GRUPO DIÁRIO DA MANHÃ OUTUBRO I- 2019
em dez anos, produção agrícola deve crescer 27% Segundo Ministério da Agricultura, volume chegará a 300 milhões de toneladas em 2028/29
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Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou nesta terça-feira (1º) uma nota oficial sobre a 4ª fase da Operação Carne Fraca, chamada de Romanos, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em cooperação com o Ministério Público Federal (MPF). A Operação tem como alvo auditores agropecuários fiscais agropecuários federais, acusados de receber pagamentos indevidos para favorecer
uma empresa do ramo alimentício. As medidas cautelares foram expedidas pela 1ª Vara Federal de Ponta Grossa, no PR Os pagamentos, segundo a PF, chegaram a cerca de R$19 milhões. Os policiais cumprem mandados de busca e apreensão em nove estados. No RS, sete cidades têm buscas cumpridas: Lajeado, Nova Prata, São Jorge, Serafina Corrêa, Marau, Montenegro e Santa Cruz do Sul.
Dia para entender a importância do trigo
Grupo de mulheres de Santo Antônio do Planalto visitou a Biotrigo, em Passo Fundo Foto: Divulgação
Mapa divulga nota sobre a 4ª fase da Operação Carne Fraca
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Confira a nota do Mapa na íntegra Sobre a 4ª Fase da Operação Carne Fraca, desencadeada hoje (1°) pela Polícia Federal (PF), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informa que: 1. Como frisou a autoridade policial, a Operação Romanos diz respeito a desdobramentos de investigações relativas a fatos ocorridos até 2017. 2. As informações sobre os servidores alvos dessa etapa da operação foram enviadas hoje ao Mapa, que já tomou e continuará tomando todas as providências e sanções legais cabíveis. Desde a primeira fase da Operação, o Mapa acompanha as investigações, colabora com as autoridades policiais e judiciárias, agindo sempre em defesa da probidade do serviço público. 3. O Ministério reafirma a plena confiança em sua área de fiscalização agropecuária, já reestruturada, e entende que essa situação é uma exceção à regra e não compromete a efetiva atuação de seus 2.500 fiscais. Este governo vem fazendo e continuará fazendo a modernização e o aperfeiçoamento do sistema.
Um grupo de 50 agricultoras de Santo Antônio do Planalto visitou a sede da Biotrigo Genética, em Passo Fundo, na tarde do dia 19 de setembro. A programação foi um projetopiloto desenvolvido pela Unidade da Cotrijal de Santo Antônio do Planalto em parceria com a empresa, que possui amplo portfólio de cultivares de trigo. Com áreas de terra em Passo Fundo e em Ernestina, Harti Maria Scheffel diz que a experiência foi muito produtiva. “A Cotrijal sempre nos surpreende com oportunidades de aprendizado e sou muito grata à unidade de Santo Antônio do Planalto pelo trabalho que tem desenvolvido junto às mulheres”, reconhece.
Roteiro de aprendizado Elas receberam informações sobre pesquisa de novas cultivares, importância do trigo para o sistema de produção, controle de pragas, custos de produção, além das diferenças de uso dos grãos, destacou o engenheiro agrônomo Tiago De Pauli, que conduziu a visita. “É importante esse conhecimento técnico para direcionar as decisões da propriedade”, avalia a gerente da Unidade Cotrijal de Santo Antônio do Planalto, Aline Luersen. “Cada nova cultivar demanda muito investimento e cerca de dez anos de pesquisa. É um trabalho sério, que visa atender as necessidades do produtor e do consumidor, que está cada vez mais exigente em relação à qualidade dos produtos”, observa a gerente.
