EXPODIRETO 2020

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DIÁRIO DA MANHÃ - PASSO FUNDO E CARAZINHO, SÁBADO E DOMINGO, 07 E 08 DE MARÇO DE 2020

CADERNO ESPECIAL

Fotos: Adriano Dal Chiavon | Diário

Anúncio dos números da edição 2020 foi feita na Arena Agrodigital, a grande novidade deste ano na feira

Expodireto comercializa R$ 2,6 bilhões em negócios em 2020

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21ª Expodireto Cotrijal encerrou com R$ 2.653 bilhões em negócios realizados nos cinco dias de feira em NãoMe-Toque, conforme dados apresentados pela Cotrijal no encerramento da edição. O dado é 10% superior em relação ao ano passado, quando a feira do agronegócio comercializou R$ 2,4 bilhões. Apesar da situação de estiagem que o Estado enfrenta e também o efeito do Coronavírus em nível mundial, o presidente da Expodireto Cotrijal, Nei César Manica, declarou que o crescimento mostra a força do agronegócio brasileiro. “Os números nos surpreenderam. Estávamos imaginando que o volume de 2019 poderia ser repetido, mas houve um crescimento”, declarou. Segundo Manica, as instituições financeiras contribuíram muito para que a feira fosse, mais uma vez, um sucesso. “Os bancos fizeram um trabalho de crédito pré-aprovado antes da Expodireto. Então, muitos visitantes vieram com o propósito de comprar. E o crédito saiu no mesmo dia ou no dia seguinte”, acrescentou. Manica declarou, ainda, que muitos produtores de fora do Estado contribuem para que os negócios aconteçam. Neste ano, em razão da descapitalização, muitos deixaram de vir. “São muitos produtores que vinham capitalizados. Vem muita gente de outros estados com foco em comprar aqui na Expodireto. É impressionante isso”, destaca. Na área internacional foram R$ 32 milhões de negócios realizados.

No ano em que Arena Agrodigital foi a grande novidade da feira, volume de comercialização registrou crescimento de 10%, mesmo com situação de estiagem no Rio Grande do Sul

Público levemente inferior O público da Expodireto Cotrijal, no entanto, foi menor que na edição de 2019. Na 21a edição, a feira recebeu 256 mil pessoas. O número é 4% inferior a edição de 2019, que recebeu 268 mil pessoas. “Compreensível pelo momento, mas foi quase igual a 2019”, comentou Manica, ao lembrar da situação da estiagem e do Coronavírus. Reivindicações com o governo federal Durante o encerramento, Manica se manifestou em relação a situação de seca que assola o Rio Grande do Sul. “Fora da Expodireto, a realidade do Rio Grande do Sul é outra. É dura, com estiagem, com seca, podendo até se tornar uma calamidade”, declarou. Ele aproveitou para enfatizar a participação da Expodireto Cotrijal nas discussões políticas e na busca por soluções para amenizar a situação que prejudica o trabalho dos produtores rurais. “Fizemos ações durante a feira com encaminhamentos fortes, o que repercutiu em Brasília”, completou. Com o discurso inicial de que a relação com o governo federal seria no “amor” ou na “dor, o presidente da Cotrijal declarou que a situação deverá ser resolvida no amor, em conjunto da bancada gaúcha, que se reunirá com a Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, na próxima semana. Para Manica, o presidente Jair Bolsonaro,

que não esteve presente na abertura da 21a edição, deve ouvir mais a ministra. “O presidente precisa ouvir a ministra. Ela entende do agronegócio. Para ela, não precisamos falar muito, porque ela é do setor, conhece, está comprometida. Entrou em contato com a gente durante a semana para saber como estava o andamento dos levantamentos do estado. Ela vai fazer acontecer em tudo o que o Rio Grande do Sul precisa e tem força política junto ao presidente da república”, pontuou.

