Diário da Manhã
ESPECIAL
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GOIÂNIA, SEXTA-FEIRA, 5 DE JUNHO DE 2015
PSICOGRAFIA
A VOZ DOS TEMPOS Avó paterna do jornalista Batista Custódio envia primeira psicografia em amparo ao neto. Ela se une à legião de espíritos que pede ainda mais resignação ao editor-geral do Diário da Manhã e garante que não haverá derrota ARQUIVO DM
Arthur da Paz Diretor de Redação do Diário da Manhã
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OJE, vamos falar da primeira psicografia da avó paterna do jornalista Batista Custódio, Maria Romana Vilela. O texto mediúnico chegou, no último dia 27 de maio, pelas mãos de uma sensitiva que estuda e desenvolve suas faculdades psíquicas no Centro Espírita Irmã Dulce: a aprendiz Rosana. A mensagem foi concebida em sessão que ocorre todas as noites de quarta-feira naquela casa de amparo e auxílio aos aflitos.
90
anos atrás Para vislumbrar o objetivo da mensagem, é preciso voltar os olhos aos cenários do passado para contextualização. Voltemos às terras áridas, ao Cerrado grosso, às árvores entortecidas pela firmeza bruta da Natureza. Aqui, estamos há quase cinco gerações anteriores, na antiga Caiapônia, que nascia. Hoje, um município centenário, chegou inclusive a ser linha de rota da Fundação Brasil Central. Seu patrimônio histórico, entretanto, foi quase que totalmente destruído, não restando quase nada das antigas edificações do lugar. O que temos de relato, é a pequena historiografia goiana escrita por alguns raros escritores que se aventuraram a narrar aquelas bandas de lá. E aqui, vos trago uma pitada do que me disse Batista Custódio, o jornalista destinatário do consolo de sua avó, que hoje tem morada fixa nas Residências Celestiais.
ÉPOCA DE RUPTURAS A cidade foi construída com sangue, fazendas, gado e brigas de famílias que ocuparam os palanques políticos (até hoje). Mas houve, o que há de melhor para se registrar: a beleza de grandes líderes e inteligências que passaram por lá para a construção do Brasil Central, deslocando o eixo de crescimento do País para o sentido do Amazonas; naturalmente, ferindo os interesses do Rio de Janeiro e de São Paulo, que sempre se vingaram contra as mudanças que os deixariam de lado. Juscelino Kubitschek comprova esse fatídico, quando disse: “O que é bom para Rio e São Paulo é ruim para o resto do País”. Vale também lembrar Getúlio Vargas e a sua imperiosa Marcha para o Oeste. O gigante ideal incentivador do progresso para o Centro-Oeste brasilei-
ro, onde muitas terras ainda estavam desocupadas. Alguns anúncios de seu governo diziam: “Enriqueça quatro vezes mais, adquira lotes”. Isso, já na década de 30. É provável que o leitor tenha ouvido a seguinte expressão: “mulher, cachorro, criança e preto valiam a mesma coisa: nada”. Aliás, naqueles tempos, se dois fazendeiros estivessem conversando na sala e uma destas criaturas supracitadas ousassem atravessar o caminho, era severamente punida com a chibatada do chicote ou com a bronca de fazer urinar de medo. Tempos carrancudíssimos.
Na genealogia familiar, Maria Romana Vilela (no detalhe) é mãe de Tanila Romana que é mãe do jornalista Batista Custódio. Esta é a primeira psicografia enviada pela avó
GENEALOGIA O esteio da família e espírito comunicante da vez é Maria Romana Vilela, a mulher de Antônio Rodrigues dos Santos. Um homem, ao mesmo tempo, duro, como todo o desbravador de terras selvagens e meigo, como todo abridor de horizontes. E ela era uma santa. Magra, calada. Uma mulher que não desperdiçava palavras. Nos sofrimentos alhures foram eles, um casal derramador de suores nas matas fechadas, abertas no facão e na luta, fazendo todos os herdeiros muito ricos, e com o avançar dos tempos, de herança em herança, uma guilhotina invisível foi fatiando a fortuna dos muitos descendentes. Seu marido Antônio era irmão da avó materna do jornalista Batista Custódio, Feslibina Josefa dos Santos, casada com o avô dele, o Anicésio Cardoso. Essa mulher, outra guerreira, ainda mais imbatível. Não errava tiro com a carabina. Para se ter ideia, o Juarez Távora, que comandou a Coluna Prestes que passou por Caiapônia antes de Brasília, mais o João Alberto Lins e Barros e o Luis Carlos Prestes, eram admiradores confessos da dona Feslibina Josefa. “Eu nunca vi deles nenhum exemplo que não fosse o digno”, relembra Batista Custódio, em diálogo franco com este quem vos escreve. Com base nessas características, podemos fazer algum juízo de valor da psicografia valiosa que nos chega para a interpretação. Então, venha comigo.
A MENSAGEM “Que a paz de Deus esteja consigo, meu querido Batista Custódio. Saudade, esta dor que, às vezes, chega a nos sufocar e aí chega a tristeza, para completar a melancolia nas lembranças doces. Mas é assim mesmo a vida, dias bons e dias ruins, cheios de aprendizagem a cada momento. Pois bem, sinto-lhe um pouco preocupado e ansioso com certos acontecimentos. Mas, meu neto querido, não se aflija; tudo tem o seu momento e a hora decretados por Deus. Existem coisas que não podemos mudar e,é por isso que existe a Lei de Causa e Efeito.O que plantamos, vamos colher no futuro. Querer ajudar é um ato nobre e amável de sua parte,desde que a pessoa queira ser ajudada.