Presidente da ABPA recebe Prêmio Carne Forte 2019 O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, recebeu na semana passada com o Prêmio Carne Forte 2019, na categoria ‘Aves’ durante a abertura da II Feira Internacional de Processamento e Industrialização de Aves, Bovinos, Ovinos, Suínos e Pescado (II Expomeat), em São Paulo. O Prêmio é uma homenagem às
personalidades da cadeia produtiva de proteína animal, selecionadas entre um grupo de indicadores formado pelas instituições, principais empresas fornecedoras de frigoríficos e pela imprensa especializada. Homenageado em todas as edições da premiação, criada em 2017, Turra recebeu neste ano o reconhecimento na categoria Aves.
região de abrangência:
Água Santa, Almirante Tamandaré do Sul, Barracão, Cacique Doble, Camargo, Capão Bonito do Sul, Carazinho, Casca, Caseiros, Ciríaco, Coqueiros do Sul, Coxilha, David Canabarro, Ernestina, Gentil, Ibiaçá, Ibiraiaras, Lagoa dos Três Cantos, Lagoa Vermelha, Machadinho, Marau, Mato Castelhano, Maximiliano de Almeida, Muliterno, Não-Me-Toque, Nova Alvorada, Paim Filho, Passo Fundo, Pontão, Sananduva, Santa Cecília do Sul, Santo Antônio do Palma, Santo Antônio do Planalto, Santo Expedito do Sul, São Domingos do Sul, São João da Urtiga, São José do Ouro, Tapejara, Tupancí do Sul, Vanini, Vila Lângaro e Vila Maria
Diretora ComerciAL Eliane Maria Debortoli
Foto de Capa: Foto: Getty Images
Editor interino: Kleiton Vasconcellos - RP 10.791
PROJETO GRÁFICO: Henrique Peter
jornalista responsável Ana Cláudia Capellari
Clélia Fontoura Martins Pinto - ME Matriz: Rua Independência, 917, sala 3 Passo Fundo | (54) 3316-4800
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REGIÃO DE PASSO FUNDO
Extensionistas são capacitados em conservação de solos e soja
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udo começa pelo solo, o maior patrimônio de um agricultor”, disse o engenheiro agrônomo e professor Elmar Floss, que palestrou na Capacitação sobre Conservação de Solos e Cultura da Soja, realizada nesta terça-feira (01/10), na Casa Santa Cruz, em Passo Fundo. Participaram os extensionistas dos 42 municípios da região administrativa da Emater/ RS-Ascar de Passo Fundo. De acordo com Floss, parte-se da premissa que uma boa propriedade agrícola é aquela que tem aumentos crescentes de produtividade e de rentabilidade e também garanta a sustentabilidade. “Produzir mais, ganhar mais dinheiro, conservando o solo. O maior patrimônio é seu solo e precisa ser permanentemente cuidado”, destacou. Sobre a soja, o palestrante abordou os principais fatores considerados essenciais para a obtenção de altos rendimentos e aumento
Foto Vanessa Almeida de Moraes | Divulgação Emater
da rentabilidade, como por exemplo,a melhora das propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, a escolha da melhor cultivar para a realidade local, o uso de semente de qualidade, com tratamentos adequados, qualidade da semeadura, e a nutrição de acordo com a disponibilidade e a necessidade do solo. Floss ainda ressaltou a necessidade de ações como cobertura do solo e aumento do armazenamento de água, além de ter um rigoroso controle de plantas daninhas, pragas e doenças.
Na mesma linha, o professor da Universidade Federal Fronteira Sul, Renan Vieira, palestrou, na parte da tarde, sobre Manejo e Fertilidade do Solo em Sistemas de Plantio Direto. Vieira também frisou sobre a importância do solo e da análise de solo, para manejar corretamente. O palestrante abordou ainda a co-inoculação e o uso de gesso, entre outros assuntos. Como destaque, Vieira falou sobre a análise biológica do solo, que diz estar sendo suge-
rida no Cerrado. “Se trata de análise da atividade enzimática para avaliar a atividade biológica do solo como indicativo de qualidade do solo e isso reflete na produtividade”, afirmou. Como orientação, Viera diz que “o agricultor deve começar por um bom manejo do solo, utilizar culturas de cobertura que deixem palhada na lavoura, praticar a rotação de culturas, revolvimento mínimo do solo, fazer a análise de solo e seguir as recomendações pós-análise”. A capacitação, de acordo com o gerente regional da Emater/RS -Ascar de Passo Fundo, Oriberto Adami, busca a qualificação técnica de uma cultura importante economicamente para a região e o Estado. “As palestras trouxeram informações de alto nível e momentos assim são fundamentais para a qualificação e atualização dos conhecimentos dos extensionistas rurais”, avaliou.
