Passo Fundo

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QUARTA-FEIRA, 7 DE AGOSTO DE 2019 - ANO 83 Nº 650

DIÁRIO DA MANHÃ diariodamanha.com

DESDE 1935 NOSSO COMPROMISSO DIÁRIO É COM VOCÊ

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#PF162ANOS

A TRANSFORMAÇÃO DE UMA CIDADE POLO

Foto: Alex Borgmann | Divulgação

A devolução de praças, parques e prédios para a comunidade evidencia mais que reformas e reestruturações. É a mudança na qualidade de vida da comunidade passo-fundense, que possui acesso – gratuito – ao lazer e integração social. | Págs. 4 e 5

LAURO KORTZ

LEI MARIA DA PENHA

Aeroporto com restrição para uso da pista

13 anos de combate à violência contra a mulher

Voo de Campinas foi deslocado para Chapecó nessa terça-feira por exigência da ANAC, que garantiu que parte da pista está “fora dos padrões de operação”. | Pág. 8

Quase 5 mil mulheres foram assassinadas apenas em 2017, de acordo com dados do Fórum de Segurança Pública. Na cidade, dois casos de feminicídio foram registrados neste ano. | Pág. 6

NESTA EDIÇÃO ESPECIAL

PASSO FUNDO O futuro depende de todos

ANOS


2 radar

por REDAÇÃO REDAÇÃO DM DM por redacao@diariodamanha.com redacao@diariodamanha.com

DIÁRIO DA DAMANHÃ MANHÃ-- PASSO PASSO FUNDO, FUNDO, DIÁRIO QUARTA-FEIRA, 77 DE DEAGOSTO AGOSTO DE DE 2019 2019 QUARTA-FEIRA,

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Noite de cinema no Passo Fundo Shopping Passar a noite em um shopping parece uma cena de filme, mas ela foi real no Passo Fundo Shopping no último final de semana. Os 20 pais e seus filhos vencedores da promoção da campanha de Dia dos Pais, “Acampando no shopping com o papai”, passaram a noite do dia 3 para o dia 4 no shopping e viveram momentos que substituem qualquer outro presente: com risadas, união e muito carinho para celebrar a data. Entre os escolhidos, havia uma “pãe”, selecionada por atender os pré-requisitos da campanha e por atuar como pai e mãe. Os vencedores foram escolhidos através de um concurso cultural e puderam desvendar o mistério de como é um shopping quando está fechado. A Gerente de Marketing do Passo Fundo Shopping, Danielle Batezini, agradeceu a todos os lojistas parceiros da campanha e aos 612 inscritos na campanha, que foram representados pelos 20 vencedores do concurso. Ela destacou ainda que a ideia para o primeiro Dia dos Pais do empreendimento não era focar somente em prêmios e sorteios, mas promover sorrisos, momentos compartilhados e boas lembranças.

15ª Cavalgada da Chama Crioula

A 15ª edição da Cavalgada da Chama Crioula foi lançada oficialmente na noite de segunda-feira (5) pelo grupo cultural e tradicionalista Cavaleiros do Planalto Médio de Passo Fundo junto do 7a Região Tradicionalista do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG). A cavalgada inicia em 16 de agosto e segue até 26 de agosto. No total, serão 265,2 quilômetros

Cinema

percorridos pelos cavaleiros de Passo Fundo a Tenente Portela, quase na divisa com Santa Catarina. Durante os 11 dias de cavalgada serão realizadas paradas diárias, organizada pelas equipes de apoio da cozinha e da cavalaria, para descanso dos cavalos e dos cavaleiros. A chama crioula é o símbolo do início das comemorações dos Festejos Farroupilhas. Foto: Matheus Moraes | Diário

Leituras obrigatórias para o Vestibular UPF O Vestibular de Verão 2020 da UPF (Universidade de Passo Fundo) será no dia 15 de novembro de 2019. No site oficial do vestibular (vestibular.upf.br), os candidatos podem acessar as provas dos últimos processos seletivos realizados na UPF. Informações sobre vagas e cursos oferecidos serão divulgadas no lançamento oficial do vestibular. A instituição divulgou a relação de obras da literatura

brasileira que integram as leituras obrigatórias do processo seletivo. Confira: Lucíola – José de Alencar Alguma Poesia – Carlos Drummond de Andrade O cavalo cego – Josué Guimarães Poemas da recordação e outros movimentos – Conceição Evaristo Álbum de família – Nelson Rodrigues Machado – Silviano Santiago Foto Divulgação