considera um marco importante na história da feira do agronegócio. “Essa Arena é um diferencial, causou um impacto. Ficamos surpreendidos com o que foi falado dela dos expositores, do público, entidades e imprensa. Mostra que acertamos em trazer a discussão da inovação da tecnologia. Dar oportunidade das empresas mostrarem seus produtos”, afirmou. “Esse centro será um laboratório permanente para buscar juntos melhorias ao produtor e a atividade. É um marco importante”, completou

Uma feira de inovações O presidente da Expodireto Cotrijal, Nei César Manica, declarou que a 21a edição foi de inovações. Iniciou com o lançamento da feira em Brasília para buscar aproximação com o público internacional. Na estrutura do parque, a Cotrijal realizou melhorias de estruturação para receber os visitantes. De forma concreta, a principal inovação no parque foi a Arena Agrodigital, que Manica

Próxima edição Após afirmar que esta foi a “maior e melhor Expodireto já realizada”, Manica anunciou a data da 22a edição da Expodireto, de 1o a 5 de março de 2021, e finalizou: “o agronegócio não para, vamos continuar salvando vidas produzindo alimentos”. O evento encerrou com uma homenagem da direção da Cotrijal à imprensa que trabalha na cobertura da Expodireto Cotrijal.

NEGÓCIOS DE 2016 A 2020 NA EXPODIRETO COTRIJAL (EM MILHARES DE R$) Bancos

2016

2017

1.367.168

2019

2020

DIFERENÇA

1.243.900

1.631.160

340.200

1.548.800

2.255.008

46%

Bancos de fábrica

210.300

259.000

170.736

344.00

262.00

-24%

Recursos próprios

87.252

189.000

328.644

235.000

125.000

-47%

Pavilhão Internacional

39.360

40.000

1.089

290.675

32.000

-89%

Agricultura Familiar Total geral

956

1.045

2.207.837

1.052

1.169

11%

1.581.768

21.202.015

28.724.551

2.419.527

2.653.177

10%


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SECA

Bancada gaúcha apresentará proposta ao governo federal na próxima semana Deputados se reuniram no último dia de 21ª Expodireto Cotrijal e anunciaram a preparação de proposta única para entregar à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e ao ministro da Economia, Paulo Guedes, na terça-feira (10)

Foto MAtheus Moraes | Diário

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bancada gaúcha liderada pelo deputado federal Giovani Cherini realizou uma reunião de caráter de urgência na sexta-feira, na Casa Cotrijal, no último dia de 21a Expodireto Cotrijal, para tratar sobre medidas para amenizar a estiagem que paira sobre o Rio Grande do Sul. Com a presença do presidente da Cotrijal, Nei César Manica, a bancada gaúcha reuniu entidades representativas e discutiu a preocupação da realidade dos produtores rurais. O encontro contou com a presença do senador Luiz Carlos Heinze, o deputado estadual Edson Brum, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Alceu Moreira, o deputado federal Jerônimo Goergen, entre outras lideranças políticas da região. A reunião entre a bancada gaúcha e as entidades definiu que deverá ser necessário atualização dos dados da situação real que o Rio Grande do Sul vive num momento já considerado de seca, e não mais estiagem, como era tratado no parque desde terça-feira, quando a Emater-RS/Ascar apresentou a estimativa da safra de verão. De acordo com o deputado Cherini, a reunião na próxima segundafeira (9), na Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), deverá concretizar uma proposta para apresentar na terçafeira (10), em Brasília, para a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o ministro da Economia, Paulo Guedes. “Chegamos a conclusão que o mais importante, neste momento é que as entidades se reúnam e bus-

Reunião de caráter emergencial aconteceu no quinto dia de 21a Expodireto Cotrijal

quem um dado concreto. Temos que saber qual é o rombo dessa estiagem”, declara. Apesar da estimativa da Emater/RS -Ascar, o senador Luis Carlos Heinze e os demais deputados da bancada gaúcha esperam uma atualização de dados. O que já é garantido é que as perdas não são menores que 40% em todo o Estado. “Temos dificuldades de mensurar as perdas, precisamos de uma atualização, porque todos os dias temos perdas. Esse número oficial, que possivelmente sairá na

