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vendas em relação ao ano passado Pág
Bebidas e roupas estão entre os presentes mais procurados pelos passo-fundenses para o Dia dos Pais
Pesquisa de intenção de compras da CDL aponta que 66% dos entrevistados irão comprar presentes para a data
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por Leticia Schneider redacao@diariodamanha.com
Com o Dia dos Pais se aproximando, a expectativa de vendas do comércio cresce com a data. Nesse sentido, a CDL de Passo Fundo realizou uma pesquisa de intenção de compras, onde 66% dos entrevistados afirmaram que irão comprar presentes, enquanto 22% não pretendem investir na data, pois não tem a quem presentear e apenas 10% disse que não irão comprar nada por questões financeiras.
O presidente da CDL, Fernando De Carli, comenta que a expectativa é muito positiva tendo em vista que o Dia dos Pais é a quarta data comercial mais importante para a venda de produtos e serviços. “Fatores como saques nas contas de FGTS, o Auxílio Brasil e a antecipação do 13° salário devem contribuir com a movimentação do cenário econômico local”, lembra ele.
De Carli enfatiza que com a normalidade de regras de movimentação dos estabelecimentos em comparação ao ano passado, o comércio deve registrar um aumento de vendas na data. “A expectativa é um volume de R$ 7,28 bilhões de acréscimo na economia durante o Dia dos Pais segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), representando um aumento de 5,3% em relação a 2021”.
De acordo com a pesquisa realizada pela CDL, entre os itens mais procurados estão bebidas (25,6%), roupas (23,1%), jantar, almoço ou passeio (17,9%), acessórios e artigos para casa (12,8%), calçados (10,3%), eletrônicos (7,7%) e livros (5,1%).
O investimento durante a data, segundo 41% dos respondentes é de R$ 50,00 a R$ 100,00, 23,1% relataram que vão investir mais de R$ 200,00, enquanto 20,5% vai investir até R$ 50,00.
Foto: Letícia Schneider | Diário
AUMENTO NAS VENDAS
Conforme a supervisora das lojas O Boticário de Passo Fundo, Regina Ghizzoni, a data tem surpreendido positivamente nos últimos anos devido à procura por itens de perfumaria e cuidados como uma alternativa de presente.
Desse modo, é esperado um aumento de 40% nas vendas em comparação ao ano anterior. Além disso, Regina salienta que a procura pelos presentes começou na última semana de julho e se intensificou na primeira semana de agosto.
Entre as principais escolhas dos consumidores está à linha Malbec, no entanto, o cartão-presente segue sendo uma alternativa para muitos clientes que não querem errar no presente.
“O cartão presente sem dúvidas é uma ótima opção para quem ainda está com dúvidas em relação ao presente, porém a maioria dos clientes prefere comprar o presente mesmo”, conclui.
Para a gerente da Pittol, Marisete Pozzebon, a data deverá gerar um aumento de 10% nas vendas de roupas e calçados em comparação ao mesmo período do ano passado. Nesse aspecto, os sapatênis e as camisas estão entre os itens mais procurados.
Em Carazinho, CDL espera crescimento de pelo menos 15% em relação ao ano passado
O domingo (13) será marcado pelo Dia dos Pais. Por ser uma data comemorativa, o comércio sempre espera por um incremento nas vendas já que muitas pessoas aproveitam para presentear. Natal e Dia das Mães são as datas de mais relevância para o segmento. Vanderlei Conte, diretor executivo da CDL de Carazinho, cita que o Dia dos Pais se equipara ao Dia dos Namorados e este ano a expectativa é pelo incremento de pelo menos 15% nas vendas em relação ao ano passado.
Nos últimos dias os termômetros voltaram a registrar baixas temperaturas, o que na visão dele, deve contribuir bastante para a busca pelo presente, já que uma pesquisa da Federação Varejista aponta para a preferência por vestuário e calçados. O ticket médio do presente deve girar em torno de R$ 160,00. Além disso, o comércio segue em ritmo de retomado depois da pandemia de Covid-19.
Outro fator que deve impulsionar as vendas está atrelado a data que coincide com a comemoração. Em 2021 o Dia dos Pais foi festejado em 8 de agosto e em 2022 será mais tarde. “Estes poucos dias a mais deve facilitar sim. As pessoas recebem os salários, priorizam os pagamentos e depois decidem pelos presentes. Vai ajudar bastante”, sinalizou.
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Fonte de inspiração: pais e filhos ainda mais unidos pelo curso de Direito
Vanusa foi o incentivo que faltava para seu pai Gonçalo voltar a estudar. O desejo de Jacir de seguir com o curso depois de tantos anos também levou o filho Maiquel a retornar as aulas
por Leticia Schneider redacao@diariodamanha.com
Oamor pela mesma profissão fez com que pai e filha cursassem o ensino superior juntos na IMED de Passo Fundo. Formado em psicologia, Gonçalo Morreto, de 47 anos, optou pelo Direito na época por estar atuando na Justiça do Trabalho.
Ele conta que entrou na primeira turma da IMED, em 2005, quando tinha 30 anos, mas no último ano, por uma série de circunstancias, precisou dar um pause na faculdade.
“Sempre pensei que seria por um ou dois semestres e que em seguida retomaria. A família foi para Canoas, Porto Alegre, ficamos cinco anos fora de Passo Fundo e, quando retornamos, essa não era mais uma prioridade. Assim fui deixando até quase desistir da ideia”, explica Gonçalo.
No entanto, quis o destino que a filha Vanusa Ramos Morreto, de 19 anos, seguisse os passos do pai. Vanusa comenta que desde pequena via seu pai trabalhando na área e isso era um grande exemplo para ela. “No inicio do ano, quando comecei a cursar Direito, meu pai me ajudou a estudar e a entender algumas matérias, então desta vez fui eu que o motivei a voltar a estudar”, salienta a filha.