Vestibular ocorre dia 15 de novembro

Fundador FUNDADOR JornalistaTúlio Túlio Fontoura Fontoura (1935 (1935 1979) 1979) Jornalista Presidentes-eméritos PRESIDENTES-EMÉRITOS DyógenesAuildo Auildo Martins Martins Pinto Pinto (1972 (1972 1998) 1998) Dyógenes Vinícius Martins Martins Pinto Pinto (1997 (1997 2003) 2003) Vinícius

Presidente PRESIDENTE JanescaMaria MariaMartins MartinsPinto Pinto Janesca

diretoraCOMERCIAL: comercial: DIRETORA Eliane Maria Maria De De Bortoli Bortoli Eliane

Vice-Presidente VICE-PRESIDENTE IlâniaPretto PrettoMartins MartinsPinto Pinto Ilânia

RP10.791 10.791 editores INTERINOS: interinos:Kleiton KleitonVasconcellos Vasconcellos--RP EDITORES Matheus Moraes Moraes--RP RP18.498 18.498 Matheus

diretorEXECUTIVO eXeCutiVo DIRETOR TúlioPretto PrettoMartins MartinsPinto Pinto Túlio

editoraGERAL: Geral: Nadja Nadja Hartmann Hartmann EDITORA www.diariodamanha.com www.diariodamanha.com


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4 cidade

DIÁRIO DA MANHÃ - PASSO FUNDO, QUARTA-FEIRA, 7 DE AGOSTO DE 2019

PASSO FUNDO 162 ANOS

Os espaços públicos e a A devolução de praças, parques e prédios para a comunidade evidencia mais do que reformas e reestruturações. É a Foto: Divulgação PMPF

por ANA CLÁUDIA CAPELLARI anaclaudia@diariodamanha.com

Q

No que diz respeito aos espaços públicos, nossa gestão implantou o maior programa de estruturação e revitalização de áreas verdes do país Luciano Azevedo,

prefeito de Passo Fundo

de e economia, moldando uma nova feição a cidade”, explica. Na visão de Ana Paula, a implantação da ciclovia e do aumento das áreas verdes foi fundamental na mudança do relacionamento da comunidade com a cidade, que busca mais as praças e prédios públicos para aproveitar, por exemplo, o tempo livre. “Pesquisas na área de cidades mostram que é importante se ter uma cidade adequada para as pessoas, pensada por elas e para elas, com espaços verdes. Neste aspecto Passo Fundo cresceu muito e observa-se que o saldo é positivo”, diz. Esse saldo pontua a secretária, pode ser tangível quando visto os índices de saúde, segurança e percepção da qualidade de vida.

No início do século XX, no local onde hoje é o Parque da Gare, havia uma estação férrea. Foi ela, a estação férrea, que colocou Passo Fundo, capital do Planalto Médio, no mapa. Após a desativação da linha férrea, o local foi transformado na década de 1980 em um parque para a população passo-fundense. De 1980 a 2019 o Parque passou por diversas mudanças. Foi e continua sendo um local de encontro de amigos, famílias, celebrações. Um espaço público, de todos. O início das transformações do Parque da Gare ocorreu em 2014, com a apresentação do projeto. Na oportunidade, o prefeito Luciano Azevedo destacou que o objetivo era reintegrar o parque à vida da comunidade. O projeto do Parque contemplou a construção de um novo espaço para a Feira do Produtor, biblioteca conceito, pista de skate, quadra poliesportiva, anfiteatro, revitalização do lago, além

da preservação das áreas verdes. Na cronologia do Parque, em 2015 foi assinado o início das obras. Um ano depois, em 22 de junho de 2016, o novo Parque da Gare foi entregue à comunidade. Com investimento superior a R$ 9 milhões, entre recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), emenda parlamentar do então deputado federal Beto Albuquerque e próprios da Prefeitura de Passo Fundo. Em 2017, como resultado do investimento e dedicação do município, o projeto do Parque da Gare foi um dos dez selecionados do Prêmio de Arquitetura Instituto Tomie Ohtake AkzoNobel. O maior parque da cidade abriga ciclovia, espaço para caminhadas, locais de brincadeiras com acessibilidade para crianças com deficiências e infinitas possibilidades para a comunidade aproveitar, seja durante a semana ou no final de semana.