4 Foto Pedro Revillion | Palácio Piratini
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Produção de grãos do país crescerá 27% na próxima década, prevê estudo do Mapa
Volume chegará a 300 milhões de toneladas em 2028/29
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a próxima década, o Brasil vai produzir 300 milhões de toneladas de grãos, ou seja, mais 62,8 milhões de toneladas (27%). O crescimento anual deverá ser de 2,4% até 2028/29. Os números são do estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2018/19 a 2028/29, da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, atualizados em julho deste ano. O estudo leva em consideração para os cálculos a produção de grãos de 236,7 milhões de toneladas, segundo
levantamento de maio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). De acordo com José Garcia Gasques, coordenador-geral de Avaliação de Políticas e Informação do ministério e um dos pesquisadores das projeções, o aumento virá, principalmente, do cultivo de soja e de milho nos estados do Mato Grosso (+129,5 mil toneladas) e do Paraná (+ 64 mil toneladas). PRODUTIVIDADE A produtividade da agricultura (Produtividade Total dos Fatores – PTF) deve crescer no próximo decênio a uma taxa anual de 2,98%, pouco abaixo da calculada para anos anteriores.
“Além disso, testes realizados sobre os impactos de políticas mostram que entre outras medidas, os investimentos em pesquisa e as exportações do agronegócio são as principais variáveis impactando positivamente na produtividade”, destaca Gasques. O coordenador também cita o crédito rural e os preços agrícolas como fatores significativos para o aumento da produtividade. O crescimento da produção agrícola no Brasil deverá continuar ocorrendo com base na produtividade. “Em grãos, esse fato é verificado ao observar que para os próximos dez anos, a produção está prevista crescer 27% e a área plantada, 15,3%”.
Com base na produtividade, a maior alta deverá ocorrer no norte e no centro nordeste do país. O mercado interno, juntamente, com as exportações e os ganhos de produtividade, também irão alavancar o crescimento nos próximos dez anos. A pesquisa usou dados da Conab, Embrapa, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (United States Department of Agriculture/USDA, sigla em inglês), Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
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DINÂMICOS Os produtos mais dinâmicos do agronegócio brasileiro (com maior crescimento) deverão ser carne suína, soja em grão, algodão em pluma, celulose, milho, carne de frango, leite e açúcar. Entre as frutas, os destaques são para a manga, uva e maçã. As carnes (bovina, suína e de frango) devem passar do volume atual de 26 milhões de toneladas para 33 milhões de toneladas, alta de 27%. As carnes suínas e de frango são as que apresentam maior destaque nos próximos anos, com incremento de aproximadamente 28% cada uma. REGIÕES A maior expansão de produção se dará no Centro-Oeste: de 107,4 milhões de toneladas para 143 milhões de toneladas, com projeção de ganhos de produção de 33%. Na Região Sul, o aumento será de 20% na produção de grãos, saindo de 78 milhões toneladas para 93,6 milhões toneladas. A Região Norte crescerá 30% no período estudado, de quase 10 milhões de toneladas para 12,7
milhões de toneladas. Entre os grandes estados produtores, Mato Grosso continuará liderando a expansão da produção de milho e soja no país, com aumentos previstos de 35,4% e 43,1%, respectivamente. “O acréscimo da produção de milho deve ocorrer especialmente pela expansão da produção do milho de segunda safra”, explica Gasques. O interesse pelo grão ocorre por causa da expansão da indústria do etanol de milho, principalmente no Centro-Oeste, e também como suprimento de ração animal por meio do DDG (Dried Destilers Grains), que é um subproduto rico em proteínas e fibras fornecido como alimento a bovinos, suínos e aves, exemplifica o coordenador. A soja, carro-chefe do setor, deve ter forte expansão em estados da Região Norte (Tocantins, Rondônia e Pará). No Pará, a produção deve aumentar 51,3%; em Rondônia, 55,9%; e em Tocantins, 57,78%. Contribuem para isso a atração pela cultura e a abertura de novos modais de transporte nos próximos anos.