“Admito que meu maior incentivo foi pedir ajuda para estudar. Acredito que isso também tenha feito ele relembrar o tempo de quando estudava”, complementa.
O retorno de Gonçalo aos estudos deixou Vanusa muito feliz e orgulhosa, pois apesar de estudarem em turnos inversos, os aprendizados são construídos dentro de casa. “Como ele já conhecia a prática, é meu professor dentro de casa. Me ensina, me ajuda, faz tudo por mim”, frisa.
“A Vanusa ficou me provocando a voltar e acabou que foi ela quem fez o contato com a coordenação do curso, que prontamente me respondeu e estamos aí, retomando as últimas onze disciplinas. Algumas a mais do que faltava na época, mas viáveis para um senhor como eu finalmente concluir essa etapa”, destaca o pai.
Gonçalo retornou o curso nesse semestre, com três disciplinas. Foi quando percebeu que o amor pela profissão continuava bem presente. “Eu sou muito entusiasmado por certas áreas do Direito e tento passar para a Vanusa um pouco dessa minha paixão”, detalha.
“Me sinto muito feliz e devo esse retorno a minha filha, ela que primeiro me incentivou e depois se mexeu para fazer as coisas. Me sinto muito realizado em meio essa juventude, especialmente de estar cursando direito concomitante com ela”, conclui.
PAI COMO GRANDE INCENTIVO
O trabalho e o desejo de retornar ao curso de Direito uniram ainda mais os carazinhenses Jacir Momolli, de 61 anos e Maiquel Vinicius Momolli, de 33 anos. Em uma manhã de domingo, o encontro entre Jacir e a diretora do campus da UPF Carazinho, Munira Awad, resultou na ideia de voltar a estudar.
Jacir, que é corretor de seguros, conta que a diretora da instituição falou sobre o Programa Recomeçar Plus, o qual garantiria um desconto de 50% na mensalidade. Ao chegar em casa, logo comentou a ideia com seu filho, incentivando-o a voltar a estudar também.
“Comecei a estudar Direito há uns anos atrás, parei e fiquei uns 15 anos fora. Escolhi o curso porque ele tem haver com minha atividade e ele já está me ajudando muito em algumas questões”, menciona o pai.
Maiquel, por sua vez, iniciou o curso assim que saiu do ensino médio, mas naquele momento tinha outros planos, como estudar fora. Depois de um tempo voltou para casa e continuou a trabalhar com seu pai na área de seguros.
Ambos retornaram ao curso no início de 2020. “É uma situação bem diferente e inusitada, a gente nunca imagina que vai estudar na mesma sala que seu pai”, diz. Organizado nas anotações da aula, Maiquel enfatiza que entre os dois sempre há uma troca de ensinamentos, pois sempre que possível ele repassa para o pai o conteúdo trabalhado.
“Como a gente trabalha juntos na área de seguros, ele sempre me ajudou muito, já que ele trabalha há muito tempo nessa área. Então na faculdade estou conseguindo ajudar ele em alguns momentos também. Esse semestre nós estamos tendo uma matéria juntos, mas no semestre passado tivemos três”, lembra Maiquel.
“Estar cursando Direito junto com o filho é fantástico. A gente se ajuda, fizemos trabalhos juntos e quando tem provas fazemos perguntas uma para o outro. Eu peço para ele me ajudar nos estudos e eu o ajudo aqui no escritório”, finaliza Jacir.
foto: Taina Binelo
Jacir e Maiquel retornaram ao curso de Direito juntos em 2020 e desde lá um ensina ao outro
Vanusa frisa que seu pai Gonçalo lhe da muito orgulho ao cursar o ensino superior juntamente com ela
Paternidade marcada pelo comprometimento, afeto e apoio
A filha mais nova do venezuelano Eduard Jesú Zambrano foi diagnosticada com leucemia e desde então o pai acompanha o tratamento, além de manter o apoio as outras duas filhas e a esposa, grávida de sete meses
ISADORA VILANOVA isadora@diariodamanha.com
Abrir mão do seu país de origem, das suas culturas, da convivência com os pais por conta de um objetivo: proporcionar uma vida melhor aos filhos. Essa é a realidade de muitos pais imigrantes que procuram o Brasil para ter condições melhores de trabalho e renda. É a realidade do venezuelano Eduard Jesús Zambrano Abreu, pai de três filhas e com a esposa gravida de sete meses. O Dia dos Pais, celebrado no próximo domingo, tem um sentido ainda mais especial para ele. A família que mora em Tapejara, há 50 km de Passo Fundo, já havia enfrentado muitos desafios até chegar ao Rio Grande do Sul, mas o maior deles ainda estava por vim e mudou a rotina da família. A filha mais nova de Eduard e da esposa Eucaris Quiroz Duran, a pequena Juliette Aurora, de seis anos, foi diagnosticada em março deste ano com câncer. “Tudo mudou, e foi uma mudança de vida e rotina muito difícil. As meninas começaram a faltar aula, gastamos tudo o que tínhamos economizado, foi muito difícil”, lembra Eduard.