ESTAÇÃO GASTRONOMICA DA GARE E GALERIA ESTAÇÃO DA ARTE No ambiente em que funcionava a Feira do Produtor – desativado após ir para o novo local – há hoje o resgate histórico da cidade aliado ao entretenimento. Tudo isso concentrado na Galeria Estação da Arte e Gare Estação Gastronômica. Somente este último com 600 metros quadrados e 11 empresas em operação, que agregam na culinária as mais diversas vertentes culturais. Através de uma parceria público-privada, a Prefeitura concedeu a Estação para que uma Foto: Matheus Moraes | Diário

Para a secretária de Planejamento de Passo Fundo, Ana Paula Wickert, a estruturação dos espaços públicos, bem como a sua ampla utilização, está relacionada ao protagonismo econômico que a cidade ocupa no estado do Rio Grande do Sul e no Brasil. “Nosso trabalho ao desenvolver o Plano de Desenvolvimento Econômico Local foi de dar importância a qualidade desses espaços e integrar o viés lazer, saú-

PARQUE DA GARE

LAZER, SAÚDE E ECONOMIA

Parque da Gare foi reinaugurado e entregue à comunidade em 2016

Inaugurados em julho, espaços trazem lado a lado o lazer e a história da cidade, que foi desenvolvida a partir da estação férrea

Foto: Aline Prestes | Diário

uem passeava pelas ruas e praças da Passo Fundo de 2012 e compara com a cidade neste ano, nota a diferença. A estruturação dos espaços públicos, como o Parque da Gare, foi um dos principais aspectos trabalhados pela gestão municipal, que fez com que a comunidade se sentisse novamente acolhida e com o desejo de ocupar as praças, parques e estar nos prédios culturais e históricos. A autoestima do morador – independente do bairro – voltou ao cenário do município. O prefeito de Passo Fundo, Luciano Azevedo, pontua que todos os projetos tiveram a participação popular, que trouxe sugestões para o fortalecimento dos espaços. O futuro da cidade decidido por quem está nela e participa ativamente. O Plano Diretor, cita, “tem forte diretriz estruturadora, com estratégia de lazer e sustentabilidade urbana”. “Desde o Ginásio Teixeirinha que estava interditado devido ás péssimas condições, como o Museu e Teatro, escolas e demais prédios públicos, a gestão sempre esteve comprometida em entregar à população espaços e serviços de qualidade. No que diz respeito aos espaços públicos, nossa gestão implantou o maior programa de estruturação e revitalização de áreas verdes do país”, argumenta. Com isso, seis parques foram estruturados, o que computa 210 mil metros quadrados de área verde em diferentes bairros. Além dos parques, foram revitalizadas praças em toda a cidade, com brinquedos, academias e áreas de estar. As intervenções iniciaram em 2014 e os parques foram sendo inaugurados entre final de 2014 e 2017. Mas mais do que entregar obras e prédios públicos revitalizados, esse trabalho atinge diretamente as pessoas, que vivem, se movimentam, passeiam, se emocionam e faz todos os dias Passo Fundo crescer e se desenvolver. “Hoje aos domingos as pessoas saem de casa e tem acesso ao lazer e esporte de forma gratuita” diz o prefeito. Seja para comemorar ou apenas bater um papo entre amigos, as praças voltaram a ser lugares comuns. Aliado a isso, as ciclovias mudaram a percepção da mobilidade, que trouxe mais possibilidades para a comunidade.

empresa de Santa Catarina seja a responsável. O aporte de investimentos supera R$ 1 milhão. Já na Galeria Estação da Arte, os artistas de Passo Fundo se verão valorizados, com mais um local para que a arte, seja ela como for, seja exposta e apreciada pelo público. A Galeria é administrada pela Secretaria Municipal de Cultura e tem a curadoria da Setorial de Artes Visuais, formada pelo Grupo da Foto, Curso de Artes Visuais da Universidade de Passo Fundo (UPF), Confraria das Artes e Museu de Artes Visuais Ruth Schneider – MAVRS.


cidade 5

DIÁRIO DA MANHÃ - PASSO FUNDO, QUARTA-FEIRA, 7 DE AGOSTO DE 2019

transformação da cidade mudança na qualidade de vida da comunidade passo-fundense, que possui acesso – gratuito – ao lazer e integração social

cidade: é o abrigo de animais, plantas, árvores e toda a natureza que rodeia Passo Fundo.

