GRUPO DIÁRIO DA MANHÃ SETEMBRO II- 2019
PRODUTIVIDADE PODE SER ALAVANCADA COM SEMENTES DE ALTA QUALIDADE Pesquisas da Embrapa demonstram que o produtor pode ganhar de 10% a 15% no rendimento final da lavoura de soja | Págs. 4 e 5
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AGENDA DE EVENTOS EMATER/RS-ASCAR GENTIL
VI Festival de Massas Corede: Produção Data: 22/09/2019 Horário: 12:00 Promoção: Emater/RS-Ascar, Prefeitura Municipal e Comunidade de Campinas Local: Comunidade de São Sebastião-Campinas
SANTO EXPEDITO DO SUL Semana da Árvore Corede: Nordeste Data: 23/09/2019 Horário: 10:00 Promoção: Emater/RS-Ascar, Prefeitura Municipal e Escolas
MULITERNO PLANO DE AÇÕES SOCIOASSISTENCIAIS DE ASSESSORAMENTO, DEFESA E GRANTIA DE DIREITOS COM INCLUSÃO SOCIAL E PRODUTIVA Corede: Produção Data: 27/09/2019 Horário: 13:30 Promoção: Ascar de Muliterno Local: Terra Indígena Monte Caseros, comunidade de Santo Antônio
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Seminário de Plantas Bioativas e Homeopatia
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os dias 17 e 18 de outubro, Passo Fundo será sede do IV Seminário Regional de Plantas Bioativas e Homeopatia e da I Jornada Sul-Brasileira de Pesquisa em Plantas Medicinais e Homeopatia. Com uma programação diversa, os eventos contarão com palestras e oficinas que proporcionarão momentos de troca de conhecimento, saberes e experiências sobre plantas bioativas e homeopatia na saúde humana, vegetal e animal. Além disso, as ações têm como objetivo congregar pesquisadores, professores, estudantes, técnicos, extensionistas, profissionais de diferentes áreas do conhecimento, buscando a troca de saberes científicos e populares e de experiências sobre plantas bioativas e homeopatia, e oportunizar e estimular a divulgação das pesquisas científicas desenvolvidas pelas instituições de ensino e dos relatos de experiências desenvolvidos pelas entidades referentes às plantas bioativas e à homeopatia. “O Seminário já é uma referência na região, alcançado um grande público nos últimos três anos. Buscando
qualificar, inovar e potencializar o saber que existe entre as entidades que fazem parte desse evento, se criou a I Jornada Sul-brasileira, como um espaço de levar à comunidade o saber científico que está acontecendo dentro das cinco instituições de ensino superior que participam. Além disso, é uma forma de oportunizar a troca de experiências com outras entidades que também fazem trabalhos nessa área”, explica a assistente técnica regional da Emater/RS-Ascar e uma das coordenadoras do evento, Doriana Miotto. Mais informações sobre o evento podem ser consultadas no site: www. upf.br/plantasbioativashomeopatia Promotores: Emater/RS-Ascar, Universidade de Passo Fundo, Prefeitura de Passo Fundo, Museu Zoobotânico Augusto Ruschi (Muzar), Associação Brasileira de Homeopatia Popular, Cáritas, Cresol, Fasurgs, Grupo Ecológico Sentinela dos Gesp, Instituto Federal do Rio Grande do Sul, Imed, ICMBio, Natupharma, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Passo Fundo, Pastoral da Saúde, Cotrijal, Coasa, Germanias Blumen Hotel, Ong Bem a Bá, Universidade Federal Fronteira Sul.
