1
GRUPO DIÁRIO GRUPO DIÁRIO DA MANHÃ DA MANHÃJULHO II - 2019 JULHO II - 2019
na cidade e no interior No dia do Colono e Motorista, contamos a história da família Camera, de Marau, que busca, através da tecnologia, unir campo e cidade em prol do desenvolvimento e sucessão rural | Páginas 4 e 5
GRUPO DIÁRIO DA MANHÃ JULHO II - 2019
Departamento técnico da cooperativa ressalta importância da aplicação mesmo com as boas condições das lavouras de inverno A prática de aplicar nitrogênio em cobertura de trigo e cevada é um dos manejos recomendados pelo Departamento Técnico da Cotrijal nessa época. De acordo com o departamento, os trabalhos devem ser direcionados de 30 a 45 dias após a emergência das plantas. O coordenador técnico de Difusão, Alexandre Nowicki, explica que a aplicação do nitrogênio em cobertura fornece o nutriente no momento de maior consumo da planta e pode, conforme o momento de aplicação, alterar o rendimen-
Escritório da Emater/RS-Ascar de Casca é reinaugurado após reforma Parceria entre município e entidade conseguiu viabilizar a reabertura dos serviços
Foto: Divulgação | Júlia Giubel | AIPMC
COTRIJAL INFORMA Aplicação de nitrogênio pode alterar rendimentos dos grãos
2
to dos grãos. Pode, por exemplo, ter influência no número de espigas por planta, número de grãos por espiga e a massa dos grãos. Efeitos da aplicação do nitrogênio em trigo e cevada - Coloração mais escura das folhas; - Aumento no tamanho das folhas; - Aumento na quantidade de afilhos; - Maior número de espigas e grãos; - Maior peso de grãos e produtividade; * aplicação realizada no estádio de perfilhamento.
REBOQUES novos usados revisões e reformas Fabricação Fabricação ee reformas reformas de de reboques. reboques.
Na sexta-feira (12), Casca reinaugurou o Escritório municipal da Emater/RS-Ascar. O Executivo casquense conseguiu cerca de R$30 mil para a reforma estrutural e a Emater regional ficou responsável pela compra dos novos móveis. No ano passado, a entidade de assistência técnica rural recebeu um carro 0km. A cerimônia de reabertura do escritório contou com a presença do presidente da Emater, Geraldo Sandri, do gerente regional da
Emater de Passo Fundo, Oriberto Adami, além dos líderes do executivo e legislativo de Casca. No município, o escritório foi aberto em 29 de março de 1978. Ao longo desses 41 anos, a Emater tem atuado no desenvolvimento de atividades voltadas a armazenagens de grãos na propriedade, bovinocultura de leite, agroindústria familiar, segurança alimentar e entre outras. Somente no ano passado, mais de 600 famílias rurais foram atendidas.
Agenda de eventos Emater/RS-Ascar | Caseiros
7ª Capacitação Intermunicipal de Merendeiras
Corede: Nordeste Data: 25/07/2019 Horário: 09:00 Promoção: Emater/RS-Ascar e Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Caseiros Local: Auditório da Secretaria de Educação de Caseiros
Emater/RS-Ascar | Camargo Mostra Municipal de Vinhos de Camargo
Corede: Produção Data: 27/07/2019 Horário: 19:30 Promoção: Emater, Prefeitura de Camargo e Comunidade Arranca Toco Local: Comunidade de Arranca Toco
54 98412.0556 - 54 3330.9599 Próximo a entrada da cidade (Trevo do Avião) Av. Flores da Cunha, 4497 - Carazinho. Estacionamento próprio
região de abrangência: Água Santa, Almirante Tamandaré do Sul, Barracão, Cacique Doble, Camargo, Capão Bonito do Sul, Carazinho, Casca, Caseiros, Ciríaco, Coqueiros do Sul, Coxilha, David Canabarro, Ernestina, Gentil, Ibiaçá, Ibiraiaras, Lagoa dos Três Cantos, Lagoa Vermelha, Machadinho, Marau, Mato Castelhano, Maximiliano de Almeida, Muliterno, Não-MeToque, Nova Alvorada, Paim Filho, Passo Fundo, Pontão, Sananduva, Santa Cecília do Sul, Santo Antônio do Palma, Santo Antônio do Planalto, Santo Expedito do Sul, São Domingos do Sul, São João da Urtiga, São José do Ouro, Tapejara, Tupancí do Sul, Vanini, Vila Lângaro e Vila Maria Editor: Diretores Comerciais Eliane Maria Debortoli Édson Coltz - RP 17.059 Carlos Munhoz jornalista responsável Ana Cláudia Capellari com colaboração Foto de Capa de Morgana Carniel | Assessoria de Freepik Imprensa Coprel Clélia Fontoura Martins Pinto - ME Matriz: Rua Independência, 917, sala 3 - Passo Fundo | (54) 3316-4800
