SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO DE 2018 - ANO 83 Nº 497
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ROTA DE TURISTAS
Hotéis e restaurantes locais atentos à crise argentina Passo Fundo e cidades vizinhas devem receber número menor de estrangeiros nesta virada de ano, em função da queda do poder de compra no país vizinho. | Págs 8 e 9
Foto: Ana Cláudia Capellari/Diário
A história da médica cubana que escolheu ficar Depois de participar do programa Mais Médicos em Tapera, Greicy optou por Passo Fundo para morar e trabalhar. Na passagem dos dias por aqui, tem como companhia constante a saudade de casa e a vontade de prosperar no Rio Grande do Sul. | Pág 7
Gaúcho disputará três campeonatos em 2019 Com esse planejamento, alguns jogadores já estão acertados com o clube, segundo anunciou o presidente eleito nessa semana.| Pág 11
Foto Caetano Barreto/ Diário
ESPORTE
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por REDAÇÃO DM redacao@diariodamanha.com
DIÁRIO DA MANHÃ - PASSO FUNDO, SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO DE 2018
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Pagamento do abono salarial
COLUNA ESPIRÍTA
Prazer e felicidade Vamos encontrar no Livro dos Espíritos uma mensagem do espírito do Cardeal Morlot (datada do ano de 1863) onde ele nos diz sobre o seu entendimento do que seja a felicidade. Citando Eclesiastes, “A felicidade não é deste mundo”, diz ser costumeiro ouvirmos pessoas queixando-se o tempo todo das dificuldades diárias. Ele reforça um conceito muito conhecido no meio espírita de que a Terra é um mundo de provas e de expiações, acrescentando que nem mesmo o dinheiro, a juventude ou o poder serão suficientes para permanecermos felizes. A mentora Joanna de Ângelis propõe a distinção entre o gozo dos prazeres e o que possa ser a felicidade: “Os prazeres são necessários à existência física, sem os quais a mesma perderia o sentido. O prazer ocorre com pequenos resultados, enquanto que a felicidade deve ser trabalhada, conquistada, passo a passo, ao longo do tempo. “Nesta distinção entre os prazeres das sensações, ela não critica e nem propõe uma vida de consumo desmedido, de obtenção de bens que nos aprazam, mas esclarece que isto não é felicidade. A mesma alegria de quem compra algo muito valioso pode tornar-se em um tormento quando precisar cuidar para que aquilo que adquiriu não estrague, não seja roubado e nem seja perdido, cercando-se de medos e inseguranças que a deixem doente. O prazer da aquisição pode tornar-se fonte de preocupações, não de felicidades, enquanto, que o trabalho na aquisição de valores éticos, morais e de espiritualidade, estes sim, darão a sensação de termos encontrado a verdadeira felicidade. Como estamos agindo: mais preocupados com a obtenção de prazeres fugais ou de sólidas e enobrecedoras atitudes? Reiterando, os prazeres são necessários, mas não serão suficientes para uma vida feliz. P.C. Email para dúvidas, esclarecimento, sugestões etc. : colunaespiritacoluna@gmail.com
Começou na quinta-feira (13) o pagamento do sexto lote do Abono Salarial PIS 2018-2019, ano-base 2017. O saque é disponibilizado aos trabalhadores cadastrados no programa e que tenham nascido no mês de dezembro. Para os servidores públicos, que são inscritos no Pasep, não haverá mais saques neste ano. A estimativa do Ministério do Trabalho é que mais de R$ 1,3 bilhão sejam pagos a aproximadamente 1,7 milhão de trabalhadores. Os correntistas da Caixa Econômica Federal, instituição bancária responsável pelo pagamento do PIS, tiveram os valores depositados em suas contas na última terça-feira (11).
Tem direito ao Abono Salarial ano-base 2017 quem estava inscrito no PIS/Pasep há pelo menos cinco anos, trabalhou formalmente por pelo menos 30 dias naquele ano, com remuneração mensal média de até dois salários mínimos e que teve seus dados informados corretamente pelo empregador na Relação Anual de Informações Sociais (Rais). O valor do benefício é proporcional ao tempo trabalhado formalmente em 2017. Assim, quem esteve empregado o ano todo recebe o valor cheio, equivalente a um salário mínimo (R$ 954). Quem trabalhou por apenas 30 dias recebe o valor mínimo, que é de 1/12 do salário mínimo, e assim sucessivamente.
Plano Diretor é discutido com a APACE Com o propósito de pensar soluções para facilitar a mobilidade urbana da cidade, mestrandos do programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Arquitetura e Urbanismo da IMED e a bolsista do Programa de Iniciação Tecnológica e Inovação (PITI/IMED) participaram de uma dinâmica com os integrantes da Associação Passo-fundense de Cegos (APACE). As demandas e sugestões apontadas no encontro farão parte da revisão do Plano Diretor de Passo Fundo, que a IMED, como instituição, é integrante do Núcleo Gestor do documento. No início da semana, a Prefeitura de Passo Fundo divulgou um diagnóstico participativo de Passo Fundo, documento que faz parte da revisão do Plano Diretor da cidade, feito a partir de oficinas realizadas em vários bairros, em que foram abordados vários temas, entre eles a mobilidade tanto a motorizada como a não motorizada. De acordo com a professora Dra. Andrea Mussi, representante da IMED no Núcleo Gestor do Plano Diretor de Passo Fundo, como a IMED tem um convênio com a APACE desde 2013, foi realizada essa dinâmica para a revisão do Plano. “Essa primeira atividade foi com o intuito de ouvir o que eles pensam sobre a cidade de Passo Fundo no que se refere a mobilidade e suas necessidades e a partir disso, o que nós podemos sugerir
Foto divulgação/ Imed
para constar no plano diretor”, destacou. Entre os apontamentos, os integrantes relataram dificuldade principalmente no transporte público. O presidente da APACE, Fábio Flores, defendeu também a padronização dos passeios públicos. Como parte da dinâmica, após os relatos e discussão de possibilidades foi realizado um passeio nas proximidades da IMED e na Praça Capitão Jovino.
Oficina “Ateliê de Artes no Museu” O Museu de Artes Visuais Ruth Schneider (MAVRS), ligado à Vice-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da Universidade de Passo Fundo (VREAC/UPF), desenvolverá o “Ateliê de Artes no Museu”, uma oficina que ocorre durante as férias escolares, com atividades artísticas para crianças e adolescentes de 6 a 14 anos. A iniciativa será realizada entre os dias 7 e 11 de janeiro de 2019, no período da tarde, no Setor Educativo do MAVRS. Com o intuito de estimular a importância da responsabilidade e consciência ambiental, o uso de materiais alternativos será priorizado. Como metodologia das dinâmicas do “Ateliê de Artes no Museu”, serão implantadas seis ações no mês de janeiro, enFUNDADOR Jornalista Túlio Fontoura (1935 1979) PRESIDENTES-EMÉRITOS Dyógenes Auildo Martins Pinto (1972 1998) Vinícius Martins Pinto (1997 2003)
tre 14h e 17h: dia 7, Modelagem Comestível e Papel Reciclado; dia 8, Desenho (criação de personagens); dia 9, Papelagem; dia 10, Pintura; e no dia 11, Desenho (concept arts). O curso de Artes Visuais da Faculdade de Artes e Comunicação (FAC) é parceiro da oficina, que será ministrada por professores, acadêmicos e egressos, com o apoio da equipe do MAVRS. Interessados em participar poderão fazer a inscrição no valor de R$ 150,00 na sede do museu, localizada na Avenida Brasil Oeste, 758, centro de Passo Fundo. Para obter mais informações ou esclarecer dúvidas, é possível fazer contato pelo e-mail mavrs@upf.br ou pelos telefones (54) 3316-8586 ou 3316-8587.
PRESIDENTE Janesca Maria Martins Pinto
DIRETORA COMERCIAL: Eliane Maria De Bortoli
VICE-PRESIDENTE Ilânia Pretto Martins Pinto
EDITOR: Édson Coltz - RP 17.059
DIRETOR EXECUTIVO Túlio Pretto Martins Pinto
EDITORA GERAL: Nadja Hartmann www.diariodamanha.com
por DANIEL ROHRIG politica@diariodamanha.com
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RESTRIÇÃO MAIS RADICAL
Foro Privilegiado deve compreender apenas chefes dos três poderes Pauta é objeto de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) discutida em comissão especial no Congresso Nacional. Após a aprovação do parecer da relatoria, texto deve passar ainda pela Câmara dos Deputados e Senado
O foro privilegiado restrito
PRESIDENTE
PRESIDENTE SENADO muito maior do que no Brasil. O tempo da justiça não é o tempo da sociedade da tecnologia, da informação. Então nesse sentindo a gente observa o Conselho Nacional de Justiça estabelecer metas para o poder judiciário julgar processos com mais rapidez, e me parece que isso atende somente ao critério quantitativo”. Apesar da redução de foro, a PEC prevê impacto em casos de crimes de responsabilidade, tratados por lei específica e direcionada a presidente da República, ministros de Estado e do STF, governadores e secretários estaduais, e no Decreto-Lei 201/67, quanto a prefeitos e vereadores.