2019 Valor Bruto da Produção Agropecuária deve ser o segundo maior 30 anos Estimativa faz parte de um levantamento da Secretaria de Política Agrícola do Mapa O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) deve atingir R$ 601,9 bilhões este ano, com base nos dados de agosto. Esse valor é o segundo maior em 30 anos, de acordo com série histórica iniciada em 1989. O primeiro ocorreu em 2017, com R$ 607,9 bilhões. Houve também alta de 1,5% em comparação a 2018 (R$ 593,1 bilhões). De acordo com Departamento de Financiamento e Informação da Secretaria de Política Agrícola, as lavouras representam R$ 394,8 bilhões e a pecuária, R$ 207,2 bilhões do VBP deste ano. A safra de grãos prevista para este ano, de 242,1 milhões de toneladas (conforme dados da Conab), e o desempenho da pecuária, têm sido os principais impulsionadores do crescimento. Entre as lavouras, os destaques
REGIÃO DE ABRANGÊNCIA:
Água Santa, Almirante Tamandaré do Sul, Barracão, Cacique Doble, Camargo, Capão Bonito do Sul, Carazinho, Casca, Caseiros, Ciríaco, Coqueiros do Sul, Coxilha, David Canabarro, Ernestina, Gentil, Ibiaçá, Ibiraiaras, Lagoa dos Três Cantos, Lagoa Vermelha, Machadinho, Marau, Mato Castelhano, Maximiliano de Almeida, Muliterno, Não-Me-Toque, Nova Alvorada, Paim Filho, Passo Fundo, Pontão, Sananduva, Santa Cecília do Sul, Santo Antônio do Palma, Santo Antônio do Planalto, Santo Expedito do Sul, São Domingos do Sul, São João da Urtiga, São José do Ouro, Tapejara, Tupancí do Sul, Vanini, Vila Lângaro e Vila Maria
DIRETORES COMERCIAIS Eliane Maria Debortoli Carlos Munhoz EDITOR INTERINO: Kleiton Vasconcellos - RP 10.791 JORNALISTA RESPONSÁVEL Ana Cláudia Capellari
são algodão e milho. “Os melhores resultados no ano ocorrem em algodão herbáceo, com acréscimo no VBP de 14,5%, amendoim, 14,5%, banana, 19,3%, batata inglesa, 116%, feijão, 56,1%, laranja, 4,7%, mamona, 29,8%, milho, 22,1%, tomate, 16,1% e trigo, 8,5%. Os valores de algodão e milho são recordes na série analisada”, diz nota da secretaria, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. RANKING Os cinco produtos com os melhores desempenhos do VBP são soja, milho, cana-de-açúcar, algodão e café. “Estes representam 77,7% do valor das lavouras. Entre os estados, a liderança é de Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul”.
FOTO DE CAPA: Foto: Luiz Henrique Magnante/Embrapa PROJETO GRÁFICO: Henrique Peter Clélia Fontoura Martins Pinto - ME Matriz: Rua Independência, 917, sala 3 Passo Fundo | (54) 3316-4800
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Produtores avaliam potencial da canola no PR e RS
RALLY ABRASCANOLA No Rio Grande do Sul, onde se localiza 92% do cultivo de canola, a Associação Brasileira de Produtores de Canola (Abrascanola) organizou uma visitação as lavouras em formato de rally no dia 03 de setembro. Em Santo Ângelo, o produtor Pedro Cargnelutti apresentou o manejo adotado
Foto: Paulo Ferreira
U
m grupo formado por diferentes setores do complexo agroindustrial da canola visitou lavouras no Paraná e no Rio Grande do Sul entre os dias 28 de agosto e 03 de setembro. Apesar da incidência de geadas ao longo do inverno, os danos foram localizados e não deverão comprometer a safra de canola, estimada em quase 50 mil toneladas. No Paraná a área de canola tem encolhido desde 2015, quando chegou aos 7.900 hectares, conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). Nesta safra, a área de cultivo está estimada em 900 hectares e, apesar de geadas intensas em alguns locais e a seca durante todo o desenvolvimento da cultura, a expectativa de colheita é superar os 1.500 quilos por hectare (kg/ha). De acordo com o pesquisador da FAPA/Agrária Juliano Almeida, é grande a oscilação em termos de área e produtividade da canola ao longo dos anos, mas nos resultados dos experimentos, conduzidos há mais de 10 anos no Paraná, é possível verificar ganhos com a canola no sistema de rotação de culturas. “A canola precisa ser avaliada no sistema de produção, considerando os possíveis benefícios para os cultivos subsequentes, com potencial de a canola adicionar ganhos de rendimentos na soja e no trigo, por exemplo,”, explica Juliano. Durante o evento chamado de “Giro Técnico da Canola”, realizado dia 28/08, o grupo visitou também dois produtores, assistidos pelo agrônomo da Cooperativa Agrária Rodrigo Ferreira. Na Fazenda Lagoa Dourada, em Candói, no Paraná, o produtor Roberto Sattler utiliza híbridos de canola com ciclo mais precoce. Mesmo com dano de geada, o produtor considera a canola uma boa alternativa para cultivo de outono. Na Fazenda Juquiá, em Cantagalo, André Milla e o filho Felipe mostraram a importância da canola para a agricultura conservacionista. Foi aberta uma trincheira no solo apresentando grande profundidade das raízes da canola capaz de prevenir a compactação do solo e favorecer os cultivos subsequentes.
