condições porque não existiam instrumentos legais", afirmou Canto, que foi diretor na gestão anterior da Finep, quando o presidente era o atual ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende. Lei da Inovação - A Lei da Inovação Tecnológica, aprovada no ano passado, passou a permitir à Finep dispor de instrumentos como o de doar recursos para empresas privadas, como subvenção. Isso dentro de determinadas condições, como a de que as empresas usem o dinheiro para pagar custos de contratação de doutores e mestres para projetos inovadores. A liberação de recursos, dessa forma, deve começar a partir de 2006 porque ainda depende de regulamentação que vai definir qual o porcentual do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico que será usado para subvenção. (AE)

ATA

FUNDAÇÃO PARA O REMÉDIO POPULAR - FURP

COMUNICADO Concorrência 0008/2004 - 2ª Fase - Contratação de Consórcio de Empresas já pré-qualificado para a execução da segunda etapa de construção da unidade industrial farmacêutica da FURP, localizada no município de Américo Brasiliense - SP, com execução de obras e serviços, fornecimento e instalação de sistemas auxiliares, bem como fornecimento e instalação de sistemas farmacêuticos. Comunicamos que a Concorrência supra fica suspensa “Sine Die” por oportunidade e conveniência administrativa, e que a nova data de abertura dos envelopes será publicada e comunicada posteriormente.

LICITAÇÃO PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP

ABERTURA DE LICITAÇÃO MODALIDADE: TOMADA DE PREÇOS Nº 027/2005 Objeto: Aquisição de câmaras de ar, disco diagrama, filtro, pneus, protetores e outros, destinados ao transporte escolar Sec. Mun. Educação. Limite p/entrega dos envelopes 19/09/2005 às 16:00h e abertura dia 20/09/2005 às 08:30h.

EDITAIS Edital de Citação e Intimação. Prazo 20 dias. Proc. 03.003066-1. O Dr. Hamid Charaf Bdine Júnior, Juiz de Direito da 3a.Vara Cível do Foro Regional do Tatuapé, FAZ SABER a Maria Lúcia Galindo Barbezane e Paulo Henrique Guimarães Barbezane que Patrimônio Construções e Empreendimentos Imobiliários Ltda. lhes ajuizou ação Execução, para cobrança de R$ 8.502,25 (Fev/03), referente a Um Termo de Compromisso, datado em 18/10/01. Encontrando-se os réus, em lugar ignorado, expede-se o presente edital para que no prazo de 24hs. a fluir dos 20 dias supra, paguem o débito e demais consectários legais, sob pena de conversão do arresto em penhora realizada sobre: 50% do Apto. 201, localizado no 20o. andar do Edifício Canário (Tipo II), conjunto C do Condomínio Residencial Aldeia dos Pássaros,situado na Estrada Velha da Penha, 88 no 27o. Subdistrito Tatuapé, contendo a área privativa de 90,100m2, área comum de garagem de 31,720m2 (Duas Vagas), área comum de 44,486m2, área total de 166,306m2, e fração ideal no terreno de 0,1600%, pertencente ao réu, passando a fluir então independente de qualquer outra intimação o prazo de 10 dias para embargos. E foi também procedida a penhora dos outros 50% do mesmo apto., pertencente à ré, que terá o prazo de 10 dias, a fluir após o prazo de 20 dias supra, para oferecer embargos a ação, na ausência dos quais, prosseguirá a ação até final arrematação do bem. Será o edital afixado e publicado na forma da lei.

SEAC-SP – SINDICATO DAS EMPRESAS DE ASSEIO E CONSERVAÇÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO Av. República do Líbano, 1.204 - Jardim Paulista - SP CNPJ (MF) Nº 62.812.524/0001-34 EDITAL A Diretoria do SEAC-SP, dando cumprimento ao que dispõe o Artigo 10º do ESTATUTO e Artigo 11º do REGULAMENTO ELEITORAL E DURAÇÃO DO MANDATO, faz publicar o presente Edital, dando ciência que foi registrada a única chapa, cujos nomes estão relacionados abaixo os quais concorrerão às próximas eleições do SEAC-SP, a serem realizadas em 26/9/ 2005. DIRETORIA - EFETIVOS SUPLENTES Presidente - Aldo de Avila Junior Vice-Presidente - Gilberto Garcia Parra Orcalino Magalhães Filho Diretor Financeiro - Rui Moanteiro Marques Alberto Bianchini Diretor Secretário - Carlos Alberto Guimarâes Emiliano A. Sampaio Novais Diretor Institucional - Fernando Sampaio Novais José Pereira Magalhães CONSELHO FISCAL - EFETIVOS SUPLENTES José Roberto Pereira José Manuel Correia Cigarro Pedro Salla Ramos Filho Francisco José da Silva Pierantonio Sedo José Pereira Magalhães CONSELHO CONSULTIVO Alberto Bianchini, Emiliano Abraão Sampaio Novais, Francisco José da Silva, Franklin Kuperman, Hugo de Almeida Castro, José Manuel Correia Cigarro, José Pereira Magalhães, Luiz Luzzi e Orcalino Magalhães Filho. Representantes - Febrac - Federação Nacional das Empresas de Serviços de Limpeza e Conservação: Efetivo: Aldo de Avila Junior – Suplente: Gilberto Garcia Parra. Cumpre-nos informar, ainda, que os componentes da chapa apresentaram, com a respectiva qualificação, a documentação necessária. Fica assim, aberto o prazo de 5 (cinco) dias, contados da publicação para fins de impugnação, conforme o artigo 26 e seguintes do Regulamento Eleitoral e Duração do Mandato. São Paulo, 01 de setembro de 2005. ALDO DE AVILA JUNIOR - Presidente

FALÊNCIAS & CONCORDATAS Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 1º de setembro de 2005, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falências: Requerente: AWA Supersell Comercial Desc. Hig. Ltda. - Requerido: Bioclean Serviços Ltda. - Rua Suméria, 100 - 01ª Vara de Falência Requerente: HSBC Comercial Ltda. - Requerida: Capital Transportes Urbanos S/A. - Rua Iososuke Okaue, 488 - 02ª Vara de Falência

Quer falar com 26.000 empresários de uma só vez? Publicidade Comercial 3244-3344 Publicidade Legal 3244-3799

Multigrain Participações Ltda. CNPJ/MF nº 06.963.088/0001-23 - NIRE 35.219.394.899 Ata da Assembléia Geral de Transformação do Tipo Jurídico da Sociedade Multigrain Participações Ltda. em Sociedade Anônima, com a Adoção da Denominação Social Multigrain S.A., Realizada em 10 de Agosto de 2005 Data, Hora e Local da Assembléia: 10 hs, do dia 10/08/2005, na cidade de São Paulo/SP, na Av. em juízo ou fora dele, inclusive na assinatura de documentos que importem em responsabilidade para Brigadeiro Faria Lima, 3.900, 6º and., cj. 611, sala 1, Bairro Itaim Bibi, CEP 04538-132. esta, deverá ser realizada da seguinte forma: § 1º - Quaisquer dois diretores em conjunto; um Diretor Comparecimento: Com o objetivo de transformar a Multigrain Participações Ltda. em sociedade em conjunto com um procurador com poderes bastantes; ou 1 ou mais procuradores da Sociedade anônima reuniram-se os sócios representando a totalidade de seu capital social, a saber: (1) Paulo com poderes bastantes, em conjunto ou isoladamente, conforme for estabelecido no respectivo Roberto Moreira Garcez, brasileiro, casado, empresário, residente e domiciliado na Cidade de instrumento de mandato; terão poderes para prática dos seguintes atos e todos os demais que não Barueri/SP; e (2) Fernando Antonio Lauria Nascimento, brasileiro, casado, empresário, residente e estiverem previstos no § 2º deste artigo: (a) representar a Sociedade ativa e passivamente; (b) emitir domiciliado na Cidade de Barueri/SP, dispensada a convocação nos termos da lei, face à presença da notas promissórias, letras de câmbio e títulos de crédito em geral; (c) firmar contratos e assumir totalidade dos sócios. Mesa: Os trabalhos foram presididos pelo Sr. Paulo Roberto Moreira Garcez e obrigações em geral; (d) movimentar contas em bancos, podendo, para tanto, emitir e endossar secretariados pelo Sr. Fernando Antonio Lauria Nascimento. Ordem do Dia: Deliberar sobre a cheques, transigir, firmar compromissos, sacar, endossar para caução ou desconto, ou aceitar (i) transformação da sociedade limitada sob a denominação de Multigrain Participações Ltda. duplicatas e quaisquer títulos de crédito; (e) prestar fiança ou aval, cauções, endossos de favor ou atos em sociedade anônima; (ii) adoção do novo Est. Soc.; e (iii) eleição dos Membros da Diretoria. de semelhante natureza gratuita em nome da Sociedade perante terceiros, em negócios compatíveis Deliberações Tomadas por Unanimidade: Instalada a Assembléia e procedida a leitura da Ordem do com o objeto social e também para assegurar o cumprimento das obrigações assumidas perante Dia, dando início à sua discussão, foi deliberado, por unanimidade de votos, o seguinte: (i) aprovar a terceiros pela Sociedade e pelas empresas controladas; (f) emitir duplicatas e endossá-las para transformação da Multigrain Participações Ltda., em sociedade anônima, com a adoção da cobrança bancária, caução e/ou desconto, endossar cheques para depósito em conta da Sociedade, denominação Multigrain S.A., transformação esta que se opera nos termos do art. 220 da Lei firmar contratos de câmbio. § 2º - Um diretor, isoladamente, ou um procurador, poderá prestar nº 6.404/76, permanecendo a Sociedade com todas as suas atividades, direitos e obrigações. Os ora depoimento em Juízo e em todos os demais órgãos integrantes do Poder Judiciário e quaisquer órgãos sócios passam a ter, na qualidade de acionistas, a mesma participação que atualmente possuem no da administração pública. § 3º - Um diretor, isoladamente, ou um procurador, com poderes expressos, capital social, sendo as suas quotas substituídas por igual número de ações ordinárias, nominativas, poderá: (a) requerer e retirar certidões de qualquer espécie em nome da Sociedade, assinando os com valor nominal de R$ 1,00 cada uma. Assim, o capital social da Sociedade passa a ser representado papéis necessários para tais fins, solicitar regularização e compensação de recolhimentos quando por 1.000 ações ordinárias nominativas, no valor nominal de R$ 1,00 cada uma, distribuídas entre os efetuados indevidamente (em maior ou menor valor) e demais obrigações acessórias instituídas acionistas da seguinte forma: (I) ao acionista Paulo Roberto Moreira Garcez, 900 ações ordinárias, perante quaisquer repartições e entidades públicas federais, estaduais e municipais, Delegacias da nominativas, no valor nominal total de R$ 900,00; e (II) ao acionista Fernando Antonio Lauria Receita Federal e suas agências, postos fiscais e estaduais, INSS, CREA, Juntas Comerciais e demais Nascimento, 100 ações ordinárias, nominativas, no valor nominal total de R$ 100,00. (ii) adotar o Est. órgãos da administração pública e/ou privados; (b) representar a Sociedade perante a Caixa Soc., que integra esta Ata como Anexo I e que passa doravante a reger a Sociedade. (iii) eleger os Econômica Federal (CEF) no que se refere aos recolhimentos do Fundo de Garantia por Tempo seguintes Diretores: 1. Paulo Roberto Moreira Garcez, brasileiro, casado, empresário, residente e de Serviço (FGTS), solicitação de saldos e extratos de contas de funcionários, cadastros e alterações domiciliado na Cidade de Barueri/SP, como Diretor Presidente, 2. Fernando Antonio Lauria no PIS (Programa de Integração Social) de empregados; (c) tratar de assuntos, direitos, obrigações e Nascimento, brasileiro, casado, empresário, residente e domiciliado na Cidade de Barueri/SP, interesses da Sociedade relacionados às admissões, demissões e manutenção de contratos e 3. Consuelo Barbosa Tramujas, brasileira, solteira, empresária, residente e domiciliada na Cidade de de trabalho de seus funcionários perante os órgãos e repartições competentes, inclusive Ministério do São Paulo/SP, 4. Miguel Rodes Faus, brasileiro, casado, administrador de empresas, residente e Trabalho, DRT’s (Delegacias Regionais do Trabalho) e TRT (Tribunal Regional do Trabalho), Sindicatos domiciliado na Cidade de Barueri/SP, Diretores sem designação específica, cujos mandatos vigorarão de Classe no que se refere à RAIS e CAGED, firmando as CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência até a AGO a ser realizada no exercício social de 2006, sendo permitida a reeleição. Os Diretores ora Social), livros de inspeção, fichas de registro de empregados, contratos de trabalho, aditivos eleitos não perceberão qualquer remuneração e declaram ter conhecimento das disposições do contratuais e suas rescisões e quaisquer outros documentos relacionados; (d) representar a art. 147 da Lei das S.A. e não estarem impedidos por lei especial de exercer as funções de Sociedade perante qualquer repartição, autarquia ou sociedade de economia mista, federal, estadual administrador de Sociedade, nem terem sido condenados a pena que vede, ainda que ou municipal, desde que não seja para assumir obrigações pela Sociedade ou exonerar terceiros temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou perante esta; e (e) praticar todos os atos necessários para abertura, fechamento, suspensão, suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, reativação, extinção de filiais da Sociedade, acompanhamento de processos e cumprimento contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a de exigências, encaminhando documentos, assinando livros fiscais, requerimentos e pedidos de propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação.Por fim, foi autorizado e determinado registro e outros procedimentos administrativos perante os órgãos competentes, tais como, que os administradores da Sociedade promovam todos os atos necessários à implementação das Secretarias da Fazenda, Delegacias da Receita Federal, Juntas Comerciais e Prefeituras Municipais. deliberações da presente, inclusive os registros e publicações, necessários à perfeita formalização dos § 4º - A Sociedade poderá constituir procuradores para representá-la isoladamente ou em conjunto atos praticados, bem como a obtenção, abertura e registro dos livros a serem mantidos pela Sociedade com um diretor ou com outro procurador, conforme for determinado no mandato. Os procuradores na forma da regulamentação em vigor. Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, serão sempre nomeados para fins específicos e por prazo certo, salvo quando se tratar de poderes o Sr. Presidente deu por encerrada a Assembléia, da qual se lavrou a presente ata que, lida e achada “ad judicia” ou para a defesa dos interesses da Sociedade em processos administrativos. A nomeação conforme, foi por todos assinada. Paulo Roberto Moreira Garcez - Presidente da Mesa; Fernando far-se-á por dois Diretores em conjunto, exceto para os casos do § 2º em que a nomeação poderá ser Antonio Lauria Nascimento - Secretário. Acionistas: Paulo Roberto Moreira Garcez; Fernando feita por apenas um diretor, isoladamente. § 5º - A prestação de fiança, aval, cauções, endossos de Antonio Lauria Nascimento. Diretores Eleitos: Paulo Roberto Moreira Garcez; Consuelo Barbosa favor ou atos semelhantes de natureza gratuita em nome da Sociedade perante terceiros fora dos casos Tramujas; Fernando Antonio Lauria Nascimento; Miguel Rodes Faus. Anexo I - “Est. Soc. da previstos no item (e) do § 1º deste artigo deverá ser previamente autorizada pela Assembléia Geral. Multigrain S.A. Cap. I - Denominação, Sede, Filiais, Objeto Social e Duração: Art. 1º - A Sociedade Art. 15 - Os membros da Administração deverão ser pessoas naturais residentes no País e de girará sob a denominação de Multigrain S.A., que se regerá pelo disposto no presente Est. Soc. e pelas reconhecida capacidade técnica e administrativa. Cap. IV - Conselho Fiscal: Art. 16 - A Sociedade terá demais disposições legais aplicáveis. Art. 2º - A Sociedade tem sua sede e foro na Cidade de um Conselho Fiscal não permanente composto por 03 membros, acionistas ou não, eleitos pela São Paulo/SP, na Av. Brigadeiro Faria Lima, 3.900, 6º and., cj. 611, sala 1, Itaim Bibi, CEP 04538-132, Assembléia Geral que deliberar sobre sua instalação e que lhes fixará os honorários, respeitados os podendo criar, alterar e extinguir filiais, escritórios e quaisquer outros estabelecimentos do seu limites legais, sendo certo que qualquer acionista poderá, a qualquer tempo, requerer a instalação do interesse no país e no exterior. Art. 3º - A Sociedade tem por objeto: (a) comércio nos mercado interno e Conselho Fiscal. § 1º - Os membros do Conselho Fiscal terão as atribuições que lhes são conferidas por externo (importação e exportação) de produtos agrícolas, especialmente grãos vegetais e seus lei. § 2º - Os Conselheiros poderão renunciar expressamente ao seu direito de remuneração, devendo derivados, de fertilizantes, suas matérias-primas e seus subprodutos e de defensivos agrícolas; esta renúncia constar na ata que deliberar a sua instalação. Cap. V - Assembléia Geral: Art. 17 (b) exploração de serviços auxiliares aos transportes aquaviários; (c) serviços auxiliares ao transporte As Assembléias Gerais serão convocadas pela Diretoria, representada por dois Diretores, pelo rodoviário de cargas em geral; (d) serviços auxiliares ao transporte de cargas em geral (logística de Conselho Fiscal ou pelos acionistas, nos casos previstos em lei. § Único - As Assembléias Gerais serão transporte ou agente de transportadoras); (e) agenciamento marítimo e operador portuário; presididas, pelo acionista escolhido por maioria de votos dos presentes e secretariadas por quem o (f) serviços de depósito; (g) logística de depósito; (h) consultoria de transportes em geral, (i) constituir Presidente da Assembléia indicar. Art. 18 - Só poderão tomar parte e votar na Assembléia Geral os ou participar, sob qualquer modalidade, de outras sociedades, consórcios ou entidades, cujos objetos acionistas cujas ações estejam inscritas em seu nome, no registro competente, até 3 dias antes da data sociais sejam direta ou indiretamente, vinculados, acessórios ou instrumentais ao objeto da marcada para a sua realização. Art. 19 - As Assembléias Gerais da Sociedade serão ordinárias ou Sociedade; (j) industrialização e beneficiamento, por conta própria ou de terceiros, de produtos extraordinárias, realizando-se, ordinariamente, nos quatro primeiros meses seguintes ao agrícolas e seus sub-produtos, de fertilizantes e seus derivados, de matérias-primas em geral e de encerramento do exercício social, de acordo com o art. 132, Lei nº 6.404/76 e posteriores modificações; e defensivos agrícolas; e (k) administração de bens próprios. Art. 4º - A Sociedade possui prazo extraordinariamente, sempre que necessário. Art. 20 - Todas as deliberações da Assembléia Geral, indeterminado de duração. Cap. II - Capital Social e Ações: Art. 5º - O capital social, totalmente ressalvadas as hipóteses especiais previstas em lei, serão tomadas por maioria absoluta de votos, não se subscrito e integralizado é de R$ 1.000,00, representado por 1.000 ações ordinárias nominativas, computando os votos em branco. Cap. VI - Exercício Social, Lucros e Dividendos: Art. 21 - O exercício no valor nominal de R$ 1,00 cada uma, que poderão ser representadas por cautelas, certificados ou social terá início em 1º de janeiro e terminará em 31 de dezembro de cada ano. Ao final de cada exercício títulos simples ou múltiplos. § 1º - Cada ação ordinária nominativa é indivisível em relação à Sociedade social deverá ser preparado um balanço geral, bem como as demais demonstrações financeiras, e conferirá direito a 01 voto nas Assembléias Gerais. § 2º - Observadas as disposições legais observadas as disposições legais vigentes e as disposições deste artigo. § Único - A Sociedade poderá aplicáveis, a Sociedade poderá emitir ações preferenciais que, se e quando emitidas, não terão direito a levantar balanços semestrais ou trimestrais com o objetivo de distribuir os dividendos intermediários. voto, sendo-lhes assegurada prioridade no reembolso do capital social, sem prêmio, em caso de Art. 22 - Observado o disposto neste Capítulo, o lucro líquido apurado no exercício terá a seguinte liquidação da Sociedade e direito a dividendo mínimo equivalente ao montante previsto, no art. 22 destinação: (a) A parcela de 5% será deduzida para a constituição da reserva legal, que não excederá 20% deste Estatuto. Art. 6º - Em caso de aumento de capital social em decorrência de utilização de reservas do capital social; (b) Os acionistas terão direito a um dividendo anual mínimo de 25% do lucro líquido; ou fundos legais e estatutários, por deliberação da Assembléia Geral, serão distribuídas, (c) O saldo remanescente, depois de atendidas as disposições contidas nos itens anteriores deste artigo, proporcionalmente, novas ações da espécie, classe e forma já possuídas pelo acionista. Art. 7º - Toda e terá a destinação determinada pela Assembléia Geral de Acionistas, com base na proposta da Diretoria. Art. qualquer ação será alienável, a qualquer tempo, aos acionistas ou a terceiros. Cap. III - Administração 23 - A Sociedade poderá declarar, por deliberação da totalidade dos membros da Diretoria, dividendos Social: Art. 8º - A Sociedade será administrada por uma Diretoria, com os poderes conferidos pela lei intermediários: (a) À conta do lucro apurado em balanços semestrais, desde que o total dos dividendos aplicável e pelo presente Estatuto. Art. 9º - O mandato dos membros da Diretoria será de 1 ano, pagos em cada semestre do exercício social não exceda o montante de reservas de capital de que trata o § admitida a reeleição, ficando estabelecido que os membros eleitos permanecerão no cargo até a 1º do art. 182 da Lei nº 6.404/76; (b) À conta de lucros acumulados ou de reservas de lucros existentes no eleição e posse de seus sucessores. Art. 10 - Os membros da Diretoria não terão direito à remuneração, último balanço anual ou semestral. § Único - Os dividendos intermediários distribuídos nos termos deste exceto se de outra forma for deliberado pela Assembléia Geral. Art. 11 - Os membros da Diretoria artigo serão imputados ao dividendo mínimo obrigatório. Art. 24 - A Sociedade poderá pagar aos tomarão posse de seus cargos mediante assinatura do respectivo termo de nomeação, permanecendo acionistas, mediante aprovação da totalidade dos membros da Diretoria, juros sobre o capital próprio, os sujeitos aos requisitos, impedimentos, deveres, obrigações e responsabilidades previstos nos arts. quais poderão ser imputados ao dividendo mínimo obrigatório ou prioritário. Cap. VII - Liquidação: 145 a 158 da Lei nº 6.404/76, ficando dispensados de prestar caução em garantia de suas gestões. Art. 25 - A Sociedade será liquidada nos casos previstos em lei, sendo a Assembléia Geral o órgão Seção I - Diretoria: Art. 12 - A Diretoria será composta por, no mínimo, 02 e no máximo 07 membros, competente para determinar a forma de liquidação e nomear o liquidante. Decidirá, ainda, a Assembléia, acionistas ou não, sendo um Diretor-Presidente e os demais sem denominação específica, cujas sobre a instalação do Conselho Fiscal, para funcionar no período de liquidação, nomeando os seus atribuições serão fixadas no presente Estatuto. Art. 13 - A Diretoria eleita, convocada por qualquer um membros. Cap. VIII - Disposições Gerais e Transitórias: Art. 26 - A Sociedade deverá observar os acordos de seus membros, reunir-se-á sempre que necessário, observando-se “quorum” de presença mínima de acionistas arquivados em sua sede, devendo a Diretoria abster-se de registrar transferências de ações e da maioria dos membros eleitos. § 1º - Das reuniões da Diretoria serão lavradas atas no livro próprio, o Presidente da Assembléia Geral abster-se de computar votos contrários aos seus termos. Art. 27 assinadas por todos os presentes. § 2º - As deliberações da Diretoria serão tomadas pela maioria Os casos omissos no presente Est. Soc. serão resolvidos ou regidos segundo a legislação em vigor que for absoluta de seus membros eleitos, exceto para os casos de criação, alteração e extinção de filiais, aplicável.” Est. Soc. consolidado na Assembléia Geral de Transformação realizada em 10 de agosto de escritórios e quaisquer outros estabelecimentos do seu interesse no país e no exterior que poderão ser 2005. Mesa: Paulo Roberto Moreira Garcez - Presidente; Fernando Antonio Lauria Nascimento tomadas por apenas 2 dos Diretores eleitos. Art. 14 - A representação da Sociedade, ativa e passivamente, Secretário. JUCESP nº 238.229/05-1 em 17/08/05. Pedro Ivo B. Barboza - Secr. Geral.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

OPINIÃO - 7

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doispontos@dcomercio.com.br

EXISTENCIAIS que o PT fez para ser tão odiado?, perguntou a filósofa Marilena Chauí em ato anteontem pela refundação do partido. Boa pergunta, D. Chauí. Por que será mesmo que grandes figuras, que se julgavam históricas, e movimentos políticos que eletrizaram os corações e mentes de povos inteiros, terminaram no opróbrio? Por exemplo, Hitler e o nazismo. O homem prometeu reerguer seu país das cinzas e da desordem da derrota. Enganou a todos e ganhou o amor das massas. Fez guerra a tudo e a todos. Criou uma nova utopia, a da superioridade ariana. Com ela, promoveu o genocídio de povos inteiros e espalhou o ódio, a destruição e a dor por onde andaram seus exércitos. Morreu abandonado e traído pela corriola no subterrâneo do bunker sob a Chacelaria do Reich de Mil Anos, como um rato de esgoto.

O

Será que o assalto ao dinheiro suado não explica porque o povo odeia o PT?

P

or isso, Senhora filósofa, o odiamos com todas as nossas forças e nunca o esqueceremos. Os do seu partido também prometeram ao nosso povo a redenção. Enganaram a todos. Foram eleitos. Aliaram-se aos que anteriormente chamavam de corruptos e tornaram-se eles mesmos corruptores. O que teriam feito se um acidente de percurso - ou, como querem alguns, uma briga de quadrilhas interna não mostrasse ao povo estarrecido um pouquinho, só um pouquinho, das entranhas do partido? Será que a morte de Celso Daniel, as tentativas de amordaçar a imprensa livre, o assalto puro e simples ao dinheiro suado do trabalhador extorquido sob a forma de impostos, será que tudo isso não explica porque, agora que o conhece, o povo odeia o PT? E será que não explica também porque poderá terminar como o outro - o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães?

Guerra fiscal: a bomba caiu em São Paulo

.N

o momento em que cresce o esforço para a promoção de uma ampla reforma tributária, que atenda aos princípios de justiça fiscal, especialmente no sentido de desonerar os investimentos produtivos e simplificar as obrigações tributárias, os contribuintes do setor de Serviços de São Paulo repudiam a lei, de iniciativa da Prefeitura, criando a obrigação de prévio cadastramento perante a Secretaria de Finanças do prestador de serviço que emitir nota fiscal autorizada por outro município para tomador estabelecido no município paulista, retendo o ISS caso o prestador não seja “cadastrado”. Prevaleceu o entendimento de que a fraude e a evasão fiscal devem ser combatidas. Todavia, a concorrência predatória não ocorre primordialmente em função de eventuais fraudes ou simulações, mas diante de elemento fundamental e decisivo: a diferença brutal entre as alíquotas do ISS. Tendo em consideração a alíquota mínima (2%) e considerando que a maioria dos serviços são tributados no município de São Paulo pela alíquota máxima (5%), temos oneração de 150% para o contribuinte da capital em relação ao sediado, na maior parte dos demais municípios paulistas nos quais instituído o ISS. Ou seja, a concorrência predatória se dá, realmente, em função da verdadeira guerra fiscal entre os municípios, que promove situações díspares entre contribuintes com as mesmas atividades, resultando em custos tributários desalinhados em um mesmo segmento. Somente a redução da alíquota do ISS vigente no município de São Paulo será capaz de, eficazmente, evitar a concorrência predatória entre empresas do mesmo segmento e frear o atual êxodo das prestadoras de serviços para outros municípios, motivado pela busca de melhores condições

de tributação, indispensáveis à sua sobrevivência e desenvolvimento. Outra questão relevante é a notícia de que outras prefeituras paulistas pretendem implantar o mesmo mecanismo, trazendo para o prestador de serviços uma situação de verdadeiro descalabro, ao obrigá-lo a “cadastrar-se” dezenas de vezes e satisfazer minúcias de atos normativos dos vários fiscos municipais, sob pena de retenção tributária e permanente ameaça de bitributação. Infelizmente, a lei meramente transfere para o contribuinte a solução de problema da Administração Tri-

butária, no caso o envolvimento na chamada guerra fiscal, através da criação de mais burocracia fiscal, riscos de bitributação e esvaziamento econômico da capital.

A

cidade de São Paulo é atualmente a cidade dos serviços, principal atividade econômica da metrópole e a que mais gera empregos, e é necessário que as questões do setor sejam tratadas com intenso cuidado e sob uma perspectiva global, sob pena de comprometer ainda mais o seu crescimen-

Caciques só Bichos bem querem o pudê tratados

permitiu que cada vereador tivesse um projeto de sua autoria também aprovado e em troca de cargos na administração municipal. Preferimos acreditar que os vereadores estarão atentos aos desdobramentos da nova medida, para evitar o pior. É simples, como disse o secretário de Comunicação da Prefeitura de Santana do Parnaíba, Jamil Akkari, sobre o assunto: “Estamos de braços abertos para receber quem queira fugir da bitributação.” ANTONIO MARANGON, PRESIDENTE DO SESCON-SP.

Ouvidos com blindagem

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e existe realidade chei interessante a S distorcida é aquela que A matéria da repórter a cúpula ou os caciques do PT Kelly Ferreira sobre os cães transmitem às suas bases, militantes ou simpatizantes. O real objetivo de caciques como o guerrilheiro Zé Dirceu é unicamente o pudê. Fazem qualquer coisa: roubam como mostra o mensalão - e matam. Tenho dó dos que são dominados por ideologias. Não passam de instrumentos de bandidos e espertalhões. FRANCISCO ANÉAS, SÃO PAULO, SP ANEAS@ANEASCESTAS.COM.BR

N

to, afetado por uma realidade econômica desfavorável de juros escorchantes, renda decrescente, desemprego assustador e carga tributária absolutamente insuportável. O Fórum Permanente em Defesa do Setor de Serviços em várias instâncias, inclusive em audiência pública realizada na Câmara Municipal, chegou a propor a redução gradual da indecente alíquota do ISS, na base de meio por cento ao ano, proposta esta afastada pelo Legislativo. Disseram os jornais que a Câmara Municipal de São Paulo aprovou a referida lei com base em um acordo que

S ó a redução da alíqüota do ISS em São Paulo evitará a guerra fiscal

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economia de algumas regiões.

MARCEL SOLIMEO PERSPECTIVAS FAVORÁVEIS

O

Céllus

ROBERTO FENDT DÚVIDAS

abandonados. Não é fácil cuidar de animais. Exigem cuidados e, principalmente, carinho. Se não cuidarmos, a raiva, controlada desde 1993, poderá voltar. A melhor saída para este problema é a adoção. E devemos conscientizar as pessoas para que não abandonem os animais. JÉSSICA RIBEIRO FERREIRA, GUARULHOS, SP

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oucos articulistas P conseguem escrever com tanta facilidade como o Marcel Solimeo. O artigo Crise política e economia é uma ótima radiografia da crise e de seus reflexos na pobre economia deste rico país. Acerta em cheio sobre a "blindagem" da economia. Se a burocracia de Brasília tivesse um pouco de ouvido e juízo, a economia provavelmente estaria muito melhor. A. FONSECA, SÃO PAULO, SP A.NEWS@IBEST.COM.BR

Roberto Fendt, vice-presidente do Instituto Liberal

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Antonio Carlos Parise, Marco Aurélio Bertaiolli, Robert Schoueri, Roberto Pereira da Silva e Rogério Amato FILIADA À

desempenho da economia brasileira em 2005 pode ser considerado positivo, se olharmos o conjunto dos indicadores divulgados recentemente. A taxa de crescimento do PIB, tomada isoladamente, se afigura modesta, especialmente se compararmos com à dos demais países emergentes, que vem sendo bastante superior nos últimos anos. Os diversos dados disponíveis, a começar pela balança comercial, passando pela produção industrial e pelos índices de preços, mostram que, além da continuidade do ajuste externo, houve queda significativa da inflação, com um crescimento razoável do PIB, o que representa uma combinação de resultados bastante favorável. A balança comercial registrou em agosto saldo positivo de US$ 3,672 bilhões, com exportações de US$ 11,347 bilhões e importações de US$ 7,676 bilhões. Em doze meses houve um superávit da ordem de US$ 40 bilhões no comércio exterior, o que vem permitindo saldo positivo em transações correntes o que, por um lado, assegura tranqüilidade nas contas externas mas, de outro, implica em valorização do Real. Embora importante no curto prazo para restabelecer a credibilidade no mercado internacional, o saldo nas contas externas representa transferência de recursos brasileiros para o exterior, o que não é positivo no médio e longo prazo, pois o Brasil, como os demais países emergentes, tradicionalmente se beneficiaram da poupança externa, em complemento à interna, normalmente insuficiente. Como a economia mundial continua crescendo, e a demanda por importações por parte da China e Estados Unidos, entre outros, ainda é forte, o país deve aproveitar os resultados expressivos das exportações para reduzir o endividamento externo e acumular reservas. É preciso, contudo, levar em conta que a valorização do Real, resultante dessa situação, reduz a competitividade de setores. Têxteis, vestuários e calçados, por exemplo, tradicionais exportadores, estão enfrentando dificuldades, tanto no mercado externo, como no interno e correm o risco de desarticulação, com reflexos negativos sobre o emprego e a

o tocante ao PIB, o crescimento no segundo trimestre, de 1,4%, surpreendeu a maioria dos analistas, que passaram a rever para mais as previsões de expansão do Produto. As exportações e o forte incremento do crédito às pessoas físicas vem garantindo o ritmo da produção industrial e as vendas do comércio, embora os bens de consumo não-duráveis venham apresentando menor consumo, por dependerem mais da renda, cuja recuperação ainda é modesta. É provável, no entanto, que a queda da inflação e os reajustes de importantes categorias no último trimestre, permitam expansão da renda, o que somado à provável redução dos juros, garanta bom desempenho para o varejo no final do ano, tanto para os bens duráveis como para os demais. O comportamento dos preços no atacado, que

Seria importante mostrar que a economia está preservada elevando-se o superávit são bastante influenciados pela cotação baixa do câmbio, tem levado a seguidas deflações dos IGPs, que devem fechar o ano talvez abaixo da casa dos 2%, o que beneficiará os reajustes das tarifas em 2006, contribuindo para que a meta de inflação possa ser atingida sem tantos sacrifícios. O Brasil apresenta, pela primeira vez em muitos anos, uma combinação virtuosa de crescimento da economia com queda da inflação, ao que se soma, ainda, superávit do setor externo. Parece que a crise política não está refletindo no desempenho da economia no curto prazo, embora os investimentos sejam afetados não somente pela incerteza resultante da crise política, como, também, pelos juros elevados.

A

paralisação de decisões do Executivo e do Congresso, contudo, deve comprometer o desempenho da economia nos próximos anos. Para minimizar os riscos da crise política seria importante mostrar que a economia está preservada, elevando-se o superávit primário do setor público, não pelo lado da receita mas pelo corte dos gastos, diminuindo o tamanho do Estado e ampliando o espaço para o crescimento do setor privado. Marcel Solimeo é economista ieconomia@acsp.com.br


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.POLÍTICA

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

PRESIDENTE DA CÂMARA EVITA JORNALISTAS, MAS AVISA QUE NÃO RENUNCIA E QUE VAI PRESIDIR SESSÃO HOJE. Joedson Alves/AE

OPOSIÇÃO ENTRA COM PEDIDO DE CASSAÇÃO DE SEVERINO

CHINAGLIA NEGA ACORDO SOBRE A POSIÇÃO DO PT

C

líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), negou há pouco que o PT e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenham acertado uma posição comum em relação às denúncias contra o deputado Severino Cavalcanti. Segundo Chinaglia, o PT decidiu encaminhar a representação contra o presidente da Câmara à Corregedoria-Geral – e não ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, como fizeram outros partidos – para garantir o princípio do direito de defesa. "Embora eu seja radicalmente contrário às posições de Severino, nem por isso farei prejulgamentos." Chinaglia garantiu que o governo não deseja impedir a realização de investigações sobre as denúncias contra Severino. Ele considera "fácil" o esclarecimento da verdade sobre o documento cuja assinatura o empresário Sebastião Buani atribui ao presidente da Câmara. Há duas perícias contraditórias quanto ao documento: uma considera a assinatura autêntica, a outra aponta a existência de falsificação. Para o líder do governo, a Câmara não pode ficar paralisada devido às investigações. "Poucos lembram qual é a pauta da Casa porque as denúncias tomam conta do noticiário", afirmou, ao defender a retomada das votações. Assinaturas – Ontem, Grupo Pró-Congresso (movimento Brasil Verdade), formado por 105 parlamentares de oito partidos para "resgatar a imagem do Poder Legislativo", decidiu que vai recolher hoje assinaturas de deputados para pedir o afastamento do presidente de Severino. Para isso, o grupo vai instalar uma mesa no salão Verde. Os deputados também reafirmaram que não vão obstruir os trabalhos da Câmara, mas buscarão formas alternativas de protesto. O grupo planeja ainda organizar um ato público pela ética com o apoio da sociedade. A data, prevista inicialmente para 20 de setembro, ainda não foi fechada. Na manifestação, os parlamentares caminhariam até o Palácio do Planalto. Segundo o deputado Rafael Guerra (PSDB-MG), o ato teria o sentido de "devolver a sujeira ao lugar de onde veio". "Precisamos ter o apoio da população", comentou. Equilíbrio –O deputado Pauderney Avelino (PFL-AM) concordou que, embora a crise política envolva a Câmara, sua origem está no Poder Executivo. "Vamos resistir à crise com equilíbrio e com o exemplo de vida de cada parlamentar." O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) sugeriu que os parlamentares do grupo trabalhem normalmente, mas aproveitem todos os momentos possíveis para protestar. Gabeira propôs que os deputados usem mordaças caso o presidente da Câmara negue a palavra no plenário. Gabeira considera absurdo o Brasil assistir “ao julgamento do mensalão por um acusado de receber um 'mensalinho'." A deputada Yeda Crusius defendeu a investigação de Severino pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que recebeu ontem representação da oposição contra o presidente da Câmara. O deputado Cezar Schirmer (PMDB-RS) quer marcar uma reunião do grupo com o presidente do conselho, deputado Ricardo Izar (PTBSP). "O compromisso com a decência obriga Severino a ficar afastado da Presidência até o fim das investigações", afirm o u o d e p u t a d o M o re i r a Franco (PMDB-RJ). (Agências)

inco partidos de oposição entraram ontem com pedido de abertura de processo contra o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa, por quebra de decoro parlamentar devido às denúncias de recebimento de propina. PSDB, PFL, PPS, PDT e PV. O deputado Ivan Valente (PTSP) anunciou que 20 deputados da esquerda do partido estão apoiando a representação, assim como parlamentares do PMDB e P-SOL. Agora, o conselho vai avaliar a cassação de Severino. O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que afirmou em plenário há duas semanas que Severino não tinha condições de presidir a Câmara, disse que a cassação é a resposta que a sociedade merece. "Significa um avanço na busca da dignidade da Câmara. Significa alguma coisa que o Brasil entende perfeitamente: um homem acusado de receber um mensalinho não pode julgar aqueles que receberam mensalão", disse Gabeira a jornalistas logo após a entrega da requisição ao presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP). Ele acrescentou que "essa é uma luta de vida ou morte entre Severino e eu. No lugar onde ele é presidente, não posso ser deputado. Ou ele ou eu: alguém tinha que morrer no sentido político". Evitar constrangimento – O presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE), afirmou que a oposição escolheu o conselho como instância para a entrega da representação para "evitar o constrangimento" de enviar o processo diretamente à Mesa. "O caso do 'mensalinho' precisa de apuração", disse Freire, em referência às denúncias de que Severino teria recebido propina do empresário Sebastião Augusto Buani para renovar a concessão do restaurante do 10º andar do anexo 4. "Nós estamos fazendo agora é a apuração, não estamos com nenhum prejulgamento. Eu não posso afirmar se Severino Cavalcanti é um corrupto, se praticou crimes, se atentou contra o decoro. Quem vai determinar isso é o contraditório instalado agora com a nossa representação", disse Freire. O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) declarou que os partidos que assinaram o documento manifestam a vontade majoritária da Casa. "Severino Cavalcanti não tem condições de continuar presidindo a Câmara, pois não simboliza a confiança que o País tem que ter no Parlamento. Nesse sentido ético e moral, ele se encontra destituído. Agora só falta o processo político." Tumulto – A entrega do pedido tumultuou a sessão do Conselho de Ética. Inúmeros parlamentares, acompanhados por jornalistas, adentraram na sala da sessão, interrompendo o depoimento do deputado Eduardo Campos (PSB-PE), que estava sendo ouvido como testemunha de defesa do processo de cassação do deputado José Dirceu (PTSP). Assinaram o pedido os presidentes do PFL, senador Jorge Bornhausen; do PDT, Carlos Lupi; do PV, José Senna; e do PPS, Roberto Freire. Apenas pelo PSDB assinou um procurador. O Palácio do Planalto vem defendendo a apuração das investigações, mas evita tomar, publicamente, partido no caso. Ainda assim, para o deputado José Carlos Aleluia (PFLBA), líder da minoria, "é evidente que Lula e Severino têm acordo mútuo". (Agências)

O

Deputados seguem unidos até o Conselho de Ética, para pedir a cassação de Severino Cavalcanti, acusado de cobrar propina de Sebastião Buani

SEVERINO ESCOLHE O SILÊNCIO E DIZ QUE NÃO SAI

O

presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, recebeu a notícia da representação contra ele no Conselho de Ética, feita pela oposição, enquanto estava reunido com seus colegas da Mesa da Casa. Na pauta, a decisão de encaminhar ou não sumariamente ao Conselho o pedido de cassação de 18 deputados envolvidos no escândalo do 'mensalão'. O documento foi entregue a Severino em meio à reunião. Emocionado, Severino aproveitou a reunião para se defender. Aos colegas da Mesa, o presidente disse estar sofrendo muito com as acusações, assim como a sua família. Repetiu aos deputados que não fez nada e que está sendo caluniado por Sebastião Buani, o empresário que o acusa de cobrar

propina para manter o contrato de um dos restaurantes da Câmara dos Deputados. Apoio – A Mesa Diretora da Câmara divulgou nota de apoio a Severino, em que afirma que o deputado vem se defendendo e pediu apuração das denúncias. Os deputados que dirigem a Câmara lembraram ainda na nota que, diante das denúncias que têm sido divulgadas, Severino tomou providências. São elas a solicitação de abertura de inquérito ao Ministro da Justiça e de auditoria ao Tribunal de Contas da União; encaminhamento ao Corregedor para exame e parecer das notícias divulgadas; orientação ao Diretor-Geral da Casa para a criação de Comissão de Sindicância; e declaração pública de disponibilidade para responder e prestar os esclarecimen-

tos necessários em qualquer instância. "O deputado Severino Cavalcanti vem sendo acusado de ter infringido o decoro parlamentar. Para a Mesa, até que se apurem todos os fatos, o deputado é, de fato e de direito, o presidente da Câmara, detentor de todas as atribuições previstas em lei e no Regimento Interno", afirma a nota. Ontem, no entanto, o corregedor da Câmara, deputado Ciro Nogueira, disse que vai encerrar o processo na Corregedoria, já que a representação dos partidos no Conselho de Ética levará a uma investigação de qualquer forma. Esconde-esconde – Em seu primeiro dia na Câmara desde que Buani o acusou de cobrar propina, Severino não parecia confortável. Habituado a parar no Salão Verde para conversar com os jornalistas e responder a tudo que era perguntado, o presidente da Casa evitou como pôde qualquer contato. Normalmente afável, o presidente da Câmara pas-

sou o dia cercado por quase uma dezena de seguranças e se escondendo dos jornalistas que andavam atrás dele no Congresso. Chegou à Casa em torno de 15h mas, ao invés da entrada principal, escolheu um caminho lateral que o levou diretamente ao local da reunião. No final do encontro, próximo das 17h30, saiu de novo por trás, num caminho que leva diretamente ao plenário da Câmara. Apenas para chegar a seu gabinete Severino teve que cruzar parte do salão principal da Casa, o chamado Salão Verde, e o fez cercado por seguranças por todos os lados, que praticamente o escondiam. O presidente da Câmara respondeu a duas perguntas: sim, vai presidir a sessão que decide a cassação do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que acontece hoje. E não, não pretende renunciar ao mandato. Pela manhã, Severino ficou em casa e recebeu seu advogado, José Eduardo Alckmin. (Agências)

Lula Marques/Folha Imagem

Severino, reunido com a mesa diretora da Câmara: sofrendo muito.

BUANI MOSTRA O CHEQUE HOJE Depois de muito mistério, o empresário Sebastião Buani informou ontem, por meio de seu advogado, Sebastião Coelho, ter em

mãos o cheque que, segundo ele, prova pagamento de propina ao presidente da Câmara, Severino Cavalcanti.

Segundo pessoas que conversaram com Buani, o cheque está em nome de um dos dois irmãos que trabalham como motoristas

Fotos: Joedson Alves/AE

Câmara fecha o Fiorella...

...mas Buani vai à Justiça e consegue liminar e reabre o restaurante.

de Severino, Paulo Sabino, que fez o saque na agência do Bradesco onde Buani tem conta, em Brasília. Para fazer a retirada, Sabino teria endossado (assinado atrás) o cheque. Segundo Coelho, seu cliente "está muito feliz porque está com a prova na mão" e dará entrevista hoje às 11h. Mesmo assim, o delegado Sérgio Menezes, encarregado do inquérito decidiu pela quebra do sigilo do empresário. O restaurante Fiorella foi reaberto no final da manhã de ontem depois de ter sido fechado, por determinação do Departamento de Material e Patrimônio. (Agências)

A. Diaspetti/Agência O Globo

DELFIM NO PMDB O

deputado Delfim Netto filiou-se ontem ao PMDB, deixando o PP, seu partido por mais de 40 anos. Delfim não gostou das perguntas dos jornalistas que insistiam em saber se o PP tinha acabado e quais as conseqüências que o partido sofrerá após a prisão do ex-prefeito Paulo Maluf. Apesar da irritação, o depu-

tado admitiu, na seqüência, que a saída do PP e a própria prisão de Maluf resultariam em perdas para a legenda. "O Brasil precisa de partidos como o PMDB, não sectário, porque sectário não serve. Por isso, escolhi o PMDB", justificou. Irritação - O vice-presidente da República, José Alencar, que havia saído do PL no dia 2,

Deputado é recepcionado por Orestes Quércia: "O Brasil precisa de partidos como o PMDB."

comunicou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que pretende voltar para o PMDB e disputar as prévias para a escolha do candidato do partido às eleições presidenciais de 2006. De acordo com assessores do Palácio do Planalto, o

presidente está irritado com o comportamento de seu vice. Para Lula, Alencar estaria querendo pular fora do barco no momento mais difícil de seu governo. Alencar foi vice-presidente do PMDB em 2001. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS - 9

GOVERNO ANUNCIA PACOTE TRIBUTÁRIO PARA DESONERAR ITENS DA CESTA BÁSICA E DE CONSUMO POPULAR Maurício de Souza/AE

MINAS REDUZ ICMS DE 150 PRODUTOS

Contribuinte sofre com paralisação dos auditores fiscais

O

s auditores fiscais da Receita Federal do Brasil, a Super-Receita, iniciaram ontem uma nova paralisação de 48 horas contra a Medida Provisória nº 258, que unifica as receitas fazendária e previdenciária. A greve, que deve terminar hoje, foi decidida na última sexta-feira, depois da realização de assembléias em todo o País. No estado de São Paulo, que responde por 49% das receitas federais, atuam 1.821 auditores fiscais, dos quais 730 na capital. De acordo com a delegacia paulista do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), há 95 postos de atendimento no estado, dos quais 88 atendem diretamente o contribuinte. Na capital, o contribuinte enfrentou dificuldades para ser atendido na unidade do Pacaembu, uma das sete que prestam atendimento direto ao público. O Unafisco informou que não está marcada data de nova assembléia para decidir sobre a continuidade da paralisação. Segundo o Unafisco, no Espírito Santo, a adesão dos servidores foi de praticamente 100%. Na alfândega do Porto de Vitória e no aeroporto estadual, os auditores realizaram operação-padrão com liberação apenas de mercadorias perecíveis, medicamentos e animais vivos. O auditores temem mudanças no texto da MP que criou a Super-Receita, em tramitação no Congresso, que permitam a ascensão de técnicos a auditores, sem a realização de concurso interno. (Agências)

Projeto de lei anunciado ontem pelo governador Aécio Neves (centro) ainda depende de aprovação pela Assembléia

Anúncio será feito amanhã pelo governador Geraldo Alckmin, no Palácio dos Bandeirantes

Vem aí mais uma Primavera Tributária O

governo de São Paulo vai anunciar amanhã mais uma Primavera Tributária, pacote de medidas que prevê a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para setores produtivos. O anúncio será feito pelo governador Geraldo Alckmin, no Palácio dos Bandeirantes. Em maio deste ano, o governo paulista lançou o "Outono Tributário", que isentou as vendas de trigo em grão, farinha de trigo,

pão francês, macarrão e bolachas não recheadas, além das importações de equipamentos para modernizar os portos paulistas do ICMS. O pacote também beneficiou os setores de fornecimento de energia elétrica, prestação de serviço de call center e laminação de alumínio e seus derivados. A primeira "Primavera" foi lançada em setembro do ano passado, quando o governo de São Paulo atendeu a um pedido das

Laura Ignacio

ISENTOS EM DIA COM O LEÃO Receita já recebeu milhões de declarações do IR. Prazo termina dia 30 de novembro.

A

Receita Federal do Brasil recebeu até a manhã de ontem oito milhões de declarações de Isento. Esse número corresponde a um crescimento de 26% na comparação com igual período do ano passado, quando foram entregues 6,3 milhões de documentos. De acordo com os números, quatro milhões de contribuintes utilizaram a internet para declarar e outros três milhões as lotéricas. O restante foi entregue

nos demais postos conveniados, como bancos e Correios. Está obrigado a declarar quem teve rendimentos tributáveis de até R$ 12.692,00 em 2004; quem foi relacionado como dependente por contribuinte que apresentou a Declaração de Ajuste Anual do exercício de 2005, ano-calendário de 2004, sem a citação do número do CPF, e os estrangeiros que tiverem bens ou investimentos no Brasil.

ESTÁ MAIS FÁCIL RECUPERAR CRÉDITOS DE PIS/COFINS O como feijão, arroz e farinha de mandioca classificados pelo Decreto nº 4.542/02; gás natural canalizado e carvão mineral destinados à produção de energia elétrica; sementes e mudas destinadas à semeadura e plantio em conformidade com o disposto na Lei nº 10.711/03; livros em geral e produtos químicos e farmacêuticos classificados pe-

O documento, que deve ser entregue até o dia 30 de novembro, pode ser enviado pelos Correios, casas lotéricas, Banco do Brasil, Caixa Aqui, Banco Popular do Brasil ou pela internet pela página eletrônica da Receita (www.receita .f aze nd a.g ov.br ). Quem não enviar o documento terá seu CPF inscrito como "pendente de regulamentação" no primeiro ano e suspenso no segundo. (Agências)

Associação Comercial de São Paulo

lo Decreto nº 5.127/04. Pela IN, é possível usar créditos acumulados desde 9 de agosto de 2004 até o final de março deste ano para pedir a restituição ou compensar com débitos de 19 de maio de 2005 em diante. "A medida fortalece a não-cumulatividade dessas contribuições", diz Batista. Laura Ignacio

Reunião Plenária Tema: “Referendo sobre desarmamento: sim ou não?” Debatedores: Deputado federal Jamil Murad (PC do B) pró-desarmamento Deputado federal Luiz Antonio Fleury (PTB) contra o desarmamento Dia: 19 de setembro de 2005, segunda-feira Horário: às 17 horas

ADVOCACIA TRABALHISTA EMPRESARIAL ESPECIALIZADA

DC

s contribuintes que compram insumos tributados por PIS/Cofins para fabricar e vender produtos não tributados pelas contribuições não precisam mais fazer ginástica para aproveitar os créditos obtidos na compra destes insumos. A Instrução Normativa n° 563/05, da Receita Federal, regulamentou a Lei n° 11.116/05, que permite o ressarcimento ou compensação destes créditos com quaisquer tributos federais. "Com isso, o Fisco veio abrir as portas para que as empresas possam usar seus créditos para pagar débitos de IR, CSLL, IPI e PIS/Cofins-Importação", afirma o advogado Régis Palotta Trigo, da Marcondes Advogados Associados. Até então, os contribuintes nesta situação ficavam com o crédito acumulado até o momento em que efetuavam alguma operação tributada. "Houve até casos em que fomos solicitados para desenhar estruturas operacionais a fim de se utilizar esses créditos", explica o advogado Luiz Rogério Sawaya Batista, do escritório Nunes e Sawaya Advogados Associados. A medida vale para empresas que utilizam os insumos para fabricar e vender produtos com suspensão, isenção, alíquota zero ou não-incidência de PIS/Cofins. Segundo Trigo, vai beneficiar as companhias que comercializam produtos

indústrias que ameaçavam deixar o estado. Por meio de 13 medidas, os setores de autopeças, cosméticos, perfumes, higiene, vinho, medicamentos, alimentos, instrumentos musicais, louças sanitárias, cerâmicas, revestimentos, brinquedos e couro tiveram a alíquota do imposto reduzida de 25% ou 18% para 12%. Até hoje, as medidas que favorecem os setores de louças e energia não foram votadas pela Assembléia Legislativa.

O

governo mineiro que são produzidos e consumianunciou ontem dos dentro do próprio estado, o um pacote de me- que está no âmbito das aprovadidas destinado a ções do Conselho de Política eliminar ou reduzir o Imposto Fazendária (Confaz). O governo do estado espera sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 150 que a desoneração seja repassaprodutos no estado. Entre os da integralmente ao preço final setores beneficiados estão o ao consumidor. Dessa forma, o alimentício, de limpeza e hi- maior impacto seria observado giene pessoal, material escolar entre os produtos da construe de construção. O objetivo da ção civil, que tiveram reduções medida, segundo o governa- de alíquota de 18% para 12% dor Aécio Neves (PSDB), é di- em alguns itens e de 18% para minuir a carga tributária dos 7% em outros e que poderão reitens da cesta básica e de con- presentar os maiores níveis de sumo popular. O projeto de lei redução de preço. O mesmo poque institui o pacote fiscal ain- derá ocorrer com o pão de sal, da depende de aprovação pela cuja estimativa é de uma queda de 7% na ponta. Assembléia Legislativa. O secretário da A redução das Fazenda revelou alíquotas do imque a elaboração posto não será lido programa foi near. Os itens de alimentos que in- Estamos seguros de que possível graças à modernização tegram a cesta báo Confaz respeitará o do sistema de ars i c a , p o r e x e mrecadação tribup l o , s o b r e o s pacote. Se houver quais o ICMS é de alguma questão pontual, tária. Além dis7%, passarão a ter nós vamos negociar com so, o governo mineiro intensifialíquota zero na outros estados. cou o combate à p r o d u ç ã o e i ndu st ri ali za çã o. Aécio Neves, governador sonegação e adode Minas Gerais tou um sistema Entre estes estão de substituição arroz, feijão, pão de sal, frutas, hortaliças e le- (com antecipação do recolhigumes. Já para outros produ- mento do ICMS na fonte), que tos da cesta a alíquota passaria permitiu um incremento na de 18% para 12% e, em alguns receita dos impostos justacasos, para 7%. No caso dos mente nestes setores. O ausegmentos de produtos de mento chegou a R$ 53,3 milimpeza, higiene pessoal e lhões nos últimos dois anos, o material escolar, a alíquota se- que representa justamente a rá reduzida de 18% para 12%. renúncia fiscal que o estado Aécio afirmou que não teme terá com estas medidas. No período de janeiro de que o pacote de medidas acirre a guerra fiscal com outros esta- 2003 a janeiro de 2005, a arrecados. "Estamos seguros de que o dação do ICMS cresceu 48,6% Confaz respeitará. Se houver ou o equivalente a R$ 407,4 mialguma questão pontual, nós lhões. A média mensal de recovamos negociar com outros es- lhimento em janeiro de 2003 tados". Segundo o secretário da era de R$ 839 milhões e passou Fazenda, Fuad Noman, a redu- para R$ 1, 246 bilhão em janeição irá atingir apenas os itens ro deste ano. (AE)

Os Advogados,

OVIDIO LOPES GUIMARÃES JUNIOR JOEL EDUARDO DE OLIVEIRA ROGÉRIO PACILÉO NETO Comunicam a todos os clientes e colegas a mudança do Escritório de Advocacia Trabalhista para a Avenida Marquês de São Vicente, 121, Bloco B, 13º andar, conjunto 1301, Barra Funda, São Paulo, SP, CEP: 01139-001, Telefones: 11 3616-6544 - 3616-6546, a partir de 10/01/2005, onde estarão atendendo definifivamente.

Local: Edifício-sede da ACSP, na Rua Boa Vista, 51 - 9º andar

A palestra será transmitida em aberto na internet, pelo site www.acsp.com.br (Clique em Web TV ACSP - ao vivo)


10 -.FINANÇAS

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 14 de setembro de 2005


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

FINANÇAS - 11

A expectativa de queda tem motivos de sobra, como dizem alguns economistas a seguir ao apontar por que o juro deve baixar.

Mais uma vez, muitos economistas e parte do mercado financeiro esperam que, agora, o Banco Central comece a reduzir os juros.

POR QUE OS JUROS PODEM CAIR Paulo Pampolim/Digna Imagem

A

rgumentos para o Comitê de Política M o n e t á r i a ( C opom), do Banco Central baixar os juros da economia hoje, que estão em 19,75% ao ano, não faltam. É o que repetem muitos economistas. O mais óbvio deles, na opinião do economista Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo, é o comportamento da inflação, que, segundo ele, "vem convergindo para o centro da meta do BC". Para o economista, apesar de os indicadores de atividade terem se mostrado mais fortes no segundo trimestre do ano, não há uma pressão nos preços provocada por demanda aquecida. E é isso que abriria

espaço para uma redução dos juros, que em sua opinião pode ser de até 0,5 ponto. "Esse corte seria uma sinalização boa para o mercado e ajudaria a melhorar as perspectivas de vendas para o final do ano", diz. Assim como Solimeo, outros economistas endossam a idéia de um corte já. Na avaliação do professor da Faap, Tharcísio Souza Santos, o mais provável,

porém, é que o BC faça um corte suave, de 0,25 ponto. "Em bancos centrais de países desenvolvidos, a decisão sempre é por um corte suave, até para que não precise tomar uma atitude brusca em seguida", diz. Um corte dos juros pode reduzir os gastos do governo. Qualquer redução também significa uma economia fiscal", diz o economista-chefe da Sul América Investimentos, Newton Rosa. O País também sairia da liderança mundial do ranking da maior taxa real, "hoje em cerca de 14%, alta até para os padrões brasileiros", segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica, Antônio Correa de Lacerda. Adriana Gavaça Antônio Bornia (acima), presidente da Abel: leasing deve se beneficiar de crescimento sustentável do País

PRINCIPAIS MOTIVOS Leasing deve crescer 35% em 2005 Uma inflação que nada tem a ver com aumento do consumo, uma dívida nas alturas, crédito caro para empresas e pessoas físicas são algumas das justificativas apontadas

CRÉDITO

A

INVESTIMENTOS

s operações de crédito são um importante indicativo de consumo e de crescimento econômico de um país. No Brasil, vêm aumentando em 2005, em especial para as pessoas físicas. Mas essa expansão tem sido possível graças justamente às linhas com juros menores, como o crédito consignado – empréstimo com desconto das parcelas diretamente no holerite – , na avaliação de muitos economistas. Os juros cobrados nas operações de crédito de outras linhas ainda são proibitivos. Esses juros são calculados com base na taxa básica de juros, a Selic. Assim, uma queda, hoje, permitiria que essas taxas também começassem a ficar menores.

uitas empresas de médio e pequeno porte precisam de crédito para investir em infra-estrutura ou maquinário para o aumento da capacidade produtiva. Os juros do crédito são calculados com base na taxa básica do governo, que está em 19,75% ao ano. Se permaneceram elevados, a tendência é as empresas ficarem longe do crédito. Longe do crédito, o

JUROS

INFLAÇÃO

O

M

É

Brasil tem, de longe, os maiores juros do mundo. Mesmo muitos países tendo elevado suas taxas, o País ainda é, disparado, o líder nessa corrida. Isso pode ser traduzido por menor atratividade do mercado brasileiro para quaisquer investimentos externos no País. Sem dizer da taxa real – taxa de juros da economia descontada a expectativa de inflação para os 12 meses seguintes – ,que segue na liderança mundial, como a mais alta, e que, atualmente, já encosta nos 14%.

na inflação que o Banco Central tem mirado para manter os juros em um patamar mais elevado. Juros maiores, argumenta o governo, ajudam a segurar o consumo e, assim, a inflação. Muitos economistas, no entanto, lembram que a inflação atual nada teve a ver com o aumento do consumo, mas sim com a elevação dos preços administrados, aqueles controlados pelo próprio governo, como de energia e telefonia. O que significa dizer que subir o juro nenhum efeito tem sobre a inflação. Os indicadores que medem a inflação também dão sinais de recuo pelo menos nos últimos três meses e estão cada vez mais próximos da meta fixada pelo BC para 2005, de 5,1%. Os dois motivos abrem espaço para que o BC pense em um corte nos juros na reunião de hoje.

DÓLAR

me de importações brasileiras. Os analistas defendem que uma queda dos juros na reunião de hoje pode permitir uma apreciação do dólar frente ao real, o que resultaria em um aumento das exportações.

A

taxa de câmbio, que ajudou a reduzir a inflação, também tem provocado um aumento expressivo do volu-

investimento também fica mais difícil. Ou seja, as empresas passarão a adiar os investimentos, sua capacidade produtiva cresce menos e também o número de empregos tende a cair. Menos emprego pode ser traduzido por consumo menor, menos vendas, menos encomendas do varejo á indústria, menos produção e crescimento comprometido...

DÍVIDA

M

ais da metade da dívida pública brasileira, hoje na casa do R$ 1 trilhão, está atrelada à taxa Selic. Assim, uma redução dos juros significaria uma importante economia para os cofres do governo. O déficit nominal – resultado de tudo o que o governo arrecada menos seus gastos, incluindo os tidos com o pagamento dos juros – que correspondia a 2,47% do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos 12 meses encerrados em abril, para uma Selic de 19,25% ao ano, passou para 2,73% do PIB, com os juros em 19,75% em 12 meses encerrados em julho. Ou seja, o resultado negativo do governo aumentou. Houve aumento mesmo com o governo mantendo o superávit primário em 5%, quando a meta é de 4,25% em relação ao PIB

JUSTIÇA DÁ GANHO A BANESPA U

ma decisão da 2ª Vara da Fazenda Pública do tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, expedida ontem pelo juiz Domingos de Siqueira Frascino, devolveu ao Banespa o direito sobre a exploração dos serviços bancários dos 70 mil funcionários públicos da Prefeitura de São Paulo até 2010.

Na última sexta-feira, dia 9, foi anunciado que os serviços passariam a ser feitos pelo Banco Itaú e pelo Bradesco, que teriam ganho concorrência aberta pela prefeitura paulista. No mesmo dia, o Banespa, que hoje faz parte do grupo financeiro espanhol Santander, chegou a divulgar uma comunicado no

qual informava que estava entrando com ação na Justiça com o objetivo de preservar seu direito, que termina apenas daqui a cinco anos. O juiz da 2ª Vara concedeu tutela antecipada para que o Banespa continue oferecendo o serviço à Prefeitura de São Paulo, conforme contrato em vigor desde 2002.

A

s operações de leasing devem crescer 35% em 2005, sobre 2004. Esse resultado, segundo o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Leasing (Abel), Antônio Bornia, ficará bem acima da expectativa para o mercado de crédito, de 25% para este ano. "Se confirmado o crescimento sustentável para o País nos próximos anos, não está descartada uma retomada dos investimentos de longo e médio prazos e o leasing deverá se beneficiar disso", disse Bornia ontem durante evento em comemoração aos 35 anos da Abel, realizado em São Paulo. O crescimento esperado para este ano é atribuído pelo

executivo não apenas à expansão da economia, que em sua opinião deve ser de 3,5%, mas também a uma demanda reprimida por esse tipo de produto. Bornia lembra que o setor de leasing perdeu espaço entre os consumidores na crise cambial de 1999, quando muitos contratos eram atrelados ao dólar. Dos contratos em andamento, somente 0,65% são atrelados atualmente à moeda norte-americana. A maioria, 88,68%, é indexada a taxas de juros prefixadas. Reversão – Uma reversão do resultado negativo do mercado de leasing já foi observada no ano passado, quando o setor cresceu 50%. Na ocasião, a

expansão foi puxada pela expansão do agronegócio e pela produção recorde do setor automotivo. Neste ano, até o mês de julho, os novos negócios já somaram R$ 9,961 bilhões, o que significou um incremento de 68,38% sobre igual período do ano passado. Os veículos continuam sendo o produto preferido por quem utiliza leasing, com uma participação de mercado de 65,74%, seguidos por máquinas e equipamentos, com 26,08%. O setor é o que mais contrata leasing. Representa 34,20% dos contratos ativos, seguido pelas pessoas físicas, com participação de 29,40%. Adriana Gavaça


DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.NACIONAL

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

COMBUSTÍVEL MAIS LIMPO FAVORECE ATMOSFERA

BIODIESEL CHEGA AOS POSTOS DA CAPITAL PAULISTA

C

onsumidores paulistanos preocupados com o meio ambiente já podem abastecer seus veículos com o biodiesel. Desde ontem, quatro postos da rede ALE Combustíveis comercializam diesel de petróleo misturado com 2% de biodiesel (B2). Biodegradável, o novo tipo de diesel reduz em até 55% a emissão de poluentes na atmosfera. A iniciativa faz parte do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel, lançado pelo governo federal em dezembro do ano passado, que prevê a adição do combustível renovável ao fóssil. Por enquanto, a mistura é opcional, mas a partir de 2008 será obrigatória. De acordo com o diretor de combustíveis renováveis do Ministério de Minas e Energia, Ricardo Dornelles, a comercialização do biodiesel em São Paulo é estratégica, já que a cidade servirá como vitrine para dar visibilidade ao programa e ainda mostrar ao País o potencial dessa tecnologia. Os primeiros postos a vender o biodiesel estão localizados nos bairros do Morumbi, Vila Sônia, Brooklin Novo e Cerqueira Cesar. Mas, até o final do ano, a previsão é que outros 34 postos somem-se a esses. De acordo com o diretorsuperintendente da rede ALE, Cláudio Zattar, essa expansão representará a venda de aproximadamente 17 milhões de li-

tros de biodiesel por ano. Segundo dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o consumo médio de diesel convencional é de 40 bilhões de litros por ano no Brasil. Vantagens – O diretor do Ministério de Minas e Energia destaca ainda como aspectos positivos do programa os benefícios ambientais, o aspecto social e a autonomia em relação ao mercado internacional. Afinal, o Brasil ainda importa cerca de 10% do diesel para consumo interno. No aspecto social, estudos do governo apontam que cada 1% de participação da agricultura familiar no mercado de biodiesel pode gerar 45 mil empregos no campo. O chefe de Gabinete do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Carlos Cristo, ressaltou que além de atender o mercado interno, o programa de biodiesel tem, sobretudo, potencial de

gerar exportações. Segundo ele, a Europa vai demandar 10 milhões de toneladas de biodiesel suplementar até 2010, "e o Brasil está no páreo para atender essa necessidade". Dornelles e Cristo estiveram em São Paulo para prestigiar o evento que marcou o início da venda do novo combustível. Preços – Por enquanto, a mistura de diesel com biodiesel será vendida pelo mesmo preço do combustível tradicional. Mas, o superintendente da ALE ressalta que o custo do óleo puro é maior por causa da logística. Afinal, o produto fica cinco dias na estrada até chegar na capital paulista, vindo de Belém, no Pará. "O frete representa um terço do preço do biodiesel", afirma Zattar. A rede está investindo aproximadamente R$ 1,5 milhão para iniciar a comercialização do biodiesel em São Paulo.

Quatro postos da capital já comercializam o novo combustível, que traz 2% de biodiesel em sua composição Sérgio Castro/AE

Cejana Montelo Marli, do Bicho de Pé, deixou de vender ao exterior em fevereiro. Desde maio, sente queda no mercado interno

Vendas de microempresas caem

D

epois de registrar crescimento de 3,1% no faturamento no primeiro semestre do ano, os dados de julho mostram que as micro e pequenas empresas (MPEs) sofrem um processo de desaceleração. Na comparação com junho, houve queda de 1,2% no faturamento real médio das MPEs. Em relação a julho de 2004 a média do faturamento real praticamente empatou, variando em 0,2%. Os dados são dos Indicadores Sebrae-SP – Pesquisa de Conjuntura, realizada em parceria com a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). Os pequenos negócios apresentaram desempenho diferenciado entre os setores. Na comparação de julho com junho deste ano, a receita de serviços apresentou queda de

6,1%, Já o da indústria caiu 1,7%, enquanto o comércio teve alta de 1,9% nas vendas. Juros – De acordo com o diretor-superintendente do Sebrae-SP, José Luiz Ricca, esse movimento de desaceleração já dava sinais desde maio. E, na opinião dele, a razão para tal fato é a manutenção das altas taxas de juros. "A política econômica, com juros altos e desvalorização cambial, impede que os empresários vislumbrem um futuro promissor. Estão todos inseguros", diz. A fabricante de calçados infantis Bicho de Pé, de São Caetano do Sul, sente essa desaceleração. "Julho é um mês ruim porque é o momento de troca de coleções. Mas, esse ano foi particularmente pior porque o comércio se mostrou receoso e não fez pedidos para longo

prazo", explica a diretora e proprietária da empresa, Marli Silva Duobles. A empresária, que emprega 20 pessoas, confirma que os negócios da indústria estão caindo desde maio para o mercado interno. Quanto às exportações, Marli diz que estão paralisadas desde fevereiro. "Nossos contatos no exterior não nos procuraram e também não tivemos interesse em buscar novos mercados com o dólar tão baixo (em relação ao real)", afirma Marli. Futuro – Para os próximos meses, o Sebrae-SP prevê estabilidade para as MPEs se a taxa básica de juros (Selic) cair. "Se os juros caírem, o resultado anual deverá ser zero. Se isso não acontecer, o desempenho será negativo", conclui Ricca. Fernanda Pressinott

Produção da indústria desaquece

A

produção industrial em julho caiu em sete das 14 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o pior desempenho desde novembro de 2003. Segundo o IBGE, o forte crescimento de julho de 2004 e menos um dia útil em julho desse ano na provocaram os recuos. A pesquisa mostra ainda que os índices da produção industrial paulista permaneceram positivos em julho, com crescimento de 1% em relação ao mesmo mês do ano passado. Porém, o resultado foi bem inferior aos 8% registrados em junho. No acumulado no ano até julho a alta foi de 5,5%. O crescimento ante julho de

2004 em São Paulo refletiu a expansão em sete dos 20 setores investigados. Os destaques ficaram para edição e impressão (25,6%), indústria farmacêutica (17,8%) e refino de petróleo e

produção de álcool (7,5%). Por outro lado, as maiores pressões negativas na região foram dadas pela indústria têxtil (-15,7%) e de produtos de metal (-9,8%). (AE)


8

DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 2005

MERCADO/AUTOINFORME

Carros sobem 0,79% no mês Os modelos nacionais tiveram alta maior no varejo do que os importados. No acumulado do ano, o reajuste médio dos veículos zero-quilômetro é de 7,79%.

O

carro novo está mais caro. Pesquisa da Agência AutoInforme, que compara mês a mês o "Preço de Verdade" (cotação Molicar) com o valor de tabela praticado pelas montadoras, apurou alta de 0,79% considerando a média dos veículos nacionais e importados vendidos no Brasil. No total são mais de 600 modelos à venda no mercado nacional, contando todas as versões de 30 marcas que produzem aqui ou trazem veículos de fora. Essa foi a oitava alta do ano e o preço do carro zero-quilômetro está 7,79% mais caro no acumulado de janeiro a agosto. Na média por montadora, a Renault foi a que mais subiu de preço, com os carros ficando 3,5% mais caros em agosto. Em seguida vieram as coreanas Hyundai (+2,7%) e Kia (+2,1%). A Ford aparece na seqüência, com elevação de 1,7% nos preços dos produtos da marca. Por modelo, a maior alta do mês foi do Focus sedã GLX 2.0, que teve o valor de mercado aumentado, segundo a Molicar, de R$ 52 mil para R$ 56,2 mil, um acréscimo de 8,2%. A segunda maior alta foi do Clio sedã Authentique 1.6 Hiflex, que subiu 7,9%. O preço deste modelo da montadora francesa saltou de R$ 34 mil para R$ 36,7 mil. O Focus hatch GLX 1.6 foi majorado em 6,7%, passando de R$ 44,8 mil para R$ 47,8 mil no período de um mês, enquanto a Picasso GLX 1.6 16V teve alta de 6,48%, passando a valer R$ 57,5 mil. Importados - O aumento médio do mês só não foi maior por conta das quedas verificadas nos valores cobrados por vários mo-

delos importados. O gerente de Avaliação da Molicar, Victor Meizikas Filho, confirma que os veículos importados estão mais baratos por conta da variação da moeda estrangeira. No entanto ele comenta que a redução não foi muito significativa. "Durante o ano todo o preço do carro importado não variou tanto quanto o dólar caiu". Victor diz ainda que no segmento de importados de luxo, as vendas são antecipadas e nesse caso o preço pode seguir uma cotação diferente do dólar comercial. "Para carros importados de luxo, acima de R$ 250 mil, a negociação é muito fechada. Normalmente os clientes são fixos e têm atendimento VIP, o que acaba gerando vendas por encomenda, na base de um sinal e seguindo o dólar da montadora, que é diferente da cotação oficial. Esses clientes levam vantagem sobre o comprador eventual e podem ter descontos especiais", conclui. Maiores baixas - O Nissan Sentra GXE ficou 6% mais barato. Cotado por R$ 54,5 mil, passou a custar R$ 51,2 mil, conforme o levantamento da Molicar. O Toyota Camry XLE teve queda de 5,7%, com o preço recuando de R$ 140 mil para R$ 132 mil. Também os modelos importados pela Citroën sofreram desvalorização no mês. O C8 Exclusive 2.0i 16V pode ser encontrado agora por cerca de R$ 119 mil, 5,5% a menos do que há 30 dias, quando estava cotado a R$ 126 mil. O C5 Break Exclusive 2.0i 16v baixou de R$ 120,3 mil para R$ 113,6 mil (-5,52). O valor do Ford Explorer Limited passou de R$ 204 mil para R$ 192,8 mil, uma queda de 5,4%.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.CAMPINAS

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

em Campinas Fotos de Marcos Peron/Virtual Photo

CEI DA PETROBRAS

Falta de parecer técnico causou prejuízo

ÓRBITA

O

A conclusão é da Cei da Câmara Municipal, após ouvir o ex-secretário do Planejamento, Osvaldo de Oliveira

A

Cei se reuniu ontem na Câmara para ouvir o exsecretário de Planejamento, Osvaldo de Oliveira

Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga supostas irregularidades na permissão de uso de cinco áreas públicas da prefeitura de Campinas à Petrobras concluiu ontem, depois do depoimento do ex-secretário Municipal de Planejamento, Osvaldo de Oliveira, que a metodologia usada para calcular o valor das áreas concedidas à estatal, por não ter tido a participação de órgãos competentes na sua elaboração, acarretou prejuízo para os cofres municipais. Entre outros pontos de seu depoimento, o ex-secretário confirmou que o processo de permissão das áreas não tramitou pelas Secretarias de Assuntos Jurídicos e a de Finanças. Ainda segundo Oliveira, o valor do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) dos terrenos foi avaliado pela Secretaria de Planejamento. A CEI contesta a competência dessa pasta para fazer tais cálculos. O presidente da CEI, Artur Orsi (PSDB), afirma que a permissão assinada durante a gestão municipal anterior provocou prejuízo de mais de R$ 3 milhões porque os terrenos foram avaliados entre 27,7% e 460% a menos do que o valor venal estipulado pela própria prefeitura de Campinas. “O processo saiu da Secretaria de Planejamento direto para o gabinete da ex-prefeita. O gabinete não tem competência para fazer os cálculos e aprovar os valores que eram apresentados. Essa era uma atribuição das secretarias competentes. Não se fez um parecer jurídico, que a lei obriga que se faça”, comentou Orsi. A metodologia que levou aos valores cobrados pelos cinco terrenos é contestada pela CEI porque não abrange o valor do metro quadrado da construção; não considera o retorno que o locatário teria pela exploração dos pontos – onde foram construídos postos de combustível - e não leva em conta alterações na legislação urbanística de 1989, ou seja, a em vigor até hoje. Essa lei restringe significativamente a instalação de postos no município. O ex-secretário de Planejamento não contestou as alegações da comissão, mas fez a ressalva de que a atribuição dada à sua pasta à época, no que diz respeito aos valores, é que estes deveriam ser calculados apenas em relação aos terrenos, e não levando em conta os imóveis ou

Hospital de Clínicas da Universidade de Campinas (Unicamp) realiza no próximo sábado mais uma edição do Projeto Catarata. O mutirão é organizado pelo Núcleo de Prevenção da Cegueira do HC. As pessoas que comparecerem farão um exame oftalmológico completo e se necessário serão encaminhadas para o tratamento adequado. Os pacientes que precisarem de cirurgia terão suas operações agendadas na hora e, no máximo em 40 dias, serão operados. Os principais critérios para o atendimento são: idade e problemas visuais. Pessoas com mais de 50 anos e com algum problema que afete até 40% da visão terão prioridade. Segundo a coordenadora da campanha, Denise Fornazari, é importante que o interessado leve seus óculos na triagem para que possa ser detectado algum problema, mesmo com o uso do corretivo. O atendimento será realizado no Ambulatório do Hospital de Clínicas, das 8h às 14h.

o retorno pela exploração comercial do ponto. “Desde 1973, quando foi feita a primeira permissão de uso daqueles terrenos, sempre o que se avaliou foram as áreas dos terrenos. Em nenhum momento foi discutido a questão dos prédios existentes nos locais, até porque eles foram construídos pela Petrobras”, comentou Oliveira. Esses valores dos terrenos - que no total foram avaliados em R$ 3,094 milhões -, de acordo com Oliveira, foram calculados tendo como base um mapa de valores imobiliários de 2004. O mapa teria sido feito por uma comissão composta por representantes do segmento imobiliário, da construção civil e das secretarias de Planejamento, Finanças e de Assuntos Jurídicos. A CEI contesta a validade desse documento, uma vez que ele não foi aprovado pela Câmara e, portanto, não tem valor legal. “O mapa não tem um valor legal, mas tem um valor real porque as entidades consultadas são representativas da sociedade. Portanto, o mapa expressa os valores reais dos terrenos da cidade naquele momento”, disse Oliveira. Retrospectiva - Os cinco terrenos, onde há postos de gasolina com a bandeira da estatal, já são explorados pela empresa desde 1989, quando foi concedida a permissão inicial de uso das áreas. O contrato assinado em 89 é válido até 2009. As irregularidades apontadas aconteceram no ano passado, quando a administração Izalene Tiene e a Petrobras fecharam acordo para prorrogar o período de exploração das áreas até 2020. Como contrapartida a exploração das cinco áreas, a estatal promoveu a recuperação da praça Arautos da Paz por R$ 3,094 milhões. Os vereadores da CEI também querem saber se esse montante acordado foi realmente gasto na obra, uma vez que as plantas do projeto não foram encontradas na prefeitura. A auditoria das obras da praça foi solicitada pela CEI. Também, em meados de agosto, o prefeito Hélio de Oliveira Santos revogou contrato que permitia o uso das cinco áreas municipais pela Petrobras até 2020 porque, de acordo com o secretário de Assuntos Jurídicos, Carlos Henrique Pinto, não houve avaliação dos órgãos administrativos competentes para extensão do tempo do contrato. As áreas continuaram com os valores aferidos em 89. “Haveria ainda a necessidade de nova licitação uma vez que quando se alterou o período se mudou a contrapartida. Ou seja, o contrato foi alterado”, disse o secretário no início deste mês, quando ouvido pela CEI.

O processo de permissão de uso pela Petrobras das cinco áreas não tramitou pelas Secretarias de Assuntos Jurídicos e de Finanças

D Desde 1973, quando foi feita a primeira permissão de uso daqueles terrenos, sempre o que se avaliou foram as áreas dos imóveis. Osvaldo de Oliveira

Renato Ibelli Leandro Ferreira/AAN/AE

Rebelião termina com cinco mortes i n c o p re s o s f o r a m rência para outros presíC mortos em uma rebe- dios da região. Segundo informou um lião encerrada no começo da tarde de ontem na cadeia pública de Itatiba, na Região Metropolitana de Campinas. O motim envolveu cerca de 100 detentos e durou 15 horas. A juíza corregedora Érica Fernandes intermediou as negociações com os amotinados, pondo fim à rebelião. A cadeia foi depredada e os presos devem ser transferidos para outras penitenciárias. Segundo a Polícia Militar, dois deles foram degolados. A rebelião começou por volta de 21h de segunda-feira. Os presos reclamavam da superlotação. A cadeia abrigava cerca de 100 homens, mas tinha capacidade para apenas 25 detentos. Eles atearam fogo em objetos e quebraram as instalações. O local ficou destruído, forçando a transfe-

advogado que acompanhava as negociações do lado de fora da cadeia, já na metade da madrugada de ontem havia cinco presos mortos dentro das celas, sendo que dois deles foram decapitados. Outros sete presos estariam amarrados junto às grades e eram ameaçados de morte pelos demais. A cadeia, localizada na Rua Benedito da Silveira Franco, em Vila Santa Luzia, foi cercada por policiais civis e policiais militares da Tropa de Choque e do 49º BPM/I. O diretor da cadeia, Paulo Eduardo Zuiani, negociou com os rebelados, que exigiam transferência para outras carceragens por causa da superlotação. Por volta das 4h da madrugada ontem, as negociações cessaram. (AE)

Médicos orientam sobre linfomas objetivo de alertar a manhã, dia 15, população mundial para acontece, no Largo A do Rosário, o Dia Mundial esse tipo de câncer no

Cadeia de Itatiba foi depredada e presos transferidos para outras penitenciárias

de Conscientização sobre Linfomas. Promovido pela Coalizão Linfoma, uma organização mundial sem fins lucrativos formada por grupos de pacientes com a doença, o evento tem o

uas cidades da região, Campinas e Hortolândia, foram selecionadas para receber uma verba do Ministério do Desenvolvimento Social e de Combate à Fome para ampliar ou criar um banco de alimentos. O projeto vai atender 40 cidades do País e cinco organizações nãogovernamentais. A verba ainda não foi definida, mas o valor pode chegar a R$ 110 mil. Os critérios usados para a seleção incluíram número de habitantes do município, se há espaço adequado para a prestação de serviços e se a cidade cumpre a Lei de Responsabilidade Fiscal. Os recursos serão repassados pelo governo federal até o fim desse ano. Limeira também foi selecionada, mas não vai receber o dinheiro devido aos critérios de prioridade do Ministério. Caso algum município desista, a cidade pode entrar para o programa.

sistema linfático que é pouco conhecido pelos brasileiros. Médicos estarão no local durante todo o dia dando orientação sobre o diagnostico precoce da doença.

EXPEDIENTE

Diretoria Executiva (2004 - 2007) Presidente Guilherme Campos Júnior 1º Vice-Presidente Gilberto Rocha da Silveira Bueno 2º Vice-Presidente Carlos Francisco Simões Correia Assinaturas do Diário do Comércio (0xx19) 2104-9276 Departamento de Sócios Serviço de Atendimento ao Usuário, Convênios e Parcerias (19) 2104-9271/ 9272/ 9273 associados@acicnet.org.br Assessoria de Imprensa (19) 2104-9215/ 9216 imprensa@acicnet.org.br Página na Web www.acicnet.org.br Rua José Paulino, 1111, Campinas, SP - CEP 13013-001 PABX: 2104-9200


São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 2005

DCARRO

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MERCADO/AUTOINFORME

Fiat dispara na liderança e Peugeot surpreende O mês de agosto marcou mudanças drásticas no mercado: a Fiat dispara, a Peugeot sobe para a sexta posição e a Mercedes entra na lista das dez mais. Na contramão, Renault cai para o nono lugar.

A

Fiat abriu vantagem no ranking de vendas das montadoras em agosto em relação às concorrentes. A montadora vendeu 36.546 veículos, ficando bem à frente da segunda colocada, a Volkswagen, com 31.271 unidades. A GM ficou em terceiro, com 31.147. A grande novidade do mês passado foi o ótimo desempenho da Peugeot, que aumentou 36% as vendas e passou a ocupar a sexta colocação no ranking, ultrapassando a Honda. Foi o melhor desempenho que a Peugeot já conseguiu desde que chegou ao Brasil. As mudanças na linha 206, com o lançamento da perua, garantiram um volume de 5.363 unidades à montadora francesa. A Renault teve queda de 0,5% nas vendas, desceu mais um degrau e ficou apenas na nona posição em agosto, com 3.694 unidades, atrás também da Mercedes-Benz, que vendeu 3.940 unidades e pela primeira vez figura entre as dez marcas mais vendidas no Brasil. A Citroën também teve um ótimo desempenho em agosto, com incremento de 30%, mas manteve a décima posição no ranking.

Outras montadoras que se destacaram foi a Ford, que vendeu 26,5% a mais que no mês anterior, e a Toyota, que cresceu 20%, consolidando a quinta posição. No acumulado de janeiro a agosto, a Fiat comercializou 297.691 unidades e se distanciou das concorrentes com mais de 25 mil carros de vantagem sobre a Volks (271.691 veículos). A GM ficou em terceiro, com 255.110 unidades, a Ford manteve a quarta posição e depois vem o "segundo pelotão", cuja liderança está indefinida, agora que a Peugeot entrou de vez na disputa. No acumulado, a Toyota é a quinta colocada (42.945 unidades), seguida de perto pela Honda (42.499). Produção - A produção do setor automobilístico cresceu 5,8% em agosto em relação a julho, atingindo 217.616 carros, comerciais leves, caminhões e ônibus. Nos oito primeiros meses do ano a produção chegou a 1.628.968 veículos, volume 14,2% superior ao do mesmo período do ano passado. "A boa situação da economia, o risco-país num nível baixo e a inflação controlada são fundamentais pa-

As interpretações de cada montadora

A

o divulgar o ranking de vendas, cada montadora o faz de acordo com seus interesses, com o objetivo de destacar a sua marca e fazer valer a sua interpretação dos números. Por isso é que, muitas vezes, o leitor fica na dúvida sobre uma determinada informação. Não é para menos: há quem diga que estatística é a arte de "distorcer os números até que eles confessem". Em alguns casos, no entanto, eles não confessam, ou melhor, não dá pra engolir. Imaginem que a simples pergunta "Quem vende mais, Palio ou Corsa?" poderia ter várias respostas. E tem. A GM mostra que é o Corsa, a Fiat diz que é o Palio. É que a GM junta, numa conta só, as vendas do Corsa sedã, hatch e do Classic, o velho. Como deu o mesmo

nome para esses modelos, o Renavam os considera um carro só. Já a Fiat, que deu o nome de Siena à versão sedã do Palio, paga o preço por isso já que, para o Renavam, são carros diferentes. Como se vê, não existe "o fato", mas sim a visão do fato, que é diferente para cada um: por interesse econômico, por paixão, por ignorância ou falta de visão. Nossa visão - Mas voltando ao nosso dia-a-dia, vamos dar a nossa visão do mundo do automóvel. Pois aqui está: a dupla Palio/Siena fechou o mês de agosto na liderança do mercado brasileiro, na frente de todas as outras duplas sedã/hatch. O Palio (sedã e hatch) vendeu 14.752 unidades em agosto, 353 unidades a mais do que o Gol (que não tem versão sedã)

ra esse crescimento", avalia o presidente da Anfavea, Rogélio Golfab". O setor bateu recorde de exportação de veículos no acumulado de janeiro a agosto, quando foram vendidas para outros países 538.792 unidades. A receita atingiu US$ 7,324 bilhões, resultado 39% maior que a obtida no mesmo período de 2004. No mês passado o total exportado somou 65.640 unidades. Diante destes números, Golfab acredita que, no ano, as exportações vão ter um salto de 29%, índice bem superior aos 7%

projetados inicialmente. A receita com vendas externas deve chegar a US$ 10,8 bilhões. Com relação ao mercado interno, no entanto, a Anfavea mantém a meta de uma expansão entre 4% e 5%, o que deve representar vendas em torno de 1,66 milhão de unidades. A produção, no ano, deve crescer 11%. Para 2006, o presidente da Anfavea acha que é cedo para fazer previsões, mas acredita que "se o câmbio for favorável e a taxa de juro cair, o setor deverá manter o crescimento que iniciou em 2004".


DIÁRIO DO COMÉRCIO

NIVEA QUER CONQUISTAR CONSUMIDORAS DO PAÍS

NOVA MANIA DAS BRASILEIRAS. PROTEGER A PELE DO SOL.

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contra os raios UVB, os que geram vermelhidão na pele. Metas para 2005 – De acordo com Patrícia Brissac, gerente de produtos da Nivea Sun no Brasil, a empresa detém 14% das vendas do setor no mercado nacional e vem cresGilberto Marques/AE

roteger a pele está na moda. E a Nivea, líder mundial na venda de produtos para proteção solar, com 11,6% de participação, quer elevar sua preferência entre os consumidores no Brasil, um mercado que cresceu 42% em 2004, movimentando R$ 550 milhões. Para tanto, a empresa anunciou, ontem, o relançamento de toda sua linha Nivea Sun, que será comercializada em nova embalagem e formulação após o investimento de 1 milhão de euros em pesquisa e desenvolvimento. Os produtos da indústria alemã agora trazem como diferencial o efeito instantâneo de proteção da pele, após a aplicação, e textura mais fina, atendendo aos pedidos de consumidores. Até então era necessário aguardar 20 minutos antes de se expor ao sol. Outra novidade é a conquista do selo de conformidade com normas australianas para o comércio de protetores solares. As regras do país são consideradas as mais rígidas do planeta porque exigem que todas as linhas vendidas contenham fator de proteção capaz de impedir 90% da absorção dos raios UVA, responsáveis por causar câncer de pele. Para completar a linha a Nivea Sun lança pela primeira vez no mercado brasileiro um produto exclusivo para pele de bebês com fator de proteção 50

A top model Gisele Bündchen usará biquíni mais ousado na campanha da Nivea para o País

cendo, embora não seja a principal marca. As vendas de protetores para adultos tiveram alta de 13% em 2004, enquanto a linha infantil registrou aumento de 5%. O comércio de bronzeadores sofreu queda de 3% no Brasil, seguindo uma tendência internacional que reflete a consciência quanto aos malefícios da exposição ao sol sem proteção adequada. A

companhia alemã acredita que o potencial de crescimento nacional é enorme, já que apenas 35% dos brasileiros compram protetores atualmente. "A meta da empresa é elevar o faturamento com protetores em 30% este ano, levando ao aumento da participação da linha no faturamento da indústria, que hoje é da ordem de 20%. A campanha de relançamento dos produtos vai reforçar a idéia Fator Azul, nome criado para identificar os diferenciais da marca em relação aos produtos da concorrência", afirma Patrícia. Ela acrescenta que mais uma vez a top Gisele Bündchen será a garota propaganda da Nivea no Brasil, só que desta vez vai desfilar um estilo bem brasileiro de representar o produto, trajando biquínis mais cavados nas chamadas comerciais que serão gravadas a partir de outubro. Wagner Lungov, diretor de marketing para o País, afirmou que em paralelo à campanha em pontos-de-venda e na mídia, a Nivea Sun vai estar estampada no barco da equipe de Torben Grael em um campeonato mundial de velejadores que o Brasil vai participar em novembro deste ano. " Eles são exemplos para o público consumidor e levarão a informação sobre a importância da proteção da pele durante a exposição ao sol", completa. Juliana de Moraes

GERAL - 13

Jonne Roriz/AE

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

A marca Nivea será estampada no barco da equipe do velejador Torben Grael

ÓRBITA

TAM E BNDES

O

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou ontem a aprovação de financiamento de R$ 84,9 mil h õ e s p a r a a TA M L i n h a s Aéreas. Segundo o BNDES, os recursos serão usados em obras de expansão da companhia aérea, que está ampliando as instalações do Centro Tecnológico de São Carlos (SP). O crédito também será destinado à compra de equipamentos, segundo o banco. De acordo com o BNDES, o financiamento representa 7,3% dos investimentos totais da empresa em 2005, que chegarão a R$ 1 16 bilhão até o fim deste ano. Ainda segundo o banco, o projeto da companhia prevê a criação de 1.500 empregos diretos, que serão acrescidos ao quadro de 7.500 funcionários. (AE)

GAROTO

O

s trabalhadores da fabricante de chocolates Garoto decidiram recorrer à Justiça para pedir mais agilidade no processo de venda da empresa pela Nestlé. Em agravo de instrumento impetrado no Tribunal Regional Federal de Brasília, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Alimentação (Sindialimentação) de Vila Velha (ES) contesta a suspensão, concedida à Nestlé, do prazo de 150 dias para a venda da Garoto, firmado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). "Temos que forçar uma definição. Do jeito que está ninguém vai querer investir. Se não houver investimentos, a coisa vai para o brejo", disse o advogado do Sindialimentação, Luiz Fernando Nogueira Moreira. A empresa tem três mil funcionários. (AE)

BOMBRIL

O

presidente da Bombril, José Edson Bacellar Júnior, espera encerrar o ano com faturamento de R$ 800 milhões, ante os R$ 670 milhões do ano passado, em razão da recuperação de fatias de mercado de produtos da empresa como o detergente Limpol (cuja participação no mercado subiu para 22,8%), o amaciante de roupas Mon Bijou e a lã de aço, categoria em que a empresa é sinônimo de produto e responde por 50% do negócio. Independentemente do leilão de venda do controle pela Justiça, Bacellar, que comanda a administração judicial da empresa, aposta que, em dezembro de 2006, a empresa poderá recuperar o capital de giro próprio, com o patrimônio líquido hoje negativo - de R$ 505 milhões em junho - passando a positivo em 2006. (AE)


DCARRO

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São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 2005

ON & OFF

TECNOLOGIA

ON & OFF SOFTWARE PARA PAINÉIS

A

unidade brasileira da Siemens VDO desenvolveu tecnologia para software de painéis de automóveis que pode ser utilizada em diversos modelos. A matriz alemã fechou contrato com a DaimlerChrysler usando o sistema "made in Brazil". Pormenor: no início do projeto, a Alemanha garantiu que ele não iria para frente, pois não seria viável economicamente.

UM PROJETO NIPO-FRANCÊS

A

Toyota anunciou que produzirá em sua fábrica de Valenciennes, na França, um SUV (utilitário esportivo) de pequeno porte. É o primeiro veículo da companhia de origem japonesa montado naquele país. O novo modelo compartilha a plataforma com a segunda geração do Yaris.

SCANIA NA PONTA

P

ela primeira vez em 48 anos de Brasil a Scania lidera o segmento de ônibus rodoviários, lugar sempre ocupado pela Mercedes-Benz. Para a marca, o mérito principal é o modelo K 310 eletrônico, lançado em janeiro, considerado grande alavanca para o resultado do ano.

Pneu ficará "esperto"

DE CÁ PARA LÁ

Divulgação

era do pneu inteligente, aqui no Brasil, ainda não chegou. Mas pelo menos ele estará mais "esperto" em breve. A Pirelli prepara para o primeiro trimestre de 2006 o lançamento do sistema X-pressure, que auxilia o motorista a identificar se os pneus estão com baixa pressão. Ao custo estimado de cerca de R$ 180, o sistema é relativamente simples, mas também de certa forma genial. Trata-se de um substituto para aquela pequena tampa da plástico da válvula de enchimento do pneu. À primeira vista parece a mesma coisa, mas o X-pressure tem indicador na ponta: verde a pressão está ok, vermelho está pelo menos 25% abaixo do que deveria. O sistema é mecânico, não necessita de baterias nem manutenção e vem acompanhado de chave que inibe furto. Infelizmente é apenas pequena parte – e a mais simples – da gama

A

Novo pneu da Pirelli será lançado no início de 2006

X-pressure vendida lá fora. O restante da linha não tem previsão para venda no País. Não veremos, por exemplo, o indicador que pode ser instalado acima do espelho retrovisor que mostra ao motorista, por meio

de leds coloridos, a condição da pressão dos pneus. E muito menos o que avisa no celular com tecnologia bluetooth que algo não anda bem neste ponto: a inteligência tem seu preço. Os pneus ainda são uma parte do automóvel que pouco ou nada conversa com o restante do veículo. E, afora os tradicionais sistemas de caminhões e ônibus, pouco se tem controle sobre a pressão deles. E de nada adianta um sofisticadíssimo sistema de tração se, na hora daquela curva fechada, a pressão dos pneus estiver muito abaixo do normal. A coisa começa a mudar neste setembro quando entra em vigor nos Estados Unidos lei que determina que até fins de 2007 todos os modelos lá fabricados tenham algum tipo de alerta de pressão alterada. A medida veio com rastro do caso Ford-Firestone dos Explorer que capotavam quando o pneu perdia pressão continuamente.

ON & OFF

US$ 61 milhões para fora. E pode vir mais. A diretoria do BNDES aprovou financiamento para cinco empresas exportadoras do setor automotivo no valor de US$ 61 milhões. Desse total, US$ 30 milhões vão para a Scania Latin America para exportar caminhões, ônibus e chassi no âmbito da linha Pré-Embarque. Seus principais mercados de destino são Coréia, Argentina, África do Sul,

Taiwan e México. A Maxion, do Grupo Iochpe, que exporta rodas, freios e acessórios para EUA, Argentina, Canadá, Itália e México, ficou com US$ 15 milhões. A Tupy Fundições receberá valor idêntico para venda de mancais, bronzinas, engrenagens, eixos, caixas de transmissão, volantes e polias. Já os créditos para as empresas Comil Carroce-

rias e Ônibus e DaimlerChrysler do Brasil, no montante de US$ 810 mil, foram concedidos na linha Pós-Embarque. O BNDES, entretanto, poderá liberar em breve verba muito maior. A entidade está ouvindo as montadoras para entender as dificuldades de cada uma quanto aos seus programas de exportação.

T

om Brewer, diretor de Vendas e Marketing da Ford Brasil, deixou o País no dia 1º para assumir a gerência-geral de Marketing para as marcas Lincoln e Mercury, do Grupo Ford. A mudança faz parte da reestruturação que está em curso na montadora desde a nomeação de Barry Engle como presidente da operação brasileira em agosto.

FIAT ARGENTINA GERA EMPREGOS

O

presidente da Fiat América Latina, C. Belini, aproveitou o lançamento do Idea para anunciar investimento de 150 milhões de pesos para expansão do centro de desenvolvimento de peças localizado na fábrica de Córdoba, Argentina. Serão 2 mil empregos diretos e indiretos. Para o Brasil não há esta previsão.

BASEADO EM TORQUE

A

tecnologia flex-fuel que equipa o Idea, modelo recém-lançado pela Fiat e que chega para concorrer no segmento de minivans, é da Bosch. É o primeiro veículo da montadora italiana a receber a tecnologia multicombustível com sistema de gerenciamento de motor baseado em torque.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

14 -.EMPRESAS

TEEN

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

FASHION

DESFILE DE GANGSTERS, SOMBREROS E PIRULITOS

Fotos: Bruno Cecim/Futura Press

Semana de moda voltada exclusivamente para o público adolescente foi aberta ontem em São Paulo. As grifes Dona Florinda, Spezzato Teen e Quiksilver mostraram crianças brincando de adultos, muita atitude rock and roll, cores fortes e romantismo.

A grife Spezzato Teen se inspirou na artista mexicana Frida Kahlo para compor a coleção

A

s controvérsias da Teen Fashion acontecem em cima das passarelas – e fora delas. Quem chegava ao evento no Mube (Museu Brasileiro da Escultura) se deparava com adolescentes cheios de atitude na forma de se expressar e na escolha das roupas. Maneiras e estilos que não combinavam com a idade – crianças brincando de ser adultos. Eles estavam querendo - e conseguindo impressionar. Mas nenhum deles recusou o pirulito que estava sendo distribuído aos convidados. Os meninos e meninas vieram porque se cadastraram no site do evento e levaram um quilo de alimento (que serão doados às instituições Casa lar e Cidade Aprendiz). No primeiro desfile vinte e

três modelos, entre elas a atriz Stephany Brito, exibiram a moda que a Dona Florinda imaginou para a primavera/verão 2006, ao som da banda de rock Cansei de Ser Sexy (garotada com ar rebelde que está lançando o primeiro CD). As meninas vestiam minissaias, shorts, vestidos, jardineiras – tudo jeans, misturado

com camisetas, gravatas, brilhos. As batas devem continuar com força total, assim como transparências e babados. Os chapéus estilo “gangster” fizeram sucesso. Várias garotas usaram a peça na passarela. Mas o ar infantil não foi escondido embaixo da maquiagem. São meninas que querem ser mulheres. Refletem a cena que vemos nas ruas todos os dias. Os adolescentes, segundo o IBGE, formam um grupo de 17 milhões de pessoas, que gastam 78% das mesadas e outras fontes de renda em roupas e acessórios (dados do Procon/SP e UniFMU divulgados pela organização do Teen Fashion). Números que encorajam os organizadores do evento. Na primeira edição, em fevereiro deste ano, foram investidos R$ 600 mil. O valor pulou para R$ 1 milhão. O número de convidados subiu de quatro mil para nove mil. Segundo Sara Kalili, as grifes se mostraram mais interessadas em participar do evento. “O mercado de produtos para adolescentes cresce 5% a cada ano. As empresas sabem que o segmento é rentável”. La Cucaracha – O som de música mexicana, apimentada com o ritmo techno, deu o tom do desfile da grife Spezzato Teen. As lolitas com olhar desafiador estavam mais sorridentes ao mostrar as roupas confeccionadas na beleza multicolorida do México. A inspiração veio da pintora surrealista Frida Kahlo e do artesanato rústico indígena. Vestidos vaporosos , shorts coloridos, brilhos e laços ganharam a passarela. Mas quem arrancou gritos de quem assistia ao evento foi o ator Dado Dolabella. O público lotou o espaço dos desfiles por causa do artista. As modelos foram ofuscadas quando ele entrou, de sombrero com pompons vermelhos, brincando com a tendência da Spezzato Teen para a temporada. A últimas marcas a mostrar as novidades foram a Quiksilver, Volcon e Reef. Para o próximo verão, elas escolheram peças customizadas e bordadas. A Quiksilver, que prioriza o os esportes radicais, lançou coleção com as tendências da Austrália e Califórnia. A Volcon trouxe para a passarela o pensamento punk rock. Já a Reef apresentou os lançamentos com destaque para tênis e chinelos. Hoje mostram as novidades as grifes Reef (mini ramp), Puma e Brooksfield Jr. Neide Martingo

A atriz Stephany Brito foi o destaque do desfile da Dona Florinda. O ator Dado Dolabella arrancou suspiros da platéia feminina presente no evento.

Vestidos vaporosos, muitos laços e pompons na coleção da Spezzato Teen (ao lado). Abaixo, a coleção da grife Dona Florinda foi inspirada no universo dos gangsters e na mistura do jeans, com tons coloridos, além de muito brilho. As batas devem continuar com força total.


São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 2005

D C A R R O 11

LANÇAMENTO

Grand Cherokee com motor HEMI Divulgação/DaimlerChrysler

A terceira geração do utilitário esportivo da tradicional marca Jeep tem versão com motor 5.7 litros, com 326 cv de potência ALZIRA RODRIGUES

E

m sua terceira geração, chega ao Brasil o novo Jeep Grand Cherokee, com aparência mais esportiva e que traz o novo motor V8 HEMI de 5.7 litros, que proporciona 326 cv de potência e 500 Nm, atingindo de 0 a 100, conforme dados da DaimlerChrysler, em pouco mais de sete segundos. O modelo, que custa R$ 229 mil e é importado da Áustria, vem com o sistema de multideslocamento (MDS), que desativa a metade dos cilindros durante o uso na cidade. A montadora continua oferecendo o Grand Cherokee com motor V8 de 4.7 litros, agora com potência de 231 cv, que custa R$ 202 mil. As duas versões têm transmissão automática de cinco velocidades, que foi refinada com um maior aproveitamento de torque, aumentando a capacidade máxima de reboque do modelo, que agora é de 3.500 quilos. Equipado com o Quadra-Drive II, sistema de tração permanente nas quatro rodas, o

novo Grand Cherokee é 139 mm mais longo, 12 mm mais largo e roda numa distância entreeixos 90 mm mais longa. Tecnologia - O modelo passa a contar com o ESP (programa eletrônico de estabilidade), que ajuda o motorista a manter a estabilidade direcional do veículo em manobras de direção em qualquer tipo de superfície. Utilizando sensores em todo o veículo, o sistema determina os ajustes adequados de freio e aceleração, aumentando a segurança ativa do Grand Cherokee. O carro tem novo sistema eletrônico anticapotamento e vários outros itens de segurança e conforto, como assistência de estacionamento traseiro ParkSense e limpadores do pára-brisa com sensor de chuva. A linha Grand Cherokee também ganhou novo interior, com um painel de instrumentos com iluminação por LEDs, que facilita a leitura em todas as con-

Os faróis redondos da marca foram mantidos. Na traseira, lanternas maiores.

A Grand Cherokee teve seu desenho totalmente remodelado

dições. O curso do assento dianteiro foi aumentado em 50 mm, oferecendo uma estrutura mais robusta e confortável. O assento traseiro é 17 mm mais alto que os dianteiros, o que proporciona maior visibilidade para seus ocupantes. O banco traseiro é bipartido e rebatível na proporção de 60/40, criando uma área de carga mais ampla. Mercado - O Grupo DaimlerChrysler está comemorando este ano excelentes resultados nas vendas de automóveis importados. Com previsão de atingir venda de 300 unidades este ano, o Grand Cherokee está com uma participação de 13% no seu segmento, em que concorrem modelos como VW Touareg, BMW X-5, Volvo XC-90, Porsche Cayenne e Toyota

Prado, entre outros, e que deve chegar a 2,3 mil unidades este ano. A meta para 2006 é atingir uma fatia de 23%, de um total de 2,6 mil unidades. A marca de luxo do grupo, a MercedesBenz, que concorre na faixa de R$ 100 mil a R$ 600 mil, também está em ascenção. A empresa é líder no segmento, com 35% de participação. Suas vendas vão saltar de 1.145 carros em 2004 para 1,6 mil este ano (até agosto, já foram comercializados 972), com previsão de chegar a 1,8 mil no próximo ano (12% de crescimento). O diretor de Automóveis do grupo DaimlerChrysler, Luiz Fernando Beréa, atribui o bom desempenho aos novos produtos e também ao crescimento da rede de concessionárias. Eram 14 no início do ano e serão 27 até dezembro.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

CIDADES & ENTIDADES - 15

Eliária Andrade/Diário de S. Paulo/Agência O Globo

Ó RBITA PRIMEIRA CICLOVIA primeira ciclovia da cidade integrada a terminais de ônibus, trem e metrô será na zona leste e começará a ser construída no ano que vem. O prefeito José Serra apresentou ontem estudo que identificou seis áreas da cidade com potencial para construção imediata e a baixo custo das faixas. A zona leste teve duas áreas apontadas no mapeamento: Cidade Tiradentes e Guaianases e a região da USP Leste, em Ermelino Matarazzo.

A

TRÂNSITO CIVILIZADO Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e a Diageo Brasil assinam hoje parceria para a realização da campanha "Piloto da Vez", de prevenção de acidentes. "Piloto da Vez" é a pessoa escolhida para dirigir o carro na volta para casa, em dias de eventos sociais com os amigos. É aquele que não bebe para levar todos para casa em segurança. O modelo foi testado na Europa com resultados surpreendentemente positivos e se espalha pelos países do Leste do continente.

A

PACTO PELA AIDS diretor de Iniciativas Globais para o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), o brasileiro Luiz Loures (foto abaixo), alertou que o uso inadequado dos recursos disponíveis para o combate à doença pode colocar o mundo diante de uma nova crise relacionada à epidemia. No Rio para participar de evento que reúne 120 representantes de 14 países encarregados de traçar estratégias de redução do impacto da aids em nível global, Loures chamou a atenção para a urgência de um pacto entre a esfera governamental, sociedade civil e doadores. Tudo para melhorar a gestão dos programas, que devem receber este ano US$ 8 bilhões, e resolver situações como a fuga de recursos humanos dos países em desenvolvimento para as grandes potências.

O

credito

CLODOVIL: TUMOR lodovil Hernandez está com um tumor na próstata. A informação foi dada por ele ontem. O estilista e apresentador, que comandava até janeiro o programa "A Casa é Sua" na RedeTV, descobriu o tumor em exames de rotina e ainda não sabe se precisará se submeter a uma cirurgia. Hoje Clodovil estará no programa "Charme" de Adriane Galisteu, no SBT, para comentar esses e outros assuntos.

C

GIr Agendas da Associação e das distritais

Hoje

I Prêmio – O vice-presidente

da ACSP Roberto Mateus Ordine participa da premiação do Balanço Anual da Gazeta Mercantil, que reconhecerá as melhores empresas em 25 setores da economia. Às 20h, no Hotel Unique, avenida Brigadeiro Luiz Antonio, 4700.

Vigia confessa participação em chacina de família Preso era amigo de infância de um dos mortos e disse que contou com a ajuda de um primo de sua mulher e mais duas pessoas. As cinco vítimas da família Yonekura foram enterradas ontem.

Aproximadamente 60 pessoas foram à cerimônia budista realizada no enterro da família Yonekura

"Não acreditamos nisso. O que ele não contava é que uma vítima sobrevivesse", disse o delegado Luiz Fernando Lopes Teixeira, do DHPP. Os bandidos chegaram à casa às 18h de sábado e saíram ao amanhecer de domingo. "Demorou porque esperaram o Nilton chegar", disse o delegado. Isso só ocorreu à 1h de domingo. Apesar de cobrir o rosto com camiseta, Ricardo foi reconhecido por Tadashi. William ouviu o pai chamá-lo duas vezes pelo nome. Na primeira, para fazer xixi. Na outra, Tadashi perguntou: "Ricardo, por que você está fazendo isso com a gente?" Os ladrões levaram US$ 5 mil - o restante estava no banco. Celso ficou com os dólares e ia trocá-los para dividir o dinheiro com Ricardo. Enterro - Os quatro Yonekura foram enterrados ontem em São Paulo – Érica foi enterrada em Assis Chateaubriand, no interior do Paraná. Cerca de 60 pessoas foram à cerimônia budista. "A família está chocada", disse Tsuneto Sassaki, irmão de Futaba. (AE)

Cresce rejeição a armas

M

etade das pessoas que apoiava a venda de armas de fogo no País em fevereiro mudou de opinião, segundo pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem. Em fevereiro, 48% dos entrevistados se diziam favoráveis à proibição da venda de armas, cujo referendo acontece no dia 23 de outubro. No levantamento divulgado ontem, o número chegou a 72,7%, o que indica que 24,7% mudaram de opinião. Além disso, para 50,6% das pessoas ouvidas, a violência vai cair se o comércio for proibido. Os números são aproximados. "Essa pesquisa mostra que as pessoas estão tomando consciência de que arma não é defesa, é risco", afirmou o deputado Raul Jungmann (PPS - PE), secretário-geral da Frente Parlamentar por um

Brasil sem Armas. Segundo ele, o apoio ao sim (ao veto às armas) aumentou graças aos resultados do Estatuto e da Campanha do Desarmamento e ao debate provocado por eles na sociedade. De acordo com a Polícia Federal, até o dia 6 haviam sido entregues 406.169 armas. Jungmann destacou também a queda de 8,2% no número de mortes causados por armas de 2003 para 2004. "É um resultado muito positivo, mas não podemos nos acomodar. Tudo vai começar para valer a partir de 1º de outubro, quando começa a propaganda na TV", disse Denis Mizne, presidente do Instituto Sou da Paz, numa referência ao horário destinado nos meios de comunicação para as frentes a favor e contra a venda de armas. (AE)

Supermercados: batalha judicial à vista

Deputado quer prisão perpétua para crimes bárbaros

O

vigia Ricardo Francisco dos Santos, de 26 anos, confessou ontem ter participado da chacina da família Yonekura. Ele apontou Celso Alencar dos Santos, de 33, como seu cúmplice no crime e disse que outros dois homens os ajudaram. Eles seriam amigos de Celso, fugitivo da Penitenciária de Franco da Rocha, onde cumpria pena em regime semi-aberto depois de condenado por roubo, homicídio e porte ilegal de arma. Na casa de Ricardo, os investigadores do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apreenderam um quadro pintado por Futaba Yonekura, mulher do aposentado Tadashi e mãe de Nilton, Fátima e de William, que sobreviveu. William perdeu também a mulher no crime, Erica Miyamoto Yonekura, executada

com um tiro na cabeça. Bruno, o filho de 11 meses do casal, foi poupado pelos criminosos. Amigo – Ricardo era amigo de infância de Nilton e contou ter telefonado para Tadashi um dia antes do crime. Queria saber quando William, Fátima e Érica retornariam do Japão. Os três estavam lá havia seis anos - William e Fátima trabalhavam - e traziam US$ 30 mil. Em sua confissão, Ricardo diminuiu sua participação na chacina. Disse que comentou com Celso, primo de sua mulher, há dois meses, que seus pais eram vizinhos de japoneses cujos filhos estavam para voltar do Japão com dinheiro. Desde então, afirmou, era ameaçado por Celso, que o obrigou a levá-lo à casa dos Yonekura. Teria sido Celso o responsável pelos tiros e pela tortura. Ricardo só admitiu ter amarrado as vítimas.

Caso seja aprovado o fechamento do comércio aos domingos, grandes redes prometem recorrer Patrícia Cruz/Agência Luz

Clarice Chiquetto

S

e o Projeto de Lei nº 319/03, do deputado Vicente Cândido (PT), que defende o fechamento de grandes redes de lojas aos domingos e foi aprovado na Assembléia Legislativa em agosto, for sancionado pelo governador Geraldo Alckmin, vai gerar protestos e ações na Justiça não só de grandes empresários, mas também de dezenas de médios. Apesar de apoiado por mais de 600 pessoas na última segunda-feira durante audiência pública, o texto é visto como inconstitucional por Sussumu Honda, presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), que conta com 1050 associados, sendo apenas três grandes empreendimentos – Carrefour, Pão de Açúcar e Wall-Mart. "A discussão sobre o trabalho dominical é competência da esfera federal e já existe lei para isso; já a decisão sobre abrir ou não o comércio aos domingos deve ser de cada município. Ou seja, o estado não pode legislar sobre esse tema", afirma. Além de considerar o texto elaborado pelo deputado contrário à Constituição Federal, o presidente da Apas destaca que ele prejudica muito as mé-

Audiência pública realizada terça-feira para discutir o projeto

dias empresas que possuem mais de duas lojas – quantidade usada pelo deputado para definir "rede" – mas não chegam a atingir o faturamento de grandes empresas. Duas – "Temos casos na associação de empresários que possuem apenas duas lojas, mas ambas podem ser consideradas supermercados. Ao mesmo tempo, temos quase 150 associados que são empresários médios e possuem cerca de 15 ou 20 lojas espalhadas pelo estado", explica Honda. O presidente ressalta que dezenas de empresas médias conseguem fazer frente aos gigantes em sua região. "É injusto prejudicar esses empresários. No mundo todo o varejo sofre com as multinacionais, mas não podemos acabar com a livre iniciativa para ajudá-lo, isso é lobby político", opina.

Serra bane cavaletes das ruas

O

prefeito José Serra assinou ontem decreto que proíbe a colocação de cavaletes e anúncios imobiliários nas ruas da cidade. A medida foi tomada depois de reportagem feita pela Rádio Bandeirantes, que flagrou um agente de apoio da Prefeitura cobrando propina para não multar anúncios irregulares em uma rua do Jabaquara. Na avaliação do prefeito, os motivos principais para proibir os anúncios são dois: a poluição visual proporcionada pela grande quantidade de propaganda deixa a cidade feia e a fiscalização deste tipo de propaganda é considerada inviável. O subprefeito da Sé e secretário de Serviços, Andrea Matarazzo, chegou a confeccionar

um selo oficial para colar nos cavaletes e diferenciar os anúncios regulares dos falsos. A solução foi considerada insuficiente pelo prefeito, que acredita que as empresas poderiam tirar cópias coloridas e falsificar os selos oficiais. Os cavaletes são importante fonte de renda para as subprefeituras. Somente na subprefeitura da Sé, a autorização para a colocação de 2.660 cavaletes de publicidade rendeu aos cofres municipais R$ 755 mil no primeiro semestre. Mas o prefeito crê, segundo assessores, que a receita obtida com a publicidade não compensa a poluição visual e a dor de cabeça que novas denúncias de corrupção podem causar. (AE)

Ajuda – Honda defende que, em vez de prejudicar os grandes para tentar diminuir as diferenças de concorrência, o governo deveria ajudar os pequenos. O empresário, representante de um supermercado que possui duas lojas, afirma que uma forma de incentivar a competição é ajudar na capacitação dos menores. Cita como exemplo um projeto que coordena na Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e, fortalecido este ano, deve capacitar 20 mil empreendedores até o fim de 2005 – no ano passado, foram quatro mil empresários. Outro projeto citado por Honda é o de associações de compras coordenado pela Apas, que forma espécies de cooperativas e investe em grandes compras com o objetivo de baratear os preços para

os pequenos e micro empresários. "O governo precisa investir nisso, em capacitação e projetos que facilitem as compras. Nós fazemos isso há três anos, mas os pequenos precisam de ajuda do estado. Temos que investir neles para poder vê-los crescer", sentencia. Avanços – O presidente da Apas afirma que nos últimos dez anos as maiores redes não têm conseguido grandes avanços no Brasil; e, em contrapartida, os maiores crescimentos da última década foram de lojas de vizinhança. Honda cita como exemplo de sucesso de crescimento o Pão de Açúcar, originário de uma doceria, e o antigo supermercado Barateiro, fundado por feirantes. Veto – Com posição semelhante à da Apas, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) enviou ofício ao governador solicitando veto ao projeto. Alckmin tem menos de 15 dias para decidir . Marcel Solimeo, economista da ACSP, também defende o uso de medidas que capacitem o pequeno à concorrência em lugar daquelas que prejudicam os grandes. Facilidade de crédito barato, programas de treinamento e incentivos fiscais (como o Simples e o lucro presumido) estão entre as sugestões feitas pela ACSP.

O

deputado estadual José Caldini Crespo (PFL) defendeu ontem a prisão perpétua para crimes bárbaros como o que vitimou o garoto de 8 anos seqüestrado em Jundiaí e os cinco integrantes da família Yonekura, em São Paulo. Em artigo divulgado na internet, o deputado criticou o dispositivo da lei dos crimes hediondos que permite ao criminoso obter liberdade após cumprir dois terços da pena na prisão. Defendida como avanço, em termos punitivos, quando foi criada, em 1990, a lei, segundo o deputado, passa a ser branda quando aplicada a "facínoras" iguais aos que executaram o garoto de Jundiaí ou os dekasseguis. "Para dizer o mínimo, estes merecem, sim, passar encarcerados o restos de suas vidas, e não apenas o máximo de 30 anos previsto na legislação brasileira para o pior dos crimes." Para o deputado, que preside a Comissão de Finanças e Orçamento da Assembléia, "vivemos uma época sombria, onde a vida vale menos que uma moeda". Ele defendeu a reformulação na legislação aplicável aos crimes hediondos e no sistema de execução da pena. (AE)


DCARRO

SALÃO DE FRANKFURT

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A Nissan levou à Alemanha o seu concept Micra C+C, uma graça de conversível.

São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 2005 Divulgação

Lancia é uma das marcas esportivas da Fiat, na Itália. E o Ypsilon Sport é o concept, a maior atração no seu estande.

O SHOW VAI CONTINUAR Além de supermáquinas, um dos mais importantes salões do mundo apresenta modelos mais convencionais que podem ou não chegar ao nosso mercado. O Salão de Frankfurt estará aberto ao público de 17 a 25 próximos.

N

em só de belas "machinas", como Ferrari e Lamborghini, vive Frankfurt com o seu salão. Há muita atração interessante para ser vista, de marcas não vendidas, ou mesmo conhecidas aqui. Os concepts são sucesso garantido. No estande da Lancia, que faz parte do grupo Fiat, além dos modelos normais, deverá chamar a atenção do público o Ypsilon Sport. Conhecida pelo apelo esportivo de seus carros, a Lancia apresentou seu conceito com carroceria em fibra de carbono e alumínio, além do sistema de tração integral. Para movê-lo, apenas uma opção de motor: 1.9 litro turbodiesel Multijet, com 150 cavalos de potência. A Nissan, do mesmo Grupo da Renault, apresentará alguns automóveis não vendidos no Brasil, como o curioso concept Micra C+C, desenvolvido na Europa. Entre os conversíveis, algumas marcas se destacam como a Audi, com o A4 da espécie. A capota automática pode ser operada até com velocidade de 30 km/h. No estande da Mercedes, o novo Classe S, fazendo seu avant-première. Ele substitui a geração de 1998. O novo modelo chega com muito requinte,

conforto e novo desenho. Além disso, chega maior que seu antecessor, nas duas versões. Com isso, os ocupantes ganharam mais espaço no interior e no porta-malas, que aumentou de 500 para 560 litros. E, como todos os modelos da marca alemã, itens tecnológicos não faltam neste novo Classe S, como as funções do rádio, TV, sistema de áudio, telefone e navegação que podem ser acionadas por botões convencionais ou por teclas no volante. Sua suspensão pode ser ajustada em movimento, e o câmbio automático, de 7 marchas, conta com alavanca na direção. O novo carro nas páginas 6 e 7. Entre os lançamentos de Frankfurt, alguns deverão chegar ao Brasil em breve, como o novo Subaru Forester, o New Beetle 2006, o A4 Cabriolet, o novo Mercedes-Benz Classe S, o Audi Q7 e o novo Honda Civic. Motor flex - A sueca Saab também mostra novos produtos. A família 9-5, composta pelo sedã e por um SportCombi com novo desenho. Outro destaque da marca em seu estande será o avant-première de sua motorização flexível, com o apoio da GM Brasil. É que a Saab é uma das marcas do grupo americano. A República Checa está representada pela Skoda, quase desconhecida aqui, pertencente à Volkswagen AG. Entre as novidades, o novo Octavia RS, agora mais esportivo, com design mais agressivo e cores mais vivas. A Suzuki, que deixou o Brasil, aposta na recuperação do mercado mundial com o Grand Vitara, que será a grande atração do fabricante oriental em Frankfurt. MotorCar

Hoje, exposto em Frankfurt. Amanhã, o Audi A4 conversível chega ao mercado brasileiro. O mesmo não não se pode falar sobre o Hyundai Getz e o Ssangyong que, ao lado de outros modelos lá expostos, dificilmente chegarão até nós.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

16 -.CIDADES & ENTIDADES

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

16 de outubro: Cidade terá dia frio e com chuviscos dia de adiantar A os relógios Tempo começa a melhorar amanhã, mas uma nova frente fria chega na sexta-feira. No sul o frio é intenso. Glaico Covre/Diario Catarinense/AE

Horário de verão vai vigorar por 125 dias em todos os estados das regiões sul, sudeste e centro-oeste e só termina em 19 de fevereiro do ano que vem horário de verão deste ano começará à zero hora do dia 16 de outubro, quando os relógios deverão ser adiantados em uma hora. O anúncio foi feito ontem pelo ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau. O novo horário vai vigorar por 125 dias em todos os estados das regiões sul, sudeste e centro-oeste e vai até zero hora do dia 19 de fevereiro de 2006. Com a medida, o País deixará de consumir a mais 2.340 megawatts de energia no horário de pico, entre as 19h e 22h. Neste período há um consumo maior de energia, quando a maioria da pessoas voltam do trabalho para casa e ligam aparelhos de ar condicionado, c h u v e i ro e t e l e v i s ã o , p o r exemplo. A quantidade de energia economizada é suficiente para abastecer, no horário de pico, as cidades de Brasília, Vitória e Porto Alegre. Ri sc os – Com a medida, o governo procura eliminar riscos de apagões e aumentar a confiabilidade da operação do sistema de abastecimento de eletricidade nos meses mais quentes do ano, quando é verificado um aumento no gasto. O ministro ressaltou que a adoção do horário de verão evita ainda o aumento da produção de energia térmica, produzida por usinas que utilizam gás e diesel, com custo muito superior à energia hidrelétrica. Segundo Rondeau, com a diminuição da necessidade de geração de energia tér-

mica, a previsão é de que haverá economia de R$ 32,4 milhões. "É uma redução que resulta em economia para a sociedade, pois dispensa aumento de tarifas", diz nota distribuída pelo ministério. Redução – A mudança de horário permitirá uma redução entre 4% e 5% do consumo de energia, já que a iluminação pública é acionada uma hora e meia mais tarde que o normal, aproveitando a luz do sol, mais prolongada nesse período. "A adoção do horário de verão se baseia no maior aproveitamento da iluminação solar, pois implica redução do período noturno, em que se concentra o excesso de consumo da energia residencial, industrial, comercial e de iluminação pública", ressaltou o ministério. Nas regiões centro-oeste e sudeste haverá uma redução de 1.800 MW no horário de pico, ou 4,6% da demanda de energia nessas áreas. Essa quantidade é correspondente à soma da demanda de Belo Horizonte e Florianópolis. No sul, a redução será de 540 MW, ou 5% do total da demanda da região, o que corresponde a 80% do consumo de Porto Alegre no horário de ponta. Esta é a 31ª vez que o horário de verão vigora no País. A primeira edição foi em 1931, e desde 1985 é adotado anualmente. A mudança de horário ocorrerá um fim de semana antes do referendo popular que decidirá se o comércio de armas deve ou não ser proibido. (AE)

frente fria que avança pelo Brasil ainda mantém instável o leste paulista, com redução da umidade. O sol aparece entre muitas nuvens na capital e no litoral. Ainda faz frio e pode chuviscar hoje, segundo o meteorologista da Climatempo Alexandre Nascimento. As temperaturas oscilam entre 11 e 20 graus na Grande São Paulo, 14 e 21 na costa e 8 e 15 em Campos do Jordão. No interior do Estado, o dia amanhece com sol e tem pancadas rápidas de chuva. Amanhã, o sol predomina entre nuvens no Estado, com possibilidade de chuvas rápidas e isoladas ao entardecer. A máxima pode chegar a 25 graus na capital, mas uma nova frente fria se aproxima do estado na sexta-feira, deixando o dia chuvoso desde cedo no litoral sul e na Baixada Santista. O sábado fica encoberto no leste, com temperaturas entre 13 e 22 graus na cidade. Ontem, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), registrou mínima de 11,8 graus e máxima de 16,1 graus em Santana, zona norte. O acumulado de chuva neste mês estava em 81,3 milímetros até 9h. No sul – O estado de Santa Catarina espera a primavera, que começa dia 22, com frio abaixo de zero. Ontem, foram registrados, extra-oficialmente, 4 graus negativos no Morro da Igreja, em Urubici. Nesta cidade e na vizinha São Joaquim, a chuva voltou a congelar sob 1 grau negativo. De acordo com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina (Epagri), a ocorrência de chuva congelante é mais comum do que a neve na região.

Vegetação amanhece coberta de gelo no Morro da Igreja, na cidade de Urubici, região da Serra Catarinense. Temperatura de 1 grau congelou a chuva antes que chegasse ao solo.

Quando a temperatura está muito baixa e chove, a água congela logo que toca no solo ou em alguma outra superfície. Assim é que se forma, por exemplo, gelo sobre as estradas, o que também ocorre com geadas. As temperaturas devem continuar baixas hoje em Santa Catarina, começando a subir na sexta. O mar segue agitado, com ondas entre 2,5 e 3 metros e picos de 4 em alto mar, tornando perigosa a navegação para pequenas e médias embarcações. O frio vai continuar intenso hoje também no Rio Grande do Sul, com mínima de zero grau na região da serra. Não há previsão de ocorrência de neve. Na

madrugada de ontem, nevou em Bom Jesus e a temperatura ficou em 1,6 grau. As mínimas foram 0,3 grau negativo em Cambará

do Sul e 0,9 negativo em São José dos Ausentes. Em Porto Alegre, a mínima foi de nove graus. O frio vai continuar intenso, segundo a Rede de Climatologia Urbana de São Leopoldo. Hoje deve chover na maioria das cidades gaúchas, inclusive em Porto Alegre. As áreas de instabilidade se estenderão até amanhã. Um novo ciclone extratropical se forma no oceano entre o litoral gaúcho e o Uruguai. Segundo a Central de RBS de Meteorologia, o sistema não atingirá o Rio Grande do Sul, passando apenas próximo ao continente. (AE)

Bush se diz responsável por erros com o Katrina

O

presidente dos EUA, George W. Bush, assumiu ontem "total responsabilidade" pelas falhas na resposta ao desastre causado pelo furacão Katrina no Golfo do México. Ele disse ainda que a catástrofe levanta amplas questões sobre a capacidade do governo para reagir a catástrofes naturais ou ataques terroristas. "O Katrina expôs problemas graves em nossa capacidade de reação, em todos os níveis do governo", disse Bush numa entrevista na Casa Branca. "Na medida em que o governo federal não cumpriu seu dever de forma totalmente correta, assumo a responsabilidade." Vidas – "Somos capazes de lidar com um ataque grave? Essa é uma questão importante e é do interesse nacional sabermos o que aconteceu, para que possamos reagir melhor", disse o presidente. Sobre os erros no resgate, disse: "Não defenderei o processo em andamento, defenderei as pessoas que estão salvando vidas." Em baixa nas pesquisas de popularidade, Bush planeja fazer um pronunciamento à nação amanhã. A atuação da administração federal recebeu

ontem também duras críticas da governadora da Lousiana, Kathleen Blanco. "Ninguém, nem mesmo nos mais altos níveis, parece ter sido capaz de escapar da burocracia", disse ela. "Estou escandalizada." A governadora contratou uma empresa privada especializada em manejo de catástrofes para a tarefa de resgate de cadáveres. "Vivos ou mortos, nossos cidadãos merecem mais do que têm recebido", disse a governadora. Ajuda – A Agência Federal de Administração de Emergências (Fema) informou que a prioridade é ajudar os desabrigados a reconstruírem suas casas. O número de mortes confirmadas aumentou ontem para 648, incluindo a Louisiana e o Mississippi. Perto de 160 mil casas foram danificadas em Nova Orleans. O aeroporto da cidade recebeu ontem os primeiros vôos comerciais desde o furacão. Algumas lojas que escaparam dos saques também reabriram. Uma farmácia pôs ao lado dos cartazes com ofertas uma placa: "mantenham viva a esperança". (AE) Na pág. ao lado, o Ophelia

Carlos Barria/Reuters

Desolado, morador de Nova Orleans observa os estragos na cidade


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

CIDADES & ENTIDADES - 17

Ho/Noaa/Getty Out /AFP

Ofélia vira furacão e ameaça a Costa Leste Ao passar de tempestade tropical para furacão de categoria um, o Ofélia obrigou as autoridades a iniciarem a retirada de habitantes de áreas costeiras e ilhas na Carolina do Sul, do Norte e da Virgínia.

O

Ofélia se transformou novamente em furacão, muito próximo dos estados da Carolina do Sul e do Norte, nos Estados Unidos. Seu fortalecimento obrigou as autoridades a iniciar a retirada das áreas costeiras, enquanto

em Virgínia foi declarado estado de emergência. Os ventos máximos sustentáveis são de 120 quilômetros por hora, com rajadas mais fortes. Os com força de tormenta tropical se estendem a 257 quilômetros desde seu centro. O Centro Nacional de Fura-

cões dos Estados Unidos, com sede em Miami, informou que às 18h (horário de Brasília) de ontem foram registradas rajadas de 104 quilômetros por hora ao leste-sudeste de Charleston, na Carolina do Sul, e de 93 quilômetros por hora no sulleste de Cabo Fear, na Carolina do Norte. Categoria – Ofélia é um ciclone de categoria um, a mínima na escala de intensidade Saffir-Simpson, que vai até cinco. Ofélia permaneceu na Carolina do Norte e do Sul por quatro dias, alternando-se em furacão e tempestade tropical. Às 8h (hora local, 9h hora de Brasília), o Ofélia era uma tempestade tropical com ventos de 112 quilômetros por hora, mas que atingia ventos de 119 quilômetros, voltando a ser um furacão novamente, ontem, informaram especialistas do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos. Retirada – Ao longo dos 160 quilômetros da cadeia de ilhas barreiras conhecidas como os "Bancos Externos", foi lançada uma ordem de retirada para as 20 mil pessoas das Ilhas Hatteras, um local popular de turismo que inclui o Farol Cabo Hatteras e o Litoral Nacional do Cabo Hatteras. "Hoje é a nossa janela de oportunidade e estamos pe-

Imagem do Ofélia (esquerda) captada por satélite. Abaixo, ventos fortes provocados pela proximidade do furação em praia da Carolina do Norte.

e Logan Mock-Bunting/Getty Images/AFP

dindo a todo mundo para sair", disse Sandy Sanderson, coordenadora de emergências para o Condado de Dare, que inclui as Ilhas Hatteras. Autoridades da Carolina do Norte também ordenaram a retirada de todos da pequena Okracoke, só acessível por barco ou avião, onde ficam os fuzileiros navais de Camp Lejeune. As autoridades pediram às pessoas que deixem as ilhas de maneira voluntária, além das cidades da Costa da Carolina do Sul e do Norte. O Ofélia seria o primeiro furacão a ameaçar os EUA desde que o Katrina . (Reuters)

ATAS

CONVOCAÇÕES FORD MOTOR COMPANY BRASIL LTDA.

CNPJ/MF Nº 03.470.727/0001-20 - NIRE 35.215.993.046 Ata de Reunião das Sócias realizada em 01 de outubro de 2004. A Reunião das Sócias da FORD MOTOR COMPANY BRASIL LTDA., instalada com a presença de sócias representando a totalidade do capital social, independentemente de convocação, presidida pela Sra. Ana Paula Camano Mesquita Barros e secretariada pela Sra. Márcia Makishi, realizou-se às 22:00 horas do dia 01/10/2004, na sede social, na Av. do Taboão, 899, Rudge Ramos, em São Bernardo do Campo/SP. Na conformidade da Ordem do Dia e estando presentes à Reunião os representantes da empresa avaliadora abaixo mencionada, as seguintes deliberações foram tomadas, por unanimidade de votos: (a) aprovar, em todos os seus termos e condições, inclusive a justificação, o “PROTOCOLO E JUSTIFICAÇÃO DE INCORPORAÇÃO DAS SOCIEDADES DDOC LTDA., E BODY SYSTEMS DO BRASIL LTDA., PELA FORD MOTOR COMPANY BRASIL LTDA.”, datado de 01/10/2004, que é o Documento I da presente ata, autenticado pela Mesa e que será arquivado na sede da sociedade; (b) ratificar a contratação, anteriormente feita pelos administradores da sociedade, da empresa PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes, com sede em São Paulo/SP, na Av. Francisco Matarazzo, 1400, Centro Empresarial Água Branca, Torre Torino, Água Branca, CEP 05001-903, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 61.562.112/0001-20 e no CRC/SP sob o nº 25P000160/0-5, para avaliar os acervos líquidos das sociedades DDOC LTDA. e BODY SYSTEMS DO BRASIL LTDA.; (c) aprovar os Laudos Periciais de Avaliação dos Acervos Líquidos das sociedades DDOC LTDA. e BODY SYSTEMS DO BRASIL LTDA., preparados pela empresa avaliadora acima mencionada, Laudos esses que são os Documentos II e III da presente ata, autenticados pela Mesa e que serão arquivados na sede da sociedade, os quais indicam ser os valores dos acervos líquidos da DDOC LTDA. e de BODY SYSTEMS DO BRASIL LTDA., em 30/09/2004, de R$ 48.010.342,57 (quarenta e oito milhões, dez mil, trezentos e quarenta e dois reais e cinqüenta e sete centavos), e R$ 58.216.563,95 (cinqüenta e oito milhões, duzentos e dezesseis mil, quinhentos e sessenta e três reais e noventa e cinco centavos), respectivamente; (d) consignar que os acervos das sociedades incorporadas são recebidos por esta sociedade pelos citados valores, que foram aceitos pelos representantes legais da DDOC LTDA. e da BODY SYSTEMS DO BRASIL LTDA., Srs. Eduardo Antonio Pagel e Wang Chen Yu, que apuseram suas assinaturas em aprovação aos referidos Laudos; (e) concretizar, dessa forma, a incorporação da DDOC LTDA. e da BODY SYSTEMS DO BRASIL LTDA., pela FORD MOTOR COMPANY BRASIL LTDA., segundo os termos e condições previstos no Protocolo acima aprovado; (f) consignar que a incorporação se efetiva sem aumento do capital desta sociedade, tendo em vista que esta sociedade é detentora da totalidade das quotas do capital social da DDOC LTDA. e da BODY SYSTEMS DO BRASIL LTDA.; (g) consignar que o estabelecimentosede da DDOC LTDA., localizado no Prédio DDOC, CEP 42810-000, e o estabelecimento-sede da BODY SYSTEMS DO BRASIL LTDA., localizado no Prédio BSB-CPI 4300, CEP 42810-900, ambos em Camaçari/BA, na Av. Henry Ford, 2000, Bairro Copec (Complexo Petroquímico de Camaçari), serão extintos; e (h) autorizar os administradores e/ou procuradores da sociedade a procederem a todos os atos complementares à incorporação, inclusive os registros, arquivamentos e averbações necessários à completa regularização da operação. Os termos desta ata foram aprovados pelas sócias presentes, que a subscrevem. São Bernardo do Campo, 01/10/2004. Ana Paula Camano Mesquita Barros, Presidente da Mesa; Marcia Makishi, Secretária da Mesa. (a.a) p.p./ FORD GLOBAL TECHNOLOGIES LLC, Ana Paula Camano Mesquita Barros, Marcia Makishi. p.p./ 3000 SCHAFER ROAD COMPANY, Ana Paula Camano Mesquita Barros, Marcia Makishi. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Jucesp. Certifico o registro sob nº 459.996/04-6 em 09/11/04. Pedro Ivo Biancardi Barboza - Secretário Geral.

RETIFICAÇÃO

EMPRESA PAULISTA DE PLANEJAMENTO METROPOLITANO - EMPLASA RETIFICAÇÃO

Encontra-se aberto o Pregão 001/05 para contratação de empresa/ seguradora para prestação de serviços médico-hospitalares e cirúrgicos, aos beneficiários da Emplasa. A sessão do pregão será no dia 28/09/05, às 09h00, na Rua Boa Vista, nº 170, no Auditório do 15º andar do Bloco 3. Obtenção do edital: www.emplasa.sp.gov.br ou no 2º and. do end. citado. Informações: 3293.5340/5381. SECRETARIA DE ESTADO DE ECONOMIA E PLANEJAMENTO

COMUNICADOS

GOVERNO DO ESTADO DE

SÃO PAULO RESPEITO POR VOCÊ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA:

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA:

TOMADA DE PREÇOS

TOMADA DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Reforma de Prédio Escolar: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2066/05/02 - EE Pe. Anchieta – Rua Visconde de Abaeté, 154 - Brás - São Paulo / SP - 210 - R$ 67.832,00 – R$ 6.783,00 – 10:30 – 03/10/2005. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 15/09/2005, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 30/09/2005, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Miguel Moubadda Haddad Diretor Executivo

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de ambientes complementares e reforma de prédio escolar: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – ÁREA - CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2322/05/02 - EE Prof. Celestino Bourroul – Av. Inconfidência Mineira, s/nº - Vila Rica - Santo André / SP - 90 - 61,25 - R$ 18.795,00 – R$ 1.879,00 – 09:30 – 03/10/2005. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 15/09/2005, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 30/09/2005, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Miguel Moubadda Haddad Diretor Executivo

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

W.H.B. DO BRASIL LTDA torna público que requereu da CETESB – OSASCO, a Licença Prévia e a Licença de Instalação para: indústria gráfica. Sita à Av. Ceci, 238 – Centro Empresarial Tamboré - Bairro: Alphaville - Município: Barueri – SP.

FDE AVISA: TOMADA DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de ambientes complementares em prédios escolares: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO 05/2191/05/02 - EE Jardim Itaquá – Rua dos Motoristas, 274 - Jardim Itaquá - Itaquaquecetuba/SP - EE Prof. Waldomiro Guimarães - Rua Dom Henrique, s/nº - Vila João Ramalho – Santo André/SP PRAZO – CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 90 - R$ 22.256,00 – R$ 2.225,00 – 14:00 – 03/10/2005. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 15/09/2005, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 30/09/2005, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Miguel Moubadda Haddad Diretor Executivo

COMUNICADO “Comunicamos o extravio de talões de Notas Fiscais de nº 4.301 até 4.851 em nome de Denelli Promoções e Eventos Ltda.” 14, 15, 16/09/2005

FALÊNCIAS & CONCORDATAS Conforme informação da Diretoria Técnica de Distribuição Civel do Tribunal de Justiça. Informamos que na data de 13 de setembro de 2005, não houve pedido de falência.


São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 2005

DCARRO

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TUNING André Penner

oferecido pelo Centro de Pilotagem Roberto Manzini. Enquanto as equipes trabalhavam no carro, a única preocupação do ganhador e de sua namorada, Thaís, era a de ficar os treze dias sem o carro. Resultado - Enquanto eram feitas as fotos do veículo já pronto, Anselmo admitia que ainda não havia visto o carro à luz do dia. "Durante a cerimônia de entrega havia muita luz e flashes dos fotógrafos. Agora, observando com calma é que dá para perceber como ficou bonito. Ele vai muito além do que sonhei", explica o proprietário que de tanta falta que sentiu do carro, chegou a ter pesadelos, em que o carro tinha virado cinza após um incêndio. O Passat utilizado no projeto, apesar de ser um belo carro, possuía uma aparência muito séria e agressiva com a utilização do insul-film escuro demais. Após o término do trabalho, a caranga de Anselmo Chirico ficou muito mais jovem, sem exageros e, com certeza, muito mais potente. Vale citar novamente, que toda a personalização foi feita de forma que a máquina esteja de acordo com a legislação brasileira e teve ainda uma valorização que ultrapassa três vezes sua estimativa de preço anterior. Isso é que é um trabalho "irado" e de responsabilidade!

Ao final dos treze dias, toda pintura foi modificada. Um som de "arrepiar" instalado e o carro ganhou adesivos, iluminação, acessórios internos, novas rodas e pneus, e modificações na motorização.

O proprietário do carro que "pulou" de R$ 30 mil para R$ 100 mil


DIÁRIO DO COMÉRCIO

18 -.TERCEIRO SETOR

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

DISTRITAL DA ACSP LIDERA MOVIMENTO QUE REÚNE A SOCIEDADE PARA DEFINIR UM PLANO DE AÇÃO 17/03/2005-Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

Degrau mobiliza a Penha para garantir futuro a jovens Empreendedor social em ação

A Distrital Penha vai mobilizar todas as forças vivas do bairro para a aplicação do plano de ação do Movimento Degrau Marco Antônio Jorge

Fotos: Divulgação

O Movimento Degrau ocorre "na" Associação Comercial de São Paulo. Ele não é "da" Associação Rogério Amato projetos para beneficiar a população da cidade. Entusiasmo – Dentro deste espírito de colaboração, Rogério Amato enfatizou a importância da união de forças. "Estou muito otimista. Na capital, a prefeitura agora está ao nosso lado e com a sociedade civil. Todos estão colaborando: a Secretaria de Ação Social do Estado e o secretário Natalino na prefeitura. Temos uma excelente base: os superintendentes das Distritais e a metodologia do Aprimorar. Tudo para fazer com que milhares de adolescentes se iniciem no mundo do trabalho." Amato prossegue dizendo que "o movimento ocorre 'na'

Associação Comercial. Ele não é 'da' Associação. O movimento não tem dono. Tudo isso está acontecendo porque temos iniciativas como do superintendente da Distrital Penha, o Marco Antônio Jorge, que possibilitou que a comunidade fizesse o diagnóstico das suas necessidades e apontasse a solução". Ferramenta – Para analisar a realidade do bairro, o Degrau contou com uma ferramenta nova, a metodologia Aprimorar, desenvolvida pela Oficina de Idéias a pedido do Unicef. Essa metodologia envolve os participantes numa dinâmica que, a partir do levantamento tanto dos principais desafios quanto dos recursos existentes, tem como escopo a elaboração de um plano de ação. No fundo, trata-se de fazer a comunidade tomar consciência de seu potencial de ação e encontrar mecanismos de potencializá-lo. Uma equipe especializada analisa os levantamentos e num segundo momento auxilia os participantes na construção do plano de ação, o mais simples possível, o mais viável, servindo-se dos recursos efetivamente disponíveis no bairro tanto pela sociedade civil quanto pelo aporte do poder público. Para a consecução desse objetivo foi fundamental a liderança da Distrital Penha da Associação Comercial, como agente que detectou e aproximou as lideranças para o trabalho compartilhado. Aos poucos, sempre contando com o apoio das Distritais da ACSP, o Movimento Degrau pretende atingir todos os bairros para a melhoria das condições de vida dos adolescentes e jovens das capital. Domingos Zamagna

D

urante a reunião do Movimento Degrau com os representantes de diversas entidades que atuam na sociedade civil realizada no último final de semana, o superintendente da Distrital Penha da ACSP - Associação Comercial de São Paulo, Marco Antônio Jorge, ressaltou a importância da iniciativa. Ele enfatizou que o apoio das Distritais das ACSP será muito importante no fortalecimento da iniciativa de inclusão de adolescentes no mercado de trabalho. Toda a metodologia adotada terá a função de estimular estas ações e também a de atrair novos parceiros para o movimento. (DZ) Diário do Comércio – O que o senhor achou do encontro do Degrau na Penha? Foi um encontro maravilhoso do qual fizeram parte pessoas das mais variadas atividades e que, somando suas experiências e testemunhos, puderam compartilhar idéias e projetos voltados para as crianças, adolescentes e jovens do bairro da Penha. DC – Qual foi a sua impressão sobre a metodologia aplicada no encontro? Realmente a metodologia

Aprimorar se mostrou bastante eficaz. Nem sempre encontramos metodologias adequadas para a nossa realidade. O Aprimorar, em dois dias de trabalho, soube tirar de cada participante uma contribuição muito válida para a análise da nossa realidade. DC – O que os integrantes da Distrital Penha pensam fazer de agora em diante? A nossa primeira meta é a elaboração de planos de ação, e ele está quase pronto. A Distrital Penha vai mobilizar todas as forças vivas da Penha para a aplicação do plano. Esperamos contar com a boa vontade de todos, inclusive da subprefeitura, porque a causa é muito boa. A Distrital vai insistir também com os empresários para que, além de empreendedores econômicos, sejam cada vez mais empreendedores sociais, criando postos de trabalho para os

adolescentes e jovens e sendo promotores de educação e apoio às famílias. DC – Na sua opinião, por que esse trabalho não começou mais cedo? O Degrau tem tido um bom desempenho no interior do estado. Ele nasceu na capital, mas começou a vingar mesmo no interior. Na capital ele encontrou dificuldades de implementação sobretudo por causa da administração municipal anterior, que criou toda sorte de obstáculos, a começar pela negação de registros às entidades certificadoras de trabalho profissional no CMDCA, como exige a lei. A nova administração não tem criado entraves. Mas o Movimento não é do poder público. É dos empreendedores paulistas e das entidades filantrópicas, uma parceria da Facesp com a ACSP e a Rebraf (Rede Brasileira de Entidades Assistenciais Filantrópicas).

Marcelo Cabral/Arquivo PanAmericano

I

maginemos as lideranças de cada bairro da cidade de São Paulo reunindo-se para somar as forças das organizações que representam e colocá-las a serviço da população! É o que o Movimento Degrau começou a realizar na nossa capital desde o fim do mês de agosto. No último fim de semana do mês passado, reuniram-se na sede da Fundação de Rotarianos da Penha quase cem pessoas representando a ACSP Associação Comercial de São Paulo (Distrital Penha), Rebraf -Rede Brasileira de Entidades Assistenciais Filantrópicas, Fundação Rotarianos de São Paulo, secretarias municipais, Associação Cristã de Moços, Lojas Maçônicas, Lions da Penha, Associação Viva a Penha, Fórum da Criança e do Adolescente, Clube Esportivo Penha, Movimento Cultural Penha, Conseg, e representantes das igrejas, CMDCA, Conselho Tutelar, Conselho de Direito, Procuradoria Geral da Justiça do Estado de São Paulo, Tribunal de Justiça, Justiça da Infância e Juventude, Justiça do Trabalho, Vara da Infância e Juventude da Penha e Delegacia Regional do Trabalho, Polícia Militar, escolas, empresários, Associações, ONGs etc. Na abertura dos trabalhos compareceram o vice-prefeito Gilberto Kassab, o subprefeito da Penha, José Araújo Costa, o presidente da Rebraf e coordenador geral do Degrau, Rogério Amato, e o superintendente da ACSP-Distrital Penha, Marco Antônio Jorge. Todos enfatizaram que começava ali uma nova sistemática de trabalho para os bairros da cidade. Ninguém queria competir, mas partilhar conhecimentos e

NOVOS LEITORES – Além de inaugurar uma biblioteca, Heliópolis iniciou a oficina de mediação de leitura, realizada pelos moradores que lêem para as crianças da favela para disseminar o hábito da leitura. O arquiteto Ruy Ohtake, Débora Moregola, gerente do PanAmericano, que custeou o projeto, o senador Eduardo Suplicy, o deputado federal José Eduardo Cardozo e a ex-jogadora de vôlei Ana Moser estavam na inauguração.

Importadas

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DC

Cerca de cem pessoas, representando todos os segmentos da comunidade da Penha, participaram das reuniões

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

DCARR São Paulo, 14 de setembro de 2005

Nº 88

Em apenas 13 dias este Passat/99, alemão, valorizou mais de 200%. Conheça este "milagre" do tuning, nas páginas 3, 4 e 5. Divulgação/MBB

AS ARMAS DA ESTRELA PARA 2006 Páginas 6 e 7


Evaristo Sa/AFP Photo

Xadrez de Severino e Buani, por um cheque

Adriano Machado/Folha Imagem

XEQUES MATE Roberto Stuckert Filho/Ag. O Globo

O rei do baixo clero Severino Cavalcanti ficará sem saída hoje se aparecer o cheque do mensalinho, que o empresário Sebastião Buani diz ter pago para manter a concessão de seu restaurante no Congresso. Mas se o cheque-prova não for apresentado, a Polícia Federal é que dará o xeque-mate em Buani, que sumiu na tarde de ontem e aumentou o suspense dos últimos lances da partida de xadrez jogada no Planalto. A oposição jogou: o PSDB, PDT, PV, PPS e PFL pediram a abertura de processo de cassação contra Severino ao Conselho de Ética (à dir., o movimento dos peões). A dama se mexerá pela última vez hoje: o deputado Roberto Jefferson guardou surpresas para o final de sua ópera-bufa, em cartaz há quatro meses, e deverá se "tornar cantor", se cassado. "Vou falar beeeem do presidente Lula e desse núcleo duro dele", ironizou, todo sorrisos. Págs 3, 4, 5 e 8 Roberto Stuckert Filho/Ag. O Globo

Ano 81 - Nº 21.962

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

São Paulo, quarta-feira 14 de setembro de 2005

R$ 0,60

Se Buani (dir.) mostrar o cheque dado a Severino, xeque-mate.

Edição concluída às 23h55

Lula: reprovação recorde Lula tem a pior avaliação de seu governo desde a posse: agora, 39,4% dos brasileiros o desaprovam. Página 3

Juro pode cair. Não faltam motivos

Divulgação

Economistas listam fatores que justificam redução da Selic. Pág. 11 HOJE Nublado com chuva Máxima 20º C. Mínima 11º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 24º C. Mínima 12º C.

As Mercedes ano 2006

Nova denúncia contra o PT

Genoino diz que não sabia de nada

Página 3

Página 4


2

DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 2005

Índice TUNING págs. 3, 4 e 5 Anselmo Chirico ganha a promoção "Sonhando Auto" e tem seu Passat totalmente tunado.

CAPA págs. 6 e 7 A Mercedes-Benz apresenta sua linha 2006, com destaque para o cupê CSL 500.

MERCADO págs. 8 e 9 O preço dos carros novos sobe, na média, 0,79% em agosto. No ano, a alta é de 7,79%.

TECNOLOGIA pág. 10 A Pirelli desenvolve sistema X-pressure, que mostra se os pneus estão com baixa pressão.

JEEP pág. 11 O motor HEMI é a principal novidade da nova Grand Cherokee 5.7.

FRANKFURT pág. 12 Veja as novidades do tradicional salão europeu que se estende até o dia 25.

Agenda 17 de Setembro A Della Via Racing Wheels, maior revendedora Pirelli da América Latina, inaugura a sua terceira lojaconceito, a partir das 10h na Rua Brigadeiro Gavião Peixoto, 354, no Alto da Lapa, em São Paulo. A nova unidade, com mais de 2.000 m², conta com atendimento personalizado, oferecendo conforto e segurança durante a espera pelo serviço.

3 a 5 de Outubro “50 Anos da Indústria Automobilística no Brasil” é o tema do Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva (Simea), organizado pela AEA em parceria com a Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo, no Centro de Desenvolvimento de Profissionais da Educação, Via Anchieta, km 21.

Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor chicolelis 3244-3184 chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues 3244-3689 alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br Diagramação Hedilberto Monserrat Jr. 3244-3281

Gerentes: Publicidade Solange Ramon 3244-3344 sramon@acsp.com.br Produto Arthur Gebara Jr. 3244-3122 agebara@acsp.com.br Rua Boa Vista, 51 Impressão S/A O Estado de S. Paulo

OESP Área Comercial Celso Nascimento 3856-2454/9168-8258 www.dcomercio.com.br/dcarro

Má educação, ignorância, grosseria, malandragem... ia desses, andando pelas ruas do bairro, assistimos a uma cena vergonhosa. Do alto do seu "sportutility" do ano, todo cheio de acessórios, o motorista mal esperou - buzinando frenéticamente - que a mãe, empurrando um carrinho, atravessasse a rua pela faixa de segurança. Na ânsia de demonstrar sua grosseria, má educação, e falta de civilidade, o motorista avançou com seu carro, passando furiosamente sobre uma poça com lama, jogando-a sobre o carrinho do bebê. Com certeza nem viu o seu feito corajoso, heróico. Ele deve fazer parte do grupo que pouco se importa com o que acontece aos demais, ainda que seja ele o responsável. A cena nos faz refletir sobre o que enfrentamos todos os dias nas ruas e avenidas desta cidade: uma parte da população de motoristas totalmente despreparada para conviver com seres humanos entre as guias que demarcam as nossas vias. Percebe-se que há os ignorantes, analfabetos - talvez herança de seus pais, como muitos que assumem isto por aí - os mal educados - voltam aqui os pais, que não lhes deram em quantidade suficiente - e os que, até hoje, em que pesem todos os fatores

D

contra, ainda pensam que o brasileiro quer tirar vantagem de tudo e, daí, saia da frente deles, como o exemplo citado. Conversando com motoristas de táxi conscientes - é claro que entre eles se encaixam aqueles citados no nosso título, como há em qualquer outra categoria profissional - ouve-se que, muitos dos problemas do trânsito desta cidade estão diretamente ligados a essas categorias de motoristas, que só pensam neles, que não se mexem para fazer uma gentileza, que vão entrar numa rua à direita, mas permanecem na esquerda até poucos metros antes e manobram sem respeitar os que ali dividem o espaço sobre o esburacado asfalto desta cidade. Assim, ao invés de promover esta bobagem de curso de primeiros socorros - coisa que poderá causar danos à saúde alheia - nossas autoridades deveriam pensar em "tolerância zero" para os mal educados, grosseiros, egoístas e outros "artistas" que povoam o caótico trânsito de Sampa e outras metrópoles desta terra descoberta por Cabral (que, claro, não tem culpa nenhuma disso). chicolelis


São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 2005

DCARRO

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TUNING

Este carro valia R$ 30 mil. Agora, tunado, R$ 100 mil.

André Penner

O Passat alemão de Anselmo Chirico ficou com visual mais leve e moderno. Além disso, o proprietário pode comemorar a valorização da caranga em quase 240%, após a transformação. Antes, o Passat tinha uma imagem agressiva, agravada pelo insul-film muito escuro.

Reuniões, trabalho e noites sem dormir. Tudo para realizar o projeto "Sonhando Auto" no carro de Anselmo. ANDERSON CAVALCANTE

m um desafio do Programa do Carro, da TV Gazeta (sábados a partir das 12 h), do site AutoShow e do evento AutoShow Veículos Antigos e Especiais, a promoção "Sonhando Auto" escolheu, entre mais de 700 internautas inscritos, um Passat alemão, ano 1999, para ser contemplado com uma personalização completa em prazo de apenas 13 dias. Numa edição do encontro de antigos (às terças-feiras, no Sambódromo do Anhembi), o sortudo Anselmo Chirico, recebeu de volta seu carro que, após receber R$ 72 mil em novos acessórios, agora vale mais de R$ 100 mil. O Passat 1.8 Turbo 20V preto foi entregue às equipes de transformação no dia 16 de agosto. Naquele momento Anselmo não mostrou preocupação com o resultado, garantindo que já conhecia toda equipe e que seu "xodó" estava em boas mãos, se transformando numa "máquina de arrepiar". No dia seguinte o Passat foi desmontado e lixado. As equipes trabalharam nas oficinas do Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi Brasil). Várias delas trabalharam de forma conjunta, procurando manter harmonia no projeto e com o cuidado para não afetar os requisitos legais necessários para que o carro possa "rodar" tranqüilamente pelas ruas. O responsável pelo que "podia ou não ser mexido" foi o gerente do Campo de Provas da Goodyear, Ricardo Luís Glória de Oliveira. A ATM Tuning formou a equipe de consultoria para deixar o veículo "na moda". O desenho do carro ficou por conta de Fernando Morita, vencedor de um concurso da Volkswagen e que passou pelo centro de design da montadora na Alemanha e Espanha. O motor foi preparado pela Motor Action. O carro ficou com estimados 230 cavalos, após um aumento de rotores e up grade na turbina, instalação de um intercooler maior, válvula de prioridade com espirro e filtro esportivo, além de, preparo no Waste Gate e remapeamento no chip de injeção. Claro, o motor recebeu também uma nova decoração. A equipe de som e interior, da Wagcar, foi responsável pela instalação de dois subwoofers e dois kits duas vias Bravox, pelo DVD de teto e CD Player Clarion e pelos dois módulos Corzus, ou seja, R$ 17 mil só de sonorização. A

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DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 2005

TUNING Divulgação/Matel

Os grupos fizeram várias reuniões para manter a harmonia da personalização.

empresa instalou pedaleiras e soleiras Shutt cedidas pela loja virtual AmoMeuCarro.com.br. As lâmpadas de Xenon para faróis, lâmpadas de neon azul, lanternas Cristal Alteza, foram oferecidas pela Philips, Voli, Auto Poli e Reobote Parts, após o projeto de iluminação criado pela Noma Tuning. Além disso, em conjunto com a Motor Action, instalaram um manômetro de temperatura do óleo, um manômetro de pressão de turbo e um Hallmeter cedidos pela loja Pro Tuning. A ProScap e Motor Action colocaram escapamento de duas polegadas e meia, com abafador de alta performance, catalizador e ponteira esportiva. A suspensão da máquina foi preparada pela Racer Point, com apoio da Macaulay e Buppy Auto Peças. Houve troca dos fluídos dos amortecedores, que tiveram seus corpos trabalhados, além disso foi feito trabalho também nas molas e instalados novos discos de freio dianteiros e pastilhas especiais. Visual - O kit de Body Kits (pára-choques e acessórios aerodinâmicos) foi desenvolvido pela Imperial Palace Car e Personal Parts. O Passat recebeu ainda cinco rodas esportivas 5S171 da Scorro juntamente com pneus Goodyear Eagle F-1 GSD3 235/40 ZR18. A pintura preparada pela Valspar e Hammer Custom utilizou tintas House of Kolor nas cores: Marblizer Pérola, Candy Tangerina, Azul com Metal Flake, Cinza Chumbo e Preta. A personalização foi completada com adesivos da Del Lama Design. Tem mais - O projeto foi tão bem aceito que recebeu, além do patrocínio da empresa Power Brill, o apoio da Bardahl que cedeu kits de fluídos e aditivos, Sigma Lo Jack oferecendo sistema de rastreamento com uma anuidade gratuita. Além disso, o carro teve a regularização da documentação feita pela Iacocca Despachante e o proprietário, Anselmo, poderá fazer um curso de direção defensiva

As equipes responsáveis pela transformação do veículo trabalharam, em muitos momentos, de forma simultânea. No primeiro dia, o veículo começou a ser desmontado e lixado, em seguida, o início do processo de pintura, adesivagem e instalação de som, vídeo, body kits, rodas, pneus e iluminação. Enquanto isso, outras turmas trabalhavam o motor, manômetros, suspensão e escapamento do Passat 1.8 Turbo.


DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 2005

São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 2005

MERCEDES-BENZ CLS 500

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Divulgação/MB

Um dos mais completos da atualidade A marca alemã apresentou toda a sua linha 2006, com novos motores, mais tecnologia embarcada e a transmissão automática de sete velocidades, a 7G-Tronic, que permite um aproveitamento muito superior do veículo e uma maior economia de combustível. ANTONIO FRAGA

A

Mercedes-Benz proporcionou num só teste-drive a possibilidade de se andar no CLS 500, no Classe E, com seu novo motor de seis cilindros e, também, em toda a linha da Classe C, que também ganhou o novo motor. Mesmo com a informação equivocada da DaimlerChrysler de que o CLS é o primeiro cupê de quatro portas - quando na verdade foi o Alfa Romeo 156 -, o carro certamente é um espetáculo à parte. Tanto no impressionante motor de oito cilindros em "V", quanto na tecnologia embarcada, talvez um dos mais completos na atualidade. Apesar do tamanho, quase cinco metros, mais de duas toneladas e o apelo familiar, o CLS tem um desempenho de fazer inveja a

muito carro esportivo. As linhas colaboram e estimulam isso. Mais que um motor, o V8 5.0 é uma verdadeira usina de força, que desenvolve 306 cv e um torque espetacular de 460 Nm. Isso faz que o CLS acelere de 0 a 100 km/h em apenas 6,1s e tenha a sua velocidade máxima cortada eletronicamente nos 250 km/h. O preço: R$ 415 mil. Mas de volta ao tamanho/peso, o CLS é um carro muito fácil de dirigir em qualquer situação. Na verdade, para quem é um amante da velocidade, é puro prazer. Graças a todo o refinamento eletrônico, mais o acerto de suspensão pneumática Airmatic DC e os pneus 245/40R18 instalados em rodas de liga leve de 18 polegadas, o motorista faz o que quer dele. A transmissão é automática de sete velocidades,

O raioX mostra a alma do modelo CLS 500, que vem com dimensões ampliadas para atender ao seu consumidor. Os testes mostram que a Mercedes não poupou esforços para se estar entre as marcas mais desejadas.

a 7G-Tronic, que permite um aproveitamento muito superior do motor e uma maior economia de combustível. E os freios do CLS 500 são outro show à parte. Com o sistema eletrohidráulico Sensotronic (SBC™), o carro pára em espaços curtíssimos e sem desvios ou sustos. Um sistema "lê" a ação de frenagem do motorista, que é eletronicamente transmitida a um microprocessador, que calcula e aplica a melhor pressão de frenagem possível a cada roda. Classe E - Assim como na C, a grande novidade da Classe E é o novo motor V seis, de 3.498 cm³ de cilindrada, que gera 272 cv e um torque máximo de 350Nm a partir de 2.400 rotações por minuto, produzindo uma relação potência/volume de deslocamento de 78 cv por litro. É o melhor de seu segmento no mercado mundial. Segundo dados do fabricante, o E 350 acelera de 0 a 100 km/h em 6,9s e atinge a máxima de 250 km/h, corte também efetuado eletronicamente. Faz uma média estrada/cidade de 10,3 km/l. Esses números são muito superiores ao modelo até então comercializado, o E320. Seu câmbio também é um automático de sete velocidades, com possibilidade de troca manual através da manopla ou por teclas de seleção de marchas incrustadas no volante. Classe C - Por ser o carro de entrada da marca no Brasil e o mais vendido, a Classe C foi a que mais sentiu a incorporação do motor V6, com o câmbio de sete marchas. Comparando-se aos concorrentes em seu segmento, o "novo" Classe C abriu uma eternidade difícil em curto prazo de ser alcançada, principalmente levando-se em conta o atraso do seu principal concorrente, o BMW

DCARRO

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Os modelos 2006 da linha Mercedes-Benz foram apresentados com todos os seus atributos para manter a clientela e brigar por novas conquistas no mercado dos importados.

Série 3. Ambos V6, o C230 que era de quatro cilindros na versão anterior, produz 204 cv a 6.100 rotações por minuto e atinge a velocidade máxima de 245 km/h (0 a 100 km/h em 8,4s). Mas o destaque neste segmento ficou para o Classe C com motor de 3.5 litros e 272 cv. Nenhum carro da sua categoria chega aos seus pés. Ele é ágil e dinâmico, acelerando de 0 a 100 km/h em apenas 6,4s e tem a velocidade limitada em 250 km/h. Que pena! - Todos os modelos apresentados pela Mercedes dispõem de câmbios de sete marchas 7G-Tronic e com duas marchas à ré. As teclas para trocas de marchas quando selecionada a versão manual estão incrustadas atrás de uma das colunas do volante. Porém, diferente da grande maioria dos câmbios de últimas gerações, o da linha Mercedes não respeita a vontade dos seus motoristas. Ou seja, se você entra numa curva no limite de giros, ao invés de ele respeitar e manter aquelas marchas e os giros, ele troca

por uma superior. Isso pode assustar os motoristas menos avisados e causar inclusive um acidente. O mais engraçado é que dentro da própria DaimlerChrysler já há câmbios que não fazem essa "desfeita" ao seu "piloto", como o do novo Grand Cherokee (veja matéria na pág. 11). Então para quê o cambio "manual", se ele é quem decide a troca?


Evaristo Sa/AFP Photo

Xadrez de Severino e Buani, por um cheque

Adriano Machado/Folha Imagem

XEQUES MATE Roberto Stuckert Filho/Ag. O Globo

O rei do baixo clero Severino Cavalcanti ficará sem saída hoje se aparecer o cheque do mensalinho, que o empresário Sebastião Buani diz ter pago para manter a concessão de seu restaurante no Congresso. Mas se o cheque-prova não for apresentado, a Polícia Federal é que dará o xeque-mate em Buani, que sumiu na tarde de ontem e aumentou o suspense dos últimos lances da partida de xadrez jogada no Planalto. A oposição jogou: o PSDB, PDT, PV, PPS e PFL pediram a abertura de processo de cassação contra Severino ao Conselho de Ética (à dir., o movimento dos peões). A dama se mexerá pela última vez hoje: o deputado Roberto Jefferson guardou surpresas para o final de sua ópera-bufa, em cartaz há quatro meses, e deverá se "tornar cantor", se cassado. "Vou falar beeeem do presidente Lula e desse núcleo duro dele", ironizou, todo sorrisos. Págs 3, 4, 5 e 8 Roberto Stuckert Filho/Ag. O Globo

Ano 81 - Nº 21.962

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São Paulo, quarta-feira 14 de setembro de 2005

R$ 0,60

Se Buani (dir.) mostrar o cheque dado a Severino, xeque-mate.

Edição de Campinas concluída às 00h05

Juro pode cair. Não faltam motivos

Lula: reprovação recorde Lula tem a pior avaliação de seu governo desde a posse: agora, 39,4% dos brasileiros o desaprovam. Página 3 Divulgação

Economistas listam fatores que justificam redução da Selic. Pág. 11

TEMPO EM CAMPINAS Nublado com chuva Máxima 21º C. Mínima 13º C.

As Mercedes ano 2006

Nova denúncia contra o PT

Genoino diz que não sabia de nada

Página 3

Página 4


DIÁRIO DO COMÉRCIO A classe operária não tem esse conteúdo messiânico que lhe é atribuído. E nem tem privilégio algum na condução ou nas propostas de mudança do País. Não há mais salvadores. Do deputado Fernando Gabeira, em entrevista à Primeira Leitura, ao criticar o PT e a tentação stalinista.

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quarta-feira, 14 de setembro de 2005

SETEMBRO

2 -.LOGO

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www.dcomercio.com.br/logo/

Grace Kelly e Príncipe Rainier III

Recolhimento do IRRF e IPI. Há 18 anos, falecia Grace Kelly, princesa de Mônaco e atriz.

Adalberto Roque/AFP

V ACINAÇÃO

M ÚSICA

Nova vacina para as crianças

O adeus ao maestro Hans Koellreutter

A partir de dezembro, o calendário nacional de imunização infantil passará a contar com uma novidade: a vacina do rotavírus, doença responsável por 30% das internações no País causadas por fortes diarréias, em crianças com até 5 anos. O Brasil será o primeiro país a incluir a vacina do rotavírus no calendário oficial do governo. A primeira campanha terá 8 milhões de doses. Cada dose da vacina custa US$ 7.

Morreu ontem em São Paulo, o músico, regente e compositor Hans Joachim Koellreutter, de 90 anos. Nascido em Freiburg, Alemanha, vivia no Brasil desde 1937 e foi mestre de grandes nomes tanto da música erudita quando da musica instrumental popular brasileira, como Tom Jobim e Caetano Veloso, Diogo Pacheco e Júlio Medaglia.

ONU: atenta aos direitos humanos

C A R T A Z Divulgação

E M

C ÚPULA

PIANO

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Eliane Elias Radicada em Nova York há 25 anos, a brasileira Eliane Elias faz um recital raro, em que passeia pela bossa nova, jazz e baladas. Bourbon Street Music Club: Rua dos Chanés, 127. Telefone: 50956100. 21h e 23h30. Ingresso: R$ 120,00.

B RAZIL COM Z

Salvar a Amazônia. Basta querer. O norte-americano The New York Times publicou ontem um editorial sobre o anúncio do governo brasileiro de que o desmatamento na Amazônia caiu pela metade este ano, em comparação a 2004. O jornal condena o desflorestamento e afirma: o fato mostra que quando o governo brasileiro quer organizar políticas para proteger a Amazônia, ele consegue. V ENDA DIRETA

Avon chama, contra as rugas Elas compõem um exército de 960 mil. São as revendedoras autônomas da Avon, líder global em venda direta que faturou R$ 3,5 bilhões, só no Brasil, em 2004. Ao tocar a campainha, além de variada linha de cosméticos (de cada dois batons vendidos no País, um é da Avon), agora as revendedoras terão na cesta um redutor de rugas, desenvolvido nos EUA. O lançamento custou à Avon R$ 8 milhões.

LINGUAGEM DO SILÊNCIO - O mímico francês Marcel Marceau apresentou esta semana em Havana, Cuba, sua série de quadros curtos que contam histórias como "As mãos", "A máscara", "O jardim público" e "O tribunal". Ele também interpretou seu personagem mais conhecido – BIP – criado em 1947 e inspirado no Carlitos, de Charles Chaplin. "O silêncio não tem limites, estes são impostos pelas palavras", costuma dizer Marceau.

E STRATÉGIA

Keep walking, mas sóbrio Campanha para incentivar o consumo responsável de álcool vai custar R$ 6 milhões à marca Johnnie Walker

A

Diageo, detentora da marca Johnnie Walker, anunciou campanha de marketing promovendo o consumo responsável da bebida no País. Com R$ 6 milhões em investimentos, a iniciativa, centrada no novo patrocínio da equipe McLaren Mercedes de Fórmula 1, tem como foco a peça publicitária "Piloto da Vez". A iniciativa introduz no País um novo conceito em campanha de prevenção de acidentes e de responsabilidade no trânsito. "Piloto da Vez" é a pessoa escolhida para

Nelusko Linguanotto Neto, é um especialista em detalhes. Na cozinha, ele se dedica às ervas e temperos. Uma paixão que aprendeu em família, com o avô e o pai, que iniciaram os negócios com especiarias no Brasil. Engenheiro químico formado pelo Mackenzie, publicou dois livros sobre o assunto: Ervas & Especiarias com suas receitas e Pimentas Dicionário Gastronômico (as duas publicações ambos saíram pela Boccato Editores e custam R$ 116).

Quais são os temperos mais populares entre os brasileiros? O brasileiro, de um modo geral, não usa muitas especiarias. Os mais populares são a pimentado-reino – que é popular em quase todo o mundo porque era usada na antigüidade para conservar os alimentos –, o louro, o cravo, o cominho, a canela e o orégano. Estas outras especiarias foram trazidas pelos imigrantes e acabaram se incorporando à culinária brasileira. O orégano, por exemplo, é uma herança dos italianos e o cravo, dos japoneses. E quais são os temperos que o brasileiro poderia valorizar mais no dia-a-dia? Atualmente há um interesse grande por ervas exóticas. Muitos chefs

Perdeu no Metrô? Ache num clique.

A TÉ LOGO

ca Eduardo Blohm, diretor de marketing da Diageo, companhia inglesa líder mundial em bebidas alcoólicas do segmento premium e proprietária de vários rótulos, entre eles a Johnnie Walker. Segundo o executivo, a empresa espera um crescimento de 20% nas vendas, do segundo semestre de 2005 até julho do ano que vem, em decorrência do câmbio favorável para importações. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) vai participar do projeto. (André Alves com AE)

E SPORTE

Show brasileiro na Europa Em um confronto de craques brasileiros na Liga dos Campeões, Kaká venceu Alex. Na vitória do Milan por 3 a 1 contra o Fenerbahce, em Milão (Grupo E), Kaká marcou dois gols – Alex fez o de honra do time turco cobrando pênalti. Em Lyon, na França, o duelo foi entre Juninho Pernambucano e Robinho. Juninho marcou dois gols no primeiro tempo e levou seu time, o Lyon, à vitória de 3 a 0 contra o Real Madrid de Robinho.

www.pilotodavez.com.br NELO LINGUANOTTO

Todos os sabores, em tempo de orégano

F AVORITOS

trouxeram de outros países a atenção com as ervas e isso despertou um interesse em buscar sabores novos. Mas há muitos temperos que são esquecidos, como a nozmosccada, o alecrim, a sálvia, o tomilho. São especiarias que os brasileiros conhecem mas não usam porque desconhecem a melhor forma de aplicá-los às receitas. Muitas vezes, as pessoas têm medo de usar um tempero diferente e errar. Isso é verdade, o medo do desconhecido é grande. Mas já existe muita informação sobre temperos em livros e na internet e as pessoas precisam ter em mente que só usando elas aprenderão a usar. No caso da pimenta, por exemplo, o medo é ainda maior, porque é um alimento ardido e as pessoas ficam com receio. Aliás, é preciso que se diga que nem todas as pimentas são assim e, bem usadas, podem até fazer bem à saúde

N EGÓCIOS

Proibido para menores de 50 anos

Hoje, a crise política remete muito à imagem da pizza e do orégano. O senhor também teme que tudo acabe em pizza? Como todo brasileiro, gostaria que desta vez a coisa não acabasse em pizza. A corrupção chegou a um nível muito grave e é preciso que haja punição de culpados. Acho que todos os envolvidos merecem, mesmo, uma pimenta bem ardida, e não uma pizza com orégano. (Heci Regina Candiani)

Mais do que a "melhor idade", a terceira idade representa um mercado promissor. Este é o conceito do 1º Salão da Maturidade, que acontecerá no Anhembi de 3 a 5 de novembro. Na feira, recepcionistas e demonstradores terão mais de 50 anos e vão apresentar a imensa gama de produtos para a terceira idade. www.salaoda maturidade.com.br L OTERIAS Concurso 387 da DUPLASENA 1º sorteio 11

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www.nelolinguanotto.com.br

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Concurso 387 da DUPLASENA 2º sorteio 01

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A Unicamp desenvolveu uma tecnologia para preservar alimentos líquidos que pode substituir a pasteurização

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O aumento no preço da gasolina pela Petrobras, no fim de semana, ampliou a vantagem do uso do gás em São Paulo

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www.metro.sp.gov.br

Uma vez on-line, os participantes têm a oportunidade de concorrer a convites para a arquibancada Johnnie Walker no Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1. Para isso, basta contar como o grupo de amigos escolhe o "Piloto da Vez". As 25 idéias mais criativas serão selecionadas. E os escolhidos poderão assistir a corrida. A promoção irá até o dia 25 de setembro, data do Grande Prêmio do Brasil. "Além da arquibancada, a marca também estará visível na pista de Interlagos, já que Johnnie Walker é o scotch oficial da corrida no País", expli-

B ATE-PRONTO

www.avon.com.br.

Procurar por um objeto perdido no Metrô de São Paulo ficou mais fácil. A busca pode começar pela página da companhia na internet. Lá, o usuário encontra a versão virtual do setor de Achados e Perdidos, que existe desde 1975.

dirigir o carro na volta para casa, em dias de eventos sociais com os amigos. É aquele que participa das reuniões e festas mas, no dia escolhido, não bebe porque terá a responsabilidade de dirigir e levar os amigos para casa em segurança. O modelo foi testado na Europa com resultados surpreendentemente positivos e o programa vem se estendendo a países do Leste Europeu e, agora, para o Brasil. Para promover esse conceito, a campanha prevê ainda um concurso de conscientização no site da campanha.

A Cúpula Mundial de 2005, das Nações Unidas, começa hoje com a presença de 170 chefes de Estado, incluindo o presidente Lula. A cúpula vai avaliar a implantação das metas do milênio, a reforma do Conselho de Segurança da ONU e a criação do Conselho dos Direitos Humanos. A reunião antecede a 60ª Assembléia Geral da ONU, que será aberta no próximo sábado.

No fim deste ano, será inaugurado no município de Castelo do Piauí o primeiro Museu da Cachaça do País

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Concurso 1498 da QUINA 06

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

POLÍTICA - 3

A SEGURADORA INTERBRAZIL PAGAVA DESPESAS DE CAMPANHA EM TROCA DE INFORMAÇÕES PARA CONTRATOS

MAIS UM ESQUEMA DE CAIXA 2 DO PT. EM GOIÁS.

A

Interbrazil, uma seguradora inexpressiva até o PT chegar ao poder, está sendo investigada por ganhar seguros bilionários de estatais do setor elétrico após ter contribuído para as campanhas eleitorais de petistas em Goiás, inclusive a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em repor-

tagem exibida ontem pelo Jornal Nacional, fornecedores revelaram que a autorização para o pagamento destas despesas era feito pelo irmão do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, Adhemar, diretor de Planejamento da Eletronorte. O presidente da Interbrazil, André Marques da Silva, admitiu a ajuda aos petistas em

troca de informação para fechar contratos. Jura que não era nada fraudado e se diz vítima de perseguição porque teria quebrado o monopólio das grandes seguradoras. "A gente procurou estar inserido ali para que pudesse realmente obter as informações. É segredo comercial, realmente, sair à frente para poder buscar nosso

mercado, como outras seguradoras também", declarou. A seguradora, já falida, é investigada pela Polícia Federal, pelo Ministério Público de dois estados e pelo Ministério Público Federal. No governo Lula, foi seguradora das usinas nucleares de Angra I e Angra II (cobertura de R$ 2,5 bilhões), da Companhia Energé-

tica do Paraná (R$ 1,2 bilhão) e da Companhia Energética de Goiás (R$ 1 bilhão). Registrada na Junta Comercial de São Paulo em 2002, a Interbrazil lucrou R$ 24 milhões no primeiro ano, saltando para R$ 62 milhões em 2004, ano em que o Instituto de Resseguros do Brasil acusou a empresa de garantir contrato usando docu-

mentos falsos e de emitir apólices irregulares para a Companhia Energética de Goiás. A Superintendência de Seguros Privados (Susep) decretou a liquidação da Interbrazil no mês passado, mais de um ano e meio depois de receber o primeiro alerta de que a empresa teria falsificado documentos. (AG)

CORRUPÇÃO DERRUBA POPULARIDADE DE LULA A

frustração da sociedade com a atitude do presidente Luiz Inácio Lula da Silva diante das denúncias de corrupção derrubou sua aprovação pessoal para o pior resultado desde sua posse, mostrou pesquisa do Instituto Sensus, para a Confederação Nacional dos Transportes, divulgada ontem. A aprovação do desempenho pessoal de Lula despencou 9,9 pontos em apenas três meses: de 59,9% em junho, caiu agora para 50% dos entrevistados. A reprovação subiu para 39,4%, contra 30,2%, no mesmo período. "A sociedade acha que o presidente tinha conhecimento do processo de corrupção e não está usando sua autoridade para a redução da mesma", disse o cientista político Ricardo Guedes, diretor do Instituto Sensus. Agora metade dos entrevistados (49,5%) acredita que o presidente "tinha conhecimento das denúncias do mensalão e da corrupção no País", ante um índice de 33,6% em julho, uma elevação significativa de quase 16 pontos. Ação inadequada – A pesquisa realizada entre 6 e 8 de setembro mostrou que, para 45,1%, Lula "não tem agido adequadamente" diante das denúncias. Em julho, essa era a avaliação de 31,9%. A parcela dos que aprovam o comportamento de Lula no episódio caiu de 47,8% para 44,8% no período. A corrupção no país, durante o governo Lula, "aumentou muito", para 35,9% (contra 20,2% em julho) e "é maior do que no governo anterior" para 48,9% (26,7% antes). Para

39,1% dos entrevistados, a corrupção está mais vinculada ao PT, seguido pelo Congresso (senadores e deputados), segundo 24,2% das pessoas ouvidas. "Todos os números da pesquisa sobre corrupção são preocupantes para o governo", disse Ricardo Guedes. Governo – A desaprovação recorde do presidente vem acompanhada de uma piora na avaliação do governo, que caiu para 35,8% positivos, contra 40,3% em julho. A parcela dos que avaliam negativamente o governo aumentou, no período, de 20% para 24% dos entrevistados. A avaliação de que a política econômica está sendo conduzida de forma adequada caiu de 40,2% em julho para 34,9% agora. Também caiu, de 45,6% para 41,2% a parcela dos que confiam no desempenho da economia nos próximos seis meses. "Isso significa que o governo precisa fazer mais do que blindar a economia, precisa voltar a conquistar a confiança do brasileiro", advertiu Guedes. Eleição – Em relação à eleição de 2006, o número de eleitores que não votaria em Lula subiu para 39,3% em setembro contra 30,8% em julho. Para

poLítica Eymar Mascaro

Jogo pesado

S

alvo mudança de última hora, Severino Cavalcanti (PP-PE) vai presidir a sessão plenária de hoje na Câmara, que pode determinar a cassação do mandato de Roberto Jefferson (PTB-RJ). Os partidos de oposição já se conformam e não vão mais boicotar a sessão. Jefferson sobe ao cadafalso acusado de quebra do decoro parlamentar, por ter confessado no Conselho de Ética e na CPMI dos Correios ter usado dinheiro de caixa 2 na última campanha do PTB. A oposição alimentava a expectativa de que a sessão de hoje pudesse ser conduzida pelo 1º vice-presidente, José Thomaz Nonô (PFL-AL), mas Severino bateu e pé e venceu a parada. O presidente da Câmara é acusado de ter recebido ‘mensalinho’ para favorecer o empresário Sebastião Buani na exploração de um restaurante no anexo da Casa. Ontem, os dirigentes da Câmara enviaram ao Conselho de Ética o processo dos 17 deputados cassáveis, todos acusados de envolvimento com o mensalão.

Antônio Gaudério/Folha Imagem

42,1% dos entrevistados, Lula nem deveria disputar a reeleição. A pesquisa confirmou que o prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), é o mais forte adversário de Lula e seria o único com chances de derrotá-lo no segundo turno. O levantamento fez seis simulações e, pela primeira vez, o presidente Lula teria que disputar o 2° turno em todos os cenários. Num eventual 2° turno, Lula venceria em todos, à exceção do cenário com Serra em que haveria empate técnico. Lula teria 37,9% e Serra, 37,5%. A pesquisa mediu também a rejeição de três pré-candidatos às eleições presidenciais. A rejeição a Lula subiu de 30,8% para 39,3%, a de Serra caiu de 42,4% para 38,7%, enquanto a Alckmin, manteve-se estável, variando de 39,3% em julho p a r a 4 0 , 7 % e m s e t e m b ro . (Agências)

CASSAÇÃO A oposição não dá trégua a Severino e mantém a disposição não só de lutar por seu afastamento da presidência da Câmara como quer cassar o seu mandato, ambos por quebra de decoro parlamentar. O deputado acha que apeá-lo do cargo seria golpear a Constituição.

PARTICIPAÇÃO Os partidos de oposição pensaram em esvaziar as sessões presididas por Severino, mas desistiram da idéia quanto à sessão de hoje. O PT decidiu participar em peso das sessões pilotadas pelo presidente, mas a oposição não acredita na decisão petista.

MAIORIA Jefferson perde o mandato se, no mínimo, 257 deputados (metade mais 1 dos votos) votarem a favor da cassação. A cassação do seu mandato foi pedida pelo deputado renunciante Valdemar Costa Neto, presidente do PL.

SEM APOIO Severino não obteve o

Lula pergunta: se fosse outro, na atual situação, não estaria abaixo de zero?

LULA GOSTOU DA PESQUISA: PODIA SER MUITO PIOR. presidente Lula recebeu o resultado da pesquisa CNT/Sensus com tranqüilidade. "Primeiro, eu tenho por hábito não reagir a pesquisas. Nem se eu tivesse 100% ou 0%, porque as pesquisas retratam situações políticas que vive o País. Estou muito tranqüilo e fico de vez em quando perguntando se não fosse eu e fosse outro presidente que estivesse vivendo essas circunstâncias, possivel-

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mente estivesse abaixo de zero. Estamos tranqüilos porque o governo está fazendo aquilo que é preciso fazer. Sairemos muito fortalecidos e isso não me preocupa.", afirmou. Ele e o País - Lula mostrou confiança de que a crise política está se resolvendo e também no seu relacionamento com o País: "Acho que minha relação com a sociedade brasileira é muito forte, ela é muito companheira. Acho que muitos ad-

apoio que pediu do presidente Lula para se sustentar no cargo. Lula disse aos ministros, antes de viajar para o exterior, que a ordem é manter o Planalto distante da crise no Congresso.

Minoria, continua imbuído da idéia de recorrer ao STF para afastar Severino. Aleluia acha que o deputado cometeu crime de improbidade administrativa e não pode continuar presidindo a Câmara.

DOCUMENTAÇÃO Buani passou as últimas horas no banco buscando a cópia de um cheque de R$ 7,5 mil que teria sido descontado por um motorista de Severino. O cheque se refere ao pagamento de parte da propina ao presidente da Câmara. Ele disse que só poderá apresentar hoje o cheque.

INCENTIVO Telegramas e e-mails estão esparramados sobre a mesa do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), todos de congratulações por sua luta contra Severino. Os missivistas querem que Gabeira seja o substituto de Severino na presidência da Casa.

NO CARGO

ARGUMENTO

O líder do PT na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (SP), admite que a bancada do seu partido vai conduzir os trabalhos para sustentar Severino no cargo. O PT teme que o PFL, no comando da Câmara, toque em frente um processo de impeachment contra Lula.

Ciente de que responderá a processo de cassação de mandato, Severino se adianta e sugere ao Conselho de Ética que recuse as denúncias contra ele, por absoluta falta de provas. Até agora, o conselho não mordeu a isca.

NA JUSTIÇA O deputado José Carlos Aleluia (PFL), líder da

NA FRENTE O PFL saiu na frente do PSDB e rechaça a idéia de apoiar um nome do PT para substituir Severino na

versários pensaram que as críticas que fazem poderiam levar o governo a estar, como outros já estiveram, com pontos negativos. Essa crise política está se resolvendo. O Congresso está tendo maturidade para fazer o que tem de ser feito. A parte do governo, a Polícia Federal está fazendo, depois será a vez do Ministério Público e da Justiça. Além de comentar a pesquisa CNT/Sensus que apontou queda de sua popularidade, Lula também falou da crise envolvendo o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, e as eleições internas do PT, marcadas para o 18. Lula disse que as denúncias envolvendo Severino devem ser investigadas com rigor e evitou analisar a situação política do deputado. Sobre as eleições no PT, Lula, disse que qualquer que seja o resultado desse processo democrático interno será importante para o fortalecimento do PT e para a recuperação do seu prestígio. Lula, porém, preferia que as eleições fossem realizadas em outro momento. "Essa eleição vai se dar e espero que tenha quórum para que possa ter um bom resultado. Eu não sei se vai mudar muito. O partido passa por um momento difícil. É o momento de os militantes dizerem que partido querem." (AG)

presidência da Câmara. O PFL acha que indicar um petista seria blindar o presidente Lula.

RESISTÊNCIA Uma ala do PT se coloca contrária à cassação do mandato do presidente da Câmara. E mais: não quer o afastamento do deputado do cargo. Os petistas consideram perigoso entregar a condução da Casa à oposição.

RECURSOS Os advogados de Jefferson já preparam recurso ao STF, no caso de seu cliente ser cassado hoje. Um dos argumentos é que a pauta da Câmara está trancada para votações que não sejam de medidas provisórias.

É CONTRA Os deputados federais do PTB por São Paulo se reúnem em Brasília para tomarem uma posição contrária ao ingresso de Maluf no partido, como quer o diretório estadual. Dois deputados estão à frente do movimento: Luiz Antonio Fleury e Ricardo Izar.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.POLÍTICA

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

EX-PRESIDENTE DO PT NEGA EXISTÊNCIA DE MENSALÃO E DE CAIXA 2. PRESENÇA DE CORONEL AGITA SESSÃO.

GENOINO DEPÕE E DIZ QUE NÃO SABE DE NADA Lula Marques/Folha Imagem

O

ex-deputado e expresidente do PT José Genoino negou ontem categoricamente a existência do mensalão, suposto esquema de pagamento de parlamentares montado pelo PT no Congresso, e de ter participado de qualquer esquema para obter apoio para o governo nas votações. Genoino disse também que não cometeu crime ou irregularidade enquanto esteve na direção do partido. "Participei de todas as negociações das principais polêmicas no Congresso. Nunca tratei, nem ouvi tratar, de troca de apoio por dinheiro. Portanto, não houve mensalão", afirmou durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Mensalão que, apesar de ter durado quatros horas, não trouxe muitas novidades para as investigações. Genoino encerrou seu depoimento sem responder à úl-

Ex-presidente do PT, José Genoino, na CPMI: 'Nunca tratei, nem ouvi tratar, de troca de apoio por dinheiro. Portanto, não houve mensalão.

tima pergunta, feita pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que quis saber o que teria levado os deputados a aprovarem propostas, como a reforma da Previdência, se o governo não liberava emendas parlamentares em troca de apoio. "O meu relacionamento com o senhor é o silêncio mútuo em nome da ética", conclui. Caixa 2 – Genoino disse que só tomou conhecimento de que havia caixa 2 no PT quando as notícias a respeito da existência do esquema começaram a ser divulgadas pelos meios de comunicação. O ex-deputado federal afirmou ainda desconhecer os empréstimos de cerca de R$ 55 milhões tomados pelo empresário Marcos Valério em nome do PT. Genoino voltou atribiur a Delúbio Soares, ex-tesoureiro do partido, a responsabilidade de toda a movimentação financeira, mas em nenhum momento quis emitir qualquer juízo a respeito da atuação do

ex-tesoureiro, responsável pela po todo defendeu o governo do montagem do esquema de pa- presidente Luiz Inácio Lula da gamento de parlamentares do Silva, desmentiu ter participaPT e de partidos da base aliada. do do acordo envolvendo valo"Os empréstimos foram feitos res entre PTB e PT. "Nunca dispelo tesoureiro. Ele tinha dele- cuti valor de transferência de recurso para a diregação da Execução do PTB, tiva para buscar muito menos marecursos no merlas de dinheiro cado financeiro para o PTB". no início de 2003", disse Ge- Não fizemos vale-tudo "Não fizemos vale-tudo na econonoino que auto- na economia nem no mia nem no Conrizou a quebra Congresso Nacional gresso Nacional de sigilo de suas para negociar uma para negociar contas. uma agenda Valério? – Ge- agenda complexa e complexa e difínoino reconhe- difícil. cil." c e u d o i s e mJosé Genoino, exO ex-presidenpréstimos – de presidente do PT te do PT afirmou R$ 3 milhões e que se manterá R$ 2,4 milhões, feitos nos bancos BMG e Rural afastado da vida pública. Ge–, dos quais foi avalista. Ele noino disse ainda que não voltadisse que não conhecia o em- rá a se candidatar a cargos no PT. presário Marcos Valério e que "Ficarei na condição de militanassinou o empréstimo porque te", declarou. E fez um um desabafo: "Não está sendo fácil". Delúbio Soares pediu. Genoino, que durante o tem- (Agências)

José Cruz/ABr

Marcia Anunciação/AE

CORONEL CAUSA TUMULTO O

...o coronel Lício Maciel, ao lado do deputado Jair Bolsonaro.

CPI DOS BINGOS VAI OUVIR CHEFE DE GABINETE DE LULA E VIÚVA DE PREFEITO DO PT

A

CPI dos Bingos vai ouvir o chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, e Roseana Garcia, viúva do prefeito de Campinas, Antonio Garcia, o Toninho do PT, assassinado em setembro de 2001. As datas dos depoimentos ainda não foram marcadas. O secretário de Lula foi citado no depoimento de João Francisco Daniel, irmão do prefeito assassinado de Santo André Celso Daniel, como a pessoa que lhe teria revelado a existência de um esquema de

extorsão na prefeitura da cidade em favor do PT. Roseana Garcia pediu para depor quando esteve há cerca de 15 dias no Senado e declarou que seu marido foi morto por contrariar interesses dos empresários de Bingos, das empresas de coleta de lixo e do transporte urbano. A Comissão decidiu também ontem recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra dois habeas-corpus concedidos pela ministra Ellen Gracie à juíza federal Maísa Giudici, convocada pela CPI para depor (AE)

Delúbio

Pereira

Valério

Mendonça

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, se recusou a nomear sacadores das contas de Valério na CPMI dos Correios. Na CPMI do Mensalão, ele não explicou pagamentos a Duda e disse que José Dirceu não negociou dívidas do PT.

Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Assumiu ter negociado cargos; saiu do PT, depois da descoberta de que ganhou um Land Rover da GDK . Valério disse que ele sabia dos empréstimos repassados ao diretório nacional.

Marcos Valério, dono da SMP&B e da DNA. Movimentação bancária mostra saques de vários políticos e assessores, num total de R$ 55 milhões. Disse na CPMI do Mensalão que o aval de Dirceu foi confirmado por Delúbio.

O publicitário Duda Mendonça, da DM9, confirmou ter recebido dinheiro de Marcos Valério no exterior. Os repasses, segundo ele, eram para pagar dívidas do PT, das campanhas eleitorais de 2002. Valério negou a versão de Duda.

Palmieri

Osório Batista

Jefferson

Lamas

Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB, depôs no dia 16 de agosto na CPMI do Mensalão e revelou que esteve em Portugal com Marcos Valério para obter recursos da Portugal Telecom para pagar dívidas do PT e do PTB.

Antônio Osório Batista, diretor afastado dos Correios por ter sido citado por Marinho na gravação. Depôs na CPMI e afirmou que Jefferson pediu dinheiro aos diretores da estatal para fazer caixa de campanha.

O plenário da Câmara pode votar hoje a proposta de cassação do deputado Roberto Jefferson (PTBRJ), conforme recomendado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Para a cassação, são necessários 257 votos.

O ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, confirmou em depoimento à CPMI do Mensalão que foi algumas vezes a Belo Horizonte buscar dinheiro a pedido do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.

Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério. Depôs na CPMI e contestou as versões de seu ex-patrão para os grandes saques bancários: o próprio empresário voltou atrás e confessou que fazia os pagamentos a mando de Delúbio, a partir de uma lista.

Genoino

Jefferson

Duda

Jacinto Lamas

Marcello Casal Jr/ABr

Karina

Edson Santos/AC

Galeria de personagens Ed Ferreira/AE

receber a totalidade desse dinheiro. Não recebemos até hoje, sob nenhuma forma, pagamento desses empréstimos." Kátia reconheceu que o empréstimo de R$ 42 mil feito para Maria Ângela Saragoça, exmulher de Dirceu, comprar um apartamento fugiu ao perfil de operações do banco. Mulher de Dirceu – "Não faz parte do nicho do Rural crédito imobiliário", obEd Ferreira/AE servou. Em sua o p i n i ã o , o d inheiro deve ter sido emprestado por ordem de José Augusto Dumont, que dirigiu o Rural até fevereiro de 2004, quando morreu em um acidente de carro. O depoimento de Kátia não convenceu os parlamentares. "Está claro que foram dados esses empréstimos com a perspectiva de uma aproximação com o governo", disse o deputado Gustavo Fruet (PSDBPR). "Ela ia conversar com o José Dirceu e não falava nada dos empréstimos? Não dá para acreditar", emendou o deputado ACM Neto (PFL-BA). (AE)

Genoino dá respostas evasivas. Gushiken, Genu e Corrêa depõem hoje.

Valter Campanato/ABr

E

m depoimento ontem à sub-relatoria de movimentações financeiras da CPMI dos Correios, a presidente do Banco Rural, Kátia Rabello (foto), disse que o empresário Marcos Valério intermediou três encontros de dirigentes da instituição com o exministro José Dirceu. Segundo ela, as reuniões foram para tratar da liqüidação do Banco Mercantil de Pernambuco, do qual o Rural detém 22%. Dois dos encontros foram com ela – um no Palácio do Planalto e outro um jantar em um hotel em Belo Horizonte. Em quase cinco horas de depoimento, Kátia Rabello admitiu que as garantias dadas por Marcos Valério para tomar emprestado o equivalente hoje a R$ 55 milhões foram "frágeis". Mas argumentou que o empresário tinha uma grande movimentação: foram R$ 525 milhões em cinco anos. E, por isso, o dinheiro foi emprestado. "Infelizmente tenho muito pouca esperança de

clusive da oposição, e esvaziou a sessão. O coronel Lício Augusto Maciel afirmou que estava lá apenas como "cidadão" e não achou que estava constrangendo o ex-presidente do PT. "Foi uma ostensividade agressiva a essa CPI e à história política de José Genoino. Esse comportamento afrontoso, para causar constrangimento, é inadmissível", declarou a senadora Ideli Salvati (PT-SC).

Gilberto Carvalho, secretário de Lula, vai depor na CPI dos Bingos.

Roosewelt Pinheiro/ABr

PRESIDENTE DO BANCO RURAL CONFIRMA ENCONTROS COM DIRCEU

Ed Ferreira/AE

Amir Lando, presidente da CPMI do Mensalão, expulsando...

depoimento do ex-presidente do PT José Genoino na CPMI do Mensalão foi interrompido pelo tumulto causado pela presença de um coronel que teve participação na prisão de Genoino durante a ditadura militar (1964-1985), convidado do deputado Jair Bolsonaro (PFL-RJ). O episódio revoltou a bancada petista, recebeu repúdio de parlamentares de diversos outros partidos, in-

Delúbio Soares

Silvio Pereira

Ferreira

Guimarães

Costa Neto

Genoino

Marcos Vinícius Ferreira, genro de Roberto Jefferson e suposto canal do PTB com os Correios. Senado estuda pedir a quebra de seu sigilo bancário. A CPMI dos Correios ainda não remarcou seu depoimento.

O ex-presidente do Banco Popular do Brasil Ivan Guimarães negou à CPMI dos Correios que sua indicação para o cargo no banco tenha sido feita pelo PT. Ele anunciou aos integrantes da comissão que vai se desfiliar do PT.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, se recusou em seu depoimento à CPMI da Compra de Votos a revelar nomes de empresas e pessoas físicas para as quais teria repassado supostos R$ 6,5 milhões recebidos de Marcos Valério.

O ex-presidente do PT José Genoino depôs ontem na CPMI do Mensalão e disse que desconhece a existência de caixa 2 no partido e que o PT não compra votos em troca de aprovação de projetos de interesse do governo.

Lange

Salmeron

Dutra

Marinho

Edgard Lange, o "Alemão". O agente da Abin admitiu que, em abril, recebeu ordem para colher informações sobre irregularidades nos Correios, que teria sido dada pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Roberto Salmeron, ex-presidente da Eletronorte e ex-vice-presidente dos Correios. De acordo com o depoimento de Osório Batista, Jefferson e Salmeron teriam assistido à gravação um dia antes de ter sido divulgada à imprensa.

Mauro Dutra, dono da Novadata. Ele negou favorecimento em contratos da estatal. Mas confirmou que sua empresa fornece 22% dos micros do governo e que conhece Lula há mais de 20 anos. A CPMI dos Correios marca amanhã data para ele depor.

Maurício Marinho, ex-chefe de Contratação e Administração dos Correios. Foi flagrado em gravação recebendo propina de R$ 3 mil. Foi demitido por justa causa mas, como está de licença médica, continua recebendo salário de R$ 10 mil.

Gonçalves

Waschek

Dipp

Marschner

Luiz Otávio Gonçalves, diretor da Skymaster, admitiu que pediu ajuda de Silvio Pereira para evitar que sua empresa perdesse o contrato com os Correios. Hoje, a CPMI dos Correios ouve outros três representantes da empresa.

Arthur Waschek, dono da Comam e Vetor. Mandante da gravação de Marinho, por ter interesses contrariados nos Correios. Waschek afirmou que as irregularidades não ocorrem nas licitações, mas na execução dos contratos.

Airton Dipp, ex-presidente dos Correios, confirmou na CPMI dos Correios encontro com Silvio Pereira e a influência de Luiz Gushiken na estatal, através da nomeação de três dos cinco membros de uma comissão de análise de publicidade.

Haroldo Marschner, um dos donos da Precision Componentes. Ele disse que teria recebido pedido de suborno de Maurício Marinho, para poupar a sua empresa da aplicação de multa por atraso na entrega de material.

PASSO-A-PASSO DAS INVESTIGAÇÕES

CPMI do Mensalão

Conselho de Ética

CPI dos Bingos

A comissão ouve hoje o ex-assessor da liderança do PP na Câmara João Claudio Genu, que realizou saques das contas das empresas de Marcos Valério, e o deputado Pedro Corrêa (PP-PE). A CPMI também quer apresentar um relatório do cruzamento de informações dos documentos que recebeu até agora.

O deputado José Dirceu (PT-SP) foi convidado pelo conselho a participar das reuniões em que serão ouvidas suas testemunhas de defesa. O conselho ouviu ontem o deputado e ex-ministro da Articulação Política Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Amanhã é a vez do ex-presidente nacional do PT José Genoino.

A comissão aprovou requerimento ontem e convocou para depor Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do presidente Lula, e Roseana Garcia, viúva do prefeito de Campinas, Antonio Garcia, o Toninho do PT, assassinado em setembro de 2001. As datas dos depoimentos ainda não foram marcadas.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

POLÍTICA - 5

FILHA DO DEPUTADO QUE DENUNCIOU O MENSALÃO DIZ QUE DISCURSO DO PAI SERÁ "NITROGLICERINA PURA".

SE FOR CASSADO, JEFFERSON VAI APENAS CANTAR. Luiz Alves/AC

R

O ex-presidente do PTB (ao lado da ex-deputada Raquel Cândido) diz que se for cassado vai se dedicar apenas ao canto lírico Joedson Alves/AE

PETISTAS QUEREM SER OUVIDOS

O

s deputados petistas João Paulo Cunha (SP), Paulo Rocha (PA) e Professor Luizinho (SP) protocolaram representação na secretaria-geral da Mesa solicitando que a comissão de sindicância da corregedoria da Câmara dê a eles direito de serem ouvidos antes do envio de seus nomes ao Conselho de Éti-

ca que vai decidir se serão cassados ou não. João Paulo afirmou que o prosseguimento do processo sem ouvir os acusados seria "cerceamento de defesa". Questionado sobre se vai renunciar, ele afirmou não ver razão para isso. "Quero ser absolvido na Câmara dos Deputados e pela sociedade." Sérgio Lima/Folha Imagem

DEPUTADOS PAGAVAM MENSALÃO PARA BISPO RODRIGUES

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juíza federal Silvia Maria Rocha, que decretou a prisão do ex-prefeito Paulo Maluf e do filho mais velho dele, Flávio Maluf, mandou investigar suposto tráfico de influência do ex-prefeito em favor da Eucatex – empresa da família Maluf – em repartição da Justiça Estadual. A suspeita é que Maluf foi beneficiado por uma funcionária do Judiciário que teria praticado crime de prevaricação. A base da apuração é um diálogo que a Polícia Federal (PF) interceptou entre Maluf e um advogado da empresa, no qual o exprefeito faz referência à servidora que estaria retendo uma petição "a respeito de questões jurídicas da Eucatex". A conversa gravada pela PF é do dia 15 de julho. Para a PF, o teor do diálogo sugere que Maluf estaria agindo para tentar fa-

Cidinha: bingos pagavam R$ 1 milhão/mês para Waldomiro

atua em dois setores: na adulteração de combustível e na sonegação de impostos. Ela falou que ouviu comentários de que alguns deputados estaduais, integrantes da CPI da

Loterj, estariam extorquindo dinheiro de envolvidos nas denúncias investigadas pela comissão de inquérito e investindo na compra de postos de gasolina. (Agências)

Ayrton Vignola/Folha Imagem

'PÂNICO' FAZ VISITA E LEVA MARMITA

A

vorecer a Eucatex, corrompendo a servidora. Segundo Sílvia, "verifica-se nos diálogos gravados, inegavelmente, uma série de manobras por parte de Maluf e Flávio para interferir na colheita, produção e resultado da prova". A juíza avalia que "essa interferência está sobejamente demonstrada, revelando, de forma inequívoca, que ambos (Maluf e o filho), se em liberdade, comprometerão a instrução processual podendo concretamente tumultua-la a ponto de torna-la completamente inviável e inútil". Habeas-corpus – Ont em, os criminalistas José Roberto Batochio e Guilherme Octávio Batochio apresentaram habeas-corpus ao Tribunal Regional Federal pedindo revogação da prisão de Flávio. Eles sustentam "absoluta incompetência da autoridade policial que presidiu as investigações". O advogado de Maluf, José Roberto Leal, ainda não entrou com pedido de habeas-corpus para o ex-prefeito. (Agências)

prisão de Paulo Maluf e do filho, Flávio, vem rendendo piadas de todo tipo. Depois das estudantes que levaram no domingo comida árabe a Maluf, ontem foi a vez da equipe do programa Pânico na TV. Vestidos de Lula, Roberto Jefferson e Eneas, os humoristas foram barrados ao tentar levar uma marmita a Maluf na Polícia Federal. Em frente ao prédio, foi posta uma faixa: "Vendas de títulos públicos em sua última gestão, R$ 1,5 bilhão; Desvio de verba na construção da Águas Espraiadas, R$ 800 milhões;

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Porto Seguro A Partir de:

GreenLine Omint

DC

MALUF SERÁ INVESTIGADO POR TRÁFICO DE INFLUÊNCIA

que não deram e se rebelaram perderam seus mandatos. Pagamentos – Cid in ha afirmou também que o Bispo Rodrigues dava ordens a Waldomiro Diniz, que foi presidente da Loterj e assessor de José Dirceu na Casa Civil da Presidência da República. Falou ainda que foi informada de que os bingos pagavam R$ 1 milhão por mês a Waldomiro. Cidinha esclareceu que a máfia dos combustíveis no Rio

DC

E

m seu depoimento ontem na CPI dos Bingos, a deputada estadual do Rio Cidinha Campos (PDT) afirmou que o mensalão começou na Assembléia Legislativa do Estado (Alerj), por iniciativa do então deputado estadual Bispo Rodrigues, que era do PL, repetindo denúncia feita por Roberto Jefferson (PTB-RJ). "Todos tinham que dar dinheiro para o Bispo Rodrigues e aqueles

eunido na liderança cassado, a maioria absoluta dos do PTB, o deputado deputados (257 de um total de Roberto Jefferson 513) deverá votar pela perda do (PTB-SP) declarou mandato. Nesse caso, o ato da ontem que está tranqüilo em re- Mesa Diretora será lido na meslação à votação do processo de ma sessão e passará a valer no cassação pelo plenário da Câ- dia seguinte, quando for publimara, prevista para hoje. "Estou cado no Diário da Câmara. Se forem registrados menos pronto para o que der e vier. Quero acabar logo com o sofri- de 257 votos favoráveis à permento", afirmou. O ex-presi- da de mandato, Jefferson condente do PTB disse ainda que, se tinuará deputado, com todas o mandato for cassado, deve de- as prerrogativas do cargo, e o processo será definitivamente dicar-se apenas ao canto lírico. Mas, apesar de se dizer tran- arquivado pela Câmara. Recurso – Na tarde de onqüilo, ele promete "nitroglicerina pura" no discurso que fará tem, a Comissão de Constituina abertura da sessão que vai ção e Justiça (CCJ) da Câmara definir seu futuro político. À rejeitou o recurso de Jefferson beira da cassação, o homem contra o parecer do Conselho que denunciou o esquema do de Ética e Decoro Parlamentar mensalão não deve poupar o favorável a sua cassação. A C C J a p ro v o u , presidente Luiz por meio de voInácio Lula da tação simbólica, Silva. "Ele vai bao parecer do deter muito, com putado José muita vontade E d u a rd o C a rn o g o v e r n o " , Ele vai bater muito, afirma a filha do com muita vontade no dozo (PT-SP), que opinou pelo presidente licengoverno. Meu pai, ind eferim ento ciado do PTB, do recurso. Cristiane Brasil. com o microfone na Votaram pelo Aos 30 anos, a mão, é um perigo. primogênita – Vereadora Cristiane acolhimento e v e r e a d o r a e m Brasil, filha do deputado contra o parecer de Cardozo os seu primeiro Roberto Jefferson. deputados do mandato no Rio PTB Paes Lande Janeiro – tem o estilo muito parecido com o dim (PI), Luiz Antônio Fleury do pai. Articulada, avisa: "Meu Filho (SP), Vicente Cascione pai, com o microfone na mão, é (SP), Antônio Cruz (MS) e Edum perigo." Na sede do PTB na Macedo (SP) e os deputados em Brasília, Cristiane disseque do PP Cleonâncio Fonseca (SE) o governo do PT "é o governo e Aguinaldo Muniz (RO). Em seu voto, Cardozo susdo ódio" e, se cassado, Roberto Jefferson será vítima da vin- tenta, em relação às queixas de que o conselho teria ampliado gança do Palácio do Planalto. Para a filha do autor das de- o fato do processo, que o prónúncias do mensalão, que pro- prio Jefferson ampliou o fato vocaram a maior crise da gestão em sua defesa ao confessar o Lula – com mais de 100 dias – o recebimento irregular de R$ 4 governo do PT acabou. "O go- milhões do PT para o PTB, na verno é dos mortos-vivos. Eles campanha municipal de 2004. Cardozo também rejeitou o já morreram e estão fedendo." Discurso - O deputado não argumento de que, na reunião quis adiantar detalhes do pro- do conselho, foi negado o direinunciamento. "Vou falar bem to de Jefferson e seus advogados do presidente Lula e desse nú- entregarem a defesa por escrito. cleo duro dele", falou Jeffer- O relator lembrou que, pelo reson, sorrindo, o que levou os gulamento do conselho, Jefferjornalistas que o ouviram a en- son ou seus advogados não potendê-lo como ironia. A afir- deriam se manifestar após a leimação foi feita em resposta a tura do voto, mas somente deuma pergunta se falaria bem pois da leitura do relatório. Esta era a última instância na ou mal do presidente. A votação pelo Plenário será Casa a que Jefferson tentou resecreta. Para que Jefferson seja correr. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

Fundado em 1º de julho de 1924

Lobo em pele de cordeiro Em 1997, 25,1% das nanoempresas possuíam licença municipal ou estadual, caindo para 22,7 em 2003. A constituição jurídica caiu de 13,2 para 11,5% Análise do pesquisador Marcelo Côrtes Neri, do IBRE/FGV, sobre o funcionamento da economia subterrânea, com dados da Pnad.

A diminuição do otimismo foi generalizada Trecho do relatório da pesquisa da Fecomércio sobre a confiança do consumidor paulista. O índice caiu 13,1% em agosto e está no nível mais baixo desde abril de 2004.

A moeda brasileira nas alturas e a taxa de juros alta tornam o país desfavorável Wolfgang Bernhardt, principal executivo da Volks, ontem no Salão de Frankfurt, lamentando que a valorização do real inviabilize exportações de carros para os EUA.

JOÃO DE SCANTIMBURGO DA ANGÚSTIA AO OTIMISMO

N Céllus

A

Secretaria da Receita do Brasil a "Super Receita" - acaba de anunciar que o tempo de abertura de empresas poderá cair, em média, 20 dias. Seria isoladamente uma boa notícia se não levássemos em consideração que, com a Instrução Normativa publicada no Diário Oficial da União de anteontem, o fisco poderá estar concentrando muitos poderes sem estar devidamente preparado. Os auditores fiscais da Receita Federal iniciaram ontem uma jornada de paralisação por 48 horas justamente para questionar pontos da Instrução, como o compartilhamento de suas atividades com as dos técnicos da Receita. Alegam que a progressão funcional dos técnicos afeta os direitos dos auditores, que exercem funções de nível superior e foram selecionados em concurso público. A categoria critica também a fusão das duas entidades, que, segundo eles, têm estruturas, culturas e formas de trabalho diferentes sobre fiscalização e arrecadação.

S

omos da opinião de que apenas com um controle eficaz sobre os gastos públicos será possível reduzir a tributação, bem como diminuir a burocracia e racionalizar a sistema fiscal. Ao invés de preocupação com o corte de gastos o que se observa é a intenção de aumentar ainda mais a receita. O objetivo de simplificação burocrática perseguido pela "Super Receita" não está assegurado porque, embora o regulamento deva ser único, sua confecção envolverá a participação de todos os secretários da Fazenda, o que poderá fazer com que a burocracia excessiva existente em algumas unidades da federação, sejam estendidas às demais. Nos parece evidente que o objetivo visado é o de incrementar a arrecadação fiscal. O risco para as empresas é o de que os problemas que enfrentam com cada um desses órgãos não apenas se somem, mas se potencializem, uma vez que não houve uma preparação dos mesmos para sanar seus defeitos. Técnicos e auditores têm razão: o processo de integração dessas secretarias é

extremamente complexo, pois envolve duas equipes com formação e culturas diferentes e, provavelmente, os custos de equiparação e formação do pessoal deverá ser superior aos atuais, sem a segurança de que os ganhos de eficiência os compensem.

Q

uando foi anunciada pela primeira vez a idéia da criação do que se chamou na ocasião de "Super Secretaria da Receita", pelo então ministro José Dirceu, houve manifestações de preocupação não apenas dos servidores dos dois dos órgãos, como de empresários e tributaristas. Isto porque não se conheciam os estudos nos quais se baseava a medida e nem mesmo os objetivos da mesma se afiguravam suficientemente claros. Contrariando as expectativas de que o assunto fosse tratado por projeto de lei, o governo editou a MP 258 mudando o nome da Secretaria da Receita Federal para Secretaria da Receita do Brasil, que incorpora a Secretaria de Arrecadação da Previdência Social. Ao que se imagina, a idéia parte do pressuposto de que a Secretaria de Arrecadação da Previdência não é tão eficiente como a Receita Federal, o que justificaria sua incorporação. Adicionalmente, a fusão dos cadastros permitiria aprimorar os controles e aumentar a arrecadação total. Se a matéria fosse encaminhada ao Congresso junto com os estudos que foram elaborados para justificar a proposta, seria possível avaliar suas vantagens para o governo e riscos para empresas e cidadãos, discutindo-se emendas capazes de assegurar salvaguardas aos contribuintes, estabelecer regras para a fusão do quadro de pessoal do novo órgão que, respeitando direitos, não implicassem em aumento dos encargos. Como as discussões foram apenas de âmbito interno e restrito a um grupo de tecnocratas, a implementação dessa "Super Máquina Arrecadadora" pode representar para os contribuintes não apenas a manutenção das dificuldades que enfrentam no relacionamento com a Receita e a Previdência, como problemas ain-

da maiores resultantes da complexidade da integração dos cadastros, da harmonização das normas e da adaptação dos servidores. Não há razão que justifique o uso de Medida Provisória para a criação dessa "Super Receita" e, seguramente, servidores dos órgãos atingidos deverão recorrer à Justiça, se considerarem que seus direitos estão sendo atingidos. Para os contribuintes, resta mobilizar-se, a exemplo do que fizeram em relação à MP 232, quando essa matéria estiver em votação no Congresso, para procurar assegurar que seus direitos não estarão sendo limitados frente à "Super Máquina", que visa apenas arrecadar cada vez mais. A idéia da fusão de órgãos públicos visando maior eficiência operacional e redução de custos administrativos é positiva desde que propicie menor burocracia e melhor atendimento aos contribuintes. Para que isso seja possível é preciso um amplo diálogo de todas as partes envolvidas e não uma imposição da burocracia. O exemplo da MP 232 parece não ter adiantado.

C

onsiderando-se todos esses fatores, pode-se constatar que as perspectivas para os contribuintes não são favoráveis no curto prazo, o que deve levar a que eles procurem se organizar e mobilizar para que, no médio prazo, possam pressionar pelas mudanças que se fazem necessárias, sem prejuízo de continuar tentando sensibilizar o Congresso para alterar a MP 252, visando ampliar os benefícios previstos na mesma, que são muito limitados. Para que a campanha pela redução da carga tributária e racionalização do sistema fiscal possa ter sucesso é preciso contar com o apoio dos cidadãos, que são os verdadeiros contribuintes, embora muitas vezes não saibam que pagam, quanto pagam e como pagam os tributos. Por isso a Associação Comercial de São Paulo vem procurando esclarecer a população sobre a tributação embutida, ou escondida, em todos os bens e serviços que ela consome, como um primeiro passo para cercar este lobo em pele de cordeiro.

o auge da crise política o presidente Lula tomou uma decisão de ir a Belo Horizonte conversar com o governador Aécio Neves. A reportagem da viagem foi publicada em um dos jornais paulistanos com o título O Angustiado Lula Procura Aécio Neves. Quem conhece os políticos mineiros, dentre eles o neto de Tancredo Neves, que era um genuíno mineiro, sabe que os hábeis políticos montanheses são peritos em servir aos interlocutores estranhos à terra os famosos pastéisde-vento, uma conversa prolongada na qual o

Lula está tendo lições que desconhecia. Se lhe for útil, terá sido positivo. interlocutor dificilmente se lembrará em toda a sua inteireza. A prova é que o presidente Lula não fez declarações sobre o que conversou com Aécio Neves. Mas o que se observou na sua volta de Belo Horizonte foi que Sua Exª. estava mais tranqüilo; viase que o presidente recebera bem as doses de tranquilizante que lhe aplicara o governador, arte na qual os mineiros são incomparáveis. Justifica-se assim o atual otimismo do presidente Lula, que sente a sua posição garantida, assim como o exercício do seu mandato até o fim. Isso prova que o contato com os mineiros é sempre útil, principalmente quando o espírito da "velha guarda" se manifesta.

A "Super Máquina Arrecadadora" anuncia comodidades mas poderá trazer muitos problemas.

O

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otimismo do presidente é louvável, embora quando excessivo pode virar contra o interessado e vir a ser pessimismo, que nada constrói. Lula está tendo lições de casa das quais não tinha notícia, por não conhecer os bastidores da política. Agora já sabe que a política não tem entranhas e, mais que as revoluções, devora freqüentemente os próprios filhos. Se esse aprendizado lhe for útil até o fim do exercício de seu mandato, terá sido positivo.

João de Scantimburgo é membro da Academia Brasileira de Letras, jscantimburgo@acsp.com.br


www.dcomercio.com.br/c ampinas/ Edição de Campinas concluída às 00h20 Ano 81 - Nº 21.963

São Paulo, quinta-feira 15 de setembro de 2005

R$ 0,60

Ailton de Freitas/Ag. O Globo

Cai atirando o pivô do mensalão. Caindo, o pivô do mensalinho O homem-bomba do mensalão que abalou o governo Lula e a Câmara, Roberto Jefferson, tornou-se vítima de sua própria explosão, ontem, às 21h24. Por 313 votos contra 156, ele foi cassado e está inelegível por 8 anos. Caiu atirando: "Se Lula não praticou crime por ação, por omissão ele praticou". E concluiu: "Saio de cabeça erguida. Tirei a roupa do rei. Mostrei ao Brasil quem são esses fariseus. Mostrei ao Brasil o que é o governo Lula. Mostrei o que é o Campo Majoritário do PT". E foi aplaudido pela maioria que o cassou. Os petistas que são réus no Conselho de Ética votaram, beneficiados por uma liminar concedida pelo presidente do STF, Nelson Jobim. A presidência da sessão histórica não coube a Severino Cavalcanti. Ele passou o dia em casa (foto) abatido pelo cheque-prova do mensalinho cobrado para esticar a concessão do restaurante de Sebastião Buani na Câmara. Páginas 3 a 6.

Página 13 Divulgação

No curso das águas paulistas Num único roteiro, oito cidades (como Socorro, acima) e um mar de atrações em água doce.

BOA VIAGEM

Edilson Rodrigues/CB/Ag. O Globo

TEMPO EM CAMPINAS Sol com pancadas de chuva Máxima 27º C. Mínima 15º C.

Juro cai 0,25 ponto. Mercado queria mais


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.POLÍTICA

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

EX-MINISTRO NÃO SUPORTA A PRESSÃO DA CPMI DOS CORREIOS. E PEDRO CORRÊA NEGA COMPRA DE VOTOS.

GUSHIKEN PERDE O CONTROLE

Sérgio Lima/Folha Imagem

V

isivelmente desconfortável e externando irritação, o ex-secretário de Comunicação e Gestão Estratégica do governo Luiz Gushiken admitiu, em depoimento à CPMI dos Correios, que fez indicações e manteve contatos estreitos com dirigentes de fundos de pensão, embora garanta que nunca interferiu nos negócios fechados por essas instituições. Ele negou as acusações de que teria beneficiado as agências de publicidade de Marcos Valério de Souza em licitações de estatais e, ao contrário de outros petistas ouvidos pela CPMI, rebateu com veemência todos os ataques dirigidos ao governo Lula. O ex-ministro chegou a ser repreendido quando reagiu, aos gritos, às acusações do deputado Onyx Lorenzoni (PFLRS) de que seria integrante de uma quadrilha de corrupção montada pelo PT. "Me espanta a leviandade com que trata o governo. Pare de me acusar de formador de quadrilha, apresente provas! Não se esconda sob seu mandato para fazer acusações levianas!", berrou Gushiken, após a interpelação de Lorenzoni. "Contenha-se!", pediu o vice-presidente da CPMI, deputado Asdrúbal Bentes (PMDB-PA). Gushiken admitiu que durante o governo de transição indicou Wagner Pinheiro para a presidência da Petros. E disse ainda que mantinha contatos

Gushiken grita durante depoimento à CPMI dos Correios. "Contenha-se!", retrucou Asdrúbal Bentes Roosewelt Pinheiro/Abr

DIRCEU NÃO PROMETEU DINHEIRO AO PP, DIZ CORRÊA

E

Deputado Pedro Corrêa (PP-PE) depõe na CPMI do Mensalão

Pare de me acusar de formador de quadrilha, apresente provas! Não se esconda sob seu mandato para fazer acusações levianas!

Gushiken em resposta à Lorenzoni

cias com o empresário Daniel Dantas, do grupo Opportunity, a quem acusa de ser o responsável pela contratação da Kroll para espioná-lo. Ele admitiu que durante a campanha presidencial de 2002 chegou a sugerir ao PT que não recebesse qualquer doação de Dantas, mas negou ter discutido com o ex-ministro José Dirceu o interesse do empresário nos negócios com fundos de pensão. O ex-ministro riu do fato de um de seus assessores na Se-

com ser casado com uma funcionária da Multiaction, empresa de eventos da qual Marcos Valério era sócio e que prestou serviços para estatais com o aval da secretaria. " Ele casou depois da licitação. Evidente que olhando para trás, diria hoje para ele não casar". Gushiken se irritou quando o relator Osmar Serraglio (PMDB-PR) insinuou que parecia ter havido um acordo informal para que Marcos Valério ficasse com determinadas contas de estatais e Duda Mendonça com contas diretas da administração pública federal. "Eu repudio a insinuação de que a Secom montou esse jogo", rebateu. G am e co r p– O ex-ministro também não gostou de ouvir que teria beneficiado seu cunhado Luiz Leonel, editor das revistas Investidor Individual e Institucional –com R$ 2 milhões dos fundos em publicidade. "A maior parte dos investimentos da revista é de origem privada". E foi enfático em defender a transação feita pela Gamecorp com a Telemar. "O filho do presidente tem direito, assim como o filho de qualquer pessoa, a instalar uma empresa e disputar mercado". Para o relator da CPMI, Osmar Serraglio, a irritação de Gushiken pode ser interpretada de duas maneiras: "Pode ser a ira santa de quem é acusado injustamente ou simplesmente uma estratégia de defesa". (Agências)

IRMÃO DE PALOCCI TAMBÉM PODERÁ SER CONVOCADO

Conselho de Ética vai convocar Marcos Valério e sua mulher, Renilda.

O presidente da CPMI dos Correios, senador Delcidio Amaral (PT-MS), disse que será colocado em votação hoje o requerimento do deputado ACM Neto (PFLBA) de convocação de Adhemar Palocci, diretor de Planejamento e Engenharia da Eletronorte, empresa controlada pela Eletrobrás, e irmão do ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Na terça-feira, o Jornal Nacional, na TV Globo, mostrou as investigações do Ministério Público na seguradora Interbrazil. Na reportagem, Adhemar Palocci é citado por fornecedores como a pessoa que autorizava o pagamento das despesas das campanhas eleitorais. A empresa foi denunciada, na reportagem, por receber "seguros bilionários" do setor elétrico, após contribuir para as campanhas eleitorais do PT no estado de Goiás. A assessoria de imprensa da Eletrobrás divulgou ontem nota oficial, em que destaca que Adhemar Palocci ocupa o cargo desde março de 2005, e que os seguros das usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2 foram assinados em março de 2003. A Polícia Federal vai apurar quais as relações existentes entre a Interbrazil (que tem sede em SP) e políticos do PT de Goiás.

CPI dos Bingos vai ouvir Bispo Rodrigues e Luiz Eduardo Greenhalgh.

BENEFÍCIO A PETISTAS ANIMA DEPUTADOS Inspirados na liminar concedida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Nelson Jobim, que beneficiou seis petistas ameaçados de cassação, os deputados federais Vadão Gomes (SP), José Janene (PR), Pedro Corrêa (PE), e Pedro Henry (MT ), todos do PP, José Borba (PR), do PMDB, e Vandeval Santos, do PL, protocolaram ontem à noite no STF mandados de segurança com o objetivo de também conseguir a suspensão de seus processos no Conselho de Ética. A decisão de Jobim provocou constrangimento e foi vista como uma intervenção do Judiciário no Legislativo. Os petistas beneficiados foram João Paulo Cunha (SP), Josias Gomes da Silva (BA), Professor Luizinho (SP), Paulo Rocha (PA), José Mentor (SP) e João Magno de Moura (MG).

Delúbio

Pereira

Valério

Mendonça

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, se recusou a nomear sacadores das contas de Valério na CPMI dos Correios. Na CPMI do Mensalão, ele não explicou pagamentos a Duda e disse que José Dirceu não negociou dívidas do PT.

Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Assumiu ter negociado cargos; saiu do PT, depois da descoberta de que ganhou um Land Rover da GDK . Valério disse que ele sabia dos empréstimos repassados ao diretório nacional.

Marcos Valério, dono da SMP&B e da DNA. Movimentação bancária mostra saques de vários políticos e assessores, num total de R$ 55 milhões. Disse na CPMI do Mensalão que o aval de Dirceu foi confirmado por Delúbio.

O publicitário Duda Mendonça, da DM9, confirmou ter recebido dinheiro de Marcos Valério no exterior. Os repasses, segundo ele, eram para pagar dívidas do PT, das campanhas eleitorais de 2002. Valério negou a versão de Duda.

Palmieri

Osório Batista

Jefferson

Lamas

Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB, depôs no dia 16 de agosto na CPMI do Mensalão e revelou que esteve em Portugal com Marcos Valério para obter recursos da Portugal Telecom para pagar dívidas do PT e do PTB.

Antônio Osório Batista, diretor afastado dos Correios por ter sido citado por Marinho na gravação. Depôs na CPMI e afirmou que Jefferson pediu dinheiro aos diretores da estatal para fazer caixa de campanha.

A Câmara cassou ontem o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que perdeu os seus direitos políticos até 2015, por 313 votos a favor e 156 contra. Ele foi cassado por quebra de decoro parlamentar, tráfico de influência e crime eleitoral.

O ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, confirmou em depoimento à CPMI do Mensalão que foi algumas vezes a Belo Horizonte buscar dinheiro a pedido do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.

Genoino

Jefferson

Duda

Gushiken

Marcello Casal Jr/ABr

Edson Santos/AC

Roosewelt Pinheiro/ABr

Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério. Depôs na CPMI e contestou as versões de seu ex-patrão para os grandes saques bancários: o próprio empresário voltou atrás e confessou que fazia os pagamentos a mando de Delúbio, a partir de uma lista.

Roosewelt Pinheiro/ABr

Karina

Valter Campanato/ABr

Galeria de personagens Ed Ferreira/AE

m depoimento ontem na CPMI do Mensalão, o presidente do PP, deputado Pedro Corrêa (PE), disse que o ex-ministro da Casa Civil, o deputado José Dirceu (PT-SP), jamais prometeu ao partido dinheiro em troca do apoio ao governo. Ele disse que ia com freqüência à Casa Civil, mas que recebeu do petista apenas a garantia de que, em troca da adesão ao governo, o PP ganharia participação nos cargos de indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O deputado fez questão de dizer que o compromisso eleitoral não foi negociado nessa ocasião, mas posteriormente entre o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, e o departamento financeiro do PP. Depois de afirmar que desconhecia a existência do 'mensalão', Corrêa disse que o chefe de gabinete da liderança do PP João Cláudio Genu foi autorizado pelo partido a sacar R$ 700 mil das contas do publicitário Marcos Valério Fernandes e não R$ 4,1 milhões, como denunciou o empresário. Autorização – "Nenhum outro saque feito por Genu era de conhecimento do partido nem foi autorizado pelo partido", garantiu. Segundo ele, os R$ 700 mil foram usados para pagar o advogado Paulo Goyaz, responsável pela defesa do deputado Ronivon Santiago (PP-AC), réu em 36 processos judiciais. Ele afirmou que o ex-presidente do PT José Genoino era seu interlocutor no governo, mas que nunca tratou de assuntos financeiros com ele. Corrêa disse que era orientado por Genoino a procurar o então tesoureiro do PT Delúbio Soares. Pedro Corrêa classificou de açodada a decisão das CPIs de enviar uma lista com 18 nomes de deputados diretamente à Presidência da Câmara, com indicação de que haveria indícios permitindo a cassação de seus mandatos por quebra de decoro parlamentar. O depoimento do ex-assessor da liderança do PP na Câmara João Claudio Genu foi remarcado para terça-feira. Reforma eleitoral – Depois de ouvir várias intervenções de deputados sobre a necessidade de mudar as regras das eleições, para moralizar o processo, o presidente da CPMI, senador Amir Lando (PMDBRO), se irritou. "Vamos acabar com essa hipocrisia. As regras não mudam porque quem está no poder não quer, sempre na esperança de que poderá se locupletar com recursos públicos. Quem quer mudar é porque está fora do poder", disse Lando. (AE)

constantes com o presidente da Previ, Sérgio Rosa, de quem se considera amigo pessoal, e mesmo do presidente da Funcef, Guilherme Lacerda. Mas negou que tenha fundado a “República Gushiken” nos fundos de pensão. "Isso são calúnias, difamações, recheadas de fantasias". Daniel Dantas –Gushiken não escondeu suas divergên-

Delúbio Soares

Silvio Pereira

Ferreira

Guimarães

Costa Neto

Genoino

Marcos Vinícius Ferreira, genro de Roberto Jefferson e suposto canal do PTB com os Correios. Senado estuda pedir a quebra de seu sigilo bancário. A CPMI dos Correios ainda não remarcou seu depoimento.

O ex-presidente do Banco Popular do Brasil Ivan Guimarães negou à CPMI dos Correios que sua indicação para o cargo no banco tenha sido feita pelo PT. Ele anunciou aos integrantes da comissão que vai se desfiliar do PT.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, se recusou em seu depoimento à CPMI da Compra de Votos a revelar nomes de empresas e pessoas físicas para as quais teria repassado supostos R$ 6,5 milhões recebidos de Marcos Valério.

O ex-presidente do PT José Genoino depôs na CPMI do Mensalão e disse que desconhece a existência de caixa 2 no partido e que o PT não compra votos em troca de aprovação de projetos de interesse do governo.

Gushiken

Salmeron

Dutra

Marinho

Luiz Gushiken, chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Acusado de usar influência sobre os fundos de pensão de estatais, Gushiken depôs ontem na CPMI dos Correios e negou as acusações.

Roberto Salmeron, ex-presidente da Eletronorte e ex-vice-presidente dos Correios. De acordo com o depoimento de Osório Batista, Jefferson e Salmeron teriam assistido à gravação um dia antes de ter sido divulgada à imprensa.

Mauro Dutra, dono da Novadata. Ele negou favorecimento em contratos da estatal. Mas confirmou que sua empresa fornece 22% dos micros do governo e que conhece Lula há mais de 20 anos. A CPMI dos Correios vai marcar data para ele depor.

Maurício Marinho, ex-chefe de Contratação e Administração dos Correios. Foi flagrado em gravação recebendo propina de R$ 3 mil. Foi demitido por justa causa mas, como está de licença médica, continua recebendo salário de R$ 10 mil.

Gonçalves

Waschek

Dipp

Marschner

Luiz Otávio Gonçalves, diretor da Skymaster, admitiu que pediu ajuda de Silvio Pereira para evitar que sua empresa perdesse o contrato com os Correios. Hoje, a CPMI dos Correios ouve outros três representantes da empresa.

Arthur Waschek, dono da Comam e Vetor. Mandante da gravação de Marinho, por ter interesses contrariados nos Correios. Waschek afirmou que as irregularidades não ocorrem nas licitações, mas na execução dos contratos.

Airton Dipp, ex-presidente dos Correios, confirmou na CPMI dos Correios encontro com Silvio Pereira e a influência de Luiz Gushiken na estatal, através da nomeação de três dos cinco membros de uma comissão de análise de publicidade.

Haroldo Marschner, um dos donos da Precision Componentes. Ele disse que teria recebido pedido de suborno de Maurício Marinho, para poupar a sua empresa da aplicação de multa por atraso na entrega de material.

PASSO-A-PASSO DAS INVESTIGAÇÕES

CPMI do Mensalão

Conselho de Ética

CPI dos Bingos

A comissão ouviu ontem o deputado Pedro Corrêa (PP-PE). O ex-assessor da liderança do PP na Câmara João Claudio Genu, que sacou das contas das empresas de Marcos Valério, vai depor na terçafeira. A CPMI quer apresentar um relatório do cruzamento de informações dos documentos que recebeu até agora.

O conselho ouve hoje o ex-presidente do PT José Genoino, testemunha de defesa no processo contra o deputado José Dirceu por quebra de decoro parlamentar. Marcos Valério e sua mulher Renilda Santiago vão depor no conselho como testemunhas de acusação. A data dos depoimentos ainda não foi marcada.

A comissão aprovou requerimento e convocou para depor Gilberto Carvalho, secretário de Lula, e Roseana Garcia, viúva do prefeito de Campinas Toninho do PT, assassinado em setembro de 2001. A CPI vai chamar também o exdeputado Bispo Rodrigues e o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP).


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quinta-feira, 15 de setembro de 2005

POLÍTICA - 5

JEFFERSON, CASSADO, CAI ATIRANDO CONTRA "OS FARISEUS" DO GOVERNO E DO PT; MALUF PERMANECE NA PF. Sergio Dutti/AE

O ÚLTIMO ATAQUE

Wilson Dias/ABr

Sergio Dutti/AE

Jefferson: discurso agressivo no plenário (acima), assistido por sua filha (à esq.); na fila de votação (abaixo.) atrás de Dirceu. E ao sair, recebendo o apoio da mulher Cristiane (à esq.).

O governo federal realizou o mais escandaloso processo de aluguel do Parlamento. Tratou esta Casa como se fosse um prostíbulo.

Gustavo Miranda/Agência O Globo

Tirei a roupa do rei! Mostrei ao Brasil quem são esses fariseus, o que é o governo Lula e o Campo Majoritário do PT! É o governo mais corrupto que vi em 23 anos como deputado.

O HABEAS-CORPUS DE MALUF O quem exerce cargo público, a prisão preventiva só poderia ser decretada pelo Tribunal Regional Federal (TRF), e não em primeira instância, caso da juíza Silvia Maria Rocha, da 2ª Vara Federal. "A lei diz que quem exerce determinados cargos tem foro privilegiado. Ela (a juíza) é incompetente para decretar a prisão dele", alegou o advo-

Haroldo Abrantes/A Tarde/Agência O Globo

O publicitário Duda Mendonça, na entrada da Polícia Federal, onde depôs por cinco horas. Na saída, não quis dar entrevistas.

DUDA: SÓ UMA CONTA LÁ FORA.

E

m depoimento que durou mais de cinco horas ontem na Polícia Federal de Salvador, o publicitário Duda Mendonça negou as denúncias de Marcos Valério, segundo as quais teria várias contas bancárias no exterior. Disse que não conhece o doleiro Jader Kalid e assegurou que todas os pagamentos feitos pelo ex-governador Paulo Maluf a ele foram em real, mantendo comprovantes e recibos.

Duda garantiu que abriu apenas uma conta no exterior, a Dusseldorf, nas Bahamas, por exigência de Valério para receber o pagamento dos trabalhos realizados na campanha de 2002 do PT, conforme havia declarado à CPMI dos Correios em 11 de agosto. Mais uma vez, ao deixar a PF, Duda não quis falar à imprensa. O delegado achou as declarações de Duda "convincentes". (AE)

gado José Roberto Leal. A juíza acolheu o pedido de prisão oferecido pelo Ministério Público Federal, que tomou como base o relatório da Polícia Federal que também exigia a prisão de Paulo Maluf e Flávio. No pedido de habeas-corpus, a defesa de Maluf argumentou que não ficou comprovado que o ex-prefeito tentou intimidar o doleiro Vivaldo Alves, o Birigüi, o qual teria operado pelo menos R$ 161 milhões para a família no exterior. E, assim como o de Flávio, o pedido de habeas-corpus de Maluf também será distribuído ao juiz federal convocado da 1ª Turma do Tribunal, Luciano de Godoy, substituto da desembargadora Vesna Kolmar, que está de férias. Godoy informou que o pedido de habeas-corpus de Flávio Maluf deverá ser apreciado hoje. Quentinha –Ontem, Maluf pediu mais cuidado no controle de qualidade no fornecedor da "quentinha". "Porque a quentinha que serviram pra mim, eu não tenho cachorro em casa, mas seu eu tivesse, não daria nem pro meu cachorro", disse em entrevista para o Jornal da Band, da TV Bandeirantes. Ele reclamou do apoio de Lula à sua prisão e aconselhou o presidente a começar a prender os culpados em Brasília. (Agência)

DC

s advogados do ex-prefeito Paulo Maluf entraram ontem com pedido de habeas-corpus contestando a competência da juíza federal Silvia Maria Rocha, que decretou a prisão de Maluf e de seu filho, Flávio, na última sextafeira. A defesa argumenta que pelo fato de Maluf também responder pelo crime de corrupção passiva, atribuída a

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C

om 313 votos favoráveis, 156 contrários, 13 abstenções, cinco votos em branco e dois nulos, a Câmara dos Deputados cassou ontem o mandato de Roberto Jefferson (RJ), ex-presidente do PTB, 120 dias depois que ele denunciou, numa entrevista à Folha de S. Paulo, que deputados do PP e do PL recebiam "mensalão" para votar com o governo. Jefferson terá de ficar fora da vida pública até 2015. A denúncia já provocou a renúncia de dois deputados, mandou outros 17 para a fila de cassações, derrubou a cúpula do PT, ministros e dirigentes de estatais. O plenário não comemorou nem manifestou pesar quando foi anunciado o 257° voto pela aprovação do parecer do relator Jairo Carneiro (PFL-BA). Jefferson obteve o apoio de 32% dos 489 deputados presentes. A sessão teve início às 16h03, a votação terminou às 20h30 e a apuração às 21h23. Por volta das 21h30, o 1° secretário Inocêncio Oliveira (PMDB-PE) decretou a perda do mandato. Carneiro, que depois seria chamado de "facista" por Jefferson, pediu a cassação do expresidente do PTB sob alegação de que ele não denunciara o esquema do mensalão, mesmo sabendo de sua existência. Jefferson, é claro, o contestou. "Fiz peregrinação. Falei sobre isso pelo menos 10 vezes com José Dirceu, por duas vezes com o presidente Lula e também com os ministros Ciro Gomes e Miro Teixeira". Aluguel de deputados – Jefferson disse em seu discurso que nada foi provado contra sua honra e dignidade. Em sua defesa no plenário, acusou o governo federal de ter realizado "o mais escandaloso processo de aluguel do Parlamento". "Tratou esta Casa como se fosse um prostíbulo", disse. Na opinião de Jefferson, o gover-

no criou o conflito que hoje atinge a Câmara. "Estamos em uma guerra fratricida quando a corrupção está do outro lado da praça", disparou. Fariseus – O deputado disse que cumpriu sua missão, afirmou que não muda nada do que disse e que conseguiu mostrar ao País o que é o governo Lula. "Tirei a roupa do rei! Mostrei ao Brasil quem são esses fariseus, o que é o governo Lula e o Campo Majoritário do PT! Este é o governo mais corrupto que vi em meus 23 anos como deputado. E a turma que forneceu o dinheiro vai ficar de fora? Tem ministro que recebeu mensalão! Estamos numa guerra fatricida, sanguinária, entre nós, quando a corrupção está na praça do lado de lá. De lá (do Palácio do Planalto) partiu a corrupção", atacou o deputado, interrompido por aplausos vindos das galerias e do plenário. Lula – Ao falar de Lula, disse que ele não é desonesto, mas que lavou as mãos em relação à corrupção. Disse que o presidente, se não cometeu o crime de ação, cometeu o de omissão. Comparou Lula ao ex-presidente do PT José Genoino, que negou conhecer o esquema de Delúbio Soares e Marcos Valério. "O presidente Lula é uma espécie de Genoino na Presidência da República: não sabe o que lê, não sabe o que assina, não sabe o que faz. Ele é o Genoino do Planalto. E confiou a mãos erradas, ao Gushiken e ao José Dirceu, a confiança que o povo do Brasil depositou nele. Errou." Levando o plenário e as galerias às gargalhadas, acusou Lula de preguiçoso. "O meu conceito do presidente Lula é que ele é malandro, é preguiçoso... Não sei se já chegou da Guatemala. O negócio dele é passear de avião. Governar, que é bom, ele não gosta", afirmou. (Agências)


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6 -.POLÍTICA

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

SEVERINO TEM 72 HORAS PARA SE DECIDIR

Lindomar Cruz/ABr

PRESIDENTE DA CÂMARA DIZ QUE NÃO VAI RENUNCIAR. MAS ALIADOS ADMITEM QUE SEU FIM ESTÁ PRÓXIMO. MINUTOS DE FAMA – Pivô do escândalo que pode levar à cassação do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, o empresário, Sebastião Buani e seus advogados aproveitaram os momentos de fama. Pouco antes da divulgação da cópia do cheque endossado por uma secretária de Severino, Buani e os dois advogados fizeram uma oração. Com a convicção de que era o astro do dia, Buani exigiu que fosse entrevistado no comitê de imprensa da PF, de onde as emissoras de tevê puderam fazer transmissão ao vivo. O advogado Sebastião Coelho, numa cena inédita, fez um dramático apelo para que fizessem contribuições financeiras a Buani, que deve R$ 131 mil em aluguéis atrasados à Câmara. O empresário anda com a popularidade em alta. "Estão até me pedindo autógrafos na rua", fala Buani, sem modéstia.

O

presidente da Câ- das de campanha. Ao seguir mara, Severino Ca- esse raciocínio, Severino Cavalcanti (PP-PE), valcanti transforma Buani no decidiu ontem não seu Marcos Valério particular. presidir a sessão em que foi vo O problema da versão do pretado o relatório que pediu a sidente da Câmara é que, ao cassação do mandato do depu- contrário dos envolvidos no tado Roberto Jefferson (PTB- "mensalão", ele teria utilizado RJ). Ele permaneceu o dia todo diretamente o cargo público em sua residência oficial, no que ocupava na época para obLago Sul, de onde não saiu em ter o "empréstimo". Familiares de Severino dinenhum momento. O primeiro vice-presidente, José Tho- zem estar apreensivos por sua maz Nonô(PFL-AL), o substi- saúde. Na terça-feira, durante tuiu na sessão. No fim do dia, a reunião da Mesa em que foi Severino pediu 72 horas para redigida uma nota de apoio pensar sobre sua situação e institucional, Severino já estaconsiderar a possibilidade de va bastante fragilizado emolicenciar-se do comando da cionalmente e os amigos mais Casa, mas descartou nova- próximos quiseram evitar um mente renunciar ao mandato. desgaste ainda maior. "Ele está "Renunciar, nem pensar. Nem muito abatido", afirmou Calmorto", disse Severino, segun- das, um dos parlamentares do relato do deputado João que estiveram na casa de SeveCaldas (PL-AL), amigo do pre- rino, junto com o líder do PP, José Janene (PR), o líder do gosidente da Câmara. Para assessores e parlamen- verno na Câmara, Arlindo tares mais próximos, no entan- Chinaglia (PT-SP), Sandro Mato, a renúncia é uma questão de bel (PL-GO), o vice-presidente horas. Resta saber se Severino do PT, Fernando Ferro (PE) e o irá abrir mão apenas da presi- líder do PC do B, Renildo Cadência ou também do manda- lheiros (PE). Resistência– Depois de se to de deputado, para evitar a reunir com o preperda dos direitos sidente da Câmapolíticos por oito ra, Chinaglia, disanos. Eles afirmase que Severino reram que Severino siste em renunciar ficou sabendo na ao comando da caterça-feira à noite sa, mas tomou a que a assinatura A alma já foi, iniciativa de dizer n o c h e q u e e r a agora só ficou o que "está pronto mesmo de sua se- corpo. Pode até para fazer o mecretária, Gabriela lhor para o Brasil". Kênia Martins, e ter condição S e v e r i n o a c re spassou a madru- legal, mas não c e n t o u , p o ré m , gada elaborando tem condição conforme relato uma defesa com moral. de Chinaglia, que advogados. José Carlos Aleluia "quer esclarecer a A estratégia dos verdade até o fim". advogados de SeOs líderes da base verino é a mesma dos políticos acusados de rece- aliada aconselharam Severino ber o "mensalão": transformar a renunciar à presidência, o o pagamento de propina em que levaria a novas eleições em caixa 2 de campanha. Por esta cinco sessões. "Na renúncia estratégia, os R$ 7,5 mil seriam não há sócio. É uma decisão um "empréstimo" para a cam- que ele tem que tomar", afirpanha do filho do parlamen- mou o líder do PT na Câmara. Lula abandona –O presitar, Severino José Cavalcanti Ferreira Júnior, em 2002. E os dente Luiz Inácio Lula da SilR$ 600,20 escritos no verso do va, que até o aparecimento do cheque seriam referentes a ju- cheque conversava por teleforos cobrados pelo empresário ne quase diariamente com o presidente da Câmara, não liSebastião Buani. Filho morto –C av a lc a nt i gou para hipotecar apoio. Para Ferreira Júnior foi candidato a José Janene (PP-PR), líder do deputado estadual em Per- partido de Severino, ele já jonambuco e declarou ao Tribu- gou a toalha. "Juridicamente é nal Regional Eleitoral do esta- até defensável, mas ele vai sodo ter recebido apenas R$ 1 mil frer um julgamento político". O líder da Minoria na Câmade doação – e dele mesmo. Com a explicação apresentada ra, José Carlos Aleluia (PFLpelos advogados do pai, Jú- BA) é contundente. "A alma já nior teria cometido a ilegalida- foi, agora só ficou o corpo. Pode de caixa 2. Detalhe: Júnior já de até ter condição legal, mas não tem condição moral ", afirmorreu. (Ver matéria ao lado) Caso a versão cole, a cassa- mou. Para o vice-líder do goção do presidente da Câmara verno, Beto Albuquerque (RSseria condicionada ao destino PSB), a situação de Severino à dos 17 deputados que serão frente da Câmara é mesmo injulgados pelo Conselho de Éti- sustentável. "Qualquer brasica – que também alegam que o leiro com vergonha na cara redinheiro recebido do empresá- nunciaria não somente à presirio Marcos Valério de Souza se- dência da Câmara mas tamria para o pagamento de dívi- bém ao mandato." (Agências)

ENFIM, BUANI MOSTRA O TAL CHEQUE.

O

empresário Sebastião Augusto Buani cumpriu a promessa e entregou ontem à Polícia Federal a cópia de um cheque de R$ 7,5 mil do Bradesco que teria sido usado para pagar mesada ao presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE). O cheque, emitido em 30 de julho de 2002, foi sacado por Gabriela Kênia Martins, uma das secretárias de Severino desde o período em que o deputado esteve à frente da primeira-secretaria da Câmara. Para o empresário, o cheque é a prova material mais contundente do mensalinho que teria pago a Severino de 2002 a 2003 em troca da prorrogação do contrato da rede de restaurantes Fiorella com a Câmara. "Se eu não tivesse esse cheque eu teria uma batalha jurídica muito grande pela frente. A verdade é essa." "Os R$ 7,5 mil eram para completar os R$ 10 mil (valor da suposta mesada de Severi-

no). O mensalinho era o pagamento dado ao deputado (Severino) para que eu pudesse continuar lá (na Câmara)", afirmou Buani exibindo uma cópia do cheque numa entrevista coletiva no comitê de imprensa da PF. Prova fatal – Buani contou que obteve uma cópia do cheque na manhã da última terçafeira, cinco dias depois de prometer apresentar a prova fatal contra Severino. O cheque foi descontado na mesma data em que foi emitido, 30 de julho de 2002. O nome de Gabriela aparece na área reservada ao destinatário do dinheiro. No verso do cheque, está a assinatura da secretária. O empresário disse que entregou o cheque a Severino em julho de 2002, no Fiorella do 10ª andar do anexo IV da Câmara, onde o deputado costumava almoçar. "Ele ia sempre lá fazer refeições, dava um aperto, um arrochinho. Dizia : "Não esqueça que hoje nós temos nossos

compromissos. Não vai me deixar na mão", contou Buani. Numa entrevista coletiva na semana passada, o empresário disse que pagou R$ 40 mil a Severino em 2002 e, a partir de 2003, teria sido obrigado a desembolsar mesadas de R$ 10 mil ao deputado. Essa seria uma das exigências do deputado para prorrogar o contrato do Fiorella que estaria vencido desde 2002. Mas na terça-feira, depois de receber o cheque nominal a Gabriela, Buani se corrigiu. Ele sustenta que começou a pagar o mensalinho em 2002, logo depois de entregar um envelope com R$ 40 mil a Severino no dia quatro de abril daquele ano. Buani reafirmou que pagava o mensalinho com o dinheiro recolhido dos caixas de seus restaurantes. Mas em julho de 2002 teve que pagar com um cheque porque estava em dificuldades financeiras. Como julho é mês de recesso parlamentar, a arrecadação do Fio-

Dida Sampaio/AE

Roberto Stuckert Filho/Agência O Globo

rella estava em baixa. "Eu disse que estava duro. Tem mês que eu não tenho de onde tirar (o dinheiro da propina). Sabe o que ele falou para mim ? Vá tirar de sua conta na Suíça." Buani sustenta também que não pode ser acusado de corrupto. O empresário argumenta que só pagou a propina porque não tinha outra alternativa para manter o Fiorella na Câmara. Suborno – Momentos antes da exibição do cheque, Sebastião Coelho, um dos advogados de Buani, insinuou que o empresário recebeu uma proposta de suborno para desistir da denúncia contra Severino, mas rejeitou a oferta. O advogado não revelou o nome do autor da proposta. A proposta teria acontecido antes do empresário vir a público ratificar as declarações do ex-gerente. Um outro interlocutor do empresário disse que uma pessoa ofereceu R$ 1 milhão a Buani para que ele deixasse de lado as denúncias. (Agências)

DINHEIRO ERA PARA FILHO DE SEVERINO, DIZ SECRETÁRIA.

Q

uatro dias depois de negar que tenha recebido qualquer encomenda de Sebastião Augusto Buani, a secretária Gabriela Kênia Martins confirmou ontem, em novo depoimento à Polícia Federal que, em julho de 2002, sacou um cheque de R$ 7,5 mil assinado pelo empresário. Ao longo do depoimento, Gabriela – que é secretária de Severino desde que o deputado ocupava a primeirasecretaria da Câmara –tentou livrar o chefe de qualquer responsabilidade no recebimento do suborno. A secretária disse que o cheque não era para pagar mesada, como afirmou Buani, mas sim uma doação do empresário à campanha eleitoral de Severino Cavalcanti Júnior, filho

Após ver seu nome no cheque apresentado, Gabriela Martins admite que recebeu dinheiro de Buani

do presidente da Câmara morto num acidente de carro em agosto de 2002. Segundo Gabriela, o dinheiro deveria pagar "dívidas de campanha". A doação, no entanto, não aparece na contabilidade da campanha de Severino Júnior. Sebastião Coelho, um dos advogados de Buani, negou que o cliente tenha feito contribuições de campanha ao filho de Severino ou a qualquer outro político. Ele alega que o empresário sempre esteve em situação financeira apertada. O advogado considerou de-

plorável a versão apresentada por Gabriela. Antes de prestar depoimento à PF, a secretária passou horas na residência oficial do presidente da Câmara. "Acho muito triste usar um filho morto para uma história como essa", disse Coelho. Reforço – Gabriela chegou à sede da PF numa caminhonete de cabine dupla da Câmara. Ela estava acompanhada de José Eduardo Alckmin, advogado de Severino, e de Marcos César Vasconcelos, assessor jurídico da presidência da Câmara. Em depoimento ao delegado

Sérgio Meneses na sexta-feira passada, Gabriela negou "peremptoriamente os fatos atribuídos ao deputado Severino Cavalcanti concernente aos pagamentos do mensalinho realizados por Sebastião Buani". Diante da aparente contradição, ela alegou que naquele dia fora questionada apenas a atos praticados em 2003. Para a polícia, a secretária mentiu duas vezes e, agora, terá dificuldades de se livrar das acusações de envolvimento com o suposto esquema do mensalinho. (Agências)

UNIDOS PELA RENÚNCIA Foi imediata, intensa e em coro a reação à revelação do cheque descontado pela secretária de Severino Cavalcanti. Líderes e representantes de todos os partidos cobraram a renúncia do presidente da Câmara. Até o PT e o governo, que até a véspera deram a Severino mais uma

chance, reconheceram que ele não têm mais condições de exercer a presidência e terá que responder a processo por quebra de decoro no Conselho de Ética da Câmara. O presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP), que conduzirá o processo contra Severino,

não têm dúvidas da gravidade da situação e vai indicar na próxima segundafeira o relator da representação feita pelos partidos de oposição contra Severino Cavalcanti (PP-PE). Segundo ele, o processo vai caminhar normalmente dentro do Conselho caso ele renuncie ou não ao car-

go de presidente da Câmara. "Considero gravíssimo o caso do deputado Severino. Depois da aparição do cheque acredito que ele deva renunciar imediatamente à presidência da Câmara", afirmou. "Mediante a apresentação de uma prova irrefutável de seu vínculo ilegal

com o empresário Sebastião Buani, a posição do PT e da bancada é por sua responsabilização e substituição imediata na presidência da Casa", afirmou o presidente nacional do PTTarso Genro, à imprensa. O ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner, ligou para Severi-

no e reafirmou que o governo era contra prejulgamentos, mas ponderou que a situação havia se complicado muito após a prova apresentada por Buani. "O aparecimento do cheque realmente deixou a situação muito mais complicada", disse Wagner. (Agências)


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quinta-feira, 15 de setembro de 2005

NACIONAL - 7

Luiz Prado/Luz

INDÚSTRIA É O SETOR QUE MAIS UTILIZA ESTRATÉGIAS

PLANEJAMENTO É A CHAVE PARA OBTER SUCESSO NO NEGÓCIO

E

mbora o planejamen- atendimento. "É muito co- têm dois enfoques principais, to estratégico ganhe mum vendedores não conhe- que são o técnico e o comportarelevância e ocupe ca- cerem os produtos ou serviços mental. O primeiro é para suda vez mais espaço na que tentam vender". Para ele, o prir os funcionários com inforpauta dos gestores tanto na in- varejo tem que investir mais mações sobre os produtos, codústria quanto no segmento em programas de treinamen- nhecimento de moda e conde serviços, a prática ainda es- to, planos de carreira e política cepção de tendência. O outro tá longe de ser bem utilizada de retenção de funcionários. "É inclui técnicas de abordagem preciso identificar talentos e para ajudá-los a "mapear os no setor de varejo. Para o engenheiro de produ- cultivá-los como colaborado- clientes" e encontrar a solução para o que eles precisam. ção e consultor Antônio Carlos res-chave para a operação". Logística – Outra de Campos, entu- Luiz Prado/Luz atividade que desiasta do assunto, o pende muito do placomércio deveria nejamento estratégiaplicar o planejaco é a logística. Estomento estratégico que e compras na dando mais ênfase medida certa garanno atendimento, tem um fluxo de caitreinamento de pesx a s a u d á v e l e a usoal, serviços, preço mentam as condie logística. Segundo ções para o cresciele, existe uma tenmento do negócio. dência de mecanizaPor esse motivo as ção do atendimento grandes redes têm nas grandes redes cada vez mais intevarejistas que muiresse em profissiotas vezes constrannais especializados gem o consumidor. nessa área. Segundo Campos alerta Campos, esse setor que há excesso de tem um grande poartificialismo dos tencial de crescimenvendedores quanto e de empregabilido abordam o cliendade. "Esse mercado te. "Prática que não necessita de profisse traduz necessasionais qualificados riamente em resule a oferta ainda não tado de venda", diz supre a demanda", o especialista. Na afirma Campos. opinião de Campos, O especialista exos serviços serão caplica que o perfil para da vez mais o difeatuar nessa área é de rencial competitivo Treinamento é essencial para obter sucesso na venda uma pessoa de prefedas empresas. "Os produtos tendem a se equipaQuem concorda com essa rência com formação em admirar e os players que forem mais opinião é a gerente de marke- nistração de empresas, dinâmieficientes no atendimento, en- ting da rede Colombo, Patrícia ca e com especialização em lotrega, preço e comodidade te- Amaro. Segundo ela, a empre- gística. Assim, poderão acomrão mais chance de sucesso". sa faz a lição de casa e investe panhar os estoques, mercado, Campos afirma que a falta em programas de treinamento recursos humanos, financeiro, de treinamento também é um para os 600 funcionários de custos e administrativo. dos aspectos vulneráveis no suas 60 lojas. Os programas Cejana Montelo

Sim para criação da Brasken e venda da Cargill Não para acusações de prática desleal na telefonia Adiado julgamento de cartel na siderurgia

CADE

Vários processos saem das gavetas O caria a concorrência no setor. Desafogo – O Cade encerrou vários processos pendentes há anos. Arquivou, por exemplo, três acusações de práticas anticompetitivas feitas em 2001 pela Embratel e pela Intelig contra as operadoras de telefonia local Brasil Telecom, Telemar e Telefônica.

Mas o órgão teve de adiar mais uma vez o julgamento das siderúrgicas Gerdau, Belgo Mineira e Barra Mansa por formação de cartel. A liminar foi dada pela ministra do STJ, Eliana Calmon, a pedido dos advogados da Gerdau. Ontem mesmo o Cade recorreu para tentar derrubar a decisão. (AE)

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Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou ontem, por unanimidade e sem restrições, a operação que resultou na criação da Braskem, em setembro de 2001, com a reestruturação acionária do pólo de Camaçari, na Bahia. A reestruturação foi possível depois que o Banco Central leiloou a participação detida na Copene pelo Banco Econômico, que está em liqüidação extrajudicial. As participações foram adquiridas pelos grupos Mariane e Odebrecht. Cargill – O Cade ainda aprovou, também sem restrições e por unanimidade, a venda de fábricas, armazéns e instalações portuárias da americana Cargill Agrícola para as indústrias brasileiras Sucocitrico Cutrale e Citrosuco Fischer. Os negócios foram realizados em junho do ano passado sob protestos dos produtores de laranja do País. A Associação Brasileira dos Citricultores (Associtrus) defendeu no Cade a rejeição das operações, alegando que elas aumentavam ainda mais a concentração do mercado de suco de laranja, o que prejudi-

Rede Colombo investe em treinamento para auxiliar seus colaboradores na melhor abordagem ao cliente Fotos: Patrícia Cruz/Luz

Reunião do conselho consultivo discutiu a questão da inadimplência

Para Solimeo, inclusão é lenta

Cresce emissão de cheque sem fundo O Conselho Consultivo do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), reuniu-se ontem para discutir os rumos da inadimplência e da concessão de crédito no País. Segundo o superintendente de economia da ACSP, Marcel Solimeo, nos últimos meses cresceu a emissão de cheques sem fundo pelo mesmo emitente. "Cada inadimplente registrado em nosso banco de dados tem, em média, 12 che-

ques devolvidos. Isso só acontece porque o processo de inclusão é lento; até que o cheque seja reapresentado duas vezes, passe pelo Banco Central e por todos os processos, leva quase um mês. Nesse meio tempo, a pessoa pode continuar emitindo novas folhas", afirma. Os registros da ACSP também mostram que 64% dos CPFs incluídos negativamente no Usecheque, primeiro passaram pelo SCPC. Ou seja, a pessoa tem primeiro seu nome incluído no cadastro de maus

pagadores. Por isso, Solimeo defende o uso de ferramentas de verificação integradas, como o UseScore, da ACSP. Palestras –Além de discutir a inadimplência, os integrantes do conselho consultivo ouviram uma palestra do consultor Michal Gartenkraut sobre a situação econômica do País e uma apresentação de Moisés Sznifer, professor da Fundação Getúlio Vargas e proprietário da consultoria em estratégia empresarial Idea. Fernanda Pressinot


DIÁRIO DO COMÉRCIO

SAO PAULO

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

Sonaira San Pedro

NO CIRCUITO DAS ÁGUAS

Fotos: Divulgação

~

Paula Cunha

TURISMO - 1

A mparo, Serra Negra, Socorro, Lindóia , Águas de Lindóia, Monte Alegre do Sul, Jaguariúna e Pedreira. Com o intuito de divulgar suas incontáveis atrações, estas oito cidades do interior do Estado se uniram para criar o Pólo Turístico do Circuito das Águas Paulista. Num roteiro único, cujo forte é o turismo rural, o viajante pode conhecer todas elas. E, além de suas fontes de águas puríssimas, que dão nome à rota, há um mundo de cachoeiras, esportes de aventura, construções e fazendas históricas, alambiques, delícias caseiras e boa infraestrutura hoteleira. Págs 2 a 6

Águas e mais águas: nas fontes (como a das Índias, em Amparo), nas praças (como a Adhemar de Barros, em Lindóia) e nas cachoeiras – cenário de esportes radicais. A viagem passa ainda por alambiques, que produzem aguardentes típicas, e belos casarões, como os de Amparo. Doces artesanais são irresistíveis nas fazendas, como a Atalaia (abaixo, à esq.) Paula Cunha


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GREVE

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

J. F. Dorio/AE

8 -.NACIONAL

Funcionários dos Correios de braços cruzados Eles reivindicam reajuste de 47,17% e piso de R$ 931,75. Ontem, a empresa ofereceu aumento de aproximadamente 11% mais um abono de R$ 600

O

s funcionários dos Correios entraram ontem em greve geral, em quase todo o País. De acordo com informações dos sindicatos, houve adesão de cerca de 80% dos trabalhadores. Segundo a empresa, somente 10,75% dos 108.350 funcionários participaram da paralisação. As atividades mais afetadas foram a distribuição e o transporte, o que pode causar atraso na entrega das correspondências. Já houve tempo em que os Correios eram sinônimo de serviço público de excelência. Hoje, os trabalhadores têm piso menor que o restante da administração pública e sucessivos reajustes abaixo da inflação. "A direção está sendo intransigente", afirmou Golbery Valoria, integrante do Comando Nacional de Negociação dos Trabalhadores dos Correios e diretor do sindicato do

Funcionários dos Correios fizeram manifestação no vão livre do Masp, na avenida Paulista e depois seguiram em passeata até a Praça da Sé

Rio Grande do Sul. "Nosso salário inicial é de R$ 448, enquanto outras empresas públicas têm piso acima de R$ 900". Os trabalhadores reivindicam 47,17% de reajuste, piso de R$ 931,75, vale-refeição de R$ 20 (atualmente são R$ 13) e cesta básica de R$ 200 (hoje de R$ 76). Ontem, a empresa ofereceu o IPCA de 6,57% mais 1,34% e 3,9% em janeiro, o que daria um total de 11,9%, além de um abono de R$ 600. No ano passado, o aumento ficou em cerca de 23%. Segundo Valoria, a categoria acumula perdas de 52% desde 1994. São Paulo – Na capital paulista houve manifestação no vão livre do Masp. Os trabalhadores seguiram em passeata pela Avenida Brigadeiro Luís Antônio até a Praça da Sé. "Estamos em 5 mil pessoas", afirmou o secretário-geral do sindicato de São Paulo, Carlos Alberto Pereira da Silva. (AE)

IRAQUE

Empresas brasileiras participaram de feira na Jordânia. Os destaques foram os setores de alimentação, material de construção e equipamentos médico-hospitalares

O Brasil vai ajudar a reconstruir o país

A

Agência de Promoções de Exportação e Investimentos (Apex-Brasil) estima em US$ 244,5 milhões o total dos negócios obtidos durante a Feira Brasil na Reconstrução do Iraque, que terminou ontem em Amã, na Jordânia. O valor é quase 30 vezes superior às vendas do Brasil ao Iraque de janeiro a julho deste ano: US$ 9 milhões. Além de importadores

iraquianos, participaram da feira, durante três dias, cerca de 1,5 mil compradores do Kuait, Síria, Emirados Árabes, Líbia e outros países do Oriente Médio. Cerca de 200 empresas brasileiras participaram. O presidente da Apex, Juan Quirós, disse que os expositores brasileiros voltarão à Jordânia em abril de 2006 para participar da Feira 'Rebuilding Iraq', que reunirá representantes de 60 países interessados em fazer

negócios com o país. Segundo a Apex, durante a feira foram fechados contratos de US$ 17,5 milhões. Outros US$ 95 milhões são vendas estimadas para os próximos 12 meses em decorrência dos contatos feitos durante o evento. Mais US$ 132 milhões em propostas de fornecimento foram encaminhadas pelo governo iraquiano, principalmente dos ministérios da Agricultura,

Habitação e Construção e Eletricidade. Entre os 14 setores representados, os destaques foram os de alimentos, material de construção, equipamentos médicohospitalares, máquinas e serviços para indústria petrolífera e equipamentos e máquinas agrícolas. A brasileira Erwin Guth, de São Paulo, fechou contrato para participar da montagem de dois hospitais. (AE)


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2 -.TURISMO

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

Fotos: Divulgação

Amparo dá um banho de história

O casario colonial (ao lado) é a marca registrada do centro de Amparo. Mas são as fazendas nos arredores que enriquecem a viagem. Na Fazenda Engenho das Palmeiras (abaixo), após ver móveis e objetos de época, os visitantes são agraciados com farta mesa de pães e bolos. E na Adega Benedetti (abaixo), o dono Antonio Carlos faz questão de acompanhar os turistas no tour por sua propriedade produtora de licores e cachaça

Além das preciosas construções, como o cinema, fundado em 1872 e ainda ativo, a cidade reúne fazendas do período áureo do café, abertas à visitação

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Por Paula Cunha

uem gosta de prédios históricos vai adorar Amparo. A cidade preservou casas e edifícios importantes para a sua história. Logo na área central, a Catedral de Nossa Senhora do Amparo, com pinturas de Benedito Calixto, e a Estação Ferroviária mostram ao visitante que o passado de uma cidade pode ser preservado e se transformar em uma importante fonte de divisas. Ao chegar, os turistas podem procurar o Centro de Informações Turísticas na Praça Pádua Salles, conhecida como Praça do Cinema, e solicitar a companhia de um guia que mostrará todos os prédios, além das fazendas de café e o Parque Ecológico Municipal. Ainda no perímetro urbano, vale a pena observar e visitar as construções que atualmente abrigam a Beneficência Portuguesa, inicialmente sede do grêmio literário da comunidade portuguesa, e também o cinema. Este último foi fundado em 1872 e foi utilizado como a estação de trem. A sala de projeção ainda está em atividade, fato raro na maioria dos municípios do interior paulista. Além destas antigas cons-

truções, a sede atual da prefeitura municipal e da unidade do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estão instaladas no antigo edifício da Sociedade de Mútua Assistência Italiana, construído em 1901. Os guias orgulhamse ao contar que a cidade abrigou o primeiro grupo literário da região, responsável por abrir as portas da biblioteca para a população. História e cultura – O Museu Histórico e Pedagógico Bernardino de Campos pode ser uma boa opção para quem deseja conhecer a história da cidade desde a sua fundação. Ele contém objetos que mostram como a população de Amparo participou de diversas fases importantes da história do País, como a Revolução Constitucionalista de 1932. Mas nem só de história e cultura vive Amparo. Nos meses de junho e julho há um festival cultural, com apresentações de grupos musicais e teatrais dali e dos municípios próximos. Há, também neste período, o aumento do número de expositores na feira de artesanato. Além disso, a cidade conta com uma discoteca, que atrai os jovens das cidades vizinhas, como Lindóia e Serra Negra.

Paula Cunha

Que tal conhecer as fazendas que trouxeram riqueza para a região no período áureo do café? O turismo histórico começa a ganha força na região e os visitantes interessados em visitar grandes propriedades que cultivam o produto podem passar momentos agradáveis conhecendo ao vivo uma parte importante do passado de São Paulo e, de quebra,

apreciar a deliciosa, e farta, culinária local. Na Fazenda Engenho das Palmeira, a proprietária Célia Andrade Siqueira Franco recebe grupos que podem apreciar os móveis antigos e as pinturas originais conservadas nas paredes. Ela conta que tudo foi trazido da Europa, inclusive um oratório. Depois de percorrer todos os aposentos e alas com máquinas, serras, arados, ferramentas e até uma carroça, a anfitriã oferece uma farta mesa com bolos, café e outras delícias regionais. Célia diz que ela planeja, a médio prazo, organizar os objetos antigos e montar um museu em uma das alas da casa principal da fazenda. "Vamos colocar mesas, carteiras e livros em um painel junto com os documentos e ilustrações que foram preservados", explica. Com isso, ela espera atrair mais estudantes, que já visitam o espaço no período das férias, quando procuram a região para percorrer as trilhas e ver as fontes. Entre estas, as que mais se destacam estão a de Nossa Senhora do Amparo, São Vicente de Paula, São Benedito, Nossa Senhora Aparecida, Santa Rita de Cássia e Fonte da Serra. Delícias locais – Mas quem quiser realmente se fartar com a culinária do interior irá se realizar na Fazenda Atalaia. A anfitriã aqui também é a proprietária, Rosana de Paula Rezende, que conta que a unidade rural é uma herança da família do marido e que a decisão de morar nela com os filhos foi conjunta e unânime. Depois de iniciar a produção

de alguns tipos de queijo, iogurte, requeijão, manteiga e variedades de pães e de vendêlos para clientes e restaurantes da região, veio a decisão de receber turistas. Em uma enorme mesa instalada em uma das salas próximas à cozinha os visitantes devoram os quitutes e podem observar a produção na cozinha, que tem uma de suas paredes envidraçada. Rosana orgulhase ao contar que os funcionários são moradores de Amparo e das fazendas vizinhas. "Todos foram treinados por nós, não trouxemos ninguém de fora", explica. Adega – Ainda dentro do circuito das fazendas de Amparo, vale a pena visitar a Adega Benedetti. Ela iniciou suas atividades na cidade em 1929, com a família de mesmo nome. Antonio Carlos Benedetti faz questão de acompanhar os turistas e explicar todas as fases de elaboração das cachaças e licores que levam a sua marca. Os turistas podem experimentar algumas variedades produzidas pela família de origem italiana. "Nosso forte são as pingas e licores ", diz.

EXCEPCIONALMENTE NESTA SEMANA, NÃO PUBLICAMOS A COLUNA PANROTAS CORPORATIVO

BOA VIAGEM Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos

Projeto gráfico José Coelho

Diretor de Redação Moisés Rabinovici

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Editora Antonella Salem antonellasalem@uol.com.br Sub-editora Lygia Rebello lygiarebello@uol.com.br

RAIO X COMO CHEGAR Amparo fica a 93 km de São Paulo. Pegue a Rodovia dos Bandeirantes, passe por Jundiaí e Morungaba. ONDE DORMIR Hotel Bougainville: Estrada Amparo/Pedreira, km 45, tel. (19) 3807-3043, site www.bougainville hotelfazenda.com.br. Hotel-fazenda a poucos minutos do centro de Amparo, oferece piscina, centro hípico e a convivência com diversos tipos de animais. Diárias para casal a partir de R$ 160, com pensão completa. Hotel Canto da Floresta: Bairro Furquilha, Amparo, tel. (19) 3899-1296. Central de reservas pelo tel. 0800/7077050, site www.hotel cantodafloresta.com.br. Resort eco-místico com direito a massagem holística e decorado com feng shui. Diárias para casal a partir de R$ 450. ONDE COMER Empório Tropeiro e Colônia: Rodovia SP 107, km 6, Arcadas X Santo Antonio de Posse, tel. (19) 3807-1717. Oferece comida típica da fazenda. Sorveteria do Felipe: na Praça da Catedral, serve comida caseira.


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quinta-feira, 15 de setembro de 2005

LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS - 9

GRANDE ABC ESTUDA MEDIDAS JUDICIAIS CONTRA MUNICÍPIOS QUE COBRAM POUCO ISS PARA ATRAIR EMPRESAS Jonne Roriz/AE

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capital paulista pode ganhar fortes aliados na luta contra a guerra fiscal travada pelos municípios vizinhos que cobram baixas alíquotas do Imposto sobre Serviços (ISS) para atrair empresas. O Consórcio Intermunicipal do ABC, do qual participam Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires, vai solicitar análise jurídica de tributaristas sobre o uso de alíquotas abaixo de 2% e a redução da base de cálculo do tributo. Dependendo da opinião dos advogados, o Consórcio pode ingressar com ação judicial contra cidades como Santana de Parnaíba, Barueri e Embu. A região do Grande ABC tem perdido importantes somas de arrecadação por conta da guerra fiscal. Segundo o secretário executivo do Consórcio, Renato Maués, em São Bernardo do Campo, por exemplo, mais de R$ 20 milhões em ISS deixarão de ser arrecadados com a saída, este ano, da empresa Visanet, hoje instalada em Santana de Parnaíba. Isso corresponde a cerca de 15% da arrecadação total do tributo no ano passado, que foi de R$ 140 milhões. Cansada de perder uma receita estimada de R$ 100 milhões por ano de ISS para os vizinhos, a Prefeitura de São Paulo resolveu pegar pesado contra as cidades que concedem incentivos fiscais e empresas que cometem fraudes usando endereços fictícios. Criou um cadastro de prestadores de serviços para ter maior controle sobre a atuação deles na capital paulista. As prestadoras instaladas fora do município de São Paulo terão que se cadastrar pela internet para atuar na capital e comprovar onde estão instaladas.

Ari Paleta/ABC Repórter

Legislação ambiental impede instalação de indústrias

São Paulo também entrou com uma representação no Ministério Público contra Santana de Parnaíba, um dos destinos preferidos dos prestadores de serviços que querem recolher menos imposto. O cadastro e as novas regras de cobrança do ISS previstas na Lei nº 14.042, entretanto, não agradaram as entidades representativas do setor de serviços. A Federação de Serviços do Estado de São Paulo (Fesesp) só está esperando a regulamentação da norma para ingressar com uma ação judicial. Ribeirão Pires - O Consórcio do ABC também está analisando a decisão do município de Ribeirão Pires de reduzir a base de cálculo do ISS para 33 atividades, entre elas informática, saúde, comunicação, turismo, corretagem de títulos, pesquisa e desenvolvimento. O secretário de Finanças do município, Lázaro Leão, defende a legalidade da medida. "A legislação não diz que não pode mexer na base de cálculo do imposto. Onde não há proibição, não há transgressão", afirma Leão. A cidade possui 130 mil habitantes e enfrenta alguns obstáculos para atrair empresas. Um deles é o fato de estar localizada em área de proteção ambiental, onde a instalação de indústrias é probidade pela legislação. Segundo Leão, com ações administrativas, como o pagamento de fornecedores só após a retenção na fonte, Ribeirão está conseguindo aumentar a arrecadação do imposto, que este ano deve totalizar R$ 5,6 milhões, incluindo juros, multa e receita da dívida ativa. Adriana David

SÃO PAULO GANHA ALIADOS CONTRA A GUERRA FISCAL Em busca de mais arrecadação, Ribeirão Pires reduziu a base de cálculo do imposto para 33 atividades e também está na mira do Consórcio Intermunicipal, do qual faz parte.

Ribeirão Pires deve arrecadar este ano R$ 5,6 milhões com ISS

EM SÃO BERNARDO, ISS MENOR PARA A CONSTRUÇÃO esmo com estimativas de perda de R$ 5 milhões de arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS) por ano, o município de São Bernardo do Campo, na região do ABC Paulista, decidiu baixar de 4% para 2,5% a alíquota do tributo para o setor da construção civil. Um projeto de lei neste sentido será encaminhado ainda este mês à Câmara Municipal. Caso seja aprovado, a cidade terá a menor alíquota do imposto na região: Santo André cobra 3%; Diadema, 4%; e São Caetano do Sul, 5%. O setor da construção civil recolhe anualmente de ISS aos cofres de São Bernardo cerca de R$ 14 bilhões, o que corresponde a 10% da arrecadação do imposto na cidade. Entretanto, de

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acordo com o secretário de Finanças de São Bernardo, Marcos Cintra de Albuquerque, a perda de arrecadação vai ser compensada futuramente. Com a redução no imposto, a expectativa é aumentar a oferta de imóveis novos, gerar postos de trabalho e reduzir o valor das unidades. "Todos estão baixando as alíquotas de outras atividades para próximo de 2%, mínimo permitido pela legislação. Ainda não baixaram o de construção civil por entenderem que não gera mais investimentos", diz o secretário. "Mas a redução da alíquota pode gerar impacto positivo a médio prazo. Poderá haver a oferta de imóveis novos e a redução do preço para o consumidor." (AD)

Prefeito da City londrina critica excesso de tributos prefeito da City (Centro Financeiro) de Londres, Alderman Michael Savory, fez coro ontem às reivindicações de empresários brasileiros e criticou o alto número de impostos sobre os negócios, o que limita a instalação de empresas estrangeiras no País. De acordo com o executivo, incide sobre as empresas nacionais uma média de 43 impostos. No Reino Unido, são sete as taxas para empresas que queiram se instalar no País. Para Savory, é importante que o Brasil acabe com a legislação restritiva a serviços e empresas estrangeiras, de forma a se beneficiar da globalização econômica. "Nenhum país pode viver às suas próprias custas. O Reino Unido nunca teria crescido se não fosse pela sua adesão ao livre mercado", afirmou. O executivo, que se encontrou com representantes do setor privado em São Paulo, aconselhou os brasileiros a insistir junto aos políticos para

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que acabem com as leis que restringem os negócios no País. Na avaliação de Savory, que ficou três dias no País, os brasileiros são muito orgulhosos em relação a seus patrimônios e muitas empresas são familiares. Para ele, isso afasta o capital estrangeiro do País. "Há um mundo lá fora para ser aproveitado em benefício do Brasil. Mas muitas empresas deixam de vir para determinados países porque suas leis frustram os negócios", afirmou. O prefeito da City ressaltou que a América Latina não está na lista dos principais países com empresas listadas na London Stock Exchange. No entanto, a visita dele ao Brasil mostra que isso deve ser corrigido. "O sistema financeiro de Londres quer atrair empresas brasileiras. E vocês precisam fazer mais promoção de suas empresas", sugeriu, completando: "quanto mais barulho se faz, mais negócios são realizados". (AE)

IMPOSTO DE RENDA Governo estuda correção da tabela

A

expectativa de um acréscimo de recursos de R$ 2,9 bilhões na arrecadação do Imposto de Renda (IR), com a manutenção da alíquota máxima de 27,5%, reforçou o movimento no Congresso para a correção da tabela do IR. O relator do Orçamento, deputado Carlito Merss (PT-SC), informou ontem que já está discutindo com a equipe econômica a atualização da tabela, que, no fim do ano, deve acumular uma defasagem em torno de 13%. Entre os parlamentares, a idéia é propor reajuste de 10% nas faixas de renda que estabelecem a alíquota que incide nos salários. "Há espaço político para uma atualização da tabela. Desde 1996, o sufoco da classe média está grande. Vou brigar por isso", afirmou o relator. Os técnicos da Comissão Mista de Orçamento estimam que uma correção nestes pata-

mares representa uma perda de arrecadação em torno de R$ 3,1 bilhões, valor bem próximo ao do acréscimo na receita com a manutenção da alíquota de 27,5%. Os técnicos do Orçamento lembram que a atualização da tabela é socialmente mais justa do que a redução da alíquota máxima, pois beneficiará todos os assalariados. Merss quer também ampliar o número de alíquotas, hoje de 15% a 27,5%. "É injusto manter apenas duas alíquotas", disse. Ontem, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, também sinalizou que a tabela será corrigida. Os valores deverão ser definidos em novembro. "Claro que vai reajustar. É compromisso de governo e nós o faremos. Nós vamos consolidar essa negociação durante o mês de novembro, certamente, na segunda quinzena. O mais tardar, nos primeiros dez dias de

dezembro nós consolidaremos essa negociação", disse Marinho, após participar do 2º Seminário do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em São Paulo. No início deste mês, o governo anunciou por meio de um comunicado conjunto dos ministérios da Fazenda e do Planejamento que, por enquanto, a alíquota máxima vigente para o ano de 2006 continua sendo de 27,5%, e não de 25%, como havia sido divulgado anteriormente. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que ontem defendeu a redução da carga tributária, explicou que houve um erro técnico na elaboração do orçamento, que levou em conta uma legislação ultrapassada. O ministro disse que, além da correção da tabela do IR, outras alternativas para usar esses recursos seriam desonerar a cesta básica ou editar uma segunda MP do Bem. (Agências)

Associação Comercial de São Paulo

Reunião Plenária Tema: “Referendo sobre desarmamento: sim ou não?” Debatedores: Deputado federal Jamil Murad (PC do B) pró-desarmamento Deputado federal Luiz Antonio Fleury (PTB) contra o desarmamento Dia: 19 de setembro de 2005, segunda-feira Horário: às 17 horas

Local: Edifício-sede da ACSP, na Rua Boa Vista, 51 - 9º andar

Haverá pesquisa “in loco” (dinâmica interativa com resultado em tempo real) A palestra será transmitida em aberto na internet, pelo site www.acsp.com.br (Clique em Web TV ACSP - ao vivo)


w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Cracolândia: fim incentivado

Edição concluída às 00h10

Ano 81 - Nº 21.963

São Paulo, quinta-feira 15 de setembro de 2005

R$ 0,60

Projeto prevê incentivos fiscais para empreendedores que se instalarem na área antes dominada por viciados. DCidade

Ailton de Freitas/Ag. O Globo

Cai atirando o pivô do mensalão. Caindo, o pivô do mensalinho O homem-bomba do mensalão que abalou o governo Lula e a Câmara, Roberto Jefferson, tornou-se vítima de sua própria explosão, ontem, às 21h24. Por 313 votos contra 156, ele foi cassado e está inelegível por 8 anos. Caiu atirando: "Se Lula não praticou crime por ação, por omissão ele praticou". E concluiu: "Saio de cabeça erguida. Tirei a roupa do rei. Mostrei ao Brasil quem são esses fariseus. Mostrei ao Brasil o que é o governo Lula. Mostrei o que é o Campo Majoritário do PT". E foi aplaudido pela maioria que o cassou. Os petistas que são réus no Conselho de Ética votaram, beneficiados por uma liminar concedida pelo presidente do STF, Nelson Jobim. A presidência da sessão histórica não coube a Severino Cavalcanti. Ele passou o dia em casa (foto) abatido pelo cheque-prova do mensalinho cobrado para esticar a concessão do restaurante de Sebastião Buani na Câmara. Páginas 3 a 6.

Página 13 Divulgação

No curso das águas paulistas Num único roteiro, oito cidades (como Socorro, acima) e um mar de atrações em água doce.

BOA VIAGEM

HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 26º C. Mínima 13º C. Edilson Rodrigues/CB/Ag. O Globo

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 27º C. Mínima 15º C.

Juro cai 0,25 ponto. Mercado queria mais


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quinta-feira, 15 de setembro de 2005

TURISMO - 3

A cidade country: Jaguariúna Fotos: Divulgação

Já no século passado aqui se realizavam rodeios. Hoje, além do clima caubói, o turismo rural e as receitas saborosas de doces artesanais cativam visitantes Por Sonaira San Pedro

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o domingo, quando o relógio bate meiodia, a maria-fumaça parte dos trilhos da Ponte do Rio Jaguari em direção a Campinas para um passeio como no tempo dos barões do café, entre fazendas e estações do início do século passado. Durante o trajeto, os monitores vão contando histórias curiosas da região. De volta a Jaguariúna, a próxima parada é na antiga estação ferroviária, que hoje abriga um centro cultural com espaço para exposições e peças de teatro, além de um botequim que serve uma excelente picanha na pedra. Na cidade, os caubóis costumam fazer do cavalo seu meio de transporte. Há tantos ranchos e haras nas redondezas que ainda se está fazendo um levantamento para saber quantos existem por lá. Entre eles, o destaque é para o Rancho LF, na estrada para Pedreira. À primeira vista, parece um lugar comum, mas bastam poucos minutos de conversa com Fernando, o responsável pelo rancho, para você descobrir as surpresas que esta fazenda reserva. Fernando conta que quanto mais se adentra a propriedade se descobrem novas trilhas e

trajetos. Há pouco tempo, encontrou uma estrada com calçamento de pedras no meio da mata que, de acordo com historiadores, é um antigo caminho de leite com mais de 200 anos de história. Isso sem contar os tijolos centenários que ele já achou por ali e outras peças ainda mais antigas. Além do centro de equitação e hipismo, no LF dá para fazer passeios a cavalo por trilhas que saem da sede e levam para perto da divisa com Minas Gerais. O tour passa no meio de um vale, de onde se vê a cidade inteira. Quando é noite de lua cheia, a cavalgada parte para o meio do mato para um luau ao redor da fogueira. Tradição – As doceiras de Jaguariúna trabalham a todo vapor. A tia Irene, que tem uma doçaria no centro, conserva receitas italianas tradicionais dos anos de 1800. Entre os pratos mais saborosos estão a torta de banana com vinho, a queija-

dinha, a brevidade e a caçarola italiana, uma espécie de pudim. Na Fazenda Capim Fino, é Lourdes quem prepara os queijos temperados, pães à base de ervas e licores. A bananada é especialidade de Márcia Catão, no Sítio Beira Rio. Mas se você prefere uma boa comida no fogão de lenha vá ao Rancho da Terra, onde se preparam pernil com farofa e feijão com tranqueira, entre outras delícias. A Exposição Original da Terra, uma feira mensal que reúne os melhores doces, artesanato e produtos rurais dá uma idéia de quantas preciosidades os mais de 20 sítios e fazendas dos arredores produzem com capricho. Ponto de encontro da garotada, o Parque Luís Barbosa mais parece um clube particular, com trilhas curtas, quadra poliesportiva e playground. No lago, vivem cisnes negros e patos, todos mansos e ávidos por pedacinhos de pão.

Imperdível, o passeio de maria-fumaça (acima) percorre fazendas e estações do início do século passado. Durante a viagem, monitores narram antigas histórias sobre a região. Tour a cavalo (à dir.) a partir do Rancho LF é outro programa dos turistas que visitam esta pequena cidade

Jaguariúna é uma cidade pequena e bem arrumada. Fora da temporada da Festa do Peão, o turismo rural e as receitas de doces artesanais chamam a atenção de quem visita os arredores. Mesmo assim, respiram-se ares que remetem à vida country o ano todo graças à raízes do destino. Lá se realizavam pequenos rodeios já no século passado.

RAIO X COMO CHEGAR Jaguariúna fica a 138 km de São Paulo. Pegue a Rodovia dos Bandeirantes até Campinas, entre na Rodovia D. Pedro I e siga à esquerda na Rodovia Adhemar de Barros. ONDE DORMIR Pousada Vila Bueno: Travessa Dona Ermelinda, 81, tel. (19) 3867-3320. O prédio de 1880 foi todo restaurado e o porão, transformado em adega e restaurante, com estruturas de pedras. Diárias para casal a partir de R$ 150. Fazenda Duas Marias: km 133 da SP 340 para Moji Mirim, tel. (19) 3802-1611, site www.hotel2marias.com.br. O hotel mais luxuoso da cidade. Diárias para

casal a partir de R$ 135 por casal, com café da manhã. ONDE COMER Bar da Praia: Rua Tassinari, 39, tel. (19) 3867-5200. O melhor restaurante da cidade, serve pratos com pescados. Tia Irene: Rua Alfredo Engler, 362, tel. (19) 3837-2436. Doces. FAÇA AS MALAS Rodeio: anualmente em maio. Site www.jaguariunarodeofestival.com.br/, tel. (19) 3867-4223. Passeio de Maria Fumaça: tels. (19) 3207-3637, 3207-0625 e 3207-4290. A R$ 24, ida-e-volta. Rancho LF: Estrada Jaguariúna, Pedreira, tel. (19) 9764-0584.

Sonaira San Pedro

Pedreira: capital da porcelana A indústria se instalou na cidade por volta de 1914. Hoje, há inúmeras lojas e até um museu em torno do tema. Outras atrações: um observatório astronômico e um zôo bosque Fotos: Paula Cunha

Na fazenda da ‘Escrava Isaura’

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undada em 1896, Pedreira atrai a atenção dos turistas que chegam ao seu centro comercial pela variedade de lojas de artesanato e porcelana. Cercada por montanhas e cortada pelo Rio Jaguari, a cidade deve o nome ao seu fundador, o coronel João Pedro de Godoy Moreira, e a diversos de seus descendentes que receberam o mesmo nome. Outros atrativos são a vista proporcionada a quem visita o observatório e também as fazendas de café. Atualmente, a principal atividade econômica da cidade é a produção de peças decorativas de vidro e cerâmica, além dos isoladores de alta tensão. De acordo com os guias turísticos, os fabricantes locais exportam cerca de 30% de sua produção artesan a l e 7 0 % d o s i s o l a d o re s . Além disso, muitos decoradores de São Paulo e de outros municípios visitam Pedreira para adquirir peças elaboradas exclusivamente para eles por artesãos locais. Por isso, um dos principais passeios oferecidos em Pedreira é a visita ao centro comercial. O turista deve reservar um dia inteiro para conhecer todas as lojas, pois a variedade de peças de vidro e porcelana é

muito grande. No caso desta última, a indústria se instalou na cidade por volta de 1914. Ela foi introduzida pelos irmãos Ângelo e Antonio Rizzi e logo a região se destacou como fabricante de artigos diferenciados e sofisticados. Ainda no centro da cidade, os visitantes podem conhecer a Igreja Matriz Santana. Construída em estilo gótico, entre o fim do século 19 e o início do 20, recebe turistas durante a semana e se destaca pelas pinturas bem conservadas e pelo mobi-

RAIO X COMO CHEGAR Pedreira fica a 135 km de São Paulo. Pegue a Rodovia Presidente Dutra, entre na Rodovia D. Pedro I e passe por Itatiba e Amparo.

Ingatuba s/nº, Ingatuba, tel. (19) 3893-2340. Mais afastado, para quem quer se hospedar num hotelfazenda. Diárias, por pessoa, a partir de R$ 50, com café da manhã.

ONDE DORMIR Residence Park Hotel: Rua XV de Novembro, 517, tel. (19) 3893-2815. A dica no centro da cidade. Diárias para casal a partir de R$ 65, com café da manhã. Hotel Fazenda Trialix: Estrada

ONDE COMER Peixada do Lago: Rodovia PedreiraAmparo (km 54), tel. (19) 3893-1952. Peixes e frutos do mar. Gaudério Grill Churrascaria: Av. Marginal, na rotatória Pedreira Amparo, tel. (19) 3893-1419. Carnes.

liário de madeira escura. O Museu Histórico e da Porcelana é outra opção para visita. Ele conta com mais de 6 mil peças, entre documentos e objetos da época da Revolução Constitucionalista de 1932. Também preservado em suas características originais, o edifício que abriga a prefeitura mostra a fachada e as sacadas do século 19. Visão – No perímetro urbano, o Complexo Turístico do Morro do Cristo apresenta uma visão privilegiada da cidade. Localizado no acesso ao morro aberto pelos soldados constitucionalistas, ele mostra com painéis elaborados por artistas locais todas as passagens da Via Sacra. Ao chegar ao topo do morro, os turistas podem descansar na praça que abriga a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Na Semana Santa, a cidade recebe muitos visitantes que seguem as procissões. Quem estiver interessado em observar as paisagens que circundam a cidade não pode

Compras: o centro comercial é o endereço para adquirir peças de artesanato e porcelana. Reúne uma variedade de lojas (acima) especializadas

deixar de visitar o Observatório Astronômico. Considerado um ponto de referência científica da região, ele está acessível ao público nos sábados e domingos. Outra opção de lazer é a feira de artesanato, aberta de terça a domingo, que apresenta peças diferenciadas das lojas especializadas em vidro e cerâmica da cidade. Nela, há objetos de madeira, bonecos de pano, velas, bolsas, etc. O contato com a natureza está no Zôo-Bosque Municipal de Pedreira. O lugar abriga diversas espécies de animais e aves e conta com playground e lanchonete. Ali, a Secretaria do Meio Ambiente promove cursos de educação ambiental. Paula Cunha

gravações da novela Escrava ara os que querem Isaura, da Rede Record. P desvendar as origens cafeeiras da região, vale a pena "Passei a receber grupos de dez visitar a Fazenda São João Baptista (foto), erguida em 1776. Os grupos que agendam a visita na sede da prefeitura municipal de Pedreira são recebidos pela proprietária, Maria Luiza Paes de Barros Carvalho. Ela conta que a estrutura de todas as casas que compõem o local ainda tem o madeiramento original e que os móveis foram trazidos da Europa por seus antepassados. A casa principal é bastante ampla e os dormitórios também são decorados com mobiliário estrangeiro. Maria Luiza explica que voltou a morar na fazenda depois que os filhos se formaram e teve a idéia de começar a receber turistas e estudantes interessados na história do lugar, que ficou marcado pela fase áurea da produção de café. Como conseguiu preservar suas características principais, o espaço foi escolhido para servir de cenário para as

pessoas por semana. As visitas são agendadas e os preços estipulados de acordo com as atividades escolhidas pelos visitantes. Eles podem optar por um passeio completo por todas as instalações seguido de um lanche com bolos, chás e outras bebidas ou por um almoço. E podem utilizar a piscina", diz Maria Luiza. Nos aposentos e nas instalações da fazenda os visitantes poderão observar uma máquina beneficiadora de café e a tulha, local a céu aberto reservado para secar os grãos de café. A proprietária calcula que podem ser acomodadas até mil pessoas nesta área. Por isso, ela pretende alugar o espaço para festas e convenções de empresas. Deste local, os turistas observam o sino que foi conservado desde a construção da São João Batista. Perto dele foram gravadas as últimas cenas da novela da Record. (P.C.)


DIÁRIO DO COMÉRCIO Não quero mudar. Eu sou quem sou e não vou mudar porque alguns me criticam na imprensa. Príncipe Harry, terceiro na ordem de sucessão ao trono do Reino Unido. Harry, que faz 21 anos hoje, se diz incompreendido, boêmio e bondoso e aparece agora nas moedas de 5 libras.

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

Logo Logo

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www.dcomercio.com.br/logo/

Pagamento de Cofins e PIS/PASEP de agosto. Morte da dama do suspense, Agatha Christie, há 29 anos.

SETEMBRO

2 -.LOGO

M ARKETING

Furacão Paris. No Brasil

Wal-Mart põe o pé no acelerador

B RAZIL COM Z

Mau humorado paga caro Carlos Tevez, o mauhumorado argentino segundo o britânico Financial Times - que joga pelo Corinthians foi multado pelo time em US$ 20 mil porque não compareceu à última coletiva de imprensa com o uniforme alvinegro. O crime de Tevez foi aparecer com a camiseta vermelha do Manchester United, por isso o fato chamou tanto a atenção dos britânicos. Daniel Augusto Jr./AG

Os exorcistas estão de volta Na esteira do sucesso do filme The Exorcism of Emily Rose, no topo da bilheteria de cinema nos EUA e que já faturou R$ 70 milhões, todos voltam a atenção para o exorcismo. Os cerca de 400 exorcistas católicos italianos realizam uma convenção nacional esta semana e foram agraciados com uma mensagem do papa. Bento XVI disse que encorajo os exorcistas "a seguir em seu importante ministério a serviço da Igreja". O Vaticano reconhece a função desde 1614.

Herdeira do conglomerado hoteleiro Hilton lança seu primeiro projeto como empreendedora no País

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em só de Katrina e para compensar o atraso, de Ophelia é feita a quase uma hora, cumprimentemporada de fu- tou a todos com um "Boa tarracões. Depois de de" e um "Obrigada", as duas únicas palavras em lançar o perfume que português que proleva seu nome nos Esnunciou durante a tados Unidos, México, coletiva. Entretanto, Japão, França e Inglaa par do gesto cortês terra, a socialite Paris impregnado de sotaHilton tocou o solo que, o que mais chabrasileiro na noite de mou a atenção dos terça-feira, quando convidados foram, chegou a São Paulo paem ordem, a inadera encerrar a turnê inquação do traje à fria ternacional de promotemperatura, a conção da fragrância que, tradição de não vesdesde que foi criada, tir rosa (sua declarano início do ano, já da cor preferida e tevendeu mais de um ma da campanha) e o milhão de frascos. ofuscante relógio Paris, herdeira do que usava, cravejado conglomerado hotede diamantes. leiro Hilton, cumpriu Um milhão de Durante o bate-pauma apertada agenda frascos vendidos po (no qual foi proibide compromissos. No começo da tarde de ontem, da qualquer menção ao vídeo por exemplo, ela apresentou pornô em que ela é vista com o perfume durante um brun- um ex-namorado), a socialite ch no Café de la Musique. E fez questão de destacar seu

F AVORITOS

Celular furtado, ligue a internet Paris Hilton: amor pelo Brasil e pelas pessoas "tão simpáticas e sexies"

"amor" pelo Brasil e a "simpatia" de "pessoas tão alegres e sexies". A estrela do reality show The Simple Life também citou alguns de seus estilistas preferidos (Versace e Roberto Cavalli) e afirmou gostar de ser uma "empreendedora". E não apenas uma patricinha fadada a receber uma herança multimilionária que passa o tempo viajando o mundo e marcando presença nas festas mais badaladas do jet-set. Previsivelmente, ainda na noite de ontem ela também protagonizou a Pink Party, no Terraço Daslu, onde 400 convidados dançaram e se divertiram até a

madrugada entre toneladas de flores e uma cascata de cristais Swarovski. Mais cor de rosa, impossível. O perfume de Paris Hilton é fabricado com exclusividade, por meio de licenciamento, pela americana Parlux Fragrances Inc., empresa há 20 anos no mercado. A fragrância é encontrada nas versões masculina e feminina. De acordo com a fabricante, ambos refletem, na essência, o estilo de Paris: "A assinatura glamourosa e a aura sofisticada da fragrância são a personificação de sua criadora".

Em dia sangrento, 160 mortos

F UTEBOL

Pouca emoção no Morumbi Num jogo com poucas oportunidades de gol, no Morumbi, Corinthians e River Plate empataram por 0 a 0, ontem, pela Copa SulAmericana. Wescley, do Corinthians, levou cartão amarelo por segurar Farias num lance, aos 40 minutos do primeiro tempo. No segundo tempo, foi o jogador do River, Farias quem levou cartão por falta em Bruno Octávio. Velez 2 x 0 Cruzeiro Barcelona 2 x 0 Werder Bremen

País sofreu ontem doze ataques suicidas Pelo menos 160 pessoas morreram ontem no Iraque numa série de 12 atentados, quase todos em Bagdá, no segundo dia mais sangrento no Iraque desde a invasão americana ao país, em março de 2003. Num dos ataques, um carro-bomba detonado por um suicida matou 114 pessoas e feriu mais de 160, em Kadimiya, bairro de Bagdá, segundo números do Ministério da Saúde. De acordo com testemunhas, o suicida parou uma van perto de um local onde costuma A TÉ LOGO

concentrar-se uma multidão de operários da construção civil em busca de trabalho. Atraídos por uma promessa de emprego, centenas de operários cercaram o veículo, que carregava mais de 250 quilos de explosivos. Em meio à onda de ataques, o líder da rede terrorista Al-Qaeda no Iraque, Abu Musab alZarqawi, anunciou o começo de uma "guerra total aos xiitas" e assumiu a responsabilidade pelos atentados, em vingança à

ofensiva militar iniciada na semana passada contra rebeldes sunitas em Tal Afar, perto da fronteira com a Síria. A mensagem foi divulgada por um site árabe da internet e sua autenticidade não foi confirmada imediatamente. "A todos os sunitas, despertem! A guerra de extermínio contra nosso

povo continuará", diz a mensagem, em que Zarqawi adverte que todos os grupos religiosos e tribos que não se juntarem ao combate contra os xiitas e não condenarem o governo "sofrerão o mesmo destino dos cruzados (como os rebeldes se referem às forças de ocupação) e seus colaboradores". (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Para David Zylbersztajn, da Varig, plano de recuperação da companhia vai falhar se Ministério da Fazenda não ajudar

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Pinochet perde, pela terceira vez, imunidade de ex-presidente no processo de desaparecimento de seus opositores

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Operação Canaã: Polícia Federal prendeu, em Minas, oito suspeitos de envio ilegal de brasileiros ao exterior L

Sebrae mostra onde eles estão O Sebrae-SP aponta que o estado de São Paulo tem 4,5 milhões de empreendedores formais, informais e candidatos a empreendedores, 92% deles concentrados em cidades médias e grandes e 1,4 milhão só na capital. A maioria deles está, mesmo, na informalidade: 2,6 milhões trabalham sem CNPJ ou registro municipal. www.sebraesp.com.br Mais sobre empreendedores na página 16.

E M

C A R T A Z

Banda Baião A Banda Sinfônica do Estado de São Paulo homenageia hoje Luiz Gonzaga (1912-1989), o Rei do Baião. Teatro Sérgio Cardoso: Rua Rui Barbosa, 153. Telefone: 3288-0136. Às 21h. R$ 10 e R$ 20.

Em Bagdá foram quatro explosões e um carro-bomba

Adalberto Roque/AFP

E MPREENDEDORES

www.seguranca.sp.gov.br

João Jacques

I RAQUE

Lance com Wescley e Farias

Para que se deslocar até um distrito policial na hora do furto do seu celular? A Delegacia Eletrônica é o caminho mais rápido para registrar um Boletim de Ocorrência. Para utilizar o serviço, basta acessar o site da Secretaria de Segurança Pública.

Ahmad Al-Rubaye/AFP

Até o fim do ano, o Wal-Mart quer abrir mais duas lojas em São Paulo, uma delas na Vila Guilherme, além de lojas em Brasília e Goiânia. O grupo, em processo de expansão, deve investir em todos os formatos de lojas, não apenas em hipermercados, para acelerar seu crescimento no Brasil. A companhia, que negocia a aquisição da rede portuguesa Sonae, com forte presença no sul do País, anunciou ontem a abertura de um hipermercado em Uberlândia (MG), em 2006.

R ELIGIÃO

Paulo Pampolin/Digna Imagem

ABÓBORAS ELEITORAIS - Às vésperas da eleição que, segundo as pesquisas, devem derrubar o chanceler Gerhard Schroeder e eleger a democratacristã Angela Merkel, a Alemanha realiza o "Festival da Abóbora". O tema deste ano era o reino animal. Na foto, um dromedário feito no leste do país.

Divulgação

V AREJO

R OCK

Ron Wood: um Rolling Stone Não é o mega-astro Mick Jagger, mas finalmente um dos integrantes dos Rolling Stones vai falar. O guitarrista Ron Wood assinou um dos maiores contratos editoriais da história do rock (US$ 1,5 milhões) com a editora Mac Millan. Ele vai escrever uma autobiografia com revelações sobre os momentos mais controversos da história da banda, notória pelo estilo desregrado de seus músicos. O livro vai pegar carona no sucesso da biografia oficial do grupo, lançada em 2004, para comemorar os 40 anos de rock. L OTERIAS Concurso 552 da LOTOMANIA 03

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Concurso 698 da MEGA-SENA 08

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.OPINIÃO

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

Fundado em 1º de julho de 1924

Comércio aos domingos: uma restrição arbitrária

Esse corte começa a garantir que o Brasil vai entrar em 2006 crescendo no mesmo ritmo de 2004 e 2005. Isto é, algo em torno de 4%. É menos do que queremos, mas é algo que o país não consegue ter por três anos consecutivos há muito tempo.

PESADO

N

Alexandre Pavan Póvoa, diretor do Modal Asset Management

Céllus

O

O Brasil perdeu para a China em quatro de cinco mercados analisados, com perdas estimadas em US$ 892,7 mi. Conclusão do estudo da Cepal "Comércio externo da China e efeitos sobre as exportações brasileiras entre 96-97 e 2001-2002", Perdeu nos EUA, UE, Japão e Ásia. Ganhou na Argentina.

setor comercial São Paulo se coloca entre os mais modernos do mundo em termos de instalações, tecnologia, variedade e qualidade de produtos. Representa um dos mais importantes segmentos da economia paulista, com cerca de 400 mil estabelecimentos, empregando mais de 2 milhões de trabalhadores, responsável pela distribuição de grande parcela da produção agrícola e industrial nacional não apenas para os habitantes do estado, mas, também, para um expressivo contigente de pessoas de outras origens. É grande gerador de renda para os trabalhadores, propiciando importante receita para o governo através dos tributos, sendo um catalisador de outras atividades, especialmente na área de serviços, por seu poder de atração de compradores de outros lugares. São Paulo se torna cada vez mais uma cidade de serviços, entre os quais se destaca o turismo, especialmente de negócios, com a realização de cerca de 100 mil eventos (congressos, seminários, feiras, etc.) anualmente. O comércio paulistano contribui para reforçar essas novas características da capital porque atrai pessoas de outras praças. Apesar do que muitas outras cidades do estado também passem por intensos processos de transformação, tornando-se metrópoles regionais, com as exigências naturais para se oferecer as suas populações os confortos da vida moderna, é normal que as grandes metrópoles atraiam compradores de fora nos finais de semana, os quais movimentarão tanto mais suas economias quanto maiores facilidades encontrarem. Para atender às necessidades e desejos dos consumidores se torna indispensável

que o comércio ofereça horários amplos de funcionamento. A abertura do comércio aos domingos foi uma resposta do varejo às conveniências da população. Muitos consumidores não dispõem de condições para realizar suas compras durante os dias de trabalho, ou desejam transformar o ato de compra em um programa familiar, combinado com lazer. O fechamento do grande comércio aos domingos no Estado de São Paulo representa um retrocesso que trará prejuízos não apenas para comerciários, pela redução do emprego, como, também, para trabalhadores de outras atividades que se beneficiam de seu funcionamento, como restaurantes, cinemas, etc., localizados nos centros de compras.

C

omércio não é apenas o elo entre a produção e o consumo, como representa elemento essencial à geração de riqueza ao regular a oferta e a demanda dos bens que a sociedade requer, captando em seu contato diário com a população, seus desejos e aspirações orientando à produção, criando ou ampliando mercados e, com seu pioneirismo, incorporando novas regiões ou formas de comercialização. Sua função social é altamente relevante pois oferece aos consumidores de menor renda o acesso aos bens de maior valor graças ao crediário. As vendas a crédito se constituíram na principal responsável pela expansão e modernização do setor industrial, que propiciou maior oferta de empregos e a geração de renda. O comércio tem sido ao longo dos séculos fator de integração entre os povos e de desenvolvimento econômico e social, ao promover não apenas as trocas de produ-

tos, que permitem o aumento do bem-estar da população, como ao propiciar o intercâmbio de idéias e conhecimentos e o contato de diferentes culturas. Antecipando-se aos desejos dos consumidores, o comércio procura ajustarse às mudanças conjunturais e estruturais da economia, modernizando-se continuamente, o que tem permitido ao varejo brasileiro atender às necessidades da população, embora não conte com uma política de apoio. Pelo contrário, é obrigado muitas vezes a enfrentar as intervenções arbitrárias que prejudicaram seu funcionamento. A idéia de que fechando os estabelecimentos de maior porte aos domingos se estará ajudando o pequeno varejo é equivocada e trará graves reflexos para a economia do Estado de São Paulo. Por isso a FACESP-Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo e a Associação Comercial de São Paulo enviaram ofício ao senhor governador Geraldo Alckmin solicitando o veto do Projeto de Lei 139/2003 aprovado pela Assembléia Legislativa, que proíbe o funcionamento aos domingos e feriados das lojas de departamento, supermercados, hipermercados e lojas de material de construção de "rede", assim definidas as que tenham mais de duas filiais.

A

s entidades defendem medidas de apoio às empresas de menor porte, mas considera que tais restrições aos grandes estabelecimentos são injustificáveis, ferindo a liberdade de iniciativa e o direito de empreender. O Brasil precisa de estímulos aos que desejam empreender e trabalhar e não de mais intervenções e restrições à livre iniciativa.

F echando o comércio de porte no Estado aos domingos não se estará ajudando o pequeno varejo CONSELHO EDITORIAL

A redução das exportações foi causada pela perda de competitividade de seus preços no mercado mundial, decorrente da atual situação cambial. Nota oficial da GM justificando o programa de demissões voluntárias na fábrica de São José.

JOÃO DE SCANTIMBURGO TRIBUTO

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as suas memórias, afirmou o expresidente Harry Truman que é preciso ter saúde de ferro para ser presidente. Ele se referia à presidência americana, mas a afirmação de Truman vale para todos os países presidencialistas. Vêm estas considerações a propósito do acidente cardiovascular sofrido pelo presidente da França, Jacques Chirac. Confesso que, acompanhando sempre os jornais franceses e por ter estado muitas vezes na França, não estranhei que o dinâmico Chirac ainda pagaria o pesado tributo que a presidência impõe a todos que a ela aspiram e conseguem a apreender.

Sabia que o dinâmico Chirac pagaria o pesado tributo que a presidência impõe a todos

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abem os estudiosos, como advertiu o ensaísta Arold Laski, que o presidencialismo não deveria ter saído dos Estados Unidos, pois gerou onde foi instituído uma ditadura próxima de ser efetiva no cotidiano. O presidencialismo é um regime altamente explosivo, como comprovam as revoluções que pontilharam até agora a América Latina, abarcada do México ao sul do continente. O presidente Jacques Chirac está despendendo enorme esforço para se reeleger presidente da República Francesa. Prepara-se para enfrentálo um relativo précandidato, Nicolás Sarkozy, jovem já triunfante na carreira política e também no efetivo apoio dos meios de comunicação. Correndo o risco de se reeleger, Jacques Chirac foi atacado pelo acidente cardiovascular, uma nota provável numa pessoa que se encontra em sua situação. Todos os que admiramos a França acompanhamos sua vida política com interesse. Daí fazermos votos para que se restabeleça e concorra à reeleição. Quanto ao resultado, é a incógnita de todos os pleitos, resolvida só quando o juiz proclama o vencedor e assina a respectiva ata.

João de Scantimburgo é membro da Academia Brasileira de Letras jscantimburgo@acsp.com.br


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

CIDADES & ENTIDADES - 1

Programa apresentado pela Prefeitura à Câmara – e detalhado ontem pelo prefeito José Serra – pretende dar vida nova à região da Luz, no Centro. Os empreendedores que investirem na área terão incentivos fiscais. Dentro do Programa de Incentivos Seletivos uma área foi tornada de utilidade pública e estão previstas desapropriações. A decisão agora está nas mãos dos vereadores, a quem os empresários pedem agilidade.

A UM PASSO DA LEGALIDADE Fotos de Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

Sergio Leopoldo Rodrigues

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A região da Cracolândia vai mudar de cara. A idéia principal é atrair empresas das áreas de comércio e serviços. O investimento mínimo exigido é de R$ 50 mil.

áreas do Centro da capital", afirmou o vice-prefeito. INICIATIVA TEM APOIO DE EMPRESÁRIOS Os representantes do setor privado aprovaram e irão apoiar a iniciativa do governo municipal de criar um programa de incentivos para revitalização econômica da região da Estação da Luz. Eles esperam que a Câmara Municipal aprove logo o PL enviado ontem pelo prefeito José Serra. Durante o evento de apresentação do projeto, o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos lembrou que essa iniciativa nasceu dentro da ACSP, numa parceria desenvolvida entre a entidade e as subprefeituras para requalificar o Centro velho de São Paulo e para solucionar problemas pontuais nos bairros da cidade, junto com os superintendentes das 15 distritais da Associação. Guilherme Afif destacou que, embora o programa seja bastante amplo, a área nele delimitada ainda é pequena.

José Serra: inspeção nas ruas

Kassab, Chap Chap e Guilherme Afif: aprovação ao projeto

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recuperação da Cracolândia, um polígono de ruas e avenidas localizado no bairro da Luz, área central de São Paulo, pode estar muito próxima da realidade. O prefeito José Serra (PSDB) anunciou ontem um programa de incentivos seletivos para dar nova vida familiar e econômica à região, com o envio de um projeto de lei (PL) para a Câmara Municipal. Serra contou que desejava uma área maior do que os cerca de 20 quarteirões atingidos pelo projeto, que inclui uma área de utilidade pública passível de desapropriação – mas o prefeito garantiu que essa iniciativa visa, por enquanto, apenas evitar a especulação imobiliária, que poderia prejudicar o andamento do programa. "Esse programa poderá ser e s t e n d i d o p a r a o u t r a s regiões", antecipou. O subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo, e o secretário de Finanças da Prefeitura, Mauro Ricardo Costa, detalharam o programa, que terá dois tipos de incentivos: fiscais (por meio do ISS e IPTU) e ao investimento, com prazo de cinco anos de duração, para as empresas de áreas específicas do comércio, serviços e construção civil. Para gerir o programa será criado o Conselho do Programa de Incentivos Seletivos, composto por três secretários, o subprefeito da Sé, o presidente da Emurb, o coordenador do Comitê de Desenvolvimento da cidade de São Paulo e dois representantes da sociedade civil, indicados pelo prefeito. Caberá ao conselho analisar, acompanhar, avaliar e até rever ou cassar projetos. Parceria – José Serra garantiu que a Prefeitura estabeleceu bem mais do que um conjunto "poderoso" de incentivos para a recuperação da Região da Luz. Primeiro, promoveu o combate ao crime e ao comercio clandestino e melhorou a infra-estrutura daquela área. Logo depois, com a publicação do decreto 46.291 de 6 de setembro passado, declarou de utilidade pública uma área que envolve 750 imóveis num perímetro de 105 mil metros quadrados, formado pelas ruas Mauá, dos Andradas, Timbiras, praça Alfredo Issa, e um pequeno trecho da avenida Cásper Líbero (veja mapa nesta página). Nesse espaço, a Prefeitura poderá desenvolver projetos urbanísticos, inclusive desapropriando imóveis (linha verde no mapa). Mas o PL que institui o Programa de Incentivos Seletivos prevê uma área maior formada pelas avenidas Rio Branco, Duque de Caxias, Mauá, general Couto Magalhães, praça Alfredo Issa, e avenida Ipiranga. A idéia é atrair empresas de software, ensino, ginástica, hospitais, laboratórios, computação, gráfica, processamento de dados, idiomas, produtoras de som e fotografia entre outras. O vice-prefeito, Gilberto Kassab (PFL), salientou que o programa atende os interesses e as expectativas de São Paulo no que se refere à recuperação do Centro velho da cidade. "O projeto está fadado ao sucesso e deverá ser levando a outras

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.TURISMO

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

Sonaira San Pedro

Águas de Lindóia desperta para os esportes radicais Roteiros na natureza e aventura começam a movimentar essa tradicional estância turística, famosa pela infra-estrutura hoteleira e as propriedades medicinais de suas águas

E

ntre as famílias hospedadas no mesmo hotel que o meu, chama a atenção uma turma de amigos na faixa dos 25 anos. Eles estão entre os primeiros grupos que chegam a Águas de Lindóia, a 170 km de São Paulo, em busca de roteiros de aventura e passeios no campo. A cidade tranqüila, famosa pela boa rede hoteleira e pelas propriedades medicinais de suas águas, agora oferece passeios mais radicais em meio a seus belos cenários naturais. E quem costumava passar o fim de semana descansando na região, começa a sair em busca de novas emoções por lá. Se você é daqueles viajantes que adoram aventura, comece elegendo um modo não convencional de conhecer a cidade: a cavalo. De terça a domingo, os tropeiros partem do campo de futebol para uma cavalgada de 15 quilômetros pelas redondezas. Não importa qual seu nível de intimidade com o animal, os guias lhe acompanham e também monitoram os cavalos das crianças. O passeio passa pelo centro em direção à Praça Adhemar de Barros, projetada por Burle Marx. Depois, a cavalgada segue pela Estrada dos Nefilebatas até o Morro Pelado e parte

para o Rancho da Fronteira, já na divisa com Minas Gerais. Radical – Em Águas de Lindóia, também se pode praticar esportes radicais. Na Lindóia Aventura, o arvorismo (um “passeio” entre as copas das árvores) tem 18 obstáculos diferentes que se mantêm a mais de 10 metros de altura. A brincadeira termina com uma tirolesa e com o coração acelerado. Quem prefere se jogar na água, pode optar entre o rapel na Cachoeira do Félix, com 45 metros, e o rafting no Rio do Peixe. Se a intenção for entrar em batalha, há o paint ball, esporte que simula a disputa de uma guerra e os adversários se combatem com armas que disparam bolinhas de tintas. Café caipira – Para relaxar e curtir a vida no campo vale um passeio no Sítio Monte Alegre, a quatro quilômetros do centro. Ali, a proprietária Viviane Godói prepara um café caipira delicioso, com tudo produzido no local. No sítio, tem ainda uma pequena trilha que leva até uma cachoeira e uma nascente de água. Do outro lado do município fica o Engenho do Barreiro, da família Souza Morais. É Ditinho do Engenho, aliás, seu Benedito, quem prepara uma cachaça artesanal caprichada, do

Grupos de jovens agora procuram o destino para praticar esportes radicais. Entre as opções, há o arvorismo, oferecido no Lindóia Aventura (aa lado), e trilhas offroad com jipes (à dir.), que atravessam antigas fazendas dos arredores

mesmo jeito como se fazia há cem anos, e mostra para o visitante todo o processo de fabricação da aguardente. Ditinho faz questão que todos provem de seu caldo de cana e de sua cachaça antes de ir embora. Quem quiser se aventurar pelas trilhas da região (e não se importar com a poeira ou os buracos da estrada de terra), pode fazer um passeio com os jipeiros. Os roteiros off-road passam no meio da Mata Atlântica e desvendam cenários encantadores. Os caminhos circundam as montanhas, atravessam antigas fazendas, cruzam o Rio do Peixe e terminam no topo do Morro Pelado, a 1.400 metros de altitude. Dali, a vista é para toda a Serra da Mantiqueira e um pedacinho de Minas Gerais. Vê-se Águas de Lindóia logo abaixo no vale. Com o céu limpo, dá até para avistar a Pedra do Baú, na badalada Campos do Jordão. Mas a melhor surpresa vem mesmo quando o sol se põe atrás das montanhas e tinge o céu de laranja.

Divulgação/Lindóia Aventura

Divulgação/Priscila Saraiva

RAIO X COMO CHEGAR Águas de Lindóia fica a 170 km de São Paulo. Pegue a Bandeirantes até a Rodovia D. Pedro I (SP-065), siga pela Rodovia Adhemar de Barros (SP340) até Moji-Mirim. Depois, pegue a Rodovia Dr. Otávio de Oliveira Santos (SP-147) até a cidade de Lindóia e a Rodovia das Águas (SP-360). ONDE DORMIR Grande Hotel Glória: Rua Pernambuco, 512, tel. (19) 3824-1311. Todo restaurado, conserva o glamour da época em que foi construído, na década de 1920. Tem piscina aquecida coberta, quadra poliesportiva e seis salas para eventos. Diárias a partir de R$ 120 por casal.

Hotel Zanon: Rua Senador Teotônio Vilella, 70, tel. (19) 3824-3000. A excelência em serviço é um de seus diferenciais. E há sala de ginástica, piscina climatizada e salão de jogos. Diárias a partir de R$ 190 por casal. Grande Hotel do Lago: Rua São Paulo, 441, tel. (19) 3824-1421. Fica em frente à fonte luminosa da Praça Adhemar de Barros. Seu requinte está nos confortáveis espaços internos e no bom atendimento. Tem sauna, campo de futebol society, salas de estar e área para eventos. Diárias a partir de R$ 150 por casal. Hotel Fazenda Saint Nicolas: Rua José Maria Souza, 888, tel. (19) 38242339. O lazer é o forte deste hotel. Nos feriados e fins de semanas, uma

equipe toma conta da garotada. Tem quadras esportivas, sauna, piscina e sala de ginástica, além de infraestrutura para eventos. Diárias a partir de R$ 205 por casal. FAÇA AS MALAS Todos os passeios devem ser agendados previamente. Cavalgada: tels. (19) 3824-7761 e 3824-2708. R$ 20, o cavalo. Lindóia Aventura: tel. (19) 3824-6644. Sítio Monte Alegre: tels. (19) 38247665 e 3824-7698. Engenho do Barreiro: tel. (19) 3824-3137. Jeep Trilha & Cia: tels. (19) 97427474 e 9712-3450. Os passeios variam de R$ 20 a R$ 38.

Sonaira San Pedro

Sítios, fazendas e alambiques. Em Lindóia Divulgação

Sonaira San Pedro

A menor cidade do Circuito das Águas revela grandes surpresas por suas redondezas

RAIO X COMO CHEGAR Lindóia fica a 150 km de São Paulo. Pegue a Rodovia dos Bandeirantes até a Rodovia D. Pedro I (SP-065). Depois, a Rodovia Adhemar de Barros (SP-340) até Mogi-Mirim e a Rodovia Dr. Otávio de Oliveira Santos (SP-147).

É

só seu José Faria gritar em direção à floresta, no Sítio São Caetano, que os macacos-prego começam a chegar. De repente, aparece um encima da árvore. Outro e mais outros. E todos – mais de 20 – vêm correndo até o terraço da casa-sede para fazer a festa com quem estiver por ali. Acostumados com a presença das pessoas, dá para chegar bem perto deles e ainda alimentá-los com banana e leite, com direito a colheradas na boca dos bichos. Depois, silenciosos, os macacos voltam para a mata. Então, seu José convida os visitantes para um passeio pelo bosque. É quando ele conta seus “causos”, de tantos anos que já mora ali. Entre as histórias de roer as unhas, seu José jura que numa noite foi surpreendido com a queda de uma árvore e que, no dia seguinte, ela estava lá, em pé, como se nada tivesse acontecido. No meio do caminho, ele aponta para a tal árvore e todo mundo suspira assustado. Lindóia é a menor cidade do Circuito das Águas, com cerca de 5 mil habitantes. O forte da região são os passeios no cam-

po. Sítios, fazendas, alambiques e pesqueiros se espalham pelas redondezas e recebem muito bem quem chega por ali. O sítio Lindóia Rural foi pensado para a criançada que mora na cidade grande e privilegia a convivência com os animais. Nele, os pequenos se divertem tirando leite da vaca, passeando com os mini-pôneis, pescando... O touro Macaco é dos mais mansos que se conhece, tranqüilo o suficiente para deixar que todos montem nas suas costas e tirem uma foto. Experimentar o famoso sorvete de queijo, no Engenho Cavalo de Tróia, a poucos minutos do Lindóia Rural, é quase obrigação para quem passa pela cidade. Acília Soares, daquelas cozinheiras muito caprichosas, prepara o doce com parmesão e pedaços de queijo

ONDE DORMIR Villa de Santo Agostinho: Rodovia SP 147, km 14.5, Lindóia-Socorro, tel. (19) 9778-9553. No alto do sítio, onde ficam as acomodações, ouvese o barulho de duas cachoeiras e tem-se uma bela vista para a região. Diárias a partir de R$ 30. Flamingo’s: Av. 31 de Março, s/nº, tel. (19) 3898-1356. Chalés no centro da cidade. Tem piscina e quadra poliesportiva. Diárias para casal a partir de R$ 30, com café.

O chamariz na cidade são os passeios no campo. No Engenho Cavalo de Tróia (acima), doces e licores são de dar água na boca

mineiro que derretem na boca. Ali, também se produzem vinhos, licores de todos os tipos e a cachaça artesanal. E você ainda pode levar para casa o café moído na hora. Relax – Para esquecer o estresse e relaxar, o melhor é passar um fim de semana na Fazenda Santo Antonio. O espaço foi projetado de acordo com os conceitos orientais de harmonia. Há ambientes para meditação, ioga, massagem ayurvédica, spa e a prática do tai chi chuan. Tudo ali funciona à base de energia solar. Um dos jar-

ONDE COMER Restaurante Zamboim: Av. 31 de Março, 1.005, tel. (19) 3898-1299. Comida caseira.

dins da fazenda foi projetado com o formato do símbolo indiano “ohm”. Impossível não renovar as energias. Um dos lugares mais bonitos da cidade é o Grande Lago, ou o “Lagão”, como os lindóienses costumam chamá-lo. Ali, há um ninhal de garças pantanei-

ras, que voltam para os filhotes todo fim de tarde. Elas aterrissam no bambuzal, ao lado da lagoa, bem na frente dos seus olhos: são centenas delas, barulhentas, muito rápidas e lindas. Nesta hora, todo mundo pára para assistir o grande espetáculo da natureza. (S.S.P.)

FAÇA AS MALAS Mantovani Viagens e Turismo: Av. Brasil, 249, Águas de Lindóia, tels. (19) 3824-4141, 9774-0888 e 9761-1513. A agência organiza os passeios para o Sítio São Caetano e a mineradora Cremasco. Lindóia Rural: Rodovia, SP 360, km 163, tel. (19) 3898-1263. Fazenda Santo Antonio: tel. (19) 3898-1336. Recebe grupos de, no mínimo, dez pessoas. Engenho Cavalo de Tróia: Rodovia SP 360, Lindóia-Serra Negra, em frente à rodoviária, tel. (19) 3898-1278.


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quinta-feira, 15 de setembro de 2005

POLÍTICA - 3

PRESIDENTE DIZ QUE CORRUPÇÃO IMPEDE COMBATE À POBREZA. E ANUNCIA TAXAÇÃO DE PASSAGENS AÉREAS. Ray Stubblebine/Reuters

LULA: FOME É A PIOR ARMA DE DESTRUIÇÃO EM MASSA.

O

"Precisamos evitar que o terrorismo crie raízes em meio à desesperança"

presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, na cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU), que a corrupção não pode ser uma desculpa para deixar de combater a pobreza. A declaração é uma alusão à crise política enfrentada pelo governo, responsável por derrubar os índices de popularidade do presidente. "A corrupção e a instabilidade política não são desculpa para que não tenhamos uma política de combate à pobreza", disse Lula, cuja imagem viu-se desgastada devido ao escândalo do "mensalão". O presidente brasileiro foi o anfitrião, na ONU, do encontro de chefes de Estado e de governo que co-patrocinam a sua iniciativa, batizada de Ação contra a Fome e a Pobreza. Ao final do encontro, no

qual foram discutidos os avanços na luta contra vários problemas, o presidente brasileiro viu-se questionado sobre a dificuldade em convencer a comunidade internacional a investir na erradicação da fome e da pobreza quando muitos dos recursos não chegam a seu destino devido à corrupção. Corrupção – "Há corrupção no Brasil e no planeta inteiro. (Há corrupção) em todos os lugares onde há um ser vivo", disse o dirigente, segundo o qual isso não pode impedir que a fome e a pobreza sejam combatidos. "Na medida em que a fome começa a ser um problema político, aumenta nossa esperança de que poderemos encontrar uma solução para esse problema, que considero ser a pior arma de destruição em massa do mundo", afirmou Lula, que prometeu regressar à ONU em

2006 para fazer um balanço de suas políticas sociais. Apesar de a ONU já ter rejeitado a ampliação do Conselho de Segurança da ONU, Lula manteve o discurso que é preciso "adequar o Conselho de Segurança às exigências políticas e econômicas de um mundo em profunda transformação". Intolerância – Lula lembrou que em 2000 o encontro de cúpula do Conselho de Segurança coincidiu com atos de brutal violência movidos pela intolerância racial e religiosa. "Buscava-se aprender as lições das guerras civis na ex-Iugoslávia e em Ruanda para recuperar a capacidade da Organização de conter abusos maciços ao direitos humanos. Hoje, estamos confrontados a ameaças cada vez mais complexas", discursou. Ele observou que os esforços para se fortalecer a ONU são a

tentativa de dar respostas aos desafios do mundo. "Atos bárbaros de terrorismo continuam sendo perpetrados contra inocentes e indefesos. O combate a esse flagelo exige firmeza. Mas não o derrotaremos apenas pela repressão. Precisamos evitar que o terrorismo crie raízes em meio à desesperança", disse Lula. Violência – O presidente ressaltou que é preciso rejeitar o preconceito e a discriminação, "sob qualquer disfarce ou pretexto". Segundo Lula, no combate à violência irracional as melhores armas são a cultura do diálogo, a promoção do desenvolvimento e a defesa intransigente dos direitos humanos. Lula também exortou o Conselho de Segurança a continuar a dedicar amplo espaço às questões africanas. (Agências)

VEM AÍ MAIS UMA TAXA. DE AVIÃO.

L

ula anunciou que o Brasil adotará uma nova medida para financiar o combate à fome e à pobreza: a taxação de passagens aéreas internacionais. A idéia é que a quantia arrecadada seja destinada aos países pobres para derrotar a miséria no mundo. Em discurso de seis minutos

na Cúpula do Milênio, Lula declarou apoio à proposta do presidente da França, Jacques Chirac, a quem chamou de "meu amigo". "Sei que outros países, como o Chile, já caminham nessa direção. No Brasil, determinei que meu governo apresse estudos para que a medida possa ser colocada em

poLítica Eymar Mascaro

PT: outro racha

O

PT, rachado, ainda luta para evitar que um deputado da oposição seja o novo presidente da Câmara. Por isso, o partido se negou a assinar a representação que partidos da oposição encaminharam ao Conselho de Ética propondo a cassação do mandato do presidente Severino Cavalcanti (PP-PE), acusado de quebra de decoro parlamentar. O partido preferiu encaminhar outra representação, mas para a Corregedoria, numa clara intenção de retardar o processo, já que o órgão só pode investigar, para depois mandar suas conclusões para o Conselho de Ética. Mas, o grupo de esquerda do PT (com 20 deputados) resolveu endossar o documento dos oposicionistas. Os petistas deixaram de apoiar a representação a partir do momento em que o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, passou a vetar o acordo que pudesse desaguar na candidatura de um deputado do PT à sucessão de Severino. Para Bornhausen, o sucessor de Severino (em caso de cassação) tem de ser um deputado de oposição. O PT está convencido de que o PFL continua alimentando a esperança de, futuramente, sugerir o impeachment do presidente Lula. Portanto, melhor para o PFL se conseguir ter na presidência da Câmara um aliado que não dificulte o jogo da oposição.

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prática", disse Lula. Até US$ 2 - O valor da taxa a ser criada ainda não foi fixado, mas o governo brasileiro fala em contribuição simbólica e solidária, na faixa de US$ 1 a US$ 2 por bilhete aéreo emitido. O presidente brasileiro não apresentou cálculos de quanto seria arrecadado nem desem-

bolsado. "Esse mecanismo arrecadará recursos significativos. Mais importante será seu efeito de demonstração", argumentou. No plenário de carpete verde da ONU, Lula também propôs à Assembléia-Geral a redução dos custos das remessas internacionais dos emigran-

tes. "Isso ajudará a gerar renda e emprego para as famílias daqueles que deixaram o lar em busca de oportunidade", observou o presidente. Comitê - A medida consta, ainda, de projeto de resolução apresentado hoje pelo comitê formado por Brasil, Chile, França, Espanha, Alemanha e

Argélia, os seis países que há exatos 12 meses aderiram à iniciativa batizada de Ação Contra a Fome e a Pobreza proposta por Lula na ONU. Foi mais um gesto político do que prático. Lula foi o 16º orador a falar na reunião dedicada ao debate do financiamento ao desenvolvimento. (AE)

CASSAÇÃO

aparecimento do cheque do concessionário do restaurante da Câmara. Seria a prova do pagamento da propina ao presidente da Câmara. A prova já apareceu ontem.

Santo André, que teria levado ao assassinato de Celso Daniel.

imensamente satisfeitos com o resultado da pesquisa Sensus, sobretudo porque Lula perdeu dez pontos em três meses, no quesito popularidade. Lula despencou de 59,9% para 50%.

O PFL e os demais partidos de oposição (PSDB, PDT, PV, PPS e o P-SOL) não abrem mão do desejo de cassar Severino. Se o deputado for cassado, assume temporariamente a presidência o pefelista José Thomaz Nonô (AL), que terá cinco sessões para convocar nova eleição.

NO CARGO Os partidos de oposição tentaram convencer o PT a participar de uma reunião que buscava o consenso para o lançamento do suposto sucessor de Severino. Desde que o candidato não saísse do PT. O partido recuou.

BRUXAS Os petistas discordam da forma como os oposicionistas vem agindo para depor Severino. Acham que a oposição não está permitindo ao presidente o direito de defesa. É uma caça às bruxas, dizem os petistas.

POSIÇÃO O PMDB fez algumas exigências para assinar a representação contra Severino. Entre elas, o

SUCESSOR O partido joga no futuro e acha que ainda pode eleger um peemedebista à presidência da Câmara. O partido não quer se queimar com o baixo clero. Mas o PMDB (e o PSB), acabou se unindo à oposição.

NÃO GOSTA Pelos cálculos dos deputados, o processo de cassação contra Severino pode ter uma tramitação demorada, deixando a oposição irritada. O processo pode demorar até 90 dias para ser votado em plenário.

DANIEL Governistas admitem que o PT vacilou ao permitir que a CPI dos Bingos convocasse o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho. Ele vai depor sobre o suposto envolvimento do PT com atos de corrupção na prefeitura de

ENVOLVIMENTO Carvalho foi envolvido no caso pelo irmão de Celso Daniel, João Francisco, que disse ao depor na CPI ter ouvido do chefe de gabinete de Lula como funcionava o esquema de corrupção em Santo André.

CANDIDATURA Depois de receber o apoio do governador Aécio Neves, Tasso Jereisatti decidiu aceitar o lançamento de sua candidatura à presidência do PSDB. O senador cearense, no entanto, sofre algumas restrições de tucanos paulistas.

ESCOLHA O presidente do PSDB, a ser eleito em novembro, vai conduzir o partido em 2006, quando for para indicar o candidato à sucessão de Lula. Em tempo: São Paulo tem três pré-candidatos a presidente da República: Serra, Alckmin e FHC.

MAIS ÂNIMO Os tucanos ficaram

PAU A PAU A exemplo de outras pesquisas, a do Sensus também mexeu com a cabeça de Serra: o prefeito continua sendo o mais forte do PSDB para enfrentar Lula. Os demais pré-candidatos, segundo a pesquisa, perderiam para o petista se a eleição fosse hoje.

ÍNDICES A rejeição a Lula disparou (de 30,8% para 39,3%), enquanto a de Serra caiu (de 42,4% para 38,7%). A rejeição a Alckmin subiu ligeiramente (passou de 39,3% para 40,7%)

BATE TODOS A pesquisa revelou ainda que Lula, apesar da crise que enfrenta, bateria todos os demais candidatos de outros partidos, se a eleição fosse hoje. Entre eles, Cesar Maia, do PFL, e Anthony Garotinho, do PMDB.


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2 -.CIDADES & ENTIDADES

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

L Contudo, acredita que a iniciativa de José Serra demonstra não apenas uma ampliação da parceria entre poder público e privado, como também uma forma de trazer de volta para São Paulo as empresas que fugiram para as cidades vizinhas em busca de alíquota de ISS menor. Romeu Chap Chap, presidente do Sindicato da Habitação (Secovi), disse que as sugestões dos empresários foram ouvidas na elaboração do programa. Acrescentou que o prefeito acertou ao declarar uma área de utilidade pública, "pois em alguns casos o melhor a fazer é demolir e reconstruir tudo de novo, como ocorreu com sucesso em várias outras cidades do mundo". Paulo Veras, da Fecomercio, achou o programa "fantástico", mas não esconde uma preocupação: que a Câmara Municipal não entenda a importância dessa proposta para a recuperação da cidade e demore para aprovar o projeto. "Precisamos disso para que as mudanças possam começar o quanto antes", afirmou. Até porque, salientou Paulo Veras, "um passeio junto com o prefeito nas ruas da região (feito ontem) mostrou que muitos novos investimentos já estão sendo feitos e que novos negócios se encontram em andamento depois de algumas ações realizadas na região". Paulo Scaff, presidente da Fiesp, prevê que a parceria da Prefeitura com a iniciativa privada pode mudar a cara da região da Estação da Luz.

SELEÇÃO DETERMINARÁ PROJETOS O secretário Municipal de Finanças, Mauro Ricardo Costa, apresentou como funcionarão os incentivos fiscais concedidos aos investimentos nas áreas de atividades de empresas do comércio, serviços e construção civil. Para ingressar no Programa de Incentivos para a Região da Estação Luz é preciso apresentar um projeto de investimento para implantação, expansão ou modernização de empresas ou empreendimentos residenciais na região alvo. A seleção dos projetos se dará em cima de três critérios básicos: potencial de valorização da área, mão-de-obra intensi-

va e atração de atividades complementares. O investimento mínimo exigido no programa é de R$ 50 mil. Serão considerados investimentos, os recursos aplicados na elaboração de projetos, aquisição de terrenos, execução de obras, melhoramento de instalações e aquisição de equipamentos No comércio, as atividades contempladas são: lojas de departamentos, shopping centers e supermercados ou hipermercados. Nos serviços, as atividades contempladas são as de creches, ensino, ginástica, dança, esportes, hospitais, laboratórios, pronto-socorros, licenciamento, computação e serviços gráficos. Ainda na área de serviços: análise e desenvolvimento de sistemas, assessoria e consultoria de informática, planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas, cursos de idiomas, digitação e datilografia, ensino superior, espetáculos teatrais, circenses, exibições cinematográficas e programas de auditório, fotografia, cinematografia, hotéis, flats, operas, ballets, concertos, provedores de acesso à internet, shows, bailes, desfiles, telemarketing e "call center". Os incentivos fiscais, que serão válidos por cinco anos, são os seguintes: redução de 5 0 % d o I P T U ; re d u ç ã o d e 50% do ITBI; redução de até 60% do ISS; redução de 60% do ISS incidente sobre serviços de construção ou reforma de imóvel. Os incentivos aos investimentos serão aplicados da seguinte maneira: depois da conclusão do investimento a Prefeitura emitirá Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento (CID), no valor de 50% dos investimentos em empreendimentos residenciais ou comerciais; 80% dos investimentos no caso de empreendimentos do setor de serviços. Sobre a utilização dos CIDs : serão emitidos no nome do investidor após a conclusão do investimento, com validade de cinco anos, e a titularidade poderá ser transferida para outro projeto aprovado na região. Eles também poderão ser usados no pagamento do saldo de IPTU, ISS e compra de bilhetes únicos para os empregados.

credito

750

Andrea Matarazzo, subprefeito da Sé, durante apresentação de projeto de revitalização da região do bairro da Luz, na área central

Cenário sempre foi de abandono Antes e depois da Operação Limpa, o primeiro passo para a revitalização da Cracolândia, a reportagem do Diário do Comércio esteve no local e pôde observar o drama e a degradação ali instalados. A região já está bem melhor hoje, mas a zona de venda e consumo de crack não acabou. Somente mudou de endereço. Fernando Vieira orpos que vagueiam, perambulando pelas ruas. Solitários ou em pequenos grupos. Confundem-se crianças e adultos, moradores de rua e até gente com casa para morar. Não há dia nem noite. A dinâmica é a mesma, sem controle. Um movimento intenso, frenético e sistemático. Sempre à procura... De perto, vê-se as mãos trêmulas, o olhar vidrado e a boca seca do vício, saciado ali mesmo, na frente de quem quiser ver. Também, é verdade, com mais discrição, nos quartos de pequenos hotéis. Tudo para aliviar a dependência da "nóia" (droga ou viciado). Nas esquinas, vende-se ainda o pouco que sobrou de alguns corpos, corrompidos pelo crack, droga devastadora e principal mercadoria do local. No chão, cachimbos improvisados, isqueiros sem utilidade e qualquer possibilidade de convívio social. Desolação. Durante décadas, esse foi o cenário de uma área abandonada no Centro de São Paulo, na região da Luz. A situação de degradação total – e conhecida de todos – rendeu a esse porão da capital um apelido triste e sombrio: Cracolândia. Por vezes, ao longo dos anos e de diferentes mandatos, a

C

administração pública tentou recuperar a região. Sem continuidade nas ações e carente de um projeto de desenvolvimento específico, todas as iniciativas não passaram de tentativas. Mas a Cracolândia voltou a lutar contra seu nome, numa ação conjunta entre Prefeitura e Estado, iniciada em março deste ano. Batizada de Operação Limpa, a ação partiu das ruas e avenidas que compõem o polígono delimitado pelas avenidas Ipiranga, Rio Branco, Duque de Caxias e rua General Couto de Magalhães. O movimento frenético dos crackeiros passou a ser vigiado por quase dez viaturas policiais, que realizavam batidas em bares e revistas de dia e à noite. A ação das rondas ostensivas era eminentemente repressiva. Nessa primeira fase, um posto da Polícia Militar foi instalado na rua General Couto Magalhães com a rua dos Protestantes, onde, segundo os comerciantes da região, nos tempos áureos, ou melhor, na pior das épocas, o número de "nóias" (viciados) ultrapassava mil. Era o coração da boca do lixo. Com a presença da base policial, a via ficou deserta, mas não eliminou o consumo e a distribuição de crack. À noite, a reportagem do

Diário do Comércio percorreu o polígono e descreveu a migração do núcleo duro da droga para a rua dos Andradas, numa extensão de dois quarteirões, nas esquinas com as ruas Vitória e dos Gusmões. Em poucos minutos no local, observou-se de tudo. Por exemplo, Luciano, de 28 anos, trajando um terno azul escuro e gravata, destoava dos moradores de rua, a maioria por ali. Apesar da aparência distinta, o rapaz perguntava a quem passava por seu caminho: "Tem pedra?". Não precisou perguntar mais de três vezes para conseguir o crack. Encontrou Diego, de 20 anos, que já conversava com a reportagem, enquanto dava sua "paulada" (tragada) no cachimbo e, ao mesmo tempo, fumava um cigarro. Com apenas R$ 3 no bolso, Luciano conseguiu dar duas "pauladas" já em outra pedra de Diego, comprada na própria rua dos Andradas. Pouco tempo depois, Luciano ofereceu a gravata em troca de outra tragada no cachimbo. Feito. Mais uma. Em cinco minutos, quis negociar os óculos escuros que trazia na cabeça. Sem negócio. Mesmo assim, vendeu-o para outra pessoa na rua Conselheiro Nébias. E continuou a alimentar o vício e a movimentar o tráfico. No mês seguinte, a

Operação Limpa passou a intensificar as ações no polígono, inclusive com interdições de estabelecimentos irregulares. Em junho, a Cracolândia ficou de cara limpa. Mudou. Mas as comemorações ficaram restritas àquela antiga área isolada, porque a droga também mudou de endereço. Atravessou a avenida Duque de Caxias, concentrando-se nas ruas Helvetia, Dino Bueno e, especialmente, Barão de Piracicaba e alameda Glete, em Campos Elíseos. Era possível contar pelo menos cinqüenta pessoas enfileiradas, fumando crack, no quarteirão compreendido entre a alameda Glete e a rua Helvetia. Na praça Princesa Isabel a situação era tão grave ou ainda pior. O ambiente escuro, em razão das árvores, atraiu usuários e traficantes da excracolândia. Um novo posto policial foi instalado, afastando os craqueiros. A intensificação de ronda policial e interdições em estabelecimentos foram decisivas para impedir o avanço de um novo foco de degradação. Hoje, com a apresentação do projeto, espera-se que o bairro continue o processo de reescrever, ou melhor, digitar sua nova história.

Arquivo/DC

imóveis estão incluídos na área declarada de utilidade pública pela Prefeitura, num perímetro de 105 mil metros quadrados Rua do Triunfo: quem investir no local será beneficiado

50% é a redução que será aplicada ao IPTU e ao ITBI. No ISS a redução deverá ser de 60% sobre serviços de construção ou reforma de imóvel

Serra pretende atrair empresas que fugiram para outras cidades

Região a ser revitalizada já foi uma das mais degradadas da cidade, com consumo aberto de crack. Hoje, a droga mudou de endereço.


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quinta-feira, 15 de setembro de 2005

CIDADES & ENTIDADES - 3

Fogo na Câmara atinge arquivo de processos Um funcionário disse que as chamas teriam destruído apenas o arquivo de cassação da vereadora Myryam Athiê (PPS). A versão não foi confirmada pela PM. O fogo foi controlado rapidamente. Em depoimento, agente da subprefeitura do Jabaquara negou participação de vereadores em esquema de propinas. Luiz Prado/Luz

Ivan Ventura

U

m pequeno incêndio atingiu, na tarde de ontem, o arquivo de processos administrativos da Câmara Municipal de São Paulo, localizado no subsolo do prédio. A Polícia e a presidência da Câmara dos Vereadores não souberam informar as causas e o que teria queimado no local. Um funcionário da Câmara, porém, contou que as chamas teriam atingido apenas o arquivo de cassação da vereadora Myryam Athiê (PPS). A assessoria da parlamentar soube do incêndio (que foi comunicado ainda no plenário pelo presidente da Câmara, o vereador Roberto Tripoli), mas negou a informação de queima de arquivo. Segundo a P o l í c i a o i ncêndio começou por volta das 15h. A chefe da assessoria da Polícia Militar da Câmara, a capitã Selma Petronilho de Souza contou que um funcionário do arquivo é quem viu a fumaça e avisou a brigada de incêndio e a os PMs da Câmara. "O fogo foi rapidamente controlado e percebemos que apenas uma pasta foi parcialmente destruída, mas não sabemos o conteúdo dela",

Suspeito de chacina choca vizinhos

O Ó RBITA PF PRENDE 43 EM SP assaporte falso, viagem e mais o translado de um migrante ilegal para os Estados Unidos chega a custar US$ 15 mil em época de fiscalização mais acirrada. Em geral, o preço cobrado por quadrilhas especializadas é de US$ 10 mil. A informação foi descoberta em investigações das operações Canaã e Overbox, da Polícia Federal (foto abaixo), que levou à prisão 43 pessoas. Alguns compradores desse pacote eram foragidos da Justiça. Pelo menos 35 pessoas foram presas na Grande São Paulo.

P

Guto Kuerten/Folha Imagem

Depoimento: agente Luís Carlos de Andrade, que recebeu propina

disse a capitã. O caso foi registrado no 1º Distrito Policial (Sé), onde será conduzido as investigações do incêndio. A perícia técnica da Polícia Civil irá analisar as causas e deverá apresentar o laudo final em no máximo 30 dias. Propina – Depôs ontem, por quase uma hora e m e i a n a C âmara Municipal de São Paulo, o agente de apoio Luís Carlos de Andrade que na semana passada foi flagrado (pela Rádio Bandeirantes) cobrando propina para autorizar a colocação de anúncios de imóveis na região da Subprefeitura do Jabaquara. A intenção dos parlamentares era indagar Andrade sobre um su-

posto envolvimento de vereadores no esquema. O agente de apoio (afastado temporariamente por 120 dias) nada acrescentou ao seu primeiro depoimento na Ouvidoria do Município. Ontem, na Comissão de Constituição e Justiça, ele negou a participação de parlamentares e até isentou companheiros da subprefeitura do Jabaquara. "Precisava de dinheiro e pedi ao repórter que desse 'um qualquer' para a colocação das placas. Mas não tem vereador ou outro funcionário envolvido. Disse aquilo apenas para que ele (repórter) aumentasse a oferta", disse o agente. Andrade contou aos parlamentares que essa foi a primeira vez que pediu propina e só o fez por estar passando por dificuldades financeiras. Ele disse que recebeu outras ofertas de propinas, todas recusadas.

CASO DASLU filha do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e gerente do setor de Novos Negócios da loja Daslu, Sofia Alckmin, esteve em abril na Secretaria de Estado da Fazenda para pedir a concessão do regime especial de recolhimento de tributos para o centro de compras. O regime permite ao consumidor adquirir produtos em várias lojas e pagar em um caixa único, que presta contas a Receita. O secretário da Fazenda, Eduardo Guardia, negou ontem ter havido favorecimento à empresa e disse que o regime especial ocorreu dentro das regras. (AE)

A

s vizinhos do vigia Ricardo Francisco dos Santos, de 26 anos, preso sob a acusação de participar da chacina da família Yonekura, no fim de semana, ficaram chocados. Santos passou a infância e adolescência em um sobrado simples na Vila Curuçá, na zona leste. Seus pais, o pedreiro Jason Francisco dos Santos e a dona de casa Benizete Rosa dos Santos Seferino, conhecida como Beni, ainda moram lá. Também vive na casa a irmã de Ricardo, terceiranista de Direito. Mas desde a prisão do rapaz, ninguém mais foi visto. Vizinhos acham que a família, envergonhada, está com parentes. Apesar de ter confessado, os vizinhos não acreditam que o jovem participou da chacina. Foram assassinados o casal de aposentados Tadashi e Futaba Yonekura, os filhos Nilton e Fátima e a nora do casal, Erica Miyamoto, torturados e mortos a pauladas e tiros. Willian Jun, filho do casal e marido de Erica foi atingido com pauladas mas sobreviveu. Seu filho, um bebê de 11 meses, foi

poupado pelos bandidos. Ricardo, segundo os vizinhos, era caseiro, não bebia nem fumava. "Não sei como ficou depois de mudar de casa, mas não acredito que possa ter feito isso", disse o cobrador Célio Tavares, vizinho. Há três anos, Ricardo se mudou para o Capão Redondo, na zona sul. Foi morar com a namorada, prima de Celso Alencar dos Santos, também acusado do crime. Ele está foragido. E levou os US$ 5 mil dos Yonekura. Ricardo era amigo de infância de Nilton Yonekura, um dos mortos. Eles estudaram juntos e mantinham contato. Segundo o delegado Luiz Fernando Lopes Teixeira, o vigilante só confessou, ana terça-feira, depois de saber que sua companheira e seu filho tinham saída de casa. O delegado disse ainda que o tênis de um dos suspeitos foi encontrado no local do crime. "Um dos bandidos, vendo que uma das vítimas, provavelmente morta, tinha um tênis mais novo, simplesmente tirou os seus tênis e colocou os novos. Abandonou os velhos ali mesmo", disse. (AE)

Keiny Andrade/Folha Imagem

Ricardo confessou participação na chacina na família Yonekura


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quinta-feira, 15 de setembro de 2005

TURISMO - 5

Saborosa Monte Alegre do Sul Fotos: Sonaira San Pedro

A pequena cidade chama atenção pelas inúmeras doçarias e os 50 alambiques que se espalham pelos bairros vizinhos e possuem décadas de tradição

RAIO X COMO CHEGAR Monte Alegre do Sul fica a 144 km de São Paulo. Pegue a Rodovia dos Bandeirantes até Jundiaí, a Rodovia das Águas/SP 360 até Amparo e, de lá, são cerca de 15 km até Monte Alegre.

C

om apenas três ruas – uma que vai, outra que vem e a terceira nos dois sentidos –, Monte Alegre do Sul é a cidadezinha mais saborosa do Circuito das Águas. Cerca de 50 alambiques artesanais espalham-se pelas estradas de terra dos bairros vizinhos. Isso sem contar as inúmeras doçarias e doceiras dedicadas, com receitas caseiras e exclusivas. Quem chega à Fazenda Salmo XXIII, no Bairro da Vitória, é muito bem recebido pelo simpático escultor Edson Peres, que mantém ali seu ateliê. Ele esculpe estátuas em troncos de árvores e pode lhe contar boas histórias por um dia inteiro. Na fazenda, Edson também cultiva jardins primorosos que circundam sua casa, cuida dos cavalos e ainda produz cachaça e licores. Pertinho dali, uma caminhada é suficiente para se chegar a uma refrescante à queda d’água e tomar um banho bem gelado. Tradição – Os alambiques das redondezas já têm décadas de tradição. A maioria deles começou com os italianos que ali chegaram e foi sendo mantida pelos seus familiares até os dias de hoje. É o caso da Cachaça Choramenina, com mais de 50 anos de história. Nelson Borin, quem prepara a bebida, herdou da família o costume de produzir aguardentes: tudo é feito de modo artesanal, desde o corte da cana até a destilação em alambiques de cobre. Na Adega do Italiano, é José

No cenário de serras e cachoeiras, destacam-se os alambiques que, de tantos, formaram uma associação. Ali, até artesãos, como Edson Peres (acima), produzem cachaças e licores. E assim como sua fazenda, a Salmo XXIII (abaixo), várias outras abrem à visitação

Narciso quem prepara o vinho de morango, com sabor adocicado. Ali, ele também produz licores, conhaque e, como não poderia deixar de ser, a cachaça. Para que nenhuma das riquezas dos arredores passe despercebida, foi criada a Associação dos Produtores de Cachaça de Monte Alegre do Sul (Aprocamas), que fica no

centro da cidade. O lugar reúne aguardentes de quase todos os engenhos locais, vinhos, grappa, conhaque, licores, doces e artesanato. Bons artesãos não faltam por ali. José Márcio começou entalhando placas de madeira e, sempre criativo, ele usava as sobras para fazer brinquedos de montar. E não é que a brincadeira deu certo?

Hoje, proprietário da JM Brinquedos, o artesão é bastante conhecido por suas peças criativas, que também são vendidas até em grandes lojas da capital paulista. Mística – Um dos lugares mais místicos do município é a Fonte da Índia, ao lado da sede da Estação Experimental. Para se ter direito a um desejo, di-

zem que é preciso encontrar os sete passarinhos escondidos na imagem da fonte, uma índia azul esboçada em azulejos brancos. E tem de provar da água gelada também. Se você não acredita nessas histórias, vá pela beleza do lugar. Diversos ipês amarelos carregados de flores margeiam o caminho até a bica d’água. Na beira da estrada que leva a Pinhalzinho, a poucos quilômetros do centro de Monte Alegre, fica a Cachoeira do Falcão, também conhecida como a Queda das Andorinhas. Se você estiver ali por volta das cinco ou seis horas da tarde vai entender o porquê do nome. Ao entardecer, bandos de andorinhas chegam ao lugar e dão vôos rasantes por debaixo da queda d’água. Rápidas que são, desafiam o espectador a acompanhar a agilidade de suas manobras no ar.

ONDE DORMIR Pousada da Fazenda: Rua Joaquim de Oliveira, tels. (19) 3899-1204 e 3899-2027. É uma fazenda que virou hotel e o hóspede acompanha a vida no campo. Tem plantação de café, de morango, queda d’água, cavalos, piscina. Todos os ingredientes das refeições são cultivados na propriedade. A R$ 350 o fim de semana para casal, com pensão completa. Riacho Verde: Estrada para Amparo, km 6.2, tel. (19) 38991107. Chalés com lareira, sauna, salão de jogos e quadra poliesportiva. A R$ 440 o fim de semana para casal, com pensão completa. ONDE COMER Rancho: Rodovia Monte Alegre do Sul-Pinhalzinho, tel. (19) 38992802. Especializado em carnes preparadas no "bafo" (ficam na churrasqueira até 12 horas). Experimente a picanha no vinho. Marcão, o proprietário, prepara doces caseiros. Restaurante Universal: Rua Capitão José Inácio, 356, tel. (19) 3899-1266. Serve leitão a pururuca nos fins de semana. FAÇA AS MALAS Fazenda Salmo XXIII: acesso pelo km 3 da estrada para Pinhalzinho, 8 km, tel. (19) 3899-1694. Aprocamas: Rua Coronel Luís Leite, 4, tel. (19) 3899-2744. Atelier da Fonte/ Dada Macedo: Rua Joaquim de Oliveira, 88, tel. (19) 3899-2204.

Sonaira San Pedro

Fotos: Sonaira San Pedro

Uma coleção de atrações em Serra Negra Além das malharias e dos artigos de couro, o lugar oferece esportes de aventura, rodeio e aguardentes de primeira linha

S

RAIO X COMO CHEGAR Serra Negra fica a 149 km de São Paulo. Pegue a Rodovia dos Bandeirantes até Jundiaí e entre à direita na Rodovia das Águas/ SP 360 até Amparo. ONDE DORMIR Hotel Shelton: Rua Sete de Setembro, 117, tel. (19) 3892-1552. Boa infra-estrutura no centro da cidade, com salão de jogos e internet. Disponibiliza de uma chácara para os hóspedes passarem o dia. Diárias a R$ 170 por casal, com pensão completa. Pousada Shangri-lá: Estrada das Tabaranas, km 4, no fim da Av. Juca Preto, tel. (19) 3892-3765. Fica em um lugar isolado, com uma vista lindíssima. Lareira, hidromassagem, pomar e sauna. Diárias a R$220 por casal, com meia-pensão.

ONDE COMER Empório Santa Catarina: Rua Monsenhor Manzini, 31, tel. (19) 3892-8157. Culinárias italiana e alemã. Sr. Bacalhau: R. 14 de Julho, 511, tel. (19) 3842-1342. O chefe, português, prepara receitas excelentes com bacalhau. FAÇA AS MALAS Rodeio: anualmente em setembro. Site www.rodeioserranegra.com.br, tel. (19) 3892-1637. Sítio Chapadão: Estrada Serra Negra, Itapira, Bairro Santo Aleixo, tels. (19) 3892-1091 e 9171-1709. Sítio Bom Retiro: Bairro Brumado, tel. (19) 3892-3574. Rancho Radical: Estrada Serra Negra, Amparo, km 144. tels. (19) 3892-4565 e 3892-3977.

Subir o monte do Cristo Redentor de teleférico é programa imperdível. A famosa cachaça local Getúlio Vargas (abaixo) custa R$ 1.500 a garrafa

erra Negra é muito mais do que um centro comercial com malharias excelentes e fábricas de artigos de couro, sempre lotadas nos fins de semana. Nos arredores, conservam-se belas fazendas históricas, produz-se uma das melhores cachaças do Brasil, praticam-se esportes de aventura, há rodeio no mês de setembro e ainda dá para curtir o clima ameno das serras. O melhor de tudo isso é que, além de voltar para casa com a mala cheia de malhas, você tem a chance de conhecer histórias e de provar os sabores da região. A estrada de terra que vai a Itapira leva também ao Sítio Chapadão, a oito quilômetros do centro da cidade. Ali, a bem-humorada dona Sueli prepara mais de 12 tipos de queijos com o maior capricho, desde o tipo Minas até os mais refinados, como os franceses saint paulin e o boursin e o holandês gouda. Com ela, os visitantes aprendem a ordenhar a vaca e podem provar o leite tirado na hora. Enquanto isso, a garotada se entretém dando mamadeira aos bezerros mais novos e descobrindo o dia-a-dia da vida no campo. Quem chega

por lá na época da colheita do café tem a sorte de acompanhar a secagem dos frutos no terreiro de dona Sueli. Cachaça – Poucos minutos à frente, seguindo pela mesma estrada, fica o Sítio Bom Retiro, onde Clóvis Carra produz uma das melhores – segundo especialistas – e mais caras aguardentes brasileiras. É a Getúlio Vargas, lançada com o preço de R$ 1.500 a unidade. O alto valor é justificado por ser produto de uma safra especial, ter o apoio da família Vargas e um dos pontos de vendas estará até na luxuosa loja da Daslu, em São Paulo. Foram produzidas somente 385 garrafas e cada uma vem acompanhada da cópia de escritura que lhe confere autenticidade. Se você achou o preço exorbitante, saiba que restam apenas alguns exemplares para serem vendidos e que no sítio da família Carra há outras boas cachaças com o preço pequenininho. Ali, Clóvis também prepara os vinhos cabernet e merlot de maneira artesanal, numa adega improvisada ao lado de sua casa. Aventura – Quem prefere gastar a energia nas alturas, deve conhecer o Rancho Radi-

cal, uma fazenda com paredão de escalada, arvorismo e tirolesa com duzentos metros de extensão. Com a ajuda dos monitores, as crianças aproveitam o arvorismo e a tirolesa infantis, bem perto do chão. E os que não gostam deste tipo de aventura podem passear pelas trilhas da fazenda ou passar a tarde nos pedalinhos de uma lagoa. Outro bom lugar para pedalar sobre a água é o simpático Lago dos Macaquinhos, na estrada que leva a Amparo. Ali, cerca de 20 macacos ficam ilhados numa porção de terra no meio do lago. Por lá, também é possível passear a cavalo, pescar e aproveitar toda a área verde ao redor. Em Serra Negra, subir até o monte do Cristo Redentor de teleférico é programa que não se pode deixar de fazer. Você senta na cadeirinha na Praça João Pessoa e, conforme sobe o morro, descortina-se uma vista para toda a cidade. Quando descer na volta, também de teleférico, aproveite que já está perto das ruas principais, onde ficam as melhores lojas, e cometa um clichê dos bons: render-se às excelentes malhas de Serra Negra. (S.S.P.)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.CIDADES & ENTIDADES

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

Maria Tereza Correia/Estado de Minas/Folha Imagem

Brasileira A que ficou no Superdome volta a BH

Importadas

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Letícia no desembarque em BH: momentos de medo e incerteza no Estádio Superdome, em Nova Orleans

vou ficar pertinho dela o máximo possível", afirmou, aliviada com o retorno da filha. A estudante encara o episódio como uma lição de vida. "Tenho que tirar algo positivo disso, ser mais solidária e paciente". Nos dois últimos dias em

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que passou no Superdome, Le- são de Segurança Interna do tícia disse que se dedicou ao Senado, Susan Collins. Uma equipe de resgate entrabalho voluntário na enfermaria improvisada no estádio. controu ontem um homem de Sua pretensão agora é descan- 74 anos muito debilitado em sar e dar prosseguimento ao sua casa em Nova Orleans. curso de Relações Públicas em Apesar de estar inconsciente e uma faculdade particular da muito magro, membros da equipe de resgate disseram capital mineira. Retorno – Três cidades da que ele deve sobreviver. Nova ameaça – O furacão Louisiana permitiram ontem e a volta de seus moradores pela Ophelia ganhou força ao aproprimeira vez desde a passagem ximar-se da Carolina do Norte do furacão Katrina. Enquanto a ontem, provocando fortes costa americana do Golfo do chuvas, alagando ruas e cauMéxico luta para recuperar-se sando interrupções no fornecido furacão, o número de mortos mento de energia elétrica aos já se aproxima de 700 nos esta- moradores da região. A tormenta resultou em 150 dos de Louisiana, Mississippi, milímetros de chuva. A velociFlórida e Alabama. As autoridades das cidades dade dos ventos aumentou de de Gretna, Westwego e Lafitte, 120 km/h para 137 km/h, inforna periferia de Nova Orleans, mou ontem o Centro Nacional permitiram o retorno dos mo- de Furacões. O alerta para a cheradores, pois serviços de eletri- gada do furacão estende-se por cidade, saneamento e água es- toda a costa da Carolina do Norte, desde a divitão quase nor- Carlos Barrias/Reuters sa com a Carolimalizados. na do Sul até a Em uma coVirgínia. municado na Segundo as internet, as auprevisões dos toridades discientistas, os seram, no enventos mais tanto, que só fortes em torno deverá voltar do olho devequem não tiver riam atingir a meios para perregião sudeste manecer afastado estado da do por mais Carolina do tempo. As cidaNorte. des estão na zo- Remoção de corpos continua Ao contrário na que sofreu nas várias regiões devastadas do furacão Kadanos, mas não pelo furacão Katrina trina, que há as graves inundações que forçaram a saída da duas semanas investiu frontalmaioria dos 500 mil habitantes mente contra a costa do Golfo do México, atingindo especialde Nova Orleans. Duas semanas após a tragé- mente a cidade de Nova Ordia, os membros do Congresso leans, o Ophelia percorreu um começaram a questionar os res- caminho mais sinuoso depois ponsáveis de fornecer ajuda pa- de formar-se na costa da Flórira compreender os motivos da da na semana passada e muitas tardia resposta ao furacão. Uma pessoas não levaram a ameaça comissão do Senado indicou a sério. Outras, no entanto teontem que as reformas aprova- mem que a devastação do Kadas após os ataques do 11 de se- trina se repita e o litoral está tembro para responder a gran- sendo abandonado. Às 18h de ontem (15h em Brades catástrofes fracassaram em sília), o Ophelia encontrava-se seu primeiro grande teste. Apesar dos milhões de dóla- 65 quilômetros a sudoeste de res investidos para que todos Wilmington e a 110 quilômetros os níveis do governo estives- de Outer Banks. O furacão dessem preparados para enfren- locava-se a 11 quilômetros por tar desastres, a reação diante hora no sentido norte-noroeste. do Katrina se caracterizou pela Acredita-se que o fenômeno gaconfusão, as falhas de comuni- nhará força e tocará hoje territócação e a falta de coordenação, rio americano na altura de disse a presidente da Comis- Outer Banks. (AE) DC

Estudante viveu momentos de terror no Estádio Superdome, em Nova Orleans, onde ficou abrigada após a passagem do furacão Katrina. Na incerteza de que conseguiria voltar para casa, a Letícia passou os últimos dias no abrigo trabalhando com voluntária. Os Estados Unidos enfrentam no momento um novo furacão, o Ophelia, que já provoca tempestades.

estudante mineira Letícia Figueiredo Campos, de 21 anos, retornou a Belo Horizonte na manhã de ontem, depois de passar momentos de medo e incerteza com a destruição provocada pelo furacão Katrina, que atingiu o sul dos Estados Unidos em 29 de agosto. Ela desembarcou no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, e foi recepcionada por parentes e amigos. Letícia estudava inglês em Kansas City há cerca um ano. Ela e uma amiga aproveitaram as férias escolares e visitaram Nova Orleans às vésperas da chegada do furacão Katrina. A cidade foi a mais atingida. A estudante brasileira foi obrigada a se refugiar no Estádio Superdome, onde permaneceu seis dias. Ela disse que viveu momentos de grande apreensão. "O que mais me preocupava eram os casos de estupro, de roubo e a falta de comida", contou. A mãe de Letícia, Sônia Figueiredo, se emocionou. "Minha alegria é enorme e agora

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.TURISMO

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

Fotos: Divulgação

Meca da aventura paulista Em Socorro, são mais de 17 modalidades de esportes de aventura ao ar livre, entre trekking e tirolesa Por Adriana David

E

m vez de se aquecer com vinhos e fondues, que tal aderir aos esportes de aventura para espantar o friozinho desta primavera? A tranqüilidade das ruas de Socorro contrasta com a adrenalina que corre pela área rural com as atividades para lá de radicais disponíveis na região. A época pode não ser propícia para a aventura na água, mas há incontáveis opções em terra e no ar, como tirolesa, trekking, asa-delta, páraglider e arvorismo. E o município, importante pólo fabricante de malhas, gaba-se de oferecer 17 modalidades de esportes de aventura e uma rede hoteleira que se expande cada vez mais. A mais nova sensação de Socorro é uma tirolesa com um quilômetro de extensão, da qual se pode apreciar cachoeiras e rios a 160 metros de altura. Fica no Parque dos Sonhos, na divisa de Minas Gerais com São Paulo. Quem se aventura nesta tirolesa sai da terra paulista e desce em território mineiro. No local, inaugurado há três anos, há mais quatro tirolesas, de 500 metros, 250m, 200m e 120m. A de 500 metros se destaca pela rapidez: de uma montanha à outra, a pessoa alcança uma velocidade de até 70 km/h. Mas não se assuste. Aos mais pacatos, Socorro oferece programas como pesca esportiva e passeios de charrete, quadriciclo, pedalinho e a cavalo, além de trilhas em diversos hotéis da região. No Hotel Fazenda

Em terra, no ar e na água: a cidade guarda atividades para todo o tipo de aventureiro – do rafting ao pára-glider (acima). E Socorro também faz parte de outro circuito – o das malhas (ao lado)

Campo dos Sonhos, são tantas as atividades que talvez falte tempo para participar de todas num único fim de semana. Adega – O Hotel Fazenda Portal do Sol é também um centro hípico e recebe principalmente grupos de Terceira Idade, empresas e escolas. A novidade dali é a Adega do Padre, que ganhou este nome por ficar debaixo de uma capela. Com capacidade para 200 garrafas, oferece som ambiente e vinhos e quitutes para até dez pessoas sentadas. A cavalo é possível chegar em uma hora e meia ao Pico da Cascavel, de onde saem os vôos de pára-glider e asa-delta. N o a c o n c h e g a n t e G r i nberg’s Village Hotel, o turista encontra amplos chalés e quartos emoldurados por paisagismo de muito bom gosto elabo-

rado pela esposa do proprietário, Hélio Grinberg. Regina esp a l h o u p e l a p ro p r i e d a d e árvores de várias partes do mundo, como China, Índia e México. No local, as crianças recebem a atenção de monitores e têm espaço próprio para pintar e bordar. Podem ainda saborear amoras, pitangas e romãs dos próprios pés. Aos que não perdem uma comprinha, vai a dica. Socorro faz parte do Circuito das Malhas, formado juntamente com Monte Sião e Jacutinga. Visite as lojas do Shopping Moda ou da Feira Permanente de Malhas. E quem quiser completar a viagem no clima de interior, vale uma visita ao centro cultural – ponto de encontro dos moradores todo fim de semana, quando sempre há algum evento para animar a cidade.

Uma fazenda dos sonhos. para a garotada

Divulgação/Parque dos Sonhos

s crianças deliram no Hotel Fazenda Campos dos Sonhos. Também pudera, elas têm contato com 30 espécies de animais, como faisão, pavão, marreco, cabrito, pato, lhamas, búfalos, pôneis, coelhos e vacas em uma área que leva cerca de três horas para ser percorrida. São cerca de 1 mil animais espalhados pela propriedade. Para as mais aventureiras, o hotel-fazenda lançou o tombo n’água, arvorismo infantil para cair na água. Aos adultos, por sua vez, arvorismo, tirolesa e escalada. E além da diversão, o hotel tem uma extensa programação que estimula o estudo do meio e de temas relacionados a Física, Biologia, Geografia e História durante todo o ano. O projeto Vivendo a Natureza desenvolve seis programas específicos com linguagem para atender desde os alunos da pré-escola até os de segundo grau. Então, crianças descobrem como é a parte interna das colméias, como as abelhas produzem mel e , ainda, como as minhocas produzem adubo orgânico. Entre outras ativida-

A

Aos pequenos, um menu de atividades radicais. Além da diversão, as crianças ainda estudam a natureza

des, os pequenos também podem construir pontes e jangadas. Junto dos adultos, aprendem a fazer uma horta e conhecem várias espécies de árvores, como pau-brasil e eucalipto. Os lagos são atrações à parte: são quatro para pescaria e dez destinados à criação. E com 20 mil pés de café, os hóspedes podem degustar uma xícara de café fresquinho após acompanhar o processo de fabricação da tradicional bebida. Para repor as energias, além das três

refeições – café, almoço e jantar –, o hotel serve um tentador café caipira composto de pipoca, amendoim frito, canjica, milho, bolo, pães, bolachas, chá, café, leite, garapa e suco. Depois disso tudo, só resta mesmo participar de um dos bingos ou das atividades de relaxamento – reflexologia, tai chi chuan, fitoterapia, musicoterapia, biodança, rejuvenescimento facial, respiração e geoterapia – antes de entregar-se às cobertas.

Jornada gastronômica caipira e nenhuma das opções de S esportes de aventura agradar, aventure-se em uma incursão gastronômica por Socorro. Primeira parada: o Rancho Pompéia, para provar seu farto café caipira. São diversos tipos de pães caseiros, feitos pelos proprietários Márcia e Flávio Meneghelli, que chegam a toda hora quentinhos à mesa. Entre os pãezinhos de ervas, os recheados de goiaba e os de banana, será difícil escolher qual comer primeiro. Outra opção de aventura

gastronômica é o Restaurante Casarão, sobretudo pelo desafio de chegar até lá, pois fica distante do centro da cidade. Instalado em uma construção do início do século 19, há pouco mais de um ano, serve pratos de massas e fondues preparados no fogão a lenha e servidos no melhor estilo: à luz de velas. No casarão de três andares, onde funcionava um antigo armazém, são mantidos balcão e prateleiras originais e só a cozinha possui energia elétrica.

O roteiro dos comensais não estaria completo sem, pelo menos, uma visita à Sorveteria do Ademar. Tradicionalíssima há 100 anos, oferece mais de 50 sabores de sorvetes artesanais. Destaque para os de banana, amora e ameixa. A casa é comandada por Ademar Vezani Filho, fã do cantor Roberto Carlos – daí a enorme foto dele com o rei pendurada logo na entrada em meio a outras 30 de artistas famosos que já visitaram o local.

RAIO X COMO CHEGAR Socorro fica a 130 Km de São Paulo. Pegue a Rodovia Fernão Dias até Bragança Paulista. De lá, siga para Socorro pela Rodovia Capitão Barduíno. ONDE DORMIR Grinberg’s Village Hotel: Estrada da Pompéia, 210, tels. (19) 3895-2909 e 0800 770-6090, site www.grinbergsvillagehotel.tur.br. Aconchegante, parece um condomínio fechado. Diária por casal a partir de R$ 240, com pensão completa. Hotel Porto do Sol: Estrada do

Bairro dos Pereiras km 5,5, tels. (19) 3895-1495 e 3895-7889, site www.portaldosolhotelfazenda.com.br. Entre os destaques por aqui, a Adega do Padre e o Restaurante Grão do Galo, famoso por seu bacalhau. Diárias com pensão completa a partir de R$ 200 por casal. Hotel Fazenda Campo dos Sonhos: Estrada Municipal das Lavras de Baixo, km 6, tel. (19) 3895-3161, site www.campodossonhos.com.br. Reúne as delícias de um hotelfazenda e opções de esportes de aventura. Diárias com pensão completa a partir de R$ 220 por casal.

ONDE COMER Rancho Pompéia: Estrada SocorroMunhoz, km 5, tel. (19) 3895-1426. Casarão: Estrada Socorro/Munhoz, km 16, tel. (19) 3895-1787. Sorveteria do Ademar: Rua Treze de Maio, 88, tel. (19) 3895-2191. FAÇA AS MALAS Parque dos Sonhos: tel. (19) 39552870, www.parquedossonhos. com.br. No Base 55: tels. (19) 3855-2266 e (11) 4123-4508, www.base55.com.br). Esportes de aventura e treinamento empresarial.

SAIBA MAIS SOBRE AS OITO CIDADES DO CIRCUITO DAS ÁGUAS NO SITE www.circuitodasaguaspaulista.com.br.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

OPINIÃO - 11

Para escrever ou comentar as cartas e artigos desta seção, envie sua mensagem para

doispontos@dcomercio.com.br

ARTHUR CHAGAS DINIZ A JUSTIÇA ELEITORAL

O

presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ministro Carlos Velloso, se disse surpreso e decepcionado com o chamado "caixa dois" que financiou a maior parte das campanhas eleitorais e, de maneira especial, as mais recentes maracutaias do PT e seus aliados (PTB, PL, PP). Nenhum dos apontados no esquema dos mensalões teve suas prestações de contas relativas aos patrocinadores e a utilização de recursos nas respectivas campanhas eleitorais contestadas ou reprovadas. Muito menos os gastos com as campanhas dos partidos. O Fundo Partidário, que é distribuído, constitucionalmente, entre os diferentes partidos em função de seu número de parlamentares, é uma dotação orçamentária. É pago pelo contribuinte. Partidos são entidades de utilidade pública. Os recursos do Fundo partidário podem ser utilizados para pagar as despesas operacionais dos partidos e o excedente pode ser usado em campanhas. Como o dinheiro é fungível, partidos não devem e não podem pagar viagens de

Nenhum dos apontados no mensalão teve suas prestações de contas contestadas candidatos e suas famílias com estes recursos. Seria impossível saber que dinheiro pagou o que. presidente Lulla declarou ontem que as despesas de sua movimentação (não para comícios de campanha) e de sua família foram pagas pelo PT. Ministro Velloso: isto é constitucional? Por que nenhum partido ou candidato teve suas prestações de contas certificadas, já que todo cidadão, medianamente esclarecido, sabe que os números que apresentaram candidatos a diversos cargos eletivos eram irrisórios diante das características das eleições no Brasil? Nós, brasileiros, gostaríamos de ver justificados os gastos administrativos da Justiça Eleitoral porque, aparentemente, ela não dá a menor importância ao absurdo destas prestações de contas. Ou, então, vamos fazer como Lulla fez em sua entrevista na França: fazer de conta que é normal o procedimento de partidos e candidatos quando falseiam suas prestações de conta. Normal, sim, como diz Lulla, porque todo o mundo faz. Ministro Velloso: o normal é ético?

O

Arthur Chagas Diniz, presidente do Instituto Liberal

Ação popular, antes que o dinheiro suma

impressionante o volume de recursos usados na corrupção que ataca o País. Envolve órgãos e empresas estatais – como Correios, Furnas, Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) e Petrobrás –, licitações, remessas, caixa dois, coletoras de lixo, mensalões etc. Os problemas envolvem, principalmente, o Partido dos Trabalhadores, seus administradores e seus políticos ligados ao governo. Por outro lado, sempre houve uma grande concentração em Marcos Valério e recentemente tivemos as declarações de Duda Mendonça. Fala-se em impeachment do presidente da República, cassação de políticos, penas mais brandas, mas tão importante quanto será a "caça do tesouro" – o retorno dos recursos aos cofres públicos.

Será que o aval bancário de enormes valores, a distribuição de recursos para campanha, para conseguir apoio, para empréstimos ou uso particular, não teve em troca um benefício anterior ou retorno posterior? A dúvida aumenta quando a primeira parcela de devolução foi feita por apenas um dos fiadores, o Marcos Valério. Todos esses órgãos e empresas devem ser investigados. As concessões, as licitações, os preços devem ser esclarecidos. Ou seja, a origem dos recursos e o destino. Se tiveram origem em fraude, preços abusivos e se o destino foram campanhas, caixa dois e beneficiaram também interesses particulares. Se, de qualquer forma, lesaram os cofres púbicos. A prova desses abusos permitirá, desde já, as ações populares. Estas permitirão que as verdadeiras riquezas, nas

mãos de todos que se beneficiaram, retornem aos cofres públicos. Para tanto, é necessário o bloqueio de contas e bens, antes que desapareçam.

D

e que vale todo o movimento, os debates nos meios de comunicação, se em breve tempo isso cairá no esquecimento e os valores ficarão com as instituições e as pessoas que os desviaram, desrespeitando o povo e, particularmente, ao contribuinte. Portanto, temos o aspecto moral, o financeiro e o social para que os recursos sejam aplicados em serviços públicos: obras sociais, educação, Fome Zero, etc. Esta é a razão porque a "caça ao tesouro" é tão importante quanto cassar os políticos. DIRCÊO TORRECILLAS RAMOS, ADVOGADO DIRCÊO@UOL.COM.BR

A "caça ao tesouro" é tão importante quanto a cassação dos políticos

Maluf: erro apaga erro?

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pesar de jovem, já fui A testemunhas de algumas perseguições

políticas, mas essa que o Maluf sofre é o cúmulo das perseguições já vistas. Não estou aqui inocentando o sr. Paulo Maluf, apenas estudando o fato. Geralmente quem acusa e denuncia é sempre o sujeito oculto, é o “Sr. Denúncia Anônima”, mas nesse caso o sujeito que o persegue tem nome e se mostra com orgulho: é a famosa Rede Globo. Como telespectador e, principalmente, cidadão, não poderia deixar passar em branco esse episódio. A Globo denunciou, fez e continua fazendo um grande sensacionalismo em cima de algo que os demais meios de comunicação estão achando absolutamente normal. Para a Globo, o importante é relatar o abatimento, as regalias e as visitas de Paulo Maluf na “cadeia“. O Jornal Nacional chegou ao cúmulo do ridículo ao reproduzir em computação gráfica a cela em que Maluf está preso. Apesar de indignado, entendo essa atitude infantil, pois é igual mulher ciumenta: paga detetive particular para investigar se o marido tem uma amante e quando consegue tirar uma foto dele cumprimentando uma mulher com um beijo comemora, faz escândalo, pede divórcio e casa com o amante que tinha há dez anos... O melhor jeito de apagar erros é apontar os erros dos outros. SAMUEL DE SOUZA, SÃO PAULO, SP SAMUCASOUSA@HOTMAIL.COM

Lula não sabe A"Retirada de nada da Vergonha"

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egundo Roberto stá perfeitamente Jefferson, Lula é o configurado o mais S E delegão: não sabe o que lê (se é sério e grave crime eleitoral já que sabe ler). Talvez conheça as letras, mas não sabe o significado delas, por isso se identifica com a maioria da população, composta de analfabetos e semianalfabetos. Já está provado que não adianta querer ser presidente sem o devido preparo. Se não tem capacidade de comando, acaba sendo comandado. Vai acontecer o que aconteceu com o Lula e o PT. Tudo que muitos de nós tínhamos vontade de dizer sobre o PT e sobre o governo Lula, Roberto Jefferson disse ontem, quando se defendeu na tribuna da Câmara. Cassado ou não disse. JOÃO PATRÍCIO JBPATRIC@UNISYS.COM.BR

visto neste país, no mínimo. Logo, quem continua nos cargos ou no partido está persistindo em usufruir dos benefícios advindos das práticas ilícitas da distribuição nacional de dinheiro, cuja origem não teve a mínima explicação até agora e dificilmente será esclarecida. Inclua-se aí o próprio presidente da República, eleito pela máquina forrada de dinheiro, tanto dinheiro, mas tanto dinheiro como nunca vimos. A ilicitude com certeza teve roteiros do Oiapoque ao Chuí, carregada em malas e cuecas. Uma "Retirada da Vergonha" se impõe. LUIZ FH BIDIGARAY, PORTO ALEGRE FERDINANDO45@BOL.COM.BR

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Antonio Carlos Parise, Marco Aurélio Bertaiolli, Robert Schoueri, Roberto Pereira da Silva e Rogério Amato FILIADA À

BENEDICTO FERRI DE BARROS ESTA CRISE MARAVILHOSA!

S

e nos lembrarmos de que só a partir de 1808, com a vinda de D.João VI, adquirimos identidade política, integrando o Reino Unido de Portugal e Algarves, portanto há menos de 200 anos, devemos nos rejubilar com a crise política em curso. Pela dimensão e profundidade que vem paulatinamente adquirindo, a ponto de já interessar adolescentes, jovens e até crianças, ela representa um movimento cívico que constituirá um marco na história brasileira. A maioria ainda a visualiza como uma crise política. É natural. Burke já havia observado que compreendemos com facilidade os acontecimentos e sua importância depois que eles se tornam História, mas que é muito difícil perceber o histórico quando ele está acontecendo. Beneficiando-se desta sua observação e correndo-se um olhar sobre o desenvolvimento dos povos, torna-se patente que consciência social e estruturas políticas estão entre as coisas que evoluiram mais lentamente. Na maioria dos casos, os progressos nestes campos se frustraram pelos métodos violentos e retrógrados das revoluções. É da natureza humana que uma vez adulto o homem só aceite mudanças progressistas com muito esforço e de maneira gradual e paulatina.

O

animal político é a ultima espécie humana que se consegue domesticar. Políticos são movidos pela energia vital do poder, indispensável à viabilização da convivência humana. Mas, como em todas as outras atividades, só escassa minoria de indivíduos coloca no exercício do poder os interesses da coletividade sobre seus interesses pessoais. É nisso que os estadistas diferem dos políticos ordinários. E é essa a primeira lição que a crise oferece às gerações atuais. Estatisticamente, a maioria dos homens são comuns. Mas também estatisticamente os homens comuns preferem em tudo aquilo que é o melhor. Esta regra deve ser aplicada também à política. É preciso saber escolher, o que depende de maior consciência. E vivência política. E é nisto, sobretudo, que esta crise favorece as novas gerações. O inglês, entre todos os povos ocidentais, a cuja

linhagem nos filiamos, talvez seja o primeiro que mais rapidamente domesticou seus políticos, livrou-se dos males do Estado leviatânico e da ilusão do progresso mediante métodos revolucionários. Isto começou em 1215 com a rebelião dos barões, de que resultou a Magna Carta. Sua última revolução foi a Revolução Gloriosa, de 1688, quando Jaime II abdicou, renunciando a sua pretensão de impor um Estado despótico à sociedade inglesa. E desde então o governo inglês tem sido o mais estável e firme de todos os governos europeus, vitorioso contra Napoleão e Hitler. Os estados revolucionários, inspirados pelas ideologias, fracassaram em todas as experiências históricas, tanto de esquerda como de direita. O idealismo utópico da Revolução Francesa jacobina, que desfechou em Napoleão, ainda hoje tenta construir um Estado que funcione, separando, com um

Privilegiados são os jovens brasileiros ainda não contaminados pelo vírus do ideologismo presidencialismoparlamentarista, o Estado do governo. Com o benefício de nossa juventude histórica estamos aprendendo ao vivo o que só no século 19 veio a ser explicitado pelo inglês Lord Acton: que "Todo o poder tende a corromper e o poder absoluto corrompe absolutamente". Privilegiados são, portanto, as crianças, os adolescentes e os jovens brasileiros ainda não contaminados pelo vírus do ideologismo que blinda cabeças e corações, que ao assistirem a crise presente adquirem uma percepção clara dos males e perigos políticos e se vacinam vitaliciamente contra eles.

N

inguém negará a a importância de se ampliar para grande parte da população brasileira os benefícios de uma renda maior. A percepção deste fato não escapa, porém à família brasileira, cujas ações privadas e espontâneas de assistência já se colocam entre as mais intensas do mundo, provavelmente superando as iniciativas do Estado e da política. Da República para cá, todas as grandes crises brasileiras foram de origem exógena, ou se limitaram à política. Não alteraram o caráter nacional. Maravilhosa seja esta, que persistindo em seu rumo pacífico nos proporcionará um avanço político que a tantos povos custou tantos séculos de regressão, violência e morte! Benedicto Ferri de Barros é escritor pajolube@terra.com.br


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12 -.EMPRESAS

quinta-feira, 15 de setembro de 2005 Fotos: Bruno Cecim/Futura Press

TEEN FASHION

A MISTURA DE FÓRMULA 1, HIP-HOP E A FEBRE DOS ANOS 80 O segundo dia da maratona de desfiles do Teen Fashion foi marcado pela apresentação dos garotos da Gang Street. Crítica social e moda andaram lado-alado na passarela montada no Museu Brasileiro da Escultura, onde acontece o evento. Espiríto esportivo foi a tônica dos desfiles da Puma e Brooksfield Jr.

A

Roupa esportiva para meninas que jogam futebol foi a sacada da Puma para o Teen Fashion

ntes dos desfiles do segundo dia da Teen Fashion, o que chamou a atenção do público foi o grupo Gang Street. Os garotos e garotas fizeram três apresentações. Looks diferentes, mas a mesma linguagem jovem. Dezoito alunos de hip-hop protestaram com o corpo, a voz e a atitude. Na primeira apresentação, o tema foi a exclusão do adolescente. Logo depois, a preocupação foi com o resgate da adolescência para a dança como atividade cultural. A última coreografia representou um encontro amistoso entre meninos e meninas que têm as mesmas aspirações e ideais. A alemã Puma abriu os desfiles de ontem e provou que entende a linguagem do jovem brasileiro. Ao som da clássica dos anos 80 Phisycal, da canto-

O tom do desfile da Puma foi dado por antigos sucessos dos anos 80. Marca aposta numa primavera/verão que mistura cetim, paetês e tenis.

ra australiana Olívia NewtonJohn, e She’s a Maniac , da trilha sonora do filme Flashdance, também dos anos 80 (já que a onda retrô está na moda), as meninas e meninos mostraram na passarela roupas que qualquer um pode usar nas ruas – peças práticas e confortáveis. Os xadrezes nas bermudas e shorts foram a novidade. A mistura do cetim com tênis inovou. E a roupa esportiva para s meninas que jogam futebol foi a “jogada” politicamente correta da marca. Os brilhos não foram esquecidos – e a grande surpresa ficou por conta dos paetês. Casual e formal – A Brooksfield Jr. fechou o movimento nas passarelas de ontem. O principal modelo da grife foi o ator Alexandre Slaviero, o Kiko, da novela Malhação. Ele fez três entradas na passarela. Os dois primeiros figurinos sugeriram peças mais casuais. Na última entrada, um blazer e calça (sem gravata) deu o tom mais formal da produção. A Brooksfield Jr. foi a primeira até agora a colocar na passarela crianças de até 10 anos, os chamados pré-adolescentes. A entrada dos modelos da grife foi marcada por peças mais formais: terno e gravata para os pequenos. A dificuldade da marca é fa-

zer moda para clientes exigentes que têm entre 13 e 16 anos – nem infantis nem adultos demais. Foram três os principais temas da coleção primavera/verão 2006 nas roupas dos mod e l o s : m apas, bandeiras e geografia mundial. A Indonésia foi a inspiração para o estilo “surf”. A s i n f l u ê ncias das corrid a s d e F ó rmula 1 – faixas, listras, números e cores – também foram utilizadas nas peças da nova coleção, com direito a macacão igual ao dos pilotos da cat e g o r i a e sportiva. Hoje, último dia da Teen Fashion, apresenta-se a ONG Projeto Arrastão. Mostram a coleção primavera/verão 2006 a Oakley e Billabong. Neide Martingo

Garotos sarados em bermudões e sungas coloridas, bem ao estilo australiano, arrancaram gritinhos e suspiros da platéia feminina presente nos desfiles da Quiksilver e da Reef, realizados na primeira noite do Teen Fashion

Meninos e meninas com peças práticas e confortáveis foi a aposta da Puma para o Teen Fashion. Grife inovou com o xadrez.


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2 -.CAMPINAS

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

em Campinas DENÚNCIA

Sanasa tem água mais cara entre sete concessionárias Câmara Municipal denuncia empresa ao Ministério Público Estadual por aumento abusivo de preços

Os valores cobrados pela Sanasa são os mais altos do País, diz Petterson Prado, presidente da Cei

Marcos Peron/Virtual Photo

A

comissão de Economia e Defesa dos Direitos do Consumidor da Câmara Municipal de Campinas entrou com uma representação no Ministério Público Estadual (MPE) contra a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A. (Sanasa). A comissão alega que a autarquia campineira estaria praticando abuso de preços. O presidente da comissão, vereador Petterson Prado (PPS), decidiu entrar com a representação depois de um estudo realizado por técnicos especializados. Segundo Prado, os valores cobrados pela Sanasa são os mais altos do País. “A denúncia é baseada nos preços praticados por empresas de sanea-

mento de outras cidades e estados que têm boa qualidade de água e regularidade de fornecimento”, explica Prado. A autarquia reajustou as tarifas em julho e, segundo o vereador, os novos valores seriam abusivos. “A população foi pega de surpresa com esse aumento. Não se sabe qual foi o índice utilizado para chegar ao valor desse reajuste”, diz Prado. Nos últimos três anos, a Sanasa reajustou as tarifas de água e esgoto com base no Índice de Preços ao Consumidor (INPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este ano, segundo o vereador, um índice desconhecido foi utilizado. Cada categoria de consumidor da Sanasa teve um índice diferenciado

A Sanasa se defende alegando que havia distorções entre as categorias de consumidores

Referendo é debatido na Acic

"R

eferendo sobre o Desarmamento: Sim ou Não?" será o tema da videoconferência promovida na próxima segunda-feira, dia 19, pela Acic. O objetivo principal é o de ajudar o cidadão a se informar e buscar um posicionamento sobre o assunto. Participam dos debates os deputados federais Jamil Murad (PCdoB) e Luiz Antônio Fleury (PTB), que têm opiniões divergentes sobre o tema. O encontro será realizado às 17h, na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), na Capital, e transmitido via internet em Campinas pela Acic . Serão permitidas aos presentes o encaminhamento de perguntas aos deputados. No dia 23 de outubro, um referendo popular

com voto obrigatório vai decidir sobre a proibição ou não do comércio de armas de fogo e munição no País. A população deverá responder "sim" ou "não" à pergunta: "O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?". Será a primeira vez que acontecerá um referendo no Brasil. No debate na ACSP, além de defenderem suas posições em favor ou não do desarmamento, os dois deputados apresentarão números e dados estatísticos. Murad defende o desarmamento e Fleury é contrário a esta decisão. Ser viço: Videoconferência em Campinas Dia: 19/9 Horário: 17h Local: auditório da Acic, na Rua José Paulino, 1.111, Centro

Indústria e Comércio podem ter tarifa reduzida com contrato de fidelidade

A

Acusação é baseada em estudo comparativo de preços de outras cidades e Estado

de reajuste. O mais elevado – 43% de aumento – ficou com a categoria residencial padrão, que abrange aproximadamente 306 mil famílias. “Mais uma vez a classe média está pagando a conta”, diz Prado. Segundo o estudo da Câmara, a categoria comercial sofreu um reajuste que varia de 10% a 22,83%, dependendo da variação de consumo mensal. Segundo o presidente da Comissão de Economia da Câmara, foi pedida para a Sanasa uma justificativa para esse aumento. “E eles simplesmente disseram que repassaram para o consumidor os custos da empresa. Isso é um absurdo”, diz Prado. Além disso, o vereador diz que a autarquia tem os custos mais elevados do País. Dentre as empresas pesquisadas por Prado, a Sanasa é a que tem a maior receita, com média mensal de R$ 55 por casa atendida. E 67% desse valor são usados para pagar o custo operacional da empresa. “Esse é um indicador de que há ineficiência na empresa, uma vez que esse valor é muito alto”, avalia Prado. Para investimentos sobram R$ 12/mês por residência atendida. Em investimentos, a Sa-

A classe média mais uma vez paga a conta. A Sanasa repassou para o consumidor os custos da empresa. Isso é um absurdo. Petterson Prado nasa só perde para a Sabesp, que atende a capital paulista. Mas em receita e custeio da empresa, a autarquia dispara na liderança. (veja tabela) Na avaliação do vereador, a Sanasa poderia evitar aumentos abusivos se sofresse uma reorganização estrutural. “Os recursos da empresa são mal empregados. Há funcionário da Sanasa que ganha R$ 20 mil, R$ 25 mil por mês. Muitos serviços são terceirizados e há funcionários ociosos. Tudo

isso eleva o custo da autarquia. Além disso, existem outras formas de aumentar a receita sem repassar tudo para o consumidor”, avalia Prado. O gerente de Comunicação da Sanasa, Silvio Marques, rebate as críticas do vereador e diz que não houve abuso no reajuste das tarifas de água e esgoto da cidade. “Havia distorções entre as categorias. O que fizemos foi apenas equilibrar as tarifas. Tanto que algumas categorias não sofreram reajuste algum”, rechaça. E isso é verdade. Nas categorias residencial social e comercial, por exemplo, não houve aumento. Marques afirma ainda que a empresa está preparada para prestar contas ao MPE. “Vamos esclarecer qualquer dúvida que o Ministério Público possa ter com relação às nossas tarifas”, explica. Quanto ao custo operacional elevado, o gerente de Comunicação da autarquia disse que não conhece a conta feita por Prado. “O que posso dizer é que os custos da Sanasa estão dentro dos padrões. A Sanasa é uma empresa equilibrada e eficiente”, defendeu Marques.

l g u n s c o m e rc i a n t e s r e c l amam das taxas cobradas pela Sanasa. Adelino Cruz diz que paga mais de R$ 500 por mês com a conta de água de seu pequeno restaurante. “É muito dinheiro. Pesa no final do mês”, diz. Mas, o que muitos não sabem, é que a indústria e o comércio podem pagar menos pelas tarifas de água e esgoto. Aderindo ao Contrato de Fidelidade da Sanasa, é possível ter descontos de até 37% nas taxas vigentes. Podem ser beneficiados aqueles que consomem acima de 80 metros cúbicos por mês. Caso o imóvel possua mais de uma ligação, os gastos podem ser somados. Para ter direito ao desconto, o consumidor não pode utilizar fontes alternativas de abastecimento, como poços artesianos e caminhõespipa. O desconto concedido sobre as tarifas de água e de esgoto é aplicado da seguinte forma: - Comercial : redução de 33% sobre a tarifa atual de R$ 9,71 por m3, resultando num valor de R$ 6,86 por m3. - Industrial: o desconto será de 37,3% sobre a tarifa atual de R$ 10,37 por m3, ficando em R$ 6,86 por m3. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones 3735-5359 / 3735-5317.

Cristiane Prezotto

Senador Saraiva liberada em dez dias O

EXPEDIENTE

Marcos Peron/Virtual Photo

transtorno causado aos motoristas do centro, que desde o início da semana ficaram impedidos de trafegar por uma das pistas da avenida Senador Saraiva por causa das obras de re v i t a l i z a ç ã o d a 1 3 d e Maio, vai acabar em 10 dias, assegura Flávio Ferrari, diretor do Departamento de Serviços, Obras e Viações . O fechamento da avenida causa congestionamentos no centro e levou à alteração do itinerário de 12 linhas de ônibus e de seis seletivos. A dimensão das obras na principal via de comércio tem mexido com o cotidiano de quem trabalha ou passa pela região, o que levou as entidades ligadas ao comércio a organizarem uma comissão responsável por encaminhar dúvidas e sugestões referentes aos trabalhos realizados na rua à empreiteira Borges Fon-

r a m r e p r esentantes da prefeitura, da e m p re i t e i r a que toca a obra e dos comerciantes. A próxima reunião está marcada para Campos Júnior diz que comerciantes do Centro o dia 28 de sequerem obras entregues no prazo tembro, na ACIC. Histórico - As obras de seca. O contato com a comissão pode ser feito pelo revitalização da 13 de maio começaram em maio de telefone 3236-1817. As obras, que foram re- 2004 e eram previstas para tomadas no início do mês serem entregues em sepassado, andam de acordo tembro daquele mesmo com o cronograma traça- ano. O prazo não foi cumdo, segundo Ferrari. O di- prido e, em dezembro, as retor garantiu que dia 26 de obras foram paralisadas. O novembro próximo a 13 de motivo: a ex-empreiteira maio estará revitalizada. entrou na Justiça pedindo Pelo cronograma, um pri- o embargo, alegando a nemeiro trecho da obra será cessidade de medições que concluído até o dia 8 de ou- comprovassem que havia tubro. As informações fo- sido direcionada a fazer ram passadas ontem, du- trabalhos que não estavam rante reunião realizada na no contrato inicial. Renato Ibelli ACIC, da qual participa-

Diretoria Executiva (2004 - 2007) Presidente Guilherme Campos Júnior 1º Vice-Presidente Gilberto Rocha da Silveira Bueno 2º Vice-Presidente Carlos Francisco Simões Correia Assinaturas do Diário do Comércio (0xx19) 2104-9276 Departamento de Sócios Serviço de Atendimento ao Usuário, Convênios e Parcerias (19) 2104-9271/ 9272/ 9273 associados@acicnet.org.br Assessoria de Imprensa (19) 2104-9215/ 9216 imprensa@acicnet.org.br Página na Web www.acicnet.org.br Rua José Paulino, 1111, Campinas, SP - CEP 13013-001 PABX: 2104-9200


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quinta-feira, 15 de setembro de 2005

FINANÇAS - 13

COPOM REDUZ JURO EM 0,25 PONTO , ABAIXO DO QUE PODIA, NA AVALIAÇÃO DE SETORES ECONÔMICOS

JURO CAIU, MAS NÃO O SUFICIENTE Fotos de Patrícia Cruz/Luz

Adriana Gavaça*

O

comércio, a indús- sumidor nas 130 lojas próprias tria, as empresas e o e em alguns pontos comerciais consumidor brasi- parceiros, diz que o crescimenleiros esperaram to nas operações de crédito um ano e quatro meses para ver veio da linha com o menor juos juros caírem novamente. On- ro: o crédito consignado. Por tem, o Comitê de Política Mone- isso, avalia, "a redução da Selic tária (Copom), do Banco Cen- é importante para baratear as tral, voltou a reduzir a taxa Selic, demais linhas", completa. Já um gerente de cobrança que passou de 19,75% ao ano para 19,50%. Mas junto com o de uma das maiores redes vaalívio de que esse talvez seja um rejistas do País, que pediu para sinal de que as reduções podem não ser identificado, diz que a estar voltando, o corte, de 0,25 redução da Selic não deve proponto porcentual, não escapou vocar, de imediato, uma queda às críticas. Embora positivo, nas taxas de financiamento, porque atendeu à expectativa mas pode funcionar como um de que o juro baixaria, o corte foi botão para ativar o impulso de considerado "tímido e frustra os compras dos consumidores. As Casas Pernambucanas, setores reais da economia, que desejavam uma queda de ao que vendem de vestuário a elemenos 0,50 ponto", disse Gui- trodomésticos, devem repaslherme Afif Domingos, presi- sar aos clientes o corte de ondente da Associação Comercial tem dos juros, informa Rodolde São Paulo (ACSP). Represen- fo Fernandes, diretor do departamento de crédito da rede. tantes do varejo concordam. Celso Amâncio, diretor da Mas não agora. "Já temos uma área de cartões da rede de su- estratégia definida e o corte da permercados Carrefour, acha Selic só irá modificar alguma que o tamanho do corte ainda coisa nesse plano a longo praterá um efeito muito mais psi- zo", afirma. Setor produtivo – Ma rco s cológico do que prático sobre a Andrade, presie c o n o m i a . I mdente da Assopacto sobre o creciação Brasileira diário, com reduda Indústria de ção de juros, só no Equipamentos e médio prazo, diz Serviços para o ele. Os juros dos Varejo (Abiesv), cartões Carrefour É a nova taxa de juros considerou que o podem chegar a a partir de hoje. corte ficou muito 11 , 9 % a o m ê s , Apesar da redução aquém do necesatualmente. feita pelo Copom, sário para o setor Na avaliação ontem, o Brasil ainda produtivo exerde Rogério Gotem a maior taxa de cer seu papel. mes, gerente-gejuros do mundo "O ano de 2005 ral de crédito da foi cheio de difiFininvest, financeira do Unibanco, o corte "foi culdades para nós, ficamos feimportante, pois pode contri- lizes pelo menos por os juros buir para uma melhora do cré- não estarem aumentando. Por muito tempo o setor não entendito, lá na frente", diz ele. Sem efeito – Sergio Luiz Tes- deu por que eles subiam", diz. O economista Marcel Solita, gerente da área de crédito da Credial financeira, diz que meo, diretor do Instituto Gasnão é um corte de 0,25 ponto tão Vidigal da ACSP, lembra que fará com que os juros do que havia espaço para uma recrediário baixem. Após meses dução maior. "Mas apesar de sem crescimento nas opera- pequena, é importante que se ções de financiamento direto tenha a sinalização de uma tenao consumidor, a Credial re- dência de novos cortes, que é gistrou, em agosto, pequena positiva para o varejo", disse. Para Armando Monteiro melhora. Mas essa reação seria um resultado mais sazonal do Neto, presidente da Confedeque de crescimento efetivo da ração Nacional da Indústria (CNI), a inflação foi contida a procura, avalia o executivo. As Lojas Cem, que finan- "pulso", mas o efeito colateral ciam os consumidores com re- disso custou caro ao País. Uma cursos próprios, ainda não sa- referência ao aumento dos jubem quando será possível ao ros na tentativa de cumprir as consumidor pagar juros me- metas de inflação fixadas para nores, mesmo mantida a ten- este ano. Para o Fundo Monedência de cortes da Selic, diz o tário Internacional, no entansuperintendente-geral-adjun- to, os efeitos da política de meto Odacir Packer. O executivo tas de inflação adotada por conta que, em 2005, as vendas países como o Brasil têm sido ainda não cresceram sobre positivos. Segundo um estudo 2004 e que, nos primeiros dias do Fundo publicado ontem na agência espanhola EFE, o mode setembro, elas recuaram. Segundo Antônio Mário Ri- delo de metas de inflação não naldini, gerente da área comer- teria interferido no crescimencial da GE Money, que trabalha to econômico do País. com o Crédito Direto ao Con*Colaborou Fernanda Pressinott

O tamanho do corte ainda terá um efeito muito mais psicológico do que prático sobre a economia Celso Amâncio, diretor da área de cartões do Carrefour

Já temos uma estratégia de crédito e o corte só irá modificar esse nosso plano no longo prazo Rodolfo Fernandes, diretor de crédito da Pernambucanas

Não sabemos quando o consumidor pagará juros menores, mesmo com a tendência de corte da Selic Odacir Packer, superintendente das Lojas Cem

Crescimento de nossas vendas veio das operações do crédito consignado, que tem juro menor Antônio Mário Rinaldini, gerente comercial da GE Money,

BRADESCO REDUZ SUAS TAXAS

19,5%

O

Ó RBITA

BANCO SANTOS

O

promotor de Justiça Alberto Camiña Moreira requereu ontem a falência do Banco Santos, atendendo a pedido do Banco Central (BC). A decisão está a cargo do juiz da 2.ª Vara de Recuperações e Falências, que está examinando o processo. Camiña ingressou ainda com ação de responsabilidade civil para bloquear os bens do banqueiro Edemar Cid Ferreira e de 22 exadministradores do banco. Eles desviaram R$ 2,2 bilhões por meio de manobras fraudulentas diversas. (AE)

LEILÃO DO BEC

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Banco Central decidiu ontem suspender o leilão de privatização do Banco do Estado do Ceará (BEC), que seria realizado hoje na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A suspensão foi anunciada depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu liminar impedindo que o vencedor do leilão tivesse o monopólio, até 2010, da gestão das contas do governo cearense, um dos atrativos do leilão. Será preciso agora analisar os efeitos da decisão do STF sobre o preço de venda. (AE) DC

ADVOCACIA TRABALHISTA EMPRESARIAL ESPECIALIZADA Os Advogados,

OVIDIO LOPES GUIMARÃES JUNIOR JOEL EDUARDO DE OLIVEIRA ROGÉRIO PACILÉO NETO Comunicam a todos os clientes e colegas a mudança do Escritório de Advocacia Trabalhista para a Avenida Marquês de São Vicente, 121, Bloco B, 13º andar, conjunto 1301, Barra Funda, São Paulo, SP, CEP: 01139-001, Telefones: 11 3616-6544 - 3616-6546, a partir de 10/01/2005, onde estarão atendendo definifivamente.

Bradesco anunciou ontem a redução das taxas de juros de diversas modalidades de crédito, após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de baixar a Selic em 0,25 ponto porcentual. Segundo a assessoria do Bradesco, "a medida beneficia os custos dos empréstimos para clientes pessoas físicas e jurídicas, simultaneamente". O banco divulgou declarações do seu presidente, Márcio Cypriano, também presidente da Federação Brasilei-

ra de Bancos (Febraban), elogiando a decisão do Copom. De acordo com o Bradesco, serão feitas as seguintes reduções para os clientes pessoa física do Bradesco: os juros do cheque especial caíram de 8,33% ao mês para 8,31% ao mês, na máxima, e de 4,64% ao mês para 4,63% ao mês, na mínima. As taxas do crédito pessoal foram reduzidas de 5,87% ao mês para 5,85%, na máxima, e de 3,32% ao mês para 3,30%, na mínima. O crédito pessoal consignado operará com ta-

xa mínima a partir de 1,75% ao mês. Para empresas, os juros do capital de giro caíram de 6,26% ao mês para 6,24%, na máxima, e de 3,23% ao mês para 3,21%, na mínima. Os juros da linha de desconto de duplicatas e de cheques foram reduzidos de 4,51% ao mês para 4 49%, na máxima, e de 2,20% ao mês para 2,18%, na mínima. Já as taxas da conta garantida tiveram quedas de 6,74% ao mês para 6,72%, na máxima, e de 3,66% ao mês para 3 64%. (AE)

CRÉDITO CONSIGNADO MAIS CARO

N

a contramão do Bradesco e do Copom, os juros cobrados nos empréstimos consignados – com desconto direto das prestações no holerite – para aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foram reajustados, conforme atualização da tabela divulgada pelo próprio INSS. A tabela, disponível no site da Previdência Social, serve para orientar os aposentados e pensionistas sobre

as taxas cobradas. O reajuste foi puxado pelo Banco do Brasil, considerado pela Previdência Social o balizador das taxas desse tipo de crédito. O banco aumentou a taxa de 1,9% para 2% ao mês, para empréstimos com prazos de pagamento variando de sete a 12 meses. A taxa para financiamentos com prazos variando de 13 a 24 meses subiu de 2,2% para 2,4% ao mês. O reajuste maior foi para em-

préstimos entre 25 e 36 meses, cujas taxas saltaram de 2,4% para 2,7% ao mês. Até agosto o Banco do Brasil cobrava a menor taxa entre as 35 instituições credenciadas. Perdeu para o banco Cacique, que cobra 1% pelos empréstimos com prazo de até seis meses. O BB cobra 1,5%. Ainda assim, o banco figura entre os que cobram menor taxa para financiamento com prazos mais longos. (AE)


14 -.FINANÇAS

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 15 de setembro de 2005


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

EMPRESAS - 15

Depende do cliente. É preciso definir qual o cliente eu quero conquistar. O que custa demais e gasta de menos não deve ser atendido. Marcelo Neves

Não é dizer que tem razão. Se a empresa não concordar com o cliente, deve deixar isso claro. Mas é preciso mostrar que a relação não mudou. Carlos Guimarães

DEMITA O CLIENTE QUE NÃO TEM RAZÃO celo Neves, consultor de administração do Senac-SP. Ao excluir os chatos, que trocam mercadorias, perturbam sucessivamente o telemarketing, tomam tempo e gastam pouco, o próximo passo é identificar os que são muito e pouco rentáveis. A partir daí, os consultores sugerem duas ações para torná-los mais lucrativos: o up selling e o cross selling. A primeira ação cria condições

para o cliente comprar mais. A segunda consiste em facilitar a venda de outros produtos ou serviços da marca que seu cliente já compra. Magazine Luiza – Marcelo Neves cita o Magazine Luiza como um dos exemplos mais bem sucedidos de aplicação desses dois conceitos no varejo a partir de um "problema" de atraso sucessivo nos pagamentos de alguns clientes. A

empresa de eletroeletrônicos , ao detectar um grupo de clientes que sempre atrasava as contas em cerca de cinco dias, lhes deu um cartão vip, com uma linha de crédito ainda maior. "Dessa forma o Magazine Luiza disse: mesmo que você atrase os pagamentos, eu te aceito e ainda amplio a confiança em você", diz Neves. Segundo ele, a estratégia alavancou o tíquete médio de gastos

CONVOCAÇÕES

Não adianta querer abraçar o mundo. Alguns clientes a gente tem que demitir. Por exemplo: quando eles são inadimplentes. João Carlos Rego

Tsuli Narimatsu

COMUNICADO SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CERÂMICA DA LOUÇA DE PÓ DE PEDRA, DA PORCELANA E DA LOUÇA DE BARRO NO ESTADO DE SÃO PAULO

TECELAGEM CALUX S/A CNPJ (MF) nº 61.379.723/0001-38 Edital de Convocação – Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária Data, Hora, Local: 17/10/2005, 10 horas, sede social Rua Artur Mendonça, 223/SP. Ordem do Dia: AGO A) Relatório da Diretoria e Demonstrações Financeira de 2004; B) Outros assuntos. AGE - A) Mudança da sede social; B) Alteração Estatutária. Aviso aos Acionistas: À disposição dos acionistas os documentos do Artigo 133 da Lei 6.404/76. São Paulo, 14/9/2005. A Diretoria (15, 16 e 19/9/2005)

destas pessoas na loja, além de despertar ampla simpatia. Dia do Cliente– Neste 15 de Setembro, dia de aprimorar as relações comerciais, fortalecer empreendimentos e estimular ações de capacitação profissional para a prestação de serviços de melhor qualidade, vale lembrar que muitas empresas têm dado ênfase demais à prospecção de novos clientes ao ponto de esquecer dos atuais. Para o consultor de varejo Carlos Guimarães, do Senac-SP, o que faz um bom cliente é a recorrência de compra. Esses sim, merecem promoções. E quando houver algum atrito nessa relação? "Depende. Não é dizer que o cliente tem razão. Se a empresa não concordar, deve deixar isso claro. Mas é preciso mostrar que apesar da discordância entre eles, a relação de amizade não mudou", diz Guimarães.

Divulgação

N

ão há tempo a perder com o cliente que gasta de men o s e e x i g e d emais. Em tempos de concorrência acirrada, crédito caro, giro lento de mercadorias e serviços, é preciso coragem para demitir alguns clientes. Pode parecer loucura mas a estratégia que as grandes empresas adotam há anos, por sugestão de empresas de consultoria, pode salvar o faturamento das pequenas e médias. Os consultores são unânimes em afirmar que manter um bom relacionamento com os clientes custa caro. Afinal, é preciso criar com freqüência promoções especiais, aumentar prazos de pagamento e ainda avisar o potencial comprador sobre as vantagens oferecidas. Daí a necessidade de selecionar o bom e o mau cliente. Por questão de economia. Seleção –Nas transações entre empresas, é comum o vendedor fazer um relatório de compras, o que garante um histórico detalhado de cada comprador. Os dados são suficientes para identificar quais deles compram com freqüência e pagam em dia. Esses merecem toda a atenção. Já os que pechincham demais, atrasam os pagamentos e só compram na promoção merecem um estudo detalhado e talvez devam simplesmente ser deixados de lado. "Não adianta querer abraçar o mundo. Alguns clientes a empresa tem que demitir. Por exemplo, quando eles são inadimplentes", lembra João Carlos Rego, consultor da Novo Rhumo e idealizador do Dia do Cliente, comemorado hoje. Há consumidores que se aproveitam de máximas do marketing amplamente difundidas como "o cliente tem sempre razão" ou "o cliente é rei" para auferirem vantagens – o que muitas vezes resulta em prejuízo para as empresas. "É preciso definir qual o cliente eu quero conquistar", alerta Mar-

Patrícia Cruz/Agência Luz

ESPECIALISTAS APONTAM OS TIPOS DE CLIENTES QUE AS EMPRESAS DEVEM FUGIR PARA EVITAR PREJUÍZOS

Edital de Convocação Convocamos de acordo com o disposto no artigo 612 da CLT, todos os integrantes da categoria do 13º Grupo (Art. 577 da CLT), representados pelo Sindicato acima em epígrafe, para se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária no próximo dia 21 de setembro de 2005, em primeira convocação às 9h00 e, caso não haja número legal, às 10h00 em segunda convocação, com qualquer número de presentes, na Sede da FIP, sita à Rua Siqueira Campos, 111 – 1º andar - Pedreira/SP, para o fim especial de: a) estudar, discutir, aprovar ou não, as reivindicações postuladas pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Cerâmica de Louça de Pó de Pedra, da Porcelana e da Louça de Barro de Pedreira, autorizando o Sindicato a discutir e aprovar as reivindicações que constam na Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho; b) contribuição assistencial das empresas para com este Sindicato Patronal; e c) outros assuntos gerais de interesse do Sindicato. São Paulo, 15 de setembro de 2005. Nelson Ferreira Dias - Presidente.