AS MUDANÇAS DE MAIO Ainda em relação aos mecanismos criados para evitar a prescrição dos processos de pessoas com foro por prerrogativa, Ferreira lembra de alguns dispositivos que foram criados – ou de entendimentos posteriores – que reduzem estas chances. Um dos últimos foi em maio deste ano, em que um novo entendimento da Corte do Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu que crimes ocorridos antes da diplomação de deputados federais e senadores permanecem na primeira instância e não serão mais julgados por prerrogativa de função. A partir do entendimento do Supremo de julgar apenas crimes cometidos em função do mandato e durante o exercício da função de deputados federais e senadores, os crimes de natureza comum (lavagem de dinheiro e corrupção,
VICE
PRESIDENTE CÂMARA por exemplo) serão remetidos para juízes de primeiro grau. Sobre a PEC que tramita no Congresso, o professor universitário observa que algumas produções legislativas semelhantes podem ter um objetivo mais eleitoreiro do que função na prática. “Me parece que há uma ideia do senso comum que este tipo de projeto seja eficaz. É muito mais para atender um caráter político, para agradar a massa de eleitores. Nós, juristas, queremos a existência de julgamentos qualitativos onde verdadeiramente se produza a justiça. Sendo condenando ou absolvendo alguém. Fazer a associação de que a pessoa vai para um foro por prerrogativa e ela tem algum tipo de privilégio, quem diz
“
PRESIDENTE STF isso é a evidência do desconhecimento. O processo segue tendo sua rigidez e seus trâmites. Não é o tipo de julgamento que será facilitador ou dificultador”, argumenta. A conclusão, a partir da análise de Ferreira, é que o entendimento do STF, em maio, possui mais coerência do que o projeto de lei em questão, que tramita no Congresso. “É uma pena que seja do Supremo Tribunal Federal, que por vezes, assume o papel de uma espécie de ‘legislativo’, um protagonismo. Isso porque estamos em um momento de tamanha carência quanto a nossa qualidade legislativa que nós estamos, literalmente, criando projetos de lei que atendem apenas a um cri-
Eu não consigo imaginar um ministro do Supremo Tribunal Federal ser julgado por algum outro juiz da primeira instância, do ponto de vista jurídico. A tramitação dos processos tem de perpassar por uma lógica de qualidade, ou seja, os julgamentos devem ser qualitativos e não quantitativos
“
A
redação final ainda precisa ser votada pelos deputados federais, passar pelo crivo do Senado e pela sanção do presidente da República, mas o Projeto de Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que propõe a extinção do foro privilegiado para autoridades, com exceção dos chefes dos três Poderes, teve o parecer aprovado por unanimidade nesta semana pela Comissão que analisa o assunto no Congresso Nacional. Se a medida for implementada, na prática, o foro privilegiado ficará restrito a cinco autoridades: o presidente da República e o vice; além dos presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado e do Supremo Tribunal Federal. O foro por prerrogativa de função, atualmente, compreende os ministros, governadores, prefeitos, chefes das Forças Armadas e todos os integrantes (em qualquer esfera de poder) do Legislativo, do Ministério Público, do Judiciário e dos tribunais de contas, que são julgados em instâncias superiores em caso de crime comum. Segundo o relator da PEC, deputado Efraim Filho (DEM-PB), atualmente o foro privilegiado abrange mais de 54 mil autoridades, o que retira seus processos da justiça comum de primeira instância. No entanto, por se tratar de uma emenda à constituição, a pauta esbarra no impedimento de alterações à Constituição durante vigência da intervenção federal – em vigor, até 31 de dezembro, no Rio de Janeiro e em Roraima. O projeto, apesar agradar a muitos, apresenta algumas incompatibilidades na esfera jurídica, conforme observa professor de direito penal da IMED, Gabriel Ferreira. “Uma delas, por exemplo, é de que eu não consigo imaginar um ministro do Supremo Tribunal Federal ser julgado por algum outro juiz da primeira instância, do ponto de vista jurídico. Eu penso de qualquer cenário que a gente fale de tramitação de processos, ele tem que perpassar por uma lógica de qualidade, ou seja, os julgamentos devem ser qualitativos e não quantitativos”, defende. No raciocínio de Ferreira, na comparação com o sistema jurídico dos Estados Unidos, a morosidade americana se sobressai à brasileira. O exemplo é utilizado para rebater o argumento de que o foro por prerrogativa colabora para a prescrição dos processos. “A gente gosta muito de se comparar com outros países. O tempo de julgamento nos EUA é
Gabriel Ferreira
professor da Imed
tério de política de governo. O STF foi muito sóbrio naquela decisão que restringe o foro ao mandato eletivo. Agora, um juiz, um promotor, um procurador da república, estes sujeitos possuem uma prerrogativa de função tão óbvia de que eu não posso ser julgado por quem está abaixo de mim dentro de uma hierarquia”, finaliza o professor universitário.
UM POUCO DE HISTÓRIA Os primeiros conceitos envolvendo o foro por prerrogativa de função, o popular “foro privilegiado”, surgiram a partir da constituição federal de 1891, logo após o fim do império de D. Pedro II. Com caráter republicano, o documento foi inspirado no modelo norte-americano e implantou as principais características do Estado brasileiro atual, a partir do regime presidencialista com a abertura para o voto direto para a escolha dos representantes. A constituição daquele ano criou a República dos Estados Unidos do Brasil, sendo a primeira vez em que ao laicidade do Estado passou a vigorar. O professor Gabriel Ferreira entende que o sistema de foro por prerrogativa não é exclusividade do Brasil e que sua origem se deu para corrigir certos comportamentos característicos do império. “O objetivo do foro naquela época funcionava praticamente ao contrário de como ele é visto hoje. No final do século XIX, havia ainda os resquícios do absolutismo no país. Determinados sobrenomes tinham um tratamento diferente em detrimento de outros. Por este motivo, criou-se um foro por prerrogativa de função, que tirasse a competência de julgar dos juízes de primeira instância e transferisse para outras esferas. A intenção era de que o julgamento não sofresse alteração baseado em pressões exercidas sobre o judiciário”, explica. Na atual Constituição de 1988, o foro por prerrogativa de função não é um privilégio da pessoa, mas do cargo que ela ocupa. O mecanismo é garantido a determinadas autoridades por haver, segundo o entendimento da lei, a necessidade de proteção do exercício de determinada função ou mandato, que depende do cargo que a pessoa a ser julgada ocupa. O Artigo 5º Constituição estabelece que todos os brasileiros e estrangeiros residentes no país são iguais perante a lei, mas o foro por prerrogativa de função, mais conhecido como foro privilegiado, pode ser considerado uma exceção a essa regra.
4 política MDB deve definir nesta sexta-feira se fará parte da base aliada Com oito cadeiras na Assembleia Legislativa, legenda deve reunir bancada para avaliar apoio aos tucanos por DANIEL ROHRIG politica@diariodamanha.com
M
esmo que as urnas não tenham confirmado José Ivo Sartori (MDB) para continuar à frente do Piratini pelos próximos quatro anos, o partido pode permanecer na base aliada de Eduardo Leite (PSDB) no parlamento gaúcho. Uma reunião com a cúpula da sigla ocorre nesta sexta-feira (14) e deve bater o martelo sobre a questão. O encontro emedebista está marcado para as 13 horas, em Porto Alegre. O deputado estadual reeleito, Gilberto Capoani, afirmou que não vê sentido do partido ficar de fora do governo, visto que apresentou um projeto semelhante ao governador eleito. “O projeto do Leite é praticamente idêntico ao apresentado pelo Sartori. Com isso, não vejo sentido de não entrarmos para
a base”, ponderou o político. Contudo, nem toda a bancada pensa da mesma forma. O deputado Vilmar Zanchin (MDB), questionado sobre a possibilidade, entende que o partido deve manter independência. “A não reeleição do Sartori deixou claro que os eleitores não nos queriam no governo. Então, na minha visão, o partido deveria manter a independência, pelo menos por ora, para não haver contradições quanto a escolha popular”, afirmou o deputado ao Diário. A primeira demonstração de “força” de Leite será na próxima terça-feira (18) quando a Assembleia vota a prorrogação das alíquotas majoradas de ICMS em 18%. Caso o tucano encare uma derrota, o imposto volta aos 17% e pode representar uma perda mensal na arrecadação de R$ 300 milhões.