Estimativa de órgão nacional é de que sejam produzidos 50 mil toneladas da oleaginosa
Giro Técnico e Rally ocorreram entre os dias 28 de agosto e 03 de setembro
na lavoura, com cuidados no escalonamento de semeadura para reduzir o risco de perdas por geadas. O agricultor Jorge Dal Berto Rapachi também avalia estratégias para proteger os 120 hectares de canola em cultivo em Giruá/RS. Mesmo com a ocorrência de três eventos de geadas na área, a expectativa é de rendimento de 25 sacos por hectares (1.500 kg/ ha). Regionalizar os conhecimentos é a proposta da Embrapa Trigo. Segundo o analista Paulo Ernani Ferreira, é preciso incentivar os produtores e a assistência técnica a conduzir experimentos locais e difundir os resultados. “Existe muito conhecimento sendo gerado em nível local que precisa chegar ao produtor. Somente no Rio Grande do Sul podemos identificar três regiões bem distintas de cultivos, com características de clima, altitude, relevo e solo bem variados. Não é possível empacotar o sistema de cultivo de canola sem adaptações às particularidades regionais”, avalia Ferreira. RESULTADOS A área de canola no Brasil nesta safra é de 35 mil hectares, de acordo com dados da CONAB, de setembro deste ano, com estimativa de produção de 50 mil toneladas. De acordo com o Presidente da Abrascanola, Vantuir Scarantti, apesar de algumas áreas sofrerem danos devido às geadas, a maioria das lavouras registra bom desenvolvimento e a expectativa é de produtividade média de 1.500 quilos por hectare. A colheita deverá iniciar nos próximos dias, com previsão de encerrar ainda no mês de setembro. “O custo de produção ficou em torno de 15 sacas por hectare, o que deixa a canola como uma opção interessante de rotação de cultura e de renda
para o produtor neste período do ano, uma vez que muitos contratos já são fechados com empresas antes mesmo da implantação das lavouras”, avalia
Vantuir, que destaca que a demanda brasileira de óleo comestível necessita do equivalente a 100 mil hectares de canola. Assim, a Abrascanola incentiva os produtores a investirem mais neste cultivo para suprir uma maior parte do consumo nacional e diminuir a necessidade da importação. “Como a canola tem uma cadeia produtiva ainda pequena, foi possível reunir todos os segmentos e atores interessados na cultura, com diversidade para discutir aspectos econômicos, comerciais e tecnológicos durante os encontros”, finaliza o pesquisador da Embrapa Trigo, Jorge Gouvêa. A série de visitas a produtores e instituições de pesquisa foi promovida pela Abrascanola, com o apoio da Cooperativa Agrária Agroindustrial/ FAPA, Advanta, Atlântica Sementes, Celena Alimentos, De Sangosse, Ihara, Produtiva e Embrapa.