Além de Juliette, o imigrante venezuelano também é pai de Erlys Gabriela e Eliannis Carolina, de 11 e 12 anos. Ser pai de três filhos era um sonho para ele, que recebeu a surpresa de que mais um filho, que ainda não sabe o sexo, estava a caminho. “Meu objetivo era ter três filhos, mas Deus nos mandou outro e é uma benção. Eu realizei tudo o que eu desejava, agora tenho que me esforçar para que elas tenham o que sonham”, afirma Eduard. Aos 33 anos, formado em Engenharia de Gás, ele chamou a atenção dos colaboradores da Aapecan em Passo Fundo, por sempre acompanhar a filha durante o tratamento. “Geralmente são as mães que acompanham os filhos, mas ele nos chamou a atenção, por em quase todas as vezes acompanhar a filha. É uma relação linda, de muito afeto e muita troca entre os dois”, conta a assistente social da Aapecan, Priscila Onofre da Silva.
TRATAMENTO, TRABALHO E FAMÍLIA Por dois meses Juliette precisou vir diariamente ao Hospital São Vicente de Paulo para realizar o tratamento contra a leucemia. Em muitas dessas vezes ficou na Aapecan, que oferece um serviço de assistência gratuita a pacientes e familiares em tratamento contra o câncer. Devido à gravidez de risco da mãe Eucaris, que precisa ficar em repouso, foi Eduard quem acompanhou toda a rotina. Operador de refrigeração em uma empresa em Tapejara, Eduard trabalha até às 2h da manhã e precisava sair às 4h da manhã para acompanhar a filha. “Por muito tempo eu só dormia duas horas por dia, mas todo o pai faz qualquer coisa pelos seus filhos. Temos que encontrar uma força não só física, mas espiritual, para ter animo”, afirma. O câncer de Juliette foi diagnosticado ainda no inicio, com 43% de leucemia no organismo, o que aumentou as chances de cura. Logo na primeira
Foto: Arquivo Pessoal
Eduard ao lado da esposa Eucaris e das filhas Erlys, Eliannis e Juliette Juliette de seis anos foi diagnosticada com leucemia e desde então, o pai Eduard acompanha o tratamento, ao lado da esposa, grávida de sete meses
sessão, ela já sofreu com a queda de cabelo e a mudança física, consequência do uso de medicamentos. Eduard, que quando se mudou para o Brasil em 2019 inicialmente morou em Manaus, por ser mais perto da fronteira com a Venezuela, afirma que se a filha não estivesse no Rio Grande do Sul, quem sabe não teria tantas chances de cura. “Ninguém imaginava que teria essa doença, Deus coloca as pessoas sempre no lugar certo. Se eu tivesse em Manaus a minha filha não estaria aqui, porque lá o sistema de saúde é muito complicado. Em Passo Fundo conseguimos estar em uma das melhores oncologias pediátricas”, afirma.
O desejo de alcançar as filhas estudo, dignidade e boas condições, tem como referência o que o pai de Eduard fez para ele. Mesmo sem ver a família desde que saiu da Venezuela, exceto no período em que a sua mãe precisou vir ao Brasil para auxiliar nos cuidados com a família, ele lembra com carinho e orgulho do que o seu pai lhe proporcionou. “Meu pai é uma inspiração para mim, ele não teve muito estudo, mas trabalhou só para os seus filhos e essa é uma das coisas que eu aprendi”, lembra Eduard que também foi Tenente Militar na Venezuela. “Ele não queria que eu deixasse nosso país, por tudo que consegui lá. Mas sempre disse que teria que fazer pelas crianças. O que eu tenho fica de lado, agora tenho que me esforçar pelos meus filhos”, conta.
Uma vida de entrega e dedicação para os filhos. Em uma data que celebra o amor e a ligação entre pais e filhos, Eduard afirma que já cumpriu todos os seus sonhos, e que agora o propósito de vida é com os quatro filhos. “Hoje tudo que eu faço é pela minha família, quero passar essa aprendizagem para elas, com valores, fazer o bem as pessoas sem esperar nada em troca. Quero que elas tenham tudo muito melhor do que eu tive”, finaliza.
6 DIA DOS PAIS DIÁRIO DA MANHÃ - PASSO FUNDO E CARAZINHO, SEXTA, SÁBADO E DOMINGO, 12, 13 E 14 DE AGOSTO DE 2022 “Por mais que eu acredite que falhe às vezes, no Dia dos Pais eu vejo o quanto sou especial aos olhos dela”
Fernando Custódio é pai de Alice e acredita que o Dia dos Pais é um momento que fortalece ainda mais a troca diária de carinho e afeto. Nas pistas de skate, ele é um dos maiores incentivadores da filha
ISADORA VILANOVA isadora@diariodamanha.com
Um pai presente desde o primeiro minuto de vida da sua filha, que incentiva, apoia, acompanha, educa, e principalmente, preenche a vida de Alice Custodio com muito amor, afeto e carinho. Essas são algumas das características de Fernando Custódio, o psicólogo é pai da Alice de 11 anos, que sonha em ser uma skatista profissional e encontra nele uma fonte de inspiração. A relação de Fernando e Alice deve pode ser considera um exemplo e uma referência. Isso porque, o Brasil somou nos primeiros cinco meses de 2022 o nascimento de mais de 56 mil bebês registrados somente com o nome da mãe. Os dados divulgados pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais evidenciam uma realidade comum para muitos filhos, crescer sem a presença do pai. O desejo da paternidade sempre esteve presente na vida de Fernando, ele lembra que quando conheceu a esposa Débora Schaeffer, sinalizou que gostaria de ser pai. “Quando a Alice nasceu eu estava com medo até de segurar a mão da minha esposa, e precisei até auxiliar no parto. Acredito que isso pode ser algo que deixa a nossa relação ainda mais forte e intensa”, relembra. A relação de Fernando com o seu pai também é marcada pela amizade e parceria, sendo muito mais que somente pai e filho. “A relação com o meu pai é um modelo que eu espero levar para quando a minha filha for adulta também”, afirma.