GRUPO DIÁRIO DA MANHÃ JULHO II - 2019 Foto: Felipe Dalla Valle | Palácio Piratini
3
DIÁRIO ENTREVISTA
“O Rio Grande do Sul tem vocação e tradição agropecuária, setor que é o pilar de sustentação de nossa economia”
C
om 31 anos, Covatti Filho foi o Censo Agropecuário do IBGE. Este reeleito nas eleições de 2018 segmento responde por parcela expresdeputado federal para o segundo siva dos empregos no campo do valor mandato, mas assumiu um dos da produção. Outro aspecto importante seus maiores desafios na carreira política: a destacar é a cultura cooperativista, estar à frente da secretaria de Agricultura, com organizações sólidas e organizaPecuária e Desenvolvimento Rural do Rio das, promovendo o crescimento de suas Grande do Sul. comunidades e dando exemplos a serem Na Câmara Federal, presidiu a Coseguidos. No atual momento, temos uma missão de Finanças e Tributação e foi série de desafios, como a evolução dos coordenador de Política Agrícola da status sanitário para zona livre de aftosa Frente Parlamentar da Agropecuária sem vacinação. Realizamos em maio a (FPA). Filiado ao PP, presidiu a Juventude primeira etapa da campanha de vacinaProgressista Gaúcha por quatro anos. Em ção contra a febre aftosa no Rio Grande suas ações políticas destacam-se o apoio do Sul, que alcançou 99% do rebanho ao agronegócio e a agricultura familiar. de bovinos e bubalinos. E no segundo O Diário conversou com o secretário sobre semestre teremos auditoria do Ministério o momento do agronegócio gaúcho e as da Agricultura para avaliar as condições últimas medidas tomadas pela Seadpr, como para a evolução. a possibilidade de adoção do vazio sanitário para a soja e novas regras para aplicação de Em sete meses de gestão na Seapdr, defensivos agrícolas qual é o maior desafio? Desde o início desta gestão, um de DIÁRIO: De que maneira o senhor nossos primeiros desafios foi conduzir a analisa o atual momento do agronegóunificação de duas secretarias, a extinta cio gaúcho? Secretaria do Desenvolvimento Rural, COVATTI FILHO: O Rio Grande do Sul Pesca e Cooperativismo (SDR) com a tem vocação e tradição agropecuária, Secretaria da Agricultura, unindo deparsetor que é o pilar de sustentação de tamentos e criando uma nova estrutura nossa economia, respondendo por cerca administrativa, com mais força e alcande 40% do PIB. Temos uma história de ce. Neste primeiro semestre, procuramos inovação e evolução constante, o que dar atenção às necessidades de moderninos deixa orgulhosos. Sua importância zação da administração da gestão, para socioeconômica é enorme, pela geração reduzir custos e melhorar a prestação de riquezas e promoção do desenvolvidos serviços públicos. Uma missão mento regional. O Estado é reconhecido importante neste período foi a primeira nacionalmente pela oferta de diveretapa da campanha de vacinação contra sos produtos agrícolas e está entre os a febre aftosa no Rio Grande do Sul, que principais exportadores. Em torno de alcançou 99% do rebanho de bovinos 90% dos estabelecimentos agropecuáe bubalinos. Também conseguimos responder a uma antiga demanda do rios gaúchos se enquadram nos critésetor vitivinícola, que era a eliminação rios da agricultura familiar, conforme