COMUNICADO “Comunicamos o extravio de talões de Notas Fiscais de nº 4.301 até 4.851 em nome de Denelli Promoções e Eventos Ltda.” 14, 15, 16/09/2005

FATOS RELEVANTES

ATAS

Edital de Convocação

O Sindicato do Comércio Varejista Transportador e Revendedor de Gás Liquefeito de Petróleo do Estado de São Paulo - SINGASESP, com foro e sede na cidade de São Paulo à rua Conselheiro Furtado, nº 96, cj. 61, Liberdade, São Paulo-SP, com amparo no Art. 16, § 1º, do Estatuto em vigor convoca os associados e integrantes da categoria econômica representada pelo SINGASESP a comparecerem à Assembléia Geral Extraordinária a se realizar, em primeira convocação às 8:00 hs, e em segunda convocação às 9:00 hs, do dia 18 de Setembro de 2005 na sede social, para discutirem e deliberarem a seguinte Ordem do Dia: 1. Ratificação da Fundação do SINGASESP; 2. Constituição da Diretoria e Conselho Fiscal provisórios com mandato até 31 de Março de 2006, data em que serão realizadas eleições sindicais, com observação das regras estatutárias; 3. Apresentação do relatório de Gestão Administrativa; 4. Avaliação das Ocorrências do dia 23 de Agosto de 2005 e seus posteriores desdobramentos. São Paulo/SP, 14 de setembro de 2005. Jorge Lúcio da Silva - No exercício da Presidência.

PARTSIL

EMPREENDIMENTOS

E

PARTICIPAÇÕES

S/A

CNPJ Nº 61.314.787/0001-50 – NIRE Nº 35.300.125.631 Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 11 de janeiro de 2005 Data, Hora e Local: 11/01/2005, às 10 horas, na sede social, São Paulo/SP. Quorum de Instalação: Presentes os acionistas detentores de mais de 2/3 das ações representativas do Capital Social conforme assinaturas apostas no Livro de Presença de Acionistas. Composição da Mesa Diretora dos Trabalhos: Sr. Francisco José da Silva, Presidente da Assembléia e Sra. Lídia Leila da Silva, Secretária da Assembléia. Edital de Convocação com Aviso aos Acionistas: Publicados no Diário Oficial do Estado de São Paulo e no Diário do Comércio nas edições dos dias 8, 9 e 10/12/2004. Ordem do Dia: A) Relatório da Diretoria, Balanço Patrimonial e Demonstrações Financeiras do exercício social encerrado em 31/12/2003; B) Eleição dos Membros do Conselho de Administração; C) Outros assuntos de interesse da sociedade. Deliberações: Item A) Aprovados, sem restrições, o Relatório da Diretoria, o Balanço Patrimonial e as Demonstrações Financeiras referentes ao exercício social encerrado em 31/12/2003, colocados à disposição dos Srs. Acionistas, conforme Aviso, publicados juntamente com a Convocação para esta Assembléia. Os referidos documentos contábeis estão isentos de publicação de conformidade com o disposto na Alínea II do Artigo 294 da Lei nº 6.404/76. Fica consignado em Ata que os documentos aprovados neste item, serão anexados à presente Ata para Registro e Arquivamento na Junta Comercial do Estado de São Paulo. Item B) Reeleitos com mandato de 02 anos o Conselho de Administração: para Presidente: Sr. Francisco José da Silva, brasileiro, casado, empresário, portador da cédula de identidade RG nº 5.213.540 SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob nº 767.472.398-49; para Vice-Presidente a Sra. Edna da Silva, brasileira, divorciada, empresária, portadora da cédula de identidade RG nº 4.911.117 SSP/SP e inscrita no CPF/MF sob o nº 763.565.318-00; para Conselheiros: Sr. Geraldo José da Silva Filho, brasileiro, divorciado, empresário, portador da cédula de identidade RG nº 8.976.853/SSP e inscrito no CPF/MF sob nº 988.049.878-04; Sra. Eunice da Silva Gomes Cunha, brasileira, casada, empresária, portadora da Cédula de Identidade RG nº 3.633.405-4/SSP-SP e inscrita no CPF/MF sob nº 033.817.19831; Sra. Lídia Leila da Silva, brasileira, divorciada, empresária, portadora da Cédula de Identidade RG nº 4.907.841-0/SSP-SP e inscrita no CPF/MF sob nº 032.719.178-33 e Sra. Leonilda da Silva de Ângelo, brasileira, separada judicialmente, empresária, portadora da Cédula de Identidade RG nº 7.391.674/SSPSP e inscrita no CPF/MF sob nº 000.878.258-05. Ratificados todos os atos e resoluções do conselho de administração desde o término do seu mandato em 11/01/2004 até a presente data. Declaração de Desimpedimento e Posse: Os membros do Conselho de Administração declaram que não estão incursos em nenhum dos crimes previstos em lei que os impeçam de exercerem atividades mercantis. Ato contínuo assinaram o termo de posse lavrado no livro de atas de reunião do Conselho de Administração conforme determina o artigo 149 da Lei 6.404 de 15/12/1976. Parecer do Conselho de Adiministração: Os membros infra-assinados, em cumprimento ao que estabelece o Inciso V do Artigo 142, da Lei nº 6.404/ 76 examinaram e aprovaram em reunião realizada em 11/01/2005 o Relatório da Diretoria, o Balanço Patrimonial e as Demonstrações Financeiras do exercício social encerrado em 31/12/2003, e serão encaminhados à apreciação dos Srs. Acionistas na Assembléia Geral Extraordinária a realizar-se em 11/ 01/2005 às 10 horas. São Paulo, 11/01/2005. (a.a.) Francisco José da Silva, Edna da Silva, Geraldo José da Silva Filho, Eunice da Silva Gomes Cunha, Lídia Leila da Silva e Leonilda da Silva de Ângelo. Item C) Não houve matéria a ser tratada. Conselho Fiscal: Dispensada a sua instalação e funcionamento conforme facultam a Lei e o Estatuto Social. Observações Finais: 1) Redação da Ata pelo sumário dos fatos ocorridos e das decisões tomadas. 2) Deliberações unânimes, abstendo-se de votar os legalmente impedidos. 3) Ficam arquivados na sede da companhia os documentos citados. Encerramento: Ata lavrada, lida, aprovada e assinada para o devido registro e arquivamento na Junta Comercial de São Paulo e posterior publicação na forma da lei. São Paulo, 11/01/2005. (a.a.) Francisco José da Silva: Presidente da Assembléia e Lídia Leila da Silva: Secretária da Assembléia. Acionistas Presentes: (a.a.) Francisco José da Silva, Edna da Silva, Geraldo José da Silva Filho, Eunice da Silva Gomes Cunha, Lídia Leila da Silva, Leonilda da Silva de Ângelo, Maria Romera da Silva pp. Lídia leila da Silva. A presente é cópia fiel do original lavrado no livro próprio. Francisco José da Silva: Presidente da Assembléia. Certidão: Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob nº 192.264/05-9, em sessão de 27/06/2005. Pedro Ivo Biancardi Barboza Secretário Geral.

FALÊNCIAS & CONCORDATAS Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 14 de setembro de 2005, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falências:

Requerente: Mônica Maria Barboza - Requerido: Microplast Indústria e Comércio de Plásticos Ltda. - Rua Jaime de Avelar, 69 - 02ª Vara de Falências Requerentte: Andréa Alvarado - Requerido: Microplast Indústria e Comércio de Plásticos Ltda. - Rua Pindamonhangaba, 105 02ª Vara de Falências Requerente: Dynatech Química Ltda. - Requerido: Max Blender Aditivos Especiais Ltda. - Rua Silvio de Souza, 532 - 02ª Vara de Falências Requerente: Hidrau Torque Comércio e Importa-

ção Ltda. - Requerido: Novo Mundo Tratores Veículos Peças Usadas Ltda. - Avenida Serafim Gonçalves Pereira, 119 - 01ª Vara de Falências Requerente: Rodoviário Goyaz Ltda. - Requerido: Indústria e Comércio de Produtos Alimentícios MC-Ltda. - Rua Emilio Goeldi, 201 01ª Vara de Falências Requerente: Samab Cia Indústria e Comércio de Papel - Requerido: Arroio Editorial Ltda.-EPP - Avenida Nove de Julho, 5.569 - conjunto 82, 8º andar - 01ª Vara de Falências


DIÁRIO DO COMÉRCIO

16 -.EMPREENDEDORES

quinta-feira, 15 de setembro de 2005 Fotos: Edu Garcia

EMPREENDEDORES

LETREIRO

A

escolha do nome da Condimento tem uma história à parte. "Em qualquer receita é o condimento que faz o diferencial. As mulheres chegam à loja e, de acordo com o estilo de cada uma, escolhem as peças que dão o sabor ao estilo de cada mulher. Todas nós precisamos de um tempero diferente", explica a empresária.

Para a empresária Carol Doher, tudo na vida precisa ter um "tempero". A idéia serviu de inspiração para a Condimento, loja que mistura roupa, decoração e estilo de vida.

Neide Martingo

U

Proposta de decoração da loja sugere uma mulher provocante, feminina e independente

SEGREDO

T

oda cliente que compra uma peça leva de presente pétalas de sabonete perfumadas. São nove aromas diferentes. Entre eles, dama da noite, baunilha, morango, ervas etc. Ela escolhe o que mais lhe agrada. O "agrado" é jogado dentro da sacola. Quando chegam em casa, as clientes costumam guardar as pétalas na gaveta de lingerie. Aquele espaço meio bagunçado, mas cheiroso. É o estilo da Condimento.

PEDRA

A

ampliação da Condimento está nos planos de Carol Doher. Mas a prioridade é se concentrar num único endereço. "Caso contrário, não ofereceremos a exclusividade. Gosto de ficar o dia todo na loja, apreciando as clientes e descobrindo do que elas gostam". Ela conta que antes de abrir o negócio, algumas grifes não quiseram fazer parte da loja. "Hoje, várias delas me procuram, interessadas em ter peças na Condimento."

m bela moça com a vassoura na mão, um sorriso no rosto e revelando um admirável par de pernas ornado com um avental. Algumas mulheres poderiam se arrepiar com a marca registrada da grife Condimento, que escolheu como símbolo uma dona de casa feliz e que não se importa em mostrar o belo corpo. Mas a loja, que fica na ala Fashion do Shopping Center Morumbi, nasceu para servir as clientes independentes, seguras, de bom gosto e que não abrem mão de ser femininas. A idéia foi da proprietária da Condimento, Carol Doher. O objetivo é oferecer o melhor do shopping: conforto, estacionamento, segurança, vários restaurantes reunidos. Mas as frequentadoras esquecem que est ã o n o c e n t ro d e c o m p r a s quando entram na loja. "A impressão que dá é que todos os pontos e roupas, até a decoração são iguais. Queria criar um espaço diferente, com grifes alternativas ", afirma a empresária. Ela queria fugir da clássica formatação arara de roupas e balcão de atendimento. E conseguiu. É impossível passar pela vitrine e não dar uma olhada mais demorada, diminuir o passo. No ambiente pequeno e aconchegante são encontrados CDs gravados em Nova Iorque, (vendidos apenas em lojas de roupas), caixas, livros e pequenos objetos, como imãs de geladeira, baralhos românticos e maquiagem - tudo importado. Uma parede enorme foi revestida de flores cor-de-rosa. Todos os produtos estão em exposição em peças que podem ser encontradas num quarto de qualquer mulher de bom gosto. As calcinhas - tangas e fios dentais com lantejoulas e bordados - ficam nas gavetas, bagunçadas, junto com os lenços. Qual a mulher que nunca teve um espaço assim em casa? O mancebo está bem ao lado. Lá estão os chapéus, as bolsas e algumas peças - mais uma demonstração de intimidade. Um canto caseiro que inspira confiança e convida às compras. Nas araras estão penduradas blusas, saias, vestidos e calças de 25 grifes alternativas. "Compro o que eu gosto e o que tem estilo. Esse é meu único compromisso com os representantes das marcas comercilizadas", diz Carol. Sex shop No caminho dos charmosos provadores está uma grande mala - chamada de caixa de fetiches. Nela, as mulheres encontram vários "brinquedinhos". São óleos de massagem com feromônio, balinhas em formato de coração, chantilly com diversos sabores, vibra-

dor de oncinha. Frascos com chocolates propõem a substituição dos namorados que foram embora - remédios que prometem acabar com a ansiedade provocada pela solidão. "Os sex shops que conheço são um pouco pornográficos. Aqui as clientes se sentem mais à vontade", conta Carol. Tempero Carol Doher, de 27 anos, teve a idéia de criar o espaço durante a viagem que fez à Califórnia e Itália. Começou a faculdade de Marketing no exterior e completou o curso por aqui. Ficou amadurecendo a idéia por seis meses e decidiu investir no negócio. A diretora de teatro e atriz Yara de Novaes é cliente antiga da Condimento. Toda semana dá um jeito de dar uma passadinha pela loja. "Aqui eu encontro diversos produtos, que fazem a diferença, são únicos. O atendimento também é excelente, sinto espontaneidade. Além disso, tem sex shop". Falando em atendimento: cada vendedora tem uma "marca registrada". A falante, a discreta, a delicada. "Temos uma pessoa para atender a cada tipo de cliente. A única exigência é que elas não devem empurrar as peças. Só podem dizer que as roupas ficaram lindas se realmente caíram bem. Essa é a nossa forma de transformar uma cliente numa amiga", diz Carol. Bom negócio A Condimento ainda não completou um ano. Mas o crescimento está acima do esperado. Carol conta que o irmão dela, responsável pela parte financeira da loja, imaginava que teria o retorno do investimento dois anos depois da inauguração. Por causa do sucesso, o período foi reduzido para um ano e meio. "Em média, as vendas crescem 7% ao mês. Esperamos que neste mês de dezembro o aumento seja de até 15% em relação a dezembro de 2004", diz ela. Isto é Condimento "Eu sei trocar um pneu. Mas se tiver um homem que faça isso para mim, prefiro". Essa é a máxima de Carol Doher, proprietária da loja. Ela exibe na loja roupas confortáveis e exclusivas para mulheres vaidosas com idades entre 20 anos e 50 anos. "Os homens são bem vindos, mas eles têm vergonha de entrar. Os que aparecem, são acompanhantes. Ficam no canto lendo os livros importados", diz Carol. A mistura de lingerie e imagens de santos chamam a atenção. A de Nossa Senhora das Graças foi comprada pela equipe de uma multinacional para dar de presente ao diretor da empresa. "Os homens adoram as nossas imagens - nenhuma é igual", garante a empresária.

Carol Doher(alto) com sachês perfumados. Yara Novaes (acima) é cliente fiel da casa.

CABECEIRA

Elas podem. Elas decidem.

N

inguém mais discute: são elas que decidem a marca, o modelo e a cor de quase tudo o que se pode comprar. Portanto, não duvide do poder de decisão das mulheres. De acordo com as autoras de Por que as mulheres compram? (Editora Futura) - Linda Johnson e Andrea Learned -, o público feminino é mais exigente do que o masculino. As especialistas em marketing mostram ao leitor o que determina as decisões de compra de uma mulher e como garantir a fidelidade desse grupo de consumo que cresce e ganha, cada vez mais, poder financeiro. Elas apontam que, diferentemente dos homens, as mulheres têm uma visão mais perceptiva e

abrangente dos produtos e serviços, o que faz com que o tipo de marketing para atingir esse público seja distinto. A obra direciona o leitor para as diferenças essenciais do marketing voltado para mulheres, garantindo maior chance de sucesso para aqueles que desejam atrair o poderoso e rentável público feminino. Juliana de Moraes


DIÁRIO DO COMÉRCIO

20 -.ESTILO

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de setembro de 2005 Fotos: Patrícia Cruz/Agência Luz

CASUAL DAY ELEGÂNCIA E DISCRIÇÃO TAMBÉM ÀS SEXTAS-FEIRAS Para quebrar a rotina, empresas adotam o casual day na tentativa de quebrar o gelo do ambiente de trabalho. Mas há quem abuse da informalidade. Deslizes que comprometem a imagem pessoal e causam péssima impressão profissional. Neide Martingo

N

A consultora de moda Andréa Braganholo fez um giro pelo Centro com a equipe do Diário do Comércio

CERTO

Vestido de malha na altura dos joelhos com corte solto no corpo. Escolha confortável e sempre correta.

Terninho de tecido mole confere um ar descontraído e combina com a sextafeira.

o filme "O Diário de Bridget Jones" a protagonista aparece no trabalho (uma editora de livros) de saia curta e blusinha transparente. Chamou a atenção do chefe, que convidou a minissaia para jantar... Uma situação clássica que demonstra que errar no visual pode trazer problemas profissionais. Principalmente na sexta-feira, dia que muitas empresas classificam como mais informal - uma espécie de preparação para o final de semana e, por isso, permitem que os funcionários se apresentem mais à vontade. É o que os norte-americanos chamam de casual day. Mas muita gente não sabe o que fazer com a tal liberdade e acaba saindo de casa com combinações desastrosas. A maioria das empresas que adota o casual day tem uma rotina bastante séria (bancos, escritórios de advocacia, grandes empresas) - exatamente por isso adotam a medida às sextas-feiras para quebrar a rotina. Mas o estilo da companhia não muda conforme o dia. E quem trabalha no local deve seguir a linha clássica, mas não tão rígida. Giro no centro A consultora de moda Andréa Braganholo deu uma volta na avenida Paulista e na rua XV de Novembro, na região central da cidade. Encontrou diversos erros no visual de homens e de mulheres. Ambos cometeram pecados. O lema deveria ser "menos é mais", segundo Andréa. Principalmente para as mulheres, o casual day é mais difícil. Normalmente elas já usam saias, camisas. Mas, na hora de escolher a roupa, têm de pensar que o momento não é para parecer sexy e sim de mostrar-se competente e inteligente. A funcionária não consegue isso com uma maquiagem carregada, saia curta e blusa transparente ou com muitos babados", exemplifica a consultora. Os homens não ficam atrás. Calça jeans desbotada ou tênis colorido com recortes, nem pensar. Na rua XV de Novembro encontramos um representante do mercado financeiro. Ele estava com a gravata frouxa, camisa social para fora da

calça, que era de sarja. Outro erro visto na avenida Paulista foi protagonizado por um rapaz que vestia camiseta regata colorida. " A menos que ele trabalhe com moda, ou em algum outro setor bastante informal, trata-se de uma peça que não pode ser usada no ambiente profissional nem em dia de festa", brinca Andréa. A camisa de manga curta, muito usada em dias de calor, pode , mas sem gravata. "A mistura das duas peças dá um ar de menino de colégio interno que ninguém quer apresentar", explica a consultora. Outra união "infeliz", segundo a especialista, é blazer com camisa de seda colorida. "Quanto menos detalhes tiver a camisa ou a camiseta que for usada com o paletó, melhor". As mulheres podem e devem usar os vestidos: mas na altura do joelho, com cores sóbrias. Elas não podem esquecer que uma peça justa mostra as gordurinhas, além de demonstrar um gosto duvidoso. Elegância discreta Mas não foi difícil encontrar exemplos corretos. A gerente de Recursos Humanos Christiane Vila vestia saia preta na altura dos joelho, meias finas pretas (no ambiente de trabalho jamais podem ser dispensadas, nem no casual day), camisa branca e cardigã nos ombros. "Trabalho numa empresa de auditoria. Mesmo na sextafeira, ninguém abusa. Nem a manga curta, permitida, é vista", diz Christina. A consultora de moda dá uma dica: "O cardigã nos ombros pode ser combinado com calça, saia e até vestido. A combinação fica chique e descontraída". O visual do gerente regional Marcelo Anéas foi aprovado quando ele lia uma revista numa banca de jornal da rua XV de Novembro. Camisa social sem gravata, blazer e calça de pregas - as duas peças eram avulsas. "Eu gosto do casual day porque na sexta começo a descontrair e esquecer a pressão e os compromissos da semana. Já me preparo para relaxar para o sábado e domingo", conta. Andréa aproveita o bom exemplo para mais uma dica: "Os rapazes nunca devem usar gravata com calça jeans."

Visual aprovado: Marcelo Anéas combinou o blazer, calça e camisa sem gravata.

A gerente de recursos humanos Christiane Vila acertou na escolha. Saia preta na altura dos joelhos, meias finas pretas, camisa branca e cardigã nos ombros.

ERRADO Terno com camisa de seda estampada é sinônimo de exagero Outro erro: manga curta com gravata.

Decote profundo e barriga de fora é deselegante e causa má impressão (acima). A combinação de sapatos e terno vermelho está demais (abaixo).

Acima, blusa com capuz, calça jeans dobrada e tênis de cano longo: informal demais. Estampas grandes, brilhos e gordurinhas a mais: visual compromete a imagem e achata a silhueta.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de setembro de 2005

EMPRESAS - 13

Fotos: Bruno Cecim/Futura Press

TEEN

JOVENS DA PERIFERIA COMBINAM COM SURFISTAS A ONG Projeto Arrastão, que reúne jovens do Campo Limpo, foi o destaque do Teen Fashion. As coleções customizadas fizeram bonito junto com as da Oakley e da Billabong.

A

o contrário de outros desfiles, o do Projeto Arrastão (ONG que fica no bairro de Campo Limpo, periferia da zona sul de São Paulo) arrancou gritinhos da platéia não por causa de artistas. A animação aconteceu quando os alunos se viram no telão, no filme exibido antes da apresentação das peças no último dia do Teen Fashion – auto-estima em alta. Com o lema “vestir o homem de oportunidades é torná-lo humano”, frase de Nino Cais (artista plástico que coordena o projeto), os modelos entraram na passarela mostrando atitude. De todos os desfiles, foi o que mais se afastou da rotina das ruas. As peças, customizadas, eram de malha e jeans. A cor branca foi predominante. O que diferenciava eram as fi-

Bruno Cecim/Futura Press

Junto com os óculos escuros, a Oakley misturou botas de escalada, shortinhos, biquínis e sandálias no estilo anabela.

tas, linhas e cordões multicoloridos. Para os rapazes, bermudão, camiseta jeans com bordados, calças com enormes fendas nas coxas. Para as meninas, shortinhos baloné, vestidinhos curtos com babados e gola alta. O objetivo era confeccionar peças a partir de cores primárias, secundárias e terciárias, remetendo à idéia de uma grande caixa de lápis de cor. A coleção, batizada de Garatuja, traz os rabiscos e desenhos que representam as primeiras expressões de escrita das crianças e dos looks criados a partir das memórias e recordações lúdicas da própria infância dos jovens estilistas. Os alunos do projeto Arrastão customizaram também 13 camisetas da campanha Câncer de Mama no Alvo da Moda. São peças básicas que ganharam apliques, brilhos e fitas. A

Peças customizadas foram os destaques da ONG Projeto Arrastão. Ousadia é a marca da coleção que usa e abusa do estilo baloné nos shortinhos, além de muito babado e amarrações. Apresentação foi fechada por Mariana de Belém (ao lado), filha da cantora Fafá de Belém.

FASHION marca registrada da campanha apareceu até num vestido. Mariana de Belém, filha da também cantora Fafá de Belém, fechou a apresentação. Tudo politicamente correto e de bom gosto. Oakley – A segunda apresentação da noite foi da grife californiana Oakley. Junto com os óculos escuros e relógios, a Oakley misturou botas de escalada e calças ou bermudas, para os rapazes, e sandália com salto anabela e shortinhos para as meninas. As garotas exibiram também bota de cano

Fotos: Roberto Donasc/Futura Press

A coleção da ONG Projeto Arrastão foi batizada de Garatuja. Rabiscos, amarrações e desenhos para recriar o universo infantil (ao lado). Acima, os óculos da Oakley.

alto com minissaia (cores fortes). O biquíni na cor preta e usado com lenço no pescoço do mesmo tom tinha poucos detalhes. O material era lycra ou nylon – até nos coletes, cheios de detalhes. Ou seja, peças criadas para esportes como montanhismo, mas que serão vistas em baladas juvenis. A marca provou que calça jeans, camiseta e boné são combinações que vai bem até quando não há novidades. A última apresentação do Teen Fashion foi da grife Billabong. Desfile muito aguarda-

do, já que duas estrelas da TV desfilaram: Duda Nagle, o Radar da novela América, e Joana Balagher, a Jaqueline, de Malhação. Pranchas de surf e ousadia marcaram o desfile da marca. Modelos entraram na passarela com a gola da camisa pólo levantada: atrás tinha um desenho. Os pontos fortes são as camisetas desenvolvidas com algodão 100% orgânico, além da modelagem mais ajustada ao corpo e os tecidos com toque mais leve do que as camisetas tradicionais. Neide Martingo


DIÁRIO DO COMÉRCIO

14 -.FINANÇAS

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de setembro de 2005

TAXAS COBRADAS POR INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NO CRÉDITO AINDA SUPERAM EM MUITO A TAXA SELIC

CONSUMIDOR AINDA PAGA JUROS ALTOS

A

redução de 0,25 da Selic por alguns meses seponto da taxa bási- guidos, as taxas de empréstica de juros (Selic) mos costumam acompanhar deve ter pouco efei- essa tendência", diz. Acompanha – No passado, to imediato sobre as taxas de juros cobradas por bancos e fi- todas as vezes em que o Banco nanceiras, mas pode provocar Central anunciou corte no juro uma queda generalizada des- básico, o movimento foi seguisas taxas, se houver uma ma- do, quase que imediatamente, nutenção da política de corte pelos bancos. Na quarta-feira passada, quando o Comitê de pelo Banco Central. Na prática, uma redução de Política Monetária (Copom) 0,25 ponto ainda é insuficiente d e t e r m i n o u a re d u ç ã o d e para diminuir a enorme dis- 19,75% para 19,50% ao ano da tância existente entre a taxa Se- taxa Selic, ou seja, 0,25 ponto lic e as cobradas por bancos em porcentual, o Bradesco anunfinanciamentos diretos ao con- ciou o corte nos juros de duas sumidor e a empresas. Para se linhas para pessoa física (cheter uma idéia desse distancia- que especial e empréstimo mento, em julho passado (últi- pessoal) e de três linhas para pessoa jurídica (camo dado disponível pital de giro, desno Banco Central), conto de duplicas e enquanto a taxa Selic de cheques). era de 19,75% ao ano, Em momentos de o consumidor arcava alta, as taxas de juros com juros anuais de Sempre que a para operações de 148,04% em média no Selic cai os crédito também secheque especial. guiram o movimenCom as empresas a si- bancos to da Selic. Em setuação não era dife- baixam seus tembro de 2004, re n t e . O s j u ro s d e juros quando o juro básico uma das principais liEmílio Alfieri, da economia estava nhas de financiameneconomista da em 16,25% ao ano, o to, a de capital de giACSP custo do cheque esro, eram, no mesmo pecial era de período, de 37,97% 140,62% ao ano. Esse porcenao ano. Essa diferença entre taxas, tual subiu para 141,10% no chamada de s pre ad ba nc ár io mês seguinte, acompanhando (diferença entre o juro pago pe- de perto a elevação da Selic palo banco para tomar dinheiro ra 16,75%. O movimento contiemprestado no mercado e o nuou nos próximos meses com que ele cobra do consumidor a continuidade de alta da Selic em suas operações de crédito), e atingiu 148,04% em julho ocorre, segundo os bancos, passado (o maior patamar dos porque nela estão embutidos, últimos 12 meses). A expectaalém do lucro das instituições tiva agora, é de que, pelo mefinanceiras, altos custos com nos a taxa retorne ao mesmo tributos e, principalmente, nível de abril deste ano, de 147,58%, quando o juro básico inadimplência. Apesar dessa composição, o estava no mesmo patamar economista da Associação Co- atual, ou seja, em 19,50%. A necessidade de os juros mercial de São Paulo (ACSP), Emílio Alfieri, diz que, histori- baixarem mais pode ser explicamente, a curva das taxas co- cada pelos dados do IBGE, dibradas por bancos e financei- vulgados ontem: o consumiras nos empréstimos costuma dor reduziu em julho o ritmo acompanhar de perto a da Se- de compras a crédito. lic. "Sempre que há uma queda Adriana Gavaça

Bancos se preparam para informar sobre Fundo PIBB

A reserva de cotas na segunda fase do fundo Papéis Índice Brasil Bovespa (PIBB) foi interrompida ontem e será retomada a partir das 10 horas de hoje. O objetivo é o de chamar a atenção para os riscos do investimento. Durante o dia, os bancos coordenadores do lançamento, Itaú e Santander, pediram aos demais bancos que orientem seus clientes sobre o assunto. A idéia é de que um dia sem ofertas ajudaria a que as instituições repassassem o pedido a seus gerentes e funcionários nas agências. O diretor-financeiro do Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Kawall, disse que a instituição quer ressaltar pontos como o de que "a rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura". Ele lembrou que a imprensa tem ressaltado a alta rentabilidade que a primeira etapa do PIBB teve até agora. Contou, ainda, que o BNDES e os coordenadores têm recebido muitas perguntas de interessados. Uma das mais freqüentes é sobre o período em que o BNDES garante a recompra das cotas pelo mesmo preço que o investidor pagou ao entrar no fundo. (AE)

Mônica Zarattini/AE

RISCO-PAÍS Indicador recua para 369 pontos

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risco-país recuou ontem 3,66% chegando aos 369 pontos-base, o nível mais baixo desde 22 de outubro de 1997. O risco é o termômetro da confiança do investidor estrangeiro na capacidade do País em arcar com seus compromissos externos. Não faltaram motivos para justificar a euforia do mercado financeiro. Os bons fundamentos da economia, tão comentados nos últimos meses, com superávit primário recorde, investimento direto crescente e inflação baixa, ganharam reforço nesta semana com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir em 0,25 ponto porcentual a t a x a b á s i c a d e j u ro s p a r a 19,50% ao ano. Embora modesto, o corte criou um efeito psicológico positivo no mercado, pois pode significar o fim do aperto monetário e a abertura do ciclo de queda dos juros, após o processo de alta iniciado há 12 meses. O mais importante é que a re-

Raul Velloso (foto):

Para Raul Velloso, milagre do superávit não deve durar muito dução trouxe boas perspectivas ao crescimento da economia, que já vinha apresentando bons resultados, mesmo com juros altos, afirmou o economista-sênior do BankBoston, Marcelo Cypriano. Além disso, o fantasma da inflação, que provocou a alta da Selic, está mais distante. O Índice Geral de Preços- 10 (IGP-10), divulgado ontem, voltou a registrar queda de preços em setembro, de 0,69%. Foi a quarta queda seguida.

Para completar o quadro, o anúncio de que o Tesouro Nacional escolheu os bancos JP Morgan e Goldman Sachs para coordenar uma emissão de títulos soberanos em reais ampliou o otimismo e derrubou ainda mais o risco. Se for bemsucedida a operação será uma excelente notícia para o País, diz o economista da Fator Corretora, Vladimir Caramaschi, pois o lançamento representará o amadurecimento da economia brasileira. (AE)

GERDAU CAPTA US$ 600 MILHÕES A Gerdau confirmou ontem a captação de US$ 600 milhões com a emissão de bônus perpétuos com taxa de 8,875% ao ano. Os juros serão pagos trimestralmente, no dia 22 de setembro, dezembro, março e junho. A operação foi liderada pelo HSBC e o Citigroup. A empresa tem

a opção de resgatar os títulos pelo valor de face a partir de setembro de 2010. Segundo a companhia, a demanda pelos bônus superou US$ 3 5 bilhões. Por isso a Gerdau decidiu ampliar o volume da captação, previsto inicialmente para US$ 300 milhões. Do total emitido, 46% ficaram

com investidores da Ásia, 32%, da Europa, 20%, dos EUA e 2%, do Brasil. A maioria dos compradores é de private banking e pessoas físicas. A Construtora Norberto Odebrecht fez sua primeira emissão em bônus perpétuos no valor de US$ 200 milhões. (AE)

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especialista em finanças públicas Raul Velloso disse ontem que o processo de formação de superávits primários se exauriu. "Os superávits em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) vão cair, não tem jeito", disse Velloso, no seminário Os Desafios da Economia, realizado no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo. "O milagre brasileiro de conseguir superávits crescentes vai acabar". Segundo Velloso, a receita do governo estacionou em 16% do PIB desde 2002 porque a sociedade não tolera mais elevação da carga tributária. Ao mesmo tempo, as despesas obrigatórias (como a previdência) não param de subir – estavam em 7,6% do PIB em 87 e saltaram para 15,7% do PIB em 2004. "Já os investimentos chegaram ao fundo do poço", disse Velloso. Saíram de 2,3% do PIB em 1987 para 0,4% do PIB, no ano passado. "O superávit está acabado e ainda não conseguiu ter o efeito positivo de reduzir os juros altos". Velloso afirma que são necessárias reformas. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO Lula tentou acelerar a implosão do PT por meio da candidatura de Tarso Genro à presidência do partido. Mas a 'refundação', um nome pomposo para a operação de descarte da carcaça de Dirceu, despedaçou-se contra o instinto de sobrevivência do Campo Majoritário.

Demétrio Magnoli, em sua coluna na Folha de S. Paulo

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Apresentação da GIA Eletrônica do ICMS. O guitarrista B.B.King faz hoje 80 anos.

SETEMBRO

2 -.LOGO

Luiz Alvarenga/Ag. O Globo

I NFORMÁTICA

Intel investe na brasileira Digitron

Preço do PC cai. E atinge clonados.

O crescimento do mercado de computadores já começa a atrair recursos internacionais. A Intel Capital, braço da gigante americana de semicondutores, anunciou ontem um empréstimo conversível em ações para a brasileira Digitron, fabricante de placas-mãe. "Estamos entusiasmados com a expansão rápida do mercado local", disse David Thomas, diretor da Intel Capital para a América Latina.

O o mercado ilegal de PCs no País caiu de 74%, no fim de 2004, para 65% em agosto deste ano. Os dados são da IDC Brasil, consultoria com foco em TI e Telecomunicações. Pesaram na queda a atuação da Receita, que coibiu contrabando de componentes, a MP do Bem, que isentou os fabricantes dos impostos PIS/Cofins e tornou-os mais competitivos em relação aos montadores de PCs Clones.

C A R T A Z

BALÉ

Divulgação

E M

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Coreografias inéditas O Balé da Cidade, tradicional grupo de dança de São Paulo, ocupa hoje, amanhã e domingo o palco do Teatro Municipal com novas coreografias: Bossa, de Henrique Rodovalho, e Divinéia, de Jorge Garcia. Às 21h (hoje e amanhã); às 11h (domingo). Telefone: 222-8698. Entrada franca. Mais programação no DCultura.

M ERCOSUL

B RAZIL COM Z

Paraguai reage: não estamos num espartilho

França vê o Brasil de Pierre Verger

Presidente do Paraguai responde ao ministro Celso Amorim, que reclamou da presença de tropas dos EUA no país vizinho. "Somos livres desde 1811".

O cineasta americano Robert Wise, autor de mais de 30 filmes, entre eles os memoráveis A Noviça Rebelde e Amor, Sublime Amor, morreu em Los Angeles, Estados Unidos, aos 91 anos de idade. A causa da morte não foi divulgada. Wise estreou na indústria cinematográfica em 1933 e fez a montagem do filme

Cidadão Kane, de Orson Welles. Ele também dirigiu a primeira Robert Wise adaptação cinematográfica da série televisiva Jornada nas Estrelas. O filme Amor, Sublime Amor ganhou dez Oscars, incluindo os de melhor filme e de melhor diretor, as mesmas estatuetas de A Noviça Rebelde.

F ORTUNA

C IÊNCIA

Jóias de Imelda Rato mecânico, Marcos na Christie´s herói das cobaias Representantes da Christie's iniciaram a avaliação das jóias apreendidas da viúva do exditador filipino Ferdinand Marcos para levá-las a leilão em novembro. O lote é estimado em US$ 10 milhões e os recursos serão revertidos para o governo das Filipinas, já que as jóias teriam sido compradas com dinheiro público. Imelda entrou com uma ação judicial para tentar barrar a venda de algumas das jóias, que, segundo ela, não teriam sido compradas com dinheiro ilegal e têm valor sentimental.

Cobaias da USP ganharam sobrevida, graças aos testes politicamente corretos realizados para avaliar equipamentos de ventilação de biotérios (os locais onde são criados ratos de laboratório). Segundo a Agência USP, o professor José Luiz Merusse, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, construiu um simulador de presença com uma simples resistência elétrica de chuveiro e dois reservatórios de óleo de freio de Fusca. Isso evita que, a cada teste, 50 animais sejam sacrificados.

C ELEBRIDADE

Privacidade vira pó O jornal sensacionalista britânico Daily Mirror trouxe na edição de ontem fotos chocantes da supermodelo Kate Moss cheirando cocaína. As imagens foram feitas quando ela e seu amante, Pete Doherty, faziam uma festinha de álcool e drogas. O texto relata as reações da modelo aos efeitos do pó. D ESENVOLVIMENTO

A Riqueza intangível da América Latina

A classe política vai ao purgatório Imagem abalada exigirá sacrifícios do Congresso O jornalista e professor da USP, Gaudêncio Torquato, não tem ilusões: para ele, os políticos não vão conseguir melhorar sua imagem em pouco tempo. Como consultor político, ele avalia que a única saída, agora, é um "compromisso de moralidade" na política. Os políticos brasileiros já tiveram uma imagem melhor? Se a imagem dos políticos era ruim, hoje é péssima. Cada episódio da crise política coloca mais lenha na fogueira e queima ainda mais a imagem dos homens públicos, atingindo uma instituição inteira, o Congresso Nacional que, neste momento, tem uma das mais baixas avaliações de toda sua história.

Segundo Duarte Frutos, o Paraguai continuará "preservando o Mercosul", mas, "temos que olhar para o mundo e explorar outras possibilidades". No domingo, o vice-presidente Luis Castiglioni, declarou que seu país está oferecendo colaboração na área de segurança regional aos Estados Unidos, com a intenção de conseguir em troca um "acordo de livre comércio". A colaboração consiste em abrir o território paraguaio para a realização de 13 exercícios de tropas americanas em um período que vai desde julho passado até dezembro de 2006. (AE) GAUDÊNCIO TORQUATO

B ATE-PRONTO

Como é possível reverter isso? Cortando na própria carne, ou seja, com cassações, moralização dos padrões e costumes da política, reformas, exposição aberta à opinião pública. A reversão deste quadro só se dará no longo prazo. O Congresso vai ter de passar pelo purgatório para alcançar, o paraíso. Quais reformas devem ser feitas? Fidelização partidária - o político deve permanecer no partido pelo qual foi eleito durante o mandato. Proibição de campanhas que apenas louvam os candidatos, e transparência total na aplicação dos recursos de campanha. Para citar alguns itens.

Empresários e publicitários também tiveram suas imagens afetadas. Como ficam agora? Aí já são casos isolados. Publicitários e empresários, na imensa maioria, são sérios. O publicitário que teve a imagem afetada foi o Duda Mendonça, que promoveu uma mcdonaldização do marketing político - com campanhas eleitorais todas iguais, que banalizam a política com uma estética televisiva. Quem é sério e trabalha com marketing político defende campanhas com debate de conteúdo. O eleitor tem como se proteger dessa mistificação e dos maus políticos? Da classe média para cima, sim. A maioria dos eleitores, das camadas mais baixas, ainda não consegue filtrar o que é mistificação e má atuação política. Mas hoje, eu já sinto vejo uma chama de racionalidade se acendendo em todos os eleitores. Heci Regina Candiani

Mais sobre política nas páginas 3 a 6.

A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo para ler a íntegra das notícias abaixo:

Daiane dos Santos troca o Brasileirinho por música de Jorge Benjor em apresentações Nas Nações Unidas, presidente da Venezuela diz que a "ONU não serve para nada"

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www.worldbank.org

o Paraguai e o governo Bush, por fora do Mercosul. "A realidade econômica e territorial se desenvolve no Mercosul, mas não por isso estamos aqui dentro de um 'espartilho'". O presidente admitiu que o Paraguai não poderá assinar acordo bilateral algum sem o consentimento dos membros do Mercosul. Mas indicou que o bloco deveria contemplar os casos dos sócios menores, como o Uruguai e o Paraguai: "deveria haver um tipo de exceção para os sócios com menor desenvolvimento relativo, mais ainda no caso do Paraguai, um país que não possui acesso ao mar".

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são "intangíveis", ou seja, estão em áreas como educação, infraestrutura, confiança da população no país e capacidade de trabalho. A idéia de riqueza intangível foi criticada por especialistas. O estudo analisou 120 países, mas não dá nenhum destaque particular ao Brasil.

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ós somos livres. O Paraguai é independente desde em 1 8 11. A frase foi disparada pelo presidente Nicanor Duarte Frutos poucas horas antes de partir para Nova York, onde participa das reuniões da ONU. As declarações foram uma resposta dura ao chanceler brasileiro, Celso Amorim, que, em declarações publicadas no jornal portenho Clarín, na segunda-feira, havia expressado sua contrariedade com a instalação de uma eventual base militar dos EUA e contra o fechamento de um acordo de livre comércio entre

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Um controvertido estudo do Banco Mundial (Bird) divulgado esta semana em Nova York afirma que a Argentina é o país mais rico da América Latina, com um "patrimônio" por habitante de cerca de US$ 140 mil. O Banco Mundial diz ainda que, embora a América Latina e o Caribe sejam regiões que concentram intensa riqueza, 72% de todos os recursos

Divulgação

C INEMA

Morre diretor de A Noviça Rebelde

SAINDO PELO LADRÃO - Com a greve dos ferroviários no Rio, ontem, os trens ficaram parados na Baixada Fluminense. Mais de 390 mil pessoas utilizam o sistema de trens, superlotado diariamente.

Iraque viveu ontem segundo dia consecutivo de atentados assumidos pela Al-Qaeda

Pierre Verger foi mais do que um francês que fotografou o Brasil. Suas fotos eternizam o candomblé na Bahia, os deuses africanos e segredos dos índios iorubá. Mais do que isso, revelam um Brasil que Verger não apenas registrou nas imagens da sua Rolleiflex, mas que também viveu intensamente, iniciando-se nas práticas religiosas locais. O fotógrafo foi destaque da edição de ontem do Libération. Ele morreu em 1996, aos 94 anos, na Bahia, onde vivia numa casa vermelha, a cor de Xangô, como diz o jornal francês. C OMUNICAÇÃO

Na prancha, de celular Surfistas, bodyboarders e praticantes de esportes náuticos conseguiram um jeito de manter a conexão com o mundo até debaixo d´água. A nova onda dos usuários de telefonia celular é entrar na água com o celular, usando uma capa plástica artesanal de proteção no telefone. O produto esta à venda há dois meses numa rede especializada. Atentos ao uso do celular em condições adversas, fabricantes como a Siemens lançaram produtos mais resistentes com maior proteção externa e interna. É só pedir numa loja de celulares. Mais telefonia na página 16. Wilton Junior/AE

F AVORITOS

Mundo virtual também tem CEP Foi-se o tempo de procurar números de CEP em guias de endereços. Agora, a trilha mais rápida está na internet. A pesquisa pode ser feita gratuitamente e traz CEPs de localidades de todo o Brasil. www.cep.com.br L OTERIAS Concurso 1499 da QUINA 01

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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poLítica

POLÍTICA - 3

NA ASSEMBLÉIA DA ONU, LULA COBRA AJUDA NO COMBATE À FOME. Hélvio Romero/AE

Eymar Mascaro

Ainda na mira

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PFL quer continuar sangrando Lula até 15 de dezembro, prazo estipulado pelo senador Delcidio Amaral (PT-MS) para a conclusão dos trabalhos da CPMI que preside, a dos Correios. Até lá, os pefelistas querem comprometer cada vez mais o governo do PT com a corrupção. Se possível, o PFL pode chegar ao pedido de impeachment do presidente. Portanto, a CPMI dos Correios tem mais três meses de vida, tempo suficiente para aprofundar as investigações no governo Lula. Mas já existe um movimento dos parlamentares da oposição, dentro da comissão, que defende a prorrogação dos trabalhos, para que se possa ir a fundo nas investigações, principalmente de contas no exterior, além da já confessa de Duda Mendonça. Os partidos de oposição acham que o envolvimento maior do governo, por meio de ministros, é com os fundos de pensão, que ainda estão sendo investigados superficialmente. O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen, é o principal adversário de Lula. Se depender de sua vontade, Lula acaba no pelourinho. Bornhausen é o oposicionista que mais sangra Lula. O senador não admite publicamente que pode pleitear o impeachment do presidente, mas seu trabalho é para inviabilizar a candidatura à reeleição do petista.

NO VÁCUO Quem se aproveita da oposição radical do PFL é o tucanato, porque o PSDB é o partido que tem os presidenciáveis que mais ameaçam Lula, como José Serra, Geraldo Alckmin, Aécio Neves e Fernando Henrique Cardoso.

FIDELIDADE Se a reforma não vier, os deputados vão continuar fazendo a farra nos partidos, isto é, se elegem por uma legenda e logo buscam guarida em outra sigla. O instituto da fidelidade, na verdade, não agrada os deputados.

NA RUA

NA MOITA

Mas, o PFL também está na rua com a candidatura de Cesar Maia. Independentemente de fazerem a campanha isoladamente, PFL e PSDB podem se coligar ainda no 1º turno da campanha. A hipótese já foi admitida pelos dois partidos.

O PMDB pode-se tornar o partido com maior bancada na Câmara, se até o dia 1ª de outubro os deputados da esquerda do PT (são 20) deixarem a legenda, como prometem. Com a debandada petista, o PMDB, com seus atuais 85 deputados, vira a maior bancada na Casa.

PESQUISA

Tucanos e pefelistas consideram que a crise pode continuar derrubando Lula nas pesquisas: em menos de três meses, entre julho e setembro, Lula perdeu dez pontos na avaliação dos eleitores. É uma sangria e tanto.

DÚVIDA

Anthony Garotinho ainda namora sua provável volta ao PDT, embora continue fazendo campanha pelo PMDB. Mas Cristóvam Buarque (que deixou o PT) quer ver Garotinho longe do PDT. Buarque pode ser o presidenciável que o PDT procura.

DESISTÊNCIA

Seja pelo PP, seu partido atual, seja pelo PTB, partido que o namora, Maluf está repensando se deve ou não se candidatar a deputado federal. A prisão demoliu o ânimo do ex-prefeito.

REFORMA

A Câmara tem prazo até o dia 30 para votar a reforma política. Se nada for feito, as eleições de 2006 serão realizadas pelas mesmas regras de 2004.

OLHO GRANDE Se o PMDB se tornar o maior partido na Câmara, o deputado Michel Temer vai tentar chegar à presidência da Casa mais uma vez. Vai invocar a tradição de que o presidente da Câmara saia do partido com maior número de deputados.

JUSTIFICATIVA Os amigos fizeram de tudo para convencer Severino a não justificar o cheque de R$ 7,5 mil tendo como destino a campanha eleitoral de seu filho, Severino Jr.

CONFORMADO Também o presidente Lula considera insustentável a situação de Severino, após a apresentação do cheque que seria a prova definitiva da denúncia feita por Buani.

ATRITO Continua azeda a relação do Judiciário com o Legislativo, devido a liminar concedida pelo STF a seis deputados do PT, suspendendo ainda que temporariamente a tramitação do processo de cassação dos mandatos de todos eles. A oposição na Câmara denúncia que houve interferência de um poder no outro.

Presidente em discurso na ONU: "É preciso ampliar, e muito, os recursos disponíveis para combater a pobreza e a fome".

LULA FAZ APELO A PAÍSES RICOS

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um duro discurso efetivos, são indissociáveis feito durante a Cú- dos direitos econômicos, sopula do Milênio ciais e culturais. Afirmam a ne2005, na Assem- cessidade de expandir a probléia Geral da ONU, o presi- dução de riquezas, mas unidente Luiz Inácio Lula da Silva versalizando seus benefícios." Ele enfatizou ainda para o cobrou ousadia e lucidez dos países desenvolvidos para o risco do não cumprimento dos cumprimento das metas de objetivos estabelecidos pelas combate à fome e à pobreza. metas do Milênio, em 2000, de Ele disse que isso não ocorrerá reduzir pela metade a pobreza se persistirem os atuais mode- no Mundo até 2015. "Na maiolos de financiamento e os limi- ria dos países, as metas simtados fluxos de recursos aos plesmente não serão cumpripaíses pobres. Lula disse que é das se persistirem os atuais preciso ampliar os recursos modelos de financiamento e os disponíveis, oferecendo opor- limitados fluxos de ajuda." Referência – Lula disse que o tunidades de desenvolvimento aos países pobres. "Temos Brasil está se empenhando para fazer as mudanque agir com ças propostas no maior presteza e plano internaousadia. É precicional e na Cús o a m p l i a r, e pula do Milênio. muito, os recur"Adotamos as sos disponíveis Há uma necessidade metas do milêpara combater a urgente de reformar o nio como refepobreza e a foConselho de rência obrigatóme, oferencendo ria para nossas o p o rt u n i d ad e s Segurança a fim de de desenvolvi- torná-lo mais legítimo, políticas públimento aos países sem o qual a ONU não cas", disse. O presidente p o b r e s . S e o s cumprirá seu papel citou áreas em países desenvolhistórico. que isso já estavidos tiverem a ria sendo impledevida lucidez estratégica, perceberão que es- mentado no Brasil, como os sa nova atitude, esse esforço programas federais de combaadicional, mais do que justo, é te à fome, o direito ao trabalho, a luta pela eqüidade racial e de absolutamente necessário." Em seguida, Lula disse que a gênero e a preservação ampaz e a segurança no mundo es- biental. Lula falou mais especitão condicionados a essa nova ficamente do Bolsa Família, atitude diante de um velho pro- que já estaria atendendo a 7,5 blema. "Sem ele, temo que a se- milhões de famílias. Segundo gurança e a paz mundiais se tor- ele, até o fim de seu governo todas as famílias que vivem abainem uma quimera", advertiu. Solidariedade – De acordo xo da linha da pobreza estarão com o presidente, esta nova ati- incorporadas ao programa. O presidente apresentou um tude com as metas do Milênio – conjunto de objetivos para re- rápido balanço de seu goverduzir a pobreza e melhorar a no. Disse que nos últimos 32 qualidade de vida no planeta meses foram criados 3,2 miaté 2015 – é "uma vitória dos va- lhões de empregos. Ele tamlores de solidariedade humana bém destacou a redução do sobre as doutrinas então predo- desmatamento na Amazônia, minantes no mundo, da indife- segundo estudos recentes. Ao final, Lula falou de imrença moral e da omissão política perante os excluídos, e reflete proviso e voltou a reforçar que um estágio superior de nossa há necessidade urgente de reforma do orgão. "Há uma neconsciência coletiva". "Expressam uma visão de cessidade urgente de reformar democracia segundo a qual os o Conselho de Segurança a fim direitos políticos, para serem de torná-lo mais legítimo e

mais representativo, sem o qual a ONU não cumprirá seu papel histórico que lhe está reservado", disse o presidente. Economia – Depois do discurso, Lula falou a jornalistas sobre a economia brasileira e mostrou uma visão otimista. Afirmou que o País está no caminho do crescimento sustentável e não será afetado pelas turbulências políticas nem pela eleição presidencial do ano que vem. "A economia está sólida, crescendo... Acho que a economia não será mexida por conta da política e da campanha eleitoral", disse. "Se o presidente da República ou o ministro da Fazenda brincarem com a economia porque vai ter eleição, então

a gente vai jogar fora oportunidades como tantas vezes foram jogadas no Brasil". Balanço – Ao fazer um balanço dos dois dias de viagem do presidente Lula a Nova York, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, recorreu a uma frase de efeito. "Como dizia Tom Jobim, fazer sucesso no exterior incomoda. Quando é um torneiro mecânico, com um dedo cortado, incomoda mais ainda", disse. Ele afirmou que o Brasil nunca teve um líder político com dimensão mundial antes de Lula e a atuação do presidente na Cúpula Mundial da ONU só confirmou a sua importância no cenário internacional. (AG)

PAULISTANOS DIZEM NÃO

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e as eleições presidenciais ocorressem agora, 66% dos paulistanos não votariam no presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aponta pesquisa da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio). Mil eleitores foram entrevistados no último dia 2 de setembro. Os técnicos da Fecomercio acreditam que o presidente possa ter perdido metade de seu eleitorado de 2002. Isso porque 49% dos entrevistados que votaram nele na última eleição dizem que não repetiriam o voto no próximo ano. A entidade diz que os paulistanos representam 30% do total do estado e correspondem a 23% do eleitorado brasileiro. A pesquisa ainda revela que 54% dos paulistanos desaprovam a gestão do presidente. Os analistas da Fecomercio acreditam que os resultados econômicos positivos parecem preservar, em parte, a administração federal, mas não a figura política do presidente.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito José Serra (PSDB), possíveis presidenciáveis de 2006, tiveram melhor desempenho na mesma pesquisa. Do total de entrevistados, 30% e 48% desaprovam esses governos, respectivamente. Alckmin é o que tem maior índice de aprovação (70%), seguido por Serra (52%) e Lula (46%). Segundo a Fecomercio, o governo Lula mostra sinais de desgaste provocados pela crise política. A entidade afirma que a gestão petista recebeu, neste mês, a menor nota desde o último janeiro, de 4,4, em levantamento realizado mensalmente. No primeiro mês de 2005, a gestão era avaliada com 5,6. Nesta semana, outra pesquisa veio reforçar o quadro de desgate. O CNT/Sensus entrevistou 2 mil pessoas em 195 municípios e detectou que a maioria (45,1%) acha que Lula não tem agido adequadamente em relação à corrupção.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.POLÍTICA

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de setembro de 2005

CPMI DOS CORREIOS SOLTA NOVO RELATÓRIO PARCIAL. GENOINO REITERA QUE NÃO SABIA DO MENSALÃO.

DELÚBIO E VALÉRIO: SEIS CRIMES

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Antonio Cruz/Abr

sáveis pelas estatais que firmaram contratos, eventualmente, irregulares com as empresas de Valério, por improbidade administrativa. Além de Genoino, Delúbio e Valério deverão ser denunciados ao MP por falsidade ideológica, por terem avalizado contratos de empréstimo com bancos sem garantias reais. O empresário e os dirigentes dos bancos envolvidos no escândalo poderão ser indiciados por crime contra o sistema financeiro. Dinheiro– No balanço parcial que apresentado com as movimentações financeiras das contas bancárias de Valério, Fruet disse que a comissão chegou à conclusão de que não houve correspondência entre as operações no valor total de R$ 55,9 milhões feitas pelo empresário e os pagamentos ao ex-secretário nacional de Finanças e Planejamento do PT. "Os empréstimos foram feitos para não serem pagos. Isso fica claro com as garantias frágeis dadas aos bancos para a concessão do empréstimo. Não há um empréstimo entre o Marcos Valério e o PT. O que existe é uma transferência de recursos", argumentou Fruet. A CPMI detectou que R$ 1,7 milhão foi emprestado pelo empresário aos indicados por Delúbio antes da primeira operação feita por Valério no Banco BMG, no valor de R$ 12 milhões, em 24 de fevereiro de 2003. "Desde o dia 7 de janeiro de 2003, saíram recursos da conta de Marcos Valério para o PT",

CARVALHO PODE SER ACAREADO COM JOÃO DANIEL

Osmar Serraglio, Delcidio Amaral e Gustavo Fruet, da CPMI dos Correios

disse o sub-relator de movimentação financeira da comissão. Até agora, a CPMI identificou quem recebeu R$ 49,7 milhões do total de R$ 55,9 milhões dos empréstimos. Falta identificar quem recebeu os R$ 5 8 milhões restantes. R$ 261 milhões – A CPMI também descobriu que a conta de onde saíram os recursos para os indicados pelo ex-secretário nacional de Finanças movimentou R$ 261,3 milhões entre janeiro de 2003 e dezembro de 2004. "O Marcos Valério evitou deixar rastros do dinheiro", observou Fruet. A CPMI investiga 75 contas bancárias que Valério tem em nove instituições financeiras. O sub-relator de movimentação financeira também apresentou um balanço parcial com a quebra do sigilo telefônico dos envolvidos no esquema do empresário. Um

dos dados que mais chamaram a atenção foram as ligações do ex-chefe do Departamento de Administração e Contratação de Material dos Correios, Maurício Marinho, que foi flagrado recebendo, supostamente, propina de R$ 3 mil. "É impressionante como o Marinho aparece em telefonemas para empresas que não são ligadas aos Correios", disse Fruet. A comissão quer agora tentar investigar possíveis movimentações financeiras de Valério no exterior, já que existem indícios de que isso possa ter ocorrido. Para tanto, avalia a contratação de uma empresa de auditoria especializada, idéia que também deve ser reproduzida nas avaliações das movimentações de fundos de pensão, como Previ (Banco do Brasil) e Petros (Petrobrás). (Agências)

O depoimento fechado do chefe do gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho, em sessão secreta da CPI dos Bingos, segue a linha de depoimentos anteriores: não apresentou novidades e refutou as acusações feitas pelo médico oftalmologista João Francisco Daniel, irmão do prefeito de Santo André assassinado em 2002, Celso Daniel (PT), de que levava dinheiro de extorsão ao então presidente do PT, José Dirceu. Segundo João Francisco, Carvalho teria lhe dito que o total da propina arrecadada somava R$ 1,2 milhão. O líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), quer uma acareação entre Carvalho, e os dois irmãos do ex-prefeito Celso Daniel. Carvalho contou que teve cinco encontros com parentes do prefeito depois do assassinato. Mas negou ter falado com Francisco Daniel, com o irmão Bruno Daniel ou qualquer um sobre esquema de extorsão. Agripino sugeriu ao chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República que proponha acareação entre ele e os dois irmãos. "Ele (Carvalho) disse que iria refletir raciocinar e depois daria a res-

posta", disse o líder. Se for negativa, Agripino afirmou que o PFL proporá acareação em sessão aberta. Como depôs em sessão reservada, Carvalho teve as declarações transmitidas pelos senadores. Segundo eles, o chefe do Gabinete Pessoal da Presidência acusou Francisco Daniel de fazer lobby na prefeitura para uma empresa de ônibus e de criar dificuldades para o prefeito. Carvalho poupou de críticas o outro irmão do prefeito, Bruno Daniel. Mas não soube explicar por que Bruno confirmou que ele, Carvalho, havia dito que Celso Daniel foi assassinado por querer acabar com a corrupção que alimentava o suposto caixa 2 do PT. Ele foi categórico ao afirmar que Celso Daniel foi vítima de uma crime comum. Também em depoimento à CPI, Francisco disse que ele, Bruno e uma outra pessoa ouviram Carvalho afirmar que morria de medo quando ia no Corsa preto entregar o dinheiro da propina a José Dirceu. "A única coisa que ele confirmou é que tinha um Corsa preto", afirmou o senador José Jorge (PFL-PE). (Agências)

Toninho da Barcelona vai depor terça-feira na CPI dos Bingos

José Cruz/ABr

CPMI dos Correios deve indiciar o empresário Marcos Valério de Souza, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-secretário-geral do partido Sílvio Pereira em pelo menos seis tipos de crimes, entre eles corrupção ativa e passiva e falsidade ideológica. Segundo o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), sub-relator da comissão, os dados levantados até agora apontam para essas irregularidades. "A CPMI tem de votar (os indiciamentos) para, daí, serem encaminhados ao Ministério Público", afirmou Fruet, ao apresentar relatório sobre os trabalhos da Comissão, depois de três meses de investigações. O deputado explicou que os empréstimos feitos por Valério nos bancos BMG e Rural, de cerca de R$ 55 milhões, supostamente para pagar parlamentares da base aliada a pedido de Delúbio, mostram irregularidades que podem levar aos indiciamentos, já que, por exemplo, as garantias utilizadas – como o aval de Delúbio e do ex-presidente do PT José Genoino – não eram suficientemente fortes. Crimes – Delúbio também deverá ser indiciado por tráfico de influência. Duda Mendonça, Valério e todos os outros que sacaram dinheiro das contas sem justificar para quem foram os recursos serão indiciados por crime contra a ordem tributária. Fruet estuda ainda indiciar todos os respon-

CPMI dos Correios quebra sigilos de Duda Mendonça e sua sócia.

O senador Romeu Tuma (PFL-SP), membro da CPI dos Bingos, encaminhou à comissão requerimentos pedindo a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de dez empresas do Estado de São Paulo, encarregadas da varrição de ruas e coletas de lixo. Tuma pediu ainda às prefeituras de São Paulo, Ribeirão Preto, Piracicaba e Santo André cópias dos contratos firmados com essas empresas. Entre as companhias, está a Rotedali Serviços de Limpezas Urbanas, instalada em Santo André, que pertence a Ronan Maria Pinto, citado no inquérito que investiga a denúncia de corrupção entre a prefeitura e empresas daquela cidade. Em sua justificativa, o senador lembra que o advogado Rogério Buratti, ao depor na CPI se referiu ao envolvimento de empresas de coleta de lixo na arrecadação de propina para campanhas eleitorais. Tuma disse que a sua intenção é esclarecer quem está realmente envolvido na chamada máfia do lixo e quais as empresas que prestam serviço com a qualidade exigida pela população. Segundo o senador, a CPI tem indícios de que algumas dessas empresas modificavam a tonelagem do lixo coletado e a metragem do espaço varrido para superfaturar no preço.

Doleiro - A comissão definiu ontem que vai mesmo ouvir o doleiro Antonio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona. O depoimento será realizado na próxima terça-feira. A CPI também aprovou a quebra de sigilo bancário de Juscelino Dourado, ex-chefe de gabinete do ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Na quartafeira, será a vez de a CPI ouvir Bispo Rodrigues (PL), que renunciou ao mandato de deputado federal na segunda-feira. Na quinta-feira da próxima semana, a CPI ouvirá também o deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP). Sigilos - A CPMI dos Correios aprovou ontem 29 requerimentos, entre eles o que quebra os sigilos bancário, fiscal e telefônico de 20 pessoas que sacaram recursos da conta da empresa SMPB, de Marcos Valério, acusado de ser o operador do esquema de "mensalão", que poderiam ser "laranjas". Também foi aprovado o pedido de bloqueio de todas as contas no exterior do publicitário Duda Mendonça e de sua sócia, Zilmar Fernandes, e a convocação do presidente da Interbrazil, André Marques da Silva, e o superintendente da Superintendência de Seguros Privados (Susep), René Garcia Júnior. (Agências)

Mendonça

Marcos Valério, dono da SMP&B e da DNA. Movimentação bancária mostra saques de vários políticos e assessores, num total de R$ 55 milhões. Disse na CPMI do Mensalão que o aval de Dirceu foi confirmado por Delúbio.

O publicitário Duda Mendonça, da DM9, confirmou ter recebido dinheiro de Marcos Valério no exterior. Os repasses, segundo ele, eram para pagar dívidas do PT, das campanhas eleitorais de 2002. Valério negou a versão de Duda.

Palmieri

Osório Batista

Jefferson

Lamas

Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB, depôs no dia 16 de agosto na CPMI do Mensalão e revelou que esteve em Portugal com Marcos Valério para obter recursos da Portugal Telecom para pagar dívidas do PT e do PTB.

Antônio Osório Batista, diretor afastado dos Correios por ter sido citado por Marinho na gravação. Depôs na CPMI e afirmou que Jefferson pediu dinheiro aos diretores da estatal para fazer caixa de campanha.

A Câmara cassou ontem o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que perdeu os seus direitos políticos até 2015, por 313 votos a favor e 156 contra. Ele foi cassado por quebra de decoro parlamentar, tráfico de influência e crime eleitoral.

O ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, confirmou em depoimento à CPMI do Mensalão que foi algumas vezes a Belo Horizonte buscar dinheiro a pedido do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.

Galeria de personagens

Genoino

Jefferson

Duda

Gushiken

Marcello Casal Jr/ABr

Edson Santos/AC

Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério. Depôs na CPMI e contestou as versões de seu ex-patrão para os grandes saques bancários: o próprio empresário voltou atrás e confessou que fazia os pagamentos a mando de Delúbio, a partir de uma lista.

Roosewelt Pinheiro/ABr

Karina

Valter Campanato/ABr

COMISSÕES: QUEBRAS DE SIGILO E MAIS DEPOENTES

Valério

Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Assumiu ter negociado cargos; saiu do PT, depois da descoberta de que ganhou um Land Rover da GDK . Valério disse que ele sabia dos empréstimos repassados ao diretório nacional.

Roosewelt Pinheiro/ABr

José Genoino negou no Conselho de Ética, que o PT montou 'mensalão', mas admitiu que o governo teve de fazer "um esforço extraordinário" para formar uma base de apoio. "Uma derrota significaria um risco para a governabilidade."

Pereira

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, se recusou a nomear sacadores das contas de Valério na CPMI dos Correios. Na CPMI do Mensalão, ele não explicou pagamentos a Duda e disse que José Dirceu não negociou dívidas do PT.

Ed Ferreira/AE

GENOINO, O MESMO DISCURSO – O ex-presidente do PT

Delúbio

Delúbio Soares

Silvio Pereira

Ferreira

Guimarães

Costa Neto

Genoino

Marcos Vinícius Ferreira, genro de Roberto Jefferson e suposto canal do PTB com os Correios. Senado estuda pedir a quebra de seu sigilo bancário. A CPMI dos Correios ainda não remarcou seu depoimento.

O ex-presidente do Banco Popular do Brasil Ivan Guimarães negou à CPMI dos Correios que sua indicação para o cargo no banco tenha sido feita pelo PT. Ele anunciou aos integrantes da comissão que vai se desfiliar do PT.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, se recusou em seu depoimento à CPMI da Compra de Votos a revelar nomes de empresas e pessoas físicas para as quais teria repassado supostos R$ 6,5 milhões recebidos de Marcos Valério.

O ex-presidente do PT José Genoino depôs na CPMI do Mensalão e disse que desconhece a existência de caixa 2 no partido e que o PT não compra votos em troca de aprovação de projetos de interesse do governo.

Gushiken

Salmeron

Dutra

Marinho

Luiz Gushiken, chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Acusado de usar influência sobre os fundos de pensão de estatais, Gushiken depôs na CPMI dos Correios e negou as acusações.

Roberto Salmeron, ex-presidente da Eletronorte e ex-vice-presidente dos Correios. De acordo com o depoimento de Osório Batista, Jefferson e Salmeron teriam assistido à gravação um dia antes de ter sido divulgada à imprensa.

Mauro Dutra, dono da Novadata. Ele negou favorecimento em contratos da estatal. Mas confirmou que sua empresa fornece 22% dos micros do governo e que conhece Lula há mais de 20 anos. A CPMI dos Correios vai marcar data para ele depor.

Maurício Marinho, ex-chefe de Contratação e Administração dos Correios. Foi flagrado em gravação recebendo propina de R$ 3 mil. Foi demitido por justa causa mas, como está de licença médica, continua recebendo salário de R$ 10 mil.

Gonçalves

Waschek

Dipp

Marschner

Luiz Otávio Gonçalves, diretor da Skymaster, admitiu que pediu ajuda de Silvio Pereira para evitar que sua empresa perdesse o contrato com os Correios. A CPMI dos Correios ouviu também outros três representantes da empresa.

Arthur Waschek, dono da Comam e Vetor. Mandante da gravação de Marinho, por ter interesses contrariados nos Correios. Waschek afirmou que as irregularidades não ocorrem nas licitações, mas na execução dos contratos.

Airton Dipp, ex-presidente dos Correios, confirmou na CPMI dos Correios encontro com Silvio Pereira e a influência de Luiz Gushiken na estatal, através da nomeação de três dos cinco membros de uma comissão de análise de publicidade.

Haroldo Marschner, um dos donos da Precision Componentes. Ele disse que teria recebido pedido de suborno de Maurício Marinho, para poupar a sua empresa da aplicação de multa por atraso na entrega de material.

PASSO-A-PASSO DAS INVESTIGAÇÕES

CPMI do Mensalão

Conselho de Ética

CPI dos Bingos

A CPMI ouvirá na próxima quarta o empresário Daniel Dantas, dono do Banco Opportunity, que tem participação acionária na Telemig Celular e na Amazônia Celular e mantém uma disputa judiciária pelo controle da Brasil Telecom. Para acelerar os trabalhos, a reunião será conjunta com a CPI dos Correios.

O conselho ouviu ontem o ex-presidente do PT José Genoino, testemunha de defesa no processo contra o deputado José Dirceu por quebra de decoro parlamentar. Marcos Valério e sua mulher Renilda Santiago vão depor no conselho como testemunhas de acusação. As datas ainda não foram definidas.

Gilberto Carvalho, secretário de Lula, disse ontem não saber de esquema de corrupção montado na prefeitura de Santo André.. A CPI vai quebrar o sigilo bancário, telefônico e fiscal de dez empresas do lixo no Estado de São Paulo e de Juscelino Dourado, ex-chefe de gabinete do ministro Antonio Palocci.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de setembro de 2005

Arquivo DC

O inventor das escolas de samba

SHOW

Ismael Silva, o sambista da Estácio de Sá completaria 100 anos na última quarta-feira. Com festa?

Uma comédia e o retrato das cidades

TELEVISÃO

MEMÓRIA

Megacidades

André Domingues Série Lost, do canal AXN

Oscar da TV na noite de domingo

FAFÁ

C

om trinta anos de carreira e prestes a completar 50 de carreira, a cantora paraense Fafá de Belém faz uma grande turnê pelo País. Em São Paulo, faz apenas um show neste fim de semana. No repertório, algumas das mais formidáveis canções de Chico Buarque, que ela gravou em seu mais recente CD: Construção, Sob Medida e Bastidores. Tom Brasil Nações Uni d a s - Rua Bragança Paulista, 1281, tel.: (11) 2163-2000. Nesta sexta (16), às 22h. Ingressos de R$ 35 a R$ 100.

Regina Ricca

O

SATER violeiro e compositor sul-mato-grossense Almir Sater promete um belo espetáculo de autêntica música caipira neste fim de semana. Cabecinha no Ombro, Peão, Moreninha Linda estão entre as canções que vai interpretar, acompanhado de duas violas, baixo, teclado e grupo de vozes. Credicard Hall - Avenida das Nações Unidas, 17955, tel.: (11) 6848-6010. Nesta sexta (16), às 22h. Ingressos: R$ 35 a R$ 70.

ALAÍDE

A

diva Alaíde Costa, intérprete e compositora cultuada nos mais felizes e inpirados tempos da bossa nova, chega aos 69 anos em forma. Majestosa ao relembrar velhos sucessos ou ao interpretar novas canções, ela faz dois espetáculos neste fim de semana em São Paulo. Alaíde festeja cinco décadas de carreira. Nos anos de 1960 ela integrou o primeiro movimento da bossa nova e, em 1972, o Clube da Esquina. Nas apresentações programadas, ela canta acompanhada de Gilson Peranzzetta (piano), mais sax, cello e baixo. No repertório, obras de Tom Jobim, Dolores Duran e Johhny Alf. Além de mostrar temas de seu novo álbum, Tudo o que o Tempo Me Deixou. Teatro Sesc Vila Mariana Rua Pelotas, 141, Vila Mariana, tel.: (11) 5080-3000. Nesta sexta (16) e sábado (17), 21h. Ingresso: R$ 15.

O

nde nasceu o nosso samba? Na Bahia? Na África? São respostas aproximadas, mas imprecisas, principalmente em se tratando do samba que ganhou o Brasil nos anos de 1930 e que até hoje faz sucesso nas vozes de Zeca Pagodinho, Martinho da Vila e outros nomes de sucesso. Melhor seria dizer que foi no Estácio de Sá, mas essa história não é tão popular. Assim como não é mais o seu protagonista principal, Ismael Silva, que completaria seus 100 anos de idade na última quarta-feira. Ismael, filho de um operário e de uma lavadeira, nasceu em Jurujubá, Niterói, e chegou ao Rio de Janeiro logo aos três anos de idade. Foi morar justamente no Estácio, mas, dessa vez, não ficou por lá. Sua família precisou se mudar, passando por vários outros endereços e só voltando no início da década de 1920 ao bairro que o consagraria. Ismael, então com 17 anos, pôde finalmente se inteirar do intenso cotidiano cultural do lugar e conhecer Bide, Nilton Bastos, Brancura, Baiaco, Mano Edgar e outros bambas que seriam seus parceiros na invenção das escolas de samba. Depois dessa verdadeira revolução, o samba e o carnaval nunca mais seriam os mesmos. Até a própria cultura nacional ganharia novo significado, já que o novo samba e o novo carnaval cariocas ganhariam status de grandes símbolos da identidade brasileira nos anos de 1930, durante o primeiro governo de Getúlio Vargas. O mais curioso é que nada disso foi planejado, pois partiu de experiências e brincadeiras absolutamente despretensiosas. Uma delas foi a que gerou o próprio nome "escola de samba", em 1928, quando Ismael e sua turma aproveitaram o fato de que o Estácio tinha uma escola normalista (formadora de professores) para propalar que seu bloco, o Deixa Falar, era

tão bom que podia ser considerado uma escola para os demais sambistas da cidade. A provocação vingou, e, pouco adiante, morros como os da Mangueira e da Favela já se proclamavam, também, "escolas de samba". A mesma espontaneidade estava na origem da nova batida de samba que o pessoal da Deixa Falar desenvolveu, mais ou menos por essa época. Buscando para seus desfiles de carnaval um ritmo mais conveniente do que o samba antigo (semelhante ao maxixe), dançado em roda nas casas das lendárias "tias baianas", os sambistas do Estácio acabaram chegando a uma fusão espetacular de samba com marcha. Nascia o consagrado samba carioca, com seu "telecoteco" inconfundível. A inocência, porém, também teve seu lado negativo na carreira de Ismael. Em 1927, quando foi procurado pelo astro Francisco Alves, que se oferecia para comprar um samba seu por 100 mil-réis, o sambista, ao invés de se sentir logrado, achou ótimo. "Eu fiquei muito feliz só em saber que alguém me oferecia dinheiro por aquilo que eu fiz assim... brincando", disse ele ao programa MPB Especial, da TV Cultura.

Dali até meados dos anos de 1930, o cantor continuou comprando parcelas de parceria de diversos sambas seus, inclusive dos clássicos Se Você Jurar e Para Me Livrar do Mal. Entretanto, depois da primeira fase de sucesso da sua trajetória, Ismael sumiu da mídia, e não só pelo rompimento do acordo com Francisco Alves, em 1935, mas também por uma violenta confusão de bar que o levou para a cadeia. O compositor passou, então, por uma temporada penosa, que motivou até um dramático pedido de auxílio do seu amigo Pixinguinha ao musicólogo Mozart de Araújo, numa carta de 1939. Nem assim ele saiu do buraco. Mas de alguma forma, contudo, o apelo acabou vingando. Anos depois, em 1950, Ismael reencontrou o sucesso ao conseguir que Alcides Gerardi gravasse seu samba A nt o ni c o, que descrevia exatamente um pedido de ajuda financeira a um sambista em dificuldades. Antonico reergueu sua carreira e lhe rendeu a gravação dos primeiros discos autorais. Além disso, teve uma sobrevida tão longa, que, em 1972, acabou se tornando um hino de ajuda aos exilados pela ditadura militar, ao ser gravado por Gal Costa no disco Fa-Tal – Gal a Todo Vapor. Ismael Silva faleceu logo adiante, em 1978. Viveu muito mais do que seus parceiros do Estácio de Sá, que mal passaram dos anos 30, mas nem assim teve sua história devidamente documentada. Com ele se foi, não só aquela simpática imagem de sambista antigo, com seus ternos e camisas de seda impecáveis, mas também uma parte extraordinariamente valiosa da nossa memória musical.

E o Emmy vai para...

O

show nos Estados Unidos nunca pode parar. Nem mesmo a devastação causada no Sul do país pelo furacão Katrina vai impedir a realização de uma das festas mais importantes do show biz americano: a entrega dos prêmios Emmy, o Oscar da TV, cuja 57ª edição será realizada neste domingo, dia 18. No Brasil, o canal pago Sony transmite a premiação, ao vivo, a partir das 21h, direto do Shrine Auditorium, em Los Angeles. Para não passar a imagem de que tudo na terra de Tio Sam é glamour, a Academia de Artes e Ciências de Televisão pediu aos apresentadores da cerimônia e a todos os astros e estrelas convidados que usem uma magnólia presa à roupa durante a entrega dos prêmios. A magnólia é a flor que representa os Estados da Louisiana e do Mississippi, os dois mais afetados pelo Katrina. Outr homenagem às vítimas da catástrofe foi a escolha da coDaniel Lainè/Corbis mediante Ellen Degeneres, nascida em Nova Orleans, a cidade de Louisiana mais afetada pelo Katrina, como mestre de cerimônias. DeGeneres, vale lembrar, ganhou um Emmy em 1997 pela co-autoria do SP: mais de 10 milhões polêmico episódio de Ellen no qual sua personagem Garotas, garotas se descobre lésbica. As séries favoritas a encher a Dois filmes, um brasicesta com Emmys são Despera- leiro e um inglês, merete Housewives e Will & Grace cem duas horinhas à fren(ambas exibidas pela Sony), te da TV nesta segunda, que este ano lideram a corrida, 19: na HBO, às 21h, confira com 15 indicações ao prêmio. ou reveja o ótimo Garotas Outra série de sucesso nos do Calendário, um draEUA e no Brasil, Lost, exibida ma/comédia dirigido por pelo canal AXN, recebeu 12 in- Nigel Cole em 2003, que dicações à estatueta, incluindo tem no elenco uma atriz irMelhor Série Drama, Melhor resistível, Helen Mirren, Direção e Melhor Roteiro. que ganhou indicação ao Outra grande atração da Globo de Ouro por sua noite será conferir se o diretor performance. O filme narde cinema Quentin Tarantino ra a história duas amigas, leva para casa a estatueta de Annie e Chris, senhoras de melhor diretor. Tarantino es- meia-idade, que decidem creveu e dirigiu o último episó- publicar um calendário dio da temporada da série CSI, com fotos de mulheres coGrave Danger, no qual o agente muns nuas (elas inclusive) Nick Stokes é seqüestrado e co- para arrecadar fundos palocado em um cativeiro nada ra uma causa beneficente. convencional (um caixão en- Só que o tal calendário viterrado a sete palmos de terra). ra um sucesso e a vida deNo domingo, dia 25, o canal las muda completamente. Sony reprisa a entrega dos prê- No Canal Brasil, às 22h35, mios, a partir das 20h, com le- fique com um clássico da gendas em português. cinematografia brasuca, A partir das 16h, ao vivo, o São Paulo S. A, obra assinacanal E! Entertainment Televi- da por Luis Sergio Person sion dedica seis horas de trans- em 1965, no qual ele reflemissão ao vivo para o Emmy. te sobre a industrialização Comentaristas do canal farão, da cidade e como isso inpor duas horas, suas previsões, terfere no dia a dia das darão detalhes da premiação e pessoas. Walmor Chagas e comentarão curiosidades desta Eva Wilma estão à frente edição. Toda equipe do E! esta- do elenco. rá no Tapete Vermelho para enRegina Ricca trevistar astros e estrelas e mostrar o que todos adoram ver: quem está com quem e o que cada um está vestindo.

Ismael Silva em CD

Ismael: ternos impecáveis e samba por 100 mil-réis

Ismael Canta... Ismael (1956), Inter Cd Records; e Se Você Jurar (1976), RCA/BMG.

National Geographic tem um convite irresistível para os seus assinantes nesta semana: acompanhar, a partir deste domingo, 18, e até sexta-feira, 23, sempre às 21h, o especial Megacidades. Trata-se de uma "viagem" pelos bastidores de cidades como Hong Kong, Bombaim, Cidade do México, Londres, Paris, Nova York, Las Vegas e São Paulo, uma excursão pelos seus órgãos vitais – linhas de energia, sistemas de transporte, suprimentos de água, controle de tráfego aéreo. No domingo, a viagem começa pela maior das megacidades: a Cidade do México, na qual vivem em 1.400 quilômetros quadrados cerca de 18 milhões de pessoas. Uma cidade que tem pontos dos mais vulneráveis a terremotos no planeta, mas que usa tecnologia de ponta para garantir a segurança de suas construções. Às 22h, o passeio passa pela nossa São Paulo, que, apesar do caos urbano, resolveu um grande desafio: dar um destino a enorme quantidade de lixo coletado diariamente (14 mil toneladas). Na segunda, 19, será a vez de Las Vegas e na seqüência, Bombaim. Na terça, 20, às 21h, Londres entra em cena e na quarta, 21, Hong Kong. Na quinta, 22h, o programa aterrissa em Paris e na sexta, 23, faz escala em Nova York. No sábado, dia 24, às 19h, o canal reapresenta todos os programas.

Desperate Housewives, da Sony: 15 indicações ao prêmio


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de setembro de 2005

POLÍTICA - 5

PARTIDO RACHADO VAI ÀS URNAS NESTE DOMINGO; TARSO GENRO ADMITE SEGUNDO TURNO. Mauro Vieira/Zero Hora

Lucas Lacaz Ruiz/AE

Mônica Zarattini/AE

Disputa em SP deve ser definida no segundo turno

A

eleição para a escolha do novo presidente municipal também deve ser definida no segundo turno. Pela primeira vez, nos últimos 10 anos, a maior tendência do partido – o Campo Majoritário – a qual pertence o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro José Dirceu, pode perder o poder. "Nossa candidatura já é vitoriosa só pelo fato de conseguirmos fazer a disputa ir para o segundo turno”, afirma o vereaPatricia Cruz/ AgLuz

Fiorillo: novo presidente municipal vai influir na escolha do candidato para 2008

dor Beto Custódio, um dos candidatos à presidência do diretório municipal ligado as correntes mais à esquerda do partido. Na Capital, existem 77 mil militantes do PT com direito a voto. Mas as expectativas são de que compareçam às urnas entre 20 mil e 25 mil militantes. O número reduzido mostra que muitos militantes estão insatisfeitos e desiludidos com os escândalos nos quais o partido se envolveu e creditam a culpa à direção do Campo Majoritário. Por isso, ninguém duvida de que haverá segundo turno. “Pelo menos três candidatos têm chances de ir ao segundo turno”, afirma o vereador Paulo Fiorillo, candidato à presidência do diretório municipal Marcos Fernandes/AgLuz

Corrente de Francisco Chagas vai apoiar candidatura de Valter Pomar

Genro acredita em segundo turno e faz apelo para que Lula vá na eleição de domingo

A

cuado e constran- do partido nos últimos anos, gido por tantas de- relegada a segundo plano. Segundo Genro, é exatanúncias, o PT se prepara para esco- mente isso que se espera do PT, lher, neste domingo, sua nova embora ele seja do Campo Madireção partidária. Estão aptos joritário. "A composição da a votar mais de 825 mil militan- próxima Executiva, preferentes, mas tanto desgaste deve le- cialmente, não deve ter uma corrente com hevar muitos petisgemonia quantitas a não compatativa", disse o recerem à eleição. presidente do PT. Até mesmo o preA composição da "Devemos bussidente Luiz Inápróxima Executiva, car um diálogo cio Lula da Silva, preferencialmente, não político interno não confirmou deve ter uma corrente mais democrátipresença na eleicom hegemonia co", conclui Genção, o que levou o quantitativa ro. O PT distribui atual presidente os cargos na diredo partido, Tarso Tarso Genro, ç ã o e x e c u t i v a Genro, a dirigir um apelo para presidente do PT p r o p o r c i o n a lmente ao númeque ele vá votar. ro de votos obtiSegundo Genro, a dos por cada corescolha de seu substituto só deve ser definida rente nas eleições internas. num segundo turno. Levanta- Desde 1995, o Campo Majorimentos feitos por petistas, tário exerce sua maioria nas mostram que as tendências decisões da Executiva. Neste mais à esquerda do partido po- ano, dez chapas estão inscritas dem ganhar o poder, deixando nas eleições internas, embora o Campo Majoritário, corrente sejam sete os candidatos a preque vinha obtendo o comando sidente. As eleições se reali-

E

Evandro Monteiro/Digna Imagem

Para Custódio, realização de segundo turno é vitória da esquerda

Apesar de prometerem uma eleição tranquila, alguns petistas afirmam que não vão descuidar da fiscalização. "Vou estar na eleição com máquina fotográfica, filmadora e advogados. Se houver qualquer irregularidade vou pedir a impugnação da sessão eleitoral”, adverte Custódio. Além de Fiorillo, Chagas e Custódio, o diretório municipal também é disputado pelo deputado federal José Eduardo Martins Cardozo, o deputado estadual Simão Pedro e o sindicalista João Batista. (FL)

Valter Pomar pode vencer segundo turno

PT: ESQUERDA PRÓXIMA DO COMANDO

VOTAÇÃO TAMBÉM DECIDE EXECUTIVA

pela corrente Campo Majoritário. Além de Fiorillo, o vereador Francisco Chagas e o deputado Simão Pedro, são cotados para ir ao segundo turno. “A eleição do diretório municipal é importante porque a nova direção vai influir diretamente nas eleições do próximo ano e com certeza nas eleições de 2008”, afirma Fiorillo. Além de influenciar nas próximas eleições, os votos de São Paulo podem dar a Valter Pomar a presidência do partido. Além dos votos de militantes descontentes do Campo Majoritário, ele deverá levar o apoio de outras tendências. “Fechamos com o Valter Pomar. Isso acabou levando outros setores a liberarem seus militantes para votarem nele”, provoca o outro candidato à presidência do diretório municipal, o vereador Francisco Chagas, da corrente PT de Lutas e de Massas.

Berzoini está perdendo eleitores

m 4.638 cidades do País, os grandes municípios, a eleição petistas vão às urnas neste será feita em vários locais. Os domingo escolher a sua nova diretórios municipais fornedireção. A votação é para a es- cem os endereços. colha dos presidentes nacional, G Apuração – A primeira parestadual e municipal. Para a cial dos resultados deve ser dipresidência nacional, sete can- vulgada às 12 hs de segundadidatos vão disputar os votos feira. Após o encerramento da dos petistas. Na disputa esta- votação, os diretórios municidual e municipal de São Paulo pais começam a passar os daexistem seis candidatos. Além dos, através de um site na Interdisso, os petistas também vão net, para os diretórios estavotar nas chapas que irão indi- duais, que os remetem em secar os 80 integrantes da nova guida para o diretório nacional. Os mapas de voexecutiva naciotação também nal. Estão aptos vão ser enviados para votar 825 mil para os diretórios filiados, sendo estaduais e naque 190 mil deles cional através de apenas no estado fax e de Sedex. de São Paulo. Na Capital, existem G 2° turno – Para é o número de 77 mil militantes um candidato à cidades em que com direito a voto. presidência dos haverá eleição Saiba mais sobre o diretórios nacioprocesso eleitoral: nal, estadual e G Quem vota – municipal ser Todo o militante considerado que estiver em dia com os paga- vencedor, ele precisa ter 50% mentos feitos ao partido neste mais um voto do total de eleiano. A regularização pode ser tores que comparecerem à vofeita até o dia da votação. Para tação. Se nenhum candidato votar é necessário um documen- obtiver essa votação haverá seto de identificação com foto. gundo turno. O segundo turno G Cidades – A eleição ocorre está marcado para acontecer em 4.638 cidades. Em cada mu- no dia 9 de outubro. nicípio onde houver mais de 20 G Voto na chapa – A cédula de militantes petistas que estejam votação é imensa. Os petistas com seus pagamentos em dia terão de, no mínimo, votar em haverá eleição. seis opções. Além de indicaG Quórum – Para ter valida- rem os presidentes dos diretóde, o pleito tem de ter a presen- rios nacional, estadual e muniça de mais de 15% dos militan- cipal, também vão escolher as tes com direito a voto. Além chapas dos mesmo diretórios. disso, no nível estadual, mais Com base na escolha das chade 50% dos municípios aptos a pas do diretório nacional, será votar tem de ter disputa. Em escolhida a nova executiva nanível nacional, é necessário cional. Os 80 membros da exeque mais de 50% dos estados cutiva nacional vão ser escoregistrem votação. Nos muni- lhidos de acordo com o percencípios onde não houver quó- tual que cada chapa obtiver. rum será indicada uma comis- Por exemplo, se a chapa do são provisória pela nova co- Campo Majoritário conseguir missão executiva estadual. 30% dos votos, vai ter direito a G Votação – As urnas vão abrir indicar 24 membros da execuàs 9 hs e a votação vai se esten- tiva nacional. Em São Paulo, der até às 17hs. Nas cidades pe- também vão ser votados os quenas, vai ser disponibiliza- presidentes e chapas dos direda apenas uma urna. Nos tórios zonais. (FL)

4.638

zam em mais de 4.600 municípios e também vão eleger as direções municipais e estaduais. Campo majoritário– O secretário-geral e ex-ministro Ricardo Berzoini é o candidato oficial, que pertence ao Campo Majoritário, mas políticos de sua corrente têm migrado para a campanha de Valter Pomar, da chapa "A Esperança é Vermelha", corrente mais à esquerda. Além deles, também é apontada com chances de ir para o segundo turno Maria do Rosário, que pertence a corrente Movimento PT, considerada moderada. O crescimento de Pomar e Maria do Rosário aconteceu depois que eles começaram a pregar apoio irrestrito ao presidente Lula, enquanto Berzoini se dedicou a fazer críticas ao governo. O fato é que enquanto Pomar e Maria do Rosário conseguem obter mais apoios no segundo turno, Berzoini só poderá contar com os votos que obtiver no primeiro turno. Racha – O Campo Majoritário em muitos estados não de-

ve votar em Berzoini. Em São mil militantes no estado e um Paulo, por exemplo, muitos contingente em torno de 20 a militantes do Campo Majori- 25 mil na Capital. Passagens– A direção naciotário decidiram formar uma nova corrente. A debandada nal do PT decidiu divulgar onestá sendo puxada por mili- tem uma nota oficial comentantes e políticos ligados à ex- tando a destinação de passaprefeita Marta Suplicy. Mas es- gens aéreas para o presidente Lula e seus fase racha não demiliares e do ve afetar a eleiministro da Fação do candidazenda Antonio to do Campo Palocci e seus Majoritário para familiares. Sea presidência do gundo a nota, o diretório estaPT cumpre ridual. Paulo Framil go ros amen te teschi deve se remilitantes as exigências e l e g e r n o p r iestão aptos legais na destimeiro turno. nação dos reEmbora estepara votar cursos do funjam aptos a votar do. "Não há mais de 825 mil qualquer immilitantes, a prepedimento levisão é de que apenas 25% deles decidam vo- gal para custear despesas de tar. São Paulo é o maior colégio interesse partidário como paseleitoral do partido, com mais sagens aéreas com recursos do de 190 mil militantes com di- Fundo Partidário", revela a noreito a voto, sendo que 77 mil ta que é assinada por Tarso estão na Capital. A previsão da Genro e pelo secretário de fidireção nacional é de que com- nanças, Paulo Pimentel. pareçam às urnas apenas 50 Fernando Lancha

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de setembro de 2005

LAZER - 3

CINEMA

Palavra de diretor Joel Zito Araújo fala sobre o seu Filhas do Vento Evaldo Mocarzel Rio Filme/Divulgação

Thalma e Taís no filme que estréia nesta sexta, 16. Trama conta a trajetória de duas gerações de família negra no interior de Minas Gerais

do Brasil, Joel Zito teve contato com muitas atrizes, entre elas, Ruth de Souza. Surgiu então uma primeira idéia de um filme de ficção livremente inspirado na vida da veterana atriz, que saiu do interior de Minas e se tornou uma grande estrela. "Aos poucos, fomos ouvindo outros depoimentos, outras idéias foram surgindo, não apenas relacionadas à biografia de Ruth de Souza, e abandonamos a idéia de um filme sobre ela", conta. O cineasta de 49 anos é um homem cercado de mulheres desde a infância. Tem apenas um irmão e seis irmãs. Pai de duas filhas, Luíza e Beatriz, é atualmente casado com a atriz Maria Ceiça. "Sou de uma família matriarcal, com mulheres muito fortes", diz. Não é à toa que as mulheres de Filhas do Vento sejam tão marcantes. Joel Zito acabou escrevendo um argumento de 25 páginas com o material que foi coletando. Após o sucesso de A Negação do Brasil, ele se encontrou com o roteirista Di Moretti, premiado autor de roteiros de filmes como Latitude Zero e Cabra-cega, ambos de Toni Venturi. "O Di me perguntou: ‘Você não vai fazer um filme de ficção?’ Na época, eu estava atuando como

Nós ainda estamos presos a uma realidade social que tem o branco como referência de tudo professor convidado do Departamento de Rádio, TV e Filme da Universidade do Texas, em Austin, e estava sem tempo, mas o Di me disse que toparia fazer o roteiro. Nós nos reunimos bastante. A presença feminina acabou ficando muito forte com a entrada do Di. Filhas do Vento é uma história de mulheres." O personagem vivido por Milton Gonçalves está desde o primeiro tratamento do roteiro. Trata-se de um pai intolerante, que cria sozinho as duas filhas, e acaba sendo o pivô da separação das duas irmãs. "As mulheres negras costumavam reclamar muito dos homens negros", lembra Joel Zito. "Depois da escravidão, as mulheres se tornaram o laço maior das famílias, pois os homens não tinham opção de emprego e acabavam saindo de casa por causa desse racismo no mercado de trabalho. Surgiram muitas mulheres negras fortes, trabalhando como lavadeiras, arrumadeiras, passadeiras. No roteiro, eu procurei trabalhar com esse universo: o personagem do Zózimo Bulbul, que tem uma relação um tanto irres-

ponsável com a família, e o personagem do Milton, que fica com as filhas, mas tem muita dificuldade de admitir os próprios erros. Acabamos oferecendo a possibilidade de redenção a ele. Não queria passar uma visão preconceituosa dos homens negros. O personagem do Milton, aos poucos, vai se redimindo. Um das cenas mais poéticas do filme é quando ele pede perdão à nova geração de mulheres da família." Doutor em Ciências da Comunicação na ECA-USP, professor do Mestrado de Comunicação da Universidade Anhembi Morumbi, Joel Zito fez pósdoutorado na Universidade do Texas sobre o seguinte tema: "Cinema, Brasil e Raça". Atualmente está morando no Rio de Janeiro. Seu primeiro filme é um documentário intitulado "O Efêmero Estado União de Jeová", realizado em 99 no Espírito Santo. O próximo projeto de Joel Zito vai focalizar o legado da cultura brasileira na África: Ceiça e Elisa – Uma Aventura na África Contemporânea. O título faz uma espécie de brincadeira com Thelma e Louise, o road-movie feminista de Ridley Scott, e será protagonizado pela atriz Maria Ceiça e pela também atriz e poeta Elisa Lucinda. Filhas do Vento é o primeiro longa de ficção de Joel Zito, mas ele sempre gostou de utilizar a linguagem do docudrama nos 22 curtas que realizou. Em 88, fez Nossos Bravos, sobre o sindicalismo no Brasil. "É importante dizer que a História do Trabalho no país esteve por muito tempo apenas relacionada com a atuação do imigrante europeu, como se o trabalho escravo não fosse trabalho", lamenta. Por esses e outros motivos, o cineasta aposta numa celebração da cultura negra no Brasil. Filhas do Vento é uma história lírica, mas há por trás um manifesto de inclusão do ator negro no nosso país. Espero que o filme sirva para mostrar que os atores negros não devem ser chamados apenas para papéis de favelados no Brasil."

O diretor Joel Zito e Milton Gonçalves

Filhas do Vento Brasil, 2003, 85 minutos. Direção de Joel Zito Araújo. Com Mílton Gonçalves, Rocco Pitanga, Kadú Carneiro, Zózimo Bulbul, Jonas Bloch, Ruth de Souza, Léa Garcia e Taís Araújo. Rio Filmes.

OUTRAS ESTRÉIAS

D

iário de um novo mundo (Brasil/Por tugal/Argentina/Uruguai, 2005, 92 minutos). Direção de Paulo Nascimento. Com dois prêmios no Festival de Cinema de Gramado (melhor roteiro e prêmio do júri popular), este drama marca a estréia de Nascimento no cinema. Com roteiro de Pedro Zimmermann, a trama narra um romance proibido, que se na época da colonização do Brasil. Em 1752, uma caravela traz dos Açores alguns colonos, e o médico e escritor Gaspar de Fróes (Edson Celulari). Eles se estabelecem no litoral de Santa Catarina. Ali, Maria (Daniela Escobar), casada com um militar português, envolve-se com o médico. O elenco traz ainda Nicola Siri, Marcos Paulo e Ney Matogrosso.

Q

uatro amigas e um jeans viajante (The Sisterhood of the Traveling Pants, Estados UnidosEUA, 2005, 119 minutos). Direção de de Ken Kwapis. As garotas vão adorar. Ém meio a cenários paradisíacos, aparecem rapazes bonitos. Na trama, conflitos íntimos de quatro amigas: Tibby (Amber Tamblyn), Carmen (America Ferrera), Bridget (Blake Lively) e Lena (Alexis Bledel). Inseparáveis desde a infância, as meninas, de 16 anos, passam as férias de verão em lugares diferentes. Lena vai à Grécia, Bridget, ao México e Carmen passará uma temporada com o pai e sua futura mulher. Já Tibby irá trabalhar num supermercado. Uma calça jeans compartilhada funciona como amuleto. Warner.

Q

uatro irmãos (Four Brothers, Estados Unidos, 2005, 109 minutos). Direção de John Singleton (Boyz'n the Hood e Mais Velozes, Mais Furiosos). Neste drama, a violência está no papel principal. A ação se passa na cidade americana de Detroit. Os quatro irmãos se reúnem no enterro de sua mãe, Evelyn Mercer (Fionnula Flanagan), concluem que foi assassinada e decidem investigar o crime e vingarse. Filhos adotivos, dois deles são brancos e dois, negros. Bobby (Mark Wahlberg), Angel (Tyrese Gibson), Jeremiah (André Benjamin) e Jack (Garrett Heldlund) distribuem socos e tiros na sua saga de investigação. Há Jackson Five, Temptations e Marvin Gaye na trilha sonora. UIP.

CINEMA Músico faz 60 concertos anuais

Fotos: Arquivo DC

R

edenção e perdão. São duas palavras que estão na essência do trabalho do cineasta Joel Zito Araújo, diretor de Filhas do Vento, vencedor de vários kikitos no 32º Festival de Gramado – Cinema Brasileiro, entre eles, Melhor Diretor, Melhor Ator para Milton Gonçalves e Melhor Atriz para Ruth de Souza e Lea Garcia. "É uma história de redenção interna de uma família negra", diz Joel Zito Araújo, um cineasta arrojado que tem a coragem de tocar numa das feridas mais veladas da identidade brasileira: o racismo. "O caminho é não abafar o debate", afirma. "É preciso trazer isso a público. Na África do Sul, Nelson Mandela, ao assumir a presidência, fez um acordo de governabilidade e não ameaçou as propriedades dos empresários e comerciantes ligados à política do apartheid. Foram criadas comissões ligadas ao perdão. As pessoas pediram perdão em público. Essa expiação é muito importante para curar as feridas sociais. É preciso se dedicar à ferida. É preciso tratá-la. E a redenção e o perdão são fundamentais nesse processo." Há quem diga que a celebração da cultura negra no Brasil de hoje pode guardar lá no fundo uma espécie de racismo às avessas. Mas grandes pensadores da cultura negra no país, como o compositor e atual ministro da Cultura, Gilberto Gil, asseguram que há uma diferença fundamental entre racismo e racialismo. O racialismo é uma maneira de suturar as chagas históricas que até hoje marcam as populações negras, após séculos de escravidão e injustiças. "Nós ainda estamos presos a uma realidade social que tem o branco como referência de tudo", ressalta Joel Zito. A idéia do argumento de Filhas do Vento surgiu durante a realização do documentário A Negação do Brasil, que focaliza os preconceitos, tabus e a trajetória do personagem negro na telenovela brasileira, com imagens que vão de O Direito de Nascer, de 1964, até 1998. Trata-se de um dos documentários mais comentados dos últimos anos, já exibido na televisão, no GNT, e que ironicamente teve mais projeções pagas nos cinemas de Nova York do que em São Paulo. A Negação do Brasil foi exibido no Festival Internacional do Rio, no ano passado, e Joel Zito acabou sendo convidado para participar de um debate com representantes da Black Doc, a associação de documentaristas negros dos Estados Unidos. O cineasta levou um fita com um primeiro corte de Filhas do Vento. O filme acabou estreando no disputado MoMA, de Nova York, antes mesmo de ser exibido no Brasil. Durante a realização de A Negação

ENSAIO

O gênio Nelson Freire Poucas são as palavras; exuberante é a música Aquiles Rique Reis

N

elson Freire – Um filme sobre um homem e sua música é uma reverência à solidão; é uma louvação ao talento lapidar de um músico pleno. Genialidade que não se expressa em palavras, se expressa, sim, pelas notas tocadas nas teclas do piano em que surge virtuoso o instrumentista mostrando por inteiro aquilo que seus silêncios tentam em vão revelar. São dois os DVDs que compõem a caixa em que é apresentado o trabalho de João Moreira Salles sobre Nelson Freire. Neles, poucas são as palavras; exuberante é a música. Feito um maestro que prescinde da grade de partituras para reger a orquestra, Salles faz de sua câmera instrumento a realçar encantos. Dirige seu primeiro longa-metragem como se regesse uma câmera intrometida pelos meandros da genialidade musical de um dos maiores pianistas do mundo. O filme transforma a falta de palavras do músico em pausas sonoras. Através do olhar pungente da câmera aberta, que registra como compassos o tempo em que o verbo silencia, ele permite que o vácuo soe como uma frase musical. Como se entendesse o significado que surge em cada calada de Nelson, João faz com que os espectadores se sintam aptos a entender o que está por trás das poucas palavras do pianista. Dá a entender, a quem assiste a seu filme, que é possível perceber como a solidão rege a vida de um homem e faz com que tenhamos a boa sensação de estar dentro do que vai à alma musical daquele que só tem mãos a tocar. Apresenta-nos a mágica que propicia a ilusão de ter controle sobre os dez dedos das mãos daquele que nasceu com o dom de falar através deles. A leitura de uma carta do pai, endereçada a Nelson, dá o tom dramático da infância marcada pela doença daquele menino prodígio, que aos quatro anos, no interior de Minas, realizava seu primeiro concerto e impressionava a todos que o ouviam tocar. A cena exemplar de como o silêncio é regido pela batuta (câmera) do maestro (diretor), se dá na cena em que Guiomar Novaes é homenageada por Nelson, que tem por ela uma formidável admiração. Pronunciando poucas e entrecortadas palavras, o pianista pega um disco e o põe para tocar: soa melancólica a límpida Melodia (da ópera Orfeu e Eurídice de Gluck/Sgambati). Durante toda a interpretação, Freire, como que em êxtase, é acompanhado

delicadamente pela câmera que o esmiúça. Emocionado, ali está envolto pela música que o preenche. Uma vida que se alonga naquele momento sublime, "regido" por João Moreira Salles. A opção do diretor pela música, afinal ela é a vida de seu biografado, faz com que acompanhemos concertos, ensaios e apresentações realizados por Nelson no Brasil, na Rússia, na França e na Bélgica. A diferenciá-los apenas a roupa do concertista. Enquanto o som da música é contínuo, as imagens saltam ligeiras da sala em que se dá o ensaio (em que Freire está vestido como um músico feito outro qualquer) para os concertos e recitais, vestindo o indefectível fraque, diante de uma platéia que o reverencia como unanimidade que ele de fato é. Nesses momentos, em que o pianista parece ter as medidas de um gigante, a sensação é de que a música está em todos os lugares, que a música salta por todos os poros e vem a nós, nos saciar das tantas fomes. Nessas apresentações, a câmera surge pronta para focar o inusitado: desde o caminhar solitário pelos bastidores dos teatros, passando por tomadas feitas do alto das galerias e chegar aos camarins, até se esgueirar musicalmente pelos contornos do piano. Às vezes, sorrateiramente; noutras, quase escandalosamente íntima, a bisbilhotar Nelson Freire vivenciando sua música. Neste encontro, o sublime bailado dos dedos do pianista é desnudado ao olhar do espectador. No filme de João Salles, Nelson Freire – Um filme sobre um homem e sua música, é dado a quem o assiste o direito de escolher o que mais lhe interessa perceber nas teclas do piano deste gênio brasileiro que, por existir e ser sinônimo de música, orgulha o mundo. Aquiles Rique Reis, integrante do MPB4 e autor de O gogó de Aquiles, Editora A Girafa.

M

ineiro de Boa Esperança, Nelson vai chegar aos 61 anos no dia 10 do mês que vem. Radicado na França, faz cerca de 60 concertos anuais, tem vindo muito ao Brasil para solar com nossas maiores orquestras (a Orquestra Sinfônica do Estado, a do Teatro Municipal de São Paulo, a Sinfônica Brasileira) e para realizar, sempre, recitais memoráveis. Avesso à publicidade, até pouco tempo se esquivava dos estúdios. Mas agora tem realizado belos CDs. São de safras recentes dois discos dedicados a Chopin e um a Schumann, todos editados pela Decca. As edições dedicadas a Chopin (2002 e 2004) contemplam as Sonatas Nº 2 e Nº 3; Estudos, Op. 10 e Op. 25 e a Barcarolle, Op. 10. Da conhecida e emblemática parceria com a vulcânica pianista Martha Argerich, resultado de uma amizade nascida quando eram pouco mais que adolescentes, há um registro antológico que fizeram da Sonata para 2 Pianos e Percussão, de Bartók (1994) e outro das Valsas Nobres e Sentimentais de Ravel (1984), ambos para a Deutsche Grammophon.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.POLÍTICA

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de setembro de 2005

DECISÃO DO TRIBUNAL É ALVO DE CRÍTICAS. IMPASSE DE SEVERINO CONTINUA. E MALUF NÃO SAI DA PF.

ATITUDE DE JOBIM CAUSA POLÊMICA Dida Sampaio/AE

Adriano Machado/Folha Imagem

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SEVERINO DEFINE HOJE SEU FUTURO COM LULA

O

Deputados de oposição entregam a José Thomaz Nonô carta de repúdio à decisão do presidente do STF, Nelson Jobim (acima). Roberto Stickert Filho/Abr

Presidente da Câmara (à esquerda) vive o dilema entre renunciar ou se licenciar do cargo

Jefferson espera que seus direitos políticos sejam devolvidos até o julgamento de recurso ao STF

JEFFERSON ELOGIA ALENCAR PARA 2006 D

izendo-se aliviado e soltando a voz na canção "My Way", o ex-deputado Roberto Jefferson decidiu apimentar a disputa sobre a sucessão presidencial. Em coletiva à i m p re n s a , f e z q u e s t ã o d e anunciar que não recomenda ao PTB apoiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição. Sugeriu que a legenda se alie ao vice José Alencar. Mas não deixou de mencionar ainda o ex-governador Anthony Garotinho (PMDB) e Nelson Jobim, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) como possíveis candidatos. "Alencar (sem partido) é um grande nome, um nacionalista", afirmou Jefferson um dia depois de ser cassado pela Câmara dos Deputados, com 313 votos. Em tom de brincadeira, ele disse que 300 votos foram dados pelos "picaretas" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – em referência a uma frase antiga de Lula sobre os parlamentares, somados ao número 13 do partido do presidente. "Eu sabia que ia ser cassado, só não sabia que ia ser esse número cabalístico. São os 300 pica-

JUSTIÇA NEGA HABEASCORPUS DOS MALUF

O juiz federal convocado do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região, Luiz Godoy, negou ontem o pedido de habeas-corpus para o ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, e seu filho, Flávio Maluf. Com a decisão, eles permanecem presos na carceragem da Polícia Federal (PF), onde estão detidos desde o último sábado, acusados de atrapalhar as investigações da PF. No entanto, ambos poderão recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). Foram negados todos os argumentos utilizados pela defesa de Maluf – foro privilegiado pelo fato de ser ex-prefeito –, não existência de requisitos para decretação da prisão preventiva, condições favoráveis do paciente (residência fixa, primariedade e ausência de maus

Valter Campanato/ABr

antecedentes), prisão baseada apenas na conversa entre Maluf, Flávio e Vivaldo Alves e prisão não justificada pela magnitude da lesão causada. Segundo o juiz Luciano Godoy, as condições favoráveis de um acusado (residência fixa, ausência de maus antecedentes e primariedade) não garantem a concessão de liberdade provisória quando demonstrada a presença de outros detalhes que justifiquem a medida excepcional da prisão preventiva, tais como a “persistência na ação criminosa”. A juíza Raecler Baldresca, corregedora da Custódia da PF, rejeitou o pedido dos advogados de Flávio Maluf, que pedia prisão especial – a remoção de Flávio um quartel militar ou para prisão especial. (Agências)

retas do Lula mais os 13 do PT". está cumprindo um papel". Jefferson recorreu ao STF para Mas inocentou Lula do escântentar reverter a decisão e es- dalo do mensalão. "Eu acredito pera que o Supremo devolva que ele não sabia, sou crente". Na avaliação do ex-deputaos direitos políticos até que o mérito do mandado de segu- do, ele poderá ser que o único deputado cassado, fruto de rança seja julgado. Presidenciáveis –Sobre Ga- um suposto acordo entre PT e PSDB, em função rotinho, Jefferson do envolvimento disse ser "uma aldo senador Eduarternativa" e elodo Azeredo giou seus assesso(PSDB-MG) em res Carlos Lessa e esquema de caixa Darc Costa, am- Lula não ganha dois de campanha bos ex-BNDES. mais eleição, eleitoral. P a r a e l e , " L u l a principalmente Ele voltou a renão ganha mais pela repetição chaçar seu envoleleição", princi- da política econômica v i m e n t o e m e spalmente pela repetição da polítiRoberto quema de corrupca econômica. EsJefferson ção nos Correios, onde um funciotranhamente, não nário foi flagrado disse que o motirecebendo dinheivo seria o mensalão, denunciado por ele há ro e disse atuar em nome de Jefmais de três meses e que gerou ferson. "Eles plantaram o Maua mais grave crise do atual go- rício Marinho na vida do PTB", verno, além de ter sido o moti- disse, referiu-se ao governo. O ex-deputado disse que vai vo da cassação do petebista. I ni mi go s– Roberto Jeffer- recomendar à bancada do PTB son voltou a atacar o presiden- que se afaste do governo e quer te. "Não quero o impeachment a saída da legenda de Walfrido dele, quero que ele vá até o fi- Mares Guia, ministro do Turisnal, sangrando, deixa ele lá, ele mo. Ele também anunciou que Dida Sampaio/AE

presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PPPE), tem hoje às 15h um encontro decisivo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ontem, durante todo o dia, interlocutores do deputado divergiram quanto as informações sobre o futuro político do parlamentar, dividido entre uma possível renúncia ou o licenciamento por questões médicas. No meio tarde, em entrevista ao blog do jornalista Jorge Moreno, de O Globo, o próprio Severino oscilou entre extremos: ora decretou que não renunciaria de jeito nenhum, ora cogitou renunciar. Primeiro, Severino bravateou: "Se enfrentar o processo de cassação, ganho no plenário"; depois, mostrou-se inseguro: "Não sei se devo correr o risco. O diacho é que se eu renunciar vão dizer que estou confessando uma culpa que não tenho. Ao final, reconheceu que "o jogo traz ansiedade e muitas emoções". E admitiu auferir vantagem na renúncia: "Poderei ter mais alguns anos de vida pública." Se a renúncia for a saída escolhida, ele admite ser candidato outra vez em 2006 e diz que vai "dar uma surra" em Roberto Freire e Raul Jungmann, pernambucanos e seus ferrenhos acusadores. Mas acha que não concorrerá nunca mais. Severino só abandonou a postura oscilante para lançar mais uma grave denúncia. Vítima– Contra um sujeito que não nomeou, alocado entre o PT e o governo, Severino disparou a seguinte acusação: "Queriam me impor um contrato com Marcos Valério. Eu recusei. Queriam botar gente para fazer marketing aqui dentro com salários de R$ 30 mil, que não seriam pagos pela Câmara. Eu recusei", disse. Ele se acha "vítima de uma disputa de poder". Diz que tudo começou com uma fala em que defendeu punições diferenciadas para os deputados envolvidos no escândalo. C he q u e –Segundo o vicepresidente José Thomaz Nonô (PFL-AL) Severino terá até quarta para anunciar sua decisão. Hoje, o delegado da Polícia Federal Sérgio Menezes, encarregado do inquérito do mensalinho, vai sugerir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra dos sigilos bancário e telefônico de Severino. A PF deve enviar ao STF o laudo do Instituto Nacional de Criminalística (INC) sobre suposta assinatura do parlamentar no documento que, segundo o empresário Sebastião Buani, era a garantia da renovação de um dos contratos do Fiorella com a Câmara. (Agências)

MUSAS EM ALTA – As investigações e os escândalos na política tem feito as revistas masculinas saírem à caça de mulheres bonitas. Musa do mensalinho, Diana (foto), mulher do empresário Sebastião Buani, não quer saber de posar nua. Quem sairá na Playboy é Camilla Amaral, assessora da senadora Ideli Salvatti.

o PTB vai retirar a acusação ao deputado Sandro Mabel (PLGO), por falta de provas. Mabel teria assediado a deputada Raquel Teixeira (GO) para que trocasse de partido oferecendo dinheiro em troca. Em relação ao suposto recebimento de propina pelo presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PPPE), Jefferson disse inicialmente que não queria se envolver. "Não quero acusar Severino", afirmou, mas em seguida criticou a concentração das compras da Câmara dos Deputados na primeira secretaria, fruto de corrupção. O posto foi ocupado por Severino no período de 2001 e 2003. Futuro– Ele contou que vai pedir a aposentadoria parlamentar, que voltará a advogar e que mudará para seu Estado de origem, o Rio de Janeiro. Na entrevista, estava acompanhado dos deputados petebistas José Múcio, líder do partido, e Antonio Fleury Filho, além de seus dois advogados. Fernando Gonçalves (PTB-RJ) assumiu a vaga de Jefferson na Câmara. (Reuters)

DELEGADO VAI PEDIR QUEBRA DE SIGILO DE CONTA DE DUDA O delegado Luís Gustavo Góes, um dos que investigam o suposto esquema de desvio de recursos montado pelo publicitário Marcos Valério, revelou, após tomar o depoimento de Zilmar Silveira Fernandes, que pretende pedir a quebra do sigilo da conta Dusseldorf aberta pelo publicitário Duda Mendonça nas Bahamas, para receber R$ 15,5 milhões de trabalho realizados para o PT em 2002. O delegado decidiu vasculhar a movimentação da conta pelo fato do setor de criminalística da PF ter descoberto indícios d e u m a m ov i m e nt a ç ã o maior que os R$ 15,5 milhões informados. (AE)

recurso do Supremo Tribunal Federal (STF) que paralisa os processos de cassação de seis deputados petistas – mais o de José Dirceu, que conseguiu ontem uma extensão da mesma liminar – causou polêmica e tumulto entre parlamentares e juristas. E fizeram com que todos os 16 pedidos de abertura de processo enviados pela CPMI dos Correios e do Mensalão voltassem à estaca zero. Como o STF deu liminar suspendendo os processos dos seis petistas, a Mesa da Câmara decidiu editar um ato revogando a decisão anterior de encaminhar os processos para o Conselho de Ética. O advogado e ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior criticou fortemente a decisão de o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim. Segundo Reale Júnior, a interpretação de Jobim é "gravemente equivocada" e faz com que o Supremo assuma uma posição altamente negativa perante a opinião pública. Para conceder a liminar, o presidente do STF concluiu que foi negado aos deputados o direito de defesa antes de o processo ser encaminhado ao Conselho de Ética da Câmara. Oposição – Os deputados da oposição entregaram ao presidente da Câmara em exercício, José Thomaz Nonô, uma nota de repúdio à liminar. O deputado Julio Delgado (PSB-MG), relator do processo contra Dirceu no Conselho de Ética, chamou de “Suprema Pizza” a decisão do STF. Delgado garante, porém, que a decisão não vai atrapalhar o processo já aberto no Conselho. "É uma tremenda interferência do Poder Judiciário no Legislativo. Uma Suprema Pizza Federal. Mas, do ponto de vista prático, é inócuo para o caso José Dirceu. Vamos manter todas oitivas marcadas para a semana que vem". A deputada-juíza Denise Frossard (PPS-RJ) também disparou críticas, dizendo que Judiciário pulou de cabeça na crise do Congresso. "O STF parou o Congresso Nacional numa função constitucional que é sua, de punir parlamentares." E o ministro Carlos Velloso, do STF, frustrou as expectativas dos críticos da decisão de Jobim ao decidir manter, pelo menos por enquanto, a liminar concedida aos seis deputados. Eles esperavam que ele derrubasse a liminar e permitisse a tramitação normal dos processos no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Cinco sessões – Pela decisão da Mesa Diretora, todas as 16 representações voltam para a Mesa, que os enviará à Corregedoria, para, num prazo de cinco sessões, analisar a defesa de cada um dos deputados acusados de se beneficiarem do suposto esquema do mensalão. A defesa será por escrito, mas caberá ao corregedor Ciro Nogueira (PP-PI) decidir se é necessário ouvir o depoimento de algum acusado. O prazo de cinco sessões só deverá ocorrer semana que vem. O relator da CPMI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR), considerou a decisão absurda e diz que isso vai atrasar ainda mais as investigações no Conselho. O deputado Chico Alencar (PT-SP) chegou a dizer que a conduta de Jobim poderia ser alvo de investigação no Conselho Nacional de Justiça, já que tomou uma decisão meramente política, na sua opinião. Nova ação – Animado com a liminar que ganhou ontem do STF, o deputado José Dirceu (PT-SP) deverá entrar com nova ação no tribunal semana que vem. "Vou bater às portas do Supremo na semana que vem com um mandado de segurança, solicitando que suste o processo no conselho de ética porque eu era ministro e não deputado", disse. (Agências)


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4 -.LAZER

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MUSICAL

LEITURA Fotos: Arquivo DC

Amo muito você. Preciso ir andando senão o rapaz com quem combinei de sair (um tremendo bocó) vai chegar antes que eu consiga escapar – Boa Noite, amado. Este é o maior beijo da face da Terra – porque eu amo você.

Ronaldo Aguiar/Divulgação

Zelda

CARTAS DE AMOR

Correspondência reunida em Querido Scott, Querida Zelda é terna e intensa Heci Regina Candiani

Zelda na sobrecapa do livro Esta valsa é minha, e ambos na viagem de carro que inspirou o humorístico The Cruise of the rolling junk

É

difícil discordar de um poeta como Fernando Pessoa, mas é necessário que se diga que as cartas de amor nem sempre são ridículas. Pelo menos quando se trata da correspondência entre o autor de Suave é a Noite e O Grande Gatsby e a pintora, dançarina e também romancista de Esta Valsa é minha. As cartas de amor reunidas no recém-lançado Querido Scott, Querida Zelda são intensas, melancólicas, ressentidas. Ridículas, nunca. Talvez pelo talento de ambos para a literatura, talvez por juntos formarem o casal que simbolizou os anos de 1920 no cenário literário norteamericano, Francis Scott Fitzgerald e Zelda Fitzgerald relatam em suas cartas uma história de amor difícil e quase desconhecida da maioria dos leitores. Apaixonaram-se em 1918, casaram-se dois anos depois, sonhando

ambos com uma vida de felicidade e grandes realizações. Os primeiros anos viram o sucesso literário de Scott e transformaram marido e mulher em celebridades na Nova York do início do século 20. Viveram em Paris quando, como bem descreveu o amigo do casal, Ernest Hemingway, em outro livro, a cidade era uma festa. A excentricidade, a beleza, o companheirismo e a paixão de ambos tornaram-se seu legado para uma época. Mas esse legado não corresponde a toda a realidade. As cartas de amor de Scott e Zelda Fitzgerald, subtítulo do livro, mostram que os elementos-chave desse romance são outros: o alcoolismo dele, a doença mental dela, que resultaram em anos de internação em clínicas psiquiátricas, a solidão, o sofrimento e as frustrações de ambos deram o tom, na intimidade, de um

relacionamento conflituoso, dolorido, destrutivo em grande medida, mas impossível de ser destruído. Zelda é, com certeza, a protagonista máxima das cartas. É ela quem escreve mais, melhor e com menos pudores tudo o que sente e espera do marido – desde pedidos quase banais de presentes, atenção e livros até reflexões sobre a vida a dois, os problemas, as tentativas de reconciliação, a sensação de abandono e tristeza. Scott é o coadjuvante. Mas isso não é intencional, e se deve em parte a suas crises criativas, a seus conflitos pessoais, ao fato de estar sempre ocupado em buscar dinheiro para apagar o fogo de uma vida financeira precária e aos incêndios em que Zelda esteve envolvida, nos quais várias das cartas escritas por Scott foram destruídas. Mesmo assim, é da autoria de Scott

uma das mais lúcidas e tristes cartas do livro: aquela em que ele traça um panorama dos sonhos do casal destruídos, da miséria emocional em que se encontravam, do relacionamento estilhaçado que viviam. Zelda e Scott não foram felizes juntos. Foram ainda mais infelizes nos anos que passaram separados. Mergulhar na leitura de Querido Scott, Querida Zeldaé entrar clandestinamente na intimidade de personagens mitificados pelo tempo. A leitura entristece, angustia, enternece e atormenta. Mas também destrói mitos e revela uma história de amor pungente.

vro traz na íntegra as entrevistas que foram parcialmente exibidas em agosto pela TV Globo, no programa Fantástico, com quatro ex-presidentes do Brasil, José Sarney, Fernando Collor de Mello, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. O jornalista conta as circunstâncias em que ocorreram as conversas e episódios poucos conhecidos, como o momento em que Sarney recebeu a notícia de que assumiria a Presidência do Brasil, em um telefonema, às três horas da madrugada. Itamar Franco relata um segredo guardado até o final de seu mandato: recebeu a recomendação para fechar o Congresso. A razão apontada foi "corrupção generalizada na comissão de orçamento". Imprensa Brasileira - Personagens que fizeram história, volume 1 (Organizador: José Marques de Melo, Imprensa Oficial e Universidade Metodista de São Paulo, 221 páginas, R$ 62). A obra traz biografia e textos de personagens que construíram a história da imprensa no País, como Carlos Drummond de Andrade, Rui Barbosa,

Assis Chateaubriand e Gilberto Freyre, Cipriano Barata, Roquete Pinto, Barbosa Lima Sobrinho, Cásper Líbero. "Diante de tudo quanto respeitável for, nos homens, nas instituições, nas tradições e nos princípios, buscaremos lembrar-nos sempre de que o jornalismo, por isso mesmo que é uma exigente escola de crítica, há de ser uma escrupulosa escola de respeito", diz Rui Barbosa em texto destacado. 2015: Como viveremos (Ethevaldo Siqueira, Editora Saraiva, 344 páginas, R$ 69). A obra organizada pelo jornalista tem como base a visão de 50 famosos cientistas e futurologistas brasileiros e estrangeiros, que procuram responder a questões sobre como será a casa do futuro; o trabalho, o lazer, a vida em família, de que forma a comunicação será processada, a educação seguirá e qual o papel do computador no cotidiano das futuras gerações, a nanotecnologia. Discute-se ainda a humanização da tecnologia. Será que o som digital conseguirá reproduzir com perfeição os timbres de um vio-

lino Stradivarius? A realidade virtual fará cair o turismo? As discussões são acompanhadas de ilustrações e embasadas pelas pesquisas que Siqueira faz na área desde a década de 1980. O mundo na visão de Michael Moore (The world according to Michel Moore, Ken Lawrence, tradução de Rodrigo Alva, Editora Best Seller, 128 páginas, R$ 19,90). Autor também de The World according to Trump (que relatava a visão do empresário Donald Trump), o jornalista de Washington agora lança esta compilação de textos do polêmico documentarista de Tiros em Columbine e Fahrenheit 9/11, no qual mostra relações entre a família real da Arábia Saudita e os Bush, além de seu humor cáustico. "Sabem, eu realmente acho que deveríamos almejar ser mais canadenses. Se fizéssemos isso, viveríamos em um país mais seguro e sadio. E temos que admirar qualquer grupo de pessoas que tenha colocado uma folha em sua bandeira", é uma das frases citadas.

Querido Scott, Querida Zelda organização de Jackson R. Bryer e Cathy W. Barks, Companhia das Letras, R$ 56.

ESTANTE Não ficção: história e reportagens

D

evagar (Carl Honoré, tradução de Clóvis Marques, Editora Record, 350 páginas, R$ 39,90). O autor combate a cultura da velocidade com argumentos consistentes, cita índices e fatos. O título original, In Praise of slowness, traduz melhor a idéia: o orgulho de fazer tudo vagarosamente. Orgulho e prazer, pois é isso que Honoré prega. Ao defender que uma refeição, se feita mais lentamente será melhor apreciada, ele lembra que os fabricantes processam mais rapidamente produtos iguais, para alertar contra a padronização dos alimentos, que pode ser nociva. "Ao longo do último século, o número de variedades de alcachofra plantadas na Itália caiu de duzentas para cerca de uma dúzia", cita, em campanha pelo Slow Food. Ex-viciado em velocidade, este jornalista escocês propõe de maneira contundente que os leitores repensem suas rotinas de correrias e prazos. Dossiê Brasília: os Segredos dos Presidentes (Geneton Moraes Neto, Editora Globo, 272 páginas, R$ 29). O li-

Lúcia Helena de Camargo

Música de orquestra, teatro e dança no Baile Estelar de Guga Stroeter e José Possi Neto

Querido Scott, Querida Zelda/Reprodução

Coreografia para samba, afoxé, gafieira, fox-trot, maxixe...

Som e fúria

D

ez músicos, três cantores e dez bailarinos se apresentam no espetáculo Baile Estelar, nesta sexta, dia 16, inaugurando a Sala Sambatá, na Vila Madalena. O musical, criado pelo músico Guga Stroeter e dirigido por José Possi Neto, traz no repertório clássicos como Aquarela do Brasil (Ary Barroso), O que é que a baiana tem? (Dorival Caymmi), Pau-de-Arara (Luiz Gonzaga), Rancho Fundo (Ary Barroso e Lamartine Babo), Chão de Estrelas (Orestes Barbosa e Silvio Caldas), Choro nº 7 (Heitor Villa-Lobos), entre outros. Os arranjos acústicos fluem nas coreografias contemporâneas, dançadas pelos bailarinos Andréa Thomioka, Carol Mariotttini, Daniela Augusto, Herbert Soares, Henrique Lima, Irineu Nogueira, Ivi Mesquita, Milton Coatti, Morena Nascimento e Rita Brandi, que se desdobram em samba, afoxé, gafieira, fox-trot, maxixe, maracatú, marchinhas de carnaval e até música da tradição religiosa afro-brasileira. Contribui para o tom de ousadia do espetáculo o local em que será apresentado. A nova casa, Sala Sambatá, na Vila Madalena, é um teatro não convencional na qual o palco principal é uma pista em meio à platéia. Os autores construíram Baile Estelar como a última parte de uma trilogia, iniciada por ambos em 1988 com o musical Emoções Baratas (trilha de Duke Ellington) e continuada em 1992, em Mucho Corazon (sobre o cancioneiro latino-americano). A marca que imprimem nos espetáculos é a fusão da música de orquestra ao vivo com a linguagem do teatro e da dança. Segundo a dupla, Baile Estelar tem por objetivo "pesquisar a alma da música e do corpo brasileiro." Na parte musical, fica a Orquestra Heartbreakers, formada por Pepe Cisneros (piano), Noa Stroeter (baixo acústico), Gustavo Ramanzini (bateria), Maurício Alves (percussão), Paulo Viveiro (trompete), Liena Hernandez (trombone), Raphael Ferreira (sax e flauta), Eliasafe Costa (sax e flauta), Mônica Agena (violão) e Guga Stroeter (vibrafone), com participação dos cantores Carll Santos, Portella e Cristina Oliveira. Baile Estelar foi concebido e roteirizado por Stroeter, que também faz a direção musical, enquanto Possi Neto é o diretor geral. A coreografia é de Jorge Garcia, com figurinos de Fábio Namatame, cenário de Bruno Schmidt e desenho de luz de Wagner Freire. Os arranjos musicais são de Dino Barioni, Aloísio Pontes e Felipe Senna. A produção do musical ficou a cargo da Crisantempo Produções Artísticas. (LHC) Baile Estelar Sala Sambatá - Rua Fidalga, 521, Vila Madalena, tel.: (11) 3814-2850. Quinta, sexta e sábado, às 21h; domingo, às 20h. Ingressos: de R$ 40 a R$ 50. Até 20 de novembro.


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OPINIÃO - 11

Para escrever ou comentar as cartas e artigos desta seção, envie sua mensagem para

doispontos@dcomercio.com.br

ROBERTO FENDT JUROS: O CERTO E O ERRADO

Folha de ontem trouxe uma afirmação correta e duas conclusões erradas. A afirmação correta: a conta de juros da dívida pública federal deverá este ano ser a maior desde o Plano Real. As conclusões erradas estão no trecho: "Ao contrário do que ocorre com as demais despesas, o gasto com juros não é integralmente coberto pela arrecadação de tributos - é preciso recorrer também à venda de novos títulos da dívida. Aí fica claro como a política de juros do Banco Central torna inócua boa parte do aperto fiscal recorde aplicado atualmente". Primeira conclusão errada: não é o pagamento dos juros que não é integralmente coberto pela arrecadação de tributos: é a totalidade dos gastos públicos. Quando pagamos impostos não perguntamos qual será a destinação do dinheiro, nem nos é dito; dinheiro não tem carimbo e a arrecadação vai para um bolo só.

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Zerando o déficit nominal os juros poderiam cair imediatamente no mercado

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egunda conclusão errada: o Banco Central torna inócuo o aperto fiscal. Ora, novamente causa e efeito estão sendo confundidos. O que exige juros altos é o fato de que o governo tem na praça uma dívida correspondente à metade do PIB e, além disso, gasta mais que arrecada. Não fosse assim, não conseguiria sequer girar a dívida existente. Se a sugestão de zerar o déficit nominal - que inclui as despesas correntes nãofinanceiras e o pagamento dos juros da dívida - fosse acolhida, não só não haveria necessidade de manter juros tão altos, como os próprios juros cairiam imediatamente no mercado. Isso se daria pelo ganho de confiança que os agentes passariam a ter de que não haveria no futuro qualquer "abatimento" ou "calote" da dívida. Até lá, com uma dívida de 50% do PIB, o espaço para uma queda substancial nos juros reais permanecerá restrito.

A imprevisibilidade imprevista de Lula

.M

eu amigo Flávio Musa, sabendo que o russo Mikhail Bakunin (1817-1876) é um dos meus filósofos preferidos, acaba de me brindar com um dos seus textos antológicos: "Assim, sob qualquer ângulo que se esteja situado para considerar esta questão, chega-se ao mesmo resultado execrável: o governo da imensa maioria das massas populares por uma minoria privilegiada. Esta minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operá-

rios e por-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem duvida disso não conhece a natureza humana". Alguma dúvida de que o PT nunca teve um projeto de governo, mas só de poder? Minha galeria de filósofos preferidos acaba de ganhar mais um ilustre personagem: Luiz Inácio Lula da Silva. Leiam esta pérola, recentemente publicada pela Folha de S. Paulo: "Obviamente que na política sempre acontecem imprevistos dos imprevistos, que a gente trata como imprevisibilidade". Gostaram?

A

gora está explicado. Tudo isso que estamos assistindo é uma imprevisibilidade imprevista, a qual o presidente não soube prever... Afinal, como é que ele poderia prever que o Jefferson iria botar a boca no trombone, que o Zé Dirceu iria tecer a teia de corrupção debaixo do seu nariz, que o Delúbio na verdade se chamava "dilúvio" de grana, para inundar os bolsos e cuecas? Mas o grande imprevisto dos imprevistos, que Lula não vai mais poder tratar como imprevisibilidade, é que o seu projeto de poder acabou. FLÁVIO A. CORRÊA, PUBLICITÁRIO, SÃO PAULO, SP.

C omo é que Lula podia prever que o Delúbio é um "dilúvio" de grana?

Clínicas: direito ao benefício fiscal

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s empresas A prestadoras de serviços hospitalares que estejam submetidas à sistemática do lucro presumido devem apurar o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica sobre base de cálculo resultante da aplicação do percentual de 8% sobre a receita bruta mensal. No caso da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL, a mesma lei acima citada determina que a base de cálculo desta contribuição, para as prestadoras de serviços hospitalares, corresponda ao percentual de 12% sobre a receita bruta mensal. Ou seja, no caso das empresas prestadoras de serviços hospitalares, a lei excetua da regra geral a sistemática de apuração das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL, permitindo-lhes tributar um percentual menor da receita bruta. Ocorre que a Receita Federal vem insistentemente editando normas e atos

administrativos no intuito de tentar estabelecer um conceito de “serviço hospitalar”, cujo único propósito é, inegavelmente, tentar excluir as clínicas médicas do benefício fiscal em comento. É o caso, por exemplo, do Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 18/2003 e da Instrução Normativa SRF nº 480/2004, que consideram como serviços hospitalares apenas aqueles prestados por estabelecimentos hospitalares, assim considerados aqueles que possuam, no mínimo, 5 leitos para internação, com equipe clínica organizada e com prova de admissão, que preste serviço de atendimento ao paciente 24 horas ininterruptas, com serviços de radiologia, cirurgia, bem como registros médicos, etc. No entanto, tais atos normativos não são legais, eis que criam condições e requisitos não previstos em lei incorrendo em evidente

ilegalidade e inconstitucionalidade. A lei ao conceder a redução das bases de cálculo, apenas traz a expressão “serviços hospitalares”, sem estabelecer qualquer outro requisito ou condição relacionada com o estabelecimento prestador ou com as pessoas que prestam o serviço. Ou seja, o legislador concedeu o benefício tão somente em função da natureza do serviço prestado, e não da estrutura física e societária do estabelecimento prestador. Desta forma, é lícito às clínicas médicas que prestem serviços hospitalares, tais como cirurgias, exames e tratamentos de alta complexidade, dentre outros, pleitearem na Justiça o direito ao benefício fiscal aqui aludido, com a possibilidade, inclusive, de reaver o que foi pago a maior nos últimos anos. EDUARDO SCHMITT JUNIOR, ADVOGADO DA PACTUM CONSULTORIA EMPRESARIAL

A Receita tenta excluir as clínicas médicas da tributação menor. É ilegal

Roberto Fendt, vice-presidente do Instituto Liberal fendt@terra.com.br

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Mauricio Trugillo Iazzetta, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

FILIADA À

governo, mais a comunidade pode acompanhar o que acontece, mais a imprensa tem condições de exercer seu papel, mais a Câmara Municipal pode cumprir sua função de fiscalização. A informação é o melhor inseticida contra a corrupção. Nenhum programa de LÁUDIO anticorrupção poderia EBER BRAMO deixar de cuidar da relação da NTICORRUPÇÃO municipalidade com seus fornecedores. Vigora em EM ÃO AULO São Paulo uma situação em que muitas empresas esta quarta-feira a deixam de participar de licitações públicas, por Secretaria de Coordenação das desacreditarem do processo. Levantamento Subprefeituras de São feito pela Transparência Paulo assinou com a Brasil em 2001-2002 (ver a Transparência Brasil um íntegra em termo de parceria para a www.transparencia.org.br/ implantação de um docs/PMSP.pdf) revelou a programa de presença de diversas anticorrupção na cidade. áreas de vulnerabilidade Trata-se da primeira nesse terreno. iniciativa do gênero no De forma a aumentar a Brasil. No mundo, participação de empresas contam-se nos dedos de interessadas, o programa uma mão as usará a informação e administrações que se inaugurará mecanismos dispuseram a fazer inéditos. Um deles – cujos parcerias fora do poder para atacar o problema da detalhes legais precisarão ser aperfeiçoados – será a corrupção. Entre as iniciativas que o programa incluirá estão, Previne-se a entre outras medidas, a corrupção criação de um sistema de Disque-Corrupção, através identificando do qual cidadãos e suas empresas poderão vulnerabilidades formular denúncias de irregularidades; a e definindo instituição de ouvidorias como corrigi-la nas Suprefeituras; a implantação de sistemas de informação disponíveis na Internet implantação de uma relativos a compras, Câmara de Contestação, à execução orçamentária e qual serão levados outros aspectos da recursos a decisões administração; a administrativas tomadas realização periódica de no âmbito de licitações levantamentos junto à nas Subprefeituras. Esse comunidade e a organismo, que será fornecedores, tendo em formado não apenas por vista a satisfação com integrantes da serviços e a incidência de Administração, mas corrupção; o também por levantamento do mapa de representantes de fora da riscos de corrupção nos Prefeitura, não poderá processos decisórios das tomar decisões executivas Subprefeituras. sobre licitações ou O programa terá como contratos, mas agirá como fundamento a idéia de caixa de ressonância. Suas que corrupção acontece deliberações serão não porque existam públicas e suas pessoas desonestas – elas conclusões, publicadas na existem em toda parte -, Internet. A idéia é que a mas porque existem pressão exercida pela condições que permitem publicidade induza os às pessoas desonestas ordenadores de despesas agirem desonestamente. a repensarem decisões Essas condições estão na que tenham tomado. maneira como se dá a administração pública, impossível calcular nos trâmites, nos os prejuízos que a processos decisórios, na corrupção causa leniência na fiscalização e para São Paulo. Intui-se em tantos outros que sejam grandes. As mecanismos. Previne-se a informações decorrentes corrupção estudando de alguns casos, como os como se dão esses dos ex-prefeitos Maluf e mecanismos, Pitta, indicam que os identificando suas desvios podem ser vulnerabilidades e multimilionários. definindo as medidas Quanto se desperdiça na destinadas a corrigi-las. "pequena" corrupção fica Um aspecto à imaginação. Reduzir os fundamental no combate desperdícios causados à corrupção, e que está na pela propinagem é base do programa que condição fundamental começa a ser instalado, é o para o desenvolvimento máximo uso da Claudio Weber Abramo é informação. A corrupção diretor executivo da se alimenta de Transparência Brasil informações que alguns (www.transparencia.org.br) e têm e outros não detêm. mantém na internet o blog Quanto mais se conhecem crwa.zipnet.com.br os procedimentos, quanto mais dados há a respeito da execução orçamentária, quanto mais se conhece sobre a concessão de licenças e alvarás, sobre diligências de fiscais e sobre centenas de outras atividades de

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LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS - 7

ÁREA ECONÔMICA PREFERE DESONERAR O SETOR PRODUTIVO

O que é melhor: dar uma pequena folga no bolso de uma minoria ou fazer uma política que gere alguns milhares de empregos?

Ricardo Pinheiro, secretário-adjunto da Receita Federal

plo. "O que é melhor: dar uma pequena folga no bolso de uma minoria ou fazer uma política que gere alguns milhares de empregos? Essa é uma decisão política que tem de ser tomada dentro da estreita margem de manobra que nós temos. Eu, pessoalmente, acho muito melhor não ter uma folga de R$ 50 no imposto que eu pago, mas poder gerar mais alguns empregos", afirmou o secretário. Ele ressaltou, contudo, que a hipótese de desoneração do setor de bens de capital é apenas uma entre as diversas opções que podem ser feitas pelo governo, como, por exemplo, aumentar o salário mínimo, reajustar os valores da tabela do IR ou desonerar outros setores. "Não há nenhuma decisão para o destino desses recursos. O jogo não está definido ". disse. (AE)

Givaldo Barbosa/Ag. O Globo

M

França: a campeã de impostos simplifica seu sistema fiscal

A

França – campeã de impostos na Europa – começa a revolucionar seu sistema fiscal: simplificação das taxas, redução do limite e, sobretudo, um bom corte para as grandes fortunas do país. A reforma, que começa a ser anunciada, está praticamente decidida. Ela será aplicada na declaração de impostos de 2006, mas só terá efeito total em 2007. Justamente pouco antes de a direita do governo de Jacques Chirac, que hoje amarga o seu mais baixo índice de popularidade, enfrentar as urnas nas eleições presidenciais. Primeiro passo: nenhum imposto direto (sobre a renda, sobre fortunas, impostos locais, taxa de habitação) poderá ultrapassar 60% da renda. E quem mais vai se beneficiar disso serão cinco mil contribuintes que pagam imposto sobre fortunas. Ou seja, os milionários. Segundo passo: simplificar. O im-

de 48,09% para salários de mais de 48.747 euros por ano. Com isso, a França vai se igualar ao Reino Unido, e ser mais generosa que a Alemanha (45%) e Itália (43%). A reforma cria apenas duas faixas intermediárias de impostos (14% e 30%), no lugar das quatro existentes hoje (19,4%, 28,26%, 37,38% e 42,62%). O governo diz que a reforma vai beneficiar sobretudo a classe média, franceses que ganham entre mil e 3.500 euros por mês, isto é, a faixa entre 12 mil a 42 mil euros por ano. Isso inclui a maioria dos assalariados na França. "Para eles (classe média), a redução de impostos pode chegar a 10,12% por ano", disse Jean-François Copé, o ministro do Orçamento, segundo o qual os cortes vai restituir aos franceses um total de 3,5 bilhões de euros. Segundo o governo, o objetivo é aumentar o poder de compra da população. (AOG)

posto será aplicado sobre quatro faixas de salário, e não mais sobre seis faixas. O governo vai aumentar também a faixa dos que não pagam impostos. Hoje, não pagam todos os que recebem até 4.334 euros por ano. Depois da reforma, ficarão isentos todos os que ganham até 5.514 euros anuais. O imposto mais baixo hoje na França é para quem ganha entre 4.335 euros e 8.524 euros: 6,83%. A faixa seguinte, entre 8.525 euros e 15.005 por ano, é taxada com 19,14%. Com a reforma, a distribuição destas faixas não apenas mudou, como houve um corte substancial de impostos. Os que ganham entre 5.515 e 10.846 euros por ano, vão pagar 5,5% de taxa sobre a renda, em vez de 19,4%. E os que ganham entre 10.847 euros e 24.431 euros anuais pagarão 14%, no lugar de 19,4%. O imposto mais elevado também foi reduzido: será de 40% para quem ganha mais de 65.558 euros por ano, no lugar

esmo com a suspensão da liminar, pelo Superior Tribunal de Justiça (STF), que proibia reajustes diferenciados para planos de saúde firmados antes de 1999, divulgada na última quartafeira, consumidores dos planos Bradesco e Sul América de alguns estados ainda estão livres dos reajustes de 25,80% e 26,10%, determinados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Desde meados do ano passado, vigoram duas liminares do Ministério Público Estadual de São Paulo que fixam para a Sul América o aumento de 11,69% e para a Bradesco de 15,67%. Para não descumprir as determinações, a Sul América afirmou que vai continuar mandando dois boletos (um com reajuste de 11,69% e outro de 26,10%) não só no Estado de São Paulo, mas na Bahia também, onde vigora outra liminar contra o reajuste de 26,10%. No Rio, além do boleto com reajuste de 26,10%, será mantido acréscimo determinado por liminar local de 15,67%. A Bradesco, também informou que em São Paulo vai manter o envio de dois boletos: com 25,80% e 15,67%. Os consumidores de estados sem liminares locais vão receber, a partir do próximo mês, apenas boletos com os aumentos firmados pela ANS. Até a decisão final da ação dos reajustes pelo Tribunal Regional Federal (TRF), sem data definida, quem quiser brigar por mensalidades inferiores pode ter como base a opinião jurídica do MPE paulista: "O Código de Defesa do Consumidor diz que uma decisão de um estado pode valer para todo país quando se trata de um dano aos consumidores". (AE)

Ações contra a assinatura básica espalhadas pelo País Auremar de Castro/AE

da assinatura. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, também já se manifestou contra a sua cobrança. Mas as empresas de telefonia alegam que 40% de suas receitas vêm da assinatura básica que custa, em média, R$ 40 mensais para o assinante. As operadoras argumentam que, para diminuir ou acabar com esta cobrança, será necessário rever toda a estrutura tarifária da telefonia fixa, aumentando-se, conseqüentemente, o valor da habilitação e das ligações. (AE)

Costa: contra a cobrança DC

A

Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu ontem que a 2ª Vara da Justiça Federal em Brasília não deve mais concentrar o julgamento de todas as ações referentes à cobrança da assinatura básica da telefonia fixa propostas no País. Os ministros entenderam que não há conflito de competência e, portanto, ações contra a cobrança podem, novamente, ser propostas em todo o País. O ministro Francisco Falcão, do STJ, havia decidido liminarmente, no início do ano, que a 2ª Vara Federal em Brasília era o foro competente para julgar tais ações, com isso se evitando que inúmeras liminares fossem concedidas pelo País afora. A concentração dessas ações em Brasília é defendida pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que é ré nesses processos e tem sede em Brasília. A tramitação dos processos na capital federal facilitaria a contestação, pela Agência, de eventuais liminares. A assessoria da Anatel informou que a procuradoria da agência está analisando se deve recorrer da decisão da Primeira Seção do STJ. A preocupação da Anatel se deve ao fato de que há uma estimativa de que existam, em todo o País, 150 mil ações individuais contestando a cobrança da assinatura básica. O tema também vem sendo debatido pelo Congresso Nacional onde tramitam vários projetos de lei propondo o fim da cobrança

SUPERLEÃO: REDUZIR ALÍQUOTA DO IR É ELITISMO

DC

O

se cretá rio-ad junto da Receita Feder a l , R i c a r d o P inheiro, disse ontem que é "remota" a possibilidade de o governo reduzir de 27,5% para 25% a alíquota máxima da tabela progressiva do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). "Isso seria no mínimo elitista para as condições da sociedade brasileira", disse Pinheiro, em palestra para a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Previdência Social (Anfip). Na semana passada, para desfazer um "equívoco" contido na mensagem enviada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso com a proposta orçamentária de 2006, os Ministérios da Fazenda e do Planejamento divulgaram nota informando que a alíquota de 27,5% será mantida. Mas a nota deixou em aberto a possibilidade de redução, ao afirmar que decisões sobre desoneração tributária serão tomadas até dezembro. A área econômica começa a dar sinais, no entanto, de que prefere desonerar o setor produtivo a aliviar o bolso dos assalariados. Para corrigir o "equívoco" da mensagem presidencial, que afirmava que a alíquota seria reduzida, o governo deve encaminhar ao Congresso projeto para retificar o Orçamento e acrescentar R$ 2,9 bilhões à estimativa de receita em 2006 – o valor que corresponde à diferença de arrecadação proporcionada pelas alíquotas de 25% e 27,5%. Enquanto não tiver sua destinação definida, essa parcela dos recursos do Imposto de Renda da Pessoa Física ficará na chamada reserva para desoneração tributária, a rubrica no orçamento que define o montante de dinheiro reservado para corte de impostos. Segundo Pinheiro, com esse valor seria possível desonerar totalmente de PIS/Cofins o setor de bens de capital, por exem-

LIMINARES MANTÊM PREÇO DE PLANOS DE SAÚDE

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de setembro de 2005

LAZER - 5

Rômulo Fialdini/Divulgação

O Trabalhador, obra de Lacaz que integrou mostra em 1996

municação visual na PUC Campinas. Inspirado no grafiteiro Alex Vallauri (19491987) criou figuras impagáveis, em metal, como Trabalhador, Mago, Cometa. Mais quinze minutos, enérgico pediu seu sanduíche pela terceira vez. O garçom foi mal educado, peitou o cliente, deu-lhe as costas e saiu andando. Rapidamente, outro garçom, Gaúcho, trouxe o famigerado.

HAPPY HOUR

Espuma cremosa

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

Professor Pardal

Lacaz, sentado à mesa, chapéu panamá, pediu um sanduíche. Formador de opinião, personagem importante da intelectualidade paulistana, colaborador da imprensa por mais de 16 anos com suas divertidas ilustrações (oito na ex-coluna de Joyce Pascovitch, na Folha de S. Paulo, e outros oito na revista Caros Amigos, da qual é fundador) – é fartamente solicitado para intervenções artísticas públicas. "Garoa Modernista rolou na Pinacoteca do Estado em homenagem aos 450 anos de São Paulo", conta. Passados quinze minutos, pediu novamente o sanduíche. Atualmente, o "Professor Pardal" – como é conhecido – ministrou curso de arte cênica para montagem do cenário da ópera Cosi Fan Tutti (de Mozart) no Instituto Tomie Ohtake; outro, para artistas, de Introdução à Escultura Cinética. Entre outras instituições acadêmicas, foi professor de co-

Guto levanta o brinde. Depois, cerveja na padaria

De colarinho em colarinho... Bar do Léo garante a qualidade do chope, mas pode irritar artistas Armando Serra Negra

O bar é em estilo tirolês, charmoso, para 60 pessoas. Os sanduíches em pão francês, de rosbife com queijo, ou pernil, são ótimos, cortados em pedacinhos para petiscar (R$ 8); bolinhos de bacalhau (R$ 3,70). No famoso chope (R$ 3,70) o colarinho é alto: "A espuma serve para evitar que o gás escape, deixando-o mais suave", explica o gerente Waldemar Pinto. Estranhamente, o bar já ganhou diversas vezes o certificado da Real Academia do Chope, da Ambev, por sua qualidade, embora a Brahma cobre uma padronização de três dedos de espuma cremosa (20 ml). O de lá – servido na caldereta – tem quatro ou cinco... Talvez seja porque é servido. Mas como uma das frases antológicas do Léo registrada em seu site é "Aqui o chope é assim, se você não gosta não tem problema, na padaria vende cerveja sem colarinho, basta atravessar a rua", Lacaz foi até lá e tomou a sua (R$ 2,70) geladinha. Afinal, com diploma ou sem diploma, um colarinho deve ser tirado ao gosto do cliente. Quem é que tem sempre razão? Carpe diem (aproveite o dia)! armando@dcomercio.com.br

Bar Léo Rua Aurora, 100, Santa Efigênia, tel.: (11) 221-0247. www.barleo.com.br Lanchonete Minas de Ouro Rua dos Andradas, 135, Santa Efigênia, tel.: (11) 223-5127.

Fotos: Divulgação

ADEGA

Madeira e porto, as raridades Sérgio de Paula Santos

C

om a situação do mercado vinícola da Europa, cresceu muito a oferta de vinhos do Novo Mundo – Califórnia, Austrália, Nova Zelândia, Chile, Argentina etc. Um mercado pequeno como o nosso, torna-se promissor. Porém, ocorre que mesmo nesses países está ocorrendo também uma saturação do mercado, tanto pelo aumento da produção, como pela redução do consumo. Por outro lado, vários países sem expressão, do ponto de vista vinícola, passaram a produzir vinho, como Peru, Bolívia, Paraguai, México, Tailândia e até Cuba. Se esses vinhos não entram no mercado internacional, são consumidos em seus países de origem e concorrem evidentemente com os importados, do Velho e do Novo Mundo. O próprio Office International du Vin (OIV), Escritório Internacional do Vinho, que coordena toda atividade vitivinícola mundial, não é otimista. Aqui não se trata de qualidade, mas da diminuição do consumo, além do que sempre haverá, como sempre houve, bons e maus vinhos em todas as partes. Parece assim, que com exceções, a tendência é o nivelamento por baixo, com muito vinho corrente (apesar de nomes bonitos e muito marketing) e menos vinhos de qualidade, que como dito, felizmente sempre existirão. O quadro pode parecer pessimista, mas é a realidade. Nessas condições resolvemos provar hoje dois vinhos excepcionais, de qualidade acima de qualquer suspeita, além de serem raridades. São vinhos ditos "fortificados", aos quais se acrescenta aguardente vínica ao mosto durante a fermentação, interrompendo-a, resultando assim um vinho de alto teor alcoólico (pela aguardente acrescentada) e alto teor de açúcar, pois que a fermentação foi suspensa antes que o açúcar do mosto se desdobre em álcool.

Porto - Confraria do Vinho do Porto Vintage - 1982 É um vinho "fortificado", como dito e "vintage", elaborado com uvas de uma só safra, de 1982. Normalmente o Vinho do Porto é um vinho "lotado", cortado com "lotes" de várias safras, de várias idades. Quando uma safra é entretanto excepcional, como a de 1982 (o que ocorre apenas 2 ou 3 vezes em cada decênio), o vinho terá a denominada de "vintage". No caso, foram usados vários lotes, todos da safra de 1982, das várias empresas produtoras do vinho, para uma partida especial para a recém fundada, também em 1982, Confraria do Vinho do Porto. O vinho foi engarrafado em janeiro de 1985, após um estágio de três anos em barricas de carvalho. Embora o Vinho do Porto tenha uma longevidade de mais de um século, aos 20 ou 30 anos já tem condições ideais para ser bebido. O vinho naturalmente não foi comercializado, a partida pertence à Confraria do Vinho do Porto, que dispõe de outras, mas a de 1982, ano de sua fundação, foi a primeira. O vinho tem coloração vermelho-escuro, com aromas de cacau, baunilha e trufa. Na boca é intenso potente, harmônico, redondo e equilibrado. Não deve ser bebido com nada, mas sozinho, puro.

Madeira - Terrantez 1954 - IVM O salão interno e o chef Pascal Valero, vencedor na categoria chef do ano: culinária criativa mistura tradição francesa com sabores regionais

GASTRONOMIA

Paladar premiado Eau, eleito melhor restaurante francês de SP, convida a refeição demorada

N

ão causa surpresa que o Eau tenha sido eleito o melhor restaurante francês de São Paulo pelo júri da revista Gula em 2005. Trata-se apenas de uma constatação. Seu chef, o francês Pascal Valero, ganhou na categoria chef do ano. Mais sofisticada das três casas do hotel Grand Hyatt de São Paulo, o Eau conta com 88 lugares internos e 20 no terraço, com vista para os espelhos d' água. O ambiente amplo e elegante convida a uma refeição demorada, como convém em uma celebração, ainda que a festa seja apenas para premiar o paladar. Há menu à la carte no almoço e no jantar, com opções interessantes que saem da cozinha de Pascal Valero, cujo currículo inclui aprendizado com Alain Ducasse e atuação no Taillevent, de Paris, e no Louis XV, de Monte Carlo, casas indicadas com três estrelas no Guia

Lúcia Helena de Camargo Michelin. Mas para quem quiser experimentar todo espectro de sabores criados pelo chef, vale pedir o menu degustação (R$ 130). Para iniciar, uma terrine de foie gras, o patê de fígado de ganso, chega à mesa acompanhada de marmelada de pêssego com manjericão e a surpreendente gelatina de champanhe. Está tudo no cardápio, mas o garçom explica em detalhes a composição de cada prato, para que se saiba exatamente o que se está consumindo. Esse couvert começa a revelar a culinária contemporânea que mistura ingredientes regionais com especialidades francesas. Em seguida, a entrada: ceviche de atum com guacamole, ervas finas e vinagrete de beterraba. A princípio, causa estranheza pelo inusitado da combinação. Abacate com peixe? Mas quem se munir de certa ousadia, terá as papilas gustativas premiadas.

São dois os pratos principais. O primeiro, filé de cherne (peixe) assado, servido com purê de cogumelos com azeite de trufas. As trufas, como se sabe, são um capítulo muito especial na história da gastronomia. Ao experimentar esse prato, descobre-se o porquê. O último prato salgado é o magret de cannard (peito de prato) assado com farofa de avelã, palmito pupunha grelhado e defumado e redução de tangerina. A sobremesa começa com uma espécie de cheese cake, só que mais leve e areado, servido com morangos marinados ao limão e manjericão; depois chegando o macarron (doce típ ic o fr an cê s ) de c af é c om mousseline de baunilha, sorvete de chocolate cremoso e amaretto com gelatina de café. Ao final, acompanhando o café ou chá, são servidos mais macarrons em miniatura. E pode-se pedir, paralelamente, a degustação dos vi-

nhos que acompanham os pratos (R$ 98). Até o dia 26, ocorre no Eau e no japonês Kinu, também dentro do Hyatt, o Festival de Frutos do Mar. Disponível apenas no jantar, o cardápio especial do Eau inclui cinco receitas, à la carte ou no menu degustação (R$ 130), como Mousse de abobrinha com lagostins e geléia de tomate ao estragão (R$ 31) e Risoto de lagosta com mini-legumes braseados ao molho bisque (R$ 59). No Kinu, o chef Yasuo Asai preparou seis opções de pratos. Entre eles, o Siri mole milanesa com molho de abacate (R$ 26), a Ostra grelhada com cogumelo shimeji e gorgonzola (R$ 28, com cinco unidades). E também oferece o menu degustação (R$ 130). Eau e Kinu Hotel Grand Hyatt - Avenida das Nações Unidas, 13301, tel.: (11) 6838-3207.

O vinho da madeira, também é um dos vinhos "fortificados", em que se acrescenta aguardente ao mosto e uma das glórias de seu país, infelizmente maltratado pela maioria de seus produtores. A magnífica uva Terrantez (nada a ver com Terrantez argentina), que produzia grandes vinhos na ilha, desapareceu com a praga da Phylloxera no finaol do Século 19. No início do século seguinte, o Instituto do Vinho da Madeira (IVM), dirigido por Constantino Palma, o Dr. Palma, consegui "salvar" algumas poucas mudas da variedade e constituir um pequeno vinhedo de Terrantez, que vinificou experimentalmente no início dos anos 50 do século passado, fora do comércio. Em visita ao IVM, nos anos 90, encontramos (e bebemos) o Terrantez. Foi realmente inacreditável, provar um vinho "desaparecido". Posteriormente o IVM forneceu mudas par aos vinicultores da Ilha da Madeira, que agora os comercializam em pequenas quantidades. Destes, destacamos a Artur Barros Sousa e a Justino Henriques. O vinho de 1954, por ser uma amostra histórica, não será aberto. Consideramos Constantino Palma, pela recuperação da Terrantez, como um benfeitor da vitivinicultura mundial. Cotações: G Regular - 50 a 60 pontos sobre 100 possíveis G Bom - 60 a 70 pontos G Muito Bom - 70 a 80 pontos G Ótimo - 80 a 90 pontos G Excelente - Acima de 90 pontos

Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (FIJEV), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, O Vinho e suas Circunstâncias, Senac, São Paulo, 2003.

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

Q

uid pro quod ( q ü iproquó): equívoco, confusão, comédia de erros. A expressão latina se aplica perfeitamente quando a fama sobe à cabeça e os ânimos se exaltam. Encontre um gênio multimídia – como poucos no Brasil – num boteco popularmente famoso, mas que falha no atendimento de um garçom, e veja no que dá. O Bar Léo – tido como o melhor chope da cidade – tem histórias para contar em seus 64 anos de existência. "Jânio Quadros sempre almoçava aqui; um dia viu um repórter que tinha descido a lenha nele, e não deu outra: levantou da mesa e saiu correndo atrás do safado!", diverte-se Luís de Oliveira, 84 anos de idade. Trabalhando no Léo há 42 anos, mesmo aposentado, o "ouro da casa" não sai de lá... Uma simpatia!


DIÁRIO DO COMÉRCIO

PREÇOS CONTINUAM RECUANDO. AGORA NO ATACADO.

IGP-10 registra em setembro quarta deflação consecutiva

O

A queda de preços dos alimentos in natura no atacado passou de 10%, o que puxou a inflação para baixo Ciete Silvério

Índice Geral de Preços -10 (IGP-10) apontou a ocorrência de mais uma deflação consecutiva registrando neste mês um recuo de 0,69%, ante -0,52% em agosto. Foi a quarta queda seguida nesse índice – sendo que, em maio, o indicador teve variação zero. Os motivos, informou ontem a Fundação Getúlio Vargas (FGV), foram os recuos expressivos nos preços dos alimentos no atacado, aliados a uma redução generalizada nos preços do varejo. Com o resultado de setembro, esse é o ciclo mais intenso de deflação na história do IGP-10, criado em 1993. O período de coleta de preços desse mês foi de 11 de agosto a 10 de setembro. Por isso, o indicador ainda não mostrou o impacto do aumento nos preços da gasolina e do óleo diesel anunciados pela Petrobrás no último dia 10. "Ter uma quinta deflação consecutiva em outubro será mais difícil, porque o próximo IGP-10 vai pegar o impacto dos reajustes na gasolina", avaliou o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros. Mas o economista considerou que, no cenário atual, a inflação permanece sob controle e com perspectivas favoráveis. Neste contexto, o coordenador

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de setembro de 2005

Celso Junior/AE

12 -.NACIONAL

comentou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, para 19,50%, essa semana. "Já estava mais do que na hora", disse. Atacado – No IGP-10 de setembro, os preços do atacado caíram 0,91% ante -0,78% em agosto. Houve deflações expressivas nos alimentos in natura (-10,98%) e alimentos processados (-1,81%), o que derrubou os preços dos produtos agrícolas (de -1,56% para -3,02%), de agosto para setembro. Os preços dos itens industriais no atacado recuaram de

-0,52% para -0,23%. No varejo, os preços caíram 0,36% no indicador de setembro ante -0,07% em agosto. Foi a deflação mais intensa nos preços ao consumidor desde setembro de 1998. Dos sete grupos que compõem a inflação do varejo, seis apresentaram queda. Os destaques foram os preços dos alimentos (de -0,96% para -1,61%) e habitação (de 0,47% para 0,17%). Por fim, os preços na construção civil registraram variação zero ante alta de 0,09% em agosto. O IGP-10 acumula elevações de 0,57% no ano e de 2,42% em 12 meses. (AE)

As liquidações de inverno no setor de vestuário foram destaque na expansão das vendas no mês de julho

CESTA BÁSICA MAIS BARATA Redução foi de 3,31%. Apenas três produtos tiveram aumento de preço

O

valor da cesta básica do paulistano apresentou uma queda de 3,31% em agosto, segundo a pesquisa do Procon de São Paulo em convênio com o Dieese. O preço médio da cesta, que em 29 de julho era de R$ 213,15, passou para R$ 206,09 em 31 de agosto, segundo nota à imprensa divulgada ontem. Dos 31 produtos pesquisados pelo Procon para apurar o custo da cesta básica, apenas três apresentaram alta em agosto: frango resfriado (4,37%), desodorante em spray (0,6%) e carne de segunda sem osso (0,56%). Outros 27 tiveram o preço reduzido e um ficou estável. "Dentre os produtos que compõem o grupo Alimentação, destacamos a batata, que registrou queda de 31,2%; a cebola, que caiu 21,68%; o feijão Carioquinha, que teve redução de 11 86%, e ovos brancos, que cederam 9,87%", disseram os

técnicos do Procon por meio de nota à imprensa. Eles destacaram ainda o recuo do preço do leite em pó integral, que teve queda de 4,86% e do arroz tipo 2, que ficou 3,31% mais barato. "Apesar de não figurarem entre as maiores quedas, estão entre os produtos com maior peso negativo na cesta básica". A batata foi o item que apresentou a maior queda de preços em agosto: caiu 31,2%, colaborando com um recuo de 0,73 pontos porcentuais quando relacionada à sua importância no valor da cesta básica. "A variação mensal de agosto refletiu a segunda maior queda do preço da batata desde o início

do ano", compararam. Motivos – Eles sustentam ainda que é importante salientar que os aumentos ou quedas de preço dos produtos que compõem a cesta básica nem sempre estão atrelados a algum desequilíbrio entre oferta e demanda, motivado por razões internas (quebras de safra, política de preços mínimos aos produtores, conjuntura econômica do país, etc.) ou por razões externas (mudanças no cenário internacional e restrições sanitárias às importações). "As alterações de preços, especialmente as de pequena magnitude, podem refletir tão somente procedimentos adotados por determinados supermercados da amostra. Muitas vezes, adotam isso para estimular a concorrência, destacar-se em algum segmento,ou simplesmente para desovar estoques através do rebaixamento temporário de preços". (AE)

Área plantada no País pode diminuir queda de preços dos produtos agrícolas, que hoje ajuda a empurrar para baixo a inflação, pode funcionar como uma bomba de efeito retardado para a agricultura do País. A preocupação foi expressa pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A avaliação é de que os preços baixos e o crédito restrito levarão "a uma redução significativa da área plantada e do uso de insumos para a próxima safra de verão". O consultor do Ipea, Gervásio Castro de Rezende, explicou que houve retração de renda no setor devido à desvalorização cambial e ao

recuo de cotações internacionais. O especialista afirmou, ainda, que o baixo uso de insumos reduz a produção e expõe a lavoura a problemas climáticos. Para ele, a queda na área a ser plantada chegará a 7,6% e ainda haverá uma "redução generalizada no nível de tecnologia". Diante dessas informações, o ministro Roberto Rodrigues (foto) comentou que o clima é peça fundamental nesse jogo. "No caso dos insumos, a José Paulo Lacerda/AE

A

situação é mais grave. Mas se o volume de chuvas for normal, o padrão tecnológico não afetará a produtividade, porque a terra está bem tratada depois de quatro ou cinco anos de bom faturamento dos produtores." O ministro arriscou prever que a nova safra, com clima razoável, ficará em uma posição intermediária entre os números de referência da safra passada: 112 milhões de toneladas colhidas e a estimativa inicial, que previa 132 milhões de toneladas. "A safra ficará próxima a 120 milhões de toneladas", apostou Rodrigues. (AE)

A despeito das reduções da produção industrial e das altas taxas de juros, as vendas no comércio varejista continuam registrando expansão

IBGE confirma expansão de venda Há 20 meses o comércio varejista registra crescimento. Em julho, foi de 4,5% Apesar da desaceleração na produção industrial e das altas taxas de juros, o comércio varejista vem se destacando na economia nacional. Em julho, o volume de vendas cresceu 4,5% em comparação com o mesmo mês do ano passado. Em relação a junho último, a expansão foi de 0,31%. Nos primeiros sete meses do ano, houve um crescimento de 4,62%. As informações foram divulgadas ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Em termos de receita nominal (sem descontar a inflação), a Pesquisa Mensal do Comércio (PME) revelou que o crescimento foi de 9,33% sobre julho de 2004 e 0,47% em relação ao mês anterior. Com isso, no ano, acumula-se elevação na receita de 11,47%. De acordo com o gerente da pesquisa e economista do IBGE, Reinaldo Silva Pereira, os índices são positivos, embora na comparação mensal mostrem certa estabilização. Ele lembra que em maio a taxa de volume de vendas foi de 1,09% e em junho, de 1,12%. "Isso pode ser um sinal de esgotamento do crédito, principalmente o consignado, mas é preciso aguardar uma série maior para ter certeza", disse Pereira.

Por outro lado, o economista destacou que o crescimento de 4,5% em julho ante o mesmo mês de 2004 completa uma série de 20 expansões consecutivas nessa base de comparação. E, ocorre apesar da forte base de crescimento do ano passado (12,04% ante julho 2003). Embora o instituto não faça projeções para o futuro, Pereira lembrou que, pelos núme-

Vejo uma conjuntura favorável, com inflação baixa e recuperação da renda Reinaldo Silva Pereira, do IBGE ros da pesquisa, a tendência é que o comércio continue registrando índices positivos. "Vejo uma conjuntura favorável, com inflação baixa, recuperação da renda e, agora, com a queda da taxa de juros". Segmentos – Segundo a pesquisa do IBGE, o setor do varejo que mais se destacou em julho foi o de tecidos e vestuário, com elevação de 7,23% sobre

junho e 7,22% sobre 2004. "As liquidações de fim de inverno devem ter levado os consumidores a comprarem mais em julho. E o crescimento sobre o ano passado mostra a recuperação do emprego e da massa salarial", disse Pereira. Além do grupo vestuário, destacaram-se o volume de vendas de hiper e supermercados (3,33% sobre o mesmo período de 2004); artigos médicos e farmacêuticos, perfumaria e cosméticos (4,52%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (13,63%) e equipamentos e material de escritório, informática e comunicação (58,18%) . "Acredito que as boas vendas de informática no mês tenham sido beneficiadas pela desvalorização do dólar (em relação ao real), porque muitos produtos são importados", disse Pereira. Reduções – As únicas quedas de vendas no mês ficaram com os segmentos de combustíveis e lubrificantes (-10,56% sobre julho de 2004) e livros, jornais, revistas e papelaria (-1,78%). Segundo o estudo do IBGE, as vendas aumentaram em 22, das 27 unidades da Federação, com destaque para Tocantins (36,45%) e Paraíba (32,53%). Fernanda Pressinott


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.CAMPINAS

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de setembro de 2005

em Campinas Fotos de Marcos Peron/Virtual Photo

EMPREENDEDOR

O doce negócio da hotelaria

ÓRBITA

A

O imigrante Armindo Dias começou como sócio da Campineira, fabricante do pirulito Zorro. Hoje, dirige a Arcel, proprietária do The Royal Palm Plaza Hotel Resort

Hotelaria em alta I Faturamento:

previsão de R$ 400 milhões em 2005 (20% a mais que no ano passado) e R$ 500 milhões em 2006 I Hotéis: 3 I Concessionárias: 7 I Funcionários: 1.100 I Vendas das

concessionárias: 1.000 veículos/mês

Apesar de não entender nada de hotel, como não entendia de biscoitos, Armindo Dias construiu um grupo de sucesso e que continua crescendo

I Acomodações dos

hotéis: 550 apartamentos I Taxa média

de ocupação mensal: 70%

Q

uando Armindo Dias iniciou seu primeiro negócio em Campinas, o País estava às portas do golpe de 1964. Mas o momento de inquietações, receios e incertezas político-econômicas não intimidou o imigrante português a comprar, no início de março daquele explosivo ano, 25% da sociedade da Campineira, modesta fábrica de doces. Começava ali a revolução pessoal do empresário, hoje presidente do grupo Arcel, uma holding com negócios nos setores hoteleiro, imobiliário e de venda de veículos. Seu empreendimento mais vistoso, o The Royal Palm Plaza Ho-

tel Resort, é um divisor de águas na história da hotelaria da cidade e serviu de referência para outras organizações do ramo, que mudaram para acompanhar o concorrente ou aportaram na região para também explorar o filão. Armindo desembarcou no Brasil em 1956. Tinha 24 anos e uma enorme vontade de ser dono do próprio negócio, como o pai, José Maria, proprietário de um armazém na vila de Ansião, a 180 quilômetros de Lisboa. Foi trabalhar como representante comercial na Bahia, juntou dinheiro e depois abriu atacados de biscoitos, chocolates e doces no bairro Pari, em São Paulo. Nesse ramo conhe-

ceu os conterrâneos então donos da Campineira. Triunfo - Dois anos após tornar-se sócio, Armindo comprou definitivamente a Campineira. Ele quadruplicou a área de 2 mil m2 da planta e ampliou de 60 para 700 o número de funcionários, embalado sobretudo pelo sucesso de um produto inesquecível para as crianças da época, o pirulito de caramelo Zorro. A fábrica estava no meio de uma área residencial, o bairro Cambuí, o que não só limitava novas expansões como trazia problemas de convivência com moradores. Foi quando Armindo vislumbrou em uma área ocupada por um milharal, próximo ao dis-

O Royal Palm revolucionou o setor em Campinas. Agora, a empresa tem três hotéis.

trito de Barão Geraldo, o lugar para abrigar a sede da empresa a partir de 1977. Com 22 mil m2 e 2.300 funcionários, a Campineira produzia em média 100 toneladas diárias de produtos, entre doces, biscoitos e wafers com a marca Triunfo, criada por Armindo para diferenciar suas mercadorias de outras do gênero com nomes estrangeiros – e que predestinou a trajetória de sucesso da companhia. “Durante cerca de 15 anos não houve indústria no setor com crescimento igual ao da Campineira”, recorda-se orgulhoso. “No auge, no início da década de 90, a empresa liderou o mercado nacional de biscoitos e sua produção era de 300 toneladas diárias.” Feeling - Assediado por multinacionais e enfrentando problemas na sucessão familiar, Armindo preferiu vender a empresa para a francesa Danone, em 1997, “antes que eu ficasse completamente doente”, confidencia com o inconfundível sotaque lusitano. Estava com 65 anos, casado e com quatro filhos nascidos em Campinas. Não queria sair da cidade e tampouco pensava em aposentadoria. O feeling de empreendedor uma vez mais dirigiu Armindo para o negócio certo: um hotel decadente e à venda junto ao entronc a m e n t o d a s ro d o v i a s Anhanguera e Santos Dumont, na região Oeste da cidade. “Entendia nada de ho-

tel, assim como também não entendia de biscoitos quando cheguei ao Brasil. Peguei meu filho e, junto com um arquiteto, fomos ao exterior em busca de idéias para modernizar o empreendimento”, conta. Na volta, mandou derrubar o prédio que havia e no terreno ergueu, com investimentos de US$ 75 milhões, um novo hotel com 52 mil m2 de área construída, quase seis vezes maior que as instalações anteriores. Como fizera com a Campineira, Armindo revolucionava agora a hotelaria da cidade, investindo depois na construção de mais dois hotéis, o The Royal Palm Residence e o The Royal Palm Tower, na região central. A vocação empreendedora também o levou a expandir seus negócios para o comércio de veículos. Sua mais recente empreitada é uma concessionária Volkswagen de 6.500 m2 e investimentos de R$ 20 milhões que será inaugurada em outubro. “Minha crença é a de que nada resiste ao trabalho”, revela Armindo, que labuta desde os 12 anos e hoje, aos 73, ainda dá expediente de 12 horas na direção do Grupo Arcel, em sociedade com os filhos. Otimismo é outra virtude desse avô de nove netos. “Não fosse assim, jamais teria comprado a Campineira quando os rumores eram de que os sindicatos ocupariam as fábricas.” Paulo César Nascimento

Redes do exterior chegam a Campinas pequeno porte a se mexerem para não ccor Hotels e Blue Tree Hotels são perder hóspedes. As duas unidades dos A exemplos de redes que nos últimos Hotéis Opala, os primeiros a operar na dois anos fincaram suas bandeiras em território campineiro. A primeira inaugurou, de uma só tacada, dois hotéis das marcas francesas Ibis e Mercure em um único sítio no centro financeiro e comercial da cidade. O empreendimento recebeu R$ 32 milhões em investimentos e reúne 430 apartamentos em uma área construída de 22,5 mil metros quadrados. A segunda passou a operar o Ermitage Boulevard, hotel tradicional até então de gestão familiar, que passou a chamar-se Blue Tree Towers Campinas Ermitage, com 125 apartamentos. As redes Sol Inn e Meliá também investiram em unidades. Esse avanço obrigou redes locais de

O pioneiro Opala com a concorrência precisou se modernizar, diz o diretor Renato Muller.

cidade, receberam cerca de R$ 300 mil de investimento em reformas, revela Renato Muller, diretor financeiro do grupo administrador. Salão de convenções, sala de ginástica e ar-condicionado nos 123 apartamentos tentam hoje atrair uma clientela mais exigente. Outras mudanças, como tv a cabo e sala para internet foram impostas por uma modernização jamais imaginada quando os hotéis abriram suas portas na região central há mais de 40 anos. Mas o setor também amarga perdas. Os hotéis Bahamas, Campinas Palace e Savoy estão entre os estabelecimentos tradicionais que encerraram atividades.

Corregedoria denuncia a vereadora Marcela

Um dos protestos estudantis que provocou a denúncia da Câmara

Corregedoria da CâA mara de Campinas apresentou denúncia contra a vereadora Marcela Moreira (PT) por quebra de decoro parlamentar. Segundo o relatório, entre-

gue à mesa diretora da Câmara, ela foi responsável por incitar a violência durante protesto estudantil em defesa do passe livre no transporte, em março. Na ocasião, três pessoas ficaram feridas, ônibus foram depredados e o trânsito no centro ficou congestionado. Enquanto os estudantes estavam no saguão do Paço, assessores de Marcela teriam invadido o café da Câmara para distribuir

Prefeitura de Campinas iniciou na última quarta-feira a reforma do prédio do Centro de Zoonoses, na Vila Boa Vista. Os funcionários paralisaram as atividades em agosto em protesto pela falta de condições de trabalho e de equipamentos e remédios para atender os animais. Dez dos 20 canis foram interditados. Com a reforma, os animais foram levados para o terreno de uma ONG e os mais ferozes ou, com suspeita de raiva, foram para o Centro de Zoonoses de Hortolândia. A reforma durará seis meses e o custo estimado é de R$ 500 mil.

água para os jovens. Segundo a assessoria de Luiz Franco (PL), corregedor da Câmara, testemunhas confirmaram que foram os assessores da petista que causaram tumulto na cozinha da Câmara. O relatório aponta dois motivos para a quebra de decoro: a confusão gerada na Câmara e o princípio da representatividade, quando os assessores de um parlamentar o representam.

A mesa enviará o relatório para a Comissão de Constituição, Legalidade e Redação, onde será definido o futuro político da vereadora. Ela terá direito a defesa. Mas, se culpada, pode até perder o mandato. A decisão caberá aos vereadores, que votarão o relatório. Marcela voltou a se envolver em confusão em agosto em outra manifestação de estudantes por passe livre. Ela disse a uma emis-

sora de rádio que o prefeito Hélio Santos estava “nas mãos de empresários de ônibus”, e que os vereadores “só sabem dar nome de rua”. O episódio causou novo mal-estar e o vereador Jorge Schneider enviou outro pedido à corregedoria para analisar as declarações. Marcela não foi encontrada para comentar o assunto. Cristiane Prezotto

ex-delegado seccional de Campinas, Miguel Voigt Júnior, será convocado à Comissão de Segurança da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo para explicar o caso Braspátio. O pedido, feito pelo deputado Renato Simões (PT), inclui também a convocação de dois sócios do ex-delegado. A convocação se baseia em acusações de irregularidades no sistema de guincho e guarda de veículos apreendidos pela polícia. Segundo investigações do MPE, além da Braspátio ter sido contratada sem licitação, havia cobrança de taxas para veículos recolhidos por motivo de roubo ou furto, o que é irregular. Os depoimentos estão marcados para o dia 4 de outubro.

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stagiários de cursos do ensino superior serão admitidos pela prefeitura de Valinhos. As contratações acontecerão por meio da concessão de bolsas de estudo que vão desde R$ 522,92 para quem cursa o quinto semestre, a R$ 965,40 para quem faz o 12º. A duração do estágio terá limite mínimo de seis meses e máximo de dois anos, podendo ser prorrogado ou rescindido a qualquer momento, pelo estudante ou pelo município. O início das admissões ainda não foi definido, mas deve começar em breve.

E

EXPEDIENTE

Diretoria Executiva (2004 - 2007) Presidente Guilherme Campos Júnior 1º Vice-Presidente Gilberto Rocha da Silveira Bueno 2º Vice-Presidente Carlos Francisco Simões Correia Assinaturas do Diário do Comércio (0xx19) 2104-9276 Departamento de Sócios Serviço de Atendimento ao Usuário, Convênios e Parcerias (19) 2104-9271/ 9272/ 9273 associados@acicnet.org.br Assessoria de Imprensa (19) 2104-9215/ 9216 imprensa@acicnet.org.br Página na Web www.acicnet.org.br Rua José Paulino, 1111, Campinas, SP - CEP 13013-001 PABX: 2104-9200


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de setembro de 2005 Arquivo DC

Mostra Circo Fellini traz fotos de bastidores, desenhos e cartazes de filmes. Uma viagem onírica VISUAIS

Fellini, homem das imagens no cinema e no traço: o circo sempre foi o seu ícone

BRONZE

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ico Stockinger expõe 60 esculturas em bronze na Pinacoteca, a partir das 11h deste sábado, 17. Com curadoria de Agnaldo Farias, a mostra traz 50 anos da obra de Stockinger, dividida em três séries: Gabirus, dos anos de 1990, que retrata famílias de miseráveis do sertão nordestino; uma série de esculturas longilíneas de figuras femininas ( fot o) , e a última série traz uma procissão de pequenas esculturas, derivadas de trabalhos feitos em terracota. Stockinger- Bronzes Pinacoteca do Estado Praça da Luz, 2, tel (11) 3229-9844. Aberta de terça a domingo, das 10h às 17h30. Em cartaz até 23 de outubro. Ingressos: de R$ 2 a R$ 4. Grátis aos sábados.

O colorido de Fellini na Paulista

F

ederico Fellini levou o picadeiro para o cinema em A Estrada da Vida (1954) , A ma rco rd (1974), Palhaços (1971), e não hesitava em transformar seqüências inteiras em um verdadeiro circo de imagens. Desde pequeno fascinado pelo mundo dos artistas itinerantes, aos sete anos de idade fugiu da escola para juntar-se a um circo que passava pela cidade, voltando dias depois pa-

ra casa. Nada mais procedente do que a mostra Circo Fellini, que será aberta neste sábado, dia 17, na galeria Paulista do Conjunto Cultural da Caixa, sobre a obra e a história do cineasta italiano. Com curadoria do diretor teatral e dramaturgo Antonio Cava e cenografia de José Dias, a exposição traz 36 reproduções de seus desenhos, em tamanho 40x40, do acervo da Fundação Fellini de Rimini, na

ta e primeiras edições de seus roteiros. Seis marionetes, produzidas na cidade de Tiradentes, Minas Gerais, pelas artistas Bernardo Rohrmann e Renata Franca, completam a cenografia, reproduzindo personagens dos filmes de Federico Fellini. Para complementar a mostra com imagens em movimento será exibido um vídeo com 20 minutos de duração, produzido especialmente pa-

ra o evento, com trechos de filmes de Fellini e trilhas sonoras, editado por Samir Abujamra. Lúcia Helena de Camargo

Circo Fellini Conjunto Cultural da Caixa, Galeria da Paulista (av. Paulista, 2083, tel.: 11-3107-0498). Aberta de segunda a sábado, das 10h às 21h; aos domingos, das 12h às 21h. Até 30 de outubro. Ingresso: grátis.

Desenhos de Fellini na mostra e um clássico em DVD

LIVRE POESIA Federico Fellini (19201993), nascido na pequena e carinhosa Rimini, Itália, relembrou-a com poesia (e senso crítico peculiar) em muitos de seus filmes, principalmente Amarcord. O traço mais claro de seus filmes, além da nostalgia e da discussão a respeito da funitude, é o universo de seus personagens, forçadamente deformados e caricatos. A nenhum deles falta um sopro de esperança - ou sonho, ou poesia

OLHARES

O

Centro Cultural Banco do Brasil inaugura na segunda, 19, a exposição De s oriente: O Eu Nômade, com 22 fotografias de Leonardo Kossoy. As imagens mostram lugares conhecidos, sob ângulos não convencionais. As fotos foram tiradas em São Paulo e nas cidades paulistas de Amparo, Araraquara e Itatiba (foto); nas italianas Florença e Portofino; Arizona e Nova York (EUA); Santonini (Grécia); Shangai (China); Antibes e St. Tropez (França); e Tóquio, no Japão. A curadoria é da americana Carol Armstrong e do fotógrafo brasileiro Fernando Azevedo. A mostra segue depois para Rio de Janeiro e em fevereiro de 2006 desembarca em Madri. Crianças e idosos podem participar de uma oficina na qual, depois de observarem as fotos, são estimulados a criar suas próprias obras, inspirados no que viram. Desoriente: O Eu Nômade - Centro Cultural Banco do Brasil - Rua Álvares Penteado, 112, Centro, tel.: (11) 31133651. De terça a domingo, das 10h às 20h. Até 23 de outubro. Grátis.

Itália; 30 reproduções de fotografias de Tazio Secchiarolli, que mostram os bastidores das filmagens do filme 8 ½, e 30 fotos originais do acervo do Istituto Italiano di Cultura, do Rio de Janeiro, com imagens de atores, diretores, amigos e colaboradores de Fellini, como Giulietta Masina e Nino Rota, com vitrines dedicadas exclusivamente a eles. Na exposição haverá ainda 23 cartazes de filmes do cineas-

Tesouros em DVDs O

Cartazes de alguns clássicos do diretor

s admiradores de Fellini, se quiserem, podem rever sua obra completa em DVDs, com remasterizações de som e restauração de imagem perfeitas. Nesse revival mais do que justo, e portentoso, há filmes reunidos sob o título Coleção Fellini (quatro caixas), com obras que vão de 1950 a 1983. Na caixa 2, por exemplo, está o clássico A Doce Vida (La Dolce Vita), também lançado em edição especial com dois discos. O antológico A Estrada da Vida (La Estrada), que ressalta o desempenho de Giullietta Masina e Anthony Quinn, ocupa espaço de gala na caixa 3. Há, também, edições avulsas de fitas que circulam pouco até nas salas de arte. É o caso de Ensaio

de Orquestra, de 1979, cujo elenco, hilariante, não exibe nomes estelares; quem se lembra de atores chamados Balduin Bass, Clara Colosimo e Elizabeth Labi? Prova d´Orchestra parodia, de forma divertida, o corporativismo das grandes orquestras sinfônicas e a rivalidade entre músicos. Outro DVD avulso é um poema inesquecível dos primeiros anos de criação do cineasta, O Abismo de Um Sonho (Lo Sceicco Bianco), de 1952, com atuação formidável do cômico Alberto Sordi. Entre as edições mais recentes está Cidade das Mulheres, iluminado pelo carisma de Marcello Mastroianni já na terceira idade. O filme é de 1980.

Emoção nas trilhas A

s trilhas sonoras dos filmes de Fellini estão, sempre, associadas a melodias encantadores e poéticas. O autor delas, Nino Rota, é um estilista do som, tanto quanto Fellini é da imagem. Formaram, por isso mesmo, uma parceria ímpar, perpetuada em Noites de Cabíria, A Doce Vida, Satyricon, Julieta dos Espíritos, Oito e Meio e, especialmente, Amarcord. Há numerosas edições, em CDs, de várias dessas trilhas, extraídas diretamente do som original dos filmes. Mas Nino Rota foi além. Trabalhou com outros

Cineminha Fellini: a arte de encenar, o prazer de tocar instrumentos e brincadeiras com Roberto Benigni em A Voz da Lua

grandes cineastas, como King Vidor (Guerra e Paz); Luchino Visconti (O Leopardo) e Franco Zefirelli (Romeu e Julieta). Em 1974, recebeu o Oscar, pela composição do score de O Poderoso Chefão 3, dirigido por Freancis Ford Coppola. Milanês, nascido em 1911, Rota morreu aos 89 anos. Sua obra é uma referência para outros grandes compositores de cinema, entre eles, seu sucesso direto, Nicola Piovani. Apaixonada pela obra de Rota, a cantora italiana Katyna Ranieri gravou um CD só com obras dele. O disco foi editado e lançado, originalmente, na França.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de setembro de 2005

GOVERNO PAULISTA LANÇA SEGUNDA PRIMAVERA TRIBUTÁRIA COM NOVE MEDIDAS DE DESONERAÇÃO DO ICMS Luiz Prado/AgLuz

Governador Geraldo Alckmin: renúncia fiscal será de R$ 200 milhões

Empresários acompanham atentamente anúncio das medidas, principalmente a que amplia de R$ 150 mil para R$ 240 mil o limite de isenção do ICMS

NA PRIMAVERA, 73,5 MIL NOVOS ISENTOS DE ICMS O

SIMPLES Agora só falta corrigir a tabela federal

C

om a ampliação do limite de isenção do Simples Paulista, inclusa na nova Primavera Tributária, o governo do estado de São Paulo sai na frente do governo federal, que até agora não conseguiu emplacar a proposta da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, que prevê a atualização da tabela do Simples Federal, congelada desde o lançamento do regime, em 1997. Atualmente, para uma microempresa ingressar no regime tributário federal, o faturamento anual não pode ser superior a R$ 120 mil. Já o limite estipulado para o ingresso das empresas de pequeno porte é de R$ 1,2 milhão. A proposta da nova Lei Geral, elaborada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), é ampliar o teto para R$ 480 mil e R$ 3,6 milhões, respectivamente. O texto da MP nº 252, a MP do Bem, aprovado na Câmara,

também aumenta os limites de faturamento, passando para R$ 240 mil no caso de microempresas , e R$ 2,4 milhões para as empresas de pequeno porte. Para José Luiz Ricca, diretor superintendente do SebraeSP, a ampliação da isenção do Simples paulista está na direção do que propõe a Lei Geral, para promover um crescimento sustentável do setor. "O governo percebeu o significado dos números da pequena empresa, que cada vez mais participa do Produto Interno Bruto (PIB)", disse. "Não podemos ser ignorados. O governo paulista sabe disso e está trabalhando na vanguarda da política fiscal e tributária." Para o presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria no Estado de São Paulo (Simpi), Joseph Couri, "enquanto o governo federal insiste em manter a tributação no setor, São Paulo sai da discussão e apresenta uma solução concreta", diz. (MR)

Luiz Prado/Ag Luz

Estamos desonerando o setor produtivo para favorecer o crescimento do estado

Eduardo Guardia, secretário da Fazenda do Estado de São Paulo

governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou ontem a segunda versão da "Primavera Tributária", pacote com nove medidas para reduzir a carga tributária, aumentar a competitividade das empresas e dar mais fôlego para a economia paulista. Um dos principais pontos é a ampliação do limite de isenção do Simples Paulista, que passou de R$ 150 mil para R$ 240 mil. Com a elevação do teto, 73,5 mil empresas ganham a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). "O setor produtivo e as micro e pequenas empresas são os verdadeiros campeões do estado, responsáveis pelo maior número de contratações. Por isso não poderíamos deixar de contemplálos", disse Alckmin. Das medidas anunciadas, duas terão efeitos imediatos, como a inclusão de pães industrializados e iogurte na cesta básica (alíquota passa de 12% para 7%) e a redução de 18% para 12% do ICMS nas saídas internas de cintos, bolsas e carteiras sintéticas. Os

decretos estabelecendo os benefícios fiscais serão publicados hoje no Diário Oficial. O pacote de desoneração tributária, segundo o governador paulista, vai resultar em uma renúncia fiscal de R$ 200 milhões. "Mas é uma renúncia teórica porque as mudanças tributárias vão reduzir a informalidade", explicou. Outra compensação financeira, disse Alckmin, virá com os ganhos de receita decorrentes do convênio firmado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que estabelece o fim da obtenção de créditos do ICMS nas vendas interestaduais de carne. O convênio vai garantir ao estado ganhos da ordem de R$ 170 milhões por ano. Além dos decretos, integram o pacote quatro projetos de lei que seguem para apreciação da Assembléia Legislativa e três propostas que deverão ser analisadas pelo Confaz na reunião do próximo dia 30. Simples - Além da ampliação da isenção de ICMS, o projeto de lei que trata do Simples Paulista estabelece a criação de mais uma faixa de classificação. Agora, as empresas com faturamento superior a R$ 1,2

milhão, até o limite de R$ 2,4 milhões, poderão ingressar no sistema, pagando um alíquota de 4,2%. Antes, o Simples permitia o enquadramento até o limite de R$ 1,2 milhão. Com a criação da nova faixa, quase três mil empresas do estado terão sinal verde para ingressar no sistema. Caso seja aprovado, o projeto também permite à indústria enquadrada no Simples vender a qualquer contribuinte do ICMS. Pelas regras atuais, só é permitido ao setor vender para o consumidor final ou a contribuintes enquadrados no regime especial de tributação. Crédito - Outro projeto que vai beneficiar a micro e pequena empresa é o que prevê a abertura de uma linha de crédito de R$ 100 milhões para o apoio financeiro ao empreendedor, mediante a equalização da taxa de juros coberta pelo Tesouro Nacional. O projeto é um complemento do Banco do Povo, que já permite a retirada de recursos de até R$ 5 mil. Com a sua aprovação, será possível conseguir créditos de R$ 5 mil a R$ 30 mil, que poderão ser pagos em dois anos, com uma taxa de juros de

1,89% ao mês. Os demais projetos estabelecem a redução de 18% para 12% da alíquota do ICMS para tubos cerâmicos (manilhas) e pisos de PVC, beneficiando a construção civil. A mesma redução vale para pasta e escova de dente. Para o Confaz, o governador do estado, Geraldo Alckmin, vai propor a isenção de ICMS na compra de aeronaves de fabricantes nacionais. Hoje, esta operação paga 4% de imposto estadual e a isenção atinge somente aeronaves importadas. Também será apresentada uma proposta de isenção de ICMS para a compra de máquinas nacionais para a modernização de portos (guindastes, empilhadeiras etc). Atualmente a isenção do imposto é permitida apenas para a compra de produtos importados e estas operações pagam de 8,8% a 18% de ICMS. Outra proposta envolve o setor do gás natural e prevê diminuição de 12% para 7% na alíquota de ICMS de ônibus novos movidos a Gás Natural Veicular (GNV). O objetivo é estimular a substituição da frota de 33 mil ônibus que circulam nas três regiões metropolitanas do estado (capital, Campinas e Baixada Santista) e a instalação de compressores nas garagens. A novo pacote chega dois dias após o governador mineiro, Aécio Neves, anunciar medidas de redução de imposto. "Tanto São Paulo como Minas não integram a guerra fiscal promovida por alguns estados. Nós estamos desonerando o setor produtivo para que favoreça o crescimento do estado", afirmou o secretário da Fazenda paulista Eduardo Guardia. Márcia Rodrigues

Luiz Prado/AgLuz

Setor produtivo comemora benefícios do novo pacote

O

setor produtivo comemorou ontem o anúncio da segunda versão da "Primavera Tributária" pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, o novo pacote de medidas é positivo, em especial para as micro e pequenas empresas. "Aumentando as faixas do Simples, o governo está se antecipando à Lei Geral da micro e pequena empresa e beneficiando todo o setor. Além disso, cria uma tabela progressiva que não penaliza o crescimento. Apenas reconhece um setor que representa 99% das empresas do Brasil".

Afif: antecipação do governo paulista deve espelhar o Senado.

Burti: fim do inverno e início de uma primavera tributária.

O presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Alencar Burti, ressaltou que as medidas, quando acompanhadas de um efetivo processo de desburocratização, resultarão num verdadeiro projeto de inclusão social para o desenvolvimento. "Menos tributos, menos burocracia e uma nova relação entre capital e trabalho vão gerar desenvolvimento e incluir na formalidade milhares de pequenos negócios, com efeitos positivos para a arrecadação e para a previdência social", afirmou. "É o fim do inverno e início de uma primavera tributária",

acrescentou. O presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Cláudio Vaz, lembrou da importância que teve a primeira versão da "Primavera Tributária" para o crescimento do setor industrial em todo estado de São Paulo. "Esta segunda fase priorizou a micro e pequena empresa. Muito se comenta sobre este setor, mas pouco se faz para suprir a sua deficiência. Afinal, o segmento é o responsável pelo emprego e a grande possibilidade de se diminuir o déficit social do estado com emprego e renda". Já o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif

Domingos, ressaltou que a iniciativa de Alckmin deve animar o Senado a apressar a votação da correção da tabela do Simples federal, incluída na MP nº 252, a MP do Bem. "A antecipação do governo paulista em ampliar o teto de faturamento do Simples reforça nossa posição para lutar pela ampliação do limite atual que aguarda votação no Senado. Acredito que o presidente Renan Calheiros vai se espelhar no feito de Alckmin para garantir a correção", comentou. A MP do Bem segue para o Senado assim que for concluída a votação na Câmara Federal. O presidente da Federação de Serviços do Estado de São Paulo (Fesesp), Luigi Nese, apoiou o pacote e enfatizou que agora falta uma iniciativa do governo municipal. (MR) colaborou Sérgio Leopoldo Rodrigues


Menos impostos. E´ a Primavera. Ampliação do Simples e redução de impostos: a Segunda Primavera Tributária do governador Geraldo Alckmin já está florescendo na pág. 8 Luiz Prado/Luz

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Edição concluída às 23h50 Ano 81 - Nº 21.964

São Paulo, sexta-feira a domingo, 16 a 18 de setembro de 2005

R$ 0,60

Dida Sampaio/AE

Esqueça a redução da alíquota do IR. "É elitista". A alíquota máxima da tabela do Leão é mesmo de 27,5%. A redução foi descartada pela Receita. Pág. 7

RISCO-PAíS

Indicador no menor nível desde 97 Página 14

Dólar cai e fica abaixo dos R$ 2,30. Bolsa sobe Indicadores, página 15 Milton Mansilha/Luz

SUPREMO O NOVO ENDEREÇO DA CRISE

Valter Campanato/ABr.

Todos os caminhos da crise levam ao Supremo. É para lá que se dirigem a investigação do mensalinho recebido por Severino e o recurso de Jefferson para suspender a cassação de seu mandato. Foi de lá que saiu a criticada decisão de Jobim (acima) de impedir a abertura do processo de cassação de seis deputados envolvidos no mensalão, estendida depois para abrigar José Dirceu e já pleiteada por outros seis. Lá caiu o foro privilegiado para ex-autoridades investigadas por improbidade administrativa. E, ainda, lá está a esperança de Maluf de sair da prisão, já que seu habeas-corpus foi negado. Páginas 3 a 6.

Serei o único a ser cassado

Reprodução

Alex Ribeiro

DCULTURA

HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 28º C. Mínima 16º C.

AMANHÃ Nublado com chuva Máxima 24º C. Mínima 17º C.

30 mil imóveis no Feirão do Expo Center Norte. E financiamento da CEF. É só pegar a chave... Pág. 16

Os juros que você paga aos bancos Divulgação

(Lula) Tem de ir até o final, sangrando Roberto Jefferson, ainda atirando, um dia depois de cassado

Surpresa: filas no Feirão da Casa Própria

Os novos endereços do lazer A cidade está acostumada a ganhar novos espaços culturais, de teatro, cinema, leitura. Mais turbinada ainda em 2005, essa agitação dispara com a criação de points surpreendentes, que já viraram cult, e bons negócios. O fenômeno Satyrus, na Praça Roosevelt, é um exemplo: a peça O Batismo de Tiago Amabero (acima, à dir.), é o cartaz de sua Sala 2, um sucesso. E na já tradicional Galeria Paulista do Conjunto Cultural da Caixa, abre uma exposição para lembrar Fellini, cineasta e desenhista que fez do circo a poesia máxima de sua vida.

Página 14


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de setembro de 2005

Fábio Motta/AE

NACIONAL - 9

Celso Junior/AE

PRODUÇÃO DA PETROBRAS CRESCE 9,3% Mais três cidades aderiram à paralisação por melhora no reajuste

Carteiros param também no interior

C

erca de 70% dos carteiros das cidades de São José dos Campos, Taubaté e Jacareí, no Vale do Paraíba, aderiram ontem ao movimento de paralisação nacional dos Correios. O protesto, organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos do Vale do Paraíba e Litoral Norte, começou no período da manhã, quando os carteiros chegavam para trabalhar. Segundo o sindicato, apenas 30% dos carteiros trabalharam normalmente ontem. "Essas três cidades são os maiores centros e somam cerca de 500 carteiros" afirmou o presidente interino da entidade, Wilson Santos. Nos 39 municípios da região, os Correios empregam 1,2 mil trabalhadores. "As agências estão abertas. As pessoas podem até postar

as cartas, mas elas não serão distribuídas", disse Santos. Ele informou que a greve é por tempo indeterminado e vai seguir o calendário nacional. Outro lado – Já a assessoria de imprensa dos Correios informou que a greve dos funcionários, iniciada na quarta-feira, atingiu 10,75% de um total de 108 mil empregados em todo o País. Ainda segundo a assessoria, o total das reivindicações implicaria em gastos de R$ 24 bilhões no ano, enquanto que o faturamento anual da empresa é de R$ 8 bilhões. A empresa disse que aceita retomar as negociações, desde que os grevistas retornem ao trabalho. Ontem, os Correios entraram no Tribunal Superior do Trabalho (TST) com um pedido de "dissídio de greve" para que seja julgada a paralisação. (Agências)

Ó RBITA

ARGENTINA

A

economia da Argentina cresceu 10,1% no segundo trimestre em comparação com igual período de 2004, e 2,4% sobre o primeiro trimestre, segundo dado preliminar divulgado pela agência nacional de estatística (Indec). O resultado superou o crescimento de 8% registrado nos primeiros três meses do ano. Além disso, o dado ficou acima das expectativas dos economistas do país, que esperavam uma elevação do Produto Interno Bruto (PIB) de 9,1%. A previsão de consenso dos analistas para o ano é de um crescimento do PIB de 7,5%.

INVESTIMENTO

O

s países latinoamericanos precisariam investir anualmente entre 4% a 6% do Produto Interno Bruto (PIB) em infra-estrutura nos próximos 10 anos, para alcançar nível semelhante ao dos países asiáticos nesse setor. É o que aponta estudo do Banco Mundial (Bird) sobre a situação da infraestrutura na região. Segundo o economista sênior do Bird Paulo Correa, esse nível de investimento equivale a duas ou três vezes o montante investido atualmente pelos setores público e privado, nos países da América Latina.

A Aumento da produção de panetones para o Natal ajudou na contratação de trabalhadores temporários

Indústria cria empregos, mas o ritmo diminui

O

nível de emprego na indústria paulista cresceu 0,15% em agosto, o que representou a criação de 3.150 novas vagas, segundo dados divulgados ontem pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Pelo levantamento da entidade, o acumulado do ano até agosto foi de expansão de 3,69%, o que representou a criação de 72.805 ovos postos de trabalho. No acumulado dos últimos 12 meses, sem o ajuste sazonal, a alta foi de 3,93% ou 80.702 vagas. Na avaliação do diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini, os resultados confirmam que o crescimento do País está muito lento e continua inferior quando comparado a outros países. "Os resultados são modestos, muito próximos do zero, o que reforça a nossa previsão de que o crescimento econômico do Brasil continua morno". O estudo da Fiesp se baseou nas informações de 47 sindicatos, dos quais 20 apresentaram

índices negativos, 10 se mantiveram estáveis e 17 foram positivos. Entre os setores que mais criaram novos postos de trabalho estão curtimento de couros e peles (8,13%), massas alimentícias e biscoitos (5,1%) e refrigeração, aquecimento e tratamento de ar (2,35%). Tradicionalmente, o mês de agosto registra aumento de vagas nas indústrias de massas alimentícias e biscoitos devido ao início das contratações temporárias para as encomendas de Natal. O Sindicato das Indústrias de Massas Alimentícias e Biscoitos no Estado de São Paulo (Simabesp) registrou a criação de 577 novos postos de trabalho, totalizando 12.021 empregados. Pelo levantamento do Simabesp, que agrega 17 empresas, o aumento de vagas na indústria paulista foi de 5,05% em agosto, ante 1,5% de julho. As maiores contratações no mês foram feitas pela Bauducco e

Marilan. Segundo análise da diretoria executiva do Simabesp, o aumento de empregos nesta época do ano ocorre principalmente por dois motivos: início da produção de panetones e aumento do consumo de biscoitos no fim do ano. Crédito – Além da sazonalidade, especialistas avaliam que o aumento do crédito, por meio das parcerias entre o varejo e as instituições financeiras, e o crédito consignado são alguns dos motivos para o aumento do emprego. O estudo da Fiesp faz ainda um comparativo relacionando o Índice Nacional da Atividade Industrial (INA) e o Nível de Emprego Industrial. No acumulado dos últimos doze meses, o crescimento da atividade industrial vem perdendo força e o nível do emprego acompanha esse quadro com uma certa defasagem. O INA de julho teve queda de 2,7%. Cejana Montelo

produção média de petróleo e gás natural da Petrobras aumentou 9,3% em agosto em relação ao mesmo mês do ano passado, e caiu 2,4% se comparada a julho deste ano. A Petrobrás anunciou que em agosto produziu 2,2 milhões de barris de óleo equivalente (BOE)/dia, no Brasil e no exterior. Nos campos nacionais, a variação foi ainda maior, com aumento de 10,6% em relação a agosto de 2004 e redução de 2,8% na comparação com julho. A produção de óleo e gás natural no Brasil chegou a 1,96 milhão de barris diários e nos oito países onde a Petrobrás tem atividade ficou em 263,8 mil barris/dia. Petróleo – C on si d er a nd o apenas a produção de petróleo nos campos nacionais, houve uma queda de 2,9% em agosto na comparação com julho, totalizando 1,7 milhão de barris/dia, em razão, sobretudo, das paradas programadas das plataformas P-18 e P-20 localizadas no Campo de Marlim e por problemas operacionais ocorridos no sistema de distribuição de energia elétrica da plataforma P-25 no Campo de Albacora. A Petrobrás informou, ainda, que ocorreram problemas operacionais nos poços CRT08, CRT-17 e CRT-24, do Campo de Caratinga, interligados à plataforma P-48. Os poços estão fechados desde o dia 5 de julho. Somente o CRT-08 voltou à produção, mas apenas em 29 de agosto. A estatal estima que o retorno dos outros dois poços deverá ocorrer no final de setembro. Exterior – No mercado externo, houve aumento na produção na Bolívia e na Venezuela, o que compensou as perdas ocorridas no Equador e nos Estados Unidos. Como resultado houve uma elevação em todo o exterior de 0,7% em relação ao mês de julho. (AE)

Associação Comercial de São Paulo

Reunião Plenária Tema: “Referendo sobre desarmamento: sim ou não?” Debatedores: Deputado federal Jamil Murad (PC do B) pró-desarmamento Deputado federal Luiz Antonio Fleury (PTB) contra o desarmamento Dia: 19 de setembro de 2005, segunda-feira Horário: às 17 horas

Local:

ADVOCACIA TRABALHISTA EMPRESARIAL ESPECIALIZADA

Haverá pesquisa “in loco” (dinâmica interativa com resultado em tempo real)

OVIDIO LOPES GUIMARÃES JUNIOR JOEL EDUARDO DE OLIVEIRA ROGÉRIO PACILÉO NETO

A palestra será transmitida em aberto na internet, pelo site www.acsp.com.br (Clique em Web TV ACSP - ao vivo)

DC

Edifício-sede da ACSP, na Rua Boa Vista, 51 - 9º andar

Os Advogados,

Comunicam a todos os clientes e colegas a mudança do Escritório de Advocacia Trabalhista para a Avenida Marquês de São Vicente, 121, Bloco B, 13º andar, conjunto 1301, Barra Funda, São Paulo, SP, CEP: 01139-001, Telefones: 11 3616-6544 - 3616-6546, a partir de 10/01/2005, onde estarão atendendo definifivamente.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.OPINIÃO

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de setembro de 2005

Fundado em 1º de julho de 1924

Um histórico 7 de Setembro

Cláudio Vaz, presidente do Ciesp.

C

agitação e instabilidade permanente pelas disputas de poder entre interesses seccionais e facções partidárias.

vância que derrotou todos os outros temas eleitorais. A ética reassumiu a importância suprema que tem na vida dos homens. Aos trancos e barrancos, com os precários instrumentos institucionais forjados para o funcionamento do Estado nacional, a capengante democracia brasileira vai avançado no maior esforço de limpeza política jamais enfrentado por um povo.

N

essa dissociação, a despeito das numerosas mudanças de regime, prevaleceu como resultado um contínuo e crescente aumento do Estado e um progressivo privilegiamento dos políticos, erigidos como uma classe especial de aristocratas brasileiros, acima da igualdade civil exigida por uma democracia autêntica. A contrapartida desenvolvida pela população foi um crescente e progressivo descrédito e desprezo pela política e os políticos. A tal ponto que se tornou imbatível como bandeira eleitoral a rejeição do Estado, do governo, dos partidos, dos políticos. A questão da vergonha, da honestidade, da mera decência, assumiu uma rele-

A

ssim, da mesma forma, paulatinamente, como o demonstram as pesquisas mais recentes, o povo vai tomando consciência das responsabilidades que devem ser cobradas dos responsáveis pelo desgoverno, expressando seu repúdio e sua rejeição pelos que nada sabem de coisa alguma, nem respondem por nada, e só respondem por discursos. A consciência cívica cresce com esse 7 de setembro. Só não cresce na cabeça dos políticos que a exploraram como bandeira eleitoral. E é contra essa monumental fraude mercadológica que o povo começou a sair às ruas neste histórico 7 de setembro. Pela simples razão que se um grupo, uma facção, um partido, uma quadrilha de marginais, pode sobreviver e progredir contra todos os princípios da ética que regem a convivência digna e civilizada entre os homens, isto não é viável para a vida. Céllus

Com juros reais de quase 15% ao ano, fica muito difícil pensar em uma estratégia de crescimento. O corte feito pelo BC não vai mudar nada, não resultará em aumento de consumo e não trará nenhum ganho para as empresas. Portanto, não vemos nada de positivo num corte de juros apenas simbólico.

om o passar dos anos, este 7 de Setembro entrará para a História como um divisor de águas na vida política do País. Não dá para perceber que simples passeatas, que hoje se noticiam em páginas internas dos jornais, sejam o marco de largada de uma nova fase da nossa vida pública. De uma relação diferente entre o Estado e o povo brasileiro, de uma redenção de nossa cidadania, de um patamar mais alto para uma democracia autêntica. Pois este será um processo longo e trabalhoso de penosas lutas para a aquisição de uma consciência cívica superior, para a formação de instituições que venham a realmente exprimir as aspirações mais legítimas da nacionalidade. Uma segunda independência do Brasil. Em 1822 o país se tornou politicamente independente. Nos 67 anos subseqüentes, nossos dois governantes, a serviço da maior causa nacional, construíram a unidade do povo e da nação sob o formato de um império continental regido por um Estado em perfeita sintonia com a sociedade brasileira. Com a República, essa sintonia se desfez. Criou-se uma cisão radical na convivência e na nacionalidade brasileira. Abriu-se um abismo entre o Estado e a Sociedade nacional. Os políticos ganharam sua independência, os cidadãos perdemos a nossa. A vida política se converteu num foco de

Benedicto Ferri de Barros

JOÃO DE SCANTIMBURGO O OUTRO "FICO"

C

omentei há dias, nesta coluna, que o "fico" do príncipe regente D.Pedro I aos patriotas que lutavam pela independência culminou no Sete de Setembro de 1822. Outro "fico", disse eu, foi o do presidente Lula, que aduziu e não fará como Getúlio, Jânio e Jango: ficará no poder. Agora, temos um outro "fico", o de Severino Cavalcanti, que não quer deixar a presidência da Câmara dos Deputados por nada deste mundo. A oposição ao presidente da Câmara, presume-se, não conta com a possibilidade de luta para depor o presidente agarrado ao seu "fico" decisivo.

A ética reassumiu a importância suprema que tem na vida dos homens. Aos trancos e barrancos.

Eliana Cardoso, economista, ontem no Valor

Brasil x México: anacronismo diplomático

O

México acaba de anunciar que voltará a exigir visto de entrada para brasileiros, tanto daqueles que viajam a turismo quanto a negócios. Como é público e notório, o México vem sendo utilizado como “trampolim” para brasileiros que adentram ilegalmente o território americano. A partir dos atentados de 11 de setembro o governo americano adotou critérios mais rigorosos para concessão de visto de entrada, mesmo para turistas. Até então o imigrante clandestino conseguia com relativa facilidade um visto de passeio para os Estados Unidos e lá chegando não mais retornava. Atualmente isso se tornou muito difícil, restando a conexão mexicana que agora também se fecha. Embora os Estados Unidos nos últimos anos tenham tido uma política migratória extremamente liberal (aceitando um número recorde de imigrantes legais, superior a um milhão de pessoas), a pressão migratória vinda de países como o Brasil, junto com a ameaça terrorista, exigiu a adoção de maiores controles. Compreensíveis e necessários. As autoridades brasileiras, ao invés de vexarem-se diante do fato de que parte de sua classe média não consegue oportunidades de trabalho no Brasil, tendo que re-

correr aos riscos da imigração clandestina, decidiram dificultar a vida dos cidadãos americanos e mexicanos, com exigência de visto de entrada.

maraty? Simples: irá agravar o ciclo vicioso. Os (poucos) turistas mexicanos que ainda vinham para o Brasil vão optar por outros países que não lhes exigem visto de entrada. Haverá perda de receita turística e, conseqüentemente, de empregos. O mesmo ocorre hoje com os EUA, o maior exportador mundial de turistas. Isso significa que o Brasil está, deliberadamente, eliminando milhares de empregos a fim de atender a um capricho diplomático anacrônico. Como se o mercado turístico fosse igual ao do tempo do Barão do Rio Branco. Como se o terrorismo internacional continuasse impulsionado por um anarquismo romântico. No início do século XX disputávamos imigrantes com os EUA. No começo do século XXI, somos exportadores de mão de obra barata.

N

em o México nem os Estados Unidos exigem visto de brasileiros por maldade ou perversidade. Ou por algum preconceito. Ou por infundada desconfiança. É público e notório o intenso fluxo migratório clandestino para a América do Norte, especialmente nessas duas últimas décadas de estagnação. As equivocadas políticas econômicas brasileiras forçaram o fluxo migratório para esses e outros países. Qual o resultado prático da “obrigação de reciprocar” mencionada na nota do Ita-

A

ssim, "reciprocar" em semelhantes condições significa apenas prejudicar o povo que paga os impostos que mantém uma diplomacia caríssima cujos resultados mais palpáveis com essas atitudes consistem na destruição de empregos e no fomento de mais imigração ilegal para fora do país.

Céllus

A redução da Selic pode contribuir para mover a taxa de câmbio de volta ao equilíbrio. O câmbio dança na corda bamba do BC. Corda fraca, passo em falso, e a economia pode se machucar.

CÂNDIDO PRUNES, VICE-PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL

O Itamaraty decidiu dificultar a vida de americanos e mexicanos. O que ganhamos com isso?

O momento é particularmente oportuno para abandonar definitivamente o IGP como indexador de dívidas e de contratos na esfera do setor público. Seus problemas decorrem da instabilidade da taxa de câmbio. Roberto Macedo, economista, em sua coluna de ontem no Estadão

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S

everino crê que é o homem exato para a situação atual e não abre mão de sua poderosa presidência se não for compelido a deixar a posição. Quando nos alongamos no passado da Câmara dos Deputados vemos que houve uma mudança significativa na escolha de presidentes da Casa. Os presidentes da Câmara sempre foram homens de grande projeção na política, mas desta vez fomos surpreendidos com um presidente de pouca ou quase nenhuma projeção nos círculos políticos. Severino não tem a personalidade forte de, por exemplo, Antônio Carlos, Cirilo Júnior e de outros que passaram pela presidência da Câmara, mas conta exclusivamente com o seu tino político, a sua habilidade e sua obstinação em ficar no cargo. Vamos ver no que dá isso.

João de Scantimburgo João de Scantimburgo é membro da Academia Brasileira de Letras jscantimburgo@acsp.com.br

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Severino não quer deixar a presidência da Câmara por nada deste mundo

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de setembro de 2005

Na Paulista

J

untas, as quatro salas de cinema da Reserva Cultural têm capacidade para quase 600 pessoas. Mas os filmes do circuito de arte, e mesmo um ou outro arrasa-quarteirão, não são o único atrativo que este espaço recém-criado na avenida Paulista tem a oferecer a este povo todo. O Reserva já entrou no roteiro cult da cidade também em função de seu concorrido bar, separado da calçada somente por uma parede de vidro. Freqüentado não apenas pelo público de cinema, o bar já virou um point avançado para paqueras e happy hour. Ao lado do bar funcionam ainda uma bombonière e um restaurante que lembra um deck. Na hora de trocar os petiscos pelo projetor, tudo bem: as salas contam com cadeiras de última geração e um sistema de som que espanta os ruídos da avenida. Reserva Cultural, Avenida Paulista, 900, tel.: (11) 3287-3529.

LAZER - 1

Música e literatura

LAZER

10 NOVOS ENDEREÇOS A cidade, agitada com a descoberta de points surpreendentes Sérgio Roveri Fotos: Alex Ribeiro

C

onstruído em 1927 e tombado pelo patrimônio histórico há três anos, este casarão de 300 metros quadrados abriu suas suntuosas portas para o público há pouco menos de um mês, com a estréia do espetáculo Assombrações do Recife Velho. Mas os planos do proprietário, o ator Paulo Goya, são muito mais ambiciosos. A partir de outubro, ele quer ocupar todas as dependências do prédio com leituras dramáticas, espetáculos infantis e a criação de espaços destinados a bibliotecas e inclusão digital. "Quero abrigar neste espaço a vanguarda paulistana e provar que é possível viver de bilheteria, desde que você tenha um material de qualidade para oferecer ao público", diz. Casarão Belvedere, Rua Pedroso, 267, Bela Vista, tel.: (11) 3842-5522.

O

Livros e poesia

O Batismo de Tiago Amabero, no Satyros

S

e o governo Lula resolveu deixar de lado o seu famoso espetáculo do crescimento, a cidade de São Paulo levou o bordão a sério. Pelo menos no âmbito da cultura: somente nas últimas semanas, dez novos endereços passaram a engrossar o mapa cultural da cidade. São quatro teatros, duas livrarias, um complexo de cinema com quatro salas e, finalmente, três espaços multiuso, que podem tanto se prestar a apresentações teatrais como a cursos de artes plásticas, galerias,

oficinas e leituras dramáticas. Grande parte deles baixou suas âncoras em regiões concorridas da cidade, como a Vila Madalena e o Bexiga. Mas o centro não ficou de fora: estão ali três dos quatro teatros recém inaugurados. A maioria destes espaços guarda outra semelhança: nasceram graças à determinação de pequenos empresários e produtores culturais, que não hesitaram na hora de pôr a mão no bolso para manter vivo o velho lema de que o show tem que continuar.

Teatro e show

O

Espaço dos Satyros já era um xodó da classe teatral paulistana. Agora, os diretores da companhia, Ivam Cabral e Rodolfo Garcia Vasquez, avançaram alguns metros na mesma calçada para fincar a bandeira da trupe no Espaço Satyros 2, inaugurado há duas semanas com uma festa que varou a madrugada. O novo espaço, que apresenta, entre outras produções, a peça Homens, Santos e Deser tores, oferece um barzinho logo na entrada e uma sala de espetáculos, no andar inferior, que pode receber até cem espectadores. Em outubro, quando a programação dos Satyros 2 estiver completa, os dois teatros terão 17 peças em cartaz simultaneamente, com 26 sessões semanais. "Nosso objetivo é reservar o Satyros 2, a partir de 2006, para peças de grupos convidados, que não necessitem da nossa produção", diz Cabral. Entre as novidades do novo espaço, consta uma programação de shows, nas noites de domingo a quinta. "Serão espetáculos acústicos, um clima mais intimista", diz. Espaço dos Satyros 2, Praça Roosevelt, 184, tel.: (11) 3255-2829.

F

oram-se as motos, vieram os livros. A administradora Fezu Duarte, que durante cinco anos respondeu pela direção artística do Teatro Brasileiro de Comédia, o TBC, transformou em uma luxuosa livraria um imóvel de sua família que, até pouco tempo, abrigava uma oficina mecânica. Batizada de Estação Poeta, a livraria oferece, no segundo andar, um espaçoso café cujas paredes são decoradas com imagens de uma São Paulo da época dos bondes. Fotos de Vinicius de Moraes e Clarice Lispector, entre outros autores, decoram o ambiente que, a partir do próximo mês, também apresentará leituras dramáticas. "Foi a maneira que encontrei de aproximar a literatura do teatro", diz Fezu. Estação Poeta, Avenida Juscelino Kubitschek, 1600, Itaim, tel.: (11) 3073-0173.

Arte e samba

O

Bela Vista: Usina Paulistana de Arte

Sesc Pinheiros: imenso anfiteatro

Vila Madalena: André, Paulo e Marcelo, do Atos

Também em Vila Madalena: Sérgio e Mathias, do Contraponto

Visuais e teatro

U

ma velha casa na Vila Madalena, vítima de constantes inundações, veio abaixo para dar lugar ao Espaço Contraponto, construído pelo arquiteto e artista plástico Sérgio Fingermann, de 52 anos, para servir de teatro e oficina de artes plásticas. As aulas de artes já começaram, e ocupam o piso inferior do prédio, moderno e de pé-direito altíssimo. Como teatro, o espaço começa a funcionar na próxima semana, com a chegada do espetáculo A Morta, de Oswald de Andrade, que ficará em cartaz nas noites de sexta e sábado. "É um espaço de experimentações artísticas, que não pretende concorrer com as galerias ou teatros convencionais", diz Fingermann. O prédio tem 240 m2 de área e capacidade, no caso de espetáculos teatrais, para uma média de 30 pessoas. "Construí este espaço com dinheiro do meu próprio bolso. Estou endividado, mas feliz por ter criado um ambiente em que artes plásticas, psicanálise e teatro possam se relacionar". Espaço Contraponto, Rua Medeiros de Albuquerque, 55, Vila Madalena, tel.: (11) 3814-3769.

rmão menor do gigantesco teatro do Sesc Pinheiros, que possui em torno de mil lugares, este auditório foi inaugurado há três semanas, com a peça Sangue na Barbearia. Bem equipado (embora a falta de declive prejudique um pouco a visão), o auditório possui 100 lugares e está instalado no terceiro andar da unidade. O espaço já vem sendo utilizado também na apresentação de espetáculos infantis e no projeto Seis e Meia, uma programação musical voltada para diferentes gêneros. Durante o dia, o auditório abriga o Projeto Literatura, dedicado este mês à discussão da obra de Oswald de Andrade. Auditório Sesc Pinheiros, Rua Paes Leme, 195, tel.: (11) 3095-9400.

Leituras dramáticas

Artes cênicas e festas

sonho de cinco jovens produtores, de conseguir um espaço em que pudessem conciliar espetáculos teatrais, festas, almoços e um escritório de produção, ganhou corpo em forma de uma casa alugada na Vila Madalena, onde está em cartaz, nas noites de sexta e sábado, a peça Os Gigantes da Montanha, Antes, que pode ser vista por até 40 pessoas. A casa, no momento em reformas, vai contar em breve com um café aberto ao público, previsto para funcionar o dia todo. "Criamos um espaço para novas propostas. Se alguém precisar encenar um espetáculo numa escada, ou num banheiro, pode nos procurar", diz o produtor e diretor Paulo Faria. O Ato também oferece, aos domingos, almoços fechados para 40 pessoas – e sempre temáticos. No final do mês, por exemplo, a atriz Eliana Gutman irá comandar as panelas para promover o relançamento de um livro sobre cozinha judaica, de sua autoria. Espaço Ato, Rua Jericó, 275, Vila Madalena, tel.: (11) 3031-9348.

I

espaço é relativamente acanhado, mas o barulho que ele anda fazendo é grande. Instalada no bairro do Bexiga, em um casarão do século 19, a Usina Paulistana de Arte não é só mais um local para cursos e discussão da nova dramaturgia paulistana. A partir de hoje, a Usina cai no samba com o projeto Sexta Super, a Balada, um animado happy hour para quem deseja entornar sambando aquele copinho de cerveja gelada. A atração, que irá se repetir todas as sextas, vai das 18h30 às 21h. Outros ritmos musicais, como o reggae, o choro e o hiphop são contemplados nos demais projetos da Usina, como o Black Balada . Enquanto o som rola no bar, batizado de BotecUsina D’Artes, o público pode contemplar as obras de quatro artistas que estão expondo no local. Usina Paulistana de Artes, Rua São Domingos, 237, Bela Vista, tel.: (11) 3106-3236.

Filosofia e glamour

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Goya: administrador do Belvedere, na Bela Vista

Fezu Duarte: Estação Poeta na Juscelino

Cultura e arquitetura

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m velho prédio na Rua Álvaro de Carvalho, no centro, que funcionou como fábrica de ladrilhos, mantém intacta a sua fachada há 80 anos. Mas uma série de reformas transformou o interior do edifício no Instituto Cultural Capobianco, composto por um charmoso teatro de 90 lugares e uma ala reservada a exposições de artes plásticas. O teatro foi inaugurado há pouco mais de um mês, com a peça Sonho de um Homem Ridículo, que pode ser vista de quinta a domingo. A galeria

começou a funcionar ontem, abrigando agora o projeto Arquitetura da Resistência, que exibe fotos, vídeos, plantas e desenhos sobre a arquitetura informal da região central de São Paulo. Em cartaz até 9 de outubro, esta exposição irá apresentar também várias performances, todas as terças-feiras, das 15h às 17h. Instituto Cultural Capobianco, Rua Álvaro de Carvalho, 97, tel.: (11) 3237-1187.

ra natural que o sucesso dos cursos da Casa do Saber da rua Mário Ferraz, no Itaim, contagiasse outras regiões da cidade. E Higienópolis foi a primeira a ceder aos encantos desta alquimia que reúne filosofia com uma pitada de glamour. Desde agosto, uma filial da Casa do Saber ocupa um espaço, acanhado mas elegante, nas proximidades do Mackenzie. A sala de cursos, decorada com poltronas coloridas e de diversos formatos, exibe em suas paredes peças do acervo do MAM, assinadas por nomes como Waltércio Caldas e Klaus Mitteldorf, entre outros. Nelson Motta dá as caras por lá toda sexta-feira, como professor do curso Brasil Som da História. Sucos, vinhos e petits-fours são servidos nos intervalos das aulas. Casa do Saber Higienópolis, Rua Itambé, 315 A, tel: (11) 3255-8900.


Menos impostos. E´ a Primavera. Ampliação do Simples e redução de impostos: a Segunda Primavera Tributária do governador Geraldo Alckmin já está florescendo na pág. 8 Luiz Prado/Luz

www.dcomercio.com.br/c ampinas/

Edição de Campinas concluída às 00h15

Ano 81 - Nº 21.964

São Paulo, sexta-feira a domingo, 16 a 18 de setembro de 2005

R$ 0,60

Dida Sampaio/AE

Esqueça a redução da alíquota do IR. "É elitista". A alíquota máxima da tabela do Leão é mesmo de 27,5%. A redução foi descartada pela Receita. Pág. 7

RISCO-PAíS

Indicador no menor nível desde 97 Página 14

Dólar cai e fica abaixo dos R$ 2,30. Bolsa sobe Indicadores, página 15 Milton Mansilha/Luz

SUPREMO O NOVO ENDEREÇO DA CRISE

Valter Campanato/ABr.

Todos os caminhos da crise levam ao Supremo. É para lá que se dirigem a investigação do mensalinho recebido por Severino e o recurso de Jefferson para suspender a cassação de seu mandato. Foi de lá que saiu a criticada decisão de Jobim (acima) de impedir a abertura do processo de cassação de seis deputados envolvidos no mensalão, estendida depois para abrigar José Dirceu e já pleiteada por outros seis. Lá caiu o foro privilegiado para ex-autoridades investigadas por improbidade administrativa. E, ainda, lá está a esperança de Maluf de sair da prisão, já que seu habeas-corpus foi negado. Páginas 3 a 6.

Serei o único a ser cassado

Reprodução

Alex Ribeiro

DCULTURA

TEMPO EM CAMPINAS Sol com pancadas de chuva Máxima 30º C. Mínima 17º C.

30 mil imóveis no Feirão do Expo Center Norte. E financiamento da CEF. É só pegar a chave... Pág. 16

Os juros que você paga aos bancos Divulgação

(Lula) Tem de ir até o final, sangrando Roberto Jefferson, ainda atirando, um dia depois de cassado

Surpresa: filas no Feirão da Casa Própria

Os novos endereços do lazer A cidade está acostumada a ganhar novos espaços culturais, de teatro, cinema, leitura. Mais turbinada ainda em 2005, essa agitação dispara com a criação de points surpreendentes, que já viraram cult, e bons negócios. O fenômeno Satyrus, na Praça Roosevelt, é um exemplo: a peça O Batismo de Tiago Amabero (acima, à dir.), é o cartaz de sua Sala 2, um sucesso. E na já tradicional Galeria Paulista do Conjunto Cultural da Caixa, abre uma exposição para lembrar Fellini, cineasta e desenhista que fez do circo a poesia máxima de sua vida.

Página 14


sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de setembro de 2005

DIÁRIO DO COMÉRCIO

COMÉRCIO

FINANÇAS - 15


DIÁRIO DO COMÉRCIO

NO FEIRÃO DA CAIXA, 30 MIL IMÓVEIS ESTÃO À VENDA

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de setembro de 2005

Milton Mansilha/Luz

16 -.IMÓVEIS

Primeiro feirão realizado pelo banco traz imóveis com preços que variam de R$ 13 mil a R$ 1 milhão Ana Laura Diniz

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No feirão aberto ontem pela Caixa Econômica Federal no Expo Center Norte, os consumidores podem circular entre os estandes de imobiliárias, incorporadoras, construtoras e cartórios. Se encontrarem o imóvel procurado, podem tentar obter o financiamento do banco sem sair da feira.

CRECI 51361

DC

Marcos Fernandes/Luz

uem sonha em com- ços de construtoras, imobiliáprar um imóvel tem rias, incorporadoras, lojas de bons motivos para material de construção, tabeir ao Feirão Nacio- lionatos, cartórios de registro nal da Casa Própria, o primeiro de imóveis e empresas do sepromovido pela Caixa Econô- tor. "Se uma pessoa comprar mica Federal, aberto ontem pe- um imóvel poderá fazer o relo presidente da Caixa, Jorge gistro do bem no estande dos Mattoso, no pavilhão amarelo cartórios e terá a documentado Expo Center Norte, em São ção em cinco dias úteis em vez Paulo. "O cenário é favorável dos comuns 30 dias", afirmou. Documentação – Para tanto, aos investimentos em habitação. Nunca tivemos tantos re- o consumidor precisa ter em cursos para habitação", disse mãos toda a documentação, que varia caso a caso. Em geral, Mattoso. Segundo Luiz Carlos Previ- as pessoas físicas precisam lelato, gerente de mercado do var RG, CPF, comprovante de banco, são 30 mil imóveis no- renda e declaração de Imposto vos, usados, em construção ou de Renda. "Quem tem renda retomados pelo banco de ina- informal também pode negodimplentes, com preços entre ciar com o banco. Basta trazer a declaração de Imposto de RenR$ 13 mil e R$ 1 milhão. Dependendo dos resultados da e pagamentos de contas como o de cartões de dessa primeira crédito e de telefoedição, até o fim do nes para que posano a Caixa deve samos avaliar o p r o m o v e r o s ecrédito disponígundo feirão. "Covel para se traçar a meçamos ontem e forma de financiajá fechamos cerca mento", explicou. de 200 financiaA Caixa reformentos. Temos coçou sua equipe de mo prioridade emfuncionários e prestar o orçamentambém investe to da habitação, esnos atendimentos timado em R$ 10,9 p e r s o n a li z a d o s , bilhões", disse. Segundo ele, até Mattoso (foto), da CEF, apostando no tracenário é favorável à balho dos gerenjunho a Caixa hacompra de imóvel tes de empreendivia financiado cermentos. c a d e R $ 3 , 5 b iApesar de todas as alternalhões, saltando para R$ 4,7 bilhões neste mês. "Certamente tivas, não são todos os consuconseguiremos atingir o obje- m i d o r e s q u e c o n s e g u e m tivo e ter um orçamento bem comprar. A artesã Leila Regina, de 43 anos, se frustrou. superior a esse em 2006." Condições – No feirão, o "Vim interessada em um imóconsumidor tem à disposição vel usado, no valor de R$ 95 diversas formas de financia- mil, e em vez de obter 100% do mento da Caixa. A carta de cré- financiamento, ofereceramdito FGTS pode ser usada por me apenas 80% do valor. Para famílias com renda média usufruir do benefício total temensal de até R$ 4.900. Adicio- nho de adquirir um imóvel nado aos juros, que variam de novo", disse. Já o gráfico Luís de Paula, de 6% a 10% ao ano, está a Taxa referencial (TR). "Acima desse 27 anos, saiu feliz. "Finalmente valor, a pessoa terá a TR acres- vou me livrar do aluguel. Descida dos juros do banco, de cobri um imóvel perto de casa, em Diadema, e a prestação será 12% ao ano", disse Previlato. O gerente ressaltou que o bem próxima da que já pago de consumidor interessado em aluguel", contou. No site da Caixa (www.caialgum imóvel no mercado também pode fazer o financia- xa.gov.br), é possível acompamento no evento. "Queremos nhar a feira por meio de inforfacilitar a compra e solucionar mações e fotos dos imóveis. "O as dúvidas do futuro proprie- grande feirão acontecerá mestário. A consulta ao crédito, mo nas agências, que já estão por exemplo, pode ser feita du- preparadas para informar aos rante a feira, ou seja, o consu- consumidores sobre os produmidor terá oportunidade de tos", afirmou Previlato. A feira também será realizaescolher e financiar o imóvel na hora, sair com o número do da em outros 13 municípios coregistro em mãos, desde que se mo Campinas, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Niterói, Salvaleve toda a documentação." Para se ter idéia, dos 30 mil dor, Recife, Belém, Goiânia, Viimóveis disponíveis, 70% es- tória, Brasília, Porto Alegre, tão na faixa dos R$ 80 mil, 20% Fortaleza e Belo Horizonte. Feirão da Casa Própria. Expo na faixa de R$ 80 mil a R$ 100 Center Norte (pavilhão amarelo), mil e 10%, acima desse valor. Distribuídas de acordo com Av. Otto Baumgart, 1000, Vila as regiões da capital e da região Guilherme, de 15 a 18/09. De metropolitana (ABC, Guaru- quinta a sábado, das 10h às 21h, e lhos e Mogi das Cruzes), a feira domingo, das 10h às 18h. entrada ainda reúne estandes de servi- grátis.

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Banco tem financiamento para material de construção No feirão da Casa Própria da Caixa Econômica Federal o consumidor pode financiar a compra de material de construção. "Basta trazer toda documentação referente ao terreno, que comprove que seja para uso residencial, e a documentação da obra, como projeto, anotações de Responsabilidade Técnica de execução da obra e o Registro do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do técnico responsável, original e cópia", disse o gerente da Caixa Luiz Carlos Previlato. Toda negociação será feita através do cartão Construcard, a linha de crédito imobiliário do banco, com fim específico para compra de materiais de

construção destinados a imóveis residenciais. "O financiamento possui duas fases: a de utilização, quando são realizadas as compras, e a de amortização, destinada à quitação do saldo devedor mediante pagamento dos encargos, calculados pelo sistema Price", afirmou. A fase de amortização tem início após o término do prazo definido para as compras, que pode variar de 2 a 6 meses ou a partir da utilização total do limite concedido, o que ocorrer primeiro. Os encargos mensais devidos nas fases de utilização e amortização são, automaticamente, debitados na conta corrente aberta na Caixa em nome do cliente. (ALD)

FGTS DEVE ELEVAR VENDAS

Despejo por falta de pagamento fecha agosto com aumento de 8%

Secovi-SP: aluguel residencial teve alta de 0,3% no mês passado

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No primeiro dia o interesse das pessoas pelo feirão foi grande e houve fila para a entrada (no alto). Acima, representantes de incorporadora apresentam empreendimento imobiliário.

s alterações dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) devem alavancar as vendas no feirão da Casa Própria e em todo mercado imobiliário brasileiro. Essa é a opinião do gerente da Caixa Econômica Federal, Luiz Carlos Previlato. "Boa parte das pessoas já está animada com a mudança. A publicação da resolução (no Diário Oficial da União) previu a expansão do limite para aquisição de imóveis em até R$ 100 mil, tendo também aumentado de R$ 72 mil para R$ 80 mil o valor para compra de imóveis com recursos do FGTS para famílias com renda mensal média de até R$ 3,9 mil, e de R$ 80 mil a R$ 100 mil para as famílias com renda máxima de R$ 4,9 mil", explica. Assim, o consumidor que financiar um imóvel pelo banco passa a contar com empréstimos de até 70% do

seu valor de avaliação total. "O limite anterior para o financiamento era de 50% do valor do imóvel usado e a expectativa para até o fim do ano é restabelecer o financiamento em 100%", acrescenta o gerente. De imóveis usados , novos e em construção a lotes urbanizados, material de construção e reforma ou ampliação de imóveis. "Para usufruir da linha de crédito, por exemplo, o consumidor que tiver renda mensal de no máximo R$ 2,4 mil terá a opção de amortizar o saldo devedor pela Tabela Price (com o percentual máximo de comprometimento da renda de 25%) ou pelo Sistema Sacre (com o comprometimento de renda de 30%)", diz Previlato. A cobrança dos juros sofrerá variação de acordo com a renda do interessado, que ficará entre 6% a 8,16% ao ano. (ALD)

volume de ações de despejo motivadas por falta de pagamento do aluguel mensal teve aumento de 8% entre julho e agosto. A constatação é de pesquisa feita pela Hubert Assessoria Imobiliária no fórum da cidade. De acordo com levantamento semelhante feito pelo Secovi-SP (sindicato que representa as empresas de compra, venda e administração de imóveis no Estado), as ações por falta de pagamento representaram no mês passado 92,2% do total. A pesquisa da Hubert mostrou que em agosto as ações de procedimento ordinário tiveram aumento de 30,59% na comparação com o mês anterior. No período, houve acréscimo no volume de ações renovatórias de aluguel, de 122,22%. Já as ações consignatórias ficaram no mesmo patamar. Segundo o Secovi-SP, dos 11 fóruns da capital, dois tiveram queda no volume de ações. (DC)

s valores médios de aluguéis de casas e apartamentos na cidade de São Paulo subiram 0,3% em agosto na comparação com julho, mostrou pesquisa divulgada esta semana pelo Secovi-SP (sindicato paulista da habitação). Para fazer o levantamento, o Secovi-SP ouviu 150 imobiliárias que atuam na cidade. Nos 12 meses anteriores a agosto, os aluguéis acumularam alta de 4%, aumento inferior à inflação. Os destaques de agosto foram os imóveis de três dormitórios, cujos aluguéis apresentaram elevação média de 1%. As unidades de dois quartos, por sua vez, ficaram com os aluguéis estáveis. Os aluguéis dos imóveis de um dormitório tiveram aumento de 0,2%. Em agosto, o tipo de garantia mais utilizado no mercado de locação foi o fiador, com 55% do total de contratos de aluguel na cidade. (DC)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de setembro de 2005

Polícia mata Pedro Dom, ladrão de residências

CIDADES & ENTIDADES - 17

Celso Meira/Agência O Globo

Filho de uma família de classe média, ele se viciou em cocaína aos 13 anos e partiu para o mundo do crime. Morreu baleado no corredor de um prédio aos 23 anos.

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liga as zonas norte e sul. A polícia fechou então a saída do túnel, na Lagoa. Armado de pistola, Pedro Dom atirou diversas vezes contra os policiais, que ordenaram que ele se rendesse. O criminoso furou o bloqueio, mesmo tendo os fuzis da polícia apontados para si. Lançou uma granada para o alto, ferindo três policiais sem gravi- Corpo de Pedro Dom é retirado do edifício onde tentou se esconder após fugir de bloqueio. Antes de ser baleado, disse: "Não vou me entregar!" dade, entre eles o delegado Eduardo Freitas, que coman- que o filho passou a assaltar chamadas pela polícia a recodou a operação. para dar dinheiro a policiais nhecer seus pertences. A perseguição continuou que o achacavam desde a sua Vício - Filho de um ex-polipelas ruas da Lagoa. Um tiro prisão. "Por que vocês não vão cial civil, Pedro Dom chegou a disparado pela polícia acertou atrás de quem extorquiu meu ser preso em 2002 por porte ilerapaz inibido, viciado em lado a timidez e ganhava um dos pneus da moto e o as- filho e o obrigava a assaltar?", gal de arma. Foi solto graças a cocaína desde os 13 anos, agressividade. "Ele perdeu o saltante a abandonou. O moto- disse Lomba. um laudo do Hospital Psiquiámedo. Dei muito conselho, mas começou a fazer pequenos c i c l i s t a , S a n d ro O chefe de Polí- trico Heitor Carrilho, que atesnão adiantou", disse Rogério furtos na vizinhança e acabou S o a re s Ta v a re s , cia Civil, Álvaro tou a dependência química. Rocco. As duas irmãs e o pai se se tornando o terror de acabou preso. PeLins, atribuiu as Ele foi encaminhado para traafastaram. Não queriam saber moradores da zona sul e da dro Dom invadiu declarações ao "de- tamento, mas o abandonou. dele. Com a mãe, que mora em zona oeste do Rio, dizia que então o prédio e su- Por que vocês não Quando começou a assaltar sespero do pai". Brasília, e a mulher, que é jamais se entregaria à polícia. biu correndo as es- vão atrás de quem Lomba tinha man- residências deixou o apartaPedro Machado Lomba Neto, o procurada pela polícia por cadas. Os policiais extorquiu meu filho chas de sangue no mento em que morava com o Pedro Dom, preferia continuar roubo e tem com ele um bebê, entraram o perseavô, para onde havia ido derosto e nos cabelos conversava pelo celular. arriscando a vida, fugindo. e o obrigava a guiram até o tercei– parecia ter abra- pois da separação dos pais, e se A Polícia Civil interceptou "Esse era o destino dele, ou assaltar? ro andar. çado o corpo do fi- refugiou em imóveis alugados ligações telefônicas de Pedro seria preso ou morreria", Reação - Ao reaDom nas quais ele negociava a lamentou seu advogado, Luiz Victor Lomba, lho ensangüenta- na zona sul. Acabou na favela gir, foi alvejado. entrega de uma moto na Vila Rogério Rocco, amigo da pai de Pedro Dom do no necrotério da Rocinha, onde se tornou Chegou a ser levado hospital. Disse cúmplice do tráfico, e de lá pardos Pinheiros para levá-lo para família e que o conhecia desde do para o Hospital que tinha conven- tiu para a Vila dos Pinheiros. a Rocinha. Numa das os nove anos. Miguel Couto, no Leblon, mas cido o rapaz a se entregar. Para o advogado do assalgravações divulgadas pela Pedro, criado no bairro do não resistiu. O corpo tinha cinCom Pedro Dom foi encon- tante, Rogério Rocco, a desinSecretaria de Segurança com Flamengo, chamou a atenção co ferimentos, segundo a Polí- trada uma mochila cheia de tegração familiar e a cocaína baixa qualidade auditiva, cobra da polícia ao comandar uma cia Civil: no tórax, no pé, mão, jóias que haviam sido levadas foram sua desgraça. "Ele era a um homem não identificado o série de assaltos feitos da braço e ombro direitos. Ainda no último assalto comandado revoltado", disse. Com a morte envio do motoqueiro. mesma forma: ele chegava aos no hospital, o pai de Pedro por ele, na quarta-feira, num do bandido e a prisão de oito "E aí?" O homem responde: prédios de terno, para não Dom, Luiz Victor Lomba, rea- prédio no bairro da Ilha do Go- integrantes de sua quadrilha, a "O cara não veio com a minha levantar suspeitas, e subia até giu mal à presença da impren- vernador, na zona norte. Du- polícia acredita que os roubos moto aqui ainda não, mano. Só os apartamentos como se fosse sa. Muito exaltado, insinuou rante o dia as vítimas foram a residência diminuirão. (AE) fazer uma visita. Os comparsas vai dar para te adiantar lá para as 4h30, 5h, ou então amanhã vinham atrás. Por vezes, naquele mesmo horário que levava flores. Costumava você vai para a pista". Pedro carregar uma granada, com a Dom reclama: "Pô, mas aí vai qual ameaçava as vítimas. Só em junho, cinco assaltos foram ser f...". O homem retruca: "É loucura tua, mano, vai por atribuídos a seu bando. operação que terminou gue do assaltante ainda estava meçaram a vasculhar. Ouvi guém refém. A sorte foi que ele Mesmo com prisão decretada mim, tá ligado?". com a morte de Pedro no corredor e havia marcas de cinco tiros. Os policiais do lado ficou na lixeira e o delegado Aparentando saber que sabia - havia nove mandados de Dom assustou os moradores bala nas paredes. Além das es- de fora vibraram quando um (Eduardo Freitas) bancou a enda possibilidade de estar prisão expedidos contra o do edifício usado por ele como cadas e do caminho até o eleva- gritou: Pegamos. Às 4h30 o trada no prédio. O feeling dele grampeado, o assaltante assaltante -, Pedro Dom não foi essencial", disse Maria. Parefúgio. Eles foram acordados, dor, havia sangue no compar- corpo foi retirado." adverte: "Não fala demais". desistia: gostava de ficar na Assim que ouviu os tiros ra Cristina, foi uma operação às 2h30, com o tiroteio. Minu- timento da lixeira do edifício, Em outra ligação, o linha de frente, apesar de suas p e r t o d a p o r t a , de gente muito competente. tos depois foram surpreendi- onde o Pedro Dom assaltante ouve de um fotos estamparem os jornais. Cristina ficou em "Eles sabiam o que estavam fados com a notícia de que o ban- estava escondido. comparsa que terá uma boa Não se preocupava com a pânico. "Quando zendo. Eram profissionais, dido estava escondido no pré- Até agora os moramoto para seu deslocamento. possibilidade de ser mataram, eu sou- agiram em equipe. Quando dio e acompanharam o desfe- dores não sabem "Tu sabe que não tem nenhuma reconhecido. As roupas cho aterrorizados, trancados como ele entrou no Quando mataram, be porque o meu entraram aqui, sabiam que ia outra possante a não ser a elegantes (além de ternos, se cachorro correu fazer certo". disse. prédio, pois o vigia eu soube porque o nos apartamentos. minha. Não é à toa que é ela é vestia com jaquetas de couro ) Propina – Uma pessoa, ainpara a porta, muiPedro Dom foi morto na por- diz não ter visto. meu cachorro que tá à sua disposição". Pedro eram levadas dos armários to agitado. Acho da não identificada, filmou 15 ta do apartamento da traduto- Uma das hipóteses Dom pergunta: "E aí, como arrombados. O bando ra Cristina Bazan, de 60 anos, é a de que ele saltou correu para a porta, que sentiu o cheiro policiais militares recebendo você vai fazer esse favor?". costumava fugir levando do sangue. Olhei propina de um traficante da faque mora há 29 no prédio. "Ou- um muro do pré- muito agitado. A gravação da negociação também jóias, cartões de vela da Coréia, na zona oeste no olho mágico e o vi os tiros na rua e fiquei no dio vizinho. Acho que sentiu o pelo telefone foi fundamental crédito e aparelhos eletrônicos. chão tinha muda- do Rio. Quatorze estão presos "Ficamos apre- cheiro do sangue quarto com minha filha. Quanpara que a polícia planejasse o Pedro Dom consumia do de cor. Estava em caráter administrativo. O do parava, eu olhava na janela. ensivos com a moCristina Bazan t o d o v e r m e l h o . último também seria preso oncerco que terminou com a grande quantidade de cocaína. Logo surgiram muitos poli- vimentação da pomoradora do prédio Não saí, porque fi- tem. O Ministério Público pemorte do bandido na Em contato com a droga, ciais. Parecia uma guerra. Eu lícia, mas não imamadrugada de ontem. (AE) transformava-se. Deixava de q u e i c o m m e d o diu a prisão preventiva do gruouvi quando disseram que en- ginávamos que o Divulgação/AE trariam no prédio atrás de al- bandido estava no prédio", que ainda tivesse alguém. Só po à Justiça Militar. As gravações, que teriam siguém. Tranquei as portas. Ou- disse a jornalista Maria Vargas, ouvi quando os policiais dissedo feitas este ano, foram entrevi tiros cada vez mais próxi- que mora há um mês no pré- ram: agora acabou", contou. As duas moradoras elogia- gues anonimamente na semamos, primeiro no playground dio, com o marido, o arquiteto e depois no corredor", contou. Bruno Salles. "Os policiais en- ram a ação dos policiais. "O Pe- na passada ao comando da corOntem pela manhã, o san- traram por volta de 3h30 e co- dro Dom poderia ter feito al- poração. A denúncia do MP seFábio Motta/AE rá oferecida à Auditoria Militar após a conclusão do Inquérito Policial Militar (IPM) pela Corregedoria da PM. Eles podem ser condenados por concussão ou corrupção passiva, com pena de até oito anos. Os policiais são do 14º Batalhão da PM (Bangu). São quatro sargentos, um tenente, dois cabos e oito soldados. Eles foram flagrados recebendo maços de dinheiro de um traficante, o Ceguinho. As filmagens foram feitas da favela. Suspeita-se que as imagens tenham sido captadas pelo coronel dos bombeiros Walter dos Santos Paraíso, preso em maio, no Paraná, sob acusação de fornecer munição para a quadrilha de Robson André da Silva, o Robinho Pinga, que domina o tráfico na Coréia. O Sempre bem vestido, Pedro ameaçava as vítimas com uma granada motivo da gravação ainda é Fachada do prédio onde Pedro Dom tentou se esconder. Assaltante morreu no corredor do terceiro andar. desconhecido. (AE) hegou ao fim a trajetória de crimes do assaltante de residências mais procurado do Rio de Janeiro. Pedro Machado Lomba Neto, o Pedro Dom, um rapaz de classe média que começou a roubar movido pelo vício na cocaína, foi morto pela polícia na madrugada de ontem, aos 23 anos, após ser perseguido por uma hora pelas ruas do Rio. O criminoso foi encurralado num corredor dentro do prédio de número 181 da rua Alexandre Ferreira, na Lagoa, na zona sul, onde se refugiou. "Não vou me entregar!", gritava, segundo os agentes que participaram da operação. Ele entrou no edifício depois de seguir, pelo túnel Rebouças, da zona norte à zona sul, numa motocicleta. Pelo celular - Os policiais monitoravam as ligações feitas pelo celular de Pedro Dom havia dois meses. Ontem, à 0h30, ele telefonou para traficantes da Rocinha, de quem era aliado, pedindo que um motoqueiro que prestava serviços ao tráfico fosse buscá-lo na Vila dos Pinheiros, zona norte, onde estava escondido. Foi atendido. O motociclista se dirigiu à favela e depois pegou o caminho de volta à Rocinha com Pedro Dom na garupa. Passou pela Linha Vermelha e entrou no túnel Rebouças, que

Operação assusta moradores A

Preferiu morrer a ser preso

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18 -.CIDADES & ENTIDADES

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de setembro de 2005

Menahem Kahana/AFP

Ophelia perde força nos EUA Na Carolina do Norte milhares de pessoas ficaram sem energia elétrica e os ventos provocados pelo furacão Ophelia chegaram a 153 km/h. Muitas pessoas permaneceram em casas, apesar dos avisos de retirada, mas os estragos foram poucos. Em Nova Orleans, começa a reconstrução.

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furacão Ophelia perdeu um pouco de sua força ao deslocar-se através de uma cadeia de ilhas costeiras da Carolina do Norte e açoitálas com intensas precipitações, embora sem ocasionar inundações no interior do estado. As ilhas Ocracoke e Hatteras ainda estavam sob a ameaça das rajadas do furacão, que avançava em direção ao norte pelo litoral, a leste de ambas. Milhares de residências e casas comerciais ficaram sem eletricidade ontem. Devido à lenta movimentação em sua trajetória, o Centro Nacional de Furacões disse que o setor norte da tormenta poderia continuar açoitando as ilhas durante entre 12 e 24 horas mais. Na aldeia de Hateras ocorreram ventos de até 153 quilômetros por hora, informou o centro. "A quem foi pedido que deixasse sua casa e não o fez, não é este o momento de fazê-lo, principalmente se está nas ilhas costeiras", disse o governador Mike Easley, ao meiodia de ontem. Acredita-se que centenas de residentes da ilha de Hatteras tenham desafiado as ordens de retirada e tenham permanecido em suas casas. Os ventos do furacão alcançavam ontem à tarde 129 quilômetros por hora - em declínio em relação aos 137 quilômetros por hora da manhã, e os

Ó RBITA NOVA CRACOLÂNDIA

N Pelicanos enfileirados em estacas no lago Pontchartain, em Nova New Orleans, 17 dias após o furacão Logan Mock-Bunting/Getty Images/AFP

prognósticos eram de 8 a 13 centímetros mais de precipitações na costa da Carolina do Norte, disse o centro. A zona em alerta devido aos furacões abrange 355 quilômetros de costa desde Surf City ao norte de Wilmington até o limite com o estado de Virginia, onde era mantido um alerta de tormenta tropical na entrada da Baía de Chesapeake. Afastamento – Segundo os prognósticos, o Ophelia se distanciaria do continente nas primeiras horas de hoje, após um ataque de 48 horas com ventos fortes e chuvas intensas. Mais de 30 centímetros de chuva caíram em Oak Island ao sul de Wilmington, segundo o Serviço Meteorológico Nacional em Raleigh, a capital estadual. Equipes municipais recolhiam escombros e galhos de árvores nas principais artérias da cidade. "Creio que teremos água em alguns lugares por um tempo", disse o diretor do serviço de emergência do condado de New Hanover, Warren Lee. Mas, segundo os primeiros indícios, as inundações não eram tão graves como se temia. Em New Bern, na baía de Pamlico, as águas retrocediam ontem pela manhã sem alcançarem os níveis provocados pelo furacão Isabel em 2003. Às 11h (hora local), o centro do Ophelia se encontrava a

ão é só a Prefeitura de São Paulo que tem planos para recuperar a Cracolândia, no centro de São Paulo. Está no gabinete da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia um projeto que pretende transformar o entorno da Estação da Luz e da Sala São Paulo em um pólo tecnológico. Para o presidente da Associação Comercial de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, o plano de Serra (foto), de reduzir tributos e reverter investimentos em crédito fiscal ajudará a recuperar o Centro. "A 'ex-Cracolândia' será um laboratório dessa política. E é um lugar simbólico: a São Paulo industrial cresceu na orla ferroviária e, agora, essa região vai ressurgir com a São Paulo de serviços", disse Afif. (AE)

cerca de 55 quilômetros a lestenordeste do cabo Lookout e se deslocava na direção nordeste a cerca de 10 quilômetros por hora. O Centro de Furacões disse não esperar que a tormenta chegue à terra firme. Após as críticas por sua reação ao furacão Katrina, a Agência Federal de Emergências enviou 250 agentes para a região - um contingente maior do que o habitual para um furacão dessa categoria. O contra-almirante da guarda costeira Brian Peterman estava presente para o caso de ser necessária a intervenção do governo federal. Nova Orleans – O prefeito de Nova Orleans, Ray Nagin, anunciou ontem o "repovoamento" de cerca de 180 mil desabrigados por causa da passagem do furacão Katrina. Segundo ele, Louisiana "volta a respirar, volta a viver". O Bairro Francês, uma das principais atrações turísticas, será reaberto, provavelmente, dia 26. As pessoas, que moram em localidades menos afetadas devem voltar em duas semanas. Algumas áreas voltam a funcionar comercialmente hoje. "Estamos começando a resgatar Nova Orleans do ponto de vista do nosso povo e estamos começando a resgatar os traços únicos da cidade, que que fazem de Nova Orleans o que ela é", disse Nagin. (Agências)

Leonardo Ribeiro/Digna Imagem

A VOZ EM XEQUE epresentantes das emissoras de rádio do País defenderam na Câmara dos Deputados o fim da obrigatoriedade de transmissão do programa oficial A Voz do Brasil. O presidente da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV, José Inácio Pizani, disse que a manutenção dessa exigência está em descompasso com a realidade brasileira, pois significa uma interferência "draconiana" do poder público naquilo que a sociedade deve ouvir pelo rádio naqueles 60 minutos. (AE)

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Trabalhadores retiram galhos derrubados pela passagem do Ophelia

Ministério localizou 84 brasileiros em Nova Orleans

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Ministério das Relações Exteriores já localizou 84 brasileiros em Nova Orleans, no estado da Louisiana, depois que a cidade foi destruída pelo Katrina em 29 de agosto. Segundo a assessoria de imprensa do Itamaraty, já foram feitos 103 pedidos de ajuda para a localização de familiares de brasileiros residentes na área atingida pelo desastre natural. Até o momento, não foi confirmada nenhuma morte. O caso da mineira Benilda Caixeta Daniels, de 57 anos, naturalizada americana, ainda não foi esclarecido. De acordo com o Itamaraty, Benilda é tetraplégica e teria informado à família pouco antes da passagem do Katrina que não conseguiria sair de seu apartamento em Nova Orleans. Uma missão do Consulado Brasileiro em Houston está trabalhando em Baton Rouge, capital da Louisiana, desde o último dia 12, para acompanhar os trabalhos de busca dos brasileiros. As informações são da Agência Brasil. (AE)

GIr Agendas da Associação e das distritais

Hoje I Ipiranga – O superintendente

da Distrital Ipiranga da ACSP, Antônio Jorge Mansur, participa da sessão solene em homenagem aos 421 anos do bairro do Ipiranga e aos 75 anos da E.E. Visconde de Itaúna, promovida pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. Às 20h, no Palácio 9 de Julho, avenida Pedro Alvares Cabral, 201, Ibirapuera.

TÚNEIS SEMELHANTES s mentores do furto de R$ 165 milhões do Banco Central de Fortaleza (CE) podem ser os mesmos que estavam cavando o túnel na empresa de fachada Borges & Macedo Representações Comerciais, na Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. (AE)

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DISQUE-AUTOBAN concessionária Autoban, que administra o sistema AnhangüeraBandeirantes, mudará o número de acesso ao serviço DisqueAutoban, que faz o atendimento gratuito de quem usa as estradas. A partir de hoje ele passará a ser: 0800 055 5550. A alteração é uma determinação da Agência Nacional de Telecomunicações - que aumenta para 11 dígitos todos os números do serviço 0800 do País até o fim do ano. Até 16 dezembro, as ligações feitas para o número antigo também serão atendidas. (AE)

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CASO RICHTHOFEN O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) arquivou a representação do exministro José Gregori sobre o habeas-corpus que liberou a estudante Suzane von Richthofen, acusada de matar os pais. Gregori queria reverter a decisão e saber por que o júri ainda não foi marcado. Segundo o relator, Alexandre de Moraes, a data ainda não foi marcada porque ainda existem recursos pendentes.(AE)

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sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de setembro de 2005

GERAL - 19

Mais uma licença para o estado de São Paulo

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Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vai tentar vender mais uma vez licenças para a operação de telefonia celular no estado de São Paulo e em parte do Nordeste. A intenção é que haja uma quarta operadora atendendo a todos os municípios paulistas, além da Vivo, da Claro e da TIM. O leilão dessas licenças deverá ser realizado no fim de outubro ou no início de novembro. Segundo o gerente-geral de Comunicações Pessoais da Anatel, Bruno Ramos, a expectativa da Agência é de lançar o edital no próximo mês. Segundo Ramos, "a temperatura do mercado" revela que há interessados nas duas licenças e, no caso específico de São Paulo, há mais de um pretendente. Ainda não atuam na região a Oi e a Brasil Telecom GSM, por exemplo. A licença poderia interessar também a um grupo internacional que ainda não opera no Brasil, o Divulgação que é menos provável. A área do Nordeste, que engloba os estados de Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte, poderia interessar à Vivo. Falta à empresa apenas Minas Gerais e essa área do Nordeste para completar sua operação nacional. Ramos disse que o edital será o mesmo da última licitação, realizada no fim do ano passado, e as licenças terão o mesmo preço: de R$ 93,8 milhões para São Paulo e de R$ 56,2 milhões para o Nordeste. A avaliação é de que em São Paulo ainda há espaço para mais uma operadora, já que o estado está em sétimo lugar no percentual de celulares em relação ao número de habitantes. De acordo com balanço de agosto, divulgado ontem pela Anatel, em São Paulo há cerca de 48 celulares em cada grupo de 100 pessoas. No Distrito Federal, por exemplo, existem mais de um celular por habitante. No Rio Grande do Sul, segundo colocado, são 61 celulares por grupo de 100 pessoas. (AE)

Marcelo Theobald/Ag. O Globo

EM AGOSTO, A ANATEL REGISTROU AUMENTO DE 2,368 MILHÕES DE UNIDADES Brasil Telecom lança aparelho para surdos

Do total de acessos móveis em serviço no País, 64,085 milhões (ou 81,18%) são pré-pagos

78,9 MILHÕES DE CELULARES HABILITADOS NO BRASIL

O

número de telefones celulares no Brasil registrou aumento líquido de 2,368 milhões de unidades, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Com isso, a base de celulares no País passou de 76,558 milhões em julho para 78,947 milhões no mês passado. Agosto, com a campanha de Dia dos Pais, passou a ser o segundo melhor mês deste ano em habilitações, perdendo apenas para maio, quando houve a promoção para Dia das Mães e sua continuidade para o Dia dos Namorados. No total, foram registradas 13,341 milhões de novas habilitações em 2005. Os terminais pré-pagos continuam a ganhar espaço. Do total de acessos móveis em serviço, 64,085 milhões (ou 81,18%) são prépagos. Os outros 14,861 milhões (ou 18,82%) são habilitados em planos de serviços pós-pagos. A taxa de penetração subiu para 42,85%, um aumento de 2,96% em relação a julho e de 16,98% em relação a dezembro de 2004. Ranking - De acordo com a Anatel, a Vivo permanece na li-

derança do mercado brasileiro de telefonia móvel, com 36,47% de participação. Mas a companhia perdeu espaço em relação aos 37,28% de julho. Houve também redução do mercado da Telemig Celular e da Amazônia Celular, de 5,54% para 5,36%, e da CTBC Telecom Celular, de 0,45% para 0,44%. A TIM mantém a segunda colocação e ampliou sua vantagem sobre a Claro. A participação de mercado da empresa italiana passou a 22,81% em agosto, ante aos 22,43% em julho. A Claro também elevou seu market-share, mas em ve-

locidade inferior, passando de 21,47% em julho para 21,68% no mês passado. Também registraram crescimento a Oi, da Telemar (de 10,76% para 11,05%), e a BrT GSM (de 1,96% para 2,08%). A Sercomtel manteve os índices de julho: 0,45%. Tecnologia - A tecnologia GSM lidera o mercado, com 37,043 milhões de acessos (46,92% do total), seguida da CDMA, com 22,552 milhões (28,57%); e TDMA, com 19,181 milhões (24,30%). A tecnologia analógica AMPS possui apenas 170.215 acessos (0,22%).

CONVOCAÇÕES

Entre as unidades da federação brasileira, as maiores teledensidades são: Distrito Federal (117,73), Rio Grande do Sul (61,7), Rio de Janeiro (59,21), Mato Grosso do Sul (57,77), Santa Catarina (50,76), Mato Grosso (49,88), São Paulo (48,77), Goiás (47,68) e Paraná (45,99), todos com índices superiores à teledensidade média do Brasil, de 42,85. As maiores taxas de crescimento foram registradas nos estados da Paraíba (6,70%), Rio Grande do Norte (6,10%), Tocantins (5,69%), Bahia (5,55%), Sergipe (5,45%), Ceará (5,45%) Pernambuco (5,43%), Alagoas (5,14%) e Piauí (5,11%), todos com crescimento superior ao dobro do que o do Distrito Federal (2,20%). Destes, o maior crescimento em 2005 foi o do Piauí (35,07%). Das regiões geográficas, a liderança está com o CentroOeste (62,46), seguida pelas regiões Sul (53,34), Sudeste (48,25), Norte (31,4) e Nordeste (27,31). Esta última continua registrando as maiores taxas de crescimento. Nos últimos oito meses, o aumento foi de 28,10% contra os 17,6% registrado pela região Centro-Oeste. (AE)

A Brasil Telecom GSM vai lançar em novembro um celular especial para deficientes auditivos. Esse aparelho poderá enviar e receber torpedos em Libras (Língua Brasileira de Sinais). A novidade foi anunciada ontem pelo presidente da empresa, Ricardo Sacramento, em audiência pública na Câmara dos Deputados. O custo do aparelho será o mesmo dos já comercializados. Segundo Sacramento, na área da Brasil Telecom, nas regiões Sul, CentroOeste e parte da Norte, existem cerca de 200 mil pessoas com deficiência auditiva, não alfabetizados, e que poderão ser beneficiados pelo novo celular. A diferença é que o aparelho para surdos usará um software que transformará a mensagem recebida, em português, em sinais feitos com a mão. Os deficientes também terão a possibilidade, no menu do celular, de redigir a mensagem usando também a linguagem dos sinais. Durante a audiência, os deputados discutiram os problemas enfrentados pelos usuários de telefonia celular. O gerente-geral de Comunicações Pessoais da Anatel, Bruno Ramos, disse que a agência já abriu 33 processos administrativos contra a operadora de telefonia móvel Oi e 12 processos contra a Brasil Telecom GSM. Segundo ele, somente neste ano a Anatel realizou 67 fiscalizações na Oi e 42 na Brasil Telecom. Os maiores problemas, explicou, se referem a erros de cobrança nas contas dos celulares pós-pagos. Outra dificuldade apontada pelo cliente é a rescisão do contrato com a operadora. Também há reclamações em relação ao atendimento ao cliente, tanto nas lojas das empresas quanto pela central telefônica. Os usuários se queixam ainda de falhas e defeitos na rede que dificultam a realização de ligações telefônicas. O deputado Luiz Antonio Fleury (PTB-SP), presidente da comissão, disse que serão enviadas, em 30 dias, sugestões à Anatel sobre o novo regulamento da telefonia celular. (AE)

COMUNICADOS

TECELAGEM CALUX S/A CNPJ (MF) nº 61.379.723/0001-38 Edital de Convocação – Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária Data, Hora, Local: 17/10/2005, 10 horas, sede social Rua Artur Mendonça, 223/SP. Ordem do Dia: AGO A) Relatório da Diretoria e Demonstrações Financeira de 2004; B) Outros assuntos. AGE - A) Mudança da sede social; B) Alteração Estatutária. Aviso aos Acionistas: À disposição dos acionistas os documentos do Artigo 133 da Lei 6.404/76. São Paulo, 14/9/2005. A Diretoria (15, 16 e 19/9/2005)

COMUNICADO “Comunicamos o extravio de talões de Notas Fiscais de nº 4.301 até 4.851 em nome de Denelli Promoções e Eventos Ltda.” 14, 15, 16/09/2005

Republicação do Edital de Convocação - Retificação de Data

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

O Sindicato do Comércio Varejista Transportador e Revendedor de Gás Liquefeito de Petróleo do Estado de São Paulo - SINGASESP, com foro e sede na cidade de São Paulo à rua Conselheiro Furtado, nº 96, cj. 61, Liberdade, São Paulo-SP, com amparo no Art. 16, § 1º, do Estatuto em vigor convoca os associados e integrantes da categoria econômica representada pelo SINGASESP a comparecerem à Assembléia Geral Extraordinária a se realizar, em primeira convocação às 8:00 hs, e em segunda convocação às 9:00 hs, do dia 19 de Setembro de 2005 na sede social, para discutirem e deliberarem a seguinte Ordem do Dia: 1. Ratificação da Fundação do SINGASESP; 2. Constituição da Diretoria e Conselho Fiscal provisórios com mandato até 31 de Março de 2006, data em que serão realizadas eleições sindicais, com observação das regras estatutárias; 3. Apresentação do relatório de Gestão Administrativa; 4. Avaliação das Ocorrências do dia 23 de Agosto de 2005 e seus posteriores desdobramentos. São Paulo/SP, 14 de setembro de 2005. Jorge Lúcio da Silva - No exercício da Presidência. EDITAL DE CONVOCAÇÃO - 7ª ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA

A Cooperativa dos Trabalhadores Avulsos dos Setores Farmacêuticos, Perfumaria e Correlatos do Estado de São Paulo, sociedade legalmente constituída com sede na Rua Quinze de Novembro, nº 82, Centro - Santana de Parnaíba-SP, inscrita no CNPJ sob o nº 03.253.151/000140, neste ato representada na forma de seu Estatuto Social por seu Presidente James Ferreira dos Santos, no uso das atribuições do Artigo 64, e atendendo ao disposto do Artigo 37 ao 41 ao 52 do mencionado Estatuto, comunica a todos os interessados, que no dia 21/10/2005, às 08:00 horas em primeira chamada, com 2/3 (dois terços) dos seus associados; e em segunda chamada às 09:00 horas com metade mais um dos seus associados; e em terceira chamada às 10:00 horas com o mínimo de 10 associados presentes, será realizada a 7ª Assembléia Geral Ordinária, na Rua Carlos Weber, nº 260 - Sala 03 - Vila Leopoldina - São Paulo - SP, com a seguinte Ordem do Dia: I - Prestação de contas dos Órgãos de administração, acompanhada do parecer do Conselho Fiscal compreendendo: a) Relatório da gestão; b) Balanço do exercício social; c) Demonstrativo das sobras ou perdas; d) Demais demonstrações contábeis exigíveis pelas normas inerentes; e) Plano das Atividades da Cooperativa para o exercício seguinte: II - Destinação das sobras apuradas ou rateio das perdas; III - Eleição dos componentes do Conselho Fiscal. IV - Outros assuntos de interesse geral da Cooperativa; V - O processo eleitoral será feito na forma do Artigo 72 até 81 do mencionado Estatuto Social, comunicando que para efeito do Artigo 48 - Alínea V, o número de associados existentes nesta data é de 113 (cento e treze) membros em condições de votar. Santana de Parnaíba, 6 de setembro de 2005.

FALÊNCIAS & CONCORDATAS Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 15 de setembro de 2005, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falências: Requerente: Dupont Performance Coatings S/A Requerido: Fagaraz Comércio de Tintas Ltda. - Estrada do Campo Limpo, 3316 - 02ª Vara de Falências Requerente: Color Print Comércio e Indústria Gráfica Ltda. - Requerido: EG Lima Engenharia Ltda. Rua Cel. Paulo Soares Moura, 142 - 01ª Vara de Falências Requerente: Moinho Pacífico Indústria e Comércio Ltda. - Requerido: Loja de Coveniência Flor do Itaim Ltda.-EPP - Rua Rodrigo Carlos de Morais, 45 - 02ª Vara de Falências Requerente: Moinho Pacífico Indústria e Comércio Ltda. - Requerido: Oxfor Comercial Ltda.-EPP

- Rua Major Dantas Cortez, 168 - 01ª Vara de Falências Requerente: Soedral Sociedade Elétrica Hidráulica Ltda. - Requerido: MPC Engenharia Ltda. - Av. Jandira, 257 conj. 113 11º Andar - 02ª Vara de Falências Requerente: Cobravel Factoring Fomento Mercantil Ltda. - Requerido: Real Parts Distribuidora de Peças Ltda. - Rua São José de Serzedelos, 574 - 02ª Vara de Falências Requerente: Retífica de Motores São Paulo Ltda. Requerido: Empresa de Ônibus Nova Paulista Ltda. - Av. Inajar de Souza, 3900 - 01ª Vara de Falências

AVISO

FDE AVISA: TOMADA DE PREÇOS AVISO

Solicitamos o comparecimento do Sr. Elias de Souza Santos, portador da CTPS número 16642 série 177 SP, no prazo improrrogável de 05 (cinco dias) para que retome suas atividades, sob pena de caracterizar-se ABANDONO DE EMPREGO, nos termos do artigo 482, item “i” da CLT, tendo em vista sua ausência há mais de 30 dias, hipótese em que seu contrato de trabalho estará automaticamente rescindido. Frigorífico Gouveia Santos Ltda. CNPJ 04046375/0002-24. São Paulo, 15 de setembro de 2005.

LICITAÇÃO PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃOJOSÉ DO RIO PRETO/SP.

ABERTURAS DE LICITAÇÃO Site: www.riopreto.sp.gov.br MODALIDADE: PREGÃO PRESENCIAL Nº 036/2005 OBJETO: Aquisição de um veículo automotivo pick up e um veículo automotivo ambos fabricação 2005 zero quilômetro destinados ao deptº de eletricidade. Valor total estimado da licitação: R$ 69.419,00. Data da entrega das propostas e sessão de abertura: 29 de setembro de 2005, às 08:30 horas. MODALIDADE: PREGÃO PRESENCIAL Nº 037/2005 OBJETO: Aquisição de microcomputadores e notebook para diversas Secretarias da Pref. Mun. São J.Rio Preto/SP. Valor total estimado da licitação: R$113.000,00. Data da entrega das propostas e sessão de abertura: 30 de setembro de 2005, às 8:30 horas. MODALIDADE: PREGÃO PRESENCIAL Nº 038/2005 OBJETO: Aquisição de impressora, no-break, leitora de CD/DVD e outros para diversas Secretarias da Pref. Mun.São J.Rio Preto/SP. Valor total estimado da licitação: R$83.000,00. Data da entrega das propostas e sessão de abertura: 04 de outubro de 2005, às 08:30 horas.

EDITAL GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DOS NEGÓCIOS DO MEIO AMBIENTE INSTITUTO FLORESTAL PREGÃO PRESENCIAL Nº 031/2005 Encontram-se abertos os procedimentos licitatórios na modalidade PREGÃO (PRESENCIAL) a contratação de empresa especializada para prestação de serviços de vigilância e segurança patrimonial no Parque Estadual do Jaraguá. O PREGÃO (PRESENCIAL) será realizado no dia 29 de setembro de 2005, às 09:00 horas no Anfiteatro do Instituto Florestal sito à Rua do Horto, 931 (entrada pela Avenida Luiz Carlos Gentille de Laet, altura do nº 600) Horto Florestal, São Paulo - SP. O Edital completo está disponível na Seção de Despesas, nos sítios www.iflorestsp.br e www.e-negociospublicos.com.br e nas Unidades acima. Maiores informações poderão ser obtidas pelo fone: 6231-8555 - ramal 2021.

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de ambientes complementares e reforma de prédios escolares: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2490/05/02 - EE/EMEF Prof. José Feliciano de Oliveira – Rua João Victor Attisani, s/nº - Jardim Tamoio - Jundiaí / SP - 180 - R$ 64.083,00 – R$ 6.408,00 – 10:30 – 05/10/2005. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 19/09/2005, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 04/10/2005, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Miguel Moubadda Haddad Diretor Executivo

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Reforma de prédios escolares nas seguintes escolas: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2489/05/02 - EE/EMEF Profª Cecilia Rolemberg Porto Guelli – Rua Tiradentes, 100 - Vila Rio Branco - Jundiaí/SP - 180 - R$ 53.563,00 – R$ 5.356,00 – 09:30 – 05/10/2005. 05/2491/05/02 - EE/EMEF Adib Miguel Haddad – Rua Pe. Norberto Mojola, 100 - Jardim Santa Gertrudes - Jundiaí / SP 180 - R$ 38.560,00 – R$ 3.856,00 – 14:00 – 05/10/2005. 05/2492/05/02 - EE/EMEF Barão Jundiaí – Rua Jacinto Nalini, 451 - Jardim S.C. Jesus - Jundiaí/SP - 120 / EE Prof. Fernando Brasil - Rua 1º de Fevereiro, 297 - Centro - Tabatinga/SP – 150 - R$ 43.852,00 – R$ 4.385,00 – 15:00 – 05/10/2005. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 19/09/2005, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 04/10/2005, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Miguel Moubadda Haddad Diretor Executivo


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

ESPORTE - 3

credito

Perder, perder, perder

Lluis Gene/AFP

F

osse no futebol brasileiro, o cargo de Vanderlei Luxemburgo no Real Madrid já estaria em risco. Mas mesmo para os padrões europeus a má fase do milionário time dos galácticos já começa a preocupar. O Real de Ronaldo e Robinho estreou no Campeonato Espanhol sofreu ontem, diante do Espanyol, em Barcelona, sua terceira derrota consecutiva: por 1 a 0. No meio da semana passada, pela Liga dos Campeões, o time havia sido surpreendido pelo Lyon, na França: 3 a 0. E três dias antes, em pleno Santiago Bernabéu, o time perdeu em casa para o modesto Celta, 3 a 2. Menos mal para o Real que, nesta rodada, o rival Barcelona de Ronaldinho Gaúcho também perdeu, para o Atlético, em Madri, por 2 a 1. O fim de semana, aliás, não foi nada feliz para quatro dos cinco jogadores que formam o chamado "Quinteto Mágico" da Seleção Brasileira. Ontem, Kaká teve fraca atuação e viu o seu Milan ser derrotado, pelo Campeonato Italiano: 2 a 1 para a Sampdoria, em Gênova, de virada. No meio da semana, Kaká havia marcado um dos gols na estréia milanesa na Liga dos Campeões, vitória por 3 a 1 sobre o Fenerbahçe, da Turquia.

Real de Luxemburgo sofre, diante do Espanyol, a terceira derrota consecutiva

Inter de Adriano é a exceção

D

epois de estrear com uma surpreendente derrota para o Palermo, na semana retrasada, a Inter de Milão, dos brasileiros Adriano, Júlio César e Zé Maria, conseguiu se recuperar no Campeonato Italiano. No sábado, jogando em casa, bateu o Lecce por 3 a 0,

transformando-se na exceção deste fim de semana em que os gigantes que têm astros da Seleção Brasileira no time tropeçaram nos principais campeonatos nacionais. Dessa vez, Adriano não marcou, mas o nigeriano Obafemi Martins, o sérvio Stanko-

vic e o argentino Julio Cruz se encarregaram de construir o placar. Os três gols foram marcados ainda no primeiro tempo. Com o resultado e a derrota de virada do rival Milan, a Inter alcança a sexta colocação, a três pontos da líder Juventus, time do volante Emerson.

ITÁLIA

ESPANHA

INGLATERRA

Parma 1 x 0 Empoli Internazionale 3 x 0 Lecce Cagliari 1 x 1 Messina Fiorentina 4 x 2 Udinese Juventus 2 x 1 Ascoli Lazio 3 x 0 Treviso Reggina 1 x 3 Chievo Sampdoria 2 x 1 Milan Siena 1 x 2 Palermo Livorno 0 x 0 Roma

Valencia 2 x 2 La Coruña Mallorca 5 x 2 Real Sociedad Athletic Bilbao 1 x 2 Málaga Cádiz 1 x 1 Villareal Celta 0 x 1 Racing Santander Alavés 3 x 4 Getafe Osasuna 1 x 0 Sevilla Betis 0 x 0 Zaragoza Espanyol 1 x 0 Real Madrid Atlético Madrid 2 x 1 Barcelona

Charlton 0 x 2 Chelsea Fulham 1 x 2 West Ham Portsmouth 1 x 1 Birmingham Sunderland 1 x 1 West Bromwich Aston Villa 1 x 1 Tottenham Liverpool 0 x 0 Manchester United Blackburn 0 x 3 Newscastle Wigan 1 x 1 Middlesbrough Manchester City 0 x 1 Bolton Arsenal x Everton (hoje)

Classificação

P

V

S

GP

Classificação

P

V

S

GP

Classificação

P

V

S

GP

1 Juventus

9

3

6

7

1 Getafe

7

2

3

7

1 Chelsea

18

6

12

12

2 Lazio

7

2

3

5

2 La Coruña

7

2

2

4

2 Charlton

12

4

5

8

3 Fiorentina

7

2

3

8

3 Celta

6

2

2

5

3 Manchester United

11

3

5

6

4 Palermo

7

2

2

6

4 Osasuna

6

2

1

3

4 Bolton

11

3

3

7

5 Livorno

7

2

2

3

5 Espanyol

6

2

0

3

5 Manchester City

11

3

2

7

6 Internazionale

6

2

5

8

6 Valencia

5

1

1

5

6 West Ham

10

3

6

10

7 Chievo

6

2

2

4

7 Athletic Bilbao

4

1

2

5

7 Tottenham

9

2

2

5

8 Sampdoria

6

2

1

6

8 Barcelona

4

1

1

3

8 Middlesbrough

8

2

-1

6 4

9 Udinese

6

2

0

4

9 Cádiz

4

1

0

3

9 Wigan

7

2

0

10 Roma

4

1

2

3

10 Atlético Madrid

4

1

0

2

10 Arsenal

6

2

3

7

11 Milan

4

1

1

5

Sevilla

4

1

0

2

11 Liverpool

6

1

1

1

12 Parma

4

1

0

2

12 Betis

4

1

0

1

12 Aston Villa

6

1

-4

5

13 Siena

3

1

-2

4

13 Mallorca

3

1

0

5

13 Portsmouth

5

1

-3

5

14 Messina

2

0

-1

3

14 Zaragoza

3

0

0

2

14 Newcastle

5

1

-3

4

15 Ascoli

2

0

-1

2

15 Real Madrid

3

1

-1

4

15 Birmingham

5

1

-4

5

16 Cagliari

2

2

-1

3

16 Racing Santander

3

1

-1

1

5

1

-4

5

17 Lecce

1

0

-4

1

17 Málaga

3

1

-2

3

17 West Bromwich

5

1

-5

6

18 Reggina

0

0

-6

3

18 Real Sociedad

3

1

-5

4

18 Blackburn

3

1

-5

3

19 Treviso

0

0

-6

1

19 Villareal

2

0

-1

3

19 Everton

3

1

-3

1

20 Empoli

0

0

-6

0

20 Alavés

1

0

-2

4

20 Sunderland

1

0

-7

3

Fulham

FRANÇA

ALEMANHA

PORTUGAL

Bordeaux 1 x 1 Lyon Le Mans 2 x 1 Sochaux Lille 4 x 0 Nice Nancy 1 x 1 Metz Nantes 2 x 0 Toulouse Auxerre 2 x 0 Ajaccio Olympique 2 x 1 Trotes Monaco 0 x 2 Rennes Strasbourg 1 x 1 Lens Saint-Etienne 3 x 0 PSG

Colônia 2 x 1 Borussia Moenchen. Arminia Bielefeld 0 x 0 Kaiserslautern Bayern 1 x 0 Hannover Hamburgo 1 x 1 Eintracht Frankfurt Mainz 1 x 2 Stuttgart Werder Bremen 3 x 2 Borussia Dortmund Wolfsburg 1 x 1 Nuremberg Duisburgo 1 x 3 Bayer Leverkusen Schalke 04 0 x 0 Hertha

Naval 2 x 2 Boavista Marítimo 2 x 2 Penafiel Paços Ferreira 2 x 1 Acadêmica Rio Ave 2 x 1 Amadora Vitória de Setúbal 1 x 0 Gil Vicente Benfica 4 x 0 União Leiria Braga 0 x 0 Porto Belenenses x Vit. Guimarães (hoje) Nacional x Sporting (hoje)

Classificação

P

V

S

GP

Classificação

P

V

S

Classificação

P

V

S

GP

1 Bayern

15

5

11

14

1 Porto

10

3

5

7

1 Lyon

17

5

6

10

2 Werder Bremen

13

4

10

16

2 Braga

10

3

4

4

2 Le Mans

14

4

7

10

3 Hamburgo

11

3

7

10

3 Sporting

9

3

3

6

3 Saint-Etienne

13

3

6

7

4 Schalke 04

9

2

2

6

4 Rio Ave

9

3

2

7

4 PSG

13

4

3

10

5 Hertha

9

3

1

9

5 Nacional

7

2

2

4

5 Lens

12

3

8

13

6 Hannover

8

2

2

7

6 Vitória de Setúbal

7

2

1

2 7

GP

6 Lille

12

3

6

11

7 Bayer Leverkusen

7

2

1

11

7 Belenenses

6

2

4

7 Bordeaux

12

3

3

6

8 Kaiserslautern

7

2

-2

10

8 Boavista

6

1

3

7

8 Nantes

11

3

4

8

9 Hannover

6

1

1

6

9 Gil Vicente

6

2

1

3

9 Ajaccio

10

2

1

7

10 Stuttgart

6

1

0

7

10 Paços Ferreira

6

2

-2

4

10 Auxerre

10

3

-6

6

11 Wolfsburg

6

1

-2

6

11 Benfica

4

1

1

5 7

11 Troyes

9

2

0

6

12 Borussia Dortmund

5

1

-1

8

12 Naval

4

1

0

12 Rennes

9

3

-9

8

13 Arminia Bielefeld

5

1

-3

5

13 Amadora

4

1

-1

4

13 Nice

8

2

-3

7

Borussia Moenchen.

5

1

-3

5

14 Acadêmica

2

0

-2

3 3

8

2

-3

7

15 Eintracht Frankfurt

4

1

-6

3

Marítimo

2

0

-2

15 Monaco

7

2

-4

4

16 Duisburgo

2

0

-5

7

16 Penafiel

1

0

-6

2

16 Sochaux

5

1

-3

3

17 Nuremberg

2

0

-5

3

17 União Leiria

1

0

-7

1

17 Toulouse

5

1

-7

2

18 Mainz

0

0

-8

2

18 Vitória de Guimarães

0

0

-6

1

18 Nancy

4

1

1

8

Olympique

19 Strasbourg

4

0

-3

2

20 Metz

4

0

-7

2

O lateral-esquerdo Marcelo foi expulso na derrota por 3 a 1 para Gâmbia, estréia do Brasil no Mundial Sub-17, e não pega a Holanda

VENCER OU VENCER

A

seleção sub-17 não tem outra opção amanhã, diante da Holanda, em sua segunda partida no Mundial do Peru. Depois da derrota por 3 a 1 para Gâmbia, na estréia, o time treinado por Nelson Rodrigues ocupa o último lugar no Grupo C, e ficará em situação muito complicada se não derrotar os holandeses, em jogo marcado para as 20h15 (de Brasília), em Piura. Atual campeão mundial sub-17 - venceu em 2003, na Filnândia - o Brasil já ganhou o Mundial também em 97, no Egito, e 99, na Nova Zelândia. "Diante da Holanda as pessoas

verão o verdadeiro favorito", disse o técnico, que poderá contar com o meia Ânderson, do Grêmio - ele estava suspenso por causa de expulsão no último jogo do Sul-Americano. A outra grande estrela do Brasil não foi ao Mundial: Kerlon, do Cruzeiro, sofreu uma cirurgia e só volta a jogar em 2006. Na estréia, o Brasil começou melhor e abriu o placar aos 23 minutos do primeiro tempo, numa bela bicicleta do atacante Igor, do Corinthians. Depois disso, porém, o que se viu foi o amplo domínio dos africanos, que viraram o jogo ainda no primeiro tempo, com Mansally, aos 27, e Ceesay, aos 45.

Após a expulsão do lateralesquerdo Marcelo, no começo do segundo tempo, o Brasil ficou ainda mais frágil, e Gâmbia ampliou aos 29 minutos, com Jallow, de pênalti. A partida ainda teve mais duas expulsões: o meia-atacante Celsinho, da Portuguesa, Sohna e Conteh, de Gâmbia. A Holanda, por sua vez, venceu o Catar por 5 a 3 na estréia, com dois gols do atacante Emmes, que joga no Sparta de Roterdã. Antes de Brasil e Holanda, Catar e Gâmbia se enfrentam, às 17h30. Se vencer, o time africano só não carimba sua vaga nas quartas-de-final se o Brasil bater a Holanda.

No basquete, derrota Gaspar Nóbrega/CBB

L

onge de suas melhores atuações no ano, a seleção de basquete feminino perdeu por 81 a 73 para Cuba e ficou com o vice-campenonato da Copa América. O Brasil, que buscava o tri, foi dominado em todo o jogo, e, embora tenha reduzido a diferença no último quarto, não teve como reverter a vantagem cubana. Com o título, Cuba confirmou vaga no Mundial do ano que vem, que será no Brasil. Canadá e Argentina também se classificaram. O Brasil, por ser país-sede, já estava garantido, e mandou um time jovem para a competição, em busca de experiência. "Infelizmente cometemos muitos erros que acabaram sendo decisivos para o resultado final. De qualquer forma, a equipe está de parabéns pelo desempenho na temporada", disse Micaela. O Brasil perdeu apenas dois de 34 jogos disputados no ano. "A diferença de 15 pontos a favor das cubanas no terceiro período decidiu o jogo", afirmou o técnico Antonio Carlos Barbosa. "No último quarto, conseguimos uma reação, que não foi o suficiente. Sabíamos que era necessário jogar bem o tempo todo, mas hoje não conseguimos", lamentou.

Na decisão da Copa América, Brasil sofreu segunda derrota no ano e ficou com o vice

Luiz Doro Neto/Divulgação

VITÓRIA MINEIRA – O Cruzeiro ficou com o título da Maratona Pão de Açúcar de Revezamento disputada ontem em São Paulo. Valdenor do Santos foi o fechou a prova para o time mineiro, que completou a prova em 2h05min09, onze segundos à frente da equipe Pão de Açúcar/BM&F, que teve a presença de atletas de ponta, como Vanderlei Cordeiro de Lima, que liderou sua etapa, Marilson Gomes dos Santos e Hudson de Souza. O último da equipe paulista foi Celso Ficagna. Na 13ª edição, a prova voltou a ser disputada nas redondezas do Parque do Ibirapuera, com cerca de 20 mil participantes.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.ESPORTE

segunda-feira, 19 de setembro de 2005 Daniel Del Zennaro/Efe/AE

COMO SEMPRE Silvio Ávila/CBV

F

oi mais um passeio. A seleção brasileira de vôlei masculino entrou em quadra contra a Venezuela, ontem, já com o título sul-americano garantido, graças à derrota do rival, no sábado, para a Argentina. Mesmo assim, o time não relaxou e bateu os venezuelanos por 3 a 1 (25/20, 25/15, 23/25 e 25/14), em Lages (SC). Foi a sexta vitória do Brasil sobre a Venezuela no ano, e a confirmação de uma supremacia: em 26 edições do Sul-Americano de vôlei masculino, o Brasil venceu 25 - só não levou em 1964, quando nem disputou. Além da taça, o Brasil assegurou a classificação para a Copa do Campeões, que será em novembro, no Japão. A boa campanha do time, que só perdeu um set no Sul-Americano, mesmo sem o levantador Ricardinho, capitão do time, e o atacante Murilo, primeira opção para os titulares Giba e Dante, não comoveu o exigente técnico Bernardinho. "A equipe esteve aquém do esperado. Precisamos evoluir muito", afirmou, visivelmente irritado. "Nosso ano tem sido muito irregular. Preciso encontrar soluções para que a seleção cresça individual e coletivamente", disse. Em 2005, o Brasil ganhou a Liga Mundial, com apenas uma derrota em 15 jogos, mas perdeu em casa a

Interlagos se apronta para festa de Alonso

O

Mesmo sem contar com o capitão Ricardinho, a seleção de vôlei masculino não teve dificuldade para conquistar, em Lages (SC), o 25º título sul-americano em 26 edições Copa América, para os Estados Unidos, há um mês. O técnico não perdoou nem mesmo a vitória da Venezuela no terceiro set. "Fiquei convencido de que eles se sentiram vitoriosos por ter vencido um set

hoje. A torcida começou a comemorar a vitória antecipadamente e o time ficou nervoso." O levantador Marcelinho, no entanto, preferiu comemorar o título e oportunidade de atuar como titular. "Fizemos

s mulheres vôlei também buscam o título sul-americano de vôlei, em La Paz (Bolívia). Hoje, às 18h, o time enfrenta o Uruguai, em sua terceira partida. Até agora, o time praticamente não precisou se esforçar. Contra o Chile, ontem, venceu por 3 a 0 (25/7, 25/7 e 25/8), em 51 minutos. No sábado, havia batido as anfitriãs bolivianas, também por 3 a 0 (25/10, 25/12 e 25/18). Depois do Uruguai, o time de José Roberto Guimarães ainda tem pela frente Venezuela (amanhã, às 17h), Argentina (quarta, às 18h) e Peru (sexta, às 18h). Assim como no torneio masculino, o time que somar

mais pontos leva o título. No feminino, o Brasil venceu 13 das 25 edições, e foi vice outras 11 vezes - ganhou os cinco últimos torneios, desde 1995. Mesmo com a superioridade brasileira, a ponteira Jaqueline vê importância no torneio. "Temos que aproveitar o momento para nos entrosarmos cada vez mais", disse. "Se tem título e vaga para uma outra competição em jogo, precisamos nos doar ainda mais", lembrou a levantadora Marcelle. Segundo ela, o time também já se mostrou mais ambientado à altitude (3.660 metros) e ao frio (12 graus) de La Paz.

Longo caminho N

albert percebeu ontem que o rico currículo no vôlei de quadra não vai lhe garantir sucesso imediato na praia. Em seu primeiro jogo com árbitros e platéia, Nalbert e o parceiro Guto foram derrotados em Fortaleza pelos norte-americanos Karch Kiraly e Mark Lambert por 2 a 1 (14/16, 16/7 e 12/10). Único jogador a conquistar medalha de ouro olímpico na quadra e na praia, Kiraly forma uma dupla de respeito com Lambert - eleito o melhor da

Liga norte-americana de 2004. A derrota não desanimou o campeão olímpico. "Nosso principal objetivo, que era ser competitivo, foi atingido. É lógico que ter chegado perto da vitória deixa um gostinho amargo, mas isso passa", disse o jogador, que acredita em "boa perspectiva para o futuro". Nalbert e Guto estréiam no Circuito Brasileiro nesta semana, na etapa de Fortaleza. Hoje, fazem amistoso contra Márcio e Fábio Luiz, vice-líderes do Circuito Mundial.

poder dar o troco", avisou. Além do título, o Brasil levou quatro dos sete prêmios individuais do torneio, com Dante (melhor jogador e ataque), Marcelinho (saque) e Escadinha (recepção).

Donas da areia

No mesmo caminho A

um belíssimo Sul-Americano e mostramos nossa indiscutível superioridade", afirmou. O atacante Giba lembrou que o time terá a chance de se vingar dos norte-americanos no Japão. "Vai ser muito bom

Divulgação/FIVB

T

alita e Renata ficaram com o título da etapa de Bali, a 13ª do Circuito Mundial de vôlei de praia. Em mais uma decisão brasileira, derrotaram as vice-campeãs olímpicas Adriana Behar e Shelda por 2 a 0 (21/19 e 27/25), em 56 minutos de partida. O resultado levou Talita e Renata para o sétimo lugar do ranking da temporada, com 2.352 pontos. Adriana e Shelda estão em terceiro, com 3,272 pontos, empatadas com as gregas Karadassiou e Arvaniti, que ficaram com a medalha de bronze após a vitória por 2 a 1 sobre Ana Paula e Leila (17/21, 21/17 e 13/15). As "musas" subiram para o oitavo lugar no ranking, com 2.192 pontos. Se tivessem vencido, formariam o sexto pódio totalmente brasileiro do ano. O Circuito Mundial só volta em outubro, com a etapa do Rio. Até lá, haverá duas etapas no Circuito Brasileiro, em Fortaleza e Natal.

acá Bueno venceu o GP de Brasília, sétima etapa da temporada da Stock Car, e ampliou para 39 pontos a vantagem sobre o vice-líder, Hoover Orsi, que abandonou. O campeão do ano passado, Giuliano Losacco, chegou em segundo. Brasília recebeu o maior público da história da Stock Car: 42 mil pessoas. Faltam cinco corridas para o fim da temporada. A próxima será daqui a duas semanas, em Santa Cruz do Sul (RS). CLASSIFICAÇÃO: 1. Cacá Bueno, 121; 2. Hoover Orsi, 82; 3. Giuliano Losacco, 71; 4. Rodrigo Sperafico, 48; 5. Alceu Feldmann e Duda Pamplona, 47; 7. Luciano Burti, 45; 8. Antonio Jorge Neto, 44; 9. Ingo Hoffman, 40; 10. Nonô Figueiredo, 38; 11. Chico Serra, 37; 12. Pedro Gomes e Valdeno Brito, 32; 14. Thiago Camilo, 29; 15. Sandro Tannuri, 28; 16. Felipe Maluhy e Ricardo Maurício, 24; 18. David Muffato e Wagner Ebrahim, 23; 20. Christian Fittipaldi e Juliano Moro, 22; 22. Thiago Marques, 21; 23. Beto Giorgi e Guto Negrão, 15; 25. Ruben Fontes, 12; 26. Raul Boesel, 11; 27. Fábio Carreira e Popó Bueno, 9; 29. Adalberto Jardim, 8; 30. Henrique Favoretto, 5; 31. Mateus Greipel, 4; 32. Diogo Pachenki e Luis Carreira, 2; 34. Ângelo Serafim e Sergio Paese, 1.

Em Bali, Talita e Renata ganharam oitavo título do Brasil no Circuito Mundial em2005

Jcky Naegelen/Reuters

A

Fora de casa, a Rússia venceu a França por 3 a 2 e conquistou a Fed Cup; Dementieva e Safina venceram o decisivo jogo de duplas

Stock Car: Cacá Bueno vence e amplia vantagem

C

Festa russa em Roland Garros França escalou suas duas melhores tenistas, abriu a quadra central de Roland Garros, mas a festa da Fed Cup, principal torneio por equipes do tênis feminino, foi feita pela Rússia, que conquistou o bicampeonato do torneio graças a uma brilhante dupla jornada de Elena Dementieva. Ela e Dinara Safina derrotaram Mary Pierce e Amelie Mauresmo por 2 a 1 (6/4, 1/6 e 6/3), no jogo de duplas, o quinto da série. Dementieva venceu também seus dois jogos de simples, contra Pierce, no sábado, e Mauresmo, no domingo, antes do duelo de duplas. Os pontos franceses foram ganhos por Mauresmo, no sábado, e Pierce, no domingo, ambas contra Anastasia Myskina - que curiosamente, no ano passado, bateu Dementieva na final de Roland Garros.

"circo" da F-1 já começou a chegar a Interlagos para o GP Brasil, no domingo que vem. Fernando Alonso só precisa de um terceiro lugar para ficar o título, sem depender dos resultados de Kimi Raikkonen. Hoje, devem terminar de chegar os equipamentos das dez equipes. Rubens Barrichello (foto) faz seu último GP Brasil pela Ferrari. Depois de prometer vitória nos cinco anos anteriores, ele admite que será difícil levar o primeiro lugar. Mas nem por isso o brasileiro deixa de ter motivos para festejar: na semana passada, nasceu Fernando, seu segundo filho. Rubinho acredita que o título será mesmo decidido em Interlagos, em favor do espanhol da Renault. "Ele está vencendo sem contar com o melhor carro", ressaltou.

A dupla russa seria formada por Safina e Vera Doucheniva, mas o técnico Shamil Tarpischev mudou de idéia e pediu a ajuda de Dementieva. Mas ela adotou a modéstia após o título. "Não é uma vitória da Dementieva. Nós ganhamos como um time e perdemos como um time", disse. Tarpischev pode entrar para a história como primeiro campeão da Fed Cup e da Davis no mesmo ano: na próxima semana, comanda a Rússia nas semifinais contra a Croácia, também fora de casa. O outro duelo tem Argentina e Eslováquia. O Brasil pega o Uruguai, em Montevidéu, pela final do Grupo 2 da Zona Americana. Se vencer, o time capitaneado por Fernando Meligeni volta à Segunda Divisão. O time está completo, com Gustavo Kuerten, Ricardo Mello, Flávio Saretta e André Sá.

Rossi abandona e penta fica para a Malásia

V

alentino Rossi perdeu a primeira chance de conquistar o pentacampeonato da MotoGP. Ele só precisava chegar em segundo no GP do Japão, mas caiu e abandonou. Loris Capirossi venceu, e Max Biaggi foi o segundo. O brasileiro Alexandre Barros abandonou. Na Malásia, no próximo domingo, Rossi só precisa chegar em terceiro.

CLASSIFICAÇÃO: 1. Rossi (ITA), 261; 2. Biaggi (ITA), 149; 3. Edwards (EUA), 133; 4. Melandri (ITA), 126; 5. Hayden (EUA), 121; 6. Capirossi (ITA), 117; 7. Gibernau (ESP), 115; 8. Barros (BRA), 114; 9. C. Checa (ESP), 72; 10. Nakano (JAP), 69; 11. Tamada (JAP), 64; 12. Bayliss (AUS), 54; 13. Roberts (EUA), 49; 14. Hopkins (EUA), 46; 15. Xaus (ESP), 42; 16. Elias (ESP), 38; 17. Jacque (FRA), 25; 18. Hofmann (ALE), 22; 19. Rolfo (ITA), 15; 20. Van der Goorbergh (HOL), 12; 21. Battaini (ITA), 6; 22. D. Checa (ESP) e Ellison (ING), 4; 24. Byrne (GBR) e Ukawa (JAP), 1.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.POLÍTICA

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

150 BEM-PENSANTES PROTESTAM CONTRA A CORRUPÇÃO E AUDITORIA EXTERNA NA COMISSÃO DOS CORREIOS Jonne Roriz (AE)

INTELECTUAIS PEDEM RIGOR NAS INVESTIGAÇÕES

U

Carlos Roberto/Hoje em Dia/AE 13-09-05

A três meses do fim da CPMI dos Correios, os integrantes da comissão resolveram contratar empresas de auditoria externa para ajudar no cruzamento dos dados com a movimentação financeira do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Relatório parcial apresentado na semana passada pela CPMI apontou que, nos últimos cinco anos, oito empresas de Marcos Valério movimentaram R$ 4,9 bilhões. Também será contratada auditoria para analisar as aplicações feitas pelos fundos de pensão de empresas estatais no Banco Rural e no BMG e os contratos firma-

dos pelas empresas de Marcos Valério com empresas privadas. Na quarta-feira, a CPI dos Correios e a do Mensalão ouvem em conjunto o depoimento do banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity. Há informações de que o banqueiro teria pago as despesas da viagem ao Japão de Fábio Lula da Silva, filho do presidente da República. "O Daniel Dantas terá de explicar porque contratou as empresas de Valério e se isso foi feito como uma forma de repassar dinheiro para o governo", disse o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), subrelator da CPMI. (AE) Wilson Dias/ABr

Gustavo Fruet quer investigar relações entre Marcos Valério e Daniel Dantas

Banqueiro Daniel Dantas depõe na CPMI dos Correios na quarta. Comissões ouvem sócio de Valério, Genu e o presidente do banco BMG.

Delúbio

Pereira

Valério

Mendonça

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, se recusou a nomear sacadores das contas de Valério na CPMI dos Correios. Na CPMI do Mensalão, ele não explicou pagamentos a Duda e disse que José Dirceu não negociou dívidas do PT.

Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Assumiu ter negociado cargos; saiu do PT, depois da descoberta de que ganhou um Land Rover da GDK . Valério disse que ele sabia dos empréstimos repassados ao diretório nacional.

Marcos Valério, dono da SMP&B e da DNA. Movimentação bancária mostra saques de vários políticos e assessores, num total de R$ 55 milhões. Disse na CPMI do Mensalão que o aval de Dirceu foi confirmado por Delúbio.

O publicitário Duda Mendonça, da DM9, confirmou ter recebido dinheiro de Marcos Valério no exterior. Os repasses, segundo ele, eram para pagar dívidas do PT, das campanhas eleitorais de 2002. Valério negou a versão de Duda.

Palmieri

Osório Batista

Jefferson

Lamas

Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB, depôs no dia 16 de agosto na CPMI do Mensalão e revelou que esteve em Portugal com Marcos Valério para obter recursos da Portugal Telecom para pagar dívidas do PT e do PTB.

Antônio Osório Batista, diretor afastado dos Correios por ter sido citado por Marinho na gravação. Depôs na CPMI e afirmou que Jefferson pediu dinheiro aos diretores da estatal para fazer caixa de campanha.

A Câmara cassou ontem o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que perdeu os seus direitos políticos até 2015, por 313 votos a favor e 156 contra. Ele foi cassado por quebra de decoro parlamentar, tráfico de influência e crime eleitoral.

O ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, confirmou em depoimento à CPMI do Mensalão que foi algumas vezes a Belo Horizonte buscar dinheiro a pedido do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.

Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério. Depôs na CPMI e contestou as versões de seu ex-patrão para os grandes saques bancários: o próprio empresário voltou atrás e confessou que fazia os pagamentos a mando de Delúbio, a partir de uma lista.

Genoino

Jefferson

Duda

Edson Santos/AC

Karina

Marcello Casal Jr/ABr

Galeria de personagens Roosewelt Pinheiro/ABr

69 mil a R$ 115 mil na cotação de hoje). Desde agosto, os parlamentares de oposição na CPMI dos Correios têm insistido em ouvir o doleiro. Amanhã: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja a Niterói (RJ) onde visita obras de modernização da plataforma P50 da Petrobrás. Também visita a Feira Internacional de Tecnologia Naval. À noite, em São Paulo, participa de jantar de comemoração dos 50 anos do hospital Israelita Albert Einstein. G As sub-relatorias da CPMI dos Correios ouvem Flávio Guimarães, do banco BMG; Rogério TolentiMarcelo Martins (AE) no, sócio de Marcos Valério; Maurício Madureira, ex-diretor dos Correios, e sócios da distribuidora Beta. G A CPMI do Mensalão ouv e o d e p o imento de João Claudio Genu, assessor do PP. G No processo do deputado José Dirceu (PT-SP), o Conselho de Ética ouve Flávio Guimarães, do banco BMG. Quarta-feira: A CPMI dos Correios ouve Daniel Dantas (foto), do banco Opportunity. G A CPI dos Bingos ouve Carlos Rodrigues, mais conhecido como Bispo Rodrigues, que renunciou ao mandato de deputado pelo PL por seu envolvimento no mensalão. G No processo do deputado Sandro Mabel (PL-GO), o Consellho de Ética ouve os depoimentos dos deputados Pedro Chaves (PMDB-GO), Leandro Vilela (PMDB-GO) e Pedro Canedo (PP-GO). O deputado cassado Roberto Jefferson, autor da representação, afirmou que pretende encerrar o caso. Q ui nt a- f ei ra : A CPI dos Bingos ouve o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP).

CPMI vai auditar contas de Marcos Valério

Valter Campanato/ABr

A

semana promete ser agitada em Brasília e começa com a expectativa sobre qual vai ser a decisão do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE). A situação do deputado se complica a cada momento: na última sexta-feira, a Polícia Federal divulgou que o registro da prestação de contas da campanha de Severino Cavalcanti Jr, filho do presidente da Câmara, encontrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indica que foram arrecadados R$ 1 mil e gastos R$ 33 reais. Entretanto, a secretária de Severino, Gabriela Kênia Martins, havia dito à Polícia Federal que o cheque de R$ 7,5 mil, dado pelo empresário Sebastião Buani, foi uma doação para a campanha de Severino Jr. N a s c o m i ssões, vai haver uma "superterça": amanhã, as CPMIs dos Correios e do Mensalão, além da CPI dos Bingos, decidiram ouvir em conjunto o doleiro Antonio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona. Ele acusa autoridades do governo e integrantes do PT de enviarem dinheiro para o exterior ilegalmente. Toninho da Barcelona cumpre pena de 25 anos por evasão de divisas, entre outros crimes. Sem apresentar provas, o doleiro tem dado detalhes de um suposto esquema de remessa ilegal de recursos para o exterior pelo PT. Na mesma semana em que foi ouvido pela CPMI, Toninho da Barcelona deu entrevista por escrito à revista Veja, na qual declarou que, na campanha de 2002, o PT trocava quase diariamente quantias que variavam de US$ 30 mil a US$ 50 mil (R$

Roosewelt Pinheiro/ABr

UMA SUPER TERÇA: AS TRÊS COMISSÕES OUVEM DOLEIRO.

tucanos e os pefelistas. Em outro trecho do manifesto, é destacado que esses dois partidos "sacrificam as investigações quando elas apontam na direção do Ministério da Fazenda, de modo a preservar a política econômica do governo com a qual concordam". E continua: "Não estão empenhados, de fato, em levar a investigação até o fim e em todas as direções, não estão empenhados em preservar e em ampliar o pouco de democracia política que conquistamos no Brasil." O documento elaborado pelos intelectuais critica também a maneira como as CPIs estão conduzindo as investigações. Para esses intelectuais, as CPIs em curso no Congresso Nacional estão atuando mais como um "cenário de depoimentos espetaculares", sem proceder às investigações rigorosas que precisam ser feitas. No entender deles, isso deve estar ocorrendo para "viabilizar um grande acordo que salve quase todos, governo e oposição liberal" além de parlamentares que sacaram recursos das contas de Marcos Valério, apontado como operador do mensalão. "É esse acordo contra a democracia que não podemos aceitar", diz outro trecho do documento. A íntegra do documento está no site http://www.unicamp.br/.

Valter Campanato/ABr

Toninho da Barcelona vai concentrar as atenções da semana

m grupo de intelectuais da Universidade Estadual de C a m p i n a s ( U n icamp) produziu um manifesto, subscrito por cerca de 150 intelectuais brasileiros, exigindo rigor nas investigações das denúncias de corrupção no País. O manifesto será lançado terça-feira (dia 20) em Campinas (SP), e além da investigação rigorosa das denúncias "inclusive daquelas que apontem na direção da Presidência da República e possam redundar na instauração de um processo de impeachment", vai exigir também a punição dos envolvidos. Mas as críticas dos intelectuais não se restringem aos escândalos envolvendo o Partido dos Trabalhadores e o governo do presidente Lula. Um dos trechos do manifesto diz: "Desde que surgiram as denúncias sobre a compra de deputados para que votassem com o governo, o PT e o Governo Lula têm dificultado as investigações, enquanto o PFL e o PSDB agem sob medida com o único objetivo de usar eleitoralmente as denúncias, zelando para que a corrupção praticada por tucanos e pefelistas permaneça ignorada e não apurada." Na avaliação dos intelectuais, existem também interesses aos quais estão ligados os

Gushiken

Delúbio Soares

Silvio Pereira

Ferreira

Guimarães

Costa Neto

Genoino

Marcos Vinícius Ferreira, genro de Roberto Jefferson e suposto canal do PTB com os Correios. Senado estuda pedir a quebra de seu sigilo bancário. A CPMI dos Correios ainda não remarcou seu depoimento.

O ex-presidente do Banco Popular do Brasil Ivan Guimarães negou à CPMI dos Correios que sua indicação para o cargo no banco tenha sido feita pelo PT. Ele anunciou aos integrantes da comissão que vai se desfiliar do PT.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, se recusou em seu depoimento à CPMI da Compra de Votos a revelar nomes de empresas e pessoas físicas para as quais teria repassado supostos R$ 6,5 milhões recebidos de Marcos Valério.

O ex-presidente do PT José Genoino depôs na CPMI do Mensalão e disse que desconhece a existência de caixa 2 no partido e que o PT não compra votos em troca de aprovação de projetos de interesse do governo.

Gushiken

Salmeron

Dutra

Marinho

Luiz Gushiken, chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Acusado de usar influência sobre os fundos de pensão de estatais, Gushiken depôs na CPMI dos Correios e negou as acusações.

Roberto Salmeron, ex-presidente da Eletronorte e ex-vice-presidente dos Correios. De acordo com o depoimento de Osório Batista, Jefferson e Salmeron teriam assistido à gravação um dia antes de ter sido divulgada à imprensa.

Mauro Dutra, dono da Novadata. Ele negou favorecimento em contratos da estatal. Mas confirmou que sua empresa fornece 22% dos micros do governo e que conhece Lula há mais de 20 anos. A CPMI dos Correios vai marcar data para ele depor.

Maurício Marinho, ex-chefe de Contratação e Administração dos Correios. Foi flagrado em gravação recebendo propina de R$ 3 mil. Foi demitido por justa causa mas, como está de licença médica, continua recebendo salário de R$ 10 mil.

Gonçalves

Waschek

Dipp

Marschner

Luiz Otávio Gonçalves, diretor da Skymaster, admitiu que pediu ajuda de Silvio Pereira para evitar que sua empresa perdesse o contrato com os Correios. A CPMI dos Correios ouviu também outros três representantes da empresa.

Arthur Waschek, dono da Comam e Vetor. Mandante da gravação de Marinho, por ter interesses contrariados nos Correios. Waschek afirmou que as irregularidades não ocorrem nas licitações, mas na execução dos contratos.

Airton Dipp, ex-presidente dos Correios, confirmou na CPMI dos Correios encontro com Silvio Pereira e a influência de Luiz Gushiken na estatal, através da nomeação de três dos cinco membros de uma comissão de análise de publicidade.

Haroldo Marschner, um dos donos da Precision Componentes. Ele disse que teria recebido pedido de suborno de Maurício Marinho, para poupar a sua empresa da aplicação de multa por atraso na entrega de material.

PASSO-A-PASSO DAS INVESTIGAÇÕES

KARINA NO PMDB – A ex-secretária de Marcos Valério, Fernanda Karina Somagio, oficializou em um cerimonial no Hotel Holliday-Inn, em São Paulo, sua filiação ao PMDB e, de quebra, ainda confirmou que vai disputar uma vaga como deputada federal. Antes da cerimônia, na última quinta-feira, Karina, acompanhada do vereador Jooji Hato (PMDB), visitou o plenário e ainda cumprimentou a vereadora do PT Soninha. (Ivan Ventura)

CPMI do Mensalão

Conselho de Ética

CPI dos Bingos

A CPMI ouvirá na próxima quarta o empresário Daniel Dantas, dono do banco Opportunity, que tem participação acionária na Telemig Celular e na Amazônia Celular e mantém uma disputa judiciária pelo controle da Brasil Telecom. Para acelerar os trabalhos, a reunião será conjunta com a CPI dos Correios.

O conselho ouviu na sexta a última testemunha de defesa do deputado José Dirceu (PT-SP) no processo a que responde por quebra de decoro parlamentar. Márcio Thomaz Bastos, da Justiça, preferiu depor por escrito. Ele tem esse direito por ser ministro. Marcos Valério e sua mulher vão depor pela acusação.

As CPIs dos Correios, do Mensalão e dos Bingos decidiram que o doleiro Toninho da Barcelona vai depor amanhã, em sessão conjunta. A data havia sido marcada pela CPI dos Bingos. Mas, como ele tinha sido convocado também pelas outras comissões, elas decidiram ouvi-lo em sessão conjunta.


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segunda-feira, 19 de setembro de 2005

POLÍTICA - 5

VIÚVA TEM ESPERANÇA DE QUE CPI E NOVAS INVESTIGAÇÕES ESCLAREÇAM MOTIVOS DA MORTE. Luiz Prado/LUZ

TONINHO DO PT: ÚLTIMA CHANCE DE SOLUCIONAR O ENIGMA. mente o valor do contrato, bateu de frente com empresários do setor de transporte. Tenho tudo isso documentado e estou organizando para levar à CPI e mostrar que o Antônio atrapalhou muitas quadrilhas. DC - A senhora continua acreditando, então, que a moti-

Eu tenho absoluta certeza de que o crime foi político. Se antes eu tinha alguma dúvida, não sobrou nada depois de tudo o que foi descoberto sobre o PT.

Roseana Garcia vação do crime foi política? Roseana – Eu tenho absoluta certeza de que o crime foi político. Se antes eu tinha alguma dúvida, não sobrou nada depois de tudo o que foi descoberto sobre o PT. DC - Mas o PT, na sua opinião, teria alguma ligação com esse assassinato? Roseana – Não quero ser le-

DC

Q

uatro anos depois do assassinato do prefeito de Campinas, Antônio da Costa Santos, Toninho do PT, a viúva Roseana Garcia espera que, finalmente, o crime seja solucionado. A psicóloga, que sempre refutou a versão de crime comum dada pela polícia, foi convocada a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos para falar sobre a atuação de Toninho à frente da prefeitura, além da relação dele com o PT. Roseana, que está à frente do movimento Quem matou Toninho, prefeito de Campinas, espera que esta seja a chance que faltava para que o caso não seja esquecido. Nesta entrevista exclusiva ao Diário do Comércio ela diz que a rede de corrupção descoberta no PT nacional lhe dá a certeza de que o crime teve motivação política. Roseana teve também sua esperança renovada a partir da divulgação do relatório da comissão do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, do Ministério da Justiça, que recomenda a intervenção da Polícia Federal nas investigações da morte de quatro seqüestradores em Caraguatatuba, dois deles acusados por policiais de Campinas de participar do crime. DC – O que a senhora pretende falar neste depoimento à CPI dos bingos? Roseana Garcia – Eu vou contar toda a história do Antônio, antes, durante e depois do assassinato. Quero mostrar como ele tratava a coisa pública, que nunca compactuaria com nada de errado. Tanto que na época do Jacob Bittar ele saiu do governo por não aceitar negociatas. Vou levar uma série de documentos que comprovam que o Antônio, inclusive, contrariou muitos interesses na cidade depois de eleito. DC - Que interesses? Roseana– O Antônio não deu alvará para abertura de novos bingos, renegociou o contrato de lixo, diminuindo sensivel-

viana e afirmar uma coisa dessas. Mas o PT nacional nunca se interessou em responder às minhas perguntas. O Lula prometeu que faria alguma coisa, que colocaria a Polícia Federal no caso. Depois de eleito, ele simplesmente virou as costas para o caso do Antônio. Aliás, todos do PT viraram as costas. DC - A versão defendida pela polícia - ele teria sido morto ao atrapalhar a fuga da quadrilha do Andinho... Roseana – Essa versão da polícia é ridícula, não corresponde à verdade, tenho certeza! Não quero que fique para a história que o meu marido foi morto porque estava atrapalhando o trânsito. Isso é um absurdo. Quero provar que ele foi morto porque contrariou outros interesses. DC - A senhora espera que esta versão seja derrubada com a convocação pela CPI? Roseana – É a minha esperança. Espero que meu depoimento lance luz sobre a morte do meu marido. Acredito que esta é a última chance para que as investigações sejam retomadas. (Antônio da Costa Santos foi assassinado no dia 10 de setembro de 2001, na Avenida Mackenzie, próximo ao Shopping Center Iguatemi, em Campinas. Estava indo para casa. Três tiros foram disparados e um deles acertou Toninho, que perdeu o controle do carro e bateu em uma cerca. Quando a polícia chegou, o prefeito já estava morto.) Cristiane Prezotto, DC Campinas

"O Lula prometeu que faria alguma coisa. Depois de eleito, virou as costas para o caso. Todos do PT viraram as costas."

RELATÓRIO APONTA CONEXÃO COM CASO DANIEL

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Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, ligado ao Ministério da Justiça, divulgou na última quartafeira, em Fortaleza (CE), o relatório final da comissão especial do órgão que analisou as investigações sobre o assassinato do ex-prefeito de Campinas, o Toninho do PT. O relatório faz várias recomendações a autoridades envolvidas nas investigações e, embora não apresente provas, relaciona o caso Toninho do PT com o assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel. O relatório também discorre so-

bre a execução de quatro rapazes por policiais civis de Campinas, ocorrida em Caraguatatuba, logo no início das investigações da morte de Toninho. Entre os mortos estava um suspeito de participação no assassinato em Campinas. Sem conclusão – Até hoje, quatro anos depois, nem o inquérito policial foi concluído. Um dos seqüestradores, Anderson Bastos, é acusado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de ser o autor do disparo que matou o prefeito. Outra recomendação ao caso Toninho do PT é a nova convocação de dois homens, que seriam testemunhas do crime, mas que foram

desprezados durante a investigação, após serem ouvidos apenas uma vez. A comissão também pede informações sobre as investigação do caso Celso Daniel na parte onde há referência à morte de Toninho. O Ministério da Justiça informou que só vai se manifestar após receber o relatório. O documento recomenda a intervenção da Polícia Federal nas investigações da morte de quatro seqüestradores em Caraguatatuba, dois deles acusados do crime contra Santos, por policiais de Campinas. (CP/AE)


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8 -.POLÍTICA

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

VOTAÇÃO SEM SURPRESAS REDUZ ESPAÇO DO CAMPO MAJORITÁRIO. ATÉ LULA SE ABSTEVE DE VOTAR.

ELEIÇÕES NO PT: PODER À ESQUERDA Paulo Liebert/AE

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Partido dos Trabalhadores realizou ontem eleições para definir a presidência dos seus diretórios municipal, estadual e nacional. Pela primeira vez nos últimos dez anos, a corrente com mais militantes, o Campo Majoritário, pode perder o controle do partido. Os sucessivos escândalos envolvendo recentemente o partido foram creditados à direção nacional e ao Campo Majoritário, que também foram responsabilizados pelo pequeno comparecimento de militantes às urnas, ontem. Nem mesmo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se animou em ir votar. O descontentamento dos militantes e o pouco comparecimento podem levar uma das correntes mais à esquerda a assumir o poder no partido. O próprio candidato do Campo Majoritário, o ex-ministro Ricardo Berzoini, admite que vai haver segundo turno e que Valter Pomar é o mais cotado para disputar com ele a presidência do partido, no segundo turno marcado para o dia 9 de outubro. A perspectiva é de que no máximo 30% dos 825 mil militantes com direito a voto tenham comparecido à eleição. O primeiro resultado parcial sai a partir das 12 horas de hoje. Alianças - O PT que vai sair das urnas será aquele em que José Dirceu, Delúbio, Genoino e o próprio presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, vão ter menos poder de decisão. Em caso de vitória de uma ala da esquerda, o PT vai exigir do governo que mude a política econômica do país e que repense suas alianças. Daí,

tanto interesse despertado pela eleição do partido. O problema é que a atual política econômica é que vem dando sustentação para o governo Lula, juntamente com sua política de alianças. Uma cisão entre governo e PT não parece descartada, embora todos os candidatos de esquerda defendam a reeleição de Lula. Depois de votar ontem em Campinas, no interior de São Paulo, Valter Pomar defendeu que no segundo turno pretende apoiar qualquer candidato para derrotar Berzoini. A mesma proposta foi feita pelo também candidato a presidência do PT, Plínio de Arruda Sampaio. R e n ov a ç ã o - O deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ) lembrou que o processo de escolha dos dirigentes do PT pode significar um momento de renovação do partido, e ele espera que a maioria da militância não opte pelo Campo Majoritário, corrente que há dez anos controla o partido. Segundo Biscaia, os militantes do Rio estão divididos entre esperançosos e desiludidos. "Fizemos de tudo para convencer os militantes de que esse é um momento importante. Mas há muitos descrentes", afirmou Biscaia. O deputado acredita que poderá haver uma surpresa em relação ao número de petistas que votarão contra a atual gestão do partido. Além de eleger o presidente nacional, os militantes também votam em chapas nacionais. A percentagem que essas chapas conseguirem serão aplicadas na formação da nova executiva nacional, que tem 80 integrantes. Para o deputado fe-

Ricardo Berzoini faz campanha na zona Sul de SP, mas já admite que haverá segundo turno nas eleições para a presidência do partido

deral Chico Alencar (PT-RJ) a eleição vai mostrar o tamanho real do partido e que rumo os filiados que comparecerem às urnas vão dar ao PT. Segundo ele, caso o Campo Majoritário consiga maioria no diretório nacional, independentemente de eleger ou não o presidente, alguns parlamentares podem deixar o partido. Confiança - Um dos pivôs da crise do PT compareceu ontem à eleição, contrariando seu estilo. O deputado José Dirceu concedeu uma longa entrevista e disse que está confiante na vitória do Campo Majoritário,

o seu grupo político. Dirceu reafirmou que não está envolvido nos empréstimos e operações de caixa 2 porque não participava das decisões administrativas e financeiras do partido desde 2002. "Não estou pleiteando nada. Eu já dei ao PT o que podia e não cobro nada nem do partido nem do presidente Lula. Ninguém precisa me defender, eu vou me defender sozinho. Estou com a consciência tranqüila, tenho provas de minha inocência. Eu tenho responsabilidade. Ao contrário de muitos da Executiva, de muitos da direção nacional

do PT, eu não fujo das minhas responsabilidades, porque isso não é da minha personalidade", disse José Dirceu, negando-se a citar nomes. A situação do ex-ministro dentro do PT mudou muito. Assim como critica, Dirceu também é muito criticado e muitos apostam que a mudança no PT só acontecerá com sua saída do partido. Diálogo - O prefeito de Niterói, Godofredo Pinto, disse que seu candidato à presidência do partido, Ricardo Berzoini, também representa a

mudança na política interna do PT. Ele acredita que o Campo Majoritário vai conseguir recuperar o PT, desligando-se da sua antiga direção, tendo compromisso com o diálogo entre as correntes internas e com a sustentabilidade do governo Lula. Para ele, acabou no PT a era dos "Delúbios e Silvinhos" e da política do Campo Majoritário, de rolo compressor. "O Dirceu não vai ser mais parte da direção do partido. Serenos, Delúbios e Silvinhos são águas passadas no PT", afirmou o prefeito. Fernando Lancha

Luludi/Agência Luz

Desiludidos, muitos petistas deixam de votar Comparecimento às urnas deve ficar em apenas 30%. Eleição também foi marcada por algumas denúncias de irregularidades.

F

rustrado, desiludido e querendo mudanças. Essas foram as principais características encontradas ontem em muitos dos militantes petistas que participaram da eleição da direção do seu partido. O domingo frio com uma chuva fina e as denúncias que bombardeiam o PT nos últimos meses levaram poucos militantes às urnas

Alguns dirigentes passaram por cima dos próprios militantes. Acabaram caindo no canto da sereia da burguesia e deu no que deu Omar Braga Mendonça

na cidade de São Paulo. A estimativa de muitos dirigentes partidários é de que, no máximo, seja registrado um comparecimento de 30%. Mesmo assim, houve denúncias de irregularidades. O deputado federal Ivan Valente, da corrente radical Ação Popular Socialista (APS), que apóia para candidato a presidente nacional o advogado e fundador da legenda Plínio de Arruda Sampaio, disse ontem ter havido abuso do poder econômico no Processo de Eleições Diretas (PED) do partido. Segundo ele, em São Paulo houve casos de transporte irregular de filiados para os locais de votação nas zonas sul e norte da cidade. O transporte só poderia ser feito na forma de carona e não de modo organizado. A prática pode levar à impugnação das urnas nos colégios eleitorais onde houve irregularidades. "O que está acontecendo é o voto de boiada, que não condiz com as práticas do PT", argumentou Ivan Valente. Plínio de Arruda Sampaio fez as mesmas denúncias. "Quando o Plínio disputou a eleição dentro do partido em 1988, contra a Luiza Erundina, ele ganhou na zona Sul e houve transporte de militantes em ônibus, o que não aconteceu agora. Na época, ele não reclamou",

O sentimento é de frustração e mudança... o militante está mostrando que o caminho trilhado pelos dirigentes não é o que ele quer Mauro Scarpinatti retrucou Jair Tatto, dirigente do PT. Ele participou da eleição no bairro de Capela do Socorro, maior concentração de militantes cadastrados para votar: 7,4 mil. O número corresponde a quase 10% do total de militantes com direito a voto na capital, que registra mais de 77 mil filiados. "Dos mais de sete mil militantes, acredito que tivemos o comparecimento de, pelo menos, 2 mil. Um número maior do que muita cidade grande do País. Talvez, por isso, tanto interesse em querer impugnar algumas urnas aqui", disse Tatto. Militância – Alheio às disputas internas, os militantes preferiam falar da atual situação do partido. "É uma situação bastante desagradável e frustrante. Infelizmente, alguns dirigentes passaram por cima dos próprios militantes. Acabaram caindo no canto da sereia da burguesia e deu no que deu", diz o militante Omar Braga Mendonça.

"A eleição está envolta num clima de expectativa. O sentimento que se tem é um misto de frustração e mudança. Frustração devido ao envolvimento do partido com vários escândalos e mudança porque o militante está mostrando que o caminho trilhado pelos dirigentes que se envolveram nos escândalos não é o que ele quer para o PT", afirma Mauro Scarpinatti. Para a militante Kátia Zamprogna, a mudança deve começar pelo afastamento do deputado José Dirceu do núcleo de decisões do PT. Apesar do seu aparente afastamento das decisões partidárias, ele ainda é influente. Para ela, as denúncias contra dirigentes do PT não deve envergonhar o militante. "Em toda a família existe uma ovelha negra. No PT não é diferente. O problema é que agora o partido está no poder e qualquer erro repercute muito mais do que os outros partidos", afirma Kátia. (FL)

Toda a família tem uma ovelha negra. No PT não é diferente. O problema é que agora o partido está no poder e qualquer erro repercute Kátia Zamprogna

Mãe de Palocci vota em Ribeirão e defende os dois filhos Marcello Casal/ABr

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denúncias. Eu em a prefalo: é apenas sença do mais uma", filho Andisse Toninha tonio Palocci, Palocci, antes filiado mais de votar. ilustre do PT de Sem citar diRibeirão Preto, retamente que Antonia Palocpode ser vítici, a dona Tonima de algum nha, roubou a tipo de gramcena nas eleições do partido Antonio Palocci, ausente po, a mãe do ministro Anna cidade do da eleição do PT tonio Palocci interior paulista, ao fazer uma defesa vee- reclamou que não pode mente do ministro da Fa- mais ter conversas peszenda e de seu outro filho, soais com seu filho, nem Adhemar, diretor de enge- por telefone nem por enharia e planejamento da mail, por temer que alguEletronorte. "Eu não ponho mas delas venham a públia mão, ponho o corpo no fo- co. "Não posso conversar go pelos meus filhos", disse nada por telefone, teria de Toninha, ao ser indagada ir lá (em Brasília). Tenho mesobre o envolvimento dos do de falar alguma coisa filhos Antonio e Adhemar porque entre família podese falar qualquer coisa, mas em denúncias. O ministro da Fazenda a gente tem de ter cuidado. foi citado, por seu ex-asses- É duro", disse Toninha. Sobre as denúncias feitas sor Rogério Buratti, como beneficiário de R$ 50 mil por Buratti, ela disse que o mensais quando ainda era ex-assessor do ministro foi prefeito de Ribeirão Preto. coagido para acusar Palocci O dinheiro seria pago pela e fez as denúncias para se empreiteira Leão Leão, defender. "Acho que ele uma de suas doadoras de (B urat ti) não está errado, campanha e responsável porque na hora que está pela coleta de lixo na cida- apertado, com uma corda de. Já Adhemar Palocci foi no pescoço, ele vai falar até acusado de intermediar o que não existe", disse. A mãe do ministro, que no contrato com a seguradora Interbrazil envolvendo as ano passado deu nota 5 para usinas nucleares de Angra I o governo, afirmou que a noe II. A empresa fez negócios ta agora era 8 e que o preside R$ 4,6 bilhões com esta- dente Luiz Inácio Lula da Siltais de energia, mesmo com va vai ganhar 10 ao final do patrimônio de pouco mais governo e será reeleito. Por apenas dez votos váde R$ 60 milhões, após ter contribuído com campa- lidos, o Campo Majoritário, nhas petistas, entre elas em grupo ligado ao ministro da Goiás, onde Adhemar tra- Fazenda, Antonio Palocci, balhou como secretário de não conseguiu eleger o preFinanças na prefeitura de sidente do Diretório Municipal em Ribeirão Preto e Goiânia. "Eu conheço os filhos que terá de enfrentar a oposição tenho. Não tenho nem me- no segundo turno, dia 9 de do quando aparecem essas outubro. (AE)


12 -.FINANÇAS

DIÁRIO DO COMÉRCIO

COMÉRCIO

segunda-feira, 19 de setembro de 2005


DIÁRIO DO COMÉRCIO

LEI IMPEDE PAGAMENTO A SÓCIO INADIMPLENTE

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Conselho de Contribuintes vai julgar a legalidade do dispositivo da Lei n° 11.051/04 que proíbe a distribuição de lucros ou dividendos por empresa com débitos fiscais não garantidos com a Receita Federal ou a Previdência Social. O caso, que será analisado no próximo mês, envolve um sócio de empresas do setor de hotelaria e transporte aéreo do Paraná. Mas o tributarista e presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), Gilberto Luiz do Amaral, que defende a causa, afirma que também há casos de autuações semelhantes no Rio Grande do Sul e São Paulo. "Se esta regra for aplicada, poderá atingir empresas com mais de R$ 800 bilhões de débitos existentes, de acordo com levantamento dos passivos tributários da Receita", afirma Amaral. O sócio foi autuado pela Receita Federal depois de receber participação nos lucros nos anos de 1998, 1999 e 2000. Em 2000, como as empresas aderiram ao Refis, confessaram omissão de receitas relativas ao período de 1995 a 1999. "A Receita entendeu que houve distribuição no mesmo período em que havia débito. O problema é que este débito só foi lançado em 2000, com a confissão da dívida para aderir ao Refis", explica Amaral. O advogado argumenta que o débito fiscal nasce ao mesmo

Ricardo Lui/Pool 7

CONSELHO DE CONTRIBUINTES JULGA DISTRIBUIÇÃO DE LUCRO

Se a regra for aplicada, poderá atingir mais de R$ 800 bilhões de débitos existentes. Gilberto Luiz do Amaral, presidente do IBPT tempo que nasce o crédito tributário: com o lançamento. "Além disso, a Lei n° 4.357/64 que instituiu essa proibição não foi recepcionada pela Constituição de 1988", diz. A Lei n° 4.357/64 já previa esta proibição e multa de 50% do valor distribuído para as empresas com débitos fiscais que distribuírem lucro. No apagar das luzes de 2004, a Lei n° 11.051/04 ressuscitou a legislação e instituiu um teto para esta multa até o limite de

Governo amplia renúncia fiscal para R$ 42,49 bilhões A renúncia de tributos federais em 2006 vai crescer R$ 11,2 bilhões em relação ao previsto para este ano, segundo complemento à proposta orçamentária encaminhado na semana passada pelo governo ao Congresso. Com isso, as

isenções e os outros benefícios tributários vão atingir R$ 42, 49 bilhões. Essa estimativa, no entanto, está subestimada porque foi feita com base na perspectiva de que a alíquota máxima do IRPF cairia de 27,5% para 25%. Mas o governo já informou que a proposta orçamentária será alterada para incluir a receita resultante da manutenção

50% do montante da dívida. "Como o dispositivo viola princípios constitucionais, assunto que não é julgado na esfera administrativa, acredito que só no Judiciário as empresas conseguirão afastar essa imposição legal", afirma o advogado Charles McNaughton, do escritório Trevisioli Advogados Associados. No início do ano, a seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) obteve liminar afastando a multa da Lei n° 11.051/04. O principal argumento da OAB-SP, segundo o advogado Antônio Carlos Rodrigues do Amaral, é a violação de diversos princípios constitucionais como os da proporcionalidade, razoabilidade e livre concorrência. Mas para ele a nova lei também não foi recepcionada pelo Cód i g o Tr i b u t á r i o N a c i o n a l (CTN). "Ao dar preferência ao crédito tributário, o CTN lhe dá garantia. Isso possibilita a discussão da legalidade da nova lei no Conselho", afirma. O Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP) também entrou com um mandado de segurança na Justiça para livrar seus associados da multa, mas não obteve liminar. Em julho, a Federação de Serviços do Estado de São Paulo (Fesesp) conseguiu liminar que exime de multa as 80 mil prestadoras de serviços filiadas à entidade. Laura Ignacio

da alíquota de 27,5% do IR. A receita adicional é de R$ 2,7 bilhões e parte dela será destinada a novas desonerações de impostos, principalmente sobre o setor produtivo. Na Câmara, a MP do Bem corre o risco de perder a validade, caso não seja votada pelo Congresso e publicada como lei até 13 de outubro, último dia da prorrogação de sua vigência.

quarta-feira, 19 de setembro de 2005

Pablo de Souza/Ag Luz

10 -.LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS

Paulo Jackson, delegado da Receita Federal em São Paulo: 16 mil processos à espera de despacho

SUPERLEÃO: TÉCNICOS EM GREVE Depois de paralisações entre julho e agosto em protesto à MP 258, técnicos da Super-Receita decidem voltar a cruzar os braços a partir de hoje

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erca de 6.500 técnicos da Receita Federal do Brasil – a Super-Receita – iniciam hoje uma nova paralisação em protesto à unificação das Receitas Federal e Previdenciária. A decisão foi tomada na última quinta-feira, quando 81,50% dos servidores aprovaram a greve por considerarem que o governo federal não cumpriu a promessa de enviar proposta formal para a alterar a MP 258, que trata da criação da Super-Receita. Os técnicos querem retirar do texto o termo "auxiliar". Pedem ainda uma definição clara de suas atribuições na nova estrutura. A categoria vai cruzar os braços até o dia 1º de outubro. A administração da Receita Federal em São Paulo se reúne hoje com o Ministério Público Estadual para propor que pelo menos 30% dos servidores trabalhem durante a greve. O Fórum Permanente do Setor de Serviços, do qual fazem parte 40 entidades, entre elas a Associação Comercial de São

Paulo (ACSP) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), também pretende marcar uma audiência pública na Câmara Federal para discutir o problema do atendimento ao contribuinte. "Queremos garantir o atendimento daqueles que arrecadam para o País. Já que uma hora são os técnicos a fazer greve e, em outra, os auditores ", diz José Constantino Júnior, assessor da presidência do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP), que também integra o Fórum. "A sociedade não pode ficar no meio da linha de fogo da Receita Federal e seus servidores. Acreditamos no bom-senso das autoridades, para que não sejamos forçados a tomar as medidas legais cabíveis – uma vez que estamos sendo pressionados por nossos associados –, a fim de preservar os direitos dos contribuintes paulistas”, afirma o presidente do SesconSP, Antonio Marangon. Segundo o delegado da Delegacia da Receita Federal de

Administração Tributária da cidade de São Paulo (Derat), Paulo Jackson, existem cerca de 16 mil processos parados para abertura, alteração e enc e r r a m e n t o d e e m p re s a s . Quando os técnicos encerrarem a primeira paralisação, em agosto, eram 22 mil processos. Segundo o Sescon-SP, dos processos parados, cerca de nove mil são relativos à abertura de empresas. "Desse jeito, como não conseguem iniciar as atividades por não obterem o CNPJ, essas empresas amargam gastos e não geram empregos. Além disso, o País deixa de arrecadar", diz Constantino. Segundo ele, desde julho não é possível obter baixa de CNPJ. Após várias paralisações entre julho e agosto, os técnicos retomaram suas funções no último dia 26, depois da sinalização do governo de que alteraria pontos da MP. Ao retornarem, encontraram pedidos de certidões, CNPJs e outros serviços atrasados. Dias depois, foram os auditores que resolveram se rebelar, cruzando o braços. Uma proposta de alteração foi apresentada pelo governo para a categoria, mas não agradou. Houve apenas a troca do termo "auxiliar" pela definição de que os técnicos desenvolveriam outra atividade complementar. O relatório da MP está em vias de ser finalizado pelo deputado Pedro Novais (PMDB-MA). "Como a MP já está na pauta do plenário, pode ser votada a qualquer momento", afirmou na última sexta-feira, o diretor adjunto de finanças do Sindireceita Nacional, Hugo Braga. Adriana David

AGENDA TRIBUTÁRIA

Setembro/4ª semana ICMS/SP - OPERAÇÕES INTERESTADUAIS COM COMBUSTÍVEIS DERIVADOS DE PETRÓLEO E COM ÁLCOOL ETÍLICO ANIDRO CARBURANTE O contribuinte deverá entregar as informações relativas às operações interestaduais que promover com combustíveis derivados de petróleo em que o imposto tenha sido retido anteriormente ou com álcool etílico anidro carburante cuja operação tenha ocorrido com diferimento do lançamento do imposto com observância de programa de transmissão eletrônica de dados. O contribuinte obrigado a prestar essas informações por meio de transmissão eletrônica de dados deverá observar os seguintes prazos para o cumprimento dessa obrigação (Convênio ICMS nº 3/1999, cláusula décima sexta, na redação do Convênio ICMS nº 33/2005, cláusula primeira): a) TRR: nos dias 1º.09.05; b) contribuinte que tiver recebido o combustível de outro contribuinte substituído, exceto TRR: nos dias 02 e

05.09.05; c) contribuinte que tiver recebido o combustível exclusivamente do sujeito passivo por substituição: no dia 06.09.05; d) importador: até o dia 06.09.05; e) refinaria de petróleo ou suas bases: e.1) até o dia 13.09.05 em relação às operações cujo imposto tenha sido anteriormente retido por refinaria de petróleo ou suas bases; e.2) até o dia 23.09.05 em relação às operações cujo imposto tenha sido anteriormente retido por outros contribuintes. (Arts. 423-A e 424-A do RICMS/SP, artigo 20 da DDTT e Ato Cotepe nº 15/ 2005). DIA 19 ICMS/SP - GIA ELETRÔNICA – A GIA Eletrônica relativa ao mês de referência agosto/2005 deverá ser apresentada por meio da Internet (www.pfe.fazenda. sp.gov.br), pelos contribuintes com o último dígito de inscrição estadual 8 e 9 (art. 20

do Anexo IV da Portaria CAT nº 92/1998, acrescentado pela Portaria CAT nº 46/2000, na redação da Portaria CAT nº 49/2001 e Portaria CAT nº 91/ 2002). Nota: Na hipótese de o dia do vencimento para apresentação recair em dia não útil, a transmissão poderá ser efetuada nesse mesmo dia. (Parágrafo único do art. 20 do Anexo IV da Portaria CAT nº 92/98, acrescentado pela Portaria CAT nº 46/2000).

(INSS) PAES – Pagamento da parcela mensal, acrescida de juros pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), pelos contribuintes que optaram pelo Parcelamento Especial de Débitos (PAES) perante a Previdência Social (INSS), de acordo com a Lei nº 10.684/ 2003. Nota: Não havendo expediente bancário, permite-se prorrogar o recolhimento para o dia útil imediatamente posterior. ICMS/SP – CNAE’S 15431; 41009; 50300 a 50423, 52116 a 52795; 55212 a 55239, 55298; 60100 a 60224; 66117 a 66303, 67113 a 67202; 70106 a 70408, 71102 a 71404, 73105, 73202; 75116 a 75302; 80136 a 80993; 90000, 91111 a 91995, 92118 a 92134, 92312 a 92398, 92517 a 92622, 93017 a 93092; 95001; 99007 - último dia para recolhimento do ICMS apurado no mês de agosto/ 2005.

DIA 20 IPI (exceto o devido por ME ou EPP) - Pagamento do IPI apurado no 1º decêndio de setembro/2005, incidente sobre produtos das posições 84.29, 84.32 e 84.33 (máquinas e aparelhos) e das posições 87.01, 87.02, 87.04, 87.05 e 87.11 (tratores, veículos automóveis e motocicletas) todos da TIPI. IPI (exceto o devido por ME ou EPP) - Pagamento do IPI apurado no 1º decêndio DIA 21 de setembro/2005, incidente IRRF – Recolhimento do sobre produtos das posições 87.03 e 87.06 da TIPI (auto- Imposto de Renda Retido na Fonte correspondente a fatos móveis e chassis). PREVIDÊNCIA SOCIAL geradores ocorridos no perío-

do de 11 a 17.09.2005, incidente sobre rendimentos de beneficiários identificados, residentes ou domiciliados no País. ICMS/SP - devido pelas microempresas e empresas de pequeno porte (EPP) enquadradas no Simples Paulista, na forma disposta na lei 10.086/98, regulamentada pelo anexo XX do RICMS/SP, relativo ao mês de agosto/ 2005. DIA 22 ICMS/SP – CNAE’S 28223, 29114 e 29122, 29149, 29211, 29220, 29238, 29297 a 29408, 29610 a 29696 - último dia para recolhimento do ICMS apurado no mês de agosto/2005. DIA 23 COFINS / CSL / PISPASEP – RETENÇÃO NA FONTE - Recolhimento da Cofins, da CSL e do PISPasep retidos na fonte sobre remunerações pagas por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas (Lei nº 10.833/ 2003, arts. 30, 33 e 34), no período de 1º a 15.09.2005).

IPI (exceto o devido por ME ou EPP) - Pagamento do IPI apurado no 2º decêndio de setembro/2005, incidente sobre os produtos classificados no Capítulo 22 da TIPI (bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres). IPI (exceto o devido por ME ou EPP) - Pagamento do IPI apurado no 2º decêndio de setembro/2005 incidente sobre os produtos classificados no código 2402.20.00 da TIPI (cigarros que contêm fumo). DCIDE COMBUSTÍVEIS – Entrega da Declaração de Dedução de Parcela da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Incidente sobre a Importação e/ou Comercialização de Combustíveis das Contribuições para o PIS/ PASEP e COFINS (DCideCombustíveis) referente à dedução efetuada no mês de setembro/2005

Fonte


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segunda-feira, 19 de setembro de 2005

NACIONAL - 13

QUEDA NAS CONSULTAS AO SCPC E USECHEQUE INDICAM QUE SETEMBRO NÃO SERÁ BOM MÊS PARA O COMÉRCIO

Fotos: Pablo de Souza/Luz

VENDAS NO VAREJO PERDEM FÔLEGO Tanto as consultas ao SCPC, que medem as vendas a prazo, quanto ao Usecheque, termômetro das vendas a vista, tiveram desaceleração sobre igual período do ano passado. Lojistas também estão preocupados

O

Os vendedores do Atacadão Lingerie já estão preocupados com a diminuição do ritmo de vendas. Por isso, aguardam ansiosos a melhora do clima, pois com o verão, dizem, as pessoas sentem-se mais animados a comprar roupas, especialmente lingerie

Cuidado dobrado: para controlar a inadimplência, o gerente da Top Center Foto e Óptica só aceita cheque de clientes que tenham mais de um ano de conta em banco

Inadimplência sob controle

S

e as vendas não andam dito que ultrapasse 5%". Se ficar nesse patamar, o núbem, pelo menos o varejo não está enfrentando mero será o mesmo dos últigraves problemas com a ina- mos meses e bem longe dos redimplência. Na primeira quin- cordes históricos de 1998 e zena do mês, o volume de re- 1999 de mais de 10%. Os registros recebidos nos gistros recebidos pelo Serviço Central de Proteção ao Crédito primeiros 15 dias somaram (SCPC) aumentou 15,4% em comparação com igual período do ano passado. Segundo o economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal, Emílio Alfieri, esse número não é alarFoi o total de registros mante, embora pareça. "Já cancelados no SCPC na era esperado um cresciprimeira quinzena de mento alto porque em setembro do ano passado essetembro, crescimento de távamos batendo recorde 10% sobre agosto de cancelamentos no SCPC", explica. Além disso, afirma Alfieri, é comum que a inadimplên- 184.445, uma elevação de 11,2% cia seja alta no começo do mês. em comparação a agosto desse "Precisamos aguardar os re- ano. Mas foram compensados sultados consolidados de se- pela quantidade de cancelatembro para saber em que ní- dos, que alcançaram a 158.385, vel estará a inadimplência lí- 10% maior que na primeira quida (resultado entre os no- quinzena do mês anterior. mes recebidos e cancelados Para Alfieri, talvez o consupelo SCPC). Mas eu não acre- midor esteja aprendendo a li-

158.385

dar melhor com seu orçamento. Além disso, a elevação do emprego e da renda nos últimos meses contribuíram para atenuar a falta de dinheiro. Cuidados – A fim de evitar o problema da inadimplência, os lojistas se cercam de cuidados. A Top Center Foto e Óptica, por exemplo, além de usar o serviço do SCPC, só aceita cheque de clientes com mais de um ano de conta em banco, emitidos na hora, e não aceita cheques de empresas e de outras praças. Se a conta for recente, a ótica só entrega os óculos após a compensação de pelo menos um cheque (no caso de parcelamento). "Se o consumidor quer comprar um óculos escuro na hora e não temos certeza da procedência do cheque, não vendemos", explica o gerente da loja, Ricardo Conde. Os cuidados, aparentemente, dão certo. Segundo Conde, a inadimplência na ótica não passa de 1% do faturamento. (FP)

comércio varejista, que até então vinha mostrando sinais de fôlego, registrou nos primeiros 15 dias de setembro uma desaceleração em suas atividades. De acordo com os dados divulgados na última sexta-feira pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), os registros recebidos pelo Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), que servem como um termômetro das vendas a prazo, cresceram apenas 3,9% em comparação à primeira quinzena de setembro de 2004. Já os registros do Usecheque, para vendas a vista, caíram 1,1%. Em agosto, o SCPC teve alta de 5,7% e o Usecheque, de 2,4%. No comparativo com a primeira quinzena do mês passado, a queda foi ainda maior. O SCPC registrou baixa de 11,6%, enquanto o Usecheque, redução de 13,7%. As explicações para redução tão acentuada são várias. O presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, diz que a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em patamares elevados por período tão longo (um ano) causou a desaceleração. Além disso, comenta ele, a base de comparação é muito forte, já que em setembro de 2004, as vendas bateram recordes. Em relação à queda sobre os primeiros 15 dias de agosto deste ano, o economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da ACSP, Emílio Alfieri, explica que, somado aos juros, é preciso atentar para o fato de que em agosto há o Dia dos Pais, enquanto em setembro não existe nenhuma data comemorativa para o comércio. "Não é uma data tão importante para o varejo como um todo, mas estimula o consumidor e tem sua representatividade", afirma Alfieri. Calendário – Além de incluir o Dia dos Pais, a primeira quinzena do mês passado teve um dia útil a mais. Mas, de qualquer forma, as vendas pela média diária, as quais descontam o efeito calendário, também registraram baixa. No SCPC, os registros médios diários ficaram 4,6% menores que em agosto, enquanto no Usecheque, a redução foi de 6,6%. "Também é preciso lembrar que terminaram as liquidações de inverno, mas não começaram as vendas da coleção

primavera/verão. Afinal, quem tem vontade de comprar roupas da nova estação no frio que está em São Paulo?", questiona o economista. Desânimo – Os números da ACSP retratam exatamente o que os lojistas estão sentindo no bolso. O Atacadão Lingerie, que vende roupas íntimas para o varejo, vendeu menos nos

No mês passado, batemos nossa meta interna, que é de R$ 50 mil. Mas pelo jeito, neste mês não chegaremos a R$ 30 mil

Érika Barcheschi, do Atacadão Lingerie

primeiros 15 dias de setembro que no mesmo período de agosto. "No mês passado, batemos nossa meta interna, que é de R$ 50 mil. Mas pelo jeito, neste mês não chegaremos a R$ 30 mil", diz a responsável pela loja, Érika Barcheschi. Segundo ela, em relação ao ano passado, as vendas também não vão bem. "Percebo que, aos poucos, as vendas vêm diminuindo e não há ex-

plicação para isso", acredita. A proprietária de uma rede de loja de roupas de alto padrão em São Paulo, que preferiu não se identificar, também afirmou que as vendas caem mês a mês. "Percebo que as pessoas têm medo de comprar a prazo e o clima também não está nos ajudando. Em relação a agosto, nossas vendas até agora foram 20% menores". Futuro – Mas nem tudo está perdido. Para os próximos meses, a expectativa de vendas é boa. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a taxa de juros é um sinal positivo para o varejo. Embora ainda seja tímida, é uma redução bem vinda. É preciso, entretanto, que o Banco Central acelere o ritmo de corte da Selic para que o varejo sinta os resultados no último trimestre do ano", afirma o presidente da ACSP. O economista Alfieri complementa a informação dizendo que, se os juros caírem 0,25 ponto percentual por mês, as vendas até dezembro não chegarão a acelerar. "Se as coisas continuarem nesse patamar, o comércio manterá o ritmo de crescimento atual, em cerca de 4% ao mês, o que não é grande coisa para o final do ano. É melhor que o Copom corte os juros em 0,5 ponto percentual por mês", acredita ele. Para o consolidado de setembro, a aposta de Alfieri é que o crescimento fique em torno de 4%. "Só será maior se a temperatura mudar completamente para muito calor". Os lojistas também têm esperança de que a situação macroeconômica e o clima ajudem nas vendas dos próximos meses. "No segundo semestre, empolgadas pelo verão, as pessoas compram mais, principalmente lingeries eróticas. Espero que esse ano não seja diferente", aposta Érika, do Atacadão Lingerie. Fernanda Pressinott


w w w. d co m e rc i o. co m . b r Edição concluída às 23h45

Ano 81 - Nº 21.965

Milton Mansilha/Luz

São Paulo, segunda-feira 19 de setembro de 2005

R$ 0,60

Mãos ao voto! Responda votando em 23/10: a favor ou contra o desarmamento? Pesquisa CNT/Sensus: 72,7% querem o fim do comércio de armas Duelo hoje na ACSP: deputados Jamil Murad e Luiz Antonio Fleury Duelo na pág. 6: José Gregori (pró) e Marcel Solimeo (contra) Enquete popular: como vota quem vive a violência em São Paulo? Páginas 1, 2 e 3 no DCidade

Dida Sampaio/AE

Luiz Prates/Mafalda Press/Futura Press

Faltou o principal eleitor do PT: Lula Foi tanta abstenção, incluindo a de Lula, que as correntes mais à esquerda dentro do PT se acham com chances de passar para o 2º turno. As eleições do PT estão na pág. 8

HOJE Nublado com chuva Máxima 22º C. Mínima 14º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 24º C. Mínima 12º C.

Corinthians, de virada

Corinthians comemora (acima) o gol da virada de 3 a 2 contra o Figueirense e melhora muito na tabela: sai de 5º e vai para 2º, a apenas um ponto do líder Internacional. Foi uma rodada feliz para os paulistas no Brasileirão. DC Esporte Images.com/Corbis

Severino deve renunciar até 4ª feira A contagem regressiva começou depois de mais um dia de negociações na residência oficial da Câmara. Por parte de Severino, a renúncia implica em perder o foro privilegiado no STF. Da parte do governo, a preocupação é com o sucessor. Renunciando, porém, Severino pode tentar reeleger-se em 2006. Página 3.

Socialismo, uma doença moral hedionda Mundo real, por Olavo de Carvalho


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segunda-feira, 19 de setembro de 2005

FINANÇAS - 11

CORTE DE 0,25 PONTO PORCENTUAL NÃO DEVE REDUZIR, NO CURTO PRAZO, OS JUROS DO FINANCIAMENTO

VAREJO PRECISA DE UMA SELIC MENOR Leonardo Rodrigues/Digna Imagem – 31/03/2005

Maristella Orlowsky

A

redução de 0,25 que a efetiva queda dos juros e ponto porcentual isso pode, de certa forma, acena taxa básica de lerar as vendas. do comércio. "A redução de 0,25 ponto juros, a Selic, anunciada pelo Comitê de Política porcentual gera, na prática, Monetária (Copom), do Banco uma diferença muito pequena, Central, na quarta-feira da se- quase imperceptível, na presmana passada, a primeira de- tação do consumidor", diz éripois de um ano e quatro meses co Ferreira. "Entretanto, isso sem nenhum corte dos juros, pode ter um grande efeito no ainda é muito pequena para fa- consumo", complementa o zer com que as taxas cobradas presidente da Acrefi. Segundo o executivo, olhando consumidor nas operações de crédito feitas nas compras a do pelo lado macroeconômico, prazo caiam de forma mais a redução sinaliza que o governo está dando os prisustentada. meiros passos para Dados do Banco possíveis futuras reCentral mostram que duções dos juros. "Esos juros cobrados nas perava uma redução operações de crédito das pessoas físicas no Na prática, o de 0,5 ponto, por conmês de julho (último corte de 0,25 ta da taxa altíssima que temos", diz Érico do oficial) estavam em ponto gera Ferreira. Para ele, os 7,66%. O equivalente a uma resultados do novo 142,4% ao ano. valor da Selic podeSegundo dados do diferença rão, sim, impulsionar Banco Central referen- pequena na o consumo. tes a julho, a média dos prestação Mais vendas – O juros pagos hoje nas compras a prazo está Érico Ferreira Estado de São Paulo Sodré, ainda é onde o consuem 6,13%. As grandes redes varejistas, que presidente da midor encontra, na costumam contar com Acrefi média, os menore juros para as compras fimelhores condições nanciadas: de 5,85% de preço e de prazo de pagamento junto a seus forne- ao mês, correspondentes a cedores, são as que cobram os 97,83% ao ano, com base em menores juros do mercado, números do BC. O Estado do também segundo o BC. A taxa Rio Grande do Sul registra os c h e g a a 4 , 5 9 % a o m ê s o u maiores juros, de 6,30 ao mês em média. 71,35% ao ano. As lojas de vestuário, teciJá as médias e pequenas redes varejistas financiaram dos e calçados, por exemplo, suas vendas a prazo no mês de registraram, entre os meses de julho a juros de 6,17% e 6,81% janeiro e junho, o terceiro meao mês, respectivamente. O lhor desempenho dentre os see q u i v a l e n t e a 1 0 5 , 1 3 % e tores, de acordo com a Pesqui120,47% ao ano, respectiva- sa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), apurada pemente também. Setores – Entre os diversos la Federação do Comércio (Fesetores, o de decoração foi o comércio), com um incremenque cobrou a maior taxa em ju- to de 20% quando comparado lho, de 8,36%. A menor ficou a igual período de 2004, atrás com o setor de veículos, com apenas do segmento de autojuros mensais de 3,67%. Consi- peças, que cresceram 38% e das derando-se aqui que os veícu- concessionárias de veículos, los adquiridos via financia- com vendas 36% maiores. O faturamento real do setor mento ficam alienados, e, portanto, os juros são menores, de eletrodomésticos terminou pode-se dizer então que a me- o semestre com alta de 14,1%. nor taxa ficou com o setor de Já o setor de cine foto e som teturismo, com juros mensais ve um desempenho inverso ao de eletrodomésticos: iniciou o médios de 4,04%. Em um período importante ano com taxas negativas de para o varejo, quando se pre- crescimento e terminou o pripara reforçar as encomendas à meiro semestre com cresciindústria devido à aproxima- mento acumulado de 5,2%. As lojas de departamento, ção do final de ano, a expectativa é de que novas reduções no primeiro semestre de 2005, dos juros sejam feitas até o mês apresentaram alta de 4,6% em relação ao mesmo período do de dezembro. Para Érico Ferreira Sodré, ano anterior – resultado baixo presidente da Associação Na- se comparado ao desempenho cional das Instituições de Cré- do comércio em geral. Segundito, Financiamento e Investi- dos os setores ouvidos, o parmento (Acrefi), o impacto psi- celamento de compras tem sicológico da redução da taxa do uma das principais vantabásica de juros, a Selic, feita pe- gens oferecidas pelo comércio lo Copom neste mês é maior do para atrair o consumidor.

Pelas vantagens que têm junto a seus fornecedores, grandes redes varejistas ainda são as que cobram os menores juros nas vendas a prazo Marcos Fernandes/Luz

Érico Ferreira Sodré, presidente da Associação das Financeiras J.J.Leister/AE

Na rede Ponto Frio, os juros variam conforme o número de parcelas

Juros variam conforme número de parcelas

Pablo de Sousa/Luz

PESQUISAR PARA PAGAR TAXAS MAIS BAIXAS Consumidores não devem se render ao valor da parcela, mas, sim, conferir a melhor taxa de juros cobrada na compra financiada

E

m época de juros altos, a melhor saída para os consumidores é pesquisar. Foi o que fez a jornalista Luciana Veríssimo antes de comprar um refrigerador. Luciana pesquisou o preço e as condições em três grandes lojas situadas no bairro da Praça da Árvore, na zona sul, bairro onde mora. "Como moro em uma região privilegiada, onde há várias lojas de

M

Luciana Veríssimo: juros de 4% ao mês na compra parcelada de uma geladeira

eletrodomésticos e móveis próximas umas das outras, pude conferir a que oferecia o melhor preço e comodidade na hora da compra", conta. "Nas lojas que visitei, a diferença de preço, se comparar o preço total do produto, chegava a R$ 290", diz. Luciana conta que as condições oferecidas por uma das lojas – que sempre divulga promoções – eram tão

vantajosas que ela se rendeu à compra de uma geladeira e uma cômoda com 11 gavetas. "Comprei a geladeira e a cômoda em 18 parcelas sem entrada, para começar a pagar em outubro", diz. "É importante ir a uma loja que se preocupe com o bom atendimento do cliente, que ofereça descontos, boas condições de compra e, no caso de um crediário, que não seja tão restri-

tivo ou muito burocrático", complementa a jornalista. Pelo financiamento da geladeira e da cômoda Lucina pagará juros inferiores a 4% ao mês. "Acredito que fiz uma boa compra, porque o produto é de boa qualidade, tem garantia de dois anos, as parcelas não pesarão no meu orçamento e minha cozinha ficou linda!", diz a entusiasta Luciana. (MO)

arina Silva, que é analista de crédito de uma grande rede varejista de eletrodomésticos na cidade de São Paulo, diz que os planos mais longos oferecidos pelas lojas em geral são os que resultam em parcelas menores, e portanto mais acessíveis ao bolso dos consumidores. "Geralmente, os consumidores optam por planos longos só quando os produtos estão em promoção", diz Marina. "Caso contrário, eles preferem um número menor de parcelas, de três ou quatro, no máximo, para não arcarem com juros maiores", acrescenta ela. Isso porque o juro aumenta na proporção direta do número de prestações escolhido. Quanto maior a quantidade de parcelas, maior será, também, o juro cobrado pelo comércio do consumidor> No caso da rede Ponto Frio, por exemplo, as taxas de juros cobradas nas vendas parceladas variam de 3,19% a

6,99% ao mês. Mas também levam em conta o número de parcelas escolhidas, que podem chegar a até 12 no máximo. Um televisor de tela plana Panasonic de 29 polegadas, por exemplo, custa à vista R$ 1.499, mas pode ser parcelado em até 12 vezes (sendo uma na entrada e outras 11) com parcelas de R$ 173,20, no crédito-CDC, com juros de 6,59% ao mês, equivalentes a 115,08% ao ano. Já um televisor de tela plana Semp Toshiba, também de 29 polegadas, na promoção, passa de R$ 1.599 para R$ 1.399 à vista, e pode ser parcelado em 12 vezes (uma de entrada e mais 11 parcelas) de 153,79, no cheque prédatado, com juros de 5,49% ao mês, que correspondem a uma taxa de 89,91% ao ano. No Magazine Luiza, o mesmo produto pode ser encontrado por R$ 1.090 à vista ou ainda parcelado em 12 parcelas de R$ 90,83, se pagas porém no cartão de crédito. (MO


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segunda-feira, 19 de setembro de 2005

OPINIÃO

CENA CARIOCA A PARTURIENTE E O CAPITÃO DE AREIA Luiza um dos reféns desse círculo infernal? Estaria ele no Leblon no domingo? Ou já fora assassinado? Nessa hipótese, a pequenina, quase nascida na areia, veio ao mundo órfã de pai.

JOÃO DE SCANTIMBURGO ESTRANHO FASCÍNIO

Q

uando as autoridades (nas três esferas de poder) irão se convencer de que a carga tributária e o excesso de regulamentação da economia brasileira inibem a geração de empregos? De que o ensino público é caro e deficiente, sendo necessário passar para um sistema de vouchers como proposto por Milton Friedman? De que o Estatuto da Criança e do Adolescente é uma lei perversa que empurra os jovens em situação de risco para o mundo do crime? De que o sistema previdenciário de repartição é inviável e a cada dia que passa o custo de transição para o sistema de capitalização torna-se mais oneroso? De que a segurança pública é uma das poucas atividades que o Estado tem a obrigação de prover? O governo estadual já anunciou que atacará uma das conseqüências geradas por essas omissões: reforçar o policiamento nos finais de semana ensolarados. Faltou apenas dizer que também colocará parteiras nas praias... Cândido Prunes, do Instituto Liberal

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

E Céllus

N

o domingo, 11 de setembro, as praias do Rio sintetizaram o descalabro social da antiga capital da República. Sob um glorioso sol de inverno – único no mundo, aliás - um bando de jovens elementos vindos de favelas da zona norte se digladiaram nas areias de Ipanema e Leblon. Levaram terror às poucas horas de lazer que a população ordeira e trabalhadora consegue desfrutar. E quase ao mesmo tempo, a poucos quilômetros dali, na praia da Barra, Priscila Gomes de Souza, 15 anos, entrou em trabalho de parto na areia na praia da Barra, no quebra-mar. Moradora da Cidade de Deus, foi levada para o hospital Miguel Couto, onde deu à luz uma menina, Ana Luiza. Não seria fantasioso imaginar que entre os baderneiros do Leblon se encontrava justamente o pai de Ana Luiza. Que provavelmente nem sabia que engravidara a garota prestes a dar à luz na areia da praia. E, se soubesse, pouco lhe importariam as condições da mãe e da filha. A parturiente da praia, no entanto, teve sorte: nasceu uma menina. Isso significa que, estatisticamente, o bebê tem mais chances de chegar à idade adulta e levar uma vida decente. Seria o pai de Ana

Amanhã, dose dupla OLAVO DE CARVALHO

P

artido revolucionário, por definição, é aquele que, por quaisquer meios, ambiciona reestruturar de alto a baixo a ordem constituída, em vez de conformar-se em desempenhar nela o papel limitado e modesto dos outros partidos. Partidos constitucionais são componentes e instrumentos da ordem legal vigente, estão dentro dela como peças de um mecanismo, movendo-se harmonicamente no sentido determinado pelo todo. O partido revolucionário transcende e supera a ordem legal, tomando-a como parcela e instrumento de uma estratégia abrangente destinada a transformála em algo de totalmente diferente daquilo que é. Quando ele se compromete, pois, a obedecer as leis, sabe que só pode fazê-lo em aparência, que está impossibilitado de submeterse à ordem exceto no sentido etimológico da palavra "subversão", que significa derrubar desde baixo, como quem se curva, fingindo reverência, para puxar o tapete. Pelas mesmas razões, é impossível a esse partido, se elevado ao poder por vias legais, agir com honestidade, franqueza e transparência no que quer que seja. Por força da condição de representante e defensor temporário daquilo mesmo que jurou destruir, ele tem de mentir, tem de trapacear, tem de cultivar o hábito da língua dupla, uma para ostentar em público um arremedo de lealdade para com a ordem constituída, outra para tramar, no recesso das suas discussões internas, os meios de destruí-la. E é impossível que, desonesto na sua estratégia geral, esse partido realize, ao mesmo tempo, o milagre de ser honesto com o dinheiro público em especial, como se este fosse um recinto iso-

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br) Editores: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br), Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Marcos Menichetti (marcosm@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Adriana David, Adriana Gavaça, André Alves, Clarice Chiqueto, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Lancha, Fernando Vieira, Juliana de Moraes, Kelly Ferreira, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vanessa Jaguski, Vera Gomes e Wladimir Miranda Correspondente: Renato Carbonari Ibelli (Campinas) Gerente de Publicidade Solange Ramon (sramon@acsp.com.br) Gerente de Produto Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br)

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Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005 Auditado pela

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enhum esquerdista suficientemente letrado pode, em sã consciência, alegar que, ao lutar pela ascensão de um partido revolucionário ao poder, esperava que ele fosse fiel à "ordem burguesa" em vez de corrompê-la para apressar sua destruição. Se permitir que os mentores intelectuais da ascensão petista limpem suas culpas na imagem dos cúmplices momentaneamente caídos em desgraça, que arroguem a si o prestígio moral de juízes e investigadores de crimes que eles próprios ajudaram a produzir, o país estará se condenando a cair de novo no mesmo engodo, multiplicado pela dose dupla de malícia que esses indivíduos adquiriram no gerenciamento proveitoso do fracasso

O PT tem de mentir, tem de trapacear e cultivar o hábito da língua dupla

O fim do terror da classe média

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

lado, intocável, e não apenas um elemento a mais no sistema que se planeja desmantelar. Fazer de outra forma seria curvar-se definitivamente, e não apenas taticamente, às exigências da "moral burguesa", abdicando da transformação revolucionária que é o alvo e a razão de ser desses partidos. Nenhum intelectual de esquerda ignora essa impossibilidade. Muito menos a ignoram aqueles que, fingindo tardiamente indignação com um estado de coisas que desejaram e fomentaram, aparecem agora exigindo "rigorosa investigação" dos crimes petistas, como se esses crimes, do ponto de vista marxista que tanto os encanta, fossem mesmo atos moralmente abomináveis e não simples exigências técnicas da estratégia revolucionária, sem nada de condenável exceto a execução canhestra que os degradou em erro político, em escândalo e em vexame.

ARTHUR CHAGAS DINIZ

O

título, ao contrário do que, aparentemente, sugeria à página 13 do jornal O Globo, não se referia ao fim do mandarinato do PT e, sim, à prisão de um bandido da zona sul do Rio. Óbvio que se o imperador Lulla e seus mandarins tivessem caído, por assaltos pela própria causa ou em causa própria, a classe média comemoraria o fim do terror. O que mais impressiona em Lulla é a confusão que faz entre público e privado. Ele acha que pode usar aviões da FAB, por exemplo, para transportar a patota dos lullinhas. Acha que o avião da Presidência é dele. O paralelo mais interessante a se estabelecer entre governos é o do tipo do Império Britânico com o brasileiro. Lá, de fato, a rainha Elizabeth não decide nada, mas tem uma ocupada agenda de eventos sociais e beneficentes. Quem governa é o primeiro ministro Tony Blair. Aqui, embora não constitucional, a divisão de trabalho que se dava entre Lulla e Zé Dirceu sugeria que tínhamos um chefe de Estado - o imperador Lulla - e um chefe de Governo. Mas, como isto não é constitucional, o chefe de Governo é demitido porque é intolerável sua proximidade com o caixa 2 que, até agora, irrigou o Con-

gresso, dirigentes do PT e dos partidos aliados cuja cassação ainda não foi julgada pelo Congresso. A diferença entre Lulla e a rainha Elizabeth é que ela conhece a diferença entre o público e o privado. As jóias da Coroa, por exemplo, são de propriedade do Reino, alguns castelos também. Já Lulla e o PT acham que o que é do Estado é deles. E, portanto, não se consideram infratores quando usam o Erário público para bancar despesas privadas.

E

sse pensamento é absolutamente coerente com o tal do socialismo real. Stálin, por exemplo, era um homem pobre. Ele não precisava de nada. Ele era o dono das repúblicas soviéticas. Como este modelo ainda é questionado no Brasil, especialmente pela classe média, o PT é obrigado a montar quadrilhas para assaltos a fundos de pensão, loterias e prestadores de serviço de toda a espécie. As empresas de publicidade são meras intermediárias de recursos e, não, como os petistas sugerem, emprestadoras ou supridoras de recursos. O fim do terror ainda não chegou. Desculpeme se desaponto algum leitor desavisado.

L ulla e o PT acham que o Estado é deles. Portanto, não são infratores.

stá em exibição nos cinemas e em DVD um filme para o qual não se previa o assombroso êxito de bilheteria. Esse filme é A Queda -As Últimas Horas de Hitler, um dos três gênios do mal na história, como Stálin e Mussolini. Assisti ao filme no DVD, em minha casa. Achei-o bem feito e bem interpretado. Conforme os créditos da tela, o seu texto básico foi a biografia escrita por Joachim C. Fest sobre um indivíduo mais ou menos obscuro, de origens não totalmente apuradas, chamado Adolph Hitler, um desses meteoros que surgem e conquistam posições definitivas, praticam o mal, são

Adolph Hitler foi a causa primeira e única da Segunda Guerra Mundial responsáveis por milhões de mortes e morrem com a reprovação da humanidade.

C

omo se ergueu o estranho fascínio de Hitler? Joachim C. Fest define bem o seu personagem mas não esgota o tema, que é, efetivamente inesgotável. Adolph Hitler foi a causa primeira e única da Segunda Guerra. Quando estudamos o pós-guerra e suas seqüelas, seus problemas e as questões não resolvidas, é que vimos a dimensão imensa do mal que Hitler causou ao mundo, no seu e nos tempos futuros. Quando vemos na grande ou na pequena tela o ator supremo desta tragédia, ficamos surpresos como pôde ele exclusivamente pela palavra e pelo diabólico talento publicitário conquistar a Alemanha, dobrá-la às suas ambições e levá-la à guerra. A Alemanha de Gonzague De Reinold é técnica e romântica, pois o romantismo nasceu lá. E o início do nazismo e seu apogeu foi uma explosão romântica que impregnou a maioria do povo alemão. O epílogo deste surto de romantismo e de tecnologia bélica podemos ver no filme A Queda - As Últimas Horas de Hitler, verdadeiramente impressionante.

João de Scantimburgo é membro da Academia Brasileira de Letras jscantimburgo@acsp.com.br


DIÁRIO DO COMÉRCIO

14 -.COMÉRCIO EXTERIOR

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

Reprodução

Negócios & Oportunidades Incentivo para expositores de feiras internacionais O benefício, entre 50% e70% do total necessário para a participação, será concedido pela Apex-Brasil

D

uas feiras internacionais ocorrem nas próximas semanas, e empresários brasileiros interessados em participar como expositores poderão contar com apoio financeiro da Apex-Brasil. Ambas são multisetoriais, uma ocorre na África do sul e a outra, em Cuba.

A Austrália é considerada pela ONU um dos cinco melhores países para se viver. E o Brasil pode ser o próximo destino de seus investimentos

Austrália e Brasil querem ampliar negócios e parcerias

A

Austrália quer estreitar as relações comerciais com o Brasil. Por isso, a Comissão Australiana de Comércio programou uma agenda de negócios e reuniões para os próximos dois anos com foco nas áreas de agronegócio, mineração, turismo e meio ambiente. Para acelerar essas ações, o diretor regional para as Américas da Comissão, Ian Wing, está no Brasil em missão oficial. No último dia 15, ele foi recebido na Associação Comercial de São Paulo (ACSP) por Hélio Nicoletti, vice-presidente da entidade e presidente da São Paulo Chamber of Commerce. Nesta semana, participará da abertura da Exposição Brasileira de Mineração (Exposibran), em Belo Horizonte. O cônsul geral da Austrália, Mark Argar, que também esteve na ACSP, destacou que o desafio para o país é prover o Brasil de tecnologia para incrementar o comércio e as exportações. Atualmente, os investimentos no Brasil são da ordem de US$ 1,8 bilhão, mas as previsões de aumento são otimistas. No fim do ano passado, a australiana New Farm adquiriu 51% de uma empresa de fertilizantes no Ceará por US$ 100 milhões. O presidente da SP Chamber lembrou que as economias dos dois países são complementares. "Como não há competição, o potencial para parceria é grande", disse. O cônsul, por seu lado, destacou o interesse da Austrália em atrair capital brasileiro e consolidar uma parceria. "Nós podemos vir a ser uma plataforma de exportação para produtos brasileiros rumo à Ásia. E temos a intenção de firmamos uma aliança estratégica para negócios".

A agenda de investimentos com o Brasil inclui também duas cartas de intenções assinadas recentemente entre o estado de Western e a Secretaria de Agricultura de São Paulo para desenvolvimento de pesquisas e negócios na área de agribusiness. O outro acordo é no setor de mineração e prevê investimentos bilaterais entre os governos de Queensland e de Minas Gerais. Balança – A balança comercial entre os dois países movimenta US$ 400 milhões de cada lado. O Brasil representa apenas 0,4% dos negócios internacionais australianos. Enquanto a América Latina fica com 1,2%. Com os negócios previstos, esperam aumentar esses números nos próximos dois anos. Entre os produtos brasileiros comercializados com o país da Oceania destacam-se as commodities, sucos, celulose, equipamentos para indústria de papel e químicos não classificados. O Brasil compra automóveis e carvão. Austrália oriental – A Austrália é considerada a sociedade ocidental mais "orientalizada" tanto pela proximidade geográfica quanto pela imigração asiática. Cerca de 15% da população australiana tem origem na Ásia e de cada quatro executivos no país, pelo menos um domina algum dos idiomas daquele continente. Só para citar, Wing, o diretor regional para as Américas, fala japonês e russo e Argar domina o mandarim e o filipino. "Nós negociamos com os mercados do oriente, principalmente China e Coréia há cerca de 30 anos e acumulamos muita experiência e conhecimento dessas regiões", diz Wing. Cejana Montelo

Terra da miscigenação e tolerância

A Austrália é considerada milou experiências muito ricas pela Organização das Nações e grande diversidade cultural Unidas (ONU) o segundo me- que só contribuíram para seu lhor país do mundo para se vi- desenvolvimento", afirma. Segundo ele, a riqueza culiver. O mesmo estudo aponta ainda que, entre as dez melho- nária é um dos legados dessa res cidades para se imigrar, história de miscigenação e um dos atrativos a mais para o tucinco são australianas. rismo. Pouco coA segurança e a Antonella Salem/AE nhecida no Brasil, receptividade caa gastronomia lorosa dos nativos australiana não se são pontos fortes. limita aos pratos O cônsul geral da derivados do faAustrália, Mark moso canguru. Argar, afirma que Na cidade de o país tem como Merlbourne, por diretriz governaexemplo, ela pomental ser um de ser apreciada com um belo país multicultural. As condições históricas passeio pelos bairros dos imisempre foram favoráveis ao grantes. A exemplo de São surgimento de um clima mais Paulo, existem restaurantes tolerante e amigável, diz Ar- italianos, gregos, franceses e gar. "De cada quatro habitan- asiáticos localizados em maior tes, um é estrangeiro. A cada número nos bairros das resonda de imigração, o país assi- pectivas colônias. (CM)

Marcos Fernandes/Luz

Ian Wing (à esq.) e Mark Argar, cônsul geral da Austrália (à dir.)

SEMELHANÇA COM BRASIL A Austrália tem um Produto Interno Bruto (PIB) próximo ao brasileiro, US$ 604 bilhões. A diferença está no tamanho da população. Com cerca de 19 milhões de habitantes, o país dos cangurus possui uma das cinco maiores rendas per capta do mundo,

US$ 30 mil/ano. O crescimento médio da economia é de 3% a 5% ao ano. Algumas regiões do país, no entanto, tem um crescimento superior, o que faz que em alguns lugares a oferta de empregos seja maior do que a base de candidatos. (CM)

Karen Wilson/Reuters

Natureza e clima são alguns dos atrativos para jovens estudantes

País é o campeão na preferência de intercâmbio Clima agradável, beleza natural, população multiracial e o idioma são alguns dos motivos que atraem profissionais e estudantes estrangeiros para a Austrália. A população do país é de cerca de 19 milhões de habitantes. Cerca de 25% deles são pessoas de outros países. Desses, 50% são formados por asiáticos ou descendentes. O diretor regional para as Américas da Comissão de Comércio Australiano, Ian Wing, anunciou em sua visita à Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que o governo está empenhado em aumentar o número de profissionais que buscam o país para fazer cursos de pós-graduação. Algumas das áreas de referência são engenharia de mineração e de meio ambiente e comércio internacional com ênfase na Ásia.

Para brasileiro ver – Para o brasileiro, o destino tem sido cada vez mais procurado também. No ano passado, entraram no país cerca de 5 mil e esse ano, já foi registrada a entrada de 7,5 mil. A população total de imigrantes do Brasil, e que vivem lá, é de 25 mil. Uma pesquisa realizada pelo governo australiano revelou que o país lidera a preferência entre os jovens de 15 a 18 anos. Outra boa razão para os brasileiros atravessarem o hemisfério é a moeda. O dólar australiano é mais barato que o americano e o euro, que são as moedas dos países mais procurados para o estudo do inglês, língua nativa. A oferta de empregos também é um convite. Na margem de 6%, o índice de desemprego é o menor entre os países desenvolvidos. (CM)

Saitex 2005 - de 27 a 30 de setembro - África do Sul Promovida no Midrand, Gallagher Estate em Johannesburg, África do Sul, é a principal porta de entrada para um mercado ainda pouco explorad o p e l a s e m p re s a s brasileiras. Afinal, a África Austral é vista como uma das maiores potências consumidoras desta década, o que favorece o mercado exportador brasileiro, principalmente pela similaridade de consumo, o que favorecerá a integração entre África do Sul e Mercosul até o próximo ano. A Saitex é uma feira multisetorial e os segmentos com maior destaque são indústria de manufatura e engenharia, eletroeletrônica, bens de consumo, materiais plásticos e alternativo, embalagens, alimentos e bebidas, máquinas e equipamentos, química e petroquímica, autopeças, têxtil e confecções, entre outros. O benefício concedido aos participantes poderá chegar a 50% do total. A Q&A Comunicação é a representante oficial da Saitex no Brasil. Contato – Telefone (11)30516867, com Malu Antikadijan (email: malu@gea.com.br); Ara-

celly Azevedo (e-mail: gea@gea.com.br) e outras informações pelo site: www.saitex.com.br. XXIII Feira Internacional de Havana - FIHAV - de 31 de outubro a 5 de novembro - Cuba A principal característica desta feira é ser um importante meio de prospeção e introdução de produtos no mercado caribenho. A feira contempla os seguintes segmentos: alimentos in natura e processados, artigos de vestuário, calçados e acessórios, bebidas em geral, carnes e derivados, cerâmica decorativa, utilitária e pisos, equipamentos e instrumentos para laboratórios, equipamentos médicos e dentários, partes e peças para a indústria açucareira, micros, periféricos e insumos para informática, ferramentas em geral, massas, materiais de construção, materiais elétricos de alta e baixa tensão, móveis e artigos para decoração, papelaria, produtos para higiene e limpeza, tintas e vernizes, utilidades domésticas e veículos e equipamentos para transporte. O benefício concedido pela Apex-Brasil poderá chegar a 70% do custo total. A França Eventos e Negócios Internacionais é a empresa contratada pela Apex para cuidar das empresas interessadas. Contatos – Nilton França, telefone (27) 3324-3606 (em a i l : f r a n c a o n l i n e @ t e rra.com.br) ou Tatiana, telefone (11) 3259-6466.

Comitiva de Cingapura na ACSP

N

esta quarta-feira, a partir das 14h30, a São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo, recepcionará uma delegação de Cingapura, interessada em realizar negócios com empresários brasileiras. G Intraco Ltd: empresa detém global networking e oferece serviços de procurement nos setores de metal e mineral, plásticos, petroquímicos e alimentos em geral; info-communications; projetos de engenharia: infra-estrutura e soluções para edifícios comerciais; semicondutores e componentes para PC e periféricos e produtos e componentes wireless. G Pacific International Lines: serviços de transporte marítimo, consolidação de cargas, armazenagem e distribuição para região de Ásia, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul e Oeste e Golfo Arábico. G PSA International: oferece projetos de facilitação para

operadores portuários. Líder mundial nesse setor, com investimentos em 18 projetos portuários em 11 países. G Sembcorp Marine: especializada em reparos navais e conversão de navios para plataformas marítimas, engenharia e montagem offshore. G Singapore Technologies Eletronics: busca parceiros nas áreas de Communication and sensor systems Group, Software Systems Group e Large-Scale Systems Group. G Temasek Holdings: pretende estabelecer contatos com empresas dos setores de combustíveis alternativos, autopeças, biotecnologia, agrobusiness e minerais dentre outros, para estudar possibilidade de investimentos. Informações – As reuniões devem ser agendadas previamente na São Paulo Chamber of Commerce, com Patrícia pelo telefone (11) 3244-3986 ou email: pkelly@acsp.com.br.

Fórum Sebrae debate CD-Apex

O

Centro de Distribuição de Produtos Brasileiros no Exterior (CD-Apex) será o tema do próximo Fórum de debates que o Sebrae-SP realizará no dia 22 de setembro, das 14h às 17h30, na sede da entidade. A apresentação estará a cargo dos responsáveis pelo projeto, Silvia Breda e Diogo Akitaya. Instalado no Miami Free Zone, em Miami, Estados Unidos, o CD é um projeto da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex- Brasil), que foi projetado especialmente para abrigar e facilitar as ex-

portações de produtos e serviços das micro, pequenas e médias empresas brasileiras. A estratégia é buscar a internacionalização como forma de eliminar intermediários, encurtar distância entre produção e consumidor e negociar preços competitivos. Inscrições – São gratuitas e devem ser feitas até o dia 20 de setembro, através de ficha de inscrição disponível no site: www.sebraesp.com.br. Informações pelos telefones (11) 3177-4 769/4757/473 8/4761 ou à Rua Vergueiro, 1.117.

Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397


www.dcomercio.com.br/c ampinas/ Edição de Campinas concluída às 23h50

Milton Mansilha/Luz

Ano 81 - Nº 21.965

São Paulo, segunda-feira 19 de setembro de 2005

R$ 0,60

Mãos ao voto! Responda votando em 23/10: a favor ou contra o desarmamento? Pesquisa CNT/Sensus: 72,7% querem o fim do comércio de armas Duelo hoje na ACSP: deputados Jamil Murad e Luiz Antonio Fleury Duelo na pág. 6: José Gregori (pró) e Marcel Solimeo (contra) Enquete popular: como vota quem vive a violência em São Paulo? Páginas 1, 2 e 3 no DCidade

Dida Sampaio/AE

Luiz Prates/Mafalda Press/Futura Press

Faltou o principal eleitor do PT: Lula Foi tanta abstenção, incluindo a de Lula, que as correntes mais à esquerda dentro do PT se acham com chances de passar para o 2º turno. As eleições do PT estão na pág. 8

TEMPO EM CAMPINAS Nublado com chuva Máxima 23º C. Mínima 16º C.

Corinthians, de virada

Corinthians comemora (acima) o gol da virada de 3 a 2 contra o Figueirense e melhora muito na tabela: sai de 5º e vai para 2º, a apenas um ponto do líder Internacional. Foi uma rodada feliz para os paulistas no Brasileirão. DC Esporte Images.com/Corbis

Severino deve renunciar até 4ª feira A contagem regressiva começou depois de mais um dia de negociações na residência oficial da Câmara. Por parte de Severino, a renúncia implica em perder o foro privilegiado no STF. Da parte do governo, a preocupação é com o sucessor. Renunciando, porém, Severino pode tentar reeleger-se em 2006. Página 3.

Socialismo, uma doença moral hedionda Mundo real, por Olavo de Carvalho


DIÁRIO DO COMÉRCIO

FRANQUIAS DIVIDEM O MESMO ESPAÇO

EMPRESAS - 15

Fotos: Milton Mansilha/Agência Luz

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

Rede São Paulo I de comida mineira investe na parceria entre franquias diferentes para aumentar as vendas de refeições nos horários de menor fluxo de público

A

rede de restaurantes de comida mineira São Paulo I está expandindo seu ramo de atuação por meio de parcerias com outras redes do segmento de fast food e restaurante. A idéia é maximizar o espaço das lojas vendendo massas, batatas e sorvetes. A iniciativa já é responsável por um aumento de 20% no faturamento para os franqueados que aderiram ao novo modelo de gestão. Além disso, a oferta de comida por quilo aliada às opções de comida rápida proporciona uma demanda constante ao longo do dia. De acordo com o proprietário do São Paulo I, Reinaldo Varela, as parcerias não afetam as vendas do cardápio original do restaurante. "São opções em fast food que não competem com nossos pratos, mas os complementam", explica. Seis unidades da empresa já trabalham nesse sistema, com parceiros como a Spaguetti Primo, especializado em massas, a Roasted Potato, de batatas recheadas, e o Fredíssimo, de sorvetes. Apenas as unidades de shopping centers com tamanhos maiores podem agregar as novas operações. Um dos pré-requisitos para a escolha da empresa parceira é ter boa demanda à noite, já que as vendas do São Paulo I se concentram na hora do almoço. Dessa forma, não há concorrência entre os itens oferecidos no restaurante. Os contratos de parceria não são efetuados entre Varela e as outras empresas. Cada franqueado do São Paulo I também deve ser detentor de uma franquia da rede complementar de alimentos que queira instalar em sua unidade. Esse é o caso de Marcelo Valiante, franqueado do restaurante localizado no shopping Plaza Sul há cinco meses. Como percebeu que sua unidade estava com espaço ocioso, ele resolveu adquirir na mesma época uma franquia da sorveteria Fredíssimo. Atualmente, cerca de 6% do faturamento do restaurante provém dos sorvetes. "Por enquanto, eu compro e revendo cerca de dez sabores.

Dentro de 45 dias a produção será feita no próprio restaurante, o que deverá representar 12% do faturamento", diz Valiante, que espera futuramente abrir outra unidade no mesmo molde. O proprietário da Fredíssimo, José Diniz, acredita que a parceria diminui custos para ambos os lados e oferece ao consumidor produtos de qualidade. "Nosso franqueado não precisa alugar outro ponto e nós podemos aumentar nossa base de revenda", explica. As lojas convencionais da Fredíssimo também não são prejudicadas, já que os parceiros adotam os mesmos preços estipulados pela sorveteria. Outra parceria com o São Paulo I será inaugurada em outubro, em

Marcelo Valiante é franqueado do São Paulo I e da rede de sorvetes Fredíssimo

um novo shopping que será instalado em Osasco. Massas e batatas - Parcerias com bandeiras que comercializam massas e batatas parecem, à primeira vista, uma concorrência interna com a comida mineira do São Paulo I. No entanto, para os empresários envolvidos no negócio, não é bem assim que funciona. As duas lojas parceiras da Roasted Potato estão obtendo resultados bastante favoráveis. Quando inaugurou sua unidade no shopping de Taboão da Serra, há três anos e dois meses, o empresário Eduardo de Caires simultaneamente comprou uma franquia da Roasted. Os resultados são interessantes: 70% do faturamento proveniente dos pratos minei-

André Alves

FUSÃO

REFINARIA

U

A

Refinaria de Manguinhos, controlada pelo grupo brasileiro Peixoto de Castro e pela petrolífera espanhola Repsol/YPF, continua desativada, conforme decisão do conselho de administração. Só no dia 29 de setembro será feita a avaliação sobre a manutenção da parada ou o retorno da produção. A decisão do conselho de administração da Refinaria de Manguinhos indica que o reajuste de 10% no preço da gasolina A e de 12% no do diesel não é suficiente para que a operação seja rentável. Desde o dia 4 de agosto, a refinaria de Manguinhos (RJ) está desativada. (AE)

ros deve-se ao almoço, enquanto 30% corresponde ao período noturno. Quanto às vendas das batatas, 35% do faturamento vem do almoço e 65% do horário do jantar. "Os executivos preferem almoçar. Já à noite, nos finais de semana e feriados, os pratos rápidos, como a batata, vendem mais", constata Eduardo. Embora o espaço destinado para a Roasted Potato esteja inserido dentro do restaurante, há uma pequena separação entre ambos. "O consumidor acha que são duas lojas diferentes. No entanto, há uma ligação interna entre os espaços", explica. Eduardo está em fase de negociação para abertura de outra unidade do São Paulo I no shopping de Campo Limpo, onde contará com espaços para a Roasted e o Fredíssimo. Inusitado. Esta é a palavra que o coordenador-geral do Programa de Administração de Varejo - Provar - Cláudio Felisoni define o modelo de parceria do São Paulo I. Para ele, se a escolha das parcerias for correta, o negócio tem tudo para dar certo. No entanto, ele teme pela perda de identidade da empresa. "Muitas parcerias tendem a confundir a cabeça do consumidor. Ele pode não saber o que encontrar no restaurante. Além do mais, mesmo que financeiramente seja bom, a médio prazo a característica da franquia pode ser perdida", diz. Reinaldo Varela, por sua vez, discorda dessa tese. "O consumidor que vai ao shopping está direcionado a ir a um estabelecimento escolhido por ele. No caso do São Paulo I, ele pode optar pelo restaurante ou pelos produtos das empresas parceiras", explica. O empresário diz que o consumidor não percebe que as empresas situadas dentro do mesmo espaço são parceiras, mas sim lojas independentes. Dessa forma, ele pode ir ao São Paulo I, ao Fredíssimo, ao Spagueti Primo ou à Roasted Potato e ter opções diferenciadas de alimentação para cada horário e não complementares.

Ó RBITA

AÇO

A

Gerdau comprou mais 40,49% da Sipar Gerdau Inversiones, que controla a laminadora de aços longos localizada na cidade de Perez, Província de Santa Fé, na Argentina (Sipar Aceros). A siderúrgica irá pagar US$ 40,5 milhões pela empresa argentina em três anos. Com a aquisição, a Gerdau deterá o controle e atinge fatia de 83,77% do capital da Sipar. (AE)

m tribunal de falências aprovou o plano de reorganização da US Airways, abrindo caminho para a companhia aérea sair da concordata de um ano e concluir o processo de fusão com a America West Holdings. Em comunicado, a US Airways informou que vai sair da concordata e concluir a fusão com a America West até 27 de setembro. O juiz Stephen Mitchell, do tribunal de falências de Alexandria, no estado da Virgínia (EUA), aprovou o plano que dá controle da companhia para os acionistas da America West, aos credores e aos investidores da fusão. (AE)

A parceria entre as franquias fez o faturamento da rede de comida mineira crescer 20%. A principal vantagem foi o incremento das vendas no período noturno, horário em que o consumidor prefere comida rápida.


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segunda-feira, 19 de setembro de 2005

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OPINIÃO

Para escrever ou comentar as cartas e artigos desta seção, envie sua mensagem para

doispontos@dcomercio.com.br

PONTO__CONTRAPONTO

Como você vai votar no referendo sobre o desarmamento?

inteligente e cuidadoso das tarifas alfandegárias elevará a taxa cambial e acelerará o crescimento do PIB.

J ANTONIO DELFIM NETTO EXPERIÊNCIA Céllus

BASTANTE

JOSÉ GREGORI DIGA SIM NO DIA 23

SIM O porte de arma pertence à polícia ou às forças de segurança, treinadas e pagas exatamente para isso

É

tanta e tão prolongada a crise a que estamos vivendo, desde que o deputado Roberto Jefferson resolveu chutar o balde da rede de corrupção que ajudou a montar, que todos os outros assuntos nacionais parecem ter perdido a importância. Só há olhos, ouvidos e bocas para a crise do mensalão. Por isso, vai passando batido um problema da maior importância: a questão do armamento e o Referendo Popular no próximo dia 23 de outubro. Quem se lembra dele? Lembrar é preciso, pois custou muita luta e esforço e toda uma política que obstinadamente vem sendo desenvolvida nos últimos oito anos. O Brasil tinha uma legislação permissiva na questão de arma de fogo. Era um faroeste disfarçado, onde cada um tinha a arma que bem entendesse sem que nada lhe acontecesse. A situação começou a mudar com a introdução de regras, limites, determinações,

tudo com conseqüências severas, até o próximo Referendo de Outubro, quando se perguntará se os eleitores votam Sim ou Não para fechar as casas de armas e munições. Quem desejar votar contra a violência votará Sim porque arma de fogo não garante a segurança de ninguém. As estatísticas mostram que dos 40 mil brasileiros que morrem assassinados por ano, quase um terço morre porque tem uma arma por perto. O sangue sobe à cabeça e a arma é o argumento defensivo de um incidente que se esvaziaria numa discussão. Segundo, não está provado que, num confronto com o bandido armado o homem de bem consiga atirar primeiro. É lógico que um cidadão de bem com valores morais a preservar, hesitará diante de alguém que não tem nada a perder, sem nenhum escrúpulo moral ou religioso.

A

verdade é que temos de combater os bandidos, mas o porte de arma pertence à polícia ou às forças de segurança, treinadas e pagas, exatamente, para isso. Considero que o Referendo vai ser um argumento precioso para manifestar nossa vontade

de combater a violência. Não me conformo que, até hoje, o combate à violência não seja uma prioridade nacional. O Referendo seria uma oportunidade de transformar uma luta que sempre foi residual, levada por poucos protagonistas quase heróicos, num clamor que aproveitasse o mês e meio da data para o Referendo, para um programa de ação que, além do desarmamento, contemplasse um mínimo de segurança às cidades brasileiras.

U

m Referendo que poderá ser frio e quase burocrático se transformaria num elo de esperanças renovadas para obtenção de uma vitória que não teria dono porque seria de toda a nação brasileira. É marca da nossa história que, quando os governos saem pela porta dos fundos, a sociedade civil entra pela porta da frente: foi o que aconteceu na Abolição, na República, na Anistia, nas Diretas, que trouxeram energias e pautas novas. JOSÉ GREGORI, EX-MINISTRO DA JUSTIÇA, É PRESIDENTE DA COMISSÃO MUNICIPAL DE DIREITOS HUMANOS

A rma de fogo não garante a segurança. O homem de bem hesita.

MARCEL SOLIMEO PRESERVAR O DIREITO DE TER

NÃO Por que o Estado pode me proibir de ter em casa uma arma registrada se eu considerar que é necessário à minha defesa?

S

ou contra o desarmamento. Não tenho arma mas quero ter o direito, assegurado pela Constituição, de decidir se compro ou não uma para defender minha família e meu patrimônio. É uma questão de cidadania. Se formos cedendo ao Estado os nossos direitos em nome da segurança logo não teremos nem uma coisa nem outra. Por que o Estado pode me proibir de ter em casa uma arma comprada e registrada legalmente se eu considerar que isso é necessário para a defesa do meu lar? O governo irá desarmar os bandidos para que eu possa ter tranqüilidade? Por que não se começou pelo desarmamento dos marginais para depois pedir aos cidadãos de bem que entregassem suas armas? As discussões sobre o desarmamento se concentram apenas sobre a realidade das grandes metrópoles, ignorando a situação daqueles que vivem em regiões distantes e que en-

frentam não apenas os roubos mas também riscos com animais selvagens. O governo irá protegê-los? Como o desarmamento seguramente não vai resolver o problema da segurança, o que virá depois? O "toque de recolher" e restrições à livre circulação porque a maioria dos crimes é cometidas depois das dez da noite? E depois? A invasão de sua privacidade em nome da segurança? Finalmente, a "reeducação" da população para criar o "novo homem "? O 1984 de George Orwel parece cada vez menos uma ficção.

O

s mesmos argumentos, usados de forma falaciosa para justif i c a r o d e s a r m amento, podem ser utilizados em relação às mortes provocadas no trânsito para se proibir a circulação de veículos. Estatísticas sobre mortes com armas de fogo são apresentadas para justificar o desarmamento como se ele eliminasse significativamente tais mortes. Se analisarmos, contudo, os dados com maior rigor verifica-se que os resultados seriam pouco significativos, embora sempre a diminuição do número de mortes, mesmo pequeno, seja um fato positivo. O que não aparece nas estatísticas é o número de mortes que

pode ocorrer quando a população desarmada se tornar presa fácil dos bandidos.

A

quem interessa uma medida dessa natureza? Acredito que o MST esteja muito feliz com desarmamento dos fazendeiros, pois assim os autodenominados "sem terra" não correrão riscos em suas ações violentas e ilegais. Creio que o PCC e outros grupos criminosos devem estar apoiando o desarmamento porque, além de facilitar o " trabalho" de seus membros, vai abrir um novo mercado (negro) para a venda de armas. Interessa ao Governo porque está desviando a atenção da sociedade para as verdadeiras causas da violência e da total falta de providências efetivas para combater o crime e punir os criminosos. É evidente que existem muitas pessoas bem intencionadas que defendem o desarmamento por acreditarem em seus benefícios, e suas posições merecem respeito. Discordo, no entanto, das mesmas, embora também deseje, um mundo de paz e sem violência mas em que a liberdade e os direitos individuais sejam preservados MARCEL SOLIMEO, ECONOMISTA, É SUPERINTENDENTE DA ACSP

O MST deve estar feliz com o desarmamento. E o PCC deve ganhar com isso.

O

objetivo do déficit nominal zero, projetado para um horizonte bem definido e realizado com o congelamento das despesas e não com o recurso ao aumento de impostos, não deve ser abandonado apenas porque há dúvidas sobre a viabilidade ou oportunidade de sua inclusão nas disposições transitórias da Constituição. Se não for por esse caminho, que seja por outro que permita criar a expectativa de baixa da taxa de juro real, com o governo usando a credibilidade que sua política econômica ainda merece para convencer o mercado que não tem porque desviar-se daquele objetivo. Poucas vezes, nestes últimos 20 anos, a economia apresenta condições tão favoráveis para uma nova etapa de desenvolvimento. Depois de meses de aplicar-se no

O Copom deu a meia volta e aparentemente não tem mais motivos para temer a inflação sadomasoquismo das taxas de juro, o Copom finalmente esta semana deu a meia volta, com um primeiro e tímido passo na direção correta. Segurou o quanto pôde a economia mas aparentemente não tem mais motivos para temer a perda de controle sobre a inflação. Um pouco de ousadia na condução do ajuste fiscal ajudaria muito a apressar a queda do juro real. A simples expectativa do resultado antecipará esta queda e facilitará a venda de papéis prefixados e de prazo mais longo, reduzindo o custo da dívida e alongando o seu perfil. Um corte

á existem experiências em número suficiente no mundo, antigas e recentíssimas, mostrando que os países "emergentes" que rompem as barreiras do subdesenvolvimento são aqueles que perseveram na eliminação do déficit fiscal e perseguem o equilíbrio das contas externas. É preciso manter a dinâmica das exportações para se assegurar da receita adequada para pagar as importações. Isso se obtém quando os produtores nacionais passam a acreditar na sustentação das condições internas favoráveis para que eles possam competir no exterior.

A taxa de câmbio real é a variável mais importante nesse jogo e tem que ser preservada

A

taxa de câmbio real é a variável mais importante nesse jogo e, portanto, tem que ser preservada. Se os exportadores acreditarem que vão continuar competitivos, não terão nenhum motivo para deixar de investir continuamente. O equilíbrio externo não conduz necessariamente ao desenvolvimento econômico, mas o desequilíbrio produz a crise e a estagnação do crescimento. É uma condição necessária, embora não suficiente. Ele tem que ser complementado por uma taxa de juro real condizente com a taxa de retorno dos investimentos na economia e mais: com uma gestão que ponha as finanças públicas em ordem, com uma dívida interna baixa, tributação moderada e gastos públicos que obedeçam ao equilíbrio orçamentário. Basicamente é isso, não tem porque reinventar a roda... dep.delfimnetto@ camara.gov.br

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS - 9

POUCO UTILIZADA NO BRASIL, A INSOLVÊNCIA CIVIL PODE SER UMA SAÍDA PARA OS SUPERENDIVIDADOS

N

ão é muito difícil e n c o n t r a r a lg u é m c o m g anhos e patrimônio insuficientes para quitar suas dívidas. Mas poucos sabem que, assim como nos Estados Unidos, o brasileiro pode pedir a própria falência – a insolvência civil. A medida começou a chamar a atenção principalmente depois que Paula Thomaz, que cumpriu pena pelo assassinato da atriz Daniella Perez e hoje assina como Paula Nogueira Peixoto, entrou na Justiça com pedido de insolvência civil. Ela quer se livrar do pagamento de R$ 528 mil da indenização por danos morais que deve à mãe da atriz, a escritora de novelas Glória Perez, e ao viúvo, o ator Raul Gazolla. No Brasil, a falência pessoal pode ser pedida pelo credor, devedor ou inventariante de espólio, em caso de devedor falecido. Mas o artifício é pouco usado – por desconhecim e n t o o u p o r s u a s c o n s eqüencias. "Ninguém quer ser declarado insolvente. Apenas em situações extremas", explica Joanna Paes de Barros, do escritório Emerenciano, Baggio e Advogados Associados. Os números do Fórum Central Cível de São Paulo comprovam esse raro uso. De 2000 até agosto de 2005, foram ajuizados apenas 180 pedidos de insolvência civil. Se declarado insolvente, o devedor "morre" civilmente por cinco anos. Isso porque terá restrições de crédito, não poderá administrar bens e, caso adquira algum neste prazo, este será desviado para a quitação de sua dívida. A advogada Elaine Cristina Zanão, do escritório Viseu, Castro, Cunha e Oricchio Advogados, explica que, pelo fato de o devedor não ter bens suficientes, dificilmente os credores recebem tudo o que têm direito. "A insolvência não é eficaz para nenhuma das partes", afirma. Na prática, segundo os advogados, a insolvência também provocará o vencimento

antecipado das dívidas do devedor: a arrecadação dos bens suscetíveis de penhora, sejam os atuais ou os adquiridos ao longo do processo, e a execução por concurso universal dos seus credores. "Os credores também não a requerem pois se o fizerem, eliminariam um amplo mercado consumidor", emenda o advogado do Instituto Jurídico da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Brunno Pandori Giancoli, acrescentando que a insolvência civil é desvantajosa porque, terminado o prazo de cinco anos, o credor não poderá cobrar mais nada do devedor. Na opinião de Giancoli, com tantas desvantagens para credores e devedores, a insolvência acaba estimulando a "malandragem". "Os devedores de má-fé, como a Paula Thomaz, que a usam como manobra quando não querem pagar uma dívida, vêem na insolvência uma ótima saída", diz. Para André de Souza Martins, advogado de Paula Thomaz, entretanto, a medida é eficiente. "Com a insolvência civil, Paula não ficará devendo a vida toda. Depois de cinco anos poderá levar uma vida normal", sustenta ele, que já obteve a declaração de insolvência civil para outros dois clientes. A solicitação de Paula ainda está sendo analisada pela Justiça carioca. Nos Estados Unidos, diferentemente do Brasil, a falência pessoal é muito mais utilizada. E a explicação é simples: mesmo declarado insolvente, o cidadão não terá problemas para adquirir bens. Com a declaração, ele pode renegociar a sua dívida e a única restrição é que terá o crédito controlado. "Dessa forma, a atividade econômica é incentivada", afirma o advogado do escritório Approbato Machado, José Marcelo Martins Proença. Entre os casos mais rumorosos envolvendo o pedido de falência está o do ex-pugilista Mike Tyson. Ele a requereu em 2003, ao alegar que não tinha como pagar os US$ 100 mi-

Ninguém quer ser declarado insolvente. Apenas em situações extremas. Joanna Paes de Barros, advogada do Emerenciano Baggio

Paula Thomaz recorreu à insolvência para fugir do pagamento de indenização

Timoty D. Easley/Associated Press-AE

Com a insolvência civil, Paula não ficará devendo a vida toda. André S. Martins, advogado de Paula Thomaz Paulo Pampolin/Digna Imagem

'QUEBRADOS' E A CAMINHO DA FALÊNCIA PESSOAL

Divulgação

Gustavo Stephan/Agência O Globo

Ninguém quer ser carimbado de devedor por cinco anos. Brunno Pandori Giancoli, advogado da ACSP

Mike Tyson pediu sua falência em 2003 por causa de uma dívida de US$ 100 milhões, cobrada na Justiça

lhões cobrados judicialmente pelo seu ex-empresário, Don King. Como torrou todo o seu patrimônio de US$ 300 milhões, acabou negociando com King para pagar US$ 14 milhões em dois anos. Adriana David

Advogado defende a adoção da declaração de superendividamento T da Europa, como França, Bélgica, e Finlândia, e nos Estados Unidos, a declaração de superendividamento permite que as dívidas sejam renegociadas com o credores. Além disso, a pessoa que está devendo poderá ter conta em

banco, obter crédito ou financiamento, o que não é possível com a insolvência civil. "Essa declaração preencheria uma lacuna da nossa legislação para atender o consumidor que passa por uma crise financeira". (AD)

Reunião Plenária Tema: “Referendo sobre desarmamento: sim ou não?” Debatedores: Deputado federal Jamil Murad (PC do B) pró-desarmamento Deputado federal Luiz Antonio Fleury (PTB) contra o desarmamento Dia: 19 de setembro de 2005, segunda-feira Horário: às 17 horas

ADVOCACIA TRABALHISTA EMPRESARIAL ESPECIALIZADA

DC

em gente que consome tanto que, num determinado momento, fica mesmo difícil honrar todas as dívidas assumidas. "Muitos até querem pagar as dívidas contraídas, mas as condições financeiras não permitem", diz o advogado do Instituto Jurídico da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Brunno Pandori Giancoli. Na opinião do advogado, o pedido de insolvência civil, previsto no Brasil, não resolve o problema tanto do credor como do devedor. Isso porque o requerente fica impossibilitado de continuar consumindo e, não tendo recursos, não quitará as dívidas. "E ninguém quer ser carimbado de devedor por cinco anos", diz. Para o advogado, uma solução para esse problema da pessoa física seria a adoção de um processo semelhante à recuperação judicial para empresas: a declaração de superendividamento, que não tem previsão legal no Brasil. Utilizada em vários países

Associação Comercial de São Paulo

Os Advogados,

OVIDIO LOPES GUIMARÃES JUNIOR JOEL EDUARDO DE OLIVEIRA ROGÉRIO PACILÉO NETO Comunicam a todos os clientes e colegas a mudança do Escritório de Advocacia Trabalhista para a Avenida Marquês de São Vicente, 121, Bloco B, 13º andar, conjunto 1301, Barra Funda, São Paulo, SP, CEP: 01139-001, Telefones: 11 3616-6544 - 3616-6546, a partir de 10/01/2005, onde estarão atendendo definifivamente.

Local: Edifício-sede da ACSP, na Rua Boa Vista, 51 - 9º andar

Haverá pesquisa “in loco” (dinâmica interativa com resultado em tempo real) A palestra será transmitida em aberto na internet, pelo site www.acsp.com.br (Clique em Web TV ACSP - ao vivo)


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segunda-feira, 19 de setembro de 2005

CIDADES & ENTIDADES - 1 Fotos de Milton Mansilha/Luz

REFERENDO Pesquisa CNT/Sensus mostrou que a maioria dos brasileiros é contra a comercialização de armas de fogo. Mesmo assim, a população ainda tem dúvidas em relação ao referendo a ser realizado no dia 23 de outubro. Quem votar "Sim" (número 2 na urna eletrônica) estará contra o comércio de armas. Quem votar "Não" (número 1) estará a favor. Davi Franzon e Fernando Vieira

Arquivo/DC

CRESCE NO PAÍS REPULSA ÀS ARMAS DE FOGO: 72,7% SÃO CONTRA A

Os mesmos números foram utilizados em um outro estudo divulgado no dia 2 de setembro pelo ministério, o qual considerou que o número de vidas poupadas ficou em 3.324. A diferença entre os dois resultados aconteceu porque o ministério não levou em conta a previsão de mortos para o ano de 2004, e sim os números absolutos de 2003 e 2004. Por trás das conclusões de ambos os estudos estão descritos dois elementos que influenciaram a queda dos índices. São eles, a Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, popularmente chamada de “Estatuto do Desarmamento” e a campanha de desarmamento iniciada após sua aprovação. Ela lei conseguiu fazer com que, até hoje, tenham sido entregues 406 mil armas nos postos de recebimento do governo. Muitas dessas armas já foram destruídas. O Estatuto do Desarmamento trouxe quatro alterações importantes em relação à lei anterior, a Lei nº 9.437, de 20 de fevereiro de 1997, que estava em vigência até então e fora por ele revogado. De início, aumentou a restrição ao porte de arma de fogo, impôs mais dificuldades para a obtenção de autorização para a compra e elevou a idade das pessoas que podem comprar arma de fogo. Hoje, por exemplo, apenas o cidadão maior de 25 anos pode comprar uma arma. Além disso, as exigências que na lei anterior eram impostas para a obtenção apenas do porte da arma, foram transferidas também para a compra e a posse da arma, como a comprovação de necessidade e residência certa. Em um segundo momento a nova lei determinou ainda o fim da comercialização das armas de fogo e de munições, previsto no artigo 35. E é exatamente esse dispositivo que será colocado em votação – e para o qual a população deverá dizer "Sim" ou "Não". Segundo o advogado Fábio Romeu Canton Filho, coordenador da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, seção São Paulo, caso o resultado da consulta popular seja pela manutenção do comércio de armas de fogo e munições (opção pelo "Não") o artigo 35 não entrará em vigor, permanecendo as demais regras contidas no Estatuto do Desarmamento. Caso a maioria dos eleitores opte pela proibição do comércio de armas (opção pelo "Sim"), a nova regra entrará em vigor já na data da publicação do resultado do referendo pelo Tribunal Superior Eleitoral, conforme dispõe o parágrafo segundo do mesmo artigo.

A comercialização de armas de fogo e de munições no Brasil será decidida pela população em referendo a ser realizado no dia 23 de outubro. a Campanha pelo Desarmamento, promovida pelo governo conseguiu recolher e destruir (foto à esquerda) muitas armas aos longo deste ano.

GLOSSÁRIO REFERENDO

O

referendo é uma forma de consulta popular sobre matéria de acentuada relevância, sobre a qual o povo se manifesta a respeito de uma lei, depois de ela ser constituída. O cidadão ratifica ou rejeita aquilo que lhe é submetido.

PLEBISCITO

O

plebiscito é outra forma de consulta ao cidadãos. Ele se manifesta sobre matéria de extrema importância antes de uma lei ser constituída. Cabe ao povo, pelo plebiscito, aprovar ou rejeitar o que lhe é submetido.

Fonte: Site do Senado Federal

Deputados discutem tema hoje na ACSP

O

L

população brasileira começa a tomar posição contrária ao comércio de armas de fogo. Mesmo assim, a falta de informação e o medo de que o desarmamento não surta efeito na redução da violência ainda geram dúvidas e incertezas em muitas pessoas. O Dia D para comércio de armas de fogo ocorre no dia 23 de outubro, quando os brasileiros irão às urnas para participar de um referendo, processo similar a uma eleição, escolher entre o "Sim" (pela proibição do comércio de armas de fogo e munição) e o "Não" (pela continuidade do comércio). Na urna eletrônica, a opção pelo "Sim" equivale ao número 2. A opção pelo "Não", ao número 1. A tendência de crescimento de posições contrárias ao comércio de armas de fogo e de munições é traduzida pela pesquisa CNT/Sensus deste mês: 72,7% do universo entrevistado é contra as armas. Em fevereiro, apenas 48% das pessoas consultadas se diziam favoráveis à proibição, o que revela a mudança de opinião de 24,7% da CAMPANHA DO população, ou seja, metade daqueles DESARMAMENTO que antes apoiava a venda das armas. AJUDOU A Além disso, para REDUZIR CRIMES 50,6% dos entrevistados, os registros de violência vão diminuir com o fim do comércio. Um dado que pode influenciar essa nova postura da sociedade é o estudo realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), divulgado no último dia 9. Ele revelou que 5.563 vidas foram poupadas em 2004 no Brasil com o estímulo ao desarmamento, ocorrido ao longo do último ano. Batizado de "Vidas Poupadas - O Impacto do Desarmamento no Brasil", o levantamento da Unesco tem por base o número de mortes causadas por armas de fogo no ano passado e o que havia sido previsto para 2004. A expectativa era de crescimento de 7,2% em relação a 2003, baseado nos dados dos anos anteriores. Segundo a Unesco, o número absoluto de mortes também caiu (8,2%). Utilizando registros do Subsistema de Informação sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, a Unesco cruzou os dados e chegou à conclusão de que o índice de mortes causadas por armas de fogo foi reduzido em 15,4%.

s deputados federais Jamil Murad (PC do B) e Luiz Antonio Fleury (PTB) estarão hoje na Associação Comercial de São Paulo (rua Boa Vista, 51) para, em reunião plenária marcada para as 17h, discutir o tema "Referendo sobre desarmamento: sim ou não?". Durante o encontro haverá uma pesquisa in loco (dinâmica interativa com resultado em tempo real). O encontro na ACSP será transmitido em aberto na internet, pelo site www.acsp.com.br (clique em Web TV ACSP - ao vivo).


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2 -.CIDADES & ENTIDADES

REFERENDO

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

"EU VOTAREI SIM" Integrante do Instituto Sou da Paz, Deniz Mizne, acredita que a proibição de venda de armas poderá diminuir o número de mortes por questões banais. Como as que acontecem no trânsito, por exemplo.

L A partir daí, o cidadão comum, que hoje só pode comprar uma arma para mantê-la dentro de casa, ou no local de trabalho (se for o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa), não poderá mais adquirir arma de fogo ou munição. Só estarão legalmente autorizados a possuir uma arma os agentes de defesa nacional, segurança pública, segurança privada e desportistas que atenderem a exigências específicas. Quem já tiver arma, não poderá comprar outra (nem munição para ela). Isso significa, assim a proposta, o desarmamento total do cidadão comum. Apesar da posição favorável à proibição, sustentada também em nome da OAB-SP, Canton Filho afirma que poderá haver um conflito jurídico caso esse seja o resultado. “O dispositivo gera conseqüência jurídica de ordem constitucional, porque há a alegação de direito adquirido dos proprietários de arma de fogo. Essa é uma das teses de que se coloca contra o desarmamento”, explica o advogado. O procedimento de votação no referendo segue todos os critérios de uma eleição comum e, portanto, é obrigatório para maiores de 18 anos e facultativo para maiores de 70 anos, analfabetos e maiores de 16 e menores de 18 anos. O eleitor que não puder votar no País – por se encontrar fora do seu domicílio eleitoral – deverá justificar a ausência do voto perante a Justiça Eleitoral. A partir do dia 13 de outubro, o formulário de Requerimento de Justificativa Eleitoral estará disponível nas zonas e postos eleitorais de todo o País e nos sites dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). De acordo com instrução normativa editada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as mesas receptoras de justificativa instaladas nas seções eleitorais funcionarão das 8h às 17h do dia 23 de outubro. O eleitor deve comparecer aos locais destinados ao recebimento das justificativas com o formulário previamente preenchido e munido do título de eleitor ou documento de identificação. Se não justificar a falta no dia da eleição, o eleitor ainda poderá realizar o procedimento no prazo de sessenta dias, por meio de requerimento dirigido ao juiz da zona eleitoral em que é inscrito. A expectativa do TSE é de que o referendo seja a maior consulta popular informatizada já realizada no mundo. Mais de 122 milhões de pessoas deverão ir às urnas eletrônicas. No ano passado, 119.821.569 eleitores participaram das eleições municipais de 3 de outubro.

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o dia 23 de outubro, se o cidadão entender que o comércio de armas deve continuar, terá de optar pelo número 1. Ou seja, esse comércio NÃO deve ser proibido.