PRODUTOS MAIS DINÂMICOS
Produtos com aumento de exportação em 2028/2029
PRODUÇÃO
40 %
da aquisição de grãos são de agricultores familiares
15 mil famílias são beneficiadas
+ incentivo a agricultura familiar + capacitação no campo + assistência técnica
BR 285 | Km 294, s/nº | Bairro Petrópolis | CEP 99050-700 | Passo Fundo - RS | Fone 54 2103-7100
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Fonte MAPA
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Associados da Apil/RS realizam roteiro técnico em três países da Europa
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Associados da entidade vão conhecer na Holanda e na França empresas, fazendas, fábricas de queijos, instituto de pesquisa de leite e derivados, além de visitar a Feira de Anuga, na Alemanha
De acordo com o presidente da entidade, Wlademir Dall’Bosco, as visitas a produtores de leite servirão para obter informações sobre genética, produtividade e também custos de produção. Nas indústrias, o dirigente ressalta que os associados da Apil/RS poderão conhecer a diversidade de produtos, principalmente na área de queijos. Afirma ainda que a viagem visa saber mais sobre o mercado europeu. “Em Amsterdam, na Holanda, vamos fazer uma visita ao Instituto Nizo, o mais completo instituto de pesquisas em leite e derivados. Também vamos conhecer fazendas leiteiras com capacidade de
Foto Reprodução | Internet
m grupo de laticinistas da Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil/RS) realiza entre os dias 28 de setembro e 10 de outubro um roteiro técnico pela Europa para visitar indústrias, centros de pesquisas e fazendas, assim como a feira de Anuga, uma das mais importantes do setor alimentício no mundo. A viagem tem por objetivo conhecer o setor lácteo europeu, envolvendo a produção de leite, a industrialização, a transformação, a inovação e a tendência de produtos em nível de mercado internacional.
Roteiro pela França, Alemanha e Holanda seguirá até o dia 10 deste mês
O Brasil hoje é uma economia aberta e dentro desse novo acordo devem ingressar mais produtos europeus no nosso país. Por isso, precisamos explorar melhor as nossas potencialidades e conhecer oportunidades e nichos de mercado no âmbito internacional Wlademir Dall’Bosco presidente da Apil/RS
Carazinho: (54) 3329-7070 Sarandi: (54) 3361-5555
www.salwipa.com.br
Válido para o mês de Setembro ou enquanto durarem os estoques, sujeito a disponibilidade do fabricante. Imagem meramente ilustrativa.
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produção entre 5 mil a 20 mil litros por dia”, informa, destacando ainda passeios por fábricas de queijos e pelo museu do queijo Gouda. Na Alemanha, na cidade de Colônia, o grupo irá visitar a feira de Anuga que atrai expositores e visitantes de todos os países. Dall’Bosco destaca que o objetivo na feira é ter uma ideia de como se comporta o mercado europeu nas mais diferentes áreas e, principalmente, inteirar-se sobre o setor lácteo, como o lançamento de produtos. A outra parada será na França para conhecer fazendas de produção leiteira nos arredores de Paris.
Válido para o mês de Setembro ou enquanto durarem os estoques, sujeito a disponibilidade do fabricante. Imagem meramente ilustrativa.