da substituição tributária (ST) de vinho e espumantes. Tivemos outros importantes desafios nas áreas vegetal e animal, além de dialogar com nossos municípios, recebendo demandas. Vazio sanitário na soja: qual a importância dessa medida e de que maneira foi decidida? A decisão foi tomada no âmbito da Câmara Setorial da Soja, coordenada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), envolvendo representantes de produtores, indústria, pesquisadores, governo federal e do sistema financeiro. Eles discutiram a melhor época para o plantio, a data limite para a colheita e o período de vazio sanitário. Isso é importante para evitar a ferrugem asiática, principal doença que ataca a oleaginosa. Inicialmente, foi fechada uma minuta de proposta da instrução normativa, e vamos tentar harmonizar os calendários com a Secretaria da Agricultura de Santa Catarina. Essa instrução já está em vigor em quase todos os estados produtores de soja do país, inclusive no Paraná e em Santa Catarina. Qual será o impacto das novas regras para aplicação dos defensivos agrícolas, levando em conta os problemas em videiras no Estado? Esperamos que sejam reduzidos os problemas decorrentes da deriva do herbicida 2,4-D em culturas sensíveis, como a da uva. Nossa secretaria publicou duas instruções normativas (INs) estabelecendo regras para a aplicação de agrotóxicos hormonais. Nossa equipe
COTRIJAL
técnica e entidades participantes do grupo de trabalho criado para discutir o tema definiram ainda um cadastro de aplicadores, a declaração de aplicação por parte dos produtores rurais e a Declaração do Termo de Conhecimento de Risco e de Responsabilidade, pelo qual produtores rurais ou responsáveis técnicos devem assinar a receita agronômica em que houver prescrição de aplicação de produtos agrotóxicos hormonais. Com o cadastro dos aplicadores, haverá responsabilização nos casos em que se verificarem irregularidades. Arroz e leite gaúcho: como sair da crise que os dois setores vivem? Essas são duas culturas que merecem nossa atenção especial e também apoio do governo federal. Temos acompanhado os pleitos do setor, que dependem de medidas em nível federal para socorrer estas culturas e criar melhores condições para que nossos agricultores continuem produzindo e abastecendo o país. Temos conhecimento de que a cadeia do arroz precisa de apoio para superar a crise enfrentada nos últimos anos, em consequência dos altos custos de produção, da elevada carga tributária, das assimetrias com o Mercosul e do endividamento. Da mesma forma na produção leiteira, estamos trabalhando para manter o agricultor familiar na atividade, com mais renda.
GRUPO DIÁRIO DA MANHÃ JULHO II - 2019
Cuidado perigo
4
NA CIDADE E NO INTERIOR
A tecnologia como modo de transformar a vida das pessoas Fotos: Divulgação | Assessoria de Comunicação Coprel
Com energia e internet da Coprel, família Camera se desenvolve e se reinventa no meio rural
Eng. Agr. Claudio Dóro InovAgri – Planejamento Rural
Em qualquer atividade exercida pelo homem existem riscos, temos que saber identifica-los, mensurá -los e após agir para eliminá-los ou reduzi-los. Gerenciar riscos é condição fundamental para garantir continuidade dos negócios. O termo deriva do italiano “riscare” que significa ousar, é o efeito da incerteza que pode impedir ou dificultar a execução dos nossos objetivos traçados em qualquer esfera da atividade humana. Na agricultura ele está fortemente presente, principalmente relacionado com o clima e o mercado, que são dois fatores incontroláveis pelo agricultor. Os riscos tanto quanto a tecnologia evoluíram com o advento da globalização forçando os gestores a ousar mais, focando a manutenção da competitividade para sobrevivência da empresa. A ousadia é característica dos empreendedores, mas temos que ser prudentes. É importante distinguir “risco de perigo.” Risco é a possibilidade de perda, inclusive de uma oportunidade, enquanto que o perigo é a efetivação do risco. A possibilidade de o agricultor fazer um investimento equivocado é um risco, a realização deste investimento é um perigo. Plantar soja em região do Estado que historicamente chove pouco no verão é risco, a ocorrência da falta de chuva nesta região é um perigo. Com os resultados do agronegócio, tem muita gente com excesso de ousadia e apetite ao risco, entrando na agricultura, arrendando terra a valores exorbitantes, sem saber mensurar os riscos da atividade, pois uma atitude mal dimensionada pode transformar em veneno aquilo que receitado como remédio.