CADA FASE UM NOVO DESAFIO Os desafios da paternidade, como observa Fernando, são diários e muda em cada fase da vida. Filha única do casal, quando Alice nasceu, Fernando e Débora precisaram organizar a rotina que envolvia trabalho, estudos e família. Quando cresceu, os desafios eram outros e hoje, aos 11 anos e na pré-adolescência, Fernando acredita que esses desafios ficam cada vez maiores. “O desafio da paternidade é diário, todas as fases da nossa filha trouxeram aprendizados. Logo ela entra na adolescência e vamos ter novas experiências e quando for adulta da mesma forma. Acredito que sempre vou estar aprendendo a ser pai e ela é uma ótima professora”, observa Fernando.
PATERNIDADE E ESTUDOS Ir bem nos estudos é pré-requisito para Alice seguir fazendo o que tanto ama, que é ser uma skatista. Fernando afirma que desde que ela apresentou o seu
Foto: Arquivo Pessoal
Fernando é um dos principais incentivadores de Alice no skate desejo pelo esporte, sempre deixou bem claro que o estudo e a carreira devem andar juntos. No entanto, exemplos de que o estudo é essencial para avida não faltam na vida dela. Fernando se formou em psicologia quando Alice estava com sete anos, no final desse ano a mãe irá se formar em arquitetura. “A Alice percebe a educação em mim e na mãe dela como exemplo. Quando ela tinha dois anos voltei a estudar psicologia, quando me formei ela tinha sete e logo depois a mãe dela também começou a estudar. Então ela viu os pais estudarem e presamos por isso”, conta.
LAÇOS FORTALECIDOS PELO ESPORTE O esporte sempre se fez presente na rotina da família, desde pequena Alice acompanhava os pais em caminhadas, em jogos de futebol e no skate. Fernando lembra que foi em um inverno de maio, com temperaturas baixíssimas que Alice brilhou os olhos para o skate, e então a prática passou a fazer parte da vida de todos. “Ela sempre fez várias atividades fora da escola, tinha o skate desde pequena, mas nunca deu muita importância. No ano passado, no dia do desafio ela subiu no skate, nos olhamos e vimos que ela andou bem para quem nunca tinha praticado, a partir daí ela nunca mais largou”, conta Fernando sobre como iniciou a paixão da filha pelo esporte. Desde então, a relação de pai e filha foi ficando ainda mais forte e marcada pelo companheirismo. Ao lado da mãe, ele a acompanha Alice em todos os treinos, competições e se tornou sua referencia. “Ela escolheu um esporte que eu já gostava, então para mim é algo bem especial. Ela nos motiva a incentivar ela cada vez mais. Às vezes erra uma manobra, vem conversar comigo, pede para que eu faça junto com ela, eu faço e ela logo volta com um sorriso no rosto que não tem preço”, conta. O sonho de Alice é ser uma atleta de skate profissional, como pai. Fernando acredita que é seu dever colaborar para que ela realize o seu desejo. “Como pais muitas vezes temos que trazer para a realidade, mas a gente vê que ela tem muito potencial para alcançar o que deseja. O que podemos e está no nosso alcance oferecemos a ela”. Na maioria dos dias, após sair do trabalho o compromisso de Fernando é acompanhar a filha nos treinos. “Conversamos muito sobre o que ela quer aprender, o que pode ser melhorado para as competições”, destaca. Uma das principais características da relação dos dois, como conta Fernando, é a liberdade de conversar um com o outro. “A gente não tem segredos, não temos assuntos que não conversamos. Ela conversa comigo e eu estou sempre atento para escutar”, observa. Carinhosa e atenciosa, a saudade do pai, mesmo que passe o dia perto está sempre presente. “A gente se vê todos os dias e todos os dias ela diz que está com saudade. É uma relação muito boa”. Fernando busca aplicar na vida pessoal todos os aprendizados que também possui como psicólogo. Ele lembra que os pais e filhos devem estar atentos para conduzir uma relação com equilíbrio. “Sempre faço uma pequena analogia, que as crianças são como pipas e pipas para voar tem que estar um pouco solto o fio. Mas se soltar demais ela se perde no céu e se puxar demais ela não vai voar, então temos que ter um equilíbrio”, explica. Para Fernando, o Dia dos Pais é especial, pois evidência a importância que ele tem na vida da filha. “É especial porque por mais que eu acredite que falhe às vezes, no Dia dos Pais eu vejo o quanto sou especial aos olhos dela e isso faz muito bem”, finaliza.