Pablo de Sousa Luz

Fábio Canton coordena Direitos Humanos da OAB

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roibir a venda de armas e de munição no Brasil resultará numa redução das mortes por motivos banais, como as brigas de trânsito e as discussões entre vizinhos ou familiares. Esse é um dos pontos levantados e defendidos por Deniz Mizne, diretor executivo do Instituto Sou da Paz. Segundo Deniz, a vitória do "Sim" no referendo será um passo decisivo na redução das mortes por armas de fogo em todo o Brasil. "Em 2003, foram 39.325 mortes por armas de fogo. O número é maior do que o registrado em países com conflitos armados, como no caso de Israel e do Iraque. Registramos o segundo maior índice de mortes por armas de fogo do mundo. Isso tem de mudar", explica Deniz. Segundo ele, grande parte das mortes tem como origem problemas sem relação com o "mundo do crime", como os assaltos e os seqüestros, mas são provenientes da convivência cotidiana, principalmente nas brigas de trânsito, discussões entre vizinhos e também, em casos mais extremos, na violência doméstica. Calibre 38 – Outro ponto destacado é a predominância de armas calibre 38 nas mortes, o que, para o especialista, comprova a necessidade da proibição da venda de armas no País. "Estamos falando de uma arma nacional, vendida nas lojas em grande quantidade. Não se trata de um equipamento de calibre pesado, utilizado por traficantes ou seqüestradores". Deniz lembra que mais de 44 armas legais são roubados todos os dias só no Estado de São Paulo, o que torna a venda legal uma forma indireta de abastecer o mercado negro. Para justificar sua posição, Deniz utiliza dados dos ministérios da Justiça e da Saúde, que indicam uma queda de 7% no número de internações hospitalares por ferimentos causados por armas de fogo somente no Estado de São Paulo, passando de 475 para 442 ao mês. De acordo com a própria Secretaria Estadual da Segurança Pública de São Paulo foi registrada uma que-

Deniz: a vitória do "Sim" no referendo será um passo decisivo na redução das mortes por armas de fogo em todo o Brasil. Segundo ele, grande parte das mortes tem como origem problemas sem relação com o "mundo do crime"

da acentuada no número de homicídios a partir de 2004, período de implementação efetiva da campanha. O levantamento mostra o total de 24,7 homicídios por arma de fogo, a cada grupo de 100 mil habitantes, entre os anos de 2002 e 2003. O número caiu para 21,79 casos em 2004, uma q u e d a d e 11,78%. "Como essa q u e d a f o i a lcançada? O que mais teria resultado nessa redução de mortes por armas de fogo. Alguma ação de combate à miséria? Acredito que não. Foi o controle exercido sobre as armas de fogo. Os números já justificam o referendo e a proibição", avalia Deniz. Interesses – Para ele, os defensores da venda de armas e de munição estão pensando em seus próprios interesses, principalmente os políticos da chamada "Bancada da Bala" e as empresas do setor. "A Taurus é a principal financiadora da campanha do "Não". O interesse econômico está à frente de tudo", afirmou. Deniz usa como argumento o número de jovens mortos por armas de fogo no Brasil - aproximadamente 9.710 mil, somente na faixa dos 20 a 24 anos. Para ele, esse número é resultado da facilidade de obtenção de uma arma de fogo no mercado. Além disso, questões banais, que poderiam ser resolvidas sem gravidades, acabam em homicídios dentro dessa faixa de idade somente porque algum portava uma arma. Deniz acredita que a proibição da venda não é a solução definitiva para a questão, já que a violência tem raízes econômicas e sociais no Brasil, mas seria um passo importante na prevenção do problema. Bolsões – Paulo Mesquita, diretor do Instituto São Paulo Contra Violência destaca a importância do referendo. Para ele, a proibição da venda de armas permitirá uma redução nas mortes nos principais bolsões de pobreza da capital , já que e as armas roubadas nas regiões mais ricas, principalmente no caso do estado de São Paulo, acabam abastecendo a violência nessas regiões mais carentes. (DF/FV)

N

Fotos: Patrícia Cruz/Luz

Luiz Prado/Ag. Luz

VOZ DO POVO

Eu era a favor do desarmamento, mas estou confusa porque o bandido não vai se desarmar.

Edna Novo, 48 anos, técnica administrativa

Eu acho que todo mundo tem que ter livre arbítrio para escolher entre possuir ou não uma arma. A área de ilicitude não vai pedir permissão para ter arma. Enquanto a população fica sem sua arma de defesa, o crime está cada vez mais armado.

Michela Haak da Silva, 26 anos, advogada

Sou contra o desarmamento porque aqueles que usam a arma criminosamente têm acesso a ela. Acho que não ajuda a redução da violência. Os policiais serão um alvo. Fernando Akira de Almeida, 34 anos, gerente de TI

o dia 23 de outubro, se o cidadão entender que o comércio de armas de fogo e munições deve ser proibido, terá de optar pelo número 2. Essa opção equivale ao SIM.


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segunda-feira, 19 de setembro de 2005

POLÍTICA - 3

PRESIDENTE DA CÂMARA DEVE RENUNCIAR ATÉ QUARTA-FEIRA

poLítica O ADEUS DE SEVERINO Eymar Mascaro

Dida Sampaio/AE

Queda livre

P

ara satisfação dos adversários, a linha de Lula nas pesquisas continua descendente. Isto é, o presidente ainda sente o peso da crise que deságua no seu governo. Ainda assim, o presidente é apontado como um dos candidatos que passariam para o 2º turno, se a eleição fosse hoje. Seus adversários mais fortes continuam sendo os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin. Ao contrário do que revelavam as pesquisas alguns meses atrás, Lula não venceria a eleição já no 1º turno. O presidente será forçado a disputar os dois turnos, seja quem for seu adversário, sobretudo do PSDB. Mas, com exceção de Serra, que aparece tecnicamente empatado com o petista no 2º turno, Lula venceria os demais candidatos. O presidente se enche de razão ao pedir ao PT que apresse o fim da crise. A crise bate fundo no PT e no seu governo. O PT dificilmente conseguirá abreviar o desgaste de Lula porque a CPMI dos Correios, por exemplo, fixou 15 de dezembro como data para encerrar seus trabalhos. Mas, já existe pedido para a prorrogação das investigações. Até lá, Lula sangra nas mãos da oposição.

ENVOLVIMENTO

O ruim para o governo é que, a cada dia que passa, pessoas ligadas ao PT se envolvem com novas denúnias nas CPIs. A oposição admite que o PT está envolvido em malversação de dinheiro dos fundos de pensão.

QUEM GOSTA

Quem está gostando do desgaste de Lula é principalmente José Serra. O prefeito continua sendo o tucano que mais trabalho daria ao PT se viesse a ser candidato. Mas, Serra diz que não será candidato, embora se comporte como tal.

REGRA TRÊS

Geraldo Alckmin é o regra três no PSDB. O governador paulista pode ser o candidato do partido se Serra não quiser renunciar à prefeitura paulistana para se candidatar. Alckmin tem o apoio de seu colega mineiro, Aécio Neves.

FICA FORA

Nas entrevistas que tem concedido a correspondentes estrangeiros, Fernando Henrique Cardoso garante que não passa por sua cabeça a idéia de tentar o Palácio do Planalto novamente. Mas os tucanos (e não só eles) não acreditam no ex-presidente: acham que FHC tem saudade da presidência.

COLIGAÇÃO

O PFL mantém a candidatura de Cesar Maia, mas o partido admite que pode fazer a dobradinha com o PSDB ainda no 1º turno. Maia aceita a coligação, mas diz que o cabeça de chapa será quem estiver melhor colocado nas pesquisas. Por enquanto, só dá tucano.

NOVIDADE

Surge a informação de que o ministro Nelson Jobim, presidente do STF, que está no centro da polêmica das cassações na Câmara dos Deputados, pode figurar na chapa de Lula como vice. Jobim ingressaria no PMDB para completar a chapa com Lula. Em tempo: Jobim é cotado também para ser o candidato do PMDB a presidente.

NA RUA

Independentemente do noticiário em torno do ministro Nelson Jobim, o exgovernador Anthony Garotinho continua sua campanha presidencial pelo PMDB. Garotinho acredita que o seu partido terá candidato próprio à sucessão de Lula.

DECISÃO

Severino Cavalcanti teria reservado o fim de semana ou a segunda-feira para tomar a decisão de renunciar ao mandato ou enfrentar o processo de cassação. Se nada

mudar até lá e Severino continuar onde está (sem se licenciar, renunciar ao cargo ou ao mandato) o presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP), promete formalizar o processo contra Severino nas próximas horas. É ver para crer.

LICENÇA Se Severino, de fato, pedir licença médica, por exemplo, de 120 dias, para tratamento de saúde, vai continuar na mira dos que querem a sua cabeça. Se essa hipótese se concretizar, o presidente da Câmara permanece na linha de tiro, correndo o risco de ter seu mandato cassado.

NO CARGO Se Severino pedir licença médica, por quatro meses, a presidência da Câmara continuaria com o deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL). É tudo o que o PFL quer, já que é difícil o partido eleger o presidente da Casa.

ANGUSTIADO Nonô contou a Lula, na última sexta-feira, que Severino está angustiado com a situação. Mas que o presidente da Câmara deve tomar uma decisão até quarta-feira.

SOLUÇÃO De qualquer forma Lula não perde tempo. Antes mesmo de desembarcar no Brasil, colocou o ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner, para conversar com todos os partidos e buscar uma solução negociada. Segundo disse Wagner, Lula acha que tem muita gente picada pela mosca azul. A lista de candidatos à cadeira de Severino não pára de crescer.

Ontem, Severino Cavalcanti (acima, em pé) se reuniu com aliados na residência oficial da Câmara para avaliar sua saída da presidência

O

presidente da Câmara, deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), deve renunciar ao mandato nesta quarta-feira, em pronunciamento no plenário da Casa. Hoje, Severino se encontrará com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tentar manter seus apadrinhados políticos em cargos ocupados dentro do governo. Em reunião realizada ontem à noite com aliados, na residência oficial da Câmara, Severino deixou clara sua disposição de renunciar à presidência da Câmara e ao mandato de parlamentar. "Ou ele sai ou ele enfrenta o processo", disse o deputado João Caldas (PL-AL), quartosecretário da Mesa Diretora da Câmara e um dos principais aliados de Severino. O presidente da Câmara estaria, no entanto, preocupado com as conseqüências da sua renúncia: a perda de foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF) para responder às acusações de recebimento de propina. "A hipótese de ele pedir uma licença do cargo está afastada", garantiu o deputa-

do Feu Rosa (PP-ES), depois de se reunir com Severino. "Não vejo razão para ele pedir licença. Ele mesmo disse que está muito bem de saúde", reforçou José Eduardo Alckmin, advogado de Severino. Aliados – A tendência de Severino renunciar ao mandato não agradou a todos os seus aliados. Segundo alguns dos que participaram da reunião na residência oficial da presidência da Câmara, o líder do PP, o deputado José Janene (PR), defendeu abertamente que Severino Cavalcanti não se desligue da Câmara. Janene teria argumentado que o melhor seria que Severino enfrentasse o julgamento de "cabeça erguida" no comando da Câmara. Já o deputado Ciro Nogueira (PP-PI), considerado como um filho por Severino, defendeu a renúncia. A maior preocupação de Severino com a renúncia dupla era a perda do foro privilegiado para responder às acusações feitas pelo empresário Sebastião Buani, que diz ter pago propina ao pepista para renovação da concessão de restaurante da Câmara.

SUPREMO O caso Severino (propina) será investigado pelo STF, que é o foro adequado para apurar denúncias contra parlamentares. Segundo o procurador da República, Antonio Fernando de Souza, as apurações da Polícia Federal foram encaminhadas ao Supremo.

ACORDO O PSDB reagiu com indignação à denúncia de Roberto Jefferson, segundo a qual existiria um acordo entre tucanos e petistas para não cassar mais ninguém. Em contrapartida, os petistas aliviariam a situação do senador Eduardo Azeredo, que se envolveu com o valerioduto nas eleições de 1998, em Minas.

aliados para dar uma posição sobre a manutenção dos cargos do PP no governo. O Planalto teme que, magoado, o presidente da Câmara dê apoio à candidatura do atual vice-presidente da Câmara, José Thomaz Nonô (PFL-AL), ao comando da Casa. Parte dos parlamentares do PP quer que Severino invista na canditura do oposicionista e defende que o partido passe para a oposição. Severino recebeu uma romaria de aliados ontem na residência oficial da Câmara e ouviu as ponderações de seus companheiros de que o melhor é renunciar ao mandato e, em 2006, tentar se reeleger para a Câmara. "Temos de pensar na vida da instituição e, neste momento, a permanência de Severino pode provocar tumulto na instituição", disse o advogado José Eduardo Alckmin, antes de se reunir com seu cliente, no início da noite do domingo. "Ele está ouvindo os parlamentares e vai tomar uma decisão política", resumiu o deputado Nilton Capixaba (PTBRO), que participou da reunião com os aliados. (AE)

Aluízio Arruda/AE - 12/09/2005

PMDB QUER FICAR COM PRESIDÊNCIA DA CÂMARA

Adamastor Nunes de Oliveira: na semana passada, conclusão de que a assinatura no documento era falsa

RESISTÊNCIA Severino foi eleito presidente da Câmara com 300 votos dos 513 deputados. Ele pensou em enfrentar o processo de cassação confiando nos mesmos eleitores. Mas é grande a pressão dos amigos para que renuncie ao mandato.

Caso renuncie ao mandato, Severino passa a responder o inquérito na Justiça em primeira instância. Por isso, o presidente da Câmara não havia descartado totalmente apenas deixar o comando da Casa e se defender das denúncias como parlamentar. Na sombra – Desgas tado com sua própria crise, o Palácio do Planalto tem evitado se expor publicamente em acordos com Severino. Na sextafeira, Lula se recusou a receber reservadamente o presidente da Câmara. O governo, porém, não quer um oposicionista na cadeira de Severino e, por isso, tem dado sinais fortes ao presidente da Câmara de que não vai mexer em seus indicados, como o ministro das Cidades, Márcio Fortes. O presidente Lula concordou em receber hoje Severino, desde que o encontro seja aberto e com testemunhas. "Anormal seria o Severino não ter essa conversa com o presidente. Esse encontro vai influenciar na decisão final dele", afirmou João Caldas. Depois do encontro com Lula, Severino Cavalcanti volta a se reunir com seus

Mensalinho: novo laudo compromete o deputado do PP

A

nálise preliminar dos peritos do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal indica que a assinatura no documento que garantiria a renovação do contrato do restaurante Fiorella com a Câmara dos Deputados tem padrão similar ao da grafia do presidente da Casa, Severino Cavalcanti (PP-PE). O laudo final sobre o documento, um dos motivos de maior desgaste de Severino na crise do suposto mensalinho, deve ser concluído pela Polícia Federal amanhã à tarde. Na semana passada, o perito Adamastor Nunes de Oliveira concluíra ser falsa a

assinatura no documento. O dono do Fiorella, Sebastião Augusto Buani, disse, em depoimento à PF, que pagou R$ 40 mil e mais uma mesada de R$ 10 mil a Severino, entre 2002 e 2003 pela prorrogação do contrato. Os peritos estão enfrentando dificuldades para chegar a Joedson Alves/AE

Sebastião Buani: mesada

uma conclusão definitiva. O papel, supostamente assinado pelo presidente da Câmara, tem uma série de incongruências em relação aos padrões seguidos pelos textos oficiais da instituição. O documento entregue à PF por Buani não tem, por exemplo, o número do processo que resultou na prorrogação do contrato. Em geral, os documentos oficiais contêm essa informação. A Polícia Federal está analisando uma cópia do documento. O texto original não foi localizado. Severino disse que não assinou o documento. Buani sustenta que o papel foi assinado pelo deputado em sua presença.

O PMDB corre para ter a maior bancada, ultrapassando o PT, e poder reivindicar a presidência da Câmara no caso da renúncia de Severino Cavalcanti (PP-PE). O partido tem 87 deputados e a perspectiva é de chegar a 95 nos próximos 15 dias. Hoje a maior bancada é do PT, com 89 deputados, mas a legenda, em crise, está perdendo parlamentares. O presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), defendeu ontem um nome que pacifique a Casa, mas disse que vale o tamanho da bancada no dia da eleição do sucessor de Severino para a definição do partido que indicará o candidato. "Acho que haverá uma solução suprapartidária, um nome que pacifique a casa", disse Temer, que foi presidente da Câmara por duas vezes (1997-98 e 1999-2000) e é candidato à sucessão de Severino. Mas dificilmente o partido terá o posto, porque isso significará concentração de poder, já que o presidente do Senado é o peemedebista Renan Calheiros (AL). (AG)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

16 -.GERAL

segunda-feira, 19 de setembro de 2005 Paulo Pinto/AE

GERALDO ALCKMIN FACILITA A VIDA DE QUEM PRECISA RENOVAR CNH

MOTORISTA PAGARÁ MENOS PARA RENOVAR CARTEIRA

O

governador Geraldo Alckmin anunciou, ontem, medidas para reduzir os preços cobrados no Estado para a renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A partir de 5 de outubro, os motoristas que optarem por estudar em casa não precisarão pagar a taxa referente ao exame, caso ele seja feito no Departamento Estadual de Trânsito (Detran), informou Geraldo Alckimin. A publicação da portaria que isenta os motoristas paulistas deve ser publicada o Diário Oficial do Estado desta terça-feira A gratuidade será para a realização do primeiro exame. O Estado, informou o governador de São Paulo, distribuirá 50 mil cópias da cartilha de estudo para os motoristas. A cartilha também poderá ser encontrada no site do Denatran (www.denatran.gov.br). Apesar da gratuidade anunciada ontem, se o motorista for reprovado, terá de pagar uma taxa de R$ 28,00. Ele terá duas oportunidades para passar na prova. Se for reprovado nas duas primeiras, na terceira vez será obrigado a fazer o curso, ou seja, participar de 15 aulas em um Centro de Formação de Condutores (CFC) ou em uma unidade do Senac. "A média de aprovação logo no primeiro exame é de 80% e pode subir para 90%. Por isso, escolhemos essa gratuidade. Sempre inventam coisas para onerar o povo, caso da caixinha de primeiros socorros", criticou o governador Geraldo Alkmin. Teto – O governador paulis-

Luiz Carlos Leite/Divulgação

Em alguns postos, a espera pelo atendimento chegou a meia hora

Longas filas marcaram último dia de inscrição no vestibular da Fuvest

Q

Para Geraldo Alckmin (foto), sempre inventam coisas para onerar o povo, caso da caixinha de primeiros socorros exigida pelo Departamento Nacional de Trânsito, o Denatran

ta também definiu tetos para os valores cobrados nas duas outras duas opções existentes, além da autodidata, de quem precisa renovar a carteira de habilitação. Foi fixado o valor de R$ 33,00 de taxa para quem optar pela retirada da senha de acesso e realização do exame nos Centros de Formação de Condutores e no Senac, e de R$ 60,00 para o curso. Os custos para a renovação

da carteira de habilitação subiram depois que o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) anunciou sua decisão de exigir dos motoristas que fizessem cursos de direção defensiva e de primeiros socorros para que pudessem, então ter a renovação. Outra alternativa colocada pelo Denatran aos motoristas seria a de realização de uma prova sobre os dois temas acima.

O Denatran também previra, em setembro, que quem nunca fez o curso de direção defensiva e de primeiros socorros teria de cumprir as 15 horas do curso ou prestar uma prova com o objetivo de testar seus conhecimentos. Segundo levantamento do Denatran, até 2010 aproximadamente 25 milhões de motoristas devem fazer o curso ou o teste. (AE/DC)

uem vai prestar o vestibular da Fuvest de 2006, o mais concorrido do País, e deixou para a inscrição para a última hora, enfrentou longas filas, neste domingo, data final para a entrega do formulãrio de inscrição. Em alguns dos postos de inscrição montados pela Fundação para a atender os candidatos, muitos estudantes permaneceram na fila por até meia hora. Caso do posto de inscrições da Faculdade de Educação Física da USP, na Cidade Universitária, zona oeste da cidade. Já no posto do Campus Senac Santo Amaro, zona sul, não havia filas por volta do meio-dia. Segundo a Fuvest, são esperados 135 mil a 150 mil estudantes nos 32 postos de inscrição abertos em São Paulo e no interior paulista. Isso representa 90% do total de candidatos esperados para o Vestibular 2006 da Fuvest. Mais atendentes – Prevendo que muitos estudantes poderiam ter deixado a inscrição para o

último dia, a Fuvest se antecipou e ampliou o número de atendentes em alguns dos postos. No posto da Cidade Universitária, por exemplo, havia 45 atendentes, número quase três vezes maior comparado ao do último domingo, primeiro dia de inscrições, quando 17 atendentes estavam de trabalhando. No posto Senac Santo Amaro, o número de atendentes também foi reforçado, mais que dobrou, passando de 12 no último domingo, para 27, ontem. Na Cidade Universitária, cerca de mil estudantes haviam feito sua inscrição até o meio-dia e cerca de 200 estavam na fila. A maioria dos estudantes deixou a inscrição para ontem porque aguardava a divulgação do número pessoal do Enem - que só saiu na quinta-feira. O número é anotado na ficha de inscrição da Fuvest para que a nota no exame nacional ajude na pontuação do candidato no vestibular. (AE)

Butantã quer fabricar vacina anti-rábica 100% brasileira Newton Santos/Digna Imagem

E

m outubro, o Instituto Butantã entrará com um pedido de autorização na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para fabricar a primeira vacina antirábica 100% nacional. O produto, que vem sendo estudado há dez anos, foi testado com sucesso em 70 camundongos e em 20 macacos, no ano de 2001. Depois, passou pela etapa de testes com 26 humanos selecionados: homens jovens (com idade variando de 18 a 35 anos) e sadios. Agora, acaba de passar pela fase final e mais delicada: 200 voluntários, entre homens e mulheres, com idades e procedências variadas, que receberam doses da vacina produzida pelo Instituto. Os resultados já indicaram que ela é eficaz contra a doença. "O estudo final vai sair, no máximo, em três meses. Mas testes simplificados de absoluta confiança comprovaram que a vacina não tem efeitos colaterais e produz anticorpos em níveis adequados", afirmou Neide Takaoka, diretora do Instituto Pasteur de São Paulo, ligado à Secretaria Estadual da Saúde. De acordo com Neusa Maria Frazatti Gallina, chefe da Seção de Raiva do Butantã, a vacina estará disponível para o Ministério da Saúde em meados de 2006. "Até o próximo mês entramos com pedido de venda na Anvisa. Aí, é só aguardar a aprovação", diz. A meta do Butantã é fabricar três milhões de doses por ano, volume suficiente para atender à demanda nacional e, ainda, em uma segunda etapa, exportar a vacina. O valor estimado de cada dose será equi-

Desde1986, foram registrados no País 718 casos de raiva

valente a US$ 5. Hoje, a vacina usada pelo governo federal é importada da França (do laboratório Sanofi-Pasteur) ao valor de US$ 7. Atualmente, cabe ao Butantã apenas rotular e testar a vacina francesa. Trasmissão – A raiva é uma doença de notificação compulsória. Dados do Ministério da Saúde mostram que, desde 1986, foram registrados oficialmente no País 718 casos de raiva. Em São Paulo, não há casos da doença desde 2001. Em compensação, só nos seis primeiros meses deste ano, já foram registrados 14 casos no estado do Pará e um no de Sergipe. "O grande problema dessa doença é que ela é 100% mortal", explica Paulo Olzon, infectologista da Universidade Federal de São Paulo. A doença é causada por um vírus que ataca mamíferos. A transmissão para o homem é feita principalmente pela saliva contaminada do cachorro e do morcego. "Depois da mor-

dida, o tempo de incubação do vírus no organismo pode durar de um mês a um ano", explica Olzon. "O objetivo do vírus é atingir o sistema nervoso central, no cérebro. Depois de chegar a ele, praticamente não há mais o que ser feito." A vacina anti-rábica pode ser tomada antes de o vírus chegar ao sistema nervoso. Ou seja, a aplicação pode ser feita depois da mordida. "Os sintomas aparecem quando o vírus chegou ao cérebro: formigamento na região da mordida, irritabilidade e febre." As doses também podem ser aplicadas de maneira preventiva em quem está exposto a riscos, como veterinários ou funcionários de canis. O tratamento contra a raiva é feito com cinco doses. A segunda injeção deve ser tomada no terceiro dia após a primeira. A terceira, sete dias depois da primeira. A quarta, 14 dias depois e a última, um mês após a primeira injeção. (AE)


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segunda-feira, 19 de setembro de 2005

CIDADES & ENTIDADES - 3

"EU VOTAREI NÃO"

VOZ DO POVO Fotos: Patrícia Cruz/Luz

Fotos: Patrícia Cruz/Luz

VOZ DO POVO

Na opinião do deputado e ex-policial Conte Lopes, o Estado não cuida da segurança pública como deveria e, justamente por isso, o cidadão tem direito a defesa própria. Jonne Roriz/AE

Sou a favor do desarmamento porque acho que, talvez, essa medida irá contribuir para a redução da violência. Entretanto, ter arma em casa também acho uma coisa muito perigosa, principalmente se na casa tiver crianças.

Renata Cristina Silva, 16 anos, estudante

Ainda não tenho opinião formada e vou esperar o início da campanha na TV. Mas, por enquanto, acho que o governo tem de desarmar o criminoso antes da população. E também acho que essa medida só vai diminuir a violência se vir acompanhada de outras políticas de retirada de armas ilegais.

Rafael Neves de Oliveira, 22 anos, office-boy

Sou a favor do desarmamento porque acho que é uma tentativa de diminuir a violência nas cidades brasileiras. Mas trata-se de uma medida paliativa. Não é a solução. É preciso, em paralelo, um programa do governo e da polícia de busca e apreensão de armamentos junto aos bandidos.

Sérgio Sanches, 42 anos, gerente comercial

P

ara o deputado estadual Conte Lopes (PP), a proibição da comercialização das armas de fogo não resultará na redução dos crimes cometidos no País. Na sua opinião, o cidadão tem direito a defesa própria, já que o Estado não vem cumprindo com esse trabalho como deveria. "O Estado não cuida da segurança pública como deveria. O cidadão tem o direito de defender seu patrimônio, sua vida e da sua família. Ninguém defende que alguém saia armado de casa, mas que, caso ele tenha condições para isso, possa ter uma arma em casa", explicou. Conte Lopes diz que o estado de São Paulo não liberou nenhum porte de arma neste ano – informação confirmada junto à Secretaria de Segurança Pública – o que descarta a alegação de que a maioria dos crimes com armas de fogo é realizada com armas legais. "O bandido não compra arma na loja, não é uma proibição que diminuirá a venda no mercado negro. É uma solução tampão", avalia o deputado. Direito – O parlamentar cita o próprio caso como exemplo: "Eu trabalhei mais de 30 anos na polícia e tenho inimigos nas ruas. O Estado não me dá a segurança necessária. Serei proibido de defender a minha vida. Isso é não é democrático. Eu tenho esse direito". Lopes prevê um aumento na procura pelo mercado negro de armas e munição até pelo cidadão comum, já que ele não terá mais acesso ao sistema legal de compra. "O sujeito é assaltado ou tem sua casa roubada. Não tem jeito legal de comprar, ele irá procurar o mercado negro. Não há alternativa". Com relação à posição da população, cuja maioria é favorável a proibição, Lopes afirma que o resultado veio de uma "manipulação" dos dados por parte do governo federal.

O deputado diz que não houve uma divulgação correta dos dados ligados a mortes por arma de fogo, além de uma distorção dos números relacionados à venda dos artefatos. "Houve manipulação dos dados. Não deram chance para o outro lado colocar suas opiniões à mesa. Ficou tudo para o 'Sim'" vencer", disse . Ét ic a – Roberto Romano, Professor de Ética e Política da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) é contra o referendo, alegando que a melhor alternativa seria um plebiscito. Para o professor, o governo não promoveu o debate necessário para decidir um tema dessa importância e com diferentes setores da sociedade envolvidos "Não houve a participação da OAB, do Ministério Público, da Igreja e dos demais envolvidos. Foi uma decisão unilateral", avaliou. Roberto diz que, em vez de promover o debate sobre o assunto, avaliando cada ponto da situação, o governo decidiu partir diretamente para um referendo com uma definição mais do que simplista: Sim ou Não. O professor define essa situação como uma forma de legitimar algo que já foi decidido, apenas um atestado falso de democracia, sobre uma questão acertada sem a participação da sociedade. "Utilizaram uma propaganda excessiva, doutrinaram toda a opinião pública e agora colocam essa questão em votação". Argumentos – Com relação aos argumentos utilizados pelos defensores da proibição da venda de armas, Romano diz que a redução dos "crimes fúteis ou banais" é a pior de todas elas. "Não existe crime banal. Estamos falando de uma questão social e patriarcal. Esses crimes têm como motivação a defesa da honra. Não tendo uma arma de fogo por perto, o sujeito utilizará uma faca,

Sou a favor do desarmamento. De que adianta ter uma arma em casa, quando os bandidos vêm sempre em grupos de três ou quatro e não te dão chance de reação. Não acredito que o desarmamento vai consertar o problema de segurança, mas será um início.

Zilda Signorelli Silva, 76 anos, dona de casa

Sou contra o desarmamento. Do jeito que a cidade está violenta, você pode, pelo menos, ter uma arma dentro de casa para se proteger. É claro, não digo sair para as ruas armado. Aliás, eu tenho arma em casa desde os meus 20 anos e me sinto mais seguro.

José Aleixo Silva, 84 anos, aposentado Para Conte Lopes, as pessoas têm o direito de ter uma arma em casa

um copo ou até o próprio punho. Essa justificativa é totalmente invalida". O professor da Unicamp avalia o referendo como um "tampão" para o problema, já que o governo decidiu cuidar do resultado e não combater a

causa dos crimes "A violência é motivada por vários fatores, principalmente sociais e econômicos. Tirar o acesso ao mercado legal de armas não ajudará nesse problema. Além de ser uma ação antidemocrática", finalizou. (DF/FV)

Divulgação da pergunta definitiva demorou D

epois de uma série de testes com várias perguntas diferentes, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que a população responderá à seguinte questão: "O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?". Apesar de aparentar certa facilidade, a pergunta não teve a divulgação adequada. Apenas nas últimas semanas uma campanha publicitária foi veiculada no rádio e na televisão. Dessa forma, é comum encontrar pessoas com dúvidas

Brasil. Nesse sobre qual a caso, na urna escolha correA PERGUNTA eletrônica, t a . C o n v e rdeve-se escosando nas O comércio de lher o número ruas de São caso de Paulo, todos armas de fogo e 2.e sNo colher o p e rg u n t a m : "O 'Não' é munição deve ser "Não", o cidadão se colocacontra a venproibido no rá a favor da da e o 'Sim' é a venda de arfavor da venBrasil? mas e munida, ou é ao ções. Nesse co ntrá rio? ". Para quem ainda tem alguma caso, a opção na urna deverá dúvida, atenção: "Sim", você ser o número 1. Para Roberto Romano, é a favor da proibição da venda de armas e munição no professor de Ética e Política

da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), essa dúvida poderá colaborar com um dos lados no momento da votação. "Não houve um debate de verdade. Toda a responsabilidade foi jogada nas costas da população, que ainda não entendeu qual a formulação correta da pergunta que deverá responder", avaliou. Roberto Romano avaliou como "amadora" a definição de uma simples pergunta para orientar o futuro dessa questão no Brasil". (DF/FV)

Sou a favor do desarmamento da população porque qualquer pessoa é capaz de fazer besteira com uma arma na mão. Acho que ter uma arma em casa não é nenhuma garantia de segurança e a proibição do porte e comercialização de armas pode diminuir a violência entre pessoas de bem. Mas elas podem perder a cabeça em alguns momentos.

Juliana Pádua, 23 anos, consultora de vendas


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

INTERNACIONAL - 17

Kai Pfaffenbach/Reuters

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DIREITA LEVA ELEIÇÃO NA ALEMANHA, DIZ PESQUISA A democrata cristã Ângela Merkel está na frente, mas pode não conseguir maioria para governar o país com base em alianças

Angela Merkel, líder Partido Cristão Democrata: eleição sem maioria

esquisas de boca-deurna apontam a oposição de direita como a mais votada nas disputadas eleições gerais de ontem na Alemanha. Porém, a margem de vantagem do Partido Cristão Democrata liderado por Ângela Merkel, sobre o Social Democrata (centro-esquerda) é tão pequena nas projeções que ainda não está claro se Merkel conseguirá formar maioria para governar. As pesquisas diziam que a direita receberia cerca de 36% dos votos, superando os sociais-democratas, do atual pri-

BALANÇO

meiro-ministro Gerhard Schroeder, que teria apoio de cerca de 34% dos eleitores. As projeções de boca-de-urna, porém, indicam que os principais aliados de Merkel, os liberais democratas, devem ter 10,5%. Com isso, a coalizão que a apóia não teria a maioria no Parlamento e terá de negociar com outros grupos. Em discurso no domingo, Ângela Merkel disse que o eleitorado votou por mudanças e que ela conquistou um mandato para formar um novo governo de coalizão. Mas admitiu que as projeções não garan-

tem a ela o resultado que esperava para conseguir liderar o país com base nas alianças. Caso os resultados oficiais confirmem a vitória de Ângela Merkel, ela se tornará a primeira mulher chefe de Estado na história da Alemanha. A campanha eleitoral foi encerrada no sábado depois de seis semanas de intenso trabalho de Schroeder e Merkel para conquistar os votos dos indecisos. Segundo as últimas pesquisas, até 25% do eleitorado poderia chegar às urnas sem saber quem escolher para liderar o país. (Agências)

ATAS CONSTRUTORA TRIUNFO S/A. CNPJ/MF nº 77.955.532/0001-07

RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO Senhores acionistas em cumprimento às disposições legais, submetemos à apreciação de V.Sas. o Balanço Patrimonial e demais Demonstrações contábeis correspondentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2004 e 2003. Permanecemos a disposição de V.Sas., na sede social, para os esclarecimentos que se fizerem necessários. São Paulo, 03 de maio de 2005. A Administração BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO DE (Em milhares de reais) ATIVO 2004 2003 PASSIVO CIRCULANTE CIRCULANTE Disponível 191 856 Fornecedores Aplicações financeiras – 259 Empréstimos e financiamentos Contas a receber de clientes 78.357 50.380 Salários e encargos trabalhistas Impostos e contribuições a recuperar 2.660 1.078 Impostos e contribuições Partes relacionadas 490 137 Impostos e contribuições diferidos Investimentos destinados à venda 22.764 22.763 Transações com consórcios Outros valores a receber 226 1.005 Outras obrigações Despesas antecipadas 1.562 – 106.250 76.478 Programa de recuperação fiscal-REFIS REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Contas a receber de clientes Partes relacionadas Depósitos judiciais Investimentos destinados a venda PERMANENTE Investimentos - Controladas - Coligadas - Outros Imobilizado Diferido

TOTAL DO ATIVO

1.884 10.711 1.231 104.533 118.359

1.046 1.944 825 65.253 69.068

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Empréstimos e financiamentos Imposto de renda e contribuição social diferidos Outros impostos e contribuições Provisões Outras obrigações Programa de recuperação fiscal-REFIS

101.171 61.734 2.190 1.383 3 3 96.614 104.821 8 8 199.986 167.949

PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital social Adiantamento para futuro aumento de capital Reserva de capital Rerserva Legal Reserva de reavaliação Lucros (prejuízos) acumulados

424.595 313.495

TOTAL DO PASSIVO

2004

2003

8.238 12.391 9.938 6.733 – 4.588 287 42.175 2.885 45.060

6.314 2.053 3.284 6.226 518 723 408 19.526 3.159 22.685

10.321 15.403 3.464 1.060 453 30.701 47.943 78.644

4.532 22.335 3.346 – 453 30.666 46.234 76.900

82.803 79.707 – 3.097 520 520 66 – 161.462 96.730 56.040 33.856 300.891 213.910 424.595 313.495

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO NOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2004 E DE 2003 (Em milhares de reais) Capital Reserva de Reserva Adto. para futuro Reserva de Lucros social capital legal aumento capital reavaliação acumulados Total Em de 31 de dezembro de 2002 79.706 520 – – 10.814 41.951 132.992 Realização da reserva de reavaliação – – – – (3.499) 3.499 – Reserva de reavaliação em 2003 – – – – 50.163 – 50.163 Reserva de reavaliação reflexa em controlada – – – – 39.252 – 39.252 Adiantamento para futuro aumento de capital – – – 3.097 – – 3.097 Dividend. pagos na forma de juros s/o capital próprio – – – – – (6.239) (6.239) Resultado do exercício – – – – – (5.355) (5.355) Em 31 de dezembro de 2003 79.706 520 – 3.097 96.730 33.856 213.910 Realização da reserva de reavaliação – – – – (19.612) 19.612 – Realização do IRPJ e CSLL na reavaliação – – – – 6.668 – 6.668 Reserva de reavaliacao reflexa em controlada – – – – 81.566 – 81.566 Realização da reserva de reavaliação - em controlada – – – – (3.706) 3.706 – Realização do IRPJ e CSLL sobre reserva de reavaliação - controlada – – – – – 314 314 Reversão de reserva de reavaliação – – – – (185) – (185) Aumento de capital conforme AGE de 17/09/04 3.097 – – (3.097) – – – Dividend. pagos na forma de Juros s/o capital próprio – – – – – (2.700) (2.700) Resultado do exercício – – – – – 1.318 1.318 Reserva Legal – – 66 – – (66) – Em 31 de dezembro de 2004

82.803

520

66

161.461

56.040

300.891

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2004 E DE 2003 1. Contexto operacional e apresentação das demonstrações contábeis - A sociedade tem por objeto social as atividades de montagem eletromecânica e de construção civil em geral, atuando como construtora, montadora, coordenadora e ou supervisora, na execução por administração, empreitada, subempreitada, concessionária, permissionária e demais modalidades de contratação. A Construtora Triunfo possui como principal investimento, 99,99% das ações da Triunfo Participações e Investimentos S/A (TPI) que, por sua vez, detém as participações nas seguintes sociedades: • Companhia de Concessão Rodoviária Juiz de Fora – Rio (CONCER). • Empresa Concessionária de Rodovias do Norte S/A (ECONORTE). • Concessionária da Rodovia Osório Porto Alegre S/A (CONCEPA). • Empresa Concessionária de Rodovias do Sul S/A (ECOSUL). • Estacionamentos Cinelândia S/A (CINELÂNDIA). • Portonave S/A – Terminais Portuários de Navegantes (PORTONAVE), • Rio Verde Energia S/A. • Rio Verdinho Energia S/A. • Centrais Elétricas do Rio Jordão S.A. (ELEJOR). • Participações e Empreendimentos República S.A. (Persa). • Empresa Concessionária de Rodovias do Vale do Itajaí S.A. (ECOVALE). Em 28 de novembro de 2003 a Construtora vendeu para a sua controlada TPI a totalidade das ações que possuía da Empresa Concessionária de Rodovias do Vale do Itajai S/A (ECOVALE) e da Participações e Empreendimentos Republica S/A (PERSA), correspondendo a 1.575.000 e 500.000 ações, respectivamente. Em 8 de outubro de 2004, a TPI e a Copel Participações S.A formalizaram a venda e transferência da totalidade das ações da TPI correspondente a 18.089.920 ações ordinárias do capital social da Elejor, conforme Contrato de Transferência Definitiva de Ações, Confissão de Dívida e Outras Avencas. Pela alienação societária estabeleceuse a importância de R$ 40.386 que foram pagos da seguinte maneira: a) A título de sinal a importância de R$ 7.386; b) R$ 30.000 em moeda corrente nacional, mediante depósito em conta corrente da TPI; c) R$ 300 por meio de cessão e transferência de ativos pertecentes à Copel Geração S.A., sociedade coligada da Copelpar, às expensas e sob responsabilidade desta, representados por um equipamento Guindaste American – GA, ano 1976, modelo 5530, Diesel SAAB Scania modelo D-1 e Hastes EGA01; d) R$ 2.700 em bloco de energia de 16.005 mil KWh que será fornecida pela coligada da Copelpar, denominada Copel Distribuição S.A. A energia fornecida à TPI, às expensas da Copelpar, deverá ser utilizada exclusivamente na implementação das usinas hidroelétricas do Complexo Elejor. A transferência das ações da TPI para a Copel foi aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL conforme resolução Autorizativa nº 302, de 27 de julho de 2004, publicada no Diário Oficial da União – DOU em 28 de julho de 2004. O ganho gerado na alienação desse investimento, no montante de R$ 19.885, foi registrado como outras receitas operacionais no resultado do exercício de 2004. 2. Apresentação das demonstrações contábeis e principais práticas adotadas - a) Apresentação das demonstrações contábeis - As demonstrações contábeis foram elaboradas e estão sendo apresentadas de acordo com as práticas contábeis emanadas da Lei n.º 6.404/76 e dispositivos estabelecidos pela Comissão de Valores Mobiliários- CVM. b) Práticas contábeis - i - Apuração do resultado, ativos e passivos circulantes e a longo prazo: O resultado é apurado pelo regime de competência dos exercícios e inclui o reconhecimento do resultado dos contratos de longo prazo, calculado com base na relação existente entre custos incorridos, custos orçados reajustados e a receita estimada reajustada. A contrapartida da receita apurada é registrada em duplicatas a receber ou serviços a faturar. Os ativos circulantes e a longo prazo, quando aplicável, são reduzidos mediante provisão aos seus valores prováveis de realização. Os valores a pagar à sub empreiteiros, correlacionados com recebimentos de faturas, são demonstrados em conta redutora dos valores a receber. Os passivos circulantes e a longo prazo, quando aplicável, incluem os encargos incorridos. ii - Permanente: É demonstrado ao custo de aquisição ou formação, combinado com os seguintes aspectos: • investimentos em sociedades controladas e coligadas são avaliados na proporção do patrimônio líquido contábil das sociedades investidas, pelo método da equivalência patrimonial; • depreciação do ativo imobilizado, pelo método linear, a taxas que levam em conta a vida útil-econômica dos bens; • reavaliação de bens do ativo imobilizado efetuada em 31 de dezembro de 2004 por peritos independentes; e • amortização do diferido, pelo método linear, a partir do início das operações de concessão. 3. Investimentos destinados à venda - Refere-se a participações na Agropecuária Monte Cristo Ltda., na TCE – Triunfo Comércio e Engenharia Ltda. e na Triunfo Participações e Investimentos S/A.

Controladora 2004 2003 Agropecuária Monte Cristo Ltda. 22.764 22.763 TCE – Triunfo Comércio e Engenharia Ltda 3.765 3.765 Triunfo Participações e Investimentos S/A. – nota 9 100.768 61.488 127.297 88.016 (–) Curto prazo (22.764) (22.763) Longo prazo 104.533 65.253 O investimento mantido na Monte Cristo vem sendo registrado pelo seu valor de custo (R$ 22.764 mil). Não obstante, o patrimônio líquido contábil da empresa ser de aproximadamente R$ 14.845 mil. 4. Investimentos a) Triunfo Participações e Investimentos S.A. - Controlada R$ mil Capital social 83.424 Resultado do exercício 14.836 Patrimônio líquido 201.947 Quantidade de ações possuídas 78.414.262 % Participação 99,99% Equivalência patrimonial: - 31/12/04 14.836 - 31/12/03 3.662 Investimentos Ativo – Investimentos destinados à venda - nota 8 100.771 Ativo – Investimentos permanentes – controlada 101.171 Em 31 de dezembro de 2004 201.942 Ativo – Investimentos destinados à venda 61.488 Ativo – Investimentos permanentes – controlada 61.734 Em 31 de dezembro de 2003 123.222

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE (Em milhares de reais) 2004 2003 RECEITA OPERACIONAL BRUTA Serviços prestados 88.968 51.887 Receitas de consórcios 44.636 26.614 133.604 78.501 DEDUÇÕES DE VENDAS DE SERVIÇOS Impostos incidentes (4.171) (2.391) Impostos incidentes - CONSORCIO (2.731) – RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 126.702 76.110 CUSTOS DOS SERVIÇOS Custos dos serviços prestados (93.659) (51.243) Custos de consórcios (33.548) (20.909) (127.207) (72.152) LUCRO BRUTO (505) 3.958 RECEITAS (DESPESAS) OPERACIONAIS Despesas comerciais (1.545) (2.909) Despesas administrativas (7.883) (7.897) Honorários dos administradores (136) (117) Despesas financeiras (14.264) (11.027) Receitas financeiras 8.923 3.693 Resultado com participação em controladas e coligadas 16.672 6.121 Outras receitas (despesas) operacionais 616 – 2.383 (12.136) RESULTADO OPERACIONAL 1.878 (8.178) RESULTADO NÃO OPERACIONAL Despesas não operacionais Receitas não operacionais RESULTADO ANTES DOS IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES Imposto de renda e Contribuição social LUCRO LÍQUIDO (PREJUÍZO) DO EXERCÍCIO

(2.370) 910 (1.460)

(127) 118 (9)

418

(8.187)

900

2.832

1.318

(5.355)

DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS DOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE (Em milhares de reais) 2004 2003 ORIGENS DAS OPERAÇÕES Resultado do exercício 1.318 (5.355) Despesas(receitas)que não afetam o capital circulante: - Depreciação e amortização 21.728 5.794 - Resultado de equivalência patrimonial (16.672) (6.121) - Valor residual do ativo permanente baixado 217 1.342 - Dividendos recebidos 22.406 5.917 DOS ACIONISTAS Adiantamento para futuro aumento de capital – 3.097 DE TERCEIROS Alienação de participação em outras empresas – 1.452 Exigível a longo prazo 8.412 – Redução no realizável a longo prazo – 1.756 TOTAL DAS ORIGENS 37.409 7.882 APLICAÇÃO DE RECURSOS DAS OPERAÇÕES Diminuição do exigivel a longo prazo No realizável a longo prazo Em investimentos No imobilizado Juros s/capital próprio distribuido aos acionistas TOTAL DAS APLICAÇÕES AUMENTO (REDUÇÃO) DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO

– 9.324 4.065 13.923 2.700 30.012

3.593 – 120 10.969 6.239 20.921

7.397

(13.039)

VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO ATIVO CIRCULANTE No final do exercício 106.250 No ínicio do exercício 76.478 29.772 PASSIVO CIRCULANTE No final do exercício 45.060 No ínicio do exercício 22.685 22.375 AUMENTO (REDUÇÃO) DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO

7.397

76.478 87.282 (10.804) 22.685 20.450 2.235 (13.039)

A Assembléia Geral Extraordinária, realizada em 23 de maio de 2000, disponibilizou para venda o percentual de 49,9% do investimento Triunfo Participações e Investimentos S.A, sendo então transferido para o ativo realizável a longo prazo o montante de R$ 100.771 mil (em 2003 - R$ 61.488 mil).

b) Controladas compartilhadas e coligadas - A Triunfo mantém outros investimentos em controladas compartilhadas: Necso e Triunfo Construções Ltda (NECSO), OSR Operações e Serviços Rodoviários Ltda e Rio Bonito Serviços de Apoio Rodoviário Ltda. e coligadas SCP Beto Carreiro, SCP Triunfo Galvão, SCP TMS e SCP Dois Pinheiros. Número de ações/quotas de Participação em 31 de Participação em 31 de Propriedade da Triunfo dezembro de 2004 dezembro de 2003 Participação Ordinárias Preferenciais Patrimônio Líquido Resultado Patrimônio Líquido Resultado Necso 50,00% 202 25 (76) 101 (268) OSR 25,00% 2.5 100 360 15 320 Rio Bonito 62,50% 6.3 39 (166) 498 303 164 118 614 355 SCP 2.026 1.712 769 2.105 2.190 1.830 1.383 2.460 2004 2003 5. Imobilizado Capital de giro: mútuo 1.878 – Taxa anual Capital de giro: mútuo 1,75% a.m 732 – Depreciação 2004 2003 Capital de giro: cta garantida – 2,3228% a.m. 2.103 – Terrenos 20.634 20.634 Financiamento: Pré 0,4867% a m acima TJLP 285 – Embarcações 5 a 50% 11.859 11.860 BNDES – ativo imobilizado: TJLP + 5,5% a a Pavimentações 4 a 40% Financiamento imobilizado: diversas Postos de pedágio e sistema de Finame: variavel 4 a 10% operações Siemens Ltda. Veículos 10 a 40% 16.351 15.069 Capital de giro: diversas Tratores/máquinas e instalações inds.10 a 50% 114.462 109.651 Recursos para concessões de energia elétrica Ferramentas e equipamentos 10 a 50% 1.305 1.275 IGP-M + 12 a.a. Equiptºs e móveis de escritório 10 a 20% 766 756 Limite de crédito: CDI e juros de 0,5 a 1,30% a.m. Equipamentos de informática 5 a 40% 495 462 Capital de giro: TR e juros mensais de 1 a 2% – 488 Outras imobilizações 0 a 40% Juros mensais de 2,5 a 6% 1.878 Leasing residual 904 25 Caterpillar – ativo imobilizado 1,7% a .m 2.353 2.215 Total do custo 166.776 159.732 Resolução 63: variação cambial e juros anuais Depreciação acumulada (84.759) (63.633) de 13,5% 1.719 1.719 Obras em andamento e 22.712 6.585 adiantamentos 14.597 8.722 (–) Transferência para contas a receber (nota 3) 96.614 104.821 (12.391) (2.053) A depreciação do exercício no total de R$ 21.728 mil (2003 - R$ 5.794 (–) Parcela a curto prazo Longo prazo 10.321 4.532 mil), foi alocada como custo dos serviços prestados. Em 31 de dezembro de 2003 foi contabilizada a reavaliação de parte dos ativos imobilizados. Desta reavaliação, foi apurada uma mais valia no va- 7. Patrimônio Líquido a) Capital social - O capital social subscrito e integralizado é de R$ lor de R$ 50.178, líquida de impostos. Determinados bens do ativo imobilizado estão garantindo operações fi- 82.802.940 (oitenta e dois milhões oitocentos e dois mil e novecentos e quarenta reais), (em 2003 – R$ 79.707) representados por 8.280.294 (oito nanceiras e ações judiciais. milhões duzentos e oitenta mil e duzentas de noventa e quatro ações), 6. Empréstimos e financiamentos (em 2003 – 7.970.610)sendo 4.140.147 (quatro milhões cento e quarenta 2004 2003 mil e cento e quarenta e sete) ações ordinárias (em 2003 – 2.656.605) e Capital de giro: mutuo 2,8% a.m 4.140.147 (quatro milhões cento e quarenta mil e cento e quarenta e sete) Arrendamento Mercantil: taxa variável ações preferenciais (em 2003 – 5.314.005), todas nominativas, sem valor Capital de giro: CDI +0,5 a 1,0 a m 13.927 – nominal. Em 17 de setembro de 2004, a empresa efetuou aumento de capital proveniente do AFAC (adiantamento para futuro aumento de capiDIRETORIA EXECUTIVA: CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO tal) recebido em 2.003. Miguel Ferreira de Aguiar - Presidente Antonio Jose Monteiro da Fonseca de Queiroz b) Dividendos - Aos acionistas é garantido o dividendo mínimo de Diretor Administrativo e Financeiro Antonio Jose Monteiro da Fonseca de Queiroz Luiz Fernando Wolff de Carvalho 25% (vinte e cinco) do lucro líquido apurado na forma da lei vigente. Luiz Fernando Wolff de Carvalho Daniel Haller Odenir Jose Sanches As ações preferenciais possuem prioridade na distribuição de dividendo, Diretor de Desenvolvimento de Negócios João Villar Garcia Pedro Antonio Jonson que serão 10 % maiores que as ações ordinárias. A Construtora Triunfo João Villar Garcia Helio Ogama Wilson Piovezan efetuou até 31 de dezembro de 2004 pagamento de dividendos na Diretor Técnico forma de juros sobre capital próprio no montante de R$ 6.239 mil (2003 – Carlo Alberto Bottarelli CONTADOR: Luciano Lucena da Silva - CRC CT 1SP 188289/P-4 R$ 1.884 mil). Diretor Comercial

EDITAIS

COMUNICADOS EDITAL

O Club Athletico Paulistano, com sede à Rua Honduras,1400, nesta Capital, faz público que foi cientificado pela Sra. Ana Maria de Albuquerque Maranhão Cardoso que se extraviou o Título de nº 5388, da série “A”, do sócio falecido Sr. Maurício Maranhão Cardoso, emitido conforme os Estatutos Sociais, Art. 5º, razão pela qual se expedirá uma segunda via se dentro de 10 (dez) dias não houver qualquer reclamação de terceiros. Nos termos do Estatuto Social, o título somente poderá ser transferido mediante o competente registro em livro próprio. São Paulo, 14 de setembro de 2005. CLUB ATHLETICO PAULISTANO.

CONVOCAÇÕES TECELAGEM CALUX S/A CNPJ (MF) nº 61.379.723/0001-38 Edital de Convocação – Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária Data, Hora, Local: 17/10/2005, 10 horas, sede social Rua Artur Mendonça, 223/SP. Ordem do Dia: AGO A) Relatório da Diretoria e Demonstrações Financeira de 2004; B) Outros assuntos. AGE - A) Mudança da sede social; B) Alteração Estatutária. Aviso aos Acionistas: À disposição dos acionistas os documentos do Artigo 133 da Lei 6.404/76. São Paulo, 14/9/2005. A Diretoria (15, 16 e 19/9/2005)

Associação Brasileira de Produtores Importadores Comerciantes de Azeite de Oliveira - Oliva CNPJ nº 04.667.615/0001-27 Edital de Convocação - Assembléia Geral Ordinária Data: 04 de outubro de 2005. Hora: 9:30 horas (em primeira convocação), 10:30 horas (em segunda convocação com qualquer número de presença). Ficam convocadas as empresas associadas a se reunirem em Assembléia Geral Ordinária a ser realizada na sede da Entidade, localizada na Av. Senador Queiroz, 605 - conjs. 903/904 - Centro - cidade de São Paulo - Estado de São Paulo, conforme disposto no art. 18 dos Estatutos Sociais, para deliberação da seguinte Ordem do Dia: a) Leitura e aprovação da Ata anterior; b) Deliberação sobre o orçamento anual para o ano de 2006 e fixação de diretrizes e normas para esse mesmo exercício; c) Assuntos Gerais. São Paulo, 16 de setembro de 2005. Armando Soares dos Reis Filho - Presidente.

COMUNICADO

Encontrado o livro modelo 57, da empresa L/RV RECURSOS VISUAIS LTDA, CNPJ 65.032.450/0001-01.

“VERIS EDUCACIONAL S/A”, CNPJ 04.298.309/0001-60 e Inscrição Municipal nº 3.015.614-9, comunica que fora extraviado o Livro Fiscal modelo 57 da Prefeitura do Município de São Paulo. ABERTURA DE LICITAÇÃO - COMUNICADO

A Fundação Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel - FUNAP, comunica a abertura dos procedimentos licitatórios na modalidade Pregão Presencial: Pregão nº 069/2005, objeto do Processo FUNAP nº 607/2005, do tipo menor preço, que trata de aquisição de madeira para móveis administrativos, com início às 09:30 horas do dia 28/09/2005. As Sessões Públicas dos referidos Pregões, ocorrerão no Auditório da FUNAP, situado à Rua Dr. Vila Nova, nº 268 - Térreo - Vila Buarque - São Paulo / Capital, CEP 01222-020, tel.: (0xx11) 3150-1053. O Edital, na íntegra, será disponibilizado para consulta no endereço www.e-negociospublicos.com.br, www.funap.sp.gov.br e a informação resumida no endereço www.pregao.sp.gov.br.

ABERTURA DE LICITAÇÃO - COMUNICADO

A Fundação Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel – FUNAP, comunica a abertura dos procedimentos licitatórios na modalidade Pregão Presencial: Pregão nº 068/2005, objeto do Processo FUNAP nº 612/ 2005, do tipo menor preço, que trata de aquisição de tecido sarja 2 x 1 e 3 x 1, nas cores amarelo canário e amarelo ouro para confecção, com início às 14:00 horas do dia 28/09/2005. As Sessões Públicas dos referidos Pregões, ocorrerão no Auditório da FUNAP, situado à Rua Dr. Vila Nova, nº 268 - Térreo - Vila Buarque - São Paulo / Capital, CEP 01222-020, tel.: (0xx11) 3150-1053. O Edital, na íntegra, será disponibilizado para consulta no endereço www.e-negociospublicos.com.br, www.funap.sp.gov.br e a informação resumida no endereço www.pregao.sp.gov.br.

FALÊNCIAS & CONCORDATAS Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 16 de setembro de 2005, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falências: Requerente: Franscifer Comercial Ltda. - Requerida: CEMI Comercial e Construtora Ltda. - Rua Barão do Triunfo, 1770 - 02ª Vara de Falências Requerente: Excim Importação e Exportação Ltda. - Requerida: Mellrose Ind. e Com. de Confecções Ltda. - Rua Delfim Moreira, 31 - 01ª Vara de Falências

Requerente: Editora Globo S/A. Requerida: Aerial Internacional Publicidade e Promoções Inc. S.A. - Rua Texas, 617 - 01ª Vara de Falências Requerente: Puma Sports Ltda. Requerido: Sunwatch Com. e Importação Ltda. - Av. Giovanni Gronchi, 5819 - loja 374 - 01ª Vara de Falências


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.CIDADES & ENTIDADES

eM DIa

GIr Agendas da Associação e das distritais

com As DisTrItAIs

Hoje

I São Miguel – A distrital tem reunião do núcleo setorial de profissionais de salão de beleza do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 14h30. I Plenária – Reunião plenária da Associação Comercial de São Paulo com o debate "Referendo sobre desarmamento: sim ou não?", com os deputados federais Jamil Murad (PCdoB), a favor do desarmamento; e Luiz Antonio Fleury Filho (PTB), contra o desarmamento. Às 17h, rua Boa Vista, 51/9º andar. I Polônia - Os vice-presidentes da ACSP e coordenadores da São Paulo Chamber of Commerce, Alfredo Cotait Neto e Luiz Roberto Gonçalves, lideram missão empresarial à Polônia, com seminário em Varsóvia e rodadas de negócios. I Centro – A distrital promove reunião do núcleo setorial de profissionais de balões artísticos do Projeto Empreender coordenada pela consultora Jane Giannini Bueno. Às 18h, na sede do Indort (Instituto de Desenvolvimento, e Organização Racional do Trabalho), avenida Paulista, 1.294/1º andar. I Ipiranga – A distrital promove vernissage do concurso Ipiranga em tela organizado com obras realizadas por artistas da região que retrataram os pontos históricos do bairro. Às 20h30, Museu Paulista da USP, o Museu do Ipiranga, avenida Nazaré, s/n.

Amanhã

I São Miguel – A distrital rea-

liza reunião do núcleo setorial de profissionais de buffets e eventos do Projeto Empreender, coordenada pelo consult o r Va l d e i r G i m e n e z . À s 14h30. I Pirituba – A distrital realiza reunião ordinária. Às 19h30. I Penha – A distrital promove a reunião Viva a Penha, coordenada por Eugênio Cantero Sanches. Às 19h30.

Quarta I Bancos – O conselheiro da

ACSP Francisco Giannoccaro participa do júri que escolherá o banco homenageado na promoção "Qualidade em Bancos 2005", promovido pela Revista Banco Hoje. Às 12h30, no Hotel Crowne Plaza, rua Frei Caneca, 1360. I Cingapura – Os vice-presidentes da ACSP Renato Abucham e Hélio Nicoletti recebem a missão empresarial de Cingapura liderada por Tend Theng Dar. Às 14h30, rua Boa Vista, 51/12º a., no Espaço Nobre de Recepções e Eventos. I Co n ju nt a – As distritais Centro, Santana, Santo Amaro, Lapa e São Miguel realizam o workshop "Empreender uma oportunidade de crescimento". Às 18h, rua Galvão Bueno, 83, Liberdade.

Butantã realiza Café com Negócios para associados

Notícias dos postos avançados da ACSP

Empreendedores terão linha direta com a Assembléia Por meio da internet, empresários poderão dar sugestões de projetos e propor audiências públicas

O

s empreendedores deverão ter em breve uma nova ferramenta que garantirá a participação em projetos de leis estaduais: a internet. Trata-se de um convênio a ser firmado entre a Assembléia Legislativa e a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) que permitirá às distritais da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e às filiadas da Facesp acompanharem o que acontece no parlamento. Cada empresário associado terá uma senha pessoal e poderá solicitar discussões, requisitar e propor audiências públicas, além de criticar e dar sugestões a projetos e emendas. Atualmente, segundo o deputado Rodrigo Garcia, presidente da Assembléia Legislativa do Estado, são quase dois mil projetos de interesse do setor tramitando na Casa. O convênio, assinado com outras 12 entidades, será firmado com a Facesp em data a ser definida. O deputado Rodrigo Garcia esteve na Distrital Pinheiros, na última semana, falando sobre democracia participativa.

Ele ministrou a palestra para 130 pessoas, em comemoração aos aniversários de 445 anos do bairro de Pinheiros e de 54 anos da distrital. Segundo ele, o objetivo do evento foi mostrar o papel do parlamento nos processos de cidadania e democracia participativa. Camelôs – "Há uma série de leis de interesse de comerciantes e empreendedores. Esperamos que as autoridades possam contemplar as reais necessidades do bairro, como a retirada de ambulantes, por exemplo", disse Ricardo Granja, superintendente da Distrital Pinheiros. "A principal dificuldade na democracia participativa é que a maior parte da sociedade acompanha pouco o trabalho que realizamos. Com este convênio, institucionalizamos a relação da Assembléia com a Facesp, garantindo a despersonalização das ações dos dirigentes. Os deputados poderão recolher as posições dos empresários na internet e assumir, de maneira transparente, o voto", disse Garcia. Desta forma, o deputado é soberano na hora de votar, com

Rodrigo Garcia e Ricardo Granja durante encontro na distrital

a diferença de que poderá incluir nos relatórios dos projetos de leis as manifestações oficiais das entidades conveniadas, sem que estas tenham vínculo com o parlamentar. O evento teve o apoio e a participação da Distrital Butantã e do Rotary Clube dos bairros de Pinheiros, Alto de Pinheiros, Itaim e Butantã. A mesa que recebeu o deputado Rodrigo Garcia foi composta pelas seguintes pessoas: Darci Kirst, governador do distrito 4610 do Rotary Clube de São Paulo; Humberto Luiz Dias, presidente do Conseg de Pinheiros; Ricardo Granja; José Sérgio Pereira Toledo Cruz, superintendente da Distrital Butantã; e Dorivaldo Andrade Ribeiro, chefe de gabinete da Subprefeitura de Pinheiros. Após a palestra, Garcia recebeu a rép l i c a d o M a rc o d a P a z d e Humberto Luiz Dias, em nome de diretores, conselheiros e exsuperintendentes da ACSP, do Conseg e Rotarys. Balanço da gestão - Além de anunciar o convênio com a Facesp, Garcia destacou o Código de Defesa do Contribuinte, lei de sua autoria que teve o apoio da ACSP, em vigor desde 2003. O presidente também fez um balanço dos seis meses à frente do poder legislativo estadual, contextualizando as ações realizadas no atual momento político brasileiro. Uma das ações ressaltadas é a reforma estrutural administrativa realizada na Assem-

A principal dificuldade na democracia participativa é que a maior parte da sociedade acompanha pouco o nosso trabalho

Rodrigo Garcia, presidente da Assembléia

bléia, que incluiu redução de custos, cargos e funções, economia de energia e telefonia, alterações nos sistemas de compras e certificação de qualidade total nos departamentos com o objetivo de garantir eficiência no parlamento. “Com esta reestruturação esperamos devolver cerca de R$ 20 milhões aos cofres públicos até o final deste ano. Em tom de brincadeira, Garcia afirmou que está na moda falar de restaurantes de parlamentos – em alusão às acusações contra o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti – e aproveitou para anunciar a implantação de restaurantes, lanchonetes e padarias-escola dentro da Assembléia, em convênio com a Prefeitura. Os espaços gastronômicos serão profissionalizantes, geridos por uma entidade que deverá ser selecionada em audiência pública. O projeto deverá entrar em vigor a partir do próximo mês e a meta é formar

150 alunos nas mais variadas profissões, a cada semestre. Além disso, o deputado citou a criação do museu do parlamento paulista que, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação, deverá receber alunos da rede pública de ensino em visitas monitoradas, a partir de novembro. "A proposta é que os alunos conheçam o parlamento e o museu, com acervo doado pelos mais variados artistas brasileiros e internacionais", destaca. Legislação – Outro projeto que o deputado destacou foi a assinatura de um convênio entre os três poderes para a codificação e consolidação da legislação estadual. Atualmente, o estado tem 25 mil leis em vigor, com quatro numerações diferentes. "A cada ano a Assembléia renova o arquivo e tem um custo enorme de manutenção. Sem contar a confusão que causa ao contribuinte. Hoje as leis são interpretativas e devemos simplificá-las, codificando-as", explica. Cerca de cinco mil leis, das 25 mil existentes, devem ser revogadas com este projeto. A proposta é codificar por temas, contemplando todas as leis em vigor. O convênio recebeu o aval do Governo do Estado e do Tribunal de Justiça e deve ser assinado no próximo dia 3. O primeiro setor que terá as leis codificadas e consolidadas será o de meio ambiente, que possui cerca de 260 leis que serão organizadas em códigos pelos alunos de pós-graduação da Faculdade de Direito de São Francisco, em convênio com a Fundação Arcadas. Depois de codificadas seguirão para a Assembléia e, posteriormente, encaminhadas ao governador, ao Judiciário, ao Ministério Público e à OAB, que terão um mês para aprová-las. "Recebemos o apoio do Ministério Público e da OAB e temos a segurança de que a Assembléia está apenas consolidando e não mudando a legislação. Estamos agindo publicamente e, até o final do ano, com certeza votaremos revogações". Rejane Tamoto

Quase duas mil pessoas são atendidas em feira da saúde

A

Distrital Jabaquara e a Paróquia São José realizaram a 2ª Feira da Saúde – Cidade Ademar. Foram atendidas 1800 pessoas com os exames: hipertensão (605 atendimentos), diabetes (794), colesterol (73), orientações de nutrição (26), testes de visão (235), podólogos para maiores de 60 anos (498), auxílio jurídico (29), cortes de cabelo (186), consultas ao SCPC (8), massagem (69), filme sobre higiene bucal (53). O evento teve o apoio do CME da distrital, Subprefeitura Cidade Ademar, Coordenadoria de Saúde da Cidade Ademar, equipe de enfermagem da Unib Interlagos, Rotary Club Jabaquara e jabaquara Imigrantes, Lions Club Pompéia, Pastoral da Saúde da paróquia, Hospital N. Sra. de Lourdes e Farmácia Hiperfarma Jabaquara.

A

Distrital Butantã da ACSP, realizou o XXIII Café com Negócios com empresários e associados de diversos setores. O evento contou com a presença também do subprefeito do Butantã, Marcos Antonio Albuquerque, e do superintendente da Distrital Pinheiros, Ricardo Granja.

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

Paulo Pampolin/Digna Imagem

Na feira, corte de cabelo gratuito

Buzzoni (centro) recebeu placa

Em Pirituba, palestra sobre a saúde do homem na atualidade

A

Distrital Pirituba promoveu a palestra "A Saúde do Homem e as Modernas Terapias" com o médico Heitor Buzzoni, urologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia.O especialista abordou os avanços da medicina, apresentando as mais novas técnicas cirúrgicas, bem como as modernas terapias disponíveis para os problemas da atualidade, com enfoque especial para a disfunção erétil. A palestra foi realizada no teatro do Colégio Canello Marques, sob a coordenação do superintendente, José Roberto Maio Pompeu, com o apoio do laboratório Bayer. Aproximadamente 150 pessoas compareceram. O palestrante recebeu uma placa em agradecimento pela sua participação.

Associação Comercial de São Paulo Distrital Butantã Rua Alvarenga, 415 – CEP 05509-070 Fone/fax: 3032-6101 José Sérgio Pereira Toledo Cruz Diretor Superintendente

Distrital Jabaquara Av. Santa Catarina, 641 – CEP 04635-001 Fone: 5031-9835 – Fax: 5031-3613 Fernando Calderon Alemany Diretor Superintendente

Distrital Penha Av. Gabriela Mistral, 199 – CEP 03701-010 Fone: 6641-3681 – Fax: 6641-4111 Marco Antonio Jorge Diretor Superintendente

Distrital Santana Rua Jovita, 309 – CEP 02036-001 Fone: 6973-3708 – Fax: 6979-4504 João de Favari Diretor Superintendente

Distrital Sudeste Rua Afonso Celso, 76 – CEP 04119-000 Fone/fax: 5572-0280 Giacinto Cosimo Cataldo Diretor Superintendente

Distrital Centro Rua Galvão Bueno, 83 – CEP 01506-000 Fone/fax: 3207-9366 - Fone: 3208-5753 Marcelo Flora Stockler Diretor Superintendente

Distrital Lapa Rua Martim Tenório, 76/1º andar CEP 05074-060 – Fone: 3837-0544 – Fax: 3873-0174 Douglas Formaglio Diretor Superintendente

Distrital Pinheiros Rua Simão Álvares, 517 – CEP 05417-030 Fone: 3031-1890 – Fax: 3032-9572 Ricardo Aparecido Granja dos Santos Diretor Superintendente

Distrital Santo Amaro Av. Mário Lopes Leão, 406 – CEP 04754-010 Fone/fax: 5521-6700 Aloysio Luz Cataldo Diretor Superintendente

Distrital Tatuapé Praça Silvio Romero, 29 – CEP 03303-000 Fone/Fax: 6941-6397/6192-2979/6942-8997 Antonio Sampaio Teixeira Diretor Superintendente interino

Distrital Ipiranga Rua Benjamin Jafet, 95 – CEP 04203-040 Fone: 6163-3746 – Fax: 274-4625 Antonio Jorge Manssur Diretor Superintendente

Distrital Mooca Rua Madre de Deus, 222 – CEP 03119-000 Fone/fax: 6694-2730 Antonio Viotto Netto Diretor Superintendente

Distrital Pirituba Av. Raimundo Pereira de Magalhães, 3.678 CEP 05145-200 – Fone/fax: 3831-8454 José Roberto Maio Pompeu Diretor Superintendente

Distrital São Miguel Av. Marechal Tito, 1042 – CEP 08010-090 CEP 08010-080 – Fone: 6297-0063 – Fax: 6297-6795 José Parziale Rodrigues Diretor Superintendente

Distrital Vila Maria Rua do Imperador, 1.660 – CEP 02074-002 Fone: 6954-6303 – Fax: 6955-7646 José Correia Diretor Superintendente


DIÁRIO DO COMÉRCIO

18 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO

á uma década e meia a Heritage Foundation de Washington e o Wall Street Journal publicam anualmente o Index of Economic Freedom, volumoso estudo comparativo dos controles estatizantes e da liberdade de mercado nas várias nações. Os critérios diferenciais abrangem a propriedade governamental dos meios de produção, a participação acionária do Estado nas empresas de economia mista, a incidência de impostos sobre a iniciativa privada e a dose maior ou menor de legislações restritivas. É, de longe, a publicação econômica mais importante do mundo, a única que permite, numa visão abrangente, avaliar sem muita dificuldade os méritos respectivos do capitalismo e do socialismo, não segundo os argumentos concebidos para justificá-los, mas segundo o seu desempenho real no esforço para dar uma vida melhor ao conjunto da população dos países ao seu alcance. Ano após ano, a realidade desse desempenho é ali mostrada com uma profusão de dados e com uma integridade metodológica que nenhum estudioso da área ousou jamais contestar. Essa realidade pode ser formulada em termos simples e inequívocos: quanto maior a dose de controle estatal, mais miséria, mais opressão, mais sofrimento; quanto maior o índice de liberdade econômica, mais prosperidade, mais respeito aos direitos humanos, mais oportunidades para uma vida digna oferecidas a faixas mais extensas da população. Qualquer esquerdista intelectualmente capacitado a ler uma publicação desse tipo tem, diante dela, no mínimo a obrigação de ficar em dúvida quanto à superioridade moral excelsa que a propaganda política atribui ao socialismo e de moderar um pouco aquele tom de certeza absoluta e inquestionável com que sempre atribui ao adversário, pelo simples fato de ser pró-capitalista, as piores e mais baixas intenções. Na mais modesta das hipóteses, uma consciência moral tão elevada quanto aquela que se arrogam os esquerdistas deveria ter ao menos um pouquinho de senso da verdade, ao menos um pouquinho da humildade necessária para admitir os fatos e tirar alguma conseqüência deles. Mas isso está infinitamente acima do que se pode esperar dessas criaturas. Quanto mais deploráveis os resultados econômicos do socialismo, quanto maior a dose de crimes e violências necessários para produzi-los, tanto mais enfática a alegação de superioridade, tanto mais inabalável o sentimento de possuir o monopólio da bondade humana, tanto mais virulento o discurso esquerdista contra o capitalismo e seus defensores. Quanto mais extensas as provas do seu erro, tanto mais arraigada e intolerante a sua certeza, tanto menor a sua disposição de conceder ao adversário o benefício da dúvida ou até mesmo o direito à palavra, que com a maior desenvoltura lhe cassam ao mesmo tempo que, numa apoteose de cinismo, o rotulam de dogmático e intolerante. Observar esse contraste, repetidamente, ao longo dos anos, é ser arrastado a uma conclusão que a alma rejeita, mas que a consciência impõe inexoravelmente: o socialismo não é uma opinião política como qualquer outra, é uma doença do espírito, uma deformidade moral hedionda, pertinaz e dificilmente curável. A observação pessoal é confirmada por estudos consistentes como “La Fausse Conscience”, Joseph Gabel, “Intellectuals”, de Paul Johnson, “Modernity Without Restraint”, de Eric Voegelin, “Fire in the Minds of Men”, de James Billington e outros tantos inumeráveis. Não há nada de estranho

H

reAL

MuNDO

por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

Grijalbo Júnior O socialismo é uma doença do espírito, uma deformidade moral hedionda, dificilmente curável

Images.com/Corbis

Doença moral hedionda

em que o mesmo diagnóstico se aplique ipsis litteris ao nazifascismo, já que este não passa de uma variante interna do socialismo -- obviedade histórica que na época dos fatos era universalmente conhecida e que só a propaganda maciça pode ter apagado da memória pública ao menos em alguns países. Nem é de espantar que, observados de perto, na escala de suas atitudes pessoais, os mais destacados expoentes da ideologia socialista se revelem invariavelmente personalidades cruéis, sem moral, sem amor ao próximo, sem o mínimo de sentimentos humanos nem mesmo por seus familiares e amigos. Estudem as biografias de Karl Marx, de Lênin, de Stalin, de Mao-Tsé-Tung, de Pol-Pot, de Fidel Castro – sobretudo os depoimentos do médico pessoal de Mao e os das filhas de Stalin e Castro -- e vejam se há algum exagero em chamar esses indivíduos de monstros, ou de perversos os que os admiram. Quem quer que, conhecendo esses fatos, ainda julgue que o oceano de crueldade e sofrimento produzido por esses personagens e pelos movimentos que lideraram é preferível aos “males do capitalismo”, decididamente não tem senso de proporções, não tem maturidade intelectual ou humana bastante para ser admitido como interlocutor respeitável num debate de idéias. Desgraçadamente, é justamente esse o tipo de indivíduo que hoje dá o tom das discussões nacionais e se arroga, com sucesso, o papel de medidapadrão das virtudes humanas, à luz da qual devem ser julgados todos os atos, seres e situações. A covardia e o despreparo gerais da classe dominante no Brasil fizeram dela a cúmplice ao menos passiva da ascensão desses celerados ao primeiro escalão da hierarquia

social, de onde hoje é quase impossível removê-los.

Desculpas sem culpa Alguns leitores, levados à perplexidade pelo simples fato de que sua única fonte de informações é a grande mídia brasileira – o que é pior até do que não ter informação nenhuma --, pedem-me que explique por que o presidente Bush, se não teve culpa do atraso no socorro à Louisiana, pediu desculpas como se tivesse. Bem, antes de tudo, é impressionante o número de brasileiros que opinam sobre a política dos EUA sem conhecer nem mesmo os rudimentos da legislação americana, que os meninos da Virginia ou do Texas aprendem na escola. Não vi, por exemplo, um só dos opinadores compulsivos que pululam nos nossos jornais dar o menor sinal de saber que o governo federal americano não pode socorrer um Estado sem pedido do governo local, que para fazer isso o presidente Bush teria de decretar intervenção federal, destituindo na prática a governadora. Se ele fizesse isso, o Partido Democrata pediria imediatamente o seu impeachment, alegando abuso da autoridade presidencial, e os EUA teriam de enfrentar, junto com a inundação da Louisiana, a maior crise política desde Watergate. Seria um segundo e simultâneo desastre nacional. Por isso Bush decidiu deixar o socorro prepara-

do e esperar a solicitação oficial da governadora, limitando-se a pressioná-la psicologicamente por telefone. Os democratas sabiam que, agindo assim, ele se expunha a arcar com todas as culpas sem ter nenhuma. Não tenho dúvidas de que isso entrou nos cálculos da governadora Kathleen Branco quando, contra todas as probabilidades, contra toda a lógica, contra todo o bom-senso, adiou o pedido de socorro até o limite da tragédia e, ainda mais inexplicavelmente, bloqueou a entrada da ajuda proveniente dos Estados vizinhos. Partindo da premissa de que o objetivo prioritário era salvar a população atingida pelas águas, um acúmulo tão persistente de delongas no meio de uma situação tão premente é de uma absurdidade tamanha que só pode ser explicado pela loucura completa. Mas Kathleen Blanco não é louca. Não resta portanto outro motivo plausível exceto a premeditação de um golpe mortal a ser desferido na carreira do presidente – um objetivo que, para o desesperado e fanatizado Partido Democrata, é certamente mais urgente do que salvar umas quantas vidas. Se essa hipótese lhes parece ruim demais, é porque vocês não sabem o que é hoje o Partido Democrata. É o partido de George Soros, o partido do dinheiro chinês, o partido do oil-for-food, o partido empenhado em desarmar os EUA e colocar a nação de joelhos ante os Kofi Annans da

Quanto mais deploráveis os resultados econômicos do socialismo, tanto mais virulento o discurso esquerdista contra o capitalismo e os seus defensores

vida. É um gigantesco PT, arrotando patriotismo e abrindo as fronteiras aos terroristas e narcotraficantes. George W. Bush não é certamente o político mais hábil de todos os tempos. É apenas um homem honesto que tenta fazer o melhor, mas foge por todos os meios a um choque frontal com a oposição democrata. Não sei por que ele faz isso. Pretendo descobrir um dia. Porém mais de uma vez ele já mostrou que prefere antes sacrificar sua carreira do que admitir um estado de divisão interna num país em guerra. Não sou como os demais colunistas brasileiros, que diariamente dão conselhos e até ordens ao presidente dos EUA, ao general Sharon, ao Papa e, nos momentos de maior modéstia, a Deus Todo-Poderoso. Mas, cá com os meus humildes botões, acho que Bush está errado, que é inútil um presidente simular união nacional quando o país está repleto de traidores organizados para destruí-lo. O melhor talvez fosse partir para a ruptura – e teria sido precisamente esse o resultado de uma intervenção federal forçada. Mas não estou na pele do presidente americano, e não sei se ele, ou qualquer outro governante do planeta, teria cacife para enfrentar ao mesmo tempo uma catástrofe natural e uma crise institucional, além de uma guerra e da mobilização interna contra ela, sem contar a hostilidade da Europa e da ONU. Para evitar essa hipótese, ele se curvou ao jogo de seus adversários. Não teve culpa direta por nada, mas, como cristão, assumiu a responsabilidade da escolha política. Sei que, na mídia brasileira, a simples hipótese de um governante ser cristão sincero parece absurda e é objeto de chacota. Mas isso revela algo sobre a mentalidade da mídia brasileira, não sobre a de George W. Bush.

Quando peguei em flagrante delito de patifaria intelectual o dr. Grijalbo Fernandes, então presidente da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), o acusado apelou ao expediente sumamente porcino de alegar que a denúncia feria a honra de toda a classe de juízes do trabalho – como se fosse composta integralmente de patifes iguais a ele – e de brandir contra mim uma ameaça de processo por “dano moral coletivo” (v. h t t p : // w w w. o l a v o de c a r v alho.org/semana/050514globo.htm, http://www.olavodec a r v a l h o . o r g / s e m ana/050521globo.htm e ht tp :/ /ww w. mi dia se mm asc a r a . o r g / a r t igo.php?sid=3757). Provando que a classe não se sentira nem um pouco ofendida pelo desmascaramento do figurão que a representava tão mal, mas sim pela tentativa manhosa de usála como escudo contra a verdade, a juíza Marli Nogueira, de Brasília, passou um didático pito naquele seu colega, ensinando-o a ler nas minhas palavras o que estava lá, não o que ele desejaria fazer crer que estivesse. Para desmoralizar um pouco mais as pretensões grijálbicas, logo em seguida o Tribunal do Trabalho da 3ª. Região, de Belo Horizonte, por indicação do juiz Ricardo Antônio Mohallem, ele próprio integrante da diretoria da Anamatra, me concedeu a medalha da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho “Juiz Ari Rocha”. Inconformado com a homenagem, que por si desmascarava a calúnia levantada contra mim pelo dr. Grijalbo, agora apareceu um Grijalbo II, ou Grijalbo Júnior, mais conhecido como Orlando Tadeu de Alcântara, presidente da Anamatra 3, para escrever ao Tribunal uma carta de protesto na qual repete a calúnia anterior e lhe acrescenta umas novas, entre as quais a de que “o Sr. Olavo de Carvalho, nas suas idéias e manifestações, sempre desprezou a democracia, o direito e a paz social”. Nem Tadeu nem Grijalbo acreditaram jamais numa só palavra que escreveram contra mim, pois se acreditassem não se contentariam com fanfarronadas pueris e passariam das palavras aos atos, movendo logo o alardeado processo, coisa que não fizeram nem farão, a não ser talvez quando tiverem a garantia de que o réu não será condenado por suas ações, mas, como nos regimes de Stalin, Mao e Fidel Castro, por sua “ideologia de classe”. Por enquanto, só o que conseguiram foi uma resposta ríspida e corajosa do juiz Mohallem, que além de desmascarar a discriminação ideológica brutal por trás da afetada preocupação com a “democracia”, ainda aproveitou a ocasião para se desligar da entidade, mostrando que a companhia de Grijalbos e Tadeus não convém realmente a homens honrados. Tenho a certeza absoluta de que o dr. Mohallem, e não eles, é representativo da classe dos juízes do trabalho. Mas, em qualquer classe social, a voz da maioria honesta é hoje sufocada pela algazarra de uma minoria de ativistas histéricos, mentirosos cínicos, que ousam rotular de “ofensa à democracia” o que quer que se diga contra os regimes genocidas de sua devoção.

Quem enganou quem Na Espanha, a Associação das Vítimas do Terrorismo anunciou que promoverá uma onda de manifestações de protesto contra a acomodação do primeiro-ministro Zapatero com os terroristas do ETA e contra a ocultação, pelo governo espanhol, de informações que poderiam levar à prisão dos criminosos. Francisco José Alcaraz, presidente da entidade, anunciou que as mobilizações “não terão precedentes na História da Espanha”. Logo, portanto, ficará claro ante os olhos de todos quem enganou quem no plebiscito de 2004 (v. http://www.olavodecarv a l h o . o r g / s e m ana/040325jt.htm).


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.CAMPINAS

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

em Campinas

Fotos de Marcos Peron/Virtual Photo

UNICAMP

Pesquisa mapeia uso de drogas na universidade

ÓRBITA

Cresce furto de autos em Paulínia aulínia registrou no primeiro semestre deste ano o maior aumento de furtos de veículos da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Segundo levantamento da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o índice registrou alta de 64,8%, em relação ao primeiro semestre de 2004. Nos primeiros seis meses do ano, 122 veículos foram furtados. Em igual período de 2004, os carros furtados somaram 74.

P

O resultado é revelado por estudo realizado por dois professores da Unicamp. Os primeiros contatos dos jovens com a droga acontecem entre 14 e 18 anos.

P

Hoje os jovens se emancipam mais cedo, e, em conseqüência, há mais possibilidade de entrarem em contato com droga mais cedo Sílvia Cazenave, perita toxicológica do Instituto de Criminalística

esquisa realizada com alunos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostra que a relação do universitário com droga, seja esta ela lícita ou não, começa cedo, na maioria das vezes antes do ingresso do estudante na universidade. Em média, o primeiro contato se dá entre os 14 e 18 anos. Dos produtos considerados como droga pela pesquisa (veja quadro), apenas o ecstasy e as anfetaminas foram descobertos por mais da metade dos usuários depois de ingressarem no ensino superior. Para a pesquisa foram ouvidos 544 estudantes das áreas de exatas, humanas e biológicas. De acordo com Paulo Roberto Guimarães, professor do Departamento de Estatística da Unicamp e um dos coordenadores da pesquisa, como o perfil dos alunos da Unicamp é semelhante ao de outras grandes universidades estaduais, os dados coletados acabam refletindo o comportamento de boa parcela dos universitários brasileiros em relação à droga. Para Sílvia de Oliveira Santos Cazenave, perita toxicológica do Instituto de Criminalística e diretora da faculdade de Ciências Farmacêuticas da PUC-Campinas, além da maior facilidade existente hoje para se entrar em contato com a droga, uma das hipóteses que explicaria o consumo cada vez mais precoce estaria no fato do jovem ficar independente cada vez mais cedo. “Há dez anos, em uma pesqui-

Entre os usuários de cigarro, 53% o fazem escondido dos pais

sa que fiz, mais de 50% dos estudantes entravam em contato com algum tipo de droga depois de entrarem na faculdade, o que de fato não é a realidade hoje. Os jovens se emancipam mais cedo, e conseqüentemente há mais possibilidade de entrarem em contato com droga mais cedo”, comenta a perita. De 191 entrevistados que declararam consumir, ou já ter experimentado maconha, que juntamente com o lança-perfume é a droga ilícita mais usada por universitários, aproximadamente 68% informaram que já fumavam essa droga antes de entrar na universidade. O primeiro contato com maconha ou lança-perfume aconteceu entre os 16 e 18 anos para cerca de 55% dos ouvidos. Já no caso da cerveja, que com o cigarro é a droga lícita mais usada, aproximadamente 20% dos 490 entrevistados que declararam consumi-la ou já terem experimentado o fizeram pela primeira vez

quando tinham entre seis e 13 anos. No caso do cigarro, uma curiosidade apontada no documento recai sobre o fato de apesar dele ser uma droga lícita, 53% dos 137 universitários entrevistados que declararam usar, fumam escondido dos pais. Esse número sobe para cerca de 85% no caso de drogas consideradas mais nocivas pela sociedade, caso da cocaína, ecstasy e LSD. Pelos números mostrados, quem introduziu o usuário ao consumo das drogas abordadas, em mais de 65% dos casos, foi um amigo. Essa só não foi a realidade mostrada pela pesquisa quando os produtos em questão foram antibióticos, analgésicos e calmantes, que na maioria das vezes são oferecidos pelos médicos ou pela família. “Por mais clichê que seja, a pressão do grupo em que o jovem está inserido leva com que ele faça as mesmas coisas que os outros do grupo. Como é cada vez mais cedo que o contato com a

droga acontece, isso se dá quando a personalidade e o caráter do jovem ainda estão em formação. Fica mais difícil não se intimidar por pressões de grupos. A educação de berço ainda é a melhor forma de prevenção nesse caso”, diz Silvia Cazenave. Independente de ser usuários ou não, a maioria dos universitários ouvidos classificaram os produtos abordados na pesquisa como sendo drogas (veja quadro). As opiniões se dividiram apenas em relação à cerveja, antibiótico e analgésico, que para 50% dos entrevistados não foram considerados drogas. Dentro do perfil dos en-

Maconha e lança-perfume estão entre as drogas ilícitas mais consumidas pelos universitários

EXPEDIENTE trevistados, a pesquisa revela que o uso constante da maioria das drogas não depende do sexo. A exceção que mais chama a atenção diz respeito à anfetamina,

PERIGO I LSD - é encontrado em tabletes, cápsulas ou

líquido. Sua ação dura entre 10 e 12 horas. Inicialmente, a droga intensifica as percepções sensoriais, principalmente a visão, e produz alucinações. Com o tempo, pode causar danos irreversíveis ao cérebro. Com o uso constante essa droga intensifica as tendências psicóticas, aumenta a ansiedade, causa pânico e pode levar ao suicídio. I Ecstasy - droga alucinógena com o mesmo

princípio ativo do LSD. Ela aumenta a disposição e a sensação de bem-estar do usuário, efeitos que podem durar até 10 Cristiano Couto/Jornal Hoje em dia/AE horas. Causa dependência. Essa droga provoca um descontrole da pressão sangüínea, podendo provocar febres de até 42 graus. A febre

cuja freqüência no uso dessa droga é 10 vezes maior entre as mulheres do que entre os homens. “Misturada com bebidas em festas as anfetaminas são usadas como estimulante. Mas também, prescritas por médicos ou não, elas são usadas para emagrecer, o que pode explicar a maior incidência do uso por mulheres”, comenta a diretora da PUC-Campinas. O estudo realizado na Unicamp ainda mostra que o uso de determinadas drogas depende da área (humanas, exatas ou biológicas) cursada. No caso da maconha, dos 191 universitários que declararam ser

leva a uma intensa desidratação causando a morte do usuário. Associada a bebidas alcoólicas, a droga pode provocar um choque cardiorrespiratório. Luludi/Ag. Luz

I Crack - é a pasta de cocaína

fumada em cachimbo. Seus efeitos (euforia, excitação) são maiores que os da cocaína. A chance de causar dependência se eleva também. Provoca graves problemas neurológicos como tremores e convulsões, podendo até levar à morte. I Anfetaminas - medicamentos prescritos por

médicos e usados para diminuir o apetite ou tirar o sono. Provocam dependência. Quando o uso é compulsivo, levam à depressão, alteração constante de comportamento (medo, mania de perseguição, comportamentos violentos, desconfiança).

usuários ou que já experimentaram a droga, 51% são da área de humanas. Já no caso das anfetaminas, o uso por estudantes de biológicas é o dobro do apresentado nas outras áreas. Para a pesquisa foram ouvidos 199 alunos de exatas, 186 de humanas e 159 de biológicas. As diferenças, segundo os autores da pesquisa, refletem a variação do total de alunos da Unic a m p p e l a s d i f e re n t e s áreas. P es qu is a – O levantamento teve como responsáveis os professores da Unicamp Rodney Carlos Bassanezi, do Departamento de Matemática Aplicada, e Paulo Roberto Guimarães, do Departamento de Estatística. A pesquisa ainda não é considerada oficial pela Unicamp por não ter passado pelo Conselho de Ética da Faculdade de Ciências Médicas da universidade, como determinam as diretrizes da instituição. Renato Ibelli

Diretoria Executiva (2004 - 2007) Presidente Guilherme Campos Júnior 1º Vice-Presidente Gilberto Rocha da Silveira Bueno 2º Vice-Presidente Carlos Francisco Simões Correia Assinaturas do Diário do Comércio (0xx19) 2104-9276 Departamento de Sócios Serviço de Atendimento ao Usuário, Convênios e Parcerias (19) 2104-9271/ 9272/ 9273 associados@acicnet.org.br Assessoria de Imprensa (19) 2104-9215/ 9216 imprensa@acicnet.org.br Página na Web www.acicnet.org.br Rua José Paulino, 1111, Campinas, SP - CEP 13013-001 PABX: 2104-9200


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

ESPORTE - 1

Sebastião Moreira/AE

ALMANAQUE TRÊS ANOS SEM MAURO E DIDA

Série B: Lusa larga na frente

Internacional é o líder da vez

Gol de Du Lopes dá vitória sobre o Guarani e a melhor posição entre paulistas.

Colorado bate Atlético-PR e aproveita o tropeço de Fluminense, Goiás e Santos.

Página 2

Página 2

MAIS UMA VIRADA Felipe Christ/AE

UH/Arquivo do Estado de São Paulo

Há três anos, no dia 18 de setembro de 2002, morria em Poços de Caldas (MG), sua cidade natal, aos 72 anos, Mauro Ramos de Oliveira. Zagueiro elegante, Mauro foi ídolo primeiro no São Paulo, de 1948 a 1960, depois no Santos, de 1960 a 1966. Acima, ele aparece no momento mais importante de sua carreira. Como capitão da Seleção Brasileira, Mauro ergue a taça do bicampeonato mundial no Chile, em 1962, após a vitória por 3 a 1 sobre a Tchecoslováquia, no dia 17 de junho daquele ano. 0

O MAIOR DO FLA ANTES DE ZICO

E

m Florianópolis, debaixo de muita chuva, o Corinthians confirmou que está em plena recuperação no Campeonato Brasileiro, de volta à briga pela liderança. Ao vencer o Figueirense por 3 a 2, o time comandado por Márcio Bittencourt chegou a 46 pontos, apenas um a menos do que o Internacional, que é o novo líder do campeonato. O Corinthians fez 1 a 0 logo aos 16 minutos - marcando, com a assinatura de Nilmar, o centésimo gol nesta temporada. Tevez chegou a fazer o segundo, mas o juiz marcou um impedimento inexistente. Estranhamente, o Corinthians encolheu-se em campo e deu espaços ao Figueirense, que, em três minutos, virou o jogo, com gols de Bilu, aos 30, e Adriano, aos 33. "Está impossível jogar neste campo. Temos de ficar atentos às bolas paradas, que vão decidir", comentou, no intervalo, o meia Roger. No segundo tempo, no entanto, com renovada disposição, o Corinthians é que, mais uma vez, virou a partida - com gols de Gustavo Nery, aos 10 minutos, e do garoto

O Corinthians sobe do quinto para o segundo lugar e fica a um ponto da liderança ao bater o Figueirense por 3 a 2, em Florianópolis

Eduardo, aos 24, numa cobrança de falta perfeita. A alegria do jovem lateraldireito, que completou 18 anos no sábado, contrastava, depois da virada, com a tristeza de Carlitos Tevez, que chegou ao sétimo jogo sem marcar gols

pelo Corinthians e, pior ainda, recebeu o terceiro cartão amarelo num lance em que ficou à frente da bola para retardar a cobrança de uma falta e, assim, não enfrentará o Atlético Mineiro, quinta-feira, no Pacaembu.

A vitória que fez o Corinthians subir do quinto para o segundo lugar no campeonato foi atribuída à raça e determinação de toda a equipe pelo garoto que marcou o gol decisivo no Estádio Orlando Scarpelli. "O Corinthians é isso aí, mes-

mo. É raça até o final", resumiu Eduardo. Revelado nas categorias de base do Corinthians, o lateral não escondia o orgulho: "Jogar ao lado de Tevez e de outros excelentes jogadores é maravilhoso. Vou conquistar meu espaço".

Felipe Christ/AE

Apenas 24 horas antes de Mauro, morria, em 17 de setembro de 2002, outro ídolo do futebol brasileiro: Edvaldo Alves de Santa Rosa, o Dida. Alagoano de Maceió, onde nasceu em 1934, Dida foi o maior artilheiro da história do Flamengo, com 244 gols, até o surgimento de Zico. Dida também jogou uma Copa do Mundo pela Seleção Brasileira, em 1958. Antes de encerrar a carreira, defendeu a Portuguesa e o Atlético Junior, da Colômbia. Faleceu aos 68 anos, vítima de insuficiência respiratória.

Escalada verde José Patrício/AE

0

OS DOIS JUNTOS PELA SELEÇÃO Com a camisa da Seleção Brasileira, Dida e Mauro atuaram juntos uma única vez. Foi em 14 de maio de 1958, e o Brasil goleou a Bulgária por 4 a 0, no Maracanã, em amistoso preparatório para a Copa da Suécia. Naquela noite, a Seleção entrou em campo com Castilho, De Sordi, Mauro, Zózimo e Nílton Santos; Zito e Moacir; Joel, Mazola, Dida (Pelé) e Zagallo. Dida marcou um dos gols da vitória, aos 20 minutos do primeiro tempo. Moacir (dois gols) e Joel completaram a goleada. 0

"Estou lutando por esse lugar. Não vou aceitar essa barração. " (De Mauro Ramos de Oliveira ao técnico Aymoré Moreira, antes da Copa de 62. No grito, Mauro acabou ganhando a posição.)

Os 2 a 1 sobre o Cruzeiro levam o Palmeiras a sua melhor colocação até aqui Derrota por 3 a 0 para o Atlético, em Minas, foi o terceiro jogo seguido sem vitória do Santos neste Brasileiro

Outra decepção Q

uatro jogos sem vitória, com duas derrotas (sendo uma delas para o Fluminense, pela Copa Sul-Americana) e um empate. Este é o saldo do Santos nos últimos 20 dias, e explica por que um time que, a essa altura, poderia estar liderando o Brasileiro aparece, ao final da rodada, em um modesto quinto lugar. Depois de ter aberto uma vantagem de 3 a 1

sobre o Atlético-PR e sofrido o empate, após ter ficado no 0 a 0, em casa, contra o Flamengo, a mais recente decepção santista aconteceu ontem, no Mineirão. O time foi derrotado pelo Atlético-MG por 3 a 0. Aos 29 minutos, Marques cruzou na medida e Catanha fez, de cabeça, Atlético 1 a 0. Aos 43, veio o segundo gol do time da casa, marcado pelo es-

treante Uéslei. E aos 22 do segundo tempo Rubens Cardoso recebeu em velocidade pela direita e tocou na saída do goleiro, fechando o placar. Ontem, o Santos teve quatro desfalques: Kléber, Wendel e Ávalos, suspensos, e o meiaatacante Giovanni, contundido. “Mas não podemos usar isso como desculpa”, disse o próprio técnico Gallo.

U

ma vitória por 2 a 1, de virada, sobre o Cruzeiro, sábado, no Parque Antarctica, bastou para o Palmeiras chegar ao sexto lugar, sua melhor colocação no Brasileiro até aqui. Um feito ainda mais valorizado no dia seguinte, quando Goiás (agora em quarto) e Santos (quinto) perderam seus jogos e ficaram, ambos, a dois pontos do Alviverde. E o Santos é justamente o próximo adversário palmeirense, na quarta-feira. Para este jogo, o técnico Emerson Leão não terá Marcinho Guerreiro, que tomou o terceiro cartão amarelo, e

Fernando Pilatos/AE

Depois que Petkovic marcou o gol 1 000 do Fluminense em Brasileiros, apenas um entre os principais clubes do país ainda corre atrás dessa marca: é o Botafogo, que tem 965 marcados, incluindo a rodada de ontem. No dia 26, segunda, na Livraria Cultura (Avenida Paulista, 2073), Conrado Giacomini lança seu livro Dentre os Grandes, És o Primeiro. Trata-se do 12º volume da coleção Camisa 13, da Geração Conteúdo, e é sobre o São Paulo. Agora, só fica faltando o livro do Vasco, que será escrito por Aldir Blanc.

Celso Unzelte

Ladeira acima D

epois de freqüentar a zona de rebaixamento por algumas rodadas, o São Paulo parece definitivamente recuperado neste Brasileiro. Ontem, jogando no Morumbi, o time fez 4 a 2 no Vasco, chegou a sua quarta vitória seguida e à sexta partida sem derrota. Amoroso, com dois gols, foi o maior destaque da partida, mesmo jogando apenas um tempo (saiu de campo contundido e não enfrentará o Cruzeiro na próxima quarta-feira). O Vasco não teve Romário, poupado após se machucar em um jogo-treino na quinta-feira, contra o Macaé.

Em menos de dez minutos, o time paulista já ganhava por 2 a 0. O primeiro gol surgiu aos 4, após um cruzamento de Cicinho, em que Amoroso subiu sozinho para cabecear. Aos 9, Josué deixou Christian em ótima posição para marcar na saída do goleiro Roberto. Aos 35 minutos, Alex Dias arrancou pela esquerda e cruzou para Abedi descontar. Mas ainda no primeiro tempo o São Paulo ampliou para 3 a 1, novamente com Amoroso, aos 39. Na segunda etapa, aos sete minutos, Edcarlos fez pênalti em Alex Dias, que cobrou e anotou o segundo gol vascaí-

no. Rogério Ceni, que havia cobrado um pênalti na trave aos 15 minutos, acertou outro pênalti já nos acréscimos, fazendo São Paulo 4 x 2. “Precisei dar uma variada para não errar de novo”, disse o goleiro, que chegou ao 17º gol na temporada (é o artilheiro do time, ao lado de Diego Tardelli) e ao 50º da carreira, sendo 12 de pênati e 38 cobrando faltas.

São Paulo faz 4 a 2 no Vasco e já não perde há seis jogos

Fabiano, expulso contra o Cruzeiro. Roger e Michel deverão ser os subsitutos. “Nós estamos crescendo na hora certa. Nosso time ganhou consistência, personalidade e confiança”, dizia Corrêa, o autor do gol de empate no sábado, aos 33 minutos do primeiro tempo (Adriano havia feito Cruzeiro 1 a 0 aos 13). O gol da vitória palmeirense foi marcado pelo argentino Gioino, logo no primeiro minuto da segunda etapa, quando o Alviverde jogava com um a menos. Fabiano havia sido expulso aos 43 do primeiro.


DIÁRIO DO COMÉRCIO Era só o que faltava. Quando parte da perversa natureza do PT ainda estava submersa no mar da mistificação, o partido perdeu a presidência da Câmara. Deve ganhá-lo agora, quando conhecemos ao menos uma parte do horror?

Reinaldo Azevedo, no site Primeira Leitura www.primeiraleitura.com.br

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

Logo Logo

19

www.dcomercio.com.br/logo

Apresentação da GIA Eletrônica do ICMS (contribuintes com o último dígito de inscrição estadual 8 e 9) Hoje é Dia do Teatro.

SETEMBRO

2 -.LOGO

Divulgação

N EW ORLEANS C ERTIFICAÇÃO

Chip East/Reuters

Máquinas de lavar: consumo explícito

Selo indicará fogões menos vorazes

As máquinas de lavar roupa ganham Selo Procel e Etiqueta do Inmetro. As informações são úteis para as donas de casa e para os lojistas: quanto cada máquina consome de energia, de água, e qual o desempenho da lavagem. O Selo Procel de Economia de Energia de 2006, concedido todo ano aos equipamentos com os melhores índices de eficiência energética, será lançado amanhã.

O fogão a gás de uso doméstico é o primeiro equipamento a ser contemplado com o Selo Conpet. O Selo Conpet indica para o consumidor os produtos com maior economia de gás no preparo dos alimentos.

A tragédia da desinformação Mal-entendidos e desconhecimento aumentam confusão na cidade devastada

Lançamento dos selos certificadores: Amanhã, às 17h na Casa Fasano. Rua Haddock Lobo, 1644, Jardim Paulista.

A

M ÍDIA

A Rede Globo começa a apresentar em suas novelas o closed caption, sistema que permite a leitura do que é dito por atores e apresentadores na TV em tempo real. Uma boa para os portadores de deficiência auditiva. A primeira trama com o sistema será a reprise, Força de Um Desejo, que será exibida no Vale a Pena Ver de Novo. A

emissora, que já conta o serviço em programas como Jornal Nacional, Zorra Total e Bruno Garcia a Grande Família, pretende colocar o closed caption também em Belíssima, próxima trama das nove.

E STRATÉGIA

E XPORTAÇÃO

Farinha argentina, feita no Brasil

Brasil vende beleza para a França

O grupo argentino Los Grobo, com 100 mil hectares em produção no Mercosul – vai entrar no Brasil. Em vez de trazer a farinha em navios, vai importar os grãos produzidos na Argentina e processá-los aqui. Para isso, Los Grobo vai comprar a capacidade de moagem do Moinho Progresso, instalado na Lapa. O volume contratado é de 5,5 mil toneladas mensais.

Ex-sem-terra de Mirante do Paranapanema (SP) exportam para a França e EUA esponjas indicadas por dermatologistas para tratamento de pele - tapetes e até lingeries de buchas vegetais. A Natura e o Projeto Eco Buchas, do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), ajudaram na abertura do mercado externo.

I NTERNET

C ULTURA

Os tupiniquins contra Tio Sam

Filosofia da vida cotidiana

A partir de hoje, o Itamaraty vai liderar uma campanha internacional para que a gestão da internet seja feita de forma democrática e internacional. Na prática, isso significa brigar contra os EUA - que controlam a rede por meio de organismo ligado a seu Departamento de Comércio. O Brasil quer apoio de europeus e asiáticos contra os poderes virtuais de Tio Sam.

A série Café Cultural, da PUCSP, discute nesta quarta-feira o significado e a importância da filosofia no cotidiana. O batepapo é com a filósofa Salma Tannus Muchail. Os Cafés Culturais acontecem uma vez por mês no TUCA.

vidades comerciais e a chegada de residentes na cidade. Desinformado, o prefeito Ray Nagin tinha pedido que os empresários apressassem sua volta à cidade nos próximos dias "para ajudar a reerguê-la". Mas o prefeito não é a única autoridade que cometeu o erro. Ontem, o ex-presidente americano Bill Clinton constatou que o atual governo Bush "não entendia como vivem os pobres" quando mandou a população deixar New Orleans por causa do Katrina sem oferecer meios para isso. "Não

Marsalis, no fórum internacional pelas vítima do furacão Katrina

acho que houve racismo na resposta ao desastre, mas simplesmente um desconhecimento da realidade", afirmou Clinton. O fórum internacional convocado em Nova York por Clinton arrecadou em três dias US$ 1,2 bilhão em doações para iniciativas que tratem dos grandes problemas globais. "Estou agradecido pelo que

conseguimos, mas devemos conservar a humildade e a convicção de que podemos fazer mais e melhor" disse Clinton, no fim do encontro, no sábado. Um show foi realizado no encerramento, com a presença de Wynton Marsalis. O músico é um dos mais expoentes nomes do jazz moderno e tem suas raízes em New Orleans.

Amit Gupta/Reuters

www.ipe.org.br

L

Filosofia no séc. XXI: no Tuca, dia 21, às 19h30. Inscrições: www.teatrotuca.com.br

NA CURVA DO RIO - Crianças indianas se apresentam na celebração do Dia da Caxemira e aniversário do rio Vitasta, em Jammu. Muitos hindus da Caxemira emigraram em 1989, durante a rebelião separatista. Eles acreditam que o rio é a fonte de suas tradições culturais de mais de 5 mil anos. I MÓVEIS

B RAZIL COM Z

C A R T A Z

Divulgação

Eduardo Monteiro

PIANO

E M

Divulgação

Galã da novela das nove, legendado

falta de informação tem sido a maior vilã da tragédia de New Orleans, pós-furacão Katrina. Exemplo disso é que, contrariando o pedido do prefeito da cidade, Ray Nagin, o chefe das operações de emergência da Louisiana, Thad Allen, pediu ontem aos moradores que adiem sua volta para casa. Allen explicou que serviços vitais de água, esgoto e fornecimento de energia elétrica ainda não são capazes de suportar a retomada em larga escala, das ati-

Doutor em musicologia pela Sorbonne, docente da ECA, hábil intérprete de compositores clássicos, românticos e contemporâneos, o pianista carioca Eduardo Monteiro toca hoje no décimo aniversário da Revista Concerto. No programa, Almeida Prado e Beethoven. Teatro de Cultura Artística. Rua Nestor Pestana, 196. Fone: 3258-3616. Às 21h. R$ 30,00. L UCRO ANIMAL

Pet shops movimentam US$ 1,5 bilhão

A TÉ LOGO

negócios encaminhados, ou seja, cuja venda está em andamento, que correspondem a R$ 400 milhões. A média por imóvel dessas vendas em andamento ficou em R$ 65 mil. Nos quatro dias de duração do Feirão foram assinados 830 contratos com valor total de R$ 33 milhões e 300 mil. O que dá um valor médio de R$ 40 mil por imóvel. Segundo a Caixa, a expectativa é de que os negócios continuem a partir de hoje nas agências do banco, que atenderão os interessados nos imóveis. A Caixa espera vender nas agências, entre os próximos 60 até 90 dias, contados a partir de hoje, outros 10 mil imóveis, no valor total de R$ 600 milhões. As condições serão

Clique www.dcomercio.com.br/logo para ler a íntegra das notícias abaixo:

O grupo brasileiro Gerdau vai assumir o controle da siderúrgica argentina Sipar Iniciativa privada e alguns estados aceleram os projetos de infra-estrutura

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www.petsa.com.br

O Feirão da Casa Própria promovido pela Caixa Econômica Federal (CEF) atraiu 94 mil visitantes ao Pavilhão Amarelo do Expo Center Norte, em São Paulo, entre a última quinta-feira, dia 15, e ontem, último dia. No Feirão, o primeiro do gênero realizado pela Caixa, foram colocados à venda 30 mil imóveis residenciais, entre novos, usados e outros ainda em construção, com preços a partir de R$ 13 mil. Muitas das ofertas de usados eram de imóveis retomados pela Caixa de mutuários que não conseguiram pagar o financiamento contratado com o banco. O balanço da Caixa, divulgado ontem após o encerramento do Feirão, indica um total de 6 mil

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milhões de cães, 11 milhões de gatos, quatro milhões de pássaros e ainda 500 mil aquários. População que estimula os promotores da Pet South America 2005, que acontece de 5 a 7 de outubro, no Transamérica Expo Center, em São Paulo. Em sua quinta edição, o evento deve receber cerca de 22 mil profissionais do setor e reunir mais de 250 expositores.

Seis mil negócios foram encaminhados na CEF

as mesmas oferecidas durante os quatro dias do Feirão, informou o banco. O financiamento poderá ser feito com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), para quem tem renda familiar mensal bruta de até R$ 4,9 mil, com juros variando de 6% a 10,16% ao ano, mais a TR; pela carta de crédito da Caixa, que não exige nenhum limite de renda do interessado, mas condiciona a liberação do financiamento à sua capacidade de pagamento verificada pelo sistema de risco de crédito, com juros de 12% a 18% ao ano, mais a TR; e pela carta de crédito que usa recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), voltada à compra de imóvel novo ou usado, ou para a construção de um, e que também não leva em conta a renda média do pretendente a mutuário. Aqui, a correção é pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), hoje de 9,75% ao ano, mais 5,5% ao ano. (DC)

L

Lulus extravagantes, gatos blasés, peixinhos fosforescentes e seus donos apaixonados. Todos esses animais são os responsáveis pelo sucesso dos pet shops que, desde 1995, registram um crescimento médio de 17% ao ano, com movimento de cerca de US$ 1,5 bilhão. Segundo a Associação dos Revendedores de Produtos, Prestadores de Serviço e Defesa destinados ao Uso Animal, existem no Brasil cerca de 25

Mais de 90 mil em busca da casa própria

Nova ferramenta permite prever chuvas fortes com duas horas de antecedência

Um outro Severino, que faz o bem O município de Caapiranga, na Amazônia, é destaque da edição de ontem do norteamericano The New York Times. Uma reportagem do arquiinimigo do presidente Lula, Larry Rohter, mostra que os moradores da região, que antes precisavam ser levados para atendimento em outras cidades ou ficavam sem assistência, agora têm um posto de saúde. Médicos, dentistas e enfermeiros chegam em pequenos barcos ao local. O posto funciona há dois anos e faz parte de um programa criado pelo secretário de Trabalho do Amazonas, o Severino Cavalcante. Com e no final. F AVORITOS

O melhor amigo do homem faz @u, @u, @u Quem tem um animal de estimação está sempre atrás do melhor para ele. Na internet, uma opção é o CiberDog. O site mostra truques de treinamento e dá várias dicas para facilitar a vida do dono e do cão. cyberamelia.uol.com.br/ cyberdog/


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ESPORTE

O LÍDER DA VEZ

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

PASSE LIVRE

ROBERTO BENEVIDES

Falta alguém na Vila

Arivaldo Chaves/AE

U

m autêntico revezamento. Assim tem sido a disputa pela liderança do Campeonato Brasileiro. Depois de Santos, na penúltima rodada, e Fluminense, na última, chegou a vez de o Internacional ocupar a primeira posição. Ontem, o Colorado venceu o Atlético-PR, em Porto Alegre, por 3 a 2. O Inter foi surpreendido com um gol de Finazzi, para o Atlético-PR, logo aos 4 minutos. Mas empatou aos 17, com Ricardinho. Aos 26, Jorge Wagner, cobrando falta, virou o jogo para o Inter. No segundo tempo, o Atlético deu a saída e logo aos 35 segundos Dênis Marques empatou. Aos 28 minutos, Rafael Sóbis bateu no ângulo para fazer Inter 3 a 2. Único time que entrou ontem em campo dependendo só de si para se manter na liderança, o Fluminense decepcionou sua torcida: não foi além de um empate em 0 a 0 com o Coritiba, no Paraná. A maior chance de gol do time carioca surgiu aos 17 minutos do primeiro tempo, quando Nascimento derrubou Leandro. Petkovic cobrou o pênalti, mas o goleiro Douglas mandou a bola para escanteio. Com o resultado, o Fluminense não só foi ultrapassado em pontos pelo Internacional como foi alcançado

Justiça se faça ao presidente Marcelo Teixeira: bem que ele tentou segurar Robinho por mais algum tempo na Vila Belmiro, mas o jovem craque preferiu ir penar entre os galácticos que não se cansam de perder em campos europeus a continuar liderando o Santos na luta pelo terceiro título brasileiro neste milênio. Sem Robinho, o Santos é, no máximo, um time como outro qualquer da elite brasileira. Mesmo com Giovanni. Sem os dois, nem isso. Robinho teve bons motivos - e não apenas futebolísticos - para trocar Santos por Madri e certamente ainda vai dar ao Real as alegrias que a torcida em vão tem esperado nas últimas temporadas. O difícil é que, sem ele, o Santos consiga reviver o bom futebol e as vitórias de 2002, 2003 e 2004. O empate com o Flamengo no domingo passado, dentro da Vila, e a derrota de ontem para o Atlético, no Mineirão, por 3 a 0. Está aceso o sinal amarelo. As luzes amarelas já piscavam na Vila Belmiro nos dias em que Robinho esteve a serviço da Seleção na Copa das Confederações, mas bastou sua volta para que o Santos recuperasse as posições perdidas no Campeonato Brasileiro e de novo se instalasse na primeira fila dos candidatos ao título de 2005. De volta da Alemanha e antes de ir para a Espanha, Robinho fez sete jogos - com quatro vitórias (inclusive sobre Inter, atual líder, e Corinthians, vice-líder) e três empates. Desde que foi embora de vez, o Santos jogou quatro vezes - ganhou uma, empatou duas e perdeu uma, dilapidando rapidamente as reservas deixadas pelo jovem craque. O sinal vermelho acendeu-se de vez quando Giovanni se contundiu no comecinho do 0 a 0 com o Fla. Não é que o Santos tenha virado um timinho qualquer. Pode até conseguir bons resultados e continuar na briga por uma posição no Campeonato Brasileiro que lhe valha o retorno à Libertadores em 2006, mas muito dificilmente brigará de verdade pelo título. Gallo está sendo obrigado a renovar a equipe e não tem mais um elenco que lhe dê opções na hora do aperto. Precisa dos onze melhores, mas nem sempre pode contar com todos. O time continua com problemas na defesa e agora não tem mais solução no ataque. Ou Giovanni volta logo ou o Santos continuará caindo rodada após rodada.

Depois de Santos e Fluminense, chega a vez do Internacional ocupar a primeira colocação, com a vitória por 3 a 2 sobre o Atlético-PR pelo Corinthians, que tem um maior número de vitórias e é agora o segundo colocado. Goiás e Santos — agora, respectivamente, quarto e quinto colocados — também poderiam ter terminado esta rodada em primeiro lugar, mas foram derrotados. Jogando contra o Botafogo no Estádio Luso-Brasileiro, na Ilha do

Governador, no Rio, o Goiás saiu na frente com um gol de Souza, logo aos 2 minutos de jogo. O Botafogo, porém, empatou com Ramón, cobrando pênalti, aos 25 minutos, e depois virou com Zé Roberto, aos 26. O mesmo Zé Roberto, aos 18 do segundo, fechou a contagem em Botafogo 3 a 1. Na outra ponta da tabela, o

Paysandu deixou a última colocação ao vencer o Juventude no sábado (3 a 0), e graças à derrota do Figueirense para o Corinthians no domingo (3 a 2). O Brasiliense, derrotado em casa pelo Fortaleza (2 x 0), também passa a ocupar a zona de rebaixamento, no lugar do Flamengo, que sábado bateu o São Caetano (2 x 0).

j

AO ATAQUE Os ataques mais positivos deste Campeonato Brasileiro são paulistas: Corinthians, com 55 gols; Santos, com 50; e Palmeiras, com 48. EM COMPARAÇÃO Róbson, do Paysandu, com 17, e Alex Dias, do Vasco, com 16, têm, juntos, mais gols do que o Flamengo e o Brasiliense e tantos quanto o Paraná e o São Caetano.

ELAS À PARTE Realmente a Constituição garante que todos são iguais perante a lei, como alegavam as advogadas da OAB que queriam processar o corintiano Tevez porque ele disse que um clássico entre homens não pode ser arbitrado por mulheres. Por que diabos, então, a entidade insiste em diferenciar moças e senhoras, alojando-as numa tal Comissão das Advogadas?

SUB Sem o cruzeirense Kerlon, que se recupera de uma cirurgia no tornozelo esquerdo, p Brasil também não contou com o gremista Anderson, suspenso, na abertura do Mundial Sub-17 e, jogando muito mal, perdeu para a Zâmbia por 3 a 1. Amanhã, contra a Holanda, o atual campeão terá de mostrar se continua na luta pelo bi. Se perder, dificilmente chegará às quartas-de-final.

NEM TÃO RUIM ASSIM Depois da terceira derrota consecutiva - dessa vez, para o Espanyol por 1 a 0 -, o brasileiro Vanderlei Luxemburgo procurou acalmar a torcida do Real Madrid: "Já passei por situações muito piores."

PJ Passou despercebido para muita gente, mas Bahia e Vitória, recentemente rebaixados da Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro para a Terceirona, são, há algum tempo, clubes-empresas.

GOL DE LETRA "Nos meus sonhos, eu sou sempre o Pelé. E o Pelé sonha com quê?" - Chico Buarque, em conversa com o Rei, na gravação de um especial da Direct TV, conforme registrou O Globo de domingo

DE VOLTA Depois de quase dois anos no Nagoya Grampus, nonocolocado na J-League, o técnico Nelsinho Baptista está retornando ao Brasil.

*Com Agência Estado e Reuters

SÉRIE B

SÉRIE C

Portuguesa larga na frente Sebastião Moreira/AE

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m gol de cabeça do zagueiro Du Lopes, marcado aos 5 minutos do segundo tempo, deu à Portuguesa a única vitória dos times paulistas na rodada de abertura da segunda fase da Série B do Campeonato Brasileiro. O jogo, contra o Guarani, foi realizado na tarde de sábado, no Canindé, em São Paulo. Também no sábado, e pelo mesmo grupo (o B), o Marília foi ao Recife e acabou derrotado pelo Náutico por 3 a 0. Romualdo, aos 13 minutos do primeiro tempo, Marcelo Ramos, aos 3, e Betinho, aos 38 do segundo, marcaram os gols da equipe pernambucana. Após o final do jogo, hou ve um início de confusão: o atacante Elvis, do Marília, se desentendeu com membros da comissão técnica do Náutico, e, transtornado, precisou ser contido pelos companheiros. Na saída do gramado, eles voltaram a se encontrar e chegaram a trocar empurrões. Na próxima sexta-feira, pela segunda rodada, o Guarani re-

Atlético Sorocaba e Rio Branco estão classificados

Vitória por 1 a 0 sobre o Guarani é a única dos paulistas na primeira rodada desta fase Grupo A Santo André 0 x 1 Grêmio Avaí 1 x 3 Santa Cruz

Grupo B Portuguesa 1 x 0 Guarani Náutico 3 x 0 Marília

Classificação

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Classificação

P

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1 Santa Cruz

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1 Náutico

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2 Grêmio

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2 Portuguesa

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3 Santo André

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3 Guarani

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4 Avaí

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4 Marília

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cebe o Náutico em Campinas e a Portuguesa vai ao interior enfrentar o Marília. Os jogos do Grupo A aconteceram na sexta-feira. O Grêmio foi ao ABC paulista e derrotou o Santo André por 1 a 0, no Estádio Bruno José Daniel. O gol da vitória do time gaúcho foi marcado por Ricardinho aos 30 minutos do primeiro tempo. Também na sexta-feira, o Santa Cruz, primeiro colocado da primeira fase, começou esta segunda etapa da Série B com o pé direito. Foi a Florianópolis e derrotou o Avaí por 3 a 1. O time pernambucano saiu na frente, com um gol de pênalti de Andrade, aos 14 minutos do primeiro tempo. Aos 35, Samuel empatou para o Avaí. No segundo tempo, Reinaldo fez 2 a 1 para o Santa e três minutos depois Carlinhos Bala ampliou. No sábado, pela segunda rodada do Grupo A, Grêmio e Avaí jogam em Porto Alegre. O Santo André vai ao Recife enfrentar o Santa Cruz.

D

ois times paulistas continuam na briga pelo acesso da Série C para a Série B do Brasileiro do ano que vem. No sábado, o Rio Branco derrotou o Volta Redonda por 1 a 0 em Americana e ficou com a vaga, pois havia marcado um gol fora de casa no jogo de ida, vencido pelo Volta Redonda por 2 a 1. Ontem, com um gol no último minuto, o Atlético Sorocaba derrotou o Serra-ES por 1 a 0, em casa, e também se classificou (no jogo de ida, os paulistas haviam perdido: 4 a 3).

OUTROS RESULTADOS (no destaque, os times classificados): Ceilândia-DF 1 x 1 CENE-MS; Nacional-AM 4 x 1 São Raimundo-PA; Vila Aurora-MT 3 x 1 Independência-AC; Moto Clube-MA 1 x 0 Abaeté-PA (pênaltis: 4 x 5); Ferroviário-CE 3 x 3 América-RN; Remo-PA 4 x 1 Tocantinópolis-TO; Coruripe-AL 6 x 2 Icasa-CE; Treze-PB 4 x 0 Itabaiana-SE; Sergipe-SE 0 x 0 ABCRN; Ipatinga-MG 2 x 2 Mogi Mirim-SP (pênaltis: 4 x 2); Londrina-PR 1 x 0 Paranoá-DF (nos pênaltis, Londrina 4 x 3); Villa Nova-MG 3 x 0 Ituiutaba-MG; Novo Hamburgo-RS 3 x 1 Gaúcho-RS; Glória-RS 0 x 0 Joinville-SC.

COPA SUL-AMERICANA Internacional é o brasileiro em melhor situação

A

pós os jogos de ida das oitavas-de-final da Copa Sul-Americana, realizados pelos times brasileiros contra os argentinos na semana passada, o Internacional aparece em melhor situção. Com a vitória por 1 a 0 sobre o Rosário Central, quinta-feira, pode agora até empatar a partida de volta, no dia 29, em Porto Alegre, que estará nas quartas-de-final. Jogando no Rio, na quarta, o Fluminense venceu o Banfield (3 a 1) e vai para a Argentina, no dia 28, precisando também do empate. O Corinthians não foi além de um 0 a 0 com o River, no Morumbi, e terá que ganhar em Buenos Aires no dia 28. O Cruzeiro perdeu do Vélez, fora (2 a 0), e agora terá de descontar a diferença em Belo Horizonte, também no dia 28.


Alaor Filho/AE

Somem R$ 2 mi da PF. O plantão era um boneco

A Polícia Federal afastou 59 policiais e se diz vítima de um golpe para desestabilizar sua chefia. Os R$ 2,1 milhões em euro, dólar e real confiscados numa operação que apreendeu 1,6 t de cocaína não estavam em caixa-forte, mas nas prateleiras da sala-cofre sem câmeras. "A PF está de luto", declarou seu diretor-geral, Paulo Lacerda. DCidade

O policial de plantão era o boneco da foto, como o Ricardão usado em SP nas cabines das marginais.

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Edição concluída às 23h55

Ano 81 - Nº 21.966

R$ 0,60

São Paulo, terça-feira 20 de setembro de 2005 Milton Mansilha/Agência Luz

Proibir o comércio de armas? NÃO. A Associação Comercial vai votar NÃO no referendo de 23 de outubro sobre o comércio de armas de fogo. A decisão unânime foi adotada ontem depois de um debate que contrapôs os deputados Luiz Antonio Fleury Filho (contra a proibição) e Jamil Murad (a favor). A posição da ACSP tem por base "as garantias individuais de legítima defesa do cidadão e de liberdade", como explicou o presidente Afif Domingos. DCidade

Fleury: contra a proibição. Afif: pelo livre arbítrio. E Murad: a favor.

Beto Barata/Agência Estado

AFP/HO/Nasa

Monica Zarattini/AE

Eleição do PT vai ao 2º turno

De volta ao mundo da Lua. Em 2018

Diante do diretório, bandeira agitada e liderança de Berzoini. Pág. 8

Projeto da Nasa custará R$ 104 bi, terá naves semelhantes à Apolo, poderá transportar 4 astronautas em cada viagem (acima) e quer transformar a Lua em trampolim para exploração de Marte. DCidade

Jonne Roriz/AE

INFORMÁTICA

Crise política. E o uso livre de software muda

Doleiro depõe hoje para 3 CPIs

Novo comando do Instituto Nacional de Tecnologia da informação vê com restrições programas de inclusão digital

Presença de Toninho da Barcelona (foto) gera expectativa. Pág. 4 HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 26º C. Mínima 14º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 13º C.

Último dia de Severino

A agonia do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, vai terminar amanhã, quando ele deverá renunciar. No encontro de ontem com o presidente Lula, Severino negociou que seus apadrinhados não sejam perseguidos - e só então confirmou a renúncia. O 1º vice-presidente da Câmara, deputado José Thomas Nonô (PFL-AL), terá o prazo de cinco sessões para montar a eleição que escolherá um novo presidente. O "mensalinho" de Severino foi confirmado pelo Ministério Público. Pág. 3


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 20 de setembro de 2005

CIDADES & ENTIDADES - 1

REFERENDO

Associação Comercial assume posição pelo Não Em reunião plenária realizada ontem na sede da entidade, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) defendeu o direito do cidadão brasileiro de decidir se deve ou não ter uma arma de fogo. Em relação ao referendo – que no dia 23 de outubro decidirá pela manutenção ou não da comercialização de armas e munições no País – a ACSP tomou uma posição clara: vai defender o Não, isto é, entende que o comércio de armas e munições deve ser mantido. A base do pensamento da ACSP é o livre-arbítrio.

Jamil Murad, Guilherme Afif Domingos e Luiz Antonio Fleury Filho (acima) discutiram a questão do referendo, ontem, durante a sessão plenária da Associação Comercial (abaixo)

Davi Franzon e Fernando Vieira

A

A s s o c i a ç ã o C omercial de São Paulo (ACSP) tomou ontem posição contrária à proibição do comércio de armas e munição no Brasil, que será objeto de referendo no dia 23 de outubro. Após debate sobre desarmamento realizado na sede da entidade, os conselheiros e diretores da ACSP optaram pelo Não, com o objetivo de defender a liberdade de escolha do cidadão de possuir ou não uma arma, devidamente legalizada, dentro de sua residência, para segurança pessoal e familiar. A base do pensamento da ACSP é o livre-arbítrio. Segundo o presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e da ACSP, Guilherme Afif Domingos, “a posição da casa é, acima de tudo, amparada na própria Constitui-

A posição da casa é, acima de tudo, amparada na própria Constituição Federal do Brasil de 1988, que consagrou os direitos fundamentais e as garantias individuais de legítima defesa do cidadão e de liberdade. Guilherme Afif Domingos, presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e da ACSP,

ção Federal do Brasil de 1988, que consagrou os direitos fundamentais e as garantias individuais de legítima defesa do cidadão e de liberdade”. Mais de 180 pessoas estiveram presentes durante a contraposição de idéias e argumentos dos deputados federais Luiz Antônio Fleury Filho, do PTB (contra a proibição), e Jamil Murad, do PC do B (a favor da proibição). O evento também foi transmitido via Web e por um sistema de vídeo-conferência às diversas associações comerciais do Estado e do País, que puderam interagir com o debate por meio de perguntas endereçadas aos parlamentares. Fleury – Para o deputado Fleury Filho, proibir a venda de armas e munição não resultará na redução da violência no Brasil. Para ele, essa medida servirá apenas para informar o criminoso que, naquele local, não há uma arma, o que facilitará sua ação. “Se a polícia chegasse em 3 minutos no local de um crime, seja ele no Jardim Ângela ou nos Jardins, eu votaria pelo Sim. Mas sabemos que essa não é a nossa realidade. O cidadão tem o direito de escolher se quer ou não ter uma ama. Ninguém pode decidir por ele”, disse o parlamentar. Segundo Fleury, não há fundamento no argumento de que as armas legais são responsáveis por grande parte dos chamados crimes "banais". "Estamos lidando com pesquisas tendenciosas e manipuladas. Nenhum porte de arma foi concedido no ano passado. O Rio de Janeiro não possui mais lojas de armas e munição. Mas a violência não caiu por lá. Isso é um fato real". Murad – Para Jamil Murad, o desarmamento é o primeiro passo para que se melhore a segurança no País. “Logo depois, temos de lutar pela melhoria da Justiça, da segurança públi-

ca e das questões sociais”. Além disso, segundo ele, caso o referendo tenha como resultado a proibição do comércio de armas e munição no País, a indústria de armas nacional não ficará desamparada porque continuará a fabricar para o mercado de exportação e para as demais entidades e instituições brasileiras autorizadas a comprar pelo Estatuto do Desarmamento. Depois de ouvirem as exposições dos deputados, os conselheiros e diretores da ACSP participaram de uma consulta eletrônica, em um sistema parecido com ao de uma eleição. Todos os credenciados antes do início da sessão plenária, na ante-sala do auditório, responderam a cinco questões préformuladas (veja arte) para que se chegasse a um posicionamento oficial da entidade. Na página 2, mais informações sobre o referendo

SERVIÇO

N

o dia 23 de outubro, se o cidadão entender que o comércio de armas deve continuar, terá de optar pelo número 1. Ou seja, esse comércio NÃO deve ser proibido.

O procedimento de votação segue todos os critérios de uma eleição comum e, portanto, é obrigatório para maiores de 18 anos e facultativo para maiores de 70 anos.

N

o dia 23 de outubro, se o cidadão entender que o comércio de armas de fogo e munições deve ser proibido, terá de optar pelo número 2. Essa opção equivale ao SIM.


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2 -.CIDADES & ENTIDADES

terça-feira, 20 de setembro de 2005

Fleury defende o direito democrático de ter arma em casa

Especialista defende política de segurança

Deputado federal do PTB de São Paulo afirma que bandidos não compram armas de maneira lega, em lojas, e que os dados que indicam uma queda no número de mortes com armas de fogo são manipulados. Para Fleury Filho, o dinheiro a ser gasto no referendo poderia ser mais bem aplicado na área da segurança.

M

ais de R$ 550 milhões para uma pergunta que não mudará nada no País. Essa é a opinião do deputado Federal Luiz Antonio Fleury Filho (PTBSP) para o referendo que definirá o futuro da venda de armas e munição no Brasil. "Não estamos votando o Estatuto do Desarmamento; esse já foi aprovado. Estamos gastando milhões para decidir sobre um pergunta sem sentido algum", declarou o deputado. Fleury Filho lembrou que o Estatuto do Desarmamento criou uma série de restrições legais para o cidadão interessado em adquirir uma arma, além de transformar o porte ilegal em crime inafiançável. O deputado destacou a necessidade de uma certidão de antecedentes criminais, uma certidão declarando o motivo da compra de uma arma, além de um atestado de capacidade técnica para utilizá-la. Impacto – Para o parlamentar, o referendo não terá impacto algum sobre os números da violência no Brasil, já que, na sua avaliação, o criminoso não busca o mercado legal para adquirir uma arma ou munição. Dessa forma, a

proibição impedirá apenas o direito do cidadão de ter ou não uma arma em casa. "Não estou defendendo uma corrida armamentista, apenas o direito democrático de se ter ou não uma arma", afirmou o deputado Fleury Filho. O ex-governador de São Paulo contestou o dado de que os crimes com armas de fogo são, em sua maioria, por motivos "banais" e cometidos por pessoas sem antecedentes criminais. "Não há uma pesquisa sobre a vida criminal do sujeito antes da maioridade. A maioria tem registro na Febem. Além disso, o crime definido como banal pode ser cometido tanto com uma arma de fogo como com uma arma branca". Segundo o deputado, as pesquisas que revelam uma redução no número de mortos por armas após a campanha do desarmamento trabalham com projeções, não com números reais, o que facilita uma conclusão favorável aos que defendem a proibição da venda. "Eles projetaram um número de mortos. Como o resultado foi menor, acreditam que o resultado veio do recolhimento das armas, o que não é verdade". Fleury Filho afirmou que houve manipulação das informações junto à opinião

pública – desde a divulgação de pesquisas até na falta de debates entre os dois lados da questão. "Até novela virou arma de campanha. Deputado virou artista defendendo o desarmamento". Ilegal – O parlamentar acredita que haverá um aumento significativo na procura pelo mercado ilegal de armas e munições, já que o comércio será impedido de realizar essa função. Por outro lado, ele ressaltou que bandido não compra arma em loja, o que o leva para o mesmo mercado negro. "Os bandidos estão esperando o referendo do dia 23, depois haverá uma alta impressionante nos preços das armas e da munição. Só eles poderão vender", afirmou o deputado. Para Fleury, o governo poderia gastar o dinheiro do referendo em projetos de biossegurança, reestruturação do sistema carcerário ou debates sobre a maioridade penal. "Esse dinheiro poderia ajudar no controle das nossas fronteiras. A Polícia Federal tem três postos na divisa com a Colômbia e dois estão fechados por falta de verba. O luxo é gastar dinheiro com um referendo sobre uma pergunta inútil". (DF/FV)

D

Não há uma pesquisa sobre a vida criminal do sujeito antes da maioridade. A maioria tem registro na Febem. Além disso, o crime definido como banal pode ser cometido tanto com uma arma de fogo como com uma arma branca.

Esse dinheiro poderia ajudar no controle das nossas fronteiras. A Policia Federal tem três postos na divisa com a Colômbia, dois estão fechados por falta de verba. O luxo é gastar dinheiro com um referendo sobre uma pergunta inútil.

Luiz Antonio Fleury Filho, deputado federal (PTB)

Murad acredita que a proibição reduzirá violência Parlamentar do PC do B diz que armas de fogo matam mais os jovens brasileiros do que a Aids e as doenças do coração. Para ele, a proibição da venda contribuiria para a queda no número de assassinatos, principalmente daqueles que acontecem por motivos banais, por ciúme ou embriaguez.

M

Dados mostram que 85% dos casos de tentativas de homicídio acabam em morte, ou seja, homicídio consumado.

Outro dado importante é que essa pessoa (que tem arma) tem entre quatro e sete anos de escolaridade, o que torna mais difícil de controlar seu emocional

Jamil Murad, deputado federal (PC do B)

uniciado de dados estatísticos, o deputado federal Jamil Murad (PC do B de São Paulo) defendeu o voto Sim – pela proibição do comércio de armas e munição no Brasil – no referendo que será realizado no dia 23 de outubro, durante sessão plenária e debate na Associação Comercial de São Paulo. O deputado federal afirmou que a violência ocupa o segundo lugar no ranking de causas de morte no Brasil. Segundo ele, a proibição do comércio de armas de fogo e munição no País irá reduzir os índices de violência. "A arma de fogo mata mais os jovens brasileiros do que a Aids e as doenças do coração, por exemplo". Segundo ele, nos últimos 10 anos, o número de brasileiros mortos por arma de fogo atingiu 325 mil, sendo que em 2003 chegou-se a 39 mil vítimas baleadas, o que demonstra, segundo Murad, que esse dado vinha crescendo. Murad rejeita a idéia de que quanto mais armado, mais seguro está o cidadão. Para o parlamentar, o cidadão que porta uma arma de fogo tem sensivelmente aumentada a probabilidade de morrer,

esarmamento não é a solução para combater a violência. Uma política de segurança pública de verdade, integrada e planejada, sim. Essa é a posição de Marcos Santos, diretor de relações institucionais da Associação Viva Brasil. Santos crítica as pesquisas realizadas pelo Ministério da Saúde sobre os resultados da campanha do desarmamento e sobre o número de mortos por armas de fogo no Brasil. "Eles não computaram vários fatores. Por exemplo, um crime com seis mortos por arma de fogo, caso a polícia tenha registrado como crime a esclarecer. Eles não computavam isso na pesquisa, ou seja, uma manipulação clara dos dados", explicou. Santos disse que é simplista demais apresentar um argumento de que 82% dos crimes com armas de fogo são realizados por pessoas que se conhecem. "Isso no Rio de Janeiro é fato. Afinal, todos conhecem o traficante do morro, o criminoso que comanda o local. Um dado que não apresenta um fundamento sobre o assunto", avaliou. O diretor também refuta a tese de que a maioria dos crimes é cometida com armas de calibre "38", quando, na verdade, já existe um número enorme de feridos e mortos por armas classificadas como de "guerra". "No Rio de Janeiro, no Hospital da Lagoa Rodrigo de Freitas, os médicos são avaliados como os mais capacitados para trabalharem com traumas causados por armas de guerra. São 67 conflitos armados por mês, todos com armas de calibre pesado. Nenhuma dessas armas é adquirida no mercado legal". Para Santos, a propaganda pelo Sim apresenta uma solução definitiva para um problema histórico brasileiro, cuja raiz é social, educacional e ligada diretamente à distribuição de renda nas regiões mais pobres. "Eles vendem a solução de tudo. Aprovem a proibição e a violência será reduzida. Todos sabem que isso não é verdade. Tanto faz para o criminoso ser legal ou não comprar arma ou munição – ele não as compra no mercado legal", disse Marcos Santos. A proibição dará somente uma certeza ao criminoso, na avaliação de Marcos Santos: a de que ele entrará na residência ou tentará invadir um estabelecimento comercial ciente de que ali não há uma arma para defesa da propriedade. Santos define o referendo como um "atestado de incompetência" do governo federal em relação à segurança pública. Em sua avaliação, o poder público foi incapaz de organizar políticas públicas efetivas de combate ao crime, levando a população ao falso sentimento de solução de todos os problemas por meio do referendo. "Antes do referendo, o tema deveria ser debatido a fundo por especialistas de verdade e não por pessoas com posições já definidas. Um prazo de cinco anos seria o suficiente para essa discussão". (DF/FV)

principalmente se enfrenta um assalto. "Quando o indivíduo é assaltado e está armado, a chance de ele morrer é de 56%", disse. Ele afirmou que o bandido está sempre preparado para ir até às últimas conseqüências, ao passo que o mesmo não ocorre com uma pessoa que apenas tem uma arma para sua defesa pessoal. Por isso, segundo Murad, o fim da reação de um cidadão de bem frente a um assaltante é geralmente trágico. "Dados mostram que 85% dos casos de tentativas de homicídio acabam em morte, ou seja, homicídio consumado", disse, relacionando-os às resistências a assaltos. "A pessoa, sem preparo e desprevenida, que quiser enfrentar um bandido vai ser atingida". Além disso, o parlamentar afirmou que o problema das mortes por armas de fogo não fica restrito aos assaltos, que representam apenas 5% dos casos. Segundo ele, a maior parte dos crimes com armas de fogo tem motivação banal, como brigas de trânsito, discussões em bares e em residências. "A mulher e as crianças são os alvos mais fáceis. Os levantamentos demonstram que 50% das pessoas que cometem estes

crimes não tinham antecedentes criminais. Então, conclui-se que trata-se de uma pessoa que age por embriaguez ou por ciúme, por exemplo. Se ela não tivesse uma arma não cometeria o crime", disse. "Outro dado importante é que essa pessoa tem, geralmente, entre quatro e sete anos de escolaridade, o que torna mais difícil de controlar seu emocional", disse o deputado. Para Jamil Murad, o Brasil não pode se tornar o "País do bang-bang", com cada indivíduo portando sua arma pessoal para se defender. "Nós temos que impedir ou evitar uma corrida armamentista da população brasileira. É claro que a segurança precisa melhorar, mas através das instituições. O caminho é aumentarmos a cobrança pela melhoria do sistema de segurança pública e também para as empresas de segurança particulares, que estão sendo contratadas e devem mostrar a que vieram". O deputado concluiu citando experiências internacionais de proibição de comercialização de armas de fogo, como na Inglaterra e Japão, que, segundo ele, conseguiram reduzir seus índices de homicídio. (DF/FV)


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12 -.INFORMÁTICA

terça-feira, 20 de setembro de 2005

GUIDO ORLANDO JÚNIOR

A internet abre aos domingos Alguns casos de dúvidas relatados por quem presta suporte em tecnologia são surpreendentes e até parecem ficção. Porém, totalmente compreensíveis

P

raticamente todo mundo que utiliza computador em casa ou no trabalho já teve que recorrer ao serviço de suporte, seja para resolver problemas da internet ou no próprio micro. Após ter que prestar muita atenção ao menu de opções dito pela voz misteriosa do outro lado da linha e ficar vários minutos pendurado ao telefone escutando algum tipo de propaganda da empresa, entremeada pela frase "Por favor, não desligue. Seu telefonema é muito importante para nós", finalmente o usuário é atendido: "Fulano de Tal, em que posso ajudá-lo?". Normalmente o usuário não entende o nome, pois é pego de surpresa. Estava pensando em outra coisa ou fazendo algo com as mãos, enquanto cultivava um belo torcicolo por segurar o telefone com o ombro. Além disso, o atendente fala tão rápido que mal dá para entender o nome. O usuário, por seu lado, já está irritado com a espera e já fala com a voz alterada: – "Estou com um problema. Meu..." É interrompido pela voz do outro lado. – "Seu código de cliente, por favor". – "Não tenho a menor idéia", diz o solicitante da ajuda. – "Serve seu CPF ou número do telefone de contato", retruca a voz do call center. Eu sempre me pergunto por que eles já não perguntam isso logo de saída. Quem vai lembrar do código do assinante? Pura perda de tempo. Na maioria das vezes os casos são fáceis de resolver, pois são dúvidas corriqueiras de configuração de impressora, esquecimento de senhas de acesso à internet, configuração de e-mail ou até mesmo algum ícone apagado. Trabalhar em suporte técnico na área de tecnologia pode ser considerado uma arte. Imagine que, ao acordar, você já saiba que irá receber dezenas de ligações e que nenhuma delas será para dar uma boa notícia. Muito pelo contrário, irão ligar para você para reclamar

R

ealizada entre sexta-feira e domingo a feira de jogos Tokyo Game Show, no Japão, recebeu cerca de 176 mil visitantes, sendo cerca de 36 mil profissionais do setor. Entre as principais novidades que mais surpreenderam está o joystick para o esperado console Revolution, da Nintendo. Desenvolvido para o console Revolution, com lançamento previsto para 2006, assemelha-se a um controle remoto

de TV e, conforme o game, pode ser usado como arma, bastão de baseball ou batuta de maestro. O console Revolution, entretanto, não deu as cars nas feira. A Microsoft levou seu Xbox 360 para exibir na feira, que é a maior feira de jogos do Oriente, e confirmou seu lançamento oficial para o dia 22 de novembro na América do Norte e dez dias depois na Europa. O Japão só receberá i console em 10 de dezembro. (Agências)

Reuters

de alguma coisa ou dizer que algo não está bem. E que você terá que dar um jeito de que passem a funcionar. Não só o atendente tem que ter muito jogo de cintura, como quem está perguntando tem que ter muito bom senso para seguir os passos ditados por quem está do outro lado da linha passando as instruções. Há algum tempo recebi um e-mail que relatava alguns casos bastante incomuns ocorridos em suporte técnico de diversas empresas de tecnologia e resolvi reproduzir alguns aqui. Omiti os nomes para não causar qualquer tipo de constrangimento e dessa forma manter as fontes. Alguns são tão inusitados que parecem piada, mas minha experiência faz com que não pareçam impossível de terem acontecido. Afinal, a massificação da era da tecnologia está apenas começando e casos como esses são perfeitamente compreensíveis. Mesmo que alguns sejam fictícios, valem a pena pela criatividade. Confira. Cliente: "Não consigo fazer conexão com a internet..." Suporte: "Tem certeza que utilizou a senha certa ?" Cliente: "Sim, tenho certeza. Vi um colega fazendo."

10 Anos de Tradição DC

NIS TEL

Temos uma equipe de profissionais especializada em telecomunicações.

Temos laboratório p/reparos

Jogadores sonham com as novidades da Tokyo Game Show

Distribuição Nacional de aparelhos, vendas e suporte técnico COD.: 49905

Suporte: "Pode me dizer qual foi a senha ?" C l i e n t e : " C i n c o e s t re l inhas." C li e nt e : "Não consigo imprimir. Cada vez que tento, o micro diz: "Não é possível encontrar a impressora". Já levantei a impressora e coloquei-a em frente ao monitor, mas o computador continua dizendo que não consegue encontrá-la." Suporte: "Serviço ao cliente. Em que posso ser útil?" Cliente: "Tenho uma impressora jato de tinta que precisa ser reparada." Suporte: "Temos vários modelos. O Sr. poderia informar qual é?" Cliente: "É uma (marca da impressora)." Suporte: "Pois não. É colorida ou preto e branco ?" Cliente: "É bege." S up o rt e : "Bom dia. Posso ajudar em alguma coisa ?" Cliente: "Olá. Não consigo imprimir." Suporte: "Vamos ver se resolvemos seu problema. Por favor, clique em 'Iniciar' e... ?" C li e nt e : "Calma! Não responda muito tecnicamente. Não sou o Bill Gates !"

Cliente: "De repente aparece uma mensagem na minha tela, que diz Clique 'Reiniciar'... O que eu devo fazer ?" Suporte: "O Sr. clique no botão solicitado, desligue e ligue novamente..." O cliente desliga o telefone repentinamente e em seguida liga para o suporte novamente. Cliente: "E agora o que eu faço?" Cliente: "Tenho um grande problema. Um amigo meu colocou um protetor de tela no meu computador, mas a cada vez que mexo o mouse ele desaparece!"

Jogadores testam um novo jogo do Nintendo DS France Presse

Suporte: "Em que posso ajudar ?" Cliente: "Estou escrevendo o meu primeiro e-mail." Suporte: "OK, qual é o problema ?" Cliente: "Já fiz a letra "a", como é que se faz o círculo em volta dela ?" Cliente: "Comprei um computador para entrar na internet e tenho uma dúvida." Suporte: "Pois não. Em que posso ajudá-lo?" Cliente: "A internet abre aos domingos?" gojunior@videopress.com.br

Aficionados jogam o ainda inédito Xbox 360


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terça-feira, 20 de setembro de 2005

Media Tile permite sinalização digital sem infra-estrutura cara

INFORMÁTICA - 13

Fotos: Divulgação

As telas podem exibir vídeos em vários formatos e arquivos em Flash, PowerPoint e também em JPEG Por Sergio Kulpas

A

maioria dos varejistas ainda não considera usar sinalização digital em suas lojas devido ao elevado custo e complexidade da infra-estrutura exigida: fiação, servidores, antenas, Wi-Fi, burocracia para permissão de sinais eletrônicos etc. Uma empresa da Califórnia resolveu transformar essas dificuldades em uma boa solução de negócios. A MediaTile (www.mediatile.com) lançou um conceito prático e econômico para a informação digital em lojas. As peças individuais ("tiles") são alimentadas via celular, e usam a rede de telefonia celular normal em suas atualizações. Como se trata de um sistema baseado na rede existente, a empresa diz ter eliminado a principal barreira para a adoção de equipamentos de sinalização eletrônica, que é a infraestrutura tecnológica. O sistema de sinalização via celular da MediaTile usa uma inovadora combinação de tecnologias. A solução tem três componentes: uma TV de tela plana ou de plasma, um sistema de arquivo e transmissão para agendar e apresentar os conteúdos e um serviço de transmissão de dados via celular. Cada "tile" se comunica nos Estados Unidos através da rede de celular da operadora Verizon diretamente com um banco de dados central, onde os anúncios e mensagens são agendados, aprovados e transmitidos para cada TV do Media Tile, pelo lojista ou pela marca anunciante. As atualizações são feitas através de um portal seguro na web, que pode ser acessado com senha através de qualquer computador conectado à internet. O cliente simplesmente faz o upload dos arquivos desejados via web. As telas podem

exibir vídeos em vários formatos e arquivos em Flash, PowerPoint e JPEG –formatos conhecidos pela maioria dos gerentes de marketing. Keith Kelsen, CEO da Media Tiles, diz que o sistema transfere a tarefa de sinalização digital do departamento de TI para o marketing, o seu lugar de direito. A Buffalo Technology, empresa texana que produz equipamentos para redes sem fio, está usando a tecnologia da Media Tile para anunciar seus produtos em redes de lojas de produtos eletrônicos. Segundo o gerente de marketing da Buffalo, o controle da criação dos anúncios eletrônicos ficou mais centralizado no seu departamento, apesar da empresa usar uma produtora externa para os vídeos. Stephen Dix, vice-presidente da Buffalo, disse que usar um portal na web para atualizar promoções e outras mensagens facilitou muito o trabalho

A solução é formada por três componentes: TV de tela plana ou plasma, sistema de arquivo e transmissão e um serviço de transmissão de dados via celular; as atualizações são efetuadas através de um portal seguro via internet

do marketing. Segundo Dix, o sistema "tiles" garante grande flexibilidade, permitindo que a empresa selecione que telas e painéis vão mostrar determinada mensagem ou anúncio. O portal na web funciona ainda como painel de controle para todas as telas do sistema. É possível selecionar telas individuais ou em grupos para mensagens, e o sistema infor-

ma também sobre qualquer falha de funcionamento. Ao somar praticidade e economia à sinalização digital, a Media Tile está dando um grande impulso à adoção desse tipo de comunicação pelo varejo. As TVs de plasma ou LCD chamam a atenção do consumidor, permitem uma grande variedade de mensagens e podem influenciar na

decisão final de compra nas lojas. As informações podem ser atualizadas de maneira rápida e dinâmica, inclusive com programação diária. O marketing pode criar uma grande de programação, com anúncios e mensagens preenchendo cada horário do dia. Segundo Stephen Dix, da Buffalo, as pessoas realmente param para assistir aos vídeos dentro das lo-

jas, e absorvem as informações de modo muito mais eficiente que por um cartaz de papel ou um display comum de LEDs. A empresa acredita que a maior vantagem do sistema está na combinação de soluções práticas, que representam muita economia no processo de implementação pelo varejista. Em termos de instalação, é apenas necessário montar os painéis em pontos estratégicos da loja. Esses painéis ou TVs podem ter diversos tamanhos, e são itens normais, disponíveis no mercado. O sistema não requer o estabelecimento de uma rede interna de dados na loja, nem a aquisição de servidores e transmissores semfio. A parceria com a operadora de telefonia celular é obviamente crucial para o funcionamento da solução. Segundo a Media Tile, os clientes pagam uma tarifa mensal fixa pelo serviço, que inclui todas os itens necessários, como o portal na web, o upload de arquivos e a manutenção dos aparelhos de TV nos pontos de venda.


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14 -.INFORMÁTICA

terça-feira, 20 de setembro de 2005

Fotos: Captura de tela

The Sims 2 chega à universidade Agora, os personagens curtem a vida noturna, as baladas e os encontros românticos são o centro das suas atenções Por Fábio Pelegrini

T

odo mundo sabe que a vida universitária é um tanto difícil. Muitas vezes, conciliar trabalho e estudos é uma tarefa mágica. Quem jogou The Sims 2 – Vida Universitária teve de se esforçar para conseguir essa façanha. Agora, a segunda expansão dessa versão traz os melhores momentos da vida de um jovem: a curtição. A Electronic Arts anunciou o lançamento de The Sims 2 – Vida Noturna, a seqüência da franquia para PC de grande sucesso. Retratar o dia-a-dia, de forma divertida, é uma fórmula que parece não ter fim. O título se tornou um dos jogos para computador com vendagem recorde – as vendas já somam mais de cinco milhões de unidades até o momento. Desenvolvido pelo premiado estúdio EA-Maxis, The Sims 2 - Vida Noturna adiciona mais de 125 novos objetos e novos elementos para o jogo, como enviar os Sims para encontros românticos ou então para curtir a noite com seus amigos. As baladas trazem novas as-

pirações de vida por prazer, que leva os Sims a buscarem uma vida repleta de diversão e momentos agradáveis. Os jogadores vivenciarão interativamente suas aspirações reais de vida noturna em dezenas de novos lugares na nova região disponível: o Centro da Cidade. Agora, os jogadores poderão encontrar e interagir com novos e exóticos personagens, como vampiros e ciganas. Para criar uma experiência noturna inesquecível, novos objetos foram adicionados. Eles poderão expor seus Sims ao ridículo ou dar uma projeção à sua imagem. Entre eles, a máquina de Karaokê, pistas de boliche, esfera Electro-dance e cabine de DJ são os destaques. Se conquistar uma gatinha a pé já é complicado imagine se você estiver de carona. Mas não se preocupem! Pela primeira vez os jogadores poderão ter seus próprios carros para sair à noite ou ir trabalhar em grande estilo. O jogador poderá escolher entre cinco veículos disponíveis, como peruas e esportivos. Entre as novidades se destacam também uma nova ferra-

Paqueras, noitadas no boliche e outras atividades de entretenimento fazem parte da vida dos personagens desta nova versão do game

menta de encontros e um sistema de atração baseado em personalidade, signo e aspiração para que os Sims consigam encontrar seus pares ideais ou seus grandes amores na noite. Esteja o Sim interessado em um grande romance ou numa noite divertida, dependerá do jogador torna essa uma noite inesquecível. Para a Electronic Arts essa expansão tem tudo a ver com a vida badalada dos brasileiros. "Estamos ansiosos para ver a reação e ouvir as experiências dos jogadores de The Sims 2 – Vida Noturna" afirma Ian de Freitas, gerente de produtos da linha The Sims. "Esta expansão adiciona elementos que expandem o universo de vida social e

diversão que os jogadores brasileiros de The Sims 2 desejam", completa. Site – Para medir essa relação e comemorar o lançamento do produto no Brasil, a EA apresenta um site de comunidade exclusivo para o Brasil. Os fãs de The Sims poderão entrar para a Comunidade

"The Sims 2 – Amigo é Para Essas Coisas". Disponível no site ww w. the si ms2 vi dan ot urna.com.br , a comunidade pretende ser um grande ponto de encontro de jogadores de The Sims. É uma forma de tornar o jogo mais interativo, sendo que através de um programa de acúmulo dos chamados simoleons (moeda utilizada no jogo The Sims), o usuário poderá juntar e trocar pontos por conteúdos especialmente criados para esta comunidade, como tutoriais, novos lotes, ícones para softwares de mensagem instantânea, wallpapers e estampas para camisetas. Para ganhar simoleons, o membro deverá responder a um Quiz, assistir aos vídeos e convidar amigos para entrar na comunidade. Um dos atrativos

mais interessantes do site é que cada pessoa poderá construir sua própria imagem em estilo Sim. Uma aplicação em Flash permite alterar itens como cabelo, olhos, roupas e rosto, tornando muito mais divertida a interação entre os membros. Com a nova comunidade, a EA lança também o Concurso Cultural "O que você faria pelo seu amigo?". Os membros cadastrados poderão participar deste concurso à parte, elaborando uma frase criativa que responda a pergunta: "o que você faria pelo seu amigo?". Este concurso ocorre no período de 09 de setembro a 31 de outubro de 2005. As melhores frases concorrerão a prêmios diversos, como celulares Samsung SGHD500 e SGH-E630, jogos The Sims 2 & Vida Noturna e iPod.

SERVIÇO The Sims 2 - Vida Noturna Distribuição: Electronic Arts Telefone: (11) 5505-3713 Requisitos mínimos do sistema: Windows 98, ME, 2000 ou XP, processador Pentium III 800MHz, 256 MB de memória RAM (512 de RAM para Windows XP), unidade de CD/DVD de 8x, 3.5 GB de espaço livre em disco rígido, mais espaço adicional para jogos salvos, arquivos de troca do Windows e instalação do DirectX 9.0, placa de vídeo aceleradora 3D de 32MB (usando chipsets da ATI Radeon 7000 ou superior; NVIDIA GeForce2 ou superior) e placa de som, ambas compatíveis com o DirectX 9.0c Idioma: Manual e software em português Faixa etária: 16 anos - Preço sugerido: R$ 59,90 - Mais informações: www.thesims2.br.ea.com

Sphere: jogador pode ser guerreiro

M

ais um jogo online vem para agitar a vida dos gamers brasileiros. Agora é a vez de a Cross Way trazer a possibilidade do jogador vivenciar um outro personagem, no Role-Play Game (RPG) medieval chamado Sphere. Ricos em detalhes, o usuário poderá percorrer por cinco continentes, com diversos tipos de ambientes, muitas cidades, florestas, lagos, montanhas e estepes, entre outros. A possibilidade de autonomia e personalização de seus guerreiros é total e o jogador tem como objetivo ser bem-sucedido e sobreviver neste mundo de perigos. O gamer tem a possibilidade de escolha e deve ter a habilidade de conquistar castelos, formar clãs, casar-se, construir um verdadeiro reino para si, tornando-se um Mago ou Cavaleiro, ou viver na informalidade das sombras, sendo um assassino profissional, um ladrão, ou simplesmente esperar por missões que sejam suficientes para alimentar sua fome de aventura, ou seja, ter a vida que quiser. Pode-se literalmente tomar qualquer tipo de atitude, desde que o jogador seja forte o suficiente para agüentar as conseqüências. Quando se chega ao quesito batalha, aí a diversão e a criatividade aparecem. Inúmeros tipos de armas e magias estão à disposição entre as 12 escolas de magias. Pode-se desenvolver pós alquímicos, poções e feitiços, usando seu livro de receitas; encantar armas e pessoas, além de utilizar todo o conhecimento de seu personagem. Entretanto, para conseguir tudo isso não basta só ter tempo e paciência, mas também muita esperteza para usá-los nos momentos certos, afinal de contas, o feitiço pode virar contra o feiticeiro. A morte não é um problema tão sério no mundo de Sphere, já que um sistema de reencarnação envolvendo contextos carmáticos, ou seja, o gamer

O gamer pode percorrer cinco continentes e passar por ambientes como cidades, florestas, lagos, montanhas e estepes, entre outros

vai reencarnar, agora, sob determinadas circunstâncias, dependendo de suas atitudes em sua última vida. Em missões pode-se obter recompensa por alívio carmático, dinheiro, ranking ou ainda grau de especialização. Comunidade – O jogo já tem uma comunidade virtual com mais de 50 mil jogadores na Rússia, seu país de origem. Por aqui, o game ganha versão totalmente em português e se passa em um mundo paralelo chamado Sphere. O mundo de Sphere já está disponível na internet em

www.spherebr.com.br , por enquanto, com acesso gratuito. É preciso fazer um download do game e cadastrar login e senha. A partir de 1º de outubro o jogo entre oficialmente no Brasil e deve ser cobrado para ser acessado. (FP) SERVIÇO SPHERE RPG online medieval (MMORPG) Produtor: Nikita Company -Rússia Distribuidor no Brasil: Crossway Acesso temporário gratuito em www.spherebr.com.br Mais Informações: (21) 2262-7391


Alaor Filho/AE

Somem R$ 2 mi da PF. O plantão era um boneco

A Polícia Federal afastou 59 policiais e se diz vítima de um golpe para desestabilizar sua chefia. Os R$ 2,1 milhões em euro, dólar e real confiscados numa operação que apreendeu 1,6 t de cocaína não estavam em caixa-forte, mas nas prateleiras da sala-cofre sem câmeras. "A PF está de luto", declarou seu diretor-geral, Paulo Lacerda. DCidade

O policial de plantão era o boneco da foto, como o Ricardão usado em SP nas cabines das marginais.

www.dcomercio.com.br/c ampinas/ Edição de Campinas concluída às 00h10 Ano 81 - Nº 21.966

R$ 0,60

São Paulo, terça-feira 20 de setembro de 2005 Milton Mansilha/Agência Luz

Proibir o comércio de armas? NÃO. A Associação Comercial vai votar NÃO no referendo de 23 de outubro sobre o comércio de armas de fogo. A decisão unânime foi adotada ontem depois de um debate que contrapôs os deputados Luiz Antonio Fleury Filho (contra a proibição) e Jamil Murad (a favor). A posição da ACSP tem por base "as garantias individuais de legítima defesa do cidadão e de liberdade", como explicou o presidente Afif Domingos. DCidade

Fleury: contra a proibição. Afif: pelo livre arbítrio. E Murad: a favor.

Beto Barata/Agência Estado

AFP/HO/Nasa

Monica Zarattini/AE

Eleição do PT vai ao 2º turno

De volta ao mundo da Lua. Em 2018

Diante do diretório, bandeira agitada e liderança de Berzoini. Pág. 8

Projeto da Nasa custará R$ 104 bi, terá naves semelhantes à Apolo, poderá transportar 4 astronautas em cada viagem (acima) e quer transformar a Lua em trampolim para exploração de Marte. DCidade

Jonne Roriz/AE

INFORMÁTICA

Crise política. E o uso livre de software muda

Doleiro depõe hoje para 3 CPIs

Novo comando do Instituto Nacional de Tecnologia da informação vê com restrições programas de inclusão digital

Presença de Toninho da Barcelona (foto) gera expectativa. Pág. 4

TEMPO EM CAMPINAS Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 14º C.

Último dia de Severino

A agonia do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, vai terminar amanhã, quando ele deverá renunciar. No encontro de ontem com o presidente Lula, Severino negociou que seus apadrinhados não sejam perseguidos - e só então confirmou a renúncia. O 1º vice-presidente da Câmara, deputado José Thomas Nonô (PFL-AL), terá o prazo de cinco sessões para montar a eleição que escolherá um novo presidente. O "mensalinho" de Severino foi confirmado pelo Ministério Público. Pág. 3


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 20 de setembro de 2005

Melhore as fotos do seu celular Imagens tiradas com o fone mehoram depois de Página 11 tratamento

CRISE ALTERA POLÍTICA DE INFORMÁTICA DO GOVERNO Saída de Sérgio Amadeu, ligado ao ex-ministro José Dirceu, tira força do ITI (Instituto Nacional de Tecnologia da Informação), que volta a priorizar a certificação digital; novo homem forte é Rogério Santanna, secretário de Logística e TI do Ministério do Planejamento, que tem uma visão mais pragmática sobre a adoção do software livre

A

política de informática do governo federal, baseada na migração maciça para o software livre e nos programas de inclusão digital, está mudando de rumo. Sérgio Amadeu da Silveira, que se tornou conhecido por enfrentar a Microsoft e as grandes multinacionais de software ao defender a adoção de programas de código aberto, deixou oficialmente a presidência do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação - ITI, autarquia ligada à Casa Civil da Presidência da República. Amigo pessoal do ex-ministro José Dirceu, que lhe deu carta branca à frente do Instituto, Amadeu colocou o cargo à disposição da ministra Dilma Rousseff e conseguiu fazer o sucessor –Renato da Silveira Martini, que era diretor de Infra-Estrutura de Chaves Públicas do órgão e participou de sua gestão desde o início. Mas a nomeação de Martini –e a própria cerimônia de transmissão de cargo, no último dia 12, em Brasília– deixam claro que os poderes do ITI para ditar a política governamental de informática estão bem mais restritos e devem voltar ao que foi estabelecido na época de sua criação, no governo Fernando Henrique Cardoso: cuidar da regulamentação da certificação digital no país. Na solenidade, destaque para os representantes de autoridades certificadoras, como Certisign, AC Serpro, AC SRF, AC Caixa e AC Jus, e para o pronunciamento do novo presidente, que abriu o encontro agradecendo a oportunidade de ter ajudado a construir a realidade em que se transformou a ICP-Brasil. Ele avaliou que sua nomeação "dá continuidade aos rumos que foram traçados para a consolidação da certificação digital brasileira". A ministra Dilma Rousseff não compareceu à cerimônia, mas garantiu que o ITI e a ICPBrasil não saem da Casa Civil. Através de seu chefe de gabinete, Giles Azevedo, a ministra agradeceu a Sérgio Amadeu "com muito respeito e carinho pelo trabalho desenvolvido na área". Enquanto isso, em São Paulo, o novo homem forte do governo na área de TI –Rogério Santanna, secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão– falava sobre o fim da era Amadeu e sobre suas divergências com o ex-presidente do ITI. "O ITI agora vai cuidar do que sempre deveria ter cuidado, que é a Infra-estrutura de Chaves Públicas do país", disse Rogério Santanna, que, por estar ligado ao Ministério que

Por Rachel Melamet Divulgação

Santanna: homem-forte da TI

Eu admiro o Sérgio Amadeu, mas discordo radicalmente de sua postura em relação ao método de migração para o software livre Rogério Santanna

detém os recursos, terá maior autonomia para decidir onde aplicá-los. Migração estressante – "Eu admiro o Sérgio Amadeu, mas discordo radicalmente de sua postura em relação ao método de migração para o software livre", afirmou Santanna. "Acho que migrar as estações de trabalho deve ser o último, e não o primeiro passo para adoção dos sistemas de código aberto, porque a mudança estressa o usuário final e a economia não compensa". Rogério Santanna, que foi presidente da Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre (RS) durante a administração do PT, quando foram feitas as primeiras experiências com software livre no Brasil, defende a migração para a plataforma Linux e programas de código aberto "pelos bastidores". "A grande economia e vantagem dessas soluções é nos servidores, na infra-estrutura, e não na interface com o usuário final", diz Santanna, que deve trabalhar em conjunto com a Secretaria de Política de Informática, do Ministério da Ciência e Tecnologia, que deve tratar da visão estratégica do governo para o setor. Embora sempre mencione os programas de inclusão digital em suas palestras, Rogério Santanna também faz restrições aos métodos de implanta-

ção das Casas Brasil –centros multiculturais criados em parceria com prefeituras e entidades comunitárias. "É preciso ter certeza de que a comunidade está preparada para administrar e cuidar da Casa Brasil após a instalação, para que não se transforme apenas num monte de sucata sem uso", pondera Santanna. Continuidade – O novo presidente do ITI, Renato Santini, diz que espera dar continuidade a todos os projetos estratégicos iniciados em 2003 por Sérgio Amadeu. Ele destacou o LEA - Laboratórios de Ensaios e Auditoria, responsável pela homologação de sistemas e equipamentos de certificação digital no âmbito da ICPBrasil, a Infra-Estrutura de Chaves Públicas brasileira. Santini mencionou também o Programa João-de-Barro, projeto de criação de uma plataforma criptográfica desenvolvida em software livre. E disse que o maior desafio do ITI no momento é conseguir a aprovação do projeto de lei 7.316, que disciplina o uso de assinaturas eletrônicas e a prestação de serviços de certificação, em andamento nas comissões técnicas do Congresso Nacional. O novo presidente do ITI ressaltou que a autarquia precisa de uma sede e de um quadro próprio de funcionários, mas disse já saber dos "desafios orçamentários" para atingir essas metas. Casa Brasil – Renato Santini observou que o programa Casas Brasil, de inclusão digital, é outra ação de enorme importância. "Dar continuidade a essa iniciativa e, se possível, contribuir para a sua ampliação é algo que merecerá nossa atenção." Santini afirmou ainda que outra prioridade é "a consolidação da cultura do uso do software livre na Esplanada, demonstrando que essa é uma opção tecnológica importante para o país". Segundo o novo presidente do ITI, "vale lembrar que os temas 'inclusão digital' e 'software livre', debates que estão colocados no mundo, foram reposicionados pelo atual governo e se tornaram relevantes questões nacionais". "Tenho certeza de que poderemos continuar nesses caminhos, principalmente porque acredito que tanto a questão da certificação como as políticas voltadas para a inclusão digital e para as novas tecnologias são importantes para a redução do custo Brasil e a inserção do país no cenário tecnológico mundial", concluiu Renato Santini. Leia mais sobre a política de informática na próxima página

INFORMÁTICA - 1

Propaganda do futuro O MediaTile vai revolucionar (e baratear) a sinalização no varejo Página 13


DIÁRIODO DO COMÉRCIO DIÁRIO COMÉRCIO

66-.OPINIÃO

terça-feira, 20 de setembro de 2005 terça-feira, 20 de setembro de 2005

OPINIÃO LENTE DE AUMENTO

POR QUE LULA NÃO PUNE O PT?

Ao contrário do que supõe, está ao alcance de Lula punir o partido que o elegeu pelo Delúbio Soares, tesoureiro afastado do Partido dos Trabalhadores que o elegeu presidente. Se, antes de confessar sua ignorância sobre os meios legais para punir os responsáveis, ao menos se desse ao trabalho de consultar o ministro da Fazenda ou mesmo o eminente ministro da Justiça, o Lula certamente se surpreenderia ao constatar que, bem ao contrário do que supõe S.Exa. está inteiramente ao seu alcance e de seus ministros identificar e punir o partido que o elegeu, curiosamente através dos mesmos meios com os quais tem implacavelmente punido os supostos “sonegadores”, e sob os mesmos pretextos (cumprimento da lei, que deve ser é igualmente aplicada a todos). O presidente Lula constataria que a “não escrituração das receitas de empréstimos” nos livros confessada por seu tesoureiro, a par de configurar a mesma grave infração de “omissão de receita” (RIR/99, arts. 281 e 282) - recentemente imputada a outros “sonegadores”, por comprometer visceralmente a regularidade e exatidão da contabilidade de seu partido e ensejar evidente intuito de fraude - configura descumprimento de um dos requisitos legais para fazer jus

à imunidade tributária conferida aos partidos, o que, por sua vez, implica em suspensão da imunidade a partir da data da prática da infração, com lavratura de auto de infração e aplicação de multas de até 150%, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. O Partido dos Trabalhadores estaria, ainda, legalmente sujeito a ter a sua inscrição no CNPJ declarada inapta (cf. IN/SRF 200 de 13/09/2002), bem como a ser inscrito no Cadin/FN (cf. Lei nº 10.522/02, art. 2º, inc. II, alínea “b”), sem prejuízo das conseqüências criminais em relação a seus dirigentes, que o ministro da Justiça, por ser emérito criminalista e implacável perseguidor dos supostos “sonegadores”, certamente já deve ter advertido ao presidente. Portanto, é no mínimo estranhável que, em razão da grave infração fiscal confessada por seu tesoureiro, até agora nenhuma dessas autoridades federais, ou

O partido praticou “omissão de receita", confessada por seu tesoureiro mesmo o Ministério Público, se tenha animado a tomar qualquer medida contra o PT.

E

spero firmemente em Deus que a ignorância confessa do sr. presidente sobre os meios legais a seu alcance para identificar e punir exemplarmente os responsáveis pelos graves ilícitos fiscais confessados pelo tesoureiro do PT não seja um pretexto entorpecente para encobrir a não menos grave crise política e moral que assola a nação, nem esteja subjugada às políticas de compadrio ou aos espúrios interesses de uma facção política, que não prima pela transparência. Fernando Lobo D'Eça, advogado

JOÃO DE SCANTIMBURGO UM DEBATE ANTIGO

A Céllus

É

curioso que, embora pretenda arrogar-se paladino da justiça fiscal, punindo contribuintes que, antes mesmo de se defenderem através das garantias do devido processo legal são previamente taxados como supostos “sonegadores” pelas autoridades fiscais e execrados publicamente por coberturas jornalísticas, o “governo” do presidente Lula se mostre tão condescendente com as graves “infrações” recentemente confessadas à CPI do Mensalão

Receita, o atraso do atraso. ANTONIO MARANGON

I

nfelizmente, ao ler os jornais de ontem, constatamos que os funcionários da Receita Federal de São Paulo, não tendo suas reivindicações atendidas, fazem nova paralisação, com início nesta data e término previsto para o dia 1º de outubro. Ao que se vê, serão mais 10 dias de transtorno para o setor produtivo, que já está absurdamente prejudicado pelos maus serviços prestados pela Receita Federal, que acumula um atraso em seu atendimento de mais de 40 dias. A greve deflagrada hoje agrava ainda mais os problemas de atendimento do órgão que já estava praticamente paralisado, em especial, no atendimento ao registro e liberação do CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, entre outros serviços, que corresponde à abertura, cancelamento, baixa e alteração de dados cadastrais. Se tomarmos, por exemplo, apenas o caso do CNPJ, vamos observar que o estrago é imenso. Com toda essa confusão na Receita, a liberação do documento está levando mais de um mês. Imagine um empreendedor que investiu pesadamente na abertura de um novo negócio. Alugou imóvel, adquiriu infra-estrutura tecnológica, montou instalações, água, luz, telefone e não pôde começar a trabalhar porque o órgão público que lhe daria a inscrição do registro da empresa simplesmente não funciona.

A

pergunta que fica é: quem vai pagar esses prejuízos? Quem vai dar um alento àquele que a cada dia amarga uma angústia maior, porque suas atividades empresariais estão paradas e sem nenhuma perspectiva de quando poderá iniciar suas operações. Os prejuízos neste caso são materiais, financeiros e emocionais, porque ninguém agüenta uma situação de tanta pressão e incerteza. O Sescon-SP (Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Es-

tado de São Paulo), representando as 17 mil organizações de contabilidade do Estado, o qual presido, atua como o intermediador das relações entre empresas (contribuintes) e Fisco (controlador e arrecadador de impostos) e, portanto, vê-se na obrigação de pressionar os órgãos públicos, nitidamente a Receita Federal, por solução imediata para o caso. Neste sentido, enviamos ofício ao superintendente da Receita Federal em São Paulo, o sr. Edmundo Spolzino, no último dia 15, apontando as inúmeras reclamações que temos recebido de nossos associados e o estrago que esta inércia está causando ao setor produtivo como um todo.

P

or outro lado, as organizações contábeis também estão sendo grandemente prejudicadas em suas atividades profissionais. E mais, com uma imensa agravante: os empresários, clientes dessas organizações, na maioria das vezes, pensam que são os contadores os responsáveis pela paralisia no atendimento da Receita, e os pressionam constantemente exigindo soluções. Segundo informações, este problema é de ordem tecnológica, administrativa, estrutural e de pessoal na Receita Federal e, portando, de difícil solução. Sem nenhum horizonte de quando a situação se normalizará, fica o contribuinte à mercê de ventos e tempestades que lhe trazem incalculáveis prejuízos. Certos estamos de que o cidadão brasileiro que paga seus impostos em dia, e de maneira exacerbada, como todos sabemos, merece respeito e consideração. Ou digamos, no mínimo, uma satisfação pública para que possa comprovar sua lisura diante daqueles com os quais assumiu compromissos, como o caso do aluguel, do mobiliário e da estrutura funcional contratada. O que fazemos senhores, responsáveis pela Receita Federal? Vamos também cruzar os braços e ignorar nossos compromissos? Vamos paralisar o País?

O que era ruim, piorou. Quem paga o prejuízo com a greve do Fisco?

Empurrando o mico

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

BENEDICTO FERRI DE BARROS Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Ed itor - Ch efe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br) Editores: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br), Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Marcos Menichetti (marcosm@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Adriana Gavaça, André Alves, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Lancha, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Juliana de Moraes, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda Correspondente: Renato Carbonari Ibelli (Campinas) Gerente de Publicidade Solange Ramon (sramon@acsp.com.br) Gerente de Produto Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-34493 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005 Auditado pela

N

ão é fácil vivendo num prostíbulo, manter a virgindade. O preservativo universal utilizado pelos figurões petistas tem sido o de jogar o mico para fora e para cima. Melhor dito, dar um chutão. Delúvio (sic) e o secretário do PT foram os primeiros a dizer que nada fizeram sem que seus superiores soubessem. Genoino saiu de campo ignorando a bola. Dirceu se retirou para os vestiários, mas acuado não quer abandonar a partida, diz que voltará ao campo, mantém a bola debaixo do braço e protesta para o juiz e os bandeirinhas uma "fidelidade canina" às recomendações do capitão do time, o presidente. É a ejaculatória que sempre utilizou em todas as ocasiões para fugir a trombadas diretas

contra o dono da equipe. Não se sabe se desta vez irá funcionar. Lula, o "traído", se mostra irritado: "Que presidente é esse (de) que ele fala?" Tem razão. Nestes dois anos e tanto de governo o que o País não teve foi um presidente exercendo suas funções de comando político e administrativo.

E

m contrapartida, nesta altura dos acontecimentos nem partido o "presidente" tem mais. Para fugir ao destino de Vargas, Jânio e Collor, invoca o estadismo de Juscelino e substitui na lapela a estrela vermelha por Nossa Senhora de Aparecida. Só mesmo um milagre poderá evitar que Dirceu bote o mico sentado no seu colo.

N esta altura dos acontecimentos nem partido o "presidente" tem mais

influente revista Veja desta semana repete uma antiga afirmação sobre a constituição imperial de 1824, outorgada por Dom Pedro I. Tenho para mim, e não vejo porque mudar de opinião, que Dom Pedro I mandou submetê-la às Câmaras Municipais, onde se acolhia a representação popular desde os primórdios da colonização, fato este que transformou o importante diploma legal numa constituição sancionada e não outorgada. O jovem imperador, impulsivo, podia tê-la outorgado, mas preferiu a via liberal e democrática da consulta. Repito: na minha opinião, a constituição não foi outorgada. O saudoso professor, acadêmico e brilhantíssimo historiador Pedro Calmon, na sua opulentaHistória do Brasil, dá a Constituição como outorgada, mas é minucioso e acentuou a consulta às Câmaras.

Sancionada, a Constituição de 1824 deu ao Brasil o crédito de fidelidade ao liberalismo

A

Constituição de 1824 durou sessenta e cinco anos e oito meses e meio, caindo com a Proclamação da República. Obra do emérito constitucionalista Pimenta Bueno, marquês de São Vicente, era rigorosamente liberal em seus 179 artigos e parágrafos - um dispondo sobre medidas provisórias, que muitos pensam que é novidade. Sustentava-se em quatro poderes, um dos quais exemplar, o Moderador, privativo do imperador. Nenhum decreto de exceção foi baixado na sua vigência; o império era liberal, pois liberal era o imperador, por esposar as idéias do seu tempo, sobre tudo francesas e inglesas, que muito admirava. Para concluir, repito: em minha opinião a Constituição de 1824 não foi outorgada. Foi uma constituição-modelo, que muito honrou o Brasil, dando-lhe um crédito internacional de grande exemplo filosófico e de fidelidade ao liberalismo.

João de Scantimburgo é membro da Academia Brasileira de Letras jscantimburgo@acsp.


DO COMÉRCIO DIÁRIODO DIÁRIO COMÉRCIO

terça-feira, 20 de setembro de 2005

terça-feira, 20 de setembro de 2005

OPINIÃO -77

OPINIÃO

DOIS PONTOS

O

Para escrever ou comentar as cartas e artigos desta seção, envie sua mensagem para

doispontos@dcomercio.com.br

.O

Parlamentares, pra quê?

O importante é ter tempo para brecar o surto de exportação (de produtos chineses) pela via da negociação Ministro Luiz Fernando Furlan, que embarca dia 28 para Pequim com o objetivo de segurar as exportações de manufaturados chineses.

"Não é uma panacéia, mas vai reduzir muito a fragilidade do País."

uço essa pergunta muitas vezes, todos os dias. A resposta mais freqüente, é triste reconhecer, é que os parlamentares “não servem para nada”. Então, por que não eliminar de vez as Câmaras Municipais, as Assembléias Legislativas, a Câmara dos Deputados e o Senado? Não haveria mais verbas de gabinetes, assessores, viagens e, de quebra, sumiriam mensalões e outros escândalos... O Brasil já viveu “experiências” semelhantes. As intervenções do poder central em estados sob governo de oposição foram freqüentes, por exemplo, na República Velha (1889-1930). Getúlio Vargas governou sem Legislativo entre 1937 e 1945. Saímos, há pouco, de duas décadas de regime militar, com o Poder Legislativo sufocado. O Brasil ficou melhor por conta disso? Houve menos corrupção? A vida melhorou para o povo? Em momentos de crise, como o que o país atravessa agora, abrem-se espaços para o surgimento de “salvadores da pátria”, cujo passaporte em direção ao poder é a promessa de atalhos à felicidade. Atalhos que podem incluir a destruição de instituições “incômodas”, como o Legislativo. Pois são exatamente esses momentos de crise que exigem das lideranças políticas lúcidas a coragem da defesa incon-

dicional do Legislativo, como principal instrumento de controle das tentações autoritárias. A história recente do Brasil mostra, aliás, que o Legislativo e a imprensa, dois dos pilares da democracia, foram os grandes escudos da sociedade civil contra os candidatos a redentores milagrosos do País.

E

quanto à corrupção? Os períodos de maior fechamento político na história do Brasil foram também o cenário das piores tramóias e negociatas. Tudo acobertado pelo silêncio imposto à imprensa e às representações da sociedade. Quem associa os períodos de ditadura aos tempos “em que tudo funcionava melhor” simplesmente não sabe o que ocorria nos bastidores, sem qualquer controle da sociedade. A mesma sociedade que continua pagando até hoje a conta dos abusos na escuridão. Mas será que essa constatação equivale a defender privilégios que constituem um acinte para os brasileiros; mensalões, propinas ou qualquer grau de impunidade? Não. Muito ao contrário. Uma coisa é a instituição, outra coisa é o rumo impresso a ela pelas lideranças políticas. Defender a necessidade de um Legislativo (assim como um Judiciário) forte é entender que o equilíbrio dos poderes é a melhor va-

Ministro Roberto Rodrigues, anunciando que o Brasil está disposto a não negociar nada na Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).

U

m antigo ditado oriental afirma que é nas grandes crises que surgem as melhores oportunidades. O Brasil vive, então, o momento ideal para encontrar novos caminhos. Não podemos é nos desviar da trilha da depuração do Poder Legislativo. E precisamos ter a coragem de, quando necessário, nadar contra as correntes de momento. Talvez mesmo interromper uma conversa, na mesa do restaurante ou nas rodinhas de amigos, e explicar com calma, paciência e firmeza, para que servem os parlamentares. RODRIGO GARCIA, DEPUTADO ESTADUAL (PFL-SP), PRESIDENTE DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE S. PAULO

L egislativo e a imprensa foram os escudos contra os milagrosos do país

Ricardo Hausmann, criador da teoria do "pecado original", sobre emissão de dívida externa em reais. Para o professor, é um avanço histórico, que vai deixar o Brasil menos vulnerável a crises.

Se a negociação for pífia, não interessa ao Brasil. Ou fazemos uma negociação que nos dê vantagens efetivas na área agrícola, ou não fazemos nenhuma negociação.

cina para assegurar que o cidadão comum não seja esmagado pelo autoritarismo político ou econômico. Mas a defesa do Legislativo implica necessariamente o combate pela investigação de todas as denúncias, com a devida punição dos culpados, sejam de que partido forem. E implica, acima de tudo, lutar para que o Legislativo, em todas as suas instâncias, se aproxime mais da realidade da população. Que discuta e vote menos as prerrogativas dos parlamentares e muito mais os projetos de importância para o dia-a-dia dos brasileiros.

Distribuir o dinheiro dos ricos é uma piada. Não a solução

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rezados Senhores, foi publicada no DC P uma "análise" sobre o

L ourdinha, fazendo sua América. Por Abê.

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O Impostômetro disparou!

iquei admirado com a Mas isto é apenas a enorme arrecadação de sugestão de um um pequeno F impostos pelos governos. Até comerciante, que jamais pode parece que a calculadora do Impostômetro disparou! Sugiro que o governo venda a maioria de suas empresa para seus próprios funcionários. Certamente que seria muito mais lucrativo para o País e para a população em geral.

pensar em fazer greve, pois não tem estabilidade de emprego e para se manter no mercado tem que enfrentar um feroz Leão... ODILON ADRIANO DE OLIVEIRA, CURITIBA, PR ODILONADRIANO@IG.COM.BR

relatório com o Indice de Desenvolvimento Humano feito pelos pesquisadores A.Gois e L.Constantino. A "análise" pode ser até correta, mas achei que está muito, muito superficial. Se os dois se tivessem dado um pouquinho de trabalho matemático, chegariam a conclusão de que a sua pseudoanálise é pura demagogia. Pois, supondo, por exemplo, que cada um dois 500 mais ricos tivesse uma fortuna, digamos um bilhão de dólares e se dispusesse de distribuir a sua riqueza entre os 416 milhões de mais pobres, teríamos: 500x1.000.000.000: 416.000.000=1.211,92 dólares dado a cada um dos pobres. Depois de gastar a "fortuna" de mil e duzentos e doze dólares, os pobres continuariam pobres, somando a eles os 500 exricos, que ficariam sem um tostão. Chega de demagogia barata! Vamos arregaçar as mangas e fazer com que os pobres possam trabalhar e ganhar seu sustento, pois peixes dados acabam logo. ENG.F.HABL JR., ZOCOR@IG.COM.BR, SÃO PAULO.

PAULO SAAB HERÓI BANDIDO

A

ntes que os apressados e donos da verdade corram para me criticar, informo que minha opinião sobre o que vou escrever aqui está no final dessas linhas. Mas, siga você, leitor, leitora, a ordem normal de leitura até chegar lá para amenizar o eventual contragosto com o que aqui comento. Tenho feito duas coisas com razoável freqüência. Uma é defender a classe média e buscar, qual Diógenes, com lanterna na mão, um nome que no Brasil de hoje seja capaz de empolgá-la, servir-lhe de líder, e atuar em favor de seus interesses tão aviltados. Outra é manter conversação permanente com os diferentes tipos de público que formam essa classe média. Pois bem, ouso afirmar, ainda não emitindo minha opinião que o grande herói da classe média brasileira, neste momento da vida nacional, atende pelo nome de Roberto Jefferson.

D

esafio o leitor, a leitora, a fazer o mesmo que fiz. Converse com as pessoas em seus círculos de amizade, familiar, de trabalho, social a respeito do já cassado deputado e ouça as opiniões. Sem nenhuma base científica, sem técnica alguma de pesquisa de opinião pública, tem-se ouvido palavras que transformam o "bandido", em herói. Bandido porque foi cassado por quebra de decoro parlamentar e corrupção por uso de caixa 2 em período eleitoral. E, herói porque ao trazer a público as denúncias que afundaram o PT e o governo Lula, além da Câmara dos Deputados, num lamaçal inimaginável, o exdeputado do Rio jogou luzes sobre a podridão dos conluios do poder e o uso de verbas públicas em favor de poucos. Lembre-se que estou falando sobre o que ouvi sobre o indigitado cidadão: tornou-se antiherói, líder da revolta latente contida em cada brasileiro, cansado de ver a malversação dos recursos públicos escondida pelo diáfano véu da falsa moralidade, da corrompida austeridade.

grau de exposição de mídia e o desempenho de artista de Jefferson, os gestos estudados, a voz colocada sempre no tom de cada emoção, criaram tal empatia do "bandido" com a classe média que esta o elegeria para qualquer cargo se dele não tivessem sido cassados os direitos políticos por oito anos. Antes de minha opinião a respeito, faço um parênteses para três observações. A primeira é pela declaração do ministro Celso Amorim, na ONU, de que Lula é líder mundial e isso incomoda porque Lula é capaz de influir nos destinos do mundo. Impossível conter a gargalhada. Essa soberba explica muito a derrocada petista. Conseguiu ser mais fora de contexto do que uma senhora petista dita intelectual que creditou ao PT a democracia existente no Brasil. A segunda é sobre o Fundo Partidário, usado pelo PT para pagar até viagens internacionais do segundo marido de Marta

Falo sobre o que ouvi sobre o indigitado cidadão: ele tornou-se o anti-herói da classe média Suplicy, o argentinofrancês Luis Favre, além de outras barbaridades cometidas com o despudor agora conhecido. O silêncio de Marta Suplicy, em toda a crise petista, onde inclusive não assumiu no lugar de Genoíno, quando era sua primeira vice, exige meditação a respeito. Pensando bem, não. Oportunismo é item forte de seu currículo. E a terceira para lamentar que a imprensa nacional acabe transformando em potenciais candidatos a cargos eletivos "musas" de crises que são, na verdade, espertas, que perdem a credibilidade em favor de espaço para seu surgimento na cena que denunciaram. Que tipo de legisladoras, políticas, governantes, serão?

F

inalmente, minha opinião sobre a ascensão de Roberto Jefferson a ídolo da classe média brasileira: lamentável por todos os títulos e circunstâncias. Reflete apenas a ausência de nomes capazes de ocupar esse imenso vácuo de referências sadias para a imensa maioria da população brasileira. E significa que, à la Diógenes, vou seguir com minha lanterna tentando na escuridão da política nacional, encontrar nomes dignos de nos representar. Apresente-se leitor, leitora.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 20 de setembro de 2005

POLÍTICA - 3

PROCURADOR DIZ TER DOCUMENTOS QUE COMPROVAM 'MENSALINHO'.

poLítica UMA PROVA

Beto Barata/AE

Eymar Mascaro

CONCRETA PMDB: majoritário? CONTRA O SEVERINO

PROFESSOR

A exemplo de Michel Temer, também Osmar Serraglio é professor universitário. O relator da CPMI dos Correios tem um problema de difícil solução: falta de tempo para se dedicar exclusivamente às coisas da Câmara.

PRÓ-TUCANO

O Palácio do Planalto faz restrições a Michel Temer por considerá-lo simpatizante do tucanato. Na prática, Temer tem feito oposição ao governo Lula, defendendo inclusive a exoneração dos ministros do PMDB.

CONSENSO

Lula continua defendendo a escolha de um candidato de consenso para presidir a Câmara dos Deputados, mas o PT ainda invoca o critério da proporcionalidade. PSDB e PFL, contudo, resistem à indicação de um petista para preencher o cargo.

IMPEACHMENT

Em contrapartida, o Palácio do Planalto rejeita primeiro um deputado do PFL para a presidência da Câmara e, depois, outro do PSDB. Lula está convencido de uma coisa: o PFL quer chegar ao seu impeachment.

APOIO

O deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL) trabalha para ter o apoio do baixo clero e continuar dirigindo a Casa (em caso de renúncia de Severino Cavalcanti). Por isso, está de bem de Severino, com quem viajou recentemente para os EUA.

PROMESSA

José Thomaz Nonô, 1º vicepresidente, promete que jamais usaria o cargo para algum ato contra o presidente Lula. Nonô cita, por exemplo, que não daria andamento a um processo de impeachment apresentado por alguém apenas como fim político. Ontem, o líder da Minoria, o deputado também pefelista José Carlos Aleluia, deu um discreto apoio à pretensão de Nonô, dizendo que o momento exige na condução da Casa um parlamentar experiente.

ALTERNATIVA

Além de Michel Temer e Osmar Serraglio, pelo PMDB, e de outros candidatos pelos demais partidos, como o próprio Thomaz Nonô, um novo nome surge como postulante ao cargo: Denise Frossard, do PPS-RJ, que vem chamando a atenção pelas

suas intervenções na CPMI dos Correios.

DEFESA Os deputados que foram beneficiados pelas liminares do STF e que respondem a processos de cassação de mandato já estão sendo citados pelo Corregedoria da Câmara para apresentar suas defesas, que podem ser por escrito.

DEPOIMENTO Se não houver recuo de última hora, o doleiro Toninho da Barcelona deve depor hoje nas três comissões parlamentares de inquérito. As CPMIs dos Correios e do Mensalão e a CPI dos Bingos fizeram um acordo para tomar o depoimento do doleiro numa sessão em conjunto.

SIGILO A CPMI dos Correios continua investigando documentos a fundo na tentativa de chegar à conclusão de que os empréstimos bancários ao PT foram fictícios. As oposições acham que o mar de dinheiro carreado para o PT teria como origem, por exemplo, os fundos de pensão.

ACUSAÇÃO Severino Cavalcanti não quer deixar a presidência da Câmara com a pecha de corrupto. Severino acha que está sendo vítima da maldade das oposições. O presidente continua afirmando que o cheque de Buani foi para a campanha do filho a deputado estadual em Pernambuco. Ontem, ele esteve com Lula, num encontro aguardado desde a última sexta-feira.

2º TURNO Os petistas estimam que pelos resultados preliminares haverá 2º turno nas eleições para a presidência do partido. O 2º turno está previsto para 9 de outubro. Os petistas ainda não querem arriscar um resultado definitivo da convenção. Mas aqueles que desejam sair só esperam a consolidação dos resultados, já que o prazo fatal para troca de legenda está se esgotando rapidamente: 30 de setembro.

OPÇÃO Pré-candidata ao governo de São Paulo, a ex-prefeita Marta Suplicy abriu seu voto ao comparecer às urnas na eleição de presidente do partido. Marta confirma ter votado em Ricardo Berzoini, do Campo Majoritário.

NA FRENTE Pelo menos até a 2ª prévia, o Campo Majoritário liderava a apuração. Ricardo Berzoini era o candidato mais votado, seguido por Valter Pomar (Articulação de Esquerda). Em terceiro, está Plínio de Arruda Sampaio (Ação Popular Socialista). O partido promete para hoje o final da apuração eletrônica.

governo. Na sexta-feira passada, a PF encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que o inquérito do mensalinho seja transferido para o tribunal. Na mesma ocasião, foram sugeridas as quebras dos sigilos bancário e telefônico de Severino. Ontem, o relator do caso no tribunal, ministro Gilmar Mendes, pediu um parecer ao procurador-geral sobre as sugestões da PF. Caberá ao ministro decidir se instaura ou não o inquérito no STF e se autoriza as quebras de sigilo. Pronunciamento – O presidente da Câmara fará pronunciamento amanhã em plenário, mas ainda está indeciso sobre a renúncia ao mandato. A afirmação é do advogado José Eduardo Alckmin, que representa Severino. Ele disse que em nenhum momento seu cliente pensou na hipótese de pedir licença e que Severino lerá "uma mensagem à nação e aos eleito-

Severino Cavalcanti saindo de sua casa para o encontro com Lula

res" em seu pronunciamento. Segundo o advogado, Severino é quem vai redigir o discurso e não está comentando o teor da mensagem com ninguém. Com Lula – Severino se reuniu ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e saiu sem dar entrevista. Segundo sua assessoria, o presidente da Câmara apresentou algumas opções sobre seu futuro político ao presidente, mas não anunciou nenhuma decisão. De acordo com a assessoria, na

PARENTES TÊM CARGOS GARANTIDOS

O

deputado Severino Cavalcanti (PP-PE) pode até renunciar ao mandato de presidente da Câmara, mas não deixará os parentes na mão. Ele negociou a permanência na Casa de quatro parentes diretos que ocupam cargos de confiança: a nora Olga Maria, a filha Catharina Amélia, a irmã Marlene Cavalcanti e a neta Rafaella, que têm salários entre R$ 1,6 mil e R$ 7,5 mil. Severino garantiu também a permanência do filho José Maurício Valadão Cavalcanti na delegacia regional do Ministério da Agricultura de Pernambuco. Também está assegurada a permanência do ministro das Cidades, Márcio Fortes, da cota de Severino e do PP. E, às vésperas de sua possível saída, Severino poderá saborear hoje a posse de um de seus aliados e pupilos, o deputado Augusto Nardes (PP-RS), no cargo vitalício de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). (Agências)

reunião que durou quase uma hora e meia, Lula disse que cabe apenas a Severino decidir o melhor caminho a seguir. Provas – O advogado de Severino afirmou ontem que as provas contra o deputado são muito frágeis e sua defesa é fácil. Mas destacou que está em jogo não apenas uma questão jurídica, mas também aspectos políticos. "Na questão jurídica digo a ele que fique tranqüilo. Não há com o que se preocupar. A defesa é fácil de ser feita. Agora, na questão política não posso dar conselho. É uma questão pessoal. A defesa é fácil porque os elementos de prova são muito tênues. Tem uma testemunha que se desdiz a cada momento, um extrato bancário que não prova nada e um cheque que não confere com a história contada inicialmente." O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), adiou para amanhã a abertura da representação contra o presidente da Câmara, prevista para hoje. "Vamos aguardar, já que existe a possibilidade de renúncia", comentou. (Agências)

ESCOLHA INGRATA – No discurso de homenagem ao presidente da Áustria, Heinz Fischer, que está em visita oficial ao Brasil, o presidente Lula inovou ontem nas citações de duas personalidades austríacas que vieram morar no País: a princesa Maria Leopoldina, mulher de D. Pedro I, e o escritor Stefan Zweig, autor de Brasil, o País do Futuro. O presidente inovou, porém foi infeliz, pois tanto Maria Leopoldina quanto Zweig não tiveram sorte no Brasil. Historiadores relatam que a princesa morreu no parto e sofreu com as traições do marido. Já Zweig, seis meses depois de chegar ao País fugindo do nazismo, se suicidou. Fischer agradeceu a lembrança dos conterrâneos.

ADVOCACIA TRABALHISTA EMPRESARIAL ESPECIALIZADA

DC

REAÇÃO

Michel Temer encontra forte reação à sua candidatura por parte de setores influentes, como o Palácio do Planalto e, por extensão, no PT. Temer encontra reação também no PFL, que parte principalmente do senador Antonio Carlos Magalhães.

O

p ro c u r a do r- g er a l da República, Antonio Fernando de Souza, disse ontem que já tem em mãos provas contundentes de que o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), recebeu dinheiro do empresário Sebastião Augusto Buani, dono do restaurantes Fiorella, para renovar o contrato de concessão. Entre os documentos entregues a Souza, considerados de conteúdo explosivo, está um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que contém registros de movimentações bancárias que confirmariam as transações financeiras entre Buani e Severino. Souza disse que nem será necessário pedir a quebra dos sigilos bancário e telefônico de Severino, como sugeriu a Polícia Federal na sexta-feira. "Recebi documentos que confirmam o envolvimento do presidente da Câmara. São dados mais concretos e materiais do que os da polícia. Talvez dispense a quebra de sigilo." O procurador-geral disse que recebeu as provas "de livre e espontânea vontade", mas não revelou quem as entregou. Segundo ele, as provas são documentos com dados concretos, e não apenas informações colhidas em depoimentos. Conclusão – O procuradorgeral também afirmou que essa investigação, conhecida como o inquérito do "mensalinho", terá a conclusão mais rápida e simples do que as apurações sobre o suposto pagamento de mensalão a parlamentares aliados ao Adriano Machado/Folha Imagem

PMDB caminha para ter a maior bancada na Câmara dos Deputados. Atualmente, o partido tem 85 deputados, só perdendo, por enquanto, para a do PT, com 89. Até o dia 1º, o PMDB deve ganhar algumas adesões enquanto o PT deve perder alguns deputados, fruto do resultado das eleições de presidente do partido. Tornando-se a maior bancada, o PMDB reunirá condições de eleger o próximo presidente da Câmara. Por tradição (quebrada na eleição de Severino Cavalcanti), o partido que dispõe da bancada majoritária tem o direito de eleger o presidente da Casa. Dois deputados despontam como prováveis candidatos à presidência da Câmara, no PMDB: Michel Temer e Osmar Serraglio. O primeiro é o presidente do partido (e já presidiu a Casa por duas vezes) e, o segundo, relator da CPMI dos Correios. São os nomes mais fortes entre peemedebistas.

Os Advogados,

OVIDIO LOPES GUIMARÃES JUNIOR JOEL EDUARDO DE OLIVEIRA ROGÉRIO PACILÉO NETO Comunicam a todos os clientes e colegas a mudança do Escritório de Advocacia Trabalhista para a Avenida Marquês de São Vicente, 121, Bloco B, 13º andar, conjunto 1301, Barra Funda, São Paulo, SP, CEP: 01139-001, Telefones: 11 3616-6544 - 3616-6546, a partir de 10/01/2005, onde estarão atendendo definifivamente.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 20 de setembro de 2005

CIDADES & ENTIDADES - 3

Nasa

A nova nave tem o estilo a Apolo, mas com tecnologia muito mais avançada. O projeto está orçado em US$ 104 bilhões.

Ó RBITA

GATOS

A

Prefeitura de São Paulo e a Eletropaulo realizaram ontem mais uma blitz (foto abaixo) para localização e retirada de ligações clandestinas de energia elétrica, os gatos. Batizada de operação "Arranca Gato", a iniciativa começou em agosto. Ontem, a operação, que também visa os gatos feitos por vendedores ambulantes, concentrou-se na zona sul da cidade, especialmente no largo 13 de Maio e na praça Floriano Peixoto. Alex Silva/AE

RUMO À LUA, A MARTE E ALÉM...

I Os astronautas estarão num foguete com um único propulsor sólido, com um segundo estágio que usa o motor principal de um ônibus espacial

DESAPARECIDO Naves parecidas com as da série Apolo, só que com

U

m garoto de 4 anos está desaparecido desde as 18h de domingo, quando caiu em um bueiro da avenida Inajar de Souza, na Freguesia do Ó, zona norte. Fernando Silva Marques sofreu o acidente ao voltar de um chá de bebê com a família. Equipes do Corpo de Bombeiros têm feito buscas por toda a avenida, cortada pelo córrego Cabuçu de Baixo. Até a noite ontem a criança não havia sido localizada. "Não temos mais esperanças de encontrá-lo vivo, mas queremos ver o corpo", disse Adriana de Paula, tia de Fernando.

DEMISSÃO

O

diretor do estádio do Pacaembu, José de Assis Aragão, foi demitido ontem. O prefeito José Serra alegou que o gerente não impediu que um show prosseguisse além do horário limite de encerramento. O show da Rádio Mix começou às 12h de domingo e, por exigência contratual, deveria terminar às 22h30 com tolerância máxima de 20 minutos, mas continuou até quase uma da manhã. Além da demissão, a assessoria de imprensa da Prefeitura informou que vai tomar medidas judiciais contra a organização do show.

"TORTADA'

O

secretário municipal da Habitação Orlando de Almeida Filho, entrou ontem para uma lista que inclui o ex-deputado José Genoino e os ex-ministros Rubens Ricupero e Ricardo Berzoini: foi atingido por uma torta no rosto (foto abaixo). O grupo "Confeiteiros sem Fronteiras" reivindicou a autoria da "tortada", ocorrida em um auditório da Escola Politécnica da USP. A Secretaria de Habitação (Sehab) classificou o ato de "agressão" - "um soco no olho esquerdo" - e espera que o autor seja responsabilizado criminalmente. (AE)

Grazi/AE

"aditivos", levarão o homem de volta à Lua em 2018. O projeto da Nasa custará R$ 104 bilhões e poderá transportar quatro astronautas em cada viagem. I A peça principal é uma nova espaçonave projetada para levar quatro astronautas para a Lua e, de lá, dar apoio a até seis tripulantes de futuras missões para Marte

M

esmo diante dos tripulantes e material à Estaprejuízos deixa- ção Espacial Internacional – o dos pela passa- que deve começar em cinco gem do furacão anos. A nave tem painéis solaKatrina e da suspensão das res para geração de energia, viagens espaciais, a agência es- mas também possui motores pacial dos Estados Unidos, a movidos a metano. A escolha Nasa, apresentou ontem um dessa substância não é casual. novo plano de retorno à Lua. A "A Nasa está pensando à frenNasa pretende enviar astro- te, planejando o dia em que asnautas ao satélite da terra até o tronautas possam converter os ano 2020, num projeto que está recursos atmosféricos de Marte em metano combustível", orçado em US$ 104 bilhões. "Desta vez vamos ficar cons- afirmou a agência. Com o novo módulo lunar – truindo postos avançados e preparando o caminho para a parte que pousa na Lua –, os eventuais viagens a Marte. E quatro astronautas poderão além", explicou a agência por descer e pisar no satélite, em meio de um comunicado. A vez de dois, como nas antigas Nasa também revelou o 'de- missões. A nave poderá pousign' das naves que devem fa- sar em qualquer ponto da Lua, zer a viagem. Elas são seme- não apenas na área do Equalhantes às que foram usadas no dor, como antes, e terá comprojeto Apolo, mas com al- bustível suficiente para permanecer ali por um período de guns "aditivos". "Vamos voltar à Lua antes de quatro dias a uma semana. Segurança – Segundo o co2020 e ampliar a presença humana no Sistema Solar e além municado da Nasa, o sistema dele", disse Michael Griffin, de lançamento usa tecnologia administrador-chefe da agên- considerada segura e consolicia. Existe a possibilidade de dada. "Os astronautas estarão a primeira missão do novo num foguete com um único p ro g r a m a s e r l a n ç a d a e m propulsor sólido, com um segundo estágio 2018, com quatro que usa o motor astronautas a principal de um bordo. ônibus espacial". Tecnologia – Uma alternatiNas missões que v a p a r a l a n ç aa Nasa realizou mentos pesados no período de de é um sistema 1960 a 1972, na sécom um par de rie que ficou cofoguetes sólidos nhecida como e cinco motores. Apolo, 12 astro"Esse sistema de nautas puderam andar na Lua. O Nave deverá ser lançada lançamento é 10 em 2018, no mínimo vezes mais segunovo foguete, sero do que o de um gundo Griffin, seria como uma "Apolo com ônibus espacial, porque um foesteróides". A tecnologia será guete de escape, no topo da muito semelhante, mas com cápsula, pode rapidamente retirar a tripulação se houver várias atualizações. "A peça principal desse sis- problemas no lançamento", retema é uma nova espaçonave latou a Nasa no documento. projetada para levar quatro as- Quanto aos fragmentos que se tronautas para a Lua e, de lá, desprendem normalmente na dar apoio a até seis tripulantes partida de uma aeronave, essa de futuras missões para Marte, preocupação foi minimizada além de enviar tripulação e su- colocando-se a cápsula no toprimentos para a Estação Es- po do foguete. A missão de retorno à Lua pacial Internacional", descreveu o comunicado da Nasa. "O deve ocorrer em dois estágios. novo veículo terá a forma pare- Primeiro, seguirá uma nave cida com uma cápsula Apolo, que usa o sistema de lançamas três vezes maior, permi- mentos pesados, levando o tindo que quatro astronautas módulo que vai pousar na Lua e um estágio de partida para viagem à Lua de cada vez." O projeto da nave espacial sair da órbita da Terra. A Nasa com que agência americana explica que, em outra nave, sepretende retornar à Lua apro- guirá a tripulação. No espaço, veita elementos da Apolo, mas a cápsula, o módulo de pouso e enxerga bem mais longe. A na- o estágio de partida serão five poderá ser reutilizada 10 ve- nalmente unidos. Três dias depois dessa acozes e, antes de seguir rumo à Lua, será testada no envio de plagem, a tripulação entra na

I O equipamento levará tripulação e suprimentos para a Estação Espacial Internacional e poderá fazer 10 viagens. Todos os tripulantes poderão deixar a cápsula e andar no satélite da terra.

I Antes de seguir rumo à Lua, a nave será testada com o envio de material à Estação Espacial Internacional, o que deve começar em cinco anos. A nave tem painéis solares e também motores movidos a metano

I Antes da reentrada na atmosfera, o módulo de serviço é ejetado, expondo um escudo antitérmico. A cápsula com os astronautas pousará em terra firme com a ajuda de pára-quedas

órbita da Lua. Os astronautas se acomodam no módulo de pouso e partem para a superfície do satélite, deixando a cápsula à espera deles. Na hora de retornar à terra, eles usarão parte do módulo de pouso para reencontrar a cápsula e nela retornar. Antes da reentrada na atmosfera, o módulo de serviço é ejetado, expondo um escudo

antitérmico. Não por acaso, isso acontece apenas no final da missão. Foram danos no escudo antitérmico na hora da partida que condenaram o ônibus espacial Columbia à destruição. A cápsula com os astronautas pousará em terra firme com a ajuda de pára-quedas. Verba – Michael Griffin disse que a Nasa pagará os custos da viagem, de US$ 104 bilhões,

sem a necessidade de orçamentos suplementares. Ele descartou a possibilidade de a reconstrução da Costa do Golfo atrapalhar os planos. "Estamos falando em voltar à Lua em 2018. Haverá muitos outros furacões e desastres naturais nos Estados Unidos e no mundo até lá, espero que nenhum pior que o furacão Katrina", declarou. (Agências)


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4 -.POLÍTICA

terça-feira, 20 de setembro de 2005

TONINHO DA BARCELONA DEPÕE HOJE PARA AS TRÊS CPIs SOB FORTE ESQUEMA DE SEGURANÇA.

DEPOIMENTO DE DOLEIRO GERA EXPECTATIVA Jonne Ruiz/AE

Otavio Magalhães/AE

C

mas sim 4º secretário (por duas vezes), 1º vice-presidente e depois presidente da Câmara. Ele disse que não aceitará qualquer tipo de intimidação e assinalou que não tem interesse em atingir o governo federal, apenas desvendar a verdade. Roosewelt Pinheiro/AS Apoio – Em aparte, os senadores Pedro Simon (PMDB-RS), Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) apoiaram a atuação de Efraim na CPI dos Bingos. Em nome dos presidentes das CPIs, Efraim também protestou contra as declarações do Senador rebate Tarso: CPIs não são covardes. presidente do PT, Tarso Genro, na mesma edição "Mais fogo contra Lula", se- do Correio Braziliense. gundo a qual os governistas De acordo com o jornal, Genpretendem investigar a atua- ro afirmou que as comissões ção de Efraim na 1ª secretaria perderam o foco das investigana Câmara. O motivo, segun- ções e passaram apenas a atado a reportagem, seria a dure- car o PT e o governo, acusando za contra o governo empreen- ainda as CPIs de agirem "com dida pelo senador na CPI dos covardia". "Covarde não são as Bingos. CPIs. Faltou coragem a Tarso, O senador, 1º secretário do quando não expulsou Delúbio Senado, informou que nunca Soares do PT", afirmou o senafoi 1º secretário da Câmara, dor. (AS)

senador Efraim Morais (PFL-PB) disse ontem que vai continuar com a mesma independência na condução da CPI dos Bingos. Ele respondeu da tribuna à reportagem do jornal Correio Braziliense, com o título

TONINHO DA BARCELONA DESMENTE

E

m entrevista ontem ao J o r n a l Te r ra ( t v. t e rra.com.br), o doleiro Toninho da Barcelona negou participação em esquema de caixa 2 do PT e afirmou não ter políticos entre os seus clientes. Também refutou versões de que tivesse feito remessas de dólares do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ao exterior.

"Eu nunca participei de caixa 2 do PT, do PSDB ou de qualquer outro partido. Eu não tenho clientes políticos", falou o doleiro, negando o que havia dito anteriormente à CPMI dos Correios. "Especulação" – Ele disse achar "absurdo" as "especulações jornalísticas" sobre remessa de dólares pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e negou

que tivesse usado de delação premiada, recurso usado para, em troca de informação, ter a pena diminuída. "A delação premiada me foi oferecida na época do inquérito, durante a fase processual. Eu nunca quis porque eu sabia o perfil dos meus clientes. Eles são pais de família." Apesar de negar agora ter mandado dinheiro do PT para o exterior, Toninho disse

que "na época das campanhas presidenciais, havia uma demanda por dinheiro vivo alucinante." Lavagem - Sobre lavagem de dinheiro, o doleiro disse que "existem lavagens e lavagens." Segundo a conceituação de Toninho da Barcelona, "uma pessoa que quer fugir de uma carga tributária eu não acho que seja uma imoralidade."

Daniel Dantas depõe nas CPMIs dos Correios e do Mensalão amanhã. Genu, acusado de sacar mais de R$ 4 milhões, tem depoimento marcado para hoje.

Delúbio

Pereira

Valério

Mendonça

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, se recusou a nomear sacadores das contas de Valério na CPMI dos Correios. Na CPMI do Mensalão, ele não explicou pagamentos a Duda e disse que José Dirceu não negociou dívidas do PT.

Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Assumiu ter negociado cargos; saiu do PT, depois da descoberta de que ganhou um Land Rover da GDK . Valério disse que ele sabia dos empréstimos repassados ao diretório nacional.

Marcos Valério, dono da SMP&B e da DNA. Movimentação bancária mostra saques de vários políticos e assessores, num total de R$ 55 milhões. Disse na CPMI do Mensalão que o aval de Dirceu foi confirmado por Delúbio.

O publicitário Duda Mendonça, da DM9, confirmou ter recebido dinheiro de Marcos Valério no exterior. Os repasses, segundo ele, eram para pagar dívidas do PT, das campanhas eleitorais de 2002. Valério negou a versão de Duda.

Palmieri

Osório Batista

Jefferson

Lamas

Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB, depôs no dia 16 de agosto na CPMI do Mensalão e revelou que esteve em Portugal com Marcos Valério para obter recursos da Portugal Telecom para pagar dívidas do PT e do PTB.

Antônio Osório Batista, diretor afastado dos Correios por ter sido citado por Marinho na gravação. Depôs na CPMI e afirmou que Jefferson pediu dinheiro aos diretores da estatal para fazer caixa de campanha.

A Câmara cassou o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que perdeu os seus direitos políticos até 2015, por 313 votos a favor e 156 contra. Ele foi cassado por quebra de decoro parlamentar, tráfico de influência e crime eleitoral.

O ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, confirmou em depoimento à CPMI do Mensalão que foi algumas vezes a Belo Horizonte buscar dinheiro a pedido do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.

Genoino

Jefferson

Duda

Marcello Casal Jr/ABr

Edson Santos/AC

Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério. Depôs na CPMI e contestou as versões de seu ex-patrão para os grandes saques bancários. De olho numa das 513 cadeiras da Câmara, Karina se filiou ao PMDB e pretende se candidatar à deputada federal em 2006.

Valter Campanato/ABr

Karina

Roosewelt Pinheiro/ABr

Galeria de personagens Roosewelt Pinheiro/ABr

EFRAIM DIZ QUE NÃO ACEITA INTIMIDAÇÃO O

Dantas: explicações sobre depósitos nas contas de Valério. De Toninho da Barcelona (à dir.) se espera esclarecer remessas ao exterior.

Valter Campanato/ABr

om a segurança do missões mistas (Correios e Congresso reforça- Mensalão). Bispo – A CPI dos Bingos da, a CPI dos Bingos ouve hoje, em ses- ouve Carlos Rodrigues, cosão-conjunta com as outras nhecido como Bispo Rodriduas comissões (dos Correios gues, que renunciou ao mane do Mensalão), o doleiro An- dato de deputado pelo PL por tônio Oliveira Claramunt, o seu envolvimento no mensaToninho da Barcelona, que lão. Outro a depor na comissão cumpre pena de 25 anos na pe- é Jorge Luiz Dias, servidor da nitenciária de Avaré (SP) por Assembléia Legislativa do Rio lavagem de dinheiro, evasão de Janeiro (Alerj). Ex-chefe-dede divisas e crimes tributários. gabinete de Valdeci Paiva de O relator da CPMI dos Cor- Jesus, assassinado com 19 tiros reios, deputado Osmar Serra- há dois anos, Dias trabalha hoglio (PMDB-PR), afirmou on- je no gabinete do deputado tem esperar que o doleiro faça Marcos Abrahão, que era prirevelações de impacto. Um meiro suplente de Valdeci. Ele forte esquema de segurança acusa Rodrigues de cobrar pafoi montado no Senado para o gamento de mensalidades dos depoimento de Toninho da parlamentares ligados à Igreja Universal. Barcelona. Na quinta-feira, a CPI dos Em agosto, integrantes da Bingos ouve o CPMI dos Cordeputado Luiz reios ouviram o Eduardo Greedoleiro, que nhalgh (PT-SP). contou detalhes E no processo de de operações fideputado José nanceiras do PT Membros do governo Dirceu, o Consepara o exterior. petista têm as mãos lho de Ética ouO doleiro disse sujas de sangue. ve Katia Rabelque sabia de reJuiz João Carlos da lo, presidente do messas feitas peRocha Mattos Banco Rural, inlo ministro da dicada pelo Justiça, Márcio PTB. Thomaz Bastos, Juiz Mattos – O senador Roe pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. meu Tuma (PFL-SP), da CPI Mas ontem desmentiu parte dos Bingos, afirmou ontem de suas declarações (veja maté- que a comissão deveria ouvir o juiz João Carlos da Rocha Matria ao lado). Depoimentos – As sub-rela- tos, preso pela Operação Anatorias da CPMI dos Correios conda da Polícia Federal. No ouvem hoje Ricardo Guima- domingo, Mattos, em entrevisrães, do banco BMG; Rogério ta à TV Record, afirmou que Tolentino, sócio de Marcos Va- membros do governo petista lério; Maurício Madureira, ex- têm as "mãos sujas de sandiretor dos Correios; além de gue". Ele envolveu o secretário de sócios da distribuidora Beta. A CPMI do Mensalão ouve Lula Gilberto Carvalho nos caJoão Cláudio Genu, assessor sos dos assassinatos dos predo PP, que teria sacado R$ 4,1 feitos de Santo André, Celso milhões das contas de Valério. Daniel, e de Campinas, ToniNo processo do deputado nho do PT. "Rocha Mattos tem José Dirceu (PT-SP), o Conse- muita coisa a esclarecer sobre lho de Ética ouve, como teste- esses crimes", afirmou Tuma. Fitas – Na entrevista, o juiz munha de acusação, represenfalou também sobre fitas gratante do banco BMG. Dantas – Amanhã, a expec- vadas, das quais uma parte tetativa é para o depoimento do ria sido incinerada a mando banqueiro Daniel Dantas, do dele e outras ainda estão inteiOpportunity. Controlador das ras. "Faço um apelo para que empresas Telemig Celular, essas fitas que estão voando Amazônia Celular e Brasil Te- por aí sejam apresentadas, lecom, ele deve explicar depó- pois podem ajudar a esclarecer sitos nas contas de Valério e fa- se Celso Daniel foi mesmo elilar sobre seu relacionamento minado", afirmou o senador. com os fundos de pensão. O As fitas mostrariam conversas depoimento de Dantas será em entre autoridades ligadas ao sessão-conjunta das duas co- PT. (Agências)

Gushiken

Delúbio Soares

Silvio Pereira

Ferreira

Guimarães

Costa Neto

Genoino

Marcos Vinícius Ferreira, genro de Roberto Jefferson e suposto canal do PTB com os Correios. Senado estuda pedir a quebra de seu sigilo bancário. A CPMI dos Correios ainda não remarcou seu depoimento.

O ex-presidente do Banco Popular do Brasil Ivan Guimarães negou à CPMI dos Correios que sua indicação para o cargo no banco tenha sido feita pelo PT. Ele anunciou aos integrantes da comissão que vai se desfiliar do PT.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, se recusou em seu depoimento à CPMI da Compra de Votos a revelar nomes de empresas e pessoas físicas para as quais teria repassado supostos R$ 6,5 milhões recebidos de Marcos Valério.

O ex-presidente do PT José Genoino depôs na CPMI do Mensalão e disse que desconhece a existência de caixa 2 no partido e que o PT não compra votos em troca de aprovação de projetos de interesse do governo.

Gushiken

Salmeron

Dutra

Marinho

Luiz Gushiken, chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Acusado de usar influência sobre os fundos de pensão de estatais, Gushiken depôs na CPMI dos Correios e negou as acusações.

Roberto Salmeron, ex-presidente da Eletronorte e ex-vice-presidente dos Correios. De acordo com o depoimento de Osório Batista, Jefferson e Salmeron teriam assistido à gravação um dia antes de ter sido divulgada à imprensa.

Mauro Dutra, dono da Novadata. Ele negou favorecimento em contratos da estatal. Mas confirmou que sua empresa fornece 22% dos micros do governo e que conhece Lula há mais de 20 anos. A CPMI dos Correios vai marcar data para ele depor.

Maurício Marinho, ex-chefe de Contratação e Administração dos Correios. Foi flagrado em gravação recebendo propina de R$ 3 mil. Foi demitido por justa causa mas, como está de licença médica, continua recebendo salário de R$ 10 mil.

Gonçalves

Waschek

Dipp

Marschner

Luiz Otávio Gonçalves, diretor da Skymaster, admitiu que pediu ajuda de Silvio Pereira para evitar que sua empresa perdesse o contrato com os Correios. A CPMI dos Correios ouviu também outros três representantes da empresa.

Arthur Waschek, dono da Comam e Vetor. Mandante da gravação de Marinho, por ter interesses contrariados nos Correios. Waschek afirmou que as irregularidades não ocorrem nas licitações, mas na execução dos contratos.

Airton Dipp, ex-presidente dos Correios, confirmou na CPMI dos Correios encontro com Silvio Pereira e a influência de Luiz Gushiken na estatal, através da nomeação de três dos cinco membros de uma comissão de análise de publicidade.

Haroldo Marschner, um dos donos da Precision Componentes. Ele disse que teria recebido pedido de suborno de Maurício Marinho, para poupar a sua empresa da aplicação de multa por atraso na entrega de material.

PASSO-A-PASSO DAS INVESTIGAÇÕES

CPMI do Mensalão

Conselho de Ética

CPI dos Bingos

As CPMIs do Mensalão e dos Correios ouvem amanhã o empresário Daniel Dantas, dono do banco Opportunity, que tem participação acionária na Telemig Celular e na Amazônia Celular e mantém uma disputa judiciária pelo controle da Brasil Telecom. A comissão escolhe hoje seu novo vice-presidente.

O conselho ouviu na sexta a última testemunha de defesa do deputado José Dirceu (PT-SP) no processo a que responde por quebra de decoro parlamentar. Márcio Thomaz Bastos, da Justiça, preferiu depor por escrito. Ele tem esse direito por ser ministro. Marcos Valério e sua mulher vão depor pela acusação.

As CPIs dos Correios, do Mensalão e dos Bingos decidiram que o doleiro Toninho da Barcelona vai depor hoje em sessão conjunta. A data havia sido marcada pela CPI dos Bingos. Mas, como ele tinha sido convocado também pelas outras comissões, elas decidiram ouvi-lo em sessão conjunta.


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4 -.CIDADES & ENTIDADES

terça-feira, 20 de setembro de 2005

Alaor Filho/AE

R$ 2,1 milhões são roubados da PF no Rio Notas de euro, dólar e real foram levadas entre a madrugada de domingo e a manhã de ontem. Dinheiro havia sido apreendido quinta-feira após prisão de uma quadrilha internacional de tráfico.

T

odo o dinheiro apreendido quinta-feira, dia 15 pela Polícia Federal (PF) na Operação Caravelas, que desbaratou uma quadrilha internacional de tráfico que pretendia enviar 1,6 tonelada de cocaína em peças de carne para Portugal, foi roubado da sede da PF no Rio de Janeiro. Cerca de R$ 2,1 mi-

lhões em notas de euro, dólar e real sumiram de uma sala-cofre sem sistema interno de câmeras ou sensores de movimento. O superintendente em exercício, delegado Roberto Prel, admitiu a participação de policiais federais – 59 foram afastados de suas funções – e a possibilidade de o furto ter sido cometido para desestabilizar a

Manequim faz a guarda na superintendência da PF. Sala-cofre não tinha nem mesmo sistema de câmeras.

atual administração. O dinheiro estava em sacos plásticos nas prateleiras da sala-cofre. Entre a madrugada de domingo e a manhã de ontem os criminosos foram até o quarto andar, passaram pelo saguão

interno (onde fica a entrada da sala-cofre), atravessaram o corredor externo até a porta da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). Lá entraram por uma porta de vidro, e, munidos de pés-de-cabra, arrombaram

duas portas das divisórias internas e o armário do escrivão, onde estava a chave da sala-cofre. Eles levaram 677.230 euros, US$ 63.204 e R$ 21.905. Indignação – O roubo indignou policiais que atuaram nas investigações que culminaram na prisão dos nove envolvidos com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. O chefe da Inteligência e Operações da Coordenadoria de Repressão a Entorpecentes de Brasília, Ronaldo Magalhães, chegava à superintendência por volta das 8h, quando foi alertado por uma escrivã de que a DRE havia sido arrombada. "Trabalhei por quase dois anos para a prisão dessa quadrilha, fui da euforia ao luto", resumiu. Magalhães comunicou o roubo ao diretor-geral da PF, Paulo Lacerda. "A reação dele foi a mesma que a minha. A Po-

lícia séria está toda de luto. O prejuízo não é para a investigação do tráfico, mas o nome da PF foi manchado", afirmou. Prel se disse "constrangido". Erros - Uma sucessão de erros permitiu o furto do dinheiro. A começar pelo fato de o montante não ter sido depositado imediatamente. Magalhães explicou que isso ocorreu porque havia dúvidas quanto à jurisdição do dinheiro apreendido – se deveria ser depositado em nome da 11ª Vara Criminal Federal de Goiânia, onde o inquérito teve origem, ou em nome da 7ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro. Prel disse ainda que os policiais da delegacia terão de explicar o motivo de a chave do cofre ter ficado guardada no armário e por que o dinheiro não foi deixado no caixa-forte em que fica armazenada a droga apreendida – onde a segurança supostamente é maior. "Vamos rever os métodos de segurança", afirmou. Ontem, na porta da PF, um manequim fazia as vezes de policial. O superintendente em exercício admitiu que o furto pode ter sido cometido com a intenção de desestabilizar a administração da PF – em outubro, uma bomba de fabricação artesanal explodiu na sala do Núcleo de Operações da Delegacia de Defesa Institucional, ferindo três agentes. Prel não quis ligar um caso ao outro. "A bomba havia sido apreendida e explodiu por erro no manuseio", afirmou. Magalhães garantiu que não há disputa entre Rio e Brasília. "Se houvesse disputa, eu chamava a PM para fazer a prisão, não dividiria o trabalho com eles". (AE)

GIr Agendas da Associação e das distritais

Hoje I Butantã – A distrital promove

a palestra "Como evitar reclamações trabalhistas", ministrada pelo consultor do Sebrae de São Paulo Paulo Melchor . Às 19h30. I Ipiranga – A distrital, em parceria com a OAB - 100ª subsecção do Ipiranga, realiza a palestra "Direito do Consumidor", ministrada por Anis Kfouri Júnior. Às 19h30.

Quinta I Santana – A distrital promove

Café com Negócios. Às 8h30. I São Miguel – A distrital realiza

reunião do núcleo setorial de profissionais de escolas de educação infantil e fundamental do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 9h. I Lapa – O Conselho da Mulher Empreendedora (CME) da distrital oferece gratuitamente, às pessoas de baixa renda do bairro, o curso de empreendedorismo artesanato com técnicas em madeiras, ministrado pela coordenadora do CME, Agda Tonon Formaglio. Às 9h. I Conjuntura - Reunião do Comitê de Avaliação da Conjuntura

da ACSP coordenada pelo conselheiro Edy Luiz Kogut. Às 12h30, rua Boa Vista, 51/12º andar, no Espaço Nobre de Recepções e Eventos (Enre). I Ipiranga – O superintendente da distrital, Antonio Jorge Manssur, a convite da área de engenharia do Metrô, participa de debate na 11ª Semana de Tecnologia do Metrô-Ferroviária falando sobre "Linhas de extensão do Metrô na região do Ipiranga". Às 13h30. I São Miguel – A distrital realiza reunião do núcleo setorial de profissionais de automecânica do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 20h.

Sexta I Lapa – A distrital realiza reu-

nião do núcleo Guaicurus do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor André Gil Sanchez Júnior. Às 10h.

Sábado I Ipiranga – A distrital promove

a feira comunitária de aniversário do bairro com serviços, atendimentos médico e odontológico, OAB, juizado itinerante e serviços de auto-ajuda. Às 8h30.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 20 de setembro de 2005

POLÍTICA - 5

CONSELHO VOTA HOJE PARECER, SEGUNDO O QUAL PROCESSOS INSTAURADOS NÃO SERÃO INTERROMPIDOS.

MANOBRA DE JEFFERSON FAZ CONSELHO REAGIR Pablo de Souza/Luz

A

manobra anuncia- e, segundo Izar, pediu um pada pelo deputado recer à assessoria de seu particassado Roberto do sobre o assunto. Izar foi procurado ontem Jefferson (PTB-RJ) para facilitar a vida do deputa- por Dirceu, que queria saber se do José Dirceu (PT-SP) provo- o PTB havia de fato retirado o cou uma forte reação no Conse- processo. O ex-ministro deslilho de Ética da Câmara. O pre- gou o telefone assim que Izar sidente do conselho, deputado lhe avisou que ainda não tinha Ricardo Izar (PTB-RJ), divul- recebido, mas que também não aceitaria o pedido. Dirceu tem gou parecer da assessoMônica Zarattini/AE ria jurídica, segundo o qual processos de cassação já instaurados não podem ser interrompidos. Isso atrapalha a intenção do PTB de retirar hoje os pedidos de cassação de Dirceu e do líder do PL na Câmara, Sandro Mabel (GO). "Os processos não são mais de interesse apenas do PTB, mas de todos os partidos e da sociedade", disse Izar. "A partir da instauração, o processo não pode ser interrompido." "Se nem a renúncia do acusado é capaz de interromper o processo instaurado e em pleno José Dirceu: "Processo é formalidade." Beto Barata/AE andamento, também não nos parece possível que a 'renúncia da condição de acusador' possa vir a fazê-lo em face do interesse público na continuidade das investigações", argumenta o parecer, que deve ser votado hoje. Acordo – Indignado, o relator do processo, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), viu no gesto a armação de um acordo. Para ele, o fato de Dirceu ter depositado o seu voto aberto na sessão de cassação de Jefferson, resultando na sua anulação, pode ter sido "a senha de um eventual Sandro Mabel, um dos denunciados acordo" entre os dois. "Não participarei desse jogo." dito a amigos que o processo Assim que recebeu o parecer contra ele virou apenas uma da assessoria do conselho, Izar formalidade e que o pelotão de telefonou ao presidente em fuzilamento está armado, tenexercício do PTB, Flávio Marti- do à frente Izar e Delgado. nez, avisando que não aceitará Renúncia – A eventual retia retirada do processo. Marti- rada do processo abrirá novanez insiste no fim do processo mente a possibilidade de Dir-

Deputado Ricardo Izar, presidente do Conselho de Ética da Câmara: "A partir da instauração, o processo não pode ser interrompido."

ceu e Mabel renunciarem aos seus mandatos para fugir ao risco de cassação. O Conselho de Ética vai votar esta manhã o parecer da assessoria. A expectativa de Izar é que os membros do Conselho aprovem o parecer por unani-

midade. "A eventual retirada das representações atrasaria os trabalhos", disse Izar. No caso de Dirceu, o conselho já ouviu as cinco testemunhas de defesa. Não é por generosidade que o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) quer retirar a de-

D

iante da constatação de que a situação de Severino Cavalcanti (PP-PE) é insustentável, a sucessão na Câmara já começa a virar sinônimo de confronto entre parlamentares de oposição e de governo. O líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), já iniciou as conversas com outros líderes para tentar um acordão em torno de quatro nomes do partido para a sucessão de Severino.

Segundo Fontana, o PT não vai impor nenhum, mas aquele que for mais consensual entre Arlindo Chinaglia (SP), Sigmaringa Seixas (DF), José Eduardo Cardozo (SP) e Paulo Delgado (MG). O PMDB, por sua vez, continua tentando emplacar o nome do presidente do partido, Michel Temer, que por duas vezes ocupou o cargo. "Temos que ter abertura para dialogar e perceber qual nome tem mais trânsito

Isaumir Nascimento/Diário de São Paulo/Agência O Globo

DC

O

depositaria R$ 161 na conta de alguém que não conhece? As conversas de qualquer cliente com seu advogado estão amparadas na Constituição. Já que o Ministério Público Federal tem o cacoete de gostar de investigar, que investigue quem é o criminoso, o Maluf não é. Eu confio na Justiça. Todas as acusações são falsas, se eu tenho alguma culpa no cartório eu quero responder na Justiça", disse. "Existe um movimento orquestrado para me prejudicar e para encobrir todas as maracutaias de Brasília. Minha prisão é política. Não sei porque estou preso." Comida e carreira – Após dez dias preso, Maluf não reclama mais da comida que lhe servem. "Eu vou assim, vou levando a vida aqui, esperando que se faça

derado carta fora do baralho. Ele tem repetido, nos últimos dias, que não quer ser o "algoz" de Dirceu. "Não vão imputar a mim a cassação de Dirceu, por que não sou massa de manobra, nem sou movido a ódio", insistiu Jefferson. (Agências)

A DISPUTA PELO LUGAR DE SEVERINO

'SOU PRESO POLÍTICO', DIZ MALUF. ex-prefeito Paulo Maluf (PP), há dez dias prisioneiro federal por corrupção passiva, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e remessas ilegais, disse ontem que "nunca esperava por essa injustiça irreparável", que se considera preso político, que passa por uma provação que Deus lhe impôs e que espera ser recompensado "na outra vida", que tem "muito orgulho" das obras que fez, e insistiu na versão de que foi vítima de tentativa de extorsão do doleiro Vivaldo Alves, o "Birigüi", acusador. Os advogados de Maluf e de seu filho, Flávio, entraram ontem com pedidos de habeascorpus no Superior Tribunal de Justiça. Eles tiveram a prisão preventiva decretada pela juíza Silvia Maria Rocha, da 2ª Vara Criminal Federal da capital paulista. Ontem, Maluf disse o que pretende falar à Justiça amanhã, quando será interrogado pela primeira vez sobre a Chanani – a conta de US$ 161 milhões que "Birigüi" operou em Nova York. " A Chanani é do doleiro. Não existe essa coisa de beneficiário de conta. Você

núncia contra José Dirceu. Em conversas com amigos, o petebista deixou claro que seu movimento tem serventia dupla: denunciar uma possível "armação" do PSDB e do PFL e mostrar que, mesmo sem o mandato, não pode ser consi-

Ricardo Tosto, um dos advogados do ex-prefeito, na saída da PF

justiça", diz Maluf, que passou a maior parte do domingo à frente da TV, ele e mais 14 presos. Sobre a carreira política, ele disse estar pensando. "Vou refletir se continuo ou não na vida públi-

ca. Me deram prisão, enquanto o criminoso está lá fora, rindo da Justiça", afirmou. "Estão prostituindo o Estado de direito, transformando o Brasil num Estado facista, nazista." (Agências)

na Casa, para não constranger um acordo maior e mais amplo. Mas o PT vai trabalhar pelo retorno da maior bancada para a presidência da Câmara", disse Fontana. O PMDB confia no crescimento da sua bancada, com filiações de deputados oriundos dos partidos mais atingidos pela crise, como PP, PL e PTB. Para o deputado Eliseu Padilha (RS), no entanto, mesmo sem essa condição, são grandes as chances de um

acordo em torno de Temer. Para Padilha, se não houver entendimento com o PT, ele admite a disputa em plenário. Fontana também prevê o confronto. "O primeiro movimento é tentar o consenso. Se não for possível, vamos à disputa", disse o petista. Para o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), o PMDB erra ao pleitear o comando das duas Casas – uma vez que Renan Calheiros (PMDB-AL) preside o Senado. (Agências)


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8 -.POLÍTICA

terça-feira, 20 de setembro de 2005

O CAMPO MAJORITÁRIO, DO CANDIDATO BERZOINI, ESTÁ NA FRENTE. MAS ISSO AINDA NÃO QUER DIZER VITÓRIA.

ESQUERDA LEVA DECISÃO PARA 2° TURNO Daniel Pereira/Agência O Globo

O

PT vai decidir quem será seu próximo presidente em segundo turno eleitoral. Até a noite de ontem, com 74% dos votos apurados, o candidato do Campo Majoritário, principal corrente política do partido, o ex-ministro Ricardo Berzoini, tinha obtido 42,8% dos votos. Quem vai disputar o segundo turno com ele ainda é uma incógnita. A diferença entre os quatro candidatos das correntes mais à esquerda era muito pequena. Valter Pomar tinha 17%, Plínio de Arruda Sampaio 13,4%, Raul Pont 12,7% e Maria do Rosário 12%. A expectativa é de que o candidato que for para o segundo turno com Berzoini seja eleito o novo presidente, já que as correntes de esquerda prometeram se unir contra o Campo Majoritário. A apuração eletrônica dos votos deve terminar hoje. A mudança- Para o presidente nacional do PT, Tarso Genro, o jeito de conduzir o partido com mão de ferro, utilizado pelo Campo Majoritário nos últimos dez anos, vai mudar. "Está absolutamente claro que nenhuma chapa terá maioria absoluta. Isso vai valorizar mais as opiniões dentro do partido. Quem ga-

"Acho que o partido tem de ter uma soberania crítica em relação ao governo. Não dá mais para ter uma relação como antes. Aliás, o que existia antes nos custou muito caro."

Tarso Genro nhar vai ter de ouvir todos os grupos", disse Genro. "Agora, eles ( o Campo Majoritário) vão ter que mudar de nome", ironizou Válter Pomar, candidato da Articulação de Esquerda. O 2° turno será dia 9 de outubro. A segunda prévia divulgada na noite de ontem mostrava que de um total estimado de 272 mil votantes, tinham sido apurados 201.096 votos, provenientes de 2026 cidades. São Paulo, que representa o maior colégio eleitoral com militantes cadastrados já tinha apurado 93%. Apenas o Acre e o Distrito Federal tinham apurado 100% dos votos. Em outros estados, como Amazonas, Amapá e Roraima, a apuração nem havia começado. Em Minas Gerais, foram apurados apenas 24,7%. A candidata Maria do Rosário tem um eleitorado forte no Estado. O comparecimento dos militantes chegou a 34%. Mas a grande surpresa da eleição até o momento foram os votos dados

para a chapa nacional do Campo Majoritário. Além de escolher o presidente os petistas votam nas chapas que vão compor a executiva nacional do partido, que é formada por 80 integrantes. De acordo com a percentagem que cada chapa tiver, ela elegerá o número de representantes da executiva. O Campo Majoritário estava com 49% dos votos das chapas, o que indica que a corrente indicaria quase 40 integrantes. Isso pode impossibilitar o mandato de um presidente mais à esquerda. Sem poder - Para muitos petistas, se isso acontecer, o novo presidente se não for do Campo Majoritário terá o cargo mas não o poder. "Não acredito que isso vá acontecer. As apurações ainda não terminaram e acredito que a percentagem do Campo Majoritário na composição da chapa nacional vá se reduzir", disse o candidato Pomar. A importância dessa eleição e da nova Executiva se deve ao fato de que os candidatos mais à esquerda querem que Lula mude sua política econômica e também as alianças partidárias. Mas, para Genro, a escolha de um candidato mais à esquerda não deve significar um rompimento com o governo, caso Lula não atenda as exigências da nova direção. "Acho que o partido tem de ter uma soberania crítica em relação ao governo. Não dá mais para ter uma relação como antes. Aliás, o que existia antes nos custou muito caro", disse. Santa Catarina –As correntes de esquerda do PT tiveram vitória esmagadora sobre o Campo Majoritário em Santa Catarina. Na votação para a presidência nacional do partido, os candidatos esquerdistas tiveram, somados, 78,8% dos 9.933 votos válidos. O primeiro colocado foi Valter Pomar, da Articulação de Esquerda, com 36,8%. Em seguida, Berzoini, do Campo Majoritário (21,2%). A Articulação de Esquerda também ganhou a eleição para a presidência estadual do PT, que já era ocupada pela tendência. Pedro Uczai, ex-prefeito de Chapecó, foi eleito em primeiro turno com 51% dos votos. O candidato do Campo Majoritário, Lizeu Mazzioni, apoiado pela senadora Ideli Salvatti, não passou de 25% dos votos. Rio de Janeiro– A disputa pela presidência do diretório fluminense terá segundo turno. O candidato do Campo Majoritário, Alberto Cantalice, obteve 39,55% dos votos, contra 20,79% dados à deputada estadual Jurema Batista. Cerca de um terço dos eleitores — 22.031 militantes — votaram. Para a presidência nacional, o vencedor foi Berzoini, com 35,30% dos votos válidos; em segundo lugar, ficou Maria do Rosário, com 24,97%. Fernando Lancha

Leandro Ferreira/AN

Ricardo Berzoini, em primeiro lugar.

Valter Pomar, o segundo nas urnas. Eduardo Knapp/Folha Imagem

JUSTIFICATIVA DE LULA: NÃO VOTEI PORQUE NÃO VOTEI.

PARTIDO DECIDE REVIDAR OS ATAQUES

C

om o fim das suas eleições internas, o PT decidiu partir para o contra-ataque para amenizar e até enfraquecer as denúncias que vêm sendo feitas contra o partido e seus integrantes. Ontem, foi divulgada resolução da executiva nacional do partido, que avisa que não vai mais tolerar ataques contra o partido e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente do PT, Tarso Genro, afirmou ontem que o partido está sendo vítima de um "processo de execução sumária" liderado pela oposição, o que levará a sigla a reagir às acusações de corrupção de forma mais enérgica daqui em diante. "Nunca na história do regime democrático brasileiro um partido sofreu tamanha inquirição, duros e sistemáticos ataques de partidos oposicionistas, divulgados com a ajuda irrestrita da ampla maioria da mídia". Sem provas – "Agora nós vamos fazer um diálogo político mais sério e mais duro (com a oposição)", disse Tarso a jornalistas na sede do PT, em São Paulo. "Estamos chegando em um limite em que o partido está sendo objeto de um processo já difamatório, sem nenhum tipo de reserva, sem nenhuma cautela nas acusações que se faz, grande parte delas sem qualquer comprovação e que começam a transitar como verdade", afirmou. Tarso, no entanto, negou que o tom do documento seja um "achaque contra a imprensa", com a qual o PT deve buscar maior diálogo, segundo ele. "Mas chegou o momento de nós começarmos a responder politicamente esse processo grave e que pretende criminalizar o PT". Críticas merecidas – Ele fez críticas às CPIs e disse que elas devem retomar o foco das investigações para poder apurar melhor e punir os responsáveis por corrupção. "No depoimento do Gushiken, por exemplo, os parlamentares não sabiam nem o que perguntar. Todas as informações eram sem provas e sem fundamentos", criticou. Tarso também falou da postura atual do partido. Para ele, todas as críticas feitas ao PT foram merecidas. "Achamos que o partido está passando por uma fase crítica, que mereceu. O momento é de acolher as críticas e corrigir os erros. Mas o processo crítico já passou dos limites", afirmou. O presidente do PT negou informação de que o partido continuaria pagando os honorários dos advogados que defendem o ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares, e o ex-secretário-geral Silvio Pereira. "Eles tinham advogados pagos pelo partido, agora isso não existe mais", disse. (FL/Agências)

riticado até pelas lideranças de seu partido por não ter ido votar na histórica eleição petista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou o dia evitando fazer comentários. "Por que vocês querem saber isso? O voto é secreto", respondeu Lula à pergunta dos jornalistas. Ao ser abordado sobre o assunto, durante a reunião da coordenação no Palácio do Planalto, foi novamente econômico: "Não votei porque não votei". O gesto foi interpretado como uma tentativa de isolar as duas instituições, o PT e Planalto. O presidente teria avaliado que sua imagem votando numa acirrada disputa interna do PT contaminaria de forma negativa o governo – decisão que motivou um embate de opiniões entre aliados e dividiu líderes petistas. Protesto – Arlindo Chinaglia (SP), líder do governo na Câmara, apoiou a atitude. "Ele (Lula) naturalmente registrou um discreto protesto. Procurou preservar a instituição da presidência. Está correto", disse. Já o senador Aloízio Mercadante (SP) e o deputado Henrique Fontana (RS) criticaram a atitude de Lula. "Acho que deveria ter votado. Entendo a responsabilidade política do presidente, mas não concordo", avaliou Mercadante. "Sempre gostei de vê-lo como militante do PT. Tenho certeza que voltará a ser. Mas apesar de o presidente não ter comparecido, a militância mostrou que aprendeu sua lição. É nosso maior patrimônio", disse o senador do PT.

C

Tarso Genro: ausência de Lula não demonstra seu afastamento do PT

Henrique Fontana também lamentou a decisão de Lula. "Foi ruim. É o mais importante filiado e sua participação é fundamental num momento de reestruturação do PT". "Mas os motivos dele, só ele pode dizer", afirmou. Errando demais – Na sextafeira, quando estava indo para São Bernardo do Campo, com o intuito de passar o fim de semana em casa e votar no domingo, Lula comentou que o PT estava "errando demais". Sua ausência na eleição mais importante do partido, surpreendeu até mesmo assessores palacianos mais próximos. Só na última hora, pouco antes do processo de votação ser encerrado, é que Lula avisou ao chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho que não iria: "Decidi que não vou votar". Em conversas com ministros próximos, o presidente demonstrou temor de que uma vitória de Ricardo Berzoini, seu ex-ministro da Previdência e do Trabalho, pudesse ser avaliada como uma influência e intromissão do Planalto no

partido. Já uma derrota do Campo Majoritário, corrente do presidente, um sinal de que Lula não ganha nem dentro de casa. Então, o melhor era ficar em seu apartamento assistindo ao jogo do Corinthians. Gesto público – Para o presidente do PT, Tarso Genro, a ausência de Lula não demonstra seu afastamento da sigla. "O presidente, no momento de realizar um gesto público, tem de se colocar primeiro como presidente do País. Nós gostaríamos que ele tivesse votado, mas entendemos o seu gesto, que foi dizer 'nesse momento o meu maior dever é com a nação e não com o partido'". O segundo vice-presidente nacional do PT, Romênio Pereira, discorda. "Ele (Lula) errou porque é fundador do PT e deveria ter dado uma demonstração de carinho com a militância". Na avaliação de Pereira, "os governos passam, mas o partido não". "Não tem como descolar o Lula do PT e o PT do Lula. Eu espero que ele compareça no segundo turno", esbravejou Pereira. (AG)

Rogério Casimiro/Folha Imagem

GABEIRA AFIRMA: LULA SABIA DE CORRUPÇÃO

nezuela, Hugo Chávez, deu EXPERIÊNCIA a entender que Lula errou se aproximar das elites DO PT NO PODER ao em vez de fortalecer as camadas populares com políÉ DESASTROSA, ticas sociais efetivas. Radicado na Inglaterra, o escritor paquistanês partiAVALIA TARIQ ALI cipou ontem da abertura da

O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) afirmou que o presidente Lula conhecia o esquema de corrupção montado em seu governo e que suas respostas "infantilizam" o brasileiro. "Lula sabia, sabe. O presidente Lula está escondido, agarrado no braço do Juscelino (Kubitschek)", ironizou o deputado durante sabatina promovida pelo jornal 'Folha de S. Paulo'. Para Gabeira, o processo de impeachment pode ocorrer sem a aclamação popular. "São processos naturais numa democracia", disse, citando os processos contra os ex-presidentes americanos Bill Clinton e Richard Nixon. "Não acho que essa variável, da grande

O escritor paquistanês Tariq Ali está desapontado com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Referindo-se à eleição dele como "uma oportunidade perdida", Ali definiu o sentimento diante da crise como "mais tristeza do que raiva". E classificou como "desastrosa" a experiência do PT no poder. "Lula era a alternativa e olha o que aconteceu. O que mudou, concretamente, neste País com o governo do PT? Nada", disse, queixando-se pelo fato de o presidente não ter promovido alterações na ordem social e econômica do País. Citando até o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, Ali criticou a política econômica conservadora e, numa comparação com o presidente da Ve-

Deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) em sabatina na Folha de S.Paulo

manifestação popular, seja decisiva. A decisiva é você, constitucionalmente, chegar à conclusão de que o presidente incorreu num crime e pode ser punido", discorreu, dando um prazo de três a quatro meses para que as investigações nas CPIs dêem embasamento para um parecer sobre o impedimento de Lula. Tudo claro – Ele criticou a expectativa da chamada "prova batom na cueca". "Quando passamos a analisar os fatos e

a pensar, nós vemos que eles estão envolvidos sim e, no caso do Severino, era claro, no de José Dirceu era claro, no caso do Lula, também é claro". Gabeira disse que o "comprometimento em manter o poder" fez o PT montar o esquema de compra de votos que "corrompeu e trouxe desolação moral para o parlamento". O agravante seria a "tradição de desprezo pela democracia formal" na história da esquerda. (AE)

2ª Conferência Internacional América Latina, Brasil e União Européia Ampliada, promovida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Como um dos intelectuais mais combativos na militância contra a hegemonia norte-americana, Ali é autor de livros polêmicos como "Confronto de Fundamentalismos" e "Bush na Babilônia". Ele aproveitou a visita ao Brasil para o lançar "Redenção", primeiro romance político. O livro de 1990, somente agora publicado no Brasil, é uma crítica à esquerda tradicional no qual o personagem principal divide em SP um palanque com o "líder operário e candidato presidencial Lula". (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.CAMPINAS

terça-feira, 20 de setembro de 2005

em Campinas INDÚSTRIA

Sabor e aroma de Campinas chegam a outros mercados Indústrias de torrefação e moagem de café da cidade apostam nas exportações para crescer. Com esse objetivo, investem em modernização. Fotos de Marcos Peron/Virtual Photo

O Café Canecão amplia seu raio de atuação e projeta vender até dezembro ao exterior 100 toneladas de café, diz o sócio-diretor Natal Martins O Café São Joaquim, que nasceu em 1898 agregado a uma casa comercial de secos e molhados (fotos), tenta colocar seus grãos no Chile, Estados Unidos, Alemanha e Itália, conta o diretor Mário Jorge.

O Café Moraes investiu R$ 500 mil em equipamentos para embalar a vácuo café moído e exportá-lo. Na foto, o diretor Rodrigo de Moraes.

Expresso

A

pós consolidar suas marcas nos mercados regionais, as indústrias de torrefação e moagem de café sediadas em Campinas começam a levar o sabor e o aroma de s e u s p ro d u t o s p a r a o s mercados externos. Pelo menos três empresas prospectam mercados internacionais e iniciam as primeiras exportações por meio de iniciativas próprias ou de ações setoriais, como o programa conjunto da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Sindicato da Indústria de Café do Estado de São Paulo (Sindicafé), em convênio com a Agência de Promoção de Exportações (Apex), do governo federal. Uma delas é o Café São Joaquim, fundada em 1898 pelo imigrante português José Duarte Barbosa e considerada a mais antiga torrefadora em operação no Brasil. A companhia, que nasceu agregada a uma casa comercial de secos e molhados na região central da cidade, faz investidas no Chile, nos Estados Unidos, na Alemanha e na Itália por meio de distribuidores e representantes locais, revela o diretor Mário Luiz Ferreira Jorge. O volume exportado de grãos torrados para café expresso ainda responde por uma parcela ínfima da produção mensal de 50 toneladas da empresa – comercializada em 20 cidades da região –, mas a boa aceitação do produto lá fora aponta para o crescimento dos negócios com o exterior. As perspectivas também animam o Café Moraes, que investiu R$ 500 mil em equipamento para embalar a vácuo o café moído exportado para países europeus, conta Rodrigo Luis de Moraes,

diretor comercial da empresa fundada em 1953 em Indaiatuba e transferida para Campinas três anos depois. Com previsão de faturar R$ 5 milhões em 2005 (15% a mais que em 2004), o Café Moraes destina sua produção mensal de 85 toneladas para clientes regionais e a exportação é a aposta da empresa para crescer. “A comercialização do café é fortemente regionalizada. O varejo supermercadista tradicionalmente privilegia a marca produzida na cidade ou na região, o que acaba limitando o crescimento interno”, explica o executivo. O Café Canecão também amplia o seu raio de

atuação e vende para Arábia Saudita, África do Sul e Japão. A empresa negocia com a Austrália, Canadá e França, e projeta exportar 100 toneladas de café até o fim do ano, para atingir em 2010 cerca de 360 toneladas, estima o sócio-diretor Natal Martins. Fundada em 1962, o Canecão é a maior indústria do setor na região de Campinas. Tem filial em Lins, região central do estado de São Paulo, e no ano passado produziu 1,8 milhão de quilos de café. Para 2005, a previsão é de um crescimento entre 10% e 15%. Seus produtos são encontrados nas regiões de Campinas, Jundiaí, São Paulo, Bragança Paulista e Lins. Recentemente, a marca co-

meçou a chegar nas praças de Curitiba e Manaus com café expresso. Ao mesmo tempo em que busca crescer em alguns nichos internos, a empresa investe, há dois anos, em um programa para atingir o mercado externo, informa o diretor. Desenvolveu o "Canecão Best Brazilian Coffee", investindo especialmente na embalagem para atender às exigências da legislação para exportação. “O momento é o de mostrar lá fora o potencial de uma empresa 100% brasileira, de médio porte e que produz cafés com a mesma qualidade de outras grandes multinacionais”, afirma Natal.

I O consumo de café

posicionando o Brasil per capita no Brasil é de como o maior 4,15 quilos/ano. consumidor mundial de café. I Na Região Metropolitana de Campinas (RMC), com 2,5 milhões de habitantes, o consumo estimado é de 10 milhões de quilos/ano. I Os brasileiros

compraram 15 milhões de sacas de 60 quilos de café em 2004. I A indústria quer

alcançar 16 milhões de sacas em 2006 e 21 milhões em 2010,

I As 468 empresas

associadas da Abic respondem por 70% do café industrializado no País. I O investimento

estimado das indústrias de café em 2005 é de R$ 60 milhões. I As vendas da

indústria este ano podem atingir R$ 4,8 bilhões. Fonte: Abic

Paulo Cesar Nascimento

Regina: a tradição do café no coador

EXPEDIENTE

o Café Regina, a N principal cafeteria de Campinas, discute-se futebol, política, economia e, é claro, também se toma café. E muito. São vendidos, em média, 1.700 cafés (ou 85 litros da bebida) por dia, passados no coador de pano e servidos no balcão por nove atendentes que se revezam em dois turnos das 6h15 às 22h30, horário de funcionamento do estabelecimento. O recorde da casa foi de 3.340 cafés, em um dia de inverno em meados da década de 80, conta Jorge Vaz, desde 1984 o quarto proprietário do lugar. Aberta há 53 anos no edifício Regina, na Rua Barão de Jaguara, 1.302, no centro comercialbancário da cidade, a

Amanhã, o Regina oferece café de graça. Um jeito simpático do dono, Jorge Vaz, festejar mais um ano da casa.

cafeteria já recebeu clientes como o expresidente Getúlio Vargas, o escritor Paulo Coelho, o jogador Raí, o ex-ministro Dílson Funaro, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e artistas

como Regina Duarte e Cláudia Raia. Amanhã, dia 21, a casa servirá café de graça para a clientela, uma tradição que Jorge mantém há 20 anos para comemorar a compra do tradicional ponto. Haja café!

Diretoria Executiva (2004 - 2007) Presidente Guilherme Campos Júnior 1º Vice-Presidente Gilberto Rocha da Silveira Bueno 2º Vice-Presidente Carlos Francisco Simões Correia Assinaturas do Diário do Comércio (0xx19) 2104-9276 Departamento de Sócios Serviço de Atendimento ao Usuário, Convênios e Parcerias (19) 2104-9271/ 9272/ 9273 associados@acicnet.org.br Assessoria de Imprensa (19) 2104-9215/ 9216 imprensa@acicnet.org.br Página na Web www.acicnet.org.br Rua José Paulino, 1111, Campinas, SP - CEP 13013-001 PABX: 2104-9200


DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.NACIONAL

terça-feira, 20 de setembro de 2005

DAS 37 REGIONAIS DO CIESP, 18 REGISTRARAM ÍNDICES DE DESEMPREGO MENORES QUE A MÉDIA GERAL Eduardo Nicolau/AE

PESQUISA DE EMPREGO CONFIRMA DESAQUECIMENTO

A

indústria paulista não conseguiu gerar muitos empregos em agosto. De acordo com os dados divulgados ontem pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), o número de vagas aumentou apenas 0,08% em relação a julho, o menor nível desde dezembro. Foram abertas 1.575 vagas no mês passado, o equivalente a cerca de 15% dos postos abertos em agosto de 2004, quando foram criadas 10.035 novas vagas. No ano, o índice acumula alta de 2,48%, o equivalente 48.171 novos empregos, quase 30 mil a menos que em igual período de 2004. E, nos últimos 12 meses, a elevação do emprego industrial é de 3,22%, com a abertura de 63.732 postos. "Esses resultados são compatíveis aos dados dos indicadores de produtividade da indústria, os quais mostram uma desaceleração do crescimento desde julho", explicou o diretor do departamento de economia do Ciesp, Bóris Tabacof. Os dados da entidade mostram que entre setembro de 2004 e março deste ano, auge do crescimento industrial, a taxa de emprego em São Paulo em relação aos 12 meses anteriores crescia em torno de 5%. Agora, cresce cerca de 3%. "Essa é a melhor comparação para

tirar a sazonalidade e mostrar um período longo da indústria paulista", disse Tabacof. Segundo sua análise, a queda da taxa básica de juros (Selic) – reduzida em 0,25 ponto percentual no último dia 10 – pode ajudar a reverter essa situação. Porém, o Banco Central terá que ser mais audacioso no corte dos juros. "Se continuar nesse ritmo, o último trimestre do

1.575 é o número de postos de trabalho gerados em agosto em todo Estado de São Paulo ano vai registrar queda, ao invés de crescimento ou estabilidade no nível de emprego na indústria", afirmou o representante do Ciesp. "Mas não quero fazer alarmismo, outras questões macroeconômicas podem mudar o cenário", completou. A pesquisa do Ciesp é feita com 1.780 indústrias, que representam 93% do emprego no setor do Estado, e apura a criação de vagas por regiões. Regiões – Segundo a pesquisa, o local com maior varia-

ção positiva do índice em agosto foi Matão, com alta de 3,62%, seguido por Guarulhos (2,96%) e Jacareí (2,07%). Nessas regiões destacam-se as indústrias de produtos alimentares, principalmente suco de laranja, mecânica, material eletroeletrônico e têxtil. Já as regiões que apuraram maiores baixas foram Jaú (2,64%), Santa Bárbara D'Oeste (-1,87%) e Jundiaí (-1,81%). Nesses locais, as principais indústrias são de calçados femininos, metais não-ferrosos como cerâmica e vidro e outros produtos alimentares. "Não coincidentemente, as regiões que mais demitiram são aquelas onde existem indústrias ligadas aos bens de exportação e/ou ligadas a produção de açúcar", explicou o economista chefe do Ciesp, Carlos Cavalcanti. Na Grande São Paulo, o Ciesp identificou oscilação de 0,22% no nível de emprego em agosto ante julho, enquanto na capital paulista a variação ficou em 0,04%. Das 37 regionais do Ciesp, 18 tiveram índices de desemprego menores que a média geral. "Isso prova um enfraquecimento da geração de emprego no Estado", afirmou Cavalcanti. Em julho, 15 regionais registraram taxas inferiores à média.

Indústrias ligadas ao setor de suco de laranja foram as que mais geraram novas vagas no mês passado

Fernanda Pressinott

Desemprego é maior entre jovens Projeção da inflação sobe para 5,21% Estudo revela que 46,4% das pessoas sem trabalho têm entre 16 e 24 anos L

evantamento divulgado ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos SocioEconômicos (Dieese) mostra que o desemprego entre os jovens com faixa etária entre 16 e 24 anos, em 2004, atingiu 1,623 milhão de pessoas em seis regiões metropolitanas. Segundo o estudo "Juventude: Diversidades e Desafios no Mercado de Trabalho Metropolitano", o número representou 46,4% do total de pessoas sem emprego

acima de 16 anos, em uma População Economicamente Ativa (PEA) de 18,246 milhões de pessoas, nas regiões metropolitanas de São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Recife (PE) e Salvador (BA), além do Distrito Federal. Diante desse quadro de escassez de oportunidades de emprego, o estudo apontou que essa parcela da população sente-se em desvantagem na disputa por um posto de trabalho pela menor

experiência que apresenta. Mostra ainda que o desemprego juvenil chega a ser quase duas vezes superior ao verificado para o total da população acima de 16 anos. De acordo com o Dieese, a situação mais preocupante é a da região metropolitana de Salvador, com 42,8% dos jovens entre 16 e 24 anos sem emprego. Em seguida, apareceram Recife (41,7%), o Distrito Federal (36,7%), São Paulo (32,6%) e Belo Horizonte (30,3%). (AE)

IPC-S desacelera para – 0,17% O

Índice de Preços ao Consumidor Semanal na capital paulista (IPC - São Paulo) foi 0,17% negativo na segunda semana de setembro. O resultado apresentado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) é 0,15 ponto percentual superior ao da semana anterior (-0,32%). A FGV pesquisou 350 itens em sete classes de despesa: transportes; habitação; alimentação; vestuário; saúde e cuidados pessoais; educação e recreação e despesas pessoais. No período medido – entre os dias 7 e 15 – a única classe que apresentou desaceleração de preços foi a de educação, de 0,49% para 0,29%. Entre as principais contribuições para a aceleração destacaram-se os transportes e a habitação. Juntos, eles repre-

sentaram acréscimo de 0,13 ponto percentual no índice. O vice-diretor do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, Vagner Laerte Ardeo, atribui a deflação menos intensa ao aumento (10%) dos combustíveis ocorrido no último dia 10 e das tarifas de água e esgoto (9%). O IPC-S da FGV mede a inflação em sete capitais e, na média, elas registraram redu-

● TRABALHISTA (dissídios individuais e coletivos)

● REPRESENTAÇÃO COMERCIAL

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advrns@aasp.org.br

D

epois de 17 semanas consecutivas em queda, a projeção do mercado financeiro para a inflação em 2005 teve uma ligeira alta – de 5,20% para 5,21% – na pesquisa semanal Focus, feita pelo Banco Central. O aumento refletiu um ajuste nas previsões depois do anúncio de aumento dos preços dos combustíveis, na semana passada, mas não alterou, a expectativa do mercado em relação aos principais indicadores econômicos. A previsão das instituições em relação ao comportamento dos juros na próxima reunião do Copom, por

exemplo, foi mantida. A expectativa é de que a taxa Selic sofrerá corte mais acentuado em outubro e recuará dos atuais 19,50% para 19% ao ano, depois do corte de 0,25 ponto percentual promovido pelo Copom dia 10. Administrados – Ainda como reflexo da alta dos combustíveis, o mercado aumentou a estimativa de reajuste dos preços administrados neste ano de 6,80% para 7%. Para 2006, a estimativa para o comportamento dos administrados seguiu tendência contrária e recuou de 5% para 4,85%. Esta previsão se manteve estável em 5%

por três semanas, já tendo alcançado, anteriormente, níveis de 5,5%. A pesquisa do BC registrou a terceira elevação consecutiva da previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Pelo levantamento, a expectativa de expansão da economia avançou de 3,21% para 3,26%. Apesar disso, o percentual é menor que os 3,4% estimados pelo próprio BC e também se encontra abaixo dos 4% mencionados por integrantes do governo. Para 2006, a projeção de aumento do PIB se manteve em 3,50% pela 20ª semana. (AE)

Paulo de Almeida/Cromafoto/AE

ção de 0,2% nos preços. Com exceção de Brasília, as outras seis capitais também registraram recuo da deflação ou aumento da inflação. Consolidado do mês – Laerte prevê que o aumento das tarifas públicas e combustíveis continuará impactando o resultado de setembro. Porém, acredita, que o IPC do mês estará próximo a zero. "A deflação é um fenômeno transitório que deve se dissipar, porque não existem grandes pressões. Estamos em um cenário de estabilidade", avalia. Dentro dessa perspectiva, a estimativa é que a inflação do ano se mantenha dentro da média estipulada pelo governo (5,1%), com algumas variações dependendo da metodologia que se aplique. Para 2006, Laerte estima que as tarifas públicas não vão influenciar muito a composição do IPC e que o patamar da inflação vai variar entre 4% a 5% ao ano. Cejana Montelo

Manifestação dos funcionários do Correios, ontem, em frente à Catedral da Sé, em São Paulo

Paralisação nos Correios continua O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Vantuil Abdala, emitiu ontem uma liminar determinando que "um contingente mínimo" de funcionários dos Correios em greve volte ao trabalho em todas as unidades da Federação. A liminar foi dada em processo de dissídio coletivo ajuizado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Segundo a Assessoria de Imprensa do TST, a decisão do ministro, embora não quantifique o "contingente mínimo", tem o objetivo de manter em

funcionamento os serviços essenciais dos Correios. O descumprimento da determinação de Abdala implica imposição de multa diária de R$ 30 mil ao sindicato da categoria. O ministro convocou para hoje, uma audiência de conciliação e julgamento entre a ECT e o comando da greve, para tentar um acordo que ponha fim à paralisação. Se não houver acordo, será nomeado no TST um relator para o caso, e, provavelmente na quinta-feira, o assunto será julgado pela sessão de dissídio coletivo. A assessoria de imprensa

dos Correios disse que só cerca de 15% dos 108 mil funcionários estão paralisados. Já o comando da greve afirma que 70% aderiram à paralisação. Na última sexta-feira, o ministro propôs um reajuste de 8,6%, a ser concedido desde 1º de agosto mais 3,61%, e abono de R$ 800. A ECT aceitou a proposta, mas ela foi rejeitada pelos grevistas. A empresa contabiliza 20% das encomendas e cartas com entrega em atraso, o que corresponde a seis milhões de entregas. Os Correios fazem, por dia, 32 milhões de entregas. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO O abençoado ataque a Londres foi um que a Al-Qaeda teve a honra de lançar contra a arrogância dos cruzados britânicos e contra a agressão dos cruzados americanos à nação islâmica por 100 anos.

AP

Ayman al-Zawahri, segundo em comando da Al-Qaeda, assumindo que a rede executou os atentados de 7 de julho em Londres

terça-feira, 20 de setembro de 2005

Logo Logo

20

www.dcomercio.com.br/logo/

Pagamento de IPI até 10 de setembro, INSS parcelado e ICMS de agosto. A atriz italiana Sophia Loren completa hoje 71 anos.

SETEMBRO

2 -.LOGO

D INHEIRO E M

C A R T A Z

CINEMA A arte de Paulo José A Mostra Paulo José: 40 Anos de Cinema começa hoje no CCBB com o filme A Vida Provisória, de 1968, dirigido por Maurício Gomes Leite. Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 11. Telefone: 3113-3652. Às 20h. R$ 4,00. Acompanhe a programação no site www.cultura-e.com.br.

F AVORITOS

C HINA

Deu fome? Vá para o computador

Uma escolha mais que polêmica

Se a culinária não faz parte das suas especialidades, esta é sua chance. Com receitas fáceis de serem seguidas e um cardápio variado, o site Panelinha mostra os ingredientes de como botar a mão na massa.

O Brasil votou contra a presença da ONG Human Rights for China na reunião da ONU em Genebra. A entidade tinha o apoio dos EUA e Europa, que são contra a política de Pequim, que viola esses direitos. A delegação brasileira suspeita de que o a ONGseja financiada pela Casa Branca.

www.panelinha.com.br

NY quebra sigilo bancário Indiscreta, revista norte-americana mostra quanto ganham os cidadãos nova-iorquinos

Q

uem vive em Nova York conhece bem um sentimento típico: a inveja em relação aos salários do próximo. Pensando nisso, a New York Magazine fez um levantamento dos salários na cidade, com o objetivo de mostrar que nem sempre o que se imagina corresponde à realidade. Cargos e funções nem sempre correspondem ao saldo da conta bancária, diz a revista. De fato, quem pensa na importância do empresário de hotéis Donald Trump e do secretário-geral da ONU Kofi Annan pode se enganar quanto aos salários de cada um. Além disso, explicam a re-

vista, muitos dos elevados salários refletem bônus e outros adicionais. O chairman da Time Warner, Richard Parsons, por exemplo, tem rendimentos de US$ 23,5 milhões, dos quais US$ 9 milhões são de investimentos na empresa. A primeira vez que a revista publicou a lista dos salários da cidade foi em 1972. De lá para cá, muito vaivém na lista e apenas um dos escolhidos em 1972 retornou em 2005. E pode-se dizer que ele perdeu em importância, mas ganhou em números. Na década de 70, Hugh Hefner ganhava US$ 303.847 ao ano com seu uniforme de presidente, editor e publisher da Playboy

Enterprises - terno, gravata e chapéu. Hoje, ele recebe US$ 983.000 como editor-chefe e pode vestir o que quiser. Mas é fato que no centro financeiro de Wall Street se vai do luxo ao lixo bastando, para

Atef Hassan/Reuters

M EDIDAS

A RQUITETURA

O quilo ficou um pouco mais leve

Espetáculo de cores em Hong Kong

Cientistas do mundo todo estão numa corrida para redefinir o peso do quilo. É que eles descobriram que o cilindro de platina e irídio que determinava o valor exato de um quilo ficou um pouquinho mais leve. De 1889, quando o artefato foi criado, até agora, o peso do quilo perdeu entre 15 nanogramas (bilionésimos de um grama) a 50 microgramas. A variação não tem impacto no cotidiano, mas pode influenciar pesquisas na área de física. O novo quilo será definido em 2007 pelo Comitê Internacional de Pesos e Medidas.

Uma instalação em PVC à prova de fogo é uma das atrações de uma exposição de arquitetura em Hong Kong, China. Os visitantes entram na estrutura colorida, uma espécie de bolha iluminada apenas pela luz natural. Para flutuar, a bolha precisa de energia extra e cerca de dez ventiladores que sopram mil metros cúbicos de ar por minuto na bolha. C IÊNCIA

Uma moeda que vale ouro

Os furacões estão mais vitaminados

Uma rara moeda americana foi vendida por US$ 253 mil num leilão realizado em Bervely Hills, nos Estados Unidos. A moeda é uma dos únicos exemplares restantes das doze "Quarter Eagles" conhecidas que sobraram das 246 cunhadas na cidade de São Francisco no ano de 1854. O Quarter Eagles contém apenas um oitavo de onça de ouro, mas trata-se de um ouro especial: é que ele foi retirado das minas da Califórnia na época da Corrida do Ouro. O bisavó do proprietário adquiriu a moeda quando trabalhava nessas minas. O comprador pediu para ficar no anonimato.

Um estudo feito nos EUA e publicado no jornal científico Science mostra que os furacões estão se tornando mais fortes e mais freqüentes. O estudo, que analisou imagens de satélite dos últimos 35 anos, concluiu que entre 1990 e 2004, houve 269 furacões, número bastante superior aos 171 registrados nos 14 anos anteriores (entre 1975 e 1989). O aumento foi maior nos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico. Mas não há conclusões sobre o que causou esse fortalecimento. A hipótese a ser testada é de que haveria uma relação entre o fenômeno e o aquecimento global, já que existe uma ligação comprovada entre a temperatura das águas e a formação dos ciclones.

F UTEBOL

Ronaldinho, o melhor, segundo seus pares

SALTO MORTAL- Soldado britânico pula de tanque em chamas em Basra, no Iraque. Iraquianos atacaram o veículo com bombas de gasolina depois que soldados derrubaram os muros de uma prisão em que dois britânicos estavam presos. PAULO RESENDE

B ATE-PRONTO

Brasil, próximo alvo de Bin Laden? O jornal norte-americano Washington Times de ontem publicou um artigo indicando que, após os atentados de 11 de setembro nos EUA e os ataques a Madri, Londres e Jacarta nos anos subseqüentes, o Brasil pode ser o próximo alvo de grupos como Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah. Entre os fatores de risco estão a realização dos Jogos Panamericanos no Rio, em 2007, o estatuto do desarmamento e a suposta existência de uma forte presença de terrorista na tríplice fronteira (Brasil, Argentina e Paraguai). O professor Paulo Edgar Resende, coordenador do Núcleo de Análises de Conjuntura Internacional da PUC-SP e membro do Grupo de Análise de Conjuntura Internacional da USP, mostra outros lados da questão. A TÉ LOGO

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O jogador brasileiro Ronaldinho Gaúcho, do Barcelona, ganhou ontem um novo prêmio. Ele foi escolhido, em pesquisa realizada com mais de 38 mil jogadores em 40 países, o melhor jogador da temporada passada, em que conquistou o título do Campeonato Espanhol. Ronaldinho já tinha conquistado o prêmio de melhor do mundo pela Fifa. A pesquisa também revelou quais jogadores seriam escalados no time ideal do futebol (veja ao lado.)

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L EILÃO

isso, passar pela porta da ESL Investments, onde trabalha o nova-iorquino mais bem pago – o gerente de fundos de investimento Edward Lampert – e o mais mal-pago, o engraxate Travis Harris.

O Brasil será alvo do terror? É preciso explicar o que se entende por terrorismo. O presidente George W. Bush conceitua o terror a partir de interesses petrolíferos. Mas, em geral se pensa na ação de grupos que se julgam inferiorizados nas relações de forças internacionais. Não vejo como o Brasil pode estar associado ao terror, já que foi reticente com a política norte-americana no Iraque. O risco é maior em países que apoiaram os EUA, como Inglaterra, Jordânia, Egito. Os Jogos Panamericanos são um risco? Os indicadores sociais são negativos e a violência nos centros urbanos como o Rio está associada a este cenário. A insegurança no Rio de Janeiro é preocupante e será difícil impedir ações de

difícil repressão na cidade durante os jogos, mas isto não estaria relacionado ao terrorismo. E a presença terrorista na tríplice fronteira? Eu não diria que a região é foco de terror. Mas os EUA se colocaram militarmente na América Latina com este argumento. E conseguiram isto porque há, neste momento, um mal-estar do Paraguai em relação a Brasil e Argentina. Existe a idéia, do vice-presidente paraguaio, por exemplo, de que o país estaria sendo tratado como um sócio menor do Mercosul. Outro argumento é que o Brasil não se posicionou em relação ao Oriente Médio? Não é verdade. O Brasil realizou este ano o encontro do países árabes e tem realizado vários contatos diplomáticos e comerciais, posicionando-se claramente em relação aos países do Oriente Médio. Heci Regina Candiani

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

B RAZIL COM Z

Dona Vitória, a heroína do morro Dona Vitória, a aposentada de 80 anos que filmou, por uma brecha de sua janela, a ação do tráfico de drogas na ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, no Rio de Janeiro, foi destaque da edição de ontem do Chicago Tribune. Segundo o jornal, Dona Vitória virou heroína na vizinhança. Mas a longa reportagem usa a história da aposentada apenas como pretexto para revelar em que condições a polícia - que tem vários postos de observação na área - combate o narcotráfico. L OTERIAS Concurso 553 da LOTOMANIA 02

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Concurso 699 da MEGA-SENA 17

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Concurso 1500 da QUINA 30

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Concurso 104 da LOTOFÁCIL 05

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A transmissão digital estréia domingo em cerca de 30 emissoras de rádio brasileiras

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O empresário Chico Recarey, o rei da Noite do Rio, foi preso por sonegação fiscal

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Células-tronco ajudam na regeneração de neurônios de medula de camundongos

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10 -.FINANÇAS

DIÁRIO DO COMÉRCIO

COMÉRCIO

terça-feira, 20 de setembro de 2005


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 20 de setembro de 2005

NACIONAL - 13

MISSÃO EMPRESARIAL ORGANIZADA PELA SÃO PAULO CHAMBER OF COMMERCE DESEMBARCA NA POLÔNIA Fotos: Sergio Leopoldo Rodrigues

O ministro polonês e o embaixador brasileiro Marcelo Jardim (dir)

ACSP INICIA RODADAS DE NEGÓCIOS Missão liderada pelo vice-governador de São Paulo é recebida por representantes do governo polonês

Brasileiros e poloneses se reúnem durante a abertura dos trabalhos da missão empresarial liderada pelo vice-governador Claudio Lembo

A partir da esq: Cotait, ministro Krystowski, Lembo e Wisniewski

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missão de 25 empre- 5% para os próximos cinco sários brasileiros anos. Isso em um país que tem que chegou domin- 50% dos seus habitantes com go a Varsóvia (Polô- menos de 34 anos e começou nia) está, desde a tarde de on- há pouco mais de um ano a se tem, mantendo contato direto integrar à União Européia. em rodadas de negócios com Impostos – Logo na abertumais de 80 empresas de todos ra dos trabalhos, o subsecretáos tamanhos e setores da Polô- rio de Estado do Ministério da nia. O país é o coração econô- Economia da Polônia, Krzyszmico do Leste Europeu e porta tof Krystowski, alertou que o de entrada para a Comunida- Brasil precisa reduzir suas tade Européia (CE), xas de importações onde desponta copara produtos polomo sexto maior merneses para ajudar a cado consumidor. equilibrar a balança Ainda não é possí- A SP Chamber vem comercial entre os vel prever o número agindo para estimular d o i s p a í s e s , q u e de negócios e o valor e envolver as pende a favor do das transações en- empresas paulistas no Brasil em US$ 422 volvidas, pois as ne- esforço exportador milhões, em 2004, gociações estão ape- apoiado pelo segundo o ministro; nas começando. Mas governador Alckmin US$ 140 milhões, seos participantes de gundo dados brasiAlfredo Cotait leiros. ambos os lados mosNeto, da ACSP O vice-governatram-se otimistas e acreditam que serão dor Claudio Lembo expressivas, pois enesclareceu ao minisvolvem áreas como moda, tro que a redução de tarifas alplástico, café solúvel, industria fandegárias é da competência naval, automotiva, agroindus- da União. Mas antecipou que, trial, informática e até o setor devido ao avanço das relações aeroespacial brasileiro. comerciais de São Paulo com a A missão organizada pela Polônia, e o peso das exportaSão Paulo Chamber of Com- ções paulistas na economia namerce (SP Chamber), da Asso- cional, fará gestões junto aos ciação Comercial de São Paulo órgãos competentes para ten(ACSP), e liderada pelo vice- tar equacionar essa questão. governador do Estado, Clau- "Podem contar com o nosso dio Lembo, também se encon- apoio", enfatizou Lembo. trou com lideranças privadas e O ministro Krystowski lemgovernamentais da economia brou o trabalho da SP Champolonesa, cujas projeções indi- ber no incremento dessa aprocam um crescimento médio de ximação entre os setores priva-

dos do Brasil e Polônia, consu- tarem na mesa para negociar, midora de fertilizantes, aços e se possível, j oin t- ven tures na químicos brasileiros. Identifi- área de tecnologia. Para polonês ver – Alfredo cou a empresa aérea Lot como uma importante cliente da Cotait Neto, coordenador da Embraer no Leste Europeu e SP Chamber of Commerce, da sugeriu, por outro lado, que o ACSP, fez uma apresentação Brasil pode ser mais um gran- aos empresários poloneses de de cliente na área de produtos como a SP Chamber vem aginferroviários, lácteos e eletrôni- do para estimular e envolver cos poloneses. Deixou claro as empresas paulistas, sobreainda que seu país tem interes- tudo as pequenas e médias, no esforço exportador se no Brasil, "como apoiado pelo goporta de entrada pavernador do Estara o Mercosul e para do, Geraldo Alcka América Latina". min e liderado pelo Lembo ponderou O país tem interesse seu vice, Claudio que a Polônia pode no Brasil como porta Lembo. Mostrou o ser uma plataforma de entrada para o papel centenário para São Paulo e pa- Mercosul e para a da ACSP, a única ra o Brasil na União América Latina entidade no munEuropéia. "Um usaKrzysztof do a ter um jornal ria o que o outro faz Krystowski, diário – o Diário do de melhor, integransubsecretário da Comércio. do assim nossas ecoCotait mostrou nomias", disse. O Economia aos poloneses que a embaixador do BraSPChamber prosil na Polônia, Marcelo Jardim, acrescentou que a moveu outras missões para a simples presença do vice-go- República Tcheca, Hungria e vernador confere uma enorme Romênia com o objetivo de gerar uma estratégia de negócios credibilidade à missão. Essa perfeita coreografia en- capaz de ampliar as parcerias tre setores publico e privado, comerciais com São Paulo. Luiz salientou o embaixador Jar- Roberto Gonçalves, que coordim, amplia as oportunidades dena com Cotait a SP Chamber, de negócios. Andrzej Aren- destacou que a ampla agenda darki, presidente da Kig (uma de rodadas de negócios estabeassociação empresários) e Ja- lecida antecipadamente, é tamnus Wisniewski, presidente da bém um trabalho de inclusão Câmara de Comércio Polono- das pequenas empresas no coBrasileira, estimularam os em- mércio internacional. presários, pequenos, médios e Sergio Leopoldo Rodrigues, grandes dos dois países a sende Varsóvia

Para brasileiro ver e investir

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s empresários brasileiros reunidos na missão comercial da São Paulo Chamber of Commerce (SP Chamber), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), ouviram as experiências de sucesso de quem já investe na busca do mercado polonês e do Leste Europeu. O diretor geral da Jeronimo Martins, grupo de distribuição de alimentos portugueses, Pedro Pereira da Silva, relatou que chegou a Varsóvia em 1995 e que não se arrependeu: hoje tem 755 lojas (outras 350 estão apenas em Portugal) e cinco centrais de distribuição no país. O Biedronka comercializa apenas 900 produtos, bem menos, reconheceu Silva, do que os supermercados brasileiros, dando como exemplo o Pão de Açúcar. Mas isso tem garantido, segundo ele, competitividade e preço. "Até porque esse mercado vai crescer, mas também ficará mais competitivo até 2010", enfatizou. Ele também mostrou que a Polônia abrirá

Luiz Roberto Gonçalvez, da SP Chamber e vice-presidente da ACSP Jonne Roriz/AE

Café em grão foi um dos destaques das exportações na semana

Superávit da 3ª semana é um dos melhores do ano

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s exportações brasileiras superaram as importações em US$ 1,302 bilhão na terceira semana de setembro, um dos melhores desempenhos do ano. O resultado deveu-se ao bom comportamento das vendas externas, que totalizaram US$ 2,84 bilhões, e a desaceleração das compras no exterior, especialmente de combustíveis e lubrificantes. No mês, a balança comercial está superavitária em US$ 2,683 bilhões e, no ano, há um saldo positivo de US$ 31,031 bilhões. Com uma média diária de US$ 568 milhões, as exportações aumentaram 23,6% em relação a setembro do ano passado. As vendas externas, que vinham perdendo fôlego mês a mês, em contraste com taxas maiores nas importações, cresceram 6,4% sobre agosto último. Os embarques de produtos básicos subiram 29,8%, com destaque para petróleo em bruto, carnes suína, bovina e de frango, minério de ferro e

café em grão. As exportações de manufaturados aumentaram 21,5% e as de semimanufaturados, 12,6%. Pesaram na pauta, no primeiro caso, óleos combustíveis, telefones celulares, polímeros plásticos e motores. Na segunda categoria, os maiores destaques foram açúcar e alumínio em bruto, couros e peles e ferro fundido. Importações – As importações somaram US$ 1,538 bilhão na terceira semana e US$ 3,094 bilhões no mês. A média diária importada, de US$ 307,6 milhões, aumentou 2,7% em comparação a setembro de 2004, mas caiu 15,7% sobre agosto. Em relação ao mesmo mês do ano passado, cresceram 78,1% as compras de siderúrgicos, 28,3% de borracha e 24,6% de automóveis. Frente a agosto de 2005, as maiores reduções ocorreram com as importações de combustíveis e lubrificantes (53,1%), químicos (21,3%) e equipamentos mecânicos (7,4%). (AG)

ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú Roberto Teixeira, presidente da Volvo da Polônia

espaço para o pequeno varejo especializado, uma oportunidade para os exportadores brasileiros. Roberto Teixeira, presidente da Volvo da Polônia, fez um relato do país que animou os empresários brasileiros: a Polônia tem um dos mais elevados níveis de capacitação profissional da Europa. Relatou que na cidade de Wrosclaw, onde está instalada a fábrica da empresa, entre os 650 mil habitantes, 150 mil são universitários. E que na fábrica, de cada 100

Ricardo Campos, diretor-geral do Banco Millennium

empregados da área administrativa, 80 têm curso superior; no chão de fábrica, de cada 100 operários, 90 têm cursos de especialização técnica. Ele resumiu ainda, que 50% da população do país têm menos de 34 anos. Já o diretor geral do Banco Millennium, Ricardo Campos, deu uma injeção de ânimo para o setor bancário. "A Itautec está aqui em Varsóvia vendendo seus serviços e tecnologia em terminais eletrônicos", disse. Campos afirmou ainda, que o setor bancário aposta no

crescimento sustentado da economia polonesa nos próximos cinco anos. Acima, inclusive, da média de crescimento da União Européia, e que a área de financiamento à construção já esta bem aquecida. Alan Goldlust, diretor da Comexport, disse que "os empresários brasileiros precisam entender que é possível fazer bons negócios por aqui. A Alemanha é grande vendedora de café (solúvel) aqui e não tem plantação em suas terras", concluiu. (SLR)

Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407


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terça-feira, 20 de setembro de 2005

FINANÇAS - 11

BRASIL FAZ, COM SUCESSO, SUA PRIMEIRA EMISSÃO DE TÍTULOS DA DÍVIDA EM REAIS NO MERCADO EXTERNO

GOVERNO CAPTA R$ 3,4 BI NO EXTERIOR Pablo de Sousa/Luz

Pode faltar crédito à habitação

Sergio Darcy, do Banco Central: previsão de concessões para habitação em 2005 podem não se concretizar

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baixa captação da caderneta de poupança em 2005 deve reduzir o volume de crédito habitacional. A previsão feita pelo mercado, no início do ano, de um volume de concessões equivalente a R$ 12 bilhões, com base em uma estimativa de crescimento de 0,7% das captações líquidas (depósitos menos saques), pode não se concretizar. Isso porque, até o mês de agosto, a poupança acumula um saldo negativo de R$ 6,14 milhões de acordo com dados do Banco Central. "É esse resultado ruim que faz com que as previsões de crédito para o financiamento habitacional possam não se concretizar neste ano", diz o diretor de Normas do Banco Central, Sérgio Darcy, no seminário "Crédito Imobiliário no Brasil: Panorama, Soluções e Agenda Positiva", realizado ontem em São Paulo pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança, a Abecip. Darcy diz que a previsão do Banco Central já era bem mais conservadora do que a do mercado imobiliário. O banco, diz ele, aguardava uma liberação de até R$ 8 bilhões para a habitação neste ano, mas o valor foi acabou revisto. "O Banco Central também achava que haveria expansão da poupança, só que em ritmo menor, de 0,4%. Com o resultado negativo da poupança, a previsão de recursos direcionados à habitação caiu para R$ 5,9 bilhões". Apesar do resultado ruim de 2005, o Banco Central é otimista e diz que poderá ser direcionado quase o dobro desse volume para habitação no próxi-

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governo captou ontem R$ 3,4 bilhões (o equivalente a US$ 1,5 bilhão) no mercado externo em títulos da dívida externa atrelados ao real. É a primeira operação do Tesouro Nacional com papéis de rendimento vinculado à moeda nacional. "Tivemos sucesso nessa colocação e atingimos nosso objetivo, que era o de desenvolver um novo mercado de títulos em reais", disse o secretário-adjunto do Tesouro, José Antônio Gragnani. Para ele, a operação confirma a confiança do investidor estrangeiro no mercado brasileiro. "Mostra mais uma vez que o Brasil mudou e os fundamentos da economia são sólidos." O novo papel foi chamado de Global BRL 2016. emissão foi c o o rd e n a d a p e l o s b a n c o s Goldman Sachs, JP Morgan e o Itaú, este como co-gerente.

Banco Popular vai financiar kits

O mo ano. "Nossa expectativa é de que o volume de financiamento some R$ 10 bilhões". Depósitos – Esse volume deverá ser resultado do aumento do porcentual dos depósitos em poupança que os bancos são obrigados a repassar para a habitação. Mesmo estando obrigados por lei a destinar 65% do saldo da poupança para a habitação, há anos os bancos não cumpriam essa determinação. Somente após a aprovação da Resolução 3.177 baixada em março de 2004, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que fixou porcentuais de repasse para o crédito por parte dos bancos, é que as instituições financeiras passaram a fazer o direcionamento de forma progressiva. Como a lei não vinha sendo cumprida na prática, o Conselho Monetário decidiu baixar o porcentual de repasse para 30% no período correspondente ao primeiro trimestre de 2005. No segundo trimestre, o porcentual fixado pelo CMN subiu para 45% e, nos dois últimos trimestres, para 50%. A idéia é de que, em janeiro de 2006, a regra de repasse equivalente a 65% dos depósitos da caderneta de poupança

Bancos não financiam 100%

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pesar da obrigatorie- mais de três prestações em dade dos bancos de re- atraso, correspondem a 42,4% passar os recursos da dos 362 mil contratos ativos, poupança para a habitação, conforme dados da Abecip. Mesmo os contramuitos consumidotos mais novos, com res não conseguem Pablo de Sousa/AE mais de três prestafinanciar 100% do ções em atraso, têm imóvel nos privados. inadimplência su"Isso ainda acontece perior a outras lidevido ao alto índice nhas, de 9,2%. de inadimplência, "Se conseguísseque faz com que, em mos eliminar o proalgumas regiões, o blema, teríamos um banco só financie Luis Rodrigues, ganho de R$ 18 bi35% do valor do imódiretor do Itaú lhões, ou 20 vezes vel", disse o diretor mais dinheiro para o do Itaú, Luiz Antomercado em dois anos", diz o nio Rodrigues. De acordo com o executivo, diretor do Itaú. Estudo da Abecip mostra essa ainda é uma das principais barreiras ao crescimento que, na Inglaterra, a recuperada carteira de crédito habita- ção do crédito leva um ano, no cional na instituição, ao lado Brasil demora sete. "É isso que da morosidade da Justiça para faz com que lá a recuperação resolver pendências de contra- custe 4,75% do valor financiatos antigos. Os contratos assi- do, enquanto no Brasil chega a nados até junho de 1998, com 82%", diz Rodrigues. (AG)

DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO

volta a valer. Os bancos que descumprirem a determinação estarão sujeitos ao recolhimento dos saldos ao BC na forma de depósitos compulsórios e só terão esse dinheiro corrigido na devolução corrigidos em 80% da Taxa Referencial (TR). Mas terão de devolver ao poupador o dinheiro corrigido pela TR, mais 0,5% ao mês. Adriana Gavaça

Banco Popular do Brasil lançou ontem uma linha de microcrédito produtivo individual no Distrito Federal para financiar baixos valores para a compra de kits de equipamentos necessários ao desenvolvimentos de trabalhos de eletrônica, jardinagem, mecânica e de construção civil. "Vamos fazer um piloto de 120 dias e depois lançar o produto em todos os Estados", disse o presidente do banco, Geraldo Magela. A expectativa é julho de 2006. (AE)

AVISO AO MERCADO

Oferta – Embora o Tesouro não confirme, na semana passada o mercado especulava que a emissão seria entre US$ 500 milhões e US$ 700 milhões. A procura pelo papel teria sido grande, o que teria levado o go-

12,75% É quanto o governo pagará, ao ano, ao investidor internacional que comprou os papéis

verno a oferecer mais títulos. O novo título terá um custo para o governo de 12,50% ao ano e foi negociado com um pequeno deságio, o que garantirá ao comprador ganho de 12 75% ao ano. Os juros serão pagos ao

investidor semestralmente, em janeiro e julho, até o vencimento do papel, em 2016. Segundo Luiz Forbes, diretor da corretora López León, a demanda e os juros do papel foram surpreendentes. "O mercado esperava uma emissão de US$ 700 milhões, com vencimento entre 5 e 7 anos, e com juros de, no mínimo, 14%." Ele diz que os principais compradores foram investidores estrangeiros. "Não havia muitas opções para os estrangeiros que queriam investir em reais porque há muita burocracia para comprar papéis da dívida interna brasileira." A emissão de títulos atrelados ao real diminui o risco cambial da dívida externa. Até hoje o Brasil só emitia títulos soberanos em moeda estrangeira porque os investidores exigiam retornos proibitivos para papéis em real. (AE)

DÍVIDA INTERNA: R$ 964 BI

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Tesouro Nacional reduziu, no mês de agosto, a emissão de títulos da dívida pública, mas não conseguiu impedir o crescimento de sua dívida interna, que, mês passado, aumentou 1,4% em relação a julho, somando R$ 964,55 bilhões. A alta em agosto ficou acima da verificada no mês de julho, de 1,32%. A parte da dívida administrada pelo Tesouro, a chamada dívida pública mobiliária federal interna, cresceu menos: 0,6% em agosto e soma R$ 920,79 bilhões. O acréscimo de R$

5,12 bilhões sobre julho foi inferior ao de meses anteriores, porque o Tesouro teve uma "postura conservadora", disse o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Paulo Valle. Valle diz que as emissões totais de títulos públicos somaram R$ 27,9 bilhões em agosto, incluídas trocas equivalentes a R$ 3,5 bilhões. Como os resgates de títulos em poder de investidores pessoa física foram maiores, no total de R$ 35,7 bilhões, a dívida mobiliária aumentou R$ 7,8 bilhões. (Reuters)


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14 -.EMPRESAS

terça-feira, 20 de setembro de 2005

Fotos: Clóvis Ferreira/Digna Imagem

SWATCH TEM DE RELÓGIOS A BIJUTERIAS Marcelo Romero (ao lado com o relógio) espera crescimento de 44% nas vendas este ano. Modelos têm preços entre R$ 300 e R$ 400.

Spherica Comercial, distribuidora da Swatch no Brasil, investe R$ 5 milhões este ano em plano de reestruturação da marca no País

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Design e luxo no embalo da Fórmula 1 L

uxo e design personalizado têm hora e vez em São Paulo. Em sintonia com os lançamentos na Europa, duas grifes estrangeiras acabam de trazer para o Brasil suas últimas novidades. Uma das mais conceituadas marcas de relógio da Europa, a dinamarquesa Daxx, por exemplo, inova no design e larga na frente com dois modelos que têm tudo a ver com a temporada de Fórmula 1 na cidade. A nova linha, Pilot, inspirada em carros esportivos, tem pulseiras que imitam pneus e cronógrafos que lembram contagiros. Comercializado nas melhores joalherias, os relógios, disponíveis em duas versões, têm valores que variam de R$ 271,70 e R$ 661,20. Já a francesa Cartier, que tem em São Paulo um de seus maiores faturamentos, fascina os olhos da seleta clientela com um modelo que é uma verdadeira jóia. O famoso relógio Tank agora se apresenta no País em sua forma mais feminina, o Tankissime. Sofisticado e elegante, com design que lembra as pulseiras dos anos

Fotos: Alex Ribeiro

resente no País há 12 que envolve gestão de pontosanos, a Swatch ainda de-venda, assessoria aos funestá se adaptando ao cionários e manutenção de um mercado brasileiro. sistema de compras adequaApós enfrentar a desvaloriza- do", relata o executivo. Ele ção do real em 1999 e ver o pre- acrescenta que também são neço de seus relógios aumenta- cessárias orientações sobre adrem substancialmente em ra- ministração de estoques e eszão dos custos de importação, colha de modelos, já que a mara empresa e sua distribuidora ca lança anualmente mais de no Brasil, a Spherica Comer- 300 produtos diferentes. Este ano a rede deve chegar a cial, lançam o terceiro plano de dezembro com ree st rut u ra çã o oito novos ponda marca a partir tos em operação e de investimenfaturamento 40% tos de R$ 5 mimaior do que em lhões para este Temos um enorme 2004. "Depois do ano. registro de cresciA meta é dar potencial de novo ar para as crescimento. Enquanto mento nas venlojas que ganha- na Itália são vendidas das em 46% no ano passado, esrão uma aparên- quatro milhões de peramos elevar cia mais moderem mais 44% as na e implemen- unidades por ano, no v e n d a s n o p r itar novos corners Brasil são 100 mil. da marca em loMarcelo Romero meiro semestre de 2006 com a jas de departainauguração de mento, criando as bases para que o número de novas unidades em operação pontos-de-venda da Swatch no Brasil." Infa ntil – Para otimizar o dobre para 80 unidades até o final de 2007, estabelecendo de desempenho das lojas, a Swatvez a marca européia em terri- ch lançou há dois anos a linha de bijuterias em aço cirúrgico tório nacional. Marcelo Romero, gerente que já representa 4% do faturacomercial da Spherica, descre- mento mensal das unidades de ve que quando houve o início venda. A linha infantil da marda implantação das lojas ex- ca Flik Flak, oferecida nos ponclusivas para a venda dos pro- tos-de-venda da Swatch, tamdutos da Swatch, o País enfren- bém é uma categoria promistava a forte mudança cambial sora porque, segundo Romero, que teve como conseqüência a não enfrenta concorrência no queda no poder de compra dos mercado brasileiro. "Temos consumidores. "Um relógio um enorme potencial de cresque antes podia ser vendido a cimento. Enquanto na Itália R$ 180, atualmente vai custar são vendidos anualmente quade R$ 300 a R$ 400. Na prática, a tro milhões de relógios por faixa de consumidores dimi- ano, no Brasil as vendas atinnuiu em função dos valores gem apenas 100 mil unidades. dos produtos. Foi necessário Existem oportunidades latenrepensar o modelo do negócio, tes no Nordeste e, principalinvestindo fortemente em mente, no centro oeste, região em que ainda não oferta consistentemos nenhum te de serviços e p o n t o - de - v e n d a atendimento diem funcionamenferenciado". tono País." Operação - O Salvador executivo define Criado em 1983 que a Swatch pelo empreendeGroup do Brasil As bijuterias dor Nicola costumava admiproduzidas em Hayek, o relógio nistrar todas as aço cirúrgico já Swatch surgiu operações das oirepresentam para salvar a into marcas que ofecerca de 4% do dústria de relórece para o mercafaturamento gios da Suíça de do nacional. Mas mensal da marca uma profunda a complexidade no Brasil crise. De baixo da operação cocusto e com um mercial da marca Swatch exigiu que sua admi- terço do número de peças que nistração fosse transferida para um relógio tradicional possui, a Spherica. "Habituados a ne- o Swatch foi a solução para o gociar com joalheiros tradicio- Swatch Group, que detém 20 nais, os gestores da empresa marcas de produtos. As vensuíça tiveram dificuldades pa- das da marca mais descolada ra encontrar empreendedores da indústria relojoeira nos com perfil adequado para atua- mais 500 pontos-de-venda esrem como licenciados da marca palhados pelo mundo garande produtos fashion do grupo tem 50% do faturamento da companhia. "Estamos em bussuíço", aponta. Para se ter uma idéia da di- ca de investidores para o negóversidade de nichos em que a cio. A partir de R$ 120 mil é Swatch Group atua, basta di- possível abrir um quiosque da zer que Omega, Blacpain, Tis- marca e com R$ 350 mil, a loja. sot, Endura e Calvin Klein são Para lojas de departamento inmarcas da companhia comer- teressadas em instalar um corcializadas em relojoarias e joa- ner da marca serão necessários lherias do País. "O sistema de R$ 30 mil", explica o gerente cocomercialização dos produtos mercial da Spherica. Swatch é mais complexo porJuliana de Moraes

Ó RBITA

SADIA

A

Sadia S. A. pretende investir R$ 800 milhões no Mato Grosso entre os anos de 2006 e 2009 para a instalação de dois abatedouros de aves e uma unidade de abate e industrialização de suínos. Também está nos planos a construção de fábricas de ração no estado. De acordo com informações da indústria, 500 produtores (integrados aos planos) também vão investir R$ 700 milhões na região, o que resultará em R$ 1,5 bilhão nos próximos quatro anos. Os recursos nas novas unidades vão contribuir com a agricultura

Relógios têm pulseiras que lembram pneus de carro

Modelos combinam com a temporada de Fórmula 1

40, tem elos maciços e convexos revestidos de ouro amarelo, rosa, branco ou de diamantes. Para se ter uma idéia dos detalhes de requinte, uma das versões tem a caixa toda em

ouro rosa 18 quilates, coroa com borda em ouro ornamentada com safira facetada, mostrador granulado em prata, ponteiros em forma de espada em aço azulado, vidro safira e

do Mato Grosso, já que elas aumentarão a demanda por soja e milho, grãos utilizados na fabricação de ração para animais. Os abatedouros de aves serão instalados nos municípios de Lucas do Rio Verde e Campo Verde. A unidade de suínos ainda não tem localização definida. Quando estiverem operando com capacidade total, os novos abatedouros da Sadia deverão gerar 8.000 empregos diretos e outros 24.000 indiretos. A Sadia está presente no Mato Grosso desde 1976, quando aconteceu a inauguração de um frigorífico de bovinos no município de Várzea Grande. Na década de 80, a empresa ampliou a presença no estado com a implantação de um complexo de esmagamento de soja, na cidade de Rondonópolis. Houve também a aquisição de um frigorífico de bovinos em Barra do Garças. (JM)

GUERRA

A

esperada compra do grupo português de supermercados Sonae pela rede Wal-Mart vai redesenhar o setor no Brasil. A negociação se arrasta há vários meses e estaria na fase de acerto do preço. Após a aquisição, o faturamento da Wal-Mart passaria de R$ 6,1 bilhões (atrás apenas do Carrefour e do Pão de Açucar) para R$ 10 bilhões - e ficaria no calcanhar do Carrefour, que registrou resultado em 2004 de R$ 12,1 bilhões. O Sonae, que faturou perto de R$ 4,33 bilhões no ano passado e ficou em quarto lugar no ranking das maiores empresas do setor, segundo levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), domina o sul do País com

pulseira igualmente em ouro rosa. Desnecessário dizer que o ofuscante mimo, comercializado a R$ 45.820, já tem fila de espera na butique paulistana. João Jacques

operações no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e conta ainda com sete lojas no interior de São Paulo. O Pão de Açúcar e o Carrefour avançam com estratégias diferentes, buscando espaço frente à expansão do Wal-Mart, presente hoje em 14 estados. Em maio, a direção do Pão de Açúcar, ao anunciar o aumento de participação acionária da rede francesa Casino na companhia, divulgou um plano de abertura de 160 lojas nos próximos quatro anos. Os investimentos neste período serão de R$ 2,5 bilhões. O presidente do Carrefour, Jean Marc Pueyo, na mesma época informou que investirá R$ 800 milhões no País em 2006. Neste ano além de comprar 10 lojas da bandeira Big em São Paulo, o Carrefour vem apostando nas reformas e modernização de lojas e inaugurações de hipermercados. (AE)


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terça-feira, 20 de setembro de 2005

FINANÇAS - 15

BANCO DO BRASIL ACUSA INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS DE LUDIBRIAR APOSENTADOS COM TAXA ZERO Mônica Zarattini/AE

PROPAGANDA ENGANOSA NO CRÉDITO CONSIGNADO

A Em São Paulo, metade dos 520 funcionários da sede da entidade, na avenida Paulista, suspendeu as atividades

Braços cruzados no Banco Central Ed Ferreira/AE

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uncionários do Banco Central em várias capitais entraram em greve ontem contra o que consideram falta de disposição do governo federal em negociar o reajuste salarial da categoria. Segundo o Banco Central (BC), a adesão foi de cerca de 33% no Brasil, segundo informações da assessoria de imprensa do banco. O presidente do Sindicato dos Funcionários do BC (Sinal) em Brasília, Paulo Calovi, disse que não tinha informações disponíveis para contestar o dado divulgado pelo BC.

No Distrito Federal, adesão ao movimento chegou a 75%

Ele salientou, no entanto, que em Brasília a adesão ao movimento chegou a 75% e, no Rio de Janeiro, ficou em

AVISO DE LICITAÇÃO

aproximadamente 70%. Em São Paulo, metade dos 520 funcionários da sede da entidade, na avenida

Paulista, suspendeu atividades, segundo o Sindicato dos Funcionários do BC. Em Fortaleza, houve adesão de 50% dos funcionários, de acordo com o presidente do sindicato dos servidores, Ricardo Moura. Os servidores do BC querem um reajuste salarial de 57% e a reabertura do diálogo com representantes do Ministério do Planejamento. A assessoria do BC informou que o serviço de distribuição de dinheiro aos bancos não chegou a ser afetado pela paralisação. (AE)

CONVOCAÇÕES

posentados e pensionistas devem ficar atentos à propaganda dos bancos que anunciam baixas taxas de juros para os empréstimos consignados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O Banco do Brasil (BB) acusa outras instituições financeiras de propaganda enganosa ao divulgarem taxas de zero por cento para financiamentos que, na verdade, chegam a 4% ao mês. Pesquisa do BB junto aos bancos PanAmericano e Cacique, que dizem cobrar taxas de zero e 1% ao mês, respectivamente, e são considerados pelo INSS como detentores das menores taxas, constatou divergências entre as taxas noticiadas e as efetivamente cobradas no momento da contratação. "O Banco PanAmericano, embora anuncie taxa de juros de zero por cento para operações até 90 dias, vem repassando outros encargos além da TAC (Taxa de Abertura de Crédito) e do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) aos aposentados, o que pode configurar propaganda enganosa e é passível de questionamentos judiciais", diz o diretor de Varejo do BB, Paulo Bonzanini. Segundo ele, as divergências

entre as taxas anunciadas e as cobradas ocorrem porque nem todas instituições financeiras habilitadas pelo INSS divulgam todos encargos embutidos no financiamento, em especial a TAC e outros acréscimos remuneratórios, cobrados dos aposentados e pensionistas (por exemplo, Caixa Econômica Federal, Banco Cruzeiro do Sul, Schain, Bradesco e BPN). Ontem, por exemplo, a apresentadora Hebe Camargo apareceu por diversas vezes na TV divulgando taxa zero de juros do Banco PanAmericano. A taxa, entretanto, facilita a omissão de outros custos embutidos no financiamento que, no final, sai mais caro – em alguns casos duas vezes mais – do que em outros bancos que adotam taxas maiores. A maioria dos bancos conveniados com o INSS anuncia taxas de 1,5% ao mês, mas as várias formas de tarifação, não divulgadas na mídia, elevam os juros a níveis variados. A simulação feita pelo BB com o PanAmericano mostrou que a taxa zero noticiada é na verdade de 4% ao mês num empréstimo de R$ 1 mil para 60 dias e de 3,1% ao mês para 90 dias. O PanAmericano negou que cobra outros encargos nos empréstimos. (AE)

EDITAIS

FUNDAÇÃO PARA O REMÉDIO POPULAR - FURP

FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS PREGÃO Nº 019/2005- FAMESP – PROCESSSO Nº 1042/2005 - FAMESP REGISTRO DE PREÇOS Nº 001/2005-FAMESP Acha-se à disposição dos interessados até o dia 30 de Setembro de 2005, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, no Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111-FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/Hospital das Clínicas de Botucatu, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS - PREGÃO Nº 019/2005- FAMESP - PROCESSSO Nº 1042/2005 - FAMESP - REGISTRO DE PREÇOS Nº 001/2005-FAMESP, que tem como objetivo a Aquisição de Órteses e Próteses para cirurgias ortopédicas, em sistema de consignação, para o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu. Serão recebidas as amostras entre os dias 03 a 10 de 0utubro de 2005, até às 17:00 horas na FAMESP. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação, será realizada no dia 20 de Outubro de 2005, com início às 09:00 horas, na Sala de reuniões da Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar, no endereço acima citado. Botucatu, 14 de setembro de 2005. Prof. Dr. Pasqual Barretti - Diretor Presidente - FAMESP

AVISO DE LICITAÇÃO Acha-se aberta na Fundação para o Remédio Popular – Furp, a seguinte licitação: Pregão n.º 0305/2005 - Pregoeiro Designado: André Augusto Furquim OBJETO: Aquisição de Matérias-Primas Farmacêuticas (Estearato de Eritromicina (Compactada) e Hidróxido de Alumínio Gel Compacto. Custo do Edital: R$ 5,40 EDITAL / INFORMAÇÕES: Seção de Licitações, Rua Endres, 35, Itapegica, Guarulhos – SP. Tel. (11) 6423-6156 / 6226, das 10:00 às 12:00 hs. e das 13:00 às 16:00 hs. - E-mail: licitacao@furp.sp.gov.br – As licitantes interessadas poderão consultar o resumo do edital nos sites: http://www.pregao.sp.gov.br e http://www.furp.sp.gov.br ou adquiri-lo através do site http://www.e-negociospublicos.com.br.

ATAS

COMUNICADOS SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: TOMADA DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de ambientes complementares em prédio(s) escolar(es): TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2151/05/02 - EE Parque Liberdade – Rua Serra da Canastra, s/nº - Parque da Liberdade - Americana/SP - 90 - R$ 17.340,00 – R$ 1.734,00 – 09:30 – 07/10/2005. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 21/09/2005, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 06/10/2005, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Miguel Moubadda Haddad Diretor Executivo

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: TOMADA DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de ambientes complementares, de sala de aula e reforma de prédio escolar com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – ÁREA - CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2374/05/02 - EE Des Heraclides Batalha de Camargo – Rua Maria do Carmo Inestal Ferre, s/nº - Varinhas - Mogi das Cruzes/SP - 210 – 1.278,34 - R$ 148.511,00 – R$ 14.851,00 – 10:30 – 07/10/2005. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 21/09/2005, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 06/10/2005, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Miguel Moubadda Haddad Diretor Executivo

Quer falar com 26.000 empresários de uma só vez?

FALÊNCIAS & CONCORDATAS Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 19 de setembro de 2005, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falências: Requerente: José Nilton do Nascimento - Requerido: DBDL Serviços Médicos Ltda. - Av. João Martins Erédia, 164/166 - 02ª Vara de Falências Requerente: Planeta das Cozinhas Comércio e Equipamentos Ltda. - Requerido: Restaurante Tatuamar Ltda. - Rua Dr. Melo Freire, s/nº 01ª Vara de Falências Requerente: Business Market Factoring Fomento Comercial Ltda. - Requerido: FG Distribuidora Imp Exp

Repres Coml Mat p/ Lab Ltda. Rua Estéfano, 41 - 02ª Vara de Falências Requerente: Heitor Bocato e Outro - Requerente: Ayrton Ayres de Barros Filho - Requerido: Canton Uma Incorporações e Participações Ltda. Rua Fernão Cardim, 283 ap. 181 02ª Vara de Falências Requerente: Color G Indústria Gráfica Ltda. - Requerido: Thim Line Comercial Ltda. - Rua Bendiapa, 97 Sala 06 - 02ª Vara de Falências

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

16 -.AGRONEGÓCIO

terça-feira, 20 de setembro de 2005

Jose Luis da Conceição/AE

Animais surgiram na Grã-Bretanha Delicado: segundo criadores, o Border sabe lidar com animais sensíveis, como ovelhas. Não morde, só dá "beliscadas"

CÃO DE RAÇA INGLESA DESBANCA OS VAQUEIROS

O

Border collie surgiu há mais de 200 anos na fronteira entre Escócia e Inglaterra. Border significa divisa, de onde se originou o nome Border collie para se diferenciar do Collie show, eternizado no cinema e na TV pela cadela Lassie. O Border collie é selecionado por trabalho, e não por características físicas. Dessa forma, o critério usado é cruzar os melhores com os melhores. Nem sempre o potencial genético para o trabalho de pastoreio implica em beleza. Pode-se encontrar variações de cores, pelagem, orelhas e olhos. Suas principais características são: conduzir o rebanho pelo poder do olhar, não latir e caminhar com a cauda entre as pernas. Assim, mostra atenção e domínio. O poder do olhar mantém o rebanho agrupado enquanto ele o conduz, atento, de forma que o animal não se afaste. (CM)

Originário da Grã-Bretanha, o Border collie começa a conquistar pecuaristas em todo o Brasil. Uma das características que mais agrada os criadores é que o cachorro não late

U

m novo peão está ajudando na lida com gado, ovelhas, cabras e até patos. É o Border collie, um cão de ascendência inglesa que tem conquistado agricultores do Brasil, principalmente da região Sul do país e no interior paulista. "É um animal que gosta de trabalhar, quando vê um rebanho ou animais próximos, fica atento à movimentação para não deixá-los escapar", afirma Alexandre Zilken de Figueiredo, pecuarista do Rio Grande do Sul e criador da raça Border collie. De aparência delicada e franzina, o cão tem personalidade forte e, quando bem treinado, pode substituir até a mão de obra de peões. O pecuarista Rogério Domenicis, de Paulicéia, na divisa de São Paulo com o Mato Grosso, por exemplo, diz que um Border collie substitui o trabalho de dois peões e dois cavalos. "E

com uma vantagem: o cachorro não conhece nem o sábado nem o domingo", brinca Domenicis, que tem cinco cadelas e dois cães da raça para lidar com seu rebanho de ovelhas, vacas e cabras. Domenicis começou a usar o cão no trabalho de campo há cinco anos. Apaixonado por cachorros e buscando alternativas para reduzir custos de produção – o preço do litro de leite estava muito barato na região, na época –, o pecuarista adquiriu os primeiros Borders. "Fiquei muito satisfeito com o desempenho dos animais. Logo vi que eles eram diferentes dos outros cães, aprendiam rápido e eram bons de serviço. Não gostavam de ficar parados, sem trabalho", afirma o criador, que também começou a fazer a seleção genética da raça canina. Diferenças – E não é só o instinto natural para o trabalho que está atraindo os pecuaristas, o Border tem outro dife-

rencial em relação a outras raças caninas: não late. "Como ele é um cão pastor, sabe que, se latir, vai espantar os animais, que vão correr assustados", afirma Figueiredo. Segundo o criador, o cão é estratégico: anda como um gato quando está atrás da sua caça e só impõe sua força, por meio de "beliscadas", quando necessário. "Mesmo assim, ele morde só em determinados lugares. Nas ovelhas, por exemplo, é ensinado a dar ‘beliscadas’ só no focinho e no calcanhar", explica Figueiredo. Segundo o criador, o controle da agressividade do animal e a precisão das suas ações são conseguidos por meio de treinamento sério. "É um cão que aprende rápido, mas precisa ser treinado e quem o conduz também", explica. O pecuarista afirma que, no início, quando os primeiros Borders chegaram, vindos da Inglaterra e dos Estados Unidos, e foram entregues

Plano de agroenergia será lançado este ano Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vai lançar um plano brasileiro de agroenergia, conforme noticiou o Diário do Comércio em junho, com exclusividade. O lançamento será no próximo dia 14 de outubro. O objetivo é incentivar o desenvolvimento dos biocombustíveis no país. Segundo o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, simultaneamente ao lançamento do plano será criado o consórcio brasileiro de agroenergia, que pretende reunir vários segmentos, como as indústrias de petróleo e automobilística. Em palestra em seminário no Rio, Rodrigues disse que o biodiesel é viável no Brasil e que o país tende a se tornar competitivo em nível mundial nessa fonte energética. O assunto foi discutido por especialistas em diversas fases da cadeia de produção de combustíveis alternativos e a conclusão é que, ainda que o potencial do Brasil seja grande nessa área, há grandes desafios a serem enfrentados. A velocidade de implementação do B2 (mistura de 2% de biodiesel ao diesel) no país ainda é uma incógnita, segundo alerta o assessor da diretoria da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Luis Eduardo Duque Dutra. O início da obrigatoriedade da mistura, previsto para 2008, exigirá, segundo estimativas preliminares, a produção de 800 milhões de litros por ano do produto. Segundo previsão dos produtores, há capacidade de produção, até o fim deste ano, de 400 milhões de litros anuais, mas Dutra considera superestimado esse valor, pois leva em conta o início da operação de várias plantas industriais. Outro forte desafio, ressaltado

por Dutra e pelo engenheiro de desenvolvimento da Bosch, Christian Wahnfried, é garantir a qualidade do produto, o que dependerá de eficaz regulamentação e fiscalização. Para Dutra, um dos cuidados necessários ao desenvolvimento do biodiesel no país é a preservação do objetivo social. Segundo ele, é preciso evitar que ocorra com o produto a concentração que aconteceu no mercado de álcool, já que 60% das indústrias de açúcar e álcool do país estão localizadas em São Paulo e 300 usinas respondem por 55% da produção nacional. Dutra avalia que, mesmo com o biodiesel em estágio inicial no país, já é possível antever que os desafios "são enormes", já que trata-se de uma inovação tecnológica que traz à tona questões jurídicas (que laboratórios estão capacitados para garantir a qualidade do produto) e qual será o custo econômico da produção, já que as estimativas variam de R$ 1,4 por litro até R$ 4 por litro. Wahnfried acredita que a introdução do B5 (mistura de 5% de biodiesel ao diesel no Brasil) a partir de 2013 - após a implementação do B2 - aumenta a chance do projeto, por causa do desenvolvimento etapas. Para ele, esse é um dos aspectos positivos do biodiesel brasileiro, que também tem "normas muito abrangentes", semelhantes às européias. A preocupação em relação ao programa, segundo ele, é que a variedade de oleaginosas para o biodiesel é muito grande (cerca de 40), o que torna mais difícil controlar as características do produto. "O importante no Brasil é garantir a qualidade desde o início para não prejudicar a imagem do produto", diz. (CM e AE)

NA XÍCARA em café novo no T centro. A partir do hoje, o Café Fazenda Ó RBITA

PEIXARIA oi lançada na semana passada, em São Paulo, a 3ª Semana do Peixe. O programa do governo federal tem o apoio do grupo Pão de Açúcar. Os números mostram que, desde que o evento foi criado, em 2003, o consumo de pescado no Brasil tem aumentado. Em dois anos, o consumo médio cresceu cerca de 30%, passando de 6,8 para 8 quilos per capita anuais. A informação consta em levantamentos do setor de supermercados.

F

Pessegueiro poderá ser apreciado no Pátio do Colégio, berço da cidade de São Paulo. A marca, vencedora de prêmios internacionais de qualidade, fechou contrato com a cafeteria do Pátio para fornecer o produto. O café, produzido na região de Mococa, no interior de São Paulo, tem origem controlada e é feito artesanalmente. A colheita é à moda antiga: derriça-se os frutos em panos ajustados às árvores. A secagem também é natural. Nada de secadores. Em São Paulo, o Fazenda Pessegueiro também pode ser encontrado em varejistas, como a Casa Santa Luzia.

FESTA DO BODE Mauricio de Souza

A

aos peões, sem treinamento, houve uma decepção geral. "O animal não tinha o mesmo desempenho", explica. "Digo que era como um super trator sem manual", completa. Agora, os pecuaristas perceberam a necessidade de se treinar, tanto o animal como quem for trabalhar com ele. A procura dos criadores levou o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), do Rio Grande do Sul, a preparar um curso para capacitar peões a lidar com os Border collies. "Estamos na fase de montagem do curso, acho que isso vai tirar a impressão errada que o pessoal ficou do cachorro, pois, assim, vão conseguir o melhor do animal", afirma Figueiredo. Calmaria – O criador explica que uma das vantagens econômicas do Border é conduzir o rebanho calmamente, sem estressar os animais. "Hoje existem pesquisas que falam das perdas que os pecuaristas têm

grande importância o último domingo econômica para a região. A N (18), os moradores de cidade possui o segundo Batalha, no Piauí, comemoraram o primeiro Dia Municipal do Bode. O novo feriado foi criado este ano para homenagear o animal. O argumento da Câmara de Vereadores, para inserir a data no calendário, foi de que a criação de caprinos tem

maior rebanho de caprinos do estado. Para comemorar o feriado, foi feito um verdadeiro festival gastronômico para mostrar todas as potencialidades do bode. No cardápio, bode com leite de coco, pernil e até pizza.

com bichos estressados, vacas que dão pouco leite etc. E os cães de outras raças, por latirem muito e correrem atrás do gado, acabam estressando o rebanho. O Border, não", diz Figueiredo. Outra característica natural do cão: ele traz o gado para o vaqueiro, que tem de andar na frente do rebanho. A seqüência correta é: peão, rebanho e o Border atrás, conduzindo os animais. "Aqui, os vaqueiros estavam acostumados a cães que iam ao lado deles. Então, ficavam bravos com o cachorro. Demorou para eles entenderem essa postura natural do Border", explica Figueiredo. Companheiro – Quem adquire um Border collie não precisa esperar do animal o tradicional companheirismo canino. "Não é um cão de compa-

nhia, que fica enrolado no pé do dono, ele é um cão de trabalho, que gosta de cuidar, de conduzir rebanho, isso é da natureza dele", afirma Figueiredo. Apesar de não ser companheiro, ele não é agressivo com o homem, tem um temperamento dócil. "Ele também sabe lidar com a força. Se está cercando um pato, por exemplo, pega mais leve. Se é com uma vaca, que é grande, se impõe mais. Digo que é um cão que não é covarde, nem tirano", diz o criador. Os preços do Border variam de acordo com a idade do animal. Um filhote pode custar entre 800 reais e 1.200 reais. Os cães adultos, treinados, saem por 4.000 reais. "Isso se não for um campeão, que pode custar o dobro", diz Figueiredo. Cláudia Marques

País protestará contra os subsídios ao açúcar O

Brasil decidiu protestar na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as práticas européias em relação aos subsídios ao açúcar. Bruxelas tem até o dia primeiro de outubro para decidir o que fará com o excedente de produção de açúcar, que chega a 2 milhões de toneladas. Se colocar esse volume no mercado interno, afetará o preço do produto na Europa. Portanto, Bruxelas deverá exportar essa produção. Diplomatas indicam que essa deve ser a opção européia, o que, na avaliação do Brasil, terá um impacto importante no mercado internacional. O que o governo argumenta é que esse volume de produção excedente foi produzido com subsídios. Pelos compromissos da Europa na OMC, a região poderia colocar no mercado internacional apenas 1,3 milhão de toneladas de açúcar subsidiado por ano. Para evitar que o excedente de açúcar seja colocado no mercado, o Brasil, juntamente com australianos e tailandeses, pediu que o tema seja incluído na próxima reunião do órgão de solução de disputas da OMC. O encontro ocorre no dia 27 deste mês. O Brasil argumentará que a credibilidade da Europa e do próprio sistema de disputas será questionado caso Bruxelas decida manter a estratégia de exportar seu excedente de açúcar. Em abril deste ano a OMC condenou os subsídios europeus e pediu que o sistema fosse reformado. Já a Austrália argumenta que o novo volume de açúcar europeu no mercado internacional representaria um aumento de 40% nas exportações de Bruxelas no setor. Segundo cálculos dos australianos, isso jogaria o valor internacional

da commodity mais uma vez para baixo, exatamente em um momento de recuperação. Reforma – Enquanto o Brasil tenta evitar que novos volumes de açúcar entrem no mercado com subsídios, os europeus dão claras indicações de que não se entendem sobre como devem reformar seu mecanismo de apoio aos produtores existente há 40 anos. Ontem, os ministros da Agricultura dos 25 países da UE mais uma vez entraram em choque em relação à proposta de cortes de subsídios. A comissária de Agricultura da UE, Mariann Fischer Boel, recusa a proposta de reduzir a ambição da reforma. Os cortes propostos no pagamento do preço mínimo são de 39% e países como a Espanha, França e Itália querem que a redução seja de no máximo 20%. Os europ e u s t e r ã o a t é d e z e m b ro , quando ocorre a reunião ministerial da OMC em Hong Kong, para apresentar uma solução ao imbróglio. Doha – O governo brasileiro, no entanto, não espera muito do encontro. Ontem, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse não estar otimista em relação aos resultados da reunião ministerial de Hong Kong. "Se a negociação for pífia, não interessa ao Brasil. Ou fazemos uma negociação que nos dê vantagens efetivas na área agrícola, ou não fazemos nenhuma negociação", afirmou. Rodrigues disse ainda que o Brasil está disposto a não negociar nada na Rodada de Doha da Organização, caso não ocorra uma abertura efetiva para os produtos agrícolas brasileiros. A Rodada de Doha é o nome dado às rodadas de negociações promovidas pela OMC. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.INFORMÁTICA

terça-feira, 20 de setembro de 2005

Sérgio Amadeu se despede do ITI e busca agito em escola de robôs Estilo agressivo de enfrentar multinacionais e brigar pela implantação do software livre no governo federal foi a marca registrada do administrador que mudou a política de tecnologia da informação no país 17.ago.2005- Valéria Gonçalvez/AE

E

le infernizou a vida da Microsoft e da maioria das grandes corporações multinacionais fabricantes de programas de computador, acostumadas a ver seus produtos serem adquiridos sem questionamento pela esmagadora maioria dos órgãos governamentais brasileiros. Sérgio Amadeu da Silveira, ex-presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, mudou –talvez de forma irreversível– a postura condescendente do país diante dos milhões de dólares gastos anualmente com a renovação de licenças de softwares proprietários, e trouxe à luz os debates sobre a viabilidade do Linux, a plataforma aberta criada pelo finlandês Linus Torvalds. Pode-se discordar de seus métodos incisivos de criticar os adversários e expor suas idéias. Mas, se mais de 35% das empresas privadas de todo o mundo já aderiram, de alguma forma, à economia e segurança geradas pelo sistema aberto, é óbvio que a linha de pensamento de Amadeu está correta. Segundo pesquisa do Gartner Group, em pouco mais de cinco anos a plataforma Linux suplantará as soluções proprietárias no mundo corporativo.

C

erca de um trilhão de dólares circulam diariamente pela internet, a rede mundial de computadores, segundo registros do Centro de Alertas de Ataques Norte-Americano –uma tentação quase irresistível para os cyber criminosos, cada vez mais especializados. Por isso, é preciso estar preparado para antecipar os possíveis ataques, que crescem exponencialmente, e estabelecer legislação, políticas e melhores práticas comuns para a gestão de riscos. A afirmação é de Steven Monblatt, secretário executivo do Comitê Interamericano Contra o Terrorismo (Cicte), que participou do II Encontro de Especialistas Governamentais em Segurança Cibernética da OEA (Organização dos Estados Americanos), realizado na semana passada em São Paulo. Monblatt explicou que foi desenvolvida, no âmbito da OEA, uma estratégia multidisciplinar destinada a apoiar cada Estado membro da organização na proteção da rede hemisférica de computadores. Segundo ele, esta estratégia implica o desenvolvimento de grupos de especialistas, em cada país, atuando de forma coordenada e conectada em tempo integral, para antecipar e responder imediatamente aos eventuais ataques. Especialistas – "Hoje, já existem mais de 12 grupos, denominados Certs (Central Ex-

Fim da reserva – "Em relação ao software livre, colocamos claramente este tema no cenário tecnológico nacional e internacional. Mostramos que o Estado deve usar seu enorme poder de compra para realizar sua política tecnológica. Deixamos claro as vantagens macroeconômicas, de segurança, de interoperabilidade, de ampliação da capacidade tecnológica do nosso país com a mudança do paradigma de desenvolvimento e uso de software", afirma o ex-presidente do ITI. Segundo Amadeu, "quando chegamos na Esplanada havia uma reserva de mercado para produtos proprietários de algumas poucas empresas. Mudamos isso. Não havia 4% dos servidores de rede com a dobradinha Linux-Apache. Hoje, são mais de 30%, e com inúmeros processos de migração da infra-estrutura de rede em curso", garante Amadeu. O Comitê Técnico de Implementação de Software Livre já conta com a adesão voluntária de 95 órgãos federais. A superioridade do modelo de desenvolvimento do código aberto é, para Sérgio Amadeu, sua maior força. "Para o Estado, usar software livre é economizar e racionalizar recursos. O incentivo governamental fez com que a tecnologia explodisse no mercado.

Sérgio Amadeu da Silveira, ex-presidente do ITI, em reunião sobre software livre realizada no mês passado

Computadores estão sendo vendidos com software livre, as empresas passaram a considerá-lo como elemento estratégico para aumentar sua estabilidade e reduzir custos. Não é à toa que o PC de 100 dólares do Midia Lab, para ser viável, utilizará as soluções abertas e livres", observa. Inclusão digital – Entre os muitos projetos em que se empenhou, Amadeu lembra do Técnico-Cidadão, em parceria com a Sun Microsystems, o grupo de usuários Ja-

va e o Serpro, que está formando 500 jovens para dar suporte aos usuários residenciais que quiserem migrar para software livre. Na área da política de inclusão digital, o destaque vai para a Casa Brasil, projeto de centros multiculturais articulado pelo ITI, com R$ 20 milhões já assegurados para a implantação das primeiras 90 unidades. "Nossa ação sempre foi ágil e efetiva. Por isso, o Ministério das Relações Exteriores nos chamou para im-

plantar três telecentros na África", orgulha-se Amadeu. Último ato – A última portaria assinada por Sérgio Amadeu foi a designação de Alex Camacho Castilho para a função de Coordenador de Implementação de Software Livre do ITI. Castilho já atuava no Instituto, como assessor para inclusão digital. Sob um calor de 48 graus que derreteu a sola de seus tênis no asfalto das ruas, foi Alex Castilho quem instalou pessoalmente os computadores do

Brasil pode liderar caça aos cyber criminosos na América do Sul Encontro de especialistas em Segurança Cibernética da OEA, realizado em São Paulo, destacou capacidade brasileira no combate aos crimes virtuais Divulgação

perts Representative Teams), com planos de ações integradas. A idéia agora é que todos os países americanos tenham seus grupos de especialistas, para ampliar a disseminação da cultura de segurança cibernética em todo o continente." E acrescentou: "O Brasil tem inteligência e forte capacidade para administrar a disseminação desta cultura aos países da América do Sul, assim como o Canadá pode fazer o mesmo com a região do Caribe". Estiveram presentes ao encontro delegados da maioria dos 34 países membros da OEA, autoridades governamentais e membros da iniciativa privada. Além do Brasil, estiveram representados Argentina, Bahamas, Belize, Chile, Colômbia, Costa Rica, Canadá, El Salvador, Estados Unidos, Guiana, Honduras, Haiti, Jamaica, México, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela, entre outros. Intercâmbio – O Ministro Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência

Delegados dos países membros participaram em São Paulo do II Encontro de Especialistas Governamentais em Segurança da OEA

da República do Brasil, general Jorge Armando Felix , destacou que a realização da reunião da OEA no Brasil tem extrema importância. "É preciso reconhecer que a cooperação é o único caminho para derrotar as forças negativas do mundo globalizado", disse ele. "Hoje, a computação permeia todas ações humanas. Mas, em contrapartida, o ambiente virtual traz sérios riscos, devido à grande circulação de recursos financeiros e de informações

que servem de forte atrativo aos perversos da sociedade", ponderou o general Felix. O governo brasileiro propôs uma dinâmica de intercâmbio permanente, com o objetivo de aglutinar os países americanos, ampliando as ações unilaterais. "O progresso no combate às fraudes tem sido lento e localizado. Devemos pensar e agir coletivamente" enfatizou o ministro. Spam aos milhões – De acordo com dados apresenta-

dos pelo Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (Cert.br), a web brasileira registrou, de janeiro a março de 2005, um total de 12.438 incidentes. Os scans (fraudes online através de e-mails que levam os usuários a sites falsos, para capturar dados e senhas) lideram o ranking, com 5.932 incidentes (48%), seguidos pelos worms, com 4.802 ocorrências (33%) e fraudes em geral, com 2.213 registros (18%).

projeto-piloto da Casa Brasil em Valente, no agreste da Bahia, em abril deste ano. Também coube a ele coordenar a implantação dos telecentros nos países africanos Cabo Verde, São Tomé e Príncipe. Depois de tantos "programas de índio" em prol da inclusão digital, cabe agora a Alex Castilho acompanhar o novo presidente do ITI nas reuniões do Comitê Técnico de Implementação de Software Livre, onde as batalhas por recursos e pela continuidade dos projetos do antigo chefe certamente serão hercúleas. Robôs e artes – Sérgio Amadeu diz que sai sem mágoas e que seu ritmo é outro, "e o governo não tem condições de acelerar no momento atual". Está voltando ao meio universitário, onde pretende trabalhar com capacitação e educação. Ele diz que tem recebido diversos convites para apoiar a implementação de software livre em inúmeras prefeituras. Mas sua "menina dos olhos" é a Escola de Robôs e Artes, que está montando com um grupo de interessados, e que será voltada a ensinar, em cursos livres, "o que existe de mais inovador no terreno das tecnologias da informação e comunicação e da cultura digital". Rachel Melamet

Mas nada se compara ao volume de spams –mensagens não solicitadas. Foram nada menos que 3,66 milhões de reclamações em 2004, e 1,16 milhão de janeiro a julho deste ano, um ritmo menor mas ainda perturbador. Visando combater o problema em nível nacional, o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) criou a Comissão de Trabalho sobre Spam, que busca trabalhar em conjunto com as empresas de telecomunicações, provedores de internet, grupos de segurança, empresas de marketing direto e demais segmentos envolvidos na questão do spam. Trabalhos – Os participantes do encontro da OEA receberam dois documentos oficiais, resultado de três meses de trabalho de especialistas de órgãos do governo brasileiro, empresas privadas e meio acadêmico, e que serviram de base para os 12 painéis realizados durante o SecGOV Brasil 2005 (Conferência Nacional de Segurança para Governo), evento que precedeu o encontro da entidade internacional. Os documentos abordam a gestão de riscos e o tratamento de incidentes na infra-estrutura crítica da administração pública nacional, e servirão como contribuição brasileira para a discussão sobre a Estratégia Integral de Segurança Cibernética proposta pela OEA. Rachel Melamet


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terça-feira, 20 de setembro de 2005

Ricoh traz ao Brasil nova tecnologia de impressão

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Não é sólido, não é líquido. A recém-chegada G500 GelSprinter usa tinta gelatinosa de secagem rápida, oferecendo qualidade nas impressões em cores

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Por Carlos Ossamu uem busca uma impressão colorida de alta qualidade, mas não quer pagar os altos custos de uma impressora a laser e não está satisfeito com a sua impressora jato de tinta, passa a ter uma nova opção. A Simpress Ricoh (www.simpress.com.br), distribuidora oficial da Ricoh no Brasil, lançou semana passada no mercado nacional a impressora colorida G500 GelSprinter. Desenvolvida pela Ricoh no Japão, a tecnologia GelSprinter é capaz de transformar a tinta em pasta gelatinosa, uma tecnologia nova, que promete algumas vantagens. Único no mundo, esse equipamento, que chega ao Brasil com custo de R$ 1.699, oferece secagem ultra-rápida, agiliza o processo de impressão e compete diretamente com modelos laser e jato de tinta no mercado de impressoras corporativas de baixo custo (na faixa de 19 ppm de velocidade). Somadas as vendas diretas e as vendas via canal em todo o território nacional, a Simpress Ricoh pretende conquistar ao final de 2006 cerca de 30% do mercado de impressão

colorida nesta categoria. Lançada há um ano no Japão, a GelSprinter G500 completa a segmentação de mercado da Simpress Ricoh e visa atender necessidades específicas de baixos volumes de impressão com custos competitivos. "Este equipamento preenche uma lacuna no mercado corporativo de baixo volume, que até hoje tem sido atendido tanto pelas impressoras a laser e pelas impressoras jato de tinta convencionais, ambas pouco adequadas para este fim", afirma o diretor-superintendente da Simpress Ricoh, Vittorio Danesi. Segundo o executivo, apesar de contar com vantagens como a alta velocidade e a melhor qualidade de impressão, a tecnologia laser tem custos muito elevados, o que a torna, dependendo do projeto, inadequada para produção de baixos volumes. Por outro lado, nas impressoras a jato de tinta convencionais, o ponto fraco está na qualidade e na demora para a tinta secar, o que torna lento o processo de impressão. "Não é raro encontrarmos pequenas empresas ou grupos, em grandes companhias, que

O equipamento oferece secagem ultra-rápida, agiliza o processo de impressão e compete diretamente com modelos laser e jato de tinta

são obrigados a abrir mão da cor e utilizar impressoras laser monocromática para compatibilizar os custos. Com a G500 Gelsprinter, essas empresas poderão contar com velocidade e qualidade similares à tecnologia laser e custos mais baixos do que as impressoras jato de tinta, sem abrir mão da cor", aponta Danesi. O custo da página colorida da G500 GelSprinter estará em torno de R$ 0,45, valor bastante competitivo e atraente para os usuários de equipamentos a cores. Características – Segundo a fabricante, a maior viscosidade da tinta no estado gel oferece diversas vantagens, como a secagem mais rápida ao entrar em contato com o papel, o que aumenta a qualidade de impressão e diminui o risco de manchas ou borrões. Outro importante diferen-

cial é a cabeça de impressão. Nas impressoras jato de tinta, a peça precisa ser trocada juntamente com o cartucho de tinta. Neste equipamento, a cabeça de impressão é fixa e é mais larga, o que também aumenta a qualidade da impressão. O transporte do papel dentro da impressora foi igualmente projetado para proporcionar maior qualidade e velocidade. Enquanto em impressoras convencionais o papel é transportado por meio de pequenos roletes, na G500 esse processo é feito por uma esteira que oferece a vantagem de garantir o perfeito alinhamento das folhas a serem impressas. A G500 oferece velocidade de impressão de até 19 páginas por minuto (ppm), com resolução de até 3.600 x 1.200 dpi (pontos por polegada). O seu ciclo mensal de trabalho é de 5 mil pági-

nas. Isso significa que, a partir desse número, a máquina estará trabalhando em regime forçado, diminuindo sua vida útil. Comercialização – Com relação à estratégia para distribuição do equipamento no mercado nacional, Danesi explica que, além das vendas diretas, a Simpress Ricoh trabalha também por meio de vendas indiretas, para as quais conta com uma rede de mais de 150 revendas em todo o Brasil. "No caso do canal direto, especialmente em projetos de outsourcing, a G500 irá atender a necessidade de locais específicos dentro das corporações, como diretorias, pequenos departamentos ou empresas prestadoras de serviços com baixa tiragem nos postos de atendimento. Nas vendas indiretas, a G500 é perfeita para a demanda de escritórios de

prestação de serviços e empresas de pequeno e médio porte", detalha. Para ele, o canal terá fundamental importância na disseminação da nova tecnologia. Além das vendas, o canal está estruturado para oferecer suporte, manutenção e reposição de insumos. "Com este primeiro produto da família GelSprinter, começamos a desenvolver um novo mercado de impressoras no Brasil, tal qual já ocorre no Japão, nos EUA e em grande parte da Europa, países que já tiveram a oportunidade de conhecer essa revolucionária e eficiente tecnologia", conclui Vittorio Danesi. Já em 2006, de acordo com o planejamento da Simpress Ricoh, serão introduzidos no mercado nacional mais de trinta modelos de impressoras e multifuncionais com essa nova tecnologia.


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Itautec apresentou na semana passada uma nova linha de servidores corporativos e produtos para armazenamento, voltados para empresas de todos os portes. A fabricante lançou um extenso portfólio, com equipamentos que permitem o desenvolvimento de soluções de Tecnologia da Informação (TI) com escalabilidade, performance, disponibilidade, segurança e flexibilidade. Equipados com processador Intel Xeon e Itanium2, os servidores são configuráveis e trazem opções para empresas pequenas, médias e grandes. "Para o desenvolvimento desta linha, a Itautec utilizou as tecnologias mais avançadas disponíveis no mercado mundial. Assim, nossos clientes estarão sincronizados com o que há de melhor no mundo de TI", afirmou o gerente Comercial da Itautec, Maurício Guizelli. De acordo com o executivo, a capilaridade da assistência técnica é um diferencial competitivo da companhia para o segmento. "Temos a maior rede de serviços do país, com suporte especializado em mais de 2,7 mil cidades brasileiras. São profissionais especializados em projetos e implantação de sistemas de alta disponibilidade, contingência, gerenciamento, segurança, recupera-

terça-feira, 20 de setembro de 2005

Itautec lança soluções para empresas de todos os portes São servidores e sistemas de storage escaláveis, que podem ser configurados de acordo com cada necessidade Fotos: Divulgação

Os novos servidores e equipamentos para armazenamento apresentados pela Itautec prometem uma performance bastante diferenciada

ção de dados e consolidação de servidores", frisou. Servidores – Os modelos estão divididos em três categorias: Entry Level, Mid Range e High End. Na faixa Entry Level, que são equipamentos de entrada, mais simples e baratos, estão os modelos LP100, LX200 e LX210. Segundo a fabricante, elas se diferenciam pela alta tecnologia, confiabilidade e excelente relação custo x benefício.

O LP100 utiliza processadores Intel Pentium 4, enquanto os equipamentos LX200 e LX210 contam com o processador Intel Xeon. São os servidores ideais para pequenas e médias empresas em aplicações como Web Server, servidor de e-mail, impressão e arquivos. Na categoria Mid Range estão os modelos MX200 e MX220, com processadores Intel Xeon, que trazem grande

versatilidade de configuração. São voltados para aplicações que exijam alta disponibilidade, como servidores de e-mail, Web Server e Database Server de médio porte. Já os servidores Blade BX200 e BX400 fazem parte da categoria High End, de equipamentos mais sofisticados e voltados para aplicações de missão crítica. Eles são indicados para consolidação de servidores,

banco de dados, clusters e outras aplicações que demandem alta densidade de processamento. O provisionamento de servidores adicionais é simples e rápido graças a uma avançada ferramenta de gerenciamento. Grandes corporações e empresas do segmento financeiro são os clientes potenciais destes equipamentos. Armazenamento – Nas empresas em geral, vem crescen-

do constantemente o volume de dados, que precisam ser guardados e estarem disponíveis de forma eficiente. Dessa forma, a Itautec passa a oferecer diversas novas opções para o mercado. O Storage Itautec JS1220 tem capacidade para até 12 discos SCSI e dimensões compactas, oferecendo alta velocidade de transferência de dados com o uso de duas placas controladoras. Focado em aplicações de backup em disco e soluções de alta disponibilidade, o Storage Itautec ST1630 SCSI-SATA pode armazenar até 8 TB, oferecendo redundância de fontes e ventiladores. Já o modelo Storage Itautec DF1630 FC2-SATA oferece maior densidade de armazenamento, alta velocidade de transferência e possibilidade de conexão em ambiente SAN (Storage Area Network). É indicado para aplicações de bancos de dados não transacionais e armazenamento "near line". Carlos Ossamu

SERVIÇO Mais informações sobre a nova linha de servidores e storage da Itautec estão disponíveis no site www.itautecshop.com.br e pelo Televendas 0800 121444.

Espaço para guardar o que quiser Nova linha Silver de HDs externos são bonitos, rápidos, fáceis de instalar e possuem alta capacidade de armazenamento om a popularização das fotos digitais, vídeos e músicas no formato MP3, ter apenas um disco rígido começa a não ser suficiente para alguns usuários que, ou compram um novo HD de maior capacidade ou adquirem um HD externo (HDD), que ainda tem a vantagem de poder ser levado para qualquer lugar. A distribuidora ControleNet (www.controle.net) iniciou a comercialização de novos modelos da linha Silver da Iomega. São produtos de simples utilização, com alta capacidade de armazenamento, rapidez na transferência de informações e preços acessíveis, voltados para usuários de micros PC e Mac.

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Com capacidades de 80, 160 e 250 GB, os equipamentos comportam em média até 640 mil fotos, quase 3 mil horas de músicas e 240 horas de vídeo. Eles se conectam ao micro via porta USB e já vêm com software automático de backup, proporcionando segurança às informações e arquivos guardados. Prateados e com design bastante atraente, a linha Silver combina ainda mais com as decorações high tech da maioria das estações de trabalho. Além disso, garantem alta capacidade, performance e segurança a custo mais acessível, necessidade primordial de produtos para computadores individuais.

"Para a ControleNet é uma grande vantagem trabalhar com as soluções Iomega para o usuário final, pois eles produzem equipamentos com características especialmente trabalhadas para atendê-los. E grande parte dos nossos clientes fazem parte deste público", destaca Antonio Carlos Oliveira, diretor de vendas da ControleNet. O executivo informa ainda que a distribuidora já se tornou referência no mercado como representante da Iomega no Brasil. "Somos parceiros da fabricante há 10 anos, desde o lançamento de seu primeiro produto no país. Acompanhamos todo o processo de ampliação do merca-

A linha Silver de discos rígidos externos da Iomega possui versões com capacidade de 80, 160 e 250 GB

do doméstico e corporativo", analisa. Preços – Os HDDs pesam em media um quilo, medindo 12 cm de largura, 4 cm de altura e 21 cm de profundidade, cabendo em qualquer espaço na mesa do usuário. Todos os modelos já estão disponíveis e custam R$ 880 (a versão de 80 GB), R$ 1.200 (160 GB) e

R$ 1.399 (250 GB), cerca de 40% mais barato que uma solução de igual capacidade com tecnologia voltada ao mercado corporativo. A taxa de transferência dos produtos é de 480 Mb/segundo via porta USB 2.0, a sua velocidade de rotação é de 7.200 rpm, tem memória cache de 2 MB, garantia de um ano e exi-

ge, no mínimo, um micro de 300 MHz com porta USB e Windows Me/2000/XP. A distribuidora avisa que alguns micros mais antigos podem não suportar o produto. Os requisitos para a plataforma Macintosh são micros G4 ou G3 (somente G3 azul e branco) ou computador iMac com USB embutido. (CO)


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terça-feira, 20 de setembro de 2005

INFORMÁTICA - 5

Divulgação

Encontro em SP discute outsourcing como meio de evolução de negócios

Paulo Hummel: "os contratos de outsourcing são de longo prazo, de mais de cinco anos. Por isso, é preciso planejamento do controle e controle"

Especialistas apresentaram alternativas de terceirização que podem ser utilizadas por gestores de TI de empresas na gestão de empreendimentos

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mas alternativas a diversos diretores e executivos da área de TI, assim como algumas ferramentas e pontos importantes para auxiliá-los na melhor e mais adequada Gestão de Serviços de ICT (Information and Communication Technologys). Foram focados aspectos de performance, competitividade e aderência às necessidades específicas da empresa. Entre os pontos debatidos entre os professores da FGV e os executivos que assistiam às palestras, se destacaram algumas situações importantes ao fazer a escolha pela terceirização, como planejamento, transição e arbitragem de outsourcing, além da governança e a gestão de mudança. Segundo os especialistas, não existe um forma de terceirização na qual apenas uma empresa se beneficie. Em um bom contrato precisa existir um jogo de "ganha-ganha".

ntender corretamente que a terceirização de serviços está ligada a uma estratégia da companhia em acompanhar o mercado e buscar a evolução pode se tornar uma das grandes dificuldades do gestor de negócio. Normalmente, a opção pelo outsourcing é encarada apenas como uma solução para cortar custos. A GVconsult, braço de consultoria da Fundação Getúlio Vargas São Paulo, com a Altiris, fornecedora de soluções de gerenciamento de infra-estrutura de TI, apresentou seu portfólio de produtos de gestão em um evento fechado na FGV-SP, para ajudar profissionais a tomarem essa decisão que é tão importante para a corporação. Com o tema "Outsourcing Cenários, Tendências e Desafios", professores especialistas no setor demonstraram algu-

Com um cuidado especial para que exista uma flexibilização no contrato, principalmente para que possa haver uma revisão econômica financeira. "Normalmente, um contrato de outsourcing é de longo prazo – mais de cinco anos. Isso porque contratos curtos são mais onerosos. Por esse motivo é preciso ter um bom planejamento, planejamento do controle e controle. O problema é que a grande parte das empresas esquece dessa parte do meio", explica Paulo Hummel, consultor especializado em TI da GVconsult. Para o consultor, os gestores muitas vezes não entendem que "a estratégia de negócio e a estratégia de TI precisam estar alinhadas", normalmente essa área é encarada como custo para empresa. "As companhias precisam acompanhar a tecnologia, o que requer recursos. Como você vai fazer investi-

Parque Ibirapuera teve um fim de semana bem diferente daquele tradicional entardecer ao som dos pássaros. Muito barulho, sons robóticos e criaturas metálicas invadiram o Pavilhão da Bienal em São Paulo, na primeira feira de robótica e inteligência artificial do País, a Robótica 2005, realizada entre 8 e 11 de setembro. Os expositores fizeram verdadeiros shows, com direito até a dança de robôs. Quem esteve lá, conferiu de perto braços robóticos interagindo com humanos, aspirador de pó inteligente e futebol entre robôs. O maior público foi o da criançada, que se divertiu interagindo com robôs. O pequeno Sidney Feijó Leonardo, 10 anos, na 5ª série, conseguiu convencer a sua mãe a levá-lo à feira. "Ele gosta muito de robôs e quando soube da Robótica me pediu para trazê-lo. Ele queria muito ver de perto como funcionam. Acho que será essa a sua profissão: a de fazer essas máquinas", diz Rosangela Feijó Leonardo. O supervisor de vendas da Yaskawa Elétrico do Brasil, Marcos Tremonti, e professor da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (FATEC), ficou impressionado com o potencial intelectual dos estudantes que visitaram o evento. "Tivemos a oportunidade de nos aproximar dos jovens e das instituições de ensino o que proporcionará a sinergia entre os setores industrial e educacional". Muita gente conseguiu ver uma simulação tridimensional do Tanque de Provas Numérico (TPN), do Departamento de Engenharia Naval da Universidade de São Paulo. "De todos os eventos que participamos, tivemos aqui uma resposta de público nunca antes vivenciada",

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Eduardo Nicolau/AE

Robótica 2005: um show de robôs

Criança observa robô programado para executar tarefas domésticas

afirma o professor Kazuo Nishimoto, do TPN. O 2º Campeonato Nacional de Robótica Educacional, promovido pelo FIRST Lego League, foi um dos pontos fortes do evento e teve como vencedora a Equipe Apogeu do Colégio Ideal, de Santo André (SP). "Em abril de 2006, eles representarão o Brasil na competição mundial, em Atlanta", conta Marcos Wesley Ribeiro, diretor-presidente da Lego Educacional no Brasil. A Cidade Escola Aprendiz também teve uma excelente participação, recebendo menção honrosa pelo seu projeto, que desenvolveu um mecanismo para que pessoas portadoras de deficiência visuais conseguissem utilizar transporte coletivo. Uma placa em braile seria usada para identificar que linhas de ônibus passam naquele ponto. Um botão poderia ser pressionado por eles para acender um letreiro eletrônico, o que avisaria ao motorista que há

passageiros no local. Apesar do número de visitantes não ter sido divulgado, o encontro teve um grande movimento. O professor Dr. José Reinaldo da Silva, coordenador da Robótica 2005, explica que a perspectiva era levar automação e robótica ao público em geral e que o número de visitantes foi além das expectativas. Para José Eduardo Branco, diretor da WTM Management Feiras e Congressos, promotora do evento, "os resultados da Robótica 2005 certamente incentivarão o mercado a promover novos investimentos." As agências da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos - IPDMaq) e da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica - IPD Eletron) já garantiram suas participações com uma área exclusiva para Robótica e Automação de pequenas e médias empresas. (FP)

Brasiltec atrai empresários estrangeiros 4ª edição do Brasiltec – Salão Internacional de Inovação Tecnológica, que acontecerá de 5 a 8 de outubro em São Paulo, apresentará uma nova modalidade de negócios para o setor. Trata-se da Rodada de Oportunidades, na qual missões de empresários estrangeiros visitarão o evento com o objetivo de conhecer novas tecnologias. O diretor da Brasiltec, Ricardo Castello Branco, explica que o evento pode ser definido como uma feira multisetorial das áreas de pesquisa e inovação. Por isso, ele crê que o público visitante deverá ser de cerca de

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15 mil pessoas em razão de seu caráter específico. Rodada – Segundo Castello Branco, a expectativa em relação à Rodada de Oportunidades é bastante positiva. Ele explica que já confirmaram presença a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, Instituto Nacional de Propriedade In-

dustrial, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e Ministério da Ciência e Tecnologia. No primeiro dia, haverá debates sobre a propriedade intelectual. O presidente do BNDES, Guido Mantega, falará sobre projetos de financiamento. Órgãos públicos e empresas privadas apresentarão soluções de fomento, linhas de crédito, banco de projetos, orientação para marcas e patentes e exportação, produtos, serviços e parcerias. Paula Cunha

mento se na realidade a tendência é cortar custos. Com uma terceirização adequada, a redução de custos deve acontecer automaticamente, mas acompanhar a tecnologia é mais importante", completa Hummel. As preocupações na realização de um bom contrato se baseiam na boa relação entre as empresas. "É preciso verificar se fiz um bom planejamento, se abrir discussões em todas as etapas antes do contrato ser firmado, com uma flexibilidade necessária. Em uma relação de longo prazo, as novas demandas precisam estar contempladas, caso contrário, haverá mais preocupações posteriores", explica Dario Noronha, professor e consultor da FGV. A gestão de mudança é outro ponto fundamental e deve ser levada em consideração desde a fase inicial, para que esse casamento – como é encarado por especialistas – continue por vários anos. Os níveis de serviço devem ser estabelecidos e deve existir a possibilidade de fazer ajustes, para o bem da relação. O modelo exige uma parceira entre os times de ambas as partes – precisa ser

colaborativo, principalmente das equipes responsáveis pelo relacionamento. Os aspectos culturais são importantes e, muitas vezes, funcionários antigos são contratados pela empresa que irá prestar o serviço como uma forma de minimizar esse problema, mas é preciso ver se a empresa está pronta, definir o melhor modelo e verificar o que vai ser terceirizado: quais processos e pessoas. "Isso é necessário para evitar que o que desprezei anteriormente vire um problema", completa Noronha. É verdade que a escolha pela empresa prestadora de serviço não é fácil, mas é preciso ter cuidado com as grandes diferenças de preço. "Conhecer o modelo adequado de gestão e as companhias adequadas para realizar os serviços terceirizados é uma tarefa que precisa ser analisada com prudência. Não dá para misturar times de primeira, segunda e terceira divisão. Algumas empresas oferecem o que não podem cumprir, como um modelo de outsorcing colaborativo", aponta. Desfazer um contrato de

outsourcing e fazer uma nova concorrência ou insourcing é mais oneroso do que tentar resolver e reavaliar os problemas dessa parceria. Mas não existe maneira de resolver um conflito desta ordem sem ter uma instituição neutra, que tenha a capacidade, consiga entender as razões de ambas as partes, conheça a linguagem, as necessidades, interprete as entrelinhas dos documentos e que consiga um bom gerenciamento e resolução de conflitos, como a inadequação de indivíduos. Muitas vezes, os gestores não têm exatamente a dimensão do problema que querem atingir. É importante entender que a TI e o setor de comunicações da companhia precisam ser encarados como componente essencial ao negócio. "Afirmações de que a área de tecnologia tem custo elevado, que é lenta e não atende são comuns, mas hoje o usuário já conhece mais sobre tecnologia. O senso crítico da população aumentou, mas quem decide acha que TI é problema", afirma João Peres, professor e especialista da FGV. Peres afirma que a Tecnologia da Informação de uma empresa deve ser encarada como uma área essencial. "Não pode existir governancia corporativa sem governancia de TI, porém o inverso não é verdadeiro. Hoje TI é critico, alavanca o negócio e ajuda a corrigir deficiências organizacionais e de governancia do negócio. As companhias não conseguem viver mais sem as ferramentas da tecnologia para tomar decisões. A governancia é uma filosofia e que também necessita de transparência", completa. Consenso – Um consenso entre os participantes desse encontro é que o outsourcing é um caminho que veio para ficar, trazendo ganhos de competência e para acelerar produtividade. Caminho válido desde que não se esqueça o aspecto estratégico do negócio. Fábio Pelegrini


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6 -.INFORMÁTICA

terça-feira, 20 de setembro de 2005

Celulares se preparam para receber mais conteúdos da internet e de mídia Siemens e Compera vão unificar plataforma multimídia para ampliar tráfego de dados em aparelhos high end Por Barbara Oliveira

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Brasil já é o sexto país no mundo em base instalada de celulares, superando até regiões com alta densidade para dispositivos móveis, como o Reino Unido e a Itália. A oferta de aparelhos multimídia também acompanha essa evolução, correspondendo a pelo menos 50% dos telefones à venda nas lojas atualmente. Esse aquecimento do mercado faz explodir também o volume e a diversidade de conteúdos para os celulares que trazem recursos multimídia. Operadoras de telefonia, fabricantes de aparelhos, provedores de conteúdos e desenvolvedores de soluções têm apostado muito nesse nicho nos últimos tempos para oferecer cada vez mais serviços que agreguem valor e mantenham o assinante ligado e trafegando dados. A Siemens acaba de fechar uma parceria com a empresa especializada em tecnologia e conteúdos de comunicação

móvel Compera, para adaptar uma plataforma que permitirá levar aplicações mais ricas aos celulares, como vídeos, TV, portais, comunidades virtuais e blogs, entre outros, independentemente do aparelho que o usuário tiver. Lógico que o celular precisa ser multimídia ou um pouco mais avançado do que os modelos básicos, e ainda usados por quase 90% dos assinantes brasileiros. A Compera atua como agregadora de conteúdos e integra esses provedores com os serviços móveis das operadoras. Segundo Fabrício Bloisi, presidente da Compera, a variedade de celulares é imensa, e muitos fornecedores são obrigados a adaptar seus conteúdos para inúmeros formatos. Por isso, ela aposta na sua solução chamada de MeMo que vai facilitar essa integração de formatos, primeiro para mensagens multimídia e Wap (internet pelo celular) e, depois, novos serviços serão

agregados em cima de uma plataforma IMS (IP Multimedia Systems), da Siemens, que permitirá o tráfego da voz sobre IP junto com dados e vídeos (o triple play). A Siemens e a Compera estão investindo R$ 7 milhões ao longo dos próximos dois anos para ampliarem essa tecnologia MeMo para "moldar todos os tipos de informações e conteúdos, independentemente

Europa esse percentual já chega a 90%. "Temos um grande potencial de crescimento para o mercado de dispositivos móveis." Ele espera que até o fim de 2007, metade dos aparelhos em uso no país (e não apenas nas lojas) seja high end, e que a receita com conteúdos multimídia ultrapasse à dos serviços Wap e SMS. O executivo faz uma comparação do mercado de MMS brasileiro atual com o

Divulgação

Os conteúdos disponíveis

do modelo de celular", informa o coordenador da área de aplicações e soluções da Siemens, Luiz Guerra. Bloisi lembra que atualmente no Brasil menos de 15% de assinantes usam celulares multimídia, enquanto que na

de ringtones há menos de quatro anos: um segmento que vai crescer de maneira explosiva. Nos próximos dois anos, portanto, não será novidade nenhuma uma grande demanda para o tráfego de blogs, cartões, vídeos, jogos, programas

mercado de telefonia móvel não pára de crescer. Segundo dados recentes apresentados pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), o mês de agosto registrou a segunda maior taxa de adoção de novos assinantes do ano, com um crescimento de mais 2.368.362 celulares, o que totaliza 78.947.332 assinantes do Serviço Móvel Pessoal (SMP) em todo o território nacional. Em 2005, de janeiro a agosto, registraram-se mais de 13 milhões de novas habilitações. Dentre os dados globais apresentados pela agência, os terminais pré-pagos continuam a ganhar espaço. Do total de acessos móveis em serviço no país, 64 milhões (ou

81,18%) são pré-pagos. Outro dado que surpreende é o da teledensidade, índice internacional que aponta o número de celulares em serviço para cada grupo de cem habitantes. Nos últimos 12 meses, o registro apontou uma taxa de crescimento de 34,62%. Dentre as operadoras, a Vivo permanece na liderança do mercado, com 36,47%, queda de 0,81% em relação ao mês anterior. A TIM mantém a segunda colocação, com 22,81%, seguida da Claro, com 21,68%. Entre as tecnologias, a GSM continua liderando o mercado, com pouco mais de 37 milhões de acessos, 46,92%, seguida da CDMA, com 22,5 milhões e TDMA,

Agosto: mais 2.368.362 celulares

com 19 milhões, 24,30%. Dos estados que apresentam maior índice de teledensidade, os três primeiros são: Distrito Federal, com 117,73, Rio Grande do Sul, com 61,7 e Rio de Janeiro, com 59,21. O estado de São Paulo aparece na sétima posição, com 48,77, atrás de Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso. Entre as regiões geográficas, as três primeiras são CentroOeste (62,46), Sul (53,34) e Sudeste (48,25). Das cinco regiões, o Nordeste, que hoje ocupa a quinta posição com 27,31, tem registrado as maiores taxas de crescimento, com aumento de 28,10% nos últimos oito meses. Uma outra pesquisa realizada pela União Internacional de Telecomunicações (UIT) aponta o Brasil, um dos pólos mundiais de fabricação de telefones celulares, como 6º coloca-

Nokia terá software corporativo – A fabricante finlandesa anunciou na semana passada que também está entrando no mercado de empresas –e que hoje está dominado pelo Blackberry, da RIM (Research In Motion)–, com um software que suportará aplicações corporativas no celular, inclusive e-mails em tempo real. O Nokia Business Center vai permitir mais colaboração nos negócios dentro dos telefones móveis. O produto é uma solução baseada em Java e pode ser instalado em qualquer telefone com capacidade Java MIDPI 2.0 (em sistema operacional Symbian), após ser certificado pela Nokia e estará rodando nos modelos Nokia 9300, Comunicador 9500, e os aparelhos 6630, 6680, 6681 e 6682. Eles terão suporte ao Microsoft® Exchange Server 2003 e, em breve, ao Lotus Notes e Domino. O aplicativo estará disponível para clientes da Europa e Américas até o fim do ano.

Motorola planeja aparelhos que monitoram crianças

Habilitações de móveis registram segunda maior alta no ano O

de bate-papo, envio de fotos e troca de músicas pelos celulares. Mais, diz Bloisi: "Estamos nos preparando para levar às telas as notícias de jornais, por exemplo, que agreguem fotos e até som ou a matéria inteira, se o leitor quiser ler enquanto está no trânsito". Desde que o assinante tenha uma conexão rápida –como Edge ou Ev-DO, por exemplo, que permitem velocidades entre 250 Kbps e 1 Mbps, respectivamente. Bloisi afirma que as pessoas vão também acessar comunidades virtuais –como o Orkut– pelo aparelho e trocarão mensagens em tempo real dentro da internet. O serviço de comunidades online, aliás, deve ser o primeiro lançamento da parceria entre a Compera e a Siemens em breve, e para qualquer marca de celular high end. A receita da Compera (www.compera.com.br) para este ano, somente com mensagens MMS, deve quadruplicar para R$ 2 milhões.

Motorola pensa em fabricar celulares que permitirão que pais aflitos saibam onde seus filhos estão e evitem que as crianças acessem conteúdos impróprios em seus aparelhos móveis. O modelo pensado pela Motorola incluirá atrativos para o público mais jovem, como tocador de música e jogos. O importante, segundo a empresa, é que o aparelho proporcione diversão e ofereça, ao mesmo tempo, segurança –inclusive para o controle de acesso e dos dados contidos no celular. Além de acompanhar a localização das crianças e adolescentes, os pais poderão saber e controlar o que seus filhos andam escutando, vendo e até mesmo lendo com a ajuda de um software que permite a censura a determinados conteúdos. Aqui no Brasil, desde outu-

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do no ranking dos países com maior número de aparelhos celulares, atrás das líderes China, Estados Unidos, Japão, Rússia e Alemanha. Das projeções para 2005 que a UIT faz, os números indicam que o Brasil deve terminar o ano na 5ª colocação com mais de 88 milhões de celulares, superando a Alemanha. Mas igualmente a Índia é apontada, para 2006, como uma forte candidata a ocupar a posição brasileira. O país em questão atingiu em agosto de 2005 a marca de 62,5 milhões de celulares. Aplicação curiosa – Segundo notícia divulga no site da IDG, os próximos seres a portar seus próprios celulares serão os pássaros dos Estados Unidos, que terão uma espécie de minicelular, atrelado ao seu corpo, para rastreamento de sua migração sazonal. A novidade surgiu na norteamericana Oregon State University e tem como função básica o envio de códigos para torres de telefonia celular, descrevendo com precisão o caminho percorrido. Felipe Boni

bro do ano passado a Vivo oferece o produto pago Viva Encontra para a localização de pessoas e endereços, mas ele se baseia apenas na tecnologia G P S ( o g p s O n e , d a Q u a lcomm) e não em um telefone móvel específico. O serviço da operadora brasileira usa satélites GPS e Estações Rádio Base (ERBs) da rede CDMA2000 1x e, segundo a Vivo, tem precisão de 5 a 50 metros. Estão disponíveis três aplicativos: VIVO Localiza, que identifica a posição de um usuário ou a localização de um ponto de interesse, com resultados na forma de texto ou de mapas, conforme o uso; VIVO Aqui Perto, que procura estabelecimentos comerciais; e VIVO Onde Estou?, que informa o endereço da localização do celular, com logradouro, número, bairro e cidade. (ReM)

Storagetek cria centro de competência no Brasil Storagetek, empresa especializada em serviços e soluções para armazenamento de dados comprada pela Sun Microsystems em junho, criou um laboratório para treinamento de profissionais e demonstração de soluções no Brasil, o Solution Center. O espaço –criado inicialmente para ser uma ferramenta de vendas– inclui os últimos lançamentos da companhia, como os sistemas de disco. Além de treinamentos, a Storagetek planeja oferecer prova de conceitos e um laboratório de testes, tanto para o público interno quanto para o externo. O

A

laboratório também conta com tecnologia de parceiros (Brocade, Computer Associates e Symantec fazem parte da lista) para permitir a reprodução de situações do dia-a-dia e a demonstração de uma infraestrutura completa de armazenamento, backup, espelhamento e virtualização de dados. Celso Oliveira, diretor de marketing e canais da StorageTek, informou que o espaço pode ser usado por parceiros e revendas para treinamento e demonstrações. Interessados em visitar o Solution Center devem ligar para 0800-7714544. (ReM)


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terça-feira, 20 de setembro de 2005

INFORMÁTICA - 7

Mundo wireless chega ao telefone A Siemens está trazendo da Alemanha o Hipath Wireless, sistema que funciona tanto como provedor corporativo de acesso wireless, quanto como PABX digital Por Felipe Boni

Divulgação

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O Hipath Wireless é uma solução Wireless LAN composta por controlador, access points (antenas), telefones Wi-Fi e softphones para o uso de transmissão de voz para computadores e PDAs

ca que os sistemas atuais disponíveis no mercado não permitem grandes movimentações sob pena de perda de sinal. "Já com o Hipath wireless, a mudança de um access point para o outro fica muito mais rápida, a uma velocidade aproximada de oito milisegundos, de modo que o usuário não sente solavancos, nem perde sinal", comenta Arnolde. A solução comporta ainda 200 access points conectados simultaneamente, enquanto que o da concorrente, aproximada-

Lei de Informática incentiva pesquisa e desenvolvimento

setor de informática no Brasil conta com um instrumento importante para estimular o investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Trata-se da Lei 8.248/91, conhecida como Lei de Informática, que tem apoiado a área e, no fim do ano passado, teve sua prorrogação aprovada pelo Congresso Nacional até 2019. Na regra geral, as empresas produtoras de bens e serviços de informática recebem incentivo fiscal e isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), no caso de equipamentos fabricados no país e que atendam ao Processo Produtivo Básico, que define o conteúdo nacional mínimo de cada produto. Em contrapartida, essas empresas devem investir 5% de seu faturamento bruto no mercado interno em atividades de Pesquisa e Desenvolvimento. Parte desses investimentos, 2,7% do faturamento bruto no máximo, pode ser feito em projetos realizados internamente na empresa e outra parte, no mínimo 2,3% do faturamento, deve ser investida em projetos realizados em convênio com instituições de ensino e pesquisa credenciadas pelo Comitê Gestor da Área de

O

Tecnologia da Informação (Cati) –órgão responsável pela gestão dos recursos– ou, ainda, aplicada em projetos de interesse nacional, também definidos por este comitê. As empresas e as instituições de pesquisa devem prestar contas dessas aplicações anualmente. De acordo com a Secretaria de Política de Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia, recentemente, surgiram algumas dúvidas no que se refere ao lançamento de despesas relacionadas com a utilização de equipamentos. Quando se tratar de projeto realizado internamente pela própria empresa, aplica-se o procedimento descrito no § 1º do artigo 9º do Decreto 3.800/01, devendo ser lançado no relatório o valor da depreciação, da amortização ou do aluguel do equipamento. Quando a empresa beneficiada ceder equipamentos, pelo prazo mínimo de cinco anos, para instituições de ensino e pesquisa credenciadas ou para projetos de interesse nacional, o critério é outro. Neste caso, aplica-se o definido no § 2º do artigo 9º do Decreto 3.800/01, devendo ser lançado o valor de custo de produção, de aquisição ou 50% do valor de mercado. (Agências)

mente 30. Outro diferencial é que os usuários dos demais modelos têm de ser cadastrados mais de uma vez, quando se deslocam para um novo ambiente, enquanto que o Hipath funciona com um único registro, possibilitando o uso do telefone wireless em diferentes regiões. "No caso de uma determinada empresa ter duas unidades, uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro, por exemplo, o prefixo ou número disponibilizado será o mesmo, gerando um significativo ga-

nho", exemplifica o Gerente. Mas mesmo com toda praticidade e conforto, o Hipath Wireless está longe de substituir a telefonia celular, pois depende de pontos de cobertura, access points, para funcionar. O que existe no mercado hoje são telefones híbridos que funcionam em duas bandas: GSM e WiFi. Desse modo, os novos usuários têm a chance de poder falar num sistema WiFi enquanto esse oferece cobertura e de retornar ao GSM, quando não há.

Investimento – Com toda essa gama de aplicações, o custo ainda é um pouco salgado. Cada ponto de acesso instalado fica em aproximadamente R$ 2,2 mil por usuário, sendo R$ 1,2 mil o ponto do controlador, R$ 800 o telefone e R$ 200 o ramal do PABX. Quanto às linhas telefônicas, tanto digital quanto analógica, ficam por conta das operadoras. Uma solução que estiver usando o seu potencial máximo, que é de quatro mil usuários, requereria um in-

Final brasileira da WCG no fim-de-semana erá realizada, neste fim de semana, a final brasileira da mais importante olimpíada de jogos eletrônico, a World Cyber Games 2005. Após a fase regional, em São Paulo, os 38 jogadores vitoriosos devem se preparar para a última etapa no Brasil, que acontecerá em Belo Horizonte, de 23 a 25 de setembro. Os brasileiros vitoriosos desta última etapa terão vaga garantida para participar da final mundial em Cingapura, em novembro. Até o momento, 108 jogadores já conquistaram uma vaga

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na fase final da etapa brasileira do WCG 2005 durante as eliminatórias da região Norte, Nordeste, Centro-oeste, Sul e Sudeste. A expectativa da organização é reunir mais de 100 jogadores, além de um grande público de torcedores. Os interessados em participar do torneio ainda podem fazer a inscrição no dia da competição na lan house Black'n White, localizada na r. Mantena, 80, Outro Preto. Para garantir a passagem para a final na Ásia, os gamers deverão disputar partidas acirra-

DC

os últimos meses, o mercado de tecnologia tem acompanhado atentamente as crescentes incursões das tecnologias wireless, ou o que tem sido chamado de "Revolução da Comunicação Móvel". Mobilidade das soluções de comunicação sem fio, tecnologia de reconhecimento e rastreamento de objetos móveis, segurança e economia e tecnologias mais específicas como o Wi-Max e WiMesh são só alguns dos tópicos abordados. As discussões que outrora permeavam o campo das aplicações e implementações já circundam o da funcionalidade. Em outras palavras, os desenvolvedores têm buscado cada vez mais, adequar custo às aplicações das suas soluções. É o caso da Siemens, que está lançando o Hipath Wireless, solução Wireless LAN composta por controlador, access points (antenas), telefones Wi-Fi e softphones para o uso de transmissão de voz para computadores e PDAs. Trazido da Alemanha, o sistema funciona tanto como um provedor corporativo de acesso wireless, quanto como um PABX digital, sua principal aplicação. "Como as demais soluções, o Hipath Wireless dispensa o cabeamento estruturado. Mas o diferencial fica para o ganho da transmissão de voz via wireless, o que não há no mercado atualmente", explica João Arnolde, gerente de Produtos da Siemens. Além disso, o gerente expli-

vestimento inicial avaliado em R$ 8 milhões. O lançamento oficial do Hipath Wireless será feito de 24 a 27 de outubro, durante a Futurecom 2005, evento destinado às operadoras nacionais e internacionais, clientes corporativos, grandes distribuidores e fornecedores de bens e de serviços de Telecom e TI. Mas o gerente comenta que algumas ofertas já estão sendo feitas a alguns clientes, em antecipação ao evento. Outras funcionalidades – O modelo serve de ponto de internet para laptops, PDAs e desktops, permitindo ainda que a transmissão de voz seja utilizada num PDA via um softphone, assim como num laptop, dando mobilidade ao usuário. "Imagine no caso dos médicos de um determinado hospital que precisam estar s e m p re e m c o m u n i c a ç ã o . Com um PDA conectado, isso fica muito otimizado", argumenta Arnolde. Além de oferecer serviços de voz sem interrupção e com segurança na rede sem fio, a solução também pode identificar falhas em um access point e aumentar automaticamente a potência de transmissão dos demais para garantir a continuidade do serviço. "O controlador, a central inteligente da solução, pode identificar, monitorar e administrar todos os access points e terminais sem fio", conclui o Gerente. Acessos não-autorizados ou a instalação de novas antenas também são reconhecidas imediatamente.

Houre Master Cabeamento estruturado

Antenas

Peças e Acessórios

Consultoria

Projetos

Equipamentos de informática COD.: 85185

das de jogos famosos para computador, como StarCraft: Brood War, WarCraft III: The Frozen Throne, Warhammer 40,000: Dawn of War, FIFA Soccer, Need for Speed Underground 2 e Counter Strike 1.6. Nesta edição do WCG, entre as novidades estão a presença feminina pela primeira vez no campeonato e regras que possibilitam a participação de menores de 18 anos. A competição traz também uma contribuição social importante. Para se inscrever é preciso doar de um quilo de alimento.

Os 659 quilos arrecadados com as inscrições do WCG na região sudeste serão doados no domingo para o Lar dos Idosos São José, asilo de Minas Gerais. "Além de realizar a maior competição de games, também desejamos colaborar com as comunidades locais. Assim, de uma forma simples, promovemos a solidariedade e ajudamos ao próximo", disse Rodrigo Moretz, gerente de marketing de relacionamento da Samsung, patrocinadora oficial do World Cyber Games. (FP)


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8 -.INFORMÁTICA

terça-feira, 20 de setembro de 2005

Comércio eletrônico: uma questão de hábito Segundo especialistas, o futuro é bastante promissor mais ainda falta estimular mudanças de costumes do consumidor para garantir o crescimento do setor Por Alexandre Ventura Fotos: Divulgação

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comércio eletrônico ainda engatinha, mas vem ganhando força em velocidade constante. Vender pela internet surge como uma ótima alternativa para atingir consumidores exigentes, de bom poder aquisitivo e interessados em produtos diferenciados. Para os compradores, a comodidade em poder efetuar toda a transação sem sair de casa e escolher entre uma enorme variedade de opções são algumas vantagens. Na opinião de executivos do setor, o futuro é promissor, mas a barreira cultural ainda precisa ser ultrapassada. "Ainda existe uma percepção de insegurança por parte dos usuários", afirma Cid Torquato, diretor-executivo da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Câmarae.net). Em sua análise, essa sensação, no entanto, é equivocada porque os grandes portais de comércio eletrônico mantêm uma estrutura de segurança muito bem construída. "Na verdade, o problema maior está no computador do usuário que, muitas vezes, não utiliza as ferramentas básicas como firewall, antispyware e antivírus, mesmo existindo versões gratuitas disponíveis na web", diz. Ele defende a criação de uma campanha de abrangência nacional e realizada de forma sistemática para esclarecer os consumidores sobre os benefícios deste tipo de negócio. "A sociedade em geral precisa saber tudo sobre o assunto", destaca. Para o diretor-presidente do Mercado Livre no Brasil, Stelleo Tolda, a exclusão digital também é um fator desfavorável ao crescimento do setor. Ele faz uma comparação com a penetração que os aparelhos de TV já alcançaram. "Independentemente de renda média, a televisão atinge cerca de 90% dos lares brasileiros. Mesmo nos localidades mais pobres as famílias se reúnem em frente à tela", ressalta. "Com o computador isso ainda não acontece. Pela falta de preços acessíveis e facilidades de financiamentos, não se tornou

Flávio Jansen é diretorpresidente do Submarino

Cid Torquato é diretorexecutivo da Camara-E.net

um hábito ter o micro", diz. Tolda avalia como emergencial o trabalho de convergência das mídias para possibilitar o acesso mais dimensionado à internet e apresenta o telefone celular, "que tem uma forte aprovação em todas as classes", como um meio. O diretor-presidente do site de compras Submarino, Flávio Jansen, destaca a existência de uma "curva natural" para a adaptação dos consumidores a uma nova modalidade de compra. "É um novo hábito e existe uma velocidade de adaptação. O comportamento do brasileiro não é diferente dos compradores de outros países", diz. Ele também destaca uma falsa per-

cepção de insegurança e afirma que os investimentos no setor são constantes e crescentes. "Existem muito mais instrumentos na web para a validação das informações apresentadas. A possibilidade de uma fraude em um ambiente virtual é infinitamente menor que no físico", comenta. No mercado corporativo a utilização de ferramentas de esales e e-procuremment também começa a ampliar seus passos. "As áreas de compras ainda têm pouca importância dentro das empresas", afirma Luiz Gastão Bolonhez, diretorpresidente do Mercado Eletrônico. Ele ressalta que, cada vez mais, as corporações devem utilizar os mecanismos de

compras on-line de forma estratégica para reduzir custos, ampliar o leque de opções e garantir maiores níveis de transparência nas negociações. Bons caminhos – Ap es ar das carências do setor, existem muitos pontos favoráveis ao crescimento das compras pela internet. "A variedade de produtos, a conveniência, o conforto são bons exemplos", destaca Flávio Jansen. "Existem consumidores que compram por impulso e manter preços diferenciados, promoções e prazos atraentes são estratégias interessantes", afirma. O acesso à informação e a velocidade da transação são pontos colocados por Luiz Gastão Bolonhez como positivos e auxiliadores da expansão do segmento. "Com menos tempo gasto no trabalho operacional, o cliente tem mais horas para a estratégia", afirma. Stelleo Tolda ressalta que a confiança nas empresas vem aumentando. "A barreira do medo está diminuindo. Nossos esforços para ganhar a confiança do cliente estão dando resultados". Para Cid Torquato, a digitalização dos processos e avanços tecnológicos, que aumentam a produtividade e agilizam os processos internos, que favorecem a qualidade da gestão e das negociações, são itens positivos e inexoráveis. "O crescimento dos usuários da tecnologia, a maior oferta de produtos e serviços e o crescimento da banda larga também surgem como alavanca para o comércio eletrônico", diz.

Estímulos: uso do cartão de débito e palestras para pequenas empresas a onda das ações para incrementar os números do comércio eletrônicos no país, a LiquidaWeb –coordenada pela Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Cama-e.net)–, reúne as maiores lojas de varejo eletrônico do Brasil e oferece descontos de até 50%, parcelamento em até 12 vezes sem juros e frete grátis para algumas ofertas. A edição de 2005, que terminou no último domingo, teve como grande novidade o uso do cartão de débito Visa Electron. De acordo com Flávio Jansen, presidente do comitê de varejo da Câmara-e.net, a iniciativa deve fazer crescer o número de compradores pela internet. "Este é um dos objetivos", afirma. "Queremos a inclusão, cada vez mais, de consumidores no comércio eletrônico e verificamos que o cartão de débito pode apresentar bons resultados", diz. A LiquidaWeb contou com 12 estabelecimentos esse ano. O portal Comprafacil.com.br fez sua estréia, juntando-se a Americanas.com, Extra, Livrarias Cultura, Saraiva e Siciliano, Magazine Luiza, Lojas Marisa, Shoptime, Som Livre, Submarino e Tok Stock. "Sabemos que existe um número muito maior de usuários de cartões de débito que de crédito. A consolidação desse instrumento na cultura de consumo online deve representar um crescimento consistente no volume de compras", afirma Jansen. Outra ação da Câmarae.net, dessa vez com a

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E-commerce movimenta R$ 974 mi no 1° semestre comercio eletrônico brasileiro movimentou R$ 974 milhões no primeiro semestre deste ano. O resultado aponta crescimento de 30,7%, frente aos R$ 745 milhões registrados no mesmo período de 2004. A análise foi divulgada pela empresa de pesquisas e-Bit. Além do faturamento geral do comércio online brasileiro, o estudo registrou aumento de 30% no número de pedidos de compra. Outro dado apurado indica que 4 milhões de internautas brasileiros fizeram pelo menos uma compra online. Os gastos médios oscilaram de R$ 290 a R$ 300. Os consumidores, em sua maioria (71%) estão na faixa dos 25 aos 49 anos e 58% são do sexo masculino.

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participação da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) –e apoio de BuscaPé, Visanet, Sebrae, Varig, revista B2B Magazine e da Confederação Nacional de Jovens Empresários (Conaje)–, é um ciclo de palestras para micro e pequenas empresas, que tem como principal meta apresentar as formas de ingresso dessas companhias no comércio eletrônico. Com o tema "Comércio Eletrônico para a Micro, Pequena e Média Empresa", os seminários fazem parte da segunda edição do evento, que percorre oito cidades este ano (São Paulo, Campinas, Bauru, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Florianópolis e Belém). "Vamos levar aos empresários uma visão estratégica sobre a importância dos negócios eletrônicos para o fortalecimento dos processos de gestão e dos negócios da pequena empresa", destaca Cid Torquato, diretorexecutivo da Camare-e.net. "Somente 47% das MPMEs formais são informatizadas, segundo pesquisa do Sebrae. Hoje, para cada dez companhias abertas aqui, sete são fechadas antes de completar três anos. Isto acontece por que muitas dessas pequenas empresas, que são a base de qualquer economia, ainda não sabem como informatizar seus processos e tornar as operações mais baratas. O ciclo de seminários vem em boa hora para ajudar essas empresas", diz Torquato. (AV)

Cerca de 22% dos internautas digitaram o endereço virtual de diversas lojas diretamente em seus navegadores. Isso significa que este público tinha conhecimento prévio dos sites destes empreendimentos comerciais. O estudo apurou, também que, por volta de 81% dos usuários declararam que ficaram satisfeitos com os serviços prestados, principalmente com a entrega das mercadorias no prazo fixado. A e-Bit informou que , entre os itens mais vendidos, estão CDs, DVDs e vídeos e em seguida vieram livros, revistas e jornais. Outros itens que mereceram destaque foram equipamentos eletrônicos, produtos de saúde e beleza e eletrodomésticos. (AE)


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terça-feira, 20 de setembro de 2005

Brasil compra mais PCs "oficiais"

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governo brasileiro implementar para valer o projeto "PCs para Todos" e se a Receita Federal intensificar ainda mais o combate ao contrabando de componentes –em sua grande maioria importados (85% deles), os componentes que chegam legalmente ao país ainda têm um custo elevado, apesar de os preços já estarem nivelados aos praticados lá fora. A consultoria também acha que o governo deve criar incentivos para a fabricação local de notebooks e subir o valor dos produtos beneficiados pela MP do Bem para R$ 3.500, para que os laptops façam parte da lista, e que haja uma exigência do Processo Produtivo Básico (PPB) das empresas interessadas em participar das licitações. "O governo muitas vezes compra uma máquina sem saber que ela é ilegal, porque só se preocupa com o preço", diz Ivair Rodrigues. "Também deveria coibir a entrada de gabinetes recheados, pesando e verificando por amostragem os contêineres que chegam ao país, muitas vezes usados como invólucros para a entrada de placas e pentes de memória de forma irregular, bem como fiscalizar mais de perto as empresas que distribuem esses componentes de forma irregular no Brasil." Em alta – No primeiro semestre de 2005, foram vendidos no país 2,5 milhões de PCs legais, uma alta de 44% em relação ao primeiro semestre do ano anterior. Contaram pontos para isso o fato de as pequenas e médias empresas estarem trocando suas máquinas antigas (grande parte adquirida há mais de cinco anos por causa do Bug do Milênio) e o crescimento das grandes lojas de varejo, como Casas Bahia e Ponto Frio, na venda de computadores. A meta das vendas, que estavam praticamente estagnadas desde 2000, é fechar o ano com 5,2 milhões de máquinas comercializadas, sendo dois milhões para o mercado doméstico. O IDC demonstrou recentemente para o governo federal que o PC é caro no Brasil principalmente porque os fabri-

cantes gastam 59% do preço do produto com impostos. E o pior é que a MP do Bem não beneficia os fabricantes e sim quem comercializa o produto –só aqueles que vendem diretamente ao consumidor, como a Dell e a Itautec, por exemplo, podem abater a PIS/Cofins de seus custos. De qualquer forma, no primeiro semestre do ano os preços baixaram, beneficiando milhares de famílias na compra de seu primeiro computador –mas a verdade é que metade das compras domésticas foram feitas pela classe A, que trocou seu atual equipamento por uma máquina mais poderosa ou foi atrás de seu segundo ou mesmo terceiro PC para a casa. Nesse quesito, o IDC notou uma mudança no padrão de consumo dos usuários domésticos. "O motivo da compra mudou. Eles não vêem mais o computador só para a web ou salas de chat. O PC é cada vez mais um equipamento de entretenimento e educação, de trabalho e aprendizado. Nunca se vendeu tanto

Ivair Rodrigues, gerente de pesquisa de IDC Brasil, fala sobre a indústria de PCs que passa por um momento único: a participação dos fabricantes ilegais, também chamados cinzas, no mercado de computadores pessoais começou a declinar

software educativo no país como agora. Sonho de consumo das classes B e C, o computador ganhou status de eletrodoméstico e foi do quarto para a sala. Os consumidores que fazem a segunda compra estão de olho nos monitores de LCD (cristal líquido), cujos preços estão em queda e oferecem uma qualidade bastante superior aos tradicionais monitores CRT. O consumo deve crescer 300% este ano em comparação ao ano anterior", prevê Rodrigues. Leia mais sobre o mercado de PCs na próxima página DC

Por Renata Mesquita

Filipe Araújo/AE

Estudo feito pelo IDC mostra que o chamado "mercado cinza" perdeu participação no mercado brasileiro pela primeira vez em 10 anos

mercado de PCs ilegais –vendidos sem nota fiscal ou feitos com componentes contrabandeados e cópias não autorizadas de software– perdeu participação no país pela primeira vez nos últimos dez anos. De dezembro para agosto, a venda deste tipo de equipamento caiu de 74% para 65%. A retração de nove pontos percentuais representa um crescimento de 35% para o chamado mercado legal, segundo a consultoria em tecnologia da informação IDC Brasil. Para a consultoria, a queda do mercado cinza foi motivada por fatores como a MP do Bem, que isentou as vendedoras de PCs dos impostos PIS e COFINS e tornou os fabricantes oficiais mais competitivos em relação aos PCs montados e sem marca; a oferta de várias opções de sistemas operacionais, como Linux e Windows Starter Edition, que também reduziram o preço dos PCs oficiais; e a forte atuação da Receita Federal, que melhorou o policiamento nas alfândegas e coibiu o contrabando de componentes. "Faltou processador e placa-mãe para o mercado ilegal", diz Ivair Rodrigues, gerente de pesquisas e análises da IDC Brasil. Mas 65% ainda é um número elevadíssimo, e o próprio mercado não tem esperanças de que um dia os PCs Clones sumam do mapa –o ideal seria uma participação meio a meio para fabricantes legais e montadores desconhecidos. "Não vamos acabar com o mercado cinza porque eles têm a vantagem do preço e o atendimento ao cliente é bom e 24 horas por dia, basta bipar que o cara da esquina te atende. O sonho é que a participação deles caia para 50%", diz Hélio Rotenberg, diretor geral da Positivo Informática, líder de vendas entre os PCs legais. Hoje, no país, os cinco maiores fabricantes oficiais de computadores detém apenas 16% do mercado; no Japão, esse índice chega a 60% e, nos Estados Unidos, ultrapassa os 65%. Segundo o IDC, a ilegalidade pode ser mais reduzida se o

Portugal, uma terra de notebooks teis. É uma adoção bastante superior à do mercado norteamericano (31,4%) e à média mundial (que fica em 28,6%). O principal motivo para o sucesso dos notebooks em terras portuguesas, explica a consultoria, é o preço. Lá, um laptop custa apenas 1,2 vez um computador de mesa. No Japão, a diferença de preç o p r a t i c amente não existe: para comprar um notebook, o Notebooks empilhados em um laboratório de pesquisas consumidor

paga apenas 1,1 vez o que pagaria por um desktop. Já no Brasil a realidade é bem diferente: os laptops custam, em média, 2,6 vezes a mais que um PC –cujo custo, a propósito, já está bem acima do que podem

Faiber Info

pagar as classes mais baixas, mesmo com os recentes incentivos determinados pelo governo Lula. Aqui, a presença dos notebooks é irrisória e mal chega a 4,2% dos desktops em uso no país. (ReM) DC

ortugal é o segundo país c o m m a i o r n ú m e ro d e usuários de notebooks, segundo o IDC. Os laptops representam 41% de todos os computadores pessoais em uso naquele país, atrás apenas do Japão, onde 46,1% dos PCs são portá-

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terça-feira, 20 de setembro de 2005

Inclusão digital deve começar pelas escolas

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vai ajudar, mas ainda precisa promover a inclusão digital. Cobrar R$ 1.300 por um computador é muito caro e, além disso, as pessoas não têm experiência para dominar as ferramentas", acredita Ivair Rodrigues, gerente de pesquisas e análises do IDC Brasil. Rodrigues lembra que, no final de 2004, apenas 12,5% dos domicílios brasileiros tinham um computador; ao final de 2005, esse índice deve crescer muito pouco, chegando a 14%, ainda inferior a países como Argentina e México. "O acesso à internet, então, não está nem em 11% das residências do país. Esse é um número muito pequeno. Inclusão não é só reduzir o preço do PC e, por causa da importação de componentes, nem dá para reduzir muito mais do que o que já foi obtido. A inclusão

esmo acreditando que a venda de computadores mais baratos –como prevê o projeto PC para Todos, do governo federal– poderá beneficiar os consumidores das classes B e C, dando a eles a oportunidade da aquisição do primeiro PC, o IDC defende que a inclusão digital deveria começar pelas escolas –mais especificamente, pelas escolas públicas de Ensino Fundamental. Para a consultoria, a criação de laboratórios de informática nessas escolas –a exemplo do que acontece com grande êxito em outros países– seria a alternativa mais eficiente para inserir as classes econômicas mais baixas no mundo digital. "O governo falou muito no projeto PC para Todos, que é legal e

tem que passar pela educação, e insistimos nisso", diz. O analista critica o fato de que 80% dos investimentos em informática para a educação sejam direcionados para as universidades –onde, verdade seja dita, conseguem chegar exatamente as pessoas que tiveram melhores oportunidades na vida, incluindo muitas vezes o acesso a computadores. "Temos 345 mil institutos de ensino fundamental no país, 82% públicos e 18% particulares. Entre os particulares, 60% têm pelo menos um PC para oferecer a seus alunos; na rede pública, apenas 19% estão equipados com computadores", conta Rodrigues. "Apenas 3% de todos os PCs comprados no país vão para uma escola. Na Índia, esse índice é de 4,8% e, na Malásia, de 7,5%.

São países extremamente pobres, muito mais do que o Brasil, e que no entanto investem na educação." Na visão do IDC, as escolas públicas deveriam ter isenção total de impostos e amplo financiamento para a aquisição de computadores. O governo deveria também incentivar a doação de micros usados para as instituições de ensino, além de criar programas de treinamento para instrutores, professores e alunos. Eleger responsáveis pelas redes de PCs ajudaria a diminuir a burocracia para o acesso aos mesmos. E, por fim, deveria ser criado um programa de financiamento para que os professores da rede pública também conseguissem ter um computador em casa.

Filipe Araújo/AE

íder de vendas entre os fabricantes de computadores oficiais pelo terceiro trimestre consecutivo segundo o IDC, com 85.739 PCs comercializados no segundo trimestre de 2005 e 1.500 notebooks vendidos de janeiro até setembro, a brasileira Positivo Informática prepara sua entrada no mercado corporativo –apesar de já participar do portal de vendas para pequenas e médias empresas Cartão BNDES, a companhia ainda divide suas vendas em 25% para o governo e 75% para o varejo. "Mas não temos planos audaciosos, ainda estamos definindo como será o modelo de atuação", conta Helio Rotenberg, diretor geral da empresa, que define a queda do dólar como "absolutamente fundamental" para os seus negócios. Pelos números da consultoria, a Positivo fechou o segundo trimestre com 6,40% de participação no mercado, contra 4,3% e 3% da segunda e da terceira colocadas, respectivamente –as companhias multinacionais que assumem essas duas posições não

Helio Rotemberg é diretor geral da Positivo Informática

autorizaram a divulgação, pelo IDC, de seus resultados. No chamado "mercado legal", sua participação é de 19,66%. Para se ter uma idéia, a empresa, que estreou no varejo em parceria com grandes cadeias de lojas apenas em março de 2004, viu sua produção de computadores crescer de 23 mil unidades em 2003 para 300 mil em 2005. De dezembro do ano passado para cá, o valor do PC mais barato da Positivo à venda no mercado caiu de R$ 1.900 para R$ 1.300, em parte pela adoção do sistema operacional Windows

Starter Edition, uma versão mais barata e com menos recursos lançada pela Microsoft, em parte também por causa da desvalorização da moeda americana. Hoje, 95% dos produtos da Positivo custam menos de R$ 2.500 e, portanto, são beneficiadas pela MP do Bem, medida provisória que isentou os comerciantes de produtos até esse preço do pagamento das taxas PIS e Cofins. Rotenberg credita a liderança da empresa a motivos como forte exclusão digital no país; demanda reprimida; opção da companhia por trabalhar

Ivair Rodrigues é gerente de pesquisas e análises do IDC Brasil

Renata Mesquita

Positivo se prepara para o mercado corporativo L

Divulgação

Para o IDC, a criação de laboratórios de informática nos colégios públicos seria a alternativa mais eficiente para inserir as classes econômicas mais baixas no mundo digital

com o chamado grande varejo (Ponto Frio, Casas Bahia); gerenciamento da distribuição; e credibilidade da empresa, entre outros. "Quando chegamos nas grandes lojas, as encontramos desmotivadas pela falta de confiabilidade decorrente da série de experiências ruins que tiveram com outros fornecedores. Elas já conheciam o Grupo Positivo da área da educação (a empresa é uma das maiores produtoras de softwares educacionais do país), então sabiam com quem estavam lidando", diz o executivo, acrescentando que a companhia está tomando todas as precauções para não cair nos mesmos erros de outras empresas que já foram líderes no mercado de PCs e acabaram sumindo do mercado, como a Metron. "Uma companhia pode quebrar por manter estoques muito elevados e falta de capital de giro, ou por não estar estruturada para um aumento brusco do câmbio. É preciso ter um diretor financeiro muito capaz", ensina Rotenberg, dando a entender que a Positivo tem. (ReM)

BB têm linha de crédito para a compra do PC popular esde de agosto o Banco do Brasil mantém uma linha de crédito especial para o financiamento de computadores que custem até R$ 1.200 em até 24 parcelas e com juros de 2% ao mês. O BB Crediário PC Conectado é oferecido a clientes do banco que tenham cartões de crédito ou débito administrados pela bandeira Visa e usa os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Qualquer loja que aceite Visa e venda equipamentos de informática pode integrar o programa.

D

"O computador é hoje um bem básico para a formação profissional de muitos trabalhadores", diz Antonio Francisco de Lima Neto, vice-presidente de Varejo e Distribuição do BB. O financiamento está aberto a clientes com crédito préaprovado, sem limitação de renda, mediante a uma taxa de abertura de crédito equivalente a 3% do valor total financiado. Cada prestação deve ser de no mínimo R$ 20, com vencimento da primeira parcela em 59 dias da aprovação do financiamento. (ReM)

Microsoft negocia parte da AOL Microsoft pode estar interessada em comprar parte da America Online, provedor que pertence ao conglomerado de mídia Time Warner. Vários jornais internacionais destacaram o assunto no final da semana passado, dando como certo que as negociações entre ambas andam em estágio avançado, apesar de serem confidenciais. A companhia de Bill Gates busca uma parceria com a AOL, concorrente de seu provedor MSN. Uma das opções seria permitir aos usuários do MSN Messenger e do AIM conversarem entre eles. Outra seria juntar forças na venda de

A

espaço publicitário online, disse o "New York Post", que publicou a história primeiro. As discussões entre as duas empresas ainda incluem o desenvolvimento de uma tecnologia de proteção a direitos autorais para a venda, via download, dos filmes da Time Warner. Os rumores sobre um possível acordo entre Microsoft e AOL aumentaram depois que a Microsoft ofereceu-se para ser a ferramenta de buscas do portal concorrente no lugar do Google – a oferta foi recusada pela AOL que, no entanto, deixou a porta aberta para a realização de outros tipos de negócios entre as duas. (ReM)

Vírus cria clone perfeito da página do Google P2Load.A, novo vírus, do tipo worm, que começa a circular pela internet, revela o alto grau de inteligência da nova geração das pragas digitais. Ao infectar um computador, ele modifica a configuração dos navegadores, de modo que toda a vez que o endereço do Google é digitado, o internauta é redirecionado para uma página que tem a cara e tudo o mais que a home do sistema de buscas oferece.

O

Segundo a fabricante de antivírus Panda, nas pesquisas feitas no clone do Google, os resultados retornados são corretos, mas os links patrocinados são diferentes, sendo alterados para aquilo que o autor do P2Load.A especificar. A Panda esclarece que o criador do vírus tira partido da importância dos primeiros resultados numa busca na web. Seus objetivos são aumentar o tráfego de determinados sites. (AE)


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terça-feira, 20 de setembro de 2005

INFORMÁTICA - 11

Fotografe com seu celular, apesar da resolução

O

Por Ana Maria Guariglia

s celulares K750i, da Sony Ericsson, e 6265, da Nokia, têm como principal atração uma câmera digital, atualmente, febre mundial em conjunto com outras traquitanas eletrônicas que tanto seduzem a moçada das baladas, como tocador e gravador de MP3, super som estéreo, agenda para anotar telefones e compromissos, além, é claro, da internet, jogos e telefonia com viva voz para dar mais charme às conversas. A diferença que separa esses modelos de outros da mesma categoria é a resolução de 2 megapixels. Mas, por favor, não se deixe levar por essa resolução nem procure compará-la às máquinas digitais que possuem 4, 5 ou 7 megapixels. Nos testes, voltados à captação da imagem e não às funções da telefonia, os resultados obtidos foram muito bons. O único entrave real notado está no tamanho da impressão das imagens, que não deverá ultrapassar 10 X 15 cm, o mais popular do mercado. Cópias maiores, tipo 24 X 30 cm, por exemplo, podem dar à imagem visual desagradável como se estivesse fora de foco. Quem escolhe câmeras fone deve conhecer suas limitações nesse sentido. Em compensação, tanto a K750i como a 6265 produzem videoclipes sonoros que podem ser enviados por e-mail. E mais uma coisa agradável: ambas possuem memórias internas. A da Sony Ericsson, 34 megabytes, e a da Nokia, 24 megabytes. Dá bem para armazenar imagens, caso os cartões de memória não estejam à mão. A 6265 utiliza o cartão miniSD, que deve ser adquirido à parte, e a K750i, o MemoryStick, da Sony, já vem com seus acessórios. Não foi encontrado nenhum problema para transferir as fotos para o computador via conexão USB. As impressões caseiras podem ser feitas sem o uso de cabos, desde que a impressora possua sistema infravermelho de transmissão, usando ainda recursos do Bluetooth. Para se obter boa reprodução das cópias, há um fator muito simples que vai dar mais vida às fotos, embora seja pouco utilizado pelos aficionados. É sem-

pre aconselhável dar um tratamento nas imagens e essa medida não vale somente para as que são produzidas pelas câmeras fone, mas por todas as digitais. Há vários programas de tratamento ou de a manipulação que até acompanham a câmera e há os disponíveis na web, como o Paint Shop, (http://paginas. terra.com.br/informatica/psp) que podem ser baixados. Eles são simples e só requerem um pouco de paciência. No painel de ajuste do programa, basta dar alguns cliques e seguir as instruções. O registro ganha aquele ar tridimensional para não ficar chapado ou plano, ressaltando cores e melhorando sombras e contrastes. Essa prática é usada por fotógrafos profissionais para obter a máxima qualidade das fotos. A K750i é fácil de ser usada e não possui cobertura deslizante como a 6265, que dificulta um pouco o uso. Ao abrir e fechar muitas vezes existe o perigo de dar defeitos. Ambas possuem objetivas com zoom, a da K750i, é de quatro vezes, com foco automático, e a da 6265 tem zoom de seis vezes. Também possuem flash: no modelo da Sony Ericsson é do tipo lanterna, com redutor de olhos vermelhos. O flash da Nokia é potente e opera muito bem. Sem baterias, cada um pesa 99 gr. A K750i já está no mercado e custa R$ 1.499. A 6265 foi lançada no final de julho na Europa e ainda não tem preço e previsão de chegada ao país. A Nokia é uma das líderes mundiais em comunicação móvel, fornecendo telefones, dispositivos e soluções em imagem, jogos, mídia e negócios. Para Carlos Bastos, diretor de multimídia da empresa, a tecnologia da telefonia com câmera está impulsionando o mercado de foto. A Sony Ericsson Mobile Communications também atende ao mercado de comunicações globais oferecendo soluções inovadoras e com características modernas de celulares, acessórios, placas para PCs.

Fotos: Divulgação e Ana Maria Guariglia

Testamos duas câmeras fones, K750i, da Sony Ericsson, e 6265, da Nokia, e concluímos: um programa de tratamento de imagens é fundamental para quem quer imprimir suas fotos

As fotos tiradas com o K750i, da Sony, ficam boas...

... mas melhoram depois de passar por um tratamento

As flores captadas pela câmera do K750i, da Sony...

... ficam ainda mais coloridas e nítidas após o tratamento

A câmera do Nokia 6265 também produz boas fotos Um programa de tratamento melhora a cor

SERVIÇO Para saber mais: www.nokia.com.br e www.sonyericsson.com.br

As flores retratadas pela câmera do Nokia 6265 ficam nítidas

Mas ganham em cor depois de serem tratadas com programa especial


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 20 de setembro de 2005

LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS - 9

SINDICALISTAS AJUIZAM AÇÃO CONTRA A COBRANÇA DE IMPOSTO DE RENDA SOBRE O ABONO DE FÉRIAS José Luis da Conceição/AE

METALÚRGICOS TENTAM NA JUSTIÇA SE LIVRAR DO IR

O

Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Mogi e Região e a Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo, ligados à Força Sindical, protocolaram ontem, na Justiça Federal de São Paulo, uma ação civil pública contra a União para impedir o desconto do Imposto de Renda (IR) sobre o abono de férias – correspondente à venda de dez dias pelo trabalhador. De acordo com nota distribuída pelo sindicato, decisões recentes do Superior Tribunal de Justiça (STJ) têm dado ganho de causa aos trabalhadores que reclamam da cobrança, já que, no entendimento da Justiça, abono não é salário e, portanto, sobre ele não deve incidir Imposto de Renda. Segundo o sindicato, a Súmula 125 do STJ diz que "o pagamento, ao empregado, das férias não gozadas, em dinheiro, por necessidade do serviço, não constitui renda porque é pagamento como compensação pelo não-lazer". Para o presidente do sindicato, Eleno Bezerra, a ação do sindicato, se vitoriosa, deverá

beneficiar cerca de 700 mil metalúrgicos no estado de São Paulo e poderá ser estendida a trabalhadores de todo o País. "A expectativa é que asseguremos agora uma liminar suspendendo imediatamente, para os trabalhadores que saírem de férias, a cobrança de IR sobre os dez dias de férias vendidos pelo trabalhador. Sabemos que já houve várias ações vitoriosas em primeira instância, nas quais a Receita Federal recorreu e os trabalhadores novamente ganharam em segunda instância. Acreditamos, portanto, que teremos sucesso e êxito nesta ação", afirmou. "Tendo sucesso na ação, deveremos ingressar com outra ação pedindo a restituição do valor cobrado daqueles trabalhadores que saíram de férias e tiveram o IR cobrado. Nesse caso, ingressaremos com ação em Brasília, beneficiando todos os metalúrgicos da Força Sindical no País", acrescentou. Segundo Bezerra, a Justiça deve definir até o fim desta semana se concederá ou não a liminar suspendendo a cobrança de IR sobre o abono de férias dos trabalhadores. (AE)

Bezerra: a ação do sindicato, se vitoriosa, deverá beneficiar cerca de 700 mil metalúrgicos no estado de São Paulo

SUPER-RECEITA

Unificada, com técnicos em greve

A

Promotor ajuiza habeas corpus para libertar uma chimpanzé das grades

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nquanto advogados lutam para tirar o exgovernador Paulo Maluf e seu filho Flávio da cadeia, na Bahia um promotor do Ministério Público Estadual se empenha para livrar uma chimpanzé das grades. O promotor Eron Santana, que atua na área do Meio Ambiente, entrou ontem com um pedido de habeas corpus, na 9ª Vara Crime de Salvador, em favor do animal, há dez anos preso numa jaula do Jardim Zoológico, na capital baiana. O documento é subscrito por cinco professores de Direito de quatro universidades da cidade, além de representantes de organizações nãogovernamentais ambientalistas.

Começa hoje, em dez unidades, o atendimento único a contribuintes da Receita e da Previdência

O objetivo da ação é transferir a chimpanzé Suíça para o santuário de primatas em Sorocaba, no interior de São Paulo. Santana argumenta que o animal tem 99,6% de genes iguais ao do homem, como mostrou a ciência. "É um parente próximo do ser humano, tem capacidade de raciocínio e sensibilidade semelhante, então não pode permanecer presa", disse o promotor. Santana lembrou que a ação tem semelhança com a estratégia do advogado do comunista Luiz Carlos Prestes na ditadura Getúlio Vargas, que evocou a Lei de Proteção dos Animais para pedir tratamento idêntico ao seu cliente, que sofria torturas na prisão. "Nós estamos usando

a defesa dos Direitos Humanos para defender a chimpanzé", observou. De acordo com o promotor, o macho do casal de chimpanzés do zôo de Salvador morreu de câncer causado pela depressão. "A fêmea também está sofrendo psicologicamente pela sua condição de prisioneira", disse. O promotor não teme que o caso seja comparado com o do ex-ministro do Trabalho do governo Collor de Mello, Rogério Magri, que ao ser flagrado usando carro oficial para levar sua cadela ao veterinário declarou que o "cachorro era um ser humano". Para ele, Magri estava certo ao dar socorro ao animal. "O único erro foi ter usado um carro oficial", disse. (AE/AOG)

partir de hoje, dez uni- da Super-Receita iniciaram dades da Receita Fede- uma nova greve, que teve a ral começam a funcio- adesão de 90% da categoria, nar de forma conjunta com a segundo o Sindicato NacioPrevidência Social. Com isso, o nal dos Técnicos da Receita contribuinte poderá obter Cer- Federal (Sindireceita). Eles tidão Negativa de Débito protestam contra o texto da (CND) ou parcelar débitos, que MP 258, que criou a nova esenvolvam o INSS e o Fisco, num trutura. Alegam que o govermesmo local. A medida faz par- no não cumpriu o acordo firte da decisão do governo de mado pelo ministro da Fazencriar a Receita Federal do Brasil da, Antonio Palocci, e pelo se– a Super-Receita –, unificando cretário da Receita Federal do as secretarias da Receita Federal Brasil, Jorge Rachid, sobre a definição das atribuições do e de Receita Previdenciária. Inicialmente, serão benefi- cargo de técnico e da carreira ciados os contribuintes das ci- de auditor-fiscal. A paralisadades de Jaboatão (PE), Betim ção será estendida até o dia 1° de outubro. (MG), Campo De acordo com Mourão (PR ), São o delegado da DeLeopoldo (RS), legacia de AdmiSão Sebastião nistração Tributá( S P ) , Tu c u r u í Nas unidades da Luz, ria (Derat) de São (PA), Itapipoca Tatuapé e Santo Amaro, os Paulo, Paulo Jack(CE), Serra (ES) e pedidos mais urgentes son, na capital, B ru m a d o ( B A ) . foram solucionados. pelo menos 30% As demais unidaPaulo Jackson, dos contribuintes d e s d e a t e n d imento vão contidelegado da foram atendidos nuar funcionando Administração ontem. "Nas uniseparadamente. Tributária da Receita dades da Luz, Tatuapé e Santo O processo de Amaro, os pediunificação ocorredos mais urgenrá em todo o País de forma gradativa, para evitar tes, como de certidão negativa transtornos ao contribuinte. Se- de débito, que envolvem pragundo o governo, dentro de um zos, foram solucionados", inano o novo sistema estará con- formou. A greve, entretanto, cluído. Desde o dia 15 de agosto, está afetando o andamento de já funciona uma administração processos de maior volume na capital, que envolvem o Cadascentral das duas Receitas. O Ministério da Previdência tro de Pessoa Física (CPF). Em Social, futuramente, ficará res- dias normais, são atendidas 800 ponsável apenas pela conces- pedidos de regularização ou são e pagamento de benefícios emissão de documentos. On(aposentadorias e pensões). tem, somente 360 solicitações Neste caso, o usuário terá que foram atendidas. Nos próximos dias 22 e 23, procurar os postos de atendios auditores, que já paralisamento do INSS. Com a fusão, a Super-Recei- ram suas atividades neste ta passa a contar agora com mês, realizam assembléia para mais de 30 mil servidores, co- decidir se retomam os protesmandar uma estrutura res- tos contra a MP 258, que está ponsável por cerca de 75% das na pauta do plenário da Câmareceitas tributárias do País e a ra. Eles temem a ascensão de provocar uma queda de braço servidores de outras carreiras sem precedentes entre técni- a auditores fiscais sem a realização de concurso público. cos e auditores fiscais. Greves -Ontem, os técnicos Sílvia Pimentel/Agências


DCARRO

10

São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 2005

ON & OFF BIODIESEL NA BOMBA

S

ão Paulo já dispõe de posto de abastecimento com biodiesel misturado ao diesel mineral na proporção de 2%, o B2. Este combustível é obtido de óleo extraído de determinados vegetais que, além de garantir renovação, como o álcool, polue menos. A iniciativa é da Ale, distribuidora de Minas Gerais, que investiu R$ 1,5 milhão no negócio.

DUAS RODAS: LADEIRA ACIMA

A

Abraciclo, entidade que reúne as fabricantes de veículos duas rodas no Brasil, reviu para cima suas metas para 2005. Em vez de crescer 7% sobre o resultado do ano passado, a produção deverá ter incremento de 10%, para 1,1 milhão de unidades. Exportações devem representar 15%.

DE VOLTA

A

cordo assinado determinou a transferência de 23 fábricas da Visteon, nos EUA e México, para a Ford , conforme protocolo de intenção firmado em maio. As unidades ficarão sob o domínio da LCC, administrada pela Ford, até serem vendidas em prazo não definido.

NOVIDADE

ON & OFF

Será o Grande Punto?

INÉDITO: MONTADORAS E METALÚRGICOS Divulgação/Fiat

Fiat brasileira, como era de se esperar, não confirma, mas já está praticamente certo em Betim, sede da empresa, que o segundo modelo a ser produzido - a partir de 2007 no País - sobre a mesma plataforma da minivan Idea, recentemente lançada no mercado nacional, deverá ser o Grande Punto. O modelo, de grande O novo Punto, maior que o atual, deverá vir para o Brasil sucesso comercial na Europa, teve sua avantpremière mundial no 61º Salão da sua vinda para o Brasil em concorrendo com modelos cujo de Frankfurt, recém-realizado breve, é que as medidas de preço inicial seja de na Alemanha. entreeixos são as mesmas do aproximadamente R$ 30 mil. O Grande Punto chega com Idea brasileiro. Já o novo Clio mostrado pela dimensões um pouco maiores Quando for lançado no Renault no mesmo Salão de que a versão até então Brasil, deverá ocupar faixa de Frankfurt chegará ao Brasil, conhecida na Europa. mercado intermediária entre o possivelmente antes do Grande Coincidência ou não, a Palio, recém-reestilizado pela Punto. Mas, certamente, não verdade que leva ao raciocínio montadora, e o Stilo, ainda neste ano.

A

ON & OFF

MAIS UMA FÁBRICA DE AUTOPEÇAS NO PAÍS Em 1996 o grupo italiano ASK, co-designer mundial da Fiat, desembarcou no Brasil com a missão de produzir alto-falantes para o Palio. Meses depois, em Sete Lagoas, MG, a linha foi ampliada e antenas e cabos para antenas também começaram a ser produzidos. Adaptada ao País, a empresa cresceu, buscou novas parcerias e, para

atender especificações de novo cliente e modelo, antecipou projeto de construir unidade na mesma cidade. O novo veículo acabou não saindo do projeto, mas a fábrica da ASK sim. Inaugurada há dois meses, fruto de aproximadamente 1 milhão de euros em investimentos, a planta, com 5 mil m² de área construída, tem capacidade anual pa-

ra produzir 1,7 milhão de alto-falantes e 300 mil antenas. O índice de nacionalização dos produtos varia de acordo com o modelo, mas em alto-falantes gira em torno de 63%. O faturamento da empresa crescerá de R$ 19 milhões em 2004 para R$ 19,7 milhões neste ano. Do total, 15% virá de vendas ao exterior.

O

Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a Anfavea fecharam acordo inédito. Estabelece aumento real de 3,7% a partir de setembro deste ano e mais correção de 1,3% acima da inflação a partir de setembro de 2006. Para salários acima de R$ 6.523 estipulou-se aumento fixo de R$ 586 anual. Adaptando o dito popular: "quem viveu viu".

TRÊS ATACANDO DE MOTOR HÍBRIDO

A

BMW se juntou à General Motors e DaimlerChrysler para desenvolver nova geração de motores híbridos. As três unirão os departamentos de desenvolvimento para criar sistema de propulsão chamado de dual, combinando o uso do sistema atual, com dois motores elétricos sem queda na performance.

IMPORTADOS EM ALTA

P

elo quarto mês consecutivo as vendas de veículos importados pelas afiliadas à Abeiva, a associação que reúne os importadores de automóveis no País, registraram alta e se descolaram da média mensal, 398 unidades vendidas. Em agosto foram 509 os veículos vindos do exterior.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

Ó RBITA

GÁS NATURAL

Petrobras descobriu gás natural em águas A profundas no Golfo do

México. Essa é a segunda descoberta feita pela empresa

na região. A produção pode começar em 2007, caso o potencial econômico seja confirmado. A nova descoberta fica no bloco Garden Banks 244, em uma das quatro regiões consideradas prioritárias pela Petrobras para suas atividades exploratórias no setor americano do Golfo do México. A estatal tem 80% de participação no projeto, em que é sócia da americana Mariner Energy Inc.

LEGAIS - 15

CONSTRUÇÃO

IGP-M

Índice Nacional da Construção Civil variou O 0,52% em julho, abaixo do

ela quinta vez consecutiva, a segunda P prévia do Índice Geral de

resultado de junho (0,68%), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com julho de 2004 (0,94%), também houve queda. A parcela dos materiais subiu 0,42%. Já a mão-de-obra recuou de 1,29% em junho para 0,65%.

Preços de Mercado (IGP-M) teve deflação. A queda dos preços foi de 0,54% em setembro, ante 0,49% em agosto. Foi a menor taxa em mais de dois anos, influenciada por reduções de preços, no atacado, de alimentos in natura (-9,9%) e processados (-1,3%).

ATAS

EDITAL

BALANÇO

COMUNICADOS SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

DECLARAÇÃO Bury’s Liga Peças Ltda, CNPJ 64.605.538/0001-02 - Inscrição Estadual 113.001.855.118 Rua: Antenas,177 – Vl. Prudente /SP, declara terem sido extraviados todos os livros fiscais e talões de N.Fs 001 a 250 série D-1, conforme BO 7694/05 em 19/09/05. (21,22,23/09/05)

EDITAL PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS/SP -

CONCORRÊNCIA PÚBLICA Nº 002/2005 - PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 95.689/2004 - Faço público de ordem do Senhor Prefeito Municipal de São Carlos, que se acha aberta licitação na modalidade de CONCORRÊNCIA PÚBLICA, para concessão onerosa de serviço público precedida da execução de obra pública, com critério de julgamento do tipo “melhor proposta, em razão da combinação dos critérios de maior oferta pela outorga da concessão com o de melhor técnica”, visando a contratação de empresa especializada, mediante concessão onerosa para, com exclusividade, realizar a administração, operação, manutenção, exploração comercial e reforma do Terminal Rodoviário do município de São Carlos - SP. O Edital na íntegra poderá ser adquirido na Sala de Licitações da PMSC, sita à R. Major José Inácio, 1973, Centro, São Carlos, Fone: (16) 3307-4272, a partir do dia 21/09/05 até o dia 01/11/05, no horário das 9hs às 12hs e das 14 h às 16:30, mediante a apresentação da guia de recolhimento da Tesouraria Municipal, dos emolumentos de R$ 700,00 (setecentos reais). Os envelopes nºs 01, 02 e 03 serão recebidos na Sala de Licitações até às 10:00 horas do dia 08/11/05, quando após o recebimento, iniciar-se-á a sua sessão de abertura. São Carlos, 20 de setembro de 2005. Paulo José de Almeida - Presidente da Comissão Permanente de Licitações.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

FDE AVISA:

FDE AVISA:

CONCORRÊNCIA

TOMADA DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de ambientes complementares, de sala de aula e reforma em prédio escolar com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador: CONCORRÊNCIA N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – ÁREA - CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2108/05/01 - EE Profª Marilene de Oliveira Acetto – Rua Candido Gonçalo Mendes, 10 - Vila Carlina - Mauá/SP – Adequação/Construção 1ª fase: 180 / Adequação 2ª fase: 90 / Adequação/Construção 3ª fase: 180 - 955,48 - R$ 151.749,00 – R$ 15.174,00 – 09:30 – 25/10/2005. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 22/09/2005, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 50,00 (cinquenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 24/10/2005, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Miguel Moubadda Haddad Diretor Executivo

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de ambientes complementares, de sala de aula e reforma de prédio escolar com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – ÁREA - CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2373/05/02 - EE Prof. José Carlos Antunes – Av. Dom Pedro I, 3.420 - Vila Luzita - Santo André / SP – Adequação / Substituição: 210 / Construção: 210 / Reforma de Pequeno Porte: 180 - 634,44 - R$ 125.920,00 – R$ 12.592,00 – 10:30 – 10/10/2005. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 22/09/2005, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 07/10/2005, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Miguel Moubadda Haddad Diretor Executivo

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: TOMADA DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de ambientes complementares, de sala de aula e reforma de prédio escolar com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – ÁREA - CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2372/05/02 - EE Américo Valentin Christianini – Rua Rosemary Belli, 1 - Jardim Santa Rita - Itapevi/SP – Adequação: 210 / Construção: 210 / Reforma de Pequeno Porte: 90 - 825,07 - R$ 124.183,00 – R$ 12.418,00 – 09:30 – 10/10/2005. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 22/09/2005, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 07/10/2005, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Miguel Moubadda Haddad Diretor Executivo

FALÊNCIAS & CONCORDATAS Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 20 de setembro de 2005, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falências: Requerente: Vicunha Têxtil S/A - Requerido: Linhas Globo Indústria e Comércio Ltda. - Rua Almirante Barroso, 550 - 01ª Vara de Falências Requerente: Dan Art Artes Gráficas S/C Ltda. - Requerido: Prodotti Laboratório Farmacêutico Ltda. - Rua João Dias, 1.084 - 02ª Vara de Falências Requerente: Yangraf Gráfica e Editora Ltda. - Requerido: Book Station Comércio de Livros Ltda. - Rua Ferreira de Almeida, 43 - 01ª Vara de Falências Requerente: Fácil Serviços Comerciais Ltda.