O presidente da Apil/RS lembra o acordo Mercosul e União Européia que deve ser implementado nos próximos anos e salienta a importância dessa viagem para visualizar melhor o comportamento do mercado europeu. “O Brasil hoje é uma economia aberta e dentro desse novo acordo devem ingressar mais produtos europeus no nosso país. Por isso, precisamos explorar melhor as nossas potencialidades e conhecer oportunidades e nichos de mercado no âmbito internacional. Para o produto lácteo, vamos buscar espaço no mercado fora do Brasil”, sinaliza Dall’Bosco.
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Casos de mormo devem atrasar busca por status livre Foto Fagner Almeida
Rio Grande do Sul registrou a incidência da doença em cavalos de São Lourenço do Sul e Santo Antônio da Patrulha.
Seapdr publica editais de chamamento público para juventude rural Entidades interessadas em participar de projetos terão até o dia 4 de dezembro para cadastrar propostas
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Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) confirmou que o Rio Grande do Sul registrou dois novos casos de Mormo em cavalos. A doença foi registrada em equinos das cidades de São Lourenço do Sul e Santo Antônio da Patrulha, um em cada cidade. O primeiro caso da doença aconteceu em 2015 e desde julho de 2017 o Estado não possuía registros da doença. Por isso, o Estado pleiteava o status de zona livre de Mormo junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O RS solicitou o reconhecimento em março deste ano e para que seja de fato considerada zona livre, o Estado não pode ter casos confirmados por no mínimo três anos. A confirmação dos casos ocorreu por meio do exame de Western Blotting (WB), que é o exame confirmatório e conclusivo preconizado pelo Mapa. O Sindicato dos Médicos Veterinários no Estado do Rio Grande do Sul (Simvet/RS)
acredita que os registros da doença devem atrasar o Estado na busca pelo status livre. Em nota, o Sindicato afirma que “vê com preocupação os novos casos de Mormo” e que “vem alertando incessantemente sobre a necessidade de reforço na fiscalização de eventos equestres e no trânsito de animais”. Na nota, o Sindicato diz que se coloca “à disposição para unir esforços com demais entidades e corpo técnico do Estado e Federal para contribuir da forma que for necessária para que novamente se faça a retomada da busca pelo status sanitário livre do Mormo, com rigor total em todas as esferas”. O mormo é uma zoonose infectocontagiosa causada pela bactéria Burkholderia mallei que incide sob os cavalos, burros e mulas. Embora possa ser transmitida aos humanos, é raro que aconteça. Não existe vacina disponível contra o mormo e quando um animal é identificado com a doença, ele deve ser sacrificado para evitar que a
doença se espalhe. A Seapdr informou que as propriedades em que os cavalos estavam encontram-se, por um período, interditadas e sob vigilância do Serviço Veterinário Oficial. Está proibida a entrada e a saída de equinos destes locais, até que se termine os procedimentos de saneamento da doença. Por meio de uma nota, a Secretaria diz que todas as medidas de defesa sanitária animal continuam sendo tomadas em atendimento a ocorrências de mormo. “Em função do exposto, permanece a obrigatoriedade do cumprimento das exigências legais como a GTA e apresentação de exames negativos para AIE e mormo de animais que venham a transitar”, conclui.
A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) abriu na semana passada, para consulta, quatro editais de chamamento público para projetos relacionados à juventude rural. Divididos por regiões, os editais tem por objetivo a celebração de termos de colaboração com organizações da sociedade civil (OSC) no valor total de R$ 600 mil. De acordo com a Seapdr, a colaboração é para a execução de ações de formação integral e organização de jovens rurais familiares, baseadas na Pedagogia da Alternância, em todo o Rio Grande do Sul. Os editais, de número 11/2019, 12/2019, 13/2019 e 14/2019, podem ser consultados até 22 de outubro, no site da Seapdr (www.agricultura. rs.gov.br). As entidades interessadas terão de 23 de outubro a 4 de dezembro para cadastrarem as propostas no Portal de Convênios e Parcerias RS. O resultado do julgamento das propostas se dará a partir de 20 de dezembro. Entre as metas, estão a capacitação de jovens através de oficinas de formação nas áreas de agricultura familiar, agroecologia e segurança e soberania alimentar, visitas técnicas a propriedades que desenvolvam sistemas de produção de base ecológica ou orgânica, incluindo o beneficiamento, a comercialização ou a certificação do alimento e visitas às famílias de jovens produtores rurais.