DIÁRIO DA MANHÃ - PASSO FUNDO E CARAZINHO, SEXTA, SÁBADO E DOMINGO, 12, 13 E 14 DE AGOSTO DE 2022 DIA DOS PAIS
7 Filho sucede o pai nos negócios naturalmente
Renato Süss fundou a Óptica Renato Joalheiro há 45 anos. Hoje aposentado, vê a empresa ter seguimento dirigida por um dos filhos. Adriano recorda os momentos iniciais da loja e se orgulha de aprender tanto com o pai
por MARA STEFFENS mara@diariodamanha.com
Alguns pais são tão inspiradores que os filhos trilham caminhos praticamente idênticos, mesmo sem perceber. Não são raros os casos em que os pais começam um negócio e os filhos perpetuam. Na Óptica Renato Joalheiro temos um exemplo disto . A empresa foi criada pelo pai, Renato Süss, há 45 anos. O filho Adriano, hoje responsável pela administração, era criança, mas recorda quando o pai adquiriu o mobiliário, quando foi locado o espaço para o negócio. Estava sempre por perto e aos 14 anos tornou-se colaborador. Foi algo bastante natural, automático. Primeiro ele aprendeu a ser joalheiro. O pai o ensinou. “Estou praticamente desde sempre atrás do balcão!”, brinca Adriano, que quando completou 18 anos passou a se dedicar à óptica, realizando cursos, nunca deixando de se atualizar. “Fui me aprofundando sempre mais. Trabalhava de dia e estudava a noite”, relata. O empresário ressalta a importância de ter recebido tanta oportunidade do pai. “Foi algo muito suave e tranquilo. Comecei muito novo e sempre observava o pai. Eu sempre o enxergava, e enxergo, como exemplo. Automaticamente apren-
Renato Suss e os filhos Adriano, Josiane e Giovana
Foto Divulgação | Arquivo Pessoal
di a profissão dele. Meu irmão Juliano também. As coisas foram acontecendo. Fomos sempre buscando aperfeiçoamento para que o trabalho fosse cada vez mais qualificado”, conta Adriano. Pouco antes de entrar na política, o que culminou com a eleição do patriarca à prefeitura de Carazinho, ele se afastou dos negócios. O afastamento não influenciou em nada o andamento da empresa, que continuou mantendo sua identificação com a comunidade e mantendo-se sólida, administrada completamente por Adriano. A esta altura, o irmão Juliano (já falecido) já estava comandando empresa nos ramos imobiliário e contábil. Depois de deixar o Executivo da cidade, Renato retomou a rotina na loja. Então veio a pandemia e ele se resguardou em casa. Atualmente faz visitas esporádicas à loja e a equipe, com quem tem forte relação de amizade. “Ele sempre foi um espelho. A maneira correta de trabalhar, com vontade, garra de vencer nos norteiam até hoje, assim como os valores. Vemos coisas ruins neste nosso meio, com as quais não concordamos porque nos mantemos fieis ao que aprendemos com ele e assim fidelizamos nossos clientes”, conclui Adriano, frisando que o fato da empresa se manter forte mesmo após a saída do pai mostra que os ensinamentos dele foram importantes. “Acabamos de fazer 45 anos. Ele não está mais na loja, mas o nome dele persiste: Renato Joalheiro. Vai continuar assim e nada melhor do que seguir o que ele começou, claro que sempre buscando aperfeiçoando”, disse. Além de Adriano, outros dois filhos de Renato Süss atuam em atividades similares. Josiane tem consultório de optometria e Giovana dirige uma Óptica em Passo Fundo.
Alexandre Garcia
200 ANOS DE INDEPENDÊNCIA
Está no Supremo um caso que é da Prefeitura do Rio de Janeiro: o local das comemorações da Data Nacional, neste ano festejando os 200 anos da Independência. Será na Av. Presidente Vargas, no Centro, como tem sido, ou, desta vez, por sugestão de Bolsonaro, na Av. Atlântica, em Copacabana, como tem sido o Réveillon? Mais uma vez o partido Rede, que tem um senador e dois deputados, usa o Supremo como instrumento. Isso contraria o desejo expresso do Presidente Luiz Fux: “Essa prática tem exposto o Supremo a um protagonismo deletério… quando decide questões que deveriam ter sido decididas no Parlamento. Tanto quanto possível os poderes Legislativo e Executivo devem resolver interna corporis seus próprios conflitos. …conclamo… os atores do sistema de justiça aqui presentes para darmos um basta na judicialização vulgar e epidêmica de temas e conflitos em que a decisão política deva reinar”. A conclamação vai completar dois anos no mês que vem. Para dar ainda mais significado à comemoração, vai ser trazido de Portugal o coração do Príncipe Pedro, que proclamou a Independência. Ficará no Brasil por pouco tempo. Lembro-me de quando o corpo de Pedro I foi transferido ao Brasil, nas comemorações do Sesquicentenário da Independência - que cobri, pelo Jornal do Brasil. Passou por todas as capitais antes de ser depositado no Monumento do Ipiranga, no local onde ele gritou Independência ou Morte!”. Era o ano de 1972, e estávamos desfrutando do milagre econômico - o Brasil crescia mais que a China. Em 1970, tricampeonato no México: PIB 10,4%; 1971: 11,34%; 1972: 11,94%; 1973: 13,97%! Eu era repórter econômico do JB e dou meu testemunho: não foi o Presidente Médici nem o Ministro Delfim que causaram esse milagre, mas o otimismo e o entusiasmo do brasileiro. É impossível derrubar o brasileiro. No pior ano da tentativa de quebrar o país, 2020, pelo fique em casa e a suspensão de direitos e garantias fundamentais, o FMI previu que o PIB brasileiro despencaria 9%. Caiu metade disso. Porque o brasileiro se levantou, sacudiu a poeira e deu a volta por cima. Agora o IPEA mostra que a pobreza extrema, que atingia 5,1% das famílias brasileiras, vai cair para 4% até o fim do ano - menos 22%. Enquanto isso, no mundo, a pobreza extrema sobe 15%. A propagação do pânico que paralisa, exigiu uma maior presença social do governo, e o Bolsa Família de 30 bilhões/ano virou Auxílio Brasil e subiu para 115 bilhões. Sem a corrupção institucionalizada sobraram recursos para isso, mesmo com redução de impostos. Depois do caos econômico do governo Dilma, já foram recriados 4,5 milhões de empregos com carteira assinada e, mais do que isso, assim que a pandemia aliviou, criaram-se 3,4 milhões de empresas, por gente empreendedora que experimentou a perda de emprego e se tornou dona do próprio negócio. É o brasileiro, de novo, otimista, entusiasta, empreendedor. No Nordeste, o milagre não é apenas das águas; é do nordestino. O empreendedorismo se repete: prefere, por exemplo, uma renda própria de 5 mil a ter 2 mil com carteira assinada. Indústrias de laticínios vendendo tudo; de confecções, produzindo em dois turnos e terceirizando; o consumo subiu e se buscam empregados. Ontem começou o pagamento do auxílio de 600 reais - dá mais um ânimo para quem precisa. O acolhimento popular do Presidente ao Nordeste têm sido sinal da situação. Julho registrou a menor inflação desde 1980 - aliás, deflação de 0,68% no IPCA. Paulo Guedes e Campos Neto vão desfrutando dos resultados: inflação em queda por aqui, enquanto sobe nos Estados Unidos e Europa; PIB em alta por aqui, enquanto cai nas grandes economias. Mais razões para festejar o bicentenário do Brasil Independente.