A ANÁLISE Sabemos que a vida não cessa no túmulo e que nossos corações não mudam de gostos ou de afetos com a partida para a Eternidade. Aqueles que amamos, serão sempre e cada vez mais, mais caros aos nossos sentimentos. Não à toa, a avó carinhosa afirma seu amor ao neto, após a saudação de abertura: “Saudade, esta dor que, às vezes, chega a nos sufocar e aí chega a tristeza, para completar a melancolia nas lembranças doces”, diz, esclarecendo que entende o turbilhão que mora no relicário de emoções doídas que só o Batista Custódio é portador. “Mas é assim mesmo a vida, dias bons e dias ruins, cheios de aprendizagem a cada momento. Pois bem, sinto-lhe um pouco preocupado e ansioso com certos acontecimentos. Mas, meu neto querido, não se aflija; tudo tem o seu momento e a hora decretados por Deus”, orienta com a sabedoria amorável da mulher experiente que atravessou dificuldades ímpares quando esteve em vida na batalha terrena. O mestre Paulo, o apóstolo, o grande difundidor do conhecimento cristão pela antiga Roma, deixou claro em uma de suas anotações (Romanos 2:6:) “a cada um segundo
suas obras”, e aqui, dona Maria Romana Vilela repete com o conhecimento de quem sabe o que está falando e tem condições de garantir que nada está fora do seu devido lugar: “Existem coisas que não podemos mudar e, é por isso que existe a Lei de Causa e Efeito. O que plantamos, vamos colher no futuro.” Podemos dedicar todos os nossos esforços para a melhoria do mundo, como Batista tem o feito, e muitos somos testemunhas de vê-lo esgotar sua saúde para fazer um jornalismo livre, independente e cuja única vertente editorial é o amor. Longe dos ataquismos ou patologias ideo-politicológicas. Contudo, ampliar estas fronteiras do pensamento alheio, é uma batalha ingrata e dolorosa, por isso a senhora Vilela acrescenta: “Querer ajudar é um ato nobre e amável de sua parte, desde que a pessoa queira ser ajudada.” “Existem limites para tudo nessa vida, e devemos respeitar e aceitar as escolhas de quem amamos, por mais difícil e complicada que sejam.” Nas entrelinhas, a ascendente paterna deixa o entendimento subjetivo dos problemas familiares para a reflexão, analisando-os como sagrados e dignos de respeito e aceitação
Cachoeira da Samambaia, em Caipônia, município que abrigou Maria Romana, a mulher silenciosa que foi o esteio de uma geração
Psicografado no dia 27/5/2015 pela médium Rosana no Centro Espírita Irmã Dulce, Rua F28 nº 185, Setor Faiçalville, Goiânia-GO, Telefone: (62) 8466-3134
Existem limites para tudo nessa vida,e devemos respeitar e aceitar as escolhas de quem amamos,por mais difícil e complicada que sejam. Continue,Batista,inabalável em sua Confiança e Fé em Deus. Sobre nós aqui,estamos todos bem. O Fabinho está cada vez melhor na área que exerce aqui,manda um abraço carinhoso a todos,e pede que você se cuide,pois somos como um cristal e,se o quebramos,será muito difícil colar. Abraços a todos e fiquem em paz.
de nossa parte. E afirma ainda que não é preciso transpor os limites do outro, visto que é tarefa quase impossível, já que cada qual é o roteirista de sua própria consciência. Para perpassar esses caminhos tortuosos das incompreensões de amigos, autoridades e familiares, ela faz um apelo ao neto: “Continue, Batista, inabalável em sua Confiança e Fé em Deus”, repetindo, desta forma, um mantra que todos os espíritos comunicantes que já enviaram mensagens ao Batista Custódio: Fábio Nasser, Humberto de Campos, Alfredo Nasser, Consuelo Nasser, Pedro Ludovico Teixeira, Bezerra de Menezes e vários outros anônimos ou famosos que reconhecem a determinação do jornalista: “continue seguindo sua intuição, ela é sua bússola segura e aponta na direção correta” (o registro é nosso, sintetizando o que os vários amigos do Além insistiram ao jornalista). A avó, gentil, ainda avisa ao neto sobre a condição de seu filho, o Fábio, que tanto trabalha nos Planos Superiores para o sucesso da empreitada espiritual do Batista aqui na Terra, pedindo, de novo, que ele zele de sua saúde. O pedido que Fábio Nasser fez em sua última mensagem psicografada, publicada neste diário,
Maria Romana Vilela”.
Fac-símile da psicografia no último dia 29 de maio, e psicografada dia 12 do mesmo mês. “O Fabinho está cada vez melhor na área que exerce aqui, manda um abraço carinhoso a todos e pede que você se cuide, pois somos como um cristal e, se o quebramos, será muito difícil colar”. Nessa última frase, percebe-se a seriedade do alerta. Afinal, Batista Custódio celebrou neste ano, os seus 80 e ainda não temos, nessa civilização, notícias de um elixir que a nossa mais acurada ciência tenha criado para vencer a senilidade do corpo. Contudo, a ancestral materna lança seu carinho em tom de despedida a todos os familiares, deixandonos, leitores e contatos diretos do jornalista, na benquista “paz do Cristo”, quando ela, esta fortaleza feminina, se despede do neto: “Abraços a todos e fiquem em paz.”
Assinatura do espírito, pelas mãos da médium Rosana