Haydee Marinho

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Ambular a castanha-do-pará na cidade de Belém. Texto e Fotografia Haydeé M. S. Marinho “Quando eu comecei eu vendia no sinal da Almirante barroso com a Mauriti”, informa o Sr. Augusto Pimentel, de 43 anos, ao ser entrevistado por mim, junto de seu carrinho de venda, com quem passo uma manhã dialogando. Sem tirá-lo de sua atividade cotidiana Sr. Augusto me revela um pouco os seus desafios e, sua experiência, de 8 anos, com a venda das sementes, contidas no “ouriço de castanha” (o fruto), nativa de uma espécie da flora do Bioma Amazônia, cujo nome cientifico é Bertholletia excelsa, popularmente conhecida como castanha-do-pará _a noz amazônica.


É natural do município de Bacuri, no Maranhão, nos conta que veio para a cidade de Belém, em 1998, a procura de “melhorias”, de um “emprego”. Quando chegou a Belém trabalhou na construção civil até 2008, até tomar gosto pela venda ambulante de saquinhos com castanhas-do-pará, com as sementes já descascadas, eu colocava as castanhas num saquinho, tinha as castanhas caramelizadas com açúcar, e no outras sem caramelo, porque tem gente que gosta assim, ou não pode comer com açúcar, e ia vender, próximo dos carros e ônibus, que paravam ao sinal”, rememora Sr. Augusto.

Além, da castanha-do-pará caramelizada com açúcar e sem caramelo (in natura), Sr. Augusto também vende a paçoca, e biscoitos ao leite misturado com castanha e recheados com o doce de cupuaçu (Theobroma grandiflorum), uma fruta extremamente saborosa também típica do Bioma Amazônia, “muito usada na culinária pelos nativos da Amazônia”, assim como a castanha-do-pará (Bertholletia excelsa).


Este fruto com alto teor calórico e proteico, contém o elemento selênio que combate os radicais livres e muitos estudos o recomendam para a prevenção do câncer (cancro). Atualmente, é abundante apenas no Estado do Acre, no norte da Bolívia e no Suriname e, está incluída na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais como vulnerável, encontra-se ameaçada, em vista do desmatamento desta espécie. Sr. Augusto compra as sementes de castanha-do-pará na Feira do Ver-o-Peso, na cidade de Belém, trazida por atravessadores, são oriundas dos municípios do Acara, Inhangapi, Moju e São Domingos do Capim. Durante a safra, no informa que as sacas custam em média 300 reais, chegando a 500 reais quando o fruto se encontra fora de safra. Vindo sempre de Icoaraci, onde mora com sua esposa com quem casou e teve dois filhos, Anderson (17 anos) e Andressa (14 anos), para o seu trabalho informal, de segunda a sábado, na avenida almirante barroso, no bairro do Marco, em Belém, Sr. Augusto mantém sua família com a renda proveniente da venda da castanha-dopará até os dias atuais. Agradeço, cordialmente ao Sr. Augusto por esse depoimento em participar desde Ensaio Fotográfico


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