Ser pai também é experiência para amadurecer
Aos 26 anos e pai de duas meninas de 5 e 6 anos, Junior Piana, fala de suas experiências, amadurecimento e do esforço para dar exemplo
NATHAN SCHULTZ
redacao.carazinho@diariodamanha.com
Desde que recebeu a notícia, há seis anos, de que seria pai pela primeira vez, o Dia dos Pais do gerente comercial, Junior Piana, de 26 anos, nunca mais foi o mesmo.
Papai da Emanuelli, de seis anos, e da Ana Luiza, de cinco anos, o marido da Jane Lopes, acorda cedo com mimos das filhas, beijos, abraços e mais algumas surpresas, como no Dia dos Pais do ano passado, quando acordou maquiado pelas meninas.
“Desde que me tornei pai, meu Dia dos Pais tem sido muito intenso. Porque a gente acorda de manhã com uma surpresa, um desenho, beijos, abraços, o último Dia dos Pais eu acordei maquiado, com minhas filhas me maquiando na cama. Pra celebrar a data, reunimos toda a família e passamos esse momento com os pais, com os irmãos, com os cunhados e com nossos filhos, trazendo à tona o quanto é bom ser pai. Viver esse momento com nossos filhos é maravilhoso”, disse o papai.
Tendo se tornado um pai relativamente jovem, Junior acredita que amadureceu ainda mais com a experiência. Ele acredita que ser pai de menina em qualquer idade é um desafio, mas diz com entusiasmo que viveria cada momento novamente.
“Ser pai, principalmente de menina, em qualquer idade é um desafio, mas na idade que me tornei pai, estava prestes a completar 20 anos, para mim foi uma surpresa. Mas um filho vem para nos ensinar muito. Posso dizer que mesmo tendo me tornado pai cedo, hoje não abriria mão de viver tudo isso novamente. Aprendemos a ser homem, a olhar as mulheres com outros olhos, a olhar a vida com outros olhos, e a sempre pensar no próximo olhando para nossos filhos e pensando que um dia eles podem estar ali na mesma situação. Digo que é uma escola e que aprendemos muito”, frisou Junior.
Sobre a influência da figura paterna para as meninas, Junior re-
Junior Piana com as filhas Emanuelli e Ana Luiza acompanhado da esposa Jane Lopes e do enteado força que se esforça ao máximo para dar às filhas um exemplo de bom pai e na forma como irão se relacionar com outros homens. “Espero que eu tenha sido e que eu possa ser sempre um bom pai, que eu possa sempre demonstrar amor, carinho, afeto, que eu possa ser um espelho de homem para elas, tanto profissionalmente quanto conjugal, como marido, um pai, amigo e conselheiro. Espero que elas possam tirar de mim um exemplo de homem que elas escolherão para ter ao lado, quando chegar o momento delas”, concluiu.
Avô inspira neto no esporte
Além do afeto natural proporcionado pelo parentesco, Jaime Muller e Davi Muller Três Pan estão unidos pela paixão pelo tênis de mesa. O pequeno começou a jogar incentivado pelo avô e admite seguir carreira profissional na modalidade
por MARA STEFFENS mara@diariodamanha.com
Dizem que avô é pai com açúcar. A relação de Jaime Muller com o neto Davi Muller Três Pan vai além do afeto natural por causa do parentesco. Próximos no cotidiano, eles também dividem uma mesma paixão pelo tênis de mesa.
O avô começou na modalidade em 2016, jogando com os filhos e os amigos Diego Kolrausch, Marcelo Somariva, Maurício Vacaro e Fábio Borchardt. “Há muitos anos, quando jovem, jogava ping pong na juventude da Igreja Luterana. Depois ia para os campeonatos do Sesi, com a Max, onde trabalhei. Quando me aposentei, senti a necessidade de praticar um esporte que me daria uma melhor qualidade de vida. Escolhi o tênis de mesa por não ter contato físico, de muito respeito entre os adversários, necessitando somente de 2 pessoas para jogar. Me mantém muito ativo. Iniciei as competições em 2017, quando já tinha 55 anos”, relata Jaime.
No início era treinos três vezes por semana, com três horas cada. Atualmente precisa dividir o tempo com os estágios nas escolas municipais onde ensina a modalidade. Também
Foto Divulgação | Arquivo Pessoal dá aulas particulares de tênis de mesa e segue treinando o neto Davi. Além disso, cursa o quarto semestre de Educação Física. Acaba treinando forte mesmo, somente na semana das competições. Os olhos de Jaime brilham quando fala do interesse do neto pela modalidade escolhida pelo avô. “Ele começou aos seis anos, sem muito compromisso. Agora aos oito está demonstrando maior interesse pelo esporte. Se ele quiser, terá nosso apoio incondicional e tenho certeza que somará muito para a vida dele, tanto na parte física, quanto psicológica e disciplinar. Quanto ao futuro, espero que ele continue”, orgulha-se.