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ALTO VIGOR
Sementes de alta qualidade aumentam produção de soja entre 10% e 15% Foto: Antonio Araujo/Mapa
Qualidade da semente faz diferença na hora da colheita
Tendência de beneficiamento é crescente a cada safra no país e é oportunidade de mercado aos produtores
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cada safra aumenta a busca por sementes vigorosas, com alto poder de germinação e com potencial genético de produzir soja de maior qualidade e mais resistente a pragas e doenças. Para atender a essa demanda dos produtores, investimentos no be-
neficiamento de sementes vem crescendo. Pesquisas de campo realizadas por pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) revelaram que sementes de alta qualidade rendem ganhos em produtividade que variam de 10 a 15%. “Nós conseguimos produtividade de aproximadamente 3,4 mil quilos por hectare. Uma semente de qualidade média rende em torno de três mil quilos por hectare. Ou seja, o produtor ganha 400 quilos por hectare. Quem não quer ganhar
400 quilos por hectare?”, ressaltou José França Neto, pesquisador da Embrapa Soja. “Qual é o insumo que você investe e tem 10% a mais de produtividade? É muita lucratividade embutida nas sementes de alto vigor. Se for em campos experimentais, os ganhos podem chegar a 25%, 30%. Então, a gente só vê vantagens em começar a safra com semente de alta qualidade”, acredita França. O pesquisador acrescenta que as plantas formadas por sementes de
alto vigor têm desempenho agronômico diferenciado, pois demandam menos fertilizantes e defensivos agrícolas, e aproveitam melhor os recursos naturais, como luz, água, nutrientes do solo causando menos impacto ambiental. “Uma população ideal de plantas é fundamental para estabelecer o alicerce de tudo o que vem em seguida na lavoura. Você vai estabelecer a lavoura com população adequada composta por plantas de alto desempenho agronômico,
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mais robustas, com um sistema radicular maior, mais profundo, parte aérea mais robusta que resultará numa produção maior de vagem e, consequentemente, mais produtiva”, explicou. CADA HECTARE RENDE 3,2 MIL KG DE SOJA NO BRASIL Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Sementes (Abrasem), o Brasil produziu no ano passado mais de três milhões de toneladas de sementes de soja. Considerando que a estimativa da safra atual é de aumentar a área plantada de 35,8 milhões para 36,6 milhões de hectares de soja, o setor de produção de sementes espera crescer ainda mais. “A gente nota que os produtores têm uma preocupação muito grande em colocar no mercado produto de alta qualidade e isso é um diferencial de mercado pra eles. A tendência é que os sojicultores procurem esses produtores. Todos saem ganhando”, comentou. O Brasil é o segundo produtor mundial de soja, atrás dos Estados Unidos. Em todo o mundo, foram
produzidos mais de 362 milhões de toneladas de soja em área plantada de 125,6 milhões de hectares. Os norte-americanos produziram 123,6 milhões de toneladas do grão em 35,6 milhões de hectares, atingindo produtividade de 3,4 mil quilos por hectare, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). E no Brasil, a produção anual de soja, liderada pelo estado do Mato Grosso, alcançou 115 milhões de toneladas em área plantada de 35,8 milhões de hectares. A produtividade brasileira é de 3,2 mil quilos por hectare, segundo levantamento do mês de junho realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). De todo o volume produzido no país no ano passado, 44 milhões de toneladas foram consumidos internamente e outros 83 milhões de toneladas foram exportados. Para a próxima safra, a previsão é que sejam plantados 36,6 milhões de hectares de soja.
CULTURAS DE INVERNO De modo geral, as lavouras de trigo apresentam bom desenvolvimento e começam a entrar no chamado período crítico em razão de a cultura estar na fase de espigamento. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar, 33% das lavouras do Estado encontram-se na fase de desenvolvimento vegetativo (perfilhamento e alongamento do colmo), 47% na fase de floração e 20% delas na fase de enchimento do grão. Nesta safra, a área estimada pela Emater/RS-Ascar para o cultivo do trigo é de 739,4 mil hectares. A área de cultivo de trigo no Rio Grande do Sul corresponde a 37% da área brasileira de plantio com o grão.
CANOLA
A área cultivada com canola no RS corresponde a 92,9% da área estimada para o Brasil pela Conab em agosto de 2019. A estimativa da Emater/RS-Ascar para o plantio de canola nesta safra é de 32,7 mil hectares, com rendimento médio de 1.258 quilos por hectare. Entre as lavouras do Estado, 24% delas se encontram na fase de floração, 58% na fase de enchimento do grão, 11% maduro por colher e 7% colhido.