Atualização da planta de valores do IPTU fica para 2019 O debate de uma revisão da planta de valores do Imposto Territorial e Predial Urbano (IPTU) de Passo Fundo movimentou a Câmara na tarde dessa quinta-feira (13). O prefeito, Luciano Azevedo, e o procurador do Município, Adolfo Freitas, explicaram a proposta construída pelo Executivo, que deve seguir os trâmites na Casa a partir de fevereiro de 2019. O Ministério das Cidades orienta que os municípios façam a revisão da planta a cada quatro anos. Passo Fundo, no entanto, não faz alterações desde 1994. Esse é um dos principais pontos esclarecidos pelo prefeito, que destacou que a revisão, cedo ou tarde, deverá ser efetuada. “Precisamos discutir a tramitação para que não pareça que, se o projeto for votado neste ano, a Prefeitura está empurrando para a Câmara e, se deixarmos para o próximo ano, que estamos nos omitindo”, justificou. O município conta com 113 mil economias. Estima-se que a revisão impacte em cerca de 75% delas. Como enfatiza Luciano, alguns proprietários deverão pagar um valor maior ao atualmente pago, mas
Foto: Alex Borgmann/Divulgação
GOVERNO LEITE
DIÁRIO DA MANHÃ - PASSO FUNDO, SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO DE 2018
muitos deverão passar a ter de contribuir menos. “Se olharmos o mapa de Passo Fundo, hoje, as regiões pobres são a minoria. As pessoas de baixa renda do nosso município devem pagar menos”, disse. O Município apontou que a arrecadação de IPTU totaliza anualmente R$ 38 milhões. A adequação da planta de valores deverá impactar num acréscimo de R$ 4 milhões.A atualização foi estruturada por técnicos da Prefeitura, que estudaram a cidade, a dividindo em setores e avaliando o padrão de terreno de cada um deles. Com a elaboração de uma planilha de quadras e trechos das vias, eles planejaram a
representação dos valores. A Câmara se comprometeu em dar prioridade à tramitação do projeto no início do período ordinário de 2019, chamando a população para participar de debates e possíveis modificações no documento. Para que os ajustes passem a valer em 2020, a matéria deve ser aprovada até o mês de maio. “Nós fizemos um acordo prévio, com o apoio de parlamentares que integram a próxima Mesa Diretora. Temos o dever de, sobretudo, dialogar com as nossas comunidades e identificar qual a opinião que elas têm”, articulou o presidente da Casa, Pedro Daneli (PPS).
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Sinduscon garante retorno da Construmóveis em 2019 Após hiato de três anos, renomada feira da construção civil terá novas atrações, oportunidades para negócios e parcerias
Nova edição terá palestras e workshops na programação
teceu em 2015. “A feira vai vir com tudo, estamos há três anos sem fazer, então é importante que a gente entre novamente no mercado trazendo novos ares, e novas oportunidades para fazer grandes negócios”, comenta. A feira de negócios organizada pelo sindicato aconteceu pela primeira vez em 1989, como 2ª Mostra do Mobiliário e 1ª Mostra da Construção Civil de Passo Fundo. Voltou ao calendário somente em 1997, quando passou a ser chamada de Construmóveis.
ÂNIMO RENOVADO Para Gehlen, o cenário atual favorece a volta da Construmóveis. “A energia do mercado já mudou bastante com o pós-eleição, então nós já conseguimos enxergar tanto o ânimo do comprador e investidor, quanto do construtor e incorporador, que também estava baixo, visto o que aconteceu na nossa economia nos últimos três anos, quando o setor vinha se arrastando, e um dos setores que mais sofreu no país foi o da construção civil”, afirma.
PARCERIA COM IMED PARA NOVAS ATRAÇÕES A nova edição da Construmóveis será novamente no Salão de Eventos do Bourbon Shopping. A data prevista é de 27 de setembro
a 6 de outubro de 2019. O espaço, segundo o sindicato, terá um melhor aproveitamento em comparação às edições anteriores. “Vão ser 46 estandes em princípio, pela nossa planta inicial. E a gente vai ter uma série de novidades, com bastante eventos, palestras educativas, workshops, e ainda fechamos uma parceria com a IMED, que trabalhará junto com a gente na parte dos eventos que vão ocorrer na feira”, revela Gehlen. A IMED, por meio dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil, ficará a cargo de apoiar na realização de palestras e oficinas oferecidas aos visitantes. “Vamos deixar um espaço para aproximadamente 200 pessoas, onde todo dia vai ter todo tipo de evento”, salienta o presidente do Sinduscon Passo Fundo.
Nova sede Durante o evento, foi revelado também que a nova sede do sindicato, localizada no bairro Cidade Nova, será concluída no segundo trimestre de 2019. O novo prédio terá 11 andares, salas para cursos de mão de obra e qualificação de gestores, auditório, e dois andares dedicados à área administrativa. Ademais, o novo empreendimento também terá um espaço reservado para a locação, que já está sendo comercializado pelo Sinduscon. O objetivo da entidade é que organizações e associações parceiras possam fazer uso do local, e assim estreitar a comunicação e ações com o sindicato. Foto Divulgação / Sinduscon
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pós três anos de hiato, a Construmóveis, tradicional feira da construção civil, mobiliário, arquitetura e decoração, está de volta. E conforme o Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Passo Fundo e Região (Sinduscon), esse retorno será com força total. Para comprovar seu empenho em renovar a feira, o Sinduscon realizou o lançamento do evento na noite da quarta-feira (12). “Quisemos preparar essa feira com tanto tempo antes até para facilitar a parte do pagamento dos participantes, que vão pagar em até 10 vezes, e esse prazo vai dar tempo para a gente se organizar e fazer tudo bem como a gente quer, ainda mais porque vai ter toda parte dos eventos que precisa organizar bem, contatar palestrantes, conseguir as pessoas certas e tudo mais”, explica Leonardo Gehlen, presidente do Sinduscon, em referência da data da feira, que ocorrerá somente em setembro de 2019. Para ele, o evento vai ser maior do que a última edição, que acon-
“Esse governo novo já está falando muito em priorizar a construção civil, pois sabe que o setor gera muito emprego e renda para o país, e a melhor maneira de tirar esses 13 milhões de desempregados dessa situação é investir na construção civil”, aponta Gehlen. O presidente do Sinduscon prevê um futuro próximo de novidades. “A construção civil está com ótimas projeções para 2019, e com certeza Passo Fundo verá grandes lançamentos, porque a gente vê essa movimentação diretamente com as incorporadoras”.