- Requerido: Vivati Importação e Exportação Ltda. - Rua do Lucas, 287 01ª Vara de Falências Requerente: Distribuidora Paulista de Produtos e Serviços Ltda. - Requerido: Soriani Gserv Telecomunicações Ltda. - Rua Flórida, 1.737 - 01ª Vara de Falências Requerente: Alliance Serviços de Assessoria e Consultoria Contábil Ltda. Requerido: MPM Transportes Ltda. - Rua John Harrison, 299 - 02ª Vara de Falências


DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.NACIONAL

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

Fotos: Alexandre Nóbrega/Digna Imagem

Em móveis e decoração, a moda é a natureza. Marcelo Vital Brasil e Kátia Castro, organizadores da Equipotel, que reúne empresários e fornecedores de hotéis, restaurantes, cozinhas industriais e até lavanderias, apontam o potencial de negócios da feira em R$ 9 bilhões

Negócios estimulam a indústria do turismo

O

s hotéis em São Pau- cerca de 7,5 milhões de turislo têm uma taxa mé- tas entre brasileiros e estrandia de ocupação de geiros. Entre as pessoas que 53% a 58%, inferior à média vêm a trabalho, o tempo de nacional, que varia entre permanência é de três dias, e 60% e 65%. Para reduzir essa a meta da São Paulo Turismo diferença, a prefeitura de São é que eles fiquem mais um. Segundo Caio, o turismo Paulo apóia iniciativas de de negócios é captação de remais qualificacursos para reado e gera mais lização de evenrenda para a citos dos setores de hotelaria e tu- A estratégia é aproveitar dade. "Enquanrismo. Além dis- a vocação da cidade para to o turista de lazer gasta em méso, desenvolve negócios e estimular os dia US$ 80 por ações para atrair executivos a ficarem dia, o turista de m a i s p e s s o a s , mais tempo negócios deixa assim como aumentar o tempo Caio Luiz de US$ 150 a cada de permanência Carvalho, presidente dia", compara. Cultura – do turista que da São Paulo Turismo Uma das aposvem a negócios. tas é no potenO presidente cial cultural da da São Paulo Turismo, Caio Luiz de Carva- cidade, que hoje dispõe de lho, ressalta que a estratégia nove roteiros temáticos que é aproveitar a vocação da ci- já são divulgados pelas dade para negócios e estimu- agências de turismo. As oplar os executivos a ficarem ções podem ser românticas, mais tempo. Hoje, a capital familiares, ecológicas e até o paulista recebe em média clássico City Tour. (CM)

O

HOTELARIA EM ALTA C om investimentos de R$ 3,5 bilhões na construção de 373 novos empreendimentos hoteleiros nos próximos dois anos (20062007) e faturamento anual de cerca de US$ 2 bilhões, a indústria de hotelaria é uma das que mais cresce e investe no Brasil. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) e foram divulgados durante a 43ª Equipotel, feira de hospedagem e alimentação, que ocorre até sexta-feira no Anhembi em São Paulo. O ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, e o prefeito de São Paulo, José Serra, estiveram visitando os estandes ontem, na abertura oficial do evento. Eles ressaltaram o potencial de crescimento do setor que, só no primeiro semestre deste ano, atraiu cerca de US$ 2,166 bilhões, gastos por visitantes estrangeiros que vieram ao País. Outro indicativo de expansão do setor foi o aumento de 28,3% nos desembarques internacionais nos aeroportos brasileiros no mês de janeiro deste ano em relação ao mesmo período do ano passado,

segundo levantamento realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A curva de crescimento se reflete também na geração de empregos. Os hotéis empregam em média cerca de 800 mil pessoas em todo o País e o lançamento de 373 empreendimentos deverá gerar 68 mil empregos diretos. A previsão é de que 25% dos novos postos serão na região Sudeste; 55% no Norte/Nordeste; 15% no Sul; e 5% no Centro-Oeste. Segundo avaliação do diretor comercial da feira, Marcelo Vital Brasil, cada novo apartamento representa em média 0,53% de emprego direto; e para cada empregado, surgem cerca de quatro vagas indiretas. A ABIH estima que existam cerca de 25 mil hospedagens no Brasil. Essa base considera como hospedagem os resorts, hotéis de diversas categorias, pousadas, flats, apart hotéis e motéis. Juntos, eles reúnem 1,7 milhão de unidades habitacionais, ou quartos de hotel. A taxa de ocupação varia de 60% a 65%, o que é considerada uma média saudável entre os espe-

cialistas do setor. 43ª Equipotel – Os organizadores do evento, Vital Brasil e Kátia Castro, afirmam que o potencial de negócios que podem ser gerados pela feira é de cerca de R$ 9 bilhões. O cálculo é feito a partir de uma média do setor, segundo a qual 15% do patrimônio instalado são investidos anualmente em reformas e atualização da hospedagem. O patrimônio da hotelaria no Brasil está estimado em R$ 60 bilhões. "A indústria é muito competitiva e o diferencial está no conforto e modernidade. Os empresários estão atentos e quem não investe em melhorias para seu negócio pode fechar as portas", diz Kátia. O público estimado da Equipotel é de 50 mil pessoas, que nos quatro dias do evento deverão circular pelos 637 estandes distribuídos em 50 mil metros quadrados de feira. Voltada para negócios, a Equipotel reúne empresários e fornecedores de hotéis, restaurantes, bares, fast-food, cozinhas industriais e lavanderias. Cejana Montelo

s expositores da 43ª Equipotel mostram o que seria a coleção da próxima temporada para hotéis e restaurantes. A analogia com a moda pode ser "emprestada" porque o evento é aguardado pelo mercado como um lançador de tendências, segundo informa a diretora superintendente da feira Kátia Castro. A edição deste ano é marcada principalmente pela experimentação de novos materiais. Os utensílios, móveis e objetos de decoração mesclam o uso de recursos naturais com materiais recicláveis. Segundo Kátia, a moda reflete também uma preocupação com o ambiente. Os criadores e designers experimentaram novas matérias-primas, como a fibra da bananeira e abusaram de uma decoração mais natural. Convivem no mesmo espaço desde um viveiro com espécies de aves nativas até móveis com design arrojado feitos com tramas, cores e diversos tipos de tecidos. A tendência de uma linha de móveis étnica ganha mais destaque porque contrasta com o design avançado e os equipamentos de alta tecnologia que são apresentados na feira. Entre as vedetes e os vários lançamentos, chama a atenção do público a máquina de fazer sushis capaz de preparar 1.200 unidades em uma hora e o forno "inteligente" que assa alimentos doces e salgados sem comprometer o sabor e aroma de nenhum. (CM)

Greve dos Correios: selado acordo Vivi Zanatta/AE

A direção dos Correios e os funcionários da empresa, que estão em greve há sete dias, aceitaram o acordo proposto ontem pelo presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Vantuil Abdala. A proposta foi a mesma apresentada na última sexta-feira: aumento de 8,5%, abono de R$ 800 para todos os trabalhadores e reajuste salarial de 3,61% em fevereiro do ano que vem. Em troca, os funcionários terão de compensar os dias parados com horas extras. De acordo com um dos representantes dos grevistas, Rogério Trabuco, houve um "racha" no comando de greve. Na sexta-feira, quatro dos sete integrantes desse grupo votaram contra a proposta. Ontem, no entanto, um deles mudou de opinião, "o que mudou os rumos das negociações", segundo ele. Assembléias estaduais da

Grevistas têm até o meio-dia para acatar ou não a decisão do TST

categoria têm até o meio-dia de hoje para decidir se acatam ou não a decisão. Se for aprovada pela maior parte destas assem-

bléias, o acordo definitivo será fechado à tarde e o retorno ao trabalho deve ocorrer na quinta-feira. (ABr)

Vagas em supermercado atraem 7 mil C Aceituno Jr/Jornal da Cidade/AE

erca de 7 mil pessoas entregaram currículos ontem em busca de emprego em uma rede local de supermercados de Bauru, no interior paulista. Por volta das 10 horas da manhã, a fila em frente à matriz da Rede Confiança de Supermercados, que começou a ser formada no início da noite de segunda-feira, tinha mais de 5 mil participantes, o que obrigou a polícia a comparecer ao local para organizar o trânsito. O supermercado precisou aumentar de cinco para 20 o número de atendentes. A empresa abriu 250 vagas para sua quarta loja, que será inaugurada em outubro. Ivani Bailone, responsável pela seleção, disse que as contratações deverão ser feitas até o dia 14 de outubro e a média de salários é de R$ 450,00 mensais. A Rede Confiança de Super-

A fila para uma das 250 vagas começou na noite de segunda-feira

mercados é a última sobrevivente local no ramo, hoje dominado por grandes redes. Concorrência – Essa é a segunda chamada para empregos a atrair número elevado de candidatos na cidade. No fim de semana, a Câmara Munici-

pal realizou concursos para três vagas de assessor legislativo e duas de recepcionista, com salários de R$ 1.285 e R$ 890 mensais, respectivamente. Concorreram 7 mil candidatos, entre eles muitos com curso universitário. (AE)


10 -.FINANÇAS

DIÁRIO DO COMÉRCIO

COMÉRCIO

quarta-feira, 21 de setembro de 2005


w w w. d co m e rc i o. co m . b r Edição concluída às 23h50

Ano 81 - Nº 21.967

R$ 0,60

São Paulo, quarta-feira 21 de setembro de 2005

´ PTDOLARES O doleiro Toninho da Barcelona (foto) revelou às CPIs que repassou pouco mais de US$ 2 milhões para o PT. E que também serviu ao deputado petista Devanir Ribeiro, que o ouvia. Para ele, o valerioduto já estaria esclarecido se a CPI do Banestado tivesse funcionado. Pág. 5 Sérgio Lima/Folha Imagem

O Severinão de R$ 8 milhões Véspera da renúncia de Severino Cavalcanti (dir), a revelação: ele teria ganho um mensalão de R$ 8 milhões repassados pelo deputado Janene, que foi às CPIs desmentir Toninho da Barcelona. Pág. 3 Divulgação

Dida Sampaio/Agência Estado

R$38,6 BILHÕES PARA O SUPERLEÃO Arrecadação, agora com contribuições previdenciárias, bate novo recorde. Página 9

Veja o que estacionou no DCarro Rita chega furiosa

ACSP na Polônia: negócios de US$ 5 milhões

A Flórida entra em emergência. DCidade

Chamber of Commerce no 1º dia de missão. Pág. 13

HOJE Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 12º C.

AMANHÃ

Alejandro Ernesto/EFE-AE

Parcialmente nublado Máxima 28º C. Mínima12º C.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

FINANÇAS - 11

VOLUME DE DINHEIRO LIBERADO EM 2005 SOMA R$ 138,4 BILHÕES, DEVENDO CHEGAR A R$ 312 BILHÕES ATÉ 2012

CRÉDITO AO CONSUMO CRESCEU 340% Fotos: Patrícia Cruz/Luz

O

crédito destinado corresponde a 8,4%. Segundo ao consumo (libe- Álvaro Musa, sócio-diretor da rado por meio do Partner, é um indicador de que cheque especial, a forma de pagamento do concrédito pessoal, cartão de cré- sumidor está mudando."Os dito, financiamento de bens, meios de pagamento estão se entre outros) cresceu 340% na transformando. Tudo está inultima década e já correspon- do para o eletrônico", diz Mude a 7,2% do Produto Interno sa. A estimativa é de que o BraBruto (PIB) brasileiro. O mon- sil chegue em 2010 com 77 mitante é de R$ 138,4 bilhões nes- lhões de cartões de crédito. Outro ponto discutido foi o te ano, muito acima dos R$ 31,4 bilhões de 1995, e deve chegar quanto o aumento do crédito à marca de R$ 312 bilhões até o ao consumidor e a crescente ano de 2012. Os números fa- popularização do cartão de zem parte do estudo elaborado crédito podem elevar o índice pela Partner Consultoria e de inadimplência. O econoapresentados ontem na aber- mista-chefe da Associação Cotura oficial do Congresso de mercial de São Paulo (ACSP), Cartões e Crédito ao Consumi- Marcel Solimeo, foi categórico dor (C4), que acontece em São ao afirmar que uma coisa não está, necessariaPaulo até esta quinmente, ligada à outa-feira. t r a . " A i n a d i mA finalidade do plência tem cresciCongresso é discudo em alguns petir o atual momento ríodos e reduzido d o c ré d i t o e d o s em outros, mas, na meios eletrônicos média, está estabide pagamento no lizada." O econoPaís e suas perspecmista frisou que tivas. Ontem, os "emprego e renda participantes se são fatores muito mostraram otimisSolimeo: a mais importantes tas quanto aos núinadimplência para o crescimento meros apresentaestá ou a diminuição da dos e deram destaestabilizada inadimplência. Se que ao crescimento do cartão de crédito como um o nível de emprego no País dos principais produtos de cresce e a renda também, a inacrédito. Segundo a pesquisa da dimplência diminui", disse Partner, o Brasil possui 58 mi- Marcel Solimeo. Roberto Luis Troster, econolhões de cartões de crédito – um aumento de 106%, compa- mista-chefe da Federação dos rado ao ano 2000. Apesar do Bancos (Febraban), foi na mesbom indicador, o potencial ma linha de raciocínio de Solidesse mercado é muito maior. meo. "A inadimplência está Os Estados Unidos, por exem- controlada. A economia está plo, têm 775 milhões de cartões boa. Não vou garantir que no futuro vá permanecer assim, de crédito. Cheque especial – O estudo mas acredito que a economia mostra ainda que, em 2000, o deva continuar crescendo e a crédito via cheque especial oferta de crédito só contribui correspondia a 13,5% dos pro- para esse crescimento". dutos de crédito no País. Hoje, Fábio de Lima

Fed eleva taxa para 3,75%, a maior em quatro anos.

O

Álvaro Musa (à esquerda): meios de pagamento estão se transformando; tudo está indo para o eletrônico

CADASTRO MISTO É MAIS EFICAZ O

s birôs de crédito, em que cadastros positivos e negativos dos consumidores ficam disponíveis para consultas das instituições financeiras, são instrumentos bastante eficazes para a expansão da oferta de empréstimos nos países em desenvolvimento. A conclusão saiu de estudos do International Financial Corporation (IFC), braço operacional do Banco Mundial, e foi apresentada ontem pelo executivo do banco Oscar Madeddu no Congresso de Cartões e Crédito ao Consumidor, realizado em São Paulo. Segundo ele, a cada 100.000 em recursos disponíveis para financiamentos no mundo (valor independente da moeda de um país), 11.400 são perdidos porque os candidatos ao empréstimo têm alguma restrição de cadastros negativos. "Em muitos casos, essas pes-

Juros bancários: altos como em 2003 O

s juros cobrados por bancos nas operações de crédito subiram em setembro e voltaram aos níveis, elevados, do segundo semestre de 2003, aponta o levantamento feito pela Fundação Procon-SP, divulgado ontem. Na pesquisa, realizada nos dias 12 e 13 deste mês com dez instituições financeiras, entre públicas e privadas, a taxa média do cheque especial chegou a 8,32% ao mês, uma alta de 0,03 ponto porcentual sobre agosto e a maior desde outubro de 2003, quando estava em 8,34%. A taxa média de empréstimo pessoal avançou 0,02 ponto porcentual, para 5,46% ao mês, o que significou o maior n í v e l d e s d e n o v e m b ro d e 2003, quando era de 5,49% ao mês. As taxas equivalentes ao ano em setembro foram de 160,83% e de 89,34%, respectivamente. Segundo análise do ProconSP, as taxas médias das duas modalidades de crédito pesquisadas registram, desde o início do ano, elevações mensais "pouco expressivas, porém contínuas". "Os acrésci-

mos nas taxas médias mensais não chegam a 0,10 ponto porcentual. No entanto, além de contínuos, eles incidem sobre taxas já bastante elevadas", observam os técnicos do Procon. Cautela – A Fundação acrescentou que os resultados, apesar de apurados após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que cortou neste mês o juro em 0,25 ponto porcentual, refletem o comportamento "cauteloso" das instituições financeiras.

E m s e t e m b ro d e 2 0 0 5 , a maior taxa de cheque especial foi cobrada pelo bancos Santander, Banespa e Itaú (8,50% ao mês) e a menor, pela Caixa Econômica Federal (7,95% ao mês). Nenhuma queda foi constatada nessa modalidade e três instituições aumentaram a taxa. O Banco do Brasil alterou de 7,99% para 8,03% ao mês, o que significou um acréscimo de 0,04 ponto porcentual e uma variação positiva de 0,50%, em relação à taxa do mês de agosto. (AE)

Justiça decreta falência do Banco Santos O

juiz Caio Marcelo Mendes de Oliveira, da 2.ª Vara de Recuperações e Falências, decretou ontem a falência do Banco Santos, de propriedade do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira. O banco estava sob intervenção do Banco Central desde novembro de 2004 e fora liqüidado extrajudicialmente pelo BC em maio, deixando um rombo de R$ 2,236 bilhões e um rastro de operações irregulares que levaram o Ministério Público Federal a processar seu controlador por crimes financeiros. O Banco Santos é a primeira instituição financeira a ter sua falência regida pela nova lei, em vigor desde junho deste ano. Em sua sentença, o juiz Oliveira determinou ainda a apre-

ensão dos bens de Edemar e de 22 outros ex-administradores cujo arresto já havia sido solicitado pelo promotor que entrou com o pedido de falência, Alberto Camiña Moreira. O interventor e liqüidante nomeado pelo Banco Central, Vânio de Aguiar, foi mantido como administrador judicial. "É muito positivo que a falência tenha acontecido dentro

da nova lei", disse o advogado Pierre Moreau, representante de um grupo de credores do banco. "Pelo menos há alguma chance de os credores receberem alguma coisa". Segundo Moreau, caso fosse pela lei antiga, seriam priorizados, depois das dívidas trabalhistas, os débitos tributários. Só depois viriam os débitos com os credores. (AE)

DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO

Madeddu, do Banco Mundial

soas são bons pagadores e acabam perdendo a chance de obter um empréstimo pela limitação do cadastro negativo", afirmou Madeddu. Mistos – De acordo com ele, o ideal, principalmente para países em desenvolvimento, é que existam birôs mistos, com informações positivas do histórico de pagamento dos con-

sumidores mescladas às restrições dos cadastros negativos. "Com os birôs, a oferta de crédito pode aumentar significativamente, como aconteceu nos últimos 50 anos nos Estados Unidos", disse, lembrando que, no mercado americano, há três birôs de crédito que oferecem informações para quase todas as operações de crédito ao consumo fechadas no país. No Brasil, a estréia desse tipo de serviço começou a caminhar com o envio, para o Congresso Nacional, de um projeto de lei para a criação de um cadastro positivo de consumidores, cuja elaboração teve a participação direta da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que defende o cadastro como alternativa à redução dos juros cobrados nas operações do crédito. Rejane Aguiar

Federal Reserve (o Banco Central dos Estados Unidos) elevou ontem em 0,25 ponto porcentual, para 3,75%, a taxa básica de juros. Com o aumento, ela ficou no maior nível desde junho de 2001. Esse foi o décimo primeiro aumento consecutivo, com a sinalização de que novos aumentos poderão ocorrer. Na avaliação do Fed, o desastre ambiental causado pelo furacão Katrina terá apenas efeito temporário sobre a economia. Os gastos, produção e emprego deverão sofrer impacto no curto prazo. E os preços de energia poderão subir. O documento divulgado pelo Fed após a reunião diz que "a produção parecia em posição de continuar a crescer em bom ritmo antes das trágicas perdas causadas pelo furacão Katrina". Pela primeira vez, desde junho de 2003, a decisão não foi unânime. Foi aprovada pelo comitê federal por nove votos contra um, de Mark Olson. Os demais seguiram o voto do presidente, Alan Greenspan. Em ação relacionada, a diretoria aprovou por unanimidade uma elevação de 25 pontos-base na taxa de redesconto, para 4,75%. (AE/Reuters)


Divulgação/VW

Nº 89 São Paulo, 21 de setembro de 2005

DCARR

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Já no Brasil, a Ferrari F430 é o modelo de rua da marca que mais se aproxima dos carros de pista da escuderia do "Cavalinho". Custa R$ 1,350 milhão. Na página 11.

Páginas 6 e 7


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

66-.OPINIÃO

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

RESENHA DE EDITORIAIS

ROBIN HOOD ÀS

AVESSAS

O BolsaFamília é uma verdadeira fábrica de pobres... e de votos.

funcionários públicos, é a maior verba social do país. Não é à toa que o Rio de Janeiro, antiga capital da República, tem a maior massa de aposentados de classes média e alta. A aposentadoria é entendida como um prêmio. Há gente que acumula pensões – conheci em São Paulo o advogado José Adriano Lopes Castello Branco que acumulava, nos anos 90, creio que 8 pensões. Agora, um deputado ameaçado de cassação, Valdemar da Costa Neto, é aposentado com R$ 5,5 mil, como se ser deputado fosse uma profissão. Estes grupos de pressão são fortíssimos. Outro poderoso grupo de pressão que faz concentrar 75% dos gastos públicos federais no ensino superior é o lobby universitário. Se existe uma indiscutível prioridade na aplicação de recursos, essa se dá na educação fundamental. No Brasil, apesar da evolução dos índices de alfabetização, o número de analfabetos funcionais é aterrorizador. A antiga educação pública (antigo curso primário) atendia essencialmente a classe média, concentrada nas metrópoles. Há 40 anos o campo concentrava 45% da população, que migrou para as grandes cidades sem qualquer preparo. Esta gente

JOÃO DE SCANTIMBURGO JUSTA

precisava ser atendida e o atendimento público - que era ótimo - passou a ser de péssima qualidade. Não adiantam planos educacionais prevendo a promoção de alunos sem aprovação escolar. O ensino continuado é uma balela. É esta gente despreparada (injustamente) que se procura compensar com o estabelecimento de cotas nas universidades. Isto só faz gerar esperanças frustradas em gente que, na maior parte dos casos, não é recompensada por empregos qualificados quando se tornam “diretores”. A equivocada prioridade dentro dos gastos sociais que prioriza aposentadorias e pensões incompatíveis com a realidade do País e continua com a equivocada priorização do ensino superior é continuada no chamado programa assistencialista Bolsa-Família. O programa, que já atende a mais de 7 milhões de famílias, é, verdadeiramente, uma fábrica de pobres... e de votos.

Se a educação fundamental fosse prioridade, prepararíamos o país para o desenvolvimento. O Fome Zero, que consumiu um enorme estoque de recursos em publicidade, fracassou, até porque o IBGE descobriu que somos um país de obesos. Se déssemos prioridade à educação fundamental e básica, pagando aos professores adequadamente depois de capacitá-los, estaríamos preparando o país para o desenvolvimento. É verdade que os atuais “donos” do país perderiam - e muito - porque suas eleições não mais teriam como votantes gente despreparada e incapaz de entender o que é uma política pública.

HOMENAGEM

N Céllus

A

maior parte dos gastos sociais no Brasil (proporcionalmente) é dirigida a aposentadorias e pensões de juízes e militares. Além deles se aposentarem mais cedo, a pensão destinada a viúvas de juízes e militares vai para as filhas. É inconcebível nos dias de hoje em que a mulher e o homem competem nos mesmos mercados de trabalho. O total de aposentadorias e pensões, especialmente as de

Jovem e desempregado ROBERTO FENDT

O

desemprego entre os jovens brasileiros entre 16 e 24 anos é quase duas vezes maior do que para a população em geral. Quem diz isso é a pesquisa do Dieese, Juventude: Diversidades e desafios no mercado de trabalho metropolitano. "Já há uma escassez do ponto de vista da oferta de trabalho [pelas empresas] e, no caso do jovem, a inexperiência tem um papel fundamental", diz José Silvestri, do Dieese. É de se perguntar: primeiro, por que os empregos estão escassos? Segundo, por que estão mais escassos para os jovens que para os mais velhos? Acertou quem disse que o principal culpado por essa situação é a regulamentação do mercado de trabalho — em particular o salário mínimo. A evidência empírica é avassaladora. Quando, em 1956, o salário mínimo americano horário foi aumentado de 75 centavos para um dólar, o desemprego entre os jovens negros aumentou para 24%, contra 14% para os jovens brancos. Em 1981, uma Comissão do Congresso dos EUA concluiu que os aumentos no mínimo entre 1977 e

1981 destruíram 644 mil empregos que poderiam ter sido ocupados por jovens. Em 1995, Kevin Lang, da Boston University, concluiu que o aumento do salário mínimo reduz o emprego para os adultos menos qualificados — pessoas com maior qualificação buscam empregos que pagam o mínimo, reduzindo o número de vagas para os menos qualificados. Para fechar, diz o prêmio Nobel Paul Samuelson: "De que adianta um jovem negro saber que um empregador deve lhe pagar US$ 2 por hora se o fato de que a ele deve ser pago esse valor é o que o impede de obter um emprego?"

E

m que surpreende os resultados da pesquisa? O que aumenta a discriminação contra os jovens no mercado de trabalho é fixar preços (salário) por decreto e acreditar candidamente que é possível, com o mesmo decreto, aumentar renda. É esse mesmo raciocínio que aumenta a discriminação por raça e sexo. A pesquisa apenas mostra que chegamos ao mesmo patamar de irracionalidade dos países desenvolvidos.

P or que os jovens têm menos emprego que os mais velhos?

EDITORIAL DO INSTITUTO LIBERAL (ASSINADO POR ARTHUR CHAGAS), POSTADO DIA 16 DE SETEMBRO NO SITE HTTP://WWW.INSTITUTOLIBERAL. ORG.BR/

Coerência até o fim ARTHUR CHAGAS DINIZ

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Ed itor - Ch efe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br) Editores: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br), Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Marcos Menichetti (marcosm@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Adriana Gavaça, André Alves, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Lancha, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Juliana de Moraes, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda Correspondente: Renato Carbonari Ibelli (Campinas) Gerente de Publicidade Solange Ramon (sramon@acsp.com.br) Gerente de Produto Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-34493 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005 Auditado pela

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epois da entrevista parisiense de Lulla afirmando que a corrupção partidária é normal porque – dizia ele – é praticada por todos os partidos políticos no Brasil, apareceu o Genoino, que estabeleceu a diferença entre os que corrompem e são corrompidos pela própria causa (o que não é errado) e os que são corrompidos em causa própria. Aparentemente, o primeiro a aceitar o conceito foi Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André, assassinado, na assertiva de seu irmão, quando resolveu dar conseqüências ao "princípio" do Genoino. Ao tentar separar os "pela própria causa" dos "em causa própria", foi selvagemente assassinado. Agora estamos assistindo às eleições internas do PT. O Partidão que, até assumir o poder, com o apoio de mais de 50 milhões de pessoas "em quem a esperança venceu o

medo (Regina Duarte 2002), criticava a compra de votos – comida e transporte – agora inova. Os candidatos a controlar o Partidão estão pagando também mensalidades atrasadas, sem o que os filiados não teriam direito a voto. Quem tiver um mínimo de curiosidade verá nas próximas eleições presidenciais o PT catar os votos da turma do Bolsa-Família, que já está recebendo adiantado o pagamento pelo voto. Bastará, então, entrar com a condução e a merenda do dia.

O

festival de contradições petistas, grande incentivador de CPIs quando na oposição, agora acusa as CPIs de covardes e palco de exibicionismo, no entender de Tarso Genro. Notório marxista, de quem não se deve ter esperança e sim medo, poderia se aconselhar com Lulla, que lhe informaria: Isto é normal, acontece em todas as CPIs.

O PT criticava a compra de votos com comida e transporte. Agora inova.

a última sextafeira fui assistir na sala do Conselho Universitário da USP à justa homenagem que receberam o professor Alberto Ferreira de Castro e os engenheiros Antônio Ermírio de Moraes e Olavo Setúbal, como "batalhadores do desenvolvimento". Os discursos proferidos na ocasião, de várias extensões, foram eles todos apropriados à cerimônia e bastante informativos. Abriu a seção Rui Altenfelder Silva, que fez uma digressão sobre a parceria da universidade com a empresa. Não foram lembrados os governos aplicados ao desenvolvimento, o de Getúlio Vargas, no período discricionário de 30 e 40, e o de Juscelino. O arranco do desenvolvimento foi dado por esses dois governos, vindo o Brasil a ser colocado na categoria dos países emergentes, com tendência acentuada para o Brasil como país plenamente desenvolvido, o que deverá se dar ainda em meados deste século.

Possuímos uma estrutura industrial de expressão e já aplicada na conquista do desenvolvimento

O

s discursos de Antônio Ermírio de Moraes e Olavo Setúbal focalizaram a vocação do Brasil para o desenvolvimento. Com efeito, possuímos uma estrutura industrial de alta expressão e já aplicada para a conquista do diploma do desenvolvimento, que será viável graças ao apoio do comércio e do sistema financeiro nacional. A seção realizada na Universidade de São Paulo esclareceu o que as empresas privadas têm feito para colocar o Brasil entre os grandes. É o que aspiramos. Daí merecerem aplausos, como os que receberam na seção do Conselho o professor Ferreira de Castro e os engenheiros Antônio Ermírio de Moraes e Olavo Setúbal. Estamos no bom caminho, como demonstrou a homenagem aos batalhadores pelo desenvolvimento. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 2005

Índice SALÃO DUAS RODAS página 3 Lançamento de produtos, shows e outras atrações para os amantes das motos.

ACESSÓRIOS páginas 4 e 5 Especialistas explicam o que pode e o que não pode na personalização de veículos com cara de "off-road".

CAPA páginas 6 e 7 Lançamento da nova linha de caminhões e ônibus Volkswagen. Uma "constelação" de produtos.

MERCADO páginas 8 e 9 Veículos com tecnologia bicombustível são os menos desvalorizados do mercado.

FERRARI página 11 Tecnologia utilizada nas pistas em um carro de passeio. Modelo F430 é apresentado em São Paulo.

CINEMA página 12 Mais um filme para amantes de carros na telona. Mas só no ano que vem.

Agenda

Manual para o motorista do futuro

24 e 25 de Setembro Começa neste final de semana e vai até 9 de outubro, das 9h às 18h, o 1º Vimave Tuning Show com exposição e campeonato de tuning. Os jurados serão os próprios clientes do Auto Moto Shopping Vimave (Rua Guaranésia, n° 1.309, Vila Maria) e a cada sábado e domingo serão eleitos os cinco melhores, que concorrerão na última etapa. Os três primeiros lugares receberão prêmios em dinheiro e troféu.

24 a 28 de Outubro

A Fenatran é a maior feira técnica de transporte da América Latina apresentando produtos e equipamentos utilizados para o transporte. O evento bienal acontece das 13h às 21h no Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi em São Paulo.

Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor chicolelis 3244-3184 chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues 3244-3689 alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br Diagramação Hedilberto Monserrat Jr. 3244-3281

Gerentes: Publicidade Solange Ramon 3244-3344 sramon@acsp.com.br Produto Arthur Gebara Jr. 3244-3122 agebara@acsp.com.br Rua Boa Vista, 51 Impressão S/A O Estado de S. Paulo

OESP Área Comercial Celso Nascimento 3856-2454/9168-8258 www.dcomercio.com.br/dcarro

uando penso no futuro do transporte de cargas e passageiros no Brasil e no mundo, a imagem que me vem à cabeça é de veículos conduzidos com o mínimo de interferência humana, controlados por diversos sistemas, como os de navegação por satélite e segurança ativa. Nesse meu modo de pensar, a interação entre homem e máquina aumentaria, mas de uma forma diferente do que existe hoje; ao invés de o motorista se preocupar com o trânsito, cuidaria da máquina e de seu bom funcionamento. As tecnologias estão em desenvolvimento nas indústrias e centros de pesquisas espalhados pelo mundo, sendo que algumas delas já podem ser apreciadas como protótipos em alguns eventos internacionais, como é o caso do Congresso e Exposição Internacionais de Tecnologia da Mobilidade SAE Brasil, que acontece em novembro, em São Paulo. Entre elas, as tecnologias relacionadas à telemetria terão amplo espaço nos fóruns programados, que abordarão o suporte à operação e à manutenção, assim como a gestão remota de frotas. Imagino como será, então, o manual do proprietário para o motorista do futuro.

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Provavelmente não vai ser mais impresso em papel, tipo livro. No máximo, um guia rápido, de bolso, com um resumo das principais funções existentes no console computadorizado, que permitirá, entre outras ações, atualizações de softwares on line e em tempo real. Mas isso ainda está longe demais da realidade atual. Mesmo porque um dos maiores desafios para a implantação das novidades tecnológicas não é de ordem técnica, mas cultural. Um dos objetivos da SAE Brasil ao promover debates como os painéis sobre caminhões e ônibus do Congresso é, justamente, conscientizar o transportador da importância e vantagens em investir em novas tecnologias, como os sistemas de telemática e os motores eletrônicos, que ganharão cada vez mais mercado nos próximos anos, justificados por questões de segurança e logística (telemática) e ambientais (motores). Mauro Gil, diretor do Comitê de Caminhões e Ônibus do XV Congresso e Exposição Internacionais de Tecnologia da Mobilidade SAE Brasil


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

OPINIÃO -77

Para escrever ou comentar as cartas e artigos desta seção, envie sua mensagem para

doispontos@dcomercio.com.br

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Chamem um auditor

Sou favorável à correção da tabela do IRPF, mas não podemos correr o risco de promover uma espécie de "indexação", com reajustes anuais. A tabela já foi corrigida neste ano em 10%. MINISTRO PAULO BERNARDO, DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO

ão precisamos de bola de cristal para saber que, amanhã e nos próximos dias, corrupção e má administração pública estarão no centro das atenções da imprensa. Também não nos surpreendemos quando, após uma natural alternância de poder, os atuais governantes sejam acusados de má gestão por seus antecessores, que por sua vez são responsabilizados por entregar uma máquina estatal falida. São infindáveis e importantes discussões, mas que não levam ao conhecimento público a real situação em que se encontram órgãos governamentais, estados e municípios. Possivelmente sabemos hoje quem são Delúbio Soares e Marcos Valério. Porém, quem tem consciência de que as despesas não-financeiras da União cresceram 57% de 1995 a 2004, descontada a inflação? Este é o cerne da questão e a pergunta principal ainda não lemos e ouvimos: onde está a auditoria? Esta a solução para garantir transparência plena à gestão pública e complementar a atuação dos Tribunais de Contas, limitados à função de averiguar irregularidades depois da porta arrombada.

O próprio Tribunal de Contas da União revelou, recentemente, que 90% dos prefeitos brasileiros desconhecem as leis de gestão da máquina pública. Mais um estímulo para colocarmos em debate a importância da auditoria preventiva nos projetos de políticas federais, estaduais e municipais. Apropriando-se de elementos da administração privada, uma auditoria poderia ser explorada para identificar possíveis falhas em controles internos e evitar fraudes administrativas. Auxiliaria ainda na busca pela excelência de um planejamento tributário, que objetivaria garantir a arrecadação necessária sem gerar impactos negativos à economia local.

S

e novamente tomarmos a iniciativa privada como exemplo, uma auditoria incentivaria a aplicação de um amplo programa de RH, de forma a qualificar funcionários públicos, fazendo de seu desempenho um verdadeiro diferencial competitivo. A contratação de servidores atendendo a interesses partidários ou consolidar bases eleitorais infeli-

zmente corrobora para a inviabilização dessa realidade. É desnecessário dizer que a contratação dos serviços deve seguir todas as normas de licitação, permitindo a idoneidade necessária para alcançar a tão desejada transparência e credibilidade. A auditoria não estaria substituindo os métodos de fiscalização existentes, mas sim funcionando como uma ferramenta a mais para os gestores públicos.

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amentavelmente teremos de conviver por mais algum tempo com o problema da descontinuidade de poder, diretamente relacionada no Brasil à constante alternância entre governantes. No entanto, o que lemos e ouvimos diariamente é uma mostra clara da necessidade de mudanças. Cedo ou tarde elas terão de acontecer. Com órgãos estatais em estágio quase falimentar, transparência e profissionalismo deixarão de ser “interessantes” ou “importantes” para se tornar “essenciais”. Quiçá tenhamos esses mecanismos para variar um pouco mais o repertório do noticiário político. FERNANDO GONÇALVES MARQUES, DA RCS AUDITORIA E CONSULTORIA

O TCU revelou que 90% dos prefeitos desconhecem as leis de gestão

É mais justo. Quem está pagando a conta é a classe média. Está na hora de começarmos a desonerá-la. CARLITO MERSS (PTSC), RELATOR DA PROPOSTA DE

ORÇAMENTO, DEFENDENDO NOVA CORREÇÃO DA TABELA DO IRPF EM

12% OU 13%

O fato de a origem do dinheiro ser má, não significa que ele tenha de ser queimado. Todo o dinheiro, como qualquer pessoa, pode ser transformado. BISPO RAMÓN GODINEZ, ADMITINDO, QUE A IGREJA MÉXICANA RECEBE

"NARCOESMOLAS"

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ISS: como escapar da armadilha dos 5%

os últimos acontecimentos N políticos, que têm marcado a

história do País, a sociedade registra um prejuízo incalculável em relação aos impostos e seu verdadeiro custo-benefício. O brasileiro paga tributos de países desenvolvidos, enquanto os serviços prestados pelo poder público deixam a desejar. No último dia 24, a Câmara dos Vereadores de São Paulo aprovou um Projeto de Lei, que fiscalizará as empresas prestadoras de serviços, que se refugiam em municípios considerados "paraísos fiscais", onde o ISS (Imposto sobre Serviço) é consideravelmente inferior aos 5% que a prefeitura paulistana cobra, atualmente, sobre o faturamento. Nada mais justo se houvesse também o conserto da alíquota do ISS. Como consultor de gestão empresarial, vejo que é impossível uma empresa

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absorver um custo de 5%, além dos impostos federais e estaduais, sobre o faturamento. Se uma empresa fatura R$ 100 mil, por exemplo, e registra uma lucratividade de R$ 10 mil ou 10% do faturamento, significa que 50% é voltado para pagamento do ISS. No entanto, em países desenvolvidos, os impostos são calculados com base no lucro das empresas e não na receita, como ocorre não somente em São Paulo, mas também no plano federal. Nossos comandantes têm o péssimo hábito de, quando necessitam de caixa para financiar o governo, aumentar a carga tributária, já insustentável. A solução que vejo é abaixar as alíquotas de impostos e criar programas eficazes para regularização da economia informal. Desta forma, a arrecadação seria bem maior, pois haveria elevação da base de contribuintes. Mas o que

vemos, infelizmente, é que parece mais fácil fazer o difícil e constatamos que a lógica, raramente, acompanha nossos políticos. esmo diante desses M problemas, não oriento meu cliente a utilizar desse artifício da fuga para outros municípios. E é a dica que deixo, porque além de gerar um problema fiscal, gera um criminal: evasão de divisas. A solução é que o empresário administre suas contas e seus tributos, embutindo os impostos em seu preço de venda. Identificar se dentro de sua prestação de serviços há locação de bens ou o fornecimento de materiais, onde a legislação permite o devido registro na nota fiscal e isenta do recolhimento do ISS. MAURÍCIO DE LUCA, PRESIDENTE DA PARTWORK ASSOCIADOS

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Sem arma e com essa polícia? Picolé na aula vejo na TV, no pelo trabalho não encontrará resistência. A Q uando programa da CUT, a polícia que cuida do cidadão é de educação no site do P arabéns

bandeira da Asfarc e o ministro do Trabalho, como grande parte dos membros do governo, com cara de "dopado" , fico pensando a quem interessa desarmar as famílias, pois argumentos fantasiosos têm sido usados para iludir a população. A bandidagem não pode agir com a certeza de que

a mesma que estava cuidando do dinheiro que "sumiu" do cofre da PF. Com que tranqüilidade o cidadão deixará só ao encargo da polícia a sua proteção? É preocupante.

ICARO S MORAES, SÃO PAULO, SP ICARODEMORAES@ HOTMAIL.COM

Impostômetro. Seria útil usar o número da arrecadação federal nas escolas, para que as crianças aprendam que cada picolé que elas desejam tem imposto e que por isso elas devem ser criadas com exigências. CAROLINA GRIGGS, SÃO PAULO, SP CGRIGGS@WESLEYAN.EDU

BENEDICTO FERRI DE BARROS PARADOXOS DA CONJUNTURA

S

e a democracia é o governo que representa a maioria, como se pode compreender que um partido, o PT, minoritário eleitoralmente, se ache no governo da nação? O fato contém dois paradoxos, que se desenvolvem em dois tempos, com dois enredos diversos. O primeiro paradoxo é que foi Lula quem venceu, mas seu partido continuou minoritário. Embora o PT tenha se apresentado como o partido da ética contra a corrupção (a teoria), na prática Lula venceu porque o PT praticou o crime eleitoral da corrupção, representada pelo uso de caixa 2. O segundo fator de sua vitória foi a instrumentação de sua propaganda pelos processos mercadológicos aplicados pelo marqueteiro Duda. Evidentemente, um partido minoritário eleitoralmente não dispõe da maioria necessária nos três poderes do Estado, para ter governabilidade e executar o programa ditado por sua ideologia. Como aptamente diagnosticou Frei Betto logo após a vitória eleitoral, "por enquanto conquistamos o governo, mas não adquirimos o poder." O poder virá a ser adquirido mediante a aplicação do segundo esquema, de cooptar partidos, deputados e senadores pela corrupção do genericamente chamado "mensalão", que permitiu a formação da maioria chamada base de sustentação governista. Subsidiariamente, no Executivo, o domínio operacional foi implantado mediante o aparelhamento em todos os escalões, nas estatais e em instituições detentoras de recursos financeiros, como bancos e fundos de pensão, por "companheiros" e "companheiros de jornada."

É

evidente que o domínio político de uma democracia por um partido, que continua minoritário em todos os níveis de representação política, não se consegue de um dia para o outro. A vitória presidencial de 2002 só ocorreu na sua 4ª. tentativa e após 25 anos de existência do PT. A vitória se deu utilizando processos de corrupção que vêm sendo desvendados. Também é

evidente que seus métodos não foram criados do dia para a noite. Seguem ao pé da letra as mais ortodoxas teorias e axiomas de Marx. Um de seus axiomas fundamentais, é o de que os capitalistas burgueses, donos do dinheiro, teriam de ser os fornecedores dos recursos necessários à compra das cordas para enforcá-los. Na aplicação petista, em benefício mútuo. Nada se faz sem dinheiro numa sociedade. Muito menos um evento do vulto e custo de uma eleição. Para um partido diminuto, que ainda hoje ocupa postos relativamente pouco numerosos em cargos públicos, o sistema petista de cobrar dízimos ou vigésimos daqueles que nomeia é ridiculamente insuficiente. Mas paralelamente já se vinha, desde há muito, aplicando um sistema mais eficaz e rendoso de arrecadação de recursos, do qual a prefeitura de Santo André representou o modelo paradigmático.

Delúbio e Valério não têm a envergadura de um Stálin. Mas não fazem feio junto a um Fidel.

O

s detentores do poder político entravam em convênio de corrupção com os capitalistas burgueses (ora representados por empresários) para, mediante processos de fraude de licitações, superfaturamento e outras "maracutaias", ilegais e criminosas, conceder-lhes vantagens clandestinas, com a contrapartida de uma comissão, pedágio, gorjeta, ou mega-mensalão destinado a suprir a caixa2 do partido. Esse processo eficaz e vitorioso, progressivamente estendido a outras prefeituras, foi ampliado para o financiamento da vitória eleitoral do líder do PT em 2002. E, após o início do atual mandato presidencial institucionalizado e aplicado em mega-escala, como exemplificam macroscopicamente os negócios desenvolvidos pela seguradora Interbrasil. Delúbio e Valério não passam de simples executantes, meras "mulas ou laranjas" de uma arquitetura que, embora embrionária e abortada, tem a envergadura ideológica grandiosa, embora obsoleta, do marxismo. Com executantes que se não se alçam à envergadura de um Stálin não fazem feio junto a um Fidel Castro, amigaço de Dirceu, que agora reconhece: "Eu tenho responsabilidade no que aconteceu." BENEDICTO FERRI DE BARROS É ESCRITOR PAJOLUBE@TERRA.COM.BR

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS - 9

ARRECADAÇÃO, AGORA COM CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS, ALCANÇOU R$ 38,67 BILHÕES NO MÊS PASSADO

MP do Bem vai finalmente para o Senado A

SUPERLEÃO COM UM SUPERAPETITE EM AGOSTO ta Federal do Brasil vai gerar, com certeza, uma administração tributária mais forte, mais eficiente e mais capacitada para exercer aquilo que a sociedade espera da gente", afirmou. Do total arrecadado no mês passado, R$ 29,02 bilhões referem-se a impostos e tributos federais. O valor também é o recorde para meses de agosto. A receita da Previdência Social, por sua vez, bateu recorde mensal pelo terceiro mês consecutivo, atingindo de R$ 9,65 bilhões. A comparação não considera os resultados dos meses de dezembro, quando a arrecadação cresce acima do normal devido ao recolhimento de INSS sobre o 13º salário. O crescimento da receita previdenciária foi de 11,28% em relação a agosto de 2004 e, no acumulado do ano, de 6,79% ante igual período do ano passado, refletindo o aumento do emprego, segundo Pinheiro. Economia - O crescimento da economia, na avaliação do secretário, refletiu-se especialmente nos impostos sobre a renda. Isso explica, por exemplo, o aumento de 7,45% na arrecadação do Imposto de Ren-

da Retido na Fonte (IRRF) sobre rendimentos do trabalho de janeiro a agosto, em comparação com igual período do ano passado, mesmo com a correção de 10% na tabela do Imposto de Renda, que teve o efeito de diminuir a retenção. A expansão da atividade econômica também explica parte da expansão real da arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL). No ano, estes dois tributos tiveram aumentos reais de receita de, respectivamente, 20,15% e 19,97%. Pinheiro disse que o

Valter Campanato/ABr

Tenho certeza que o governo terá sabedoria para usar com parcimônia o excesso arrecadado.

Ricardo Pinheiro, secretário-adjunto da Super-Receita

Ricardo Pinheiro (centro): reflexo do bom desempenho da economia

crescimento na arrecadação do IRRF não indica necessariamente que a Receita fará nova correção da tabela do IR para pessoa física. "Tenho certeza que o governo terá sabedoria para usar com parcimônia o excesso arrecadado", disse. A arrecadação de agosto teve ainda um reforço de R$ 1,2 bilhão por conta do pagamento de tributos em atraso e decisões judiciais favoráveis à Receita Federal do Brasil. Por outro lado, foi sentido pela primeira vez o reflexo da desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre máquinas e equipamentos. De acordo com o secretário-adjunto, h o u v e u m a q u e d a re a l d e 9,83% na receita de IPI (excluindo o incidente sobre bebidas, cigarros, automóveis e importação) em relação ao mesmo mês do ano passado. A desoneração dos bens de capital fez parte do pacote anunciado pelo governo em junho para estimular investimentos. O carro-chefe era a MP 252, conhecida como MP do Bem, aprovada hoje pela Câmara dos Deputados e que ainda precisa passar por nova votação no Senado. (AE)

quadrada no Simples. O outro restabelece o regime de incidência cumulativa do PIS/Cofins para o setor elétrico. A Frente Brasileira que derrubou a MP 232 se prepara para convencer os senadores a incluir a ampliação dos prazos para o recolhimento dos tributos federais e manter a correção da tabela do Simples na MP do Bem. No início do mês, o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e um dos líderes da Frente, Guilherme Afif Domingos, discutiu o assunto com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A única dilatação de prazo inserida na MP pelo relator da medida, Custódio Mattos (PSDB-MG), foi a do recolhimento de contribuições dos optantes do Simples. Laura Ignacio/Agências

CANADÁ Estudo mostra que Brasil é o terceiro que mais tributa m estudo elaborado pelo CD Howe Institute, do Canadá, concluiu que o Brasil tem a terceira carga de imposto corporativo sobre investimentos entre as 36 maiores economias do mundo, com uma tributação média de 38,5%. Apenas os impostos da China (45,8%) e do Canadá (39%) superam os do Brasil. Segundo o instituto, a competitividade tributária de um país não deve ser medida apenas pela receita do governo como proporção do Produto Interno Bruto (PIB), pois alguns impostos têm impactos mais

U

negativos do que outros. "Estudos mostram que impostos pessoais e corporativos com taxas marginais altas são muito mais danosos para o crescimento do que taxas sobre o consumo ou ativos imóveis", afirmaram os autores da pesquisa. Eles observam que, para que se avalie o impacto dos tributos sobre os investimentos, também é necessário não se limitar ao imposto de renda sobre os lucros das empresas porque os governos usam regras diferentes para a desvalorização, custos dos estoques e outros gastos da empresas. (AE) DC

N

o primeiro mês de funcionamento da Receita Federal do Brasil – que unificou as receitas tributária e previdenciária –, a arrecadação bateu novos recordes, seguindo a tendência dos últimos meses. A Super-Receita, como é conhecido o novo órgão, arrecadou em agosto R$ 38,67 bilhões. O montante é recorde histórico para o mês e ficou 6,95% (em valores corrigidos pelo IPCA) acima do arrecadado no mesmo mês do ano passado. Na comparação com julho deste ano, que teve uma semana a mais de recolhimentos, houve queda real de 5,37%. No acumulado do ano, a arrecadação total da Super-Receita foi de R$ 307,76 bilhões, 6,19% acima do que entrou no caixa do governo nos oito primeiros meses de 2004, em valores corrigidos. "Foi um resultado muito positivo, que vem refletindo o melhor desempenho da economia, com efeito no emprego e na massa salarial", disse o secretário-adjunto da Super-Receita, Ricardo Pinheiro. "Isso começa a sinalizar que a Recei-

Câmara dos Deputados concluiu ontem a votação da Medida Provisória n° 252, a chamada MP do Bem. As lideranças partidárias fecharam um acordo que permitiu a retirada dos oito destaques que faltavam ser votados pela Casa. Com isso, a matéria segue para análise do Senado, permitindo a conclusão da votação no Congresso Nacional antes do dia 13 de outubro, data final para que ela entre em vigor como lei em 2006. Se o texto for alterado, terá de retornar à Câmara, antes da sanção presidencial. Os partidos que desistiram de destaques poderão apresentá-los novamente. A Câmara havia aprovado o texto principal da MP e dois destaques. Um deles dobra os limites de receita bruta que determinam se uma empresa pode ser en-

Informe Publicitário

Impostômetro já ultrapassou R$ 500 bi S omando o recolhimento de tributos das esferas municipal, estadual e federal, a arrecadação deste ano já ultrapassou a marca dos R$ 500 bilhões. É o que mostra o Impostômetro, taxímetro do Fisco instalado na Associação C o m e rc i a l d e S ã o P a u l o (ACSP). A cifra foi alcançada este ano com 39 dias de antecedência em relação a 2004 e estima-se que os R$ 600 bilhões devem ser atingidos no final de outubro. O Impostômetro também pode ser acessado pelo site www.impostometro.com.br. (LI)

As três alternativas para a sobra de R$ 2,6 bi do Orçamento

governo envia hoje ao Congresso uma mensagem para retificar o erro sobre o Imposto de Renda contido na proposta de Orçamento da União para 2006. Uma das alternativas em estudo para usar a reserva de R$ 2,6 bilhões incluída no texto é a correção da tabela do IR, informou ontem o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo. As outras alternativas são a ampliação da desoneração da cesta básica e a edição de uma nova Medida Provisória (MP) do Bem, para dar continuidade ao processo de redução dos tributos sobre os investimentos do setor produtivo. (AE)

O

DC

ADVOCACIA TRABALHISTA EMPRESARIAL ESPECIALIZADA Os Advogados,

OVIDIO LOPES GUIMARÃES JUNIOR JOEL EDUARDO DE OLIVEIRA ROGÉRIO PACILÉO NETO Comunicam a todos os clientes e colegas a mudança do Escritório de Advocacia Trabalhista para a Avenida Marquês de São Vicente, 121, Bloco B, 13º andar, conjunto 1301, Barra Funda, São Paulo, SP, CEP: 01139-001, Telefones: 11 3616-6544 - 3616-6546, a partir de 10/01/2005, onde estarão atendendo definifivamente.

Encontro em Campinas mostra alternativas para a invasão dos calçados importados Voltado aos empresários do comércio varejista do setor, evento gratuito vai apresentar nova matéria-prima para confecção do produto e oferecer treinamento para lojistas e vendedores A China está chegando. E vem provocando arrepios de medo nos empresários de diversos setores, que vêem poucas chances de concorrer com os produtos chineses que entrarão no mercado brasileiro a preços mais baixos daqueles produzidos no Brasil. Dois setores, especialmente, devem sofrer mais: o têxtil e o de calçados. Ambos vêm se preparando para o confronto há bastante tempo, embora com ênfases diferentes: enquanto o primeiro apostou suas fichas na modernização de linhas de produção, o segundo optou por seguir o caminho de desenvolver novas matérias-primas capazes de reduzir custos, mas sem afetar a qualidade do produto final. Um dos resultados desse trabalho será apresentado em Campinas num evento promovido pelo Centro Tecnológico do Couro, Calçados e Afins (CTCCA), pela Cipatex (empresa do ramo de laminados sintéticos) e pelo Sindicato do Comércio Varejista de Campinas e Região (Sindivarejista) no próximo dia 27 no Hotel Vila Rica: o Encontro PorUs de Conhecimento. Será o primeiro de uma série de 12 encontros programados para acontecer em todo o País (além de Campinas, que inaugura o processo, ele será realizado também em Ribeirão Preto, Porto Alegre, Florianópolis, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e Campo Grande). O objetivo desses eventos é levar aos lojistas e comerciantes de calçados o conhecimento não apenas desse novo material sintético, capaz de fazer frente aos importados, mas também de todo o processo de fabricação dos calçados – e ainda apresentar as várias ferramentas de venda e pós-venda para aumentar a satisfação do consumidor (uma alternativa que os produtos vindos de fora do País não têm e que, se for bem explorada, pode fazer toda a diferença para quem comercializa o produto). “Nós não poderíamos deixar de dar nosso apoio a essa iniciativa. Estamos todos preocupados com o impacto que os produtos importados deverão trazer para o comércio varejista, e, dentro de nossa postura de uma atuação cada vez mais forte junto aos nossos associados, decidimos nos tornar parceiros do evento. Não adianta ficarmos de braços cruzados, apenas torcendo para que as coisas se resolvam. Temos de tomar atitudes e buscar alternativas em todos os níveis para que, no momento em que os importados chegarem efetivamente ao mercado, estejamos preparados e munidos das ferramentas certas para enfrentá-los”, diz a presidente do Sindivarejista, Sanae Murayama Saito. A importância do evento para os empresários do setor calçadista é evidente. Sem essa preparação, sem conhecer alternativas de novos produtos, sem adequar seu sistema de venda e atendimento, ele corre o risco de se tornar apenas um revendedor de calçados sem qualquer vínculo com o cliente, e oferecendo uma mercadoria de qualidade inferior – fatores mais que suficientes para determinar até o fechamento de suas portas. “É por isso que o Sindivarejista convida a todos os empresários do setor calçadista a participarem do evento, que é gratuito; basta fazer a inscrição no Sindicato para garantir a presença. Temos certeza de que o encontro será muito proveitoso para todos”, conclui a presidente da entidade. O Encontro PorUs inclui um treinamento oferecido por técnicos especializados do ramo calçadista, do qual podem participar duas pessoas por loja (sejam elas proprietários, gerentes ou vendedores), com direito a uma cartilha de orientação com todas as informações para auxiliar no processo de venda - desde a história do calçado até itens como conforto e saúde, processos de fabricação, dicas de escolha e conservação, principais problemas e reclamações dos consumidores e materiais usados na confecção. Para participar do encontro basta entrar em contato com o Sindivarejista, através do telefone (19) 3232-4574. Encontro PorUs de Conhecimento Dia 27 de setembro, 19h Hotel Vila Rica (Sala Luis Serson)

Rua Donato Paschoal, 100 - Parque Itália Evento gratuito

www.sindivarejistacampinas.org.br


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quarta-feira, 21 de setembro de 2005

CIDADES & ENTIDADES - 1

Fotos de Cleyton de Souza/AE

CAMELÔS ILEGAIS AMEAÇAM FAZER PIQUETE NO BRÁS Um grupo de vendedores ambulantes ilegais expulsos ontem pela Prefeitura da feirinha da madrugada, na rua Oriente, Brás, invadiu o Complexo Empresarial Novo Oriente, conhecido como Shopping Popular. Durante reunião relizada ontem à tarde, eles ameaçaram uma nova ocupação na madrugada de hoje. Fernando Vieira

O

clima está cada vez mais tenso na região do Brás, no Centro de São Paulo. Revoltados com a série de ações da Prefeitura, que pretende acabar com a feirinha da madrugada, na rua Oriente e entorno, um grupo de camelôs ilegais ameaçava para a madrugada de hoje uma ação de represália. O alvo escolhido era o Complexo Empresarial Novo Oriente, conhecido como Shopping Popular, um espaço recém-inaugurado no quadrilátero formado pelas ruas Monsenhor Andrade, São Caetano, Oriente e avenida do Estado. A feirinha da madruga é uma espécie de "atacadão" do comércio ambulante paulistano. Segundo Ailton Vicente de Oliveira, administrador do Shopping Popular, um grupo de ambulantes reuniu-se na tarde de ontem na sede do Sindicato dos Camelôs Independentes de São Paulo (Sindcisp), responsável pela organização da feirinha da madrugada, durante a qual decidiu-se pelo erguimento de barreiras nas quatro entradas do empreendimento, impedindo o acesso dos ônibus de compradores aos estacionamentos e dos ambulantes que montam barracas no local. “Ficamos sabendo que eles (o grupo de ambulantes da feirinha da madrugada) ameaçam fazer barreiras nos portões e que aqueles que tentarem entrar vão ser depredados ou saqueados”, disse Oliveira. O administrador do Shopping Popular pediu reforço policial para hoje, como forma de tentar 500 BARRACAS manter a ILEGAIS FORAM atividade do mpreendimento APREENDIDAS NA esem interrupção e a evitar confusão RUA ORIENTE generalizada. Teme-se que a ação dos camelôs possa ter conseqüências mais graves do que a simples invasão do espaço – como ocorreu na madrugada de ontem. Afinal, às terças-feiras, são esperados cerca de 150 ônibus de compradores, vindos de diversas regiões do País. A panela de pressão em que se transformou o Brás começou a esquentar ainda mais por volta da 0h de ontem, quando a Prefeitura iniciou uma megaoperação de combate à feirinha da madrugada. Participaram da ação cerca de 250 fiscais ligados à Subprefeitura da Mooca, policiais militares, agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Até as 4h da madrugada, mais de quinhentas barracas haviam sido apreendidas pela fiscalização. O material lotou vários caminhões, que fizeram o transporte em diversas viagens para os depósitos da subprefeitura. Um último levantamento municipal indicava que na rua Oriente e entorno estavam instalados entre 0h

e 7h, pelo menos, cinco mil ambulantes, todos sem Termo de Permissão de Uso (TPU) emitido pela Prefeitura. Proibidos de permanecer no local, muitos ambulantes ilegais foram obrigados a voltar para casa. Mas um grupo de aproximadamente 1.500 camelôs, irritados com a ação da administração pública municipal, não deixou a região. Pelo contrário. Por volta das 4h45, invadiu o espaço construído para abrigar os ambulantes que abandonaram as ruas e aderiram ao Shopping Popular, onde já havia mais de 1.000 barracas montadas. Os camelôs invasores ilegais ADMINISTRADOR alegavam que se eles não podem DE SHOPPING trabalhar porque tumultuam as ruas PEDIU REFORÇO da região, segundo a POLICIAL Prefeitura, os demais também não vão trabalhar. E passaram a obrigá-los a desmontar suas barracas. Apesar da grande confusão no local, onde se encontravam cerca de quatro mil pessoas, não houve confronto. “Conseguimos manter uma postura de nãoconfronto e evitamos uma situação pior, porque muitos clientes estavam desembarcando dos ônibus naquele momento. Para isso, atendemos às exigências e paralisamos as atividades. Ainda bem que a polícia chegou só depois que tudo já havia passado”, disse o administrador Ailton Vicente de Oliveira. Mas, segundo ele, durante a invasão, algumas mercadorias foram saqueadas e dois veículos arrombados e furtados. De um veículo sumio rádio. De outro, as compras de um cliente. Os fatos foram registrados no 12º

Fiscais municipais retiram barracas de camelôs ilegais instaladas na feirinha da madrugada, na Brás

Distrito Policial. Além disso, Oliveira comunicou à polícia a ameaça prevista para hoje e o nome de quatro possíveis líderes do protesto, todos ligados ao Sindcisp. Desde o dia 28 de agosto, o presidente desse mesmo sindicato, Afonso José da Silva, de 35 anos, o Afonso Camelô, está preso. Ele é

acusado de formação de quadrilha, extorsão, danos ao patrimônio público e privado, lesão corporal e incitação ao crime por conta de um confronto entre camelôs, Polícia Militar, Guarda Civil Metropolitana e fiscais municipais, ocorrido no Brás, em 11 de agosto, e por um esquema de achaque aos ambulantes do bairro, com a cobrança de contribuições semanais para permitir a instalação das barracas nas ruas. Além dele, outros quatro ambulantes ligados à entidade também estão presos desde o dia da manifestação. A Prefeitura promete continuar com as operações de combate ao comércio ilegal, iniciadas em março, na capital. Até agora, mais de cinco mil barracas foram desativadas e três mil ambulantes retirados das ruas. Segundo a subprefeitura da Mooca, os ambulantes da feirinha da madrugada vão ser encaminhados para shoppings populares da região. Eles só poderão trabalhar legalizados e durante o dia. Até novembro, a proposta da administração José Serra é remover os vendedores ambulantes ilegais das ruas e calçadas de sete importantes pólos comerciais da cidade de São Paulo: Lapa, Brás, Santana, Santo Amaro, São Miguel, Tatuapé e Centro.

Vendedores ambulantes da região do Brás protestam contra a ação da Prefeitura na rua Oriente Luludi/Agência Luz

Reformas vão adaptar Câmara aos deficientes Termo que prevê a instalação de rampas, banheiros especiais e indicações em braile foi assinado ontem Ivan Ventura

U

ma Câmara para todos, inclusive para os que possuem algum tipo de deficiência. Com esse objetivo, o presidente da Câmara dos Vereadores, Roberto Trípoli (sem partido), e a Se-

cretaria da Pessoa com Deficiência Física e Mobilidade Reduzida (Seped) da Prefeitura do município, Mara Gabrilli assinaram ontem à tarde (antes do início da sessão do plenário) um termo de parce-

ria para tornar todo o Palácio Anchieta acessível a pessoas portadoras de algum tipo de deficiência. Segundo a secretária Mara Gabrilli, serão construídas rampas, banheiros adaptados, piso tátil, mapa tátil, indicadores em brailes, entre outros dispositivos que auxiliem os deficientes no acesso à Câmara. A Seped, por meio da Comissão Permanente de Acessibilidade (CPA), ficará

responsável por analisar e indicar onde deverão ser instalados os aparelhos de ajuda aos deficientes no plenário. À Câmara Municipal caberá a compra desses materiais e ainda a responsabilidade pela obra que será executada no prédio. O custo da reforma e a data de instalação desses equipamentos ainda serão estudados posteriormente pela presidência da casa. A cerimônia de assinatura

os parlamentares e ainda acompanhar os trabalhos deles no plenário bem de perto. Depois de assinar o termo de parceria de acessibilidade na Câmara Municipal, a secretária Mara, que também é deA secretária ficiente física, foi aplaudida Mara Gabrilli de pé pelos 48 vereadores pre(com a caneta sentes. Houve sete ausências na boca) de parlamentares. assina o termo Discussão - Toda a discusde parceria são para que se chegasse à asjunto com o sinatura do termo de parceria vereador começou ainda na semana Roberto Trípoli passada. Mara Gabrilli visitou as instalações do Palácio Anchieta com a finalidade de conhecer os parlamentares e também articular e discutir as mudanças a serem feitas dendo acordo durou poucos mi- tro do Palácio. Ela, inclusive, esteve no plenutos. A secretária discursou rapidamente sobre a impor- nário durante os trabalhos dos tância da colocação desses vereadores. Por conta disso, o instrumentos de acesso à Câ- presidente da Câmara, Robermara. Em seguida, o vereador to Trípoli interrompeu a sesTrípoli falou que a adaptação são por alguns minutos para servirá como um exemplo a anunciar a entrada de Mara ser seguido por todas as esfe- Gabrilli no local. Feito o discurso inicial, os parlamentaras da sociedade. O vereador ainda destacou res passaram a discorrer disque a construção dará um am- cursos inflamados sobre a implo acesso ao público em geral portância do trabalho de Mara para que possa conversar com a frente da Seped.


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16 -.TERCEIRO SETOR

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

O 1º ENCONTRO PAULISTA DE FUNDAÇÕES SERÁ REALIZADO NO SÁBADO E DISCUTE FORMAS DE ORGANIZAÇÃO 13/02/2004 - Newton Santos/Digna Imagem

FUNDAÇÕES SE REÚNEM E CRIAM CARTA DE SP

D

iscutir o papel que as fundações desempenham na sociedade brasileira dentro do âmbito do Terceiro Setor e fornecer subsídios para orientar estas instituições quanto a aspectos legislativos e administrativos que norteiam a sua atuação. Este é o objetivo do 1º Encontro Paulista de Fundações, que será realizado em São Paulo no próximo dia 24 (sábado). Promovido pela Associação Paulista de Fundações (APF), e reforçando o caráter didático do evento, o encontro organizará grupos de trabalho para avaliar e levantar características e necessidades específicas das fundações que atuam em diversas áreas como assistência social, cul-

tura, artes e desporto, ciência e tecnologia, educação, meio ambiente, saúde, sociologia e política. Para a presidente da APF, Dora Silvia Cunha Bueno, o evento é importante porque ele pretende definir o conceito da fundação e suas atribuições. "Pretendemos caracterizar uma fundação. Nosso objetivo é defini-la perante o Código Civil, já que este simplificou sua definição e seu papel na sociedade", explica. Ela ressalta que as fundações têm características diferentes das associações e das Organizações Não Governamentais (ONGs). Uma delas é que as fundações têm a obrigação de atuar juntamente com o Ministério Público. Ela acrescenta que, atual-

Para Dora Silvia Cunha Bueno, Fundação Dorina Nowill é exemplo

mente, existem também as chamadas fundações empresariais. E explica que estas últimas ocupam e atuam no mesmo espaço que as outras fundações, mas que contam com uma estrutura financeira muito melhor que as outras, já que foram criadas dentro do âmbito das empresas e estas destinam uma verba específica ao desenvolvimento de suas atividades. O encontro – De acordo com os organizadores, os integrantes dos grupos representantes de diversas áreas de atuação

na sociedade terão como principal tarefa elaborar propostas claras para ajudar as fundações a cumprir as metas e propostas escolhidas e incluídas em seus estatutos. Um dos participantes do evento, Pedro Cassab, representante da Fundação e Colégio Liceu Pasteur, explica que haverá uma série de palestras para discutir as características específicas das fundações que atuam nas áreas já citadas. "As conclusões obtidas serão a base para a elaboração de um documento que intitulamos 'Car-

ta de São Paulo'. Nele, apresentaremos propostas para a criação de meios eficazes de sustentação das fundações e de desenvolvimento de seus projetos", explica Cassab. Segundo ele, todas as palestras terão o objetivo de apresentar alternativas de atuação para as fundações e até a motivação para o surgimento de novas instituições com estas características. Para a presidente da APF, a Carta terá o papel de defender o movimento fundacional, porque ele perdeu espaço de atuação nos últimos anos e pretende recuperá-lo. Fundamentação – Para que esta meta seja alcançada, Cassab destaca uma das palestras do evento. Intitulada "Fundações - Motivação e Natureza Institucional", será proferida pelo professor José Carlos Moreira Alves. A expectativa é de que os participantes possam obter subsídios para desenvolver seu trabalho dentro de suas instituições de maneira sustentada. "A troca de informações será um instrumento para que as fundações resolvam mutuamente suas dificuldades", acrescenta Cassab. Os temas das demais palestras são "Sustentabilidade das Fundações pela Sociedade Civil. É possível?", que será proferida pelo professor Custódio Pereira (diretor geral das Faculdades Integradas Rio Branco) e "Racionalidade e

Transparência da Gestão das Fundações", pelo professor Marcelo Monello, que é membro do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRCSP). Já confirmaram presença Adib Jatene, Antonio Augusto Junho Anastasia, Cláudia Costin, Fábio Feldman, Gilson de Assis Dayrell, Geraldo Brindeiro e Ricardo Brentani. Durante o evento, haverá uma homenagem a Dorina Nowill e sua fundação, pois segundo a presidente da APF, ela conta com uma estrutura perfeita tanto do ponto de vista da definição da instituição quanto do resultado obtido através das suas iniciativas educacionais e de inclusão social. Inscrições e informações – O encontro acontecerá na sede da Fundação de Rotarianos de São Paulo - Colégio Rio Branco no dia 24 de setembro das 8h às 17h30. O endereço é av. Higienópolis, 996, 3º andar. Paula Cunha

SERVIÇO Mais informações podem ser obtidas na Office Brasil - Gestão de Eventos Corporativos, através do telefone (11) 31671048, com Patrícia, ou na Associação Paulista de Fundações (APF), pelo fone (11) 3237-3193, e-mail apfapf@superig.com.br ou no site www.apf.org.br. O valor da inscrição é de R$ 200,00.

SOS MATA ATLANTICA 18 anos de ação pelo meio ambiente Fotos: Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

A

o completar 18 anos, a Fundação SOS Mata Atlântica está reforçando suas estratégias para aprovar o projeto de preservação da Mata Atlântica que está tramitando no Congresso Nacional há 12 anos e dando continuidade aos trabalhos de conscientização da população em geral sobre a importância da preservação ambiental através de ações em escolas, palestras e recrutamento de voluntários. A associação com outras Organizações Não Governamentais (ONGs) também faz parte da estratégia de elevar o nível de conscientização a respeito deste e de outros temas. Para Mário César Mantovani, diretor de relações institucionais da entidade, a luta da SOS Mata Atlântica nestes 12 anos tem sido pela criação de uma legislação clara que permita a implantação de políticas permanentes de conservação e de proteção ambiental. Mantovani ressalta a importância da aprovação do Projeto de Lei da Mata Atlântica dentro deste contexto de preservação global. Segundo o diretor da entidade ambiental, a região sofreu um desmatamento de 10 mil quilômetros quadrados nesses 12 anos em que a lei espera para ser aprovada. Esse perímetro representa quase 10% da sua área total. Este índice é considerado altíssimo pelos especialistas. O diretor da ONG informa que o projeto foi bastante aprimorado nestes últimos anos pelos conselhos estaduais do meio ambiente. "A constante atualização da lei é uma garantia de que ela vai pegar realmente", diz o ambientalista. Segundo ele, outra conquista destes 18 anos de atuação da entidade que deve ser destacada é a definição do "domínio da Mata Atlântica", que é o reconhecimento da área por parte do Conselho Nacional do Meio Ambiente em 1992 e definido pelo Decreto 750/93. Integração e consciência – Ele acredita que hoje a população em geral compreende e encampa mais as ações da SOS porque a preservação da natureza deixou de ser um

A principal luta é pela criação de uma política permanente de conservação e preservação ambiental Mário Mantovani

Voluntário "faz" a ONG

U

objetivo distante dela porque a sua qualidade de vida está sendo mais severamente afetada pela degradação do meio ambiente e dos grandes centros urbanos. "Quem vive nestes grandes centros urbanos já está consciente de que temas como reciclagem do lixo e poluição do ar e da água são importantes porque eles afetam diretamente o seu dia-a-dia e sua qualidade de vida. Nossas ações sempre criaram uma ligação entre nossas propostas e a realidade vivida diariamente pelas pessoas", diz Mantovani. Integração – Em relação às comunidades mais carentes do país, a associação com entidades de bairros e ONGs que desenvolvem projetos de capacitação e de melhoria de vida para minorias tem contribuído para disseminar mais democraticamente os seus projetos de preservação ambiental. "Chegamos a estas comunidades com o aval de seus líde-

res e, assim, conseguimos transmitir informações e práticas de preservação ambiental", relata o diretor da SOS Mata Atlântica. Segundo ele, a integração com os líderes de bairros das grandes capitais como São Paulo é um fator importante para o bom desenvolvimento de atividades como o monitoramento de bacias de cada um deles. "O trabalho dos voluntários, integrado com a ajuda da população local, é fundamental para a coleta de informações precisas", explica. Ele afirma que os moradores destas áreas fornecem informações importantes sobre seus hábitos e como vivem. Há um treinamento específico desenvolvido para que os voluntários alcancem um bom grau de integração com todas as comunidades envolvidas tanto no trabalho de coleta de dados quanto nas atividades de conscientização, como palestras e peças de teatro para atrair crianças e adolescentes. (PC)

A estufa de mudas (foto maior) e os voluntários ambientais (a partir do alto): Beloyanis Bueno Monteiro, Mário Mantovani e Maria de Fátima Ferreira Francisco

ma das grandes forças da SOS Mata Atlântica é a atuação de seus militantes voluntários. O programa de treinamento do voluntariado ainda está restrito a São Paulo, mas eles atuam em atividades em todo o país. O coordenador deste grupo, Beloyanis Bueno Monteiro, explica que os voluntários são os militantes que participam das mobilizações. Segundo ele, os interessados em atuar na preservação do meio ambiente procuram a entidade e participam de uma primeira reunião de integração para apresentar a organização e sua estrutura. A etapa seguinte é o rito de passagem. Nela, há uma vivência das atividades de educação ambiental que são realizadas em escolas. Perfil – Os voluntários da Fundação têm perfil variado. Há pessoas que não têm formação específica voltada para o meio ambiente atuando na entidade. "Temos jornalistas, dentistas, analistas de sistema e advogados." Todos eles são capacitados com cursos e palestras que envolvem temas relacionados ao meio ambiente. E passam a atuar, em sua maioria, nas escolas. Por isso, o conteúdo é centrado em educação ambiental. O coordenador conta que, em janeiro, foi criado o Con-

s e l h o d o Vo l u n t a r i a d o , composto de dez pessoas, de formação e idades diversificadas. Segundo ele, este grupo atua tanto nas escolas quanto nas empresas que têm procurado a entidade. Estas últimas, quando se verifica que não adotam práticas que degradam o meio ambiente, também atuam como voluntárias. Identificação – Estas premissas já estavam incorporadas à consciência de Maria de Fátima Ferreira Francisco quando ela procurou a SOS, há quatro anos. "Tinha interesse em participar de algum trabalho voluntário quando fui à Feira do Voluntariado em 2001." Já na primeira reunião assinou o termo de compromisso. "O trabalho me mostrou que há muita desinformação nas comunidades carentes. A atuação nestas áreas é muito importante." A identificação com o trabalho também influenciou na escolha profissional. Ela formou-se em Administração de Empresas e está na pós-graduação em gestão ambiental. "Sempre me preocupei com o meio ambiente. Esta escolha fez com que eu me preocupasse muito mais com a minha atuação como cidadã. Queremos fazer com que as pessoas vejam que elas podem mudar o ambiente em que vivem." (PC)


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2 -.CIDADES & ENTIDADES

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

Tasso Marcelo/AE

Ó RBITA

VERÃO

O

governo publicou ontem no Diário Oficial da União o decreto que institui o horário de verão, em parte do território nacional, a partir do dia 16 de outubro. O novo horário, que consiste na antecipação de uma hora, em relação à hora legal, vai durar até o dia 19 de fevereiro e tem como objetivo economizar energia. Ele vai vigorar em dez estados e no Distrito Federal. São os seguintes: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

RAIOS

S

e a primavera, que começa amanhã, às 19h23, é a estação das flores, também é a época dos raios (foto). A partir de outubro as descargas elétricas se intensificam por causa do aumento do calor da estação. Segundo o pesquisador Osmar Pinto Jr, chefe do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a ausência dos fenômenos El Niño e La Niña faz com que a freqüência dos raios seja semelhante à média de 2004: cerca de 7 descargas elétricas por quilômetro quadrado/ano no estado de São Paulo. (AE)

Arquivo DC

SEM CARRO

E

sperando por uma redução nos índices de poluição da cidade de São Paulo, a Secretaria do Verde e Meio Ambiente incentivará a participação dos paulistanos no "Dia Mundial Sem Carro". A ação ocorrerá amanhã em todo o País. Eduardo Jorge, secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, diz que os paulistanos podem contribuir com a qualidade de vida na cidade deixando o carro particular ou o oficial, no caso dos funcionários da administração pública, em casa durante a quinta-feira, e utilizando o serviço público de transporte.

JIMMY PAGE

O

guitarrista Jimmy Page (foto abaixo), da lendária banda de hard rock inglesa Led Zeppelin, recebeu ontem o título de Cidadão do estado do Rio de Janeiro por seu trabalho de assistência a crianças carentes e em situação de risco no bairro carioca de Santa Teresa.

Camilla Maia/AG

PORNOGRAFIA

A

instalação de outdoors pornográficos por três boates para atrair turistas que chegam à cidade para o GP Brasil de F-1, no próximo domingo, terminou ontem com 30 anúncios removidos e duas casas noturnas interditadas. Para a Prefeitura, os anúncios configuram crime de escrito obsceno.

Muda versão para o roubo de R$ 2,1 mi PF informou que o dinheiro estava em uma sala da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, perto de uma porta que dá acesso a um terminal rodoviário, e não numa sala com grades e porta dupla

O

s R$ 2,1 milhões apreendidos pela Operação Caravelas e furtados durante o fim de semana não estavam guardados no local informado pela Polícia Federal na segunda-feira – uma sala com porta dupla, com grades, voltada para o saguão interno do prédio da superintendência. O dinheiro foi deixado numa sala-cofre nos fundos da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), cujo corredor acaba numa porta que dá para a lateral do edifício, vizinho ao terminal rodoviário da praça Mauá, no Rio. Essa porta fica normalmente aberta. O superintendente da PF em exercício, Roberto Prel, autor da versão inicial, argumentou que houve um mal-entendido da imprensa. A nova versão foi confirmada pela assessoria de imprensa do órgão. Pela posição da sala onde estava o dinheiro – dólares, euros e reais – os criminosos não precisariam passar pela entrada principal da superintendência nem cruzar o corredor de 40 metros, como foi divulgado. Eles podem ter subido por uma escada lateral e saído sem necessariamente terem circulado pela superintendência. Os criminosos tiveram que arrombar seis portas, em vez das três, como divulgado inicialmente. Toda a DRE ficou lacrada até passar pela perícia. A

porta da sala mais próxima ao terminal rodoviário permanecia lacrada ontem. O lacre tinha assinatura, entre outros policiais, do superintendente da PF em Brasília, Daniel Gomes Sampaio, designado pelo diretorgeral Paulo Lacerda para chefiar as investigações sobre o furto do dinheiro. I nve st i g a ç ã o - Sampaio trouxe de Brasília uma equipe da força de elite da PF, o Comando de Operações Táticas (COT). Hoje eles revistaram salas e armários da superintendência. Os agentes apuravam a possibilidade de o dinheiro ter sido escondido nas dependências do órgão. "Precisamos descartar todas as possibilidades", afirmou o corregedor Victor Hugo Poubel. Dos 59 policiais afastados de suas funções, 20 começaram a

Cadeado arrombado na sede da PF, no Rio, de onde foram roubados mais de R$ 2 milhões

depor. O escrivão-chefe, que guardou a chave da sala-cofre no seu armário, disse que era praxe e que "o efetivo da DRE sabia disso". Os policiais da Delegacia de Dia disseram que o plantão em que houve o furto transcorreu na "mesmice de um fim de semana". Poubel afirmou que vai apurar um suposto "churrasco comemorativo", que teria ocorrido domingo. Depoimentos - De acordo com o corregedor, os primeiros depoimentos estão "ajudando a esclarecer o caso". "Uma coisa é certa: quem subtraiu esses valores conhecia as dependências da DRE." Segundo Poubel, passam por ali, além dos policiais, "advogados, testemu-

Fábio Motta/AE

Os portugueses Márcio (d) e Rocine (e) foram levados para Goiânia

nhas, jornalistas e funcionários terceirizados". Policiais de várias delegacias ofereceram-se para trabalhar nas investigações do furto. O delegado Alfredo Dutra, afastado da DRE, está entre eles. "Não acredito no envolvimento de ninguém da minha equipe. Mas com certeza foi alguém da PF. Não acredito em motivação política, mas numa maçã podre capaz de cometer um crime como esse", afirmou. Segurança - Ontem foi reforçada a segurança do caixaforte (identificado inicialmente como a sala-cofre onde estaria guardado o dinheiro). Ali está armazenada a cocaína encontrada em peças de carne apreendida na Operação Caravelas. Policiais permanecem 24 horas de plantão em frente ao local, revezando-se a cada duas horas. O acesso ao quarto andar foi interditado. Somente pessoas autorizadas puderam circular por ali. O superintendente em exercício da PF, Roberto Prel, informou que o caixa-forte tem trava eletrônica na porta e alarme. Ele não quis confirmar se há câmeras no local. O delegado disse também que o sistema de segurança da superintendência da PF deverá passar por uma modernização.

Caravelas - Os dois últimos presos mantidos no Rio – Rocine Galdino de Souza e Márcio Junqueira de Miranda – foram transferidos ontem para Goiânia, onde estão concentradas as investigações. Os portugueses Antonio dos Santos Damaso e José de Palinhos Jorge Pereira, apontados como os chefes da quadrilha estão em Goiânia desde a noite de segunda-feira. Os nove presos começam a ser ouvidos hoje. No Rio de Janeiro, policiais fizeram diligências e prepararam o transporte dos 17 carros de luxo apreendidos, previsto para hoje. A droga será incinerada assim que ficar concluído o laudo da perícia confirmando que o material apreendido é mesmo cocaína. Prel refutou acusações de advogados de presos, de que parte do dinheiro apreendido teria sumido antes mesmo de chegar à superintendência. "Acho isso um absurdo. Os policiais daqui só conhecem os de outros estados no momento da operação. Eles estão se aproveitando da crise para lançar novos boatos", disse. Prel fez um apelo a funcionários de bancos e de casas de câmbio que denunciem se pessoas tentarem trocar grandes quantias de euros. (AE)

Ademir da Guia oficializa saída Dekasseguis: preso homem que teria trocado dólares do PC do B e nega denúncias O

Esse suposto atrito entre o vereador Ademir da Guia partido e Ademir da Guia teria (ex- PC do B), falou ontem começado antes mesmo de ele à tarde, pela primeira vez, sobre assumir seu mandato. O exa denúncia de que estaria retencraque do Palmeiras teria sido do parte dos salários de funciosondado por outras legendas, nários do próprio gabinete, tucomo o PPS, e ainda fez parte do em benefício próprio. O prodo chamado bloco do Centrão nunciamento aconteceu duran(que não faz oposição ao gote a sessão na Câmara dos Vereadores de São Paulo. versão e, por isso, não irá co- verno nem lhe dá suporte). No A denúncia contra um dos mentar o assunto. Entretanto, primeiro dia do mandato, maiores jogadores de futebol o vereador negou que tenha se Ademir votou em Roberto Tripoli (sem partido) para a presido Palmeiras, com passagem apropriado desse dinheiro. pela seleção brasileira, chegou Ao término do pronuncia- dência da Câmara Municipal. ao conhecimento da presidên- mento, Ademir da Guia se re- O candidato apoiado pelo precia da Câmara na última quin- tirou do plenário e a sessão re- feito José Serra (PSDB), Ricarta-feira. Na sexta-feira, porém, começou. O vereador, porém, do Montoro (PSDB), foi derroa denúncia foi protocolada e não retornou ao seu gabinete, tado por 28 a 27 votos. O p ro b l e m a s e a g r a v o u encaminhada à Corregedoria mas transitou, por diversas veda Câmara. Segundo a asses- zes, entre a cozinha reservada quando, passada a eleição, Ademir passou a apoiar o gosoria da Casa, funcionários do aos vereadores e o plenário. gabinete de Ademir enviaram Mesmo não querendo falar verno e também foi sondado um documento à presidência com a imprensa, a reportagem por partidos da situação. O PC da Câmara informando que, teve acesso ao vereador que, do B, porém, é aliado do PT e apenas em julho, Ademir teria novamente, não quis falar so- defende a oposição a José Serse apropriado de R$ 15 mil, re- bre o assunto. Mesmo assim, o ra. Essa situação desgastou a ferentes a pagamentos. O ve- D C apurou que o vereador relação entre o vereador e o reador negou as acusações. O acredita que a denúncia de partido. O corregedor da Casa, vesalário de um parlamentar é de apropriação tenha partido de pouco mais de R$ 7 mil. Porém, sua ex-legenda e, por esse mo- reador Wadih Mutran (PP), reo vereador tem direito a R$ 68 tivo, o vereador optou pelo cebeu anteontem o dossiê enmil, todo mês, para gastos com desligamento do PC do B. Em tregue pelos autores da denúnpagamento de funcionários. nota oficial, o partido comen- cia à presidência da Câmara. No entanto, todo esse montan- tou ser "falsa a afirmação de Na próxima reunião do grupo, te somente é destinado ao ga- que o partido teria estimulado sem data marcada, deverá ser binete de cada vereador quan- as denúncias feitas pelos fun- escolhido o relator do caso. Enquanto corre a apuração do ele alega que contratará 18 cionários". da denúncia p e s s o a s ( o credito junto à Cormáximo de regedoria da pessoas por Câmara, o gabinete). promotor de Ontem, em Justiça da Cir á p i d o p rodadania, n u n c i a m e nS a a d M a zto, ele oficialiloum enviou zou seu desliofício ao Legamento do gislativo rePC do B. Disquisitando se ainda que cópia da donão teve acescumentação, s o a o d o c upara investimento entregar a acusague pelos ção em parafuncionários para dar sua O vereador Ademir da Guia, ontem à tarde, depois de sessão na Câmara lelo. (IV)

A

cusado de trocar parte dos US$ 5 mil roubados da família Yonekura, que teve cinco integrantes assassinados há duas semanas, o gerente Eduardo Carregosa Alves, de 24 anos, foi preso ontem em flagrante sob as acusações de receptação de tíquetes roubados e de desacato. Os investigadores do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) vasculharam a loja da rua Thiago Luz, no largo 13 Maio, em Santo Amaro, e encontraram panfletos anunciando a compra de ouro, jóias, dólares e euros. Eles também encontraram vales-refeição. "O dono da empresa confirmou que os vales eram roubados", disse o delegado Luiz Fernando Lopes Teixeira, do DHPP. No local, no entanto, não havia moeda estrangeira. Alves disse aos policiais que o assaltante Celso Alencar dos Santos, que está foragido e é acusado da chacina dos Yonekura, passou em sua loja no dia 13, terça-feira passada. Carregava os US$ 5 mil. Como a quantia era grande, Alves disse que não poderia comprar tudo, pois seria preciso que o dono da loja DNS Jóias autorizasse a transação. Celso e o vigilante Ricardo Francisco dos Santos tiveram a prisão decretada pela Justiça sob acusação de terem torturado e assassinado cinco integrantes da família Yonekura na madrugada do dia 11, na zona leste de São Paulo. Ricardo era amigo de infância de um dos integrantes da família. Os dois estavam atrás dos dólares que três integrantes da família teriam trazido do Japão,

onde haviam trabalhado por seis anos. Os bandidos torturaram as vítimas antes de matá-las. Só um deles, que se fingiu de morto, e seu filho de 11 meses, salvaram-se da chacina. Os acusados levaram os US$ 5 mil, pois o restante do dinheiro estava num banco. Os policiais estavam investigando o paradeiro de Celso quando descobriram que ele havia tentado vender os dólares na loja. Como não conseguiu desfazer-se de tudo, mandou uma pessoa voltar à DNS Jóias no dia seguinte para vender uma parte dos dólares. "Vamos investigar se a loja podia comprar e vender moeda estrangeira. Em tese, pode ter ocorrido um crime contra o sistema financeiro", disse o delegado do DHPP. Por volta das 10h de ontem, os investigadores do departamento foram à loja em Santo Amaro. Na porta havia um plaqueiro com um anúncio: "Compro ouro, compro dólar". Os investigadores entraram na loja para entregar uma intimação ao dono. Foram atendidos por Alves. Este teria se recusado a recebê-los e ainda os teria insultado. Só com a chegada de sua advogada, Patrícia Ioannou, ele concordou em acompanhar os policiais à sede do DHPP. Na loja, os policiais apreenderam ainda os panfletos e os tíquetes. "Ele nega ter ofendido os policiais e só está trabalhando no lugar há 28 dias", afirmou a advogada. Ela também negou que ali sejam comprados e vendidos dólares. "A loja tem autorização policial para comprar e vender ouro", afirmou. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

POLÍTICA - 3

REPASSE FOI FEITO POR JANENE, QUE TAMBÉM RECEBIA R$ 1,5 MI MENSAIS.

poLítica R$ 8 MILHÕES

Dida Sampaio/AE

Eymar Mascaro

FORAM PARA O jogo do poder SEVERINO, S ACUSA DOLEIRO.

e não puder eleger um tucano para o cargo, o PSDB vai torcer para que o sucessor de Severino Cavalcanti na presidência da Câmara seja Michel Temer, do PMDB. O peemedebista despista e em público diz que primeiro precisa se definir o destino de Severino (que deve acontecer hoje). Mas Temer não deixa de cutucar o PT, afirmando que o próximo presidente não deve ser escolhido pelo tamanho da bancada, mas sim por sua representatividade. Temer foi duas vezes presidente da Casa. O PSDB fica com um pé atrás quando se fala na hipótese de o PFL fazer o próximo presidente da Câmara: os tucanos não querem fortalecer o PFL para as eleições de 2006. Querem os que os pefelistas continuem a reboque do PSDB. Numa coisa, porém, PFL e PSDB continuam marchando unidos: não querem na cadeira de Severino um petista, sobretudo se o partido de Lula perder a credencial de bancada majoritária na Câmara. Atualmente, o PT tem 89 deputados, mas pode perder a maioria para o PMDB: os peemedebistas devem ganhar algumas adesões e o PT pode perder alguns deputados assim que for conhecido o resultado das eleições para a presidência do partido. Deputados da esquerda petista ameaçam debandar em caso de vitória de Ricardo Berzoini no 2º turno. Em tempo: Berzoini, do Campo Majoritário, vem obtendo cerca de 45% dos votos.

PRÓ-TUCANO

ENCURRALADO

Lula e o PT não desejam que Michel Temer seja o novo presidente da Câmara: consideram Temer um neotucano disfarçado. Portanto, pode levar o PMDB a apoiar o candidato do PSDB na sucessão presidencial de 2006.

Roberto Jefferson (PTB) continua defendendo a tese de que Walfrido Mares Guia deve deixar o Ministério do Turismo porque o partido precisa romper com o governo Lula. Mas, entre o governo e o PTB, Walfrido fica com Lula.

ANTI-GOVERNO

CONVITE

Michel Temer e o Planalto estão no jogo do braço-deferro. Se depender de Temer, por exemplo, o PMDB desembarca do governo, isto é, devolve os cargos que ocupa na administração, principalmente os ministérios. Temer se comporta como antigoverno.

Ricardo Berzoini (Campo Majoritário) vai convidar Lula para votar no 2º turno das eleições de presidente do PT, no dia 9 de outubro. Berzoini quer desfazer o mal-estar que Lula deixou ao não votar no 1º turno.

APOIO

O jogo no PMDB está claro: o partido deve ter candidato próprio a presidente, mas se não passar para o 2º turno, o partido deve apoiar o tucano. Pelas pesquisas atuais, PT e PSDB devem decidir a eleição presidencial do ano que vem.

NOVA OPÇÃO

Nem Sigmaringa Seixas (DF) nem José Eduardo Martins Cardozo (SP): o Planalto decidiu jogar suas fichas em outro partido, no deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) para a presidência da Câmara, em substituição a Severino Cavalcanti, que deve renunciar hoje.

PRÉ-CANDIDATOS

O PMDB continua em campanha com Anthony Garotinho, mas a cúpula avisa que não descuida de seu quadro de outros précandidatos, como os governadores Germano Rigotto (RS), Roberto Requião (PR) e Jarbas Vasconcelos (PE).

DESCONFIANÇA

O PFL está ligeiramente desconfiado que, apesar de falar em candidatura própria, o PMDB pretende formar uma chapa com o PSDB em 2006. Isto é: os peemedebistas lançariam o vice na chapa tucana. O PFL continua firme com a candidatura de Cesar Maia, mas admite que pode fazer dobradinha novamente com o PSDB ainda no 1º turno.

Caso renuncie a seu mandato, o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), não poderá se aposentar como deputado federal, devendo optar por receber o benefício como deputado estadual. Severino, que exerceu mandato de deputado es-

REPRESENTAÇÃO Não existe precedente do caso na Câmara, mas o Conselho de Ética decidiu manter os processos de cassação de mandato dos deputados José Dirceu (PT) e Sandro Mabel (PL). Roberto Jefferson tentou retirar a representação contra os dois deputados encaminhada pelo PTB, mas o conselho reafirma que recusou a proposta.

DEPOIMENTO

DEFESA No discurso que fará hoje de renúncia ao mandato, o deputado Severino Cavalcanti vai se defender da denúncia de que teria recebido propina para favorecer o empresário Sebastião Buani na exploração de restaurante que funcionava na Câmara. Severino renuncia para tentar a volta em 2007.

Deputada petista Sueli Campos abraça o presidente da Câmara

tórax). Mas o documento analisado é uma cópia e o laudo não pôde ser conclusivo. kern 0.2ptAcerto – Assinado em 30 de abril de 2002, o contrato prorroga por mais três anos o direito de Buani explorar quatro restaurantes e três lanchonetes da Câmara. Buani alega que pagou propinas, num total de mais de R$ 120 mil para obter o benefício. A primeira parcela do acerto, segundo informou Buani à PF, foi de R$ 40 mil e teria sido paga no mesmo dia da assinatura do contrato. As restantes, chama-

tadual por 28 anos, deverá receber uma aposentadoria que não chegará a R$ 6 mil, o teto máximo pago pela Assembléia Legislativa de Pernambuco. O deputado chegou a contribuir para a Previdência da Câmara, mas, com a extinção do Instituto de

Previdência dos Congressistas (IPC), em 1999, o deputado pediu ressarcimento e recebeu o que já havia contribuído desde 1995. A lei que acabou com o IPC previa a possibilidade de o parlamentar pedir suas contribuições de volta. Há seis anos, Severino DC

OLHO EM 2006 Marta Suplicy está de olho na legenda do PT para se candidatar ao governo paulista no ano que vem. A ex-prefeita disputa a legenda do partido com o senador Aloizio Mercadante, que integra a chapa do Campo Majoritário.

É grande a expectativa pelo depoimento de hoje do banqueiro Daniel Dantas na CPMI dos Correios. Mas, acredita-se que a tônica é que Dantas não fará declarações surpreendentes, nem sobre sua suposta participação nos negócios dos fundos de pensão.

transmitida por Claramunt, Janene teria recebido da Bônus-Banval R$ 1,5 milhão por mês para apoiar o governo. "Ele contou que o dinheiro serviu para adquirir o Severino", disse o líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN). De acordo com os parlamentares, Toninho disse que o acerto entre o Planalto e o PP teria sido fechado nos meses de abril e maio. "Fica explicado porque o governo mudou da posição de polvorosa que ficou com a eleição de Severino para depois se acalmar", disse Faria de Sá. Para o deputado, as informações de Toninho "podem ser meio fantasiosas, mas no final das contas se encaixam nos fatos que temos acompanhado". Perícia confirma – Se precisasse de outro motivo, além da acusação do doleiro, para renunciar, Severino terá mais um: uma perícia grafotécnica realizada pela Polícia Federal indicou que foi ele mesmo quem assinou o documento prorrogando a concessão dos restaurantes da Câmara em favor do empresário Sebastião Buani (que ontem foi internado em São Paulo com dores no

das de 'mensalinho', teriam sido pagas nos meses seguintes, até novembro de 2003, no valor de cerca de R$ 10 mil cada. A denúncia destruiu a reputação do presidente da Câmara, que sonhou alto mas viveu pouco tempo de glória. A principal evidência do suborno é um cheque de R$ 7,5 mil, pago em um mês que Buani alega ter faltado dinheiro em espécie. (Agências) Leia mais sobre o depoimento de Toninho da Barcelona na página 5

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DC

CANDIDATURA

Ao defender o lançamento de candidato próprio ao Planalto, Michel Temer joga água no chopp do presidente. Lula faz de tudo para convencer o PMDB a indicar o vice na sua chapa. Até agora, a cúpula peemedebista não mordeu a isca.

FUTURO Apesar de ter declarado seu voto em Ricardo Berzoini, Marta Suplicy não ficaria órfã se Valter Pomar se elegesse presidente do PT. O principal ex-secretário de Marta na Prefeitura, Jilmar Tatto, fez a campanha de Pomar na cidade de São Paulo.

E

leito presidente da Câmara em 15 de fevereiro, o rei do baixo clero, Severino Cavalcanti (PP-PE), escolheu o fim de tarde de hoje (18h30) para anunciar a renúncia ao cargo e ao mandato parlamentar. Na noite de ontem, Severino colecionava mais um motivo para tomar tal decisão: o doleiro Antonio Carlos Claramunt, o Toninho da Barcelona, disse em sessão conjunta das CPIs dos Correios, do Mensalão e dos Bingos, a portas fechadas, que ouviu do doleiro Najun Turner, na cadeia, que o presidente da Câmara, deputado Severino Cavalcanti (PPPE), teria recebido um total de R$ 8 milhões, que foram repassados a Severino pelo líder do PP, deputado José Janene (PR). Fonte: Valério – O dinheiro provinha de duas fontes manipuladas pelo empresário Marcos Valério: a corretora BônusBonval, que repassou R$ 5 milhões, e o doleiro Dario Messa, que providenciou os R$ 3 milhões restantes. Toninho afirmou que todos esses dados estão armazenados num computador seu que está em poder da Polícia Federal. O parlamentar disse ainda que, na versão

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contribui com o Plano de Seguridade dos Congressistas, mas o tempo não é suficiente para que ele se aposente pela Câmara. O presidente da Câmara está em seu terceiro mandato de deputado federal e tem salário mensal de R$ 12.870. (AE)


São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 2005

D C A R R O 11

FERRARI Divulgação/Ferrari

Chegou das pistas a F430 Diretamente das pistas para as ruas de São Paulo, chegou a Ferrari F430, com cinco formas de dirigir. Nenhuma delas inclui buracos como os nossos.

A

inda que neste ano os resultados de pista da Ferrari não estejam à altura das tradições da Casa de Maranello, é inegável que o lançamento, no Brasil, da Ferrari F430, moldada com atributos encontrados nas máquinas de pista, causou enorme frisson entre os fãs da marca. A Oca, no Ibirapuera, onde foi apresentada, "ferveu". À entrada, ferraristas dispensavam manobristas, estacionando eles próprios seus "cavalinhos", sem esquecer de uma última acelerada forte. Para marcar presença.

O carro - A tecnologia de competição e desenvolvimento de novos materiais transferidos para a F430 fizeram o modelo de rua mais leve, rápido, seguro e estável. Com ele surge a nova geração de 8 cilindros da Ferrari. A proposital semelhança de design com outros "cavalinhos" da marca, entre eles o Modena, fazem dele o seu substituto natural. Entre os destaques que sairam da pista para a rua, o comutador no volante (chamado pelos pilotos da equipe de F1 de manettino), permite controlar integralmente todo o sistema que governa a dinâmica do carro, permitindo ao motorista intervir, a qualquer momento, no comportamento do carro, sem tirar as mãos do volante.

Sua concepção aerodinâmica incorporou técnicas e conceitos da Fórmula 1, como o revestimento liso da parte inferior – fundo plano – que melhora a aderência pela obtenção de maior apoio aerodinâmico superior. O F430 é mais longo, largo e alto que o Modena, no qual é inspirado. Mas a distância entreeixos e as bitolas dianteiras e traseiras são idênticas. Motor novo - O motor é inédito e, ainda que abrigue a típica arquitetura dos V8 Ferrari, tem estrutura renovada com relação à versão que equipa o F360 Modena. Sua cilindrada foi aumentada em cerca de 20% (de 3.585 cm³ para 4.308 cm³) e a potência, quase 23% (de 400 cavalos para 490 cavalos). O "manettino" - comutador colocado junto ao volante - permite cinco alternativas diferentes de condução: Ice (máxima proteção com controle de tração e estabilidade); Baixa aderência (garante a estabilidade na chuva e situações de baixo atrito); Sport (condição básica de dirigibilidade, oferece o melhor compromisso de estabilidade); Race (para ser usado exclusivamente em pista, uma das suas funções é reduzir ao máximo o tempo de mudança de marchas); e CST (controle de estabilidade e de tração desligados. O carro fica nas mãos do piloto). Preço? Mais de R$ 1 milhão - Os modelos que chegaram ao Brasil já foram vendidos, mas a Ferrari não informou o preço oficial que, sabe-se, não ficará abaixo dos R$ 1,350 milhão. Mesmo assim, a expectativa de venda da Ferrari F430 é de 35 a 40 unidades por ano.

O estúdio Pininfarina foi o responsável pelo desenho da F430 que tem o mesmo "espírito" de modelos anteriores, como o Modena, Spider, Challenge, GTC e o Challenge Stradale

Ao alcance das mãos, motorista tem, junto ao volante, uma borboleta para definir uma das cinco opções para conduzir a sua Ferrari


São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 2005

DCARRO

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MOTOS

Salão Duas Rodas vem aí. Não perca! Quem curte motos já está contando os dias. O salão delas será em outubro, com promessas de muitas novidades. Divulgação

ALZIRA RODRIGUES

O

s apaixonados por duas rodas poderão conhecer as novidades dos principais fabricantes do setor, fazer test-drives e assistir campeonatos de motocross no próximo mês, em evento programado para os dias 18 a 23 no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. É o Salão das Duas Rodas 2005, que chega à sua quarta edição com uma área de 18,5 mil m² e a participação de 300 expositores de toda a cadeia produtiva de motos e bicicletas, incluindo acessórios, equipamentos, vestimentas e serviços. Além de ser um importante palco de lançamento de produtos que estão para chegar ao mercado brasileiro, o salão também abrange shows e uma série de atividades dirigidas ao público aficionado pelo mundo das duas rodas. Diversas atividades - Entre as principais atrações, estão as demonstrações de motovelocidade e as provas de Motocross, Moto Trial e Dirt Jump. São montadas pistas específicas para os esportes e os visitantes têm a oportunidade de dirigir inúmeros modelos de bicicletas ou motos, que são colocados à disposição do público pelos fabricantes. O evento também vai sediar a prova final da Copa Arena Cross, que acontece às 15 horas do dia 23, um domingo. “O encontro é um grande incentivador da cultura dos veículos duas rodas”, afirma Eric Henderson, presidente da MG do Brasil, empresa responsável pela orga-

O evento, que acontece em outubro no Centro de Exposições Imigrantes, vai sediar a prova final do Arena Cross. Na última edição do Salão das Duas Rodas, em 2003, esse tipo de atividade atraiu grande número de pessoas.

nização. Entre as marcas presentes, estarão a Honda, Yamaha, Sundown Motos e Sundown Bikes, e também a tradicional Harley-Davidson. Serviço - O Salão de Duas Rodas, que acontece nos anos ímpares, vem crescendo a cada edição e, este ano, terá área 20% superior à do evento de 2003. O ingresso vai custar R$ 18, sendo que crianças de 5 a 12 anos (até 4 anos é

grátis), Moto Clubes cadastrados anteriormente e caravanas também devidamente cadastradas pagarão meia. Haverá um estacionamento grátis de 6 mil m² para veículos duas rodas e outro onde os automóveis vão pagar R$ 15 e as motos, R$ 10. O endereço do local do evento é Rodovia dos Imigrantes, km 1,5, a 800 metros do Metrô Jabaquara. A maioria dos fabricantes está prometendo novidades para o salão. Estarão

presentes não apenas as empresas locais, como também marcas de fora, como a Vento Motorcycles, dos Estados Unidos, que vai mostrar os modelos de scooter Phantom GT5 e R41, ambos de 150 cc, além do quadriciclo Avalanche de 99 cc, entre outros modelos. Além de ver o que há de mais moderno em motos nacionais e importadas, os visitantes poderão comprar acessórios, roupas e equipamentos específicos do segmento.

NOVIDADE MERCADO

Moto Honda com air bag

A

Honda anunciou no início deste mês que obteve sucesso na produção do primeiro air bag para motocicletas do mundo. De acordo com a montadora japonesa, o sistema vai ajudar a diminuir a gravidade de ferimentos que podem ser causados por colisões frontais. Já utilizado em larga escala nos automóveis, o equipamento é considerado importante item de segurança veicular. O primeiro modelo da Honda a receber o air bag é o Gold Wing, que começa a ser vendido já no próximo ano.

VENDAS EM ALTA

Divulgação/Honda

O modelo Gold Wing será comercializado com air bag em 2006

O mercado de motos tem surpreendido os próprios fabricantes, a ponto de a Abraciclo, entidade que representa o setor, ter revisto para cima as metas para este ano. Estima-se, agora, que 2005 seja encerrado com a produção de 1.162.000 motocicletas, o que representará crescimento de 10% sobre o ano passado. Anteriormente, projetava-se expansão de 7%. Em agosto, por exemplo, foram comercializadas 97.635 unidades, volume

77,4% superior ao de julho e 9,3% acima do registrado no mesmo mês de 2004. O presidente da Abraciclo, Paulo Takeuchi, explica que julho foi um mês atípico, porque a maioria dos fabricantes concedeu férias coletivas, o que influenciou na oferta de produtos no varejo. "De qualquer forma, porém, temos conseguido resultados acima dos esperados e o Salão das Duas Rodas deve contribuir para aquecer e movimentar ainda mais a indústria nos próximos meses".


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DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 2005

ACESSÓRIOS

Mitos e verdades sobre a"febre dos acessórios" ANDERSON CAVALCANTE

Equipamentos para o "fora de estrada" podem ser funcionais ou ter função estética nos carros de passeio, mas também podem proteger ou prejudicar o carro

O

s engenheiros das montadoras passam anos pesquisando formas de aumentar a segurança dos veículos de maneira a criar proteção adequada em caso de acidentes, seja para seus ocupantes ou para os demais envolvidos, como pedestres e usuários de outros carros. O uso errado de peças e acessórios pode comprometer todo estudo da engenharia. Exemplo é a utilização de engates para reboque que, erroneamente, muitos colocam com a intenção de proteger o párachoque traseiro: um produto mal projetado, além de não proteger, irá deformar mais o veículo que colide e causará sérios danos no automóvel em que está instalado. A febre de personalização de veículos, no Brasil, vai além do tuning e utiliza também acessórios off-road. Externamente, os veículos fora de estrada necessitam, e isso é óbvio, de equipamentos de proteção como suporte para estepe, pára-choques tubular ou de impulsão (quebra-mato), engates de reboque, grade protetora frontal, bagageiro e mais uma infinidade de itens concebidos para oferecer segurança e praticidade.

"Só os nossos" - Já nos carros de passeio, nos quais estes equipamentos são utilizados, as montadoras mantêm a posição de não apoiar a instalação de qualquer tipo de acessório que não seja homologado e instalado diretamente na fábrica ou nas

redes autorizadas. Mas quanto à instalação de seus "kits de personalização", garantem que em nada comprometem na originalidade de seus veículos e que estes acessórios têm apenas a função de modificar a estética, fazendo com que seus modelos fiquem com aspecto "aventureiro". Por intermédio da sua assessoria de comunicação, a Ford explica Alguns modelos, como o Fiesta Trail (acima) ganharam kit com visual fora de estrada

Fotos: Divulgação


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DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 2005

NO CINEMA Divulgação

Cars, o desenho, só no ano que vem Agora os carrinhos chegam "humanos" e na forma de desenho animado, dirigidos por Disney e Spielberg

E

ntre os filmes mais esperados do momento, principalmente pela garotada, mas, certamente, também pelos adultos amantes de 4 rodas e que curtem uma sétima arte, está a animação "Cars" (carros em inglês) do estúdio americano Pixar – leia-se Disney mais Spielberg – que humaniza o universo dos automóveis dando-lhes vida. São vários carros que ganham vida própria e vivem suas aventuras nas mais diversas situações. Para valorizar cada um dos "carros vivos", os produtores da fita contrataram "vozes" famosas para fazer-se passar pelos

automóveis. Entre elas, os destaques são o veterano Paul Newman (Doc Hudson); o hispânico Cheech Marin (Ramone); Guido Caroni (Guido); Owen Wilson (Lightning McQueen), entre muitos outros. A nota triste é que, infelizmente, ainda vamos ter que aguardar um bom tempo para assistir e curtir essa novidade. Ainda em fase de finalização digital, "Cars", que tem figuras como estas da ilustração, tem previsão de lançamento, lá nos Estados Unidos, apenas em junho de 2006. Isto significa que, aqui, só mesmo no final do ano que vem. O consolo está na internet. Quem qui-

Estes dois "atores" são atrações com vozes, entre outras, de Paul Newman

ser assistir o teaser do filme deve acessar www.apple.com/trailers/disney/cars/ e conferir. Vale a pena! Sucessos sobre rodas - Carros no cinema não são novidade. O famoso Herbie, já está na sua quinta versão e fez grande sucesso nas últimas férias escolares de julho. Mas nem sempre eles são os atores

principais, como acontece com o "Fusca" e agora com os "Cars". Na maioria das vezes eles atuaram como coadjuvantes, ajudando os atores a demonstrar as emoções de seus personagens ou usados para fugas espetaculares, assaltos, encontros românticos, loucas corridas ou apenas para figuração, nos filmes onde, em grandes cidades, enchem as telas.

O CONCEITO MINI TRAVELLER Divulgação

Uma das atrações do Salão de Frankfurt foi apresentada pela BMW, com sua marca Mini. No seu 45º aniversário, o modelo tem uma releitura na concepção do Traveller, ou, viajante. O Mini-concept traz mais espaço interno em relação aos modelos anteriores, com espaço suficiente para quatro ocupantes e grande teto solar que mais lembra uma grande janela envidraçada. E luxo é o que não falta nesse conceito. Com interior na cor cinza, e detalhes em couro na mesma cor, tem outros acabamentos em aço escovado e

Divulgação

NOVIDADES E CURIOSIDADES

TERMINATOR: A SUPERMÁQUINA

forração especial de carpete também cinza. As portas traseiras abrem-se para fora. O Mini Traveller é um veículo

familiar pelas suas dimensões e espaço. É a primeira aposta da marca na área dos chamados compactos superpremium.

VOLKSWAGEN PRODUZIRÁ HÍBRIDOS NA CHINA Divulgação

A Volkswagen, maior fabricante de automóveis da Europa, vai começar a fabricar carros híbridos em 2008, com seu principal sócio chinês, podendo fazê-lo, em grande escala, a partir de 2010. A Volkswagen é parceira da Shanghai Automotive, maior fabricante da China. O projeto visa estimular os chineses na busca de fontes de energia alternativas e controle da poluição. Objetivo: fabricar 500 híbridos para o transporte de pessoas nos Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim e produzir em grande escala antes da Expo Mundial de Xangai em 2010

Jay Lenno aficionado por automóveis- sua coleção é avaliada em mais de US$ 3 milhões - e apresentador da série "Rides", exibida no Brasil no Discovery Channel, tem um novo "brinquedo", o "The Tank Car" ou "Terminator Car", que tem enormes proporções: entreeixos, 4,83 metros e pesa 4.309 kg. O seu motor, impressionante, foi adaptado,

de um tanque M47 Patton com 18 litros de capacidade e 18 cilindros em linha. A potência, 912,5 cv. Na pista de testes da GM, na Califórnia, o veículo atingiu o quarto de milha – cerca de 400 metros- em 12,9 segundos, nada impressionante, se esquecermos do peso do modelo. Cada louco com a sua mania, não é mesmo?

BIO-ETHANOL EUROPEU A notícia é boa para o Brasil, que detém a tecnologia dos motores flexíveis: a Ford Europa prepara o lançamento do Focus Flexi-Fuel Vehicle (FFV) para o ano que vem. Um primeiro lote de veículos já foi encomendado pelos departamentos públicos

de algumas cidades inglesas. O Focus FFV responderá por cerca de 80% das vendas do modelo, que deverão crescer, em função dessa tecnologia, que pode ser nova para os europeus, mas que já é grande sucesso de vendas no Brasil.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.POLÍTICA

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

EX-ASSESSOR DO PP IRRITA A COMISSÃO E BANQUEIRO DIZ QUE EMPRÉSTIMOS AO PT TINHAM AVAL 'MORAL'.

GENU: "NUNCA OUVI FALAR EM MENSALÃO". Joedson Alves/AE

Jane de Araújo/AS

Ex-assessor do PP (à esq.) só foi ao Rural "pegar encomendas". Guimarães (acima) contratou exmulher de Dirceu a pedido de Valério.

O

O PT tinha e tem condições de pagar. O PT tinha o fundo partidário, mensalidade de militantes, o aval de um empresário rico e o aval moral dos seus dirigentes". Ricardo Guimarães, presidente do BMG devedor estaria ainda em R$ 3,3 milhões. Contradição - Para o deputado Gustavo Fruet (PSDBPR), a decisão do BMG de conceder empréstimos ao PT e a Marcos Valério, num total de R$ 34 milhões (ou 4% do patrimônio líquido do banco) é contraditória com o perfil de negócios do banco, que usa 90% de seu capital com crédito consignado, e só se explica pelo interesse de abrir uma porta de acesso ao governo. (Agências)

Ex-diretor dos Correios depõe amanhã; sócio de Valério será ouvido na terça.

Delúbio

Pereira

Valério

Mendonça

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, se recusou a nomear sacadores das contas de Valério na CPMI dos Correios. Na CPMI do Mensalão, ele não explicou pagamentos a Duda e disse que José Dirceu não negociou dívidas do PT.

Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Assumiu ter negociado cargos; saiu do PT, depois da descoberta de que ganhou um Land Rover da GDK . Valério disse que ele sabia dos empréstimos repassados ao diretório nacional.

Marcos Valério, dono da SMP&B e da DNA. Movimentação bancária mostra saques de vários políticos e assessores, num total de R$ 55 milhões. Disse na CPMI do Mensalão que o aval de Dirceu foi confirmado por Delúbio.

O publicitário Duda Mendonça, da DM9, confirmou ter recebido dinheiro de Marcos Valério no exterior. Os repasses, segundo ele, eram para pagar dívidas do PT, das campanhas eleitorais de 2002. Valério negou a versão de Duda.

Palmieri

Osório Batista

Jefferson

Lamas

Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB, depôs no dia 16 de agosto na CPMI do Mensalão e revelou que esteve em Portugal com Marcos Valério para obter recursos da Portugal Telecom para pagar dívidas do PT e do PTB.

Antônio Osório Batista, diretor afastado dos Correios por ter sido citado por Marinho na gravação. Depôs na CPMI e afirmou que Jefferson pediu dinheiro aos diretores da estatal para fazer caixa de campanha.

A Câmara cassou o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que perdeu os seus direitos políticos até 2015, por 313 votos a favor e 156 contra. Ele foi cassado por quebra de decoro parlamentar, tráfico de influência e crime eleitoral.

O ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, confirmou em depoimento à CPMI do Mensalão que foi algumas vezes a Belo Horizonte buscar dinheiro a pedido do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.

Genoino

Jefferson

Duda

Roosewelt Pinheiro/ABr

Roosewelt Pinheiro/ABr

Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério. Depôs na CPMI e contestou as versões de seu ex-patrão para os grandes saques bancários. De olho numa das 513 cadeiras da Câmara, Karina se filiou ao PMDB e pretende se candidatar à deputada federal em 2006.

Valter Campanato/ABr

Karina

Roosewelt Pinheiro/ABr

Galeria de personagens Roosewelt Pinheiro/ABr

vez de retirar o processo vá ao conselho prestar depoimento e defender quem ele denunciou. O deputado Jairo Carneiro (PFBA) concordou. "Que ele (Jefferson) apareça como testemunha e venha se retratar, em vez de macular de vez esta Casa", afirmou. Carneiro disse ainda que a aprovação do parecer significaria "fechar a porta contra qualquer insulto ao Conselho e à Câmara". Defesa - O deputado João Magno (PT-MG) apresentou ontem sua defesa Joedson Alves/AE na comissão de sindicância da Corregedoria da Câmara, no processo em que é acusado de falta de decoro parlamentar por suposto recebimento de mensalão, negando qualquer ligação com esse tipo de pagamento. O deputado PeTrad: parecer aprovado no conselho dro Henry (MS), ex-líder do PP na dagmin (PT-SP), ligada ao de- Câmara, pediu à comissão de putado José Dirceu (PT-SP), sindicância o arquivamento que seria um dos beneficiados do processo movido contra ele com a retirada da representa- por falta de decoro parlamenção, votou contra o parecer. tar, depois de ser acusado por Mas para o advogado de Dir- Jefferson de recebimento de ceu, José Luis de Oliveira Li- mensalão. Henry argumentou ma, o PTB tem direito de desis- que apenas entrou na lista elatir do processo. borada pelas comissões (CPO deputado Nelson Trad MIs) dos Correios e do 'Mensa(PMDB-MS), relator do pro- lão" porque Jefferson o acusou, cesso votado ontem, argumen- mas sem apresentar provas. tou que a retirada do processo Magno, que apresentou sua deixaria o deputado acusado defesa logo depois de Henry, "no cinzento da dúvida". alega que recebeu R$ 300 mil Sugestão - O deputado Chi- do PT para pagar contas de sua co Alencar (PT-RJ) sugeriu ao campanha a prefeito de Ipatinex-deputado Roberto Jeffer- ga, no ano passado, e que esse son, que defendeu a retirada dinheiro foi repassado ao tedas representações de sua auto- soureiro de campanha responria contra Dirceu e o deputado sável pelo pagamento das desSandro Mabel (PL-GO), que em pesas. (Agências) Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decidiu que os processos por falta de decoro parlamentar instaurados não poderão mais ser retirados. Os membros do conselho aprovaram o parecer elaborado pela assessoria jurídica, que concluiu que o autor do pedido, neste caso, o deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ), não tem mais autonomia para impedir a continuidade do processo. A deputada Angela Gua-

do banco em São Paulo, em novembro de 2003, para atender a um pedido de Valério. Garantias – "Pelas nossas análises, o PT tinha e tem condições de pagar. O PT tinha o fundo partidário, mensalidade de militantes, o aval de um empresário rico (Marcos Valério) e o aval moral dos seus dirigentes", afirmou o banqueiro. Segundo ele, o PT já teria pago R$ 800 mil dos juros do empréstimo, e Marcos Valério outros R$ 350 mil, mas o saldo

Daniel Dantas depõe hoje nas CPMIs protegido por habeas-corpus Pedro Henry, ex-líder do PP e Sandro Mabel, do PL, na Corregedoria

PROCESSOS CONTINUAM NO CONSELHO O

admitiu que poderia haver mais dinheiro do que os R$ 700 mil declarados nos recibos assinados no banco. Genu disse que esteve umas três vezes no Banco Rural para "pegar encomendas" e que não abria os pacotes lacrados. "Podia ter mais dinheiro lá porque eu não abri os pacotes", admitiu. Patrimônio - Genu disse que seu patrimônio é compatível com a renda familiar e negou ter relações com o Trade Link Bank. Os parlamentares queriam saber também se ele foi mais de quatro vezes ao Banco Rural, de acordo com o registro de entrada na instituição, sem ter assinado recibo. O ex-assessor afirmou que "não tem conhecimento" de outras idas à agência. Genu também afirmou que nunca fez operação na corretora Bônus-Banval e que nunca foi so-

Valter Campanato/ABr

Ailton de Freitas/Agência O Globo

clima entre os parlamentares que colhiam ontem o depoimento de João Claudio Genu, ex-assessor do líder do PP na Câmara, José Janene (PR), era de insatisfação. As respostas do depoente chegaram a irritar deputados e senadores da CPMI do Mensalão. Genu afirmou que nunca ouviu falar em mensalão e garantiu que só tomou conhecimento do pagamento de mesada pelas notícias de jornal. Também afirmou nunca ter conhecido o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, apesar de ter ligado várias vezes "em nome do deputado Janene" para o petista. Genu negou que tenha recebido mais de R$ 4 milhões que o empresário Marcos Valério diz ter repassado a Janene, mas

zinho lá. A filha do deputado José Janene (PP-PR) trabalhava na corretora. O deputado João Correia (PMDB-AC) lamentou que Genu, cujo depoimento, em sua opinião, era o mais promissor, estivesse "reticente" para que o seu depoimento à comissão possa servir de álibi aos dirigentes do partido para o qual trabalha. Na avaliação de Correia, o depoimento de Genu é uma "pantomima armada" para esconder o mensalão. Empréstimos - O presidente do BMG, Ricardo Guimarães, disse ontem, em depoimento a uma subcomissão da CPMI dos Correios, que os empréstimos concedidos ao PT tinham uma espécie de "aval moral" dos então presidente e tesoureiro do partido, José Genoino e Delúbio Soares. Ele confirmou, também, a intermediação realizada pelo empresário Marcos Valério para que ele fosse recebido em audiência no Palácio do Planalto pelo exministro José Dirceu. O encontro entre Dirceu e Guimarães ocorreu em 20 de fevereiro de 2003, apenas três dias depois de o PT receber o empréstimo de R$ 2,4 milhões do BMG. Cinco dias depois, uma outra coincidência: o BMG liberou um novo empréstimo, desta vez de R$ 12 milhões, para Valério. Guimarães informou ainda que a ex-mulher de Dirceu, Ângela Saragoça, foi contratada como psicóloga do departamento de recursos humanos

Gushiken

Genu

Toninho

Genu

Toninho da Barcelona

Costa Neto

Genoino

João Cláudio Genu, ex-assessor de José Janene (PP-PR). Ele negou que tenha recebido mais de R$ 4 milhões que Valério diz ter dado a Janene, mas admitiu que poderia haver mais dinheiro do que os R$ 700 mil declarados nos recibos do banco.

O doleiro Antônio Oliveira Claramunt negou ontem que tenha prestado serviços ao PT ou a outros partidos, Mas, no mês passado, disse que operava para o PT durante a campanha de 2002, trocando dólares por reais.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, se recusou em seu depoimento à CPMI da Compra de Votos a revelar nomes de empresas e pessoas físicas para as quais teria repassado supostos R$ 6,5 milhões recebidos de Marcos Valério.

O ex-presidente do PT José Genoino depôs na CPMI do Mensalão e disse que desconhece a existência de caixa 2 no partido e que o PT não compra votos em troca de aprovação de projetos de interesse do governo.

Gushiken

Salmeron

Guimarães

Marinho

Luiz Gushiken, chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Acusado de usar influência sobre os fundos de pensão de estatais, Gushiken depôs na CPMI dos Correios e negou as acusações.

Roberto Salmeron, ex-presidente da Eletronorte e ex-vice-presidente dos Correios. De acordo com o depoimento de Osório Batista, Jefferson e Salmeron teriam assistido à gravação um dia antes de ter sido divulgada à imprensa.

O ex-presidente do Banco Popular do Brasil Ivan Guimarães negou à CPMI dos Correios que sua indicação para o cargo no banco tenha sido feita pelo PT. Ele anunciou aos integrantes da comissão que vai se desfiliar do PT.

Maurício Marinho, ex-chefe de Contratação e Administração dos Correios. Foi flagrado em gravação recebendo propina de R$ 3 mil. Foi demitido por justa causa mas, como está de licença médica, continua recebendo salário de R$ 10 mil.

Gonçalves

Ferreira

Dipp

Marschner

Luiz Otávio Gonçalves, diretor da Skymaster, admitiu que pediu ajuda de Silvio Pereira para evitar que sua empresa perdesse o contrato com os Correios. A CPMI dos Correios ouviu também outros três representantes da empresa.

Marcos Vinícius Ferreira, genro de Roberto Jefferson e suposto canal do PTB com os Correios. Senado estuda pedir a quebra de seu sigilo bancário. A CPMI dos Correios ainda não remarcou seu depoimento.

Airton Dipp, ex-presidente dos Correios, confirmou na CPMI dos Correios encontro com Silvio Pereira e a influência de Luiz Gushiken na estatal, através da nomeação de três dos cinco membros de uma comissão de análise de publicidade.

Haroldo Marschner, um dos donos da Precision Componentes. Ele disse que teria recebido pedido de suborno de Maurício Marinho, para poupar a sua empresa da aplicação de multa por atraso na entrega de material.

PASSO-A-PASSO DAS INVESTIGAÇÕES

CPMI do Mensalão

Conselho de Ética

CPI dos Bingos

As CPMIs do Mensalão e dos Correios ouvem hoje o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity. A comissão aprovou ontem a convocação do procurador do Citigroup Sérgio Spinelli Silva e vai pedir informações dos fundos de pensão Petros (Petrobrás), Funcef (Caixa Econômica Federal) e Previ (Banco do Brasil).

O conselho decidiu ontem que um eventual pedido do PTB pela retirada das representações por quebra de decoro parlamentar contra os deputados José Dirceu (PT-SP) e Sandro Mabel (PLGO) não vai interromper os processos. Hoje, o conselho vai ouvir três das cinco testemunhas de defesa de Mabel.

As CPIs dos Correios, do Mensalão e dos Bingos ouviram ontem o doleiro Toninho da Barcelona, que depôs em sessão conjunta. A data havia sido marcada pela CPI dos Bingos. Mas, como ele tinha sido convocado também pelas outras comissões, elas decidiram ouvi-lo em sessão conjunta.


quarta-feira, 21 de setembro de 2005

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Stringer/Reuters

Antes de chegar à Florida, na costa americana, o furacão Rita Flórida passou por Cuba, no Caribe. Fortes ondas bateram no Malecón, em Havana

CIDADES & ENTIDADES - 3

Depois de Katrina e de Ophelia, a vez de Rita O furacão Rita foi elevado ontem à categoria 2, com ventos de até 160 km/h. Depois de ser criticado pelo atraso na ajuda às vítimas do Katrina, que devastou três estados americanos, o presidente George W. Bush, decretou estado de emergência na Flórida.

A

Casa Branca anunciou ontem que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, declarou estado de emergência no estado da Flórida por causa do furacão Rita. Com a decretação, o Departamento de Segurança Doméstica e a Agência Federal de Administração de Emergências (Fema) estão autorizados a coordenarem todos os esforços de resgate nos condados de Broward Collier, MiamiDade e Monroe. O furacão Rita fortaleceu-se rapidamente ontem e foi alçado à categoria dois, com ventos de 160 km/h. A região de Key West, na Flórida, foi afetada por uma chuva torrencial e fortes ventos, criando temores de que a costa do Golfo do México passe novamente por uma situação dramática. Categoria – Richard Knabb, meteorologista do Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês), disse que o furacão Rita poderá se fortalecer para categoria 3 – com ventos máximos sustentados de mais de 178 km/h – até hoje. Em entrevista a rede CNN, Knabb disse que Rita poderá até mesmo se tornar um furacão de categoria 4 –

ventos de mais de 210 km/h – no final da semana. Knabb disse que é muito cedo para prever os locais onde o furacão deverá chegar depois que ganhar vigor no Golfo do México. Mas ele disse que os moradores da Louisiana, Texas e norte do México devem estar atentos aos alertas. Cuba – As autoridades cubanas retiraram mais de 58 mil pessoas nas províncias centrais da ilha, em razão da ameaça do furacão. O furacão não provocou danos graves até agora em Cuba, mas as autoridades ordenaram a evacuação, segundo o último relatório da Defesa Nacional. As retiradas aconteceram em áreas das províncias de Ciego de Avila, Villa Clara, Sancti Spíritus, Matanzas, La Habana e Ciudad de La Habana, que continua em fase de alerta de furacão. Foram evacuados turistas, estudantes e habitantes de áreas costeiras, acrescentou a nota, especificando que a medida foi seletiva e abrangeu áreas de risco. As autoridades insistem em pedir à população que mantenha as medidas de segurança, evite andar pelas ruas e vá para abrigos seguros em caso de inundação. (AE)

GIr Agendas da Associação e das distritais

Hoje

I Conjunta – As distritais Cen-

I B ancos – O conselheiro da

tro, Santana, Santo Amaro, Lapa e São Miguel realizam o workshop "Empreender uma oportunidade de crescimento". Às 18h, rua Galvão Bueno, 83, Liberdade. I Butantã – A distrital promove a palestra "Como evitar reclamações trabalhistas", ministrada pelo consultor do Sebrae de São Paulo Paulo Melchor . Às 19h30. I Ipiranga – A distrital, em parceria com a OAB - 100ª subsecção do Ipiranga, realiza a palestra "Direito do Consumidor", ministrada por Anis Kfouri Júnior. Às 19h30.

ACSP Francisco Giannoccaro participa do júri que escolherá o banco homenageado na promoção "Qualidade em Bancos 2005", promovido pela Revista Banco Hoje. Às 12h30, no Hotel Crowne Plaza, rua Frei Caneca, 1360. I Ci ng ap ura – Os vice-presidentes da ACSP, Renato Abucham e Hélio Nicoletti recebem, a missão empresarial de Cingapura liderada por Tend Theng Dar. Às 14h30, rua Boa Vista, 51/12º andar, no Espaço Nobre de Recepções e Eventos (Enre).


São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 2005

DCARRO

5

ACESSÓRIOS

que seu modelo "Trail" foi exaustivamente testado pelos engenheiros. "Realizamos testes dinâmicos e de análise de modelos teóricos através de softwares de desenvolvimento de elementos por programas no computador e não registramos alterações significativas tanto em desempenho, peso, áreas de deformação e ângulo com a instalação dos acessórios citados". Já o diretor-geral de Operações de Pós-Vendas da General Motors do Brasil, Luiz Carlos Lacreta, explica que no ano passado a empresa criou um departamento de engenharia voltado apenas para o segmento de acessórios. "Estes engenheiros trabalharam junto com o fornecedor antes de homologarmos o produto. Um exemplo, é que o bagageiro antes exigia furações e para ser aprovado teve que ser alterado". Quanto a outros equipamentos, o executivo pede cuidado na utilização. Sobre engates de reboque, Lacreta alerta que a empresa não valida este tipo de produto. "O engate como proteção é uma crença. Além de danificar muito mais o outro veículo em uma colisão, o carro com este equipamento pode sofrer sérias avarias, rasgando, inclusive, o assoalho dependendo da forma e local de fixação".

Fabricante - Segundo o gerente de Mercado da Keko Acessórios, fabricante de acessórios e fornecedora da Ford e GM, Claudio Sachet, os acessórios criados para equipar veículos leves, como Fiesta e Celta, oferecem um conceito de estilo, produzindo apenas aparência e visual mais robusto. Quanto à preocupação com a performance, áreas de deformação e áreas de impacto em casos de atropelamento, Claudio explica que a empresa tem um departamento de engenharia e de desenvolvimento de produtos com profissionais especializados que desenvolvem estudos aprofundados, procurando inovações e soluções em tecnologia, engenharia e fixação das peças para oferecer segurança e conforto a seus usuários. "Nossos acessórios obedecem normas internacionais de segurança e rigorosos padrões de qualidade. Para não prejudicar a performance do veículo, a Keko utiliza materiais especificados para os automóveis.

da estrutura durante o impacto será diferente também. "O pára-choques, por exemplo, tem função de absorver energia. Veículos que têm equipamentos off-road tendem a ser mais destrutivos e agressivos para os demais em caso de acidente", explica o professor. Quanto aos engates para reboque, Bock diz que o material pode danificar se a fixação for feita através de perfurações no monobloco. "Nesse caso, mesmo em colisões pequenas, há possibilidade de deformações no assoalho, coisa que não aconteceria com o engate colocado corretamente. Se ele for fixado diretamente no suporte do Os suportes são fixados em pontos que não prejudicam a deformação do veículo em casos de impactos. Para estes carros, a Keko desenvolveu estudos junto às montadoras, um exemplo é a introdução cada vez maior de plástico nos acessórios, facilitando sua deformação", explica. Ele completa informando que o párachoques de impulsão é projetado para se autodeformar em caso de colisões (referindo-se a possíveis atropelamentos). "No mais, se partirmos do pressuposto de que é um acessório temerário, o próprio pára-choque também seria uma peça perigosa em casos de atropelamento e colisões, mas todos os veículos utilizam". A experiência para produzir estes kits de personalização veio do mercado fora de estrada onde estes equipamentos são essenciais. Hoje a marca conta com cerca de 600 itens entre acessórios tubulares, faróis, capotas marítimas e rodas que atendem 35 veículos das 12 principais montadoras, incluindo carros, peruas, monovolumes, utilitários esportivos, picapes médias e veículos off-road. Para veículos preparados realmente para a terra (4x4), os benefícios não são apenas visuais, mas visam segurança, praticidade e funcionalidade para enfrentar terrenos mais radicais. Isenção - Fora do mundo das montadoras, mas com um nome respeitado no meio, o professor de Engenharia Mecânica Automobilista do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana), Ricardo Bock, explica que estes acessórios precisam ter a assinatura de profissionais especializados e que sempre que você tem algum elemento ou alguma diferença estrutural na região prevista para absorver energia, o comportamento

pára-choques, em caso de pequenos impactos não deve afetar o monobloco, mas elimina a função do pára-choque traseiro de absorver energia e provocará um estrago ainda maior no outro veículo". Bock explica que outros acessórios utilizados para dar visual mais esportivo aos carros também podem ser prejudiciais à performance dos mesmos. "Eventualmente podem prejudicar a aerodinâmica do carro se a peça não tiver sido estudada em túnel de vento, porém esse efeito pode aparecer somente em alta velocidade (acima de 140 km/h). Como no Brasil a velocidade máxima é de 120 km/h, esse é um efeito que dificilmente será notado por um usuário". Divulgação/Keko

Em carros próprios para o "off-road", equipamentos como estribos, párachoques tubulares, protetores de farol e engates de reboque são essenciais. Já em carros de passeio são opção, apenas para mudança no visual.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

POLÍTICA - 5

DEPOIMENTO DE TONINHO DA BARCELONA CAI COMO UMA BOMBA EM BRASÍLIA

ESQUEMA DE DÓLARES FINANCIAVA PT E PP Joedson Alves/AE

O

doleiro Antonio O l i v e i r a C l a r amunt, o Toninho da Barcelona, revelou ontem a existência de um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro que, segundo ele, teria servido a campanhas eleitorais do PT e do PP. Toninho, que foi ouvido pelas três CPIs (Bingos, Correios e Mensalão), disse que políticos trocavam dólares depositados em contas no exterior por reais por intermédio da mesma empresa acusada de ser usada para o pagamento de mesadas a deputados da base aliada do governo: a corretora Bônus-Banval. Toninho disse que ele próprio forneceu R$ 7 milhões para o esquema entre 3 de setembro e 9 de outubro de 2002, nas semanas que antecederam as eleições presidenciais. Ele afirmou que o dinheiro foi repassado ao doleiro Dario Messer, em troca de pouco mais de US$ 2 milhões. Segundo ele, a quantia, já convertida para reais, foi repassada pela Bônus-Banval a políticos do PT e ao deputado José Janene (PPPR), também acusado de ser um dos operadores do mensalão. Toninho falou que Messer era o principal doleiro do PT. Guaranhuns – O doleiro disse ter sido informado pelo presidente da Guaranhuns, Lúcio Funaro, sobre o destino do dinheiro que trocava. Os recursos seriam mantidos no exterior em contas no Trade Link Bank, que, segundo Toninho, funcionava como um braço do Banco Rural fora do País. O doleiro disse ainda que a Trade Link é controlada pelo publicitário Marcos Valério. E sugeriu que, após o início do governo, foram as contas deste banco que passaram a

Segundo Toninho, circulava no mercado que os sócios da Bônus-Banval eram amigos íntimos de Dirceu. Joedson Alves/AE

são do relatório. "Mas as informações foram remetidas para o Ministério Público", garantiu Mentor. Banestado – O deputado também negou que tenha tra-

A CPMI do Banestado não avançou na investigação do doleiro de Maluf (Birigüi) por não ter recebido documentos das contas na Suíça. José Mentor balhado para evitar a ida de Barcelona à CPMI do Banestado. O doleiro alega que a convocação para que fosse depor só lhe foi entregue três

campanhas. O doleiro disse que circulava a informação de que os sócios da Bônus-Banval eram amigos íntimos do deputado José Dirceu, que negou as informações (veja matéria abaixo). "Não estou dizendo que o Zé Dirceu fez qualquer coisa. Eles (os donos da Banval) tinham o prazer de dizer que o tinha como amigo." Um dos momentos mais polêmicos da sessão foi quando o doleiro citou o deputado José Mentor (PT-SP), ex-relator da CPMI do Banestado. Toninho culpou Mentor por hoje estar preso e condenado a 25 anos de cadeia. Ele acusou Mentor de evitar ouvi-lo para que o esquema que beneficiava o PT não fosse revelado.

Celso Junior/AE

Mentor: não houve acordo.

Dirceu: não tem pertinência.

horas antes da reunião. Mentor, porém, afirma que o delegado responsável pelo caso comunicou à comissão que só o advogado dele fora encontrado, e que este informara q u e To n i n h o n ã o p o d e r i a comparecer. Sem relação – O deputado José Dirceu (PT-SP) também negou que tenha qualquer relação com Toninho, nem com a corretora Bônus-Banval e o sócio da empresa, Enivaldo Quadrado. Em nota divulgada ontem, a assessoria de Dirceu lembra que vários jornais publicaram reportagens contestando a versão sobre envolvimento dele no esquema de arrecadação de dinheiro montado pela corretora.

Na resposta às acusações feitas contra Dirceu no depoimento do doleiro, a assessoria do deputado anexou uma reportagem do Estado de S. Paulo publicada em 17 agosto com a versão sobre o caso do advogado da Bônus-Banval, Antônio Sérgio Pitombo. Segundo Pitombo, não há como dar credibilidade a Toninho. O advogado disse que "não tem pertinência" a afirmação de Toninho segundo a qual a corretora não operava apenas para o líder do PP na Câmara, José Janene (PR), mas também para Dirceu. Reportagens do Jornal do Brasil, Folha de S.Paulo e Valor Econômico são citadas pela assessoria de Dirceu. (Agências)

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deputado José Mentor (PT-SP) não perdeu tempo ontem e, assim que foi citado, seguiu para a sessão-conjunta das CPIs, pediu a palavra e negou as acusações de Toninho da Barcelona de que tenha deixado de investigar remessa ilegal de dólares pelo ex-prefeito Paulo Maluf para que ele apoiasse a reeleição da petista Marta Suplicy à Prefeitura de São Paulo. Segundo Mentor, a CPMI do Banestado, da qual foi relator, não avançou na investigação do suposto doleiro de Maluf, conhecido como Birigüi, por não ter recebido documentos relativos às contas do ex-prefeito na Suíça. Já a conta de Maluf no Banco Safra não teria sido investigada porque a respectiva documentação só chegara à comissão um mês antes da conclu-

Essa conta (Trade Link) pode revelar os deputados que receberam o mensalão. Toninho da Barcelona

Maluf – O doleiro afirmou que o ex-prefeito paulistano Paulo Maluf (PP) deveria ter sido convocado a prestar depoimento na comissão para explicar suas relações com o doleiro "Birigüi". Segundo Toninho, esse depoimento não ocorreu porque teria havido um acordo político vinculado à campanha das eleições municipais de 2004, em que o ex-prefeito apoiou, no segundo turno, a candidata do PT, Marta Suplicy. O ex-prefeito divulgou nota contestando as acusações do doleiro. Toninho contou ainda que sua empresa enviou entre julho e setembro de 2002 cerca de US$ 130 mil, divididos em sete repasses, ao gabinete do vereador petista de São Paulo Devanir Ribeiro, hoje deputado federal. O dinheiro, segundo ele, era entregue pelo doleiro Marcelo Viana ao seu filho, Marcos. A revelação causou constrangimento pela presença de Devanir. O deputado negou e disse apenas que “era comum” a troca de dólares em pequenas quantidades na Câmara. Apesar das revelações, Toninho recuou em relação às denúncias feitas por ele mesmo em agosto de que teria enviado dinheiro ilegal para o exterior para o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e para o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Ele também contou já ter trocado reais por dólares para empresas de ônibus de Santo André, suspeitas de envolvimento no esquema de corrupção que culminou com o assassinato do prefeito Celso Daniel, em 2002. Mas não deu mais detalhes. No começo da noite, a audiência com o doleiro passou a ser fechada. (Agências)

DC

MENTOR E DIRCEU NEGAM ACUSAÇÕES O

abastecer o chamado valerioduto. Valério teria "simulado" o empréstimo no Rural para esconder as operações com o Trade Link. "Essa conta pode revelar os deputados que receberam o mensalão", afirmou. Toninho revelou que, às vésperas das eleições de 2002, havia uma busca frenética de partidos políticos, abarrotados de dólares, por reais. Ele contou que em pelo menos uma ocasião sua empresa, a Barcelona Tour, trocou US$ 800 mil para o doleiro Ernesto, de Santo André, que abasteceria outras

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.CIDADES & ENTIDADES

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

SÃO PAULO, AGORA TAMBÉM EM INGLÊS Turistas estrangeiros, que normalmente se sentem perdidos ao andar pela cidade, terão indicações para os pontos turísticos e culturais, em inglês, já a partir da saída dos aeroportos. As novas placas deverão ser instaladas pela SPTuris em junho do próximo ano. Clarice Chiquetto

Paulo Pampolin/Digna Imagem

A

partir de junho de 2006, o turista estrangeiro que desembarcar em São Paulo terá mais facilidade para se orientar e chegar sozinho a museus, restaurantes, galerias e pontos comerciais. Até lá, a São Paulo Turismo (SPTuris) pretende ter instalado placas com indicações em inglês nas principais portas de entrada da cidade, indicando qual o melhor caminho para seus pontos turísticos, históricos e econômicos. "Nosso objetivo é melhor orientar o turista que vem a São Paulo. Um dos locais que devemos colocar placas é na entrada da via Dutra, para quem vem do aeroporto. De lá, indicaremos como chegar em pontos históricos, culturais e de lazer, como avenida Paulista, Parque Ibirapuera e centro histórico", explica o presidente da SPTuris, Caio Luiz de Carvalho. A empresa ainda não tem previsão de quantas placas serão instaladas e nem quais os locais exatos. Seus técnicos estão preparando um inventário, que deve ficar pronto até o final de outubro, com os pontos onde as indicações deverão ser instaladas. Por enquanto,

"Por enquanto, só andei a pé e de metrô. Ônibus é impossível, não entendo nada", afirma. Mesmo assim, o morador de Londres sentiu falta de pequenos mapas com explicações sobre as linhas metroviárias – coisa fácil de ser adquirida em qualquer estação londrina. O diplomata canadense Derik Foote, que morou quatro anos no Brasil, retornou para seu país, onde ficou por quatro anos, e no começo do mês chegou de novo ao Brasil, concorda com o britânico e ressalta a dificuldade que um estrangeiro encontra para andar de táxi na cidade. "Nunca encontrei um taxista que soubesse falar inglês ou mesmo espanhol. Só consigo andar de táxi quando algum brasileiro me auxilia", diz. Foote comenta ainda que essa não é uma característica apenas dos taxistas. Segundo o canadense, é muito difícil encontrar qualquer pessoa que fale inglês pelas ruas da capital – exceção feita à região da avenida Paulista. Por causa da falta de indicação e de brasileiros bilíngües, pouco depois que veio morar aqui pela primeira vez, Foote se sentiu bastante perdido no centro histórico da capital. "Não há quase indicação, mesmo em português, as ruas são muito

Robert Nee, morador do Texas, pede mudanças também nos menus dos restaurantes

não existem placas em outras línguas, que não português, na cidade. Carvalho conta que a SPTuris também está em processo de acordo com uma empresa de telecomunicação para que, num futuro breve, informações turísticas possam ser enviadas pelo celular para os usuários – em português e inglês. Turistas – Os turistas que visitam São Paulo agradecem a iniciativa. Para o britânico Colin Granger, que está em São Paulo há algumas semanas, só não há muita dificuldade para andar pela cidade por causa do metrô, que facilita a vida de quem não conhece os caminhos paulistanos.

pequenas e confusas, me senti em um labirinto", lembra. Apesar dos estrangeiros considerarem uma ótimo iniciativa do governo e da SPTuris a instalação de placas em inglês na cidade, parece que só elas não serão suficientes para atrair mais visitantes de outros países. Outro problema complicado, do qual todos se queixaram, é a falta de indicações em outras línguas

Granger só consegue se locomover de metrô

nos restaurantes da cidade – especialmente nos cardápios. "Se os menus tivessem explicações pelo menos em espanhol, já ajudaria. Em inglês seria ideal. Mas com informações apenas em português, mesmo nos restaurantes mais caros, fica muito difícil para nós escolher um prato. Se eu não tiver a indicação de um brasileiro, às vezes não sei o que estou pedindo", desabafa o norte-americano Robert Nee, morador do Texas. Cultura – A instalação de placas de orientação bilíngües na cidade faz parte de um projeto maior da SPTuris que pretende, em uma primeira etapa, colocar totens em locais históricos e emblemáticos (que têm histórias para contar que ainda não foram contadas) da cidade. Um exemplo de local que receberá uma dessas placas é o Solar da Marquesa, no Centro de São Paulo, onde será contada a história do romance entre o imperador D. Pedro I e Domitila, a Marquesa de Santos. Chamado de "São Paulo tem histórias para contar", esse primeiro projeto vai instalar, até dia 25 de junho de 2006, 300 placas com textos em forma de prosa não erudita em português, espanhol e inglês. A partir dessa data, a instalação dos totens vai continuar – já foram detectados 800 pontos onde eles poderiam ser instalados – e a SPTuris pretende contar também com a participação da população, que poderá sugerir, por meio do site da empresa (www.spturis.com.br), os locais onde as placas podem ser colocadas. "Queremos que as pessoas nos contem histórias curiosas e desconhecidas sobre a região onde moram", afirma Carvalho.

Além da falta de sinalização, o canadense Derik Foote reclama também que é muito difícil andar de táxi pela cidade. Pela ausência de indicações e também porque os motoristas não falam inglês.


DCARRO

LANÇAMENTO

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A grande novidade dos novos modelos é a cabine leito teto alto, que traz uma série de itens de conforto.

São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 2005

São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 2005

A NOVA "CONSTELAÇÃO" BRASILEIRA

DCARRO

A montadora está realizando test-drive esta semana no autódromo de Jacarepaguá. Os caminhões Constellation são equipados com motores eletrônicos Cummins.

Linha de caminhões pesados da Volkswagen começa a ser vendida em janeiro no Brasil e deverá ser exportada para cerca de 30 países ALZIRA RODRIGUES

S

ó em testes, foram sete milhões de quilômetros na América do Sul, África e Europa. Duzentos profissionais envolvidos no projeto e um investimento de R$ 650 milhões. O resultado de todo esse trabalho da Volkswagen Caminhões e Ônibus é a nova linha de caminhões Constellation, formada pelos modelos 19.320 Titan Tractor, 17.250 e 24.250. Para apresentá-la à imprensa, aos concessionários e aos fornecedores, a montadora brasileira preparou um grande evento no Rio de Janeiro, que se estende por toda esta semana e conta com a participação do presidente mundial da Volkswagen Veículos Comerciais, Bernd Wiedmann. "Conquistamos a liderança do mercado brasileiro há dois anos e queremos mantê-la", destacou o executivo, informando que no período 2002/2007 a empresa está investindo R$ 1 bilhão na renovação de toda a sua linha, que envolve os recém-lançados veículos leves Delivery e Volksbus e a linha de caminhões Worker. A montadora, agora, passa a atuar em todos os segmentos do mercado, numa faixa de 5 a 45 toneladas. Nova cabine - A Volks brasileira, que custeou todo este investimento e desenvolveu os novos produtos em parcerias com as unidades alemãs do grupo, prevê exportar os modelos Constellation para cerca de 30 países. No Brasil, eles começam a ser vendidos em janeiro. Entre os seus diferenciais, destaca-se a nova cabine leito e teto alto, que chama a atenção pelo desenho moderno, sua ergonomia e sua funcionalidade, com grande número de itens de comodidade ofertados nos veículos de série (o ar-condicionado é opcional). Diante da alta tecnologia de soldagem de suas partes metálicas e do cuidado na pintura, a cabine tem garantia de até seis anos contra a Divulgação/VW

A linha Constellation, que abrange de 43 a 45 toneladas de peso bruto total, começa a ser vendida internamente em janeiro. A Volkswagen investiu R$ 650 milhões nos novos modelos, que serão exportados para cerca de 30 países.

corrosão perfurante, disse Roberto Cortez, vice-presidente executivo da Volkswagen Caminhões e Ônibus. O novo conjunto ótico dos caminhões Volkswagen, com faróis de milha como opcionais, tem grande eficiência de iluminação. O desenho do pára-brisa levou em conta a forte insolação em países como o Brasil, fator importante na produtividade de quem dirige horas sob o sol tropical. A grade dianteira é prática. Quando aberta, revela itens de inspeção comodamente reunidos na parte frontal do veículo, não sendo necessário grandes esforços para a sua inspeção diária. Acessar o motor também é fácil: o basculamento com um dispositivo manual hidráulico inclina a cabine em até 58 graus. Em operação, os novos caminhões Volkswagen mostram a eficiência da suspensão de sua cabine: traseira com molas helicoidais e amortecedores hidráulicos, e dianteira com coxins de material flexível. Outra inovação é a alavanca para troca de marchas fixa na cabine, e com nova manopla, bastante funcional. Tecnologia - O computador de bordo de série dos novos Constellation informa ao motorista a data e hora, o consumo de combustível em média ou em tempo real, a velocidade média, o tempo total de viagem e a distância rodada. A central elétrica está preparada para receber futuras tecnologias como transmissão automática ou automatizada e freios ABS. Entre as funções inteligentes da nova cabine, destacamse a iluminação com temporizador, o aviso sonoro que evita bascular a cabine com as portas abertas, o desligamento automático do ar-condicionado em caso de superaquecimento do motor e os opcionais vidros e espelhos elétricos, além do travamento das portas com o

veículo em movimento a mais de 15 km/hora. Um sistema de partida remota permite colocar o motor em funcionamento com a cabine basculada para a realização de testes durante as manutenções periódicas, desde que o veículo esteja em ponto morto e com o freio de estacionamento acionado. E no cavalo mecânico VW 19.320 Titan Tractor, uma válvula sensível a carga (LSV, sigla em inglês) contribui para a frenagem equilibrada do conjunto caminhão-carreta. Com desenvolvimento inovador, o chassi dos caminhões Constellation exibe características como novos eixos Meritor, freios com secador de ar de série e válvula Consep (separador de óleo) opcional, motores eletrônicos Cummins Interact ou ISC, radiadores redesenhados e construídos em cobre e latão (maior durabilidade e facilidade na execução de reparos), hélice de refrigeração do motor com acoplamento eletromagnético (menor ruído) e sistema com silencioso cilíndrico. Nos modelos VW 17.250 e VW 24.250 o motor é o Cummins Interact 6.0 turbo intercooler com 250 cv já utilizado na linha Volkswagen Electronic. No VW 19.320 Titan Tractor, o propulsor é o Cummins ISC também dotado de turbo e intercooler, porém mais potente: 320 cv. Ambos asseguram desempenho e baixo custo operacional. O gerenciamento eletrônico destes motores permite o uso da ferramenta de diagnósticos VCO-950 e a instalação de novos acessórios como o Volksnet, sistema de rastreamento e de informações em tempo real da localização do veículo. O gerenciamento ainda permite registrar os dados do desempenho do motorista e o alerta de eventuais contravenções. Planos - O vice-presidente Roberto Cortez aproveitou o lançamento da linha Constellation para revelar planos

ambiciosos da companhia. A produção da fábrica de Resende (RJ) vai saltar de 175 unidades/dia para 200 no próximo ano, e o faturamento da empresa terá crescimento, na mesma comparação, de R$ 4,1 bilhões para R$ 6 bilhões. Além das linhas de montagem que mantém no México e na Colômbia, a montadora abrirá mais uma na África do Sul, no próximo ano, e está estudando a construção de uma fábrica no Oriente Médio. "Somos uma empresa brasileira, de origem alemã, que está exportando fábricas. No futuro, queremos estar presentes em pelo menos metade do mundo", revelou Queiroz. Antes de lançar os novos produtos, a empresa realizou testes em países da América do Sul, na Europa e na África.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.POLÍTICA

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

POMAR OU PONT: ÚLTIMOS VOTOS DECIDEM QUEM VAI PARA O 2º TURNO. MARTA DOMINA DIRETÓRIO EM SP. Niels Andreas/AE

Edi Ferreira/AE

Paulo Frateschi, reeleito para o diretório estadual, ao lado de Ricardo Berzoini, único já garantido para o 2º turno.

Tarso: "O novo dirigente do partido governará um diretório plural, o que é um avanço para o PT".

SAI HOJE O ADVERSÁRIO DE BERZOINI Alex Silva/AE

A

apuração das eleições internas do PT só deve ser concluída hoje, quando o presidente do partido, Tarso Genro deve anunciar oficialmente a realização de segundo turno. Ricardo Berzoini, candidato do Campo Majoritário, corrente que detinha poder amplo no PT, tem seu lugar garantido. Seu oponente ainda não está definido. Três mil votos separam os candidatos Valter Pomar e Raul Pont, ligados a correntes mais à esquerda dentro do partido. Tarso comemorou ontem o resultado. Segundo ele, o resultado das eleições sacramenta o

fim da era de hegemonia do Campo Majoritário “O novo dirigente do partido governará um diretório plural, no qual nenhuma corrente terá maioria absoluta. O que é um avanço para o PT", disse Tarso, que integra o Campo Majoritário. A perda de poder do Campo Majoritário vem se confirmando pelas prévias dos resultados. A apuração mostra que a corrente de Berzoini, deve alcançar em torno dos 45%, contra a hegemonia de mais de 70% que essa corrente detinha antes da crise política. Segundo o último boletim, Berzoini tinha 42,4% e era seguido por Pomar com 15,4% , Raul Pont

com 14,5%, Plínio de Arruda Sampaio com 14,5% e Maria do Rosário com 12,6%. Esses percentuais correspondem à apuração de 271.611 mil votos de um total de 295 mil votos. Segundo Tarso, apenas três candidatos têm chances. Para ele, Plínio e Maria do Rosário não teriam mais como chegar ao segundo turno, embora tenham sido apurados menos de 40% dos votos de Minas Gerais, que possui um dos maiores colégios eleitorais. Na avaliação dele, o PT vai sair das eleições mais independente e sem atrapalhar o governo. Chapas – Na eleição, os filiados também escolheram entre

as dez chapas participantes, a que vai dirigir a legenda. Duas delas apoiaram Berzoini: Construindo o Novo Brasil obteve 43,6%, liderando as escolhas, e O Brasil Agarra Você recebeu 0,7%. Pomar teve o apoio de A Esperança é Vermelha (11,5%) e Socialismo e Democracia (6,4%). As chapas de Pont são Coragem de Mudar (11,6%) e O Partido que Muda o Brasil (2,7%). A Esperança Militante, de Plínio, obteve 9,1%; Movimento PT (Maria do Rosário), 10,9%; Terra, Trabalho e Soberania (Sokol), 2%; e Movimento Popular (Gegê), 1,6%. Fernando Lancha

MARTA, A GRANDE VENCEDORA.

ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, está sendo considerada a grande vencedora nas eleições internas do PT, para a escolha dos presidentes dos diretórios estadual e municipal. Paulo Frateschi foi reeleito presidente estadual com 56% dos votos, seguido de Jilmar Tatto com 16% dos votos. No diretório municipal, a escolha do novo presidente vai acontecer no segundo turno marcado para o dia 9 de outubro. Os vereadores Paulo Fiorillo e Francisco Chagas, ex-chefe de gabi-

A

nete de Marta e o outro ex-vice-líder de governo, vão disputar o segundo turno. “O resultado não deixa duvidas de que a Marta saiu fortalecida do processo eleitoral interno do partido”, afirma o vereador José Américo. Embora Frateschi seja encarado por alguns petistas como mais próximo do senador Aloyzio Mercadante do que de Marta, a composição da chapa que vai definir a nova executiva estadual favorece a ex-prefeita. Ter maioria na executiva vai ser decisivo na hora em que o

partido escolher o seu candidato ao governo do Estado, nas eleições do próximo ano. Mas há quem discorde de que Marta foi vitoriosa na eleição interna. “Tem uns mais e outros menos martistas. Ela seria vitoriosa se não houvesse segundo turno. Embora os dois grupos demonstrem apoio, ela poderia ter unidade dentro do partido se houvesse apenas uma chapa desses dois grupos”, disse o vereador Beto Custódio, que também foi candidato à presidência do diretório municipal.

Fiorillo obteve mais de 30% dos votos válidos (6260 votos) e Chagas registrou cerca de 25% (4766 votos). Os dois pretendem agora discutir com os outros quatro candidatos para tentar conseguir novos apoios. “Vou conversar com todos, inclusive com o Chagas. Queremos construir uma direção onde todas as correntes do partido sejam ouvidas”, afirma Paulo Fiorillo. “Vou passar os próximos dias ouvindo as demais correntes e discutindo nossos projetos. Vou pedir votos para to-

A ex-prefeita de São Paulo, feliz ao votar, com a certeza da vitória.

dos, até para o Fiorillo”, afirma Chagas. A realização de segundo turno no diretório municipal de São Paulo pode ajudar a eleição do nacional a ter um quórum mais elevado. Além disso, parte da corrente do Campo Majoritário, a qual per-

tence Fiorillo, pode votar em Pomar. A corrente do PT de Lutas e de Massas, a qual pertence Chagas, definiu apoio para Pomar no primeiro e segundo turno. A cidade de São Paulo possui 77 mil filiados cadastrados com direito a voto. (FL)

INTELECTUAIS DE ESQUERDA FALAM MAL DO GOVERNO E DO PT A

ssinado por 165 intelectuais de sete Estados, foi lançado ontem, em Campinas, o manifesto intitulado Pela Investigação Rigorosa da Corrupção, Pela Punição dos Envolvidos e Pela Democracia. O documento alerta para o risco de um entendimento entre o PT, o PSDB e o PFL com o intuito de conter as investigações, proteger a economia e, por tabela, o Ministério da Fazenda e o Planalto. "Queremos a punição dos corruptos e dos corruptores", disse o cientista político Armando Boito Jr., do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, da Universidade Estadual de Campinas (IFCH-Unicamp). "A investigação não pode parar toda vez que aponta para o Ministério da Fazenda ou para o Planalto."

O cientista político foi um dos rajoso, caso contrário a esquerda tário vencer as eleições: "Se o Ri- Marxistas (Cemarx). De maneira articuladores do manifesto, que, vai morrer abraçada a toda essa cardo Berzoini vencer, o PT não geral, os debatedores mostraram segundo sua análise, repercutiu banda podre do PT, sob o coman- conseguirá retomar o antigo um profundo desencanto com o projeto. É impossível mudar o PT governo Lula. O economista Plíalém do esperado. No início, o do do Campo Majoritário." se continuar na nio de Arruda Sampaio Jr., da UniBoito acusou os texto contava com 145 assinatumão do Campo, camp, disse que o atual governo ras. Mas, assim que foi anuncia- p e t i s t a s d e s s a como ficou de- é pior do que o de Fernando Hendo, outros intelectuais se dispu- tendência, da qual monstrado nas rique: "O Lula desmobilizou a esseram a subscrevê-lo. Agora, será faz parte o deput r ê s d e r r o t a s querda. Se o Fernando Henrique criado um site na internet para tado José Dirceu e Uma vez no poder, que o Zé Dirceu hostilizava e procurava esmagar divulgar o documento e estimu- o presidente Lula, abandonaram o impôs ao Tarso os movimentos sociais, o de Lula de trair história do programa construído lar o debate em torno da crise. A traição - Na entrevista cole- partido: "Uma vez ao longo de décadas de Genro na dire- trata de cooptá-los. A médio e a ção provisória longo prazos o resultado é o mestiva no IFCH, Boito explicou que o no poder, abanmo nos dois casos: a neutralizamanifesto representa o pensa- donaram o pro- lutas. Deram um cavalo do partido." O desencan- ção do conflito social." mento de setores da esquerda grama construído de pau na história Boito ironizou a ação do goto - A apresentaque se sentem traídos por Lula e ao longo de déca- petista. ção do manifes- verno em defesa de justiça sopelo PT. "São economistas, cien- das de lutas. DeArmando Boito Jr. to ocorreu du- cial em outros países, quando tistas políticos, educadores, mui- ram um cavalo de rante um intervalo do debate A internamente, segundo ele, tos ex-militantes e militantes do pau na história petista." O cientista político disse que Esquerda e a Crise Política no Go- mantém uma política de arroPT", disse. "Entendem a gravidade da situação, mas sabem que é não espera mudanças significati- verno Lula: Que Crise é Esta?, pro- cho salarial. Tanto ele quanto necessário intervir de modo co- vas no PT caso o Campo Majori- movido pelo Centro de Estudos Sampaio Júnior insistiram que

do PP, o deputado não pode mais ter nada..." MALUF: 600 HORAS presidente DIAS PEDE Em seguida, queixa-se da Pedro Corrêa (PE), um dos envolvidos com o escândalo do oposição. "Eu tô enfrentando PUNIÇÃO PARA O DE GRAMPO E mensalão. Corrêa o trata com aquele povo lá do Rio Grande MAIS REVELAÇÕES. reverência e o chama de "meu do Sul. Fizeram um bocado de PT NO TSE A Polícia Federal gravou 600 horas de conversas telefônicas comprometedoras, segundo revelou ontem o Jornal Nacional, da TV Globo. Numa das conversas Maluf disse que o deputado Nilton Baiano (ES) do seu partido (PP), recebeu US$ 200 mil para ser candidato a prefeito de Vitória em 1996. "Não foi candidato e ficou com o dinheiro", informou. No telefonema, do dia 5 de julho, Maluf conversa com o

grande amigo". Primeiro, Maluf insinua que será candidato a deputado federal em 2006. "Deixa esse troço organizadinho que eu quero estar com vocês em 2006". Corrêa diz que governar está sendo um péssimo negócio: "O senhor volta pra aqui em 2007, venha pra cá, não vá pra governo não, que esse negócio de governo é fria, chefe! Hoje não dá pra ser governo. Com o Ministério Público, do jeito que está fazendo a gente

ofício, de nota, botaram no jornal..." Maluf interrompe o relato e sugere que recorra a Nilton Baiano, que também lhe faz oposição e o chantageie. Baiano foi secretário de Saúde do ex-governador José Inacio Ferreira, processado por desvio de dinheiro público. Ouvido pela reportagem, Nilton Baiano negou ter recebido dinheiro de Maluf. A acusação, segundo ele, foi revide por ter pedido que o ex-prefeito paulistano saísse do PP. (AE)

O s e n a d o r Á l va ro D i a s (PSDB-PR) protocolou ontem uma denúncia no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o PT pelo uso irregular de recursos do fundo partidário. O partido usou parte dessedinheiro para pagar passagens aéreas de parentes do presidente Lula e do ministro Antonio Palocci. Dias pede que o TSE condene a legenda à perda do fundo por aplicação irregular

dos recursos. Na denúncia, ele afirma que a legislação eleitoral prevê que os recursos do fundo serão aplicados na manutenção das sedes e serviços da sigla, no pagamento de pessoal, na publicidade doutrinária e política, no alistamento e campanhas eleitorais e na criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política. "Não poderia o Partido dos Trabalhadores, como o fez, pagar passagens aéreas e outras despesas de parentes de seus dirigentes ou filiados". Dias cita na denúncia opinião do ex-ministro do TSE

não existe nada que corrobore a tese de que está em curso uma conspiração para derrubar Lula. "Se existe alguma conspiração é para mantê-lo no poder", disse o economista. O representante do PC do B, Altamiro Borges, discorda de tudo isso. Alegou que "bloco liberal conservador" nunca aceitou a vitória de Lula e busca uma revanche. "Não querem satanizar só o governo e o PT. Preparam uma grande onda contra a esquerda do País, uma grande ofensiva neoliberal, uma revanche violenta. Uma onda obscurantista vem por aí. Eles querem continuar as privatizações, querem outra política externa, querem criminalizar os movimentos sociais". (AE)

Torquato Jardim, segundo a qual, além dessa punição, a agremiação pode, "em situação extrema, ter cancelado, pela Justiça Eleitoral, seu registro civil e do estatuto". As despesas com a compra das passagens aéreas para parentes de Lula e Palocci estão na prestação de contas do PT de 2003. O TSE ainda não julgou essas contas. Diante da revelação do uso indevido de dinheiro do fundo, o presidente do TSE, ministro Carlos Velloso, pediu ao presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Adylson Motta, dois auditores para ajudar na análise das contas da legenda. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.CAMPINAS

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

em Campinas CAMPANHA

"Amigos do Trânsito". Para proteger os pedestres População passa a monitorar o tráfego da cidade. Campanha foi anunciada pela prefeitura ontem. Fotos: Marcos Peron/Virtual Photo

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O vice-prefeito na abertura da Semana do Trânsito. O secretário Bittencourt anuncia a novidade.

prefeitura de Campinas pretende capacitar pessoas da terceira idade, estudantes e membros de organizações sociais para estes se tornem agentes de monitoramento do trânsito. A idéia, segundo Gerson Luis Bittencourt, secretário municipal de Transportes, é a de que estes agentes autuem infratores no trânsito e encaminhem a placa do veículo e a descrição da situação irregular para a prefeitura. A infração não se converterá em multas, pois estas só podem ser aplicadas por representantes do poder público. A prefeitura encaminhará uma carta de alerta à casa do infrator para conscientizá-lo sobre os riscos de acidente.

A proposta, batizada de “Amigos do Trânsito” e que será apresentada em outubro, foi anunciada ontem pelo secretário durante seminário de abertura da Semana Municipal do Trânsito (Semutran), que se estenderá até a próxima quinta-feira. No evento de abertura, Ailton Brasiliense, diretor do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), criticou a falta de políticas públicas para reduzir os acidentes de trânsito. “Não ter essas políticas custa caro”, disse em referência aos R$ 5,3 bilhões de gastos sociais que se consomem por ano com ocorrências nas ruas do País. Ele defendeu como alternativas ao problema a implantação de cursos de direção defensiva e de pri-

Pedestres e motoqueiros são as principais vítimas fatais do trânsito campineiro meiros socorros na formação dos novos condutores ou na renovação das habilitações. O tema ainda causa divergência entre especialistas em trânsito. Alguns duvidam que centros de formação de condutores tenham condições de contratar e treinar profissionais para as novas disciplinas. “Estamos estudando as condições dos 10 mil centros do País e no ano que vem faremos nova

avaliação dos instrutores”, disse Brasiliense. Levantamento feito pela prefeitura mostra que os índices de acidente na cidade estão aumentando. Nos seis primeiros meses de 2005, Campinas registrou 1558 acidentes com vítimas contra 1161 no mesmo período do ano passado, ou seja, um aumento de 34,2%. No mesmo período houve crescimento das ocorrências com vítimas

fatais, que passaram de 40% para 44% dos casos. As principais vítimas fatais do trânsito campineiro foram pedestres e motoqueiros, que representaram 40,9% e 34,1% dos casos. Se forem considerados todos os tipos de ocorrências (com mortes, aquelas sem vítimas, e com sobreviventes), houve aumento de 2% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2004. “Isto se deve a uma combinação de fatores, como infra-estrutura viária inadequada e sinalização ruim das vias. Isso, somado a imprudência de condutores e pedestres”, diz Bittencourt. O secretário de Transportes diz que para frear estes índices serão investidos R$ 20 milhões, nos próximos três anos, na recuperação da sinalização semafórica da cidade. Também, a estruturação, programada para dezembro, do centro de monitoramento, que prevê câmeras de vídeo fiscalizando cruzamentos e vias mais movimentadas. As vias com maior índice de acidentes são as avenidas John Boyd Dunlop, Moraes Sales, das Amoreiras e José de Souza Campos. No evento, o vice-prefeito Guilherme Campos Júnior disse que as discussões que acontecerem durante a Semutran precisam ser trabalhadas durante todo o ano. Renato Ibelli

Câmara vota hoje mudanças tributárias oje à noite a Câmara Municipal de CampiH nas vota, em primeira discussão (legalidade), dois projetos de lei do executivo municipal que tratam de tributos. Serão discutidos e votados os projetos de mudança do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) e do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI). Em relação à lei vigente, poucos pontos sofreram alterações. Muda na cobrança do ISSQN o índice que a prefeitura pretende usar para os juros dos impostos atrasados. A administração municipal quer aplicar a taxa Selic, para equiparar juros municipais e federais. “Hoje é muito mais vantagem dever para a prefeitura, que cobra 1% de juro, do que para a União, que aplica a taxa Selic. Então resolvemos esta ques-

Rodrigo Ferreira em audiência pública que discutiu alterações na lei tributária

tão equiparando o índice”, explica Antonio Carlos Tortello, diretor de Receitas Mobiliárias da Secretaria Municipal de Finanças. Já a tão propagada redução de alíquota só será realmente sentida por uma categoria de prestadores de serviços – a de empresas do transporte coletivo. Outros setores, como hospitais não-conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), terão que pagar

mais impostos – a alíquota cobrada voltará a ser de 5%, ante os atuais 3,5%. Já para quem vai registrar um imóvel haverá aumento de impostos. O IBTI, que hoje varia de 0,8% a 1,8%, não será mais escalonado. Todos pagarão 2% sobre o valor venal do imóvel. Mas a Secretaria de Finanças argumenta que apenas equiparou os valores aqui cobrados aos praticados por cidades da Re-

gião Metropolitana (RMC) e de municípios do porte de Campinas. Além disso, acrescenta o diretor de Receitas Imobiliárias, Rodrigo Ferreira, esse aumento será compensado pelo novo mapa de valores que a prefeitura vai enviar à Câmara até o final deste mês. “Queremos que o valor venal chegue muito próximo ao valor de mercado”, diz Ferreira. Outra mudança no ITBI será a possibilidade de parcelamento do imposto em até 6 vezes. “Ou 20% de desconto para o pagamento à vista”, avisa. As explicações, porém, não convenceram alguns vereadores que estiveram ontem na audiência pública que discutiu o assunto. “Na minha opinião esses projetos têm problemas pontuais e deverão ter algumas emendas”, acredita o líder do PT, vereador Paulo Búfalo.

Para Jorge Schneider (sem partido), as mudanças propostas pela prefeitura vão onerar ainda mais os contribuintes. “Só estamos vendo aumento de impostos. E as empresas de ônibus, que são as maiores devedoras de ISSQN no município, acabaram beneficiadas”, argumenta Schneider. Mas o líder do governo na Câmara, Sérgio Benassi, acredita que o projeto deve ser aprovado, com poucas mudanças. “A administração municipal está dando continuidade às mudanças iniciadas no governo passado. E, em três anos, a cidade passou por uma grande revisão da política tributária, fato que não acontecia há mais de 20 anos”, diz Benassi. A segunda votação dos projetos tributários acontecerá na próxima quartafeira (28/9), já que essas

CONJUNTURA

Festas de fim de ano estimulam as vendas postos de trabalho na disposição do região, o que segundo A consumidor de Luiz Alberto Soares gastar está refletindo nos preparativos para as vendas de fim de ano. Com isso, o ritmo das indústrias locais acelerouse, de acordo com levantamento da regional Campinas do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). Os números apresentados tomaram por base o mês de agosto e mostram que as empresas contrataram e lucraram mais. Foram criados 1.134 novos

Souza, diretor regional do Ciesp-Campinas, é sinal de que a indústria está sentindo a necessidade de repor o estoque na expectativa de uma aceleração nas vendas para o Dia das Crianças e Natal. Também houve aumento de 20% das empresas ouvidas no estudo que declararam melhoria na lucratividade quando comparado ao mês de julho. “Aumentou o lucro

porque estamos vendendo mais. Há crédito em abundância e aumento da massa salarial. Isso leva a crer que o final de ano será bom”, diz Souza. A reposição dos estoques para o final do ano foi sentida na balança comercial. O grande volume de importação do setor de eletroeletrônicos - que tradicionalmente vende bem nas datas comemorativas -, estimulado ainda pelo baixo valor do dólar,

tornaram a balança regional deficitária em agosto. Esse setor importou US$ 156,5 milhões, contribuindo para deixar um saldo negativo de US$ 49,1 milhões na balança (as exportações somaram US$ 264,7 milhões contra importações de US$ 313,8 milhões ). No acumulado do ano, o saldo é positivo em US$ 2 milhões. “A tendência é ficar negativo nos próximos meses”, diz Luiz Alberto Souza. A performance das empresas exportadoras

ainda gera dúvidas. Os contratos que estas companhias possuem até o final desse ano serão cumpridos sem complicações, de acordo com o Ciesp. Os problemas estão nos contratos futuros. Com o câmbio majorado, as indústrias vão reajustar a tabela. Somando-se a isso, há o problema gerado pelo cenário político atual. Resultado: os clientes podem procurar outros mercados. Renato Ibelli

matérias devem estar aprovadas e publicadas no Diário Oficial até o próximo dia 30 para que possam valer a partir do próximo ano. Até o final do mês, o Executivo enviará à Câmara mais dois projetos que tratam da questão tributária, um deles regulamenta as isenções e o outro os incentivos fiscais. “Aí sim muitas empresas poderão chegar aos 2% de ISSQN, desde que atendam a uma série de pré-requisitos”, informa Francisco Esquef, secretário de Finanças. Cristiane Prezotto

EXPEDIENTE

Diretoria Executiva (2004 - 2007) Presidente Guilherme Campos Júnior 1º Vice-Presidente Gilberto Rocha da Silveira Bueno 2º Vice-Presidente Carlos Francisco Simões Correia Assinaturas do Diário do Comércio (0xx19) 2104-9276 Departamento de Sócios Serviço de Atendimento ao Usuário, Convênios e Parcerias (19) 2104-9271/ 9272/ 9273 associados@acicnet.org.br Assessoria de Imprensa (19) 2104-9215/ 9216 imprensa@acicnet.org.br Página na Web www.acicnet.org.br Rua José Paulino, 1111, Campinas, SP - CEP 13013-001 PABX: 2104-9200


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Logo Logo

Acredito que ele seja um dos mais brilhantes artistas formalistas e conceituais do século passado"

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www.dcomercio.com.br/logo/

Lisa Philips, diretora do New Museum of Contemporary Art de Nova York para a obra de Roy Lichtenstein (1923-1997). Gravuras do artista estão em exposição do Instituto Tomie Otake.

Reprodução

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

Cada tonelada de papel reciclado evita o corte de 20 árvores.

SETEMBRO

2 -.LOGO

Recolhimento do IRRF de 11 a 17 de setembro e de ICMS de micro e pequenas empresas. Dia da Árvore.

Depois da cocaína, Kate perde contrato

Black Orlov, o diamante da morte

A cadeia sueca de lojas de roupas Hennes & Mauritz (H&M) cancelou a participação de Kate Moss em uma campanha publicitária. O contrato foi suspenso depois que a supermodelo admitiu que consumiu cocaína recentemente. Kate foi praticamente obrigada a assumir o uso da droga, depois que o tablóide inglês Daily Mirror publicou uma série de fotografias em que ela aparece aspirando cinco "carreiras" do pó.

Diz a lenda que o diamante em exibição no Museu de História Natural de Londres, jóia de 67.5 quilates, foi o responsável pela morte violenta de duas princesas russas e de um negociante de Nova York. O que não inibiu Vicky Patterson, autora de um livro sobre diamantes, de ostentar o Black Orlov em festa do museu.

T ELEFONIA

A CADEMIA

Anatel estuda assinatura menor

Cidadão nº 1 dos Trópicos Virtuais

O presidente da Anatel, Elifas Gurgel do Amaral, disse ontem que a solução para o conflito em torno de uma eventual extinção da cobrança da assinatura básica da telefonia fixa passa pela diversificação de produtos para atender os diferentes tipos de clientes. A Anatel estuda a criação de um serviço voltado para as classes de baixa renda, o Acesso Individual Classe Especial. A idéia inicial era de que custo mensal da assinatura, nesse tipo de serviço, fosse 35% do valor cobrado hoje, que é de R$ 40 em média.

O antropólogo Claude LéviStrauss, autor de mais dezenas de livros, entre eles Tristes Trópicos, sobre o Brasil, foi homenageado ontem pela USP. Há 70 anos, ele participou da missão fundadora da universidade. O antropólogo completa 97 anos em novembro e foi convidado por Adolpho José Melfi, reitor da USP, e Gilson Schwartz, diretor da Cidade do Conhecimento, a versão digital da USP, a se tornar o "cidadão número 1 da comunidade virtual.

I NTERNET

R ELIGIÃO

Brasil tem medo do fantasma de Orwell

Imunidade para o papa, pede Bush

Encontro da ONU virou palco de duelo entre países sobre a internet. Sem citar os EUA diretamente, o Brasil acusou ontem "um só país de tomar as decisões pelos demais" sobre a rede. E chegou a citar o escritor George Orwell e seu livro "1984", que trata da idéia de controle da sociedade. Os americanos querem deixar tudo como está. Os 191 países que participam da discussão teriam de concluir nos próximos dias um entendimento sobre o futuro da rede. O Brasil quer a criação de um fórum global para administrar a internet. Em tempo: existem 13 servidores raízes, 10 deles nos EUA.

O governo dos EUA disse a um tribunal do Texas que o papa Bento XVI deve receber imunidade em um processo que o acusa de conspirar para encobrir o abuso sexual de três menores por parte de um seminarista colombiano. O ex-cardeal Joseph Ratzinger foi acusado em um processo apresentado por três jovens que acusam Juan Carlos Patiño Arango, um seminarista de origem colombiana ligado à paróquia de São Francisco de Sales, em Houston, de ter abusado sexualmente deles durante sessões de orientação psicopedagógica na igreja, em meados dos anos 90.

Morre, em Viena, aos 96 anos, Simon Wiesenthal, que sobreviveu a doze campos de concentração

S

Som ao meio-dia Divulgação

mes", disse o rabino Marvin Hier, diretor e fundador do Centro Simon Wiesenthal em Los Angeles. Wiesenthal nasceu em 31 de dezembro de 1908, filho de mercadores judeus, em Buczacs, no que era então o império austro-húngaro. Estudou em Praga e Varsóvia e, em 1932, graduou-se em engenharia civil. Depois da guerra, pas-

O Olido reúne hoje os cantores líricos Rita Marques, Sandro Bodilon e Márcio Martins e o pianista Alex Flores, que interpretam Domenino Cimarosa (1749-1801) e GianCarlo Menotti (foto). Galeria Olido. Avenida São João, 473. Às 12h. Telefone: 3334-0001. Horário: 12h30. Entrada franca.

F AVORITOS

Leões famintos Pontuação em alta devoram 20 pessoas velocidade

A marca americana Fossil tem uma linha de relógios de pulso que também funcionam como mini-computador. O Wrist PDA Watch tem memória de 8 Mb, funciona com o sistema operacional Palm OS e pode guardar centenas de contatos, agenda, calendário e lista de tarefas. O modelo custa US$ 199 nos EUA.

DESMATAMENTO INVOLUNTÁRIO - Dez focos de incêndio foram registrados ontem na Reserva Chico Mendes, em Xapuri, no Acre. Os bombeiros combatem o fogo manualmente. Os troncos que resistem ao fogo são cortados pelos seringueiros.

www.fossil.com

JORGE CLAUDIO RIBEIRO

B ATE-PRONTO Somos muitos severinos iguais em tudo na vida (...) morremos de morte igual, mesma morte severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia (...)

Em tempos de Severino Cavalcanti, os versos de João Cabral de Mello Neto são um protesto que revive uma história de 40 anos atrás. O "poema em voz alta" que narra a viagem de um sertanejo para o Recife estreou em 65, ecoando em "voz alta" a denúncia social, como conta o professor Jorge Claudio Ribeiro, da PUC-SP. Como o poema chegou ao Tuca? Foi uma ação dos estudantes, incomodados com o regime militar. O DCE criou um curso de teatro e chamou Roberto Freire, Silnei Siqueira e José Ferrara para as aulas. Mas por que João Cabral? Por acaso. Um dia, o boêmio Jacaré, amigo do Freire, sugeriu o texto. Começou a mobilização com aulas A TÉ LOGO

sobre a geografia do sertão, e gente de fora veio para o projeto, como o Chico Buarque, que criou as músicas. Foram meses de trabalho criativo. E a estréia? Foi um sucesso: críticas positivas, casa cheia. O grupo foi convidado para o 4º Festival de Teatro Universitário de Nancy, na França. Para pagar a viagem, o Chico vendeu seu fusquinha, o Clóvis. O Freire vendeu o telefone. Ganharam o prêmio e foram se apre-

sentar em Portugal, enfrentando a ditadura de Salazar. Mas o projeto era político? Essa dimensão só foi percebida depois. A proposta era estética: uma montagem de vanguarda e com a música. Mas falar de reforma agrária na época era corajoso. Houve repressão à peça? Vários atores foram presos porque a peça os colocou em evidência e eles participavam de outras atividades consideradas subversivas, como o movimento estudantil, a militância no partidão (PCB) e até o ensino pelo método de Paulo Freire. (HRC) Morte e Vida Severina terá duas apresentações gratuitas no Tuca amanhã. Telefone: 3670-8455.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Clonagem de celulares atinge mais de 7 mil casos e já supera número de 2004

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Incêndio destruiu, em dois dias, 80% da vegetação do Jardim Botânico de Brasília

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www.detran.sp.gov.br

Filmes: O dossiê de Odessa, de Ronald Neame; Meninos do Brasil, de Franklin J. Schaffner, G enocídio, de Arnold Schwartzman, Amém, Costa Gavras, O Pianista, Roman Polanski e A Queda, de Oliver Hirschbiegel. Livros: de Simon Wiesenthal Os Assassinos Entre Nós e The Sunflower (em inglês). Sobre ele: Simon Wiesenthal - Tracking Down Nazi Criminals, de Laura Jefferey (em inglês).

Computador de pulso

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Já perdeu a conta de quantos pontos estão acumulados na sua carteira de motorista? Foi flagrado dirigindo e falando no celular? Pensou que o sinal amarelo estava no início e acabou flagrado pelas câmeras ao cruzar no farol vermelho? Andou com o pé no acelerador? Então é hora de pisar no freio e navegar. Na internet, a versão on-line do Detran é a via mais rápida para consultar a pontuação na carteira nacional de habilitação.

tos de criminosos nazistas logo após a guerra, mas foi na década de 60 que ele passou a se dedicar exclusivamente a caçar nazistas. Wiesenthal será homenageado hoje com um funeral especial no cemitério central de Viena. Seu corpo de Wiesenthal será transferido posteriormente a Israel, onde será enterrado com todas as honras na sexta-feira. (Agências)

G @DGET DU JOUR

www.cidade.usp.br

CANTO E PIANO

Um bando de leões matou e devorou 20 pessoas, feriu outras 10 e comeu pelo menos 70 carneiros no sul da Etiópia. Mais de mil pessoas foram obrigadas a fugir e abandonar suas casas em Hadia, a 400 km ao norte da capital Adis Abeba. Os leões saem do mato em pequenos grupos, em busca de alimentos. Como não encontram suas presas habituais, em menor número por causa da caça desenfreada, do desmatamento e da explosão demográfica, os animais passam a atacar a população.

Simon Wiesenthal: missão

sou mais de 50 anos caçando criminosos de guerra nazistas, pregando contra o neonazismo e o racismo, e lembrando a experiência judaica como uma lição para a humanidade. No curso de seu trabalho, mais de 1.100 criminosos de guerra nazistas foram levados à Justiça. "Quando a história olhar para trás, quero que as pessoas saibam que os nazistas não foram capazes de matar milhões de pessoas e se safar impunes", disse ele, em certa ocasião. A missão de caçador de nazistas de Wiesenthal começou quando os americanos libertaram o campo da morte de Mauthausen na Áustria onde Wiesenthal estava preso em maio de 1945. Ao ser libertado, pesava apenas 45 quilos. Ele trabalhava recolhendo provas e informações em um pequeno escritório em Viena. A documentação que ele reuniu foi utilizada em julgamen-

Marcos Vicentti/Folha Imagem

C A R T A Z

E TIÓPIA

Ronald Zak/AP

imon Wiesenthal, o sobrevivente do holocausto que ajudou a rastrear criminosos nazistas e passou décadas combatendo o anti-semitismo, morreu em Viena às 4h de ontem (23h de segunda-feira em Brasília), enquanto dormia, aos 96 anos. Sobrevivente de doze campos de concentração, Wiesenthal mudou a missão de sua vida depois da guerra, dedicando-se a rastrear criminosos de guerra. Ele, que perdeu 89 parentes no holocausto, ajudou a encontrar o ex-líder da SS Adolf Eichmann e o policial que prendeu Anne Frank. "Acho que ele será lembrado como a consciência do holocausto. De certa maneira, ele se tornou o representante permanente das vítimas do holocausto, determinado como estava a levar à Justiça os perpetradores do maior de todos os cri-

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E M

O adeus do caçador de nazistas

Divulgação

P RECIOSIDADE

AFP

H ISTÓRIA C ELEBRIDADE

Igualdade de oportunidades é novo objetivo das políticas do Banco Mundial

B RAZIL COM Z

Refinaria multibilionária A edição norte-americana da revista Forbes informa que a Petrobras, em joint venture com a Petróleos de Venezuela SA, vai construir uma nova refinaria, no nordeste, para processamento de petróleo venezuelano. Serão investidos US$ 2,5 bilhões na construção. Leia mais sobre Petrobras na página 15. L OTERIAS Concurso 389 da SUPER-SENA 1º sorteio 22

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2º sorteio 01

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Concurso 1501 da QUINA 16

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DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 2005

MERCADO/AUTOINFORME

Caminhões: novo perfil de vendas O crescimento do agronegócio e a chegada das vans alteraram a tendência do mercado: os pesados cresceram e os leves caíram.

perfil do mercado de caminhões mudou muito em apenas quatro anos. Os caminhões leves, que têm PBT (Peso Bruto Total), entre 3t a 6t, mais indicados para uso urbano, deram espaço para os semipesados e pesados, os estradeiros, usados para transporte interurbano. O incremento do agronegócio e o aumento das exportações de grãos estimularam a venda de caminhões pesados, enquanto os leves perderam participação no mercado para as vans, que nos últimos anos os substituíram no transporte de pequenas cargas nos centros urbanos. A categoria de caminhões leves era a mais vendida e tinha, até o ano de 2001, participação de 30,4% nas vendas. Hoje caiu para 23,6% do total (veja gráfico). Por outro lado, os semipesados e pesados tiveram crescimento nos

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últimos cinco anos: os semipesados cresceram 10% e os pesados 7%. Em 2005 a categoria dos semipesados (PBT acima de 15t e abaixo de 45t) segue na frente, conquistando uma participação de 30,2% nas vendas. Em seguida estão os pesados, com PBT acima de 45t, responsáveis por 26,6% das vendas, sendo que o lançamento da nova linha de pesados da Volks pode incrementar ainda mais esse segmento. O mercado de caminhões está aquecido e as vendas em 2005 devem chegar ao segundo melhor resultado da história deste mercado. Até agosto foram vendidas 55.865 unidades, volume 1% maior em relação ao total no mesmo período do ano passado. Mas dificilmente o recorde atingido em 1997 será batido. Naquele ano a indústria vendeu 90.247 unidades.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

NACIONAL - 13

Missão já gerou negócios de US$ 5 milhões Empresas de diversos ramos de atividade, como construção civil e naval, conseguiram fechar contratos no primeiro dia de atividades da missão

A

penas nesta segunda-feira, os empresários que participam da Missão Polônia, organizada pela São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), realizaram negócios que superam os US$ 5 milhões. Os encontros setoriais com 80 empresas polonesas se intensificaram ontem e a perspectiva é que esse montante seja superado, antes do final do evento. Esse balanço feito pelo coordenador da SP Chamber, Alfredo Cotait Neto, após conversa com os participantes da missão, ganhou um reforço extra. O diretor da Odebrecht Europa, Renato Mello Júnior, anunciou que uma proposta feita pela empresa para a recuperação de uma estrada de ferro na Romênia, no valor de US$ 150 milhões, poderá ser decidida em futuro próximo. Segundo Mello Júnior, esse negocio é fruto da missão anterior da SP Chamber ao Leste

Europeu, que já está dando bons resultados. Vindo de Portugal para se integrar à Missão Polônia, ele está atrás de parceiros para participar das Parcerias Publico Privadas (PPPs), na área de concessão de estradas. "O marco regulatório polonês tem melhorado e o pedágio pode garantir uma boa rentabilidade para os investimentos", informou. Outra grande empresa, a paulista Camargo Corrêa, também está na missão pronta para usufruir do ingresso da Polônia na União Européia (UE). Edilson Rocha Dias, diretor da Unidade Negócios – Construção Naval da Empresa, está conhecendo um a um os fabricantes de motores de navios, em Gdansk e Golynia. Em parceria com a também brasileira Andrade Gutierrez e com a japonesa Mitsui Corporation, a Camargo Corrêa está investindo US$ 240 milhões numa plataforma industrial em Suape, Pernambuco, para produzir navios e plataformas

Fotos: Sergio Leopoldo Rodrigues

SUCESSO DAS PRIMEIRAS RODADAS DE NEGÓCIOS SURPREENDEM EMPRESÁRIOS E AUMENTAM EXPECTATIVAS

Edilson Rocha Dias, da Camargo Corrêa

Alfredo Cotait Neto e Roberto Luiz Gonçalves., da SP Chamber

de petróleo. O estaleiro vai processar de 6,5 mil a 8,5 mil toneladas de aço por mês, a partir de 2007. Dois contratos já engatilhados – com a Transporto, da Petrobras, e outro com a PDVSA, da Venezuela – tornaram ainda mais importante sua visita à Polônia. "Pela tradição que existe aqui na área de estaleiros", disse. Mas a presença de Rocha Dias na missão da SP Chamber não se limita a isso. Ele informou que está estreitando contatos com potenciais fornecedores de motores para navios, um mercado mundialmente aquecido. Gentil Amalcaburio, presidente da Irmãos Amalcaburio, do Rio Grande do Sul, que produz pecas injetadas de plástico, está atrás de parceiros. "Mas com investidores", relata. Ele está prestes a instalar uma nova fabrica em Cruzeiro, no interior paulista, onde já tem o terreno, incentivos locais e o principal instrumento de produção, uma prensa injetora de quatro toneladas. Mas precisa de US$ 15 milhões para integralizar todos os custos do projeto. "Foi importante estar presente nesta missão", ele garante, mas não adianta detalhes de suas gestões. "Só depois que acertar com parceiros brasileiros", resumiu. Sergio Leopoldo Rodrigues, de Varsóvia

Café brasileiro invadirá Europa

S

e depender do empresário Roberto Ticoulat, presidente da Três Marias Exportação e Importação – especializada na venda de café solúvel brasileiro para mais de 30 países, os poloneses deixarão de tomar o café da Alemanha, que, aliás, não tem plantada em suas terras uma muda sequer desse produto. Na segunda-feira mesmo, Ticoulat deu um passo importante nesse sentido, ao estabelecer uma relação comercial com a Interpolska, representante polonesa que distribui o produto por todo o país. E se tudo correr como o acertado, a Três Marias será responsável pelo envio regular para lá de café torrado, moído e solúvel de uma marca brasileira. "Esse café passará a ser consumido em breve aqui na Polônia", relatou o empresário, após encontros comerciais agendados para os participantes da Missão Polônia, organizada pela São Paulo Chamber of Commerse, da Associação

Roberto Ticoulat, da Três Marias

Comercial de São Paulo (ACSP) e liderada pelo vicegovernador Cláudio Lembo (PFL). Ticoulat conta com sua experiência de trabalho junto aos países do Leste Europeu, Rússia e até Kazaquistão. No entanto, o presidente das Três Marias tem um receio, comum no setor: o ingresso da Polônia na Comunidade Européia (CE) criou o sistema de cotas, que é positivo para o Brasil. Mas ele está ameaçado porque a CE contingenciou essa sistemática ao acordo com o Mercosul que não anda. "Daí nossa preocupação", disse.

Estratégia – De qualquer modo, Roberto Ticoulat acredita no mercado polonês e tem uma estratégia: trabalhar na venda de marca própria a partir do Brasil; abastecer indústrias empacotadoras polonesas, e prestar serviços para ajudar essas empresas na logística de distribuição para toda a Comunidade Européia. Luiz Roberto Gonçalves, coordenador da SP Chamber e ligado ao setor de café, acrescentou que embora a Polônia já seja uma consumidora de café verde (cru) do Brasil, "esse café vem por intermédio de trades sediadas na Alemanha, que revendem o produto para o mercado polonês". Por isso, destacou Gonçalves, a Missão Polônia, da SP Chamber, incluiu na sua agenda ações que permitam mudar essa situação, ligando diretamente Brasil e Polônia. "Isso ajudará a aumentar o valor agregado de nossos produtos industrializados exportados", resumiu Gonçalves. (SLR)

Renato Mello, da Odebrecht

Gentil Amalcaburio, da Irmãos Amalcaburio

País pode cortar linhas tarifárias

O

Brasil terá de cortar 5,4 mil linhas tarifárias para a entrada de produtos estrangeiros caso o governo adote a proposta do Ministério da Fazenda como base nas negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC). A proposta do ministério inclui uma redução de tarifas de importação para bens industriais. A avaliação é da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que fez o levantamento do impacto da liberalização para o Brasil. A entidade também

critica o governo por não ter feito ainda um estudo de quais são as barreiras técnicas e fitossanitárias, que os produtos nacionais enfrentam no exterior. A partir desta quartafeira, os 148 países membros da OMC voltarão a debater sobre o avanço dos negócios no setor industrial. Os governos têm até dezembro para fechar um entendimento sobre o ritmo e a profundidade dos cortes de tarifas. Os países ricos pressionam por cortes profundos. Já o Brasil pede maior flexibilidade para as nações emergentes. Pelo levantamento da

Fiesp, ambas as propostas podem ter efeitos ruins, dependendo do coeficiente utilizado para cortar a tarifa. O Ministério da Fazenda apresentou um documento que prevê um um coeficiente que gerará o corte dos impostos aduaneiros de 35% para 10%. Na avaliação da Fiesp, esse modelo obrigaria a um corte real de mais de 60% das linhas tarifárias. Para a Fiesp, antes de um debate sobre as tarifas nas negociações da OMC, o governo e os setores precisam identificar quais são as áreas sensíveis e onde o Brasil poderá ceder. (AE)


São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 2005

DCARRO

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BICOMBUSTÍVEL

Flex perde pouco valor com o uso Além de oferecer a vantagem da escolha de combustível, modelos são os menos desvalorizados do mercado

A

inda existem muitas dúvidas dos consumidores a respeito do carro flex (álcool e/ou gasolina) quanto à durabilidade, desempenho e confiabilidade. Porém, em relação aos preços, mais precisamente quanto à desvalorização do carro com o tempo de uso, o consumidor acredita que este tipo de carro é um bom negócio. Se depender do desempenho de mercado desses modelos de veículos nos últimos 12 meses, o consumidor pode ficar tranqüilo e continuar com esta impressão. Estudo feito pela Agência AutoInforme (com cotação da Molicar) para apurar a depreciação dos automóveis no mercado brasileiro concluiu que o modelo bicombustível realmente é o que menos perde valor após um ano de utilização. Variação por tamanho - De uma forma geral, segundo a pesquisa, o carro pequeno, seja flex ou exclusivamente a gasolina, tem menor depreciação do que os médios e grandes. Mas se o automóvel médio tiver motor bicombustível a tendência é ter uma depreciação menor, inclusive, nos mesmos níveis dos veículos pequenos. Dentro da categoria de carros médios, os únicos modelos que utilizam tecnologia flex são o

Astra e a Zafira, ambos da General Motors, e os dois figuram na lista dos carros menos depreciados nos últimos 12 meses (veja tabela). Na média o carro perde 6,5% do valor após um ano de uso, mas isso depende, claro, do tipo de veículo. As vans, por exemplo, que são utilizadas normalmente para o trabalho e, portanto, têm desgaste maior e apresentam me-

nor vida útil, acabam sofrendo uma depreciação muito maior do que a média, podendo chegar a 20% no período de um ano, em alguns casos. As picapes médias também depreciam pouco acima da média: 9,3% segundo o levantamento da AutoInforme, assim como os carros grandes, como Fiat Marea, Chevrolet Vectra e carros importados em geral.

NOVIDADES

Lançamentos do mês

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gosto foi o mês mais agitado para o mercado automobilístico, até agora, durante o ano de 2005. Nada menos que 67 carros foram incluídos nos catálogos de ofertas das montadoras, entre novos modelos, novas versões, novas configurações de acabamento e motorização. O número é expressivo: foi uma média de três novidades por dia útil. Também o número de retiradas de linha foi recorde em agosto. Nada menos que 80 modelos deixaram de ser fabricados ou importados. No total, o mês de agosto teve 147 alterações nos catálogos das montadoras. Portanto, o mercado de carros e

comerciais leves neste ano já teve nada menos do que 465 alterações, sendo 243 novidades e 221 que deixaram de ser produzidos ou importados. Grande parte desses carros entrou ou saiu do mercado por uma questão legal, pois as empresas foram obrigadas a alterar a motorização para se adaptar às exigências do Proconve, Programa de Controle de Emissões de Gases Poluentes por Veículos Automotores, do Ministério do Meio Ambiente. Em agosto, somente as marcas GM e Nissan colocaram no mercado 41 veículos e retiraram 43, ao trocar os motores de alguns de seus utilitários adequando-se às novas normas.

Melhores negócios - A pesquisa apurou que a picape Strada 1.8 flex teve a menor depreciação do mercado durante o período de agosto de 2004 e agosto de 2005. A picape da Fiat perdeu apenas 1,74% do valor depois de um ano de uso. Em seguida aparece outro modelo também da marca Fiat, o Siena HLX 1.8 flex apresentou uma pequena depreciação de 2,13%. Na apuração anterior, feita em março deste ano, o Celta foi o carro menos depreciado do mercado. O carro da GM perdeu a liderança mas ainda figura na lista dos que representam um bom negócio na hora da revenda. O Astra com motor flex, versão sedã Elite 2.0, teve uma depreciação de apenas 2,65% nos últimos meses e o Volkswagen Fox 1.0 City bicombustível desvalorizou pouco também: 2,67% após um ano de uso. A pesquisa comparou o preço dos modelos zero-quilômetro em agosto de 2004 com o mesmos modelos que estão hoje no mercado, com um ano de uso. Se você é daqueles que compra um veículo já pensando na hora da revenda e quer conhecer a depreciação de todos os carros do mercado, peça a lista com estas informações pelo e-mail e s t a t i s t i c a s @ a u t o i n f o rme.com.br .

REQUINTE E CONFORTO PARA VOCÊ E SEU CARRO A Della Via Pneus, acompanhando a tendência do mercado, inaugurou no último final de semana sua terceira loja-conceito voltada, principalmente, para o segmento tuning. A loja é considerada pela rede como uma “butique para o carro” focada no público elitizado e exigente. A loja localizada na Rua Brig. Gavião Peixoto, 354 no Alto da Lapa, conta em seus mais de 2 mil m², com ambiente limpo e requintado, além de uma silenciosa sala VIP com TV Plasma e DVD para o conforto dos clientes durante a espera pelo serviço. O compromisso de atendimento personalizado vai além de oferecer produtos das mais renomadas marcas de rodas, pneus e acessórios nacionais e internacionais. A nova loja garante a mesma hospitalidade para quem deseja fazer serviços simples, como balanceamento ou alinhamento em seu veículo.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

14 -.EMPRESAS

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

Fotos: Ricardo Damito

DOCERIA COM SOTAQUE DO NORDESTE

Edson Braga Filho e dona Vera, que deu o nome para a empresa. Quitutes fazem sucesso em 20 lojas da rede.

Edson Braga Nunes, dono da rede Bom de Vera, quer ser o rei das docerias no País. A marca já está presente em Pernambuco e Rio Grande do Norte e deve chegar a São Paulo e Rio de Janeiro em 2007.

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mãe talentosa na cal (Fortaleza) - gastei o equicozinha; o filho au- valente ao faturamento de um dacioso nos negó- mês. Fiz isso escondido de cios. Pronto: dessa meus pais. Foi um erro, porque receita nasceu a Bom de Vera, apareceu tanta gente, de bairrede de confeitarias que cresce ros vizinhos, que não consetão rápido quanto massa de guimos atender à demanda gebolo no forno. Dona Vera, hoje rada pela multidão. Mas percom sessenta anos, batizou a cebi que poderíamos crescer empresa. Tudo o que ela fazia muito", conta Edson, que hoje é o diretor-presidenera tão bom que o note da Bom de Vera, me ficou óbvio. com 31 anos. Em 1987 fazia doOs quitutes de doces e salgados tão na Vera agradaram gostosos para os faprimeiro aos clientes miliares que teve a O segredo é idéia de vender para manter o toque de Fortaleza. Hoje, a população de Natal e os amigos da vizi- artesanal de Recife também aprenhança. Resultado: minha mãe e cia os doces e salgacasa cheia. O sucesso dos. Os preferidos fez com que a família produzir em abrisse uma peque- grande escala. são as tortas de chona lanchonete na gaEdson Braga colate e de morango e ragem. Na época, Filho as coxinhas de frango com queijo tipo Edson Braga, com Catupiry. "Talvez o treze anos, era auxiliar de serviços gerais - traba- segredo é manter o toque artelhava como office-boy, limpa- sanal de minha mãe e produzir va as mesas, organizava os em grande escala. Nós fazemos produtos. Aos 17, assumiu os tudo na fábrica central, que fica negócios e resolveu apostar na no Ceará. As oitenta toneladas mídia. Mas segundo ele, exa- de doces e salgados feitas mengerou. "A primeira campanha salmente são levadas por camifoi veiculada na TV Globo lo- nhões frigoríficos para os pon-

Fábrica no Ceará produz 80 toneladas de doces, tortas e salgados por mês

tos-de-venda. Nós tomamos cuidado com o transporte, já que nosso clima é quente e precisamos manter a qualidade do alimento", conta Edson. Aproximadamente 5% do faturamento anual são investidos em logística. A expectativa de Edson é que o faturamento cresça 20% este ano, em relação ao resultado de 2004. As vinte unidades, com quinhentos funcionários, faturam R$ 15 milhões por ano. Até 2006, a Bom de Vera espera inaugurar mais dez unidades

no nordeste. O faturamento deve passar para R$ 20 milhões. "As próximas lojas devem ser pequenas", revela. Em São Paulo e Rio de Janeiro, mercados cobiçados, a Bom de Vera só chega em 2007. Atualmente, 70% dos pontos-de-venda são próprios. Os outros 30% são franchising. Nas futuras lojas, a proporção deverá ser a mesma. "Temos muito cuidado na escolha dos franqueados", afirma Edson. Segundo ele, a crise política não mexeu com as vendas no varejo, mas congelou o interesse dos que sonham em ter uma fran-

quia com a marca. "As pessoas estão esperando para ver algum desfecho da crise", explica. O investimento inicial em uma franquia da Bom de Vera está entre R$ 250 mil e R$ 350 mil. A marca está de olho nos consumidores que pertencem às classes A e B. "A localização das lojas já é escolhida visando esse tipo de cliente", afirma o presidente. Os números positivos da Bom de Vera assustam um pouco ao Edson e à dona Vera, que continua supervisionando a qualidade do negócio. Mas servem também para estimular. "Tenho certeza de que

não vamos parar de crescer", acredita Edson. Auto didata – Braga Filho aprendeu a administrar na prática - ou "na marra", como diz. Ele trabalha priorizando o instinto e a ousadia. O presidente da empresa não frequentou uma faculdade, mas se dedica a vários cursos: Administração, Marketing, Economia, Contabilidade. Vai atrás de qualquer informação que possa incrementar o negócio. Para ele, As palavras de ordem para quem está começando são perseverança e persistência. Neide Martingo Manan Vatsyayana/AFP

EMBRAER – Soldados da Força Aérea da Índia posam ao lado do avião Embraer Legacy 135 BJ, na estação de Palam, em Nova Delhi. Essa é uma das três aeronaves produzidas no Brasil pela companhia que seguirá para a Índia e irá modernizar a frota de jatos da Força Aérea do país.

Patrícia Cruz/Agência Luz

SELO Guilherme Peres Hypólito usa selo comemorativo lançado pela ACSP. A empresa está entre as 150 melhores para se trabalhar no Brasil.


www.dcomercio.com.br/c ampinas/ Edição de Campinas concluída às 00h05 Ano 81 - Nº 21.967

R$ 0,60

São Paulo, quarta-feira 21 de setembro de 2005

´ PTDOLARES O doleiro Toninho da Barcelona (foto) revelou às CPIs que repassou pouco mais de US$ 2 milhões para o PT. E que também serviu ao deputado petista Devanir Ribeiro, que o ouvia. Para ele, o valerioduto já estaria esclarecido se a CPI do Banestado tivesse funcionado. Pág. 5 Sérgio Lima/Folha Imagem

O Severinão de R$ 8 milhões Véspera da renúncia de Severino Cavalcanti (dir), a revelação: ele teria ganho um mensalão de R$ 8 milhões repassados pelo deputado Janene, que foi às CPIs desmentir Toninho da Barcelona. Pág. 3 Divulgação

Dida Sampaio/Agência Estado

R$38,6 BILHÕES PARA O SUPERLEÃO Arrecadação, agora com contribuições previdenciárias, bate novo recorde. Página 9

Veja o que estacionou no DCarro Rita chega furiosa

ACSP na Polônia: negócios de US$ 5 milhões

A Flórida entra em emergência. DCidade

Chamber of Commerce no 1º dia de missão. Pág. 13

TEMPO EM CAMPINAS

Alejandro Ernesto/EFE-AE

Parcialmente nublado Máxima 27º C. Mínima 14º C.


18 -.ESPECIAL

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Humor também é saúde. E prêmios Ganhe uma estadia de uma semana para casal no Spa Med Sorocaba, ou um trimestre na academia Bio Ritmo, completando as charges criadas pelo nosso artista Abê (abaixo). Você pode mandar a sua legenda para a charge pelo correio (DC, rua Boa Vista, 51, CEP 01014-911, SP), ou para o fax 3244-3046. Você pode também completar a charge no www.dcomercio.com.br/concurso/ Boa sorte.

ARTIGO

Curiosidades sobre a soja Liliana Bricarello

A

soja constitui uma fonte rica de proteínas, cerca de 45% de sua composição. O método utilizado para medir a qualidade das proteínas é aquele que considera as necessidades humanas de aminoácidos e a digestibilidade das proteínas, chamado Protein Digestibility Corrected Amino Acid Score (PDCAAS). Através desta metodologia comprovou-se que a qualidade da proteína da soja é semelhante à das proteínas animais (Morais et al, 2000). A soja parece superior em qualidade, quando comparada a outros alimentos de

origem vegetal, apresentando um ótimo balanceamento de aminoácidos essenciais. Considera-se, na atualidade, que a soja é o único vegetal que apresenta uma proteína completa, com qualidade equivalente à da proteína padrão ouro - a albumina do ovo, podendo ser utilizada como fonte única de proteína, tanto a curto (Morais, 1996) quanto a longo prazo (Beer et al, 1989). Os grãos da soja são ricos em lipídios (18 a 20%), contém ácidos graxos saturados, monoinsaturados e poliinsaturados, em concentrações de 15, 23 e 58%, respectivamente (Morais et al, 1996).

A soja possui cerca de 35% de carboidratos totais. Os carboidratos insolúveis são a celulose e a hemicelulose, encontrados na casca do grão, os quais constituem as fibras. Os carboidratos solúveis são frutose e sacarose e os oligossacarídeos estaquiose e rafinose (Embrapa, 2000). O grão da soja é rico em minerais, principalmente magnésio, ferro, potássio e f ó s f o ro . P o ré m , n ã o é boa fonte de cálcio e sódio. A quantidade de minerais varia muito dependendo do produto (Morais et al, 1996). Quanto ao conteúdo vitamínico, a soja é rica em vitaminas do complexo B.

Quando madura, é boa fonte de vitamina E e K, mas não de vitaminas D e B12, e quando verde apresenta níveis altos de ácido a s c ó r b i c o e B - c a ro t e n o (Embrapa soja, 2000). De acordo com Cabral e Modesta, a soja possui diversos grupos de produtos; os produtos não-desengordurados, os produtos do farelo desengordurado, os produtos do óleo bruto e os alimentos naturais (Cabral, Modesta, 1981). No grupo dos produtos não-desengordurados podemos destacar a farinha integral, o leite de soja e/ou o extrato de soja. Os produtos do farelo desengordurado são aque-

les que resultam da trituração dos grãos e remoção do óleo como as farinhas e farelos, os concentrados que resultam da remoção dos componentes solúveis em água. Os isolados já são produtos mais refinados, resultam da remoção de quase todos os outros constituintes da soja (95% proteína) e a proteína texturizada (PVT) que é originada de farinhas, isolados ou concentrados, mais conhecida como “carne de soja” (Cabral e Modesta, 1981). Outro grupo é o dos produtos do óleo bruto, onde se destacam os óleos comestíveis, as margarinas e as lecitinas. O grupo dos alimentos

naturais inclui: fermentados como o shoyo (molho de soja) e o tofu (queijo de soja), e os não-fermentados: grão fresco verde, grão seco, noz de soja, leite de soja, tofu, iogurte de soja. (Morais et al, 2000). E s t u d o re a l i z a d o p o r nossa equipe que foi recentemente (Fevereiro de 2004) publicado na Revista Nutrition Um estudo realizado na Universidade Federal de São Paulo e no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia avaliou se o consumo de leite de soja, além das modificações dietéticas da American Heart Association (AHA), poderia beneficiar significativamente o perfil lipídico e a peroxidação lipídica em comparação com o leite de vaca desnatado, em 60 pacientes com aumento da colesterolemia. A dieta com leite de soja esteve associada com redução do LDL-colesterol e com um aumento do HDL-colesterol. A peroxidação lipídica foi reduzida pela dieta com leite de soja. Esses resultados indicam efeitos benéficos do leite de soja associado à dieta da AHA na melhora do perfil lipídico e na redução da peroxidação lipídica (Bricarello et al, Nutrition, 2004). Liliana Bricarello, nutricionista do Setor de Lípides da UNIFESP e membro da diretoria do Depto de nutrição da SOCESP.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Reprodução

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Logo Logo

Agradeço imensamente aos deuses que criaram a internet. Eles são responsáveis pela volta do Varela e por minha volta aos palcos do teatro.

22

www.dcomercio.com.br/logo/

Marcelo Tas, o repórter cara-depau Ernesto Varella, que estréia hoje uma peça no Rio

SETEMBRO

2 -.LOGO

Último dia para recolhimento do ICMS apurado no mês de agosto/2005. Início da Primavera.

A VIAÇÃO F UTEBOL

Pouso forçado em Los Angeles

Parreira institui o vestibular de atletas O técnico Carlos Alberto Parreira definiu ontem os 26 atletas que participarão das duas partidas finais do Brasil nas Eliminatórias do Mundial de 2006. A novidade no time é o meia Alex, que joga no Fenerbahçe, da Turquia. O time terá Dida, Júlio César, Gomes, Cafu, Cicinho, Roberto Carlos, Gilberto, Gustavo Nery, Lúcio, Roque Júnior, Luisão, Juan, Emerson, Gilberto Silva, Zé Roberto, Ricardinho, Renato, Kaká, Juninho Pernambucano, Ronaldinho Gaúcho, Alex, Júlio Baptista, Adriano, Robinho, Ronaldo e Ricardo Oliveira. Com tantos craques, Parreira decidiu fazer um "vestibular" antes da convocação definitiva para 2006. R ODADA

Com problemas técnicos, avião da companhia JetBlue consegue aterrissar em segurança Reprodução CNN/NYT

U

m avião da companhia Jet Blue, com problemas no trem de pouso, fez ontem uma aterrissagem de emergência, no aeroporto internacional de Los Angeles (EUA), depois de passar três horas no ar, gastando combustível para evitar uma explosão. Ninguém se feriu. O drama dos 139 passageiros e seis tripulantes do Airbus 329 começou logo que o avião decolou do aeroporto de Burbank, com destino a Nova York, e o piloto notou que o trem de pouso, na parte dianteira ficou preso e com a roda

T ÊNIS

Vitória do São Paulo. Mais uma chance Palmeiras perde. para Guga O São Paulo venceu por 3 a 2 o jogo contra o Cruzeiro ontem em Belo Horizonte pelo Campeonato Brasileiro. Em São Paulo, o Palmeiras perdeu do Santos por 1 a 2. Outros resultados: Fluminense 2 X 2 Flamengo Fortaleza 1 x 2 Internacional La Coruña 1 x 1 Betis Cerro Porteño 2 x 2 Boca Juniors E M

num ângulo de 90 graus. Após informar a torre de controle sobre o problema, o piloto passou a sobrevoar a região para gastar o máximo de combustível possível, chegando a despejar parte da gasolina no mar. No aeroporto, 35 carros de bombeiros esperavam a aproximação do avião na pista para tentar apagar um possível incêndio. Durante a manobra de aterrissagem, o piloto conseguiu amenizar o impacto sobre o trem dianteiro. O atrito com o solo chegou a provocar um início de incêndio, que refluiu quando o avião parou. (AE)

Vazamento de combustível provocou fogo abaixo da aeronave

Monalisa Lins/AE

Apesar da má fase, o tenista Gustavo Kuerten foi confirmado pelo capitão Fernando Meligeni como um dos jogadores de simples - o outro é Flávio Saretta para o confronto da equipe brasileira contra o Uruguai, neste fim de semana, pelo Grupo 2 do Zonal Americano da Copa Davis. Guga, atual 297º lugar do ranking de entradas. Nas duplas, jogam André Sá e Flávio Saretta.

C A R T A Z

O soulman carioca Ed Motta faz curta temporada em São Paulo, de hoje a sábado. Leva ao palco o espetáculo Aystelum, de acento jazzístico, acompanhado de pelo

ED

Septeto Euphonico Moderno, temas de Cláudio Botelho, Ronaldo Bastos e uma parceria como sambista Ney Lopes. Teatro Sesc Vila Mariana. Rua Pelotas, 141. Telefone:

L

50803000. Divulgação

Às 21h. R$ 30,00

F AVORITOS

DANÇA COMIGO - Um grupo de academias de dança de São Paulo reuniu professores e alunos na praça Patriarca, Centro de São Paulo, ontem. Além de apresentar coreografias e ritmos para quem passava pelo local, os dançarinos convidaram o público para dançar, ensinando alguns passos para os menos habilidosos na arte.

B RAZIL COM Z M ODA

Iniciar, acessar e doar. Sem gastar

Biotecnologia made in Brazil

Alimentar os brasileiros que vivem nas ruas e em comunidades carentes sem colocar a mão no bolso. Este é o objetivo do Site da Fome. Lá, com apenas um clique, é possível doar alimentos pagos por empresas patrocinadoras. Basta clicar no link Doação. O internauta também pode acompanhar os resultados da campanha exibidos na página. Para contribuir e fazer parte dos resultados positivos, acesse e clique.

O Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, tem testado em seus pacientes com câncer uma nova droga, a Hybricell, vacina desenvolvida pela empresa de biotecnologia brasileira Genoa. A vacina combina células cancerosas com outras, saudáveis, do sistema imunológico do paciente, e é um tratamento complementar às cirurgias de remoção de tumores. As ações da Genoa na pesquisa contra a doença foram destaque da edição de ontem do jornal britânico Financial Times.

www.sitedafome.com.br G @DGET DU JOUR

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L-Athens: nenhuma televisão é como esta

A TÉ LOGO

Falha no sistema de navegação A cidade de Nova York quer reduzir o número de pássaros locais e migratórios que morrem por voarem de encontro às janelas luminosas dos arranha-céus. As autoridades pediram aos proprietários de edifícios que desliguem ou diminuam as luzes que atraem muitas espécies que migram do Atlântico. Cientistas disseram que as luzes atrapalham o sistema de navegação dos pássaros, que confiam em sugestões visuais, fazendo com que eles batam nas janelas. Já foram registradas as mortes de quatro mil pássaros em colisões com prédios na cidade desde 1997. A cidade de Chicago tem um programa semelhante. L OTERIAS Concurso 554 da LOTOMANIA 02

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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Custos da energia elétrica no sudeste e no centro-oeste deverão dobrar até 2009 Rede Casas Bahia paga R$ 9 milhões para ter uma loja na região da avenida Paulista

L

http://www.go-l.com/

A

modelo e apresentadora Daniella Cicarelli voltou a ser alvo de holofotes espanhóis ontem. Mas, desta vez, ela desembarcou no país apenas para trabalhar. Cicarelli, que é conhecida dos espanhóis desde seu casamento-relâmpago com o jogador Ronaldo, desfilou na Semana de Moda de Barcelona, conhecida como "Pasarela Gaudí", que apresenta a coleção para a temprada primavera-verão de 2006. A modelo desfilou moda praia para Dolores Cortes. A modelo estreou nas passarelas da Espanha há um ano, quando desfilou a coleção da estilista Tereza Santos.

L

L-Cinerama e L-Grand Canyon - é uma combinação de dois a cinco painéis em ângulo, formando uma verdadeira paisagem eletrônica. Infelizmente, a Lieberman informa que nenhum dos modelos entrou ainda em produção.

De volta à Espanha. A trabalho.

L

A empresa Lieberman Inc. acaba de anunciar uma série revolucionária de TVs de plasma. O modelo mais sofisticado já foi batizado como L-Athens. Com tamanhos variáveis, os novos modelos podem chegar a até 200 polegadas. A novíssima TV - que tem as versões menores L-Gemini,

U RBANISMO Albert Gea/Reuters

Chico Recarey paga impostos sobre prêmios pagos de bingo e é liberado da prisão

Concurso 700 da MEGA-SENA 02

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quinta-feira, 22 de setembro de 2005

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ESPECIAL - 19


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.OPINIÃO

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

RESENHA INTERNACIONAL

ESPERANDO POR BIN LADEN

China frequentemente roubam os segredos militares e políticos da América, os EUA sabem muito pouco sobre o misterioso Oriente. A Guerra Fria foi como uma luta de boxe na qual o boxeador mais forte e preparado lutava cego. Idem para a Guerra contra o Terror. Neste exato momento, qualquer um pode atacar os EUA com dispositivos nucleares e não teríamos como identificar os criminosos.

Qualquer um pode atacar os EUA com dispositivos nucleares sem ser identificado

oderíamos deixar Bin Laden de lado, alegando que ele não passa de um maluco enfiado numa caverna, mas ainda resta a ameaça nuclear no Irã. Dois livros foram publicados recentemente sobre esse assunto: Atomic Iran, de Jerome R. Corsi e Iran's Nuclear Option, de Al J. Venter. De acordo com Corsi, "A teocracia iraniana representa para o mundo um perigo real e evidente. Os mulás são fanáticos religiosos que em breve terão acesso a armas nucleares".

JOÃO DE SCANTIMBURGO DO PRP AO PT Céllus

A

América ficou aturdida diante do 11 de setembro. Seu senso de invulnerabilidade foi abalado. Mas não ocorreram novos ataques. O horror não foi seguido por mais horror; apenas ameaças e pronunciamentos sem importância; ataques contra países mais fracos e vulneráveis. A Al Qaeda possui armas nucleares, pelo que sabemos. Yossef Bodansky afirmou isso em 1999. Paul

Vendo a crise passar

P

Williams confirmou essa informação, descrevendo suas fontes a Ryan Mauro numa recente entrevista ao WorldNetDaily. Williams acredita que Bin Laden está prestes a lançar um ataque nuclear na América. Somos moralmente obrigados a levar a sério o que diz Bin Laden (os terroristas assassinos nunca mentem). Há duas possibilidades aqui: ou Bin Laden possui armas nucleares ou alguém quer desesperadamente que acreditemos que ele as possui, inclusive Bin Laden e a máfia russa. Isso está claro. Mas como devemos lidar com tais declarações? Devemos acreditar que uma organização terrorista pequena – menor que o Exército Belga – possa iniciar uma ofensiva nuclear contra uma superpotência? Bem, devemos admitir que isso seja teoricamente possível porque as fronteiras da América estão abertas e a contra-inteligência americana está cega. Somos transparentes aos nossos inimigos, mas eles são um mistério para nós. Mesmo depois do 11 de setembro, não temos agentes na Al Qaeda ou no Afeganistão, e a situação não é diferente no Iraque. Enquanto a Rússia e a

É importante sabermos que a Guerra Fria ainda está sendo travada (admitamos o fato ou não) A ameaça nuclear dos radicais muçulmanos, seja da Al Qaeda ou do Irã, possui impressões digitais russas. É forçoso admitir que o quebra-cabeça estratégico ainda não esteja totalmente ou finalmente resolvido por estas observações; mas nesses dias tediosos de vigilância distraída, é importante sabermos que a Guerra Fria ainda está sendo travada (não importa se admitamos o fato ou não). TRECHOS DO ARTIGO DE JEFFREY NYQUIST, POSTADO EM 20 DE SETEMBRO DE 2005 NO SITE FINANCIALSENSE.COM. AUTOR DE THE ORIGINS OF THE FOURTH WORLD WAR, MANTÉM O SITE: HTTP://WWW.JRNYQUIST.COM/

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Ed i to r - Ch e fe : José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br) Editores: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br), Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Marcos Menichetti (marcosm@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Adriana Gavaça, André Alves, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Lancha, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Juliana de Moraes, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda Correspondente: Renato Carbonari Ibelli (Campinas) Gerente de Publicidade Solange Ramon (sramon@acsp.com.br) Gerente de Produto Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-34493 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005 Auditado pela

MARCEL SOLIMEO

É

comum ser indagado sobre por que a crise política, apesar de sua abrangência e gravidade, não influenciou o desempenho da economia como tradicionalmente acontecia. Uma resposta simplista que tem sido apresentada é a de que o mercado (os agentes econômicos e os formadores de opinião) considera que qualquer desdobramento que possa ocorrer, inclusive com uma eventual substituição de governantes, não implicará em mudanças na condução da gestão da macro economia. Outros, como o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central, consideram que os fundamentos da economia brasileira são o suficientemente sólidos para neutralizar qualquer impacto da crise política. O que explica esse desempenho? Creio que, em primeiro lugar, o cenário externo favorável, com a economia mundial em expansão e uma grande liquidez no mercado financeiro internacional. As exportações brasileiras têm crescido fortemente, o que, por sua vez, impulsionou a retomada da produção agrícola e industrial. Essa situação externa tem beneficiado a todos países emergentes, que estão crescendo a taxas superiores às obtidas pelo Brasil. China deve crescer cerca 9,0% este ano, a Índia, 6,8%, Indonésia, 5,6%, Rússia, 5,9% e na América Latina, Chile 6,0% e Argentina 6,6% segundo projeções da revista The Economist. Apesar da valorização do Real, as exportações continuam aumentando porque a demanda mundial continua forte e os preços dos produtos primários e semi manufaturados estão elevados.

O

s resultados favoráveis das exportações e da balança comercial, no entanto, encobrem o impacto negativo do câmbio sobre os produtos industrializados, com riscos de que se desestruture setores tradicionalmente exportadores. O bom resultado das finanças públicas, embora obtido pelo contínuo aumento da receita e não por corte de despesas, ajuda a manter a credibilidade da política econômica, reforçado pela atuação excessivamente conservadora do Banco Central em relação às taxas de juros, que impõem

um custo elevado em termos de crescimento da dívida pública e da própria economia. Se, de um lado, a valorização do Real tem impacto negativo sobre algumas atividades, de outro, auxilia no combate à inflação, fazendo com que os IGPs apresentem deflação em seguidos meses. Como as tarifas públicas são reajustadas pelo IGP, as correções dos preços administrados tendem a ser menores, ajudando a que o IPCA possa convergir para a meta de 5,1% fixada pelas autoridades monetárias.

O

crescimento da economia, que não é tão expressivo quando comparado com o dos demais países emergentes, acontece via exportações e crédito, que vem se expandindo a taxas mais elevadas com a forte participação do chamado " crédito consignado", que já responde por cerca de 35% do total destinados as pessoas físicas. Essa expansão do crédito vem permitindo crescimento das vendas, mas é contraditória com a política de juros altos, que visa conter o consumo. A taxa cambial tem sido o canal de transmissão das crises políticas para a economia. Como o país vem obtendo saldo da ordem de US$ 12 bilhões nas contas externas, o cenário para os próximos meses deve continuar a ser de abundância de dólares, como aconteceu no movimento de ontem dos mercados. Com isso, parece difícil que a "lambança" em que se envolveram Executivo e Legislativo venha a afetar a economia, desde que se mantenha a convicção de que as políticas fiscal e monetária não sofrerão alterações, independentes de quem sejam seus executores, como se observou quando houve ameaças quanto à permanência do ministro Palocci no comando.

A

pesar desses resultados positivos, não se pode ignorar os riscos de que o cenário externo possa vir a ser afetado pelo preço do petróleo ou pela elevação das taxas de juros dos EUA, o que comprometeria a "blindagem" da economia pelo que se torna urgente superar a crise política, para que o país acelere enquanto é tempo.

P arece difícil que a "lambança" política venha a afetar a economia

O assalto aos cofres públicos ARTHUR CHAGAS DINIZ

É

risível, mas algumas pessoas ainda acreditam que o valerioduto tenha sido o principal canal de corrupção de Lulla e sua base aliada. Empresas de publicidade são, de fato, utilizadas para pagar propina a seus contratantes e/ou por indicação destes. Mas a fonte original do dinheiro vem sempre do setor público. Seja no caso Maluf onde em curto período o ex-prefeito "ganhou", em primeiro levantamento, algo não inferior a US$ 500 milhões das construtoras Odebrecht e Mendes Júnior -, seja no suprimento de recursos para o valerioduto. O que fica claro, por exemplo, é que os "empréstimos" feitos por Valério ao PT não são mais do que comissões que os bancos Rural e BMG repassavam pela preferência de aplicações da Fundação Petros nas duas pequenas instituições bancárias. Outras comissões devem ter origem na preferência que os dois citados bancos

tiveram nos empréstimos a aposentados e pensionistas do INSS, com a garantia do débito na folha de pagamento.

O

que me está assombrando, até agora, é o desinteresse das CPIs na origem do dinheiro. Quanto você acha que o pessoal que contratou os serviços de construção de plataforma pagou para o Land Rover virar apenas um "mimo"? Outro parâmetro a considerar no caso dos assaltos petistas a cofres públicos ou privados é conhecer o possível ou provável montante. Se Paulo Maluf recebeu na Prefeitura o equivalente a US$ 500 milhões (deve ser mais), quem governa o país (o PT) deve ter recebido, pelo menos, umas quatro vezes esse valor. O raciocínio é simplista e parte da premissa de que o orçamento da capital de São Paulo equivale a um quarto do orçamento da República.

A fonte original do dinheiro das corrupção vem sempre do setor público

D

eixo logo dito que a distância entre o PRP e o PT, do título acima, é maior do que a distância das galáxias universais. O PRP governou de Prudente de Morais à Washington Luís; ao todo dez presidentes com uma interrupção, a de Hermes da Fonseca. Os governos perripistas foram apodados de organizadores de eleições com falsas atas de eleitores, o que teve realidade em várias eleições. Mas o PRP, com seus congêneres estaduais, fazia severa seleção de candidatos e só enviava às Câmaras respeitáveis cidadãos, munidos em geral de diplomas superiores. Durante a República Velha, que foi a república do PRP e de seus congêneres, as representações tinham alto mérito, o que não vem ocorrendo senão excepcionalmente depois da derrocada do Estado Novo de Getúlio Vargas. Hoje, o que temos são aglomerados, uns ideológicos e outros não, uns fisiológicos e outros não, sem consistência nem instituição comprovada no exercício das funções parlamentares.

O que temos hoje são os aglomerados. Esse é o problema vital do regime.

I

nsisto que esse é o problema vital do regime e, no entanto, não tem sido levado a sério por, evidentemente, interessar a uma parte da classe política a existência de partidos nanicos sem ideologia, sem doutrina, sem competência política, mas com voracidade de negócio para fins eleitorais incomensuráveis. Quando se fala de reforma política, deve-se incluir o problema partidário, que é fundamental para termos uma democracia digna do nome. Não nego que durante a República Velha o recurso ao Estado de Sítio foi vastamente usado pelos governos, mas a parte boa do Partido Republicano Paulista e de seus congêneres estaduais conduziu a nação por quarenta anos, uma duração constitucional só comparável a do Império, que foi de sessenta e cinco anos. Fica aí mais um estudo da reforma partidária, para o bem da sociedade de massas que cresce cada vez mais no país. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

TURISMO - 1

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AQUITANIA

Divulgação/CEC

O CANADÁ CADA VEZ MAIS PERTO DO BRASILEIRO O país é o campeão entre brasucas para intercâmbio, superando Inglaterra e EUA. E prevê, ainda, crescimento nos negócios e no turismo. Pág. 4

TERAPIA DO VINHO Divulgação/Tourisme d'Aquitaine

N esta região do sudoeste da França, um roteiro feito para tratar bem do corpo e do paladar. A cidade de Bordeaux é o ponto de partida de uma viagem permeada por vinhedos, castelos e adegas. As medievais Périgueux e Saint-Emilion e o famoso spa de vinoterapia Caudalie também fazem parte da inebriante jornada. Págs. 2 e 3

Divulgação/Tourisme d'Aquitaine

João Jacques

Divulgação/Spa Caudalie

João Jacques

UVAS: nos parreirais, que enfeitam a paisagem de Bordeaux (no alto), nas vinícolas que produzem e armazenam a bebida de Baco e até nas banheiras do elegante spa (acima), que ganhou fama pelos tratamentos à base de cepas seletas. Nas cidades de destaque deste roteiro, como Périgueux (ao lado e abaixo, à esq.), ruelas e construções históricas Divulgação/Tourisme d'Aquitaine


MAIS BUROCRACIA BOA VIAGEM

Câmara aprova projeto de vistoria para abertura de empresas. Os protestos já vão começar. Pág. 9

SAÚDE EXTRA Saúde na prática, no Spa Med Sorocaba e na academia Bio Ritmo, de graça, e em teoria: 20 páginas para você se manter em forma.

Aquitânia, na França: região dos vinhedos e adegas

Divulgação/Tourisme d'Aquitaine

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Edição concluída às 23h50

Ano 81 - Nº 21.968 Beto Barata/AE

Severino, o retirante: "Voltarei" Givaldo Barbosa/Agência O Globo

U L

LA

Sem aplausos. Estudantes gritando: "Vai embora!" Até a sua João Alfredo, em Pernambuco, o decepcionou, comemorando a renúncia com foguetório. Mas ele lembrou que "o sertanejo é, antes de tudo, um forte", e que vai resistir e voltar. Página 6

R$ 0,60

São Paulo, quinta-feira 22 de setembro de 2005

Joedson Alves/AE

"Fora Severino", gritou uma estudante ao final do discurso de renúncia. Seguranças reagiram: fora estudantes. Roberto Stuckert Filho/Agência O Globo

Dantas depõe. E agita Daniel Dantas (foto) negou a CPIs ter dado dinheiro para partidos, inclusive o PT. E gerou bate-boca entre parlamentares. Pág. 5

Desemprego cai em SP CPI do sexo: deputado Valverde fala de um caso da senadora Heloisa Helena, que devolve com tapas e o acusa de pedofilia.

HOJE Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 13º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 29º C. Mínima 17º C.

Os eleitores de Lula estão escoando rapidamente pelo valerioduto: metade dos que o elegeram presidente não repetirão o voto em 2006 e 49% entre os entrevistados pela pesquisa CNI/Ibope acham que ele nem deveria tentar a reeleição. O índice de ótimo e bom caiu de 35% em junho para 29%. E o de ruim e péssimo aumentou de 22% para 32%. Página 3

Cai o dólar. Sobe a Bolsa Ingresso de recursos no País fez o dólar fechar a R$ 2,27 na venda, com desvalorização de 1,09%. É a menor cotação desde abril de 2002. A Bolsa, impulsionada por rumores de melhora da classificação de risco do Brasil, subiu 2,59% e bateu recorde de pontos: 30.837. Página 13

Depois de 4 meses de estabilidade, taxa de desemprego em São Paulo caiu em agosto de 17,5% para 17,1%. É a segunda menor do ano, conforme o o Seade/Dieese. Pág. 8


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

OPINIÃO -11 11

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doispontos@dcomercio.com.br

Dupla jornada terá pensão em dobro?

Pelo que estou observando, está mais para 3,5% a 4% do que para 3,3%" GUIDO MANTEGA, PRESIDENTE DO

BNDES, DISCORDANDO DA REVISÃO DO PIB, PARA BAIXO.

O Banco Mundial está fazendo uma autocrítica ao admitir que foi longe demais na defesa do neoliberalismo.

.Q

uem sabe quant o v a l e : a r r umar a casa, lavar, passar, cozinhar, ir ao super, recolher o lixo, passear com o cachorro? E isso tudo sem contar a sublime missão de arrancar o filho da cama, levá-lo à escola, ao pediatra, ao parque, ir às reuniões da escola (sempre no meio da tarde)? Pois é, só agora se descobriu que tudo isso tem valor econômico. Segunda pesquisa realizada pela Universidade Federal Fluminense, junto às Contas Nacionais Brasileiras, as tarefas domésticas correspondem a 12,76% do Produto Interno Bruto, bem mais do que a agricultura, que responde por 10% do conjunto de riquezas produzidas por ano (PIB). Só no ano de 2004, se tais atividades fossem pagas, o custo seria o equivalente a R$ 225,4 bilhões. Claro que é difícil de acreditar, pois, afinal, todas essas tarefas sempre foram consideradas como brincadeiras. As meninas foram "adestradas" para fazer tudo isso. Desde o nascimento jogam no seu berço bonecas, e lhes presen-

teiam com casinhas, panelinhas e – que crueldade! – até com ferros de passar roupa! Assim, esses afazeres se transformam em "coisas de mulher", fazendo parte das obrigações femininas. Os meninos, como são o sexo forte, não podem chorar. Muito menos fazer coisas de menina. Nossa! Cozinha não é lugar para homem. Brincar de boneca é coisa de "maricas". Não é de admirar, portanto, que sua participação seja tão acanhada nas lides domésticas, e tenham eles enorme falta de jeito para cuidar dos filhos. Até nem é por falta de boa vontade. Não sabem mesmo. Como não têm habilidade, as mães nem deixam, pois têm medo, que machuquem os bebês que elas acham que são só delas. Por isso as mulheres despendem 27 horas semanais com a casa e filhos e os homens, escassas 11 horas. Reconhecida a importância e o valor do trabalho doméstico, emenda constitucional criou pensão para as donasde-casa em famílias com renda de até dois salários mínimos. Mas, quem será beneficiada? Só quem se dedica ex-

COMENTANDO O

MUNDIAL (BIRD)

MUNDO, ONDE RECONHECE

empre achei que não seria possível criar uma S economia de mercado sem

QUE SERÁ IMPOSSÍVEL REDUZIR A POBREZA NOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO.

M e avexei! Mas voltarei! Por Céllus.

CHANCELER

SCHROEDER E DA DEMOCRATA-CRISTÃ ANGELA MERKEL PARA CONQUISTAR OS OUTROS PARTIDOS

JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO SUL E VICE-PRESIDENTE DO INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO DE FAMÍLIA WWW.MARIABERENCIE.COM.BR

.

SOBRE A DESIGUALDADE DO

MOVIMENTOS DO

MARIA BERENICE DIAS, DESEMBARGADORA DO TRIBUNAL DE

Uma grande economia e uma grande pobreza. É possível isso?

ESTUDO DO BANCO

COMENTARISTA DA BBC AO RELATAR OS

M

as não será uma grande injustiça deixar de remunerar quem trabalha "fora" e tem que fazer as mesmas tarefas, e para isso muitas vezes precisa levantar de madrugada para deixar o almoço pronto ou ficar até a madrugada lavando roupa? Outras vezes precisa, com seu salário restrito, pagar alguém para cuidar do filho para ir trabalhar. Não se estaria incentivando a saída da mulher do mercado formal de trabalho? E como fazer quando a atividade é informal? Enfim, isso já é um bom começo: saber que nosso trabalho vale, e muito. Quem sabe começará a sociedade a admitir que nós temos valor. Quem sabe passarão os homens a reconhecer o nosso valor. Mas, mas o mais importante: quem sabe, as mulheres passem a se valorizar!

É um bom começo: saber que o trabalho da mulher vale, e muito.

ANTÔNIO CORREA DE LACERDA, ECONOMISTA,

Na realidade, estamos diante de um lento jogo de pôquer.

clusivamente à atividade doméstica?

Disque-denúncia com recompensa automática

.

empre acreditei na S importância dos instrumentos da informática

para o combate conseqüente à criminalidade. Verdade que a alguém que não exerça o realismo da administração pública podem ocorrer alternativas atraentes, mais de difícil implantação prática. Minha sugestão é ampliar e adequar o Disque-Denúncia fornecendo senha personalíssima, alfanumérica, ao denunciante anônimo de determinados crimes. De posse da senha, aguardará o denunciante o prazo de, digamos, 60 dias, findo os quais poderá comparecer a qualquer agência bancária

para, mediante a simples enunciação da senha, receber do caixa recompensa que venha a ser arbitrada. No interregno dos referidos 60 dias os órgãos policiais verificarão a procedência e utilidade da denúncia. Acho que passaríamos a contar com batalhão de informantes, tornando impossível ao meliante continuar operando. Como se cobra dos cidadãos que não apenas critiquem, mas apresentem sugestões, segue aqui singelíssima tentativa de colaboração. EVANDRO MESQUITA, DIRETOR DA FUNDAÇÃO ULYSSES

GUIMARÃES, SÃO PAULO

consumidores. Se a "dona" Maria e o "seu" Joaquim não puderem comprar nada por falta de dinheiro, não há economia – nem velha, nem moderna, nem astral, nem sideral, nem digital, nem neoliberal, nem conservadora, nem progressista. Simplesmente não há economia. O grande senhor do fato econômico sempre foi e sempre será o consumidor. Mas, segundo as autoridades de plantão, parece que eu estou errado. Eu e o conselheiro Acácio. Palocci, o médico sanitarista que veio do interior de São Paulo para sanear as finanças públicas nacionais com a ajuda dos reis da selva (Leão&Leão) e o seu "papagaio de pirata" (o presidente da República), afirmam que sim, que vamos criar uma grande economia sem consumidores. Que tal?

nquanto isso, o Brasil se consolida como o oitavo país com a maior desigualdade social do mundo, ao mesmo tempo em que os jornais estampam que "o Brasil miserável é o sexto mais pobre do mundo". Sabem quem é este "Brasil miserável"? É o Brasil real, o Brasil verdadeiro, estes milhões que elegeram o PT pensando que o Presidente-Operário iria mudar este quadro desanimador. Nossa vinculação com a pobreza parece casamento: juntos até que a morte nos separe.

E

FLÁVIO CORREA, PUBLICITÁRIO SÃO PAULO, SP

CLÁUDIO WEBER ABRAMO OPERAÇÃO LAVA-GENTE

S

ão cada vez mais alarmantes os sinais de que o desenvolvimento da crise Correios-Mensalão desembocará no quasenada e que a Operação Lava-Gente vencerá. A estratégia bacharelesca que inventou a desculpa das "dívidas eleitorais" para justificar a circulação de dinheiros ilícitos está funcionando às mil maravilhas. Ela é complementada pela declaração gratuita de que tudo é resultado do modelo de financiamento eleitoral vigorante no Brasil, como se fraudar licitações públicas tivesse alguma coisa a ver com motivações eleitorais. É interessante notar que, mesmo ante a impossibilidade de haver qualquer mudança na legislação referente a financiamento eleitoral antes do prazo fatal de 30 de setembro, o tema é mantido artificialmente na pauta. Uma discussão inútil, cuja única finalidade é reforçar a estratégia políticobacharelesca. Entre as conseqüências da Operação Lava-Gente estão: G Vinga a proposição de que dinheiro roubado, se usado para pagar campanha eleitoral, é menos sujo. Uma pessoa retira dinheiro em espécie do caixa do banco, diretamente ou através de "laranjas", inicialmente nega que sequer sabia do que se trata, depois informa com a cara mais lavada do mundo que era para ressarcir dívidas eleitorais. G Deputados e funcionários partidários venais não são perguntados sobre o destino do dinheiro que embolsaram. Aceita-se sem nenhuma discussão que usaram o dinheiro para pagar dívidas de campanha, sem que minimamente se indague quais foram os credores. Eis aí uma tática que levará muitos criminosos a se candidatarem às próximas eleições só para lavar dinheiro. Poderemos agradecer a inovação aos advogados que inventaram essa tática e, mais ainda, aos parlamentares que preferem olhar para o outro lado em vez de perseguirem as raízes da corrupção. G O cinismo das tramitações jurídicas ganha a esfera política, como é patente nas atitudes de todos os

implicados, do mais alto ao mais baixo. Com isso, Genoino e José Dirceu igualam-se ao ex-bispo Rodrigues, a Severino Cavalcanti, a Valdemar da Costa Neto, a José Janene, a Sandro Mabel – mas não estão nem aí. Escudados na idéia de que dinheiro de caixa 2 eleitoral seria menos ilícito, esperam salvar a sua vida política. Vários conseguirão. G Fica sacramentado que dinheiro nasce em árvore, pois até agora nada se esclareceu sobre a origem dos recursos do valerioduto. O cheiro de orégano intensificou-se a partir das notícias de que o PTB tentou retirar as representações ao Conselho de Ética contra José Dirceu e Sandro Mabel. Apesar de as motivações da jogada permanecerem obscuras – afinal, o PPS já entrou com representações no mesmo Conselho contra todos os suspeitos/acusados, incluindo-se esses dois, o que torna inócuo o gesto petebista –, é um sinal dos tempos que todo mundo achou isso muito esquisito, não faltando quem detectasse a operação de um mecanismo de uma-mãolava-a-outra, envolvendo os dois parlamentares e mais o ex-deputado Roberto Jefferson. Qual será essa operação, se ela de fato existe, só os causídicos poderão informar.

A estratégia bacharelesca que inventou as "dívidas eleitorais" está funcionando às mil maravilhas

D

e toda forma, parece alta a probabilidade de que venha a acontecer o pior: do escândalo que paralisou o país, esfacelou o partido político mais importante da história brasileira e embolou o meio-decampo da sucessão presidencial de 2006 não se terá aprendido quase nada. Com a cassação de Roberto Jefferson, assume sua cadeira o suplente Fernando Gonçalves. Gonçalves é mais um integrante da "bancada da bola", formada por candidatos que foram financiados pela CBF ou clubes de futebol. Em 2004, Gonçalves foi condenado por fraude contra o SUS, mas por conta de nossa velocíssima Justiça, como o fato aconteceu em 1990, o processo acabou por ser arquivado. CLAUDIO WEBER ABRAMO É JORNALISTA E DIRETOR DA TRANSPARÊNCIA

BRASIL (WWW.TRANSPARENCIA.ORG.BR) BLOG: CRWA.ZIP.NET.

WWW.DCOMERCIO.COM.BR E-MAIL PARA TEXTOS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS (011) 3244-3544, 3244-3046 , Fax (011) 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL (011) 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax (011) 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL (011) 3244-3344, 3244-3983


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2 -.TURISMO

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Entre as águas de Baco Bem-vindo à região francesa da Aquitânia, cujo nome em latim quer dizer "país das águas". Mas por lá, outro tipo de líquido faz fama mundialmente: o vinho. A cidade de Bordeaux é a porta de entrada Por João Jacques Divulgação/Tourisme d'Aquitaine

João Jacques

Divulgação/Tourisme d'Aquitaine

P

ara o imperador Júlio César, a Aquitânia era sinônimo de terra da água. E estava certo. Em latim, o nome desse importante departamento do sudoeste da França, outrora província romana e um importante reino na época dos visigodos, significa "país das águas". Entretanto, hoje a região é mais conhecida por um outro tipo de líquido, o vinho, extraído das terras porosas entrecortadas pelos Rios Garonne e Dordogne. Entre parreirais a perder de vista, não há quem não reconheça, nos caminhos bucólicos e enviezados, as sinalizações que apontam as propriedades de rótulos mundialmente prestigiados, como Margaux, Lafite, Latour e Pétrus. Os muitos castelos espalhados pela zona rural apenas adicionam um pouco mais de charme e história à Aquitânia, cuja porta de entrada é a capital, Bordeaux, nome que em si já é uma referência que dispensa apresentação e reconhecida capital do "bien manger" e do "bien vivre" (comer e viver bem), parada obrigatória para os bons de garfo e, sobretudo, de cálice. Não por acaso, os encantos de Bordeaux também chamaram a atenção de Victor Hugo. Para o célebre escritor, se Ver-

Localizada à beira-rio, a bela Bordeaux é tida como uma pequena Paris. A imponente arquitetura é um dos seus pontos altos e as antigas fachadas escondem lojinhas e, claro, adegas. Pela região, seguindo a rota do vinho, a paisagem é de castelos envoltos por parreirais

salhes e Antuérpia pudessem ser unidas o resultado final seria a cidade localizada à borda d’água, importante porto de comércio marítimo, cuja monumentalidade pode ser admirada de qualquer ângulo. Arquitetura – Paris em tamanho menor, tem na arquitetura um de seus pontos altos, herança concreta do século 18, quando dezenas de mansões de fachadas clássicas foram erguidas e praças grandiosas desenhadas por mãos de artistas. Com mais de 2 mil anos de história, a beleza de Bordeaux en-

Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editora Antonella Salem antonellasalem@uol.com.br Sub-editora Lygia Rebello lygiarebello@uol.com.br Projeto gráfico José Coelho Gerentes: Publicidade Solange Ramon, tel. 3244-3344, sramon@acsp.com.br Produto Arthur Gebara Jr., tel. 32443122, agebara@acsp.com.br Rua Boa Vista, 51, 6º andar Impressão Diário de São Paulo www.dcomercio.com.br

grupo político de origem burguesa cujos integrantes perderam suas cabeças durante a Revolução Francesa. A enorme fonte é um dos cartões-postais da cidade e a esplanada, palco de festivais de música durante o verão. Outra parada deve ser feita diante do Grand Théâtre, na Place de la Comédie. Seguindo em direção ao rio, e à direita, encontra-se a charmosa praça Place de la Bourse. Construída no século 18, é um dos lugares mais bonitos de Bordeaux e é caracterizada por dois suntuosos prédios, o Hô-

O ritual de uma degustação

BOA VIAGEM Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos

canta e embriaga.... Exatamente como os vinhos produzidos em seus domínios. Muito do charme da cidade está nas ruas, algumas delas fechadas aos pedestres. Entre vielas, torres e becos, o sabor está justamente em se perder. Deixar-se levar pela intuição. Durante a caminhada, facilitada pela topografia e relevo, não faltam surpresas. Entre elas, a Esplanade des Quinconces, do século 19, onde se encontra a escultura Mémoire des Girondines, monumento que lembra os girondinos –

tel des Douanes e o Palais de la Bourse. Este, por sinal, é um dos marcos da vitalidade econômica da cidade e da região, cuja principal moeda ainda jorra dos vinhedos e faz da cidade a capital do reino dos vinhos finos. Apenas em torno de Bordeaux, para se ter uma idéia, são produzidas 52 appellations (equivalente às áreas demarcadas) e há registro de 8 mil castelos. Para percorrer uma parte desse território abençoado por Baco é necessário dispor de alguns dias. Mas vale a pena. Rota do vinho – Comece em Médoc e Haut-Médoc , que envolve cerca de 14 mil hectares distribuídos por 14 comunas. É ali que se produzem vinhos com as famosas castas de uvas

Divulgação/Tourisme d'Aquitaine

A

preciar vinho é uma arte que remonta à Antigüidade. Mas, assim como ontem, ainda hoje requer algumas preliminares, que criam, aos poucos, a atmosfera que envolve e inebria. Pura sedução que evolui aos poucos até o prazer da degustação. E, no caso dos célebres rótulos de Bordeaux, alguns passos rumo ao sabor devem ser respeitados, para que se crie essa espécie de comunhão entre o vinho e quem o aprecia. De início, vale lembrar que não existe um momento certo para saborear. Basta ter o desejo. A cor é um dos primeiros fatores que permitem determinar se um vinho é bom ou não. Eleva-se o copo, olha-se o vinho através da claridade e, por fim, contrapõe-se o copo a um

Para saborear um bom vinho é preciso, antes, atenção à cor e ao aroma

fundo neutro para se certificar da subtileza da tonalidade da bebida. Os tintos mais jovens de Bordeaux têm, freqüentemente, uma cor intensa entre o violeta e o púrpura. Com o passar do tempo ganham uma to-

nalidade rubi. Os mais velhos têm uma cor acastanhada. Já os brancos vão desde o incolor ao amarelo-palha dos secos até ao dourado-pálido e âmbar dos doces e semidoces. Quanto ao aroma, para sentir

o bouquet, primeiro se deve cheirar no copo e, depois de um suave balanço, aspirar todo o potencial aromático que se aflora. Há 11 famílias de aromas: de flores (violeta, rosa, acácia) e frutos (morango, limão, uva, cereja...), até ervas aromáticas e especiarias (canela, pimenta...) e notas de madeira (pinheiro, cedro, sândalo). No que se refere ao paladar, o vinho consegue proporcionar uma série de sensações. Dá-se um gole, fazendo com que circule na boca. À medida que aquece, liberta novos elementos aromáticos, revelando toda a sua natureza e a sutilidade do sabor. Impressões que ficam na boca mesmo depois de já ter sido ingerido e que o cérebro, sabiamente, armazena como um incomparável prazer. (J.J.)

pretas que servem de base ao vinho Bordeaux (CabernetSauvignon, Cabernet Franc e Merlot). Segue-se Graves, uma zona muito especial já que é a única região vinícola de França que ostenta o nome do seu solo. Dos 5 mil hectares saem uma série de crus classificados sob a demarcação PessacLéognan. Na seqüência, Sauternais, onde se produz o primeiro vinho licoroso do mundo; Entre-Deux-Mers , assim chamada por se situar entre o Rios Garonne e Dordogne e produzir seletos vinhos brancos secos; Pomerol e SaintÉmilion , ímpares pelos vinhos, já que a primeira (764 hectares) é o berço do afamado Pétrus e a segunda do Château Ausone e Cheval-Blanc. Dentro de Bordeaux, um local imperdível para os amantes de vinho é a loja L’Intendant. Situada no coração da cidade, sua fachada sóbria não dá pistas sobre o que abriga no interior. Distribuídas em andares, há quase 20 mil garrafas, todas acomodadas em ambiente climatizado. A visão, dionisíaca, pode ser apreciada a partir de uma escada em espiral, e o preço das bebidas se eleva na exata medida da subida dos degraus. Quanto mais alto o patamar (vai até 12 metros), maior o valor da bebida, que à altura máxima atinge valores inimagináveis. Um êxtase de escalada, capaz de embriagar até mesmo os abstêmios de carteirinha. A viagem foi oferecida pela Maison de la France e pela Air France

ERRAMOS Na legenda da capa da edição de 15 de setembro, dedicada às cidades do Circuito das Águas Paulista, a Fonte das Índias fica na cidade de Monte Alegre do Sul e não em Amparo; e a Praça Adhemar de Barros é em Águas de Lindóia e não Lindóia. Na página 6, no Raio X de Socorro, os telefones da Base 55 estão equivocados. Os corretos são: tels. (19) 3855-2050 e (19) 3855-2887.


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quinta-feira, 22 de setembro de 2005

CIDADES & ENTIDADES - 1

Fotos de Cleyton de Souza/AE

Prefeitura vai agora combater migração de camelôs ilegais O anunciado confronto de ambulantes com agentes municipais não aconteceu na madrugada de ontem, no Brás. Mesmo assim, expulsos da rua Oriente, os camelôs ocuparam várias ruas transversais. Para subprefeito da Mooca, migração era prevista e, agora, será o principal alvo da administração municipal. Davi Franzon

I

mpedir a migração de camelôs ilegais pelas ruas comerciais de São Paulo. Esse é o próximo passo da administração municipal na sua "guerra de ocupação" para erradicar da cidade os vendedores ambulantes sem autorização de trabalho. No começo deste mês, os 31 subprefeitos reuniram-se para identificar os principais pontos de migração entre cada subprefeitura e qual a melhor forma de impedir esse processo. De acordo com o subprefeito da Mooca, zona leste de São Paulo, Walter Bellintani, um levantamento realizado nas ruas do Brás, principalmente na Oriente, foram encontrados ambulantes que já haviam sido retirados da rua 12 de outubro, no bairro da Lapa. "Depois das operações de retomada das ruas, nosso próximo passo é impedir a migração. Detectamos essa movimentação aqui no Brás, na Lapa e em Santo Amaro, mas acreditamos que ocorra em todas as vias comerciais de São Paulo. Nós (os 31 subprefeitos) elaboraremos, em conjunto, um plano de ações para impedir esse movimento", informou Bellintani. "Peregrinação" – Não é recente essa migração de ambulantes pela cidade. Quando a reportagem do Diário do Comércio denunciou as ações de cobrança de propinas e chantagens praticadas por parte de falsos sindicatos de ambulantes, com a colaboração de funcionários da máquina pública, também foi constatada essa "peregrinação" dos

ambulantes ilegais de uma rua ou avenida comercial para outra, o que incentivou a disputa por "pontos" entre essas auto-intituladas entidades de classe. Segundo o secretário da Coordenação das Subprefeituras, Walter Feldman, um dos caminhos para impedir a migração é a ocupação de cada espaço de cada rua comercial da cidade e não permitir a montagem das barracas. Feirinha – Nas duas últimas madrugadas (terça e quarta-feiras), a subprefeitura da Mooca impediu a realização da feirinha da madrugada (o atacadão dos vendedores ambulantes) na Rua Oriente. Cerca de 3, 5 mil ambulantes foram impedidos de montar suas barracas. Apesar de uma série de ameaças por parte Sindcisp (Sindicato dos Camelôs Independentes de São Paulo), ontem não foram registrados confrontos entre ambulantes e policiais. No entanto, após a ocupação da rua Oriente pela Guarda Civil Metropolitana – cerca de 250 agentes participaram da ação – os ambulantes passaram a ocupar suas transversais, deslocando a feirinha para essas vias. Ontem, esse movimento de migração não foi impedido pelos fiscais. Questionado sobre essa situação, avaliada como erro da Prefeitura pelos comerciantes da região, o subprefeito informou que essa migração já era prevista no plano de ação da subprefeitura. "Essa mudança era esperada. Evitamos um confronto direto, esse era nosso objetivo. Vamos nos preparar para impedir essa

ocupação também", explicou. Walter Bellintani garantiu que uma ocupação como a realizada terça e quarta-feiras na rua Oriente será deflagrada nas principais transversais da via. Bellintani afirma que somente os ambulantes com o Termo de Permissão de Uso (TPU) voltarão às ruas do bairro. Um levantamento da subprefeitura da Mooca mostra que existem 893 camelôs legais no local. Para o subprefeito, a migração é razão direta da pressão da administração para retomar o espaço público, o que leva os ilegais a procurar outro ponto para armar suas barracas. "Não se trata de uma ação temporária. Estamos devolvendo o espaço público aos paulistanos. Ocupamos uma rua, o resultado foi atingido. Agora partiremos para as outras", informou. Popcentros – Em relação aos ambulantes ilegais, Bellintani acredita que a melhor solução é sua transferência para um popcentro ou um shopping popular, como o modelo implantado no Brás pela empresa GSA. Cerca de 1.500 ambulantes já estão no local, um conjunto de galpões pertencente à Rede Ferroviária Federal. Como são áreas privadas, cada ambulante paga cerca de R$ 50 reais por semana/vaga. Acredita-se que a transferência dos ilegais para esses locais colocaria um fim na disputa entre auto-intituladas associações de classe, que cobram dos ambulantes uma contribuição semanal. O esquema de cobrança, segundo levantamento publicado pelo Diário do

Comércio, arrecadaria em média, somente no Bairro do Brás, R$ 150 mil por semana, ou seja, um caixa de R$ 600 mil por mês, somente com os ambulantes ilegais. Classificado pelo secretário Walter Feldman como "sindicatos do crime", essas associações e entidades são um dos principais alvos da administração municipal, já que existem funcionários das áreas de fiscalização envolvidos nesse esquema de cobrança de contribuições. Temor – Para impedir o retorno dos ambulantes à rua Oriente, cerca de 150 agentes da GCM ficarão no local. O mesmo modelo foi aplicado na rua 12 de Outubro, na Lapa. Bellintani diz que a presença da GCM não é uma provocação aos ambulantes e que confrontos serão evitados

de todas as maneiras. Procurados para comentar a decisão da Subprefeitura, nenhum membro do Sindcisp foi localizado. Quando denunciou o esquema de arrecadação nas ruas de São Paulo, a reportagem do DC conversou com a diretoria do sindicato, que garantiu resistir a qualquer intenção de retirada dos camelôs da rua Oriente ou impedimento da feirinha da madrugada. Comerciantes do bairro do Brás temem, nos próximos dias, algum tipo de represália por parte dos ambulantes. Pedindo para não terem seus nomes divulgados, os empresários acreditam em um confronto até o fim da semana. "Tememos uma reação por parte dos camelôs. Eles não sairão assim tão fácil", disse um deles.

Mesmo com a vigilância da Guarda Civil Metropolitana, a feirinha da madrugada foi realizada na madrugada de ontem, no Brás. Desta vez, nas transversais da rua Oriente. Apesar de anunciado, não houve confronto com agentes municipais.


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quinta-feira, 22 de setembro de 2005

TURISMO - 3

Cenários dignos de cinema Nas proximidades de Bordeaux, duas cidadezinhas são capazes de embriagar o visitante: Périgueux e Saint-Emilion. A primeira reúne relíquias como a Catedral de Saint-Front. E a segunda foi palco do filme 'Chocolate' Fotos: João Jacques

A

o viajar pela Aquitânia, duas cidades se impõem majestosas na paisagem. Diferentes entre si, ambas exalam história, romantismo e muito charme. A 120 quilômetros de Bordeaux, Périgueux, capital do Perigord, integra a rota francesa dos peregrinos rumo a Santiago de Compostela. A Catedral de Saint-Front, Patrimônio da Humanidade segundo a Unesco, é parada secular dos viajantes rumo à Espanha. Mas, fora da imponente igreja, as ruas estreitas de pedra e as feiras ao ar livre convidam a explorar outras relíquias, como a Torre Vesone, com 27 metros de altura, do tempo em que o local chamava-se Vesunna.

Bem ao lado, o Museu GaloRomano ilustra, com valioso acervo, a história local. Mas melhor é se aventurar pelos becos e se deliciar com pães, queijos e confits produzidos na cidade. Entre muitos sabores servidos em bistrôs, vale observar com calma o conjunto arquitetônico dessa cidade que inspira a andar a pé. Da antiga Vesunna às construções medievais, Périgueux oferece mais de 2 mil anos de história, com 39 edifícios declarados onumentos Históricos. No roteiro, vale a visita ao Museu Vesunna, cujo acervo reflete a memória e a história da região do Périgord. O prédio, com projeto arquitetônico de Jean Nouvel, valoriza ainda

mais as relíquias do período galo-romano. ‘Chocolate’ – Localizada a 50 quilômetros de Bordeaux, a bucólica Saint-Emilion é um outro segredo que os romanos não apenas conheciam como foram os primeiros a cultivar uvas por lá. Com uma tradição de 800 anos em exportação de vinhos, nas últimas quatro décadas renasceu das cinzas, preservando praticamente autêntico seu traçado arquitetônico da Idade Média. Mas, além das imponentes construções e das muitas ladeiras ornamentadas com floreiras e bicas, ao percorrer os becos dessa cidade que parece saída de um conto de fadas tem-se a nítida impressão de que já a vimos an-

tes. De fato, é possível reconhecer que foi uma das locações do filme Chocolate, longa-metragem protagonizado por Juliette Binoche que definitivamente congelou o povoado no tempo e na memória. Entretanto, se o casario de casinhas brancas e enfeites na janela impressiona, Saint-Emilion também encanta pelo que se vê sob a terra. Há mais de 200 km de galerias subterrâneas, como a Igreja Monolítica, escavada em uma única rocha no ano 1000. O conjunto é uma beleza só e qualquer esquina é cenário para se degustar outra preciosidade extraída da terra, seus vinhos tintos. Para um bom bebedor, uma palavra basta: Aquitânia. (J.J.)

Além de sua bela catedral, estreitas ruas de pedra e feiras ao ar livre atraem em Périgueux (à esq.), a 120 km de Bordeaux; Saint-Emilion (acima) tem tradição de 800 anos em vinhos e é dona de um precioso conjunto arquitetônico medieval

RAIO X

Caudalie: um mergulho no vinho de corpo e alma Divulgação/Spa Caudalie

Nos domínios da propriedade, chama atenção a construção feita com material de demolição do século 18. Madonna é cliente

O

que é que celebridades como Madonna e Catherine Deneuve e jet-setters do mundo todo têm em comum? A devoção aos produtos e tratamentos à base de vinoterapia oferecidos no sul da França. Basta desembarcar em Bordeaux e seguir rumo ao Spa Les Sources de Caudalie, localizado entre parreiras a perder de vista e diante do Castelo Smith Haut Lafitte. Bem de frente à nobre propriedade, onde são produzidos disputados Grand Crus a partir de cepas selecionadas de uvas brancas e vermelhas, e ao lado direito de quem chega por uma estrada vicinal, chama a atenção uma outra construção, feita com material de demolição do século 18, onde o pátio, repleto de ferraris e jaguares, antecipa ao visitante o "clima" local. Assim é o Caudalie, um endereço tão exclusivo quanto charmoso que nem mesmo o mítico Baco, deus do vinho, teria concebido. Para complementar,

SERVIÇO Les Sources de Caudalie: Chemin de Smith Haut-Lafitte, 33650 Bordéus-Martillac, tel. (335) 5783-8383. Spa Caudalie/Hôtel Meurice: 228, Rue de R ivoli, Paris, tel. (331) 4458-1077.

ainda dispõe do antídoto contra todos os males do corpo e da alma: o vinho. Desde a Antigüidade as mulheres européias faziam artesanalmente uma máscara facial com uvas amassadas. Usada para prevenir os sinais do envelhecimento, a receita se mostrava eficaz graças às substâncias antioxidantes contidas nas sementes e na casca das uvas. Conhecidas como polifenóis, essas substâncias conquistaram a indústria da beleza nos últimos anos e passaram a fazer parte de cremes

rejuvenescedores, hidratantes e óleos. Adicionalmente foi introduzido o banho com vinho, que melhora a qualidade da pele do corpo todo, deixandoa mais firme e luminosa. Este, aliás, é um dos tratamentos mais procurados no Caudalie. Pioneiro em todo o mundo, o spa francês é uma referência em vinoterapia. Seus hóspedes se dão ao luxo de se beneficiarem com sessões de massagem com óleos que fazem as vezes de aperitivo para uma verdadeira carta de vinhos em forma de procedimentos esté-

ticos. Exemplo? Pouco antes de entrar em uma tina de carvalho repleta de água mineral proveniente de uma nascente a 540 metros de profundidade, de sementes e cascas de uva, uma atendente pergunta ao cliente em qual tipo de vinho deseja mergulhar. Entre o Cabernet ou Merlot, vale qualquer escolha. Só não vale pedir canudinho. Para completar, além de máscaras faciais e hidratação corporal, ainda é possível saborear delícias da tradicional gastronomia francesa, oferecida em dois restaurantes do complexo Caudalie, La Table du Lavoir e o La Grand Vigne. Tudo regado, é claro, com o melhor da produção vinícola regional. Agora, uma dica: para os que visitam a França e não dispõem de tempo para ir a Bordeaux, a alternativa é procurar o L’Espace Bien-Être, no último andar do luxuoso Hôtel Meurice, em Paris, que abriga a única filial dentro do país. Os cuidados estéticos (com preços entre 60 e 210 euros) são iguais aos da matriz. Mas não se pode, porém, usufruir da bucólica e sofisticada vida no campo à La Caudalie. (J.J.)

COMO CHEGAR De São Paulo a Bordeaux, via Paris, com a Air France (tel. 0800/8803131), a passagem ida-e-volta custa a partir de US$ 1.169. ONDE DORMIR Chambres D'Hôtes St.-Emilion: 3, Rue Abbè Bergey, Saint-Emilion, tel. (335) 5724-7012. Diárias em quartos residenciais entre 70 e 90 euros, com café da manhã. Hostellerie de Plaisance: Place du Clocher, 33330, Saint-Emilion, tel. (335) 5755-0755. Diária a partir de 120 euros, café incluído. La Maison Bord' Eaux: 113, Rue Albert Barraud, Bordeaux, tel. (335) 5644-0045. Diária a partir de 113 euros, com café. ONDE COMER Famosa por sua culinária e seus vinhos, Bordeaux dispõe de uma farta oferta gastronômica, com diferentes opções de menu e preços. Restaurantes com preços mais acessíveis encontram-se entre Places St.-Pierre, Gambetta e de la Victorie. Os lugares mais típicos são brasserries, cafés, bistrôs e pâtisseries (confeitarias). O menu mais barato sai em torno de 12 euros. Vale provar o pâté de foie gras (patê de fígado de pato), um bom vinho, pão e queijo da região. Restaurant Baud et Millet: 19, Rue Huguerie. Uma boa escolha para os que estão a fim de um típico fromage (queijo) francês, com mais de 100 opções, podendo comer tanto quanto quiser por 16 euros. Le Jardin Gourmand: 15, Rue des

Fausset. Outra ótima pedida nessa faixa de preço. ONDE COMPRAR VINHOS E APRENDER Maison du Vin: 1, Cours du 30 Juillet, Bordeaux, tel. (335) 5600-2266. Oferece informações dos châteaux e cursos de iniciação de degustação de vinhos em francês e inglês, por duas horas. Abre de maio a outubro, de segunda a sexta das 8h30 às 18h30; de novembro a abril, apenas de segunda a quinta, no mesmo horário. Cada castelo tem um horário próprio, oferecendo visitas gratuitas ou pagas e degustação. Preste atenção nas placas degustation, vin à exporter. Os maiores châteaux (como Haut-Brion) aceitam visitas apenas com horários marcados. L'Intendant: 2, Allées de Tourny, 33.000, Bordeaux, tel. (335) 5648-0129. FAÇA AS MALAS Clima: a temperatura média em Bordeaux varia entre 3º C, em janeiro, e 27º C, em agosto, com raríssimos dias de neve. Informações turísticas: em Bordeaux, o Centro de Informações fica perto da estação de trem (12, Cours du 30 Juillet). Lá é possível obter mapas e folhetos, dicas sobre eventos culturais e de toda a região. Aos fãs de museus, no CI pode-se comprar um passe que vale para 10 museus (por 30,50 euros). Em São Paulo, informações com a Maison de La France (Av. Paulista, 509, 10 andar, tel. 11/3372-5500). Na Internet: www.franceguide.com e www.tourisme-aquitaine.fr.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.CIDADES & ENTIDADES

quinta-feira, 22 de setembro de 2005 James Nielsen/AFP

Tim Johnson/Reuters

Os 57 mil habitantes de Galveston, cidade do Texas, foram orientados a procurar abrigo em outros locais. Na foto maior, idosos são retirados de um asilo da cidade. As estradas passaram o dia congestionadas.

Mais enfurecido, Rita atinge 265 km/h. Começa o êxodo na Costa Leste.

O novo furacão que atinge os EUA já alcançou a categoria 5, a pior de todas, e deve chegar ao Texas no sábado. O êxodo da população começou naquele estado, inclusive com a retirada dos refugiados do Katrina que, mais uma vez, estão sendo removidos. Na Flórida, onde passou ainda na categoria 2, o Rita não causou mortes. Já no Golfo do México, as mortes causadas pelo Katrina passam de mil.

D

cebeu ordens para deixar a ci- vores, danificou semáforos e dade e várias escolas da região inundou estradas. Cerca de 80 planejavam suspender as au- mil habitantes abandonaram las. Em 1900, um furacão ma- suas casas. O governador Jeb Bush (irmão do presidente) detou 12 mil pessoas na cidade. Mais de mil refugiados do cretou estado de emergência. S e g u ro s – R e l a t ó r i o d a Katrina que vivem em dois abrigos de Houston (Texas) fo- Standard & Poor's diz que o furam obrigados a deslocar-se, racão Katrina pode ser o evenuma vez mais, por causa do Ri- to mais custoso de todos os ta. Eles estão sendo enviados tempos para a indústria de separa Fort Chaffee, no estado de guros. "Mesmo a estimativa Arkansas. Perto de um milhão menor de perdas, de cerca de de pessoas foram orientadas a US$ 35 bilhões, o coloca com um custo quase duas vezes se refugiar. Poderoso – Meteorologis- maior do que os ataques de 11 tas temem que o Rita seja o fu- de setembro e mais do que o furacão Andrew, racão mais podecom perdas atuaroso da história a lizadas de US$ 22 passar pelo Texas, bilhões, e as pere um dos mais indas da temporatensos a atingir todos os EUA. Ape- Esperamos e rezamos da de furacões de 2004, de US$ 22,7 nas três furacões para que o Rita não bilhões", disse o alcançaram até seja uma tormenta analista Thomas hoje a categoria, o mais recente foi o devastadora. Mesmo Upton. As estimativas de danos Andrew, que de- assim, a população causados pelo vastou o sul da deve atender muito K a t r i n a a l c a nFlórida em 1992. atentamente às çam US$ 125 biO Centro Nacioadvertências das lhões, dos quais nal de Furacões as perdas de bens informou que o autoridades (para assegurados reRita "é um furacão abandonar as áreas presentariam e x t r e m a m e n t e de risco). US$ 60 bilhões. potente, que se George W. Bush, O número de fortaleceu muito presidente dos mortes provocanas últimas hoEstados Unidos das pelo Katrina ras" disse o mena costa do Golfo teorologista Lido México ultrapassou ontem xion Avila. Bush, que vem sendo critica- a marca de um milhar. Só na do pela inoperância do gover- Louisiana o total chegou a 799. no em prevenir e auxiliar a A nova cifra, de 1.036 vítimas, tempo as milhares de vítimas foi divulgada quando Nova do Katrina, foi enfático ao falar Orleans se preparava para a do novo furacão: "Esperamos e possibilidade de o furacão Rita rezamos para que o Rita não provocar novos danos à devasseja uma tormenta devastado- tada cidade. O impacto do Katrina tamra. Mesmo assim, a população deve atender muito atenta- bém será sentido na América Latina por causa da redução mente às advertências ." Rita é o 9º furacão da tempo- das remessas de dinheiro dos rada que começou em 1º de ju- imigrantes a seus países de orinho e deverá se estenderá até o gem. Cerca de 300 mil trabafinal de novembro. Em sua lhadores de origem hispânica, passagem por Cuba, terça-fei- principalmente mexicanos e ra, ele obrigou 230 mil pessoas, hondurenhos, perderam seus a fugir. Na Flórida, a tormenta empregos nos estados amerideixou 24 mil prédios sem canos de Louisiana, Mississipenergia elétrica, arrancou ár- pi e Alabama.

epois de atingir as ilhas próximas da costa da Flórida, o f u r a c ã o R i t a g anhou força rapidamente ontem, chegando à categoria 5, a máxima na escala Saffir-Simpson, com ventos de 265 km/h. O fenômeno se deslocava na direção das águas quentes do Golfo do México. Especialistas do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos, com sede em Miami, estimam que, se mantiver a mesma velocidade de deslocamento, o fenômeno deve chegar à costa do Texas no sábado de manhã. Nesta rota, as pesadas chu-

vas e o vendaval que acompanham o furacão voltam a ameaçar a Louisiana, duramente castigada durante a passagem do Katrina, no dia 29. "Nós esperamos e oramos para que o furacão Rita não seja um fenômeno devastador", disse ontem, em visita à cidade texana de Galveston, o presidente americano, George W. Bush, muito mais precavido do que nos dias que antecederam a passagem do Katrina. "Mas temos de estar preparados para o pior." O Rita passou pelo Estreito da Flórida como um furacão de categoria 2 e não se aproximou

suficientemente do continente para causar danos maiores. Mas o súbito fortalecimento do ciclone ampliou o temor da população dos estados da costa do Golfo do México. Os governos estaduais do Texas e da Louisiana decretaram estado de emergência e ordenaram a retirada da população nas possíveis áreas de impacto. Diques – Em Nova Orleans, na Louisiana, teme-se novo rompimento dos diques que protegem a cidade das águas do rio Mississippi e do lago Pontchartrain. Durante a passagem do Katrina, dois desses diques entraram em colapso

causando a inundação de 80% da cidade. O Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA fechou os diques com gigantescos sacos de areia, mas há o temor de que o reparo não resista a uma nova tormenta. Pouco mais de 20 dias depois do êxodo de boa parte dos 1,3 milhão de habitantes da região metropolitana de Nova Orleans, o prefeito Ray Nagin disse que 500 ônibus deixaram ontem a cidade. "Estamos mais prevenidos desta vez", disse. "Aprendemos muito com as duras lições que tivemos." No Texas, a população de Galveston (57 mil pessoas) re-

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Fotos: Divulgação

A FRUTA DAS ESTRELAS DE HOLLYWOOD

Osmar Bustos

NONI

A iguaria ainda é novidade para a maioria dos brasileiros. Distribuidores apostam que o produto do Tahiti deve se popularizar com o Tahitian Noni Café.

H

á dois anos no País, a Tahitian Noni International (lê-se nôni), empresa norte-americana responsável pela produção e comercialização do suco da fruta noni, ainda é uma novidade para a maioria dos consumidores brasileiros. O produto de origem taitiana, conhecido por seus valores nutricionais e antioxidantes, é vendido em garrafas de um litro que custam R$ 160 ao consumidor final. Importada do Taiti, a bebiba faz fama entre famosos, mas deve passar a ser conhecida por boa parte dos paulistanos com a abertura do Tahitian Noni Café, um espaço gastronômico conceitual inaugurado, ontem, na avenida Paulista. A idéia da empresa é transformar o local em um pontode-encontro para quem aposta numa alimentação saudável. No cardápio são encontradas receitas em que o noni faz parte dos ingredientes. O investimento no local, que contradi-

toriamente não vende café, foi de US$ 1 milhão. Embora alto, o valor faz jus ao peso do mercado de consumo que o Brasil representa. O País é o quinto mais importante para a empresa que está presente em 73 nações. Aqui são comercializados anualmente 40 mil litros do suco de noni, o equivalente US$ 23 milhões de faturamento por ano. Venda direta – O produto não é encontrado em prateleiras de supermercados ou lojas especializadas porque o método de comercialização é semelhante ao de venda direta, sendo realizado por pessoas físicas cadastradas na empresa que indicam o suco para seus conhecidos. A compra, por sua vez, é realizada por meio do site ou do call center da companhia no Brasil. O consumidor deve indicar como ficou sabendo sobre o produto. Isso explica o slogan Tell Your Story, que se segue ao nome da bebida e também está estampado

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Osmar Bustos

12 -.EMPRESAS

Todos os pratos do Tahitian Noni Café levam noni como ingrediente principal. Investimentos na casa chegaram a US$ 1 milhão, segundo o diretor Gilberto Guitti.

na fachada do Tahitian Noni Café. "O sistema de vendas da empresa é inédito no Brasil, mas um dos que mais cresce no exterior. Trata-se do marketing de acesso. Os envolvidos na indicação do produto recebem bonificações a cada venda realizada pela empresa. A Tahitian Noni comercializa embalagens com quatro litros da bebida por R$ 490", diz Gilberto Guitti, diretor geral no Brasil. Ele conta que o noni ganhou fama pelo valor nutricional. São 150 nutrientes encontrados nessa fruta. Até hoje não foi encontrado nenhum outro alimento tão rico. Serve como complemento alimentar para qualquer pessoa, trazendo bem-estar pelo consumo contínuo", define.

PARA ENTRAR NO NEGÓCIO

P

ara aqueles que desejam se tornar distribuidores do suco, basta entrar em contato com o call center, fazer um cadastro e adquirir um kit com material de divulgação e informações institucionais por R$ 99. "A cada pessoa indicada pelo distribuidor que realiza a compra do produto, ele recebe 20% do valor. E a cada vez que os indicados pelo primeiro distribuidor fazem compras, quem deu início à rede recebe 5% do valor da venda", explica Gilberto Guitti. No Brasil há 17 mil distribuidores ativos, sendo

que há um grupo engajado no negócio e que chega a ganhar R$ 68 mil por mês, no caso do Kelly Olsen e mp ree ndedor que mais vende para a empresa. Nesse caso, são 800 consumidores comprando mensalmente a partir dele. A Tahitian Noni International - Brasil começou a operar em 2003 e é líder de venda na América na Latina. O País está atrás dos Estados Uni-

dos, Japão, Alemanha e Taiwan. No primeiro semestre deste ano, o faturamento da empresa foi de US$ 11,8 milhões, valor cerca de 15% do que no semestre anterior. O presidente internacional da companhia, Kelly Olsen, disse que a meta é inaugurar 100 unidades do Tahitian Noni Café ao redor do mundo nos próximos três anos. Para se ter uma idéia do quão estratégico é o o mercado brasileiro para a empresa, basta saber que o País foi escolhido para a implementação do terceiro ponto conceitual da marca.(JM)

Juliana de Moraes

GERDAU COMPRA CONTROLE DA SIPAR

A

siderúrgica Sipar, especializada em aços longos, deixará de ser uma companhia de capital argentino para ser empresa de capital brasileiro. O Grupo Gerdau, que tem 43,28% das ações da Sipar, comprará outros 40,49%, por US$ 40,5 milhões. O prazo de pagamento é de três anos. A empresa é considerada a segunda maior laminadora da Argentina. A Sipar foi criada em 1953 na cidade de Pérez, na região da Grande Rosário, na província de Santa Fé. A companhia produz laminados a frio e pregos, direcionados para as indústrias da construção.

O grupo Gerdau anunciou ontem em Charqueadas, a 60 quilômetros de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, uma programação de investimentos de R$ 810 milhões para os próximos oito anos na região. O plano faz parte do orçamento de US$ 2,4 bilhões destinado ao Brasil, no prazo de três anos. Os recursos dão seqüência a um investimento de R$ 626 milhões programado para o estado, em quatro anos, a partir de setembro de 2003, dos quais perto de R$ 200 milhões estão em andamento. A empresa também inaugurou as operações das novas instalações da Gerdau Aços

Especiais Piratini, em Charqueadas. A fábrica teve a capacidade de produção ampliada de 240 mil toneladas de produtos acabados por ano para 500 mil toneladas anuais. O crescimento da Piratini foi motivado pela expansão da indústria automotiva e das exportações. A indústria automotiva, que cresceu 14,2% de janeiro a agosto deste ano, consome 80% da produção da fábrica. No orçamento dos próximos oito anos para o Rio Grande do Sul estão previstos mais R$ 260 milhões para a Piratini e R$ 550 milhões para a Gerdau Riograndense, em Sapucaia do Sul. (AE)

ENERGIA

CAFÉ

O

A

Verizon Communications espera economizar 250 mil dólares por ano em energia, como resultado de um projeto piloto de células combustíveis que tem por objetivo encontrar fontes alternativas de energia. O anúncio foi feito pela empresa ontem. A tecnologia de células combustíveis, desenvolvida pela Nasa para vôos espaciais e cobiçada para fins comerciais, gera energia elétrica usando átomos de hidrogênio e oxigênio. A Verizon recebeu US$ 13 milhões do governo para a pesquisa. (Reuters)

CRISE

A

Nokia, principal fabricante de celulares do mundo, planeja cortar 250 empregos na Finlândia e mais algumas centenas em outros países. Pretende também reduzir os gastos com pesquisa, de 9 e 10% da receita até o final de 2006, diante de 13% de 2003.

Ó RBITA A Nokia Multimedia possui aproximadamente três mil funcionários. Em 2003, eram 19.849 pessoas trabalhando em pesquisa. A companhia vai interromper a fabricação de produtos da linha de porta-retratos que recebem fotos tiradas pelo celular. (Reuters)

VARIG

A

Varig obteve decisão judicial que vai permitir à companhia reduzir, de 14 para 12, o número de aviões parados. A Justiça do Rio de Janeiro liberou cinco turbinas de aviões que estavam retidas na empresa de manutenção da General Electric (GE-Celma) desde de junho, quando a companhia aérea entrou em recuperação judicial. Voltarão a operar três aviões - dois da Varig e um da subsidiária VarigLog. (AE)

Espírito Santo poderá receber em 2006 a instalação da fábrica italiana Lavazza, a sexta maior torrefadora de café do mundo. O diretor da empresa, o italiano Giuseppe Lavazza, está no estado para conhecer melhor as lavouras capixabas e estudar a possibilidade da instalação. Esse será o primeiro investimento da Lavazza, como produção, em um país estrangeiro. O investimento inicial será de 2 milhões de euros ou R$ 5,54 milhões. O secretário de Agricultura, Ricardo Ferraço, disse que o Espírito Santo tem grandes chances nessa disputa. "Produzimos cerca de 80% do café robusta nacional, o tipo mais utilizado pela Lavazza", assinala Ferraço. Além disso, a Lavazza já mantém negócios com o estado. "Nós vendemos para eles entre 200 mil sacas e 250 mil sacas de café em 2004", diz Ferraço. O estado produz anualmente, em média, sete milhões de sacas do grão. (Reuters)


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quinta-feira, 22 de setembro de 2005

FINANÇAS - 13

CONTAS DO GOVERNO, DIVULGADAS ONTEM, MOSTRAM POR QUE A CRISE ESTÁ LONGE DA ECONOMIA

SUPERÁVIT PRIMÁRIO CHEGA A R$ 49,3 BILHÕES

F

altando quatro meses para o fim de 2005, o governo federal fez uma economia em suas contas R$ 2,85 bilhões maior do que a meta de R$ 46,5 bilhões fixada para todo o ano. O Tesouro Nacional, Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o Banco Central (que formam o chamado governo central) fecharam agosto com superávit primário acumulado no ano de R$ 49,35 bilhões, o equivalente a 3,92% do Produto Interno Bruto (PIB), hoje na casa do R$ 1,7 trilhão. No mesmo período de 2004, o superávit alcançado foi quase R$ 10 bilhões menor: R$ 40,98 bilhões, ou 3,61% do PIB. O superávit primário é o resultado da diferença entre receitas e despesas, sem contabilizar os gastos com o pagamento de juros da dívida pública. O governo trabalha com metas de superávit primário justamente para assegurar o pagamento dos juros e evitar que a dívida saia do controle. Em agosto, o superávit do governo foi de R$ 4,26 bilhões, um crescimento de 23,18% sobre agosto de 2004. O resultado foi obtido graças ao aperto nas contas do Tesouro, que teve superávit de R$ 7,08 bilhões. Já a Prev id ênc i a r e g i sAperto nas contas trou déficit do Tesouro fez de R$ 2,60 com que o bilhões e o superávit do B a n c o governo, em Central teagosto, de R$ ve saldo 4,26 bilhões, negativo apresentasse um de R$ 216,5 aumento de milhões. 23,18% sobre o Apesar resultado da folga registrado em fiscal, o seigual período do cretário do ano passado. Te s o u r o Nacional Joaquim Levy, previu que o superávit vai convergir para a meta até dezembro, com a pressão maior por despesas que tradicionalmente ocorrem no fim do ano. Segundo ele, o governo não fará um esforço fiscal maior do que o necessário. "É o que nossas projeções indicam e é com isso que temos trabalhado", disse. Mas se tivesse seguido a trajetória da meta definida no início do ano, o governo precisaria ter feito, até agosto, um superávit de R$ 39,7 bilhões, quase R$ 10 bilhões menor. Menos receita – Além do aumento nas despesas, o governo prevê uma receita menos exuberante do que a obtida até agora. Segundo Levy, depois de um período de crescimento acima do esperado, as receitas começam agora a voltar à "normalidade". Nos primeiros meses de 2005, a arrecadação foi fortemente impulsionado pela lucratividade das empresas, com impacto positivo no Imposto de Renda e na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). A alta do preço internacional do barril de petróleo também tem favorecido as receitas com ro ya l ti es , que já cresceram R$ 2,3 bilhões no ano, o equivalente a 30,1%. Entre as despesas que devem aumentar nos próximos meses, o secretário citou os gastos com pessoal. De janeiro a agosto, essas despesas cresceram 8,2% em relação a igual período do ano passado. Mas, segundo previsões do Tesouro, a folha de pagamento da União deve fechar o ano com alta de 11,6%. Uma conta que vai chegar a R$ 93,4 bilhões. Para convergir para a meta, o superávit acumulado no ano terá de cair dos atuais 3,92% para 2,38% do PIB. O problema é que a execução das despesas continua em ritmo lento, conforme admitiu ontem o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. O governo pagou até agosto apenas R$ 1,84 bilhão do limite de R$ 13,19 bilhões de investimentos autorizados para 2005. (AE)

PREVIDÊNCIA ROMBO CRESCE PARA R$ 21,9 BI

O

CONTA FICA POSITIVA EM R$ 822 MILHÕES O

superávit em conta corrente em agosto ficou em US$ 822 milhões, segundo o Departamento Econômico do Banco Central. O número ficou abaixo das estimativas de muitos analistas, que previam superávit entre US$ 1,2 bilhão e US$ 1,7 bilhão. Em julho, o superávit foi de US$ 2,592 bilhões. O resultado de agosto do ano passado tinha sido positivo de US$ 1,751 bilhão. No período de janeiro a agosto deste ano, o superávit em conta corrente acumulado foi de US$ 8,698 bilhões, valor que corresponde a 1,77% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Em igual período do ano passado, o superávit em conta corrente estava acu-

mulado em US$ 7,970 bilhões, que equivaliam a 2,0% do PIB. Acumulado – No período de 12 meses até agosto, o superávit em conta corrente está acumulado em US$ 12,465 bilhões, o que corresponde a 1,78% do PIB. O acumulado em 12 meses é o menor valor desde fevereiro de 2005, quando estava em US$ 11 797 bilhões. Na relação com o PIB, o resultado em 12 meses até agosto é o mais baixo desde setembro do ano passado. O balanço de pagamentos teve um déficit de US$ 48 milhões. No período de janeiro a agosto, o balanço acumula um superávit de US$ 4,575 bilhões. A conta de capital e financeira foi negativa em US$ 1,282 bilhões em agosto. (AE)

DÍVIDA EXTERNA MOSTRA SINAIS DE QUEDA Resultado mais recente, referente ao mês de junho, é de uma dívida de R$ 191,3 bilhões

A

s c o n t a s d o B a n c o nuou a ter resultados favoráCentral em agosto veis. Esses dados são lidos por trouxeram um dado investidores e analistas como alentador: a dívida externa es- um sinal claro de que o País tá caindo. O resultado mais re- tem condições de cumprir seus cente, referente a junho, mos- compromissos com os credotra que a dívida soma US$ res externos e que a possibili191,309 bilhões, cifra equiva- dade de calote está cada vez lente a 28,2% do Produto Inter- mais afastada. De acordo com Lopes, desde no Bruto (PIB) brasileiro, hoje de R$ 1,7 trilhão. No primeiro o início da formulação da série ano do atual governo, o endivi- histórica da dívida externa, em 1947, não se damento do viam indicaPaís no extedores tão far i o r c o r r e svoráveis. A pondia a razão entre a 42,4% da da dívida e as exprodução naportações de cional. Os inb e n s a l c a ndicadores diçou o indicavulgados onÉ quanto a dívida de R$ dor de 1,8 em tem pelo BC a p o n t a r a m 191,3 bilhões do mês de j u n h o . E m março passaainda que o junho representa no do, era de 2 e, volume das Produto Interno Bruto em 2003, chere s e r v a s i ngava a 2,9. Int er n a ci o n ai s (PIB) brasileiro cluídas as exem junho, de portações de US$ 59,885 biserviços, esse lhões, seriam indicador foi suficientes para cobrir folga os pagamen- ainda melhor: 1,6. Os números, diz Lopes, dão tos pelos próximos 12 meses. "A situação da dívida exter- condições ao Brasil de ser elena brasileira melhorou, assim vado pelas agências avaliradocomo o grau de sustentabilida- ras de risco. Na comparação de das contas externas", afir- com as reservas, o volume de mou Altamir Lopes, chefe do junho correspondeu a 116,2% Departamento Econômico do da dívida de curto prazo somada às amortizações da dívida Banco Central. Virada – Os números indi- de médio prazo, que devem cam que o Brasil conseguiu dar ser feitas em um prazo máxiuma virada positiva necessá- mo de 12 meses - calculada em ria nas suas contas com o exte- US$ 51 518 bilhões, sobrando rior, a partir de 1999, e conti- US$ 8,367 bilhões. (AE)

28,2%

déficit da Previdência está em alta em 2005, apesar de o déficit de R$ 2,608 bilhões apresentado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em agosto ter sido 15,5% inferior ao de julho, quando as contas ficaram no vermelho em R$ 3,086 bilhões. Com base em números divulgados ontem pelo Ministério da Previdência Social, de janeiro a agosto, o déficit do INSS foi de R$ 21,985 bilhões, 16% maior do que no mesmo período do ano passado. O secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer, atribuiu o recuo do déficit no mês passado ao excelente resultado da arrecadação, que bateu recorde ao crescer 5,6% no período, atingindo R$ 8,952 bilhões, enquanto as despesas com o pagamento dos benefícios permaneceram em R$ 11 , 5 6 0 b i l h õ e s . S e g u n d o Schwarzer, as despesas não

cresceram devido à greve dos funcionários do INSS, que impediu o processamento da concessão de aposentadorias e das pensões.

R$ 2,6 bilhões é o déficit do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em agosto

Economia – Já o bom desempenho da arrecadação tem como causa a melhoria da economia, que se traduz pelo aumento do faturamento das em-

presas e pela elevação do emprego com carteira assinada. Também contribuiu para o recorde da arrecadação, segundo Schwarzer, o monitoramento mais ágil e preciso dos contribuintes e devedores do INSS pela nova Secretaria da Receita Federal do Brasil, agora também responsável pela arrecadação das contribuições previdenciárias. A meta prevista para 2005 é de um déficit de R$ 38,6 bilhões. Schwarzer explicou que a meta de R$ 32 bilhões, estabelecida pelo ex-ministro Romero Jucá, nunca constou da projeção orçamentária. "Isso era o que queríamos atingir, mas devido às frustrações com a medida provisória do auxíliodoença, que não foi aprovada, e o atraso no recadastramento, que só começa no final do ano, não foi possível trabalhar com uma redução significativa das despesas", disse. (AE)

DÓLAR CAI A R$ 2,27 E BOLSA SOBE

A

entrada de dólares no mercado interno e os rumores de que o Brasil pode receber uma classificação de risco melhor ajudaram a derrubar a moeda norte-americana ontem em 1,09%, levando-a ao menor valor desde 10 de abril de 2002: R$ 2,27 para a venda. Já a Bolsa de Valores de são Paulo (Bovespa) bateu novo

recorde ao fechar em 30.837 pontos. O Ibovespa, índice da bolsa paulista que concentra as ações mais negociadas, subiu 2,59%. O volume financeiro somou R$ 2,587 bilhões, sustentado, principalmente, pelas ações dos setores de mineração, siderurgia e da Petrobras. As ações da Companhia Vale do Rio Doce, por exemplo, foram

impulsionadas pela revisão da projeção do Merrill Lynch para aumento dos preços do minério de ferro no mercado internacional., de 5% para 1% no próximo ano. As ações da Petrobras, com volume de negócios de R$ 208 milhões, subiram com a alta dos preços do petróleo e pelo anúncio da descoberta de gás em poço no Golfo do México.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.TURISMO

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

MERCADO

Canadá comemora alta entre brasileiros O país da América do Norte já é o primeiro destino para intercâmbio entre os brasucas e espera um crescimento de 25% no número de visitantes tupiniquins para este ano. E os laços entre os dois países devem aumentar ainda mais e ultrapassar a barreira do turismo, com os programas e investimentos em negócios bilaterais apresentados pelo consulado Por Lygia Rebello Fotos: Divulgação/CEC

Montreal é uma das cidades mais procuradas por brasileiros

O

Canadá está na moda. A frase de efeito não é exagero quando se fala desse imenso país da América do Norte e seus números em relação aos turistas brasileiros que por lá desembarcam. Para se ter uma idéia do sucesso do Canadá em terras tupiniquins, segundo Walter Domingos, oficial de imigração do Consulado Geral do Canadá, o crescimento de emissão de vistos para o país no primeiro semestre deste ano foi de, em média, 7% no mundo. No Brasil, o aumento foi de 25%. “Destes, 40% dos vistos emitidos no Brasil foi destinado a estudantes”, explica Domingos. Segundo uma estimativa de 2004, realizada com as associadas da Belta (Brazilian Educational & Language Travel Association) – que reúne as principais empresas que operam programas de intercâmbio no exterior –, no ranking dos países para os quais são enviados mais estudantes brasileiros, o Canadá é o líder, na frente até do Reino Unido e dos Estados Unidos. “O Canadá já é o principal destino de intercâmbio para brasileiros”, afirma Fernanda Purchio, diretora do Centro de Educação Canadense (CEC) no Brasil. E a expectativa é grande para este ano. Pela enorme demanda registrada no primeiro semestre, tanto em turistas a lazer quanto estudantes em intercâmbio, o consulado espera

Toronto, outro destino top, e um de seus cartões-postais, a CN Tower

emitir até o fim do ano 51 mil vistos (10 mil para estudantes) para brasileiros – uma cifra exorbitante se comparada à do ano passado, quando apenas 7 mil vistos foram emitidos no País. “O Brasil é o quarto mercado emissor de turistas para o Canadá, depois de Estados Unidos, China e Índia. No caso de intercâmbio, é o segundo mercado emissor da América Latina, ficando atrás apenas do México”, explica Domingos. Com procedimentos muito mais rápidos e simples que os dos Estados Unidos, o visto canadense – que custa R$ 150 e fica pronto em dois dias – não é considerado um obstáculo para os brasileiros. Segundo uma pesquisa realizada pelo consulado canadense, o visto teve 95% aprovação em São Paulo. “Nós mudamos o nosso site para encorajar as pessoas a realizarem todo o procedimento burocrático via agentes de viagem ou despachante consular para continuar a oferecer um serviço de qualidade, pois as filas no consulado estavam enormes”, diz o oficial de imigração do consulado. E para não perder o “boom de turistas’, a Air Canadá – única companhia a ter vôos diários Brasil-Canadá sem escalas – vai mudar, a partir de novembro, de aeronave. “Vamos colocar um avião maior para atender à demanda. Os vôos estão lotados, estamos impressionados”, afirma Selma Galvão, diretora-geral da empresa no

A bela Vancouver também lidera a preferência de brasucas

Brasil. “O mercado está super aquecido e não vimos baixa estação até agora”, conta animada. As cidades mais procuradas são Vancouver, Toronto e Montreal. E os números só devem crescer a partir de agora, quando os brasileiros migram para o Canadá à procura de suas frias e em ótimas condições estações de esqui, principalmente Whistler e Mont Tremblant. Mais conhecido – Uma das razões para o Canadá ter caído no gosto dos brasileiros, além do dólar canadense ser mais atrativo que o americano, é a maior divulgação do país por aqui. E isso se deve, em muito, às boas ofertas de programas de intercâmbio para lá. O Centro de Educação Canadense (CEC) – há sete anos atuando no mercado brasileiro em parceria com o consulado – é o maior responsável por essa divulgação. Além de realizar anualmente uma feira, que este ano ocorreu em São Paulo no último fim de semana e agora, segue para Brasília e Recife, presta serviços de consultoria diários para qualquer um que esteja interessado em estudar no Canadá, seja idiomas (inglês ou francês), seja ensino médio, universitário ou especializações e estágios. “A procura cresceu muito pela qualidade de vida existente no Canadá, por sua tradição em cursos de idiomas, pela hospitalidade, pela segurança e pelo fator multicultural, que faz o brasileiro se sentir à vontade”, conta Fernanda Purchio, do CEC. “Re-

presentamos mais de 350 instituições e temos mais de 150 convênios entre universidades canadenses e brasileiras”, diz Fernanda, que completa: “apesar do perfil do viajante brasileiro que vai para lá a estudos estar entre 21 e 34 anos, há opções de cursos para todas as idades.” E o vaivém de brasileiros para o Canadá só tende a aumentar. Segundo o cônsul-geral do Canadá no Brasil, Kenneth Johnston, o país de primeiro mundo começa a desenvolver programas de 2 a 3 anos para promover entre empresários a imagem do Canadá aqui e vice-versa. O objetivo é aumentar os negócios entre os dois países, principalmente nas áreas de ciência e tecnologia. ”O Brasil foi escolhido como um dos parceiros do Canadá entre os países em crescimento, junto com a China e a Índia”, diz o cônsul. “O comércio e as relações políticas entre os dois países estarão muito mais fortes daqui a três anos”, aposta Johnston.

SERVIÇO Mais informações no Consulado Geral do Canadá, tel. (11) 5509-4316, site www.canada.org.br. Sobre cursos, com o Centro de Educação Canadense (CEC), tel. (11) 3061-1400, site www.studycanada.ca/brasil.

PANORAMA

Associação Roteiros de Charme apresenta novos integrantes O seleto grupo de hotéis e pousadas Associação Roteiros de Charme elege anualmente mais associados no Brasil. Os benefícios: o selo de qualidade da marca conhecida por seu Código de Conduta Ambiental e pela excelência de seus integrantes na arte do bem receber, além, é claro, do charme. Os eleitos agora são apenas três: Parador Casa da Montanha (RS), Águas do Treme Lake Resort (MG) e Pousada Zé Maria (PE). O primeiro, situado numa fazenda dentro do Parque Nacional dos Aparados da Serra (tel. 54/286-2544, www.paradorcasadamontanha.com.br), oferece hospedagem em 24 barracas térmicas super equipadas (foto acima). Já o Águas do Treme Lake (tel. 31/37164800, www.aguasdotreme.com.br) é um complexo de lazer próximo do município de Inhaúma (MG), a 83 km de Belo Horizonte, em pleno cerrado mineiro. Pode-se ficar em uma das 12 suítes do hotel de estilo espanhol ou num dos seis chalés. E a Pousada Zé Maria (tel. 81/ 3619-1258, www.pousadazemaria.com.br), em Fernando de Noronha, oferece 21 acomodações – boa parte com vista para o mar –, além de luxos como sushibar, academia de ginástica e piscina. Mais informações sobre o grupo no site www.roteirosdecharme.com.br.

Campos do Jordão celebra festival A temporada de inverno em Campos do Jordão encerrou-se, mas não as delícias da montanha. Em sua terceira edição, o evento Cozinha Primavera na Montanha 2005 ocorre de 8 de outubro a 8 de novembro em 24 restaurantes da cidade e se propõe a valorizar os produtos regionais. Pinhão, ervas, truta, carnes de caça... Na lista de restaurantes que participam, está o Lenz Gourmet (foto). Faz parte do evento, ainda, o Festival Citroen de Cur-

sos de Gastronomia, aberto ao público, na L' École de Gastronomie de Campos do Jordão, em Capivari (programação pelo site www.lecoledegastronomie.com.br). E mais: os hotéis e pousadas da cidade terão promoções especiais durante para o período. O Cozinha Primavera na Montanha é apenas um dos muitos eventos gastronômicos que Campos prepara ao longo do ano. Mais informações pelo tel. (12) 3664-7125, site www.asstur.org.br. Pelourinho ganha o primeiro hotel ‘Pousadas de Portugal’ Com investimentos de R$ 20 milhões, o Convento do Carmo, primeiro hotel da rede Pousadas de Portugal no Brasil, será inaugurado oficialmente no dia 29 de outubro no Pelourinho, em Salvador. Além da adaptação para a hotelaria, o grupo português está investindo na recuperação e no acervo da construção histórica, que reúne 1.500 obras de arte. Ao todo, serão 79 apartamentos e suítes, um spa completo, sala de leitura, home theater, business center e um restaurante de alta gastronomia portuguesa. “Mesmo antes de ser inaugurado, o Convento já conta com reservas para o Réveillon, sendo a maioria delas feita por franceses, alemães e suíços”, declarou o Presidente das Pousadas de Portugal, José Roquette. Entre os mimos para os hóspedes, um menu de travesseiros e lençóis de algodão egípcio. Diárias a partir de R$ 900, com café da manhã. Reservas pelo tel. (71) 32421217, site www.pousadas.pt. Chocolate em nova Friburgo Cinco dias de receitas com chocolates de dar água na boca. É o que promete a Escola de Chocolataria, de Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro. De 12 a 16/10, no Parque de eventos da Queijaria, já na entrada haverá uma trufa gigante. Patrocinado pela Nestlé, o evento terá estandes, workshops com seis instrutores e um curso com o chefe pâtissier e chocolatier Carlo Möckli. A mais suíça das cidades brasileiras também oferece um tour, com visitas programadas pelo ciscuito Tere-Fri. Mais informações pelo tel. (24) 2529-4000. Entrada a R$ 5. United e Visa: upgrade para a primeira classe Até o dia 15 de novembro, quem comprar uma passagem na classe executiva entre Brasil e Estados Unidos pela companhia aérea United Airlines pagando com cartão Visa, ganha um upgrade automático para a primeira classe. Com o upgrade, o passageiro terá todas as vantagens dos clientes vips, como o acesso às salas United First International Lounges nos aeroportos. Para participar da promoção é preciso ser membro do programa Mileage Plus, o plano de milhagem da United, mas a

inscrição é gratuita e pode ser feita no site www.united.com.br.

Amex faz estudo sobre custo de viagens Para quem ainda quer esquiar na América do Sul Aos fãs dos esportes de inverno, boas notícias. A fartura de neve este ano surpreendeu a todos e ainda há tempo de sobra para esquiar. Em Portillo (foto), no Chile, a estação só encerra suas atividades no dia 10 de outubro e comemora desde já o sucesso da temporada. O complexo registrou a maior quantidade de neve desde 1972. Nesta final de estação, a promoção Kids Ski Free permite a cada adulto levar um filho de 4 a 12 anos para se hospedar, comer e esquiar gratuitamente. Também no Chile, o Chillán Ski & Spa Resort adiou o fim da temporada para 31 de outubro. A partir do dia 25 deste mês, a estação começa a oferecer um pacote promocinonal, no qual viajam duas pessoas e só uma paga. Mais informações nos sites www.skiportillo.com e www.termaschillan.cl e nas principais agências especializadas. Novo calendário de feiras A União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe) acaba de lançar o mais completo guia de promoção comercial do Brasil: o Calendário Ubrafe 2006 – Principais Feiras de Negócios do Brasil. O guia traz as 160 feiras mais importantes em 20 cidades brasileiras, com datas, localização e descritivo e dados da feira passada. E tudo em três idiomas (português, inglês e espanhol). Por R$ 35 (impresso) e R$ 25 (CD), o calendário pode ser adquirido na própria Ubrafe, tel. (11) 31207099, site www.ubrafe.com.br.

Divulgação/Panrotas

A American Express prepara trimestralmente um estudo, o Business Travel Monitor América Latina/Caribe, sobre os custos e as tendências de viagens a negócios na América Latina e no Caribe. José Marques, gerente de Marketing da empresa, explicou que a pesquisa é feita para balizar os gestores de contas corporativas na busca de controle de gastos. “Também percebemos no Brasil um crescimento no número de gestores responsáveis pela conta da empresa na região e o estudo pode mostrar um pouco como está a situação nos outros países”, explicou. Os dados são disponibilizados para os clientes da Amex e também para acadêmicos. Comparando a situação do Brasil com os outros maiores mercados latino-americanos – Argentina e México –, o resultado é bem diferente. Enquanto na Argentina os preços subiram 10% na comparação anual e no México cresceram 3,1%, no Brasil houve queda de 4,7%. “O comportamento no Brasil é muito diferente por causa do sucesso das companhias de baixo custo, principalmente com o rápido crescimento da Gol e a conseqüente reorganização das empresas aéreas, que acabaram por pressionar o preço para baixo, apesar do crescimento econômico”, analisou José Marques. Nos outros dois países da América Latina, o crescimento do valor do bilhete foi uma resposta ao aquecimento da economia. No Brasil, as tarifas das classes econômica e executiva promocional tiveram a maior queda na comparação com o mesmo período do ano passado, sendo respectivamente de 14,7% e 16,5%. Já a primeira classe subiu 12%. O estudo estima que as tarifas para o terceiro trimestre deverão aumentar 6%, sendo índices maiores nas categorias econômica e executiva promocional. Com as promoções de fim de ano, os preços devem voltar a cair nesse mesmo patamar durante o último trimestre de 2005. Controle de gastos – O estudo, que já está em sua terceira edição, também analisa o segmento de hotelaria e cerca de 75% dos hotéis no Brasil ainda não estão disponíveis nos GDSs em moeda local. Para o estudo, esse grande volume de dados fora do sistema de distribuição se deve à alta pulverização da oferta e dos custos de distribuição via GDS, considerados bastante altos pelos hotéis.

José Marques, gerente de Marketing da empresa

Em 2005, as taxas de ocupação devem retomar o crescimento, que esteve parado no patamar de 50% nos últimos anos. Marques explicou que a demanda é muito sensível a preço, e por isso, as tarifas não devem apresentar um aumento muito significativo. Outro movimento muito claro para o estudo é o crescimento das cadeias de hotel de baixo custo, buscando conquistar o mesmo sucesso das marcas já presentes no mercado. Por isso, muitas outras redes hoteleiras estão desenvolvendo produtos similares. No Nordeste o movimento é um pouco diferente com recursos estrangeiros, principalmente de países como Portugal, Espanha e Itália. Os investimentos, conforme o levantamento, são feitos por grupos que geram demandas por meio de suas próprias operadoras de turismo de lazer. Segundo José Marques, da Amex, apesar de essas iniciativas estarem focadas no mercado de turismo de lazer, podem afetar o valor das diárias médias daquela região pelo aumento de oferta. Mas não são só as cadeias estrangeiras que estão com boas perspectivas para o Brasil. As empresas regionais começam a expandir geograficamente pelo nosso País, conforme explicou Marques, procurando uma cobertura nacional. O estudo cita como exemplos as redes Intercity e Bristol. Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.


14 -.FINANÇAS

DIÁRIO DO COMÉRCIO

COMÉRCIO

quinta-feira, 22 de setembro de 2005


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Solimeo prevê mais crescimento econômico

LEGAIS - 15

Marcos Fernandes/Luz

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Credores do Banco Santos vão iniciar uma "briga feia"

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A crise política não deverá afetar a economia

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rescimento econômico, queda da inflação e superávit nas contas externas são, na opinião do economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, os pilares que têm feito a crise política brasileira não contaminar o ambiente econômico do País. "Vivemos uma situação singular, pois sempre tivemos crescimento atrelado à inflação ou ao déficit externo ou à queda da inflação à custa do déficit externo", disse o economista, ontem, no Congresso de Cartões e Crédito ao Consumidor, que termina hoje. De acordo com ele, o ritmo da atividade econômica brasileira permanecerá em expansão, uma vez que o desenvolvimento tem sido puxado pelo crédito, "a grande alavanca do consumo e do comércio".

O crédito ao consumidor, avalia Solimeo, se consolidou e expandiu nos anos 70 graças à existência dos Serviços de Proteção ao Crédito, e tem saldo atual de R$ 138 bilhões. A estimativa é de que esse valor ultrapasse 60% nos próximos anos. O crédito consignado já representa 1/3 do total de recursos liberado ao consumidor e tem se destacado no financiamento de bens duráveis. "Além disso, as reservas cambiais devem mais que dobrar, passando para algo em torno de R$ 56 bilhões neste ano, o que significa uma enxurrada de dólares no mercado interno”, diz. Graças à recuperação do emprego e da renda, além da estabilidade econômica interna, Solimeo também aposta em expansão do crédito para habitação.

"O crédito é a grande alavanca do consumo e do comércio", diz Marcel Solimeo

Nova expectativa: queda da TJLP

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Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e as maiores federações de indústrias do País defenderam ontem a redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), usada no reajuste dos contratos de empréstimo feitos pelo banco e fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que volta a se reunir na próxima semana. Os representantes avaliaram que o

crescimento da economia previsto para 2005, ao redor de 3,5%, seria "insuficiente" e que é necessário, portanto, trabalhar para que o País cresça acima de 5% ao ano. O presidente do BNDES, Guido Mantega, que nos últimos meses vinha defendendo a redução da taxa Selic, argumenta que a TJLP espelha as evoluções do risco-país e da inflação futura e que as duas variáveis estão em "trajetória descendente".

"A TJLP tem condições de ser reduzida", disse Mantega, citando que as projeções de mercado são de uma Selic de 18% ao ano até o fim de 2005, "o que significa que haverá quedas consecutivas", conclui o presidente do banco. "Haveria, assim, queda de 1,5 ponto porcentual (na Selic). É natural que se pense também em uma redução da TJLP e espero que ela ocorra", concluiu Guido Mantega. (AE)

Ana Laura Diniz

ecretada a falência do Banco Santos, os credores da instituição se prepararam para iniciar uma corrida para habilitar seus créditos e embarcar numa agressiva negociação para receber os pagamentos devidos pela instituição. Ao mesmo tempo, já esperam concorrer com processos milionários de indenizações trabalhistas impetrados por funcionários do banco. "Será uma briga feia, principalmente em torno das operações bate-e-volta", afirma um representante de credores de grosso calibre do banco, referindo-se aos empréstimos condicionados ao investimento em outras empresas do grupo. "O administrador judicial terá de ser duro nas negociações". Com a falência, os credores esperam finalmente tomar pé da real situação em que se encontrava o banco. Na liquidação extrajudicial, decretada em maio, o Banco Central avaliou o rombo em R$ 2,236 bilhões, sem contar prejuízos causados a fundos de investimento e ao BNDES, estimados em cerca de R$ 700 milhões pelo promotor de falências Alberto Camiña Moreira. (AE)

ATAS HOLCIM (BRASIL) S.A.

DECLARAÇÃO Bury’s Liga Peças Ltda, CNPJ 64.605.538/0001-02 - Inscrição Estadual 113.001.855.118 Rua: Antenas,177 – Vl. Prudente /SP, declara terem sido extraviados todos os livros fiscais e talões de N.Fs 001 a 250 série D-1, conforme BO 7694/05 em 19/09/05. (21,22,23/09/05)

ERRATA ERRATA Fundação Prof. Dr. Manoel Pimentel - Funap referente a abertura de licitação modalidade pregão nº 068/2005 objeto do processo Funap nº 612/2005 onde se lê: início às 14:00 hs leia-se: 14:30 hs.

EXTRAVIO N.F.F. DISTRIBUIDORA E EXPORTADORA LTDA - CNPJ 05311445/0002-97 - Notifico extravio de NFs modelo formulário contínuo do nº 00420 a 5000 da sua filial na R: Artur de Azevedo ,1767, Pinheiros, Capital. A Declarante cancela, ainda, as NFs constantes dos talonários de numeração 00098 a 00480, sendo que, todas as NFs aqui mencionadas, são declaradas anuladas por esta declarante, sendo informadas ainda, desta declaração, a (22, 23 e 26/09/2005) Secretaria da Receita Federal e a Secretaria da Fazenda Estadual do Estado de SP.

EDITAIS CLUB ATHLETICO PAULISTANO Edital O Club Athletico Paulistano, com sede na Rua Honduras, 1400, nesta capital, faz público que foi cientificado pelo associado Francisco Montano Filho do extravio do título social nº 7863, da série “A”, emitido de acordo com o Estatuto Social, razão pela qual expedirá uma 2ª via desde que, dentro do prazo de 10 dias, não houver qualquer reclamação de terceiros relativamente ao referido título. São Paulo, 2 de setembro de 2005

ASSOCIAÇÃO DOS ESCREVENTES DOS CARTÓRIOS OFICIALIZADOS DO ESTADO DE SÃO PAULO

CONVOCAÇÕES

EDITAL Gerges Nary, Presidente da Comissão Eleitoral da AECOESP ao pleito do dia 05 de outubro próximo, faz saber que decorrido o prazo para inscrição de “chapas”, verificou que houve a apresentação de uma única, com os seguintes nomes: Diretoria - Presidente: Ivo Ribeiro de Oliveira, Vice-Presidente: José Ferreira da Silva, 1º Secretário: Diógenes Francisco Marcelino, 2ª Secretária: Suzana Beatriz Soares Santos, 1ª Tesoureira: Marisa Juliano, 2º Tesoureiro: Galba Ribeiro Rossi e Relações Públicas: Maria Tereza Domingos. Conselho Fiscal - Sebastião Américo, Joarib Celestino de Carvalho, Idelte Santana Soares, Sandra Regina Lage e Cláudio Rosa Leopoldino. Suplentes - Renato Faria e Luiz Carlos Santos Baptista. Nada mais. São Paulo, 21 de setembro de 2005. (a) Gerges Nary, Presidente.

COMUNICADOS

CNPJ/MF nº 60.869.336/0001-17 - NIRE nº 35300044924 Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada no dia 9 de setembro de 2005 (lavrada sob a forma de sumário, como faculta da Lei das Sociedades por Ações). I - Data. Hora. Local: Assembléia realizada no dia 9 de setembro de 2005, às 11:00 horas, na sede social, à Rua Verbo Divino, 1488 – 5º andar, Bloco “D”, Bairro Chácara Santo Antonio, em São Paulo – SP. II - Publicações: Edital de Convocação publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo nos dias 26, 27 e 30 de agosto de 2005 e no Diário do Comércio nos dias 26, 29 e 30 de agosto de 2005. III – Presença: Compareceram à assembléia acionistas representando 99% do capital votante, conforme assinaturas constantes do Livro de Presença de Acionistas. IV – Mesa: Presidente: Karl Franz Bühler. Secretária: Alessandra Martini Marinho. V - Deliberações tomadas - todas por unanimidade: a)- Foi aprovada a re-ratificação da Ata das Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária datada de 30 de abril de 2004, registrada na Jucesp sob o nº 275.182/04-6, que, entre outras deliberações, consolidou o Estatuto Social da companhia, a fim de alterar os §§ 1º e 2º do Art. 22 do Estatuto Social, onde constou erroneamente “Conselho de Administração”, quando o correto é “Conselho Consultivo”. b)- Foi aprovada ainda a re-ratificação da Ata da Assembléia Geral Ordinária datada de 29 de abril de 2005, registrada na Jucesp sob o nº 141.953/05-6, que, entre outras deliberações, elegeu os administradores da companhia, a fim de alterar o item d) daquela ata, onde constou erroneamente “Conselho Fiscal”, quando o correto é “Conselho Consultivo”. c) foi aprovada a consolidação do Estatuto Social da Companhia, que passa a ter a seguinte redação: “Estatuto Social da HOLCIM (BRASIL) S.A.. Capítulo I - Da Denominação, Sede, Objeto e Duração. Art. 1: A HOLCIM (BRASIL) S.A. é uma sociedade anônima de capital autorizado, regendo-se pelo presente estatuto e pela legislação em vigor. Foi constituída por escritura pública lavrada pelo 13º Cartório de Notas da Capital do Estado de São Paulo, em 01.02.1951, Livro 314, Fls. 34vº, arquivada na Junta Comercial do Estado de São Paulo sob o nº 54.613, em sessão de 30.07.51. Em 06.01.81, foi recadastrada sob o NIRE 35300044924, autorizada a funcionar como empresa de mineração pelo Alvará de Transformação nº 9766 de 16.08.96, publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo em 22.08.96. Art. 2: A Companhia tem sede na Capital do Estado de São Paulo, na Rua Verbo Divino, nº 1488 – 5º andar, Bloco “D”, Bairro Chácara Santo Antônio, CEP 04719-904, podendo abrir e/ou extinguir filiais, escritórios, depósitos ou estabelecimentos em qualquer ponto do território nacional, mediante deliberação da Diretoria. Art. 3: A Companhia tem por objeto: ( a ) a exploração de minas e jazidas em geral; ( b ) a indústria e o comércio de cimento, argamassa, pó calcário, para fins agrícolas ou industriais, e produtos complementares para a construção civil, in natura, bem como o beneficiamento de escória; ( c ) a importação e exportação de produtos e ou serviços ligados ao seu objeto; ( d ) a prestação de serviços de concretagem e bombeamento de concreto e serviços de engenharia e correlatos; ( e ) a prestação de serviços de transporte de mercadorias, próprias ou de terceiros; ( f ) a exploração de pedreiras para a produção de agregado para concreto e para qualquer outra finalidade do emprego da pedra e o exercício de atividades decorrentes da exploração de pedreiras; ( g ) o processamento de combustíveis alternativos e resíduos industriais; e ( h ) a participação em outras sociedades, como sócia, acionista ou quotista. Art. 4: O prazo de duração da Companhia é indeterminado. Capítulo II - Do Capital e das Ações - Art. 5: O capital social, subscrito e integralizado, é de R$ 172.714.421,13 (cento e setenta e dois milhões, setecentos e quatorze mil, quatrocentos e vinte e um reais e treze centavos) representado por 4.430.782 (quatro milhões, quatrocentas e trinta mil, setecentas e oitenta e duas) ações ordinárias nominativas, sem valor nominal. Art. 6: Os certificados de ações, os títulos múltiplos ou as cautelas provisórias deverão ser assinados por dois Diretores. Art. 7: É facultado à sociedade suspender os serviços de transferência, desdobramento, grupamento de ações e certificados, para atender às determinações da assembléia geral, observados os requisitos legais. Capítulo III - Da Assembléia Geral - Art. 8: Os acionistas reunir-se-ão ordinariamente em assembléia geral nos quatro primeiros meses do exercício social e, extraordinariamente, sempre que os interesses sociais o exigirem. Art. 9: As assembléias gerais serão convocadas pelo Diretor Presidente da Companhia, instalar-se-ão de conformidade com os quoruns legais, se outro quorum não estiver previsto neste Estatuto, e serão presididas pelo Diretor Presidente da Companhia. Capítulo IV - Da Diretoria - Art. 10: A sociedade será administrada por uma Diretoria composta de no mínimo 2 (dois) e no máximo 5 (cinco) membros, sendo um Diretor Presidente e os demais Diretores sem designação especial, acionistas ou não, residentes no País. Art. 11: O mandato da Diretoria é de dois anos, permitida a reeleição, devendo os diretores continuar em seus cargos até a posse dos sucessores. Art. 12: A Diretoria terá os poderes gerais de administração dos negócios sociais e será competente para a prática dos atos necessários ao regular funcionamento da empresa, representando-a em juízo, ou fora dele, observadas as seguintes normas: a) a Companhia só se obrigará validamente mediante a assinatura de dois Diretores; b) poderão ser constituídos procuradores, em nome da Companhia, especificando-se nos respectivos instrumentos os atos ou operações que poderão praticar e a duração do mandato que, no caso de mandato judicial, deverá ser por prazo indeterminado; c) a Diretoria poderá praticar, em geral, todos os atos necessários à administração social, que não sejam privativos da Assembléia Geral. Art. 13: O Diretor Presidente será substituído em suas ausências por qualquer outro Diretor. Art. 14: Além dos que forem necessários à realização dos fins sociais, a Diretoria é ainda investida de poderes para: a) superintender e dirigir todos os negócios sociais; b) adquirir, alienar, permutar ou onerar bens móveis e imóveis; c) prestar fianças, mesmo solidárias, em contratos de locação em que figurem como locatários empregados da Companhia ou prestar fianças, avais e cauções em operações nas quais exista interesse da Companhia ou de sociedade com a qual mantenha vinculação acionária, sem necessidade de deliberação expressa em reunião de Diretoria; d) outorgar procurações com poderes para agir em regime de dupla assinatura ou isoladamente, a critério da Diretoria, sem necessidade de deliberação expressa, bastando a indicação no mandato dos poderes e do regime de assinatura, quando houver mais de um procurador, respeitado sempre este Estatuto Social; e e) abrir e/ ou extinguir filiais, escritórios, depósitos ou estabelecimentos em qualquer ponto do território nacional. Art. 15: Os membros da Diretoria ficam dispensados de caução. Capítulo V - Do Conselho Consultivo - Art. 16: O Conselho Consultivo, órgão meramente opinativo, será composto de um mínimo de seis e um máximo de doze membros, pessoas naturais, residentes no País ou no exterior, eleitos pela Assembléia Geral a integrarem o colegiado, sendo indicado 1 (um) Presidente, por prazo de 2 (dois) anos, facultada a reeleição. Art. 17: Ao Conselho Consultivo compete apoiar a Diretoria nas suas atribuições, opinando sobre o andamento dos negócios da Companhia, em especial na definição de estratégias e imagem, política de investimentos, construção de novas fábricas de cimento, novos negócios, bem como sobre quaisquer outros assuntos que lhe forem apresentados. Art. 18: As reuniões do Conselho Consultivo realizar-se-ão na sede social da Companhia ou em local previamente designado e serão convocadas pelo Presidente do Conselho Consultivo, que será previamente avisado pelo Diretor Presidente da Companhia sobre a matéria a ser discutida, e ocorrerá mediante carta ou fax enviado a todos os Conselheiros, sendo que a presidência das reuniões caberá ao Presidente do Conselho Consultivo e poderão ser secretariadas por administrador, advogado ou funcionário da Companhia, sendo as suas orientações aprovadas por maioria, lavradas em atas a serem arquivadas na sede da Companhia. Eventuais divergências de opiniões entre os Conselheiros deverão ser consignadas em ata. Art. 19: A remuneração anual global dos membros do Conselho Consultivo será fixada em assembléia geral. Capítulo VI - Do Conselho Fiscal - Art. 20: O Conselho Fiscal, composto de três membros, não terá funcionamento permanente, mas apenas nos exercícios sociais em que for instalado a pedido de acionistas, ocasião em que serão eleitos os seus membros e fixada a respectiva remuneração. Art. 21: O Conselho Fiscal, quando em funcionamento, terá as atribuições legais, além do dever de emitir sua opinião sobre os negócios sociais sempre que a Diretoria o solicitar. Capítulo VII - Do Exercício Social e da Distribuição de Resultados - Art. 22: O exercício social coincidirá com o ano civil, encerrando-se em 31 de dezembro de cada ano, levantando-se, em seguida, balanço patrimonial a fim de se apurar os resultados, respeitadas as formalidades legais. § 1º: Poderão ser levantados balanços intercalares, declarando se, por deliberação do Conselho Consultivo, dividendos à conta dos lucros apurados nesses balanços. § 2º: O Conselho Consultivo poderá também declarar dividendos intermediários, à conta de lucros acumulados ou de reservas de lucros existentes no último balanço anual ou semestral. Art. 23: Alterações estatutárias ou a dissolução da Companhia só poderão ser aprovadas quando a favor delas votarem acionistas representando 2/3 (dois terços), no mínimo, do capital social com direito a voto, obedecidas, quanto ao mais, as determinações da lei. Art. 24: Dos lucros líquidos apurados, após as deduções legais, serão destinados: a) 5% (cinco por cento) para a constituição da reserva legal até o limite de 20% do capital integralizado; b) 25% (vinte e cinco por cento) para a distribuição do dividendo mínimo obrigatório aos acionistas, ressalvado o disposto nos §§ 4º e 5º do artigo 202 da Lei 6.404/76. Art. 25: O saldo dos lucros permanecerá à disposição da assembléia geral, que decidirá sobre sua destinação, podendo ser, total ou parcialmente, distribuído como dividendo suplementar aos acionistas ou atribuído à reserva especial. Capítulo VIII - Das Disposições Finais - Art. 26: A transformação da Companhia em outro tipo de sociedade só poderá ser deliberada por acionistas representando dois terços do capital social com direito de voto.” VI - Encerramento - Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a reunião, lavrando-se esta ata que, lida e achada conforme, vai pelos presentes assinada. Acionistas presentes: (a.a.) Holderfin B.V., representada por Karl Franz Bühler e Piero Abbondi; Holcim Investiments (Spain) SL, representada por Karl Franz Bühler e Piero Abbondi; Thomas Knöpfel; e Felix Martin Altorfer. São Paulo, 9 de setembro de 2005. Alessandra Martini Marinho - Secretária. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Registrado sob o nº 266.025/05-5 em 15.09.05. Pedro Ivo Biancardi Barboza - Secretário Geral.

FALÊNCIAS & CONCORDATAS Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 21 de setembro de 2005, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falências: Requerente: Auto Posto Imperatriz Ltda. - Requerido: MPM Service Ltda. - EPP - Rua Gago Coutinho, 379 - 01ª Vara de Falências Requerente: Sandro Batista da Costa - Requerido: Construplan Construções Ltda. - Estrada das Três Cruzes, 59 - 01ª Vara de Falências Requerente: Moysés Marini - Requerido: Midea Indústria e Comércio Ltda. - Estrada das Três Cruzes, 59 - 02ª Vara de Falências Requerente: 4 LS Factoring e Serviços de Cobrança de Tít. de Crédito Ltda. - Requerido: Fortaleza Desentupidora e Dedetizadora S/C Ltda. - Rua Sérgio Tomaz, 86 - 02ª Vara de Falências Requerente: Delcrédito Cobranças Mercantis e Asses.

Documental Ltda. - Requerido: Fascínio Biju Comércio de Bijuteria Ltda. - Rua Varnhagem, 44 sala 14 - 02ª Vara de Falências Requerente: MA de Camargo & Cia. Ltda.-ME - Requerido: BAD Comércio Ltda. - Rua Gomes de Carvalho, 891 - 01ª Vara de Falências Requerente: Delcrédito Cobranças Mercantis e Asses. Documental Ltda. - Requerido: Pako Distribuidora Ltda. - Rua Dr. Pinto Ferraz, 97 conj. 184 - 02ª Vara de Falências Requerente: Suape Têxtil S.A - Requerida: Sayz Confecções Ltda. - Rua Chico Pontes, 1500 loja 129-E - 02ª Vara de Falências


DIÁRIO DO COMÉRCIO Fotos: Luludi/Agência Luz

16 -.EMPREENDEDORES

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

EMPREENDEDORES

Carla fez pesquisas durante um ano até descobrir a marca Tee Gschwendner, que utiliza apenas ervas de produção orgânica

LETREIRO

A

Gshwendner não tem nenhuma relação com chá na língua alemã, a não ser o fato de que foi Albert Gshwendner o criador da rede de lojas especializadas em chás que faz sucesso naquele país. Para trazer o negócio ao Brasil, Carla Saueressig teve de criar uma ligação direta com o produto que seria comercializado em suas lojas. "O nome A Loja do Chá foi tão óbvio quanto necessário, já que o sobrenome de Albert é impronunciável em português".

SEGREDO

A

instalação da primeira loja no shopping Iguatemi foi, para a empreendedora, o grande pulo do gato. "Entendo que a presença da Tee Gshwendner - A Loja do Chá no centro de compras mais elegante e tradicional da cidade contribuiu muito para a formação da opinião do público consumidor", aponta Carla. Ela acrescenta que se não fosse a aceitação do público acostumado à cultura de beber chá, jamais teria sido convidada pelas administrações dos shoppings Higienópolis e Villa-Lobos para abrir novos pontos da rede.

PEDRA

P

ara boa parte dos brasileiros, o conceito de chá é bastante restrito e passa longe da sensação de prazer. Apesar disso Carla afirma que já mudou a opinião de muitos consumidores com idéias equivocadas. "Já estamos acostumados a atender pessoas que chegam afirmar que o que comercializamos não pode ser chá. Isso porque para elas a bebida é sempre ruim, utilizada apenas como é remédio. Então fazemos todo um trabalho de introdução ao assunto, apresentando aromas que são capazes de despertar a curiosidade de experimentar os nossos produtos", descreve.

CHÁ As poções de sucesso da dama brasileira dos aromas

A empresária é apaixonada pelo que faz. Cresceu vendo a mãe lidar com a horta de ervas aromáticas.

Carla Sauressig, fundadora da rede A Loja do Chá, é considerada a maior consultora sobre tudo o que se refere à bebida no País. A aposta da empresária é implantar no Brasil o saudável hábito de tomar chá. Juliana de Moraes

A

paixonada pela bebida que se confunde com a história da sociedade, Carla Saueressig é considerada a dama brasileira do chá pelo famoso chef Giancarlo Bolla, um dos mais respeitados cozinheiros do País. Mas a realidade é que para os clientes das boutiques Tee Gshwendner - A Loja do Chá, ela é a única consultora no assunto que já se ouviu falar. Um privilégio e uma responsabilidade que Carla se orgulha por ostentar. Nascida em Sapiranga (RS), essa "gaulista" (que se entitula gaúcha e paulista) cresceu em convívio com a horta orgânica da mãe, que tem origem austríaca. "Ela plantava diversas ervas aromáticas no quintal de casa. Fazia bolos e chás diariamente a família. Costumo brincar que minha alimentação foi mais rica e sadia do que a de muitos e reis e rainhas". Um objeto de estudo O relacionamento de Carla com os chás ganhou força conforme chegou à vida adulta. Formada em Educação Física e Nutrição, ela voltou seus es-

forços para compreender a influência dos alimentos na saúde e no bem-estar das pessoas. "Em estudos, descobri que a cafeína contida no chá reage de forma diferente daquela que existe no café. Enquanto o chá estimula as atividades cerebrais, o café age intensificando o ritmo do músculo cardíaco. Por isso há recomendações sobre o consumo moderado de café, o que não acontece no caso do chá", descreve. E foi assim, pesquisando e bebendo cada vez mais chás, que Carla compreendeu que a realização profissional só se daria por completa se conseguisse trabalhar com a bebida, introduzindo blends de chás originais no mercado brasileiro. "Fiz intensas pesquisas sobre o comércio de chá. Mas apenas quando descobri a Tee Gshwendner achei que havia encontrado o modelo de negócio ideal para implementar no País", revela. Ela diz que a preocupação com a qualidade dos produtos e a origem orgânica foram quesitos fundamentais para a decisão. "O proprietário da rede

Acessórios complementam o mix da loja

de lojas alemã, Albert Gshwendner, está comprometido com as comunidades plantadoras de chá na Ásia, comprando o produto apenas de cooperativas, responsáveis por uma distribuição mais justa dos ganhos obtidos com o comércio das ervas". Provar o improvável Como se a introdução de uma loja especializada em chás não fosse desafio suficiente para Carla, já que no Brasil não há nada semelhante, ela teve de convencer o proprietário da rede alemã sobre seus propósitos. "Quando me encontrei com Albert e expliquei minhas intenções, sua primeira reação foi: você só pode estar louca. Já leu pesquisas sobre o consumo de chá na América do Sul? Deveria saber que é tão insipiente que não vale a pena assumir o risco." No entanto, Carla o desa-

Todas as misturas são beneficiadas na Alemanha

fiou, tomando para si todos os riscos inerentes ao negócio. Ela se dispôs, inclusive, a estruturar as operações de importação do produto totalmente beneficiado na Alemanha. "Foi quando vendi o único bem da família, um imóvel em Porto Alegre (RS), e mudei para São Paulo, onde comprei uma loja no Shopping Iguatemi. Aluguei um apartamento na capital para que eu, meu marido e minha filha morássemos", relembra. O sucesso da primeira loja, inaugurada há seis anos, foi imediato. Isso porque no centro de compras mais chique e tradicional da capital é frequentado por um público acostumado ao consumo de chá. "Um ano e meio após a abertura da primeira loja, fui convidada pelo shopping Higienópolis para inaugurar um ponto no local. Depois foi o Vil-

CABECEIRA Siga as regras de um monge beneditino As ervas ficam acondicionadas em latas especiais, importadas da Europa. Isso garante a qualidade do produto, o aroma e os benefícios para saúde

N

o fim do século V nasce Bento de Núrsia (480-547). Movido pela fé, viu a necessidade de estabelecer um guia sobre os princípios da liderança. “Assim surgiu a Regra de São Bento, um código que reúne o melhor da teoria organizacional greco-

la-Lobos. E lá fui eu". Atualmente, Carla é franqueadora master da rede alemã para o Brasil e deve fechar o ano com oito lojas em funcionamento no País, sendo três unidades próprias. "O interessante é que todos os franqueados têm uma relação de adoração pela bebida." Para este ano, os planos de Carla incluem a adaptação das lojas para o que vai chamar de Casa do Chá, onde a clientela vai poder se servir da bebida no local e saborear doces. "A transformação das lojas em ambientes de convivência vai trazer maior dinamismo às lojas e difundir o "chá-prazer", um hábito ainda pouco divulgado no País. É quando as pessoas se encontram, conversam e trocam experiências, dividindo as sensações proporcionadas por uma boa e quente xícara de chá".

romana com as crenças da liderança cristã”, segundo O Código Beneditino de Liderança – Organização e gerenciamento de empresas de resultados (Editora Landscape). Os autores, Graig S. Galbraith e Oliver Galbraith III descrevem os métodos de liderança experimentados pelo monge. Levando em conta a força e o respeito imposto pelos beneditinos ao longo dos séculos, a obra é válida para gestores que buscam perpetuar suas organizações. (JM)


MAIS BUROCRACIA SAÚDE EXTRA Saúde na prática, no Spa Med Sorocaba e na academia Bio Ritmo, de graça, e em teoria: 20 páginas para você se manter em forma.

BOA VIAGEM

Câmara aprova projeto de vistoria para abertura de empresas. Os protestos já vão começar. Pág. 9 Aquitânia, na França: região dos vinhedos e adegas

Divulgação/Tourisme d'Aquitaine

www.dcomercio.com.br/c ampinas/ Edição de Campinas concluída às 00h05 Ano 81 - Nº 21.968 Beto Barata/AE

Severino, o retirante: "Voltarei" Givaldo Barbosa/Agência O Globo

U L

LA

Sem aplausos. Estudantes gritando: "Vai embora!" Até a sua João Alfredo, em Pernambuco, o decepcionou, comemorando a renúncia com foguetório. Mas ele lembrou que "o sertanejo é, antes de tudo, um forte", e que vai resistir e voltar. Página 6

R$ 0,60

São Paulo, quinta-feira 22 de setembro de 2005

Joedson Alves/AE

"Fora Severino", gritou uma estudante ao final do discurso de renúncia. Seguranças reagiram: fora estudantes. Roberto Stuckert Filho/Agência O Globo

Dantas depõe. E agita Daniel Dantas (foto) negou a CPIs ter dado dinheiro para partidos, inclusive o PT. E gerou bate-boca entre parlamentares. Pág. 5

Desemprego cai em SP CPI do sexo: deputado Valverde fala de um caso da senadora Heloisa Helena, que devolve com tapas e o acusa de pedofilia.

TEMPO EM CAMPINAS Parcialmente nublado Máxima 27º C. Mínima 14º C.

Os eleitores de Lula estão escoando rapidamente pelo valerioduto: metade dos que o elegeram presidente não repetirão o voto em 2006 e 49% entre os entrevistados pela pesquisa CNI/Ibope acham que ele nem deveria tentar a reeleição. O índice de ótimo e bom caiu de 35% em junho para 29%. E o de ruim e péssimo aumentou de 22% para 32%. Página 3

Cai o dólar. Sobe a Bolsa Ingresso de recursos no País fez o dólar fechar a R$ 2,27 na venda, com desvalorização de 1,09%. É a menor cotação desde abril de 2002. A Bolsa, impulsionada por rumores de melhora da classificação de risco do Brasil, subiu 2,59% e bateu recorde de pontos: 30.837. Página 13

Depois de 4 meses de estabilidade, taxa de desemprego em São Paulo caiu em agosto de 17,5% para 17,1%. É a segunda menor do ano, conforme o o Seade/Dieese. Pág. 8


Suplemento Especial / São Paulo, 22 de setembro de 2005

e O prêmio do nosso concurso: vida saudável Página 18

C

aminhar é ótimo para a saúde, assim como pedalar, praticar qualquer esporte. Mas tome cuidado: não se aventure apenas pelo impulso, faça antes uma boa avaliação física. Afinal, nem todos os exercícios servem a todas as pessoas e nada mais correto do que seguir a orientação de um médico. Depois, uma vida mais saudável o aguarda, especialmente se você incorporar novos hábitos alimentares e estabelecer a meta de viver bem para que a prevenção de doenças venha naturalmente. Neste suplemento especial, o Diário do Comércio mostra os benefícios da atividade física em suas várias modalidades, o exemplo de quem faz ginástica para vencer doenças graves, tudo o que movimenta um mercado de R$ 3,41

bilhões ao ano - afinal, são 3,8 milhões de pessoas malhando só nas academias. Mas não bastam exercícios: também é preciso relaxar e fugir do estresse, ficar longe da vida muito louca desta cidade: que tal, por exemplo, uma cavalgada ao luar numa fazenda perto de São Paulo, ao som de violeiros? Entre nessa trilha, cure suas doenças e programe uma vida longa. O jornal ajuda e oferece prêmios para que você possa ficar em paz com sua consciência. Faça sua escolha: uma semana num SPA ou três meses de graça numa academia?

Não se fala mais de culto ao corpo. Só de boa saúde Páginas 2 e 3

Uma vida longa? A receita está na mesa Páginas 14 e 15

Body Balance, harmonia entre o corpo e a mente Página 5

Aumente seu lucro: adote a ginástica laboral Páginas 16 e 17

Dicas para prevenir doenças ocupacionais Páginas 12 e 13

Cavalgada ao luar. Mergulho na paz de espírito Páginas 10 e 11

Terapia com pedras quentes. Energia pura Página 20

Textos

PATRÍCIA TTEIXEIRA


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ESPECIAL

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Antes, culto ao corpo. Agora, tudo pela boa saúde Clóvis Ferreira/Digna Imagem

Hoje se malha para ter mais saúde e não apenas para manter um corpo bonito. São mais de 3,5 milhões de pessoas nas academias, num mercado que deve faturar cerca de R$ 3,41 bilhões este ano.

A

penas adolescentes e adultos de até 35 anos buscavam u m a a c ademia para melhorar a aparência, além de oportunidades sociais, até a década de 90. Mas há uns cinco anos essa história mudou e pessoas de 35 a 55 anos desenvolveram também o hábito de freqüentar centros esportivos e de saúde. Resultado do trabalho dos meios de comunicação, que passaram a divulgar a importância e os benefícios da atividade física na vida do ser humano. Ao mesmo tempo, nos consultórios os médicos começaram a indicar os exercícios como prevenção e tratamento de algumas doenças, o que trouxe pessoas de outras faixas etárias. A Fitness Brasil, empresa de aperfeiçoamento e educação nas áreas de saúde e bem-estar há mais de vinte anos, calcula que o número de alunos nas academias brasileiras não chega ainda

nem a 2% da população total. Como cerca de 20 milhões de pessoas integram a classe média brasileira (12% da população total), concluise que ainda há muito espaço para este mercado crescer. O Brasil é o quarto mercado mundial de academias de ginástica, atrás apenas dos Estados Unidos e do Reino Unido em número de academias, e da Alemanha em número de praticantes. A perspectiva é que o número de alunos deverá dobrar até 2007 e o maior potencial de crescimento está na população infantil, entre pessoas acima dos 35 anos e nos chamados "grupos especiais": idosos, lesionados, deficientes físicos, gestantes, cardíacos e diabéticos, entre outros. A indústria do fitness nacional encontra-se em plena expansão. Até o final de 2005 o mercado deve faturar cerca de R$ 3,41 bilhões. A Fitness Brasil estima um aumento de 5% em relação ao ano passado, que registrou ganhos de R$ 3,25 bilhões. São mais de sete mil academias no País, com uma média de 610 alunos cada, que desembolsam em média R$ 80 por mês. São mais de 3,5 milhões de pessoas fazendo algum tipo de exercício físico - aqueles quase 2% da população. Atualmente, 80 milhões de brasileiros praticam um ou mais esportes.

Waldyr Soares, presidente da Fitness Brasil: “As academias vão crescer e lucrar ao focar suas estratégias nesse conceito. O fenômeno é conhecido como a Era do Wellness”.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.ESPECIAL

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Paulo Pampolin/Digna Imagem

Cavalgada ao luar, um violão... Mergulhe na paz de espírito Uma fazenda perto de São Paulo oferece alguns momentos inesquecíveis: um fim de semana para relaxar, andar a cavalo, comidinha da roça e muita música. Mas só em noite de lua cheia

A

c e rc a d e cem quilômetros de São Paulo, entre Itu e Salto, depois de passar por estradas de asfalto e de terra, a Fazenda Pirahy (www.fazendapirahy.com) esconde um passeio diferente dos conven-

cionais. Todos os meses, exatamente no sábado da noite de lua cheia, em média trinta pessoas saem para uma cavalgada ao luar, uma das melhores alternativas para quem busca sossego, principalmente depois de uma semana agitada. Não há vírus de estresse que resista ao andar a cavalo à noite somente

com o brilho da lua. Para aproveitar bem o passeio, a sugestão é chegar à fazenda por volta das 17 horas, fazer um pequeno treino com os cavalos e conferir o pôr-do-sol no alto da montanha. Tudo deve ser combinado com os anfitriões da fazenda, Roberta Molteni e João Pacheco.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

ESPECIAL - 3

Fotos: Divulgação

O corredor Abílio fala e faz: nesta corrida ele sai na frente de um concorrente ilustre, Vanderlei Cordeiro de Lima

A parte espiritual e emocional das pessoas é importante para a qualidade de vida. Quem tem um equilíbrio maior, pensa, reflete um pouco mais, é menos impulsiva, mais serena, menos sujeita ao estresse e pressão Abílio Diniz

D

e acordo com um estudo feito pelo jornalista ec onô mico Joelmir Betting, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 2,25% por ano de 1996 a 2000, a indústria esportiva e de fitness cresceu 12,34%. “O mercado atravessa um momento especial. As pessoas querem se exercitar para ter mais saúde e não apenas para manter um corpo bonito. As academias vão crescer e lucrar ao focarem suas estratégias nesse conceito. O fenômeno é conhecido como a Era do Wellness”, explica Waldyr Soares, presidente da Fitness Brasil. Outro nicho em ascensão é o chamado Corporate Fitness, que consiste em instalações e programas especiais de Wellness voltados para funcionários de grandes empresas. As empresas privadas também descobriram a importância dos exercícios físicos para a saúde de seus funcionários e da própria empresa, como CocaCola, Shell, IBM, Embratel, Pão de Açúcar, White Martins e outras. Entre as academias espalhadas pelo Brasil, algumas se destacam no eixo Rio-São Paulo: Bio Ritmo, Companhia Athletica, Competition, Fórmula Academia, R u n n e r, R e e b o k S p o r t s Club, em São Paulo. No Rio

de Janeiro, A!Body Tech e Estação do Corpo, dentre outras. Soares já está no mercado de fitness há quase trinta anos e acompanhou toda a evolução do mundo do bem-estar. Ele diz que as pessoas mudaram seus conceitos, principalmente porque sabem que a perspectiva de vida da população aumentou e a tendência natural é chegar à velhice

Marcos Paulo Reis: exercício no cotidiano

bem e saudável: “Acabou a fase do culto ao corpo, a nova geração encara a atividade física como prevenção e saúde.” O professor de educação física Marcos Paulo Reis, consultor esportivo em corrida, ciclismo e pedestrianismo, é treinador dos atletas do Pão de Açúcar, lançará um livro de auto-

ajuda em 2006 e tem uma outra visão sobre o assunto. A maioria da população ainda não acordou sobre os verdadeiros benefícios do esporte, por isso ainda cresce o número de obesos, hipertensos, pessoas com colesterol e diabetes: “A atividade física tem de estar no nosso cotidiano, como outro hábito essencial, como escovar os dentes e tomar banho. O importante é estabelecer a meta de viver bem para que a prevenção de doenças venha naturalmente”. Um dos incentivadores do esporte no País, o empresário Abílio Diniz - que lançou o livro Caminhos e Escolhas sobre qualidade de vida - define bem-estar como equilíbrio do corpo, com boa alimentação e esporte, e o espírito: “A parte espiritual e emocional das pessoas é importante para a qualidade de vida. Quem tem um equilíbrio maior, pensa, reflete um pouco mais, é menos impulsiva, mais serena, menos sujeita ao estresse e pressão e desfruta de mais qualidade de vida”. A preocupação do médico do Comitê Olímpico Brasileiro, Bernadino Santi, é com a alimentação do povo brasileiro: “Existem produtos lights, diets e suplementos alimentares, mas as pessoas estão esquecendo de comer bem e equilibrar suas refeições”.

ESPECIAL Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor Luciano Ornelas Editor de Fotografia Masao Goto Filho Repórter Patrícia TTeixeira

Arte Abelardo F. Fonseca Jr. Céllus Jair Soares Diagramação Evana Clicia Lisbôa Sutilo Hedilberto Monserrat José Augusto Camargo José Coelho Lino Fernandes Sidnei Silva Dourado Rubens Ferrari

Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho Gerente de Publicidade Solange Ramon Gerente de Produto Arthur Gebara Jr. Impressão

S/A O Estado de S. Paulo OESP Área Comercial Celso Nascimento: 3856-2454 Foto de Capa

Rubberball/Getty images


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

S

ESPECIAL - 11

Paulo Pampolin/Digna Imagem

A fazenda fica perto de Itu e você ainda tem a opção de caminhar na manhã seguinte pela trilha das borboletas

A advogada Fernanda egundo Pacheco, agrônomo e Pereira Carvalho e o namoexperiente com rado Eduardo Pardo Netto os animais, o ca- aproveitam os fins de semavalo é escolhido na para fazer passeios difede acordo com o rentes. O casal busca destiperfil da pessoa: “Prestamos nos assim, de muito sossego atenção se o visitante é agita- e descanso. “Entro na sedo, gosta de trotar com mais gunda-feira pronta para velocidade, se tem medo, mais uma semana de fóetc. O cavalo é como psicolo- rum. Com passeios como gia, trabalha relacionamen- este conheci um novo lado to de acordo com cada gê- da vida. Antes também eu nio”. Até quem tem medo de tinha medos de algumas cavalos perde a fobia diante coisas e venci me expondo a esses desafios”, conta Ferà meiguice dos animais. Escolhido o cavalo, o visi- nanda. Chegada a hora da saída tante trota até o topo da montanha e recebe Paulo Pampolin/Digna Imagem uma aula de história do período do café e da cana-de-açúcar no final do século 18 e começo do 19. No alto, o visitante se encanta com o horizonte do fim do dia. Emociona aquele brilho da natureza. Pouco mais de uma A casa da fazenda hora depois, momento de voltar para a seda cavalgada, por volta das de, onde se comemorará a 22 horas, todos se enconchegada de mais uma lua tram ao lado de João Pachecheia. Então se reúnem to- co para escolher o cavalo dos convidados e, por volta adequado. Demora alguns das 21 horas, uma roda de minutos, mas todos se acerviola dá início à festa com tam. Por uma questão de sedireito a canções clássicas gurança, saem trinta cavado sertanejo, como Milioná- los por passeio. Duas pesrio e José Rico, João Mineiro soas conduzem pela frente, e Marciano, Sérgio Reis, mais duas atrás e outra no Trio Parada Dura, Tião Car- meio para checar se está tureiro e Pardinho. “Ao ver o do sob controle. trio da roda de viola, os que A cavalgada cria um clinão gostam do ritmo da mú- ma de suspense somente sica se encantam com o jeito com a luz da lua e o barulho contagiante dos cantores”, do trote dos cavalos. Para conta Roberta. Para acom- chegar ao alto da montanha panhar o show intimista e o e admirar a lua é necessário bate-papo, sopas são servi- passar por dentro de um pedas para os visitantes se queno lago, o que torna a aquecerem e entrarem no ocasião mais emocionante. clima de interior. No percurso, todos acabam

se conhecendo e novas amizades vão surgindo. No topo, com a lua brilhante, os problemas da semana já foram arquivados - apenas relaxe, é o melhor remédio. O passeio todo demora aproximadamente uma hora e meia. Na fazenda, a roda de viola continua e um jantar típico de roça fica à espera dos visitantes. A festa costuma avançar até duas da manhã com os veteranos da região contando os “causos” do interior. A cavalgada ao luar oferece duas possibilidades: ir e voltar na mesma noite (cerca de uma hora de São Paulo) ou dormir na sede da fazenda, uma casa construída em 1756 e que pertenceu ao Barão de Itaim. A construção original e alguns móveis estão muito bem conservados. Com a evolução do tempo, as moendas de cana, tachos de cobres onde eram feitos os melaços, foram adaptadas para banhos de ofurô. A roda d’água da moenda também ganhou nova função: agora é uma ducha natural. As pessoas que optarem por dormir na fazenda terão mais surpresas. No dia seguinte pela manhã é possível fazer uma caminhada pela trilha das borboletas, de todos os tipos, circulando à sua volta. Não há estresse que resista. C o m a F re e w a y (www.freeway.tur.br), o preço da cavalgada sai por R$ 54: inclui jantar, cavalgada e o show de viola. A pernoite na fazenda sai a partir de R$ 160 o casal.

Não se preocupe: sempre haverá um cavalo manso e apropriado para seu passeio


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.POLÍTICA

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

O PRESIDENTE DA CÂMARA RENUNCIOU, COM UM DISCURSO EMOCIONADO. E AVISOU QUE VAI VOLTAR.

O FIM MELANCÓLICO DE SEVERINO

O

presidente Severino Cavalcanti (PP-PE) renunciou ontem ao seu mandato de deputado federal e prometeu voltar à Câmara, Casa considerada por ele "cheia de donos", distanciados da maioria dos deputados e da população. Severino contestou as denúncias do empresário Sebastião Buani, considerou-as "inconsistentes, falsas e mentirosas", e disse que vai comprovar isso nos tribunais. Mesmo com um discurso considerado forte, foi um fim melancólico. O rei do baixo clero, como ficou conhecido nos corredores da Câmara, protagonizou uma despedida conturbada. Antes de deixar o plenário, teve de ouvir de estudantes que acompanhavam a sessão de sua renúncia das galerias, que já ia tarde. Saiu quase escondido. Severino passou pouco tempo na Casa que presidiu também por poucos meses – de fevereiro até ontem. Chegou à Câmara, acompanhado da mulher, Amélia, e das filhas Ana e Catarina, alguns minutos antes das 4 horas. Foi recebido pelos deputados e companheiros de partido. Uma hora e dez minutos depois, já estava de saída depois de renunciar ao mandato, em direção a um apartamento funcional. Falta de Lula – Nas últimas horas na residência oficial de presidente, Severino recebeu vários telefonemas, especialmente de sua cidade natal, João Alfredo (PE). Sentiu falta, no entanto, de um. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem se considerava amigo, não lhe telefonou. Ele tornouse ontem o primeiro presidente da Câmara a renunciar ao mandato e, por conseqüência, ao cargo. Com 74 anos, Severino leu o discurso de renúncia

Alan Marques/Folha Imagem

na mesma cadeira em que 218 dias atrás discursou pela primeira vez como presidente da Casa, após ter sido eleito, derrotando o governo, na longa sessão que terminou na manhã de 15 de fevereiro. Emoção – Visivelmente tenso, o deputado emocionou-se algumas vezes durante o discurso de despedida. Falou 22 minutos para um plenário que registrava 330 deputados. Engasgou ao falar do "menino pobre de João Alfredo" que se tornou presidente da Câmara e de dona Amélia, a quem chamou de "o farol da minha vida". Severino encerrava o discurso quando Wilma Pessoa, professora da Universidade Federal Fluminense, levantou-se na galeria e gritou: "Vai embora, Severino." No silêncio do plenário, o grito soou como um trovão. Nas palavras de ordem que se seguiram, cantadas por estudantes, Severino saiu quase despercebido. Empobrecimento ilícito – Severino disse em seu discurso que teve um "empobrecimento ilícito com a política". Fez um balanço da sua vida política. "Fui prefeito de João Alfredo, deputado estadual por sete mandatos durante 28 anos, deputado federal com três mandatos e a votação praticamente dobrando a cada eleição - 82 mil votos, em 2002, para o terceiro mandato. Na Câmara dos Deputados, desde o primeiro mandato, tomei lugar à Mesa da Casa e para ela fui reconduzido três vezes", afirmou. Ele encerrou seu pronunciamento dizendo que voltará à Câmara. "Voltarei. O povo pernambucano, mais uma vez, não me faltará. Minha querida João Alfredo e os outros municípios de minha base não me faltarão." (Agências)

Roberto Pereira/AE

Minha querida João Alfredo não me faltará, disse Severino. Mas, em sua cidade natal, um assessor da prefeitura retirou o seu quadro da parede. Lula Marques/Folha Imagem

CONFUSÃO - Assim que Severino Cavalcanti terminou seu discurso, populares que estavam nas galerias se manifestaram contra o ex-deputado: "Vai embora Severino!" e "fora corrupto". O deputado Thomaz Nonô (PFL), presidente interino da Câmara, determinou, como seu primeiro ato oficial, a evacuação da galeria. Os seguranças usaram de força física para retirar os manifestantes, o que provocou um enfrentamento. Na confusão, uma vidraça da galeria foi quebrada e três estudantes acabaram detidos. "Queríamos fazer uma manifestação pacífica e acabamos sendo agredidos pelo seguranças", reclamou um manifestante, após ser liberado. Ed Ferreira/AE/15-02-2005

Robert Stuckert/PR/ABr/05-05-2005

Ascensão: Severino comemora sua eleição (à esq.) e, já presidente da Câmara, ao lado de rainhas de festa gaúcha

UM REINADO POLÊMICO renúncia de Severino Cavalcanti (PP-PE) ao cargo de presidente da Câmara e ao mandato de deputado federal nesta quarta-feira é o final do que parece ter sido um acidente de percurso que, em lugar do ápice de uma carreira, acabou sendo o caminho mais curto para a queda do chamado "rei do baixo clero". Depois de ocupar diferentes cargos na Mesa Diretora da Câmara por oito anos, sem chamar a atenção da mídia, Severino surpreendeu ao ser eleito presidente da Casa. Estando apenas no terceiro mandato de deputado federal, já havia sido segundo-vice-presidente da Câmara, primeiro-secretário e segundosecretário. Antes disso, fora

A

deputado estadual por sete mandatos consecutivos em Pernambuco, o primeiro deles ainda nos anos 60, e prefeito de João Alfredo (PE), sua cidade natal, entre 1964 e 1966. Em fevereiro deste ano, aproveitando-se de uma já então crescente desagregação da base governista, Severino se lançou à presidência, com o respaldo do baixo clero. Mais do que votar nele, os oposicionistas votavam contra o governo. Depois de eleito, Severino se mostrou defensor de juros mais baixos e crítico do aumento de impostos. O deputado aproveitou a tramitação da MP 232, que aumentava a carga tributária, para se mostrar como interlocutor do empresariado que tentava barrar sua

Roberto Pereira/AE

aprovação. O governo acabou recuando e desistindo da MP. Embora Severino já tivesse sido alvo de críticas fosse era conhecido por suas posições polêmicas, sua situação começou a se complicar realmente quando defendeu penas diferenciadas, e eventualmente brandas, para os envolvidos no escândalo do mensalão. Parlamentares passaram a questionar a isenção do presidente da Casa para conduzir os processos de cassação. As denúncias do empresário Sebastião Buani, de que o deputado teria exigido propina, quando era primeiro-secretário, serviram para a ação final, que foi a entrada com o pedido de cassação no Conselho de Ética. (Agências)

Beto Figueirôa/JC Imagem/AE

Queda: em João Alfredo, morador mostra cheque sem fundo de Severino e população comemora renúncia

OS CANDIDATOS À CADEIRA Colégio de Líderes se reúne hoje para discutir os procedimentos da escolha do sucessor de Severino Cavalcanti, que deve acontecer até o dia 29. Enquanto isso, três partidos indicaram oficialmente seus candidatos

O

a presidente da Câmara. O PMDB oficializou o nome do seu presidente, deputado Michel Temer (SP). O PP, por unanimidade, escolheu o deputado Francisco Dornelles (RJ). E o PTB indicou o deputado Luiz Antonio Fleury (SP).


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quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Terapia das Pedras Quentes Para ficar zen, como os monges É uma técnica milenar, uma forma de equilibrar o corpo e ecuperar toda a sua energia. E uma vantagem adicional: essas pedras milagrosas controlam sua fome. Fotos: Paulo Pampolin/ Digna Imagem

H

á três mil anos um imperador chinês descreveu no livro amarelo uma técnica com pedras quentes para curar doenças. Com o passar do tempo a técnica foi aprimorada e chegou ao Brasil pela esteticista Ala Szerman. Entre os benefícios proporcionados pela massagem está a melhora no fluxo de água no corpo e no sistema circulatório, aumento da circulação energética e do metabolismo, o que promove a vasodilatação em razão do calor aplicado. “Aquece os músculos, que favorece o relaxamento”. A terapia também é ideal para pessoas com sintomas de estresse, tensão e ansiedade. A terapia das Pedras Quentes é um tratamento que utiliza pedras vulcânicas, plutônicas e sedimentares (mármore) de tamanhos variados. Segundo Ala Szerman, as pedras possuem energias acumuladas de três milhões de anos, desde a sua formação, por isso são adequadas para terapias de energização: “Todos os órgãos são interligados. A terapia é uma oportunidade de troca entre tudo o que é natural e o ser humano”. O terapeuta da Clínica Caminho, Denílson Lopes, define o tratamento de três formas: “Equilíbrio, energização e relaxamento muscular”. O procedimento é simples são colocadas pedras préaquecidas em locais específicos, fixas, e outras móveis para massagear o corpo, nesse caso usando um óleo relaxante para evitar o atrito. Ao longo da sessão, em média uma hora, são utilizadas cerca de 55 peças a uma temperatura de 50ºC, incluindo pedras semipreciosas, como ágatas, e as não-preciosas, como o basalto de

também a circulação, pois formigavam muito as minhas pernas, já que trabalho sentada”.

Emagrece Apesar de ser uma técnica terapêutica, Ala Szherman garante que também pode usada para emagrecer. Em um dos seus estudos, ela descobriu que os monges, quando ficavam horas em meditação, não podiam parar para comer e as pedras eram aquecidas e colocadas no estômago: “Em uma experiência no spa, percebi que era possível tirar a compulsão pela comida. Além disso, como a terapia é usada contra o estresse e irritação, as pessoas comem menos ao serem tratadas”. A duração do tratamento varia de acordo com as necessidades de cada paciente, mas é recomendável que se faça ao menos três sessões da para que o corpo possa absorver a energia e manter seu equilíbrio.

O terapeuta Denílson, da Clínica Caminho, aplica pedras vulcânicas, plutônicas e sedimentares de tamanhos variados espalhados pelo corpo. Energia acumulada ao longo de três milhões de anos. Restaura a energia e até mata a fome

amidalóide, também conhecidas como pedras de rio: “O calor das pedras é penetrado 4 cm abaixo da pele e espalhado na região”. O contato com as pedras ajuda o paciente a se “reconectar” com suas raízes, com a energia da Terra, devolvendo equilíbrio à sua vida diária e usando a energia eletromagnética que existe em todas as coisas. A terapia das pedras quentes ultrapassa a experiência física de massagem típica, entra em dimensões mais profundas de relaxamento, saúde e bem-estar, e cria uma linha positiva para a cadeia "Corpo-MenteEspírito". O advogado Ademir

Ramos da Silva Filho (à esquerda) descobriu a terapia há mais de um ano, ao perceber que estava muito estressado e agitado por causa do escritório e clientes: “Na primeira sessão me senti mais relaxado e com a sensação de bem-estar”. O tratamento o ajudou dormir melhor e ficou mais revigorado para o trabalho. Depois de perceber os reais benefícios, Filho levou a namorada Tânia Cristina Piva, que sofria de intensas cólicas e tensão pré-menstrual: “Vivia à base de remédios antes da terapia. A tensão mexia com o humor, me deixava irritada e influenciava no relacionamento com as pessoas. Melhorou


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quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Paulo Pampolin/Digna Imagem

CAMINHAR É BOM. MAS VOCÊ TEM SAÚDE PARA ISSO? Médicos e profissionais de educação física recomendam: não comece nenhum exercício, nem mesmo uma inocente caminhada, sem uma adequada avaliação de seu corpo

E

stá decidido a praticar esportes? Ótimo, mas convém temperar seu entus iasmo. Antes de qualquer programação, uma simples caminhada ou musculação, o primeiro passo é marcar um horário para uma avaliação física, roteiro primordial para iniciantes ou profissionais de qualquer tipo de esporte. É o ponto de partida rumo à saúde, estética ou desempenho. A avaliação é um conjunto de métodos padronizados científicos para traçar o perfil físico do aluno ou atleta. É essencial para planejar um programa de treinamento adequado às condições e limitações individuais e identifica possíveis contra-indicações para evitar acidentes e lesões. Segundo o médico es-

portista e professor do Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte (Cemafe - USP), Turíbio Leite de Barros Neto, o exame analisa indicadores clínicos de saúde e resposta do exercício do ponto de vista de pressão arterial e eletrocardiograma. Também se checa composição corporal (massa magra e gordura), boa tolerância ao exercício e indicadores de aptidão física. A flexibilidade também é um item importante a ser estudado e inclui todas as tarefas do dia-a-dia. A avaliação física completa observa a condição cardiorespiratória, “uma medida direta e indireta, que é a potência aeróbica, capacidade de realizar exercícios de longa duração, ou seja, resistência física”. Muitas pessoas ainda desprezam essa avaliação, in-

O médico Turíbio Leite de Barros recomenda avaliação física a cada três meses para checar a resistência

cluindo os veteranos do esporte. Turíbio destaca que os riscos para os que dispensam o exame são sobrecarga de exercício sem devida saúde ou programa de treinamento com cargas exageradas que podem trazer lesões: “São problemas que podem surgir por não ter direcionado a intensidade correta do programa de exercícios”. Um fator costuma decepcionar algumas pessoas com a avaliação física: o despreparo dos profissionais que realizam o exame e a falta de condições das academias. O médico informa que “se for bem elaborado e sentir influência, o indivíduo volta para a reavaliação”. Fazer a avaliação de-

pois de três meses é ideal para checar se seus objetivos foram atingidos. O diretor técnico da Monday Academia, Fernando Dias Baeta, percebeu que as pessoas não sentiam firmeza ao marcar a avaliação física no momento da matrícula. A solução foi adotar uma estratégia mais personalizada para seus alunos. No primeiro encontro, o avaliador, profissional de educação física, realiza todos os exames e questiona sobre os objetivos para encaminhar um treinamento adequado. Depois, a cada quinze dias, o professor entra em contato com o aluno para verificar como anda a série de exercícios e o grau de motivação. Se necessário,

um novo treino é feito. Depois de três meses da consulta, o aluno volta para a reavaliação: “O método de acompanhar o aluno a cada quinze dias foi uma maneira encontrada para trazer um feedback positivo ao aluno, mostrar a importância da avaliação e apresentar os resultados concretos. Desta forma, não há desistência do programa de exercícios”. O jornalista Fernando Iesca, 23 anos, reconhece a importância da avaliação física para a evolução do seu treino de tae-kwon-do: “Nunca tinha feito e não tinha noções do meu estado e em que poderia melhorar, além de ter descoberto uma escoliose. Graças ao exame estou fazendo mais exercícios de postura nas aulas de ioga e alongamento. Tudo para melhorar a minha performance nas lutas”. Independente da academia, o aluno deve saber que em uma avaliação física deve ser feito o Anamnese (questionário sobre hábitos cotidianos); teste de flexibilidade: tronco, ombro, membros

inferiores (dentre outros); tirar as medidas antropométricas: circunferências, diâmetros ósseos e dobras cutâneas; medir a pressão arterial e freqüência cardíaca em repouso; mensurar o VO2 max, a capacidade de captar, transportar e metabolizar o oxigênio; saber o índice de massa corporal: relação de peso e altura; fracionamento corporal: massa muscular, massa gorda, massa óssea e massa residual; teste de resistência abdominal e dos braços; avaliação de postura; avaliação nutricional; se possível também realizar exames laboratoriais, como hemograma completo, parasitológico, etc, além de eletrocardiograma de repouso. Com essas informações na mão, o doutor Turíbio afirma que o aluno pode praticar o esporte com um controle adequado da freqüência cardíaca, que é o indicador de intensidade em relação à duração do exercício: “Ciente do tempo mínimo e máximo, a pessoa pode fazer atividade para resguardar sua saúde”.


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quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Doença ocupacional, uma ameaça muito séria

A

expressão Lesões por Esforços Repetitivos está sendo aos poucos substituída por DORT - Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho, e reconhecido pelo Instituto Nacional do Seguro Social. A partir da Instrução Normativa 98, de 10 de dezembro de 2003, no Diário Oficial da União, o INSS passou a considerar não apenas os fatores funcionais para caracterizar LER/DORT, levando em conta outros fatores. Com a Instrução, passam a ser avaliadas também as condições psicossocial, física e emocional do trabalhador. Antes, a avaliação médica se restringia à parte anatômica do trabalhador, o desempenho da musculatura diante de uma determinada função. Dados do INSS mostram que os distúrbios são a segunda causa do afastamento do trabalho no Brasil. Segundo a Organização Mundial de Saúde, de cada cem trabalhadores na região Sudeste, por exemplo, um é portador de LER.

Segunda causa de afastamento do trabalho no Brasil, lesões por esforços repetitivos devem ser combatidas nas empresas. O nome muda de LER para DORT, mas a ameaça é a mesma Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

Dores, dormência, formigamento nos braços, dedos, punhos, ombros e cotovelos são os sintomas que caracterizam os Dort. São mais de trinta doenças ligadas às formas inadequadas de trabalhar e as mais conhecidas são bursites (inflamação das pequenas bolsas que ficam entre os ossos e os tendões e em articulações), tendinite (inflamação das pequenas bolsas que ficam entre os ossos e os tendões e em articulações) e a tendossinovite (inflamação do tecido que reveste os tendões). Segundo o Instituto Nac i o n a l d e P re v e n ç ã o à s LER/DORT (PrevLer), essas doenças do trabalho atingem o profissional no auge de sua produtividade e experiência profissional. A maior incidência ocorre na faixa etária de 30 a 40 anos. “As categorias profissionais que encabeçam as estatísticas são bancários, digitadores, operadores de linha de montagem, operadores de telemarketing, secretárias, jornalistas, entre outros, sendo as mulheres as mais atingidas, por exercer tarefas mais fragmentadas e repetitivas e compõem a mãode-obra mais barata em todo

emocionais”. Diante da realidade das doenças relacionadas ao trabalho, as pessoas estão na fase de confundir o que é a lesão: “As que atualmente atendo com diagnóstico LER não apresentam doenças ortopédicas e sim um estado complexo de dor crônica inespecífica, percebida em Sérgio Nicoletti: é bom não confundir, pois nem tudo é doença do trabalho vários locais do o mundo”, diz a presidente encargos sociais e paga- corpo, nos quais não se enMaria José Americano. mento de trabalhador tem- contra nem lesões e nem Num estudo feito pelo porário enquanto o lesiona- doenças”. Associados com o economista José Pastore, da do está em licença-médica. quadro de dor é possível enUniversidade de São Paulo, O médico ortopedista e fi- contrar problemas gerais, o custo para as empresas siatra Sérgio José Nicoletti como distúrbios do sono, com acidentes de trabalho e explica que o termo LER es- depressão, sedentarismo, doenças ocupacionais é de tá deixando de ser usado obesidade e uma série de ouR$12,5 bilhões/ano e para o porque sugere, equivoca- tros problemas que estão B r a s i l c h e g a a R $ 2 0 b i- damente, que as pessoas muito longe, do ponto de lhões/ano, incluindo apo- com dores no corpo quando vista biológico, das tendinisentadoria, indenizações e trabalham estão doentes ou tes e tenossinovites usadas tratamento médico. Seus têm lesões: “A ciência médi- para explicar a dor: “Trata-se cálculos também revelam ca já mostrou que dor é um muito mais de um fenômeno que, somente no primeiro fenômeno complexo, para o associado com a não adaptaano de afastamento do fun- qual contribuem fatores ção entre demandas da vida cionário, as empresas gas- sensoperceptivos (físicos, diária, que podem ser de natam cerca de R$ 89 mil com biológicos), cognitivos e tureza física, como um posto de trabalho ruim ou o sedentarismo associado com obesidade ou emocional, como conflitos com chefes ou colegas de trabalho, ou ainda com pessoas da família, e a capacidade individual de enfrentamento”. As queixas de Dort costumam ser gerais, acompanhadas por dores espalhadas em

diversos sistemas e não se associam com doenças específicas. Os sintomas são acompanhados de dor musculoesquelética, formigamento de extremidades, sensação de impotência e outros. “A medicina está descobrindo, por exemplo, que a dor pode acometer pessoas que trabalham por muitas horas digitando ininterruptamente, mas não se deve a lesões tendíneas e sim a distúrbios complexos que incidem sobre os três sistemas de representação mental e controle neuromotor humanos: o sistema sensoperceptivo, o sistema cognitivo e o sistema afetivo”.

Cuidados empresariais Embora já tenham tomado alguma atitude, as empresas precisam encarar a área de saúde como uma unidade estratégica e estabelecer treinamentos de educação em saúde para todos os níveis hierárquicos: “Lidar eficazmente com a saúde de seus empregados não é só uma obrigação social. É também um imperativo estratégico, criar bons ambientes de trabalho e tirar a limpo o que está ocorrendo quando pessoas começam a adoecer. É cuidar de seus ativos intangíveis”. Mesmo com postos ergonomicamente adequados, é possível que pessoas ainda sintam dores pelo corpo enquanto trabalham, ou após o horário de trabalho. Aí cabe ao empregador descobrir onde está a causa.


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quinta-feira, 22 de setembro de 2005

LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS - 7

ESCRITÓRIO OCUPA A SEGUNDA COLOCAÇÃO NO RANKING LATIN LAWYER

ADVOCACIA PERDE PINHEIRO NETO

Ó RBITA

SONEGAÇÃO

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ISENTOS

A

Receita Federal do Brasil recebeu 14,1 milhões de declarações de isentos até a manhã de ontem. Isso significa um aumento de 54% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram entregues 9,1 milhões de declarações. De acordo com as estatísticas do Fisco, sete milhões de contribuintes declararam pela internet, seis milhões por meio das loterias e os demais procuraram os bancos e Correios. As pessoas que tiveram rendimentos tributáveis até R$ 12.692,00 no ano passado devem procurar os Correios, casas lotéricas, Banco do Brasil, Caixa Aqui, Banco Popular do Brasil ou acessar a página da Receita. O prazo de entrega é 30 de novembro.

U

ITR m total de 2,65 milhões de declarações do Imposto Territorial Rural (ITR) já foram entregues à Receita Federal do Brasil. O prazo – que não será prorrogado – termina no próximo dia 30. A expectativa do Fisco é receber cerca de 4,5 milhões de declarações. Deste total, 4 milhões devem ser feitas pela internet e 500 mil em formulário e disquete. A declaração do ITR pode ser feita pelo site da Receita Federal (www.receita. fazenda.gov.br), entregue em disquete nas agências do Banco do Brasil e Caixa Econômica ou em formulário nos Correios. A multa por atraso é de 1% ao mês sobre o imposto devido e o valor não pode ser inferior a R$ 50.

Paulo Pampolin/Digna Imagem

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ra, que hoje conta ad vo cacom 62 sócios, 238 cia brasiadvogados e 191 leira está estagiários, além d e l u t o . O País perde um da segunda coloO advogado José grande cação no ranking Martins Pinheiro empreendedor e um Neto, fundador de disseminador de bons Latin Lawyer, publicado pela ingleum dos maiores e profissionais no sa Chambers Glomais tradicionais mercado. bal como referênescritórios do Brasil, morreu na maJúlio César cia de atuação na nhã de ontem, em Bueno, advogado e América Latina. Em nota, o presiSão Paulo, aos 88 membro da ACSP dente da seccional anos de idade. Ele paulista da Ordem estava internado dos Advogados há dois meses no Hospital Sírio Libanês com do Brasil (OAB-SP), Luiz Fláproblemas de insuficiência vio Borges D'Urso, lamentou múltipla dos órgãos. Seu cor- a morte de Pinheiro Neto, po foi cremado ontem, no "que criou um novo modelo Crematório da Vila Alpina, para a advocacia, que mudou paradigmas, exultou a ética e zona sul da capital. Pinheiro Neto fundou o es- abriu novas perspectivas de critório que leva seu nome em trabalho para os advogados 1942, aos 25 anos de idade, brasileiros". Segundo ele, o com um colega, uma secretá- advogado foi um exemplo de ria e um office-boy. Com perfil ousadia, pioneirismo, comempreendedor, introduziu no petência e integridade no País uma forma diferente de exercício profissional. O advogado Júlio César advogar, centrada na assessoria jurídica ao cliente e não Bueno, que atua no escritório apenas na solução de conten- Pinheiro Neto desde 1989 e é ciosos, e transformou o escri- coordenador do Fórum de Jotório em um dos mais reco- vens Empresários, da Assonhecidos tanto no País como ciação Comercial de São Paulo internacionalmente. Também (ACSP), classificou a morte de foi reconhecido como um dos Pinheiro Neto como uma permaiores professores da advo- da irreparável para a advocacacia brasileira. Tanto que seu cia e para a sociedade brasileiescritório tornou-se uma ins- ra. "O País perde um grande tituição de referência no País empreendedor e um dissemipara profissionais de Direito, nador de bons profissionais o que lhe rendeu o título de no mercado. Os principais escritórios do País contam com "navio-escola". A pioneira visão de negócio advogados que foram formade Pinheiro Neto garantiu ao dos por ele", comentou. escritório uma megaestrutuMárcia Rodrigues

ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú

Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407 DC

Polícia Federal do Mato Grosso prendeu ontem, dentro da Operação Quimera, 12 pessoas – três empresários e nove servidores públicos – acusados de cometer crimes de falsificação de documentos, formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva. A quadrilha, que também agia em Goiás (GO), teria sonegado mais de R$ 400 milhões aos cofres públicos em apenas seis meses, informou o promotor Mauro Zaque, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Segundo ele, o esquema de sonegação ocorria por meio da negociação da terceira via da nota fiscal onde são computados os valores a serem recolhidos em ICMS nos postos de fiscalização da Secretaria de Fazenda do Estado.

Pinheiro Neto criou um novo modelo para a advocacia, que mudou paradigmas, exultou a ética e abriu novas perspectivas de trabalho para os advogados brasileiros.

Luiz Flávio Borges D'Urso, presidente da OAB

Marinho garante que tabela do IR será corrigida em 2006

O

ministro do Trabalho, Luiz Marinho, garantiu ontem que o governo vai corrigir a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) já a partir de janeiro do próximo ano. Segundo ele, o piso de correção da tabela será de 7% para 2006 e 2007, mais a reposição da inflação pelo INPC, que de janeiro a agosto deste ano foi de 3,3%. Consultada sobre as declarações de Marinho, a Receita Federal do Brasil informou apenas que não há definição sobre o assunto. Ontem, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que a correção da tabela é uma das alternativas em estudo para usar os R$ 2,6 bilhões do Imposto de Renda incluídos na proposta de Orçamento da União para 2006, ao lado da desoneração tributária de produtos da cesta básica e novas reduções de impostos para investimentos produtivos. Na opinião de Bernardo, deveria ser adotada a desoneração da cesta básica. A tabela do IRPF ficou congelada entre 1995 e 2003. Com isso, as pessoas físicas passaram progressivamente a pagar mais imposto, mesmo não tendo aumentos reais de salários, mas apenas atualização dos vencimentos ao longo do tempo. Isso ocorreu porque os reajustes faziam com que os contribuintes se enquadrassem em faixas mais altas da tabela. A atualização dessas faixas é que está sendo discutida. No ano passado, o governo fez uma correção de 10% na tabela. Marinho declarou que vai defender a correção da tabela mesmo contra a posição da Receita. (AE/AOG)


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quinta-feira, 22 de setembro de 2005

ESPECIAL - 5

Veja isto, livre-se do estresse e corrija sua coluna

Paulo Pampolin/Digna Imagem

A perfeita harmonia entre o corpo e a mente: Body Balance

F

São aulas de uma hora, com técnicas orientais e grandes vantagens: equilibra o corpo e deixa o estresse fora da academia lexibilidade, mobilidade, c o n d i c i o n amento, relaxamento, sensação de tranqüilidade e bem-estar são as características marcantes da aula Body Balance, programa da Body Systems, presente em mais de 800 academias. As aulas da Body Systems, que incluem body step, body pump, body balance, body attack, body jam, body combat, body jump e RPM podem ser praticadas em cerca de 50 países exatamente da mesma forma. O Body Balance mistura posições e posturas corporais (Ásanas) da ioga, promove o condicionamento do centro do corpo, isto é, abdominais e costas por meio das técnicas de pilates, e principalmente posturas do Tai Chi Chuan estilo Chen, uma forma mais energética. “Trata-se de uma aula de Condicionamento Postural, baseada em exercícios orientais que trazem equilíbrio para o corpo e a mente. As pessoas buscam essas alternativas orientais e o Body Balance une de tudo um pouco para ficar completo”, explica a assistente técnica do Body Balance no Brasil, Milena Dias. Reconhecido como um excelente canal de autoconhecimento e um momento único de interiorização e busca de uma melhor qualidade de vida, a aula de Body Balance é indicada para pessoas de todas as idades, pois

traz diversos benefícios como força muscular, músculos alongados, definidos e tonificados, já que é usado o peso do corpo nos exercícios e trabalha todos os grupos musculares. Além de trabalhar a respiração conectando o corpo e a mente. Em uma hora de aula, é possível se desligar do ritmo estressante do trabalho, aliviando a tensão através de uma série de movimentos dinâmicos combinados com a respiração controlada, flexibilidade e força. Com uma variada série de posições de equilíbrio e fortalecimento muscular, criada para fortalecer as costas e corrigir a postura e ainda por cima aliviar o stress, o Body Balance cria uma sessão holística que traz ao corpo e a mente a um estado de equilíbrio e harmonia. “Muitas pessoas chegam se queixando de dores na coluna e depois de algumas semanas de aulas já conseguem sentir diferença”, afirma Milena. A professora Noemi Ana G re g n a n i n H a t o , d e 6 1 anos, pratica atividades físicas há 18 meses, mas somente há um ano entrou para o Body Balance e não perde uma aula “Me encontrei porque o programa é formado por movimentos suaves. Consigo me desligar do mundo agitado e me sinto em outro lugar durante a aula”. Além disso, Noemi revela que a aula melhorou sua postura, pois tinha escoliose: “Depois dessa aula passei a educar a minha

postura e prestar atenção como sento à mesa e ando. Com isso, fiquei mais elegante e feminina”.

Resultados O treinamento traz resultados rápidos para o corpo inteiro, principalmente o aumento da consciência corporal. Além disso, o Body Balance também alivia muitos pontos de tensão que ocorrem quando o corpo está fora de alinhamento em razão da má postura. Com aceitação de parte de homens e mulheres, a aula de Condicionamento Postural é ideal para as costas, pois não só inclui posturas e torções que melhoraram a elasticidade da coluna, mas também exercícios que fortalecem as áreas dos músculos principais como o abdôme, costas e glúteos, reduzindo a probabilidade de futuros problemas nas costas. Além disso, também inclui exercícios que promovem a flexibilidade em áreas como posterior da coxa, o que melhora a postura. “Não pensem que o Body Balance é para relaxar, a aula também serve para tornear o corpo. É possível perder 350 calorias por aula”, diz Milena. Com movimentos simples de acompanhar, o Body Balance é indicado para todos os níveis de condicionamento, pois oferece uma variedade de opções para adaptar a todos os casos: homens e mulheres, jovens e idosos, gestantes e atletas.

O Body Balance é indicado para pessoas de todas as idades e produz vários benefícios, como músculos alongados, definidos e tonificados. Além de trabalhar a respiração e conectar o corpo e a mente


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quinta-feira, 22 de setembro de 2005

ESPECIAL - 13

Pablo de Souza/Luz

Esforços repetitivos: perigo maior para bancários, digitadores, operadores de linha de montagem, telemarketing, secretárias, jornalistas... Pablo de Souza/Luz

Dicas e cuidados Manter seu corpo saudável, evitando

readaptação; se obedecer, isto é uma preocupação a menos;

sedentarismo e excesso de peso; Conhecer seu corpo e as suas reações I se estiver sendo exigido ritmo de às situações de fadiga, estresse, ansiedade; trabalho muito intenso, sem as pausas regulares, determinadas por legislação Depois dos 40 anos, desconforto e para certas atividades, como a digitação, mesmo dores musculoesqueléticas são aprenda quais são seus direitos e procure mais comuns, principalmente em pessoas encontrar formas de fazer com que sejam sedentárias; respeitados; Quem tem laxidão ligamentar tem I se for encaminhado para avaliação mais chance de sentir dores pelo corpo; médica e seu diagnóstico for estabelecido Não tenha medo de “pegar LER”. Dor apenas por um exame complementar, crônica desaparece quando você como raio x, ultrassonografia ou descobre o que está sobrecarregando seu eletroneuromiografia, fique tranqüilo: sistema de adaptação psicofísico; lembreexistem dados de literatura médica que se que as sobrecargas se acumulam umas comprovam que, isoladamente, esses sobre as outras; um problema familiar exames têm pouco valor diagnóstico. Ou sério diminui sua capacidade de trabalhar seja, o importante não é o exame com conforto e pode dar início a dores, complementar e sim o exame médico que desaparecerão quando a situação for acurado, feito com critérios adequados de resolvida; diagnóstico e associados com a avaliação Se você estiver sentindo dores das suas condições de trabalho; musculoesqueléticas associadas ao Teste de laxidão ligamentar das mãos: trabalho, observe: quem consegue encostar o polegar no I seu posto de trabalho obedece às punho, como mostra a foto, tem esse normas técnicas ergonômicas? ( existem distúrbio, que não é uma doença, mas vários sites onde elas estão disponíveis); favorece o aparecimento de desconforto caso não obedeça, peça uma nas articulações e nos músculos.

Começou a incomodar? Corra ao médico


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quinta-feira, 22 de setembro de 2005

LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS - 9

PROJETO APROVADO NA CÂMARA EXIGE VISTORIA DE EMPRESAS. FRENTE VAI AO SENADO PARA DERRUBAR PROPOSTA. Milton Mansilha/Ag.Luz

BUROCRACIA: NOVA AMEAÇA ÀS EMPRESAS

E Gastão Alves de Toledo: proposta deverá ser derrubada no Senado Paulo Pampolin/Digna Imagem

Divulgação

Se aprovado, nenhuma empresa será aberta, pois não há como o governo vistoriar.

O objetivo do projeto é inibir as fraudes na constituição de empresas fantasmas.

Marcel Solimeo, economista da ACSP

Deputado Lobbe Neto, autor da proposta

Juiz nega habeas corpus a chimpanzé

O

juiz da 9ª Vara Crime de Salvador, Edmundo Lúcio, negou liminar em pedido de habeas corpus impetrado pela Procuradoria do Meio Ambiente da Bahia em favor da libertação imediata da chimpanzé Suíça. Ela mora há dez anos numa jaula da zoológico da capital baiana. O procurador Eron Santana, que assina o pedido, subscrito por outros cinco professores de Direito de faculdades baianas, argumenta que o animal se encontra deprimido e alega que, pelo fato de o chimpanzé ser geneticamente o primata mais próximo do homem, não deveria estar preso

numa jaula. Ele pretende "libertar" a chimpanzé para transferi-la para o santuário de primatas do município de Sorocaba, a 92 quilômetros de São Paulo. Apesar da negativa da liminar, a decisão do juiz foi considerada um avanço pela Procuradoria, pois o magistrado admitiu o pedido do habeas corpus como instrumento legal para libertar o animal. Como não teve condição de decidir em 24 horas, negou a solicitação para obter da direção do zôo informações sobre a situação e tratamento de Suíça. Após essas informações o juiz Lúcio decidirá sobre o mérito do pedido, o que deve ocorrer no fim da próxima semana. Se o habeas corpus for concedido, será a primeira

vez no Brasil que a Justiça usará a lei dos homens para beneficiar um animal. O promotor Santana considera sua estratégia correta, lembrando que a ciência já provou a grande semelhança genética entre os grandes primatas como chimpanzés, orangotangos e gorilas com o homem. Ele lembrou que durante a ditadura de Getúlio Vargas o advogado do líder comunista Luiz Carlos Prestes usou a Lei de Proteção de Animais para exigir tratamento análogo ao seu cliente, que estava sendo torturado na prisão. "Agora, estamos recorrendo a lei dos homens para pedir uma condição melhor ao nosso parente próximo." (AE)

nquanto os governos federal, estadual e municipal implementam o cadastro único para facilitar a abertura e fechamento de empresas, a Câmara dos Deputados aprova um projeto de lei que impõe mais burocracia aos empresários. O PL nº 1.427/2003, do deputado Antonio Lobbe Neto (PSDB-SP), condiciona a inscrição, cancelamento, baixa ou alteração no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) à vistoria na matriz ou filial pela Receita Federal. O mesmo deve ser feito pela Junta Comercial. Mas se depender da Frente Brasileira que derrubou a MP 232, o projeto não sai do papel. As entidades que integram o movimento começam a se mobilizar para impedir a sua aprovação no Senado. "É um absurdo. É mais burocracia para as empresas", critica o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, que se encontra na próxima quartafeira, junto de uma comissão da Frente, com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDBAL), para debater o assunto.

Como o projeto foi aprovado em caráter terminativo, será enviado ao Senado para votação, o que impede a discussão no plenário da Câmara. E é no Senado que o advogado Gastão Alves de Toledo, que integra a Comissão de Assuntos Jurídicos e Tributários da ACSP, acredita que a proposta será derrubada. Para o diretor do Instituto Jurídico da Associação Comercial, Marcel Solimeo, a medida é inviável pelo grande número de empresas que são abertas mensalmente. "Se aprovado, nenhuma empresa será aberta, pois o próprio governo não terá condições para vistoriar todas as sedes ou filiais", diz. As Juntas Comerciais também terão dificuldades. "É um absurdo. Não temos essa atribuição. Às juntas cabe somente a avaliação formal dos documentos", explica o presidente da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp), Armando Luiz Rovai. Para o assessor da presidência do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP), José Constantino de Bastos Jú-

nior, "estão colocando em uma vala comum todos os empresários de boa-fé para punir os de má-fé, que vão arranjar um jeito de superar isso. É mais um incentivo à informalidade". De acordo com Constantino, a aprovação do projeto mostra a falta de sintonia entre os diversos órgãos do governo sobre as necessidades do País de reduzir a burocracia. Ele destaca que o Senado criou, no último dia 15, um grupo de trabalho para estudar formas de desburocratizar as relações do poder público com o cidadão e as empresas. Os senadores deverão oferecer à Presidência do Senado, no prazo de 30 dias, um conjunto de propostas para diminuir o excesso de regulamentação. Segundo o deputado Lobbe Neto, o objetivo do projeto é inibir as fraudes na constituição de empresas fantasmas, atribuindo aos órgãos de fiscalização competência para vistoriar o local da sede ou filial de empresas. A proposta também estabelece que os sócios comprovem a origem dos recursos que integrarão o capital social da futura empresa. Adriana David


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Eymar Mascaro

Cacifes

A

eleição para a presidência do PT fortaleceu no partido a pré-candidatura de Marta Suplicy ao governo de São Paulo. A ex-prefeita levou vantagem sobre o outro pretendente à legenda do PT, o senador Aloizio Mercadante. Ex-secretários e colaboradores de Marta na Prefeitura trabalharam para as chapas encabeçadas por Ricardo Berzoini e Valter Pomar, que acabaram recebendo o grosso da votação, sobretudo em São Paulo. Marta Suplicy deverá dominar o futuro diretório paulista do partido. Portanto, está mais próxima da candidatura a governadora do que seu oponente. O PT tinha, no mínimo, cinco candidatos ao governo do Estado. Mas a crise foi se encarregando de ir derrubando alguns dos pretendentes, caso, por exemplo, de João Paulo Cunha, acusado de estar envolvido com o mensalão. Restaram, portanto, as pré-candidaturas de Marta Suplicy e Aloizio Mercadante. O senador é o candidato da preferência do Planalto, mas os petistas acham que a ex-prefeita deve garantir maioria de votos no diretório estadual. É ver para crer, arremata a assessoria de Mercadante.

DISPUTA

Petistas e tucanos admitem que vão decidir a eleição de governador em São Paulo no ano que vem. Os dois lados estão convencidos de que polarizarão a campanha, embora estejam ameaçados de serem molestados por candidatos de outros partidos.

IMPOSIÇÃO

Os tucanos continuam pressionando FHC para ser o candidato do PSDB à sucessão de Alckmin. Com exceção do prefeito José Serra e do ex-presidente, o partido não dispõe de outro candidato com o mesmo potencial de voto.

OUTRAS OPÇÕES

O PMDB terá candidato próprio ao governo paulista. O candidato natural é Orestes Quércia, mas o partido tem uma outra alternativa agora: Delfim Netto. O deputado trocou o PP pelo PMDB para voar mais alto.

BOM DE VOTO

Quem também pensa em lançar um candidato a governador bom de voto é o PFL, embora o partido possa fazer nova dobradinha com o PSDB, numa dobradinha que deu certo. O PFL elegeu o vice-governador (Cláudio Lembo) e o vice-prefeito paulistano (Gilberto Kassab) nas chapas encabeçadas pelo PSDB.

PROCURA-SE

Os partidos continuam à procura de um nome de consenso para presidir a Câmara dos Deputados. Não está tão fácil como esperavam. Por enquanto, os nomes mais fortes são os de Michel Temer (PMDB) e o de José Thomaz Nonô (PFL).

NEO-TUCANO

O Planalto ainda acha que Michel Temer faz o jogo do PSDB. Seria um neo-tucano disfarçado. O candidato de Lula já não é mais nenhum deputado do PT e sim do PC do B, Aldo Rebelo, que já foi ministro do governo petista. Tem trânsito nos partidos mas dificilmente o governo vai emplacar seu candidato.

OPOSIÇÃO

CPMI dos Correios. Serraglio diz que aceita a indicação embora esteja ocupado no Paraná com as aulas na universidade.

GOVERNISTAS Diante da dificuldade de impor um nome do PT, Lula pensou em outras alternativas, além de Aldo Rebelo, como, por exemplo, o deputado Beto Albuquerque, do PSB. Mas, o governo sabe da dificuldade de vencer PFL, PSDB e PMDB se os três partidos se unirem.

JUNTOS Líder do PSDB, Alberto Goldman admitiu que o seu partido pode apoiar Thomaz Nonô, do PFL. Mas O PSDB sugeriu simultaneamente o nome do seu deputado José Magalhães. O sonho de tucanos e pefelistas é se unir ao PMDB e acabar com as especulações.

CONTATO Michel Temer não brinca em serviço: telefonou para o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) para desfazer mal-entendido entre os dois. Temer mexeu com o ego de ACM e tenta consolidar sua candidatura com o apoio do partido do senador baiano.

PRESSIONADO Quem ainda está encurralado é o ministro Walfrido Mares Guia, do Turismo. De um lado, seu partido, PTB, pedindo que deixe o governo; de outro, o governo pedindo que o ministro consiga amenizar as críticas do deputado cassado Roberto Jefferson a Lula.

ENCRENCA Quem também está encrencado é o deputado José Mentor, ex-relator que ajudou a enterrar a CPMI do Banestado no ano passado. Mentor foi um dos petistas prediletos do doleiro Toninho da Barcelona no depoimento prestado às três comissões de inquérito (CPMI dos Correios, do Mensalão e CPI dos Bingos). José Mentor é um dos 16 da lista dos cassáveis.

PROMESSA

Mas, o PFL acha que pode reivindicar a presidência. Por isso, se apresenta com Thomaz Nonô. O Planalto tem medo de ter na presidência da Câmara um pefelista ou um tucano. É o medo do fantasma do impeachment.

O PMDB quer fazer em 2006 o que FHC e Lula fizeram em 1998 e 2002: prometer acabar com o desemprego no País. Dotar o País de mais empregos é a principal proposta que consta do programa preparado pelo PMDB para mote de campanha no ano que vem.

OUTROS NOMES

QUAL O PRÓXIMO?

Além de Michel Temer (o favorito do partido), o PMDB jogou na mesa das negociações o nome de Osmar Serraglio, que ganhou visibilidade como relator da

O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, renunciou ontem ao seu posto e ao mandato, fazendo um discurso em que enfatizou suas origens humildes.

PRESIDENTE TEM O PIOR DESEMPENHO DESDE QUE TOMOU POSSE EM 2003

LULA CAI DE NOVO E CRESCE A DESCONFIANÇA

P

ela primeira vez desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu em 2003, a avaliação negativa do governo superou a positiva, atingindo o seu pior nível de avaliação, mostrando que o cenário da crise política vem exercendo forte impacto sobre opinião pública, conforme pesquisa feita pelo Ibope para a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Esse cenário já se reflete na disputa eleitoral do próximo ano, em que Lula (PT) e o prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), aparecem tecnicamente empatados no primeiro turno ( ve ja matéria abaixo) . Também a confiança no presidente Lula, que se mantinha em patamares elevados até a rodada da pesquisa em junho, sofreu uma queda expressiva em setembro, chegando a seu pior nível desde o início do governo e, atingindo, pela primeira vez, um número menor que o dos que disseram não confiar no presidente. Segundo o levantamento, houve uma queda de 12 pontos porcentuais na confiança no presidente Lula, desde o agravamento da crise política. O porcentual dos que confiam no presidente caiu de 56%, em junho, para 44%, em setembro, enquanto o dos que não confiam passou de 38%, em junho, para 51%, em setembro. A avaliação do governo também foi afetada de forma

significativa pelos desdobramentos da crise política: a aprovação do governo caiu de 55% em junho para 45% em setembro, enquanto a desaprovação subiu de 38% para 49%. A avaliação ruim e péssima subiu 10 pontos, pulando de 22% para 32%. Já os que consideram o governo bom e ótimo passaram de 35% para 29%. O Ibope ouviu 2.002 pessoas entre os dias 8 e 12 de setembro em 143 municípios de todas as regiões do País. A margem de erro é de 2,2 pontos para mais ou para menos. Alerta – No Palácio do Planalto, a pesquisa reforçou o sentimento de alerta diante com a queda acentuada de popularidade do presidente nos últimos dois meses. A avaliação de assessores de Lula é que a crise política contaminou mesmo a imagem do presidente, já que antes da crise a avaliação pessoal de Lula era descolada da aprovação ou desaprovação do governo. No Congresso, petistas alertaram para a necessidade de reação do presidente e do governo. "A pesquisa é um alerta que pode ser passageiro ou definitivo. Depende agora do senso de realidade das ações do governo. Ao dizer que o presidente não está num bom momento, o povo quer que o governo melhore. As pessoas não torcem para o pior. A população não é oposição, mas é mais realista do que partido ou ideologia", avaliou o deputa-

do Paulo Delgado (PT-MG). Está pior – A análise do deputado petista encontra respaldo nos números. Em junho, 31% disseram que o governo estava melhor do que o esperado, mas esse índice caiu agora para 23%. E aumento de 34% para 44% o índice dos que consideram que o governo está pior do que se esperava. "A pesquisa mostra que é necessário tratar o governo como se trata as coisas frágeis para permitir que ele chegue até o fim. Os números apontam uma queda consistente de todos os indicadores de avaliação", disse o líder da minoria, deputado José Car-

los Aleluia (PFL-BA). Denúncias – A pesquisa Ibope aferiu um crescimento expressivo dos que tomaram conhecimento das denúncias envolvendo o governo. Em junho, apenas 58% disseram que sabiam da crise, contra 81% em setembro. Do total deste mês, as denúncias são totalmente verdadeiras para 46%; mais verdadeiras do que falsas para 32%; mais falsas do que verdadeiras para 13% e totalmente falsas para 3%. Segundo o consultor Amauri Texeira, da MCI Estratégia, o aumento do conhecimento das denúncias explica a queda de Lula nas pesquisas. (Agências)

Ricardo Stuckert/PR/ABr

A MAIORIA ACHA QUE ELE NÃO DEVERIA DISPUTAR REELEIÇÃO

A

p e s q u i s a I b ope/CNI divulgada ontem confirma a tendência de queda das intenções de voto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva E, pior: dos 81% que disseram ter tomado conhecimento da crise política, 47% acham que Lula deveria disputar a reeleição, contra 49% que pensam que não. Isso demonstraria que a atual crise já colou na figura do presidente, podendo comprometer definitivamente os seus planos para a reeleição em 2006. A avaliação foi feita pelo cientista político e pesquisador da PUC e FGV de São Paulo, Marco Antônio Carvalho Teixeira. "O cenário é ainda pior, pois a popularidade de Lula vem caindo entre aqueles que sempre o apoiaram, mesmo com todas as denúncias, como a população da região Nordeste e as camadas sociais mais baixas", explicou. O cientista político considera este resultado a pior notícia para o presidente desde o início da crise. "É muito difícil reverter este quadro a curto ou

médio prazo. Fica cada vez mais difícil pensar na reeleição, ainda mais com a base aliada esfacelada e com o cenário de crise ainda acirrado." Heloisa Helena – O levantamento traçou três cenários para as eleições presidenciais de 2006 e a novidade foi o desempenho da senadora Heloisa Helena (PSOL-AL). A pesquisa mostra que a senadora tem desempenho melhor nas classes mais altas: já atinge 13% das intenções de voto entre eleitores que ganham acima de 10 salários-mínimos, 12% no público universitário e 9% nas capitais. Entre os que ganham até um salário mínimo, ela tem 5%. Empate com Serra – No principal cenário – disputa direta com o prefeito de São Paulo –, Lula teria 33% das intenções de votos, contra 30% de Serra (dentro da margem de erro de 2,2 pontos). Em junho, Lula tinha 38%, contra 29% de Serra. Anthony Garotinho (PMDB) teria 10%, Cesar Maia (PFL), 4%, e a senadora Heloisa Helena (PSOL-AL), 5%. Contra o governador de São

Presidente Lula discursa no jantar comemorativo aos 50 anos da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, na noite de terça-feira.

Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), Lula melhora um pouco o seu desempenho, com 35%, Alckmin, 14%, Garotinho, 15%, Heloisa Helena, 6%, Cesar Maia, 5%. Nas pesquisas anteriores, Heloisa Helena aparecia com 3%. Apoio menor – Outra conclusão da pesquisa é que Lula perdeu muito apoio. Do universo total de entrevistados,

57% afirmaram que votaram em Lula no segundo turno e, agora, apenas metade (50%) disse que votaria novamente no petista; entre os que aderiram ao petista no segundo turno de 2002, 16% dizem que votariam agora no prefeito José Serra; 4% no prefeito Cesar Maia; 9% em Anthony Garotinho; e 5% na senadora Heloisa Helena. (Agências)

2º TURNO NO PT AINDA INDEFINIDO

O

s resultados parciais da eleição direta do PT reavivaram as chances de união das correntes de esquerda contra Ricardo Berzoini, do Campo Majoritário – que já garantiu vaga no segundo turno. A disputa entre Valter Pomar (15%), da Articulação de Esquerda, contra Raul Pont (14,6%), da Democracia Socialista era de apenas 1.118 votos até o final da noite de ontem. O resultado só será conhecido hoje. Com 293 mil votos apurados de um total estimado de 315 mil, Berzoini continuava

Lucas Lacaz Ruiz/AE

poLítica

POLÍTICA - 3

Pont pode complicar Berzoini

na frente com 42,5%. Plínio de Arruda Sampaio, candidato independente apoiado pela Ação Popular Socialista, tinha 13%, apenas 225 votos à

frente de Maria do Rosário, da corrente moderada Movimento PT, que tinha 12,9%. Alianças– A possibilidade de Pont ultrapassar Pomar aumenta as chances de uma união das esquerdas no segundo turno. Plínio resiste em apoiar Pomar por considerar que ele, com apoio de ex-secretário municipal Jilmar Tatto, se beneficiou de supostas fraudes cometidas em São Paulo. A resistência diminui se Pont for para o segundo turno. "Sexta-feira reunirei meu grupo para tomarmos uma decisão. Mas se

o Pont for para o segundo turno a negociação é de outra natureza. Ele não usou currais eleitorais e tem um grupo bom, é forte. É muito diferente do outro", disse Plínio. O Movimento PT, por sua vez, deve fechar acordo em torno do adversário de Berzoini, seja ele quem for. "O que vai pesar muito na decisão são as disputas estaduais. Vamos para o segundo turno contra o Campo Majoritário no Rio de Janeiro e na Paraíba", disse Romênio Pereira, um dos líderes da corrente. (O Globo)


6 -.ESPECIAL

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

MEXA-SE: DÊ UMA RAQUETADA NA SUA VIDA Jogar tênis, além de ajudar a manter seu corpo em forma, une famílias e até favorece encontros de negócios. Raquete na mão, tente ser um Guga dos bons tempos

Paulo Pampolin/Digna Imagem

Q

Tênis faz muito bem à saúde, mas é preciso cuidado: raquetes muito leves, por exemplo, fazem mal. Arme-se com equipamento adequado, procure um bom profissional ou um médico se sentir algo estranho

uando o tenista Gustavo Kuerten, o G u g a , venceu o es panh ol Sergi Bruguera por 3 a 0 e levou o troféu de Roland Garros em junho de 1997, talvez nem imaginasse que naquele momento estava mudando a história do esporte no País. Com suas vitórias, o esporte ganhou ascensão e vários brasileiros, adultos e crianças, se identificaram com o tênis e as quadras ganharam mais adeptos. Segundo Paulo Roberto Siegner Laporta, professor de tênis da Academia Swimming Center - tradicional academia de tênis e natação da Vila Mariana -, desde o boom do Guga a demanda por aulas de tênis aumentou mais de 200%: “O tênis tem duas fases: antes e depois de Guga, além de ele ter incentivado as crianças pelo interesse ao esporte”. O tênis também ganhou destaque por ser um meio de trazer negócios entre empresários, pelo elitismo e pelos próprios benefícios do esporte. Motivos não faltam para favorecer a prática do tênis do Brasil. O coordenador médico da Confederação Brasileira de Tênis, Rogério Teixeira da Silva, também ortopedista do Centro de Traumatologia do Esporte da Universidade Federal de São Paulo, explica que o tênis oferece três benefícios: “O primeiro é o condicionamento físico, pois você pode se manter em atividade física regular praticando o tênis. Outro benefício é o social, pois você pode jogar e fazer amigos. Outro grande aspecto positivo do tênis é que toda a família pode jogar, independe da idade”. Laporta diz ainda que muitas pessoas procuram as aulas para aliviar o estresse.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

14 -.ESPECIAL

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Quer uma vida boa? Então reaprenda a comer Mas é preciso decisão e paciência para se reeducar, Abandonar maus hábitos da vida moderna e evitar doenças. Comece, por exemplo, a anotar as besteiras que come Paulo Pampolim/Digna Imagem

O

s hábitos alimentares de u m s e r h umano começam ainda no colo da mãe, quando recebe leite, sopinhas, frutas e até guloseimas. À medida que se desenvolve, cria seu próprio jeito de comer e incorpora o cardápio do mundo industrializado, com suas frituras, salgadinhos, refrigerantes, doces, etc. Desta forma, a educação alimentar do indivíduo fica comprometida e o resultado é o aparecimento das doenças “modernas”, como obesidade, colesterol alto, triglicérides e outras. A reeducação alimentar é a estratégia mais eficiente para os que desejam uma nova vida e querem adotar novos hábitos, sem sofrimentos de dietas ou medicamentos. A adoção de uma reeducação não é indicada somente para os obesos, mas também para quem deseja perder gordura localizada, melhorar a pele, eliminar o estresse e o cansaço, combater a celulite, etc. O início requer tempo, paciência e seguir um passo após o outro para chegar ao objetivo. A reeducação alimentar não é regime. É, na verdade, o resgate do verdadeiro sentido da alimentação - comer certo e na quantidade ideal para viver bem. Na definição da nutricionista Milena Rodrigues, é “a regularização da quantidade e, aos poucos, a qualidade dos alimentos no dia-a-dia do ser humano”. Segundo ela, ao promover uma reestruturação da alimentação, a pessoa deve analisar como é seu cotidiano diante do trabalho, as atividades e tarefas do dia, além A nutricionista Milena Rodrigues com o paciente Roberto Pereira: “Muitos comem e não lembram o que comeram. Depois repetem a velha frase- ‘Eu não sei por que engordei’.

do estado físico em que se encontra. Por isso, a ajuda de um profissional é primordial nesse novo passo. Depois da avaliação, Milena sugere ao paciente registrar tudo o que ele come, através do método MIS, sistema criado pela própria nutricionista que converte calorias em pontuação. Cada MIS possui quatro calorias: “Ofereço ao paciente um livrinho feito por mim que aponta quantos MIS contém cada alimento”. A indicação da quantidade de pontos é feita depois do levantamento do sexo, idade, peso, altura e a atividade diária: “A quantidade muda de pessoa para pessoa”. A vantagem do método de pontuação é deixar a pessoa consciente do que come: “O paciente faz um diário para notar o que ocorre com sua vida alimentar. Muitos comem e não lembram o que comeram e depois repetem a velha frase ‘Eu não sei por que engordei’. Ao fazer o diário corretamente é possível ver o resultado em duas semanas”, conta Milena. Respeitando as quantidades propostas, o paciente percebe que pode comer de tudo, mas de tudo um pouco. O administrador de empresas Roberto Pereira Pinto Junior, que chegou ao consultório pesando 108 quilos, perdeu 18 com o método de anotar pontos, além de ganhar massa magra com a ajuda também da atividade física. “Escrevendo tudo o que comia, comecei a perceber quanto de besteiras desnecessárias eu ingeria. As pessoas engordam por não prestarem atenção no que comem. Anotando, você reavalia se deve ou não comer. Se for calórico, você vê o quanto de pontos vale e nem come. Também aprendi a comer no horário na medida certa”, conta Junior. Adepta por dietas, a empresária Patrícia Brito, 27 anos, também utilizou o mesmo método para perder alguns vícios. Ela lembra que ficava meses sem comer doces com medo de engordar: “Passei a comer o que gosto sem abusar na quantidade, além de perder mais índice de gordura”. A taxa de gordura é diferente do peso e é medida por um aparelho chamado biopedância.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.POLÍTICA

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

NA CPI DOS BINGOS, EX-DEPUTADO CARLOS RODRIGUES NEGA MENSALÃO, MAS É ACUSADO DE MENSALINHO.

RODRIGUES: VERBA ERA PARA CAMPANHA DE LULA. Sergio Lima/Folha Imagem

Ailton de Freitas/Agência O Globo

A

Depoimentos na CPI dos Bingos: exdeputado Carlos Rodrigues (à esq.) e Jorge Luiz Dias, funcionário da Alerj que acusa Rodrigues de esquema de propina.

porque o dinheiro de Marcos Valério foi entregue a ele apenas um ano e dois meses depois das eleições. Rodrigues sustentou que, durante todo este período, o partido deu calote nos fornecedores do material de campanha. Reconheceu que errou e disse que pagou por isso com o mandato. "Sei que errei mas não me arrependo. Naquela época o PT era dono da moral e da ética. Quem iria saber?" Rodrigues questionou a versão apresentada por Valério, que diz ter repassado R$ 400 mil a ele. Disse ainda que renunciou pois sabia que não tinha chance de escapar da cassação. "Para um julgamento político, tomei uma atitude política. Não nasci deputado, não tenho apego ao cargo. Todos serão cassados."

cheques que teria recebido de uma agência de publicidade e repassado a Rodrigues. Segundo o assessor, o dinheiro faria parte de contratos de serviços que não eram prestados pela empresa Job Niterói, que

Para um julgamento político, tomei uma atitude política. Não tenho apego ao cargo. Todos serão cassados. Ex-deputado Carlos Rodrigues cobrança de propina no Estado do Rio de Janeiro envolvendo o então presidente da Loterj, Waldomiro Diniz, que mais tarde foi assessor parlamentar da Casa Civil, e o ex-deputado federal Carlos Rodrigues. Dias entregou à comissão

distribuiria o dinheiro recebido da Loterj. O assessor também apresentou cartões de banco de funcionários de gabinetes que seriam obrigados a devolver parte de seus salários ao então deputado Rodrigues. Dias, voltou a negar,

entretanto, que tivesse conhecimento do desvio de até R$ 900 mil em verbas da Loterj. "Mensalinho" – O assessor disse que Rodrigues cobrava um "mensalinho" de R$ 10 mil a R$ 15 mil de todos os 29 deputados estaduais e 22 deputados federais pelo Rio de Janeiro ligados à Igreja Universal do Reino de Deus. A propina também seria cobrada dos funcionários dos gabinetes desses parlamentares. Ele denunciou ainda uma operação fraudulenta entre a Loterj e uma agência de publicidade que teria rendido a Waldomiro e Rodrigues cerca de R$ 200 mil mensais. O depoente afirmou, entretanto, não ter provas de que as casas de bingo do Rio contribuíam com R$ 1 milhão mensais para Waldomiro e Rodri-

gues, conforme garantiu semana passada, em depoimento à CPI dos Bingos, a radialista e deputada estadual Cidinha Campos (PDT-RJ). Funcionário da Assembléia Legislativa do Rio, Dias contou também que a direção da Loterj pretendia contratar a empresa Facilit para prestar serviços à instituição. Em contrapartida, teria de pagar mensalmente R$ 800 mil a Rodrigues. Mas a contratação da empresa, informou, não foi efetivada. Propina - Ele também apresentou à CPI dos Bingos "outras provas" indicando que o Bispo Rodrigues – da mesma base política do então governador Anthony Garotinho – cobrava propina de até R$ 50 mil de pretendentes a cargos de direção em repartições públicas ou empresas privadas controladas politicamente pelo deputado. Ele deu como exemplo o Iaserj, cuja presidência valeria R$ 300 mil, e o Detro, que teria pedágio de R$ 200 mil. Dias contestou, entretanto, afirmação da deputada Cidinha Campos de que ele teria "provas contundentes" da participação de Rodrigues, na condição de mandante, no assassinato do deputado Valdeci Paiva de Jesus. Mas afirmou que Rodrigues chegou a pressioná-lo para acusar o deputado Carlos Abrahão, que era primeiro suplente de Valdeci, de responsabilidade pelo crime. Abrahão á responde a processo como mandante do assassinato, mas nega todas as acusações. (Agências)

Dida Sampaio/AE

Deputado Greenhalgh (PT-SP) será ouvido hoje na CPI dos Bingos Ex-diretor dos Correios e o sócio de Marcos Valério depõem na CPMI dos Correios

que balizaram o pedido de cassação, como a de que o ex-ministro sabia dos empréstimos no Banco Rural e no BMG que teriam servido para encobrir o esquema de caixa 2 e propina. Desconhecimento – "E l e (Marcos Valério) nunca disse isso. Ele disse que o senhor Delúbio Soares havia afirmado que os empréstimos eram do meu conhecimento, e o Delúbio nega isso", argumentou. Dirceu nega que tivesse qualquer conhecimento de que parlamentares do PT e de outros partidos aliados estivessem retirando dinheiro nas agências do Rural sob orientação de Delúbio. Para ele, a CPMI sequer provou a existência de um "mensalão" pago a parlamentares como retribuição ao apoio dado ao governo. Tudo se restringiria, segundo ele, a um mero esquema de caixa 2, mas nem disso ele admite ter conhecimento. "Eu não era membro do Diretório Nacional do PT, não acompanhava as finanças do partido", declarou. "Aquilo que sou responsável eu assumo. Por aquilo que não sou, não assumo." Dirceu pediu ao corregedor o arquivamento de seu processo. "Os deputados precisam olhar para as provas. Vão me cassar por que o Roberto Jefferson disse que eu era o chefe do 'mensalão'?", questionou. (AE)

Pereira

Valério

Mendonça

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, se recusou a nomear sacadores das contas de Valério na CPMI dos Correios. Na CPMI do Mensalão, ele não explicou pagamentos a Duda e disse que José Dirceu não negociou dívidas do PT.

Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Assumiu ter negociado cargos; saiu do PT, depois da descoberta de que ganhou um Land Rover da GDK . Valério disse que ele sabia dos empréstimos repassados ao diretório nacional.

Marcos Valério, dono da SMP&B e da DNA. Movimentação bancária mostra saques de vários políticos e assessores, num total de R$ 55 milhões. Disse na CPMI do Mensalão que o aval de Dirceu foi confirmado por Delúbio.

O publicitário Duda Mendonça, da DM9, confirmou ter recebido dinheiro de Marcos Valério no exterior. Os repasses, segundo ele, eram para pagar dívidas do PT, das campanhas eleitorais de 2002. Valério negou a versão de Duda.

Palmieri

Osório Batista

Jefferson

Lamas

Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB, depôs no dia 16 de agosto na CPMI do Mensalão e revelou que esteve em Portugal com Marcos Valério para obter recursos da Portugal Telecom para pagar dívidas do PT e do PTB.

Antônio Osório Batista, diretor afastado dos Correios por ter sido citado por Marinho na gravação. Depôs na CPMI e afirmou que Jefferson pediu dinheiro aos diretores da estatal para fazer caixa de campanha.

A Câmara cassou o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que perdeu os seus direitos políticos até 2015, por 313 votos a favor e 156 contra. Ele foi cassado por quebra de decoro parlamentar, tráfico de influência e crime eleitoral.

O ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, confirmou em depoimento à CPMI do Mensalão que foi algumas vezes a Belo Horizonte buscar dinheiro a pedido do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.

Genoino

Jefferson

Duda

Roosewelt Pinheiro/ABr

Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério. Depôs na CPMI e contestou as versões de seu ex-patrão para os grandes saques bancários. De olho numa das 513 cadeiras da Câmara, Karina se filiou ao PMDB e pretende se candidatar à deputada federal em 2006.

Roosewelt Pinheiro/ABr

Karina

Roosewelt Pinheiro/ABr

Galeria de personagens Valter Campanato/ABr

'A CÂMARA VAI ME INOCENTAR', APOSTA DIRCEU. O

Delúbio

Roosewelt Pinheiro/ABr

Ex-ministro José Dirceu, após depoimento na Corregedoria da Câmara

deputado e ex-ministro José Dirceu (PT-SP) garantiu ontem que não renunciará ao mandato e que irá até o final do processo de cassação declarando-se inocente das acusações feitas pelas CPMIs dos Correios e do Mensalão. "Não estou interessado e desconheço a existência de um acordo. Todo mundo sabe que não vou renunciar e a Câmara vai me inocentar", disse o parlamentar, depois de prestar depoimento à Corregedoria-Geral da Câmara. "Não há provas do que o Roberto Jefferson falou contra mim, a não ser que queiram me cassar pelo que eu represento." O ex-ministro chegou a sugerir que sua cassação, se aprovada, se assemelharia a um ato ditatorial, à revelia do estado de direito. "Não sou réu confesso como o Roberto Jefferson. Todo julgamento político tem de ter provas, senão estamos na ditadura." Em seu depoimento ao corregedor, Dirceu disse que os relatores das CPMIs tentaram criar artificialmente provas contra ele, atribuindo às testemunhas afirmações que não teriam sido feitas. "Colocaram na boca do Marcos Valério e da Renilda Souza afirmações que eles nunca fizeram", disse Dirceu, dando como exemplo três supostas afirmações do casal

Esquema - Em depoimento à CPI dos Bingos ontem, Jorge Luiz Dias, ex-assessor do deputado estadual Valdeci Paiva de Jesus (PSL-RJ), assassinado em janeiro de 2002, confirmou a existência de um esquema de

Valter Campanato/ABr

cusado de ser um dos operadores do mensalão, o ex-deputado Carlos Rodrigues, que renunciou ao mandato para escapar da cassação, em depoimento à CPI dos Bingos ontem no Senado – no qual chorou cinco vezes – disse que os R$ 250 mil que recebeu do publicitário Marcos Valério foram usados para saldar dívidas da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Rio, no segundo turno das eleições de 2002. Segundo Rodrigues, por determinação de seu partido à época, o PL, ele coordenou a campanha de apoio a Lula nos 92 municípios do Estado do Rio. "Quando o partido decidiu fazer a campanha do Lula no Rio, eu disse a ele (Valdemar Costa Neto): 'Nós ficamos sem dinheiro, como vamos fazer uma campanha em 92 municípios do Rio'. E ele respondeu: 'Se vira e faça. Depois a gente resolve'”, contou o ex-deputado. Segundo ele, o apoio à campanha de Lula no Rio foi definido numa reunião na sede do PT, em São Paulo, da qual participaram, além dele, Valdemar Costa Neto, deputado que também renunciou ao mandato, José Dirceu, então presidente do PT, e José Genoino, então deputado federal e candidato derrotado ao governo de São Paulo. Rodrigues, no entanto, disse que na ocasião eles não trataram de dinheiro. Dúvida -A versão foi posta em dúvida pelos senadores

Gushiken

Genu

Toninho

Ferreira

Guimarães

Costa Neto

Genoino

Marcos Vinícius Ferreira, genro de Roberto Jefferson e suposto canal do PTB com os Correios. Senado estuda pedir a quebra de seu sigilo bancário. A CPMI dos Correios ainda não remarcou seu depoimento.

O ex-presidente do Banco Popular do Brasil Ivan Guimarães negou à CPMI dos Correios que sua indicação para o cargo no banco tenha sido feita pelo PT. Ele anunciou aos integrantes da comissão que vai se desfiliar do PT.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, se recusou em seu depoimento à CPMI da Compra de Votos a revelar nomes de empresas e pessoas físicas para as quais teria repassado supostos R$ 6,5 milhões recebidos de Marcos Valério.