segunda, vai ser apresentado na terça-feira, incorporado no documento que vamos fazer. O certo é que não baixa de 40%”, declara. Segundo Cherini, a solução é a irrigação, e isso que a bancada buscará apresentar como caminho para a secretaria da Agricultura. O foco principal, no entanto, será resolver a situação dos agricultores, tanto quem financiou como quem apresenta dívidas. “O nosso problema é resolver a situação dos agricultores que financiaram, que estão devendo no comércio. Se levantou uma proposta sobre uma espécie de securitização moderna. Sabemos que é uma situação nossa, do Estado, não do Brasil. Não temos a solução, mas temos força política para que a solução seja apresentada”, afirma. Segundo o deputado estadual Edson Brum, os produtores devem mais, atualmente, para o comércio, cooperativistas e cerealistas do que

Fundador Jornalista Túlio Fontoura (1935 1979)

Presidente: Janesca Maria Martins Pinto

Diretora Comercial: Eliane Maria De Bortoli

PresidenteS-EméritoS Dyógenes Auildo Martins Pinto (1972 1998) Vinícius Martins Pinto (1997 2003)

Vice-Presidente: Ilânia Pretto Martins Pinto

CADERNO ESPECIAL Editora: Nadja Hartmann Diagramação: Henrique Peter

DIRETOR EXECUTIVO: Túlio Pretto Martins Pinto

para os bancos. “Levando em conta que dentro da proteção que dá o seguro rural, estamos trabalhando com 60% dos produtores, aproximadamente, que não têm proteção nenhuma e devem para comércio e cooperativas. Essa é a medida mais díficl de encontrar uma solução”, expõe. Preocupação O analista de mercado Antonio Sartori afirmou que a situação é dramática. A reunião no último dia de Expodireto foi fundamental para se ter um consenso entre a classe política para articulação junto ao governo federal. “É uma situação dramática, uma seca terrível. Um dos pontos mais importantes foi consenso de perda irreversível. Partindo do ponto que a partir de hoje irá chover muito bem até a colheita, são oito milhões de toneladas de soja, o que representa R$ 12 bilhões. É uma situação muito séria para o PIB do estado, para a economia”, sinaliza. rEPORTAGENS: Adriano Dal Chiavon, Ana Cláudia Capellari e Matheus Moraes. www.diariodamanha.com


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Conexão entre o jovem e o agro para fortificar a sucessão rural

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9º Fórum do Jovem Cooperativista mostra que o jovem deve pensar fora da bolha e ser protagonista no agronegócio

estão e tecnologia foram o foco do 9o Fórum do Jovem Cooperativista, promovido pela Cotrijal e pelo Grupo Diário da Manhã, com apoio da Universidade de Passo Fundo (UPF), na sexta-feira (6), último dia de 21ª Expodireto Cotrijal, em NãoMe-Toque. Com o auditório central lotado de jovens que buscam conhecimento e métodos tecnológicos voltados ao agronegócio, os palestrantes puderam trocar experiências, conhecimento e fomentar o espírito empreendedor em cada espectador. O presidente da Expodireto Cotrijal, Nei César Manica, destacou a parceria do Diário da Manhã com a Cotrijal e salientou aos jovens a oportunidade que eles receberam. “Fico feliz quando vemos jovens na plateia, porque

Vice-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da UPF, Rogerio da Silva, presidente da Expodireto Cotrijal, Nei César Manica, diretora comercial do Diário da Manhã, Eliane De Bortoli, e o vice-presidente da feira, Enio Schroeder

a juventude está na cabeça das pessoas. É um momento ímpar em que podemos, por meio de trabalho conjunto com a UPF e o Diário, oportunizar uma caminhada mais curta para chegar na sucessão rural, seja em cooperativa, ou outro local”, destacou. Manica, citando ainda o convênio firmado com a UPF durante que irá garantir descontos especiais para colaboradores e associados. De acordo com o vice-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários, Rogério da Silva, a parceria representa um grande avanço no acesso ao ensino superior para milhares de jovens. A diretora comercial do Grupo Diário da Manhã, Eliane De Bortoli, afirmou que os jovens são o futuro do agronegócio e é fundamental a busca pelo conhecimento. “Esses