Foto Caetano Barreto / Diário
por CAETANO BARRETO caetano@diariodamanha.com
Novo edifício está sendo construído no bairro Cidade Nova
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Foto: Ana Cláudia Capellari/Diário
DIÁRIO DIÁRIO DA DA MANHÃ MANHÃ -- PASSO PASSO FUNDO, FUNDO, SEXTA-FEIRA, SEXTA-FEIRA, 14 14 DE DE DEZEMBRO DEZEMBRO DE DE 2018 2018
PASSO PASSO FUNDO FUNDO -- CARAZINHO CARAZINHO
RECOMEÇO EM PASSO FUNDO
Médica cubana opta pelo Brasil Greisy Hechavarria Muchuli, 37 anos, médica que fez parte do Programa Mais Médicos e hoje busca um novo recomeço em Passo Fundo
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tratégia de Saúde da Família. “Eu gostei muito, conheci novas pessoas, fui aceita por muitas pessoas, existiu um pouco de discriminação, um dos motivos foi por ser médica estrangeira, outro por ser cubana e como Cuba é socialista, as pessoas me julgavam por causa do socialismo e eu achava injusta, pois não tenho nada a ver com isso”. Ao encerrar o contrato de Greisy com o município de Tapera, há cerca de um ano, a médica teve incertezas quanto ao seu futuro. “Eu pensei muito sobre o que faria com a minha vida, com que eu tinha, o que eu poderia fazer, nas oportunidades que temos fora de Cuba e eu
por ANA CLÁUDIA CAPELLARI anaclaudia@diariodamanha.com
de na Polícia Federal, onde atuou como recepcionista na comissão de vistoria. Com a ajuda do presidente desta comissão, conseguiu outro emprego, onde permaneceu até julho deste ano. “Mas como tenho uma formação universitária, é complicado trabalhar fora da profissão, que não tem nada a ver com o conhecimento que eu tenho, então decidi buscar outro trabalho. Foi muito difícil e não consegui, estava há cinco meses sem trabalho e contando com a ajuda das minhas amizades”. Novamente com a ajuda de amigos para superar as dificuldades, Greisy conseguiu um trabalho temporário em um lar de idosos. Foto: Ana Cláudia Capellari/Diário
uando se formou em medicina, em 2006, a cubana Greisy Hechavaria Muchuli desejava um mundo melhor. Depois de trabalhar em áreas mais carentes da cidade de Guantánamo, onde nasceu e viveu grande parte da vida, Greysi decidiu que era a hora de sair do país e encontrar a realidade do mundo. “Cheguei a ser coordenadora de saúde em Guantánamo, mas mesmo assim queria sair. Fui enviada para a Venezuela em 2013 e lá fiquei um ano”, relembra. Já em 2013, relata Greisy, a situação da cidade de São Vicente, no estado de Aragua, não era boa. “Na época já havia dificuldade para comprar comida, tinha dificuldade para comprar alguns materiais de trabalho, como por exemplo, papel higiênico e papel toalha”. Além dessas dificuldades, a médica conta que contraiu dengue no país e teve de ficar internada por mais de 15 dias. Após a doença ser curada, Greisy sentiu que precisava de tranquilidade para trabalhar e viver. Ao final de 2013, em dezembro, a médica resolveu que viria para o Brasil participar do então recém-criado Programa Mais Médicos, do governo federal brasileiro. “Fiz a proposta para a minha coordenação na Venezuela e eles disseram que como tive bons resultados, eles iriam preparar a documentação para a minha vinda ao Brasil. Tive um mês de férias e retornei a Cuba para compartilhar a notícia com a minha família, especialmente com meu filho”. Nesse retorno a cidade natal, ela realizou um treinamento com alguns médicos brasileiros e uma prova de língua portuguesa para testar os conhecimentos e em março de 2014 desembarcou em Porto Alegre, onde ficou por dois meses até ser designada a Tapera. “Eu fiquei muito nervosa, busquei na internet a cidade e quando vi que era uma cidade de colonização italiana e alemã, tive um susto e pensei que tivesse de aprender italiano e alemão, mas foi muito tranquilo”. No município distante cerca de 70 quilômetros de Passo Fundo, Greisy adaptou-se bem e por três anos e oito meses trabalhou na Es-
Na cidade desde 2017, Greicy relata saudades de casa e vontade de prosperar no Rio Grande do Sul
Gresy mantém fotos dos familiares para amenizar a saudade
não odeio o meu país, eu amo. Amo a minha família, amo a população de lá e as vezes fico com muita dor pensando nas coisas que eles lá não tem, penso no meu filho de 18 anos, mas, aqui podemos ter muitas oportunidades, é só trabalhar, se sacrificar que ‘você’ consegue e por isso resolvi ficar, por minha conta”. Ela conta que depois de tomar a decisão de permanecer no Brasil e de se mudar para Passo Fundo, se questionou diversas vezes se era o certo a ser feito. Com a ajuda de amigos, a saudade de Cuba e as dificuldades de morar sozinha no Brasil foram amenizadas. Em solo passo-fundense desde fevereiro de 2017, Greisy conseguiu o primeiro emprego na cida-
Contato Com os familiares Desde 2013 sem ver o filho Fernando, que hoje tem 18 anos, Greisy comenta que consegue pouco contato com o filho e os pais. Devido a internet ser muito limitada no país de origem, as conversas com Fernando são breves. “A internet é muito controlada, é difícil, ou pausa o vídeo, ou cai, é muito ruim, então prefiro fazer uma ligação direto no telefone dele e falo com ele e minha mãe ocasionalmente”. “muitos Cubanos pensam Como eu” O pensamento de trazer o filho e os pais para o Brasil são uma das coisas que motivam a cuba-
na no dia a dia. “Quero oferecer um mundo melhor para eles, eles merecem. E eu vou tentar fazer a minha vida aqui. Muitos cubanos pensam como eu e querem, ‘a gente’ está aqui não porque não queremos a nossa família, mas porque queremos um mundo melhor, uma vida onde ‘você’ seja mais valorizada, onde se possa ser mais reconhecido pelo trabalho”. Para trazer os familiares ao Brasil, Greisy conta que é um processo difícil, burocrático e com dúvidas, pois não é garantido que haja a liberação do visto para viajar. “Eles não dizem não ‘logo de cara’, mas tem muitos entraves, é preciso muita documentação e cada documentação pode custar até US$ 100, é caro”. Na expressão de Greisy, ‘é um burocratismo barato’. “Eu tentei fazer isso com meu filho, mas era muito gasto na época, e depois que resolvi ficar no Brasil, complicou. Imagina a dor para uma mãe não poder ver o filho? Tem noites que choro olhando para a foto dele, torcendo para Deus que ele e minha família estejam bem”. mais médiCos e o salário Em 2014, quando chegou a Tapera, Greisy sofreu muitas críticas da população e dos colegas profissionais sobre o modo como o pagamento do salário era feito. “Me diziam: ‘vocês são pobres, vocês são explorados’. E está certo. Eu concordo que nós éramos explorados, nós tínhamos que receber cerca de R$ 11 mil e o governo cubano nos pagava R$2.300,00, mais de 50% do salário ficava em Cuba e eu ficava muito indignada com isso, era muito injusto. Quem estava triste aqui no Brasil, sem a família e sem as pessoas que quer, era eu e os meus colegas”. Ela conta que “como o cubano está acostumado a viver com pouco, ele se vira”. Além do salário, o município de Tapera disponibilizava um auxílio moradia para a médica, que era usado para pagar contas como água, luz, aluguel e internet. “Eu tive que me virar com tudo isso e ainda mandar dinheiro para a minha família em Cuba
e tinha que ser em Euro, eu tinha mais esse gasto com as taxas de conversão. É dura a nossa vida e eu fico muito triste quando outros médicos nos criticam, outras pessoas nos criticam sem saber o sacrifício que fazemos”.
“Guantánamo não mudou” Segundo Greisy, a situação da cidade que deixou quando tinha 33 anos de idade ainda não mudou. “Quando consigo falar com minha mãe, ela conta que muitas vezes não consegue encontrar comida, ou tem que ir a outro lugar comprar e custa muito caro, é preciso ir para vários lugares para encontrar o que se quer e ainda não é garantido que vá encontrar. Eu fico indignada porque, com tanto dinheiro que entrou em Cuba, o país continua na mesma situação, eu acho que se todo médico cubano tivesse que dar o seu dinheiro para o povo de lá, ninguém iria se incomodar com isso, o problema é que não se vê o avanço, a população não tem ótimas condições e é por isso que muitos médicos cubanos se indignam e querem ficar aqui [Brasil]”. retirada de Cuba do proGrama O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) anunciou em novembro que, para a manutenção do programa Mais Médicos com os profissionais cubanos, Cuba deveria entregar de forma integral os salários aos médicos e eles precisariam passar por uma prova de revalidação do diploma. Com a negativa das propostas pelo governo de Havana, o país se retirou do programa e ordenou que todos os médicos voltassem para a ilha. Greisy acredita que todo profissional tem direito a seu salário por inteiro. “Penso que foi uma decisão premeditada de Cuba em tirar os médicos, até como conheço como funciona a política lá, acredito que tenham ficados sentidos, doeu [a eleição de Bolsonaro] e apenas me preocupou o atendimento as populações mais carentes, indígenas, na Amazônia. Cuba deveria ter tentado entrar em um acordo, na minha opinião”.