CEVADA
A área cultivada com cevada no RS corresponde a 36,6% da área estimada para o Brasil pela Conab em agosto de 2019. O levantamento da Emater/RS-Ascar para a área implantada com a cultura no Estado é de 42,4 mil hectares, com rendimento médio de 2.073 quilos por hectare. Em 36% das lavouras, a fase é de desenvolvimento vegetativo, 43% delas estão em fase de floração e 21% na fase de enchimento do grão. De modo geral, o desenvolvimento das lavouras no Estado é considerado bom.
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Produtores conhecem novos materiais da Embrapa Trigo
Momento de observar o oídio em trigo Leila Maria Costamilan Foto: Divulgação | Embrapa
Foto: Divulgação/Lisandra Lunardi
Pesquisadora da Embrapa Trigo
O oídio de trigo, causado por Blumeria graminis f. sp. tritici, é uma das primeiras doenças foliares a aparecer durante a safra, sendo de fácil identificação, pois desenvolve uma espécie de pó branco sobre folhas e colmos. Ocorre em todas as regiões tritícolas do mundo, especialmente de clima temperado. No Brasil, pode ser encontrada em toda a Região Sul e em lavouras irrigadas ou em áreas de altitude nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste. Na safra 2019, está ocorrendo grande epidemia de oídio em cultivares suscetíveis de trigo, ocasionada principalmente pelo clima seco observado no mês de agosto, no Rio Grande do Sul, problema este que não se observa em cultivares resistentes, que continuam com boa sanidade. Em Passo Fundo, há registros de reduções entre 10% e 62% no rendimento de grãos, porém, na média de anos normais de ocorrência da doença, os danos alcançam de 5% a 8%. Quando ocorre cedo, a doença reduz o número de espigas por área e, mais tardiamente, diminui o número de grãos por espiga e o tamanho desses grãos. O inóculo de oídio mantém-se, na entressafra, sobre plantas voluntárias de trigo, sendo disseminado facilmente pelo ar, durante períodos sem chuva. É uma doença explosiva, pois o ciclo da doença é bastante rápido, entre 5 e 25 dias. Os métodos mais eficientes para controle de oídio em trigo são o uso de cultivares com resistência genética e a aplicação de fungicidas, em tratamento de sementes ou nas folhas. A busca de cultivares comerciais de trigo com resistência genética é constante nos programas de melhoramento da Embrapa Trigo. Anualmente, são realizados testes de avaliação da reação de plântulas e de plantas adultas, sob condições de inoculações naturais e em casa de vegetação. Várias cultivares lançadas pela Embrapa Trigo, com bom nível de resistência a oídio, estão disponíveis, como BRS Belajoia, BRS Parrudo e BRS Reponte. O controle químico de oídio de trigo em cultivares suscetíveis é mais econômico via tratamento de sementes do que por meio de aplicação de fungicidas nos órgãos aéreos. Em planta adulta, o monitoramento da doença deve ser semanal, a partir do afilhamento, determinando-se a porcentagem de plantas com sintomas da doença. A primeira aplicação deve ocorrer quando o nível de doença atingir o limiar de ação, conforme as Informações Técnicas para Trigo e Triticale, Safra 2019. A rotação de culturas não é efetiva para controle de oídio, já que o patógeno se encontra presente em qualquer período do ano. Deve-se evitar adubação nitrogenada em excesso, que torna as plantas mais suscetíveis. Semeaduras mais precoces podem diminuir os danos da doença, pois as plântulas ficam expostas a menores quantidades de inóculo justamente em estádio de desenvolvimento mais suscetível à doença.