jovens não se cansam de buscar conhecimento e levam com orgulho o agro no dna. O nosso slogan nesta Expodireto diz que o agro nos conecta. Que essa conexão seja ainda mais forte, com as propriedades e suas famílias, e com o nosso país e o sonho de vocês”, pontuou. Quem também destacou a importância da parceria entre a Cotrijal, Grupo Diário da Manhã e UPF para realização do Fórum foi o gerente de comunicação e marketing da Cotrijal, Benísio Roque Rodrigues. Para ele, a difusão do conhecimento através das palestras realizadas no fórum é fundamental para o processo de sucessão rural nas propriedades. “No ano que vem estaremos juntos para mais um evento como esse”, salientou.

Pensar fora da bolha e mirar um horizonte de inovação e empreendedorismo foi um dos pontos abordados pelo administrador de Empresas e mestre em Administração, executivo da Rede de Inovação Conecta UPF, diretor da Rede Gaúcha de Ambientes Promotores de Inovação (Reginp) e conselheiro do Programa Innova RS, da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do Governo do Estado, Giezi Schneider, que ministrou a palestra “Inovação: qual é o meu lugar nisso tudo?’’. Schneider relatou a última geração precisa entender qual é o seu lugar no mundo: se deve atuar de forma passiva ao ver a vida passar, ou buscar ativação, ser diferente, desempenhar um novo papel. “O jovem precisa entender se quer ser propositivo, protagonista. É preciso saber escolher o seu lugar”. Nós temos que enxergar o mundo com os nossos olhos, e a tecnologia é o meio da gente alcançar algo”, declarou.

Professor Giezi Schneider, executivo da Rede de Inovação Conecta UPF

Fotos Ana Cláudia Capellari | Diário

Benísio Roque Rodrigues, gerente de comunicação e marketing da Cotrijal

“O jovem quer buscar a informação de maneira diferente”, garante Giezi Schneider

“É preciso ser curioso”

O gerente de produto da Hypercubes, Rogério Raposo, em sua fala para os jovens no fórum, destacou a importância do “ser curioso”. O palestrante é um dos profissionais responsáveis pelo projeto de construção de um satélite que visa ofertar imagens e monitoramentos mais aprofundados para o agronegócio. “Além de imagens melhoradas, teremos um acompanhamento de área a cada cinco metros quadrados, enquanto hoje, para você obter informações da lavoura, é preciso ir até a plantação e fazer coletas amostrais, que não oferecem informações detalhadas de toda área”, explica Raposo. Conforme o profissional, que é formado em agronomia no Paraná, a necessidade de atuar em um projeto como o do satélite surgiu no dia-a-dia da sua atividade agronômica. “Eu ia percebendo que não havia tecnologia suficiente para entregar aos produtores o que pensávamos, então, fui buscando parcerias para conseguir entregar algo melhorado aos agricultores. Essa minha curiosidade me levou até o Vale do Silício, região onde o que é produzido de tecnologia está na mão do mundo inteiro, literalmente”, ressalta Raposo. Em sua fala ainda, o palestrante apresentou um breve relato da sua história de vida e algumas orientações aos jovens presentes no evento. “O que temos aqui (agricultura) é valioso. O que produzimos no Brasil alimenta, em média, 1,2 bilhão de pessoas no mundo e qual é o propósito da agricultura, se não alimentar o mundo?”, conclui indagando o palestrante.