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DIÁRIO DA MANHÃ - PASSO FUNDO, DIÁRIO DA14 MANHÃ - PASSO FUNDO, SEXTA-FEIRA, DE DEZEMBRO DE 2018 SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO DE 2018
PASSO FUNDO - CARAZINHO PAssO FUndO - CArAZinHO
CRISE ARGENTINA
Região pode ser afetada com redução de movimento Na rota de viagem para o veraneio, Passo Fundo e cidades vizinhas devem receber número menor de estrangeiros nesta virada de ano com queda de poder de compra hermano por MATHEUS MORAES matheus@diariodamanha.com
A
Argentina sofre uma das piores crises de sua história. O impacto econômico, sobretudo durante o governo de Mauricio Macri, desde 2016, se deu diante de um cenário de incertezas, aumentos constantes da inflação e desvalorização do peso argentino, além das recentes altas do dólar. Com a proximidade com a virada de ano, a tradicional vinda ao Brasil, para muitas famílias argentinas, deve ser adiada. O impacto do menor movimento previsto deve ser refletido na economia de Passo Fundo e região. Numa época de férias, a cidade considerada universitária esvazia entre dezembro e fevereiro. Em contrapeso, a tradicional passagem de estrangeiros (sejam argentinos, uruguaios e até mesmo paraguaios) fortalecia a economia local, visto que a rota pela BR 285 em direção ao litoral gaúcho e catarinense acompanhava de paradas de descanso nos municípios para, posteriormente, o prosseguimento da viagem. Com as dificuldades financeiras do país vizinho, a passagem de argentinos pela cidade já havia diminuído no último ano. Para esse, a tendência é de que o número seja mais reduzido ainda. De acordo com o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Passo Fundo (SHRBS), Edgar Camozzato, a principal questão para a diminuição da presença hermana na região se deve a grande diferença das moedas. “Esse ano, a preocupação é ainda maior que no ano passado. A moeda [peso] desvalorizou mais ainda e nós não temos muita reação até
por ANDERSON FAVERO anderson@diariodamanha.com
Fotos: Matheus Moraes | Diário
Passagem de argentinos por Passo Fundo diminuiu nos últimos anos; tendência é que continue
agora. Não temos nenhuma maneira de medir uma perspectiva melhor. Acreditamos que o movimento possa ser parecido com o ano passado, mas para menos. Temos alguma dificuldade de avaliar a situação, até porque muitos argentinos acabam vindo de última hora”, declara. Segundo Camozzato, essa condição não é surpresa, em razão de que a crise prosseguiu de maneira crescente. “No ano passado já tivemos esse problema. Essa economia argentina vem em má condições há anos. No Brasil também
Presidente Janesca Maria Martins Pinto Vice-Presidente Ilânia Pretto Martins Pinto
Clélia Fontoura Martins Pinto - ME Matriz: Rua Independência, 917, sala 3 - Passo Fundo Contato: (54) 3316-4800
não está bom, mas lá está pior. O movimento em janeiro de 2018, por exemplo, teve um número considerável pela situação que está. Não como era no passado, antigamente, mas razoável. Mas num âmbito geral, vem apresentando queda”, define o presidente do SHRBS. Proprietário de um hotel de Passo Fundo, Camozzato ainda declara que, para este veraneio, há duas reservas para argentinos. Ou seja, um movimento considerado aquém do necessário. “ENTRARAM NUMA CRISE QUE É DIFÍCIL DE SAIR”, ANALISA PROFESSOR DE FINANÇAS Neste ano, a Argentina precisou buscar o Fundo Monetário Internacional (FMI) em duas oportunida-
des para frear a alta do dólar e com a promessa de equilibrar as contas, sem gastar mais do que arrecada. Com toda essa situação - houve crise com alta taxa de desemprego - o Brasil viu as exportações brasileiras para o país vizinho cair em 8% de 2017 para 2018, no comparativo dos dez primeiros meses de cada temporada. Mais do que isso, o povo argentino perdeu poder de compra com a alta do dólar e a exponencial queda do peso argentino. De acordo com o professor de Finanças da Imed, Anderson Amorin, o efeito da crise argentina reduziu a capacidade produtiva do país e, com isso, o poder de compra da população. “O efeito para eles é o normal de qualquer crise. Há redução de emprego, de poder de compra. Eles tiveram aumen-
to de inflação, nada exagerado, mas se perde recursos financeiros para fazer férias, como acontece com qualquer pessoa. É o efeito econômico. Um país em crise, desde problema de pagamento externo que afetou parte do continente, o que causa grandes problemas. É uma crise que é difícil de sair. As pessoas ficam com menos recursos”, define. REFLEXO NA ECONOMIA LOCAL A passagem de estrangeiros por Passo Fundo e região significa movimentação na economia para a rede hoteleira, gastronômica, varejista, além de outros serviços. “A primeira coisa que se pode acontecer num processo de crise, é não ter dinheiro para excessos, como
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DIÁRIO DIÁRIODA DAMANHÃ MANHÃ- -PASSO PASSOFUNDO, FUNDO, SEXTA-FEIRA, SEXTA-FEIRA,14 14DE DEDEZEMBRO DEZEMBRODE DE2018 2018
PASSO PASSOFUNDO FUNDO--CARAZINHO CARAZINHO
Foto: Arquivo pessoal
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A primeira coisa que se pode acontecer num processo de crise, é não ter dinheiro para excessos, como tirar férias ou viajar para um lugar mais longe. Algo que dificilmente se fará num cenário desse. Mas mesmo assim, muitos argentinos gostam do Brasil e dão um jeito de vir
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Anderson Amorin
Professor de Finanças da Imed
tirar férias ou viajar para um lugar mais longe. Algo que dificilmente se fará num cenário desse. Mas mesmo assim, muitos argentinos gostam do Brasil e dão um jeito de vir. Independente do que aconteça, teremos movimento de vinda deles para cá, mesmo que possa diminuir. O que pode mudar são os gastos também, como optar por hotéis mais baratos, diminuir custos de alimentação etc”, completa o professor. A dica do professor de Finanças para empresários locais que possuem expectativa pela movimentação estrangeira na região é para que apliquem uma folga financeira em capital de giro durante um período de dois a três meses. “Nessa época, as pessoas saem da cidade, principalmente o público universitário, mais jovem. Há uma queda no volume, no giro do setor varejista, por exemplo. Com a passagem dos argentinos, isso possibilita uma certa equilibrada nessa conta. Mas com essa crise podendo afetar, o que eles podem trabalhar é com folga financeira em termos de capital de giro para aguentar essa baixa de demanda. O empresário deveria olhar seus indicadores financeiros para entender qual é o nível de capital de giro para aguentar o mês e buscar uma folga para esse tempo. Caso o cenário não apresente surpresa, ele fica numa situação estável, ainda conseguindo mais recursos. Se
os estrangeiros não passam, ele se resguarda. É o mais correto para evitar riscos”, aconselha Amorin. ComerCiantes Carazinhenses analisam fluxo de estrangeiros O município de Carazinho, por também estar na rota de passagem dos turistas argentinos que se deslocam ao litoral, é beneficiado economicamente durante a temporada. Nesse contexto, a rede hoteleira e os postos de combustíveis são alguns dos segmentos que mais lucram com a vinda dos hermanos às praias brasileiras. O Hotel Plaza Sul, por estar localizado próximo à BR 285, no bairro Borghetti, sempre registra grande número de hóspedes argentinos. A procura por quartos, no entanto, conforme explica o gerente Alexandre Delagustinho, inicia na semana após o Natal. “Desde essa semana já registramos a passagem de argentinos pela nossa cidade, porém, esse fluxo sempre se intensifica depois do Natal, em função de que as famílias argentinas vem passar a virada de ano no Brasil”, explica. Sobre uma possível diminuição de hóspedes argentinos nessa temporada em virtude da crise que assola o país vizinho, o gerente acredita que ainda é cedo para avaliar os impactos. “Temos o conhecimento de que muitas reservas que
haviam sido feitas na rede hoteleira de Florianópolis foram canceladas nas últimas semanas. Então, é possível que a desvalorização da moeda argentina ocasione uma diminuição de turistas. Porém, não acredito que isso possa nos impactar de forma tão negativa. Se antes, a cada 100 turistas, 10 se hospedavam no Plaza Sul, agora, a cada 50 turistas poderemos ter 20 procurando nossos serviços. Então, penso que é cedo para estimarmos os reais impactos da crise argentina por aqui. Tudo isso é muito relativo”, avalia Alexandre. Na rede de postos de combustíveis RHRiss, que tem unidades localizadas próximas as principais vias de passagem de argentinos, segundo o gerente Márcio Fiorio, em anos anteriores, a partir de meados de novembro já havia registro significativo de famílias argentinas em busca de abastecer seus automóveis. Neste ano, entretanto, a movimentação diminuiu bruscamente. “Nossas vendas sempre aumentam bastante nessa temporada devido a esse público. Já chegamos a registrar 220 motoristas por dia procurando nossos serviços. Esse ano a situação está completamente diferente. A movimentação está em torno de duas ou três famílias por dia. Com a moeda deles desvalorizada, nossa expectativa para a temporada está menos otimista”, diz o gerente.