O ex-presidente do PT José Genoino depôs na CPMI do Mensalão e disse que desconhece a existência de caixa 2 no partido e que o PT não compra votos em troca de aprovação de projetos de interesse do governo.

Gushiken

Salmeron

Toninho da Barcelona

Marinho

Luiz Gushiken, chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Acusado de usar influência sobre os fundos de pensão de estatais, Gushiken depôs na CPMI dos Correios e negou as acusações.

Roberto Salmeron, ex-presidente da Eletronorte e ex-vice-presidente dos Correios. De acordo com o depoimento de Osório Batista, Jefferson e Salmeron teriam assistido à gravação um dia antes de ter sido divulgada à imprensa.

O doleiro Antônio Oliveira Claramunt negou que tenha prestado serviços ao PT ou a outros partidos, Mas, no mês passado, disse que operava para o PT durante a campanha de 2002, trocando dólares por reais.

Maurício Marinho, ex-chefe de Contratação e Administração dos Correios. Foi flagrado em gravação recebendo propina de R$ 3 mil. Foi demitido por justa causa mas, como está de licença médica, continua recebendo salário de R$ 10 mil.

Gonçalves

Genu

Dipp

Marschner

Luiz Otávio Gonçalves, diretor da Skymaster, admitiu que pediu ajuda de Silvio Pereira para evitar que sua empresa perdesse o contrato com os Correios. A CPMI dos Correios ouviu também outros três representantes da empresa.

João Cláudio Genu, ex-assessor de José Janene (PP-PR). Ele negou que tenha recebido mais de R$ 4 milhões que Valério diz ter dado a Janene, mas admitiu que poderia haver mais dinheiro do que os R$ 700 mil declarados nos recibos do banco.

Airton Dipp, ex-presidente dos Correios, confirmou na CPMI dos Correios encontro com Silvio Pereira e a influência de Luiz Gushiken na estatal, através da nomeação de três dos cinco membros de uma comissão de análise de publicidade.

Haroldo Marschner, um dos donos da Precision Componentes. Ele disse que teria recebido pedido de suborno de Maurício Marinho, para poupar a sua empresa da aplicação de multa por atraso na entrega de material.

PASSO-A-PASSO DAS INVESTIGAÇÕES

CPMI do Mensalão

Conselho de Ética

CPI dos Bingos

As CPMIs do Mensalão e dos Correios ouviram ontem Daniel Dantas, do banco Opportunity. A comissão aprovou a convocação do procurador do Citigroup Sérgio Spinelli Silva e vai pedir informações dos fundos de pensão Petros (Petrobrás), Funcef (Caixa Econômica Federal) e Previ (Banco do Brasil).

O conselho decidiu que mesmo se o PTB retirar as representações por quebra de decoro parlamentar contra os deputados José Dirceu (PT-SP) e Sandro Mabel (PL-GO) não vai interromper os processos. Ontem, o conselho ia ouvir três das cinco testemunhas de defesa de Mabel, mas duas faltaram.

Jorge Luiz Dias, ex-assessor do deputado estadual Valdeci Paiva de Jesus, assassinado em janeiro de 2002, confirmou ontem a existência de um esquema de cobrança de propina no estado do Rio envolvendo o então presidente da Loterj, Waldomiro Diniz, e o ex-deputado federal Carlos Rodrigues.


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quinta-feira, 22 de setembro de 2005

ESPECIAL - 7

Paulo Pampolin/Digna Imagem

O professor Paulo, o menino Lucas e a empresária Sandra: no tênis, condicionamento físico e o alivio do estresse. Além de queimar algumas calorias. Mas é preciso tomar cuidado: as lesões podem ser freqüentes e sérias se não houver uma boa orientação profissional.

O

ad m i ni strador de e mp re sa s Fernando Augusto de Souza, 29 anos, procurou jogar tênis para unir satisfação e novos negócios: “O tênis é um bom esporte para fazer novas amizades e quem o pratica tem maior acesso a reuniões informais. Além disso, percebi que melhorei meu nível de atenção e coordenação”. O médico Gilberto Dionísio Lima também precisou do tênis para sair da rotina de trabalho e aliviar o estresse. Ele revela que o tênis foi uma boa alternativa para sair do sedentarismo e já e m a g re c e u o i t o q u i l o s : “Meu condicionamento físico melhorou e muito”.

Boa forma

O tênis ganhou essa fama ajuda a emagrecer. Mas o médico Rogério esclarece que só é possível eliminar uns quilos se for praticado em excesso: “O tênis não é um esporte aeróbio, apesar de precisar de uma boa base de treino aeróbio para que o atleta possa suportar o ritmo

de jogos”. Segundo estimativas do coordenador médico do CBT, jogar tênis consome cerca de 500 calorias por hora em uma partida de simples, exemplo para um atleta de cerca de 75 quilos. Numa partida de dupla, cerca de 380 a 400 calorias. O recomendável para a prática do tênis no início é de duas a quatro horas por semana. Melhorada a performance com o decorrer do tempo, este período pode ser aumentado para cerca de oito a dez horas por semana, distribuídos em três a cinco dias. Quanto a modelar o corpo jogando tênis, Rogério diz que não é possível e o jogador deve aliar com outros exercícios, como ginástica localizada e musculação. Fazer musculação é primordial para quem pratica tênis, pois prepara de uma forma mais adequada a musculatura, que deve gerar força para o manuseio da raquete. “O alongamento muscular também é muito importante, pois você não pode fortalecer somente os músculos se eles não estão alongados de forma adequada. Se isto for feito, a chance

de lesões é muito maior”, explica o ortopedista.

Cuidados A lesão é um dos receios dos tenistas. Alguns começam a ter problemas quando passam a jogar sem o acompanhamento de um profissional qualificado, que ensine os passos e as jogadas corretas do saque e do recebimento de bola. O professor de tênis Paulo avisa que muitas das lesões ocorrem por falta de orientação: “Para o jogador, incluindo o profissional, é interessante manter aulas, nem que seja uma vez por semana”. Rogério afirma que são vários os motivos que levam à lesão, mais freqüentes em quem não se alonga regularmente e para quem joga com

raquetes inadequadas. “Raquetes muito leves fazem mal, pois transmitem muita energia ao cotovelo do tenista e em quem não tem uma boa técnica”. Segundo o médico especialista em tênis, a pessoa pode prevenir as lesões no tênis jogando com equipamento adequado, tendo aulas com professores capacitados e procurando o médico assim que um problema de dor persistir por muito tempo.

Tênis em família Uma das vantagens do esporte é a integração da família. Primeiro, começa o pai a jogar, depois a mãe e em seguida os filhos. No final, todos estão jogando e se divertindo. Foi assim com a empresária Sandra Rossi,

40 anos. Como gostava muito de jogar vôlei, durante as viagens o marido ia para um lado e ela para o outro. Há quatro anos tomou a decisão de aprender a jogar e os dois filhos também aderiram às aulas: “Passei a ter mais interação com o marido, minha família está mais unida, ganhei mais amigos e estou mais disposta”. Seguindo também os passos dos pais, Lucas Cedroni Fava, 8 anos, pediu a mãe para ir às aulas de tênis: era uma maneira de ficar mais perto deles, já que trabalham fora. O pequeno tenista, que tem Guga como referência, pretende crescer no esporte e sonha alto. “Quero melhorar para fazer torneios e jogar pela seleção brasileira”. Em se tratando de benefícios, o professor de tênis de

Lucas, Ricardo França, afirma que o esporte desenvolve o senso de atenção nas crianças dispersas, além de trazer disciplina e concentração. “A criança, assim como o adulto, tem de ficar atenta ao movimento da bola, trazendo benefícios psicológicos”. Os mesmos cuidados aplicados aos adultos também devem ser seguidos pelas crianças. O coordenador médico da Confederação Brasileira de Tênis diz que o esporte pode ser iniciado a partir dos 5 ou 6 anos de idade, dependendo da criança: “Lembrando que a criança apresenta um osso em crescimento que deve ser respeitado, evitando-se os excessos de treinos e jogos até que se complete a fase de maturação e crescimento do esqueleto”. Independente da idade, quem começa a praticar tênis deve investir pelo menos no tênis adequado, que custa a partir de R$ 160, e em uma raquete, que varia de R$ 200 a R$ 1.200. A raquete para criança é possível encontrar por R$ 80. Os preços das aulas são estipulados pelas academias, que variam de bairro para bairro.


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quinta-feira, 22 de setembro de 2005

CIDADES & ENTIDADES - 3

Taxistas aprendem inglês para servir turistas Curso existe desde 2004 e já formou 120 profissionais. Ontem, mais 60 taxistas de frota concluíram o curso básico e poderão oferecer ajuda, indicar pontos turísticos e cobrar o preço certo pela corrida.

A

Kelly Ferreira lém das novas placas com indicações turísticas escritas em inglês, que devem ser implantadas a partir de junho do próximo ano na cidade de São Paulo, os turistas estrangeiros que visitarem a capital paulista contarão com mais um auxílio: o dos taxistas bilíngües. Ontem, mais 60 motoristas receberam seus diplomas do curso de inglês e já estão aptos para atender estrangeiros. Dos taxistas que se formaram ontem, oito irão testar o que aprenderam já no Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, que acontece no próximo domingo no Autódromo de Interlagos. O curso gratuito, organizado pela Associação das Empresas de Táxi de Frota do Município de São Paulo (Adetax), é ministrado desde 2004 e formou no total 120 taxistas de frota. "Essa é uma iniciativa de qualificação profissional que

Luiz Prado/Agência Luz

ajuda a preparar os frotistas para atender os passageiros com mais qualidade. Vivemos em um momento em que turistas e empresários estrangeiros vêm cada vez mais a São Paulo, em função do aumento do número de feiras, congressos e exposições internacionais que a cidade tem recebido", disse o presidente da Adetax, Ricardo Auriemma. Três meses – As aulas do curso de inglês para taxistas de frota, são ministradas por meio de apostilas, vídeo-aula e com professores especializados. A duração é de três meses, somando ao todo 24 aulas. O objetivo, de acordo com o vice-presidente da Adetax, Fábio Boni, é focar o aprendizado dos motoristas nos acontecimentos do cotidiano, como desenvolver uma conversa com um turista estrangeiro e também como oferecer ajuda. "Com os conhecimentos básicos do inglês, o taxista de frota terá muito mais

A primeira experiência dos taxistas recém-formados será já no próximo domingo, no GP Brasil de F-1

oportunidades e não perderá mais passageiros como normalmente acontece", afirmou Boni. Muitos turistas reclamam que é difícil se comunicar com os taxistas, pois não entendem inglês.

Para este ano as inscrições para o curso já foram encerradas. A partir de março de 2006 serão abertas novas turmas. "Agora os taxistas diplomados sabem conversar com o passageiro estrangeiro

e até podem indicar algum ponto turístico para ele conhecer. Além disso, saberão comunicar o valor correto da corrida, uma das grandes dificuldades enfrentadas pela categoria", disse Boni.

De acordo com o vicepresidente da Adetax, a meta é formar, em média, 120 taxistas de frota por ano. "Falando o básico do inglês, o rendimento mensal dos frotistas, que pagam, em média, R$ 64 por dia para as empresas que trabalham, pode aumentar um pouco mais", disse Boni. Números - Na cidade de São Paulo existem 58 frotas de táxi, que juntas possuem 10% dos alvarás (licenças para um carro normal ser considerado um táxi). Segundo a Adetax, entidade que reúne essas empresas, a procura pelas vagas de trabalho em frotas de táxi teve uma elevação nos últimos seis meses de aproximadamente 15%. As frotas existem há 36 anos e hoje geram 3.300 vagas para motoristas, além de outros 1.200 empregos diretos nas próprias empresas, e outros 5 mil empregos indiretos em fornecedores de peças e acessórios.


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quinta-feira, 22 de setembro de 2005 Divulgação

A

estratégia de pontos foi desenvolvida p e l o e nd o c r i n ologista Alfredo Halpern, autor do livro A Dieta dos Pontos, em 1970. Segundo ele, a reeducação está baseada em comer tudo, com equilíbrio. “Para mim não existe a frase ‘não coma porque faz mal’, pois as pessoas continuarão comendo o que gostam. A estratégia coma isso e deixe de comer aquilo por hoje para manter o equilíbrio”, explica Halpern. Para o médico nutrólogo Euclésio Bragança, a alimentação e prática esporti-

ESPECIAL - 15

Divulgação

Salada é sempre saudável, feijoada tem calorias demais. Nem um nem outro: o segredo é o equilíbrio, combinado com atividade física. Daí a dieta dos pontos Divulgação

Bragança: a boa saúde está na mesa

va estão associadas e qualquer reeducação deve conter os dois itens: “A atividade física está associada à qualidade de vida e deve ser praticada para queima de calorias. Nem que seja em casa, o indivíduo deve fazer exercícios para perder de 200 a 300 calorias”. Segundo Bragança, a tendência da reeducação alimentar do futuro, utilizada

por médicos e nutricionistas, é usar os alimentos como prevenção de doenças, caso sejam selecionados de forma correta: “A proposta não é somente emagrecer, mas consumir alimentos funcionais que viram remédios. Todos estão em busca de viver mais e com saúde, por isso, a idéia de aprender a comer de novo”. A melhor estratégia de reeducação alimentar é aplicar à família, com benefícios principalmente para crianças e adolescentes. “Se a mãe, que é a chefe da casa, apresenta novos hábitos alimentares, a base da alimentação de todos que convivem por perto é reestruturada. É interessante quando

os pais estão dispostos à nova vida, pois os resultados são surpreendentes”, explica a doutora Milena. Para o médico Bragança, uma das melhores formas de levar boa saúde à mesa é pelo meio do conhecimento: “A matriz familiar que é a mãe pode consultar em livros e na própria Internet novas receitas nutritivas e saborosas. Hoje já é possível comer bem agradando o paladar, basta pesquisar”. Outra medida indicada por ele é a contratação de uma Personal Diet ou Nutrition para orientar todos os integrantes da família. Fazer uma reeducação alimentar com um profissional é, de fato, o melhor caminho.

Caso uma consulta, que custa em torno de R$ 50 a 100, não dê para entrar no orçamento, algumas medidas podem ser tomadas. A lista dos novos hábitos inclui cinco a seis refeições no dia; diversificar os alimentos, variando as verduras, legumes e frutas; comer peixe pelo menos uma vez na semana; beber muita água; consumir de três a quatro porções de frutas no dia; diminuir a quantidade de sal; fazer pelo menos trinta minutos de caminhada; não comer frituras, pois é pura gordura; jantar quantidades menores que o almoço; dar preferência a tempero com ervas naturais; consumir duas porções de doce por semana.


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quinta-feira, 22 de setembro de 2005

POLÍTICA - 5

BANQUEIRO DANIEL DANTAS DENUNCIA PRESSÕES POLÍTICAS DO GOVERNO. ENQUANTO ISSO, MALUF CONTINUA PRESO.

GOVERNO AGE DENTRO DOS FUNDOS

Paulo Liebert/AE/25-04-2005

Adriano Machado/Folha Imagem

S

Valter Campanato/ABr

Em depoimento conjunto às CPMIs, o banqueiro Daniel Dantas negou ter dado dinheiro a Marcos Valério e ter mandado grampear o ex-ministro, Luiz Gushiken

Eduardo Nicolau/AE

JF Diório/AE

À esquerda, Flávio Maluf, dentro do camburão, deixa a Superintendência da Polícia Federal, no bairro da Lapa, em direção à avenida Paulista para depor à Justiça Federal. Acima, Paulo Maluf, durante interrogatório sobre remessa de divisas.

STJ NEGA HABEAS-CORPUS A MALUF E FILHO

DC

ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf e seu filho, Flávio Maluf, foram derrotados em mais uma tentativa de conseguir a liberdade. Ontem, o ministro Gilson Dipp, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou as liminares em habeas corpus ajuizadas por seus advogados. Ambos vão continuar presos na sede da Superintendência da Polícia Federal, na capital paulista, por tempo indeterminado. Gilson Dipp negou os pedidos por motivos processuais. Ele explicou em seu despacho que o STJ não pode conceder um benefício que ainda não teve o mérito julgado pela instância inferior, no caso, o Tribunal Regional Federal (TRF) em São Paulo. O TRF apenas negou um pedido de liminar, mas ainda não examinou o mérito do habeas corpus. Desde 1974

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"Dessarte, não pode a matéria ser apreciada por esta Corte no presente momento sob pena de indevida supressão de instância", escreveu o ministro. Se o TRF negar o pedido na análise de mérito, os Maluf poderão, então, recorrer ao STJ de novo. Caso saiam derrotados de mais uma solicitação à Justiça, poderão ainda entrar com o mesmo pedido de liberdade no STF.

ADVOCACIA TRABALHISTA EMPRESARIAL ESPECIALIZADA

DC

O

Depoimentos– Ontem à tarde, Maluf e filho foram interrogados –a portas fechadas– pela Justiça Federal, sobre as escutas telefônicas nas quais Flávio aparece tentando induzir o depoimento do doleiro Vivaldo Alves, o Birigüi. O doleiro afirma ter movimentado no exterior US$ 161 milhões para os Maluf na conta Chanani . Maluf, por sua vez, disse que Birigüi exigiu US$ 5 milhões por seu silêncio e negou ser o beneficiário da conta. Pai e filho estão presos desde o dia 10, sob a acusação de coagir testemunha e ocultar provas do processo de evasão de divisas contra eles. A prisão preventiva foi decretada pela juíza Silvia Maria Rocha, da 2ª Vara Criminal Federal da capital paulista. (Agências)

Os Advogados,

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uspeito de ser um dos responsáveis pelos recursos que abasteceram as contas de Marcos Valério, o banqueiro Daniel Dantas, dono do Grupo Opportunity, negou ontem ter dado dinheiro ao esquema que beneficiou partidos, entre eles o PT. “Não éramos nós a fonte de recursos que alimentava o mensalão. Não pagamos ao senhor Marcos Valério. Seria mais natural (o pagamento) dos que foram beneficiados. Faria mais sentido abrir a outra gaveta, não essa”, afirmou. Dantas afirmou ainda, em depoimento conjunto às CPMIs dos Correios e do Mensalão, que desde que o consórcio coordenado pelo Opportunity comprou a Brasil Telecom (BrT), em 1998, a empresa enfrenta pressões políticas e acusou governo Lula de interferir em decisões comerciais de fundos de pensão de estatais. Pressão – No atual governo, segundo Dantas, as pressões vieram do ex-ministro Luiz Gushiken e do ex-presidente do Banco do Brasil Cássio Casseb. No governo FHC, a ingerência viria do Ministério das Comunicações e da Agência Nacional de Telecomunicações, o que teria forçado a Brasil Telecom (BrT) a pagar R$ 200 milhões a mais pelo controle da Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT), em 2000. Protegido por um habeascorpus, mesmo desnecessário – seu depoimento era na condição de convidado – Dantas defendeu o ex-ministro José Dirceu, e negou conhecer o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soare s . " N ã o t e n h o n e n h u m a evidência direta que Dirceu interferiu nos fundos de pensão. Ele nunca me pediu nenhum recurso", afirmou. O banqueiro

disse nunca ter sido procurado para fazer doações ao PT. Confusão – O depoimento de quase 12 horas do banqueiro foi tumultuado e interrompido algumas vezes. A confusão maior, que chegou ter tapas e empurrões, envolveu a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) e o deputado João Fontes (PDT-SE) contra o deputado Eduardo Valverde (PTRO), que chegou a insinuar que a senadora tinha um romance com o ex-senador Luiz Estevão (PMDB-DF). "Se é pa-

Não éramos nós a fonte de recursos que alimentava o mensalão. Não pagamos ao senhor Marcos Valério. Faria mais sentido abrir a outra gaveta, não essa. Daniel Dantas ra falar de sexualidade, posso dizer que ele está envolvido numa rede de pedofilia e prostituição", devolveu Heloísa. Fundos – O Opportunity é sócio de fundos de pensão de estatais (como Previ, Petros e Funcef) e do Citibank na BrT, na Telemig Celular e na Amazônia Celular, entre outras empresas. Segundo Dantas, quando Gushiken era ministro, promoveu duas reuniões com as três operadoras de telefonia fixa (BrT, Telemar e Telefônica) que tentavam formar um consórcio para comprar a Embratel."Fomos pressionados pelo presidente do Banco do Brasil para abrirmos mão de nossos direi-

tos nos contratos. Ele disse que era a posição de governo." Dantas negou ainda ter tratado do tema dos fundos com Valério ou que o empresário tenha participado da negociação entre Opportunity e Vivo para a venda da Telemig Celular. Segundo ele, o dinheiro dado pela Telemig Celular e pela Amazônia Celular às agências de Valério foi gasto em publicidade, num total de R$ 145 milhões entre 2000 e 2005. Ele admite que a tese de que suas empresas pagaram a Valério para receber apoio no governo é coerente. "Ela só não é verdadeira", disse. Ao responder a pergunta da tucana Zulaiê Cobra (SP), o banqueiro admitiu que a Telefônica fez proposta para comprar a empresa Gamecorp, empresa da qual é sócio o filho do presidente Lula Fábio Luiz Lula da Silva, e que a BrT pagou despesas em restaurantes do filho do presidente durante viagem ao Japão. " Confirmo as negociações, mas só fui informado delas depois. E não foram concluídas porque o preço cobrado era muito alto." Grampo – Mas negou que tenha mandado grampear Gushiken. O ex-ministro foi vítima de um grampo instalado pela Kroll, empresa do ramo de investigação. Mas confirmou que a espionagem foi feita por encomenda da empresa BrT. Segundo ele, a Kroll foi contratada para investigar se houve irregularidades no preço pago pela Brasil Telecom pela empresa de telecomunicações CRT. Os três maiores fundos de pensão do País – Previ, Petros e Funcef – rebateram ontem as acusações feitas por Dantas de que interferências políticas provocaram perdas para as fundações. (Agências)


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8 -.ESPECIAL

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Paulo Pampolin/Digna Imagem

Malhação e comida saudável contra o diabete Um comerciante conta como chegou a um nível perigoso da doença. Mas conseguiu o equilíbrio com exercícios e uma dieta bem dosada

H

á dois anos o c o m e rciante D a v i Celso Morelli não se limitava a comer um quilo de chocolate por dia, costelas de porcos e outros alimentos gordurosos. Além de comer em excesso, sentia muito sono, fraqueza e cansaço sem ter feito grande esforço físico; chegava a dormir de duas a três horas no meio do dia. Passou a ter problemas de circulação e o médico chegou a falar da possibilidade de amputar o pé esquerdo, caso não se tratasse. Descontente com o quadro clínico, o comerciante procurou um endocrinologista e nos exames de checkup foi detectado diabete tipo 2 no valor de 403, número altíssimo para a doença, além do índice de triglicérides bater nos 500. Ele conta que o

alerta de pânico esteve presente em toda a família. Solução: seguir a dieta do médico e fazer exercícios físicos. “Detestava qualquer atividade física, nunca tinha feito e foi um grande esforço no primeiro momento”. Mesmo sem gostar dos exercícios, Morelli topou o desafio de driblar o diabete tipo 2 e se matriculou junto com a mulher Maria Regina Morelli em uma academia. Pouco tempo depois, as duas filhas também adotaram a vida fitness e hoje a família inteira se encontra na musculação e nas aulas de ginástica. Moretti freqüenta a academia todos os dias por duas horas, faz esteira e musculação.

Resultado Associado à academia, a mesa de alimentos do comerciante foi substituída por frutas, fibras, legumes,

O comerciante Davi, a mulher Regina (à esquerda) e as filhas Renata e Paula. A família incorporou os exercícios à sua rotina

verduras e carnes magras em quantidades moderadas. “Com a reeducação alimentar, hoje posso comer tudo sem me restringir a nada. Nos fins de semana, como um pouco a mais.” Com tanta motivação e apoio, Morelli está sem registros de diabete, a taxa de triglicérides baixou para normal e emagreceu 36 quilos. A esposa perdeu 18 quilos, uma das filhas emagre-

ceu 10 quilos e a outra se recuperou de dores na coluna com natação e hidroginástica. “Hoje, eu e o meu marido estamos vivendo mais, saímos para dançar, temos mais disposição para fazer passeios e damos mais valor à vida, graças à ginástica.”

Diabete De acordo com a Sociedade Brasileira de diabete, o

Brasil possui oito milhões de pessoas com diabete, 50% ainda não diagnosticada. São dois tipos de diabete. O tipo 1, que surge nas duas primeiras décadas de vida e afeta em crianças e adolescentes, se determina por uma deficiência do pâncreas e há a necessidade de tomar insulina por toda a vida. O diabete tipo 2 ocorre, geralmente, em indivíduos depois dos 40 anos de idade e o fator hereditário é maior que no tipo 1. Uma das peculiaridades do diabete tipo 2 é a contínua produção de insulina pelo pâncreas. O problema está na incapacidade de absorção das células musculares e adiposas. Por muitas razões suas células não conseguem metabolizar a glicose suficiente da corrente sangüínea. Esta é uma anomalia chamada de "resistência insulínica". A ocorrência do diabete 2 é a grande relação com a obesidade e o sedentarismo.Este tipo da doença 2 é cerca de 8 a 10 vezes mais comum que o tipo 1 e pode responder ao tratamento com dieta e exercício físico. Ou-

tras vezes vai necessitar de medicamentos orais e, por fim, a combinação destes com a insulina. Segundo o médico Antônio Carlos Lerário - professor de endocrinologia da Universidade de São Paulo e diretor da Sociedade Brasileira de diabete - se o paciente perder peso, o diabete 2 pode se normalizar e só necessita de controle com exames de tempos em tempos: “A atividade física melhora o controle da glicemia. Emagrecendo, o pâncreas se normaliza.” Os principais sintomas do diabete são infecções freqüentes; alteração visual (visão embaçada); dificuldade na cicatrização de feridas; formigamento nos pés; furunculose; vontade de urinar várias vezes, fraqueza, muita sede e fome; e perda de peso. O professor Lerário destaca que muitos dos sintomas não são notados na fase inicial: “Eles somente surgem com evidência no estágio avançado”. Pessoas com casos de diabete na família e obesos têm riscos maiores e devem ficar atentas.


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4 -.CIDADES & ENTIDADES

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Roubo na PF ainda sem pistas

Criado o Conselho da Ruas Comerciais de São Paulo

Investigações levantam a hipótese de que a própria quadrilha presa na quinta-feira recompraria o dinheiro.

E

Marco Antonio Teixeira/Agência O Globo

Criação do Cadin é aprovada em primeira votação

A

Câmara Municipal aprovou ontem, em primeira votação, o Projeto de Lei (PL) nº 253/05, que cria o Cadastro Informativo (Cadin) na capital. O objetivo do Executivo, autor do texto, é agregar em uma mesma fonte todos os inadimplentes do município. Dessa forma, em apenas uma consulta, o interessado poderá saber se uma pessoa física ou jurídica está ou não adimplente com o Fisco municipal. O cadastro deve conter as pendências de pessoas físicas e jurídicas com órgãos e entidades da administração pública direta e indireta do município. O projeto tramitou em regime de urgência e recebeu 34 votos favoráveis diante de 12 contrários. De acordo com o texto, são consideradas pendências passíveis de inclusão no cadastro as obrigações pecuniárias vencidas e não pagas e a ausência de prestação de contas, exigível em razão de alguma disposição legal ou cláusula de convênio. A inclusão no Cadin deverá acontecer em até cinco dias da data da inadimplência – mesmo prazo para exclusão, após regularização da dívida. "Se você for comprar um imóvel, por exemplo, consultando o Cadin poderá descobrir a situação do vendedor e do imóvel de uma só vez. É uma proteção", explica o vereador José Police Neto, o Netinho (PSDB). Da mesma forma, a existência de registro no Cadin impede os órgãos e entidades da Prefeitura de realizarem determinadas transações com o inadimplente, como celebração de convênios e acordos que envolvam o desembolso de recursos, repasse de valores de pagamentos referentes a contratos, concessão de auxílios ou incentivos fiscais. "Conceitualmente, é a reprise de um conceito já existente na União, de organizar as informações fiscais. É uma forma de publicitar, por meio desses dados, os inadimplentes", diz o vereador, autor do projeto de lei nº 201/05, que propõe a instalação de um cadastro do bom pagador na cidade, com vantagens e bônus para os contribuintes adimplentes. Aprovado em primeira votação, o texto de Netinho deve ir à segunda votação até o final de setembro. Clarice Chiquetto

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s R$ 2,1 milhões apreendidos quinta-feira na Operação Caravelas e furtados da superintendência da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro no último fim de semana, podem ter sido levados para serem revendidos para a própria quadrilha de tráfico internacional de drogas que tinha sido o alvo da operação da PF. Essa é uma das linhas de investigação da equipe de policiais enviados de Brasília para investigar o furto. Duas falhas da PF podem dificultar a elucidação do caso. O corregedor Victor Hugo Poubel revelou ontem que a faxineira que descobriu o arrombamento das salas tentou arrumar o local antes da chegada dos peritos. "Ela deu algumas vassouradas", disse Poubel. Até ontem, a polícia também não havia apresentado as fotocópias das notas roubadas. Poubel disse que não viu essas cópias e é possível que não tenham sido feitas. "Consta de instrução normativa que todo dinheiro apreendido tem de ser fotocopiado", afirmou. O superintendente em exercício, Roberto Prel, havia dito, segundafeira, que essas cópias seriam distribuídas aos bancos para que as notas roubadas pudessem ser rastreadas. Pistola – Segundo Poubel, uma pistola Glock 9 milímetros foi levada da sala-cofre da Delegacia de Repressão a Entorpecentes. A arma estava junto com a chave do cofre, no armário do chefe de cartório, responsável pela guarda do dinheiro. De acordo com ele, outra linha de investigação tenta vincular outros episódios de furtos dentro da PF ao roubo do dinheiro. Entre os episódios está o sumiço de um talão de cheques

Polícia apreendeu mais um carro de luxo que pertenceria à quadrilha que levava cocaína dentro de carnes

assinado apreendido pela PF no clube de rinha de galo em que o publicitário Duda Mendonça foi preso. Duas folhas foram descontadas. "Ainda estamos investigando isso". Sindicato – A justificativa da PF de que não havia segurança reforçada nos cofres da superintendência porque nunca haviam sido atacados foi contestada pelo sindicato dos agentes da PF. Na década de 80, o caixa-forte, onde hoje está guardada 1,6 tonelada de cocaína pura apreendida em peças de carne, teve a parede perfurada. Na ocasião, um vaso de planta escondia o buraco, contou o agente. A parede foi escavada e isso só foi descoberto porque alguém, inadvertidamente, mexeu no vaso. O caso nunca foi esclarecido. Na década de 90, novamente a segurança do prédio foi violada. Um homem entrou na superintendência durante o expediente, escondeu-se entre o forro e o telhado e, durante a

madrugada, roubou armas. Ele acabou preso e as armas foram recuperadas. Mercedes – Mais um veículo de luxo, uma Mercedes Benz, foi apreendido num apartamento em Ipanema. O carro pertence ao empresário José de Palhinhos. No total, 18 veículos de luxo foram apreendidos no Rio e estão avaliados em R$ 3 milhões. Os carros começaram a ser levados ontem para Brasília. "Era uma estratégia inicial transportar os carros para Goiânia, onde se concentram as investigações. Vamos levá-los para Brasília por questão de espaço. Não tem a ver com o furto", afirmou o delegado Ronaldo Magalhães. O advogado Nélio Andrade, que defende Rodrigo Palhinhos, disse que o rapaz se entregará hoje à Justiça de Goiânia. "Ele foi usado pelo pai. E chegou a ser esbofeteado quando questionou os apartamentos e carros que o pai comprava", afirmou Andrade.

F-1 E DINHEIRO

ESTRADAS

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e Fernando Alonso vai fazer os espanhóis acompanharem com atenção redobrada o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, no domingo, em Interlagos, para os paulistanos a corrida tem significado mais do que especial. Um dos principais eventos da agenda da cidade, a prova que pode decidir o campeonato de 2005 vai trazer cerca de 40 mil turistas do Brasil e do mundo, criar mais de 14 mil empregos e movimentar uma receita superior a R$ 80 milhões. Sem falar na série de atrações culturais e gastronômicas que o automobilismo inspira em São Paulo. Para a Prefeitura, que investiu R$ 26 milhões em Interlagos, isso significa maior arrecadação. Estudo da Fipe mostra que cada R$ 1,00 investido na F-1 traz R$ 3,22 para a cidade. (AE)

Fortaleza – Os irmãos José Elizomarte e Dermival Fernandes Vieira, depois de serem ouvidos na 11ª Vara da Justiça Federal, ganharam liberdade provisória. Eles continuam, no entanto, réus na ação do furto de R$ 164,7 milhões da agência de Fortaleza do Banco Central (BC). Os dois foram denunciados pelo Ministério Público e respondem pelo crime de lavagem de dinheiro. O empresário José Charles Machado de Morais, dono da JE Transportes, foi interrogado, mas teve negada a liberdade. Os advogados dos irmãos Fernandes argumentaram que a liberdade de seus clientes não atrapalharia a ação criminal. O MPF concordou. Foi na revenda dos irmãos Fernandes, a Brilhe Car, que a quadrilha adquiriu 11 carros após o furto, entre os dias cinco e seis de agosto. Três desses carros estavam na "cegonheira" apreendida com Charles, recheados com R$ 5 milhões. (AE)

M Ó RBITA

PORNOGRAFIA 2

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Prefeitura de São Paulo interditou ontem mais uma boate no episódio dos outdoors pornográficos espalhados por casas noturnas para atrair turistas que vêm à capital para o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, a ser disputado domingo, em Interlagos. A Connection, no Jardim Anália Franco, na zona leste, teve as portas lacradas às 15h. Anteontem, já haviam sido fechados os clubes Romanza, nos Jardins, e o Café Millenium, no Ipiranga. (AE)

PELA SAÚDE

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orocaba, a "capital dos spas", poderá ter uma lei de desestímulo ao consumo de alimentos pouco saudáveis. Aprovado ontem, o texto obriga donos de bares, lanchonetes, pizzarias, restaurantes, lojas de fast food e estabelecimentos similares a divulgar informações e tabelas nutricionais dos produtos que vendem. Quem não cumprir a exigência será advertido na primeira vez, multado em R$ 500 na segunda e em dobro na reincidência. O texto foi agora à apreciação do prefeito Vitor Lippi, do PSDB. (AE)

ais de 70% das estradas pavimentadas brasileiras apresentam algum grau de deficiência. Segundo mostra a edição de 2005 da Pesquisa Rodoviária da Confederação Nacional do Transporte (CNT), 72% dos 81.944 quilômetros analisados tiveram suas condições gerais (que inclui pavimento e sinalização) avaliadas como deficientes (31,8%), ruins (22%) ou péssimas (18,2%). Para realizar o estudo, a CNT mobilizou 15 equipes de pesquisadores por 32 dias. Eles avaliaram 81.944 quilômetros de rodovias federais, estaduais e concedidas à iniciativa privada em todo o País. No ano passado, 74,7% das rodovias foram avaliadas como deficientes, ruins ou péssimas. (AE)

les lutam para revitalizar as ruas comerciais, mas não querem que os projetos embolorem nas gavetas. Preocupados com as mudanças de governo e instabilidades econômicas da Prefeitura, comerciantes de pelo menos 12 ruas da cidade assinam hoje a criação do Conselho das Ruas Comerciais. Com o respaldo da Federação do Comércio (Fecomércio), trabalham em parceria com a Prefeitura, mas também recorrem à iniciativa privada e ao próprio bolso. "Isso, para mim, é doutrinário", disse o secretário das Subprefeituras, Walter Feldman. Com o prefeito José Serra, Feldman participará hoje de três projetos importantes para revitalização desses locais: a formalização do conselho, a assinatura de um protocolo de intenções para recuperar a rua 12 de Outubro, na Lapa, e o convênio de revitalização da rua Oscar Freire, nos Jardins, num modelo inédito na cidade, segundo ele. "Vai ser a nossa 5ª Avenida", afirmou Feldman, citando uma das mais famosas vias de Nova York, que concentra algumas das mais sofisticadas grifes do mundo. As obras, previstas para começar no dia 1º, serão divididas em duas etapas: a primeira será a de enterramento de fios e deve consumir R$ 1 milhão. Terminada essa fase, antes das festas de fim de ano, as obras param e retornam em janeiro. Toda a revitalização deve custar R$ 7 milhões e será concluída no primeiro semestre do ano que vem. Inspirados por um outro projeto, o da rua João Cachoeira, no Itaim-Bibi, zona sul, os membros do Conselho das Ruas Comerciais já comemoram a repaginação da 12 de Outubro. "Hoje assinamos o protocolo de intenções com a Prefeitura", diz um dos diretores da Associação de Lojistas do bairro, Fausto Pardini. A partir disso será intensificada a fase de adesão dos comerciantes. Segundo Pardini, é necessário conseguir que as calçadas dos lojistas dispostos a contribuir correspondam a 75% dos metros lineares de frente de todas as lojas da rua. Só depois o convênio com a Prefeitura será assinado. A regra vale para todas as ruas. O restante do investimento vem da iniciativa privada. Tudo isso é inspirado na primeira rua comercial revitalizada na cidade, a João Cachoeira. O projeto, entregue no fim do ano passado, contou com a participação de 91% dos 198 lojistas, que já comemoram os frutos. "A revitalização aumenta a circulação de pessoas, diminui a rotatividade das lojas", afirmou o presidente do Conselho dos Comerciantes de Rua, Felippe Naufel. As vendas, segundo ele, cresceram 11% por conta da reforma. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

16 -.ESPECIAL

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Fotos: Leonardo Rodrigues / Digna Imagem

Alongamento para coluna lombar

Alongamento para as pernas

Alongamento para as coxas

Aumente os lucros de sua empresa: adote a ginástica Funcionários motivados, melhor trabalho em equipe, saúde em ordem e menos faltas por doenças. São alguns dos bons resultados da ginástica laboral

O Alongamento para coluna lombar

s primeiros registros de ginástica laboral se deram na Polônia por volta de 1935. No Brasil, os exercícios apareceram em 1974, mas somente nos últimos dez anos as empresas notaram a importância de adotá-la no cotidiano do expediente de trabalho. Ginástica Laboral é uma atividade física orientada, praticada

durante o horário do trabalho em busca de benefícios pessoais e profissionais. Pode ser também chamada de alongamento e aquecimento no ambiente corporativo. O foco principal é a prevenção de lesões tanto para os profissionais de escritório quanto para os de fábrica. No ambiente administrativo, para pessoas que lidam diariamente com telefone e computador, há um desgaste dos tendões.

Os membros superiores (punhos, cotovelos e ombro), lombar e região cervical - por causa da altura do monitor - são as áreas mais afetadas e exercícios específicos devem ser aplicados regularmente. Nas fábricas, a ergonomia é desfavorável e cria hábitos errados de trabalhar, principalmente com as tarefas repetitivas. As áreas afetadas do corpo dependem da atividade que a empresa exerce.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.NACIONAL

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

QUALIDADE DAS NOVAS VAGAS MELHOROU, COMO MOSTRAM AS CONTRATAÇÕES COM REGISTRO EM CARTEIRA

DESEMPREGO DIMINUI EM SÃO PAULO Milton Mansilha/Luz

Patrícia Cruz

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epois de quatro me- uma nova colocação. A jovem ses de estabilidade, de 22 anos diz ter passado por a taxa de desem- três entrevistas para conseguir prego na região me- este emprego, fora as outras tropolitana de São Paulo dimi- muitas tentativas frustradas nuiu de 17,5% para 17,1% da em diferentes lugares. "Está população economicamente super difícil encontrar vagas, ativa (PEA). O dado refere-se não importa a escolaridade ou ao mês de agosto e foi divulga- a experiência", diz. Mas o esforço compensou. do ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e " Tr a b a l h o m e n o s e g a n h o Estudos Sócio-Econômicos mais", afirma Viviane, que an(Dieese) e Fundação Sistema tes de ficar desempregada era Estadual de Análise de Dados atendente em uma farmácia e (Seade). Essa é a segunda me- trabalhava nos fins de semana. Ela, como a maior parte dos nor taxa de desemprego do ano, perdendo apenas para ja- paulistas que encontrou emprego em agosto, tem o ensino neiro, que registrou 16,7%. médio completo e No mês passado menos de 39 anos. foram criados 23 P o r é m , Vi v i a n e mil postos de trapensa alto e quer balho e outras 21 voltar a estudar enmil pessoas deixaram de procurar A formalização do fermagem, curso universitário que emprego, o que re- emprego só teve que parar porpresentou 44 mil acontece quando que não conseguia pessoas a menos o empresário tem pagar as mensalino contingente de perspectiva dades. "Mas tenho desempregados. Em comparação positiva no médio certeza que voltarei em breve." a julho, a indústria e longo prazos Rendimentos – abriu 4 mil novas Clemente Ganz A pesquisa tamvagas, enquanto o Lúcio, diretor- bém trouxe boas comércio gerou 12 técnico do Dieese notícias em relação mil ocupações e o à renda. O rendigrupo outros setomento médio real res, principalmente a construção civil, 11 mil. dos ocupados cresceu pelo seServiços fechou 4 mil postos de gundo mês consecutivo e autrabalho em relação a julho, mentou 1,7% entre junho e juporém foi o setor que mais lho (último dado), passando a cresceu nos últimos 12 meses. R$ 1.057. A renda dos assalaDe agosto de 2004 para cá, foi riados também aumentou registrada uma expansão de 1,7%, para R$ 1.141. "O valor está longe de ser o 3%, ou 129 mil ocupações, não superado por nenhuma outra ideal e distante dos patamares da década de 90. Porém, mosatividade econômica. Uma das contempladas com tra uma retomada do poder uma oportunidade no seg- aquisitivo dos trabalhadores, mento de serviços foi Viviane o que é bom sinal para toda a Aparecida Jaques, contratada economia, principalmente paem agosto como recepcionista ra o final do ano", acredita o dide uma clínica de ortopedia, retor-técnico do Dieese, Cleapós dois meses de busca por mente Ganz Lúcio.

Depois de dois meses desempregada e várias entrevistas frustradas, Viviane (esq.) foi uma das felizardas a ser contratada em agosto. Ela faz parte dos 135 mil que conseguiu trabalho e registro na carteira profissional no mês passado em todo o País.

Outra boa notícia refere-se ao aumento das contratações com carteira de trabalho assinada. Em agosto, foram 85 mil novos postos de trabalho formais. Entre janeiro e agosto, 218 mil. "Essa é uma excelente notícia ", destacou o coordenador de pesquisas do Seade, Alexandre Loloian. "A formalização só acontece quando o empresário tem perspectiva positiva no médio e longo prazos", completou Lúcio. Essa boa perspectiva dos empresários, acredita Lúcio, deve gerar ainda mais contratações até o final do ano. "Penso na continuidade da geração de empregos em patamares superiores à entrada de pessoas no mercado de trabalho porque tradicionalmente, o segundo semestre traz mais contratações nos setores de comércio e serviços", diz. Entretanto, ele acredita que a intensidade de geração de vagas não será a mesma de 2004, quando o índice de desemprego despencou de 20,7% em abril até chegar a 17,1% em dezembro.

EMPREGO FORMAL EM ALTA A queda vertiginosa da abertura de postos de trabalho formais na indústria, que passou de 72.168 em agosto de 2004 para apenas 18.173, não impediu que a criação de empregos com carteira assinada apresentasse um saldo, no mês passado, de 135.460 ocupações em todo o País. O resultado foi 15,3% superior ao verificado em julho, quando foram criados 117.473 empregos, embora bastante inferior ao registrado em agosto do ano passado, quando o mercado de trabalho criou 229.757 ocupações. Os dados foram divulgados ontem pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que admitiu a perda de velocidade na criação de empregos com carteira assinada, mas argumentou que o emprego continua crescendo, só que em ritmo menor do que em 2004. O ritmo mais lento pode ser cons-

tatado também nos números acumulados no ano. De janeiro a agosto, o saldo atingiu 1,219 milhão de postos de trabalho, em comparação com 1,466 milhão no mesmo período do ano passado. Indústria em queda – A baixa criação de emprego na indústria de transformação foi explicada pelo ministro, em parte, pela sazonalidade que afeta, por exemplo, a indústria da borracha, fumo e couros nesta época do ano, especialmente no Sul do País. Contudo, ele disse esperar uma reversão dessa tendência com o afrouxamento da política monetária daqui para a frente. "Acho que esse processo irá se inverter com a queda das taxas de juros, que já começou", disse. Marinho afirmou esperar ainda que os números de setembro mostrem um crescimento maior do nível de emprego formal.

Em agosto, também perdeu empregos a indústria de madeira e mobiliário (2.254 postos de trabalho). Setores voltados para a exportação, como a indústria de calçados, apresentaram um saldo líquido positivo pequeno em relação ao ano anterior porque estão sofrendo, segundo o ministro, com o atual nível da taxa de câmbio. No mês de agosto, os setores que mais contribuíram para a criação de empregos foram serviços (70.181), comércio (43.353) e construção civil (18.285). A região com maior crescimento de emprego no mês foi a Sudeste (73.196 vagas). Os estados com melhor desempenho foram São Paulo (55.956 vagas), Rio de Janeiro (13.133) e Paraná (10.319). Os destaques negativos foram Rio Grande do Sul (-4.374 vagas), Mato Grosso (-1.587) e Minas Gerais (-339). (AE)

Fernanda Pressinott

Internacionalizar é o caminho Muito alem dos negócios fechados e parcerias comerciais e tecnológicas estabelecidas entre empresários brasileiros e poloneses, a Missão à Polônia, organizada pela São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), chegou ao seu último dia com seu objetivo cumprido: "Internacionalizar a economia paulista para a integrar no mercado mundial", afirmou ontem o vice-governador Claudio Lembo (PFL), que lidera a Missão. Lembo acredita que começar esse trabalho de globalização da economia pelo Leste Europeu, com missões anteriores da SP Chamber para a República Tcheca, Hungria e Romênia parte de uma premissa correta. "A de que temos interesses comuns e capacidade de marcar nossa presença nesses países" , explicou. Ele assegurou que estará presente em outras missões, assim que for convidado pela SP Chamber. Para concluir, o vice-gover-

nador enfatizou que o comércio internacional não é feito apenas entre Estados soberanos, mas, sobretudo, entre regiões econômicas que têm interesses comuns. "E eu acho que o Alfredo Cotait Neto (coordenador da SP Chamber) entendeu bem isso, ao preparar missões nesse formato", disse. O próprio Cotait reconheceu que a parceria com os países do Leste Europeu simboliza essa ampliação dos limites comerciais do Estado paulista. "Porque estamos abrindo uma porta para toda a Comunidade Européia, ponderou. Ele lem-

brou que o caso da Polônia é especial porque deverá crescer 5% ao ano, nos próximos cinco anos, recebendo investimentos em infra-estrutura da UE. Portanto, acrescentou Luiz Roberto Gonçalves, que também coordena a SP Chamber, avaliar a Missão à Polônia apenas pelos seus resultados financeiros e comerciais – negócios que superam a casa dos US$ 5 milhões e outros cujos montantes ainda não foram divulgados – é muito pouco. "As 25 empresas que vieram conosco abriram um caminho comercial que antes era restrito apenas às grandes corporações, esclareceu. Alias, acompanham a Missão altos executivos do Grupo Itautec, Camargo Correa, Oldebrecht e Embraer, entre outras. Para Gonçalves as pequenas e medias ganharam também experiência que valerá para outras missões e para criar uma identidade internacional. Sergio Leopoldo Rodrigues, de Varsóvia

Se não fossem os chineses... Os empresários da moda, na sua maioria pequenos e médios, que acompanharam a Missão à Polônia, fizeram contatos, armaram bons negócios e até venderam seus produtos na Polônia. Mas, encontraram um concorrente difícil de enfrentar: os produtos chineses e asiáticos. É consenso entre eles que a qualidade desses produtos é bem inferior à dos brasileiros. "Mas os preços são muito menores", constatou Gabrielle Adler, da empresa Herck, que representa marcas fashion a partir de Munique, na Alemanha. Sua participação foi apenas para prospectar mercado para a Track & Fields. "Os poloneses querem entrar no mundo fashion, mas ainda estão crus no assunto e têm renda menor do que o resto da Europa", disse a

empresária. "Outra constatação é que marcas como Nike, Puma e Adidas já fizeram um bom trabalho de marketing por aqui. Mesmo assim, 100% dos meus contatos foram positivos e poderão render bons frutos." Fábio Naves, da Gemini Trade, que faz intermediação na área de modas a partir de sua base em São Paulo, conta algo parecido. "Os nossos biquínis são adorados, têm qualidade superior à do concorrente, mas custam, em media, 30% mais que os feitos na China", afirma. Com cenário ainda mais acirrado deparou-se Anderson Balloni, da Alchemy, que vende semijóias. "O mercado aqui ainda é de '8 ou 80': ou compra uma jóia de ouro puro, ou bijuteria chinesa", afirma.

ONG na mira – Paula Franco e Yara Fontana vieram desbravar um mercado ainda pouco conhecido na Polônia. As sócias da Soma Brasil são especializadas em vender produtos – camisetas e acessórios leves – feitos por ONGs que garantem emprego às comunidades carentes. Yara explica que as visitas comerciais deixaram claro que só agora a Polônia está formando uma classe média mais robusta. "Então, quem chegar agora vai se valer do fato de ser pioneiro no país". Os contatos mostraram, segundo ela, que as vendas irão beneficiar essas ONGs para que tenham acesso mais fácil aos financiamentos do Banco Mundial (Bird) para compra de instrumentos de trabalho. "E com isso gerar mais renda", concluiu. (SLR)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

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ESPECIAL - 9

Modele seu corpo, sem cirurgia ou sacrifícios A técnica da Lipoescultura natural, com gesso e princípios ortomoleculares, remove os excessos do corpo, combate celulite e flacidez e já está disponível nas principais capitais Paulo Pampolin/Digna Imagem

o d e p a re c e r estranho, mas já é possível perder gorduras localizadas sem se submeter a cirurgias plásticas ou grandes sacrifícios. Isso é o que promete a Harmony Care, empresa que desenvolve e distribui cosméticos e técnicas de beleza. Ela acaba de lançar uma técnica diferenciada para redução de medidas em homens e mulheres de qualquer idade. Batizada de Lipoescultura Natural, o tratamento é composto pela bandagem de gesso com sais lipolíticos. A novidade é uma boa alternativa para pessoas que desejam perder centímetros em áreas locali-

zadas do corpo, além de comprovadamente combater celulite e flacidez. Com aprovação do Ministério da Saúde, a técnica também é utilizada no tratamento de desintoxicação do organismo, incluindo prisão de ventre. Junto com os Sais Lipolíticos - seus princípios ativos são alcachofra, enzimas, extrato de algas marinhas, papaína e sais de magnésio -, a pessoa sente os resultados de imediato. O gesso utilizado pela Harmony Care também é especial, pois sua formulação é baseada em princípios ortomoleculares. A Lipoescultura Natural funciona da seguinte maneira: a esteticista - que é autorizada e recebe treinamen-

Natália: resultado na primeira sessão

tos adequados para manuseio da técnica - umedece o gesso com água morna, já está preparada e misturada com os sais lipolíticos. Em seguida, começa a passar o rolo de gesso pelas pernas, subindo até o abdome. No total, três rolos de gesso são utilizados no tratamento. A paciente deita por 45 minutos e somente depois o gesso é retirado com uma tesoura sem fazer sujeira nem incomodar a paciente. “Durante o período de descanso o paciente não fica incomodado com o gesso, pois ele é ajustado no corpo sem trazer desconforto”, afirma a terapeuta e diretora da Harmony, Natália Domatewicz. O estudante de publicidade Igor Sonini, 23 anos, faz o tratamento desde da fase de teste: “A bandagem você usa nos braços, coxas, quadril e abdôme, mas na região da cintura você percebe que a sunga fica mais frouxa logo depois da sessão. É um tratamento mais voltado para mulheres, mas indico para homens que não têm tempo para fazer exercícios, principalmente porque a barriga é a re-

gião onde se acumula mais gordura”. Segundo Natália, a pessoa consegue resultados logo na primeira sessão, mas é aconselhável um tratamento de pelo menos dez sessões, duas vezes por semana: “Associamos o gesso a produtos dermocosméticos, que na sua formulação c o n t ê m u m p e rc e n t u a l maior de ativos que os que já existem no mercado, juntamente com produtos com princípios ortomoleculares, fazendo que os princípios ativos contidos nos produtos atuem para um resultado mais rápido e eficaz. Esses produtos atuam de dentro para fora do organismo e contribuem para a estética e a saúde de cada cliente”. O preço da sessão depende de cada esteticista e localidade no Brasil. A técnica Lipoescultura Natural é exclusiva da Harmony Care, cujos esteticistas sãos cadastrados, treinados e orientados a aplicar o tratamento da forma adequada. Os profissionais de estética que desejam usar a técnica podem se inscrever para os cursos gratuitos pelo telefone (11) 5599 3455. Os interessados pelos tratamentos e que desejam indicação de um profissional mais próximo também podem entrar em contato neste mesmo telefone.

O gesso, retirado com uma tesoura, não faz sujeira nem incomoda


2 -.CAMPINAS

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

em Campinas Fotos de Marcos Peron/Virtual Photo

Mouse criado com estudantes

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Ronaldo Barbosa produziu o mouse com materiais alternativos

TECNOLOGIA

Um simples toque. E um mundo novo se abre para deficientes e idosos Essa é a vantagem do mouse especial desenvolvido pela empresa RCT. O produto não precisa ser movimentado. Os sete botões fixos fazem o papel de um similar convencional.

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A base do produto é feita em calha de construção e os botões com peças de jogos em acrílico

eficientes físic o s d e m e mbros superiores, pessoas idosas ou acometidas de derrames (AVC) já podem ter acesso ao mundo digital. O mercado brasileiro conta com um mouse especial para usuários com problemas de coordenação motora fina. A RCT, empresa de Campinas especializada em softwares educativos, acaba de desenvolver o produto. O novo mouse não precisa ser movimentado. Ele é fixo e possui sete botões individuais de baixo esforço que exercem as m e s m a s f u nções de um m o u s e c o nvencional: movimentos do cursor para direita, esquerda, para cima e para baixo; botão direito e esquerdo; "agarra" e regulador de velocidade do cursor. A idéia de desenvolver este equipamento surgiu depois que a empresa, comandada pelo engenheiro de computação Ronaldo Barbosa, verificou que muitas crianças especiais não conseguiam brincar devido à dificuldade para manipular um mouse. “O equipamento convencional é muito restritivo. Muitas crianças, com proble-

mas de coordenação motora, simplesmente não tinham acesso aos softwares educativos por não conseguirem manipular o mouse”, diz Barbosa. Já o mouse especial é facílimo. Para utilizar o equipamento, o usuário precisa apenas apertar um dos botões. “Basta um simples toque para que um novo mundo se abra. Quem nunca conseguiu utilizar um computador por não conseguir manusear um mouse terá a oportunidade agora”, afirma Ronaldo Barbosa. O mouse especial funciona com qualquer software nas plataformas Windows e Linux. Mas pensando também naqueles que não conseguem escrever em um teclado normal de computador, a RCT desenvolveu um programa especial, onde o usuário poderá escrever textos e navegar na internet sem que haja a necessidade de utilizar o teclado. Basta manipular o mouse especial. “Desta forma o acesso à informática fica mais fácil a todos”, acredita o engenheiro. Este software acompanha o mouse. O mouse RCT levou seis meses para ser desenvolvido. Seis protótipos foram criados até que a empresa chegasse ao modelo final. Para ajudar no trabalho de desenvolvimento do produto, o engenheiro contou com o importante apoio da Casa da Criança Paralítica

Preço do pedágio da D. Pedro I aumentará com privatização

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rodovia D. Pedro I, que liga Campinas a Jacareí, no vale do Paraíba, deve ter o preço dos pedágios ajustados em até 60% após passar a ser administrada pela iniciativa privada. Hoje, as duas praças de pedágio da rodovia, que tem 140 quilômetros, cobram R$ 7,80. Segundo

o secretário estadual dos Transportes, Dario Rais Lopes, o novo preço ainda não foi definido. O reajuste deve ser gradual, dentro de um período de dois anos e após a assinatura do contrato de concessão, o que deve acontecer em março ou abril de 2006. O reajuste completo, portanto, só deve ser

de Campinas, que testou o equipamento. “Foram as crianças que definiram a interfase do mouse. Elas foram nos dando subsídios para que chegássemos ao formato atual. Foram elas que definiram o tamanho do aparelho, as cores e a dureza dos botões e a velocidade do cursor”, explica Barbosa. Os materiais usados para a confecção do mouse são todos alternativos. A b a s e d o a p a re l h o , p o r exemplo, é feita com calha de construção e, nos botões, são utilizadas peças de jogo de botão em acrílico. “Fizemos tudo para que o equipamento fosse acessível a todos”, conta Barbosa. O mouse especial custa R$ 200, ou seja, até quatro vezes mais barato do que os similares importados. O produto já está fazendo sucesso. O primeiro aparelho foi vendido na semana passada, logo após o lançamento, para uma criança de Brasília. Agora, Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) de todo o País começaram o processo de aquisição do novo equipamento. Mas, segundo Barbosa, o grande desafio da RCT vai ser disponibilizar o mouse no grande varejo. “As lojas de informática não se interessam em comercializar este tipo de equipamento, e muitas empresas especializadas

Crianças testaram o produto em ONG

em produtos para deficientes se preocupam apenas com a venda de cadeiras de rodas. Dessa forma, os consumidores ignoram que este tipo de novidade exista”, diz Barbosa. Além do desafio de tornar o produto conhecido, a RCT pretende buscar parceiros para fabricar o mouse em larga escala. “A proposta é de baratear a i n d a m a i s o p re ç o d o equipamento e torná-lo mais resistente com a produção em série”, explica o engenheiro. Enquanto isso não acontece, a RCT vai comercializando o mouse especial com uma produção caseira. O equipamento é vendido sob encomenda e leva cerca de dois dias para ser entregue. “Temos alguns circuitos prontos, mas a carcaça do aparelho será montada conforme o pedido”, diz Barbosa.

s crianças atendidas pela Casa da Criança Paralítica de Campinas (CCPC) ajudaram a RCT no desenvolvimento do mouse e foram as primeiras a usar o produto. O resultado está deixando a professora de informática da instituição, Juliane Massaro Goulart (foto), muito satisfeita. Segundo ela, muitas crianças – a maioria com paralisia cerebral - que não tinham acesso às aulas de informática, por conta da dificuldade de manusear um mouse convencional, estão podendo participar. “Agora podemos atender essas crianças”, explica Juliane. Além disso, o mouse facilitou o trabalho com as crianças que já faziam as aulas. “Antes as aulas eram individualizadas. Agora, os estudantes conseguem trabalhar sozinhos, agilizando o aprendizado”, diz a professora. Por conta disso, o número de crianças atendidas nas aulas de informática deve aumentar no ano que vem. Hoje, cerca de 15 estudantes freqüentam as aulas. Em 2006, pelo menos o dobro deve ter acesso aos computadores da instituição. “Queremos que o maior número possível de atendidos tenha a oportunidade de freqüentar as aulas. Tudo isso graças ao novo mouse”, diz Juliane.

ÓRBITA homenagem dos produtores de flores de Holambra à chegada da primavera com uma chuva de pétalas de rosas no centro de Campinas teve de ser adiada ontem. Os ventos atrapalharam e a nuvem colorida deve ocorrer hoje, ao meio-dia, em frente à praça da catedral, se as condições climáticas permitirem. O helicóptero chegou a sobrevoar a área, mas não conseguiu estabilidade para lançar as pétalas de 30 mil rosas. Os organizadores decidiram adiar o evento para evitar riscos aos tripulantes do helicóptero e aos espectadores, que queriam ver as flores caírem do céu. Além de comemorar o início da primavera, amanhã, a chuva de pétalas pretende chamar a atenção dos campineiros para o último final de semana da Expoflora, em Holambra, tradicional feira de flores e plantas ornamentais do País, aberta no início do mês.

A

oi aberta ontem a barragem do rio Atibaia feita para a construção de uma ponte na estrada que liga Campinas a Pedreira, no distrito de Sousas. A abertura do dique aconteceu ontem. Na mesma ocasião, outro braço do rio teve o curso desviado para que os trabalhos de construção das estruturas de outras duas pontes sejam executados. A previsão da prefeitura é de que a conclusão das três obras aconteça dentro de 120 dias, a um custo de R$ 1 milhão divididos entre o município de Campinas e o governo do estado. As três obras substituirão pontes de madeira que eram usadas para cruzar o Atibaia.

F

Cristiane Prezotto

EXPEDIENTE

O desafio agora é colocar o mouse no grande varejo

quilométrica da rodovia está abaixo do resto do sistema rodoviário do estado. A concessão da D. Pedro Concessão da rodovia acontecerá em 2006 será de 25 anos. No lote da rodovia foi incluído acontecer em 2008. um trecho da SP-332, Segundo Lopes, é entre engenheiro Coelho provável que haja e Artur Nogueira. A aumento do número de audiência pública para praças de pedágio para concessão da D. Pedro é que a tarifa seja diluída. programada para O aumento, de acordo acontecer nas próximas com o secretário, terá de semanas, quando ser feito porque a tarifa

também serão debatidas as condições de concessão do sistema Ayrton Senna/Carvalho Pinto, que hoje é administrada pela Dersa, que é ligada ao governo do estado. A concessão de rodovias tem sido a estratégia do governador Geraldo Alckmin para obter recursos que viabilizem a duplicação da Tamoios, principal ligação ao litoral norte. A duplicação desta rodovia está orçada em R$ 1,3 bilhão.

Diretoria Executiva (2004 - 2007) Presidente Guilherme Campos Júnior 1º Vice-Presidente Gilberto Rocha da Silveira Bueno 2º Vice-Presidente Carlos Francisco Simões Correia Assinaturas do Diário do Comércio (0xx19) 2104-9276 Departamento de Sócios Serviço de Atendimento ao Usuário, Convênios e Parcerias (19) 2104-9271/ 9272/ 9273 associados@acicnet.org.br Assessoria de Imprensa (19) 2104-9215/ 9216 imprensa@acicnet.org.br Página na Web www.acicnet.org.br Rua José Paulino, 1111, Campinas, SP - CEP 13013-001 PABX: 2104-9200


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

ESPECIAL - 17

Fotos: Leonardo Rodrigues / Digna Imagem

Alongamento para o peitoral

Alongamento para ombro

Alongamento flexor do punho

Na seqüência das fotos, exercícios importantes para combater as doenças ocupacionais

O

s i m p a ctos negativos do trab alho podem ocorrer de diferentes formas, como problemas físicos, psicológicos ou sociais. Segundo Tarcísio Ciampone, fisioterapeuta e diretor da Company Qualidade de Vida - empresa de consultoria em saúde na área corporativa -, somente nos últimos anos as empresas passaram a prestar a atenção na necessidade de cuidar dos seus funcionários: “Fazendo a prevenção, a empresa economiza em processos e ainda ganha a produtividade e bemestar da equipe”. O profissional de educação física Daniel Gadelha dos Santos, que defende uma tese sobre ginástica laboral na Escola Paulista de Medicina, afirma que em três anos esse mercado cresceu 300%, criando uma consciência maior entre as empresas: “A ginástica laboral consegue motivar e integrar o trabalhador e a companhia passa ter uma visão mais humanista”.

Benefícios

Há vários benefícios que comprovam a eficácia da ginástica laboral. Das vantagens fisiológicas: há diminuição dos índices de sedentarismo e queixas de dor; menor tensão músculotendínea e melhor circulação sanguínea; previne e combate as doenças ocupacionais;

promove sensação de disposição e bem-estar para a jornada de trabalho; desenvolvimento da consciência corporal e conseqüentemente melhor postura. Do lado psicológico notase a diminuição dos índices de estresse, depressão e ansiedade, melhora a atenção, concentração e rendimento nas atividades desempenhadas e o funcionário ganha motivação por novas rotinas. No âmbito social, favorece o relacionamento e o trabalho em equipe, desperta novas lideranças, além de melhorar a imagem da instituição junto aos empregados e a sociedade. Na análise custo/beneficio, a empresa ganha na redução dos gastos com afastamentos e substituição de funcionários e na diminuição de absenteísmo, acidentes e doenças ocupacionais. Para que todas essas vantagens apareçam à tona, o fisioterapeuta indica a ginástica nos cinco dias de jornada da empresa - de segunda a sexta-feira, num período de dez a quinze minutos: “O ideal seria a companhia investir três vezes ao dia, uma no início do expediente, uma no meio e outra sessão no fim. Caso não dê, uma vez já se torna eficaz”, diz Ciampone. Segundo Santos, se aplicado cinco vezes na semana, os resultados físicos, com melhoras do alongamento, serão notados em até três semanas. Depois de três meses, o que se nota é a mudança na motivação, sociabilidade e

trabalhos em grupos. Após perceber os resultados com os funcionários de seu cliente Siemens, a empresa fabricante de chips para celulares, Infineon Technologies South América, adotou a ginástica laboral no dia-a-dia da empresa. Mesmo com sessões três vezes na semana (e na sexta-feira os funcionários ainda recebem sessões de massagens feitas pelos próprios colegas), a empresa notou melhoras surpreendentes na motivação da equipe. “Aqui, a ginástica é feita ao ar livre. Os dez minutos fazem a diferença para aliviar as tensões, deixando todos soltos, alegres e dispostos para trabalhar”, observa a coordenadora administrativa da Infineon, Virgínia Olivares.

Processos O estudo de pós-graduação de Santos aponta que a empresa, ao se decidir pela ginástica laboral, deve tomar alguns cuidados na contratação: checar se os profissionais são qualificados em educação física ou fisioterapia, se possuem treinamentos para passar ginástica laboral e se foi feito um relatório de levantamento de queixas. A empresa deverá participar em todos os processos, como informar os dados, tarefas e atividades dos funcionários para que os exercícios sejam passados, além de avaliar o resultado dos relatórios feito pelo profissional de ginástica laboral.

Alongamento extensor do punho


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

66-.OPINIÃO

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de setembro de 2005

LENTE

DE AUMENTO

DESEMPENHO DE LULA É ESTÁVEL

U

POLÍTICA

C

Os desafiantes de Lula ainda não cresceram. Foi apenas o presidente quem caiu.

Em respeito ao povo brasileiro

tabilidade pode ser constatada nas simulações de intenção de voto feitas pelo Ibope para a eleição presidencial de 2006. Nos dois principais cenários sucessórios simulados pelo instituto, com dois diferentes candidatos tucanos à Presidência, o declínio real da proporção de eleitores que pretendem reeleger Lula verificou-se entre julho e agosto. Os desafiantes de Lula ainda não cresceram, apenas foi o presidente que caiu. Os descontentes, apenas, estão engrossando o contingente de votos brancos e nulos.

PAULO SAAB

O

ROGÉRIO SCHMITT, NO BOLETIM TENDÊNCIAS DE ONTEM.

Celso Júnior/AE

ma análise mais cuidadosa das pesquisas feitas pelo Ibope desde o início do ano permite constatar que a suposta queda observada em setembro na verdade já ocorrera desde o mês de agosto, conforme as pesquisas divulgadas pelo próprio Ibope já haviam mostrado.

JOÃO DE SCANTIMBURGO MORTE

Na verdade, a crise política que se arrasta desde maio demorou mais tempo do que se esperava para atingir os índices de popularidade presidencial. O desempenho de Lula nas pesquisas começou a cair em agosto, mas desde então não voltou a cair. A aprovação pessoal do presidente e a avaliação positiva do governo permaneceram estáveis nas três últimas pesquisas feitas pelo Ibope. Essa mesma tendência à esCéllus

A

pesquisa trimestral de opinião pública divulgada ontem pela CNI/Ibope mostrou, ao contrário do destaque privilegiado pela mídia, que os índices de popularidade do governo Lula pararam de cair. A avaliação positiva do governo e a aprovação pessoal do presidente permaneceram rigorosamente estáveis no último mês. Nessas últimas semanas é muito nítido perceber que a crise política tem permanecido mais distante do Planalto, o que não autorizava mesmo expectativas de um novo e abrupto desgaste da popularidade do presidente. Por outro lado, a conjuntura recente também não gerou nenhuma realização governamental que pudesse ter sido capitalizada pelo Planalto. A última rodada da sondagem ocorreu em junho, mas, desde então o instituto já havia divulgado outras três pesquisas de avaliação do governo, sendo que as duas mais recentes foram conduzidas em agosto. Em junho a taxa de avaliação positiva do governo Lula era de 35% e a sua aprovação pessoal alcançava 55%. Entretanto, em agosto esses mesmos indicadores já haviam caído para 29% e 45%, respectivamente.

L ula: o desgaste da popularidade já parou.

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Ed i tor - Che fe : José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br) Editores: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br), Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Marcos Menichetti (marcosm@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Adriana Gavaça, André Alves, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Lancha, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Juliana de Moraes, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda Correspondente: Renato Carbonari Ibelli (Campinas) Gerente de Publicidade Solange Ramon (sramon@acsp.com.br) Gerente de Produto Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-34493 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005 Auditado pela

Brasil vive um estágio de evolução de sua ainda jovem democracia, no qual a Câmara dos Deputados tem um papel relevante a cumprir. Ao lado do Senado, cujos membros representam os interesses das unidades federativas, a Câmara, por seus deputados, representa a população dos estados brasileiros. Ambas as casas formam o Congresso Nacional ou o Poder Legislativo da União. Esta simples definição bastaria para destacar a sua importância. O fato de seus integrantes serem os representantes diretos dos interesses dos cidadãos e cidadãs brasileiros transforma a Câmara, ela própria, num Poder cuja grandeza deve ser respeitada, preservada e aprimorada, como um efetivo instrumento da participação popular nas decisões, influenciando os destinos dessa mesma população e, por conseguinte de todo o país. O episódio Severino Cavalcanti precisa ser entendido, também, como uma etapa a mais do aprimoramento dessa nossa jovem democracia. Seu processo de eleição revelou aos deputados que é preciso pensar a Câmara como de fato ela é: o poder da representação popular, cujo presidente, pela importância de sua figura e atuação, deve estar acima dos interesses partidários, de questões menores, além de trazer em si a tradicional exigência da reputação ilibada. Não se pode brincar ou usar a transcendência desse cargo como massa de manobra de grupos ou instrumento de pressão, rebeldia, contra outro poder da República. O cargo de presidente da Câmara exige um presidente de todos os deputados, de todos os partidos, assim como o presidente da República, que ao assumir passa a ser (ou deveria passar a ser) o presidente de todos os brasileiros.

O destino colocou no Brasil - numa coincidência até interessante -, um chefe de Executivo que atravessa uma profunda crise política por conta do relacionamento pouco sadio que estruturou com a Câmara dos Deputados, e na presidência da Câmara um presidente dito rebelde ao Planalto, mas que acabou sendo vitimado também pela ausência dessa grandeza que se exige de quem se senta numa cadeira de tal magnitude. Um risco temerário que jogou ao chão a imagem do Legislativo, mas que, como em toda crise, oferece também enormes oportunidades de novos caminhos. Não trilhá-los nesse momento pode significar uma decepção ainda mais profunda para a sociedade, que se revelará nas urnas na próxima eleição.

U

sando a expressão popular do ter juízo, está nas mãos dos deputados, tão desmoralizados perante os brasileiros, a possibilidade de começar a dar ao Poder que representam uma linha de ação austera, proba, de fato voltada para o interesse público e acima das mesquinharias que hoje os enreda e consome. Ter um comando sério, respeitado, adotar medidas previstas em casos de comportamento desonroso de seus pares, são obrigações dentro dessa oportunidade de se restaurar alguma credibilidade àquela Casa. Mais do que nunca, o enunciado romano de que a mulher de César, além de ser honesta, tem que parecer honesta se torna uma necessidade premente nos ares de Brasília e de todo o país. O valor da Câmara dos Deputados é o valor da população brasileira. E, certamente, o conjunto da população do Brasil não se comporta como uma parcela expressiva daquela Casa tem se comportado. A Câmara deve se dar ao respeito. Para ser respeitada.

A crise derrubou a imagem da Câmara, mas oferece novos caminhos

Abertura econômica, a próxima batalha? ROBERTO FENDT

A

política externa tem sido um dos carros-chefe da atual administração. No entanto, continuamos fora do Conselho de Segurança da ONU. Também ficamos sozinhos no Haiti, mantendo lá a ordem pública de que tanto carecemos aqui. O Mercosul vai de mal a pior e, recentemente, o Paraguai ameaçou firmar um acordo bilateral com os EUA. E por aí vai. Uma a uma, fomos perdendo todas as batalhas em que nos metemos. A batalha mais importante para nós, no entanto, ainda está sendo travada: a rodada de negociações para a abertura de mercados e liberalização comercial de produtos e serviços na Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio. O tempo está correndo e muito pouco progresso foi obtido até agora para ampliar o acesso dos produtos da agro-indústria brasileira aos mercados dos países desenvolvidos. Dezembro é a data limite para um acordo.

Os países industrializados defendem com unhas e dentes seus produtores agrícolas contra a competição de fornecedores mais eficientes dos países emergentes. Com isto, milhões de empregos se perdem nesses países e se penalizam os consumidores dos países industrializados. Com o mesmo espírito e conseqüências, entre os emergentes indústrias e prestadores de serviços ineficientes são protegidos.

U

ma proposta concreta de abertura dos segmentos ainda protegidos é arma importante nas negociações para assegurar o acesso de nossos produtos agrícolas aos mercados do Primeiro Mundo. A questão que fica, portanto, é se, depois de toda a carnificina política no Congresso não estaríamos a caminho de um embate entre os representantes da eficiência - a "bancada do agro-business" - e os representantes do atraso. Quem viver, verá.

M uito pouco foi obtido na ampliação das exportações da agroindústria

omentei há dias o "fico" de Dom Pedro, príncipe regente, quando os patriotas o procuraram para solicitar-lhe que ficasse no Brasil. O príncipe ficou e proferiu o famoso "fico", por mim citado recentemente, pois o presidente Lula da Silva, ao que parece, vai ficar. E comentei o "fico" de Severino Cavalcanti, que pelo visto não tinha consistência, pois o expresidente da Câmara dos Deputados não ficou: teve morte política. Como se sabe, em política não há mortes definitivas. Getúlio Vargas provou-o com o seu cemitério particular, onde enterrava os seus mortos, e quando deles precisava os ressuscitava. Severino Cavalcanti perdeu-se por ter tido a fraqueza de aceitar o "mensalinho" da caótica e sórdida política, enfervedoura na CPI.

Em política não há mortes definitivas. Getúlio provou, com seu cemitério particular.

J

á comentei aqui que Severino foi regularmente eleito presidente da Câmara, portanto, teria o direito de ficar na Presidência da Casa, se não fosse a sua fraqueza diante do "mensalinho". Ao cair Severino disse que voltará. É provável, pois ele deve ter um eleitorado cativo no seu estado natal. Comentei, também, há dias, que a Câmara não gosta de caçar deputados. É o esprit de corp que prevalece na Câmara dos Deputados, onde as cassações têm sido raras, e Severino não quis ser cassado. Daí a sua renúncia, para ter o direito de voltar, se for eleito evidentemente. Sua renúncia, pressionada pela oposição, serve de exemplo, em que o peso da opinião pública, levado em consideração, e o escândalo na vida política de Severino, não poderiam ser ignorados na investigação dos seus expares. No momento é o que ocorre comentar. Sai Severino e é dada uma satisfação sobre um ato de corrupção. Muito bem. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


OPINIÃO

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OPINIÃO -77

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Falido ou trombadão?

.D

esde há muito o decreto-lei n.º 7.661/45 vinha a p re s e n t an d o uma certa defasagem em relação à realidade econômica do país. Era necessária uma reformulação; um reajuste atualizador. E foi o que se pretendeu fazer, em governo passado. Para ajustar aquela lei concursal, aliás muito bem estruturada juridicamente, bastava apenas certos e determinados acréscimos, juntando-se a ela o instituto de recuperação de empresas e sem provocar uma reviravolta como ocorreu. Em matéria de legislação concursal, o Brasil adota um autêntico dualismo, como salientado por Comparato. Inicialmente, a proteção se dirigia ao crédito; após, ao credor, e, na 7.661, ao devedor. E agora, numa total reviravolta, pretendeu-se proteger as empresas, o que não aconteceu, por força de dois fatores: ignorância jurídica e falta de

Na ação de recuperação o pequeno empresário poderá cair numa roda viva experiência de muitas personalidades que intervieram na composição da nova lei, e, o que é pior, o elemento ideológico andou à solta no campo concursal. Da intervenção inicial, só restou o artigo 47, que fixou o princípio geral de direito que deveria comandar o instituto, obrigando-se, em virtude da hierarquia das leis, as normas seguintes adequarem-se ao princípio geral. Não foi o que aconteceu: as normas deturparam o princípio, superando-o. O que prevaleceu, e é o que se vê claramente, foram os interesses dos bancos, os interesses financeiros, e a lógica do Fisco.

A

força, o poderio dos bancos, é um fato que não se pode negar. Principalmente em certos governos que pretendem assenhorear-se de todo o poder para instalar uma república sindicalista, socialista (de Estado). E essa ideologia, que já se manifestara nas tentativas de fechar a boca da imprensa e do Ministério Público; o enquadramento do ju-

diciário e os últimos ataques “à la Fidel Castro” contra os advogados, numa torpe tentativa de desmoralizar mais um dos elos da cadeia da justiça. O artigo 47 transformou-se não em instituto de recuperação de empresa, mas em instituto de liquidação de empresas e de expulsões de empresas do mercado. Ainda que o conceito de recuperação da empresa possa indicar, também, a necessidade de expungir do mercado aquelas empresas deficitárias e já sem condições de recuperar-se. Mas o que se vê, e depreende-se das normas lá expostas, é a refugação de todas as empresas, já de início, com os problemas fiscais permanecendo, exclusão do concurso de vários créditos, quase todos com origem em operações bancárias. E se já não bastasse, o infeliz empresário, médio e pequeno, que ingressar em Juízo numa ação de recuperação, além do enorme risco de quebra, por força de interesses de concorrentes ou de especuladores, ficará numa roda viva, cercado de administradores, comitê de credores e assembléias. É material e juridicamente impossível ao pequeno e médio empresário valer-se da lei, nos termos em que está posta. Somente as grandes empresas poderão valer-se dela, e assim mesmo numa medida extrajudicial, não só pela sua grande estrutura, mas porque virão à praça ancoradas por um banco ou alguém de grande importância no mercado.

A Exterminadora de Cabra Safado. Por Abê.

A PF era uma polícia exemplar. Até chegar o PT.

FRANCISCO ANÉAS, MICRO-EMPRESÁRIO ANEAS@ANEASCESTAS.COM.BR

governos, até que um dia everino é uma página alguém com a corda no S virada. Pena que ele tenha tomado tanto tempo da pescoço grita: "Fulano

S aiu levando uma boa aposentadoria

S

om a prática de um C estelionato eleitoral, as esquerdas chegaram ao

JOÃO PATRÍCIO, SÃO PAULO, SP JBPATRIC@UNISYS.COM.BR

HÉLIO DA SILVA NUNES E TACIANO DA SILVA NUNES, DO ESCRITÓRIO HÉLIO DA SILVA NUNES & ADVOGADOS

C adeia longe do PT

Brasil só vai se libertar do círculo desastroso em que está enredado (altos juros, câmbio valorizado e baixo crescimento) quando o governo tiver coragem finalmente de aprofundar o ajuste fiscal. Foi exatamente porque não teve a coragem de completar a reforma monetária iniciada com o Plano Real que governo FHC encerrou seus dois mandatos com a economia estagnada, dívidas constrangedoras (interna e externa) e os mais altos níveis de desemprego de nossa história republicana. Trinta e dois meses depois, mesmo às voltas com todo esse imbróglio político, a economia brasileira readquiriu algumas das condições necessárias (embora não suficientes) para reencontrar o desenvolvimento. ão plenamente identificáveis os obstáculos para iniciativas dessa natureza, mas vou continuar insistindo que o caminho da liberdade passa por um choque

.

recebeu duzentos milhões para campanha, não saiu candidato e não devolveu o dinheiro". Sem contar que o Severino, acusado de falcatruas, saiu levando com ele uma boa aposentadoria, quase trinta vezes maior da que recebe um trabalhador comum no País.

É

bastante doloroso verificar que a nova lei tenha equiparado o falido a um trombadinha de esquina ou ladrão comum, tamanhas são a penalidades propostas e a sumariedade para a defesa do acusado, o que contraria frontalmente a norma constitucional da ampla defesa. A esperança, que se esvaiu da lei nova, voa agora para o Judiciário, esperando que ele dê ao instituto uma compreensão à altura da sociedade produtiva brasileira e não a que está expressa com toda clareza, e evidencia, no inteiro teor da Lei de Recuperação de Empresas, que já foi, até, nominada da “Lei de recuperação de créditos bancários”, por um magistrado e jurista, comentando a nova lei, em livro recentemente lançado.

Severino, página virada.

nação, atravancando o progresso, como sempre fez em seu estado (Pernambuco). Foram 40 anos explorando a ignorância do sofrido povo que vê na migração para os grandes centros do sudeste a saída para suas vidas. Enquanto isso, nem toma conhecimento dos milhões que seus políticos dizem gastar com campanhas, ou que receberam para apoiar

O

governo. Mas elas não querem apenas um governo temporário, elas querem o poder totalitário. Para isso, compram o inimigo com mensalão e necessitam de um poder político de repressão armado para intimidar os que não estão no governo. As esquerdas escolheram uma instituição honrada e de prestígio, a famosa Polícia Federal; escolheram minuciosamente os delegados em que podiam confiar e aumentaram os seus efetivos, aos quais doutrinaram segundo interesses do partido. Transformaram a respeitada e confiável Polícia Federal em uma Polícia Política e Partidária, o que mais cedo ou mais tarde a nivelará com as polícias estaduais que atualmente trabalham para elas próprias ou para quem as paga em espécie ou em vantagens políticas. No cenário de um Estado imerso na corrupção, ineficiente, que não serve à própria sociedade, um Estado que deixou de ser público para servir ao privado, ao crime organizado e aos políticos profissionais. Assistimos a cenas cinematográficas da PPP do PT, prendendo empresários e políticos adversários, como se os homens do governo não possuíssem caixa 2 e não tivessem conta secreta no exterior. Estão equivocados os que dizem que existe repórter da Globo no meio da PF: é o mesmo patrão! Não é a sociedade e muito menos os pagadores de impostos.

P equeno empresário não pode valer-se da lei

.

ANTONIO DELFIM NETTO SEM PRESSA...

Vou pegar uns vestidos velhos lá em casa, mas não vou ser mais respeitada por isso. VEREADORA SONINHA, DO PT, QUE PODERÁ APOSENTAR SEUS JEANS E CAMISETAS NO PLENÁRIO SE A

CÂMARA MUNICIPAL APROVAR PROJETO DO VEREADOR ÁTILLA RUSSOMANNO, DO PP, JÁ CONHECIDO COMO

LEI SONINHA.

É muito difícil investir hoje com a taxa atual e competir com países onde o custo do investimento é extremamente baixo

Lula tem como convencer os agentes que seu governo vai reduzir a relação Dívida/PIB fiscal absolutamente transparente, que empenhe todos os segmentos do governo, sem exceção. Se quiser exercer a condição de liderança, o presidente Lula tem como convencer os agentes econômicos que seu governo vai reduzir a relação Dívida/PIB, seja perseguindo o objetivo de eliminar o déficit nominal, seja por outro meio qualquer. É preciso usar a credibilidade de sua política econômica para levar o mercado a antecipar uma redução importante e definitiva da taxa de juro real de curto prazo, construindo as

condições para a venda de papéis pré-fixados e de prazos mais longos, dentro de uma curva de juro normal como os papéis soberanos do Brasil no exterior. Daí para a frente não haverá motivos para que a taxa de juro anual real de 30 dias seja superior a 3% ou que os papéis de 10 anos paguem mais do que 8% ou 10%.

A

partir do primeiro movimento de redução da taxa Selic, com a inflação convergindo para um nível inferior à própria meta, não há mais razões para manter a ciranda de altos juros que aumenta a dívida interna, dificulta os investimentos, sobrevaloriza o câmbio, atrapalhando as exportações, eterniza o crescimento medíocre da economia e sustenta níveis indecentes de desemprego. Aturamos as maiores taxas de juro do mundo por um

Se a queda dos juros for nesse ritmo, vamos esperar 10 anos para sermos um país normal. período demasiado longo, 10 anos! Mesmo com este início de baixa, temos hoje uma taxa de juro real de 14%, sem muita perspectiva de redução rápida: se nos guiarmos pelas expectativas capturadas pelo boletim Focus que o Banco Central publica, devemos contar com uma taxa Selic de 18% no final de 2005; com inflação de 4.5%, ainda teremos uma taxa de juro real da ordem de 13.5%, o que nos manterá no topo da estatística dos maiores juros do mundo!

P

ara 2006 as perspectivas são terríveis, pois apontam para uma taxa de juro real de 12% ao final do ano, o que significa que se aceitarmos esse ritmo, sem nenhuma pressa, vamos ter que esperar 120 meses ou 10 anos para voltar a ser um país normal , quer dizer igual aos países nossos competidores que pagam 3% ao ano de juro real ... DEP.DELFIMNETTO@ CAMARA.GOV.BR

PAULO TIGRE, PRESIDENTE DA

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO RIO GRANDE DO SUL (FIERGS), PEDINDO A REDUÇÃO DA TJLP, ATUALMENTE EM 9,75%, NA PRÓXIMA REUNIÃO DO

CONSELHO MONETÁRIO

WWW.DCOMERCIO.COM.BR E-MAIL PARA TEXTOS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS (011) 3244-3544, 3244-3046 , Fax (011) 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL (011) 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax (011) 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL (011) 3244-3344, 3244-3983


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poLítica

POLÍTICA - 3

ELEIÇÃO PETISTA INDEFINIDA. BERZOINI BUSCA ANTIGOS ALIADOS. Patrícia Santos/AE

Fábio Motta/AE

Patrícia Santos/AE

Eymar Mascaro

Impeachment

O

principal motivo que leva Lula a tentar evitar que um oposicionista chegue à presidência da Câmara é o medo de responder a um processo de impeachment. O PFL é o partido que mais trabalha para comprometer o governo (já virtualmente comprometido) com atos de corrupção. O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen, não esconde seu desejo de pegar Lula de calça curta. As oposições dizem que não pensam no impeachment do presidente, mas trabalham na direção de apurar o envolvimento do governo nas falcatruas praticadas pelo PT. O que é natural. As investigações realizadas pelas CPIs estão chegando no governo. As oposições acham que é nebulosa a origem do dinheiro do valerioduto que o PT esparramou nos quase três anos do governo Lula. Querem saber de que cofre saiu o dinheiro. As oposições desconfiam que houve malversação com as reservas do fundo de pensão. Por tudo isso, Lula já colocou a barba de molho. Se pudesse colocaria na presidência da Câmara um deputado aliado, mas sabe que se PSDB, PFL e PMDB se unirem elegem o sucessor de Severino Cavalcanti.

IMPEACHMENT 3

A nota de Afif esclarece que, "tão logo estourou a crise com as denúncias contra o então presidente da Câmara Severino Cavalcanti, o aconselhamos a licenciar-se do cargo – assim como fez, no governo Itamar Franco, o ministro Henrique Hargreaves – para não atrapalhar os trabalhos na Casa. A nação não agüentava e não agüenta mais esperar." Ainda segundo a nota, "se isso está sendo colocado como conspiração, afirmamos que se trata de puro delírio de um parlamentar cujo partido está atolado na lama."

PERSEGUIÇÃO NÃO

O próprio Thomaz Nonô garantiu, com todas as letras, que se for eleito à presidência da Câmara pretende arquivar os processos contra Lula, por considerá-los desnecessários. Também não daria guarida, por exemplo, se intempestivamente algum deputado encaminhasse um pedido de impeachment por questões políticas.

EMPURRÃO

Renan Calheiros, presidente do Senado, sai em socorro de Michel Temer. Ele começou a atuar junto a Lula para que o governo assimile a candidatura do peemedebista. É melhor para o governo do que ver no cargo Thomaz Nonô.

ADVERSÁRIOS

Renan, contudo, olha também para o seu futuro político. Como ele, Nonô também é de Alagoas. A eleição de Nonô para a presidência da Câmara poderia fortalecer sua candidatura ao governo alagoano em 2006.

PETISTAS

Apesar de considerar difícil a tarefa de fazer o sucessor de Severino Cavalcanti na presidência, o PT decidiu lançar o nome de Arlindo Chinaglia. Mas o partido, ao mesmo tempo, discute um nome de consenso entre as legendas.

NA MESA

Michel Temer e Thomaz Nonô estão prometendo ao PT a 1ª vice-presidência na

Mesa. Para o PT é um bom prêmio de consolação porque o partido não tem cargo na mesa diretora. Com a eleição de Severino Cavalcanti, o PT ficou fora da mesa.

CAMPANHA Depois de renunciar à presidência da Câmara e ao mandato de deputado, Severino Cavalcanti vai iniciar imediatamente sua campanha para voltar ao Congresso em 2007. Sua campanha começa por sua cidade, João Alfredo, em Pernambuco, que na quartafeira mostrou-se dividida entre o apoio ao seu filho ilustre e a comemoração por sua renúncia.

em coro cerca de mil manifestantes no centro do Rio, segundo a Polícia Militar. A passeata contra a política econômica e a corrupção foi dominada por bandeiras do P-SOL, PSTU e PDT. Presente no ato de repúdio, o deputado João Batista de Araújo (P-SOL-PA), o Babá, defendeu publicamente a convocação de um plebiscito para decidir sobre a permanência de Lula na presidência da República . (AE)

PT: "SÓ DEUS SABE QUEM VAI PARA O SEGUNDO TURNO." Q Monica Zarattini/AE

uem vai enfrentar Ricardo Berzoini no segundo turno das eleições do PT para definir seu novo presidente ainda é uma grande incógnita. Faltando cerca de cinco mil votos para serem apurados, diminui a cada dia a diferença e n t r e Va l t e r P o m a r ( c o m 42.196 votos) e Raul Pont (com 41.319 votos). O resultado final só deve ser anunciado na próxima semana, segundo o coordenador das eleições, Francisco Campos. "Só Deus sabe quem será o segundo colocado", afirma Campos. Os votos dos diretórios petistas do Maranhão, da Bahia e de Minas Gerais - onde a apuração ainda não ultrapassou 80% - podem definir as eleições juntamente com os pedidos de impugnação das urnas.

Berzoini (ao centro), entre seus adversários: Pomar (à esq.) ou Pont (à dir.).

Em todo o país, já foram apresentados 15 pedidos de impugnação. Talvez a mais importante seja uma de São Paulo, que pede o cancelamento dos votos do diretório da Capela do Socorro, onde foram computados 1.922 votos para Pomar, dos 1923 registrados. O

pedido foi feito devido ao transporte ilegal de eleitores. "A diferença é muito pequena. Nunca vi uma eleição tão acirrada como essa. A diferença entre o segundo e terceiro colocado não vai chegar a 200 ou 300 votos", disse Campos. Segundo ele, de um total esti-

mado de 825 mil petistas cadastrados para votar, cerca de 310 mil compareceram às urnas. Até a tarde de ontem tinham sido apurados 304.914 votos. Na Bahia foram apurados 78,4% dos votos e em Minas Gerais foram computados apenas 71,4% dos votos. Nesses colégios eleitorais reside a esperança dos partidários de Raul Pont. Mas a favorita nesses locais é Maria do Rosário. A esperança dos apoiadores de Pont é tão grande que eles passaram o dia de ontem mandando mensagens de texto pelos telefones celulares dizendo que Pont iria vencer. "Isso é ruim para o segundo turno. O pessoal do Pomar não gostou. Se quiserem vencer o Berzoini precisam se unir e esse episódio dificulta", diz Campos. Fernando Lancha

ANDANÇA Severino vai viajar todo o estado de Pernambuco em campanha. Voltar à Câmara é ponto de honra para ele. Severino quer desmanchar a idéia de que teria se corrompido no exercício do mandato. Vai dizer aos eleitores que foi vítima da maldade das oposições.

BERZOINI TENTA AFINAR ALIANÇAS NO ESCURO À espera do adversário, Ricardo Berzoini, do Campo Majoritário, faz de tudo para conquistar antigos aliados, o Movimento PT e o PT de Luta e de Massa (PTLM), usando como argumento central a reeleição do

presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com apoio deles, sua chapa costumava obter vitórias esmagadoras. Desde o início da crise, porém, essa maioria se dissolveu. E a chapa que obteve 52% dos votos em 2001, de-

verá fechar com 43% a 45%. Ontem, após reunião com 60 dirigentes nacionais, o Movimento PT decidiu por unanimidade oferecer apoio a qualquer um dos finalistas da oposição: a Articulação de Esquerda ou a Democra-

DEFESA O advogado de José Dirceu, José Luiz Oliveira Lima, estuda a forma de recurso que deve encaminhar à Justiça contra a decisão do Conselho de Ética da Câmara, que não aceitou retirar o processo de cassação do mandato do exministro.

RETIRADA Até agora, nem a oposição entendeu qual foi a estratégia de Jefferson de pedir ao seu partido, o PTB, que retirasse do Conselho de Ética o processo contra Dirceu.

O TROCO O PTB, segundo seu líder José Múcio, não votaria em nenhum candidato do PT à presidência da Câmara. Os petebistas querem vingar Jefferson. O PTB acha que foi forte o lobby do PT pela cassação do mandato de Jefferson.

NA MESMA O prefeito José Serra reafirmou ontem que não deixará a Prefeitura para concorrer à Presidência da República em 2006. Apesar de o prefeito estar tecnicamente empatado com Lula no 1º lugar, segundo pesquisa do Ibope para a CNI.

PROJEÇÃO O Ibope não projetou a pesquisa para o 2º turno. Mas, apenas Serra empataria com Lula, se a eleição fosse hoje. O petista bateria nas urnas qualquer outro adversário. Contra Alckmin, por exemplo, Lula teria 35% dos votos contra 14% do governador, no 1° turno.

DC

IMPEACHMENT 2

O presidente da Associação Comercial de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, contestou ontem a entrevista dada à Jovem Pan pelo deputado petista Fernando Ferro (PE), segundo o qual Afif teria sugerido a Severino uma licença médica, para permitir ao pefelista Thomaz Nonô desengavetar processos de impeachment contra Lula.

CARIOCAS VÃO ÀS RUAS CONTRA A CORRUPÇÃO – "Lula sabia, PT ladrão, rouba do povo pra botar no cuecão", cantaram

cia Socialista. Restou a Berzoini procurar o PTLM, mesmo se Valter Pomar - que teve o apoio da corrente - for para o segundo turno. E buscar grupos ligados à Marta Suplicy que votaram em branco ou em outra chapa.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.POLÍTICA

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de setembro de 2005

PRESIDENTE DO RURAL DIZ QUE EMPRESÁRIO ERA UM "FACILITADOR" ENTRE O BANCO E O GOVERNO

VALÉRIO INTERMEDIAVA RURAL E DIRCEU Ed Ferreira/AE

A

presidente do Ban- teve presente, além do vice- para repassar para políticos o co Rural, Kátia Ra- presidente da Instituição, José dinheiro sacado do banco. Ela disse que, embora o bello, disse ontem Augusto Drumond. Cúpula - Um ano depois, em banco tivesse conhecimento que o empresário Marcos Valério de Souza era agosto de 2004, Valério voltou das operações de Valério, não um "facilitador" de negócios a agendar um encontro da cú- foram levantadas suspeitas para o banco no governo por- pula do Rural com o então mi- sobre possíveis ilegalidades. que tinha forte ligação com pe- nistro, em uma de suas viagens Segundo Kátia, os saques em tistas e com o governo federal. a Belo Horizonte. Desta vez, a dinheiro provocavam certo "Ele era um marcador de en- pedido do próprio Dirceu, foi incômodo, mas, para o banco, contros", disse a banqueira. Se- realizado um jantar, no qual es- a responsabilidade das transgundo ela, foi Valério quem tiveram presentes Kátia, um ferências "cabia ao cliente" agendou os encontros formais diretor do Rural e Valério. No- (Valério). Ex-mulher - Outra questão e informais da direção do ban- vamente, o assunto de interesco mineiro com o então minis- se do Rural era a liquidação do levantada foi o empréstimo à segunda ex-mulher de tro da Casa Civil, José Dirceu, Angela SaragoDirceu (PT-SP). Os saques em dinheiro za, supostamente a pediArrolada como testeprovocavam certo do de Valério. Kátia disse munha pelo relator do incômodo, mas, para o não ter conhecimento de processo contra Dirceu nenhum pedido do emno Conselho de Ética, banco, a responsabilidade das presário em favor da Kátia disse que o banco transferências "cabia ao operação. Mas recordatinha interesse específico cliente" (Valério). se de que o então presinas conversas com DirKátia Rabello, dente do banco ligou paceu - a liquidação do Banpresidente do Banco Rural. ra uma das agências de co Mercantil de PernamSão Paulo para determibuco -, mas também hanar que o empréstimo fosse feivia o desejo de manter um ca- banco pernambucano. nal de interlocução com o Segundo Kátia, em nenhu- to. A executiva garantiu que o governo federal. ma dessas oportunidades ela empréstimo de cerca de R$ 40 O primeiro encontro da cú- ou um dos participantes fize- mil foi normal e que as parcelas pula do Rural com Dirceu, se- ram qualquer menção sobre os estão sendo quitadas "religiogundo Kátia, foi logo no início empréstimos que o Rural con- samente em dia". Para o advogado de Dirceu, de 2003 e na ocasião teve a par- cedeu ao PT e a Marcos Valério, ticipação do fundador da insti- para ser repassado ao partido. José Luis Oliveira, o depoituição, José Sabino Rabelo, paAmigo pessoal de Valério, mento de Kátia provou de vez ra tratar tanto da liquidação do Drumond, segundo Kátia, foi que o ex-ministro não teve banco pernambucano quanto quem acertou pessoalmente qualquer envolvimento ou tede um projeto de interesse do de todos os empréstimos que ve conhecimento do empréstiRural na exploração de mió- agora estão sendo questiona- mo de R$ 3 milhões captado bio, um mineral. Em seguida, a dos e investigados. Ela tam- pelo PT junto ao banco. "O depoimento foi muito própria presidente do Rural te- bém disse desconhecer que a ve uma audiência com o minis- gerente da empresa de Valério, bom. É uma prova testemutro, no Palácio do Planalto, pa- a SMP&B, Simone Vasconce- nhal do não envolvimento de ra tratar do mesmo assunto e, los, fizesse uso de uma sala na José Dirceu no caso." ( A g ê nna ocasião, Valério também es- agência do banco, em Brasília, cias)

A própria presidente do Rural teve audiência com Dirceu, no Planalto, com a presença de Valério.

Joedson Alves/AE

CPIs adiam depoimentos de Tolentino, Greenhalgh e diretores da Beta. CPMI dos Correios reconvoca ex-chefe da estatal Maurício Marinho, pivô da crise. O publicitário Duda Mendonça, da DM9, confirmou ter recebido dinheiro de Marcos Valério no exterior. Os repasses, segundo ele, eram para pagar dívidas do PT, das campanhas eleitorais de 2002. Valério negou a versão de Duda.

Palmieri

Osório Batista

Jefferson

Lamas

Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB, depôs no dia 16 de agosto na CPMI do Mensalão e revelou que esteve em Portugal com Marcos Valério para obter recursos da Portugal Telecom para pagar dívidas do PT e do PTB.

Antônio Osório Batista, diretor afastado dos Correios por ter sido citado por Marinho na gravação. Depôs na CPMI e afirmou que Jefferson pediu dinheiro aos diretores da estatal para fazer caixa de campanha.

A Câmara cassou o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que perdeu os seus direitos políticos até 2015, por 313 votos a favor e 156 contra. Ele foi cassado por quebra de decoro parlamentar, tráfico de influência e crime eleitoral.

O ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, confirmou em depoimento à CPMI do Mensalão que foi algumas vezes a Belo Horizonte buscar dinheiro a pedido do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.

Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério. Depôs na CPMI e contestou as versões de seu ex-patrão para os grandes saques bancários. De olho numa das 513 cadeiras da Câmara, Karina se filiou ao PMDB e pretende se candidatar à deputada federal em 2006.

Genoino

Jefferson

Duda

Roosewelt Pinheiro/ABr

Karina

Roosewelt Pinheiro/ABr

Galeria de personagens Roosewelt Pinheiro/ABr

tos assinados por ele pouco antes de sua demissão, que ocorreu em junho. Segundo o parlamentar, as empresas Visa Transportes e Rodoviário União foram beneficiadas com aditivo de R$ 10 milhões; e a TAS Linhas aéreas, com aumento de contrato no valor de R$ 338 mil. O ex-diretor respondeu que sua assinatura nos aditivos foi "mera formalidade", pois a decisão já havia sido tomada pela diretoria colegiada dos Correios. Filiação - Madureira afirmou que não é filiado a nenhum partido político e que só teve um contato com o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira. Ele também negou que tenha conhecido o ex-deputado Roberto Jefferson. Sobre os contatos com o exchefe dos Correios Maurício Marinho, Madureira disse que não tinha relação funcional com ele em Brasília. Afirmou que seu contato era o então diretor de Administração dos Correios, Antônio Ozório, ao qual Marinho estava subordinado. Ele admitiu, porém, que chegaram a trabalhar juntos mesma época no Pará, em 1991. Rescisão - A direção dos Correios decidiu ontem rescindir o contrato da estatal com a agência de publicidade SMP&B, que pertence ao emp re s á r i o M a rc o s Va l é r i o . (Agências)

Mendonça

Marcos Valério, dono da SMP&B e da DNA. Movimentação bancária mostra saques de vários políticos e assessores, num total de R$ 55 milhões. Disse na CPMI do Mensalão que o aval de Dirceu foi confirmado por Delúbio.

Valter Campanato/ABr

E

m depoimento na sub-relatoria de contratos da CPMI dos Correios, o ex-diretor de Operações da estatal Maurício Madureira admitiu ontem que havia "indícios" de que os preços cobrados pelas empresas responsáveis pela rede postal noturna eram "muito altos". Ele disse que, já em abril de 2003, criou um grupo de trabalho para fazer uma avaliação preliminar dos preços. Dois meses depois, o então presidente dos Correios, Airton Dipp, teria formado outro grupo para fazer uma revisão geral dos contratos com a assessoria do brigadeiro Venâncio Grossi. "A relação dos Correios com o brigadeiro é altamente suspeita, pois Grossi é tido como um lobista com interesses nas concorrências da empresa", protestou o deputado Silvio Torres (PSDB-SP). Madureira garantiu que não participou da revisão do contrato da empresa Skymaster, que fazia transporte aéreo de cargas para os Correios e é acusada de ter sido beneficiada na licitação do serviço, apesar de ter apresentado preços superfaturados. "Todo o processo foi conduzido pela presidência dos Correios", afirmou o ex-diretor à comissão. O deputado Silvio Torres (PSDB-SP) perguntou a Madureira sobre aditivos de contra-

Valério

Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Assumiu ter negociado cargos; saiu do PT, depois da descoberta de que ganhou um Land Rover da GDK . Valério disse que ele sabia dos empréstimos repassados ao diretório nacional.

Roosewelt Pinheiro/ABr

MADUREIRA DIZ QUE HAVIA SINAIS DE CORRUPÇÃO

Pereira

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, se recusou a nomear sacadores das contas de Valério na CPMI dos Correios. Na CPMI do Mensalão, ele não explicou pagamentos a Duda e disse que José Dirceu não negociou dívidas do PT.

Valter Campanato/ABr

"Preços das empresas de rede postal noturna eram altos demais"

Delúbio

Gushiken

Genu

Toninho

Ferreira

Guimarães

Costa Neto

Genoino

Marcos Vinícius Ferreira, genro de Roberto Jefferson e suposto canal do PTB com os Correios. Senado estuda pedir a quebra de seu sigilo bancário. A CPMI dos Correios ainda não remarcou seu depoimento.

O ex-presidente do Banco Popular do Brasil Ivan Guimarães negou à CPMI dos Correios que sua indicação para o cargo no banco tenha sido feita pelo PT. Ele anunciou aos integrantes da comissão que vai se desfiliar do PT.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, se recusou em seu depoimento à CPMI da Compra de Votos a revelar nomes de empresas e pessoas físicas para as quais teria repassado supostos R$ 6,5 milhões recebidos de Marcos Valério.

O ex-presidente do PT José Genoino depôs na CPMI do Mensalão e disse que desconhece a existência de caixa 2 no partido e que o PT não compra votos em troca de aprovação de projetos de interesse do governo.

Gushiken

Salmeron

Toninho da Barcelona

Marinho

Luiz Gushiken, chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Acusado de usar influência sobre os fundos de pensão de estatais, Gushiken depôs na CPMI dos Correios e negou as acusações.

Roberto Salmeron, ex-presidente da Eletronorte e ex-vice-presidente dos Correios. De acordo com o depoimento de Osório Batista, Jefferson e Salmeron teriam assistido à gravação um dia antes de ter sido divulgada à imprensa.

O doleiro Antônio Oliveira Claramunt negou que tenha prestado serviços ao PT ou a outros partidos, Mas, no mês passado, disse que operava para o PT durante a campanha de 2002, trocando dólares por reais.

Maurício Marinho, ex-chefe de Contratação e Administração dos Correios. Foi flagrado em gravação recebendo propina de R$ 3 mil. Foi demitido por justa causa mas, como está de licença médica, continua recebendo salário de R$ 10 mil.

Gonçalves

Genu

Dipp

Marschner

Luiz Otávio Gonçalves, diretor da Skymaster, admitiu que pediu ajuda de Silvio Pereira para evitar que sua empresa perdesse o contrato com os Correios. A CPMI dos Correios ouviu também outros três representantes da empresa.

João Cláudio Genu, ex-assessor de José Janene (PP-PR). Ele negou que tenha recebido mais de R$ 4 milhões que Valério diz ter dado a Janene, mas admitiu que poderia haver mais dinheiro do que os R$ 700 mil declarados nos recibos do banco.

Airton Dipp, ex-presidente dos Correios, confirmou na CPMI dos Correios encontro com Silvio Pereira e a influência de Luiz Gushiken na estatal, através da nomeação de três dos cinco membros de uma comissão de análise de publicidade.

Haroldo Marschner, um dos donos da Precision Componentes. Ele disse que teria recebido pedido de suborno de Maurício Marinho, para poupar a sua empresa da aplicação de multa por atraso na entrega de material.

PASSO-A-PASSO DAS INVESTIGAÇÕES

CPMI do Mensalão

Conselho de Ética

CPI dos Bingos

Em depoimento de 12 horas à sessãoconjunta das CPMIs do Mensalão e dos Correios, o banqueiro Daniel Dantas negou ter dado dinheiro ao esquema que beneficiou partidos, entre eles o PT. A comisssão aprovou a convocação do procurador do Citigroup Sérgio Spinelli Silva, mas ainda não marcou a data.

Ontem, a presidente do Banco Rural disse que Marcos Valério era um "facilitador" de negócios para o banco no governo. O conselho não vai interromper os processos mesmo se o PTB retirar as representações por quebra de decoro parlamentar contra os deputados José Dirceu (PT-SP) e Sandro Mabel (PL-GO).

A CPI transferiu para quarta-feira da semana que vem o depoimento que o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) prestaria ontem. Greenhalgh foi convidado para falar sobre a morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel. Ele foi citado por João Francisco Daniel, irmão do ex-prefeito.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.IMÓVEIS

GOVERNO LULA É O MELHOR PARA O MERCADO IMOBILIÁRIO

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de setembro de 2005

Fotos: Patrícia Cruz/Agência Luz

É o que pensa Romeu Chap Chap, presidente do Secovi-SP, sindicato que representa as empresas de compra, venda e administração de imóveis. Para ele, vontade política faz mercado crescer perto de 25% este ano.

À

frente de um dos maiores sindicatos do setor de habitação no Brasil há cinco anos, o engenheiro civil e empresário Romeu Chap Chap entra no quinto mandato com muitas conquistas a comemorar. A principal delas é a reativação do financiamento imobiliário no País, que via como principal entrave ao desenvolvimento do setor. "Nunca tivemos no Brasil tantos recursos disponíveis para empréstimos voltados à casa própria quanto em 2005", afirma Chap Chap, dono de construtora que leva seu nome.

Ele credita essa importante mudança na situação do setor à vontade política do governo Lula, que considera o melhor governo de todos os tempos na visão do mercado imobiliário. Segundo ele, a equipe econômica de Lula foi eficiente ao elaborar, no ano passado, um projeto de lei que oferecia garantias para os bancos voltarem a destinar os recursos da poupança para o financiamento imobiliário. Em São Paulo, Chap Chap está à frente de discussões com a Prefeitura para garantir condições adequadas para os incorporadores.

O senhor acaba de se reeleger presidente do Secovi-SP, entidade que dirige desde 2000. O que mudou no mercado imobiliário nesses cinco anos? Já em 2000 dizia que que um dos principais entraves ao desenvolvimento do mercado imobiliário no Brasil era a falta de financiamento bancário para a construção e também para a compra da casa própria. Começamos, então, uma grande batalha na esfera federal para garantir a retomada dos financiamentos imobiliários no País, que praticamente estavam extintos desde o governo Collor, quase dez anos antes. O governo Fernando Henrique pouco fez nessa área. Depois de muita briga, hoje estamos em situação mais confortável.

Como as entidades conseguiram reavivar os financiamentos? O caminho foi longo. Especificamente durante o governo Fernando Henrique, é bom lembrar que a política econômica estava calcada basicamente em aumentos constantes de arrecadação para pagamento da dívida pública. Nesse ambiente, era difícil convencer o governo da importância do incentivo à construção imobiliária. Mas conseguimos levar a Brasília nossas propostas. Nossa primeira vitória foi uma resolução do Conselho Monetário Nacional que obrigou os bancos a devolver, sob a forma de financiamentos, quase R$ 30 bilhões em depósitos de poupança que não haviam sido aplicados conforme determinava a legislação, em um prazo máximo de 100 meses. Esse foi o primeiro sopro de alívio.

CRECI 51361

DC

Essa boa receptividade continuou no governo Lula? Não só continuou como melhorou muito. Fui convidado para participar do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social e, nessa esfera, consegui levar ao governo a idéia de que a habitação teria de ser tratada como assunto de interesse nacional. A partir daí conseguimos acesso direto ao ministro da Fazenda, que nos chamou a Brasília. Depois desse encontro, nasceu em 30 dias um projeto de lei, enviado ao Congresso em 4 de março de 2004. Nesse momento, o mer-

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cado imobiliário soube que encontrara no governo Lula o que sempre faltara a outros governos para tentar resolver o problema da habitação, que é vontade política. Como era o projeto? Estabelecia regras para pontos importantes, como o incontroverso. Essa questão, por sinal, é muito significativa. Como a legislação permitia que os mutuários que estavam na Justiça para discutir a correção monetária dos contratos deixassem de pagar suas prestações enquanto o processo corria, o financiamento deixou de ser interessante para os bancos, que teriam de esperar o fim da discussão para receber o dinheiro. O projeto mudou essa situação, determinando que o mutuário pague o principal da dívida enquanto discute judicialmente os juros e a correção monetária. Com essa mudança, os bancos se sentiram mais protegidos contra eventuais prejuízos e ficaram com mais vontade de emprestar. O projeto foi bem elaborado porque levou em consideração que não adianta apenas obrigar, por decreto, o banco a financiar sem dar condições adequadas para a instituição financeira levar adiante esse tipo de operação.

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O projeto surtiu efeito? Sim, o mercado voltou a fervilhar, os bancos começaram a

aumentar os volumes disponíveis para financiamento. A atual política econômica, como a anterior, se apóia em juros altos para manter consumo e inflação sob controle. Mas a diferença é que, paralelamente, inclui medidas de incentivo ao crédito. Embora tenha uma política econômica muito parecida no que se refere ao combate à alta da inflação, o governo Lula foi muito além do governo Fernando Henrique no que diz respeito ao incentivo a

Se alguém me perguntar o que eu acho do governo Lula, vou responder que, para o mercado imobiliário, é o melhor governo do mundo. O resto eu não discuto. atividades econômicas importantes como a construção para moradia. O senhor diria que os avanços recentes do mercado se devem à vontade política do governo? Sem dúvida nenhuma. Se alguém me perguntar o que eu acho do governo Lula, vou responder que, para o mercado imobiliário, é o melhor governo do mundo. O resto eu não discuto. Sabemos que a crise

política levantou uma série de questões de corrupção, mas isso tem influência bastante limitada sobre o mercado imobiliário por enquanto. O que importa para nosso segmento é o resultado. E resultados das ações recentes do governo Lula não faltam. Além de mexer com as estruturas do financiamento imobiliário, o governo consegue incentivar a aplicação de mais recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço em habitação. O orçamento do FGTS que a Caixa Econômica Federal tem disponível para financiamentos imobiliários nunca foi tão vultoso (são R$ 10 bilhões para 2005). Considerando todas as fontes disponíveis, nunca houve quantidade tão grande de recursos para o financiamento à habitação. A maior vitória do setor nos últimos anos foi saber que as intenções do governo saíram do discurso para a prática. Então o mercado está de vento em popa? Quanto deve crescer? Na esfera federal, diria que o mercado imobiliário está no melhor dos mundos. Não significa que não haja nada mais a fazer, sempre surgem obstáculos. Mas, nesse governo, temos linha aberta para levar as idéias e reivindicações do setor. É claro que o mercado passa por sobressaltos, mais ligados, desta vez, à queda de renda da população e à inquietação causada pela crise política.

Mesmo assim, estimamos que o mercado feche 2005 com um crescimento de 25%. No fim do ano passado, a projeção era de crescimento de 20%. Este ano o mercado em São Paulo ficou praticamente parado por causa de uma regra da Prefeitura que contava os subsolos como área construída, o que inviabilizou novos projetos até que a norma fosse revogada, em julho. O senhor diria que o mercado na cidade

O caso das garagens afetou o mercado porque surgiu quando medidas do governo federal para incentivar o financiamento surtiram efeito poderia ter crescimento ainda mais expressivo se não fossem entraves desse tipo? Na verdade, o mercado enfrenta dificuldades na capital desde 2002, quando passou a valer o novo plano diretor. Desde então há problemas com zoneamento e com o encarecimento dos preços dos terrenos, que acaba elevando o custo para o comprador final. As leis municipais de fato limitam o crescimento do merca-

do. A tendência é de que o produto imobiliário fique com preços cada vez mais altos, pois as incorporadoras vão precisar de terrenos maiores para fazer empreendimentos com as mesmas áreas que faziam antes das mudanças. Para se ter uma idéia, o índice relaciona tamanho do terreno com área construída caiu de 4, para 3 e agora está em 2. Ou seja, uma empresa que comprar um terreno de mil metros quadrados só pode construir nele dois mil metros quadrados. Assim, a matéria-prima terreno vai pesar cada vez mais no bolso do paulistano que quiser comprar um imóvel. O caso das garagens prejudicou o mercado porque surgiu exatamente no momento em que as medidas do governo federal para incentivar o financiamento começaram a surtir efeito. Ou seja, quando o mercado viu que poderia voltar a oferecer produtos para a classe média, segmento que precisa do financiamento para comprar, ficou paralisado pela lei das garagens. Dependemos um pouco da Prefeitura para a redução do tempo de aprovação de novos projetos depois da correção do equívoco das garagens. Mas ainda é tempo e o mercado deve se recuperar ao longo dos próximos meses, já que dinheiro para financiamento no País nunca foi tão abundante e as taxas de juros, tão baixas. Rejane Aguiar


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de setembro de 2005

POLÍTICA - 5

DOLEIRO BIRIGÜI VOLTA A ACUSAR PAULO MALUF. E CONVERSA ENTRE DOLEIROS PODE LIBERTAR EX-PREFEITO?

'A CONTA É MINHA, O DINHEIRO DO MALUF'.

Valéria Gonçalves/AE

"A

Birigüi, em depoimento na PF: "movimentei US$ 161 milhões para ele (Maluf), a pedido do Flávio". Fotos: Vivi Zanatta/AE

FESTAS – Em depoimento à PF, a promotora de eventos Jeany Mary Corner confirmou ter promovido festas para o deputado Virgílio Guimarães (PT-MG). Ela negou conhecer Marcos Valério, mas admitiu ter feito dois eventos (em 2003) pagos por seu sócio.

STF MANTÉM CASSAÇÃO DOS CAPIBERIBE

O Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou ontem um recurso do senador João Capiberibe (PSB-AP) e da mulher dele, deputada Janete Capiberibe (PSB-AP), que contestava a cassação determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral, e manteve a nulidade dos mandatos. Cassados há um ano e cinco meses pelo TSE por suposto envolvimento com compra de votos na eleição de 2002, o casal terá de deixar as cadeiras no Congresso. Conseqüentemente, o STF derrubou uma liminar concedida em 2004 que os mantinha nos cargos. Capiberibe e Janete são aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por maioria de votos, os ministros do STF decidiram não julgar o recurso do casal porque concluíram que a análise implicaria no reexame de provas, o que não é possível, tecnicamente. Antes do julgamento, o advogado dos Capiberibe, Paulo Costa Leite, disse que uma eventual derrota no STF não implica na inelegibilidade do casal de políticos. (AE).

SOLIDARIEDADE À MALUF – O vereador Wadih Mutran (PP), fiel escudeiro do ex-prefeito Paulo Maluf, esteve ontem na sede da Polícia Federal, em São Paulo, para visitar o amigo e aliado político que está preso desde o dia 10 .

INTERNADO, APOLÔNIO PASSA BEM. Internado na quarta-feira no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) da clínica Casa de Portugal, no Rio, com um quadro de insuficiência respiratória, Apolônio de Carvalho, um dos fundadores do PT, recebeu ontem à tarde a visita do ministro da Saúde, Saraiva Felipe, que representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Carvalho, que tem 93 anos, passa bem, mas não há previsão de quando receberá alta. Segundo o diretor do hospital, Silvio Provenzano, Apolônio está com pneumonia. Ontem, ao receber Saraiva Felipe, ele mostrou-se lúcido. "Fi-

cou sensibilizado com o fato de o presidente ter telefonado para saber dele e ainda ter enviado a mim para vê-lo", contou o ministro. "Eu respondi: 'O Brasil lhe deve muito mais do que isso'".

conta é minha, Público, reiterou que "não hou- que durou três meses. A defesa sustenta que a conversa agora mas o dinheiro ve pressão" sobre o doleiro. Liberdade – O diálogo entre revelada indicam que Birigüi era do Maluf", declarou on- Birigüi e o doleiro Richard "foi induzido e pressionado". "Não temos medo da verdatem Vivaldo Alves, o Birigüi, em Oterloo pode tirar Paulo Maluf depoimento ao juiz Paulo Al- da cadeia. O ex-prefeito aposta de, mas receio das deturpações berto Sarno, que conduz proces- no diálogo de 28 minutos e 9 se- fabricadas", desabafou o criso contra o ex-prefeito Paulo gundos entre os dois doleiros minalista José Roberto BatoMaluf e seu filho mais velho, para reconquistar a liberdade chio. "Já era tempo de abrir essa caixa preta, a PF entrega Flávio. "Meu compromisso é perdida há 13 dias. Na conversa – que se deu no CDs inacessíveis e os juízes esexatamente com a verdade. Maluf disse que não me conhece? 11 de julho e foi interceptada tão engolindo transcrições Movimentei US$ 161 milhões pela Operação Hércules, que a parciais, das quais constam para ele, a pedido do Flávio. Eu PF deflagrou para pegar Maluf apenas aquilo que interessa à vou com a verdade até o final. e seu filho Flávio – os doleiros polícia." Batochio fez uma alerconversam abertamente sobre ta: "Os magistrados devem esNão tenho medo." Titular da conta Chanani, do a investigação da PF, os Maluf tar atentos para o fato de que os Safra National Bank de Nova e a situação de Birigüi, que ha- CDs da PF são truncados, ediYork, Birigüi foi interrogado via prestado depoimento dias tados de acordo com interesses por cerca de quatro horas. Ele antes. Ele revela uma parte dos sabe Deus de quem." Gestapo – Por meio de nota, também é réu no processo con- bastidores do inquérito, diz Maluf acusou o delegatra Maluf, acusado por O comportamento do delegado do Protógenes Queiroz lavagem de dinheiro e de ter subornado o doleiquadrilha. A Procuradoda Polícia Federal, Protógenes ro Vivaldo Alves, mais ria da República pediu Queiroz, apoiado por um conhecido como "Biribenefício da delação premiada para o doleiro – ele procurador da República, é criminoso güi", com a promessa de livrá-lo da condenação está colaborando com a e compromete a Polícia Federal como um todo, tentando transformá-la com a delação premiada. investigação. "O próprio doleiro conta Birigüi não quis falar numa Gestapo, como a que havia no sobre o grampo, divulga- nazismo de Adolf Hitler na Alemanha. ao amigo, na gravação, que o delegado disse que do ontem, em que Birigüi Paulo Maluf, em nota ele poderia continuar diz a outro doleiro que exercendo a sua atividaganharia a proteção do delegado caso atribuísse a Ma- que foi "muito bem tratado" na de criminosa que ninguém iria luf algumas movimentações PF e que o delegado Protóge- lhe perturbar", diz o comunifinanceiras que o ex-prefeito nes Queiroz, que presidiu a cado do ex-prefeito. O ex-prefeito de São Paulo, não fez. "A prisão dos Maluf é apuração, lhe teria prometido no texto, comparou a conduta uma truculência inominável, "um presente". um escândalo", protestou O Defesa – A estratégia do ex- do PF, por meio de Queiroz, criminalista José Roberto Bato- prefeito é levar a transcrição com a da Gestapo, a polícia pochio, que defende os Maluf. do diálogo gravado ao Supre- lítica do governo nazista do diA PF informou que todas mo Tribunal Federal, onde tador Adolf Hitler. "O comporgravações foram entregues à seus advogados planejam en- tamento do delegado da PolíJustiça e que a delação premia- trar com novo habeas corpus – cia Federal, Protógenes Queida foi negociada nos termos le- será a terceira investida conse- r o z , a p o i a d o p o r u m procurador da República, é gais. "Não houve nenhuma ile- cutiva da defesa. galidade", endossou o procuraOs advogados tiveram aces- criminoso e compromete a Podor da República Rodrigo de so ao diálogo dos doleiros so- lícia Federal como um todo, Grandis. Para ele, o grampo mente depois que o juiz Paulo tentando transformá-la numa dos doleiros não esvazia a acu- Alberto Sarno, da 2.ª Vara Fede- Gestapo, como a que havia no sação. O promotor de Justiça ral, determinou à PF que entre- nazismo de Adolf Hitler na Silvio Marques, que compõe a gasse todos os grampos reali- Alemanha", completou Maluf frente anti-Maluf do Ministério zados durante o cerco a Maluf, na nota. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de setembro de 2005

NACIONAL - 15

PESQUISA DE ESTIMATIVA DE SAFRA DIVULGADA PELO IBGE APONTA NOVA REDUÇÃO PARA ESTE ANO

Produção de grãos será menor que em 2004

P

rejudicada por problemas climáticos e queda de preços das commo di tie s no mercado internacional, a produção nacional de grãos deve atingir 113,131 milhões de toneladas este ano, 5,23% abaixo da safra de 2004, o que representa uma perda de 6 milhões de toneladas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em seu Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de agosto, a estimativa de safra também é 0,33% inferior à previsão da mesma pesquisa em julho. Ao comentar essa redução, o gerente da pesquisa, Neuton Alves da Rocha, citou como um dos principais fatores a queda na estimativa de produção de milho segunda safra, o milho "safrinha", no estado de São Paulo. "Houve problemas climáticos que prejudicaram a produção no Estado", disse.

JJ Leister/AE

O recuo de agosto também foi provocado pela queda de 2,42% na estimativa de produção do feijão em grão primeira safra, que pode chegar a 1,392 milhão de toneladas, de acordo com o levantamento de agosto. "Mas não foram problemas climáticos que afetaram o desempenho do feijão. Ocorreram ajustes na produção", afirmou. Em julho, a previsão era de 1,426 milhão de toneladas. Soja – Outro produto que não teve o desempenho esperado este ano, por causa de problemas climáticos, foi a soja. As colheitas em estados da Região Centro-Oeste compensou em parte a quebra na safra nos estados da Região Sul, ocorrida no início do ano. A previsão de produção da soja no levantamento de agosto é de 51,127 milhões de toneladas, montante 3,24% acima do registrado na safra de soja do ano passado.

FMI: BRASIL DEFENDE AJUSTE GLOBAL

Problemas climáticos prejudicaram a colheita do milho "safrinha"

Para o IBGE, o comportamento nos próximos meses da colheita do trigo, que ainda não foi completamente colhido, será decisivo para a elaboração de uma estimativa definitiva da safra nacional de grãos para este ano. Conab – O IBGE e a Companhia Nacional de Abasteci-

mento (Conab), órgão do Ministério da Agricultura, estudam unificar suas estimativas de produção de grãos. O coordenador de Agropecuária do IBGE, Flávio Bolliger, diz que as instituições trabalham com amostras similares. A diferença nas previsões decorre de diferenças metodológicas. (AE)

O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo de Rato, disse ontem que a economia mundial se encontra em bases muito sólidas. "O crescimento observado no ano passado, um dos maiores dos últimos anos, deverá continuar neste ano e também em 2006. Ele incitou os Estados Unidos a reduzirem seu déficit fiscal e de conta corrente, e pediu aos líderes na Europa e na Ásia que avancem mais nas reformas estruturais. Rato observou que a disparada nos preços do petróleo

neste ano reforçam a visão de que a alta foi motivada por limitações na produção e oferta, e não em razão do aumento da demanda. Já o secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, disse que o FMI deve se preparar para um ajuste da economia mundial. A solução proposta pelo Brasil é a criação de linhas de crédito preventivo acessíveis com rapidez e sem as complicações dos acordos tradicionais. Desde o ano passado o assunto está na pauta do FMI e acaba de ser incorporado à discussão estratégica de médio prazo. (AE)

ATAS

EDITAIS Edital de Citação. Prazo 20 dias. Proc. 03.021057-2. O Dr. Hamid Charaf Bdine Júnior, Juiz de Direito da 3a. Vara Cível do foro Regional do Tatuapé, FAZ SABER a Jama Comércio de Estivas e Cereais Ltda. na pessoa de seu representante legal, José Soares da Silva Filho, Josemar Nunes Cordeiro e Antônio Braga da Rocha Filho que Alcino da Silva Martins e Maria de Fátima Gonçalves Martins, lhes ajuizaram ação Declaratória, querendo que seja por sentença declarada a inexistência da alteração contratual em sede de Instrumento Particular de 4a. Alteração de contrato social de Jama Comércio de Estivas e Cereais Ltda. registrada na Junta Comercial do Estado de SP. sob NIRE no. 35217011640, registro no. 121.244/01-05 de 11/07/2001, e por conseqüência a inexistência de todos os seu efeitos; e condenando-se os réus nas cominações legais. Encontrando-se os réus em lugar ignorado, foi deferida a citação por edital, para que no prazo de 15 dias, a fluir após o prazo supra, contestem a ação, sob pena de presumirem-se aceitos como verdadeiros os fatos alegados. Será o presente, afixado e publicado na forma da lei. (23 e 26/09/05)

Edital de Citação e Intimação. Prazo 20 dias. Proc. 03.003066-1. O Dr. Hamid Charaf Bdine Júnior, Juiz de Direito da 3a.Vara Cível do Foro Regional do Tatuapé, FAZ SABER a Maria Lúcia Galindo Barbezane e Paulo Henrique Guimarães Barbezane que Patrimônio Construções e Empreendimentos Imobiliários Ltda. lhes ajuizou ação Execução, para cobrança de R$ 8.502,25 (Fev/03), referente a Um Termo de Compromisso, datado em 18/10/01. Encontrando-se os réus, em lugar ignorado, expede-se o presente edital para que no prazo de 24hs. a fluir dos 20 dias supra, pague o débito e demais consectários legais, sob pena de conversão do arresto em penhora realizada sobre: 50% do Apto. 201, localizado no 20o. andar do Edifício Canário (Tipo II), conjunto C do Condomínio Residencial Aldeia dos Pássaros, situado na Estrada Velha da Penha, 88 no 27o. Subdistrito Tatuapé, contendo a área privativa de 90,100 m², área comum de garagem de 31,720 m² (Duas Vagas), área comum de 44,486 m², área total de 166,306m2, e fração ideal no terreno de 0,1600%, pertencente ao réu, passando a fluir então independente de qualquer outra intimação o prazo de 10 dias para embargos. E foi também procedida a penhora dos outros 50% do mesmo Apto., pertencente à ré, que terá o prazo de 10 dias a fluir após o prazo de 20 dias supra, oferecer embargos à ação, na ausência dos quais, prosseguirá a ação até final arrematação do bem. Será o edital afixado e publicado na forma da lei. (23 e 26/09/05) Edital de Citação. Prazo 20 dias. Proc. 04.014516-3.(1334) O Dr. Luis Fernando Nardelli, Juiz de Direito da 3a. Vara Cível do Foro Regional do Tatuapé, FAZ SABER a José Henrique Kroistesfelt e Marcos José Saragoca que Mafla Car Comércio de Automóveis Ltda.-ME, lhes ajuizou ação Consignatória da quantia de R$ 800,00, referente ao Cheque n o. MS437807, banco Itaú S/A, Ag. 0770, de emissão da empresa requerente. Pretendendo o autor liquidar a dívida e proceder ao cancelamento do protesto junto ao 8o. Cart. de Protesto da Capital, depositou o valor devido em Juízo. Encontrando-se os réus em lugar ignorado, foi determinada a citação por edital para que no prazo de 15 dias a fluir após os 20 dias supra, venham levantar o depósito ou oferecer contestação, sob pena de serem aceitos como verdadeiros os fatos articulados. Será o presente, afixado e publicado na forma da lei. (23 e 26/09/05)

L. W. S/A. AGRÍCOLA E PARTICIPAÇÕES CNPJ nº 61.291.282/0001-18 – NIRE nº 35.300.102.312 Ata de Assembléia Geral Extraordinária em 12 de setembro de 2005 1. Data, Hora e Local: 12/9/2005, às 10 horas, na sede social. 2. Quorum: Acionistas representando a totalidade do capital social, dispensada a convocação prevista nos termos do art. 124, § 4º da Lei 6.404/76. 3. Composição da Mesa: Presidente: Wilton Paes de Almeida Filho; Secretária: Roberta Paes de Almeida de Mello e Souza. 4. Ordem do Dia: a) Retificação da Ata de 30/7/1999. b) Detalhamento da área das glebas 1A, gleba 2 e gleba 3 que ficou para Spaf Participações Ltda, e gleba 1B que ficou para L. W. S/A Agrícola e Participações. 5. Deliberações tomadas por unanimidade: 5.1) L. W. S/A Agrícola e Participações, inscrita no CNPJ/MF sob nº 61.291.282/0001-18, com sede na Rua Pedroso Alvarenga nº 1046, conjs. 35/ 36, São Paulo, Capital, atual razão social e sucessora em direitos e obrigações da Semawi S/A Comercial e Agrícola, sociedade anônima incorporada pela requerente, cuja a sede encontrava-se na Al. Santos nº 1827, 18º andar, cj. 181, sob CNPJ/MF nº 61.291.282/0001-18; a presente assembléia, tem a finalidade de retificação da ata da A.G.E de 30/7/1999, às 8 horas, de acordo com o teor dos memoriais descritivos constantes às fls. 237/248, 248/251, e, 252/256, da ação de retificação de registro público que tramitou perante a Comarca de Jaguariúna - Estado de São Paulo, sob o nº 216/2000, elaborados pelo perito judicial, Engenheiro Carlos André Miziara Guizzo, inscrito no CREA/SP sob o nº 5060669409, para que seja retificada a alínea “a”, do item 1.5, do tópico 5 (Deliberações), a qual passará a ter a seguinte redação: “(a) Área de 206,7183 hectares, localizada no Município de Jaguariúna, Estado de São Paulo, a ser destacada de área maior denominada Fazenda Nossa Senhora de Lourdes, objeto das Transcrições das Transmissões de nº 25.333 (Livro 3-AD, fls. 153, do Registro de Imóveis da Comarca de Mogi Mirim - SP), nº 36.017 (Livro 3-AM, fls. 50, do Registro de Imóveis da Comarca de Mogi Mirim - SP), nº 56.680 (Livro 3-BC, fls. 16, do Registro de Imóveis da Comarca de Mogi Mirim - SP), e, nº 55.600 (Livro 3-BB, fls. 92, do Registro de Imóveis da Comarca de Mogi Mirim - SP), e Matrícula nº 3281 (Livro nº 2, do Cartório de Registro de Imóveis de Pedreira - SP), cadastrada no CCIR/INCRA sob único nº 624101.003999.0, conforme descrição constante da anexa retificação das Declarações Suplementares à Ata da A.G.E de 30/7/1999, que é parte integrante do presente.” E por serem as únicas retificações, as partes signatárias ratificam os demais termos da ata da A.G.E de 30/7/1999, às 8 horas, os quais permanecem inalterados. 6. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, encerramse os trabalhos desta A.G.E, lavrando-se esta ata em forma de sumário que lida e achada conforme foi aprovada e assinada por todos os presentes; para registro na “Jucesp” e posterior publicação na forma da lei. São Paulo, 12/9/2005. A presente é cópia fiel do Livro próprio. Wilton Paes de Almeida Filho: Presidente e Roberta P. de Almeida de M. e Souza - Secretária. Certidão Jucesp: nº 267.392/05-9 em sessão de 19 de setembro de 2005. Pedro Ivo Biancardi Barboza - Secretário Geral.

DECLARAÇÃO Bury’s Liga Peças Ltda, CNPJ 64.605.538/0001-02 - Inscrição Estadual 113.001.855.118 Rua: Antenas,177 – Vl. Prudente /SP, declara terem sido extraviados todos os livros fiscais e talões de N.Fs 001 a 250 série D-1, conforme BO 7694/05 em 19/09/05. (21,22,23/09/05)

COMUNICADO

FALÊNCIAS & CONCORDATAS Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 22 de setembro de 2005, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falências: Requente: Fácil Serviços Comerciais Ltda.-EPP - Requerido: AMD Construções e Instalações Ltda. - Rua Anádia Lima, 266 - 01ª Vara de Falências Requerente: Fácil Serviços Comerciais Ltda.-EPP - Requerido: Engefil Filtros Industriais Ltda.-EPP - Rua Jaguajira, 63 - 02ª Vara de Falências

CONVOCAÇÃO QPUGNJQ 4GIKQPCN FG 'EQPQOKC 4GIKlQ 5lQ 2CWNQ '&+6 . &' 1081 c­1

O Conselho Regional de Economia - 2ª Região - SP, no uso de suas atribuições legais, convoca as empresas abaixo relacionadas para, no prazo de 15 (quinze) dias corridos, apresentarem-se na sede do Conselho ou entrar em contato pelos telefones 3291-8700, 3291-8712, 3291-8706, sob pena de, nos termos da Deliberação nº 2566/2000, do Conselho Federal de Economia, art 1º, letras a, b e d, terem seus registros cancelados pelos motivos explicitados na referida norma. São Paulo, 23 de julho de 2005 Heron Carlos Esvael do Carmo Presidente Registro - Razão Social 23 - RURALPLAN S.A - PLANEJAMENTOS; 32 - SERVIMEC S/A PROCESSAMENTO DE NEGÓCIOS LTDA.; 2056 - FACILITY ASSESSORIA E CONSULTORIA FINANCEIRA LTDA.; DADOS; 125 - MERCAP - MERCADOLOGIA PROPAGANDA S/A; 128 - MESBLA S/A - 2100 - CONSULTUM - CONSULTORIA E ASSESSORIA LTDA.; 2127 - DELTA CONSULTORES DISTRIBUIDORA DE TITULOS E VALORES MOBILIÁRIOS; 182 - AVAL S/A CORRETORA DE ECONOMIA S/C LTDA.; 2140 - AGROPEC - COMERCIAL EXPORTADORA S/A; 2176 DE CÂMBIO E VALORES MOBILIÁRIOS; 314 - ASTEM - ASSISTÊNCIA TÉCNICA A NOVA PETRÓPOLIS ASSESSORIA COMERCIAL LTDA.; 2184 - NOGA S/A - COMÉRCIO, EMPRESAS LTDA.; 373 OFASA - ORGANIZAÇÃO IMOBILIÁRIA ADMINISTRADORA S/A; IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO; 2200 - TELEINVEST CONSULTORIA E ASSESSORIA 374 - OFAL - ORGANIZAÇÃO IMOBILIÁRIA E COMERCIAL S/A; 429 - PROGREDIOR - INTERNACIONAL LTDA.; 2209 - CONSULCAN - CONSULTORIA E ASSESSORIA S/C LTDA.; ECONÔMICA E FINANÇAS LTDA.; 448 - CONSÓRCIO NACIONAL COPERKAR S/C LTDA.; 2220 - RISK MANAGEMENT - ADMINISTRAÇÃO TÉCNICA DE RISCOS E SEGUROS LTDA.; 469 - INVESTIVAL ACESSORIA FINANCEIRA LTDA.; 494 - NOVO NORTE ORIENTAÇÃO 2272 - PONTUAL - CORRETORA DE CÂMBIO E VALORES MOBILIÁRIOS S/A; 2313 ECONÔMICA E PROJETOS LTDA.; 742 - DEALER S/A - CORRETORA DE MERCADORIAS; THOMPSON - ASSESSORIA E PARTICIPAÇÃO S/C LTDA.; 2316 - ASTEC - ASSESSORIA 767 - MEPPA - CONTÁBIL S/C LTDA.; 777 - AUDITIFINANCE AUDITORIA E CONTABILIDADE TÉCNICA S/C LTDA.; 2330 - M.A - PARTICIPAÇÕES S/C LTDA.; 2336 - OGGI INVEST IMÓVEIS LTDA. S/C; 839 - DORA - ADMINISTRAÇÕES E COMÉRCIO S/A; 882 - COELHO E NEGÓCIOS S/C LTDA.; 2352 - CONTATO CONSULTORIA EMPRESARIAL S/C LTDA.; 2381 CORRETORA DE CAMBIO E VALORES LTDA.; 947 - REDNCAP S/A INCENTIVOS FISCAIS; - AMR - CONSULTORIA E ASSESSORIA ECONÔMICA S/C LTDA.; 2398 - B.F DE ALMEIDA 1021 - G. SAMPAIO ASSESSORIA ECONÔMICA E FINANCEIRA S/C LTDA.; 1033 - PLANAPI CONSULTORES S/C LTDA.; 2403 - PRESCONTROL - PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS PLANEJAMENTO AGROPECUÁRIO E INDUSTRIAL LTDA.; 1049 - CABRAL DE MENEZES - TÉCNICOS S/C LTDA.; 2418 - MAC ADDEN E CONSULTORES ASSOCIADOS S/C LTDA.; EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S/C LTDA. 1054 - EME EME - CONSULTORIA E 2421 - APOIO - CONSULTORES DE INVESTIMENTOS S/C LTDA.; 2423 - COMÉRCIO E PLANEJAMENTO S/C LTDA.; 1063 - AUDITORIA DE ASSESSORAMENTO TÉCNICO S/C IMPORTAÇÃO LTDA.; 2425 - POLLUX ASSOCIADOS CONSULTORIA ECONÔMICA E LTDA.; 1078 - REBREX ASSESSORES FINANCEIROS LTDA.; 1088 - CACEPLAN - PARTICIPAÇÕES LTDA.; 2427 - MACROINVEST CONSULTORES ASSOCIADOS S/C LTDA.; PARTICIPAÇÕES A AGENCIAMENTOS LTDA.; 1090 - EUGÊNIO CONSULTORIA E 2434 - APHI CONSULTORIA E ASSESSORAMENTO S/C LTDA.; 2439 - MAGNUM OPUS EMPREENDIMENTOS S/C LTDA.; 1108 - ESCRITÓRIO PROGRESSO AUDITORIA E COMUNICAÇÃO E MARKETING S/C LTDA.; 2456 - C.A CONSULTORIA E ASSESSORIA CONTABILIDADE S/C LTDA.; 1121 - ORINTUR S/A - ASSESSORIA, PLANEJAMENTO E LTDA.; 2472 - PLANEJE CONSULTORIA EMPRESARIAL E CONTÁBIL S/C LTDA.; 2485 CONSULTORIA; 1140 - AID - ASSESSORIA INTEGRADA E DESENVOLVIMENTO S/C LTDA.; CLEMENTE E CLEMENTE ENGENHARIA LTDA.; 2520 - MARKINTER CONSULTORIA, 1147 - INTEC CONSULTORES ASSOCIADOS S/C LTDA.; 1155 - CID FERREIRA COMÉRCIO PROJETOS E REPRESENTAÇÕES S/C LTDA; 2530 - ECONOMETRICA S/C LTDA.; 2554 EXTERIOR S/C; 1223 - FBC - DISTRIBUIDORA DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS BRUNOZEN - ASSESSORIA CONTÁBIL ECONÔMICA S/C LTDA.; 2565 - DIMENSÃO LTDA.; 1256 - IPANEMAADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS S/C LTDA.; 1308 - V.M. - VENDAS, CORPORATIVA ASSOCIADA INTERNACIONAL S/C LTDA.; 2575 - AL - CONSULTORES MARKETING E TRADING - S/A - EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO; 1317 - ABN - ASSOCIADOS S/C LTDA.; 2577 - ABS - ADMINISTRAÇÃO DE BENS E CONDOMÍNIOS S/C ADMINISTRAÇÃO BRASILEIRA DE NEGÓCIOS S/C LTDA.; 1389 - BERKELEY LTDA.; 2581 - BOASAFRA EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES; 2595 - BRAGA E ALVES CONSULTORES ASSOCIADOS S/C LTDA.; 1418 - ECAN - PROJETOS E SERVIÇOS S/C CONSULTORIA ECONÔMICA S/C LTDA.; 2601 - COINPRO - CONSULTORIA, LTDA.; 1420 - M. GAINES CAMPBELL III CONSULTORIA S/C LTDA.; 1439 - CONDIR - INTERMEDIAÇÃO E PROJETOS S/C LTDA.; 2622 - FREDERIC. J. MORRIS - ASSOCIADOS, CONSULTORIA E DIRETRIZES ECONÔMICAS LTDA.; 1446 - BELPA - ORGANIZAÇÃO E CONSULTORIA S/C LTDA.; 2629 - NOVOBANC DISTRIBUIDORA DE TÍTULOS E VALORES CONSULTORIA DE EMPRESAS S/C LTDA.; 1448 - ASTE ASSESSORIA E REPRESENTAÇÃO MOBILIÁRIOS LTDA.; 2637 - SUPPORT FACTORING FOMENTO COMERCIAL LTDA.; 2644 LTDA.; 1484 - TAMI - TECNICAASSESSORIA E MARKETING IMOBILIÁRIO S/C LTDA.; 1487 - RVR ASSESSORIA E CONSULTORIA S/C LTDA.; 2668 - UMBRIA CONSULTORIA E - BESTER ASSESSORES S/C LTDA.; 1492 - ANDRADE DINIZ E ASSOCIADOS PLANEJAMENTO S/C LTDA.; 2672 - PROTOS PLANEJAMENTO S/C LTDA.; 2687 - J.M.C. CONSULTORES LTDA.; 1510 - ASSINPLA -ASSESSORIA INDUSTRIAL E PLANEJAMENTOS ORGANIZAÇÃO E PLANEJAMENTO S/C LTDA. M.E; 2688 - LACERDA RIBEIRO LTDA.; 1511 - INTER WORLD FINANCIAL CONSULTANTS ASSOCIATION DO BRASIL LTDA.; CONSULTORIA S/C LTDA.; 2704 - ADCONSULT CONSULTORIA ECONÔMICA S/C LTDA.; 1514 - PROQUIP S/A - PROJETOS E ENGENHARIA INDUSTRIAL; 1534 - PROLIBRE 2714 - BRANA ASSESSORIA FINANCEIRA E EMPRESARIAL S/C LTDA.; 2716 - AJA PROFISSIONAIS LIBERAIS REUNIDOS S/C LTDA.; 1542 - C.C.A - ASSESSORIA S/C LTDA.; ASSESSORIA EMPRESARIAL S/C LTDA.; 2727 - TEKNOS EMPREEDIMENTOS S/C LTDA.; 1547 - PLANS - ASSESSORIA E PLANEJAMENTO S/C LTDA.; 1558 - SS - PARTICIPAÇÕES, 2958 - J.H.C ASSESSORIA, PARTICIPAÇÕES E NEGÓCIOS LTDA.; 2759 - HL CONSULTORIA COMÉRCIO E AGRICULTURA LTDA.; 1578 - TREND CONSULTORIA EM MERCADOLOGIA E NEGÓCIOS LTDA.; 2763 - ALIANÇA - TREINAMENTO EMPRESARIAL S/C LTDA.; 2771 S/C LTDA.; 1589 - STAUT - ASSESSORIA CONTÁBIL E ECONÔMICA S/C LTDA.; 1590 - AUDITING AUDITORIA DE SIST. CONTÁBEIS, ATUARIAIS E ECON. - FINANCEIROS LTDA.; PROMOV - ASSESSORIA FINANCEIRA E PLANEJAMENTO LTDA.; 1611 - CAIO 2799 - ASSESPLAN - CONSULTORIA ECONOMICO - FINANCEIRA SOC: CIVIL LTDA; 2845 CONSULTORIA E ASSESSORIA EMPRESARIAL LTDA.; 1619 - POLYPART - PARTICIPAÇÕES - KLIVIC CONSULTORIA E REPRESENTAÇÕES S/C LTDA.; 2848 - WISCONSIN CONSULTER E EMPREENDIMENTOS S/C LTDA.; 1642 - TONETTI - EXPORT CONSULTORIA, ENGENHARIA LTDA.; 2868 - PORT FOLIO ASSESSORIA EMPRESARIAL S/C LTDA.; 2875 ASSESSORIA E EXPORTAÇÃO LTDA.; 1647 - HABIENGE ENGENHARIA HABITACIONAL E YL - ENGENHARIA ECONÔMICA S/C LTDA.; 2890 - ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS EMPREENDIMENTOS LTDA.; 1668 - SAF - SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS E FINACEIROS BUENO S/C LTDA.; 2968 - MPC MULTIPLA PEQUISA - CONSULTORIA S/C LTDA.; 3006 S/C LTDA.; 1678 - C.E.B - PARTICIPAÇÕES E NEGÓCIOS INTERNACIONAIS S/C LTDA.; APPM - ASSESSORIA DE PEQUISA PROMOÇÃO DOS MUNICÍPIOS S/C LTDA.; 3021 1693 - PRESTANTE CONSULTORES ASSOCIADOS S/C LTDA.; 1728 - MOLINE - MACONT ASSESSORIA EMPRESARIAL LTDA.; 3059 - CONPETTEC CONSULTORIA EM EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES S/C LTDA.; 1748 - FRAGA - ASSESSORIA PLANEJ. ESTRAT. E TRANSF. DE TECNOLOGIA LTDA.; 3085 - DATA ANALYSIS EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES S/C LTDA.; 1797 - LCO - ASSESSORIA CONSULTORES ASSOCIADOS S/C LTDA.; 3091 - AG SERVIÇOS FINANCEIROS E ECONÔMICA E PARTICIPAÇÃO S/C LTDA.; 1811 - LA PEÑA E FRANÇA PARTICIPAÇÕES S/C LTDA.; 3110 - R & R CONSULTORIA ECONÔMICA E FINANCEIRA EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA.; 1845 - PRAGMATA DO BRASIL LTDA.; S/C LTDA.; 3167 - FAI - FALCÃO ASSOCIADOS INTERNACIONAL S/C LTDA.; 3169 - SELLER 1812 - VIA BRASIL - EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA.; 1846 - GESTALFIN - FACTORING FOMENTO COMERCIAL LTDA.; 3237 - INTERNATIONAL BUSINESS CONSULTORIA, ASSESSORIA, ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A; 1875 - LIBRA CONSULTATION DEVELOPMENT S/C LTDA; 3286 - CTS - CONTÁBIL TAIRA & SANTOS (FINANCE) ASSESSORIA FINANCEIRA LTDA.; 1909 - R.V.C - CONSULTORIA, S/C LTDA.; 3299 - BUCK ASSESSORIA EMPRESARIAL S/C LTDA; 3322 - OPINARE PARTICIPAÇÕES E NEGÓCIOS LTDA.; 1911 - BANCRED - SERVIÇOS DE ASSESSORIA PESQUISA, INFORMAÇÃO E MERCADO S/C LTDA; 3436 - FADATH ASSESSORIA S/C LTDA.; 1919 - ALCLAM - SERVIÇOS E ASSESSORIA LTDA.; 1932 - EXPOBRÁS S/A FINANCEIRA, DE CAMBIO E COMÉRCIO EXTERIOR S/C LTDA; 3610 - CASH INVEST COMERCIAL, EXPORTADORA E IMPORTADORA; 1955 - MRB - MARKETING RESEARCH ASSESSORIA FINANCEIRA LTDA.; 3800 - META Z PLANEJ. TRIBUTÁRIO, PART. E SERVIÇOS BUREAU S/C LTDA.; 1962 - ENGEXCO EXPORTADORA S/A; 1969 - FINIMPEX S/A; 2014 - CONTÁBEIS S/C LTDA; 3817 - BBC SERVIÇOS LTDA; 3987 - MBJ ASSESSORIA ECONÔMICA BUENO DE AGUIAR S/C LTDA. - ASSESSORIA, PLANEJAMENTO E PARTICIPAÇÕES; 2020 S/C LTDA.; 4019 - POLI CONSULTORIA FINANCEIRA S/C LTDA.; 4146 - WRM CONSULTORIA - LIS S/C LTDA.; 2040 - LIBOR DIRTRIBUIDORA DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS DE SERVIÇOS LTDA.; 4384 - SIAL - SISTEMAS INTELIGENTES ADMINISTRAÇÃO LUCRATIVA LTDA.; 2049 - OLIVEIRA CARVALHO - EMPREENDIMENTOS, PARTICIPAÇÕES E S/C LTDA.; 4877 - EXPERT CONSULTORIA FINANCEIRA S/C LTDA.

EXTRAVIO N.F.F. DISTRIBUIDORA E EXPORTADORA LTDA - CNPJ 05311445/0002-97 - Notifico extravio de NFs modelo formulário contínuo do nº 00420 a 5000 da sua filial na R: Artur de Azevedo ,1767, Pinheiros, Capital. A Declarante cancela, ainda, as NFs constantes dos talonários de numeração 00098 a 00480, sendo que, todas as NFs aqui mencionadas, são declaradas anuladas por esta declarante, sendo informadas ainda, desta declaração, a Secretaria da Receita Federal e a Secretaria da Fazenda Estadual do Estado de SP. (22, 23 e 26/09/2005)

EDITAL PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ/SP

Processo: Concorrência Pública 002/05 Objeto: Prestação dos serviços de Destinação Final de Resíduos Urbanos gerados no município de Guaratinguetá e de encerramento da atual área de disposição final de Resíduos Urbanos localizada no município de Guaratinguetá. Despacho do Sr. Prefeito Municipal, ante o exposto, determino as correções necessárias e a republicação do certame, respeitando-se os prazos legais.

CONVOCAÇÃO EDITAL DE CONVOCAÇÃO ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA O presidente da Diretoria Executiva da Abracheque – Associação Brasileira das Empresas de Informação, Verificação e Garantia de Cheques, no uso de suas atribuições estatutárias, convoca pelo presente edital, os senhores representantes das empresas associadas com direito a voto, à realização de AGO para a eleição da gestão 2006/2007 a realizar-se com primeira chamada às 17h00 e segunda chamada às 17h30’ do dia 23 de novembro de 2005 na sede da entidade na Rua Major Sertório, 128 – 5º Andar – Cj. 54 – Centro – SP, por cédulas simples, em conformidade com o Artigo 33 e seguintes do Estatuto. As inscrições de candidatos encerrar-se-ão em 23 de Outubro, às 17h00 e deverão ser formalizadas por ofício na sede da Entidade. São Paulo, 23 de Setembro de 2005. Carlos Alberto Pastor - Presidente da Diretoria Executiva.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.POLÍTICA

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de setembro de 2005

DISPUTA PELA PRESIDÊNCIA DA CÂMARA A TODO VAPOR. O EMBATE PRINCIPAL JÁ ESTÁ CONFIGURADO. Alan Marques/Folha Imagem

José Thomaz Nonô

Ailton de Freitas/ O Globo

Aldo Rebelo

Roberto Stuckert/O Globo

Francisco Dornelles e José Carlos Aleluia

Joedson Alves/AE

Michel Temer

GOVERNO VAI DE REBELO. A OPOSIÇÃO, DE NONÔ. Ailton de Freitas/ O Globo

A

eleição do novo presidente da Câmara dos Deputados está marcada para quarta-feira às 10h, segundo decisão tomada em reunião do colégio de líderes dos partidos com o presidente interino José Thomaz Nonô (PFL-AL). O deputado e exministro Aldo Rebelo (PCdoB-SP) deverá ser o candidato único da base aliada à presidência da Câmara, em função da retirada da candidatura do líder do governo, Arlindo Chinaglia (SP). Com isso, o ex-ministro passou a contar com o apoio também do PT e PSB. "O importante é obter o consenso em torno de uma candidatura única, que una a base aliada", explicou o líder governista. Rebelo, ex-líder do governo na Câmara, teve seu trabalho como ministro da Articulação Política muitas vezes questionado por parlamentares do PT. Dois turnos – Se nenhum dos candidatos conseguir o mínimo de 257 votos, a eleição terá segundo turno no mesmo dia, às 18h. Os partidos têm até às 18h de terça-feira para definir os candidatos que vão disputar as eleições. Até lá, o ce-

se tem nome e nário da disse chama Luputa segue inl a " , r e s p o ndefinido com deu Bornhauo lançamento sen após a reude diversos nião. candidatos. Na nota, o O PFL, junto PFL diz que as com PSDB, arcrises política ticula-se para e é t i c a " n a sconseguir cem e têm seu manter Nonô principal foco no cargo. Para propulsor no isso, o partido governo Lula, afirma que o que foi obriPT, diante da gado a demicrise política, tir ministros, não deveria dirigentes de lançar candiestatais, dedato próprio. tentores de " P re c i s am o s cargos de conde alguém infiança respondependente sáveis diretos em relação aos ou indiretos outros podeNonô e Chinaglia, lado a lado em reunião para definir o sucessor de Severino Cavalcanti. por atos delires", defendeu tuosos". o líder da miMuitos nomes – O líder do noria, José Carlos Aleluia do pefelista da vice-presidên- ainda deu carta branca para (PFL-BA). cia abriria uma nova vaga na que os deputados Rodrigo PSB, deputado Renato CasaVotos – Nas contas do líder Mesa, que poderia ser ocupa- Maia (RJ) e José Carlos Aleluia grande (ES), criticou o elevado do PSDB, Alberto Goldman da pelo PT, que apesar de ser a (BA) negociassem apoios ao número de candidatos. "A partir da renúncia de Severino Ca(SP) Nonô teria hoje 150 votos, maior bancada da Casa, ficou nome de Nonô. o que garantiria sua chegada de fora dos principais cargos Crise tem nome – No encon- valcanti, entramos em uma ao segundo turno da disputa. na eleição passada. "A candi- tro, os pefelistas elaboram ain- disputa aberta e confusa entre O PFL mostrou ontem disposi- datura natural é a de Nonô", da uma carta respondendo ao muitas candidaturas. É imporção em oferecer ao PT a vice- comentou o presidente do PT, que na segunda-feira apre- tante que os líderes dos partipresidência da Câmara em tro- PFL, senador Jorge Bornhau- sentou uma resolução acusan- dos agrupem a disputa no meca de os petistas avalizarem a sen (SC). Em reunião da execu- do a mídia e a oposição de "de- nor número de nome, para que candidatura de Nono. A saída tiva do PFL ontem, o partido nuncismo e golpismo". "A cri- não demonstremos a desorga-

nização que a Casa atravessa." Já o líder do PTB, deputado José Múcio (PE), explicou que o partido lançou o nome de Luiz Antônio Fleury porque a candidatura dele garantirá unidade à legenda. "Até terçafeira teremos longos dias pela frente", disse José Múcio (PTBPE), que defende a realização de um debate público entre todos os candidatos. Múcio admite, porém, que o grande número de candidatos pode prejudicar um acordo que devolva estabilidade à Casa. Temer – O PMDB também mantém o nome de Michel Temer (SP) para a disputa, conforme decisão tomada em reunião da bancada na quarta-feira. Outros partidos como PP e PL seguem afirmando que inscreverão representantes. O PP indicou Francisco Dornelles (RJ) e o PL, o deputado João Caldas (AL). O PPS, o PDT e PV divulgaram uma nota listando dez condições para a escolha do candidato que vão apoiar. A expectativa de pefelistas e tucanos era de que os três partidos aderissem de forma incondicional. Na segunda-feira, o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE) disse que a legenda apoiava Nonô. (Agências)

EM SEU PRIMEIRO DIA, O SUPLENTE DE SEVERINO ATACOU O PT. A FILHA DO EX-DEPUTADO ATACOU TODO MUNDO.

ENTRA EM AÇÃO O RURALISTA CARLOS BATATA M

enos de 24 horas depois da renúncia de Severino Cavalcanti (PP-PE), sua vaga de deputado foi ocupada no início da tarde de ontem pelo suplente, o médico veterinário Antônio Carlos Lira dos Santos, o Carlos Batata (PFL-PE). Ele defendeu o conterrâneo, que classificou como homem simples que está sofrendo muito, e disse que o empresário Sebastião Augusto Buani também deveria ser punido, já que diz ter pago propina para manter o contrato de seu restaurante na Câmara. Proprietário rural, Batata,

que já foi deputado federal, vai integrar a bancada ruralista na Câmara. Batata já chegou à Casa decidido: na disputa pela presidência da Câmara, vai apoiar o colega de partido, José Thomaz Nonô. Críticas – O novo deputado – suplente pela coligação PMDB, PSDB, PFL e PP – também já chegou afinado com o discurso do seu partido, o PFL. Aproveitou a primeira entrevista, depois de empossado, para atacar o PT, dizendo que não esperava que o partido "teria essa voracidade pelo Erário". "O PT, ao assumir o gover-

no, montou uma gangue, apa- tregar o cargo de superinten- PP no governo federal. "Não é relhou os órgãos do governo dente federal de Agricultura, verdade", afirmou. Filha – Durante pronunciacom pessoas que não vieram Pecuária e Abastecimento (anpara trabalhar, mas para vir tiga delegacia regional do Mi- mento na Assembléia Legislapara cima do Erário público nistério da Agricultura). Ele tiva, que tomou quase toda a sessão de onafirmou que um dos motivos com essa Alan Marques/Folha Imagem tem, a depuvoracidade tada Ana Catoda." valcanti (PP), Batata fafilha de Sevelou ainda rino, afirmou de temas que “a renúnpolêmicos. cia de Severi"Sou contra no Cavalcano aborto dos ti é fruto de que esqueum golpe" e cem de usar que seu pai a c a m i s ifoi vítima de nha." Ele preconceito e disse que, daqueles que embora não se sentiram tenha prei n c o m o d aconceito em dos pela forrelação a ma “austera e h o m o s s e- O veterinário Antônio Carlos Lima dos Santos, em seu discurso de posse responsável” xuais, ainda não tem posição sobre a união da decisão foi o fato de a mídia como ele administrou a Casa de pessoas do mesmo sexo. terem noticiado que o encon- legislativa. Sem fazer nenhum comenCargo – O filho do ex-presi- tro de Severino com o presidente de Severino Cavalcanti, dente Lula teria sido para ne- tário às acusações de corrupJosé Maurício Valadão Caval- gociar a manutenção dos que ção que acabaram forçando a canti, disse ontem que vai en- ocupam cargos indicados pelo saída do pai, a deputada disse

que, apesar da renúncia dele ter sido um ato voluntário, na realidade “arrancaram-lhe o mandato”. E explicou: “Sua cassação é política, pedida por aqueles que não se conformaram em ter um humilde nordestino na presidência da Câmara, fora dos círculos da elite que dominava a Casa até então", disse, emocionada. Operação –Severino foi submetido ontem a uma cirurgia de catarata no olho esquerdo, em Brasília. Sua mulher, Amélia, também realizou a operação. Ele e sua família desocuparam a residência oficial da presidência da Câmara, à beira do Lago Paranoá, e passaram a ocupar um apartamento funcional em Brasília, a que tem direito por mais um mês. Como não é aconselhável viajar de avião logo após a cirurgia, Severino só deve viajar para Pernambuco , para onde já mandou parte de seus objetos pessoais que estavam na Câmara, daqui a cerca de cinco dias. (Agências)

Relatora suprime proibições nas campanhas eleitorais

A

relatora do projeto de lei que estabelece regras para reduzir os custos de campanhas eleitorais e coibir o uso de caixa 2 por candidatos e partidos da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, deputada Iriny Lopes (PT–ES), apresentou ontem algumas supressões

ao projeto, que foi aprovado no Senado. Ela explicou que optou pela supressão "para não alterar o mérito do projeto". Se houvesse alterações na Câmara, o projeto teria que voltar ao Senado. "Para não prejudicar e não impedir qualquer possibilidade de ainda ser votado em tempo de incidir sobre as

eleições do ano que vem a minha opção foi por não fazer emendas substitutivas", disse. De acordo com a deputada, foram retiradas do texto a proibição de fazer cenas externas nos programas eleitoras de televisão e a criminalização da boca-de-urna. Para a deputada, a permissão de imagens externas nas

campanhas de TV não vai aumentar os gastos eleitorais. "Particularmente, tenho conhecimento técnico a respeito dessa questão e sei que não encarece", disse. O projeto não pôde ser votado ontem porque os parlamentares do PSDB pediram vistas. O projeto vai para a pauta da próxima reunião da

CCJ, prevista para terça-feira. Mesmo com o pedido de vistas, a relatora acredita que ainda há tempo para aprovação. "Vai exigir um esforço grande da Câmara para aprovação, mas outros projetos estiveram na mesma situação e foram aprovados". Para Irin, aqueles que não votarem a favor do projeto

terão que se explicar à sociedade. Segundo ela, os parlamentares estão empenhados em encontrar uma solução, mesmo que parcial, porque uma solução global seria a reforma política. "Os parlamentares ou partidos que criarem algum impedimento terão que se explicar perante a opinião pública". (ABr)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

16 -.ESTILO

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de setembro de 2005 Fotos: Luludi/Agência Luz

Paulo Gomes é luthier há duas décadas. Cada contrabaixo elétrico demora um ano para ser produzido. O instrumento chega a custar US$ 12 mil.

LUTHIERS

Os artistas que dão corpo e alma para os instrumentos de corda. Os artesãos da música. O primeiro luterista de que se tem notícia é o italiano Antonio Stradivari. Um violino do artista vale 5 milhões de euros. A arte do mestre atravessou séculos, inspira e apaixona músicos até os dias de hoje. É a busca pela sonoridade e timbre perfeitos. André Alves

E

O atelier de Paulo Gomes é um dos poucos do País dedicado ao contrabaixo acústico

Nilton Dias estudou com o mestre italiano Enzo Bertelli. Produz dois instrumentos ao ano. São 10 violinos restaurados por mês.

Pablo de Sousa/Agência Luz

les são conhecidos como os artesãos da música. Denominados por luteristas - de luthier - esses profissionais se dedicam artesanalmente à construção e manutenção de instrumentos musicais. Mesmo em um país como o Brasil, onde a profissão de músico não é levada tão à sério pela maioria da população, ainda há demanda pela arte da luteria. A concorrência com fabricantes nacionais, e em muitos casos internacionais, que produzem instrumentos em série por um preço inferior e qualidade duvidosa, não intimida músicos profissionais. Esses buscam a sonoridade, timbre e personalização que só os luteristas podem proporcionar. O mito A técnica da luteria foi desenvolvida na cidade de Cremona, no Norte da Itália. O grande destaque e mundialmente considerado o mais célebre luthier de todos os tempos é Antonio Stradivari (1644 - 1737). Cada um de seus violinos, tidos atualmente como verdadeiras lendas vivas, chegam a custar cinco milhões de euros. O grande segredo dos violinos de Stradivari, mais conhecido por Stradivarius, é a escolha da melhor madeira e dos eficientes processos de fa-

bricação dos vernizes. O resultado é um som potente e uma ampla gama de tons graves e agudos. Estima-se que ainda existem cerca de 600 exemplares do "mestre" italiano. Bom músico O Brasil, apesar de não possuir a mesma tradição na luteria em comparação com a Europa e Estados Unidos, também conta com profissionais reconhecidos no mercado internacional. Um deles é Paulo Gomes, luthier desde o começo da década de 80. Antes de se iniciar a profissão, Gomes estudou contrabaixo elétrico e acústico durante muitos anos. "Acredito que para ser um bom luthier é necessário, antes de tudo, ser músico, assim como saber tocar o instrumento no qual você confecciona ou restaura", diz. Gomes só trabalha com contrabaixo acústico. Seu atelier é um dos poucos no país exclusivamente dedicado ao instrumento. Seu grande mestre e professor de luteria foi Enzo Bertelli, renomado luthier especializado em violinos. Com ele, Gomes estudou durante quatro anos no Conservatório Dramático Musical Dr. Carlos de Campos, na cidade de Tatuí, interior de São Paulo. Na área da confecção de instrumentos, sua produção é de cerca de dois

contrabaixos acústicos por luthier restaura, em média, ano, já que cada um deles de- 10 violinos por mês - instrumanda aproximadamente seis mento com mais demanda, meses de trabalho. Eles che- enquanto fabrica dois instrugam a custar entre US$ 10 mil e mentos por ano, que normalUS$ 12 mil, em função do gasto mente são adquiridos por de US$ 3 mil em materiais im- profissionais da música. Pau-brasil portados e da conseqüente alta A extração ilegal e o contraqualidade sonora. Por isso, sua produção se restringe aos mú- bando do pau-brasil, árvore sicos profissionais, que bus- genuinamente brasileira, precam, principalmente, a perso- judica e encarece o trabalho dos luteristas brasileiros. Isso nalização dos instrumentos. deve-se ao fato de que o pauExclusivo O luthier constrói apenas brasil é considerada a melhor sob encomenda, inclusive con- madeira para fazer o arco de trabaixo acústico infantil. No vários instrumentos, como o entanto, o que garante sua ren- do violino. "Apesar de só nasda diária é o serviço de restau- cer no Brasil, nós temos que ração. "Já fiz quase 900 restau- importar a madeira, já que a rações até hoje. Trata-se da ati- comercialização interna é proividade que garante uma renda bida", explica Dias. Dessa forma, por meio da mensal mais ou menos fixa, já que a fabricação leva muito exploração predatória das tempo e é esporádica", diz. En- poucas reservas da árvore tre seus clientes mais famosos existentes no País, os luteristas estão o músico erudito Garry brasileiros têm de pagar uma Car, Luiz Chaves, Sizão Ma- alíquota de importação de 60% chado e o músico de jazz Ron mais o transporte, para conseguir ter uma madeira que sai Carter. Outro luthier que estudou clandestinamente de seu prócom Enzo Bertelli no começo prio País. "É um absurdo", enfatiza. No modos anos 80 Pablo de Sousa/Agência Luz mento, Dias em Tatuí é Nilestá fabricanton Dias. Esdo uma viola pecializado da gamba, que em violino, será vendida viola, cello e por US$ 5 mil. viola da gamEscolha ba, Dias foi esO músico Sitagiar por zão Machado, q u a t ro a n o s Violino em fase de restauração no atelier de Nilton Dias baixista que já na Itália após a tocou com ara p r e n d i z agem com Bertelli. Integrante tisas como Elis Regina, Chico de uma orquestra durante cin- Buarque, Djavan, Chat Baker, co anos, onde tocava viola de entre outros, não dispensa as braço, o luthier resolveu entrar vantagens de um instrumento na tarefa de "artesão da músi- fabricado por um luthier. "Eles ca" depois de constatar a falta utilizam madeiras que já estão de bons luteristas no mercado. aclimatadas (adequadas para "É preciso compreender o que o uso). Personalizam o instruos músicos desejam. Apesar mento da forma desejada pelo da mecânica do instrumento músico", diz. Em 1989, Sizão ser universal, é possível perso- comprou um contrabaixo elénalizá-lo em um trabalho con- trico de um luthier. Ele destaca que escolheu o junto com o cliente", afirma. Diferentemente de Paulo número de cordas, captadores, Gomes, Nilton Dias fabrica ferragens, entre outros detainstrumentos sem encomen- lhes. "Mesmo com os custos da prévia. Sua clientela é for- mais elevados, prefiro trabamada tanto por músicos pro- lhar com um instrumento exfissionais quanto por amado- clusivo, já que busco junto com res e alunos. "Cerca de 70% do o luthier a qualidade sonora do meu trabalho está focado na instrumento que mais se aderestauração, enquanto 30% é qua às minhas necessidades", voltado à construção", diz. O conclui Machado.

Divulgação

Pablo de Sousa/Agência Luz

Fã e aprendiz. Paulinho da Viola assume a preferência em documentário.

P

ara quem entende e vive de música, a arte dos luteristas é muito mais do que a habilidade para produzir instrumentos musicais capazes de emitir sons perfeitos. O sambista e compositor Paulinho da Viola é um admirador ilustre da arte de produzir instrumentos artesanalmente porque respeita o talento dos artistas que lidam de forma tão delicada com a madeira.

No documentário sobre sua vida, Meu Tempo é Hoje, dirigido por Isabel Jaguaribe e lançado em 2003, ele visita uma oficina especializada em produzir violões, violas e cavaquinhos no centro do Rio Janeiro. No local Paulinho fala do seu respeito pelos luteristas e experimenta um instrumento feito pelos artesãos, elogiando o resultado do trabalho de mãos tão talentosas. Fã da

Paulinho da Viola: admirador ilustre da arte dos luteristas

marcenaria, o artista mostra que entre seus hobbies está a marcenaria. Tanto é que ele mantém um galpão onde produz móveis na sua

própria casa. Lá ele diz que esquece os problemas e dedica melhores horas do seu tempo livre. Juliana de Moraes


DIÁRIO DO COMÉRCIO

14 -.NACIONAL

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de setembro de 2005

ENTRE 43 NAÇÕES AVALIADAS, BRASIL OCUPA A 39ª COLOCAÇÃO NO RANKING DIVULGADO PELA FIESP

PAÍS TEM POUCA COMPETITIVIDADE

O

Brasil é um dos paí- lugar), ou têm indicadores soses com o menor ciais bastante ruins, como Áfrigrau de competiti- ca do Sul (32º). Esses foram vidade do mundo. classificados em nível médio. Ocupa a 39ª posição entre 43 na- Na frente do Brasil, mas no ções avaliadas pelo Indicador mesmo quadrante de indicatide Competitividade (IC), di- vo de competitividade (baixo) vulgado ontem pela Federação ainda é possível encontrar a das Indústrias do Estado de São Venezuela (38º lugar). Estagnação – A posição do Paulo (Fiesp), referente ao ano de 2003. Juntas, essas nações so- Brasil não é muito diferente de mam 95% do Produto Interno anos anteriores. O País ocupaBruto (PIB) mundial. O Brasil va a mesma 39ª posição em ganha apenas da Colômbia, Ín- 1997 e teve o melhor desempenho em 1998, quando subiu dia, Turquia e Indonésia. Segundo a Fiesp, o País é para o 38º lugar. Mas, em seprejudicado por fatores liga- guida, caiu para 41º lugar, em dos ao governo e ao capital, 1999. Entre 2001 e 2003, mantecom destaque para as altas ta- ve-se na 39ª posição. "Tivemos grandes avanços xas de juros, spread bancário e carga tributária. "O custo de no cenário internacional, princapital aqui é muito alto, o que cipalmente no que diz respeito às exportações. tira a capacidade de Mas os outros paíinvestimentos púses também fizeblico e privado. ram sua parte em Além disso, nossa do PIB é a carga muitas questões, carga tributária é tributária por isso não conseuma das mais elebrasileira, bem guimos avançar", vadas do mundo e o g o v e r n o , p o r acima dos 20,29% acredita Coelho. Para mudar o cemuito tempo, gasde países com igual nário, a Fiesp protou mais do que arcompetitividade põe ações urgenrecadou", explica o tes, entre elas a rediretor do departamento de Competitividade e dução da taxa básica de juros Tecnologia da Fiesp, José Ri- (Selic) e da carga tributária para o setor produtivo, controle cardo Roriz Coelho. O ranking foi calculado com de gastos rígido por parte do base em um índice de compe- governo e aumento de crédito titividade criado pela Fiesp, ao setor privado. "Precisamos com dados sócio-econômicos investir mais de 25% do PIB padesde 1997. O indicador, por ra crescermos 5% ao ano. Mas o sua vez, estabelece a correla- Brasil não investe mais de 20% ção entre 83 variáveis indepen- do PIB", reclama Coelho. Esse dentes com o PIB per capita percentual, cita, é semelhante dos 43 países. Os valores vão ao da média das nações menos de -1 a +1, sendo que quanto competitivas (19,25%). Os números divulgados pemaior o número, melhor a la entidade serão usados em competividade da nação. Como não deixaria de ser, os uma agenda de competitividaprimeiros colocados no ran- de que será apresentada denking são Estados Unidos, Sué- tro de 20 dias e a qual irá sugecia e Suiça, os quais foram clas- rir políticas governamentais sificados como elevados na para acelerar o desenvolvicompetitividade. O que sur- mento brasileiro. "Não temos preende é que, na frente do políticas de longo prazo. O que Brasil estão nações que passa- foi feito até hoje foi apenas imram por longas crises econô- provisação", diz Coelho. micas, como a Argentina (31º Fernanda Pressinott

Fotos: Patrícia Cruz/Ag. Luz

35,91%

Fiesp propõe ações para melhora do País no ranking

A

lém de divulgar o índice de competitividade de 2003, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) fez uma simulação com os indicadores de 2004 e 2005 para saber em qual posição o Brasil estaria agora e qual seria até 2010, caso as propostas da entidade fossem atendidas. Pela simulação, o País subiria uma posição no final de 2005 e ocuparia o 38º lugar. Em 2010, o Brasil subiria 10 posições no ranking de competitividade e, em cinco anos, teria o Produto Interno Bruto (PIB) per capita da Argentina, ou seja, US$ 10 mil. Mas para isso, seriam necessários profundos ajustes e metas rigorosas, por exemplo, a inflação média até 2010 não poderia passar de 2,6% ao ano, bem longe do patamar de 2003, que foi 9,2%; os juros de curto

prazo teriam que cair de 67,1% para 12,4% ao ano em média. O consumo final do governo não poderia ultrapassar 13% do PIB (em 2003 foi de 19%) e a carga tributária teria que ser, no máximo, 25% do PIB, longe dos atuais 36,1% (2005). Mesmo a balança comercial, que vem crescendo ano a ano, teria que chegar a 10% do PIB (em 2003 foi 4,9%) para puxar outros setores da economia a ponto de aumentar a competitividade brasileira. Segundo o diretor de competitividade e tecnologia da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, essas metas são baseadas na média conseguida pelos países mais avançados no ranking. "Mesmo com todas essas ações, não chegaríamos ao mesmo patamar das primeiras nações do ranking, mas melhoraríamos muito", diz. (FP)

IPCA-15 Índice recua para 0,16%

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor 15 (IPCA-15) caiu para 0,16% em setembro, ante 0,28% em agosto. A taxa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não captou o reajuste da gasolina em 10 de setembro, já que a coleta de preços terminou dois dias após a decisão da Petrobrás, quando o reajuste ainda não havia chegado aos postos. Segundo o IBGE, a queda da taxa de um mês para o outro ocorreu devido a

desaceleração dos reajustes do telefone fixo (3,39% em agosto para 0,13% em setembro) e dos combustíveis (a gasolina passou de 1,14% em agosto para -0,19% em setembro, e o álcool de 4,22% para -0,66%). Os alimentos passaram de uma variação de -0,67% em agosto para -0,60% em setembro. Entre as pressões de alta destacaram-se os salários dos empregados domésticos (1,82%) e automóveis usados (1,13%). No ano, o IPCA-15 acumulou alta de 4,08% e em 12 meses, de 5,95%. (AE)

Silvana, do magazine Torra Torra, reclama das vendas em agosto, mas vai contratar 60 novos funcionários até o final de dezembro

Desemprego está estável, diz IBGE Pelo terceiro mês consecutivo, a taxa de desocupação ficou em 9,4% da população economicamente ativa

A

taxa de desocupação em agosto manteve-se em 9,4% da população economica mente ativa (PEA) pelo terceiro mês consecutivo, segundo informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em comparação ao mesmo período do ano passado, houve retração de 2 pontos percentuais. O IBGE divulgou também os dados de rendimento que variaram 0,7% no mês e 3,7% no ano. A renda média de agosto ficou em R$ 973,20 e a área de prestação de serviços imobiliário e intermediação financeira foi o setor com maior aumento de renda, 5,7%, pela variação anual. O segundo maior aumento de renda, 5,5%, foi registrado na indústria extrativa, de transformação e distribuição de eletricidade e água. O comércio de reparação de veículos automotores e a varejo de combustíveis foi a terceira variação ficando com 5,4%, quando comparada com agosto de 2004. Atividade – O levantamento, que abrange as cidades de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre também mostrou que a taxa de atividade manteve-se estável na comparação mensal, 56,5%, e negativa na comparação anual, -1,1 ponto percentual. O total de empregados com carteira de trabalho assinada

manteve-se estável na comparação mensal e aumentou 6,2% no comparativo anual, o que representou a criação de 462 mil postos de trabalho. Região metropolitana – A taxa de desocupação na Grande São Paulo acompanhou a média de desempenho das demais regiões. A variação anual foi de 12,6% em agosto de 2004 para 9,4% em agosto deste ano. Além de São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro registraram retração; enquanto Recife, Salvador e Porto Alegre mantiveram-se estáveis. O total de desocupados nas regiões pesquisadas somou 2,1 m i l h õ e s , u m a re d u ç ã o d e 17,1% no comparativo anual. A maioria dos desocupados em agosto eram mulheres, 55,1% e tinham entre 15 e 24 anos, 46,4%. Dentre os desocupados, 19,5% estavam em busca do primeiro trabalho e 26,5% eram os principais responsáveis pela família. Já o total de ocupados, segundo a pesquisa do IBGE, ficou em 19,9 milhões em agosto de 2005, número também estável em relação ao mesmo período de 2004. A taxa de ocupação, em relação a população economicamente ativa, 90,6% em agosto, também não registrou variação mensal. E na comparação anual a elevação foi de 2 pontos percentuais.

Expectativa de crescimento das vendas para o Dia da Criança fez comerciantes contratarem novos funcionários na primeira quinzena de setembro

Cejana Montelo

Varejo contrata para Dia das Crianças A

estabilidade nas taxas de ocupação e renda não repercutiu de forma positiva no varejo. Comerciantes do centro de São Paulo afirmam que as vendas em agosto caíram em relação ao mesmo período de 2004 e por isso, a contratação de funcionários que costuma acontecer nessa época do ano, foi adiada. Vestuário e calçados foram alguns dos setores mais sensíveis em agosto. E a retração é atribuída principalmente à instabilidade do clima. A gerente do magazine Torra Torra, Silvana Dalla, afirma que a queda chegou a 15%. No entanto, as coisas melhoraram na primeira quinzena de setembro, o que estimulou a contratação de pessoal. Foram

16 novos funcionários para ajudar no movimento de Dia das Crianças e a previsão é que a Torra Torra contrate ainda mais 10 atendentes. Para o final do ano, o magazine, que tem 80 funcionários, quer chegar a 140 pessoas. A Clovis Calçados sentiu os mesmos efeitos em agosto. O sub-gerente, Jânio Araújo, estima que a queda tenha chegado a 15% em relação ao mesmo mês de 2004, mas também aposta no Dia das Crianças para recuperar as perdas. Segundo ele, a data gera aumentos de cerca de 20% nas vendas. Essa estimativa levou à contratação de 10 funcionários. Hoje, a loja tem 43 vendedores e até o fim do ano deve contratar outros 15. (CM)

Apesar das baixas vendas em agosto, expectativa é boa para o dia 12


10 -.FINANÇAS

DIÁRIO DO COMÉRCIO

COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de setembro de 2005


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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FINANÇAS - 11

NO DOCUMENTO, BANCO CENTRAL ADMITE QUE INFLAÇÃO DO ANO PODE FICAR ABAIXO DA META DE 5,1%

Ata do Copom sinaliza queda dos juros Paulo Pampolin/Digna Imagem

O

Comitê de Política vel trabalhar com uma expecM o n e t á r i a ( C o- tativa de corte de até 0,5 ponto pom) abriu espaço porcentual da taxa Selic para o para que a taxa bá- mês que vem. "Levando em consideração sica de juros da economia (Selic) continue sua trajetória de o baixo risco de externalidades queda nos próximos meses. à economia brasileira e as proNa ata da última reunião, di- jeções de inflação, é concreta a vulgada ontem, os diretores do possibilidade do Banco CenBanco Central que formam o tral afrouxar ainda mais a pocomitê chegaram a admitir a lítica monetária, com um corte possibilidade de a inflação ter- de 0,5 ponto", diz o texto. Na ata divulgada ontem, os minar o ano abaixo da meta fidiretores avaliaxada, de 5,1%. ram que a projeComo a polítição de inflação já ca monetária é se situa abaixo estabelecida de do objetivo de acordo com a 5,1% para este trajetória da inflação, analistas ponto porcentual deve ano. E que essa benigdo mercado cair a taxa básica em avaliação na já teria permiconsideram que outubro, de acordo tido a redução o caminho para da Selic de novos cortes escom previsões de 19,75% para tá aberto. A únianalistas baseadas 19,50% ao ano na ca dúvida agora última semana. é saber qual o tana ata da última O comitê atrimanho do próreunião do Copom buiu a melhora ximo corte. "O nas perspectivas Banco Central deixou claro, na ata, que a op- de inflação à reavaliação das ção por ser cauteloso já trouxe estimativas de reajustes para resultados positivos e que essa baixo de alguns preços admipostura continuará, caso seja nistrados para o restante do necessário", diz o economista ano, que compensaram os efeida Associação Comercial de tos adversos do aumento no São Paulo Emílio Alfieri. "É es- preço da gasolina, de 10%. Petróleo — Os diretores dessa postura que ainda nos faz ter dúvidas se o Banco Central op- cartaram novos aumentos nos tará por um corte maior da Se- preços de combustíveis, pois a lic, de 0,5 ponto, na reunião de cotação do petróleo no mercado externo, após ter registrado outubro", conclui. Relatório publicado pela recordes históricos em agosto, consultoria GRC Visão, consi- apresenta sinais de arrefecidera que a tendência de flexibi- mento. Ainda segundo a ata, a mulização da política monetária está garantida e que já é possí- dança de patamar da inflação

ALGODÃO LEVA BRASIL A ENFRENTAR EUA O

0,5

Para o Copom, alimentos tiveram quedas maiores que o normal

nos dois últimos meses foi influenciada principalmente pelo preço dos alimentos, que tiveram recuo em intensidade acima da usual. "Cabe notar também que a variação média de todos os nove grupos do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no período de junho a agosto esteve abaixo

da observada de março a maio, exceção feita a despesas pessoais e comunicações", diz o texto. No trimestre de junho a agosto a inflação média medida pelo IPCA foi de 0,13% e acumulada, de 0,40%, contra valores de 0,66% e de 1,98% no trimestre de março a maio. Adriana Gavaça

governo brasileiro vai pedir à Organização Mundial do Comércio (OMC) autorização para retaliar os Estados Unidos. Trata-se de uma represália ao fato de Washington não ter eliminado os subsídios à produção e à exportação de algodão até as 24 horas da última quarta-feira. Além de pedir autorização para limitar a importação de produtos americanos, o Brasil pleiteará também a adoção de sanções nas áreas de propriedade intelectual e de serviços. O valor da retaliação será calculado com base nos prejuízos sofridos pelo setor produtor brasileiro, que estimou perdas de US$ 480 milhões de 1999 a 2002. A decisão deverá ser anunciada até 21 de outubro pelo Organismo de Solução de Controvérsias (OSC) da OMC, em Genebra.

"O governo brasileiro não tem conhecimento de qualquer medida que tenha sido tomada pelo governo americano para cumprir com essa determinação", afirma nota do Itamaraty, referindose à determinação da OMC para que os Estados Unidos eliminassem os subsídios ou tomassem medidas para neutralizá-los. A decisão brasileira não significa que o governo já esteja decidido a adotar as retaliações contra os americanos. "O que fazemos neste momento é apenas reservar o nosso direito de retaliar os Estados Unidos. Se não vamos usar esse instrumento, de fato, e como podemos retaliar são decisões que tomaremos mais à frente", explicou o ministro Roberto Azevêdo, coordenador do Núcleo de Contenciosos do Itamaraty. (AE)

Wilton Júnior/AE

TJLP BANCÁRIOS QUEREM 11,77% A contraproposta dos bancos prevê reajuste de 4% para salários, pisos e demais verbas salariais; abono de R$ 1.000 e participação nos lucros e resultados nos mesmos moldes pagos no ano passado, ou seja, 80% do salário mais fixo de R$ 733. Os bancários também aprovaram o calendário de mobilização, que inclui paralisação de 24 horas em 28 de setembro e Encontro Nacional dos Bancários em 1º de outubro. Em outubro de 2004, o fim da greve dos funcionários do Banco do Brasil e da Caixa foi decidido no Tribunal Superior do Trabalho, que considerou a paralisação abusiva e determinou o reajuste proposto pela Fenaban (8,5%). (ABr)

CYRELA

A

construtora Cyrela Brazil Realty estreou ontem no Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo. A empresa lançou R$ 784,5 milhões em ações ordinárias (com direito a voto). (DC)

Agência no Rio de Janeiro: reivindicação rejeitada pelos bancos DC

O

s funcionários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal rejeitaram a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e decidiram fazer ontem uma paralisação de 24 horas. Caso não seja apresentada uma nova proposta, os bancários afirmam que vão entrar em greve a partir de 6 de outubro. A categoria apresentou as reivindicações em 11 de agosto e recebeu a proposta da Fenaban no dia 20 do mesmo mês. Os bancários reivindicam reajuste de 11,77% e participação de lucros de um salário mais R$ 788, acrescido de 5% do lucro líquido, além de 14º salário e reajuste de 11,77% sobre as demais verbas.

Ó RBITA

Houre Master Cabeamento estruturado

Antenas

Peças e Acessórios

Consultoria

Projetos

Equipamentos de informática COD.: 85185

P

arlamentares da região Sul e empresários fizeram coro ontem pela queda da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), atualmente em 9,75%, na reunião do Conselho Monetário Nacional do próximo dia 29. Para eles, a inflação em baixa justificaria um corte na taxa, que serve de referência para as operações de financiamento do BNDES. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de setembro de 2005

LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS - 9

LEI KANDIR Lula fez 23 vetos ao Orçamento de 2006

Luiz Prado / AgLuz

AÇÕES CIVIS PÚBLICAS BENEFICIAM MILHARES DE CONSUMIDORES QUE DESISTIRAM DE CONSÓRCIO

JUSTIÇA DEVOLVE TAXA DE CONSÓRCIO

Estados criticam corte de recursos

companheiro, hoje um executivo da multinacional IBM. O fim do relacionamento provocou nele um quadro depressivo, que se agravou depois de ele ter sido demitido da empresa onde trabalhava. "Hoje ele está no Brasil, desempregado, tentando começar de novo", disse seu advogado. (AE)

Os advogados da Anadec, Ronni Fratti e Ana Lúcia Bianco: mais de 250 ações civis públicas ajuizadas em nove estados brasileiros

Auditores ameaçam com nova greve O

s auditores fiscais da Receita Federal devem definir hoje se realizam nova paralisação em protesto contra a Medida Provisória nº 258, que cria a Receita Federal do Brasil – a SuperReceita. O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco) da cidade de São Paulo, que representa 1.640 profissionais da categoria, começou ontem a assembléia nacional para determinar sobre uma eventual greve. Se decidida, será a terceira paralisação do mês. Foram realizadas manifestações de 48 horas nos dias 8 e 9 e, na semana passada, na terça e na quarta-feira. A Super-Receita unifica as receitas Previdenciária e Federal numa estrutura arrecadatória comum. A Unafisco de São Paulo alega que a MP 258 traz conseqüências negativas para a sociedade, como o ingresso de servidores em carreira de Estado sem concurso público; a ascensão de funcionários de nível médio a nível superior; aumenta a insegurança jurídica provocada pelo questionamento da competência legal do novo servidor; e eleva a carga tributária. Estes fatores fazem parte do estudo "Aspectos Ilegais Nocivos da MP 258 - Super-Receita", que será divulgado oficialmente pela Unafisco de São Paulo hoje, na sede da entidade, na capital paulista, na

ADVOCACIA TRABALHISTA EMPRESARIAL ESPECIALIZADA

ocasião em que poderá ser definida a paralisação. A Unafisco da capital paulista representa os interesses da categoria no município e, juntamente com outras 70 delegacias sindicais, localizadas em outras cidades do território nacional, é uma representação do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal, sediado em Brasília. A entidade destaca que os auditores da capital paulista são responsáveis por aproximadamente 50% das Receitas Federais do Estado de São Paulo, o que representou no ano de 2004 a arrecadação de cerca de R$ 65 bilhões. Enquanto os auditores fiscais decidem se retomam ou não a greve, técnicos da Receita entram hoje no terceiro dia de paralisação. Eles prometem ficar de braços cruzados até o dia 1º de outubro. Os servidores pedem mudanças na MP 258, em tramitação na Câmara Federal. Pelo texto atual, eles são auxiliares dos auditores na nova estrutura. (Agências)

DC

Em julgamento ação de pensão solicitada por homossexual

C

onsumidores estão ta com a quantia a ser devolc o n s e g u i n d o n a vida e este saldo já atingiu Justiça recuperar o 10% do salário mínimo, todo valor da taxa de ad- mês, o consórcio desconta 2% ministração, cobrada mesmo deste saldo", explica Fratti. de quem desiste ou é excluído Com as decisões obtidas pela de um grupo de consórcio. A Anadec, essas taxas serão deAssociação Nacional de Defe- volvidas integralmente aos sa da Cidadania e do Consu- consumidores. "De fato, acolho a fundamidor (Anadec) já obteve uma sentença contra a Fiat, mentação apresentada, posto que beneficia cerca de 13 mil que as cláusulas em questão consorciados paulistas, e permitem vislumbrar abusiviuma liminar contra a General dade, uma vez que favorecem Motors (GM), que atinge 15 em demasia o consórcio réu, mil pessoas em todo o País. conforme manifestação minis"Nos próximos dias, vamos terial de fls. 56/58 e 66, e pode entrar com uma ação civil pú- acarretar prejuízos irreparáblica contra os consórcios veis aos consumidores", declaNew Holland e Massey Fer- rou a juíza Maria Isabel Capoguson", adianta o advogado nero Cogan, da 40ª Vara Cível de São Paulo, ao proferir limida entidade, Ronni Fratti. O principal argumento da nar contra a GM. O juiz Maury Anadec é que a Angelo Bottesitaxa configura ni, da 31ª Vara cobrança de serCível da Justiça viço não prestapaulistana, que do, ferindo os artigos 51 e 53 A Circular n° 3.023/01 j u l g o u a a ç ã o contra o consórd o C ó d i g o d e do Banco Central cio Fiat, fixou Defesa do Condispõe que é vedada a ainda uma mulsumidor (CDC), ta de R$ 100 mil além de caracte- cobrança de taxa de para cada conrizar enriqueci- administração de trato assinado mento sem cau- consorciados com a cláusula sa. O artigo 51 desistentes. que declarou do CDC determ i n a q u e s ã o Ronni Fratti, da Anadec nula em sua decisão. nulas as cláusuAções - Em funcionamento las contratuais que estabeleçam obrigações consideradas desde 1999, a entidade já conabusivas. Já o artigo 53 prevê a seguiu dezenas de vitórias na nulidade de cláusulas que es- Justiça e tem ações em tramitabeleçam a perda total das tação contra os consórcios prestações pagas em razão de ABN Amro, Rodobens, Banco inadimplência. "A Circular n° do Brasil e Bradesco. "No to3.023/01 do Banco Central tal, temos mais de 250 ações citambém dispõe que é vedada vis publicas por nove estados a cobrança de taxa de adminis- brasileiros, principalmente tração de consorciados desis- em São Paulo", afirma Fratti. O site da associação é tentes", explica Fratti. Retenção - Na devolução www.anadec.org.br. O Consórcio Nacional GM das parcelas já pagas pelo desistente, a Fiat exigia a reten- informa que apresentará os reção de 50% do pagamento to- cursos cabíveis, "já que o contal da taxa de administração. trato firmado com nossos conJá a GM cobrava também uma sorciados está rigorosamente taxa de 2% ao mês de manu- em conformidade com a regutenção sobre o saldo. "Por lamentação que dispõe sobre exemplo, se um consorciado consórcios". Já o Banco Itaú, pagou 20 parcelas de um total que administra o consórcio de 60 e desistiu, só vai receber Fiat, informa que já recorreu a devolução do valor pago no da decisão e está aguardando a fim do consórcio. Se ele muda apreciação do recurso. de endereço, não recebe a carLaura Ignacio

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DC

A

17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro autorizou a continuidade de uma ação de pensão alimentícia solicitada por um homem contra seu excompanheiro. A decisão é inédita. A ação fora extinta em primeira instância, na Vara de Família em Niterói, RJ. Agora será retomada. O autor do pedido de pensão por alimentos é um contador, de 50 anos, que viveu durante sete anos com um então estudante de pósgraduação. "X" não revelou sua identidade e o processo corre em segredo de justiça. No início do relacionamento, ele trabalhava na Brasif e os dois chegaram a viver maritalmente no Brasil e no exterior: "Um estudava e o outro trabalhava, era uma decisão do casal", disse o advogado José Crescêncio. "O recurso foi com base na existência de uma relação afetiva entre eles, o que é inédito. Todos os processos existentes se baseiam numa relação patrimonial." Seu cliente quer ter o direito de receber 25% dos vencimentos do ex-

veto ao artigo da LDO que permitiria aos parlamentares corrigir essa lacuna, separando uma parte dos recursos que encontrassem durante a reestimativa das receitas. Os secretários estaduais de Fazenda se reunirão na próxima semana, em Manaus, para discutir a estratégia que adotarão neste debate com o governo. Aparentemente, o Ministério da Fazenda pretende condicionar os ressarcimentos à imediata aprovação da reforma tributária. "Vamos discutir que estratégia os estados vão adotar. Nosso pleito é sempre que a União repasse metade da desoneração do ICMS", afirma o coordenador do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), Albérico Mascarenhas, secretário de Fazenda da Bahia. Segundo ele, os cálculos apontam para uma necessidade de ressarcimento da ordem de R$ 9 bilhões. Neste ano, o governo acabou incluindo R$ 5,2 bilhões no Orçamento, depois de muita negociação, mas só está repassando o equivalente a R$ 4,3 bilhões – mesmo valor (congelado) dos anos anteriores. A parcela pendente de R$ 900 milhões foi condicionada, no acordo firmado com o Ministério da Fazenda, à ocorrência de excesso de arrecadação federal. Os números oficiais revelam que a receita já está R$ 7 bilhões acima do esperado no início do ano, mas a equipe econômica ainda não liberou um centavo a mais para os governadores, com a argumentação que outras despesas obrigatórias cresceram e lhe impedem de elevar os repasses. (AE)

ção Divulga

O

s governadores e os produtores rurais devem se somar à oposição na reação contra os vetos presidenciais feitos a dispositivos da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2006. Os primeiros estão descontentes com as sucessivas manobras em torno dos acordos feitos com a União sobre o ressarcimento aos estados exportadores, enquanto o setor rural está revoltado com a intransigência do Ministério da Fazenda em relação à renegociação de suas dívidas. Em agosto, quando a LDO foi votada no Congresso, a bancada ruralista incluiu no texto um dispositivo que permitia a renegociação dos débitos dos produtores em 2006, num total de R$ 20 bilhões. Os parlamentares ligados ao campo também incluíram item que previa recursos para a subvenção do seguro rural e para apoiar a comercialização da safra, todos vetados ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao todo, foram 23 vetos. "O veto indica que o governo ignora a crise pela qual passa o setor rural. O recado é claro: não haverá qualquer tipo de inovação no ano que vem. É muito ruim", diz o assessor do departamento econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Luciano Carvalho. No caso dos estados, há uma dupla queixa: contra a falta de programação orçamentária para o ressarcimento das perdas que os estados e municípios sofrem com a desoneração das exportações determinada pela Lei Kandir e com o

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

LUCROS COM A F-1 LARGAM NA FRENTE

EMPRESAS - 13

Fotos: Alex Ribeiro

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de setembro de 2005

Empresas que apostam no Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 colhem os primeiros resultados das campanhas promocionais. O evento é um dos mais lucrativos do ano para a capital.

AVIAÇÃO

DEMISSÕES

A

Sony vai cortar dez mil postos de trabalho e fechar 11 de suas 65 fábricas ao redor do mundo. Somente no Japão serão demitidos quatro mil funcionários. A idéia da empresa é reduzir prejuízos e ficar fortalecida para enfrentar os concorrentes, como a Samsung e a Apple. A Sony pretende cortar 20% dos seus modelos de produtos. Mas os gravadores de DVD e tocadores de MP3 vão ganhar proridade. (AE)

Veridiana Pacheco (ao lado), do hotel Renassaince, explica que o faturamento cresce 40% no GP do Brasil. Campanha da Johnnie Walker dá destaque ao consumo responsável.

Percival Maricato, os principais estabelecimentos devem receber um público maior, mesmo aqueles localizados d i s t a n t e s d o a u t ó d ro m o . "Apesar de não ser uma Copa do Mundo, muitos restaurantes preparam ações especiais para o dia da corrida, como transmissão ao vivo em telões e sorteios de brindes", exemplifica. Quanto ao grande número de restaurantes temáticos na cidade, que oferecem um vasto leque de opções gastronômicas dos mais variados países, Maricato ainda aposta na culinária nacional. "Acredito que tanto os turistas estrangeiros quanto os integrantes do circo da Fórmula 1 preferem experimentar a culinária do país onde a corrida é realizada", diz. Hospedagem - Com o aumento de turistas na capital, muitos hotéis ficam com suas taxas de ocupação completas.

TRÉGUA

A

Varig está começando a se ajustar à concorrência e ao seu plano de se tornar uma empresa de baixo custo e de baixas tarifas. Nesta semana, a empresa aérea reduziu os preços de alguns trechos para os mesmos valores praticados pela WebJet, a mais nova concorrente do mercado. Segundo a Varig, todos os vôos partindo de São Paulo ou Rio de Janeiro para Porto Alegre estão com preço promocional de R$ 168,00, só ida. O trecho Brasília-Porto Alegre sai por R$ 355 00. (AE)

Divulgação

água da marca. "O fato de o campeonato poder ser decidido no Brasil aumenta a visibilidade para a corrida e, conseqüentemente, para os patrocinadores", explica Amaro. Campanha – A Diageo, detentora da marca de uísque escocês Johnnie Walker, também está investindo no Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1. Além de ser o scotch oficial da corrida, a marca de uísque mais vendido no mundo patrocina, pela primeira vez, uma equipe neste campeonato. Trata-se da McLaren Mercedes, dos pilotos Kimi Raikkonen e Juan Pablo Montoya. Ao lado dos patrocínios oficiais, a Johnnie Walker desenvolveu uma campanha de conscientização sobre a importância do consumo responsável de bebidas alcoólicas. A iniciativa, que conta com o apoio da Prefeitura de São Paulo e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), espalhou outdoors pelas ruas da cidade visando indicar aos motoristas a direção do autódromo. "As faixas reproduzem a mensagem: Assuma a liderança. Beba com responsabilidade", explica Eduardo Bendzius, diretor interino de marketing da Diageo. Ainda de acordo com o executivo, a marca Johnnie Walker estará visível em um grande painel dentro do circuito e levará 500 convidados para assistir à corrida em uma arquibancada exclusiva da empresa. Gastronomia - A Fórmula 1 também movimenta o setor de restaurantes. Ainda mais em uma cidade como São Paulo, considerada a capital brasileira da gastronomia. Para o presidente do Sindicato dos restaurantes da cidade de São Paulo (Sindirestaurantes),

Divulgação

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Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, que será realizado neste domingo em São Paulo, é um dos eventos mais lucrativos do ano para a cidade. Patrocinadores, redes de hotéis e restaurantes já comemoram os primeiros resultados. A prova deve trazer 40 mil turistas brasileiros e do exterior, além de movimentar uma receita superior a R$ 80 milhões. Segundo estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), cada R$ 1 investido na Fórmula 1 traz R$ 3,22 para a capital. Ser patrocinadora oficial de um evento da dimensão e importância da Fórmula 1 traz grande visibilidade de marca e consequente retorno financeiro para uma empresa. A Nova Schin, cerveja oficial do GP Brasil de Fórmula 1, lançou uma série comemorativa de latinhas alusiva à corrida. Trazendo estampado um carro de F1, o produto já pode ser encontrado em milhares de pontos-de-venda pelo País. A edição limitada conta com 36 milhões de latas. "Nos três dias do evento, esperamos vender 300 mil latinhas de cerveja dentro do autódromo de Interlagos", afirma Luis Fernando Amaro, gerente de produtos do Grupo Schincariol. Junto com as latinhas, a Nova Schin está presente em relógios e painéis pelas ruas de São Paulo, sairá em 945 inserções na Rede Globo, entre vinhetas de patrocínio, publicidade virtual, além de placas de merchandising presentes no Grande Prêmio do Brasil. Clientes, parceiros e funcionários da empresa também poderão assistir à prova em uma arquibancada com capacidade para 1,2 mil pessoas. Durante o evento, ainda serão comercializados refrigerantes, sucos e

Peças publicitárias da marca Johnnie Walker indica o trajeto até o autódromo de Interlagos. A cervejaria Schincariol lançou edição limitada da Fórmula 1.

O Ó RBITA

CARNE

A

Perdigão anunciou ontem a entrada no mercado de carne bovina e margarinas. Por meio de um acordo de prestação de serviços com a Arantes Alimentos (detentora da marca Frigoalta), deve passar a produzir cerca de 60 mil toneladas anuais de carne, destinadas principalmente ao mercado externo (80% da produção), com destaque para a Europa, Egito e Hong Kong. Segundo o presidente da companhia, Nildemar Secches, a empresa poderá se beneficiar da isenção de impostos para empresas com mais de 70% da produção destinada à exportação, caso seja aprovada a MP do Bem. Para o mercado interno, serão vendidos os cortes tradicionais e uma linha de cortes especiais para churrasco. O negócio deverá incrementar o faturamento da Perdigão, que atualmente está em R$ 6 bilhões por ano em mais R$ 270 milhões. A produção de margarinas será feita em parceria com a empresa paranaense Coamo. (AE)

novo presidenteexecutivo da Airbus, Gustav Humbert, afirmou ontem estar confiante de que os governos europeus irão emprestar à fabricante de aviões quase 1,5 bilhão de euros, a fim de ajudar no desenvolvimento da nova aeronave A350. O executivo também pediu trégua na guerra comercial sobre subsídios com a rival norte-americana Boeing . (Reuters)

GENÉRICO

O

governo concedeu ontem o primeiro registro para fins comerciais de um genérico do herbicida glifosato (utilizado depois do nascimento das plantas). A informação foi do Secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Gabriel Alves Maciel. A patente original do insumo era da multinacional Monsanto. A liberação deve ser a primeira de uma série de três que o governo deve fazer até o fim deste ano. O registro foi concedido à empresa Atanor do Brasil, do Rio Grande do Sul. (AE)

Esse é o caso dos hotéis Transamérica e Renaissance. O Transamérica é conhecido como o hotel oficial da Fórmula 1, até pela proximidade do autódromo. Há pelo menos dez anos as principais equipes ficam hospedadas em suas suítes. Este ano estão as equipes BMW

Williams, Ferrari, entre outras. O hotel está com 100% da taxa de ocupação. O hotel Renaissance, por sua vez, hospeda predominantemente turistas de outros países e empresários ligados à Fórmula 1. "Nos três dias do evento faturamos 40% a mais do

que o verificado na média anual", diz Veridiana Pacheco, diretora de vendas do Hotel Renaissance São Paulo, também com 100% de ocupação. As suítes do hotel de luxo tem valores de diárias que variam entre R$ 1,2 mil e R$ 19 mil. André Alves


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de setembro de 2005

O seu caderno de artes, espetáculos e lazer Mara Mourão/Divulgação

Os palhaços freqüentam quartos e UTIs para animar as crianças doentes. E conseguem

Ciclo Brasil O

CINEMA

OBRIGADO, PALHAÇO

As palhaçadas às quais as crianças agradecem não acontecem no circo, mas em hospitais. Quem leva a elas, pequenos pacientes, o consolo do riso são os Doutores da Alegria, criadores de um belo e corajoso projeto, agora documentado em um filme emocionante.

H

Geraldo Mayrink

á muitas formas de fazer o mal, como se sabe, e poucas de se fazer o bem, que às vezes não se sabe. O bem já foi em outros tempos chamado de mecenato, o patrocínio a obras de arte espetaculares e coisas do espírito, mas o mecenato não ajudou espetacularmente coisas do corpo doente. Isto era para médicos e enfermeiras pálidas que usavam chapelões brancos, orando aos céus. Doutores da Alegria procura romper esta situação em que a felicidade não era prescrita. Trata-se de um documentário mostrando artistas em locais que não freqüentam nem mortos, ou só mortos, os hospitais. A crença de que um hospital possa ser um lugar alegre, ou quando nada menos triste, é que os anima. São uns palhaços, no bom sentido.

B

LAZER - 1

Com seus narizes em forma de bolotas vermelhas, freqüentam quartos e UTIs onde crianças jazem ligadas em tubos. Fazem graça, de graça, para elas e elas riem. Mas estão rindo de quê? Dos palhaços, figuras-chave da arte, nas formas mais variadas, de pajés a bobos da corte, de Carlitos aos Três Patetas, sem falar nos Trapalhões e tantos outros. Os palhaços deste filme são muito sérios. Fazem parte de uma organização, sem fins lucrativos, Doutores da Alegria, fundada em 1991 pelo ator Wellington Nogueira, palhaço brasileiro que teve a idéia em Nova York quando sonhava ser um astro da Broadway. Conheceu lá um hospital onde faziam um trabalho parecido com o seu agora. De volta ao Brasil, para visitar o pai internado numa UTI, trocou a Broadway pelo

Hospital das Clínicas e foi à luta. Hoje, os Doutores da Alegria atuam em dez hospitais (cinco em São Paulo, dois no Rio e três no Recife), já atendeu com seus shows digamos assim terapêuticos a 350 mil crianças e adolescentes e conta com uma equipe de 35 atores-doutores, todos palhaços. Fala a "doutora" Thaís Ferrara: "O riso fácil não tem graça". Outra palhaça, . Juliana Gontijo, codinome "doutora dona Juca Pinduca", na tela, acrescenta: "A tônica do nosso teatro é a delicadeza. Porque as pessoas, quando vão ao teatro, vão felizes, para se divertir. E a gente faz o caminho inverso. Vai fazer teatro para um público que não está feliz. Às vezes somos a única visita que uma criança recebe". É uma narrativa sem pieguices, apesar do assunto

sugerido pela platéia acamada e doentia, e a única criança morta não é vista, lembrada apenas na narração de uma das doutoras. Por isto o filme é frio e dele não se espere que arranque lágrimas. Tende mais para a palhaçada (aliás, meio sem graça, como espetáculo) do que para a tragédia.que envolve sua platéia infantil. Mara Mourão, a diretora, estudou cinema na Universidade de Nova York e dirigiu Avassaladoras e Alö, longas-metragens premiados em festivais de Miami e

Cuiabá, de pequena repercussão aqui. Nem os prêmios nem a repercussão a desmerecem. Doutores da Alegria vale ser visto como bonita homenagem aos mecenas de narizes batatudos vermelhos e à sua triste platéia. Doutores da Alegria (Doutores da Alegria, Brasil, 2005). Direção e roteiro: Mara Mourão. Com Wellington Nogueira. Música de Arrigo Barnabé. Mamo Filmes.

Trajetória de palhaçadas

elo registro do projeto, o livro Boca Larga: Caderno dos Doutores da Alegria, organizado por Edson Lopes e Morgana Masetti, traz entrevistas com os palhaços Carequinha, por George Gomes, e Piccolino 2, feita por Roger Avanzi. "Muita gente diz palhaço, quando quer xingar alguém, e esse

nome pronunciam com escárnio, com desdém", recita Piccolino. Já Beatriz Sayad faz o Ensaio Autobiográfico de uma palhaçada em terceira, quarta ou quinta pessoa. Há depoimentos apaixonados, como o de Soraya Saide, que relata a experiência de treinar durante onze anos os palhaços para atuação

longr do picadeiro, dentro de hospitais no programa Doutores da Alegria. E a atriz Alice Viveiros de Castro conta o seu Um jeito brasileiro de ser palhaço: apontamentos de uma história do palhaço no Brasil, no qual busca no início da colonização brasileira a verve que daria início ao humor nacional.

Veja a programação de cinema no site www.dcomercio.com.br

Centro Cultural Bano do Brasil promove, até domingo, a Mostra Paulo José: 40 Anos de Cinema. O ator, que tem uma filmografia extensa, além de participar de telenovelas e peças de teatro, protagoniza personagens memoráveis. Nesta sexta (23), 14h, Os Marginais (1968), de Carlos Alberto Prates e Moisés Kendler; 16h, A Difícil Viagem (1983), de Geraldo Moraes; 18h, Cassi Jones, o Magnífico (1972), de Luis Sérgio Person; 20h, Faca de Dois Gumes(1989), de Murilo Salles. Sábado (24): 14h, O Ment iro s o (1988), de Werner Schunemann; 16h, As Amorosas (1968); de Walter Hugo Khouri; 18h, Gaudêncio, o Centauro dos Pampas (1971), de Fernando Amaral; e Macunaíma (1969), de Joaquim Pedro de Andrade. Domingo (25): 14h, Cassi, o Magnífico; 16h, Todas as Mulheres do Mundo (1966), de Domingos de Oliveira; 18h, A Difícil Viagem; 20h, Os Moradores da Rua Humboldt (1992), de Luciano Moura, e O Rei da Noite (1975), de Hector Babenco. CCBB, Rua Álvares Penteado, 112, Centro, tel.: (11) 3113-3652. Ingresso a R$ 4. Acompanhe: www.cultura-e.com.br.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de setembro de 2005

TELEVISÃO

CINEMA Califórnia Filmes/Divulgação

Regina Ricca

Crudup e Claire Danes: guerra dos sexos

A vida não passa de um palco A Bela do Palco: o mundo do teatro

P

ara um inglês refinado como o diretor Richard Eyre, um cavalheiro de sangue puro que aos 62 anos já tem o título de Sir conferido por sua Rainha (sim, sempre em maiúsculas), a vida não passa de um palco. Foi neles, ou atrás deles, que passou sua vida, dirigindo espetáculos, produzindo para a televisão e fazendo mais de dez filmes, todos de origem teatral ou de textos literários. A Bela do Palco é o mais recente. E respira teatro por todos os seus poros entupidos de maquiagem, artifícios, perucas, adereços e falas solenes, como só se pode ouvir na pátria de Shakespeare. Lá, sobrevive há séculos a maior concentração de atores, alguns muito grandes, por metro de palco iluminado. Mas o que se vê não é teatro filmado, apenas um filme até bom e algo didático para quem sonha abraçar a profissão. Porém, pode parecer aborrecido (é) para as demais pessoas na platéia que não pensam em abraçar o palco. Na tela se ensina, para quem ainda não sabia, que durante muito tempo as mulheres eram seres inferiores, e por isso não podiam subir naquele tablado mágico exclusivo de homens, seres superiores. Os resultados seriam de esperar. A estrela-mor é um certo Kyanston (Billly Crudup), que ao tirar as calcinhas, veste cueca. É na verdade um macho que as mulheres desejam, mesmo fingindo acreditar que tratase de uma fêmea. E os gays também o querem (não existia a palavra na época, pelo menos no sentido que tem hoje). Bissexuais (não se sabe se a palavra já existia, mas a prática sim) o assediam nas ruas, tentando apalpá-lo, mas Kyanston é tão mulher que já está comprometido com outro homem.

Até que uma de suas ajudantes no palco (Claire Danes) ameaça tomar seu lugar de direito, como mulher. Entediado com a mesmice dos espetáculos encenados em Londres em 1660, o rei Charles 2º, com sua peruca, ordena que as mulheres se assumam, com suas perucas, e ocupem seu posto em cena. E muitos varões femininos começam a perder seus empregos. A batalha entre sexos é literal, pelo mercado de trabalho mesmo, e aí entram as lições do professor-diretor Eyre aos estudantes da arte dramática. E vai além disto. Mostra o que se deve fazer para ser homem ou mulher num palco, quem sabe na vida. A ex-mulher Kayanston faz da ajudante o seu homem, e ela faz dele sua mulher, e os dois se apaixonam, naturalmente. A confusão de sexos é encenada com palavras do sábio Shekespeare, com grande pompa ( "A causa. A causa", filosofa-se em cena) e por isso o filme não lembra em nada misturas como as mostradas em Quanto Mais Quente, Melhor, Traídos pelo Desejo, Homem e Mulher até Certo Ponto e tantos outros que divertiram as platéias sexualmente ambíguas. É tudo, mas nas mentes conservadoras, uma pouca vergonha. No entanto, este filme é sério, tem pouco humor rasteiro e se dedica ao ofício da profissão de interpretar. Os atores são ótimos e Claire Danes é daquelas belezas que, sem serem belas, são uma beleza. Os futuros atores vão adorar ver. Os demais, só vendo. Geraldo Mayrink

A Bela do Palco (Stage Beauty, Reino Unido, Alemanha, Estados Unidos, 2004, 110 minutos). Direção de Richard Eyre. Com Billy Crudup, Claire Danes e Rupert Everett. Califótnia Filmes.

UIP/Divulgação

OUTRAS ESTRÉIAS Correrias dos anos 80 e belos rostos em brasileiro Arquivo DC

Warner Bros./Divulgação

A série dos anos 80 e o filme atual Os Gatões: carros, jogadas e peripécias

O

s gatões – uma nova balada (The Dukes of Hazzard, EUA, 2005, 110 minutos). Direção de Jay Chandrasekhar. Inspirado no seriado exibido pela televisão nos anos de 1980, este filme mostra os primos Bo (Sean William Scott) e Luke (Johnny Knoxville, de Jackass), que passam seus dias andando de carro, sendo espertos e espertalhões, tudo a bordo de carros potentes, nos quais fazem peripécias variadas. A ação se passa no Estado americano da Georgia. A trama toma mais sentido quando eles decidem enfrentar o corrupto comissário Hogg (Burt Reynolds), que está tomando posse de terras ilegalmente. Com Jessica Simpson no elenco. Warner Bros. Columbia Pictures/Divulgação

Super Rita no GNT E

rrou quem pensou que ela deixou a primeira fase do programa Saia Justa porque enjoou de fazer televisão. A super Rita Lee está de volta à tela do GNT com Madame Lee, a partir deste domingo, dia 25, às 21h. E desta vez ela convocou o maridão, o músico Roberto de Carvalho, com quem divide 30 anos de parcerias também musicais, para dividir a cena. "O Roberto vale pelas três amigas do Saia Justa, a Mônica Waldvogel, a Fernandinha Young e a Marisa Orth", brinca Rita. Para Roberto, trabalhar com Rita na TV teve outro gostinho. "É uma delícia e diferente da música. Nessa altura da vida a gente estava precisando de novidade, da sensação de estar começando alguma coisa." Em Madame Lee Rita ataca de "analista" e recebe em seu "consultório" um convidado por programa – sempre abordando um tema diferente. Roberto, excelente astrólogo, dizem os amigos, aproveita a intimidade com os planetas, astros e estrelas da constelação para in-

terferir na "terapia" de Rita com seus "pacientes". O que vai sair dessa salada pode não ser nada muito profundo, mas muitas risadas e uma boa diversão à frente da TV já estão garantidas. O cenário do programa representa um consultório bem moderno, com sala de espera do lado de fora, circuito interno de TV e secretária eletrônica. Uma tela de cristal líquido funciona como espécie de grilo falante ou alter ego da apresentadora. O primeiro programa – de uma série inicial de 13 – será sobre ansiedade e terá como "paciente" a atriz Fernanda Torres, que confessa: "Já fui mais ansiosa, acho que hoje estou mais segura. Meu problema é o ócio criativo". Rita, a analista, aproveita a deixa e pergunta: "O Enéas tem ansiedade? E o garoto propaganda das Casas Bahia?" A cantora Zélia Duncan (no programa sobre amizade) e a jornalista Marília Gabriela (que vai falar sobre inveja) também vão passar pela terapia de choque do casal.

Canal Brasil, ótimo. Quando cumpre o horário Divulgação

C

om proAssinantes duções da velha ou noOperado peva safra, o cinela NET, para assima nacional nantes do paconunca esteve te Advanced, e tanto tempo pela operadora em cartaz -- não S K Y, o c a n a l na tela do cinec h e g a a t u a lDomingos: diretor polêmico ma, mas na da mente a cerca TV através do de 1 milhão e Canal Brasil, que comemorou neste 125 mil domicílios brasileiros. Mas quer mês sete anos no ar com uma marca crescer sua base de assinantes com a impressionante: a de ter exibido, nesse campanha "Eu quero o meu Canal Braperíodo, cerca de 650 longas e 320 cur- sil", que tem por objetivo conseguir entas-metragens brasileiros – produções trar no line-up de outras operadoras. Ispara todos os gostos, nascidas no Cine- so porque o Canal Brasil não é exclusivo ma Novo, na Vera Cruz e Atlântida, no da Globosat, e portanto pode estar precinema da ‘retomada’ e até na Boca do sente em todas as operadoras de TV Lixo paulistana nos anos 70/80, as fa- por assinatura. mosas pornochanchadas.

E os horários?

Além de deitar no divã, as analisadas de Rita cantam e fazem massagens na terapeuta. "O programa não se passa num divã, ele é usado eventualmente. O divã pode ser usado para cenas de sexo, cenas de música e já teve gente que sentou e recebeu um tratamento para os pés. Acho que o sofá inspira as pessoas", diz Roberto, que junto com Rita participou de uma coletiva de imprensa on line na última segunda, dia 19. "O programa não tem uma coisa esotérica, como o programa da Patrycia Travassos, que eu adoro. Tem uma coisa de viagem, baixa o santo e solta", completou Rita, que também vai incorporar alguns de seus personagens, como a conservadora Regina Célia, o cafajeste Aníbal e a menina Gungun, de apenas cinco anos. A atriz Suzana Vieira, a trinca de amigas (uma em cada programa) Hebe Camargo, Lolita Rodrigues e Nair Belo, e a consultora de moda Glória Kalil são as próximas vítimas de Madame Lee.

TELEVISÃO

Uísque e um detetive obsessivo On the rocks

O

Brasil pode ser o país da cerveja, mas os apreciadores do bom uísque vão poder conhecer algumas curiosidades sobre a bebida das highlands (terras altas), como a de que esse destilado à base de cevada, criado para fins medicinais, surgiu na Idade Média pelas mãos de monges escoceses. A saga dessa que é uma das bebidas mais tradicionais em todo o mundo pode ser conferida nesta segunda, 26, no episódio final O Uísqueda série A Máquina do Tempo: O Mundo em um Copo, que o History Channel exibe às 22h.

Fama

Sal de Prata: monotonia

S

Andy (Steve Carrell)

Uma pregação antissexual O Virgem de 40 anos: enredo rasteiro

É

a vingança. Para quem se divertiu ou passou mal com os três American Pie, cheios de besteiradas sexuais entre adolescentes, aqui está a versão adulta, cheia de besteiradas sexuais de personagens à beira da terceira idade, ou quase. Nem por isso, pelas lições da experiência vivida nas camas e amassos, as coisas melhoram. O Virgem de 40 anos se explica já no título. Conta as desventuras e fantasias de um certo Andy (Steve Carrell), boa gente com cara meio de pateta, vendedor numa loja de eletrônicos, e suas relações com os colegas de trabalho, todos faunos que só pensam naquilo. Eles não se conformam com a virgindade do quarentão Andy e tentam empurrá-lo para o caminho que acham certo, em busca de mulheres que chamam sem nenhuma elegância de "vagabas bêbadas", que são as mais fáceis de se conquistar. É claro que surge na sua vida descolorida uma bonitona simpática, Trish (Catherine Kener), divorciada com três filhas e que já

é avó, mas ninguém diria. Ela quer sexo selvagem, o que apavora Andy, mas depois Trish não quer mais, preferindo o afeto, o que alivia Andy. É isto. O filme dirigido pelo obscuro Judd Apatow é , no fundo, uma pregação antisexual que tenta ser engraçado o tempo todo, e poderia até ser, mas nega fogo, em todos os sentidos, eróticos ou não. Com um enredo rasteiro e diálogos dignos dos seriados cômicos que passam na televisão, O Virgem de 40 anos deixa fugir a oportunidade de explorar a vida de certos seres humano assexuados que existem e sobrevivem à margem deste insensato mundo hipersexualizado. Não é para rir.. Mas muito triste para uma comédia. (GM) O Virgem de 40 anos (The 40 Year-Old Virgin, Estados Unidos, 2005, 116 minutos). Direção de Judd Apatow. Com Steve Carell, Paul Rudd, Romany Malco e Seth Rogen, Catherine Keener. UIP.

al de prata (B rasil, 2005, 100 minutos). Direção de Carlos Gerbase, que fez também Tolerância (2000). Filme ganhou prêmio de melhor montagem no último Festival de Gramado. Um tanto monótono, o filme discute o cinema de autor. Para os papéis principais, foi escalado um quarteto de belos atores: Maria Fernanda Cândido, Marcos Breda, Bruno Garcia e Camila Pitanga e ainda há Maitê Proença no elenco. A executiva Cátia (Maria Fernanda) passa a se interessar por cinema depois da morte do namorado, Rudi (Breda), que iria realizar seu primeiro longa-metragem. Enquanto tenta se desviar do assédio do ex-amante Valdo (Garcia), Cátia tenta retomar o filme de Rudi. Columbia.

Nomes conhecidos e festejados não só pelo cinema, mas pelo teatro e TV, como Selton Mello, Paulo Betti, Zezé Motta, Domingos de Oliveira, Paulo César Pereio, Leona Cavalli, e até gente saída das fileiras da MPB, como Ângela Ro Ro, Kledir Ramil e Oswaldo Montenegro, também comandam programas especiais no canal -- uma associação da Globosat com o Grupo Consórcio Brasil, formado por um conhecido quinteto com longa folha corrida prestada ao cinema nacional, como os produtores Luiz Carlos Barreto e Aníbal Massaíni Neto, e os cineastas Zelito Vianna, Marcos Altberg e Roberto Faria, e por Paulo Mendonça, diretor-geral do grupo.

Alguns acidentes de percurso com os horários da programação, no entanto, ainda precisam ser corrigidos pelo Canal Brasil. Algumas vezes, programas agendados para serem exibidos em determinado horário desaparecem da tela como por encanto. Na terça, dia 20, por exemplo, estava programada exibição do filme São Paulo S/A, de Luis Sergio Person, às 14h30 – só que nesse horário passava um documentário sobre Candeia. No sábado, dia 17, de novo: a exibição do filme Os Cafajestes estava anunciada para as 15h, mas naquele horário o canal Brasil exibia um documentário sobre índios. Procurado para falar do assunto, o diretor-geral do canal, Paulo Mendonça, não se manifestou até o fechamento desta edição.

Fique atento à programação

A

té o final do mês, o Canal Brasil vai brindar sua audiência com filmes que marcaram época no cinema nacional, ontem e hoje. Eis aqui alguns destaques que merecem assento em frente à tevê. Na mostra Cinema do Século XXI, entra mais uma vez em em cartaz na sexta, 23, às 2h15, o polêmico Bicho de Sete Cabeças, de Laís Bodansky; no sábado, 24, na Seleção Brasileira: Filme do Mês, confira a estréia na TV de Benjamin, de Monique Gardemberg, filme que lançou à luz a bela Cleo Pires, a Lurdinha da novela América; na terça, 27, às 17h30, veja

ou reveja O Xangô de Baker Street, de Miguel Faria Jr., baseado no livro homônimo de Jô Soares, e no mesmo dia, às 20h30, entra em sessão A Marvada Carne, de André Klotzel. Na quinta, 29, às 22h40, o programa Brasil Cult exibe um dos filmes-marco do Cinema Novo, Tocaia no Asfalto, policial à moda nordestina dirigido por Roberto Pires em 1962. No dia 30, às 14h30, será a vez do delicioso Tati, A Garota, que marcou a estréia de Bruno Barreto na direção, em 1973. E como política anda na ordem do dia, rever o ótimo O Que É Isso, Companheiro -- baseado no livro homônimo de Fernando Gabeira (foto) e também dirigido por Bruno Barreto, em 1997 --- pode servir como uma bela aula da história recente do Brasil.

Detetive Monk

N

a quarta, 28, uma boa notícia para quem acompanha as peripécias do mais que obsessivo e compulsivo detetive Monk. É que o Universal Channel estréia, às 23h, a quarta temporada da premiada série, cujo personagem-título é interpretado pelo ator Tony Shalhoub, que faturou no último domingo, dia 18, em Los Angeles, o segundo Emmy Awards na categoria melhor ator em série de comédia.

Série ao vivo

E

na quinta, 29, às 21h, Will & Grace, outra série divertidíssima exibida pelo canal Sony, ganhará às 21h transmissão simultânea com os Estados Unidos do primeiro episódio da nova temporada da série. Isso porque esse não será um capítulo gravado, mas uma performance ao vivo. No dia 4 de outubro, às 21h, haverá a reapresentação do episódio, com legendas. A nova temporada de Will & Grace só deve chegar ao Brasil em novembro.

Chris Haston/NBC

Will and Grace


4 -.CIDADES & ENTIDADES

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Fotos: Carlos Barria/Reuters

Milhares de pessoas se aglomeram no aeroporto internacional George Bush, em Houston. Os moradores querem deixar a cidade antes do Rita.

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de setembro de 2005 Rick Wilking/Reuters

Casal divide a água durante congestionamento em estrada

Rita perde força, mas ainda assusta Furacão voltou para a categoria 4, com ventos de 209 a 248 km/h, e deve chegar à Louisiana, já arrasada pelo Katrina, na madrugada de amanhã. Mais de dois milhões de pessoas estão sendo retiradas do Texas.

O

Retirada – A governadora furacão Rita perd e u o n t e m u m da Louisiana, Kathleen Blanpouco de sua força, co, ordenou a retirada de todos mas ainda é "extre- os habitantes do sul do estado. mamente perigoso", segundo Em Nova Orleans, arrasada as informações do Centro Na- pelo Katrina, teme-se um novo cional de Furacões (NHC, pe- rompimento dos diques que las iniciais em inglês), de Mia- protegem a cidade. Mais de dois milhões de pesmi. Um dado ainda mais preocupante é que sua rota deslo- soas estão sendo retiradas do cou-se para o leste, ameaçando sul do Texas. Em Houston, as agora a costa da Louisiana, du- estradas que dão acesso ao inramente castigada pela passa- terior ficaram ontem totalmente congestionadas. A gem do Katrina, no dia 29. Durante a madrugada, após maior parte se dirige a San Anchegar às águas do Golfo do tonio, Austin e Dallas. O prefeito de Houston, Bill México, a velocidade dos venWhite, recotos do Rita sunheceu que perou em muinão existem to os 248 km/h ônibus sufi– que delimicientes para t a m o s f u r aremover tocões de categod a s a s p e sria 5, a máxima soas das áreas da escala Safque podem fir-Simpson - a ser atingidas. atingiu 282 Por isso, pekm/h. Após o diu a colabopico de fúria, o ração da pofuracão comepulação. "Deç o u a p e rd e r vemos agir intensidade e, com sensatez, ontem à tarde, mas sem enregistrava a categoria 4 (com As estradas que saem de Houston trar em pânico" declarou ventos de 209 a ficaram superlotadas ontem White. 248 km/h). A Casa Branca emitiu uma "Normalmente os furacões não mantêm uma intensidade ordem para que todos os estão alta por um longo tempo", trangeiros que estão em Housdeclarou Lixion Ávila, meteo- ton entrem em contato com a representação diplomática de rologista do NHC. De acordo com as estimati- seus países. Desde 1983, um vas do centro, o Rita deve che- alerta de furacão não causa gar à terra na madrugada de uma mobilização tão grande amanhã ainda mais fraco, co- na cidade. Na época, o furacão mo um furacão de categoria 3 Alicia, de categoria 3, atingiu (ventos de 177 a 208 km/h). a cidade, causou a morte de Quando começou a perder for- 2 1 p e s s o a s e p r e j u í z o d e ça ontem, o Rita estava a cerca US$ 2 bilhões. As autoridades mexicanas de 700 quilômetros do continente, mas já causava chuvas, também emitiram alertas em ressacas e. um agravante, au- vários estados das proximidamento de 30 centímetros na des do golfo, nos quais o Rita maré nas áreas costeiras do tem causado tempestades e grandes ondas. (AE) Golfo do México.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de setembro de 2005

LAZER - 3

Fotos: Divulgação

EM CARTAZ

CIRCUITO

Divulgação

Duas homenagens e o resgate da memória visual

No palco, a vida urbana no 15º andar

Fotos: Divulgação

amuel é um jovem sonhador. Ele trabalha numa livraria e espera com ansiedade pelo dia de seu aniversário, quando vai conhecer Lili Sol, a misteriosa amiga de Arquiteto, um universitário boa vida, dono do apartamento onde mora Samuel. No grupo de amigos há ainda Muquifo e Verinha, formando o quinteto cujas vidas se entrelaçam. Com esse mote, o espetáculo Um Inesquecível Presente de Quinze Andares, de João Fábio Cabral, mostra cinco formas de encarar a vida urbana. Com direção e cenário de Rogério Harmitt, a peça tem no elenco Fabiana Carlucci, Fabiano Palmarini, Fernanda Catani, João Fábio Cabral e Paulo Campos. Em cartaz no Espaço dos Satyros Dois (Praça Roosevelt, 124, Consolação, tel.: 11-32586345) até 16 de dezembro. Quintas e sextas, às 21h30. Ingressos a R$ 15.

VISUAIS

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Surpresas ao olhar

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urpreendentes, as 14 imagens criadas por Caetano de Almeida expostas na Galeria Luisa Strina até 7 de outubro fazem correr a imaginação. Reunidas nesta mostra chamada A Visita, são pinturas em têmpera vinílica sobre tela, guaches e desenhos pirografados sobre papel. O artista mais uma vez volta ao tema da reprodução da imagem, retalhando e remontando-as. O objetivo é discutir a memória visual, usando ilustrações do século 18 e padronagens têxteis. Os trabalhos estão à venda, com preços entre US$ 5 mil e US$ 8 mil. A Visita - Galeria Luisa Strina - Rua Oscar Freire, 502, tel.: (11) 3088-2471. Aberta de segunda a sexta, das 10h às 19h; e aos sábados das 10h às 17h.

Mais teatro na página 6

MÚSICA

Divulgação

Um nó na teoria musical

Xul Solar divertido e surreal

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arlos Malta & Pife Muderno sobem ao palco do Teatro Alfa nesta segunda, dia 26, às 21h, na série Instrumental em Alfa. A apresentação promete ser inusitada. O grupo anuncia que dará "um nó na teoria musical", passando a harmonia para os tambores, com a zabumba se transformando em piano e o pandeiro, em contrabaixo. O som produzido está, segundo os músicos, "fora da ordem mundial, totalmente ligado à arte e a cultura brasileiras". Carlos Malta mostra, usando pequenos buracos em um bambu, como constrói os timbres do pife, a flauta rústica. O som, original, usa ainda outras flautas. Os músicos fazem recriações de clássicos como Ponteio (Edu Lobo), Açum Preto e Asa Branca ( Lu is Gonzaga), e composições de Malta, como Tupyzinho, Lá no Suzano e Carááá.... caíííí. Ele cuida da direção musical, arranjos, flautas e saxofones. Em seu grupo tocam também Andréa Ernest Dias (flautas), Marcos Suzano (pandeiro), Oscar Bolão (pratos e tarol) e Durval Pereira (zabumba). Carlos Malta & Pife Muderno Instrumental em Alfa - Teatro Alfa Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel.: (11) 5693-4000. Ingresso: R$ 30,00.

O Cavaleiro da Triste Figura

Imitá mi pax, da série Revelações

Pinacoteca exibe 130 obras do artista argentino Lúcia Helena de Camargo

U

ma co-produção entre a Pinacoteca do Estado e o Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (Malba), Coleção Constantine, trouxe para o Brasil 130 obras do argentino Alejandro Xul Solar, além de documentos, manuscritos, livros e folhetos de seu arquivo pessoal. A mostra será aberta neste sábado, dia 24, às 11h. Com curadoria de Patricia M. Artundo, a exposição Xul Solar - Visões e Revelações exibe ao público brasileiro um panorama da arte desse artista visionário escritor e pintor, que viveu de 1887 a 1963, e deixou marcas nítidas na vanguarda artística da América Latina nas primeiras décadas do século 20, com sua arte surreal traduzida em têmperas, óleos, aquarelas e objetos. Os visitantes poderão

Cidades e seus habitantes; conhecer ainda uma faceta divertida do artista argentino, Primeiras Grafias - Tudo escrito; Novas formas de que tinha como hobby religiosidade; Xul e a música; inventar jogos e novas Uma soma de conhecimento; línguas. Exibe-se aqui o Novos espaços panxadrez; e comunitários e, dois idiomas, o por fim, Grafias neociollo e a plasti-úteis. panlíngua. Em paralelo, Dividida em haverá a núcleos mostra paralela temáticos, a intitulada Xul exposição Solar/Brasil – mostra Imaginários em separadamente Diálogo, com as obras do apresentação início da de uma seleção carreira, de artistas iniciada em brasileiros cuja 1910, seguindo produção se para os Altar Mundi: religiosidade relaciona com o módulos universo e a Viagem: Europa; Arquitetura e Design; obra de Xul Solar. Estarão presentes obras de Ismael Teatro e Vida Moderna; Nery, Vicente do Rego Nomear as Coisas; Monteiro, Antonio Gomide, Sincretismo Religioso e Di Cavalcanti e Lasar Segall. Intelectual; Novo Mundo; A curadoria desta parte é de Visões e Revelações; As Jorge Schwartz. A mostra ficou dois meses em cartaz em Buenos Aires. Na Pinacoteca, permanece até o dia 30 de dezembro, seguindo depois para montagem em Houston, nos Estados Unidos. Xul Solar

Antica, o surreal de Xul Solar

Pinacoteca do Estado - Praça da Luz, 2, Luz, tel. (11) 3229-9844. Aberta de terça a domingo, das 10h às 17h30. Ingressos: R$ 4 e R$ 2. Grátis aos sábados.

O

s quatro séculos da primeira edição do livro O engenhoso fidalgo Dom Quixote De La Mancha, escrito por Miguel de Cervantes, estão sendo comemorados ao longo do ano em diferentes eventos. Agora chega a mostra Dom Quixote, 400 anos depois, promovida pela Panamericana Escola de Arte e Design para homenagear o Cavaleiro da Triste Figura. Na entrada da mostra, o visitante vê a monumental escultura em aço, com 3,70 metros de altura, criada por Caciporé Torres. A exibição, em cartaz até 11 de outubro, reúne 30 artistas plásticos brasileiros, que interpretam o tema Dom Quixote, 400 anos depois. Há obras de Aguilar, Antonio Peticov, Baravelli, Cláudio Tozzi, Cléber Machado, Vic Muniz, Tide Hellmeister, Gilberto Salvador, Gustavo Rosa, Ivald Granato, Roberto Magalhães, Rubens Gerschman, Siron Franco, Enrique Lipszyc, Evandro Jardim, entre outros. A curadoria é de Claudio Tozzi e Rubens Gerchman. Dom Quixote, 400 anos depois - Panamericana Escola de Arte e Design - Rua Groenlândia, 77, tel.: (11) 38857890. Aberta de segunda a sexta, das 9h às 21h30 e aos sábados, das 9h às 13h30. Fechada aos domingos e feriados. Ingresso: grátis.

O mundo, ao ar livre

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té o dia 30 de setembro pode ser vista a exposição fotográfica A Volta ao Mundo em 80 Fotos, montada ao ar livre na avenida Nações Unidas. Concebida pelos fotógrafos brasileiros Bento Viana e João Paulo Barbosa e o francocanadense Olivier Boëls, a mostra reúne imagens de mais de 20 países, captadas ao longo dos últimos 15 anos, como Alpinista no vulcão Chimborazo - Equador (foto), de João Paulo Barbosa. O tema é a óbvia homenagem ao francês Júlio Verne, autor do clássico A Volta ao Mundo em 80 dias. O local está aberto para visitação 24 horas, mas as visitas monitoradas ocorrem diariamente em cinco horários: 9h, 11h30, 14h30, 17h e 19h30, com duas horas de duração cada. A próxima parada da exposição é a Praça dos Três Poderes, em Brasília. A Volta ao Mundo em 80 Fotos - Avenida das Nações Unidas, 12.901 (em frente à Torre Norte). Agendamento de visitas guiadas pelo telefone (11) 5504-7441.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.CAMPINAS

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de setembro de 2005

em Campinas Fotos de Marcos Peron/Virtual Photo

URBANISMO

Projetos urbanos vão substituir áreas ociosas

ÓRBITA

EXPLOSÃO cidente com duas carretas que transportavam combustível deixou um morto e um ferido na manhã de ontem na rodovia que liga Campinas a Paulínia. Os dois veículos explodiram depois de se chocarem. O trânsito nas imediações ficou congestionado por várias horas obrigando os motoristas a pegar o desvio pela estrada da Rhodia, sentido Barão Geraldo. O motorista ferido foi levado ao Hospital Municipal de Paulínia.

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A prefeitura de Campinas encaminhou ao Ministério dos Transportes pedido de cessão de uso de áreas que pertenceram à Fepasa

A

prefeitura de Campinas encaminhou ao Ministério dos Transportes pedido de cessão de uso imediato de áreas que já pertenceram à Fepasa (Ferrovia Paulista S.A.) e hoje são consideradas ociosas. Há anos estas áreas - que compreendem leitos ferroviários, pátios e prédios - são submetidas a análise jurídicas com o fim de identificar seus limites físicos e definir seus proprietários, o que tem impedido o andamento de quaisquer projetos nesses locais. A intenção do município ao encaminhar o pedido de cessão de uso foi a de garantir a posse dos terrenos independente do desenrolar jurídico, que caminharia paralelamente. A posse das áreas foi pedida por um período de 99 anos, mas, mesmo se concedida, não significará que o município passa a ser proprietário delas. De acordo com Andresa Mello, assessora jurídica da Secretaria de Assuntos Jurídicos, a proposta do termo de cessão foi levada para Brasília na semana passada pelo prefeito Hélio de Oliveira Santos, mas a redação do documento, que traria o detalhamento do uso para as áreas em questão, ainda não foi feita. “Conseguindo a posse dos terrenos, poderemos deixar as discussões de crédito e débito sendo encaminhadas sem prejudicar o andamento de projetos”, comentou Andresa. O tema envolvendo as áreas ferroviárias ociosas foi debatido ontem em audiência pública na Câmara. Dário Saadi (PSDB), presidente do legislativo campineiro, informou que os trabalhos da Câmara relativos ao assunto seguirão em duas frentes: primeiro irá pressionar o governo federal a conceder o uso das áreas ao município e de Câmara outro lado estudar as melhores propostas para utilizapressionará ção dos terrenos. Entre os projetos que a prefeitura pretende implantar o governo no perímetro dos leitos ferroviários está o da criação de federal a um corredor exclusivo para ônibus onde hoje estão os conceder trilhos do antigo Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). A uso proposta, segundo André Aranha, assessor técnico da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), se volta para um trecho dos trilhos que passam pela avenida John Boyd Dunlop, que enfrenta graves problemas de congestionamento. O VLT, que funcionou entre 1993 e 1995, reutilizou trilhos da Fepasa para transportar passageiros dentro do município. No entanto, o custo para levar o transporte até os bairros mais afastados, ou integrá-lo ao sistema de linhas de ônibus, tornou a alternativa inviável. “O problema do trânsito de Campinas se resolve com a melhoria do transporte público sobre pneus, não sobre trilho. Até porque não haveria demanda para o VLT”, comenta Aranha. Outra proposta da prefeitura, em parceria com o Estado, para as áreas que pertenceram à Fepasa é a construção do terminal multimodal, no antigo pátio central da ferrovia. O projeto pretende juntar à rodoviária prevista para o local terminais ferroviários e outros para o transporte coletivo municipal. “Todo o projeto está pronto, mas não pode ser posto em prática porque não temos a posse de uma área de 35 mil metros quadrados que necessitamos para tocar as obras. Ou a prefeitura consegue o uso dessas áreas, ou elas terão de ser cedidas pela rede ferroviária”, comenta Sílvia Bartos, assessora jurídica da Empresa Metropolitana de Transporte Urbano de São Paulo (EMTU).

ROSAS centro de Campinas ganhou um colorido especial e perfumado ontem, com a chegada da primavera. Centenas de pessoas pararam no Largo do Rosário para apreciar a chuva de pétalas de 30 mil rosas. Os populares correram para apanhar as pétalas - lançadas de um helicóptero - ainda no céu, um sinal de boa sorte. Esse evento que tradicionalmente acontece em São Paulo, na avenida Paulista, foi promovido em edição especial pela Expoflora, com o apoio da Secretaria de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo (SMCIST) de Campinas. O secretário e vice-prefeito, Guilherme Campos Júnior, destacou a importância da Expoflora – maior exposição de plantas e flores da América Latina, realizada em Holambra – para a economia da Região Metropolitana de Campinas. A feira termina no próximo domingo.

O

Os antigos trilhos do VLT serão ocupados por corredores de ônibus

Trem lento Algumas das propostas para áreas da rede ferroviária : I Terminal

multimodal no antigo pátio central da Fepasa I Construção de

um corredor para ônibus em trecho dos trilhos do antigo VLT na av. John Boyd Dunlop Cidade solicita posse das áreas

I Recuperação de

ferroviárias abandonadas por 99 anos

prédios antigos para criação de centro cultural e equipamentos turísticos

Invasão – Os projetos da prefeitura para os leitos ferroviários esbarram ainda no problema das áreas de invasão. Em geral, o entorno do que resta das ferrovias que passam por Campinas foram tomadas por famílias que vivem em situação precária. De acordo com Fernando Pupo, Secretário Municipal de Habitação, das cerca de 450 áreas de invasão existentes na cidade, 29 áreas são da rede ferroviária. Esses 29 terrenos correspondem a 453 mil metros quadrados, onde existem 3368 moradias. “Pelo menos para quatro dessas áreas existem projetos urbanísticos definidos”, comentou o secretário.

I Prolongamento

do passeio turístico da Maria-fumaça, que irá até a Praça Arautos da Paz

BLITZ m dois estabelecimentos da rua Álvares Machado – mini-mercado e pastelaria –foram apreendidos ontem 160 quilos de alimentos impróprios para o consumo. Na ação do Fórum Permanente de Fiscalização ainda foram lavrados oito autos de infração e seis de intimação. Entre as irregularidades: embalagens abertas e focos de ninhos de baratas.

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EXPEDIENTE

Renato ibelli Divulgação

Atrações para cinéfilos mirins

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ilmes infantis europeus, num total de sete longas e 12 curtas, divididos em duas sessões, são o cardápio do 3º Festival Internacional de Cinema Infantil que começa hoje em São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto, em salas da Cinemark. O certame deve atrair 150 mil pessoas nas cidades onde passa. São filmes com todo tipo de técnica, do desenho quadro a quadro aos computadores de última geração. Mas as

crianças se encantam é com as histórias. Este ano, a programação atende à família toda. Um exemplo é Bibi, a Bruxinha, produção alemã de Hermine Huntgeburth, que relata as peraltices de uma menina que exerce seus poderes mágicos antes de ter controle sobre eles. Além dele, só há outro filme com atores, O Homem Pelicano, co-produção da Finlândia e Suécia, dirigida por Lisa Helmine. O festival termina no dia 2 de outubro. Há produções nacionais.

A produção alemã Bibi, a Bruxinha, é um do sete longas europeus. Relata as peripécias de uma menina que exerce seus poderes mágicos antes de ter controle sobre eles. Outro filme do festival internacional é o Homem Pelicano

Diretoria Executiva (2004 - 2007) Presidente Guilherme Campos Júnior 1º Vice-Presidente Gilberto Rocha da Silveira Bueno 2º Vice-Presidente Carlos Francisco Simões Correia Assinaturas do Diário do Comércio (0xx19) 2104-9276 Departamento de Sócios Serviço de Atendimento ao Usuário, Convênios e Parcerias (19) 2104-9271/ 9272/ 9273 associados@acicnet.org.br Assessoria de Imprensa (19) 2104-9215/ 9216 imprensa@acicnet.org.br Página na Web www.acicnet.org.br Rua José Paulino, 1111, Campinas, SP - CEP 13013-001 PABX: 2104-9200


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4 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de setembro de 2005

Arquivo DC

DOCUMENTO

LEITURA As conversas de dois aristocratas do espírito Renato Pompeu Arquivo DC

Obra vasta e uma parceria de décadas

Aquiles Rique Reis Diálogos Borges-Sabato revisa opiniões de escritores representativos

A voz de Manoel Bandeira editada em CD histórico

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Poetas, seresteiros, namorados, correi..." Correi, mas não por estarem próximos os últimos luares, como cantou Gilberto Gil em sua música Lunik 9 (gravada por ele 1996). Correi, sim, leitor, vós que da palavra sois amante. Correi, sensibilidade à flor da pele; correi, lágrima pronta a escorrer; correi, paixão dilacerada, pois a voz de Manuel Bandeira está de volta. Correi logo a ouvir o Poeta recitando suas poesias, leitor. Elas, que desde 1967 dormiam numa fita empoeirada pelo tempo, que não pára nem para preservar limpas as palavras reunidas por quem soube como nenhum outro torná-las simples e belas como devem ser. Pois foi então que, no apartamento da poetisa Marly de Oliveira e do hoje embaixador Lauro Moreira, Manuel Bandeira declarou que "lia muito bem" seus próprios versos. Assim, como que se justificando por uma "pretensão" descabida, teve ligado pelo anfitrião o gravador para que nele o Poeta pudesse registrar alguns se seus poemas preferidos selecionados aleatoriamente. Num estúdio de gravação no Marrocos, partindo da emoção sentida depois de reouvir a velha fita, Lauro Moreira se dispôs a produzir um documento histórico/sentimental em reverência ao amigo. Tomada a decisão, percebeu que os versos recitados por Manuel Bandeira não seriam suficientes para preencher o tempo necessário para um CD. Decidiu gravar ele próprio mais 24 poemas do Poeta, além de convidar a pianista Bellkiss Carneiro de Mendonça para tocar nove peças de Camargo Guarnieri, também este um amigo de Bandeira. No dia 8 deste mês, quase 40 anos depois da gravação, foi lançado na Academia Brasileira de Letras o CD com os 27 poemas escolhidos por Manuel Bandeira para serem lidos a alguns poucos presentes naquele apartamento carioca: Manuel Bandeira – O Poeta em Botafogo. O resultado, em todos os sentidos, é tocante. A voz de Bandeira é feita para ecoar seus próprios versos. E ela, a voz, soa nítida; como nítida é a grandiosidade das suas palavras. Certamente não faltará quem sinta falta desta ou daquela poesia de sua preferência, algo inevitável em seleções deste tipo. Mas o CD que resulta da homenagem é comovedor. Todo poeta deveria ele mesmo reproduzir aos seus leitores a interpretação desejada de seus versos, já que as pausas e as entonações estão, sim, determinadas por ele desde a escrita. Evidentemente, todos podem e devem ler em voz alta suas poesias prediletas, mas ouvir da própria voz do autor aquilo que ele nos deu é um privilégio a ser aproveitado. Convém lembrar que nos anos 1960 o selo Festa, dirigido por um utopista chamado Irineu Garcia, lançou uma coleção em que poetas declamavam seus poemas. O próprio Bandeira faz parte deste acervo, junto com Vinicius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade e diversos outros. Louve-se, já em meados da primeira década do século 21, a iniciativa independente de Lauro Moreira (a tiragem inicial é de 3 mil cópias, podendo ser acrescida de mais 2 mil CDs). Coisa de quem alcança o valor do sonhar embalado por palavras nascidas da inspiração do mestre no ofício de poetar, fazendo-as parecer que nos retratam corpo e alma. Num domingo chuvoso, quando Manuel Bandeira entrou em minha casa e pediu para sentar-se, ali ficamos apenas a recitativa dele e eu. O pensamento voava embalado pelas palavras banderianas. Não pude e não controlei e deixei que de bom grado ele voejasse para Pasárgada. Cada um verso, cada uma palavra, bebo; espanta-me cada poema. Faz frio. Envolto pelas palavras me aqueço. Parece que durmo, mas fantasio. Sonho com meus filhos. A eles toda poesia de Manuel Bandeira que puderem ler. Este texto não poderia acabar de outra forma que não com os últimos versos de Antologia: (...) Quero descansar, morrer/ Morrer de corpo e alma, completamente/ Todas as manhãs o aeroporto em frente me dá lições de partir/ Quando a indesejada das gentes chegar/ Encontrará lavrado o campo, a casa limpa, a mesa posta/ Com cada coisa em seu lugar. Aquiles Rique Reis, integrante do MPB4 e autor de O gogó de Aquiles, A Girafa Editora. aquilesreis@uol.com.br

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Q

uem desejar ler a vasta produção literária de Jorge Luis Borges (1899-1986) na seqüência em que os textos foram produzidos pode adquirir os quatro volumes Jorge Luis Borges - Obras Completas (Editora Globo, R$ 68 cada). O primeiro volume começa com Fervor de Buenos Aires (1923); o ponto alto do segundo é O Informe de Brodie (1970). O livro de Areia abre o terceiro; e os Textos Cativos (1986) estão no último. As parcerias também tiveram um importante papel na obra de Borges. Uma das mais célebres, com o também argentino Adolfo Bioy-Casares (19141999) rendeu o romance de detetive Seis problemas para Don Isidro Parodi(1942), Duas fantasias memoráveis (1944) e Crônicas de Bustos Domecq (1967), os três livros publicados sob o pseudônimo de H. Bustos Domecq, cujo sobrenome é formado pela junção dos nomes dos tataravôs dos escritores. A identidade secreta só seria revelada na década de 1960. (LHC)

ara quem gosta da literatura ocidental em g e r a l , e p r i n c i p a lmente para quem conhece a literatura da Argentina em particular, são preciosas essas conversas entre dois de seus grandes mestres, Jorge Luis Borges, autor de Ficções e outros livros fundamentais, e Ernesto Sabato, que escreve Sobre Heróis e Tumbas, registradas pelo jornalista e escritor, também argentino, Orlando Barone, no volume D iá lo go s Borges-Sabato, recém-lançado no Brasil pela Editora Globo. São conversas de dezembro de 1974 a março de 1975, mantidas em casas e bares, com Borges tomando água e Sabato tomando uísque, organizadas, gravadas, editadas e comentadas por Barone. Essas conversas representaram uma reaproximação entre os dois grandes escritores, que se haviam afastado por divergências estéticas, mas, antes de mais nada, políticas, já que Borges apoiava todos os movimentos antiperonistas, iinclusive os de direita, enquanto Sabato se opunha aos sucessivos regimes militares que tão fortemente marcaram a Argentina. Antes que se reencontrassem, foi necessária toda uma negociação diplomática, no decorrer da qual foi acertado que não se discutiriam temas políticos. O resultado, como se disse, é precioso, tanto no sentido de preciosidade como no sentido de preciosismo. Quem for ler o livro aprenderá muito sobre literatura e, mais ainda, sobre a visão que têm dela os seus produtores, por meio de dois escritores bem representativos. Do ponto-de-vista estritamente literário, o ponto mais importante do livro é a revisão, apresentada pela primeira vez em público, da opinião de Borges sobre o romance Dom Quixote, do castelhano do século 17 Miguel de Cervantes. Borges havia denegrido esse livro como pouco merecedor de sua

enorme fama em todo o mundo, mas, cobrado por Sabato, apresenta uma mudança completa de sua posição, saudando a obra de Cervantes como um dos pontos mais altos da literatura ocidental e, em particular, Dom Quixote como um dos maiores personagens de ficção de toda a história. Borges explica que, na juventude, foi influenciado por autores clássicos espanhóis, que viram a obra de Cervantes como popularesca, mas que tinha relido o livro e passado a julgar que é uma obra praticamente perfeita, principalmente a segunda parte. Os autores discutem ainda outras grandes obras da literatura ocidental – das literaturas orientais só mencionam As Mil e Uma Noites – e, acima de tudo, discutem livros de escritores argentinos, muito menos conhecidos fora de seu país do que eles próprios. Além disso, discorrem sobre as características de bairros e bares de Buenos Aires e manifestações musicais populares argentinas, como os desafios, os tangos e as milongas. Borges diz preferir as milongas aos tangos e afirma detestar o bandoneon, Carlos Gardel e La Cumparsita, respectivamente considerados pela imensa maioria dos fãs de tango como o principal instrumento, o principal cantor, e a

principal obra desse gênero musical. Essa necessidade de se distinguir da grande maioria das pessoas é manifestada também por Sabato, que diz preferir a Quarta Sinfonia do compositor alemão Beethoven, da passagem do século 18 para o século 19, quando praticamente a totalidade do público e dos críticos musicais prefere a Quinta e a Nona, sendo a Quarta menos conhecida, menos executada e menos gravada. Sabato chama a atenção para a importância da religião e Borges diz que, de todas as religiões, a que mais faz sentido para ele é o budismo. Os dois concordam, porém, em referendar uma importante postulação filosófica: a de que é impossível provar, de qualquer maneira que seja, que existe uma realidade externa ao pensamento de cada um. Tudo pode ser um sonho, ou uma ilusão dos sentidos, ou apenas uma ilusão, já que não se pode provar, com absoluta certeza, que os sentidos existem. Essa postulação alcançou sua forma mais perfeita nos textos do bispo escocês Berkeley, há uns duzentos anos, e sobre sua obra os dois escritores pontificam deliciados, como quem prova uma rara iguaria. Outro ponto em que concordam é a respeito da superioridade da literatura em relação a todas as demais atividades humanas, mas não da superioridade de toda a literatura, e sim da alta literatura, da qual ambos se apresentam como grandes praticantes. Como se sabe, os gênios são aqueles que continuaram, como adultos, a cultivar a criatividade da infância, que a maioria doma e esquece. Diálogos Borges Sábato Organizador: Orlando Barone. Tradução de Maria Paula Gurgel Ribeiro. Editora Globo, 176 páginas, R$ 32.

Os escritores e as celebridades

Óleo de Ismaialovich (1960). Reprodução no encarte do CD

Borges e Sabato refletem sobre Cervantes, Beethoven, entre outros personagens célebres. E ironizam a vulgarização da música, inclusive Gardel.


DIÁRIO DO COMÉRCIO Arquivo DC

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Arquivo DC

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Logo Logo

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www.dcomercio.com.br/logo/

A montaria é cruel e não interessa ao público. Soube de casos em que a platéia, cansada, invadiu a arena para os cantores se apresentarem logo!

Eu e ela vamos com um veterinário a um rodeio. Se o laudo técnico comprovar maus-tratos aos animais, nunca mais canto nesses eventos.

Rita Lee, cantora,

Zezé di Camargo, em desafio à cantora,

que é contra rodeios

na Folha de S.Paulo, ontem

SETEMBRO

2 -.LOGO

Recolhimento da Cofins, da CSL e do PIS-Pasep retidos na fonte. Morte de Sigmund Freud, o pai da psicanálise, há 66 anos.

C INEMA E M

C A R T A Z

Dois sertanejos no Oscar

DANÇA Cia. Deborah Colker A Cia. Deborah Colker estréia hoje o espetáculo Nó, com 16 bailarinos, coreografados por ela. Figurinos de Alexandre Herchcovich. Na trilha sonora, Alexandre Kassin, Ceppas, Chet Baker e Moacir Santos. Teatro Alfa. Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722. Telefone: 5693-4000. De quarta a sábado, às 21h. Domingo, às 18h. R$ 30,00 a R$ 70,00. Até 2/10. Mais programação no DCultura.

H ISTÓRIA

S OMÁLIA

Outra revelação sobre o nazismo

Piratas assaltam navio humanitário

Trabalhadores de uma base aérea do Exército norteamericano descobriram uma cova da Segunda Guerra Mundial que conteria os corpos de 34 trabalhadores escravos judeus explorados pelos nazistas. A base aérea fica ao lado do aeroporto de Stuttgart. Tudo indica serem prisioneiros do campo de concentração de Natzweiler-Struthof, próximo à fronteira com a França, que foram levados para trabalhar na base aérea entre novembro de 1944 e fevereiro de 1945.

Piratas que seqüestraram um navio carregado de alimentos da ONU escaparam de um porto no norte da Somália, depois de se recusarem a liberar a embarcação e a tripulação. Esforços para pôr fim ao seqüestro fracassaram dois dias depois de as milícias terem garantido que os piratas não seriam atacados ao deixar o navio, que carrega 850 toneladas de arroz doado pelo Japão e pela Alemanha para os moradores da Somália atingidos pelo tsunami de dezembro. A pirataria é comum na costa da Somália.

Dois Filhos de Francisco é o filme indicado pelo Brasil para receber a estatueta sagrada de Hollywood Divulgação

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filme Dois Filhos de Francisco, com a história da vida da dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano, é o indicado brasileiro à Academia de Hollywood ao prêmio de melhor filme estrangeiro. A decisão foi divulgada ontem pelo Ministério da Cultura, em Brasília. Mas os brasileiros só vão saber se o filme vai mesmo concorrer ao Oscar no dia 31 de janeiro, quando a Academia divulga os cinco filmes concorrentes na categoria. Um total de 12 filmes brasileiros foram inscritos no Ministério da Cultura para a indicação. Um júri formado pela

Secretaria do Audiovisual do ministério ficou entre três títulos: Dois Filhos de Francisco, Casa de Areia e Quase Dois Irmãos. "Mas optamos pela emoção. E também por ser uma história extremamente brasileira, com toque universal", declarou Rubens Ewald Filho. A escolha foi feita pelos jurados Andréa França, Jaime Biaggio, João Carlos Sampaio, Maria do Rosário Caetano, Paulo Santos Lima, Rubens Ewald Filho e Sérgio Moriconi. O filme de Breno Silveira tem no elenco Angelo Antonio, Dira Paes e José Dumont e lidera as bilheterias brasileiras há cinco semanas.

David Van Dam/AFP

F ILME

Vlado, não só para jornalistas Vlado - 30 anos depois conta a história do jornalista Vladimir Herzog, assassinado na prisão em 1975, durante o regime militar. O filme, de João Batista de Andrade, estréia na próxima sexta-feira. Mas os jornalistas terão a chance de ver e discutir história, roteiro e o personagem principal já na segunda-feira. Vlado foi o modelo de várias gerações de jornalistas.

F ÓRMULA 1

Vlado - 30 anos depois: Dia 26. Espaço Unibanco, às 10h.

Alonso: pronto para ser campeão

Mais Fórmula 1 na página 13. R ECORDES

B RAZIL COM Z

Operação calafrio: o primeiro retorno

Um país na encruzilhada

O professor Gilberto Cruz, de 43 anos, tentará quebrar um de seus próprios recordes hoje, em Ribeirão Preto. Ele pretende ficar uma uma hora e onze minutos dentro de uma caixa de vidro cheia de gelo, aumentando em um minuto seu recorde, de agosto de 2003 no Domingão do Faustão. "É o primeiro recorde que tentarei repetir", diz ele, que já tem 23 recordes, dos cem que pretende atingir. Entre os feitos mais inusitados de Cruz estão ficar uma hora sem piscar e passar 400 peças de roupa em 42 horas.

A revista canadense New Socialist, que traz sua inclinação política no nome, traz na mais recente edição, que chegou às bancas ontem, um artigo sobre os movimentos sociais no Brasil. No texto, assinado por um brasileiro, são tratados temas como o a questão da reforma agrária e as esperanças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). A análise dá a entender que articulações como a do MST elegeram o presidente Lula, mas não encontraram em sua política a mudança desejada.

G @DGET DU JOUR

F AVORITOS

GPX2: Media Player Um escritório que roda Linux novo a cada dia

Arquivo DC

São Paulo no peito

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xplorada à exaustão, no ano passado, quando a cidade completou 450 anos, a imagem de São Paulo ganha agora novo formato. Um projeto que reuniu os artistas Cristiano Mascaro, Carla Caffé e Paulo Caruso, a Associação Viva o Centro e a empresa Santana Screen vai colocar no mercado doze camisetas com estampas de alguns pontos da cidade. Carla Caffé, arquiteta que trabalha com desenho, teatro, publicidade, cinema – ela é a diretora de arte dos filmes Central do Brasil e Narradores de Javé –, e já desenhou Nova York, Paris e Rio de Janeiro fala desse novo jeito de olhar São Paulo.

único edifício no mundo com mais de cinco mil moradores. E o Coreto da Luz, a memória de uma São Paulo que não existe mais.

Quais os pontos da cidade que você escolheu para desenhar? A Liberdade, muito característica de São Paulo, o único bairro japonês em uma metrópole da América Latina. As Grandes Galerias, um lugar vivo, cosmopolita, pelo qual tenho um carinho especial. O Copan, que é o maior símbolo da cidade e provavelmente o

Qual o desafio que São Paulo colocou para sua criação? São Paulo é austera, só tem turismo de negócios. O desafio foi dar uma cara para a cidade. Tentei mostrar carinho, reconhecimento, respeito pela cidade nos desenhos. São Paulo não investe na sua imagem. Seria diferente se ela se mostrasse nas bancas de jor-

A TÉ LOGO

O Ministério da Agricultura concedeu ontem o primeiro registro, para fins comerciais, de um genérico do herbicida glifosato, cuja patente original é da multinacional Monsanto. A liberação é a primeira de três que o governo pretende fazer até o fim do ano. O objetivo é reduzir os custos de produção da soja. O registro foi concedido à empresa Atanor do Brasil, do Rio Grande do Sul.

Copan: cinco mil moradores

F UTEBOL nal, nos cafés. Esta também é a idéia do projeto: mostrar uma cidade mais bonita, mais humana, menos violenta. Que lugar que você gostaria de ter retratado? A periferia. Mas a periferia mesmo, onde você não entra se não for convidado. Gostaria de ver esses lugares e retratar como as pessoas decoram seus bares, quais as pinturas e grafismos que a moçada dessa periferia produz, como pintam suas lojas e seus muros. As camisetas serão vendidas, a partir de segunda-feira na Associação Viva o Centro e no Submarino. Os recursos das vendas e os direitos autorais dos artistas vão para o projeto de requalificação do Centro. Site: www.viva ocentro.org.br

Corinthians: ainda em terceiro Num show de desperdício de gols, ontem, no Pacaembu, o Corinthians não conseguiu passar do empate, por 1 a 1, com o Atlético-MG. Com o resultado, o time paulista perdeu a chance de voltar à segunda posição do Campeonato Brasileiro. Está em terceiro, três pontos atrás do líder Internacional. Susana Vera/Reuters

Robinho comemora seu primeiro gol pelo novo time, o Real Madrid, ontem. O Real venceu por 3 a 1 o Athletic Bilbao. Raúl e Beckham também marcaram.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L OTERIAS

Forças de Israel mataram a tiros dois militantes da Jihad Islâmica na Cisjordânia

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Conselho de Psicologia regulamenta atendimentos terapêuticos via internet

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www.regus.com.br

CARLA CAFFÉ

B ATE-PRONTO

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Flexível, o GPX2 tem quatro funções

Divulgação

http://www.gbax.com

Os profissionais já sabem que não tem escapatória: a agenda repleta de compromissos já virou rotina e, nem sempre, é fácil achar um lugar ideal para realizar um encontro de negócios ou apenas encontrar telefone e mesa para trabalhar. Se este é o problema, o site da Regus oferece ajuda a encontrar escritórios terceirizados em mais de 60 países, prontos para usar, a qualquer momento. A empresa também tem salas de reunião em várias cidades do mundo.

JOGO DE ESPELHOS - Jovem observa uma das quatro telas recuperadas do holandês Rembrandt (1606-1669), exposta em Amsterdã. A imagem registrada ontem pelas lentes do fotógrafo imita as cores e a luminosidade do mestre.

Governo enfrenta a gigante Monsanto

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O GPX2 é um media player que serve para jogar videogames, exibir filmes e fotos e tocar música. O aparelho funciona com duas pilhas AA e funciona com sistema operacional gratuito Linux. O preço também é atraente, cerca de US$ 250.

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Com a vantagem garantir o título da Formula 1 neste domingo com o terceiro lugar, o espanhol Fernando Alonso vem agressivo: "Tenho de atacar, porque estou numa boa posição no campeonato e tenho um carro competitivo para lutar pelo pódio nas três corridas", resumiu ontem o piloto da Renault, que lidera o campeonato com 111 pontos.

A GRICULTURA

Bento XVI foi eleito papa com 84 votos. O argentino Bergoglio ficou em segundo.

Concurso 1502 da QUINA 31

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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GASTRONOMIA

ADEGA

Garfos a postos! Dois eventos em São Paulo trazem cursos com grandes chefs, palestras e muita comida boa Lúcia Helena de Camargo

Um tinto e um espumante ainda inéditos Sérgio de Paula Santos

Fotos: Divulgação

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Tagine de cordeiro do Tanger, prato integrante do Festival São Paulo Sabor e o chef Laurent Suaudeau, que dará palestra no Boa Mesa

chef peruana Marisa Guiulfo, há 35 anos na área e dona do Marisa Guiulfo Catering, considerado um dos melhores bufês de Lima. Estará lá na mesma quarta-feira, às 18h45, a chef Bel Coelho, que aos 26 anos vem conquistando prêmios por suas inovações, além de Alex Atala, chef e proprietário do D.O.M., restaurante de comida contemporânea inaugurado em São Paulo em 1999. O Boa Mesa terá espaço para prova de vinhos, uma área dedicada exclusivamente aos amantes do chocolate, a seção dos banqueteiros, com mesas montadas, e a atração principal para os visitantes, a Via Gourmet, na qual os restaurantes vão oferecer seus pratos, entradas e sobremesas. O ingresso para o evento custa R$ 20. Mas para participar os cursos e degustações, é preciso fazer a inscrição à parte, com preço começando em R$ 75 para uma degustação ou R$ 90 por palestra. 100 pratos - No dia 5 de outubro começa outra festa da gastronomia, o festival São Paulo Sabor, que segue até 5 de

novembro. Participam 100 casas, entre restaurantes e bares. Cada casa participa oferecendo um prato específico. A expectativa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, seccional São Paulo (Abrasel-SP), organizadora do evento, é que sejam servidos 22 mil pratos. A cada refeição vendida, o estabelecimento doará R$ 1 em alimentos para o programa Fome Zero. Entre os pratos do festival, estão o Ravioli de Abóbora ao contrário (R$ 23), do chef Sauro Scarabotta, do restaurante Friccó di Frango (rua Cubatão, 837, Vila Mariana, tel.: 11-50840480); o Filetto à Treviatto acompanhado de risoto ao molho do próprio molho (R$ 16), criação da chef Ivalte Braga Salu, do restaurante Livorno (Rua Cerro Corá, 1950, tel.: 11-3834-1703).

Já o aclamado chef Luciano Boseggia prepara seu Risotto di Primavera (R$ 42) na Osteria Don Boseggia (Rua Diogo Jacome, 591, Vila Nova Conceição, tel.: 11-3842-5590). O Sushi Bayano (Barão de Tefé, 194, Perdizes, tel: 11-3873-5049) servirá o Combinado do Festival (R$ 24,50). Os apreciadores da culinária marroquina podem provar o Tagine de cordeiro com ameixas e amêndoas (R$ 29,40), criação da chef Dinah Doctors, do restaurante Tanger (Rua Fradique Coutinho, 1664, Pinheiros, tel.: 3037-7223). Haverá ainda o lançamento do livro Segredos dos Chefs, com as receitas e fotos de todos os pratos do festival, informações sobre os criadores e os restaurantes. Em edição bilíngüe – português e inglês – o livro será vendido em livrarias.

Cabernet Sauvignon - Epagri Videira 2005 Vinho tinto varietal, de 13° G.L., deste ano. O vinho não foi "capitalizado", não foi acrescentado açúcar ao mosto para aumentar o teor alcoólico, sendo assim todo álcool (13°), natural. Apesar de novíssimo, o vinho não é tânico ou agressivo. De cor vermelha-escura e aroma frutado, o vinho é encorpado e potente, mas macio e redondo. Temos a impressão de ter um bom potencial de evolução, que naturalmente será confirmado (ou não) pelo tempo. No momento o vinho é absolutamente correto. Avaliação: 80/100

Boa Mesa São Paulo 2005 ITM Expo – Av. Eng. Roberto Zucollo, 555, Vila Leopoldina, tel.: (11) 3819-7955. Programação completa no site: www.boamesa.com.br.

São Paulo Sabor

Newton Santos/Digna Imagem

G

o u r m a n d s , p eguem seus garfos e preparem-se para a temporada de caça aos bons pratos que começa em São Paulo! Dois eventos gastronômicos vão oferecer opções variadas para paladares exigentes, com degustações, cursos e troca de informação sobre comidas e bebidas. Na 11ª edição, primeiro chega o Boa Mesa, que começa no dia 28 e vai até 1º de outubro, ocupando 14 mil metros quadrados no ITM Expo. A grande atração do evento são os chefs estrelados que darão palestras, como Cozinha Brasileira sob a ótica de um grande chef francês, na quarta (28) às 17h, ministrada por Laurent Suaudeau, que até dezembro de 2004 comandou o restaurante com seu nome na Alameda Lorena. Conhecido por combinar receitas tradicionais da França com ingredientes brasileiros, o premiado Laurent hoje dedica-se a ensinar sua arte. Também na quarta (28), às 13h30, haverá Cozinha Tradicional Peruana, com Toques Modernos, ministrada pela badalada

s vinhos que provamos esta semana provêm de uma adega especial: a o desembargador Edson Nelson Ubaldo, recém-empossado no Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Homem de múltiplas atividades, que incluem a gastronomia e a vitivinicultura, é jurista de renome internacional, professor de Direito Processual Civil na Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), membro do Instituto Histórico e da Academia Catarinense de Letras. Conhecedor profundo de História de sua região, o novo desembargador é autor de livros jurídicos e de contos regionais, além de um sobre vinhos Vinho, um presente dos Deuses, Letras Contemporâneas, Florianópolis, 1999. Como companheiro na Confraria do Vinho do Porto e da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho, unimo-nos ao redor da boa mesa. Nesse aspecto, Edson Ubaldo supera seus companheiros. Produz e comercializa em Santa Catarina, o Confit de Canard (perna de pato), patê de Foie Gras (pasta de fígado) iguaria rara e cara, que até há pouco era tão somente importada. Entre as bebidas, Ubaldo produz um aguardente de maçã (Calvados), que não comercializa. Há alguns anos vem cultivando em Campos Novos, no planalto do oeste catarinense, em terreno propício, as variedades Cabernet-Sauvignon e Merlot. Seus vinhos são produzidos, ainda experimentalmente pela Epagri, de Videira (SC), um centro vitivinícola dos mais bem equipados do país, por enólogos brasileiros e estrangeiros. Evidentemente, como dito, é uma produção experimental, que no futuro talvez nem venha enriquecer o vitivinicultor, mas apenas lhe dê prazer. Por outro lado, não se conhece nenhum desembargador pobre... Provamos hoje dois vinhos de Edson Ubaldo, um tinto e um espumante, que deverão chegar ao comércio em futuro próximo.

Mais informações e lista dos restaurantes participantes no site www.saopaulosabor.com.br.

HAPPY HOUR

S

A virtude de ser simples

implesmente um bar. Como o Platz (já comentado aqui, outros virão), o boteco incrementa ainda mais um bairro que desponta como um novo polo de entretenimento na cidade: Campo Belo. "A idéia é sermos simples, oferecendo qualidade e bom atendimento; daí o nome", explica o proprietário Cláudio Azambuja. Experiente no ramo (além de outros bares, já tocou lanchonetes em conceituadas academias de ginástica), optou por criar o bar seguindo uma linha tênue, que o distingue dos " am arel in ho s" de esquina, mas mantendo a tradicional localização. Como os demais da região, seu estabelecimento fecha cedo (1h), respeitando o sono da

Armando Serra Negra Clóvis Ferreira/Digna Imagem

vizinhança, essencialmente residencial. "MPB ao vivo é melodia mais calma, ideal para um papo de happy hour, sem atrapalhar ninguém", diz ele. A proposta é a de um lugar arejado, com varanda e balcão, e um amplo

pátio interno a céu aberto, para 80 pessoas, que pode – e deve – ser reservado para festas e confraternizações descontraídas. O chope (R$ 3,10) é tirado pelo barman do antigo Democrata, na Vila Olímpia. Geladinho, acompanha o slogan da

casa: "Deixe a política de lado e venha provar o creme do colarinho branco". Brincadeira sutil com o festival de mamatas que assolam o País (crime do colarinho branco), é um bom convite para se desligar um pouco das atuais e impalatáveis manchetes. Ao paladar, boas pedidas são as lingüiças de cordeiro ou carneiro em gomos (R$ 26,50), com vários molhos, hambúrguer na "ponta da faca", de alcatra picada (R$ 8,00) super macio. Cervejas de 600 ml, Itaipava (R$ 3,80), Bohemia, Original e Serramalte (R$ 4,30), caipirinha (R$ 7) e caipiroska (R$ 9). Um televisor antigo é desligado na hora dos telejornais. Simplesmente.

DANÇA

N

esta sexta, 23, e amanhã, sábado (24), às 21h, o grupo Ballet Stagium apresenta seu novo espetáculo no Teatro Municipal de São Pau-

lo. Stagium Dança Chico Buarque é coreografado por Décio Otero e dirigido por Marika Gidali, com cenografia e figurinos de Márcio Tadeu. Fazen-

do referências aos bastidores do teatro e da política, os bailarinos transformam-se em manequins, em meio a um depósito com restos de cenários,

Espumante produzido pela Vinícola Panceri, em Caçador (SC), à base de Chardonnay (90%) e Riesling Renana (10%). O espumante é frutado, leve e elegante. A Riesling o perfuma e a Chardonnay lhe confere elegância. Será mais um entre nossos bons espumantes, a concorrer no mercado. Com uma "perlage" fina e delicada acho que veio para ficar. Muito bom. Avaliação: 82/100 Cotações: G Regular - 50 a 60 pontos sobre 100 possíveis G Bom - 60 a 70 pontos G Muito Bom - 70 a 80 pontos G Ótimo - 80 a 90 pontos G Excelente - Acima de 90 pontos

Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, O Vinho e suas Circunstâncias, Senac, São Paulo, 2003.

armando@dcomercio.com.br

Simplesmente Rua Cristóvão Pereira, 1406, Campo Belo, tel.: (11) 50420112.

Divulgação

Música de Chico embala o Stagium

Le Chasseur, espumante - 2005 - Brut

araras com figurinos, móveis e andaimes. A trilha sonora, como o nome indica, é composta por canções de Chico Buarque de Holanda. Entre outras, entram as músicas Na carreira (com Chico Buarque e Edu Lobo); Trocando em miúdos; Roda viva; Partido alto (Caetano Veloso); A História de Lily Braun (Leila Pinheiro); Morena de Angola; Eu te amo e Beatriz (Milton Nascimento). Juntamente com o espetáculo, foi lançado na quarta (21) o DVD sobre vida e obra da bailarina e coreógrafa Marika Gidali, como parte do projeto Teatro, Cultura e Sociedade, promovido pela Associação Paulista de Arte, Cultura e Educação. Teatro Municipal - Praça Ramos de Azevedo, s/nº, tel.: (11) 222-8698, Metrô Anhangabaú. Ingressos de R$ 5 a R$ 25. Para inscritos no Projeto Escola custa R$ 1.

Anticuário de volta

O

vinho Anticuário, famoso na década de 1970, volta ao mercado em grande estilo. Encontrado inicialmente apenas em empórios e delicatessens, o Anticuário tinto Antigas Reservas Safra 2002 começa a ser vendido em garrafas numeradas, com certificado de propriedade. A vinícola Château Lacave produziu exatamente 68.712 garrafas. A saga do vinho passou por altos e baixos. Primeiro com corte bordalês (mistura de uvas originárias de Bordeaux) feito no Brasil, o Anticuário deixou de ser produzido nos anos de 1980, quando a vinícola foi comprada por uma multinacional francesa. Em 2001, o Château Lacave voltou para mãos brasileiras, passando a pertencer à família Basso, empresa familiar tradicional no ramo de vinhos no Rio Grande do Sul, que reiniciou a produção. Com envelhecimento por seis meses em barricas de carvalho, e após engarrafamento, descanso nas caves subterrâneas, a safra 2002 foi agora considerada pronta para consumo, chegando sob novo rótulo, na conhecida garrafa estilo cantil que fez sua fama. O corte é o mesmo usado na época áurea da produção: 70% de Cabernet Sauvignon, 20% de Merlot e 10% de Cabernet Franc. Para retomar a produção do vinho, a família Basso investiu, entre 2002 e 2003, R$ 6 milhões apenas na reforma da sede do Château Lacave, em Caxias do Sul (RS). Na produção e relançamento do Anticuário, o gasto divulgado foi de mais R$ 2,3 milhões. O retorno começa a chegar. Reaberto para a visitação em fevereiro de 2004, o castelo já recebeu até agora mais de 70 mil visitantes, com a venda de 110 mil garrafas de vinho em sua loja. Na etapa atual, o investimento está sendo direcionado para a modernização da vinícola. E há boas expectativas em relação às vindimas de 2004 e 2005. O Anticuário Antigas Reservas 2002 foi classificado como Ótima Compra (OC) pelos avaliadores especializados da revista Gula. A avalição o considera superior em sua faixa de preço, que deve ficar em torno de R$ 25. (LHC)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de setembro de 2005

TEATRO

Drama russo contra a corrupção

Duas chances para ver o clássico de Tennessee

Peça censurada nos anos 80 no Leste Europeu chega a cidade e promete polêmica

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Sérgio Roveri

Divulgação

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Querida Helena: alunos fraudam notas na escola

ão poderia ser mais oportuna a chegada ao Brasil da peça Querida Helena, drama russo que permaneceu censurado entre os anos de 1981 e 1987 nos países do então Leste Europeu. Nestes dias em que o País se vê assolado por CPIs, cassações e uma assustadora crise moral, o espetáculo traz para a cena justamente uma grande batalha entre o valor da honestidade e os métodos ilícitos que podem ser empregados na obtenção de benesses. Escrito

pela dramaturga Ludmila Razumovskaia, 56 anos, e traduzido por Tatiana Belinky, o texto de Querida Helena mostra as ações de quatro estudantes que procuram ludibriar uma professora para obter o gabarito de uma prova de matemática, o passaporte para que eles cheguem à universidade. Limitada à sinopse, a peça poderia sugerir uma trama que não fosse muito além das típicas crises da adolescência. Querida Helena, no entanto, esbofeteou com tamanha força a

dramaturgia soviética da época, interessada apenas em ressaltar os valores morais do povo russo, que o nome da escritora passou a engrossar a lista dos artistas banidos. Na noite em que comemora aniversário, a professora Helena (papel da atriz Eliana Guttman) recebe a visita de quatro alunos aparentemente dispostos a felicitá-la. Chegam trazendo flores, taças, bebidas e um entusiasmo tão grande que a professora lhes abre as portas. Mas não demora até que as verdadeiras

intenções dos estudantes subam à tona: eles estão atrás das chaves de um cofre onde estão guardadas as provas de matemática. Depois de ter se dedicado durante anos à formação de, como ela mesma chama, uma geração de elevados valores morais e profissionais, a professora é obrigada a se confrontar, em sua própria casa, com alguns representantes de uma nova ética – jovens para quem a corrupção parece ter se tornado um irresistível atalho para o sucesso.

Primeiro texto de Razumovskaia a ser encenado no Brasil, Querida Helena tem direção de Iacov Hillel e traz no elenco, como os quatro estudantes, os atores Alan Medina, Cássio Inácio, Clarissa Kiste e Theodoro Cochrane. Querida Helena Estréia hoje no Teatro Aliança Francesa, Rua General Jardim, 182, tel.: (11) 3129-5730. Sexta às 21h30, sábado às 21h e domingo às 20h. Ingressos a R$ 30.

Divulgação

Lilia, no divã com a platéia A atriz encarna uma mulher madura que descobre a importância dos analistas para mudar de vida. E chama o público para o debate

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Lilia, 8 meses em cartaz no Rio. 60 mil espectadores.

lguns dias antes da estréia do espetáculo Divã, na Casa de Cultura Laura Alvim, no Rio de Janeiro, a atriz Lilia Cabral, insegura diante da receptividade do público, pediu para que o produtor João Federici já estudasse a possibilidade de levar a montagem para teatros de Niterói, Campos e Macaé, dali a dois meses. Federici não precisou correr atrás do pedido da atriz. O sucesso de Divã foi tamanho, que a temporada carioca teve de ser prorrogada três vezes – dos dois meses previstos inicialmente, a peça se estendeu por oito meses em cartaz, atraindo um público de quase 60 mil pessoas e colocando o nome de Lilia Cabral entre as finalistas ao Prêmio Shell de melhor atriz do ano. Chegou a vez de as cortinas paulistanas se abrirem diante deste recente fenômeno de bilheteria. Divã estréia hoje no Teatro Faap para uma temporada de três meses – isto se o público der alta para o espetáculo após este período. Divã é baseado no livro de mesmo nome da escritora gaúcha Martha Medeiros. E narra, em tom sempre coloquial, a primeira incursão de Mercedes, professora de matemática de 40 anos, casada e mãe de dois filhos, ao mundo dos analistas. "Ela procura a terapia

porque não sabe absolutamente o que fazer da vida", diz a atriz. "Aos 40 anos, acredita que seu destino segue tranqüilo, com uma família, um emprego, um marido advogado. Mas sente um imenso vazio, que talvez pudesse ser preenchido por drogas ou bebidas. Em vez disso, ela procura uma saída menos bombástica, a análise. Sem imaginar as proporções do furacão que começou a se formar naquele momento em que, ao recostar-se no divã pela primeira vez, ela encarou o analista e perguntou: sou eu que começo?" Lilia passou dois anos em busca de um texto para retornar aos palcos. Chegou a estudar toda a obra de García Lorca, mas sentiu-se "leve demais" para dar conta daquelas mulheres sofredoras criadas pelo dramaturgo espanhol. Até que um amigo lhe indicou o livro de Martha Medeiros. "Li e gostei muito. Mas tive medo de simplesmente transformar o livro em peça, por isso optamos por uma adaptação", diz. "E não queria que disso resultasse um monólogo e nem que outros personagens fossem criados para servir apenas de escada para Mercedes. Trabalhamos para que todos os personagens tivessem estofo". E da falta de personagens Lilia não pode reclamar. Somen-

te o ator Marcelo Valle, que divide o palco com ela, interpreta vários: o marido da professora, todos os ex-namorados e um cabeleireiro. Alexandra Richter se encarrega de viver Mônica, a melhor amiga de Mercedes, e outras duas mulheres. O que não aparece em cena é a figura do analista. "Nas cenas da terapia, a personagem sentase no divã e conversa com alguém da platéia. A peça não faz, em nenhum momento, uma defesa da psicanálise". O processo de terapia irá iluminar alguns cantos da personalidade de Mercedes que seguiam inexplorados. Emergirão do divã a mulher de sexualidade extremada, a esposa ciumenta, a mãe ridícula, a adepta dos dramalhões. É, segundo a atriz, um movimento de perdas e ganhos típico de quem finalmente descobriu que está vivo. "Mais do que qualquer coisa, Mercedes descobre a atitude e a coragem. E supera o medo de enfrentar as paixões e as frustrações. No mínimo, é uma etapa muito interessante de se observar na vida de alguém". (SR) Divã Estréia hoje no Teatro Faap, Rua Alagoas, 903, tel.: (11) 36627233. Sexta e sábado às 21h, domingo às 18h. Ingressos a R$ 60 e R$ 70.

público de São Paulo tem somente duas chances, neta sexta, dia 23, e amanhã, sábado (24) para conferir a polêmica montagem da companhia alemã Volksbühne, de Berlim, para o clássico Um Bonde Chamado Desejo, do dramaturgo americano Tennessee Williams. Criado pelo consagrado encenador Frank Castorf, o espetáculo, que estreou em Salzburgo em 2000, revira a obra de Williams pelo avesso. Como um dos exemplos do rol de transgressões adotadas pelo diretor, há uma câmera instalada no banheiro da casa onde vivem os personagens Stella e Stanley Kowalski – as imagens captadas ali, a maioria delas de discussões, lágrimas e banhos, são transmitidas por um telão no palco. Outra ousadia: as atrizes do espetáculo preparam em cena omeletes em tempo real, impregnando o teatro de um nem sempre agradável cheiro de fritura. A montagem, pontuada por uma trilha sonora que traz canções de Lou Reed e Nirvana, teve seus diálogos atualizados com um objetivo indisfarçável –criticar a sociedade americana. Por não ter recebido da fundação que cuida do legado de Tennessee Williams autorização para usar o nome Um Bonde Chamado Desejo, a peça foi batizada de Estação Terminal América. A companhia de Castorf veio ao Brasil numa espécie de intercâmbio cultural que levou para a Alemanha o diretor Zé Celso e os atores do Teatro Oficina. Zé Celso mostrou aos alemães a sua interminável montagem de Os Sertões – e conquistou a ira de parte da imprensa daquele país. Os jornais Bild e BZ classificaram o espetáculo do Oficina de pornográfico e ainda criticaram o governo da Alemanha por ter usado dinheiro público na viagem dos brasileiros. A trupe de Castorf, ao contrário, tem sido tratada a pão-de-ló pela imprensa e público brasileiros. O espetáculo Estação Terminal tem duas horas e meia de duração sem intervalo, e é falado em alemão com legendas em português. Mas nada disso impediu que a montagem fosse uma das mais concorridas do Porto Alegre Em Cena, o gigantesco festival de teatro que termina neste fim de semana na capital gaúcha. (SR) Estação Terminal América Somente nesta sexta (23) e amanhã, sábado (24) às 21h, no Teatro do Sesc Pinheiros, Rua Paes Leme, 195, tel.: (11) 3095-9400. Ingressos a R$ 40.


w w w. d co m e rc i o. co m . b r Edição concluída às 00h10

São Paulo, sexta-feira a domingo, 23 a 25 de setembro de 2005

R$ 0,60

ATÉ A PRIMAVERA CHEGA EM CRISE AO PLANALTO Valerioduto ligava José Dirceu ao Banco Rural A presidente do Rural, Kátia Rabello, disse que Marcos Valério era um "facilitador" de negócios com o governo. "Era um marcador de encontros". Ela depôs ontem como testemunha no Conselho de Ética. Pág. 4

Gustavo Miranda/Agência O Globo

Ano 81 - Nº 21.969

Tempo nublado na Câmara Sucessão de Severino: muitos candidatos e expectativa até 4ª-feira, dia da eleição. Pág. 8

Alex Ribeiro

Fórmula-1 S A O GP do Brasil de F-1 é lucro rápido para a cidade: 40 mil turistas devem gerar R$ 80 milhões de receita. Cada R$ 1 investido na F-1 traz retorno de R$ 3,22, informa a Fipe. Página 13

JUROS PODEM BAIXAR

Divulgação

A ata do Copom sinaliza a queda de juros nos próximos meses ao admitir que a inflação do ano pode ficar abaixo da meta de 5,1%. Página 11

Mara Mourão

HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 24º C. Mínima 16º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 29º C. Mínima 16º C.

Lilia Cabral estréia na cidade o espetáculo Divã, que promete repetir no Teatro Faap o sucesso do Rio, onde ficou oito meses em cartaz e foi visto por 60 mil pessoas. Divã conta a história de uma professora de 40 anos que descobre (junto com a platéia) o mundo dos analistas.

Brasil e EUA: a guerra do algodão Os EUA não eliminaram os subsídios à produção e exportação de algodão. O Brasil vai à guerra na OMC. Página 11

Fórmula diversão

A melhor estréia da semana é o documentário sobre os Doutores da Alegria, que levam aos hospitais a graça dos palhaços para divertir crianças doentes. Programe-se no DCultura


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de setembro de 2005

Mônica Zarattini/AE

No Dia sem Carro, congestionamento em São Paulo A lentidão no trânsito ficou acima da média ontem, principalmente pela manhã, justamente no Dia Mundial sem Carro. Mas se os motoristas optaram por não usar o transporte público ou andar a pé, o mesmo não pode ser dito do prefeito José Serra e de alguns dos secretários, que aderiram à campanha, iniciada em 1998. Luiz Carlos Gomes/Futura Press

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o Dia Mundial s e m C a r ro , S ã o Paulo teve conge sti onam ent os acima da média, principalmente pela manhã. Apesar da adesão de autoridades ao evento, realizado em todo o mundo desde 1998, o paulistano não deixou o automóvel em casa e nem usou o transporte público. Às 9h, havia 87 quilômetros de tráfego na cidade, quando a média normal para o horário é 75 quilômetros. Às 10h30m, o índice baixou para 53 quilômetros, ainda ficando acima da média, que é de 49. Ao meio-dia, a lentidão atingiu 63 quilômetros na cidade, longe da média de 3. Às 18h30, o horário de pico da tarde, o congestionamento chegou a 130 km – a média é de 114. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), não houve nenhuma razão especial para que o trânsito estivesse pior ontem, justamente quando o carro deveria ter sido deixado em casa. Prefeito – Para algumas pessoas, no entanto, o dia ontem foi diferente. Nada de carro oficial nem de helicóptero: o prefeito José Serra cumpriu sua agenda usando o transporte público. Ele saiu às 7h45 de casa, no Alto de Pinheiros, para pegar um ônibus até a rua Teodoro Sampaio, algo que não fazia desde a campanha eleitoral. No percurso, o que chamou a atenção do prefeito foi a má conservação das calçadas. "Em alguns pontos, estão boas. Mas, na maioria, não." Uma das primeiras atitudes de Serra ao se deparar com o problema, perto de casa, foi avisar o subprefeito de Pinheiros, Antônio Marsiglia Neto. "As raízes da árvore estão destruindo a calçada." Outro ponto criticado por ele foi a rua Teodoro Sampaio. O secretário de Coordenação de Subprefeituras, Walter Feldman, que também fez caminhadas, concordou com Serra: "As calçadas têm buracos e degraus. Fica intransitável, principalmente para deficientes físicos." O primeiro compromisso de Serra estava marcado para as 8h30, mas ele chegou 15 minu-

tos depois. "O problema não foi o trânsito, mas as diversas paradas do ônibus", disse. A reação dos passageiros foi de surpresa. "Não esperava encontrar o prefeito aqui. É bom ele dar exemplo à população", disse a professora Magda Pereira. O tempo do percurso até o ponto final foi de 35 minutos e, como a linha é pouco utilizada, o prefeito conseguiu ficar sentado todo o tempo. A pé – Acostumado a andar de carro, o responsável pelo sistema de transporte municipal, o secretário Frederico Bussinger, também deixou o automóvel em casa. No entanto, desistiu de pegar ônibus no seu trajeto até a Secretaria Municipal de Transportes na manhã de ontem. Preferiu ir a pé. No Centro da cidade, um grupo de ciclistas, entre eles o secretário do Verde, Eduardo Jorge, foi recebido pelo presidente da Câmara Municipal, Roberto Trípoli. Apesar do baixo número de participantes do

passeio de bicicleta, aproximadamente 20 pessoas, o grupo posou para fotografias no plenário. Trípoli chegou a levar a vereadora Soninha pra um passeio pela Câmara. O diretor executivo da Agência Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Nazareno Stanislau Affonso, disse que este ano mais capitais aderiram ao Dia sem Carro. "Isto é muito bom." A entidade não tinha ontem um balanço da campanha no País, mas avaliou como positiva a mobilização. "É uma forma de chamar a atenção para o debate." (AE) ACIMA DA MÉDIA Confira os índices de congestionamento da manhã de ontem, segundo a CET: 9h30 - 80 km (média 68 km) 10h - 54 km (média 51 km) 10h30 - 53 km (média 49 km) 11h - 59 km (média 48 km) 11h30 - 53 km (média 45 km) 12h - 63 km (média 36 km) 12h30 - 62 km (média 38 km)

Câmara faz ato pelo transporte coletivo O ntem à tarde, vereadores reunidos Câmara Municipal de São Paulo também contribuíram para Dia Mundial do sem Carro, prática comum em 1.500 cidades do mundo inteiro. Em vez de votação de projetos, os vereadores utilizaram o horário para uma sessão solene (sugerida pela vereadora Soninha, do PT) para falar da importância de deixar o veículo em casa e usar outros meios de locomoção, especialmente os transportes coletivos. O evento contou com a participação do secretário do Verde e Meio Ambiente, Eduardo Jorge (adepto do uso de bicicletas como meio de transporte), do senador Gerson Camata (PMDB), do secretário municipal de Transportes, Frederico Bussinger, além de diversos ciclistas que ocuparam o plenário e as cadeiras utilizadas pelos parlamentares. Na pauta da sessão, maneiras alternativas de locomoção na cidade (como a bicicleta e também a caminhada). Houve críticas ao modelo de transporte coletivo existente na cidade e sugestões para a implantação

Nelson Antoine/Futura Press

Ciclistas participaram da manifestação realizada no plenário

de ciclovias . O primeiro a falar foi Eduardo Jorge que citou a cidade de Bogotá, capital da Colômbia, como um bom exemplo de política contra o uso de carros. "A Prefeitura de Bogotá fez um grande investimento em reformas de calçadas e ainda criou ciclovias pela cidade. Numa das maiores cidades do mundo, São Paulo, isso não seria possível?", questionou. Após o discurso de Eduardo Jorge falaram o senador Camata e o secretário Frederico Bussinger. E foi justamente o res-

ponsável pelo Transporte do município que causou certa polêmica. Ele disse que a sua gestão à frente da secretaria estaria "consertando erros de administrações anteriores na área de transporte". Ivan Ventura

O prefeito José Serra (acima) andou de ônibus, conseguiu viajar sentado e chegou com um atraso de 15 minutos ao seu primeiro compromisso da manhã. No Dia Mundial sem Carro, o trânsito ficou complicado na cidade, com congestionamentos acima da média, como na foto à esquerda, da marginal Tietê.

CIDADES & ENTIDADES - 1


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.CIDADES & ENTIDADES

Empresários da zona leste se reúnem segunda no Clube Juventus

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N

e depender do projeto de resolução interna para a Câmara Municipal de São Paulo apresentado pelo vereador Átilla Russomanno (PP), a vereadora Soninha (PT) terá que aposentar sua usual combinação de jeans, tênis e camiseta – pelo menos quando tiver que se apresentar em sessão plenária. Calça comprida só será permitida se fizer parte de um elegante terninho. De preferência, combinando com um delicado salto agulha. Afinal, tênis não cairia nada bem nesse visual. Felizmente, o projeto não faz referência aos acessórios. Caso contrário, a famosa mochila de Soninha seria eliminada. Não se enquadraria na definição de Russomanno para o traje "passeio completo", que permite apenas vestidos, tailleurs e terninhos. Comenta-se na Câmara que o projeto tem nome: Soninha. A vereadora não demorou para se manifestar: "Esse projeto é o contrário do que eu penso. As pessoas não são mais sérias porque estão bem vestidas. Essa idéia só afasta as pessoas da política", disse Soninha. "Vou pegar uns vestidos velhos lá em casa, mas não vou ser mais respeitada por isso." A oposição de Soninha à obrigatoriedade de trajes formais surgiu antes mesmo do projeto de Russomanno, quando ela propôs, em maio, uma alteração da resolução do art. 138, que obriga o uso do paletó e da gravata para os homens em plenário. "Paletó e gravata não se coadunam com o clima tropical e a realidade econômica do Brasil", diz a vereadora. Seu projeto não encontrou muitas adesões nem gerou polêmica.

a próxima terça-feira, no Clube Atlético Juventus, na Mooca, acontecerá o 9º Encontro de Empresários da Zona Leste com o tema "Responsabilidade Social: Inclusão e Sustentabilidade". O encontro terá palestras com profissionais de diversas áreas, entre eles Daniel Godri, presidente do Instituto Brasileiro de Marketing e Vendas e apresentador do programa Desenvolvendo Talentos, pela TV Canção Nova; Ricardo Tortorella, economista, mestre em finanças pública, consultor do FMI, do Banco Mundial e das Nações Unidas; Marcello Ferreira, diretor de desenvolvimento de negócios pessoa Jurídica do Unibanco; Silvino Lopes Neto, vice-reitor da Uniban e ex-desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul; e Tomás Carmona, líder da área de cidadania empresarial do Serasa e administrador de empresas. O encontro tem início às 17h e a última palestra deve começar às 21h. Haverá também um momento cultural com a Tito Martino Jazz Band. O evento é gratuito e para saber mais é só acessar www.encontrode empresarios.com.br. O evento da zona leste é realizado pelas distritais Mooca, Penha, São Miguel e Tatuapé da Associação Comercial de São Paulo, Federação das Câmaras dos Dirigentes do Estado de São Paulo e Universidade Bandeirantes (Uniban), com o apoio do Ciesp - Leste, CRC e Sebrae-SP, entre outras instituições.

Arnaldo Dellivenneri: uma vida dedicada a outras vidas Médico e obstetra conhecido por seu trabalho solidário morreu dia 17. A missa de sétimo dia acontece hoje.

U

ma vida dedicada a cuidar de outras vidas, especialmente a ajudar a trazê-las ao mundo. Essa poderia ser a síntese da história do professor doutor Arnaldo Philomeno Dellivenneri, médico ginecologista-obstetra, que faleceu no dia 17 de setembro, em São Paulo. A missa de Sétimo Dia em sua memória será realizada hoje, às 11h, na Igreja Nossa Senhora do Brasil, nos Jardins. Nascido no dia 28 de Abril de 1912, na rua Santo Antônio, número 163, esquina com a rua 13 de Maio, no bairro da Bela Vista, também chamado tradicionalmente de Bixiga, o professor doutor Arnaldo tem sua história pessoal dividida com a de São Paulo e a da medicina ao longo do último século. Curiosamente, antes mesmo de seu nascimento, o próprio nome já havia sido escolhido como forma de homenagem ao médico Arnaldo Vieira de Carvalho, por ter tratado e salvo a perna de seu pai, Pellegrino Dellivenneri, após um ferimento. Uma coincidência que o destino veio a relacionar com sua vocação futura. Orfão de pai – Aos oito anos, o menino Arnaldo perdeu o pai, que faleceu ainda jovem, aos 33 anos, acometido pela gripe espanhola, que vitimou milhões de pessoas por volta dos anos 20. Naquela época, ele morava na rua Santa Ifigênia, na região central da cidade, onde o pai possuía uma loja de calçados. Mas em razão das circunstâncias, a família, agora apenas mãe e irmã, retornou à B e l a V i s t a e passou morar com a avó materna, Mariângela.

Pouco tempo depois, mudaram-se para o bairro da Liberdade, em frente ao largo da Pólvora, e ainda mais vez, agora para a rua Vergueiro em um prédio situado a poucos metros do Quartel da Força Pública. No dia 5 de julho, quando estourou a Revolução de 1924, a casa foi atingida por uma granada, provocando a morte de sua avó. Com a Revolução, a família voltou à Bela Vista. Estudante dedicado, Arnaldo ingressou no Ginásio Nossa Senhora do Carmo, se colocando sempre entre os primeiros alunos da classe. Desde o primeiro ano ginasial mantinha em casa um curso de admissão, em que ensinava os interessados do bairro. Após anos de preparo, ingressou na Faculdade Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro, período em que se afastou da capital paulista. Sa ng ue – Concluído o curso, retornou para São Paulo, onde passou a clinicar. A preocupação com os pacientes ia além da relação profissional. Certa vez, o doutor Arnaldo não localizou parentes de uma paciente que precisava de transfusão de sangue. Ao confirmar o tipo sanguíneo compatível, logo se prontificou a fazer a doação ele mesmo. Afinal, naquela época não existia banco de sangue. O modo de agir com os pacientes, atendendo todos de maneira gentil e mostrando interesse pelas classes mais humildes, lhe rendeu popularidade e fama. Além do interesse

Tenho certeza de que nenhum dinheiro ou fortuna me daria a alegria e o orgulho de ser tão feliz e amado por todos que me conhecem Arnaldo Philomeno Dellivenneri

de políticos, que constantemente o convidavam para a vida pública. Mas a mãe jamais permitiu esse caminho, argumentando que ele deveria ser apenas médico e dedicar-se somente à profissão, que acabou conjugando com a de professor universitário. Influências – Entre as pessoas que mais influenciaram a vida do professor doutor Arnaldo estão os médicos João Pereira de Camargo, José Maurity Santos, Emanuel Saporiti, Arnaldo de Moraes, Raul Bri-

Divulgação

Projeto polêmico obriga vereadoras de São Paulo a usar tailleur

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de setembro de 2005

quet Alípio Correa Netto, Oscar Monteiro de Barros, José Soares Hungria Filho, Paulo de Godoy e Domingos Deláscio, amigo desde a infância. O médico se casou com Laure, com quem teve as filhas Silvia Maria e Marina. Doutor Arnaldo se referia a elas como "as três jóias da minha vida e a maior preocupação em toda minha existência". Preciosidades descritas por ele, que aumentaram com os genros, reconhecidos como filhos, oito netos e dois bisnetos.

"Meu nome é a maior herança que deixo" A frase acima faz parte das Considerações Finais da autobiografia escrita pelo professor doutor Dellivenneri Reprodução

Aproximando-se dos noventa anos, faltando apenas um ano, e com o recente nascimento do meu segundo bisneto, o José Guilherme, "Zé Gui", dou como terminada a minha tarefa, a qual considero não uma autobiografia completa, mas apenas o resumo dos acontecimentos mais importantes de minha vida. Para ser completa e mais autêntica, demandaria volumes e volumes e mais tempo, e, principalmente, uma memória mais eficiente, não obstante, o auxílio da esposa e das filhas. Além de tudo isso, há um fato inconteste e inevitável que vem se observando, a claudicação cada vez maior da saúde, o que, aliás, é natural e inevitável, apesar dos grandes progressos da medicina, mormente da cardiologia. Sinto que a minha atividade intelectual e minha fisiodinâmica, de modo geral, principalmente a visão e a memória, estão se reduzindo dia-a-dia. Dessa forma, sinto que não demora, serei obrigado a parar antes do

mais difícil e desiprazo previsto. gual. O aumento Diz um conhecido dos crimes e assaladágio popular "que tos é assustador. A de médico e louco toausência quase todos temos um poutal do sentimento de co", pois eu tenho amor ao próximo e mais de médico do fraternidade é para que de louco, pois nós a maior das cheguei a me formar. causas. Dizem, também, que Acredito que na a ambição do hofase atual da somem não tem limiciedade, a ação e o tes. A esse respeito é papel do médico justo confessar que Livro conta os 93 anos têm grande importudo a que me pro- de vida do médico tância. pus na vida eu conEm relação a isso, me sinto reasegui, com a ajuda de Deus e da minha família, mormente de mi- lizado, pois em toda a minha vida, a minha preocupação com os ponha esposa. Não posso, também, cometer a bres e desprezados pela sociedade ingratidão de esquecer que desde foi sempre máxima. Por isso, chemenino fui protegido por Nossa go ao fim da grande jornada conSenhora do Carmo, segundo afir- vencido e feliz, e, principalmente, mava minha mãe, e que tudo de admirado e amado por todos que me conhecem. Meu nome é a bom que eu consegui devo a ela. No mundo atual, com tanta maior herança que deixo à minha maldade e inveja, onde impera a família, que em tempo algum deihiprocrisia e a ambição, a luta pe- xou de se orgulhar e reverenciar. Podia ter deixado grande fortula vida e subsistência é cada vez

na, se tivesse em toda a minha vida dado um pouco mais de importância ao dinheiro. Ingenuidade e bom coração tiveram grande influência, pois sempre considerei a medicina um sacerdócio, e quem quer enriquecer tem de procurar outros caminhos, outras profissões. Eu teria de transformar minha nobre profissão em um comércio vil e impiedoso, o que seria totalmente contra o meu espírito e formação, mas acredito fielmente que não seria mais feliz do que hoje. Tenho certeza de que nenhum dinheiro ou fortuna me daria a alegria e o orgulho de ser tão feliz e amado por todos que me conhecem, desde os primeiros tempos da profissão. Provas de gratidão e carinho é o que recebo constantemente. Não passa um dia que não receba um telefonema de antigas clientes, só para saber se eu estou bem, ou para ouvir a minha voz: algumas dão a desculpa de que sonharam comigo. Duvido que todos os médicos tenham esse orgulho e essa herança.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de setembro de 2005

CIDADES & ENTIDADES - 3

iz Prado/Agência Luz

Prefeitura quer usar concreto para evitar mendigos em ponte

Bomba explode antes da hora e frustra fuga no ABC A Foguete caseiro deveria ser usado por quadrilha para libertar presos do Centro de Detenção provisória de Santo André, município da região do ABC paulista

O

O advogado Frontini espera resposta de empresa sobre resíduos

Moradores de Santo Amaro temem contaminação

M

da de toda a área. O receio dos moradores é que problemas com a estrutura possam provocar a contaminação do solo ou do lençol freático, em decorrência de acidente natural ou provocado. Em reunião promovida pelo Conselho de Segurança Campo Grande, o advogado Guilherme Frontini, segundo vicesuperintendente da Distrital Santo Amaro da Associação Comercial de São Paulo, solicitou explicações sobre a retirada e troca de solo, realizadas na área dos galpões, à Indústrias Nucleares do Brasil (INB) – responsável pelo local, mas ainda não obteve resposta. Segundo o engenheiro Robson Spinelli, gerente ambiental da INB, os resíduos não oferecem perigo de contaminação e estão devidamente armazenados. "Periodicamente são realizados testes para verificação dos níveis de irradiação e todos estão dentro dos padrões de normalidade", disse. O Ministério Público analisa a situação. (Redação)

Quando o pavio foi aceso, o projétil não conseguiu subir e bateu no muro dos prédios. A explosão destruiu dois carros que estavam estacionados no residencial e provocou estragos em outros quatro. Janelas de cerca de 20 apartamentos, em um raio de 50 metros, foram arrancadas. Os criminosos Rene de Lima Freitas Ribeiro, de 18 anos, e Ivan de Oliveira, de 19, ficaram feridos. A polícia cercou a região e prendeu os dois na hora. Oliveira só teve escoriações e, após ser medicado, foi encaminhado para o 4º Distrito Policial. Ribeiro teve perfurações no pulmão e exposição óssea da mandíbula. Ela passou por uma cirurgia de cinco horas e teve uma mão amputada. Anderson Luiz Borges, de 19 anos, e Urubatan Fernando de Jesus, de 26, fugiram em um Fiat Tipo e foram presos horas depois. Leandro da Silva Galvão e Avelino Antônio de Lima, o Babalu, estavam foragidos até a noite. Susto – Das 490 famílias que moram no conjunto habitacional, 40 tiveram algum tipo de prejuízo. As portas e jane-

Um Volkswagen 1978 ficou inutilizado depois da explosão do foguete de fabricação caseira Guilherme Pinto/AG

Marcia Anunciação/AE

las dos primeiros apartamentos foram retorcidas e os vidros, estilhaçados. Os carros estacionados em frente aos prédios foram parcialmente destruídos. Os estragos nos prédios e carros deixaram muitos moradores desesperados. Segundo a moradora Maria Silva Leite, o barulho foi muito forte. "Moro no apartamento em frente ao local onde a bomba explodiu. Imagine o susto que levei. Pulei da cama e vi meu lar destruído. O teto do meu banheiro desabou." José Odair Pereira de Matos, dono de um fusca 78 atingido, estava inconsolável. "Comprei o carro há seis meses por R$ 2 mil. Gastei R$ 400,00 para reformar e nem terminei de pagar." A Defesa Civil afirmou que os apartamentos não apresentam risco. Segundo o delegado seccional de Santo André, Luiz Alberto de Souza Ferreira, a bomba caseira não causou estragos no CDP. Pelo jeito, por pouco. "Não podemos afirmar que tipo de artefato era, mas podemos definir como algo muito forte." (AE)

Rivaldo Gomes/AG

Cleyton de Souza/AE

oradores da região de Santo Amaro, na zona sul de São Paulo, estão preocupados com a segurança no armazenamento de resíduos radioativos provenientes da antiga empresa Nuclemon, depositados em dois galpões num terreno de 60 mil metros quadrados, na esquina das avenidas Interlagos e Miguel Yunes. População e entidades locais pedem a remoção desses resíduos da região. O material depositado, de quase uma tonelada, é composto basicamente de areia monazítica e seus subprodutos, conhecidos por "torta II". A comunidade afirma que os depósitos onde o produto está armazenado não têm condições adequadas para garantir a segurança necessária. O entendimento é de que existe o perigo de desabamento ou de afundamento parcial do piso. Além disso, o terreno, segundo os representantes da comunidade local, é de fácil acesso, com apenas dois seguranças responsáveis pela guar-

erro no manuseio de um foguete de fabricação caseira, na manhã de ontem, frustrou o resgate de um preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) na Vila Palmares, em Santo André, ABCD. O artefato explodiu antes do tempo planejado e feriu dois criminosos, que foram presos. Mais dois suspeitos de integrar a quadrilha foram presos e outros dois, identificados pela polícia. A polícia não revelou a identidade do preso que seria resgatado, por motivo de segurança. Ontem mesmo ele deveria ser transferido para outro presídio. Atualmente, o CDP de Santo André abriga 1.336 presos, mas a capacidade da unidade é para 512. Rebelião – À tarde os presos se rebelaram e fizeram um carcereiro refém. A situação foi controlada rapidamente e os presos voltaram para as celas. O explosivo foi montado dentro do Conjunto Habitacional Prestes Maia, que fica nos fundos do presídio. Às 7h45, a quadrilha usou um carrinho de mão para apoiar o foguete.

gestão do prefeito José Serra começou a semana com o secretário de Habitação, Orlando de Almeida Filho, levando uma torta no rosto em protesto contra retirada de moradores de rua e catadores do Centro e vai terminá-la com uma medida polêmica: vai concretar vãos sob o Complexo Dr. Arnaldo, que liga essa avenida à Paulista, para evitar que a área seja ocupada por mendigos. A medida foi considerada higienista, repressora e simplista pelo padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua. "Tirar essas pessoas de lá não quer dizer que elas vão para a periferia, como esse governo quer, porque lá não tem serviço para eles", disse. O padre lembrou de situações semelhantes da gestão passada, como os chuveirinhos em marquises de prédios e obstáculos sob viadutos. "Dessa forma só se transfere o problema." Segundo o prefeito, o "grande problema da população de rua de São Paulo é que as pessoas não querem ir para abrigos, querem ficar naquele lugar. Mas isso é espaço público". Apenas os vãos nas extremidades dos viadutos serão tapados, segundo o secretário de Serviços, Andrea Matarazzo, também subprefeito da Sé. "Não tem grandes mudanças, é só para evitar que essas pessoas se escondam lá", afirmou. A justificativa para a retirada dos moradores é o aumento do número de assaltos nos faróis para, segundo o secretário, comprarem drogas. "Nesse caso não estamos falando de moradores de rua, mas de bandidos", disse. Segundo ele, a Prefeitura tem recebido muitas cartas e pedidos pelo telefone 156 com reclamações sobre assaltos no local. Mas não apresentou dados estatísticos ou policiais que comprovem os crimes. "Não estão comigo, mas a Associação Paulista Viva tem", disse. O presidente da entidade, Nelson Baeta Neves, confirmou as informações do secretário. (AE)

MORTE NA INAJAR – Uma pessoa morreu no acidente que

SUSTO NO PALÁCIO – Depois de se envolver em um acidente

DISFARÇADAS – Três ex-namoradas de Pedro Lomba Neto, o

envolveu um Vectra e um Corsa na altura do número 5.700 da avenida Inajar de Souza, na zona norte de São Paulo. O Vectra caiu no córrego que corre ao longo da avenida, exatamente num ponto em que não havia grade de proteção. O local está sem grade há um ano, em função de outro acidente. No último domingo, uma criança de 4 anos desapareceu no mesmo córrego.

de trânsito na manhã de ontem, um veículo Mitsubishi Pajero por pouco não invadiu os jardins do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo, no bairro do Morumbi, zona sul da cidade. O carro acabou numa praça sem nome, bem próxima aos jardins do palácio, e ficou entalado numa pequena escadaria de pedra.

Pedro Dom, um dos assaltantes mais procurados do Rio de Janeiro e que foi morto pela polícia no último dia 15, prestaram depoimento na 22ª DP, no bairro carioca da Penha. Para evitar serem reconhecidas, Camila, Patrícia e Viviane recorreram a roupas e a grandes sacos pretos de lixo para cobrirem suas cabeças. O pai de Lomba acusa a polícia de extorquir seu filho.

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ATÉ A PRIMAVERA CHEGA EM CRISE AO PLANALTO Valerioduto ligava José Dirceu ao Banco Rural A presidente do Rural, Kátia Rabello, disse que Marcos Valério era um "facilitador" de negócios com o governo. "Era um marcador de encontros". Ela depôs ontem como testemunha no Conselho de Ética. Pág. 4

Gustavo Miranda/Agência O Globo

Ano 81 - Nº 21.969

Tempo nublado na Câmara Sucessão de Severino: muitos candidatos e expectativa até 4ª-feira, dia da eleição. Pág. 8

Alex Ribeiro

Fórmula-1 S A O GP do Brasil de F-1 é lucro rápido para a cidade: 40 mil turistas devem gerar R$ 80 milhões de receita. Cada R$ 1 investido na F-1 traz retorno de R$ 3,22, informa a Fipe. Página 13

JUROS PODEM BAIXAR

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A ata do Copom sinaliza a queda de juros nos próximos meses ao admitir que a inflação do ano pode ficar abaixo da meta de 5,1%. Página 11

Mara Mourão

TEMPO EM CAMPINAS Sol com pancadas de chuva Máxima 26º C. Mínima 17º C.

Lilia Cabral estréia na cidade o espetáculo Divã, que promete repetir no Teatro Faap o sucesso do Rio, onde ficou oito meses em cartaz e foi visto por 60 mil pessoas. Divã conta a história de uma professora de 40 anos que descobre (junto com a platéia) o mundo dos analistas.

Brasil e EUA: a guerra do algodão Os EUA não eliminaram os subsídios à produção e exportação de algodão. O Brasil vai à guerra na OMC. Página 11

Fórmula diversão

A melhor estréia da semana é o documentário sobre os Doutores da Alegria, que levam aos hospitais a graça dos palhaços para divertir crianças doentes. Programe-se no DCultura


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

poLítica

POLÍTICA - 3

OS 16 CASSÁVEIS MOVEM-SE PARA INFLUENCIAR ELEIÇÃO NA CÂMARA Fotos: Ed Ferreira/AE

Eymar Mascaro

Ainda em baixa

O

FUGA

José Serra começa a se irritar com a inevitável pergunta sobre sua possível candidatura à sucessão de Lula no ano que vem. O prefeito continua reafirmando que não será candidato, com a mesma ênfase quando dizia, em 2004, que não seria candidato à presidência.

FAVORITISMO

Serra continua sendo o tucano de maior projeção nas pesquisas. Por isso é sempre considerado candidatíssimo. As duas últimas pesquisas divulgadas – a do instituto Sensus para a CNT e a do Ibope para a CNI – revelaram que Serra e Lula estão tecnicamente empatados em 1º lugar da preferência do eleitor.

OPÇÕES

A resposta do prefeito vem na ponta da língua, quando a pergunta é sobre sua candidatura. Serra sai pela tangente lembrando que o PSDB tem outros ótimos candidatos, citando sobretudo Alckmin, FHC e Aécio Neves.

RISCO

Mas, pelas pesquisas atuais, Alckmin, FHC e Aécio Neves perderiam a eleição para Lula, se a eleição fosse hoje. É por isso que os tucanos trabalham para convencer Serra a renunciar à prefeitura pra se candidatar a presidente.

DÚVIDA

Atualmente, Lula não se preocupa apenas com sua situação nas pesquisas: o presidente tem medo de que as oposições toquem para frente um processo de impeachment contra ele. Lula teme pela eleição de um oposicionista para a presidência da Câmara.

só será reconquistada se a Câmara cassar os deputados que comprovadamente se envolveram com atos de corrupção.

RETIRADA Foi apenas um balão de ensaio o lançamento da candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Câmara. Chinaglia é o líder da bancada, mas não reuniria os votos necessários para se eleger. Foi sacado pelo partido e pelo governo.

DIFICULDADE O PT sabe que dificilmente fará o sucessor de Severino Cavalcanti na eleição desta quarta-feira. O partido retirou a candidatura de Chinaglia e decidiu jogas suas fichas em outro nome: Aldo Rebelo (PCdoB-SP).

ADVERSÁRIOS Do lado oposto, o governo enfrenta duas candidaturas fortes, as de José Thomaz Nonô, do PFL, e a de Michel Temer, do PMDB. Nonô já teria conquistado o apoio da bancada do PSDB e já somaria hoje cerca de 150 dos 513 votos dos deputados. O que se comenta nos corredores do Congresso é que Nonô já estaria no segundo turno.

REPETECO Michel Temer já presidiu a Câmara por duas vezes. É experiente e acha que pode chegar ao cargo pela terceira vez. Se não houver mudanças no quadro sucessório, os especialistas acham que Nonô e Michel Temer vão decidir a eleição no 2º turno. A exemplo do que aconteceu quando da eleição de Severino Cavalcanti, o governo pode enfrentar nova saia justa e não emplacar um candidato.

OPOSIÇÃO

CONSOLAÇÃO

O medo maior de Lula é que o PFL presida a Câmara. Lula admite que o presidente do partido, Jorge Bornhausen quer chegar ao seu impeachment. O PFL, contudo, desmente qualquer tentativa de derrubar o presidente por questões políticas.

PFL e PMDB acenam para o PT com a 1ª vicepresidência, que está vaga com a interinidade de Nonô na presidência. O PT, com a eleição de Severino Cavalcanti, ficou fora da mesa diretora. A 1ª vicepresidência seria um bom prêmio de consolação para o partido e para Lula.

ACUSADOS Depois de ter dado o pontapé inicial que desaguou na renúncia de Severino Cavalcanti, Fernando Gabeira promete continuar sua luta pela cassação dos mandatos dos deputados envolvidos com o mensalão.

CREDIBILIDADE

Gabeira diz que não basta a renúncia de Severino Cavalcanti. Para ele, a credibilidade do Congresso

APOIO Aldo Rebelo pensa que tem o apoio na sua campanha do presidente do Senado, o alagoano como ele, Renan Calheiros (PMDB). Mas, se ficar constatado o apoio de Renan, o PMDB que faz oposição ao governo ameaça apoiar a candidatura de Thomaz Nonô. É dente por dente, dizem oposicionistas do PMDB.

Um domingo de intenso trabalho: Rebelo (à esq.), Nonô (acima) e Temer (à dir.) à caça de votos para suas candidaturas.

'MENSALÃO' E BAIXO CLERO PODEM DECIDIR ELEIÇÃO

S

em existência oficial, a bancada do PM ("Partido do Mensalão") move-se pela Câmara para influenciar na eleição do próximo presidente da Casa. Não é um grupo a se desprezar. São 16 parlamentares ameaçados de cassação por terem sido citados no relatório combinado das CPMIs dos Correios e do Mensalão por algum tipo de envolvimento com o esquema operado pelo empresário Marcos Valério. O baixo clero, por sua vez, mesmo tendo perdido seu maior defensor, o ex-deputado e presidente da Câmara Severino Cavalcanti (PP-PE), pode ser novamente um fator decisivo, assim como na última eleição, se os principais candidatos (Aldo Rebelo, Michel Temer e Thomaz Nonô) mantiverem até o fim suas pretensões. Com a base aliada rachada e os votos divididos, o risco de o governo novamente se ver às voltas com outro 'Severino' é grande. Tática de fundista – O nome do coração da bancada do "mensalão" seria o do corregedor da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI), ligado a Severino. Nogueira montou com o deputa-

do João Caldas (PL-AL), 4° secretário da Casa, um esquema semelhante ao adotado pelos atletas fundistas. Caldas, como um "coelho", pôs na rua a candidatura para ver se puxa a de Nogueira, ainda não-oficial. Se amealhar votos suficientes, renunciaria em favor do correligionário. Quando abordado por parlamentares, Caldas prefere falar das virtudes do não-candidato Nogueira a falar da própria plataforma. A bancada possui contornos imprecisos, mas passa o número de citados porque ainda são desconhecidos os nomes de deputados abastecidos pelo valerioduto. A candidatura de José Thomaz Nonô (PFL-AL) é vista com apreensão pelos acusados de se beneficiarem do esquema. Temer mantém – "Acho que teremos um candidato do governo contra um adversário forte'', afirmou Michel Temer, presidente do PMDB. ''Mantenho minha candidatura e me reservo o direito de analisar os desdobramentos'', acrescentou. Temer iniciou entendimentos com Nonô com vistas ao apoio mútuo. "Das candida-

turas postas, as mais naturais são a minha, porque já fui presidente da Casa, e a do deputado Nonô, porque é o atual vicepresidente'', disse Temer. Nonô foi lançado com o apoio formal do PSDB e do PFL, que têm cerca de 100 dos 513 deputados. Se vencer, Nonô abre a vaga de 1° vice-presidente para uma composição com outro partido. Aliança – Nonô e Temer ensaiam um acordo para apressar a derrota de Rebelo. Em encontro realizado ontem na presidência do PMDB, eles fecharam um acordo de cavalheiros pelo qual ambos manterão uma campanha elogiosa em alto nível, ao menos até amanhã. Temer decidiu esticar a candidatura pelas próximas 48 horas "para que não haja dispersão de votos no PMDB". Mas, segundo um dirigente peemedebista, é possível que ele nem registre o nome. Neste caso, diz o dirigente, a idéia é investir em Nonô com a promessa do PFL e do PSDB apoiarem um representante da ala rebelde do PMDB para o posto de primeiro vice. Em vez de desistir, o presidente do PMDB consumiu as últimas horas em contatos com

líderes e candidatos do PTB, PL e PP. "Se nos unirmos, isso vai dar quase 230 votos", disse Temer, depois da série de conversas com os candidatos das três legendas. Dissidentes – Tanto Nonô quanto Temer contam com votos de dissidentes do PT para ganhar força na disputa. A escolha de Rebelo e a jogada do Planalto de empurrar para Renan Calheiros (PMDB-AL) a "culpa" pela "rasteira" em Temer produziu seqüelas no PT. "Mais uma vez, o Planalto perdeu o timing, fez uma interferência em momento indevido, magoou pessoas e atropelou as negociações em curso", resume o deputado Walter Pinheiro (PT-BA). Todos os candidatos dedicaram o fim de semana a telefonar para o maior número possível de eleitores deputados. Luiz Antonio Fleury (PTB-SP), diz que foram exatas 312 ligações até ontem. Na linha de frente da campanha de Rebelo, o líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), dividiu a tarefa com o candidato e o líder do PCdoB, deputado Renildo Calheiros (AL). (Agências)

LULA E DIRCEU, MAIS DISTANTES. Tasso Marcelo/AE

Marcos D'Paula/AE

U

m encontro frio, rápido e, aparentemente, marcado pelo mal-estar reuniu hoje, no Rio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o deputado José Dirceu (PT-SP), no velório do ex-dirigente do PT Apolônio de Carvalho, um dos ícones da esquerda brasileira, que morreu na sexta-feira. No Cemitério do Caju, onde o corpo foi depois cremado, Lula e Dirceu, que deixou a Casa Civil por causa do escândalo do "mensalão", apenas se cumprimentaram, mas não conversaram e logo se separaram. Eles falaram mais demoradamente com outros petistas, entre eles, o ex-deputado Vladimir Palmeira (RJ), que conversou com os dois, separadamente. Lula acompanhou o corpo até o crematório, mas Dirceu, não. Na saída do presidente, Dirceu acompanhou-o com os olhos no pátio. Lula ficou por alguns instantes cumprimentando os presentes, a poucos metros de Dirceu sem vê-lo. O deputado do PT, então, fez um

Presidente se despede na saída do velório de Apolônio. Partiu de Dirceu a iniciativa de cumprimentar Lula.

gesto de positivo com a mão direita para a primeira-dama, Marisa Letícia, e tomou a iniciativa de dirigir-se ao casal. Primeiro, beijou o rosto de Marisa e, em seguida, cumprimentou Lula com um aperto de mão. Não recebeu o abraço que o presidente deu a outros companheiros. No rápido encontro, Lula não iniciou qualquer conversa e Dirceu logo se afastou. Responsabilidades – Esse clima frio pode estar ligado à entrevista dada por Dirceu àFo-

lha de S. Paulo, onde ele admitiu que tem "responsabilidade política" pela mais grave crise enfrentada pelo PT em seus 25 anos de história, mas ressaltou que ela tem que ser compartilhada com outros petistas, incluindo o próprio Lula. "Parece que fui presidente do PT sete anos sozinho, secretário-geral cinco anos sozinho, né?", disse Dirceu. Sobre a responsabilidade de Lula, Dirceu ressalvou que o presidente "não era dirigente do PT. Era presidente da DC

presidente Lula não sabe mais o que fazer, a não ser a tentativa de estancar a crise, para impedir a continuidade de sua queda nas pesquisas. O Ibope que foi feito para a CNI mexeu com o presidente, que teve no quesito de aprovação ao seu governo uma perda de dez pontos. Pior ainda foi a pesquisa constatar que metade dos entrevistados não acredita mais nos bons propósitos do presidente. Pela pesquisa, Lula terminaria o 1º turno se a eleição fosse hoje empatado com José Serra. Lula está com a metade dos índices que alcançou quando foi eleito, em 2002. De lá para cá, as quedas têm sido constantes, sobretudo a partir dos escândalos que estão sendo investigados por CPIs, Ministério Público e Polícia Federal. Lula se esforça para acabar com a crise, mas as CPIs continuam fornecendo elementos para a oposição. A cada depoimento que é tomado numa das CPIs, o governo do PT se compromete mais com a corrupção. A oposição corre atrás da origem do dinheiro do valerioduto, desconfiada que petistas teriam avançado o sinal nas estatais e nos fundos de pensão. O governo sabe que tem de se cuidar porque a previsão é a de que as CPIs entrarão em 2006, ano eleitoral.

República. Não participava das decisões do PT". Ainda assim, acrescentou, "Lula tem responsabilidade política porque ele era líder do PT." Cerca de 200 pessoas acompanharam, cantando o Hino Nacional, o caixão coberto com as bandeiras do Brasil, do PT, do MST, e também da Espanha e da França, numa referência à participação de Carvalho na Guerra Civil Espanhola e na Resistência Francesa à ocupação nazista. (Agências)


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2 -.CIDADES & ENTIDADES

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

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A ilustração resume a opinião do presidente da Abraspe-SP: "A faixa é o lugar mais perigoso para atravessar. O motorista que deixou de ser pedestre não respeita a legislação. Mal espera abrir o semáforo para acelerar.

Mal espera abrir o semáforo para acelerar. Basta observar os pedestres nas ruas. Muitos atravessam a rua no meio dos carros, mesmo que o sinal esteja fechado para eles, por causa do congestionamento. Alguns têm o cuidado de ver se está vindo alguma moto ou ônibus pelos corredores. Outros, acham que, por causa do congestionamento, todos irão parar. Não há dúvida de que o pedestre está errado. Porém, mesmo se o sinal estiver aberto para os veículos e se o pedestre estiver errado, nada justifica que ele seja atropelado. Sem solidariedade, a estatística de mortes por atropelamento só tende a aumentar", diz. Corredores – Em São Paulo, depois da criação dos corredores de ônibus, geralmente na faixa da esquerda, houve um aumento de 19% no número de pedestres mortos por atropelamento. Somente neste primeiro semestre, foram 370. No mesmo período do ano passado o número foi de 311. "A culpa é relativa. Há pedestres muito dispersivos, mas também há muito condutor apressadinho. O motorista acelera e o pedestre tem de correr. Isso é um problema essencialmente de comportamento, de educação, de conscientização e de respeito mútuo", afirma o engenheiro Nelson Maluf El Hage, ex-presidente da CET. Para o diretor do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Ailton Brasiliense, os números de atropelamentos e mortes no trânsito só tendem a aumentar. "O aumento da população, da frota de veículos nas ruas e a qualidade dos motoristas contribuem para essa trágica realidade. Os dados que temos são reais, porém não mostram, de fato, o que acontece no País. A cada dia, mais municípios começam a fazer essas estatísticas, mas ainda não existe um cruzamento de metodologias de captação de dados. Com o tempo isso mudará e os números aumentarão", disse. De forma preventiva, na semana passada, o Denatran realizou a campanha "No trânsito, somos todos pedestres". De acordo com Brasiliense, as próximas ações tentarão mostrar ao pedestre maneiras adequadas de andar e atravessar ruas de modo a evitar acidentes. "Cerca de 99% deles podem ser evitados. O manual terá várias obviedades, mas nunca é demais lembrar o jeito mais seguro de atravessar uma rua ou avenida. No trânsito, a responsabilidade é sempre do condutor, porém se o pedestre ficar mais atento e tomar os cuidados devidos o número de acidentes pode diminuir". Brasiliense até defende o uso de faixas de pedestres como forma segura de travessia de ruas, se elas existissem em toda a cidade ou não estivessem apagadas. "Muitas vezes o pedestre não atravessa na faixa, porque ela não existe. Assim como não anda na calçada, porque ela não existe. O certo seria a calçada ter uma extensão para levar o pedestre à faixa e ter um semáforo para garantir uma travessia segura", afirmou.

EXEMPLOS DO QUE NÃO FAZER ALMANAQUE

Fotos de Alex Ribeiro/DC

Apesar da existência da passarela (à esquerda) pedestres arriscam a vida atravessando o acesso entre a Ligação Leste-Oeste e a avenida 23 de Maio, no Centro. Um local de movimento intenso. Na foto acima, motoqueiros usam o corredor exclusivo dos ônibus na avenida Rebouças, em Pinheiros.

Pedestres atravessam a rua da Consolação fora da faixa, uma das infrações mais comuns no tráfego conturbado da cidade. Para especialistas, o número de atropelamentos no trânsito brasileiro só tende a aumentar nos próximos anos.

Na rua Xavier de Toledo, num dos semáforos mais movimentados da cidade, carro desrespeita a faixa de pedestres e atrapalha a passagem. O custosaúde dos acidentes é de R$ 10 bi/ano.

Estimativas indicam que o Brasil gasta mais de R$ 10 bilhões por ano em conseqüência de acidentes de trânsito; A primeira legislação de trânsito chamava-se Lei da Bandeira Vermelha e foi promulgada em 1836, na Inglaterra. Além de limitar em 10 km/h por hora a velocidade máxima dos carros, obrigava que o automóvel fosse precedido por um homem portando uma bandeira vermelha para alertar os pedestres a no mínimo 60 metros de distância. Em algumas cidades brasileiras, quase 60% das mortes no trânsito estão relacionadas a pedestres. Em Brasília, o índice é menor, 45%.


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4 -.POLÍTICA

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

MAÇONARIA DISPUTA A TERCEIRA CADEIRA MAIS IMPORTANTE DO PAÍS

ARQUITETOS DO PODER Por Tsuli Narimatsu

Fotos: Paulo Pampolin/Digna Imagem

Grão-Mestre do Grande Oriente Paulista, Durval de Oliveira, na sede da Potência Maçônica filiada à Confederação Maçônica do Brasil (COMAB)

De cima para baixo: letra G, símbolo dos questionamentos. Estrela de 5 pontas: o homem perfeito. Coluna: símbolo dos opostos, da vida e da morte. Cadeiras no interior da Loja e chão em xadrez: a diversidade do globo e das raças, unidas pela Maçonaria. Ernesto Rodrigues/AE

Roosewelt Pinheiro/AS

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Roosewelt Pinheiro/AS

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Milton M

Célio Azevedo/AS

Dias, Viana, Raupp e Cavalcanti: partidos diferentes, mas com ideais comuns, na luta pela ética e a verdade. Assim como Covas (acima).

'BANCADA' DE PESO

A

maçonaria sempre atuou nos bastidores da vida pública. Se não fosse apartidária, sua bancada teria a 4ª maior representatividade na Câmara (56), atrás apenas do PT, PMDB e PFL e seria a 5ª no Senado (8). Mas o que justamente lhe confere força é sua capilaridade, que se estende nas mais diversas esferas do poder municipal, estadual e federal. À frente até mesmo dos programas partidários, se interpõem no cotidiano de um político maçom o compromisso com a investigação da verdade, o exame da moral e a prática das virtudes. Tarefa que o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) vem executando com maestria na CPMI dos Correios, apoiado direta ou indiretamente por 'irmãos' senadores como Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR),

Tião Vianna (PT-AC) e Valdir Raupp (PMDB-RO). Voto alinhado – Recentemente, os deputados maçons votaram em bloco pela cassação de Roberto Jefferson – por compromisso com a ética exigida nas regras do decoro, num dos raros momentos em que alinharam o voto. Ao contrário da bancada evangélica – maior em número de deputados (59) mas menor em senadores (4) – a maçônica não se une em torno de projetos mas sim de valores compartilhados. Mas apóiam governos considerados 'fortes e progressistas' – principalmente quando ostentam irmãos em seu comando – a exemplo dos ex-governadores Mário Covas (PSDB-SP), Espiridião Amin (PPB-SC) e Newton Cardoso (PMDBMG). (TN)

uma ação orquestrada, sob o olhar cúmplice de seus pares, age na disputa pela terceira cadeira mais importante do País uma instituição presente nos livros de história, mas ausente do noticiário atual: a Maçonaria. Em suas mãos figuram nada menos que 56 deputados, oito senadores e ao que se sabe (outros podem estar ocultos) dois candidatos à presidência da Câmara: os deputados Michel Temer (PMDB-SP) e Francisco Dornelles (PP-SP). Juntos, os maçons militam em favor de um projeto de poder: garantir que ‘líderes de fato’ – preparados pela instituição e comprometidos com seus próprios valores e virtudes possam ocupar os mais altos cargos da administração pública e privada. Reunidos em uma sociedade restrita, onde o ingresso de um novo membro depende da indicação de outro, eles se fortalecem e se expandem sob o anonimato. Força – A força desta instituição milenar – que em sua lista de expoentes traz Mozart e Voltaire, entre outros – foi responsável por colocar no poder pelo menos 13 presidentes da República (o último teria sido Jânio Quadros), inúmeros vice-presidentes e presidentes de Câmara, e poderá determinar o desfecho de mais um governo – no caso o do próprio presidente Lula, que diante da ameaça entrou pessoalmente na articulação da candidatura de Aldo Rebelo (PCdoB-AL). Os representantes da Maçonaria têm, por juramento, a

Beto Barata/AE/15-09-05

Michel Temer (com Orestes Quércia), em encontro do PMDB em São Paulo, na última sextafeira (acima): uma disputa entre 'irmãos' com Francisco Dornelles (na foto à esq., com o também candidato Thomaz Nonô).

obrigação de investigar a verdade até as últimas conseqüências (objetivo primordial da ordem), mesmo que isso implique em admitir o erro e cortar 'na própria carne'. "Temos irmãos em postos-chave. Podemos acompanhar tudo o que acontece. Há membros em todas as CPMIs, na Câmara e no Senado... eles estão alertas para que os nossos mandamentos não sejam transgredidos", afirma Durval de Oliveira, Grão-Mestre do Grande Oriente Paulista . Expoentes políticos que já sentiram o peso do martelo maçônico foram o ex-vereador

Do anonimato à ação, contra a corrupção.

N

este mês de setembro, o Grande Oriente do Brasil, instância superior dos Grandes Orientes estaduais, após ampla reunião em Brasília, decidiu conclamar a sociedade brasileira na luta contra a corrupção. "Devemos confiar e cobrar para que tudo se esclareça nas CPMIs, afirmando que, pelos fatos delituosos e a quebra de decoro parlamentar, os

culpados sejam exemplarmente punidos". O Grande Oriente Paulista foi além: "Conclamamos o povo brasileiro a exigir, dos seus representantes, que não se envolvam em manipulações, negociações e conchavos cujo objetivo é, quase sempre, de preservação pessoal em detrimento do povo e do país. Que os verdadeiros responsáveis sejam execrados". (TN)

de São Paulo Hannah Garib e o ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia (afastado). Os maçons evitam falar sobre o assunto mas punem com rigor qualquer tipo de transgressão comprovada entre seus pares. Desvios de conduta são investigados internamente e ajuizados por um tribunal especial– o que pode acabar em expulsão e total boicote social. Bastião da ética– Guardiã da moral e da independência, a Maçonaria age com desenvoltura no Congresso Nacional e expande seus tentáculos toda vez que a credibilidade dos partidos é colocada em xeque. Manifestos da maçonaria do Rio e de São Paulo publicados nos jornais cobram punição aos corruptos.

"Onde está um maçom há uma confiabilidade maior, pela instrução que ele recebe", explica Durval de Oliveira. Toda a estrutura interna da irmandade é constituída para que nenhum tipo de desordem passe despercebido. "Funcionamos como uma escola de líderes em várias etapas. Do zero ao grau 33 são necessários pelo menos 12 anos, formação equivalente a duas faculdades", explica. Comenta-se, à boca pequena, que estaria em curso dentro da irmandade os primeiros trâmites para levar à julgamento o ministro da Fazenda Antonio Palocci. Há, porém, uma grande controvérsia entre seus pares. Muitos maçons afirmam desconhecer a participação do ministro. Outros defendem que o único vínculo de Palocci com a ordem estaria nos três pontinhos acompanhados em sua assinatura. Eminência parda – Longe dos holofotes, um estado paralelo trabalha à parte, silenciosamente, com seu respectivo Executivo, Legislativo e Judiciário. No Brasil é formado por 180 mil maçons ativos – aqueles que têm pelo menos 70% de freqüência nas reuniões. Nesse contingente destacam-se sobretudo políticos, empresários, advogados, líderes religiosos e comunitários sob a égide do Grande Oriente do Brasil, a Grande Loja e o Grande Oriente Paulista. "Não somos quantitativos e sim qualitativos", explica o Grão-Mestre do Grande Oriente Paulista, cargo equivalente ao da presidência desta ordem no estado de São Paulo.


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CIDADES & ENTIDADES - 3

Ailton de Freitas/Agência O Globo

CADASTRO VAI AJUDAR JOVEM A TER EMPREGO A relação dos alunos aprovados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) poderá ser fornecida a empresas privadas como um banco de talentos, para que os estudantes possam ser aproveitados no mercado de trabalho. Será uma forma de estimular o primeiro emprego, diz o ministro Fernando Haddad

A

té o final de 2005, o governo federal pretende oferecer às empresas um cadastro com o desempenho dos candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como forma de estimular o primeiro emprego. "Queremos fazer do Enem um banco de talentos que permita às empresas ter acesso a dados de alunos para que eles eventualmente possam ser aproveitados no mercado de trabalho", explica o ministro da Educação, Fernando Haddad, que ontem distribuiu provas em sala do Centro Educacional Elefante Branco, em Brasília. No Brasil todo, cerca de três milhões de estudantes prestaram o exame ontem. O ministro, entretanto, ressalta que só farão parte do cadastro os alunos que autorizarem a publicação dos dados. A idéia surgiu após a verificação de que "empresas estão procurando instituições particulares atrás do perfil dos alunos do ProUni (Programa Universidade para Todos), jovens que superaram vários obstáculos na vida e conseguiram chegar à universidade por mérito próprio", diz Haddad. Por meio do ProUni, cerca de 470 instituições de ensino superior utilizam os resultados do Enem como um dos critérios para a seleção de bolsas integrais ou parciais. Para Elidiana Lima da Silva, que fez a prova do Enem ontem, essa é uma boa idéia. "Será ótimo se fizerem isso, porque ajuda o aluno que tem capacidade e tira boa nota", diz a estudante do 3º ano de uma escola pública em Brasília. Desde ontem às 19 horas, o gabarito da prova está disponível na página do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) na internet. O endereço é: www.inep.gov.br. Nesta oitava edição do Enem, do total de alunos aptos a fazer o exame, 1,1 milhão já concluiu o ensino médio. Dos 1,8 milhão restantes, 1,7 milhão está em escolas públicas e 192 mil, em particulares. O Estado de São Paulo teve o maior número de inscritos, com 906.106 inscritos. O Acre teve o menor: 7.095. Pela primeira vez, 42 deten-

Tasso Marcelo/AE

Presos da Penitenciária Lemos Brito, no Rio, participaram do Enem

tos do Complexo Penitenciário Frei Caneca, no Rio de Janeiro, fizeram a prova. Técnicos de educação da secretaria estadual de Administração Penitenciária e professores da rede pública aplicaram as provas nas unidades penais. Os inter-

nos tiveram cinco horas para concluir o exame. Para o diretor da Penitenciária Pedrolino de Oliveira, Silvio Pinho, o crescente número de inscrições é uma prova de que os internos buscam se reinserir na sociedade. (AE e Agência Brasil)

O ministro da Educação Fernando Haddad entrega provas em centro educacional em Brasília


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POLÍTICA - 5

MAÇONS MARCARAM PRESENÇA NOS PRINCIPAIS MOMENTOS DA HISTÓRIA DO PAÍS Arquivo AE/DC

A Colunas da sabedoria, força e beleza, princípios para a ação dos homens.

Escada de Jacó simboliza a ascensão dos que pela fé e esforço constroem sua vida. Jânio Quadros (1961), o último presidente da República maçom

Aprendiz deve corrigir suas imperfeições para se tornar pedra polida e não bruta.

Esquadro, Nível e Prumo, ferramentas que evocam a retidão de conduta.

Depois de O Código da Vinci, o código maçom.

O

thriller religioso de Dan Brown, centrado no professor de simbologia de Harvard– Robert Langdon – a quem uma criptóloga da polícia francesa, Sophie Neveu, ajuda a desvendar o verdadeiro segredo do Santo Graal (que não seria um cálice, mas a prova das relações conjugais entre Jesus e Madalena) , promete se estender por mais um reduto envolto de mistério e segredos de Estado: a maçonaria. O novo livro, a ser lançado em 2006, encerra a trilogia iniciada com Anjos e Demônios e seguida por O Código da Vinci. Ainda sem título definido, transportará os leitores ao Centro Governamental de Washington, projetado pelo arquiteto maçom Pierre Charles L´Enfante, em 1791. O impacto da obra junto aos fãs do autor, que vendeu 25 milhões de cópias no mundo, motivou a editora Bertrand a desafiá-los sobre os próximos enigmas . Em resposta, Frederick Zimmerman escreveu The Solomon Key, também sobre os mistérios da maçonaria.

Tela em óleo de Edward Savage retrata a família Washington em símbolos maçônicos: criança segura um compasso e os adultos apontam para o mapa da cidade formando um triângulo.

EUA, O IMPÉRIO MAÇÔNICO.

A

sede do poder maçônico localiza-se nos Estados Unidos. Nenhuma nação foi tão fortemente comandada por ela nem ostenta uma irmandade tão numerosa. Foram maçons George Washigton, Lyndon B. Johnson, Gerald Ford e George Bush (pai do atual presidente). Bill Clinton (foto) pertenceu à "Ordem De Molay", para filhos de maçons. A maçonaria americana atualmente conta com mais de 15 mil lojas (templos) e um total de 4 milhões de filiados, ao que se somam um número idêntico de afiliados em organizações paramaçônicas (a Ordem da Estrela do Oriente para Mulheres de Maçons, a Ordem De Molay, a Ordem do Arco Íris e a Ordem de Job). O enorme contingente de associados pressupõe um peso social e político decisivo e uma rede de ajuda mútua que alcança todos os quadrantes da vida norte-americana. Um

presidente norte-americano pode até não ser maçom mas jamais irá contra os inArquivo DC t e re s s e s d a instituição. O período mais ativo da ordem ocorreu durante a independência. Benjamin Franklin, um dos principais articuladores, recebeu apoio das maçonarias inglesa e francesa para a causa. Após a conquista, George Washington (17891797), desfilou o avental maçônico no lançamento da pedra fundamental da cidade que leva seu nome. A pintura em óleo de Edward Savage, The Washignton Family, retrata seu comprometimento. Os fam i l i a re s s e n t a d o s à m e s a apontam os dedos para uma área triangular. No canto da imagem, o neto de Washington segura um compasso. (TN)

participação da Maçonaria nos movimentos de emancipação dos povos de todos os continentes está amplamente registrada nos livros. O mesmo ocorreu no Brasil, onde a história do País confunde-se com a história desta irmandade. Os maçons foram a vanguarda dos movimentos pela independência, pela abolição da escravatura e pela proclamação da República. Os princípios de liberdade, igualdade e fraternidade (qualquer semelhança com a Revolução Francesa não é mera coincidência) nortearam os principais movimentos políticos desde o Brasil Colônia. José Bonifácio de Andrada e Silva e D. Pedro I (que ingressou na Maçonaria como príncipe regente e ao se declarar imperador proibiu as atividades maçônicas, por julgar que deveria ser tratado com reverência por seus irmãos maçons) deram impulso ao que futuramente deflagrou as principais revoluções no País. Antes de D. Pedro I declarar às margens do Ipiranga "Independência ou Morte!", a independência política já havia sido proclamada dentro de uma loja maçônica (templo) na sessão de 20 de agosto de 1822, em assembléia geral da instituição, sob a presidência de Gonçalves Ledo. Não é à toa que a data tenha sido escolhida para homenagear a irmandade. Co ns pir açã o– No interior das lojas maçônicas precederam todas as ‘conspirações’ em

favor de movimentos como a Inconfidência Mineira (1788), as revoluções Pernambucanas (1817), a Confederação do Equador (1824), a Sabinada (1837) e a Revolução Farroupilha (1835-1845). Escravisão – A Lei Áurea (1888), assinada pela princesa Isabel, foi o resultado de um longo empreendimento maçônico – que por princípios próprios defende a igualdade entre os homens ao lado da Ciência, Justiça e Trabalho. Ciência, à luz da Maçonaria, para esclarecer os espíritos e elevá-los; Justiça para equilibrar e enaltecer as relações humanas e Trabalho por meio do qual os homens se dignificam e se tornam independentes economicamente. O próximo desafio foi a implantação de um Estado Republicano o que, sem dúvida, pode ser considerado o fato histórico mais importante para a Maçonaria no Brasil graças à presença de ilustres 'irmãos' como Marechal Deodoro da Fonseca, Benjamin Constant, Ruy Barbosa, Campos Salles, Quintino Bocaiúva, Prudente de Morais, Silva Jardim e outros mais. Presidentes – O Brasil já teve 13 presidentes da República – tais como Floriano Peixoto, Prudente de Morais, Campos Salles, Nilo Peçanha, Wenceslau Brás, Washington Luis, Nereu Ramos... sendo o último deles Jânio Quadros. Outras personalidades de expressão na vida pública foram Américo Brasiliense, Benjamin Constant, Bento Gonçalves, Casemiro de Abreu, Cipriano Barata, Frei

Fotos: Arquivo AE

Divulgação/Correios

MAÇONARIA, SEMPRE PRESENTE.

D. Pedro I (no alto) e José Bonifácio (acima): expoentes.

Caneca, Padre Diogo Antônio Feijó, Eusébio de Queiroz, Rangel Pestana, Francisco Gê de Acaiaba Montezuma, Hipólito da Costa, José da Silva Lisboa (Visconde de Cayru), José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, José Maria da Silva Paranhos (Juca Paranhos, Visconde do Rio Branco), Lauro Sodré, Luiz Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias), Nilo Peçanha, Nunes Machado, Quintino Bocaiúva, Giuseppe Garibaldi, Silva Jardim, Rangel Pestana, Rui Barbosa, Carlos Gomes e muitos outros. Tsuli Narimatsu


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4 -.CIDADES & ENTIDADES

eM DIa

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Fotos Clóvis Ferreira/Digna Imagem

GIr Agendas da Associação e das distritais

com As DisTrItAIs

Empresários na Mooca

Notícias dos postos avançados da ACSP

História do Ipiranga é contada em pinturas

A Vernissage do Concurso Ipiranga em Tela aconteceu no Museu Paulista

Bairro faz 421 anos e ganha uma exposição de telas que retratam seus pontos mais conhecidos

A

Comissão dos Festejos de Aniversário do Bairro do Ipiranga idealizou e realizou o Concurso Ipiranga em Tela. O objetivo é comemorar os 421 anos do bairro com pinturas e quadros. No início de agosto, os participantes se inscreveram na Distrital Ipiranga, receberam os temas e prepararam telas retratando os pontos históricos do Ipiranga. A vernissage ocorreu na semana passada no salão nobre do Museu Paulista, mais conhecido como Museu do Ipiranga. No total foram 26 telas que, em outubro, poderão ser vistas no Shopping Central Plaza e depois nas dependências da Distrital Ipiranga. A comissão está avaliando as obras e contará com a ajuda de um júri popular para premiar os artistas que mais se destacarem na mostra. Os principais pontos históricos retratados são o Museu Paulista, a avenida Nazaré, a avenida Dom Pedro I, a rua Silva Bueno, a igrejas São José, Santa Edwiges e Imaculada Conceição e o Clube Atlético Ypiranga, entre outros. As obras já foram doadas para a Distrital Ipiranga que está organizando um acervo. A Comissão de Festejos é

Sorteio escolheu os locais Ruas e avenidas do bairro foram retratadas nos quadros

Ator leva Gandhi para platéia no Centro

Museu: o símbolo do Ipiranga

Butantã aprende mais Corte de cabelo de sobre reclamações graça no Empreender trabalhistas de São Miguel

A

Distrital Butantã da Associação Comercial de São Paulo promoveu a palestra "Como evitar reclamações trabalhistas", com o especialista Cláudio Roberto Vallim, consultor do Sebrae e também advogado trabalhista. A palestra tratou de assuntos como a legislação vigente, apresentando propostas práticas que podem, por exemplo, ser implementadas no comércio local.

S

eis empresários do Núcleo de Salões de Beleza da Distrital São Miguel, e seus funcionários, num total de 20 pessoas, participaram de um projeto social na Escola Estadual Ramassiote. Dentro do programa Amigos da Escola, realizaram 110 cortes de cabelos gratuitos em crianças, adolescentes e adultos carentes. O núcleo já está trabalhando na programação de outras ações semelhantes.

Marcelo Stockler, Roberto Ordine e João Signorelli

A

9ª reunião ordinária da Distrital Centro apresentou a palestra "Gandhi, o líder servidor", com o ator João Signorelli. O monólogo, de Miguel Filliage fala de princípios éticosfilosóficos nas relações humanas e também de liderança, conduta e intregraç ã o . C o m p a re c e r a m a o evento aproximadamente 90 pessoas. Café com Negócios – Para ampliar e desenvolver os negócios na região central, a distrital, em parceria com a Mercatus - Educação em Negócios, realizou o 10º Café com Negócios. O diretor da

empresarial do Serasa. O evento tem início às 17h e a última palestra está prevista para as 21h. Haverá também um momento cultural com a Tito Martino Jazz Band. A participação é gratuita. Para saber mais é só acessar www.encontrode empresarios.com.br. O evento da zona leste é realizado pelas distritais Mooca, Penha, São Miguel e Tatuapé da Associação Comercial de São Paulo, Federação das Câmaras dos Dirigentes do Estado de São Paulo e Universidade Bandeirantes (Uniban), com o apoio do Ciesp Leste, CRC e Sebrae-SP, entre outras instituições.

Amanhã

der, coordenada pelo consultor técnico André Gil Sanches. Às 9h. I Pirituba - A distrital promove almoço empresarial com a presença do deputado Rodrigo Garcia, presidente da Assembléia Legislativa. Às 12h, Sociedade Holandesa de São Paulo - Casa de Nassau, avenida Raimundo Pereira de Magalhães, 4.123. I China – A ACSP recebe a delegação da cidade de Wuhan (China). Às 15h, na sede da entidade, rua Boa Vista, 51/9º andar, plenária. I Chamber – Reunião do Conselho de Câmaras Internacionais de Comércio da ACSP coordenada pelo vice-presidente Hélio Nicoletti com palestra do presidente do Centro de Logística das Exportações (Celex), José Américo dos Santos, e do diretor-geral, Luiz Pinto Lima, sobre "Iniciativa única para estímulo às exportações". Às 17h, na sede do Celex, rodovia dos Imigrantes, km 1,5. I Santo Amaro – A distrital realiza reunião ordinária. Às 19h. I Vila Maria – A distrital promove a palestra "Transtorno de pânico", coordenada pela psicóloga Silvana Leite Amaral. Às 19h30. I Ipiranga – A distrital promove o III Encontro de gerações com a participação dos ex-alunos da Escola Estadual Visconde de Itaúna, inclusive o superintendente da distrital, Antonio Jorge Manssur. Às 20h30, rua Silva Bueno, 1412.

I Tatuapé – A distrital promo-

Igrejas também estão presentes

formada por conselheiros da Distrital Ipiranga e por representantes de diversas instituições da região, como o Conselho Gestor do Parque da Independência/APCD, Unifai, Sesc, Sesi, São Camilo, OAB-Ipiranga e a subprefeitura do bairro.

contece amanhã, no Clube Atlético Juventus, na Mooca, o 9º Encontro de Empresários da Zona Leste com o tema "Responsabilidade Social: Inclusão e Sustentabilidade". O encontro terá palestras com profissionais de diversas áreas, entre eles Daniel Godri, presidente do Instituto Brasileiro de Marketing e Vendas; Ricardo Tortorella, economista e mestre em finanças pública; Marcello Ferreira, diretor de desenvolvimento de negócios pessoa Jurídica do Unibanco; Silvino Lopes Neto, vice-reitor da Uniban; e Tomás Carmona, da área de cidadania

Mercatus, Alessandro Saade, fez a palestra "Excelência no Atendimento ao Cliente". A abertura do encontro foi realizada pelo superintendente Marcelo Flora Stockler. Aproximadamente 70 pessoas compareceram ao evento na Universidade Cruzeiro do Sul Dia da Árvore – Para comemorar o Dia da Árvore, em 21 de setembro, a Dist r i t a l C e n t ro , o R o t a r y Clube da Liberdade e a Fraternidade Feminina Cruzeiro do Sul participaram do plantio de árvores e sementes no jardim da escola estadual Presidente Roosevelt.

ve Café com Negócios. Às 8h30. I Ex terior – Reunião da Comissão de Comércio Exterior da ACSP coordenada pelo vice-presidente Renato Abucham com a presença do presidente da Associação Brasileira das Empresas de Tratamento Fitossanitário e Quarentenário (Abrafit), Marco Antonio Bertussi, que discutirá a "Logística de atendimento à NIMF 15 (Norma Internacional de Medidas Fitossanitárias)" . Às 17h, rua Boa Vista, 51/9º andar, plenária. I Pinheiros – A distrital realiza reunião ordinária. Às 19h. I Jabaquara – A distrital promove a palestra "Orientação sobre fiscalização de publicidade e calçadas" ministrada pelo coordenador de planejamento e desenvolvimento urbano da Subprefeitura do Jabaquara, Issao Minami, e por Oswaldo Ribeiro, agente vistor da Subprefeitura do Jabaquara. Às 19h30. I Ipiranga – A distrital promove a apresentação do"Ballet Coopélia e o lançamento do carimbo postal comemorativo aos 421 anos do bairro, patrocinado pela APCD - Regional Ipiranga. Às 20h30, no Museu do Ipiranga, avenida Nazaré, s/nº.

Quarta I Lapa – A distrital realiza reu-

nião do núcleo setorial de profissionais de Recursos Humanos do Projeto Empreen-

Associação Comercial de São Paulo Distrital Jabaquara Av. Santa Catarina, 641 – CEP 04635-001 Fone: 5031-9835 – Fax: 5031-3613 Fernando Calderon Alemany Diretor Superintendente

Distrital Penha Av. Gabriela Mistral, 199 – CEP 03701-010 Fone: 6641-3681 – Fax: 6641-4111 Marco Antonio Jorge Diretor Superintendente

Distrital Santana Rua Jovita, 309 – CEP 02036-001 Fone: 6973-3708 – Fax: 6979-4504 João de Favari Diretor Superintendente

Distrital Sudeste Rua Afonso Celso, 76 – CEP 04119-000 Fone/fax: 5572-0280 Giacinto Cosimo Cataldo Diretor Superintendente

Distrital Centro Rua Galvão Bueno, 83 – CEP 01506-000 Fone/fax: 3207-9366 - Fone: 3208-5753 Marcelo Flora Stockler Diretor Superintendente

Distrital Lapa Rua Martim Tenório, 76/1º andar CEP 05074-060 – Fone: 3837-0544 – Fax: 3873-0174 Douglas Formaglio Diretor Superintendente

Distrital Pinheiros Rua Simão Álvares, 517 – CEP 05417-030 Fone: 3031-1890 – Fax: 3032-9572 Ricardo Aparecido Granja dos Santos Diretor Superintendente

Distrital Santo Amaro Av. Mário Lopes Leão, 406 – CEP 04754-010 Fone/fax: 5521-6700 Aloysio Luz Cataldo Diretor Superintendente

Distrital Tatuapé Praça Silvio Romero, 29 – CEP 03303-000 Fone/Fax: 6941-6397/6192-2979/6942-8997 Antonio Sampaio Teixeira Diretor Superintendente interino

Distrital Ipiranga Rua Benjamin Jafet, 95 – CEP 04203-040 Fone: 6163-3746 – Fax: 274-4625 Antonio Jorge Manssur Diretor Superintendente

Distrital Mooca Rua Madre de Deus, 222 – CEP 03119-000 Fone/fax: 6694-2730 Antonio Viotto Netto Diretor Superintendente

Distrital Pirituba Av. Raimundo Pereira de Magalhães, 3.678 CEP 05145-200 – Fone/fax: 3831-8454 José Roberto Maio Pompeu Diretor Superintendente

Distrital São Miguel Av. Marechal Tito, 1042 – CEP 08010-090 CEP 08010-080 – Fone: 6297-0063 – Fax: 6297-6795 José Parziale Rodrigues Diretor Superintendente

Distrital Vila Maria Rua do Imperador, 1.660 – CEP 02074-002 Fone: 6954-6303 – Fax: 6955-7646 José Correia Diretor Superintendente DC

Distrital Butantã Rua Alvarenga, 415 – CEP 05509-070 Fone/fax: 3032-6101 José Sérgio Pereira Toledo Cruz Diretor Superintendente

Houre Master Cabeamento estruturado

Antenas

Peças e Acessórios

Consultoria

Projetos

Equipamentos de informática COD.: 85185


DIÁRIO DO COMÉRCIO

18 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO

E

u deveria estar grato ao sr. presidente da República. Quando praticamente a mídia nacional inteira se empenha em camuflar as atividades ou até em negar a existência do Foro de São Paulo, tachando de louco ou fanático aquele que as denuncia, vem o fundador mesmo da entidade e dá todo o serviço, comprovando de boca própria as suspeitas mais deprimentes e algumas ainda piores que elas. O discurso presidencial de 2 de julho de 2005, pronunciado na celebração dos quinze anos de existência do Foro e reproduzido no site oficial do governo, http://www.info.planalt o . g o v. b r / d o w n l o a d / d i s c u rsos/pr812a.doc, é a confissão explícita de uma conspiração contra a soberania nacional, crime infinitamente mais grave do que todos os delitos de corrupção praticados e acobertados pelo atual governo; crime que, por si, justificaria não só o impeachment como também a prisão do seu autor. À distância em que estou, só agora tomei ciência integral desse documento singular, mas os chefes de redação dos grandes jornais e de todos os noticiários de rádio e TV do Brasil estiveram aí o tempo todo. Tendo sabido do discurso desde a data em que foi pronunciado, ainda assim continuaram em silêncio, provando que sua persistente ocultação dos fatos não foi fruto da distração ou da pura incompetência: foi cumplicidade consciente, maquiavélica, com um crime do qual esperavam obter não se sabe qual proveito. O sentido destes parágrafos, uma vez desenterrado do lixo verbal que lhe serve de embalagem, é de uma nitidez contundente: "Em função da existência do Foro de São Paulo, o companheiro Marco Aurélio tem exercido uma função extraordinária nesse trabalho de consolidação daquilo que começamos em 1990... Foi assim que nós, em janeiro de 2003, propusemos ao nosso companheiro, presidente Chávez, a criação do Grupo de Amigos para encontrar uma solução tranqüila que, graças a Deus, aconteceu na Venezuela. E só foi possível graças a uma ação política de companheiros. Não era uma ação política de um Estado com outro Estado, ou de um presidente com outro presidente. Quem está lembrado, o Chávez participou de um dos foros que fizemos em Havana. E graças a essa relação foi possível construirmos, com muitas divergências políticas, a consolidação do que aconteceu na Venezuela, com o referendo que consagrou o Chávez como presidente da Venezuela. Foi assim que nós pudemos atuar junto a outros países com os nossos companheiros do movimento social, dos partidos daqueles países, do movimento sindical, sempre utilizando a relação construída no Foro de São Paulo para que pudéssemos conversar sem que parecesse e sem que as pessoas entendessem qualquer interferência política." O que o sr. presidente admite nesses trechos é que: 1º. O Foro de S.P. é uma entidade secreta ou pelo menos camuflada ("construída... para que pudéssemos conversar sem que parecesse e sem que as pessoas entendessem qualquer interferência política"). 2º. Essa entidade se imiscui ativamente na política interna de várias nações latino-americanas, tomando decisões e determinando o rumo dos acontecimentos, à margem de toda fiscalização de governos, parlamentos, justiça e opinião pública. 3º. O chamado "Grupo de Amigos da Venezuela" não foi senão um braço, agência ou fachada do Foro de São Paulo ("em função da existência do Foro... foi que propusemos ao companheiro presidente Chavez..."). 4º. Depois de eleito em 2002, ele, Luís Inácio Lula da Silva, ao mesmo tempo que pro forma abandonava seu cargo de presidente do Foro de São Paulo, dando a impressão de que estava livre para governar o Brasil sem compromissos com alianças estrangeiras mal explicadas, continuou trabalhando clandestinamente para o Foro, ajudando, por exemplo, a produzir os resultados do plebiscito venezuelano de 15 de agosto de 2004 ("graças a essa relação foi possível construirmos a consolidação do que aconteceu na Venezuela"), sem dar a menor satisfação disso a seus eleitores. 5º. A orientação quanto a pontos vitais da política externa brasileira foi decidida pelo sr. Lula não como presidente da República em reunião com seu ministério, mas como participante e orientador de reuniões clandestinas com agentes políticos estrangeiros ("foi uma ação política de companheiros, não uma ação política de um Estado com outro Estado, ou de um presidente com outro presidente"). Acima de seus deveres de presidente ele colocou sua lealdade aos "companheiros". O sr. presidente confessa, em suma, que submeteu o país a decisões toma-

reAL

MuNDO

por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

Fala de Lula de 2 de julho é a confissão explícita de uma conspiração contra a soberania nacional

Lula, réu confesso Luis Acosta/AFP

O chamado "Grupo de Amigos da Venezuela" não foi senão um braço ou fachada do Foro de São Paulo das por estrangeiros, reunidos em assembléias de uma entidade cujas ações o povo brasileiro não devia conhecer nem muito menos entender. Não poderia ser mais patente a humilhação ativa da soberania nacional, principalmente quando se sabe que entre as entidades participantes dessas reuniões decisórias constam organizações como o MIR chileno, seqüestrador de brasileiros, e as Farc, narcoguerrilha colombiana, responsável segundo seu parceiro Fernandinho Beira-Mar pela injeção de duzentas toneladas anuais de cocaína no mercado nacional. Nunca um presidente eleito de qualquer país civilizado mostrou um desprezo tão completo à Constituição, às leis, às instituições e ao eleitorado inteiro, ao mesmo tempo que concedia toda a confiança, toda a autoridade, a uma assembléia clandestina repleta de criminosos, para que decidisse, longe dos olhos do povo, os destinos da nação e suas relações com os vizinhos. Nunca houve, no Brasil, um traidor tão descarado, tão completo e tão cínico quanto Luís Inácio Lula da Silva. A maior prova de que ele ludibriou conscientemente a opinião pública, mantendo-a na ignorância das operações do Foro de São Paulo, é que, às vésperas da eleição, amedrontado pelas minhas constantes denúncias a respeito dessa entidade, mandou seu "assessor para assuntos internacionais", Giancarlo Summa, acalmar os jornais por meio de uma nota oficial do PT, segundo a qual o Foro era apenas um inocente clube de debates, sem nenhuma atuação política (v. h t t p : / / w w w. o l a v o d e c a r v alho. org/se mana/1 019200 2globo.htm). E agora ele vem vem se gabar da "ação política de companheiros", praticada com recursos do governo brasileiro às escondidas do Parlamento, da justiça e da opinião pública. Comparado a delito tão imenso, que importância têm o Mensalão e fenômenos similares, senão enquanto meios usados para subsidiar operações parciais no conjunto da grande estratégia de transferência da soberania nacional para a autoridade secreta de estrangeiros? Pode haver desproporção maior do que entre vulgares episódios de corrupção e esse crime supremo ao qual serviram de instrumentos? A resposta é óbvia. Mas então por que tantos se prontificam a denunciar

os meios enquanto consentem em continuar acobertando os fins? Aqui a resposta é menos óbvia. Requer uma distinção preliminar. Os denunciantes dividem-se em dois tipos: (A) indivíduos e grupos comprometidos com o esquema do Foro de São Paulo, mas não diretamente envovidos no uso desses meios ilícitos em especial; (B) indivíduos e grupos alheios a uma coisa e à outra. O raciocínio dos primeiros é simples: vão-se os anéis mas fiquem os dedos. Já que se tornou impossível continuar ocultando o uso dos instrumentos ilícitos, consentem em entregar às feras os seus operadores mais notórios, de modo a poder continuar praticando o mesmo crime por outros meios e outros agentes. O conteúdo e até o estilo das acusações subscritas por essas pessoas revelam sua natureza de puras artimanhas diversionistas. Quando atribuem a corrupção do PT, que vem desde 1990, a acordos com o FMI firmados a partir de 2003, mostram que sua ânsia de mentir não se inibe nem diante da impossibilidade material pura e simples. Quando lançam as culpas sobre "um grupo", escamoteando o fato de que as ramificações da estrutura criminosa se estendiam da Presidência da República até prefeituras do interior, abrangendo praticamente o partido inteiro, provam que têm tanto a esconder quanto os acusados do momento. Mais complexas são as motivações do grupo B. Em parte, ele compõe-se de personagens sem fibra, física e moralmente covardes, que preferem aterse ao detalhe menor por medo de enxergar as dimensões continentais do crime total. Há também o subgrupo dos intelectualmente frouxos, que apostaram na balela da "morte do comunismo" e agora se sentem obrigados, para não se desmentir, a reduzir a maior trama golpista da história da América Latina às dimensões mais manejáveis de um esquema de corrupção banal, despolitizando o sentido dos fatos e fingindo que Lula é na-

da mais que um Fernando Collor sem jet ski. Há os que, por oportunismo ou burrice, colaboraram demais com a ascensão do partido criminoso ao poder e agora se sentem divididos entre o impulso de se limpar do ranço das más companhias em que andaram, e o de minimizar o crime para não sentir o peso da ajuda cúmplice que lhe prestaram. Há os pseudo-espertos, que dão refrigério ao inimigo embalandose na ilusão louca de que é mais viável derrotá-lo roendo-o pelas beiradas do que acertando-lhe um golpe mortal no coração. Há por fim os que realmente não estão entendendo nada e, com o tradicional automatismo simiesco da fala brasileira, saem apenas repetindo o que ouvem, na esperança de fazer bonito. Peço encarecidamente a todos os inflamados acusadores anticorruptos das últimas semanas -- políticos, donos de meios de comunicação, empresários, jornalistas, intelectuais, magistrados, militares – que examinem cuidadosamente suas respectivas consciências, se é que alguma lhes resta, para saber em qual desses subgrupos se encaixam. Pois, excetuando aqueles poucos brasileiros de valor que subscreveram em tempo as denúncias contra o Foro de São Paulo, todos os demais fatalmente se encaixam em algum. Seria absurdo imputar tão somente a Lula e ao Foro de São Paulo a culpa do apodrecimento moral brasileiro, esquecendo a contribuição que receberam desses moralistas de ocasião, tão afoitos em denunciar as partes quanto solícitos em ocultar o todo. Nada poderia ter fomentado mais o auto-engano nacional do que essa prodigiosa rede de cumplicidades e omissões nascidas de motivos diversos mas convergentes na direção do mesmo resultado: criar uma falsa impressão de investigações transparentes, uma fachada de normalidade e legalidade no instante mesmo em que, roída invisivelmente por dentro, a ordem inteira se esboroa.

A destruição da ordem e sua substituição por "um novo padrão de relação entre o Estado e a sociedade", decidido em reuniões secretas com estrangeiros, tal foi o objetivo confesso do sr. Lula. Esse objetivo, disse ele em outra passagem do mesmo discurso, deveria ser alcançado e consolidado "de tal forma que isso possa ser duradouro, independente de quem seja o governo do país". O que se depreende da atitude daqueles seus críticos e acusadores é que, nesse objetivo geral, o sr. Lula já saiu vitorioso, independentemente do sucesso ou fracasso que venha a obter no restante do seu mandato. A nova ordem cujo nome é proibido declarar já está implantada, e sua autoridade é tanta que nem mesmo os inimigos mais ferozes do presidente ousam contestá-la. Todos, de um modo ou de outro, já se conformaram ao menos implicitamente em colocar o Foro de São Paulo acima da Constituição, das leis e das instituições brasileiras. Se reclamam de roubalheiras, de desvios de verbas, de mensalões e propinas, é precisamente para não ter de reclamar da transferência da soberania nacional para a assembléia continental dos "companheiros", como Hugo Chávez, Fidel Castro, os narcoguerrilheiros colombianos e os seqüestradores chilenos. É como a mulher estuprada protestar contra o estrago no seu penteado, esquecendo-se de dizer alguma coisinha, mesmo delicadamente, contra o estupro enquanto tal. Talvez os feitos do sr. Lula e do seu maldito Foro não tenham trazido ao

Os intelectuamente frouxos fingem que Lula é nada mais do que um Fernando Collor sem jetski

Brasil um dano tão vasto quanto essa inversão total das proporções, essa destruição completa do juízo moral, essa corrupção integral da consciência pública. Nunca se viu um acordo tão profundo entre acusado e acusadores para permitir que o crime, denunciado com tanto alarde nos detalhes, fosse tão bem sucedido nos objetivos de conjunto "sem que parecesse e sem que as pessoas entendessem". Não é elogio nem auto-elogio Em 22 de fevereiro de 2003 escrevi no Globo: "A direita fisiológica imaginou que, bajulando o dominador, ganharia tempo para recompor-se e derrotá-lo um dia. Ledo engano. Se fora do governo a esquerda já logrou reduzir os Magalhães e os Malufs ao mais humilhante servilismo, no governo não descansará enquanto não os atirar à completa impotência e marginalidade. Não dou dois anos para que cada um deles, culpado ou inocente, esteja na cadeia, no exílio ou no mais profundo esquecimento." Magalhães foi para o museu faz mais de um ano. Maluf está na cadeia. Em 11 de março de 2004 escrevi no Jornal da Tarde: "O partido governante não tem a menor intenção de curvar-se às exigências morais e legais das quais se serviu durante uma década para destruir reputações, afastar obstáculos, chantagear a opinião pública e conquistar a hegemonia. Denúncias e acusações não têm a mínima condição de obrigá-lo a isso, porque não há força organizada para transformá-las em armas políticas." O STF vetou os processos de cassação de mandatos contra José Dirceu e os demais acusados petistas (até agora o único punido foi, não por coincidência, o denunciante dos crimes). Há mais de uma década, todas as previsões que fiz sobre os rumos da política nacional se confirmaram, enquanto os mais badalados comentaristas e politólogos, da mídia e das universidades, não acertavam uma, uma sequer (breve mostruário em h t t p : / / w w w. o l a v o d e c a r v alho.org/semana/050625globo.htm). Como se explica um contraste tão acachapante? Quinta-feira da semana retrasada, ao receber-me na Atlas Foundation de Washington para a breve alocução que ali pronunciei (http://www.olavodecarvalho.org/palestras/palestra_atlas_set2005.htm), Alejando Chafuen, presidente da entidade, economista e filósofo de fama mundial, disse que as minhas análises estavam entre as mais valiosas realizações que ele já tinha visto no campo da ciência política. Não entendo isso como elogio, mas como o simples reconhecimento de um fato. O poder de previsão fundado na análise racional dos dados é a marca mais característica e inconfundível do saber científico. Tenho despendido uma energia considerável no empenho de compreender cientificamente a sociedade e, se o resultado é algum conhecimento efetivo, não há nisso surpresa maior do que aquela que você tem quando deixa o carro enguiçado no mecânico e no dia seguinte o carro sai funcionando. É verdade que meus trabalhos teóricos, como "Ser e Poder" e "O Método nas Ciências Humanas", que circulam como apostilas de meus cursos na PUC do Paraná, continuam inéditos em livro e não têm como ser resumidos em artigos de jornal, onde as conclusões monstruosamente compactadas da sua aplicação aos fatos do dia aparecem como se nascidas do nada. Mas já vão longe os tempos em que o editor Schmidt, pela leitura de uns relatórios de prefeito do interior de Alagoas, adivinhava um romancista oculto. Hoje a totalidade da classe falante é incapaz de suspeitar que exista alguma investigação científica por trás de uma sucessão ininterrupta de previsões certas que, de outra forma, só se explicariam por dons sobrenaturais como a sabedoria infusa de São Lulinha.

Longe da mídia brasileira No noticiário da passeata anti-Bush em Washington, nenhum jornal brasileiro, absolutamente nenhum, mencionou nem mesmo por alto as ligações diretas entre algumas das entidades que promoveram essa manifestação e as organizações terroristas responsáveis pela violência contínua no Iraque. Quem quiser saber algo a respeito encontrará todas as informações no site de David Horowitz, www.discoverthenetwork.org. Altos funcionários do governo da Lousiana estão sob investigação criminal por desvio de 60 milhões de dólares de verbas federais enviadas, muito antes do furacão Katrina, para a reforma das barragens de New Orleans. Entendem por que a obra não saiu? O repórter da ABC, Dean Reynolds, foi filmado em pleno vexame de tentar extorquir declarações anti-

Bush de vítimas da enchente, recebendo respostas contrárias às que esperava. O mais lindo foi o diálogo com uma senhora negra: – A senhora não tem raiva do presidente por causa da resposta federal tardia? – Não, de maneira alguma. Os governos do Estado e do município é que tinham de estar a postos primeiro. – E não estavam? – Não, não estavam. Meu Deus, não estavam! O primeiro-ministro Tony Blair estragou a festa dos ecochatos na reunião da Clinton Global Initiative num hotel chiquérrimo de Manhattan. Ex-partidário do badalado Protocolo de Kyoto, chegou à reunião dizendo que ia falar "com honestidade brutal", e fez exatamente isso: disse que, quando o tratado expirar

em 2012, país nenhum vai querer assiná-lo de novo, boicotando seu próprio crescimento econômico. O colunista James Pinkerton, da Tech Central Station, disse que em tempos normais essa declaração seria manchete em todo mundo. Agora, a grande mídia americana, mais interessada em ativismo ecológico global do que em jornalismo, preferiu ignorá-la. Enquanto as organizações de familiares das vítimas do terrorismo basco prometem manifestações de protesto contra a cumplicidade entre o primeiro-ministro Zapatero e a ETA, esta organização terrorista, que acaba de fazer mais um atentado (mal sucedido, felizmente), anuncia que vai prestar homenagens a Fidel Castro e Hugo Chávez durante a reunião de chefes de Estado latino-americanos em Saalamanca, 1415 de outubro.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.POLÍTICA

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

BASE GOVERNISTA TAMBÉM DECIDIU ALTERAR A COMPOSIÇÃO DA CPI PARA ACOMPANHAR OS TRABALHOS DE PERTO

GOVERNO TENTA MUDAR RUMOS DA CPI Beto Barata/AE

Dida Sampaio/AE

D

epois de passar um período alheio ao trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, o governo montou uma estratégia para tentar mudar os rumos da comissão. A base governista decidiu alterar até mesmo a composição da CPI para acompanhar, mais atentamente, as iniciativas da comissão, definida por aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de "CPI contra o PT". Dominada por oposicionistas, a CPI irritou integrantes da administração federal ao tomar, há 15 dias, o depoimento do chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Ele foi chamado para falar de um assunto tabu no partido, a morte do ex-prefeito de Santo André, no Grande ABC (SP), Celso Daniel. De lá para cá, o Poder Executivo deu início a uma operação para evitar mais dores de cabeça. Não sem tempo. Integrantes da CPI defendem ações com potencial de agravar ainda mais a crise, como uma acareação entre Carvalho e os irmãos de Daniel (à comissão o oftalmologista João Francisco Daniel disse que o chefe do Gabinete Pessoal revelou que recursos arrecadados por pessoas ligadas a Celso Daniel, de empresas na cidade, eram entregues à legenda; Carvalho nega a informação). Por decisão da liderança do PT, o senador Eduardo Suplicy

Greenhalgh (esq.) será ouvido na quarta-feira pela CPI dos Bingos, enquanto Mauricio Marinho presta depoimento pela 2ª vez à CPMI dos Correios.

(PT-SP) foi escolhido para ocupar uma das vagas de titular da comissão parlamentar no lugar do senador Sibá Machado (PT-AC), que tinha dificuldades para acompanhar mais de perto os trabalhos da CPI dos Bingos por causa da participação em outras duas comissões, a do Mensalão e a dos Correios. Outra mudança foi a escolha da senadora Ideli Salvatti (PTSC) para a vaga de suplente. Agenda – A agenda das CPIs desta semana está cheia, apesar da mobilização dos políticos por causa da eleição do novo presidente da Câmara dos Deputados, polarizada entre governo e oposição. Serão 15 de-

poimentos divididos entre as três comissões parlamentares, mas o ponto alto dos próximos dias será mesmo a votação do sucessor de Severino Cavalcanti, na quarta-feira. Os candidatos à presidência da Câmara podem se inscrever até às 18h de amanhã e está programado um debate entre eles, o qual será transmitido pela TV Câmara. Sub-relatoria – Amanhã, na CPMI dos Correios, a sub-relatoria que investiga as agências de publicidade DNA e SMP&B e as fontes financeiras irá ouvir Rogério Tolentino, sócio do publicitário Marcos Valério, e o procurador da Fazenda Glênio

Guedes, acusado de favorecer o diretor do Banco Rural em um processo. Já a sub-relatoria de Contratos vai ouvir, também amanhã, Ioannis Amerssonis, Michel Abud Atiê Junior e Antonio Augusto Leite Filho, representantes da Beta, cujos depoimentos estavam marcados para semana passada. A CPI dos Bingos ouve os depoimentos de Luciano Maglia, gerente da Villeimpress (empresa que teria prestado serviços para o PT na campanha eleitoral de 2002), e de Donizete de Carvalho, ex-secretário de Ribeirão Preto. E a CPMI do Mensalão ouve os depoimen-

tos de Gustavo Marin e Sergio Spinelli, do Citigroup. Greenhalgh – A CPMI dos Correios ouve novamente o depoimento de Mauricio Marinho, ex-funcionário dos Correios flagrado recebendo propina. A CPI dos Bingos ouve os depoimentos do deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PTSP) e de Vladimir Poleto, que tem ligações com Rogério Buratti. Ainda na quarta, a CPMI do Mensalão ouve José Luiz Alves e Manoel Severino, ligados também a Marcos Valério. Na quinta, a CPI dos Bingos ouve o depoimento do procurador da República no Tribunal de Contas da União (TCU) Lucas

Furtado. A comissão deve no mesmo dia tomar os depoimentos de Jorge Mattoso, atual presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), e Helcio Cambraia Junior, que teria recebido vultosas quantias da MM Consultoria Jurídica e Administrativa, empresa que também recebia dinheiro da Gtech. A CPI dos Bingos decidiu adiar para a primeira semana de outubro a acareação entre Waldomiro Diniz, Carlos Cachoeira, Rogério Tadeu Buratti, Enrico Gianelli e Marcelo Rovai, marcada inicialmente para amanhã. Todos já prestaram depoimento à comissão. Adiamento – O presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-BA), autorizou o adiamento da acareação depois que a assessoria técnica pediu prazo maior para analisar a volumosa documentação que se encontra na secretaria da comissão. A acareação é considerada de vital importância para que a CPI possa descobrir quem está mentindo ou falando a verdade em relação às acusações que pesam sobre os depoentes e que envolvem, principalmente, pagamento e recebimento de propinas e tráfico de influência. As ilegalidades teriam acontecido no período que antecedeu à assinatura do polêmico contrato, em 2003, entre a multinacional Gtech do Brasil e a CEF, no valor de R$ 260 milhões anuais, para gerenciar todo o sistema de informática e de tecnologia das loterias federais. (Agências)

Antonio Cruz/ABr

Quinze pessoas vão ser ouvidas pelas três CPIs esta semana Sergio Spinelli, procurador do Citigroup, depõe amanhã na CPMI do Mensalão.

sta semana é decisiva para que a Câmara dos Deputados aprecie as propostas de reforma política e e eleitoral antes que se esgote o prazo de 30 de setembro. Mas, mesmo antes disso, os deputados precisam destrancar a pauta e votar cinco medidas provisórias (MPs). Uma das propostas é a emenda constitucional que amplia até 31 de dezembro o prazo para mudanças nas regras das eleições de 2006. A outra matéria veio do Senado e acaba com a verticalização eleitoral, ou seja, a obrigatoriedade de repetir, nas campanhas locais, as alianças nacionais entre os partidos. Antes de apreciar as emendas é preciso votar as MPs porque, vencido o prazo de tramitação, elas ganham prioridade na pauta. Uma das medidas cria a Receita Federal do Brasil, a chamada Super Receita. Outra altera os prazos de opção por regime tributário regressivo para quem ingressar em planos de previdência complementar a partir de 1º de janeiro de 2005. Duas MPs abrem crédito extraordinário para os ministérios de Minas e Energia, dos Transportes, do Desenvolvimento Agrário e da Integração Nacional, além do pagamento de indenizações e restituições relativas ao Programa

de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). Por fim, a medida que extingue a Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica e transforma a Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais em Secretaria de Relações Institucionais. Senado – No senado, a semana também começa com a pauta trancada por três MPs que esgotam o prazo de vigência no próximo dia 13 de outubro. Para o Projeto de Lei de Conversão 23/2005 (da MP 252/2005) já foi designado como relator o senador José Sarney (PMDB-MA). A MP institui o Regime Especial de Tributação para a Plataforma de Exportação de Serviços de Tecnologia da Informação (Repes), o Regime Especial de Aquisição de Bens de Capital para Empresas Exportadoras (Recap) e o Programa de Inclusão Digital. O Projeto de Lei de Conversão 24/05 (da MP 253/05) apenas amplia até o dia 23 de outubro o prazo para a entrega voluntária de armas para a campanha do desarmamento. Também integra a pauta do Senado a MP que dispõe sobre a instituição de concurso de prognóstico com a participação de entidades desportivas da modalidade de futebol (Timemania). (Agências)

Valério

Mendonça

Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Assumiu ter negociado cargos; saiu do PT, depois da descoberta de que ganhou um Land Rover da GDK . Valério disse que ele sabia dos empréstimos repassados ao diretório nacional.

Marcos Valério, dono da SMP&B e da DNA. Movimentação bancária mostra saques de vários políticos e assessores, num total de R$ 55 milhões. Disse na CPMI do Mensalão que o aval de Dirceu foi confirmado por Delúbio.

O publicitário Duda Mendonça, da DM9, confirmou ter recebido dinheiro de Marcos Valério no exterior. Os repasses, segundo ele, eram para pagar dívidas do PT, das campanhas eleitorais de 2002. Valério negou a versão de Duda.

Palmieri

Osório Batista

Jefferson

Lamas

Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB, depôs no dia 16 de agosto na CPMI do Mensalão e revelou que esteve em Portugal com Marcos Valério para obter recursos da Portugal Telecom para pagar dívidas do PT e do PTB.

Antônio Osório Batista, diretor afastado dos Correios por ter sido citado por Marinho na gravação. Depôs na CPMI e afirmou que Jefferson pediu dinheiro aos diretores da estatal para fazer caixa de campanha.

A Câmara cassou o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que perdeu os seus direitos políticos até 2015, por 313 votos a favor e 156 contra. Ele foi cassado por quebra de decoro parlamentar, tráfico de influência e crime eleitoral.

O ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, confirmou em depoimento à CPMI do Mensalão que foi algumas vezes a Belo Horizonte buscar dinheiro a pedido do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.

Genoino

Jefferson

Duda

Roosewelt Pinheiro/ABr

Roosewelt Pinheiro/ABr

Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério. Depôs na CPMI e contestou as versões de seu ex-patrão para os grandes saques bancários. De olho numa das 513 cadeiras da Câmara, Karina se filiou ao PMDB e pretende se candidatar à deputada federal em 2006.

Valter Campanato/ABr

Karina

Roosewelt Pinheiro/ABr

Galeria de personagens Roosewelt Pinheiro/ABr

PAUTA: MPs BLOQUEIAM REFORMAS E

Pereira

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, se recusou a nomear sacadores das contas de Valério na CPMI dos Correios. Na CPMI do Mensalão, ele não explicou pagamentos a Duda e disse que José Dirceu não negociou dívidas do PT.

Valter Campanato/ABr

Câmara e Senado terão semana agitada por votações de MPs

Delúbio

Gushiken

Genu

Toninho

Ferreira

Guimarães

Costa Neto

Genoino

Marcos Vinícius Ferreira, genro de Roberto Jefferson e suposto canal do PTB com os Correios. Senado estuda pedir a quebra de seu sigilo bancário. A CPMI dos Correios ainda não remarcou seu depoimento.

O ex-presidente do Banco Popular do Brasil Ivan Guimarães negou à CPMI dos Correios que sua indicação para o cargo no banco tenha sido feita pelo PT. Ele anunciou aos integrantes da comissão que vai se desfiliar do PT.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, se recusou em seu depoimento à CPMI da Compra de Votos a revelar nomes de empresas e pessoas físicas para as quais teria repassado supostos R$ 6,5 milhões recebidos de Marcos Valério.

O ex-presidente do PT José Genoino depôs na CPMI do Mensalão e disse que desconhece a existência de caixa 2 no partido e que o PT não compra votos em troca de aprovação de projetos de interesse do governo.

Gushiken

Salmeron

Toninho da Barcelona

Marinho

Luiz Gushiken, chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Acusado de usar influência sobre os fundos de pensão de estatais, Gushiken depôs na CPMI dos Correios e negou as acusações.

Roberto Salmeron, ex-presidente da Eletronorte e ex-vice-presidente dos Correios. De acordo com o depoimento de Osório Batista, Jefferson e Salmeron teriam assistido à gravação um dia antes de ter sido divulgada à imprensa.

O doleiro Antônio Oliveira Claramunt negou que tenha prestado serviços ao PT ou a outros partidos, Mas, no mês passado, disse que operava para o PT durante a campanha de 2002, trocando dólares por reais.

Maurício Marinho, ex-chefe de Contratação e Administração dos Correios. Flagrado em gravação recebendo propina de R$ 3 mil, o pivô da crise foi reconvocado pela CPMI dos Correios para depor. Foi demitido da estatal por justa causa.

Gonçalves

Genu

Dipp

Marschner

Luiz Otávio Gonçalves, diretor da Skymaster, admitiu que pediu ajuda de Silvio Pereira para evitar que sua empresa perdesse o contrato com os Correios. A CPMI dos Correios ouviu também outros três representantes da empresa.

João Cláudio Genu, ex-assessor de José Janene (PP-PR). Ele negou que tenha recebido mais de R$ 4 milhões que Valério diz ter dado a Janene, mas admitiu que poderia haver mais dinheiro do que os R$ 700 mil declarados nos recibos do banco.

Airton Dipp, ex-presidente dos Correios, confirmou na CPMI dos Correios encontro com Silvio Pereira e a influência de Luiz Gushiken na estatal, através da nomeação de três dos cinco membros de uma comissão de análise de publicidade.

Haroldo Marschner, um dos donos da Precision Componentes. Ele disse que teria recebido pedido de suborno de Maurício Marinho, para poupar a sua empresa da aplicação de multa por atraso na entrega de material.

PASSO-A-PASSO DAS INVESTIGAÇÕES

CPMI do Mensalão

Conselho de Ética

CPI dos Bingos

A comissão ouve amanhã Gustavo Marin e Sergio Spinelli, do Citigroup. Na quarta, é a vez de José Luiz Alves e Manoel Severino, ligados ao empresário Marcos Valério. Na quarta, a outra CPMI, a dos Correios, ouve novamente Maurício Marinho, ex-funcionário dos Correios flagrado recebendo propina.

O conselho se reúne hoje para ouvir o presidente do Conselho de Administração do Banco BMG, Flávio Pentagna Guimarães. Ele falará como testemunha de acusação no processo disciplinar contra o deputado José Dirceu (PT-SP). O depoimento do ex-ministro-chefe da Casa Civil está marcado para amanhã.

A CPI adiou para a primeira semana de outubro a acareação entre Waldomiro Diniz, Carlos Cachoeira, Rogério Tadeu Buratti, Enrico Gianelli e Marcelo Rovai, marcada inicialmente para amanhã. Todos já prestaram depoimento à comissão. A acareação é considerada de vital importância para a CPI.


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2 -.CAMPINAS

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

em Campinas Fotos: Marcos Peron/Virtual Photo

ÓRBITA

CRÉDITO s principais aspectos da Gestão e da Avaliação de Crédito serão abordados em palestra promovida pelo Ibef - Seccional Campinas, com a presença do especialista em Sistema de Informação, Amaury J. A. Aranha, economista e pósgraduado em Economia Empresarial. Serão abordados temas como a política de crédito da empresa e a terceirização dos processos de avaliação e análise de crédito, incluindo os fatores que levam à decisão pelo crédito. A palestra acontece quarta-feira (dia 29), às 19 horas, no hotel New Port, em Campinas. Informações e inscrições: (19) 32330902 e 3233-1851.

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O consumidor está disposto a não poupar esforços para agradar às crianças. O campineiro vai gastar em média R$ 55,00.

CONJUNTURA

Criança feliz. Comércio mais ainda.

13 DE MAIO

O Dia das Crianças deve ajudar o setor a faturar R$ 41 milhões, significando um crescimento de 11% revitalização e o andamento das obras da rua 13 de Maio, principal via comercial de Campinas, serão discutidos na próxima quarta-feira (dia 28), às 9 horas, no auditório da Acic. Participarão do encontro representantes da prefeitura municipal, da empreiteira Borges Fonseca e dos comerciantes. O evento é aberto ao público. As obras, retomadas no início do mês passado, andam de acordo com o cronograma traçado. A expectativa é de que dia 26 de novembro próximo a rua será devolvida à população. Um primeiro trecho da 13 de Maio será concluído até o dia 8 de outubro próximo.

A

O

varejo campineiro está otimista em relação às vendas para o Dia das Crianças. A projeção do Departamento de Economia da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) é a de que o comércio fature R$ 41 milhões na semana da comemoração, o que significa crescimento de 11% em relação ao mesmo período do ano passado. Se esse crescimento se confirmar ficará dentro da média registrada nas outras datas comemorativas que passaram (Dia das Mães, Dia dos Namorados e Dia dos Pais). De acordo com Laerte Martins, economista da Acic, os números positivos que vêm sendo alcançados em 2005 são conseqüência Josiane da grande oferta de vendas procura a prazo no mercado e do lipresente geiro aumento do poder de compra da população. útil Na esteira do aquecimento das vendas, lojas de brinquedo investiram pesado nos estoques para o Dia das Crianças. O estoque da rede Luck Brinquedos está pelo menos 30% maior que o do ano anterior. “Estamos com um crescimento médio de 20% nas vendas do ano, em relação a 2004. Se tudo correr bem a tendência é superar essa média no Dia das Crianças”, diz Luís Gonzaga de Carvalho, proprietário da Luck. A reposição dos estoques pelos lojistas também movimentou as

Edileusa Nunes faz peregrinação com os filhos para adequar compras ao bolso indústrias locais, que, de acordo com levantamento da regional Campinas do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), venderam mais e abriram mais 1134 postos de trabalho em agosto para abastecer o mercado para as datas comemorativas do final de ano. Fora da região de Campinas, a fabricante de brinquedos Estrela já contratou 300 funcionários extras e tem a intenção de chamar mais 200 em outubro para dar conta da demanda de final de ano. O valor das compras de Dia das Crianças também deve aumentar, segundo o economista da Acic. Ele deve passar dos R$ 50 gas-

tos, em média, no ano passado durante a data para R$ 55. As vedetes da criançada, segundo Fabiana de Lima Furquim, gerente da PB Kids do shopping Iguatemi são as seguintes: carrinhos da coleção Hot Wheels para os meninos e bonecas Barbie e Real Baby para as meninas. A projeção da PB Kids do Iguatemi é faturar 30% a 35% a mais que no ano passado na mesma data. “A loja já registrou crescimento médio de 25% e percebemos que o consumidor está com mais disposição de gastar, pois já está antecipando as compras”, comenta Fabiana. Setor - No entanto, o oti-

mismo do varejo campineiro para o Dia das Crianças não reflete a realidade que o setor de brinquedos tem vivido no ano, segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq). As empresas que exploram esse mercado têm sofrido forte concorrência principalmente dos produtos chineses que, em não raras vezes, entram de forma irregular no País. Segundo a associação, 20% dos brinquedos vendidos no Brasil são piratas ou fruto de contrabando. De acordo com Synésio Batista da Costa, presidente da Abrinq, essa concorrência desleal, somada à insegurança gera-

da pelo cenário político atual, mudou as projeções para o ano. A indústria previa um aumento de vendas de até 6% nesse segundo semestre, em relação ao mesmo período do ano anterior. Mas a expansão deve ficar em apenas 3%. No ano passado, as cerca de 300 empresas ligadas a Abrinq faturaram R$ 900 milhões, valor que deve se repetir em 2005. “Este ano está perdido. Precisamos começar a pensar no ano que vem”, diz Costa, que voltou recentemente da China, onde discutiu formas de conter a entrada irregular de brinquedos daquele país no Brasil. Renato Ibelli

Consumidor pesquisa muito para gastar pouco

O

s últimos levantamentos do SCPC mostram que o consumidor tem demonstrado mais disposição em gastar, mas não sem antes pesquisar muito. Acompanhada dos filhos Rafael, de 6 anos, e Wesley, de 5 anos, Edileusa Rodrigues Nunes fez uma verdadeira peregrinação pela cidade para tentar

conciliar o gosto dos garotos com o orçamento. “Se for comprar tudo o que eles querem estou perdida. Mas é o dia deles, não tem como deixá-los sem nada. O pior é que estão em uma idade em que ficam superativos. Se não escolher um presente resistente não vai durar muito”, comenta Edileusa, enquanto tentava tirar os dois de dentro de uma

loja de brinquedos. “Quando os filhos são mais novos é mais fácil, são os pais quem escolhem o presente”, diz a consumidora. O fisioterapeuta Eduardo Paschoal começou a pensar diferente quando se viu diante de pilhas de carrinhos, bonecos, jogos de tabuleiros e seres que só a imaginação infantil pode compreender. Em meio a gama de opções,

teria de escolher uma que agradasse o sobrinho, que acabara de completar um ano. “Não tenho idéia de por onde começar. Não tenho filho. Não sei o gosto que uma criança tão nova tem”, diz Paschoal. O jeito foi recorrer a um vendedor, que entre as pilhas de brinquedos, o aconselhou a começar por aqueles que ajudassem a criança a

trabalhar a coordenação motora. Já o dilema da auxiliar de escritório Josiane Ferreira de Almeida era achar presentes úteis, mas que agradassem. “Minha intenção é comprar brinquedos educativos, ou roupas, mas imagina se eles querem. O que as crianças mais pedem hoje são jogos de vídeogame e bonecos”, diz Josiane.

Encontro debate obras da rua

EXPEDIENTE

Diretoria Executiva (2004 - 2007) Presidente Guilherme Campos Júnior 1º Vice-Presidente Gilberto Rocha da Silveira Bueno 2º Vice-Presidente Carlos Francisco Simões Correia Assinaturas do Diário do Comércio (0xx19) 2104-9276 Departamento de Sócios Serviço de Atendimento ao Usuário, Convênios e Parcerias (19) 2104-9271/ 9272/ 9273 associados@acicnet.org.br Assessoria de Imprensa (19) 2104-9215/ 9216 imprensa@acicnet.org.br Página na Web www.acicnet.org.br Rua José Paulino, 1111, Campinas, SP - CEP 13013-001 PABX: 2104-9200


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

ESPORTE - 1

Marcelo Ferrelli/AE

Felix Ordonez/Reuters

Tricolor goleia e fecha a sena

Real Brasil vence e volta a sonhar

São Paulo chega à sexta vitória consecutiva nos 4 a 1 sobre o Paysandu e é o 11º colocado.

Time de Ronaldo e Robinho sobe na Espanha e vai à luta na Liga dos Campeões

Página 2

ALMANAQUE CORINTHIANS, ENFIM, SUPERA O FLAMENGO UH/Arquivo do Estado de São Paulo

Página 3

"YO SOY TEVEZ" Jorge William/Agência O Globo

A Com a vitória do Corinthians sobre o Flamengo, ontem, na Ilha do Governador, no Rio, o clássico, enfim, passa a ter uma das equipes em vantagem na história do confronto. Acima, o zagueiro Domingos da Guia, para muitos o melhor do Brasil em sua posição em todos os tempos, veste a camisa do Flamengo, que defendeu de 1936 a 1943. Domingos também jogou no Corinthians, entre 1944 e 1948. Foi um dos jogadores que jogaram nos dois times mais populares do Brasil . 0

EXTREMO EQUILÍBRIO ENTRE OS DOIS Até antes da partida de ontem, Corinthians e Flamengo haviam jogado 104 vezes desde o primeiro encontro entre eles. O Corinthians havia vencido 41 partidas, exatamente o mesmo número de vitórias do Flamengo. Haviam acontecido 22 empates. O Corinthians havia marcado 166 gols e sofrido 171. O primeiro jogo, em 1918, foi também o primeiro compromisso interestadual de toda a história corintiana, que terminou com vitória da equipe paulista por 2 a 1, jogando no Rio de Janeiro. 0

DESEMPATE TAMBÉM NO BRASILEIRO Também nos jogos do Brasileiro o equilíbrio histórico entre Corinthians e Flamengo é grande. A partida de ontem foi a 41ª entre as duas equipes por esta competição desde que ela começou a ser disputada, em 1971. A de ontem foi a 15ª vitória corintiana, passando agora à frente do Flamengo, que tem 14. Aconteceram 12 empates. O Corinthians marcou 53 gols e o Flamengo, 59. No primeiro encontro entre os dois, em 24 de outubro de 1971, também deu Corinthians, 3 a 1.

lguns dias antes do jogo de ontem, contra o Corinthians, realizado na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, o presidente Márcio Braga, do Flamengo, cometeu um grave erro estratégico, do qual iria se arrepender. “Tevez, quem é?”, perguntou, diante de jornalistas. “É o árbitro do jogo?” No final da partida, porém, se Márcio Braga realmente não sabia quem era Carlitos Tevez, acabou sabendo da maneira mais dolorosa. Foram do argentino os dois gols que deram a vitória do Corinthians sobre o Flamengo, por 3 a 1. “Ele não me conhecia, agora já me conhece”, disse o jogador ao final da partida. O próprio presidente rubro-negro reconheceu: “Hoje eu conheci o Tevez. Realmente ele é muito bom. É um atacante que sabe fazer gol e foi o grande diferencial para o adversário”. De fato, o resultado que deixa os paulistas na vice-liderança do Campeonato Brasileiro, com 50 pontos e a apenas um do líder Internacional, teve uma grande contribuição do camisa 10 corintiano. Logo aos 7 minutos, Nilmar aproveitou um péssimo recuo de bola de Leonardo Moura para fazer Corinthians 1 a 0. O Flamengo

Antes do jogo contra o Corinthians, o presidente Márcio Braga, do Flamengo, disse não conhecer o argentino. Depois, teve que engolir a derrota por 3 a 1, com dois gols do camisa 10, na despedida do técnico Márcio Bittencourt empatou aos 21 minutos, com Fellipe Gabriel. Depois de fazer duas faltas violentas em 20 minutos, o rubro-negro Augusto Recife acabou sendo expulso e prejudicando sua equipe. No segundo tempo, porém, só deu Corinthians. E só deu Tevez. O argentino apareceu aos 20 minutos para fazer 2 a 1 e novamente aos 30, para ampliar a vantagem. Nos vestiários corintianos, a nota triste ficava por conta da despedida do técnico Márcio Bittencourt, substituído por Antônio Lopes após uma campanha de 17 vitórias, cinco empates e seis derrotas. “Faz parte do futebol. Vida que segue”, comentou, resignado.

Perto outra vez A

derrota de meio de semana para o Santos, por 2 a 1, foi um balde de água fria nas pretensões palmeirenses neste Campeonato Brasileiro. Afinal, com ela, a diferença em relação a Santos e Goiás, os times imediatamente mais bem classificados, subiu de dois para cinco pontos. Em contrapartida, a vitória de ontem sobre o próprio Goiás (3 a 1, no Parque Antarctica) teve efeito exatamente contrário. E não foi só porque essa diferença voltou a baixar para os mesmos dois pontos.

Weah foi o primeiro (e até hoje o único) jogador africano a ser eleito o melhor do mundo pela Fifa, em 1995, ano em que foi também o artilheiro da Liga dos Campeões da Europa pelo Paris Saint-Germain, da França, com 8 gols.

Celso Unzelte

Santos sofre virada do Fluminense e a diferença em relação aos primeiros colocados aumenta

Djalma Vassão/AE

Depois dos 3 a 1 sobre o Goiás, Palmeiras recupera o direito de subir mais posições neste Brasileiro

"Fla-Fiel" (torcida organizada dos dois times, presente a uma rodada dupla no Maracanã em 1980. Preliminar: Flamengo 3 x 0 Bangu. Jogo principal: Vasco 5 x 2 Corinthians, 5 gols de Roberto Dinamite.)

No próximo sábado, 1º de outubro, o ex-atacante do Milan George Weah, que agora concorrerá à presidência do seu país, a Libéria, completa 39 anos de idade. Weah brilhou tambem no PSG, da França.

Mais distante

“Você viu o que eu fiz? Você viu o que eu fiz?”, perguntava o meia Pedrinho, feliz da vida com a bomba no ângulo direito do goleiro Harlei, aos 43 minutos de jogo, com que abriu o placar. Os outros gols foram marcados no segundo tempo, por Diego Souza, aos 10 minutos, André Dias (para o Goiás), aos 18, e Washington, aos 47. “Ganhamos do time que tem, hoje, o melhor conjunto do campeonato, ao lado do Internacional”, festejava o técnico Emerson Leão.

0

O recente escândalo na arbitragem do Campeonato Brasileiro lembra um outro: em 1997, Ives Mendes, então diretor da Comissão de Arbitragem da CBF, foi acusado de manipular resultados. Acabou eliminado do futebol.

Wilton Junior/AE

O

gol de Gabriel, para o Fluminense, já nos acréscimos concedidos pelo árbitro Wilson de Souza Mendonça, ontem, em Volta Redonda (RJ), mexeu com os jogadores do Santos. Ali, a equipe perdia por 4 a 3 um jogo que esteve ganhando por 2 a 0 e, depois, por 3 a 2 até dez minutos antes. Com a derrota, o Santos deixava de ocupar a terceira posição, a um ponto do líder Inter, para ficar em quinto, a quatro pontos. “Perder assim não tem explicação. Não vou falar mais nada”, disse o golei-

ro Saulo. Ricardinho foi outro que lamentou bastante o resultado: “Isso não pode acontecer”. Basílio também saiu irritado. “Nós recuamos muito, abdicamos do ataque, eu mesmo não recebi nenhuma bola. Jogando assim fica difícil vencer”, disse. No primeiro tempo, Luiz Alberto fez Santos 1 a 0, aos 6 minutos. Ávalos ampliou aos 19 e Arouca descontou para o Flu aos 24. Petkovic, aos 23, empatou, Basílio, aos 35, fez Santos 3 a 2. Leandro, aos 39, voltou a empatar e Gabriel, aos 49, fez Flu 4 a 3.

Em seu devido lugar T

udo começou com uma denúncia da revista Veja desta semana: houve manipulação dos resultados de jogos, principalmente do Campeonato Brasileiro, para beneficiar grupos de apostadores via Internet. Essa máfia recorria à colaboração de árbitros de futebol, e um deles era Edilson Pereira de Carvalho, do quadro da Fifa, que na Série A deste ano atuou 11 vezes. O árbitro informava em qual jogo iria trabalhar e dizia quem iria vencer. Com o resultado arranjado, apostavam-se de R$ 200 mil a R$ 400 mil nas partidas. E Edílson Pereira de Carvalho ganhava de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Na manhã de sábado, Edilson Pereira de Carval h o e o e m p re s á r i o N a g i b Fayad, com quem costumava fazer o acerto, foram presos pe-

Laílson Duarte/AE

Reprodução de TV/Agência O Globo

la Polícia Federal, temporariamente, por cinco dias. Edilson confessou ter manipulado resultados do Paulista, do Brasileiro e da Copa Libertadores. Ontem, o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Luiz Zveiter, e o próprio presidente da CBF, Ricardo Teixeira, garantiram que o escândalo não provocará a paralisação do Brasileiro. O máximo que o caso pode provocar é a anulação de jogos, com realização de nova partida, nos casos em que a interferência do árbitro no resultado for comprovada. O STJD já instaurou uma comissão para avaliar as partidas apitadas por Edilson, formada pelos exárbitros Carlos Alacon, da Confederação Sul-Americana de Futebol, Edson Rezende e Valquir Pimentel. Nas parti-

das Juventude 1 x 4 Figueirense, São Paulo 3 x 2 Corinthians e Fluminense 3 x 0 Brasiliense essa hipótese já foi descartada, a partir dos depoimentos do árbitro ao Ministério Público.

Revista Veja denuncia esquema de corrupção nas arbitragens, juiz Edilson Pereira de Carvalho é preso e resultados do Brasileiro ficam sob suspeita


DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.GERAL

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

Prejuízos menores que o estimado pela passagem do furacão Rita fizeram os preços dos contratos caírem de forma acentuada

Petróleo é negociado em baixa no domingo Stan Honda/AFP Photo

O

s preços dos con- barris por dia, pode ficar fora tratos futuros de de operação por um período petróleo caíram de entre duas semanas e dois meforma acentuada ses. A Motiva Enterprise Inc. e nas negociações realizadas ex- a Citgo Petroleum Corp. tamtraordinariamente ontem no bém divulgaram prejuízos nas mercado internacional, diante unidades em Port Arthur e na da percepção de que os danos cidade de Lake Charles (Louicausados pelo furacão Rita às siana), respectivamente. Contudo, outras refinarias refinarias foram menores do na área de Houston adminisque era temido. Na última semana, os preços tradas pelas Exxon Mobil do petróleo mantiveram-se em Corp., BP PLC, Marathon Pealta à medida que o Rita passa- troleum Co. e Valero aparenva pelo Golfo do México como tam ter sofrido apenas prejuíum furacão de categoria 4, mas zos menores. Já as empresas de oleodutos caíram na última sexta-feira com o enfraquecimento da tor- e gasodutos foram fechadas menta antes da chegada ao em sua maioria, ou tiveram as continente no início da manhã atividades interrompidas, devido aos efeitos do Rita – a do último sábado. Na New York Mercantile Ex- maioria porque o nível de prochange (Nymex), o barril do dução que costumam levar está baixo. petróleo leve paEntre eles esra entrega em notão a Colonial vembro era nePipeline, a linha gociado a US$ Sabine de gás 62,80, em queda natural e a Cade US$ 1,40. O óleo para calefadólares foi o preço pline, segundo a Associação de ção caiu 6,15 cenmédio do barril do Oleodutos. tavos de dólar A Sabine Pipara US$ 1,8870 petróleo leve para peline LLC disp o r g a l ã o , e nentrega em se neste dominquanto os preços novembro go que não poda gasolina coderia confirmar m u m re g i s t r anegociado ontem de imediato as ram queda de notícias de que 10,46 centavos d e d ó l a r p a r a U S $ 1 , 9 8 0 5 seu gasoduto Henry Hub fora danificado pelo furacão Rita. por galão. Em Londres, na Internatio- Henry Hub é o ponto de fornenal Petroleum Exchange (IPE), cimento para os mercados fuque abriu os negócios ontem turos de gás natural Nymex. A Colonial Pipeline disse mais cedo do que o usual, os preços futuros do petróleo do que já retomou as operações na tipo Brent caíram US$ 2,59 pa- linha de Baton Rouge para Greensboro, na Carolina ra US$ 62 01. A Nymex e a IPE ofereceram do Norte. Operações marítimas – O horários ampliados de negociações neste domingo na ex- Rita também interrompeu as pectativa de abrandar qual- operações marítimas do Louiquer volatilidade que pudesse siana Offshore Oil Port (LOresultar do furacão Rita. No OP), canal importante das imentanto, diante da relativa au- portações de petróleo dos sência de danos, especialmen- EUA e a empresa informou, te em comparação à devasta- em comunicado à imprensa, ção do furacão Katrina, as ne- que irá retomar as operações assim que as condições climágociações foram leves. Prejuízos – O Rita causou ticas permitirem. Outras empresas com plataprejuízo a algumas refinarias no Texas. A refinaria Valero formas marítimas disseram Energy Corp., em Port Arthur que ainda é cedo para avaliar (Texas), que produz 255 mil os danos. (Agências)

MAIS DOIS FURACÕES PODEM ATINGIR EUA

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m ou dois furacões de grande envergadura ainda poderão atingir os Estados Unidos antes do fim da temporada de ciclones, prevista para outubro, segundo estimativas do diretor do Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês), Max Mayfield. "A alta temporada de furacões dura até meados ou fim de outubro, de forma que não seria exagero pensar que teremos outras tormentas com fortes tempestades, ou mesmo dois grandes furacões neste mês", afirmou à emissora CBS. Os Estados Unidos já sofreram neste ano 17 tormentas e furacões, mas particularmente o Katrina e o Rita, foram os mais devastadores. "Ninguém pode dizer com certeza por onde e quando estes ciclones passarão", disse. O Rita derrubou árvores e inundou as cidades costeiras com marulhos de 4,6 metros. O Katrina deixou mais de mil mortos. (AE)

62,80

A refinaria de petróleo Valero, inundada na passagem do furacão, pode ficar desativada por dois meses Menahem Kahan/AFP Photo

Habitantes de Houston começam a voltar para casa

O

s aproximadamente 3 milhões de habitantes da área metropolitana de Houston, que fugiram do furacão Rita na semana passada, no maior êxodo já visto nos Estados Unidos, começaram a voltar para suas casas a despeito dos apelos em contrário das autoridades locais. Numa tentativa de limitar o retorno apenas aos residentes do quadrante noroeste da cidade e evitar a repetição das cenas de caos que ocorreram na saída em massa ao longo das estradas, o prefeito William White decretou dois dias – ontem e hoje – de feriado municipal. Mas o aeroporto internacional já voltou a funcionar e várias empresas fazem planos para normalizar suas atividades. O presidente George W. Bush, que viu sua popularidade cair bruscamente depois da tardia e desastrada resposta do governo federal ao furacão Katrina, no início do mês, mostrou-se satisfeito com as operações de socorro depois de inspecionar as regiões do Texas e Louisiana mais afetadas pela tormenta do fim de semana. Depois de ouvir dos chefes militares que os EUA precisam desenvolver um plano nacional para enfrentar desastres naturais, o presidente disse que o Congresso deve considerar expandir as funções das forças armadas e dar-lhes o papel de coordenação das operações de resposta – não apenas em casos de um ataque terrorista, mas também em casos de catástrofes naturais. Trata-se de um tema controvertido num país onde a força

militar não tem tradição de participação em funções civis e já está atuando perto do limite de sua capacidade, por causa da guerra no Iraque. "O que aconteceu em Houston é muito significativo", disse o prefeito Antonio R. Villaraigosa, de Los Angeles, que é a segunda maior metrópole americana. "Ficaram demonstradas as dificuldades de fazer uma evacuação de um grande número de pessoas", afirmou ele ao New York Times. New Orleans – Quanto a New Orleans, cidade castigada pelo Katrina e depois pelo Rita, o encarregado dos serviços de socorro da Louisiana, vice-almirante Thad Allen, disse que drenar a água que inunda a cidade levará alguns dias. "A inundação só não é um problema para o bairro financeiro e a margem oeste do Mississipi". Mas, "para o resto da cidade, o acesso depende do nível das águas... ", advertiu. O Rita provocou ondas de 4,5 metros de altura que invadiram o sul do Estado de Louisiana, e deixaram centenas de pessoas ilhadas em telhados de casas submersas. Enterro – O brasileiro David Albuquerque, de 17 anos, que morreu na última quintafeira, fugindo do furacão Rita, deverá ser enterrado nos Estados Unidos. O consulado brasileiro em Houston já está providenciando o atestado de óbito a pedido da família. As informações iniciais dão conta de que David sofreu um ataque cardíaco na estrada e morreu pouco depois de ter sido levado ao hospital. (AE)

Stan Honda/AFP Photo

Tim Johnson/Reuters

Sandy Huffaker/Getty Images/AFP

Cidadãos voltam para Houston e tentam abastecer suas casas de mantimentos, enquanto as empresas tentam retomar suas atividades após dias de paralização


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Reprodução

Comecemos por Platão. Gostaria de propor o Críton, com o qual aprendemos como e por que um cidadão não tem de escapar da observância às leis. do escritor Umberto Eco, aconselhando o iniciante na busca dos verdadeiros filósofos, na revista Entrelivros. http://revistaentrelivros.uol.com.br

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

Logo Logo

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www.dcomercio.com.br/logo/

Último dia para recolhimento do ICMS de agosto. Dia Mundial do Mar.

SETEMBRO

2 -.LOGO

M ERCOSUL H OTELARIA

Moda brasileira entre si e no

Viagens pelo Brasil sem pagar mais caro tabela que pode ser útil para quem quer fazer planos de viagem. O estudo revela ainda que 83% dos hotéis são empresas de porte pequeno ou médio e que, embora respondam a apenas 0,02% do total de estabelecimentos, os hotéis de luxo são responsáveis por 1% das hospedagens no País. Já os hotéis da categoria vbb, com estruturas consideradas muito simples, representam 22% do total de hotéis no País e realizam 11% das hospedagens.

C INEMA

P OLÍTICA

O novo negócio de Paulo Coelho

Decepção para a América Latina

O escritor Paulo Coelho, que tem o mérito de transformar a literatura brasileira em negócio globalizado, vai agora para o cinema. Dois estúdios norteamericanos - o New Line e o Hollywood Gang - firmaram contrato com o autor para filmar o livro Onze Minutos, que trata da iniciação sexual e já vendeu quase 6 milhões de exemplares em mais de 40 idiomas.

No momento em que sua obra clássica, As Veias Abertas da América Latina, completa 35 anos, o escritor uruguaio Eduardo Galeano, de 65 anos, reconheceu que está decepcionado diante do escândalo "imprevisível" da crise política brasileira. "Se o PT chegou ao governo, como uma força nova encarnando a esperança coletiva, não era para repetir a história. Era para mudá-la".

M EDICINA

B RAZIL COM Z

Aids: tratamento que vem do mar

Destaque para a previsão do tempo

Parece até merchandising de remédio milagroso, mas não é. Pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) descobriram que dois tipos de algas do litoral do Rio de Janeiro e da costa do Atol das Rocas, no Rio Grande do Norte, possuem substâncias que inibem a replicação do HIV, o vírus da aids. As algas têm efeito semelhante ao do AZT, mas precisam ser aplicadas em doses 500 vezes maior. A vantagem é que os efeitos colaterais são menores.

A Science, uma das mais importantes revistas científicas do mundo, traz na sua edição desta semana artigos sobre mudanças climáticas. No editorial, a revista cita os estudos realizados pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão brasileiro ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. O CPTEC/INPE trabalha com previsões meteorológica e climática.