NO BRASIL
Somente no ano passado, foram registrados 29 casos de mormo em todo o Brasil. Desses, 16 foram em Pernambuco. Em 2019, até o momento, sete focos já foram confirmados: dois em Pernambuco, dois em São Paulo um em Alagoas, no Ceará e na Bahia.
Ao total, quatro editais estão abertos e podem ser consultados até o dia 22 de outubro, no site da Seapdr
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Desafios e oportunidades na inoculação de sementes de soja para a obtenção de altas produtividades Marquel Holzschuh Foto Nilson Konrad | Divulgação
Coordenador de Solos e Pesquisa da SLC Agrícola
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ixação Biológica de Nitrogênio (FBN) por bactérias diazotróficas é reconhecidamente o processo mais significativo de adição desse nutriente no ecossistema terrestre. Desde que foi elucidado, o processo de FBN por bactérias do gênero bradyrhizobium revolucionou o cultivo da soja, permitindo a fixação e o aporte de mais de 300 kg de N ha-1 ano-1 e garantindo altas produtividades para essa cultura. Entretanto, a agricultura moderna é dinâmica e complexa e, frequentemente, surgem questionamentos desafiadores sobre as práticas de cultivo e manejo atualmente recomendadas, entre elas, a necessidade de inoculação anual. O cultivo da soja inoculada permite que ao longo dos anos o solo seja colonizado com rizóbios e que os mesmos podem infectar e gerar nódulos na cultura do ciclo seguinte. Isso fez com que muitos produtores passassem a não inocular todos os anos por
acreditar que a colonização do solo fosse suficiente para garantir uma nodulação satisfatória e produtividades adequadas. Entretanto, a eficiência dessas bactérias é questionável e mostram ser insuficientes principalmente porque estão associadas à criação de nódulos pequenos nas raízes secundárias e não nódulos grandes e ativos localizados na raiz principal oriundos da inoculação. Nesse sentido, resultados de pesquisa de instituições com respaldo científico têm demonstrado que a inoculação anual apresenta benefícios reais para o aumento de produtividade e deve ser mantida no plano de cultivo.
Outro assunto que tem gerado controvérsias entre técnicos, produtores e pesquisadores é sobre a eficiência da nodulação para altos patamares de produtividade e isso tem motivado recomendações de N adicional via fertilizantes. Entretanto, atualmente algumas lavouras já experimentam produtividades que superam 90 ou mesmo 100 sc ha-1 com inoculação tradicional, indicando que, quando bem realizada, a inoculação é suficiente para fornecer nitrogênio com baixo custo comparado ao uso de fertilizantes nitrogenados. O sucesso de uma inoculação eficiente passa pela análise de vários fatores. A escolha de um inoculan-
te de qualidade, a qualidade do tratamento de sementes, a combinação de químicos usados no TS, a cobertura do solo com resíduos e sua relação com a umidade e a temperatura do solo, a incidência direta da radiação solar sobre o solo, o pH, os teores de nutrientes e, principalmente, o tempo compreendido entre a inoculação das sementes e o plantio. A avaliação criteriosa desses fatores é fundamental para garantir a sobrevivência de uma população adequada de bactérias que garanta um número de nódulos adequado, pois é nessa hora que o potencial da cultura pode ser definido. Embora em muitos casos se busque praticidade operacional, existem detalhes que são fundamentais para a produtividade da cultura e rentabilidade do produtor. Nesse caso, a inoculação realizada corretamente vai ditar o sucesso da lavoura, pois pouco adianta os demais insumos utilizados serem os melhores do mercado se a inoculação for inadequada.