PARQUE LINEAR DO SÉTIMO CÉU Construído sob 11 canteiros centrais da Avenida Rui Barbosa, no bairro Petrópolis, o Parque Linear do Sétimo Céu foi inaugurado em junho de 2016. O espaço foi remodelado e a população desde a entrega pode contar com 28 mil metros quadrados a mais na cidade para praticar esportes ou encontrar os amigos para o tradicional chimarrão. Ciclovia com três mil metros de percurso entre ida e volta, local para caminhada, pista de skate, quadra de esporte, academia ao ar livre, bicicletário e o sol como protagonista no final do dia. Todos esses elementos fazem parte da rotina dos moradores do bairro, que aproveitam mais um espaço público renovado.

Foto: Divulgação PMPF

Foto: Divulgação PMPF

Foto: Divulgação PMPF

BANHADO DA VERGUEIRO O que era uma área abandonada da cidade passou a ser um espaço de preservação e contato de harmonia com a natureza. Em julho de 2016, o Banhado da Vergueiro foi transformado em um Parque Ambiental e aberto para a comunidade, em um projeto que faz a união entre o urbano e o meio ambiente. No mesmo Parque há a sede da Secretaria do Meio Ambiente, que se integra ao espaço público com praça para a população, anfiteatro, passarelas e entre outros pontos. Na parte voltada ao meio ambiente, existe um local específico para que a educação ambiental seja trabalhada, um sistema de captação de energia solar e água da chuva. O banhado da Vergueiro é mais que um ponto turístico da

ESPAÇO CULTURAL ROSELI DOLESKI PRETTO História, cultura e arte reunidas em um complexo no centro de Passo Fundo. Criado a partir de uma lei de 2003, o espaço Roseli Doleski Pretto é uma homenagem à artista plástica, que idealizou e coordenou o Museu de Artes Visuais e o Museu Histórico Regional de Passo Fundo de 1996 até 2002, ano de sua morte. No complexo há o prédio do Teatro Municipal, dos museus citados, da Academia passo-fundense de Letras e a Biblioteca Pública Municipal Arno Viuniski. Além de revitalizar as praças e devolver a comunidade os espaços para serem tomados por aqueles que fazem Passo Fundo, revitalizar o Complexo era uma das missões da administração. Em 2016, foram entregues novamente a população. As obras também compreenderam a valorização e utilização dos canteiros Guilherme Luiz Sperry e Abraão Madalosso. Os museus, por sua vez, tiveram suas portas novamente abertas nesta semana, após uma reforma na rede elétrica.

Um complexo que respira cultura e que vive no centro de Passo Fundo, direcionado a todas as idades e gerações


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DIÁRIO DA MANHÃ - PASSO FUNDO, DIÁRIO DA MANHÃ - PASSO DE FUNDO, QUARTA-FEIRA, 7 DE AGOSTO 2019 QUARTA-FEIRA, 7 DE AGOSTO DE 2019

PASSO FUNDO - CARAZINHO PASSO FUNDO - CARAZINHO

LEI MARIA DA PENHA

Atuação no combate à violência contra a mulher completa 13 anos Sancionada em 2006, lei foi batizada em homenagem a Maria da Penha Maia Fernandes, que sofreu duas tentativas de homicídio por seu ex-marido e por causa disso ficou paraplégica rio que isso seja mostrado desde as crianças, que podem crescer em um ambiente de violência ou não violência. É fundamental que

por ALESSANDRO TAVARES alessandro@diariodamanha.com por ANA CLÁUDIA CAPELLARI anaclaudia@diariodamanha.com

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e acordo com dados do Atlas da Violência, feito pelo Fórum de Segurança Pública, divulgados nesta semana, somente em 2017, 4.936 mulheres foram assassinadas. As maiores taxas foram registradas nos estados de Roraima, Rio Grande do Norte, Acre e Ceará. Outros dados, dessa vez computados pelo Instituto Datafolha, mostram que neste ano 1,6 milhão de mulheres foram espancadas ou sofreram alguma tentativa de estrangulamento no país. Em Passo Fundo, a realidade é de dois feminicídios em 2019, segundo a Polícia Civil. Em 07 de agosto, um dos principais mecanismos de proteção à mulher completa 13 anos, a lei Maria da Penha. O nome da lei que foi sancionada em 2006 é em homenagem a Maria da Penha Maia Fernandes, que, dentre todas as agressões e abusos, sofreu duas tentativas de homicídio. Em uma delas – sua história é amplamente conhecida – ficou paraplégica, ou seja, sem o movimento das pernas. Durante 19 anos buscou justiça para seu agressor e se tornou, des-

exista a preocupação em mostrar a igualdade entre homens e mulheres, para que não se tenha violências dessa natureza”, explica.