Família Camera, de Marau, aliando tecnologia ao meio rural para crescer na atividade agrícola
E
m uma propriedade de Marau, na localidade de Nossa Senhora do Carmo, a tecnologia e a preservação dos costumes caminham lado a lado. O negócio começou com uma agroindústria de embutidos. Após, um antigo casarão foi transformado em restaurante, que guarda as memórias da etnia italiana. A procura por um espaço que pudesse receber ainda mais pessoas, fez com que a família Camera investisse em um pavilhão de eventos. A Casa Camera Ristorante faz parte do roteiro turístico Rota das Salamarias, que abre as portas para receber visitantes de toda a região. A bela e aconchegante estrutura conta com a energia da Coprel e, desde o início de 2019, com a internet via fibra, instalada mediante um projeto de intercooperação entre Coprel/Triway, Prefeitura, ACIM – Associação Comercial Industrial, Serviços e Agropecuária de Marau e Consepro – Conselho Comunitário Pró-Segurança. Morar no interior com as mesmas tecnologias e conforto da cidade, foi um incentivo para a permanência dos filhos no negócio que envolve toda a família. O cooperado Volmir Camera percebe a transformação resultante da energia e internet de boa qualidade. “Há mais de 30 anos que somos sócios da
Coprel e nossa vida mudou. E agora com a internet se tem uma tranquilidade em tudo, tudo o que é melhor para a nossa propriedade, para os nossos filhos permanecerem aqui”. Henrique Camera é um dos filhos que atua diretamente na propriedade. Segundo ele, a internet é uma grande aliada para os negócios. “Ela facilita em muitos meios. Necessitamos da internet para várias coisas: sistemas, pesquisas, notas, enviar e-mail, enfim, é necessário sempre”. Ter os filhos por perto e poder dar sequência aos investimentos é motivo de orgulho para a família. “Ficamos muito feliz em ter os filhos com a gente. Com a Coprel, que é a nossa fonte segura, eles têm tudo para permanecerem no interior”, salienta a cooperada Neusa Camera. Para o presidente da Coprel, Jânio Vital Stefanello, fomentar a geração de receita é fundamental para incentivar a permanência dos jovens no interior. “O nosso principal papel, como cooperativa, é atender as necessidades dos nossos cooperantes, procurando gerar meios para melhorar a qualidade de vida e a renda de quem está conectado com a nossa cooperativa. Entendemos que no meio rural o acesso à internet é fundamental para a sucessão das famílias no campo e o desenvolvimento das propriedades rurais”, ressalta.
GRUPO DIÁRIO DA MANHÃ JULHO II - 2019
“
Ficamos muito feliz em ter os filhos com a gente. Com a Coprel, que é a nossa fonte segura, eles têm tudo para permanecerem no interior
“
5
Neusa Camera
cooperada da Coprel | Marau
INTERNET PARA ALÉM O CAMPO Em um projeto realizado em conjunto com a Secretaria Municipal de Educação de Passo Fundo e a Triway – Coprel Telecom foi possível viabilizar internet e telefonia de qualidade para as escolas municipais de ensino fundamental. Com a instalação da rede até as escolas, é possível também oportunizar internet e telefonia para residências e estabelecimentos comerciais localizados no entorno. A Triway já fez a instalação da rede troncal fibra ótica nas principais vias da área central, bairros e também em localidades do interior de Passo Fundo. A distribuição de internet no meio rural é um desafio constante. É importante que os moradores registrem seu interesse através dos canais de comunicação da Triway, informando seu endereço e condições do local onde moram. A partir da demanda e viabilidade, é feito o planejamento e execução das instalações.
25.07 DIA DO COLONO E MOTORISTA
Nossa homenagem aos que cultivam a terra com amor, e aos que transportam nossas riquezas, e juntos contribuem para um desenvolvimento sustentável do nosso país.