Jaime admite que no início insistiu um pouco para que o neto jogasse, mas ele tomou gosto logo. “Como toda criança desta idade ela tem o direito de escolher o que fazer, os pais e familiares deverão incentivar o máximo de experiências possíveis, para que mais tarde com maior maturidade ela escolha o que praticar com mais intensidade”, opina.
Quando Davi compete surge o “técnico” Jaime, com dicas preciosas para que ele faça bons jogos. “Às vezes quem está fora da mesa tem uma visão diferente do que os atletas que estão competindo”, justifica.
O sonho do avô é fazer dupla com o neto, mas é algo pouco provável, pela diferença de idade. “Ele tem que jogar as categorias próximos a idade dele, mas quem sabe daqui uns anos. Caso não fizer dupla com ele jogando, vamos se Deus quiser fazer a dupla de atleta e técnico”, projeta.
AS AMIZADES QUE SURGEM NO ESPORTE
Davi relata que decidiu jogar vendo o avô se realizando na modalidade, e considera fundamental poder fazer novas amizades jogando tênis de mesa. “Eu admiro muito meu avô dentro e fora das competições! O lado bom é que além de avó é meu professor, meu técnico, meu amigo e está sempre me incentivando e corrigindo”, enaltece.
O pequeno parece gostar mesmo de jogar, tanto que cogita se tornar atleta profissional, conquistando vários títulos. “Eu penso em ser profissional, sendo campeão estadual e de outras competições”, coloca.
As influências da figura paterna no comportamento dos filhos
Psicóloga Valéska Walber comenta traços e visão de mundo e comportamento dos indivíduos que têm ligação direta com a percepção que a criança teve da figura paterna
por ALESSANDRO TAVARES
alessandro@diariodamanha.com
Semanalmente, a Rádio Diário AM 780 recebe para um bate papo sobre temas relacionados a saúde mental e emoções a psicóloga Valéska Walber. Nesta semana dedicada aos pais, o assunto abordado foi a paternidade e sua influência no comportamento dos filhos. Conforme Valéska, o pai tem papel importante na estruturação da personalidade do individuo e nos primeiros anos, em especial até os seis, as observações que a criança fizer sobre a figura paterna com a qual convive lhe deixará traços que lhe acompanharão pelo resto da vida.
“A figura paterna é muito importante na estruturação da nossa personalidade. O ser humano não nasce pronto, ele vai se organizando, vai formando sua personalidade ao longo dos anos de vida, mas de uma forma muito especial os primeiros cinco, seis anos de vida são fundamentais, e ele não nasce sabendo ser quem ele é. O individuo nasce com possibilidades. Nós temos muitas possibilidades a partir das influências, dos registros que nos vamos tendo desde o início da vida, e a figura paterna é uma figura importante de “registro”. Nós temos a figura da mãe que representa muito do acolhimento, do aconchego, da figura materna praticamente nascemos com certa simbiose. No início da vida estamos muito juntos, e o pai, ele tem o papel de apresentar ao mundo. Geralmente é o pai quem introduz as regras que separam um pouco o bebê da mãe e faz lembrar que ele existe também, e de que ele quer entrar nesta relação, e isto faz com que o bebê cresça e se desenvolva, que esta simbiose se desfaça e a criança ganhe outras possibilidades de mundo. Até a forma de pegar muda. Uma mãe geralmente pega o bebê colocando o ouvido do filho no coração e aconchega. O pai geralmente pega do outro lado, e pega colocando pra fora, para a vida. É comumente o pai que a atira o bebê, que sacode o bebe, que faz coisas diferentes das quais provavelmente a mãe fica com medo até, de que o pai esteja fazendo estas brincadeiras, mas ele vai com este tom diferente, introduzindo novas experiências,
Foto: Divulgação
Psicóloga, Valéska Walber novos cenários e vai enriquecendo o psiquismo da criança”, comentou a psicóloga.
Valéska destacou que é importante que pais e mães estejam preparados para as funções de “serem pais”, e que tenham noções de como educar os filhos. Ela frisou que a figura paterna expõe muito para os pequenos de como é a relação com os outros, em especial a relação com a mulher, no caso a mãe, com quem a relação do bebê costuma ser mais forte. “Nós não sabemos ser homens ou mulheres quando nascemos. Nós nascemos com possibilidades, e a figura masculina introduz este universo masculino na vida do filho e da filha, faz-se esta apresentação. Os bebês não sabem como é um homem, então ele observa como o pai se comporta, como o pai é, quais as condutas do pai e vão organizando este repertório de experiências que vão formando a personalidade deles. O pai também mostra para o filho como é o relacionamento com uma mulher. Como ele se comporta, como ele trata esta mulher, como é este relacionamento. Ele vai apresentando novas regras, novos posicionamentos, as vezes muito positivos, as vezes muito negativos. Toda a criança precisa de um pai, mas nem todo o pai serve. Então é importante aos pais, e as mães também, saberem que precisamos apresentar bons pais aos nossos filhos. E ter filhos, é sem dúvida nossa maior responsabilidade neste mundo. Somos geradores de vida, então precisamos realmente ter muita ciência da importância deste papel, da importância desta figura na estruturação desta personalidade”, citou.
Para Valéska, a figura paterna tem influência sobre vários comportamentos futuros do indivíduo, e por mais que ao longo da vida ele terá novas experiências que irão alterar suas percepções e comportamentos, o que ele notar nos primeiros anos de vida terá fortes reflexos em seu comportamento futuro.