Carazinho tem 40 audiências por semana

de então, um símbolo na luta contra a violência. O doutor em Direito Penal, Edson Knippel acredita que a Lei 11.340 é importante para o combate e a punição aos agressores, mas que algumas normas não foram tiradas do papel. “Temos direitos importantes previstos, mas é necessário que esses direitos sejam de fato colocados em prática, principalmente na elaboração de políticas públicas na questão da proteção, para que a mulher se sinta cada vez mais segura para fazer a denúncia e levar o processo adiante”. Com isso, argumenta o advogado, o funcionamento dos equipamentos públicos deve ser melhorado, como a capacitação dos profissionais que lidam com a mulher que passa ou passou por

violência, seja física, sexual ou psicológica. “Isso deve acontecer para que a lei possa alcançar uma prevenção maior”, pontua. Sobre as últimas alterações feitas na legislação – que facilita a aplicação de medidas protetivas de urgência a mulheres ou seus dependentes; a medida poderá ser dada por um delegado de polícia quando o município em questão não for sede de comarca ou por um policial, quando não houver um delegado no momento da denúncia – Edson classifica como “interessantes e importantes”. No entanto, acredita que o foco das políticas devem se voltar a prevenção e conscientização. “É preciso que se mude a cabeça, a mentalidade, para que a agressão, a violência, não aconteça. É necessá-

Em Carazinho, de acordo com a coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social (CREAS ), Franciele Bohrer, 23 vítimas de violência doméstica estão sendo atendidas pelo centro todas encaminhadas pelo Poder Judiciário de casos considerados gravíssimos e assim recebem o acompanhamento de Assistência Social e os demais serviços psicológicos e de saúde. Outras 43 estão com processos contra seus agressores e também são assistidas. Embora os números de atendimentos que recaem ao CREA pareçam poucos, eles representam apenas uma pequena fração dos casos de violência contra a mulher na cidade. A profissional revela que todas as semanas são realizadas em Carazinho em média 40 audiências relacionadas a lei Maria da Penha. “Recebemos vítimas que chegam muitas vezes com muito medo, algumas temos que acompanhar na delegacia de polícia para o registro da ocorrência”, cita a assistente social. Franciele declara que uma das demandas carazinhenses é a criação de delegacia especializada no atendimento a mulher, já que parte das mulheres têm vergonha de revelar a agressão sofrida. A dependência financeira também está entre os motivos que levam parte das mulheres a conviver por anos com as agressões e se sentirem desencorajadas a denunciar. De acordo com a assistente social, a cada ano o número de registros policiais de agressões tem sido crescente, e de mesmo modo a gravidade das agressões. Franciele ressalta que a idade das vítimas acompanhadas centro varia a partir dos 20 anos até idosas, porém uma característica comum aos agressores é o uso de álcool ou de outros entorpecentes. “Estas mulheres vivem o que chamamos de ciclo da violência. Primeiro vem a agressão física ou psicológica, e isto se repete até que acontece algo mais grave. Depois vem a “fase da lua de mel” em que o agressor pede perdão. A mulher acredita que ele mudou e depois o ciclo se repete”, lamenta Franciele. A coordenadora também revela que outra demanda importante de ser pensada para a cidade seria uma patrulha Maria da Penha, para dar respostas mais rápidas às mulheres que as medidas protetivas. Reativar o Conselho da mulher também está entras as metas do serviço.