BR 285 | Km 294, s/nº | Bairro Petrópolis | CEP 99050-700 | Passo Fundo - RS | Fone 54 2103-7100
www.bsbios.com
BSBIOS
@bsbios
GRUPO DIÁRIO DA MANHÃ JULHO II - 2019
Engenheiro-Agrônomo, Doutor em Ciência do Solo Extensionista Rural de Ensino Superior da Emater/RS-ASCAR Escritório Municipal de Coxilha
Os produtores rurais de Passo Fundo e região estão em pleno processo de planejamento das lavouras de verão, sobretudo de soja e milho. Neste momento são tomadas decisões importantes sobre a aquisição de insumos e utilização de práticas agrícolas que otimizem os rendimentos das culturas. Na Ciência do Solo não é diferente, frequentemente os profissionais que prestam assessoria na área são questionados sobre tomadas de decisão, tais como: “Qual a forma de utilização dos fertilizantes?” “Qual e quanto fertilizante utilizar?” “Quando aplicar?” “Qual o “tipo” de calcário eu uso? Há toxidez por alumínio em minha área?” “E o método de aplicação do fertilizante? No sulco de semeadura, à lanço, foliar ou incorporado?” “A compactação do solo, como está?” Estas e outras inúmeras perguntas fazem parte de nosso dia a dia e para melhor assessorar nosso público assistido, é fundamental ter um acompanhamento do solo como um todo. O conhecimento do histórico de cultivos e suas respectivas produtividades são elementos que contribuem muito nas tomadas de decisão, também é importante saber quais são as expectativas do produtor com o cultivo a ser implantado e se estas correspondem à realidade que se encontra à campo. Já devemos ter visualizado as raízes de cultivos anteriores, ter aberto trincheiras e diagnosticado o crescimento das raízes. Crescimentos laterais são indícios de compactação do solo e devem ter sido diagnosticados ao final do período vegetativo das culturas anteriores. No final do vegetativo, pois é ali onde as raízes manifestam seu máximo crescimento. Para a recomendação do portfólio de adubos e corretivos de solo, a análise de solo é indispensável. Os laudos de análise de solo são os olhos do técnico para diagnóstico antecipado de alguma potencial limitação nutricional à cultura. Para isto, previamente também devemos ter feito coletas de solo para análises químicas representativas, as quais são imprescindíveis para uma recomendação correta de adubos e corretivos. Recomendações de insumos sem o acompanhamento de laudos de análise, ou ações mecânicas sem o acompanhamento de parâmetros de física do solo, caracterizam ações de caráter lotérico, ou seja, o famoso “contar com a sorte”. Porém no nível de profissionalismo em que está nossa agricultura, estas práticas já não são mais aceitáveis. Finalizando, podemos dizer que o planejamento e a utilização de práticas agronômicas adequadas são indispensáveis para o início dos cultivos de verão com o pé direito e certamente o monitoramento da qualidade do solo é de grande importância.