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P
rodutores de sementes e potenciais parceiros da Embrapa Trigo conheceram as cultivares disponíveis para licenciamento durante um encontro em Passo Fundo no dia 05 de setembro. Os destaques foram os novos lançamentos em trigo, soja e aveia. Pela manhã, produtores que fazem parte da Sulpasto visitaram o programa de melhoramento do trigo de duplo propósito e de aveia. A expectativa dos representes da Copagril, de Ijuí, RS, Diovane Antonow e Guilherme Picoli, é com relação à cultivar de aveia-preta que será lançada ainda este ano, como substituta a BRS 139 Neblina, que vem ocupando o mercado há quase 30 anos. “A aveia-preta é fundamental para o sistema produtivo da região, tanto como cobertura de solo, quanto para a sustentabilidade da bacia leiteira da região. É bom ver a Embrapa investindo novamente no desenvolvimento de cultivares de aveia”, declara Picoli. Atualmente, conforme o pesquisador Alfredo do Nascimento Junior, mais de 90% das lavouras com aveia-preta contam com genética da Embrapa. No período da tarde, os produtores de sementes puderam conhecer melhor o portfólio de cultivares de trigo para os diferentes segmentos do setor produtivo. De acordo com o pesquisador Pedro Scheeren, mais de 60% dos trigos que estão no mercado tem genética da Embrapa. O manejo da nova cultivar BRS Belajoia fez parte da programação. Na soja, os produtores puderam comparar as cultivares BRS 5601RR e BRS 6203RR com a nova cultivar que será lançada na próxima safra. Segundo o pesquisador Paulo Bertagnolli o m ercado para soja
RR chega a 1,5 milhão de hectares somente no Rio Grande do Sul. TRIGO BRS BELAJOIA A cultivar foi lançada na Expodireto deste ano com foco na rentabilidade do produtor. A sanidade foliar da cultivar foi comprovada na safra deste ano, quando grande parte das lavouras de trigo enfrentaram dificuldades para controlar o oídio. De acordo com a pesquisadora Leila Costamilan a presença do fungo Blumeria graminis f. sp. tritici foi favorecida pelo clima seco na fase vegetativa das plantas: “Os esporos se soltam com facilidade e são carregados pelo vento a grandes distâncias. Em condições favoráveis, um ciclo completo da doença pode ocorrer entre 5 e 25 dias, com potencial máximo de danos superior a 60% de redução no rendimento de grãos”. O analista de transferência de tecnologia da Embrapa Trigo, Marcelo Klein, esteve visitando lavouras de trigo em 46 locais do Rio Grande do Sul na última semana de agosto e avalia a severidade da doença: “Em algumas lavouras já foram realizadas três aplicações de fungicidas sem atingir o controle da doença que continua se espalhando. Cada aplicação custa, em média, R$ 90,00 por hectare. Certamente esses produtores vão investir somente em cultivares resistentes ao oídio nas próximas safras”. Buscar a melhor relação custo-benefício no trigo é o objetivo do departamento técnico da Sementes Lazarotto. “O produtor está buscando opções capazes de reduzir os custos de produção e manter um bom rendimento. Orientamos para os cuidados básicos na estruturação do solo e no vigor das sementes,
mas os atributos da cultivar são decisivos na escolha do produtor”, concordam Luis Mello e Vanessa Bastos. De acordo com o pesquisador João Leonardo Pires, a resistência da cultivar BRS Belajoia a oídio e a manchas foliares permite economizar com fungicidas na fase vegetativa do trigo: “Vimos lavouras com a cultivar chegarem à colheita com apenas duas aplicações de fungicidas, especialmente destinadas a controlar a giberela no espigamento”, conta Pires, lembrando que a cultivar também dispensa gastos com redutor de crescimento e aplicação de nitrogênio no espigamento. Na densidade de semeadura também é possível economizar, já que o uso de 300 sementes aptas/ m² apresentou rendimento de grãos semelhante ao uso de 500 sementes aptas/m². A cultivar BRS Belajoia apresentou média de rendimento de 5.334 kg/ha na avaliação em 31 locais durante três anos. Em 2016, com ambiente favorável, a média de rendimento chegou a 6.837 kg/ha. O trigo BRS Belajoia está indicado para cultivo nas regiões 1 (trigo pão) e 2 (trigo doméstico) nos estados do RS, SC e PR. A semente básica está em multiplicação pelas empresas Sementes Van Ass e Agromar. “Este encontro é um marco no relacionamento com os multiplicadores de sementes da Embrapa. Precisamos fortalecer esse vínculo com nossos parceiros de forma cada vez mais próxima e participativa. Ouvir o nosso parceiro é o caminho para o sucesso no desenvolvimento das nossas cultivares”, finaliza o Chefe-Geral da Embrapa Trigo, Osvaldo Vieira.