POUSO E DECOLAGEM

Aeroporto Lauro Kortz com restrição para uso da pista Voo de Campinas foi deslocado para Chapecó nessa terça-feira por exigência da ANAC, que garantiu que parte da pista está “fora dos padrões de operação”

O Aeroporto Lauro Kortz, de Passo Fundo, não recebeu o voo da companhia aérea Azul, de Campinas a Passo Fundo, nessa terça-feira (6). A aeronave precisou se deslocar até o Aeroporto de

Chapecó, em Santa Catarina, para realizar o pouso. O procedimento não ocorreu em Passo Fundo por uma exigência da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que alega problemas em parte da pista do terminal aeroportuário. Por meio de nota oficial, a Agência Nacional de Aviação Civil

PRESIDENTE PReSIDeNte Janesca Maria Martins Pinto Janesca Maria Martins Pinto VICE-PRESIDENTE Vice-Presidente Ilânia Pretto Martins Pinto Ilânia Pretto Martins Pinto

Clélia Fontoura Martins Pinto - ME Clélia Fontoura Martins Pinto - ME Matriz: Rua Independência, Matriz: Rua 917, sala 3 -Independência, Passo Fundo 917, sala (54) 3 - Passo Fundo Contato: 3316-4800 Contato: (54) 3316-4800

(ANAC) declarou que parte da pista de pousos e decolagens do Aeroporto Lauro Kortz está “fora dos padrões” recomendados para operação de aeronaves turbojato – a utilizada no voo de Campinas a Passo Fundo pela Companhia Aérea Azul. A constatação da agência ocorreu após ação fiscalizatória da agência. De acordo com a ANAC, estão em curso ações para restringir as operações de pouso de aeronaves de asa fixa com motor à reação (turbojato). A administração aeroportuária informou que trabalha para reverter o quadro e retomar o recebimento de voos no Lauro Kortz. Até o fechamento desta edição, ainda não havia a confirmação se o voo desta quarta-feira (7) poderá pousar no Aeroporto.

Foto: Matheus Moraes | Diário

por MATHEUS MORAES matheus@diariodamanha.com

Novo voo, de Passo Fundo a São Paulo, tem prazo para iniciar operação no domingo (11)

Voo da Gol Caso a pista não seja liberada para receber aeronaves turbojato, a situação chama atenção em razão do próximo domingo (11), em que está marcado o voo inaugural da companhia aérea Gol, no trajeto Passo Fundo a São Paulo.


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PASSO FUNDO - CARAZINHO PASSO FUNDO - CARAZINHO

Diário Gospel 5x35


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DIÁRIO DIÁRIODA DAMANHÃ MANHÃ- PASSO - PASSOFUNDO, FUNDO, QUARTA-FEIRA, QUARTA-FEIRA,7 7DE DEAGOSTO AGOSTODE DE2019 2019

PASSO FUNDO FUNDO -- CARAZINHO CARAZINHO PASSO

EUA X CHINA

Alexandre Alexandre Garcia Garcia CHEGOU A DIVERSIDADE

O atento repórter da Gazeta do Sul perguntoume sobre a importância do jornalismo “em um momento em que o país está profundamente dividido em termos políticos e ideológicos”. Percebi, nessa preocupação, que a pregação totalitária das últimas décadas conseguiu sequestrar corações e mentes. Enquanto nos dividiam, impuseram-nos o totalitarismo do pensamento único. Por isso, estranhamos, hoje, que haja correntes diferentes de pensamento, de posições ideológicas. Enquanto nos enfraqueciam, nos convenceram de que toda diversidade é politicamente correta, menos a de pensamento. Passaram por cima do princípio constitucional básico de que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Está no artigo 5º da Constituicão, abrindo o Capítulo dos Direitos e Garantias Individuais. Quer dizer, é o primeiro dos direitos e garantias individuais. Mas essa igualdade já foi derrubada no Supremo. Embora a Constituicão diga que somos iguais sem distinção de natureza alguma, destruiram esse princípio, mostrando que cor da pele, preferênciais sexuais, adesões sociais e políticas, tornam alguns diferentes de outros. Foi a forma de fracionar a nacionalidade, definir condições diferentes para manipular direitos naturais, invadir direitos pessoais, inclusive e principalmente a liberdade de pensamento. Nessas últimas décadas, conseguiram transportar a utopia de George Orwell no 1984 para o Brasil, com seus lemas muito bem camuflados de “guerra é paz”, “liberdade é escravidão”, “ignorância é força”. Nos impuseram a paz da submissão e do silêncio, enquanto só valiam as orientações da monocracia; as frases-de-efeito, os chavões, a repetição das mentiras ganhavam força, desde que não pensássemos. Para nos enfraquecer, dividiram-nos espertamente por classes sociais, por preferências sexuais, por cor da pele, entre patrões e empregados, criando o “nós e eles”. E muitos acreditam, porque houve dinheiro farto de nossos impostos para custear a tomada de nossos cérebros via artes, cultura, ensino, meios de informação. No poder, já estavam; para ficar eternamente, precisavam conquistar nossas mentes, nos escravizar. Usaram a sutileza do politicamente correto para nos intimidar, para que desaprendêssemos a pensar. Quase conseguiram não fosse a força dos que combateram a corrupção, o engodo, a mentira, a deturpação da História. Foi por pouco. Uma pequena lavagem de dólares da corrupção num lava-jato em Brasília foi a chave de uma Caixa de Pandora, onde estavam guardados quase todos os males. E a maior condenação veio pelo voto popular, nas eleições que se seguiram, municipais e depois gerais. Não precisou de marqueteiro nem dinheiro; milhões de jurados deram o veredito contra o status quo. Sobrou o direito de espernear, garantido aos que se aproveitavam das tetas recheadas do tesouro e das estatais, do direito cedido pelos intimidados, da ingenuidade dos que acreditavam. Faz sete meses que esperneiam, sem perceber que o totalitarismo ideológico foi substituído pela bendita diversidade de idéias, que nos ajuda a criticar para corrigir.