C A R T A Z

SHOW

E M

F AVORITOS

PÍFANOS Carlos Malta e o grupo Pife Muderno mostram hoje sua releitura das bandas de pífanos. No repertório, Luiz Gonzaga e Caetano Veloso. Teatro Alfa. Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722. Telefone: 5693-4000. Às 21h. R$ 30,00.

G @DGET DU JOUR

Viagem às linhas de Estúdio digital, serviços do metrô um novo conceito

http://www.zoom.co.jp

FEBRE - 40 mil pessoas lotaram o Pacaembu ontem para ouvir Avril Lavigne. Com o cabelo mais comprido (um aplique?), a canadense arrancou gritos histéricos do público adolescente. B ATE-PRONTO

J USTIÇA

Mais furacões. E mais arrasadores

Boa notícia para advogados A partir de hoje, os fóruns de São Paulo passam a abrir uma hora mais cedo, às 10h, para atender os advogados. A mudança de horário foi aprovada pelo Conselho Superior da Magistratura do Tribunal de Justiça. O novo horário é válido para os 100 fóruns e 200 comarcas do estado de São Paulo, mas não atinge o público, que continuará a ser atendido das 13h às 19h.

O

félia, Rita, Katrina são as mais novas celebridades da mídia. Mas nomear furacões com nomes de mulher não tem nada de científico e não se deve a nenhuma relação empírica entre as variações climáticas e os ânimos femininos. A tradição vem da década de 50, mas é a única prática não científica no ramo, como explica o professor do Jurandir Zullo Junior, do centro de pesquisas de meteorologia da Unicamp. O número de furacões está mesmo aumentando, como as notícias dão a entender? Existe uma recente pesquisa do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos Estados Unidos, que mostra que nas últimas três décadas houve um aumento do número de furacões das categorias 4 e 5 no Pacífico e o oceano Índico. Mas a evidência desses fatos na mídia também se deve ao fato de que hoje existe um monitoraA TÉ LOGO

JURANDIR ZULLO JUNIOR

mento muito preciso dos fenômenos, com radares e equipamentos muito sensíveis. Além disso, há câmeras em todo lugar que acabam registrando esses fenômenos. O maior número de registros pode dar uma impressão errada de que os furacões estão aumentando. O aquecimento global está relacionado com furacões? Esta é uma das correntes de pesquisa existentes. Mas hápesquisadores dizem que não. De qualquer forma, o mau uso do solo, a emissão de gases, o aumento da atividade humana têm impactos na at-

mosfera, mas no longo prazo. E este impacto só pode ser revertido no longo prazo. O Brasil é área de risco zero de furacões? É uma previsão difícil. No ano passado tivemos o Catarina, que causou estragos e tem sido muito pesquisado. Os cientistas chegaram a um consenso de que não foi um ciclone, mas um furacão.O episódio levou a aumentarmos o monitoramento desse tipo de fenômeno e os estudos se intensificaram, mas não é possível ainda dizer se há possibilidade de acontecerem outros furacões no País.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Um brasileiro é o primeiro deficiente físico a se formar pela Swat em todo mundo Carceragem do 62.º DP, na zona leste, é desativada: 83 dos 89 presos fugiram

L

www.metro.sp.gov.br

A

partir de hoje, Buenos Aires se transforma na capital da moda brasileira. Trinta empresas nacionais do setor têxtil e moda participam da Brazil Fashion Meeting na capital argentina. Durante o evento, que será encerrado na quarta-feira, empresários brasileiros, argentinos, além de chilenos e uruguaios participarão de uma série de rodadas de negócios que poderão chegar a US$ 20 milhões. A realização da feira está irritando alguns setores têxteis argentinos, que nos últimos meses definiram seus colegas brasileiros como "invasores" do mercado local. Segundo eles, os produtos têxteis Made in Brazil "depredam" as empresas argentinas, causando o fechamento de indústrias e levando milhares de operários locais ao desemprego. No entanto, o organizador do evento, o empresário brasileiro Herley Reinert, declarou que o espírito da feira é o de possibilitar alianças que proporcionem vantagens tanto para brasileiros quanto para argentinos. Além de perspectivas de desenvolvimento de negócios conjuntos. De quebra, a idéia é que surjam alianças estratégicas permitindo que produtos argentinos e brasileiros possam competir em mercados extra-Mercosul. O evento, apoiado pela Associação Brasileira de Indústrias Têxteis (Abit), também tem a intenção de estimular parcerias estratégicas para que os produtores têxteis dos dois maiores sócios do Mercosul possam enfrentar a concorrência dos industriais chineses. Entre os produtos exibidos estarão vestimentas, tecidos, artigos de mesa, cama e banho. Segundo Reinert, "a chave é a complementaridade". Mas, nem todos concordam com essa visão. Uma das vozes descontentes é do argentino Aldo Karagozian, presidente da Fundação Pró-Tejer, que prega o estabelecimento de medidas protecionistas contra as exportações do setor têxtil brasileiro. Segundo ele, para que a "complementaridade" ocorra, "primeiro é preciso que deixemos de ser atacados por nosso sócio e vizinho". Desavença antiga – A reclamação acontece apesar da renovação do acordo de limitação voluntária das exportações brasileiras de denim, utilizado na fabricação de jeans, que representa cerca de 10% do comércio bilateral de têxteis. Para 2005, o acordo prevê a exportação de 15,8 milhões de metros de lineares do tecido.

L

O PS-04, da japonesa Zoom, é um estúdio de voz que cabe na palma da mão. O aparelho grava até 4 canais de voz em MP3. Além disso, tem interessantes opções de efeitos e até uma bateria digital. O modelo é vendido por cerca de US$ 200 nos EUA.

Valéria Gonçalez/AE

L

Traçados das linhas, relação das estações com estacionamento, tabela de horários, os planos de expansão, tudo está à disposição no site do metrô. Um serviço especial é o de achados e perdidos: o usuário esquecido pode fazer consultas on-line e tentar localizar seu objeto. Para o pequeno empreendedor, vale a consulta à lista de quiosques e estandes disponíveis. Boa viagem.|Bom negócio.

Trinta empresas do setor têxtil participam de Feira em Buenos Aires. Empresários portenhos já definiram seus colegas brasileiros: "invasores"

L

A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) acaba de divulgar os resultados do primeiro censo do setor, que cruza informações de 7003 hotéis em todo o País. As estatísticas trazem informações úteis tanto para os empresários do setor quanto para os turistas de plantão. O estudo revela, por exemplo, que o preço médio de uma diária nos hotéis pode variar de R$ 55 a R$ 1356, dependendo de categoria e serviços oferecidos e traz uma

Internautas anunciam na rede compra e venda de milhas de companhias aéreas

M ÍDIA

FHC e os bons companheiros O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso conseguiu uma indicação de fazer inveja a seus críticos: está entre os cem intelectuais do ano da revista Prospect e do Foreign Policy. FHC está em boa companhia: seu amigo Anthony Giddens, papa Bento XVI, Amos Oz, Mario Vargas Llosa, Eric Hobsbawn. A lista completa está no site da Prospect. Escolha seus favoritos. http://prospectmagazine.co. uk/intellectuals/


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ESPORTE

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

ROBERTO BENEVIDES

PASSE LIVRE

O SÃO PAULO VEM AÍ É a vez dos revisores Marcelo Ferrelli/AE

P

ara quem até há pouco tempo freqüentava a z o n a d e re b a i x amento, não deixa de ser um grande feito. A vitória do São Paulo, sábado, sobre o Paysandu, no Morumbi, e por goleada (4 a 1), foi a sexta seguida do time, nessa arrancada rumo à recuperação no Brasileiro. Com o resultado, o São Paulo é agora o 11º colocado, com 11 pontos a menos que o líder Internacional. A retranca do lanterna Paysandu não foi páreo para o São Paulo. Com seriedade e boas atuações do meia Danilo – autor de dois gols – e do centraovante Christian – que balançou as redes quatro vezes nos últimos quatro jogos –, a equipe chegou com facilidade aos 4 a 1. Aos 11 minutos, Danilo abriu a contagem. Aos 7 minutos do segundo tempo,Christian não perdoou falha de Cléber, que recuou mal a bola, ganhou a jogada e tocou por cima do goleiro para marcar o segundo gol são-paulino. Aos 15, foi a vez de Cicinho cobrar escanteio, Lugano subir de cabeça e acertar o canto de Alexandre: São Paulo 3 a 0. O Paysandu só conseguiu diminuir a seis minutos do final, numa jogada individual de Balão, que invadiu a área, ganhou de Hernanes e Edcarlos, bateu forte e descontou.

A lentidão da justiça brasileira, nesse caso, tem uma vantagem: vai demorar para que o árbitro Edílson Pereira de Carvalho, entre outros, chegue em definitivo à penitenciária. Assim, pelo menos o campeonato dos presidiários continuará sendo coisa séria. Dentro da cadeia, vale o placar do campo. É uma pena que não se tenha tal garantia do lado de fora. A irretocável matéria de Thaís Oyama e André Rizek, capa da Veja, deixa sob suspeita, além do Campeonato Brasileiro em andamento, o Campeonato Paulista e a Libertadores. As três competições tiveram, segundo os repórteres, resultados arranjados por mais de um árbitro a serviço de apostadores inescrupulosos. O presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero, ligeirinho como certos repórteres, disse logo que não houve influência dos acusados em resultados do Paulistão. A conferir. A Conmebol, lenta como sempre, ainda deve uma resposta sobre a Libertadores. A esperar, primeiro, e conferir, em seguida. O problema mais grave e mais urgente, no entanto, é o do Campeonato Brasileiro. A reportagem de Veja elenca jogos apitados por Edílson Pereira de Carvalho e postos sob suspeita. Os cartolas dos clubes reagiram de conformidade com seus interesses. Querem se livrar dos resultados ruins e manter os favoráveis. A solução está em mãos do STJD - o supremo tapetão do futebol brasileiro. Há a preocupação, justificada, de não melar nem sequer atrapalhar o andamento do campeonato. Isso não pode, porém, garantir a manutenção de resultados claramente manipulados. O tribunal tem a obrigação de anular os jogos que tiveram o placar influenciado pela arbitragem e talvez deva manter os resultados construídos apenas pelos jogadores. Como separar uns e outros, evitando assim a repetição de todos os jogos arbitrados por Edílson e/ou algum outro integrante da quadrilha que continua sendo investigada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público? O STJD já nomeou um trio de ex-árbitros para rever os jogos . Espera-se que os escolhidos cumpram a missão, mas os torcedores ficariam mais tranqüilos se o trabalho fosse entregue a nomes conhecidos do grande público, como Arnaldo César Coelho, José Roberto Wright e Renato Marsiglia.

Os 4 a 1 em cima do Paysandu, no Morumbi, foram a sexta vitória seguida, e deixaram o Tricolor a onze pontos do líder

Já nos acréscimos, Danilo deu o toque final à goleada: pegou o rebote da defesa e, bem ao seu estilo, ajeitou e chutou forte, sem defesa. “A vitória foi boa, mas agora temos que torcer contra uns, a favor de outros... principalmente contra o Inter, que não pode vencer de jeito nenhum”, disse o goleiro Rogério Ceni,

lembrando a distância para o líder, que agora é de 11 pontos mas até seis rodadas atrás era de 18. Para ele, as duas próximas rodadas serão ainda mais decisivas para o São Paulo: “Teremos pela frente dois adversários que estão na nossa frente, o Botafogo (no Rio, dia 2 de outubro) e o Inter (dia 5, em Porto Alegre). Não podemos

nem pensar em perder esses jogos, se ainda quisermos falar em título”. Para a próxima partida, contra o Botafogo, o técnico Paulo Autuori não poderá contar com o lateral-direito Cicinho, que recebeu o terceiro cartão amarelo. Em compensação, Amoroso, recuperado de contusão, deve voltar ao time.

j

UM DEPOIS DO OUTRO Vice-líder do Campeonato Brasileiro, a um ponto do Inter, o Corinthians resolveu trocar de técnico mais uma vez - sai Márcio Bittencourt, que pegou o time na zona de rebaixamento, e deve entrar Antonio Lopes. Até quando? TEVEZ ACHA 'ESTRANHO" Destaque corintiano e autor de dois gols nos 3 a 1 de ontem sobre o Flamengo, Tevez disse que é "um equívoco" da diretoria a saída de Márcio: "Nunca vi isso no futebol. É estranho." O craque argentino fez questão de lembrar: "Quando o Corinthians estava em crise, ninguém queria a função. O Márcio assumiu a responsabilidade e venceu. Não entendo como isso pode estar ocorrendo agora." Vai precisar de mais tempo no Brasil para entender tais absurdos. É CAMPEÃO Agora é matemático: Rubens Barrichello é o campeão brasileiro da Fórmula 1 de 2006. Com 38 pontos, não pode mais ser alcançado por Felipe Massa, que tem 8.

BOQUINHA EM DISPUTA Uma nota divulgada pelo PCdoB para criticar o vereador Ademir da Guia desvenda, por si só, o oportunismo do partido: "Nas eleições de 2004, o PCdoB da cidade de São Paulo inaugurou uma nova tática eleitoral" e "buscou constituir uma chapa ampla, com personalidades da cidade e lideranças políticas". Eleito, o ídolo da torcida palmeirense "foi prontamente procurado pela direção do partido", segundo a nota: "Fizemos um relato do funcionamento parlamentar, disponibilizando dirigentes do partido para a composição do gabinete". Ademir preferiu empregar parentes a dividir a boquinha com os dirigentes do PCdoB. Foi a sua desgraça. GOL DE LETRA "Até hoje não entendo o que é um impedimento." - Thaís Oyama, que, vestindo a camisa da Veja, divide com André Rizek o golaço do ano na cobertura esportiva: a denúncia do esquema para fraudar resultados de jogos de futebol.

*Com Agência Estado e Reuters

SÉRIE B

SÉRIE C Atlético e Rio Branco perdem

Paulistas em desvantagem

A

Rodrigo Lobo/AE

D

isputadas as duas primeiras rodadas da segunda fase da Série B, três das oito equipes conseguiram ganhar seus dois jogos. Nenhuma delas é paulista. No Grupo A, Santa Cruz e Grêmio dispararam na liderança, com 6 pontos cada um, deixando a dupla Santo André e Avaí com zero. Sábado, no Recife, o Santa Cruz passou com facilidade pelo Santo André: 3 a 0, gols de Carlinhos Bala, no primeiro tempo, e Paulinho e Rosembrick, na segunda etapa. Também no sábado, em Porto Alegre, o Grêmio fez 2 a 0 no Avaí. Os dois gols gremistas só foram marcados no segundo tempo, nos dez minutos finais da partida, por Ricardinho e Machado, contra. Na sexta-feira, realizaramse os dois jogos do Grupo B, que, apesar de contar com três equipes paulistas, tem como líder o pernambucano Náutico. Nesta rodada, a equipe do Recife foi a Campinas e não tomou conhecimento do Guarani. Mesmo jogando fora de ca-

Grupo A Grêmio 2 x 0 Avaí Santa Cruz 3 x 0 Santo André Classificação

P

V

S

1 Santa Cruz

6

2

5

6

2 Grêmio

6

2

3

3

3 Avaí

0

0

-4

1

4 Santo André

0

0

-4

0

GP

Grupo B Guarani 1 x 4 Náutico Marília 3 x 1 Portuguesa

Santa Cruz derrota Santo André e caminha para a classificação ao lado do Grêmio sa, goleou o adversário por 4 a 1. No primeiro tempo, Romualdo abriu o placar para o Náutico, Bruno Carvalho ampliou, Jonas descontou para o Guarani e Bruno Carvalho fez Náutico 3 a 1. No segundo, Cleison decretou a goleada. Também pelo Grupo B, na sexta-feira, a Portuguesa foi a Marília e perdeu por 3 a 1. Chi-

co fez Marília 1 a 0, Johnson igualou o marcador para a Lusa, mas Marcelo Rosa e Elvis fizeram MAC 3 a 1. Com este resultado, as duas equipes passaram a dividir a vice-liderança do grupo, com 3 pontos ganhos cada uma. Pela próxima rodada, no Grupo B, na sexta-feira, o Guarani enfrenta novamente em

Classificação

P

V

S

GP

1 Náutico

6

2

6

7

2 Marília

3

1

-1

3

3 Portuguesa

3

1

-1

2

4 Guarani

0

0

-4

1

casa o Marília, enquanto a Portuguesa vai ao Recife jogar contra o Náutico. Pelo Grupo B, o Avaí recebe o Santo André em Florianópolis e o Santa Cruz vai a Porto Alegre enfrentar o Grêmio. Ambos os jogos acontecem no sábado. Com uma vitória, Náutico, Santa Cruz ou Grêmio podem se classificar.

tlético de Sorocaba e Rio Branco de Americana, as duas únicas equipes paulistas classificadas para as oitavasde-final da Série C do Campeonato Brasileiro, começaram mal esta fase da competição, perdendo seus jogos de ida, fora de casa, para times mineiros. Agora, precisarão descontar a diferença em casa se quiserem chegar às quartas-de-final. Ontem, em Nova Lima (MG), o Rio Branco perdeu para o Villa Nova por 1 a 0. Em Ipatinga, o Atlético Sorocaba

também foi derrotado (2 a 0) pelo Ipatinga. O Rio Branco terá que vencer por dois ou mais gols de diferença em Americana, no sábado, para evitar a desclassificação ou os pênaltis. O Atlético Sorocaba precisa de três ou mais gols em Sorocaba, no domingo. OUTROS RESULTADOS: Coruripe-AL 1 x 1 América-RN; Novo Hamburgo-RS 1 x 0 Joinville-SC; Remo-PA 1 x 1 Abaeté-PA; Ceilândia-DF 3 x 0 Londrina-PR; ABC-RN 1 x 0 Treze-PB; Vila Aurora-MT 4 x 3 Nacional-AM.

COPA SUL-AMERICANA

Brasileiros decidem vagas

O

s quatro times brasileiros que disputam a Copa Sul-Americana voltam a campo neste meio de semana para decidir a classificação às quartas-de-final contra equipes argentinas. Na quarta, o Corinthians vai a Buenos Aires precisando vencer o River Plate (o jogo de ida, no Morumbi, foi 0

a 0). O Fluminense pode até perder do Banfield, também fora de casa, pois ganhou a primeira por 3 a 1. Já o Cruzeiro, derrotado pelo Vélez, fora, por 2 a 0, precisa descontar a diferença em casa. Na quinta, o Inter recebe o Rosario Central podendo empatar, pois ganhou a primeira, fora, por 1 a 0.


10 -.FINANÇAS

DIÁRIO DO COMÉRCIO

COMÉRCIO

segunda-feira, 26 de setembro de 2005


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

NACIONAL - 13

fotos de Patrícia Cruz/Luz

Candidatos a uma recolocação na central Gelre de empregos, como Marisa (foto maior), afirmam que os salários nunca são iguais aos anteriores. A diferença fica entre 10% e 30% abaixo do último

QUANDO O EMPREGO VEM, A REMUNERAÇÃO É MENOR QUE A ANTERIOR

Patrícia Cruz/Luz

Mais de 90% das pessoas que participaram de uma pesquisa que questiona a possibilidade de, quando desempregadas, encontrarem uma recolocação com o mesmo salário se mostraram pessimistas. em relação a essa possibilidade Débora mudou de área, mas se arrependeu por conta do salário

Qualificação é exigência, e não só para executivos

N

ão bastasse a concorrência acirrada pela recolocação profissional, a qualificação é outro fator que assombra quem está em busca de trabalho, embora na questão do salário isso não conte muito em um primeiro momento. Mas, na opinião de Saulo Lerner, diretor da Unidade Executive da RightSaadFellipelli, a qualidade é sim um diferencial competitivo. "O candidato precisa se olhar como um produto, uma solução para a empresa, para daí buscar maneiras de se diferenciar", afirma Lerner. Ele diz ainda que se engana quem acredita que só devem se preocupar aqueles que ocupam cargos de chefia. "É um mito achar que, aqueles que ocupam cargo mais operacional não precisam se especializar. Afinal, crescer dentro da empresa é uma questão de atitude pessoal", garante o executivo. "De uma maneira ou de outra, o empregado se destaca, pois essa postura faz parte do DNA da pessoa", afirma Lerner. A estudante de química, Débora Costa, de 19 anos, é um exemplo clássico de quem conquista melhores espaços na empresa. Desempregada há pouco mais de um mês, por opção, pois queria entrar na área em

que estuda. Seu último trabalho era de auxiliar administrativa. Ela conta que em pouco tempo na empresa conseguiu ter uma boa ascensão salarial. Bom de um lado, pois seu salário melhorou ao longo do tempo, ruim de outro, pois agora não consegue uma recolocação com remuneração similar. "Resolvi voltar para a área administrativa pois o salário oferecido é melhor que os estágios que encontro no setor químico. Mesmo assim, são pelo menos 10% menores que meu último salário", reclama. Santo de casa – Essa melhora do salário ao longo do tempo, segundo Lerner, está muito ligada à própria política de remuneração das empresas brasileiras. "O salário aumenta conforme o tempo de casa. Mas, se vai para uma nova, começa ganhando menos", conta. Lerner diz que no Brasil o profissional ganha credibilidade na empresa e passa a merecer um salário maior. Em outros países, como na Noruega, por exemplo, a remuneração depende exclusivamente do cargo e não do desempenho. "Profissionais que fazem diferença acabam ganhando o mesmo que aqueles menos competitivos", conclui. (PB)

S

e o brasileiro é otimista por natureza, o mesmo não se pode dizer quando a questão é salário. Especialmente se estão desempregados e buscam uma nova colocação. A maioria acha difícil consegui-la com uma remuneração similar à que tinha anteriormente. A telefonista Marisa Oliveira Mota, de 37 anos, é a prova dessa dificuldade. Desempregada há cinco meses, ela garante que, de todas as entrevistas que fez nesse período, nenhuma oferecia o mesmo salário que recebia na empresa anterior, onde ficou por dois anos. "Alguns locais sequer oferecem o piso salarial, mesmo sendo o mínimo permitido por lei a ser pago", afirma. E, ela não é a única a ter essa percepção. Das pessoas que passaram na central de emprego da Organização Gelre, no centro de São Paulo, todas foram unânimes em dizer que os salários oferecidos variam entre 10% a 30% menos do que ganhavam em cargos similares. É o que aponta também, a pesquisa Índice de Confiança na Carreira, realizada pela consultoria organizacional RightSaadFellipelli, que ouviu 662 pessoas em todo o Brasil. Quando questionadas sobre a dificuldade de encontrar um serviço semelhante com o mesmo salário, mais de 90% se mostraram pessimistas: 40,5% dos entrevistados disseram achar difícil e 52,7% muito difícil. Apenas 3,9% consideram fácil e 0,8% muito fácil. Para Saulo Lerner, diretor da Unidade Executive da RightSaadFellipelli, esse pessimismo es-

tá relacionado à questão da oferta e da procura. "O poder de negociação de quem não está empregado é muito difícil. Afinal, o candidato é mais um entre vários", diz Lerner. Associado a isso, ele cita também a questão do cenário econômico, que embora seja de crescimento, ainda possui uma taxa muito grande de desempregados (17,1% da população economicamente ativa

na Grande São Paulo em agosto, de acordo com a pesquisa do Dieese e da Fundação Seade). "A taxa de crescimento do emprego e mesmo de posições não acompanham a expansão econômica", explica Lerner. A justificativa é muito simples: o número de vagas oferecidas nunca é suficiente para absorver quem está desempregado e quem entra no mercado de trabalho. Para se ter uma

idéia, entre 400 a 500 pessoas passam diariamente pela Gelre em busca de uma vaga. Mas dificilmente todas conseguem ser encaminhadas para entrevistas no mesmo dia. Boa parte aguarda, como Alessandro Rinaldi, de 33 anos, que desde 2001 não consegue arrumar um trabalho com carteira profissional assinada. A última vez foi como auxiliar de vistoria prévia. Mesmo passados mais de três anos, ele diz que os salários oferecidos chegam a ser 30% abaixo da remuneração que ele tinha em 2001. "O que eu percebo é que, com a modernização das empresas, os patrões querem pagar dois empregados com o salário que há alguns anos remunerava apenas um", resume Rinaldi. Aparentemente, ele tem razão. "A reengenharia das empresas, muito comum nos anos 90, tornou as firmas mais lucrativas, mas não há dúvida de que houve uma reestruturação também dos salários", complementa o executivo da RightSaadFellipelli. Patrícia Büll

Marcos Fernandes/Luz

Patrícia Cruz/Luz

Saulo Lerner (acima) diz que o poder de negociação de quem não está empregado é muito difícil, pois o candidato torna-se mais um entre vários com a mesma qualificação. Alessandro Rinaldi (esq.) culpa a reengenharia pela queda dos salários


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

ESPORTE - 3

Daniel Silva/AFP

LIGA DOS CAMPEÕES

Tempo de recuperação Felix Ordonez/Reuters

R

ivaldo e seus companheiros de Olimpiacos que se preparem: após três tropeços seguidos, os galácticos do Real Madrid embalaram no Campeonato Espanhol e buscam nesta quarta, em casa, a reabilitação na Liga dos Campeões, após a desastrosa derrota por 3 a 0 para o Lyon, na estréia. Ontem, o Real bateu o Alavés por 3 a 0, fora de casa, com dois gols de Ronaldo e um de Guti. Com a vitória no meio da semana por 3 a 1 sobre o Athletic Bilbao, o time de Vanderlei Luxemburgo já é o terceiro colocado no Espanhol, a três pontos do Celta. Pelo mesmo Grupo F, o Lyon, líder com folga do Francês, visita o Rosenborg, em Oslo. O outro gigante espanhol também vem embalado na Liga: o Barcelona recebe amanhã a Udinese, com quem divide a ponta do Grupo C. Mesmo sem Deco e Ronaldinho, o time não teve dificuldade para golear o Betis por 4 a 1 e foi para o sétimo lugar no Espanhol. Pelo mesmo grupo, jogam Panathinaikos e Werder Bremen. No Grupo A, a atração é a Juventus, que defende a liderança contra o Rapid Vienna, em Turim. O time venceu no sábado o Parma por 2 a 1, fora de casa, e manteve-se isolado na ponta do Italiano, com cinco vitórias em cinco jogos. O Bayern, que recebe o Bruges e também lidera a chave, perdeu por 2 a 0 para o Hamburgo, mas manteve a frente no Alemão, apenas um ponto à frente do rival.

No Grupo B, o líder Arsenal visita o Ajax, enquanto o Thun recebe o Sparta Praga. Pelo D, o Benfica defende a ponta diante do Manchester United, enquanto o Lille recebe o Villareal. Na quarta-feira, os dois líderes do Grupo E jogam fora de casa: o Milan, que venceu o Treviso por 2 a 0 e está em quinto no Italiano, enfrenta o Schalke, que vem de vitória pelo mesmo placar sobre o Hannover; e o PSV visita o Fenerbahçe de Alex. O primeiro clássico caseiro

do torneio também será na quarta: Chelsea e Liverpool revivem uma das semifinais do ano passado em condições opostas no Inglês. O Chelsea sofreu seu primeiro gol mas venceu a sétima seguida, 2 a 1 contra o Aston Villa, enquanto o Liverpool está em 13º, após empate de 2 a 2 com o Birmingham. O Anderlecht recebe o Betis. No Grupo H, a Inter, que ontem venceu a Fiorentina por 1 a 0, recebe o Glasgow Rangers, e o Porto enfrenta o Artmedia.

ITÁLIA

ESPANHA

INGLATERRA

Reggina 2 x 0 Udinese Parma 1 x 2 Juventus Cagliari 0 x 0 Roma Empoli 1 x 0 Lecce Lazio 4 x 2 Palermo Livorno 2 x 0 Ascoli Sampdoria 1 x 2 Chievo Siena 4 x 2 Messina Treviso 0 x 2 Milan Internazionale 1 x 0 Fiorentina

Atlético Madrid 0 x 1 Getafe Espanyol 1 x 2 Villarreal Valencia 2 x 1 Real Sociedad Zaragoza 1 x 1 La Coruña Betis 1 x 4 Barcelona Alavés 0 x 3 Real Madrid Mallorca 1 x 4 Málaga Osasuna 2 x 0 Cádiz Athletic Bilbao 0 x 0 Racing Santander Celta 2 x 1 Sevilla

Birmingham 2 x 2 Liverpool Chelsea 2 x 1 Aston Villa Everton 0 x 1 Wigan Manchester United 1 x 2 Blackburn Newcastle 1 x 0 Manchester City West Bromwich 1 x 2 Charlton West Ham 0 x 0 Arsenal Bolton 1 x 0 Portsmouth Middlesbrough 0 x 2 Sunderland Tottenham x Fulham (hoje)

Brasil de Anderson enfrenta hoje a Coréia do Norte, nas quartas-de-final do Mundial Sub-17. Vencedor vai pegar a Turquia na semifinal

DE OLHOS ABERTOS

Real vence segunda seguida no Espanhol, com dois de Ronaldo, e busca reabilitação

A

Coréia do Norte é próximo obstáculo do Brasil no caminho do tetracampeonato mundial Sub-17. A duas equipes se enfrentam hoje, às 20h (de Brasília), em Iquitos, no Peru. Para o técnico Nelson Rodrigues, a pouca tradição do adversário não pode transformar o Brasil em favorito. "Em torneios como este, nenhum time é pequeno. A prova é que tivemos um tropeço contra Gâmbia e a Coréia do Norte fez uma ótima primeira fase", afirmou o treinador. "Esse torneio é árduo e qualquer erro pode ser fatal."

Classificação

P

V

S

GP

Classificação

P

V

S

GP

Classificação

P

V

S

1 Juventus

15

5

9

10

1 Celta

12

4

4

9

1 Chelsea

21

7

13

14

2 Internazionale

12

4

7

10

2 Getafe

11

3

4

9

2 Charlton

15

5

6

10

3 Livorno

11

3

4

5

3 Real Madrid

9

3

4

10

3 Bolton

14

4

4

8

4 Milan

10

3

5

9

4 Valencia

9

2

2

9

4 West Ham

11

3

6

10 7

GP

5 Fiorentina

10

3

4

11

5 La Coruña

9

2

2

6

5 Manchester United

11

3

4

6 Lazio

10

3

3

9

6 Osasuna

9

3

1

6

6 Manchester City

11

3

1

7

7 Palermo

10

3

1

9

7 Barcelona

8

2

4

9

7 Arsenal

10

3

5

9

8 Chievo

9

2

2

6

8 Zaragoza

7

1

2

6

8 Wigan

10

3

1

5

9 Sampdoria

9

3

2

9

9 Málaga

7

2

1

7

9 Tottenham

9

2

2

5

10 Roma

8

2

5

7

10 Racing Santander

7

2

0

2

10 Newcastle

8

2

-2

5

11 Siena

7

2

0

9

11 Espanyol

6

2

-2

4

11 Middlesbrough

8

2

-3

6 5

12 Udinese

6

1

-3

4

12 Real Sociedad

6

2

-5

8

12 Blackburn

8

2

-4

13 Empoli

6

2

-3

4

13 Athletic Bilbao

5

1

0

6

13 Liverpool

7

1

1

3

14 Parma

4

0

-4

4

14 Villarreal

5

1

-1

6

14 Birmingham

6

1

-4

7 6

15 Messina

3

0

-3

5

15 Sevilla

5

1

-1

3

15 Aston Villa

6

1

-5

16 Cagliari

3

0

-3

4

16 Cádiz

5

1

-2

3

16 Fulham

5

1

-4

5

17 Ascoli

3

0

-3

3

17 Betis

5

1

-3

3

17 Portsmouth

5

1

-4

5

18 Reggina

3

1

-5

5

18 Atletico Madrid

4

1

-2

4

18 West Bromwich

5

1

-6

7

19 Lecce

1

0

-7

2

19 Mallorca

4

1

-3

7

19 Sunderland

4

1

-5

5

20 Treviso

0

0

-10

1

20 Alavés

2

0

-5

4

20 Everton

3

1

-6

1

FRANÇA

ALEMANHA

PORTUGAL

Monaco 0 x 0 Nice Auxerre 3 x 0 Sochaux Bordeaux 1 x 0 Ajaccio Le Mans 0 x 0 PSG Lille 2 x 0 Saint-Etienne Olympique 3 x 1 Metz Nancy 2 x 1 Troyes Strasbourg 2 x 4 Toulouse Nantes 0 x 1 Lyon Lens 0 x 0 Rennes

Arminia 0 x 2 Borussia Moenchen. Duisburgo 1 x 0 Nurnberg Hamburgo 2 x 0 Bayern Mainz 1 x 1 Borussia Dortmund Schalke 04 2 x 0 Hannover Werder Bremen 2 x 1 Bayer Leverkusen Wolfsburg 1 x 0 Eintracht Frankfurt Colônia 0 x 1 Hertha Stuttgart 1 x 0 Kaiserslautern

Penafiel 1 x 3 Benfica Vit. Guimarães 1 x 0 Marítimo Porto 2 x 0 Belenenses Amadora 0 x 0 Braga Naval 1 x 0 Rio Ave Gil Vicente 2 x 0 Paços Ferreira União Leiria 0 x 0 Nacional Sporting 1 x 0 Vit. Setúbal Boavista x Acadêmica (hoje)

Classificação

P

V

S

GP

Classificação

P

V

S

GP

V

S

GP

1 Bayern

18

6

10

15

1 Porto

13

4

7

9

1 Lyon

21

6

7

12

2 Hamburgo

17

5

10

14

2 Sporting

12

4

3

8 4

2 PSG

17

5

4

12

3 Werder Bremen

16

5

10

19

3 Braga

11

3

4

3 Bordeaux

16

4

4

9

4 Hertha

14

4

4

11

4 Nacional

11

3

3

6

4 Auxerre

16

5

-2

11

5 Schalke 04

13

3

4

9

5 Belenenses

9

3

4

10

5 Lille

15

4

7

14

6 Wolfsburg

12

3

1

11

6 Gil Vicente

9

3

3

5

6 Le Mans

15

4

6

10

7 Borussia Moenchen.

11

3

0

9

7 Rio Ave

9

3

1

7

7 Lens

14

3

8

14

8 Bayer Leverkusen

10

3

1

14

8 Benfica

7

2

3

8

8 Saint-Etienne

13

3

2

7

9 Borussia Dortmund

9

2

1

11

9 Naval

7

2

1

8

9 Nice

12

3

-2

8

10 Stuttgart

9

2

0

9

10 Vitória de Setúbal

7

2

0

2

10 Nantes

11

3

2

8

11 Colônia

9

3

-1

10

11 Boavista

6

1

3

7

11 Ajaccio

11

2

0

7

12 Kaiserslautern

7

2

-5

10

12 Paços Ferreira

6

2

-4

4

12 Olympique

11

3

-2

10

13 Hannover

6

1

-3

8

13 Amadora

5

1

-1

4

13 Monaco

11

3

-3

6

14 Duisburgo

5

1

-5

10

14 Vitória de Guimarães

3

1

-7

3 3

14 Toulouse

11

3

-4

7

15 Arminia Bielefeld

5

1

-7

5

15 Acadêmica

2

0

-2

15 Rennes

11

3

-9

10

16 Mainz

4

1

-6

5

16 Marítimo

2

0

-3

3

16 Nancy

10

3

4

12

17 Eintracht Frankfurt

4

1

-8

3

17 União Leiria

2

0

-7

1

18 Nurnberg

3

0

-6

4

18 Penafiel

1

0

-8

3

9

2

-2

8

18 Sochaux

8

2

-5

4

19 Strasbourg

5

0

-5

4

20 Metz

4

0

-10

4

Andres Stapff/Reuters

O

Brasil conseguiu subir um degrau no caminho de volta ao Grupo Mundial da Copa Davis. Em Montevidéu, o time formado por Gustavo Kuerten, Ricardo Mello, André Sá e Flávio Saretta venceu o Uruguai por 3 a 2 e garantiu vaga na Zona Americana 1. O ponto decisivo veio com Ricardo Mello, que venceu Marcel Felder por 3 a 1 (6/7, 6/1, 6/3 e 6/2) num jogo com forte pressão da torcida. "Foi uma vitória, bastante difícil, que vai me ajudar a ganhar mais confiança no saibro." Gustavo Kuerten, que venceu um jogo de simples na sexta e jogou ao lado de André Sá na vitória de duplas, no sábado, entrou em quadra ontem contra Pablo Cuevas só para agradar aos fãs uruguaios. Mas torceu o tornozelo direito e abandonou o jogo após a derrota por 7/6 no primeiro set. No Grupo Mundial, Croácia e Eslováquia farão a decisão. Os croatas bateram a Rússia por 3 a 2, e os eslovacos derrotaram a Argentina, 4 a 1.

A

P

melhor campanha do Mundial, com quatro vitórias em quatro jogos, e o melhor ataque, 11 gols. Ontem, Kose e Erkin marcaram dois cada um, e Sahin completou para os turcos - Gu Jinjin descontou para os chineses. Amanhã, às 17h, enfrentamse Holanda e Estados Unidos. O vencedor desse duelo enfrenta o México, que hoje derrotou a Costa Rica por 3 a 1, na prorrogação, após empate por 1 a 1 - no tempo normal, o mexicano Valdez marcou contra e a favor de sua equipe. No tempo extra, Guzman e Vela definiram o placar.

De segunda

Guga, Sá e Mello ajudaram o Brasil a bater Uruguai e ficar mais perto da elite da Davis

Seleção 100%

Classificação

17 Troyes

De fato, o Brasil não fez campanha brilhante na primeira fase. Após a derrota por 3 a 1 para Gâmbia, venceu a Holanda por 2 a 1 e só na última rodada, com a goleada por 6 a 0 sobre o Catar, garantiu vaga acabou com o primeiro lugar do Grupo D. A Coréia do Norte perdeu por 3 a 2 para os Estados Unidos e venceu a Costa do Marfim por 3 a 0. Assegurou a vaga nas quartas com um empate por 1 a 1 diante da Itália, que foi eliminada por ter pior saldo. O vencedor do duelo enfrenta a Turquia, que goleou a China por 5 a 1 e tem até agora a

seleção brasileira de vôlei feminino manteve no Sul-Americano da Bolívia o aproveitamento total na temporada: sem perder um set sequer, chegou ao quinto título em cinco torneios disputados, e assegurou vaga para a Copa

DAvid Mercado/Reuters

Carol Gattaz foi a melhor bloquadora do Sul-Americano, quinto título do Brasil no ano

dos Campeões, que será jogada em novembro, no Japão. O título foi assegurado na sexta-feira, com vitória sobre o Peru por 3 a 0 (25/18, 25/17 e 25/13). O time teve a melhor jogadora, Valeskinha, e outros três prêmios individuais: Sassá (saque), Carol (levantadora) e Carol Gattaz (bloqueio). A seleção, bastante renovada em relação à equipe que ficou em quarto lugar na Olimpíada de Atenas, já havia vencido neste ano o Torneio de Courmayeur, na Itália, a Montreaux Volley Masters, na Suíça, o Grand Prix, que teve a fase final no Japão, e o classificatório para o Mundial de 2006, em Cabo Frio (RJ). Ao todo, são 33 jogos e 31 vitórias. Para o técnico José Roberto Guimarães, o torneio disputado em La Paz valeu a pena, apesar do baixo nível técnico dos adversários. "A equipe se portou bem no Sul-Americano, fez o seu papel", declarou.

Juliana e Larissa ganham título na praia de Fortaleza

J

uliana e Larissa, campeãs mundiais de vôlei de praia por antecipação, conquistaram a etapa de Fortaleza do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, com vitória de 2 a 0 (18/15 e 18/15) sobre as irmãs Maria Clara e Carol. "Foi um presente para o Ceará, onde moramos, e onde tudo começou nas nossas carreiras", afirmou Juliana. Entre os homens, o título ficou com Juca e Pedro Grael, que venceram Ricardo e Emanuel na final: 2 a 0 (18/16 e 18/12). Os vencedores saíram do qualifying e não treinam juntos com freqüência - Juca mora em Salvador, e Pedro, em Niterói. "Tivemos que jogar muito para vencer os campeões olímpicos", disse Pedro.


Pequenas empresas e a Justiça

A aposta na força das grifes

Tribunais de pequenas causas dão certo, diz juíza Mônica (foto). Mas microempresas os desconhecem. Pág. 9

A onda das lojasconceito é investir em marcas como a Melissa (na foto, com a atriz Thalma). Funciona. Pág. 16

Miton Mansilha/Luz

Motoristas irresponsáveis, pedestres imprudentes. E o número de mortes por atropelamento cresce nas ruas de São Paulo. DCidade

Patrícia Cruz/Luz

Pedestre na faixa, vida em perigo

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Edição concluída às 23h50

Ano 81 - Nº 21.970

R$ 0,60

São Paulo, segunda-feira 26 de setembro de 2005

Encontros e gestos

Fotos: Ed Ferreira/AE

Câmara à sombra do mensalão e baixo clero

Lula no velório de Apolônio: perto da viúva Rennée, longe de Dirceu. Pág. 3 Mundo real de Olavo de Carvalho: "Lula, réu confesso". Pág. 18 Ricardo Stuckert/PR

Com a base aliada do governo rachada e a disposição dos deputados Nonô, Temer e Rebelo (fotos) disputarem a eleição, a luta pela presidência da Câmara será decidida pelos 16 parlamentares ameaçados de cassação e pela tropa do ex-presidente Severino. Página 3

O peso político da maçonaria Em suas mãos, estão dois candidatos à presidência da Câmara. Conheça esse poder na página 4

O MAIS JOVEM REI DA F-1

Paulo Whitaker/Reuters

AMANHÃ Nublado Máxima 19º C. Mínima 14º C.

Ele já está preso. E jogos podem ser anulados Como fica o Brasileiro, depois da prisão do juiz Edilson Pereira de Carvalho (foto)? A corrupção nas arbitragens e os jogos de ontem no DC Esporte

J.F. Diorio/AE

HOJE Nublado com chuva Máxima 20º C. Mínima 16º C.

Alonso, 24 anos, é o novo campeão, e supera marca de Fittipaldi, que em 1972 venceu o Mundial de F-1 aos 25.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

14 -.COMÉRCIO EXTERIOR

Embalagem para exportação, agora só com tratamento

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

Paulo Pampolim/Digna Imagem

Desde o início do mês, as embalagens de madeira para carga internacional passam por processo fitossanitário para evitar trânsito de pragas entre os países

A

partir deste mês, as embalagens de madeira utilizadas no transporte de carga internacional que chegam aos Estados Unidos, México e Canadá precisam passar por tratamento fitossanitário. Os países membros do Nafta são parte das 30 nações que estão se adequando atualmente à Norma International de Medidas Fitossanitárias (NIMF 15), editada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a Agricultura e Alimentação (FAO), em março de 2002. A medida visa controlar o trânsito de pragas florestais de um país para outro. O Brasil está fazendo sua parte e o Ministério da Agricultura deverá publicar a norma nacional definitiva em meados de outubro. Por enquanto, está em vigor a instrução normativa nº 4, de 6 de janeiro de 2004, a qual incorporou as exigências da NIMF 15 em caráter emergencial. E é importante que o exportador ou importador brasileiro saibam que devem se adequar a tais instruções. Afinal, além das 30 nações que estão em fase de implementação da NIMF, outras 50 já a implementaram no ano passado. O ponto central dessa norma é simplificar o processo de certificação fitossanitária das embalagens e suportes de madeira (mais conhecidos como pallets) com o uso de uma marca reconhecida internacionalmente, a qual indica se o material foi submetido ao tratamento térmico (HT) ou tratamento por fumigação com brometo de metila (MB). "Antes da instrução da FAO, cada país tinha sua legislação sobre o assunto e alguns não tinham nenhuma. A medida vai impedir que as pragas se espalhem por meio dos pallets de madeira", explica o diretor-executivo da Associação Brasileira das Em-

presas de Tratamento Fitossanitário e Quarentenário (Abrafit), Ricardo Nunes. Cuidados – O importante para o exportador ou importador é saber qual tratamento escolher. A fumigação é a mais utilizada no Brasil e tem a facilidade de ser feita onde o empresário preferir. Mas, como utiliza brometo de metila, um produto químico, exige certos cuidados. "Algumas pessoas afirmam que é perigoso para saúde. Mas só se não for feita de forma correta", diz Nunes. Já o processo de tratamento térmico é feito em uma câmara fixa. Portanto, o produto tem que ser levado até ela, o que resulta em mais custos de logística, porém não envolve produtos químicos. O custo médio de fumigação por pallet é de aproximadamente R$ 4,80 por metro cúbico. Já a câmara custa cerca de R$ 100 mil, para quem preferir adquiri-la. Além disso, a empresa que fará o tratamento precisa ser certificada pelo Ministério da

Agricultura. "Recentemente, uma grande companhia brasileira contratou, sem saber, uma empresa de tratamento que não era certificada e usava um carimbo falso em suas embalagens. Depois, descobriu que os pallets não eram fumig a d o s c o m o a c re d i t a v a " , exemplifica Nunes. Outras embalagens – Quem quiser evitar a dor de cabeça do tratamento pode optar por utilizar outros tipos de embalagens. Nesse caso, a tranqüilidade tem um preço: os pallets de plástico, papelões, fibras ou compensados e aglomerados de madeira são muito mais caros que os tradicionais. Além disso, alguns deles não suportam muito peso, portanto não podem ser utilizados para o transporte de mercadorias pesadas. De acordo com a estimativa da Abrafit, um pallet de madeira one way (tradicional) custa R$ 12,50, enquanto uma versão de plástico passa de R$ 40. "Para uma empresa como a Sadia, por exemplo, que exporta 40 mil pallets mensalmente, o custo seria elevadíssimo", pondera Nunes. Para as caixas de frutas, diz ele, o custo seria ainda mais alto. "Por isso, mesmo sendo a embalagem mais rústica, o pallet de madeira é o mais utilizado no mundo todo", diz o diretor-executivo. Os vendedores de embalagens plásticas, claro, afirmam que o preços desses modelos são compensados pela dispensa do tratamento na madeira. A fumigação encarece entre R$ 5 e R$ 15 por pallet e consome pelo menos um dia na operação logística de embarque da mercadoria. Além disso, dizem eles, quando se trata de frete aéreo, o custo é ainda maior, já que é cobrado por peso. O pallet de papelão tem cerca de 8 quilos, enquanto o de madeira, de 20 a 30 quilos. Fernanda Pressinott

Exigências técnicas da instrução 1. Tratamento Térmico (HT): Embalagens de madeira, seus suportes e material de acomodação devem ser submetidos a um aquecimento progressivo, segundo uma curva de tempo/temperatura. A madeira tem que alcançar uma temperatura mínima de 56°C durante um período mínimo de 30 (trinta) minutos. 2. Fumigação com Brometo de Metila (MB):Para cada 5°C de queda da temperatura

ambiente, abaixo dos 21°C, deverão ser acrescentados 8 g/m³ ao tratamento. A temperatura mínima para realização da fumigação com brometo de metila não deve ser inferior a 10°C e o tempo de exposição mínimo deverá ser de 24 horas 3. Sinalização: As embalagens de madeira, seus suportes e material de acomodação que forem submetidos aos tratamentos deverão ser sinalizadas com uma tinta indelével. O espaço preenchido por

XX - 000 - YY deverá conter, nesta seqüência: (1) a sigla do país, de acordo com as normas ISO (BR, de Brasil, por exemplo); (2) a codificação (número do credenciamento) da empresa que realizou o tratamento (001, por exemplo) e (3) o tipo de tratamento a que a embalagem, suporte ou material de acomodação foi submetido: HT ou MB. Não há nenhuma prescrição quanto ao tamanho da marca. A exigência é que seja permanente e legível.

Fotos: Divulgação

Paulo Pampolim/Digna Imagem

Caixas para transporte de frutas e pallets que evitam o contato dos produtos com o piso são grandes focos de pragas. Para evitar o problema, a FAO exige que a madeira seja tratada.

Empresas brasileiras preferem a fumigação para tratar a madeira A

lgumas empresas brasileiras utilizavam o processo de fumigação antes mesmo de a Instrução Normativa nº 4/2004, editada pelo Ministério da Agricultura, entrar em vigor. A maioria, porque os países de destino das mercadorias exigiam esse procedimento. Mas algumas a usavam porque preferiam a segurança de não receber pragas junto com seus produtos. A fabricante de catalisadores automotivos Umicore, por exemplo, realiza o tratamento nas embalagens de madeira há cinco anos porque os países asiáticos, para os quais exporta seus produtos, já haviam pedido. Agora, a empresa está adequando-se às normas de identificação, com marca brasileira nas embalagens. "Estamos aguardando a legislação definitiva, mas já nos preparamos para adaptar outros processos se isto for necessário", afirma a assistente de exportações da empresa, Fabiana Seleguini.

Pallets de madeira passando por processo de fumigação

Investimento – Quanto ao custo, embora a Umicore não informe o valor gasto com a fumigação, Fabiana explica que existe um certo investimento porque, além do tratamento da madeira, a mercadoria é obrigada a ficar um dia parada. No transporte marítimo, utilizado pela empresa, o brometo de metila é aplicado em todo o contêiner, que fica em repouso por 24 horas. Depois disso, são necessárias 3 horas para que o contêiner respire e siga viagem. A empresa nunca testou o tratamento térmico. Já a General Motors (GM) do Brasil faz a fumigação na

importação de produtos vindos dos Estados Unidos e Ásia desde 2000. E, em 2004, o mesmo procedimento foi adotado para as exportações. "Estamos nos adequando às instruções normativas brasileira e internacional", diz o analista de importação, Marcelo Gregório. Custos – Embora os custos sejam altos para a empresa, ele acredita que valham a pena. "Se pensarmos que o motivo para tal procedimento é evitar a infestação de pragas, não há por que reclamar", diz Gregório. Para a GM, o custo de fumigação por frete aéreo chega a R$ 35 por metro cúbico. No caso de transporte marítimo, o contêiner de 40 pés fumigado sai por R$ 140, e o de 20 pés, por R$ 100. No caso de importação das mercadorias o custo é pago pela GM e, no caso de exportação, pelo cliente. Mas isso pode variar de acordo com a negociação, explica Gregório. (FP)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.ESPORTE

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

Sergio Moraes/Reuters

O SUCESSOR F

ernando Alonso confirmou as expectativas e tornou-se ontem o mais jovem campeão da Fórmula 1. Aos 24 anos e 56 dias, o espanhol assegurou o primeiro título de seu país com o terceiro lugar no GP do Brasil. Quis o destino que caísse em Interlagos a marca do paulistano Emerson Fittipaldi, campeão em 1972 com 25 anos e 269 dias. "Eu tenho muita admiração pelo Fernando Alonso, nossas carreiras são relativamente parecidas, porque ele também chegou muito rápido à Fórmula 1. É um piloto que tem talento, habilidade e maturidade. Meu recorde vai estar em boas mãos'', disse Emerson, em comunicado. São Paulo também viu o fim (ou pelo menos a interrupção) da era Schumacher, marcada pelos cinco títulos seguidos do

Alonso interrompe o reinado de Michael Schumacher e afasta Emerson Fittipaldi do posto de mais jovem campeão da Fórmula 1

segundo lugar no GP da Malásia garantiu ao italiano Valentino Rossi o quinto título consecutivo da MotoGP. Ele abriu 122 pontos para o vice-líder, Max Biaggi, a quatro provas do fim da temporada, e se igualou à lenda australiana Michael Doohan, campeão mundial entre 1994 e 1998. Vestindo uma camiseta estampada com um 7, número de campeonatos que venceu em todas as categorias (ganhou as 125 cc em 1997 e as 250 cc dois anos depois), o piloto Roslan Rahman/Reuters

CLASSIFICAÇÃO: 1. Rossi (ITA), 281; 2. Biaggi (ITA), 159; 3. Capirossi (ITA), 142; 4. Edwards (EUA), 139; 5. Melandri (ITA), 137; 6. Hayden (EUA), 134; 7. Barros (BRA), 122; 8. Gibernau (ESP), 115; 9. C. Checa (ESP), 88; 10. Nakano (JAP), 69; 11. Tamada (JAP), 68; 12. Roberts (EUA), 58; 13. Bayliss (AUS), 54; 14. Hopkins (EUA), 53; 15. Xaus (ESP) e Elias (ESP), 43; 17. Jacque (FRA), 25; 18. Hofmann (ALE), 22; 19. Rolfo (ITA), 18; 20. Van der Goorbergh (HOL), 12; 21. Battaini (ITA), 6; 22. D. Checa (ESP) e Ellison (ING), 4; 24. Byrne (GBR), 3; 25. Ukawa (JAP), 1.

Com o segundo lugar na Malásia, italiano conquista quinto título seguido na MotoGP, o sétimo em dez anos de carreira

DC

10 Anos de Tradição

Distribuição Nacional de aparelhos, vendas e suporte técnico COD.: 49905

MUNDIAL DE CONSTRUTORES: 1. McLaren, 164; 2. Renault, 162; 3. Ferrari, 98; 4. Toyota, 81; 5. Williams, 59; 6. BAR, 33; 7. Red Bull, 27; 8. Sauber, 17; 9. Jordan, 12; 10. Minardi, 7.

N

elsinho Piquet venceu ontem, em Brands Hatch (Inglaterra) as duas primeiras provas da A1 Grand Prix, competição de automobilismo cujas equipes representam países e que é chamada oficialmente de "Copa das Nações". Na primeira prova, Nelsinho largou na pole e venceu de ponta a ponta, seguido do francês Alexandre Permat. Na segunda, saiu novamente na pole, graças ao resultado da prova anterior, e, apesar de problemas mecânicos, conseguiu a vitória, com o australiano Will Power em segundo. Na A1, pontuam os dez primeiros de cada corrida - dez pontos para o vencedor, nove para o segundo e assim sucessivamente. Pela volta mais rápida, Nelsinho ganhou um ponto extra. Serão 12 corridas até abril de 2006, aproveitando o período em que as principais competições têm poucas provas. O Brasil sediará a nona eta-

pa, no dia 12 de fevereiro, em Curitiba. A próxima será daqui a duas semanas, na Alemanha. Como quem disputa o título, na verdade, é o país, os pilotos podem mudar durante a temporada.

CLASSIFICAÇÃO: 1. Brasil, 21; 2. Austrália, 16; 3. Nova Zelândia, 15; 4. México, 13; 5. França, 9; 6. Grã-Bretanha e Malásia, 6; 8. África do Sul, 5; 9. Paquistão e Holanda, 4; 11. Portugal e Japão, 3; 13. Suíça e Canadá, 2; 15. Irlanda e Alemanha, 1.

Nelsinho Piquet leva Brasil à liderança de competição de carros por países

Wheldon faz a festa

Bourdais rumo ao bi

D

S

an Wheldon confirmou ontem a conquista do título da IRL, com o quinto lugar no GP de Watkins Glen, penúltima prova da temporada. O inglês havia sido vice-campeão no ano passado, derrotado pelo brasileiro Tony Kanaan, que ontem chegou em segundo, mais perto de assegurar o vice-campeonato. A prova foi vencida pelo neozelandês Scott Dixon, com o escocês Dario Franchitti em terceiro. Helio Castroneves largou na pole, mas teve problemas com o carro e chegou apenas em 12º. O outro brasileiro, Vitor Meira, também so-

Temos uma equipe de profissionais especializada em telecomunicações.

Temos laboratório p/reparos

MUNDIAL DE PILOTOS: 1. Alonso (ESP/Renault), 117; 2. Raikkonen (FIN/McLaren), 94; 3. Montoya (COL/McLaren) e M. Schumacher (ALE/Ferrari), 60; 5. Fisichella (ITA/Renault), 45; 6. Trulli (ITA/Toyota), 43; 7. R. Schumacher (ALE/Toyota) e Barrichello (BRA/Ferrari), 38; 9. Button (ING/BAR), 32; 10. Webber (AUS/Williams), 29; 11. Heidfeld (ALE/Williams), 28; 12. Coulthard (ESC/Red Bull), 21; 13. Villeneuve (CAN/Sauber), 9; 14. Massa (BRA/Sauber), 8; 15. Monteiro (POR/Jordan), 7; 16. Wurz (AUT/McLaren), 6; 17. Klien (AUT/Red Bull) e Karthikeyan (IND/Jordan), 5; 19. De la Rosa (ESP/McLaren) e Albers (HOL/Minardi), 4; 21. Friesacher (AUT/Minardi), 3; 22. Pizzonia (BRA/Williams), 2; 23. Liuzzi (ITA/Red Bull) e Sato (JAP/BAR), 1.

Adrian Dennis/AFP

ainda tem um ano de contrato com a Yamaha. Em 2007, pode defender as cores da Ferrari na F-1 - já fez dois testes. Na prova, Rossi foi superado por Loris Capirossi, e seguido do espanhol Carlos Checa. O brasileiro Alex Barros chegou em oitavo, e ainda briga pelo vice-campeonato.

NIS TEL

Giancarlo Fisichella chegou em quinto, seguido de Rubens Barrichello, em sua despedida da Ferrari no Brasil. Jenson Button foi o sétimo e Ralf Schumacher fechou a zona de pontuação. Felipe Massa chegou em 11º, e Antonio Pizzonia bateu na primeira volta.

Herdeiro sai na frente

Só dá Rossi O

alemão na Ferrari. Ele seguiu o campeão em boa parte da prova e chegou em quarto. "Isto é o máximo que eu posso conquistar na minha vida e na carreira'', disse Alonso, depois de abraçar os mecânicos e brandir a bandeira espanhola. "É impossível dizer qualquer coisa agora. Estou extremamente feliz, é um dia muito emocionante'', disse Alonso, que marcou sua conquista pela regularidade: em 17 corridas, foi 13 vezes ao pódio: seis vitórias, cinco segundos lugares e dois terceiros. Na carreira, o espanhol, que estreou em 2001, pela Minardi, tem estatísticas modestas: 68 corridas disputadas, sete vitórias e oito poles. Kimi Raikkonen nem sequer cumpriu sua parte na busca pelo título. Depois de errar no treino e largar em quinto, chegou em segundo, sem conseguir passar o companheiro Juan Pablo Montoya - como Alonso já garantia o título, a McLaren nem cogitou a hipótese de fazer jogo de equipe. A vitória de Montoya ajudou a McLaren a superar a Renault no Mundial de Construtores. Foi a primeira dobradinha do time inglês desde 2000. "Parabéns a Fernando, ele merece", disse um gelado Raikkonen.

freu com problemas mecânicos e abandonou. CLASSIFICAÇÃO: 1. Wheldon (ING), 600; 2. Kanaan (BRA), 508; 3. Hornish Jr. (EUA), 482; 4. Franchitti (ESC), 448; 5. Castroneves (BRA), 418; 6. Sharp (EUA), 412; 7. Meira (BRA), 387; 8. Herta (EUA), 378; 9. Scheckter (AFS), 361; 10. Carpentier (CAN), 361; 11. Barron (CAN), 313; 12. Patrick (EUA), 313; 13. Matsuura (JAP), 308; 14. Dixon (NZL), 301; 15. Rice (EUA), 277; 16. Enge (TCH), 237; 17. Briscoe (AUS), 232; 18. Yasukawa (EUA), 232; 19. Carpenter (EUA), 232; 20. Foyt IV (EUA), 219; 21. Manning (ING), 186; 22. Kite (EUA), 146; 23. B. Lazier (EUA), 140; 24. J. Lazier (EUA), 68; 25. Bucknum (EUA), 63; 26. Pantano (ITA), 48.

ebastien Bourdais deu mais um passo rumo ao bicampeonato da ChampCar: venceu o GP de Las Vegas, 11ª prova da temporada, a última disputada em território norteamericano - as três restantes serão na Coréia do Sul, na Austrália e no México. Bourdais pode ser campeão já na próxima prova, em outubro, dependendo da combinação de resultados. Em segundo ficou o espanhol Oriol Servia, substituto na equipe Newman Haas do brasileiro Bruno Junqueira, que sofreu grave lesão nas 500 Milhas de Indianápolis. Os brasileiros não foram

bem: Helio Castroneves foi o 12º, e Ricardo Sperafico, o 15º. CLASSIFICAÇÃO: 1. Bourdais (FRA), 310; 2. Servia (ESP), 243; 3. Tracy (CAN), 216; 4. Wilson (ING), 214; 5. Dominguez (MEX), 186; 6. Vasser (EUA) e Allmendinger (EUA), 173; 8. Tagliani (CAN), 169; 9. Glock (ALE), 162; 10. Da Matta (BRA), 130; 11. Bremer (DIN), 122; 12. Ranger (CAN) e Wirdheim (SUE), 115; 14. Hunter-Reay (EUA), 110; 15. Marshall (AUS), 94; 16. Philippe (FRA), 93; 17. R. Sperafico (BRA), 75; 18. Junqueira (BRA), 59; 19. , Lavin (MEX), 57; 20. A. Sperafico (BRA), 24; 21. Dalziel (ESC), 13; 22. Marques (BRA) e Valiante (CAN), 10; 24. Del Monte (ITA), 5; 25. Goeters (MEX), 3.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

CIDADES & ENTIDADES - 1

ANOTOMIA DA IMPRUDÊNCIA

Pedestre pula guard-rail para atravessar acesso da ligação Leste-Oeste à 23 de Maio, bem junto a uma passarela

Seu gesto imprudente é logo imitado por uma senhora que carrega sacos. Ela também evita usar a passarela.

Questão de educação: pedestre arrisca ser atropelado ao atravessar a avenida Rebouças longe das passarelas e fora da faixa de segurança

TRAVESSIAS DE RISCO

Já na calçada estreita, depois de ter pulado o guard-rail, a senhora ainda espera a passagem de um motoqueiro

O número de mortes por atropelamento em São Paulo cresceu de 458 (em 2003) para 549 (em 2004), segundo dados divulgados pela CET. No País, o custo-saúde dos acidentes é de R$ 10 bilhões por ano. Kelly Ferreira

E

ra um dia de semana normal. A dona-de-casa Shirley de Oliveira se despediu do marido e caminhou até o ponto de ônibus. No meio do caminho, em uma rua de calçada estreita, foi atropelada por uma perua desgovernada. Shirley sofreu apenas algumas escoriações no corpo. "Desmaiei. Depois que recobrei a consciência fiquei sabendo que a pessoa Fotos de Alex Ribeiro/DC

Outra situação de risco bastante comum na cidade: pedestre atravessa corredor exclusivo de ônibus na avenida Rebouças sem qualquer proteção...

...e chega às faixas dos carros, que estão parados, numa aparente situação de segurança. Arrisca-se porém, a ser atropelado por motos que trafegam entre os automóveis.

bilhões. Se os acidentes em rodovias também forem contabilizados, esse custo pode chegar a R$ 10 bilhões por ano. "Sempre achamos que o motorista é o culpado quando se trata de atropelamento – mesmo o pedestre estando errado – principalmente quando as vítimas são crianças e idosos. O pedestre é o mais vulnerável e deveria ser o mais protegido no trânsito. Em outros países, quando o pedestre coloca o pé na faixa se segurança, mesmo o sinal estando fechado para ele, os motoristas param. Infelizmente, isso não acontece aqui", diz o médico especialista em medicina de tráfego e diretor da Associação Brasileira de Acidentes e Medicina de Tráfego (Abramet), José Montal. Fragilidade – Para se ter idéia da vulnerabilidade do pedestre, Montal compara um atropelamento com a queda de uma pessoa de um edifício. Ser atropelado por um carro a 60 km/h equivale a uma queda do 11º andar. Ser atropelado a 80 km/h equivale a uma queda do 20º andar. A 120 km/h a uma queda do 45º andar. O médico diz que dependendo da velocidade do veículo, o porcentual de risco de morte aumenta. "Cerca de 30% a 40% das pessoas atropeladas a uma velocidade de 30 km/h morrem. A uma velocidade de 50 km/h, a metade morre. Já a 80 km/h, poucos sobrevivem", afirma José Montal. Na opinião do arquiteto Edison José Alves Antunes, presidente da AbraspeSP, o maior culpado do crescente número de atropelamentos é o desrespeito à legislação, além das condições urbanísticas que a cidade oferece. "O Código de Trânsito Brasileiro determina que as calçadas não podem ser totalmente obstruídas; e, se isso acontecer, devem ser criadas passagens especiais para pedestres de modo a lhes oferecer conforto e segurança. Infelizmente, isso não ocorre. Além disso, muitas ruas na cidade – que antes eram locais e tinham pouca circulação de veículos – se transformaram em ruas coletoras, aumentando o fluxo e piorando as condições para o pedestre". Perigo na faixa – Antunes diz também que o pedestre corre sérios riscos nas travessias, seja na faixa de segurança, seja fora dela. "Hoje, a faixa de pedestre é o lugar mais perigoso para uma pessoa atravessar, porque o motorista que deixou de ser pedestre a pouco tempo não respeita a legislação.

Lentamente, segue seu caminho e atravessa o acesso. Acima dela, a passarela.

Não satisfeita com a imprudência cometida, a senhora ainda pula outra grade para alcançar a rua

Rangel, Incrível. Vens à São Paulo e pouco podemos estar juntos. Ou nós não nos gostamos em carne e osso e sim epistolarmente? Começo a desconfiar...Desta vez tua visita coincidiu com a ausência de Octales e a sobrecarga do serviço com que fiquei. Mas creio que não é isso. Depois da mudança meti-me em automobilismo. Comprei um Ford e já ando a perturbar o trânsito da cidade. Ontem veio o primeiro tranco numa carroça, mas ainda não esmaguei nenhum pedestre. Curiosa a mudança de mentalidade que o automóvel ocasiona. O pedestre passa a ser uma raça vil e desprezível, cuja única função é atravessar as ruas. Quem adquire auto promove-se de 'pedestre' a 'rodante' – e passa a desprezar os miseráveis pedestres que se arrastam pelas superfícies, como lagartas. Quando estropia um pedestre, a sensação do rodante é de que libertou o mundo de um embaraço. E diz o Felinto Lopes, que quando um chauffer de praça vê vários pedestres formando um grupo na rua, infalivelmente lança o auto em cima, 'porque mata dois ou três com a mesma gasolina'. Carta escrita em 10 de setembro de 1923 por Monteiro Lobato a seu amigo Godofredo Rangel. O escritor acabara de comprar um carro. Fonte: Cia dos Ícones

L

que me atropelou havia fugido. Ela havia roubado o veículo", conta. A história de Damiana Silva, infelizmente, não teve o mesmo final. Ela perdeu a vida ao ser atropelada em cima da calçada. "Foi um choque. Ela morreu na hora", diz Dulce Soares, cunhada de Damiana. Casos como os descritos acima engrossam as cada vez mais sombrias estatísticas de atropelamentos em São Paulo. De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o número de mortes por atropelamento nas ruas da cidade aumentou de 458, em 2003, para 549, em 2004. Ao todo, entre vítimas com lesões leves (3.457), lesões graves (4.414) e lesões fatais (549), em 2004, 8.420 pessoas foram atropeladas na capital paulista. Em 2003, o número total de atropelamentos foi de 7.017. Esse aumento, de 20%, segundo a Associação Brasileira de Pedestres (Abraspe) em São Paulo, interrompe um ciclo de reduções iniciado em 1993, quando o número de mortes por atropelamento foi de 1.494. Os dados se tornam ainda mais alarmantes quando se considera o Brasil como um todo. Anualmente, são registrados 1,5 milhão de acidentes, que resultam na morte de 34 mil pessoas. Outras 400 mil ficam feridas nos grandes centros urbanos do País. Tais cifras representam a média infame de 80 mortes e mil feridos por dia nas ruas brasileiras. Conforme estudos realizados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 2003, o gasto com a saúde pública em função desses acidentes, considerando somente as áreas urbanas, beira os R$ 5,3


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segunda-feira, 26 de setembro de 2005

EMPRESAS - 15

ão

Fotos: Divulgaç

Clóvis Ferreira/Digna Imagem

PEÇAS DO ORIENTE COM TOQUES TROPICAIS

A

rapidez com que preenche as folhas do passaporte é impressionante. Assim como a quantidade de milhas adquiridas junto às empresas aéreas, que sobe a um patamar estratosférico. O empresário Edmundo Rodrigues, da Espaço Til, porém, não é um turista convencional. Regularmente, ele viaja pelo menos três vezes por ano a Indonésia, Vietnã, Filipinas, Índia e China. Um roteiro e tanto, durante o qual garimpa, em cidades pequenas desses países orientais, móveis, acessórios e artigos têxteis que abastecem as cinco lojas de varejo que mantém em São Paulo e outros 1.250 pontos de venda espalhados pelo País, com os quais opera com venda por atacado. Para dar conta da demanda, a companhia recebe, por ano, 35 contêineres de mercadorias. Cada um deles, ressalta-se, com cerca de duas toneladas de produtos os mais diversos. Não por acaso, a empresa é considerada a maior importadora e distribuidora de artigos asiáticos no Brasil. As andanças de Rodrigues mundo fora começaram, como importador, há 13 anos. Desde a abertura brasileira para a importação, no início dos anos 90, Rodrigues percebeu no Extremo Oriente possibilidades comerciais que não estavam descritas na exótica geografia da região. A partir da primeira importação, em 92, de produtos da Indonésia (sobretudo de Bali), as viagens estenderamse a outros países. De lá pra cá, o empresário soma cerca de 40 idas ao distante continente. "Nesse período, estabeleci parcerias sólidas e firmei acordos que viabilizam as operações comerciais", diz, sem revelar,

porém, o quanto compra a cada vez que se desloca para o outro lado do mundo (e muito menos o faturamento). "Apenas posso dizer que neste ano, em comparação a 2004, devemos registrar um crescimento em vendas de 13%." A trajetória da marca, com base em pesquisas e curiosidades, fez com que a Til se transformasse em uma empresa especializada não apenas em trazer do Oriente produtos exclu-

O empresário Edmundo Rodrigues vai três vezes ao ano para o Oriente em busca de novidades. Ele soma mais de 40 viagens para países como Indonésia, China, Índia e Vietnã.

sivos e inusitados, mas, também, buscar conceitos diferenciados de estilos de vida. A palavra que dá nome à empresa, por exemplo, em si embute a proposta de Rodrigues. "Em hindi, til significa semente de girassol. Isso tem um grande significado, pois simboliza a recuperação de energias perdidas, elevando a energia vital. Assim, seleciono

Em hindi, Til significa girassol. É a harmonia das formas, o exotismo e o colorido da flor que dão o tom dos móveis e artigos de decoração da maior importadora de produtos do Oriente do País. peças que se harmonizem a esse conceito. E na ponta final de toda essa operação, o nosso público também se beneficia disso tudo, a partir do momento que leva para dentro de casa móveis, objetos e acessórios que refletem nossa busca ", explica o proprietário da rede. Meca - No decorrer desses anos todos, a empresa também formou diversas e importantes parcerias no mercado brasileiro. Por meio de conhecidos decoradores, leva muitos de seus produtos aos principais eventos do País, como Casa Cor e Moad. A maior vitrine, porém, é a unidade da Gabriel Monteiro da Silva, a Meca do setor, onde a Til está presente desde o final do primeiro semestre. Apesar da amplitude e do generoso espaço (400 m²), a nova loja, situada na esquina com a Cônego Eugênio Leite, destaca-se pelo minimalismo e leveza dos traços arquitetônicos. Internamente, o colorido e a alegria dos móveis e acessórios captam o olhar, transportado o visitante para a atmosfera relaxante e exótica dos países banhados pelos oceanos Índico e Pacífico. Nesse grande loft, com pédireito altíssimo, a nova loja (a maior de toda a rede) distribui um mix de produtos como obras de arte, tapetes, utilidades, presentes, linha têxtil e exemplares de móveis importados em diversos acabamentos, como fibras naturais, madeira naval e laqueados. São mais de três mil itens expostos, um conjunto que impressiona pela diversidade. Muitas novidades, entre elas peças garimpadas nas últimas viagens realizadas para Índia, Indonésia, Vietnã e China, que têm lugar de destaque no térreo. João Jacques

É a vez dos Jovens Empreendedores E

m tempos em que o estímulo ao empreendedorismo no Brasil está em alta, será promovida, pela primeira vez no País, a décima edição do Congresso Mundial de Jovens Empreendedores. O anúncio oficial do evento, que ocorrerá sob a coordenação da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), será amanhã, às 8h30, no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista. Estarão entre as autoridades presentes o presidente ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Guilherme Afif Domingos, o governador do estado, Geraldo Alckmin, e o presidente da Universidade Mundial de Comércio Sujit Chowdhury. O Congresso, previsto para os dias 15, 16 e 17 de

março de 2006 (no Anhembi), é resultado de um programa de parceria global desenvolvido pelas Organização das Nações Unidas (ONU) em conjunto com governos, agências multilaterais e empresas multinacionais. O objetivo do evento é a promoção de networking, parcerias e geração de negócios entre jovens empreendedores e pequenas e médias empresas de vários países. Em edições anteriores o encontro reuniu mais de 5.200 participantes, permitindo o fechamento de acordos comerciais que variam entre US$ 20 mil e US$ 35 milhões. O lema do encontro é "Let's Make a New Deal" (vamos fazer um novo acordo) e propõe a movimentação do mercado brasileiro, possibilitando a

criação de joint ventures nos setores de marketing e propaganda, indústria, agronegócios, entre outros. Não foi ao acaso que o País foi escolhido para sediar o evento de visibilidade internacional. No Brasil o ritmo de crescimento da atividade empresarial está acima da média global - em torno de 13,5%. Na América do Sul, um em cada sete indivíduos estão envolvidos em atividades empresariais, sendo que 52% das pessoas se tornaram empreendedoras por questões de oportunidade. Os interessados em participar do Congresso podem conferir o site do evento (www.wsyebrasil.com.br). Por meio da home page, já é possível fazer a inscrição. Juliana de Moraes

A loja de 400 m² da TIL, no bairro dos Jardins, reúne em um loft mais de três mil peças diferentes, originárias de pequenas cidades da Ásia. São 35 contêineres por ano.


Pequenas empresas e a Justiça

A aposta na força das grifes

Tribunais de pequenas causas dão certo, diz juíza Mônica (foto). Mas microempresas os desconhecem. Pág. 9

A onda das lojasconceito é investir em marcas como a Melissa (na foto, com a atriz Thalma). Funciona. Pág. 16

Miton Mansilha/Luz

Motoristas irresponsáveis, pedestres imprudentes. E o número de mortes por atropelamento cresce nas ruas de São Paulo. DCidade

Patrícia Cruz/Luz

Pedestre na faixa, vida em perigo

www.dcomercio.com.br/c ampinas/ Edição de Campinas concluída às 00h05 Ano 81 - Nº 21.970

R$ 0,60

São Paulo, segunda-feira 26 de setembro de 2005

Encontros e gestos

Fotos: Ed Ferreira/AE

Câmara à sombra do mensalão e baixo clero

Lula no velório de Apolônio: perto da viúva Rennée, longe de Dirceu. Pág. 3 Mundo real de Olavo de Carvalho: "Lula, réu confesso". Pág. 18 Ricardo Stuckert/PR

Com a base aliada do governo rachada e a disposição dos deputados Nonô, Temer e Rebelo (fotos) disputarem a eleição, a luta pela presidência da Câmara será decidida pelos 16 parlamentares ameaçados de cassação e pela tropa do ex-presidente Severino. Página 3

O peso político da maçonaria Em suas mãos, estão dois candidatos à presidência da Câmara. Conheça esse poder na página 4

O MAIS JOVEM REI DA F-1

Paulo Whitaker/Reuters

Nublado com chuva Máxima 21º C. Mínima 17º C.

Ele já está preso. E jogos podem ser anulados Como fica o Brasileiro, depois da prisão do juiz Edilson Pereira de Carvalho (foto)? A corrupção nas arbitragens e os jogos de ontem no DC Esporte

J.F. Diorio/AE

TEMPO EM CAMPINAS

Alonso, 24 anos, é o novo campeão, e supera marca de Fittipaldi, que em 1972 venceu o Mundial de F-1 aos 25.


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segunda-feira, 26 de setembro de 2005

Fotos: Milton Mansilha/Agência Luz

16 -.EMPRESAS

A apresentadora Penélope Nova, da MTV, na nova loja da Adidas

Na Galeria Melissa as sandálias são apresentadas em globos transparentes. O espaço reúne loja, artes e artigos para a casa. Na Adidas as famosas listras do tênis da marca dão o tom do ambiente. O calçado é o principal destaque da decoração do ambiente.

Marcas ganham força e apelo moderno nas lojas conceituais Espaços com design arrojado e que seguem as últimas tendências de arquitetura. Tudo para reunir um público descolado e ávido por novidades. São as lojas-conceito. Grifes apostam na tendência que é capaz de projetar marcas e produtos muito mais do que grandes campanhas de marketing.

O design da Galeria Melissa foi assinado por Muti Randolph. O espaço teve investimentos de US$ 1 milhão.

I

nvestir sem limites num negócio que, num primeiro momento, não visa o lucro. Assim nascem as lojas-conceito, iniciativas de empresas que querem projetar suas marcas, para que sejam lembradas como fashion e modernas. São várias as grifes que optaram pela estratégia: Levi's, Puma, Melissa, Rede Onofre, Adidas. Todas disputam os endereços estrelados de São Paulo, sobretudo, no bairro dos Jardins. A idéia é criar um espaço alternativo para reunir o público descolado. A venda é só uma consequência. A Galeria Melissa foi inaugurada no mês passado. Lá podem ser encontradas blusas, bolsas, livros, peças de decoração de artistas famosos. O espaço, que teve investimento de US$ 1 milhão une arte, design e moda. Mas o principal produto é a sandália. O que se vê são lançamentos com diferentes saltos, cores e modelos. A matéria- prima é quase imperceptível. Ou seja, o objetivo é relançar uma peça para que não seja apenas um item de plástico, mas sim um acessório de moda. "É o lado lúdico da Melissa. Queríamos reposicionar o produto, que faz parte da lembrança de muitas consumidoras", afirma Paulo Pedó Filho, gerente de marketing da marca Melissa. O design da loja, feito por Muti Randolph, é uma obra de arte - estilo futurista para projetar um antigo produto. Cones brancos saem do teto e exibem em globos de vidro os modelos das sandálias. Entre os itens exclusivos está um fone de ouvido para ser usado por DJ's profissionais. A peça, customizada, é coberta por cristais Swarovsky e vem com uma franja colorida - o cabelo é natural. O preço? R$ 1.927,00. "As vendas são apenas a repercussão do conceito que queremos reforçar", garante Pedó. Mas as vendedoras - todas estudantes de moda - dizem que o faturamento vai muito bem. Fã - A atriz e cantora Thalma de Freitas é fã de Melissa. Ela diz que tem 22 pares em casa e pretende comprar outros tantos na Galeria Melissa. "Gosto

A musicista Délcia Coelho toca harpa na megaloja da drogaria Onofre

do produto por causa da tradição, porque é confortável e o preço, acessível", conta. "Posso usar a sandália de plástico em qualquer lugar. Vou me sentir elegante", completa. Farmácia-butique - A rede de drogarias Onofre tem três megalojas. E vai inaugurar mais uma até o final deste ano, no Rio de Janeiro. A primeira coisa que o cliente vê quando entra na unidade da rua Oscar Freire é uma enorme palmeira. Quem consegue olhar para baixo percebe que pisa num vidro que protege um jardim de inverno. O projeto de João Armentano. A iluminação realça a mercadoria: perfumes importados (é a única rede de farmácias que vende o produto) maquiagem, itens de higiene. Ao fundo, mais palmeiras e um café. A musicista Délcia Coelho, uma simpática senhora de quase setenta anos harmoniza o ambiente tocando uma harpa. O consumidor, em vez de priorizar a beleza, pode optar pela saúde: medir a pressão arterial, o colesterol, triglicérides, diabetes ou glicemia. "Desde 2003, dez mil pessoas mediram a pressão arterial; 5% delas não sabiam que eram hipertensas. Fazemos um trabalho de cunho social", observa Marcos Arede, diretor comercial da Rede Onofre. Como toda loja-conceito, o lema é "a venda não é prioridade", diz ele. Mas em 2003 a em-

A atriz e cantora Thalma de Freitas adora as sandálias da Melissa. "Posso usá-las em qualquer lugar", diz.

Fone com cristais Swarovsky

Renata Fávaro na Onofre

presa faturou R$ 123 milhões. Em 2005, o número vai pular para R$ 400 milhões. Aproximadamente 10% do total vêm das megalojas. "O tempo de permanência dos clientes nas unidades normais é de mais ou menos três minutos. Nas espe-

ciais, passa para 15 minutos. O ticket médio aumenta de R$ 40 para R$ 53. Comodidade – A psicanalista Renata Fávaro aparece na loja pelo menos duas vezes por semana. Para ela, o local oferece muitas vantagens. "Eu moro

Tendência veio para ficar

A

consultora de varejo e franchising de moda Celina Kochen afirma que as lojas-conceito apresentam duas vantagens: além de fortalecer a marca para o consumidor, proporcionam aumento das vendas para os lojistas e conferem personalidade para toda a

linha de produtos de uma empresa. "A loja-conceito vale por muitos anúncios. E ainda por cima consegue se pagar". Ela analisa que a tendência, internacional, veio para ficar. "A novidade começou nos Estados Unidos. Não se trata de um boom, mas a estratégia vai se solidificar cada vez mais". (NM)

e trabalho perto daqui. É cômodo fazer compras num ambiente agradável, que concentra marcas de qualidade." Esporte - Paredes e gôndolas pretas, teto espelhado da mesma cor. O colorido vem dos produtos esportivos, que realçam a loja e ganham exposição maio. Três listras brancas que são a marca registrada da grife começam na entrada do espaço e vão guiando o consumidor para cada canto. O piso é igual ao encontrado nas quadras. Trata-se da loja-conceito da Adidas, inaugurada neste mês, com investimento de US$ 1,3 milhão. Igual ao design dela, nenhuma unidade no mundo exibe. Mas parecidas existem em Londres, Nova Iorque, Japão e Lisboa. No andar térreo, produtos masculinos: uniforme do volante do Real Madrid David Beckham e também a roupa esportiva que ele usa depois do jogo. Uniforme do meio-campo do Milan, Kaká. No piso superior, a moda para quem já fez esporte e quer sair para trabalhar, para passear: é a vez do casual. As roupas femininas ocupam o maior espaço. O destaque fica por conta dos "originals". O modelo de tênis da Adidas que completou 35 anos e custa R$ 229,00 ao lado de peças "históricas" como a réplica lançada na década de 70 em homenagem ao jogador alemão Backenbauer, ou o par criado para lembrar a Copa de

70, no México. "São itens muito procurados por clubbers", afirma Carmita Ornelas, gerente da loja-conceito da Adidas, na empresa há mais de vinte anos. Segundo ela, o cliente encontra no local a moda para o dia-adia e para praticar qualquer esporte. A prova são os "engravatados" que entram e experimentam pares de tênis para usar depois do expediente. Apesar de não ser a prioridade da loja-conceito da Adidas, as vendas vão bem. "Já conseguimos faturar por dia, neste começo de operação, o que uma loja normal registra, cerca de R$ 10 mil. Em breve poderemos chegar a R$ 20 mil", calcula Carmita. Primeira lugar – O diretor de marketing da marca, Luciano Kleiman conta que a inauguração da loja na rua Oscar Freire vai ajudar a Adidas a ficar em primeiro lugar entre as concorrentes de esporte no Brasil até 2008. "Vamos lançar produtos que provam que a Adidas tem tecnologia superior", afirma. Pelo menos uma consumidora a Adidas já "ganhou". É a apresentadora da MTV Penélope Nova, admiradora da marca. Ela faz musculação e veio pesquisar produtos para melhorar a performance no esporte, mas também estava interessada nas peças para o cotidiano. "Adoro as novidades da marca, que oferecem qualidade", diz ela. Neide Martingo


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GERAL - 17

FMI PERDOA DÍVIDA DOS PAÍSES POBRES. PALOCCI DIZ QUE SÓ NAÇÕES RICAS DEVEM ARCAR COM DESPESAS Chip Somodevilla/AFP

Brasil recusa rachar conta dos pobres

O

ministro da Fazen- mundo mais a Rússia, concorda, Antonio Paloc- daram em contribuir para a reci, disse que os paí- posição, para que o FMI, o Banses ricos devem pa- co Mundial e outras instituigar a conta do perdão da dívi- ções multilaterais possam conda dos países pobres com as tinuar emprestando. Mas, instituições financeiras inter- segundo Palocci, os países em nacionais. "Os países em de- desenvolvimento também senvolvimento", disse o minis- contribuintes da AID têm de fitro, "não devem ser chamados car livres desse encargo adicioa arcar com parte dos custos nal. A opinião do ministro braadicionais gerados pelo cance- sileiro foi uma resposta à indilamento da dívida proposto cação do presidente do Banco pelo G-8, tanto na Agência In- Mundial, Paul Wolfowitz, duternacional para o Desenvolvi- rante a semana passada, de mento (AID) quanto no FMI." que a conta seria rachada entre Trinta e sete países pobres todos os doadores. Palocci falou em nome do poderão ser beneficiados com o perdão de uma dívida total Brasil e de mais sete países de seu grupo – de US$ 55 biColômbia, lhões de dólaEquador, Filires, segundo pinas, Haiti, anunciou no Os países em Panamá, Resábado à noite desenvolvimento não pública Domio Comitê Monicana e Trinin e t á r i o e F idevem ser chamados dad e Tobago. n a n c e i ro d o a arcar com parte dos Segundo ele, FMI. Até o fim custos adicionais os critérios pado ano, a Diregerados pelo ra divisão de toria Executie n c a rg o s f ova do Fundo cancelamento da ram definidos deverá definir dívida proposto em 2002 na os detalhes. pelo G-8 reunião inter"Isso quer Antonio Palocci nacional de dizer que o Monterrey, no processo histórico de cancelamento da dívi- México, quando se discutiram da iniciado há muitos anos ter- estratégias para a redução da minou hoje (sábado), com esse pobreza. Pelo "espírito de acordo", disse o ministro do Te- Monterrey", disse Palocci, os souro da Grã-Bretanha e presi- paises em desenvolvimento d e n t e d o c o m i t ê , G o rd o n doadores não deveriam ir Brown, ao apresentar as con- além dos compromissos norclusões da reunião. Mas ele ad- mais de recomposição dos funmitiu que o perdão ainda vai dos da AID. Esses países, depender da aprovação da pro- acrescentou, têm de cuidar dos posta pelo Congresso america- próprios bolsões de pobreza. Países de renda média, seno, pelo Parlamento britânico e, talvez, pelos Legislativos de gundo Palocci, conseguiram abrir espaço em seus orçamenoutros países doadores. Além disso, conforme aler- tos para contribuir para a AID, tou Palocci, ainda falta acertar "às vezes desviando recursos detalhes importantes, como que poderiam ir para seus popor exemplo, a forma como se- bres". Novas obrigações assorá reposto o capital da AID, a ciadas ao perdão da dívida agência do Banco Mundial es- complicariam as negociações pecializada na assistência aos políticas internas. Ele também países mais pobres, quando as lamentou que só quatro latinoamericanos estejam entre os 38 dívidas forem perdoadas. Segundo Brown, os países beneficiários potenciais do do G-8, os sete mais ricos do perdão da dívida oficial.(AE)

Eletrobrás e Petrobras juntas por energia barata Parceria prevê desenvolvimento de pesquisas no Brasil e exterior

A

Palocci cumprimenta o ministro da Economia chinês durante reunião do Comitê Monetário Internacional

Fotos: Marcos Michael/AE

SEM-TERRA DE NOVO EM AÇÃO – Um grupo de cerca de 300 trabalhadores sem-terra ligados ao MST invadiram a sede da Usina Aliança, na Zona da Mata, norte de Pernambuco, desativada desde 1996, e incendiaram a casa-grande. De acordo com o líder regional do MST, Jaime Amorim, o ato de protesto mostra a insatisfação dos trabalhadores com a demora nos projetos de reforma agrária. (AE)

FEIRÃO DO IMÓVEL É SUCESSO T erminou ontem o Feirão Nacional da Casa Própria, realizado da Caixa Econômica Federal e o Salão Imobiliário da Associação do Mercado Imobiliário (Ademi), no Rio de Janeiro. A expectativa era de que até às 22 horas, horário de encerramento das operações, mais de 60 mil pessoas visitassem o evento. Em quatro dias, o feirão negociou 540 imóveis e cerca de 2,5 mil negócios foram enca-

minhados e estão em processo de negociação, segundo a Caixa. O superintendente do banco no Rio, José Domingos Vargas, afirmou ser positivo o resultado da iniciativa. "Nossa expectativa inicial era de se realizar até o final do feirão 3 mil negócios no total de R$ 300 milhões em recursos. Considerando os números já computados, certamente essa expectativa será superada". Vargas atribui os números

EDITAIS

do evento à oferta de imóveis – 24 mil no total – para todas as faixas de renda. Segundo ele, podem-se encontrar unidades que variam de R$ 25 mil a valores superiores a R$ 1 milhão, todos com garantia de até 100% de crédito da Caixa. O feirão teve a participação de construtoras, imobiliárias, cartórios, governo fluminense e prefeitura da capital, além de representantes do setor de imóveis em geral. (AE)

cordo firmado entre as duas maiores empresas do setor de energia do País, Eletrobrás e Petrobras, vai incentivar a pesquisa, o planejamento e a geração de energia elétrica no Brasil e no exterior nos próximos cinco anos. O trabalho conjunto tem entre seus objetivos solucionar as necessidades do País combinando diversas formas de energia como o gás natural, os combustíveis fósseis e a energia hidrelétrica e a nuclear. O acordo prevê, também, estudos e implementação de projetos integrados de produção de energia elétrica para a região Amazônica, o intercâmbio técnico e tecnológico entre as duas estatais e a análise econômico-financeira de projetos de produção de eletricidade e de exploração e transporte de gás natural. O presidente da Eletrobrás, Aloísio Vasconcelos, disse que o acordo poderá promover a utilização de gasodutos, tornando o preço da energia mais barata. Ele citou como exemplo a região amazônica, que tem energia gerada por meio da transformação do óleo, que, além de ser muito mais caro, tem tributação pesada. Vasconcelos destacou que o gás é muito mais barato e disponível na região. Ele explicou que a energia vinda dos gasodutos construídos pela Petrobras e distribuída pela Eletrobrás pode abastecer casas, indústrias e toda a estrutura nacional. "Com isso, o custo da energia gerada vai diminuir um pouco no primeiro momento, e, no longo prazo, vai diminuir muito, porque o gás é natural, gerado na região, e o transporte é mais barato". Leilão – Paralelamente, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Ministério de Minas e Energia estimam que pelo menos 14 projetos, com potencial conjunto de 2 mil megawatts, devem participar do leilão para geração de nova energia que encerra inscrições em 4 de outubro. A Aneel calcula que o volume é suficiente para garantir abastecimento até 2010. (ABr)

COMUNICADOS SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA:

Adiamento - Concorrência nº 46/0688/05/01 Comunicamos o adiamento da data de entrega dos envelopes 1 (Documentação), 2 (Proposta Técnica) e 3 (Proposta Comercial) da Concorrência tipo Técnica e Preço, n.º 46/0688/05/01, objetivando a seleção de empresas ou consórcio de empresas para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados de engenharia consultiva, relativos ao gerenciamento de projetos de arquitetura e de engenharia de obras civis de prédios escolares e administrativos da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, sob o regime de empreitada por preços unitários, para às 10:00 horas do dia 11-112005, quando dar-se-á a abertura do envelope 1. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – CEP 01121-900 - São Paulo SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou através do site www.fde.sp.gov.br. Solicitamos às empresas que já adquiriram anteriormente o edital obterem a sua versão atualizada.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: TOMADA DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Restauro de Prédio Escolar (Reforma): TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2569/05/02 - EE/DER Dr. Cesario Bastos – Diretoria de Ensino – Região Santos – Praça Narciso de Andrade, s/nº - Vila Matias – Santos / SP - 360 - R$ 140.667,00 – R$ 14.066,00 – 09:30 – 14/10/2005. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 27/09/2005, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 13/10/2005, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Miguel Moubadda Haddad Diretor Executivo

Edital de Citação. Prazo 20 dias. Proc. 03.021057-2. O Dr. Hamid Charaf Bdine Júnior, Juiz de Direito da 3a. Vara Cível do foro Regional do Tatuapé, FAZ SABER a Jama Comércio de Estivas e Cereais Ltda. na pessoa de seu representante legal, José Soares da Silva Filho, Josemar Nunes Cordeiro e Antônio Braga da Rocha Filho que Alcino da Silva Martins e Maria de Fátima Gonçalves Martins, lhes ajuizaram ação Declaratória, querendo que seja por sentença declarada a inexistência da alteração contratual em sede de Instrumento Particular de 4a. Alteração de contrato social de Jama Comércio de Estivas e Cereais Ltda. registrada na Junta Comercial do Estado de SP. sob NIRE no. 35217011640, registro no. 121.244/01-05 de 11/07/2001, e por conseqüência a inexistência de todos os seu efeitos; e condenando-se os réus nas cominações legais. Encontrando-se os réus em lugar ignorado, foi deferida a citação por edital, para que no prazo de 15 dias, a fluir após o prazo supra, contestem a ação, sob pena de presumirem-se aceitos como verdadeiros os fatos alegados. Será o presente, afixado e publicado na forma da lei. (23 e 26/09/05)

FALÊNCIAS & CONCORDATAS Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 23 de setembro de 2005, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falências: Requerente: Comercial Cordeiro de Derivados de Petróleo Ltda. - Requerido: Transportadora Malupi Ltda. - Rua Itê, 55 - 01ª Vara de Falências Requerente: Pertech do Brasil Ltda. Requerido: Trema Indústria e Comércio de Laminados Ltda. - Rua Sumidoro, 205 - 01ª Vara de Falências Requerente: Konnen Sistemas de Instrumentação e Controle Ltda. - Requerido: Setal Engenharia Construções e Perfurações S/ A - Rua Paul Valéry, 255 - 01ª Vara de Falências Requerente: Milton Ar tur Araújo Ferreira - Requerido: Ebid Editora Páginas Amarelas Ltda. - Av. Liberdade, 956 - 7º andar 02ªVara de Falências Requerente: Maccaferri do Brasil Ltda. - Requerido: CP Constel Construções e Comércio Ltda. - Av. 9 de Julho, 5.617 - conjunto 9B 01ª Vara de Falências RECUPERAÇÃO JUDICIAL Requerente: Núcleo Educacional Conceito S/C Ltda. - Requerido: Núcleo Educacional Conceito S/C Ltda. - Av. Jamaris, 871 - 01ª Vara de Falências

Edital de Citação. Prazo 20 dias. Proc. 04.014516-3.(1334) O Dr. Luis Fernando Nardelli, Juiz de Direito da 3a. Vara Cível do Foro Regional do Tatuapé, FAZ SABER a José Henrique Kroistesfelt e Marcos José Saragoca que Mafla Car Comércio de Automóveis Ltda.-ME, lhes ajuizou ação Consignatória da quantia de R$ 800,00, referente ao Cheque n o. MS437807, banco Itaú S/A, Ag. 0770, de emissão da empresa requerente. Pretendendo o autor liquidar a dívida e proceder ao cancelamento do protesto junto ao 8o. Cart. de Protesto da Capital, depositou o valor devido em Juízo. Encontrando-se os réus em lugar ignorado, foi determinada a citação por edital para que no prazo de 15 dias a fluir após os 20 dias supra, venham levantar o depósito ou oferecer contestação, sob pena de serem aceitos como verdadeiros os fatos articulados. Será o presente, afixado e publicado na forma da lei. (23 e 26/09/05)

Edital de Citação e Intimação. Prazo 20 dias. Proc. 03.003066-1. O Dr. Hamid Charaf Bdine Júnior, Juiz de Direito da 3a.Vara Cível do Foro Regional do Tatuapé, FAZ SABER a Maria Lúcia Galindo Barbezane e Paulo Henrique Guimarães Barbezane que Patrimônio Construções e Empreendimentos Imobiliários Ltda. lhes ajuizou ação Execução, para cobrança de R$ 8.502,25 (Fev/03), referente a Um Termo de Compromisso, datado em 18/10/01. Encontrando-se os réus, em lugar ignorado, expede-se o presente edital para que no prazo de 24hs. a fluir dos 20 dias supra, pague o débito e demais consectários legais, sob pena de conversão do arresto em penhora realizada sobre: 50% do Apto. 201, localizado no 20o. andar do Edifício Canário (Tipo II), conjunto C do Condomínio Residencial Aldeia dos Pássaros, situado na Estrada Velha da Penha, 88 no 27o. Subdistrito Tatuapé, contendo a área privativa de 90,100 m², área comum de garagem de 31,720 m² (Duas Vagas), área comum de 44,486 m², área total de 166,306m2, e fração ideal no terreno de 0,1600%, pertencente ao réu, passando a fluir então independente de qualquer outra intimação o prazo de 10 dias para embargos. E foi também procedida a penhora dos outros 50% do mesmo Apto., pertencente à ré, que terá o prazo de 10 dias a fluir após o prazo de 20 dias supra, oferecer embargos à ação, na ausência dos quais, prosseguirá a ação até final arrematação do bem. Será o edital afixado e publicado na forma da lei. (23 e 26/09/05)

EXTRAVIO N.F.F. DISTRIBUIDORA E EXPORTADORA LTDA - CNPJ 05311445/0002-97 - Notifico extravio de NFs modelo formulário contínuo do nº 00420 a 5000 da sua filial na R: Artur de Azevedo ,1767, Pinheiros, Capital. A Declarante cancela, ainda, as NFs constantes dos talonários de numeração 00098 a 00480, sendo que, todas as NFs aqui mencionadas, são declaradas anuladas por esta declarante, sendo informadas ainda, desta declaração, a (22, 23 e 26/09/2005) Secretaria da Receita Federal e a Secretaria da Fazenda Estadual do Estado de SP.

AVISO DE LICITAÇÃO PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ/SP

Aviso de Reabertura de Licitação Processo: Concorrência Pública 002/05. Objeto: Prestação dos serviços de Destinação Final de Resíduos Urbanos gerados no município de Guaratinguetá e de encerramento da atual área de disposição final de Resíduos Urbanos localizada no município de Guaratinguetá. A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá avisa que após as devidas alterações, encontra-se disponível o Edital para retirada: Local sessão pública: Praça Dr. Homero Ottoni, nº 75, Centro-Guaratinguetá. Data da Sessão: 31.10.05, às 14:00 horas. Horário para retirada do Edital: 12:00 às 15:30 horas. Valor do Edital: R$ 50,00. Processo: Concorrência Pública 002/05. Objeto: Prestação dos serviços de Destinação Final de Resíduos Urbanos gerados no município de Guaratinguetá e de encerramento da atual área de disposição final de Resíduos Urbanos localizada no município de Guaratinguetá. A Comissão Permanente de Licitação, comunica às empresas que já realizaram a visita técnica referente ao objeto da CP-002/05, que não necessitarão realizar nova visita técnica, devendo apresentar para fins de atendimento ao item 7.19 do Edital o Atestado de Visita, anteriormente emitido pela Prefeitura Municipal de Guaratinguetá.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

FINANÇAS - 11

ANALISTAS ESTIMAM QUE DÍVIDA ENCERRE O ANO EM 49,5% DO PIB, ACIMA DO PADRÃO INTERNACIONAL

DÍVIDA PÚBLICA NO BRASIL AINDA PREOCUPA Adriana Gavaça*

Fernando Antony/Digna Imagem

E

m dezembro de 2003, uma luz vermelha se acendeu entre os investidores estrangeiros: a escalada dos juros brasileiros fez com que a dívida pública federal passasse a representar 57,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, à época de US$ 506,6 bilhões, para uma cotação do dólar equivalente a R$ 2,89, uma vez que parte da dívida está atrelada aos juros básicos, a Selic. Um p o rc e n t u a l p re o c u p a n t e , quando se leva em conta que, pelos padrões internacionais, um país com uma dívida correspondente a 60% de seu PIB é considerado um país com risco de não conseguir honrar os compromissos com seus credores. Em outras palavras, tem fortes chances de dar um calote. Com base nas contas do governo em 2005, em especial a dívida mobiliária federal interna, que chegou a R$ 920,79 bilhões, segundo divulgação, na semana passada, a Global Invest, consultoria financeira com sede em Curitiba, estima que a dívida encerre o ano representando 49,5% do PIB. Porcentual melhor do que há dois anos, é verdade. Mas ainda elevado para o padrão internacional, que é de 30% no caso de países emergentes como o Brasil. Para que a relação dívida/PIB do Brasil possa retornar ao patamar de 30% e o País melhore sua imagem no mercado externo, seria preciso, avaliam alguns economistas, em primeiro lugar, uma redução contínua da taxa de juros, que hoje está em 19,5% ao ano. Uma redução, dizem, para algo em torno de 12% ao ano. Mas não é só isso. Faz-se neces-

sário, ainda, que o País continue obtendo superávits primários de 5% do PIB. Cumprida essas duas exigências, a relação da dívida com todas as riquezas produzidas aqui retornaria aos padrões internacionais em um prazo de dez anos, diz o economista Emílio Alfieri, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Voltaria ao patamar que ocupou antes do Plano Real, implanta-

do em 1994, quando o porcentual era de exatos 30% do PIB. "Uma amostra de que esse nível de juros é possível no Brasil foi dada na semana passada, quando o governo captou R$ 3,4 bilhões no mercado externo com a emissão, em reais, de títulos da dívida externa, pagando um retorno de 12,5% ao ano pelos próximos dez anos", diz Alfieri, "O investidor que comprou o título

Juros são o grande vilão

O

fato de mais da metade da dívida do governo estar atrelada à Selic faz dos juros o grande vilão da história. Apenas este ano, a parcela da dívida mobiliária federal interna subiu de um total de R$ 462,95 bilhões em janeiro para R$ 514,22 bilhões em agosto. Tudo porque o valor da dívida é corrigido por ela. Em janeiro, a Selic estava em 18,25% ao ano e em agosto, em 19,75% anuais. Foi a escalada dos juros que fez com que a relação dívida/PIB saltasse de 30% em 1994 para quase 60% em 2003. "Esse patamar é mais alto do que deveria, e pensarmos que, naquele período, o País chegou a ter taxas de juros absurdas, de 45% ao ano", lembra o economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) Emílio Alfieri. Câmbio —O câmbio também contribuiu para o crescimento da dívida. Especial-

mente no segundo mandado de Fernando Henrique. Em 1999, quando houve a maxidesvalorização do real, cerca de 30% da dívida estava atrelada à moeda americana. Economistas citam ainda os "esqueletos" que o governo teve de reconhecer nos últimos dez anos, como os planos Bresser, Collor e Verão, que tiveram peso direto sobre a dívida. Isso porque, para pagar as diferenças geradas por esses planos no bolso dos brasileiros, o governo teve de emitir títulos, que, assim, aumentaram ainda mais o volume da dívida. Com o tempo, o governo passou não apenas a rolar a dívida, trocando papéis vencidos por novos, como deixou de honrar o pagamento dos juros gerados pelos débitos. O governo passou a agir como um devedor do cheque especial que entra no rotativo, mas não tem condições de arcar sequer com o pagamento dos juros.

Superávit —Nos quatro primeiros anos do governo FHC, os 8% em média de juros da dívida foram se somando ao montante principal. A situação começou a mudar apenas com a adoção da meta de superávit primário. O governo passou a gastar menos do que arrecadava, e a diferença era usada para o pagamento dos juros. A partir de 1998 e 1999, o Fundo Monetário Internacional (FMI) passou a fixar metas, primeiro entre 1% e 2% do PIB e hoje de 4,25%. Apesar de a meta ser de 4,25%, o superávit tem se mantido em 5%. "Se mantido esse nível de superávit, somado a uma taxa de juros de 12% já em 2007, podemos imaginar que o governo terá condições de, ao menos, pagar os juros da dívida e, a partir daí, conseguir diminuir a n o a a n o a r e l a ç ã o d í v ida/PIB, até que ela se estabilize novamente em 30% diz o economista Alfieri. (AG)

BC: cai taxa do crédito consignado

A

taxa de juros cobrada em agosto nas operações de empréstimo com desconto em folha de pagamento, o chamado crédito consignado, foi a menor desde o lançamento do programa, em 2004. Pelos dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC), os tomadores desse tipo de empréstimo pagaram 36,6% ao ano, em média, contra 36,8% em julho. Os juros do crédito consignado só não são menores que os do financiamento de veículos, que em agosto ficaram em 35,7% ao ano. Enquanto caíram as taxas para essas duas modalidades de empréstimo, que têm como garantia o próprio bem ou o salário, subiram as taxas de juros dos financiamentos sem

garantias reais. É o caso do crédito pessoal, cuja taxa passou de 76,6% ao ano em julho para 77,1% no mês passado. Também aumentou o juro do cheque especial, que passou de 148% em julho para 148,5% em agosto. Essa é, aliás, o maior nível para o cheque especial desde setembro de 2003, quando a taxa bateu em 152,2%. Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (Depec), Altamir Lopes, pressionadas pelo pagamento das contas das férias de julho e pelo Dia dos Pais, as pessoas demandaram mais crédito em agosto. O volume de crédito cresceu praticamente em todas as modalidades de operações. Isso fez com que o chamado crédito livre, ou

seja, sem direcionamento obrigatório pelas instituições financeiras, aumentasse 1,6% e atingisse R$ 317,4 bilhões, o nível mais elevado da série, que começou a ser computada pelo BC em 2000. O valor correspondeu a 16,8% do Produto Interno Bruto (PIB) Considerando todas as formas de crédito, o saldo em agosto aumentou 1,5% e chegou a R$ 541 2 bilhões, o correspondente a 28,7% do PIB, estabelecendo uma nova marca. Em agosto de 2004, o volume total de crédito do sistema financeiro correspondia a 25,4% do PIB. Na composição do crédito livre, o que mais cresceu foi o financiamento para pessoas físicas, que passou de R$ 140,3 bilhões para R$ 145 bilhões no período. (AE)

mostrou que está confiante não apenas em uma redução dos juros brasileiros, mas em uma redução para um patamar inferior ao prêmio pago pelo governo, de 12,5%, uma vez que esperam ter algum ganho", completa Alfieri. O ex-ministro da Fazenda Delfim Neto também avaliou a emissão em reais como uma excelente notícia. Para ele, com a inclinação sinalizada pela ta-

Para o ex-ministro da Fazenda Delfim Neto, a dívida pública pode retornar a patamar de 30% do Produto Interno Bruto em quatro ou cinco anos

xa de retorno oferecida pelo governo aos investidores na captação externa, a estrutura da dívida será melhor e poderá retornar aos 30% do PIB em quatro ou cinco anos. Distância — O porcentual de 30% pode parecer muito distante quando se olha para o tamanho atual da dívida. Até o mês de maio, último dado do Banco Central, a soma de tudo o que os governos federal, estaduais e municipais, Banco Central, Previdência Social e as empresas estatais deviam, aqui e no Exterior, descontados os créditos obtidos no mesmo período – a chamada dívi-

da líquida do setor público – era de 51,2% do PIB. A boa notícia é que esse porcentual é menor do que o registrado no final do ano passado, de 51,8% e, também, dos 57,2% do final de 2003. "Nossa expectativa é de que esse porcentual termine o ano em 49,5% e, em 2006, em 48%", diz Jason Vieira, economista da GRC Visão Consultoria, empresa do grupo Global Invest. O problema é que esse recuo, segundo Vieira, se dará mais pelo crescimento do PIB, cuja previsão de expansão para 2005 é de 3,5%, do que por redução da dívida. *colaborou Roseli Lopes


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

66-.OPINIÃO

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

RESENHA

NACIONAL

OUTRA RESERVA DE MERCADO ?

A posição do ministro Hélio Costa reflete as perversas reservas de mercado

E é em cumprimento a tais regras legais próprias que as empresas hoje desenvolvendo, sob competição, no Brasil, os serviços de telefonia celular, ganharam tais concorrências. Não existe aí no ordenamento legal nenhuma restrição ao concurso de empresa controlada pelo capital estrangeiro. Tais são os princípios específicos de livre iniciativa, de livre concorrência, abrigados na Constituição. O que existe de restrição na Carta de 1988 (art. 222) é a necessidade de que 70% (setenta por cento) ou mais do capital social e votante de empresas "jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens" devem pertencer a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos. Tal restrição se reporta, obviamente, a jornais, rádios e televisões, e a preocupação – discutível que seja – do constituinte se dirige de modo claro à orientação editorial e jornalística desses veículos. Ou seja, ali se quis garantir que

de brasileiros, e de dentro do País, saiam a gestão, a concepção e a orientação das mensagens e códigos culturais embutidos nos programas veiculados. A telefonia celular, ao perpassar, no seu aparato de difusão, os programas de televisão, que serão atendidos nos visores dos aparelhos, nada mais está fazendo do que dar passagem ou disposição aos produtos gerados pelas empresas televisivas. Funcionam como aparelhos televisores multiplicados. E não há reservas de nacionalidade brasileira para proprietários de fábricas, comércio ou distribuição de aparelhos televisores. Tais serviços das operadoras de celulares estão embutidos naqueles ordenados na lei geral de telecomunicações e encartados nas licitações onde as concessões foram deferidas. A p o s i ç ã o e x p re s s a d o atual ministro é um engano evidente e só reflete um certo ultramontanismo que é a vertente retrógrada das Alterosas, herança de Arthur Bernardes, Aureliano Chaves e outros, e também do gaúcho e infeliz general Geisel, estes que tanto patrocinaram as perversas e deletérias reservas de mercado. Espera-se que tal posição absurda, quase pueril em termos jurídicos, não vá adiante, quando o mercado de transmissão telefônica tanto evolui no País, por força de livre, ampla, e aberta concorrência. Chega de reservas, de privilégios, de carimbos de nacionalidade, que só vêm premiar a incompetência e favorecer os acertos escusos. EDITORIAL DE JOÃO LUIZ COELHO DA ROCHA, DO ESCRITÓRIO

BASTOS-TIGRE, COELHO DA ROCHA E LOPES ADVOGADOS, PUBLICADO NO SITE DO

INSTITUTO LIBERAL.

O s celulares serão multiplicadores de tevês

JOÃO DE SCANTIMBURGO FALEMOS DOS PARTIDOS

A Céllus

O

Senador Hélio Costa, ora no exercício do Ministério das Comunicações, veio a público declarar que é vedada constitucionalmente a transmissão de sinais televisivos pelas empresas de telefonia celular sob controle de capital estrangeiro. O atual ministro alardeia, assim, seu total desconhecimento sobre as regras constitucionais aplicáveis, o que é, decerto, estranho, assim como, por incrível, também demonstra o quão pouco entende de telecomunicações. Os serviços de telefonia são daqueles capitulados como serviços públicos sujeitos à concessão ou permissão, como se vê no art. 175 da Carta de 1988, sendo o pleito hoje regido pela Lei Geral das Telecomunicações.

Carta de leitor BENEDICTO FERRI DE BARROS

N

a qualidade de brasileiro nato, vacinado, com certificado de reservista, portador de RG, CIC e CEP, domiciliado neste burgo de São Paulo; com ficha corrida limpa, sem lides judiciais de qualquer natureza, eleitor compulsório e contribuinte forçado de dezenas de impostos, taxas e contribuições diretos e indiretos; no pleno gozo de seus direitos de cidadania, portanto; não-portador de moléstias infecciosas ou ideológicas, nem engajado em qualquer partido político; ademais alfabetizado funcional, com ginásio completo e diploma universitário registrado - venho à presença de Vv.Ss. solicitar esclarecimento de questões que escapam ao meu entendimento e para as quais não encontro explicação nas instâncias e instituições públicas ou privadas, políticas, burocráticas, intelectuais e filosóficas da República Federativa do Brasil. Trata-se de fatos públicos e notórios relativos a um dos maiores escândalos mundiais de corrupção, cuja enormidade e gravidade são evidentes e claramente incompatíveis com a democracia e o Estado de Direito sob os quais supomos viver. Cito apenas os maiores, embora diariamente informado e surpreendido pelo noticiário com uma corrupção mais grave e generalizada do que se pode imaginar e veja todo esforço de investigar, apurar e punir erros e culpas de infratores e criminosos empreendidos pela oposição, a polícia e o Ministério Público obstaculizado por expedientes de partidos da base de sustentação do governo, de políticos, ou originados de setores do governo e poderes do Estado. O primeiro diz respeito a medidas do Judiciário, instância última e suprema do poder nacional, cujos habeas corpus e despachos exoneram testemunhas e investigados de responder a questões, esvaziando inquéritos e criando embaraços e litígios aos esforços saneadores em-

CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Ed i tor - Che fe : José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br) Editores: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br), Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Marcos Menichetti (marcosm@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Adriana Gavaça, André Alves, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Lancha, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Juliana de Moraes, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda Correspondente: Renato Carbonari Ibelli (Campinas) Gerente de Publicidade Solange Ramon (sramon@acsp.com.br) Gerente de Produto Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-34493 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005 Auditado pela

F

inalmente, escapa à minha compreensão que nenhuma providência ainda haja sido tomada para impedir os corruptos de continuar na posse e usufruto de seus roubos, inclusive para se defender e de que continue a prevalecer a regra de que politicamente todo crime compensa. Um único comentário: sob a Constituição dos Miseráveis parece que as maracutaias da oposição, transformada em situação, transformaram a República Federativa do Brasil na República das Maracutaias.

S olicito esclarecimentos de questões que escapam ao meu entendimento

Sugestão para as CPIs

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924

preendidos pelo poder Legislativo e outros órgãos independentes da República, invalidando ou retardando todo o processo de saneamento exigido pela sociedade. O segundo, protagonizado pelo Executivo, está na entrevista de Paris do Presidente, na qual confessou ter sido utilizada em sua eleição prática de crime eleitoral, o que não o impediu de ser empossado e continuar em seu mandato, sob a alegação de ignorar tudo e ser, portanto, irresponsável. A essa contradição acresce uma anterior, na qual, quando na oposição declarou textualmente: "Não é possível que o presidente não soubesse de nada, que ele não tivesse idéia de que o seu homem de confiança fazia ao lado da sua sala no Palácio do Planalto. Afinal um presidente da República não pode ser tão desinformado. Aliás, o presidente deveria ter se dirigido à opinião pública para, no mínimo, prestar esclarecimentos sobre esses escândalos." (Estadão, 1/9/05). Com a declaração de Paris, o presidente abriu um divertículo para minimizar crimes de corrupção transformando-os em meros (!?) crimes eleitorais, distração que daí em diante foi universalmente adotada por todos os suspeitos e indiciados. Dirigiu-se à opinião para se declarar traído, ignorar tudo e, portanto, ser irresponsável.

ARTHUR CHAGAS DINIZ

O

Tribunal de Contas da União identificou que entre as 415 obras realizadas com recursos do Erário, cerca de 60% apresentam irregularidades. O TCU, no entanto, recomenda que 81 destas obras sejam paralisadas por erros grosseiros de superfaturamento. Elas não poderão receber recursos do Orçamento de 2006. É absolutamente espantoso esse número e parece indicar uma boa vertente para a chamada origem dos recursos que suprem o Sistema Financeiro PT. É empobrecedor observar que, dos limitadíssimos recursos que a União destina à rubrica Investimentos, mais da metade esteja sob suspeição de superfaturamento. A falta de manutenção de estradas e ferrovias é a responsável principal pela limitação forçada que exportadores vão sofrer nos próximos dois anos. Praticamente toda a malha viária sob su-

pervisão federal ou estadual está em estado mais do que precário. O problema começou com o virtual abandono das ferrovias e da navegação de cabotagem. Em nenhum lugar do mundo caminhões transportam comumente carga a distâncias que superam os 1.000 km.

V

oltando à questão da improbidade, um país que investe em infra-estrutura menos do que a Petrobras para equilibrar patrimonialmente o fundo de pensão de seus funcionários, não pode se dar ao luxo de ainda esbanjar o "troco" que é investido em obras públicas. Creio que uma das CPIs poderia dar uma examinada na questão. É certo que os prováveis desvios nos fundos de pensão estatais sejam maiores, mas aqui também vão-se encontrar muitos investidores do Sistema Financeiro PT.

M ais da metade dos recursos da União para investimento são suspeitos

ssentado que os partidos são instrumentos de governo, conclui-se que são necessários. Mas, como disse Maurice Duverger, os partidos são recentes na história política mundial. E no Brasil foram instituídos no Império. Na República tivemos, até 1930, o domínio do Partido Republicano, com suas denominações estaduais. No período da Constituição de 1934, vários foram fundados. Com a erecção do Estado Novo prevaleceu a diretriz positivista. Os partidos desapareceram e só voltaram em 1945, com a conhecida Lei Malaia, de Agamenon Magalhães, permanecendo em cena com grande destaque o PSD, a UDN e o PTB, dissolvidos por um decreto pelo presidente Castelo Branco. Surgiram depois dois partidos artificialmente criados, que duraram pouco. A Lei Partidária foi baixada em seguida para

Falta aos partidos uma efetiva e criadora política de Estado

restabelecer na renascente democracia brasileira o sistema partidário como devemos entendê-lo nos dias de hoje. Na realidade, não temos partidos institucionalizados, mas agrupamentos políticos liderados por um prócer de prestígio eleitoral. No PT esse prócer foi o presidente Lula, no PSDB, Fernando Henrique Cardoso; no PMDB ou em uma de suas alas, o expresidente José Sarney. Mas falta aos partidos brasileiros, atualmente, o selo institucional, que significa, sinteticamente, fundação para durar, como duram, por exemplo, os partidos Republicano e Democrata dos Estados Unidos.

E

ssa é a fraqueza de nossa democracia, que não conta com instrumentos de governo para que maiorias e minorias estabelecidas tenham longa vida e o desenvolvimento deixe de ser sincopado e retardado, com prejuízo para as classes médias inferiores e populares. Uma efetiva e criadora política de Estado. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS - 9

TRIBUNAIS DE PEQUENAS CAUSAS COMPLETAM 10 ANOS. MAS SÃO DESCONHECIDOS PELOS PEQUENOS EMPRESÁRIOS. Milton Mansilha/Luz

POUCAS AÇÕES DE MICROEMPRESAS NOS JUIZADOS ESPECIAIS Patrícia Cruz/Luz

Julgamento expresso em São Paulo

A

ara driblar o acúmulo de processos, os juizados especiais cíveis da capital paulistana vêm investindo em alternativas. Uma d e l a s f o i a i mplantação, em 2004, do chamado Expressinho, para tratar de problemas referentes aos serviços da Sabesp, Eletropaulo, Telefônica e Embratel, concessionárias responsáveis por um grande volume de processos. Para usar o Expressinho, o consumidor leva sua reclamação ao Juizado Especial Central e, após 15 dias, a concessionária envia pela internet uma solução para o problema. "Se a proposta é aceita, o consumidor nem precisa abrir processo", explica a juíza Mônica Rodrigues Dias de Carvalho, diretora do Juizado Especial Cível (JEC) de São Paulo. Em junho do mesmo ano, foi criada uma turma recursal fixa na capital, que julga 350 recursos contra decisões dos JECs por mês. O único problema é o número pequeno de magistrados. "Este número deveria ser proporcional à demanda", critica o juiz Ricardo Cunha Chimenti, que trabalha com outros dois juízes na turma recursal. Na contramão destas medidas, foram encaminhados ao Congresso Nacional alguns projetos de lei que ameaçam abarrotar ainda mais os juizados. O mais polêmico cria um novo recurso contra decisões dos JECs perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os coordenadores dos juizados brasileiros encaminharam um substitutivo para este PL, mas diante da crise política, o PL está parado no Congresso. (LI)

P

Juíza Mônica Rodrigues Dias de Carvalho: a grande demanda é a prova de que o sistema dos juizados deu certo Marcos Fernandes/Luz

Patrícia Cruz/Luz

Salgado: na defesa de 40 casos

O microempresário Roque Pereira foi à Justiça recuperar cheques devolvidos

vantagem das pequenas causas, que cobram apenas quando uma das partes recorre da decisão. De acordo com Orlando Bortolai Júnior, coordenador do Juizado Especial Cível

Central anexo VI da Pontifícia Universidade Católica paulista (PUC-SP), a Lei 11.608/03 determina que para recorrer de sentença é preciso pagar 2% sobre valor da causa ou no mí-

Pãozinho sem recheio de ICMS

previsão de redução de 5 % n o p re ç o d o p ã o francês com a isenção de toda a cadeia do trigo do pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) deve neutralizar o aumento no produto ao longo do ano, registrado pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA/IBGE). Até agosto, o pãozinho subiu 5,49% na grande São Paulo. A isenção será formalizada hoje com a sanção de projeto de lei aprovado pela Assembléia Legislativa pelo governador Geraldo Alckmin. O projeto, que zera o ICMS do pão francês, da bolacha sem recheio e do macarrão, faz parte do "Outono Tributário", anunciado em maio. O

Ricardo Chimenti: número de juízes é pequeno e a demanda é grande.

trigo em grão e a farinha foram beneficiados por decreto. A previsão de queda de 5% no preço do pão francês foi dada pelo presidente em exercício do Sindicato e Associação da Indústria de Panificação e Confeitaria de São Paulo (Sindipan e Aipan-SP), Antero José Pereira. O impacto, no entanto, não será imediato. Será diluído ao longo de três meses por causa do estoque que muitas padarias ainda têm de farinha de trigo. O próprio IPCA já acusou uma sensível queda nos preços do pãozinho em São Paulo, em agosto, de 0,08%. A redução também foi constatada em uma pesquisa mensal feita pelo sindicato em 1.200 padarias. Enquanto no mês de julho o quilo

do pãozinho custou R$ 5,44, em agosto foi de R$ 5,27. O que, por unidade, representa R$ 0,27 e R$ 0,26, respectivamente. Pereira acredita que a queda já é um pequeno reflexo da isenção de ICMS dada à farinha de trigo. Quanto aos dados divulgados pelo IBGE, Pereira acredita que se a matéria-prima do pãozinho, a farinha de trigo, não registrou nenhuma alta no mercado internacional, não há motivos para o valor do produto ter se elevado, apesar do aumento da energia elétrica e da água. "Quando o dólar sobe é inevitável que este aumento seja repassado para o pãozinho, já que 60% do trigo consumido no País é importado." Márcia Rodrigues

nimo cinco Unidades Fiscais do Estado de São Paulo (Ufesps). "Além disso, se o valor da causa corresponder a valor menor que 20 salários mínimos, não é necessário o acompanhamento por advogado". Este foi o caso da dona de casa Fernanda Maria Lobo, que procurou o juizado especial para ter de volta três prestações pagas pelo financiamento de um automóvel pela Mega Invest. "A empresa havia dito que após o pagamento de três parcelas eu teria o carro, mas isso não aconteceu. Pedi os R$ 670,00 que havia pago de volta e disseram que só iriam me devolver R$ 57,00", disse. Dois meses depois, ela conseguiu receber o dinheiro de volta, e corrigido.

Hoje, os juizados especiais cíveis estaduais são vítimas do próprio sucesso.

Mônica Rodrigues Dias de Carvalho, diretora do Juizado Especial Cível de São Paulo

Laura Ignacio AGENDA TRIBUTÁRIA

Setembro/ Dias 26 e 28 DIA 26 ICMS/SP - CNAE´S - 15113 a 15229; 15318 a 15423, 15512 a 15890, 17116, 17191, 19100 a 19291, 20109 a 20290, 22144 a 22349, 23400, 25119 a 25194, 26115 a 26190, 26301, 26492, 26999, 27421, 31429, 31526, 31607, 34312 a 34495, 35220, 35920, 35998, 36110 a 36919, 37109, 37206; 60232 a 60259 - último dia para recolhimento do ICMS apurado no mês de agosto/2005.

DIA 28 IRRF – Recolhimento do Imposto de Renda Retido na Fonte correspondente a fatos geradores ocorridos no período de 18 a 24.09.2005, incidente sobre rendimentos de beneficiários identificados, residentes ou domiciliados no País.

Fonte

ADVOCACIA TRABALHISTA EMPRESARIAL ESPECIALIZADA

DC

A

pesar de existirem há exatamente uma década, os juizados especiais cíveis estaduais (JECs) são desconhecidos para a maioria das microempresas. Desde 1998, elas podem recorrer aos chamados "tribunais de pequenas causas" para resolver questões de baixa complexidade e valor e a um custo zero. Entretanto, ainda são poucos os processos em que uma pequena empresa figura como autora. "Acredito que muitas micros, além de advogados, não sabem que podem entrar com ação", afirma o juiz Ricardo Cunha Chimenti, da Turma Recursal dos juizados especiais da capital, ao explicar que esta possibilidade surgiu por meio de uma alteração posterior à Lei n° 9.099/95, que criou os JECs. O restaurante Sushi Mart é uma das exceções. O advogado Cláudio A. Salgado ofereceu a opção a um dos sócios, Roque Rosa Pereira, que está tentando recuperar R$ 413,00 em cheques que foram devolvidos. "Uma senhora fez duas compras de frutos do mar e os dois cheques voltaram. Liguei para ela algumas vezes, ela dizia que ia pagar, mas estamos esperando por isso até hoje", conta. Ele procurou o advogado, que entrou com uma ação de execução dos cheques. De acordo com Salgado, o escritório patrocina cerca de 40 ações nos juizados especiais, sendo a maioria delas de microempresas. "Uma loja de autómoveis, por exemplo, conseguiu obter uma indenização de R$ 2,4 mil da Sabesp por meio do juizado especial. A loja chamou a Sabesp por causa de um vazamento de água, que não foi resolvido, mas houve cobrança", informa. O advogado entrou com ação no juizado especial do Tatuapé e em sete meses conseguiu a sentença determinando o ressarcimento. Ainda assim, considerando o volume de processos, ainda são poucos os casos que, como esses, chegam às pequenas causas. Podem recorrer aos juizados especiais pessoas físicas e microempresas. Segundo o consultor jurídico do Sebrae-SP, Cláudio Valim, são consideradas micros as empresas com receita bruta anual igual ou inferior a R$ 244 mil, de acordo com o Estatuto da Micro e Pequena Empresa. Hoje, há cerca de 1,1 milhão de microempresas no estado. Mas para usar estes juizados o limite do valor da causa deve ser de 40 salários mínimos, o equivalente a R$ 12 mil. Segundo a diretora do Juizado Especial Cível de São Paulo, Mônica Rodrigues Dias de Carvalho, só na unidade central, no Paraíso, que cuida de 60% dos processos da capital, existem 150 mil ações em andamento. "A grande demanda é a prova de que o sistema dos juizados deu certo", afirma, ao ressaltar que hoje os tribunais são vítimas do próprio sucesso. "Há dez anos, o prazo para chegar ao julgamento final era de 15 dias. Hoje, em três meses acontece a audiência de conciliação e em mais dois meses ocorre o julgamento", diz. Além da agilidade em solucionar conflitos, o custo zero para entrar com ação é outra

Os Advogados,

OVIDIO LOPES GUIMARÃES JUNIOR JOEL EDUARDO DE OLIVEIRA ROGÉRIO PACILÉO NETO Comunicam a todos os clientes e colegas a mudança do Escritório de Advocacia Trabalhista para a Avenida Marquês de São Vicente, 121, Bloco B, 13º andar, conjunto 1301, Barra Funda, São Paulo, SP, CEP: 01139-001, Telefones: 11 3616-6544 - 3616-6546, a partir de 10/01/2005, onde estarão atendendo definifivamente.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

OPINIÃO -77

Para escrever ou comentar as cartas e artigos desta seção, envie sua mensagem para

PONTO__CONTRAPONTO doispontos@dcomercio.com.br

Em qual setor o gás natural deve ser prioridade?

MARCEL SOLIMEO FALTA DE BOM SENSO

Céllus

DESABASTECIMENTO

O INDÚSTRIA

consumo de eletricidade no primeiro semestre cresceu 6%, o dobro do igual período do ano passado, diretamente relacionado com a reativação da atividade industrial. É provável que o Produto Interno Bruto (PIB) industrial cresça em torno de 5% este ano. Com a concretização de queda dos juros, a indústria poderá ingressar na rota do ambicionado crescimento sustentável. Para os analistas, todos os indicadores econômicos colocam-se, atualmente, a favor da indústria, a começar pelas exportações, as quais, apesar do câmbio, continuam em ritmo acelerado. Com o aumento do preço do gás natural, em torno de 18%, no 1º dia de setembro, visando mitigar via preço o consumo do combustível gasoso no Brasil, e as dúvidas quanto à regularidade do fornecimento, ficam descartadas as hipóteses

I

ENERGÉTICO

A

Os motores a gás de última geração, como os desenvolvidos para uso em ônibus, são extremamente eficientes

da construção de térmicas para a produção elétrica. A partir de 1994 o consumo do gás natural cresceu 700% e os preços permaneciam inalterados desde o início de 2003, visando estimular o aumento do uso, especialmente nos automóveis (GNV). À semelhança do álcool combustível, o GNV, usado principalmente em veículos pesados (ciclo Diesel), poderá reduzir a emissão de poluentes. Os seus preços são subsidiados pelo governo e o combustível gasoso não recolhe para a CIDE, a fim de estimular a demanda, embora o custo da conversão dos motores continue muito alto (em torno de R$ 2 a 3 mil). Os novos preços para os consumidores finais vão depender de cada distribuidora de gás canalizado, em consonância com os contratos de concessão celebrados com os governos estaduais.

D

iante desse cenário, existe nas indústrias consumidoras séria preocupação com o risco de possível desabastecimento, eis que as descobertas de novos reservatórios no País demandam quase uma década (as reservas santistas estão estimadas em 420 bi-

lhões de m³). A demanda do gás natural continua bastante concentrada no segmento industrial, responsável por 80% do mercado paulista. Até o final deste ano, mais de 70 municípios paulistas poderão ser atendidos pelas redes de distribuição.

O

governo brasileiro está fazendo uma avaliação de nova lei boliviana, que prevê aumento de impostos para a produção de gás e petróleo feita pela Petrobrás. Três projetos poderão ser afetados: a ampliação do gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol); a construção do pólo gás-químico na fronteira entre os dois países (parceria com a Braskem) e a construção de um gasoduto que alcançará a Argentina e o sul brasileiro, o que viabilizará a térmica de Uruguaiana. Tanto a Petrobrás como as distribuidoras continuam investindo, pesadamente, na expansão dos seus serviços e a previsão é a maior disponibilidade do gás natural para os mercados industrial, residencial e comercial nos próximos anos. LUIZ GONZAGA BERTELLI, DIRETOR DA DIVISÃO DE ENERGIA DA FIESP E PRESIDENTE EXECUTIVO DO CIEE

nvestimento visa os mercados industrial, residencial e comercial

LUSO VENTURA O NOVO VETOR

ÔNIBUS

iz a "Lei de Kafka", criada por Roberto Campos e Alexandre Kafka, que "tendo a lógica sido inventada pelos gregos no Hemisfério Norte, ela não funcionaria ao Sul do Equador"... Os países da América Latina têm se esmerado ao longo dos anos em confirmar a validade dessa lei, embora o Brasil parecesse querer ser a exceção que confirma a regra. Tais ocasiões, entretanto, têm sido raras e, no geral, limitadas a um ou outro ato racional, seguido ou concomitante de muitos outros, em que a lógica e o bom senso são ignorados. Como, por exemplo, nos três projetos aprovados recentemente pelo Legislativo, dois na esfera estadual e um na federal. O primeiro, aprovado pela Assembléia Legislativa de São Paulo, proíbe o funcionamento aos domingos dos supermercados e lojas de rede, definindo como " rede" qualquer organização que tenha mais de duas lojas, na mesma localidade ou em outra, inclusive no exterior. Não atinaram os deputados paulistas não apenas par ao absurdo da proposição, como ao fato de que cabe aos municípios a regulamentação do horário de funcionamento do comércio. Não se analisou em nenhum momento que a lei aprovada vai prejudicar não apenas ao consumidor, que é quem efetivamente determina o horário em que deseja fazer compras, como provocar um grande desemprego. Ainda no âmbito do legislativo de São Paulo foi aprovado o Código de Proteção Animal, que impede o confinamento de animais, a inseminação artificial, o uso de "processos medicamentosos que levem à engorda ou crescimento artificial" , e outras práticas normais da pecuária, impondo um retrocesso de algumas décadas no avanço tecnológico que tornou o Brasil o maior exportador de carne do mundo, um dos grandes abastecedores de frango no mercado mundial e importante na na pesquisa genética.

D

LUIZ GONZAGA BERTELLI HÁ RISCO DE

A demanda do gás natural continua bastante concentrada no segmento industrial. Até o final deste ano, mais de 70 municípios paulistas poderão ser atendidos pelas redes de distribuição.

P

utilização do gás natural como combustível para ônibus urbanos apresenta importantes pontos positivos quando comparada a outros combustíveis alternativos. O gás vem sendo impulsionado como novo vetor energético no Brasil em vista do aumento das reservas nacionais, especialmente na bacia de Santos, sem esquecer o contrato de fornecimento do gás boliviano, que a Petrobrás já fala em ampliar. No entanto, a utilização de GNV em táxis não representa, seguramente, a melhor alternativa. As desvantagens técnicas e operacionais são inúmeras em termos de consumo, desempenho e, principalmente, quanto às emissões gasosas. A causa está nos kits de adaptação utilizados, que não permitem o aproveitamento das características do gás combustível. Vi v e m o s u m m o m e n t o oportuno para rever o uso do gás natural nesta aplicação. Recentes modificações na regulação das térmicas, promo-

vidas pela Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), obrigando a todas as usinas provarem que terão gás suficiente para operar em plena capacidade, e a crise na Bolívia, que por pura casualidade não trouxe uma interrupção no fornecimento de GNV, são motivos suficientes para esta revisão. Os motores a gás de última geração, como os desenvolvidos para uso em ônibus, são extremamente eficientes devido à tecnologia de combustão com mistura pobre e de controles eletrônicos da combustão. Têm potencial para atender imediatamente os limites de emissões gasosas previstos para 2009, nas futuras etapas da legislação brasileira. A competência tecnológica da engenharia nacional, aliada à capacidade de produção de veículos e motores a gás natural para aplicação em ônibus urbanos, além de fornecedores de componentes bastante desenvolvidos, faz do Brasil um importante fornecedor mundial de motores a gás para veículos comerciais com tecnologia de ponta. Mas, não usamos esta tecnologia, apesar de os motores fabricados aqui terem recebido prêmios de reconhecimento internacional pelas baixas emissões gasosas. Certamente algumas adequações de comportamento ou culturais serão necessárias

com o uso do gás natural nos ônibus urbanos.

Q

uanto à segurança, o GNV exige cuidados pouco diferentes daqueles quando se usa a gasolina e o diesel, ambos inflamáveis. Os motores a GNV são do ciclo Otto, possuem velas de ignição e sistema elétrico específico, comuns nos automóveis a gasolina e álcool, porem incomuns nas oficinas de ônibus. Por mais semelhantes que sejam em relação aos motores dos automóveis, os motores a gás em ônibus exigem um programa completo de treinamento de mecânicos para tirá-los da cultura do diesel. Mas voltando aos táxis, evidentemente, poderiam receber um motor com a mesma tecnologia utilizada nos motores pesados a gás natural. Não haveria perda de potência, o consumo seria menor e a emissão de CO2, o gás causador do efeito estufa, estaria reduzida. As desvantagens seriam o custo do motor, provavelmente ainda maior que o de um motor diesel, e os custos e o tempo de desenvolvimento, uma vez que tais motores não estão disponíveis. Assim, a alternativa ideal para os táxis é o motor diesel. LUSO VENTURA É DIRETOR DO COMITÊ DE COMISSÕES TÉCNICAS DA SAE BRASIL

V ivemos um momento oportuno para rever o uso do gás natural no táxi

arece que não se considerou que a conseqüência dessa lei absurda seria a de expulsar do Estado essas atividades, impondo perdas não apenas aos empresários do setor como à arrecadação estadual. Não houve diálogo com as entidades dos setores atingidos e nem avaliação do impacto econômico- social dessas proibições. A terceira ´"pérola" da falta de bom senso foi a aprovação nas comissões da Câmara dos Deputados em caráter terminativo (sem debate em plenário) de um projeto que exige vistoria prévia pela Receita Federal na abertura ou fechamento de uma empresa, além da verificação da disponibilidade e origem dos recursos utilizados no empreendimento. Tal projeto foi aprovado pouco depois de a Receita e a Secretaria da Fazenda de São Paulo terem assinado convênio visando simplificar a abertura de uma empresa!

A livre iniciativa precisa de mais liberdade para trabalhar e não de mais burocracia Será que os senhores deputados se deram ao trabalho de, pelo menos, procurar saber quantas empresas são abertas e encerradas por mês no país? Será que se lembraram de que essa legislação vai se aplicar para todo território nacional? Somente no Estado de São Paulo são abertas cerca de 15 mil empresas por mês, sem contar aquelas atividades que são registradas em cartórios. Quantos fiscais seriam necessários para atender à esse movimento? Creio não ser necessário falar mais nada para demonstrar o absurdo da proposição.

É

comum que se ouça reclamações sobre a paralisação do Congresso ou a baixa produtividade da atuação dos legislativos estaduais. O que se cobra dos parlamentares é a aprovação de matérias fundamentais para o desenvolvimento do país e não que se aprove "a toque de caixa" matérias que não são relevantes ou urgentes, numa tentativa de "mostrar serviço". O pior é quando as leis aprovadas, como nos casos citados, são inconvenientes e nocivas ao país. O que a livre iniciativa está precisando é de mais liberdade para trabalhar e não de mais burocracia e intervencionismo. Quem não puder ajudar, que, pelo menos, não atrapalhe.

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terça-feira, 27 de setembro de 2005

ESPECIAL/INFORMÁTICA - 13

Política de Segurança, o item nº 1 da lista A empresa deve ter claro o que espera dos seus funcionários com relação ao uso dos recursos de informática e os funcionários devem saber o que podem ou não fazer

U

ma coisa que as empresas precisam ter em mente quando est i v e re m d e f i n i n d o seus investimentos na área de segurança de TI é que, antes mesmo de avaliar as soluções disponíveis no mercado, elas precisam ter um política de segurança robusta e bem definida sobre o que pode e o que não pode ser feito dentro de sua rede e em suas máquinas. Sem as diretrizes determinadas por essa política, os investimentos em hardware e software podem ir por água abaixo. Mas, antes de mais nada, essa iniciativa obrigatoriamente deve ser abraçada (e compreendida) por toda a companhia. "Política de segurança é um assunto controverso, porque muitas empresas já tiveram a experiência de gastar um tempo enorme elaborando suas diretrizes para a política ser deixada no armário, sem ninguém acessar ou consultar", diz Marcelo Bezerra, diretor técnico da Internet Security Systems (ISS) para a América Latina. "Se a idéia parte da área de TI e não conta com o apoio da diretoria, se é uma estratégia que começa de baixo para cima, já é o suficiente para falhar", acredita. Significa que a administração da empresa deve ter claro o que espera dos seus funcionários com relação ao uso dos recursos de informática, a fim de evitar falta de entendimento e problemas. E que os funcionários, por sua vez, sejam notificados sobre o que podem ou não fazer. Segundo Bezerra, a elaboração de uma política de segurança eficiente não é uma tarefa difícil. "Você precisa pensar o que deve ser feito para ter segurança na sua empresa. Para isso, pode contar com a ajuda de inú-

Fotos: Milton Mansilha/Luz

meras empresas especializadas, livros e uma farta documentação na internet. Mesmo que seja sua primeira experiência no assunto, você pode aproveitar as dicas que encontra na web para se basear e adaptá-las para o perfil da sua companhia. Mas precisa contar com o apoio da companhia, senão não funciona. Repito: é a empresa que deve definir a política de segurança e propagá-la, não a área de TI. E se uma pessoa transgredir as regras, quem deve discutir com ela não é a TI, mas a área responsável por aquele funcionário", alerta o diretor da ISS. Regras do "jogo" – Uma boa política de segurança deve impedir a propagação de informações confidenciais da empresa, seja por e-mail, internet ou dispositivos móveis como notebooks e handhelds. Deve evitar o uso do endereço de correio eletrônico corporativo para fins não profissionais e, em especial, para atividades que prejudiquem o nome da empresa, como envio de spam e de mensagens de conteúdo pornográfico. Deve definir se o funcionário pode acessar a internet para fins pessoais e em quais horários e situações. Pode até mesmo dizer em que ocasiões estão permitidos os downloads e os tipos de arquivos que podem ser baixados. Deve determinar o uso ou proibição de mensageiros instantâneos e da gravação de dados em CDs, DVDs, disquetes e memory keys. "Mas deve ser flexível o suficiente para não atrapalhar os negócios da empresa ou de um determinado departamento. Por isso é bom contar com uma consultoria especializada, porque não dá para aplicar as mesmas regras de um banco em uma indústria, por exemplo. Cada empresa tem suas

necessidades específicas", diz Bezerra, lembrando que a adoção de políticas de segurança também atende às necessidades administrativas da companhia previstas por regulamentações como Sarbane-Oxley e Basiléia, entre outras. O executivo diz que ainda há muita resistência no mercado e lembra que muitos dos problemas de segurança acontecem justamente pela falta de diretrizes. "Em geral, os usuários não sabem nada de TI. Não sabem que precisam atualizar o antivírus, se é seguro acessar a internet em um hotel usando o laptop da empresa, se podem navegar em uma página ou receber ou enviar e-mails pornográficos. Se ninguém diz a uma pessoa o que ela pode fazer, então ela pode fazer muita coisa." Um exemplo típico, lembra Bezerra, aconteceu com a explosão de redes Wi-Fi. "Muitos departamentos começaram a montar suas redes sem fio sozinhas, sem comunicar o pessoal de informática. Ninguém havia dito a eles se eles poderiam ou não fazer isso, foi uma coisa sem planejamento. Muitas redes Wi-Fi ficaram abertas, sem proteção, à disposição de criminosos digitais", conta. Renata Mesquita

Marcelo Bezerra, diretor técnico da Internet Security Systems para a América Latina, e um dos equipamento de segurança, de prevenção a intrusos, comercializados pela empresa

Web amiga, web inimiga Por Marcos Prado Divulgação

A

internet é comprovadamente uma plataforma essencial para a realização de negócios; hoje se pode dizer que são raras as empresas que não possuem pelo menos uma página na web para informar seus contatos como telefone, e-mail, fax e localização. Ao mesmo tempo, as empresas percebem que seus usuários se tornam mais produtivos quando podem acessar a net... produtividade essa que passa pelo internet banking, tradução de textos, consulta a conteúdos técnicos, atualizações de software, compras eletrônicas etc. Entretanto, esta mesma facilidade pode –e tem– proporcionado grandes perdas às empresas, muitas vezes difíceis de contabilizar. Há quatro anos, aproximadamente, a internet tem vislumbrado o desenvolvimento de inúmeras tecnologias que tornaram o browser um mero coadjuvante: mensagens instantâneas, trocas de arquivos P2P, discos virtuais, streaming media e mais recentemente o Orkut, são alguns exemplos de serviços gratuitos disponíveis a qualquer usuário com acesso à web. O sintoma inicial destas perdas é a própria produtividade dos funcionários, que passaram a gastar grandes períodos de seus horários de trabalho cuidando de assuntos pessoais... na internet. Esta utilização evoluiu e passou também a envolver downloads de arquivos (como MP3 e programas) e trailers de filmes e rádios online, entre outros, começando a afetar o diaa-dia das empresas e causando problemas de conexão dos serviços críticos. As corporações, que realizam um investimento importante para prover o acesso à internet, acabam percebendo que boa parte

Comércio de CDs com programas para caixa Lojas em geral Apostila Clipper, C+, NT e Novel, hardware Marcos Prado, gerente de canais Brasil da Websense: "a grande arma dos invasores tem sido incluir links web"

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deste investimento não é utilizada para sua atividade-fim. Não bastassem a queda de produtividade e o desperdício de banda, o aperfeiçoamento de técnicas como keylogging, phishing e spyware tem causado às empresas prejuízos muito maiores, justamente por atacarem seu bem mais importante: o capital intelectual. As técnicas de segurança forçam estas tecnologias invasivas a buscar meios ainda não explorados. Ao invés de utilizar um e-mail com um código malicioso anexado, como antes, as mensagens agora não trazem anexos, passando com sucesso

por ferramentas padrão de análise de ameaças. A grande arma dos invasores tem sido incluir links web onde, através do acesso à página (pela simples visualização do e-mail), o usuário executa silenciosamente um aplicativo hacker (com o b a c k d o o r, k e y l o g g e r, spyware) que coleta informações de sua estação de trabalho e transmite automaticamente para o site hospedeiro. Senhas financeiras e documentos sigilosos podem ser transferidos facilmente, sem que o usuário ou administrador da rede percebam, por uma plataforma que mescla tecnologia, engenharia

social e criatividade. É importante que as empresas façam o diagnóstico do grau de intensidade destes problemas em suas redes, para poderem investir em pessoas e recursos com a certeza do retorno desse investimento e manter um equilíbrio entre o uso de negócios e a necessidade pessoal dos usuários sem que isto comprometa a segurança de ambos. Marcos Prado é gerente de canais Brasil da Websense, empresa especialista em filtros de conteúdo para internet corporativa


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14 -.ESPECIAL/INFORMÁTICA

terça-feira, 27 de setembro de 2005

Filtros de conteúdo evitam a "cibervagabundagem" Com jornadas de trabalho cada vez maiores, muito provavelmente seu funcionário precisará da web para acompanhar as últimas notícias, pagar uma conta ou fazer uma comprinha de última hora. A adoção de filtros de conteúdo ajuda a evitar os excessos

Captura de tela

23/09/2003 - Paulo Pampolin/Digna Imagem

A página da BusinessInternetFilter.com mantém uma lista com as dez melhores marcas de filtros de acesso

A especialista em direitos digitais Patricia Peck vai ajudar a Fotoptica a conceber uma política mais forte de segurança

P

estão incluídos os downloads em geral e o streaming de arquivos de mídia. Consciência – O uso indevido da web levou a Fotoptica a planejar a instalação de filtro de conteúdo ainda para este ano. "Precisamos fazer o usuário se conscientizar o quão nocivo pode ser para a empresa não ter critério para acessar a internet. Eu não posso contar com a consciência de cada um", diz Claudinei Gonçalves Leal, gerente de TI da Fotoptica. A empresa não chegou a vivenciar nenhum problema grave por causa da falta de controle no acesso à web, mas o uso constante da rede para outros fins, como downloads de músicas e vídeos, deixa o sistema

oder acessar a internet em horário comercial é um benefício e tanto para quem dedica a maior parte do seu dia ao trabalho. Quer vantagem maior do que fugir das intermináveis filas bancárias e resolver boa parte da vida sem tirar os olhos do computador, entre uma tarefa e outra? Mas, enquanto os funcionários dão graças por ter acesso a estas facilidades, os donos de empresas (ou, pelo menos, os gerentes de TI delas) continuam vendo a web como "um mal necessário" e como um dos principais limitadores para o bom desempenho de seus negócios. Não é para menos: na última edição do estudo Web@Work, realizado pela Websense na América Latina e Ásia/Pacífico, 83% dos entrevistados declararam gastar parte da semana acessando sites não relacionados com o trabalho. Enquanto 24% dos funcionários admitiram passar 4,2 horas, em média, por semana na web por motivos pessoais durante o expediente, os gerentes de TI que

participaram do estudo acreditam que a navegação pessoal consome pelo menos 6 horas de trabalho por semana. A Websense conversou com 800 profissionais em oito países (Brasil, Austrália, Chile, China, Colômbia, Hong Kong, Índia e México) e descobriu que as páginas mais populares entre os "internautas em horário comercial" são as de notícias (acessadas por 51% dos entrevistados), internet banking (38%), webmail pessoal (38%), sites de viagens (22%), canais esportivos (15%) e lojas virtuais (15%). Ou seja, um conteúdo praticamente inofensivo. Os especialistas em segurança, geralmente, acham saudável que a empresa encontre um equilíbrio entre a navegação na web e a redução das horas perdidas por seus funcionários nesta atividade. Esse tipo de solução é vendido não apenas para garantir níveis satisfatórios de produtividade, mas também como uma ferramenta que pode tornar o gerenciamento de riscos de segurança mais eficiente e preservar a banda de

DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS ASP, JAVA, SQL, ACESS e MACROMEDIA Design e Implementação de Websites Corporativos, Portais, B2B, WebTV service

MICROL

COD.: 39385

internet contratada pela companhia, evitando gargalos e lentidões na rede. Normalmente, aconselha-se a proibição ou restrição de sites cujo conteúdo apresente riscos à segurança da empresa (atividades hacker, compartilhamento de arquivos, armazenamento pessoal em rede, p h i s h i n g , a c e s s o re m o t o , spyware, entre outros), páginas que possam ferir a imagem da companhia (vícios variados, habilidades criminosas, armas, extremismo religioso ou moral, violência, discurso preconceituoso, pornografia, linguagem imprópria e cola em provas) e aqueles que despendam um alto consumo da largura de banda –nesta lista

lento e afeta a produtividade –para complicar a situação, o link da Fotoptica é compartilhado com as lojas próprias da marca, locais em que a web é acessada geralmente por funcionários mais jovens, com mais experiência de navegação. "Muitos dos problemas de segurança são gerados dentro da empresa. As pessoas ainda são inocentes no acesso à web, entram em qualquer página, clicam em qualquer coisa, e acabam colaborando na ocorrência de invasões e contaminações por vírus", conta Leal. "O custo para resolver um problema desses é altíssimo. Se a minha rede parar, eu deixo de faturar, porque todo o faturamento das lojas teria que ser

feito à mão". Além de analisar as ferramentas disponíveis no mercado para o controle de conteúdo, a Fotoptica pretende também conceber uma política mais forte de segurança, elaborada em parceria com a especialista em direitos digitais Patricia Peck. A entidade independente B u s i n e ss I n t e r n e t F i lt e r. c o m mantém uma lista com as dez melhores marcas de filtros de acesso à web corporativa à venda hoje no mercado americano. São elas: 8e6, Blue Coat, ContentProtect Professional, Cyblock, iPrism, McAfee Internet Security Suite, Norton Internet Security, N2H2, SurfControl e Websense. Renata Mesquita

NOTAS

Seminário online aborda roubo de informações Internet Security Systems (ISS) promove, no dia 29 de setembro (próxima quinta-feira), a partir das 15h, um seminário virtual gratuito sobre segurança. "Protegendo os dados dos seus clientes" abordará o risco da exposição e roubo de informações nas companhias. O diretor-técnico da ISS para a América Latina, Marcelo Bezerra, falará sobre a evolução das soluções para segurança nas corporações e sobre

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a necessidade crescente de prevenção e fará a apresentação de casos de sucesso. "Com o webinário temos a oportunidade de mostrar ao mercado a importância da proteção preventiva das informações e que isto é possível graças aos investimentos da ISS em pesquisa e desenvolvimento", acredita o executivo. Interessados em participar devem entrar em contato pelo telefone (11) 5509-4242. (ReM)

Microsoft compra empresa de gerenciamento de acesso Microsoft também se mostra cada vez mais interessada na aquisição de tecnologias de segurança para ampliar seu portfólio. Na semana passada, a companhia comprou a Alacris, desenvolvedora de produtos para autenticação e gerenciamento de identidades e certificação digital. "Nossos clientes nos disseram que os smart cards estão se tornando um item cada vez mais importante em suas es-

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tratégias de autenticação e autorização", explica Mike Nash, vice-presidente da unidade de tecnologia de segurança da Microsoft. "Com essa aquisição, incorporamos uma tecnologia que torna mais fácil para os clientes aproveitarem os recursos dos cartões inteligentes em ambientes Windows com ferramentas que simplificam o gerenciamento do ciclo de vida dos smart cards." (ReM)


Vida vigiada na era digital Conheça os recursos mais sofisticados da tecnologia para proteger empresas e pessoas. DC Informática

www.dcomercio.com.br/c ampinas/ Edição de Campinas concluída às 00h20 Ano 81 - Nº 21.971

São Paulo, terça-feira 27 de setembro de 2005

R$ 0,60

Jacek Stachowski/Corbis Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem

PT, a galáxia cadente MST: onda de invasões Sede do Incra (foto) foi ocupada em São Paulo. Pág. 3 Ailton de Freiras/Agência O Globo

Adriano Machado/Folha Imagem

O jogo do poder na Câmara Rebelo e Nonô (fotos) na luta pela presidência. Pág. 8 Wilton Júnior/AE

galáxia petista está se desintegrando. Ontem caíram duas das estrelas que brilhavam desde a sua formação, Hélio Bicudo e Plínio de Arruda Sampaio. A constelação vermelha da Câmara perdeu 4 deputados, não é mais a maior, e estão cadentes ainda 15 deputados e vereadores, TEMPO EM alguns dirigentes partidários e mil militantes. CAMPINAS Nublado Muitas estrelas são atraídas pelo PSOL, da Máxima 19º C. Mínima 14º C. senadora Heloisa Helena, "na perspectiva de um partido não-sectário". As eleições internas, "manipuladas pelo Campo Majoritário", levaram o PT à órbita do desmanche. Página 5

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Berzoini critica o PTcadente Os ex-petistas são "antidemocráticos", diz Berzoini. Pág. 5


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 27 de setembro de 2005

POLÍTICA - 5

PETISTAS HISTÓRICOS ABANDONAM A SIGLA. O RESULTADO DA ELEIÇÃO SAI HOJE. E MALUF CONTINUA PRESO.

COMEÇA A GRANDE DEBANDADA NO PT Sebastião Moreira/AE

Bahia não concordam com sua saída. Consideram que ele puxa mais votos em Salvador. CUT e APS – Três integrantes do diretório nacional também saíram do PT: Jorge Almeida (da executiva nacional), Araceli Lemos e Léo Lince. O grupo da CUT na executiva nacional também sofreu as baixas de Bernardete Menezes, Francisvaldo Mendes e Lujan Miranda. Todos integram a APS. A saída em bloco da agremiação deve significar a baixa de deputados estaduais no Amapá, Santa Catarina, Espírito Santo e Pará, além de vereadores e militantes em outros 16 estados. Segundo Jorge Almeida, no decorrer desta semana dezenas de vereadores e deputados estaduais ligados à APS devem de desfiliar do PT, além de líderes sindicais e de movimentos populares. A maioria vai para o P-SOL. Estima-se que a insatisfação custe ainda a deserção de mil militantes. Sampaio, que concorreu à presidência do PT com o apoio da APS, afirmou que "apesar da crise e de toda a vigilância da imprensa, o que nós vimos foi a repetição dos métodos que transformaram o PT em uma máquina eleitoral. Os militantes foram tratados como rebanhos em verdadeiros currais eleitorais." Ele disse que vai recomendar aos que optarem por permanecer o voto em Raul Pont no 2° turno. "Estamos nos desfiliando do partido que ajudamos a fundar há 25 anos, o PT. Não é uma decisão tranqüila... Mas o PT esgotou seu papel como instrumento de transformação da realidade brasileira", diz nota assinada por Sampaio e Valente. (Agências)

Hélvio Romero/AE

Paulo Maluf e sua mulher Sylvia: agora ela será o foco das investigações.

MALUF: US$ 100 MI NO EXTERIOR, MAS AINDA PRESO.

Bicudo: PT está disfigurado. Arquivo DC

Almeida, Sampaio, Valente (da esq. para a dir.) afirmam que o partido se transformou em curral eleitoral

Alencar: situação dramática.

Wilton Júnior/AE

RESULTADO DE ELEIÇÃO NO PARTIDO SAI HOJE

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presidente nacional do PT, Tarso Genro, anuncia hoje, em São Paulo, o resultado final do pleito, realizado dia 18. Segundo o coordenador do Processo de Eleições Diretas (PED), Francisco Campos, o adversário do candidato a presidente nacional da legenda, Ricardo Berzoini (Campo Majoritário), só será conhecido hoje porque a disputa para o segundo lugar entre Raul Pont (Democracia Socialista), com 42.857 votos ou 14,68% do total, seguido por Valter Pomar (Articulação de Esquerda), com 42.782 votos ou 14,65% do total, permanecia acirrada até ontem. Apesar da disputa voto a voto, Pont e Pomar afirmaram que estarão unidos no segundo turno do processo contra Berzoini, que tem 122.745 votos e 42% do total. Campos comentou a saída do ex-candidato Plínio de Arruda Sampaio (AS) do partido. "A decisão de saída é um ato de consciência, logo, uma tomada de posição unilateral de quem se retira de

visto para hoje. Ontem, o advogado Ricardo Tosto informou que Maluf está passando mal na Custódia da PF. "Sente tonturas e taquicardia", disse. Hoje, a mulher de Maluf, Sylvia Lutfalla Maluf, entregará seu passaporte à Justiça. A Procuradoria da República sustenta que ela é a principal beneficiária de uma conta em Paris, com saldo de 1,9 milhão de euros. E que também seria titular de uma conta em Luxemburgo com US$ 10 milhões. (Agências)

ADVOCACIA TRABALHISTA EMPRESARIAL ESPECIALIZADA

DC

U

m levantamento feito pelo M inistério da Justiça mostra que um terço de todo o dinheiro bloqueado pelo governo brasileiro no exterior ao longo dos últimos dois anos pertence ao ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf. Dos US$ 300 milhões retidos em bancos dos EUA, França e Suíça, a pedido dos investigadores brasileiros, cerca de US$ 100 milhões estão em contas de Maluf ou de pessoas a ele ligadas. "Estamos trabalhando para repatriar esse dinheiro", disse a secretária Nacional de Justiça, Cláudia Chagas. O bloqueio das contas só foi possível graças a acordos de cooperação internacionais que possibilitaram as investigações de fraude fiscal e lavagem de dinheiro – tarefas que devem ser facilitadas com o Cadastro N a c i o n a l d e Co r r e n t i s t a , anunciado na última sextafeira pelo Banco Central. Derrotado nos tribunais, Maluf agora pede socorro "com o respeito devido", à juíza Sílvia Maria Rocha, titular da 2ª Vara Criminal da Justiça Federal em São Paulo, que dia 9 decretou sua prisão preventiva por crime contra o sistema financeiro (evasão de divisas), lavagem de dinheiro ilícito, formação de quadrilha e corrupção passiva – e entrou em férias. O retorno dela está pre-

Filipe Araújo/AE

DC

C

om a saída dos deputados federais Chico Alencar (RJ), Ivan Valente (SP), Maria José Conceição Maninha (DF) e Orlando Fantazini (SP) do PT anunciadas ontem – e de João Alfredo (CE) que saiu no sábado – o PMDB passou a ser a maior bancada da Câmara com 87 deputados contra 84 do PT. "É uma situação dramática; não tenho nem dormido, o PT é meio religião", disse Chico Alencar, abatido. Alguns deputados já divulgaram o novo endereço: Valente e Fantazini vão para o P-SOL. "A saída para o PSOL será na perspectiva de um partido amplo, não-sectário", disse Alencar. Ele reconheceu que na base há uma divisão sobre a decisão de partir. Os deputados Walter Pinheiro (BA), Nazareno Fonteles (PI) e Paulo Rubem Santiago (PE) decidem hoje se acompanham ou não os companheiros. Além dos cinco deputados federais, outras lideranças também estão saindo. Insatisfeitos com o as eleições internas, dois fundadores do PT, o ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio – da Ação Popular Socialista (APS) – e o jurista Hélio Bicudo pediram sua desfiliação. "A manutenção do Campo Majoritário torna incompatível minha presença no partido, que está totalmente desfigurado", justificou Bicudo. Angústia – O ex-líder Walter Pinheiro (BA) diz-se angustiado. Mas é possível que permaneça no PT. Por dois motivos: Raul Pont, candidato a presidente da legenda pela Democracia Socialista (DS), à qual pertence Pinheiro, vai disputar o 2° turno e suas bases na

Os Advogados,

OVIDIO LOPES GUIMARÃES JUNIOR JOEL EDUARDO DE OLIVEIRA ROGÉRIO PACILÉO NETO Comunicam a todos os clientes e colegas a mudança do Escritório de Advocacia Trabalhista para a Avenida Marquês de São Vicente, 121, Bloco B, 13º andar, conjunto 1301, Barra Funda, São Paulo, SP, CEP: 01139-001, Telefones: 11 3616-6544 - 3616-6546, a partir de 10/01/2005, onde estarão atendendo definifivamente.

Berzoini no Sindicato dos Bancários, no Rio, considera "anti-democrático" o abandono dos correligionários.

uma agremiação partidária". Recursos– Campos afirmou que ficou "particularmente surpreendido" com o elevado índice de votação no primeiro turno, que teve mais de 300 mil votos. Na avaliação do coordenador, o resultado final do primeiro turno não será afetado pelos recursos que foram interpostos até sexta-feira (23). "Os recursos não vão colocar em risco a lisura das eleições porque pode até ter ocorrido problemas localizados, mas

não a ponto de fraudar ou colocar em dúvida a lisura do PED". Segundo ele, todas as denúncias serão investigadas e os recursos julgados até amanhã. O parecer final será dado pela executiva até o dia 6. Repe rcussã o– Raul Pont considerou o abandono de correligionários da legenda de "equivocada". E avaliou que a iniciativa "conduz à dispersão,

à atomização da esquerda", no momento em que "nosso comportamento deveria ser de unidade". Berzoini classificou a saída de anti-democrática. "Isso me parece um comportamento antidemocrático, condicionar a permanência em uma agremiação partidária dependendo da correlação de forças interna. Respeito a decisão , mas lamento". (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.POLÍTICA

terça-feira, 27 de setembro de 2005

SOB CLIMA DE CAMPANHA, OS PARTIDOS BUSCAM ALIADOS PARA SEUS CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA DA CASA. Jamil Bittar/Reuters

Ailton de Freitas/AE

OS CANDIDATOS Agência Estado

José Thomaz Nonô recebe Rodrigo Maia e Alberto Goldman

Deputado Aldo Rebelo, candidato do governo, prevê segundo turno

AS ÚLTIMAS ALIANÇAS ANTES DA ELEIÇÃO

Após o encontro, o líder do PT, deputado Henrique Fontana (RS), procurava negar essa dificuldade: "O PT está motivado e unido no apoio a Aldo. Ele tende a ter todos os votos do partido. Não há rejeição a ele." Oposição – Nesse cenário, a oposição quer atrair o apoio de Michel Temer (PMDB-SP), outro forte candidato, para José Thomaz Nonô (PFL-AL) já no primeiro turno. Ambas as campanhas fazem frente à candidatura palaciana e disputam, no voto, o mesmo grupo de eleitores: os insatisfeitos com o governo. Temer, porém, está disposto a ir até o fim, negociando uma eventual aliança com o pefelista apenas na esperada segunda rodada de votação. Mas o núcleo oposicionista espera que ele abandone a disputa antes, se ele considerar remotas as chances de polarizar a sucessão. Há ainda a possibilidade de que a campanha do deputado Ciro Nogueira (PP-PI), afilhado político de Severino Cavalcanti (PP-PE), decole nas próximas horas, mas sem força para chegar ao segundo turno. No quadro geral de diversas candidaturas, políticos experientes avaliam que a maior dificuldade nesta sucessão é não se tratar de uma disputa partidária, ainda que governo e oposição estejam claramente representados. "Essa não é nem será nunca uma campanha dos partidos, é uma cam-

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governo decidiu apostar todas as suas fichas para eleger o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) à presidência da Câmara. Além de enxergar na disputa a chance de emplacar um aliado no posto, quer provar que ainda tem maioria para vencer uma votação acirrada. O Palácio do Planalto está jogando pesado para credenciar Aldo. Prometeu liberar dinheiro de emendas parlamentares e está firme na articulação política. Ontem, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDBAL) recebeu a visita do ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência). O encontro simboliza a atuação do governo em favor de seu candidato. "A base já tem mais de um

nome, mas acho que minha candidatura está consolidada, porque além dos partidos que já manifestaram apoio, há outros deputados que manifestaram simpatia", disse Aldo Rebelo a jornalistas, procurando refutar, porém, o "carimbo de candidato do Planalto". Dois turnos – Aldo comentou que não será fácil uma decisão em primeiro turno. Ele já conta com o apoio formal das bancadas do PT, do PSB e de seu partido, o PCdoB. Mas ainda enfrenta alguma resistência entre os petistas. Às vésperas da eleição, enquanto outros candidatos se articulavam nos bastidores para angariar votos, ele teve de passar parte do seu dia reunido com a bancada petista para convencê-la a aderir integralmente à sua campanha.

panha de pessoas", prognosticou José Thomaz Nonô, que prometeu oficializar sua candidatura hoje, por volta do meio-dia, quando espera conseguir o apoio formal do PPS, o PV e o PDT – embora este último tenha candidato, o deputado Alceu Collares (RS). "Se vou aguardar, é porque tenho expectativa otimista", afirmou. "Minha candidatura é plural." O PSDB e o Prona, além do PFL, já manifestaram apoio a Nonô. "Se não houver consenso e com o governo sob suspeita, acho saudável que a oposição ganhe. Um dos instrumentos de controle seria a Câmara", afirmou o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ). Reeleição – Nonô desqualificou o recurso feito pelo deputado Eduardo Cunha (PMDBRJ) à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sobre o qual não poderia lançar seu nome à presidência, pois está no exercício do cargo. Pelas regras, é proibida a reeleição do presidente numa mesma legislatura. A assessoria da Câmara, no entanto, entende que não há nada que inviabilize o pefelista, interinamente na vaga. Se a CCJ concordar haverá uma reviravolta, já que, além de Nonô, mais dois fortes candidatos estariam fora da disputa: Ciro Nogueira e João Caldas. O futuro presidente da Câmara, eleito amanhã, permanecerá no mandato até 2 de fevereiro de 2007. (Agências)

Alceu Collares (PDT-RS) Advogado e funcionário público, o deputado gaúcho nasceu em Bagé, tem 78 anos e começou a vida política como vereador. Com formação política trabalhista, ganhou projeção nacional ao ser eleito governador do Rio Grande do Sul, em 1990. Também já foi prefeito de Porto Alegre e está no seu quinto mandato. Agência Câmara

Aldo Rebelo (PCdoB-SP) Durante o mandato do presidente Lula, foi líder do governo na Câmara e ministro da Coordenação Política. Nascido em Viçosa (AL), é jornalista e tem 49 anos. Depois de ser eleito vereador, em 1988, conquistou quatro mandatos seguidos de deputado federal e já representou a Casa em diversas missões oficiais. ABr

Jair Bolsonaro (PP-RJ) Nascido em Campinas, tem 55 anos. É oficial do Exército e começou a carreira política depois de dar declarações à imprensa, em 1986, criticando os salários dos militares – o que desagradou o Exército e o levou a ser preso. Na eleição seguinte, conquistou um mandato de vereador. Está no quarto mandato como deputado federal. Agência Câmara

João Caldas (PL-AL) Advogado e empresário, é o atual 4º secretário da Câmara. Tem 45 anos e foi o primeiro a registrar a candidatura à Presidência da Casa. Começou a vida pública como vereador, em 1983, e depois foi prefeito de sua cidade natal Ibateguara (AL) - e deputado estadual. Está no segundo mandato consecutivo de deputado federal. ABr

Luiz Antonio Fleury (PTB-SP) Ex-governador de São Paulo exerceu também a função de secretário de Segurança Pública -, é advogado, nasceu em São José do Rio Preto e tem 56 anos. Está no segundo mandato como deputado federal e preside, atualmente, a Comissão de Defesa do Consumidor. Na Câmara, também já foi ouvidor-geral e procurador parlamentar.

Laycer Tomaz/AC

PP, PTB E PL: UM ÚNICO CANDIDATO. O

s candidatos à presidência da Câmara do P P, C i ro N o g u e i r a (PI), do PTB, Luiz Antônio Fleury Filho (SP), e do PL, João Caldas (AL), vão se reunir hoje para definir um candidato único dos três partidos. Vão contar os prováveis votos de cada um e analisar qual dos três tem melhores condições de vencer. Ontem, os três se reuniram para selar o acordo, mas a tese da candidatura consensual esbarrou na indisposição dos candidatos de abrirem mão de seus nomes. "Cada um trará a sua lista de votos e vamos conferir", afirmou Fleury Filho. "Ao final da avaliação, vocês verão que sairemos unidos para a eleição", completou Ciro Nogueira, segundo vice-presi-

dente da Câmara e corregedor da Casa. "Nossa unidade tem de ser inquebrantável. Não entramos na disputa para sairmos fracos", afirmou Caldas. Os três partidos pretendem correr por fora da polarização entre os candidatos da oposição, José Thomaz Nonô (PFLAL), e do governo, Aldo Rebelo (PC do B-SP). Juntos, os três partidos avaliam que terão mais poder de articulação e poderão conseguir votos pulverizados nos partidos políticos. Baixo clero – As projeções indicam que Ciro possui um estoque de votos maior do que dos outros dois. Sua candidatura segue um roteiro semelhante ao acontecido em fevereiro passado, quando Severino Cavalcanti foi eleito corren-

Folha Imagem

Ciro Nogueira (PP-PI) Advogado e empresário, tem 36 anos e nasceu em Teresina (PI). Aliado político do ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti é atualmente o corregedor da Casa. Vem de uma família de políticos e conquistou o primeiro mandato de deputado federal na eleição de 1994, quando tinha 25 anos. Agora está no terceiro mandato seguido na Câmara.

João Caldas (PL), Ciro Nogueira (PP) e Luiz Antônio Fleury Filho (PTB).

do por fora. Se Severino era o rei do baixo clero, Ciro é o príncipe dessa bancada. Votos severinos – Em campanha pela presidência, o corregedor pretende herdar os votos de seu padrinho político. O seu lema é emblemático: "513 líderes, um compromisso de trabalhar pelo Brasil", que guarda semelhança com o discurso de despedida de Severino da Câmara, quando acusou a "elitizinha", o alto clero, de conspirar contra ele. Ciro deve emergir do encontro como o candidato dessas agremiações. Em campanha por Brasília, Caldas abordava

deputados e até falava de sua candidatura, mas encerrava a conversa assim: "Mas o que você acha do Ciro?" O lançamento da candidatura de Ciro Nogueira deu certa insegurança quanto à influência que poderá ter na candidatura do pefelista José Thomaz Nonô e na do petista Aldo Rebelo, já que o PP, o PTB e o PL ainda são da base governista. A bancada do PP se reuniu ontem à noite para discutir as candidaturas, pois além de Ciro Nogueira, dois outros deputados do partido querem ser presidentes: Francisco Dornelles (RJ) e Jair Bolsonaro (RJ). (AE)

Agência Câmara

Francisco Dornelles (PP-RJ) Sobrinho do ex-presidente Tancredo Neves, tem 70 anos e nasceu em Belo Horizonte (MG). Professor universitário e servidor público, foi ministro da Indústria e Comércio e do Trabalho no Governo Fernando Henrique Cardoso. Também já foi procurador da Fazenda e é autor de livros sobre Direito Tributário. Está no quinto mandato seguido. Agência Câmara

eleitoral confuso, logo o corregedor da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI), candidato a presidir a Casa, contratou 50 modelos para pedir votos. A desobediência de Ciro ao acordo por uma campanha austera deixou adversários irritados com a presença das mulheres, chamadas de “ciretes”. "Não sabia que não podia. Contratei as garotas para levar uma mensagem aos parlamentares. Nós entramos para ganhar", disse o candidato, que mudou a estratégia e vai deixar as garotas, hoje e amanhã, recepcionando os deputados no aeroporto de Brasília.(AG)

José Thomaz Nonô (PFL-AL) Eleito para a primeira vicepresidência em fevereiro último, é o presidente em exercício da Câmara dos Deputados desde a renúncia do deputado Severino Cavalcanti (PP-AL). Nascido em Maceió, é advogado e tem 58 anos. Deputado federal desde 1983, está no sexto mandato consecutivo. Na atual legislatura, já foi líder da Minoria.

Ailton de Freitas/Agência O Globo

AS 'CIRETES' – Num clima

Digna Imagem

Michel Temer (PMDB-SP) Advogado e professor universitário, é especialista em Direito Constitucional. Nasceu em Tietê e completou 65 anos na última sexta-feira. Já foi presidente da Câmara dos Deputados por duas vezes, de 1997 a 2000, em mandatos alternados. Atualmente, é o presidente nacional do PMDB.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.NACIONAL

terça-feira, 27 de setembro de 2005

HENRIQUE MEIRELLES DIZ QUE O GOVERNO QUER A INFLAÇÃO PREVISTA NO INÍCIO E NÃO A AJUSTADA DE 5,1%

BC VOLTA A PERSEGUIR META DE 4,5% PARA 2005 Tom Cabral/AE

O

Banco Central (BC) voltou a perseguir a meta de 4,5% para a inflação deste ano, e não mais a meta ajustada de 5,1%. A informação foi dada ontem por brasileiros presentes à apresentação do presidente da instituição, Henrique Meirelles, em Washington, durante a reunião conjunta do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial. Na ocasião, o presidente do BC teria indicado que a meta que o Comitê de Política Monetária (Copom) persegue em 2005 é de 4,5%, a meta original. Em um gráfico da sua apresentação era esse o número que constava e não 5,1%. Além disto, Meirelles fez questão de dizer que 4,5% é o centro da meta e não o piso. Meirelles também afirmou que Afonso Bevilaqua, diretor de Política Econômica do BC, que estava presente ao encontro, vem mencionando esse ponto nos relatórios da entidade. A meta citada pelo presidente do BC é balizada no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que vem caindo a cada mês. Até agosto, o IPCA acumula alta de 3,59% no ano. Deflação – Além do IPCA, outros índices de inflação vêm registrando queda nos últimos meses. No entanto, a desaceleração agora mostra sinais de estabilidade. Ontem, o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), indicou que a deflação na cidade de São Paulo está com os dias contados. Os preços na capital paulista caíram 0,01% no indicador encerrado em 22 de setembro, ante queda

O aumento de 3,5% no preço da gasolina pressionou o IPC-S de SP

de 0,17% no IPC-S anterior, de até 15 de setembro. Os aumentos na taxa de água e esgoto residencial (6,55%) e no preço da gasolina (3,5%) diminuíram o ritmo da queda dos preços. "Para a próxima semana, mesmo com a taxa positiva, a elevação não será algo preocupante", disse o vice-diretor do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), Vagner Ardeo. O economista não afastou a possibilidade de a inflação semanal em São Paulo voltar a cair, após o término da influência desses dois produtos. A FGV também anunciou ontem os resultados regionais das outras seis capitais usadas para cálculo do IPC-S de até 22 de setembro, cuja taxa completa foi anunciada na sexta-feira

(-0,08%). O Rio de Janeiro passou por situação similar à de São Paulo. As elevações nas taxas de água (8,55%) e no preço da gasolina (2,29%) elevaram o IPC-S na cidade, que teve alta de 0,03%, ante queda 0,04% na apuração anterior. A redução menos intensa nos alimentos também contribuiu para o recuo menor nas duas capitais. Outras capitais – Das sete capitais pesquisadas pela FGV, cinco apresentaram aceleração de preços ou deflação menos intensa na passagem do IPC-S de até 15 de setembro para o indicador de até 22 de setembro. Além de São Paulo e Rio de Janeiro, é o caso de Belo Horizonte, Brasília e Recife. Apenas Porto Alegre e Salvador registraram recuo nos preços no mesmo período. (AE)

JUROS ANALISTAS APOSTAM EM REDUÇÃO

O

mercado financeiro continua a acreditar que há espaço para o Comitê de Política Monetária (Copom) cortar a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual na reunião de outubro. É o que mostra pesquisa semanal divulgada ontem pelo Banco Central (BC). A maioria das instituições consultadas pelo BC prevê que a Selic estará em 19% no fim do mês de outubro, ante os atuais 19,5%. Nessa hipótese, os juros chegariam ao seu nível mais baixo desde os 18,75% de fevereiro deste ano. Quanto à inflação, os participantes da pesquisa mantiveram a estimativa para este ano em 5,21%. A manutenção ocorreu mesmo depois de a ata do Copom ter informado que o BC já trabalha com uma projeção de inflação abaixo da meta de 5,1%. O moderado pessimismo do mercado em relação ao comportamento dos preços contaminou as expectativas de IPCA para setembro e outubro, que aumentaram de 0,33% para 0,35% e de 0,4% para

0,43%, respectivamente. A piora pode ser explicada pelo reajuste dos preços dos combustíveis. O aumento anunciado pela Petrobras levou o mercado a aumentar a estimativas de alta dos preços administrados de 7% para 7,3%. Apesar disso, o percen-

5,21% é a expectativa de inflação para este ano, segundo analistas ouvidos pelo Banco Central tual estimado ainda é menor que os 7,8% previstos pelo BC na ata do Copom. Para 2006, a previsão de aumento dos administrados permaneceu em 4,85%, percentual também inferior aos 5,3% projetados pelo BC. O índice mais baixo de reajuste espera-

do para o próximo ano vem na esteira da queda da inflação medida pelos IGPs. Para o mercado, o IGP-M terminará 2005 em apenas 1,56%. A pesquisa do BC registrou ainda uma queda das estimativas de IPCA para 2006, de 4,8% para 4,64%. Com a redução, o percentual ficou ainda mais próximo da meta de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o próximo ano. Na ata divulgada na semana passada, o BC informou que já trabalha com uma estimativa de variação do IPCA abaixo dos 4,5%. A previsão de inflação para os 12 meses à frente também caiu e recuou de 4,77% para 4,74%. Foi a terceira redução consecutiva dessa estimativa, que estava em 4,89% há quatro semanas. A expectativa do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, por sua vez, aumentou pela quarta vez seguida: avançando de 3,26% para 3,28%. Apesar disso, a estimativa ainda é inferior aos 3,4% projetados pelo Ministério do Planejamento na semana passada. (AE)

SNOW ELOGIA PALOCCI E SUA POLÍTICA ECONÔMICA

O

secretário do Tesouro americano, John Snow, fez ontem rasgados elogios ao Brasil e, principalmente, ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci. "O ministro Palocci é a voz da razão da economia global", disse em discurso para investidores e analistas durante almoço promovido pela Câmara Brasil-EUA. Segundo Snow, há três anos a maioria das pessoas da comunidade internacional indagava o que ocorreria com a economia brasileira. "Graças ao presidente Lula e ao ministro Palocci, coisas maravilhosas aconteceram nesse período. Seja por qualquer medida, o Brasil está indo muito bem e o desempenho da economia apagou quaisquer dúvidas que existiam há três anos." Snow citou o crescimento econômico do País e classificou o número de criação de 100 mil empregos formais por mês divulgado pelo governo como um

"terrific number" (resultado exuberante). Ele observou que, mesmo durante o período de turbulência política, o fato de os spreads da dívida brasileira terem caído mostra a confiança dos investidores no Brasil. "Esses líderes do Brasil (Lula e

R$ 4,9 bilhões é o que falta para que o governo alcance a meta do superávit primário estipulada para 2005 Palocci) tiveram coragem não só de abraçarem a boa política econômica, mas também de se manterem fiel à ela", declarou. Contas públicas – Por aqui, o Banco Central anunciou ontem que o superávit primário de R$ 78,93 bilhões registrado de

janeiro a agosto pelo setor público consolidado, que reúne União, Estados, municípios e empresas estatais, já ultrapassou em cerca de 31% a meta estabelecida para agosto, que era de R$ 60,18 bilhões. O governo também praticamente já atingiu a meta de R$ 83,85 bilhões estabelecida para 2005, faltando apenas R$ 4,9 bilhões para que ela seja alcançada. "A meta estabelecida para o final do ano está praticamente garantida, muito embora será necessária a vigilância no último trimestre por causa do aumento de gastos no período", disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes. Comparado ao Produto Interno Bruto (PIB), o superávit do setor público acumulado, de 6,26%, também ultrapassou a meta para o ano, que é de 4,25%. No período de 12 meses encerrados em agosto, o superávit primário está em R$ 96,3 bilhões, igual a 5,1% do PIB. (AE)


10 -.FINANÇAS

DIÁRIO DO COMÉRCIO

COMÉRCIO

Dólar tem menor valor desde 2001 ngressos de recursos e a ausência do Banco Central (BC) no mercado de câmbio fizeram o dólar comercial encerrar a segunda-feira no menor nível desde o início de maio de 2001, a R$ 2,250 para compra e a R$ 2,252 para venda. A desvalorização em relação ao fechamento de sextafeira foi de 0,57%. De manhã, o mercado doméstico chegou a acompanhar o avanço do dólar em relação ao euro e os investidores estavam cautelosos à espera de um possível retorno dos leilões de compra de dólares do BC. Mas sem a atuação da autoridade monetária, os investidores passaram para a ponta de venda do mercado, fazendo o dólar recuar. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em baixa ontem, em um movimento de realização de lucros, mas o mercado mostrou pouca disposição para a venda. Depois de atingir recorde histórico na sextafeira (31.294 pontos), o Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, caiu 0,49%, para 31.141 pontos no pregão de ontem. Com esse resultado, passa a acumular ganhos de 11,04% no mês e de 18,88% desde o início do ano. O volume financeiro total na Bovespa ficou em R$ 1,9 bilhão, acima da média diária do ano, de R$ 1,52 bilhão. Petrobras PN, a ação mais negociada, caiu 1,62%, para R$ 35,20. (DC/Reuters)

terça-feira, 27 de setembro de 2005


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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FINANÇAS - 11

CONSUMIDORES UTILIZARAM MAIS O DINHEIRO DE PLÁSTICO, EM AGOSTO, SEGUNDO PESQUISA DA ABECS Paulo Eugênio Goulart/Ag.OGlobo

BRASILEIROS SE RENDEM AOS CARTÕES

N

Cartões de crédito, débito e de loja responderam, em agosto, por R$ 18,6 bilhões movimentados no País

Bradesco inova com parcelas fixas O Bradesco está trazendo para o mercado três novas opções de financiamento habitacional, com um diferencial: as parcelas são fixas durante um período de duração do contrato. A primeira opção é voltada à compra de imóveis residenciais, novos ou usados, com valor variando de R$ 40 mil a R$ 120 mil, com prestações fixas nos primeiros três anos (36 meses). Financia até 80% do valor do imóvel, quando antes o limite era de 70%. O prazo também é maior: 18 anos, contra o prazo anterior de 15 anos. "Durante três anos o cliente terá uma taxa de juros de 12% ao ano, sem correção monetária da parcela ou do saldo devedor. A partir daí, haverá também a correção pela Taxa Referencial", diz o superintendente-executivo da instituição, Osmar Roncolato. A segunda opção é voltada para imóveis residenciais, também novos ou usados, com valor superior a R$ 350 mil. Nesta linha, as presta-

ções são fixas durante todo o período de duração do contrato, que pode chegar a 12 anos. Ou seja, sobre elas não há correção monetária. "Aqui, o banco financia até 70% do valor de avaliação do imóvel a uma taxa de 1,24% ao mês (16% ao ano)", diz Roncolato. Pesquisa – As novas linhas foram desenvolvidas a partir de pesquisa com clientes potenciais, além de construtoras e incorporadoras parceiras do Bradesco. "Trabalhamos com uma taxa de juros bem inferior à Selic, que está hoje em 19,50% ao ano, pois confiamos na política de redução dos juros. Ao fixar em 16% ao ano, apenas transferimos antecipadamente os benefícios aos clientes", diz Roncolato. A terceira opção é uma linha de crédito voltada para imóveis comerciais com valor de até R$ 500 mil. Os juros são de 1,39% ao mês (18% ao ano), também sem correção monetária, e prazo de pagamento de cinco anos. "Essa linha faz

parte da Carteira Hipotecária Comercial, que tem prazos ajustados às necessidades do mercado", acrescenta. Na visão do executivo, o maior atributo dos financiamentos está na ruptura de paradigmas. "A idéia é fazer com que a prestação da casa própria caiba no bolso da população brasileira. Se a parcela couber na renda mensal atual do cliente, ele saberá que caberá no decorrer dos anos”, avalia Roncolato. Para o presidente do Sindicato da Habitação (Secovi) de São Paulo, Romeu Chap Chap, o Bradesco irá contribuir decisivamente para a popularização do crédito imobiliário. “Essas condições, aliadas à capilaridade da instituição, farão com que o financiamento fique mais próximo das pessoas, o que, em síntese, é o que temos buscado nesses anos todos" diz Chap Chap. O crédito é voltado apenas para os clientes do Bradesco. Ana Laura Diniz

o mês de agosto, o consumidor brasileiro usou mais os cartões no pagamento de compras, à vista ou a prazo. Naquele mês, foram registrados 330 milhões de transações feitas com cartões de crédito, débito e private label – os cartões de loja – , que, juntos, representaram um volume financeiro equivalente a R$ 18,6 bilhões. Superior em 29% a tudo o que foi movimentado com cartões dessas três modalidades em agosto de 2004. Esse uso maior foi detectado pela pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Os cartões de crédito ainda aparecem com o maior número de transações efetuadas, em um total de 146 milhões no mês passado, contra 134 milhões do cartão de débito e 51 milhões dos cartões de loja. Mas coube aos cartões de débito o maior aumento de uso quando comparado ao mesmo período do ano passado. Em agosto de 2004, os cartões de débito responderam por 93 milhões de transações. No mês passado, foram 44% mais operações feitas, que somaram os 134 milhões assinalados anteriormente. Também coube aos cartões de débito a maior variação quando o assunto é o ticket médio, isto é, o gasto médio feito no cartão. Em agosto de 2004, o valor do gasto médio era de R$ 40,25, passando para R$ 40,66, em agosto deste ano. Mais aceito – Na avaliação de Antônio Luiz Rios, diretor de Marketing da Abecs, o crescimento na emissão de cartões, em especial por parte dos bancos, associado ao fato de essa forma de pagamento entre o varejo ser mais aceita, é o que resultou nesse crescimento. A indústria de cartões de crédito deve encerrar 2005 com um incremento de 150 mil novos estabelecimentos credenciados para trabalhar com cartões. Hoje, cerca de um milhão de

Contra fraudes, cadastro de contas Governo apresenta o cadastro que aponta quem são os correntistas dos bancos

O

Banco Central apresentou, na última sexta-feira, em Brasília, o Cadastro Nacional de Correntista (CCS). Nele, estão informações completas sobre as pouco mais de 150 milhões de contas correntes existentes no País abertas em todas as instituições bancárias, entre públicas e privadas. O objetivo do cadastro é permitir o acesso rápido do governo às contas de pessoas que estejam sob investigação e, assim, impedir que sejam realizadas transações financeiras para a lavagem de dinheiro. "Com o cadastro, o acesso da Justiça às informações bancárias será agilizado", diz Cláudia Chagas, secretária Nacional de Justiça. O CCS contém informações

relativas à abertura e ao encerramento das contas feitas por qualquer cidadão brasileiro nos últimos cinco anos. Também inclui os dados completos sobre seus responsáveis. Com o banco de dados, documentos relativos a movimentações bancárias, como microfilmes de cheques, por exemplo, que hoje são guardados por apenas cinco anos, passarão a ser guardados por 10 anos, segundo a secretária. Sigilo – Embora priorize a agilidade, o cadastro não permite o acesso aos sigilos bancários dos correntistas, o que continuará dependendo de decisões da Justiça. "Não é uma violação do sigilo, mas a forma de se identificar com rapidez as contas mantidas em várias instituições", explicou

Cláudia. O cadastro de correntistas foi uma das metas estabelecidas pela Estratégia Nacional de Combate á Lavagem de Dinheiro (Encla). Seu objetivo foi o de estabelecer um novo sistema para o combate ao crime no Brasil. O princípio dessa ação é a articulação permanente entre os órgãos públicos. O levantamento será utilizado pelo Gabinete de Gestão Integrada de Prevenção e Combate à Lavagem de Dinheiro (GGI-LD) do governo federal, formado por órgãos como a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o Banco Central, a Casa Civil da Presidência da República, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e a Polícia Federal, entre outros. (Reuters)

BANCO POPULAR TERÁ POUPANÇA O

Banco Popular do Brasil (BPB), braço financeiro do Banco do Brasil voltado à população de baixa renda, deve criar, até o início de 2006, sua caderneta de poupança. A informação foi dada ontem pelo gerente de microcrédito do banco, Valdir de Oliveira. Hoje, no Banco Popular do Brasil, os clientes estão isentos do pagamento da Contribuição Provisória sobre

Movimentação Financeira (CPMF). Além dos empréstimos, os correntistas do banco podem usar os postos do banco instalados em farmácias, padarias e em estabelecimentos de pequeno porte para pagar contas. Outro diferencial, segundo Oliveira, é o foco que a instituição tem dado a jovens com idade de até 24 anos, que, segundo avaliação feita pelo banco, estariam entre os que

não encontram emprego no País. Segundo Valdir de Oliveira, "há muitas instituições que promovem cursos para esses jovens e agora nós queremos entrar nesse mercado". Ele diz que, ao fazer um curso de marcenaria, eletricista, encanador ou outro semelhante, o cliente pode solicitar um empréstimo para a aquisição de ferramentas. (Reuters)

Ó RBITA

NOVA PERDA

O

ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, ex-dono do Banco Santos, cuja falência foi decretada na semana passada, sofreu ontem um novo revés no processo de falência da instituição. O juiz Caio Marcelo Mendes de Oliveira, da 2.ª Vara de Recuperação e Falências de São Paulo, frustrou os planos do exbanqueiro de ver o interventor Vânio de Aguiar, designado pelo Banco Central à época da intervenção, afastado do processo de falência da instituição. O juiz rejeitou o pedido de impugnação da nomeação feito pelos advogados do banco Santos. Já na decretação da falência os advogados de Edemar contestaram a nomeação de Aguiar. Segundo eles, havia um conflito na nomeação, pois Aguiar teria sido o responsável pela desqualificação dos ativos do banco no processo de liqüidação. O juiz, no entanto, considerou "inconsistentes" os motivos apresentados pelos representantes do banqueiro. (AE)

estabelecimentos dos mais variados tipos e tamanhos trabalha com cartões. Mas esse não é o único motivo "As administradoras têm investido muito em promoções para os portadores e usuários dos cartões, promoções que incluem especialmente prêmios", diz Rios. O que, segundo ele, também reforçou o uso do produto no pagamento de contas no mês de agosto. O executivo da Abecs ressalta que chama a atenção na pesquisa o fato de que o que cresce é a utilização do cartão e não o número de plásticos emitidos. Hoje, existem no País 320 milhões de cartões, dos tipos crédito, débito e de loja, que representam 24% mais do que em agosto de 2004, quando 258 milhões de cartões estavam nas mãos de consumidores De novo – E quando o assunto é número de cartões emiti-

dos, o destaque de novo vai para os de débito, os que mais cresceram em unidades, mês passado: 30% sobre o mês de agosto de 2004. Circulam hoje no País 165 milhões de cartões de débito. Eram 127 milhões no ano passado. "O cartão de débito é uma prova do crescimento das cultura do brasileiro no uso do produto", diz Rios. Para o executivo, o cartão de débito deverá, cada vez mais, a modalidade preferida do brasileiro no pagamento de contas. A estimativa da Abecs para setembro é de que as operações com cartões movimentem algo em torno de R$ 18 bilhões, incluindo aqui as três modalidades. Abaixo, segundo Rios, de agosto por apenas um motivo: "no mês de agosto, as vendas aumentam puxadas pelo Dia dos Pais", diz ele. Roseli Lopes

Santander traz novo produto de previdência para empresas U

m novo plano de previdência complementar privada para pequenas e médias empresas foi lançado pelo grupo Santander Banespa, ontem. Trata-se do Simprev Empresarial, disponível em dois tipo de contrato: o plano instituído, no qual não apenas os funcionários, mas também a empresa participa com contribuições mensais; e o averbado, onde a participação via contribuições é feita apenas pelos funcionários. O novo produto é

oferecido nas modalidades Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL) e Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL). Apesar de ser feito com a intermediação da empresa, o funcionário que aderir ao plano poderá optar pelo tipo de investimento para o qual seus recursos serão direcionados, entre a renda fixa, os fundos multimercados ou os fundos de ações, de acordo com seu perfil de investidor, conservador, moderado ou agressivo.

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Ano 81 - Nº 21.971

São Paulo, terça-feira 27 de setembro de 2005

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Jacek Stachowski/Corbis Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem

PT, a galáxia cadente MST: onda de invasões Sede do Incra (foto) foi ocupada em São Paulo. Pág. 3 Ailton de Freiras/Agência O Globo

Adriano Machado/Folha Imagem

O jogo do poder na Câmara Rebelo e Nonô (fotos) na luta pela presidência. Pág. 8 Wilton Júnior/AE

galáxia petista está se desintegrando. Ontem caíram duas das estrelas que brilhavam desde a sua formação, Hélio Bicudo e Plínio de Arruda Sampaio. A constelação vermelha da Câmara perdeu 4 deputados, não é mais a maior, e estão cadentes ainda 15 deputados e vereadores, HOJE Nublado alguns dirigentes partidários e mil militantes. Máxima 17º C. Mínima 11º C. AMANHÃ Muitas estrelas são atraídas pelo PSOL, da Nublado Máxima 18º C. Mínima 10º C. senadora Heloisa Helena, "na perspectiva de um partido não-sectário". As eleições internas, "manipuladas pelo Campo Majoritário", levaram o PT à órbita do desmanche. Página 5

A

Berzoini critica o PTcadente Os ex-petistas são "antidemocráticos", diz Berzoini. Pág. 5


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

66-.OPINIÃO

terça-feira, 27 de setembro de 2005

RESENHA

ARTHUR CHAGAS DINIZ PARCERIAS DE

COLÔMBIA, UM

SUCESSO

INTERNACIONAL

D

VIZINHO EXEMPLAR

Algumas reformas introduzidas ainda nos anos 90 passaram despercebidas causados pelas FARC são, entretanto, muito boas. O atual presidente colombiano, Álvaro Uribe, tem se demonstrado inflexível com os criminosos que se acobertam sob o manto da guerrilha ideológica, dentro do quadro do Estado de Direito. O que mais impressiona quem analisa a realidade desse país andino, porém, são algumas reformas introduzidas ainda nos anos 90 que passaram despercebidas pela opinião pública mundial. A primeira importante reforma foi a previdenciária. A Colômbia já introduziu há mais de dez anos um modelo híbrido, próximo ao chileno. Hoje os empregados na Colômbia podem optar entre a previdência pública ou os fundos de pensão privados. Para

cada peso depositado pelo empregado em uma conta de fundo de pensão, o empregador deposita outros três. Evidentemente que a esmagadora maioria dos novos empregados optou pelos fundos privados. Nos últimos anos esses fundos se tornaram grandes investidores e estão na raiz do círculo virtuoso econômico colombiano. O sucesso do modelo privado talvez leve a médio prazo ao fim da previdência pública, custosa, ineficiente e inviável num cenário demográfico de estabilidade.

Céllus

A

Colômbia é um dos países mais extraordinários da América do Sul: tem um dos níveis educacionais mais elevados do continente; embora cortada pelo Equador, a altitude andina cria uma diversidade climática que permite os mais variados cultivos; é auto-suficiente em petróleo; dispõe de excelentes portos, tanto para o Atlântico quanto para o Pacífico. Apesar de todos esses fatores positivos, uma guerrilha de esquerda vem há décadas ceifando milhares de vidas e minando a geração de renda dos colombianos, que já deveriam ser, de longe, os mais prósperos da América. Mas as perspectivas para superar os entraves

Por detrás do referendo

O

utra importante reforma diz respeito ao sistema semelhante ao FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) brasileiro. Os colombianos, simplesmente, permitiram que os valores fossem depositados em fundos privados de livre escolha dos empregados. Esses valores, chamados de "cesantia", podem ser sacados em situações semelhantes às previstas no FGTS. A diferença é que eles são remunerados a taxas de mercado, e não por índices vilipendiados, como acontece no Brasil. A Colômbia é um país que tem muitos exemplos a dar: como uma democracia pode lutar contra uma esquerda associada ao narcotráfico, sem violar o Estado de direito; e como importantes reformas podem ser levadas a cabo, mesmo num ambiente político conflagrado. Assim, as autoridade federais brasileiras, cujos olhos estão voltados para Caracas, melhor fariam mirando mais para o poente, buscando na Colômbia as alternativas para questões cruciais. TRECHO DO ARTIGO "COLÔMBIA VIABILIZA REFORMAS", DE CÂNDIDO PRUNES, PUBLICADO NO SITE DO INSTITUTO LIBERAL HTTP://WWW. INSTITUTOLIBERAL. ORG.BR/

Á lvaro Uribe: combate às Farc e reformas

CARLOS CELSO ORCESI DA COSTA

N

o dia 23 de outubro o povo será chamado a enganoso plebiscito. O art. 35 da Lei 10.826/2003 dispõe que "é proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional", salvo para as Forças Armadas, polícia, agentes de segurança privada etc.. O parágrafo 1º complementa que, para entrar em vigor, o art. 35 dependerá de "aprovação mediante referendo popular". A resposta popular será "proibir o comércio: não ou sim?" Há milhões de cidadãos que, como nós, pensam que a questão do desarmamento não consiste na opção entre "quente" e "frio". A princípio todos têm direito de se defender, principalmente em ermos sítios rurais, contra todos os tipos de invasão. Mas ninguém advogará o "direito" de duelar ao pôr-do-sol nas ruas Direita ou Oscar Freire, como Lampião ou Wyatt Earp, segundo a "lei do mais rápido", que aliás afronta a lógica da ética. Por outro lado, se todos detiverem armas em casa, por uma fatalidade estatística, mais mortes acontecerão em razão de seu uso. A polícia inglesa não porta revólver e isso produz reação de menor violência, como se a sociedade civilizada se capacitasse de que a paz pressupõe reciprocidade. A própria exceção, como o assassinato de Jean Charles no metrô de Londres, demonstra o que produzem as armas na mão de pessoas emocionalmente desequilibradas.

E

m qualquer ponto entre os dois pólos extremos situa-se o ponto de equilíbrio. Na metade, a virtude. Note, porém, o eleitor que não há opção pelo meio-termo. O referendo malandro induz a crer que se trata de uma alternativa do mais puro maniqueísmo, entre o bem e o mal antagônicos. Causa a impressão de que estamos optando entre o bang-bang do Velho Oeste e certo padrão sueco de comportamento. O referendo esconde que por detrás da perguntinha aparentemente

simples já está uma lei muito rigorosa. Falta sim ao nosso operante governo fazê-la funcionar, mas sem dúvida a Lei 10.826/03 é bastante dura. Entre outras regras, o "Sistema Nacional de Armas" determina o cadastramento da propriedade de todas as armas, o cadastramento de todos os portes e suas renovações, transferências ou furtos, o cadastro de todos os armeiros, produtores, atacadistas, importadores e exportadores do País, torna restrito e sujeito a severas restrições a aquisição de arma para uso "exclusivamente no interior de sua residência" (art. 5º), por exemplo, ao exigir "documento de ocupação lícita" e "comprovação de aptidão psicológica". Ainda mais difícil é obter porte de arma (arts. 6º a 10). A Lei também criminaliza a posse, o disparo da arma em local público e torna crime de reclusão de 4 a 8 anos o comércio ilegal.

P

ortanto, não nos parece que o referendo coloque a questão honestamente. Ao perguntar à população se está contra ou a favor da "comercialização de armas de fogo e munição", faz pensar que os que votarem "não" à proibição do comércio sejam de algum modo a favor de um revival do velho oeste, enquanto os que votarem "sim" sejam evoluídos, nobres e... escandinavos. O referendo honesto deveria contemplar a seguinte opção: "Você é a favor ou contra restringir o uso de armas pelo cidadão comum?" Aquilo que poucos sabem é que a Lei 10.826 já criminaliza duramente o comércio e uso de armas sem autorização ou porte. De tal sorte que votar "não" significa endossar uma lei já bastante dura. Aquele que analisa a Lei 10.826/2003 com isenção conclui que é altamente restritiva. Portanto, contenta quem prefere pensar que o atual status quo precisa ser modificado. Basta que o Estado faça cumprir a Lei 10.826/2003, ou como diz o vulgo, que "ela pegue", torne-se eficaz. Em síntese: restringir sim, proibir não. CARLOS CELSO ORCESI DA COSTA É SUPERINTENDENTE JURÍDICO DA ACSP

O referendo malandro induz a crer que será a luta entre o bem e o mal

O alicerce da casa própria

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

JORGE MATTOSO Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Ed i tor - Che fe : José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br) Editores: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br), Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Marcos Menichetti (marcosm@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Adriana Gavaça, André Alves, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Lancha, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Juliana de Moraes, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda Correspondente: Renato Carbonari Ibelli (Campinas) Gerente de Publicidade Solange Ramon (sramon@acsp.com.br) Gerente de Produto Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-34493 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005 Auditado pela

C

erca de R$ 15 bilhões deverão ser disponibilizados para a aquisição imobiliária neste ano, sendo mais de R$ 10 bi por meio da Caixa. Até agosto, as demais instituições financeiras já ampliaram em 58% as concessões de crédito em relação a 2004. A projeção é o país encerrar o ano com mais de 600 mil unidades adquiridas ou construídas com recursos do FGTS, da poupança, da Caixa ou dos programas do governo federal. Refletindo e ajudando a reforçar o bom momento do mercado imobiliário brasileiro, a Caixa realiza neste mês de setembro o Feirão Nacional da Casa Própria. Graças à parceria com diversas empresas e entidades do setor da construção e do mercado imobiliário, pessoas interessadas

em adquirir a tão sonhada casa própria encontram em um único espaço ampla variedade de oferta de imóveis e de opções de financiamento habitacional. Em São Paulo, contou com a visita de mais de 94 mil pessoas; no Rio, a população fluminense contará mais de 24 mil imóveis ofertados.

S

eja em eventos como o Feirão, seja nas agências bancárias, os brasileiros voltaram a ter à disposição um amplo volume e opções de financiamento imobiliário. Com isso, depois de muitos anos, o País pode estar iniciando uma trajetória de redução do seu déficit habitacional. JORGE MATTOSO É PRESIDENTE DA CAIXA.

O financiamento imobiliário voltou. É o fim do déficit habitacional?

epois de um longo período de gestação no Executivo e no Legislativo, parece que falta pouco para a realização das parcerias públicoprivadas. Boa parte dos projetos que poderiam ser realizados por privatização ou concessão terá administração privada e garantia pública. Tudo em nome da ideologia. O governo não tem caixa para investir nem talento para gerenciar. Surpreendentemente – e sem qualquer cerimônia -, parece que saíram duas primeiras parcerias público-privadas: a Pecúnia e a Cavalo de Tróia. A Pecúnia, que juntou um bando de empreendedores privados a funcionários do Banco Central, gerou um resultado de R$164 milhões. Os empresários foram responsáveis pela escavação de um túnel de grande extensão (especialidade Maluf)

Saíram as primeiras parcerias públicoprivadas: a Pecúnia e a Cavalo de Tróia entre uma casa e a sede do Banco Central de Fortaleza. Os ladrões limparam o caixa e nenhuma câmera de segurança os filmou. É também notável que os parceiros privados cavaram o túnel até o cofre do Banco Central sem desvio de rota. O lado público da parceria foi caracterizado pelo apoio de funcionários do BC. Esta operação Pecúnia foi um sucesso.

A

segunda, o roubo de cerca de U$700 mil, é a chamada operação Cavalo de Tróia. Depois de uma sensacional descoberta de uma quadrilha internacional de tráfico de drogas e apreensão de 1,6 mil toneladas de maconha e cerca do equivalente a US$ 700 mil, a parceria público-privada, conhecida como Cavalo de Tróia, desapareceu com o total do dinheiro apreendido dentro da Superintendência da Polícia Federal. A PF não fotocopiou as notas nem as recolheu a qualquer banco sob a justificativa da necessidade de holofotes. Pessoal da área privada deu apoio à Cavalo de Tróia recebendo os recursos retirados pelos policiais no cofre forte com as chaves convenientemente disponíveis. Já se pode ver, pelo sucesso das duas primeiras parcerias público-privadas, que elas têm tudo para dar certo. O setor privado especializado está cheio de animação. PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL WWW.INSTITUTOLIBERAL.ORG.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 27 de setembro de 2005

LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS - 9

DECRETO ALTERA BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO MUNICIPAL E DEIXA TRIBUTARISTAS EM ALERTA

Milton Mansilha/Luz

ITBI: COMPRA DE IMÓVEIS PODE FICAR MAIS CARA

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Sindicato da Habitação (Secovi) teme alteração no ITBI na capital e quer debater o assunto com a Secretaria de Finanças

CRIAR EMPRESA FAMILIAR É A SAÍDA PARA EVITAR TRIBUTO Especialistas aconselham um bom planejamento sucessório para poupar tempo e impostos – como o ITBI e o ITMCD – em casos de morte na família Paulo Pampolin/Digna Imagem

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m bom planejamento sucessório pode ser a saída para poupar tempo e impostos no caso de falecimento de alguém da família. O bônus inclui menos Imposto de Renda (IR), isenção dos impostos de transmissão de bens – Imposto de Transmissão Inter Vivos (ITBI) e o Imposto de Transmissão de Causa Mortis e Doação (ITCMD) –, em alguns casos, e gastos menores com inventário. Pela tabela de honorários da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), um profissional pode cobrar no mínimo 6% do valor total do patrimônio para fazer o planejamento sucessório. Para uma família que vive com a renda de imóveis alugados, por exemplo, uma opção é abrir uma empresa para administrar o patrimônio. A vantagem é a menor tributação do IR, já que a alíquota cairia dos 27,5% – que é quanto o Leão abocanha sobre os rendimentos da pessoa física – para 15%, para rendimentos até R$ 20 mil. Além de IR, incide também a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), cuja alíquota é de 9%, aplicada sobre uma base de cálculo de 32%. "Se uma empresa tem rendimento mensal de R$ 10 mil, os 9% incidiriam apenas sobre R$ 3,2 mil, o que resultaria em R$ 288,00 de CSLL", calcula o advogado Renato Olimpio de Azevedo, do escritório que leva seu nome. Segundo ele, entretanto, o

maior benefício da criação de uma empresa familiar está na fase de sucessão. Como pessoa física, na hora da transmissão do bem, o receptor é obrigado a pagar ITBI e o ITCMD, além de honorários advocatícios e registro de documentos para fazer o inventário. Mas, em alguns casos, quando o patrimônio da empresa não é preponderantemente imobiliário, o pagamento destes impostos pode ser "perdoado". Segundo Azevedo, se o dono de uma empresa transfere sua casa para a pessoa jurídica, não há a incidência dos dois impostos sobre a transação. O tributarista Jorge Zaninetti, do escritório Tozzini, Freire, Teixeira e Silva Advogados lembra, no entanto, que a regra vale apenas quando a empresa é de um único sócio. "Se tiver mais sócios, somente o dono do bem não será tributado", diz. Outro risco de não antecipar o planejamento sucessório é o aumento do ITCMD que, num projeto de lei em tramitação no Congresso, tem uma alíquota limite de 15%. Segundo o advogado Gilberto Orsi Machado Júnior, da Orsi & Barreto Consultoria Empresarial, como em outros países o custo deste imposto é ainda maior – nos Estados Unidos a tributação chega a 50% e no Japão a 70% – a tendência é que a alíquota seja elevada também no Brasil. "O governo precisa buscar alternativas

m decreto que alte- venal atualizado a prefeitura ra a base de cálculo se baseia em informações sod o I m p o s t o d e bre transações imobiliárias Tr a n s m i s s ã o d e efetuadas na cidade, enviaBens Imóveis Inter-vivos (IT- das mensalmente por cem BI), baixado pela Prefeitura de imobiliárias cadastradas. "A São Paulo, em vigor desde o iní- Secretaria de Finanças em cio do mês, é visto por especia- conjunto com 14 entidades da listas como um prenúncio de sociedade civil aprovam esaumento de carga tributária. O ses valores", diz. Caso o contribuinte não conDecreto nº 46.228/05 estabelece que a Secretaria de Finanças corde com a nova base de cálcutornará públicos os valores ve- lo, pode requerer avaliação esnais atualizados dos imóveis, pecial do imóvel. Tormin afirmas não deixa claro quais os ma que 48 horas após a entrega critérios nem a periodicidade dos documentos que comproda atualização. Antes, a base de vem a transação e seu valor, a cálculo do ITBI era o valor ve- secretaria decide sobre a revinal do Imposto Predial e Terri- são. Os documentos devem ser torial Urbano (IPTU), um mon- levados à secretaria ou ao prótante aproximado, mas abaixo prio cartório, que a comunica. do que é cobrado pelos imóveis "O problema é que são técnicos da própria secretaria que decino mercado. Apesar de recente, a mudan- dem se a revisão deve ser feita", critica Nardi. ça já está gerando Divulgação A alteração na contestação no Jubase de cálculo do diciário. O advoimposto deve afegado Jeferson tar o mercado Nardi, do escritóimobiliário. O virio Trevisioli Adce-presidente da vogados Associaárea de incorporados, afirma que ção imobiliária do depois da entrada Secovi-SP, João em vigor da norCrestana, afirma ma um de seus que ainda nesta clientes comprou semana se reunirá um apartamento, com a Secretaria cujo valor venal do IPTU é de R$ Tormin: decisão conjunta de Finanças para debater o assunto. 220 mil, por R$ Marcos Fernandes/Digna Imagem "O primeiro deta250 mil. "A prefeilhe importante é tura determinou quem vai estabeleque o valor venal cer os valores vedeste imóvel é de nais porque uma R$ 390 mil. Assim, avaliação imobicom base no novo liária requer analidecreto, ao invés ses complexas", de desembolsar explica. "Além R$ 4,4 mil, o cliendisso, por ser um te terá que pagar decreto sobre maR$ 7,8 mil", indigtéria tributária é na-se. Harada: sem base legal preciso discutir se N a rd i e n t ro u com um mandado de seguran- ele pode entrar em vigor imeça na Justiça para contestar o diatamente". Para o tributarista e ex- condecreto. "Ele aumenta o tributo sem lei que autorize e por meio sultor jurídico da prefeitura de critérios subjetivos, ferindo paulistana, Kiyoshi Harada, o princípio da legalidade. mesmo que o Fisco explique Além disso, aumenta o impos- quais os critérios para atualizato e entra em vigor no mesmo ção do valor venal, se quiser utiexercício em que foi instituído lizar outro valor que não seja o esse aumento, violando o prin- do IPTU, terá que editar uma cípio da anterioridade", alega. n o v a l e i . " O D e c r e t o n ° A Secretaria de Finanças do 46.228/05 não tem base legal. Município nega o aumento. Seria necessária uma nova lei, Segundo o secretário-adjun- que estabeleça um critério objeto, George Tormin, a base de tivo para encontrar esse valor, cálculo imposta pelo decreto em cada caso concreto, como é o valor pago pela compra do ocorre na lei do IPTU", afirma. imóvel e para chegar ao valor Laura Ignacio

R$ 213 por um pneu furado

Renato Olimpio: empresa familiar facilita sucessão Alexandre Nóbrega/Digna Imagem

Zaninetti: trust, operação segura

para aumentar a arrecadação. Como a incidência de impostos na área de herança e transmissão de bens é uma matéria nova, com certeza este será o próximo foco do governo", prevê. Segundo Zaninetti, a transmissão da titularidade do patrimônio para uma trust – uma espécie de holding no exterior, na qual se aplica os bens da família em um grande empreendimento – é outra forma de planejamento su-

cessório. "A operação possibilita um ganho tributário totalmente lícito e seguro e não está sujeita à tributação brasileira", comenta, ao explicar que não há incidência de impostos sobre o patrimônio apenas quando é administrada por trust. "Agora, se uma pessoa tem uma casa de veraneio na França, por exemplo, e alugar para outras pessoas, por residir no Brasil, haverá pagamento de impostos sobre este rendimento", diz. Zaninetti ressalta que a escolha do tipo de planejamento sucessório vai depender do patrimônio acumulado. "Para investir em um trust é preciso pontuar se a taxa de administração do bem vale a pena, já que é muito alta. Mesmo assim, dadas as proporções, o planejamento é interessante para qualquer valor de patrimônio", conclui. Márcia Rodrigues

A

concessionária Autovias, que administra trechos de rodovias na região de Ribeirão Preto, foi condenada pela Justiça a pagar uma indenização de R$ 213,00, mais correção monetária, ao engenheiro civil Paulo Cesar Motta Barbosa, de 31 anos. Barbosa teve o pneu do veículo estourado ao passar sobre uma pedra na Rodovia Antonio Machado Sant'anna. A Autovias não vai recorrer da sentença. A decisão do juiz Thomaz Carvalhaes Ferreira, do Juizado Especial Cível, ocorreu em maio, mas somente há uma semana Barbosa ficou sabendo. Ele encara como vitória esse caso, pois o incidente ocorreu em abril de 2003, por volta das 7h15 da manhã, quando seguia de Ribeirão Preto para São Carlos, com sua mãe, onde pegaria a filha, então com cinco anos. No início da Rodovia

Antonio Machado Sant'anna, que acabara de ser duplicada, numa curva, não conseguiu desviar de uma pedra na pista. "Não deu para ver", afirma ele. O pneu dianteiro esquerdo estourou e Barbosa conseguiu controlar o automóvel e evitar um capotamento. "Fiquei com medo de ser assaltado", diz Barbosa, que entrou com um pedido na concessionária para o ressarcimento. Como a empresa se negou a pagar, ele recorreu ao Juizado Especial Cível, pedindo indenização material e moral. A sentença judicial só foi favorável para a indenização material, mas Barbosa já está satisfeito e não irá recorrer da indenização moral. O valor da indenização é simbólico, mas ele considera uma vitória, pois cabem às rodovias oferecerem manutenção e conservação da pista. (AE)


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terça-feira, 27 de setembro de 2005

CIDADES & ENTIDADES - 1

Arquivo DC

Projeto de lei do vereador Átila Russomano (PP) quer que clientes de supermercados e hipermercados de São Paulo não esperem mais do que 20 minutos nas filas dos caixas. A proposta é polêmica e já recebeu críticas de consumidores, economistas e de representante da Associação Paulista de Supermercados. Texto deve ir a segunda votação na Câmara Municipal ainda nesta semana.

Vereador quer limitar em 20 minutos espera na fila de supermercados Ivan Ventura

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olêmica à vista. O vereador Átila Russomano (PP) criou um projeto de lei que fixa em 20 minutos o tempo máximo de espera nas filas de caixas de supermercados, hipermercados e comércios do gênero. Se aprovada e caso o proprietário desses estabelecimentos descumpra a legislação, estarão sujeitos a multas que variam de R$ 300 a R$ 1.200. Em caso de uma quarta reincidência, será alvo de a suspensão do alvará de funcionamento do comércio por um ano. O projeto de lei deve passar por segunda (e definitiva) votação na Câmara Municipal de São Paulo ainda nesta semana. Se novamente aprovado em plenário, irá à sanção ou veto do prefeito José Serra. De acordo com o texto proposto pelo vereador, o tempo máximo de 20 minutos referese à espera do ciente nos caixas convencionais e nos caixas-rápidos (aqueles que atendem clientes com compras de 10 ou

15 itens, dependendo do estabelecimento comercial). De acordo com o projeto do vereador Russomano, o tempo de espera deverá ser controlado por bilhetes ou senhas que indicarão o horário em que o cliente entrou na fila do caixa. Essas senhas ou bilhetes, segundo o texto, deverão ser fornecidas pelos proprietários dos supermercados. As multas (em caso de aprovação do projeto) poderão sofrer alterações com o passar dos anos. Isso porque o projeto prevê a atualização anual do valor da cobrança, conforme a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Numa eventual extinção desse indicador, um outro, obrigatoriamente de âmbito nacional, deverá ser adotado. Caso a lei seja aprovada, os supermercados terão 60 dias para se adequar – a partir da data de publicação no Diário Oficial do município. A fiscali-

Fotos de Hélvio Romero/AE

D

didos nos estabelecimentos privados, depondo contra os mais simples princípio, de respeito à dignidade..." E a carta de justicativa continua: "... a agilização dos serviços no setor de caixa facilitará e melhorará o atendimento ao público, bem como tornará o estabelecimento comercial mais dinâmico no sentido de melhorar o atendimento que é dado ao seu cliente. Ademais, tal agilização facilitará em muito o acesso do consumidor ao estabelecimento, o qual, às vezes, deixa de ingressar nos lo-

cais face à superlotação nos estacionamentos e, com tal rapidez nos caixas, a rotatividade torna-se mais ágil. O vereador conclui da seguinte maneira: "Acreditamos que o presente projeto de lei contribuirá, em muito, para a diminuição das animosidades, tão comuns entre consumidores e fornecedores". A assessoria de imprensa do vereador revelou ainda que o projeto pretende estimular a contratação de novos funcionários por parte dos donos de supermercados. Isso aconteceria para que esses estabelecimentos pudessem se adequar à lei. Diferentemente do pensamento do vereador, consumidores, economistas e órgãos ligados aos supermercados têm opiniões bem diferentes. "Absurdo" – O economista Marcel Solimeo, diretor do Instituto Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo, acredita que a aprovação do projeto de lei poderia acarretar numa alta no preço dos produtos vendidos pelos supermercados. "A contratação de funcionários representa um custo

para a empresa. Esse custo deverá ser repassado ao consumidor. Por isso eu acho um absurdo esse projeto de lei". Omar Ahmad Assaf, presidente do Conselho Deliberativo da Associação Paulista de Supermercados (Apas), segue a mesma linha de raciocínio de Solimeo e explica que quase não existem filas em supermercados, na grande maioria dos dias do ano. "Para evitar filas foram criadas caixas para aposentados e gestantes ou os rápidos. E isso sem falar nos supermercados 24 horas. Por causa disso, se você pegar os 365 dias do ano, não deverá ultrapassar em uma o período em que encontramos supermercados cheios". A telefonista Erlane Serrador Gimenes Eusébio, 41 anos, não acredita na viabilidade de uma lei desse tipo prevê confusões nesses estabelecimentos. "Se o mercado tiver espaço para 50 caixas, como colocar outras 50? Não se trata só de contratar pessoas, mas de montar novas caixas. Sem elas, novos funcionários serão inúteis". Na página 2, mais um De Olho na Câmara

50 anos depois, o auditório do Ibirapuera

Vista interna do novo auditório, no Parque do Ibirapuera

epois de mais de 50 anos de espera, o auditório do Parque do Ibirapuera, na zona sul, finalmente está pronto. O prédio em forma de retângulo, projetado em 1954 pelo arquiteto Oscar Niemeyer, abre as portas no dia 6 com um concerto do pianista erudito Marcelo Bratke e do percussionista Naná Vasconcelos. O evento, porém, será para convidados: o público só poderá conferir a estrutura no sábado, dia 8. Duas esculturas em

zação caberá ao poder Executivo (ou seja, ao limitado corpo de fiscais municipais). E por que no máximo 20 minutos de espera? "Foi um tempo escolhido de forma aleatória. Entendemos apenas que é um tempo razoável", admitiu a assessoria de imprensa do vereador Russomano. Motivos – Na justificativa anexada ao projeto de lei, o vereador Russomano alega : "A oportunidade desta lei se impõe face ao desperdício de tempo e, muitas vezes, ao descaso com que clientes são aten-

Projeto de lei deve ir a segunda votação ainda esta semana. Se aprovado, vai à sanção (ou veto) do prefeito. O texto prevê multas que variam de R$ 300 a R$ 1.500. Para o economista Marcel Solimeo, o custo de uma eventual contratação de novos caixas será repassado ao preço dos produtos, onerando o cliente. Segundo Omar Ahmad Assaf, da Apas, não existem filas em supermercados na maior parte dos dias do ano.

vermelho e branco, uma de Tomie Ohtake e outra do próprio Niemeyer, se destacam no espaço que começou a ser construído em fevereiro de 2003. Para tirar do papel os traços do arquiteto foram necessários R$ 29 milhões, investidos pela operadora de telefone celular Tim. A obra foi complicada. Por duas vezes, foi preciso parar tudo e ajustar o projeto para não interferir no modelo do parque, tombado pelo Conselho Municipal de

Um show para convidados do pianista erudito Marcelo Bratke e do percussionista Naná Vasconcelos, no dia 6, abre o espaço Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp). Palco – Com capacidade para 800 pessoas na área interna, o palco poderá ser utilizado para espetáculos externos. A manobra é possível graças a uma porta de 20 metros de comprimento que se abre para o parque. Do lado de fora, um público de até 15 mil pessoas vai apreciar os concertos do gramado, que foi nivelado para favorecer a

visibilidade do público. "Os shows da praça da Paz serão transferidos para esse espaço novo", disse a assessora técnica da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente Estela Goldstein. A capacidade da área é menor que a da praça, que é para 100 mil pessoas. A área de 4.870 metros quadrados também abriga uma escola de música para crianças da rede pública de ensino. "São 120 alunos selecionados pelo talento e

Obra de Oscar Niemeyer será entregue na próxima semana

pela força de vontade", disse o presidente do Instituto Música para Todos, Mário Cohen, responsável pela administração do espaço. O aluno vai escolher o instrumento que deseja aprender e os cursos devem durar entre três e cinco anos. Programação - O grande desafio dos administradores do auditório, segundo Cohen, será lotar a sala. "Será um trabalho de formação platéia", disse. A intenção é promover shows a preços populares às sextas-

feiras e sábados. Aos domingos, o espetáculo será gratuito e realizado com o palco aberto para a parte externa. Na semana de inauguração, haverá concertos na quinta (dia 6) e sexta (dia 7) para convidados. No sábado, o ingresso custará R$ 30,00. No domingo, reapresentação gratuita. "Pretendemos manter esse valor e só aumentá-lo em caso de necessidade. E fazer shows gratuitos aos domingos", garantiu o Cohen. (AE)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 27 de setembro de 2005

OPINIÃO -77

Para escrever ou comentar as cartas e artigos desta seção, envie sua mensagem para

doispontos@dcomercio.com.br

A penhora on line é um cheque em branco?

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fastando-se do p ro p ó s i t o d e adaptar o Código Tributário Nacional à Nova Lei de Falências, a Lei Complementar nº 118/05 inseriu no corpo do diploma complementar o artigo 185-A, instituindo aquela que passou a ser conhecida como penhora on-line. Desde logo deve ser consignado que o preceito não diz respeito ao crédito fiscal propriamente dito, mas sim a procedimentos judiciais visando sua cobrança. Assim, embora formalmente veiculado por lei complementar, ele não tem natureza de norma geral em matéria de legislação tributária na acepção do art. 146, III, e alíneas da Constituição. Daí decorre que, sob o ponto de vista material, estamos diante de norma de lei ordinária, expressando a competência da União para legislar sobre direito processual, nos termos do art. 22, I, da Carta. Essa consideração é importante porque insere a penhora on-line no contexto das normas da Lei de Execuções Fiscais e do próprio Código de Processo Civil (CPC), devendo ser destacado, no cenário traçado por estes diplomas, o importante princípio da menor onerosidade, segundo o qual, “quando por vários meios o credor puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor”, confor-

A

me observado no artigo 620 do CPC. Portanto, a penhora on-line não pode, sob nenhum aspecto, ser considerada um “cheque em branco”, suscetível de ser utilizado para constranger o devedor ou até mesmo impedi-lo de exercer suas atividades. Vale lembrar que expedientes desse tipo sempre foram repugnados pela jurisprudência de nossa mais alta corte de Justiça, conforme pode ser averiguado no enunciado 547 das súmulas do STF (Supremo Tribunal Federal), que declara não ser lícito proibir que contribuinte em débito exerça suas atividades profissionais. Não há dúvida de que a criteriosa decretação da indisponibilidade de contas bancárias e de outros bens ou direitos pode acarretar, com facilidade, esta deletéria conseqüência. Na verdade, longe de contemplar o arbítrio, o art. 185-A indica, de modo bastante claro, as cautelas a serem observadas precedentemente à decretação da indisponibilidade de bens e direitos. Com efeito, e sem prejuízo de assegurar ao devedor o direito de oferecer bens à penhora no prazo legal (art. 8º da Lei de Execuções Fiscais), o dispositivo reclama a demonstração formal de haverem restado infrutíferas diligências visando à localização de bens penhoráveis, ou seja, bens que se perfi-

lam na ordem indicada no art. 11 da mesma lei, que estabelece: “A penhora ou o arresto de bens obedecerá à seguinte ordem: I - dinheiro; II – títulos da dívida pública, bem como títulos de crédito que tenham cotação em bolsa; III – pedras e metais preciosos; IV imóveis; V – navios e aeronaves; VI – veículos; VII – móveis e semoventes; VIII – direitos e ações”. Esta ordem alinha-se com a indicada no art. 655 do Código de Processo Civil, aplicável às execuções, em geral, da Lei de Execuções Fiscais.

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esse sentido, a chamada penhora on-linenão se sobrepõe nem atropela esta ordem, mas, muito pelo contrário, apenas a sucede em uma escala de preferência. Dito de outro modo, e levando em conta os fundamentos expostos, pode-se dizer que, tendo presente os oito incisos em que se desdobra o art. 11 da Lei de Execuções Fiscais, a penhora on-line passa a figurar em nono lugar. E isto porque a obediência à ordem ali indicada é direito do contribuinte-devedor, que permanece íntegro em face do art. 185-A do Código Tributário Nacional. O assunto será tema de debates do XIX Congresso Brasileiro de Direito Tributário, que acontece de 26 a 28 de outubro, em São Paulo. EDUARDO BOTTALLO É VICEPRESIDENTE DO IGA-IDEPE

penhora on-line não pode ser usada para constranger o devedor

Se as armas ficarem com os bandidos, de quem será a vida?

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cabo de ler uma frase de Benjamin Franklin, que me foi enviada pelo delegado de Atibaia, Dr. Cesar de Toledo Cesar: "Quando todas as armas forem propriedade do governo, este decidirá de quem serão as propriedades". Pensei de imediato em escrever novamente sobre mais esta grande farsa nacional, que é o plebiscito do desarmamento, que pretende enganar a opinião pública atirando a culpa da criminalidade nas pessoas de bem. Advogar veementemente contra essa barbaridade demagógica, que está em vias de criar o mais odiosos dos monopólios que já existiram neste país, dando de presente para a marginalidade, para os contrabandistas, para as empresas de segurança privada e para o crime organizado o direito exclusivo de ter armas. E, o pior de tudo, retirando do cidadão o direito sagrado e constitucional de legítima defesa da sua vida e dos seus bens. Aí abrasileirei a frase de Franklin: "Quando todas as armas forem de propriedade dos bandidos, eles é que decidirão de quem será a vida e a propriedade". Por hoje chega, que já estou começando a ter vergonha de ser brasileiro.

A

C artão vermelho para o juiz Edílson Carvalho

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A arrelia do PFL custou caro

Legislativo não assu- quero então faço birra e arrelio O me as bobagens que a brincadeira! Esta birra nos faz. Me deparei com o seguinte custou muito caro. Alguém

pronunciamento do senador José Agripino Maia (PFL-RN): "O PFL votou com o que sobrava. Foi um equívoco contra truculência", tentando explicar porque seu partido apoiou Severino Cavalcanti. Quer dizer, se não for como

pensou no povo? Por que não brigar para acabar com a truculência? Vamos votar para acertar o país e não para que este ou aquele partido se dê bem ou mal.

FLÁVIO A. CORRÊA

RITA ALGABA DE LIMA

É JORNALISTA, PUBLICITÁRIO E

RITAALGABA@TERRA.COM.BR

EMPRESÁRIO.

O Legislativo não assume as bobagens que faz

E a legítima defesa?

PAULO SAAB CRÔNICA DO BRASIL ATUAL

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Não há desenvolvimento sem autonomia nacional. Só os países capazes de pensar por conta própria se desenvolvem. BRESSER PEREIRA, ECONOMISTA, EM SUA COLUNA DE ONTEM NA

Folha.

Todos indicadores da dívida externa brasileira melhoraram muito RAFAEL GUEDES, DIRETOR-EXECUTIVO DA FITCH RATING, "IMPRESSIONADO" COM A VITALIDADE DAS CONTAS EXTERNAS, O AUMENTO DAS EXPORTAÇÕES E A REDUÇÃO DA DÍVIDA EXTERNA

O superávit está em torno de 6%. Se o presidente Lula anunciasse que a meta seria de 5%, o efeito no mercado seria devastador.

lô? – Alô! – Quem fala? – É o X32A. – José? – Psiu! Não fala meu nome. – Queria saber se aquele nosso acerto segue valendo. – Que acerto? Ficou louco? (gritando) Não tenho acerto com ninguém. Não faço acordos. – Mas eu já enviei a primeira parte do combinado. Já está depositado o material. – Eu não combinei nada. Eu não tenho lugar para receber depósitos. – Ô José, que história é essa? – Não sou José. Não sou ninguém. Aliás, nem falo ao telefone, não conheço ninguém. Adeus (bate o telefone). – Que sujeito maluco. Só queria dizer que os tijolos para a reforma da casa já estão no depósito do canteiro da obra... Houve um tempo em que existia algo chamado "fé pública". Além do fato de não se confiar em mais nada e em ninguém, temos como novidade mais recente – e assustadora para quem deve e para quem defende a privacidade, a liberdade individual - as gravações telefônicas. Mesmo que autorizadas pela Justiça, como se costuma alegar, não há um só dia (ou noite) em que se ouve pela televisão e rádio conversas gravadas que, se de um lado revelam como anda solta a indignidade pública (e privada) no país, de outro, mostram como a bisbilhotice se espraia, provocando uma sensação de insegurança geral, como se esta já não fosse real por outros motivos. A mim me preocupa também todo processo que se diz coberto por "segredo de Justiça" e também essas alegadas autorizações judiciais para se gravar as conversas particulares.

E

m tese, podem ser defendidas quando autorizadas por essa Justiça em trabalhos de investigação criminal. Generalizou-se, todavia, de tal forma, que até pedido de pizza por telefone já dá medo de fazer. Vai que o "ouvinte" não goste de escarola?... Há uma inversão perversa de valores no Brasil de hoje. Todos são culpados até prova em contrário. Inverteu-se o ônus da prova e a fé

pública é algo tão remoto quanto o chapéu palha na cabeça dos cavalheiros. Não sou desse tempo. Em ambos os casos. Por isso carrego comigo uma penca de documentos desnecessários para provar que eu sou eu mesmo. E por isso, também, embora não deva ser merecedor de escutas alheias, fico de olhos abertos quando alguém fala ao telefone. Mesmo que não seja comigo. Posso ser mencionado pelo que escrevi aqui e acabar na transcrição de algum araponga e passar a ser suspeito de algo. Até prova em contrário, já há a condenação pública. E tem outro problema. Quando se fala em autorização da Justiça, no Brasil contemporâneo, vem rápido à mente a pergunta: que Justiça? Por falta de exemplo de comportamento, de valores éticos e morais, de probidade, que venha de cima, e por falta de educação de base, estamos de cabeça para baixo, embora a qualidade moral da maioria da população, nos sirva de gravidade para seguir em pé. E agora até árbitro de futebol...

Todos são culpados até prova em contrário. Fé pública é tão rara quanto o chapéu palha

E

stá mais do que claro que as iniciativas em favor da educação devem ser sempre prestigiadas. Por isso faço o registro de um evento que surge em função da força que a internet vem adquirindo entre os jovens. O Instituto da Cidadania Brasil e a GV de São Paulo, com o apoio do CIE-E, promovem na próxima quinta-feira, dia 29, a 12ª edição do Fórum Regular da Cidadania que discutirá o tema "Crimes na Internet para a Infância e Adolescência – Como prevenir? Como educar? O papel da família, da escola e das autoridades públicas". O objetivo do encontro é discutir as vantagens de utilização da rede e, de outro lado, fazer o contraponto sobre os riscos que representa hoje. Inscrições: gratuitas e obrigatórias através de : inscidad@ institutocidadania.org.br ou pelos telefones (11) 5042-22 42 e 5543-6530. Caso você tenha algum interesse no assunto, leitor, não deixe de se inscrever e participar. Ainda vale o ditado que diz que da discussão nasce a luz. Não são só tabefes e ofensas entre parlamentares, entre a senadora Heloísa Helena e seus pares e entre vizinhos e parentes, que surgem da discussão. PAUIO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR

DEPUTADO DELFIM NETTO, QUE DESISTIU DE PROPOR O DÉFICIT NOMINAL ZERO COM O AGRAVAMENTO DA CRISE POLÍTICA.

WWW.DCOMERCIO.COM.BR E-MAIL PARA TEXTOS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS (011) 3244-3544, 3244-3046 , Fax (011) 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL (011) 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax (011) 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL (011) 3244-3344, 3244-3983


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2 -.CIDADES & ENTIDADES

terça-feira, 27 de setembro de 2005

Fotos Milton Mansilha/Agência Luz

O delegado Manoel Camassa reserva os domingos para dirigir duas bancas de antiguidades no Masp

Projeto de lei quer ordenar as feirinhas de rua da cidade A idéia principal do projeto é definir novas ruas e praças destinadas aos artistas de rua. Além disso, outros locais poderão ser criados para a exposição dos produtos, como nos terminais de ônibus da capital. Artistas, porém, preferem expor seus produtos na avenida Paulista. Texto da Comissão de Turismo, Lazer e Gastronomia da Câmara Municipal, que estipula as alterações, deve ser apresentado no início do próximo mês. Mas ainda não há data para a votação.

O

velho artista hippie de rua e a culinária japonesa – ou baiana – não serão mais exclusividades da praça da República ou do bairro da Liberdade. E muito menos o comércio de objetos antigos, aos domingos, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Essa, pelo menos, é a intenção da Comissão de Turismo, Lazer e Gastronomia da Câmara Municipal de São Paulo, que deve apresentar, no começo do próximo mês, projeto de lei que definirá novas ruas e praças destinadas aos chamados artistas de rua. O projeto prevê ainda o cadastramento desses profissionais junto à Prefeitura. O projeto de lei divide os artistas de rua (expositor, segundo termo adotado pela Prefeitura) em cinco grupos distintos: artes plásticas (desenho, pintura), artesanato (madeira, barro, metal), alimentação, antiguidades e plantas ornamentais (um exemplo são os cultivadores de bonsai). Esses profissionais seriam vinculados à Secretaria Municipal de Cultura e não mais à Secretaria de Gestão (como acontece atualmente com alguns desses artistas já cadastrados na Prefeitura). De acordo com o vereador Paulo Frange (PTB), presidente da comissão e um dos autores do projeto, a Prefeitura é quem deverá escolher os locais de trabalho da categoria. Os novos espaços iriam se juntar a outras 42 feiras permanentes já existentes na Capital. Desse total, apenas três são de antiguidades: a do Bixiga, a do Masp e a do Mube. Tarefa – Essa escolha não será tarefa fácil. Segundo o vereador, muitos artesãos gostariam de trabalhar na avenida Paulista. Só que a região já abriga duas das mais tradicionais feiras dominicais permanentes da Capital: a do Masp e a de arte e artesanato, em frente ao Trianon. A opção dos artistas pela Paulista é óbvia. "Na região existem muitos hotéis destinados a turistas. E essas feiras costumam atrair muitas dessas pessoas que visitam a cidade", disse o vereador.

Os artistas são tratados pela fiscalização como camelôs, mas são diferentes. Eles fabricam o próprio produto.

Dácio (de boné) e Jaldo: o primeiro afirma que os seus colares serão usados por uma grande marca, o segundo garante o estoque de jarina para os artesãos Arquivo/DC

Paulo Frange, vereador (PTB)

Para sanar esse possível impasse, uma alternativa seria utilizar os terminais de ônibus da cidade. "Muitas pessoas chegam de outros estados nos terminais de ônibus. São locais com grande potencial de venda para esses artistas". O vereador ainda propõe a criação de um grande evento anual destinado somente ao artista de rua. "Nesse dia, eles se reuniriam num espaço grande para vender seus produtos, o Anhembi, por exemplo. Seria poderia ser um grande evento para turistas e artesãos".

Permissão – Um questão já está clara em relação aos artistas: o número de pessoas que deverá receber a permissão da Prefeitura para trabalhar. Segundo o vereador, cerca de 38 mil pessoas trabalham na ilegalidade dentro do município, sendo que outros 16 mil artesãos estão vinculados à Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades (Sutaco), uma autarquia ligada ao governo estadual. "Mas existem também artesãos cadastrados na Sutaco e que trabalham em

locais não permitidos. Todas essas 54 mil pessoas terão um vínculo com a Prefeitura", disse o vereador. Hoje, apenas 7.500 artesãos estão cadastrados no Município. A regularização viria na forma de uma espécie de Termo de Permissão de Uso (TPU), porém diferente dos que são cedidos aos camelôs legalizados. "Os artistas são tratados pela fiscalização como camelôs, mas são totalmente diferentes. Eles fabricam o próprio produto", disse o vereador. Pelo projeto de lei, cada artesão seria submetido a uma espécie de "teste de conhecimento". Frange

explicou: "Ele deverá provar que fabrica o produto que vende". Comportamento - Na hipótese de aprovação do projeto, a Sutaco e o vereador antecipam um possível problema inicial: o comportamento de fiscais da Prefeitura em relação a esses artistas. "Os fiscais seriam submetidos a um curso de aprendizado para lidar com os artistas, pois hoje eles são confundidos com camelôs". A previsão é de que o projeto seja apresentado entre os dias 7 e 8 de outubro, mas ainda não há uma data definida para votação ou discussão nas comissões. (IV)

Feira de antiguidades na praça Dom Orione, no bairro do Bixiga

Arquivo/DC

O artesão e o colecionador na avenida Paulista C

orre a história de que a principal aposta da Iódice para sua coleção primavera-verão deste ano será um colar costurado em suas roupas, feito com um material encontrado com mais freqüência no estado do Acre. Corre também que a empresa teria convidado para trabalhar um artista (ilegal) de rua que tem barraca está montada na calçada da avenida Paulista, bem em frente ao Masp, e que, em 2004, quase teve seus produtos apreendidos pela fiscalização. Estranha a história? Pelo menos é o que garante o artesão Dácio Rodrigues da Costa, de 43 anos, há 7 fabricando colares, pulseiras e outros adornos. "Recebi o convite de um estilista da Iódice, que disse que os colares serão colocados nas roupas. Antes de chegar às

lojas vai ter até desfile", conta Dácio, entusiasmado. Ele é apenas um dos mais de 54 mil artesãos ilegais à espera da regularização da atividade de artista de rua. Dácio tem meio caminho andado para a legalização, uma vez que possui a carteira da Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades (Sutaco), uma das exigências do projeto de lei em estudo na Câmara. Importação – "Tem gente que não fabrica o que vende nas ruas. Eu faço e provo. Inclusive, 'importo' pedra de outros estados", disse. A pedra a que ele se refere é a jarina, que tem sido muito utilizada por designers de jóias. A jarina é a noz do fruto da palmeira de marfim, explorada desde a época colonial. Conhecida também como marfim ou mármore vegetal, a jarina é encontrada

no estado do Acre. Mas como trazer essa noz do Norte do País? É só chamar outro artesão, Jaldo Ramos, de 36 anos. " Sou do Acre, mas sempre venho a São Paulo. Isso porque muitos artesãos me pedem para trazer a jarina" disse. Depois dessa logística toda, o preço da noz chega a ser justificável: R$ 22 cada. Em tempo: o departamento de acessórios da Iódice nega que irá utilizar as peças Dácio em sua nova coleção. Antiguidade – Em contraste com os artistas de rua ilegais da Paulista, estão os comerciantes de antiguidades do vão livre do Masp. Eles pagam uma taxa anual de R$ 76,58 para a Prefeitura. E têm normas rígidas: o vendedor só pode expor (no máximo) 20% de produtos considerados

novos. O restante é só antiguidade. São cobradas apenas matrículas, renovadas anualmente. Um personagem interessante dessa feira é um delegado classe especial (a mais alta dentro da Polícia Civil). Manoel Camassa reserva os domingos para dirigir duas bancas de antiguidades no vão livre do Masp. "Sempre me interessei pela numismática, pelas coleções de moedas, cédulas, medalhas, condecorações e cartões postais, nacionais e estrangeiros. É uma paixão que eu tenho". Já do lado oposto do Masp está o Parque Trianon, local da feira dos artistas de rua que possuem permissão da Prefeitura para trabalhar. Todas as barracas têm uma cor padrão e as peças são fabricadas pelos seus proprietários. (IV)

Benedito Calixto, em Pinheiros, uma das mais tradicionais Arquivo/DC

Brinquedo antigo, de madeira, encontrado na feira da Dom Orione


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terça-feira, 27 de setembro de 2005

poLítica

POLÍTICA - 3

AÇÃO DO CHAMADO 'SETEMBRO VERMELHO' OCORREU EM 19 ESTADOS. Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem

Aurea Cunha/Gazeta O Povo/AE

Eymar Mascaro

União faz a força

A

RACHA

Azedou o relacionamento de Renan Calheiros, presidente do Senado e Michel Temer, presidente do PMDB. Ambos pertencem ao mesmo partido. Temer é candidato à presidência da Câmara, mas Renan apóia o candidato do governo, Aldo Rebelo, do PCdoB de São Paulo.

DIVISÃO

Renan Calheiros teria prometido a Lula 60 votos, no mínimo, da bancada de 88 deputados do PMDB a Aldo Rebelo. Mas, a projeção que se faz, na verdade, é que Rebelo poderá contar, no máximo, com 40 votos de deputados do PMDB. O que já é muito.

DISPUTA

O presidente do PFL, Jorge Bornhausen afastou ontem, em São Paulo, qualquer hipótese de José Thomaz Nonô (PFL) abandonar a disputa da presidência da Câmara em apoio a qualquer outro candidato. Para Bornhausen, Nonô é o candidato mais forte.

DUAS PARTES

O PMDB continua dividido entre governistas e oposicionistas. Mesmo que Michel Temer viesse a desistir da candidatura à presidência da Câmara, dificilmente os votos oposicionistas iriam pra Aldo Rebelo, candidato do governo. Iriam para Thomas Nonô.

TRAIÇÃO

Temer ficou irritadíssimo com Renan Calheiros, que trabalha abertamente para Aldo Rebelo. Diz-se que foi durante um almoço que Renan teria convencido Temer a se candidatar para, depois, puxar o seu tapete.

Alagoas. O Congresso pode ser dirigido apenas por alagoanos.

DESISTÊNCIA O candidato à presidência da Câmara pelo baixo clero, Ciro Nogueira (PP-PI), ainda não aceitou desistir para apoiar Aldo Rebelo. Nogueira não atendeu até agora, também, pedido para apoiar Thomaz Nonô. Em tempo: Ciro Nogueira é candidato de Severino Cavalcanti.

PROJEÇÃO Severino Cavalcanti acha que o seu candidato pode ter, no mínimo, 120 votos, número suficiente para levá-lo ao 2º turno. Para Severino, Ciro terá mais votos no 1º turno do que Temer e Rebelo. É ver para crer.

A ESCOLHA Alguns deputados do PT não conseguem esconder a decepção pela indicação pelo governo de Aldo Rebelo. Consideram que o governo errou ao rifar a candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP). Aldo foi escolhido pelo triunvirato Lula-Renan-José Sarney.

REGIONALIZAÇÃO Renan tem motivos políticos para temer a eleição de Nonô: como ambos são alagoanos, Renan admite que na presidência da Câmara Nonô pode viabilizar a candidatura ao governo do seu estado.

ADVERSIDADE Feitas as contas, o governo conclui que o mais difícil para Rebelo é passar para o 2º turno. Devido ao número excessivo de candidatos. No 2º turno, a eleição fica polarizada apenas entre os dois candidatos mais votados.

VERBAS

DOBRADINHA

O candidato de oposição, Thomaz Nonô, continua protestando contra o método de campanha do governo, que liberou R$ 500 milhões da peça orçamentária das verbas individuais dos deputados. O governo joga pesado em favor da candidatura de Rebelo.

O apoio do PSDB à candidatura do pefelista José Thomaz Nonô pode ser o prenúncio de que os dois partidos devem restabelecer a dobradinha em 2006 na eleição presidencial, com os tucanos sendo cabeça de chapa.

ALAGOAS

No PFL prevalece a tese de que a candidatura presidencial no PSDB está entre Serra e Geraldo Alckmin. O vice seria indicado pelo PFL. Pode ser Cesar Maia, ou Jorge Bornhausen ou, ainda, o senador Marco Maciel.

Curiosidade: podemos ter em Brasília a República de Alagoas. Renan Calheiros (presidindo o Senado) é alagoano; José Thomaz Nonô, candidato do PFL e Aldo Rebelo, candidato do Planalto, também são de

IRREVERSÍVEL

Sem-terra invadiram prédio do Incra em São Paulo e, no Paraná, ocuparam sete praças de pedágio.

MST PROMOVE ONDA DE INVASÕES PARA COBRAR LULA

O

Mo v im en to d os Trabalhadores Rur a i s S e m - Te r r a ( M S T ) d e s e n c adeou ontem uma escalada de invasões de fazendas e prédios públicos em todo o País para cobrar a reforma agrária prometida pelo governo Lula. As ações fazem parte da jornada nacional de lutas do chamado "setembro vermelho" e incluíram a ocupação de praças de pedágios nas regiões norte e oeste do Paraná. Segundo balanço divulgado pelo movimento, foram invadidos 21 prédios do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), 8 agências do Banco do Brasil e 6 pedágios, além de 6 fazendas. A mobilização envolveu militantes de 19 Estados. Para o MST, o governo não atingirá a meta de assentar 400 mil famílias até 2006, como prometeu. O movimento quer mais agilidade na desapropriação de terras, a vigência dos novos índices de produtividade, mais elevados que os atuais, abertura de novas linhas de crédito para os assentados, distribuição de cestas básicas e a reestruturação do Incra. Foram invadidas sedes do Incra nos Estados de São Paulo, Ceará, Alagoas, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Pará, Minas Gerais, Santa Catarina, Sergipe, Rio de Janeiro e Pernambuco. A direção nacional do movimento informou que as ações são uma forma de chamar a atenção e protestar contra o não cumpriDC

reunião que o PFL promoveu em São Paulo, com a participação de suas mais importantes lideranças, serviu para mostrar a força do partido. O PFL terá uma função fundamental nas eleições de presidente da República e de governador de São Paulo no ano que vem. O partido, ainda, está na iminência de assumir o governo estadual, com Cláudio Lembo, se Geraldo Alckmin se desincompatibilizar para disputar a eleição, seja de presidente, seja de senador da República. Ao partido está reservado também o direito de assumir a Prefeitura da Capital com o vice Gilberto Kassab: o prefeito José Serra vem liderando as pesquisas e pode ser o candidato tucano à sucessão de Lula. O prefeito Serra, segundo as pesquisas, empataria com Lula em 1º lugar, se a eleição fosse hoje no 1° turno. Algumas pesquisas, como a última Datafolha, revelou contudo, que o prefeito bateria o petista no 2º turno. Nos encontros de pefelistas, fica clara a pujança do partido, sobretudo em São Paulo, onde se destaca, por exemplo, o desempenho de Guilherme Afif Domingos, tanto na área empresarial quanto na política. Afif pode ser convocado pelo partido para uma função política importante, em 2006. O PFL deve ter candidato próprio ao governo paulista, mas não está afastada a hipótese, ainda, do partido fazer nova coligação com PSDB. Voltaria a vigorar a chapa PSDB/PFL.

mento de sete pontos do acordo assinado no dia 17 de maio, em Brasília, no encerramento da marcha nacional pela reforma agrária. "De acordo com dados do próprio Incra, existem dez estados em que nenhuma família do MST foi assentada no ano de 2005", diz o manifesto divulgado ontem no site do MST. São Paulo –Mais de 400 membros do movimento ocuparam a sede do Incra em São Paulo, no Centro. De acordo com a assessoria de imprensa do Incra em São Paulo, a ocupação foi pacífica e não houve incidentes. "Ocupamos aqui por conta dos sete pontos que tínhamos acertado com o governo federal e que até hoje nada foi cumprido", disse Cláudia Praxedes, da direção estadual do movimento. "Esta mobilização é no sentido mesmo de pressionar o governo federal, porque a gente acredita que ele tem que definir de fato o que vai ou não ser feito e também tem a pauta estadual". Pontal – No Pontal do Paranapanema, extremo oeste de São Paulo, cerca de 300 militantes invadiram, de madrugada, a fazenda Ipezal, em Sandovalina. As terras pertencem ao presidente nacional da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan Garcia. Garcia disse que a ação foi uma provocação. "A fazenda tem apenas 366 hectares, é particular e produtiva." A coordenadora do MST, Maria Aparecida Gonçalves, afirmou que a ação faz parte da luta "por terra e crédito". Policiais civis e mi-

AL UGA-SE ALUGA-SE 1) TERRENO C/

2) ARMAZÉM

20.000 m² Estruturado c/ 6.350 m² área construída. Rua Ferreira de Oliveira nº 59; a 100 mts da Marginal do Tietê. Tel. (11) 3052-1677.

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GALPÕES

litares foram impedidos de la cervejaria Brahma. MTD – A invasão de terras constatar os danos na área. No início da noite, a Justiça conce- pertencentes ao Departamendeu liminar para o despejo dos to Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) da Secretaria invasores sem-terra. Pedágios – No Paraná, a jor- Estadual de Transportes foi nada começou às 7h30, com a protagonizada por um grupo ocupação da praça de pedágio de trabalhadores desempregada BR-277, em Cascavel. Uma dos da indústria calçadista, hora depois, outras 6 praças ti- que estaria buscando o retorno nham sido ocupadas. A mobi- às origens rurais. Numa ação lização foi pacífica e contou solidária ao "setembro vermecom a participação de cerca de lho" do MST, cerca de 250 intemil sem-terra. As cancelas fo- grantes do Movimento dos ram abertas e os motoristas Trabalhadores Desempregados (MTD) invadiu o prédio da passavam sem Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem pagar, entre as fileiras de semterra. As concessionárias locais recorreram à Justiça. O presidente da Associação Brasileira de C on ce ss io nárias de Rodovias (ABCR), João Chiminaz- São Paulo: 400 pessoas participaram da invasão. zo Neto, disse que a invasão ocorreu em ra- Delegacia Regional do Trabazão da "certeza" de impunida- lho (DRT) em Porto Alegre. O de. No fim do dia, as praças fo- objetivo seria cobrar frentes emergenciais no Estado. ram desocupadas. Na capital sergipana, os semSul – No Rio Grande do Sul, foram invadidas três fazendas terra ocuparam a sede da supee um prédio público. A Bom rintendência estadual do Incra. Sossego, com cerca de mil hec- O Estado tem 12 mil famílias tares, no município de Palmei- acampadas e 6 mil assentadas. ra das Missões, a 368 km de Em Minas Gerais, 1.500 famílias Porto Alegre, foi ocupada por invadiram a fazenda São Mi250 famílias. A propriedade guel, de 45 mil hectares, entre os pertence ao ex-presidente da municípios de Una e Buritis, em Copalma, a cooperativa local, Minas, e Cabeceiras, em Goiás. De acordo com a coordenaAri Paulo Huning. Em Santana do Livramento, a ção nacional, as manifestações 488 km da capital, 400 famílias devem ocorrer pelo menos até invadiram a área arrendada pe- o fim do mês. (Agências)


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4 -.POLÍTICA

terça-feira, 27 de setembro de 2005

CONTRARIANDO OS INTEGRANTES DA COMISSÃO, TIÃO VIANA QUER ACUSADOS NA CPI DOS BINGOS.

ESCÂNDALO DO APITO VAI AO SENADO J. Freitas/Agência Senado

O

Senadores Efraim Morais, Gribaldi Alves Filho e Mozarildo Cavalcanti em reunião da CPI dos Bingos. Para a oposição, a assunto é responsabilidade da PF.

A 'MÁFIA DO LIXO' DEPÕE HOJE NA CPI

A "máfia do lixo" de Ribeirão Preto, volta a ser tema hoje da CPI dos Bingos, com os depoimentos do diretor-superintendente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Donizete Rosa, e do ex-gerente-financeiro da gráfica Villimpress, Luciano Maglia. Homem de confiança do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, Rosa apa-

rece nas conversas grampeadas a pedido do Ministério Público (MP) como intermediador de contatos feitos entre a prefeitura e o Grupo Leão Leão, acusado de fraudes em concorrência pública. Foi Rosa quem substituiu o ex-secretário de Governo da administração municipal, Rogério Buratti, que teve de ser afastado após denúncias de

Ed Ferreira/AE

Arquivo DC

corrupção durante a gestão de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto. Maglia, por sua vez, já afirmou ao MP que cabia à Leão Leão pagar o material feito pela Villimpress para as campanhas do PT. Segundo Maglia, os pedidos eram feitos pelo ex-chefe de Gabinete do Ministério da Fazenda, Juscelino Dourado, que se demitiu em agosto, um

dia depois de depor à CPI dos Bingos. O ex-gerente-financeiro da Villimpress disse ainda que a gráfica emitia faturas com valores superfaturados e que as mesmas eram entregues no escritório da legenda na cidade. "Posteriormente, eram emitidas notas fiscais em nome do Leão Leão, que tratava de quitá-las", afirmou, no depoimento. (AE)

chamado "escândalo do apito" pode ser investigado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Bingos. A iniciativa, contestada por boa parte dos integrantes da comissão, é do vice-líder do PT no Senado, Tião Viana (AC). Ele deve apresentar hoje requerimentos solicitando a convocação para depor na comissão os principais envolvidos no esquema de arbitragem: o empresário de jogos eletrônicos Nagib Fayad e o árbitro Edílson Pereira de Carvalho. Em depoimento ontem na Polícia Federal, Nagib Fayad, apontado como o chefe do esquema de manipulação de resultados no futebol, confirmou que fez três pagamentos a Pereira de Carvalho. De acordo com o advogado do empresário, Cássio Pauletti, o Fayad teria pago R$ 10 mil para cada resultado acertado pelo árbitro. Sem advogado – Ed í l so n Pereira de Carvalho, por sua vez, não prestou o segundo depoimento à PF, como estava previsto. É que o advogado designado pela Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf) para defendê-lo, deixou o caso. Sem representante legal, a PF decidiu suspender o depoimento. A prisão preventiva de árbitro termina amanhã. O árbitro Paulo José Danelon deverá se apresentar na PF em São Paulo, hoje, às 14 horas. Ele é acusado de fazer a intermediação entre Fayad e Edíl-

son Pereira de Carvalho. Quebra de sigilo – O vice-líder do PT no Senado também pede a quebra do sigilo fiscal, telefônico e bancário de Fayad e Carvalho. Tião Viana alega que o pedido se encaixa no alvo da CPI, de apurar o uso de casas de bingo para a prática de crimes de lavagem, ocultação de bens e ligação com o crime organizado. Senadores da oposição afirmam que a investigação, da forma como tem sido conduzida pela PF, dispensa o trabalho da CPI. Eles alegam ainda que a real intenção, ao "puxar" um assunto sem ligação com os escândalos ligados ao governo Lula é mesmo o de "embaralhar, confundir e tumultuar o trabalho da comissão". "Aviso que votarei contra esses requerimentos", antecipa o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). "Estamos entupidos de denúncias contra os cofres públicos; mudar o rumo agora só ajuda aos envolvidos", completa o líder do PFL na Casa, José Agripino (RN). O relator da CPI dos Bingos, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), proporá uma alternativa: a de requerer ao Ministério Público que remeta à CPI os dossiês do escândalo. "Se for a mesma máfia, aí sim devemos avançar nas investigações. Caso contrário não vale a pena sobrecarregar a CPI com um assunto aparentemente bem encaminhado pela PF." (Agências)

CPMI dos Correios ouve hoje Tolentino e Glenio Guedes José Dirceu comparece pela segunda vez no Conselho de Ética

Palmieri

Osório Batista

Jefferson

Lamas

Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB, depôs no dia 16 de agosto na CPMI do Mensalão e revelou que esteve em Portugal com Marcos Valério para obter recursos da Portugal Telecom para pagar dívidas do PT e do PTB.

Antônio Osório Batista, diretor afastado dos Correios por ter sido citado por Marinho na gravação. Depôs na CPMI e afirmou que Jefferson pediu dinheiro aos diretores da estatal para fazer caixa de campanha.

A Câmara cassou o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que perdeu os seus direitos políticos até 2015, por 313 votos a favor e 156 contra. Ele foi cassado por quebra de decoro parlamentar, tráfico de influência e crime eleitoral.

O ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, confirmou em depoimento à CPMI do Mensalão que foi algumas vezes a Belo Horizonte buscar dinheiro a pedido do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.

Karina Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério. Depôs na CPMI e contestou as versões de seu ex-patrão para os grandes saques bancários. De olho numa das 513 cadeiras da Câmara, Karina se filiou ao PMDB e pretende se candidatar à deputada federal em 2006.

Genoino

Jefferson

Duda

Roosewelt Pinheiro/ABr

Galeria de personagens Roosewelt Pinheiro/ABr

na Polícia Federal. À época das primeiras denúncias sobre o esquema de caixa 2 no Paraná, Paulo Bernardo negou qualquer participação no caso. Citibank – A CPMI do Mensalão cancelou os depoimentos do presidente do Citibank no Brasil, Gustavo Marin, e do procurador legal do Citigroup, Sergio Spinelli, marcados para hoje. Segundo a secretaria da comissão, o pedido de cancelamento foi feito por Marin e Spinelli e não foi definida uma nova data para os depoimentos. Tolentino, Dirceu... – A CPMI dos Correios tem um dia cheio hoje. As sub-relatorias ouvem os depoimentos de Ioannis Amerssonis, Michel Abud Atiê Jr., Antonio Augusto Leite Filho (representantes da Beta Brazilian Express Transportes Aéreos), Rogério Tolentino (sócio do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza) e Glenio Guedes (exprocurador da Fazenda Nacional). O Conselho de Ética, por sua vez, ouve pela segunda vez o deputado José Dirceu (PT-SP) no processo da cassação de seu mandato. Amanhã, a CPMI dos Correios ouve novamente o depoimento de Mauricio Marinho, ex-funcionário dos Correios flagrado recebendo propina. Na CPI dos Bingos estão marcados para amanhã os depoimentos do deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) e de Vladimir Poleto, que tem ligações com Rogério Buratti, ex-assessor do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, quando era prefeito de Ribeirão Preto. (Agências)

O publicitário Duda Mendonça, da DM9, confirmou ter recebido dinheiro de Marcos Valério no exterior. Os repasses, segundo ele, eram para pagar dívidas do PT, das campanhas eleitorais de 2002. Valério negou a versão de Duda.

Roosewelt Pinheiro/ABr

A

Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios poderá apurar o suposto esquema de caixa dois no PT de Londrina (PR). O caso envolve denúncias de irregularidades contra o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Segundo o relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), as denúncias serão investigadas se trouxerem novas informações sobre a origem dos recursos operados pelo empresário Marcos Valério em benefício de partidos políticos. "Se há dinheiro canalizado para a campanha em Londrina, iremos investigar." Segundo reportagem publicada pela revista IstoÉdo último fim de semana, a ex-assessora financeira do PT de Londrina Soraya Garcia confirmou à Polícia Federal que o partido omitiu da Justiça Eleitoral R$ 6,5 milhões em gastos de campanha no município. De acordo com Soraya, as negociações dos recursos passavam pelo gabinete de Paulo Bernardo, que na época era deputado federal pelo PT, e envolviam a agência SMP&B, de Marcos Valério, acusado de ser o operador do suposto esquema conhecido como mensalão. Osmar Serraglio lembra que, quando as primeiras denúncias de Soraya Garcia foram divulgadas pela imprensa, no final de agosto, a CPMI aprovou requerimento para a convocação da ex-assessora. O relator admite, porém, que a convocação pode ser substituída pela requisição de cópia do depoimento prestado por ela

Mendonça

Marcos Valério, dono da SMP&B e da DNA. Movimentação bancária mostra saques de vários políticos e assessores, num total de R$ 55 milhões. Disse na CPMI do Mensalão que o aval de Dirceu foi confirmado por Delúbio.

Valter Campanato/ABr

NA MIRA, O CAIXA 2 DO PT DE LONDRINA.

Valério

Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Assumiu ter negociado cargos; saiu do PT, depois da descoberta de que ganhou um Land Rover da GDK . Valério disse que ele sabia dos empréstimos repassados ao diretório nacional.

Roosewelt Pinheiro/ABr

Serraglio: "Nós vamos investigar".

Pereira

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, se recusou a nomear sacadores das contas de Valério na CPMI dos Correios. Na CPMI do Mensalão, ele não explicou pagamentos a Duda e disse que José Dirceu não negociou dívidas do PT.

Valter Campanato/ABr

Dirceu depõe no Conselho de Ética

Delúbio

Gushiken

Genu

Toninho

Ferreira

Guimarães

Costa Neto

Genoino

Marcos Vinícius Ferreira, genro de Roberto Jefferson e suposto canal do PTB com os Correios. Senado estuda pedir a quebra de seu sigilo bancário. A CPMI dos Correios ainda não remarcou seu depoimento.

O ex-presidente do Banco Popular do Brasil Ivan Guimarães negou à CPMI dos Correios que sua indicação para o cargo no banco tenha sido feita pelo PT. Ele anunciou aos integrantes da comissão que vai se desfiliar do PT.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, se recusou em seu depoimento à CPMI da Compra de Votos a revelar nomes de empresas e pessoas físicas para as quais teria repassado supostos R$ 6,5 milhões recebidos de Marcos Valério.

O ex-presidente do PT José Genoino depôs na CPMI do Mensalão e disse que desconhece a existência de caixa 2 no partido e que o PT não compra votos em troca de aprovação de projetos de interesse do governo.

Gushiken

Salmeron

Toninho da Barcelona

Marinho

Luiz Gushiken, chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Acusado de usar influência sobre os fundos de pensão de estatais, Gushiken depôs na CPMI dos Correios e negou as acusações.

Roberto Salmeron, ex-presidente da Eletronorte e ex-vice-presidente dos Correios. De acordo com o depoimento de Osório Batista, Jefferson e Salmeron teriam assistido à gravação um dia antes de ter sido divulgada à imprensa.

O doleiro Antônio Oliveira Claramunt negou que tenha prestado serviços ao PT ou a outros partidos, Mas, no mês passado, disse que operava para o PT durante a campanha de 2002, trocando dólares por reais.

Maurício Marinho, ex-chefe de Contratação e Administração dos Correios. Flagrado em gravação recebendo propina de R$ 3 mil, o pivô da crise foi reconvocado pela CPMI dos Correios para depor. Foi demitido da estatal por justa causa.

Gonçalves

Genu

Dipp

Marschner

Luiz Otávio Gonçalves, diretor da Skymaster, admitiu que pediu ajuda de Silvio Pereira para evitar que sua empresa perdesse o contrato com os Correios. A CPMI dos Correios ouviu também outros três representantes da empresa.

João Cláudio Genu, ex-assessor de José Janene (PP-PR). Ele negou que tenha recebido mais de R$ 4 milhões que Valério diz ter dado a Janene, mas admitiu que poderia haver mais dinheiro do que os R$ 700 mil declarados nos recibos do banco.

Airton Dipp, ex-presidente dos Correios, confirmou na CPMI dos Correios encontro com Silvio Pereira e a influência de Luiz Gushiken na estatal, através da nomeação de três dos cinco membros de uma comissão de análise de publicidade.

Haroldo Marschner, um dos donos da Precision Componentes. Ele disse que teria recebido pedido de suborno de Maurício Marinho, para poupar a sua empresa da aplicação de multa por atraso na entrega de material.

PASSO-A-PASSO DAS INVESTIGAÇÕES

CPMI do Mensalão

Conselho de Ética

CPI dos Bingos

A comissão cancelou os depoimentos de Gustavo Marin e Sergio Spinelli, do Citigroup. Amanhã é a vez de José Luiz Alves e Manoel Severino, ligados ao empresário Marcos Valério. A outra CPMI, a dos Correios, ouve amanhã novamente Maurício Marinho, ex-funcionário dos Correios flagrado recebendo propina.

O conselho cancelou o depoimento do presidente do Conselho de Administração do BMG, Flávio Guimarães, previsto para ontem. Ele seria ouvido como testemunha de acusação no processo contra o deputado José Dirceu (PT-SP). O depoimento do ex-ministro-chefe da Casa Civil está marcado para hoje.

A CPI adiou para a primeira semana de outubro a acareação entre Waldomiro Diniz, Carlos Cachoeira, Rogério Tadeu Buratti, Enrico Gianelli e Marcelo Rovai, marcada inicialmente para amanhã. Todos já prestaram depoimento à comissão. A acareação é considerada de vital importância para a CPI.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 27 de setembro de 2005

TERRA EM TRANSE

Marcelo Carnaval/Agência O Globo

Vento e frio no Rio. Em São Paulo, sol só a partir de quinta

P

CIDADES & ENTIDADES - 3

J.P. Moczulski/Reuters

recedida de fortes ventos, uma frente fria chegou ontem ao Rio de Janeiro. A força dos ventos pôde ser sentida especialmente na orla. Nas praias de Copacabana e de Ipanema (foto acima), muitos cariocas quase ficaram sem seus guarda-chuvas. Em São Paulo, as seis frentes frias que passaram pela capital neste mês provocaram 126,1 milímetros de chuva, 71% acima da média histórica de 73,9 milímetros, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia. O excesso de chuva também refletiu na temperatura, segundo a empresa Climatempo. Foram poucas as tardes quentes em setembro. A média das máximas está em torno de meio grau abaixo do padrão de 24,3 graus. Já as madrugadas não ficaram muito frias. A média das temperaturas mínimas até ontem estava em 15,1 graus contra a média normal de 13,7 graus. A expectativa da Climatempo é de que setembro termine mantendo esse quadro. Até amanhã, os termômetros não passarão dos 18 graus durante a tarde. O céu continuará nublado, mas com pouca chuva. A mínima cai para 10 graus. A partir de quinta o sol reaparece. (Agências)

FAMÍLIA NEGA QUE BRASILEIRA MORTA USAVA COCAÍNA

A Moradora de Nova Orleans acha Princesa, a gata de sua filha, que estava desaparecida há três semanas, desde a passagem do Katrina

TEXANOS VOLTAM PARA CASA. DRAMA CONTINUA NA LOUISIANA. A passagem do furacão Rita deixou duas vítimas fatais. Enchentes voltaram a atingir Nova Orleans.

M

ilhares de moradores do Texas, que deixaram suas casas por causa do furacão Rita, começaram a voltar, no domingo, para Houston. Na Louisiana, por onde o furacão também passou, o trabalho de busca de vítimas nas cidades a oeste do estado continuam. A localidade já havia sido atingida duramente pelo Katrina. O Rita atingiu a costa do Texas e da Louisiana na madrugada de sábado como um furacão categoria 3. O fenômeno, que dias antes havia chegado à categoria 5, perdeu força e virou uma tempestade tropical. Até ontem, havia o registro de duas mortes ligadas ao Rita, no Mississippi e no Texas. Na Louisiana existe a possibilidade de o número de mortos aumentar à medida que as equipes de resgate avançam no trabalho. Os dois principais aeroportos de Houston, o George Bush Intercontinental, e o pequeno William P. Hobby, reiniciaram suas operações no domingo, após ficarem fechados por dois dias. Mais de 300 mil pessoas estão sem luz em Houston e cidades ao redor, segundo a Center Point Energy, a principal empresa fornecedora de eletricidade. No sábado, esse número chegava a 600 mil. Segundo o governador do Texas, Rick Perry, o Estado sofreu prejuízos da ordem de U$ 8 bilhões. Voluntários – No domingo, helicópteros e barcos, de militares e de voluntários, procuravam por vítimas do furacão nas comunidades de pescadores na costa da Louisiana. Ao menos 2.500 pessoas foram resgatadas em Vermilion no fim de semana. Na Nova Orleans já destruída pelo Katrina em 29 de agosto passado, algumas zonas voltaram a ficar inundadas. A água das enchentes chegou a 2,4 metros e só parou de subir uma Corporação de Engenheiros do Exército conseguiu consertar uma rachadura em um dos diques. As cidades costeiras de Cameron, Creole e Lake Charles, na Louisiana, foram duramente atingidas pelo Rita. Em Cameron, cerca de 90% das residências foram destruídas. Em Creole, com 70% de destruição, pouco mais que a corte municipal e uma escola primária ficou de pé. Em Lake Charles, a água começou a baixar no d o m i n g o , re v e l a n d o u m a grande quantidade de instalações destruídas. O oficial do Exército encarregado da recuperação estadual, general Russel Honore, disse que o próximo passo será erguer uma tenda no estilo militar em Lake Charles para que a administração local possa voltar a funcionar e comandar as operações de reconstrução da cidade. (Agências)

Terra treme no Peru e assusta Manaus

Sergio Urday/EFE/AE

Moradores de San Martín, no Peru, passam por rua atingida pelo terremoto na noite de domingo

C

erca de 15 segundos de um tremor de terra em Manaus, provocado por um abalo sísmico de 7,5 graus na escala Richter que atingiu cidades peruanas a mais de mil quilômetros, na noite de domingo, criaram pânico em moradores dos prédios mais altos da capital amazonense. O corpo de bombeiros atendeu a cerca de 20 chamados de bairros como Japiim, Aleixo e Ponta Negra, onde ficam a maioria dos prédios mais altos da capital. Os moradores do edifício Portal da Cidade, com 20 andares, no bairro Aleixo, um dos pontos mais altos de Manaus, saíram de seus apartamentos e desceram, na noite de domingo, para a avenida. Além dos bombeiros, guardas de trânsito também foram chamados para fechar o tráfego em frente ao prédio. "Meu lustre balançou e a

água de um aquário no quarto de meu filho", afirmou a dona de casa Martha Borges, que estava no quarto da criança quando percebeu o tremor e desceu com os filhos de pijamas para a rua. Moradores de edifícios de classe média alta da Ponta Negra, como o Beethoven e o Aruba, também desceram pelas escadas quando sentiram a vibração em seus apartamentos, disseram os bombeiros. Sismógrafo – No Amazonas há apenas um sismógrafo, de propriedade da empresa Manaus Energia. O aparelho fica em Balbina, a cerca de 105 quilômetros da capital, e controla a estabilidade dos arredores da Hidrelétrica de Balbina. As informações do sismógrafo foram enviadas pela Manaus Energia à Universidade de Brasília (UnB), mas até as 17h de ontem, hora local, ainda não havia sido di-

vulgado o resultado das análises dos tremores. De acordo com o superintendente do Serviço Geológico Nacional (CPRM), Daniel Nava, o abalo sísmico sentido em Manaus foi um "eco" do Peru e é comum. "A proximidade com os Andes faz de Manaus e de algumas cidades do Acre uma espécie de caminho da vibração", disse. O fato de apenas moradores de prédios mais altos terem sentido as ondas do terremoto ocorre porque as extremidades costumam ser mais sensíveis à vibração. Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura de Tabatinga, localizada a 1.105 quilômetros de Manaus, na rua da Amizade, que divide Tabatinga de Letícia, na Colômbia, as luminárias dos postes e a fiação da rede elétrica também balançaram durante o tremor. (AE)

Depois da China, tufão chega ao Vietnã O China Out Reuters/China Newsphoto

tufão Damrey chegou à ilha turística de Hainan, no sul da China, matando pelo menos duas pessoas. Os ventos de até 200 km/h derrubaram casas e arrasaram lavouras de arroz e bananas. Segundo a agência de notícias oficial Nova China, Damrey tocou a terra antes da alvorada. Tratase do mais forte tufão a atingir a ilha desde 1973. A tempestade, cujo nome significa "elefante" em cambojano, devastou o sul da ilha antes de voltar para o oceano e rumar para o Vietnã, onde mais de 200 mil pessoas foram removidas de suas casas. O tufão deve atingir cerca de 12 Províncias no Vietnã. Os meteorologistas estimavam que os ventos pudessem ultrapassar os 130 km/hora, ameaçando os diques.

Ondas causadas pelo Damrey (elefante) em Hainan, no sul da China

Hainan – Os hotéis na região turística da Baía Yalong estavam quase todos vazios. Os resorts Sheraton e Marriott operavam com equipe mínima. Muitos empregados não conseguiram chegar aos locais de trabalho, informaram recep-

cionistas. Situada numa das regiões mais pobres da China, Hainan recentemente passou a se promover como o "Havaí chinês", lucrando graças ao clima tropical, praias virgens e à c u l t u r a n a t i v a das tribos locais. (Agências)

família da brasileira Ana Lúcia Bandeira Bezerra, de 31 anos, que morreu domingo, na cidade de Gênova, na Itália, não acredita que ela tenha consumido cocaína – versão apresentada pelas autoridades italianas, segundo as quais ela sofreu uma overdose durante uma festa na casa do ator Paolo Calissano. O pai dela, o marceneiro Reginaldo Bandeira Bezerra, afirmou que a filha não era dançarina e trabalhava numa fábrica de auto-peças. Ele quer que a filha seja enterrada no Brasil. "Minha filha não tinha vício algum. Ela só gostava de se divertir, o que é normal para uma moça de 31 anos. Se ela pagou um preço alto demais por isso, eu não sei", disse Reginaldo, que mora em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, e soube da morte da filha pela televisão. "Eu não estou nem acreditando ainda, estou em estado de choque. Dos meus cinco filhos, ela era a mais agarrada." Reginaldo viu Ana Lúcia pela última vez em julho, quando ela esteve no Brasil de férias. A filha chegou de surpresa com um amigo italiano e ficou 30 dias no Brasil. Fez passeios com a família e prometeu voltar para levar o pai para a Itália. "Ela estava com muita saudade, ficou num apartamento em Copacabana e vinha aqui dia sim dia não", lembrou o marceneiro. Ana Lúcia estava na Itália desde os 17 anos. Ela viajou depois de engravidar de um italiano que havia conhecido no Rio de Janeiro e com quem teve dois filhos: uma menina de 13 anos e um garoto de 11. Ambos moram com o pai desde a separação do casal. Segundo Reginaldo, que não soube dizer quando ocorreu o fim da união do casal, a filha estava muito feliz na Itália, falava a língua fluentemente e não tinha planos de voltar a morar no Brasil. Ele espera ter apoio do governo brasileiro para trazer o corpo de Ana Lúcia de volta. A notícia da morte da brasileira deixou perplexos seus familiares. Marilene Bezerra da Silva, de 54 anos, tia da moça, ficou estarrecida com as informações de que ela teria consumido cocaína. "Nunca imaginei que isso pudesse acontecer na minha família", disse Marilene, que esteve com Ana Lúcia há dois meses. A mãe da brasileira, que é divorciada do pai, mora em Búzios, na Região dos Lagos. O Itamaraty informou apenas que o consulado brasileiro em Milão acompanha o caso. Segundo a Polícia Federal, o passaporte de Ana Lúcia foi emitido em dezembro de 2002 e era válido até dezembro de 2007. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.CIDADES & ENTIDADES

terça-feira, 27 de setembro de 2005

Referendo: poucos recursos

DINAMITE

A

As frentes parlamentares pró e contra a comercialização de armas de fogo encontram as mesmas dificuldades Milton Mansilha/Luz

José Cruz/ABr

A

menos de duas semanas do início da campanha do referendo sobre a venda de armas, as duas frentes parlamentares que vão se enfrentar nas urnas no dia 23 de outubro estão com dificuldades para arrecadar recursos financeiros. "A arrecadação está difícil para todos. Achavam que ia ser a campanha do tostão contra o milhão, mas não será", disse o deputado Alberto Fraga (PFL-DF), presidente da Frente Parlamentar pelo Direito à Legítima Defesa, contrária à proibição da venda de armas. Apesar das queixas, Fraga informa que os cofres não estão totalmente vazios. Ele não revela, contudo, quanto já arrecadou. Segundo o deputado, o setor industrial tem se mostrado sensível à tese. O setor agrícola é outro que tem contribuído: "Não é por acaso que o MST vai trabalhar a favor do sim e os ruralistas pelo não", disse deputado Luiz Antonio Fleury Filho (PTB-SP). Ele nega que a campanha receba aportes vultosos da indústria de armamentos. "A indústria não banca tanto quanto organizações da sociedade, de forma indireta, estão bancando o outro lado" disse Fleury. Uma explicação para as dificuldades enfrentadas pelas duas frentes são as regras editadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para o referendo, adaptadas da legislação que rege as eleições comuns, de candidatos. Com isso, concessionárias de serviços públicos ficam impedidas de participar. Organizações que recebem recursos governamentais ou estrangeiros, como as ONGs, também estão fora da lista de doadores. A Frente Parlamentar por um Brasil sem Armas

O deputado Luiz Antonio Fleury Filho: a favor da comercialização

O deputado Raul Jungmann: contra a comercialização

reclama da rigidez da lei, argumentando que essa é uma causa da cidadania, não da atividade política. O presidente do TSE, ministro Carlos Velloso, discorda. "Decidimos utilizar as regras eleitorais e não acho que isso acarretará nenhum problema. Fiscalizaremos possíveis denúncias de arrecadação irregular", afirmou. "Não considero injusto utilizar a legislação eleitoral para o referendo. As concessionárias de serviço público, por exemplo, não podem realmente tomar posição. Têm de ser tão isentas quanto a União", concordou o ministro José Gerardo Grossi, do TSE. Os coordenadores da frente contra as armas tentam superar a severidade das regras de financiamento apelando ao trabalho voluntário. Agências de publicidade de grande porte, como Giovanni e Propeg, produtoras de vídeo e gráficas já trabalham num consórcio, sem cobrar pelo serviço. Entre os publicitários voluntários está Washington Olivetto, vítima de sequestro em 2002. Segundo o deputado Raul

Jungmann (PPS-PE), um dos dirigentes da frente anti-armas, a arrecadação não está fácil. Os cofres estão minguados, mas, de acordo com Jungmann, há promessas como a da Federação Nacional de Seguradoras (Fenaseg), de doar R$ 300 mil. "É difícil obter recur-

GIr Agendas da Associação e das distritais

Quinta

I Lapa – O Conselho da Mulher

Empreendedora da distrital oferece gratuitamente às pessoas de baixa renda do bairro o Curso de Empreendedorismo - Artesanato com técnicas em madeiras, ministrado pela coordenadora do CME, Agda Tonon Formaglio. Às 9h. I Hungria – A ACSP recebe a secretária de Relações Exteriores da Hungria, András Bársony. Às 13h30, rua Boa Vista, 51/12º andar, no Enre. I Comus - Reunião do Comitê de Usuários dos Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo (Comus), coordenada pelo diretor da ACSP José Cândido Senna que recebe o superintendente da administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Eduardo Requião de Mello e Silva, e do diretor superintendente do Terminal de Contêineres de

Paranaguá, Mauro Marder, que falarão sobre "O desempenho do corredor logístico de Paranaguá no escoamento de grãos e contêineres de exportação". Às 17h, rua Boa Vista, 51/9º andar, plenária. I Penha - A distrital , em conjunto com a Associação Viva a Penha e a diretoria do Memorial da Penha, realiza debate sobre a revitalização do bairro. Às 19h30.

Sexta I Lapa – A distrital realiza reu-

nião do núcleo Guaicurus do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor André Gil Sanchez Júnior. Às 10h. I Ipiranga – A distrital promove jantar "Personalidade do bairro" onde serão homenageadas pessoas que se destacaram por suas atividades na região do Ipiranga. Às 20h30. Clube Atlético Ypiranga, rua do Manifesto, 475.

sos sem cargos e verbas para distribuir depois. Só temos a causa", lamentou Jungmann. A campanha está orçada em R$ 2,5 milhões e os representantes da frente prometem prestar contas de cada centavo pela internet e pela televisão. "Será a primeira campanha pós-crise e a primeira sobre o tema no mundo. Vamos agir com transparência" disse o presidente da Frente, senador Renan Calheiros (PMDB-AL). "As doações de serviços prestados vão ser convertidas em valores em dinheiro para a prestação de contas", disse o diretor-executivo do Viva Rio, Rubem Cesar Fernandes. Na outra frente parlamentar, os custos com a produção de televisão, maior despesa da campanha, estão estimados em cerca de R$ 1 milhão, a cargo do publicitário Chico Santa Rita. (AG)

Ó RBITA

GOLIAS

S

egundo boletim divulgado ontem, a equipe que cuida do comediante Ronald Golias decidiu suspender a sedação do paciente para retirar o aparelho que o auxiliava a respirar. Ronald Golias está internado em estado grave desde o dia 8 na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital São Luiz. Ele apresenta infecção generalizada proveniente de infecção pulmonar, passa por hemodiálise e recebe antibióticos. Os médicos afirmam que seu estado É grave, mas com "sinais clínicos de melhora". (AG)

polícia apreendeu mais de 800 bananas de dinamite na periferia de Suzano, na Grande São Paulo. Depois de denúncia anônima, policiais localizaram 37 caixas de dinamite em forma de gel. Vinte e cinco delas estavam num terreno baldio no bairro São José e outras 12 num bairro vizinho. A carga teria sido roubada há 45 dias de uma empresa. No início deste mês, a polícia havia achado mais uma tonelada de explosivos e detonadores em Itapevi. O explosivo também estava em caixas, num matagal ao lado de um sítio, e teria sido deixado por um motorista de caminhão, que foi identificado e preso. O delegado Ednelson de Jesus, de Itapevi, acredita que a carga seria destinada a criminosos. (AG)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.CAMPINAS

terça-feira, 27 de setembro de 2005

em Campinas fotos de Marcos Peron/ Virtual Photo

ÓRBITA

ÓPERA ópera Don Giovanni, de Mozart, estréia hoje em Campinas. A Sinfônica Municipal de Campinas, sob o comando do maestro Cláudio Cruz, atuará ao lado do diretor de cena italiano, Giuseppe De Tommasi, que já encenou 120 títulos de óperas italianas. O baixo-barítono Stephen Bronk interpretará Don Giovanni, a soprano Eiko Senda dará vida a Donna Anna, o tenor Fernando Portari será Don Ottavio e a soprano Rosa Lamosa, Donna Elvira. Os baixos Sávio Sperandio e José Gallisa atuarão como Leporello e Il Commendatore. Silvia Klein será Zerlina e Homero Velho, Masetto. O espetáculo será reapresentado na quinta (29), no sábado (1/10) e na segunda-feira (3/10), no Teatro Castro Mendes.

A

Mudar as tecnologias energéticas dos países exige um prazo que varia de 50 a 100 anos

AQUECIMENTO GLOBAL

Pesquisas apontam para a biomassa e para a energia solar como alternativas ao combustível fóssil. Mas é preciso barateá-las

Os pesquisadores Warwick McKibbin e Klauss Heinloth debateram o problema ontem

Cientistas pintam cenário negativo O

s pesquisadores Warwick McKibbin, professor de economia internacional da Faculdade de Pesquisas e Estudos dos Países Asiáticos e do Pacífico, e Klauss Heinloth, do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas das Nações Unidas, estão no País, em Campinas, para deba-

ter o aquecimento global. Suas perspectivas são pouco otimistas. Diário do Comércio Estamos perto de uma matriz energética alternativa ao combustível fóssil, o maior responsável pelo aquecimento ?

Klaus Heilonth – Não temos essa solução. As pesquisas apontam para a biomassa e energia solar como alternativas. Ambas ainda são caras. Não sabemos como armazenar a energia solar a custo baixo. O mesmo se dá com o hidrogênio. É preciso saber como tê-lo de forma barata. O protocolo de Kyoto é uma solução até que estas tecnologias apareçam? Warwick MacKbbin – Não porque o protocolo traça de forma errada as metas de curto prazo (redução de 5% da emissão global até 2012), já que não sabemos o impacto delas na economia. Também, o mercado de carbono definido em Kyoto propõe que ao invés de os países desenvolvidos reduzirem a emissão de gases, compensem isso investindo em projetos de eficiência ener-

gética em países em desenvolvimento. O certo é que cada país defina suas políticas para emissão de carbono e que as riquezas geradas fiquem lá. Podemos pegar a China, que ao mesmo tempo que aumentou o uso de carvão, reduziu a emissão de dióxido de enxofre. Criou o mercado do enxofre, precificando-o. Quem o produz agora tem duas escolhas: pagar pela quantidade produzida ou diminuir a emissão. O conceito poderia ser criado para o carbono. Qual será o cenário mundial se o aquecimento continuar? Heilonth – Se houvesse certeza sobre as mudanças climáticas, e que elas afetariam a economia a ponto de ser necessária alterar as tecnologias energéticas de todos os países, demoraríamos entre 50 e 100 anos para mudar tudo. Portan-

Klaus Heilonth

Temo que os fenômenos recentes resultem do aquecimento global. Tudo converge para um problema grande

Warwick McKibbin to, não há como saber a extensão do risco da energia. O que se sabe é que a queima de carvão e gás ao ano equivale ao que a natureza demorou milhares de anos para produzir. Trabalha-se com a previsão de que haverá óleo e gás para mais 40 anos e carvão para mais 100. A escassez é outro motivo para buscar energia renovável e limpa. Por onde começar para resolver a questão ? MacKbbin - A longo prazo a resposta estará nas novas tecnologias, mas não as conhecemos. É preciso

investir em instituições que determinem o preço do petróleo em função de suas conseqüências. A incidência de furacões está aumentando? Há relacão com o aquecimento global? Heilonth - Estudo as mudanças climáticas há 30 anos e posso dizer que esse aumento está relacionado com as ações do homem. Macbbin - Eu temo dizer que os fenômenos recentes são resultado do aquecimento global. Tudo converge para um problema grande. Renato Ibelli Marcos Peron/Virtual Photo

Prefeitura volta atrás e muda projeto tributário

A

Secretaria de Finanças voltou atrás em alguns pontos dos projetos de lei do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) e do Imposto de Transmissão de Bens InterVivos (ITBI). O aumento da alíquota para hospitais e clínicas não conveniados ao SUS foi revista. “Este aumento para 5% que estava no projeto foi um erro técnico da secretaria. Será corrigido por meio de uma emenda”, explicou o secretário de Finanças, Francisco Esquef. Já um novo esquema de isenções, que cobriria todo o sistema tributário municipal e seria apresentado em um novo projeto de lei, foi abandonado. Segundo o secretário, as isenções

para o ISS dependeriam de noventena e não haveria tempo hábil para isso. “Este novo projeto de isenções será apresentado em 2006. Valem as isenções já existentes”, disse o secretário. O pagamento parcelado do ITBI também foi retirado do projeto. A decisão veio depois que representantes dos cartórios apresentaram estudo mostrando que este parcelamento dificultaria a transmissão do imóvel, uma vez que a escritura definitiva só estaria em poder do comprador após a quitação do imposto. “A opção foi aplicar o desconto de 20% no valor da alíquota, que passa de 2% para 1,6% em todos os casos”, disse o secretário. Novos projetos – Até o final da semana a secretaria apresenta à Câmara um

novo mapa de valores e alíquotas do IPTU. Os valores venais foram revistos de acordo com estudo da prefeitura feito em 2003 e relatório da Comissão Especial de Estudos da Câmara. "Dos imóveis da cidade 70% devem ser beneficiados com redução de IPTU ”, adiantou Esquef. Os outros 30%, porém, podem ter aumentos fortes. Segundo o diretor de Receitas Imobiliárias, Rodrigo Ferreira, os aumentos podem chegar a 500%. "Existem casas de alto padrão que pagam como baixa renda e isto será revisto”, explicou Ferreira. A lei de incentivos também chegará à Câmara até sexta feira. Com o sistema de pontuação muitas empresas podem ter redução de ISS, chegando aos 2%. Além disso, profissionais liberais recém-formados poderão ter isenção de impostos por até dois anos. Orçamento – Pela estimativa da prefeitura, o orçamento para 2006 deve chegar a R$ 1, 370 bilhão. Segundo a secretaria, isso

oje é o Dia Nacional do Doador de Órgãos e a Unicamp realiza um simpósio com o tema "Transplante de Órgãos - Essa vida tem duas mãos", no Auditório 5 da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. As atividades têm início às 8h30 da manhã. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (19) 3788- 8002.

H

VACINAÇÃO rossegue hoje a vacinação contra a raiva em cães e gatos nos bairros Vila Ipê, Faria Lima e São Domingos. No decorrer da semana - ainda com dias a serem definidos a vacinação será feita na área do CS Vila Rica. Balanço preliminar divulgado, ontem, revela que cerca de 33 mil animais já foram vacinados na região sul. Os dados são parciais. A expectativa é de que a campanha não vai atingir a meta de 36,6 mil animais vacinados nesta etapa. A última fase acontece na zona leste, nos dias 8 e 9 de outubro. Informações sobre postos de vacinação podem ser obtidas pelo telefone 156 ou pelo site www. campinas.sp.gov.br/saude

P

EXPEDIENTE

O aumento de 5% para hospitais e clínicas não conveniados ao SUS foi um erro técnico da secretaria. Será corrigido por meio de uma emenda.

Francisco Esquef

significa uma melhoria de aproximadamente 7% em relação à arrecadação de 2005. “Mas se você observar, estamos apenas ganhando o acumulado da inflação do ano”, disse Francisco Esquef. De acordo com ele, o importante é a justiça tributária. “Quando há equalização de tributos, todos são beneficiados. Todos passam a pagar e a arrecadação melhora”, disse. Cobrança judicial – A partir do próximo dia cinco 80 mil devedores da pre-

DOADOR

feitura de Campinas vão receber notificações judiciais para o pagamento de suas dívidas. Os contribuintes inadimplentes terão 5 dias para quitar os atrasos ou devem oferecer bens em penhora. Segundo a Secretaria de Finanças, estas dívidas dizem respeito aos anos de 2001 e 2002 e giram em torno de R$ 120 milhões. Este é o último recurso da prefeitura para receber esta dívida, já que não houve acordo em negociação amigável. Cristiane Prezotto

Diretoria Executiva (2004 - 2007) Presidente Guilherme Campos Júnior 1º Vice-Presidente Gilberto Rocha da Silveira Bueno 2º Vice-Presidente Carlos Francisco Simões Correia Assinaturas do Diário do Comércio (0xx19) 2104-9276 Departamento de Sócios Serviço de Atendimento ao Usuário, Convênios e Parcerias (19) 2104-9271/ 9272/ 9273 associados@acicnet.org.br Assessoria de Imprensa (19) 2104-9215/ 9216 imprensa@acicnet.org.br Página na Web www.acicnet.org.br Rua José Paulino, 1111, Campinas, SP - CEP 13013-001 PABX: 2104-9200


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Logo Logo

Não vou porque não cortaram a marquise que divide a praça em duas. Acho que é uma burrice fantástica, não posso concordar.

Arquivo DC

terça-feira, 27 de setembro de 2005

www.dcomercio.com.br/logo/

Oscar Niemeyer, sobre o Auditório do Ibirapuera, que ele desenhou. Ele se nega a comparecer à inauguração, que acontece no próximo dia 8.

SETEMBRO

2 -.LOGO

27 José Dirceu depõe hoje no Conselho de Ética da Câmara. Dia de São Cosme e São Damião. A festa de Cosme e Damião é comemorada com distribuição de doces.

R ESPONSABILIDADE SOCIAL

O Estado do crescei e multiplicai-vos

Picles de cogumelos são a última aposta dos produtores do cogumelo do sol do norte de Minas Gerais. O cogulelo, que é conhecido por propriedades supostamente terapêuticas, agora será vendido em conservas produzidas por método artesanal. Mas a conserva não tem propriedades fitoterápicas cogumelo não é um remédio, só um tira-gosto.

O governo francês anunciou que vai conceder incentivos em dinheiro para os casais que tenham pelo menos três filhos. Especialistas acreditam que os países europeus presisam de famílias mais numerosas. Atualmente, as famílias francesas com mais três filhos recebem cerca de US$ 622 mensais, mas as autoridades querem elevar o valor para US$ 850 a US$ 1.215, a fim de incentivar que os trabalhadores que quiserem ter mais filhos.

www.aproconova.com.br

Ponto para a educação Pesquisa realizada com mais de 2.500 empresas brasileiras mostra que setor é o que mais recebe investimentos por meio de projetos de ação social

N

a carona da idéia de que o governo investe pouco em educação, o setor é o que tem recebido mais recursos empresariais. A constatação é da VI Pesquisa Nacional de Responsabilidade Social nas Empresas, realizada pelo Instituto ADVB de Responsabilidade Social. Periódica, a pesquisa ouviu em 2005 um total de 2.819 em todo o País e de todos os portes. Cerca de 59% destas companhias realizam algum tipo de programa social voltado para a educação. Mas nem todos os números da pesquisa são positivos. O estudo constata que houve redução de 14% nos investimentos em ações sociais realizados

Divulgação

T ELEVISÃO

Morre Don Adams, o ator de Agente 86 Don Adams, ator americano que interpretou o famoso Agente 86 na década de 1960, morreu no domingo aos 82 anos, de infecção pulmonar. O atrapalhado Maxwell Smart, o Agente 86, da agência federal CONTROL usava um sapato-telefone – numa época em que celular era só uma abstração. A série Agente 86 foi criada por Mel Brooks e Buck Henry, teve 138 episódios em cinco temporadas. B RAZIL COM Z

Boa notícia, agora todos os dias

Pimenta brasileira preocupa indianos

Quem não agüenta mais o noticiário sobre Katrina, Rita, atentados na Faixa de Gaza, políticas de George W. Bush ou mesmo os descompassos da política brasileira, pode buscar num site criado nos EUA apenas boas notícias em todas as áreas: saúde, tecnologia, negócios, arte e lazer, meio ambiente. Ontem, O destaque era o perdão da dívida de países pobres pelo Banco Mundial.

As exportações brasileiras de pimenta-do-reino já são destaque até entre os empresários indianos, há muito no domínio do mercado de especiarias. De acordo com o jornal indiano Business Standard, os principais importadores do produto nos Estados Unidos e na Europa têm buscado se abastecer no Brasil, onde os preços são mais baixos graças à boa safra. A produção estimada é de até 40 mil toneladas este ano. Índia, Vietnã e Sri Lanka são os produtores tradicionais da pimenta-do-reino.

http://www.happynews.com

Bachianas

René Higuita, no Cambio Extremo

O maestro João Carlos Martins rege a Bachiana Chamber Orchestra com a participação da pianista brasileira Vanya EliasJosé, radicada em Londres. Teatro Cultura Artística. Rua Nestor Pestana, 196. Telefone: 32583044. Às 21h. R$ 40,00 a R$ 90,00.

Depois de ter o habeas corpus negado pela Justiça de Salvador, a chimpanzé Suíça é protagonista de outra novela. Sem poder transferi-la para um santuário de primatas, a direção do zoológico busca agora um companheiro para ela.

G @DGET DU JOUR

F AVORITOS

Nabaztag: o objeto inteligente

Um clique pela cidadania

O Nabaztag é um coelho de 23 cm que, conectado por rede sem fio ao computador (Wifi), mexe as orelhas, canta e avisa quando chega um email, além de transmitir notícias. Na França, ele é vendido por 95 euros.

O Núcleo de Estudos da Violência da USP criou um site só com informações práticas, claras, objetivas sobre serviços e programas de governos ou promovidos por organizações não-governamentais, nas áreas de educação, saúde, trabalho, renda, cultura, lazer, segurança, justiça e cidadania. Todos os serviços divulgados no site são gratuitos ou de baixo custo.

http://www.nabaztag.com

www.guiadedireitos.org

A versão colombiana do reality show dos EUA, Extreme Makeover, o Cambio Extremo, precisou de oito intervenções supervisionadas pelo cirurgião plástico colombiano Ernesto Andrade, para transformar o goleiro René Higuita. Ele se submeteu a plástica no nariz, lipoaspiração no abdômen, injeção de gordura e silicone no rosto, tratamento de pele com laser, dieta, um tratamento dentário, corte e alisamento dos cabelos e banho de loja. Agora, o jogador, de 38 anos, pensa em ser apresentador de TV.

O

economista austral i a n o Wa r w i c k McKibbin e o físico alemão Klauss Heinloth estão em Campinas para debater o aquecimento global. Mas os dois especialistas não são lá muito otimistas. Agliberto Lima/AE

A mais nova estratégia de mídia da rede Al-Qaeda é um jornal online com 15 minutos semanais em que o âncora aparece encapuzado e com uma metralhadora na mão, falando sobre assuntos de interesse da organização terrorista. O telejornal é divulgado no site da organização, não facilmente acessível (www.alnaeda.com).

Divulgação

Chimpanzé Suíça quer companhia

Aquecimento global: o fim do consenso

Estamos perto de definir uma matriz energética alternativa ao combustível fóssil, maior responsável pelo aquecimento global? Klauss Heilonth – Não temos essa solução ainda. A maioria das pesquisas aponta como alternativa o uso da biomassa, bastante estudada no Brasil, e da energia solar. O problema é que ainda são muito caras. Não sabemos, por exemplo, como armazenar a energia solar a um custo baixo. O mesmo acontece com o hidrogênio. Antes de ser usado em um carro, é preciso descobrir como consegui-lo de forma barata e como adaptar nossos carros a essa nova fonte, também de forma barata e à qual todos os países possam ter acesso. A TÉ LOGO

KLAUSS HEINLOTH E WARWICK MCKIBBIN

O protocolo de Kyoto, que determina ações para combater o aquecimento global, é uma solução? Warwick MacKbbin – Não, porque o protocolo traça de forma errada as metas para curto prazo (redução de 5% da emissão global de gases até 2012), uma vez que não sabemos o impacto delas na economia. Além disso, o mercado de carbono, definido em Kyoto, propõe que os países desenvolvidos, em vez de reduzir a emissão de gases, invistam em projetos de eficiência energética em países em desenvolvimento, como compensação. O certo é que cada país defina suas políticas. A China, por exemplo, aumentou o uso de carvão mas reduziu a emissão de dióxido de

enxofre resultante de sua queima. Isso porque foi definido um custo para a emissão do gás. Quem o produz tem duas escolhas: ou paga pelo que produz ou diminuir a emissão. Estão diminuindo a emissão. Esse conceito poderia ser criado para o carbono. Os furacões estão aumentando? Isto tem relação com o aquecimento global? K. H - Estudo mudanças climáticas há 30 anos e posso dizer que o aumento do número de furacões está diretamente relacionado com as ações do homem. W. M. – Eu teria medo de dizer que os fenômenos rec e n t e s s ã o re s u l t a d o d o aquecimento global.

DEPOIS Fifa pede relatório sobre escândalo

A Fifa pediu que a CBF preste informações sobre o processo de investigação relativo à manipulação de resultados de jogos. O juiz Edilson Pereira Carvalho, envolvido no escândalo, é também árbitro da Fifa e poderá ser suspenso. Leia mais sobre o escândalo dos árbitros na página 4.

Renato Ibelli

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Estudo da CNI e da Funcex mostra que entrada da China na OMC beneficiará o Brasil A soldado Lynndie England é condenada por abuso de presos em prisão iraquiana

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Al-Qaeda cria o âncora anônimo

B ATE-PRONTO

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S ALVADOR

VER, NÃO CRER - Pegar fogo em público é um dos truques preferidos de Jim Trella, que participou ontem de festival mundial para ilusionistas da Paramount, em Los Angeles. Com Trella, na foto, Dwayne The Rock Johnson.

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I NTERNACIONAL

A pesquisa completa pode ser acessada no site da ADVB: www.advbfbm.org.br.

ANTES

C A R T A Z

ORQUESTRA

veis, com inteligência estratégica, parcerias com ONGs e funcionários-voluntários motivados", interpreta ele.

F UTEBOL

Marina Malheiros/AE

E M

Novos projetos – A realização de novos projetos é apontada como meta por 58% das companhias pesquisadas. As mesmas empresas também têm a expectativa de aumentar os investimentos em ações sociais num valor, em média, 38% superior ao efetuado em 2004. Se as intenções se concretizarem, a próxima pesquisa pode apontar uma reversão na queda de investimentos registrada este ano. Para o diretor do diretor do Instituto ADVB de Responsabilidade Social e coordenador do levantamento, Livio Giosa, isto é um indicativo de que as organizações estão mais atentas à importância das ações sociais. "As empresas aderem cada vez mais às ações socialmente responsá-

Mario Anzuoni/Reuters

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I NTERNET

por empresas no ano de 2004, em comparação com o ano anterior. Os investimentos médios das empresas em projetos de responsabilidade social no ano passado foram de pouco mais de R$ 332 mil. O estudo mostra ainda que, além da educação, as outras áreas prioritárias de investimento para as empresas brasileiras são meio ambiente, desenvolvimento comunitário e mobilização social, cultura e, por último, saúde. Em 96% das companhias, os altos executivos são envolvidos nas ações e em 62% das empresas, há um incentivo para que os funcionários de todos os níveis hierárquicos participem das ações sociais como voluntários.

site René Higuita

Picles de cogumelo, made in Brazil

Reuters

F RANÇA

Marcos Peron/Virtual Photo

P RODUTO

Antônio Lopes vai substituir Márcio Bittencourt como técnico do Corinthians

L OTERIAS Concurso 105 da LOTOFÁCIL 04

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Refinarias denunciam abuso econômico da Petrobras

Fotos: Milton Mansilha/Luz

CADE

NACIONAL - 13 Jorge Araújo/Folha Imagem

terça-feira, 27 de setembro de 2005

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Fernão Dias será privatizada

Associação estima que o setor tenha registrado aumento médio de 30% no volume de entregas

Souza, da Logistech: 200 mil entregas

EMPRESAS FATURAM NA GREVE Acionadas como alternativa à paralisação dos Correios, expectativa é manter pelo menos parte da clientela

A

poderá ser retida. O motivo apontado é o "desejo das empresas em geral de poder contar com uma alternativa para situações semelhantes". A Associação Brasileira das Empresas de Distribuição (Abraed), trabalha com a estimativa que o setor tenha registrado aumento médio de 30% no volume de entregas de correspondências e pequenas encomendas durante a greve. "A parte principal não é o incremento, mas o que deve per manece r", diz Marcos Monteiro, diretor executivo da entidade. No caso específico da sua empresa, a Total Express, ele acredita que metade do crescimento de 28%, registrado de 14 a 23 de setembro, será incorporado à carteira de negócios. No mesmo período, a Direct Express, operador logístico com estrutura para coleta e entrega em 500 municípios brasileiros, registrou crescimento de quase 100% no volume diário de remessas. Luiz Henrique Cardoso, diretor comer-

s empresas acionadas como alternativa à greve dos Correios, ao longo dos nove dias de paralisação da estatal, iniciam a semana contabilizando expansão significativa do volume de negócios durante o período. E se declaram dispostas a consolidar pelo menos uma parte desse movimento circunstancial. Para a divisão da Logistech que trabalha com a distribuição de catálogos, m a l a - d i re t a e produtos editoriais, os serviços extras do período acrescentam R$ 140 mil ao faturamento mensal da empresa, equivalentes a mais de 200 mil entregas. Desse total, segundo Bruno Henrique Souza, gerente responsável pela divisão, 73 mil entregas foram de uma financeira; outras 80 mil foram geradas por catálogos de venda direta de uma empresa de cosméticos e o restante, malas diretas para divulgação de um congresso mundial. Ele acredita que boa parcela dessa demanda contingencial

cial, ressalva que desse total, cerca de 60% foram gerados pela greve, por clientes que atuam com venda direta pela internet, TV e catálogos. O restante, diz, deve-se a um movimento normal do mercado nessa época, quando as empresas já começam a se preparar para as vendas de fim de ano. Por conta desse mesmo raciocínio, ele acredita que 50% da receita extra deverá permanecer na Direct Express. "Ninguém muda de operador logístico no mês de outubro. A greve sensibilizou muitas empresas para o fato de não poderem depender de um único fornecedor". A área comercial da Di-

rect iniciou intensa prospecção, através das filiais, para reter os novos negócios. Segundo Cardoso, das 30 novas empresas que atendeu durante o período de greve, duas – Fnac e Sonopress – já entregaram à Direct Express parte da sua distribuição, até então concentrada nos Correios. Normalizado – Fausto Weiller, porta-voz dos Correios, afirma que ontem, a estatal já estava com o serviço de entrega totalmente normalizado. "O Correio confia na sua estrutura e tradição de bons serviços prestados aos clientes e acredita que eles voltem". Fátima Lourenço

Monopólio pode ser julgado

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s empresas ligadas ao setor de distribuição de encomendas estão questionando na justiça o monopólio dos Correios. O julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal ( S T F ) , d o p ro c e s s o q u e questiona o monopólio do serviço postal pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), interrompido na sessão de 15 de junho, pode acontecer ainda este ano.

A devolução dos autos do processo para julgamento ocorreu na sexta-feira. O questionamento – uma Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) no. 46 – foi proposto pela Associação Brasileira das Empresas de Distribuição (Abraed). Em 15 de junho, empatado com um voto contra e outro a favor, seu julgamento foi interrompido. (FL)

Saldo da balança é de US$ 31,8 bi no ano

O

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) informou ontem que a balança comercial teve saldo de US$ 858 milhões na quarta semana de setembro, com crescimento expressivo em relação ao ano passado, tanto das importações quanto das exportações. Com isso, o resultado acumulado neste mês subiu para US$ 3,541 bilhões e o saldo deste ano atingiu US$ 31,889 bilhões. As importações totalizaram US$ 1,703 bilhão, o segundo maior resultado do ano, perdendo apenas para a quarta semana de agosto, quando somaram US$ 1,729 bilhão. No mês, as importações acumuladas atingiram US$ 4,797 bilhões, com média diária de US$ 299,8 milhões. Esse valor

Paulo Pinho/AE

Petrobras poderá ter de desembolsar de 1% a 30% de seu faturamento anual (que no ano passado foi de R$ 108 bilhões) em multa por abuso de poder econômico se a Secretaria de Direito Econômico (SDE) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) apresentarem decisão favorável à denúncia feita pelas duas refinarias privadas do País, de propriedade de Repsol e da Ipiranga. Considerando o resultado de 2004, a multa, se aplicada, poderia situar-se entre R$ 1 bilhão e R$ 32,5 bilhões. Com suas atividades suspensas, as duas refinarias alegam ao Cade que não têm como competir com a estatal no mercado interno, já que ela não repassa aos preços da gasolina e do diesel a alta internacional do preço do barril de petróleo. "A concorrência fica insustentável porque importamos o produto e não podeSe a reclamação mos vendêdas refinarias lo por um privadas do País p re ç o j u sforem aceitas to", alega a pelo CADE, é diretora da possível que Refinaria a Petrobras Ipiranga, tenha de Elizabeth desembolsar Telechea. entre 1% e 30% Apesar de seu do reajuste faturamento feito pela para pagar P e t ro b r a s indenizações no dia 10 de s e t e m b ro , quando os preços da gasolina e do diesel foram aumentados, respectivamente, em 10% e 12%, o Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE) aponta que ainda há uma defasagem em ambos os produtos de, aproximadamente, 15%. "A diferença só não é maior por causa da queda do preço do petróleo lá fora", disse o diretor do CBIE, Adriano Pires. Em sua opinião, entretanto, o processo por abuso de poder econômico feito pelas duas refinarias terá dificuldades para obter resultados. "A Petrobras pode apontar outros números como base de cálculos e mostrar que nessa área tem sido bastante rentável. Isso pode anular a queixa das refinarias", afirmou Pires. Análise – A SDE ainda está analisando as denúncias. Não existe prazo legal para a definição sobre a abertura do processo. A Petrobras informou que qualquer comunicado sobre esse tema será feito somente após a chegada da informação oficial do Cade. Recentemente, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, acusou ambas as empresas de não se modernizarem e não investirem em suas estruturas para poder melhorar suas margens. Segundo ele, isso é que as torna deficitárias. Para um especialista do setor, que preferiu não se identificar, a intenção das refinarias ao acionar o Cade pode ter sido "cavar" indenizações para cobrir os custos com um futuro fechamento das duas empresas. "Ambas estão quase falidas porque não se modernizaram para competir no atual mercado, que possui margens apertadas", afirmou, lembrando que, se as refinarias obtiverem uma nota favorável no Cade, isso justificaria um pedido de indenização na Justiça. Outra medida que, segundo o especialista, pode ser tomada é o pedido para que a estatal "cesse a conduta", ou seja, pare de cobrar os atuais preços e repasse ao valor de ambos os combustíveis a alta do mercado internacional. "Mas como classificar o preço ideal é um problema. Não existe esta noção exata e o fato de a Petrobras apresentar lucro na área de abastecimento facilita a defesa da companhia", disse. (AE)

O Porto de Santos é o canal principal para os exportadores brasileiros

representa um crescimento de 9,5% em relação à média diária registrada em setembro do ano passado. Em comparação com agosto, no entanto, a média diária caiu 10,2%. Exportações – Já as exportações somaram US$ 2,561 bi-

lhões na quarta semana de setembro, totalizando US$ 8,338 bilhões no mês. A média diária de setembro é de US$ 521,1 milhões, 22,6% acima da registrada em setembro de 2004. Segundo o ministério, o aumento das importações na

EUA propõe plano de acesso a mercado

O

s Estados Unidos apresentaram propostas ambiciosas sobre acesso a mercados nas negociações comerciais da semana passada em Paris, afirmaram fontes da indústria ontem. O país sugeriu maiores cortes nos impostos do que os propostos pela União Européia. Ministros dos EUA, União Européia (UE), Brasil e Índia se reuniram para tentar dar um novo estímulo ao processo paralisado de negociações agrícolas, na medida em que o encontro da Organização Mundial do Comércio (OMC), que acontecerá em Hong Kong em dezembro, se aproxima. O encontro de Paris não gerou um acordo em torno de

uma fórmula para cortar subsídios à agricultura – elemento chave para o progresso nos outros setores na rodada de liberalização. Mas o fato de Washington e ministros da UE apresentarem números específicos foi considerado positivo, de acordo com as fontes da indústria mundial. "As pessoas foram estimuladas pela discussão de números e pelo comprometimento em nível ministerial", disse uma das fontes. Tentativa de acordo – Há um ano, os negociadores de países-membros da OMC buscam estruturar o esqueleto de um acordo, deixando os números para que os ministros decidam depois. Mas como o

tempo está ficando curto, os ministros decidiram tentar colocar tudo junto. "A proposta de acesso ao mercado norte-americano foi bem mais ambiciosa do que a da UE", afirmou uma fonte da indústria. "Eles estavam falando sobre quatro séries com intervalos em 20, 40 e 60%, e uma redução de 90% nas tarifas para a série mais alta". A UE sugeriu séries mais amplas, indo de zero a 33%, e uma redução de 60% nas tarifas para a série mais alta, informou o boletim Trade Daily de Washigton. Autoridades do Departamento de Agricultura dos EUA não fizeram comentários. (Reuters)

comparação com setembro de 2004 foi puxado pelas compras de produtos siderúrgicos (alta de 69,8%), borrachas e obras (35,4%) veículos automóveis e partes (27,7%), instrumentos de ótica e precisão (27,3%). O crescimento das exportações, por sua vez, refletiu o aumento dos embarques nas três categorias de produtos: os básicos subiram 31,9%, os manufaturados cresceram 20,6% e as exportações de semimanufaturados, 5,1%. Na próxima semana, o Ministério do Desenvolvimento anunciará as novas metas para as exportações em 2005 e 2006. A previsão atual para 2005 é de vendas externas no valor de US$ 112 bilhões e importações de US$ 74 bilhões, resultando em um superávit de US$ 38 bilhões. (AE)

Licitação para rodovias sai este ano, diz secretário

O

Ministério dos Transportes deverá lançar até o fim do ano edital de licitação para 3,1 mil quilômetros relativo à segunda etapa do projeto de concessões de rodovias. Até o final de 2006 deverão ser licitados outros 5 mil quilômetros referentes à terceira etapa, afirmou ontem o secretário de Política Nacional de Transportes, José Augusto Valente. Ele disse que as tarifas de pedágio das concessões a serem licitadas na segunda etapa serão mais baratas do que as cobradas hoje nas rodovias federais sob concessão, inclusive na via Dutra (R$ 7,10 na maioria dos trechos), que ele considera a mais barata. Os trechos previstos na segunda etapa são BR 101 (RJES) BR 101 (ES-BA), BR 393 (RJ), Fernão Dias (MG), Régis Bittencourt (SP) e rodovias no Paraná e Santa Catarina. Valente, que participou de seminário de rodovias no Riocentro, disse também que, fora do âmbito das concessões, até o final de 2006 o Ministério terá 15 mil quilômetros de rodovias em contratos para restauração e 21 mil quilômetros para conservação. Ou seja, em três anos, 31 mil quilômetros serão restaurados. Ele afirmou que o governo destinará R$ 3 bilhões para as rodovias neste ano e que o ministério está trabalhando para que, até o final de 2006, sejam assinados os contratos de Parcerias Público-Privadas (PPPs) do Arco Rodoviário do Rio de Janeiro. (AE)

Operadora terá que fornecer conta detalhada ao cliente

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empresa de telefonia fixa que não colocar à disposição do cliente a possibilidade de ter a conta telefônica detalhada, com a listagem de todas as ligações, só poderá cobrar do usuário a assinatura básica e as chamadas interurbanas. As ligações que excederem a franquia, já incluída na assinatura básica, não poderão ser cobradas nesses casos. Essa regra está proposta no novo regulamento da telefonia fixa, discutido ontem em audiência pública na sede da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e que deverá ser editado até o fim do ano. As novas regras entram em v i g o r e m j a n e i ro d e 2 0 0 6 , quando as empresas passarão a cobrar as ligações por minuto e não mais por pulsos. (AE)

ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú

Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407


DIÁRIO DO COMÉRCIO

14 -.EMPRESAS

terça-feira, 27 de setembro de 2005

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

O Onne Unigolf é a primeira das 13 unidades que serão abertas em sistema de parceria. Investimentos foram de R$ 5 milhões.

Campo de golfe terá restaurante, revistaria, spa, computadores com acesso à internet e hot spot. Vivo, GM e Kyocera patrocinam o espaço.

G LFE ESPORTE PARA FECHAR NEGÓCIOS DE UMA SÓ TACADA O Onne Unigolf é a nova aposta para atrair empresários que aproveitam a hora do almoço e de lazer para negociar. Local terá de spa a restaurante.

S

erá inaugurado hoje, mento das tacadas, foi todo em São Paulo, um no- produzido em grama natural, vo espaço destinado à com nove buracos e diferenças prática do golfe. Trata- de altura e elevações. A prose do Onne Unigolf, que pre- gramação e a coordenação de tende também ser uma refe- aulas e treinos estão sob o corência para transações empre- mando do golfista Priscillo Disariais e financeiras na cidade. niz, detentor de importantes Resultado de R$ 5 milhões de títulos no esporte. investimentos, o local conta S er vi ço s – No restaurante com restaurante, bar, salas pa- Goga, o público pode enconra a realização de eventos, spa, trar um buffet comandado pelivraria e loja especializada em lo chef Fernando Morais. No artigos do esporte. O plano é bar Shot há variadas opções de abrir mais 13 unidades em sis- drinques e um Clube do Whistema de parceria por todo o ky Johnnie Walker. País nos próximos anos. O local conta com um spa em De acordo com o idealizador que o cliente pode aproveitar do empreendimento, Paulo para fazer uma sessão de masHumberg, o Onsagem oriental, ne Unigolf é um como o shiatsu, lugar com comoalém de banhos didade e charme de ofurô. O espaideais para março leva a assinacar encontros tura da especiacom amigos e lista Luiza Sato. reuniões de neA revistaria gócios. "O golfe é Onne Books disum esporte que põe de mais de permite aos joga100 títulos de red o re s d i a l o g avistas nacionais rem durante uma e internacionais, partida. Nesse além de 200 liperíodo, muitos vros. A coordenegócios podem nação fica por ser concretizaconta da rede dos", diz. Laselva. Com grande Por fim, a loja O esporte apelo no ambienProshop oferece permite que os te executivo, o tacos, bolas, sajogadores golfe é um dos espatos e roupas conversem portes que apreapropriadas padurante a partida sentam uma das ra a prática do maiores taxas de golfe. No espaço e fechem crescimento no podem ser ennegócios País - em torno de contradas marPaulo Humberg 15% ao ano - secas conhecidas gundo dados da dos praticantes Federação Paulista de Golfe. do esporte, como a Mac GrePara o executivo, o Onne gor, Callaway, FootJoy, MizuUnigolf nasceu da constatação no, Cobra, Ping e Nike. de que a maioria dos golfistas e Patrocinadores –Entre os dos interessados em aprender principais patrocinadores do o esporte está localizada em espaço destaca-se o Unibanco. São Paulo. "Percebemos que Por meio de seu programa de esse público estava carente de relacionamento denominado um lugar que oferecesse, além Unigolf, existente há mais de do treino, uma série de outros três anos, a empresa beneficia serviços associados ao estilo um grupo de clientes com pade vida dos adeptos do espor- lestras, eventos e torneios de te", afirma Humberg. golfe. "Enxergamos no golfe O e m p r e e n d i m e n t o f o i uma ferramenta de relacionaconstruído em uma área de mento com clientes. Por meio três mil metros quadrados, do esporte podemos visualipróximo ao Parque Villa Lo- zar quem são potenciais clientes", diz José Rudge, presidenbos, em Pinheiros. Infra-estrutura - No Onne te da Unibanco AIG Seguros & Unigolf, o driving range - plata- Previdência. O Onne Unigolf forma com boxes onde os joga- tem o patrocínio da Vivo, Kyodores treinam suas jogadas - é cera, Microsiga e da montadodividido em três níveis. O put- ra General Motors. ting green, área para treinaAndré Alves

RENDA DE JOVENS É DE R$ 30 BI

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Brasil tem hoje uma população de 81,3 milhões de jovens com idade até 23 anos, dos quais 71% têm aparelho celular, uma renda própria que totaliza R$ 30 bilhões anuais e capacidade para influenciar nos gastos de cerca de R$ 94 bilhões por ano dos pais. É esse público, mapeado pelo Data Popular, elaborado com base em dados do Ibope e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o alvo de inúmeras ações de empresas e agências de publicidade. No próximo sábado e domingo, por exemplo, a agência Na Mosca, criada há dois anos por Lasar Segall Neto e Alfredo Motta para atuar exclusivamente no marketing universitário, realiza, em Juqueí, no litoral norte do Estado de São

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

Paulo, o 1º Spring Break. O evento segue os moldes da maior festa universitária americana, que mobiliza todo o país. Na programação, esportes de areia, bandas, DJs e trio elétrico. E a atrás do trio elétrico, empresas como Skol, Jontex, Claro, Motorola, Fast Shop, Friday's Guaraná Antarctica e Guaraná Antarctica Zon e Cargill (com a Maionese Liza). Para Motta, esse público é importante pela capacidade que tem de difundir idéias e marcas, apesar da renda média do universitário brasileiro girar em R$ 300 mensais, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o que representa cerca de R$ 13 bilhões por ano. Segundo pesquisa realizada pela Na Mosca no

CELULOSE

fim do ano passado, 71% dos jovens universitários paulistas têm celular, 44% possuem carro e 63% já abriram sua conta bancária. Em 2005, esses números apresentaram um crescimento: foi constatado que 83% dos jovens possuem celular e 66,7% conta em banco. Os provedores também foram contemplados na pesquisa, indicando que 100% dos

TIM E BNDES

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A

brasileira Aracruz e a sueco-finlandesa Stora Enso inauguram amanhã, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Veracel, unidade de celulose de fibra curta instalada em Eunápolis, sul da Bahia. A Veracel começou a funcionar em maio. Atualmente, a produção diária da companhia alcança 2,2 mil toneladas, divididas igualmente entre as sócias e integralmente destinadas ao mercado externo. A unidade, que recebeu investimentos de US$ 1,2 bilhão entre recursos próprios e também do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), European Investment Bank (EIB) e Nordik Investment Bank (NIB), permitirá a criação de cerca de 3 mil empregos diretos e 7 mil vagas indiretas permanentes na região.

País tem 81 milhões de jovens

Ó RBITA

VARIG

A

Justiça Federal marcou para 13 de outubro nova assembléia para a escolha do representante dos trabalhadores no comitê de credores da Varig. A vaga não foi preenchida no sábado em razão das divergências entre o Sindicato dos Aeroviários e a organização Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), entidade que representa pilotos, mecânicos e comissários de bordo. O sindicato não participou da primeira disputa e ameaça entrar na Justiça para contestar as regras da eleição. A vaga será preenchida em segunda chamada até o dia 19 de outubro. (AE)

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 48,9 milhões para a TIM Celular. Os recursos serão usados para a construção de uma unidade no município de Santo André (SP) que terá como função centralizar e expandir serviços da área de tecnologia da informação. Foi o segundo financiamento concedido pelo BNDES à TIM Celular este ano, informou o gerente do Departamento de Indústria Eletrônica do banco, Maurício Neves. O primeiro foi de R$ 1,337 bilhão. "Mas esse primeiro financiamento foi para investimento em rede, e investimento em rede sempre demanda recursos de grande porte", afirmou o gerente ao explicar a diferença de valores entre as duas aprovações de crédito. A operação de financiamento será direta,

jovens têm conta de e-mail. Perfil de consumidor – Haroldo Torres, sóciodiretor do Data Popular, diz que, para cada pessoa de classe A, há 5,5 pessoas de classes D/E, e para, cada criança de classe A, 10,5 crianças de classes D/E. O Data Popular aponta o computador como o principal objeto do desejo de jovens entre 12 e 14 anos, enquanto os de 15 a 20 anos preferem investir num carro e, se não der, num celular novo. Os jovens também gostam mais de comprar roupas de marcas (55%) que a população geral (33%). Segundo Alfredo Motta, da agência Na Mosca, o vestuário é considerado o item de maior preocupação entre os universitários, seguido de entretenimento, alimentação, comunicação e transporte. (AE)

ou seja, sem o uso de agentes repassadores. Os recursos representam 60% do valor total do empreendimento, que prevê criação de 1.544 empregos diretos até 2007. A TIM já havia anunciado a instalação da unidade em fevereiro, mas somente hoje o banco estatal confirmou o valor exato de financiamento para o projeto. (AE)

SWATCH

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o contrário do que foi publicado na edição de 19/09/2005, na reportagem "Swatch tem de relógios a bijuterias", o nome correto do executivo da empresa é Marcello Romero. São vendidas no Brasil, além da Swatch, as marcas Tissot, Mido , Rado, Omega, Calvin Klein, Breguet e Longines. Os valores dos relógios variam entre R$ 220 e R$ 600, em média. As marcas Blacpain, Endura e Certina, da Swatch Group, não são comercializadas no País.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 27 de setembro de 2005

NACIONAL - 15

PROJETO FOI APRESENTADO INTERNAMENTE AO GOVERNO E ENTRARÁ EM VIGOR SOMENTE EM 2006 Givaldo Barbosa/Ag. O Globo

IBGE VAI ALTERAR O CÁLCULO DO PIB

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Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai atualizar a base de dados das Contas Nacionais, que serve para o cálculo do Produto Interno Bruto (PIB). Além da inclusão de dados mais novos das pesquisas anuais do instituto (construção, comércio, serviços, indústria), estuda-se usar os gastos com materiais e as remunerações para o cálculo da administração pública, que responde por 16% do PIB mas varia, hoje, em grande parte, conforme o crescimento populacional. O projeto foi apresentado internamente ao governo na semana passada e entrará em vigor apenas no ano que vem. Para analistas, as mudanças são consideradas positivas, principalmente no caso do cálculo da administração pública. Esta parcela equivale a 16% do PIB e a maior parte, no método atual, está atrelada ao ao crescimento vegetativo da população, que é baixo. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que o baixo dinamismo da administração pública e dos aluguéis dentro do PIB, ligados à variação populacional, dificultam o País na obtenção de taxas de crescimento acima de 5%. Segundo Eduardo Velho, um

Eles estão fazendo a mudança baseados na avaliação de que a fórmula atual está superada e precisa ser modernizada para que o valor do PIB fique mais próximo da realidade.

Paulo Bernardo, ministro do Planejamento

dos autores do estudo, as duas parcelas representam quase 25% do PIB e funcionam como uma espécie de amortecedor do crescimento: quando a economia está aquecida, "jogam para baixo" a taxa geral; quando há recessão, acabam compensando o fraco desempenho. Para o ex-presidente do Banco Central (BC) e sócio da Macrométrica, Francisco Lopes, quase um quarto do PIB "está amarrado ao crescimento da população". O novo cálculo da administração pública poderá elevar de 0,5 a 1 ponto percentual o crescimento da economia, estima. O coordenador de Contas Nacionais do IBGE, Roberto Olinto, afirma que haverá atualização de pesos, mas diz que não há como prever em que sentido isso ocorrerá. "A gente não tem ainda como fazer qualquer avaliação prévia da nova estrutura de ponderação", afirmou. Segundo ele, serão incorporadas atualizações, novas fontes e algumas recomendações internacionais à base de cálculo do PIB. Dados da nova estrutura de consumo da Pesquisa de Orçamento Familiar de 2002/2003 e do setor agropecuário, por exemplo, serão levados em conta. "Trata-se de um procedimento rotineiro, que qualquer sistema de contas nacionais faz a cada cinco a dez anos." (AE)

Nova meta para o superávit primário governo acompanha com atenção as discussões em torno da mudança de metodologia de cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), que está sendo feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Não podemos ser pegos de surpresa", disse ontem o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. A preocupação do governo é com o efeito que a mudança terá sobre alguns importantes indicadores econômicos, entre eles a meta para o superávit primário do setor

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público. "Com certeza vai resultar num percentual diferente (para a meta)", observou Bernardo. Atualmente a meta de superávit primário (economia feita pelo setor público para pagar uma parcela dos juros das dívidas públicas) é de 4,25% do PIB para este ano. Como o valor do PIB projetado para 2005 é de R$ 1,946 trilhões, o superávit mínimo deve ser, portanto, de R$ 82,7 bilhões. Se, depois da revisão do IBGE, o valor do PIB ficar em R$ 2,1 bilhões, por exemplo, os 4 25% vão equivaler a R$ 89,2 bilhões ou seja, a mudança

metodológica obrigaria o governo, nesta hipótese, a elevar sua economia em R$ 6,5 bilhões. Em outras palavras: o aperto fiscal teria que aumentar substancialmente para que o percentual de 4,25% do PIB fosse mantido. Mas haverá vantagens também. Se a mudança de metodologia implicar elevação substancial do valor do PIB, a relação entre a dívida pública e o PIB cairá. Essa queda resultaria unicamente também da mudança metodológica. Bernardo disse que o governo não está

interferindo nem participando diretamente dessas discussões. "O IBGE está fazendo as mudanças por razões técnicas e nós não sabemos os detalhes dessas alterações", observou. "Eles estão fazendo a mudança baseados na avaliação de que a fórmula atual está superada e precisa ser modernizada para que o valor do PIB fique mais próximo da realidade", acrescentou. A intenção do instituto, segundo o ministro, é refazer a série histórica do PIB nos últimos 10 anos. (AE)

COMUNICADOS A R T F I X – PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE ADESIVAGEM LTDA. Rua Joaquim Nabuco, 43, sala 5, CNPJ 00.437.265/0001-51, Inscr. Estadual 114.273.404.119, Inscr. Municipal 2.335.110-1 COMUNICA O EXTRAVIO DOS SEGUINTES DOCUMENTOS: A) Matriz - Notas Fiscais de Competência do Estado TIPO Nota Fiscal Nota Fiscal Nota Fiscal Nota Fiscal Fatura

MODELO

SÉRIE

SUBSÉRIE 1 1

1 1

D E Única Única

B) Matriz - Notas Fiscais de Competência do Município TIPO MODELO SÉRIE SUBSÉRIE NF de Serviços NF Fat. de Serv.

A A

NUMERAÇÃO DE A 1 500 1 50 1 2.975 2.976 6.596 NUMERAÇÃO DE A 1 2.750 1 2.370

ESPÉCIE

SITUAÇÃO

Não preenchidos Não preenchidos Talão Preenchidos Formulário Contínuo Preenchidos ESPÉCIE

SITUAÇÃO

Talões Preenchidas Formulário Contínuo Preenchidas

C) Filial - Notas Fiscais de Competência do Estado TIPO Nota Fiscal Nota Fiscal

MODELO

SÉRIE

1 1

U U

SUBSÉRIE

NUMERAÇÃO DE A 1 2.050 2.049 2.228

ESPÉCIE

SITUAÇÃO

Talão Preenchidas Formulário Contínuo Preenchidas

D) Filial - Notas Fiscais de Competência do Município TIPO

MODELO

SÉRIE

NF de Serviços NF de Serviços

SUBSÉRIE

A A

NUMERAÇÃO DE A 1 400 1 674

ESPÉCIE

SITUAÇÃO

Talão Preenchidas Formulário Contínuo Preenchidas

E) Livro Registro de Inventário nº 3 da Matriz, que serviu para escriturar o inventário de 31/dezembro/1998 F) Livro Diário, Livro Balancete e Livro Razão do ano de 2001. (27, 28 e 29/9/2005)

LICITAÇÕES

FDE AVISA:

FDE AVISA:

TOMADA DE PREÇOS

TOMADA DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Reforma de Prédios Escolares: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO – PRAZO – CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2531/05/02 - EE Profª Heloiza Therezinha Murbach Lacava – Rua Inglaterra, 536 - Jardim Europa - Santa Bárbara D’Oeste / SP – EE Profª Jadyr Guimarães Castro - Rua Tenente Coronel Gabriel de Oliveira, 751 - Parque Zabani - Santa Bárbara D’Oeste / SP - EE Profª Aurea Anunciação Américo de Godoi - Rua Joaquim Severino, 245 - Jardim Samambaia - Campinas / SP – 90 - 46.108,00 - 4.610,00 - 10:30 – 14/10/2005. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 28/09/2005, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 13/10/2005, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Miguel Moubadda Haddad Diretor Executivo

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: CONCORRÊNCIA

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS/SP - TOMADA DE PREÇOS Nº 014/2005 - PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 16.730/2005. Faço público de ordem do Senhor Prefeito Municipal de São Carlos, que se acha aberta licitação na modalidade de TOMADA DE PREÇOS, do tipo menor preço global, tendo como objetivo a contratação de empresa especializada para construção de seis salas de aula, muro de arrimo e passarela coberta da EMEB ARTUR NATALINO DERIGGI, no município de São Carlos - SP. O Edital na íntegra poderá ser retirado na Sala de Licitações da PMSC, sita à R. Major José Inácio, 1973, Centro, São Carlos, fone (16) 3307-4272, a partir do dia 27/09/05 até o dia 10/10/05, no horário das 09 h às 12 h e 14 h às 16:30 h, mediante o recolhimento de emolumentos no valor de R$ 30,00 (trinta reais). Os envelopes contendo as documentações e as propostas serão recebidos na Sala de Licitações até às 10:00 horas, do dia 13/10/05, quando após o recebimento, iniciar-se-á sessão de abertura. São Carlos, 26 de setembro de 2005. Paulo José de Almeida - Presidente da Comissão Permanente de Licitações.

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS/SP - CONCORRÊNCIA PÚBLICA Nº 002/2005 - PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 95.689/2004. Faço público de ordem do Senhor Prefeito Municipal de São Carlos, que se acha aberta licitação na modalidade de CONCORRÊNCIA PÚBLICA, para concessão onerosa de serviço público precedida da execução de obra pública, com critério de julgamento do tipo “melhor proposta, em razão da combinação dos critérios de maior oferta pela outorga da concessão com o de melhor técnica”, visando a contratação de empresa especializada, mediante concessão onerosa para, com exclusividade, realizar a administração, operação, manutenção, exploração comercial e reforma do Terminal Rodoviário do município de São Carlos - SP. O Edital na íntegra poderá ser adquirido na Sala de Licitações da PMSC, sita à R. Major José Inácio, 1973, Centro, São Carlos, Fone: (16) 3307-4272, a partir do dia 27/09/05 até o dia 09/11/05, no horário das 9 hs às 12 hs e das 14 h às 16:30 h, mediante a apresentação da guia de recolhimento da Tesouraria Municipal, dos emolumentos de R$ 700,00 (setecentos reais). Os envelopes nºs 01, 02 e 03 serão recebidos na Sala de Licitações até às 10:00 horas do dia 16/11/05, quando após o recebimento, iniciar-se-á a sua sessão de abertura. São Carlos, 26 de setembro de 2005. Paulo José de Almeida - Presidente da Comissão Permanente de Licitações.

CONVOCAÇÃO

FALÊNCIAS & CONCORDATAS Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 26 de setembro de 2005, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falências:

Requerente: Lirafer Ind. e Com. Produtos Siderúrgicos Ltda. - Requerido: Agri Tillage do Brasil Ind. Com. Máquinas Implementos Agric. Ltda. - Rua Artur de Azevedo, 1767 - 13º and. conj. 137 - 02ª Vara de Falência Requerente: Unipar Comercial e Distribuidora S/A - Requerida: Celuplastic Ind. e Comércio Ltda. - Rua Gal. Carlos de Pádua Chaves, 97 - 02ª Vara de Falência

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de prédio escolar em estrutura pré-moldada de concreto com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador, Construção de ambientes complementares e Reforma: CONCORRÊNCIA N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – ÁREA 05/2213/05/01 - EE Prof. Mario Manoel Dantas de Aquino - Rua David Rogatis, 310 – Parque Dourado – Ferraz de Vasconcelos/SP – Construção Ambientes Complementares: 60; Reforma de Prédio Escolar: 120 - 57,90 Terreno Parque Dourado V - Rua Américo Trusseli, s/nº - Parque Dourado – Ferraz de Vasconcelos / SP - 1ª fase – 30; 2ª fase – 210; 3ª fase – 30 - Total – 270 - 3.297,44 CAPITAL SOCIAL INTEGRALIZADO MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) R$ 413.474,00 – R$ 41.347,00 – 09:30 – 31/10/2005. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 28/09/2005, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 50,00 (cinquenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 28/10/2005, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Miguel Moubadda Haddad Diretor Executivo

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

COOPERATIVA HABITACIONAL NACIONAL - COOP Edital de Convocação O Diretor Presidente da Cooperativa Habitacional, no uso de suas atribuições que lhe confere o Artigo 35 inciso I, e em comformidade, com o capítulo quarto do Artigo 7º, das normas e critérios A e B (Estatuto Social), convoca seus cooperados em dia com suas obrigações estatutárias para a 3º chamada da Assembléia Geral Ordinária a se realizar no dia 2/10/2005 ( domingo) no Largo do Arouche,150 - Centro - São Paulo-SP (San Raphael Hotel), (esquina com a Rua São João) com apenas o faltante dos 2/3 dos sócios cooperados . (vide 1ª e 2ª chamadas realizadas na data de 16/09/2005 ), para tratar da seguinte ordem do dia: 1- apresentação de contas; 2 - cronograma de obras da 2º lista de antecipações; 3 - sorteio das unidades; 4 - apresentação de novo conselho fiscal exercício do ano de 2005; 5 - posições de todos os sócios cooperados da Cooperativa. Itanhaém/SP. Diretor Presidente - Narcizo dos Santos Miranda

Requerente: Tecidos MN Ltda. - Requerido: M Júnior Com. e Confecções de Roupas Ltda.-ME - Rua Honório Emiliano Bueno, 182 - 01ª Vara de Falência Requerente: Associação Religiosa Imprensa da Fé - Requerido: Editora Cristã Novo Século Ltda. - Rua Barão de Itapetininga, 140 loja 04 - 02ª Vara de Falência

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

FDE AVISA: CONCORRÊNCIAS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução Obras: CONCORRÊNCIA N.º - OBJETO - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – ÁREA - CAPITAL SOCIAL INTEGRALIZADO MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2214/05/01 - Construção de prédio escolar em estrutura pré-moldada de concreto com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador, Construção de sala de aula e Reforma - Terreno Jardim Santa Emilia (Subst. José Sylvio Cimino) – Al. Martins / Av. Manoel Isidoro Martins, s/nº - Jardim Santa Emilia - Guarulhos / SP – Reforma: 30; Construção: 210; Total: 240 - 2.741,76 - R$ 311.902,00 – R$ 31.190,00 – 10:30 – 31/10/2005. 05/2256/05/01 - Construção de prédio escolar em estrutura pré-moldada de concreto com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador, Construção de sala de aula e Reforma - Terreno Jardim Mimas III – Rua Dr. Jorge Balduzzi, s/nº - Jardim Mimas - Embú / SP – 1ª fase – 60; 2ª fase - 210; 3ª fase – 60; Total: 330 - 2.688,88 - R$ 354.013,00 – R$ 35.401,00 – 14:00 – 31/10/2005. 05/2289/05/01 - Construção de prédio escolar em estrutura pré-moldada de concreto - Terreno Perobal II (Subst. EE Profª Carmen Netto dos Santos) – Rua San Genaro (altura do nº 340), s/nº - Perobal - Itaquaquecetuba / SP – Adequação - 60; Construção - 210; Total: 270 - 3.188,50 - R$ 390.505,00 – R$ 39.050,00 – 15:00 – 31/10/2005. 05/2429/05/01 - Construção de prédio escolar em estrutura pré-moldada de concreto com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador – Terreno Chb Gov. Mario Covas / Vila Lucinda - Rua Quatro/Rua Dois (Quadra C), s/ nº - Vila Lucinda - Itú/SP – 270 - 3.770,74 - R$ 387.169,00 – R$ 38.716,00 – 16:00 – 31/10/2005. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 28/09/2005, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 50,00 (cinquenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 28/10/2005, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Miguel Moubadda Haddad Diretor Executivo

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de ambientes complementares e Reforma de prédios escolares: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO – PRAZO – CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2530/05/02 - EE Nossa Senhora Navegantes – Rua Orlando Botelho Ribeiro, 2008 - Parque Navegantes - Guarujá/SP – 150 - R$ 17.682,00 – R$ 1.768,00 – 09:30 – 14/10/2005. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 28/09/2005, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 13/10/2005, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Miguel Moubadda Haddad Diretor Executivo

ATA


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 27 de setembro de 2005

ESPECIAL/INFORMÁTICA - 5

Fotos: Divulgação

Assim que o alarme central do estabelecimento soa o Smokecloack começa a agir; cerca de 20 segundos depois de ser ativado, o equipamento já espalhou "fumaça" suficiente para encobrir todo o ambiente; com a baixa visibilidade o ladrão deixa de ver o objeto de cobiça de seu ato criminoso e também tem dificuldade de encontrar o caminho para sair do ambiente que invadiu; a neblina permanece no ambiente por cerca de 30 minutos ou até que o aparelho ser desativado; a neblina desaparece completamente, sem deixar vestígios

Proteja-se dos ladrões com uma "cortina de fumaça" Invenção de um comerciante britânico que cansou de ser assaltado, o Smokecloack produz uma densa camada de vapor inócuo que bloqueia a visibilidade de intrusos por 30 minutos, impedindo roubos e ganhando tempo até a chegada da polícia

A

pós 15 anos sem sofrer um único assalto, o empresário britânico Paul Dards, comerciante de equipamentos de som para automóveis na cidade de Milton Keynes, no sudeste da Inglaterra, teve seu estabelecimento invadido sete vezes em oito meses. Um sofisticado sistema de alarme, grades e trancas não foi suficiente para brecar os criminosos, que além de roubar o estoque destruíram as instalações e os equipamentos que não conseguiram carregar. Era o ano de 1992. Paul Dards consultou várias autoridades –polícia, companhias de seguros e empresas de segurança– e todos admitiram que era impossível impedir os atos de um invasor determinado. O melhor que se poderia esperar era que algo lhe retardasse os movimentos, dando oportunidade às forças de segurança de responderem ao alarme. Mas, como retardar os movimentos de um ladrão e impedilo de efetivar o roubo? Como proteger os artigos e objetos de valor que não podem viver trancados num cofre, como computadores, aparelhos de TV, DVD, papéis e documentos diversos e, no caso de uma loja, um estoque inteiro? Fog londrino – Dards não conseguia parar de pensar no assunto. Até que um dia se lembrou do famoso "fog" londrino, uma neblina tão densa que às vezes as pessoas caminham lado a lado nas ruas sem conseguir ver umas às outras. Foi aí que ele teve o estalo: se os ladrões ficassem sem enxergar um palmo à frente do nariz, literalmente, durante pelo menos 30 minutos, não apenas teriam de desistir do roubo –pois não enxergariam o que pretendiam surrupiar– como não conseguiriam deixar o local, sendo apanhados com a boca na botija por seguranças ou pela polícia. A partir dessa idéia, o comerciante decidiu criar sua própria névoa e desenvolveu o Smokecloack, um dispositivo de segurança à base de fu-

maça que cobre a área a ser protegida com um vapor fino, reduzindo a visibilidade a menos de 30 cm –uma visibilidade praticamente nula– e mantém a densidade do vapor até que uma pessoa autorizada desligue o alarme e tome as providências cabíveis. Comercializado em mais de 50 países, o Smokecloack –que agora pertence ao grupo dinamarquês Martin– é líder mundial em sistemas de segurança à base de fumaça. No Reino Unido, onde iniciou sua carreira de sucesso, a solução é utilizada nos mais variados tipos de comércio e serviços, como bancos, postos de gasolina, empresas de informática, joalherias, lojas de artigos de golfe, revendedores de motos, companhias de seguros, lojas de antigüidades e escritórios, entre outros. Vapor inócuo – O nevoeiro do Smokecloack é produzido a partir de um aparelho –que lembra as máquinas de produzir fumaça a partir de gelo seco– que vaporiza uma solução

de glicol especialmente formulada. O glicol é uma substância alimentar, usada entre outras coisas para "encorpar" o vinho, e está presente em muitos artigos do dia-a-dia, como cremes dentais, sabonetes e desodorantes. O vapor branco e denso é inócuo e não afeta pessoas, animais nem danifica papéis, aparelhos eletrônicos ou outros equipamentos. Devido à pequena quantidade de líquido necessária para proteger um ambiente, praticamente não ficam resíduos quando o vapor se condensa e desaparece, explica Denis Frate, diretor da Grasp Sistemas e Comércio, representante do produto no Brasil. Alarme – Os Smokecloaks são inteiramente automáticos e totalmente compatíveis e integráveis aos mais modernos sistemas de alarme. Uma vez conectados ao painel de alarme da empresa, passam a ser ligados e desligados através desse controle, e são ativados quando o alarme é disparado. Durante o período em que o estabelecimento está funcionando e o painel de alarme está desligado, o Smokecloak é automaticamente desarmado, ou seja, as bombas do sistema eletrônico de controle são desligadas eletronicamente, impedindo o Smokecloak de produzir fumaça mesmo que receba um disparo ou sinal para entrar em ação. Os aparelhos Smokecloack são rigorosamente testados, adequados a todas as regras de segurança e aprovados pelo controle de qualidade da Comunidade Européia (CE). São resistentes a ataques externos e possuem comandos de circuitos que revelam se a máquina sofreu tentativas de violação. Possuem bateria de segurança para oferecer proteção extra em locais remotos ou de alto risco, onde a corrente elétrica possa ser vulnerável. Rachel Melamet

SERVIÇO Mais informações: Telefone (11) 4688-2271 e no site www.grasp.com.br.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Nova lei de proteção de animais gera polêmica

terça-feira, 27 de setembro de 2005

Fotos: Robson Fernandjes/AE

16 -.AGRONEGÓCIO

O novo Código de Proteção aos Animais do Estado de São Paulo nem foi publicado e já é alvo de críticas. Lei restringe práticas de abate e confinamento de animais. Produtores temem perder mercado.

O

novo Código de Proteção aos Animais do Estado de São Paulo promete causar polêmica antes mesmo de ser publicado no Diário Oficial (programado para o próximo dia 9 de outubro). De autoria do deputado estadual Ricardo Trípoli (PSDB), a proposta proíbe, entre outras práticas, a chamada "jugulação cruenta" (um método de abate tradicional judaico que é permitido por lei federal). O uso de remédios anabolizantes ou ainda a realização de experimentos científicos para engorda deverão ser realizados somente com o animal sob efeito de anestesia. Caso o criador não cumpra a lei, ele estará sujeito à pena, que pode ser uma simples multa até a interdição temporária do seu local de trabalho. Haverá ainda a suspensão dos financiamentos bancários de pessoas que descumprirem o novo código. O projeto de lei foi criado em 2003. Mas somente em agosto deste ano é que ele foi aprova-

do na Assembléia Legislativa de São Paulo. No entanto, o texto foi vetado pelo governador Geraldo Alckmin. Apesar disso, o veto foi rejeitado pelos deputados estaduais e será publicado no dia 9. Proibições – Entre as diversas proibições da nova lei, a que se destaca é a que se refere às condições de abate dos animais. O código obriga que donos de matadouros, frigoríficos e abatedouros utilizem métodos científicos de imobilização dos animais. A anestesia poderá ser usada. O sangramento do animal só será admitido por meio de produtos químicos, choque elétrico ou instrumento mecânico. O uso da marreta será vetado, assim como ferir o animal antes que ele esteja adormecido. Segundo o deputado, os grande frigoríficos não deverão sofrer maiores problemas, apenas os pequenos que deverão se adequar à nova medida. Não será permitido ainda o confinamento de animais usados na pecuária (bois, porcos, galinhas, frangos). De acordo

Os animais deverão receber anestesia ou serem adormecidos antes da realização de experimentos científicos ou aplicação de anabolizantes

com Trípoli, hoje no Brasil, existem 190 milhões de cabeças de gado, mas somente dois milhões são abatidos dentro dos confinamentos (ou cerca de 2% da produção nacional).

40 milhões de cabeças de gado no País são destinadas ao abate. No total são 190 milhões de animais disponíveis no Brasil. O restante circula livremente nos pastos. O presidente da Sociedade Rural Brasileira, João de Almeida Sampaio Filho discorda do deputado Ricardo Trípoli.

"Ele está desinformado. Desses 190 milhões, apenas 40 milhões são destinados ao abate. Portanto, cresce a porcentagem de animais mortos em confinamento", explica. Em outro ponto da nova lei, a polêmica deverá ser religiosa. Tudo por causa da proibição da técnica judaica de abate (usada somente na produção de comidas típicas israelitas). O deputado Ricardo Trípoli disse que não foi procurado por essas entidades e que, pelo menos agora, a lei não deverá mudar. "Mas, após a publicação, o código terá 180 dias para regulamentação e isso poderá ser discutido". Protesto - Na capital já existe um movimento contra a nova legislação, liderado pelo vereador Paulo Frange (PTB). "Com o apoio da Federação de Agricultores do Estado de São Paulo e ainda a União Brasileira de Agricultores do Estado (UBA) entramos com um pedido no Ministério Público contra a publicação do novo código", diz o vereador. O procurador-geral de Justiça do estado, Rodrigo César Rebello Pinho, irá analisar o caso. Lei do atraso– Perguntado sobre o código estadual em defesa dos animais, João de Almeida Sampaio Filho, disse que a nova legislação pode ser chamada de "lei do atraso". Ele, inclusive, até projeta as possíveis perdas da agropecuária no estado. "A criação de bovinos irá perder muito dinheiro, pois o estado está no primeiro posto em volume de exportações. Mas na criação de frango e suíno é que o problema é maior. Hoje, os produtores utilizam a engorda e o uso de anabolizantes para aumentar a produção. Iremos regredir na pecuária e perderemos

Criadores deverão reduzir o sofrimento do animal no abate

em competitividade no mercado externo", reforça. R od e io s - Outra polêmica será a restrição ao uso de animais em espetáculos como rodeios e circos. O deputado Ricardo Trípoli explica que a lei não proíbe o uso desses animais nesses lugares, mas sim os maus tratos a que cavalos ou bois são submetidos. "O animal não precisa ser estimulado por choque elétrico ou agressão. Quando uma pessoa tenta montar em um cavalo selva-

gem, ele reage da mesma forma que um animal agredido. Só que numa proporção menor", justifica o deputado. Ricardo Trípoli acredita que eventos como os rodeios realizados na festa de Barretos não serão prejudicados com o novo código. "Nesses festejos têm os shows de bandas sertanejas, exposições de animais e apresentações de artistas. O espetáculo não será prejudicado sem o animal", disse. Ivan Ventura

CAFÉ

COTAÇÕES

Segunda Conferência Mundial de Café encerrada ontem na Bahia, acenou com o consenso em torno da "intervenção zero" no mercado como forma de ordenar a produção. Mas representantes da Organização Internacional do Café (OIC) e de governos demonstraram preocupação com a redução expressiva dos estoques nos principais países produtores, no momento em que a estimativa é de um incremento, nos próximos cinco anos, de 10% no consumo mundial, atualmente em 115 milhões de sacas por ano. O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, admitiu que o País chegará ao próximo ano com o nível mais baixo de estoques de passagem das últimas décadas. O primeiro levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em março, apontou que os

s preços agrícolas caíram 1,80% na terceira quadrissemana de setembro, mas tiveram recuperação de 1, 79 ponto percentual em relação à quadrissemana anterior, quando a queda foi de 3,59%. Os dados foram divulgados ontem pelo pesquisador da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Nelson Batista. Segundo ele, "o índice de preços recebidos pelos agricultores (IPR) manteve a tendência de baixa em razão do recuo dos preços dos produtos de origem vegetal e principalmente animal, bem como da intensificação da valorização do real". Dos 19 produtos analisados no levantamento, seis apresentaram crescimento no preço (alta de 20% na cebola). Dez deles tiveram redução (destaque para ovos, 20%). Os preços do algodão e da laranja se mantiveram estáveis. (AE)

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O Ó RBITA estoques privados do Brasil eram de 12 milhões de sacas, além de 3,5 milhões de sacas de café velho dos estoques governamentais. O ministro disse que o País pretende manter a participação mínima de 40% da produção mundial e defendeu que sejam criados mecanismos para ordenar o fluxo das safras. O secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Linneu da Costa Lima, rechaçou a utilização do que ele considera instrumentos "antiquados" de ordenamento do mercado, como retenção, cotas ou acordos para restringir a produção. Uma das saídas, segundo ele, seriam os contratos de opção, ou alongamento do prazo das Cédulas de Produto Rural (CPR's), com a participação dos importadores. (AE)


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6 -.ESPECIAL/INFORMÁTICA

terça-feira, 27 de setembro de 2005

Fotos: Divulgação

A tradicional chave ganha inteligência artificial Tecnologia transforma chaves em ferramentas sofisticadas, capazes de "falar" quando e por quem foram usadas, auxiliando assim na prevenção de furtos, roubos e acesso a locais restritos

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primeira vista, parece mais um inocente quadro de chaves multicoloridas para facilitar a identificação. Mas tente pegar uma delas se não tiver uma senha de autorização… Só armado de marreta, maçarico e outras ferramentas nada discretas, cujo uso acionaria imediatamente o alarme. Só de pensar nas consequências, o bisbilhoteiro ou ladrão já desiste. Esta é a grande vantagem do sistema Keywatcher –literalmente, o guardião da chave– trazido para o Brasil pela Grasp Sistemas e Comércio, empresa especializada em soluções criativas e inovadoras no campo da segurança eletrônica. Como funciona – O Keywatcher foi desenvolvido para controlar o acesso de um grande número de usuários a cada uma das chaves nele armazenadas. As chaves são fixadas em chaveiros "inteligentes" que possuem um chip eletrônico. Estes chaveiros ficam alojados em boxes similares aos quadros de chaves comuns, só que travados e l e t ro n i c a m e n t e . A p e n a s usuários autorizados podem retirar as chaves, através do

uso de uma senha pessoal que deve ser digitada no teclado existente no painel. Toda a atividade de retirada ou devolução das chaves é memorizada pelo Keywatcher. O sistema pode ser programado para emitir vários tipos de relatórios, detalhando as atividades efetuadas em tempo real, busca por usuário ou busca por chave, em datas determinadas. Módulos – O Keywatcher é comercializado em módulos e pode ser dimensionado para o controle de 10, 20, 40, 60, 80, 100, 120 chaves ou mais, até o limite de 1.920. O sistema permite o retorno aleatório de chaves, ou seja, o usuário pode devolvê-la em qualquer box da companhia, mais perto de onde se encontrar. É possível programar o sistema para que usuários autorizados possam liberar todas as chaves, em situação de emergência. Com capacidade de armazenamento de 1.500 transações (eventos), expansível até 4.000, o Keywatcher necessita de computador acoplado para programação e emissão de relatórios –possui saída direta para impressora. O equipamento conta com baterias in-

ternas que permitem até 24 horas de uso em caso de falta de energia elétrica. O chaveiro "inteligente" possui chip eletrônico capaz de ler as senhas, corpo em ABS –resina termoplástica resistente a impactos e com estabilidade térmica e química– e anel em aço temperado. Tem cores variadas para personalização e facilidade de identificação. Família rastreadora – Controlar chaves e rastrear o acesso a diferentes locais é uma questão importante em qualquer negócio. Perde-se muito tempo e dinheiro quando há risco de empregados deixando a companhia com chaves mestras –o que exige troca de fechaduras e todas as chaves antigas– ou acionando equipes de segurança para atender detecção de alarmes monitorados. Pensando nisso, a Grasp trouxe com exclusividade para o Brasil o TRACcess, sistema fabricado pela norte-americana Supra que combina controle de chaves, controle eletrônico de acesso e rastreamento das atividades em uma única família de produtos eletrônicos. O TRACcess é mais do que um controle de chaves, porque reduz a responsabilidade potencial associada a chaves perdidas, segredos (combinações) não controlados ou descontrole de chaves mestras. É mais do que um controle de acesso convencional, porque opera tanto em portas simples quanto em locais de múltiplas entradas, e pode ser instalado por uma fração do custo de equipamentos convencionais. O sistema também inclui o benefício do rastreio de atividades, através de uma chave eletrônica "inteligente" e de dispositivos eletrônicos de acesso que não necessitam de alimentação elétrica local, registrando cada acesso por usuário de chave, local, hora e data. A chave "fala" – A solução TRACcess tem três componentes: a chave inteligente

As soluções apresentadas pela Grasp vão muito além dos simples acessórios utilizados para abrir portas e portões e começam nas chaves que "falam" passando até pelos quadros que só liberam chaves mediante a introdução de códigos secretos e chaveiros inteligentes que trazem chips acoplados e conseguem ler as senhas

TRACkey, uma família de dispositivos de trancas e um Gerenciador de Informações baseado em PC. O TRACcess é totalmente gerenciado por uma central automática de atendimento TIM (TRACcess Information Manager). Operando sob o sistema operacional Windows NT, o TIM possui um sistema de comunicação interativa de voz, uma base de dados com todos os usuários e autorizações e um registro de todos os dispositivos de acesso e cofres de guarda de chaves. A solução ainda for-

nece relatórios detalhados de atividades de acesso. O coração do sistema TRACcess é a TRACkey, uma chave "inteligente" que substitui chaves convencionais, cartões magnéticos e segredos mecânicos. Segundo Denis Frate, diretor da Grasp, a solução é segura porque a TRACkey, ao contrário de qualquer outra chave, pode ser programada para expirar em intervalos definidos e cada usuário tem uma senha pessoal (PIN). Como a TRACkey fornece energia para a maioria dos dis-

positivos de acesso, a instalação é fácil e econômica. A solução também possibilita bloquear o acesso a usuários sem ter que visitar o local a ser bloqueado. De acordo com Denis Frate, nenhuma outra chave eletrônica tem a capacidade de fornecer energia à tranca, rastrear e transmitir sua própria atividade simultaneamente. Rachel Melamet

SERVIÇO Mais informações: Telefone (11) 4688-2271 ou no site www.grasp.com.br.


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terça-feira, 27 de setembro de 2005

Não custa muito preparar-se para o pior

or trás de todo usuário que mantém o hábito de fazer cópias de segurança existe uma história triste. Mesmo assim, a cruel Lei de Murphy é capaz de pegar o mais precavido, que muitas vezes adia o backup exatamente no momento em que tem maior volume de trabalho e, portanto, maior risco. Todavia, software houses brasileiras disponibilizam algumas opções na internet que automatizam a realização de cópias dos arquivos, conforme critérios definidos pelo usuário, e facilitam a recuperação nos casos de emergência. Com a proliferação dos drives de gravação de CD e a oferta de discos virtuais por provedores de serviços, ter um esquema razoavelmente eficiente de segurança não exige investimento imediato em hardware. Para automatizar a rotina de backup, há alternativas, simples, baratas e em português. Há 13 anos fornecendo aplicativos para segmentos verticais, como oficinas mecânicas, confecções ou imobiliárias, a PIC Informática desenvolveu um Gerador de Backup para seus clientes, que depois foi disponibilizado gratuitamente no site da empresa. O PIC Gerador de Backup permite a classificação dos arquivos, pastas ou grupos que devem ser copiados. O backup pode ser feito em disquetes, CD ou drives da rede. O programa, todavia, não permite a transferência dos arquivos para discos virtuais que requeiram autorização por senha. "Nas aplicações (de automação comercial), havia um módulo de backup, mas percebemos que poucos usavam. Decidimos oferecer uma solução mais genérica, que abrangesse documentos de texto, planilhas, e-mail e outros arquivos importantes para os usuários", conta Alexandre Tranjan, diretor da PIC. Entre as funcionalidades do compactador de arquivos BraZip, os scripts de backup permitem a automação de cópias de arquivos, conforme critérios de extensão, pasta, data e outros filtros. Além do agendamento e da execução do backup, as cópias são compactadas (função principal do utilitário, que concorre com o best seller WinZip) e criptografadas, recursos particularmente interessantes para uso de discos remotos. A versão de avaliação do BraZip limita o número de scripts e repete insistentemente a tela de registro cada vez que o programa é ativado. A licença plena custa R$ 19, ou

Opções gratuitas ou de baixo custo de ferramentas de automação do backup evitam perdas dos dados, mesmo quando ocorrem danos irreversíveis nos sistemas Por Vanderlei Campos Fotos: Captura de telas

R$ 9, a partir da segunda cópia comprada pela empresa. "Os clientes instalam o BraZip nas estações por suas funções como compactador. Para a tarefa de backup, uma única cópia, instalada em uma das estações, pode ir puxando os arquivos das pastas na rede e fazer a cópia de segurança", explica Raquel Raspante, gerente de suporte da BraZip. Abrangente – Com versões que atendem de pequenos escritórios a médias empresas (com servidores de e-mail, banco de dados e outros sistemas mais sofisticados), o S.O.S Backup, da Virtos Backups Automáticos, é uma solução abrangente, sem as contrapartidas de custo e necessidade de treinamento, que tornam as soluções corporativas inacessíveis. Em cinco versões, o produto executa o backup online não apenas de arquivos e pastas, mas também de servidores Exchange, servidores de banco de dados, e do estado do sistema operacional das estações (para recuperação em caso de perda de configuração). Os produtos da linha S.O.S Backup incluem a versão Standard, para todas as mídias reconhecidas pelo Windows; a StandardNet, que permite backup com FTP; a Server, que contempla outras mídias, como drive de fita; a Database, que inclui operação online com bancos de dados Oracle, SQL Server e Exchange; e a versão Enterprise para backup em bibliotecas de fita. O custo das licenças pode variar entre R$ 100 e R$ 5 mil. "Em médias empresas é comum achar que as soluções de segurança são caras, pela referência dos produtos usados nas corporações. Com uma solução de software com esse nível de qualidade e preço, competimos com os grandes players internacionais e atingimos faixas do mercado para os quais os custos seriam proibitivos", explica Ricardo Marques, gerente de soluções de armazenamento da Agis, distribuidora do S.O.S Backup. "É importante que revendas e integradores incentivem os clientes a avaliar as opções de segurança compatíveis com seus orçamentos", recomenda Carlos Salinas, gerente de canais de Virtos. Endereços de download: BrasZip- http://200.251.137.34 /arquivonacional/download/ softwares/brazip/brazip90.exe PIC Gerador de Backup http://www.picinformatica.com. br/?ProdutoView&pm0=46 S.O.S Backup - http://www. backupautomatico.com.br/

Softwares automatizam a realização de cópias dos arquivos, conforme critérios definidos pelo usuário, e facilitam a recuperação nos casos de emergência

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terça-feira, 27 de setembro de 2005

Portas trancadas com chaves biométricas Empresas de automação predial, segurança e controle de acesso usam reconhecimento de características corporais para liberar portas e catracas. Fotos: Divulgação

Por Vanderlei Campos

O

s mais distraídos certamente já passaram horas esperando um chaveiro na porta de casa, ou tiveram que pedir novos cartões de acesso em portarias de hotel, por ter perdido o objeto capaz de abrir as trancas. Esse tipo de problema já se tornou anacrônico para moradores e freqüentadores de condomínios mais modernizados. "No Tamboré VI (um conjunto residencial para classe média alta, em Barueri, SP), o acesso a todas as áreas é controlado por reconhecimento de impressão digital, inclusive a entrada da garagem", exemplifica Sigismund Schindler Leal, diretor de tecnologia da Schindler Tecnologia. "Antes, a demanda (por controle biométrico de acesso) estava concentrada nos prédios comerciais, pelo fluxo de pessoas e pela clareza quanto à necessidade de um controle mais rígido. Hoje, a tecnologia chega mais forte no segmento residencial", constata Chen Gilad, diretor de planejamento da Haganá, uma firma especializada em serviços de segurança. Na área residencial, a Schindler começou a testar as catracas com leitores de impressão digital no ano passado, com um primeiro piloto no Clube Ocean Front, no Rio de Janeiro. "As pessoas usavam cartões de acesso para ir à piscina ou outras áreas comuns. Mantivemos um sistema híbrido durante a transição e os usuários, conforme iam se cadastrando, dispensavam os cartões. Vimos que a tecnologia funciona e é rápida, mesmo com volumes de milhares de registros. Com isso, vimos que poderíamos usar biometria nas portarias principais, como ocorreu no Water Wave (também no

Rio), um novo empreendimento", conta Schindler. A Schindler já acumula experiência com outras modalidades de biometria, com projetos no mercado corporativo. Entre eles, pode-se destacar o sistema instalado na Proderj e na Junta Comercial do Rio de Janeiro, que reúne as tecnologias de RFID, biometria da mão e sensores de movimento para controle de acesso a áreas restritas. No caso dos prédios residenciais, optou-se por usar a técnica de reconhecimento de impressão digital. A Schindler licenciou as tecnologias de software, incorporou o hardware (o leitor de digitais) da UareU, projetou totens próprios para as aplicações e desenvolveu as interfaces com os demais dispositivos (trancas, motor de portão etc.). Padrões – Segundo Schindler, é preciso ter cuidado com a qualidade do hardware utilizado, para não correr o risco de frustrar as expectativas com uma tecnologia emergente. Todavia, ele esclarece que o grande diferencial das soluções está nos algoritmos de localização da digital, principalmente em bases de dados maiores. "A ciência está no software. A idéia é que o usuário apenas coloque o dedo e passe, sem ter que se identificar previamente ou usar algum outro documento. A busca e a resposta têm que ser imediatas", afirma. O software de localização é considerado a jóia da coroa para a Neokoros, uma fabricante goiana de relógios de ponto, catraca e outras soluções de controle de acesso em empresas, que usam biometria de digitais. A tecnologia desenvolvida é aplicada nos produtos e

pode ainda ser licenciada para projetos de terceiros. "O sistema leva 0,3 segundo para localizar o registro em um cadastro de 60 mil amostras. Essa velocidade traz também redução de custo, pois são necessárias menos catracas para controlar o fluxo", argumenta Marco César Chaul, diretor de tecnologia da indústria. A Neokoros, assim como a S c h i n d l e r, t e m u t i l i z a d o hardware da UareU. Os leitores fazem a criptografia local dos dados biométricos e se comunicam com o servidor por TCP/IP ou porta serial. A aplicação vem com a plataforma de banco de dados Firebird (um sofware livre), mas também pode trabalhar com SQL, Oracle ou algum outro produto já utilizado pelo cliente. Pulsação – A Madis Rodbel, que há 82 anos produz relógios de ponto e controles de acesso, já utiliza a impressão digital e a íris para o controle biométrico, e está estudando a possibilidade de trazer ao país o sistema de biometria vascular. "Nos segmentos mais amplos do mercado, a tecnologia de reconhecimento de digital é a que se dissemina mais rapidamente. O custo caiu, as soluções se estabilizaram e a indústria ganhou escala", reconhece Rodrigo Pimenta, diretor da Madis Rodbel. Ele observa que o mercado corporativo continua a concentrar a demanda por dispositivos biométricos, mas revela que os nichos de academias, escolas e condomínios apresentaram um crescimento de 30% no ano passado. A demanda por dispositivos biométricos cresceu 30% no ano passado nos nichos de academias, escolas e condomínios

Fidelidade canina aos usuários

que faz de um cão de guarda uma excelente ferramenta de proteção física é a garantia de que apenas quem tem o cheiro e a voz devidamente "cadastrados" poderão entrar nas áreas protegidas, independente de ter as chaves ou saber as senhas para desativar o alarme. Com a disponibilidade de chaves biométricas para tranca e abrir PCs e sistemas em rede, os usuários passam a ter níveis de segurança semelhante, sem a contrapartida de ter que portar smart cards ou decorar dezenas de senhas de acesso. "A biometria (como controle de acesso) é um fator de segurança para a empresa e de comodidade para os usuários", resume Ângelo Zanini, CEO da Scua. Para atender a essa demanda, a empresa desenvolveu o FingerTrue, um sistema para controle de acesso por identificação de digital, aplicável a PCs, notebooks e servidores de rede. Basicamente, o software substitui a camada de autenticação por senha pela validação feita pelo sistema de reconhecimento de impressão digital. O FingerTrue é compatível com 12 fornecedores de hardware homologados. Segundo Zanini, o produto é utilizado em conjunto com outras soluções de segurança, conforme a aplicação. Para usuários de notebooks, por exemplo, normalmente é usado para ativar a apresentação dos dados, que são encriptados. Para os sistemas corporativos ou aplicações críticas em rede, o FingerTrue permite a administração centralizada do cadastro de digitais, que interage com o gerenciador unificado de logons. A APC também apostou na combinação de segurança e comodidade, com o recente lançamento do APC Biometric Password Manager (Gerenciador de Senhas Biométricas). Com um pacote de R$ 269, que inclui o leitor de digital e o software, o usuário se livra do

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ESPECIAL/INFORMÁTICA - 7

ônus de memorizar diferentes senhas de acesso, cuja lista aumenta cada vez que descobrimos novos serviços online. "Atualmente, muitos usuários de PC e notebook ficam em meio a uma enxurrada de senhas para e-mail, acesso a sites restritos, compras e contas bancárias", observa Helton Capella, gerente de marketing da APC no Brasil. Ele enfatiza que algumas pessoas acabam anotando as senhas em pedaços de papel, ou repetindo senhas óbvias, o que significa praticamente passar uma procuração ao primeiro que aparecer. "A impressão digital não

pode ser perdida nem esquecida, como ocorre com crachás, cartões ou senhas", diz. O diretor da APC informa que a estratégia da empresa foi oferecer um produto objetivo, prático e de custo acessível, para que os usuários tivessem uma solução imediata. Contudo, ele esclarece que a tecnologia pode ser incorporada a sistemas desenvolvidos sob medida para as companhias ou em produtos de outras indústrias. A APC dispõe de um SDK (kit de desenvolvimento de software), que pode ser licenciado por outros desenvolvedores. (VC)

Leitor de digitais APC e tela do Scua FingerTrue: um sistema para controle de acesso por identificação de digital, aplicável a PCs, notebooks e servidores de rede


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Estudo revela as principais ameaças da rede A Symantec acaba de anunciar o resultado de um amplo levantamento sobre as maiores ameaças da internet durante o primeiro semestre do ano

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Symantec anunciou semana passada a 8ª edição do seu relatório Internet Security Threat Report, um abrangente levantamento sobre as ameaças na internet. Este estudo é referente ao período de 1º de janeiro a 30 de junho de 2005 e identifica novos métodos para obter ganhos financeiros com o uso de códigos maliciosos dirigidos com mais freqüência às estações de trabalho dos perímetros da empresa. Os resultados indicam um aumento na exposição de informações confidenciais. Tais ameaças podem significar grandes perdas financeiras, principalmente quando se tem acesso a dados sobre cartões de crédito e contas bancárias, combinado ao crescente aumento de compras e transações bancárias pela internet. Durante o primeiro semestre de 2005, os códigos maliciosos que expõem informações confidenciais responderam por 74% da lista das 50 principais amostras de códigos maliciosos encaminhadas à Symantec, ante os 54% registrados no semestre anterior. "Os agressores estão se afastando dos grandes ataques com múltiplos propósitos em redes e se concentrando em ataques menores e mais focados em alvos no lado do clien-

Por Carlos Ossamu te", informa Arthur Wong, vice-presidente do Symantec Security Response e de serviços de segurança gerenciada. "Com as mudanças no cenário das ameaças, os usuários precisam estar cada vez mais atentos e manter os sistemas atualizados com patches e soluções de segurança", declara. Exército de zumbis – Como no estudo anterior, os bots continuam a ser uma grande ameaça. Para a empresa, bot (abreviação de robot, ou robô) são as chamadas máquinas zumbi, que por meio de programas invasores permitem que hackers

controlem os computadores remotamente. Segundo a empresa, redes bot e códigos bot personalizados estão disponíveis para compra ou aluguel. A Symantec identificou 10.352 computadores de redes bot ativos em média por dia, um aumento de mais de 140% em relação aos 4.348 computadores com bot no semestre anterior. Com o aumento das recompensas financeiras, os agressores provavelmente desenvolverão códigos maliciosos mais sofisticados e mais furtivos, que serão implementados aos recursos dos bots e

Divulgação

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das redes bot, alguns dos quais desenvolvidos com o objetivo de desativar medidas de segurança, tais como antivírus, firewall, dentre outras. Também estão em alta os códigos maliciosos modulares –códigos maliciosos que possuem uma funcionalidade inicial limitada, mas que fazem o download de funcionalidades adicionais assim que o sistema é infectado. A mudança em direção aos códigos maliciosos modulares é significativa, já que indica que os agressores estão tentando evitar a detecção e procurando comprometer ainda mais um sistema, abrindo portas nos sistemas infectados ou visitando sites onde outros códigos maliciosos podem ser encontrados e colocados no sistema-alvo. O relatório também descobriu que os ataques de phishing continuam a se expandir. O volume de mensagens de phishing cresceu de uma média de 2,99 milhões de mensagens por dia para 5,70 milhões. Uma em cada 125 mensagens de e-mail verificadas pelo Symantec Brightmail AntiSpam foi uma tentativa de phishing, um aumento de 100% em relação ao último semestre de 2004. Os filtros antifraude do Symantec Brightmail AntiSpam estavam bloqueando, em média, mais de 40 milhões de tentativas de phishing por semana, em contraposição aos, aproximadamente, 21 milhões por semana no começo de janeiro.

Arthur Wong é vice-presidente do Symantec Security Response

Outras descobertas importantes da Symantec onfira outras conclusões do relatório Internet Security Threat Report, produzido pela Symantec:

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tecnologias de aplicações de web, o que representa um aumento de 59% em relação ao período do relatório anterior e 109% em relação ao primeiro semestre de 2004;

O aumento dos ataques de negação de serviço (DoS), que cresceram de uma média de 119 por dia para 927 por dia durante o primeiro semestre de 2005 –um aumento de 680% em relação ao período do relatório anterior. O alvo mais visado foi o setor de educação, seguido pelas pequenas empresas e pelos serviços financeiros;

Um número crescente de variantes de vírus e worms Win32 também foi reportado durante a primeira metade de 2005. A Symantec documentou 10.866 novas variações de vírus e worms Win32, um aumento de 48% sobre o período do relatório anterior e 142% sobre a primeira metade de 2004;

O tempo entre a descoberta de uma vulnerabilidade e o lançamento de seu código de exploração diminuiu de 6,4 para 6 dias. Além disso, o tempo entre o aparecimento de uma vulnerabilidade e o lançamento de um patch de correção pelo fornecedor acontece em média a cada 54 dias. Isso significa que, em média, 48 dias entre o lançamento de uma exploração e o lançamento de seu patch; durante esse período, os sistemas estão ou vulneráveis ou os administradores são forçados a criar suas próprias soluções de proteção contra a exploração; Durante o primeiro semestre de 2005, a Symantec documentou 1.862 novas vulnerabilidades –recorde no Internet Security Threat Report, dos quais 97% foram classificadas entre moderada ou alta, enquanto 59% de todas as vulnerabilidades foram encontradas em

Segundo o relatório, o adware, o spyware e o spam continuam a se multiplicar. Oito entre dez programas adware foram instalados pelo navegador de internet. Dos dez principais programas adware relatados, cinco raptavam os navegadores. Seis dos dez principais programas spyware foram empacotados com outros programas e seis foram instalados pelo navegador de internet. A Symantec também observou que o spam representou 61% de todo o tráfego de e-mail e que 51% de todos os spams recebidos no mundo foram originados nos EUA; Uma análise do futuro e das tendências emergentes concluiu que é provável um aumento do número de ataques e ameaças dirigidos às redes sem fio. Além disso, as ameaças ao protocolo de Voz sobre a Internet (VoIP) devem aparecer conforme mais empresas unificarem suas redes de dados e voz. (CO)

PCs domésticos infectados aceleram as fraudes online m estudo feito pela Symantec mostra que a maioria das atividades criminosas online que afetaram empresas e usuários na primeira metade de 2005 ganharam corpo com a ajuda de computadores domésticos infectados e do aumento de falhas e brechas de seguranças em programas –só entre janeiro e junho deste ano foram descobertas 1.862 vulnerabilidades de software, sendo 60% delas em aplicações web, diz a empresa. Para piorar, a maioria foi classificada como ameaça moderada ou alta. Segundo a Symantec, é cada vez maior o número de PCs usados, contra a vontade de seus donos, para o envio de spam, programas espiões e

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vírus. Por outro lado, as brechas de software são especialmente complicadas para o mundo corporativo porque os invasores podem usá-las para ultrapassar os sistemas de segurança de uma empresa ou ter acesso a segredos comerciais e outras informações confidenciais. Boa parte dos problemas foi encontrada nos navegadores web: só no Firefox, primeiro browser a ameaçar a hegemonia do Internet Explorer desde a "morte" do Netscape, foram descobertas nos seis primeiros meses do ano 25 falhas, quase duas vezes o número de vulnerabilidades do IE no mesmo período. A Symantec ressaltou, no entanto, que a Mozilla, criadora do Firefox,

costuma ser muito mais rápida para soltar as correções de seus programas do que a Microsoft. A Symantec também identificou no primeiro semestre o aumento dos chamados "ataques de negação de serviço" (denial of service, DoS, em inglês), que usam os computadores invadidos como robôs para sobrecarregar sites de empresas e serviços até tirá-los do ar. De janeiro a junho, os ataques DoS subiram de 119 para 927 por dia. O crescimento, mais uma vez, é creditado ao aumento de PCs invadidos controlados remotamente por hackers. Para se ter uma idéia, no período o número de "robôs" ativos identificados todos os dias pela empresa subiu de

4.348 para 10.352. O número assusta? Pois, segundo a SANS Internet Storm Center, organização sem fins lucrativos que monitora a atividade hacker ao redor do planeta, pelo menos 260 mil computadores são "escravizados" pelos criminosos digitais todos os dias através de spams, phishings, spyware e vírus. Nos seis primeiros meses de 2005, o volume de phishing scams (o termo, brincadeira com o verbo "pescar" em inglês, é usado para designar os e-mails que levam o internauta para páginas falsas de empresas ou bancos na web onde seus dados pessoais e financeiros são coletados) circulando na rede mundial por dia subiu de três milhões para 5,7 milhões. Renata Mesquita


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8 -.ESPECIAL/INFORMÁTICA

terça-feira, 27 de setembro de 2005

Biometria torna-se viável e acessível Após anos de amadurecimento, as tecnologias de reconhecimento de características corporais se estabilizam e chegam a patamares de custo que permitem sua utilização em aplicações de segurança

"E

sta assinatura não é minha". Tal tipo de aleg a ç ã o e r a c omum entre comerciantes indianos do século XIV, que repudiavam os acordos contidos em contratos assinados. O oficial britânico William Herschel, então, criou o sistema de identificação por impressões digitais, que passou a fazer parte da autenticação dos contratos. O reconhecimento biométrico, de forma geral, faz parte de nossa própria natureza, pois primatas e humanos há milênios identificam os indivíduos pela face. Todavia, traduzir essa capacidade de autenticação em soluções de computação foi um árduo desafio para as indústrias nas últimas décadas. A boa notícia é que o acúmulo de experiências e investimentos resultou, hoje, em produtos que realmente funcionam e chegam a custos que viabilizam a disseminação da tecnologia. Entre as diversas modalidades de reconhecimento biométrico, a impressão digital, neste momento, é o método mais comum. "Com a escala, os preços dos leitores (o scanner que captura a digital) caíram e o software ficou mais eficiente", justifica Carlos Pádua, vice-presidente de desenvolvimento e tecnologia da Diebold Procomp, fabricantes de equipamentos bancários e da Urna Eletrônica. Ele aponta dois projetos do Governo Federal, de uso de biometria para prevenção a fraudes. No cadastramento dos eleitores pelo Tribunal Superior Eleitoral, será coletada a digital, para conferência na hora

da votação. Quando o cidadão entrega seu título e coloca o dedo no leitor, o mesário vai ver sua foto no terminal. O confronto de todos esses dados praticamente elimina as brechas para fraudes. Outra aplicação seria para controle de freqüência escolar pelo MEC, cujo objetivo é garantir a presença dos alunos cujas famílias são beneficiadas pelo Bolsa Escola. No sistema financeiro, a companhia já tem cases na América do Sul. Pádua informa que há vários testes em andamento por bancos brasileiros, mas acredita que o mercado financeiro aguarda por referências em outros setores para partir para suas próprias iniciativas. "Os bancos constituem um mercado estratégico (para os fornecedores de tecnologia biométrica), mas precisam ter plena certeza quanto à eficácia da tecnologia. Se um banco utilizasse e não desse certo por algum motivo, a credibilidade da tecnologia iria ser abalada e teríamos um retrocesso difícil de superar", reconhece. A Tivit (provedora de serviços de TI, resultado da fusão entre Proceda e Optiglobe) acaba de anunciar a oferta de uma solução de combate a fraudes no setor de saúde, com o uso de identificação biométrica nos pontos de atendimento. "Não há dúvidas quanto ao retorno de investimento, pois as operadoras de planos de saúde têm uma enorme evasão de receitas (com o uso da carteira do beneficiário por outras pessoas)", diz Maria Pinheiro, gerente de e-business para Saúde e Cartões da Tivit. Ela esclarece que, além da se-

gurança para as operadoras, os clientes finais também passam a contar com um atendimento mais rápido. "Na primeira vez que o paciente vai a uma clínica ou hospital, sua impressão digital é cadastrada. No próximo atendimento, basta colocar o dedo sobre o leitor para ser identificado e autenticado. Esse processo não leva mais de um segundo e a taxa de erro é inferior a 0,1%", descreve. Na solução da Tivit, é usado o hardware da Digital Persona e software desenvolvido pela própria Tivit. "A base de dados pode ser hospedada remotamente e acessada de forma se-

gura pela web", destaca. Responsabilidade pessoal – Seja pelos grandes escândalos corporativos, pelo temor de quebradeiras globais no sistema financeiro ou pela conduta de algumas autoridades públicas, a autenticação biométrica é vista hoje como forma de evitar alegações como "emprestei meu smart card para o tesoureiro", ou "revelei a senha para minha secretária", na hora de justificar uma transação autenticada. "A segunda onda dos Certificados Digitais é a inclusão de informações biométricas no documento (como acontece

com o RG convencional), para estender o nível de segurança", adianta Dorival Dourado, diretor de operações e serviços do Serasa, uma das primeiras Autoridades Certificadoras credenciadas pelo ICP-Brasil. O executivo lembra que novas regulamentações como a Lei Sarbanes & Oxley (que trata de governança corporativa nos EUA) exigem a identificação da pessoa física responsável pelas decisões ou transações que gerem problemas legais ou econômicos. Ao mesmo tempo, os dirigentes das companhias também precisam aumentar o rigor dos mecanismos internos de autenticação e controle de acesso, diante do percentual de violações (70%, segundo a IDC) feitas pelos próprios funcionários. "O simples uso do certificado digital, mesmo sem biometria, fomentou uma organização maior da atribuição de responsabilidades. Muitos funcionários, quando perceberam que passaram a assinar as transações com seu certificado pes-

soal, tomaram a iniciativa de discutir com a empresa a definição de representantes legais", menciona. A convergência entre a Assinatura Digital Certificada e a biometria resolve ainda a incômoda questão do armazenamento e custódia das informações biométricas. Hoje, somos obrigados a deixar nossas digitais em dezenas de bases de dados nos prédios que visitamos, ou em outros cadastros de segurança. Com o certificado digital, todas as informações necessárias ficam restritas ao próprio documento. Hoje, quando usamos o certificado digital, digitamos a chave que permite a autenticação eletrônica. A informação biométrica funciona como uma outra chave: além da senha, temos que colocar o dedo em um leitor para ativar o certificado. A partir da validação do certificado, qualquer um pode ter certeza de que você é você mesmo, sem precisar coletar e guardar seus dados biométricos. Vanderlei Campos


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terça-feira, 27 de setembro de 2005

ESPECIAL/INFORMÁTICA - 1

Matthias Kulka/Corbis

Certificação digital da ACSP Página 9

Monitore com câmeras Página 2

VIDA VIGIADA Como a tecnologia protege empresas e pessoas Conheça as

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egurança já foi sinônimo de estabilidade financeira e do sentimento de tranquilidade que as pessoas têm quando estão protegidas no aconchego do lar. Mas, nestes tempos de violência urbana desenfreada, segurança significa viver cercado de grades, alarmes, sensores de movimento, câmeras de vigilância, carros blindados e homens armados por todos os lados. Estar "seguro" muitas vezes dá a sensação de estar "preso". Até o simples ato de pedir uma pizza passou a exigir uma série de rituais, como deslocar-se até a portaria e comunicar-se com o entregador através do interfone e de "gaiolas" giratórias, por onde se recebe a encomenda e se entrega o pagamento. Isolar-se atrás dessa parafernália de equipamentos é, no momento, a única alternativa dos cidadãos contra os mais variados tipos de criminosos, que continuam à solta. A vida vigiada é a realidade das grandes cidades brasileiras, e já começa a invadir o antes pacato interior. Para os empresários, não basta administrar sua própria segurança física, da família e da residência. É preciso cuidar também do escritório, do comércio, da fábrica, dos estoques, dos funcionários. Com a informatização de vários procedimentos, também precisam de proteção os dados armazenados nos sistemas de computador, ameaçados constantemente por pragas virtuais como vírus, worms, cavalos de tróia e invasores. As grandes corporações geralmente contam com sistemas sofisticados de segurança, tanto para o estabelecimento quanto para dados, mercadorias e executivos. Mas os noticiários estão sempre cheios de casos de assaltos, roubos, furtos e seqüestros envolvendo empreendedores que mantêm negócios de pequeno e médio porte, especialmente em bairros. Números alarmantes – Segundo estatísticas da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, as taxas de roubos e latrocínios na Capital diminuíram no ano passado em relação a 2003 (-7,3% e -24,5%, respectivamente). Em

Por Rachel Melamet compensação, os furtos aumentaram 6,61%: foram 142.694 registrados em 2003, contra 152.124 em 2004. O primeiro trimestre de 2005 teve queda de 10% no número de roubos em relação ao mesmo período de 2004, mas o índice voltou a subir no segundo trimestre (abril, maio e junho), alcançando 29.529 casos registrados –um aumento de 12%. Os furtos cresceram 7% no segundo trimestre, chegando a 39.234. A Secretaria de Segurança Pública não tem como detalhar quantos desses crimes ocorreram em lojas, padarias, bares, restaurantes, mercadinhos, escritórios, locadoras de vídeo e demais modalidades de comércio e serviços. Mas os índices são alarmantes e sempre pioram em tempos de crise econômica e desemprego alto. Discrição e silêncio – S egundo o consultor de segurança Douglas Dalapria, autor do livro "Proteja-se Agora" e do Empresário só recém lançadeve ostentar do CD-book a quantidade "Como Lidar com a Violênde medidas de segurança cia Urbana", a proteção de sua p e s s o a l , f aempresa miliar e patriDouglas Dalapria m o n i a l c omeça com uma mudança de atitude. "A única coisa que um empresário deve ostentar é a quantidade de medidas de segurança existentes em seu estabelecimento", afirma Douglas Dalapria. Isso deve ficar c l a ro p a r a f u n c i o n á r i o s e clientes –até para que se sintam seguros também. O consultor recomenda que se evite ir trabalhar com carros importados ou modelos caros, indicadores de que você está prosperando no negócio. "Adquira um veículo popular, bem discreto. Da mesma forma, evite usar anéis, pulseiras e correntes de ouro que chamem a atenção", ensina Douglas. Outra medida que pode evitar seqüestros e assaltos com reféns é a chamada "boca de siri". "Não conte em hipótese alguma seus planos de viagem de lazer para seus vizinhos de negócios e principalmente para seus funcioná-

rios. Não conte também sobre os colégios caros onde seus filhos estudam ou sobre estágios educacionais que vão fazer no exterior", recomenda Douglas Dalapria. Abuse da tecnologia – Agora que você já tomou um belo susto ao constatar como estava desatento a comportamentos aparentemente banais, mas extremamente perigosos, complemente sua nova atitude com os avanços da tecnologia na área de segurança. As novidades neste mercado não param de surgir e os custos dos produtos e serviços baixaram drasticamente nos últimos anos. Equipamentos que antes constrangiam funcionários e clientes, como as câmeras, já são encarados com naturalidade. Muitos consumidores ficam aliviados por não ter de ficar olhando para os lados e conferindo a bolsa a todo instante. De um simples alarme sonoro a circuitos internos de TV conectados a centrais de monitoramento 24 horas, há opções e preços para todas as necessidades e bolsos. Já existem, por exemplo, chaves inteligentes equipadas com chips, que "revelam" quando e por quem foram usadas. As câmeras de vigilância estão cada vez mais compactas, e podem ser controladas em tempo real a partir de qualquer computador conectado à internet. Cidades inteiras são vigiadas dessa forma, e em muitas delas a criminalidade chegou a cair até 80%. Nas empresas, a identificação biométrica de funcionários através da voz, da impressão digital –agora aliada a um medidor de pulsação para evitar fraudes–, da íris e da palma da mão reduz a necessidade do crachá e controla de forma eficaz o acesso. E não se surpreenda se for ameaçado por assaltantes em um caixa eletrônico e, de repente, o local se encher de uma densa fumaça que não permite enxergar um palmo à frente do nariz. Trata-se do Smokecloack. Os bandidos não estão enxergando nada também. Relaxe, porque a polícia já está a caminho. Neste caderno especial, espie à vontade, detecte sua tecnologia favorita e sinta-se mais seguro.

chaves inteligentes Página 6


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Para sua segurança, imprima as imagens digitais Se é verdade que uma imagem vale mais que mil palavras, então, uma imagem no papel vale mais que milhares de pixels arquivados em um cartão de memória Por Ana Maria Guariglia

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tecnologia digital mudou radicalmente a maneira de ver a fotografia. Anteriormente, as câmeras convencionais tiravam fotos com filmes no formato 35 mm, que eram levados ao laboratório, revelados e a partir dos negativos as imagens eram copiadas. Já com as máquinas digitais, a história é outra. As imagens são feitas pelas câmeras digitais, armazenadas em cartões de memória, transferidas para o computador e até gravadas em CDs ou DVDs, mas poucas vezes são copiadas sobre papel. Apesar dessas mudanças proporcionadas pela tecnologia, especialistas e o próprio mercado fotográfico são uníssonos em dizer que o hábito da cópia das imagens não deve ser abandonado. Eles lembram que desde a oficialização do processo fotográfico nos idos do século 19, em 1839, o ser humano criou o costume de colocar suas imagens no papel. Foi um achado, para preservar a história, as memórias. Caso esse procedimento seja esquecido, amanhã não se terá passado e muito menos história para contar ou "mostrar". Com o surgimento da telefonia com câmera, as conhecidas câmeras fones, parece que a questão da impressão se complicou um pouco mais. Segundo as pesquisas do Photofinishing News, no ano passado, das mais de 300 milhões de fotos tiradas nos EUA com as câmeras fone, somente 12% (3,6 milhões) foram copiadas em mini laboratórios e quiosques automatizados. Nas estatísticas da revista Fhox, direcionada ao mercado brasileiro de fotografia, em 2004, no total de 3 bilhões de imagens que passaram pelos laboratórios, apenas 18% (540 milhões) foram provenientes de digitais entre câmeras e câmeras fone. As revistas norteamericanas, como a PTNews, relatam que muita gente deixou de ir aos laboratórios em função das facilidades do uso de impressoras caseiras. Cita, por exemplo, a Kodak, que até o início do segundo semestre de 2004, possuía mais de um milhão de impressoras em todo o mundo. A questão é que as cópias domésticas são caras. No Brasil, sai entre R$ 4 e R$ 6,5 dependendo do modelo, ao passo que nas lojas e em quiosques custa em média R$ 0,80 a R$ 2. Embora o quadro possa ser

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meio desanimador, é curioso notar que o mercado brasileiro não se mostra abatido. Acredita-se que os consumidores estejam saindo da fase de deslumbramento causado pelo impacto das tecnologias digitais e, portanto, agora estão retornando aos serviços de impressão. Esse otimismo foi percebido durante o evento da PhotoImageBrazil em agosto último. Dezenas de mini laboratórios e quiosques digitais foram adquiridos pelos lojistas de todo o país, custando cada um em média R$ 280 mil e R$ 15 mil, respectivamente. É fácil entender que os lojistas apostam na renovação do atendimento para aquecer os serviços. Criam estratégias para dar à clientela novos produtos e acessórios e eficiência das cópias com serviços especiais, como postais, calendários e fotos autocolantes, além de abrir canais de atendimento personalizado na internet. Edmundo Salgado, gerente comercial da Noritsu, indústria japonesa que mais comercializa mini laboratórios em todo o mundo, explica que os novos modelos já estão preparados para receber todo o tipo de imagem, incluindo as das câmeras fone com resoluções ainda baixas, entre 1,3 e 2 megapixels. "Mesmo com baixa resolução, as cópias têm apresentado bons resultados. O usuário das câmeras fone tem muitas oportunidades de fotografar seu cotidiano que nem sempre podem representar memórias", diz. Segundo ele, sabe-se que boa parte dessas imagens é transmitida aos parentes e amigos via e-mail e, posteriormente, apagadas. Mas fotos que têm valor como memória e que realmente fazem parte da vida da pessoa tendem a ser impressas fora de casa. "Em nosso país, o uso do computador é basicamente no trabalho. Em casa, o número é reduzido, e para fazer impressões caseiras, há alguns entraves, como tempo, custo e habilidades." Ao que tudo indica, o entusiasmo do mercado será recompensado com muitos consumidores saindo e entrando das lojas para imprimir suas imagens como era de praxe antigamente, e o maior argumento para que isso ocorra é o registro e a manutenção da própria história do indivíduo.

Conheça o mercado dos mini laboratórios

m menos de 25 anos, os mini laboratórios mudaram o perfil da fotografia e criaram novos conceitos de revelação e ampliação. Antes dos anos 80, processar filmes 35 mm era uma ladainha e demorava quase semana para que usuários recebessem suas encomendas. Hoje, em uma hora ou menos, as cópias ficam prontas, com bons resultados e sem demora. Para os fabricantes e lojistas, esse equipamento é uma máquina de "fazer dinheiro" e o investimento pode reverter em lucros quase imediatos, mas é preciso muito trabalho e dedicação. A campeã de vendas de mini laboratórios no país, (no caso os digitais), é a Noritsu, com cerca de 58% do total de 792, segundo pesquisas da revista Fhox. A Fuji tem a segunda fatia do mercado, com 32% e os 10% restantes estão distribuídos entre Konica, AGR e Agfa. Durante a PhotoImageBrazil, a Kodak declarou ter em torno de 50 mil quiosques espalhados pelo mundo, com 35

mil nos EUA, e cerca de mil no país, esperando aumento expressivo até o final do ano. Ainda é pequena a estimativa de câmeras digitais e câmeras fone em funcionamento no Brasil, cerca de 3 milhões. Pelo menos um milhão foram importadas e outros 2 milhões são de turistas que voltam do exterior e outras adquiridas por vias indiretas. Com relação às câmeras fone, os fabricantes prevêem a venda de 80 milhões de unidades até o final de 2005. Em nosso país, predominam ainda as câmeras para filmes no formato 35 mm, quase 23 milhões, que consumiram perto de 73 milhões de rolos de filmes: 53% provenientes da marca Kodak (38,69 milhões), 35% Fuji (25,55 milhões), 8% Konica (584 mil) e 4% Agfa (292 mil). (AMG) SERVIÇO www.agfaphoto.com www.agrphoto.com.br www.fuji.com.br www.kodak.com.br www.konicaminolta.com.br www.noritsu.com.br

Fotos: Divulgação

Mini laboratório da Noritsu

O quiosque da Noritsu

Abaixo, o quiosque da Kodak

Acima, a versão de quiosque da Fuji

Mini laboratório da Agfa

Como imprimir sua história

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á várias maneiras de copiar suas fotos provenientes de câmeras digitais e de câmeras fone. O tamanho mais popular é o 10 x 15 cm, mas há outras opções, 18 x 24 cm, 25 x 30 cm, 30 x 40 cm, dependendo da resolução da câmera –para ampliações maiores, é aconselhável imagem acima de 3 megapixels. As fotos podem ser impressas nas lojas com mini laboratórios, em quiosques ou ainda encomendas via internet. Nas lojas, o contato é direto com o balconista e o atendimento pessoal pode esclarecer dúvidas, e ainda é possí-

vel conhecer novidades e ofertas digitais. Os quiosques são encontrados em locais de livre acesso, como shoppings, super mercados, farmácias e também nas próprias lojas. É muito fácil usá-los e eles aceitam a maioria dos cartões que acompanham as câmeras: FlashCard, MultiMidiaCard, MemoryStick, SecurityCard, MicroDrives e também CDs, Zips e até DVDs. As fotos são escolhidas na tela e basta acompanhar as instruções. Geralmente, as opções são feitas tocando-se na tela ou no teclado. Quando o serviço é concluído, a máquina

solta um tíquete com o valor que será pago no local em que está o quiosque. Com relação à solicitação de cópias via internet, também não existem problemas. A encomenda fica pronta em dois ou três dias e as cópias são enviadas via correio e o pagamento é efetuado por meio de cartão de crédito ou de boleto bancário. Com a tecnologia digital, o usuário pode criar efeitos e recebe os registros de várias formas, com texto, junção de uma ou mais imagens, com correções de cores em sépia, preto-e-branco, com templates, filetes, sob a forma de car-

tão de visitas e de comemorações diversas, em calendários, com bordas desenhadas, foto adesiva, incluindo também o novo processo fotolivro, da Digipix. (AMG) SERVIÇO Informações para cópias digitais: www.printcolor.com.br www.fotopaulo.com.br www.americanas.com www.fotoptica.com.br www.digipix.com.br www. dpsalbum.com.br www.capovilla.com.br www.foto1hora.com.br www.fotorapida.com.br www.psf.com.br


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ACSP anuncia planos para certificação e segurança O Good Privacy passará a credenciar os processos e o aparato tecnológico da Associação Comercial de São Paulo a partir do início de 2006 Por Cyro Queiroz Fiuza

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riado em 2002 na Suiça e distribuído por um órgão internacional de certificação chamado IQNet, o Good Privacy (na grafia original escreve-se a letra "a"com @) passará a credenciar os processos e o aparato tecnológico da Associação Comercial de São Paulo a partir do início de 2006. Trata-se, segundo o gerente de suporte técnico e de telecomunicações da ACSP, Jair de Ávila, "de um padrão internacional que abrange todos os processos de segurança de acesso, infra-estrutura e internet". A Associação Comercial, prossegue o gerente, será a primeira entidade a obter a certificação que, no Brasil, é entregue pela Fundação Vanzolini. "Apenas dois bancos, o Real ABN Amro Bank e o Itaú já pos-

suem a certificação." As vantagens para os usuários dos serviços prestados online, diz Ávila, é que tanto eles quanto todos os membros da ACSP vão ter o compromisso da associação de que essa troca de informações será totalmente segura. "Atualmente, podemos afirmar que nossos sistemas são muito seguros, só que a partir da certificação, passaremos a contar com um respaldo internacional para garantir isso", afirma Ávila. A implantação do Good Privacy não é uma tarefa unilateral da área tecnológica. "Toda a estratégia está sendo definida por informática, qualidade, jurídico e administrativo-financeiro", revela Milton Godoi, gerente de qualidade da ACSP. Ele define a nova certificação como "um reconhecimento, por parte de um

Fotos: Pablo de Sousa/Luz

Milton Godoi, Jair de Ávila e Jairo Cardozo, a partir da esquerda, participam do processo de planejamento da certificação da ACSP

organismo independente, da adequação do sistema de proteção de dados da entidade diante de ambientes externos, gerando principalmente credibilidade junto ao público". Outro anúncio da ACSP relaciona-se à área de certificação digital. O gerente de suporte e

Certificados pessoais gratuitos ecém-chegada ao Brasil (em março deste ano), a inglesa Comodo está oferecendo uma ampla linha de certificados digitais para servidor, que incorpora recursos de workflow de documentos e formulários, como informa sua diretora, Luciana Dias. "O QuickFlow é um produto de assinatura digital que administra todo o ciclo de vida do documento eletrônico ao longo do tempo, permitindo voltar ao passado e recuperar o contexto de cada decisão e assinatura", explica. Para Luciana Dias, a tendência do mercado é "crescer pois cada vez mais é

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necessário proteger as comunicações e dados. Hoje, pequenas empresas também estão lançando sites e oferendo conteúdo e transações online, o que aumenta a procura por certificados de menor custo. Com a ICP-Brasil, o público tomou maior conhecimento da certificação digital e começa a procurar esta segurança. Acredito que o setor público tende a optar por certificados ICP-Brasil, porém esta tendência não se dará no setor privado. Também acredito que em breve as empresas comecem a utilizar certificados pessoais (corporativos) mais amplamente, para

assinatura de e-mail, documentos e também em sustituição a usuário e senha", analisa. Em sua chegada ao Brasil, a Comodo Brasil está oferecendo certificados pessoais gratuitos. Estes certificados, segundo Luciana Dias, são inteiramente funcionais e podem ser solicitados por qualquer um. Servem para assinatura e criptografia de mensagens eletrônicas e também para assinatura de documentos. A executiva conclui afirmando que o preço médio de um certificado como esse oferecido gratuitamente gira em torno de R$ 45,00. (CQF)

micro-informática, Jairo Cardozo, informa que a organização "está trabalhando para se tornar uma Autoridade Registradora (AR), aquela que confere a veracidade de documentos e repassa a informação à Autoridade Certificadora (AC)". De acordo com Jairo Cardozo, com a criação dos documentos eletrônicos e-CPF e e-CNPJ, cujo uso passa a ser obrigatório para empresas com faturamento a partir de R$ 30 milhões/ano, "muitos empresários e executivos estão com dúvidas em relação ao uso dessas ferramentas. Temos inclusive recebido muitos telefonemas de associados quanto a esse assunto". Os novos documentos eletrônicos –e-CPF e e-CNPJ– foram desenvolvidos pela Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira –a ICP-Brasil–, órgão criado em 2001 pelo Governo Federal para garantir a autenticidade, a integridade e a validade jurídica de documentos emitidos em forma eletrônica; das aplicações de suporte e das aplicações habilitadas que utilizam certificados digitais; assim como a realização de transações eletrônicas seguras. A ICP-Brasil congrega a cadeia composta

pela Autoridade Certificadora Raiz (AC Raiz), pelas Autoridades Certificadoras (AC) e pelas Autoridades de Registro (AR). Mercado em ascensão – A certificação digital que hoje atrai empresas de diversos segmentos baseia-se no uso cada vez mais arraigado da assinatura digital –instrumento que dá veracidade a um documento e comprova a identidade da assinatura perante outra pessoa ou outro computador. Uma das três primeiras Autoridades Certificadoras do mundo e a primeira da América Latina, a CertiSign representa no Brasil a norte-americana VeriSign, corporação que atua sob o tripé segurança-conteúdo-telecomunicações. O presidente da CertiSign, Sérgio Kulikovsky, vê "uma agressiva curva de crescimento na adoção da tecnologia de certificação digital e a expectativa para 2005/2006 no País é que surjam cada vez mais aplicações, principalmente no setor financeiro, no judiciário e em órgãos públicos". A CertiSign foi criada em 1996 com foco exclusivo em certificação digital e hoje domina o setor no Brasil, com clientes do porte de Rede Globo, Banco

Central, Banco do Brasil, Banespa, Bank Boston, ABN Amro Bank, HSBC, Bradesco, Nossa Caixa, Unibanco, Correios, Exército, Câmara dos Deputados e os maiores sites de comércio eletrônico como Submarino, Americanas.com, Magazine Luiza, Livraria Saraiva, Globo.com e Som Livre. Para Sérgio Kulikovsky, com o crescimento do mercado os usuários pagarão cada vez menos para obter uma assinatura eletrônica, e com a redução dos custos surgirão mais aplicações como os certificados e-CPF e eCNJP. "São documentos digitais que hoje já permitem a realização de consultas e atualização dos cadastros do de contribuinte, obtenção de certidões da Receita Federal, cadastro de procurações e acompanhamento de processos tributários através da internet." A CertiSign é credenciada pela ICP-Brasil e autorizada por ela para emitir e validar certificados de todos os tipos, na qualidade de Autoridade Certificadora e Autoridade Registradora. Além disso, a empresa também credencia e oferece sua infra-estrutura para outras organizações.

Certificação digital: confiança no documento eletrônico Por Carlos Roberto De Rolt popularização do uso de microcomputadores facilitou e aperfeiçoou vários procedimentos como a comunicação entre empresa e consumidor, a tramitação de documentos através da internet ou ainda o uso de aplicações específicas para a demanda de cada empresa ou órgão público. Porém, mesmo informatizadas e fazendo uso de programas eletrônicos, a falta de cultura digital das instituições faz com que ainda se mantenha em papel vários tipos de documentos. Ou seja, mesmo nascendo de forma eletrônica, ainda há certa descrença quanto a validade do documento eletrônico. A confiança no arquivo digital aparece como o grande obstáculo a ser transposto entre o mundo dito real e o virtual. Confiança essa que somente o uso de protocolos criptográficos que possibilitam a assinatura e a datação digital podem assegurar. Estes dois processos são viabilizados com o uso de certificados digitais emitidos por uma infra-estrutura de chaves públicas (ICP). Com esta tecnologia e com a MP 2.2002, de agosto de 2001, documentos assinados digitalmente passaram a ter validade jurídica. Deste modo, as instituições dispõem de argumentos suficientes para realmente dispensar o papel em vários procedimentos administrativos, contábeis e de comunicação. Com o uso da tecnologia de protocolação digital pode-se agregar ainda mais confiança ao documento eletrônico. Além de dar autenticidade através da assinatura digital, é possível saber através da datação o exato momento que um documento foi criado e proto-

colado, fornecendo também características de irretroatividade. Torna-se impossível retroagir no tempo para protocolar um documento. Este processo de datação de um documento eletrônico agrega mais segurança porque o certificado digital possui um ciclo de vida e se faz necessário garantir se quando assinarmos um documento eletrônico, o certificado continuava válido ou não havia sido revogado. Diferentemente do mundo físico, no virtual não temos a referencia de tempo definida pela natureza. Todos os sistemas podem ter o seu próprio relógio, sendo factível navegar no tempo para o passado ou futuro sob o comando do proprietário do sistema. Desta forma não se pode admitir que a atribuição do tempo a um documento eletrônico seja realizada por uma das partes interessadas no negócio. É necessário a figura de uma terceira parte confiável que estabelece a âncora temporal do documento eletrônico que é criado ou transferido para o ciberespaco. Casos de sucesso na implantação dos benefícios da certificação digital podem ser vistos principalmente na área pública, muitas vezes tão criticada pela morosidade no atendimento e trâmite de processos. O Judiciário, por exemplo, já possui vários casos de sucesso que estão começando a mudar o ditado de que a justiça é lenta. O Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina implantou no estado um sistema de peticionamento eletrônico. Os advogados trabalhistas elaboram a petição e, pela internet no sistema do TRT/SC, requisitam a protocolação. A PDDE instalada no Tribunal recebe a requisi-

Divulgação

ção e envia um recibo eletrônico ao advogado com a data e a hora do protocolo. Cópias das petições protocoladas são armazenadas no bando de dados do próprio TRT. Um sistema prático, moderno e, principalmente, seguro, que agilizou a Justiça do Trabalho catarinense. O sistema implantado em Santa Catarina serviu como referência para que o Tribunal Superior do Trabalho (TST) implantasse um sistema nacional de peticionamento eletrônico, onde varas do Trabalho de todo país vão poder utilizar esta tecnologia. Exemplos como este dão a dimensão clara de como a certificação digital pode contribuir para a segurança da informação, dando agilidade às instituições públicas e privadas. Com a assinatura e datação digital resolvidos tecnicamente, o mercado de TIC (Tecnologia da Informação e da Comunicação) elimina uma grande barreira para o crescimento das relações intermediadas pelo computador. Assim, a tendência é a melhoria dos serviços públicos com a intensificação da desintermediação burocrática através do uso da internet com garantias formais dos procedimentos. No mercado privado a tendência é o crescimento das redes dinâmicas de empresas, ou seja, consórcios temporários serão formados com agilidade para aproveitar uma oportunidade onde o mercado é muito competitivo. A TIC com segurança do documento eletrônico é um requisito para que se possa transacionar via web, desenvolver projetos, compartilhar conhecimento, reunir as competências complementares de empresas que em cooperações podem acessar mercados inseguros, lucrativos e que exigem produtos de alto valor agregado. Todas as empresas terão uma

De Rolt: falta de cultura digital faz com que se mantenham papéis

porta digital de negócios que estará conectada a um canal digital de negócios, estabelecendo links rápidos com provedores de serviços no canal de negócios e outras empresas agregadoras para, a partir de uma demanda identificada numa comunidade virtual de compradores, juntar competências, desenvolver e fornecer os produtos customi-

zados desejados pelo mercado. O mercado de segurança do documento eletrônico que envolve diversas ferramentas computacionais tipo certificados digitais, protocoladora digital, tokens, smart cards, HSMs, protocolos criptográficos, framework de tecnologias, software de assinatura digital e outros, tem um grande poten-

cial ainda adormecido, expandido lentamente para chegar nos próximos anos a um crescimento exponencial. A tecnologia existe, empresas especializadas também, o que falta é a difusão do uso, a criação de cultura e o upgrade das aplicações. Além disso, o crescimento dos casos de conflitos de interesses envolvendo relações baseadas em documentos eletrônicos (quem acredita que uma foto prova que determinado automóvel estava em determinado local) e uma série de ações na funcionalidade e interfaces dos sistemas para que sejam transparentes e que garantam ao usuário documentos eletrônicos autênticos, íntegros, sigilosos, entre outras vantagens. Carlos Roberto De Rolt é empresário, professor e coordenador do Laboratório de Tecnologia de Gestão (LabGES) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)


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Fotos: Divulgação

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Equipamentos de segurança para todos os ambientes e bolsos

les fazem parte do bea-bá da segurança. Câmeras de monitoramento e alarmes sonoros são o forte do mercado de vigilância, e tornam-se menores e mais eficientes a cada dia. Kits com o equipamento básico para quem tem um pequeno escritório ou comércio, quer conferir quem está tocando a campainha ou espantar invasores com um barulhão de 130 decibéis, podem ser comprados em qualquer loja de departamentos –até mesmo via internet– com preços a partir de R$ 150. O ideal, claro, é contratar uma empresa especializada, para avaliar o local a ser protegido, determinar as vulnerabilidades e os equipamentos ideais para neutralizá-las. Para certificar-se de que se trata de uma empresa idônea, antes de contratar confira no Procon (telefone 151) se há queixas contra a companhia. Você também pode consultar o site do Sesvesp (Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Segurança Eletrônica, Serviços de Escolta e Cursos de Formação do Estado de São Paulo) e conferir a lista das empresas que possuem o Certificado de Regularidade em Segurança (CRS). Começando – Se o dinheiro está curto e você está querendo monitorar apenas um aposento e não tem necessidade de imagens muito detalhadas ou em cores, experimente o kit monitor com mini-câmera acoplada, da Key West. Custa em torno de R$ 400 e você mesmo pode instalar. Outras opções do mesmo fabricante, à venda em lojas virtuais como o Submarino, são os alarmes de portas e janelas. Fáceis de instalar, se a abertura for forçada ele dispara uma sirene de cem decibéis por 30 segundos. Custa R$ 21,90. Pode ser usado para complementar um sistema de alarme sonoro sem fio, como o VS-250, da Vetti Technology, acionado por controle remoto e com sensores que disparam uma sirene quando a entrada do imóvel é forçada, protegendo-o mesmo na falta de energia elétrica. Vem codificado de fábrica e não necessita de técnico para instalação e manutenção, você mesmo instala. Preço: R$ 299. E se nada disso funcionar e você de repente se vir cara a cara com um invasor, segure firme o seu chaveiro. Se ele for o controle remoto disfarçado do alarme de teto KW-68, da Key West, muito semelhante a uma luminária, irá acionar uma sirene de 130 decibéis. Funciona

Conheça o alarme sonoro de teto que é acionado remotamente por um chaveiro, os modernos gravadores de imagens DVR e câmeras de vigilância de todos os tipos

Monitoramento passa pelas câmeras IP (no alto) e chegam ao gravador de imagens DVR (acima), ao mini kit de câmera e monitor (no alto da pág., à dir.) e o alarme de teto com controle remoto no chaveiro

a pilha e bateria, tem alcance de 360 graus e sai por R$ 179. Em moda – Para o comércio em geral –lojas, farmácias, locadoras de vídeo, consultórios e pequenos escritórios– o equipamento de segurança com maior procura no momento é o DVR (Digital Video Recorder) de quatro portas, ao qual podem ser acopladas até quatro câmeras em cores e um monitor, que permite ver as imagens simultaneamente.

O modelo mais simples da Sysdata, fabricado no Brasil e distribuído pela WDC Networks, custa em torno de R$ 1.500 e tem capacidade para gravação digital (sem fitas) em hard disk de até sete dias ininterruptos. Os controles frontais permitem localizar por data e hora as imagens desejadas e assisti-las imediatamente no monitor. Há um modelo opcional video web server, que permite visualizar as imagens via internet de qualquer computador conectado

à rede em bada larga. "É o fim do desespero porque a fita cassete travou ou ficou velha devido à constante reutilização, e justamente a imagem mais necessária para identificar uma pessoa não está nítida", explica José Roberto Carrara Júnior, gerente de produtos da WDC. Para acoplar ao DVR, há câmeras a partir de R$ 300 e até R$ 700. As mais vendidas são a Tube, resistente a intempéries, a família Dome –redondas e discretas, em geral fixadas no teto, que podem girar de 90 a 360 graus– e as pretinhas com infra-vermelho, que filmam à noite com boa resolução. Câmeras IP – Elas estão cada vez menores e mais inteligentes. As câmeras IP (Internet Protocol) enviam as imagens capturadas pela internet em tempo real e funcionam como um servidor web, dispensando a conexão a um PC. Ou seja, o usuário pode ver tudo que está acontecendo no local monitorado, usando qualquer computador conectado à web.

Opções não faltam. A ControleNet vende no Brasil os modelos IP da Panasonic, com preços ainda salgados, variando entre R$ 1.816 e R$ 8.379. Cada um tem características distintas, mas todos permitem

movimentar a lente para garantir a visualização de um ângulo mais amplo. A WDC Networks, por sua vez, está trazendo para o Brasil a linha IP da Axis, capitaneada pelo modelo 206M Wireless, considerada a menor câmera de rede sem fio do mundo. Instalada em locais com pontos de acessos sem fio, basta ligá-la na tomada e receber as imagens online em qualquer computador. As funções dessas câmeras aumentam sua eficiência no quesito segurança. Alguns modelos têm sensor de movimento. "Cada nova movimentação numa área aciona o equipamento automaticamente e o software passa a gravar as imagens registradas", explica Eduardo Favaretto, diretor da ControleNet. O sistema das câmeras IP pode ainda ser programado para enviar e-mail ou alerta para o celular, quando houver movimentos suspeitos. Modelos mais recentes já têm até microfone e alto-falantes embutidos. Se um determinado ambiente tiver de ficar sempre trancado, qualquer movimento dispara o envio de um aviso via e-mail. Analógicas – Modelos analógicos, sem IP embutido, precisam de um servidor externo que envie as imagens pela internet. O Webcam Server, da Leadtek, distribuído pela DWD-Info, permite conectar até quatro câmeras comuns. Um sistema completo custa a partir de R$ 4 mil. Já o software CFTV IP, da NEC, permite transmitir e gravar imagens. Monitora até 70 câmeras –e as imagens de 16 delas são exibidas simultaneamente na tela do PC. Rachel Melamet

SERVIÇO ONDE ENCONTRAR WDC Networks www.wdcnet.com.br Distribui produtos da Sysdata e da Axis, entre outros ControleNet www.controle.net Distribui produtos da Linksys, Sony e Panasonic D-Link www.dlinkla.com Endereços dos distribuidores dos produtos DWD-Info www.dwdinfo.com.br Vende soluções e oferece consultoria para a instalação NEC www.nec.com.br Informações sobre os produtos da marca COTAÇÕES www.santaifigenia.net Catálogo virtual das lojas do bairro com serviço de cotação de preços via web SESVESP www.sesvesp.com.br Site do Sindicato das Empresas de Segurança de SP COMPARAR PREÇOS www.bondfaro.com.br www.buscape.com.br


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18 -.ESPECIAL/INFORMÁTICA

terça-feira, 27 de setembro de 2005

GUIDO ORLANDO JÚNIOR

Progress prioriza investimentos no Brasil

Não existe sistema 100% seguro Querer proteger os dados totalmente é jogar dinheiro fora e aumentar riscos

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oje vou falar de dois aspectos de segurança que estão presentes no dia-a-dia de qualquer empresa, independentemente do tamanho: prevenção de fraudes, invasão e ataques de vírus e prioridades em caso de queda de sistema, que também é um fator de segurança. Tornar qualquer companhia 100% segura é impossível, primeiro pelo custo e depois pelos fatores que compõe as tentativas de fraude. Sempre haverá alguém disposto a burlar a segurança de um sistema, que estará invariavelmente pelo menos um passo à frente de quem tenta protegê-lo. Para exemplificar, vou citar aqui uma frase que está no livro "A Arte de invadir", do hacker Kevin Mitnik, dita por um outro hacker entrevistado por ele: "Se você tenta tornar seus sistemas invioláveis, há sempre alguém mais tolo ainda que é mais inventivo que você". Esta e outras frases do gênero estão na coluna do dia 6 de setembro, ocasião em que escrevi sobre o referido livro. Deixando a questão de que sempre tem alguém de olho no que é seu de lado, quanto custa para montar um bom sistema de segurança? A resposta para essa pergunta é muito complicada e ao mesmo simples: depende o que você deseja proteger. Para isso é necessário se trabalhar com prioridades de proteção, identificar o que é mais importante ser resguardado e fazer um planejamento de investimento de modo que isso não fique mais caro do que o que tem que ser protegido. Exemplificando de maneira

prática, não tem cabimento comprar um cofre que custe 10 mil reais para proteger a quantia de cinco mil. Da mesma forma, não tem propósito investir uma alta soma de dinheiro em consultoria, sistemas de proteção e recursos humanos para proteger dados que não valem aquele investimento, apesar de qualquer dado ser importante. O que torna tudo muito complicado é de onde vêm os ataques e tentativas de invasão versus recursos financeiros. À primeira vista pode parecer que eles são provenientes de fora da empresa, mas não é bem

assim. Pesquisas efetuadas em todo mundo indicam que 80% dos ataques partem justamente de dentro da própria empresa, tanto como forma de espionagem industrial como vírus levados por usuários da rede em notebooks que se conectam à internet fora do ambiente corporativo. Existe também o envio para fora da companhia de forma acidental de informações vitais da empresa e que podem cair em mãos que vão fazer mau uso disso. O segredo é prioridade – Diante disso, o planejamento torna-se vital para a integri-

dade dos dados. Um exemplo que é muito utilizado para se saber como fazer um sistema de segurança aceitável com poucos recursos é o seguinte: imagine que um paciente acidentado chegue a um hospital com uma fratura exposta, que é uma imagem chocante, mas que não oferece risco de vida; ao mesmo tempo, ele tem uma hemorragia interna que oferece risco de morte iminente e tem que ser interrompida a qualquer custo. Se os médicos se concentrarem primeiro na fratura e deixarem a hemorragia para de-

pois, de nada adiantarão os esforços para arrumarem o osso danificado, pois o paciente irá morrer em conseqüência do sangramento. Com a segurança acontece a mesma coisa. Caiu o sistema de e-mail e o de contas a pagar e receber ao mesmo tempo? Todo mundo na empresa vai ligar para o suporte e reclamar que a empresa está sem e-mail, todos vão ver e sentir o problema imediatamente e ficarão impacientes até a hora que ele retornar e muito provavelmente nem irão desconfiar que o financeiro também ficou fora do ar. Quem deve ser socorrido primeiro? Onde o investimento para prevenir queda de sistema –que também é uma forma de segurança– deveria ter sido investido maciçamente? Onde a empresa e não os que trabalham nela foi mais afetada? Claro que com a queda do sistema de contas a pagar. Ele deve ser socorrido primeiro, pois é vital para a corporação. Qualquer empresa consegue ficar horas sem e-mail, mas pode sofrer prejuízo considerável se o sistema de contas a pagar deixar de funcionar. Da mesma forma, se o sistema de folha de pagamentos falha no dia de sua emissão, dá para imaginar o transtorno causado. Aqui está um bom exemplo de prioridade: o que é mais importante para a empresa: o sistema de contas a pagar ou o de folha de pagamentos? Os dois são importantes, mas qual deles causa impacto maior para os negócios se sofrer uma pane? A resposta não é fácil, mas tem que ser dada. gojunior@videopress.com.br

Divulgação

Nextel agora pronto para fotos câmera digital VGA –de baixa resolução– permite fotos com apenas um toque e também transformar a imagem em papel de parede– recurso bastante comum para identificar as chamadas. Um dos principais recursos desse tipo de aparelho –voltado para o mercado corporativo e profissionais liberais– é o Direct Talk, pelo qual as pessoas fora da área de cobertura podem conversar pelo modo walkie-talkie na distância de até 12,8 km. O

aparelho traz também outros serviços associados ao Push-to-Talk, como o envio de informações de um contato da agenda para outro telefone apenas utilizando o botão PTT. Outra novidade é o Nextel Studio que possibilita aos clientes editarem suas imagens a partir de uma página da Nextel na internet (www.nextel.com.br) fazendo o download para seus aparelhos. Os arquivos de imagens e sons são baixados via URL na web ou por Wap, diretamente no

celular. O i850 vem com habilitação gratuita para esses serviços. Alguns aplicativos Java já estão carregados no i850, e um deles é o Mapas&Rotas –para navegação por satélite diretamente no aparelho e dentro da área de cobertura da Nextel. O visor do celular, que pesa 132 gramas, tem resolução de 65 mil cores, menu com navegação por ícones e toques polifônicos em formato MP3, além de GPS. O modelo vai custar R$ 1.399.