“Na propriedade todas as decisões são tomadas em conjunto”

Após finalizadas as palestras do 9º Fórum do Jovem Cooperativista, foram apresentados cases de sucesso de sucessão rural de associados da Cotrijal. Um dos cases foi do produtor Henrique Hummes, de Victor Graeff. Conforme o agrônomo e produtor, a transição da gestão da propriedade do pai aconteceu de forma gradual entre o patriarca e os três filhos. “Hoje, toda decisão importante na propriedade é tomada após muita conversa entre mim e meus dois irmãos. Sempre conversamos para definir o que será feito de investimento e plantio”, comenta Hummes. Na propriedade de mil hectares, com plantio predominante de soja, a família e mais três funcionários trabalham com diversos equipamentos tecnológicos, desde maquinários até a sistemas e softwares que auxiliam na produção. Por fim, o palestrante também orientou os jovens presentes sobre a importância da manutenção dos estudos. “É preciso conciliar as aulas, sejam do ensino médio ou da faculdade, com a atividade agrícola, porque no futuro, caso não façamos isso, vamos sentir a falta daquelas em que não nos dedicarmos”, afirma Hummes.

“Tecnologia está presente no nosso dia-a-dia”

O outro case apresentado no evento foi da produtora de leite e associada da Cotrijal, Maiara Neuberger, de Coqueiros do Sul. Com uma área de 76 hectares, a família da produtora conta com 45 vacas em lactação e um plantel total de 87 animais. O foco da propriedade é na produção de leite de alta qualidade e para isso, o uso da tecnologia é primordial. “Adotamos uma tecnologia, que foi apresentada em uma edição da Expodireto, inclusive, em que foi instalada uma coleira em cada vaca. Esse equipamento monitora diversos aspectos, desde a saúde animal, até quando o animal entra no cio ou está em trabalho de pré-parto e emite alertas no meu smartphone”, explica a agricultora. Maiara ressaltou ainda o auxílio que recebeu da Cotrijal e da família para permanecer no agro como importantíssima. “Tivemos um importante apoio, desta forma, decidi por voltar no agro. Com isso, a família e eu definimos pelo investimento em um compost barn, onde temos os animais”, cita Maiara.


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Eles vivem o agro Foto: Ana Cláudia Capellari | Diário

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á nove anos, em todas as últimas manhãs da Expodireto Cotrijal, centenas de jovens que vivem o agro e o cooperativismo se reúnem para acompanhar palestras de profissionais de diversas áreas, bem como cases de sucesso na sucessão rural e em demais áreas importantes para o dia-a-dia da juventude que vive o agro. E nesta 9ª edição do evento não foi diferente. Confira a seguir o depoimento de seis jovens que estão presentes no agro e que querem ou estão em processo de transição em suas propriedades para seguir no meio rural.

Centenas de jovens participaram da 9ª edição do Fórum do Jovem Cooperativista

Igor Augusto Filipe Schmidt Walker

19 anos Não-Me-Toque/RS

12 anos - Colorado/RS

“O evento é algo bem legal porque é bom assistir essas pessoas que estão no dia-a-dia da propriedade mostrando a realidade e isso é importante para o meu futuro já que pretendo seguir no setor. Minha intenção é estudar agronomia ou me aprofundar na apicultura, já que na propriedade também trabalhamos com abelhas”.

Richard Heller 27 anos - Não-Me-Toque/RS

14 anos Não-Me-Toque/RS

Fotos Alexsandro Wiroski | Diário

15 anos Victor Graef/RS

João Guadagnin

Cássia da Rosa

“Pretendo seguir na propriedade tocando a lavoura. E para isso tenho a intenção de cursar agronomia para que consiga seguir com as inovações e tecnologias que hoje já usamos na propriedade, inclusive, essa busca por essa parte técnica é o objetivo que tenho, porque precisamos sempre estar nos inovando”.

“Minha intenção é permanecer no agro, porque toda minha família já lida com a agricultura, então, mesmo que no início a minha intenção era outra, resolvi voltar porque o agronegócio abre muitas portas e é uma área que eu gosto muito. Além disso, a importância do agro para a região e para o país é enorme, porque o agronegócio move toda a nossa economia, especialmente, a local”.

“Meu interesse é permanecer na propriedade, porque gosto muito do setor do agro e trabalhar na lavoura, por isso, participar desses eventos é importante para começar a verificar como é o processo de conduzir uma propriedade, por isso, a presença em eventos como esse é muito bom”.