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COTRIJAL 62 ANOS
Uma trajetória de sucesso no agronegócio gaúcho Foto: Assessoria de Imprensa Cotrijal
Cooperativa festejou mais um aniversário no sábado (14)
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a vanguarda do cooperativismo brasileiro, a Cotrijal chega aos seus 62 anos com o orgulho e a satisfação dos mais de 7,6 mil cooperados. A data foi festejada, neste sábado, 14, em frente à loja de Não-Me-Toque, com direito a bolo, parabéns, homenagens e aplausos. O momento especial reuniu associados, lideranças, clientes, parceiros, colaboradores e a imprensa. “Se a Cotrijal é hoje uma referência para os gaúchos e o país se deve a essa confiança do produtor e no time de profissionais. A gente fica muito orgulho disso. Longa vida para a nossa cooperativa”, agradeceu o presidente Nei César Manica. “São 62 anos de uma história sólida, promissora. O mérito é de todos que fazem parte dessa grande família”, destacou o vicepresidente, Enio Schroeder, que
Com amplo mix de produtos, boas práticas agrícolas e produtores que batem seus próprios recordes, vem fazendo história na região Norte do Estado. Na safra passada, alcançou a produtividade média de 67,3 sacas/ha na soja. No milho, o incremento foi de 23,5%, chegando a marca histórica de 204,2 sacos/hectare. No leite, não é diferente. Quem circula pela região da Cotrijal vê rebanhos mais produtivos e mais eficientes, propriedades mais sustentáveis e produtores capacitados.
festeja aniversário junto com a cooperativa. A celebração dos 62 anos fez parte das ações do 2º Feirão de Ofertas - Aniversário Cotrijal, iniciativa da área de Varejo que reuniu, de 12 a 14 de setembro, em Não-MeToque, 30 fornecedores e uma infinidade de produtos com descontos e condições especiais.
SINÔNIMO DE CONFIANÇA
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Miguel Maldaner,
multiplicador das Sementes Cotrijal, de Tapera.
Aprendi que preciso ser gestor, além de produtor Guilherme Setti,
de Almirante Tamandaré do Sul, que conta com a Cotrijal para vencer desafios do mercado.
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A qualidade foi d eterminante para fechar negócio
Cristhian Ribas Sékula,
gestor da Três Capões Agronegócio (PR), empresa cliente das Sementes Cotrijal.
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Nos ajudou a dar a volta por cima
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Airton Lange,
da Agrícola Lange, interior de Não-Me-Toque, com excelentes médias no campo.
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Tenho todo o respaldo da Cotrijal. É um trabalho desafiador, mas que me dá satisfação
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Passa credibilidade, tecnifica e filtra o que agrega para o produtor
Rosalvo e Marli Mühl,
casal que trabalha com leite em Victor Graeff. No cocho só entra Rações Cotrijal e o rebanho, em sistema de confinamento, tem o acompanhamento veterinário da cooperativa. Produção está em 37.190 litros/ha/ano.
Carazinho: (54) 3329-7070 Sarandi: (54) 3361-5555
www.salwipa.com.br
Válido para o mês de Setembro ou enquanto durarem os estoques, sujeito a disponibilidade do fabricante. Imagem meramente ilustrativa.