Rede hoteleira está na expectativa para receber movimento de estrangeiros em Passo Fundo
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PASSO FUNDO - CARAZINHO
Dia para conhecer a Divisão de Acesso Congresso técnico na tarde de hoje, em Bento Gonçalves, definirá os moldes a competição a ser disputada por 16 clubes em 2019 Foto Kleiton Vasconcellos/ Diário
por KLEITON VASCONCELLOS kleiton@diariodamanha.com
Foto Divulgação
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onsiderada por muitos como a mais democráticas das competições do futebol gaúcho, a Divisão de Acesso terá o molde da edição 2019 definido hoje (14). A partir das 17h, diretores dos 16 clubes participantes realizam o Congresso Técnico em Bento Gonçalves. Lá serão estipulados, por exemplo, o regulamento, as datas os jogos do ano que vem. A tendência é que a Divisão de Acesso tenha seu início na segunda quinzena de fevereiro – possivelmente dias 17 ou 24, com término no máximo em junho. A rigor, as duas melhores equipes da Divisão de Acesso terão asseguradas vagas no Campeonato Gaúcho de 2020. Quanto ao rebaixamento, uma dúvida a ser resolvida: a queda de duas agremiações ou a absorção, em 2020, das times participantes da Terceirona, excluindo o rebaixamento agora. Os 16 times são Bagé, Cruzeiro, Esportivo, Farroupilha, Glória, São Gabriel, São Paulo, Tupi, Passo Fundo, União, São Borja, Lajeadense, Ypiranga, Guarani-VA, Igrejinha e Inter-SM. Pela fórmula atual, a primeira fase seria disputada em ida e volta dentro de duas
Léo Porto vestirá a camisa do Passo Fundo
chaves, regionalizadas entre Norte e Sul do estado. Mas há outras duas propostas: dividir os clubes em Leste e Oeste ou ainda formar três chaves, ainda mais regionalizadas. Também devem ser debatidos temas como os direitos de transmissão dos jogos e a liberação do consumo de cerveja nos estádios. EC Passo Fundo Contrata ataCantE Representante da região na Divisão de Acesso, o EC Passo Fundo anunciou o atacante Leonardo da Silva Santos, conhecido por
Divisão de Acesso terá definições hoje e times já montam os elencos
Léo Porto, para reforço em 2019. Natural de Salvador, o jogador começou a carreira na base do América-MG, onde ficou por cinco anos. Após, teve passagem por times como Anápolis, Santa Cruz, Uberlândia e no Vasas Sport Club da Hungria, onde viveu seu melhor momento na carreira até hoje. Com 1,77cm de altura, os seus pontos fortes são a força, velocidade e precisão nos chutes, sendo um bom batedor de faltas. O jogador de 25 anos tem em seu currículo os títulos de Campeonato Mineiro da Terceira Di-
SOLEDADE FC
visão, dois Campeonatos Tocantinense e um acesso da terceira à segunda divisão do Campeonato Mineiro. Falando para a assessoria de imprensa do EC Passo Fundo, o atacante se mostrou motivado. “O meu objetivo e o de todos é fazer um ótimo trabalho com a camisa do Passo Fundo. Com muito foco e trabalho a recompensa vem. Espero dar muita felicidade para o torcedor” comentou. A apresentação oficial do jogador acontece na tarde de 7 de janeiro, no salão de eventos do Vermelhão da Serra.
outras EquiPEs Contratam
-O Bagé anunciou a contratação do meia Souza, de 39 anos. O jogador já vestiu as camisas de Grêmio, São Paulo, PSG e Fluminense, além de Passo Fundo. -O São Gabriel acertou com o técnico Celso Rodrigues, que já atuou na Chapecoense e Operário-MS. -O Ypiranga acertou com o zagueiro Léo Kanu, ex-Cruzeiro e Passo Fundo. -O União Frederiquense anunciou o zagueiro Wagner, ex-Ypiranga e que foi vice-campeão da Copinha pelo Gaúcho.
CICLISMO
O ciclista da Universidade de Passo Fundo (UPF) Ismael Vanin Giasson disputa a final da Copa RS de Downhill. A competição acontece neste domingo, 16 de dezembro, em
Casca. O atleta competirá pela categoria Juvenil. “A expectativa é boa. A prova será numa pista em que eu treino diariamente, então, espero fazer uma boa corrida”, disse Giasson. Foto: Gelsoli Casagrande/ Divulgação
A boa campanha do Soledade FC em sua primeira competição profissional deve se em grande parte na qualidade da montagem do elenco, na mescla de jovens e jogadores experientes. Desses jovens, quatro atletas chamaram a atenção do departamento de futebol de base do Atlético-MG, entre eles três com idade sub-17, mas que já faziam parte do grupo principal. Nicollas (meia), Gabriel (zagueiro) e Alisson (lateral esquerdo) nascidos em 2001 e Lucas, meia nascido em 2000 ficaram 15 dias em Vespasiano. “Foi uma experiência muito boa. Um clube de uma estrutura de nível internacional. Fizemos bons treinos. Foi muito bom, deu para treinar legal na categoria sub17”, disse o meia Nicollas. “Uma estrutura fantástica. Fui pra fazer a avaliação na sub 20,
Foto Divulgação/Assessoria P2
Jogadores treinaram no Atlético-MG Ismael Vanin Giasson compete no Downhill
Treinos ocorreram no CT do Atlético-MG, em Vespasiano
mas chegando lá o grupo viajou pra jogar a Copa RS aí não consegui ser avaliado pelos juniores. Como eu ainda sou sub 17 me colocaram pra jogar com eles, mas é meu último ano, então, ano que
vem, devemos voltar para fazer uma avaliação melhor” completou. Os atletas chegam no Sul nesta semana. Equipe volta as atividades na primeira semana de fevereiro para a disputa do Gauchão sub20.
Atleta estará em Casca no domingo (16)
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por KLEITON VASCONCELLOS kleiton@diariodamanha.com
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SC Gaúcho elege Três atletas competem Augusto Ghion Júnior sábado em SC TRIATHLON
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março, emendamos o Brasileirão e a Copinha no segundo semestre” explica.
a noite de quartaANÚNCIO DE -feira (12), conseJOGADORES lheiros reuniram-se Para tanto, alguns jogadores para uma assembleia ordinájá estão acertados com o SC ria do Sport Clube Gaúcho. Gaúcho. Além do goleiro WilEm pauta, três assuntos: apreliam Lago e do meia Adílson, ciação das contas de 2018, ambos anunciados semana escolha da diretoria para o Augusto Ghion Júnior foi passada, Ghion confirmou a eleito o presidente do SC biênio 2019/2020 e ainda Gaúcho até o fim de 2020 renovação de contrato dos laeleição do novo Conselho terais Felipe Borowski e Boni, Deliberativo. Ao final, a chasomando ao volante Maylon, ao atacante Lupa liderada pelo empresário Augusto Ghion cas e ao treinador Fabiano Borba. “PriorizaJúnior foi eleita por aclamação para dirigir a mos renovar com quem estava com a gente. agremiação. Mas também contratamos dois jogadores do Apenas a chapa composta por Júnior, tenTAC e temos conversas com outros nomes” do como vice-presidentes Paulo Faccio e Jefinaliza o presidente, referindo-se ao zagueiro rônimo Fragomeni se inscreveu. E foi eleita Erick e ao centroavante Victor Ramos. por aclamação entre os conselheiros presentes. Logo após ser eleito, Augusto Ghion JúPRESTAÇÃO DE CONTAS nior falou sobre os planos para 2019. “NosA assembleia também foi composta pela so plano é seguir aquilo que fizemos desde prestação de contas do ano de 2018. De jaagosto, profissionalizando a gestão, fazendo neiro até agosto, o clube foi presidido por com que o futebol volte a ser importante e Gilmar Rosso, que apresentou um total de que traga títulos para Passo Fundo. Agradecréditos na casa dos R$ 274 mil. Porém, os ço desde já à torcida, que vem junto” disse. débitos atingiram a soma de R$ 401 mil, geO planejamento para 2019 inclui três comrando um deficit de R$ 128 mil. De agosto petições: Terceirona, Série D do Campeonaaté o fim de novembro, na gestão de Augusto to Brasileiro e Copa RS. Embora ainda não Ghion Júnior, as receitas apresentadas foram exista a confirmação de datas, foi definido de R$ 394 mil. Mas as despesas chegaram a o dia 4 de fevereiro como o início da préR$ 607 mil, ocasionando deficit de R$ 213 -temporada. “Escolhemos a Série D para ter mil. Em ambos casos foi necessário o uso de calendário anual. Jogamos a Terceirona em dinheiro particular para sanar o caixa.
FUTEBOL 7
Rodada do Clube Juvenil Em mais uma rodada do Campeonato de Futebol Sete do Clube Recreativo Juvenil, o campo 1 da Sede Campestre da entidade recebe os jogos desta sexta-feira (14). As partidas são válidas pelas categorias “Coroa” e “Sênior”.