“Trabalhei em uma indústria de Não-Me-Toque e há um ano e meio voltei para trabalhar na propriedade dos meus pais, justamente para fazer a sucessão rural. Eu nasci no agro e sou filho do agro e a partir do próximo ano estamos com uma nova proposta que tem ligação com a produção agrícola, mas em um ramo que na região não é difundido. É uma novidade que estaremos implantando a partir deste ano na propriedade e essa novidade foi um dos fatores que me trouxeram de volta, junto com a evolução tecnológica, especialmente quanto ao acesso a internet, que há sete anos, quando sai da propriedade, não existia e hoje a comunicação no interior é muito mais facilitada. Então, isso oportunizou que a gente pudesse estar voltando, junto com um desejo meu”.


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AUDIÊNCIA SENADO

Aumento da conexão no campo passa por investimentos públicos

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21ª Expodireto Cotrijal foi mais uma vez palco de debates políticos para o setor. Na reta final da feira (6), o auditório central foi ocupado para a realização da audiência pública da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal. A audiência faz parte de um ciclo de palestras e neste ano teve como tema a ‘conectividade no campo’. A TV Senado e a TV Assembleia realizou a transmissão ao vivo do debate. Liderado pelo Senador Luis Carlos Heinze (Progressistas-RS), o evento contou com a presença de diversas lideranças políticas, entre elas o Presidente Nacional das Cooperativas de Infraestruturas (Infracoop), Jânio Vital Stefanello, Secretário de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho o representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Fabrício Vieira Jantolli e o deputado estadual gaúcho Elton Weber. Para o presidente da Cotrijal, Nei César Manica, que esteve na mesa de abertura da audiência, o tema escolhido para a edição da Expodireto foi uma “ideia brilhante”. “É um tema de extrema importância, o governo tem que dar as condições e infraestrutura para que o agronegócio se desenvolva”, disse.

Foto: Ana Cláudia Capellari | Diário

O tema da conectividade no meio rural pautou a audiência pública do Senado Federal na 21° Expodireto Cotrijal. Senador Heinze liderou o evento e afirmou que, com a ajuda da feira, “será feira uma verdadeira revolução digital no interior”.

Audiência com o tema de conectividade no campo ocorreu na sexta-feira (6), na reta final da Expodireto

aumentar a conectividade no país. Somente no Rio Grande do Sul, segundo dados trazidos pelo presidente da Federação Gaúcha de Tecnologia e Participações S.A/Gaúcha Tec Par, Magnum Mello Foletto, no Rio Grande do Sul a demanda é de 1.500 torres. Além disso, Magnum explicou que existem diversos entraves que precisam ser resolvidos para que a conectividade no campo – e que não é só internet - possa ser efetivada. “Pouco se tem investido no campo e a demanda por conectividade é para conectar maquinários e implementos, para que a agricultura de precisão seja mais precisa e para automatizar processos”.

DEMANDA POR TORRES Conforme um estudo encomendado pelo Mapa à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), faltam 23 mil torres para

Foletto pontuou ainda aos participantes que mais conexão no campo poderá representar mais investimentos e menos êxodo rural.

SOLUÇÕES No cenário de soluções apontadas pelo representante da federação gaúcha de tecnologia, estão seis passos: autorização da Agência Nacional de Telecomunicações para expansão da internet e conexões; fomento as linhas de crédito para que o produtor invista; uso de postes e direito de passagem; contratação pelos municípios; compartilhamentos de

BADESUL, A GENTE DÁ VALOR PARA O AGRONEGÓCIO! fibras ópticas sociais e redução da alíquota de ICMS. Nesse sentido da redução de impostos, Jânio Vital Stefanello destacou que seria preciso, talvez, a isenção de impostos para que o projeto de internet no interior seja ampliado. “O meio rural é diferente, temos de ter políticas públicas para isso, é preciso enxergar como diferenciado”. O exemplo de expansão da conectividade ocorreu dentro do próprio parque da Expodireto, com a inauguração da ‘Arena Agrodigital’.A Triway, da Coprel, fornece internet via fibra óptica para o novo espaço e ainda para outros espaços do parque. Fabrício Vieira Jantolli, do Mapa, destacou que o Ministério e o da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, trabalham “fortemente” para mudar a situação de que menos de 4 % do território nacional é conectado a internet. “Sem as conexões, é difícil fazer cursos e capacitações e o agro é a locomotiva da economia brasileira”. O projeto, que ele considera “robusto”, mas que ainda não foi finalizado, é calcado em três pilares: a primeira é a necessidade de conexão, ou seja, quais são os locais menos conectados; o segundo, quais são as propriedades, o tamanho e qual é a renda média dos agricultores. “Não basta ter a conexão, é preciso capacitar o produtor para que ele a utilize da melhor forma, de uma forma que gere resultados para todos”, finalizou.