Medidas de controle no agronegócio ganham força no setor Foto Divulgação
Rafael Goulart Machado
compliance
Ministério da Agricultura reforça necessidade de empresas e cooperativas investirem em programas que evitem práticas de corrupção e crimes
M
ais do que ser, às vezes é preciso parecer ser para adquirir confiança. No mundo dos negócios e no do agronegócio, adquirir confiança significa atrair investimentos e, por consequência, emprego, renda e desenvolvimento aos municípios e empresas. De forma a reconhecer empresas e cooperativas do agronegócio que reconhecidamente desenvolvem e empregam práticas de responsabilidade social, integridade e sustentabilidade, adotando ações de governança e gestão, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançou, ainda em 2017, o programa Selo Agro+ Integridade. A certificação que as empresas e cooperativas assinam junto ao Mapa é considerado um compromisso do setor com a implementação de políticas internas que evitem a práticas de atos ilícitos, que devem não somente ser impedidos, bem como repudiados por toda a sociedade. Essas práticas são conhecidas como Compliance, um termo que no meio corporativo significa um conjunto de medidas para fazer cumprir as normas legais e regulamentares, as diretrizes de uma empresa. O professor de direito e membro do conselho deliberativo do Instituto Compliance Rio (ICRio), Yuri Sahione, pontua que a importância de ter esse selo é que o mercado irá enxergar que a empresa pode ser confiável. “Existe um conselho que vai analisar a empresa e ver que ela está adequada com as melhores práticas de sustentabilidade, integridade e responsabilidade, ela [empresa] passa a ser uma empresa boa para fazer negócios ou comprar produtos, serviços. ‘Você’ não precisa ter uma preocupação relacionada a ela, esse aspecto é muito importante, essa divulgação pública de que alguém certificou”. Além disso, para o professor, a empresa ou cooperativa ter um programa de compliance significa ter mais mecanismos e ferramentas internas para o controle e prevenção de atos de corrupção, fraudes e outros crimes graves. “Mesmo não sendo responsabilidade criminalmente, a empresa pode ter uma série de sanções administrativas e civis que inviabilizam a empresa economicamente, além das próprias pessoas relacionadas poderem responder criminalmente e serem presos, quando se tem que fazer uma análise de risco dessa empresa para a concessão de um crédito, por exemplo, o Banco Nacional do Desenvolvimento Social [BNDES] é um banco que exige que as empresas tenham esse tipo de comprometimento, se a empresa tem um programa assim ela está menos exposta a esse tipo de risco, de crimes de corrupção, é menos provável que ‘você’ se envolva com esses tipos de crimes, para que não se tenha uma perda patrimonial muito grande ou um bloqueio de ativos”, argumenta. A perspectiva de ter alguém, no caso do Selo Agro+ Integridade, que vá avalizar a empresa e que confirme o programa de compliance, ajuda a facilitar a distribuição de crédito. Outro ponto mencionado pelo professor como positivo da adoção dessas práticas é a segurança que isso passa – não somente ao mercado, mas os consumidores
Yuri Sahione, professor de direito e membro do conselho do ICRio
“
É poder prevenir que o ato aconteça. É a premissa do programa que ‘você’ vá fazer investimentos em ações internas, treinamentos, elaboração de normativas, fiscalização por auditorias e outras coisas do gênero, e com isso se vai conseguir prevenir as práticas desses tipos de atos
“
O solo como alicerce para o sucesso das lavouras de verão
6
finais, no caso da agricultura – de que o produto é seguro e bom. A popularização e a maior procura por programas que adotem práticas de responsabilidade ocorre desde 2013, após a publicação da Lei Anticorrupção. “[Lei] Passou a prever a responsabilidade administrativa das empresas, ela pode punir as empresas que pratiquem, não só atos de corrupção, mas outros atos que podem estar relacionados a contratos públicos, relacionamento com funcionários públicos, licitações, essas sanções que vão até 20% do faturamento bruto anual da empresa, estamos falando de muito dinheiro”. ESTÍMULO Ter o programa e implementar de forma efetiva ajuda em uma possível redução de multas, diz o professor, mas não somente por isso é importante. “É poder prevenir que o ato aconteça. É a premissa do programa que ‘você’ vá fazer investimentos em ações internas, treinamentos, elaboração de normativas, fiscalização por auditorias e outras coisas do gênero, e com isso se vai conseguir prevenir as práticas desses tipos de atos”.
7
GRUPO DIÁRIO DA MANHÃ JULHO II - 2019
Expodireto Cotrijal 2020
Prefeitura e Câmara de Não-Me-Toque terão estruturas permanentes na feira Parte legal da concessão dos espaços deverá ser estudada pelos poderes e cooperativa Foto: Divulgação | Assessoria de Imprensa Cotrijal
A
21ª edição da Expodireto Cotrijal, que vai acontecer de 2 a 6 de março de 2020, contará com mais estruturas fixas, a exemplo do que foi feito com a Casa do Produtor Rural. Dessa vez, a Prefeitura e a Câmara de Vereadores serão contempladas. A reunião para definir o projeto ocorreu na quinta-feira (18), na sede da Cotrijal e teve a presença do presidente da cooperativa, Nei César Manica, e do vice, Enio Schroeder. Além deles, participaram da reunião o prefeito de Não-Me-Toque, Pedro Paulo Falcão da Rosa; o presidente da Câmara de Vereadores, Carlos Alberto Bacher (Betão); o secretário de Desenvolvimento, Jair Kilp; a diretora Executiva, Nicole Daudt e o assessor Jurídico, Mauricio Defante. “Recebemos com satisfação a solicitação dos poderes públicos de Não-Me-Toque. Este é um sinal de que a Expodireto está cada vez maior, mais prestigiada e fortalecida”, comentou Mânica. Para os líderes do Executivo e Legislativo, a construção de um espaço fixo no parque da Expodireto – que possui 98 hectares – representa a economia de recursos públicos com a montagem de estandes, layouts internos e externos e locação de móveis. Durante os dias da feira, a Câmara transfere as atividades para o parque.