19:00 Coroa Auto Elétrica Boqueirão/Mega Prêmios Loterias/Dal’Alba x Xiruzada DTJ 19:50 Coroa Felini Imóveis x Didone Consórcios 20:40 Coroa Five Night/TDS x E.C. Revelação 21:30 Sênior Ceara/Extase Motel x Grupo Ramos/PF Auto Center/Clínica Quirocare
A Serra do Rio do Rastro, em Santa Catarina, será um dos cenários para uma das provas mais desafiadoras de Ironman: o Fodaxman Extreme Triathlon. Os 50 ultra-atletas participantes, dentre eles, os atletas da Universidade de Passo Fundo (UPF) Tiago Perez e Ricardo Rosa, irão encarar 3,8 km de natação, 180 km de ciclismo e 42 km de corrida em uma altimetria acumulada de 4,9 mil metros durante as três disciplinas, com inclinações de 23% de elevação e temperaturas que variam de 5°C a 35°C. A disputa acontece no próximo sábado, 15 de dezembro. A natação, na Barragem São Bento, em Siderópolis, inicia às 5h, com orientação luminosa e wetsuit liberado. Em seguida, os triatletas pedalam por 180 km de ciclismo, que contam com 3.650 metros de altimetria e passam pela bela e desafiadora Serra do Rio do Rastro. Depois, eles terão pela fren-
te 42 km de corrida, com 1.250 metros de elevação. A chegada será no topo do Morro da Igreja, em Urubici, a 1.818 metros acima do nível do mar. “Sábado é o dia do desconhecido. Foram 4 meses de treino. De 15 a 20 horas semanais de treino. Várias viagens à serra de Bento Gonçalves pra treinar. Tudo isso para tentar minimizar as dificuldades. Vai ser o maior desafio da minha vida, mas estarei com uma equipe de apoio de 10 pessoas, dentre eles meus pais, minha namorada e amigos, que devem providenciar mantimentos e me acompanhar durante o dia todo. Será uma energia surreal. Ninguém me obrigou a participar desse desafio, vou porque quero e por isso vou me divertir com eles e respeitar a prova, mas nunca perdendo o astral de um grande dia e de poder performar junto aos que mais amo”, relata Rosa.
Foto: Montagem
por KLEITON VASCONCELLOS kleiton@diariodamanha.com
Foto Alex Borgmann/ Divulgação
Através de aclamação, empresário segue à frente do Alviverde para os anos de 2019 e 2020. Como primeiro ato, já anunciou reforços visando as competições do ano que vem
Tiago Perez e Ricardo Rosa encaram a prova do Fodaxman Extreme Triathlon
FUTEBOL FEMININO
Meninas do Vila visitam o Beira Rio No último final de semana, uma turma de meninas do Esporte Clube Vila Nova foi conhecer o Estádio Beira Rio e assistir a final do Campeonato Gaúcho Feminino. A viagem, alimentação e passeio dentro do Estádio Beira Rio para conhecer as dependências e assistir ao jogo da final da competição foram oferecidas pela jogadora colorada Mylena Pedroso, que no início do ano visitou os pro-
jetos sociais do E.C. Vila Nova. No mês de novembro, o Vila Nova realizou um torneio com todas as alunas] das escolinhas e projetos sociais, que reuniu cerca de 90 jovens, das quais foram sorteadas 30 meninas para viajar a Porto Alegre. As atletas foram acompanhadas pelos professores do Vila, Rovanir e Alexandre, e pelos familiares de Mylena (pai Éder, mãe Maria e avó).
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DIÁRIO DA MANHÃ - PASSO FUNDO, SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO DE 2018
Ferrugem da soja registra focos em pelo menos 10 municípios do RS
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Foto: Divulgação/Embrapa Trigo
egundo dados do site Consórcio Anti Ferrugem, o Rio Grande do Sul, na safra 2018/2019, já registra até o momento 25 focos da doença ferrugem asiática em pelo menos dez municípios, dentre os quais Passo Fundo e Ibirubá. A ferrugem asiática é a principal doença que prejudica a produtividade da soja. No Brasil, a média de perda de rendimentos está em 30%, mas a pesquisadora da Embrapa Trigo, Leila Maria Costamilan, alerta que já houve casos onde as perdas superaram os 50%. “Temos que tratá-la com respeito e combater, não é possível ficar sem fazer nada”.
de doença se mantém em plantas vivas. Se conseguíssemos cortar o ciclo da doença no período entre safras, entre 60 e 90 dias sem o hospedeiro vivo, vai baixar a quantidade de doenças para a próxima safra”. Já para o engenheiro agrônomo da Emater-RS/Ascar, Cláudio Doro, o vazio sanitário não é essencial no combate a ferrugem, visto que no Rio Grande do Sul as estações inverno e verão são bem definidas, “No centro-oeste fazem muito essa prática, mas no Rio Grande do Sul é diferente. Para evitar a doença o produtor deve adotar outras medidas, como por exemplo, manter o solo fértil, com calcário e fertilizações, utilizar o plantio direto na lavoura, obter seguro agrícola, fazer o espaçamento das linhas e escalonar as culturas”, diz. Para ele, com essas medidas, a ferrugem não se tornará um problema maior para o agricultor.
A ferrugem é a principal doença da soja e pode ocasionar perdas de produtividade na lavoura
Pesquisadora da Embrapa Trigo, Leila Costamilan
Para combater a doença, a pesquisadora cita medidas que podem ser adotadas antes do plantio e depois. “Existem métodos que a gente chama de ‘escape’, que seria plantar dentro do período indicado do zoneamento agroclimático, plantar o mais cedo possível e com cultivares de ciclo mais precoce. Sempre que possível usar cultivares que tenham alguma resistência genética para essa doença”. Depois de semeada a safra, a recomendação é fazer o controle através do uso de fungicidas com eficiência para o controle da doença.
Para esta safra, ainda não é possível estimar perdas ou redução na produtividade. Leila ressalta que a ferrugem da soja está ligada a condição climática onde há mais umidade, logo, safras mais chuvosas são mais favoráveis ao desenvolvimento da ferrugem. “Considerando que temos a previsão do fenômeno El Niño [fenômeno climático que se caracteriza por um enfraquecimento dos ventos alísios que sopram na faixa equatorial do planeta] na próxima safra, isso pode significar que pode ter mais probabilidade da doença se estabelecer e ser mais severa”. VAZIO SANITÁRIO PODE SER SOLUÇÃO? Para resolver o problema da ferrugem, uma das soluções propostas é a de adotar o vazio sanitário. Estados como Mato Grosso e Paraná são alguns dos adeptos da medida. Para Leila, a iniciativa poderia ser adotada, apesar de não haver a recomendação para o Rio Grande do Sul. “Eu acho que é uma medida interessante de se usar, já que esse tipo
Foto: Divulgação/Emater-RS/Ascar Passo Fundo
por ANA CLÁUDIA CAPELLARI anaclaudia@diariodamanha.com
Foto: Divulgação/Embrapa Trigo
Na região Norte foi encontrado a doença em lavouras de Passo Fundo e Ibirubá
Engenheiro Agrônomo do escritório regional da Emater-RS/Ascar, Cláudio Dóro.
ORIGEM DA FERRUGEM ASIÁTICA Desde 2001, há relatos da incidência da doença no Brasil. Originária do Japão, a doença se espalha pelo ar e no início do século XX já havia cruzado as fronteiras japonesas. Na América do Sul, o primeiro foco da doença foi localizado no Paraguai, em meados do ano 2000. Um ano após a primeira incidência no continente, o Brasil registrou o foco no Paraná. Desde então, em todas as safras, a doença é encontrada em todo lugar onde se planta soja. Antes de se instalar na América do Sul, a ferrugem foi constatada na África.