Números foram apresentados na tarde de sexta-feira (6). Mais de 65 delegações passaram pelo Parque da Expodireto O Pavilhão Internacional da 21ª Expodireto Cotrijal registrou R$ 32 milhões em negócios durante os cinco dias de feira. Os resultados foram divulgados na sexta-feira (6), durante coletiva de imprensa na Arena Agrodigital. O valor é 89% menor do que o registrado na feira anterior, que contabilizou R$ 290.675 em negócios. O presidente da Cotrijal, Nei Cesar Manica atribuiu à queda a epidemia do novo coronavírus, na China, um importante parceiro comercial do Rio Grande do Sul e Brasil. Apesar da queda, Manica ressaltou que diversos negócios do pavilhão serão concretizados após a feira, o que demonstra a rede de contatos criada na Expodireto se prolonga no restante do ano. Mais de 65 delegações estrangeiras desembarcaram na feira de Não-Me-Toque durante a semana, atraídas pela possibilidade de firmar parcerias inéditas e abrir novas fronteiras. Entre as novidades da Área Internacional, este ano, estão dez empresas israelenses, enviados da Índia e comitiva paraguaia.Uma mistura de sotaques que, expandiu mercados com benefícios incalculáveis para produtores de todas as partes

Foto: Divulgação | Cotrijal

Pavilhão Internacional registra R$ 32 mi em negócios

Mais de 65 delegações participaram da feira

do mundo. Na feira, a todo o momento grupos de compradores, investidores e importadores se misturam a expositores e vendedores para trocar ideais, conhecer produtos, serviços e negociar. É nos estandes que a maioria dos negócios são firmados. De olho em inovações tecnológicas para a cultura do algodão, grupo de associação algodoeira e de investimentos

da Nigéria conferiu de perto equipamento de empresa de Panambi, que auxilia no monitoramento da cultura. Na Expodireto pela primeira vez, saíram satisfeitos. “Estamos aqui para ver o que pode contribuir para aumentar a produção de algodão e deixar os nossos produtores mais felizes”, adiantou o nigeriano Ibrahim Nasiru. De Israel, além de estandes com inovações

em irrigação, grupo de investidores trouxe proposta de intercâmbio em inovação e estuda a possibilidade de firmar parceria com o Canadá e o Brasil. A experiência inédita de imersão e aprendizado junto a centros de excelência e inovação foi apresentada na feira nesta quarta, 4, durante palestra. Projeto despertou o interesse de empreendedores do Agro de estados como Santa Catarina.Do Paraguai, além da presença do ministro da Agricultura, Rodolfo Alfaro, uma comitiva do departamento Central veio em busca de possíveis sinergias na área do agronegócio, envolvendo o Sul do Brasil e o governo paraguaio, para o incremento de investimentos em agronegócio naquele país. Já a China, veio com time reduzido, uma precaução por conta dos coronavírus. Vindo de Xangai, área mapeada fora da zona de risco, Dai Zhixuan demonstrou interesse em firmar parcerias com empresas gaúchas no setor de carnes (frango e suíno). De olho na troca de ideias e tecnologias de países estrangeiros, grupo de Roraima (RO) de programa de qualificação de produção no Agro também participa da Expodireto. “Ano passado, eles fecharam um contrato de exportação com Espanha e a expectativa é fechar novos negócios”, adiantou Leonardo Einsfeldd, da organização do pavilhão.


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