Reunião sobre as estruturas fixas ocorreu na sede da Cotrijal, em Não-Me-Toque.
GRUPO DIÁRIO DA MANHÃ JULHO II - 2019
8
Quando é viável investir no etanol de milho? Robinson Cannaval Junior Até o final da próxima década, a expectativa é de que a produção nacional de etanol de milho chegue a 20 bilhões de litros anuais. Nesse cenário, o Mato Grosso vem se tornando um polo de produção, já concentrando grande parte da produção atual e também dos projetos de expansão de capacidade, principalmente em virtude do volume de sua oferta de grãos, do baixo consumo local e da
Foto: Divulgação
A
produção de etanol de milho é um mercado novo, que está crescendo rapidamente. De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), dos 30,3 bilhões de litros de etanol que serão produzidos nesta safra, 1,4 bilhão virá do milho – e isso é inédito no país. Apesar de ainda representar um percentual baixo, na comparação com o total produzido (4,62%), a extração de etanol a partir do milho é vista de forma positiva pelo potencial de crescimento em termos de mercado, por apresentar-se como mais uma opção de escoamento da produção brasileira, que é uma das maiores do mundo.
Sócio fundador e diretor do Grupo Innovatech, Formado em Engenharia Florestal pela ESAlQ, com especialização em Gestão estratégica de Negócios pela Unicamp e MBAs em Finanças e Valuation pela FGV.
grande distância para escoamento da produção. Isso porque esses fatores fazem com que o preço do grão no Mato Grosso seja estruturalmente mais baixo do que no restante do país, fazendo com que o etanol se configure como uma forma de agregar valor ao milho. Estados do Centro-Oeste seguem na mesma toada que o Mato Grosso, mas é importante ressaltar, entretanto, que nem todas as regiões do país terão condições de se beneficiar desse tipo de produção, uma vez que a produção de etanol de milho não é competitiva em todas as situações. A viabilidade de um empreendimento para a produção de etanol de milho depende, fundamentalmente, da competitividade deste insumo (preço de mercado do milho), pois em praças onde existe excesso estrutural de oferta e preços baixos de milho, a produção de etanol se torna viável como uma alternativa de agregar de valor ao grão. Ou fator preponderante é a atratividade do mercado para comercialização do DDG (Dried distillers grains -grãos secos de destilaria), já que o processo de produção de etanol de milho resulta também na produção de DDG, produto que pode ser usado como substituto de outras fontes proteicas de alimentação animal. O DDG não pode ser entendido como um subproduto do etanol, mas sim como um copro-
duto: sem ele, o milho dificilmente seria competitivo em relação à cana. A existência de um mercado local para o DDG pode aumentar bastante a atratividade do empreendimento. Como outra vantagem, vale destacar que a produção de etanol a partir do milho pode se dar durante o ano todo, em função da armazenagem dos grãos – o que não é possível com a cana. Estados com grandes áreas plantadas tanto de cana quanto de milho, com grandes distâncias para o transporte do grão e mercado consumidor de DDG são, por sua vez, bons candidatos à adoção de tecnologias flex, com a instalação de usinas que podem destilar etanol também a partir do milho, na entressafra da canade-açúcar. Desta maneira, para analisar estrategicamente o potencial para investimentos em etanol de milho é preciso levar em consideração se existe oferta excedente estrutural do grão na região, seu custo e a viabilidade de escoamento do coproduto gerado na produção.