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Cooperativas gaúchas visitam o Vale do Silício, nos EUA Foto: FecoAgro-RS | Divulgação
Objetivo da viagem é incentivar o empreendedorismo e a inovação nos trabalhos das cooperativas
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pós uma semana de imersão em inovações e tecnologias no Vale do Silício, em San Francisco, Estados Unidos, os dirigentes das cooperativas agropecuárias gaúchas estão voltando para casa com aprendizados na bagagem. A ação foi desenvolvida pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS) em parceria com o Sistema Ocergs Sescoop/RS, por meio da Faculdade de Tecnologia do Cooperativismo (Escoop). Conforme o presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires, para o grupo de 40 dirigentes e executivos das cooperativas a atividade foi encantadora e inovadora. Lembrou também que foi grande a missão do grupo em olhar a inovação, o que está sendo feito em termos de empreendedorismo e tecnologias que venham a contribuir para as mais diferentes ações tanto na agricultura como no dia a dia das cooperativas. “A ideia é colocar o processo tecnológico para que venha ajudar em rapidez e escala, enfim, nas mais diferentes variáveis ou seja novas tecnologias que podem ajudar o produtor e a cooperativa”, salientou. O dirigente ressaltou que foram feitas várias visitas em diferentes setores focados em inovação no agronegócio e que todo grupo está muito contente com o conteúdo passado. “A FecoAgro/RS demonstrou um trabalho que pretende apresentar para
Grupo de 40 dirigentes participou da missão, que durou uma semana
o Conselho de Administração para ver o que podemos fazer para que isto chegue de fato nas cooperativas. Não adianta nós chegamos no Brasil e essas coisas não andarem, então vamos começar com uma proposição de como colocamos isso na prática”, destacou. Pires observou que os Estados Unidos tem uma realidade diferente, mas tem muita coisa que vai acontecer no mundo e, com a velocidade da transformação atual, deve chegar logo no Brasil e as cooperativas não podem ser pegas de surpresa. “Esta viagem, juntamente com o Escoop, tem um extraordinário valor e espero que essa disruptura ajude as cooperativas a serem mais eficientes e rentáveis, com um serviço mais interessante do ponto
A ideia é colocar o processo tecnológico para que venha ajudar em rapidez e escala, enfim, nas mais diferentes variáveis ou seja novas tecnologias que podem ajudar o produtor e a cooperativa Paulo Pires,
presidente da FecoAgro/RS
de vista da viabilidade econômica e social aos agricultores associados”, explicou. O presidente da FecoAgro/RS disse também da importância do contato com a Universidade, na qual foi realizada visita à Stanford, uma das mais conceituadas do mundo. “Este link com as universidades e com a inovação é permanente. As universidades americanas fazem isso de uma forma muito presente”, avaliou. Na agenda das cooperativas agropecuárias no Vale do Silício estiveram encontros com representantes de empresas como StartSe, Netflix, Startup Plug and Play, HP Garage, Wild Earth, Berkeley, Amazon, Climate Corporation, Hypercubes, Farmer Business Network e Agristamp.
Curso habilita veterinários ao programa de erradicação de brucelose e tuberculose A Universidade de Passo Fundo (UPF) realiza, de 9 a 13 de dezembro, o curso de extensão Habilitação de Médicos-Veterinários no Programa Nacional de Controle e Erradicação de brucelose e tuberculose. A formação, que acontece no auditório da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAMV), Campus I, das 8h às 17h, objetiva habilitar médicos-veterinários para executar o controle
da brucelose e tuberculose na bovinocultura de leite e corte da região norte do Rio Grande do Sul. O curso é dividido entre aulas teóricas e práticas, envolvendo as enfermidades brucelose e tuberculose, além de um módulo sobre monitoramento de Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE). Quem irá ministrá-lo é o fiscal agropecuário do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e responsável pelo Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose em Bovinos e Bubalinos no estado do RS, Dr. Rodrigo Teixeira Pereira, e as professoras da UPF, Dra. Giseli Aparecida Ritterbusch e Dra. Adriana Costa da Motta. A programação do evento será realizada pelo Mapa, seguindo as orientações do Programa Nacio-
nal de Controle e Erradicação de brucelose e tuberculose. Serão ministradas 20 horas teóricas e 20 horas práticas. INSCRIÇÕES Médicos-veterinários interessados em participar do curso podem se inscrever até 3 de dezembro, neste link. O valor é de R$ 1.400,00, podendo ser parcelado em até 6 vezes no cartão de crédito.