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NÃO-ME-TOQUE
Propriedade é interditada e animais precisam ser sacrificados Entre ovinos e bovinos, contaminação por tuberculose atingiu 70% dos animais por NATHAN SCHULTZ redacao.carazinho@diariodamanha.com
E
m uma propriedade rural de Não-Me-Toque, 44 animais tiveram que ser destinados para abate sanitário. A determinação ocorreu após ser constatada a contaminação por tuberculose em 70% dos animais deste estabelecimento rural no mês de novembro. Com isso, a propriedade passou por uma limpeza e desinfecção e foi interditada pela vigilância sanitária por, pelo menos, um ano de vazio sanitário, período que pode ser reduzido em função da qualidade de limpeza e desinfecção. Conforme a médica veterinária da Inspetoria Veterinária e Zootécnica (IVZ) de Não-Me-Toque, Ketty Cristina Mazzutti, este não é um caso isolado de diagnóstico de tuberculose bovina no estado, o que lhe diferencia das demais situações é o percentual da doença encontrado na propriedade, o que levou a uma medida mais drástica do que as adotadas em outros casos. - Em geral, a tuberculose tem uma prevalência baixa na propriedade, que gira em torno de 10%. Neste caso de Não-Me-Toque, o que ocorre é que 70% dos bovinos foram identificados com a doença. Quando se tem um índice de tuberculose alto e que passa dos 20%, é muito difícil conseguir manter os animais negativos na propriedade e também de manter o saneamento, isso porque com o tempo esses animais vão se tornando positivos, em função de que a microbactéria está na propriedade ou mesmo não deu tempo de positivar o exame, já que a tuberculose é uma doença crônica, e os sintomas demoram a aparecer - explicou a veterinária. Após a constatação, foi explicada a situação para o produtor e todo o rebanho presente na propriedade foi enviado para abate no frigorífico. Dos 44 animais, entre ovelhas e vacas, 25 cabeças já foram sacrificadas e o restante dos animais deve ser abatido em
janeiro devido ao alto número de abates que são feitos nos frigoríficos neste período do ano - mas dentro do prazo estabelecido por lei. Nestes casos de abate sanitário, a carne não é destinada para consumo. O dono da propriedade, de 47 anos, conversou com a reportagem do Diário e afirmou que a inspeção médica dos bovinos é feita regularmente, e que ficou surpreso quando o resultado dos exames foi positivo. “Para nós foi uma surpresa, porque os testes que são feitos sempre deram negativos, e este último o resultado foi positivo”, lamentou. Ainda não foi determinada uma causa para a infecção dos animais. Segundo a médica veterinária, existe entre 75% a 80% de probabilidade de entrada da doença na propriedade através da introdução de outros animais positivos. - Um animal positivo ficando na propriedade vai disseminando a doença para os demais. Os outros percentuais correspondem à introdução da doença através de capivaras, com animais silvestres que tenham a doença ou mesmo pelo consumo da água de um riacho de uma propriedade com a doença positiva acima. O fato é que pode ser que essa doença esteja introduzida há mais tempo na propriedade, o que é bastante possível, tendo em vista esse grau de positividade tão alto - explica. “INDENIZAÇÃO É INSUFICIENTE” O produtor rural faz contribuição para o Fundo de Desenvolvimento e Defesa do Saneamento Animal (Fundesa), e receberá três tipos de indenização. Uma pela retirada de animais positivos da propriedade, indenização do Ministério da Agricultura, que é o percentual de um terço do valor do animal. E como teoricamente o produtor vai ficar um ano sem produzir leite, ele irá receber um valor por risco alimentar, referente ao que estava produzindo. Segundo o proprietário, o valor não cobre o custo total do animal e a produção de leite
que deixará de ganhar neste período. “Uma vaca dessas no mínimo iria valer uns R$ 3 mil a R$ 4 mil por cabeça, e eu vou ganhar de indenização cerca de R$ 1 mil pelas vacas, e pe-
las ovelhas ainda menos”, avaliou o produtor. Cinco pessoas da família dependem da fonte de renda obtida pela propriedade, e os exames de tuberculose de todos deram negativo.
por VINICIUS COIMBRA vinicius@diariodamanha.com
DIÁRIO DA MANHÃ - PASSO FUNDO, SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO DE 2018
Operação investiga fraude na produção de placas Ação ocorreu também na região, nos municípios de Carazinho, Palmeira das Missões, Selbach e Tapera A Polícia Civil deflagrou, na manhã de quinta-feira (13), a Operação Hot Stamp em 37 municípios gaúchos. A ação investiga uma fraude que envolve a produção de novas placas veiculares no padrão Mercosul. Um inquérito foi instaurado há três meses, após o Departamento Estadual de Trânsito (Detran/RS) procurar a PC para apurar irregularidades em laudos de capacidade técnica no credenciamento de 55 empresas junto ao órgão. Foram apurados crimes de associação criminosa, falsidade ideológica e uso de documento falso em detrimento do Detran. Na ação realizada pela Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública e Ordem Tributária (Deat/Deic) foram cum-
pridas 60 ordens judiciais. REGIÃO A Operação Hot Stamp teve também desdobramentos em Carazinho, Palmeira das Missões, Selbach e Tapera. De acordo com a Polícia Civil, existe a possibilidade de que um técnico em mecânica tenha expedido laudos de capacidade técnica fraudulentos em favor de, ao menos, 55 empresas interessadas em se credenciar junto ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), para a emissão de placas veiculares no novo padrão adotado pelo Mercosul, que será implantado no Estado a partir de 17 de dezembro de 2018. Os delegados responsáveis pela investigação receberam materiais
com indícios de fraude: as fotos dos equipamentos de estampagem dos brasões do município inseridas no laudo de capacidade técnica eram semelhantes em todos os documentos emitidos por um técnico em mecânica que atua no município de Horizontina. Cerca de 180 policiais civis de todo o Estado participaram da ação que teve como objetivo localizar e apreender documentos, entre outros elementos de informação quanto à autoria e materialidade dos crimes investigados. Conforme a PC, durante a operação, foi constatado que as máquinas que estavam nas empresas não eram as mesmas descritas nos laudos para credenciamento das fábricas de placas e tarjetas.
Operação Papai Noel da BM é deflagrada em Passo Fundo e Marau Policiais da Bike Patrulha do 3º RPMon da Brigada Militar efetuaram diversas ações na Operação Papai Noel – Força Total, no centro de Passo Fundo, durante a tarde de quarta-feira (12). O objetivo é controlar os índices de criminalidade, principalmente o roubo a pedestre e a estabelecimentos comerciais em pontos onde há grande circulação de valores e pessoas no comércio de Passo Fundo. Na ação, 92 pessoas foram abordadas e identificadas; 68 veículos foram fiscalizados;
cinco destes foram autuados por irregularidades e um foi recolhido. Foram confeccionados nove autos de infração de trânsito e três boletins de ocorrência por direção com Carteira Nacional de Habilitação (CNH) bloqueada. Na operação, foram feitas três barreiras: na Rua General Canabarro, na Rua Capitão Eleutério e na Avenida Brasil; foram visitados 22 estabelecimentos comerciais. Por fim, foram apreendidos um adolescente e um simulacro de arma de fogo.
MARAU A Operação também ocorreu em Marau através de policiais do 3º Esquadrão. No município, 70 pessoas foram abordadas e identificadas; 53 veículos foram fiscalizados: 13 deles foram autuados e três acabaram recolhidos. Os PMs fizeram a apreensão de duas CNHs, além de duas prisões pelo crime de embriaguez ao volante. Uma condutora embriagada causou acidente com outro veículo durante a operação.
Plantão HOMEM É PRESO APÓS INVADIR CASA DE EX-COMPANHEIRA A Brigada Militar efetuou uma prisão por descumprimento de medidas protetivas de urgência no Bairro São Luiz Gonzaga, em Passo Fundo, na noite de quarta-feira (12). Conforme o 3º RPMon, os policiais do Núcleo de Policiamento Comunitário (NPC) foram deslocados até a Rua Mangabeiras, onde uma mulher havia solicitado a presença da BM. Ela informou que o ex-companheiro havia invadido a residência. Após a chegada da guarnição, o indivíduo foi flagrado dormindo na sala do imóvel. A justiça havia determinado medidas protetivas de urgência em favor da vítima, o que impedia que o homem se aproximasse dela. Por isso, o indivíduo recebeu voz de
BM PRENDE SUSPEITO DE PARTICIPAR DE ATAQUES A AGÊNCIAS BANCÁRIAS
Um homem de 23 anos foi preso na tarde de quarta-feira (12), suspeito de participar do assalto a duas agências bancárias em Trindade do Sul, no mesmo dia. De acordo com a Brigada Militar, ele foi localizado no limite entre Trindade do Sul e Liberato Salzano, na Linha Campina de Pedra II, horas depois da ação. Após a prisão, o suspeito foi levado à delegacia da Polícia Civil de Nonoai. Conforme a polícia, o indivíduo conduzia um veículo VW/Gol, de cor verde e com placas de Iraí, que teria sido utilizado no crime. Conforme a investigação, o indivíduo foi capturado quando procurava uma estrada vicinal, momento em que foi abordado pela BM. Ele prestou depoimento na noite de quarta-feira e foi encaminhado ao presídio de Sarandi. O Instituto-Geral de Perícias (IGP) de Passo fundo realizou perícia nas duas agências que sofreram os ataques e nos veículos apreendidos. O ataque ocorreu no início da tarde da última quarta-feira (12) e teve como alvo agências do Sicredi e Banrisul do município localizado a 110 km de Passo Fundo. Um cordão humano foi feito e dois reféns foram liberados durante a fuga, sem ferimentos. A BM da região foi mobilizada e acredita que, pelo menos, outros cinco bandidos tenham participado da ação.
segurança agrodiário 15
FRASE DA EDIÇÃO
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Nosso plano é seguir aquilo que fizemos desde agosto, profissionalizando a gestão, fazendo com que o futebol volte a ser importante e que traga títulos para Passo Fundo
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Augusto Ghion Júnior Presidente do SC Gaúcho
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Propriedade rural é interditada e animais são sacrificados
Foto: Divulgação
TUBERCULOSE BOVINA
PASSO FUNDO, SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO DE 2018
Entre ovinos e bovinos, contaminação atingiu 70% dos animais em uma fazenda da região. Pág 13
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