Oi850 Motorola para pushto-talk integra câmera VGA, GPS e recursos multimídia

Barbara Oliveira

Vanderlei Campos

NIS TEL

10 Anos de Tradição DC

m design compacto, câmera digital e funções multimídia são as principais características do aparelho i850, da Motorola, que a operadora Nextel está lançando no Brasil. Trata-se do primeiro aparelho com recurso de fotografia comercializado no país para a plataforma iDEN, um sistema de trunking digital de alta capacidade que alia recursos de rádio digital, telefonia móvel e transmissão de dados numa mesma rede. A

U

pós dois anos de investimentos concentrados no mercado indiano, o Brasil é agora a prioridade na estratégia de expansão da Progress Software, fornecedora do banco de dados OpenEdge e de plataformas de aplicativos como Datasul e QAD. O anúncio foi feito no Progress Technology World Exchange Brasil, evento anual da companhia que, na semana passada, contou com a presença de Joe Alsop, fundador e CEO e de Carlos Atehortua, diretor regional para a América do Sul. Durante o encontro, em São Paulo, foi apresentada a versão 10.1 do OpenEdge, cuja principal inovação é uma série de funcionalidades relacionadas a governança de TI. Segundo Luís Cláudio Menezes, recém-nomeado gerente-geral da Progress no Brasil, a empresa obteve um crescimento no país de 31% em 2004, contra um índice global de 17%. O faturamento mundial da Progress foi de US$ 363 milhões em 2004. No último trimestre, a receita mundial aumentou 11% e 55% no Brasil. "Intensificamos nossa aproximação com os parceiros e procuramos contribuir ainda mais com sua a capacitação técnica e empresarial. Conduzimos também projetos de atualização tecnológica de software, inclusive provendo serviços franqueados de implantação e consultoria", justifica o executivo. A expectativa de crescimento para este ano é entre 25% e 30%. Em outubro, a Progress deve anunciar um programa de investimentos, orçado entre US$ 2 milhões e US$ 3 milhões, voltado para atividades de marketing, desenvolvimento de canais, abertura de mercado para novos produtos e treinamentos. "O sucesso e o relacionamento de nossos clientes no mercado de empresas brasileiras já asseguram sustentabilidade a nossos índices de crescimento. Também identificamos uma demanda reprimida por soluções Progress", avalia Menezes. Além dos investimentos em desenvolvimento de mercado, a estratégia na Índia inclui a instalação de um centro de desenvolvimento, até para aproveitar a disponibilidade de mão-de-obra qualificada e barata. Para o Brasil, entretanto, não há planos definidos nesse sentido. "O mercado de serviços de programação na Índia já está começando a ficar saturado e pode ser interessante pensar em desenvolver no Brasil. Mas é uma idéia incipiente", diz Menezes.

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10 -.ESPECIAL/INFORMÁTICA

terça-feira, 27 de setembro de 2005

Quer um programa de segurança? Antes, use a internet com consciência Geralmente a causa das infecções não é uma falha do Windows ou dos programas de proteção mas o comportamento do usuário que leva os programas a se instalarem Por Ariel Nigri

Q

uais são os melhores programas para a segurança dos computadores? Tenho ouvido esta pergunta com bastante freqüência, seguida de um relato quase sempre igual: "Eu uso antivírus, firewall e antispyware e mesmo assim meu computador foi infectado com alguma praga virtual que eu não consigo remover". Em seguida, há um questionário extenso sobre como aconteceu a contaminação e uma discussão acalorada sobre os defeitos de antivírus, firewalls, anti-spywares e outras invenções da indústria de segurança para internet. Infelizmente não existe uma resposta satisfatória. Geralmente a causa das infecções não é uma falha do Windows ou dos programas de proteção utilizados, como se costuma crer, mas sim o comportamento do usuário que leva os programas a se instalarem. Vírus e

Divulgação

worms que se espalham automaticamente a partir da internet realmente são um problema grave, mas não são tão comuns como se imagina. A maioria dos ataques e instalações de programas não autorizados em uma rede ocorre com alguma ajuda do usuário do computador. Contra essa realidade, a capacidade dos programas de segurança acaba ficando um pouco limitada. A técnica das invasões consiste em atrair a atenção do usuário para algo que o interesse e, assim, conseguir que ele faça alguma coisa que ajudará o hacker sem que ele se dê conta. No passado, o comum era conhecer pessoas da empresaalvo e conversar com elas para conseguir informações confidenciais. Por exemplo: o telefone da empresa toca e, do outro lado, alguém pergunta quem está falando. "Aqui é o João", responde o funcionário.

Ariel Negri é sócio-diretor da Winco Tecnologia e Sistemas

"Bom dia, João. Estamos ligando para o senhor porque houve uma compra em seu cartão de crédito que identificamos como sendo uma fraude. Por favor, confirme o número do seu cartão pra que possamos estornar o valor". Quem fez a ligação nem sabia o nome da

pessoa que a atendeu –e essa era a maior dica da intenção maliciosa da chamada. Mas aplicar golpes telefônicos em um número grande de pessoas dava muito trabalho, e o surgimento do e-mail facilitou bastante a coisa. Hoje, basta escrever uma mensa-

15% dos spyware roubam senhas, alerta Aladdin tipos específicos de spyware: avaliação dos 2.000 severos, moderados e de pouca programas espiões que importância. No time das mais se espalham via internet ameaças preocupantes estão feita pela Aladdin eSafe esses programas que enviam Content Security Response informações confidenciais Team (CSRT), time de obtidas de um internauta que se especialistas em segurança da conecta a sistemas infectados e Aladdin Knowledge Systems, compõem 15% de todos os mostra que 15% desses programas espiões difundidos. spywares são usados para As ameaças moderadas capturar senhas, nomes de logperfazem 25% do total e são in, contatos, endereços de eaquelas que coletam mail, mensagens instantâneas e outras informações digitadas informações sobre a máquina invadida, como um grande "Big no teclado do computador Brother": nome do computador, pelas vítimas. nome de domínio, versão do O estudo indica que a sistema operacional, endereço proliferação de programas IP, processos em espiões criados com a função funcionamento, programas específica de roubar dados instalados, aplicativos de compromete tanto a segurança presentes, portas privacidade dos internautas TCP onde o spyware está quanto a dos negócios e listado, página inicial do aumenta potencialmente os navegador de internet, plug-ins riscos das companhias que e a presença de pacotes de precisam proteger atualização, como os liberados informações confidenciais. Segundo a CSRT, existem três pela Microsoft, entre outras

A

tantas informações. Já os programas de baixo risco são a maioria entre os spywares, diz a CSRT: 60% deles servem mesmo para obter informações de valor apenas comercial dos internautas, baseadas em seus hábitos de navegação. Esses espiões, normalmente, capturam as palavras buscadas em ferramentas de pesquisas e as páginas mais visitadas pelos computadores infectados para a oferta de pop-ups e outros tipos de propaganda virtual. Dicas – A Aladdin Knowledge Systems elaborou uma lista com dicas que podem ajudar as empresas a combater programas espiões, especialmente aqueles que roubam senhas e informações confidenciais: 1) Faça um levantamento na rede para determinar a quantidade de spywares instalados nas estações de

trabalho. Isso ajudará a avaliar a necessidade de a empresa adquirir produtos anti-spywares. 2) As companhias devem planejar uma proteção contra programas espiões em diversas camadas, com soluções apropriadas capazes de atuar contra cada modo de operação dos spywares: a) Bloquear a entrada de spyware via gateway; b) Bloquear o envio de informações da máquina invadida; c) Neutralizar o spyware, impedindo que ele colete informações; d) Limpar as máquinas vulneráveis. 3) Implementar soluções na rede a partir do gateway, bloqueando a porta de entrada de programas invasores e a de saída de informações coletadas. Renata Mesquita

gem eletrônica que chame a atenção do usuário, solicitando que ele clique em algum lugar ou oferecendo campos a serem preenchidos com dados pessoais em alguma página falsa. Qualquer assunto interessante vale, desde recadastro do CPF, cobrança de dívidas, juras de amor, cartões de aniversário... A lista cresce diariamente –afinal, não falta criatividade aos malfeitores! Outra forma eficiente para contaminar um número grande de computadores com a ajuda dos usuários é a navegação em sites de pornografia e o download de músicas e outros arquivos que não podem ser encontrados ou baixados em sites de renome. Há programas que trazem vírus embutidos (os chamados cavalos-de-tróia) e sites que mostram um passo-a-passo bem feito para os usuários de como desativar a segurança de seus computadores para que a pá-

gina desejada seja acessada (e instalar junto com ela algum presente indesejável). É claro que o usuário que segue tal procedimento não tem noção das conseqüências desse simples ato. Faz isso com o único intuito de acessar o conteúdo de seu interesse. Os usuários devem ser mais conscientes a respeito de tudo que bate à porta de seus computadores, pois nenhum programa de segurança vai conseguir pegar sempre todos os ataques à rede da sua empresa. A internet hoje em dia é muito parecida com o mundo real: não basta ter a melhor fechadura que existe, precisamos também saber quando abrir a porta. Ariel Nigri é sócio-diretor da Winco Tecnologia e Sistemas, criadora do Winconnection e representante da Grisoft (dona do antivírus AVG) no país

Symantec compra empresa de anti-phishing antendo sua estratégia de comprar empresas menores especializadas em tecnologias de segurança específicas (com exceção da Veritas, adquirida em julho), a Symantec comprou no final da semana passada a americana WholeSecurity, que produz ferramentas antiphishing e sistemas baseados em comportamento que analisam as características e as ações de vírus, rastreadores de teclado (key loggers) e códigos maliciosos, dispensando as tradicionais assinaturas de segurança. A WholeSecurity é mais conhecida por manter na web uma lista atualizada com as páginas virtuais falsas criadas pelos criminosos digitais para capturar informações pessoais e financeiras. A Phish Report N e t w o r k ( w w w. p h i s h r eport.net) conta com o apoio da Visa, da Microsoft e do eBay.

M

O vice-presidente sênior da Symantec, Enrique Salem, declarou que as tecnologias da WholeSecurity serão "componentes centrais" das soluções domésticas e corporativas da companhia. Um dos destaques é o Confidence Online for Web Applications, ferramenta que protege PCs que acessam uma rede corporativa de forma remota (como laptops, por exemplo). Quando essas máquinas se conectam à rede, o produto faz a varredura do sistema, protegendo ou bloqueando os computadores que estiverem infectados antes de completar a conexão. Depois, continua fazendo verificações para garantir que qualquer ameaça seja neutralizada antes de causar danos aos sistemas da empresa. O valor do negócio, que deve ser concluído em outubro, não foi divulgado. (ReM)


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terça-feira, 27 de setembro de 2005

Cidades do interior mantêm vida pacata com o sistema de vigilância metropolitana Olho Vivo, que controla a circulação de pessoas e veículos 24 horas por dia

Q

uem leu há algumas décadas uma das mais populares obras de ficção do século passado –"1984", do britânico George Orwell (1903-1950)– nem imaginava que o "Big Brother", o grande irmão eletrônico que ficava de olho nos personagens do país fictício Oceânia 24 horas por dia, poderia ser mais do que um programa de televisão. Mas a vida vigiada é uma realidade do terceiro milênio, e já migrou dos ambientes fechados para as ruas de pacatas cidades do interior. Itatiba, Valinhos, Limeira e Campo Limpo Paulista têm suas principais ruas e estradas de acesso monitoradas pelo projeto Olho Vivo, um sistema de vigilância metropolitana que controla o tráfego de veículos e a movimentação de pessoas em ruas, praças, escolas, pontos turísticos e centros comerciais, entre outros locais. Os avanços da tecnologia de última geração, especialmente no campo da comunicação sem fio e da digitalização de imagens, aliados ao acesso em alta velocidade à internet, permitiram à empresa AT4 Solution, do Grupo WDC, criar um sistema ininterrupto de vigilância, acessível de forma segura, inclusive pela internet, 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano. Batizado de projeto Olho Vi-

ESPECIAL/INFORMÁTICA - 3 Fotos: Divulgação

vo, o sistema flexível e integrado de monitoramento grava e mantém em arquivo imagens pelo tempo que se determinar e ainda oferece, através de softwares especialmente desenvolvidos, possibilidade de interagir com esse material para o reconhecimento de placas de veículos, detecção e reação imediata a eventos suspeitos ou atos criminosos. Pioneirismo – A primeira cidade brasileira a adotar a tecnologia foi Itatiba, a 84 km de São Paulo. Em parceria com a Prefeitura local, a AT4 montou uma espécie de laboratório de testes para o Olho Vivo, utilizando a tecnologia IP (Internet Protocol) para instalar câmeras de diversos tipos e funções –desde as mais simples, com alcance de cem metros, até as mais sofisticadas, com infravermelho (para captação de imagens no escuro), giro de 360 graus e capacidade de aproximação de até 2 km. A solução permite o monitoramento de pontos remotos com grande facilidade e qualidade de imagens via internet. se houver necessidade, as câmeras podem ser remanejadas em poucas horas com baixo custo, e também podem ser interligadas a outros tipos de sistemas de circuito fechado de TV (CFTV) e de redes. Segundo Wagner Giorgetti, diretor de operações da AT4 Solution, Itatiba conta hoje com 62

câmeras espalhadas em pontos estratégicos, controladas pela Guarda Municipal. A criminalidade, afirma, caiu drasticamente. "Quando se instala uma câmera num local onde havia um certo tipo de ocorrência, num primeiro momento a redução chega a 80%", diz o executivo. Câmeras adotadas – Os comerciantes têm se revelado, de acordo com Wagner Giorgetti, grandes parceiros do projeto Olho Vivo em todas as cidades que o implantaram. "As associações comerciais e os clubes de lojistas locais estão sempre dispostos a dar dicas sobre 'pontos negros' que precisam

ser vigiados e também colaboram financeiramente." Um dos reflexos dessa parceria com o comércio é a introdução, no projeto Olho Vivo, do programa "Adote uma Câmera". Se a rua onde se encontra o estabelecimento comercial ou associação comunitária não estiver contemplada com a

vigilância eletrônica, o interessado poderá adquirir a câmera e ela será instalada e monitorada pela Prefeitura. Até agora, apenas uma câmera foi destruída na cidade. A infravermelho levou um tiro de espingarda calibre 12 e não resistiu. O prejuízo foi grande, já que as câmeras de vigilância metropolitana anti-vandalismo custam entre US$ 1 mil e US$ 6 mil. Mas o resultado compensa: este ano, a cidade, que tem 92 mil habitantes, registrou apenas dois homicídios. Cidade digital – Ao longo da experiência em Itatiba, a AT4 e a Prefeitura descobriram outras utilidades para a rede IP sem fio. Além da transmissão de dados entre órgãos públicos por ondas, sem necessidade de usar fibra ótica (cabo), que tem alto custo, a inclusão digital através do sistema já começou. Dessa forma, até o final de 2005 as 60 escolas de Itatiba já estarão interligadas com a central do Olho Vivo, e poderão acessar a internet em banda larga a custo zero. A Prefeitura pretende conectar também os 15 postos de saúde, o que permitirá controlar melhor a retirada de medicamentos pela população, que muitas vezes utiliza a mesma receita para pegar remédios em vários postos. A telefonia IP também avan-

ça rapidamente nos órgãos públicos, proporcionando grande economia com as contas de telefone, especialmente interurbanos. A Prefeitura de Itatiba já investiu R$ 700 mil no projeto Olho Vivo, e planeja aplicar mais R$ 1 milhão até 2008. Expansão – Depois de uma fase de pesquisas, testes e ho-

Olho Vivo: detecta movimentos e identifica veículos, além de usar câmeras com infravermelho que "enxergam" no escuro

mologação de produtos que durou três anos, a AT4 Solution já começa a colher os resultados do bom trabalho realizado no interior paulista. O Olho Vivo está sendo requisitado também para grandes condomínios residenciais, como o Marambaia, em Vinhedo (SP) e o Alphaville, de Goiânia (GO).

Contratada pela Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central, a AT4 já iniciou a implantação do Olho Vivo no Centro Comercial Sul de Brasília (DF). "E já estamos em negociação para levar a Cidade Digital para Curitiba e municípios baianos", conclui Giorgetti. Rachel Melamet


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terça-feira, 27 de setembro de 2005

ESPECIAL/INFORMÁTICA - 19

Fotos: Divulgação

O varejista pode ver até oito câmeras simultaneamente em uma página na web, com direito a zoom individual, sem afetar o processo de gravação; além disso, a qualidade dos sistemas de vídeo digital é excelente

Sistemas de vigilância digital são arma do varejo contra furtos e fraudes A redução criminosa de estoques –por roubo de funcionários, furto pelos clientes, erros administrativos e fraudes de fornecedores– custou US$ 34 bilhões aos comerciantes norte-americanos em 2004, de acordo com dados da National Retail Security Survey; para combater esse problema, os varejistas dos EUA estão usando cada vez mais tecnologias digitais de vigilância em suas lojas

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Muitas câmeras podem ser integradas em uma só imagem (à esq.); abaixo, quadro mostra o encolhimento de estoque nos EUA

Por Sergio Kulpas

âmeras e videocassetes já são comuns há anos no varejo, mas a gravação em fitas analógicas tem várias limitações. Em geral, a qualidade da imagem é ruim –em muitos casos impossibilitando o reconhecimento de suspeitos. Além disso, as fitas magnéticas têm vida curta, se degradando com o tempo. Outro problema é a impossibilidade de uma pesquisa rápida no material registrado pelas câmeras: é preciso assistir muitas horas de fitas para se encontrar um item, e muitas vezes essa imagem não bate com os dados do ponto-devenda. E como a gravação analógica não pode ser consultada à distância, o lojista deve se deslocar fisicamente até o estabelecimento, toda vez que algum alarme soar. Empresas como a Eyeson Inc. (http://www.eyeson. biz/) estão ganhando popularidade nos Estados Unidos por oferecer soluções completas

de vigilância com vídeo digital, incluindo câmeras, servidores, conexões, gerenciamento e até sites seguros na web, através dos quais os lojistas podem checar a situação de seus estabelecimentos de qualquer local com conexão à internet. A empresa apresenta como grande vantagem a capacidade de registrar muitos dias seguidos de imagens, que ficam registradas em servidores próprios. O varejista pode ver até oito câmeras simultaneamente em uma página na web, com direito a zoom individual, sem afetar o p ro c e s s o d e gravação. E o sistema digital permite que o usuário localize imagens automaticamente, por data, hora e câmera. O mais relevante dessas novas tecnologias de vigilância é que sistemas digitais se integram facilmente com outros sistemas eletrônicos já em uso pelos estabelecimentos. Sistemas de vendas, controle de estoques, cartões de ponto e ou-

tros já estão digitalizados. Com o uso de câmeras digitais, torna-se fácil cruzar dados em busca de informações que esclareçam o desaparecimento de algum item do estoque, por exemplo. A convergência digital permite que os proprietários corrijam falhas de segurança rapidamente. Especialmente em lojas que lidam com itens pequenos e

valiosos, como jóias e peças refinadas, os erros e fraudes de estoque são muito grandes. Segundo dados da National Retail Security, as joalherias registram quase o dobro das ocorrências de furto e fraude que a média do comércio. Nesses casos, os sistemas de gravação de vídeo digital permitem auditorias instantâneas, por dia, hora, movimento, câmera

e outros critérios de busca. Os sistemas fabricados pela Eyeson podem ser configurados para gravar e arquivar até 730 dias de imagens com boa qualidade. Para aumentar a capacidade, as câmeras podem ser ativadas apenas quando sensores captam movimento dentro da loja. Segundo Mike Snyder, presidente da ADT Security Services (http://www.adt.com/ adt/), os comerciantes estão acelerando a curva de adoção dessas tecnologias de vigilância. Snyder lista as principais

novidades usadas pelo varejo para controlar perdas por furto ou fraude: Softwares de avaliação de dados que detectam discrepâncias de caixa e alertam o funcionário em tempo real. Esses programas podem ser conjugados com câmeras digitais que registram o movimento nos caixas. Etiquetas antifurto cada vez menores, que podem ser ocultas em produtos individuais ou caixas. Etiquetas que disparam alarmes sonoros quando há uma tentativa de remover a mercadoria do espaço da loja. "Lojas que usam tecnologias de segurança digital geralmente têm menos fraudes no estoque que aquelas que não usam esses sistemas", disse Snyder. "A tecnologia também permite a racionalização da segurança interna, que pode ser centralizada, diminuindo a necessidade de agentes que patrulham a loja." Um atrativo extra, segundo Mike Snyder, é que as novas tecnologias são cada vez mais simples de instalar e usar. A Eyeson afirma que seus produtos podem ser comprados como um kit, que o próprio lojista pode instalar sem grandes dificuldades.

Posto de gasolina é vigiado por web cam

sergiokulpas@gmail.com


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terça-feira, 27 de setembro de 2005

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De portas fechadas Sistemas de segurança são indispensáveis em um ambiente de rede; e, se o dinheiro em caixa estiver curto, você pode optar por comprá-los em etapas, um de cada vez Por Renata Mesquita

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Divulgação

arece brincadeira de gato e rato, mas é uma das principais dores de cabeça de qualquer administrador de rede, gerente ou diretor de TI de empresas de todos os tamanhos: como correr dos estragos feitos por ameaças virtuais diversas e como evitar que essas ameaças atinjam a companhia? Hackers, crackers e criadores de vírus parecem estar sempre um passo à frente. Mas você não precisa ser uma presa fácil para esses malfeitores. As regras de segurança para manter uma empresa protegida contra vírus, programas espiões, cavalos-de-tróia e invasões não são nenhum segredo. O mercado está cheio de soluções capazes de impedir que essas ameaças atuem ou, pelo menos, minimizar os prejuízos. O pacote básico de segurança corporativa inclui firewall instalado no servidor, para barrar ou alertar sobre tentativas de invasão, e antivírus (sempre atualizado, por favor) no servidor e nas máquinas da rede. De um tempo para cá esses produtos começaram a ser vendidos juntos e incluem outras ferramentas de administração da rede que permitem, por exemplo, determinar quem pode ou não acessar determinados arquivos ou documentos. O sistema inicial pode ser incrementado com soluções anti-spam, anti-spyware, filtros de conteúdo para internet, soluções de prevenção a intrusões e até mesmo sistemas que detectam anomalias na rede –como o acesso a arquivos da empresa fora do horário comercial em uma companhia que não tem por prática fazer serões, por exemplo. "A proteção depende do bolso do cliente e de até onde ele quer ir", acredita Márcio Lebrão, diretor de vendas da McAfee do Brasil. "Ele deve se perguntar do que quer se proteger. Se o dinheiro não der, ele pode optar pelo total-

Márcio Lebrão, diretor de vendas da McAfee do Brasil: "A proteção depende do bolso do cliente e de até onde ele quer ir"

mente indispensável, que é o antivírus." A boa notícia, segundo o executivo, é que as soluções complementares podem ser compradas separadamente e em etapas, sempre que sobrar uma verba. "Isso é muito comum no mercado", diz. Lebrão recomenda às empresas que não montem um esquema de proteção por conta própria, sem ajuda, apesar de ser muito fácil adquirir soluções de segurança no mercado e, às vezes, também instalá-las. "Os usuários não entendem tudo o que deveriam sobre segurança e muitas vezes não sabem os riscos aos quais estão sujeitos. Por isso empresas como a nossa têm parceiros que fazem o papel de consultores para os clientes. Não

importa o tamanho da companhia, nada justifica que você não procure a ajuda desses consultores, que estão preparados para atender pequenas e médias empresas", afirma o diretor da McAfee brasileira. Marcelo Bezerra, diretor técnico da Internet Security Systems (ISS) para a América Latina, concorda com a necessidade de acompanhamento: "O que é crítico para um banco é diferente do que é crítico em uma indústria ou em uma concessionária de serviços públicos. Cada empresa tem a sua necessidade, e cabe a nós, integ r a d o re s e f o r n e c e d o re s , identificar a necessidade de cada um. As soluções são sempre as mesmas, mas é possível configurá-las de forma personalizada para aquela empre-

sa, você pode ajustar cada ferramenta", explica. Segundo Bezerra, o comprometimento do fornecedor da solução de segurança é muito grande –nos Estados Unidos, um caso de invasão pode até gerar uma multa financeira de valor elevado para a empresa que vendeu o sistema de proteção. No Brasil, o costume não é esse. O especialista recomenda às empresas que adotem contratos baseados em níveis de serviço (Service Level Agreement, SLA) com os integradores. "É bom acertar regras. A ISS oferece um serviço de gerenciamento de segurança para os clientes. Dizemos os eventos contra os quais ele estará protegido e combinamos as penalidades a serem aplicadas se

O inimigo está no bolso ao lado Não há como banir a espionagem industrial para sempre. Mas uma empresa pode tomar certos cuidados para evitar o vazamento de informações confidenciais Ds e DVDs graváveis. Pen drives (foto). Disquetes. Email. iPod. Notebooks. PDAs. Papel. Os meios para o transporte de informações de uma empresa proliferam com a mesma velocidade que as novidades tecnológicas. Mas não dá para assumir uma postura neurótica e extinguir esses elementos do dia-a-dia da companhia. Mesmo porque a maioria deles tem uma função muito mais nobre do que servir ao roubo de segredos: deixar os funcionários cada vez mais produtivos. "O controle do roubo de informação é muito difícil. Mas o fato de ser impossível elimi- Pen drives podem levar informações sigilosas para fora da empresa nar a espionagem industrial não significa que a empresa de o laptop com sistemas de de suas máquinas –ou danão deva agir para evitar que segurança como antivírus, fi- quelas que oferecerem maior as oportunidades apareçam", rewall, anti-spyware e solu- risco. Nas máquinas mais redefende Marcelo Bezerra, di- ções de IPS (Intrusion Pre- centes é praticamente imposretor técnico para a América vention System)", ensina. sível bloquear o USB, já que a Latina da Internet Security Outra ressalva feita pelo es- interface foi adotada por faSystem (ISS), companhia que pecialista é: sempre feche a bricantes de teclados, moumantém uma equipe especial rede Wi-Fi da sua empresa. ses, impressoras e outros pe–a X-Force– dedicada ao com- Redes sem fio abertas são um riféricos, mas existem tecnobate a invasões. prato cheio para bisbilhotei- logias que proíbem a cópia "Se você tem executivos na ros internos e externos. de arquivos para dispositirua que carregam laptops, Segundo o especialista, a vos móveis como cartões de por exemplo, proteja esses companhia pode obviamen- memória e discos externos. equipamentos para que eles te tomar atitudes como im"Essa discussão é antiga. não sejam invadidos ou para pedir que notebooks se co- Lembra quando desabilitaque as informações neles nectem à internet ou a outros vam os drives de floppy contidas não sejam acessa- aparelhos, bloquear as por- disk? A boa notícia é que vodas em caso de roubo. Crip- tas USB e desabilitar o mo- cê tem recursos no mercado tografe dados e senhas e blin- dem e os drives de cada uma hoje para definir políticas

C

baseadas no perfil dos usuários. Pode permitir que um funcionário instale o programa do PDA no computador e atualize suas informações e outro não, por exemplo. E pode controlar todos os programas que são instalados em seus computadores." Também já é possível, hoje em dia, impedir o envio de informações confidenciais por correio eletrônico. O administrador da rede pode criar rotinas que verificam todas as mensagens enviadas por tema, palavras-chave e mesmo parágrafos inteiros. Dá para impedir o vazamento de segredos por e-mail mesmo se o autor da mensagem tiver transformado a informação em um arquivo de imagem. "Mas essa tecnologia impede apenas uma possibilidade de roubo. As pessoas que querem fraudar a sua empresa sempre vão procurar por uma brecha. Algumas encontrarão, outras não. O papel da pessoa encarregada da segurança é dificultar essas operações para que os riscos do empreendimento possam ser gerenciados", afirma. (ReM)

esses eventos ocorrerem nos sistemas que estamos gerenciando. Como não dá para garantir 100% de segurança, o contrato de SLA não pode ser genérico, tudo deve estar bem especificado. Mas é importante a empresa compradora exigir algum tipo de SLA do seu fornecedor, nem que seja um acordo de atendimento dentro de 'x' horas em caso de ataque ou um acordo de proteção preventiva", defende. O executivo dá mais uma dica preciosa: atualize sempre o antivírus e instale os pacotes de correção liberados pela fornecedora de software. Pode parecer um conselho batido, mas a verdade é que a quantidade de sistemas desatualizados vítimas de ataques hackers no mundo é alarmante. A ISS

até possui uma tecnologia, a Virtual Patch, dedicada apenas a evitar ataques em seus clientes que estejam com os sistemas vulneráveis, contornando as fraquezas da empresa, mesmo porque às vezes é necessário muito tempo para fazer uma atualização. "A web é farta de informação gratuita para quem quer se proteger. As empresas de segurança mantém sites abertos com as últimas vulnerabilidades e vírus descobertos e o que fazer para corrigi-los ou evitálos, você nem precisa contratar uma consultoria para isso. Agora, quem não tem um sistema de segurança e nem se informa não pode se proteger. A empresa tem que estar ciente dos riscos que corre. Não dá para contar com a sorte."


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.ESPECIAL/INFORMÁTICA

terça-feira, 27 de setembro de 2005

Duras verdades sobre a segurança da informação Quando as coisas vão bem, ninguém sequer lembra que o processo de segurança existe Por Marcos Sêmola Divulgação

A

ntes de optar por qualquer sistema ou método de segurança, a empresa deve levar em conta algumas verdades:

Risco Nenhuma empresa estará um dia totalmente protegida das ameaças que colocam em risco suas informações. Isto seria absurdamente caro ou seus processos ficariam extremamente engessados. G Os problemas e riscos de segurança tendem a crescer exponencialmente enquanto os orçamentos para as contramedidas nunca conseguirão acompanhar este índice. G A quebra de confidencialidade, integridade ou disponibilidade das informações é certa. O que especialmente difere uma empresa de outra, é a forma como estão preparadas para reagir e administrar a situação. G Sem um estudo do risco aceitável para o negócio, o melhor a fazer é deixar que alguém melhor preparado para proteger as informações corporativas o faça. G

Investimento G Os acionistas e executivos têm que identificar e tangibilizar valor para decidir investir em segurança, não havendo outro motivo que os faça sair da inércia. G Há muito tempo os especialistas procuram por fórmulas de ROI para justificar matematicamente os investimentos em segurança da informação, e continuarão procurando. G Leis específicas, regulamentações gerais, setoriais e as

auditorias internas e externas são, até o momento, os mais eficazes instrumentos motivacionais de investimento em segurança da informação. G Apesar da regra de Paretto 80/20 se aplicar à segurança da informação, se lhe restar apenas "um real" para investir em segurança, desista. Você não conseguirá fazer nada efetivo com tão pouco. Conformidade G A norma ISO17799 não é a solução para o problema de segurança da informação, mas um guia recheado por conselhos que facilitam o diálogo entre técnicos e executivos de empresas distintas. G As referências ISO17799/ B S 7 7 9 9 , C O B I T, C O B R A , ISO13335, ISO15408, ITIL, entre outras, serão apenas parte de mais uma lista de acrônimos geradores de trabalho e custo se não forem aplicadas de forma contextualizada à realidade de cada negócio. G Seguir as recomendações da ISO 17799 ao pé da letra pode não levar sua empresa ao nível de segurança adequado, mas sua responsabilidade diminui, afinal, praticamente todos estão seguindo a mesma direção. G A lei norte-americana Sarbanes-Oxley é sem dúvida, o mais novo e eficaz fator motivacional de conformidade, afinal quem está sob risco é justamente o dono do orçamento. Pessoas O nível de segurança no comportamento de um usuário é diretamente proporcional às facilidades de uso e às con-

seqüências negativas que podem advir para sua carreira G O ser humano é o único ativo da equação de risco que tem perenidade e que pode evoluir cumulativamente sem requerer upgrades dispendiosos. G Qualquer processo de segurança estará tão seguro quanto à segurança oferecida pelo ativo humano que o compõe. G As pessoas são naturalmente diferentes em seus gostos, suas vontades e seus valores, por isso, toda solução de segurança deverá identificar os fatores motivacionais de cada grupo para transformá-los em agentes e não ameaças. Solução G As soluções de segurança baseadas puramente em hardware e software têm eficácia temporal, pois as tecnologias mudam antes mesmo que atinjam seu nível máximo de maturidade de proteção. G Muitos anos já se passaram e a ciência da criptografia continua sendo a base dos mais eficazes métodos de proteção das informações. G Se sua empresa não for visionária, ela não vai investir em determinadas tecnologias até que muitas outras tenham colecionado experiências negativas suficientes. G As soluções de segurança precisam acompanhar o dinamismo dos agentes de risco, por isso, saiba que as tecnologias passam e só os processos resistem.

G

Profissional G Decidir o que postergar e o que priorizar fará a diferença

entre o Chief Security Officer ousado e o irresponsável. G Os Security Officers, em sua maioria, ainda são apenas "pára-raios" corporativos e não têm posicionamento adequado, autonomia, poder e recursos suficientes para realizar um trabalho integrado e estruturado para a gestão de riscos. G Não existe curso de qualquer natureza que prepare gestores de segurança da informação, pois eles são formados fundamentalmente pela vivência e o acúmulo de experiências técnicas, gerenciais e especialmente humanas. G Cuidado com os ditos "especialistas". Em geral são exímios técnicos e estudantes, mas pecam no primeiro contato com um ativo que anda, fala, pensa e não reage de forma binária. Fornecedor G As consultorias não são as donas da verdade, mas podem ajudar muito, fazendo-o não perder dinheiro e tempo em caminhos que elas já conhecem por terem recomendado a algum cliente um dia. G As consultorias de segurança deveriam se posicionar como verdadeiras assessorias financeiras, orientando o cliente a aplicar melhor seu capital considerando as particularidades do seu perfil de investidor. G Não existe metodologia, ferramenta, treinamento ou procedimento que torne o serviço de consultoria amplamente escalável. O dia em que isso ocorrer, estaremos vendendo e comprando outra coisa. G Teoricamente, o fornecedor que reúne todos os compo-

Marcos Sêmola dá dicas especiais de segurança

nentes de uma solução de segurança, mas pode comercializá-los em pedaços, é o que está mais preparado para assistir empresas que possuem níveis distintos de maturidade de gestão de riscos. Conclusão G Conceitualmente, atingiremos a maturidade adequada do nível de segurança quando ela não for perceptível. Em poucas palavras, pode-se dizer do processo de segurança que quando as coisas vão bem, ninguém sequer lembra que ele existe. Mas se os processos estão emperrados, os usuários insatisfeitos por terem de trocar mais de senhas do que de roupa e o CEO se questionando porque apesar de todos os investimentos em segurança

ele ainda continua a receber mais spams do que e-mails confiáveis, certamente algo está muito, muito errado. Marcos Sêmola é Consulting Business Development da Atos Origin em Londres, Consultor Sênior em Gestão de Segurança da Informação, CISM, BS7799 Lead Auditor, Professor da FGV, MBA em Tecnologia Aplicada, Pós Graduado em Marketing e Estratégia de Negócios, Bacharel em Ciência da Computação, autor do livro "Gestão da Segurança da Informação - uma visão executiva", Ed.Campus e premiado como SecMaster®, Profissional de Segurança da Informação de 2003/2004. Visite www.semola.com.br ou contate marcos@semola.com.br

Divulgação

Por uma mudança de hábitos Livro eletrônico ensina como intuição, tolerância, atenção e a adoção de medidas de segurança podem evitar a maioria dos crimes furtos, roubos, sequestros e até assassinatos - a que está sujeito quem vive a rotina da violência nos grandes centros urbanos

"I

sso nunca vai acontecer comigo!" Viver com base neste chavão é o maior erro que a maioria das pessoas comete ao ver a notícia de mais um crime violento, segundo o consultor de segurança Douglas Dalapria. Autor do livro "Proteja-se Agora", publicado em 1996 e com duas edições esgotadas, Dalapria está lançando um tipo de publicação inédito na área de segurança. Trata-se do CD-book "Como Lidar com a Violência Urbana - Segurança de Pessoas e Famílias", que traz versões em português, inglês e espanhol. O livro eletrônico abrange desde a segurança pessoal de um executivo até detalhes que nem passam pela cabeça da maioria das pessoas: qual a vaga mais segura para se estacionar num supermercado ou shopping center, como se comportar na estrada e no posto de gasolina durante uma viagem, como agir em relação aos pertences pessoais num restaurante self-service, quais os documentos que devem ser deixados em casa.

Dividido em capítulos, o CD-book aborda premissas de segurança, crianças, adultos, moradia, empregados e seqüestros. Cada capítulo se subdivide em tópicos que se complementam, mas podem ser rapidamente consultados de forma independente com um simples clique do mouse. A obra começa mostrando que confiar na própria intuição é o primeiro passo para a segurança pessoal. "Se desconfiar ou pressentir que algo não parece certo, siga seus instintos", afirma Douglas Dalapria. Manter a calma e evitar explosões de raiva também funciona muito bem. "A maioria das brigas e crimes no trânsito, por exemplo, ocorrem porque uma pessoa de bem não conseguiu se controlar", revela o consultor. Até no hospital – Uma sucessão de surpresas desfila diante dos olhos do leitor no capítulo dedicado à segurança dos adultos. A lista de golpes aplicados em locais aparentemente inocentes como banheiros públicos, de shopping centers a rodoviárias e aeroportos, é de estarrecer.

O CD-book pode ser comprado diretamente no site do autor

Não se está seguro nem mesmo num quarto de hospital, onde dinheiro e jóias do paciente internado de urgência podem sumir da bolsa num piscar de olhos, se ela não for bem trancada no armário ou no cofre –se houver. Parar na rua para dar informações ou dar uma colaboração a alguém que diz estar perdido ou com fome? Nem pensar. Pode ser golpe. É um tempo triste, este em que gentileza e solidariedade foram ultrapassadas pelo medo. Mas, segundo Douglas Dalapria, é preciso pensar primeiro em salvar a própria pele. "Muitas pessoas se aproxi-

mam para distrair o incauto, enquanto outras do bando aproveitam para roubar a bagagem, a bolsa, a pasta e até o carro", explica o consultor. Cartões de visita – Uma das primeiras preocupações de um empresário ou executivo, especialmente em eventos ou viagens de negócios, é munir-se de uma boa quantidade de cartões de visita. Douglas Dalapria recomenda o contrário. "Deve-se evitar carregar cartões de visita. Se for inevitável, procure não colocar o cargo, pois fica fácil para o malfeitor identificar o seu potencial através dessa nomenclatura. Muitos profissionais liberais ou só-

cios de pequenas empresas costumam colocar nos cartões títulos como presidente, diretor, sócio etc. Isso só aguça a cobiça do malfeitor, que tentará extorquir quantias maiores", ensina o consultor. No hotel – É comum que, ao chegar a uma cidade desconhecida para um evento de negócios, o empreendedor sinta-se um pouco deslocado e precise de informações e ajuda para se locomover rapidamente. Mesmo que você escolha um hotel sofisticado, diz Douglas Dalapria, não se deixe levar pelas tentações de serviços fáceis e rápidos oferecidos ao pé do ouvido por men-

sageiros, carregadores de malas e mesmo funcionários da recepção –você pode acabar em péssimos lençóis. Dalapria também recomenda escolher hotéis fora do circuito turístico, porque são mais visados por assaltantes. Nunca troque dinheiro com funcionários ou agenciadores indicados por eles. Faça isso em casas de câmbio ou na própria recepção, mesmo que a cotação não seja tão favorável. Segurança científica – Formado em Química e Administração de Empresas, o paulistano Douglas Dalapria é especialista em Segurança Empresarial e Familiar há 21 anos. Foi diretor da ISS Securisystems, diretor da Graber –empresa especializada em segurança eletrônica e vigilantes– e gerente corporativo de sistemas de segurança da Unilever Brasil. Em 1984, na Graber Securisystems, desenvolveu um sistema pioneiro no Brasil de segurança pessoal e familiar integrada, composto de sistemas de alarmes residenciais conectados a uma central, apoiados por patrulhas volantes. Depois, fundou a Graber Vigilância, que se destacou no mercado pelo sistema de Segurança Empresarial Científica, baseado no tripé homens-sistemas eletrônicos-comunicações. Rachel Melamet ONDE COMPRAR

SERVIÇO As grandes vantagens do CDbook são seu tamanho e peso diminutos, que facilitam a portabilidade no dia-a-dia e em viagens. Pode ser lido em qualquer computador com drive de CD. Preço: R$ 45. Encomendas e contato com o autor através do site www.violenciaurbana.com.br.


20 -.ESPECIAL/INFORMÁTICA

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 27 de setembro de 2005


DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.ESPECIAL/INFORMÁTICA

terça-feira, 27 de setembro de 2005

Appliance tudo-em-um protege pequenas e médias empresas Dispositivos multifuncionais trazem tecnologias de proteção como antivírus, firewall, anti-spam, anti-spyware e até filtragem A McAfee lançou uma nova linha de dispositivos multifuncionais

Fotos: Divulgação

C

Jack Marsal apresentou a linha

lução sem fio de alto desempenho e baixa manutenção para pequenas empresas. Os equipamentos trazem ferramentas para conexão IPsec VPN segura, detecção de intrusões, proteção contra intrusões, filtragem de conteúdo e cumprimento de políticas e são encontrados em três modelos. Já a Trend Micro tem um dispositivo novo, o Network VirusWall, que permite a prevenção pró-ativa contra epidemias de vírus de rede e ajuda a bloquear os pontos altamente vulneráveis durante essas epidemias. É um equipamento com menos recursos mais altamente especializado, com ferramentas para o isolamento de vulnerabilidades, monitoramento e prevenção de epidemias de rede, eliminação automatizada de danos e observação da política de segurança. Pelos dados do IDC, o mercado de appliances de segurança cresce 50% ao ano e deve chegar a US$ 1,6 bilhão em 2008. O faturamento previsto para o setor para este ano é de US$ 600 milhões. Filtro de conteúdo – Há cerca de 15 dias, o gerente sênior de marketing de produtos da McAfee, Jack Marsal, esteve no Brasil para lançar a nova linha de dispositivos multifuncionais que fazem o gerenciamento de conteúdo para a proteção de internet e de e-mails, a McAfee Secure Content Management. São três equipamentos que substituem a antiga família Web Shield: Secure Web Gateway (SWG) e Secure Messaging Gateway (SMG), para companhias de grande porte, e Secure Internet Gateway (SIG), para médias e pequenas emDC

om organizações mais enxutas, muitas vezes sem a presença de especialistas em segurança de redes, as pequenas e médias empresas enfrentam um desafio ainda maior na luta contra vírus, vermes, spam, programas espiões e vazamento de informações. Se ataques mundiais em larga escala como o do vírus Zotob, ocorrido no mês passado, deixam em alerta grandes companhias com estruturas complexas de TI, o que dizer das empresas menores, que não têm recursos sobrando para investir em equipes especializadas e em soluções caras? Uma boa opção para essas empresas é a adoção de dispositivos multifuncionais, os chamados appliances de segurança, plataformas de hardware que trazem embutidas tecnologias de proteção como antivírus, firewall, antispam, anti-spyware, filtragem de e-mail e, em alguns casos, filtros de conteúdo para web. Este tipo de equipamento faz sucesso mesmo entre as grandes corporações por apresentar características como implementação rápida e facilidade de gerenciamento e de manutenção. "Ao lado dos sistemas de prevenção a invasões e de detecção de anomalias em redes, os dispositivos multifuncionais são uma das principais tendências em segurança para os próximos anos, por aliarem funcionalidade e redução de custos", acredita Marcelo Bezerra, diretor técnico para a América Latina da Internet Security System. A própria ISS mantém uma linha de dispositivos de segurança, a Proventia, com diversas configurações para empresas de todos os tamanhos - algumas incluem recursos mais complexos para prevenir invasões e o acesso não autorizado à rede. O modelo mais simples custa a partir US$ 1.900, para 100 usuários. A Symantec oferece em seu portfólio a linha Gateway Security 300 de equipamentos de rede que combinam firewall de inspeção inteligente e gateway de internet em uma so-

Houre Master Cabeamento estruturado

Antenas

Peças e Acessórios

Consultoria

Projetos

Equipamentos de informática COD.: 85185

presas com até mil usuários. "As corporações precisam proteger a rede de várias coisas, como telefone, internet e email, e esses dois últimos vivem sob constante ataque. Sabia que 85% dos vírus vêm por e-mail?", perguntou Marsal. "Além disso, há a questão dos programas espiões. Hoje, o Brasil é o segundo maior alvo dos criadores desse tipo de

programa, atrás apenas dos Estados Unidos." Segundo o executivo, a nova linha é muito eficiente no combate a spywares e também protege contra vírus, spam e ataques de phishing scam. Uma das novidades da família Secure Content Management é que dois de seus produtos –o SIG e o SWG– incorporam um filtro de conteúdo para que as em-

presas controlem o acesso à internet nos computadores corporativos. A tecnologia SmartFilter é fornecida pela Secure Computing, parceira da McAfee e permite o bloqueio de sites associados a códigos maliciosos, phishing, spyware e outras ameaças digitais. "Grandes companhias normalmente preferem adotar soluções separadas para mensa-

gens e para internet. Agora, os clientes de menor porte podem ter todos os recursos de segurança em uma caixa só", comemora Marsal, acrescentando que os atuais planos da McAfee para o Brasil incluem "mostrar para os clientes a necessidade de eles adotarem proteção em camadas para as suas redes". Renata Mesquita

Empresas ainda falham na proteção de informações, mostra estudo taques internos, novas legislações para a ética administrativa e a vulnerabilidade das comunicações eletrônicas, em especial do e-mail e dos programas de mensagens instantâneas, estão entre os principais fatores que puxam a reforma dos sistemas de proteção de dados, diz a 8ª edição da pesquisa global sobre segurança da informação realizada pela Accenture e pela revista InformationWeek. O estudo, respondido por mais de 2.540 profissionais de segurança e de TI nos Estados Unidos, também mostra que as empresas estão falhando em prover uma proteção rigorosa às informações de seus clientes e consumidores. É só ver o número de dados roubados ou perdidos nos últimos anos por empresas, lojas e até universidades americanas. A sorte é que muitas dessas informações acabam parando na mão de spammers –haja lixo virtual– mas, pelo menos, o número de fraudes bancárias nesses casos é razoavelmente baixo. Não é surpresa o fato de a

A

pesquisa indicar que os ataques de segurança estão ficando cada vez mais sofisticados e que as empresas continuam adotando senhas básicas para evitá-los, em vez de sistemas mais elaborados de proteção. As falhas descobertas em sistemas operacionais e aplicativos continuam sendo os pontos de entrada mais comuns para os invasores, o que indica que as empresas não baixam as correções ou pacotes de atualização com a velocidade com que deveriam. Nos Estados Unidos, novas regras e legislações (como Sarbanes-Oxley, HIPAA, U.S. Home Security Act e U.S. Patriot Act) estão redefinindo a forma como as companhias gerenciam suas práticas de segurança, a fim de evitar novos escândalos financeiros como os da Enron e da WorldCom. A pesquisa mostra que 60% dos entrevistados enxergam essas regulamentações mais como uma questão de governança do que como um problema de tecnologia, embora mais da metade dos partici-

pantes confirme que as novas regras forçaram suas empresas a estruturarem melhor a área de segurança da informação - dois em cada cinco entrevistados disseram até que o medo de serem penalizadas pelo governo transformaram a questão em prioridade para suas companhias. Mais da metade deles declarou que suas empresas hoje são muito mais cautelosas no uso seguro de equipamentos, aplicativos e serviços de TI. Com relação aos ataques virtuais, 45% dos participantes se preocupam com códigos maliciosos. Um terço culpa as restrições orçamentárias da companhia pela falta de segurança das mesmas. Enquanto as empresas não costumam experimentar problemas graves, como roubo de dinheiro ou de identidade, 75% reclamam que os programas espiões deixam suas redes mais lentas e diminuem a produtividade de seus funcionários. Uma em cada cinco empresas entrevistadas, no entanto, admitiu ter perdido pequenas quantias de

dinheiro por causa de problemas de segurança. No último ano, dois terços das companhias tiveram problemas com vírus –e os e-mails com arquivos anexados foram o principal foco de infecção para 35% das entrevistadas. Por causa da vulnerabilidade com os sistemas de comunicação, diz o estudo, as empresas começam a se preocupar com as atividades virtuais de seus funcionários e a informá-los sobre as políticas de segurança e regras de comportamento corporativo. Um quarto das empresas já monitoram a navegação de seus empregados –e o monitoramento do uso de mensageiros instantâneos pulou de 25% para 34% em relação ao ano passado. Por fim, o estudo indica que a maioria das companhias americanas gastou com segurança em 2004 cerca de US$ 500 mil. Metade das entrevistadas acreditam que esse custo será ainda maior este ano, enquanto apenas 3% esperam gastar menos em 2005 com a segurança de TI. (ReM)


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DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 28 de setembro de 2005

MERCADO/AUTOINFORME

Fiat e Ford ganham participação Volks e General Motors perdem mercado em 2005. A marca italiana é líder no acumulado do ano.

F

altando menos de quatro meses para o encerramento do ano, a disputa pelo mercado de veículos começa a se definir. Com 23,9% de participação de janeiro a agosto, a Fiat lidera as vendas internas e apresenta o maior crescimento. No ano passado a montadora ficou em terceiro lugar no ranking, com uma participação de 22,07%. Este ano, portanto, conquistou 1,83 ponto porcentual na divisão do bolo do mercado. A Ford teve o segundo maior crescimento em 2005, saltando de 11,74% para 12,6% de penetração, um ganho de 0,8 ponto porcentual nas vendas internas. Por outro lado, GM, líder no ano passado, com 23,04% das vendas, perdeu 2,54 pontos. Tem hoje apenas 20,5%. A Volkswagen também teve uma pequena queda na participação em 2005, passando de 22,38% para 22,03% (- 0,35 ponto). É preciso lembrar que o volume absoluto de vendas da Volks cresceu 7,7% de janeiro a agosto, um índice inferior ao da média do mercado, que registrou crescimento de 10,4% de janeiro a agosto deste

ano em relação ao mesmo período do ano passado. A maioria das montadoras teve aumento de vendas em relação a 2004, exceção feita à General Motors, Renault e Mercedes. A GM teve queda de 0,92% no volume total de vendas, o que explica a significativa perda na participação. Segundo pelotão - A grande mudança no ranking das mon-

tadoras aconteceu no "segundo pelotão", entre os novos fabricantes. A Renault teve queda de 0,57 ponto porcentual na participação deste ano em relação a 2004, perdendo a tradicional condição de quinta montadora do Brasil. No acumulado de janeiro a agosto a Renault ocupa apenas a oitava colocação no ranking. Para quem tinha penetração de 3,4%, a queda foi drástica: hoje tem apenas 2,8%,

vendendo perto de 3,6 mil carros por mês, ante 4,4 mil no ano passado. O volume de vendas da Renault no acumulado dos oito meses está 12% menor. As japonesas Honda e Toyota passaram a ocupar as primeiras posições entre as novas montadoras. A Honda cresceu 0,24 ponto porcentual este ano e a Toyota 0,22. A Honda tem 3,45% do mercado e a Toyota, 3,39%. Nos últimos meses a

Toyota vem vencendo a Honda e a diferença entre elas no acumulado de janeiro a agosto é de apenas 615 carros. A Peugeot foi a que mais ampliou o volume de vendas nos oito primeiros meses do ano, com um crescimento de 22,96% em relação ao mesmo período do ano passado. A empresa cresceu 0,32 ponto em participação nas vendas e já é a sétima montadora, com 3,02% do bolo do mercado.

CONSÓRCIO

SEGURO

Vendas continuam em alta

Audi Insurance: para carros da marca

O sistema de consórcios somou 1,14 milhão de novas cotas vendidas nos primeiros sete meses do ano, com crescimento de 19,2% sobre o mesmo período de 2004, quando atingiu 956 mil. Com um total de 3,34 milhões de participantes, também cresceu o número de contemplações, que chegou a 497,2 mil, 5,2% a mais do que o registrado entre janeiro e julho de 2004. O setor de veículos automotores, incluindo leves, pesados e motos, registrou alta de 3,8% no acumulado do ano, com 796,5 mil novas cotas. Nos pesados (caminhões, ônibus, implementos rodoviários, tratores etc.) houve alta de 11,5% no volume de participantes. Em julho deste ano, eram 132,9 mil, enquanto 12 meses

antes somavam 119,2 mil. Os dados foram divulgados pela Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios), que também revelou informações sobre o total de ativos das administradoras que operam no setor. Foram contabilizados R$ 46,7 bilhões em junho deste ano, quase 30% a mais, em termos reais, que os R$ 36 bilhões de um ano atrás. “Esses números demonstram o crescimento sólido do sistema de consórcios e sua importância para os segmentos aos quais se destina", comenta Rodolfo Montosa, presidente nacional da Abac. “Há uma história de mais de 40 anos de participação na economia nacional, impulsionando indústria, comércio e prestação de serviços".

Apoiado apenas em normas do Banco Central, o sistema de consórcios, por meio do projeto de lei 530/03, de autoria do senador Aelton Freitas (PL/MG), poderá ter uma legislação própria brevemente. Recém-aprovado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, seu substitutivo seguirá para análise da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), antes de ser encaminhado à Câmara dos Deputados. “A futura lei prevê, por exemplo, um mecanismo de proteção ao consorciado, por meio da criação de uma entidade privada, cuja finalidade será garantir os direitos dos titulares de cotas em caso de intervenção, liquidação ou falência de uma administradora”, explicou Montosa.

Sem limite de valores, podendo aceitar veículos segurados em até R$ 1 milhão, para o A8 blindado, por exemplo, o Audi Insurance, seguro exclusivo da fábrica oferece o serviço aos proprietários novos ou seminovos (com até cinco anos de uso) da marca, com coberturas e serviços inéditos no Brasil. O programa é uma parceria da Vertex Seguros com a Chubb Seguradora, uma das maiores e mais tradicionais companhias de seguros do mundo, presente em 33 países e especializada em cobertura de modelos de luxo. Além das tradicionais de roubo, incêndio, colisão etc., o programa oferece coberturas exclusivas, como para os air bags. Em qualquer caso de estouro das

bolsas, o equipamento é trocado, sem qualquer ônus, incluindo a franquia. Vidros blindados também são cobertos pelo sistema, com franquia mínima entre R$ 300 e R$ 400. O sistema também oferece gratuitamente, em regime de comodato, a instalação de um rastreador, cujo índice de recuperação é em torno de 92% dos carros roubados. Preço do A3 - Para o A3 1.8 novo, por exemplo, o seguro sai em média R$ 3.900, em São Paulo. Para o A4, R$ 4.900, também em São Paulo. Estes preços significam valores, em média, 40% mais baixos que os do mercado. Mais detalhes em toda a rede de concessionários Audi ou pelo telefone 0800-7252032.


Porsche, James Dean e uma história

André Penner

Patricia Cruz/Luz

Jovens empreendedores do mundo têm encontro marcado em São Paulo

www.dcomercio.com.br/c ampinas/ Edição de Campinas concluída às 23h40 Ano 81 - Nº 21.972

São Paulo, quarta-feira 28 de setembro de 2005

R$ 0,60

O governador Alckmin e Afif Domingos, presidente da ACSP, deram as boas vindas a Sujit Chowdhury (foto), que traz os jovens a SP no ano que vem. Pág. 16

Golpes de Lula para ganhar a Câmara Lula vestiu o quimono de judô e entrou na luta para eleger Aldo Rebelo à Presidência da Câmara. O 1º golpe: R$ 1 bilhão. Pág. 6 Ailton de Freitas/Agência O Globo

Agliberto Lima/AE

Aldo tem a artilharia do Planalto Lula "pronto para a briga" e todo o governo estão por trás de Aldo Rebelo (PCdoB-SP)

MST avança mais. E cobra ações O acampamento Lulão (foto), na Bahia, mudou-se para uma fazenda. Pág. 3

TEMPO EM CAMPINAS Nublado Máxima 20º C. Mínima 14º C.

Itamar Miranda/AE

Adeus a Golias, o eterno Bronco Morreu o ator que deu vida à comédia na TV Record. Página 19 Lula recebeu ontem no Palácio do Planalto os medalhistas do Mundial de Judô de 2005. E ganhou um quimono personalizado

Joedson Alves/AE


D C A R R O 11

São Paulo, quarta-feira, 28 de setembro de 2005

ON & OFF

LINHA CHEVROLET SS

ON & OFF A DISPUTA EXTERNA PELA MERIVA

A

GM Espanha transpira otimismo na disputa que trava com a filial polonesa pelo direito de continuar a produzir a Meriva. O presidente da operação, Juan Carlos Sanchez, deixou claro que negocia salários e condições trabalhistas em qualquer dia e hora com o sindicato local. Lá, os custos de produção são mais baixos.

A SAZONALIDADE DO MERCADO ALEMÃO

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om 266 mil veículos vendidos em agosto a indústria automotiva alemã cresceu 10% sobre igual mês de 2004 (241,1 mil unidades). O volume, no entanto, não foi suficiente para reverter sazonalidade típica do mercado e o 8º mês do ano continua com resultado mais fraco do que julho (295,4 mil veículos, queda de 9,9%).

ZF PRESENTE NA NOVA LINHA VW

A

ZF América do Sul equipa a nova linha de caminhões da Volkswagen Veículos Comerciais, a Constellation, que começa a ser vendida em janeiro próximo: transmissão, direção hidráulica, bomba hidráulica, embreagem, barras de direção e barras de ligação.

Demorou, mas vai chegar.

MUDANÇAS NA SCANIA

Divulgação/GM

GM anunciara para ‘breve’, durante o Salão do Automóvel de São Paulo, no final de 2004, a chegada da linha SS para os modelos Meriva, Astra e Corsa. Quase um ano depois vem a confirmação: até este dezembro os modelos, que resgatam tradição esportiva da marca, chegam às lojas. Ao contrário do anunciado no Salão, entretanto, Astra e Corsa chegarão como SS nas versões hatch e não sedã, então os mostrados no estande da montadora naquele evento. O restante permanece como apresentado: rodas especiais em aço escovado aro 17, cor em tom vermelho exclusivo e vários gracejos, entre eles aerofólios, pormenores internos na mesma cor, emblemas e outros. A sigla SS, de Super Sport,

A

A

O novo Corsa SS chega ao mercado ainda este ano

ficou abandonada pela montadora no mercado brasileiro por muitos anos, no rastro da perda de mercado dos modelos com requintes esportivos para os com jeitão off-road. Mas quem se lembra dos len-

dários Chevrolet Opala SS comemora a notícia. Nos anos 80 outros modelos como Chevette e Caravan também receberam suas versões SS, algumas delas na cor preta, com grande faixa lateral em cinza.

ON & OFF NOVO PEQUENO FORD: MARTELO ATÉ DEZEMBRO Até o fim do ano a Ford decide de forma definitiva e irrevogável se fabrica ou não novo carro de entrada na planta de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Antônio Maciel Neto, presidente da empresa na América do Sul, garante que não existe nenhuma possibilidade de que a decisão seja postergada: "Todo nosso planejamento para o ano que vem, seja para o mercado interno seja para as exportações, depende dessa resolução", desta-

cou o executivo. Maciel adianta que equipe de mais de cem engenheiros trabalha no projeto e descarta que o modelo seja qualquer variação do compacto a ser produzido na Europa, em parceria Ford-Fiat, para substituir o Ka e o Cinquecento. "Qualquer estudo de novo produto é aprovado por etapas, até que chegue a hora de investir em ferramental. Muitos deles vão até este ponto e morrem. É esse passo que ainda precisamos dar",

destacou o principal executivo da montadora na América do Sul. Atualmente a unidade paulista, onde são produzidos Ka e Courier, trabalha com cerca de 40% de capacidade ociosa. Na planta de Camaçari, na Bahia, onde é produzida a linha Fiesta e também o EcoSport, a situação é outra. Operando em três turnos desde agosto do ano passado, a fábrica baiana da Ford não dispõe de mais espaço para crescer.

partir de 1º de janeiro Michel de Lambert assume a presidência da Scania Latin America, em sucessão a Hans-Christer Holgersson, que integrará o Conselho Executivo, tornando-se responsável pelo gerenciamento de vendas e serviços. Per-Erik Lindquist, atual vicepresidente-sênior do grupo para vendas e serviços na Europa, também passa a fazer parte do conselho, respondendo por franquia e vendas de fábrica.

KIRK KERKORIAN NA VOLKSWAGEN

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umores internacionais dão conta de que o bilionário americano Kirk Kerkorian estaria interessado em adquirir ações da Volkswagen. A notícia bastou para elevar a cotação dos papéis da montadora. Kerkorian já foi o maior acionista independente da DaimlerChrysler, e comprou briga com a empresa alegando que os acionistas foram enganados quando houve a fusão.

MARCOPOLO EM ANGOLA

A

Marcopolo exporta 135 ônibus para Angola. Os veículos, 85 Torino e 50 Allegro, devem chegar ao seu destino no próximo mês e serão utilizados no transporte urbano e intermunicipal daquele país.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 10-.OPINIÃO

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

LENTE DE

ARTHUR CHAGAS DINIZ POR UM PUNHADO

PERSPECTIVAS

DE DÓLARES

AUMENTO

T

PARA A RENDA REAL

Revisamos para cima a perspectiva salarial: a massa real de salários sobe de 4 para 5,5% resultou em queda de 0,2 ponto porcentual da taxa de desemprego com ajuste sazonal. A pesquisa apontou para estabilidade nas séries de ocupados e desocupados, confirmando o cenário de estagnação no crescimento da PEA. Portanto, a queda da taxa de desemprego (ajustada sazonalmente) não reflete um aumento na criação de vagas, e não caracteriza, dessa forma, um aquecimento do mercado de trabalho. Esse padrão de comportamento de ocupados e desocupados vem sendo observado desde junho, e aparece também nos dados da pesquisa Seade/Dieese para a região metropolitana de São Paulo. Analisando as trajetórias da população empregada com e sem carteira assinada (setor público e privado) e das pessoas que trabalham por conta própria, vemos que a desaceleração é geral. O ritmo mais fraco na

Céllus

criação de vagas pode ser atribuído a um movimento de recuperação de produtividade por parte dos empregadores, aliado a um cenário de demanda um pouco mais fraca (queda de confiança dos consumidores). Após um ritmo forte de contratação durante 2004 e boa parte de 2005, a tendência nos próximos meses é de crescimento fraco na ocupação, cujo ritmo só deve retomar após a aceleração do crescimento econômico a partir do último trimestre deste ano. De janeiro a agosto deste ano, a alta acumulada do rendimento real já é de 1,6% ante o mesmo período de 2004. Esta série, que tem mostrado comportamento bastante volátil em torno de uma leve tendência de alta ao longo de 2004 e início de 2005, parece agora finalmente apresentar uma tendência mais clara de crescimento. Para o restante do ano, a perspectiva é de continuidade do aumento gradual da renda, dado o cenário benigno de inflação e os indícios de aumento de produtividade na economia. Com esse cenário de aumento da renda real, revisamos para cima a perspectiva de crescimento da massa real de salários para 2005, mesmo com hipóteses conservadoras para o ritmo de criação de empregos. A projeção, que anteriormente era de 4%, passou para 5,5% (comparação da média de 2005 com a média de 2004). Essas revisões contribuem para um crescimento maior do consumo das famílias nos próximos trimestres.

Vaidade comunista OLAVO DE CARVALHO

A

ANÁLISE DE GUILHERME MAIA, NO BOLETIM TENDÊNCIAS DE 23/9. Paulo Pampolin/Digna Imagem

C

om o cenário de aumento da renda real, revisamos para cima a projeção de crescimento da massa real de salários para 2005, de 4% para 5,5%, mesmo com hipóteses conservadoras para o ritmo de criação de empregos. Segundo a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, o ritmo de criação de empregos no mercado de trabalho continuou fraco em agosto, mas teve como contrapartida a continuidade do crescimento da renda real, sinalizando um bom quadro para a massa de rendimentos em 2005. A taxa de desemprego ficou estável em 9,4% (mesma taxa de junho e julho). Como a sazonalidade é positiva em agosto, a estabilidade na série original

pletora de homenagens prestadas pelo Estado e por empresas particulares de mídia à memória do sr. Apolônio de Carvalho basta para mostrar até que ponto a vaidade comunista se sobrepôs, na mente nacional, às exigências corriqueiras da moral e do bom senso, ao ponto de sufocá-las por completo. O homenageado, em vida, foi servidor fiel de ditadores genocidas, acobertador de seus crimes e fundador do partido mais corrupto da história brasileira. Essa é a sua folha total de realizações. Os dois feitos mais alardeados da sua carreira, a participação na Guerra Civil Espanhola e na Resistência antinazista, só podem ser aceitos prima facie como capítulos honrosos por quem desconheça qual foi o papel desempenhado pelos comunistas nessas duas ocasiões. Na Espanha, eles desencadearam inevitavelmente a brutal reação franquista incendiando igrejas e matando milhares de padres e freiras cujo único crime era a sua fé. Depois, em pleno combate, esforçaram-se mais para destruir seus aliados anarquistas e socialistas do que para vencer o inimigo comum. Por fim, alegando cínicas razões de segurança, transportaram para Moscou todas as reservas de ouro do governo espanhol, acumuladas ao longo de quatro séculos, que obviamente nunca mais foram devolvidas. Apolônio de Carvalho, como todos os outros comunistas envolvidos na Guerra Civil, não combateu em favor da república espanhola, mas da sua completa escravização aos desígnios de um ditador sedento de sangue, em comparação com o qual até a figura sombria do generalíssimo Franco fica parecendo uma opção mais palatável. Quanto à atuação comunista na Resistência, os que participaram dela foram os mesmos que logo antes trabalhavam pelo pacto RibentroppMolotov, boicotando o rearmamento francês, abrindo as portas ao invasor nazista e só mudando de lado quando, num giro repentino que surpreendeu o próprio Stálin, o governo alemão se voltou contra seu cúmplice soviético. Os comunistas venderam a França, suspendendo a entrega quando o comprador desleal

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Ed i tor - Che fe : José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br) Editores: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br), Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Marcos Menichetti (marcosm@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Adriana Gavaça, André Alves, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Lancha, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Juliana de Moraes, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda Correspondente: Renato Carbonari Ibelli (Campinas) Gerente de Publicidade Solange Ramon (sramon@acsp.com.br) Gerente de Produto Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-34493 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005 Auditado pela

J

ornais, TV, partidos políticos de todas as orientações, empresários, banqueiros, educadores, todos se acumpliciam alegremente a esse empreendimento de exploração da boa-fé popular, para o qual não precisam sequer da excusa da fé ideológica. Basta-lhes o oportunismo mais vil. Colaboram, assim, para que a auto-adoração comunista se imponha como critério moral supremo e único, acima da religião, acima das tradições nacionais, acima de todos os valores da civilização do Ocidente. E ainda acreditam que uma cultura assim intoxicada de comunismo, com exclusão de toda veleidade contrária, é compatível com o desenvolvimento do País em direção a uma moderna democracia capitalista. O Brasil não reencontrará o caminho da democracia enquanto as classes dirigentes deste país não se conscientizarem de que uma vida de lutas em prol do comunismo não é nada melhor que um passado de militância nazista. OLAVO DE CARVALHO É JORNALISTA E PROFESSOR DE FILOSOFIA WWW.OLAVODECARVALHO.ORG

O oportunismo colabora para que a auto-adoração comunista se imponha

No bolso do cidadão

O ritmo de contratação volta a subir este ano

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

rasgou o contrato. Não espanta que, ao retornar à França como chefe do exército libertador, o general de Gaulle tivesse como prioridade máxima, após expulsar o ocupante alemão, desarmar os comunistas. Toda uma mitologia cultural fabricada para glamurizar a participação comunista na Resistência não serviu senão para varrer para baixo do tapete do passado culpas que se comparam às dos nazistas e com freqüência as transcendem. Acumular essas culpas e explorá-las como se fossem méritos – tais foram as realizações do sr. Apolônio de Carvalho e de todos os outros comunistas históricos que, nos últimos anos, os jornais e a tevê tentam incansavelmente impingir como heróis e santos a uma população cada vez mais desprovida de meios para adquirir uma consciência crítica da história. Qualquer tentativa, mesmo tímida, de colocar esses méritos em confronto com fatos históricos universalmente reconhecidos é reprimida de imediato, ante afetações de escândalo, como se fossem blasfêmias intoleráveis.

ANTONIO MARANGON

S

eria cômica se não fosse trágica a atual crise política que assola o Brasil. Longe de mim fazer julgamentos antecipados e condenar a priori os envolvidos nos escândalos, mas como cidadão brasileiro e representante de uma categoria que lida com a ciência dos números, os empresários contábeis, não posso virar às costas a esta triste realidade pela qual estamos passando. O PT, que era a “esperança”, está provocando uma verdadeira “lambança” nacional, uma verdadeira desmoralização política, onde milhões e milhões de reais escoam pelos ralos do submundo político, como se representassem apenas o custo de xícaras de café, enquanto quem paga a conta, o setor produtivo e os cidadãos assistem a tudo inertes, à mercê da benevolência e da questionável justiça dos que se julgam a si mesmos. Enquanto o dinheiro público é gasto de forma desonesta e irresponsável, as empresas pagam arduamente a conta, sacrificando investimentos em tecnologia, em geração de empregos e em qualificação.

O país, creio, não merece tamanha desfaçatez e irresponsabilidade administrativa, ou merece? Há quem culpe a passividade, o pouco envolvimento político e a delegação ao poder público, próprios do brasileiro, que se recusa a “sujar as mãos” nos obscuros corredores palacianos. Contudo, há de se considerar que a maioria dos eleitores é vítima de massivas campanhas publicitárias, ludibriadoras da boa-fé e da ingenuidade do eleitor, que inculto e desinformado, também por culpa de governos anteriores que não investiram em educação, tornam-se presas fáceis e vulneráveis aos apelos de campanhas e às falsas promessas eleitorais.

T

errível e desolador este cenário, que não nós dá perspectivas de futuro e nem de como terminará esta imensidão de denúncias. E assim vamos. Contudo, um fato que muito e verdadeiramente me preocupa é que o presidente Lula ainda pensa em reeleição! ANTONIO MARANGON É PRESIDENTE DO SESCON-SP.

O país não merece tamanha desfaçatez administrativa, ou merece?

enho visto com preocupação o conjunto de biombos que setores da sociedade aparentemente responsáveis vêm utilizando para defender o ministro Pallocci e o presidente Lulla em nome de blindar a economia. Em princípio, por mais quixotesco que possa parecer, sou contra a ocultação da verdade interpondo biombos, até porque ela acaba aparecendo. O uso de sucessivos biombos exige uma coerência que, usualmente, a mentira não suporta. A corrupção na Prefeitura de Ribeirão Preto, denunciada por Rogério Buratti, exsecretário do então prefeito de Ribeirão Preto, se esvaiu, não por falta de evidências, mas por interposição de um biombo: quem podia responder já morreu. A qualquer ameaça de se chamar um familiar, mesmo que envolvido na política, como no caso do irmão, Pallocci ameaça

A qualquer ameaça Pallocci fala em renunciar. Por que tamanha blindagem? renunciar. Acho que cabe perguntar: por que tamanha blindagem?

É

certo que as exportações brasileiras cresceram muito. Mas também é certo que o comércio mundial expandiu-se extraordinariamente com a entrada de mais de um bilhão de consumidores chineses no mercado. O mundo está crescendo a taxas superiores à que o Brasil de Lulla vem tendo. O que o governo tem a contribuir para as exportações seria melhorar substancialmente as malhas rodoviária e ferroviária e os portos. Infelizmente, o governo Lulla, que desapropria 41,6 % do que produzem os brasileiros não dá prioridade a reduzir nossos custos de transação. A classe média está cada vez mais empobrecida. A inflação está debelada, mas a que custo! Este crescimento de 2,8% a 3,2% do PIB ao ano é uma vergonha no momento em que China, Rússia, Chile, Índia e até a Argentina crescem entre 7 e 10%. Até quando vamos nos conformar com a redução real da renda interna líquida para "blindar" o ministro da Fazenda e o governo Lulla? Será que isto tudo é porque estamos exportando muito mais? Será por um punhado de dólares? ARTHUR CHAGAS DINIZ É PRESIDENTE DO INSTITUTO

LIBERAL


Porsche, James Dean e uma história

André Penner

Patricia Cruz/Luz

Jovens empreendedores do mundo têm encontro marcado em São Paulo

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Edição concluída às 23h30

Ano 81 - Nº 21.972

São Paulo, quarta-feira 28 de setembro de 2005

R$ 0,60

O governador Alckmin e Afif Domingos, presidente da ACSP, deram as boas vindas a Sujit Chowdhury (foto), que traz os jovens a SP no ano que vem. Pág. 16

Golpes de Lula para ganhar a Câmara Lula vestiu o quimono de judô e entrou na luta para eleger Aldo Rebelo à Presidência da Câmara. O 1º golpe: R$ 1 bilhão. Pág. 6 Ailton de Freitas/Agência O Globo

Agliberto Lima/AE

Aldo tem a artilharia do Planalto Lula "pronto para a briga" e todo o governo estão por trás de Aldo Rebelo (PCdoB-SP)

MST avança mais. E cobra ações O acampamento Lulão (foto), na Bahia, mudou-se para uma fazenda. Pág. 3

A batalha da MP do Bem no Senado Líderes da Frente que derrubou a MP 232 querem garantir correção da tabela do Simples. Pág. 12 HOJE Nublado Máxima 19º C. Mínima 11º C.

AMANHÃ

Itamar Miranda/AE

Parcialmente nublado Máxima 22º C. Mínima 10º C.

Adeus a Golias, o eterno Bronco Morreu o ator que deu vida à comédia na TV Record. Página 19 Lula recebeu ontem no Palácio do Planalto os medalhistas do Mundial de Judô de 2005. E ganhou um quimono personalizado

Joedson Alves/AE


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DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 28 de setembro de 2005

NOVO BMW

M6 chega ao Brasil com motor V10

O BMW chega com linhas modernas e um super motor. Também tem câmbio automático de 7 marchas e sistema detector de ladeiras. Seu preço: em torno de R$ 700 mil.

Com motor V10, de 5 litros, o M6 carrega moderna tecnologia e conforto para quatro pessoas. É limitado a 250 km/h.

Divulgação/BMW

J

á está à venda na rede da BMW, o M6, a versão mais esportiva - e põe esportividade nisso - do Série 6 Coupé, com conforto para quatro pessoas. O modelo, apresentado no Salão de Detroit, nos Estados Unidos, vem equipado com o potente motor de 5.0 litros V10 que desenvolve 507 cavalos de potência máxima e 53 mkgf de torque máximo. A máquina vem equipada com transmissão automática seqüencial de sete marchas mas que, a exemplo de modelos da concorrência, também podem ser trocadas em borboletas locali-

zadas atrás do volante. Dirija como quiser - Além disso, o M6 traz a função Drivelogic, que oferece onze opções de mudanças diferentes das marchas (seis para o modo manual e cinco para o automático). Você pode escolher dirigir convencionalmente, sem surpresas, até o modo esportivo. Nesse último, a transmissão aciona o propulsor levando o M6 a acelerar, de 0 a 100 km/h, em apenas 4,6 segundos. Mas a velocidade final chega apenas aos 250 km/h, pois é controlada eletronicamente. Cresce a cada ano o número de

esportivos europeus - em especial os alemães - que têm sua velocidade limitada, muito embora o motor ofereça potência para passar dos 300 km/h. Tudo em nome da segurança e do meio ambiente.

mento do freio-motor. O M6 chega com novidades no design. As entradas de ar são mais largas na frente, em relação ao Série 6, para refrigerar melhor os freios e o potente motor. Além disso, foram incluídos defletores de ar laterais, traseiros e dianteiros. Para completar o aspecto esportivo há quatro saídas de escape e os aros

Detector de ladeira - O sistema tem ainda um detector de ladeira, que ajusta os pontos ideais de mudança de marchas para subida ou descida da mesma. Ao subir, o Drivelogic evita o irritante mudar de marchas constantes (isso ocorre muito na subida da Imigrantes) e ao descer, leva ao melhor aproveita-

das rodas são de 19 polegadas e em alumínio forjado. Os pneus são 255/40ZR na dianteira e 285/35ZR na traseira. O M6 custa cerca de R$ 700 mil.

No Japão, como os japoneses: Akino, atração em Tóquio A norte-americana Chrysler anunciou que uma das atrações de seu estande no Salão de Tóquio, em outubro, será o concept-car Akino, um carro exatamente dentro dos preceitos orientais: um veículo compacto no tamanho, mas que consegue acomodar cinco pessoas confortavelmente. Segundo a marca, o conceito foi projetado, tanto o interior quanto o exterior, pelo designer Akino Tsuchiya, responsável pelo Centro de Design da Daim-

lerChrysler em Carlsbad, na Califórnia (EUA). Por enquanto o modelo está sendo apresentado somente no papel, mas dá para perceber que o designer caprichou na quantidade de áreas envidraçadas, principalmente na parte da frente do carro. E não é só isso que chamará a atenção dos visitantes no salão: a grande grade do radiador, o desenho das laterais, a diferente traseira, também com um amplo vidro, e as rodas de 20 polegadas.

O material selecionado e as cores que serão usadas para a parte interna do Akino deverão surpreender o público. Segundo os idealizadores do veículo, serão usados componentes naturais e recicláveis, principalmente o bambu. Como nos carros conceitos vale tudo, pode-se abusar no desenho e nas cores exuberantes. Mas até chegar à linha de produção, muita coisa ainda pode ser modificada. É esperar para ver a reação do público consumidor japonês.

Divulgação/Renault

NOVIDADES E CURIOSIDADES

Começa a produção do Mégane

Divulgação/Chrysler

A Renault do Brasil já começou a pré-produção do novo Mégane Sedan no Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais, PR. Neste mês, passou pela linha de montagem final o primeiro protótipo que será usado nos ajustes necessários para a produção do carro. Entre os equipamentos

instalados, o sistema de acionamento do motor que substituiu a chave por cartão eletrônico, do tamanho de um cartão de crédito. O Mégane será o primeiro modelo produzido no Brasil a contar com esse dispositivo de série. O carro estará à venda na rede Renault a partir do início de 2006.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

DOISPONTOS -11 11

econômico ao lado de um desastre político. É que os êxitos econômicos, vistos corretamente, são igualmente um fracasso.

Para escrever ou comentar as cartas e artigos desta seção, envie sua mensagem para

doispontos@dcomercio.com.br

N

O bode expiatório da hipocrisia

.A

cassação do deputado Rob e r t o J e f f e rson, presidente licenciado do PTB, foi uma tentativa de recriar o antigo ritual do “bode expiatório”. Nele são depositados os pecados de todos, para em seguida ser condenado a morrer no deserto. Assim foi feito, ao invés da punição dos culpados e das mudanças legais que visem corrigir aquilo que o deputado chamou muito propriamente de “domínio da hipocrisia”. Se a hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude, tal como diz o velho adágio, então a cassação de Roberto Jefferson não é uma humilhação, mas uma covarde homenagem. Não é preciso ser observador arguto para perceber que após a cassação o volume geral da crise no Congresso amainou. Até aqueles que pretendiam limitar todas as conseqüências das denúncias de Roberto Jefferson à cassação de menos de duas dezenas de parlamentares e limitar as investigações a uma mera agência de um pequeno banco, já sonham mais alto e jogam mais lenha no fogão porque a pizza pode ser ainda maior que a prevista. A própria argumentação que levou à cassação é absurda, estapafúrdia, até indecente. Dizem que Jefferson mentiu ao afirmar a existência do mensalão. Ora, então seria necessário cassar também os direitos políticos de 99% dos cidadãos brasileiros, certos também da existência desta vexaminosa remuneração do governo federal aos parlamentares. Numa absoluta inversão de valores, que revela não só o culto da impunidade, mas também a degradação moral dos seus acusadores, Jefferson corajosamente admitiu seu erro e apontou as mazelas

que enriquecem os corruptos entranhados no poder, e de forma injusta e desumana é punido com rigor. Já mentir descaradamente, inventando histórias inacreditáveis e explicações mirabolantes, e esforçar-se por manter intactos os esquemas denunciados pelo ex-deputado, isto sim é premiado com o perdão. A cassação de Roberto Jefferson, em especial, se não for seguida de uma ampla limpeza no Congresso, é a vitória da mentira covarde, mas orgulhosa e arrogante, sobre a verdade corajosa, mas humilhada e ignorada.

T

oda a esperança agor a re s i d e o n d e e l a sempre esteve de fato, na reação do povo, dos cidadãos aviltados junto com Roberto Jefferson, dos eleitores desrespeitados em suas intenções. Os covardes e os corruptos apenas acham que estão e ficarão impunes, muito cedo se rejubilam com a vitória da mentira, porque a sociedade, sem dúvida, saberá ser mais justa com Jefferson e não esquecerá os corruptos que ele denunciou. A s p r ó x imas eleições serão o ajuste de contas da população com a Tropa do Mensalão. Foi justamente por temerem isto – não por nenhum outro motivo - que cassaram Ro-

BENEDICTO FERRI DE BARROS ERROS DE

berto Jefferson. Pusilânimes, tremiam ante a possibilidade de se verem confrontados pelos discursos dele na campanha eleitoral, desnudando o esquema de corrupção do qual participaram. Mas os subterfúgios desta malta não serão suficientes para livrálos das penas devidas nas garras de um povo, cuja vontade de justiça não foi nem aplacada e nem desviada pela cassação de Jefferson.

Cerca 27% dos aposentados estão voltando ao mercado de trabalho para conseguir sobreviver. Destes, 65% retornam para complementar o orçamento e só 15% para "ocupar o tempo".

P

or estes motivos defendo a permanência de Roberto Jefferson como presidente do PTB. Será uma clara demonstração de que o partido não abandona aqueles que se empenham na sua construção, como não compartilha e nem compactua com as armações ilimitadas dos “mensalinhos”, tampouco senta com eles à mesa para saborear a pizza regada com o suor do povo e temperada com a infâmia.

DADOS DA PESQUISA DIVULGADA ONTEM PELO INSTITUTO FECOMÉRCIO-RJ.

DEPUTADO CAMPOS MACHADO, LÍDER ESTADUAL E VICE-PRESIDENTE NACIONAL DO PTB WWW.CAMPOS MACHADO. COM.BR

A valorização do real em relação ao dólar é o maior obstáculo para o crescimento da exportação de produtos manufaturados RESULTADO DA PESQUISA FEITA PELO

CIESP COM 841 EMPRESAS. A DESVALORIZAÇÃO DO REAL FOI A MEDIDA MAIS DEFENDIDA (46%).

D efendo a permanência de Roberto Jefferson como presidente do PTB

Primeiro desarmar. Depois, o que poderá acontecer?

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Os gastos realizados com cartões de crédito por estrangeiros no Brasil cresceram 17% em 2004. Foram gastos R$ 2,64 bilhões.

governo de esquerda O que atualmente desgoverna o Brasil possui

uma estratégia de tomada do poder objetivando nos impor disfarçadamente um governo totalitário. Como toda estratégia com fim ao totalitarismo, ela é dividida em partes diferentes de um mesmo todo. O referendo do desarmamento também é uma das partes desta estratégia: desarmar a sociedade civil, honesta, para quando os comunistas tomarem o poder não enfrentarem uma resistência. O resto é história, como da cegonha ou do Papai Noel. Vote 1, diga Não, no referendo!

RESULTADOS DA PESQUISA

INDICADORES DO MERCADO DE MEIOS ELETRÔNICOS DE PAGAMENTO, DO CREDICARD, DIVULGADA ONTEM

G olpe disfarçado

Céllus

FRANCISCO ANÉAS, SÃO PAULO, SP ANEAS@ANEASCESTAS.COM.BR

Ô Cride! Fala pra mãe que eu fui entortar lá no Céu!

AVALIAÇÃO

O

s fundadores da ciência econômica, isto é, do que Von Mises veio mais aptamente a designar como a ação humana em seu Human Action, denominaram-na adeqüadamente de Economia Política, exprimindo com isso sua compreensão da íntima e indissolúvel relação existente entre ambas as atividades. Ou melhor, do fato de que a ação econômica humana é uma atividade que envolve a sociedade como um todo e se opera em uma unidade politicamente representada por um Estado. Um dos motes da atualidade brasileira parece afirmar o contrário: o de que uma coisa não tem nada que ver com a outra. Que se pode ter simultaneamente o pior governo, mergulhado na maior crise da história republicana, e sob aspectos fundamentais, o melhor desempenho econômico das últimas décadas. A primeira falácia está em atribuir esses resultados ao acerto e mérito da política econômica e, mais erroneamente, creditar esse êxito ao governo. Eles são devidos a dois outros fatores. Em primeiro lugar à conjuntura econômica global favorável, e em segundo, a uma tendência conjuntural igualmente global, de uma superficial e falaz redução da importância do Estado, dos governos e da política, no que se refere ao desempenho da Economia. No caso brasileiro é preciso levar em conta três aspectos que dão outra cara aos índices econômicos festivos. O primeiro é que comparados a outros países emergentes, esses índices são mofinos. O segundo é que eles se situam muito abaixo não só das promessas mirabolantes, como das necessidades e potencialidades do País e seu povo – as quais são o paradigma adeqüado para se avaliar seu mérito. O terceiro é que em nenhuma hipótese esses resultados podem ser creditados ou atribuídos à atividade do Estado, ou à política do mandato atual. São justamente esses erros de comparação e avaliação que produzem o falso paradoxo de êxito

enhuma conjuntura pode ser corretamente avaliada se não for posta no contexto de uma visão histórico-sociológica mais geral. Em síntese, não há desenvolvimento possível sem aumento do que se pode chamar do capital humano e do capital físico (ou material) da infraestrutura de um país e de um povo. Neste particular também, este governo é um desastre. Um desastre que, se não inventou, agravou, elevando-o ao seu clímax. Pois o aumento e melhoria, tanto do capital humano, como do físico, depende fundamentalmente do investimento de recursos e dos métodos que são utilizados em sua aplicação. E o Estado e o setor público brasileiro, que absorve mais de 40% do que o povo e a nação produzem – e vem neste mandato aumentando os encargos e a arrecadação – dão uma contribuição insignificante de investimentos para uma coisa e outra, menos de 5% do seu orçamento.

Não há desenvolvimento sem aumento do capital humano e do capital físico de um país Educação, saúde e segurança, no que se refere ao capital humano, e energia, transportes e obras públicas no que se refere ao capital físico, pouco devem ao governo em comparação com os esforços desenvolvidos pela atividade privada. E só para exemplificar, aí estão, na educação os 75% de analfabetos funcionais apurados pelas últimas pesquisas e nos transportes a ruína rodoviária. Para ficar nesses dois exemplos.

S

entimo-nos compelidos a ampliar e aprofundar a análise sinteticamente desenvolvida neste espaço para dois tópicos mais fundamentais e graves. Um, que se refere aos riscos e erros maiores deste mandato, cujos resultados só virão a aparecer em prazo mais largo. Outro que se refere à suposição que jamais a economia se possa se desenvolver independentemente da política, aqui e no mundo. A razão mais simples é que essa divisão é apenas operacional e intelectual. Na realidade, a sociedade humana é uma unidade que funciona como um todo, no que von Mises chamou de Ação Humana. BENEDICTO FERRI DE BARROS É ESCRITOR PAJOLUBE@TERRA.COM.BR

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

LÍDERES DA FRENTE QUEREM GARANTIR CORREÇÃO DA TABELA DO SIMPLES

Ó RBITA

ISENTOS

A Leão exige declaração de quem recebeu até R$ 12.692,00 no ano passado

Receita Federal do Brasil recebeu até a manhã desta terçafeira 18 milhões de declarações de isento, o que representa um crescimento de 40% em relação ao mesmo período de 2004. Deste total, nove milhões de documentos foram entregues pela internet e oito milhões nas lotéricas. Um milhão de contribuintes acertaram as contas com o Leão por meio dos Correios, do Banco do Brasil e dos correspondentes bancários, Banco Popular do Brasil e Caixa Aqui. A entrega é obrigatória para quem teve rendimentos tributáveis de até R$ 12.692,00 em 2004. O prazo termina no dia 30 de novembro.

ITR

CHIMPANZÉ

três dias do prazo final de entrega, que vence na próxima sexta-feira, mais de um milhão de proprietários de imóveis rurais ainda não enviaram à Receita Federal do Brasil a Declaração do Imposto Territorial Rural (ITR). Até ontem, o Fisco havia recebido 3,46 milhões de declarações, das 4,5 milhões esperadas. O ITR pode ser transmitido pela internet (www.receita.fazenda.gov.br), entregue em disquete nas agências do Banco do Brasil e Caixa Econômica ou em formulário nos Correios. A multa para quem deixar de entregar é de 1% sobre o imposto devido e o valor não pode ser inferior a R$ 50.

chimpanzé Suíça, que poderia ser "libertada" esta semana da sua jaula no zoológico da capital baiana por um habeas corpus, morreu ontem, pela manhã. Ela passou mal logo após ser alimentada. A morte do animal revoltou o promotor Heron Santana, da Procuradoria do Meio Ambiente de Salvador, que pediu o habeas corpus na semana passada, alegando que a chimpanzé estava deprimida e não deveria ficar presa numa jaula minúscula. "Isso é o resultado do descaso e da incompetência dos que dirigem o zoológico", disse o advogado, que promete abrir processo contra o zoo caso fique provado que houve negligência ou maus-tratos.

A

A

R

e pre s e nt an te s d a Frente Brasileira que derrubou a MP 232 estarão hoje em Brasília para pressionar o Senado e garantir que a Medida Provisória 252 seja realmente do bem. Eles irão se reunir com os senadores José Sarney (PMDB-AP), relator da medida, e Romero Jucá (PMDB-RR), que deve substituí-lo na função. "Nossa principal missão é manter a correção da tabela do Simples, conquistada pelo movimento na Câmara", afirma Guilherme Afif Domingos, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e um dos líderes do movimento. Quando a MP 252 ainda tramitava na Câmara dos Deputados, a oposição conseguiu aprovar os limites de receita bruta que determinam se uma empresa pode ser enquadrada no Simples. O limite de receita anual para microempresas passou de R$ 120 mil para R$ 240 mil e para as empresas de pequeno porte passou de R$ 1,2 milhão para R$ 2,4 milhões anuais. O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, também vai à reunião, representando os trabalhadores. "Há dez anos o Simples não é corrigido. Por isso, agora, essa

O Senador José Sarney (PMDB-AP) é o atual relator da Medida Provisória 252, que reduz tributos e prevê incentivos ao setor produtivo

correção tem que ser de 100% para aliviar as milhares de microempresas do Brasil, que empregam um grande número de trabalhadores", diz. Os integrantes do movimento também vão tentar convencer os senadores a incluírem no texto a ampliação dos prazos para o recolhimento de tributos federais. O relator da medida na Câmara, deputado Cus-

tódio Mattos (PSDB-MG), inseriu na MP do Bem somente a dilatação do prazo para o pagamento das contribuições dos optantes do Simples. A pressão da Frente é justificada. A MP, agora Projeto de Lei de Conversão n° 23/2005, chegou ao Senado trancando a pauta e precisa ser aprovada até 13 de outubro para entrar em vigor como lei em 2006.

Empresa indeniza funcionário que tomou empréstimo para pagar o próprio salário

A

Justiça condenou a Agropecuária Anel Viário S/A, de Batatais, a pagar uma indenização de R$ 20 mil por danos morais a um ex-empregado por ter exigido dele que tomasse um empréstimo para pagar o próprio salário, alegando que não possuía recursos financeiros para cumprir a obrigação trabalhista. Além da exigência, a empresa não quitou a dívida contraída no banco, o que fez com que o

nome do ex-funcionário fosse incluído no cadastro de inadimplentes. A decisão se deu no julgamento de recurso ajuizado pelo empregador no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª Região, de Campinas, que manteve por unanimidade o entendimento da Vara do Trabalho de Batatais. Para a relatora do recurso, a juíza Elency Pereira Neves, a indenização é devida

Os Advogados,

OVIDIO LOPES GUIMARÃES JUNIOR JOEL EDUARDO DE OLIVEIRA ROGÉRIO PACILÉO NETO Comunicam a todos os clientes e colegas a mudança do Escritório de Advocacia Trabalhista para a Avenida Marquês de São Vicente, 121, Bloco B, 13º andar, conjunto 1301, Barra Funda, São Paulo, SP, CEP: 01139-001, Telefones: 11 3616-6544 - 3616-6546, a partir de 10/01/2005, onde estarão atendendo definifivamente.

Além disso, se os senadores alterarem o texto, ela deverá voltar para a Câmara, antes de ser sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A batalha para incluir a dilatação dos prazos das contribuições do Simples, INSS, PIS, Cofins e FGTS teve início em julho, quando os líderes do movimento se reuniram com Mattos, o secretário da Receita Federal do Brasil, Jorge Rachid, e o então presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE). Projeto - Paralelamente à luta pela ampliação das bondades na MP do Bem, integrantes do movimento se reunirão também com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para pedir a retir a d a d o P ro j e t o d e L e i n ° 1.427/03, que condiciona a inscrição, cancelamento, baixa ou alteração no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) das empresas à vistoria da matriz ou filial pela Receita e Junta Comercial. "Agora não depende mais de mim. Se os empresários quiserem pedir a rejeição do PL, deverão dar sugestões ao relator, que será nomeado pelo Senado", diz o autor do projeto, deputado Lobbe Neto (PSDB-SP). Laura Ignacio

Oposição tenta derrubar decreto que altera ITBI

A porque o empregado foi exposto à situação vexatória. "Não é aceitável que a empresa transfira para seus trabalhadores os ônus do seu negócio, e ainda prejudique aqueles que empreenderam suas forças de trabalho para que ela alcançasse seus objetivos comerciais". No recurso, a empresa se defendeu, alegando que o trabalhador fez o empréstimo por livre e espontânea vontade.

DC

ADVOCACIA TRABALHISTA EMPRESARIAL ESPECIALIZADA

MP DO BEM: BATALHA AGORA É NO SENADO

Romildo de Jesus/AE

Super-Receita sob protesto baiano

O

s técnicos da Receita Federal do Brasil em Salvador fizeram um protesto ontem, em frente ao Ministério da Fazenda, contra a Medida Provisória 258, que criou a SuperReceita. Amanhã, técnicos de todo o País decidem, em assembléia, se continuam a paralisação iniciada no dia 19. Na capital paulista e em Fortaleza, 30% dos servidores estão trabalhando por determinação da Justiça.

bancada de oposição ao prefeito José Serra (PSDB-SP) na Câmara Municipal de São Paulo vai tentar derrubar o decreto que regulamenta a cobrança do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis Inter-vivos (ITBI), que incide sobre as vendas de imóveis. O PT vai apresentar hoje um projeto de decreto legislativo para revogar a medida, que, desde o dia 5, permitiu à Prefeitura usar valores venais atualizados para calcular o tributo devido. A assessoria jurídica da bancada estuda ainda como questionar o Decreto nº 46.228 nos tribunais. "A correção deveria ser feita por lei, não por decreto", alegou o líder do PT na Câmara, João Antônio. "O governo mostra mais uma vez que dá com uma mão e tira com a outra. Compensa a perda da taxa do lixo com aluguel de postes, aumento de multas e, agora, do ITBI." "O PT tem uma enorme dificuldade de assimilar a competência administrativa. O governo está agindo para promover justiça tributária, o que é diferente de criar taxas", disse o líder do Governo, José Aníbal (PSDB). "Há uma defasagem evidente e reconhecida nos valores venais." (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

poLítica

JÁ SÃO 28 SEDES DO INCRA OCUPADAS. E OS SEM-TETO PROMETEM MAIS. Duda Pinto/Zero Hora/AE

Eymar Mascaro

Racha no PMDB

A

eleição de presidente da Câmara dos Deputados serve para expor o racha que há no PMDB. O partido não ganhou unanimidade nem mesmo quando passou a ter candidato próprio à sucessão de Severino Cavalcanti. Metade do partido aceitou votar no candidato próprio, Michel Temer, mas a outra metade decidiu ficar com o candidato do governo, Alado Rebelo (PCdoB). Portanto, o PMDB continua dividido entre governistas e oposicionistas. O partido tem uma bancada de 88 deputados e deve ganhar mais alguns até o dia 1º. O presidente do Senado, Renan Calheiros, que é do partido, prometeu levar metade dos votos peemedebistas para o candidato do governo. Mesmo depois de ter incentivado a candidatura de Michel Temer. Por isso está sendo chamado de traidor. Sabe-se que a candidatura de Aldo Rebelo foi lançada por Lula com o apoio de dois peemedebistas ilustres: Renan Calheiros e José Sarney. Por isso, Michel Temer não sentiu firmeza na manutenção de sua candidatura. Rachado, o PMDB deve continuar em 2006, quando o partido terá de decidir se participa da sucessão de Lula com candidato próprio ou se apóia candidato de outra legenda. Se depender da ala oposicionista, o PMDB lança candidato próprio.

Famílias de sem-terra desocupam fazenda em Livramento (RS) Wilton Junior/AE

UNIÃO

O PFL é o verdadeiro partido de oposição ao governo. É por isso que Lula não quer a eleição de um pefelista para a presidência da Câmara. Jorge Bornhausen, presidente nacional da sigla, não esconde o desejo de pedir o afastamento do presidente.

MAIS UM

Depois de Bornhausen, o prefeito do Rio, Cesar Maia, é o pefelista que mais defende um pedido de impeachment de Lula. Maia lembra que o presidente sabia de tudo que acontecia no governo envolvendo o PT e não tomou qualquer iniciativa.

DISPUTA

A exemplo de toda eleição, a presidência da Câmara dos Deputados está sendo disputada ente o candidato do governo (Aldo Rebelo) e o da oposição (Thomaz Nonô). A eleição, prevista para hoje, deve ser definida apenas no 2º turno, segundo estimativas dos deputados.

PROJEÇÃO

Deputados mais experientes acreditam que nenhum dos candidatos alcançará a maioria absoluta de votos no 1º turno (257, no mínimo, metade mais 1 dos votos de 513 deputados). O 2º turno parece ser inevitável. Com a manutenção de todas as candidaturas, não está afastada a hipótese de ocorrer novamente um "efeito Severino", que seria muito ruim para o governo.

DESISTÊNCIA

Falou-se muito nas últimas horas sobre a hipótese do presidente do PMDB, Michel Temer, renunciar à candidatura para apoiar o candidato de oposição, Thomaz Nonô. Mas, Temer procurava se esquivar de comentar o assunto, dizendo que continuava candidato. E reafirmou ontem sua disposição de disputar o pleito.

FILHOTE

Candidato de Severino Cavalcanti, Ciro Nogueira (PP-PI) espera alcançar no mínimo 120 votos para chegar ao 2º turno. Nogueira confia que terá 150 votos. O

cálculo é do baixo clero, grupo ao qual pertence o candidato. Ciro é afilhado de Severino Cavalcanti.

3ª VIA PP, PTB e PL passaram as últimas horas costurando a união das três bancadas para o grupo escolher um candidato de opção ao governista Aldo Rebelo e de oposição, José Thomaz Nonô. Os três partidos somam 144 votos.

Gustavo Miranda/Agência O Globo

PFL

PRESSÃO Thomaz Nonô, Aldo Rebelo e Michel Temer também passaram as últimas horas pendurados ao telefone caitituando os votos dos deputados. O alvo dos três é o mesmo: conseguir o apoio da trinca PP, PL e PTB. Afinal, são l44 votos que podem decidir a batalha.

TELEFONEMAS Quem andou trocando telefonemas com o exgovernador Luiz Antonio Fleury Filho (PTB) foi Geraldo Alckmin. O governador tucano, porém, garante que não chegou a pedir o voto de Fleury e de outros deputados do PTB para Thomaz Nonô.

FUTURO O deputado Vicente Cascione foi candidato a prefeito de Santos pelo PTB. Agora, Cascione pode tentar a prefeitura novamente pelo PMDB. O deputado trocou de partido. Justificou seu ato dizendo que muda de partido porque o ex-deputado cassado Roberto Jefferson continua mandando no PTB.

DEBANDADA O PT perdeu a condição de maior bancada na Câmara dos Deputados. Vários deputados deixaram o partido. Foram para o P-SOL da senadora Heloisa Helena, caso, por exemplo, de Ivan Valente. Também Plínio de Arruda Sampaio deixou o PT. Vai para o P-SOL. Pelo menos temporariamente.

APOIO Valter Pomar parece que se convenceu de que perdeu o 2º lugar nas eleições do PT para o ex-prefeito de Porto Alegre, Raul Pont. Antecipando-se à derrota, anunciada oficialmente ontem, Pomar já está recomendando aos petistas que são seus eleitores que votem em Raul Pont no 2º turno.

NA CPI O PT quer levar para dentro da CPI dos Bingos a corrupção que há no futebol brasileiro. Os oposicionistas são contra porque o foco das investigações podem mudar do governo para as coisas do futebol.

MST AMPLIA AÇÕES E REIVINDICA RESPOSTAS

O Cerca de 200 pessoas continuam ocupando a sede do Incra no Rio

O governo ainda teme pela vitória de José Thomaz Nonô, porque o seu partido, PFL, pode chegar ao pedido de impeachment do presidente Lula no bojo dos escândalos que envolvem o governo do PT. Nonô já jurou de pés juntos que não vai seguir nessa direção.

POLÍTICA - 3

PRONTO PARA A BRIGA – Vestido com o quimono que ganhou da delegação que participou do Mundial de Judô, o presidente Lula brincou, dizendo que estava "pronto para a briga". Hoje, ele deve enfrentar pressão dos sem-terra, na visita ao assentamento "Lulão", em Eunápolis (BA). O líder do MST João Paulo Rodrigues, que não descartou um protesto no local, disse que o MST espera de Lula "uma resposta condizente" às reivindicações.

DEPOIS DA INVASÃO, VERBA NO PONTAL.

U

m dia após terem invadido a fazenda do presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan Garcia, em Sandovalina, no Pontal do Paranapanema, extremo oeste de São Paulo, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) receberam ontem a boa notícia. O governo federal liberou verba de R$ 6 mil para cada família assentada na região. O dinheiro, explicou o militante Antonio Carlos Santos, destina-se a um programa de melhoria da qualidade das moradias nos assentamentos. "É verba a fundo perdido, não precisa pagar", dizia a cerca de 150 assentados e acampados que se reuniram, no início da tarde, na sede do Acampamento São Bento, em Mirante do Paranapanema. Muitos tinham saído dos barracos montados sobre o pasto, na fazenda Ipezal, do presidente da UDR, invadida na manhã de segunda-feira por 300 sem-terra. A fazenda fica na divisa do assentamento. O local do encontro é um centro de formação do MST com uma das paredes coberta pelo retrato do líder revolucionário Che Guevara. Pressão – Quando soube da reunião, convocada às pressas, Nabhan Garcia reagiu: "Está vendo? Era isso o que eles queriam, pressionar o governo para conseguir mais verba pública. O governo Lula é como feijão, põe na pressão, ele amolece."

Santos, do MST, explicou que a liberação da verba já estava prevista. "O programa é federal e se destina a famílias assentadas em todo o País. É dinheiro do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e será repassado pela Caixa Econômica Federal." Segundo ele, as 6 mil famílias assentadas no Pontal podem reivindicar os recursos para ampliação ou reforma de suas casas. Acordo – O militante do MST destacou que a chegada do programa ao Pontal deveu-se ao trabalho da Associação dos Municípios com Assentamentos do Pontal, com apoio do líder José Rainha Júnior, que havia firmado acordo com o promotor de Mirante de Paranapanema, Marcos Akira, suspendendo as ocupações por 30 dias. Em troca, foram suspensos os pedidos de prisão de Rainha e de outros quatro líderes. Ontem, o líder disse que não tinha "nada a ver" com a invasão, que considerava inoportuna. "Ressuscitaram a UDR e deram um palanque para o Nabhan. Eu não faria isso." A dirigente estadual Maria Aparecida Gonçalves, coordenadora do grupo que entrou na fazenda, disse que o MST não reconhece o acordo feito pelo grupo de Rainha. "Seguimos a orientação da direção nacional para fazer a jornada de lutas." Ela afirmou que o MST vai acatar a ordem de despejo, dada pelo juiz Francisco José Dias Gomes, da Vara Distrital de Pirapozinho. O prazo para a saída dos invasores é sexta-feira. (AE)

Movimento dos Trabalhadores Rur a i s S e m - Te r r a (MST) ampliou ontem, no segundo dia da jornada de lutas pela reforma agrária, as invasões de fazendas e prédios públicos em todo o País. De acordo com o balanço divulgado no fim da tarde estavam ocupados 28 escritórios do Incra em 17 Estados – eram 21 na segunda-feira. O número de invasões de fazendas subiu de seis para nove e de agências bancárias de oito para nove. Voltaram a ser ocupadas, segundo o movimento, seis praças de pedágio no Estado do Paraná. A equipe nacional de negociação do MST teve a primeira reunião com representantes do governo para apresentar as reivindicações, mas os resultados não foram o esperado. "O governo ouviu nossas preocupações, mas apresentou propostas muito genéricas, nada de concreto", afirmou João Paulo Rodrigues, da direção nacional do MST. "A nossa companheirada foi clara com o governo Lula: só deixamos as ocupações se tivermos uma resposta satisfatória." Participaram da reunião, em Brasília, quatro ministros , o presidente do Incra, Rolf Hackbart, e o secretário executivo do Ministério do Planejamento, João Bernardo de Azevedo Bringel. Impasse – Os integrantes do governo pediram a suspensão da reunião para avaliar as reivindicações. "Não queremos imaginar que o governo Lula não vai cumprir os acordos firmados com os trabalhadores", afirmou João Paulo Rodrigues. Diante do impasse, os coordenadores regionais do MST foram orientados a manter a mobilização. Estão previstas manifestações e novas invasões até o dia 30. No mesmo dia, em Presidente Venceslau, no Pontal do Paranapanema, o grupo ligado a José Rainha Júnior fará um protesto contra os presídios. As 400 pessoas ligadas ao MST continuaram ontem acampados na sede do Incra em São Paulo. Homens, mulheres e crianças estão desde a manhã de segunda-feira instalados na garagem e no auditório do prédio. Continuaram ocupadas também as sedes do Incra em Belo Horizonte – onde há 300 pessoas – e no Rio de Janeiro, ocupada por cerca de 200 integrantes do MST. Mais invasões –Em Pernambuco, o movimento reali-

zou uma megaoperação para protestar contra a morosidade na execução da reforma agrária. Cerca de 1.500 acampados e assentados ligados MST fizeram invasões e protestos no Estado. Os manifestantes ocuparam quatro escritórios do Incra e uma fazenda, bloquearam duas rodovias, protestaram e ocuparam a sede da Funai, na capital, e no Banco do Nordeste (BNB), em Petrolina. Cerca de dois mil agricultores ligados ao MST realizaram uma passeata pelas ruas de Maceió. Eles ocupam a sede do Incra e a Praça Sinimbu, onde quase três mil trabalhadores rurais estão acampados. Em Campo Grande, além de passeatas, quase 500 sem-teto invadiram ontem o prédio do Incra. As sedes das unidades do Incra nas cidades de Jardim e Dourados, Mato Grosso do Sul, também foram ocupadas e duas estradas interditadas. Os semterra prometem invadir várias fazendas durante a semana. Resposta – O Ministério do Desenvolvimento Agrário divulgou ontem nota oficial na qual contesta as reclamações feitas por dirigentes do MST e assegura que vem cumprindo o acordo firmado em maio. A única exceção informa a nota, refere-se à proposta de alteração dos índices de produtividade rural, ainda em avaliação. Na nota, o Ministério reafirma que mantém a meta de assentar 115 mil famílias este ano. De acordo com o texto, de janeiro a setembro foram assentadas 50 mil famílias. O Incra tem terra para assentar outras 32 mil famílias. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO O prazer tem de estar atrelado ao ´business´. Curto muito a vida. Ângela Hirata, na Folha de S. Paulo, ontem. Ângela é a executiva que assumiu o risco de internacionalizar as Alpargatas e tomou a decisão de vender as sandálias havaianas nas Galeries Lafayette, em Paris.

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quarta-feira, 28 de setembro de 2005 Reprodução

SETEMBRO

2 -.LOGO

28 Recolhimento do IRRF. Brigitte Bardot faz 71 anos. Há 100 anos Einstein publicava a Teoria da Relatividade.

V ENEZUELA C A R T A Z

JAZZ

O guitarrista Stanley Jordan toca hoje e amanhã no Bourbon. Faz jazz pop e ensaia bossa nova. São 120 minutos garantidos de boa música instrumental. Bourbon Street Music Club. Rua dos Chanés, 122. Telefone: 32880136. Às 22h. R$ 90,00 a R$ 120,00.

Divulgação

POP

C HILE

F OTOGRAFIA

Há 6 anos, o norte-americano Bernard Kaiser vasculha a ilha chilena de Juan Fernández, no Pacífico. No cenário da lenda Robinson Crusoé, imortalizada na novela de Alexander Selkirk, ele pretendia encontrar um tesouro enterrado ali no século 17 com toneladas de ouro e jóias dos incas, estimadas em US$ 10 bilhões. Mas, na semana passada, a empresa chilena Warner Technologies assegurou ter detectado as jóias, usando um robô – 'Arturzinho' (mesmo nome do robô de Guerra nas Estrelas). A controvérsia agora é saber a quem pertence o tesouro.

Gabriel Bouys/AFP

O tesouro da ilha de Ano de Sebastião Robinson Crusoé Salgado na França

Chávez adota política da expropriação. Seu pai também. Objetivo do presidente é "mudar o modelo de produção" do país

A

Assembléia Nacional da Venezuela declarou de "utilidade pública" uma empresa siderúrgica no Estado de Zulia, o que representa um passo prévio para decretar sua expropriação. O Complexo Industrial Sideroca-Proacero, no Estado de Zulia, a cerca de 650 quilômetros da capital, foi não funciona há seis anos, segundo a Assembléia Nacional. A empresa produz fibra de carbono para a indústria petrolífera e sua reativação geraria cerca de 500 empregos diretos e outros 300 indiretos.

O presidente Hugo Chávez, que se declara socialista, afirmou em julho passado que a expropriação representa um passo importante nos planos do governo de "mudar o modelo de produção". A Constituição venezuelana respeita a propriedade privada, mas prevê que "em casos de utilidade pública ou interesse social mediante sentença firme e pagamento oportuno de justa indenização, poderá ser declarada a expropriação de qualquer classe de bens". Este foi o caso em que a siderúrgica foi enquadrada. Na quarta-feira, Hugo de

los Reyes Chávez, pai do presidente e governador do Estado de Barinas, já havia decretado a expropriação de uma das instalações industriais da Empresas Polar, o maior grupo do país nas áreas de alimentos e bebidas. Os portavozes das Empresas Polar não foram encontrados para comentar a medida. "Foi decretada a expropriação forçada dos bens da empresa Ramavenca (filial da Polar em Barinas)" devido à "paralisação das atividades produtivas da mencionada instalação a partir de 2002", disse o governador. (AE)

Enrique Marcarian/Reuters

O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado é destaque do Ano do Brasil na França. Sua exposição Territórios e Vidas passa a integrar a programação da Bibliothèque Nationale, em Paris, a partir de amanhã. As fotos de Salgado, que retratam principalmente personagens da Amazônia, ficam expostas até 15 de janeiro.

Surfe, arte com todas as cores O mercado de arte surfe movimenta US$ 20 bilhões por ano no mundo e pelo menos US$ 1 bilhão no Brasil. Uma mostra desse mercado, que envolve telas, filmes, esculturas, livros, fotografias, indústria de moda e fábricas de pranchas pode ser visto em uma mostra no MIS até dia 9 de outubro.

www.bnf.fr

Fran Caffrey/Newsfile/AFP

N EGÓCIOS

Segredos de um mercado promissor

www.worldtoilet.org I RAQUE

Os números da reforma agrária

A Al-Qaeda no Iraque negou ontem que Abdullah Abu Azzam seja o segundo homem na hierarquia da organização terrorista e disse que sua morte "não foi confirmada". O Exército dos EUA havia garantido ter matado Abu Azzam. Num comunicado na internet, o portavoz do Al-Qaeda no Iraque, Abu Maysara al-Iraqi, afirmou que "Abu Azzam é o líder de um de seus batalhões operando em Bagdá." Ele classificou a divulgação da morte do líder pelos EUA como "uma tentativa fútil de elevar o moral das suas tropas".

A reforma agrária brasileira é destaque do noticiário de ontem da agência latino-americana La Prensa Latina. A agência destaca a decisão do ministro Miguel Rosetto de assentar 400 mil famílias depois que 15 mil integrantes do MST ocuparam 21 propriedades do Incra em seis estados. A agência faz um balanço da reforma agrária este ano: 794 conflitos de terra envolvendo 615. 260 pessoas, 10.990 famílias despejadas por ordem judicial, 1.664 expulsas por proprietários de terras e 1.412 ameaçadas por seguranças armados.

G @DGET DU JOUR

F AVORITOS

MP3 que cabe na De olho na Câmara caixinha de fósforos dos Deputados

Divulgação

www.mpio.com

ALTO RISCO - Pinguins num campo minado das Ilhas Falkland, em foto divulgada ontem. Há 25.000 minas no terreno, colocadas pela Argentina durante a guerra das Malvinas com a Inglaterra, em 1982. A Inglaterra venceu e renomeou as ilhas.

1905: o ano em que o tudo mudou

H

Foi um impacto filosófico gigantesco, mudou nossa concepção do tempo e do espaço absolutos. O modo como entendemos o tempo e o espaço é decorrente do fato de estarmos em baixa velocidade. A relatividade permitiu explorar a energia nuclear e criar da bomba atômica. É uma grande mudança, com alto poder de destruição, alteram nossa O uso destrutivo da teoria desagradou Einstein e ele se tornou um pacifista.

É possível explicar a teoria da relatividade de forma simples? Einstein queria explicar o comportamento de corpos em alta velocidade. Ele imaginou o que seria viajar à velocidade da luz (aproximadamente 1,8 bilhão de quilômetros por hora) e, descobriu vários conceitos novos, como o de simultaneidade: dois eventos simultâneos são percebi-

dos de modo diferente por um observador estático e outro em movimento. Ele também descobriu coisas que não percebemos porque nossa velocidade é baixa, como a contração do espaço e a dilatação do tempo. Ou seja, o tempo é relativo. Por isso, teoria da relatividade. A descoberta trouxe mudanças para a vida cotidiana?

A teoria foi superada? A teoria da relatividade é básica para explicar a maioria dos fenômenos, ela concilia, por exemplo, as teorias eletromagnéticas com as mecânicas. Einstein conseguiu explicar a origem da gravidade. Todo seu trabalho é essencial para a pesquisa em física. (Heci Regina Candiani)

Aventura radical. Investimento idem. Considerada por muitos como o manual fundamental dos esportes outdoors, a revista norte-americana Outside ganhou recentemente uma versão brasileira, a Go Outside que este mês mostra quanto custa a estréia num dos esportes radicais mais populares do momento. O que menos pesa no bolso é o skate. Os gastos previstos incluem os equipamentos. Mas o iniciante ainda precisa investir em treinamento e itens de segurança. A revista é da Editora 3. http://editora3.terra.com.br/ L OTERIAS Concurso 1504 da QUINA

Einstein é tema de mostra no Centro de Cultura Judaica www.culturajudaica.org.br

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Concurso 391 da DUPLA SENA

A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

1º sorteio 04

ONGs acusam o Brasil de limitar a participação da sociedade civil em decisões da ONU

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Cientistas criticam governo, que demora a regulamentar pesquisa sobre transgênicos

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www.camara.gov.br/internet/ deputado/

Reprodução

á cem anos, Albert Einstein (18791955) revolucionou física com a publicação da teoria da relatividade. O físico da Unicamp Marcelo Knobel explica que, no mesmo ano, Einstein publicou três outros trabalhos importantes, trabalhando apenas nas horas vagas e produziu outros conhecimentos relevantes. "O que ilustra isso é o fato de que ele não recebeu o Prêmio Nobel pela teoria da relatividade, mas pela explicação do efeito fotoeléctrico", conta Knobel.

L

Relacionar deputados e seus partidos não é das tarefas mais fáceis, especialmente em épocas de muitas mudanças de partido, escândalos, CPIs e mensalão. No site da Câmara dos Deputados é possível encontrar essas e outras informações sobre os deputados. Uma das opções é começar a pesquisa pelo nome do deputado federal. Além do partido, a busca também traz um resumo dos projetos de autoria do parlamentar.

MARCELO KNOBEL

B ATE-PRONTO

B RAZIL COM Z

Al-Qaeda nega morte de número 2

A coreana MPIO lançou um aparelho de MP3 que mede 50x30 milímetros, mas pode armazenar um GB e vem com um gravador digital de voz embutido. Nos EUA, o MPIO FL300 sai por US$ 154,99.

www.mostradosurf.com.br

L

Jack Sim (ao lado) é o fundador da World Toilet Organization que realiza, esta semana, em Belfast, na Irlanda, o primeiro encontro anual dos empresários e profissionais do setor. O objetivo do encontro é discutir as possibilidades de negócios e padrões para lavatórios públicos em todo o mundo.

E SPORTES Divulgação

E M

TCU amplia auditoria no projeto que prevê a transposição do rio São Francisco

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.CAMPINAS

em Campinas

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

Fotos de Marcos Peron/Virtual Photo

LEGISLATIVO

Uma semana de caos na nova Câmara

ÓRBITA

SEM FILA

H

Vereadores preferem trabalhar em casa, já que nos gabinetes faltam telefones, tomadas e a iluminação é insuficiente

A

Sebastião dos Santos mostra a tomada única de sua sala

mudança dos vereadores para o novo prédio da Câmara Municipal completa hoje uma semana. O fato foi muito comemorado pela presidência da Casa. "É um momento histórico que todos aguardavam", disse Dário Saadi (PSDB). Mas nem todos estão tão felizes com a mudança de endereço. Os funcionários da Câmara e os próprios vereadores reclamam da falta de estrutura para trabalhar. Nos corredores os funcionários da manutenção ainda carregam móveis para lá e para cá. Algumas paredes estão recebendo a última mão de tinta. E bem ao lado dos gabinetes está instalado um verdadeiro canteiro de obras. Tudo isso faz barulho e atrapalha o trabalho de funcionários, dos assessores e dos próprios vereadores. "Aquilo lá ainda está em obras, não teria a menor condição de receber os gabinetes agora", diz Petterson Prado (PPS). Cada um dos 33 gabinetes no prédio da nova Câmara de Campinas tem apenas uma tomada. Por conta disso, é possível ver, em praticamente todas as salas, um emaranhado de fios. São extensões para que os computadores possam ser ligados. Além disso, na maioria dos gabinetes existe apenas um bico de luz. Com as divisórias instaladas para separar os espaços, alguns ambientes ficaram às escuras. Este é o caso da recepção do gabinete do vereador Artur Orsi (PSDB) e da sala do vereador Sebastião dos Santos (PMDB). Esta semana foram colocados mais pontos de iluminação, mas isso não resolveu o problema por completo. "Ainda existem pontos do gabinete às escuras e em dias nublados ou ao entardecer não conseguimos mais trabalhar", diz Roger Prado, chefe de gabinete do vereador Petterson Prado. Nem mesmo os telefones funcionam direito. Algumas poucas linhas foram instaladas. "Na sala do vereador, por exemplo, ainda não tem telefone", conta Roger Prado. Por conta disso, Prado nem está indo ao novo espaço. "Por falta de condições mínimas, estou trabalhando em casa ", diz o vereador. Prado acredita que a mudança de endereço foi precipitada. "Poderíamos ter esperado um pouco e ter mudado com tudo pronto. 20 dias a mais no prédio antigo não faria diferença", acredita. A opinião é compartilhada pelo tucano Orsi. "Do jeito que está aqui preferia ter ficado no prédio antigo. Lá era menor, mas as coisas funcionavam", diz. Para Sebastião dos Santos, a mudança poderia ter esperado até o final do ano. "A mudança poderia ter ficado para dezembro, quando há o recesso. Assim daria tempo de tudo ficar pronto e não iríamos fazer tudo atropelado", enfatiza. Saadi, por sua vez, defende a mudança alegando que os vereadores concordaram com a data. Além disso, afirma o presidente, não faria diferença adiar a transferência de prédio. "Qualquer mudança causa transtornos. Ainda mais em se tratando de 33 gabinetes. Mas até o final da semana tudo estará resolvido", garante Saadi. Mudança em partes – O novo prédio está abrigando, neste primeiro momento, os gabinetes dos 33 vereadores, a parte administrativa e o almoxarifado. Já o Plenário, onde são realizadas as reuniões ordinárias, continuará funcionando no prédio antigo, anexo ao da Prefeitura, na avenida Anchieta, 200. Isso porque o novo plenário vai funcionar em um prédio anexo ao novo legislativo e este ainda precisa ser licitado e construído. A sala da presidência e a biblioteca, que também ficarão no anexo, continuam no endereço antigo. Cristiane Prezotto

A falta de infra-estrutura atrapalha o desempenho de vereadores, funcionários e assessores

SAÚDE

A

Camucim, rua que faz a ligação do bairro Vida Nova com as avenidas Pedro Degressi Júnior e Ruy Rodrigues. Esse era um pedido antigo dos moradores do Ouro Verde, considerado carente de infra-estrutura.

Acic e o Plano Albert Sabin inauguram hoje, às 10 horas, o ambulatório Acic Saúde Sabin. Instalado na Acic, no centro, atende aos conveniados do plano Acic Saúde e oferece as especialidades de clínica geral e ginecologia. Voltado a comerciantes e empresários ligados a Acic, pretende personalizar e oferecer comodidade à classe comercial. O ambulatório funcionará a partir de segunda-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h. Fone: 32324001 ou e-mail: acicsaude@acicnet.org.br.

A "Do jeito que está preferia ter ficado no prédio antigo. Era mais funcional", diz Artur Orsi

EXPEDIENTE

Alguns gabinetes, como o do vereador Jorge Schneider, ficam às escuras

Pedalando em Ouro Verde

região do Ouro Verde, na zona sudoeste da cidade, ganhará uma ciclovia na segunda quinzena de outubro, de acordo com a prefeitura. A via para bicicletas vai ficar nas pistas da avenida

oje vence o prazo para que as agências bancárias de Campinas passem a cumprir a legislação municipal que limita o tempo de espera em filas. A lei sancionada e publicada no dia 28 de julho previa um prazo de 60 dias para que os bancos se ajustassem às exigências. A legislação prevê tempo de espera máximo nas filas de banco de 15 minutos em dias úteis, 25 minutos em vésperas ou logo após feriados prolongados e 30 minutos nos dias de pagamento de funcionários públicos de qualquer esfera. Os bancos que não cumprirem a determinação receberão advertência, multas e cassação do alvará de funcionamento. O controle do tempo de espera será feito por meio de senhas eletrônicas, apresentadas ao usuário das agências bancárias no momento de sua chegada e quando for atendido. A fiscalização da lei é de responsabilidade do Procon. Hoje não dará para conferir a eficiência da lei. As agências bancárias da cidade estarão fechadas ao público hoje, diz o Sindicato dos Bancários. A categoria faz hoje uma greve de 24 horas. O autoatendimento estará funcionando. Os bancários querem reposição de 11,77% e aumento real de 5,75%.

A ciclovia será construída com a utilização de um material especial, o mesmo usado em quadras de tênis, para destacá-la do resto do pavimento e chamar a atenção dos motoristas. Ela será implantada nos dois sentidos da Camucim, perfazendo um total de cinco quilômetros de extensão, e 1,50 metro de largura. Uma faixa branca contendo esferas amarelas, que refletem no período noturno, será colocada na junção da ciclovia com a pista normal da via para

impedir que seja invadida por veículos. As bicicletas também estarão livres para tomar o campus da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) no dia dois de outubro. Na data será realizado o Pedalando na Unicamp, evento que tem o objetivo de estimular o uso da bicicleta no campus universitário como meio de transporte e criar o hábito da prática da atividade física. O Pedalando na Unicamp está em sua segunda edição.

No dia, os ciclistas irão percorrer 7 quilômetros. A condição para participar é levar um quilo de alimento não perecível que será doado para instituições assistenciais. No ano passado, participaram do evento cerca de 1000 pessoas e a expectativa para este ano é de um público de 1500 pessoas. O Pedalando na Unicamp tem saída marcada para as 9:00 horas do estacionamento do Ginásio Multidisciplinar. O evento é aberto ao público em geral.

Diretoria Executiva (2004 - 2007) Presidente Guilherme Campos Júnior 1º Vice-Presidente Gilberto Rocha da Silveira Bueno 2º Vice-Presidente Carlos Francisco Simões Correia Assinaturas do Diário do Comércio (0xx19) 2104-9276 Departamento de Sócios Serviço de Atendimento ao Usuário, Convênios e Parcerias (19) 2104-9271/ 9272/ 9273 associados@acicnet.org.br Assessoria de Imprensa (19) 2104-9215/ 9216 imprensa@acicnet.org.br Página na Web www.acicnet.org.br Rua José Paulino, 1111, Campinas, SP - CEP 13013-001 PABX: 2104-9200


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.POLÍTICA

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

A SEGUNDA DEFESA DE DIRCEU, OS NEGÓCIOS DE TOLENTINO E O CAIXA 2 DO PT, SEGUNDO MAGLIA.

DIRCEU AINDA ESPERA A SALVAÇÃO DO MANDATO Celso Junior/AE

apartamento alugado onde mora a mãe dele pertença à Ângela. Segundo Tolentino, Guimarães não só sabe como foi ele quem pediu ao advogado para emprestar o dinheiro a Ângela para a compra do imóvel. O deputado Arnaldo Faria de Sá (PP-SP) sugeriu à CPMI que promova uma acareação entre Guimarães e Tolentino. "A minha história é a verdadeira", garantiu o advogado. Pagamento – O advogado disse também que o deputado José Mentor (PT-SP), relator da CPI do Banestado, recebeu R$ 120 mil como pagamento por serviço prestado para Marcos Valério. O pagamento teria sido feito pela empresa

O

advogado Rogério Tolentino confirmou ontem na CPMI dos Correios ter comprado um apartamento no valor de R$ 115 mil de Ângela Saragosa, ex-mulher do deputado José Dirceu (PT-SP). Tolentino, que é sócio do empresário Marcos Valério, disse que soube que Ângela queria vender o apartamento e decidiu comprar "para investir". Tolentino desmentiu o expresidente do Banco Popular Ivan Guimarães, que disse à comissão desconhecer que o

cessidade de explicar questões jurídicas que envolvem as empresas de Valério no Brasil. O ex-deputado Roberto Jefferson afirmou que Valério nessas viagens se apresentava como "representante do PT". Não sabia – O advogado, que defende empresas de Valério há 18 anos, afirmou ter feito um empréstimo de R$ 10 milhões junto ao BMG a pedido de Valério e que não sabia que o dinheiro na verdade destinava-se ao PT. Tolentino disse que fez o empréstimo em nome de sua empresa de advocacia e que no mesmo dia repassou o dinheiro a Valério por meio de três cheques. (Agências)

2S Participações. Tolentino explicou que o contato para os trabalhos foram feitos por ele e disse acreditar que, talvez por isso, Mentor tenha "se confundido" ao dizer que o pagamento teria sido feito por sua empresa. Em depoimento na Polícia Federal, Mentor alegou que os recursos seriam referentes ao pagamento por um estudo jurídico que elaborou para Tolentino. Portugal – Tolentino afirmou ter ido três vezes a Portugal acompanhado de Valério. Segundo o advogado, as viagens tinham objetivos comerciais e por isso houve vários encontros com a Portugal Telecom. A presença de Tolentino se justificaria para o caso de haver ne-

Greenhalgh depõe hoje sobre suposto esquema de corrupção CPMI adia para amanhã o depoimento de Mauricio Marinho

Delúbio

Pereira

Valério

Mendonça

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, se recusou a nomear sacadores das contas de Valério na CPMI dos Correios. Na CPMI do Mensalão, ele não explicou pagamentos a Duda e disse que José Dirceu não negociou dívidas do PT.

Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Assumiu ter negociado cargos; saiu do PT, depois da descoberta de que ganhou um Land Rover da GDK . Valério disse que ele sabia dos empréstimos repassados ao diretório nacional.

Marcos Valério, dono da SMP&B e da DNA. Movimentação bancária mostra saques de vários políticos e assessores, num total de R$ 55 milhões. Disse na CPMI do Mensalão que o aval de Dirceu foi confirmado por Delúbio.

O publicitário Duda Mendonça, da DM9, confirmou ter recebido dinheiro de Marcos Valério no exterior. Os repasses, segundo ele, eram para pagar dívidas do PT, das campanhas eleitorais de 2002. Valério negou a versão de Duda.

Palmieri

Osório Batista

Jefferson

Lamas

Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB, depôs no dia 16 de agosto na CPMI do Mensalão e revelou que esteve em Portugal com Marcos Valério para obter recursos da Portugal Telecom para pagar dívidas do PT e do PTB.

Antônio Osório Batista, diretor afastado dos Correios por ter sido citado por Marinho na gravação. Depôs na CPMI e afirmou que Jefferson pediu dinheiro aos diretores da estatal para fazer caixa de campanha.

A Câmara cassou o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que perdeu os seus direitos políticos até 2015, por 313 votos a favor e 156 contra. Ele foi cassado por quebra de decoro parlamentar, tráfico de influência e crime eleitoral.

O ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, confirmou em depoimento à CPMI do Mensalão que foi algumas vezes a Belo Horizonte buscar dinheiro a pedido do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.

Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério. Depôs na CPMI e contestou as versões de seu ex-patrão para os grandes saques bancários. De olho numa das 513 cadeiras da Câmara, Karina se filiou ao PMDB e pretende se candidatar à deputada federal em 2006.

Genoino

Jefferson

Duda

Roosewelt Pinheiro/ABr

Karina

Roosewelt Pinheiro/ABr

Galeria de personagens Roosewelt Pinheiro/ABr

Donizete de Carvalho Rosa (diretor-superintendente do Serpro). Na época eles eram, respectivamente, secretário da Casa Civil e secretário municipal de Ribeirão Preto na administração do atual ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Segundo Maglia, eram emitidos boletos bancários em nome da Leão Leão sem nota fiscal. Quem pedia os serviços era Juscelino Dourado. Em 2000, informou, houve emissão de notas no valor de R$ 300 mil. Ele contou que a orientação era para que esse Adriano Machado/Folha Imagem dinheiro arrecadado fosse investido em dólares. O líder do PFL, senador José Agripino (RN), disse que Maglia "soa verdadeiro." O senador Flávio Arns (PT-PR) Maglia: empresas faziam negócios nas eleições. t e n t o u d e s acreditar o deboletos emitidos pela Villim- poimento, apresentando dapress que eram enviados para dos de processo judicial contra vários bancos, mas cujos valo- Maglia. O processo, movido res não eram lançados na con- por um diretor-executivo da tabilidade. Ele forneceu a rela- Villimpress, acusa Maglia de ção desses bancos à CPI e con- ter praticado desfalque de certou ainda que havia uma ope- ca de R$ 4 milhões – acusação r a ç ã o c h a m a d a P F, q u e repelida pelo depoente. significava "pedido por fora", Outro lado – A CPI dos Binpara efetuar parte das opera- gos ouviu ontem também Roções irregulares entre a Villim- sa, que negou as acusações de press e a Leão Leão. Maglia. Ele confirmou, entreSó em eleição – O ex-geren- tanto, que sua campanha a vete disse ainda que as duas em- reador foi feita pela Vilimpresas só faziam negócios em press, mas disse que nunca época de eleição e que as prin- houve caixa 2. "Essa história é cipais autoridades públicas en- mentirosa, não sei por que ele volvidas nesse esquema eram inventou isso", assegurou RoJuscelino Antonio Dourado e sa. (Agências) uciano Maglia, ex-gerente financeiro da Villimpress, Indústria e Comércio Gráficos, disse ontem à CPI dos Bingos, que eram emitidos de R$ 25 mil a R$ 30 mil por mês em notas da Villimpress para a Leão Leão, empresa de coleta de lixo de Ribeirão Preto (SP). A operação entre as empresas teria o objetivo de angariar fundos para as campanhas do PT, inclusive a de 2002, que elegeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, utilizando caixa 2. Maglia explicou que havia

TOLENTINO CONFIRMA NEGÓCIO COM EX-MULHER DE DIRCEU

Valter Campanato/ABr

OS FUNDOS DO CAIXA 2 DO PT EM RIBEIRÃO L

Laycer Tomaz/Agência Câmara

Dirceu (à esq.) nega que sabia do mensalão. Tolentino (acima) diz que Marcos Valério nunca foi emissário do PT ou do governo.

Roosewelt Pinheiro/ABr

empréstimos no Banco Rural e no BMG que teriam servido para encobrir o esquema de caixa 2 e propina. Bancos – O ex-ministro admite que recebeu representantes dos dois bancos em audiências, mas nega qualquer relação entre esses encontros e o esquema montado pelo extesoureiro do PT Delúbio Soares e Valério. Mais do que isso: nega que tivesse qualquer conhecimento de que parlamentares do PT e de outros partidos aliados estivessem retirando dinheiro nas agências do Rural sob orientação de Delúbio. "Eu não sabia que deputados pegavam dinheiro no Banco Rural", disse o ex-ministro. Para Dirceu, a CPMI sequer provou a existência de um "mensalão" pago a parlamentares como retribuição ao apoio dado ao governo. Tudo se restringiria, segundo ele, a um mero esquema de caixa 2, mas nem disso ele admite ter conhecimento. O deputado pediu ao corregedor o arquivamento do processo contra ele. Dirceu disse ainda que um cheque com o mesmo número daquele supostamente descontado por seu assessor Roberto Marques das contas de Valério foi retirado do Banco Rural por outra pessoa. Por esse motivo, ele acredita que a CPMI dos Correios vai verificar que o documento enviado pelo banco à comissão, demonstrando o saque de R$ 50 mil por Marques, é falso. Após o depoimento, Dirceu criticou o Conselho de Ética pelo fato de o órgão ter se antecipado e julgado se seria possível aceitar uma representação do PTB para retirar os processos contra ele e o líder do PL, Sandro Mabel (GO). Ele chamou a decisão de arbritária. (Agências)

Valter Campanato/ABr

O

deputado e ex-ministro José Dirceu (PT-SP) garantiu ontem que não renunciará ao mandato e que irá até o final do processo de cassação declarando-se inocente das acusações feitas pelas CPMIs dos Correios e do Mensalão. "Não estou interessado e desconheço a existência de um acordo. Todo mundo sabe que não vou renunciar e a Câmara vai me inocentar", disse ele, depois de prestar depoimento no Conselho de Ética no processo em que é acusado de quebra de decoro parlamentar. O processo foi aberto por representação do PTB, que acusava Dirceu de de comandar um esquema de compra de votos de parlamentares no Congresso. Mas o partido retirou a representação depois que o então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) perdeu o mandato, também por quebra de decoro. O ex-ministro chegou a sugerir que sua cassação, se aprovada, se assemelharia a um ato ditatorial, à revelia do estado de direito. "Todo julgamento político tem de ter provas, senão estamos na ditadura." "O que se está julgando é a minha história e o projeto político que estamos construindo para o Brasil", analisou. Provas artificiais – Em seu depoimento ao corregedor, Dirceu disse que os relatores das CPMIs tentaram criar artificialmente provas contra ele, atribuindo às testemunhas afirmações que não teriam sido feitas. "Colocaram na boca do Marcos Valério e da Renilda Souza (mulher de Valério) afirmações que eles nunca fizeram", disse Dirceu, dando como exemplo três supostas afirmações do casal que balizaram o pedido de cassação, como a de que o ex-ministro sabia dos

Gushiken

Genu

Toninho

Ferreira

Guimarães

Costa Neto

Genoino

Marcos Vinícius Ferreira, genro de Roberto Jefferson e suposto canal do PTB com os Correios. Senado estuda pedir a quebra de seu sigilo bancário. A CPMI dos Correios ainda não remarcou seu depoimento.

O ex-presidente do Banco Popular do Brasil Ivan Guimarães negou à CPMI dos Correios que sua indicação para o cargo no banco tenha sido feita pelo PT. Ele anunciou aos integrantes da comissão que vai se desfiliar do PT.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, se recusou em seu depoimento à CPMI da Compra de Votos a revelar nomes de empresas e pessoas físicas para as quais teria repassado supostos R$ 6,5 milhões recebidos de Marcos Valério.

O ex-presidente do PT José Genoino depôs na CPMI do Mensalão e disse que desconhece a existência de caixa 2 no partido e que o PT não compra votos em troca de aprovação de projetos de interesse do governo.

Gushiken

Salmeron

Toninho da Barcelona

Marinho

Luiz Gushiken, chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Acusado de usar influência sobre os fundos de pensão de estatais, Gushiken depôs na CPMI dos Correios e negou as acusações.

Roberto Salmeron, ex-presidente da Eletronorte e ex-vice-presidente dos Correios. De acordo com o depoimento de Osório Batista, Jefferson e Salmeron teriam assistido à gravação um dia antes de ter sido divulgada à imprensa.

O doleiro Antônio Oliveira Claramunt negou que tenha prestado serviços ao PT ou a outros partidos, Mas, no mês passado, disse que operava para o PT durante a campanha de 2002, trocando dólares por reais.

Maurício Marinho, ex-chefe de Contratação e Administração dos Correios. Flagrado em gravação recebendo propina de R$ 3 mil, o pivô da crise foi reconvocado pela CPMI dos Correios para depor. Foi demitido da estatal por justa causa.

Gonçalves

Genu

Dipp

Marschner

Luiz Otávio Gonçalves, diretor da Skymaster, admitiu que pediu ajuda de Silvio Pereira para evitar que sua empresa perdesse o contrato com os Correios. A CPMI dos Correios ouviu também outros três representantes da empresa.

João Cláudio Genu, ex-assessor de José Janene (PP-PR). Ele negou que tenha recebido mais de R$ 4 milhões que Valério diz ter dado a Janene, mas admitiu que poderia haver mais dinheiro do que os R$ 700 mil declarados nos recibos do banco.

Airton Dipp, ex-presidente dos Correios, confirmou na CPMI dos Correios encontro com Silvio Pereira e a influência de Luiz Gushiken na estatal, através da nomeação de três dos cinco membros de uma comissão de análise de publicidade.

Haroldo Marschner, um dos donos da Precision Componentes. Ele disse que teria recebido pedido de suborno de Maurício Marinho, para poupar a sua empresa da aplicação de multa por atraso na entrega de material.

PASSO-A-PASSO DAS INVESTIGAÇÕES

CPMI do Mensalão

Conselho de Ética

CPI dos Bingos

A CPMI adiou todos os depoimentos que colheria ontem e hoje e os remarcou para outubro: do presidente do Citibank Gustavo Marin, do procurador-geral do Citigroup Sérgio Spinelli, de José Luís Alves, que aparece na lista de sacadores de Marcos Valério, e do ex-presidente da Casa da Moeda Manoel Severino.

O deputado José Dirceu (PT-SP) prestou depoimento ontem no Conselho e reafirmou sua inocência, dizendo que não é réu confesso e que não há provas contra ele. Dirceu é acusado de conseguir os recursos destinados ao suposto "mensalão" pago a parlamentares em troca de apoio ao governo.

A CPI adiou para outubro a acareação entre Waldomiro Diniz, Carlos Cachoeira, Rogério Tadeu Buratti, Enrico Gianelli e Marcelo Rovai, marcada inicialmente para hoje. Todos já prestaram depoimento à comissão. A comissão ouve hoje Vladimir Poleto, que tem ligações com Rogério Buratti.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

POLÍTICA - 5

RAUL PONT VAI PARA A DISPUTA COM BERZOINI. MALUF DEIXA A PRISÃO APÓS AMEAÇA DE INFARTO.

CAMPO MAJORITÁRIO ENCOLHE NO PT Ed Ferreira/AE

U

Ex-petistas (a partir da esq.): deputados Orlando Fantazzini, João Alfredo, Ivan Valente e Maninha. Jonne Roriz/AE

Presidente interino do PT, Tarso Genro, durante divulgação do resultado final das eleições internas.

MALUF PASSA BEM Robson Fernandes/AE

comum ao lado do filho Flávio. A Justiça Federal pode determinar que o ex-prefeito fique internado em algum hospital militar, mas a juíza Silvia Maria Rocha, da 2ª Vara Criminal de São Paulo, ainda não tomou uma decisão. O ex-prefeito está sob os cuidados do cardiologista Roberto Kalil (o mesmo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva) e assistido pela equipe do Incor, chefiada pelo Dr. José Carlos Nicolau. Jaqueline Maluf, esposa de Flávio, no Incor. O advogado de Maluf, José Roberto Batochio, Maluf está proibida de deixar explicou que Maluf está muito o país . Paulo Maluf e o filho preocupado com as denúncias Flávio são investigados por contra sua mulher Sylvia - sus- corrupção passiva, lavagem peita de movimentar cerca de de dinheiro, formação de quaR$ 5,9 milhões em um banco drilha e evasão de divisas. Fláfrancês. A conta seria parte de vio Maluf continua preso na um esquema de lavagem de sede da Polícia Federal, em dinheiro internacional. Sylvia São Paulo. (Agências) DC

A

larme falso. Depois de sentir dores no peito, o ex-prefeito Paulo Maluf deixou a carceragem da Polícia Federal em São Paulo– de ambulância– rumo ao Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas, onde foi internado e submetido a um cateterismo. O exame constatou que as artérias estavam "dilatadas e tortuosas", mas os médicos não observaram "lesões obstrutivas graves", o que caracteriza doença coronariana. Somado à avaliação clínica e laboratorial, o exame descartou a ocorrência de infarto agudo do miocárdio. Por ser um coronariopata crônico, o ex-prefeito seguirá em tratamento medicamentoso e permanecerá internado na Unidade Clínica de Coronariopatia Aguda do Incor, por mais alguns dias, para se recuperar do cateterismo. Os advogados de Maluf aproveitaram a fragilidade de sua saúde e pediram à Justiça Federal para que ele não volte mais à carceragem da Polícia Federal onde dividia uma cela

ma vantagem de 297 votos assegurou ao deputado estadual Raul Pont, da Democracia Socialista, o direito de disputar o segundo turno da sucessão presidencial petista contra Ricardo Berzoini, representante do Campo Majoritário. Pont obteve 43.190 votos (14,7%) e ultrapassou Valter Pomar, da Articulação de Esquerda, na reta final da apuração das eleições internas do PT realizadas no dia 18. O resultado confirma o encolhimento do Campo, que controla o partido há 10 anos. O grupo perdeu 7 vagas no Diretório Nacional e sua maioria absoluta. Das 81 vagas da instância máxima do PT, o Campo Majoritário caiu de 41 para 34. Saíram fortalecidas das urnas correntes de centro e esquerda. O apoio dessas correntes é agora fundamental para decidir a corrida para a presidência do partido. O novo round será no dia 9 de outubro. Com 42.911 votos (14 6%), Pomar reafirmou a disposição de engajar-se na campanha de Pont. Com um adesivo de Pont no peito, anunciou, inclusive, a intenção de intermediar um eventual acordo com o PT de Luta e de Massa (PTLM) que o apoiou no primeiro turno. Até o início da crise do "mensalão", o PTLM sempre votou com o Campo Majoritário. Liderado pela família Tatto, o PTLM decide o apoio numa reunião nesta sexta-feira, mas insiste na defesa incondicional do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua reeleição. Para Pont, o PT não pode abrir mão de influenciar– mesmo que com críticas –os rumos do governo e a reeleição de Lula, que apesar de "natural" deve ser deci-

dida em 2006, depois de amplo debate com o partido. Resu ltado– Com 123.537 votos (42%) o candidato do Campo obteve o apoio de um dos três principais grupos políticos ligados à ex-prefeita Marta Suplicy. Os coordenadores de sua campanha apostam que consolidarão a adesão de todos os grupos, inclusive do PTLM, do qual Berzoin i é e g r e s s o . Ta m b é m apostam nas dissidências do Movimento PT, que obteve o quinto lugar na sucessão com a deputada Maria do Rosário, 39.059 votos (13,3%). A deputada declarou apoio a Pont, assim como as correntes Brasil Socialista e Fórum

1.968 votos (0,7%) e sua corrente garantiu uma vaga no Diretório Nacional. O presidente interino do PT, Tarso Genro, ressaltou que nenhuma força terá individualmente o controle sobre os rumos da legenda. "O próximo presidente terá de governar com base numa postura negocial, democrática e construtiva", comemorou. "O diretório voltará a ser uma instância plural que recolhe as opiniões das correntes e tendências que formam o partido", disse Pont. Lula triste– A saída de militantes históricos do PT, como Plínio de Arruda Sampaio, Hélio Bicudo e Chico

Nenhuma força terá individualmente o controle sobre os rumos da legenda. O próximo presidente terá de governar com base numa postura negocial, democrática e construtiva Tarso Genro, presidente interino do PT

Socialista, que lançaram o candidato Plínio de Arruda Sampaio, mas decidiram permanecer no PT. Plínio deixou o partido na segunda-feira. Fechou a apuração à frente de Maria do Rosário e conseguiu 39.342 votos (13,4%). Juntas, Brasil Socialista e Fórum socialista terão direito a 7 vagas no Diretório Nacional. O Movimento PT de Maria do Rosário está entre as tendências que mais cresceram e sairá de 7 cadeiras para 9 no novo Diretório. Markus Sokol, da corrente O Trabalho, obteve 3.966 votos (1,3%) e seu grupo político manterá as duas vagas que tem na cúpula petista. Gegê, da chapa Movimento Popular, conseguiu

Alencar, deixou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "triste" e "magoado". Mesmo já sendo esperada a debandada de alguns integrantes do partido, Lula esperava que históricos integrantes do PT, apesar de discordarem de pontos fundamentais, como a política econômica, se mantivessem nas suas fileiras. O governo está preocupado com este forte movimento e destacou o ministro-chefe da Secretaria Geral, Luiz Dulci, para conversar com os petistas e tentar conter novas baixas. A interlocutores, Lula comentou que tem consciência de que não tem dado a devida atenção a pessoas importantes como esses militantes. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.FINANÇAS

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

MOEDA AMERICANA REGISTROU O MENOR NÍVEL DOS ÚLTIMOS QUATRO ANOS, NA SEGUNDA-FEIRA PASSADA

Eliaria Andrade/Ag.OGlobo

Sem a interferência do Banco Central, a tendência do dólar continua sendo de queda Emílio Garófalo é economista especializado em câmbio e ex-diretor do Banco Central dustrial (Iedi), a valorização do real para o nível de R$ 2,25 é um cenário novo para a economia e pode indicar "perigosamente uma nova onda de apreciação da moeda", diz ele. Almeida não acha, no entanto, que as exportações registrem forte queda por conta do do câmbio em um patamar menor. Ele lembra que, no período de valorização do real com o Plano Real, as importações reagiram mais ao câmbio do que as exportações. "Entre os anos de 1995 a 1998, por exemplo, vimos apenas uma desaceleração das vendas externas, não queda. Mas as importações, sim, tiveram um forte incremento",

afirmou o diretor do Iedi. Para o Instituto, o câmbio em alta é reflexo dos juros, que "estão muito altos", diz Almeida. O Iedi defende a compra de dólares pelo BC. Baixo impacto – Outro dado que mostra o reduzido impacto de um dólar baixo nas exportações foi dado pelo economista Nathan Blanche, da Tendências: enquanto a taxa de câmbio real valorizou-se 34,3% entre dezembro de 2002 e julho de 2005, a variação positiva no preço dos produtos exportados no período foi de 32,7%, suavizando o efeito da valorização do câmbio no lucro de empresas. Rejane Aguiar/Agências

Prefeitura diz que punirá bancos, mas multa só será aplicada se cliente fizer uma reclamação ligando 156

15 minutos. É a espera máxima em fila de banco. A partir de hoje, bancos que demorarem para atender serão multados

E

pera nas filas, caberá ao consumidor provar que demorou para ser atendido. Ou seja, sem os aparelhos, a lei é inócua. Passados os 120 dias de prazo para a adaptação, muitas agências ainda não instalaram os aparelhos. Alguns bancos, caso da Caixa Econômica Federal, decidiram recorrer a funcionários em vez de implantar o marcador no início das filas do caixa, mas na prática, a medida não é eficiente. O Diário do Comércio esteve na semana passada na agência da rua São Bento (uma das que já aderiu à novidade). Chegou ao banco às 12h20 e foi atendida por um funcionário que escreveu seu nome e o motivo da ida ao local em um papel, com o horário de atendimento previsto para às 12h45. Mais de 20 minutos depois e até às 13h05 não tinha sido atendido.

ntra hoje em vigor na cidade de São Paulo a lei municipal 13.948, que prevê multa para os bancos que demorarem mais do que 15 minutos para atender quem estiver nas filas dos caixas. a multa tem valor de R$ 564 e dobrará se houver reincidência. A lei, aprovada em janeiro e revogada em maio, deu prazo de 120 dias aos bancos para se adptarem à determinação. Mas para que os bancos sejam autuados, é preciso que exista uma reclamação por parte do consumidor, feita na Prefeitura, ligando para o 156, ou por escrito. Apesar de a Prefeitura já ter declarado que irá pôr um fim às imensas filas, ela apenas agirá, se o consumidor reclamar. Pior: como até o momento os bancos não instalaram nas agências aparelhos que controlem o tempo de es-

Marcadores – Apesar de ser um empecilho para a comprovação do tempo exato de atendimento, a não instalação dos marcadores nas agências também pode dar multa ao banco a partir de hoje. Pelo Decreto nº 45.939, de 31 de maio, o cliente pode denunciar a falta de equipamento. No final de agosto, o Diário do Comércio denunciou a demora no atendimento em uma das agências localizadas no centro da cidade à Prefeitura da Sé. Na resposta, recebida na semana passada apenas, a surpresa: a denúncia estava sendo arquivada por falta de comprovação na demora no atendimento por parte do cliente. O prazo de atendimento de 15 minutos pode ser estendido para 25 apenas em véspera de feriado prolongado. Adriana Gavaça

Cresce faturamento de cartões

O

mercado de cartões de crédito no Brasil deve f a t u r a r R $ 1 0 , 5 b ilhões, em setembro, 27,5% mais que igual mês de 2004. No ano, o mercado espera faturar R$ 127,5 bilhões, um crescimento de 18,8% sobre 2004. Os números fazem parte do estudo da Credicard, maior administradora de cartões do País, Indicadores do Mercado de Meios Eletrônicos de Pagamento. Apenas em setembro, os portadores de 63,5 milhões de cartões de crédito no País devem realizar 120 milhões de transações com cartão, com um valor médio de compra de R$ 88. Em setembro de 2004, foram 109 milhões de transações feitas com valor médio de compra de R$ 76.

Alex Ribeiro

D

epois de ter registrado, na segundafeira, as cotações mais baixas dos últimos quatro anos, o dólar comercial teve ligeira alta ontem, de 0,36%. Encerrou os negócios vendido a R$ 2,260. Os últimos recuos da moeda norteamericana, em parte devido à ausência do Banco Central nos leilões de compra, têm gerado opiniões diversas entre economistas e certo alvoroço entre empresas exportadoras, que reclamam do câmbio baixo. Para o economista Nathan Blanche, sócio-diretor da Tendências Consultoria, não há como o governo interferir, neste momento, no mercado por um motivo: "Ele não tem cacife para isso", diz Blanche. "Nos últimos 12 meses, o Banco Central e o Tesouro injetaram no mercado R$ 50 bilhões para enxugar US$ 22 bilhões", diz. Sem a interferência do BC, a tendência do dólar continua sendo de queda, diz o economista especializado em câmbio Emílio Garófalo. "Considerando a elevada taxa de juros brasileira, que atrai cada vez mais dólares para o País, e a alta liquidez no mercado internacional, somente uma intervenção do Banco Central no mercado poderia alterar essa trajetória", defende Garófalo. Sem motivos – O economista admite, no entanto, que o Banco Central tem, hoje, poucos motivos para tentar elevar as cotações da moeda americana. "O dólar em baixa deixa de pressionar os preços e, conseqüentemente, ajuda o governo a atingir a meta de inflação definida para 2005", acrescenta. Mas para Julio Sergio Gomes de Almeida, diretor-executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento In-

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

QUEDA DO DÓLAR GERA DISCUSSÃO NO MERCADO

Fernando Chacon, da Credicard

A aposta para o crescimento é justificada. O Brasil é o 7º país com mais cartões de crédito no mundo. No final de 2005 o Brasil tinha 52,7 milhões de cartões em circulação. Atrás dos Esta-

dos Unidos, Japão, Reino Unido, da China, do Canadá e da Coréia do Sul. Apesar da boa colocação no ranking, o País responde por apenas 0,8% do faturamento mundial do mercado de cartões de crédito. Segundo o diretor-executivo de Marketing da Credicard, Fernando Chacon, a explicação para a baixa participação está no gasto médio anual. No Brasil, ele é de US$ 637 enquanto no México chega a US$ 2.006 e nos EUA é de US$ 2.530. "Acredito que um aumento de renda do brasileiro mais a migração de outras formas de pagamento para o cartão elevarão a participação do Brasil para 1% ou até 1,5% do faturamento mundial", diz Chacon. Fábio de Lima

LEILÃO

FUNDOS

administrador da massa falida do Banco Santos, Vânio Aguiar, disse ontem que as carteiras de crédito do banco podem ser leiloadas como parte do plano de recuperação de ativos. A idéia é realizar primeiro o leilão da carteira de pessoa física, com 15 mil clientes e volume financeiro de quase R$ 5 milhões. "A carteira tem operações de empréstimo consignado, cartão de crédito e

s fundos de investimentos voltados ao mercado de ações latinoamericanos captaram o maior volume do ano entre os dias 15 e 21 deste mês: US$ 233,2 milhões, segundo a consultoria Emerging Portfolio Fund Research. Os depósitos feitos nesses fundos durante a semana passada, elevaram o total de ativos em 2,7%, que passaram a somar US$ 9,4 bilhões no ano. (AE)

O

O

Ó RBITA empréstimos pessoais, entre outras", disse Aguiar. O leilão da carteira de pessoa jurídica será um segundo passo. "Esse portfólio é, pelo menos, dez vezes maior que o de pessoa física. São cerca de 750 clientes", disse o administrador. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

DCARR São Paulo, 28 de setembro de 2005

Motos pequenas vão ganhando espaço no mercado. Conheça duas delas, Biz e Neo, na página 4.

Nº 90

Sanford Roth

André Penner

PORSCHE E JAMES DEAN. MITOS REBELDES Páginas 6, 7 e 8


DIÁRIO DO COMÉRCIO

14 -.NACIONAL

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

PRODUTORES PRETENDEM TRANSFORMAR O BRASIL EM UMA POTÊNCIA MUNDIAL NA COTONICULTURA

País quer ampliar exportação de algodão

D

epois de ganhar na Organização Mundial do Comércio (OMC) o contencioso do algodão contra os Estados Unidos, o Brasil quer ocupar espaço entre os maiores exportadores do produto do mundo. Para isso, uma comitiva de produtores, que representa 60% da safra nacional, embarcou ontem rumo à Europa e Ásia para promover o algodão brasileiro, além de conhecer o processo de cultivo da Austrália, país considerado um dos mais avançados em tecnologia dessa cultura, e com o qual o Brasil disputa a terceira colocação entre os principais exportadores. De acordo com Ronaldo Pereira, gerente de marketing da FMC Agricultural Products, organizadora do evento, esse momento reflete o equilíbrio do País em termos de produção. Afinal, em menos de dez anos, o Brasil viveu uma verdadeira gangorra produtiva: foi o maior exportador de algodão de baixa qualidade, transformou-se em um dos maiores importadores do mundo e, desde 2002, não só voltou a atender o mercado interno, que consome cerca de 900 mil toneladas de fibras por ano, como passou a exportar um excedente de 400 mil toneladas. Mas quer mais. Para Walter Yokio Horita, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), esse mais significa encerrar esta década exportando 1 milhão de toneladas. "Até há pouco tempo, o Brasil tinha dificuldade de mostrar a alta qualidade do nosso algodão que, aliás, tem a mesma classificação internacional do australiano. A comitiva quer mudar esse cenário",

Fotos: Eduardo Zappia/Digna Imagem

completa André Pessoa, consultor da Agroconsult, que também integra a comitiva. O momento, na opinião de Pereira, da FMC, não poderia ser mais propício, pois além da vitória na OMC, o Brasil se consolidou nos últimos anos como exportador de qualidade. "Esse é o momento de transformar a vitória na OMC em vendas, especialmente para a China, o maior importador no mundo", diz Pereira. Pelos cálculos da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), no ano passado, 42% do algodão brasileiro foi vendido para o continente asiático. Embora esse volume cresça a cada ano, representa apenas 9% das importações feitas pela China. Novas metas – Na opinião de Pereira, o Brasil entra agora em uma nova fase de exportações. "A primeira, que teve início em 2002, foi exportar os excedentes. Agora, a meta é consolidar o Brasil como um grande playermundial". Potencial para isso há. Afinal, o País saltou de 30 mil toneladas exportadas em 2002 para cerca de 400 mil no ano passado. Além disso, o presidente da Abrapa lembra que o consumo interno é estável há anos em 900 mil toneladas. Ou seja, todo o excedente produzido tem necessariamente de ser exportado. "Só isso vai garantir a sustentabilidade da cotonicultura brasileira", afirma Horita, que também é produtor no Oeste da Bahia. Alem da China, a Comitiva Internacional do Algodão vai percorrer Inglaterra, Suíça, Turquia e Austrália. O projeto conta ainda com a parceria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Abrapae e da Agroconsult. Patrícia Büll

Empresários apresentaram as estratégias de divulgação do algodão brasileiro no exterior durante a missão comercial à Europa e Ásia

CNA critica estratégia do País na OMC E

nquanto os produtores de algodão dão início à missão internacional rumo a novos mercados, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) critica a estratégia de negociação do governo federal na Organização Mundial do Comércio (OMC) no conflito com os Estados Unidos sobre o algodão. Segundo a entidade, representantes do governo estariam negociando, em Washington, a adoção de compensações comerciais para evitar a retaliação contra o governo norteamericano por conta dos subsídios já considerados ilegais pela OMC. Entretanto, o diretor da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Ricardo Cotta Ferreira, afirma que o governo brasileiro aguarda, na verdade, uma tomada de decisão dos EUA, já que a mudança de postura daquele país em relação aos sub-

sídios envolvem mudança na legislação. "Apesar disso, o Brasil já entrou com novo pedido junto à OMC para ter o direito de retaliação se não for atendido", diz. Entretanto, continua Ferreira, não significa que o Brasil irá usar o direito à retaliação. "Na verdade, queremos usar esse mecanismo como uma forma de pressionar os norte-americanos a mudar a legislação e atender a decisão da OMC, explica. Isso, segundo Ferreira, traria a redução da produção dos EUA, melhorando o preço da commodity e facilitando o acesso brasileiro ao mercado internacional. Ele diz que não interessa ao Brasil adotar a retaliação, já que os produtores de algodão não seriam beneficiados. "Mas queremos ter esse mecanismo como opção". (PB) Ricardo Cotta Ferreira, do Ministério da Agricultura: pressionar para ganhar

Amorim diz que EUA precisam cortar subsídio O s Estados Unidos precisam promover "cortes reais" em seus subsídios agrícolas para que seja possível alcançar um acordo nas negocia-

ções comerciais da Organização Mundial do Comércio (OMC), afirmou ontem o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Porém, ele disse concordar com a visão dos EUA de que os maiores pagadores de subsídios agrícolas, como União Européia e Japão, devem ser cobrados a promover cortes maiores do que os dos norteamericanos em qualquer acordo de comércio com países emergentes. Os EUA, no entanto, terão de fazer cortes reais nos seus próprios programas agrícolas, afirmou Amorim em discurso

para o Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos. O ministro declarou que os EUA não podem esperar manter seus subsídios enquanto a UE e o Japão reduzem seus gastos ao nível de Washington. "O resultado final não pode ser algo que deixe tudo como está, apenas tirando um pouco do que as pessoas na OMC chamam de "água'", afirmou Amorim, acrescentando que os cortes nos programas agrícolas dos EUA "devem ser reais, senão não haverá avanço nas negociações". Retaliação – O Brasil pediu à OMC que autorize o país a re-

taliar os EUA depois de Washington não respeitar um prazo neste mês para reformular seu programa de algodão. Amorim disse a jornalistas alguns minutos antes da reunião com o Representante Comercial dos EUA, Rob Portman, esperar que Brasília não tenha de impor as sanções no caso do algodão. "Nós nunca pedimos autorização para retaliar visando à retaliação", disse. "Pedimos a autorização visando a que o outro país obedeça a suas obrigações e esperamos que os Estados Unidos o façam", disse o ministro. (Reuters)

AÇÚCAR Brasil denuncia na OMC venda irregular da União Européia

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decisão da União Européia (UE) de colocar 1,8 milhão de toneladas de açúcar excedente no mercado internacional causará uma queda de até 6% no preço mundial e afetará a renda dos exportadores brasileiros. O Brasil queixou-se ontem formalmente à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a decisão de Bruxelas e pediu que todos os países promovam um "congelamento" nos subsídios à exportação, pelo menos até a reunião da entidade em Hong Kong, em dezembro. Os europeus responderam que não irão reverter sua decisão e alertam: não vão mexer em seu sistema de subsídios antes de os juízes da OMC determinarem o prazo para que isso ocorra. A UE decidiu exportar esse volume de açúcar, que deveria ser colocado apenas no mercado doméstico, para evitar que o preço interno do produto caia. O problema é que há cerca de seis meses Brasil, Austrália e Tailândia conseguiram que a OMC condenasse o sistema europeu de subsídios. Pela determinação, a União Européia teria o direito de exportar açúcar subsidiado no volume de 1,3 milhão de toneladas. Mas até o ano passado já estava exportando 5 milhões de toneladas de forma irregular. (AE)


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DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 28 de setembro de 2005

Índice CORSA 1.0 FLEX pág. 3 O popular da GM chega com seu motor 1.0 para álcool e gasolina.

DUAS RODAS pág. 4 Conheça duas motos de "entrada" no mercado, a Honda Biz e a Yamaha Neo.

OS NOVOS DA VOLVO pág. 5 São dois os novos modelos que a Volvo trouxe para o mercado.

PREÇOS EM ALTA pág. 9 Os preços dos modelos "zero" aumentaram 6,21% no ano.

QUEM CRESCEU? pág. 10 Entre as quatro grandes, Fiat e Ford cresceram. GM e VW diminuíram as vendas.

NOVIDADES pág. 12 O destaque é o M6, modelo com motor V10 que a BMW colocou no mercado nacional.

A manufatura e a competitividade

Agenda 29 de Setembro A Magneti Marelli Eletrônica lança o Smart Router, novo sistema de navegação (telemática) para veículos da marca. O evento acontece no Hotel Renaissance, a partir das 9h30, incluindo a apresentação da tecnologia e test-drive em um veículo equipado com o Smart Router.

5 de Outubro A Evader e Garini, duas novas marcas de scooters e motocicletas que vão participar do Salão das Duas Rodas entre os dias 18 e 23 de outubro, no Centro de Exposição Imigrantes, fazem apresentação prévia de seus produtos no dia 5, em evento no Hotel Bourbon de Atibaia (SP), a partir das 10 horas.

Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor chicolelis 3244-3184 chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues 3244-3689 alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br Diagramação Hedilberto Monserrat Jr. 3244-3281

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anter-se competitivo no mercado é um dos maiores desafios na indústria brasileira. No setor da mobilidade, composto por todo e qualquer tipo de veículo motorizado para o transporte de carga e passageiros via marítima, aérea ou terrestre, a competição pela preferência do consumidor, principalmente na indústria automobilística, é uma batalha de preços, que reflete em toda cadeia de suprimento, o que obriga não só a montadora, mas os fornecedores a apertarem os cintos para, no final, oferecer um produto de qualidade ao menor preço possível. Isso vale para todo o processo produtivo, mas é na manufatura que busca-se suporte na redução de custos. Por isso, os investimentos em novas tecnologias são constantes. O desafio é encontrar soluções que otimizem os processos, tornando-os enxutos e flexíveis. Exemplos não faltam. “Cases” de sucesso estão espalhados pelas empresas que têm investido em avançadas tecnologias de simulação computacional para determinar todo o processo de montagem de um veículo, antes mesmo do produto sair da prancheta. Dessa forma, os engenheiros de processos planejam, em detalhes, toda a

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linha de montagem, ao mesmo tempo em que a engenharia de produto desenvolve o novo modelo. Isso reduz muito o tempo gasto, além de eliminar erros de montagem que, antes, não tinham como ser previstos. “Cases” assim serão apresentados durante o Congresso SAE BRASIL 2005, principal evento do Hemisfério Sul, onde se debate as tendências tecnológicas no setor da mobilidade. Como então cortar custos, adequar os processos para a exportação e melhor utilizar os indicadores e as ferramentas de gerenciamento de projetos? Ali teremos algumas respostas para os temas diversos que, em si, não são novidades. Mas, as soluções, sim. As soluções estão mais criativas, consolidadas e, em muitos casos, já servem de exemplos a serem seguidos. Alguns deles serão expostos no decorrer do dia 26 de novembro, durante o Congresso e, com certeza, agregará muito valor a todos os participantes. Flávia Piovacari, engenheira, diretora do Comitê de Manufatura do XIV Congresso e Exposição Internacionais de Tecnologia da Mobilidade SAE Brasil.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.POLÍTICA

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

A DISPUTA PELA PRESIDÊNCIA DA CÂMARA DEVE TER SEGUNDO TURNO COM ALDO REBELO E THOMAZ NONÔ.

NONÔ RECEBE APOIO DE SEIS PARTIDOS DA OPOSIÇÃO

O QUE LULA FEZ PARA CONQUISTAR A CÂMARA

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Dida Sampaio/AE

Celso Junior/AE

Mabel cumprimenta Aldo Rebelo, depois do PL anunciar que o apoiará à presidência da Câmara (acima). Thomaz Nonô e Michel Temer alinhavam estratégias à boca pequena (ao lado). Líderes da oposição se reúnem na Câmara para definir apoio (abaixo). Adriano Machado/Folha Imagem

O MENOS VOTADO DO PAÍS QUER O CARGO Na mais disputada de todas as eleições para a presidência da Câmara, até o parlamentar menos votado da história resolveu disputar o cargo. Vanderlei Assis (PP-SP), eleito em 2002 com apenas 257 votos, registrou sua candidatura no final da manhã de ontem. Coincidentemente 257 é o número de votos que ele precisa para vencer hoje a disputa (metade mais um) no 1° turno. "A reforma política é o primeiro passo que podemos dar se quisermos moralizar o Con-

Divulgação

as últimas horas que antecedem a eleição para a presidência da Câmara, o deputado José Thomaz Nonô chega ao plenário hoje com o apoio de seis partidos de oposição – PFL, PSDB, PPS, PDT, PV e PRONA –, que numericamente somam 149 votos, e se empenha em atrair dissidências governistas. Partidários de Nonô contabilizam entre 130 e 150 votos, o que garantiria sua chegada ao 2° turno da eleição. E o deputado por receber ainda mais votos se Michel Temer (PMDB-SP), confirmando os boatos que corriam nos corredores ontem, resolver renunciar à sua candidatura no último momento. Caso seja eleito amanhã, Nonô adiantou que "com a casa sob nova direção" pretende abrir diálogo com o Palácio do Planalto e procurar uma solução para a questão das medidas provisórias que monopolizam as votações da Câmara. Nonô passou o dia afirmando que faz uma campanha limpa e declarando ser legítima a atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a favor de seus aliados. "Não é interferência. Tenho respeito profundo por todos os gestos políticos. Quem enfrenta campanha política não espera um caminho de rosas e refresco dos adversários", afirmou. Oposição – Nonô disse ainda que não quer ser unanimidade na Casa. "Sou um candidato da oposição com muito orgulho. Só fascistas, ditadores, míopes politicamente exigem unanimidade", argumentou. Como presidente interino da Câmara, coube a Nonô receber o registro de sua própria candidatura, entregue pelos líderes dos partidos que lhe manifestaram apoio. Nonô recebeu seus aliados ao mesmo tempo em que o deputado Michel Temer (PMDBSP) entregava o registro de sua candidatura. Depois de elogios mútuos, os dois evitaram falar de acordo para o 2° turno. "Foi apenas uma coincidência", afirmaram. Segundo um importante articulador da campanha do presidente do PMDB, Michel Temer, não foi à toa que ele e Nonô registraram em dupla suas candidaturas. Temer não descartou a possibilidade de renunciar hoje em favor de Nonô. Campanha – Apesar disso, o peemedebista passou o dia em campanha. No encontro que tivera com o candidato do PTB, Luiz Antônio Fleury Filho (SP), no fim da noite de segunda-feira, o próprio petebista acenara com o desejo de aliarse a ele. Mas a articulação foi atropelada pela ofensiva do Palácio do Planalto sobre o PTB e o PL, em favor de seu candidato, Aldo Rebelo (PCdoB-SP). A cúpula do PMDB está convencida de que o petebista está "prestando serviço" ao governo quando mantém sua candidatura e impede que os seus votos migrem para Ciro Nogueira (PP-PI). Ontem, Temer recebeu outra má notícia. A "simpatia" do PL por sua candidatura, declarada pelo presidente da legenda Valdemar Costa Neto, sofrera um revés. "O Palácio nos chamou (ele e o ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia) e decidimos ficar com o Aldo. O governo está pressionando demais", disse Costa Neto. Peemedebistas não escondiam ontem a preocupação com a falta de densidade da candidatura, que poderia expor Temer a um vexame político. Até integrantes da ala que já havia prometido voto a Rebelo no segundo turno aconselhavam Temer a apressar as negociações com Nonô, incluindo a primeira vice-presidência, que seria do PMDB. (AE)

GOVERNO USA ARTILHARIA PESADA EM FAVOR DE ALDO

Assis, eleito na carona de Enéas, defende a reforma política e a adoção do software livre

gresso e que a opinião pública mude sua opinião em relação ao Legislativo", disse. Ao explicar suas propostas

para a presidência, o deputado Assis garantiu maior empenho em ações efetivas para resolver os problemas da Câmara e disse que, desde sua posse como deputado, tem observado falta de vontade política para enfrentar a crise institucional do Legislativo. A mudança não será feita com palavras nem com discursos. É preciso partir para a ação". "Matematicamente minhas chances são pequenas, mas quem não ousa não chega a lugar nenhum", disse Assis. Ele foi eleito

pelo PRONA, nas sobras do deputado Enéas Carneiro (1,5 milhão votos). Guinness – Assessores de Assis querem oficializar no Guinness Book o recorde de "deputado menos votado do mundo". Reunidos, seus 275 eleitores não conseguiriam encher o plenário da Câmara, que pode reunir 513 deputados. Assis reconhece que seu objetivo é chamar a atenção para a defesa do software livre, sua causa parlamentar. (Reuters)

FINANCIAL TIMES: FUTURO DO GOVERNO EM JOGO. O jornal inglês Financial Times afirmou que a eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, hoje, vai decidir o destino do governo durante os quinze meses restantes de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Se o candidato do governo vencer, isso vai restabelecer uma aparência de governabilidade para uma administração colocada à deriva pelo escândalo (de corrupção)", escreveu o diário financeiro.

"Se a oposição vencer, Lula corre o risco de se tornar um presidente enfraquecido (o jornal emprega a expressão lame duck) e suas chances de reeleição em outubro do próximo ano serão mais fracas do que nunca." O jornal relembra por que e como Severino Cavalcanti foi eleito e como sua presidência foi "desastrosa." "O PT parecia pronto para repetir seus erros com quatro candidatos à presidência na semana passada. Mas o núme-

ro caiu para um na quarta-feira e para zero na quinta, quando o governo divulgou seu apoio a Aldo Rebelo, do partido comunista (PCdoB)." Segundo o jornal, os dois candidatos mais fortes que Rebelo tem são Michel Temer (PMDB-SP) e José Thomaz Nonô, do PFL de Alagoas. "O governo pode se dar bem com Temer, mas Nonô é uma ameaça", avalia o FT. Impeachment – Apesar da "ameaça", poucos acreditam

que a oposição queira o impeachment de Lula, diz o jornal inglês. "Seria mais vantagem manter Lula no cargo, enfraquecendo-o cada vez mais e diminuindo suas chances de reeleição." O diário ainda comenta que será muito perigoso para o governo se Temer abrir mão de sua candidatura para apoiar Nonô, "levantando a dúvida de um segundo turno, ou pior, uma derrota do governo logo na primeira rodada."

governo pôs ontem à disposição do candidato oficial do Palácio do Planalto à presidência da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), toda a artilharia pesada de que dispõe. Nesse jogo, prometeu liberar R$ 1 bilhão para o Ministério dos Transportes, depois de ameaçar tomar a pasta do PL, e anunciou ao PTB que devolverá ao partido postos importantes retirados depois da crise causada pelas denúncias de Roberto Jefferson (PTBRJ). Com isso, ganhou o apoio do PL, já no primeiro turno, em negociação feita diretamente com o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, e garantiu a ajuda do PTB no segundo. Na avaliação da deputada Yeda Crusius (PSDB-RS), ao pressionar PL, PP e PTB, o governo reeditou a coligação do 'mensalão'. Para garantir a ida de Aldo para o segundo turno, na eleição de hoje, o Palácio do Planalto mandou cinco ministros para o Congresso. Deram expediente por lá os ministros da Saúde, Saraiva Felipe, das Comunicações, Hélio Costa, do Tu r i s m o , Wa l f r i d o M a re s Guia, do Planejamento, Paulo Bernardo, e da Previdência, Nélson Machado. Um presidente aliado ao governo representa a certeza de que medidas provisórias não serão devolvidas e de que projetos de interesse do Planalto vão ser incluídos na ordem do dia. Além de um maior controle sobre os relatores das CPIs. Disputa – A sucessão de Severino Cavalcanti – que renunciou na semana passada – é a mais disputada eleição da história da Câmara. Concorrem 10 candidatos: Alceu Collares (PDT-RS), Aldo Rebelo, Ciro Nogueira (PP-PI), Francisco Dornelles (PP-RJ), Jair Bolsonaro (PP-RJ), João Caldas (PLAL), José Thomaz Nonô (PFLAL), Luiz Antônio Fleury Filho (PTB-SP), Michel Temer e Vanderlei Assis (PP-SP) ( veja matéria abaixo). Destes, são considerados com chances de ir para o segundo turno Aldo, Nonô e Ciro. Este último é candidato de Severino, que passou todo o dia de ontem ao telefone, pedindo votos para seu pupilo. Ciro – que pode surpreender com os votos dos parlamentares do baixo clero – denunciou ontem um movimento, segundo ele comandado pelo Palácio do Planalto, para estimular o lançamento de várias candidaturas para dividir os partidos, levando a disputa para segundo turno e favorecer Aldo Rebelo. Segundo Ciro, o governo estaria trabalhando para o lançamento de outros candidatos e para evitar que PTB, PL e PP fechem em torno de um nome só, como ficou decidido na segunda-feira. Estratégia – Ciro fez a denúncia após saber que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o deputado Luiz Antônio Fleury Filho (PTB-SP). No encontro, o presidente fez a Fleury um pedido inusitado, a que ele acabou cedendo: que não retire sua candidatura à presidência da Câmara e que apoie Aldo no segundo turno. O ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Jaques Wagner, explicou a ele a estratégia governista, que consiste em manter Fleury no páreo no primeiro turno para dividir o baixo clero e tirar os votos de Ciro Nogueira. Para o Planalto, o pior dos mundos seria Aldo enfrentar Ciro numa segunda rodada, pois Aldo corre o risco de perder. "A vingança do baixo clero está rondando a Câmara", afirmou um interlocutor de Lula. "Eu não iria desistir mesmo", amenizou Fleury. "Fui logo avisando que minha candidatura era irreversível." (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 28 de setembro de 2005 João Wainer/Folha Imagem

NACIONAL - 15

FUNDIÇÃO AMPLIA CRESCIMENTO E EXPORTAÇÕES Setor deve bater recorde de produção em 2005, com 3 milhões de toneladas

A A expectativa das indústrias de fundição é de que o setor cresça cerca de 5% em relação ao ano passado

Evento reúne principais empresas do setor té sexta-feira, a cidade de São Paulo será a sede da Feira Sulamericana e o Cong r e s s o d e F u n d i ç ã o ( C onaf/Fenaf) 2005, considerado o maior evento da cadeia produtiva do setor. Nesta 11ª edição, estão reunidos no Expocenter Norte cerca de 300 expositores, entre empresas de fundição, fabricantes de máquinas e equipamentos, matérias-primas, empresas de tecnologia, logística e p re s t a d o re s d e s e r v i ç o . "Crescemos 30% em número de expositores e área útil da feira", diz o presidente da Associação Brasileiras de Fundição (Abifa), Luiz Carlos Koch. Entre as novidades da Fenaf 2005 destacam-se um estande da Agência de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex) e do Serviço Brasileiro de Apoio à Pequena Empresa (Sebrae-SP). Congresso – Já no Conaf, serão apresentados trabalhos da área técnica, além de projetos de fomento ao desenvolvimento tecnológico do setor. Ao todo, são 60 trabalhos técnicos e três painéis especiais. O seminário tem parceria com a Associação Brasileira de Alumínio (Abal) e Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais (ABM), além do apoio da Câmara de Industriales Fundidores de La Republica Argentina (Cifra). (FP)

A Produzir para crescer

A

Associação Brasileira de Fundição (Abifa) apurou que, nos primeiros oito meses deste ano, houve crescimento de 5,9% na produção do setor, totalizando 1,9 milhão de toneladas de fundidos. Com predominância no Estado de São Paulo (686,4 mil toneladas) e na região Sul (591,9 mil toneladas), já se nota também um aumento de 32,8% da participação das regiões Norte e Nordeste, com 54,1 mil toneladas. Só em agosto, a produção total foi de 264,3 mil toneladas de fundidos, um crescimento de 3,9% comparado ao mesmo

mês do ano anterior e 7,4% em relação a julho deste ano. Processos – O processo utilizado pela indústria de fundição, em sua essência, consiste na fusão de ferro, aço ou metais não-ferrosos, como cobre, zinco, alumínio e magnésio, visando obter certas propriedades para o produto final. Na forma líquida, os metais e suas ligas são vazados no interior de moldes, confeccionados com resinas próprias para esse fim, com formatos que reproduzem o objeto pretendido. O resultado é vendido para indústrias de diversos segmentos. (FP)

Metalúrgicos em campanha salarial irigentes de 51 sindicatos de metalúrgicos do Estado de São Paulo, ligados à Força Sindical, apresentaram ontem as reivindicações da Campanha Salarial 2005 aos sindicatos patronais de máquinas, eletroeletrônicos, autopeças e metal-mecânica de trabalhadores com data base em 1º de novembro. A categoria reivindica

reajuste de 14%, piso salarial de R$ 800, isenção de tarifas bancárias, redução da jornada, Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e cesta básica ou vale-compra. Outra reivindicação foi a regulamentação do uso de mão-de-obra de detentos, evitando que presidiários substituam a mão de obra trabalhador tradicional. (AE) DC

D

Houre Master Cabeamento estruturado

Antenas

Peças e Acessórios

Consultoria

Projetos

Equipamentos de informática COD.: 85185

indústria de fundição, que já foi acusada de emperrar o crescimento da produção de veículos no País, deve bater seu recorde histórico de atividade neste ano e chegar à produção de 3 milhões de toneladas. No acumulado de janeiro a agosto, a indústria já produziu 1,9 milhão de toneladas, 5,9% mais que nos oito primeiros meses de 2004. "Embora o volume de 3 milhões de toneladas seja recorde, o crescimento principal do setor ocorreu no ano passado, quando a produção foi 25,8% superior à de 2003", explica o presidente da Associação Brasileira de Fundição (Abifa), Luiz Carlos Koch. Mas, completa ele, "não seria possível mesmo manter uma curva de crescimento tão acentuada". A expectativa é de que a produção de 2005 seja 5% superior à de todo o ano passado.

1,3 mil é o total de empresas do setor de fundição espalhadas pelo Brasil, especialmente nas regiões Sudeste Sul O setor automobilístico, que absorve mais de 50% da produção de ferro, aço e metais não ferrosos, continuou como grande responsável pelo aumento da atividade da indústria de fundição. Mas as exportações também ajudaram a alavancar as vendas. No balanço divulgado ontem, durante a Feira e o Congresso Sulamericano de Fundição (Fenaf/Conaf 2005), a Abifa declarou que em 2004, a indústria de fundição faturou US$ 4,2 bilhões, sendo que

US$ 852 milhões foram provenientes das exportações. De janeiro a agosto deste ano, as vendas ao exterior já cresceram 30% em faturamento (US$ 699,5 milhões) e 16% no volume de peças exportadas (401 mil toneladas) comparadas ao mesmo período do ano anterior. "Apesar do câmbio desfavorável às exportações, conseguimos conquistar novos mercados", diz Koch. Segundo ele, a estimativa de exportações até o final do ano é de US$ 1 bilhão. Os Estados Unidos são o principal destino (70%), seguido por Europa, Ásia e Mercosul. Parceria – Para incrementar ainda mais as vendas externas, a Abifa firmou uma parceria com a Agência de Promoção das Exportações (Apex). Com um investimento de R$ 1,472 milhão, o setor privado e o Governo Federal esperam exportar US$ 1 bilhão em peças fundidas em ferro, aço e ligas nãoferrosas ainda neste ano e US$ 1,2 bilhão em 2006. O projeto prevê ainda a conquista de novos mercados e o aumento do número de empresas participantes nas vendas internacionais das atuais 34 para 100, assim como a geração de 3,2 mil empregos diretos e 8,8 mil indiretos. O acordo entre as entidades determina, entre outras atividades, a adequação das em-

presas nacionais a parâmetros internacionais. Além disso, prevê o lançamento da marca Foundry Brazil, que identificará os produtos brasileiros. Retrato do setor – A t ua lmente, a área de fundição brasileira é composta por 1,3 mil empresas principalmente nas regiões Sudeste e Sul, que ge-

50% da produção do setor, entre ferro, aço e metais nãoferrosos, são absorvidos pelo setor automobilístico ram 56 mil empregos diretos. Além de atender o segmento automotivo, já que não existe nenhum transporte motorizado que não utilize peças fundidas, o setor vende produtos para máquinas e equipamentos industriais, implementos agrícolas, redes de abastecimento de água e saneamento básico. Não por acaso, o Brasil figura entre os dez maiores produtores mundiais de peças fundidas, ocupando a 9ª posição. Fernanda Pressinott


São Paulo, quarta-feira, 28 de setembro de 2005

DCARRO

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LANÇAMENTO Divulgação/GM

Corsa flex, o "netinho" ousado Linha 2006 do modelo ganha novo motor bicombustível de terceira geração, inclusive no 1.0 EDUARDO CERIONI

E

m pouco mais de dois anos já tem motor bicombustível que ficou "avô". A GM anunciou o lançamento da linha 2006 da família Corsa como sendo da "terceira geração Flexpower". "Trocamos peças, cabeçote de balancins roletados, coletor de admissão (agora em plástico), acelerador eletrônico e catalisador, entre outros componentes, tudo para melhorar a dirigibilidade e, ao mesmo tempo, fazer cair o custo do quilômetro rodado, com a vantagem que os preços foram mantidos iguais aos de 2005", garantiu Samuel Russel, diretor de Marketing Chevrolet. O Corsa 1.0 Flexpower, nas versões hatch e sedan, passa para 79 cavalos de potência quando abastecido somente com álcool (77 cv com gasolina), passando a ser o motor aspirado "popular" mais potente em todo o mundo. E na pista de testes do Campo de Provas da Cruz Alta, em Indaiatuba, comprovou ter bastante fôlego e disposição – o Celta 1.0 Flexpower, também recém-lançado, oferece no máximo 70 cv. O Corsa 2006 bate o Fiat Palio 1.0 em potência e torque (força), enquanto vence no primeiro quesito o Volkswagen Fox e perde no segundo.

Também a motorização 1.8 foi retrabalhada, neste caso incluindo-se os outros modelos da família Corsa, o monovolume Meriva e a picape Montana. "O mercado está ansioso pelo bicombustível, por isso antecipamos um lançamento que só estava previsto para o ano que vem", reconheceu José Carlos Pinheiro Neto, vice-presidente da GM, para quem a marca vai chegar até o final deste ano com 90% do total de sua produção flexível. A GM anunciou preços para o Corsa 1.0 hatch a partir de R$ 30 mil e o 1.8, começando em R$ 34 mil, mesmo valor indicado na tabela da Montana. O Meriva tem sugestão de R$ 43 mil. São os mesmos preços da linha 2005/2005. Tudo melhor – No caso do motor de 1.0 litro, a montadora usou para comparação o Corsa a gasolina anterior e informa excelentes resultados: 7% mais econômico, também 7% mais rápido e 4% mais veloz com o mesmo combustível. "Com álcool, as vantagens serão ainda maiores", diz Russel. Ele usou um exemplo de um carro que rode na cidade de São Paulo o total de 15.000 em um ano. "Com álcool ao invés de gasolina, o motorista vai economizar nesse período quase R$ 900,00", assegura. Na pista, as respostas estão mais interessantes realmente, dando uma idéia de que a marca conseguiu evoluir rapidamente com o Flexpower, que foi avaliado em diferentes proporções de mistura álcool/gasolina. Só com o combustível vegetal o carro não dá sinais de ser empurrado por motor de apenas 1.0 litro – e olha que o Corsa é pesado em

comparação ao Celta. Quanto ao 1.8 de 114 cv com álcool e 112 cv com gasolina, no comparativo terceira contra segunda geração, os ganhos também são significativos: aponta a GM que a linha 2006 é 8% mais econômica, 3% mais ágil e com ganhos de 4% em velocidade final. Também aceleramos o modelo na pista circular da Cruz Alta e ficou outra vez uma ótima impressão. Não há qualquer modificação no visual externo ou interno do Corsa. Mais potente do mundo - O Corsa 1.0 Flexpower possui motor quatro cilindros em linha, SOHC, duas válvulas por cilindro, transversal, 999 cm³. Taxa de compressão de 12,6:1. Potência: 77 cv a gasolina e 79 cv a álcool, ambos a 6.400 rpm. Torque máximo, respectivamente, de 9,3 mkgf e 9,4 mkgf nos 5.200 giros. A

As mudanças na linha Corsa 2006 estão apenas sob o capô. No resto, nada mudou, nem mesmo os preços, que continuam os mesmos que os da linha 2005.

velocidade máxima, 163 km/h e 166 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em 14s4 e 14s3, pela ordem gasolina e álcool. O modelo 1.8 tem motor quatro cilindros em linha, SOHC com duas válvulas por cilindro, transversal, 1.796 cm³. Taxa de compressão de 10,5:1. Potência: 112 cv a gasolina e 114 cv a álcool, ambos a 5.600 rpm. Seu desempenho: velocidade máxima de 190 km/h e de 189 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em 10s1 e 10s4, também pela ordem gasolina e álcool.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

16 -.EMPRESAS

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

Fotos: Patrícia Cruz/Agência Luz

São Paulo entra no calendário de Jovens Empreendedores O 10º Congresso Mundial de Jovens Empreendedores foi lançado oficialmente ontem na capital. São Paulo é a primeira cidade da América do Sul a sediar o evento, que acontecerá no Anhembi.

N

o lançamento oficial do 10º Congresso Mundial de Jovens Empreendedores, ontem, Guilherme Afif Domingos, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), foi o responsável pelo discurso de abertura, ressaltando a importância da vinda do evento ao Brasil no próximo ano, “em um momento importante para nós que lutamos ao lado do empreendedorismo, defendendo a livre iniciativa de todas as formas”, afirmou. Ele estava ao lado do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, do secretário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, João Carlos de Souza Meirelles, do presidente da Universidade Mundial do Comércio, Sujit Chowdhury, e do coordenador do Fórum de Jovens Empreendedores da ACSP, Julio César Bueno. Afif disse que a história de estímulo à livre iniciativa entre os jovens dentro da entidade teve início há 20 anos, quando foi criado o Fórum dos Jovens Empreendedores. “Pela primeira

vez, o Congresso Mundial de Jovens Empreendedores será sediado por um país da América do Sul. E é uma honra a vinda do evento para São Paulo, cidade que se destaca como potência econômica e de empreendedorismo no Brasil”, definiu. Chowdhury, que também é secretário geral das Organização das Nações Unidas (ONU)

Sujit Chowdhury: bons negócios

para assuntos de Empreendedorismo, apontou que a escolha da capital paulista ocorreu devido ao entusiasmo do presidente da ACSP e também do governador de São Paulo para o evento. Segundo ele, os dois inspiram a energia que o Congresso deve ter. “É primeira vez, em dez anos, que o evento

terá o suporte de uma associação comercial e parceiros da iniciativa privada. Em outros países as entidades governamentais foram sempre responsáveis pela realização do Congresso. Sem o envolvimento das empresas, dificilmente o evento é capaz de alcançar seus objetivos, por isso estou tão otimista quanto ao sucesso da proposta de realização do Congresso no Brasil”. Ele acredita que os setores mais promissores da economia nacional são agropecuária, têxtil, calçadista, design e tecnologia não apenas pela competitividade, mas pelo avançado desenvolvimento. Em entrevista exclusiva ao Diário do Comércio, o representante da ONU disse esperar a vinda de 300 empreendedores estrangeiros ao evento. “A partir de seis semanas antes do início do Congresso, que vai de 15 a 17 de março de 2006 no Anhembi, os perfis de todos os participantes estarão disponíveis na página oficial do evento (www.wsyebrasil.com.br) e nos três dias de trabalhos ocorrerão, diariamente, 10 workshops em que serão apresentadas boas práticas de negócios e negociações. As rodadas de apresentação estarão dividas por setores e

Guilherme Afif Domingos, presidente da Associação Comercial de São Paulo, fez a abertura do lançamento

Congresso já atrai a atenção de empresários do estado

Alckmin: "São Paulo é inovação"

Alencar Burti (esq.) e Alfredo Cotait na platéia do evento

Julio César Bueno, do FJE

30 empreendedores terão a oportunidade de mostrar seus trabalhos por setor em cada um dos três dias de Congresso”. Chowdhury adiantou que espera atrair a mídia internacional para o Brasil, o que permitirá maior visibilidade para os empreendedores participantes. “Muitas parcerias já tiveram início pela divulgação de boas iniciativas. Acreditamos que a contribuição dos

tado na mola propulsora da inovação e, conseqüentemente, das oportunidades que o País oferece”, concluiu. As empresas interessadas em patrocinar o evento ou participar como expositoras devem entrar em contato com a organização por meio do site oficial. A partir de R$ 15 mil é possível fazer parte do evento internacional como expositor.

veículos de comunicação oferece força ao evento”, conclui. Força empreendedora – Já o governador Geraldo Alckmin disse que a escolha do Estado de São Paulo para a realização do Congresso Mundial de Jovens Empreendedores, um evento que faz parte das conferências globais da ONU, foi acertada. “São Paulo é cosmopolita e teve início pela ação dos empreendedores que transformaram o es-

ACORDO

CERVEJA

A

empresa de segurosaúde WellPoint fechou acordo para comprar a WellChoice, que atua no mesmo setor, por perto de 6,5 bilhões de dólares em dinheiro e ações. O negócio dará à WellPoint presença mais forte no nordeste dos Estados Unidos e a empresa combinada atenderá a mais de 33 milhões de membros em 14 Estados norteamericanos. A WellChoice é a maior seguradora de saúde do Estado de Nova York e controladora da Empire Blue Cross Blue Shield. As empresas também informaram que esperam que o negócio seja fechado no primeiro trimestre de 2006. (Reuters)

US AIRWAYS

A

US Airways, cliente da fabricante brasileira de aviões Embraer, e a America West Airlines completaram o processo de fusão ontem, criando uma companhia que une eficiência da operação de baixo custo com os serviços de uma grande empresa aérea. "Hoje começamos um novo capítulo da história da aviação", disse o presidenteexecutivo da America West, Douglas Parker, que irá dirigir a quinta maior companhia aérea doméstica dos Estados Unidos em passageiros transportados. O acordo avaliado em mais de US$ 1,5 bilhão tira a US Airways da recuperação judicial, após um ano de reestruturação. (Reuters)

Juliana de Moraes

A Ó RBITA

ENERGIA

A

Ampla, segunda maior distribuidora de energia do Rio de Janeiro, controlada pela espanhola Endesa , investirá US$ 355 milhões no próximo ano para dar continuidade ao seu programa de redução de perdas e de inadimplência, que fez a companhia voltar a ser rentável ao longo dos últimos quatro anos. Focada na melhoria financeira, a companhia não está avaliando uma possível compra da principal distribuidora de energia do Rio de Janeiro, a Light, afirmou o presidente da Ampla e do Grupo Endesa no Brasil, Marcelo Llévenes. Ele reafirmou que o interesse da controladora da Ampla no país são ativos de grande porte de geração de energia. Segundo ele, o trabalho realizado nos últimos quatro anos junto aos clientes, em comunidades carentes, melhorou o desempenho da empresa e vem aumentando seu faturamento. Nos últimos quatro anos, a inadimplência da distribuidora caiu dos 15% para 1,2%, registrado em agosto deste ano. "Tivemos em agosto a maior arrecadação da história da companhia e o maior lucro acumulado", disse Llévenes. De janeiro a agosto, a Ampla teve lucro de R$ 54 milhões, superando os R$ 33 milhões de 2004. (Reuters)

cervejaria holandesa Heineken tenta na Justiça impedir a venda de um sistema de chope para uso em residências pela concorrente belga Inbev. A Heineken formalizou pedido de liminar contra a Philips Electronis e a Inbev, alegando quebra de patente. "A Heineken quer proteger suas invenções por meio de um Divulgação processo legal", informou a empresa, que lançou o sistema BeerTender em 2004 em parceria com o grupo de eletrodomésticos Seb-Krups. A maior cervejaria do mundo em vendas quer uma liminar da Justiça para que Philips e InBev parem de vender o sistema rival na Holanda, e abriu processo similar na Alemanha. (Reuters)

MARCAS

A

pesquisa Top Five da revista Supermercado Moderno mostra 38 empresas que, pela primeira vez, figuram em 41 novas categorias no ranking dos cinco primeiros colocados em vendas. São os casos da Cargill e da Nestlé. Este ano, 21 empresas subiram no ranking graças a aquisições – caso da Nova América com a marca Dolce – novos produtos, distribuição e publicidade. (AE)


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DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 28 de setembro de 2005

DUAS RODAS Silvio Porto

Biz ou Neo? A escolha, uma dúvida cruel... Com a chegada da Biz 125, a Neo AT 115 agora tem uma concorrente à altura. Duas excelentes propostas para os iniciantes que precisam de agilidade. JORGE FINARDI/MOTORCAR

U

m dos mercados que mais apresenta números representativos de crescimento na atualidade é o das motocicletas. Os fabricantes aqui estabelecidos, com liderança absoluta, desde o início da instalação da indústria no Brasil, da japonesa Honda, buscam sempre produtos novos que atraiam, principalmente, os novos consumidores, aqueles que desejam se motorizar mas que ainda não podem alcançar o automóvel. Dois desses modelos – a Honda Biz 125 e a Yamaha Neo AT 115 – disputam o mercado em um momento muito propício, causado pelo incremento no setor. São produtos com design marcante, e indicados para os que querem dar suas primeiras aceleradas na motocicleta. São os chamados modelos de entrada no setor, de preço baixo e fácil condução. A Biz, da Honda, chegou primeiro, em 1992, batizada C 100 Dream, acertando em cheio as solicitações do consumidor, que buscava algo simples de conduzir, sem necessidade de troca de marchas, baixo custo de manutenção e economia. O modelo de entrada já vendeu, até hoje, 1.003.853 unidades, perdendo apenas para a campeã CG 125, que após alguns meses fora do mercado, em favor de um modelo de 150 cc, voltou com força total. Agora, a fábrica, atendendo a uma crescente demanda, promoveu mudanças no seu motociclo, transformando-o na Biz 125, lançada em agosto último. Requer experiência - As modificações do modelo começam pelo novo design mais atual, novo motor 125 OHC (quatro tempos e 9,1 cv a 7.000 rpm de potência e torque de 1,06 mkgf a 4.000 rpm) que traz potência e suavidade no seu funcionamento. A Biz é recomendada para o motociclista com um pouco de experiência, pois tem marchas e o freio é no pé, o que pode se transformar numa dificuldade para a sua condução. Automática - A Yamaha Neo115, lançada em outubro de 2004, significou uma

grata surpresa. O modelo tem design atual e conta com a vantagem do câmbio automático. O painel de instrumentos abriga marcador de combustível, bom espaço de porta capacetes e, ainda, rodas em liga leve e freio a disco dianteiro. Seu motor é um 115 SOHC (quatro tempos, de 8,4 cv a 800 rpm de potência e 0,78 mkgf a 7.000 rpm de torque). Este modelo é o mais adequado para os principiantes já que para dirigi-la basta acelerar e frear, tal e qual uma bicicleta Biz e Neo disputam o mercado de entrada. Painéis de ambas são de fácil visualização. lembrando-se claro que existe um motor que a "empurra", com maior força que os 125, com partida elétrica, chega ao mer- líndrico, com comando de válvulas no pés de um ciclista. cado por R$ 5.445. A Yamaha Neo AT cabeçote, de 124,9 cc. E a Yamaha Neo Apesar das diferenças de câmbio, os 115, por sua vez, está à venda por R$ leva um motor monocilíndrico de quatro dois modelos são fáceis de dirigir, eco- 6.105. Então, façam as suas apostas já que tempos e 114 cc, OHC, de arrefecimento nômicos e ágeis no trânsito, com van- são diversões garantidas. forçado a ar, que desenvolve potência de tagem para a Yamaha, pelo automatismo 8,4 cv. Em ambos os casos lembre-se que é da troca de marchas. É uma briga que Os motores - A Honda Biz tem o obrigatório ser portador da carta de hapromete ser das melhores, principalmen- compacto motor 125 OHC (Over Head bilitação própria para motocicletas. E, te, quando falamos em preço: a Honda Biz Camshaft) de quatro tempos, monoci- claro, o uso de capacete.

BMW K1200R, A "FEROZ" ROADSTER ALEMÃ Em alta, o mercado de moto atrai não somente marcas aqui instaladas, mas também aquelas que só atuam comercialmente no Brasil. É o caso da BMW, que, depois de três modelos, BMW K 1200 RT, a K 1200 S, traz agora a roadster K 1200 R. O desenho, radical, inclui dois minifaróis, quadro e motor propositalmente expostos. A K 1200R, uma musculosa roadster, chega ao mercado com visual ousado e custando entre R$ 74.900 (versão Standart) e R$ 88.500 nas lojas da marca. Baseada mecanicamente na superesportiva K 1200S (com ligeiras alterações na potência e torque), chega com o título de "a mais potente roadster do planeta". O motor (com injeção eletrônica e refrigeração líquida) é um inédito quatro cilindros em linha, com 1.157 cm³, 16

válvulas e inclinação de 55 graus, que permite um forte rebaixamento no centro de gravidade, facilitando a estabilidade e pilotagem. Desenvolvido com ajuda de tecnologia da F-1, teve suas dimensões miniaturizadas e fornece 163 cv a 10.250 rpm. No pacote de sofisticações, a possibilidade de reajuste na altura do banco, entre 790 e 820 mm. O sistema, denominado ESA (controle eletrônico de suspensão), permite configurar seu comportamento, conforme o tipo de piso, aderência ou tocada do piloto. O conjunto consegue isolar as imperfeições do solo (útil em São Paulo), transmitidas diretamente para o chassi, através de um quadrilátero articulado, deixando para o guidão apenas a tarefa da condução, que fica mais

Divulgação/BMW

No segmento é a "mais potente do planeta", garante a BMW

suave e não afunda nas freadas. O painel é coberto por uma pequena carenagem, e, além das funções normais, também fornece autonomia e temperatura da água. Jorge Finardi Filho


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

FINANÇAS - 9

INDICADORES ECONÔMICOS 27/09/2005

COMÉRCIO

Ago05 1.963.655 1.744.470 381.747 304.670 89 48 3 2

Consultas Usecheque Consultas SCPC Registros recebidos Registros cancelados Falências requeridas Falências decretadas Concordatas requeridas Concordatas deferidas

CHEQUES - DADOS NACIONAIS

TÍTULOS PROTESTADOS (Na capital)

BALANÇO GERAL Ago05/Ago04 2,4% 5,7% 11,4% 8,1% -58,8% 100% -40% estável

Evolução das falências requeridas

339

Por segmento

Em quantidade

Ago05 1.952 6.744 2.555 147

Indústria Comércio Serviços Não classificados Destaques de agosto

Jul/Ago05 (%) -15,24 -15,11 -13,47 -12,5

89

Quantidade 863 1.321 552 131 330 572

Adm, planej e imob Tecidos e armarinhos Vestuário e artefatos de tecido Combustíveis e lubrificantes Transporte, turismo e armazenagem Mat. construção e ferragens

junho

julho

agosto

Fonte: Associação Comercial de São Paulo

Valor (R$) 1.746.239 1.568.742 1.362.368 1.130.789 970.169 814.331

desconto duplicatas: 1,8391 a.m.

ACC* (180 dias): 5,80 período

cheque pré-datado: capital de giro:

factoring: hot money:

swap 90 dias:

4,51 a.m. 24,95 a.a.

4,68 a.m. 2,36 a.m.

swap 180 dias: 18,5 período

19,10 período

*Adiantamentos contratos câmbio

obs.: a.m.: ao mês/a.a.: ao ano/período: pelo período contratado

Pessoa física (taxas em % ao mês) cheque especial média Procon Banco do Brasil Banespa Bradesco Caixa Econômica HSBC Itaú Real Unibanco

empréstimo pessoal

8,32 8,03 8,50 8,33 7,95 8,47 8,50 8,40 8,39

5,46 4,85 5,80 5,87 5,28 5,07 5,95 5,90 5,87

Taxas de referência

Selic (juro básico): 19,50% ao ano Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP): 9,75% ao ano

TR

(em %)

19/09 20/09 21/09 22/09 23/09 24/09 25/09 26/09

TR pro rata

0,2487 0,2517 0,2489 0,2428 0,2038 0,1707 0,2087 0,2421

0,0118289 0,0119714 0,0118384 0,0115486 0,0101801 0,0089770 0,0104247 0,0115153

Unidade padrão de capital (UPC) abril/maio/junho: julho/agosto/setembro:

TBF

1,4517 1,4447 1,4519 1,4257 1,3561 1,2926 1,3611 1,4350 R$ 20,01 R$ 20,27

Unidade fiscal do município (UFM):

R$ 76,58

Unidade fiscal do estado de São Paulo (Ufesp):

R$ 13,30

Ufir:

1,0641 (deixou de ser calculada em janeiro de 2001)

Fontes: Enfoque Sistemas, Banco Central, Procon-SP, Anfac

APLICAÇÕES FINANCEIRAS Poupança (%) 01/09: 02/09: 03/09: 04/09: 05/09: 06/09: 07/09: 08/09: 09/09: 10/09:

0,8483 0,8326 0,8338 0,7988 0,7524 0,7615 0,7913 0,8010 0,8026 0,7845

Pessoa física

2005

04/05

13.584 13.369 11.398

-9,57% -11,2% -20,9%

Junho Julho Agosto

2005

04/05

51.984 53.263 53.165

-3,88% -4,12% -7,21%

MERCADOS

JUROS E TAXAS Pessoa jurídica (taxas em %)

Pessoa jurídica Junho Julho Agosto

21/09: 22/09: 23/09: 24/09: 25/09: 26/09: 27/09: 28/09: 29/09: 30/09:

0,7579 0,8009 0,7966 0,7987 0,7561 0,7171 0,7168 0,7563

obs.: a remuneração dos dias 29, 30 e 31 é a do dia 1º subseqüente

Realização de lucros faz bolsa cair

D

epois dos sucessivos recordes de pontuação da semana passada, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou ontem um movimento de realização de lucros dos investidores. Com isso, o Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, encerrou os negócios em 30.874 pontos, com desvalorização de 0,86%. Com esse resultado, o indicador passa a acumular ganhos de 10,09% no mês e de 17,86% no ano. O movimento de realização foi considerado normal, pois o mercado de ações tem apresentado trajetória constante de valorização. Destacaram-se no pregão de ontem as ações da operadora de telefonia Brasil Telecom. Circularam rumores no mercado de que alguns fundos de pensão teriam desistido de vender sua participação na empresa para a Telecom Italia. Essa venda é aguardada com ansiedade pelo mercado, pois daria fim a uma das mais longas disputas entre acionistas já vistas no Brasil. Investidores aguardam a conclusão do negócio e a frustração dessa expectativa com os boatos fizeram as ações recuar , observou o analista de telecomunicações de uma corretora paulista. Brasil Telecom ON (ação da operadora) despencou 7,31%, enquanto as ações ordinárias da holding Brasil Telecom fecharam com perdas de 2,94%. (Rejane Aguiar)

IMPOSTO DE RENDA

Fundos de renda fixa Fundos DI Fundos dólar Fundos multimercado* Fundos de ações** Fundos FGTS Petrobras Fundos FGTS Vale do Rio Doce Fundos PIBB Fundos Previdência DI *sem renda variável **indexados ao Ibovespa

Fontes: Bovespa, Banco Central, Enfoque Sistemas, Anbid

Julho 1,44 1,50 2,03 1,33 3,90 4,44 12,37 5,00 1,36

Cheques sustados por roubo ou extravio 2005 1.213.963

Agosto

Variação 2004/2005 (%) 23,24

*cheques pagos

FALÊNCIAS DECRETADAS ANO DE FUNDAÇÃO DAS EMPRESAS Julho 1 2 2 2 14

Até 1970 De 1971 a 1980 De 1981 a 1990 De 1991 a 1993 De 1994 a 2005

Agosto 1 11 5 31

No ano 14 19 64 38 263

Ibovespa (%) dia: -0,86 mês: 10,09

ano: 17,86

Principais índices Ibovespa Itag IVBX-2 IGC IEE IBX-50 Itel Ações mais negociadas Petrobras PN Vale do Rio Doce PNA Usiminas PNA Telemar PN Eletrobras PNB* Embratel Par PN* Gerdau PN Braskem PNA

Pontos 30.874 4.069 3.134 3.194 9.110 4.467 836

Variação (%) -0,86 -1,31 -0,95 -1,03 -0,86 -0,33 -1,90

Cotação (R$) 35,98 85,50 50,24 36,41 41,15 5,21 32,50 25,31

Variação (%) 2,21 -0,34 -3,75 -1,48 3,41 -4,40 -2,25 -1,17

*por lote de mil ações

Maiores oscilações do Ibovespa (%) Altas Baixas Eletrobras ON*: 4,11 BB ON: Cesp PN*: 3,77 Embratel Par PN*: Eletrobras PNB*: 3,41 Telesp PN:

-4,42 -4,40 -3,84

isento 15% 27,5%

Deduções R$ 174,60 R$ 465,35

Deduções

R$ 117,00 por dependente; R$ 1.164,00 por aposentadoria (uma apenas) paga por entidade pública a quem já completou 65 anos; pensão alimentícia; contribuição à Previdência Social; contribuição para previdência privada e para os Fapi obs.: sobre o imposto em atraso incide multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%, e juros de mora equivalentes à taxa Selic mais 1% no mês de pagamento.

IPCA INPC IGP-M IGP-DI IPC-Fipe ICV-Dieese CUB

jun -0,02 -0,11 -0,44 -0,45 -0,20 -0,17 0,03

jul 0,25 0,03 -0,34 -0,40 0,30 -0,17 0,02

ago 0,17 zero -0,65 -0,79 -0,20 zero -0,15

ano 3,59 3,31 0,75 0,32 2,82 2,62 4,26

12 meses 6,02 5,01 3,43 2,71 4,95 4,89 6,69

jul 1,0712 1,0650 1,0651 1,0727

ago 1,0538 1,0488 1,0620 1,0657

set 1,0343 1,0271 1,0495 1,0602

Fatores de reajuste do aluguel IGP-M IGP-DI IPC-Fipe IPCA

jun 1,0908 1,0835 1,0771 1,0805

Fontes: IBGE, FGV, Fipe, Dieese, Sinduscon-SP

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL Trabalho assalariado

Previdência Social competência agosto CONTRIBUINTE INDIVIDUAL E FACULTATIVO Salário base Mínimo R$ 300,00 Máximo R$ 2.668,15

Alíquota 20% 20%

Contribuição R$ 60,00 R$ 533,63

Alíquota 7,65% a 11% 12%

Mínimo R$ 22,95 R$ 36,00

Máximo R$ 293,49

Até R$ 800,45 7,65% De R$ 800,46 a R$ 900,00 8,65% De R$ 900,01 a R$ 1.334,07 9,00% De R$ 1.334,08 a R$ 2.668,15 11,00% Empresas têm prazo até 3/10 e pessoas físicas, até 17/10. Depois do vencimento incidem multas de 4% a 100%. Salário-família R$ 21,27 para quem ganha até R$ 414,78 R$ 14,99 para quem ganha até R$ 623,44

Fonte: Ministério da Previdência e Assistência Social

Fundos de investimento RENTABILIDADE EM %

Variação 2004/2005 (%) 12,0

Índices de inflação (em %)

até R$ 1.164,00 de R$ 1.164,01 a R$ 2.326,00 acima de R$ 2.326,00

Empregado Empregador

Fonte: Enfoque Sistemas

2005 2.742.220

Agosto

PREÇOS/ALUGUEL

Descontos na fonte

CDB 30 dias: 18,95% ao ano

CDB 90 dias: 18,70% ao ano

Cheques sem fundo excluídos do Banco Central*

Fonte: Bovespa

Empregados domésticos

CDB 62 dias: 18,85% ao ano

Variação 2004/2005 (%) 14,5

BOVESPA

Fonte: Secretaria da Receita Federal

11/09: 0,7519 12/09: 0,7174 13/09: 0,7203 14/09: 0,7495 15/09: 0,7920 16/09: 0,7935 17/09: 0,7942 18/09: 0,7420 19/09: 0,7161 20/09: 0,7276

2005 3.231.165

Agosto

setores com maior valor de protestos

Quantidade e evolução

68

Cheques sem fundo registrados no Banco Central

Ano 12 meses 10,36 17,38 10,61 17,91 -11,40 8,34 13,50 -1,64 13,97 20,48 52,21 4,68 47,76 5,01 32,97 9,29 15,21

MOEDAS Outras moedas

Dólar americano (à vista)

Em R$

Em R$

Compra 2,258 2,45 2,21

Comercial Paralelo (SP) Turismo

Venda 2,260 2,55 2,35

Euro Iene Libra esterlina

Compra greve no BC greve no BC greve no BC

Fontes: Banco Central, Enfoque Sistemas

Para esclarecer dúvidas, ou dar sugestões, entre em contato com o jornal pelo e-mail indicadores@dcomercio.com.br ou pelo telefone (11) 3244-3829, a partir das 13 horas.

Venda greve no BC greve no BC greve no BC


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

Sol reaparece amanhã em SP Previsão para hoje é de temperaturas entre 11 e 19 graus, com chuviscos. Ontem, a capital paulista registrou a menor máxima do ano, com 15,3 graus. Wilton Junior/AE

A

primeira frente fria da primavera reduziu a temperatura para 15,3 graus, às 15h de ontem, na capital paulista: a menor máxima do ano. Ao amanhecer, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), foram registrados 12,1 graus no Mirante de Santana, zona norte. A menor temperatura anterior foi de 15,5 graus, em 19 de julho. Ao contrário de 2004, o tempo neste mês está frio e chuvoso. Segundo o Climatempo, o motivo para esse quadro são as seis frentes frias que passaram por São Paulo desde o início do mês, deixando o tempo fechado em grande parte dos dias. Hoje o sol aparece fraco entre nuvens e há previsão de chuviscos em períodos alternados. As temperaturas ficarão entre 11 e 19 graus na capital. Amanhã, o sol reaparece em todo o estado e as temperaturas sobem um pouco, chegando a 22 graus na cidade. No Rio – A pouca visibilidade provocada pela frente fria estacionada sobre o Rio de Janeiro provocou o fechamento do Aeroporto Santos Dumont por mais de 40 minutos ontem de manhã. Ao longo do dia, tanto o Santos Dumont quanto o Aeroporto Internacional Tom Jobim operaram por instrumentos. A chuva forte que castigou a cidade voltou a alagar diversas ruas, provocando congestionamento. Houve diversos acidentes, mas sem vítimas fatais. Até o início da noite, as principais ocorrências eram de dois deslizamentos de terra em Santa Tereza, no centro do Rio, sem vítimas. A frente fria que há dias mantém o Rio sob chuva ininterrupta deve se afastar amanhã em direção ao Espírito Santo, prevê o Inmet. Para hoje, a previsão é de chuva pela manhã e o tempo pode começar a melhorar à tarde. A temperatura deve variar entre 16 e 24 graus. Ontem a mínima foi de 15,2 graus. (AE)

CIDADES & ENTIDADES - 17

BUEIRO

RIVAL

O

Corpo de Bombeiros de Barueri localizou na estrada da Barragem, em Pirapora de Bom Jesus, o corpo do menino Fernando Marques, de 4 anos, desaparecido desde o dia 18. Ele caiu em um bueiro sem tampa na avenida Inajar de Souza, na zona norte. O bueiro tinha 60 centímetros de diâmetro e estava coberto por duas pedras – a tampa de metal original foi furtada há anos. O garoto escorregou num vão entre as pedras.

A Ó RBITA

CAIXA D'ÁGUA

A

Sabesp vai reformar a primeira caixa d'água da capital em comemoração aos 124 anos de funcionamento do Reservatório da Consolação. O prédio a ser restaurado data do século 19.

polícia prendeu ontem Fernando Gonçalves dos Santos, de 29 anos, conhecido como Azul ou Colorido. Líder de uma facção criminosa, ele era o traficante mais procurado da Baixada Santista e o principal rival de Ronaldo Barsotti de Freitas, o Naldinho. Santos foi preso em São Vicente e com ele havia quase 50 quilos de maconha e armas. Em gravações da Polícia, Naldinho jurava executar Colorido.

Frente fria da primavera trouxe chuva também ao Rio de Janeiro

Melhor Idade ganha abrigo

D

ezenas de pessoas da chamada Melhor Idade lotaram ontem o plenário da Câmara Municipal de São Paulo, em comemoração ao Dia do Idoso, que foi lembrado em todo o País. Para celebrar a data, o presidente da casa, o vereador Roberto Trípoli (sem partido) promulgou o projeto de lei conhecido como a "política municipal do idoso". De autoria do vereador Dr.

Farhat (PTB), o projeto de lei cria a chamada Casa Transitória, onde idosos que sofrem maus tratos (sendo por parte de parentes ou outras pessoas) podem ficar por até 90 dias para receber assistência de vários tipos. O abrigo poderá ser prorrogado por mais alguns dias, caso haja necessidade. Ontem, na Câmara, os idosos cercaram vereador Agnaldo Timóteo, que acabou cantando.

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São Paulo, quarta-feira, 28 de setembro de 2005

DCARRO

5

COMERCIAIS

A

Volvo acaba de lançar dois novos modelos: o cavalo mecânico VM 4x2 com motor de 310 cv e o VM 6x4, com motorizações de 260 cv e 310 cv. Ambos estarão à venda a partir de janeiro com preços na faixa de, respectivamente, R$ 220 mil a R$ 230 mil e R$ 225 mil a R$ 250 mil. Os novos veículos, que consumiram investimentos de R$ 25 milhões, complementam a linha de caminhões semipesados da Volvo, lançada em 2003. O VM cavalo mecânico 4x2, com peso bruto total de 17,5 toneladas e capacidade de tração de 43,6 toneladas, é adequado para os segmentos que precisam de grande eficiência operacional e percorram médias distâncias para transportar cargas industriais. "O veículo foi desenvolvido para atender as aplicações com semi-reboque de 2 e 3 eixos", informa Reinaldo Serafim, gerente de Caminhões da Linha VM da Volvo do Brasil. Segundo ele, o VM 4x2 se enquadra num segmento que abrange cerca de 9 mil unidades/ano no Brasil. O VM 4x2 tem motor eletrônico e pode ser adquirido com cabine estendida ou cabine leito. "Segurança, baixo consumo de combustível, conforto e alta capacidade de carga são os principais atributos desse modelo", garante Serafim. O novo caminhão Volvo vem com cinto de segurança integrado no assento, faróis auxiliares e chave geral de fábrica para desligar toda a parte elétrica, um item importante para várias aplicações e indispensável nos veículos destinados ao transporte de cargas perigosas.

Volvo lança dois modelos

ALZIRA RODRIGUES

Pára-choque de aço - O VM 6x4, por sua vez, é ideal para operações nos segmentos de construção, transporte de madeira e cana-de-áçucar. O modelo é equipado com pára-choque de aço e pode ser implementado para diferentes operações, como Romeu & Julieta, betoneira e caçamba. O novo caminhão vai ser oferecido com motores de 6 cilindros (7.2 litros) e com o sistema de coom rail de injeção de combustível. O segmento de caminhões 6x4 com capacidade de tração de até 63 toneladas abrange, no mercado brasileiro, cerca de 8 mil unidades/ano. Com os dois novos modelos da linha VM, a Volvo pretende ampliar significativamente as suas vendas de semipesados no próximo ano. Segundo Serafim, foram comercializados 1.550 modelos VM em 2004 e a meta para este ano é chegar a 1.800. "Com as novas opções, pretendemos chegar a um volume de 2,6 mil a 2,8 mil já em 2006", informa o gerente da Volvo. No total, a montadora prevê comercializar internamente 6,2 mil caminhões. A empresa tem participação de 5% no mercado de semipesados (no qual atua há apenas dois anos) e de 23% no de veículos pesados. Os clientes dos dois novos modelos terão à disposição uma série de serviços oferecidos pela Volvo: treinamento de motoristas, programas de manutenção, serviço de atendimento emergencial, sistema de monitoramento e gestão de frota via satélite, além de financiamentos e seguros da própria fábrica.

Os novos caminhões começam a ser vendidos em janeiro, com preços que variam de R$ 220 mil a R$ 250 mil. Eles chegam para complementar a linha de semipesados VM, que é exportada para países da América do Sul. A Volvo promete mais novidades para outubro, quando acontece a Fenatran, no Anhembi, a maior feira de transporte da América Latina.

Divulgação/Volvo

A montadora amplia a linha VM com o cavalo mecânico 4x2, de 310 cv, e o caminhão 6x4 com duas motorizações


DIÁRIO DO COMÉRCIO

18 -.CIDADES & ENTIDADES

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

Fotos Arquivo/DC

A rua Oscar Freire (primeira foto) é uma das mais elegantes da cidade e já tem um projeto definido de reforma (acima). Os comerciantes estão se mobilizando, mas as mudanças ainda não começaram.

A rua 12 de Outubro, na Lapa, ficou livre dos camelôs que impediam até a passagem dos carros. O próximo passo é a revitalização.

Grupo pretende agilizar revitalização de ruas comerciais Objetivo é aprovar projetos mais rapidamente, livrando os comerciantes da burocracia. Secretarias trabalharão em conjunto e ajudarão a buscar parcerias.

P

ara facilitar o andamento dos programas de revitalização das ruas comerciais de São Paulo, a administração José Serra criou o conselho de Intervenção nas Vias Comerciais de São Paulo. O grupo, formado por diversos departamentos, como as secretarias da Habitação, Infra-Estrutura Urbana e Obras e dos Transportes, tem como objetivo avaliar, no menor tempo possível, um projeto de reforma de uma determinada região comercial, evitando o abandono devido à demora e à burocracia. Com essa iniciativa, Prefeitura e comerciantes esperam um retorno para suas principais demandas: o aumento do consumo nas vias comerciais e o controle definitivo do espaço público, impedindo a entrada de camelôs ilegais. Em uma

avaliação recente do secretário municipal da coordenação das subprefeituras, Walter Feldman, uma área que passa por intervenções acaba impedindo, automaticamente, o trabalho de camelôs ilegais. "Retiramos os ambulantes, o projeto de revitalização é implementado, mas só os autorizados retornam. Isso permite uma retomada do espaço público sem um confronto direto", disse. Prática – Felippe Naufel, coordenador do conselho, explicou que todos os projetos enviados serão avaliados tecnicamente pelo grupo. Aprovados, a iniciativa será colocada em prática automaticamente. "Antes, quando um grupo apresentava um projeto, tinha de levá-lo de departamento em departamento, atrasando demais a execução. Todos os envolvidos estarão juntos, fa-

cilitando aprovação e as possíveis parcerias num processo de revitalização", disse. Naufel prevê um controle indireto do espaço público por meio das ações de revitalização, já que o desenvolvimento da rua comercial resultará em uma ocupação natural de equipamentos e serviços para os freqüentadores dessas vias. "Não haverá local para o retorno de possíveis ambulantes ilegais. O desenvolvimento de cada local será uma barreira à ocupação desordenada". Alteração – Para o coordenador, a remodelação de uma via comercial altera diretamente todo o comércio do local, pois incentiva a profissionalização dos envolvidos, desde os ambulantes autorizados aos lojistas, que começam a olhar a rua como uma parte de seu negócio, já que sua conser-

vação poderá atrair novos compradores. "Esse é um dos caminhos para atuar no mercado atual, cuja concorrência vem dos shoppings, dos hipermercados e das vendas pela internet. Um espaço organizado é um atrativo". Naufel lembra que os lojistas interessados em apresentar um projeto de revitalização para a rua onde instalados precisam formar uma entidade representativa reconhecida por todos os lojistas do local. Somente assim, a Prefeitura poderá negociar uma parceria com os representantes da entidade, como, por exemplo, a reforma de calçadas, do pavimento e outros serviços. "Cada um cumpre sua parte, não há como o município arcar com todas as despesas e as parcerias são possíveis. Mas é preciso uma entidade reconhecida, o que ainda não existe em importantes vias comerciais de São Paulo", disse Naufel. Duas ruas – Entre os projetos já encaminhados estão os das ruas Oscar Freire, nos Jardins, e 12 de outubro, na Lapa. Os lojistas do Brás também encaminharam o plano de revitalização do largo da Concórdia. Comerciantes da avenida Santa Catarina, no Jabaquara, estão se organizando para fechar um modelo de revitalização. "Os projetos surgem entre os lojistas com a colaboração de distritais da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) O próximo será o da rua Benedito de Andrade, em Pirituba, onde a ACSP foi a principal parceira", finalizou. Davi Franzon


DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 28 de setembro de 2005

REBELDIA

6

O Chamonix oferece réplicas do 350 com dois motores: 1.6 refrigerado a ar, e 2.0 a água, ambas fiéis ao original.

São Paulo, quarta-feira, 28 de setembro de 2005

DOIS MITOS E UMA HISTÓRIA 356. Pelo Spyder, ele pagou, em 21 de setembro de 1955, nove dias antes do acidente fatal, US$ 6,9 mil. Ontem e hoje – Não é só uma réplica, perfeita diga-se de passagem. Sim, seu poder de sedução também é incrível. A exemplo do original, o Spyder Chamonix nasceu para as pistas. É leve, bom desempenho – teve trocado o alumínio da carroceria pela fibra de vidro, e totalmente espartano, tendo por base a mecânica Volkswagen. Graças ao preço, elevado para os padrões brasileiros, mas infinitamente inferior ao de um Spyder autêntico, convida à aceleração. O 550 Spyder foi apresentado no Salão do Automóvel de Paris de 1953, sendo o primeiro Porsche pensado para as corridas. Um conversível "peso-pena", com meros 550 quilos, o que deu origem ao seu nome (há quem pense tratar-se do projeto de número 550 da marca, como o 356), e que contava com um motor e tanto, com 110 cv, além de inédito por ocupar uma posição central traseira, algo hoje do-

minante na F-1. O Chamonix é feito desde 1989 com motor 1.6 a ar de 62 cavalos de potência e pesando 580 kg. A versão avaliada pelo DCarro, semana passada, foi a top de linha a 2.0 a água com 125 cv (surgiu em 1995) e que o fabricante diz levar o carrinho de chassi tubular aos 230 km/h, com 0 a 100 km/h em 6,5 segundos. Logo de cara, o Spyder alemão mostrou poder nas pistas, com vitórias em provas importantes como nas 24 Horas de Le Mans. Quanto ao Chamonix, desde sempre ele mostrou que Milton Masteguim, um dos fundadores da Puma e dono da fábrica em Jarinu, seguia um caminho contrário à maioria dos fora de série nacionais. Enquanto todos paravam, o Spyder e outras réplicas davam certo pela preocupação de Masteguim em desenvolver os carros e não fazer deles uma bela "casca" sobre chassi VW. Espaço para apenas dois, nada de bagagens ou sofisticações. Tanto original quanto réplica têm painel simples com somente três mostradores atrás do volante. Não há sequer vidros nas portas e essas não têm nem travas. Para abrir é preciso puxar um cabo de aço. O párabrisa também é bastante baixo, por isso o vento sopra direto no rosto dos ocupantes, que sofrem com o piso ruim, já que o carro transmite todas as irregularidades para seu interior, afinal o banco é rente ao assoalho e a posição de dirigir exige pernas esticadas. O ruído do motor logo atrás dos ocupantes é um capítulo à parte, pois amplia seu fascínio. E não há quem não vire o pescoço e estique a cabeça para vê-lo passar. O Spyder de Dean também era prata, carregava o número 130 e a inscrição Little Bastard (Pequeno Bastardo).

EDUARDO CERIONI

O

tempo voa. Vão-se as pessoas e ficam os mitos. Depois de amanhã, 30 de setembro, marca o cinqüentenário da morte de James Dean. Aos 24 anos, o promissor astro do cinema norte-americano teve seu Spyder 550S espatifado... Tornou-se uma lenda. Quanto à Porsche, ganhou ainda mais status de esportividade, sem outros acidentes

de percurso. Com ou sem James Dean, a marca alemã provavelmente seria sempre cultuada pelos amantes da velocidade em todo o mundo, mas nunca apagará esse capítulo em sua história. Afinal, ainda que réplica, o Spyder é hoje objeto de desejo. Segundo o crítico de cinema Luiz Octávio Lima, nenhum outro ator conseguiu em tão curta carreira deixar uma imagem tão forte da rebeldia dos jovens. "Viva rápido, morra cedo (Live fast, die young), foi o que ele trouxe das telas para as ruas", lembra Lima, em referência ao filme O crime não compensa. "E assim ganhou a imortalidade", completa. Spyder originais só existiram 90. Quantos ainda rodam por aí? Não se sabe ao certo. "Já houve quem oferecesse até US$ 1 milhão por uma dessas raridades", conta Antonio de Genaro, gerente comercial da Chamonix, que faz réplicas em Jarinu, interior paulista. O fabricante nacional comercializou, nos últimos 16 anos, cerca de 1.100 carros feitos em fibra-de-vidro e que imitam os Porsches, mais da metade deles visualmente idênticos ao do usado por James Dean na colisão em que um Ford bateu nele num cruzamento da Route 466, quando seguia de Los Angeles para Salinas, nos Estados Unidos. Existem Spyders Chamonix com motor de Fusca ou se Santana rodando lá nos EUA, no Japão, pela Europa. No Brasil, custa a partir de R$ 58.485 e tem uma grande fila de espera. O primeiro Porsche de Dean foi um modelo

O MITO NASCE NAS PISTAS

F

As rodas diferem do Spyder de Dean. São mais modernas, mas todo o resto segue o desenho do carro do ídolo, inclusive o painel, tão espartano quanto o dele.

erdinand Porsche tornou seu nome mundialmente conhecido em 1900, exibindo o carro elétrico Lohner-Porsche. Em 1931, seu filho, Ferry Porsche, fundou a Porsche Engenharia, na Alemanha, lançando em 1948, o primeiro Porsche, o 356, com 40 cv e que alcançava 135 km/h. Três anos depois o 356 ganhou sua primeira "24 horas de Le Mans". Assim como Dean escolheu o Spyder, fascinado pela velocidade, o "mito" Porsche tem enfeitiçado várias gerações. Eduardo R. S., 53 anos, proprietário de um Porsche Targa 1997, conhece a história da marca nas pistas, não só em "Le Mans", mas também na F1, em que teve equipe própria em 1962, e na década de 1980, quando fornecia motores TAG-Porsche para a McLaren, conquistando títulos com Niki Lauda, 1984, e Alain Prost, 1985/6. "São estas histórias nas pistas que fazem nascer ícones como Ferrari ou Porsche. Escolhi a marca alemã por ela ser ‘top’ em inovações, e não é como a Ferrari que raspa em qualquer lugar. Com o Porsche você pode andar na cidade e até se arriscar, sem exageros é claro, na terra", orgulha-se o "porscheiro".

7

Produção: Andrea Vilas Boas Assitência de produção, cabelo e maquiagem: Mônica Piloni Roupas: Spazio & Vintage Modelo: Ricardo Tupinambá, Agência ID

André Penner

Há 50 anos morria James Dean. O acidente com o astro do cinema, ícone da rebeldia jovem, não arranhou a imagem de esportividade da Porsche, pelo contrário.

DCARRO

Apesar dos seus mais de 50 anos, as linhas do Porsche Spyder 350 chamam a atenção por sua suavidade de contornos, ao mesmo tempo em que transmitem a sensação de esportividade, velocidade e, claro, rebeldia. Até para os dias de hoje.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

LEGAIS - 21

Alan Marques/Folha Imagem

AÉCIO AMEAÇA MOBILIZAR GOVERNADORES PARA LUTAR NO CONGRESSO PELOS RECURSOS DA LEI KANDIR

Surpresa na votação do Orçamento

O

Arquivo DC

governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), prometeu ontem ao governo federal "uma grande surpresa" na votação do Orçamento Geral da União para 2006, caso não seja revisto o veto presidencial que exclui da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do próximo ano recursos com o objetivo de compensar governos de estados e p re f e i t u r a s p e l a s perdas com a Lei K a n d i r. A é c i o c obrou "sensibilidade" da administração federal e disse que os governadores estão preparados para "enfrentar essa luta no plenário do Congresso Nacional, mais especificamente na Comissão de Orçamento". "Se o governo desconsiderar a sua responsabilidade em relação ao ressarcimento aos estados, achando que apenas os estados podem, solitariamente,

pagar a conta pelos crescentes aumentos na nossa balança comercial – que, na verdade, é a âncora principal da política econômica –, o governo terá uma grande surpresa, tendo uma dificuldade enorme na aprovação do Orçamento", afirmou, durante solenidade no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte. Aécio disse, que na próxima segundafeira, acompanhado, provavelmente, dos governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), se reunirá com o ministro Antonio Palocci para discutir o descontingenciamento de R$ 900 milhões referentes a recursos previstos para este ano. "É um compromisso do governo e ele deve cumprir esse seu compromisso." A Lei Kandir desonerou do ICMS as exportações de produtos agrícolas e semi-elaborados. (AE)

COMUNICADOS

FDE AVISA: PREGÃO PRESENCIAL Nº 14/0765/05/05 OBJETO: AQUISIÇÃO DE ESTAÇÃO DE TRABALHO COMPLETA A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para Aquisição de 300 (trezentas) Estações de Trabalho Completas. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 28/09/2005, na sede da FDE, na Supervisão de Licitações na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – CEP 01121-900 – São Paulo/SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br. O credenciamento do representante das proponentes e o recebimento dos Envelopes “Proposta” e “Documentos de Habilitação” ocorrerão na sede da FDE, no endereço acima mencionado, às 09:30 horas do dia 11/10/2005. Todas as propostas deverão obedecer rigorosamente o estabelecido no edital. Miguel Moubadda Haddad Diretor Executivo

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: PREGÃO PRESENCIAL Nº 14/0834/05/05 OBJETO: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS E INFRA-ESTRUTURA PARA A TRANSMISSÃO VIA SATÉLITE DE SINAL DE TELEVISÃO DIGITAL EM BANDA KU, COM FORNECIMENTO DE EQUIPAMENTOS E ANTENAS NAS 5.500 ESCOLAS DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para prestação de serviços e infra-estrutura para a transmissão via satélite de sinal de televisão digital em Banda KU, com fornecimento de equipamentos e antenas nas 5.500 Escolas da Rede Pública de Ensino do Governo do Estado de São Paulo. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 28/09/2005, na sede da FDE, na Supervisão de Licitações na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – CEP 01121-900 – São Paulo/SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br. O credenciamento do representante das proponentes e o recebimento dos Envelopes “Proposta” e “Documentos de Habilitação” ocorrerão na sede da FDE, no endereço acima mencionado, às 09:30 horas do dia 13/10/2005. Todas as propostas deverão obedecer rigorosamente o estabelecido no edital. Miguel Moubadda Haddad Diretor Executivo

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: TOMADA DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de ambientes complementares e Reforma de prédio(s) escolar(es): TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO – PRAZO – ÁREA - CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2545/05/02 - EE Dr. José Manoel Lobo - Rua Amazonas, 285 - Centro - Votuporanga/SP – 150 - 71,89 - 19.836,00 1.983,00 - 09:30 – 17/10/2005. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 29/09/2005, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 14/10/2005, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Miguel Moubadda Haddad Diretor Executivo

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de ambientes complementares e Reforma de prédio escolar com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO – PRAZO – ÁREA - CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2550/05/02 - EE/EMEF Dr. Paulo Grassi Bonilha/Benedito Lourival Jeronymo - Rua Tiradentes, 210 - Centro - Itapura/ SP – 210 - 18,85 - 21.101,00 - 2.110,00 - 10:30 – 17/10/2005. 05/2551/05/02 - EE Antonio Fioravante de Menezes - Rua Fernando Bacco, 270 - Vila Marina - Presidente Prudente/SP – 210 - 18,00 - 40.067,00 - 4.006,00 - 14:00 – 17/10/2005. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 29/09/2005, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 14/10/2005, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Miguel Moubadda Haddad Diretor Executivo

A R T F I X – PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE ADESIVAGEM LTDA. Rua Joaquim Nabuco, 43, sala 5, CNPJ 00.437.265/0001-51, Inscr. Estadual 114.273.404.119, Inscr. Municipal 2.335.110-1 COMUNICA O EXTRAVIO DOS SEGUINTES DOCUMENTOS: A) Matriz - Notas Fiscais de Competência do Estado

Nota Fiscal Nota Fiscal Nota Fiscal Nota Fiscal Fatura

MODELO

SÉRIE

SUBSÉRIE 1 1

1 1

D E Única Única

B) Matriz - Notas Fiscais de Competência do Município TIPO MODELO SÉRIE SUBSÉRIE NF de Serviços NF Fat. de Serv.

A A

NUMERAÇÃO DE A 1 500 1 50 1 2.975 2.976 6.596 NUMERAÇÃO DE A 1 2.750 1 2.370

ESPÉCIE

SITUAÇÃO

Não preenchidos Não preenchidos Talão Preenchidos Formulário Contínuo Preenchidos ESPÉCIE

SITUAÇÃO

Talões Preenchidas Formulário Contínuo Preenchidas

C) Filial - Notas Fiscais de Competência do Estado TIPO Nota Fiscal Nota Fiscal

MODELO

SÉRIE

1 1

U U

SUBSÉRIE

NUMERAÇÃO DE A 1 2.050 2.049 2.228

ESPÉCIE

SITUAÇÃO

Talão Preenchidas Formulário Contínuo Preenchidas

D) Filial - Notas Fiscais de Competência do Município TIPO NF de Serviços NF de Serviços

MODELO

SÉRIE A A

Prefeitos agitam o Congresso

U

ma grande e agitada manifestação dos prefeitos realizada ontem, em Brasília, para reivindicar a ampliação dos repasses federais ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM) de 22,5% para 23,5% se transformou em palco para deputados e senadores, a um dia da eleição para a presidência da Câmara. O ápice da mobilização ocorreu no meio da tarde, quando uma passeata de prefeitos de Goiás

entrou em choque com seguranças do Senado ao tentar entrar no Congresso, onde outro grupo fazia um ato público. Apesar da pressão pela votação da reforma tributária estar concentrada sobre a Câmara, onde a emenda constitucional está parada, foi do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que os prefeitos ouviram ontem a melhor notícia. Constrangido pelo confronto ocorrido horas antes, o

peemedebista disse que o Senado estava de "portas abertas" e prometeu incluir no texto da Medida Provisória 252 – a chamada MP do Bem, que trata de incentivos tributários para o setor produtivo – a renegociação dos débitos dos municípios com a Previdência Social que hoje chegam a R$ 18 bilhões. Essa é uma das principais reivindicações dos prefeitos e tem esbarrado na equipe econômica. "Vamos resolver essa questão na MP e não vamos permitir que o governo vete essa solução. Se o presidente vetar, em 15 dias vamos reunir o Congresso e derrubar esse veto", prometeu o presidente do Senado. Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Municí-

pios (CNM), Paulo Ziulkoski (PMDB), as dívidas com o INSS crescem como uma bola de neve, apesar de as prefeituras estarem pagando as parcelas religiosamente, com o desconto automático do seu FPM. O problema estaria no indexador utilizado para consolidar e corrigir os débitos, que para a maioria dos municípios foi a taxa de juros oficial, a Selic, que atualmente está em 19,5% ao ano. Desde a última renegociação, em 2001, as dívidas pularam de R$ 9 bilhões para R$ 18 bilhões. Com o atual saldo devedor, há municípios que levariam até 4 mil anos para quitar a última parcela. Se os débitos fossem recalculados com base na TJLP, como querem os prefeitos, o estoque das dívidas seria reduzido para R$ 12 bilhões e o tempo de amortização encurtaria. Além de Renan, vários outros líderes do Congresso também improvisaram discursos de apoio aos prefeitos, arrancando aplausos entusiasmados de um público de quase duas mil pessoas. (AE)

ATAS

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

TIPO

Uma passeata de prefeitos de Goiás entrou em choque com seguranças do Senado ao tentar entrar no Congresso

SUBSÉRIE

NUMERAÇÃO DE A 1 400 1 674

ESPÉCIE

SITUAÇÃO

Talão Preenchidas Formulário Contínuo Preenchidas

E) Livro Registro de Inventário nº 3 da Matriz, que serviu para escriturar o inventário de 31/dezembro/1998 F) Livro Diário, Livro Balancete e Livro Razão do ano de 2001. (27, 28 e 29/9/2005)

Máquinas Piratininga S/A – CNPJ/MF nº 60.894.482/0001-00 – NIRE nº 35300041542 Extrato da Ata de Assembléia Geral Extraordinária de 12.11.2004 Data e Local: Aos 12.11.2004, às 09:00 hs, na sede social, à Rua José Antonio Valadares, 123, São Paulo-SP, reuniram-se em AGE os acionistas de Máquinas Piratininga S/A abaixo-nomeados, representando 99,128% do seu capital social. Mesa: Sr. Antonio Augusto Delgado Junior – Presidente, e Luis Gustavo Ocon de Oliveira – Secretário. Dando início aos trabalhos o Sr. Presidente informou que cópia do Edital de Convocação foi encaminhada aos acionistas que assim o solicitaram nos termos do artigo 124, § 3º da Lei nº 6.404/76. Iniciados os trabalhos, o Sr. Presidente fez a leitura do Edital de Convocação publicado no “DOE-SP” dos dias 04, 05 e 06.11.2004 e “Diário do Comércio” dos dias 04, 05, 06, 07 e 08.11.2004.Ordem do Dia: a) Redução do capital social de R$ 26.129.422,05 (Vinte e seis milhões, cento e vinte e nove mil, quatrocentos e vinte e dois reais e cinco centavos) para R$ 3.436.269,58 (Três milhões, quatrocentos e trinta e seis mil, duzentos e sessenta e nove reais e cinqüenta e oito centavos); b) Eleição de 02 (dois) membros da Diretoria; c) Eleição de 01 (hum) membro suplente do Conselho Fiscal; d) Alteração dos artigos 12, 13, 14, 15 e 16 do Estatuto Social.Deliberações:a)Foiaprovadapropostade reduçãodocapital socialdos atuais R$ 26.129.422,05 para R$ 3.436.269,58, sem alteração no número e na proporção das ações existentes, acompanhada do competente parecer favorável do Conselho Fiscal, nos termos do disposto no art. 173, § 1º da Lei das S/A. A acionista Glory United S/A, por seu representante legal, apresentou voto em separado, manifestando-se pela desaprovação de referida proposta. Tendo sido aprovada por maioria de votos a redução do capital social, o art. 5º do Estatuto Social passa a ter a seguinte redação:“Artigo 5º - O capital social, totalmente integralizado, é de R$ 3.436.269,58, representado por 590.100.000 ações nominativas, sem valor nominal, sendo 589.837.500 ações ordinárias, com direito a voto, e 262.500 ações preferenciais, sem direito a voto.”; b) Aprovada a renúncia do Sr. Presidente das funções de Diretor-Presidente da Cia., bem como da Sra. Vanessa Augusta Delgado de Azevedo Pimentel das funções de Diretora Vice-Presidente da Cia. Ato contínuo, procedeu-se à eleição dos 02 (dois) membros da Diretoria, a fim de cumprirem o prazo restante do mandato dos diretores que ora renunciam, sendo eleitos: (I) Diretor-Presidente: Sr. Luiz Nogueira dos Santos, brasileiro, separado judicialmente, administrador, portador do RG nº 16.980.482-3-SSP/SP e do CPF/MF nº 047.731.30854, domiciliado em São Paulo, SP, à RuaVilela, 709, apto 175,Tatuapé; e, (II) Diretor Vice-Presidente: Sr. Artur Lopes Monteiro, brasileiro, casado, engenheiro mecânico, portador do RG nº 9.740.168-7SSP/SP e do CPF/MF nº 362.194.877-53, residente e domiciliado em São Bernardo do Campo, SP, à Rua Dom Luiz, 415, apto 82, Bairro Nova Petrópolis; tendo os 2 Diretores ora eleitos mandatos com validade até a data de 22.4.2007. c) Considerando renúncia anterior do Sr. Luiz Nogueira dos Santos às funções de membro suplente do Conselho Fiscal, indicado pela acionista majoritária e a sua posterior eleição para a Diretoria da sociedade, o Sr. Presidente solicitou à acionista Delga Participações S/A que procedesse à indicação de novo membro-suplente do Conselho Fiscal da Cia. para completar o prazo restante do mandato do membro suplente que havia renunciado, tendo sido indicado o Sr. Gilberto José de Oliveira, brasileiro, casado, contabilista, portador do RG nº 16.915.4798-SSP/SP e do CPF/MF nº 033.458.638-04, residente e domiciliado em São Paulo, SP, à Rua Iacupema, 17 - Vila Neila - Itaim Paulista. d) Aprovada por maioria de votos a proposta de alteração dos artigos 12, 13, 14, 15 e 16 do Estatuto Social. A acionista Glory United S/A, por seu representante legal, apresentou voto em separado, manifestando-se pela desaprovação de referida proposta. Os artigos 12, 13, 14, 15 e 16 passam a ter, respectivamente, a seguinte nova redação: “Art. 12 – A Diretoria será composta de 02 diretores, acionistas ou não, residentes no País e destituíveis a qualquer tempo pela Assembléia Geral, por maioria de votos dos acionistas, sendo um deles o DiretorPresidente e o segundo Diretor Vice-Presidente. § 1º - O mandato dos membros da Diretoria é de 03 anos, devendo os Diretores permanecer em seus cargos até a eleição e posse de seus substitutos, sendo admitida a recondução aos cargos no caso de reeleição dos Diretores. § 2º - Os membros da Diretoria ficam dispensados de prestar caução para garantia das respectivas gestões. § 3º - A Assembléia Geral que eleger os Diretores, fixará o valor da remuneração global da Diretoria, cabendo ao Diretor-Presidente a sua distribuição entre seus membros. Artigo 13 – Compete à Diretoria a administração dos negócios sociais em geral e a prática, para tanto, de todos os atos necessários ou convenientes, ressalvados aqueles para os quais seja, por lei ou pelo presente Estatuto Social, atribuída a competência à Assembléia Geral. Seus poderes incluem, mas não estão limitados a, dentre outros, os suficientes para: (a) zelar pela observância da lei e do Estatuto Social; (b) zelar pelo cumprimento das deliberações tomadas nas Assembléias Gerais e nas suas próprias reuniões; (c) administrar, gerir e superintender os negócios sociais; (d) emitir e aprovar instruções e regulamentos internos que julgar úteis ou necessários; (e) apresentar anualmente à Assembléia Geral o Relatório da Diretoria, as demonstrações financeiras e demais documentos relativos ao exercício; e (f) constituir procurador ou procuradores, nos limites de suas atribuições e poderes, em nome da sociedade, na forma do § 2º deste artigo. § 1º - As assinaturas individuais e isoladas, do Diretor-Presidente e do Diretor Vice-Presidente, serão imprescindíveis para todos os atos de administração da sociedade; à exceção dos seguintes atos que, tendo valor superior a 2% do capital social, são prerrogativas do Diretor-Presidente: atos relativos à aquisição, alienação e oneração de bens móveis ou imóveis do ativo permanente da sociedade, bem como contratação de empréstimos e prestação de garantias em nome da sociedade. § 2º - As procurações referidas no artigo 13 (f) acima, serão outorgadas em nome da sociedade, pela assinatura do Diretor-Presidente e deverão conter sempre os poderes específicos, sendo do que as procurações “ad negotia” deverão sempre ter prazo de validade determinado. Art. 14 – A Diretoria reunir-se-á sempre que necessário e pelo menos uma vez a cada 06 meses.As reuniões serão convocadas e presididas pelo Diretor-Presidente.§ Único - As deliberações da Diretoria constarão de atas, lavradas no livro próprio, que conterão, ainda que resumidamente, a descrição dos assuntos tratados.Artigo 15 – Nos casos de vacância dos cargos de Diretor-Presidente ou de Diretor Vice-Presidente ou de ausência dos seus titulares, deverão ser observados os seguintes procedimentos:(i) em caso de vacância dos cargos de Diretor-Presidente e Diretor Vice-Presidente a Assembléia Geral para a eleição do sucessor de tais cargos deverá ser convocada no prazo, improrrogável, de 10 dias úteis; e (ii) em caso de ausência do titular do cargo de Diretor Vice-Presidente, seu substituto deve ser indicado pelo Diretor-Presidente. Art. 16 – São expressamente vedados, sendo nulos e inoperantes com relação à companhia, os atos que a envolverem em obrigações relativas a negócios ou operações estranhos ao objeto social, tais como fianças, avais, endossos ou quaisquer garantias em favor de terceiros, salvo quando expressamente autorizados pela Diretoria, em reunião, obedecidos os limites fixados pela Assembléia Geral.”, permanecendo inalteradas as demais cláusulas do Estatuto Social. Nada mais havendo a tratar, foi franqueada a palavra a quem quisesse fazer uso, sem que nenhum dos presentes dela tivesse feito uso.Foi assim lavrada a presente ata, que lida e achada conforme, foi aprovada, tendo sido ao final por todos assinada. Acionistas presentes: Delga Participações S/A (p.p Dr. Luís Gustavo Ocon de Oliveira), Glory United S/A (p.p Dr. Ricardo Botós da Silva Neves). São Paulo, 12.11.2004. (ass.) Antonio Augusto Delgado Junior – Presidente da Mesa; Luis Gustavo Ocon de Oliveira – Secretário da Mesa. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 504.932/ 04-4 em 17/12/2004. Pedro Ivo Biancardi Barboza – Secretário Geral.

CONVOCAÇÃO ABRALIMP – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO MERCADO INSTITUCIONAL DE LIMPEZA CNPJ (MF) nº 56.821.812/0001-52 Edital de Convocação – Assembléia Geral Extraordinária Nos termos do artigo 26 do Estatuto Social, ficam os Associados da ABRALIMP – Associação Brasileira do Mercado Institucional de Limpeza convocados por este Edital para se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária, a realizar-se em 19 de outubro de 2005, em sua Sede, situada na Rua Henrique Monteiro, n.º 234 - conj. 31/32, em São Paulo, às 17:00 horas, em primeira convocação, ou às 18:00 horas, em segunda convocação e com qualquer número de presentes, para deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: 1) Eleição dos Conselhos Diretivo e Fiscal; 2) Aprovação das Contas da Gestão de 2004; 3) Assuntos Gerais. São Paulo, 16 de setembro de 2005. João Gustavo Haenel Filho - Presidente

DECLARAÇÃO À PRAÇA DECLARAÇÃO À PRAÇA Declaram a quem possa interessar, que foram extraviados os talões de notas fiscais de serviços - Série A da PMSP, numerados de 001 a 150, sendo que foram destacadas notas fiscais de nº 001 e 002, estando as demais em branco. São Paulo, 05 de setembro de 2005. Declarante: Theatrum Confecções Ltda - ME. CNPJ. 00.143.640/0001-50 - CCM: 2.280.081-6.

EDITAIS COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA DE SÃO PAULO - CODASP

CNPJ 61.585.220/0001-19 PREGÃO (PRESENCIAL) Nº 012/2005 - Prest. servs. motomecanização, terraplenagem, drenagem, cessão/locação máqs. e equips. diversos - Campinas Sessão: dia 10.10.05 às 10:00., na Av. Miguel Estefano, 3.900 - Água Funda - SP. Obtenção do Edital: no site www.codasp.sp.gov.br, ou no endereço acima, por R$ 20,00. Informações - Tel.: 5077-6586 - Sr. Mário. FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS PREGÃO Nº 018/2005- FAMESP PROCESSO Nº 1040/2005 - FAMESP REGISTRO DE PREÇOS Nº 002/2005-FAMESP Acha-se à disposição dos interessados do dia 28 de setembro de 2005 até o dia 14 de outubro de 2005, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/Hospital das Clínicas, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS - PREGÃO Nº 018/2005FAMESP - PROCESSO Nº 1040/2005 - FAMESP - REGISTRO DE PREÇOS Nº 002/2005-FAMESP, que tem como objetivo a contratação de empresa especializada para a realização de exames de análises clínicas (TRA-B Anti receptor de TSH; 17 OH Progesterona e Testosterona Livre) de amostras retiradas na Seção de Laboratórios de Análises Clínicas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, sob regime de empreitada por preço mensal, menor preço global por lote, em conformidade com o disposto no Anexo II. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação, será realizada no dia 17 de outubro de 2005, com início às 14:00 horas, na Sala da Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar, o endereço supra citado. Botucatu, 23 de setembro de 2005. Prof. Dr. Pasqual Baretti - Diretor Presidente - FAMESP.

FALÊNCIAS & CONCORDATAS Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 27 de setembro de 2005, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falências: Requerente: José Paulo Avelino - Requerido: Soleluna Alimentos Ltda. - Rua Leopoldo Couto de Magalhães Júnior, 1.355 - 01ª Vara de Falências Requerente: Indústria e Comércio de Embalagens e Papéis Artivinco Ltda. - Requerido: Roffer Indústria de Caixas e Papelões Ondulado Ltda. - Rua Costa Barros, 2.639 - 01ª Vara de Falências Requerente: Jayme Batista da Silva - Requerido: Santa Branca Serviços Auxiliares Ltda. - Rua Barra Bonita, 42 fundos - 02ª Vara de Falências Requerente: Fox Pneus Ltda. - Requerido: Kwikasair Cargas Expressas S/A - Av. Morvan Dias de Figueiredo, 6.159 - 01ª Vara de Falências Requerente: Centro de Gestão de Meios de Pagamentos S.A - Requerido: Ecolix Remoções de Lixo Ltda. - Rua Maria Francisca de Jesus, 150-A - 01ª Vara de Falências

EXTRAVIO

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

22 -.TERCEIRO SETOR

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

Fotos: Luiz Prado/Luz

FUNDAÇÕES Ao contrário das associações, as fundações têm que passar pelo controle público José Carlos Moreira Alves

Encontro debate normas e metas das organizações Conclusões e discussões que ocorreram durante o evento foram a base para a elaboração da "Carta de São Paulo", um documento que discorre sobre as diretrizes e sobre a natureza institucional das fundações e entidades afins

F

oi realizado no último sábado, em São Paulo, o 1º Encontro Paulista de Fundações. O objetivo, segundo seus organizadores, foi discutir o papel que as fundações desempenham na sociedade brasileira dentro do âmbito do Terceiro Setor. Na abertura dos trabalhos, foi enfatizada a necessidade de definição dos campos de atuação das fundações e suas atribuições. Tanto a presidente da Associação Paulista de Fundações (APF), Dora Silvia Cunha Bueno, quanto Marcos Paulo de Almeida Salles, do Instituto de Advogados de São Paulo, reforçaram a urgência em atualizar continuamente as informações existentes sobre as atividades destas instituições. Ao final do evento foi apresentada a "Carta de São Paulo", com as diretrizes sobre a natureza institucional das fundações (veja abaixo). Para Almeida Salles, "as fundações são a representação jurídica que materializam um ideal". Em seguida, ele apresentou o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, José Car-

los Moreira Alves, que falou sobre a origem das fundações e seu papel nos dias de hoje. Segundo Moreira Alves, quando se examina as fundações e suas características devese fazer a distinção entre pessoas físicas e jurídicas. No início das atividades das fundações, isso ocorreu pela necessidade de suprir as deficiências causadas pela morte das pessoas físicas que as administravam. Por isso, elas passaram a ter como característica básica sua formação com base em pessoas jurídicas. Ele fez um relato da origem das fundações desde a sua citação no direito romano até a primeira distinção estabelecida entre associações e fundações na Alemanha. "Hoje, as fundações são um conjunto de bens que o ordenamento jurídico dá a elas. Ao contrário das associações, as fundações têm que passar pelo controle público", explicou. Para Moreira Alves, é necessário acrescentar que no Código Civil, de 2002, está contida a disciplina das fundações. "Para se criar uma fundação é ne-

cessário que o instituidor o faça através de um ato inter vivus, ou seja, ela deve se dar por uma escritura pública. Assim, se faz a dotação de bens e a declaração a que estes últimos se destinam. As fundações só se formam por finalidades morais, sociais, culturais e religiosas", disse. Fiscalização e bens – Quanto à fiscalização dos bens de uma fundação, Moreira Alves explicou que ela se dá através do Ministério Público dos locais onde está situada. No caso de alteração do seu estatuto, há a necessidade de deliberação de dois terços daqueles que a geraram. Bens e extinção – No caso dos bens, eles são inalienáveis quando se trata de uma fundação. Somente um juiz competente pode determinar a venda de um bem para o uso da instituição. No caso de má administração, já foi criada jurisprudência para afastar um administrador quando ela é comprovada. Para se extinguir uma fundação, há três procedimentos possíveis. Um deles é quando

As técnicas utilizadas nas empresas podem ser adotadas por fundações para captar recursos Custódio Pereira

José Carlos Moreira Alves e Dora Silvia Cunha Bueno

Muitas entidades enviaram representantes ao Encontro de Fundações

um membro do Ministério Público solicita a sua extinção quando há um prazo para a sua duração. Outra é a constatação de que a fundação não serve mais aos propósitos a que ela se formou ou quando estes propósitos são ilícitos. Um exemplo do primeiro caso é quando a fundação se formou para tornar possível uma pesquisa para descobrir um medicamento. Após a descoberta ela se extingue. Sustentabilidade – Para mostrar aos participantes do evento como uma fundação se sustenta, o professor Custódio Pereira discorreu sobre o tema "Sustentabilidade das Fundações pela Sociedade Civil. É possível?". Segundo Pereira, esta sustentabilidade é mais difícil no

Brasil do que em outros países porque não temos uma cultura doadora. Além disso, a falta de conhecimento por parte da população também contribui para este quadro. Ele se agrava ainda mais porque não existem no Brasil os profissionais de captação de recursos. Por isso, foi criada a Associação Brasileira de Captação de Recursos (ABCR). Ela compartilha informações com as Organizações Não Governamentais (ONGs). Segundo Custódio Pereira, a questão da sustentabilidade das fundações não se baseia na sua organização, mas sim na metodologia utilizada. "As técnicas utilizadas nas empresas comerciais podem ser adotadas por fundações e entidades para captar

CARTA DE SÃO PAULO Confira os principais tópicos do documento

A

"Carta de São Paulo" visa mostrar à sociedade a natureza institucional das fundações e difundir suas ações. Confira algumas de suas proposições: G Apresentar propostas para o governo de forma a editar lei de incentivo fiscal que contemple as diversas atividades das fundações, de modo a captar recursos e promover o desenvolvimento social. G Promover junto ao governo o reconhecimento das imunidades tributárias previstas na Constituição para as atividades das fundações. G Incentivar e promover programas de capacitação de governança corporativa e de gestão para as fundações. G Aprimorar a legislação das fundações com o intuito de atender a heterogeneidade de atividades desenvolvidas, bem como simplificar as respectivas gestões. G Promover o desenvolvimento e adoção de mecanismos que melhorem a transparência das fundações junto à sociedade. G Recomendar à Associação Paulista das Fundações o uso dos meios de comunicação para conscientizar a

sociedade do potencial das fundações. G Apresentar proposta de desburocratização junto aos órgãos da administração pública, no que se refere às documentações legais. G Enfatizar a necessidade de legislação que discipline as atividades de apoio a entidades de interesse social. G Esclarecer por intermédio de legislação própria 'a situação contraditória em que se encontram as fundações ligadas à saúde, no que diz respeito ao cumprimento simultâneo de seus deveres de preservação do patrimônio e de prestação de atendimento junto ao SUS. G Reconhecer que é do Ministério Público a competência para a verificação e certificação do registro estatutário e de funcionamento. G Preservar a autonomia na gestão dos recursos voltados aos fins institucionais das fundações, tendo em vista sua natureza jurídica. G Deve-se esclarecer a atuação das Fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público, evitando-se a duplicidade de controles e procurando melhor definição de sua natureza jurídica. (PC)

recursos", afirma. Há também a questão da cultura da doação que é menos desenvolvida no Brasil que em outros países. Para Custódio Pereira, que também é diretor das Faculdades Rio Branco, os principais doadores nos Estados Unidos e em outras nações são pessoas físicas, o que não acontece aqui. "As doações nos EUA chegam a US$ 248,52 bilhões e as contribuições individuais alcançam 75% deste total." O diretor da Rio Branco acrescenta que este quadro está começando a mudar no Brasil porque as fundações e as ONGs estão mais organizadas e estão aprendendo a mostrar suas causas e a sua credibilidade. "O principal motivo da doação não é a ONG em si, mas a sua causa." E finaliza enfatizando a necessidade de fundações e ONGs praticarem uma prestação de contas periódica. "Segundo pesquisas, 29,2% d e p e s s o a s e n t re v i s t a d a s acham que as instituições não são sérias. Isso acontece porque elas não têm o hábito de prestar contas periodicamente. Entretanto esta cultura pode ser mudada, se as instituições solicitarem ao potencial doador correto a quantia exata para o programa adequado da forma correta." Paula Cunha

A família no século 21 será tema de encontro em São Paulo

S

erá realizado no dia 6 de novembro o Segundo Encontro da Família, na capital paulista. O evento, realizado pela União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, tem o objetivo de discutir o papel da família no século 21. Serão realizadas palestras para discutir este e outros temas ligados à família. Será ministrada a palestra "Família: Vencendo Desafios", com temas como "Família no século 21 - Concepção Materialista e Espiritualista" e "Família: Oficina de Afeto". As oradoras serão a professora Heloísa Pires e a psicóloga Dalcler Idalina Matos, com mediação de Eduardo Myashiro, presidente da Aliança Espírita Evangélica. Outra palestra, "União dos Espíritas e o Período de Renovação Social", terá como oradores o psicólogo Clodoaldo de Lima Leite, diretor da área assistencial da USE Estadual, e Aylton Paiva, assessor da Regial Sul da Federação Espírita Brasileira. O mediador será Sylvio Neris da Silva, presidente da Liga Espírita do Estado. Mais informações sobre o evento podem ser obtidas pelo telefone (11) 3105-4464, no horário comercial. (PC)


DCARRO

HISTÓRIA

8

Ele próprio, claro, com a mesma rebeldia usada para pilotar seu Porsche.

São Paulo, quarta-feira, 28 de setembro de 2005

"Live fast, die young". E assim foi. Técnicas de simulação e animação computadorizada, que inocentam Dean estão no site http://www.exponent.com/multimedia/cases/dean.html LUIZ OCTÁVIO LIMA

J

ames Dean deixou sua imagem associada à rebeldia dos jovens, à contestação e à velocidade sem limites. "Live fast, die young" (Viva rápido, morra cedo), dizia o lema do filme O crime não compensa (1949), de Nicholas Ray, que pautava o seu comportamento e o seu destino. O ator encontrou a morte - e a imortalidade - ao ter seu carro atingido por outro na Route 466, quando seguia para Salinas, em seu Porsche Spyder prateado, poucos dias antes da estréia de seu trabalho mais emblemático, Juventude Transviada, do mesmo diretor Ray. Ele era aficionado por Porsche e trocou o 350, com o qual participava de corridas mesmo proibido pelos chefões da Warner buscando um modelo mais potente, capaz de levá-lo à vitória numa prova na Califórnia. Em 21 de setembro de 1955, nove dias antes do acidente, pagou US$ 6,9 mil pelo Spyder prata que o fascinou. Ele o apelidou de "Little Bastard" (pequeno bastardo, que pode sig-

Baixo, tímido e míope. Quem apostaria em James Dean?

nificar algo como "sacana"). E aí começam os relatos lendários. Dean teria convidado a atriz suíça Ursula Andress para dar a volta de estréia no novo carro. Ela teria recusado, alegando mau presságio. Muita coisa se falou dos perigos da relação de Dean com o carro. Ele os ignorou mas o alterou para que ficasse mais rápido. Em 30 de setembro Dean iniciou a viagem com aparato. O fotógrafo Sanford Roth, da Life, foi registrar os fatos. Com eles, o mecânico da Porsche, Wolf Wütherich, e o dublê Bill Hickman. Todos numa caminhonete que rebocaria o Porsche. No último minuto, Dean decidiu dirigir pedindo a Wütherich que o acompanhasse. O grupo partiu de Los Angeles às 13h30. Dean acelerou e logo perdeu os demais de vista. Duas horas depois, multa por excesso de velocidade. Duas paradas mais e seguiu em frente. Hora fatal - Às 17h59, sob sol ainda forte, James Dean e Rolf Wütherich seguiam pela Route 466 (hoje 46), próximo ao cruzamento com a rodovia 41. Avistaram um Ford Custom Tudor 1950, vindo em sua direção. "Será que ele não está nos vendo aqui?", perguntou Dean a Wütherich, conforme relato posterior. Antes que o mecânico respondesse, a lateral do Porsche foi atingida. Dean teve o pescoço quebrado e outras fraturas. Foi declarado morto ao chegar ao hospital. Wütherich, jogado no acostamento. Donald Turnupseed, o estudante que dirigia o Ford, sofreu arranhões. Ele alegou que não vira o Porsche. Os policiais acreditaram na hipótese de que o veículo, pequeno e prateado, refletindo a luz do sol, teria ofuscado sua visão. Turnupseed, liberado sem responder a inquérito, esquivou-se de dar entrevistas até morrer de câncer, em 1995, aos 63 anos. Wütherich voltou para a Alemanha, onde morreria em 1981. A paixão de James Dean pela velocidade e a multa alimentaram a versão de que teria sido o responsável pela tragédia. Mas, em 2002, engenheiros da Failure Analysis Associates, de Menlo Park, na Califórnia, derrubaram esta tese, concluindo que o ator não estava correndo antes dos carros se chocarem, mas seguia a cerca de 88 km/h, normal para uma estrada americana.

O sucesso em um ano

P

rotagonista de três filmes, em pouco mais de um ano James Dean tornou-se um dos maiores fenômenos norte-americanos. Seus papéis de jovem sensível e atormentado, blusões de couro e calças jeans fizeram dele um eterno ícone para os adolescentes, com imagem cultuada em camisetas, pôsteres, sites. James Byron Dean nasceu em Marion, Indiana, em 8 de fevereiro de 1931. Aos nove anos, sua mãe morreu de câncer e, antes do funeral, ele foi mandado para a casa dos tios em Fairmont, no mesmo estado. Dean sempre tentou entender porque fora rejeitado pelo pai. Acredita-se que ele era filho de outro homem. Tímido, baixo e míope, não tinha tipo para astro de cinema. Antes dos 20 anos, foi para Nova York e entrou no Actor’s Studio. Fez pequenas peças e pontas em filmes como Sinfonia Prateada (1952). Na peça O Imoralista chamou a atenção de Elia Kazan, que revelara Marlon Brando, ídolo de Dean. O diretor viu nele o intérprete perfeito de Cal Trask na adaptação de A Leste do Éden que preparava. Quando Vidas amargas estreou, Dean já filmava com Nicholas Ray o papel que o tornaria símbolo de uma geração – Jim Stark de Juventude Transviada. Ele teve liberdade para criar gírias, expressões faciais e gingados de corpo, improvisar diálogos e situações. Surgiu o estereótipo do jovem rebelde, de camiseta e jeans, carente e incompreendido, dirigindo carros a toda velocidade. Na trama, a disputa no volante, entre "Jim" e outro corredor, que termina tragicamente. Uma antevisão da tragédia real? Vendo as primeiras imagens, os chefes do cinema o chamaram para a maior produção do estúdio daquela temporada: Giant (Assim caminha a humanidade), um épico que contaria a história do Texas na primeira metade do século 20 sob o ponto de vista de uma família de rancheiros. O mito se cristalizou semanas depois de sua morte, no acidente de 30 de setembro de 1955. James Dean, que já havia sido indicado ao Oscar de 1955 por Vidas amargas, recebeu uma indicação póstuma em 1956, por sua atuação em Giant. Meio século depois de sua morte, a Warner preparou uma caixa de DVDs, lançada no Brasil, com edições especiais dos três principais filmes do ator e um documentário inédito sobre sua vida.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

20 -.GERAL

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

QUEDA DA TEMPERATURA EM PLENA PRIMAVERA COMPLICA AS VENDAS EM SÃO PAULO Sérgio Castro/AE

Lojistas se queixam da instabilidade do clima em São Paulo. O sol volta hoje, mas a temperatura permanece amena.

TEMPO INSTÁVEL PARA O COMÉRCIO

D

epois de um inverno quente, que obrigou várias lojas de roupas e acessórios a antecipar promoções, a queda da temperatura nos últimos dias, em plena entrada da primavera, mais uma vez pegou o comércio de surpresa. O Usecheque, um dos indicadores de vendas à vista e com pré-datados no varejo, mostra uma queda de movimento em torno de 2% em se-

tembro, em relação ao mesmo período do ano passado. "Boa parte desta queda pode ser atribuída ao setor de vestuário. Os lojistas têm se queixado da instabilidade do clima", diz o economista Emílio Alfieri, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). "Com temperaturas de 16 graus, ou até menos, o ânimo para comprar uma regata, um vestido ou qualquer peça de calor desaparece", diz Valéria Montag, dona da Rouparia

Montag, de moda feminina com seis lojas no Centro e na região dos Jardins, na capital paulista. O faturamento, diz, caiu pela metade. A temperatura, observam os lojistas, influi muito na compra por impulso, que é freqüente no mundo da moda. Sem poder contar com dias ensolarados para vender a nova coleção, e quase sem peças de frio, que foram desovadas nas liquidações, os lojistas dizem que o movimento praticamen-

te parou nos últimos dias. Na Ellus, as vitrines procuram misturar jeans e peças de meia estação para atrair o consumidor. "Vamos adaptando as vitrines, deixando o colorido, o estampado mais para a frente", diz o diretor comercial da rede, Francisco Robles. Segundo ele, com este mix as vendas estão equivalentes ao mesmo período do ano passado. A expectativa, com sol e calor, era de um crescimento de 7% a 10% . Ar quente - Para convencer o consumidor a entrar nestes últimos dias nas suas lojas Hering, no Shopping Plaza Sul, e Star Point, no Eldorado, o comerciante Artur Grinberg também apela para o termômetro. "Regulo o aparelho de ar-condicionado e subo a temperatura para 25 graus. O

Com temperaturas de 16 graus, o ânimo para comprar uma regata, um vestido ou qualquer peça de calor desaparece. Valéria Montag, dona da Rouparia Montag cliente fica mais confortável na escolha de roupas de calor", diz. Na Zil, especializada em moda praia, a estratégia de marketing tem sido a de despertar o consumidor para o verão. "Procuramos criar uma atmosfera quente, com luzes amareladas, um fundo de loja

que lembre uma piscina", diz Francis Petrucci, estilista da loja, que exibe biquínis, sandálias e vestidos esvoaçantes. Mas há quem aproveite o frio para compensar perdas de inverno. A Zêlo, loja de roupas de cama, mesa e banho, decidiu fazer uma promoção de edredons para tentar recuperar parte da queda de 20% nas vendas de inverno. "O resultado tem sido bom porque fabricamos e vendemos no varejo", diz o diretor da rede, Mauro Razuk. A maioria dos lojistas acredita que vender roupas de frio não compensa mais porque o consumidor já está no clima da nova estação. Segundo o instituto meteorológico Climatempo, o sol volta hoje, mas a temperatura permanece amena. (AE) Previsão do tempo na pág. 17

AGENDA TRIBUTÁRIA

Setembro/Última Semana DIA 30

IRPF - LUCRO NA ALIENA-

pelas pessoas jurídicas submetidas

com base na receita bruta do mês de agosto/2005;

IPI - DIF - CIGARROS - Entre-

SRF

n

o

47/2000,

referente

ao

IRPJ - APURAÇÃO MENSAL -

ÇÃO DE BENS OU DIREITOS -

à

Pagamento do Imposto de Renda

Pagamento, por pessoa física resi-

(com base no lucro real, presumi-

devido, no mês de agosto/2005, pe-

dente ou domiciliada no Brasil, do

do ou arbitrado), acrescida de ju-

celamento alternativo em até ses-

las pessoas jurídicas que optaram

Imposto de Renda devido sobre gan-

ros pela taxa Selic mais 1%.

senta prestações (acrescida de juros

to/2005 relativas às obrigações tri-

da matriz.

pelo pagamento mensal do imposto

hos de capital (lucros) percebidos no

FINOR, FINAM E FUNRES -

pela TJLP);

butárias do IPI, do PIS/PASEP e da

ITR - Pagamento da quota úni-

por estimativa.

mês de agosto/2005 provenientes de:

Recolhimento do valor da opção

b) pelas pessoas físicas e jurídi-

COFINS, pelas empresas fabrican-

ca ou da 1 parcela do ITR, observa-

a) alienação de bens ou direitos

com base no IRPJ devido, no mês de

cas optantes pelo Parcelamento Es-

tes de cigarros.

das as normas contidas na Instrução

agosto/2005, pelas pessoas jurídicas

pecial (Paes) da parcela mensal, acrescida de juros pela TJLP;

IRPJ - APURAÇÃO TRIMESTRAL - Pagamento da 3ª quota do

adquiridos em moeda nacional;

apuração

trimestral

do

IRPJ

II

-

da

prestação

do

par-

ga da Declaração Especial de Infor-

bimestre julho/agosto à Unidade

mações

(DIF-Cigarros),

da Secretaria da Receita Federal

com informações do mês de agos-

com jurisdição sobre o domicílio

Fiscais

IPI - DIF – BEBIDAS – Entrega

a

Normativa SRF n

o

554/2005.

ITR - Entrega da Declaração do

Imposto de Renda devido, no 2º

b) alienação de bens ou direitos

que optaram pelo pagamento men-

trimestre de 2005, pelas pessoas jurí-

ou liquidação ou resgate de aplica-

sal do IRPJ por estimativa - art. 9º da

c) pelas pessoas jurídicas enqua-

ções Fiscais relativas à tributação de

Imposto

dicas submetidas à apuração trimes-

ções financeiras, adquiridos em

Lei nº 8.167/91 (aplicação em proje-

dradas no Simples, optantes pelo

bebidas (DIF- Bebidas), com infor-

Territorial Rural (DITR) - Exercí-

tral, com base no lucro real, presu-

moeda estrangeira.

tos próprios).

parcelamento em até 60 prestações

mações do mês de agosto/2005, pelo

cio de 2005.

(Lei n

estabelecimento matriz, indepen-

CONTRIBUIÇÃO SINDICAL

da Declaração Especial de Informa-

sobre

a

Propriedade

mido ou arbitrado, acrescida de ju-

IRPF - RENDA VARIÁVEL -

FINOR, FINAM E FUNRES -

ros pela taxa Selic de agosto mais 1%.

Pagamento do Imposto de Renda

Recolhimento da 3ª parcela do valor

IPI - (exceto o devido por ME

dentemente de ter havido ou não

(EMPREGADOS) - Recolhimento

o

10.925/2004).

IRPJ - RENDA VARIÁVEL - Pa-

devido por pessoas físicas sobre gan-

da opção com base no IRPJ devido,

ou EPP) - Pagamento do IPI apura-

apuração do IPI, movimentação de

das contribuições descontadas dos

gamento do Imposto de Renda devi-

hos líquidos auferidos em operações

no 2º trimestre de 2005, pelas pesso-

do no 2 decêndio de setembro/2005

insumos, selos de controle ou pro-

empregados em agosto/2005. Con-

do sobre ganhos líquidos auferidos no

realizadas em bolsas de valores, de

as jurídicas submetidas à apuração

incidente sobre produtos classifica-

dutos acabados, no mês de referên-

sultar a respectiva entidade sindical,

mês de agosto/2005, por pessoas jurí-

mercadorias, de futuros e asseme-

trimestral do lucro real - art. 9º da Lei

dos nas posições 84.29, 84.32 e 84.33

cia, conforme Instrução Normativa

a qual pode fixar prazo diverso.

dicas, inclusive as isentas em opera-

lhados, bem como em alienação de

nº 8.167/91 (aplicação em projetos

(máquinas e aparelhos) e nas posi-

nº 325/2003.

ções realizadas em bolsas de valores,

ouro, ativo financeiro, fora de bolsa,

próprios).

ções 87.01, 87.02, 87.04, 87.05 e

IPI - DNF – Apresentação do

DECLARAÇÃO ELETRÔNICA

de mercadorias, de futuros e asseme-

no mês de agosto/2005.

87.11 (tratores, veículos automóveis

Demonstrativo de Notas Fiscais

DE SERVIÇOS (DES) – Entrega,

e motocicletas) todos da TIPI.

(DNF) – Programa Versão 2.0, pelos

pela Internet, da Declaração Ele-

lhadas, bem como em alienações de

DECLARAÇÃO DE OPERA-

IRPF – QUOTA - Pagamento da

ÇÕES IMOBILIÁRIAS (DOI) -

o

ISS – MUNICÍPIO DE SP –

ouro, ativo financeiro e de participa-

6

quota do imposto apurado pelas

Entrega à Receita Federal, pelos

IPI - (exceto o devido por ME

fabricantes, importadores e distri-

trônica de Serviços (DES), versão

ções societárias, fora de bolsa.

pessoas físicas na Declaração de Ajus-

Cartórios de Ofício de Notas, de

ou EPP) - Pagamento do IPI apura-

buidores atacadistas dos produtos

1.2, relativa ao mês de julho/2005.

IRPJ / SIMPLES - LUCRO NA

te relativa ao ano-calendário de 2004,

Registro de Imóveis e de Registro de

do no 2 decêndio de setembro/2005

relacionados nos Anexos I e II da

A Secretaria de Finanças e Desen-

ALIENAÇÃO DE ATIVOS - Paga-

acrescida de juros pela taxa Selic de

Títulos e Documentos, da Declara-

incidente sobre produtos das posi-

Instrução Normativa nº 445/2004,

volvimento Econômico coloca à

mento do Imposto de Renda devido

maio a agosto/2005 mais 1%.

ção de Operações Imobiliárias rela-

ções 87.03 e 87.06 da TIPI (automó-

com informações relativas ao mês

disposição dos interessados o ende-

veis e chassis).

de referência agosto/2005.

reço a seguir para transmissão do

a

o

pelas empresas optantes pelo Sim-

CSL - APURAÇÃO MENSAL -

tiva às operações de aquisição ou

ples, incidente sobre ganhos de capi-

Pagamento da Contribuição Social

alienação de imóveis realizadas, du-

IPI devido por ME ou EPP não

IPI - Fabricante de produtos

arquivo gravado em disquete con-

tal (lucros) obtidos na alienação de

sobre o Lucro devida, no mês de

rante o mês de agosto/2005, por pes-

optantes pelo Simples - Pagamento

do Capítulo 33 da TIPI - Prestação

tendo a declaração gerada pelo pro-

ativos no mês de agosto/2005.

agosto/2005, pelas pessoas jurídicas

soas físicas ou jurídicas.

do IPI apurado no mês de agosto/2005

de informações pelos fabricantes

grama da Declaração Eletrônica de

pelo contribuinte enquadrado como

de produtos do Capítulo 33 da TIPI

Serviços

Microempresa (ME) ou Empresa de

(produtos de higiene pessoal, cos-

Tobias, 691, térreo – RM 22 (guichê 46) (Portaria SF nº 12/2004).

IRPF - CARNÊ-LEÃO - Pagamento do Imposto de Renda devi-

que optaram pelo pagamento men-

REFIS/PAES/SIMPLES (Lei n

o

10.925/2004) - Pagamento:

sal do IRPJ por estimativa.

do por pessoas físicas sobre rendi-

CSL - APURAÇÃO TRIMES-

jurídicas

Pequeno Porte (EPP), conforme de-

méticos e perfumes) com receita

mentos recebidos de outras pessoas

TRAL - Pagamento da 3ª quota da

optantes pelo Programa de Recupe-

finidas no art. 2 da Lei n 9.841/1999,

bruta no ano-calendário anterior

físicas ou de fontes do exterior, no

Contribuição Social sobre o Lucro

ração Fiscal (Refis):

não optantes pelo Simples (art. 202,

igual ou superior a R$ 100 milhões,

mês de agosto/2005.

devida, no 2º trimestre de 2005,

inciso V, do RIPI/2002).

constantes do Anexo Único da IN

DC

NIS TEL

10 Anos de Tradição

Temos uma equipe de profissionais especializada em telecomunicações.

Temos laboratório p/reparos

Distribuição Nacional de aparelhos, vendas e suporte técnico COD.: 49905

a)

pelas

pessoas

I - da parcela mensal devida

o

o

Fonte

(DES):

R.

Brigadeiro


São Paulo, quarta-feira, 28 de setembro de 2005 MERCADO/AUTOINFORME

Preço dos novos sobe 6,21% no ano Pela primeira vez o aumento aplicado pelas montadoras em suas tabelas oficiais está abaixo do praticado no varejo

O

"Preço de Verdade", aquele realmente praticado no mercado, normalmente sobe abaixo dos valores oficiais. Isso em função de promoções, descontos e um interesse em desovar os estoques. Mas nesse ano o mercado está aquecido e, por isso, a totalidade dos reajustes das montadoras está sendo repassada para o consumidor. A Agência AutoInforme analisou as tabelas de preços divulgadas pelas montadoras todos os meses do ano e verificou que, na média, a indústria subiu 6,21% o preço de seus veículos. Na pesquisa mensal que a AutoInforme calcula mês a mês os preços praticados no mercado com base na cotação da Molicar, a alta dos carros está em 7,79%. Modelos Flex - A disputa por modelos bicombustíveis no mercado de carros usados está tão grande que tem sido comum o consumidor entrar em fila de espera e, muitas vezes, pagar um preço próximo ao do carro zeroquilômetro. A diferença entre o valor do seminovo e o do zero é bem mais próxima no veículo flex do que no modelo a gasolina. Enquanto, na média, a diferença de preço do modelo 2005 usado em relação ao zero oscila entre 9% e 12%, os bicombustíveis estão com diferença em torno de 7% e até menos. A Parati City 1.6 Total Flex (Geração 3) tem diferença de 5,95% em relação ao modelo novo. O carro zero custa pela cotação de mercado R$ 37 mil e o similar usado R$ 34,8 mil. O Gol Power 1.6 tem diferença de 6,61%, saindo por, respectivamente, R$ 32,2 mil e R$ 30 mil. A Saveiro City 1.6 usada tem defasagem de 6,67%.

Vans e furgões - Usadas para o trabalho, as vans e furgões se deterioram mais que o normal e, por isso, se desvalorizam muito mais em relação aos carros de passeio. Esses tipos de veículos perdem até 20% do valor inicial depois de um ano de uso. A Agência AutoInforme, com base na cotação da Molicar, comparou os preços dos utilitários zero-quilômetro em setembro do ano passado com os valores de hoje, usados. A van Mercedes Sprinter 313 CDI 2.2 Executive depreciou 9,9%. O furgão da Renault, o Master L1H2 2.8 Turbodiesel, perdeu 10,18%. Qualidade - A Harris Interactive, um dos maiores institutos de pesquisa do mundo, realizou estudo em cinco países europeus (Inglaterra, França, Alemanha, Itália e Espanha) e concluiu que as marcas Audi, Mercedes-Benz e BMW são consideradas as melhores do mundo em qualidade. A única que não é de origem alemã e que ficou entre as cinco melhores foi a sueca Volvo, quarta colocada. A Volkswagen ficou em quinto lugar. Só os italianos não consideram a Fiat como a pior marca da atualidade. Eles elegeram a Skoda como a pior e a Toyota como uma das melhores em qualidade. Os ingleses elegeram a Rover como a segunda pior marca e colocaram a japonesa Lexus como uma das melhores. Em relação à imagem das marcas, o estudo concluiu que 33% dos entrevistados associam as marcas Alfa Romeo, Honda, Mazda, Toyota e Hyundai ao conceito de liberdade. As marcas Ford, Opel, Renault e Skoda foram as mais associadas ao conceito "família".

DCARRO

9


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

GOLIAS

CIDADES & ENTIDADES - 19

Arquivo/Agência O Globo

Arquivo/Agência O Globo

1929 - 2005

Golias e Didi: os humoristas trabalharam juntos na Globo

Adeus ao irreverente criador do Bronco

"Ô Cride, fala pra mãe!" foi o seu bordão mais conhecido

B

S

erá enterrado hoje, às se em saltos ornamentais). Com a chegada de espetácu11h, no cemitério do Morumbi, na zona sul, los aquáticos no Brasil, introo corpo do comediante duzidos por Bob Kuapp (proRonald Golias, que ficou co- dutor de Escolas de Sereia), o nhecido na década de 60 como humorista passou a integrar o o Bronco, do seriado Família grupo de acqualoucos e acresTrapo, exibido pela TV Record. centou na sua participação Golias morreu no início da ma- uma parte falada no show, fato nhã de ontem, às 5h30, em de- que o levou a participar de procorrência de infecção generali- gramas de calouro em rádio. zada e falência múltipla de ór- Em tempo: o cacoete que paregãos, aos 76 anos. O comedian- cia parte de suas caretas era, na t e t i n h a c â n c e r e e s t a v a verdade, conseqüência de um internado devido uma infecção acidente como aqualouco. Depois de participar do propulmonar desde o dia 8 de segrama Calouro em Cena, da tembro no Hospital São Luiz. Em maio do ano passado, Rádio Cultura, e ser contrataGolias já havia sido submetido do por dois anos, Golias foi a uma cirurgia, no hospital Sí- convidado para trabalhar na rio-Libanês, para a retirada de Rádio Nacional. Mais tarde, um coágulo no cérebro, após quando conheceu Manoel de Nóbrega, sofrer uma Arquivo/Agência O Globo foi para a tequeda. Poulevisão. Mas co antes, ele foi no clássipassara por co Família outra cirurTr a p o , n a gia para imTV Record, plantar um que Golias marcapasso. eternizou Casado com sua melhor L ú c i a G op er f or ma nlias, de 63 c e , a d e anos, o artisBronco, perta teve ape- Nair Bello e Golias trabalharam sonagem nas uma fi- juntos em vários programas de TV nascido lha, Paula. Nascido em São Carlos, inte- Carlos Bronco Dinossauro, e rior de São Paulo, em 4 de maio que Silvio Santos mandou resde 1929, Golias começou sua suscitar no seriado Meu Cucarreira artística em shows nhado, exibido pelo SBT. "Ele começou a carreira com aquáticos antes de atuar em programas de calouros no rá- meu pai e estava comigo na dio. O ator despontou na TV ao Praça há 17 anos. Sinto demais lado de Manuel de Nóbrega na essa perda, assim como todos antiga A Praça da Alegria. Fi- os brasileiros. Golias é e semlho de Arlindo e Conceição pre será um ídolo de todas as Golias, o comediante fez sua gerações", disse Carlos Alberestréia como artista amador to de Nóbrega, apresentador aos 8 anos na Escola Dante de A Praça é Nossa. Para a atriz Nair Bello, ele Alighieri, em São Carlos. Em 1940, já em São Paulo, era o melhor humorista do freqüentou o Ginásio Perdizes mundo. "Ele improvisava com e a Escola Campos Sales, onde inteligência e dizia que não fez o curso técnico-comercial queria ser engraçado, mas o até o segundo ano. Golias foi humor era um talento nato. alfaiate, funileiro e aqualouco Suas brincadeiras não eram (praticava natação no Clube de exageradas, mas simples". Regatas Tietê e aperfeiçoavaKelly Ferreira, com agências

Ele era um grande amigo.Não subia no palco de sapato amarrado e não deixava lavar o terno do Bronco.

Cidinha Campos, deputada no Rio

Temos alguns artistas geniais, mas Golias foi um gênio. Sua graça independia de texto. Ele era a alegria.

Hebe Camargo, apresentadora

Estudávamos os textos para os programas e ele mudava algumas coisas. E o resultado sempre ficava melhor.

Moacir Franco, cantor e humorista

ronco, um tipo folgado que não gostava de trabalhar, irreverente e brincalhão, foi criado para o rádio em 1955 e também fez parte da Família Trapo, em 1967. Em 1979, Golias viveu o SuperBronco, um extraterrestre do planeta Work, criado por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, na Globo. Pacífico, lançado em 1956, no programa A Praça da Alegria, de Manoel de Nóbrega, famoso por seu bordão "Ô Cride, fala pra mãe!", também foi um dos alunos "inteligentes" da Escolinha do Golias no SBT. Já o personagem Bartolomeu Guimarães, um velhinho de 100 anos, com muito conhecimento da vida, se confundia no tempo. O personagem Profeta com o bordão "ualah" respondia com previsões absurdas a pergunta dos convidados em A Praça É Nossa, enquanto Isolda, gostava de contar detalhes de sua vida pessoal para Carlos Alberto. O humorista Ronald Golias, além do rádio e da tevê, também atuou em 10 filmes.


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quarta-feira, 28 de setembro de 2005

NACIONAL - 13

O AUMENTO DAS EXPORTAÇÕES É O FATOR COM MAIOR PESO NA COMPOSIÇÃO DA NOVA ESTIMATIVA

A

previsão de cresci- mento do PIB. O setor deverá mento da econo- crescer 4,4% e não 4,2% conformia brasileira em me a previsão anterior. O índi2 0 0 5 p a s s o u d e ce inclui as atividades de trans3,2% para 3,5% segundo a formação, construção civil, Confederação Nacional da In- utilidade pública e extrativisdústria (CNI). A nova estima- mo mineral. Inflação – Na opinião dos tiva foi motivada pelo aumento das exportações e do consu- economistas Mol e Flávio Casmo interno, devido à maior telo Branco, também da CNI, a tendência de desaceleração da oferta de crédito. inflação favoPara o ecor e c e o a mnomista da biente para CNI Paulo redução dos Mol, a redujuros. A preção dos juros visão é de que ocorrida em o Banco Censetembro sitral mantenha nalizou que a redução da uma trajetóé a estimativa de Selic e a proria de queda deve se man- crescimento da indústria dução industrial volte a ter até o início em 2005, segundo crescer, uma de 2006. "Essa informe da CNI vez que a inp er s p ec t iv a flação está também foi con vergi ndo um dos motipara a meta fivos que proxada pelo v o c o u re v isão da estimativa do cresci- Banco Central de 5,1%. Segundo análise do Informe mento", avalia. A CNI prevê que os juros básicos cheguem a Conjuntural, a valorização do 17,5% até o final do ano. A úl- real em relação ao dólar pode tima reunião do Comitê de Po- afetar os investimentos voltalítica Monetária (Copom) re- dos ao mercado externo e o voduziu a taxa básica de juros lume das exportações. Esse fatores podem ser com(Selic) em 0,25 ponto percenpensados pelo aumento dos tual, fixando-a em 19,5%. Apesar do aumento previsto preços no mercado internaciode 0,3 ponto percentual pela nal e da demanda externa. O CNI, o Produto Interno Bruto boletim da CNI informa que (PIB) ainda será inferior ao esse aumento da demanda pocrescimento econômico mun- de provocar elevação da estidial, estimado em 4%, e ao de mativa das exportações de outros países emergentes, co- US$ 114 bilhões para US$ 117 bilhões. E o superávit comermo China, Coréia e Chile. Investimentos – O cresci- cial deve subir de US$ 38 bimento dos países está condi- lhões para US$ 41 bilhões. O aumento do consumo incionado aos investimentos. "O Brasil vai crescer menos por- terno e externo está entre as que está investindo pouco. A principais causas da revisão da formação bruta de capital fixo estimativa do PIB. deve ficar em 4% este ano, ante Cejana Montelo os 10,9% registrados no ano passado", avalia Mol. Os investimentos são baixos por causa dos juros elevados que causam retração da demanda interna e desestimulam a produção. "O custo para investimento fica ainda mais elevado porque a atividade produtiva concorre com o setor financeiro", diz o economista. O informe conjuntural da CNI apurou que a indústria continuará liderando o cresci-

4,4%

Ministro afirma que reestruturação na Anatel é ilegal

O

ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse que a reestruturação que vem sendo promovida na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) é ilegal. Para Costa, seria necessário um decreto presidencial para alterar a estrutura do órgão. A Anatel trabalha desde o início do ano em uma nova estrutura, com 10 novas superintendências no lugar das seis atuais. O novo regimento interno será publicado ainda nesta semana, segundo o presidente da entidade, Elifas Gurgel do Amaral. Consulta pública – Ontem, a agência aprovou a realização de Consulta Pública para debate da proposta de alteração da tarifação de pulso, em vigor na telefonia fixa pela medição por tempo de utilização. A nova metodologia entrará em vigor com a renovação dos Contratos de Concessão, em 1º de janeiro de 2006. O texto estará disponível no site www.anatel.gov.br. (Agências)

RISCO BRASIL

Divulgação/CNI

CNI revê previsão do PIB para 3,5% neste ano

Paulo Mol, economista da CNI, explica que a taxa básica de juros deve cair para 17,5% até o final deste ano

INFLAÇÃO Índice sobe em SP, mas não surpreende

A

alta dos combustíveis mais o reajuste da tarifa de água e esgoto fizeram a inflação na cidade de São Paulo passar de 0,03% para 0,26% na terceira quadrissemana de setembro. De acordo com Paulo Picchetti, responsável pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do município de São Paulo, feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da USP, a alta foi grande, mas ainda assim não surpreendeu. "Ela está dentro da previsão para o mês de setembro, que é de inflação de 0,45%. O grupo Alimentação, que até agora puxou o IPC para baixo, continua em queda, mas com menor intensidade", afirma Picchetti. Na terceira quadrissemana de setembro, o grupo Alimentação teve deflação de 0,59%, contra deflação de 1,14% na quadrissemana anterior. Os alimentos "in-natura" determinaram a queda novamente. Eles tiveram redução média de preços de 3,81% no período. Para Picchetti, até o final do mês, essa redução pode ser anulada. O mesmo comportamento deve ocorrer com o grupo Despesas Pessoais, que teve deflação de 0,09%. Os demais grupos registraram inflação. Saúde continua a liderar as altas, mas foi o único

a ter variação menor na comparação com a pesquisa divulgada na semana passada. A variação foi de 1,49%, seguido por Transportes (1,09%), no

qual já aparecem os efeitos do reajuste de 10% da gasolina e de 12% do diesel nas refinarias, como foi determinado pela Petrobras. (Agências)

Fitch diz que crise política pesa na avaliação do País

O

diretor da Fitch Ratings no Brasil, Rafael Guedes, disse ontem que a crise política está pesando sobre a perspectiva de risco do País. "Se não houvesse isso, nós certamente estaríamos olhando somente os números macroeconômicos, que estão melhorando", disse. A Fitch dá ao País nota BB- para o risco de crédito em moeda estrangeira e local, dois graus abaixo do nível considerado recomendável ao investimento ("investment grade"). Guedes disse acreditar que, até o final do ano, o superávit primário do Brasil seja reduzido e que encerre 2005 em 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB). A Fitch recomenda ao País superávit de 5% do PIB. O Banco Central (BC) divulgou na segunda-feira que o superávit primário em 12 meses até agosto equivale a 5,1% do PIB, ante 5,17% registrado em julho último. "Nós, como agência de r ating, preferimos um superávit maior. Isso que é economizado devia ser utilizado para abatimento da dívida, e não é isso o que ocorre", disse. Política –Entre os cenários eleitorais para 2006 que a Fitch considera mais prováveis está a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo Guedes. No entanto, um segundo governo Lula tenderia, de acordo com o diretor da Fitch, a ser mais populista, já que seria a chance de o presidente estabelecer seu legado político. (Reuters)


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Anúncio de Início de Distribuição Pública da 3ª Emissão de Debêntures da

Avenida Alphaville, nº 1.500, Piso 2 – parte – 06453-000 – Barueri – SP CNPJ/MF nº 47.509.120/0001-82 Companhia Aberta O Banco Bradesco S.A. (“Coordenador Líder”) e o Banco Safra de Investimento S/A (“Coordenador Contratado”), na qualidade de coordenadores da distribuição pública (os “Coordenadores”), comunicam o início, nesta data, da distribuição pública de 30.000.000 (trinta milhões) de debêntures simples da 3ª emissão da Bradesco Leasing S.A. Arrendamento Mercantil (a “Oferta”, a “Emissão” e a “Emissora”, respectivamente), não conversíveis em ações de emissão da Emissora, da forma escritural, em uma única série, da espécie subordinada, com valor nominal unitário de R$ 100,00 (cem reais) (as “Debêntures”), perfazendo, na data de emissão, qual seja, 1º de fevereiro de 2005 (a “Data de Emissão”), o total de:

R$ 3.000.000.000,00 ISIN nº BRBDLSDBS024 Classificação de Risco da Emissão – AUSTIN RATING: AAA INFORMAÇÕES SOBRE A OFERTA A Oferta é a terceira emissão de Debêntures da Emissora realizada no âmbito do Primeiro Programa de Distribuição de Debêntures da Emissora (“Programa”), arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) nos termos da Instrução CVM nº 400, de 29 de dezembro de 2003 (“Instrução CVM nº 400/03”), sob nº CVM/SRE/PRO/2005/004, em 15 de abril de 2005, o qual tem prazo de duração de até 2 (dois) anos e limite de R$ 10.000.000.000,00 (dez bilhões de reais). 1. Reunião do Conselho de Administração que deliberou sobre a Emissão A Emissão foi aprovada conforme deliberação (i) da Reunião do Conselho de Administração realizada em 20 de julho de 2005, cuja ata foi publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo e no jornal Diário do Comércio, em 29 de julho de 2005, e arquivada na Junta Comercial do Estado de São Paulo - JUCESP (“JUCESP”) sob nº 214.480/05-2, em 28 de julho de 2005 e (ii) da Reunião do Conselho de Administração realizada em 13 de setembro de 2005, cuja ata será publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo e no jornal Diário do Comércio e está em processo de arquivamento na JUCESP. 2. Características das Debêntures 2.1. Valor Nominal Unitário As Debêntures terão valor nominal unitário de R$ 100,00 (cem reais) na Data de Emissão (“Valor Nominal Unitário”). 2.2. Número de Séries A Emissão será realizada em uma única série. 2.3. Quantidade de Títulos 2.3.1. Serão emitidas 30.000.000 (trinta milhões) de Debêntures. 2.3.2. Nos termos do artigo 14, § 2º, da Instrução CVM nº 400/03, a quantidade de Debêntures a serem distribuídas poderá, a critério da Emissora e sem a necessidade de novo pedido à CVM ou modificação dos termos da Emissão, ser aumentada até um montante que não exceda 20% (vinte por cento) da quantidade de Debêntures inicialmente ofertada (“Debêntures Adicionais”). Neste caso, será mantido o mesmo preço de subscrição das Debêntures para as Debêntures Adicionais, conforme previsto no item 2.13.3. abaixo. 2.3.2.1. A eventual colocação de Debêntures Adicionais deverá ser deliberada pela Assembléia Geral ou pelo Conselho de Administração da Emissora e amplamente divulgada. 2.3.3. Nos termos do “Instrumento Particular de Colocação de 30.000.000 de Debêntures Simples, Não Conversíveis em Ações, sob regime de melhores esforços de colocação, em série única, da 3ª emissão da Bradesco Leasing S.A. Arrendamento Mercantil”, o Coordenador Líder da Emissão terá a opção de caso, a seu critério, a procura pelas Debêntures assim justifique, aumentar a quantidade de Debêntures a distribuir aos destinatários da Emissão, nas mesmas condições e preço constantes da Escritura de Emissão, até um montante de 15% da quantidade inicialmente ofertada. 2.3.3.1. Na hipótese do item anterior, o Coordenador Líder da Emissão deverá informar à CVM, até o dia posterior ao do exercício da opção de distribuição de lote suplementar de Debêntures, a data do respectivo exercício e a quantidade de Debêntures envolvidas. 2.4. Valor Total da Emissão O valor total da Emissão será de R$ 3.000.000.000,00 (três bilhões de reais), observado o disposto no item 2.3. acima. 2.5. Data de Emissão Para todos os efeitos legais, a Data de Emissão das Debêntures é 1º de fevereiro de 2005 (“Data de Emissão”). 2.6. Prazo e Data de Vencimento As Debêntures terão prazo de vencimento de 20 (vinte) anos contados da Data de Emissão, com vencimento fixado em 1º de fevereiro de 2025 (“Data de Vencimento”). 2.7. Forma e Conversibilidade As Debêntures serão da forma escritural, simples, não conversíveis em ações de emissão da Emissora. 2.8. Espécie As Debêntures serão da espécie subordinada. 2.9. Negociação As Debêntures serão registradas (a) para distribuição no mercado primário no Sistema de Distribuição de Títulos – SDT, administrado pela Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro ("ANDIMA") e operacionalizado pela Câmara de Custódia e Liquidação ("CETIP"); e/ou no sistema de negociação BOVESPA FIX, da Bolsa de Valores de São Paulo ("BOVESPA"), sendo os títulos custodiados na Central Brasileira de Liquidação e Custódia ("CBLC"); e (b) para negociação no mercado secundário no Sistema Nacional de Debêntures ("SND"), administrado pela ANDIMA e operacionalizado pela CETIP; e/ou no sistema de negociação BOVESPA FIX, da BOVESPA, sendo os títulos custodiados na CBLC. 2.10. Certificados de Debêntures Não serão emitidos certificados representativos das Debêntures. Para todos os fins de direito, a titularidade das Debêntures será comprovada pelo extrato da respectiva conta de depósito das Debêntures, aberta em nome de cada debenturista, emitido pela instituição depositária. Adicionalmente, (i) será expedido pelo SND “Relatório de Posição de Ativos”, acompanhado de extrato, em nome do debenturista, emitido pela instituição financeira responsável pela custódia das Debêntures quando depositadas no SND; e/ou (ii) será expedido pela CBLC extrato de custódia em nome do debenturista, quando as Debêntures estiverem depositadas na CBLC. 2.11. Preço de Subscrição e Forma de Integralização 2.11.1. As Debêntures serão subscritas pelo seu Valor Nominal Unitário acrescido dos Juros Remuneratórios (conforme definido abaixo), calculados pro rata temporis desde a Data de Emissão até a data de sua efetiva subscrição e integralização (o “Preço de Integralização”). 2.11.2. As Debêntures serão integralizadas em moeda corrente nacional, à vista, no ato da subscrição. 2.12. Regime e Prazo de Colocação das Debêntures 2.12.1. Os Coordenadores desenvolverão os melhores esforços para efetuar a colocação pública das Debêntures. 2.12.2. A colocação das Debêntures deverá ser efetuada até o período máximo de 6 (seis) meses, a contar da data da publicação deste Anúncio de Início (“Prazo de Colocação”). 2.13. Forma, Procedimento e Condições de Colocação das Debêntures 2.13.1. A colocação pública das Debêntures somente terá início após: (a) a concessão do registro da Oferta pela CVM; (b) a publicação deste Anúncio de Início; e (c) a disponibilidade do suplemento definitivo ao Prospecto do Programa, em conjunto com o prospecto definitivo do Programa, para os investidores. 2.13.2. A colocação das Debêntures será pública, realizada no(s) sistema(s) de negociação autorizado(s) pela CVM e indicado(s) no item 2.9. acima, sem recebimento de reservas antecipadas e intermediada pelos Coordenadores, que deverá assegurar tratamento justo e eqüitativo para todos os destinatários e aceitantes da Emissão das Debêntures, compreendidos exclusivamente por investidores qualificados. 2.13.3. Durante todo o Prazo de Colocação, o preço de subscrição das Debêntures será o seu Valor Nominal Unitário, acrescido dos juros, calculados conforme o “Instrumento Particular de Escritura da 3ª Emissão de 30.000.000 de Debêntures Não Conversíveis em Ações, em Série Única, da Espécie Subordinada, da Bradesco Leasing S.A. Arrendamento Mercantil”, conforme aditada em 13 de setembro de 2005 ("Escritura de Emissão"), pro rata temporis, desde a Data da Emissão até a data da efetiva subscrição e integralização. 2.13.4. Na hipótese de os Coordenadores não lograrem êxito em colocar as 30.000.000 (trinta milhões) de Debêntures objeto de melhores esforços de colocação, dentro do Prazo de Colocação, estes não estarão obrigados a subscrever e integralizar o eventual saldo remanescente que não tenha sido subscrito e integralizado por investidores no âmbito da Oferta. 2.13.5. Não será admitida a distribuição parcial das Debêntures. Na hipótese de não colocação da totalidade das Debêntures, a Emissão não será realizada e os valores eventualmente recebidos em contrapartida à subscrição das debêntures deverão ser restituídos aos investidores, deduzida a quantia relativa à Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (“CPMF”) ou quaisquer outras taxas ou encargos, sem juros ou correção monetária. 2.13.6. Não serão constituídos fundos de sustentação de liquidez nem celebrados contratos de estabilização de preços e/ou de garantia de liquidez para as Debêntures. 2.13.7. Conforme autorizado pela Emissora, o Coordenador Líder organizou plano de distribuição, que poderá levar em conta suas relações com clientes e outras considerações de natureza comercial ou estratégica, tendo o Coordenador Líder assegurado: (i) que o tratamento aos destinatários e aceitantes da Oferta seja justo e eqüitativo; (ii) a adequação do investimento ao perfil de risco de seus respectivos clientes; e (iii) que os representantes de venda das instituições participantes do consórcio de distribuição das Debêntures recebam previamente exemplar do prospecto do Programa e do suplemento da Oferta, para leitura obrigatória, e que suas dúvidas possam ser esclarecidas por pessoa designada pelo Coordenador Líder. 2.14. Alteração das Circunstâncias, Revogação e Modificação da Emissão 2.14.1. A Emissora, a critério do Coordenador Líder, poderá solicitar a modificação ou a revogação da oferta perante a CVM na hipótese de alteração substancial, posterior e imprevisível nas circunstâncias de fato existentes quando da apresentação do pedido de registro da Emissão perante a CVM, ou que o fundamentem, acarretando aumento relevante dos riscos assumidos pela Emissora e inerentes à própria oferta. 2.14.1.2. É sempre permitida a modificação da oferta para melhorá-la em favor dos debenturistas ou para renúncia à condição da Emissão estabelecida pela Emissora. 2.14.1.3. A revogação torna ineficazes a Oferta e os atos de aceitação anteriores ou posteriores, devendo ser restituídos integralmente aos aceitantes os valores, bens ou direitos dados em contrapartida às Debêntures ofertadas, na forma e condições previstas no suplemento da Emissão, deduzida a quantia relativa à CPMF ou quaisquer outras taxas ou encargos, sem juros ou correção monetária. 2.14.1.4. Os investidores que já tiverem aderido à Oferta deverão ser comunicados diretamente a respeito da modificação efetuada, para que confirmem, no prazo de 5 (cinco) dias úteis do recebimento da comunicação, através de correspondência protocolada na sede da Emissora, o interesse em manter a aceitação da oferta, presumida a intenção de manutenção da mesma na hipótese de silêncio. 2.14.1.5. Na hipótese de o debenturista manifestar a intenção de revogar sua aceitação à presente Emissão, terá direito à restituição integral dos valores dados em contrapartida à aceitação da oferta, na forma e condições que deverão estar previstas no suplemento da Emissão, deduzida a quantia relativa à CPMF e quaisquer outras taxas ou encargos, sem juros ou correção monetária. 2.14.1.6. Na hipótese do item 2.14.1. acima, a modificação dos termos da Emissão deverá ser divulgada ampla e imediatamente, nos termos do item 2.26. e as instituições intermediárias deverão se acautelar e se certificar, no momento do recebimento das aceitações da oferta, de que o manifestante está ciente de que a oferta original foi alterada e de que tem conhecimento das novas condições da Emissão. 2.15. Juros Remuneratórios As Debêntures renderão juros correspondentes à variação acumulada de 100% (cem por cento) das taxas médias diárias dos Depósitos Interfinanceiros - DI de um dia, Extra-Grupo (“Taxas DI”), expressas na forma percentual ao ano, base 252 (duzentos e cinqüenta e dois) dias úteis, calculadas e divulgadas pela CETIP, incidente sobre o valor nominal da Debênture, pro rata temporis, a partir da Data de Emissão até a data do seu efetivo pagamento (“Juros Remuneratórios”). 2.16. Pagamento dos Juros Remuneratórios Os Juros Remuneratórios serão pagos na Data de Vencimento das Debêntures. 2.17. Repactuação 2.17.1. As Debêntures serão objeto de repactuação, de acordo com cronograma e os procedimentos descritos a seguir. A Emissora reserva-se o direito de repactuar as condições da remuneração aplicável às Debêntures, ressalvado que a data da repactuação será 1º de fevereiro de 2010, ao final do prazo de 60 (sessenta) meses a contar da Data de Emissão ("Data da 1ª Repactuação") 2.17.2. O Conselho de Administração da Emissora deverá deliberar e comunicar aos Debenturistas com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da Data da 1ª Repactuação, as condições aplicáveis ao Período de Vigência dos Juros Remuneratórios subseqüente ("Novo Período de Vigência dos Juros Remuneratórios"), incluindo: a) a remuneração a vigorar durante o Novo Período de Vigência dos Juros Remuneratórios; b) alterar a periodicidade do pagamento dos Juros Remuneratórios durante o Novo Período de Vigência dos Juros Remuneratórios; e c) demais datas de repactuação, conforme o caso. 2.17.3. As condições fixadas pelo Conselho de Administração da Emissora, de acordo com o disposto no item 2.17.2. acima serão comunicadas aos debenturistas na forma do item 2.26. até o 15º (décimo quinto) dia útil anterior à Data da 1ª Repactuação. Caso os debenturistas não concordem com as condições fixadas pelo Conselho de Administração da Emissora para o Novo Período de Vigência dos Juros Remuneratórios, caso tais condições não sejam publicadas pela Emissora, os debenturistas poderão, entre o 14º (décimo quarto) e o 5º (quinto) dia útil anterior à Data da 1ª Repactuação, manifestar sua opção de exercer o direito de venda das Debêntures, sem prejuízo da possibilidade de ser requerido o vencimento antecipado das Debêntures na hipótese de não publicação das condições aplicáveis às Debêntures durante o Novo Período de Vigência dos Juros Remuneratórios. A manifestação dos debenturistas será realizada por meio da CETIP e/ou do BOVESPA FIX, conforme o caso, ou, tratando-se de debenturistas não vinculados ao sistema CETIP e/ou BOVESPA, por correspondência dirigida à Emissora, sendo certo que somente serão consideradas as manifestações recebidas pela CETIP, pelo BOVESPA FIX ou pela Emissora, conforme o caso, até o 5º (quinto) dia útil anterior à Data da 1ª Repactuação. 2.17.4. A Emissora obriga-se a adquirir as Debêntures dos debenturistas que se manifestarem na forma do disposto no item 2.17.3. acima, pelo Valor Nominal Unitário acrescido da remuneração devida nos termos deste Anúncio de Início e da Escritura da Emissão até a data da efetiva aquisição, que deverá ocorrer na data de encerramento do respectivo Período de Vigência dos Juros Remuneratórios. A aquisição a que se refere este item não será acrescida de prêmio de qualquer natureza. As Debêntures objeto desse procedimento poderão ser canceladas, permanecer em tesouraria da Emissora ou serem colocadas no mercado. 2.18. Amortização Não haverá amortização do Valor Nominal Unitário das Debêntures, o qual será integralmente pago na Data de Vencimento. 2.19. Resgate Antecipado 2.19.1. As Debêntures poderão ser resgatadas, a qualquer momento, mediante deliberação do Conselho de Administração da Emissora e publicação de “Aviso aos Debenturistas”, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias da data do resgate antecipado, informando a data e o procedimento de resgate.

Coordenador Líder

2.19.2. O resgate antecipado poderá ser total ou parcial, pelo Valor Nominal Unitário da Debênture, na Data de Emissão, acrescido dos Juros Remuneratórios incidentes, pro rata temporis, desde a Data de Emissão. 2.19.3. Na hipótese de deliberação de resgate antecipado parcial, adotar-se-á o critério de sorteio, a ser realizado, nos termos da Lei das Sociedades por Ações, na presença do Agente Fiduciário e com divulgação pela imprensa, inclusive no que concerne às regras do sorteio. O resultado do sorteio para resgate parcial referente às Debêntures registradas no SND, dar-se-á através de operação de compra e venda definitiva, conforme o Regulamento do SND. 2.19.4. As Debêntures resgatadas nos termos aqui previstos deverão ser canceladas pela Emissora. 2.20. Aquisição Facultativa 2.20.1. A Emissora poderá, a qualquer tempo, adquirir as Debêntures em circulação por preço não superior ao Valor Nominal Unitário acrescido dos Juros Remuneratórios, calculados pro rata temporis desde a Data de Emissão até a data da efetiva aquisição, observado o disposto no parágrafo 2º do artigo 55 da Lei das Sociedades por Ações. 2.20.2. As Debêntures objeto desse procedimento poderão ser canceladas, permanecer em tesouraria da Emissora ou ser colocadas no mercado. 2.21. Vencimento Antecipado 2.21.1. O Agente Fiduciário, independentemente de aviso, interpelação ou notificação extrajudicial, deverá declarar antecipadamente vencidas todas as obrigações constantes da Escritura de Emissão e exigir da Emissora o pagamento integral do valor nominal das Debêntures em circulação, acrescido dos Juros Remuneratórios devidos, pro rata temporis, desde a Data de Emissão até a data do pagamento das Debêntures declaradas vencidas, nas seguintes hipóteses: i) intervenção na Emissora; ii) liquidação, decretação de falência da Emissora ou pedido de recuperação judicial formulado pela Emissora; iii) pagamento de dividendos pela Emissora, observado o disposto no artigo 202 da Lei das Sociedades por Ações, ou, por qualquer forma, distribuição pela Emissora de todo ou parte de seu resultado, mesmo para pagamento de debêntures com participação nos lucros, se a Emissora estiver em mora em relação ao pagamento de quaisquer valores devidos aos debenturistas, relativos às Debêntures objeto desta Emissão; e iv) falta de cumprimento, pela Emissora, de qualquer obrigação prevista na Escritura de Emissão, não sanada no prazo de 30 (trinta) dias contados do aviso escrito que lhe for enviado pelo Agente Fiduciário. 2.21.2. A ocorrência de evento indicado no subitem (ii) acima acarretará o vencimento antecipado automático das Debêntures, independentemente de qualquer consulta aos Debenturistas. 2.21.3. Na ocorrência de qualquer dos eventos indicados nos subitens (i), (iii) e (iv) supra, o Agente Fiduciário deverá convocar, dentro de 48 (quarenta e oito) horas da data em que tomar conhecimento da ocorrência de qualquer dos referidos eventos, Assembléia Geral de Debenturistas para deliberar sobre a declaração do vencimento antecipado das Debêntures. 2.21.4. A Assembléia Geral de Debenturistas a que se refere o item 2.21.3. anterior poderá, por deliberação de 75% (setenta e cinco por cento) das Debêntures em circulação, determinar que o Agente Fiduciário não declare o vencimento antecipado das Debêntures, observado o disposto no artigo 13 da Instrução CVM nº 28/83. 2.21.5. Na ocorrência da declaração do vencimento antecipado das Debêntures, a Emissora obriga-se a efetuar o pagamento do Valor Nominal Unitário, acrescido dos Juros Remuneratórios (e, no caso do subitem (iv) do item 2.21.1. acima, dos encargos moratórios, calculados a partir da data em que tais pagamentos deveriam ter sido efetuados), calculada pro rata temporis desde a Data de Emissão até a data do seu efetivo pagamento e de quaisquer outros valores eventualmente devidos pela Emissora nos termos da Escritura de Emissão, em até 5 (cinco) dias úteis contados de comunicação neste sentido, a ser enviada pelo Agente Fiduciário à Emissora, sob pena de, em não o fazendo, ficar obrigada, ainda, ao pagamento dos encargos moratórios. 2.21.6. Para fins do subitem (ii) do item 2.21.1. acima, será considerado como pedido de recuperação judicial ou decretação de falência qualquer procedimento extrajudicial ou judicial análogo previsto na legislação que venha a substituir ou complementar a atual legislação sobre falências e recuperação judicial. 2.22. Local de Pagamento Os pagamentos referentes às Debêntures serão efetuados: (i) utilizando-se os procedimentos adotados pelo SND para as Debêntures registradas em negociação nesse sistema e/ou pela CBLC, para as Debêntures registradas para negociação no Bovespa FIX; ou, na hipótese de as Debêntures não estarem custodiadas no SND e/ou na CBLC, (ii) na sede da Emissora; ou, conforme o caso, (iii) por instituição financeira contratada para este fim. 2.23. Encargos Moratórios Ocorrendo impontualidade no pagamento pela Emissora de quaisquer obrigações pecuniárias relativas às Debêntures, os débitos vencidos e não pagos serão acrescidos de juros de mora de 0,5% (cinco centésimos por cento) ao mês, calculado pro rata temporis, desde a data de inadimplemento até a data do efetivo pagamento, bem como de multa não compensatória de 2% (dois por cento) sobre o valor devido, independentemente de aviso, notificação ou interpelação judicial ou extrajudicial. 2.24. Não Comparecimento dos Debenturistas O não comparecimento do debenturista para receber o valor correspondente a quaisquer das obrigações pecuniárias da Emissora nas datas previstas na Escritura de Emissão, no suplemento da Emissão ou em comunicado publicado pela Emissora, não lhe dará direito ao recebimento de remuneração e/ou encargos moratórios no período relativo ao atraso no recebimento, sendo-lhe, todavia, assegurados os direitos adquiridos até a data do respectivo vencimento. 2.25. Prorrogação dos Prazos Considerar-se-ão automaticamente prorrogadas as datas de pagamento de qualquer obrigação pecuniária relativa às Debêntures, pela Emissora, até o primeiro dia útil subseqüente, se a data de vencimento da respectiva obrigação coincidir com dia em que não houver expediente comercial ou bancário na Cidade de São Paulo, no Estado de São Paulo, sem qualquer acréscimo aos valores a serem pagos, ressalvados os casos cujos pagamentos devam ser realizados através da CETIP e/ou CBLC, hipótese em que somente haverá prorrogação quando a data de pagamento coincidir com sábado, domingo ou feriado nacional. 2.26. Publicidade Todos os atos e decisões relevantes decorrentes da Emissão que, de qualquer forma, vierem a envolver, direta ou indiretamente, os interesses dos titulares de Debêntures, deverão ser publicados sob a forma de “Aviso aos Debenturistas” no Diário Oficial do Estado de São Paulo e no "Diário do Comércio", utilizado pela Emissora para efetuar as publicações ordenadas pela Lei das Sociedades por Ações e pela legislação da CVM. 2.27. Público-Alvo da Oferta A Oferta será destinada exclusivamente a investidores considerados qualificados, nos termos do artigo 109 da Instrução CVM nº 409/04. 2.28. Declaração de Inadequação de Investimento A presente Oferta não é destinada aos investidores que necessitem de ampla liquidez em seus títulos, uma vez que o mercado secundário no Brasil para negociação de debêntures é restrito. 2.29. Imunidade Tributária Caso qualquer Debenturista goze de algum tipo de imunidade ou isenção tributária, este deverá encaminhar ao Banco Mandatário, no prazo mínimo de 10 (dez) dias úteis antes da data prevista para recebimento de valores relativos às Debêntures, documentação comprobatória dessa imunidade ou isenção tributária, sob pena de ter descontados dos seus rendimentos os valores devidos nos termos da legislação tributária em vigor. 3. Locais Onde as Debêntures Podem Ser Adquiridas Os interessados em adquirir Debêntures poderão contatar os Coordenadores nos endereços indicados abaixo: Coordenadores Coordenador Líder Coordenador Contratado Banco Bradesco S.A. Banco Safra de Investimento S/A Avenida Paulista, nº 1.450, 3º andar Avenida Paulista, nº 2.100 CEP 01310-917 – São Paulo – SP CEP 01310-930 – São Paulo – SP 4. BANCO MANDATÁRIO E BANCO ESCRITURADOR Banco Bradesco S.A. Cidade de Deus, s/nº, Vila Yara, Prédio Amarelo, 2º andar CEP 06029-900 – Osasco – SP O Banco Mandatário será responsável por operacionalizar o pagamento e a liquidação dos Juros Remuneratórios (conforme definido no item 2.15. acima) e de quaisquer outros valores devidos pela Emissora relacionados às Debêntures. 5. Agente Fiduciário Theca Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários Ltda. Rua Boa Vista, nº 186 – 7º andar CEP 01014-000 – São Paulo – SP

At.: Sr. Waldemar Lerro Junior Telefone: (11) 3292-5444 – Fax: (11) 3241-0772 Correio eletrônico: vavalerro@theca.com.br

6. Outras Informações Data do início da Oferta: a partir da data da publicação deste Anúncio de Início, qual seja, 28/9/2005. Para mais informações sobre a Oferta e as Debêntures, bem como para obtenção do exemplar do prospecto do Programa e do suplemento da Oferta, os interessados deverão dirigir-se à CVM, à sede da Emissora, do Coordenador Líder, da CETIP e da BOVESPA, nos endereços indicados abaixo, sendo que o prospecto do Programa e o suplemento da Emissão encontram-se à disposição dos investidores na CVM para consulta apenas. COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS – CVM Rua Sete de Setembro, nº 111, 5º andar Rio de Janeiro – RJ

Rua Formosa, nº 367, 20º andar São Paulo – SP

BRADESCO LEASING S.A. ARRENDAMENTO MERCANTIL Cidade de Deus, s/nº, Vila Yara CEP 06029-900 – Osasco – SP (www.bradescoleasing.com.br)

BANCO BRADESCO S.A Avenida Paulista, nº 1.450 – 3ºandar CEP 01310-917 – São Paulo – SP (www.shopinvest.com.br)

BOVESPA Rua XV de Novembro, nº 275 São Paulo – SP (www.bovespa.com.br)

BANCO SAFRA DE INVESTIMENTO S/A Avenida Paulista, nº 2.100 CEP 01310-930 – São Paulo – SP (www.safranet.com.br)

CETIP Rua Líbero Badaró, nº 425, 24º andar – São Paulo – SP (www.cetip.com.br) Exemplares impressos do prospecto do Programa e do suplemento da Emissão estão disponíveis para retirada, pelos interessados, junto aos endereços da Emissora e dos Coordenadores indicados acima. O prospecto do Programa e o suplemento da Emissão estão disponíveis, para consulta e reprodução, na página da rede mundial de computadores (a) do Coordenador Líder (www.shopinvest.com.br); (b) do Coordenador Contratado (www.safranet.com.br); (c) da Emissora (www.bradescoleasing.com.br); (d) da CVM (www.cvm.gov.br); (e) da BOVESPA (www.bovespa.com.br) e (f ) da CETIP (www.cetip.com.br). A Oferta foi previamente submetida à análise da CVM e registrada sob o nº CVM/SRE/DEB/2005/045, em 21/9/2005. O REGISTRO DA OFERTA NÃO IMPLICA, POR PARTE DA CVM, GARANTIA DE VERACIDADE DAS INFORMAÇÕES PRESTADAS OU EM JULGAMENTO SOBRE A QUALIDADE DA EMISSORA, BEM COMO SOBRE AS DEBÊNTURES A SEREM DISTRIBUÍDAS.

ANBID

“A presente oferta pública foi elaborada de acordo com as disposições do Código de Auto-Regulação da ANBID para as Ofertas Públicas de Títulos e Valores Mobiliários registrado no 5º Ofício de Registro de Títulos e Documentos do Estado do Rio de Janeiro sob o nº 497585, atendendo aos padrões mínimos de informação contidos no mesmo, não cabendo à ANBID qualquer responsabilidade pelas referidas informações, pela qualidade do emissor/ofertante, das instituições participantes e dos títulos e valores mobiliários objeto da oferta.”

Coordenador Contratado


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.POLÍTICA

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

POR APENAS 15 VOTOS, REBELO VENCE NONÔ E JÁ AVISA QUE NÃO ACEITARÁ INTERFERÊNCIAS DE LULA. Adriano Machado/AE

GOVERNO EMPLACA REBELO COM R$ 1,5 BILHÃO

C

om liberação de verbas que somam pelo menos R$ 1,515 bilhão e promessa de mais cargos aos partidos atingidos pelo escândalo do "mensalão", o governo conseguiu hoje eleger o deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) para a presidência da Câmara. Foi uma vitória apertada: Rebelo bateu o deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL) no segundo turno por uma diferença de apenas 15 votos. Aldo teve 258 votos contra 243 de Nonô, mais 6 em branco e 2 nulos. No primeiro turno, os dois tinham empatado, ambos com 182 votos. "Os deputados mostraram que esta Casa é uma Casa livre e uma instituição independente", disse Aldo em um breve discurso logo após a eleição. "Esta Casa é a célula fundamental da democracia." Para garantir apoio a Rebelo, ex-ministro da Coordenação Política, o Planalto prometeu liberar R$ 680 milhões de um total de R$ 1 bilhão para o Ministério dos Transportes, comandado por Alfredo Nascimento, do PL. Mais: devolver ao PTB os cargos nos segundo e terceiro escalões que o partido perdeu depois das denúncias de corrupção no governo feitas pelo ex-deputado Roberto Jefferson (RJ). Artilharia – A artilharia pesada do governo não parou aí: das fileiras do PTB, o ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, jurou que o governo vai liberar R$ 335 milhões para a pasta. A verba faz parte de um total de quase R$ 500 milhões, sendo R$ 163 milhões para as emendas de

parlamentares - 30% deles do PTB - ao Orçamento. Na semana passada, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, já havia autorizado o pagamento de R$ 500 milhões em emendas. A estratégia produziu dividendos. Ao deixar a reunião com a bancada do PTB, no fim da tarde, Mares Guia assegurou que pelo menos 80% dos 46 deputados do partido votariam em Rebelo. No primeiro turno, o PTB manteve a candidatura de Luiz Antônio Fleury Filho (SP). "Foi um jogo muito pesado do governo", afirmou o deputado Michel Temer (PMDBSP), que desistiu da candidatura para apoiar Nonô. A oposição acusou o Planalto de acenar até mesmo com a promessa de negociar indulto a deputados do PP envolvidos no escândalo do mensalão,para atrair os votos do partido de Severino Cavalcanti (PP-PE). Críticas – Rebelo não quis comentar as críticas da oposição de que sua vitória beneficiaria os deputados da base aliada acusados de envolvimento no “mensalão”. O presidente da Câmara, segundo ele, deve se concentrar nos interesses do Legislativo, do País e da sociedade e não pode tomar partido nas disputas entre governo e oposição. "Isso não tem o menor cabimento" , disse o chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Jaques Wagner, desmentindo também que o governo vá entregar mais um ministério para o PP de Severino ou para o PTB do ex-deputado Roberto Jefferson. "Não vendi a alma nem vendi cargo ou ministério.

Ed Ferreira/AE

DE PRESIDENTE DA UNE A VEREADOR E DEPUTADO

Depois de ser carregado nos braços no Plenáro, Aldo Rebelo comemora a vitória e recebe os cumprimentos do adversário de José Thomaz Nonô.

A liberação das emendas segue o cronograma estabelecido. Estou tranqüilo porque não fiz nada que possa comprometer o governo ou a eleição." Depois, em entrevista coletiva, Rebelo rebateu críticas de que o governo liberou dinheiro do orçamento para favorecer emendas parlamentares. Segundo o presidente da Câmara, o Executivo libera recursos do orçamento diariamente e não se pode associar isso com apoio ao seu nome. Rebelo disse que, durante seu mandato, não aceitará interferências do governo Lula. Ele garantiu que a Mesa Diretora não interferirá na trami-

tação dos processos contra deputados que já tramitam no Conselho de Ética e da Corregedoria. A função da Mesa, segundo ele, é apenas orientar os procedimentos para garantir equilíbrio dos processos. MPs – Em relação ao excesso de medida provisórias editadas pelo governo, Aldo Rebelo anunciou que o tema deverá ser discutido em reunião com o Colégio de Líderes. Ele lembrou que já há uma discussão antiga sobre o excessivo número de MPs e que a mudança feita na Constituição não obteve consenso entre os parlamentares como solução definitiva para o problema.

Rebelo disse que o resgate da confiança da população na Câmara vai depender da capacidade da Casa de priorizar e votar os temas realmente importantes para a sociedade. “A confiança porém não nascerá de uma passe de mágica. Ela será paulatina e dependerá de muito trabalho”. No discurso do segundo turno, Nonô atacou as andanças de ministros pelos corredores da Câmara. "Não tenho verba, não tenho ministro. (...) Bastou ter um deputado que não era o alinhamento automático do governo que, imediatamente, apareceram R$ 500 milhões de emendas. Com um presidente

independente, aparecerão mais R$ 500 milhões, mais R$ 500 milhões, mais milhões. Isso é muito bom!", ironizou. Para assegurar os votos dos que sempre reclamam do rolo compressor governista, Rebelo jurou independência do Planalto. "Eu sei o nome de cada um e o que cada um aqui reivindica", disse ele. O novo presidente da Câmara será recebido hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto. Em nota, Lula cumprimentou o amigo e ex-ministro e disse que quer manter com o Legislativo "um diálogo independente, construtivo e respeitoso". (Agências)

A ELEIÇÃO MAIS DISPUTADA DA HISTÓRIA A eleição para a presidência da Câmara foi a mais disputada da história da Casa. Ninguém se lembra de um empate, como ocorrido no 1° turno entre o candidato do governo, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), e o da oposição, José Thomaz Nonô (PFL-AL). Os dois termina-

ram o 1° turno com 182 votos cada. "Nunca vi nada parecido", disse o vice-líder do PFL na Câmara, Pauderney Avelino (AM). O pefelista, que está em seu quarto mandato, lembra de outro confronto apertado. Citou a disputa em 1998 entre Michel Te-

mer e Wilson Campos, ambos do PMDB. "O Michel venceu em 1° turno, mas por apenas um voto de diferença. Agora, empate, parece incrível". Para Jutahy Júnior (PSDB-BA), deputado no 5° mandato, o empate entre Aldo e Nonô no 1° turno

O

cil, Rebelo reforçou sua posição junto ao presidente Lula ao trabalhar com sucesso na ar ticulação que garantiu a aprovação das reformas tributária e da Previdência na Câmara, tendo inclusive o apoio de parte da oposição. À sombra de Dirceu – Na primeira reforma ministerial de Lula, em janeiro de 2004, ele assumiu a pasta da Coordenação Política, mas nunca teve uma vida fácil no cargo. Apesar de, teoricamente, herdar a coordenação política que era exercida pela Casa Civil, chefiada por José Dirceu, Rebelo sempre esteve à sombra do então todo-poderoso do governo. Ele voltou à Câmara em julho, depois da última reforma ministerial realizada pelo presidente. Quase sempre de cara séria, Rebelo tem um jeito tranqüilo de falar e, mesmo

quando faz discursos inflamados na Câmara, eleva a voz num grau mais moderado do que a maioria dos parlamentares. Para o líder do PCdoB na Câmara, Renildo Calheiros (PE), irmão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o conhecimento que Aldo tem do país é importante na sua maneira de ser. "O Aldo é um dos parlamentares que melhor conhece o Brasil e a sua formação. Isso fincou nele a raiz de um camarada pacificador", disse. Oposição – Mesmo a oposição reconhece as qualidades do novo presidente da Câmara. "Aldo é uma pessoa muito equilibrada, um homem de bem", disse o deputado Pauderney Avelino (PFL-AM), sem, porém, deixar de criticar sua escolha neste momento: "É o nome certo na hora errada."

novo presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), tem uma longa história política, iniciada ainda na clandestinidade de seu partido durante o regime militar. Uma das principais lideranças do PCdoB, fiel aliado do PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Rebelo acabou ficando fora da montagem do primeiro escalão no início do governo. Cumprindo seu quarto mandato como deputado federal, Rebelo acabou sendo escolhido por Lula para a complicada tarefa de ser líder na Câmara de um governo que tinha então uma dezena de partidos em sua base, sem contar aqueles que começavam a dar sinais de apoio ao Palácio do Planalto, como o PMDB e o PP. Depois de um começo difí-

mostrou "o enfraquecimento" do governo. "O governo Lula começou o mandato com 410 votos a 100. E agora viveu uma disputa palmo a palmo", destacou. "Este governo não é mesmo nem sombra daquele que começou há pouco mais de dois anos" , avaliou. (AE) Alagoano de Viçosa, mudouse para São Paulo e com apenas 21 anos, em 1977, já fazia parte das direções regional e nacional do Partido Comunista do Brasil. Três anos depois foi eleito presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), em eleição direta. No início da década de 1980, filiou-se ao PMDB, legenda pela qual fez sua primeira tentativa de se eleger à Câmara dos Deputados, sem sucesso. Em uma prática comum entre os militantes comunistas no regime militar, mesmo filiado ao PMDB, Rebelo manteve-se ligado ao PCdoB. Filiou-se formalmente em 1985, com a legalização do partido. Foi eleito vereador em São Paulo em 1988, mas não completou seu mandato. Dois anos depois conseguiu uma cadeira para a Câmara pela primeira vez. (Reuters)


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quinta-feira, 29 de setembro de 2005

NACIONAL - 7

MAIS DE 52% DOS PAULISTANOS NÃO PRETENDEM COMPRAR BENS DURÁVEIS NO TERCEIRO TRIMESTRE

Sebastião Moreira/AE

NOVAS DÍVIDAS PREOCUPAM O CONSUMIDOR

A

DC

Em telefonia celular, o gasto s perspectivas de vendas para o últi- ficaria em R$ 472,27 e nos segmo trimestre do mentos de móveis e informátiano não são boas. ca, os gastos seriam de R$ 1.315 Pelo menos no que diz respeito e R$ 1813,61, respectivamente. aos bens duráveis. Segundo a "Esses valores são médias para pesquisa Expectativa de Con- todas as faixas de renda; por issumo, divulgada ontem pelo so podem parecer tão altos paPrograma de Administração ra as camadas mais baixas da do Varejo (Provar), da Funda- população", afirma Fávero. Ao contrário do que ocorre ção Instituto de Pesquisa (FIAUSP), 52,6% dos consumido- com a intenção de compra, as res paulistanos não pretendem taxas de variação sobre volucomprar bens duráveis nos me de gastos em relação a 2004 próximos três meses, incluin- são maiores em todos os dez segmentos, com do o Natal. Esse exceção de foto e resultado é seótica. "Ainda melhante à pesque o nível de quisa realizada desemprego sen o m e s m o p eja alto, já houve ríodo de 2003. A queda na intenção "Isso mostra de compra mostra que u m a p e q u e n a recuperação, asque o consumio consumidor está sim como tamdor está preocubém houve pado em se endi- preocupado em se avanço na renda vidar demais", endividar demais acredita o proCláudio Felisoni da população. fessor Cláudio de Ângelo, coordenador Isso estimula o Felisoni de Ândo Provar consumidor que vai comprar, a Os produtos da linha branca, como fogão e geladeira, são o segundo grupo na preferência daqueles que apontaram intenção de compra gelo, coordenagastar um pouco dor do Provar. Em setembro de 2004, as in- mais", diz Fávero. doméstico será destinado às Das faixas de renda pesqui- compras de fim de ano. tenções de compra eram bem mais otimistas, apenas 35,3% sadas, a intenção de compra é A expectativa de compras dos entrevistados diziam que maior entre os que ganham poderá ser alterada até dezemnão iriam comprar nada. "Sa- menos. Porém, os gastos mé- bro próximo, segundo os probíamos que o crescimento do dios das classes A e B, por mo- fessores do Provar, se notícias ano passado não iria se manter. tivos óbvios, são mais altos. "O positivas aparecerem no cenáPorém, não esperávamos que a que vale ressaltar nesse caso é rio nacional. Entre elas, a queintenção de compra voltasse a que, entre os consumidores de da da taxa básica de juros e o patamares tão baixos", diz Ân- classe D e E, o comprometi- aumento do emprego. gelo. No seu entender, o freio mento da renda para aquisição Universo – A pesquisa oufoi causado pela política ma- de bens duráveis é sempre viu 500 consumidores de difecroeconômica, com juros altos muito alto, o que causa a ina- rentes faixas de renda e em toe taxa de desemprego não cain- dimplência meses depois", das as regiões da cidade. Os afirma o professor Fávero. Em dados foram colhidos de 1º a 15 do de forma mais acelerada. O que vão comprar – Para uma média geral, 9% do rendi- de setembro. (Saiba mais sobre aqueles que declaram que irão mento das famílias não com- vendas para o Natal na pág.12) comprar algum produto, os prometido com o orçamento Fernanda Pressinott três maiores percentuais de inÉ raríssimo as taxas do último trimestre do ano serem tenção são: 9% para telefonia menores que as do período anterior, justamente porque o (celulares principalmente); Natal costuma influenciar positivamente os consumidores 8,6% para linha branca (gelaLuiz Paulo Lopes Fávero, coordenador da pesquisa deira, fogão e máquina de lavar) e 7,2% empatados para móveis e informática. Vale destacar que todos os índices de intenção de compra, com exceção de autopeças, são inferiores aos medidos no mesmo período de 2004 e em relação ao 3º trimestre deste ano. "É raríssimo acontecer de as taxas do último trimestre do ano serem menores que as do período anterior, justamente porque o Natal costuma influenciar positivamente os consumidores", explica o proADVOCACIA TRABALHISTA fessor Luiz Paulo Lopes Fávero, coordenador da pesquisa. EMPRESARIAL ESPECIALIZADA Quanto vão gastar – Apesar Os Advogados, da idéia da compra ser menor OVIDIO LOPES GUIMARÃES JUNIOR que no ano passado, os consuJOEL EDUARDO DE OLIVEIRA midores que esperam fazer isROGÉRIO PACILÉO NETO so vão gastar mais que em Comunicam a todos os clientes e colegas a mudança do Escritório de 2004. De acordo com a pesquiAdvocacia Trabalhista para a Avenida Marquês de São Vicente, 121, Bloco B, sa, na linha branca, por exem13º andar, conjunto 1301, Barra Funda, São Paulo, SP, plo, caso a compra se concretiCEP: 01139-001, Telefones: 11 3616-6544 - 3616-6546, a partir de 10/01/2005, onde estarão atendendo definifivamente. ze, a faixa de gasto médio será de R$ 1.331. E 90% dos entrevistados parcelariam o valor por meio de carnê.

ARGENTINA

O

presidente Néstor Kirchner fez novas advertências aos empresários argentinos para que não abusem dos aumentos de preços. Ele disse que "espera uma atitude de maturidade" dos empresários, mas se isso não ocorrer, tomará "as medidas necessárias" contra o aumento para evitar que a inflação continue disparando. Kirchner anunciou que pequenas e médias empresas que utilizarem seus lucros para reinvestimentos ficarão isentas do imposto de renda. (AE)

DC

Ó RBITA


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 10-.OPINIÃO

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

RESENHA

ROBERTO FENDT O BIRD E A

O SÓCIO OCULTO DAS FARC

RENDA

INTERNACIONAL

A grande razão para a sobrevivência das Farc é sua associação com o narcotráfico quantidade e extensão – continuam ocorrendo em Bogotá apesar do maciço policiamento. Além do contingente regular oficial, são milhares de seguranças privados (claramente identificados) posicionados dentro e fora de hotéis, edifícios, escolas, universidades, comércios, etc. O ingresso de automóveis em muitos prédios depende de uma prévia inspeção, inclusive com cães farejadores, treinados para identificar explosivos. Nos shopping centers mais sofisticados o conteúdo de bolsas, pastas e sacolas é revistado minuciosamente na entrada. Tudo isso apresenta um custo elevadíssimo. Desviando mãode-obra e recursos que

poderiam gerar mais renda para os colombianos. É importante ressaltar que não há, presentemente, (aliás, nunca houve) nada que justifique o recurso às armas na Colômbia: o sistema democrático funciona com eleições regulares e livres para o Legislativo e Executivo. Talvez a grande razão para a sobrevivência de organizações como as Farc seja a associação delas com o narcotráfico a partir dos anos 70. A luta por um socialismo radical na América do Sul acabou ganhando um sócio oculto. E os interesses do novo sócio passaram a se confundir com os do antigo.

A

extensa fronteira do Brasil com Colômbia e Venezuela apresenta as condições ideais para serem penetradas pelos guerrilheiros, que agora estão sendo finalmente garroteados pelas forças oficiais colombianas. O custo imposto àquela sociedade andina poderá ser transferido para o Brasil. Ou será que em cidades como o Rio de Janeiro já não estamos vivendo um cenário parecido com o bogotano? Será que a leniência e inoperância de algumas autoridades brasileiras não apresentam o mesmo elemento que une as Farc aos narcotraficantes? O conflito entre a nação colombiana e os guerrilheiros de esquerda associados aos narcotraficantes precisa ser conhecido em detalhes pelos brasileiros a fim de que não se repita aqui a tragédia daquele país andino. Especialmente na hora de eleger as autoridades que terão (ou já têm?) a obrigação de enfrentá-los. CÂNDIDO PRUNES, EM RELATO DE VIAGEM À COLÔMBIA PUBLICADO NO SITE WWW.INSTITUTOLIBERAL.ORG.BR

C usta caro combater a guerrilha na selva

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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E

Céllus

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m brasileiro que jamais tenha posto os pés na Colômbia não concebe os custos insuportáveis que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (esquerda nãodemocrática e sócia do PT) têm imposto àquele país. São ataques a poços de petróleo e refinarias. São explosões em linhas de transmissão de alta voltagem. São bloqueios de estradas. São atentados a repartições públicas e destacamentos policiais e militares. São áreas inteiras do país onde quem manda são os guerrilheiros, inclusive cobrando "impostos". O rosário de prejuízos materiais é interminável. Mais grave, no entanto, são as perdas de vidas. Já são mais de uma centena de milhar as vítimas das Farc. Esses atentados – ainda que mais reduzidos em

m entrevista à Folha, o economista-chefe do Banco Mundial fez comentários sobre a distribuição de renda brasileira - problema para o qual considera "impossível esperar uma solução no curto prazo"- e a eficiência do programa Bolsa-Família, que considera um mecanismo eficiente de combate à pobreza. Com relação à distribuição de renda, Guillermo Perry foi pragmático e realista. Para ele, a "solução" para a desigualdade necessariamente a longo prazo - é o crescimento econômico. Essa "solução", é claro, tem a vantagem de ser consensual: ninguém se opõe ao crescimento. Não sei se é função do governo "melhorar" a distribuição de renda. Sei, no entanto, que o "direito de acesso" a todas essas benesses vem sendo a base de programas que, há décadas, empobrecem os contribuintes (via tributos) e não melhoram a distribuição de renda.

Inocentes e irresponsáveis BENEDICTO FERRI DE BARROS

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debandada de históricos, políticos e militantes do PT assinala uma fragmentação personalista que contrasta com a uniformidade monolítica de sua ideologia e de sua práxis. Todos pensam e agem do mesmo modo, a despeito de suas divergênciais pessoais. Adotam os mesmos métodos e usam a mesma linguagem. Os métodos que os grandes dissidentes críticos como Koestler e Silone denunciaram e Solzenytzin esmiuçou dostoievskianamente. Estão todos convencidos de que os fins justificam os meios, de que seus fins são os mais éticos do mundo, que são portadores exclusivos da verdade e tudo o mais não passa de uma conspiração das elites. São todos puros e inocentes. Essa estrutura mental explica seu comportamento e sua linguagem, a língua de pau analisada por Orwell. Linguagem que não tem o mínimo compromisso com a lógica, a congruência e portanto, com a verdade. Exemplo antológico disso foi dado pelo segundo depoimento de José Dirceu ao Conselho Ético da Câmara. Seu discurso se fundou em um tripé de afirmações. A primeira foi a de que "está cada vez mais convencido de sua inocência". A segunda, de que tudo não passa de uma luta pelo poder. A terceira de que "sim" (modéstia a parte), ele se reconhece como o construtor dessa política. Pode haver defesa mais auto-incriminatória do que essa? Se a cada dia ele fica mais convencido de sua inocência é porque em dias anteriores certamente tinha fundadas dúvidas e motivos para dela duvidar. Que se trate de uma luta política pelo poder visando a sua condenação, é óbvio, já que uma de suas primeiras declarações depois de empossado foi a de que dividiria o poder entre o Zé e o Dirceu. Dita jocosamente, mas com ar eufórico, foi o que ficou patente durante todo seu exercício como eminência parda do

presidente, ao qual sempre declarou "fidelidade canina". E, finalmente, se ele, como reconhece em seu discurso (petulância a parte), foi o construtor da política que aí está, não tem como ignorar os fatos da profunda e generalizada corrupção que vem sendo desvendada pelas CPIs, pelo Ministério Público e pela polícia. Fatos que nenhum brasileiro consciente, que acompanhe as publicações, ignora.

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udo isso dito e desempenhado com a desenvoltura e idêntica euforia com que ao assumir o poder declarou que o dividiria entre o Dirceu e o Zé. Nada que discrepe do comportamento de auto-blindagem proporcionado pela armadura ideológica de seus companheiros, Genoino, Delúbio e Sílvio Pereira, que, como ele, ao primeiro toque de rebate saíram de cena e se retiraram para a sombra. Só compreendendo a armadura ideológica que reveste sua mentalidade dá para entender que ele se sinta inocente, fundador dessa política que aí está, e ignorante dos resultados que ninguém ignora, e até mesmo desconhecedor de quem era Valdomiro Diniz, que como um dos seus braços executivos ocupava sala contígua à sua no Palácio do Planalto. Assumido seu ponto de vista, ideologia e práxis, não se pode deixar de concordar com sua conclusão, de que são todos ignorantes, inocentes e irresponsáveis pelo que aí está. E a despeito de tudo o que aí está e cada dia se torna mais evidente, que seu chefe, que já o olha de esguelha e em público já não o abraça mais, também ele ignorava tudo, não está nem aí e quer ver toda a maracutaia posta em pratos limpos. Doa a quem doer. E gaste-se o que se tem a gastar. – Isso é a política, seus idiotas. PAJOLUBE@TERRA.COM.BR

T odos estão convencidos de que seus fins são os mais éticos do mundo

Os equívocos da Super-Receita LUIZ FLÁVIO BORGES D´URSO

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máquina tributária brasileira voltou a surpreender com a edição da Medida Provisória 258, que criou a Receita Federal do Brasil ou "Super-Receita", um novo órgão resultante da fusão da Secretaria de Receita Federal com a Receita Previdenciária do Ministério da Previdência Social, que terá poder para realizar a gestão de tributos. Entendemos que uma fusão de tamanha complexidade exigiria, no mínimo, um amplo debate prévio com o Congresso Nacional e com a sociedade brasileira. Ao utilizar o instrumento da Medida Provisória, o governo está, mais uma vez, usurpando do Congresso o legítimo poder de legislar e alijando a sociedade de um necessário e democrático debate sobre matéria de tamanha importância. Por ser um instrumento excepcional, as MPs devem ficar restritas a temas de celeridade e urgência, como especifica o Art. 62 da Constituição, devendo ser evitada no caso de matéria que abarca o interesse de 80 milhões de brasileiros. O projeto de lei seria o encaminhamento mais adequado neste caso porque permite a participação e o diálogo. A criação da "Super-Receita" também poderá minar a segurança jurídica, um dos elementos constitutivos do Estado Democrático de Direito, gerada pelo questionamento da competência legal do novo servidor, pelas inúmeras mudanças que propõem e pela nova forma de arrecadação e fiscalização ensejadas por catego-

rias diferenciadas de servidores, que passarão por adaptação de estruturas, procedimentos e culturas, além de aumentar a carga tributária. Esse processo pode, ainda, contribuir para deteriorar os serviços públicos. Ao invés de conseguir viabilizar o chamado "choque de gestão" com a racionalização dos recursos e processos; teme-se que a "Super-Receita" coloque em funcionamento um mecanismo gigantesco de arrecadação para sobrepor os interesses do Estado aos da sociedade, quebrando o democrático equilíbrio entre a autoridade estatal e os direitos e garantias do cidadão.

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as os problemas referentes à "Super-Receita" não param por aqui. A resistência à nova MP 258 pode ser mensurada pelo número de emendas que já recebeu no parlamento: mais de 500, e pelas tantas medidas judiciais de que é alvo. Todo esse processo de fusão, realizado apressadamente pode afrontar as devidas cautelas e as garantias asseguradas pela Constituição e pelas leis, principalmente quanto à manutenção dos direitos da seguridade social, uma vez que serão colocados em um caixa único as receitas originadas de tributos federais, voltadas a subsidiar o orçamento público e a contribuição previdenciária, ou seja, a poupança do trabalhador. LUIZ FLÁVIO BORGES D´URSO É PRESIDENTE DA OAB SP

A resistência à nova MP 258 gerou mais de 500 emendas no Congresso

O dinheiro dos programas sociais é gasto sabe Deus como, mas o retorno é pífio.

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e fato, o dinheiro é gasto, sabe Deus como, mas o retorno desse investimento é pífio. Simplesmente, se gasta muito com "programas sociais" de péssima qualidade e a situação do pobre não melhora. Quanto ao Bolsa-Família, acho que de duas uma: ou o sr. Perry deveria ter dito que se trata de política (e se recusado a comentar) ou dito que se trata simplesmente de estelionato eleitoral, se quisesse falar de política. Porque comprar consciências com comida é estelionato eleitoral. Teria sido útil também um comentário sobre a distribuição de renda e os recordes de juros pagos sobre a dívida pública. A maioria que paga os impostos que pagam os juros não é a minoria que recebe esses juros. Ficou faltando um comentário. Ficou faltando também falar sobre a lambança que a "base de sustentação do governo" fez com o dinheiro do contribuinte e que continua fazendo, agora gastando com "emendas de parlamentares" para eleger um presidente da Câmara dos Deputados amigo. Quem sabe o próximo diagnóstico do Bird não venha a ser mais realista?


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.NACIONAL

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

Fotos: Milton Mansilha/Luz

Supermercados online: da internet direto para casa Na esteira do crescimento das vendas pela internet, empresas utilizam cada vez mais o comércio eletrônico para conquistar e fidelizar clientes

Cliente pede pela internet ao Empório Brasileiro e recebe as compras em casa em até 48 horas

Sem perder tempo em filas

Marcos Fernandes/Luz

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om aumento médio concorrência e fidelizar cliende 30% no volume tes. Pão de Açúcar e Sonda são de pedidos e fatura- alguns que já realizam vendas mento de R$ 974 mi- online. A novidade é o Empór i o B r a s i l e i ro , lhões no primeiro que vende exclusemestre de 2005, sivamente pela o comércio eletrôinternet. nico se firma coEsp eciali stas mo canal de venapostam na exdas. Os dados são pansão das vendo 12° relatório d a s d e s u p e rWeb Shoppers, mercado pela inque mede o coternet no médio e mércio eletrônilongo prazo. O co. O estudo recanal é estratégigistrou, no priTabach: praticidade e c o p a r a o s e gmeiro semestre mento porque o d e s t e a n o , a u- qualidade dos produtos tíquete médio mento de 20% no total de consumidores, totali- pode ser até seis vezes supezando 4 milhões que utilizam a rior ao das vendas tradicionais. Outro dado positivo é o internet para fazer compras. Atentos ao potencial desse crescimento dos pedidos entre canal, os supermercados são janeiro e agosto, 20% superior um dos segmentos que aposta aos registrados em igual períona rede para se diferenciar da do do último ano.

Novidade – Na esteira dessa evolução, o site de vendas Empório Brasileiro (www.emporiobrasileiro.com.br), criado em julho de 2004, consolidou seu modelo de negócio e já anuncia novos projetos. Entre as novidades estão previstas a inauguração de um novo depósito e a expansão das vendas para todo o Brasil a partir de outubro. Até o momento, a empresa só atende pedidos gerados no Estado de São Paulo. Para o empresário Marcio Tabach, do Empório Brasileiro, esse tipo de oferta emplacou porque tem custo fixo baixo. "O que eu economizo com as instalações e folha de pagamento, por exemplo, eu repasso para os preços e qualidade dos serviços", explica Tabach. Antes de se aventurar no varejo online, ele fez MBA na London Business School e acompa-

nhou de perto a evolução do mercado internacional de vendas pela internet. Inspirado nos modelos da norte-americana Fresh Direct e da inglesa Ocado, que faturam cerca de US$ 100 milhões por ano, Tabach voltou ao Brasil determinado a investir num modelo de comércio eletrônico que aliasse a praticidade da internet com a qualidade dos produtos. Na opinião do empresário, como o consumidor que compra pela internet é muito exigente, a estratégia para fidelizá-lo é oferecer alta qualidade em produtos e serviços. Desde julho deste ano, o Empório Brasileiro, além dos tradicionais produtos de supermercados, vende também hortifrutis orgânicos. Outra aposta da empresa é na diversidade. Entre outras raridades, vende o cereal Quinua (Bolívia) e a cerveja uruguaia Norteña. Quanto aos serviços, a empresa garante pontualidade na entrega (até 48 horas) e frete grátis acima de R$ 300. O site criou ainda uma seção de receitas que, além de ensinar a preparar o prato, dimensiona a quantidade de ingredientes que será necessário de acordo com o número de convidados. Ganhar tempo – Na opinião do presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Sussumu Honda, a falta de tempo dos clientes e de espaço nas lojas para expor os produtos são fatores que, cada vez mais, devem impulsionar as vendas pela web. Em contrapartida, ele ressalta que as vendas por impulso em supermercado são significativas, e a internet é um canal que pode restringir esse fator. Cejana Montelo

Fernanda trocou as filas dos mercados pela comodidade da internet

No lugar do carrinho de compras, o mouse

A

publicitária Fernanda Romana é uma consumidora "heavy user" da internet. Não fosse pela conveniência, seria pelo dever profissional. Fernanda é diretora de internet da agência DM9DDB e trabalha desenvolvendo projetos criativos para os clientes exporem suas marcas na mídia web. Negócios à parte, ela costuma comprar tudo pela internet. E, uma vez por mês "percorre" as gôndolas de supermercado munida do mouse de seu computador. Entre as vantagens desse tipo de compra, ela destaca principalmente a comodidade. Entrega em casa, opções de marcas, produtos

frescos e bem embalados são outros benefícios de que ela não abre mão. "Os funcionários escolhem frutas e legumes melhor do que eu poderia fazêlo", garante Fernanda. Aparentemente, outras pessoas compartilham essa opinião. O Pão de Açúcar, por exemplo, registra uma média de 25 mil pedidos por mês. No período de janeiro a agosto deste ano, teve aumento de 27% nos pedidos sobre igual período de 2004. Essa média é nacional, mas algumas praças apresentaram aumento ainda mais expressivo, como Brasília, com 40% mais pedidos. Engatinhando – Apesar do potencial, ainda são poucos os supermercados que adotaram a internet como canal estratégico de negócios. Para o gerente de comércio eletrônico do Pão de Açúcar, Alexandre Lima, as grandes redes estão atrasadas porque não têm know how para desenvolver esse negócio de forma lucrativa. "O mercado não é grande porque a inclusão digital ainda não é uma realidade brasileira. Além disso, o público alvo é muito exigente", avalia Lima. Segundo especialistas, o comércio eletrônico teve várias ondas de ápice, como as vendas de livros, CDs, eletro-eletrônicos, pet-shops e vinhos. "Os supermercados, portanto, também terão sua onda porque a comodidade e economia de tempo são valores muito competitivos", afirma o executivo do Pão de Açúcar. (CM)


OPINIÃO

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quinta-feira, 29 de setembro de 2005

DOISPONTOS -11 11

Para escrever ou comentar as cartas e artigos desta seção, envie sua mensagem para

doispontos@dcomercio.com.br

está sendo denunciado, mas aparentemente mais amplo, ocorreram na Itália nos anos 80 e, mais recentemente, na Alemanha, também ligados à " máfias "de apostas.

Esmola não dá futuro!

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a lab ari sta s, lavadores de pára-brisas e vende dores de chicletes são, dentre outras "profissões", atividades comuns nos semáforos das grandes cidades. O que não é e não deve ser entendido pela sociedade como algo comum é que esse verdadeiro mercado informal seja composto por trabalhadores com menos de 14 anos, por crianças. Atualmente, cerca de 3 mil crianças e adolescentes trabalham diariamente em 180 cruzamentos da cidade. Eles têm pais e estudam. Na maioria, são usados como fonte de renda da família ou de adultos aproveitadores. Trabalham fora do período escolar. Eles residem em bairros da periferia da cidade e até de outras cidades da região metropolitana e vêem para as regiões e bairros mais nobres para "trabalhar" nos faróis. Ainda de acordo com as estatísticas, 85% dessas crianças moram com os pais e freqüentam a escola; 10% moram temporariamente nas ruas devido à distância de casa, abusos sofridos em casa e à falta de condições de vida e 5% são dominadas por aliciadores. É fácil constatar que a esmola é, na verdade, uma faca de dois gumes: se por um lado ela pode garantir uma refeição para criança, por outro ela perpetua a exploração do trabalho infantil, agravando esse problema social. O trabalho infantil é crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente. O que muitos não sabem é que existem meios efetivos de ajudar essas crianças e adolescentes. É através do Imposto de Renda que cada um

de nós pode se comprometer de verdade com a causa da criança e do adolescente, depositando recursos dedutíveis do Imposto de Renda na conta do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente. Criado pela Lei Municipal nº 11.247, de outubro de 1992, o fundo tem o objetivo de arrecadar recursos para custear projetos sociais nesta área. Dirigido pelo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente, o Fumcad é um importante instrumento de captação de recursos. Por lei, as pessoas podem descontar do seu Imposto de Renda em até 1% (pessoas jurídicas) e até 6% (pessoas físicas) nas doações. Lembrando que o desconto no IR, além de dedutível, pode ser

direcionado - ou seja, Resolução nº 77- , aprovada em setembro, permite que o doador saiba exatamente (ou até mesmo escolha) em que projeto será investida a sua doação. Ta l v e z p o r d e s c onhecimento por parte das pessoas o Fumcad arrecade muito aquém de suas potencialidades em São Paulo. Por essa razão, a Prefeitura está criando uma campanha para envolver governo, empresários, profissionais liberais, entidades sociais, religiosas e paulistanos em geral nesta empreitadas de aumento

à proteção de nossas crianças e adolescentes, ampliando enormemente o potencial dos nossos projetos sociais. O objetivo da campanha é aumentar a arrecadação do fundo, para o financiamento do maior número possível de projetos pelo Cmdca e dirigidos à infância. Em cidades como Porto Alegre, onde o Fumcad é mais divulgado, a arrecadação é de 25 milhões de reais/ano. Aqui em São Paulo não ultrapassa a casa dos R$ 2 milhões. O desestímulo acontece por desconhecimento e sobretudo porque, até a aprovação da Resolução 77 pelo Cmdca, os doadores não podiam direcionar, ou seja, indicar os projetos que gostariam de ver beneficiados com suas doações.

A

s crianças, além das famílias, são de responsabilidade da sociedade. É nosso dever conjunto batalhar para que se desenvolvam sob condições saudáveis e seguras. O artigo quarto do ECA atribui essa responsabilidade à família, sociedade e poder público, cabendo a este último a criação de serviços adequados às necessidades da criança/adolescente e aos dois primeiros, a de cobrá-los em caso de omissão. Devemos procurar nos informar de nossas possibilidades e nos conscientizar de nossos deveres. Destinar parte dos recursos do Imposto de Renda de pessoas físicas e jurídicas para o Fumcad é, pois, um passo importante para começarmos a mudar para melhor a realidade dos menores carentes do nosso município. GILBERTO NATALINI, VEREADOR LICENCIADO (PSDB), É SECRETÁRIO DE PARTICIPAÇÃO E PARCERIA DA

PREFEITURA DE SÃO PAULO.

E xistem novos meios de ajudar essas crianças e adolescentes. Mas São Paulo só contribui com R$ 2 mi

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Por que precisamos de novos Jeffersons

nfelizmente, o povo brasileiro precisa dos Jeffersons. O brasileiro tanto pode ser comparado ao elefante quanto à ovelha, pois além de não saber a força que tem, se unido, é teleguiado pela mídia e pelas mentiras dos políticos ao longo de anos. Falta coragem até para cobrar de seus representantes uma atitude em relação a roubalheira praticada pelo

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esquadrão do PT do Lula. Não apenas o povo não se manifestou, como também a maioria dos políticos. Uns por medo, outros por terem algum tipo de rabo preso. Por isso precisávamos de outros Jeffersons: pessoas do meio político com coragem de se manifestar contra a corrente. Apesar de seu envolvimento com a corrupção, e por isso merecer

a punição, como disse o deputado Campos Machado ontem no DC, Jefferson poderá vir ser único boi de piranha do mensalão. O governo Lula continua comprando seus aliados. Se não o faz com o mensalão, faz com cargos. Os vendidos não resistem à oferta. E o Jefferson? É coisa passada. JOÃO PATRÍCIO JBPATRIC@UNISYS.COM.BR

O governo Lula continua comprando seus aliados. Agora com cargos.

A situação no sudeste se complicou e o presidente foi buscar, especialmente no Nordeste, seus pontos de crescimento. Lula se descolou da opinião pública das capitais. ANÁLISE DO PROFESSOR ANTONIO LAVAREDA, DA MCI ESTRATÉGIA, SOBRE A PESQUISA CNI-IBOPE QUE INDICOU QUEDA DE

MARCEL SOLIMEO FUTEBOL E INSTITUIÇÕES

O

Brasil vem sendo assolado por uma onda sem precedentes de denúncias de corrupção envolvendo políticos, partidos, dirigentes de empresas públicas e seus fundos de pensão, parlamentares e empresários, as quais, regra geral, vêm sendo confirmadas, revelando um amplo esquema de utilização de recursos públicos para a conquista do poder, além do uso de cargos de comando para a obtenção de vantagens indevidas. Quando se imagina que tudo já foi denunciado, embora ainda não apurado, surgem novos fatos, muitas vezes envolvendo novos personagens, o que parece não mais surpreender a população. Isto porque o grau de apropriação do Estado por muitos políticos é de tal magnitude que tudo se pode esperar. O último episódio conhecido, até o momento, culminou com a renúncia do presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcante. O que não se esperava é que um escândalo de grande magnitude pudesse a ocorrer no futebol, como o que foi noticiado neste fim de semana. O ambiente do esporte mais popular do Brasil tem sido objeto de muitas críticas e denúncias com relação à conduta de seus dirigentes mas, pelo menos nos últimos anos, não se suspeitava da possibilidade de manipulação dos resultados das partidas pelo árbitro. No passado, existiram alguns juízes que se tornaram famosos por serem acusados de manipular resultados, mas isso parecia ser uma ação localizada. Agora, o que se denuncia é a existência de um esquema que vem de fora do futebol, ligado a uma "máfia" interessada em assegurar resultados dos jogos, contando com a colaboração de árbitros que, para isso, receberiam uma remuneração.

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elas informações divulgadas até agora, o problema, pelo menos em relação ao Campeonato Brasileiro, está restrito ao juiz Edílson Pereira de Carvalho, que fazia parte do esquema, mas acaba lançando suspeita sobre os demais. Fatos semelhantes ao que

M

ário Vargas Llosa afirmou que o futebol representa um modelo ideal de instituição. Poucas regras, simples e estáveis, que oferecem iguais oportunidades a todos os jogadores, permitindo que o talento e a iniciativa individual prevaleçam, o que possibilitou ao Brasil se tornar pentacampeão mundial. A uniformidade das regras permite que se disputem jogos e torneios internacionais e que os jogadores brasileiros possam brilhar em todos os campos no exterior. Lhosa defende que assim deveria ser a economia de mercado, para que a livre iniciativa pudesse se desenvolver plenamente. Para que o futebol possa ser praticado corretamente, no entanto, é preciso que, além da adesão dos participantes

Sem a expectativa da arbitragem correta, o futebol não teria se desenvolvido às regras, o árbitro zele rigorosamente pelo seu cumprimento, assegurando a lisura da competição, punindo as infrações com a marcação de faltas e as atitudes antiesportivas, até castigando com a expulsão quando é o caso. Sem a expectativa de uma arbitragem correta, mesmo que sujeita aos erros naturais a todo ser humano, o futebol não teria se desenvolvido e se tornado o esporte mais disseminado no mundo, movimentando montante astronômico de recursos financeiros. Da mesma forma que o futebol, a democracia e a economia de mercado necessitam de instituições simples e estáveis, que tenham a adesão da sociedade e mecanismos para fazer cumprir as normas e punir as transgressões. Assim, o que a sociedade espera, é que todos os casos de corrupção apontados, tanto no campo esportivo como e no político, sejam apurados e a rigorosa punição de todos os culpados. Fala-se napossibilidade de anulação de alguns jogos por causa da possível interferência do árbitro nos resultados. Como ficam as matérias aprovadas no Congresso com o uso do " valerioduto" ? Não estarão, também, sob suspeição? MARCEL SOLIMEO É ECONOMISTA IECONOMIA@ACSP.COM.BR

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quinta-feira, 29 de setembro de 2005

CIDADES & ENTIDADES - 19

John Stillwell/PA/Pool/Reuters

A família de Jean Charles, na estação do crime Os pais e outros parentes de Jean Charles de Meneses estiveram ontem na estação Stockwell, em Londres. Eles depositaram flores e se emocionaram muito ao ver o local onde o mineiro foi assassinado pela polícia ao ser confundido com um terrorista. A família reiterou que não acredita na versão policial para o caso e pede a punição dos culpados.

Maria e Matosinhos na Stockwell, onde o filho (abaixo) foi morto em 22 de julho. Eles se encontram hoje com a comissão que investiga o caso. Paula Leite/Reprodução/AE

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família de Jean Charles de Meneses percorreu ontem, num clima de profunda comoção, o caminho feito pelo jovem mineiro no dia em que foi morto – do apartamento em que morava até o interior da estação de metrô onde a polícia o matou a tiros, após confundi-lo com um terrorista. Os pais do rapaz, Matosinhos Otoni da Silva e Maria Otoni de Menezes, não contiveram as lágrimas ao chegar ao apartamento onde o eletricista, de 27 anos, vivia, em Tulse Hill. Acompanhados de um irmão de Jean, uma nora e três netos, os pais foram dali até a estação do metrô de Stockwell, no sul de Londres. Depois de visitar a estação, Maria Otoni desabafou, dizendo que seu filho foi tratado como "um cão raivoso". " Só Jesus sabe nossa dor e sofrimento. Estamos aqui por Justiça", disse. A família de Jean chegou

pouco depois do meio-dia (8h em Brasília) à estação onde Jean foi morto. Uma multidão de jornalistas, curiosos e policiais reuniu-se em torno deles. Os pais puderam ver os inúmeros bilhetes de apoio, cartazes e flores colocados na estação, no que se transformou num memorial improvisado, desde a morte de Jean. "Por que mataram meu filho?", gritou Maria Otoni de Menezes, às lágrimas, ao depositar um ramo de margaridas no local, antes de entrar na estação. A visita ao interior da estação foi restrita. A família foi até a plataforma onde estava a composição onde Jean morreu. A mãe de Jean repetiu declarações feitas à BBC de que o chefe da Scotland Yard, Ian Blair, "fracassou no cumprimento de seu dever" e "tem que pedir demissão". Ela disse não ter dúvidas de que Blair já teria se demitido se a polícia houvesse matado um britânico.

A mãe, que descreveu seu filho com "um rapaz trabalhador", afirmou que os agentes "tiveram tempo para identificar" Jean Charles. "Eles destruíram a vida dele e, ao mesmo tempo, destruíram a minha", disse. O pai também reiterou que o plano do filho em Londres era apenas trabalhar por uma vida melhor. Os parentes do mineiro de Gonzaga receberam manifestações de apoio de várias pes-

soas nas ruas de Londres. Eles chegaram à cidade na terçafeira, para pedir justiça e se inteirarem do andamento da investigação, a cargo da Comissão Independente de Queixas contra a Polícia. Os pais de Jean Charles vão se reunir hoje com representantes da comissão. O irmão de Jean, Giovani da Silva, disse que a família não deixará de insistir na punição dos culpados. "Queremos ver os responsáveis presos e julgados. Não acreditamos que as câmeras de TV da estação não funcionavam no momento em que Jean Charles morreu". Em entrevista afirmou que "a polícia britânica mentiu" sobre as circunstâncias da morte de Jean e acobertou o erro cometido ao balear o brasileiro. Giovanni disse que a família viu que havia nove câmeras de circuito fechado e foi informada pela diretora da estação que as gravações foram entregues à polícia. (Agências)

Eletricista levou oito tiros

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eletricista Jean Charles de Meneses, de 27 anos, foi morto por agentes britânicos com oito tiros – sete na cabeça e um no ombro – dentro de uma composição do metrô, ainda na estação de Stockwell, em Londres, no dia 22 de julho. No dia anterior, quatro homens haviam tentado, sem sucesso, repetir o atentado do dia 7, quando 52 pessoas morreram em atentados de quatro suicidas que detonaram explosivos em três composições do metrô e em um ônibus. A polícia identificou Jean erroneamente como um dos possíveis envolvidos na tentativa frustrada de atentado e, de início, alegou

que o rapaz exibia comportamento suspeito naquela manhã – o que, após investigações, foi constatado não ser verdade. Interrogação – A advogada britânica Gareth Peirce, que representa a família do brasileiro, disse que há "uma grande ponto de interrogação" pairando sobre o tema, principalmente com relação às imagens das câmeras. Gareth afirmou que é necessário encontrar resposta para as seguintes perguntas: "O que foi gravado? O que não foi gravado? E se não foi gravado, por que não foi?". A viagem e a hospedagem da família foi paga pela Polícia de Londres.


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quinta-feira, 29 de setembro de 2005

poLítica

POLÍTICA - 3

PRESIDENTE PROMETEU QUE VAI CUMPRIR METAS DA REFORMA AGRÁRIA. Ricardo Stuckert/PR/ABr

Eymar Mascaro

Cachimbo da paz

O

senador Tasso Jereissati será o próximo presidente nacional do PSDB, a ser eleito na convenção de novembro, em substituição a José Serra, que está afastado do cargo desde que assumiu a Prefeitura de São Paulo. As picuinhas que existiam entre Serra e Jereissati foram eliminadas e ao senador caberá responder pela condução do partido em época de efervescência política. Tasso Jereissati andou se encontrando com Serra em São Paulo nos últimos fins de semana. Acertaram os ponteiros. O PSDB vem sendo interinamente conduzido pelo senador Eduardo Azeredo, que se envolveu com o empresário Marcos Valério – acusado de ser o operador do mensalão – nas eleições de 1998, quando foi candidato à reeleição ao governo de Minas. Dirigindo o partido nacionalmente, Tasso Jereissati deixa de ser um presidenciável tucano. Mas exercerá um papel fundamental de controlar o PSDB no processo de escolha do candidato do partido à sucessão de Lula em 2006. Um processo que pode ser tumultuado.

PRESIDENCIÁVEIS

A luta no PSDB pela candidatura presidencial fica restrita a quatro nomes: José Serra, Geraldo Alckmin, FHC e Aécio Neves. Mas, Aécio pode ser candidato à reeleição ao governo mineiro e FHC ao governo de São Paulo. Restam Serra e Alckmin. Aécio apóia o governador paulista.

FAVORITISMO

Se a indicação do candidato tucano fosse hoje, o favorito seria José Serra. O prefeito de São Paulo lidera as pesquisas no partido e seria o mais forte adversário de Lula. Se Serra sair candidato a Prefeitura será respondida pelo vice, Gilberto Kassab, do PFL.

PESQUISAS

As últimas pesquisas indicaram que Serra está tecnicamente empatado com Lula no 1º lugar. O tucano, na pesquisa Datafolha, bateria o petista no 2º turno. É aí que nasce o favoritismo do prefeito.

SENADO

Os adeptos da candidatura presidencial de Serra acham que Geraldo Alckmin tem todas as condições de se eleger senador por São Paulo. Numa projeção feita por serristas, Alckmin venceria Eduardo Suplicy, candidato à reeleição pelo PT.

COLIGAÇÃO

Apesar de Cesar Maia estar em campanha pela presidência da República, pelo PFL, os tucanos jogam para formalizar nova dobradinha com os pefelistas. Mais uma vez o cabeça de chapa seria o candidato do PSDB. A vice, portanto, ficaria com o PFL.

CANDIDATURA

Nem bem assinou a ficha de filiação do PDT, o senador Cristovam Buarque (DF) já pensa em ser candidato ao Planalto, em 2006. Buarque acha que com o desgaste de Lula pode lutar para polarizar a campanha com o PSDB. Não é isso que dizem as pesquisas.

TRAIÇÃO

Complica-se no PMDB a situação do presidente do Senado, Renan Calheiros. Os oposicionistas do partido querem distância de Renan, que apesar de ser do PMDB, apoiou o candidato do governo à presidência da Câmara, Aldo Rebelo. Em tempo: o PMDB tinha candidato próprio, Michel Temer, que desistiu de concorrer, mas denunciou a trama da tribuna.

BRIGA Renan Calheiros e Michel Temer estão às turras desde

que o presidente do Senado defendeu a participação do PMDB no ministério de Lula. Michel Temer é favorável à demissão dos ministros peemedebistas.

DUAS FRENTES Os dois grupos (de Renan e de Temer) vão brigar até a data de convenção que decidirá se o partido terá candidato próprio ao Palácio do Planalto. Se depender, por exemplo, de Renan e José Sarney, o PMDB apoiaria a reeleição de Lula. Michel Temer é mais chegado aos tucanos.

PARTICIPAÇÃO A exemplo do forfait no 1º turno, Lula não deverá comparecer para votar no 2º turno das eleições no PT, que acontecem no próximo dia 9. Mesmo com o cancelamento da viagem que Lula faria à África do Sul.

APOIO Ricardo Berzoini, candidato do Campo Majoritário, caititua o apoio do grupo de Marta Suplicy à sua candidatura nas eleições do 2º turno. Marta tem interesse na vitória do favorito porque precisa da legenda do PT para disputar a eleição de governador em 2006.

OPOSIÇÃO O argumento usado por Ricardo Berzoini para atrair o apoio à sua candidatura é lembrar que os discursos dos esquerdistas são de oposição ao governo Lula. Seu argumento tem convencido alguns dos grupos que participaram da eleição no 1º turno. O que não tem pegado bem é Berzoini aparecer e insinuar que a sua eleição poderá ajudar os parlamentares petistas acusados no escândalo do 'mensalão' a escapar de punições no partido.

ACUSAÇÃO A oposição acusa o presidente de crime de responsabilidade por ter liberado mais verbas do orçamento para deputados na véspera da eleição de presidente da Câmara do que nos últimos oito meses. A liberação foi feita para favorecer o candidato do governo, Aldo Rebelo.

REDUÇÃO Com a saída de mais dois deputados – Maninha, do Distrito Federal, e e Chico Alencar, do Rio de Janeiro –, que decidiram ingressar no P-SOL da senadora Heloisa Helena , o PT passa a ter a segunda maior bancada na Câmara, com 84 deputados. Perde para o PMDB que pode chegar a mais de 90 deputados até o dia 1º.

Após, discurso improvisado, presidente Lula cumprimentou e conversou com alguns moradores do assentamento 'Lulão', no sul da Bahia.

LULA VISITA O 'LULÃO' E CRITICA MST

L

ogo após inaugurar a empresa Veracel, de celulose, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou 60 quilômetros de carro até o assentamento Lulão, em Santa Cruz Cabrália, no extremo sul da Bahia. Ele abraçou José Rainha Júnior, um dos líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), e fez vários elogios aos trabalhadores do movimento. Em discurso de improviso durante a entrega de títulos de posse para trabalhadores ligados ao MST, em palanque montado na área do assentamento, Lula criticou a direção do MST e contou que pensou em não visitar o assentamento por causa das ocupações das sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). "Eu às vezes fico chateado porque poderíamos fazer acordo sem barulho", disse o presidente. "Pensei em não vir aqui. Depois, achei que seria uma insensatez, pois o povo não pode pagar o preço da insensatez e das divergências entre a direção do MST e o governo", afirmou. Ironia – Lula rebateu críticas divulgadas pela imprensa sobre as condições de vida nos assentamentos. No Lulão, por exemplo, as famílias ainda moram em barracas de lona e não têm acesso à água potável e energia elétrica. De forma irônica, Lula disse que muitos cobram do presidente TV a Cabo, telefone celular e casa com varanda nos assentamentos. "O jogo é um pouco mais complicado." Os trabalhadores sem-terra comemoraram o assentamento de 515 famílias em cinco fazendas na região. Eles aguardavam assentamento havia dois anos e oito meses. "Fizemos manifestações contra o modelo econômico, que não resolve o problema da reforma agrária. Mas é lógico que, quando se desapropriam algumas terras para assentamento, isso é motivo também de alegria e comemoração", disse Weldes Valeriano de Queiroz, da direção na Bahia do MST. Promessa – Ele voltou a prometer o cumprimento das metas de reforma agrária até o final de seu governo e elogiou "paciência" dos sem-terra assentados no Lulão. Disse ainda que "não vai faltar nenhum real para fazer os assentamentos que tem que fazer no País este ano". Antes de terminar o discurso, o presidente entrevistou dois integrantes do MST, Nita Maria de Jesus, 64 anos, e Tertuliano Dias Nascimento, 82

Adriano Machado/Folha Imagem

Integrantes do MST invadem a superintendência do Incra em Brasília.

anos. Segundo Lula, eles são a demonstração viva de que o movimento social pode transformar pessoas, dando esperança, tornando-as "guerreiros e guerreiras". A dona Nita, que ganhou um lote em outro assentamento, o presidente perguntou qual era o significado de ganhar o lote. Ela respondeu que tudo que desejava na vida era ter uma terra. "Se eu morresse sem ter um pedaço de terra, eu não me salvava. Pra mim, a coisa melhor do mundo de existir foi Lula ganhar a presidência pra gente ter a terra da gente". A Tertuliano, Lula perguntou o que significava a terra recebida na reforma agrária. "Essa terra é para mim trabalhar enquanto for vivo e deixar para os meus filhos", respondeu. Lula terminou seu discurso dizendo que precisava voltar para Brasília para acompanhar o processo eleitoral para a pre-

sidência na Câmara dos Deputados. Críticas – A visita de Lula ao assentamento Lulão foi durante criticada por representantes das principais entidades ruralistas do País. Para eles, ir a encontro com o MST durante a jornada de invasões de fazendas e prédios públicos que o movimento promove mostra o "conluio" do presidente com um segmento que consideram fora da lei. "Fica claro que o MST é aliado do presidente Lula e que Lula apóia os atos de ilegalidade que o MST pratica", disse o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), João Arruda Sampaio. Para João Bosco Leal, presidente do Movimento Nacional de Produtores, a jornada não visa um pleito social, mas a ações criminosas de vandalismo. "O presidente, o PT e a Igreja apóiam esses criminosos." Mais invasões –Enquanto al-

guns prédios do Incra permanecem ocupados por integrantes no MST, novas invasões foram promovidas pelos sem-teto Brasil afora. Em Brasília, eles invadiram a sede do Incra. Em Pernambuco, cerca de 320 famílias ligadas à Federação de Trabalhadores da Agricultura Familiar de Pernambuco (Fetraf/PE) ocuparam ontem três fazendas. Juntas, as propriedades possuem 2.100 hectares. Em Minas, o MST intensificou as ações. Foram ocupadas ainda uma agência do Banco do Brasil, uma fazenda no município de Pirapora e bloqueada a BR-116. Os manifestantes também mantiveram a ocupação da sede Incra em belo Horizonte. Cerca de 400 integrantes do MST invadiram a sede do Incra em Cascavel, a cerca de 520 quilômetros de Curitiba, no oeste do Paraná. (Agências)

Associação Comercial de São Paulo

Reunião Plenária Palestrante:

Armando Monteiro Neto Deputado Federal pelo PTB-PE e Presidente da Confederação Nacional da Indústria - CNI Tema:

“Cenário político atual e agenda mínima para governabilidade” Dia: 03 de outubro de 2005, segunda-feira Horário:

às 17 horas Local:

Edifício-sede da ACSP, na Rua Boa Vista, 51 - 9º andar Haverá pesquisa “in loco” (dinâmica interativa com resultado em tempo real) A palestra será transmitida em aberto na Internet, pelo site www.acsp.com.br (Clique em Web TV ACSP - ao vivo)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.POLÍTICA

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

CPI VOTA NA TERÇA REQUERIMENTO QUE CONVOCA PALOCCI. CARVALHO PODE SER ACAREADO COM IRMÃOS DANIEL.

GREENHALGH DEPÕE HOJE NA CPI DOS BINGOS Dida Sampaio/AE

E

m virtude da eleição do novo presidente da Câmara dos Deputados, a Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos cancelou a reunião que estava marcada para ontem e marcou novos depoimentos para hoje. A partir das 11h, deverão ser ouvidos o procurador-geral da República junto a o Tr i b u n a l d e C o n t a s d a União (TCU), Lucas Furtado, e o deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP). Furtado foi convocado para prestar depoimento por ser o autor de uma série de estudos e pareceres técnicos que versam sobre os contratos celebrados ao longo dos últimos anos entre a multinacional Gtech e a Caixa Econômica Federal, destinados a gerenciar todo o sistema de informática e de tecnologia das loterias federais. Tais contratos bilaterais, feitos sem licitação, vinham sendo renovados desde 1997 – ano em que a Gtech se instalou no país – e abrangiam praticamente todos os setores da Superintendência de Jogos Eletrônicos da Caixa, desde a apuração dos sorteios até à confecção de talões dos prognósticos de jogos, como a Mega-Sena e a Quina. S a n t o A n d r é – J á G r e enhalgh, que é advogado, foi indicado por seu partido para acompanhar as investigações sobre a morte do prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel, assassinado em 2002. O inquérito policial concluiu que

Deputado Greenhalgh (centro) na Câmara ontem: comissão quer saber mais sobre morte de Celso Daniel. Beto Barata/AE

Palocci, que recebeu prefeitos em Brasília: requerimento de sua convocação pode ser aprovado na terça.

o assassinato do ex-prefeito não teria sido feito "por encomenda", configurando-se crime político ou administrativo, mas seria crime de seqüestro comum ou de extorsão seguida de morte. Os dois requerimentos de convocação são de autoria do senador Tião Viana (PT-AC). Requerimentos – Na próxima terça-feira, a partir das 11h, a CPI dos Bingos volta a se reunir. Na pauta, a votação de uma série de requerimentos, entre os quais o de autoria do senador Geraldo Mesquita Júnior (P-SOL-AC) que convoca para depor o ministro da Fazenda, Antonio Palocci. O relator da CPI, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), em entrevista à Agência Senado, admitiu, entretanto, que a votação do requerimento de convocação do ministro "poderia esperar mais um pouco". Mesquita, no entanto, não abre mão da convocação de Palocci e defende o depoimento do ministro pelo fato de que, em quase todos os depoimentos prestados à CPI, seu nome foi citado quando são abordados temas ligados à corrupção no município de Ribeirão Preto na época em que Palocci era prefeito da cidade pela segunda vez (2001/2002). Caixa 2 – As acusações dizem respeito à formação de "caixa 2" para as campanhas eleitorais do PT, com recebimento, pela prefeitura, de propina paga pela empresa de coleta de lixo Leão Leão. O reque-

rimento de Mesquita foi apresentado há mais de um mês, mas não entrou na pauta de votação uma vez que tanto os parlamentares da base do governo quanto alguns da própria oposição entendem que a economia brasileira está equilibrada e que uma possível convocação de Palocci poderia causar sérios problemas ao setor. Caso Daniel – Na mesma reunião, deverão ser votados dois requerimentos considerados polêmicos. Um deles, do líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), propõe acareação entre os irmãos do ex-prefeito de Santo André, João Francisco e Bruno Daniel, com o atual chefe de gabinete pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho. Na época, Carvalho trabalhava na prefeitura e foi acusado por João Francisco de abastecer a campanha presidencial com recursos oriundos de esquemas de corrupção. Apito – O outro requerimento, do senador Tião Viana, convoca para depor os envolvidos na chamada "máfia do apito", com destaque para o árbitro de futebol Edílson Pereira dos Santos e empresário ligado a jogos de bingo, Nagib Fayad - o Gibão. Assim que acabasse a eleição na Câmara, o presidente da comissão, senador Efraim Morais (PFL-PB), ficou de se encontrar com o relator para definir os depoimentos da semana que vem. (Agência Senado)

Maurício Marinho, pivô da crise, fala de novo à CPMI dos Correios.

J. Freitas/Agência Senado

CPI dos Bingos ouve hoje Lucas Furtado, procurador da República. O publicitário Duda Mendonça, da DM9, confirmou ter recebido dinheiro de Marcos Valério no exterior. Os repasses, segundo ele, eram para pagar dívidas do PT, das campanhas eleitorais de 2002. Valério negou a versão de Duda.

Palmieri

Osório Batista

Jefferson

Lamas

Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB, depôs no dia 16 de agosto na CPMI do Mensalão e revelou que esteve em Portugal com Marcos Valério para obter recursos da Portugal Telecom para pagar dívidas do PT e do PTB.

Antônio Osório Batista, diretor afastado dos Correios por ter sido citado por Marinho na gravação. Depôs na CPMI e afirmou que Jefferson pediu dinheiro aos diretores da estatal para fazer caixa de campanha.

A Câmara cassou o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que perdeu os seus direitos políticos até 2015, por 313 votos a favor e 156 contra. Ele foi cassado por quebra de decoro parlamentar, tráfico de influência e crime eleitoral.

O ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, confirmou em depoimento à CPMI do Mensalão que foi algumas vezes a Belo Horizonte buscar dinheiro a pedido do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.

Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério. Depôs na CPMI e contestou as versões de seu ex-patrão para os grandes saques bancários. De olho numa das 513 cadeiras da Câmara, Karina se filiou ao PMDB e pretende se candidatar à deputada federal em 2006.

Genoino

Jefferson

Duda

Roosewelt Pinheiro/ABr

Karina

Roosewelt Pinheiro/ABr

Galeria de personagens Roosewelt Pinheiro/ABr

superfaturados em R$ 64 milhões, entre junho de 2001 e abril deste ano. "É um relatório parcial e, por isso, pretendo restringir-me às provas encontradas que comprovam o superfaturamento." O parecer preliminar será elaborado em conjunto com o deputado José Eduardo Martins Cardozo (PT-SP), que é sub-relator de Contratos da comissão. Para ele, está claro que a Skymaster atuava "em conluio" com a Beta, outra companhia de transporte aéreo, nas licitações e pregões feitos pela estatal. Integrantes da CPMI suspeitam que ex-diretor de Operações dos Correios Maurício Madureira seja o elo de Pereira e a Skymaster. A CPMI está preparando o encaminhamento para a contratação das auditorias que analisarão a movimentação financeira e os contratos. Os dirigentes da comissão vão definir ainda os requerimentos que devem ser colocados em votação na reunião de hoje. O depoimento do ex-chefe de Administração e Compras dos Correios, Maurício Marinho, será realizado após a reunião. "Um dos requerimentos é o que convoca o doleiro Dário Messer, citado por Toninho da Barcelona, como 'o doleiro do PT'", disse Delcídio. (Agências)

Mendonça

Marcos Valério, dono da SMP&B e da DNA. Movimentação bancária mostra saques de vários políticos e assessores, num total de R$ 55 milhões. Disse na CPMI do Mensalão que o aval de Dirceu foi confirmado por Delúbio.

Valter Campanato/ABr

A

sub-relatoria do IRB, que vai investigar denúncias que envolvam o Instituto de Resseguros do Brasil, na CPMI dos Correios, deve ouvir na próxima semana o ex-presidente da estatal Lídio Duarte e o dono da corretora de seguros Assurê Henrique Brandão, acusado de tentar cobrar de Lídio uma mesada de R$ 400 mil, para o PTB. A informação é do sub-relator da subrelatoria do IRB, deputado Carlos William (PMDB-MG), que participou ontem de reunião para definir a agenda da comissão. A pauta foi discutida juntamente com o presidente da CPMI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), o relator, deputado Osmar Serraglio (PMDBPR) e o vice-presidente, deputado Asdrúbal Bentes (PMDB-PA). Os dois depoimentos marcarão o início dos trabalhos da subrelatoria, criada na última semana para trabalhar sobre documentos e denúncias de irregularidades envolvendo as atividades do IRB. O presidente da comissão disse que já está quase pronto o relatório parcial sobre a empresa de transporte aéreo Skymaster, contratada pelos Correios. O relatório, que deve ser apresentado na próxima semana, aponta que os contratos da Skymaster com a estatal foram

Valério

Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Assumiu ter negociado cargos; saiu do PT, depois da descoberta de que ganhou um Land Rover da GDK . Valério disse que ele sabia dos empréstimos repassados ao diretório nacional.

Roosewelt Pinheiro/ABr

CPMI COMEÇA A INVESTIGAR IRB

Pereira

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, se recusou a nomear sacadores das contas de Valério na CPMI dos Correios. Na CPMI do Mensalão, ele não explicou pagamentos a Duda e disse que José Dirceu não negociou dívidas do PT.

Valter Campanato/ABr

Bentes, Delcídio e Serraglio definem agenda de depoimentos.

Delúbio

Gushiken

Genu

Toninho

Ferreira

Guimarães

Costa Neto

Genoino

Marcos Vinícius Ferreira, genro de Roberto Jefferson e suposto canal do PTB com os Correios. Senado estuda pedir a quebra de seu sigilo bancário. A CPMI dos Correios ainda não remarcou seu depoimento.

O ex-presidente do Banco Popular do Brasil Ivan Guimarães negou à CPMI dos Correios que sua indicação para o cargo no banco tenha sido feita pelo PT. Ele anunciou aos integrantes da comissão que vai se desfiliar do PT.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, se recusou em seu depoimento à CPMI da Compra de Votos a revelar nomes de empresas e pessoas físicas para as quais teria repassado supostos R$ 6,5 milhões recebidos de Marcos Valério.

O ex-presidente do PT José Genoino depôs na CPMI do Mensalão e disse que desconhece a existência de caixa 2 no partido e que o PT não compra votos em troca de aprovação de projetos de interesse do governo.

Gushiken

Salmeron

Toninho da Barcelona

Marinho

Luiz Gushiken, chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Acusado de usar influência sobre os fundos de pensão de estatais, Gushiken depôs na CPMI dos Correios e negou as acusações.

Roberto Salmeron, ex-presidente da Eletronorte e ex-vice-presidente dos Correios. De acordo com o depoimento de Osório Batista, Jefferson e Salmeron teriam assistido à gravação um dia antes de ter sido divulgada à imprensa.

O doleiro Antônio Oliveira Claramunt negou que tenha prestado serviços ao PT ou a outros partidos, Mas, no mês passado, disse que operava para o PT durante a campanha de 2002, trocando dólares por reais.

Maurício Marinho, ex-chefe de Contratação e Administração dos Correios. Flagrado em gravação recebendo propina de R$ 3 mil, o pivô da crise foi reconvocado pela CPMI dos Correios para depor. Foi demitido da estatal por justa causa.

Gonçalves

Genu

Dipp

Marschner

Luiz Otávio Gonçalves, diretor da Skymaster, admitiu que pediu ajuda de Silvio Pereira para evitar que sua empresa perdesse o contrato com os Correios. A CPMI dos Correios ouviu também outros três representantes da empresa.

João Cláudio Genu, ex-assessor de José Janene (PP-PR). Ele negou que tenha recebido mais de R$ 4 milhões que Valério diz ter dado a Janene, mas admitiu que poderia haver mais dinheiro do que os R$ 700 mil declarados nos recibos do banco.

Airton Dipp, ex-presidente dos Correios, confirmou na CPMI dos Correios encontro com Silvio Pereira e a influência de Luiz Gushiken na estatal, através da nomeação de três dos cinco membros de uma comissão de análise de publicidade.

Haroldo Marschner, um dos donos da Precision Componentes. Ele disse que teria recebido pedido de suborno de Maurício Marinho, para poupar a sua empresa da aplicação de multa por atraso na entrega de material.

PASSO-A-PASSO DAS INVESTIGAÇÕES

CPMI do Mensalão

Conselho de Ética

CPI dos Bingos

No dia 4 a CPMI ouve José Luís Alves, que sacou dinheiro de Valério. No dia 5 é a vez do ex-presidente da Casa da Moeda Manoel Severino. No dia 6 o deputado Ronivon Santiago (PP-AC) depõe. No dia 18 a comissão ouve o presidente do Citibank Gustavo Marin, e o procuradorgeral do Citigroup Sérgio Spinelli.

O deputado José Dirceu (PT-SP) prestou depoimento terça-feira no Conselho e reafirmou sua inocência, dizendo que não é réu confesso e que não há provas contra ele. Dirceu é acusado de conseguir os recursos destinados ao suposto "mensalão" pago a parlamentares em troca de apoio ao governo.

A CPI adiou a acareação entre Waldomiro Diniz, Carlos Cachoeira, Rogério Tadeu Buratti, Enrico Gianelli e Marcelo Rovai. O depoimento de Vladimir Poleto, que tem ligações com Rogério Buratti, ficou para o dia 4. Hoje a CPI ouve Lucas Furtado, procurador da República, no Tribunal de Contas da União.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

20 -.CIDADES & ENTIDADES

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

PF recupera parte do dinheiro roubado do BC

Sérgio Castro/AE

Aproximadamente R$ 12 milhões foram encontrados em uma casa em Fortaleza. Cinco acabaram presos.

A

Emoção no adeus a Golias

C

entenas de fãs (como os da foto), curiosos, amigos e familiares acompanharam ontem o enterro do corpo do

humorista Ronald Golias, no Cemitério do Morumbi, na zona sul. Criador de tipos impagáveis, como o Pacífico, dono do bordão "ô Cride, fala pra mãe", Golias morreu na madrugada na terça-feira, aos 76 anos. A cerimônia de sepultamento, breve, foi celebrada pelo padre Antonio Maria.

● TRABALHISTA (dissídios individuais e coletivos)

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Rua Mário Amaral, 335 - Paraíso S. Paulo/Capital - Tel/Fax: (11) 3885-0423 www.advrns.com.br

advrns@aasp.org.br

Polícia Federal (PF) prendeu mais cinco homens ontem, em Fortaleza, e recuperou aproximadamente R$ 12 milhões dos R$ 164,7 milhões furtados do Banco Central (BC) daquele estado no primeiro fim de semana de agosto. O dinheiro ainda estava envolto com lacres do BC e separado em maços de R$ 5 mil. A maior parte do dinheiro estava em um piso falso em um dos quartos de uma casa da avenida Presidente Costa e Silva (conhecida como Perimetral), no bairro Modumbim. De acordo com informações do superintendente da PF no Ceará, João Batista Paiva Santana, os cinco homens usavam documentos falsos e, até o início da noite de ontem, a verdadeira identidade não havia sido descoberta. Um dos presos é cearense. Os outros são de São Paulo e Minas Gerais. Todos continuavam na casa e estavam sendo interrogados pelos policiais até as 20h. Hoje, segundo Santana, os suspeitos deverão ser apresentados à imprensa. O superintendente disse ainda que o dinheiro foi levado diretamente para a sede do BC. Viz in h os – Conforme depoimento de vizinhos, a casa foi comprada pelo grupo há quase dois meses. Passou por uma reforma há pouco mais de um mês. Além dos homens, três mulheres – uma idosa, uma moça e uma grávida – também eram vistas no local. A PF, no entanto, não confirma essa informação de moradores da avenida. Os policiais que participa-

vam das investigações que levaram até a casa em Fortaleza seguiam os suspeitos havia cerca de um mês. Os investigadores acreditam que eles se preparavam para fugir, pois estavam separando o dinheiro para deixar o local rapidamente. Algumas passagens aéreas e de ônibus haviam sido compradas pelo grupo. Apreensão- No local, foram apreendidos três carros e uma pistola ponto 40 com numeração raspada. A arma é de uso restrito da Polícia Militar. Os carros são uma picape Montana, placas MZF-3712 , de Mossoró (RN); uma Pajero DMX-

6297, de Santana do Parnaíba (SP); e uma Kombi, cujas placas não foram divulgadas. Um desses veículos, segundo a PF, ligaria o grupo ao dono da J.E. Transportes, José Charles Machado de Morais, preso no dia 10 de agosto em Curvelo (MG), com um caminhão-cegonha no qual estavam três carros carregados com R$ 5 milhões furtas do BC. O próprio superintendente da PF do Ceará admite ser remota a possibilidade de todo o dinheiro levado do banco ser recuperado. De acordo com Santana, a partir do depoimento desses cinco presos outras

investigações serão feitas. Parte dos policiais que integravam a ação trabalha na prisão de outras pessoas envolvidas no crime. Na segunda – O furto do cofre do Banco Central só foi descoberto no dia 8 de agosto, uma segunda-feira, quando funcionários voltaram para o trabalho e encontraram um buraco no piso do cofre. Ele levava a um túnel de cerca de 80 metros de extensão que partia dos fundos da sede de uma falsa empresa, a Grama Sintética. A ação criminosa é considerada a maior já realizada no Brasil contra bancos. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

POLÍTICA - 5

PARLAMENTARES ADMITEM DIFICULDADE PARA APROVAR NOVAS REGRAS PARA AS ELEIÇÕES DE 2006 ATÉ AMANHÃ.

48 HORAS PARA VOTAR A REFORMA ELEITORAL Jane de Araújo/Agência Senado

Roosewelt Pinheiro/ Agência Senado

J. Freitas/ Agência Senado

Jane de Araújo/Agência Senado

Mercadante faz apelo votar projeto sem emendas

Álvaro Dias: ' Impossível votar reforma que está na Câmara'.

Pedro Simon pede acordo no Parlamento

Senador Tasso Jereissati: não há tempo

N

a ressaca da desgastante maratona da eleição do novo presidente da Câmara, os deputados começam o dia hoje com menos de 48 horas para aprovar mudanças na Lei Eleitoral que serão aplicadas na eleição de 2006. E as perspectivas de sucesso da empreitada são muito pequenas, até porque o Congresso não mostrou até agora interesse na reforma política. Na terça-feira, depois de uma reunião com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), convocada para discutir o assunto, parlamentares admitiram que dificilmente a principal proposta da reforma política, que está na Câmara, será aprovada até amanhã, prazo legal para que as novas regras possam organizar a campanha eleitoral de

2006. "Eu acho que a proposta não será votada na Câmara a tempo", reconheceu Tasso Jereissati (PSDB-CE). Outro tucano, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), deixou a reunião pessimista. "Acho impossível votarmos o arremedo de reforma política que está na Câmara", afirmou Álvaro Dias. "Arremedo" – Ele classificou de "arremedo" o projeto, por se tratar de um esboço da sonhada reforma política. O projeto que saiu do Senado é o substitutivo do senador José Jorge (PFL-PE) que foi aprovado em 18 de agosto na Casa. Pelo projeto, o período de campanha, atualmente fixado em 90 dias, passa a ser de 60 dias. A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV, que hoje é veiculada durante 60 dias, fica reduzida a 35 dias, ficam proibidos showmícios nas campa-

nhas, o uso de imagens externas e doação de brindes. Há outras mudanças incluídas na proposta, cujo texto original é do senador Jorge Bornhausen (PFL-SC). Pelas regras aprovadas no Senado, todos os gastos de campanha têm de ser disponibilizados na internet em relatórios divulgados diariamente, os tesoureiros de campanha passam a ser responsabilizados penalmente por eventuais ilegalidades praticadas. Os líderes no Senado e Renan ainda tentarão fechar um acordo com a Câmara para votar a reforma. Se conseguirem vencer as resistências na Câmara, a proposta poderá ser aprovada tal como saiu do Senado com o compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de vetar pontos de discórdia entre os deputados, entre eles o que determina a redu-

ROSINHA PODE IR PARA O PSC Priscila Forone/Gazeta do Povo/AE

A

governadora do Rio, R o s i n h a G a ro t i n h o (PMDB), analisa a possibilidade de trocar o partido pelo PSC, pequena legenda que é influenciada pelo marido dela, o secretário de Governo e Coordenação do Estado, Anthony Garotinho. Garotinho participou de um seminário do PSC e do PTC para reafirmar o apoio das siglas à candidatura dele a presidente e disse aos participantes que não deve mesmo abandonar o PMDB. No entanto, Garotinho ouviu dos líderes do PSC a sugestão de que pelo menos Rosinha se transfira para a agremiação. Seria uma forma de o casal assegurar legenda para as eleições de 2006. Caso Garotinho não consiga ser candidato pelo PMDB, ela poderia concorrer à Presidência da República pelo PSC. Para tanto, teria de deixar o PMDB e assinar a ficha de fi-

liação até amanhã, quando termina o prazo para a troca de partidos visando as eleições de 2006. "Levamos a proposta a Gar o t i n h o e v amos em comitiv a n o s p ró x imos dias fazer o Garotinho fica no PMDB, mas Rosinha pode sair. c o n v i t e , p e ssoalmente, à governadora", do diretório regional da agreafirmou o deputado estadual miação, Ronald Ázaro, é subMarco Figueiredo, um dos lí- secretário de Coordenação da deres do PSC. "Se Garotinho ti- Secretaria de Governo e Coorver dificuldades, queremos ter denação. Três secretários estaRosinha no nosso partido para duais também são do PSC, enlançá-la candidata a presiden- tre eles, o presidente do diretóte", disse Figueiredo, acrescen- rio municipal, Hugo Leal, que tando ainda que ela poderia assumiu, recentemente, a Sedisputar o Senado. cretaria de Justiça. Em agosto, Influência – Apesar de estar filiou-se o chefe de Polícia Cino PMDB, Anthony Garotinho vil, Álvaro Lins, que pretende exerce cada vez mais influên- se candidatar a deputado fedecia sobre o PSC. O presidente ral. (AE)

MALUF: DO INCOR PARA A CELA. Alex Silva/AE

O

ex-prefeito Paulo Maluf recebeu alta ontem e voltou à carceragem da Polícia Federal em São Paulo assim que saiu do Hospital. De acordo com o boletim médico divulgado pelo Instituto do Coração (Incor), ele continuará tomando medicamentos de rotina, pois ele é "coronariopata crônico". Segundo o boletim, o quadro de Maluf é estável e os exames feitos terça-feira e ontem, inclusive o cateterismo, descartaram "a ocorrência de infarto agudo do miocárdio neste momento". Adilson Laranjeira, assessor de imprensa de Maluf, protestou: "O ex-prefeito continua sofrendo dores muito fortes, não deveria ter saído do hospital onde estava, antes de exames mais apurados, durante 48 horas, pelo menos, como manda a lei." O ex-prefeito, de 74 anos, estava internado no Incor desde as 11h de terça-feira, para in-

vestigação de quadro de angina instável – dor no peito sugestiva de obstrução de artérias coronárias. Ainda na tarde da terça, foi submetido ao cateterismo que descartou a p o s s i b il i d a d e Ex-prefeito deixa hospital numa viatura da PF de infarto. Acesso livre – Maluf foi as- mou o médico. sistido pelo cardiologista do Maluf e seu filho Flávio esIncor Dr. Roberto Kalil e equi- tão detidos desde o dia 10 de pe da Unidade Clínica de Co- setembro na sede da PF em São ronariopatia Aguda do Insti- Paulo. Eles são investigados tuto do Coração do Hospital por corrupção passiva, lavadas Clínicas, chefiada pelo gem de dinheiro, formação de Dr. José Carlos Nicolau. quadrilha e evasão de divisas. O cardiologista terá acesso Hoje, a juíza Sílvia Maria livre ao prédio da PF em caso Rocha, titular da 2ª Vara Cride necessidade de novo aten- minal Federal, deve decidir dimento ao ex-prefeito. "Ele é se revoga ou não as prisões de um senhor de 74 anos que tem Paulo Maluf e Flávio, atenproblemas cardíacos e teve to- dendo ao pedido dos seus adda a assistência possível", afir- vogados. (Agências)

ção do tempo de campanha dos partidos. Apelo - Em reunião da bancada do PT, ontem, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) fez um apelo aos deputados para que aprovem o projeto sem emendas. "Ele (Lula) está disposto a fazer isso (vetar os pontos de discórdia), mas tudo depende de acordo entre todos

os partidos", destacou o senador Mercadante. Caso não prospere a negociação, o Senado tentará votar uma proposta de emenda constitucional de autoria de Tasso pela qual o prazo limite para as regras entrarem em vigor nas eleições de 2006 é esticado para dezembro. O problema é que não há consenso para votar a pro-

posta, que está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O senador Pedro Simon (PMDB-RS) também lembrou ontem na tribuna da data-limite e pediu que os parlamentares se reúnam para tratar do assunto e chegar a acordo para que o Parlamento consiga votar algumas modificações na legislação eleitoral. (AE)

CNBB COBRA PUNIÇÃO PARA OS CORRUPTOS O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), d. Geraldo Majella, disse ontem que "não será possível confiar no Congresso Nacional", se não houver punição para os parlamentares comprovadamente envolvidos

e m c a s o s d e co r r u p ç ã o. "Não tínhamos idéia da profundidade como tem se revelado. É muito mais amplo do que se podia imaginar", disse. "Não podemos confiar num Congresso que não seja capaz de apontar responsáveis e agir de acordo com a Justiça.

Se isso acontecer, será o maior descalabro." O bispo mostrou preocupação com a possibilidade de a aparência de impunidade nos casos de corrupção, como no escândalo do "mensalão", incentive outros a agir "de modo corrupto". (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

CIDADES & ENTIDADES - 21

Fotos Patrícia Cruz/Agência Luz

COLETA S E L E T I VA Projeto muda e amplia reciclagem de lixo

Representantes dos catadores temem que a Prefeitura retire-os da região central, onde está a maioria

Prefeitura pretende aumentar em mais de cinco vezes o montante de lixo reciclado por mês na capital. A coleta seletiva dos caminhões também mudará.

A

tingir a marca de 9.360 toneladas de lixo reciclado por mês. Esta é a meta que a Prefeitura promete atingir até o próximo mês. Hoje, a capital recicla cerca de 1.831 toneladas, somente 0,8% do total de material orgânico produzido pela cidade mensalmente. Esse patamar, segundo o Secretário Municipal de Serviços de Obras, Andrea Matarazzo, será alcançado com a implementação do novo programa de coleta seletiva, apresentado ontem. Segundo o secretário, o plano aumentará de 52 para 66 o número de distritos atendidos pela coleta seletiva. Os demais entrarão no modelo no decorrer do próximo ano. Outra ação será a melhora no atendimento feito pelos caminhões de coleta; um serviço ruim, na Não avaliação do seestamos obrigando cretário. "Os caminhões não ninguém a c u m p r i a m o aderir, é serviço corretauma mente", disse. escolha de O modelo apresentado cada um Andrea prevê um novo mapa de coleta Matarazzo que será percorrido pelos caminhões mais de uma vez por semana, o que não ocorre atualmente. A ação também retirará os chamados "pontos verdes", contêineres que ficam nas em frente a supermercados, condomínios, shoppings e parques, colocando-os dentro destes locais. "Sabemos que esses contêineres não estão sendo aproveitados como deveriam, por isso vamos realizar essa mudança", explicou Matarazzo. Um membro das cooperativas de coleta de lixo irá orientar as pessoas sobre como separar o lixo antes de depositá-lo. Centrais de Triagem – A Prefeitura pretende aumentar a capacidade de produção das centrais de triagem existentes. Unidades como as de Vila Mariana, Parque do Gato e a do programa Boracéia serão unificadas na Vila Maria. "Passaremos de 44 para 550 cooperados, com três turnos e 4 esteiras.", disse Matarazzo. As do Itaim Paulista, São Mateus, Mooca, Santo Amaro e Vila Leopoldina/Pinheiros também passarão por uma ampliação da capacidade. A série

Catadores temem sair do Centro Os que trabalham recolhendo o lixo na cidade reclamaram dos números e dizem que não foram ouvidos

Matarazzo e o vice-prefeito Gilberto Kassab na entrevista, ontem

A renda dos catadores de papel deve aumentar, segundo a Prefeitura

de intervenções terá impacto direto na renda mensal dos catadores de lixo, classificados como o principal agente de todo o projeto, cujo valor atual,

segundo cálculo apresentado pela secretaria é de R$ 400 mensais e poderá atingir o patamar de R$ 626. Davi Franzon

C

olocados como ponto principal para o sucesso do programa de reciclagem da Prefeitura, os catadores de lixo discordam dos números e da eficácia do modelo apresentado por Andrea Matarazzo. Para eles, a discussão não teve a participação de todas as cooperativas, somente das cadastradas. Segundos os catadores que estiveram na entrevista ontem, a Prefeitura diz que há 705 catadores na cidade, mas o número real, segundo eles é de 5 mil. Para os trabalhadores, o objetivo do poder municipal é afastá-los da região central,

Catadores de papel da cidade estiveram na apresentação do projeto

onde há a maior concentração. Essa teoria, dizem, é comprovada pela primeira versão do projeto, que obrigava a ida de todos para a central da Vila Maria. Os catadores também discordam do valor da renda mensal. Segundo eles, o máximo alcançado é de R$ 300, mas a média fica na casa dos R$ 220. "Não conheço catador que tire R$ 400 todo o mês. Só a Prefeitura conhece", disse Carlos Antonio, catador há oito anos no Centro. O secretário disse que não há interesse algum em retirar os catadores da região

central, já que eles são os principais responsáveis pelos números alcançados pela coleta seletiva de São Paulo hoje. "Não estamos obrigando ninguém a aderir, é uma simples questão de escolha de cada um", respondeu. Quanto à falta de espaço para todos as cooperativas participarem das discussões, Matarazzo informou que todas as reuniões foram divulgados e todos os interessados tiveram a chance de opinar sobre o tema. "Ouvimos os mais capacitados os catadores. Nenhuma sugestão deixou de ser avaliada". (DF)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.CAMPINAS

em Campinas

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

TRANSPORTE

Ampliação de Viracopos: benefícios dependem de rearranjo fiscal Essa é a opinião de Cândido Ferreira da Silva Filho, da Faculdade de Ciências Econômicas da PUC-Campinas Fotos: Marcos Peron/Virtual Photo

O

s benefícios da ampliação do Aeroporto Internacional de Viracopos para a Região Metropolitana de Campinas (RMC) serão minimizados se não houver um rearranjo fiscal entre os municípios que a compõem. Essa é a visão de Cândido Ferreira da Silva Filho, diretor da Faculdade de Ciências Econômicas da PUC-Campinas. Para ele, as empresas que devem ser atraídas para a região com a expansão do aeroporto, a exemplo do que acontece hoje, continuarão se instalando em cidades que oferecem alíquotas mais baixas, mas prestando serviços em cidades vizinhas, o que reduz a arrecadação de ambos os municípios. Hoje, o Imposto Sobre Serviço (ISS) cobrado por Campinas, por exemplo, é o dobro daquele exigido por cidades fronteiriças como Valinhos, Hortolândia e Indaiatuba. A solução ideal, disse o diretor da PUC, seria a criação de uma alíquota única para a RMC, o que permitiria às empresas levar em conta apenas fatores econômicos e estratégicos na escolha da cidade. O comentário de Silva Filho foi feito ontem, durante seminário que discutiu a expansão de Viracopos, realizado no Centro Universitário Salesiano (Unisal) de A expansão prevê uma segunda pista de pouso e decolagem e a ampliação de terminais. Campinas. Essa posição foi corroborada pelo professor Josmar Cappa, coordenador do grupo Civitas e responsável por levantamento dos impactos sócio-econômicos da ampliação do aeroporto. Segundo Cappa, “se o rearranjo político da região não for feito Campinas pode ficar apenas com o ônus ambiental e da desapropriação”, hoje os principais entraves da ampliação. Para o professor Cappa, além da homogeneização fiscal, seria preciso um trabalho conjunto entre os municípios da RMC na hora de assentar as mais de 6 mil famílias que precisarão ser desapropriadas para o projeto. “Reassentá-las será como criar uma pequena Se o rearranjo A criação de Este ano será cidade, e Campinas apenas A questão fiscal não alíquota única na elaborado o político não for não pode oferecer a infrapode ser a única RMC levaria as edital de feito, Campinas estrutura para isso”, disse. vantagem oferecida De acordo com Guilherpode ficar empresas a licitação por uma cidade. O me Campos Júnior, viceconsiderar para realização apenas prefeito de Campinas, tudo grande diferencial é o com o ônus fatores dos estudos caminha para que os tribufato dela funcionar. econômicos e sobre ambiental e da tos da região sejam mais Guilherme Campos igualitários, no entanto, estratégicos na impacto desapropriação, admite que apesar da políos entraves da escolha da ambiental. tica tributária da cidade cidade. ampliação. José Clóvis realmente estar desatualizada, não teria como propor Moreira Josmar Cappa Silva Filho mudanças nesse momento por causa das finanças públicas desequilibradas. “Sou favorável a uma política tributária justa entre os municípios, mas a questão fiscal não pode ser vista como a única vantagem que a cidade oferece às empresas. O grande diferencial que uma cidade pode oferecer é o fato dela funcionar. Não I Depende da adianta baixar imposto e não oferecer transdesapropriação de porte ou escola de qualidade”, disse. 6012 famílias do Ampliação – A ampliação de Viracopos entorno compreende a criação de uma segunda pista de pouso e decolagem e a ampliação de termiI Necessita de nais de importação, exportação e de passageiestudos de impacto ros. As etapas do projeto, segundo a Infraero, devem se estender por um período de 20 ambiental anos. No entanto, as obras só terão início deI Prevê a pois que o destino das 6012 famílias residen- A obra só terá início depois de definido o destino das famílias do entorno. tes em bairros do entorno do aeroporto for deconstrução de outra finido. No momento, é realizado um levantamento so- racopos é grande. Para Cappa, com sua efetivação o espista de pouso e cio-econômico dessa população. Até agora, o consórcio perado é que novas empresas venham para a RMC, exaterrissagem e a Diagonal/GAB, que realiza o trabalho, coletou dados de pandindo as atividades econômicas locais, intensificanampliação de cerca de 5.300 famílias. O estudo ficará pronto no fim de do as relações comerciais, a geração de emprego, de renoutubro. Em paralelo, está sendo feita a medição dos da e tributos. Também, segundo o professor, é esperado terminais de imóveis do local, que deve terminar no fim do ano. “O que o turismo de negócios seja beneficiado com a expanimportação, índice de rejeição à pesquisa entre os moradores não ul- são. “Para Campinas, essa será a chance de desenvolver exportação e de trapassa 5%. Tudo indica que o cronograma será seguido as regiões sul e sudeste, hoje degradadas. Ouro Verde, passageiros à risca”, disse o superintendente de Viracopos, José Cló- por exemplo, pode ser integrado fisicamente a outros vis Moreira. Outro ponto que segura a ampliação diz res- bairros com a utilização dos leitos férreos que temos disI O projeto será peito ao impacto ambiental decorrente da expansão. Se- poníveis, uma vez que não tem como imaginar a ampliaconcluído em gundo Moreira, este ano será elaborado o edital de lici- ção de Viracopos sem pensar em investir em transporte tação para realização dos estudos sobre estes impactos. para suas imediações”, disse Cappa. 20 anos A expectativa da região em torno da ampliação de ViRenato Ibelli

Vôo pleno

Revitalizada, rua José Paulino será devolvida à cidade

A

s ruas do centro comercial de Campinas começam a ser devolvidas à população. No próximo dia 15, a rua José Paulino estará liberada. Os trabalhos na rua 13 de Maio caminham para a fase final. A terceira quadra da via está sento finalizada, as duas primeiras já se encontram concluídas, faltando apenas o término das instalações das concessionárias e a quarta e quinta quadras têm obras em andamento. O comércio agora pre-

cisa se programar para a remodelação das fachadas. Até o fim do ano, a prefeitura exigirá essas mudanças e os varejistas devem cumprir a lei, disse ontem o vice-presidente da Acic, Carlos Francisco Simões, durante encontro realizado na sede da entidade para discutir as obras de revitalização. Segundo a prefeitura, as fachadas e luminárias deverão ser padronizadas por razões estéticas e também para não interferir na iluminação pública. Algumas lojas já começaram a

reformar as fachadas espontaneamente, e outras foram forçadas a modificarem as estruturas em decorrência da retirada de postes, conforme definido no projeto de revitalização das ruas comerciais do centro. Isso foi feito para a permitir a passagem de viaturas por essas vias. As ruas agora terão floreiras, bancos e palmeiras. Com isso, os permissionários de carrinhos e as bancas de jornais localizados na rua 13 de Maio também terão seus estabelecimentos alterados em sua es-

trutura. “Essa questão precisa ser tratada com urgência para adequar estes pontos comerciais ao projeto de paisagismo ”, disse o diretor do Departamento de Serviços, Obras e Viações, Flávio Ferrari. A Setec e os proprietários das bancas instaladas na 13 de Maio já estudam propostas para a definição do modelo padrão dos estabelecimentos. Na próxima reunião, agendada para o dia 11 de outubro, está prevista a participação do Setec, do Condepacc e do Departa-

mento de Urbanismo. A prefeitura fará encontro anterior com as concessionárias para definir um cronograma para a finalização dos trabalhos, para que no dia 11 as datas e determinações sejam passadas aos lojistas. “Não queremos que ninguém fique sem energia e nem telefone. Precisamos aproveitar os dias sem movimento do comércio, como o domingo, para agilizar os trabalhos”, disse a engenheira da Secretaria de Obras, Adriana Paula Fort Fontes.

ÓRBITA

SERESTA manhã acontece a terceira edição da Noite da Seresta, na praça Carlos Gomes, no centro de Campinas. O ponto alto será a apresentação do cantor Agnaldo Timóteo. Antes disso, a partir das 19h, a cantora Vilma Maris interpreta clássicos da MPB. E a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, sob regência de Cláudio Cruz, apresentará modinhas, aberturas de óperas e prelúdios, escritos pelo compositor Carlos Gomes. Será o encerramento da semana em homenagem ao compositor campineiro. A cantora lírica Niza de Castro Tank fará participação especial. As apresentações são gratuitas.