“Nós não sabemos como lidar com o dinheiro, com o trabalho, com a casa, com o capricho das coisas, a figura paterna vai nos referenciando também neste sentido. É bom trabalhar? O pai trabalha e gosta? O pai trás dinheiro pra casa? O pai sustenta? O pai é amoroso, ou não? O pai ajuda apresentar todas estas experiências. Depois na vida teremos outras experiências, mas esta é a figura fundante, então é bom que a gente escolha bons pais para os filhos, e que os pais tenham ciência da sua importância e da figura fundamental que são na vida, e no futuro dos filhos”, frisou
Ela citou que as percepções de influências de mundo vivenciadas até o seis anos de vida marcarão traços que tendem a acompanhar o indivíduo para o resto de sua existência.
“A gente diz que existe uma matriz, psiquismo é uma matriz que vai gerando outras relações. Muitas vezes a gente atende uma pessoa no consultório com seus 40, 50 anos de idade, e a gente vai voltar lá atrás no histórico para ver algumas aprendizagens, e ver como eram as figuras importantes da vida dela, e como ela se relacionava. Que experiências ela teve. Mesmo que ela diga: “meu problema, é hoje no meu trabalho”, a gente vai entender como é que estas relações de poder, estas relações de exemplo, e de inspiração se organizaram lá atrás”, explicou.
Valéska comentou que a presença da figura paterna é fundamental no desenvolvimento de todo individuo, porém nem todo o pai deveria servir de referência. “A gente fala de figura paterna. Nem sempre é possível ter o pai em casa. Por inúmeros motivos, às vezes o pai faleceu, o casal se separou, e a gente sabe que quando o casal se separa em 86% dos casos os filhos ficam com as mães. Quem mais se afasta é a figura paterna. A mãe pode até ser a figura paterna e ter o papel de lançar o filho para o mundo, de dar limites, pode ser o avô, o padrinho, o irmão mais velho, mas é importante que exista esta figura que é importantíssima para estruturação da personalidade”, observou.
Ela colocou que os perfis comportamentais servem de matrizes, e para tanto é importante que os comportamentos a serem reproduzidos sejam saudáveis. “O pai é um modelo, uma matriz. O indivíduo não nasce violento, maldoso ou carinhoso, tudo isto se aprende, e isto é uma influência importante que precisa ser levada em conta e estarmos atentos a estas situações. A gente sabe que uma situação traumática na família, por exemplo, de violência, pode ser perpetuada em até três gerações, justamente por este modelo. Então precisamos cortar. Não podemos deixar perpetuar isto, ou qualquer relação doentia, seja na paternidade, ou qualquer relação”, orientou a psicóloga.
PLANEJAMENTO FAMILIAR
Para a psicóloga, ser pai ou mãe, é o maior desafio de todos as pessoas, portanto o adequado é de que haja um planejamento familiar antes de se ter filhos, de que a família e o casal em especial, esteja preparado e ciente do compromisso que a função paterna e materna têm. “A gente é lançado para a maior e mais difícil missão da vida da gente, sem nenhuma referência, a não ser a referência que nós tivemos com os nossos pais. Nos lançamos a pais sem fazer um curso, uma faculdade de pais, muitas vezes sem ler ou pensar muito, e isto é preocupante. Ninguém deveria se lançar a esta experiência de ser pai e mãe sem estar preparado. Preparado financeiramente, emocionalmente e com informações sobre educação de filhos. Tudo isto é importante ter claro para passar para os nossos filhos. Ter filhos é algo muito sério, é gerar vida, gerar história que vai gerar outras vidas, precisamos ser muito responsáveis cuidadosos, amorosos e capacitados para isto”, finaliza.
Figura paterna: um exemplo a ser seguido pelos filhos
Psicóloga destaca sobre a importância do pai no desenvolvimento e socialização da criança
por Leticia Schneider redacao@diariodamanha.com
Por muitos anos a responsabilidade de cuidar dos filhos era atribuída à mãe, sendo ela uma figura essencial para o desenvolvimento da criança. No entanto, conforme esclarece a psicóloga Regina Ampese, hoje já se percebe e compreende que a figura paterna também é fundamental para o desenvolvimento da criança em todos os aspectos: físicos, cognitivos, emocionais e sociais.
“A interação entre pai e filho contribui para a aprendizagem e socialização da criança com seu meio, permitindo que a mesma estabeleça suas primeiras relações sociais ainda no ambiente familiar”, explica.
“O pai é uma figura importante para o desenvolvimento psíquico do filho, uma vez que representa a entrada de um terceiro na relação mãe-bebê, contribuindo para a criação de novos laços afetivos da criança. Este ainda é primordial para os processos de identificação do sujeito com o outro, para além da figura materna”, acrescenta.
Regina lembra que quando se fala em pai ou figura paterna, não se está falando somente de pai biológico, mas sim, daquele que representa essa função na vida do sujeito, por exemplo, um avô ou um tio.
De acordo com a especialista em psicopedagogia, a figura paterna também está associada com os limites e a segurança. Deste modo, a presença do pai é fundamental na vida da criança que está se constituindo enquanto sujeito.
“Infelizmente, a ausência paterna ainda é uma realidade gritante em nossa sociedade e essa falta está associada com dificuldades emocionais e de aprendizagem, acarretando em prejuízos para o desenvolvimento infantil”, destaca.
Nesse sentido, a profissional frisa que o ambiente familiar é outra questão de extrema importância ao falarmos sobre desenvolvimento infantil, já que segundo ela, este precisa passar para a criança tranquilidade, segurança e ser um local para “expressar seus sentimentos e angústias, testar suas hipóteses e ideias do mundo infantil”.
“Para tanto, os pais são figuras muito importantes neste ambiente, sendo as figuras de referência para a criança, e diretamente ligadas ao desenvolvimento dos filhos”, finaliza Regina.
Psicóloga e especialista em psicopedagogia, Regina Ampese
Foto: Arquivo Pessoal
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