A

LICITAÇÃO s interessados em participarem dos dois processos licitatórios na modalidade concorrência pública abertos pela Setec para permissão onerosa relativa aos boxes 27 e 39, localizados na área externa do Mercado Municipal, têm até às 10h do dia 10 de outubro (box 27) e 10h do dia 11 (box 39) para entregarem a proposta. A retirada do edital de concorrência pode ser feita junto à Comissão de Licitação da Setec, na Praça Voluntários de 32, s/nº. A oferta mínima para cada um dos boxes será de R$ 32.500,00. O vencedor deverá pagar ainda à Setec taxa mensal de R$ 18,93 por metro quadrado do box utilizado a título de preço público por uso do solo público. A abertura dos envelopes dos interessados no box 27 ocorrerá no próximo dia 10 e dos concorrentes ao box 39, no dia 11.

O

EXPEDIENTE

Diretoria Executiva (2004 - 2007) Presidente Guilherme Campos Júnior 1º Vice-Presidente Gilberto Rocha da Silveira Bueno 2º Vice-Presidente Carlos Francisco Simões Correia Assinaturas do Diário do Comércio (0xx19) 2104-9276 Departamento de Sócios Serviço de Atendimento ao Usuário, Convênios e Parcerias (19) 2104-9271/ 9272/ 9273 associados@acicnet.org.br Assessoria de Imprensa (19) 2104-9215/ 9216 imprensa@acicnet.org.br Página na Web www.acicnet.org.br Rua José Paulino, 1111, Campinas, SP - CEP 13013-001 PABX: 2104-9200


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22 -.CIDADES & ENTIDADES

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

Patrícia Cruz/Agência Luz

Pelo projeto de lei, o Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas, sem fins lucrativos, com atividades dirigidas ao ensino, à pesquisa científica e à saúde.

POS é discutido em nova audiência Arquivo/DC

Almoço, realizado na ACSP, reuniu dezenas de pessoas que puderam aprender mais sobre o Exército

Comissão homenageia Exército

A

Comissão Cívica e Cultural da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) reuniu-se para homenagear, em almoço, o comandante do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de São Paulo (CPOR), o coronel da cavalaria Paulo Roberto Cardoso. O coordenador da comissão, Francisco Giannoccaro, enfatizou a aproximação da ACSP às forças vivas da Nação, com

Paulo Roberto Cardoso, comandante do CPOR

Francisco Giannoccaro, coordenador da comissão

destaque para o Exército Nacional. O homenageado fez uma exposição sobre o trabalho do Exército Brasileiro e também sobre o

funcionamento do CPOR. A exposição do comandante foi complementada com a apresentação de um vídeo sobre os temas.

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oi realizada ontem, na Câmara Municipal de São Paulo, a segunda audiência pública do Projeto de Lei (PL) nº 318/05, que dispõe sobre a qualificação de entidades sem fins lucrativos, como as organizações sociais. O Projeto das Organizações Sociais, conhecido como POS, tem sido chamado pela oposição e por funcionários públicos municipais contrários à medida de "novo PAS", fazendo referência ao sistema de cooperativas médicas implantado na área da saúde pelo ex-prefeito Paulo Maluf e que não vingou. Para o vereador José Anibal (PSDB) o assunto é mais amplo que uma mudança na área da saúde. "Estão criando factóides sobre o projeto de lei. Ele não trata especificamente da área da saúde, mas de outros setores também, como de esportes ou meio ambiente. Com o PL poderemos, por exemplo, melhorar áreas de lazer na cidade, os parques, e, inclusive, o atendimento a saúde", disse o vereador. Modelo – Tentando desmistificar alguns temas polêmicos no PL, o vereador José Police Neto, o Netinho (PSDB), afirmou que, especificamente na área da saúde, não haverá mudanças do modelo atual do serviço prestado nos hospitais

Estão criando factóides sobre o projeto. Ele não trata especificamente da saúde, mas também de esportes ou meio ambiente. José Anibal, vereador pelo PSDB públicos. "Não haverá alterações na forma de gerência da atual rede hospitalar pública. Serão, sim, acrescidas especialidades dentro dos hospitais e não mais que isso", disse. De acordo com o texto do projeto de lei, baseado na Lei Complementar 9637/98, o Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito privado, que não tenham fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde.

O procurador municipal, que participou da primeira audiência realizada na Câmara para explicar o projeto, Guilherme Bueno de Carvalho, informou que estas empresas serão submetidas ao controle da Câmara Municipal e também do Tribunal de Contas do Município. O controle interno, no entanto, será de responsabilidade do Executivo. Protesto – Dezenas de pessoas, como funcionários ligados às área da saúde e da educação do municipio, compareceram ontem à audiência para protestar contra o projeto de lei. O Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público Municipal (Sinesp), por exemplo, acredita que os contratos de gestão propostos pelo PL são equivalentes a privatizar o sistema. Mesma posição tem a bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara Municipal de São Paulo, para quem a Prefeitura pretende passar a responsabilidade de administrar, que é do município, a terceiros. Dessa maneira, dizem os integrantes da bancada, ficaria livre de possíveis cobranças e gastos com os serviços. Ivan Ventura


DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.EMPRESAS

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

Fotos: Patrícia Cruz/Agência Luz

Variedade e bons preços fazem lojistas anteciparem as compras de Natal

PAPAI NOEL JÁ CHEGOU À 25 DE MARÇO Lojistas poderão encontrar preços menores do que no ano passado na lojas da 25 de Março. Acessórios e artigos típicos da época custarão até 20% menos.

A

rua 25 de Março, considerada um dos maiores centros comerciais de São Paulo, respira o Dia das Crianças. Mas os preparativos para o Natal já começaram. Aqui e ali estão os lembretes de que dezembro se aproxima. A abordagem ainda é tímida. Nas vitrines, a decoração de Natal divide espaço com os produtos. Dentro das lojas, o cenário é diferente. A Rei do Armarinho, por exemplo, arruma nas prateleiras as mercadorias que foram pedidas em maio. Os produtos começaram a chegar em agosto. São cestas, estrelas, árvores, papais-noéis de vários tamanhos, luzes, festões, arranjos de mesa, de porta e bolas. As novidades do Natal de 2005 são os bonecos de neve em arame (que vão na parede) e as bolas enormes, do mesmo

material. Apesar de não estarem ainda liberados para venda, os consumidores aparecem, decididos a comprar. Oportunidade – A organizadora de festas Márcia Lopes escolhe a dedo a data de visita à região preferida para as compras: final de setembro. Ela está preparando a decoração de uma festa de casamento (em dezembro) e uma homenagem a professores. "Há dez anos faço a mesma coisa. Visito a 25 de março para as compras de Natal. Parece incrível, mas se demorar, eu perco as novidades e o preço bom. Em dezembro, o local estará lotado e as peças, em falta. Os preços chegam a ser 70% mais baratos em relação a outros lugares", garante. Pierre Sarruf, neto do fundador e diretor da Rei do Armarinho, conta que por enquanto, coloca nas prateleiras apenas 30% do que comprou para este

As vitrines ainda estão tímidas, mas no interior das lojas tudo lembra Natal. As prateleiras já estão cheias de festões, bolas e arranjos natalinos.

ano. Pierre garante que os preços da maioria dos produtos não terá alteração em relação aos cobrados no Natal de 2004. "Negociamos com os fornecedores. Conseguimos desconto de até 20% nas árvores de Natal. Índice que será repassado ao consumidor". Uma árvore de um metro custava R$ 20 em dezembro de 2004. Será encontrada este ano a R$ 14. Bons preços – Sarruf destaca outro fator interessante para a venda dos importados: a desvalorização do dólar em relação ao real. "Mais pessoas terão acesso a um Natal mais bacana". Segundo ele, as luzinhas são fabricadas na China. "Compramos dos importadores. O preço ainda não é acessível no Brasil". A expectativa de Sarruf é vender 20% mais este final de ano em comparação com o mesmo período de 2004.

Passam pela rua 25 de Março, todos os dias, aproximadamente 700 mil pessoas. Número que sobe para um milhão em épocas especiais como o Natal. A quantidade esta garantida, mas a qualidade dos resultados nem tanto. O presidente da União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências, Jorge Dib, avalia que na média, a alta no faturamento das 350 lojas e 2.500 salas da região pode chegar a 7% neste final de ano. O presidente da Univinco conta que a rua 25 de Março não será decorada, como aconteceu em 2004, em razão da presença dos vendedores ambulantes. "Não temos espaço para a decoração. Mas alguns pontos específicos ganharão tratamento especial". Perspectivas - O economista da Associação Comercial de São Paulo, Emílio Alfieri, analisa que ainda é cedo para fazer uma avaliação da performance das vendas deste Natal. Para ele, é necessário levar em conta alguns fatores: o resultado de vendas do Dia das Crianças (data considerada como um termômetro para o Natal); a decisão da próxima reunião

Pierre Sarruf, do Rei do Armarinho aposta em um Natal melhor. A decoradora Márcia Lopes aproveita os preços dessa época (ao lado).

do Copom que define a taxa de juros e a ata divulgada depois dela; o índice de confiança do consumidor, calculado pela Fecomercio; e a taxa de inadimplência. "Se a inadimplência for alta, os consumidores

VARIGLOG

Neide Martingo

MERCEDES

U

ma perícia judicial vai verificar a necessidade e a utilidade da venda da VariLog, subsidiária da Varig, para o êxito do plano de recuperação da companhia aérea. A decisão foi tomada pelos juízes Luiz Roberto Ayoub e Márcia Cunha de Carvalho, que integram a comissão de magistrados do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, responsável pelo processo. Eles designaram a empresa de consultoria Deloitte Touche Tohmatsu para a realização do trabalho. A empresa sustenta urgência de venda de um de seus ativos, no caso a VarigLog, para manter a companhia funcionando. O assunto será discutido pelo Comitê de Credores, que se reúne no dia 13 de outubro, para a eleição do representante dos trabalhadores, e para as primeiras deliberações sobre o plano apresentado pela Varig à Justiça do Rio de Janeiro. (Reuters)

vão preferir acertar as contas ao receberem o 13º salário. Segundo ele, tudo indica que as vendas neste Natal devem ser 5% maiores do que as do mesmo período de 2004.

A Ó RBITA

IMPASSE

O

impasse entre o governo do Rio de Janeiro e empresas parceiras da Petrobras impede a estatal de definir a localização da Unidade Petroquímica Integrada (UPI) no estado. O governo do Rio pressiona a companhia para que a instalação seja no distrito de Guriri. Representantes do Grupo Ultra exigem que seja mantido o local inicial, que é Itaguaí, próximo ao Porto de Sepetiba. Analistas acreditam que, se a escolha não for definida até o final ano, o cronograma da obra, a ser concluída até de 2010, já estaria comprometido. São previstos investimentos de US$ 6,5 bilhões na refinaria, que vai criar 48 mil empregos na cadeia produtiva. (Reuters)

DaimlerChrysler ofereceu aos funcionários de sua divisão Mercedes ontem pacotes de indenização por demissão voluntária. O objetivo da empresa é cortar 8.500 empregos na Alemanha nos próximos 12 meses. A quinta maior montadora do mundo afirmou que a medida custará 950 milhões de euros (US$ 1,1 bilhão). O custo será compensado por ganhos extraordinários e de eficiência, e parcialmente financiada com reservas de recursos. A maior parte dos custos será incluída no resultado da companhia no último trimestre do ano. Ainda assim, a empresa reiterou a previsão de pequeno aumento no lucro operacional ainda este ano, se forem excluidos encargos da reestruturação do negócio do carro compacto Smart. A companhia teve lucro operacional de 5,8 bilhões de euros no ano passado. (Reuters)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

Do recém-eleito deputado japonês Taizo Sugimura, de 26 anos, que nega ter dito que não via a hora de jantar em restaurantes sofisticados, viajar na primeira classe e comprar uma BMW com seu primeiro salário, o que provocou críticas de seus colegas.

Reprodução

Logo Logo

SETEMBRO

Vou estudar como nunca para me tornar um grande parlamentar. (...) Mas acho que sempre quis ter uma BMW, mesmo nos meus dias de assalariado.

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

www.dcomercio.com.br/logo/

29

Machado de Assis

Impechment de Collor há 13 anos. Morte de Machado de Assis, há 98 anos. Nascimento de Miguel de Cervantes, há 458 anos.

Miguel de Cervantes

I NTERNET S AÚDE

Encontro na Bahia discute pingaterapia

Um novo estudo, realizado nos Estados Unidos, mostra que o fumo é um fator de risco de desenvolvimento de diabetes. O estudo, realizado em conjunto por várias universidades norteamericanas, mostra que 25% dos participantes fumantes, que não tinham diabetes quando entraram na pesquisa, desenvolveram a doença nos cinco anos seguintes, em comparação com 14% do grupo de não-fumantes. O estudo será publicado em outubro na revista Diabetes care. care.diabetesjournals.org

Pingaterapia é o nome moderno para as propriedades terapêuticas da cachaça, defendidas pela cultura popular. O assunto foi tema de um encontro recente na Bahia, para discutir conhecimentos medicinais povo brasileiro. No encontro, Orlando Barros Ventura, conhecido como Bracim, que há 40 anos vende cachaça misturada com raízes, folhas e frutas, fez uma exposição. "Para o estômago tem umburana, barbatimão, quebra-pedra e fedegoso", ensinou ele. "Barbatimão é a mais procurada, porque é cicatrizante".

E UA

E NERGIA NUCLEAR

Stephen Chemin/AFP

Cientistas ligam fumo a diabetes

Agência registra 121 ligações clandestinas

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O Tesouro dos EUA lançou ontem a nova nota de US$ 10, que agora tem cores e elementos para evitar a réplica por falsários.

A AIEA, agência nuclear das Nações Unidas, foi informada de 121 incidentes relativos a atividades nucleares clandestinas em 2004. A agência revelou ainda que um dos incidentes envolveu material utilizado diretamente para a fabricação de uma bomba atômica: a descoberta de 170 gramas de urânio enriquecido em uma região que não foi divulgada. A maioria dos incidentes não estava ligada a atividades criminosas, informou a AIEA. I RAQUE

Fazer ciência é experimentar

Mulher-bomba mata seis pessoas

A Estação Ciência da USP terá um quiosque interativo para que os visitantes tenham contato direto com grandes experimentos da história da ciência. O TryScience é um projeto de mais de 450 instituições e terá atividades como escavação virtual de um fóssil de dinossauro, viagem numa missão espacial e testes de DNA. O objetivo é mostrar como são realizados procedimentos científicos e despertar o interesse pela ciência.

Uma mulher disfarçada de homem detonou os explosivos presos a seu corpo em um centro do Exército iraquiano na cidade de Tal-Afar, deixando pelo menos 6 mortos e 30 feridos. Foi o primeiro atentado suicida cometido por uma mulher no Iraque. A Al-Qaeda assumiu o atentado em comunicado na internet, referindo-se à mulher como "uma honorável irmã". O único caso em que os rebeldes usaram uma mulher-bomba foi em outubro de 2003, mas ela foi detida antes de detornar os explosivos.

www.eciencia.usp.br E M

Site conta a história da @, um ilustre desconhecido de muitas culturas antes da web

N

unca um símbolo foi tão popular e, apesar dos diferentes significados em cada cultura, tão reconhecido em todo o mundo: @ é sinônimo de comunicação globalizada. Por isso, o site Herodios, atualmente em reconstrução, colocou no ar Uma história natural do sinal @, pequeno ensaio em duas partes que revela curiosidades sobre o signo que, graças à internet, se tornou universal. O artigo, assinado por Scott Herron, é resultado de uma extensa pesquisa sobre a @ em diversos idiomas e culturas. Em países de língua inglesa @ (at, em inglês) era usado por contadores e comerciantes para indicar o preço dos produtos: "uma maçã @ 50 cents". A mudança de significado para indicar o endereço eletrônico foi natural na

cultura anglo-saxã. Mas a popularização da internet - e do símbolo - trouxe um problema para Japão, China, países árabes ou aqueles que adotam o alfabeto cirílico, para os quais @ era um signo inexistente, inclusive nos teclados de computador. Como resultado, o símbolo teve de ser integrado a essas culturas e ganhou nomes inusitados mundo afora. Usuários de internet do Sri lanka, por exemplo, ainda estão tentando decidir como chamar @. Em outros países, @ ganhou nomes que variam dos compreensíveis caracol e lesma aos enigmáticos cachorro e cavalo, ou de partes do corpo dos animais, como orelha de porco, pé de gato, tromba de elefante. Rabo de macaco é o nome mais popular entre povos africanos. Já os diversos dia-

letos árabes - em que o único uso possível de @ é em endereços de e-mail - a palavra inglesa "at" foi simplesmente traduzida para o árabe "fi", tão sem graça que muitos preferem chamá-lo, na intimidade, de orelha ou, simplesmente, a. Mesmo em inglês o símbolo tem, pelo menos, catorze nomes, entre eles "a comercial", "símbolo mercantil" e "ciclone". A "etnografia do @" elaborada por Scott Herron não frustra os brasileiros, que são numerosos na internet, e explica que, em português, @ é chamado arroba, vem do espanhol e é uma medida de peso (uma arroba = 15 quilos). Uma explicação nada divertida, é verdade, diante das curiosas histórias do texto. www.herodios.com

Reprodução

Reestréia, com cópia restaurada, o primeiro filme falado de Charles Chaplin, O Grande Ditador, produzido em 1944 nos EUA. Chaplin representa dois papéis antológicos: o ditador louco e o tímido barbeiro judeu do gueto de Berlim. Espaço Reserva Cultural. Sala 2. Avenida Paulista, 900. Telefone: 3287-3529. Às 17h20 e às 21h40. R$ 12,00 e R$ 8,00.

I NGLATERRA

CAMPEÃO, MAIS UMA VEZ - O brasileiro Robert Scheidt conquistou seu oitavo título mundial na classe laser de vela, ontem, em Fortaleza. O iatista enfrenta agora um dilema: continuar na classe laser, em que lidera absoluto, ou mudar para a star. MARIA DO SOCORRO SOUZA BRAGA

Todas as distâncias num só lugar

O Massachussetts Institute of Technology (MIT) vai realizar o sonho de dez entre dez usuários de computador: um laptop de US$ 100, com sistema linux, tela colorida e grande capacidade de armazenamento, conexão sem fio e funções de celular. O projeto se chama Um computador para cada criança. A máquina não estará à venda.

Saber a distância, em quilômetros, entre duas cidades do País é uma das maneiras mais práticas de calcular quanto tempo será gasto na viagem. A internet pode ajudar a descobrir essa quilometragem. Basta apenas informar a cidade de origem e de destino. O viajante que partir da cidade de São Paulo ainda tem a chance de consultar a que distância está das demais cidades do estado.

Wilson Pedrosa/AE

E

m 29 de setembro de 1992, há 13 anos, o Congresso Nacional votou o impeachment do então presidente Fernando Collor. Número cabalístico à parte, para muitos o momento atual também convida a um impeachment. Mas a cientista política da USP Maria do Socorro Souza Braga explica que não é bem assim.

Que conjuntura política levou ao impeachment de Collor? Primeiro, as provas contundentes de desvio de verba em benefício próprio, com PC Farias e o luxo da Casa da Dinda como ícones. Também uma participação ativa da sociedade civil contra Collor, que não tinha a sustentação política, foi eleito por um partido pouco representativo, o PRN, e durante dois anos tentou governar sem força num momento de crise econômica. Para as forças políticas, o que significa um impeachment? É um trauma, um ponto de inflexão no sistema presidencialista, porque o presiA TÉ LOGO

Em 1992, depois de dois anos de mandato, Fernando Collor deixa a presidência, acompanhado da esposa e de aliados

dente é eleito por grande número de votos. O impeachment é a imobilização política desse poder e exige uma recomposição de forças. É possível comparar 1992 e 2005, Collor e Lula? Há corrupção, e grave, nos dois casos. Mas não há provas de favorecimento do presidente. Lula foi eleito por uma base partidária forte, num partido estruturado. Hoje a democracia está amadurecida e não existe mobilização civil, há apenas algumas manifestações pró e contra. Segmentos da oposição e da imprensa defendem o impeachment, mas o núcleo

da oposição prefere enfraquecer o PT e Lula para que ele não se reeleja. A democracia está consolidada mas a sociedade não participa. Não é um contra-senso? Aparentemente, sim, mas estamos falando em democracia política, em instituições democráticas, o que, por si só, não estimula a participação. A política econômica é um trunfo na mão do PT e de Lula, ainda que beneficie só alguns setores. Há ainda um desencantamento dos segmentos que apoiaram Lula, com o projeto do PT. Isso explica, em parte, a desmobilização. Heci Regina Candiani

ONG paga a fazendeiros por boi morto por onça-pintada, para evitar a extinção do felino A Receita apreende 105 contêineres em Santos com 2 toneladas de produtos irregulares

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IT

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ed

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web.mit.edu

www.millenium-express.com.br/ pgs/distancias.htm

Escolas dão adeus ao junk food O governo inglês anunciou ontem a proibição do junk food nas escolas. Hambúrguer, cachorro-quente, salgadinhos, refrigerante, chocolate e batatas fritas serão banidos do cardápio a partir do ano que vem. A idéia foi uma conquista do chef Jamie Oliver, popular no país e conhecido também no Brasil (pelo programa Truques de Oliver, do canal pago GNT), que mostrou na TV que os jovens só comem porcarias nas escolas. C HINA

Internet, sim, mas sem liberdade O governo chinês proibiu os sites do país de publicar "qualquer notícia que fira a segurança nacional e o socialismo". O problema é que interpretar a norma nem sempre é fácil. O país combate a liberdade na internet, obrigou os blogueiros se registrarem e conta com ferramentas extras no controle. O sistema de blogs em chinês da Microsoft, impede as palavras "liberdade" ou "democracia". O Google China não inclui páginas contrárias ao regime. L OTERIAS Concurso 556 da LOTOMANIA 01

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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

b

Laptop dos sonhos, só para crianças

O trauma do impeachment

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F AVORITOS

www.abramet.org

O site europeu da revista de negócios Forbes anunciou ontem que a empresa finlandesa Stora Enso Oyj pretende construir uma segunda fábrica de fibra de eucalipto no Brasil. A empresa é sócia da Aracruz Celulose na planta da Veracel, inaugurada ontem em Eunápolis, extremo sul da Bahia. A companhia divulgou que está encorajada a investir no Brasil. A unidade inaugurada ontem recebeu US$ 1,2 bilhões em investimentos.

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G @DGET DU JOUR

Pesquisa de observação nos cruzamentos da rua Domingos de Morais, zona sul, praça Silvio Romero, zona leste, e avenida Luiz Dumont Villares, zona norte identificou que as vans escolares são os veículos que mais cometem infrações 69,79% desse tipo de veículo cometeu alguma infração nos dias da pesquisa, que foi realizada pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet).

Setor de celulose atrai investidores

B ATE-PRONTO

Chaplin clássico

Transporte escolar, nem sempre seguro

B RAZIL COM Z

C A R T A Z

CINE

T RÂNSITO

Jarbas Oliveira/Folha Imagem

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E DUCAÇÃO

O símbolo universal

BNDES poderá conceder financiamento à empresa que adquirir o controle da Light

Concurso 702 da MEGA-SENA 01

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

14 -.FINANÇAS

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

INDICADORES ECONÔMICOS 28/09/2005

COMÉRCIO

Ago05 1.963.655 1.744.470 381.747 304.670 89 48 3 2

Consultas Usecheque Consultas SCPC Registros recebidos Registros cancelados Falências requeridas Falências decretadas Concordatas requeridas Concordatas deferidas

CHEQUES - DADOS NACIONAIS

TÍTULOS PROTESTADOS (Na capital)

BALANÇO GERAL Ago05/Ago04 2,4% 5,7% 11,4% 8,1% -58,8% 100% -40% estável

Evolução das falências requeridas

339

Por segmento

Em quantidade

Ago05 1.952 6.744 2.555 147

Indústria Comércio Serviços Não classificados Destaques de agosto

Jul/Ago05 (%) -15,24 -15,11 -13,47 -12,5

89

Quantidade 863 1.321 552 131 572

Adm, planej e imob Tecidos e armarinhos Vestuário e artefatos de tecido Combustíveis e lubrificantes Mat. construção e ferragens

junho

julho

agosto

Fonte: Associação Comercial de São Paulo

Valor (R$) 1.746.239 1.568.742 1.362.368 1.130.789 814.331

desconto duplicatas: 1,7561 a.m.

ACC* (180 dias): 5,80 período

cheque pré-datado: capital de giro:

factoring: hot money:

swap 90 dias:

4,51 a.m. 23,69 a.a.

4,67 a.m. 2,39 a.m.

swap 180 dias: 18,5 período

19,05 período

*Adiantamentos contratos câmbio

obs.: a.m.: ao mês/a.a.: ao ano/período: pelo período contratado

Pessoa física (taxas em % ao mês) cheque especial

média Procon Banco do Brasil Banespa Bradesco Caixa Econômica HSBC Itaú Real Unibanco

empréstimo pessoal

8,32 8,03 8,50 8,33 7,95 8,47 8,50 8,40 8,39

5,46 4,85 5,80 5,87 5,28 5,07 5,95 5,90 5,87

Taxas de referência

Selic (juro básico): 19,50% ao ano Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP): 9,75% ao ano

TR

(em %)

20/09 21/09 22/09 23/09 24/09 25/09 26/09 27/09

TR pro rata

0,2517 0,2489 0,2428 0,2038 0,1707 0,2087 0,2421 0,2240

0,0119714 0,0118384 0,0115486 0,0101801 0,0089770 0,0104247 0,0115153 0,0106553

Unidade padrão de capital (UPC) abril/maio/junho: julho/agosto/setembro:

TBF

1,4447 1,4519 1,4257 1,3561 1,2926 1,3611 1,4350 1,4066 R$ 20,01 R$ 20,27

Unidade fiscal do município (UFM):

R$ 76,58

Unidade fiscal do estado de São Paulo (Ufesp):

R$ 13,30

Ufir:

1,0641 (deixou de ser calculada em janeiro de 2001)

Fontes: Enfoque Sistemas, Banco Central, Procon-SP, Anfac

APLICAÇÕES FINANCEIRAS Poupança (%) 01/10: 02/10: 03/10: 04/10: 05/10: 06/10: 07/10: 08/10: 09/10: 10/10:

0,7650 0,7069 0,6837 0,7231 0,7596 0,7639 0,7489 0,7824 0,7479 0,7191

Pessoa física

2005

04/05

13.584 13.369 11.398

-9,57% -11,2% -20,9%

Junho Julho Agosto

2005

04/05

51.984 53.263 53.165

-3,88% -4,12% -7,21%

MERCADOS

JUROS E TAXAS Pessoa jurídica (taxas em %)

Pessoa jurídica Junho Julho Agosto

21/10: 22/10: 23/10: 24/10: 25/10: 26/10: 27/10: 28/10: 29/10: 30/10:

0,7501 0,7440 0,7048 0,6716 0,7097 0,7433 0,7251

obs.: a remuneração dos dias 29, 30 e 31 é a do dia 1º subseqüente

Petróleo sobe a US$ 66,35 o barril

O

preço do petróleo fechou ontem com alta superior a US$ 1, depois de um rali dos preços da gasolina, decorrente das preocupações com o fornecimento do produto, já que várias refinarias continuavam fechadas depois que os furacões Katrina e Rita atingiram a principal região produtora de petróleo dos Estados Unidos. Apesar do grande aumento nos estoques de gasolina, operadores do mercado estavam preocupados com a possibilidade destas reservas serem afetadas em decorrência do fechamento de diversas refinarias na costa do Golfo do México, afetadas pelos furacões. Os contratos com entrega em novembro negociados em Nova York fecharam com alta de US$ 1,28, a US$ 66,35 o barril, pouco abaixo da cotação máxima da sessão, de US$ 67,40 por barril. No caso da gasolina, os contratos negociados para outubro chegaram a subir para US$ 2,35 o galão, cotação máxima da sessão e a mais alta desde o último dia 2 de setembro, mas fecharam a US$ 2,3393 o galão, com alta de US$ 17,29 centavos. No mercado de Londres, os contratos de petróleo do tipo Brent subiram US$ 0,96 ontem, para US$ 63,93 o barril. (Reuters)

IMPOSTO DE RENDA

Fundos de renda fixa Fundos DI Fundos dólar Fundos multimercado* Fundos de ações** Fundos FGTS Petrobras Fundos FGTS Vale do Rio Doce Fundos PIBB Fundos Previdência DI *sem renda variável **indexados ao Ibovespa

Fontes: Bovespa, Banco Central, Enfoque Sistemas, Anbid

Julho 1,44 1,50 2,03 1,33 3,90 4,44 12,37 5,00 1,36

Cheques sustados por roubo ou extravio 2005 1.213.963

Agosto

Variação 2004/2005 (%) 23,24

*cheques pagos

FALÊNCIAS DECRETADAS ANO DE FUNDAÇÃO DAS EMPRESAS Julho 1 2 2 2 14

Até 1970 De 1971 a 1980 De 1981 a 1990 De 1991 a 1993 De 1994 a 2005

Agosto 1 11 5 31

No ano 14 19 64 38 263

Ibovespa (%) dia: 1,43 mês: 11,67

ano: 19,55

Principais índices Ibovespa Itag IVBX-2 IGC IEE IBX-50 Itel Ações mais negociadas Petrobras PN Vale do Rio Doce PNA Telemar PN Usiminas PNA Braskem PNA Net PN Embratel Par PN* Eletrobras PNB*

Pontos 31.317 4.109 3.198 3.233 9.323 4.522 851

Variação (%) 1,43 0,99 2,04 1,21 2,34 1,24 1,88

Cotação (R$) 36,42 86,10 36,66 51,25 24,80 0,95 5,38 42,00

Variação (%) 1,22 0,70 0,68 2,01 -1,58 1,06 3,26 2,06

*por lote de mil ações

Maiores oscilações do Ibovespa (%) Altas Baixas Sadia S/A PN: 5,92 Acesita PN: Brasil Telecom PN*: 4,96 Braskem PNA: Embraer ON: 4,71 Telesp Cel Par PN:

-1,64 -1,58 -0,93

isento 15% 27,5%

Deduções R$ 174,60 R$ 465,35

Deduções

R$ 117,00 por dependente; R$ 1.164,00 por aposentadoria (uma apenas) paga por entidade pública a quem já completou 65 anos; pensão alimentícia; contribuição à Previdência Social; contribuição para previdência privada e para os Fapi obs.: sobre o imposto em atraso incide multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%, e juros de mora equivalentes à taxa Selic mais 1% no mês de pagamento.

IPCA INPC IGP-M IGP-DI IPC-Fipe ICV-Dieese CUB

jun -0,02 -0,11 -0,44 -0,45 -0,20 -0,17 0,03

jul 0,25 0,03 -0,34 -0,40 0,30 -0,17 0,02

ago 0,17 zero -0,65 -0,79 -0,20 zero -0,15

ano 3,59 3,31 0,75 0,32 2,82 2,62 4,26

12 meses 6,02 5,01 3,43 2,71 4,95 4,89 6,69

jul 1,0712 1,0650 1,0651 1,0727

ago 1,0538 1,0488 1,0620 1,0657

set 1,0343 1,0271 1,0495 1,0602

Fatores de reajuste do aluguel IGP-M IGP-DI IPC-Fipe IPCA

jun 1,0908 1,0835 1,0771 1,0805

Fontes: IBGE, FGV, Fipe, Dieese, Sinduscon-SP

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL Trabalho assalariado

Previdência Social competência agosto CONTRIBUINTE INDIVIDUAL E FACULTATIVO Salário base Mínimo R$ 300,00 Máximo R$ 2.668,15

Alíquota 20% 20%

Contribuição R$ 60,00 R$ 533,63

Alíquota 7,65% a 11% 12%

Mínimo R$ 22,95 R$ 36,00

Máximo R$ 293,49

Até R$ 800,45 7,65% De R$ 800,46 a R$ 900,00 8,65% De R$ 900,01 a R$ 1.334,07 9,00% De R$ 1.334,08 a R$ 2.668,15 11,00% Empresas têm prazo até 3/10 e pessoas físicas, até 17/10. Depois do vencimento incidem multas de 4% a 100%. Salário-família R$ 21,27 para quem ganha até R$ 414,78 R$ 14,99 para quem ganha até R$ 623,44

Fonte: Ministério da Previdência e Assistência Social

Fundos de investimento RENTABILIDADE EM %

Variação 2004/2005 (%) 12,0

Índices de inflação (em %)

até R$ 1.164,00 de R$ 1.164,01 a R$ 2.326,00 acima de R$ 2.326,00

Empregado Empregador

Fonte: Enfoque Sistemas

2005 2.742.220

Agosto

PREÇOS/ALUGUEL

Descontos na fonte

CDB 30 dias: 18,95% ao ano

CDB 90 dias: 18,65% ao ano

Cheques sem fundo excluídos do Banco Central*

Fonte: Bovespa

Empregados domésticos

CDB 62 dias: 18,80% ao ano

Variação 2004/2005 (%) 14,5

BOVESPA

Fonte: Secretaria da Receita Federal

11/10: 0,7482 12/10: 0,7982 13/10: 0,7516 14/10: 0,7475 15/10: 0,7569 16/10: 0,7066 17/10: 0,6747 18/10: 0,7136 19/10: 0,7499 20/10: 0,7530

2005 3.231.165

Agosto

setores com maior valor de protestos

Quantidade e evolução

68

Cheques sem fundo registrados no Banco Central

Ano 12 meses 10,36 17,38 10,61 17,91 -11,40 8,34 13,50 -1,64 13,97 20,48 52,21 4,68 47,76 5,01 32,97 9,29 15,21

MOEDAS Outras moedas

Dólar americano (à vista)

Em R$

Em R$

Compra 2,233 2,45 2,23

Comercial Paralelo (SP) Turismo

Venda 2,235 2,55 2,35

Euro Iene Libra esterlina

Compra greve no BC greve no BC greve no BC

Fontes: Banco Central, Enfoque Sistemas

Para esclarecer dúvidas, ou dar sugestões, entre em contato com o jornal pelo e-mail indicadores@dcomercio.com.br ou pelo telefone (11) 3244-3829, a partir das 13 horas.

Venda greve no BC greve no BC greve no BC


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

TURISMO - 1

PARQUES

Marcelo Delduque

CORRIDAS DE AVENTURA: A NOVA MODA Cada vez mais pessoas optam por essas competições, que aliam esporte, aventura e, claro, turismo. O cenário: vales e montanhas. Veja detalhes e a agenda dos próximos eventos. Pág. 2

O mundo da diversão no Brasil

Divulgação/Playcenter

Divulgação/Parque da Mônica

P ara celebrar o Dia das Crianças (12 de outubro) com o que os pequenos mais gostam de fazer nas horas vagas – se divertir –, o DC Boa Viagem preparou uma edição recheada com uma dezena de parques temáticos – alguns deles, entre os mais importantes da América Latina. Com perfil e serviço de cada um, há opções em São Paulo, no interior do Estado e Brasil afora. E mais: o panorama geral do setor. Confira nas págs. 3 a 6

Divulgação/Hopi Hari

O Estado de São Paulo concentra a maioria dos grandes parques do País. Do pioneiro Playcenter (ao lado) ao gigante Hopi Hari (no pé). Para os pimpolhos, a capital paulista abriga dois parques dentro de shoppings: o Parque da Mônica (acima) e O Mundo da Xuxa (abaixo, à esq.). E com a chegada do verão, os complexos aquáticos – como o Wet'n Wild (abaixo, à dir.) e o Beach Park Fortaleza, no Ceará – ganham audiência entre a criançada

Divulgação/O Mundo da Xuxa

Divulgação/Wet'n Wild


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

FINANÇAS - 13

MOEDA AMERICANA RECUA MAIS UM POUCO. IBOVESPA SOBE E BATE SEU QUINTO RECORDE NO MÊS.

Luludi/Luz

DÓLAR A R$ 2,23, A MENOR COTAÇÃO DESDE 2001

Investidores, estrangeiros e domésticos, retornaram ao mercado comprando ações e elevando negócios

C

onvencer o investidor mais conservador a deixar seu dinheiro aplicado em um fundo de investimento cuja carteira está atrelada a ativos de risco, como ações e dólar, nem sempre é fácil. Para acabar com a resistência desse aplicador que tem aversão ao risco, o Santander Banespa relançou, no início deste mês, o fundo Multi Retorno Mais, cujo prazo para adesão termina nesta sextafeira. Como o próprio nome diz, o fundo investe em vários mercados, do de menor risco àquele onde as chances de perda são maiores, mas as oportunidades de ganho, também. O grande chamariz do fundo é a garantia dada ao investidor de que ele terá, no mínimo, um rendimento da poupança no capital investido ao longo de dois anos, prazo de duração do fundo. Hoje, é o único no mercado com esse tipo de garantia ao investidor. "O cliente ganha um seguro, sem nenhum custo, que garante essa rentabilidade mínima", diz Edvaldo Morata, diretorexecutivo do Santander Banespa Asset Management. Trocando em miúdos, se o valor do investimento, após

Divulgação

Um fundo de risco, sem risco

Edvaldo Morata, do Santander

dois anos de aplicação, for inferior ao capital investido corrigido pelo rendimento da caderneta, o seguro garantirá o reembolso da diferença. "A aplicação é uma ótima opção de diversificação porque o investidor pode sacar o dinheiro antes do prazo, se estiver ganhando", diz Morata. O único porém é que, se resgatar o dinheiro antes de dois anos, ele perderá o direito à garantia. Valor – Enquanto na primeira edição do fundo, em maio deste ano, o valor máximo de aplicação era de R$ 150 mil por CPF, agora o limite subiu para R$ 750 mil. O fundo é exclusivo

para o investidor pessoa física. Já o valor mínimo de aplicação se manteve em R$ 5 mil, assim como a taxa de administração, de 1,75%. Há, ainda, uma taxa de performance, de 25%, cobrada sobre o rendimento que exceder o CDI. Durante o período de captação, os recursos ficam aplicados quase na sua maioria em títulos públicos federais. No dia 3 de outubro, quando começa a vigorar o seguro, a aplicação passará a ter o perfil de um fundo multimercado. Captação - Com esta segunda etapa, o Santander Banespa espera conseguir, ao menos, repetir o sucesso da edição passada, que recebeu aplicações entre 2 de maio e 3 de junho, e apresentou um resultado expressivo, segundo Morata. Naquele período, foram captados R$ 640 milhões, resultado da adesão de 22 mil investidores. A meta, em maio, era captar R$ 1 milhão "Não temos um número mágico de captação, até porque o investidor agora tem sua atenção dividida com o fundo Papéis Índice Brasil Bovespa (PIBB), que também foi relançado pelo BNDES e a Bolsa. Ana Laura Diniz

SulAmerica facilita a vida do segurado

O

s clientes da SulAmerica Seguros acabam de ganhar um serviço de atendimento para as situações de acidentes com o veículo. A empresa lançou ontem o Centro Automotivo de Super Atendimento – C.A.S.A. Em caso de acidente, o segurado entrega seu veículo ao Centro, que cuida desde a

vistoria até o transporte do veículo, passando por outros procedimentos e a documentação. Com o serviço, a empresa espera oferecer comodidade em um momento que gera muito estresse ao segurado. O novo projeto possui estrutura para atender até quatro veículos por hora, totalizando 40 por dia. "É como se o carro

do segurado se sentisse, literalmente, em casa", explica Marcus Vinicius Martins, vice-presidente de automóvel e massificados. A SulAmerica tem uma carteira de 390 mil segurados em São Paulo e 1,5 milhão no País. Deve inaugurar mais dois centros de atendimento já no próximo ano. Vanessa Rosal

A

pós ter descido, na última segundafeira, à menor cotação dos últimos quatro anos, o dólar voltou a recuar ainda mais, ontem. A queda foi de 1,06%, o que fez a moeda norte-americana encerrar os negócios vendida a R$ 2,235. A menor cotação desde 7 de maio de 2001. A forte baixa se deveu especialmente a dois motivos. O primeiro foi a declaração do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, de que a instituição não se sente incomodada com o atual patamar do dólar. O que teria sido interpretado pelo mercado como um aviso de que o BC não pretende intervir no mercado comprando dólares e fazendo com que a moeda se valorize. Essa não interferência foi reforçada no meio da tarde com o aviso do BC de que, mais uma vez, não realizaria os leilões de swap cambial (recompra de investidores de títulos atrelados à moeda norte-americana). O segundo motivo foi a posição de venda da moeda assumida pelos próprios investidores. Uma aposta em uma nova queda do dólar.

Na avaliação da consultoria GRC Visão, a reversão da tendência de queda do dólar no curto prazo se dará apenas com a intervenção do BC no mercado. Sem ela, a moeda deve continuar caindo. Com a ausência do BC no mercado, muitos investidores tentaram se desfazer do dólar, ontem.

R$ 1,8 bilhão, foi o volume de negócios registrado pela Bolsa ontem Bolsa – Em sentido oposto, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) bateu novo recorde, o quinto apenas neste mês, com a volta dos investidores, estrangeiros e domésticos, ao mercado comprando papéis. O índice Bovespa, composto

pelas ações mais negociadas. subiu 1,43%, para 31.317 pontos. O maior de sua história. O volume negociado chegou a R$ 1,834 bilhão, acima da média do ano, que está em R$ 1,52 bilhão. Foram as boas perspectivas econômicas e a manutenção da entrada de recursos que fizeram com que a Bolsa paulista se sustentasse em alta por todo o dia de ontem. Entre os papéis negociados, a maior alta do Ibovespa foi das ações Sadia PN, que subiram 5,92% em reação às notícias sobre a possibilidade de abertura das exportações de frango para os Estados Unidos. Foi seguida pela recuperação das ações da BRT - a BRT Operadora PN avançou 4,97% e a BRT Participações PN subiu 4,53%. Os papéis da Brasil Telecom também se destacaram devido à aproximação da data da assembléia de acionistas para a troca do conselho de administração da empresa, prevista para amanhã. Na lista de maiores quedas apareceram as ações da Acesita PN (-1,65%), da Braskem PNA, com queda de 1,59%, da Telesp PN (-0,93%) e Copel PNB (-0,06). (DC/Agências)

EMPRESAS GANHAM VALOR

M

uitas das empresas brasileiras listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nunca estiveram tão valorizadas nos últimos dez anos. Um estudo da Economática Consultoria mostra que, em setembro, no último dia 27, o valor de 258 empresas com papéis negociados na bolsa paulista é o maior no período de um mês registrado desde o Plano Real (1994): de US$ 434,7 bilhões.

Os valores históricos anteriores foram atingidos nos meses de agosto, quando 257 empresas somaram US$ 376,4 bilhões, e em julho, quando 250 empresas tinham, juntas, valor de mercado de US$ 345,6 bilhões, segundo o estudo, divulgado ontem. Neste ano, o valor de mercado apresentou um crescimento equivalente a US$ 122,2 bilhões. Passou de US$ 434,7 bilhões, representados por 265 empresas em

dezembro de 2004, para US$ 434,7 bilhões, na última segunda-feira. O crescimento, em dólares, do valor de mercado das 258 empresas analisadas pela Economática equivale a US$ 122,2 bilhões no ano. Já o crescimento do valor de mercado apenas no mês de setembro, também em dólares, é de US$ 58,3 bilhões, muito próximo ao valor de mercado da Vale do Rio Doce, a gigante da mineração.

Relatório do BC deve dar sinais de inflação abaixo da meta

O

relatório de inflação referente ao terceiro trimestre, que será divulgado hoje pelo Banco Central, terá um significado especial para os diretores do banco. Depois das críticas generalizadas à atuação do BC devido ao longo período de juros altos, o documento deve enfatizar que as projeções de inflação para o ano estão inferiores à meta perseguida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), de 5,1%. No último relatório, em junho, as estimativas do BC para o IPCA de 2005 tinham

subido de 5,5% para 5,8%. A informação de que a estimativa de inflação já está abaixo da meta foi antecipada na ata da última reunião do Copom, que, no entanto, não adiantou números. Além das novas projeções, o relatório trará uma ampla avaliação do comportamento da economia depois do ciclo de alta dos juros. "Esse relatório tem importância crucial porque trará um quadro favorável para a inflação e a economia", disse uma fonte da equipe econômica. Muitos analistas do merca-

do financeiro esperam encontrar no relatório sinais adicionais para balizar as estimativas sobre o tamanho do próximo corte da taxa Selic. Como muitos esperam um corte de 0,50 ponto porcentual, a expectativa é de que as projeções ajudem a confirmar a aposta. Para o gerente de Política Monetária do Itaú, Joel Bogdanski, o relatório deve apontar uma projeção do IPCA deste ano próxima de 5% e, para 2006, em torno de 3,5% – bem abaixo da meta de 4,.5% para o próximo ano. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.TURISMO

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

TENDÊNCIA

Esporte, aventura e, de quebra, turismo As chamadas corridas de aventura, que mesclam atividades em equipe como ciclismo, corrida e remo, ganham cada vez mais adeptos em todo o Brasil Por Marcelo Delduque Divulgação/Alaya

Divulgação/Alaya

Natura Kaiak/Alexandre Cappi/VIPCOMM

A operadora Alaya criou um raid turístico, em Brotas (SP), no qual faz-se uma prova que envolve caminhada, natação, rafting, escalada e mountain bike (fotos acima), num percurso de 35 km. A MTB Trip Trail, do Circuito Natura Kaiak, ocorreu entre Campos do Jordão e Paraty e envolveu ciclismo em equipe (ao lado). A Ecomotion, empresa organizadora do evento, tem uma escola de aventura feita para ensinar noções básicas de orientação e das variadas atividades

“V

amos chegar inteiros a Paraty e com um sorriso de orelha a orelha”. O anúncio do mestre de cerimônias pode parecer um pouco sinistro, mas é o júbilo para dezenas de ciclistas que se preparam para despencar da Serra da Mantiqueira em Campos do Jordão, atravessar o Vale do Paraíba, cruzar a Serra da Bocaina e chegar ao destino, no litoral fluminense, num percurso de 280 quilômetros. Tudo o que um participante de corridas de aventura quer, afinal, é passar por dificuldades, sentir um certo medo e sobretudo desfrutar de um enorme prazer, conhecendo pelas próprias pernas lugares belíssimos. É bem cedo de um sábado de primavera em Campos. Enquanto alguns turistas cruzam Capivari de bondinho e a maioria deles ainda nem acordou depois de uma noitada regada a fondue e vinhos, a prova MTB Trip Trail, do Circuito Natura Kaiak, está largando. São 45 quartetos e 58 duplas, ou seja, 296 pessoas dispostas a varar a noite pedalando no mato, para chegar ao destino no domingo. Cada integrante da equipe faz um ou alguns trechos e os ciclistas vão se revezando, o que refresca um pouco as coisas. Muitos dos participantes - talvez a maioria - estão lá por lazer. “Este formato já foi pensado para ter pessoas que possam

BOA VIAGEM Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editora Antonella Salem antonellasalem@uol.com.br Sub-editora Lygia Rebello lygiarebello@uol.com.br Projeto gráfico José Coelho Gerentes: Publicidade Solange Ramon, tel. 3244-3344, sramon@acsp.com.br Produto Arthur Gebara Jr., tel. 32443122, agebara@acsp.com.br Rua Boa Vista, 51, 6º andar Impressão Diário de São Paulo www.dcomercio.com.br

ir mais para curtir. Se fosse solo teríamos poucos participantes”, explica Said Aiach Neto, diretor executivo da Ecomotion, empresa de marketing esportivo que organizou a prova. Durante a corrida, podia-se perceber claramente um pelotão inicial de ciclistas competitivos (vale lembrar que a competição distribuiu R$ 15 mil em prêmios) e a rabeira formada por pessoas que não demonstravam pressa. Jogos de aventura são uma forma extrema de lazer e convívio com a natureza, mas que têm uma surpreendente adesão, algo compreensível visto a procura crescente por uma fuga da estressante rotina das metrópoles. “É a hora que a gente esquece de tudo”, confirma a administradora Mônica Picavea, integrante do quarteto Amazonas, apenas de mulheres, e além dessa prova só de ciclismo, também costuma participar de corridas de aventura em outras modalidades, como corrida e remo. “É um hobby sério”, explica. Há uma agenda de corridas pelos lugares mais belos do Brasil durante todo o ano e para

todos os níveis de dificuldade. Em geral, o esporte ainda é visto com alguma reserva pelo público leigo pois está associado a um esforço descomunal, bolhas no pé e perigo. Mas isso está mudando. A própria Ecomotion mira nas pessoas comuns – por assim dizer – e criou uma escola de aventura, na qual os alunos aprendem noções básicas de orientação, escalada, canoagem e bicicleta. No último dia, há uma prova de 30 km. “Tem até pessoas de 65 anos fazendo”, conta Said. “Só não dá para sedentários.” E em Brotas (SP), a operadora Alaya criou uma espécie de raid turístico, na qual os participantes realizam uma prova com caminhada, natação, rafting, escalada e mountain bike, num percurso de aproximadamente 35 km. Há também uma outra prova criada pela Alaya especialmente para crianças de 8 a 14 anos. Sempre no final, uma festa de premiação, pódio e troféus, como manda o script. A viagem foi oferecida pelo Natura Kaiak Jogos de Aventura.

SERVIÇO Para se iniciar no esporte Escola de corrida de aventura Ecomotion: o curso custa R$ 300, não inclui a hospedagem na Fazenda Base 84, onde é realizada a parte prática. Próximo curso dia 22/10. Informações pelo tel. (11) 3044-0303, site www.ecomotion.com.br. Raid turístico em Brotas: organizado pela Alaya. A R$ 186 por pessoa. Informações pelo tel. (14) 3653-5656, site www.alaya.com.br. Saiba mais no site www.corridasdeaventura.com.br.

NA AGENDA Próximos eventos de corrida de aventura Ecoadventur Litoral Norte: de 12 a 16 de outubro em Caraguatatuba. Serão apresentadas diversas modalidades que fazem parte das corridas de aventura – parede de escalada, tirolesa, tanque para mergulho, aulas práticas de canoagem oceânica e surfe. No dia 12/10, haverá uma prova de downhill e no dia 15/10, um festival de parapente. Informações pelo tel. (12) 3883-1355, site www.ecoadventur.com.br. Caloi Adventure Camp: 29 e 30 de outubro no litoral norte

de São Paulo. Com duração média de seis horas, é composta por mountain bike, orientação por bússola, canoagem e escalada. No dia anterior à prova, haverá um treinamento. Informações pelos tels. (11) 5536-5146 e 5532-0777, site www.adventurecamp.com.br. Circuito Estrada Real de Corrida de Aventura: 26 de novembro. Última das três etapas deste circuito mineiro. As modalidades e o local da prova só serão divulgados às vésperas do evento. Informações pelo site www.estradareal.org.br.

Hotéis: apenas 18% tem mão-de-obra qualificada Divulgação/Panrotas

A ABIH-Nacional (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis) anunciou a primeira parte do 1º Censo Qualitativo da Hotelaria do Brasil. Segundo o material, a mão-deobra qualificada nos meios de hospedagem do Brasil é de apenas 18%. Só a cidade de São Paulo ficou de fora desse índice. De acordo com a pesquisa, em mais de 80% dos hotéis da capital os funcionários foram treinados e recebem orientação constante. O estudo inédito, realizado pela Lighthouse Service e pela Vis Informática, foi feito com base nos dados apurados pelo Guia Quatro Rodas e analisa 188 itens de mais de 7 mil meios de hospedagem de Eraldo Alves Cruz (ABIH) e Márcio Favilla (MTur): convênio todo o País. “É uma ferramenta preciosa que nos possibilita conhecer com riqueza de detalhes o perfil do nosso parque hoteleiro. Permite Competitividade, que ocorreu na abertura solene do Conotel 2005, no Palácio dos Bandeirantes, na ao usuário ter mais detalhes e idéia do produto que capital paulista, Cruz anunciou ainda que em breve irá adquirir”, destacou Eraldo Alves da Cruz, vai assinar outra parceria junto ao MTur e a Caixa presidente da ABIH. Além disso, dá a sustentação Econômica Federal. O objetivo: divulgar o Portal de necessária aos propósitos do Projeto Reservas da ABIH, atualmente com 700 hotéis Competitividade dos Pequenos Meios de cadastrados, nos países da América do Sul e para as Hospedagem. Esse resultado apurado foi influenciado, segundo mais 120 mil Pessoas Físicas portadoras do Cartão Turismo, que trabalha com as bandeiras Mastercard Cruz, por exemplo, pelo grande número de e Visa. O cartão opera com taxas de juros abaixo das pequenos empreendimentos (69%), que de uma cobradas normalmente pelas administradoras de forma comum empregam parentes e amigos na cartão de crédito. operação de seus negócios. Na primeira fase do Palestras, em buscas de saídas – Na censo foram analisados 50 itens e o documento programação de sessões plenárias do Conotel 2005, completo será lançado ainda neste ano. diversas questões foram debatidas para superar as O estudo foi divulgado no 47º Congresso dificuldades do setor, como o excesso da oferta de Nacional de Hotéis (Conotel 2005), junto com a hotéis, sobretudo em capitais como São Paulo, assinatura do convênio entre o Ministério do Curitiba e Belo Horizonte, a questão das reservas Turismo (MTur) e a ABIH para o Projeto hoteleiras – via GDS’s ou por portais, como o da Competitividade dos Pequenos Meios de ABIH Nacional, ou dentro dos próprios sites dos Hospedagem, criado pela ABIH em parceria com o hotéis – entre outros. Sebrae. Esse projeto toma como base o censo para Na plenária "A Importância do GDS na analisar quais os pontos que o setor precisa Comercialização das Diárias", o importante peso do melhorar, por meio de um amplo programa de custo das reservas através de meios eletrônicos foi treinamento e capacitação gerencial dos pequenos discutido por Paulo Salvador, diretor de Marketing e hoteleiros. O convênio com o MTur é muito Vendas da Accor Hotels, Sidney Alonso, da Galileu importante porque “ataca” um problema presente Brasil, Ari Giorgi, do Portal de Reservas da ABIH, Luiz em muitos hotéis e pousadas em todas as regiões do Brasil: a falta de treinamento dos funcionários ou Walter Crivellari Moreira, da empresa de sistemas CM Soluções, e Sônia Chami, diretora do hotel Sol a falta de investimento na área por parte dos Ipanema, do Rio de Janeiro. proprietários de hotéis e pousadas. Portanto, deve resultar a médio e a longo prazos os frutos na reversão desse quadro. O valor da parceria é de Mais informações sobre o Panrotas Corporativo R$ 4,4 milhões, sendo R$ 3,7 milhões do ministério e no site www.panrotas.com.br. Assinaturas R$ 700 da ABIH. pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br. Além da assinatura do convênio do Projeto


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quinta-feira, 29 de setembro de 2005

TURISMO - 3

Fotos: André Pener

Para o setor, diversão é coisa séria Estima-se que 10 milhões de pessoas visitam os parques temáticos brasileiros: são dez principais. Segmento investe US$ 150 milhões ao ano e fatura US$ 500 milhões. Para especialistas, a grande barreira ao crescimento são os impostos sobre a importação de equipamentos Por Lygia Rebello

São Paulo é a meca dos parques no País. A exemplo dos EUA, o Hopi Hari (fotos) já tem projeto de um hotel

Brincando de aprender erca de 2 milhões de estu- fora das temporadas de férias. (LED), desenvolvido em parceC dantes participam de ativi- "É o cliente de hoje que será o pai ria com o jornalista e educador dades educativas nos parques de amanhã, sempre aliando a Gilberto Dimenstein, onde são

O

ícone maior da diversão em família é, sem dúvida, o parque de diversão. E os mais famosos do mundo ficam na Flórida (EUA), nos domínios da Disneyworld. É um setor que, por vender a magia para os pequenos e as lembranças da infância para os adultos, acaba sendo uma fonte inesgotável de rentabilidade. Atentos a essa fórmula de sucesso, vários empreendimentos foram abertos nas últimas décadas mundo afora, inclusive no Brasil. A expectativa é que o segmento cresça no mundo 8,4% até o fim de 2006. No Brasil, a previsão é crescer 10,2% em número de visitantes nos parques e 17% no faturamento dessas empresas. "Sem dúvida, os parques influenciam na economia local. O impacto no turismo é muito significante: a cada dólar usado no parque, de US$ 2 a US$ 4 são usados na região que o rodeia", afirma J. Clark Robinson, presidente da International Association on Amusement Parks and Attractions (IAAPA), que esteve no Brasil, em maio, para o Workshop da Associação das Empresas de Parques de Diversões do Brasil (Adibra). Segundo ele, mais de 1 bilhão de pessoas visitam todo ano os parques do mundo, 320 milhões só nos EUA. "Registramos um aumento de 5% ao ano no setor." E o que falta então ao Brasil para deslanchar no setor? A resposta de Robinson é a mesma do proprietário de um dos maiores parques do País. "No Brasil, a cultura dos parques praticamente não existe. É preciso educar a população a sonhar e desejar conhecer nossos parques", diz Beto Carrero, dono do Beto Carrero World. "Falta uma formação de cultura de parques do povo, que está ocorrendo, mas é um processo demorado, são precisos mais de dez anos para que isso se consolide, através de gerações", afirma Alain Baldacci, diretor-executivo do Sindicato Nacional de Parques e Atrações Turísticas (Sindepat). Mas o que começou com o Playcenter, em 1973, cresceu muito por aqui. Hoje há cerca de dez grandes parques no Brasil e 190 do gênero indoor e itinerantes, segundo a Adibra e o Sindepat. É pouco se comparado com a cifra nos EUA: são 230 parques. A grande barreira ao cresci-

brasileiros. E seguindo o lema "é brincando que se aprende", os parques criam programas e espaços especiais para ensinar, de forma lúdica – de matemática e física a história e saúde, mais uma forma de divulgar os parques e mantê-los cheios mesmo

mento são os impostos, alerta o presidente da Adibra, Armando Pereira Filho, e dono do Hopi Hari. "Para nosso negócio atrair um número maior de visitantes é preciso que ocorra a renovação periódica das atrações. Nossa maior dificuldade é o imposto de 72% cobrado na importação." O setor investe ao ano US$ 150 milhões e fatura cerca de US$ 500 milhões. Caminho certo – Dificuldades à parte, os parques fazem de tudo para se aprimorar – alguns, como Playcenter e Hopi Hari, oferecem até transporte até eles. E prova de que vamos pelo caminho certo é que o Brasil é o primeiro país da América do Sul a fazer parte da IAAPA Alliance. "As áreas que precisam ser trabalhadas no Brasil e na América Latina é a educação dos profissionais e a profissionalização dos serviços", explica Robison. "Para fazer com que brasileiros e estrangeiros escolham os parques nacionais não basta divertir, é preciso bons serviços, qualidade, segurança e higiene", afirma Giorgy Galfi, representante da Adibra na IAAPA Alliance. Em terras brasileiras o grande mercado de parques é São Paulo, que abriga cinco dos maiores. De acordo com a Adibra e o Sindepat – que possui 14 associados –, por ano cerca de 4 milhões de pessoas visitam os parques paulistas e 10 milhões, os parques de todo o Brasil. E o número só não é maior porque

o Estado é, prioritariamente, visitado por homens de negócios. O grande desafio, segundo o presidente do SPTuris, Caio Luiz de Carvalho, é fazer com que os executivos aumentem sua estada e aproveitem as opções de lazer, incluindo os parques, e traga a família. "Queremos trabalhar parques junto com a agenda de feiras da Ubrafe", afirmou Carvalho. "Temos de vendê-los como um produto turístico, assim como é feito no exterior." Para isso, a Adibra vem trabalhando para estreitar alianças com o governo e amenizar a tributação sobre equipamentos importados, e com os hotéis – parceria que já rende, por exemplo, a construção de um hotel no Hopi Hari. Outra novidade ainda este ano é a criação do pacote turístico de parques no Estado. "Queremos que São Paulo seja a Orlando brasileira", disse o ministro Walfrido dos Mares Guia. O Sindepat estuda ainda a idéia de criar o "Parque Mania", uma espécie de passaporte anual para os parques de São Paulo. Expectativas do setor no mundo indicam que os empresários do setor no Brasil esperam crescer no mínimo 4% este ano. Nas próximas páginas, veja o perfil dos principais parques nacionais. Em vez do importado Mickey, a viagem será entre personagens da terra, como Xuxa e a Turma da Mônica. A diversão é garantida.

diversão ao aprendizado", comenta Alain Baldacci, diretorexecutivo do Sindicato Nacional de Parques e Atrações Turísticas (Sindepat), afirmando serem muito válidas essas iniciativas. No Hopi Hari, por exemplo, há o Laboratório Educativo

oferecidas oficinas. No Playcenter, o parque se transforma num grande laboratório de ciências quando as crianças participam do chamado projeto Playciência. Além disso, são ministradas "aulas show" e diversas atividades de experimentação. (L.R.)


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4 -.TURISMO

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

SÃO PAULO

Playcenter: o pioneiro no Brasil

Divulgação/Playcenter

Inaugurado em 1973, o primeiro parque nacional passou recentemente por uma reforma que lhe rendeu uma maior aérea de alimentação, nova parte infantil e até uma montanha-russa vinda da Alemanha. Hoje, são 35 atrações

O

Há diversão para todos: de brinquedos radicais com loopings a aqueles feitos para as crianças, como o carrossel. No mês de outubro, a programação no Playcenter contará com uma versão brasileira do Halloween (Dia das Bruxas), com folclore

pioneiro dos parques no Brasil, com mais de três décadas de funcionamento, continua sendo um ícone de diversão no País apesar da concorrência cada vez maior. Desde sua inauguração, em 1973, já recebeu mais de 60 milhões de pessoas. Só no ano passado foram 1,6 milhão de visitantes. Quando foi inaugurado tinha apenas 20 atrações numa área de 50 mil m². Recentemente, o parque passou por uma reforma que lhe rendeu uma maior aérea de alimentação, nova área infantil e nova montanha-russa importada da Alemanha, a Windstorm, que atinge 45 km/hora. Hoje, já são 35 atrações diferentes, além de lojas, restaurantes e barracas de guloseimas. E há brinquedos para todos os gostos, dos radicais, co-

mo as montanhas-russas Looping Star e Boomerang (com dois meio looping e um looping inteiro que faz o percurso de marcha-ré a 75 km/hora) e o Skycoaster (um simulador de vôo de asa-delta com pára-quedas, com queda livre de 18 metros e velocidade de até 120 km/hora) até os exclusivos para crianças, como o Dumbinho – passando pelos preferidos das famílias, como o castelo dos Horrores e o novo Waimea (batizado segundo uma das maiores ondas do Havaí, uma espécie de splash de 15 metros de altura). Entre os eventos mais famosos promovidos há décadas estão as tradicionais Noites do Terror, que começaram em 1988 e que este ano vão até o dia 2 de outubro. Com investimentos de R$ 2 milhões, o evento deste ano leva o tema

da mitologia grega "Tânatos – o Deus da Morte" e promete trazer medo e adrenalina com três cemitérios, dois labirintos e os shows. E no mês das crianças a programação estará voltada para a 3ª edição do Halloween Kids, que mistura o folclore brasileiro com o Halloween. (L.R.)

SERVIÇO Onde: Marginal Tietê, com entrada pela Rua José Gomes Falcão, Barra Funda. Tel: (11) 3350-0199 Site: www.playcenter.com.br Preço: R$ 32 (passaporte) e R$ 21 (acesso ao parque). Entrada gratuita para menores de 4 anos e adultos com mais de 60 anos, desde que acompanhados de um pagante.

Dos quadrinhos para o shopping No Eldorado, o Parque da Mônica é um mundo de diversão baseado nos personagens de Maurício do Souza, feito para crianças de 2 a 13 anos. Peças teatrais e brinquedos encantam há 12 anos. Em outubro haverá brindes especiais na saída

SERVIÇO Onde: Shopping Eldorado, Av. Rebouças, 3.970, São Paulo. Tel: (11) 3093-7766 Site: www.monica.com.br/parque Preço: R$ 27,90 crianças de 2 a 13 anos e R$ 19,90 adulto acima de 14 anos. Crianças menores de 2 anos e adultos maiores de 65 anos não pagam.

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om três andares e uma área total de 10 mil metros quadrados, o parque já abriu as portas com fama e sucesso garantidos. O motivo? O tema que lhe dá o nome: a famosa Turma da Mônica. Localizado dentro do Shopping Eldorado, o universo de diversão criado por Maurício de Souza se torna real aos olhos das crianças de 2 a 13 anos na forma de peças de teatro e brinquedos de todo tipo. E no primeiro parque temático coberto da América Latina, a palavra chave é interatividade, onde tudo começa na Vila da Mônica. Ali, é possível visitar a Casa da Mônica, com sua coleção de coelhinhos, e a Tumba do Penadinho – que guarda algumas surpresas –, além de jogos e quebra-cabeças em computadores para pais e filhos. Labirintos, espaços cheios de almofadas em formato de pães, piscinas de bolinhas, pula-pula, circuitos com redes e escorregadores e até uma ambulância toda equipada: tudo para a diversão. Enquanto escutam músicas infantis, os pequenos – que podem estar acompanhados a todo momento dos pais – brincam, ainda, de dirigir e abastecer os carrinhos no Postinho do Bidu, na Cidade dos Carrinhos, e no Bate-Pneu. A atração deste ano é o laboratório

do Franjinha, que ensina mais de dez experiências curiosas. Para completar, o parque possui um cinema, com capacidade para 280 pessoas e projeções em terceira dimensão, um teatrinho de fantoches e o teatro, para 300 pessoas, que a cada temporada muda o espetáculo. Depois do sucesso de três anos do Projeto Preservando a Natureza – no qual as crianças aprenderam de forma lúdica com os musicais como cuidar da natureza –, o show trata da diferença. Os protagonistas são os novos personagens da turminha: Luca, um menino com deficiência física que anda de cadeira de rodas, e Dorinha, uma menina deficiente visual. Para os pais, uma sala com internet, televisão e revistas. Na infra-estrutura de apoio há ainda praça de alimentação, fraldário, monitores em todas as atrações e lojas de produtos da Turma. No mês das crianças, os personagens Zé Vampir, Muminho, Caveirinha e Penadinho vão agitar o parque com suas apresentações em comemoração ao Halloween. Para os pequenos, haverá brindes na saída durante todo outubro. Não à toa, o Parque, que já tem 12 anos, recebe por mês mais de 50 mil visitantes e cerca de 600 mil por ano. (L.R.)

Trata-se do primeiro parque temático coberto (acima) da América Latina. Novidade do ano é um show com novos amiguinhos da Mônica: Luca, um menino com deficiência física que anda de cadeira de rodas, e Dorinha, uma menina deficiente visual

Divulgação/O Mundo da Xuxa

O mundo dos baixinhos Neste universo criado por Xuxa, no Shopping SP Market, há duas novidades: o show da elefantinha Bila Bilú e o Espaço Turma da Xuxinha, para as crianças de 2 a 5 anos

SERVIÇO Onde: Shopping SP Market, Avenida das Nações Unidas, 22.450, Brooklin. Tel: (11) 5523-5656 Site: www.omundodaxuxa.com.br Preço: R$ 30 (passaporte para crianças até 13 anos), R$ 26 (passaporte para maiores de 14 anos) e R$ 104 (pacote família – dois adultos e duas crianças). Entrada gratuita para menores de 2 anos e adultos com mais de 65 anos, desde que acompanhados de um pagante.

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om 16 atrações para os "baixinhos", O Mundo da Xuxa fica dentro do Shopping SP Market. Nas últimas férias de julho foram inauguradas mais duas novidades. O show da simpática elefantinha Bila Bilú, que, junto com seus amigos Xuxinha, Guto, Txutxucão, Teddy e as Paquitas, faz um espetáculo com dança, música e brincadeiras nos fins de semana. E a novidade para as crianças de 2 a 5 anos é o Espaço Turma da Xuxinha – um conjunto de brinquedos, como escorregadores e piscina de bolinhas. Aos mais velhos, há um circuito de arvorismo, o Radical X, no Bosque dos Duendes,

que termina com uma tirolesa. Há ainda um simulador e até montanha-russa indoor. E a partir deste mês, a diversão também aparece na hora de comer no novo espaço MC Café. Ali, pais e filhos comem lanches em xícaras gigantes. No mês das crianças, o parque ampliará seu horário de funcionamento e programou um show diário com músicas do novo CD de Xuxa. (L.R.)

Além de trenzinhos e outros brinquedos, a partir deste mês há diversão na hora de comer no novo espaço MC Café. Lá, os lanches são feitos em xícaras gigantes

Divulgação/Parque da Mônica


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quinta-feira, 29 de setembro de 2005

TURISMO - 5

INTERIOR

Hopi Hari: o 'país' dos sonhos

Fotos: André Penner

Em Vinhedo, o maior parque da América Latina, que tem até idioma próprio, esbanja grandiosidade: abriga a quinta maior montanharussa do mundo. No mês das crianças recebe a turma dos personagens do filme 'Robôs'

SERVIÇO Onde: Rodovia dos Bandeirantes, km 72,5, Vinhedo, São Paulo. Tel: (11) 3058-2207 Site: www.hopihari.com.br Preço: o passaporte custa R$ 35,90 compra antecipada e R$ 42 na bilheteria do parque. Passaporte anual por R$ 99. Entrada gratuita para menores de 1 metro de altura e adultos com mais de 60 anos. Só em outubro, uma criança de até 10 anos acompanhada de um adulto pagante brinca de graça.

O

maior parque da América Latina tem história, idiomas – o hopês (mistura de várias línguas e tem dicionário) – e até costumes próprios e se auto-denomina "o país mais divertido do mundo", com mais de 1 mil habitantes, os hópius. Nesse pedaço de fantasia de 760 mil metros quadrados, em Vinhedo, a apenas 30 minutos de carro de São Paulo, há mais de 40 atrações e cinco regiões temáticas: Kaminda Mundi (Caminho do Mundo, com arquitetura que lembra alguns países europeus, como Itália, França e Holanda), Mistieri (réplica de sítios arqueológicos Maia, Inca e Asteca), Infantasia (para crianças, com os personagens da Vila Sésamo), Wild West (retrata o velho oeste americano) e Aribabiba (a capital do país Hopi Hari, que significa viva-a-vida com alegria e que possui várias atrações radicais). Com cinco anos de existência, o parque carrega números surpreendentes. Dos R$ 320 milhões que foram investidos desde sua criação já lhe renderam bons frutos: até novembro de 2004 a marca de 8,5 milhões de visitantes. A expectativa para este ano é que ultrapassem os 10 milhões. E o parque ficou famoso por sua grandiosidade. Ele inaugurou já pos-

Para sentir aquele frio na barriga, os brinquedos favoritos são a Torre Eiffel (à esq.) – uma torre de 69,5 metros de altura – e a novidade da temporada: a tirolesa que cruza o Lago Hopi Hari. Aos menos corajosos, muitas atrações familiares

suindo a quinta maior montanha-russa de madeira do mundo, a Montezum, que alcança 103 km/h de velocidade. Radicais – Outra estrela de peso no Hopi Hari é a La Tour Eiffel – uma torre com 69,5 metros de altura onde os visitantes descem por três segundos em queda livre. Mais atrações de

dar frio na barriga foram sendo incluídas a cada ano, como a Hadkali (um simulador de asadelta), o Katapul (um looping), a Katakumb (uma viagem ao egípcio antigo) e o Tóin-Tóin, com quatro camas elásticas. Para as horas de menos adrenalina, há ainda quatro salas de projeção de cinema 3D e si-

muladores, 14 lojas, dois teatros , 16 pontos de alimentação, espaço com jogos eletrônicos. Até o dia 2 de outubro, as noites de terror complementam a diversão por ali. E a novidade do verão será uma tirolesa de 265 metros de extensão, que cruza o Lago Hopi Hari (por R$ 15). No mês das crian-

ças, os visitantes serão recepcionados por Rodney Lataria e a turma do filme Robôs, que tomarão café da manhã com a criançada e estarão nos brindes dos novos lanches. É possível passar o dia inteiro se divertindo, basta apenas se familiarizar com o idioma: "Bon Bini à diversão!" (L.R.)

Um passeio refrescante ao Wet'n Wild Fotos: Divulgação/Wet'n Wild

O complexo de toboáguas e piscinas fica a apenas 45 minutos da capital paulista

SERVIÇO Onde: Rodovia dos Bandeirantes, km. 72. Itupeva, São Paulo. Tel: (11) 4496-8000 Site: www.wetnwild.com.br

O

mundo das águas paulista, a apenas 45 minutos de carro de São Paulo, reabriu dia 16 e começa a nova temporada de ondas e toboáguas comemorando sete anos de funcionamento. No dia 8 de outubro, o grupo Inimigos do HP inaugura o calendário de shows previsto para os festejos de aniversário. As novidades para a temporada são preços promocionais até o fim de novembro. Funcionando desde 1998, o parque tem 116 mil m² e cerca de uma dezena de atrações. E a mais procurada é o Space Bowl, onde as pessoas escorregam por um toboágua e antes de cair da piscina passam por um funil. Outro da família dos mais radicais é o Kamizake – dois toboáguas paralelos de 18 metros de altura e 70° de inclinação que faz o corajoso visitante se sentir em queda livre.

Em formato de serpentina, o Twister é mais um toboágua concorrido, que tem a altura de um prédio de seis andares. Ali, há até um rafting artificial com bóias que comportam até três pessoas. Para as crianças, um espaço especial reservado, com atrações e toboáguas em proporções menores. Além das atrações do parque, já estão pro-

Com o sol forte, a pedida ali é ficar na água. Seja em bóias, piscinas de ondas ou nos escorregadores molhados

gramados a 10ª etapa do Campeonato Paulista de Enduro a Pé (16/10) e a Crocante Cup-Cross Country (29 e 30/10), prova de mountain bike. (L.R.)

Toboáguas em Ribeirão Divulgação/Splash Beach

No interior do Estado, o Spash Beach faz as vezes de uma praia, com piscinas que permitem surfar e quadras de vôlei com chão de areia Vista geral do parque aquático, que possui um toboágua radical de altura semelhante a de um prédio de seis andares

A

pesar de não ser muito conhecido dos paulistanos, o Estado de São Paulo abriga mais um parque aquático: o Splash Beach, em Ribeirão Preto, que começou sua temporada de 2005 no último dia 7. Com vários toboáguas e piscinas, ele se auto-denomina a praia do interior, com direito a vôlei de praia nas três novas quadras de areia e surfe. Isso mesmo: há nove tipos diferentes de ondas artificiais, algumas tão grandes a ponto de ser possível surfar nas piscinas.

Foi inaugurado um quiosque especializado em frutos do mar. Entre uma dezena de atrações que atraíram 90 mil pessoas no ano passado, o Big Slides, com altura de um pré-

dio de seis andares e dois toboáguas com curvas radicais, é um dos preferidos dos aventureiros. Para as crianças, um enorme pula-pula inflável vira escorregador. (L.R.)

SERVIÇO Onde: Rodovia Ribeirão-Bonfim, km 311, Ribeirão Preto, São Paulo. Tel: (16) 3911-6600 Site: www.splashparque.com.br/novo/ Preço: R$ 15 (quartas e quintas), R$ 20 (sextas e sábados) e R$ 25 (domingos e feriados). Entrada gratuita para menores de 6 anos acompanhados dos pais e adultos com mais de 60 anos pagam R$ 10.

Preço: R$ 35 (preço promocional até 27/11), R$ 42 (preço regular na bilheteria) e R$ 29 (preço promocional para compra pelo

site). Entrada gratuita para grávidas, crianças menores de 1 metro de altura e adultos com mais de 65 anos.


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6 -.TURISMO

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

BRASIL

No Sul, Beto Carrero celebra a fantasia No balneário de Penha, em Santa Catarina, o parque tem mais de 85 atrações, que falam de caubóis, duendes e dos imigrantes que fincaram povoados na região Fotos: Gorete Ferreira/AE

A imponente réplica de um castelo medieval é a entrada e o cartão-postal do Beto Carrero World. Nos 2 milhões de m² de área construída em meio à Mata Atlântica, há desde atrações radicais a shows musicais e desfiles

A

réplica de um enorme castelo medieval, o Castelo das Nações, de pé direito de 12 metros de altura, é a porta de entrada para um mundo de vilas açorianas e alemãs – inspiradas nos imigrantes que fincaram povoados em Santa Catarina, sede do parque. Ali vivem duendes, gnomos, dragões, piratas e até caubóis, onde a estrela, claro, é o Betinho Carrero – personagem inspirado no

dono deste empreendimento, um dos maiores parques temáticos do Brasil. Aliás, tudo ali foi meticulosamente criado, imaginado e, antes de abrir ao público, testado pelo próprio Beto Carrero. Até as atrações mais radicais – como as duas últimas novidades: a Big Tower e o Continente Perdido – passaram pelo seu crivo de aprovação. E haja adrenalina! A primeira é uma torre de 100 metros de altura, equivalente a um pré-

dio de 30 andares, na qual um elevador faz uma queda de 120 km/hora, considerada a maior torre de queda livre do mundo. A segunda atração é uma espécie de rafting num longo rio de cinco metros de largura, montado especialmente para a atividade radical. 13 anos – No Balneário de Penha, a 110 quilômetros de Florianópolis, o lugar chega aos 13 anos visitado por cerca de 8 milhões de crianças e

adultos. São 14 milhões de metros quadrados e cerca de 2 milhões de m² de área construída em meio à Mata Atlântica e à beira-mar. Conta com mais de 85 atrações espalhadas em sete áreas temáticas, que atraem, por ano, cerca de 600 mil pessoas do Brasil e do Mercosul. E tudo pode ser visto do teleférico, que faz um passeio aéreo por todo o parque. Trem fantasma, montanha-

russa aquática e simulador completam as atrações mais chocantes. Além de shows e espetáculos – circenses, musicais e teatrais –, uma curiosidade do parque são os mais de 800 animais de 171 espécies diferentes que fazem parte do Zoo Mundo Animal. Por lá, costumam dizer que a entrada do Beto Carrero World é um castelo, porque todos são tratados como verdadeiros reis e rainhas da diversão. (L.R.)

SERVIÇO Onde: Rua Inácio Francisco de Souza, 1.597, Praia de Armação, Penha, Santa Catarina. Tels: (11) 3081-9544 ou (47) 261-2000 Site: www.betocarrero.com.br Preço: R$ 46, crianças de 4 a 9 anos e pessoas acima de 60 anos, e R$ 55, de 10 a 59 anos. Crianças até 3 anos e aniversariantes do dia não pagam.

E no Nordeste, Beach Park dá um banho Fotos: Divulgação/Beach Park

Para a comemoração de seus 20 anos, o maior parque aquático da América Latina garante novas atrações e grandes shows musicais. No Ceará, o lugar à beira-mar é referência em toboáguas e piscinas

SERVIÇO Onde: Rua Porto das Dunas, 2.734, Aquiraz, Ceará, a cerca de 20 km de Fortaleza. Tel: (85) 4012-3000/3001 Site: www.beachpark.com.br Preço: R$ 60 (infantil) e R$ 70 (adulto). Ingresso semanal a R$ 129 e passaporte anual por R$ 449.

De toboáguas radicais, que beiram os 90°, a piscinas infantis: o Beach Park Fortaleza tem atrações para todas as idades. Não à toa, recebe cerca de 1 milhão de pessoas por ano

"A

onda é ser feliz agora". O lema e o símbolo da simpática foquinha já caíram no gosto dos brasileiros. Com 20 anos recémcumpridos no último dia 24 com show de Sandy&Junior, o Beach Park Forlateza comemorou mais um ano como o maior parque aquático da América Latina. Ele faz parte de um grande complexo que inclui uma

praia exclusiva e um resort acoplado, o Beach Park Suítes, além de lojas, restaurantes e cafés. E, apesar da paisagem à beira-mar ser tentadora, são as atrações do parque que roubam a atenção dos mais de 1 milhão de pessoas que visitam o lugar todo ano. A estrela nos 35 mil metros quadrados e oito áreas temáticas do parque é o Insano – um toboágua só para os mais radicais. Considerado

o mais alto do mundo, com altura igual à de um prédio de 14 andares, nele a pessoa alcança em cinco segundos a velocidade de 104 km/hora. 90° – A atração mais recente é o Calafrio, uma espécie de pista de skate na qual a pessoa desliza numa bóia e passa por uma queda de quase 90°. Para as crianças e os menos adeptos da adrenalina há ainda a Correnteza Encantada, onde os visitantes, numa bóia, são levados por um rio artificial cheio de curvas e piscinas de ondas artificiais. E mais: túneis, fontes, espelhos d’água e outros toboáguas, além de áreas só para os menores. Entre as novidades está a inclusão da entrada do parque em diárias no resort. E há ainda semanas temáticas, tais como Semana Mágica das Crianças, Semana da Gestante, Semana Gourmet Nordestina... Para as comemorações de duas décadas, estão previstos outros shows até o fim de 2005. Por lá já passaram Ivete Sangalo e Felipe Dilon. O público, claro, fica na platéia molhada, já que o sol forte e o calor típicos do Ceará garantem diversão dentro d’água durante o ano inteiro. (L.R.)

MAIS PARQUES AQUAMANIA: parque aquático com arquitetura histórica do Espírito Santo e animais típicos do Estado – garças, jacarés e borboletas – como o tema principal. Conta com 14 atrações e 12 piscinas. Onde: Rodovia do Sol, km 32 / BR 101, km 309, Amarelos, Guarapari, Espírito Santo. Tel: (27) 3200-4600. Site: www.acquamania.com.br. Preço: R$ 27,90 crianças de 2 a 13 anos e R$ 19,90 adulto acima de 14 anos.

TERRA ENCANTADA: com 200 m², o parque se inspirou na cultura nacional com personagens do folclore brasileiro. Cerca de 18 atrações, entre radicais e para crianças pequenas. Onde: Av. Ayrton Senna 2800, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Tel: (21) 2421-9421. Site: www.terraencantada.com.br. Preço: R$ 23 (adulto), R$ 12 (crianças menores de 1 metro e deficientes físicos. Idosos com mais de 65 anos e aniversariantes do dia não pagam.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

GERAL - 17

GREVE DE 24 HORAS DOS BANCÁRIOS ATINGIU 19 ESTADOS E O DISTRITO FEDERAL

Um dia sem filas nos bancos Mônica Zarattini/AE

A

greve de 24 horas dos bancários atingiu 19 estados e o Distrito Federal, com maior intensidade nas capitais, segundo a Confederação Nacional dos Bancários (CNB). A informação foi confirmada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), braço sindical da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A paralisação é de advertência e foi aprovada na terçafeira à noite, em assembléias, após a categoria rejeitar a proposta de reajuste salarial de 4% e abono de R$ 1.000, apresentada no dia 20 pela Fenaban. A categoria, que tem database em 1º de setembro e conta com 400 mil trabalhadores em todo o Brasil, reivindica aumento 11,77% nos salários. Segundo a CNB, que é filiada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), os bancários farão um encontro nacional no próximo sábado para referendar a decisão das assembléias de deflagrar greve geral a partir do dia 6 de outubro. A Fenaban informou que a expectativa é de que os trabalhadores voltem às negociações e evitem realizar a greve. O coordenador de negociações trabalhistas da Fenaban, Magnus Apostólico, disse que a entidade continua esperando uma nova proposta da CNB. "Estamos aguardando a contra-proposta para reiniciarmos as negociações", comentou. Em comunicado à imprensa, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região destacou que a Fenaban foi informada por ofício, no dia 22, sobre a indignação dos trabalhadores, mas até o momento não marcou nova negociação. Na capital paulista, a paralisação começou pela manhã, principalmente na região central, com 70 agências e 12 mil bancários parados. Depois foi estendida para bairros e outras cidades da Grande São Paulo e o interior do estado, atingindo, segundo o sindicato da categoria, 110 locais de trabalho no fim da tarde, mesmo com a utilização de um interdito proibitório, instrumento jurídico utilizado pelos bancos para garantir a abertura das agências. Diante dos resultados financeiros positivos obtidos pelos bancos em 2004, os trabalhadores pleiteiam também em 2005 um salário integral, mais R$ 788,00 fixos, acrescidos de 5% do lucro líquido da instituição bancária, distribuído linearmente entre todos os funcionários. Reivindicam ainda garantia de emprego, 14º salário, 13ª cesta-alimentação e proteção salarial cada vez que a inflação atingir 3%. (AE)

Ó RBITA

MICROSOFT

O

Em São Paulo, a paralisação começou pela manhã, principalmente na região central, com 70 agências e 12 mil bancários parados Antonio Gauderio/Folha Imagem

Passeata por mais recursos para a educação

PIRATARIA

C

erca de 800 estudantes, professores e funcionários se reuniram ontem na Avenida Paulista e fizeram uma passeata, até a Assembléia Legislativa de São Paulo, para pressionar os deputados estaduais a derrubar o veto do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) ao aumento de verbas para a educação no Orçamento de 2006. Até às 20 horas de ontem, a proposta não havia sido votada. (AE)

N

Criada a Agência Nacional de Aviação

O

governo desistiu de prorrogar automaticamente até 31 de dezembro de 2010 as atuais concessões das empresas para exploração dos serviços aéreos no País. Com isso, ficarão mantidos os prazos e as obrigações legais que devem ser comprovadas pelas companhias para renovação periódica de suas autorizações. A prorrogação automática das concessões estava prevista na lei que criou a Agência Nacional de

Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) manteve ontem, por unanimidade, a condenação da Microsoft e da TBA Informática por práticas anticoncorrenciais no mercado, como a venda casada de produtos e serviços aos órgãos do governo federal. O plenário rejeitou os recursos das empresas, que alegavam haver contradições na decisão do conselho, tomada em agosto de 2004. Com a rejeição aos recursos, a Microsoft terá de pagar multa de 10% do faturamento obtido com as vendas para o governo federal em 1997 e a TBA, de 7%. Enquanto o julgamento não ocorria, o prazo para o pagamento das multas ficou suspenso. As empresas ainda terão de divulgar a decisão em jornal de grande circulação nacional. (AE)

Aviação Civil (Anac), sancionada ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas foi vetada. O presidente vetou ainda outros nove dispositivos da nova lei. Para virar realidade, no entanto, a Anac – que substituirá o Departamento de Aviação Civil (DAC) na regulamentação e fiscalização do setor aéreo – ainda depende da edição, no prazo máximo de seis meses, de um decreto presidencial que disciplinará a estrutura do novo órgão. Os

militares do DAC serão transferidos para a Anac no primeiro momento, mas serão trocados gradualmente por servidores civis concursados. A prorrogação automática das concessões era reivindicada pelas companhias aéreas, que, no início da tramitação da proposta, em 2000, chegaram a defender a extensão até 2025. O governo argumentou, no entanto, que isso contraria o Código Brasileiro de Aeronáutica, que exige das

empresas o cumprimento de normas legais e técnicas para renovação das autorizações. Tarifas - O governo manteve, no entanto, a liberdade para que as companhias fixem suas próprias tarifas, mas tirou da Anac o poder de interferir no setor caso considerasse abusivo ou prejudicial à concorrência um reajuste de preços. Com isso, o governo deixou claro que cabe apenas ao Cade julgar condutas anticompetitivas. (AE)

os primeiros quatro dias da Operação Nacional de Combate à Pirataria, coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública junto às polícias estaduais, foram apreendidos mais de um milhão de produtos piratas e detidas mais de 200 pessoas. A operação foi realizada no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Belo Horizonte. "O resultado foi acima das expectativas", comemorou o secretárioexecutivo do Conselho Nacional de Combate à Pirataria do Ministério da Justiça, Márcio Gonçalves. Segundo ele, o trabalho continuará nos três estados, e em outubro, será a vez de mais três unidades da Federação. Até o fim do ano, dez estados brasileiros terão entrado para a operação. O número de apreensões surpreendeu Gonçalves. Ao todo, na capital paulista, foram detidas 194 pessoas e apreendidos 255.652 CDs, 55.756 DVDs, 214.865 peças de roupa e 122 mil CDs virgens, além de perfumes, brinquedos, tênis, relógios e óculos. O valor estimado dos produtos, com base nos preços cobrados no mercado pirata, chega a R$ 9,1 milhões. (AE)


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18 -.GERAL

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

GOVERNO FECHA ACORDO COM EMPRESAS DE TELEFONIA PARA REDUZIR EM 50% A ASSINATURA BÁSICA

Fotos: Valter Campanato/ABr

TELEFONE FIXO A R$ 19,90 POR MÊS

Custo menor para todos Hoje, com a aplicação desse plano, estamos levando o orelhão para dentro de casa. Hélio Costa, ministro das Comunicações

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Novo plano de telefonia chega em 2006

E

nquanto o ministro das Comunicações, Hélio Costa, propõe um telefone para famílias com renda de até três salários mínimos, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) trabalha num novo plano de telefonia, também mais barato, que todos poderão comprar, sem restrição de renda. Ele se chama Acesso Individual de Classe Especial (Aice), e deve chegar ao mercado no ano que vem. A expectativa da agência é acabar com a estagnação da base de telefonia fixa e com as reclamações contra o valor da assinatura básica. "O problema é a falta de diversificação de produtos", disse o superintendente de Serviços Públicos da Anatel,

Marcos Bafutto, durante audiência pública em São Paulo sobre as novas regras da telefonia fixa, que passam a valer a partir de 2006. "O Aice terá uma assinatura significativamente menor, sem ou quase sem franquia de minutos." A proposta inicial era de uma assinatura equivalente a 35% do que é cobrado hoje, sem franquia de minutos. A Anatel, porém, ainda não bateu o martelo a respeito, e essas características podem mudar. A oferta do Aice será obrigatória. "Com isso, esperamos que as empresas lancem também planos intermediários, para evitar uma migração expressiva do plano atual para o mais barato", explicou Bafutto. (AE)

fone por mês. Para definir esse valor mais alto, foi considerado o celular pré-pago, já amplamente utilizado pelas camadas de baixa renda que não têm aparelho fixo em casa. O celular pré-pago já é tarifado em minutos e cada minuto custa em média R$ 1,50, com impostos. Além disso, para falar mais de 100 minutos nas ligações locais – e também para fazer ligações para celular ou interurbanos –, o consumidor terá de comprar um cartão pré-pago, semelhante ao que já é usado na telefonia celular. O aparelho deverá ser o mesmo usado atualmente e os créditos excedentes poderão ser inseridos por meio de uma senha. Todos esses pontos serão detalhados posteriormente. "Hoje, com a aplicação desse plano, estamos levando o orelhão para dentro de casa", afirmou o ministro. Para comprar o telefone social, ou popular, as pessoas terão de comprovar renda familiar de no máximo três salários mínimos. Será vendido apenas um aparelho por residência. Os critérios para comprovação de renda ainda serão definidos, mas o ministro cogita usar o cadastro de programas sociais do governo. "Se a pessoa comprovar que a renda da família não ultrapassa três salários mínimos, automaticamente é candidato a participar" disse Costa. Cerca de 13 milhões de famílias, segundo levantamento do governo, estariam aptas a adquirir o telefone popular. (AE) DC

Costa: cerca de 13 milhões de famílias estariam aptas a adquirir o telefone popular

A

s famílias de baixa renda que ganham até três salários mínimos por mês (R$ 900) poderão ter telefone fixo em casa pagando uma taxa mensal de assinatura básica de R$ 19,90, cerca de 50% mais barata que a convencional. Ontem, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, anunciou um acordo com as empresas de telefonia fixas para a criação do "telefone social", que deverá estar à venda até o fim do ano. A expectativa é pôr no mercado dois milhões desses telefones em 2006. A assinatura básica mais barata dará direito a 100 minutos em ligações locais, que correspondem a 60 pulsos, a medida tarifária hoje utilizada. A quantidade é inferior à da telefonia convencional, cuja assinatura permite 100 pulsos. O telefone social funcionará em sistema pós-pago, ou seja, o cliente receberá em casa, todo mês, uma conta limitada a R$ 19,90, já com os impostos. Quem quiser falar mais de 100 minutos por mês vai pagar mais caro pelas chamadas excedentes. O minuto dessas ligações vai custar R$ 0,31. Hoje, as ligações são cobradas por pulsos e cada pulso custa R$ 0,15, com impostos. "Quem usar além da franquia terá uma certa penalidade e pagará um pouco mais", disse o ministro. Segundo ele, o consumidor das classes C, D e E não usa mais de 40 minutos de tele-

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quinta-feira, 29 de setembro de 2005

LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS - 15

SENADOR ROMERO JUCÁ, PROVÁVEL RELATOR DA MP DO BEM, VAI MANTER PROPOSTA DA FRENTE Carlos Humberto/Ag.Pixel

MAIS UM ALIADO À AMPLIAÇÃO DO SIMPLES

O

senador Romero Jucá (PMDB-RR), provável substituto de José Sarney (PMDB-AP) na relatoria da chamada MP do Bem, prometeu ontem analisar as propostas apresentadas pelas lideranças da Frente Brasileira que derrubou a MP 232, no início do ano. Em encontro com Guilherme Afif Domingos, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Reinaldo Franco, vice-presidente da Associação das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP), e João Carlos Gonçalves, secretário-geral da Força Sindical, Jucá disse que, caso seja designado oficialmente relator da matéria, deverá manter a correção da tabela de receita bruta que determina o ingresso de empresas no Simples, aprovada na Câmara. Quanto à prorrogação do

Luta da Frente começou na Câmara Federal

prazo para recolhimento de tributos federais, outro pedido da Frente, o senador prometeu analisar o impacto que isso poderá trazer na arrecadação. Ontem mesmo, Romero Jucá se reuniu com o secretário da Receita Federal do Brasil, Jorge Rachid para tratar do assunto. O encontro deixou otimista o presidente da ACSP, que voltou a se reunir com o presidente do Senado, Renan Calheiros, para pedir apoio às reivindicações do movimento. "Esta é a hora da auto-afirmação do Congresso Nacional. Os parlamentares mostram que têm conhecimento do problema e poder para apoiar o que é melhor para a sociedade". A MP do Bem será tema de palestra de Renan, nesta sexta-feira, na reunião mensal do Lide – Grupo de Líderes Empresariais, em São Paulo. Afif reafirmou que as medidas não prejudicam a arrecada-

Jucá, em encontro com lideranças da Frente, disse que vai analisar as outras reivindicações apresentadas

ção e destacou que a ampliação dos prazos para o recolhimento de tributos federais simplifica os procedimentos. "Os prazos atuais se justificavam para o governo quando a inflação era de 50% ao mês", disse. Reinaldo Franco destacou a importancia de se estabelecer o dia 20 do mês subseqüente como a data para recolhimento do Imposto de Renda retido na fonte das pessoas jurídicas optantes pelo Simples. "Isso também evita a prestação de informações erradas, já que a interpretação sobre o assunto é dúbia". Afif lembrou que os limites de receita bruta para que uma empresas seja enquadrada no Simples estão congelados desde a criação do sistema, em dezembro de 1996. "Se conside-

IR DE BRUXA

rarmos a inflação do período, a correção aprovada pela Câmara apenas atenua o problema. O Brasil parece ser o único país do mundo onde é proibido planejar o crescimento de uma empresa". Reinaldo Franco observou que a correção é metade do que prevê o projeto da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, em análise no Congresso. Enquanto a Lei Geral estabelece um teto de R$ 480 mil de receita bruta de uma microempresa, a MP do Bem sobe o limite dos atuais R$ 120 mil para R$ 240 mil. Os representantes da Frente conseguiram também o apoio de Romero Jucá para derrubar a proposta, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, que condiciona

a inscrição, o cancelamento, baixa ou alteração no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) a uma vistoria da Receita e Junta Comercial à sede ou filial da empresa. "É uma idéia burocrata, que não tem vínculos com a realidade", criticou o senador. O projeto, de autoria do deputado Antonio Lobbe Neto (PSDB/SP), cria mais burocracias para as empresas, segundo Afif. "No momento em que estamos discutindo formas de facilitar a abertura e o fechamento de empresas, uma proposta desta é um atentado ao bom senso". O projeto foi aprovado em caráter conclusivo na Câmara e deverá ser apreciado pelo Senado.

Laura Ignacio

Cláudio Tourinho, de Brasília

ENERGIA

A

utoridades fiscais da Holanda permitiram que uma mulher deduzisse 2.210 euros de seu imposto de renda, referente aos gastos que teve com um curso de bruxaria. A atriz e artista de 39 anos aprendeu como usar bolas de cristal, mexer com ervas e fazer feitiços durante o curso realizado no noroeste do país. "Ela usou o treinamento para começar a oferecer workshops, ampliando seus conhecimentos profissionais'', explicou uma autoridade fiscal. A bruxa Margarita Roland afirmou que ensina aos aprendizes tudo que eles precisam saber para se tornarem bruxos, usando mágica como uma força para o bem. "Uma bruxa é uma mulher ou homem que conhece a mágica da vida em geral e a mágica da terra em especial." (Reuters)

ão é de hoje que a Frente Brasileira que derrubou a MP 232 luta para incluir a correção da tabela do Simples e a ampliação dos prazos para recolhimento dos tributos federais na MP 252, a chamada MP do Bem. Em julho, líderes do movimento reuniram-se com o relator da medida na Câmara, deputado Custódio Mattos (PSDBMG), o secretário da Receita Federal do Brasil, Jorge Rachid, e o então presidente da Câmara, deputado Severino Cavalcanti (PP-PE). Mattos inseriu na MP a dilatação do prazo para o pagamento das contribuições do Simples e a oposição conseguiu aprovar o destaque que dobrou os limites para optar pelo regime. No Senado, o primeiro passo da Frente no mesmo sentido foi dado no início do mês, quando o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, se reuniu com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDBAL), que apoiou a ampliação do Simples.

N

T Ó RBITA

MP CONTRA A SUPER-RECEITA

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Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) entra hoje com recurso na Justiça para questionar a MP 258, que unifica as receitas Previdenciária e Federal numa estrutura arrecadatória comum – a Super-Receita. O MPF havia entrado com ação civil pública para pedir a manutenção da arrecadação, fiscalização e gestão das receitas decorrentes das contribuições previdenciárias no âmbito do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), mas a primeira instância negou a liminar. Segundo a procuradora da República, Zélia Luiza Pierdoná, a separação entre o responsável pela arrecadação

(Super-Receita) daquele que concede os benefícios (Previdência) é inconstitucional. "Para o INSS avaliar se o contribuinte tem direito a um benefício precisa saber se recebe a contribuição", diz. O MPF quer que o governo cobre melhor, mas também agilize a concessão de benefícios. "Em São Paulo, os pedidos demoram um ano para serem resolvidos por causa da estrutura arcaica na Previdência e a MP 258 ainda permite que a Receita tire servidores do INSS", critica. A procuradora alega ainda que a Super-Receita afeta a arrecadação. "A cobrança das contribuições previdenciárias está parada", explica. (LI)

ributos e encargos sobre o setor elétrico vão "comer" os ganhos de competitividade e o efeito que a queda do dólar terá nas tarifas de energia, disse ontem o superintendente de Regulação Econômica da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), César Antônio Gonçalves. Com a valorização do real frente à moeda norteamericana e com as melhorias operacionais nas empresas, a tendência é de que as tarifas caiam, mas esse movimento está sendo prejudicado pelo aumento na carga tributária, explicou o executivo. Segundo ele, o aumento de tributos, principalmente com o fim da cumulatividade do PIS/Cofins e dos encargos em razão da alta da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), vai provocar uma alta de 3% na arrecadação do setor elétrico, valor utilizado para calcular as tarifas. (AE)

Tribunal de Justiça aprova cobrança da taxa de bombeiros em Bauru

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Tribunal de Justiça (TJ) do Estado de São Paulo considerou legal a cobrança da contribuição para manutenção do Corpo de Bombeiros instituída em Bauru, no interior do estado, por lei municipal de 2003. A norma foi suspensa no ano passado através de liminar concedida pelo próprio tribunal, numa ação direta de inconstitucionalidade proposta pelo procuradorgeral de Justiça do Estado, Rodrigo César Rebello Pinho. A taxa de bombeiros, como ficou conhecida na cidade, chegou a ser cobrada no ano passado, recolhendo R$ 438 mil dos R$ 800 mil lançados.

O dinheiro foi aplicado na compra e manutenção de viaturas e equipamentos dos quartéis de bombeiros, uma obrigação do governo do Estado de São Paulo. A lei só foi aprovada pela Câmara de Vereadores diante da pressão exercida pelos bombeiros, que lotaram as galerias nos dias de discussão, uma prática comum em dezenas de cidades onde foi instituída. A Secretaria Municipal de Finanças informa que aguarda a publicação da decisão transitada em julgado para recomeçar a cobrança, mas ainda podem ocorrer recursos ao Superior Tribunal de Justiça. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

16 -.LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

PREFEITURA DE SÃO PAULO NOTIFICA DEVEDORES DO IPTU E REVISA VALORES DA TAXA DO LIXO Luludi/AgLuz

MAIS DE 314 MIL CONTRIBUINTES NA MIRA DO FISCO

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Estamos cobrando de quem nos deve para evitar o aumento de impostos

Mauro Costa, secretário municipal de Finanças

lixo, o secretário afirmou que a i n d a n ã o d á p a r a p re v e r quanto a prefeitura deixará de receber com a revisão dos valores destes contribuintes. As cartas de cobrança do IPTU informam o valor do débito acumulado do contribuinte neste ano e a forma como a quitação pode ser feita. Não há necessidade de comparecer à prefeitura para pagar a dívida. Basta comparecer a qualquer agência bancária da rede creDC

Secretaria de Finanças do município de São Paulo está cobrando, por meio de carta, 314.600 contribuintes devedores do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Também estão sendo notificados 30 mil contribuintes que solicitaram a revisão dos valores da Taxa de Resíduos Sólidos (TRS), conhecida como taxa do lixo, e tiveram o pedido atendido. Eles aguardavam a posição do Fisco para efetuar o pagamento do carnê, com a nova faixa de geração de lixo, retroativo à data do pedido de alteração. A previsão da prefeitura para este ano é recolher R$ 2,3 bilhões só com o IPTU. Em 2004, o imposto rendeu aos cofres públicos municipais R$ 2,1 bilhões. "Estamos cobrando de quem nos deve para evitar o aumento de impostos", disse o secretário Mauro Ricardo Machado Costa. Quanto à taxa do

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denciada com o número do cadastro do imóvel, impresso na carta, para efetuar o pagamento nos caixas eletrônicos ou nas casas lotéricas. A multa, os juros e a atualização monetária sobre os débitos serão calculados automaticamente. Quem não pagar seu débito do IPTU será inscrito na dívida ativa do município. Isso significa que a cobrança será feita judicialmente e o contribuinte estará sujeito à penhora de bens, além de pagamento de custas judiciais e encargos. Nas notificações da taxa do lixo constam o valor da nova faixa de geração de resíduos corrigido. O débito poderá ser pago à vista, na data de vencimento indicada, sem acréscimo, ou em parcelas. Para o pagamento parcelado, haverá correção. O contribuinte que escolher este caminho deve acessar o site da Prefeitura (www. prefeitura.sp.gov.br) e informar o número que consta

Tributária: União ganha o apoio dos prefeitos governo ganhou ontem o apoio dos prefeitos na votação da reforma tributária, que está parada no Congresso. Depois de se reunir com o ministro Antonio Palocci, o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CMN), Paulo Ziulkoski, afirmou que o ministro concordou com o parcelamento da dívida que as prefeituras têm com o INSS. O valor do débito chega a R$ 18 bilhões e poderá ser parcelado em 240 meses. Palocci também teria dito que está interessado em votar ainda este ano a reforma, com benefícios para os municípios. " Nós vamos ajudar a pressionar para votar logo a reforma tributária", disse Ziulkoski, acrescentando que o ministro se comprometeu a agendar, na próxima semana, uma reunião com o novo presidente da Câmara. A proposta contempla um dos principais pontos de interesse dos prefeitos: a elevação em um ponto percentual nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios. (AOG)

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Secretário de Finanças estima uma arrecadação de R$ 2,3 bilhões com o IPTU

do carnê para imprimir as prestações. As datas de vencimentos da taxa foram divididas em quatro lotes: 7, 14, 21 e 28 de outubro. A Secretaria de Finanças vai começar a emitir mensalmente as notificações de retificação da taxa do lixo com o valor corrigido no mês seguinte ao defe-

rimento e publicação no Diário Oficial de seu pedido. Os contribuintes que não estiverem de acordo com a decisão devem protocolar um novo pedido de retificação na praça de atendimento, localizada no Vale do Anhangabaú, 206, na região central. Márcia Rodrigues

Oposição resiste a decreto que muda ITBI Newton Santos/Digna Imagem

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bancada petista da Câmara dos Vereadores de São Paulo entrou, ontem, com um projeto de decreto legislativo (PDL) para revogar a alteração da base de cálculo do Imposto de Transmissão de Bens Móveis Intervivos (ITBI), determinada pelo Decreto nº 46.228/05. A norma aumenta a base de cálculo do imposto e, consequentemente, a tributação sobre as transações imobiliárias. Para o líder do PT na Câmara, vereador João Antonio, o decreto é inconstitucional, pois trata-se de um assunto de interesse de todo o munícipe. "Isso, obrigatoriamente, de-

veria ser apresentado em forma de projeto de lei. A população deveria ser consultada para expor sua opinião sobre o assunto. Por fim caberia aos vereadores votar pela aprovação ou não da mudança", contou o parlamentar. A assessoria jurídica da bancada estuda ainda como questionar a mudança nos tribunais. A polêmica começou no início do mês, quando a prefeitura baixou o decreto alterando a base de cálculo do imposto. Antes, a base de cálculo do ITBI era o valor venal do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), um montante aproximado, mas abaixo do que é co-

brado pelos imóveis no mercado. O decreto estabelece que a Secretaria de Finanças tornará públicos os valores venais atualizados dos imóveis, mas não deixa claro quais os critérios nem a periodicidade da atualização. Apesar de recente, a mudança é alvo de ações no Judiciário. O advogado Jeferson Nardi, do escritório Trevisioli Advogados Associados, afirma que depois da alteração um de seus clientes foi surpreendido pela cobrança de ITBI no valor de R$ 7,8 mil. Pela regra anterior, ele pagaria R$ 4,4 mil. O advogado entrou, então, com um mandado de segurança na Justiça para contestar o decreto. "Ele aumenta o tributo sem lei que autorize e por meio de critérios subjetivos, ferindo o princípio da legalidade. Além disso, aumenta o imposto e entra em vigor no mesmo exercício em que foi instituído esse aumento, violando o princípio da anterioridade", alega. A Secretaria de Finanças do Município, entretanto, nega o

João Antônio: à revelia da população

aumento. O secretário-adjunto, George Tormin, informou que a base de cálculo imposta pelo decreto é o valor pago pela compra do imóvel e para chegar ao valor venal atualizado a prefeitura se baseia em informações sobre transações imobiliárias efetuadas na cidade, enviadas mensalmente por cem imobiliárias cadastradas. "Os valores são aprovados pela Secretaria de Finanças em conjunto com 14 entidades da sociedade civil", diz. Ivan Ventura

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quinta-feira, 29 de setembro de 2005

LEGAIS - 23

BALANÇO

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C.N.P.J/MF nº 60.832.409/0001-04 Relatório da Diretoria Senhores. Acionistas, Cumprindo as disposições legais e estatutárias, submetemos a apreciação de V.Sas., o Balanço Patrimonial e as Demostrações Financeiras, relativas ao exercício social encerrado em 31.12.2004. Permanecemos à disposição de V.Sas. para quaisquer esclarecimentos complementares. São Paulo, abril de 2005. A Diretoria. Balanço Patrimonial dos Exercícios Findos em 31/12/2004 e 31/12/2003 (Valores em R$ 1,00) Demonstração do Resultado dos Exercícios (Valores em R$ 1,00) ATIVO 31/12/2004 31/12/2003 PASSIVO 31/12/2004 31/12/2003 Receita Bruta de Vendas 31/12/2004 31/12/2003 Circulante .................................................. 5.793.245 5.046.473 Circulante .................................................... 9.575.994 8.042.113 Vendas de Mercadorias e Produtos ............... 59.629.911 50.182.728 Caixa e Bancos .......................................... 3.277 325.109 Empréstimos e Financiamentos .................... 2.895.263 477.553 Deduções da Receita Bruta Valores Mobiliários ...................................... 15.928 Fornecedores ............................................... 4.760.767 4.440.022 Devoluções e Impostos ............................... (11.729.238) (7.123.697) Duplicatas a Receber .................................. 2.795.764 2.756.377 Obrigações Fiscais/Sociais ........................... 740.368 1.309.826 Receita Líquida ............................................. 47.900.673 43.059.031 1.985.747 Estoques .................................................... 1.411.202 Outras Contas a Pagar ................................. 9.831 26.898 Custos das Mercadorias e Prod. Vendidos . (34.295.172) (27.979.227) Impostos a Recuperar ................................. 95.117 12.911 Cheques a Compensar ................................. 185.669 1.160.335 Lucro Bruto ................................................... 13.605.501 15.079.804 Outros Créditos .......................................... 102.541 194.947 Provisões Trabalhistas .................................. 181.494 370.395 Despesas (Receitas) Operacionais .............. (12.447.758) (11.489.432) Outras Contas a Receber ........................... 810.800 330.000 Dividendos a Distribuir .................................. 311.701 257.084 Despesas com Pessoal ............................... (2.612.347) (5.733.548) Realizável a Longo Prazo ......................... 2.689.732 2.760.708 Adiantamento Clientes .................................. 490.900 Despesas com Vendas ............................... (3.861.197) Depósitos Judiciais ..................................... 1.750.999 1.419.101 Exigível a Longo Prazo ............................... 9.813.391 9.669.546 Despesas Administrativas ........................... (3.194.826) (4.026.362) Créditos com Empresas Ligadas ................ 317.591 39.618 Financiamentos ............................................ 6.879.524 8.159.619 Despesas Tributárias ................................... (361.925) Cauções Contratuais .................................. 500.000 500.000 Obrigações Fiscais e Sociais ........................ 1.977.782 1.468.221 Despesas Financeiras ................................. (2.680.717) (1.934.581) Outros Créditos .......................................... 121.142 261.990 Créditos de Empresas Ligadas ..................... 507.414 33.856 Receitas Financeiras ................................... 163.469 149.808 Outras Contas a Receber ........................... 540.000 Outras Contas .............................................. 448.671 7.850 Outras Receitas/Despesas .......................... (1.698) (1.176.709) Permanente ............................................... 14.918.820 13.436.263 Patrimônio Líquido ..................................... 4.012.412 3.531.786 Variação Cambial Líquida ............................ 530.281 1.315.370 Investimentos - Controladas ...................... 1.237.719 1.255.324 Capital .......................................................... 1.710.818 1.710.818 Resultado Equivalência Patrimonial ............ (428.798) (83.410) Outros Investimentos ................................ 37.477 - Reserva Legal .............................................. 183.937 156.629 1.157.742 3.590.372 Imobilizado - Imobilizado Líquido ............... 12.787.328 11.744.427 Resultados Acumulados - Prejuízo - 1995 .. (162.950) (162.949) Resultado Operacional Líquido .................... Resultado não Operacional .......................... 31.966 Diferido - Desenvolvimento de Software .... 856.295 436.513 Lucros ou Prejuízos a partir 1996 .................. 1.827.301 (357.914) 1.189.708 3.590.372 Total do Ativo ............................................ 23.401.797 21.243.444 Ajustes de Exercícios Anteriores ................... (10.940) (13) Resultado antes do IRPJ e CSL ................... (177.170) (268.681) 464.246 2.185.214 Contribuição Social ......................................... Notas Explicativas das Demonstr. Contábeis em 31/12/2004 e 31/12/2003 Resultado do Exercício ................................. (466.367) (750.851) 23.401.797 21.243.444 Imposto de Renda .......................................... Nota 1 - Contexto Operacional: A empresa tem como atividade preponderante, Total do Passivo .......................................... 546.172 2.570.840 a industrialização e comercialização, no mercado interno, de embutidos deriva- Demonstr. das Mutações do Patrim. Líq. dos Exerc. (Valores em R$ 1,00) Prejuízo do Exercício .................................... Lucro/Prejuízo por Ação ............................... 10,92 51,42 Cap. Social Res.Legal Luc./Prej.Acum. Total dos de carne bovina e suína. Nota 2 - Apresentação das Demonstrações Históricos 2.272 516.312 2.229.402 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (Valores em R$ 1,00) Contábeis e Práticas Contábeis: As demonstrações financeiras foram elabo- Saldo em 31/12/2000 ... 1.710.818 25.815 (25.815) radas e apresentadas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil Apropriação Res. Legal 31/12/2004 31/12/2003 (49.050) (49.050) Origens ............................................................ e com base na Lei das Sociedades por Ações. As principais práticas contábeis Distribuição de Divid. .... 3.152.624 5.005.735 (776.319) (776.319) Das Operações: .............................................. adotadas na elaboração e apresentação das demonstrações financeiras resu- Lucro Líquido do Exerc. 356.181 2.202.707 28.087 (334.872) 1.404.033 mem-se como segue: a) Apuração do Resultado - As receitas e as despesas Saldo em 31/12/2001 ... 1.710.818 Resultado do Exercício .................................. 546.172 2.570.840 (185.992) (185.992) são reconhecidas com a observância do regime de competência dos exercícios; Lucro Líquido do Exerc. Lucro/Prej. na venda de bens do Ativo Perm. (50.909) 28.087 (520.864) 1.218.041 b) Estoques - Os estoques estão valorizados ao custo médio de aquisição, Saldo em 31/12/2002 ... 1.710.818 Ajustes de Exercícios Anteriores ..................... (10.940) (11) (11) exceto quanto aos produtos acabados e em elaboração que são valorizados Aj. de Exerc. Anteriores . Depreciações ................................................ 807.051 249.004 128.542 (128.542) pelo custo arbitrado e ajustados ao valor de mercado quando aplicável; c) Apropriação Res. Legal Equivalência Patrimonial ............................... (428.798) 83.410 (257.084) (257.084) Investimentos - As participações em controladas são contabilizados pelo Distribuição de Divid. .... Variação Monetária/Cambial Exig. a L. Prazo (506.394) (700.546) Lucro Líquido do Exerc. 2.570.839 2.570.839 método de equivalência patrimonial. Os demais investimentos são avaliados De Terceiros: ................................................... 2.796.443 2.803.027 156.629 1.664.338 3.531.785 ao custo, que foram atualizados monetariamente até 31.12.1995; d) Imobilizado Saldo em 31/12/2003 ... 1.710.818 Vendas de Bem do Ativo Permanente ........... 311.235 (10.928) (10.928) - É demonstrado ao custo de aquisição e formação, deduzido da depreciação Aj. de Exerc. Anteriores . Aumento no Exigível a Longo Prazo .............. 1.667.263 2.158.157 Apropriação Res. Legal 27.309 (27.309) acumulada que foram atualizados monetariamente até 31.12.1995. A depreciDiminuição do Realizável a Longo Prazo ....... 817.944 644.870 Distribuição de Divid. .... (54.617) (54.617) ação é calculada pelo método linear, de acordo com a vida útil remanescente 3.939.732 7.956.432 Lucro Líquido do Exerc. 546.172 546.172 Aplicações ....................................................... dos bens. Nota 3 - Estoques: Os estoques compõem-se como segue: 746.968 913.691 Saldo em 31/12/2004 ... 1.710.818 183.938 2.117.656 4.012.412 Aumento Realizável a Longo Prazo .................. 2004 2003 Aumento/Redução de Investimentos ................ (408.925) (551.282) Produtos Acabados .......................................... 314.985 284.194 Nota 5 - Imobilizado: As imobilizações estão compostas das seguintes contas: Adições do Ativo Imobilizado ............................ 2.278.772 6.931.010 2004 2003 Produtos para Revenda ................................... 404.866 202.970 1.011.217 405.929 C. Corrig. Depr. Ac. Valor Líq. Valor Líq. Tx.Anual Diminuição do Exigível a Longo Prazo .............. Produtos em Elaboração ................................. 306.362 311.701 257.084 181.234 181.234 181.234 - Dividendos Distribuídos .................................... Matéria-prima .................................................. 130.328 Terrenos ............. Variação do Capital Circulante Líquido ......... (787.108) (2.950.697) 10 Outros Materiais .............................................. 487.348 Máq. e Equiptos. . 11.761.579 3.068.013 8.693.566 1.566.221 746.772 1.485.278 354.333 214.691 139.642 23.405 20 Ativo Circulante .............................................. Produtos em Poder de Terceiros ...................... 1.265.896 - Veículos .............. 5.046.473 3.561.195 390.259 301.326 88.933 92.187 10 No início do exercício ........................................ 1.985.747 1.411.202 Móveis e Utens. .. No final do exercício ......................................... 5.793.245 5.046.473 Comput.e Perifér. 506.475 361.087 145.388 91.865 20 Nota 4 - Investimentos: Os invest. em Controladas, estão assim demonstrado: 1.533.881 4.435.975 Benf. imóv.de terc. 297.933 276.277 21.656 32.702 10 Passivo Circulante .......................................... Frigorífico Atenas Ceratti S/A 8.042.113 3.606.138 Imobiliz. andam. .. 3.409.687 - 3.409.687 9.199.051 - No início do exercício ........................................ do Sul Ltda Suinocultura No final do exercício ......................................... 9.575.994 8.042.113 249.046 141.824 107.222 557.762 10 2004 2003 2004 2003 Outras Imobiliz. ... (787.108) (2.950.697) 17.150.546 4.363.218 12.787.328 11.744.427 - Acrésc. (Decréscimo) do Cap. Circ. Líquido . Saldo Inicial ....................... 30.339 1.188.358 1.195.945 Equivalência Patrimonial .... (75.823) 24.869 (7.587) Nota 6 - Diferido: O diferido é composto basicamente de desenvolvimento de Software Corporativo de Gestão de empresas. Saldo Final ........................ 45.484 1.213.227 1.188.358 Nota 7 - Financiamentos: Os empréstimos e financiamentos estão garantidos por notas promissórias avaliadas pelo sócio da empresa. Total ................................... (45.484) 1.213.227 1.188.358 Finalidade Encargos Amortização 2004 2003 Participação % ................... 99,99 99,99 99,99 Caixa Econômica Federal Aquis. Terreno 12% a.a. Juros e principal - mensalmente até 19.06.2005 23.673 65.591 Patrimônio Líquido ............. (45.491) 1.213.227 1.188.358 Banco Alfa de Investimento Capital de Giro 10% a.a.+ V.C. Juros pagos semestralmente e o princ. ao final do contr. em 07.02.05 2.750.397 3.005.601 Omamori Indústria de Alimentos Ltda. Delta National Bank (EUA) Capital de Giro 5% a.a. + V.C. Juros pagos semestralmente e o princ. ao final do contr. em 21.02.07 2.888.654 3.000.582 2004 2003 BNDES Aquis. Máquina 3% a.a +TJLP Carência de 12 meses 1.822.343 2.131.572 4.996 Saldo Inicial ................................................ - Total 7.485.067 8.203.347 Equivalência Patrimonial ............................. (453.667) - Passivo Circulante 605.543 43.728 Saldo Final ................................................. (448.671) 4.996 Passivo Exigível à L. Prazo 6.879.524 8.159.619 Total ............................................................ 4.996 Total Geral 7.485.067 8.203.347 Participação % ............................................ 99,92 99,92 Nota 8 - Capital Social: O Capital Social de R$ 1.710.818,15 é composto de 50.000 ações ordinárias, sem valor nominal, sendo 25.000 (vinte e cinco mil) de Patrimônio Líquido ...................................... (448.671) 4.996 classe “A” e 25.000 (vinte e cinco mil) de classe “B”. Marcos Roberto Veiga da Rosa - Contador - CRC 1 SP 183220/O-3 Newton Ceratti Evelina Ines Benedetti di Benedetto Mario Ceratti Benedetti Rosa Calicchio Ceratti DESDE 1932

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DESDE 1932

&/8% $7+/(7,&2 3$8/,67$12 EDITAL O Club Athletico Paulistano, com sede na Rua Honduras, 1400, nesta capital, faz público que foi cientificado pela associada Célia Berrettini do extravio do título social nº 2219, da série “A”, emitido de acordo com o Estatuto Social, razão pela qual expedirá uma 2ª via desde que, dentro do prazo de 10 dias, não houver qualquer reclamação de terceiros relativamente ao referido título. São Paulo, 28 de setembro de 2005. CLUB ATHLETICO PAULISTANO.

Edital de Citação - Prazo 20 dias - Proc. 3696/02. Dr. Gilberto Luiz C. Franceschini, Juiz de Direito da 6ª Vara Cível da Comarca de Campinas/SP. Faz saber a Ceralit S/A Indústria e Comércio, CNPJ: 56.992.555/0001-11, que se processa o Pedido de Falência proposta por São Lucio Comercial Importação e Exportação Ltda, visando o recebimento de R$ 43.714,22 (out/02), mais acréscimos legais “a posterior” no prazo de (03) dias, sob pena de ser-lhe decretada a falência, podendo em igual prazo contestar o feito. Encontrando-se o Representante Legal em lugar incerto e não sabido, fica a mesma devidamente citada para os termos da ação, sob pena de serem aceitos como verdadeiros os fatos articulados pela autora. (29 e 30/09)

COMUNICADOS INDÚSTRIA QUÍMICA FRONTER LTDA. torna público que recebeu da Cetesb, a renovação da licença de operação nº 29002234, para a atividade de “Fabricação de produtos químicos e reembalagem de produtos de higiene e limpeza”, sito à Rua André Bagi, 25 - Parada de Taipas - São Paulo - SP. &223(5$7,9$ +$%,7$&,21$/ ,17(5 &223 COMUNICADO Pelos poderes a mim conferidos na qualidade de Presidente desta Cooperativa, como dispõe o Estatuto da Cooperativa Habitacional Inter - Coop viemos por meio desta comunicar que apesar de inúmeras tentativas de contatos através de cartas, telegramas e notificações extrajudiciais via cartório com os Cooperados abaixo relacionados, não foi possível localizá-los “outrossim” notificamos sua exclusão do quadro de Cooperados conforme dispõe o Artigo 22º, item “C” do Estatuto que rege esta Cooperativa: Amanda Godoy de Almeida Marins, Claudia Dolores Abrantes Mendes, Daisy de Souza Beleza, Dulcinéia Rosangela Ferreira Vendramini, Luciola Ferreira de Souza, Edmilson Frederico da Silveira, Silvia Benedita Laurindo, Francisco Filizola Neto; São Paulo, 28 de setembro de 2005.

A R T F I X – PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE ADESIVAGEM LTDA. Rua Joaquim Nabuco, 43, sala 5, CNPJ 00.437.265/0001-51, Inscr. Estadual 114.273.404.119, Inscr. Municipal 2.335.110-1 COMUNICA O EXTRAVIO DOS SEGUINTES DOCUMENTOS: A) Matriz - Notas Fiscais de Competência do Estado TIPO Nota Fiscal Nota Fiscal Nota Fiscal Nota Fiscal Fatura

MODELO

SÉRIE

SUBSÉRIE

D E Única Única

1 1

1 1

B) Matriz - Notas Fiscais de Competência do Município TIPO MODELO SÉRIE SUBSÉRIE NF de Serviços NF Fat. de Serv.

A A

NUMERAÇÃO DE A 1 500 1 50 1 2.975 2.976 6.596 NUMERAÇÃO DE A 1 2.750 1 2.370

ESPÉCIE

SITUAÇÃO

Não preenchidos Não preenchidos Talão Preenchidos Formulário Contínuo Preenchidos ESPÉCIE

SITUAÇÃO

Talões Preenchidas Formulário Contínuo Preenchidas

C) Filial - Notas Fiscais de Competência do Estado TIPO Nota Fiscal Nota Fiscal

MODELO

SÉRIE

1 1

U U

SUBSÉRIE

NUMERAÇÃO DE A 1 2.050 2.049 2.228

ESPÉCIE

SITUAÇÃO

Talão Preenchidas Formulário Contínuo Preenchidas

D) Filial - Notas Fiscais de Competência do Município TIPO NF de Serviços NF de Serviços

MODELO

SÉRIE A A

SUBSÉRIE

NUMERAÇÃO DE A 1 400 1 674

ESPÉCIE

SITUAÇÃO

Talão Preenchidas Formulário Contínuo Preenchidas

E) Livro Registro de Inventário nº 3 da Matriz, que serviu para escriturar o inventário de 31/dezembro/1998 F) Livro Diário, Livro Balancete e Livro Razão do ano de 2001. (27, 28 e 29/9/2005)

ATAS

TOMADA DE PREÇOS &203$1+,$ '( '(6(192/9,0(172 $*5Ì&2/$ '( 6®2 3$8/2 &2'$63 CNPJ 61.585.220/0001-19 TOMADA DE PREÇOS Nº 003/2005- Contrat. empresa p/prest. servs. de eng. p/desobstrução, limpeza, retirada material assoreado e destinação dos mesmos, do dreno do Brooklin, ao longo da Av. Chucri Zaidan e Av. Luis Carlos Berrini/SP. Menor preço global. Edital: www.codasp.sp.gov.br, ou Av. Miguel Estéfano,3.900 - Água Funda - SP por R$ 100,00. Recebimento envelopes Documentação/Proposta no endereço acima, dia 14.10.05 às 10:00 h. Informações - Tel.: 5077-6586 - Sr. Mário.

FINANCEIRA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTOS #6# &#5 #55'/$.d+#5 )'4#+5 ':64#14&+0Ç4+# ' 14&+0Ç4+# &#

#6# &#5 #55'/$.d+#5 )'4#+5 ':64#14&+0Ç4+# ' 14&+0Ç4+# &1 $#0%1 /'4%#06+. &' +08'56+/'0615 5 # ° %02, 0 %1/2#0*+# #$'46# .QECN FCVC G JQTC 5GFG UQEKCN PC 4WC 4KQ FG ,CPGKTQ CPFCT GO $GNQ *QTK\QPVG /KPCU )GTCKU FG CDTKN FG FG\ JQTCU 2TGUGPnCU #EKQPKUVCU TGRTGUGPVCPFQ OCKU FG FQKU VGTnQU FQ ECRKVCN UQEKCN EQO FKTGKVQ C XQVQ GUVCPFQ VCODoO RTGUGPVGU Q 5T

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CONVOCAÇÃO

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(6&2/$ (63(&,$/ 3$5$ ('8&$d®2 '( (;&(3&,21$,6 ´ (µ EDITAL DE CONVOCAÇÃO A COMISSÃO ELEITORAL, constituída pelo CONSELHO DELIBERATIVO da Escola Especial para Educação de Excepcionais “4 E”, conforme dispõe o Estatuto Social em vigor, nos limites de sua competência torna público o presente edital de convocação dos senhores associados, no pleno gozo de seus direitos e deveres sociais, para exercitarem o direito de votar e serem votados, através de eleição por voto direto e escrutínio secreto para os cargos de Conselho Deliberativo e Diretoria, que serão realizadas no dia 08 de novembro de 2005. Com início às 08:00 horas e encerramento às 14:00 horas, sem interrupção, na sua sede social à Rua Bresser, 2.701 - Brás, Capital. As inscrições dos candidatos e chapas serão recebidas por esta Comissão Eleitoral até às 16:00 horas do dia 31 de outubro de 2005 na sala onde funciona a secretaria da Escola. Comissão Eleitoral: Presidente - Rita de Cássia do Carmo e Secretárias: Maristela Pereira da Silva Bernardo e Juliana Serikawa Manna. Convocamos também, toda a Diretoria para Assembléia Geral Ordinária, no dia 19 de outubro de 2005, às 15:00 horas, para Aprovação da Proposta Orçamentária, conforme reza o Estatuto Social.

EMBRASERVICE - SERVIÇOS DE INFRA - ESTRUTURA E DE ALIMENTAÇÃO LTDA., inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas - CNPJ - MF - sob o nº 59.059.337/0001-17, localizada à Calçada das Palmas, 98 - Centro Comercial de Alphaville - Município de Barueri - Estado de São Paulo - CEP 06453-041, vem à praça declarar o extravio da documentação do período compreendido entre 02/ 1992 a 07/2003, conforme relação abaixo discriminada: -Folhas de Pagamentos; -Guias de GRPS e GPS; -Guias de Recolhimentos de FGTS + RE e GFIP-FGTS; -Guias de Contribuição Sindical dos Funcionários e Patronais, Guias de Contribuições Assistenciais e outras; -Guias de DARFs. ref. aos impostos-COFINS, PIS, IRRF, IRPJ, CSLL,Guias de ISSQN e TLIFs; - GUIAS de ICMS; -Declarações de IRPJ, DIPJ, DCTFs; -Balanços, Balancetes, Demonstrações Contábeis e Lalurs; e -Todo o Acervo Fiscal(Notas Fiscais) e Contábil (Cópias de Cheques e Comprovantes).

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DECLARAÇÃO

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FALÊNCIAS & CONCORDATAS Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 24 de setembro de 2004, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falências: Requerente: Rapp Collins Marketing de Relacionamento Ltda. - Requerido: Fortaleza Consultoria Fomento Comercial Ltda. - Rua São Bento, 365 conj. 63 - 01ª Vara de Falência Requerente: Delcrédito Cobranças Mercantis e Assessoria Documental Ltda. Requerida:

Bambu Art. Ind. Com. de Artefatos Ltda.- ME - Rua dos Cambuís, 49 - 01ª Vara de Falência Requerente: SG – Fomento Mercantil Ltda. - Requerido: Estoril Comercial e Artigos para Decoração Ltda. - Av. Nossa Senhora do Ó, 2012 02ª Vara de Falência

ATAS


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 29 de setembro de 2005 Nilson Konrad/Divulgação/AE

INDÚSTRIA PAULISTA AINDA RESPIRA, MAS PERDE O FÔLEGO Resultado do INA aponta expansão da produção de 0,9% em agosto sobre o mês anterior. Na comparação com igual período de 2004, houve redução de 0,4%

O Brasil perde competitividade O tigações sobre a corrupção estavam no início. Para analistas, isso significa que o Brasil poderá cair mais ainda no ranking no próximo ano. "A pesquisa não é sobre a percepção dos eventos da semana anterior, mas uma pergunta geral com relação à operação do sistema judicial, à honestidade dos políticos e dos membros do setor público. O que a comunidade empresarial disse é que há preocupações em relação ao entorno institucional. A pergunta não se refere ao chefe de Estado, mas é um fato que a comunidade empresarial notou uma deterioração no ambiente institucional entre 2004 e 2005" , disse o economista. As dúvidas quanto às insti-

tuições públicas e o favorecimento de funcionários do governo foram os principais motivos do baixo desempenho do País. A confiança do empresariado também foi afetada com o enfraquecimento da coalizão partidária que governa o País. A liderança mundial é da Finlândia. Mas Namíbia, Costa Rica, Colômbia, Uruguai, Tunísia e Botsuana ocupam melhores posições que o Brasil. A queda registrada ainda deve ser considerada juntamente com a inclusão de novos países que não haviam sido avaliados no ranking de 2004. Três deles – Catar, Kuwait e Casaquistão – foram incorporados neste ano e aparecem acima da posição brasileira. (AE)

Microempresas ficam mais osciosas A s micros e pequenas empresas registraram queda de 1,1% no uso da capacidade instalada em agosto. Ainda assim, o faturamento subiu 1,4%. O levantamento foi divulgado pelo Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi). Os principais problemas para os empresários em agosto foram os impostos (26%), as vendas (19%), custo da matéria-prima (19%), juros e financiamentos (13%) e a política (16%). Em relação à inadimplência, 76% das empresas tiveram dificuldade para receber seus créditos. Enquanto isso, o Sebrae avança nas parcerias com ins-

tituições financeiras para ampliar as possibilidades de financiamentos que possam fortalecer e garantir os pequenos negócios. Na semana passada, representantes da entidade e

do BNDES discutiram como reforçar o aporte de recursos às empresas fornecedoras das chamadas empresas âncoras e integrantes de Arranjos Produtivos Locais. (Agências)

A

produção da indústria paulista registrou um ligeiro crescimento de 0,9% em agosto sobre julho, conforme o Indicador do Nível de Atividade (INA) divulgado ontem. Calculado pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), com base em dados de 17 setores da indústria de transformação, a variação representou queda de 0,4% comparado ao mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, a produção industrial paulista cresceu 3,3%. O INA de 2005 deve fechar com alta variável entre 4% e 4,5%, segundo análise do economista-chefe do Ciesp, Carlos Cavalcanti. A estimativa prevê redução significativa em relação ao ano passado, que foi de 8,3%. Embora esperasse um desempenho semelhante ao de 2004, ele avalia que o resultado deste ano, entretanto, não será tão ruim porque a base de comparação é muito alta. O diretor do departamento de economia do Ciesp, Antônio Correa de Lacerda, afirma que o crescimento da ativida-

de ainda é muito baixo quando comparado com o mercado internacional. "A falta de investimentos públicos prejudica o crescimento industrial", diz. Os economistas são unânimes em afirmar que o excesso de cautela e conservadorismo do governo prejudicam os investimentos públicos em in-

O superávit primário de 6,2% foi alcançado com repressão aos investimentos públicos que poderiam ter gerado mais dinamismo à economia Carlos Cavalcanti, economista-chefe do Ciesp fra-estrutura. "O superávit primário de 6,2% foi alcançado com repressão aos investimentos públicos que poderiam ter gerado mais dinamismo à economia", afirma Cavalcanti. O mês de agosto tradicionalmente é considerado o período de maior aquecimento da pro-

dução. No entanto, os resultados alcançados no mês passado não sugerem que haverá crescimento anual. Para o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini, o resultado é um alerta que levanta dúvidas sobre o futuro. Destaques – O INA de agosto registrou alta de 5,7% nos setores de Máquinas e Equipamentos e de 2,2% no de Coque, Refino de Petróleo, Combustível Nuclear e Produção de Álcool. As maiores quedas foram em Alimentos e Bebidas, que ficaram em 3,6%. Os resultados de aumento do INA para o setor de Máquinas e Equipamentos sinalizam que houve mais investimentos em economia e que as exportações também evoluíram. O dado coincide com os resultados do PIB divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) recentemente. Segundo o relatório, houve aumento de 5% na formação bruta de capital fixo. O destaque do setor de Máquinas e Equipamentos comprova que os investimentos em maquinário continuam. Cejana Montelo DC

O setor de máquinas e equipamentos foi o que apresentou o maior crescimento na produção em agosto

ambiente político no Brasil fez com que o País despencasse oito posições no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial divulgado ontem na Suíça. Diante da crise, a percepção de empresários em relação à competitividade do País foi duramente afetada e a economia brasileira passou da 57ª para a 65ª posição entre 117 países. Para Augusto Lopez-Claros, economista chefe do Fórum Econômico Mundial, se a corrupção ainda não afetou a economia brasileira, "a percepção dos empresários é o primeiro passo" para que isso ocorra. O levantamento foi feito com empresas e concluído em maio, período em que as inves-

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De lavrador a dono do Grupo Hübner

Fotos: Rodolfo Buhrer

DIÁRIO DO COMÉRCIO

24 -.EMPREENDEDORES

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

EMPREENDEDORES

Quando era menino, Nelson Hübner trabalhava na lavoura e sonhava em ter um bom emprego. Foi graças a um torno, comprado a prestações, que fundou o Grupo Hübner.

Grupo Hübner deve seu nome ao proprietário e fundador da empresa, Nelson Hübner. O logotipo, por sua vez, trata-se da letra H estilizada. Como Nelson foi ferramenteiro e produzia muitos moldes, o quadrado localizado no centro da letra H simboliza uma peça forjada.

PEDRA

A

falta de capital foi a principal dificuldade encontrada por Nelson Hübner no início do seu empreendimento. "A experiência e o conhecimento do ramo nós já tínhamos. Vontade de trabalhar, por sua vez, estava sobrando", conta Nelson. No entanto, o montante para dar de entrada nas máquinas e as prestações do financiamento dificultaram a capitalização da empresa em seus primórdios.

N

SEGREDO o segmento metalúrgico, o empresário deve ser uma espécie de guerreiro. Ele deve lutar contra todos e não se deixar abalar por eventuais fracassos. Esse é o segredo empresarial de Nelson Hübner. Ele ressalta ainda a importância de uma planilha de custos bem planejada, assim como ter bons argumentos ao negociar preços com clientes. "Muitas empresas quebram porque os respectivos departamentos de venda não têm coragem de dizer não para seus clientes. É preciso respeitá-los, mas não temê-los", ressalta o empresário.

Faturamento do Grupo Hübner atingiu a marca de R$ 135 milhões no ano passado. A empresa foi fundada há 25 anos por Nelson Hübner e contava apenas com um torno para a produção das peças.

N

elson Hübner começou a trabalhar trabalha na lavoura, no interior de Santa Catarina, quando ainda era garoto. Filho de carpinteiro, ele sempre sonhou em estudar e aprender uma profissão. Seu objetivo começou a ser percorrido quando, aos 13 anos, se mudou com a família para Curitiba. Lá, cursou mecânica geral e tornearia no Senai. Depois de concluir o curso, teve sua primeira experiência profissional como torneiro mecânico na Fiat Lux. Como o bom filho à casa torna, Nelson voltou ao Senai para ser instrutor de mecânica. Quatro anos depois, foi trabalhar em uma fundição, última etapa antes de se tornar um importante empresário do setor metalúrgico. No começo da década de 80, quando trabalhava como vendedor técnico de ferramentas, Nelson conseguiu abrir a própria empresa. "A oportunidade surgiu quando um cliente me perguntou se eu não conhecia ninguém que podia fabricar as peças que estava vendendo", diz. O então vendedor não hesitou e disse que ele mesmo tinha condições de fabricá-las. Então, Nelson comprou a prestações junto com o irmão um pequeno torno, que foi instalado no fundo de um pequeno galpão. Foi aí que surgiu o Grupo Hübner, atualmente um conglomerado de empresas que fechou o ano passado com faturamento de cerca de R$ 135 milhões. A companhia atua nas áreas de briquetagem, carvoaria, siderurgia, fundição, usinagem e implementos rodoviários. Por meio dos contatos obtidos como vendedor técnico, o empresário logo expandiu sua rede de clientes. Começou a fazer vitrôs para a Bosch, buchas, pinos, carcaças, entre outras, para diversos clientes. "Nosso foco inicial era oferecer pequenos serviços de manutenção para grandes empresas multinacionais da Cidade Industrial de Curitiba", conta. Como a aceitação foi ótima, as mesmas empresas começaram a pedir lotes de peças cada vez maiores. Então, a Hübner inovou ao adquirir máquinas dotadas de comando numérico computadorizado - CNC - que diminui custos, perdas e tempo de fabricação. A ampliação do número de máquinas exigiu a transferência da fábrica de um galpão de 200 metros quadrados para outro de 800 metros quadrados, em 1983. Maturidade Em 1989, o Grupo Hübner mudou novamente de sede, dessa vez para um galpão de 8 mil metros quadrados. Na ocasião, a empresa fechou um contrato para usinagem de cabeçotes de motor para a Volvo do Brasil. O investimento na nova fábrica, de US$ 7,5 milhões, proporcionou a construção de uma própria célula de usinagem. "Conseguimos superar muitas crises. Em 1990, na época do Plano Collor, chegamos a pedir concordata. No entanto, em um ano, levantamos a empresa novamente". Antes da crise do conturbado governo Collor, a Hübner fabricava apenas peças para montadoras e seus respectivos clientes. Como alternativa à

crise, a empresa teve que partir para um mercado alternativo: a de reposição de peças. Daí nasceu a Auto Linea, produzindo inicialmente blocos de motor da linha MercedesBenz. Tal decisão visou a ampliação dos mercados de atuação da Hübner, tornando-a menos dependente das oscilações do mercado de produtos originais. Atualmente, a Auto Linea é o carro-chefe do Grupo Hübner e está instalada na cidade de Araucária, na região metropolitana de Curitiba. A empresa exporta para mais de 30 países e comercializa blocos, cabeçotes, roscas sem fim, setores de direção e ajustadores automáticos de freio. Estrutura Além da Auto Linea, também fazem parte do Grupo duas fundições de ferro - a Fundição Impar e a Fundição

Hübner - localizadas na cidade de Ponta Grossa, a 100 quilômetros da capital paranaense. "Essas unidades têm capacidade de produção de 2,5 mil toneladas mensais e fornecem juntas peças fundidas tanto para a planta de Araucária quanto para diversas outras empresas do setor automobilístico, principalmente da linha pesada", explica Nelson. O Grupo opera ainda uma fundição de metais não-ferrosos, a Fundição Gammetal, com sede em Blumenau, Santa Catarina. A diversificação dos negócios do Grupo levou a aquisição, em 2003, da Siderlinea Siderurgia, localizada na cidade mineira de São Gonçalo do Pará. Com esta siderúrgica, que tem capacidade para produzir 4,4 mil toneladas mensais, o Grupo supre sua necessidade de ferro gusa, matéria-prima

para a produção de ferro fundido. Além disso, tem grande parte de sua produção exportada. Por fim, no ano passado, o Grupo Hübner lançou a marca Rodo Linea, que atua na fabricação de implementos rodoviários, como bitrens graneleiro e carga-seca, porta-containers de 20 e 40 pés, semireboques de três eixos, caçambas basculantes, canavieiras, entre outros produtos. Planos Também na área da siderurgia, o Grupo Hübner tem planos de investir aproximadamente R$ 31 milhões para implantar em 2006 a primeira siderúrgica de ferro gusa da região sul, na cidade de Ponta Grossa. A unidade terá capacidade total para produzir oito mil toneladas por mês. "Essa unidade trará vantagens competitivas para o Grupo, por

fornecer o ferro gusa ainda no estado líquido para as duas fundições de ferro", diz o empresário. O projeto prevê o reaproveitamento de recursos e resíduos, inclusive com a construção de uma termoelétrica. Novo empreendimento Para abastecer a nova siderúrgica, em outubro será inaugurada a Bricarbrás, na cidade de Jaguariaíva, no Paraná. A empresa realizará o processo de briquetagem e carbonização da serragem - resíduo da indústria madeireira - prensada e transformada em pequenos blocos, carbonizados em fornos especiais de maneira ecologicamente correta. O processo adotado pela empresa gera economia de tempo e alta produtividade, sem emissão de poluentes, e poderá utilizar também madeira de reflorestamento na produção.

CABECEIRA

Sim, empreender no Brasil é possível

P

Conseguimos superar muitas crises. Em 1990, na época do Plano Collor, chegamos a pedir concordata. Em um ano recuperamos a empresa e criamos a Auto Linea. Nelson Hübner

ara comemorar os cinco anos do Instituto Empreender Endeavor no Brasil, o livro Como Fazer uma Empresa dar Certo em um País Incerto traz o depoimento de 51 empreendedores brasileiros sobre os desafios de sobreviver às adversidades da política e economia nacional e ainda crescer, conquistando posição de destaque nos segmentos em que atuam. A história de cada empresário sobre seus negócios mostra que inovar e arriscar são regras básicas para quem quer tocar o próprio projeto. Além disso, cada um, no relato de seus erros e acertos, descreve como encontrou a fórmula para vencer. Pelas palavras de Aleksandar Mandic, fundador da Mandic;

Eduardo Ourivio, do Spoleto; Jorge Gerdau, na posição de segunda geração bem-sucedida; Abilio Diniz, do Pão de Açúcar, é possível perceber o quão variada será a experiência de leitura desta obra. São relatos de pessoas que não desistiram diante das incertezas do País. Inspiração para empreender, certamente, não faltará. (JM) ção

O

André Alves

Divulga

LETREIRO


www.dcomercio.com.br/c ampinas/ Edição de Campinas concluída às 00h10 Ano 81 - Nº 21.973

R$ 0,60

São Paulo, quinta-feira 29 de setembro de 2005

O 1º COMUNISTA NO PODER

Roberto Stuckert Filho/Agência O Globo

A 1ª vitória do governo em 7 meses Judoca anteontem, e de peixeira na mão no Lulão do MST na Bahia, ontem, Lula conquistou sua 1ª vitória em 7 meses no Congresso, ao eleger o deputado Aldo Rebelo, do PC do B-SP, para presidente da Câmara. Foi uma vitória apertada, em 2º turno, por apenas 15 votos contra o vice José Thomaz Nonô (PFL-AL), fora 6 votos em branco e 2 nulos. Lula cumprimentou Aldo imediatamente, o ex-presidente Severino se disse "muito feliz" em telefonema ao líder da bancada de seu partido, o PP, e José Dirceu comemorou no plenário (dir.). O novo presidente da Câmara é o 1º comunista na linha de sucessão presidencial. Páginas 3 a 6 Lula Marques/Folha Imagem

Sérgio Lima/Folha Imagem

Carlos Humberto/Agência Pixel

Novo aliado da MP do Bem Senador Jucá promete apoiar a ampliação do Simples a Afif Domingos, da ACSP. Página 15

BOA VIAGEM

TEMPO EM CAMPINAS Parcialmente nublado Máxima 28º C. Mínima 12º C.

R$ 12 milhões voltam aos cofres do BC PF em Fortaleza (foto) recupera parte dos R$ 164,7 milhões roubados do BC em agosto. E prende cinco. Página 20

Gustavo Pellizzon/Diário do Nordeste

Andre Penner

Vai aos parques

DÓLAR

NATAL

R$ 2,235. Queda de 1,06%.

Papai Noel já agita a 25 de Março

Página 13

Página 12


w w w. d co m e rc i o. co m . b r Edição concluída às 23h55

Ano 81 - Nº 21.973

R$ 0,60

São Paulo, quinta-feira 29 de setembro de 2005

O 1º COMUNISTA NO PODER

Roberto Stuckert Filho/Agência O Globo

A 1ª vitória do governo em 7 meses Judoca anteontem, e de peixeira na mão no Lulão do MST na Bahia, ontem, Lula conquistou sua 1ª vitória em 7 meses no Congresso, ao eleger o deputado Aldo Rebelo, do PC do B-SP, para presidente da Câmara. Foi uma vitória apertada, em 2º turno, por apenas 15 votos contra o vice José Thomaz Nonô (PFL-AL), fora 6 votos em branco e 2 nulos. Lula cumprimentou Aldo imediatamente, o ex-presidente Severino se disse "muito feliz" em telefonema ao líder da bancada de seu partido, o PP, e José Dirceu comemorou no plenário (dir.). O novo presidente da Câmara é o 1º comunista na linha de sucessão presidencial. Páginas 3 a 6 Lula Marques/Folha Imagem

Sérgio Lima/Folha Imagem

Carlos Humberto/Agência Pixel

Novo aliado da MP do Bem Senador Jucá promete apoiar a ampliação do Simples a Afif Domingos, da ACSP. Página 15

BOA VIAGEM

HOJE Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 10º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 12º C.

R$ 12 milhões voltam aos cofres do BC PF em Fortaleza (foto) recupera parte dos R$ 164,7 milhões roubados do BC em agosto. E prende cinco. Página 20

Gustavo Pellizzon/Diário do Nordeste

Andre Penner

Vai aos parques

DÓLAR

NATAL

R$ 2,235. Queda de 1,06%.

Papai Noel já agita a 25 de Março

Página 13

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12 -.FINANÇAS

DIÁRIO DO COMÉRCIO

COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 30 de setembro e 1 e 2 de outubro de 2005


sexta-feira, sábado e domingo, 30 de setembro e 1 e 2 de outubro de 2005

DIÁRIO DO COMÉRCIO

LAZER - 5

GASTRONOMIA

ADEGA

Fotos: Divulgação

Um tinto e um branco da Vinícola Pizzato Sérgio de Paula Santos

A

BBC mostra a Amazônia

No almoço de sábado, a combinação para comer bem e relaxar entre árvores: chorinho e feijoada

Feijoada e música de qualidade

Em Roma

A

mais aguardada estréia da TV a cabo neste ano, a minissérie Roma, produzida pela HBO, estréia no Brasil no próximo dia 9. Antes disso, como aperitivo de luxo, o History Channel vai exibir um making of dessa magnífica produção de 12 episódios – a mais cara de toda a televisão (US$ 100 milhões) –, filmados entre março de 2004 a abril de 2005 nos estúdios Cinecittà, na Itália. O programa será dividido em duas partes. A primeira vai ao ar no domingo, dia 2, às 19h30, e a segunda no dia 8, sábado, às 20h30.

Chávez na roda

O

presidente venezuelano Hugo Chávez é o convidado desta segunda no Roda Viva, da TV Cultura, que vai ao ar às 22h30. O programa foi gravado em Brasília, nesta semana. Paulo Markun vai comandar a entrevista, da qual paticiparam também o jornalista e escritor Fernando Morais, a colunista da Folha de S. Paulo Eliane Cantanhêde, Luiz Carlos Azedo, repórter do jornal Correio Brasiliense, Vicente Adorno, editor de Internacional do Jornal da Cultura, Ricardo Amaral, repórter da Agência Reuters, o jornalista e escritor Bob Fernandes e Lourival Sant'Anna, repórter especial do jornal O Estado de S. Paulo. Eleito em 1998, Chávez foi um dos líderes de um golpe militar em 1992. Em 2004, um referendo sobre sua permanência no poder mostrou que 59,3% dos 9 milhões de venezuelanos que votam no país apóiam sua permanência como presidente. Seus críticos, porém, dizem que ele cria um governo autoritário, e usa o dinheiro do petróleo para ganhar o apoio da população carente.

Lúcia Helena de Camargo

V

á ao Genuíno pela feijoada e aproveite para assistir a um belíssimo show de chorinho. Ou então convide os amigos para ouvir autêntica música brasileira, no início da tarde de sábado, e depois informe que durante a apresentação, pode-se comer uma ótima feijoada. Para assegurar a qualidade da música, basta informar que o conjunto que faz sua performance no local é o Varanda Paulista, cujo integrante mais famoso, Danilo Brito, venceu em 2004 o Prêmio Visa de Música. Ali, Danilo toca bandolim. No violão de sete cordas fica Clóvis Carvalho, com Sebastião Macedo no cavaquinho e Kika Viana no pandeiro. Há dois anos, o quarteto instala-se na área lateral do restaurante todo sábado, das 13h às 16h, executando clássicos do choro, obras de Jacob do Bandolim (Noites Cariocas), Ernesto Nazareth (Odeon), Pixinguinha (Ca rin ho so ), Chiquinha Gonzaga (Atraente), entre outros. As apresentações obrigatoriamente acabam com Brasileirinho, de Valdir Azevedo, um hit entre os freqüentadores. “Gostamos também de Cartola, Ary Barroso e Antonico”, diz Carvalho, que comanda o grupo nas apresentações semanais também no Bar Brahma, às quintas. Já o aval para o sabor da feijoada é dado toda a semana pe-

las mesas sempre lotadas, de gente que não perde uma só edição. No ambiente arejado misturam-se famílias com crianças, casais, grupos de amigos que entre uma ida e outra ao bufê pedem um chope (R$ 3,30). Entre os pratos quentes, além das cumbucas com todos os ingredientes devidamente separados da feijoada, há o imperdível torresmo crocante, couve de primeira sempre renovada no bufê, mandioca, batata e outras frituras nada recomendáveis a uma dieta de poucas calorias. Mas quem vai pensar em regime numa hora dessas? Com a sobremesa (pudim, frutas, mousse, doces) incluída, cada pessoa paga R$ 27,50 pelo bufê, com direito ainda às batidas de maracujá, coco e limão. As crianças de seis a 12 anos pagam R$ 15; e a refeição é grátis para menores de cinco anos de idade. E vale informar: a casa não cobra couvert artístico. O Genuíno Bar e Choperia, cujo nome – com “u” – nenhuma relação tem com políticos do governo ou fora dele, está instalado em um sobrado reformado da década de 1930,

que oferece vários ambientes: um deck com teto retrátil, um bar com espelhos, um salão interno que lembra um quintal, local preferido pela maioria nos dias quentes, tanto por ficar mais perto dos músicos quanto das árvores, especialmente ipês roxos. Há ainda na casa um salão fechado, reservado para festas de aniversário, casamentos e confraternizações. Além da feijoada, o cardápio lista petiscos, sanduíches e porções. Os destaques ficam para a Picanha no Rechaud, servida acompanhada de farofa, polenta frita, vinagrete e alho frito (R$ 29,50, para duas pessoas) e o Bolinho de Abóbora com Carne Seca (sete unidades, R$ 14). Entre os sanduíches quentes, há o Lanche do Estudante (filé mignon à milanesa, queijo mussarela, azeitona preta, alface americana na baguete, R$ 14) e o Buraco Quente (c a rn e moída temperada, no pão francês, preço R$ 7). Se a idéia for ficar na comida light, a casa tem opções de saladas, como a Genuíno (alface americana, rúcula, tomate, peito de peru defumado, mussarela de búfala, palmito e molho champagne – R$ 14). Se esse for o pedido, apenas evite passar pelo bufê de feijada, pois de lá não sairá com o prato vazio. Genuíno Bar e Choperia - Rua Joaquim Távora 1217 - Vila Mariana, tel: (11) 5083-4040.

HAPPY HOUR Fotos: Luludi/Agência Luz

Gijo´s: ambiente descontraído e Juno, que ofereceu-se para encaminhar mensagem ao presidente

BBC Amazônia

A

inglesa BBC, produtora dos melhores documentários exibidos nas TVs de todo o mundo, assina mais uma produção imperdível que será exibida em cinco episódios a partir desta quinta, dia 6, às 20h30, pelo Animal Planet. Trata-se da série Abismo Amazônico, realizada em conjunto com a USP, que registra a primeira expedição de mergulhadores à bacia hidrográfica do Amazonas. São águas habitadas por estranhos peixes elétricos, bagres, arraias e os primitivos botos cor-de-rosa e infestadas de morcegos vampiros. O programa mostra os percalços enfrentados pelos pesquisadores, seja em perigosas correntezas ou em violentas tempestades de relâmpagos. Os demais capítulos irão ao às quintas, às 20h30, até o dia 3 de novembro. Regina Ricca

Chuleta e linha direta com o Planalto

Pizzato Chardonnay reserva - 2005 Produzido pela Vinícola Pizzato, Bento Gonçalves. Disponível em São Paulo em sua representante. Tel.:(11) 55365265. Preço: R$ 25. É o primeiro vinho branco da empresa. Valeu a espera. Elaborado em tonéis de aço inoxidável o vinho não passou por madeira, nem foi submetido à fermentação malolática. Resultou um vinho leve, frutado e elegante. A uva colhida no início de fevereiro, foi processada, fermentada, vinificada e lançada em setembro. De coloração amarelo-esverdeada e límpido, no paladar tem notas cítricas, com maça verde, pêra e abacaxi. A produção foi limitada a 7.500 garrafas, que será certamente consumida neste verão. Avaliação: 82/100 Divulgação

TV

produção vinícola brasileira é pequena, de cerca de 3,2 milhões de hl anuais em média, dos quais 80% é proveniente de uvas híbridas, não viníferas, freqüentemente contidos em garrafões. Esse vinho é desprezado pelos conhecedores (e pelos que pensam ser), mas a apreciadíssimo pela grande maioria dos consumidores, tanto que representam, como dito, a maior parte da produção nacional. Os restantes 20% são de uvas viníferas (Vitis vinífera), ditas nobres, de cartas brancas, tintas e rosadas. Nosso consumo de vinho "per capita" é muito pequeno, cerca de 1,8 l. anual, principalmente se comparado com o de outros países vinícolas - Argentina 33 l, França 60 l. Itália, 59 l., Portugal, 58 l, etc, etc. Assim, se por um lado temos um relativo pequeno mercado de vinhos, por outro, potencialmente esse mercado se bem trabalhado e informado, tem possibilidade de expandir-se, o que já não ocorre nos países tradicionalmente vinhateiros. Com relação a produção nacional, as maiores fatias do mercado estão com as grandes empresas, sendo as demais porções, pulverizadas entre as menores. Nessas condições, para uma empresa menor, sem grande poder de marketing ou de penetração nos pontos de venda ou restaurantes, poder aparecer junto ao consumidor, tem que se valer da qualidade de seus vinhos, do tempo para fazê-los conhecidos e evidentemente da sorte. Entre a dezena ou dúzia de pequenas empresas vinícolas brasileiras que produzem bons vinhos, lembramos hoje a Pizzato, do Vale dos Vinhedos em Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul, da qual provaremos hoje dois vinhos, um tinto e um branco. A Pizzato possui 43 ha. de vinhas e iniciou suas atividades em 1998. Poucos anos antes adquirira e remodelar as instalações da Vinícola Mônaco, vinhateiros tradicionais e queridos no Rio Grande do Sul. Ainda hoje, um de seus descendentes, faz vinhos... na Califórnia. O primeiro vinho da Pizzato, foi um Merlot 1999, muito bem recebido no mercado.

Pizzato Merlot - 2003 Mesmo produtor e mesmo representante. Tel.: (11) 5536-5265. Preço: R$, 23. Foi o primeiro vinho da empresa, lançado em 1999. O de 2004, de cor rubi escura é límpida e brilhante. De aroma complexo e duradouro, na boca é encorpado, potente e harmônico, com toques de anis, ameixa e baunilha. Os taninos arredondados completa a estrutura do vinho. Acompanha bem carnes temperadas, caça e massas. Os pratos com base de alcachofra que o acompanharam, não foram os ideais. Avaliação: 84/100 Cotações: G Regular - 50 a 60 pontos sobre 100 possíveis G Bom - 60 a 70 pontos G Muito Bom - 70 a 80 pontos G Ótimo - 80 a 90 pontos G Excelente - acima de 90 pontos.

Harmonia à mesa

Armando Serra Negra

B

ons tempos de Marcon! Vinho tinto seco, de uva tipo "folha de figo" (R$10) – fabricado em Andradas, Minas Gerais – é, na opinião do presidente Lula, o melhor acompanhamento para uma boa refeição. De preferência a chuleta assada, seu prato predileto. Quem revela isso é Juno Rodrigues Silva, o simpático e falante "Gijo", 62 anos de idade. Além de ser o churrasqueiro preferido de Lula, é também seu amigo de longa data, dos tempos em que ambos trabalhavam na indústria automobilística. A especialidade do Gijo's, ambiente amplo, iluminado e descontraído é mesmo a chuleta, que atrai os empresários da região. Além do sabor, sua qualidade já valeu várias outras matérias gastronômicas, expostas na parede. A casa vive cheia, para degustar os 850 gramas de contra-filé no osso, acompanhada de salada mista, arroz e feijão (R$ 340 para duas pessoas). "A minha receita é patenteada", diz ele. A carne macia chega à mesa fume-

Chuleta: preferida do presidente

gando sobre uma bandeja de pedra quente, em moldura de madeira para não queimar as mãos. Sobre ela, uma saraivada de batatas fritas, páreo duro para qualquer picanha, maminha, bisteca ou filé mignon. Depois da suculenta refeição, nada melhor do que um digestivo no Bar da Rosa. Aberto há 37 anos, é ponto de encontro da moçada local para uma animada happy hour: Bohemia (R$ 3), Brahma e Antártica (R$ 2,50), caipirinha (R$ 4), caipiroska (R$ 6) fazem a festa. Festas que varam a madrugada em aniversários e confraternizações, quando a churrasqueira de tijolinho entra em ação... Há alguns anos uma padaria mais incrementada abriu do

Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, O Vinho e suas Circunstâncias, Senac, São Paulo, 2003.

outro lado da rua, mas a freguesia do boteco não arredou pé: "A tradição está aqui!", exclama um cliente, entre uma birita e outra. Enfim, dois pontos turísticos de São Bernardo do Campo, que valem o passeio. PS: Gijo ofereceu-se para encaminhar uma mensagem desta coluna ao presidente da República. Segue um trecho da resposta do Planalto: "A luta contra a corrupção e pela transparência governamental continua firme ... o Presidente tem pessoalmente afirmado que os infratores da Lei, da Ética e da Moral - adversários ou correligionários - terão de enfrentar a Justiça". Esperemos... Contato: www.pr@planalto.gov.br Gabinete Pessoal do Presidente da República a/c Cláudio Soares Rocha. Gijo’s Restaurante - Rua Cristiano Angeli 930 São Bernardo do Campo, tel.: (11) 4351-4846. Bar da Rosa - Rua José Bonifácio 684 São Bernardo do Campo, tel.: (11) 4127-1512

O

recente lançamento Guia Prático de Harmonização Gastronômica com Vinhos e Espumantes Brasileiros, de Paulo Milreu (AW Editora, 80 páginas, R$ 35) apresenta, em linguagem acessível e profusamente ilustrado, conceitos simples sobre combinações entre vinhos e alimentos, lista as principais uvas e suas características, além de dar o perfil das vinícolas nacionais e seus melhores produtos. Funciona como orientação na hora de escolher o melhor vinho para acompanhar a feijoada (Tannat), arroz e feijão (Gamay), vatapá (Chardonnay) ou molhos, como pesto (Merlot), Carbonara (prosecco). Ao final, mostra as taças mais adequadas e fecha com a recomendação "Aprecie com moderação", que vale para a bebida e para a obra, pois harmonia é sempre uma questão de gosto pessoal. (LHC)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 30 de setembro e 1 e 2 de outubro de 2005

Logo Logo

Eu diria apenas que Deus está vendo.

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www.dcomercio.com.br/logo/

Do ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, sobre dom Luís Flávio Cappio, bispo que faz greve de fome para impedir o projeto de transposição do rio São Francisco. A CNBB apóia o bispo.

Rafael Neddermeyer/AE.

Pagamento de IRPJ, Carnê-Leão, IPI, ITR, REFIS/PAES/SIMPLES, Contribuição Sindical e ISS. Dia da Navegação Internacional. Dia da Secretária.

SETEMBRO

2 -.LOGO

C ULTURA C A R T A Z

MUSICA Osesp Global

Silêncio no mundo da viola

Aos 81 anos, a violeira Helena Meirelles, que só foi descoberta na década de 90, morre em Campo Grande

D Divulgação

A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, Osesp, recebe nesta semana o maestro tcheco Libor Pesek e a pianista ucraniana Valentina Lisitsa. No programa, Rachmaninov e Mozart. Hoje, às 21h, e amanhã, às 16h30. Sala São Paulo. Praça Júlio Prestes, s/n. Fone: 3337-5414. R$ 25,00 a R$ 79,00. MAIS PROGRAMAÇÃO NO DCULTURA. F UTEBOL

motorista de táxi. Ele se diz corintiano. Edilson é acusado manipular, por dinheiro, o resultado do jogo Corinthians x São Paulo, disputado em 7 de setembro, que terminou com a vitória sãopaulina por 3 a 2, de virada. "Acho que ele devia ficar satisfeito, porque no meu lugar, tem gente que faria muito pior", advertiu o torcedor, que garante não pertencer a torcidas organizadas.

I RAQUE

C OMÉRCIO

Reconstrução com móveis brasileiros

Encontro ensina a evitar fraudes

A feira destinada à reconstrução do Iraque, realizada este mês em Amã, na Jordânia, teve a participação de 13 fabricantes brasileiros de móveis que esperam vender US$ 10 milhões para o país. Os brasileiros já comercializarem móveis com Oriente Médio há alguns anos. O mercado é promissor também para outros setores, tanto que as vendas externas para a região dobraram de US$ 500 milhões em 2003 para US$ 1 bilhão em 2004.

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) promove na segunda-feira, dia 3, em São Paulo, um workshop que abordará formas de evitar fraudes de funcionários, clientes e fornecedores. O curso também analisará os casos mais comuns no setor será ministrado por Percival Maricato, autor dos livros Como Montar e Administrar Bares e Restaurantes (Senac-SP) e Marketing para Bares e Restaurantes (Senac Nacional).

www.abimovel.org.br

Abrasel: (11) 3664-7418

C ONSUMO

P ERSONAGEM

Helena Meirelles, reverenciada como virtuose da viola caipira

"Helena Meirelles fez renascer a viola caipira. Era arte pura". A violeira ficou no esquecimento por 30 anos, até ser encontrada, doente por uma irmã, que a levou para São Paulo, onde foi acolhida como exímia violeira pelos paulistas. Fez o primeiro show em teatro aos 67 anos. Para o crítico Zuza Homem de Melo, isso foi positivo. "Artistas que surgem já no final da vida vêm sem os vícios do mercado, o que lhes dá

uma trajetória singular". Os brasileiros só a descobriram em 1993, depois que a revista americana Guitar Play a comparou com instrumentistas como Eric Clapton e Keith Richards. Em seus anos de estrada, passou também por "casas de mulheres". "Queria fazer música, mas a dona disse que se eu recebesse homens ganharia mais dinheiro", contou ela, candidamente. Helena dizia que sua música

Marcelo Ferrelli/GPS/AE

L

O avião com decolagem vertical M400 Skycar é a novidade do Natal nos EUA. Vendido pela loja Neiman Marcus, o veículo é anunciado como tão prático e barato quanto um carro.

O jornalista aposentado Manoel Barbosa Victal, de 68 anos, sairá amanhã, a pé, da praça da Sé de São Paulo e caminhará 2.200 quilômetros até a praça da Sé de Salvador. Com isso, ele pretende resgatar a dignidade dos jornalistas, divulgar um estilo de vida saudável, entrar no livro dos recordes e chamar a atenção para os idosos do País. Ele escolheu o dia 1º de outubro para iniciar a viagem porque é o dia do idoso.

Cruzando as fronteiras da fé O jornal religioso norteamericano Florida Baptist Witness, publicado desde 1884, traz uma reportagem sobre a região amazônica. O artigo, em tom poético, fala da floresta, dos rios Negro e Amazonas, da população indígena, do boto cor-de-rosa. Mas o ponto de interesse do texto é destacar a ação dos missionários batistas que conquistam fiéis a cada dia na região. São estimados mais de 33 mil moradores da região evangelizados americanos.

MODA ESPETÁCULO - Numa mistura de teatro, desfile de moda, vitrine e performance, o designer italiano Antonio Marras apresentou ontem sua coleção de roupas femininas de Primavera-Verão 2006. Marras é um dos destaques da semana de moda de Milão, na Itália. FATIMA PINHEIRO

B ATE-PRONTO

Prova de fogo dos consumidores

Show de laser no quarto

Furadeira que dá choque, estabilizador que não funciona, conta corrente que pesa no bolso, as últimas novidades sobre os custos dos planos de saúde. Tudo isso pode ser encontrado num único site, o Pro Teste. Para quem quer informações sobre testes comparativos entre produtos ou sobre os mais diversos estatutos que regulam as relações de compra e venda. Serve também a que quer protestar contra o desrespeito aos direitos do consumidor.

O Laserpod, criado pelo designer Chris Levine e pelo fotógrafo Mario Testino, é um aparelho/luminária que projeta imagens coloridas em laser. O "Lavalamp do século 21" custa US$ 100 nos EUA.

Investir em arte é um prazer ou um negócio? Pode ser as duas coisas. Os clubes são voltados justaA TÉ LOGO

A RGENTINA

Odebrecht amplia gasodutos O gás natural alimenta cerca de 1,4 milhão de veículos da frota Argentina e já representa 40% da matriz energética do país. A demanda por energia cresceu com a retomada da economia. E a ampliação dos gasodutos passou a ser prioridade. Doze trechos do gasoduto San Martin, por onde 60% do gás argentino é transportado, foram duplicados pela Construtora Norberto Odebrecht. www.odebrechtonline.com.br E XPORTAÇÕES

Chorando o leite derramado

Fotografia de Romulo Fialdine, Sem Título, 1998

mente para os pequenos colecionadores que apreciam arte e querem investir em boas obras, com o aval de um museu conceituado, que também dá ao novo colecionador a oportunidade de conhecer mais sobre os artistas brasileiros contemporâneos.

Qual o perfil dos novos mecenas? Os clubes permitiram uma mudança no perfil do colecionador: hoje há muitos jovens e profissionais liberais que se interessam por arte. www.mam.org.br

O setor leiteiro registrou em 2004 seu melhor desempenho no comércio internacional. As exportações de US$ 95,3 milhões e as importações de US$ 83,8 milhões renderam o superávit de mais de US$ 11 milhões. Os números sugeriam um ano de 2005 promissor. Mas o dólar barato estimulou as importações e provocou uma superoferta do produto no mercado interno. Resultado: um déficit acumulado de US$ 17,9 milhões no primeiro semestre e perspectivas negativas para este segundo semestre.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L OTERIAS

Exigência de visto para brasileiros reduzirá em 30% o movimento de turistas no México Arqueólogo diz ter desvendado caminho para a ilha de Ulisses, o herói grego da Odisséia

L

www.proteste.org.br

http://www.laserpod.com/

O

Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) mantém os clubes da gravura e da fotografia, que incentivam o colecionismo e divulgam artistas brasileiros. Com investimentos mensais que variam de R$ 180 a R$ 250, os novos colecionadores recebem em casa gravuras ou fotografias - que também constam do acervo do museu - para sua coleção particular. Uma garantia de que a obra será representativa da trajetória do artista e uma oportunidade para os novos mecenas, como conta a coordenadora dos clubes, Fatima Pinheiro.

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G @DGET DU JOUR

Obras para os novos mecenas

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F AVORITOS

CDs: de Helena Meirelles: Helena Meirelles (1994), Flor de Guavira (1996) Raiz Pantaneira (1997) De Volta ao Pantanal (2003) FILMES: sobre Helena Meirelles - A Dama da Viola, de Francisco de Paula e Dona Helena, de Dainara Tófoli (em fase de finalização).

B RAZIL COM Z

Divulgação

"Sou jornalista, sou resistente"

não era copiada de ninguém. Vinha de dentro e, por isso, não podia ser imitada. "Acho que aprendi com Deus, porque sempre saí tocando e deu certo. Primeiro, eu não pensava em viver disso, era só diversão, mas agora faço show sempre que posso", disse ela ao jornal O Estado de S. Paulo, em 2003. O músico Almir Sater resume a trajetória da artista: "Dona Helena era uma referência. Nesse cenário em que o País beira a mediocridade musical, ela era uma pessoa rara, que fazia música com poesia". (AE)

François Guillot/AFP

L

Assim que deixou a carceragem da Política Federal, em São Paulo, no início da madrugada de ontem, depois de cinco dias detido, o árbitro Edilson Pereira de Carvalho (foto) foi agredido por um torcedor diante das câmeras de TV. O torcedor - que se identificou apenas como Eliseu - afirmou que o protesto não foi planejado. "Eu estava lá a trabalho, mas quando vi a cara de pau dele, rindo, como se nada tivesse acontecido, não agüentei e dei um tapa mesmo", contou Eliseu, 41 anos, pai de quatro filhas e que trabalha como

Marcelo Ferrelli/GPS/AE

O tapa da nação corintiana

ois dias depois de ter recebido alta da Santa Casa de Campo Grande, morreu ontem, aos 81 anos, a violeira Helena Meirelles. Ela foi internada três vezes este ano, para tratar de pneumonia crônica. Depois do tratamento na UTI do hospital, apresentou melhora e foi para casa. Conhecida como a "dama da viola", desde criança acompanhava comitivas de boiadeiros e rodas de violeiros até mostrar afinidade com o instrumento, aos 9 anos, quando encantava os vaqueiros no Pantanal de Mato Grosso do Sul, onde nasceu. Aprendeu sozinha a tocar viola, e foi proibida de estudar porque moça "direita", naquela época, podia até tocar piano, viola, jamais. Liberdade era o seu grito de guerra e tocava indiscriminadamente para todas as platéias. Abandonou dois maridos e entregou os dois filhos para pais adotivos. Com seu terceiro marido, viveu por 35 anos. Sobre ela, o músico Yamandú Costa disse:

Valéria Gonçalves/AE

E M

Justiça pode determinar conclusão da duplicação e restauração da BR-166 em seis meses

Concurso 1505 da QUINA 02

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 30 de setembro e 1 e 2 de outubro de 2005

CINEMA Fotos: Divulgação

ESTRÉIAS Divulgação

Mindlin e Batista: documento

Emocionante

Agonia e Glória: Lee Marwin no papel do atormentado sargento, alter-ego de Samuel Fuller

Revendo a história de Vlado

SESSÃO MEMÓRIA Memorial faz mostra Eu me recordo, com grandes filmes

Fanny e Alexander: olhar infantil durante uma festa de Natal, no dia 6

U

ma narrativa cativante é essencial em qualquer história que se conte. Quando o filme usa o recurso de voltar ao passado para relatar acontecimentos de certa época, então as cores da memória ganham importância. Esse é o ponto de ligação entre os filmes selecionados para figurar na mostra Eu me recordo, que começa amanhã, sábado 1º de outubro, na videoteca do Memorial da América Latina, e estende-se até o dia 29, com sessões de terça a sábado. Na programação, há grandes produções e clássicos inesquecíveis, como Morangos Silve st re s, de Ingmar Bergman, que será exibido nos dias 1º e 18. A impecável narrativa traz Victor Sjostrom, Ingrid Thulin e Max Von Sydow no elenco, para contar a história do professor de medicina Isak Borg, que a caminho da Universidade de Lund, onde receberá um prêmio pelos 50 anos de carreira, relembra os principais momentos de sua vida Também no primeiro dia, será exibido Menino de Engenho , de Walter Lima Jr. O elenco conta com Geraldo Del Rey, Sávio Rolim, Anecy Rocha, Maria Lúcia Dahl e Antônio Pitanga. Baseado no romance de José Lins do Rego, mostra a decadência da aristocracia rural nordestina através da difícil adaptação do menino, que depois de perder a mãe, é enviado à fazenda de parentes. Com exibição programada para os dias 4 e 19, O Mensageiro, dirigido por Joseph Losey, traz Julie Christie e Alan Bates na saga do homem que relembra sua infância na função de

Amarcord, um clássico de Fellini em homenagem à terra em que nasceu, Rimini

correio elegante, entregando cartas de amor entre jovem aristocrata e um fazendeiro. A trama foi criada pelo dramaturgo Harold Pinter a partir de romance de L.P.Hartley. E ainda Verão de 42. A direção é de Robert Mulligan. O personagem adulto conta suas aventuras, aos 15 anos, em um verão passado com a família na praia, nos Estados Unidos, em plena Segunda Guerra Mundial. Com os hormônios aturdidos como todo adolescente, ele relaciona-se com a mulher de um soldado. No dia 5, com nova exibição no 20, é a vez do relato autobiográfico de Federico Fellini, com Amarcord. A nostalgia e o mundo dos sonhos se encontram para narrar, sob o ponto de vista do jovem italiano, nos anos de 1930, seus problemas com família, sexo e o nascimento do fascismo na Itália. Também na quarta 5 será exibido outra cinebiografia, Pai Pa-

trão, dirigido por Paolo e Vittorio Taviani. Com Omero Antonutti e Saverio Marconi no elenco, conta a vida de Gavino Ledda, mostrando sua infância miserável na Sardenha, oprimido pela ignorância do pai, passagem pelo continente e a volta à aldeia natal. Fanny e Alexander, outro de Bergman, apresenta o universo de uma família sueca, pelos olhos de duas crianças durante uma festa de Natal. Será exibido nos dias 6 e 21, assim, como A Família, de Vittorio Gassman, com Stefania Sandrelli, Fanny Ardant, Philippe Noiret e Carlo Dapporto, que trata do cotidiano de outra família, aqui italiana, desde o início do século 20, narrada a partir do nascimento até o 80º aniversário de um dos membros. Com direção do ex-soldado Samuel Fuller, Agonia e Glória traz Lee Marwin como o sargento americano no comando de uma companhia de infantaria em missões na Europa, durante a Segunda Guerra, mas atormentado por um fato acontecido na Primeira Guerra Mundial. Já Quando papai saiu em viagem de negócios, de Emir Kusturica, mostra o funcionário público da Iugoslávia dos anos 50 que vira vítima de intrigas e é preso. A família conta ao filho que o pai viajou a negócios. A narrativa é sob a perspectiva do menino. Os dois filmes passam na videoteca nos dias 7 e 22 de outubro. Até o fim do mês, serão exibidos também o sueco Minha Vida de Cachorro; Conta Comigo; Adeus, meninos, de Louis Malle; A Era do Rádio, de Woody Allen; Cinema Paradiso, entre outros grandes filmes. Lúcia Helena de Camargo

Programação Dias 1 e 18 - Morangos Silvestres (Smultronstället, Suécia, 1957, 95 minutos), de Ingmar Bergman; Menino de Engenho (Brasil, 1965, 81 minutos), de Walter Lima Jr. Dias 4 e 19 - O Mensageiro (The Go-Between, Inglaterra, 1971, 111 min), de Joseph Losey; Verão de 42 (Summer of'42, EUA, 1971, 104 minutos), de Robert Mulligan. Dias 5 e 20 - Amarcord (Amarcord, Itália, 1973, 118 minutos), de Federico Fellini; Pai Patrão (Padre Padrone, Itália, 1977, 108 minutos), dos Irmãos Taviani. Dias 6 e 21 - Fanny e Alexander (Fanny och Alexander, Suécia/França/Alemanha, 1982, 180 minutos), de Ingmar Bergman; A Família (La Famiglia, Itália/França. 1986. 123 minutos), de Ettore Scola. Dias 7 e 22 - Agonia e Glória (The Big Red One, EUA, 1980, 113 minutos), de Samuel Fuller; Quando papai saiu em viagem de negócios(Otac Na Sluzbenom Putu, Iugoslávia, 1985, 118 minutos), de Emir Kusturica. Eu me recordo - Fundação Memorial da América Latina - Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 Portão 1 (ao lado da estação Barra Funda do metrô), tel.: (11) 3823-4600. Sessões de terça a sexta (10h, 12h e 15h); sábado (10h30 e 12h30). Nos dias 6 e 21, sessões às 10h e 14h. Até 29 de outubro.

Geraldo Mayrink

E

stão se completando três décadas da morte de Vladimir Herzog e quase ninguém lembra, como mostram as primeiras cena de Vlado - Trinta Anos Depois, uma memória a respeito do seu personagem. Ele acordou vivo na manhã de 31 de outubro de 1975 e de tarde estava morto numa prisão militar, onde inventaram que se suicidara. Vlado o quê? A pergunta respondida assim por pessoas anônimas no documentário de João Batista de Andrade procede. Esqueceram dele, será? Vlado, como o chamavam, era especial. Ao contrário de desconhecidos assassinados na mesma época em que o trucidaram na cadeia, era iuguslavo de nascimento (sua família veio para cá, em funesta ironia, fugindo dos nazistas), foi cineasta e principalmente jornalista, com forte atuação na TV Cultura de São Paulo. O fim de Vlado escandalizou o País, pois era um homem público e da mídia, e aí a mídia, mesmo censurada, reagiu. No ano seguinte à sua morte, um operário, Manoel Fiel Filho, foi também assassinado na prisão. Travava-se de uma briga de cachorros grandes da ditadura militar e o presidente Ernesto Geisel demitiu o comandante do 2º Exército, a quem culpou. Mas não há filme sobre o operário morto, como não há sobre tantos outros desaparecidos na cadeia. De certa forma, Vlado - Trinta Anos Depoisfala por todos eles. Pois trata-se de uma ação entre amigos da mídia, o que de modo algum a desmerece. O documentário não tem uma imagem ou palavra a mais do que já se sabe sobre o martírio de Vlado. O diretor João Batista, hoje no poder como secretário de cultura estadual de São Paulo,

tem credenciais e crachá de cineasta. Seu primeiro filme, em 1967, chamava-se talvez premonitoriamente Liberdade de Imprensa e nos outros, como A Próxima Vítima (envolvendo também jornalistas numa trama policial-política), O Homem que virou Suco, O Cego que Gritava Luz ou Doramundo (tendo como co-roteirista o próprio Herzog), deixou sua marca. Se quis contar de novo o já sabido, deve ter sido em nome não só da amizade com o personagem mas também por apreço ao cinema. Ele diz: "Éramos amigos, nossos filhos brincavam juntos. E eu, que filmava tudo, não filmei aquele momento". Agora, João Batista assume o papel de narrador, falando, mostrando a cara e carregando sua cadeirinha de diretor. Daí este resgate onde os personagens invisíveis são gritos, o capaz preto enfiado na cabeça dos prisioneiros, a "cadeira do dragão "e outros instrumentos de tortura, além do medo. As faces visíveis na tela, entre muitas das que dão seu depoimento, são a de Clarice, a viúva, o filho Ivo, o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, o rabino Henry Sobel, o empresário José Mindlim e um númeroso grupo de jornalistas, alguns deles colegas de prisão de Vlado. A emoção só se solta nas seqüências finais, com o triste desfile dos rostos dos depoentes, com João Bosco e Aldir Blanc cantando seu clássico O Bêbado e o Equilibrista. Aquele mesmo que homenageia Vlado, viúvas e todos os que partiram num rabo de foguete. É forte e mas emocionante que mil palavras. Vlado - Trinta anos depois(Brasil, 2005). Direção de João Batista de Andrade. Oeste Filmes e TAO Produções.

Columbia Pictures/Divulgação

Nicole Kidman e Will Ferrel: falta sintonia

Uma bruxa em Hollywood

N

icole Kidman, a bruxinha de A Feiticeira (Bewitched, Estados Unidos, 2005, 102 minutos) vem sendo criticada por não ser uma reencarnação da antiga série de TV dos anos de 1960. O filme traz Nicole Kidman no papel principal e o comediante Will Ferrell, que recentemente apareceu em Melinda, M el i nd a , de Woody Allen, mas é mais conhecido por sua atuação no

humorístico Saturday Night Live. A dupla não parece estar em sintonia e a direção de Nora Ephron também está deixando um rastro de descontentamento entre os críticos. Ela dirigiu antes as comédias românticas Sintonia de Amor e Mensagem para Você, mas agora parece ter errado a mão. O mote principal é até parecido com a história de Samantha, a feiticeira do antigo seriado. Nicole é

a bruxa Isabel Bigelow, que procura levar uma vida normal sem fazer uso de seus poderes sobrenaturais. Mas a moça mora em Los Angeles, cidade que órbita em torno de cinema. E acaba sendo achada e escolhida pelo astro Jack Wyatt (Ferrell) para estrelar com ele a refilmagem do seriado de TV A Feiticeira. Com Michael Caine e Shirley MacLaine no elenco.

Acidente de balão e um guia sexual espanhol

A

mor par a s e mp re (En duri ng Love , Inglaterra, 2004, 100 minutos). Direção de Roger Michell, que tem no currículo o ótimo Um Lugar Chamado Notting Hill. Joe Rose (Daniel Craig, de Nem Tudo É o que Parece), testemunha um acidente de balão. Em um calmo dia de primavera, o que seria um agradável piquenique transforma-se em um pesadelo. Ele e Jed Perry (Rhys Ifans) acabam se conhecendo durante a tragédia e iniciam um relacionamento mórbido que mudaria o destino de ambos. Com Samantha Morton e Bill Nighy no elenco. Da cama para a fama (Torremolin o s 7 3 , E s p anha/Dinamarca, 2003, 93 minutos). Direção de Pablo Berger, em sua primeira incursão pelo longa-

metragem. Nesta comédia, Javier Câmara (Fale com Ela) é Alfredo, vendedor de enciclopédias na Espanha franquista de 1973. As vendas vão mal e ele aceita o convite de seu patrão para começar uma carreira de protagonista de vídeos de educação sexual. Com sua mulher, Carmen (Candela Peña), passa a ter sessões de sexo à frente das câmeras, para a produção da Enciclopédia Sexual Visual, que contará com fitas de casais de vários países europeus, destinadas exclusivamente aos países escandinavos. A nova atividade rejuvenesce a paixão do casal, que fica famoso em toda a Escandinávia. Alfredo, fã de Ingmar Bergman, empolga-se com a repercussão e planeja outros passos na carreira. Vida de menina (Brasil, 2003, 101 minutos). Direção de Helena Solberg, que fez há dez anos Carmen Miranda - Banana Is My Business. O filme ganhou seis Kikitos de Ouro no último Festival de Gramado, nas categorias Melhor Filme, Melhor

Roteiro, Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora, Melhor Direção de Arte e Prêmio do Júri Popular. Baseado no livro Minha Vida de Menina, com memórias de Helena Morley. Conta a história da adolescente Helena Morley (Ludmila Dayer), que vive na cidade mineira de Diamantina, no fim do século 19, pouco após a abolição da escravatura e a proclamação da república no Brasil. Ela escreve em seu diário, no qual relata seus incômodos por ver-se magra, desengonçada e sardenta, e se achar feia. Não é boa aluna nem comportada como sua irmã Luizinha, tendo o apelido de "Tempestade". Mas Helena, como nenhuma outra garota de Diamantina, escreve. Seu pai (Dalton Vigh), um garimpeiro, vê a vida financeira decair com a crise da cidade. O consolo vem da avó (Maria de Sá), que tem na menina sua neta preferida. Com Daniela Escobar no elenco.

Veja a programação de cinema no site www.dcomercio.com.br


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Secretárias, parabéns

Edição concluída às 23h55

Ano 81 - Nº 21.974

São Paulo, sexta-feira a domingo, 30 de setembro a 2 de outubro de 2005

R$ 0,60

Joedson Alves/Agência Estado

O CAIXA 2 QUE TODOS PAGAMOS R$ 361 BILHÕES

Eu, você, nós, todos já contribuimos com R$ 361,38 bilhões em impostos de janeiro a junho. O Leão fechará o ano com a carga tributária de 37,5% sobre o PIB, um novo recorde. E a CPI dos Correios está constatando: pelo valerioduto correu dinheiro público; os empréstimos bancários não existiram. Conclusão: eu, você, nós, todos contribuimos com o mensalão. Pág. 5 (a CPI); págs. 6 e 7 (Opinião); pág. 9 (Leão e o PIB)

Lula, ontem, falando de agricultura familiar, em Brasília, com uma caixa de presentes na mão: "Os que carregam piano não são lembrados; só quem toca". TV Globo/Divulgação

DCULTURA

Filas. E começa a 1ª blitz nos bancos Resultado: 39 multas em 75 vistorias. Principal motivo das punições: falta de marcador de tempo no início das filas. Os bancos tiveram 120 dias para se equipar. Página 11

Humor é saúde A legenda mais engraçada para esta charge concorre a academia e spa. Veja na página 13 HOJE Parcialmente nublado Máxima 27º C. Mínima 11º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 26º C. Mínima 15º C.

Novela das 7: Bang Bang! A Globo estréia Bang Bang com a promessa de renovar a linguagem e de fazer rir muito. Assinada por Mário Prata, é um faroeste que satiriza costumes brasileiros. Locações no deserto do Chile (foto) recriam a estética do western à Hollywood. Mas a truculência dos bandidos dá lugar à comédia com belas mulheres, vilões pouco convictos e um Zorro caricato. E mais: maratona de teatro na Roosevelt, cinema, leitura, gastronomia, adega, happy hour...


DIÁRIO DO COMÉRCIO

16 -.EMPRESAS

sexta-feira, sábado e domingo, 30 de setembro e 1 e 2 de outubro de 2005

Fotos: Alex Ribeiro

MODA

HAVAIANAS VÃO BEM COM MEIAS

Divulgação

O sucesso das "legítimas" no Brasil e no exterior motivou a São Paulo Alpargatas a apostar nas meias que levam a assinatura da marca Havaianas

N

ão é de hoje que a família das "legítimas" da São Paulo Alpargatas cresce com o lançamento de modelos coloridos, desenhados e temáticos. Mas agora a divisão de sandálias entrou, definitivamente, numa nova categoria de produtos. As Havaianas Socks chegam ao mercado nacional sob slogan: as meias para os loucos p o r H a v a i anas. Isso porque o desenho do produto permite o encaixe perfeito das sandálias entre os dedos dos pés. A empresa não divulga o investimento realizado no projeto nem informa qual a expectativa de vendas para o produto. Mas de acordo com David Pinski, gerente de inteligência de mercado da Alpargatas, o desenvolvimento das Havaianas Socks teve início em 2004. Dentro e fora de casa – "Identificamos que a marca

Havaianas 'trafega' em dois ambientes, sendo eles fora e dentro de casa. O projeto de Havaianas Socks foi concebido para oferecer conforto à segunda ocasião de uso, apesar de termos percebido que muitos consumidores não se limitaram a usar as meias no ambiente de dentro de casa". Ele conta que o lançamento do produto foi realizado inicialmente para os três estados da região sul. "A partir do sucesso da experiência, a empresa bateu o martelo quanto a viabilidade do investimento no projeto, ampliando a linha e a distribuição que agora é feita para todo o Brasil", descreve, ressaltando que a partir do final do ano, as vendas externas terão início para países como França Austrália, Itália e Estados Unidos. Pontos-de-venda – Encontradas nos mesmos pontos-devendas das sandálias, as meias

O desenho das Havaianas Socks permite o uso com as sandálias da marca, já que a meia tem uma costura diferenciada que facilita o encaixe da alça do calçado entre os dedos dos pés. As estampas têm motivos coloridos que agradaram a estudante Sara Xavier Proencio.

da marca podem ser escolhidas entre sete os modelos criados para esta primeira etapa. "As lojas escolhidas para o comércio da nova família de produtos são aquelas que oferecem boa visibilidade e onde as meias possam estar dispostas ao lado das Havaianas, visto que são itens de venda complementar", pontua. A produção das Havaianas Socks é terceirizada. A empre-

sa responsável é a Pituka, parceira no desenvolvimento desse item para a divisão de sandálias e que já fornece meias para outras marcas da Alpargatas. Sobre os planos para futuros lançamentos da divisão das Havaianas, o executivo da empresa desconversa. Ele diz apenas que os planos da empresa para a marca são mantidos em sigilo. O mesmo foi dito em relação ao lançamento

de lojas monomarcas, uma tendência que marca a estratégia de diversas empresas que oferecem produtos agregados de valores e que têm por objetivo estarem relacionadas ao comportamento do consumidor. Salto de crescimento – A empresa, que é uma das líderes no segmento, está em plena fase de comemoração dos resultados deste ano. No segundo trimestre, o lucro líquido da

A

A

GREVE

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s trabalhadores da fábrica de São Bernardo do Campo da Volkswagen decidiram manter até a próxima segunda-feira, às 15 horas, a greve iniciada ontem. Eles reivindicam aumento na Participação dos Lucros e Resultados. A montadora ofereceu entre R$ 4.300 e R$ 4.700, condicionado à produção anual de 217 mil veículos. Os sindicalistas exigem R$ 5.500 e ainda dizem a meta de produção da Volks é inatingível. No último ano, foram montados 214 mil unidades, um número considerado alto pelos metalúrgicos. Com a greve, mais de 2 mil carros deixarão de ser produzidos. (Reuters)

Juliana de Moraes

NATURA

GOL GOL Linhas Aéreas Inteligentes, companhia aérea brasileira de baixo custo, baixa tarifa, inicia a venda de passagens para o segundo destino internacional a ser operado pela Companhia, Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. O vôo inaugural está confirmado para 7 de novembro. A GOL oferecerá quatro vôos semanais saindo do aeroporto de Campo Grande, no Estado de Mato Grosso do Sul (MS), saindo às 23h30. No sentido oposto - Santa Cruz de la Sierra com destino a Campo Grande -, o vôo partirá às 1h40, com conexão imediata para São Paulo (Aeroporto de Congonhas). A Bolívia é o quarto país da América do Sul em fluxo de passageiros embarcados entre o Brasil e os países vizinhos.(Reuters)

São Paulo Alpargatas atingiu R$ 44,5 milhões, valor 294% maior do que o registrado no mesmo período de 2004. De acordo com a indústria, houve um aumento de 14% no número de pares comercializados. As marcas Havaianas, Mizuno e Topper foram citadas como as principais responsáveis pelo bom desempenho operacioonal do grupo.

Ó RBITA

CELULARES

A

América Móvil, líder na telefonia móvel na América Latina e dona da Claro no Brasil, terá mais de 85 milhões de assinantes no final de 2005, conforme o presidente-executivo da empresa, Daniel Hajj. A empresa tem hoje 75 milhões de clientes. "Acabo de comprar a Smartcom, no Chile, e a TIM, no Peru", disse à Reuters. O executivo afirmou que a companhia vai atingir a previsão de receita de cerca de 15 bilhões de dólares no ano. (Reuters)

SAMSUNG

A

Samsung Electronics Co. anunciou planos de investir US$ 33 bilhões em pesquisa e na produção de semicondutores nos próximos sete anos. O grupo considera entrar no negócio de fundição de chips e a abertura de uma segunda fábrica nos Estados Unidos. Os semicondutores constituem grande parcela dos resultados da Samsung. No segundo trimestre deste ano, a divisão de semicondutores da companhia divulgou lucro de US$ 1,06 bilhão. A companhia espera alcançar receita US$ 61 bilhões com a produção de semicondutores em 2012, bem acima do US$ 16,28 bilhões de 2004. (Reuters)

Natura abriu as portas de sua primeira Maison em Paris há menos de seis meses, mas já planeja a expansão no mercado francês. "A França é estratégica para o processo de aprendizado da empresa no mercado internacional" , diz o presidente da companhia, Alessandro Carlucci. A América do Sul é outro alvo no avanço global da marca. A Natura entrará a linha de produtos de beleza em mais dois países latino-americanos em 2006. Venezuela e Colômbia são dois dos mercados cobiçados, assim como Costa Rica, Equador e Uruguai. (AE)

AVON

O

disputado mercado brasileiro de perfumes é o novo desafio da Avon, líder mundial na venda direta de produtos de beleza. No pé de sua maior concorrente nacional, a Natura - em primeiro lugar na venda de perfumes -, a Avon começa a brigar pela conquista da liderança. Apoiada por Ivete Sangalo como garotapropaganda e um investimento de R$ 11,5 milhões, o maior já feito pela companhia para um perfume, a Avon lança sua quarta fragrância neste ano, o Extraordinary. São R$ 25 milhões em marketing para perfumes, de um total geral de R$ 77 milhões. A venda direta responde por 69% do mercado de fragrâncias no Brasil. O produto é dirigido para o consumidor A e B e custará R$ 42,90. No Natal será oferecido por R$ 36,90 junto com um CD de Ivete Sangalo. O Brasil é o terceiro mercado mundial da Avon e fechou 2004 com vendas de R$ 3,5 bilhões. (AE)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

GERAL - 17

PORTO PARANAENSE INVESTE EM INFRA-ESTRUTURA E ACELERA TRÂMITES BUROCRÁTICOS

Paranaguá: a fila já anda mais depressa

Luludi/Ag. Luz

Luiz Prado/Ag. Luz

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s históricas filas de caminhões no Porto de Paranaguá (PR) não vão acabar. Mas a vazão do embarque e desembarque de carga ficou maior depois que a Administração do Porto de Paranaguá e Antonina (APPA) tomou a seguinte iniciativa: integrou e dividiu responsabilidades com todos os usuários do porto. "Um passo à frente foi dado para melhorar a logística de Paranaguá", garantiu ontem Cláuber Ângelo Candian, diretor da APPA, durante reunião do Comitê de Usuários dos Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo (Comus) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), coordenado por José Cândido Senna. Essa nova estratégia, explicou Candian, pode ser resumida em algumas medidas. A primeira é evitar que o pátio de triagem – que movimenta até 1,5 mil caminhões por dia – vire um estacionamento. Para isso, foram pavimentadas e melhoradas as vias de acesso ao porto reduzindo de até 45 minutos para até 15 minutos a chegada de um caminhão ao pátio. Além disso, a balança para pesagem dos caminhões foi colocada no chamado "corredor de exportação" – via que dá acesso ao porto – e foram melhoradas as condições de ilumi-

HUNGRIA – O vice-ministro das Relações Exteriores da Hungria, András Bársony (dir.), foi recebido ontem na Associação Comercial de São Paulo (ACSP) pelo vice-presidente da entidade e coordenador da São Paulo Chamber of Commerce, Afredo Cotait Neto. O vice-ministro estava acompanhado do embaixador Pál Varga-Koritar, diretor do Departamento de América Latina do Ministério das Relações Exteriores da Hungria, e do cônsul geral da Hungria em São Paulo, Zsolt Maris.

Ó RBITA Cláuber Candian, diretor do Porto de Paranaguá, e Mauro Marder (acima à esq), diretor-superintendente do Terminal de Contêineres de Paranaguá, em reunião na ACSP coordenada por José Cândido Senna (acima à dir.)

nação e segurança do trajeto até o pátio de triagem e dentro dele – cuja dimensão é de 610 mil metros quadrados. Também foi dado mais rapidez nos trâmites burocráticos que afetam exportadores e importadores. Essas alterações logísticas, segundo Cláuber Candian, vão assegurar mais agilidade nas operações portuárias e afetar positivamente os resultados de movimentação física e financeiros de Paranaguá. A

expectativa é repetir este ano o embarque de 5 milhões de toneladas de soja e 5,3 milhões de toneladas de farelo registrado em 2004 e superar, em mais de US$ 1 bilhão, os US$ 8,4 bilhões de receita cambial obtidos no ano passado. Mauro Fontoura Marder, diretor-superintendente do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), relatou que o terminal opera hoje com certa folga. Ele salientou que o

grande desafio agora, inclusive para o Porto de Santos, será enfrentar o crescimento da exportação de congelados, vindos do Centro-Oeste brasileiro, que têm crescido a uma média de 30% desde 2003. "Poderá faltar porto para escoar essa carga", alertou, lembrando que uma boa safra de grão vai competir com outras cargas e "poderá levar os portos brasileiros ao colapso". Sergio Leopoldo Rodrigues

ATAS

TELEFONE

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ão fosse a carga tributária, o Brasil teria uma das assinaturas básicas mais baixas do mundo, de acordo com estudo da Trevisan feito para a Associação Brasileira de Prestadoras do Serviço Telefônico Fixo Comutado (Abrafix). Numa amostra de 15 países, o Brasil apresenta a terceira assinatura mais baixa, sem impostos, somando US$ 11,40, perdendo apenas para a Venezuela (US$ 5) e a Argentina (US$ 4,60). (AE)

BIODIESEL

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governo federal vai isentar os produtores de óleo combustível da cobrança do PIS e da Cofins que tiverem projetos prevendo a compra de matéria-prima (oleaginosas como mamona, palma, girassol e óleo de dendê) proveniente da agricultura familiar. A instrução normativa que prevê o incentivo fiscal aos projetos deve ser publicada hoje, no Diário Oficial da União. (Reuters)

CONVOCAÇÕES Banco Alfa de Investimento S.A.

(Sociedade Anônima de Capital Aberto) C.N.P.J. nº 60.770.336/0001-65 e NIRE 35 3 0005322 2 Ata das Assembléias Gerais Extraordinária e Ordinária Data: 25 de abril de 2005. Horário: 09:00 horas, Assembléia Geral Extraordinária e em seguida, Assembléia Geral Ordinária. Local: Sede social, Alameda Santos, 466 - 4º andar, São Paulo - SP. Presença: 1) acionistas titulares de ações ordinárias, representando mais de 2/3 do capital social, com direito de voto; 2) auditoria externa independente, KPMG Auditores Independentes, CRC 2SP014428/O-6, representada por Zenko Nakassato, CRC 1SP160769/O-0. Mesa: Augusto Esteves de Lima Júnior - Presidente; José Elanir de Lima - Secretário; Flávio Márcio Passos Barreto - Secretário. Sumário - Documentos Lidos: 1. editais de convocação: Diário Oficial do Estado de São Paulo de 07, 08 e 09/04/2005 e no Diário do Comércio, de 07, 08 e 11/04/2005; 2. aviso a que se refere o artigo 133 da Lei de Sociedades por Ações: Diário Oficial do Estado de São Paulo de 18, 19 e 22/02/2005 e no Diário do Comércio de 18, 21 e 22/02/2005; 3. relatório anual da administração, balanço patrimonial encerrado em 31 de dezembro de 2004 e demais peças das demonstrações financeiras, acompanhadas dos pareceres dos auditores independentes: Diário Oficial do Estado de São Paulo e Diário do Comércio de 02/03/2005; 4. Proposta da Diretoria, com pareceres favoráveis do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, arquivados na sede social. Deliberações Tomadas por Votação Unânime em Assembléia Geral Extraordinária: 1. aprovou “ad referendum” da Assembléia Geral Ordinária a ser realizada em seguida, a elevação do capital social em mais R$ 25.000.000,00, sem emissão de novas ações, mediante incorporação de igual valor, a ser retirado da conta “Reservas Estatutárias - Reserva para Aumento de Capital”, visando a eliminar o excesso a que se refere o parágrafo 3º do artigo 33 do Estatuto Social, tal como indicado na Proposta da Diretoria e nos pareceres do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, reformando o artigo 5º, “caput”, do Estatuto Social, que passa a ser redigido da seguinte forma: “Artigo 5º - O capital social é de R$ 275.000.000,00 (duzentos e setenta e cinco milhões de reais) dividido em 90.224.492 (noventa milhões, duzentos e vinte e quatro mil, quatrocentas e noventa e duas) ações escriturais, sem valor nominal, das quais 53.948.999 (cinqüenta e três milhões, novecentas e quarenta e oito mil, novecentas e noventa e nove) ordinárias e 36.275.493 (trinta e seis milhões, duzentas e setenta e cinco mil, quatrocentas e noventa e três) preferenciais, inconversíveis em ordinárias.”; 2. aprovou a criação de cargo de membro suplente do Conselho de Administração, em igual número aos de membros efetivos, e, em conseqüência, reformou os artigos 15 e 16 do Estatuto Social, que passam a ser assim redigidos: “Art. 15 - O Conselho de Administração é composto de 3 (três) membros e suplentes em igual número, eleitos pela Assembléia Geral e por ela destituíveis a qualquer tempo, um dos quais o mesmo conclave designará como Presidente desse órgão; e quando for o caso, em tais eleições será obedecido o disposto nos parágrafos 4º ao 8º do artigo 141 da Lei de Sociedades por Ações, com as alterações e acréscimos introduzidos pela Lei nº 10.303, de 31/10/2001. § 1º - Caberá ao Presidente do Conselho de Administração: a) representar o Conselho de Administração perante terceiros; b) convocar as Assembléias Gerais; c) instalar e presidir as Assembléias Gerais; d) sugerir ao Conselho de Administração a orientação geral dos negócios sociais a ser transmitida à Diretoria; e) preparar o relatório da administração à Assembléia Geral; f) preparar todos os elementos necessários à prática dos atos de competência do Conselho de Administração; g) usar do voto de qualidade no caso de empate nas deliberações do mesmo Conselho; h) manter o Conselho de Administração informado sobre a gestão dos Diretores. § 2º - O Presidente do Conselho de Administração terá a faculdade de designar um dos membros deste órgão para representar o Conselho de Administração perante terceiros, bem como para convocar, instalar e presidir as Assembléias Gerais.”. “Art. 16 - Os membros do Conselho de Administração serão substituídos, nos seus eventuais impedimentos, ou faltas, pelos respectivos suplentes, que estarão também investidos do direito de voto, mesmo o de qualidade, mas sem os honorários e demais vantagens do substituído. § 1º - Ocorrendo vaga no Conselho de Administração, o respectivo suplente assumirá e servirá até o término do mandato do sucedido. Se a vacância tiver ocorrido a respeito do Presidente do mesmo Conselho, este órgão designará seu Presidente. § 2º - Considerar-se-á vago o cargo de membro do Conselho de Administração que, sem causa justificada, deixar de participar, consecutivamente, de mais de 2 (duas) de suas reuniões.”. Deliberações Tomadas por Votação Unânime em Assembléia Geral Ordinária: 1. com abstenção dos legalmente impedidos, aprovou o relatório anual da administração, o balanço patrimonial e demais peças das demonstrações financeiras do exercício encerrado em 31 de dezembro de 2004, os pareceres dos Auditores Independentes e do Conselho Fiscal, com as indicações constantes dos itens seguintes; 2. ratificou a distribuição de juros sobre o capital próprio, relativos ao primeiro e ao segundo semestres de 2004; 3. tomou conhecimento de que a Assembléia Geral Extraordinária antes realizada deliberou, “ad referendum” deste conclave, sobre o aumento do capital social de R$ 250.000.000,00 para R$ 275.000.000,00, visando a eliminação do excesso de reservas de que trata o § 3º do artigo 33 do Estatuto Social; 4. com abstenção dos interessados, elegeu para compor o Conselho de Administração, com mandato até a Assembléia Geral Ordinária de 2008: como membros Efetivos por reeleição Dr. Humberto Mourão de Carvalho (CPF nº 000.233.616-20 - RG nº 6.726.078-SSP-SP), brasileiro, casado, engenheiro, domiciliado e residente em Nova Iorque, Estados Unidos da América do Norte, em 888, Park Avenue, apartamento 6-A, designado Presidente; Sr. Rubens Garcia Nunes (CPF nº 001.140.066-87 - RG nº 5.492.138-SSP-SP), brasileiro, viúvo, banqueiro, residente e domiciliado em São Paulo (SP); e por eleição - Dr. Paulo Guilherme Monteiro Lobato Ribeiro (CPF nº 128.798.437-15 - RG nº 9.519.184-7 - SSP-SP), brasileiro, separado judicialmente, engenheiro, residente e domiciliado em São Paulo (SP), ambos com endereço comercial na Alameda Santos, 466 - 4º andar; e como respectivos Suplentes: Sr. José Aloysio Borges (CPF nº 006.810.598-34 - RG nº 5.560.072-SSP-SP), brasileiro, casado, banqueiro, residente e domiciliado em São Paulo (SP), com endereço comercial na Alameda Santos, 466 - 4º andar; Sr. Fernando Pinto de Moura (CPF nº 039.593.927-53 - RG nº 1.679.149-IFP-RJ), brasileiro, separado judicialmente, economista, residente e domiciliado em São Paulo (SP), com endereço comercial na Alameda Lorena, 800 - térreo, e Dr. Waldyr de Campos Andrade (CPF nº 000.394.706-87 - RG nº 7.127.569-SSP-SP), brasileiro, casado, advogado, residente e domiciliado em São Paulo (SP), com endereço comercial na Avenida Paulista, 807, 23º andar; 5. com abstenção dos interessados, decidiu, na forma do Estatuto Social, atribuir aos administradores a participação de até 42 milésimos do lucro líquido ajustado, relativo ao último exercício, cabendo ao Conselho de Administração deliberar sobre a forma de distribuição dessa verba entre os seus membros e os da Diretoria; 6. com abstenção dos interessados e atendendo aos preceitos estatutários, fixou em até R$ 383.000,00 (trezentos e oitenta e três mil reais), em média mensal, livre do Imposto de Renda na Fonte, a remuneração global do Conselho de Administração e da Diretoria, nos termos do Estatuto Social, cabendo ao primeiro desses órgãos deliberar sobre a forma de distribuição dessa verba entre os seus membros e os da Diretoria. Essa verba vigorará a partir de abril corrente, inclusive, e poderá ser reajustada de acordo com os índices da inflação. Poderá o Banco proporcionar aos seus administradores transporte individual e, para alguns, também “segurança”, a critério do Conselho de Administração; 7. acolheu pedido de acionistas e deliberou instalar o Conselho Fiscal, cujos membros terão mandato até a Assembléia Geral Ordinária de 2006. Foram então eleitos, por indicação dos acionistas que pediram a instalação do Conselho Fiscal, como membro efetivo, o Sr. Luiz Alberto de Castro Falleiros (CPF nº 024.351.768-80 - RG nº 6.855.739-SSP-SP), brasileiro, casado, economista, residente e domiciliado em Sorocaba (SP), na Rua José Oliveira Lamberti, 103, e como membro suplente o Sr. João Verner Juenemann (CPF nº 000.952.490-87 - RG nº 3010401283-SSP-RS), brasileiro, casado, administrador de empresas, residente e domiciliado em Porto Alegre (RS), na Rua Passo da Pátria, 624. Os demais acionistas reelegeram então para integrar referido órgão: Efetivos - Dr. Aureliano José Pires e Albuquerque (CPF nº 001.905.518-87- RG nº 3.504.327-1-SSP-SP), brasileiro, casado, engenheiro, residente e domiciliado em São Paulo (SP), na Rua Dr. Luiz Augusto de Queiroz Aranha, 173 - 6º andar; Dr. Luiz Alves Paes de Barros (CPF nº 272.014.578-53 - RG nº 3.472.461-SSP-SP), brasileiro, separado judicialmente, economista, residente e domiciliado em São Paulo (SP), na Alameda Franca, 1433 - apto. 61; Dr. Rubens Barletta (CPF nº 397.909.328-04 - RG nº 3.540.429-SSP-SP), brasileiro, separado judicialmente, advogado, residente e domiciliado em São Paulo (SP), na Rua Raul Pompéia, 775 - apto. 121; e Dr. Luiz Gonzaga Ramos Schubert (CPF nº 080.501.128-53 RG nº 2.560.033-SSP-SP), brasileiro, casado, advogado, residente e domiciliado em São Paulo (SP), na Alameda Jaú, 88 - apto. 114; e como respectivos Suplentes - Dr. Victório Amoroso (CPF nº 018.326.038-49 - RG nº 1.217.507SSP-SP), brasileiro, viúvo, advogado, residente e domiciliado em Guaratinguetá (SP), na Rua Domingos Rodrigues Alves, 390; Sr. Aníbal de Oliveira Pena (CPF nº 001.023.004-10 - RG nº 2.942.153-SSP-RJ), brasileiro, casado, bancário, residente e domiciliado em Belo Horizonte (MG), na Rua Antonio de Albuquerque, 1604 - apto. 601; Sr. Paulo Roberto Mendes Salomon (CPF nº 011.169.597-04 - RG nº 2.406.352-SSP-RJ), brasileiro, casado, técnico em administração, residente e domiciliado em São Paulo (SP), na Rua São Vicente de Paula, 645 - apto. 102; e Dr. Luiz Henrique Coelho da Rocha (CPF nº 003.233.657-87 - RG nº 6.900.119-SSP-SP), brasileiro, separado judicialmente, engenheiro, residente e domiciliado em São Paulo (SP), na Rua Bela Cintra, 1786 - apto. 62; 8. decidiu que cada membro do Conselho Fiscal perceberá, quando em exercício, a remuneração mensal mínima prevista em lei; 9. com abstenção dos interessados e atendendo aos preceitos estatutários, fixou em R$ 9.000,00 (nove mil reais) a remuneração semestral de cada um dos integrantes do Comitê de Auditoria; 10. os administradores não estão incursos em crime algum que vede a exploração de atividade empresarial, nos moldes do Código Civil, artigo 1011 - § 1º; 11. autorizou a publicação desta ata nos termos dos parágrafos primeiro e segundo do artigo 130 da Lei de Sociedades por Ações. Lida e aprovada, vai esta assinada pelos presentes. São Paulo, 25 de abril de 2005. Augusto Esteves de Lima Júnior - Presidente da Mesa; José Elanir de Lima - Secretário; Flávio Márcio Passos Barreto - Secretário. Certidão: Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 277.403/05-4 em 26/09/2005. Pedro Ivo Biancardi Barboza - Secretário Geral.

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EDITAL DE CONVOCAÇÃO - A Associação de Malha Amigos de Moema convoca seus Membros e Associados para participarem da Assembléia Geral Extraordinária que se realizará no dia 08.10.2005, em primeira chamada às 16,00 horas e em segunda chamada às 16,30 horas, nesta Capital na Rua Sapoti, nº 20 - Aeroporto, nos termos do estatuto em vigor, para deliberarem quanto à Ratificação das assembléias datadas de 31.01.96, 31.01.98, 31.01.00, 31.01.02 e 31.01.04. São Paulo, 29 de setembro de 2005. Presidente em Exercício

SEECESP - SINDICATO DAS EMPRESAS EXIBIDORAS CINEMATOGRÁFICAS NO ESTADO DE SÃO PAULO

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA SEECESP - Sindicato das Empresas Exibidoras Cinematográficas no Estado de São Paulo, com sede na Rua do Triunfo, 134, 10º andar, salas 105/109, São Paulo/SP, por intermédio de seu Presidente, Dr. Adalberto M. Macedo, adiante assinado, convoca sua Diretoria e Associados, com base no seu Estatuto Social, com a presença do advogado, Dr. Carlos Eduardo Príncipe e do contador Sr. Roque Luiz de Souza, para nos dias 10, às 15:00 horas, 13 e 14 de outubro de 2005, às 14:00 horas, na sede desta Entidade, no endereço supra, em conjunto, apenas sobre as pautas, com os Sindicatos laborais infra nomeados, deliberarem em Assembléia Geral Extraordinária em caráter permanente, até a celebração dos resultados, sobre a seguinte ordem do dia: 1. Análise e aprovação de Prestação de Contas da Diretoria Sindical, devidamente contabilizada em livros próprios, até 30 de junho de 2005, bem como, do parecer fiscal de seu Conselho; 2. Análise e deliberação sobre as pautas de reivindicações do Sindicato dos Empregados em Empresas Teatrais e Cinematográficas no Estado de São Paulo e do Sindicato dos Operadores Cinematográficos no Estado de São Paulo, referente à data-base de 1º de novembro - 2005/ 2006 e conseqüentes acordos coletivos e/ou instauração dos dissídios respectivos; 3. Homologação do pedido de afastamento do 1º Tesoureiro, Ezio Pastore Júnior, conseqüente substituição do mesmo e homologação da ascensão ao cargo e atividades pelo 2º Tesoureiro, Márcio Eli Leão de Lima, até o final do mandato desta Diretoria. As deliberações serão tomadas pelos votos dos associados que assinarem o livro de presenças, na forma dos Estatutos Sociais do SEECESP, facultando aos associados se fazerem representar por procuradores. São Paulo, 30 de setembro de 2005. ADALBERTO M. MACEDO - Presidente

EDITAIS Edital de Citação - Prazo 20 dias - Proc. 3696/02. Dr. Gilberto Luiz C. Franceschini, Juiz de Direito da 6ª Vara Cível da Comarca de Campinas/SP. Faz saber a Ceralit S/A Indústria e Comércio, CNPJ: 56.992.555/0001-11, que se processa o Pedido de Falência proposta por São Lucio Comercial Importação e Exportação Ltda, visando o recebimento de R$ 43.714,22 (out/02), mais acréscimos legais “a posterior” no prazo de (03) dias, sob pena de ser-lhe decretada a falência, podendo em igual prazo contestar o feito. Encontrando-se o Representante Legal em lugar incerto e não sabido, fica a mesma devidamente citada para os termos da ação, sob pena de serem aceitos como verdadeiros os fatos articulados pela autora. (29 e 30/09)

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº 53/05 - Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 6150/5900/2005. OBJETO: Biscoito salgado tipo lanche. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 hs. do dia 18 de outubro de 2005. Edital completo à disposição dos interessados, via Internet, pelo Site www.e-negociospublicos.com.br. INFORMAÇÕES: fones: (11) 3866-1615/1616, de 2ª a 6ª feira, no horário das 8 hs às 17 hs. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE SUPRIMENTO ESCOLAR

FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR

EDITAL DE PREGÃO Nº 008/2005- FAMESP/HEB PROCESSSO Nº 106/2005 - FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados do dia 30 de setembro de 2005 a 21 de outubro de 2005, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butigmolli, s/nº, (Campus Universitário da UNESP – Chácara Capão Bonito (ao lado da Portaria Central da UNESP), Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14)3815-2680–ramal 111- FAX (0xx14) 3882-1885 – ramal110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/HospitalEstadualBauru, o Edital do Pregão nº 008/2005-FAMESP/HEB, Processo nº 106/2005-FAMESP/HEB, que tem como objetivo a contratação de empresa para Prestação de serviços de controle, operação e fiscalização de portarias, com a efetiva cobertura dos postos designados, conforme Tabela de Locais - ANEXO II, no HOSPITAL ESTADUAL BAURU. Será realizada visita técnica para esclarecimentos técnicos e administrativos, no dia 24 de outubro de 2005, às 09:00 horas, no Hospital Estadual Bauru, no endereço abaixo citado. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação, será realizada no dia 31 de outubro de 2005, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 – Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 29 de setembro de 2005. Prof. Dr. Pasqual Barretti - Diretor Presidente - FAMESP.

AVISO AOS ACIONISTAS COMUNICADO COMUNICADO Solicitamos o comparecimento do Sr. Valter Souza da Silva, CTPS 58855, série 202, no prazo de 48 hs., sob pena de caracterizar abandono de emprego, conf. art. 482 da CLT. Rali Eng. Com. e Constr. Ltda. - CNPJ 02.954.426/0001-00

AVISO DE LICITAÇÃO Prefeitura do Município de São Pedro/SP Aviso de Licitação Objeto: Contratação de empresa para Execução de Exames Laboratoriais. Processo: nº 2110/2005. Modalidade: Tomada de Preço nº 013/2005, pelo tipo menor preço. Encerramento: dia 17 de outubro de 2005, às 11:00 horas. Abertura: às 15:00 horas do mesmo dia. O Edital completo poderá ser retirado no Departamento de Compras e Licitações na rua Valentim Amaral nº 748, Centro, São Pedro/SP. Outras informações pelo tel. (0xx19) 3481-9237. Obs.: não serão enviados editais por via Postal ou fac-símile. São Pedro, 29 de setembro de 2005. Eduardo Speranza Modesto - Prefeito Municipal.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

sexta-feira, sábado e domingo, 30 de setembro e 1 e 2 de outubro de 2005 Fotos: Divulgação

Newton Santos/Digna Imagem

18 -.ESTILO

O estudante Rodrigo Ferreira começou a usar lenço por necessidade. Hoje não dispensa o acessório nem quando vai para a balada. A fabricante de lenços Presidente apostou na parceira com a Lupo.

Lenço é fashion. Como no tempo de nossos avós.

Paulo Pampolin/Digna Imagem

Grifes como a Ermenegildo Zegna apostam no lenço usado no pescoço no verão. Ultramoderna, a peça dá um ar descolado ao visual. Já o médico Roger Abdelmassih considera a peça indispensável e chique. Amilcar D'Alessio acredita que uma caixa é sempre um bom presente de Natal.

S

em lenço, sem documento... nada no bolso ou nas mãos... A frase, imortalizada por Caetano Veloso, caracteriza a liberdade sem limites. Mas no diaa-dia a rotina é diferente. Por necessidade ou por costume, muitos homens não saem de casa sem o pedacinho de pano no bolso da calça. Hábito antigo, que passa de pai para filho. Depois de viver um período no ostracismo (chamado até de brega), o acessório dá a volta por cima e conquista os mais jovens. De olho nesse mercado, a Lenços Presidente e a Lupo firmaram parceria e lançaram os lenços masculinos de bolso no Dia dos Pais. As caixinhas, com três lenços, foram vendidas por R$ 21,50. A gerente da loja Lupo no Shopping Paulista, Ana Paula da Silva conta que pelo menos 20% do faturamento de agosto foi fruto das vendas de lenços. "O item não é o produto mais procurado. Mas quando os consumidores vêem o acessório, não pensam duas vezes", afirma Ana Paula. Parceria Há mais de sessenta anos a Lenços Presidente vende o produto no Brasil. O diretor de marketing da marca, Richard Godoy conta que o lenço de tecido tem um lugar cativo na "vida social" do homem. "Numa festa a pessoa não pode tirar do bolso um lenço descartável. É uma peça de requinte que garante a boa apresentação". Um bom negócio para as duas empresas. A Presidente poderá contar com a rede de franquias da Lupo para aumentar as vendas. E, como a Lupo não fabrica lenços, poderá oferecer o item aos clientes que procuram meias e cuecas. "A idéia nasceu no dia-a-dia. Os mais de 120 franqueados pediram para ter os lenços nas lojas. Trata-se de uma demanda desprezada. Muitos dizem que o lenço de pano é ultrapassado. Mas vendemos mais de 40 mil só no Dia dos Pais", revela Valquírio Cabral Jr., diretor comercial da Lupo. Bom presente Há 40 anos o representante comercial Amilcar Nunes D'Alessio não sai de casa sem o lenço no bolso. Ao contrário do que muitos dizem, ele adora ganhar de presente de Natal

ou de aniversário lenços, cuecas e meias. "São itens que não tenho o costume de comprar. E as pessoas não têm dificuldade para escolher ou pagar", diz Amilcar, que guarda cinco lenços na gaveta. O estudante Rodrigo Ferreira, de 21 anos, começou a usar lenços por praticidade: desde os 16 anos ele tem rinite. "Era impossível levantar toda hora na sala de aula para jogar os lenços descartáveis no lixo. O de pano é bem mais prático", garante. Rodrigo admite que enfrentou as piadinhas dos amigos na escola - mas que muitos companheiros aderiram ao produto. "Quando o tempo está frio, levamos até para as baladas". Grifes Algumas marcas famosas de roupas ainda apresentam um certo preconceito em relação ao item. Mas outras assumiram o produto e buscaram outras alternativas para o uso. A Ermenegildo Zegna, por exemplo, lançou no verão passado o lenço masculino para o pescoço. "Nós paramos de vender o acessório que era levado no bolso porque há mais de um ano ninguém comprava. Mas o lenço de seda no pescoço é um acessório conceitual, que está sendo muito bem aceito. É uma tendência européia que vai fazer sucesso nos próximos dois verões", diz Luciano Rossi, gerente geral da marca no Brasil. A Armani vê uma volta triunfal do item. "A tendência do verão são flores nas lapelas e lenços nos bolsos. Os mais jovens estão usando abotoaduras, botões dourados nos blazers e os lenços porque são acessórios de moda. Claro que tudo isso numa visão mais fashion, mais moderna", conta Patricia Gaia, diretora de marketing da Armani. Acessório de moda A consultora de imagem Ana Cury acredita que seu uso combina com roupas clássicas, usado na lapela do paletó, por exemplo, ou ainda como um item amoderno, para a produção de um visual diferente. "Um jovem que exibir o lenço no bolso do blazer acinturado para ir a uma balada, com uma calça reta, camisa, sapato, tudo preto, vai ficar bem". Neide Martingo

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

Usar lenço, hábito considerado brega e de mau gosto por muitos, cai nas graças do público jovem. E como acessório de moda para os descolados.

A Armani aposta na volta triunfal dos lenços. Os de seda serão usados na lapela do paletó e nos bolsos, numa versão fashion. O médico Humberto Cerruti acredita que um lenço de mão sempre pode ser usado para amparar uma dama.


GERAL - 13

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 30 de setembro e 1 e 2 de outubro de 2005

Humor também é saúde. E prêmios Ganhe uma estadia de uma semana para casal no Spa Med Sorocaba, ou um trimestre na academia Bio Ritmo, completando as charges criadas pelo nosso artista Abê. Você pode mandar a sua legenda para a charge, até o dia 7 de outubro, pelo correio (DC, rua Boa Vista, 51, CEP 01014-911, SP), ou para o fax 3244-3046. Você pode também completar a charge no www.dcomercio.com.br/concurso/ Boa sorte.

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Imóveis

Cesar Diniz/Digna Imagem

FINANCIAMENTO AJUDA MERCADO DE USADOS Segundo levantamento do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo, vendas de unidades usadas são favorecidas pelo aumento da oferta de financiamento, em especial da Caixa Econômica Federal determinou o aumento de 4,98% nas vendas de casas e apartamentos usados na cidade de São Paulo entre os meses de julho e agosto. "Essas mudanças formam uma cadeia virtuosa que sempre defendemos. Quanto mais financiamento bancário houver, menor será o número de imóveis usados vendidos à vista ou

Quanto mais financiamento bancário houver, menor será o número de imóveis usados vendidos à vista José Augusto Viana Neto, do Creci-SP bancados a prazo pelos proprietários", afirma o presidente do Creci-SP, José Augusto Viana Neto. "Além disso, haverá mais condições para o mercado imobiliário ter um crescimento sustentado", acrescenta o executivo. Segundo ele, as vendas de imóveis usados na capital devem crescer ainda mais neste

mês de setembro, por causa dos novos limites de crédito e juros estabelecidos para os financiamentos que usam recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). "A mudança é positiva porque mexe principalmente com os imóveis com valor de venda até R$ 100 mil, que representam 69,4% dos negócios no mercado de usados da cidade", avalia Viana Neto. Preços — A pesquisa também registrou aumento dos preços das unidades usadas em algumas regiões da cidade. O mais significativo, de 6,91%, foi captado na zona E, que engloba bairros como Cangaíba e Guaianazes, na zona leste. O preço médio do metro quadrado de casas com 8 a 14 anos de construção nessa área saltou de R$ 742,65 no mês de julho para R$ 793,94 em agosto. A maior baixa média de preço foi registrada na zona A, que tem bairros como Alto da Boa Vista e Vila Nova Conceição, ambos na zona sul da capital paulista. Nessa região, as unidades com idade de até sete anos tiveram queda do valor médio do metro quadrado de R$ 2.412,50 em julho para R$ 2.113,33 no mês de agosto. Rejane Aguiar

ABRAMAT: VENDAS EM BAIXA

O

faturamento da indústria nacional de materiais de construção teve crescimento de 12,45% entre julho e agosto, de acordo com o Índice de Vendas Abramat, calculado pela associação que representa o setor em conjunto com a FIA/USP. No acumulado de janeiro a

agosto em comparação com igual período do ano passado, porém, as vendas dos fabricantes de materiais para construção e acabamento decresceram 9,71%. Os números são deflacionados, ou seja, já excluem o efeito da inflação. Segundo a entidade, a alta taxa de juros brasileira

ajuda a explicar o desempenho negativo no ano, pois o setor depende muito da venda financiada ao consumidor, desestimulada quando o juro sobe. Apesar do dado negativo, o segmento empregava, em agosto, 2,38% mais que em igual mês do ano passado. (RA)

À esquerda, imagem da fachada do novo empreendimento da Via. Edifício terá dois apartamentos por andar, com elevadores sociais privativos. Ribeiro (acima), superintendente da empresa, anunciou investimentos de R$ 1,5 milhão no condomínio.

Via Empreendimentos entra no mercado de alto padrão em SP

A

Via Empreendimentos Imobiliários, responsável por várias construções de alto padrão no mercado de Brasília, quer trazer sua experiência nesse segmento para a cidade de São Paulo. A empresa lança nesta sexta-feira o Via Jardins do Parque, condomínio com uma só torre localizado na avenida professor Ascendino Reis, a 1,5 quilômetro do parque do Ibirapuera. O investimento na incorporação do empreendimento chega a R$ 1,5 milhão. A empresa aposta na singularidade do terreno escolhido para garantir um diferencial no concorrido mercado de alto padrão na cidade. "Conseguimos adquirir uma área ímpar, onde, por causa da lei de zoneamento, não podem ser erguidos prédios na vizinhança.

Cada um dos 42 apartamentos do edifício terá vistas privilegiadas da cidade", afirma o superintendente da Via Empreendimentos Imobiliários em São Paulo, Luiz Fernando dos Santos Ribeiro. Foi por causa da vista que a empresa projetou um terraço na área da copa do apartamento e uma ampla varanda com churrasqueira.

O valor do metro quadrado dos apartamentos padrão será de R$ 3,7 mil, ou seja, ainda na planta, cada uma das unidades de 160 metros quadrados custará R$ 590 mil. As unidades têm três dormitórios com três suítes ou quatro dormitórios com duas suítes, três vagas de garagem e depósito privativo no subsolo. (RA) CRECI 51361

DC

A

Caixa Econômica Federal financiou dois em cada 10 imóveis usados vendidos na capital paulista em agosto, um recorde este ano. A conclusão está na pesquisa do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP) feita com 376 imobiliárias que atuam na cidade e divulgada ontem. Em agosto, a Caixa financiou a venda de 39 dos 183 imóveis comercializados. Trata-se do maior volume de financiamento registrado desde janeiro de 2004. Nesse mesmo período de 19 meses, o levantamento identificou queda na quantidade de imóveis usados vendidos com pagamento à vista. As vendas a prazo acertadas diretamente entre comprador e proprietário, que representavam 10,57% no início do ano passado, caíram para apenas 5,46% do total em agosto. Por outro lado, cresceu de forma significativa a participação dos bancos privados no financiamento das unidades usadas: de 4,88% em janeiro de 2004 para 9,29% no mês de agosto. Cadeia virtuosa — Na avaliação do Creci-SP, a ampliação da oferta de financiamentos

Em agosto, a Caixa Econômica financiou dois em cada dez imóveis usados vendidos na capital paulista

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

14 -.NACIONAL

sexta-feira, sábado e domingo, 30 de setembro e 1 e 2 de outubro de 2005

PIB NO PRIMEIRO SEMESTRE CHEGOU A R$ 918,6 BILHÕES, DOS QUAIS R$ 183,1 BILHÕES CORRESPONDEM A INVERSÕES

TAXA DE INVESTIMENTO É A MAIOR DESDE 2001

A

t a x a d e i n v e s t imento no País chegou a 19,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre, maior nível desde 2001 para o mesmo período, mas pouco abaixo dos 20,2% do segundo semestre do ano passado. O dado foi revelado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou o valor do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre: R$ 918,6 bilhões, dos quais R$ 183,1 bilhões em investimentos. Depois de duas quedas trimestrais sucessivas, o volume de investimentos voltou a registrar crescimento real (4,5%, descontada a inflação) no segundo trimestre, ante o primeiro, conforme divulgado pelo IBGE no fim de agosto. Os desempenhos dos investimentos e da indústria (3% de crescimento, na mesma comparação) levaram à elevação de 1,4% do PIB de abril a junho, ante os três meses anteriores. Para o próximo trimestre, a expectativa dos analistas, contudo, é de desaceleração do crescimento. O economista da LCA Consultores, Bráulio Borges, projeta expansão de 0,7% do PIB sobre o segundo trimestre. Segundo ele, a base de comparação de abril a junho é

alta. Para 2005, a LCA espera crescimento de 3,5% do PIB. A consultoria prevê ainda taxa de investimentos em torno de 20% este ano. A estimativa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) para a mesma variação é de 20,6% em 2005 e 21,2% em 2006. O Ipea defende que a taxa

19,9% do PIB foi a taxa de investimento no Brasil no primeiro semestre deste ano. Este é o maior nível para igual período desde 2001 deva crescer um ponto percentual ao ano. Cláudia Dionísio, da cordenação de Contas Nacionais do IBGE, disse que "o investimento, em termos nominais, cresceu acima do PIB (no segundo trimestre)", o que eleva a taxa. Ela informou que, sem descontar a inflação, enquanto a economia cresceu 10% no segundo trimestre (ante o mesmo período em 2004), o valor

dos investimentos subiu 16%. Com isso, a taxa de investimento, que no segundo trimestre do ano passado foi de 19%, subiu para 19,9% este ano – a mais alta para o mesmo período nos anos anteriores ,desde 1997 (20,4%). Já a taxa de poupança no segundo trimestre foi de 24%, pouco abaixo dos 25% do período em 2004 porque o consumo das famílias e do governo subiu, resultando em menos poupança na economia. Riquezas – O IBGE apresentou os valores do conjunto de riquezas do País divididos pela demanda e pelos setores. Pelos setores, o PIB dos serviços somou R$ 462 bilhões no primeiro semestre, o da indústria, R$ 321,6 bilhões e o da agricultura, R$ 78,1 bilhões. A técnica do IBGE explicou que houve redução na capacidade de financiamento da economia de R$ 9,6 bilhões no segundo trimestre de 2004 para R$ 5,9 bilhões no mesmo trimestre de 2005, acompanhando a redução do saldo de exportações de bens e serviços. A capacidade de financiamento equivale ao saldo em conta corrente na balança de pagamentos. Com o bom desempenho do setor externo, o País deixou de necessitar financiamento a partir de 2003. (AE)

Rodovias receberão R$ 8 bihões este ano José Cruz/ABr

O

crescimento do Brasil somente será possível com investimentos em infra-estrutura, logística e energia, além de crédito de longo prazo. A ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Dilma Rousseff, defendeu uma visão desenvolvimentista para a Dilma: uma visão desenvolvimentista economia do País. Ela disse que no subsetor rodoviário serão investidos "Não é possível funcionar só pelo governo federal R$ 8 bi- um olho. Só olhar, por exemlhões no período 2005/2006, plo, para as condições mais vique já estão orçados e empe- síveis, a taxa de inflação, supenhados. Se for considerada a rávit da balança comercial e as participação da iniciativa pri- variáveis macroeconômicas e vada por meio das concessões fundamentais. É essencial que e das Parcerias Público-Priva- eu tenha um outro olho, que é o das (PPP), os investimentos olho na infra-estrutura, na dispoderão dobrar. tribuição de renda e no social:

Choque de gestão nas estatais

O

governo federal vai criar uma câmara interministerial para centralizar a política de gestão das estatais federais, disse o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. O novo órgão – que será integrado pelos ministérios da Fazenda, do Planejamento, da Casa Civil e as pastas setoriais – será responsável pela elaboração de novas diretrizes e metas para as 137 empresas públicas comandadas pela União. A medida será implementada por um decreto a ser encaminhado nos próxi-

mos dias ao presidente Lula. " Parte dos problemas que existem em algumas estatais se deve à gestão. Vamos dar um choque de governança nas empresas", disse Paulo Bernardo. Entre as tarefas da nova câmara está a criação de regras que dificultem o acesso de pessoas que não fazem parte do quadro de pessoal a cargos de confiança, o que diminuiria a interferência política. Também está em vista, em um prazo mais longo, a adoção de uma nova contabilidade para deixar transparentes os cus-

tos da empresa com a execução das políticas públicas e quanto o Estado ganha como acionista. Hoje, estes números estão dispersos, e não há clareza sobre quanto está sendo gasto ou quanto se ganha. De acordo com o Planejamento, as empresas terão também de ser avaliadas tanto do ponto de vista empresarial — ou seja, do desempenho em suas áreas de atividade — quanto do ponto de vista público — se são eficientes no cumprimento de seus objetivos sociais. (AG)

Estrangeiros acreditam mais no País

O

s fluxos de Investimento Estrangeiro Direto (IED) para o Brasil foram de US$ 18,166 bilhões em 2004, o que fez com que o País saltasse do quarto para o terceiro lugar no ranking dos países emergentes. A informação foi divulgada ontem pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad). No ano anterior, o Brasil

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educação, saneamento e sáude", alertou. Transportes – A ministra Dilma Rousseff disse que a Casa Civil criou uma sala de situação para assegurar a celeridade do processo de investimentos no setor de transportes. Ela contou que também estão sendo analisados os problemas das estradas de ferro, portos e aeroportos espalhados pelo País. A expectativa da ministra é de que, até meados de outubro deste ano, o Tribunal de Contas da União (TCU) aprove as regras para a concessão das rodovias. O edital de concessão dos oito próximos lotes de rodovias deverá ser publicado ainda neste ano. (AE)

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ES FLASH COD.: 59621

recebeu um fluxo de US$ 10,144 bilhões. O salto brasileiro fez com que o País ultrapassasse o México, que recebeu, em 2004, US$ 16,02 bilhões. Ásia – China e Hong Kong ocupam, respectivamente, o primeiro e o segundo lugares. Em 2004, os fluxos para a China foram de US$ 60,360 bilhões e para Hong Kong, de US$ 34,035 bilhões. No ranking mundial, o Brasil também melhorou sua

posição, subindo do 15º para o 10º lugar. A Unctad informou ainda que o crescimento do IED para o País, de 6%, superou a média dos emergentes ( 2,8%). O investimento estrangeiro direto na América Latina e no Caribe como um todo também teve alta e cresceu 44 % sobre 2004, colocando fim a uma série de quatro anos de queda. (AE)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

NACIONAL - 15

O BC CALCULA QUE O ESTOQUE DE MOEDAS ESTRANGEIRAS CHEGUE A US$ 58,7 BILHÕES ATÉ DEZEMBRO

RESERVAS DE DIVISAS DEVEM CRESCER US$ 5,7 BI

A

O

faturamento do setor supermercadista em todo o país caiu 2,42% em agosto na comparação com o mês de julho, e 0,66% em relação ao mesmo período de 2004. No acumulado deste ano as vendas aumentaram 2,63%. Os números são em valores reais (já descontada a inflação) e foram divulgados ontem pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O desempenho ruim do segmento foi justificado pelo efeito calendário; julho teve cinco finais de semana, enquanto agosto, apenas quatro. Além disso, explica o presidente da Abras, João Carlos Oliveira, os supermercados fizeram muitas promoções no mês de férias escolares, o que incentivou as vendas, mas com preços mais baixos. "Os empresários são obrigados a praticar margens cada vez menores para incentivar a compra", afirmou. Na comparação com o ano passado, a queda pode ser ex-

Patrícia Cruz/Ag Luz

Faturamento dos supermercados cai em agosto, mas ainda é positivo no ano plicada pela alta taxa de juros, que inibe os investimentos e o consumo, disse Oliveira. P r ev i s ã o – Embora o faturamento tenha caído em agosto, o presidente da Abras man- O preço da cebola teve queda de 16,61% no mês tém a previsão de crescimento de 2% para o desde o final de novembro. ano. "O câmbio ajuda a alavan- Agora, ficam restritas à véspecar as vendas de importados ra das festas", explicou. na época de Natal. Além disso, Preços – Em relação aos preacredito que a queda dos juros ços dos produtos vendidos nos a partir de agora gere otimis- super e hipermercados, houve mo para os empresários e para queda de 2,16% em relação ao o consumidor", disse ele. mês anterior na cesta de 35 proOliveira explicou que o mês dutos pesquisados pela Abras. de dezembro representa 12% As maiores quedas foram redo total faturado no ano pelo gistradas na batata (-27,93%), segmento e, dentro desse per- tomate (-17,99%) e cebola centual, 90% são vendidos nas (-16,61%), confirmando os induas semanas que antecedem dicadores do Índice de Preços o Natal. "Há alguns anos, as ao Consumidor Amplo (IPcompras de fim de ano eram CA). Já as principais altas ficamais pulverizadas e ocorriam ram com farinha de mandioca (6,43%), pernil (2,63%) e creme dental (2,54%). A Abras também divulgou o s d a d o s d o b i m e s t r e j unho/julho do Índice Nacional de Volume, desenvolvido em parceria com a ACNielsen. Na apuração até julho, o segmento apresentou um crescimento de volume de vendas de 5,5% em comparação ao mesmo período do ano passado.

IGP-M Queda de 0,53% ela quinta vez consecutiva o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) registrou queda. O resultado foi de -0,53% em setembro, ante -0,65% em agosto. Segundo informou ontem a Fundação Getúlio Vargas (FGV), esse é o período mais intenso de deflação na história do indicador, calculado desde 1989. O IGP-M acumula taxas de 0,21% no ano e de 2,17% em 12 meses até setembro. Para o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, com o resultado de setembro, o IGP-M de 2005 pode se tornar a menor taxa anual da história do indicador. O economista descartou, porém, a possibilidade de uma sexta deflação mensal consecutiva. "Mas isso vai depender do comportamento dos preços agropecuários", disse (AE)

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tam equilíbrio nas transações correntes (operações comerciais e financeiras com o exterior), mas com redução no saldo comercial (exportações menos importações). O BC estima crescimento de 21,1% nas compras externas e de apenas 6,1% nas vendas para o exterior, o que deve resultar em um saldo

3,5% é a nova projeção do Banco Central para a inflação em 2006 comercial ao redor de US$ 29 bilhões – bem abaixo do saldo esperado para este ano, em torno de US$ 38 bilhões. Em relação à inflação, Bevilaqua aposta na taxa de 3,5%

para 2006, abaixo da projeção inicial de 3,7%. A projeção de 2005 caiu de 5,8% para 5%, abaixo da meta de 5,1%. Essa estimativa reforça as apostas dos analistas do mercado financeiro de que há espaço para uma queda maior das taxas de juros (Selic) até o fim deste ano. Como a nova projeção para 2006 está bem abaixo da meta de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o mercado passou a trabalhar com a expectativa de que o BC vai ser mais agressivo na reunião de outubro do Comitê de Política Monetária (Copom) e cortará em 0,50 ponto a taxa Selic, de 19,5% para 19% ao ano. Remessas – Sobre as projeções de remessas líquidas para o exterior em 2006, o diretor do BC aposta em US$ 8,1 bilhões, ante US$ 7,9 bilhões neste ano. O número resulta, segundo ele, do aumento de viagens internacionais, porque a cotação do dólar está baixa em relação ao real. As remessas de lucros e dividendos permanecerão estáveis, em torno dos US$ 3,4 bilhões calculados também para este ano. (Agências)

Brasil tem 78,9 milhões de telefones celulares

O

número de celulares no Brasil já é duas vezes maior que o de telefones fixos. Segundo balanço publicado no site da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), havia 78,947 milhões de telefones móveis em agosto contra 39,335 milhões de fixos. Os terminais públicos somaram 1,276 milhão. A alta foi impulsionada pelo sucesso dos pré-pagos entre as classes de menor poder aquisitivo. A Anatel diz ainda que fixos e móveis atingiram 118,3 milhões de acessos, 2,3 milhões mais que em julho. A teledensidade manteve-se estável. Para cada grupo de 100 habitantes, há 7,3 telefones fixos instalados e 21,4 em serviço.

Analistas estimam que o mercado de celulares deve encerrar o ano com 86 milhões de clientes, 32% a mais do que em 2004. (ABr) DC

Fernanda Pressinott

"expressiva melhora" nas contas externas do país vai contribuir para aumentar o nível das reservas internacionais, que devem terminar 2005 em US$ 58,7 bilhões, o que significa aumento de US$ 5,7 bilhões em relação ao montante observado em dezembro do ano passado. As reservas internacionais constituem os estoques de divisas (moedas estrangeiras, ouro) de um país para financiar o pagamento de suas dividas com credores. E excluem créditos abertos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e investimentos estrangeiros em carteira. A estimativa de melhora é do diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Afonso Bevilaqua, que ontem divulgou o relatório trimestral (junho-agosto) de inflação. Ele ressalvou que, sem o dinheiro do FMI, a chamada reserva líquida será de US$ 44 bilhões (acima da projeção de US$ 41,9 bilhões no relatório de junho). 2006 – Segundo Bevilaqua, as projeções para 2006 apon-

DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS

Houre Master

ASP, JAVA, SQL, ACESS e MACROMEDIA Design e Implementação de Websites Corporativos, Portais, B2B, WebTV service

Cabeamento estruturado

Antenas

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Projetos

Equipamentos de informática COD.: 39385

COD.: 85185


www.dcomercio.com.br/c ampinas/

Secretárias, parabéns Edição de Campinas concluída às 00h10

Ano 81 - Nº 21.974

São Paulo, sexta-feira a domingo, 30 de setembro a 2 de outubro de 2005

R$ 0,60

Joedson Alves/Agência Estado

O CAIXA 2 QUE TODOS PAGAMOS R$ 361 BILHÕES

Eu, você, nós, todos já contribuimos com R$ 361,38 bilhões em impostos de janeiro a junho. O Leão fechará o ano com a carga tributária de 37,5% sobre o PIB, um novo recorde. E a CPI dos Correios está constatando: pelo valerioduto correu dinheiro público; os empréstimos bancários não existiram. Conclusão: eu, você, nós, todos contribuimos com o mensalão. Pág. 5 (a CPI); págs. 6 e 7 (Opinião); pág. 9 (Leão e o PIB)

Lula, ontem, falando de agricultura familiar, em Brasília, com uma caixa de presentes na mão: "Os que carregam piano não são lembrados; só quem toca". TV Globo/Divulgação

DCULTURA

Filas. E começa a 1ª blitz nos bancos Resultado: 39 multas em 75 vistorias. Principal motivo das punições: falta de marcador de tempo no início das filas. Os bancos tiveram 120 dias para se equipar. Página 11

Humor é saúde A legenda mais engraçada para esta charge concorre a academia e spa. Veja na página 13 TEMPO EM CAMPINAS Parcialmente nublado Máxima 29º C. Mínima 14º C.

Novela das 7: Bang Bang! A Globo estréia Bang Bang com a promessa de renovar a linguagem e de fazer rir muito. Assinada por Mário Prata, é um faroeste que satiriza costumes brasileiros. Locações no deserto do Chile (foto) recriam a estética do western à Hollywood. Mas a truculência dos bandidos dá lugar à comédia com belas mulheres, vilões pouco convictos e um Zorro caricato. E mais: maratona de teatro na Roosevelt, cinema, leitura, gastronomia, adega, happy hour...


DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS

sexta-feira, sábado e domingo, 30 de setembro e 1 e 2 de outubro de 2005

ORIENTAÇÃO LEGAL LEGISLAÇÃO • DOUTRINA • JURISPRUDÊNCIA INSTITUTO JURÍDICO DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO

COORDENAÇÃO: CARLOS CELSO ORCESI DA COSTA

Agenda Tributária Paulista – Outubro/2005 COMUNICADO CAT-40, DE 27/9/2005 O coordenador da Administração Tributária, declara que as datas fixadas para cumprimento das Obrigações Principais e Acessórias, do mês de outubro de 2005, são as constantes da Agenda Tributária Paulista anexa. AGENDA TRIBUTÁRIA PAULISTA Nº 194 MÊS: OUTUBRO DE 2005 DATAS PARA RECOLHIMENTO DO ICMS E OUTRAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Classificação de Atividade Econômica

Código de Prazo de Recolhimento

CNAE

CPR

15237, 15911 a 15954, 21105 a 21490, 23108 a 23302, 24112 a 24996, 25216 a 25291, 26204, 27138 a 27413, 27499 a 27529, 28118 a 28215, 28312 a 28991, 29130, 29157, 29246, 29254, 29513 a 29548, 29718 a 29963, 30112 a 30228, 31119 a 31410, 31518, 31810 a 31992, 32107 a 32301, 32905, 33103 a 33502, 33910 a 33944, 34100, 34207, 34509, 35114 a 35211, 35238, 35327 a 35912, 36927 a 36951, 36978 e 36994; 40118 a 40142, 40207 e 40304; 51217 a 51926, 60267 a 60291, 61115 a 61239, 62103 a 62308, 64114 e 64122; 92215, 92223 e 92401. 01112 a 01708, 02119 a 02135, 05118, 05126, 10006, 11100, 11207, 13102 a 13293, 14109 a 14290, 16004, 26913, 26921, 45110 a 45608, 50105, 50202, 50504, 51110 a 51195, 55131 a 55190, 55247, 60305 e 63118 a 63401; 65102 a 65994, 72109 a 72907, 74110 a 74993, 85111 a 85324. 64203 15431, 41009, 50300 a 50423, 52116 a 52795, 55212 a 55239, 55298, 60100 a 60224, 66117 a 66303, 67113 a 67202, 70106 a 70408, 71102 a 71404, 73105, 73202, 75116 a 75302, 80136 a 80993, 90000, 91111 a 91995, 92118 a 92134, 92312 a 92398, 92517 a 92622, 93017 a 93092, 95001 e 99007. 28223, 29114 e 29122, 29149, 29211, 29220, 29238, 29297 a 29408, 29610 a 29696 15113 a 15229, 15318 a 15423, 15512 a 15890, 17116, 17191, 19100 a 19291, 20109 a 20290, 22144 a 22349, 23400, 25119 a 25194, 26115 a 26190, 26301, 26492, 26999, 27421, 31429, 31526, 31607, 34312 a 34495, 35220, 35920, 35998, 36110 a 36919, 37109, 37206, 60232 a 60259. 17213 a 17795, 18112 a 18228, 19313 a 19399, 26417, 26425, 35319 e 36960. Industriais ou Atacadistas de Pequeno Porte (art. 11 das Disposições Transitórias do RICMS/2000)

Observações: O Decreto 45.490, de 30/11/2000 - D.O. de 1°/ 12/2000, que aprovou o novo RICMS, estabeleceu em seu Anexo IV prazos do recolhimento do imposto em relação às Classificações de Atividade Econômica ali indicadas, com alteração do Decreto n° 49.016 de 06/10/2004, D.O. de 07/10/2004. O não recolhimento do imposto até o dia indicado sujeitará o contribuinte ao seu pagamento com juros estabelecidos pela Lei n° 10.175, de 30/12/98 - D.O. de 31/12/98, e demais acréscimos legais. Informações Adicionais: Do Imposto Retido Antecipadamente por Substituição Tributária: -

Regime Periódico de Apuração Recolhimento do ICMS FATO GERADOR 09/2005 08/2005 DIA DIA

1031

5

-

1100 1150

10 17

-

1200

20

-

1220

24

-

1250

25

-

2100

-

10

2102

-

10

Os contribuintes, em relação ao imposto retido antecipadamente por substituição tributária, estão classificados nos códigos de prazo de recolhimento abaixo indicados e deverão efetuar o recolhimento até os seguintes dias (Anexo IV, art. 3°, § 1° do RICMS aprovado pelo Decreto 45.490, de 30/11/ 00, D.O. de 1°/12/00, com alteração do Decreto 45.644, de 26/1/01): DIA 05 - cimento 1031; refrigerante, cerveja, chope e água - 1031; álcool anidro, demais combustíveis e lubrificantes derivados de petróleo - 1031; DIA 10 - veículo novo 1090; veículo novo motorizado classificado na posição 8711 da NBM/SH -

1090; pneumáticos, câmaras-de-ar e protetores de borracha - 1090; fumo e seus sucedâneos manufaturados - 1090; tintas, vernizes e outros produtos químicos - 1090; energia elétrica - 1090; DIA 17 - sorvete, acessório como cobertura, xarope, casquinha, copo, copinho, taça e pazinha 1150. Observações em Relação ao ICMS Devido por ST: a) o contribuinte enquadrado em código de CNAE que não identifique a mercadoria a que se refere a sujeição passiva por substituição, observado o disposto no artigo 566, deverá recolher o imposto retido antecipadamente por sujeição passi-

va por substituição até o dia 9 do mês subseqüente ao da retenção, correspondente ao CPR 1090 (Anexo IV, art. 3°, § 2° do RICMS, aprovado pelo Decreto 45.490, de 30/11/ 00, D.O. de 1°/12/00; com alteração do Decreto 46.295, de 23/11/01, D.O. de 24/11/01). b) em relação ao estabelecimento refinador de petróleo e suas bases, observar-se-á o que segue: 1) no que se refere ao imposto retido, na qualidade de sujeito passivo por substituição tributária, 80% (oitenta por cento) do seu montante será recolhido até o 3º dia útil do mês subseqüente ao da ocorrência do fato gerador - CPR 1031 e o restante, até o dia 10 (dez) do correspondente mês CPR 1100; 2) no que se refere ao imposto decorrente das operações próprias, 95% (noventa e cinco por cento) será recolhido até o 3º dia útil do mês subseqüente ao da ocorrência do fato gerador - CPR 1031 e o restante, até o dia 10 (dez) do correspondente mês CPR 1100. 3) no que se refere ao imposto repassado a este Estado por estabelecimento localizado em outra unidade federada, o recolhimento deverá ser efetuado até o dia 10 de cada mês subseqüente ao da ocorrência do fato gerador - CPR 1100 (Anexo IV, art. 3º, § 5º do RICMS, acrescentado pelo Decreto nº 47.278, de 29/10/02). Empresa de Pequeno Porte e Microempresa CPR 1210 DIA 21 - Os contribuintes sujeitos a esse regime deverão efetuar o recolhimento do imposto apurado no mês de setembro/ 2005 até essa data (art. 11 do Anexo XX e art. 3°, inciso VII do Anexo IV do RICMS, aprovado pelo Decreto 45.490, de 30/11/ 00, D.O. de 1°/12/00; Comunicado CAT 3, de 22/1/ 01 - D.O. de 24/1/01). Outras Obrigações Acessórias 1) Guia de Informação e Apuração do ICMS GIA A GIA, mediante transmissão eletrônica, deverá ser apresentada até os dias a seguir indicados de acordo com o último dígito do número de inscrição estadual do estabelecimento.

(art. 254 do RICMS, aprovado pelo Decreto 45.490, de 30/11/00 - D.O. de 1º/ 12/00 - Portaria CAT 92, de 23/12/98, Anexo IV, artigo 20 com alteração da Portaria CAT 49, de 26/ 06/01 - D.O. de 27/06/01). Final Dia 0e1 16 2,3e4 17 5,6e7 18 8e9 19 Caso o dia do vencimento para apresentação indicado recair em dia não útil, a transmissão poderá ser efetuada por meio da Internet no endereço http://www.fazenda.sp. gov.br ou http:// pfe.fazenda.sp.gov.br 2) DIA 10 - Guia Nacional de Informação e Apuração do ICMS Substituição Tributária: O contribuinte de outra unidade federada obrigado à entrega das informações na GIA-ST, em relação ao imposto apurado no mês de setembro/ 2005, deverá apresentá-la até essa data, na forma prevista no Anexo V da Portaria CAT 92, de 23/ 12/98 acrescentado pela Portaria CAT 89, de 22/ 11/00, D.O. de 23/11/00 (art. 254, parágrafo único do RICMS, aprovado pelo Decreto 45.490, de 30/11/ 00, D.O. de 1°/12/00). 3) DIA 17 - Demonstrativos do Crédito Acumulado: o contribuinte deverá entregar até essa data, no Posto Fiscal do seu domicílio os respectivos demonstrativos referentes aos fatos geradores do mês de setembro/2005 (art. 72 do RICMS, aprovado pelo Decreto 45.490, de 30/11/00, D.O. de 1° / 12/00 e art. 1º, inciso IV da Portaria CAT 53/96, de 12/8/96 - D.O. de 27/8/96 - Retificada em 31/8/96, na redação dada pelas Portarias CAT 68/96, 15/ 97, 38/97, 71/97, 71/98; 37/2000, 94/01 e 35/02). 4) DIA 17 - Relação das Entradas e Saídas de Mercadorias em Estabelecimento de Produtor: produtor não equiparado a comerciante ou a industrial que se utilizar do crédito do ICMS deverá entregar até essa data, no Posto Fiscal a que estiver vinculado, a respectiva relação referente ao mês de setembro (art. 70 do RICMS, aprovado pelo Decreto 45.490, de 30/11/00, D.O. de 1°/12/00 e art. 18 da Portaria CAT 17/03).

5) DIA 15 - Arquivo com Registro Fiscal: Os seguintes contribuintes deverão enviar até essa data à Secretaria da Fazenda através do correio eletrônico http:// pfe.fazenda.sp.gov.br, com registro fiscal de todas as suas operações e prestações com combustíveis derivados de petróleo, gás natural veicular e álcool etílico hidratado combustível efetuadas a qualquer título efetuadas no mês de setembro: a)os fabricantes e os importadores de combustíveis derivados de petróleo, inclusive de solventes, as usinas e destilarias de açúcar e álcool, as distribuidoras de combustíveis, inclusive de solventes, como definidas e autorizadas por órgão federal competente, e os Transportadores Revendedores Retalhistas TRR (art. 424-B do RICMS, aprovado pelo Decreto 48.139 de 8/10/ 2003, D.O. de 9/10/03, normatizada pela Portaria CAT-95 de 17/11/2003, D.O. de 19/11/2003). b) Os revendedores varejistas de combustíveis e os contribuintes do ICMS que adquirirem combustíveis para consumo (art. 424-C do RICMS, aprovado pelo decreto 48.139 de 8/10/03, D.O. de 9/10/03 e normatizada pela Portaria CAT-95 de 17/11/2003 D.O. de 19/11/2003). Notas Gerais: 1. Unidade Fiscal do Estado de São Paulo UFESP Por meio de comunicado, a Diretoria de Arrecadação divulgou o valor da UFESP que, para o período de 1°/1 a 31/12/2005, será de R$ 13,30 (Comunicado DA 50, de 20/12/04 - D.O. 22/12/04). 2. Nota Fiscal de Venda a Consumidor: À vista do disposto no art. 134 do RICMS, aprovado pelo Decreto 45.490, de 30/11/00, D.O. de 1°/12/00, será facultada a emissão da nota fiscal, desde que não exigida pelo consumidor, quando o valor da operação for inferior a R$ 7,00, no período de 1°/1 a 31/12/ 2005 (Comunicado DA 54, de 20/12/04 - D.O. 22/ 12/04). 3. Esta Agenda Tributária foi elaborada com base na legislação vigente em 27/09/2005. D.O.E. - 28.09.05


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

66-.OPINIÃO

sexta-feira, sábado e domingo, 30 de setembro e 1 e 2 de outubro de 2005

LENTE DE

AUMENTO

PERDENDO A ALMA DO BRASIL

O Iphan tem apenas quatro funcionários para os bens imateriais. E não abre concurso há 20 anos.

Em 1936, quando produzia, a pedido de Gustavo Capanema, o texto do anteprojeto que criaria o então Serviço de Proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), o escritor Mário de Andrade já falava da importância de se preservar as manifestações culturais. Por essa iniciativa, ele é considerado um dos precursores do tema no país. Com base no preceito constitucional, algumas manifestações não-materiais já estariam devidamente protegidas. Mas, na verdade, falta a regulamentação, para que se saiba realmente o que deve ser amparado. Em 1996, em função das comemorações dos 500 anos do Descobrimento do Brasil, foi criado, através de decreto, o Museu

Aberto do Descobrimento, no Monte Pascoal, na Bahia, o primeiro local avistado pela fragata de Pedro Álvares Cabral. O decreto assinado em 22 de abril de 1996 era ambicioso: rios, povos indígenas e paisagens fariam a composição de um espaço que abrigaria toda a costa do descobrimento, uma área de 1,2 mil quilômetros quadrados. A idéia não vingou. O presidente Fernando Henrique Cardoso assinou o decreto 3.551, instituindo a proteção legal para patrimônios não-materiais, que seriam os elementos do nosso folclore, as festas, as danças e as diversas manifestações culturais e religiosas. Pelo decreto, o bem não seria propriamente tombado, mas sim registrado em quatro livros diferentes: dos Saberes, de Celebrações, das Formas de Expressão e de Lugares.

O

tema esteve em pauta recentemente através do artigo publicado do acadêmico José Sarney "Lampião e o Iphan". O ex-presidente da República lembrou que o Iphan tem apenas quatro funcionários para cuidar dos registros de bens imateriais. E o pior: a entidade encontra-se há 20 anos sem concurso público. Já é hora, pois, de pensar seriamente no assunto. Temos alguns exemplos de bens imateriais: a pintura corporal dos índios Wajãpi (Amapá), o trabalho das paneleiras de Goiabeiras (Espírito Santo) e o ministro Gilberto Gil sugeriu o tombamento do samba como Patrimônio Cultural da Humanidade. O caminho é longo. ARNALDO NISKIER, DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS

BENEDICTO FERRI DE BARROS MEGAMENSALÃO ESCANCARADO

Céllus

A

proteção de bens imateriais, ou seja, aqueles que não são físicos, como prédios e esculturas, tem sido defendida há muitos anos no Brasil e atende à preocupação de entidades internacionais que têm se dedicado com afinco ao tema. A Unesco, por exemplo, através de sua "Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial", de 17 de outubro de 2003, considera incluídas nesta categoria as "práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante do seu patrimônio cultural".

Liberdade, o bem supremo PAULO SAAB

O

bem maior que o ser humano possui é a liberdade. No aspecto pessoal talvez a saúde seja o item do topo da lista. No sentido mais coletivo e também no individual, a liberdade vem junto porque, mesmo dispondo de saúde, sem essa faculdade da auto-tutela, o ser humano perde sua plenitude. Tanto que o castigo para os que infringem as regras sociais é a privação dessa liberdade sem que se mencione a supressão da saúde, a não ser em casos extremos, onde a própria vida é extinta, nos países onde existe a pena de morte. Não é o caso do Brasil. No sentido contrário, vale mencionar, em terras tupiniquins, onde a liberdade individual (inerente ao ser humano) está sendo consolidada, existe quem dela se favoreça para conspirar contra a própria. A liberdade no sentido amplo, onde se abrigam os direitos de ir e vir, de expressão de pensamento, opinião, palavra e credo de toda ordem, encontra seus limites na contraposição do mesmo direito de terceiros e no respeito geral fundamenta-se a sua ordem. Daí a existência da legislação regulatória, coibidora de abusos, garantidora dos direitos básicos de cada cidadão, consagrados na Constituição e na legislação ordinária. Quando essa garantia de igualdade nos direitos básicos e supressora da liberdade (forma de exemplificar a punição a quem transgride) de quem viola as regras coletivas falta, a própria liberdade em seu direito mais amplo fica ferida porque consagra a liberdade excessiva de quem, como mencionado, dela se vale para benefício pessoal ou de grupos.

S

ão conceitos aparentemente de difícil digestão, mas fazem o fundamento de situações que temos vivido no Brasil, onde esse bem maior, a liberdade, tem dado cobertura a ações infratoras, criminosas, sem que a devida punição aos seus agentes seja aplicada. Falha o que se espera da Justiça. Nu-

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Ed i tor - Che fe : José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br) Editores: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br), Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Marcos Menichetti (marcosm@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Adriana Gavaça, André Alves, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Lancha, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Juliana de Moraes, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda Correspondente: Renato Carbonari Ibelli (Campinas) Gerente de Publicidade Solange Ramon (sramon@acsp.com.br) Gerente de Produto Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-34493 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005 Auditado pela

N

o Brasil contemporâneo, traduzindo isso tudo ao miúdo do dia-a-dia de nossa população, vale o desejo de cada um de ser livre para poder se auto-determinar, dentro de um país onde a garantia dessa liberdade seja acompanhada da punição a quem não respeita as regras coletivas, da possibilidade de acesso à educação, à saúde, à segurança e ao trabalho, por iniciativa própria ou contribuindo com terceiros e onde a dignidade dessa liberdade seja preservada pelo respeito que cada um merece. Por essa ótica, as coisas, inclusive a liberdade, não vão tão bem no Brasil, como deveriam. Urge que nosso bem supremo, individual ou coletivo, a liberdade, seja resgatada e não conspurcada na transformação de todos em suspeitos ou criminosos até prova em contrário, porque o excesso de liberdade, que deve ser defendido sempre, tem permitido a ação inescrupulosa de infratores em todos os setores da vida nacional. A liberdade também precisa de Justiça e da Justiça. Vale mencionar : pouco contribui para a causa da liberdade (e independência entre os Poderes) a forma utilizada pelo governo Lula para adquirir a presidência da Câmara dos Deputados.

A liberdade também precisa de Justiça. E da Justiça.

O pior de Lulla

P intura corporal dos índios: quem vai registrar?

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

vens obstruem a nitidez que a condição de liberdade exige. Cria-se uma confusão de entendimento que alcança o cidadão comum, desorientando-o em relação aos verdadeiros valores e padrões de comportamento que devem nortear uma sociedade. Em "Quatro Ensaios sobre a Liberdade", nos Clássicos Liberais, Robert Fendt reúne as principais reflexões de Isaiah Berlin sobre a liberdade. Os conceitos sobre a liberdade, as idéias políticas do Século XX, a tese da inevitabilidade histórica, a visão de John Stuart Mill e as finalidades da vida, formam um painel de conhecimento que sustenta a teoria da liberdade, entre tantas outras centenas de visões existentes. Vale sempre debater e discutir o significado de liberdade.

ARTHUR CHAGAS DINIZ

É

difícil falar no pior procedimento de um presidente que alega não ter tido nenhum conhecimento das origens das aquisições de deputados de pequenos partidos efetuadas sob o comando de José Dirceu, seu ex- (todo-poderoso) Chefe da Casa Civil. Esse desconhecimento caracterizaria uma desídia que nem sua reconhecida preguiça nem as viagens nem mesmo a falta de apetite para ler autorizariam. É lógico que Lulla sabia. O PT, aliás, tem essa característica que o diferencia de outros partidos: as decisões resultam sempre de inumeráveis "tiradas de posição". É impossível que Lulla desconhecesse o mar de lama e dinheiro que corrói o Palácio do Planalto. A mais clara, ainda que pouco percebida, aprovação ao modelo do mensalão foi dada agora mesmo quando a Petrobras renovou o contrato de Duda Mendonça até 2007 pelo módico valor de R$ 189 milhões/ano. O mais alto das empresas distribuidoras de petróleo que operam no país. Duda Mendonça participava do mensalão e recebia pagamentos de Marcos

Valério em contas não declaradas no exterior. Ele é, sem dúvida, um dos intermediários mais bem remunerados do Sistema Financeiro PT.

C

reio que Lulla, agora na eleição para a presidência da Câmara de Deputados, está se superando. Convocou o famigerado Valdemar da Costa Neto para arregimentar o PL e, com isso, desestruturar a passagem de Ciro Nogueira (severinista) ao segundo turno da eleição. Lembre-se que Valdemar da Costa Neto é um ex-deputado de fisionomia lombrosiana (famoso criminalista italiano). Este poderia ser o pior momento de Lulla não fosse o fato de ter como candidato do governo à presidência da Câmara um comunista como Aldo Rebelo que há muito pouco tempo encaminhou proposta de lei ao Congresso visando proibir o uso de nomes estrangeiros no Brasil! Isso é da era Brucutu. Apoiar um presidente comunista para a Câmara é demais. Lulla está se superando a cada dia. Pode ser que ainda venha coisa pior, embora seja muito difícil.

L ulla está se superando. Pode vir coisa pior? É difícil.

A

o mensalão pago em prestações por mãos travessas para cooptar legendas e adquirir deputados, formando a maioria governista na Câmara, o governo acrescentou um megamensalão para adquirir à vista a presidência da Casa. É o mesmo sistema de corrupção, com modalidade diversa. Aquele foi subterrâneo, oculto, montado e operado por terceiros, com recursos de origem até hoje não apurada, negado e repudiado por Lula. Este foi praticado sob sua chefia, com sua tropa de choque e com recursos públicos. E festivamente comemorado como uma grande vitória política. Será? O resultado evidencia de imediato duas coisas. A primeira é uma interferência e vitória do Executivo sobre o Legislativo. A segunda a entronização de um comunista no domínio de um poder do Estado.

O mensalão desta vez foi praticado por Lula, com sua tropa e recursos públicos A primeira coisa humilha e enxovalha a já enxovalhada imagem do Congresso. A segunda confirma a natureza marxista que inspira este governo. É pelo menos duvidoso que ambas as coisas reforcem a "harmonia entre os poderes" do Estado e do governo e representem, portanto, uma demonstração de estadismo. megamensalão que emplaca "chapa branca" (ou vermelha?) na Câmara levanta a suspeita de que possa inutilizar todo o esforço e gastos que vêm sendo feitos pelas CPIs para apurar ilícitos e crimes e punir seus culpados. Por outro lado, uma vitória por 15 votos apenas em lugar de unir a Câmara pode até agravar seus conflitos internos, já que ela fica rachada ao meio. E tudo pode sair pela culatra se como é vezeiro nas práticas do PT e deste governo as promessas de compra deixarem de ser pagas. Três séculos aproximadamente a.C., Pirro derrotou os romanos com sua cavalaria e tropa de elefantes. O custo desse dispêndio causou sua ruína. A isto se chama uma "vitória de Pirro".

O

BENEDICTO FERRI DE BARROS É ESCRITOR PAJOLUBE@TERRA.COM.BR


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FINANÇAS - 11

MERCADO FINANCEIRO VIVEU ONTEM MAIS UM DIA DE BAIXAS. DÓLAR VOLTOU A RECUAR E BOLSA, TAMBÉM

DÓLAR ESCORREGA 1,03% E FECHA A R$ 2,21

O

Helvio Romero/AE

dólar fechou on- nhuma condição de fazer isso tem com mais uma (elevar o dólar) comprando queda, agora de moeda. Esse é um processo de 1,03% e, assim, vol- arbitragem de juros, que entou a bater novo recorde de volve bilhões de dólares. De baixa. A moeda americana ter- forma que o Banco Central, minou o dia valendo R$ 2,210 mesmo que quisesse (comna compra e R$ 2,212 na venda, prar), não tem poder de conesta última a menor cotação trolar", disse. Segundo o economista e pardesde maio de 2001. Também em queda fechou o risco-país, lamentar, o principal motivo que cedeu 8 pontos no final da da derrocada no valor da moetarde, batendo nos 346 pontos. da americana, que hoje se Com isso, o indicador de risco aproxima de R$ 2,2, é a taxa de está a 9 pontos do seu piso his- juros básica elevada do País e, portanto, apenas uma queda tórico, de 337 pontos. Três fatores específicos con- forte da taxa iria conter a destribuíram para a queda do dó- valorização do dólar. Para ele, a alta taxa de juros e lar. Um deles foi o fluxo cambial, que permaneceu positivo seu impacto sobre o dólar terá um efeito de desdurante todo o dia. monte sobre os seOutro foi a proxiAlém do dólar, tores exportadores midade do final do também o riscodo País. "Essa sumês, que levou os país, que mede a pervalorização está investidores "venconfiança do desmontando a esdidos" do mercado investidor trutura de exportafuturo a puxar a coestrangeiro, caiu ção que montamos tação para baixo, ontem, batendo nos nos últimos quatro com o intuito de lu346 pontos anos", disse. crar na liqüidação Déficit – Em pade contratos. lestra proferida na Pela manhã, a fala do diretor de Polícia Econô- Associação de Supermercados mica do Banco Central, Afonso Paulistas (Apas), o deputado Bevilaqua, teve interpretações voltou a defender a idéia do esdesencontradas e influenciou tabelecimento de uma meta para a zeragem do déficit noo mercado. Bevilaqua disse que o Tesou- minal do País e atacou a polítiro tem vencimentos de US$ ca monetária do BC que, se11,266 bilhões em 2006 e que, gundo ele, transformou o real desse total, já comprou US$ numa commodity. A melhora das bolsas ameri3,99 bilhões no mercado. Também afirmou que o BC poderá canas conseguiu reduzir o ritvoltar a comprar dólares no mo de realização de lucros da mercado à vista, mas não sina- Bovespa na parte da tarde, mas não foi capaz de inverter a tralizou quando. Críticas – O deputado fede- jetória de queda. O Ibovespa ral Antônio Delfim Netto encerrou em baixa de 0,35%, (PMDB-SP) refutou ontem a com 31.208 pontos, também idéia de que o Banco Central afetado pela queda das ações (BC) pode ajudar a conter a da Braskem. O volume caiu desvalorização do dólar com um pouco na comparação com as compras da moeda america- os últimos pregões e ficou em na no mercado. "Não tem ne- R$ 1,713 bilhão. (AE)

Conselho Monetário Nacional (CMN) manteve, ontem, a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) em 9,75% ao ano. A taxa é usada nos contratos de empréstimo feitos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A decisão do CMN foi criticada por Boris Tabacof, diretor do Departamento de Econo-

BOLSA

Registros de operações na CVM: R$ 50 mi

Sistema viva-voz termina hoje

A

cena que marca a Bol- obras começam em outubro e e sa de Valores de São intenção da Bovespa é inauguPaulo (Bovespa), de rar o novo espaço em 25 de jaum amontoado de operadores neiro, dia do aniversário da cigritando e se acotovelando dade de São Paulo. Espaço – Já há algum tempo com telefones em punho já não o pregão viva-voz é vista há algum perde espaço para o tempo. Mas depois Marcos Fernandes/Luz volume de operade 115 anos, ela fações fechado no sisrá, definitivamentema eletrônico de te, parte do passanegociação. Para se do. Hoje será realiter uma idéia, em zado o último pre1995 75,34% das gão viva-voz. No transações passalugar desses proram pelo pregão vifissionais, que duva-voz, enquanto o rante muitos anos eletrônico ficava cantaram as ofercom os 24,66% restas de compra e tantes. venda de ações, Em 2005, até o úlentram os visitan- Área do pregão será tes. A bolsa planeja usado para visitação timo dia 30 de agosto, o eletrônico era reformar o espaço de mil metros quadrados do responsável por 99,86% dos pregão, criando dez diferentes negócios, restando ao vivaambientes onde o público visi- voz parcela mínima de 0,14% tante poderá conhecer melhor das operações. o investimento em ações. As Rejane Aguiar

Fernando Anthony/Digna Imagem

Não tem nenhuma condição de o governo elevar o dólar comprando a moeda no mercado. O processo é de arbitragem de juros.

Delfim Neto é economista e deputado

Ed Ferreira/AE

Tesouro tem vencimentos de US$ 11,266 bilhões em 2006 e desse total já comprou US$ 3,99 bilhões no mercado

Afonso Bevilaqua, diretor de Política Econômica do BC Fiscais das subprefeituras fiscalizaram várias agências ontem

Filas: 39 agências multadas Ao lado, o comprovante distribuído ontem na agência do Banco Real, no centro da cidade. Sem máquinas, as senhas foram preenchidas à mão pelos funcionários

Conselho Monetário mantém TJLP

O

A

Comissão de Valores Mobiliários (CVM) contabilizou, nesta semana, R$ 50 bilhões em registros de operações de financiamento ao setor privado, marca recorde. A expectativa da CVM é encerrar o ano com R$ 70 bilhões registrados, volume que representa mais do que o dobro do apurado no ano passado, quando foram contabilizados R$ 29 bilhões. O superintendente de registros da autarquia, Carlos Alberto Rebello, lembra que o resultado supera de longe os desembolsos programados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para este ano, que estão perto dos R$ 50 bilhões. Isso, segundo ele, mostra que o mercado de capitais brasileiro começa a andar com suas próprias pernas. Ao contrário de outros anos, o setor não recebeu nenhum empurrão do governo, como no caso de ofertas públicas usando o FGTS. (AE)

mia do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). Tabacof lamenta o que chamou de contágio do CMN pelo conservadorismo do Comitê de Política Monetária (Copom), afirmando que essa postura fragiliza as bases de crescimento do País. O voto mais aguardado por cafeicultores, de dotação para o custeio, não foi apreciado. (AE)

A

s subprefeituras fizeram ontem a primeira fiscalização nas agências bancárias do cumprimento da lei municipal nº 13.948, que prevê multa de R$ 564 ao banco que deixar os consumidores na fila dos caixas por mais do que 15 minutos. Das 75 vistorias feitas ontem, por dez subprefeituras, segundo balanço divulgado no início da noite, 39 resultaram em multas aos bancos que não estavam cumprindo a lei. O principal motivo da aplicação de multas foi a falta de marcador de tempo no início das filas. Os bancos tiveram 120 dias, contados a partir da data da publicação da lei, em 31 de março, para instalar o maquinário exigido. Ontem, os bancos já deveriam estar cumprindo a lei, mas a fiscali-

zação não pôde ser feita porque as os bancários estavam em greve. O Banco Real é um dos que já estão cumprindo a lei. Na agência do Real do centro da cidade, o atendimento não passou de 10 minutos. O banco distribuiu senhas com registro do horário preenchidas à mão por funcionários e distribuídas aos que aguardam nas filas do caixa. Na região de Pinheiros, foram feitas bliteze em seis agências: Bradesco, Banespa, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Real e Itaú. Todas atenderam dentro da lei. Mas muitas das agências fiscalizadas ainda não tinham a máquina para registro do horário de entrada na fila. A exceção foi o Bradesco. Assim, quem não tinha foi multado. Adriana Gavaça


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

CIDADES & ENTIDADES - 1

Simone Marinho/AG

E

País tem uma das maiores taxas do mundo de idosos que precisam trabalhar para sobreviver: pelo menos 50% das pessoas com mais de 60 anos

Emprego para aposentados e jovens prevê desconto no ISS Projeto de lei propõe redução no recolhimento do ISS para aquelas empresas que mantiverem idosos e aprendizes, entre 14 e 17 anos, em seus quadros de funcionários. O projeto já passou por duas audiências públicas depois de ser aprovado em primeira votação. Clarice Chiquetto Aposentados – A intenção de Dias com o projeto é contribuir para recolocar no mercado aposentados que ainda precisam trabalhar para se sustentar. "Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o Brasil tem uma das maiores taxas do mundo de idosos que precisam trabalhar para sobreviver.

Pelo menos 50% da população de aposentados do País precisa exercer uma atividade remunerada", explica o vereador. Além disso, Mário Dias lembra que dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o número de brasileiros com mais de 60 anos pode ultrapassar os 30 milhões de pessoas em 20

Para idosos, proposta de isenção da TFE O

vereador Mario Dias (PTB-SP) deve apresentar, até o fim do ano, projeto de lei que isenta pessoas físicas ou jurídicas com mais de 60 anos, e que possuem algum tipo de comércio, do pagamento da Taxa de Fiscalização e de Estabelecimento (TFE). O projeto altera o artigo 10 da lei 13477/02, inserindo os idosos. O vereador criou parâmetros para essa inclusão. O primeiro (e principal) é o limite de rendimento anual do comerciante idoso, que deve ser igual ou inferior a R$ 12.600 mil, comprovando-o com a declaração do IR. De acordo com o vereador, o projeto deve atingir, em sua maioria, aos chamados profissionais autônomos idosos (vendedores ambulantes, artistas de rua, entre outros, mas todos regularizados pela Prefeitura). Tanto que no projeto será obrigatório o chamado Cadastro de Contribuintes do Município (CCM). Outra exigência do projeto de lei: o profissional deverá

obedecer as exigências do mesmo artigo 10 da lei 13477/02. Por exemplo: a pessoa física que exerce sua atividade em casa não poderá abrir suas portas ao público em geral. Mais: pessoa jurídica ou física prestadora de serviço também deverá obedecer a norma de não abrir as portas ao público. Na justificativa anexada ao projeto, o vereador alega que a questão do bem-estar do idoso tem sido tema recorrente, "um dos grandes desafios deste milênio". Dias ainda alega que as pessoas com mais de 60 anos possuem outros gastos, como por

exemplo o sustento da família ou a compra de medicamentos. E acrescenta: "Atualmente, para um indivíduo que ainda não atingiu essa faixa etária já é extremamente complicado lidar com o alto índice de tributação existente no município para poder exercer sua atividade profissional, o que dirá para uma pessoa idosa, que em razão do envelhecimento associado à incapacidade e limitações que a idade lhe proporciona, apresenta despesas muito maiores de manutenção e sobrevivência".

Ivan Ventura

Jovens – Com relação aos jovens de 14 a 17 anos, o vereador ressalta que, segundo o IBGE, a desocupação nessa faixa etária é três vezes maior do que a média nacional. "Além disso, estudo da ONU aponta que 20 mil crianças e adolescentes de 10 a 16 anos servem ao narcotráfico no País e estão longe dos empregos formais".

anos, o que representará quase 13% da população nacional. "Graças aos avanços da medicina e à distribuição gratuita de remédios, entre outros motivos, as pessoas consideradas idosas muitas vezes estão em plena forma para exercer diversos tipos de funções e devem ser aproveitadas pelas empresas", opina.

O vereador acredita também que é importante para o aprendizado dos jovens, especialmente os de baixa renda, exercer alguma atividade profissional compatível com suas habilidades e competências. Ele destaca, entretanto, que a carga horária diária não deve ultrapassar seis horas, para não prejudicar os estudos desses jovens. O projeto de lei foi desenvolvido com base na Lei Federal nº 10.097/00, conhecida como a Lei do Aprendiz, que permite o trabalho dos menores de 14 a 18 anos de maneira muito específica e detalhada. Ressalta, por exemplo, que o jovem não poderá trabalhar em locais prejudiciais à sua formação, ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social e em horários que atrapalhem sua freqüência escolar. Dados da assessoria do vereador concluíram que o PL nº 390/05, aliado à Lei do Aprendiz, pode beneficiar de 150 mil a 500 mil jovens no município de São Paulo, sendo que estes números ainda representam menos da metade dos jovens que estão fora do mercado ou atuam na informalidade. O PL propõe também que a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social possa indicar profissionais que se encaixem nos perfis contemplados no projeto para as vagas disponíveis nas empresas que estiverem em seus cadastros. Além disso, o Executivo ficaria autorizado a realizar convênios e parcerias com a iniciativa privada com o objetivo de qualificar, introduzir no mercado e capacitar idosos e jovens para o ingresso (ou reingresso, quando necessário) no mercado. DC

mpresas que mantiverem em seu quadro de funcionários 10% de idosos e jovens aprendizes de 14 a 17 anos poderão ter desconto mensal de 5% no recolhimento do Imposto Sobre Serviços (ISS) caso o Projeto de Lei (PL) nº 390/05 seja aprovado em segunda votação na Câmara Municipal de São Paulo e sancionado pelo prefeito José Serra. De autoria do vereador Mário Dias (PTB), o projeto já passou por duas audiências públicas depois de ser aprovado em primeira votação. Em uma das audiências, o secretário de finanças municipal, Mauro Ricardo Costa, elogiou a proposta, mas fez a ressalva de que é complicado para a Prefeitura conceder 5% de desconto às empresas que recolhem a alíquota mínima do imposto, de 2% sobre o faturamento. Por conta disso, a assessoria jurídica do vereador está elaborando um substitutivo para apresentar antes da segunda votação, propondo que o desconto seja proporcional à porcentagem da alíquota, ou seja, caso a empresa recolha 2% de ISS, terá desconto dos mesmos 2%, e assim por diante. "Imaginei que a proposta pudesse enfrentar alguma resistência do Executivo, mas não, o secretário de Finanças fez diversos elogios e só destacou essa dificuldade", conta o vereador. De acordo com o texto do projeto, para receber o desconto, a empresa deverá apresentar mensalmente ao órgão responsável a GFIP e a SEFIP dos funcionários que se enquadram no perfil contemplado pela proposta – o mesmo vale para a RAIS no final do ano.

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OPINIÃO

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OPINIÃO -77

Para escrever ou comentar as cartas e artigos desta seção, envie sua mensagem para

doispontos@dcomercio.com.br

Aumenta a receita tributária municipal

.O

s dados sobre as finanças municipais recentemente divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional mostram que os municípios conseguiram melhorar a arrecadação dos seus tributos. No ano de 2003, segundo cálculos do Banco de Dados Municipais do IBAM, os municípios realizaram uma receita tributária da ordem de R$ 22,5 bilhões; sendo que em 2004 a receita tributária alcançou a marca dos R$ 25,8 bilhões. O crescimento apresentado pelos municípios entre 2003 e 2004 foi de 14,71%, índice bem acima daquele registrado pela inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que foi de 7,60% em 2004, e também 2,57 pontos percentuais acima da inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), 12,14%.

A receita tributária das prefeituras foi de R$ 25,8 bi, 14,71% acima da inflação

O imposto que contribuiu significativamente para este resultado foi o Imposto sobre Serviços (ISS), cujos efeitos da Lei Complementar nº 116/2003, fizeram com que o crescimento na arrecadação deste imposto chegasse a 23,03% no período. Com isso, o ISS aumentou a sua participação no conjunto da receita tributária municipal de 42,94% em 2003 para 46,05% em 2004. O segundo imposto em importância para os municípios é o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), cujo crescimento no período foi de 12,39%, o que significa dizer que o crescimento do IPTU se situou abaixo da média de crescimento da receita tributária como um todo. Desta forma, o IPTU teve reduzida a sua importância relativa no conjunto das receitas tributárias municipais, caindo de 36,68% em 2003 para 35,94% em 2004. Quanto aos demais itens de receita tributária, estes apresentaram um crescimento pouco significativo no período e n t re 2 0 0 3 e 2 0 0 4 : a p e n a s 1,34%. Em razão deste desempenho, as demais receitas tributárias tiveram reduzida sua participação no bolo tributário municipal de 20,38% em 2003 para 18,01% em 2004. A análise da evolução da receita tributária municipal segundo o porte demográfico dos municípios mostrou que foram aqueles com população entre 20 mil e 200 mil habitantes os que apresentaram o melhor desempenho: um crescimento de 20,48% entre 2003 e 2004. Os municípios com população superior a 200 mil habitantes apresentaram um c re s c i m e n t o d a o rd e m d e 13,29%, enquanto que os Municípios com população inferior a 20 mil habitantes registraram um crescimento na sua

receita de 10,11%. O ISS foi o imposto que registrou os maiores índices de crescimento, em todos os grupos de municípios, sempre ultrapassando o crescimento médio da receita tributária como um todo. O crescimento da arrecadação do ISS foi de 34,00% nos municípios com população entre 20 mil e 200 mil habitantes; de 29,67% naqueles com população inferior a 20 mil habitantes; e de 19,93% nos Municípios com população superior a 200 mil habitantes. Em relação ao IPTU, a variação média do crescimento foi muito pequena, permanecendo os três grupos de municípios em torno do índice de crescimento médio global do IPTU. Os municípios com população entre 20 mil e 200 mil habitantes registraram um crescimento de 13,74%, enquanto naqueles com população até 20 mil habitantes o IPTU cresceu 12,70% e nos municípios com população superior a 200 mil habitantes cresceu 12,01%. Quanto às demais receitas (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis inter-vivos, as taxas de prestação de serviços e de poder de polícia e a contribuição de melhoria), estas registraram um comportamento bem peculiar. Nos municípios com população entre 20 mil e 200 mil habitantes estas receitas apresentaram um c re s c i m e n t o d a o rd e m d e 9,98%, enquanto que para os municípios dos demais grupos, foram registrados resultados negativos: um decréscimo de 1,12% para os municípios com população acima de 200 mil habitantes e um decréscimo de 10,15% para os Municípios com população inferior a 20 mil habitantes.

Municípios entre 20 mil e 200 mil habitantes reajustaram as taxas em 9,98%

V

ale a pena registrar que os Municípios que apresentam população até 20 mil habitantes representam 71,77% do total de municípios do País, mas concentram apenas 18,38% do seu contingente demográfico. Estes são os municípios que, na sua imensa maioria, apresentam vocação tipicamente rural. Os municípios com população entre 20 mil e 200 mil habitantes representam 26,05% do número de unidades e concentram 39,10% do contingente demográfico. Quanto aos municípios com população superior a 200 mil habitantes, os tipicamente urbanos, estes não passam de 2,18% do número de unidades e concentram 42,52% dos habitantes do País. FRANÇOIS E. J. DE BREMAEKER, COORDENADOR DO BANCO DE DADOS MUNICIPAIS, DO CENTRO DE ESTUDOS INTERDISCIPLINARES DE FINANÇAS MUNICIPAIS DO IBAM. BREMAEKER@IBAM.ORG.BR

O ISS foi o imposto que mais cresceu: 23,03%

CLÁUDIO WEBER ABRAMO CORRUPÇÃO DA POLÍTICA

A

H elena Meirelles, 1924-2005

Carta aberta ao senhor Andrea Matarazzo

.

eu caro Dom Quixote, Ninguém é mendigo, nem pedinte, nem camelô, nem M continuas brigando inadimplente, etc., por com os moinhos de vento

porque enquanto o problema não for atacado de frente, você só consegue transferí-lo de cá para lá, de lá para acolá, de acolá para cá, e assim por diante. O que é imperioso e difícil é dar trabalho e condições de sobrevivência aos milhares que vivem nesta selva.

escolha. Abra urgentemente fontes de trabalho e procure dar dignidade a estes seres humanos que estão sem nenhuma chance de sobrevivência. ROBERTO DAL PONT, SÃO PAULO, SP RDALPONT@IG.COM.BR

N inguém é mendigo por escolha

Somos um país que cresce menos que a média mundial e muito abaixo da média dos emergentes, mas é uma massa grande, com forte apelo entre os investidores" RUBENS RICUPERO, EX-SECRETÁRIO DA UNCTAD, COMENTANDO O RELATÓRIO DA ORGANIZAÇÃO SOBRE O IED-INVESTIMENTO DIRETO ESTRANGEIRO MUNDIAL, QUE CRESCEU 2,5% EM 2004 (SOMANDO US$ 648 BI). O FLUXO PARA O BRASIL CRESCEU 79% E ATINGIU US$ 18,16 BI.

Vamos atingir uma corrente de comércio de US$ 200 bilhões dentro de pouco tempo PAULO BERNARDO, MINISTRO DO

PLANEJAMENTO, COMENTANDO QUE O RANKING DE COMPETITIVIDADE DO

Se os juros e a carga tributária prejudicam a competitividade no mercado externo, é bom reduzir gastos públicos e colocar no lugar dos subsídios para os privilegiados cortes, para todos, de tributos e juros.

FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL ESTÁ "MEIO DISTANCIADO DA

ELIANA CARDOSO, ECONOMISTA, EM SUA

REALIDADE BRASILEIRA"

VALOR ECONÔMICO

COLUNA ONTEM NO

operação que levou à eleição do deputado Aldo Rebelo à presidência da Câmara dos Deputados foi emblemática ao exibir as vulnerabilidades que afetam nossas instituições e que propiciam a corrupção. No caso, a corrupção nas relações entre o Executivo e o Legislativo. Antes de prosseguir, convém esclarecer que tais falhas não foram inventadas pelo atual governo, nem se limitam à esfera federal. Todos os presidentes da República, governadores de estados e prefeitos municipais e todos os parlamentos, do federal à menor das municipalidades, envolvem-se numa dança negocial que responde por muito da dissolução dos costumes políticos. A menção ao presidente Lula, ao deputado Aldo Rebelo e a determinados partidos é feita porque aconteceu anteontem (fora alguns detalhes escabrosos peculiares ao momento presente). Trocando-se os partidos e os personagens, vê-se o mesmo todos os dias, por todo o País. De modo a assegurar a eleição de um parlamentar alinhado para presidir a Câmara (intenção que em si não tem nada de imprópria), o Palácio do Planalto tomou as seguintes providências, entre as conhecidas (é claro que pode ou mesmo talvez deve ter havido outras manobras, não divulgadas): "liberou" cerca de R$ 500 milhões em verbas orçamentárias oriundas de emendas de parlamentares que estavam contingenciadas. Fez o mesmo com para mais de R$ 600 milhões de verbas do Ministério dos Transportes.

O

poder que o Executivo tem de contingenciar (a saber, bloquear a aplicação) e descontingenciar verbas orçamentárias é empregado como moeda de troca em negociações políticas. Isso desvirtua o Orçamento e a política. Observe-se que o presidente Lula vetou dispositivo da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2006 que proibia o contingenciamento de emendas parlamentares. A não-obrigatoriedade do cumprimento do Orçamento é uma causa

histórica de corrupção e ao mesmo tempo uma causa da debilidade do planejamento estatal, que justifica o diagnóstico unânime de que, entre nós, o Orçamento é uma peça de ficção. Há prefeituras por aí em que ao prefeito se permite contingenciar 100% do Orçamento... Os governantes costumam afirmar que seriam "obrigados" a contingenciar porque a economia é volátil (o que não tem sido verdade há anos), que as necessidades sociais são cambiantes (o que é embromação e não quer dizer nada), que precisam "ter liberdade" (o que é o anti-governo). Na verdade, contingenciam para fazer negociatas políticas. Tornar obrigatório o cumprimento do Orçamento em todas as esferas, o que só se pode fazer por emenda constitucional, é necessidade estratégica para o país. O principal motivo é econômico, mas a medida traria salutar alteração na forma como o Executivo se relaciona com o Legislativo.

Opoder que o Executivo tem de bloquear verbas é empregado como moeda de troca

N

ão faz nenhum sentido que uma emenda introduzida no Orçamento por um parlamentar, votada e aprovada pelos seus pares, seja meramente desconsiderada pelo chefe do Executivo. Impedir que isso aconteça faria com que manobras como as que foram empregadas no decorrer desta semana para eleger Aldo Rebelo não fossem mais possíveis. Os parlamentares não teriam mais que mendigar "liberações" pelos ministérios, vendendo a alma ao diabo para emplacar suas emendas e, assim, cumprir o que prometeram a suas bases eleitorais. A qualidade da relação política melhoraria. Eis aí uma emenda constitucional que o Parlamento poderia muito bem votar sem receio de sofrer vetos, uma vez que o presidente da República não pode vetar esse tipo de iniciativa. Por que isso não acontece? A resposta talvez possa ser encontrada no fato de que os parlamentares são sempre candidatos potenciais, em especial a prefeito, e portanto omitem-se preventivamente CLAUDIO WEBER ABRAMO É DIRETOR EXECUTIVO DA

TRANSPARÊNCIA BRASIL (WWW.TRANSPARENCIA.ORG.BR) BLOG: CRWA.ZIP.NET.

WWW.DCOMERCIO.COM.BR E-MAIL PARA TEXTOS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS (011) 3244-3544, 3244-3046 , Fax (011) 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL (011) 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax (011) 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL (011) 3244-3344, 3244-3983


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 30 de setembro e 1 e 2 de outubro de 2005

LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS - 9

ARRECADAÇÃO TOTAL ALCANÇOU R$ 361,38 BILHÕES NO 1º SEMESTRE, SEGUNDO ESTUDO DO IBPT

Carga tributária atinge 39,34% do PIB Pablo de Souza/Luz

A

José Clóvis Cabrera: fiscalização será estendida a outros setores do comércio varejista e atacadista

O Fisco paulista emitiu R$ 2,021 bilhões em autos de infração de janeiro a agosto deste ano. Deste total, cerca de R$ 1,2 bilhão refere-se ao cancelamento de créditos de ICMS de empresas que fizeram negócios em estados que concedem benefícios fiscais.

ICMS Crescem as autuações O

estado de São Paulo está no encalço dos contribuintes que tomam créditos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nas transações feitas em estados que concedem benefícios fiscais sem a aprovação do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). De janeiro a agosto deste ano, do total de R$ 2,021 bilhões em autos de infração lavrados, cerca de R$ 1,2 bilhão refere-se ao cancelamento de créditos do imposto. Em volume, no período, o Fisco aplicou um total de 10.158 autos de infração. Considerando a cobrança de multa e juros e atualizando os valores em Ufesp (Unidade Fiscal do Estado de São Paulo), as autuações

O

governo Luiz Inácio Lula da Silva está extraindo da sociedade brasileira, em impostos, taxas e contribuições, cerca de R$ 32 bilhões a mais, por ano, do que a administração tucana. É o que indica, em números, a carga tributária no primeiro semestre de 2005 em comparação com o valor do PIB, divulgado ontem pelo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses dados mostram que a receita tributária federal chegou a 25,6% do PIB nos seis primeiros meses deste ano – 1,7 ponto percentual a mais do que em 2002, ano da

maior arrecadação no governo anterior. Somando os tributos cobrados por estados e municípios, essa carga chega hoje a pelo menos 36% do PIB, dependendo do tipo de metodologia usada no cálculo. Portanto, cerca de dois terços dela se referem ao governo federal. O aumento da carga tributária é mostrado pelos números da Secretaria do Tesouro Nacional. Entre janeiro e junho, o governo arrecadou R$ 235,2 bilhões, o que equivale a 25,6% do PIB do semestre. No mesmo Em 2004, foi de 24,2% do PIB. (AE)

FALÊNCIAS & CONCORDATAS Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 29 de setembro de 2005, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falências: Requerente: Emesfer Mercantil Comercial de Ferramentas Ltda. - Requerido: Abril Gás Serviços e Comércio de Materiais Hidráulicos Ltda. - Rua João Boemer, 143 - 01ª Vara de Falências Requerente: Rodopeças Ltda. - Requerido: Rodoviário Buck Ltda. Av. Guilherme Cotching, 1.549 - 02ª Vara de Falências Requerente: Império Negócios Ltda. - Requerido: TVA – Sistema de Televisão S.A - Av. Moffarej, 1.200 - 01ª Vara de Falências

estado paulista. "Vamos estender a fiscalização para outros setores com o mesmo perfil", adianta Cabrera. As investidas do Fisco contra esses contribuintes têm o respaldo do Comunicado CAT nº 36, do ano passado, que veda o aproveitamento integral de créditos do ICMS relativos a produtos adquiridos em estados que oferecem benesses fiscais de forma unilateral. A norma lista os estados que usam o artifício para atrair empresas e determina que o aproveitamento deve ser proporcional ao valor que foi realmente recolhido de imposto na origem. A medida tomada por São Paulo em mais um capítulo da guerra fiscal já rendeu uma ação direta de inconstituciona-

lidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF), proposta pelo estado do Amazonas, e vem sendo contestada na Justiça paulista pelos contribuintes. Nesta queda-de-braço, entretanto, o Fisco está vencendo, pelo menos por enquanto. De acordo com o procuradorchefe da Procuradoria Fiscal do Estado de São Paulo, Clayton Eduardo Prado, já foram derrubadas no Tribunal de Justiça paulista seis liminares que haviam sido conseguidas pelos contribuintes, a maioria dos setores de autopeças. "O baixo número de contestações foi uma surpresa. Talvez as empresas estejam aguardando algum acordo entre os estados no âmbito do Confaz", conclui Prado. Sílvia Pimentel

Vidal Cavalcante/AE

Cai taxa do lixo. Entram R$ 80 mi. A

R$ 32 bi a mais por ano

representam R$ 6,305 bilhões, valor superior à média anual, de R$ 6 bilhões. "Em oito meses, alcançamos a média dos anos anteriores. Isso porque houve uma alta concentração de autos envolvendo a glosa de créditos", informa o diretor-executivo da Administração Tributária (Deat) da Secretaria Estadual da Fazenda paulista, José Clóvis Cabrera. Por ora, as autuações envolvendo créditos indevidos, aos olhos do Fisco, estão concentradas no setor atacadista de autopeças e medicamentos, mais especificamente nas empresas que possuem estabelecimentos nos estados que concedem benefícios fiscais e fazem transferência de mercadorias para unidades no

Prefeitura Municipal de São Paulo estima arrecadar anualmente R$ 80 milhões a mais a partir de 2006 com alterações tributárias previstas em três projetos de lei enviados ontem à Câmara dos Vereadores. Um dos projetos extingue a cobrança da taxa do lixo, como prometido durante a campanha do prefeito José Serra. Apesar de acabar com a cobrança da taxa, Serra está apostando no incremento da arrecadação com o aumento da base de contribuintes. Isso porque um dos projetos de lei estabelece desconto de até 50% no pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) caso o contribuinte peça ao prestador instalado na capital do qual tomar um serviço a nova nota fiscal eletrônica, prevista num dos projetos de lei. "É um prêmio ao contribuinte pela colaboração na luta contra a sonegação ao contratar serviços de prestadores instalados na cidade de São Paulo", disse o prefeito. Pelo projeto, o tomador do serviço poderá abater entre 10% (pessoa jurídica) e 30% (pessoa física) do Imposto sobre Serviços (ISS) recolhido pelo prestador no valor do seu IPTU. Para isso, o imóvel não poderá ter débitos atrasados.

Os cofres públicos municipais também vão ganhar um reforço com o aumento de R$ 70 para R$ 5 mil da Taxa de Fiscalização de Estabelecimentos (TFE) para a instalação de torres e antenas para telefonia celular . "Há uma anarquia de antenas na cidade", criticou Serra. O mesmo projeto que acaba com a taxa do lixo isenta quem mora em ruas sem iluminação do pagamento da Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública (Cosip). Um outro cria a Nota Fiscal Eletrônica de Serviços, que vai possibilitar o acompanhamento da arrecadação do ISS em tempo real. Outra novidade é a criação do Conselho Municipal de Tributos, que terá representantes do Fisco Municipal e de contribuintes para julgar autos de infração. Segundo o prefeito, atualmente há 30 mil processos administrativos sendo julgados na Secretaria de Finanças. Serra acredita que se esses processos forem julgados também com os olhos dos contribuintes haverá maior rapidez, transparência e redução no número de ações que são levadas ao Judiciário por contribuintes que não concordam com as decisões da Secretaria. Adriana David

Serra: ações vão aumentar a base de contribuintes e a arrecadação

ADVOCACIA TRABALHISTA EMPRESARIAL ESPECIALIZADA

DC

carga tributária acessada pelo site www.imposc re s c e e m r i t m o tometro.com.br. De acordo com Amaral, a acelerado. Atingiu n o p r i m e i r o s e- novidade do estudo é o demestre 39,35% do Produto In- monstrativo da arrecadação terno Bruto (PIB), o que repre- tributária per capita, o que senta um aumento de 1,5 pon- mostra quanto cada brasileiro to percentual em relação aos pagou de impostos. Em comprimeiros seis primeiros me- paração com ao mesmo períoses de 2004. No período, foram do do ano anterior, houve um recolhidos R$ 361,38 bilhões crescimento de 13,32%. Na em tributos. São R$ 24,78 bi- projeção para todo o ano de lhões a mais na comparação 2005, estima-se que haverá um com o ano passado, um acrés- aumento de 12,55%, ou seja, cimo, em termos reais, de cada brasileiro deverá desem7,36%. Cada brasileiro teve bolsar 4.040,00 em impostos. Para Amaral, estes dados que desembolsar um extra de R$ 231,06. Os dados são de um provam que a carga tributária estudo divulgado ontem pelo brasileira vem afetando direInstituto Brasileiro de Planeja- tamente o poder de compra do consumidor, que está pagando mento Tributário (IBPT). O estudo também trouxe mais sem ter nada em troca. uma projeção de qual será o Uma solução apontada por ele tamanho da mordida do Fisco seria a redução da Contribuiaté o final de 2005. A carga de- ção para o Financiamento da ve fechar o ano com 37,5% so- Seguridade Social (Cofins), bre o PIB, o que é um recorde, que refletiria diretamente nos s e g u n d o o p re s i d e n t e d o custos do consumidor final. "O IBPT, Gilberto Luiz do Ama- ideal seria que o sistema não ral. "É a primeira vez que a car- cumulativo caísse de 7,6% paga tributária brasileira atinge ra 5,4% e o cumulativo de 3% este patamar. O que prova que para 2,1%", pontuou Amaral. Segundo o presidente do o governo vem mantendo a sua postura arrecadatória IBPT, mesmo que haja queda na arrecadas e m s e p re o- Paulo Pampolim/Digna Imagem ção do govercupar com a no, esta redusociedade, ç ã o n a s a l íque está sufoquotas devecada com tanr i a s e r tos impostos e considerada. não conta com "Não dá para a contrapartipensar nas da de bons serperdas do gov i ç o s p ú b l iverno sem ancos", disse. tes pensar em O l e v a n t atudo o que o m e n t o t a mco nt ri bu in te bém traz uma vem pagando comparação sem ter qualde arrecada- Amaral: governo mantém a sua quer compenção diária de postura arrecadatória s a ç ã o " , c oimpostos no primeiro semestre dos últimos mentou. Como tradicionalmente cinco anos. No primeiro semestre de 2001 entraram, por ocorre, coube à União a maior hora, nos cofres públicos mais fatia do bolo tributário, com de R$ 44 milhões na forma de R$ 246,75 bilhões. Os estados tributos. No mesmo período arrecadaram R$ 94,5 bilhões e de 2004, a arrecadação saltou os municípios, R$ 20,13 bipara R$ 71,92 bilhões. E em lhões. Os tributos arrecada2005, para R$ 83,19 bilhões. Es- dos pela Receita Federal tivetes dados podem ser conferi- ram um crescimento real de dos no Impostômetro, painel 6,36% (R$ 10,69 bilhões). Já as eletrônico instalado no prédio contribuições arrecadadas da Associação Comercial de pelo INSS cresceram, em terSão Paulo (ACSP) que mede a mos reais, 6,53% e atingiram arrecadação tributária. A fer- R$ 6,46 bilhões. ramenta também pode ser Márcia Rodrigues

Os Advogados,

OVIDIO LOPES GUIMARÃES JUNIOR JOEL EDUARDO DE OLIVEIRA ROGÉRIO PACILÉO NETO Comunicam a todos os clientes e colegas a mudança do Escritório de Advocacia Trabalhista para a Avenida Marquês de São Vicente, 121, Bloco B, 13º andar, conjunto 1301, Barra Funda, São Paulo, SP, CEP: 01139-001, Telefones: 11 3616-6544 - 3616-6546, a partir de 10/01/2005, onde estarão atendendo definifivamente.


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LAZER - 1

Divulgação/Globo

Novela das 7, assinada por Mário Prata, satiriza o Brasil com western ambientado no deserto do Chile

Regina Ricca

A bela e sedutora Penny Lane é Alinne Moares

Bruno Garcia e Fernanda Lima: no tempo das diligências

O seu caderno de artes, espetáculos e lazer

P

enny Lane é um nome que povoa a ima- ma, de A Lua Me Disse: Billy The Kid e Jesse James, ginação do escritor Mário Prata desde fazendo-se passar pelas irmãs Henaide (Evana adolescência. "Ouvia a música dos dro Mesquita) e Denaide (Kadu Moliterno), proBeatles e prometia a mim mesmo: ain- prietárias do único hotel da cidade. Isso para não da vou colocar esse nome em um personagem. falar que também Zorro (Sidney Magal) está na Como não entendia inglês, imaginava uma me- área. Aposentado dos dias de glória, envelhecinina linda. Cresci com isso na cabeça", diz o es- do e com a barriga saliente, Zorro trabalha com o critor e agora mais uma vez novelista, já que amigo Tonto (Eliezer Motta) na barbearia de AlPrata está de volta ao batente, após duas déca- buquerque. A cidade ainda vai abrigar outros das, como o criador de uma novela que vai levar dois impostores: Gógol (Marco Ricca) e Rush o telespectador a pegar a trilha do Velho Oeste: (Cosme dos Santos), que encontram no deserto o Bang Bang, a nova atração do horário das 7 na futuro xerife da cidade morto e resolvem assuGlobo. Nesse faroeste-comédia, Penny Lane fi- mir sua identidade. nalmente ganhou corpo – o da bela Alinne Moraes, uma das mocinhas românticas da trama, No Atacama que estréia na segunda, dia 3. Para dar forma a esse faroeste tupiniquim, a "Bang Bang é uma novela abusada", diz o di- equipe da novela gravou as primeiras cenas exretor-geral da trama, Ricardo Waddington. "O ternas no deserto do Atacama, no Chile. Depois Prata se apropriou do universo faroeste, traba- de duas semanas, a equipe se deslocou para lhou com personagens clássicos da literatura e Campinas e de lá para Angra dos Reis, no Rio – na do cinema e criou uma grande sátira do Brasil." qual a região dos altiplanos tornou-se um cenáA última novela que Prata escreveu foi Um So- rio perfeito para reproduzir a paisagem do Atanho a Mais (1986), mas a sua trama novelística cama, para onde não será possível novo deslocamais conhecida na TV foi Estúpido Cupido mento. No Projac, a Globo se viu às voltas em re(1976). Segundo ele, filmes de western sempre produzir a sua primeira cidade de faroeste. "Nosforam uma referência forte em sua vida. sa referência é toda do cinema. Estamos "Em Bang Bang usei esses ícones e criei trabalhando com o faroeste que os filuma história. Temos saloon, cadeia, mes americanos nos venderam", diz bandido, mocinho, todos os ingreo diretor Ricardo Waddington. Os outros ‘habitantes’ que vão dientes típicos desse universo." O que Prata vai fazer é mais ou se deslocar por essa cidade fictícia são Tarcísio Meira (vivendo o menos o que Cassiano Gabus Mendes fez em 1989 com a noxerife de Albuquerque, John McGold), sua mulher Miriam vela Que Rei Sou Eu?, cuja trama se passava em 1786, três Viridiana (Joana Fomm) e sua filha Ursula Lane (Marisa Oranos antes da Revolução Francesa, e fazia uma caricatura do th), a grande beata da cidade, casada com Aquárius (Ney LaBrasil do final dos anos 80. O centro da ação de Bang Bang torraca), cientista sonhador, se passa na fictícia Albuquerque, sempre às voltas com suas invenno ano de 1881 – a cidade na ficção ções. Também vão agitar a nova é americana, mas as referências, totrama das 7 Mauro Mendonça, vidas brasileiras. Ali, 20 anos antes, um vendo o vilão Paul Bullock, inimigo Sidney Magal, menino viu a família ser chacinada. dos MacGold, e Giulia Gam, como uma o "Zorro" Adulto, Ben Silver (Bruno Garcia) vol"promotora de eventos" (para usar a pata à cidade, que vive relativa paz, depois lavra da hora que define mulheres que das encrencas promovidas por duas famílias ri- agenciam a vida sexual de outras mulheres). vais, os Bullock, criadores de gado, e os McAlém da estréia de Fernanda Lima, dois coGold, donos de uma mina de ouro. Nessa volta nhecidíssimos músicos, um saído das fileiras com gosto de vingança, Bem pega carona numa da MPB, Luis Melodia, e outro das fileiras do rodiligência (e aí o velho e bom folhetim român- ck, o titã Paulo Miklos, também dão o ar da gratico entra em ação) na qual está a bela Diana ça na novela. Melodia aparece como o pianista (Fernanda Lima, em sua estréia em uma nove- do sallon, que se preocupa apenas em salvar um la). Diana, porém, vem a ser a filha de Paul Bul- grande espelho toda vez que tem briga por lá. E lock (Mauro Mendonça), o responsável pelo Miklos assume a pele de Kid Cadillac, um banmassacre de sua família. dido perigoso conhecido pela mira perfeita. A tecnologia também estará presente na noveDias depois, em outra diligência a caminho de Albuquerque, mais um encontro amoroso se avi- la. Para driblar a violência reinante nos filmes de zinha. Nela estão Penny Lane, neta de McGold, e faroeste, a direção resolveu recorrer ao lúdico -Neon (Guilherme Berenguer), filho de Bullock. terá cenas em anime (uma técnica de desenho Ou seja: mais encrencas à vista. Para apimentar animado japonês) no melhor estilo Tarantino em ainda mais a situação, dois bandidos procuradís- Kill Bill. Já todos os sonhos de Jeff Wall Street, o simos em todo Velho Oeste estão na cidade dis- contador corrupto vivido por Guilherme Fontes, farçados de mulher, no melhor estilo Dona Ro- serão exibidos em computação gráfica.

Em ação no deserto (acima): Fernanda Lima, Guilherme Fontes e Bruno Garcia. À esq., Giulia Gam, no papel de uma promotora de eventos. Na foto menor, Mauro Mendonça, o vilão.

Destaques de TV na página 5


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poLítica

POLÍTICA - 3

SEM FORÇA, ALDO REBELO DEIXA DECISÕES PARA A PRÓXIMA SEMANA. Joedson Alves/AE

Ed Ferreira/AE

No encontro, Lula e Rebelo conversaram amenidades, como futebol.

Em outra reunião, Rebelo conversa com líderes partidários: sem novidades.

NO PRIMEIRO DIA DE REBELO, MUITA REUNIÃO E POUCA AÇÃO.

é o entendimento", avaliou. Reforma – A votação da reforma eleitoral estará entre os assuntos a serem discutidos na terça-feira. O prazo para que as novas regras sejam válida para as eleições termina hoje e alguns parlamentares defendem que ele seja ampliado. Segundo Rebelo, as alterações previstas na reforma eleitoral que tramita no Congresso poderão não vigorar nas eleições de 2006. "Os líderes estão consultando uns aos outros para dizerem o que é possível ser votado ainda este ano, o que não significa que (as alterações) irão vigorar nas próximas eleições", afirmou. Uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nesse sentido já foi apresentada pelo deputado Ney Lopes (PFL-RN) e está sob análise na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ). Pelas normas atuais, qualquer mudança nessa legislação precisa ser aprovada um ano antes do pleito. STF – Após visita de cortesia a Nelson Jobim, Rebelo disse que combinou com Jobim uma outra reunião, em breve, para discutir assuntos de interesse do governo e do Congresso Nacional que estejam aguardando o julgamento do tribunal. Ele negou que tivesse conversado com o presidente do STF sobre a proposta de emen-

Eymar Mascaro

Tradição quebrada

P

O RACHA

Michel Temer deve intensificar a campanha para que o partido consiga a exoneração dos três ministros do PMDB. Temer não sossega enquanto não der o troco em Renan Calheiros, fulminando os ministros peemedebistas.

PRÓPRIO

A briga interna no PMDB deve continuar em 2006. Renan Calheiros e José Sarney, governistas, defendem o apoio do partido à reeleição de Lula. Mas, Michel Temer e outros oposicionistas lutam por candidatura própria. Detalhe: Temer está mais para os tucanos do que para Lula.

CONTROLE

Michel Temer renunciou à candidatura para não pôr em risco o controle do PMDB. Bastava perder para Aldo Rebelo. A vitória de Rebelo fortaleceu Renan Calheiros e José Sarney, que lutam pelo controle do partido.

RENÚNCIA

Se Michel Temer tivesse sustentado a candidatura precisaria ter, no mínimo, os votos dos deputados do PMDB. Isto é: dos 88 parlamentares da bancada, Temer necessitaria de no mínimo, 70 votos. Se tivesse menos de 50 sairia desmoralizado da eleição.

INCENTIVO

Para cutucar Lula, Michel Temer incentiva a candidatura de Anthony Garotinho ao Palácio do Planalto. Além de Garotinho, Temer alfineta Lula alimentando outros précandidatos, como os governadores Germano Rigotto (RS), Roberto Requião (PR) e Jarbas Vasconcelos (PE).

IRRITAÇÃO Há quem no PMDB pensando em denunciar Renan Calheiros ao Conselho de Ética do partido, por ter ficado contra a candidatura de Michel Temer. Embora não exista mais o instituto da fidelidade, peemedebistas acham que Renan traiu o partido.

ARTICULAÇÃO Apesar de ter renunciado ao mandato para não ser cassado, Valdemar Costa Neto tentou convencer Lula a abraçar a candidatura de Inocêncio de Oliveira (PL) à presidência da Câmara. Por pouco Lula não embarcou na sugestão do ex-deputado.

CASSAÇÃO

A preocupação dos adeptos da candidatura de José Thomaz Nonô, antes da votação no 2º turno, era saber que tipo de comportamento teria Aldo Rebelo na presidência da Câmara em relação aos processos de

cassação dos deputados envolvidos com o mensalão.

TESTEMUNHA Em tempo: Aldo Rebelo foi arrolado como testemunha de José Dirceu, um dos deputados ameaçados de cassação. A oposição quer saber se não haverá suspeição se Rebelo amaciar a situação do exministro. No final da votação no 2º turno, já vitorioso, Rebelo fez de tudo para evitar sair na foto recebendo um abraço de José Dirceu.

FANTASMA A vitória de Rebelo afastou de Lula o fantasma do impeachment. Seria mais fácil para a oposição tocar em frente um processo de impedimento de Lula se estivesse na presidência da Câmara o deputado Thomaz Nonô.

COM TUDO O PFL, partido de Nonô, é o mais interessado em enquadrar Lula num processo por crime de responsabilidade. Por isso, seus integrantes nas CPIs investigam a fundo para apurar até que ponto as supostas falcatruas do PT atingiram Lula e seu governo.

RECUPERAÇÃO Conquistando a presidência da Câmara com Aldo Rebelo, a bancada do PT pode ajudar o governo a recuperar sua imagem, abalada com o escândalo do mensalão. Basta fazer a Câmara sair do seu imobilismo.

CRIME A deputada-juíza Denise Frossard, PPS-RJ, insiste em afirmar que o presidente Lula pode ter cometido crime de responsabilidade ao liberar verbas para os deputados que votaram em Aldo Rebelo. Ela promete não dar trégua ao presidente.

HISTÓRIA Fica para os anais o fato de um pequeno Estado, como Alagoas, conduzir o Congresso Nacional: os presidentes do Senado, Renan Calheiros e da Câmara, Aldo Rebelo, são alagoanos. Renan quer ser candidato ao governo do seu estado, por isso temia a vitória de José Thomaz Nonô.

LÁ COMO CÁ Nos EUA, o líder da maioria republicana na Câmara dos Deputados, Tom DeLay, se afastou "temporariamente" da sua função. Ele é acusado de aceitar dinheiro de grupos de pressão e de pagar familiares a pretexto de participação em campanhas eleitorais. Em 2004 o político foi punido pela Câmara dos EUA por conflitos de interesse. Como se vê, o mensalão faz história também na maior democracia do mundo.

N

o primeiro dia de trabalho como presidente da Câmara, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) teve a agenda cheia de encontros nos quais, segundo ele, discutiu-se apenas amenidades. Foi ao Palácio do Planalto conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao Supremo Tribunal Federal (STF) falar com o presidente Nelson Jobim. Antes, ele se reuniu com os líderes partidários, mas não conseguiu um acordo em torno de uma pauta de votação e a única decisão foi a convocação de uma nova reunião na próxima semana. Teriam ficado de fora das conversas as votações, na Câmara, de matérias de interesse do Executivo e do Judiciário.

"Vamos tratar disso em reuniões na próxima semana", avisou Rebelo. "Com o presidente Lula, conversei sobre política em geral, nada especifico. E sobre futebol, como sempre, sobre Corinthians e Palmeiras. Só falamos bem de todos", acrescentou. Fim de semana – Na reunião com líderes, Rebelo marcou para terça-feira novo encontro para acertar a pauta prioritária da Casa. Ele pediu às lideranças que consultem os parlamentares no fim de semana. A pauta está trancada por cinco medidas provisórias. "O importante para a Casa é ter agenda. Convocar reuniões que são frustradas pela divergência nos leva à paralisia. O melhor caminho para a retomada das votações na Câmara

da constitucional que sugere a ampliação do prazo de mudanças da lei eleitoral. Testemunha de defesa no processo instaurado no Conselho de Ética da Câmara contra o deputado e ex-ministro José Dirceu (PT-SP), Aldo afirma não se sentir desconfortável para conduzir este e outros processos disciplinares que correm contra parlamentares. "Todos que agem no exercício de suas funções com critério de justiça não podem se sentir desconfortáveis", disse. Elogios – Depois do encontro com Rebelo, Lula defendeu o novo presidente da Câmara em vários eventos ao longo do dia. "A Câmara mostrou que ela sabe melhor do que ninguém como escolher seu presidente, foi uma disputa realmente difícil. Quem acompanhou pela tevê viu que o jogo foi muito duro, mas quem conhece a história e a seriedade do Aldo sabe que ele é qualificado como poucos para dirigir a Câmara. O Congresso acertou e a maioria aprovou. Aldo será uma extraordinário presidente da Câmara", disse durante a Segunda Feira Nacional de Agricultura Familiar e Reforma Agrária. "Aldo tem autoridade política e moral para dirigir a Câmara com a sensatez que ela precisa e a oposição jogou o que tinha que jogar." (Agências)

LULA E CHÁVEZ: JUNTOS NO PETRÓLEO. Celso Júnior/AE

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a vontade política dos governos do Brasil e da Venezuela foi fundamental para a concretização do convênio assinado ontem entre a Petrobras e companhia petrolífera venezuelana PDVSA. Para Lula, esse é um passo importante em direção à integração da América do Sul, porque "a gigante Petrobras e a gigante PDVSA, com muita paciência e muito tempo" fazem um acordo para produzir e refinar petróleo em parceria, além de tentar "construir juntas navios para poder transportar e vender" o produto. Ele acrescentou que se trata de "um passo que com certeza, estejam Bolívar e o nosso Tiradentes onde estiverem, certamente eles estarão pensando que demorou 200 anos, mas está acontecendo agora o que deveria ter acontecido há muito tempo". O acordo para a construção de uma refinaria no Porto de Suape, em Pernambuco, foi assinado pelos presidentes da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e da PDVSA, Rafael Rami-

Ao desembarcar em Brasília, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, mostra mapa que exibe o local onde será instalada a nova refinaria de petróleo em Pernambuco – resultado de convênio entre Brasil e Venezuela.

rez. A unidade receberá investimento de US$ 2,5 bilhões e terá capacidade de produzir cerca de 200 mil barris de petróleo por dia. O nome da refinaria, Abreu Lima, homenageia o general pernambucano que lutou pela independência dos países latino-americanos. O presidente Lula também

disse acreditar que esse acordo reafirma a autonomia dos países sul-americanos em relação aos países desenvolvidos. "Isso incomoda, porque as pessoas estavam habituadas a decidir e nós, a dizer amém. Nós não queremos tirar nada de ninguém. A única coisa que nós queremos dizer ao mundo DC

ela segunda vez em sete meses os deputados deixaram de eleger um presidente da Câmara dos Deputados que saísse da bancada majoritária. Se a tradição tivesse sido respeitada, um petista teria sido o eleito no lugar do exdeputado Severino Cavalcanti e um peemedebista seria o escolhido na eleição de anteontem. O PMDB perdeu a oportunidade de disputar a eleição com chance de eleger o presidente por estar rachado. O partido chegou a lançar a candidatura do deputado e presidente do partido, Michel Temer, mas o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o ex-presidente José Sarney decidiram apoiar o candidato do governo, Aldo Rebelo. Temer foi pressionado pelas circunstâncias a renunciar à candidatura. A Câmara dos Deputados e o Senado sempre elegeram como presidentes um deputado e um senador dos partidos majoritários. O Senado manteve a tradição elegendo um presidente da maior bancada, o PMDB. Mas, a Câmara quebrou a tradição nas duas últimas eleições. A votação de quarta-feira serviu para Michel Temer denunciar que foi traído por Calheiros. O clima de traição vai perseguir o PMDB até a data da convenção que vai decidir se o partido terá ou não candidato próprio ao Planalto.

é que nós gostamos de nós. Que nós respeitamos e que queremos ser ouvidos enquanto países soberanos, donos das soluções dos nossos problemas. E que queremos partilhar essas coisas, esse nosso sucesso, com os nossos irmãos", declarou. Integração – Na cerimônia também foi aberta oficialmente a 1ª Reunião dos Chefes de Estado da Comunidade Sul-Americana de Nações, que segundo o presidente "parecia impossível ao olhos teóricos de alguns analistas". Lula defendeu que essa comunidade "seja integrada do ponto de vista político, cultural e comercial, mas sobretudo do ponto de vista da nossa infra-estrutura, porque sem comunicação, sem energia, sem portos, sem ferrovias, sem hidrovias, sem estrada e sem aeroportos não há integração. Haverá discurso, mas integração de verdade não haverá". À noite, Lula recebeu, no Palácio do Itamaraty para um jantar, representantes e chefes de Estado de 12 países que fazem parte da Comunidade SulAmericana de Nações. (ABr)


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2 -.CIDADES & ENTIDADES

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Paulo Liebert/Arquivo DC

Começa amanhã campanha pró e contra as armas de fogo

A

Ó RBITA

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Planetário do Parque do Ibirapuera deve reabrir suas portas no primeiro semestre de 2006. A Prefeitura liberou ontem R$ 4 milhões para a compra do novo projetor, que virá da Alemanha. O equipamento está pronto e dependia apenas da liberação do dinheiro para ser despachado. Ele deve chegar até o fim de outubro. O planetário é o mais antigo da cidade e está fechado desde 1999, quando o Departamento de Controle do Uso de Imóveis (Contru) interditou o local por problemas estruturais. A reforma do prédio (construído em 1956 e tombado pelo patrimônio histórico) custou R$ 3,1 milhões e terminou neste ano. Segundo a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, a verba não será suficiente para pagar todo o equipamento de projeção. Faltam R$ 2 milhões, que serão arrecadados com a iniciativa privada. "Com a liberação de parte do dinheiro pela Prefeitura, será mais fácil conseguir parceiros", disse o arquiteto e coordenador do projeto Planetários de São Paulo, André Galvão. (AE)

Para vereador Claudio Prado, proposta de contratação de empacotadores visa a geração de empregos

Vereador quer obrigar supermercado a ter empacotadores Projeto de lei prevê multas e cassação do alvará. Proposta já recebe críticas.

O

s supermercados e hipermercados estão novamente na mira de um vereador da Câmara Municipal de São Paulo. Desta vez, a proposta polêmica parte de Claudio Prado (PDT), que apresentou um projeto de lei obrigando esses estabelecimentos a contratarem empacotadores de produtos (ou embaladores, segundo o parlamentar) para cada um de seus caixas. No início da semana, o DC mostrou que o vereador Russomano (PP) quer que clientes de supermercados fiquem, no máximo, 20 minutos na fila dos caixas e sugeriu a contratação de mais funcionários, criando assim novos empregos. Agora, Prado propõe que, caso sua proposta vire lei, seu descumprimento seja punido com multa de 3 mil Unidades Fiscais do Município (UFM), equivalente a R$ 229.740. Em caso de reincidência, a multa subiria para 6 mil UFM. E não pára por aí. A pena pode ser agravada. Uma terceira desobediência poderá suspen-

der o funcionamento do estabelecimento por 180 dias. Numa segunda suspensão da atividade, o Alvará de Funcionamento seria cassado. Pelo projeto, pequenos mercados (com menos de cinco caixas) não serão obrigados a contratar empacotadores. O vereador explicou o porquê da elevada multa no descumprimento da lei. "É uma forma de pressionar os donos de supemercados a contratarem esses empacotadores". A medida, segundo o vereador, visa a beneficiar jovens em busca do primeiro emprego. "Mas não será obrigatório a contratação apenas de adolescentes. Pode ser qualquer pessoa, de qualquer idade". Uma das propostas do vereador no sentido de evitar poDC

N

a noite do próximo dia 3, cerca de 110 mil judeus de todo o País iniciam as comemorações de duas das datas mais significativas e importantes do calendário judaico: o Rosh Hashaná, Ano Novo Judaico, e o Yom Kipur, o Dia do Perdão. Durante esse período, comemora-se a criação do homem e todos são convidados a refletir sobre seus relacionamentos com os demais seres humanos, questionando tudo o que foi feito de errado e como pode ser corrigido. O Ano Novo Judaico começa com uma celebração solene e também festiva da chegada do ano 5766. Vários alimentos simbólicos são ingeridos na refeição da primeira noite de Rosh Hashaná, entre eles, maçã com mel, para que se tenha um ano doce, chalá (pronuncia-se ralá), um pão em formato redondo, que simboliza a continuidade e o desejo de um ano sem conflitos e romã, para que os méritos sejam numerosos como suas sementes. O peixe é uma tradição: sempre nada para frente e sua cabeça pode ser oferecida ao decano da mesa como deferência especial.

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lêmicas com redes de supermercados é tentar criar um vínculo com o programa Primeiro Emprego, do governo federal. "O governo pagaria uma parte do salário e a empresa ficaria responsável pelo restante", disse o parlamentar. Crítica – O economista Marcel Solimeo, diretor do Instituto Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), rebateu a justificativa do vereador. "Toda contratação de funcionário tem um custo para a empresa e esse custo será repassado para o produto. Acredito que o consumidor não quer esse aumento". O economista criticou a recente postura de alguns vereadores da Câmara Municipal de legislar mudanças nos supermercados. "Ela está indo contra a prática da livre iniciativa. Os proprietários é que devem pensar em formas de melhorar o atendimento aos clientes. Eu acho, inclusive, que eles (vereadores) deveriam parar de legislar sobre o assunto dos outros", concluiu Solimeo. Ivan Ventura

s duas frentes parlamentares sobre o referendo da comercialização de armas começam amanhã a disputar a atenção dos eleitores com campanhas publicitárias no rádio e na televisão. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as emissoras apresentarão, todos os dias até 20 de outubro, 38 minutos de publicidade das frentes "Por um Brasil sem Armas" e "Pelo Direito da Legítima Defesa". A frente que condena a comercialização das armas vai divulgar pesquisas de institutos que apontam que cerca de 80% da população são a favor da proibição da venda de armas e munições. "Os sinais dados pela sociedade são no sentido do fim da venda de armas. Mas a campanha está só começando. Precisamos mostrar para muita gente que o melhor é acabar com a comercialização das armas", disse o presidente da frente e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Presidente da "Frente Parlamentar pelo Direito da Legítima Defesa", o deputado Alberto Fraga (PFL-DF) gravou em São Paulo sua participação na campanha publicitária. Segundo o site da frente, a proposta é mostrar que a batalha por votos não é a "luta do bem contra o mal". "De um lado está a luta de um grupo que quer acabar com o direito que todos nós temos à legítima defesa e do outro, do qual fazemos parte, que não abre mão desse direito", disse Fraga. A batalha por votos não se restringe apenas aos anúncios no rádio e na televisão. Os internautas entraram com força na divulgação de suas idéias. Os mais empenhados são os ligados à frente liderada por Alberto Fraga. Eles estão fazendo campanha contra o prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), pelo fato de ele ter assumido postura a favor do fim da venda de armas no País. Segundo o TSE, na televisão a propaganda será veiculada das 13h às 13h09 e das 20h30 às 20h39 e no rádio os horários são de 7h às 7h09 e de 12 às 12h09. Além disso, nas grades de programação serão reservados 20 minutos diários, inclusive aos domingos, para inserções de 30 segundos que serão distribuídas ao longo da programação. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 30 de setembro e 1 e 2 de outubro de 2005 Gino Battiston/Divulgação

Reprodução/Capa CD

G

ino Battiston inaugura exposição de pinturas na segunda, dia 3 de outubro, ficando em cartaz até o dia 15, na Galeria Spazio Surreale. A mostra é composta por 25 quadros figurativos, pintados em tinta acrílica sobre tela, na medida 1 metro por 70 centímetros. A obra do artista é singela. Seus temas preferidos são flores, janelas e vasos. As cores recorrentes são o azul do mar do Espírito Santo, onde possui uma casa de praia, além do verde da paisagem tropical da região e o amarelo intenso da luz do sol. Engenheiro agrônomo hoje com 65 anos, Gino só agora decidiu expor suas obras, embora pinte desde 1957. Ele chegou a atuar no cargo de secretário de Planejamento do Estado de São Paulo, mas jamais teve coragem de mostrar suas pinturas. Autodidata, Gino hoje considera que poderia ter abreviado seu amadurecimento artístico se tivesse recorrido à orientação de professores, mas pondera dizendo o processo acabou conferindo originalidade à sua obra.

Eles fazem música para quem gosta de música

CONCERTO Dresden, com a marca da tradição

Aquiles Reis

C

onheci-os pelos meus filhos. Juntos, eventualmente ouvíamos seus discos e eu sempre lhes disse que concordava: "Os caras são demais!" Até que eles me presentearam com 4, o novo dos Hermanos. Impossível não louvar tudo aquilo que esse presente me proporcionou: estou muito mais próximo do mundo de meus filhos. A música, a boa música nos juntou ainda mais. Marcelo Camelo, Rodrigo Amarante, Bruno Medina e Rodrigo Barba são Los Hermanos. Isto os fez depositários de expectativas que costumam ir além do significado de sua música, sempre meio que sussurrada, como se as bocas dos cantores estivessem tão próximas dos ouvidos de seus ouvintes a ponto de estimularem neles a troca de segredos que desfaz resistências. Desde que lançou em 1999 seu primeiro álbum, o quarteto carioca se fez como que ar puro a eriçar os pêlos daqueles que gostam de canções bemfeitas. Desde lá, Los Hermanos vem atiçando nestes o prazer de buscar em suas canções o verso inspirado de quem tem tudo a dizer com palavras que falam à alma, esteja ela no peito da juventude ou no coração de adultos. Los Hermanos não compõe nem canta para aquela nem para estes; fazem canções para quem gosta de música. Aí se revela nítido o porquê de serem tão amados e reverenciados pelo público, que os reconhece como músicos que não temem as inovações e muito menos aceitam a mesmice que impõe procedimentos e desfaz esperanças. O som que fazem é para satisfazer os ouvidos de quem simplesmente gosta de boa música, seja jovem, adulto, velho ou criança. E ela, a música, tem múltiplas expressões. Limitá-las seria como bloquear o talento que precisa de horizontes que não se fechem, ainda que distantes. Marcelo Camelo é um daqueles melodistas que nunca vão aonde imaginamos que possam ir. Só ele sabe aonde vai o caminho das notas que ajunta para levar adiante seus bons versos. Suas harmonias servem como teia a costurar acordes que, simples ou rebuscados, soam bem e nos fazem crer que rótulos servem somente aos que os formulam. E canta como se não quisesse cantar, como se, tímido, só

buscasse se esconder por detrás de sua música. Em vão: quanto mais sussurra, mais ressalta a força que tem sua música, a música dos Hermanos. (Meu Deus, como sua voz lembra a de seu tio, meu querido amigo Bebeto Castilho, cantor, contrabaixista e flautista, ex-integrante do lendário Tamba Trio!) O CD abre com Dois barcos, de Marcelo Camelo. Quem bater primeiro a dobra do mar/ dá de lá bandeira qualquer/ Aponta pra fé e rema (...). Na introdução, a pulsação da bateria, feito um metrônomo, acompanha o desenho tocado por contrabaixo e guitarra. Até que, da voz quase insegura de Marcelo, vem a canção. E vêm os metais em arranjo inspirado de Edu Morelenbaum e do próprio Camelo. Que bela apresentação! Fez-se o mar (Camelo), lindo samba doce e pungente, revela a disposição dos quatro barbudos Hermanos em não se contentar com pouco. O vento (Rodrigo Amarante), Horizonte distante (Camelo) e seu irresistível refrão e Condicional (Rodrigo Amarante) é trilogia de puro vigor realçada pela pujança da bateria de Rodrigo Barba e do baixo de Rodrigo Amarante. Nela, o sintetizador de Bruno Medina trata de "sujar" o som, dando a impressão de que a aparente assepsia dos excelentes arranjos feitos para as músicas mais, digamos, comportadas do CD precisa de um tratamento mais, como direi... rock-and-roll para se diferenciar. A qualidade, entretanto, é que dá o não-limite. O CD acaba com É de lágrimas (Marcelo Camelo). Como uma toada sertaneja, começa cantada ao dedilhar terno da guitarra do autor. A entrada do sintetizador muda a intenção musical, sem, contudo, violentá-la, deixando uma proposital agressividade surgir. A mixagem funde as intenções e as leva até o fim. Findo o disco, fica o gostinho bom da boa música popular feita por brasileiros de talento. Aquiles Rique Reis, integrante do MPB4 e autor de O gogó de Aquiles, ed. A Girafa. aquilesreis@uol.com.br

Errata: semana passada, escrevi que Gil gravou Lunik 9 em 1996. Vacilei: foi em 1966.

C

om regência de Rafael Frühbeck de Burgos (foto), apresenta-se no Teatro Cultura Artística amanhã, sábado, dia 1º de outubro, e no domingo, dia 2, sempre às 21h, a Orquestra Filarmônica de Dresden, um dos mais antigos conjuntos sinfônicos do mundo, fundado em 1870. A história dessa orquestra tem relação muito íntima com um fenômeno social importante no século 19: a ampliação do acesso à arte (e conseqüentemente à música erudita), até então restrito à aristocracia. Compositores como os alemães Brahms e Richard Strauss; o russo Tchaicovsky e o checo Dvorák subiram ao pódio da Drenden para reger suas obras. E o maestro que se apresenta agora com a Dresden em São Paulo? Metade espanhol, metade alemão, Rafael Frühbeck de Burgos ocupa posição de destaque entre os maestros mais carismáticos da atualidade, ao lado de Daniel Barenboim, Claudio Abado, Simon Rattle, Colin Davis e Jurt Masur. De Burgos dirigiu durante quinze anos a Orquestra Nacional da Espanha, passou pelas orquestras de Montreal, Dusseldorf, Ópera de Berlim e Sinfônica de Viena. E já esteve, por diversas vezes, à frente das Filarmônicas de Berlim e Viena. Expert na direção de óperas e música sacra, principalmente de Haydn e Mozart, desde a temporada 2004-2005 é diretor artístico e regente titular da Filarmônica de Dresden. O programa que a Dresden traz a São Paulo combina obras de compositores importantes do Romantismo e do Modernismo. No sábado: Sinfonia nº 8 , de Beethoven, e Prelúdio e Morte de Isolda, de Wagner. No domingo: Brahms, Sinfonia nº 3; Respighi, Fontes de Roma e Stravinsky, O Pássaro de Fogo.

Obras figurativas de Gino Battiston na Spazio Surreale

Paisagem urbana e cores nostálgicas da natureza

O 4 de Los Hermanos

VISUAIS

CD

Orquestra Filarmônica de Dresden Teatro Cultura Artística - Rua Nestor Pe s t a n a , 1 9 6 , t e l . : 3 2 5 8 - 3 3 4 4 . Ingressos: R$ 10,00 (estudantes até 30 anos, meia hora antes dos concertos) a R$ 260,00 (setor 1).

O timbre delicado e límpido da Camereta Octópus

M

arcos urbanos de diversas cidades do mundo são os temas da exposição da artista plástica e arquiteta Maria Lúcia Panicucci, em cartaz até 8 de outubro na Ricardo Camargo Galeria. Compõem a exibição 20 obras, a maioria paisagens, em tons monocromáticos, com contornos esfumaçados. Da cidade de São Paulo estão retratados a Casa das Rosas, a Avenida do Estado, o Viaduto Santa Efigênia, a Estação Júlio Prestes, o Largo São Francisco e o Mercado Municipal, entre outros pontos históricos e turísticos da capital paulista. Entre os cenários internacionais parecem construções do México e do Egito, prédios de Milão e ruínas romanas. A artista expôs pela primeira vez em 1998. Com telas em tinta acrílica conquistou o 1º Prêmio no Concurso de Artes Plásticas da Galeria Mali Villas-Boas. Desde então, participou de 28 coletivas. Entre elas, o 27º Salão de Primavera do Museu de Arte Moderna de Resende (RJ), onde também obteve o primeiro prêmio em 1999, o 3º Salão Internacional de Arte Contemporânea de Beirute (Líbano); a Bienale D´Arte Internazionale di Roma (premiada com menção especial, em

FOTOGRAFIA

P

Vida no pós-comunismo

I

magens produzidas pelos paulistanos Henrique Skujis e Décio Galina inauguraram esta semana o Instituto Cultural Tchekhov, no bairro de Vila Madalena. A exposição fotográfica: URSS- Abrem-se as cortinas mostra cenas captadas entre 2000 e 2005 nos países que antes formavam a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. A dupla de fotógrafos centra seu foco para mostrar a vida no pós-comunismo. A primeira viagem que fizeram foi sobre os trilhos da gigantesca Transiberiana. Em seguida, clicaram em Moscou, como na imagem da Praça Vermelha, em Moscou (foto), embrenhando-se em seguida pela gélida Sibéria. Imagens interessantes foram feitas nos arredores do norte do lago Baikal, o mais profundo do planeta. Eles foram até Mongólia, onde grande parte da população vive como nômade em pequenas cabanas redondas espalhadas pelas estepes. O final da primeira aventura foi em Pequim, capital chinesa. Depois visitaram a Rússia (Moscou e São Petersburgo); impressionaram-se com as mesquitas e madrassas do Usbequistão, chegando até os países bálticos – Lituânia, Letônia e Estônia. URSS- Abrem-se as cortinas - Instituto Cultural Tchekhov - Rua Fradique Coutinho, 825, tel.: (11) 3083-1515. De segunda a sexta, das 9h às 20h e sábado das 10h às 18h. Ingresso: grátis.

Octópus - Camerata de Violões Museu da Casa Brasileira Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2705, Jardim Paulistano, tel.: (11) 3032-3727. Grátis.

Maria Lúcia Panicucci Ricardo Camargo Galeria Rua Frei Galvão, 121, Jardim Paulistano, tels.: (11) 3031-3879 e 3819 0277. Ingresso: grátis.

Divulgação

Praça Ramos, de Maria Lucia Panicucci na galeria Ricardo Camargo

O programa dos 25 anos desta bela fundação

Henrique Skujis/Skara Datki

entro do projeto Música no Museu, neste domingo, 2, às 11h, o Octópus - Camerata de Violões apresenta-se no terraço do Museu da Casa Brasileira. Formado no Conservatório Dramático e Musical Dr. Carlos de Campos, de Tatuí, o grupo interpreta peças eruditas para violão. Integram a camerata os músicos Edson Lopes, violinista, condutor e arranjador; Ricardo Grion, Patrícia Nogueira, Jorge Elias, Juliana Oliveira, Valéria Nogueira, Dagma Eid e Zuza Alves. A Octópus - Camerata de Violões gravou em 2000 seu primeiro CD, Vê se te agrada. Apresentou-se no Festival de Inverno de Campos do Jordão de 1998 e 1999 e diversas outras salas de concerto em São Paulo e Rio de Janeiro.

em que realizou a primeira individual de sua trajetória, agora exibindo uma nova etapa de seu processo criativo, que inclui elementos abstratos e grande variação de luminosidade em suas obras em acrílica, antes essencialmente figurativas. As obras da mostra estão à venda, com preços que vão de R$ 1,3 mil a R$ 7,5 mil.

Festa na casa da arte e do verde

Divulgação

D

2002); e Arte e Artistas, do Museu de Arte de São Paulo (2003). Sua primeira mostra individual ocorreu em 2001, na Ricardo Camargo Galeria. Expôs depois em galerias mexicanas, na Embaixada Brasileira em Roma, na Piazza Navona, e na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (Palácio 9 de Julho). No ano passado, ganhou a Menção Especial no Salão São Paulo 450 Anos e o 2º Prêmio na mostra Paisagem Paulistana. A atual mostra faz a artista retornar à galeria

Gino Battiston - Galeria Spazio Surreale - Rua Caconde, 238, tel.: (11) 3884-8449. Aberta de segunda a sexta, das 10h às 18h. Até 15 de outubro.

ara comemorar seu aniversário de 25 anos, a Fundação Maria Luisa e Oscar Americano promove uma série de eventos amanhã, sábado, dia 1º de outubro. Será lançado o livro sobre a obra do arquiteto paisagista Teixeira Mendes, inaugurado o restauro do pátio interno de espelhos d'água da instituição e a aberta a exposição Mata Atlântica Viva, com xilogravuras da artista plástica Angela Leite. A partir das 10h30, em cerimônia com participação de José Goldenberg, secretário de Estado do Meio Ambiente, será lançado um carimbo comemorativo dos Correios, com a marca da fundação.

A mostra de xilogravuras de Angela Leite, aberta sem seguida, fica em cartaz até 23 de outubro, reunindo 36 xilogravuras produzidas pela artista entre 1970 e 2005, de variadas dimensões, impressas à mão em papel arroz. As gravuras trazem representações de plantas e animais da Mata Atlântica, com destaque para a xilogravura que retrata 25 das espécies existentes no parque da fundação, entre elas pitanga, jerivá, paineira, pessegueiro-bravo, manacá e pauferro. Paralelamente, o visitante pode conhecer o processo de restauro da casa, na exibição de fotos de Cássia Mariano, que captou imagens antigas do pátio.

Às 11h15, acontece o lançamento e sessão de autógrafos do livro Preservação e Paisagismo em São Paulo: Otavio Augusto Teixeira Mendes (Editora Annablume, 196 páginas, R$ 35,00), também da arquiteta Cássia Mariano. A obra trata de desenho da paisagem, políticas de preservação e espaços livres em São Paulo. Fundação Maria Luisa e Oscar Americano - Avenida Morumbi 4077, tel.: (11) 3742-0077. Aberta de terça a sexta, das 11h às 17h; sábado e domingo das 10h às 17h. Ingresso: R$ 8. Grátis para crianças com até seis anos. No dia 1º de outubro, não será cobrado ingresso.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.POLÍTICA

sexta-feira, sábado e domingo, 30 de setembro e 1 e 2 de outubro de 2005

DEPOIMENTOS NAS COMISSÕES DE INQUÉRITO REVELAM ENORMES ROMBOS NA CAIXA E NOS CORREIOS.

PREJUÍZO DA CAIXA COM A GTECH: R$ 433 MI. Antonio Cruz/ABr

Ed Ferreira/AE

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Marinho apresenta dossiê com contratos superfaturados dos Correios. Furtado, do TCU (acima): multinacional lucrou até com desconto.

ROMBO DE R$ 4 BILHÕES POR ANO

O

ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios Maurício Marinho apresentou ontem, num depoimento em sessão fechada na CPMI dos Correios, um dossiê de mais de 300 páginas que enumera supostas irregularidades em 12 contratos da estatal. Os prejuízos teriam sido de R$ 4 bilhões por ano. A informação é do sub-relator de movimentação financeira da comissão, deputado Gustavo Fruet (PSDBPR). Marinho foi flagrado recebendo propina de R$ 3 mil em maio, no episódio que desencadeou a crise política no governo e no Congresso. O senador Álvaro Dias

(PSDB-PR), que também participou do depoimento, disse que Marinho informou aos parlamentares que os prejuízos provocados pelas irregularidades nos Correios, só na área de franquias, chegam a R$ 1 bilhão por ano. "Ele disse que o sistema de franquias já começou errado", afirmou o senador. Propinas – Ainda segundo Álvaro Dias, Marinho revelou à CPMI que há muito tempo empresas que trabalham com os Correios patrocinam o que ele definiu como um "esquema de agrado", isto é, de pagamento de propinas. O senador disse que os recursos seriam usados para abastecer campanhas eleitorais do PT, PTB e PMDB.

Já a senadora Heloisa Helena (PSOL-AL) disse que Marinho teria dito que um edital para compra de furgões teria sido modificado para privilegiar a Fiat, em detrimento da Renault. O edital exigiria uma diferença de dois centímetros no tamanho do carro, privilegiando assim uma empresa. "Mas tudo isso são ilações. Temos de investigar", afirmou o relator Osmar Seraglio (PMDB-PR). Quebra de sigilo – A senadora considera que a comissão já tem provas de crimes contra a administração pública por parte dos gestores operacionais dos Correios. Ela defendeu a aprovação o mais rapidamente possível da quebra de sigilo bancário, telefônico e fiscal de todos os administradores da

estatal nos últimos anos, uma vez que a CPMI aprovou apenas duas quebras de sigilo desses gestores até agora. Genro de Jefferson – Marinho levou à comissão mais detalhes do suposto esquema de corrupção da empresa. Segundo parlamentares que participaram da sessão, ele afirmou que Marcos Vinícius Vasconcelos, genro do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), era um dos grandes comandantes do esquema, que vinha desde a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). De acordo com o relator da CPMI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), Marinho disse que praticamente não tinha relações com Jefferson.

Caixa Econômica Federal (CEF) tornou-se refém da multinacional Gtech e até hoje ainda depende da empresa para operacionalizar todo o sistema de loterias federais no país, denunciou ontem o procurador-geral da República junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos. Ele estimou que de 1997 até 2003 – data em que o contrato foi renovado – o prejuízo acumulado da CEF em relação à Gtech (o chamado débito quantitativo) chegou a atingir a casa dos R$ 433 milhões em razão de vários aumentos não justificáveis e que teriam beneficiado a empresa. "Apesar de a Caixa fazer de tudo para se livrar dessa multinacional, o fato é que decisões judiciais sempre garantiram à Gtech a continuidade do seu trabalho bastante lucrativo", informou o procurador, ao observar que o contrato está mantido até 2006. Loterias – Ele deixou claro que se a CEF não tivesse renovado contrato com a empresa por 25 meses, em 2003, como ocorreu, todo o sistema de loterias no País poderia ter sido paralisado, devido à grande dependência tecnológica e contratual da CEF em relação à Gtech. E informou que de 1997 até 2003, antes da renovação do contrato, a CEF pagou à Gtech R$ 3 bilhões.

Ao longo do depoimento, Furtado, que é autor de uma série de estudos e pareceres técnicos que versam sobre os contratos entre a CEF e as Gtech. defendeu que o TCU também passe a ter o poder de pedir quebras de sigilos bancário e fiscal de pessoas ou empresas supostamente envolvidas em esquemas de corrupção ou superfaturamento de obras e de serviços na área governamental. Tapas e beijos – O relator da CPI dos Bingos, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), disse que o relacionamento entre a Gtech e a CEF "não é de tapas e beijos, mas somente de tapas, já que a Caixa sempre apanha". O senador Tião Viana (PT-AC) observou que, ao longo dos anos, os recursos da CEF "foram saqueados de maneira sorrateira e silenciosa". Já o senador José Jorge (PFL-PE) defendeu a aprovação de uma legislação especial na área de informática, destinada a garantir que órgãos de governo possam firmar contratos com empresas que tenham melhor tecnologia e melhor preço. Desconto – Com relação ao desconto de 15% concedido pela Gtech à CEF na renovação do contrato em 2003, Furtado disse que, mesmo assim, a multinacional saiu lucrando. E revelou que o desconto poderia "ser muito maior", caso a Caixa tivesse "se debruçado" na análise dos custos da multinacional. (Agências)

Ailton de Freitas/Agência O Globo

Depoimento de Greenhalgh é adiado de novo por falta de quórum CPI dos Bingos vota na terça requerimento que pode convocar Palocci para depor

O publicitário Duda Mendonça, da DM9, confirmou ter recebido dinheiro de Marcos Valério no exterior. Os repasses, segundo ele, eram para pagar dívidas do PT, das campanhas eleitorais de 2002. Valério negou a versão de Duda.

Palmieri

Osório Batista

Jefferson

Lamas

Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB, depôs no dia 16 de agosto na CPMI do Mensalão e revelou que esteve em Portugal com Marcos Valério para obter recursos da Portugal Telecom para pagar dívidas do PT e do PTB.

Antônio Osório Batista, diretor afastado dos Correios por ter sido citado por Marinho na gravação. Depôs na CPMI e afirmou que Jefferson pediu dinheiro aos diretores da estatal para fazer caixa de campanha.

A Câmara cassou o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que perdeu os seus direitos políticos até 2015, por 313 votos a favor e 156 contra. Ele foi cassado por quebra de decoro parlamentar, tráfico de influência e crime eleitoral.

O ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, confirmou em depoimento à CPMI do Mensalão que foi algumas vezes a Belo Horizonte buscar dinheiro a pedido do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.

Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério. Depôs na CPMI e contestou as versões de seu ex-patrão para os grandes saques bancários. De olho numa das 513 cadeiras da Câmara, Karina se filiou ao PMDB e pretende se candidatar à deputada federal em 2006.

Genoino

Jefferson

Duda

Roosewelt Pinheiro/ABr

Karina

Roosewelt Pinheiro/ABr

Galeria de personagens Roosewelt Pinheiro/ABr

zer para o governador goiano Marconi Perillo que o PL lhe teria oferecido dinheiro para a troca partidária. Segundo Mabel, Raquel o teria acusado para chamar a atenção de Perillo e mostrar ao governador que ela estaria "valendo muito". "Eu não a convidei. Ela que pediu que eu a convidasse. Ela usou a mim, contando uma mentira", disse Mabel. Mabel afirmou também que, quando ficou sabendo que a deputada procurou o governador de Goiás, Marcone Perillo, para falar sobre a suposta oferta de dinheiro, ligou para Perillo e foi até seu gabinete para desmentir o caso. Segundo ele, ali mesmo se ofereceu para fazer uma acareação com Raquel Teixeira, mas o governador teria julgado que não era necessário. Justiça – O deputado informou que o PL está avaliando se entra na Justiça contra o PTB, partido autor da representação contra ele no Conselho de Ética. De acordo com o deputado, se dependesse só dele, o processo já teria sido movido. A decisão, porém, depende de uma avaliação política. Mabel afirmou também que o motivo que levou Jefferson a entrar com uma representação pedindo sua cassação foi raiva, pelo fato de ele (Mabel) ter respondido aos ataques de Jefferson quando este prestava depoimento no Conselho de Ética. (Agências)

Mendonça

Marcos Valério, dono da SMP&B e da DNA. Valério disse que pegou empréstimos no valor de R$ 55 milhões, mas documentos contábeis recebidos das empresas dele desmentem empréstimos que teriam sido feitos ao PT.

Valter Campanato/ABr

A

maioria dos deputados do Conselho de Ética acredita na necessidade de uma acareação entre o líder do PL na Câmara, deputado Sandro Mabel (GO), e a deputada Raquel Teixeira (PSDB-GO). A idéia ganhou força ontem depois do depoimento de Mabel no conselho. O deputado Jairo Carneiro (PFL-BA) disse que vai apresentar um requerimento para isso. Por outro lado, o relator do processo contra Mabel, deputado Benedito de Lira (PPAL), avisou que vai estudar se há necessidade da acareação. "Eu não sei o que vai acrescentar. É a palavra dela de novo, que ela vai manter, e a negativa do deputado. É possível até que se possa colher alguma coisa da acareação. Mas, com isso, não haverá a prova contundente", refletiu. Mabel é acusado de envolvimento no suposto esquema de "mensalão" e de ter oferecido R$ 1 milhão e mais R$ 30 mil por mês para que Raquel abandonasse o PSDB e se filiasse ao PL. A acusação partiu do ex-deputado Roberto Jefferson, mas foi confirmada por Raquel. Apesar disso, faltam provas. "Mentira" – Mabel desmentiu a versão da deputada. Segundo ele, foi Raquel quem o procurou com a intenção de deixar o PSDB. Mabel acusou a deputada de ter mentido ao di-

Valério

Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Assumiu ter negociado cargos; saiu do PT, depois da descoberta de que ganhou um Land Rover da GDK . Valério disse que ele sabia dos empréstimos repassados ao diretório nacional.

Roosewelt Pinheiro/ABr

MABEL: QUEM ME PROCUROU FOI A DEPUTADA RAQUEL

Pereira

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, se recusou a nomear sacadores das contas de Valério na CPMI dos Correios. Na CPMI do Mensalão, ele não explicou pagamentos a Duda e disse que José Dirceu não negociou dívidas do PT.

Valter Campanato/ABr

Mabel diz que deputada queria impressionar governador de Goiás.

Delúbio

Gushiken

Genu

Toninho

Ferreira

Guimarães

Costa Neto

Genoino

Marcos Vinícius Ferreira, genro de Roberto Jefferson e suposto canal do PTB com os Correios. Senado estuda pedir a quebra de seu sigilo bancário. A CPMI dos Correios ainda não remarcou seu depoimento.

O ex-presidente do Banco Popular do Brasil Ivan Guimarães negou à CPMI dos Correios que sua indicação para o cargo no banco tenha sido feita pelo PT. Ele anunciou aos integrantes da comissão que vai se desfiliar do PT.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, se recusou em seu depoimento à CPMI da Compra de Votos a revelar nomes de empresas e pessoas físicas para as quais teria repassado supostos R$ 6,5 milhões recebidos de Marcos Valério.

O ex-presidente do PT José Genoino depôs na CPMI do Mensalão e disse que desconhece a existência de caixa 2 no partido e que o PT não compra votos em troca de aprovação de projetos de interesse do governo.

Gushiken

Salmeron

Toninho da Barcelona

Marinho

Luiz Gushiken, chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Acusado de usar influência sobre os fundos de pensão de estatais, Gushiken depôs na CPMI dos Correios e negou as acusações.

Roberto Salmeron, ex-presidente da Eletronorte e ex-vice-presidente dos Correios. De acordo com o depoimento de Osório Batista, Jefferson e Salmeron teriam assistido à gravação um dia antes de ter sido divulgada à imprensa.

O doleiro Antônio Oliveira Claramunt negou que tenha prestado serviços ao PT ou a outros partidos, Mas, no mês passado, disse que operava para o PT durante a campanha de 2002, trocando dólares por reais.

Maurício Marinho, ex-chefe de Contratação e Administração dos Correios. Flagrado em gravação recebendo propina de R$ 3 mil, Marinho depôs de novo na CPMI dos Correios e apresentou dossiê com irregularidades na estatal.

Gonçalves

Genu

Dipp

Marschner

Luiz Otávio Gonçalves, diretor da Skymaster, admitiu que pediu ajuda de Silvio Pereira para evitar que sua empresa perdesse o contrato com os Correios. A CPMI dos Correios ouviu também outros três representantes da empresa.

João Cláudio Genu, ex-assessor de José Janene (PP-PR). Ele negou que tenha recebido mais de R$ 4 milhões que Valério diz ter dado a Janene, mas admitiu que poderia haver mais dinheiro do que os R$ 700 mil declarados nos recibos do banco.

Airton Dipp, ex-presidente dos Correios, confirmou na CPMI dos Correios encontro com Silvio Pereira e a influência de Luiz Gushiken na estatal, através da nomeação de três dos cinco membros de uma comissão de análise de publicidade.

Haroldo Marschner, um dos donos da Precision Componentes. Ele disse que teria recebido pedido de suborno de Maurício Marinho, para poupar a sua empresa da aplicação de multa por atraso na entrega de material.

PASSO-A-PASSO DAS INVESTIGAÇÕES

CPMI do Mensalão

Conselho de Ética

CPI dos Bingos

No dia 4 a CPMI ouve José Luís Alves, que sacou dinheiro de Valério. No dia 5 é a vez do ex-presidente da Casa da Moeda Manoel Severino. No dia 6 o deputado Ronivon Santiago (PP-AC) depõe. No dia 18 a comissão ouve o presidente do Citibank Gustavo Marin, e o procuradorgeral do Citigroup Sérgio Spinelli.

O deputado José Dirceu (PT-SP) prestou depoimento no Conselho e reafirmou sua inocência, dizendo que não é réu confesso e que não há provas contra ele. Ontem Sandro Mabel (PL-GO) negou que tenha oferecido dinheiro à deputada Raquel Teixeira (PSDB-GO) para que ela trocasse de partido.

A CPI adiou a acareação entre Waldomiro Diniz, Carlos Cachoeira, Rogério Tadeu Buratti, Enrico Gianelli e Marcelo Rovai. O depoimento de Vladimir Poleto, que tem ligações com Rogério Buratti, ficou para o dia 4. Ontem a CPI ouviu Lucas Furtado, procurador da República, no TCU.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

CIDADES & ENTIDADES - 3 Gene Blevins/Reuters

Presos apontam mais 18 ladrões do prédio do BC Cinco acabaram detidos quarta-feira numa casa na periferia de Fortaleza, onde foram encontrados R$ 12,25 milhões. Os bandidos disseram que o líder e mentor do grupo é um comparsa conhecido como Alemão.

O

s cinco homens presos ontem quarta-feira em uma casa na periferia de Fortaleza, onde a Polícia Federal encontrou R$ 12,25 milhões dos R$ 164,7 milhões furtados do Banco Central (BC) no primeiro fim de semana de agosto, confessaram o crime e contaram detalhes. Eles apontaram outros 18 integrantes da quadrilha. O dinheiro teria sido dividido entre os 23 participantes. Segundo informações da PF, os bandidos indicaram o cearense de Boa Viagem, Antônio Jussivan Alves dos Santos, o Alemão, como o líder e mentor do maior furto a banco no Brasil. Ele teria ficado com a maior parte do dinheiro. Os presos contaram, em depoimento, que o túnel de 80 metros usado para roubar o dinheiro começou a ser escavado em junho. Os ladrões planejavam arrombar o cofre do BC no fim de semana do Fortal – o carnaval fora de época de Fortaleza. Mas o plano foi adiado uma semana porque a luz da casa usada para a montar a empresa de fachada, a Grama de Sintética (na rua 25 de Março, no Centro), havia sido cortada por falta de pagamento. A polícia acredita que as 3,5 toneladas de dinheiro foram retiradas em uma noite, entre 18h e 4h. Passagens – O cearense Antônio Edmar Bezerra, os paulistas Marcos de França e Marcos Suppi, e os mineiros Flávio Mattioll e Davi Silvan da Silva foram presos na casa do bairro Mondubim, na periferia de Fortaleza. Eles estavam com passagens de ônibus para Natal (RN) marcadas para quarta-feira e aéreas, de Natal para São Paulo (SP), para ontem. No local foram apreendidas uma pistola ponto 40, com numeração raspada, uma picape Montana, placas MZF3712 , de Mossoró (RN); uma

Jarbas Oliveira/Folha Imagem

Mais de três mil bombeiros trabalham no combate às chamas

Polícia Federal de Fortaleza apresentou ontem os cinco ladrões presos, quarta-feira, numa casa da periferia

Pajero DMX-6297, de Santana de Parnaíba (SP), e uma Kombi. Três deles, Bezerra, França e Silvan, confessaram participação na escavação do túnel de 80 metros. Os R$ 12,25 milhões seriam a parte que cabia a eles. Quanto aos outros dois, um disse à Polícia estar em Fortaleza para levar a Pajero para São Paulo e o outro teria viajado para ajudar a pegar a parte do dinheiro de Marcos de França. Silvan, segundo a PF, é fugitivo de penitenciárias de São Paulo e Minas Gerais. "Fugas estas através de túneis", informou o superintendente da PF de Fortaleza, João Batista de Paiva Santana. Ainda segundo a PF, ele é conhecido no mundo do crime como "engenheiro" e também teria participado do assalto à Transbank, em 2004 em São Paulo. Nenhum dos presos quis falar com os jornalistas. Todos foram presos em flagrante. Os paulistas e os mineiros foram autuados por formação de quadrilha e uso de documentos falsos. O cearense, o único que portava

documentos verdadeiros, foi autuado por formação e quadrilha e porte ilegal de arma. Casas - Era de Bezerra a pistola Taurus ponto 40 encontrada na casa do Mondubim. A residência também havia sido comprada por ele por R$ 70 mil dias após o furto ao BC. A PF também fez buscas em outras duas casas dele. Uma em Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza, e outra em Boa Viagem. Na casa de Boa Viagem, informou Santana, foram apreendidos mais R$ 5.900 em notas de R$ 50, como as furtadas do banco; uma caminhonete F-250; uma moto Falcon; e outras duas pistolas (uma Glock e outra Taurus ponto 40). De acordo com a PF, as pistolas ponto 40 seriam da Polícia paulista. A picape Montana, apreendida na casa do Mondubim, está registrada no nome do dono da JE Transportes, José Charles Machado de Morais, preso desde 10 de agosto quando viajava no caminhão-cegonha com três carros recheados com R$ 5 milhões furtados do

BC. "A caminhonete F-250 também foi vendida por Charles ao Bezerra", disse o superintendente da PF, o que demonstra a ligação entre os presos e o empresário, também natural de Boa Viagem. Aeroporto – Segundo a PF, França e Silvan aparecem nas imagens feitas pelo circuito interno do Aeroporto Internacional Pinto Martins. Eles fazem parte do grupo que fugiu na tarde de sábado, 6 de agosto, no vôo da TAM para São Paulo. "Depois do furto, eles se dividiram. Uns foram de avião outros por terra e outros ficaram no Ceará", disse Santana. Os presos disseram conhecer o homem que registrou a empresa Grama Sintética como dele pelo nome falso que ele usava: Paulo Sérgio de Sousa. "Mas ele não era o cabeça", comentou Santana. Através das digitais deixadas na falsa empresa, a Polícia identificou outro integrante da quadrilha. Trata-se de José Marleudo de Almeida, natural do Rio Grande do Norte. Ele está foragido. (AE)

Fogo ameaça centenas de casas em Los Angeles U m incêndio de grande intensidade ameaçava ontem uma área com centenas de casas ao norte de Los Angeles, nos EUA, forçando a retirada de seus ocupantes. Vários helicópteros e aviões-tanque, além de cerca de 3 mil bombeiros, tentavam conter as chamas, que duplicaram sua extensão nas primeiras horas do dia, atingindo 6,8 mil hectares. No entanto, as altas temperaturas destes dias na região, de cerca de 32 graus, e a falta de umidade, assim como a presença dos ventos procedentes do deserto, alimentam o fogo. O incêndio começou na noite de quarta-feira no bairro residencial de Chatsworth, por causa da excessiva seca. Pelo menos uma casa foi destruída quando o incêndio avançou 16 quilômetros entre Los Angeles e o Condado de Ventura. Os bombeiros conseguiram conter apenas 5% do fogo, que não se sabe como começou. "Não conseguiremos conter este incêndio até que tenhamos um clima mais favorável", disse o capitão dos bombeiros de Los Angeles, Mark Savage. Foram criados abrigos temporários em Los Angeles e em Ventura e muitos moradores responderam rapidamente às

ordens de retirada. Em Box Canyon, Jeff Johns, de 48 anos, disse que a morte dos moradores do Golfo do México, que permaneceram em suas casas durante a passagem do furacão Katrina, o animaram a deixar a região. "Não quis fazer nenhuma estupidez. Só havia uma via de escape e a situação piorava", reconheceu Johns. Escola – Cerca de 45 pessoas que deixaram suas casas foram alojadas em uma escola de Canoga Park, no Valle de San Fernando, onde a Cruz Vermelha distribuiu alimentos e instalou camas. Segundo as autoridades, um edifício em um laboratório que desenhava foguetes durante a 2ª Guerra foi destruído pelo incêndio e várias casas estavam ameaçadas no Valle de San Fernando. As retiradas forçadas de moradores da área estão aumentando, e as autoridades pediram aos habitantes das regiões próximas ao fogo que se preparem para deixar suas casas. Autoridades de Ventura pedem aos moradores que preparem seus carros com todos seus objetos de valor e segurem seus animais de estimação. Foram esvaziadas áreas rurais como as de Bell Canyon, Lake Manor e Kanan Road. (AE)


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LAZER - 3

TEATRO

Divulgação

A

praça Roosevelt pode servir, neste final de semana, de passaporte para que o Teatro dos Satyros se transforme em verbete do Guinness, o livro dos recordes mundiais. Isto porque a companhia abriu as cortinas, às 18h de ontem, para a exibição de Uroborus, uma peça que só irá terminar à meia-noite do próximo domingo, após 78 horas de apresentação ininterrupta e um elenco formado por 156 atores. Esta montagem é o carro-chefe das Sat yrianas – Uma Saudação à Primavera, gigantesco evento cultural que vai manter abertas por três dias as portas dos dois espaços que a companhia mantém na praça. A programação é integrada por leituras dramáticas, cafés literários, shows, espetáculos de rua, recitais de poesia e intervenções artísticas. O texto de Uroborus foi costurado pelo crítico de teatro do jornal Folha de S. Paulo, Sérgio Salvia Coelho, a partir das melhores frases de 78 dramaturgos, entre eles Shakespeare, Ibsen, Samuel Beckett, Pirandello, Molière, Tchekhov e os brasileiros Nelson Rodrigues e Plínio Marcos. "A intenção foi produzir a peça definitiva, contendo apenas um diálogo de cada um destes grandes nomes da

Arquivo DC

Companhia de Teatro Satyros: segundo ano de festival na Praça Roosevelt

MARATONA SATYRIANA NA PRAÇA O Teatro Satyros encena 78 horas sem parar Sérgio Roveri dramaturgia", diz o ator Ivam Cabral, um dos diretores dos Satyros. A peça, com uma hora de duração e dois atores no elenco, será repetida 78 vezes, sem intervalo. Assim, à meianoite de domingo, 156 atores terão passado pelo palco. Ou melhor, pela calçada, já que Uroborus está sendo

apresentada em uma caçamba que estacionou ontem à tarde na frente do teatro. Escrita com o auxílio de diversos colaboradores, que abasteceram o email de Salvia Coelho com trechos clássicos da dramaturgia, Uroborus é uma peça que não tem espaço ou tem-

po definidos, embora sua trama tenha obedecido a uma unidade pré-estabelecida: há um ator que suplica por um sentido na vida, enquanto um outro que o nega. A primeira dupla a encenar o texto, às 18h de ontem, foi formada pelos atores Denise Weinberg e Dalton Vigh. Bete Coelho e Paschoal

da Conceição serão os últimos a adentrar a caçamba, às 23h de domingo. Um aviso ao público: cada apresentação da peça pode ser acompanhada por apenas dez pessoas. "A menos que os atores aceitem fazer a apresentação em cima da caçamba, e não dentro dela", diz Cabral.

Além de Uroborus, outros 33 espetáculos teatrais serão apresentados durante a noite e a madrugada dos próximos três dias. Entre eles, algumas peças aclamadas pela crítica e público, como A Vida na Praça Roosevelt, Cosmogonia e Filosofia na Alcova. O período da manhã foi reservado à discussão sobre a produção literária brasileira. Hoje, amanhã e domingo, nomes como João Silvério Trevisan, Ivana Arruda Leite e Marcelo Mirisola compõem a mesa do Café Literário, com entrada gratuita. E o início da noite será da poesia, com a realização do Crepúsculo Poético, sempre às 19h, com a participação dos poetas Ademir Assunção, Michel Fernandes e Marcelo Montenegro. Integram ainda a programação das Satyrianas uma intervenção inspirada em Jean-Jacques Rosseau, às 23h de hoje, com o ator Paulo Goya, e o espetáculo de rua Esperando Lima, a cargo do Trio Pirathiny, que se apresenta no domingo, às 16h. Satyrianas, uma Saudação à Primavera - Até a meia-noite de domingo no Espaço dos Satyros 1 (Praça Roosevelt, 214) e Espaço dos Satyros II (Praça Roosevelt, 184). Veja a programação completa do evento no site www.satyros.com.br

IMAGENS DE PAULO, TEXTOS DE NAUM. EM LIVROS É o teatro documentado com riqueza e paixão

O

espaço nas estantes reservado a publicações sobre teatro brasileiro sempre foi exíguo. Mesmo nas grandes livrarias, ainda é raro encontrar títulos que não sejam dedicados apenas à produção de autores como Nelson Rodrigues, Plínio Marcos, Dias Gomes e Ariano Suassuna. Nos últimos dias, no entanto, dois lançamentos, notáveis pelo apuro gráfico e importância histórica que carregam, chegaram ao mercado com a missão de ventilar este cenário. Mas não se limitaram a isso apenas: as duas obras já podem ser apontadas como documentos imprescindíveis à compreensão da cena brasileira contemporânea. Um destes lançamentos, a cargo da editora portuguesa Cena Lusófona, recupera a obra completa do dramaturgo Naum Alves de Souza, dividida em ciclos e com um alentado prefácio escrito pelo ex-crítico Alberto Guzik. O outro vem da grife CosacNaify, que fez pousar no mercado o luxuoso Paulo Autran Sem Comentários, uma fotobiografia que radiografa a carreira do maior ator brasileiro dos últimos 50 anos. Naum Alves de Souza, nascido na cidade de Pirajuí, em junho de 1942, é o primeiro dramaturgo brasileiro a ter sua obra editada pela Cena Lusófona, de Coimbra, especializada na publicação de autores teatrais de língua portuguesa. Antes de Naum, a editora já havia lançado obras de dramaturgos de Angola, Moçambique, Cabo Verde, Portugal e São Tomé e Príncipe. Com quase 1500 páginas em papel bíblia, o livro traz 13 peças escritas por Naum, entre elas a inédita Aquele Ano das Marmitas, concluída no ano passado. Constam da edição alguns clássicos do moderno teatro brasileiro, como No Natal a Gente Vem te Buscar, A Aurora da Minha Vida e Um Beijo, Um Abraço, Um Aperto de Mão, que recebeu duas versões: a feminina, endereçada a Marieta Severo, e a masculina, que coube ao bailarino J. C. Violla. Além da ficha técnica completa da primeira montagem de cada peça, a publicação ainda traz um glossário para que leitores de outros países de língua portuguesa sintam-se familiarizados a palavras como acarajé, cafetão, balzaca, macumba e mixuruca. Paulo Autran Sem Comentáriosé, acima de tudo, um passeio visual pela premiada trajetória do ator, que teve início em 1947, ainda como amador, no espe-

Naum: 13 peças num livro de quse 1500 páginas

táculo Esquina Perigosa. No prefácio da obra, Autran confessa que quis fugir da armadilha de um livro-homenagem - e por isso dispensou o depoimento dos amigos. No lugar deles, optou apenas pela publicação das fotos de seus espetáculos, acompanhadas de comentários pessoais e trechos de críticas. Acertou em cheio. O resultado é um exercício de bom humor e intimidade. Em tom coloquial, o ator revela detalhes de cada uma das montagens em que atuou, fala de sua aversão pela televisão, dá nome às mulheres que amou e, claro, põe a limpo seu processo de criação. Sem esnobismos ou afetações. O livro poderia muito bem ser uma espécie de manual de instrução sobre como se estabelece um mito - se Autran não fosse generoso o suficiente para recusar tal epíteto. (SR) Paulo Autran Sem Comentários, CosacNaify, 270 páginas, R$ 85; Teatro de Naum Alves de Souza, Cena Lusófona, 1484 páginas, R$ 91.


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POLÍTICA - 5

PF DESMONTA VERSÃO DE VALÉRIO E PT PARA EMPRÉSTIMOS E PODE INDICIAR 16 ENVOLVIDOS NO ESCÂNDALO.

DINHEIRO PÚBLICO NO VALERIODUTO Edson Santos/Agência Câmara

O

Joedson Alves/AE

CPMI dos Correios (acima): não há registro dos empréstimos ao PT tomados nos bancos BMG e Rural pelas empresas SMP&B e DNA. Cristiano Paz (à esq.) negou que o dinheiro nas contas das empresas tenha qualquer origem ilegal.

PF VAI INDICIAR 16 DO ESQUEMA A Polícia Federal já tem elementos para indiciar o empresário Marcos Valério de Souza, acusado de ser o operador do caixa 2 do PT, o marketeiro do Palácio do Planalto, Duda Mendonça e o tesoureiro e o secretário-geral afastados do partido, Delúbio Soares e Silvio Pereira, além de 12 parlamentares que sacaram recursos de origem ilegal das contas de Valério. Nos últimos três meses, eles foram investigados sob a acusação de terem participado de um gigantesco esquema de arrecadação e movimentação de recursos ilegais e poderão ser processados por lavagem de dinheiro, sonegação de impostos e formação de quadrilha. Os nomes de todos eles constarão do relatório parcial do inquérito do 'mensalão', que a PF encaminhará hoje ao Supremo Tribunal Federal (STF). A PF pedirá mais 30 ou 60 dias de prazo para concluir as investigações. Caberá ao STF decidir se atende os pedidos de indiciamento, já ou ao final do novo prazo do inquérito. O relatório especificará o grau de participação de cada um dos acusados no esquema. Novos nomes – A continuidade das investigações poderá adicionar novos nomes aos já relacionados para indiciamento, entre os quais os de José Dirceu (PT-SP), ex-ministro da Casa Civil, e Roberto Jefferson (PTB-RJ), cassado por quebra do decoro. Eles criaram dificuldade para prestar depoimento e não foram ainda ouvidos nessa etapa do inquérito. As investigações constataram que a versão do empréstimo, divulgada por Valério para justifi-

car um montante de R$ 55 milhões usado na distribuição de dinheiro a parlamentares e partidos da base aliada foi uma farsa engendrada por Valério e Delúbio para encobrir a origem ilícita dos recursos. Os parlamentares com rol de provas formado sacaram pessoalmente, ou por meio de assessores e familiares, recursos da conta de Valério no Banco Rural, a maior parte na agência de Brasília e uma parte na sede da instituição, em Belo Horizonte. Rol de provas – Entre os parlamentares sobre os quais já foi formado rol de provas de envolvimento no esquema estão o expresidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP) e o ex-líder do partido, Paulo Rocha (PT-PA). Cunha confessou que mandou a mulher, Márcia Regina Milanese, sacar R$ 50 mil em 2003 e explicou que usou o dinheiro para pagar pesquisas eleitorais que encomendou para correligionários que disputariam a eleição municipal em São Paulo. Rocha disse que usou todo o dinheiro sacado por seus assessores, cerca de R$ 1 milhão,

para pagar dívidas do PT contraídas na eleição de 2002 no Pará. Costa Neto e Bispo – No relatório da PF figuram os dois parlamentares que renunciaram ao mandato para escapar da cassação. Um deles é o deputados Waldemar Costa Neto (PL-SP), que confessou ter recebido R$ 10,8 milhões do Valério por conta de um acordo com o PT para apoiar o presidente Lula no segundo turno da eleição de 2002. O outro é o deputado Carlos (Bispo) Rodrigues (PL-RJ), que aparece na lista de sacadores de Valério, com R$ 400 mil. Os dois negaram que soubessem da origem ilícita do dinheiro, mas entraram em contradição e não apresentaram até agora nenhum comprovante de que o dinheiro foi de fato gasto em campanha. O inquérito ainda não tem elementos para demonstrar a existência de um 'mensalão', mas é certo para a PF que houve pagamentos de recursos de caixa 2 a políticos e partidos da base aliada. Os pagamentos eram feitos por Valério a pessoas indicadas pelo tesoureiro do PT. (AE)

sub-relator de movimentações financeiras da CPMI dos Correios, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), afirmou ontem que os documentos contábeis recebidos das empresas do empresário Marcos Valério desmentem os empréstimos que teriam sido feitos ao PT. "O Marcos Valério não emprestou e sim, intermediou as transações junto aos bancos", disse o parlamentar. Os documentos foram apreendidos pela Polícia Federal no escritório do contador Marco Aurélio Prata, em Belo Horizonte, e mostram que a contabilidade da agência SMP&B dos anos de 2004 e 2005 não registra a concessão de empréstimos ao PT. O material, recebido ontem pela CPMI, é mais um elemento para derrubar a versão de Valério de que os R$ 55,9 milhões repassados a políticos aliados do governo teriam vindo de operações de crédito nos bancos BMG e Rural e foram apenas emprestados ao PT. Duto estatal – A PF também levantou indícios de que Valério montou um esquema de arrecadação de dinheiro em empresas estatais onde suas empresas de publicidade SMP&B e DNA tinham contrato. A PF suspeita que o esquema de arrecadação se estendeu a doadores privados que têm negócios com o governo. O mapa desses doadores será montado na próxima fase das investigações. Segundo Fruet, se o dinheiro repassado estivesse sendo realmente emprestado, deveria haver um registro de um crédito junto ao PT na lista de ativos da empresa e a inclusão das operações de empréstimo com os bancos entre os passivos. Na contabilidade da SMP&B, há apenas o registro entre os pas-

sivos da agência de R$ 3,5 milhões na conta de "empréstimos e financiamentos". Retificação – Segundo o relator da CPMI, Osmar Serraglio (PMDB-PR), Valério fez uma retificação de sua contabilidade na Receita Federal, em junho, depois que já havia surgido o escândalo, para incluir os empréstimos. Para Fruet, a cada dia fica mais claro que esses empréstimos não existiram. A polícia apreendeu também 20 computadores que foram usados pela gerente-financeira da agência, Simone Vasconcelos, e pela sua auxiliar Geiza Dias. O equipamento ainda será periCelso Junior/AE

Valério negou informações

ciado. "Por que ele só retificou agora? Ou ele omitiu informações ou cometeu crime de falsidade ideológica. E há uma segunda situação, aceitando-se a retificação como verdadeira: por que ele não tem contrato de empréstimo com o PT?", perguntou Fruet. Um mês antes – Além da falta de registro contábil dos empréstimos, descoberta agora, Valério já havia pago R$ 1,7 milhão aos políticos indicados pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares um mês antes de fazer a primeira operação com o banco, em 24

de fevereiro de 2003. Ele também sacou o dinheiro de uma conta da SMP&B no Rural para repassar aos políticos. Fachada – A conta-corrente, entretanto, por onde passaram R$ 260 milhões, não recebeu recursos de maneira casada com os empréstimos. Esta conta foi abastecida na maioria das vezes por dinheiro da SMP&B. Na avaliação dos parlamentares da CPMI, estes seriam elementos para reforçar a tese de que os empréstimos feitos pela agência serviram apenas como uma fachada para justificar o repasse de recursos. A comissão, segundo Fruet, trabalha com várias prováveis origens do dinheiro repassado para os políticos. Uma delas seria o próprio caixa da SMP&B, que tinha contratos com o governo que aumentaram na gestão petista na Eletronorte, no Banco do Brasil e nos próprios Correios. Outras fontes – Além destas duas fontes de recursos, a CPMI investiga ainda os contratos das agências de Valério com empresas privadas, os investimentos feitos pelos fundos de pensão nos dois bancos e a possibilidade do dinheiro emprestado pelos bancos ao empresário mineiro já ter sido pago no exterior. Por meio de sua assessoria, Valério negou as informações de Fruet. Cristiano de Mello Paz, sócio de Valério, também negou que o dinheiro nas contas da empresa tenha qualquer origem ilegal. Segundo Marcelo Leonardo, advogado que defende os dois empresários, não houve lavagem de dinheiro. "Não adianta. A origem dos recursos é lícita e, sendo lícita, não existe o que se alegou: a lavagem de dinheiro." (Agências)


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4 -.CIDADES & ENTIDADES

sexta-feira, sábado e domingo, 30 de setembro e 1 e 2 de outubro de 2005 Carl de Souza/AFP

DISPARO

ASSASSINATO

U

m jovem de 15 anos levou um tiro na cabeça dentro de uma escola em Parelheiros, na zona sul. Os autores do disparo foram dois colegas da mesma classe, que estão foragidos. Para a polícia, o tiro pode ter sido acidental, pois testemunhas disseram que os dois estariam olhando a arma. O adolescente foi operado, mas a bala não pôde ser retirada.

Ó RBITA

TIM LOPES

A

cusado de participação no assassinato do jornalista Tim Lopes, em 2002, Claudino dos Santos Coelho, de 24 anos, o Xuxa, começou a ser julgado ontem no 1º

Tribunal do Júri do Rio. Ele disse que trabalhava como vendedor de iogurte na favela da Fazendinha, no Complexo do Alemão, na época do crime. É o sexto acusado a ser julgado pelo assassinato.

O

diretor do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) da Consolação, Manoel Mendes de Almeida Filho, de 62 anos, foi assassinado na madrugada de ontem, numa tentativa de assalto. Dois suspeitos foram surpreendidos ainda no apartamento do aposentado. A polícia acredita que Almeida Filho foi morto a socos e pontapés. (AE) A mãe e o pai de Jean após reunião com comissão de investigação

Polícia britânica mentiu sobre morte de Jean, diz família Vídeo feito na estação Stockwell mostra que eletricista mineiro andou calmamente em direção ao trem, contrariando as primeiras notícias divulgadas pela Polícia. Jean Charles foi morto com 8 tiros.

I

magens gravadas pelo circuito interno de vídeo da estação de metrô de Stockwell, em Londres, exibidas ontem para a família do mineiro Jean Charles de Meneses, confirmam que ele caminhou tranqüilamente rumo ao trem segundos antes de ser alvejado – com sete tiros na cabeça e um no ombro – pela polícia britânica no dia 22 de julho. "O filme mostra que Jean não teve um comportamento suspeito", disse o irmão da vítima, Giovani da Silva, que está em Londres junto com os pais. "Não há mais dúvida de que eles (a polícia) mentiram para nós", disse. A família de Jean Charles assistiu ao vídeo durante uma reunião com representantes da comissão independente que investiga o caso, a IPCC. Não foram exibidas imagens do momento que o brasileiro foi alvejado. No encontro, que durou aproximadamente três horas, eles foram informados sobre o andamento do inquérito, que deverá ser encerrado até o final deste ano. A mãe de Jean, Maria Otônia de Meneses, disse que reconheceu o filho nas imagens e começou a chorar. Na saída da reunião, a família disse não poderia revelar muitos detalhes da conversa pois a investigação ainda está em curso. Mas uma de suas advogadas, Harriet Wistrich, leu uma declaração para a imprensa em nome da família . "Nos foram exibidas as únicas imagens disponíveis de Stockwell", disse. "Foi muito difícil ver que Jean Charles parecia completamente relaxado e normal, particularmente diante das declarações feitas imediatamente após sua morte." Perguntas – A família afirmou que ainda tem muitas perguntas a fazer em novos encontros que serão realizados com a IPCC. "Não queremos que mais nenhuma pessoa inocente em Londres seja morta

ou que qualquer família tenha o nosso sofrimento", disse. "Esperamos que lições sejam aprendidas com o resultado desse inquérito", dizia a nota. A pressão sobre o chefe da Scotland Yard, Ian Blair, cuja punição é sugerida pela família de Jean Charles, parece que começou a dar resultados. Ele disse ontem que a morte de Menezes foi um "momento decisivo" e ressaltou a necessidade de se discutir democraticamente a polêmica estratégia policial de "atirar para matar" adotada para pessoas suspeitas de terrorismo. Mas apesar de admitir a necessidade de um "amplo consenso" sobre o tema, o chefe da Scotland Yard disse não estar certo como esse debate público poderá ser realizado pois os detalhes da Operação Kratos – que regula o uso de armas contra suspeitos – não podem se tornar públicos sem ameaçar a eficiência da polícia. Blair reiterou sua disposição de se encontrar com a família de Jean Charles. "Eu lamento que neste momento eles não queiram isso", disse. Na quarta-feira, os familiares de Jean descartaram um encontro frente a frente com Blair. Notícias – O jornal britânico Daily Mail informou, na sua edição de ontem, que dois policiais envolvidos diretamente na morte do brasileiro receberam advertências que notificam as acusações feitas contra eles. Elas representam um primeiro passo num processo disciplinar que poderá resultar num julgamento. Outros quatro também receberiam o documento em breve. O jornal destaca também que existe a possibilidade de seis policiais britânicos irem para o banco dos réus. Seriam dois agentes e quatro oficiais. Segundo reportagem da BBC, no entanto, a Polícia não comentou o envio da advertência, chamada de Regulation 9.


LEITURA

Klauss Vianna: preocupação com físico é nova droga.

Maravilha, com charme e bravura

O

Luiz Barros e só tem utilidade quando se torna uma segunda natureza do artista, que poderá, então, por meio dela, exprimir-se de forma criativa e individual. Invertendo princípios da estética e do movimento, Vianna propunha que por meio do conhecimento e auto-domínio o artista chegaria à forma – e não ao contrário. A técnica na dança, e no teatro não seria diferente, deveria ter um sentido claro, objetivo e utilitário: preparar o corpo para responder à exigência do espírito artístico. Para ele, não há arte na repetição mecânica de formas vazias e pré-fabricadas e, além do mais, os movimentos do balé clássico são mais adequados à anatomia das bailarinas européias do que das brasileiras. É a cabeça do artista, sua personalidade, o mais importante. A cabeça do bailarino ou do ator é mais importante do que o corpo, porque um corpo pode ser moldado com mais facilidade do que poderia uma mentalidade ser modificada. Mas, Klauss Vianna não desprezava o balé clássico. Não concordava era com a forma mecânica e despersonalizada que cercava seu ensino e a montagem das apresentações no Brasil. Em A Dança, contesta a arte ensinada nas escolas oficiais, onde "não existem

professores e sim funcionários públicos da dança", e narra sua incansável luta para introduzir formas novas de interpretação corporal. Arguto crítico social, diagnosticou com profundidade males que se avolumam no cotidiano. Diz, por exemplo, em relação ao culto ao físico que já se verificava à época em que escreveu A Dança, provavelmente referindose à moda de expressão corporal como terapia na década de 1980: "a preocupação com o físico tornouse outra droga, outra forma de fuga e alienação – em vez de álcool, maconha e cocaína as pessoas se drogam nas aulas." Transpostas suas palavras para 2005, alguém pode afirmar que estivesse errado, agora que vemos, ainda com mais clareza, academias de ginástica proliferando em cada bairro, com métodos mecânicos de musculação e liberação de endorfinas?

recho de posfácio de Ana Francisca Ponzio, jornalista, crítica de dança e curadora de eventos de dança. "Conheci Klauss Vianna em 1982, época em que, recém-fixado em São Paulo, ele chamava atenção tanto pela renovação que imprimia no antigo corpo de Balé Municipal (o nome Balé da Cidade de São Paulo surgiu em sua gestão), como pelas aulas que dava em alguns estúdios de dança da cidade. Nesse ano, freqüentando um de seus cursos, descobri o reverso de tudo que se ensinava nas escolas de balé. Eram aulas semanais, todas as sextas-feiras, num salão encravado em plena rua Augusta. Os alunos – em vez de turmas que ficavam

brigando com o próprio corpo, em disputa pela perna mais alta ou pelo maior número de giros numa pirueta – formavam um grupo super-heterogêneo. Gente de todas as idades e profissões, com ou sem técnica de dança. Havia bailarinos sim – mas que, ali, pareciam estar de volta ao começo, reformulando tudo o que sabiam. (...) Embora restrito aos limites de formação e informação de seu país, ele conseguiu, por meio dos requintes da percepção, estabelecer um método de trabalho e ensino próprio, afinado com a filosofia dos grandes artistas da dança contemporânea (como Pina Bausch e Kazuo Ohno).

s fãs da Mulher Maravilha já podem comemorar e completar sua coleção. Acaba de ser lançada em DVD a terceira e última temporada da clássica série de TV dos anos 70. Mulher Maravilha - 3ª Temporada Completa (Warner, R$ 139,90) traz os 24 episódios finais, distribuídos em uma caixa com oito DVDs que mostram a atriz Lynda Carter em ação, na pele da Mulher Maravilha. Sob a identidade secreta de Diane Prince e com a ajuda de seu parceiro Steve Trevor (interpretado pelo ator Lyle Waggoner), a heroína luta contra o mal usando suas principais armas: um laço mágico e braceletes dourados que protegem contra tiros. Além do auxílio de seu aliado, o supercomputador IRA também é peça importante dentro das

Luiz Barros Mestre e doutor em filosofia da educação pela USP, é escritor. A Dança - Klauss Vianna (em colaboração com Marco Antonio de Carvalho). 3ª Edição, São Paulo: Summus, 2005, 160 páginas. R$ 29.

DEPOIMENTO

T

sexta-feira, sábado e domingo, 30 de setembro e 1 e 2 de outubro de 2005 Divulgação

Aventura, comédia dramática e coleção de séries

O coreógrafo também dizia que expressão corporal não é terapia e que balé sem emoção é ginástica

Em 1990, dois anos antes de morrer, Klauss Vianna (1928–1992), mestre da expressão corporal, publicou A Dança, livro em que sintetiza reflexões depuradas após décadas de uma atuação profissional pioneira, que revolucionou os palcos brasileiros ao introduzir a noção de trabalho corporal para dançarinos e atores. A Summus Editorial publica este ano a terceira edição da obra, que merece ser lida e meditada por todos que dançam e atuam nos palcos, e também por quaisquer pessoas que busquem o autoconhecimento. Klauss Vianna refuta o caráter terapêutico atribuído à expressão corporal. Para ele, expressão corporal não é terapia, pois a dimensão terapêutica de uma consciência corporal desenvolvida pode ser insuficiente para resolver tensões crônicas. Para ele, o balé não se distingue da ginástica e não se alça à dimensão artística, quando construído a partir apenas da técnica, sem incorporar a emoção. A técnica é um meio e não um fim,

DVD

DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.LAZER

Mais do que bailarino ou coreógrafo, Klauss se distingue como professor – papel que desempenhou à semelhança do personagem John Keating, do filme Sociedade dos Poetas Mortos. Assim como Keating, ele incita seus alunos a descobrirem-se a si mesmos, questionando o que pensam que sabem e estabelecendo uma postura dialética com o que fazem. Não à toa, os bailarinos e coreógrafos que absorveram suas influências tendem a expressar-se de forma mais arrojada. (...) Klauss abriu caminho para os avanços pretendidos pela dança brasileira. (...)" (LB)

aventuras. As cenas de ação não são recheadas de efeitos especiais mirabolantes como nos seriados

modernos. Esse detalhe não deixa a desejar, pois dentro dos limites técnicos da época, os episódios ainda conseguem entreter adultos e crianças. Todos os vilões são combatidos apenas com os super poderes da Mulher Maravilha, sem sangue nem morte. Para ajudar a desvendar o seqüestro de um ídolo adolescente, ela mostra que somente seus saltos, sua força e seus truques são armas suficientes. E se o inimigo vem do futuro, do ano de 2155, como no episódio A Bomba-Relógio, também é surpreendido pelo combate peculiar da heroína. A temporada final de aventuras mostra que, nesse caso, o perigo é diversão garantida para novos e velhos fãs da Mulher Maravilha. Rita Alves

O elenco: Julia Roberts, Jude Law, Natalie Portman e Clive Owen

Closer, uma história adulta

S

ete meses em cartaz nas salas de cinema paulistanas (janeiro a julho), o filme Closer - Perto Demais foi visto por dezenas de milhares de pessoas, mas não chegou a ser unanimidade, seja entre a crítica ou o público. Já disponível nas locadoras, o DVD Closer (Columbia, R$ 32,90) chega às lojas em 21 de outubro. Mas já encontra-se em pré-venda e pode ser encomendado em grandes livrarias e nos sites de venda online. A falta de consenso quanto às qualidades do filme talvez exista em razão da dureza da trama, seca e sem melodramas fáceis ou soluções simples. A primeira linha de diálogo é "Alô, estranho" e o estranhamento entre os personagens permanece ao longo de toda a história, entrecortada por amores difíceis, problemas de comunicação, reações inesperadas. O elenco conta com com Julia Roberts, Jude Law, Natalie Portman e

Clive Owen, os dois últimos indicados para o Oscar de atores coadjuvantes, e vencedores do Globo de ouro na mesma categoria. Alice (Portman) é a parte vulnerável e absoluta da trama, na pele da moça americana que cai de amores por Dan (Law), um jornalista com pretensões a romancista que ganha a vida escrevendo obtuários. Ana (Roberts) é a fotógrafa que embora casada com Larry (Owen), mantém um caso com Dan. Ambientado em cenários elegantes de Londres, Closer agrada aquelas pessoas que buscam em um filme longos diálogos, discussões de casais, análises, procura de causas e razões. A direção meticulosa de Mike Nichols traça a trajetória da paixão, em todo o seu espectro de cores, começando no primeiro olhar, passando pela expectativa, ansiedade, curiosidade em

desvendar na outra pessoa aquilo que ela não mostra ou não diz, até a incrível felicidade em descobrir-se amado por quem se ama. Ele segue adiante, porém. Faz um retrato realista da suprema dor que sentem os amantes quando separados, e imprime na história o grande papel que possui o acaso em todas as relações humanas. Em Closer, por fim, há o jogo do desejo, inevitavelmente egoísta, mostrado em detalhes pelo quarteto de personagens que decide falar tudo, expressar-se até a última gota de saliva, para conseguir viver tudo o que tem direito. É um filme adulto como poucos. Além dos 100 minutos do filme, o DVD traz como extra apenas o videoclipe The Blower's Daughter, com o cantor Damien Rice, intérprete da música que toca inteira na seqüência inicial da fita. Lúcia Helena de Camargo

Divulgação

A família de milionários de Dallas: intrigas e disputas por poder

Lançamentos em séries

U

Balé da Cidade na coreogragfia Dualidade

Dançando os Contos de Andersen

O

Balé da Cidade e a Orquestra Experimental de Repertório levam contos de fadas ao Teatro Municipal, para comemorar os 200 anos do nascimento de Hans Christian Andersen. Com estréia em 7 de outubro, o espetáculo Andersen Sweet Suite terá roteiro e direção de Flavio de Souza (Castelo Rá-TimBum), regência do maestro Jamil Maluf, diretor artístico do teatro. Os coreógrafos escolhidos por Mônica Mion, diretora do Balé da Cidade, foram Jorge Garcia, que fez O

Soldadinho de Chumbo e A Roupa Nova do Imperador; Claudia Palma (O Patinho Feio e A Princesa e o Grão de Ervilha); e Lilia Shaw (A Pequena Sereia e A Menina dos Fósforos). A homenagem ao escritor dinamarquês abre as festas pelo Dia das Crianças, com a transformação de suas histórias em coreografias. Serão cinco apresentações até o dia 12 de outubro. Todos os 38 integrantes da companhia participam do espetáculo, dividindo-se entre as

diferentes coreografias. Todas terão a forma lúdica de contar as histórias. Segundo Flavio de Souza, a linguagem utilizada é a menos abstrata possível, para facilitar o entendimento pelo público infantil. Andersen Sweet Suite Teatro Municipal de São Paulo Praça. Ramos de Azevedo, s/nº, Centro, tel.: (11) 222-8698. Dias 7 e 10 de outubro, às 19h. Dias 8, 9 e 12, às 17h. Ingressos entre R$ 10 e R$ 30.

ma das séries mais conhecidas de todos os tempos, Friends parou de ser feito com a dissolução do sexteto de atores. E o fãcolecionador agora só tem a esperar o lançamento da última e décima temporada, que ocorrerá no final do ano. Já nas lojas, o Box Friends - 9ª Temporada (R$ 119,90) traz quatro DVDs que somam 577 minutos de gravações, com os 24 episódios. A caixa traz os erros de gravação; Gunther Conta Tudo e Phoebe Duela Com os Robôs Rosa. Entre as participações especiais, Paul Rudd, Hank Azaria, Jeff Goldblu .e Cristina Applegate como desmiolada irmã mais nova de Rachel. A primeira caixa começa com o nascimento de Emma, filha de Ross e Rachel, terminando Com a Babá Homem, em que Freddy Prinze Jr está hilário como o sensível babá. No disco dois, Do Natal em Tulsa coloca em risco o casamento de Chandler e Mônica, e Com os Ratos da Phoebe mostra a curiosa criação de roedores. No disco três, Com o Assalto revela uma insuspeita ligação entre Ross e Phoebe, e o último disco acaba com o episódio duplo Em Barbados - Parte Ume Dois.

O box Nip / Tuck - Ninguém é Perfeito: 1ª Temporada reúne cinco DVDs (R$ 129,90) com as histórias dos cirurgiões plásticos que atuam em uma clínica particular, satisfazendo os caprichos de seus clientes endinheirados, tudo mostrado com um realismo contra indicado para estômagos fracos. O personagem mais forte é Christian Troy, vaidoso e ganancioso, que não poupa charme na hora de conquistar as clientes, antes ou depois das cirurgias. A primeira temporada começa com a dupla, que conta com Sean McNamara, vendo crescer sua clínica instalada na ensolarada Miami, nem sempre empregando expedientes aprovados pela ética e a moral. Já Sean sofre com o distanciamento da sua mulher Julia e seus filhos. Criado por Ryan Murphy, o drama médico explora o lado obscuro das cirurgias plásticas e o doloroso caminho das pessoas que buscam a beleza. Entre os extras, há o documentário Expectativas Realistas: A Prática da Cirurgia Plástica - São Verdadeiros ou Falsos? e Os Milagrosos Efeitos de Maquiagem de Nip / Tuck.

Famosa na televisão nos anos de 1980, chega ao DVD a saga da família de ricaços do Petróleo que vivia entre intrigas por poder e dinheiro, em Dallas - 1ª Temporada Completa (R$ 34,90) vem em dois discos. O primeiro traz os episódios A Filha de Digger; A Ligação e Uma Espiã na Casa. O disco dois inclui Ventos de Vingança e Churrasco. No total, há 233 minutos de gravações. Larry Hagman, como o inescrupuloso magnata J.R. Ewing, terá sempre seu lugar na galeria de vilões da TV. Patrick Duffy e Victoria Principal, glamurosa e algo fútil, adicionam molho à série. Entre os extras, há o comentário do criador David Jacobs, de Larry Hagman e de Charlene Tilton sobre o episódio A Filha de Digger. A série foi indicada 17 vezes ao prêmio Emmy, vencendo em sete, e recebeu 14 indicações ao Globo de Ouro, levando a premiação uma vez. A segunda temporada, com mais do que o dobro de episódios, encontra-se em prévenda, com previsão de chegada às lojas no dia 20 de outubro. Com 1158 minutos de gravações, esta custará R$ 149,90. (LHC)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.POLÍTICA

sexta-feira, sábado e domingo, 30 de setembro e 1 e 2 de outubro de 2005

LEGENDAS SE AGITAM PARA CONQUISTAR FILIADOS DE PESO. PRAZO FINAL TERMINA AMANHÃ, ÀS 19H. MIRO TEIXEIRA SAI DO PT SEM ALARDE E RETORNA AO PDT

O

e x - m i n i s t ro d a s Comunicações e ex-líder do governo Miro Teixeira (RJ) oficializou a sua volta ao PDT, de onde saíra em 13 de abril de 2004, por causa da política de oposição feita pela legenda ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na época, Miro passou para o PPS, de onde também se desligou em 14 de fevereiro deste ano, para entrar no PT. Mas Miro resolveu voltar à sigla onde militou boa parte da vida política ao lado do ex-governador do Rio e ex-presidente nacional do PDT Leonel Brizola. "Não há razão específica para a minha saída. Tenho 35 anos de vida pública e disputei as eleições por dois partidos apenas. Foram quatro mandatos pelo PMDB e quatro pelo PDT. Decidi concorrer de novo pelo partido pelo qual me elegi", disse ele. Miro disse que saiu do PT, sem alardes, depois de comunicar sua decisão a toda a cúpula partidária, tanto regional quanto nacional. Ele contou que largou a liderança do governo em 2004 porque não concordava com a medida provisória que definiria a contribuição dos aposentados para a Previdência. "Eu tenho posições e princípios. Quando ministro, não acompanhei o presidente Lula ao Congresso no dia em que ele foi entregar o projeto da reforma da Previdência". Miro disse que é amigo do presidente da Câmara, Aldo Rebelo, mas no primeiro turno votou em Alceu Collares (PDT-RS). Com a saída de Miro, a bancada do PT na Câmara ficou reduzida a 83 deputados, até ontem. O senador Cristovam Buarque também ingressou no PDT, participa hoje, em São Paulo, da filiação de dirigentes sindicais na Federação do Comércio do Estado de São Paulo. Antes, às 10h, os deputados estaduais Rafael Silva, Zuza de Marília e José Bittencourt filiam-se ao partido na Assembléia Legislativa. O PDT anunciou ainda filiações de militantes em Mauá, Santo André e em São Bernardo. (Agências)

PSOL: MOMENTO DE REENCONTRO COM COLEGAS EX-PETISTAS.

OS PARTIDOS A EXIBEM SUAS NOVAS ESTRELAS Roberto Stuckert Filho/Agência O Globo

Adriano Machado/Folha Imagem

Itamar e Sarney, na cerimônia de filiação de Maurício Correia, do STF.

PSOL recebe "os velhos companheiros de luta" egressos do PT

Marcello Casal Jr/ABr

Alexandre C. Mota/AE

Cristovam Buarque, nova estrela do PDT, estará hoje em São Paulo.

Marcello Crivella, José Alencar e Victor Paulo, presidente do PMR.

ALENCAR E CRIVELLA, NO PMR.

C

ortejado por vários partidos, o vice-presidente da República e também ministro da Defesa, José Alencar, optou por se filiar ao recém-criado Partido Municipalista Renovador (PMR). Com registro definitivo já aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a legenda deverá trocar de nome na sua próxima convenção nacional para Partido

Republicano (PR). O partido é ligado à Igreja Universal. Crise e denúncias – Alencar saiu do PL no início de setembro. Na ocasião, ele alegou que deixava a legenda por causa da crise política e que se sentia "contrariado e desconfortável" diante das denúncias envolvendo políticos do PL. O vicepresidente recebeu convites para se filiar a pelo menos cinco legendas, incluindo o

Associação Comercial de São Paulo

Reunião Plenária Palestrante:

Armando Monteiro Neto Deputado Federal pelo PTB-PE e Presidente da Confederação Nacional da Indústria - CNI Tema:

“Cenário político atual e agenda mínima para governabilidade” Dia: 03 de outubro de 2005, segunda-feira Horário:

às 17 horas Local:

Edifício-sede da ACSP, na Rua Boa Vista, 51 - 9º andar Haverá pesquisa “in loco” (dinâmica interativa com resultado em tempo real) A palestra será transmitida em aberto na Internet, pelo site www.acsp.com.br (Clique em Web TV ACSP - ao vivo)

PMDB, do qual já fez parte. PFL, PSB, PPS e PDT também disputaram o passe do vicepresidente e já tinham formalizado convite antes mesmo de ele sair do PL. A cerimônia da filiação de Alencar foi ontem à tarde no Hotel Ouro Minas, em Belo Horizonte. O senador Marcelo Crivella (RJ), bispo da Universal e que, assim como Alencar, deixou o PL, vai seguir os mesmos passos do vi-

ce-presidente e se filiar ao PMR. Mangabeira – O novo partido deve ganhar mais dois filiados. O economista Mangabeira Unger e o ex-ministro Raphael de Almeida Magalhães também devem ingressar no PMR. A filiação de Mangabeira e Magalhães é uma estratégia da sigla para que sua imagem não fique só vinculada à Igreja Universal. (Agências)

PRESIDENTE DO BC AINDA NÃO ESCOLHEU PARTIDO

O

presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, teve um encontro ontem com o ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, para discutir sua eventual filiação ao PTB. Na quarta, Meirelles conversou com Flávio Martinez, presidente nacional do partido, e com o deputado federal Jovair Arantes, presidente do PTB em Goiás. Jovair contou que as conversas estão bem adiantadas e que o partido está 100% de braços abertos para recebê-lo. Segundo Jovair, a filiação de Meirelles ao PTB depende apenas de uma conversa do presidente do BC com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deveria acontecer entre ontem e hoje. "Agora a decisão só cabe a ele", disse Jovair. Segundo o deputado, Meirelles tem interesse em ser governador e quer ter uma participação efetiva na política de Goiás. Meirelles também teria conversado com o governador de Goiás, Marconi Perillo, mas ainda é dúvida se Perillo o apoiaria na eleição em 2006. "Biruta" – Meirelles já tinha conversado com outros partidos, como PFL e PSDB. Segundo o senador Demóstenes Torres (PFL-GO), Meirelles teria sido vetado em seu partido. "O Meirelles está como biruta de aeroporto, esperando o vento para saber onde aterrissa. Ele foi vetado pelo PFL", disse o se-

nador ontem. Correios – Preocupado em garantir o comando da CPMI dos Correios, diante da possibilidade de o presidente da comissão, o petista Delcídio Amaral (MS), trocar o partido pelo PSDB, o governo começou uma operação para tentar manter o senador no PT de Mato Grosso do Sul. Ontem, Delcídio recebeu um telefonema do Palácio do Planalto para que fosse conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à noite. Embora negocie a possibilidade de mudar de partido, Delcídio não pretende deixar a presidência da CPI. Na quarta, Delcídio conversou com o presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG), com o líder do partido no Senado, Arthur Virgílio (AM), e com o senador Tasso Jereissati (CE). Os tucanos esperam uma resposta de Delcídio e já teriam lhe garantido o espaço para disputar o governo do estado nas eleições do ano que vem. PMDB – No PMDB, os expresidentes Itamar Franco e José Sarney participaram da reunião de filiação do ministro do STF Maurício Correa. Já a governadora do Rio, Rosinha Garotinho (PMDB), afirmou ontem que decidiu ficar no partido, após cogitar trocar a legenda pelo PSC, apesar de ter recebido convite para fazêlo. (Agências)

presidente do PSOL, senadora Heloisa Helena (AL), deu uma entrevista coletiva ontem ao lado dos novos cinco integrantes do partido, que agora passa a ter nove filiados (sete deputados e dois senadores) com o ingresso dos deputados Ivan Valente (SP), Chico Alencar (RJ) Orlando Fantazzini (SP), João Alfredo (CE) e Maninha (DF). Também participaram da reunião os demais fundadores do PSOL – os senadores Geraldo Mesquita Junior (AC) e os deputados Babá (PA) e Luciana Genro (RS). Heloisa Helena disse que esse é o momento do reencontro daqueles que, na verdade, nunca estiveram separados. "Talvez por algumas circunstâncias da vida, ficamos militando em espaços separados, mas sempre estivemos unidos pela generosidade que move todos os socialistas", afirmou Heloisa. "Nós temos certeza é que em 2006 não ficaremos diante do falso dilema entre os neoliberais do PT e os neoliberais do PSDB. Vamos apresentar uma alternativa, discutir quais as forças políticas e sociais que se identificam com esse projeto e depois discutir qual o melhor nome para representá-lo", explicou Heloisa Helena. Mesquita Junior afirmou que o PT errou em todos os prognósticos que fez com relação ao PSOL. "Pensaram que com a expulsão e suspensão de alguns membros do PT, iriam nos intimidar. Duvidaram que encontraríamos um novo rumo. Apostaram que não conseguiríamos a legalização do PSOL. Duvidaram que o partido pudesse ser enriquecido com o ingresso de outros militantes. E vão quebrar a cara novamente porque acreditam que Heloisa Helena não será a presidente deste país", disse. (Agência Senado)

MAIS UM DIA DE PRAZO PARA O TROCA-TROCA PARTIDÁRIO

N

a atual legislatura, iniciada em 2003, 163 deputados federais trocaram de partido. Esse número ainda aumentará até amanhã, quando se encerra o prazo de troca-troca partidário, previsto para assegurar a elegibilidade dos candidatos em 2006. E isso só será possível, porque os cartórios eleitorais e os tribunais regionais eleitorais de todo o País vão facilitar a vida dos indecisos e abrirão, em pleno sábado, até as 19h. Pela Lei Eleitoral, a partir de domingo, os parlamentares que mudarem de sigla ou ficarem sem legenda não poderão concorrer nas eleições de 2006. Desde o início do atual mandato dos deputados até agora, houve 251 mudanças partidárias na Câmara. O paraense Zequinha Marinho (PSC) é o campeão na dança das cadeiras. Em 23 de janeiro de 2003, saiu do PDT para o PTB. Em 9 de setembro de 2003, saiu do PTB para o PSC. Em 2 de fevereiro de 2005, resolveu passar para o PMDB. No dia 28 do mesmo mês, deixou o PMDB e ficou sem agremiação. No dia seguinte, arrependeu-se e refiliou-se. Em 9 de março, arrependeu-se outra vez e desfilou-se, novamente. Em 30 de março, voltou para o PSC, onde permanecia até ontem. Tradicionalmente, essa mudança de partidos acelera-se perto do prazo de término para assegurar a elegibilidade nas eleições seguintes. Somente na quarta, sete deputados comunicaram, oficialmente, à Mesa Diretora da Câmara que alterariam a filiação partidária. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.CAMPINAS

sexta-feira, sábado e domingo, 30 de setembro e 1 e 2 de outubro de 2005

em Campinas Fotos de Marcos Peron/Virtual Photo

VIRACOPOS

Aeroporto industrial seleciona empresas

ÓRBITA

IPTU

O

Administração ainda analisa o perfil das empresas que serão abrigadas no aeroporto Empresa pode pagar menos seguro usando apólice do aeroporto Fotos de Marcos Peron/Virtual Photo

P

ara o superintendente de Viracopos, José Clovis Moreira, a efetivação do aeroporto industrial irá aumentar a competitividade das empresas exportadoras locais. É que o aeroporto industrial permitirá que empresas instaladas em sua área importem componentes para montar seus produtos sem pagar os tributos federais. Em entrevista ao Di á r i o do Comércio , Moreira não estabelece um prazo para a conclusão do projeto, mas diz que tem sentido vontade política de todas as esferas públicas para a sua implantação.

Diário do Comércio – Quais as vantagens um aeroporto industrial oferece a uma empresa que nele se instala? José Clovis Moreira – As empresas que se instalam em um aeroporto industrial conseguem a isenção de todos os tributos federais (IPI, Pis e Cofins) ligados aos insumos de produção importados, reduzem os custos da manutenção dos estoques porque a cadeia de abastecimento fica agilizada, têm a redução de gastos com a logística de transporte e de

que poderiam oferecer vantagens parecidas. Trazendo novas empresas para a região ou abrindo a oportunidade de empresas locais se instalarem no aeroporto abriremos um novo seguimento, mas não vejo como uma concorrência não. Até porque já existe o sistema de Recof (de desburocratização aduaneira), que oferece vantagens parecidas as de um aeroporto industrial, ainda que não as vantagens logísticas.

seguro, já que os insumos produzidos estarão dentro do aeroporto. Esse ponto tem fundamental importância porque estamos falando de produtos de grande valor agregado, que poderiam transitar por uma região com grande número de roubo de carga. Outro ponto é a possibilidade da redução de custo do seguro para instalação da indústria, que poderia usar a apólice do aeroporto. É claro que estes fatores melhoram a competitividade. Em relação à isenção do impostos, as mercadorias processadas no aeroporto mas que têm destino o mercado interno também estariam livres de taxas? Não. O processo é o seguinte: as mercadorias são admitidas no regime do aeroporto industrial, vão para o entreposto, então é feito um controle por um software, que controla os insumos e os produtos acabados. Então, elas seguem para a produção. Depois dessa triagem, o que vai para exportação é livre dos impostos e o que entra no mercado interno é tributado, como se fosse uma importação normal.

Estamos na fase de prospecção de empresas. Houve conversas, mas não gostaria de citar nomes. Não definimos o ramo que vamos utilizar. José Clovis Moreira Essas vantagens proporcionadas pelo aeroporto industrial não acabam criando uma concorrência desleal para as empresas instaladas na região? Nossos concorrentes seriam outros aeroportos

Como será a concessão das áreas do aeroporto para as empresas que vencerem a licitação para se instalarem no local? Temos tabelas de concessão que utilizamos para todas as concessões comerciais e operacionais dentro do aeroporto. Agora, para o aeroporto industrial acredito que será feita uma tabela específica, mas não sei ainda qual o segmento que será utilizado, ou seja, se vai ser concessão comercial ou terá um preço diferenciado. Os investimentos das empresas no aeroporto são amortizados entre cinco e 20 anos, então, os prédios construídos por elas passam para o aero-

porto, no caso para a União. Empresas já mostram interesse no aeroporto industrial? Pode citar algumas delas? Houve conversas, mas não gostaria de citar nomes. Ainda não definimos o ramo que vamos utilizar. Estamos na fase de prospecção. Quais etapas restam para a implementação do aeroporto industrial? Já temos as áreas destinadas ao início do projeto e o software de controle desenvolvido pela Infraero que está em teste no aeroporto de Confins, em Belo Horizonte. Estamos na fase de verificar os tipos de empresa, dos segmentos que vamos abraçar. É o que temos de definir antes de continuar o processo. Os passos seguintes são a destinação das áreas por meio de licitação pública e a aquisição do registro da Receita Federal para o regime de entreposto. Quando o aeroporto industrial será implantado? Não tenho como precisar um tempo. Renato Ibelli

Fotos de Luís Granzotto /Divulgação

POLÍTICA Dança das cadeiras na Câmara Municipal da cidade Prefeitura administra a área em 2006

Parque Linear pode virar bosque público

O

parque Linear Ribeirão da Pedras poderá ser transformado em bosque público. A prefeitura de Campinas, que assume a conservação e manutenção da área a partir de 1º de janeiro de 2006, vai analisar a possibilidade de transformá-lo em parque nos próximos anos, disse o diretor do DPJ, Ronaldo de Sousa. O parque se traduz em área de 2,5 mil metros quadrados localizada nos fundos do shopping Parque Dom Pedro. Ontem, o secretário de Planejamento e Meio Ambiente, Márcio Barbado, participou do ato de conclusão das obras do parque, iniciadas há cinco anos pelo shopping. O trabalho foi determinado pela

Promotoria do Meio Ambiente, por meio da lei de compensação ambiental, em contrapartida à construção do Dom Pedro na região. Entre os trabalhos promovidos pela empresa Sonae, proprietário do centro de compras, no Parque Linear estão o desassoreamento da lagoa e do córrego Ribeirão das Pedras, além da construção de barragem; colocação de cerca em torno do parque; plantio de 60 espécies de árvores ao longo da área; implantação de ciclovia, pontes e calçamento. Foram investidos R$ 4 milhões. Nos próximos três meses, a prefeitura estará adaptando e cuidando da transição da administração do parque, monitorando a área.

O

ntem à tarde os ex-petistas Marcela Moreira e Paulo Búfalo estiveram em São Paulo assinando a filiação ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). A legenda, criada em julho do ano passado pela senadora Heloísa Helena, passa a ter dois representantes na Câmara de Campinas e os primeiros da legenda no Estado. Segundo André Ferrari, membro da executiva nacional do partido, os vereadores de Campinas têm histórias de luta política, e vêm somar às forças que o PSOL está conquistando. “Queremos que o PSOL seja um instrumento de reconstrução da esquerda nacional”, informa Ferrari. Além dos dois vereadores, cerca de 200 pessoas, principalmente sindicalistas insatisfeitos com os rumos do PT, já anunciaram que vão se filiar ao PSOL. Mas por enquanto o partido conta apenas com um núcleo na cidade. "Em breve, será criado um diretório municipal”, afirma Ferrari.

Novos rumos também para outros vereadores de Campinas. Hoje, último dia para mudança de partido antes das eleições do ano que vem, Jorge Schneider está voltando para o PTB. Depois de dois meses sem partido, o vereador resolveu voltar para a legenda. “No ápice da crise do mensalão não achava justo continuar no partido do Roberto Jefferson porque iria responder por algo que não era de minha responsabilidade. Mas agora que ele foi cassado e deixou a presidência do partido não vejo porque continuar afastado da legenda que me elegeu”, disse Schneider. Ele assina hoje a filiação, mas nega que pretenda sair candidato no próximo ano. Mas se por um lado o PTB ganha um vereador, por outro perde Rafael Zimbaldi. Ele deixou o partido na terça feira e hoje deve acertar com outra legenda. Cinco partidos disputam o passe do vereador: PSL, PL, PMDB, PSB e PSC. “Mas não pretendo sair candidato no ano que vem. Só se for para ajudar o

partido”, disse. Já o PFL, partido do viceprefeito Guilherme Campos Junior, acabou de perder o vereador José Carlos Silva. Ontem à tarde ele anunciou seu desligamento do partido. Tomou a decisão para poder concorrer a deputado estadual. “Tenho algumas propostas de partidos e estou estudando com calma”, afirmou o vereador. A decisão deve ser anunciada esta tarde. Quem também deve mudar de partido é Antonio Flores. O PSDB deve ser trocado pelo PDT. “Vou me reunir com o prefeito Hélio e devo fechar minha filiação”, diz Flores. O vereador é outro que está deixando a atual legenda para concorrer a uma cadeira na Assembléia Legislativa do Estado. Feliciano Nahymi Filho, que também deixou o PSDB, deve voltar ao PV. "Apesar dos muitos convites, devo voltar ao partido de origem. Até amanhã resolvo isso", analisa Nahymi Filho. Ele também quer concorrer a uma vaga na Assembléia. Cristiane Prezotto

projeto que altera a cobrança de IPTU será encaminhado hoje à Secretaria de Finanças de Campinas. A proposta prevê a correção do valor venal em 65,18% dos 372 mil imóveis da cidade. Altera também a alíquota, que deixará de ser fixa, 3% sobre o valor da propriedade, e irá variar entre 0,4% e 0,7% para imóveis residenciais e de 1,1% a 2,9% para os não residenciais. A secretaria informou que 49,67% dos contribuintes terão redução no IPTU. A expectativa é de que a correção reduza a inadimplência, hoje, em média, em 25%. Com as mudanças, a prefeitura ampliará a arrecadação em R$ 9 milhões em 2006.

TRÂNSITO

A

Emdec interditará a pista externa da rua Irmã Serafina, entre as ruas Conceição e General Osório, a partir das 13 horas de hoje. Os bloqueios ficarão até a madrugada do sábado. Durante a intervenção, os ônibus e os seletivos serão desviados para as ruas Conceição, São Pedro e General Osório, trecho em que retomarão seu itinerário normal. A mesma opção de desvio é indicada aos motoristas, que podem utilizar as ruas Conceição, Boaventura do Amaral e General Osório.

EXPEDIENTE

Diretoria Executiva (2004 - 2007) Presidente Guilherme Campos Júnior 1º Vice-Presidente Gilberto Rocha da Silveira Bueno 2º Vice-Presidente Carlos Francisco Simões Correia Assinaturas do Diário do Comércio (0xx19) 2104-9276 Departamento de Sócios Serviço de Atendimento ao Usuário, Convênios e Parcerias (19) 2104-9271/ 9272/ 9273 associados@acicnet.org.br Assessoria de Imprensa (19) 2104-9215/ 9216 imprensa@acicnet.org.br Página na Web www.acicnet.org.br Rua José Paulino, 1111, Campinas, SP - CEP 13013-001 PABX: 2104-9200


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