Guerra comercial aumenta preços no curto prazo Segundo o economista chefe da Farsul, momento pode ser bom para que produtores travem preços e custos da próxima safra, mas a médio e longo prazo o desacordo pode comprometer a demanda por soja por NAThAN SChuLTz e MArCELO FrIpp redação.carazinho@diariodamanha.com

Foto: Arquivo Diário

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ara quem dá atenção para as movimentações do mercado financeiro, qualquer sinal de ajustes econômicos de um governo, um novo anúncio ou a especulação sobre taxas e negociações acendem um sinal de alerta e muitos são os questionamentos. Quando isso acontece em um cenário internacional, as dúvidas tomam proporções ainda maiores. Entre anúncios e debates do governo brasileiro, em torno de Reforma da Previdência, liberação para o saque do FTGS, adiantamento de dinheiro aos aposentados, muitas perguntas são feitas e muito se busca em ferramentas de informação, sobre impactos no cotidiano da população. No entanto, no ano de 2019, nenhuma situação tem gerado tanta desconfiança, tem deixado tanta gente com “a pulga atrás da orelha”, quanto as manchetes diárias sobre a guerra comercial entre Estados Unidos (EUA) e China. Para Antônio da Luz, economista chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), há muita atenção a ser dispensada para essa disputa, principalmente pelo fator ilusório e volátil do curto prazo e o comprometimento futuro dos negócios. “Não vejo com bons olhos isso (guerra comercial entre EUA e China), não vejo mesmo. Quando a gente olha para os benefícios de curto prazo, que é o que geralmente as pessoas focam, fica todo mundo se perguntando: ‘poxa, por que o Antônio não acha bom o negócio que está aumentando o preço da minha soja, algo que está trazendo aqui uma melhoria, o preço em Rio Grande (porto) está quase R$ 83,00 por que diabos eu não vou gostar de uma coisa dessas? ’ Precisamos entender o seguinte, por causa de 1 real, dois ou três, em uma safra, comprometemos o futuro do negócio da soja”, explica da Luz. O economista enfatiza que a disputa em questão tem magnitude mundial e mais de 40% da economia do planeta está em jogo. “O problema é que não estamos falando de uma guerra comercial entre o Burundi e o Congo, estamos falando das duas maiores economias do mundo, EUA e China, as duas maiores economias do Planeta , para termos uma ideia, a economia dos EUA é 24% de toda a economia do mundo, se pegarmos a China, teremos mais uns 17%, então podemos ter uma noção da grandeza daquilo que estamos falando, é de mais de 40% da economia do mundo, em duelo”, detalha, complementando, que, a redução da “velocidade”, intensidade dos negócios de uma, fará que a outra atrase também, o que “diminuirá a velocidade de crescimento econômico do mundo”. O economista da Farsul lembra que “o negócio soja é 100% baseado no crescimento econômico do mundo, nós só aumentamos a produção aqui porque nós temos tido, ano a ano, crescimento de consumo, o que não se dá ao acaso ou por desejo de alguém: o aumento do consumo mundial de soja tem acontecido por conta do crescimento econômico mundial. Se desacelera a China, diminui o consumo mundial de soja. Se desacelera a China e desacelera os EUA, desacelera por consequência o crescimento do mundo” cita da Luz. A proximidade da eleição para presidente nos EUA traz uma ponta de esperança para que os norte-americanos e chineses se aproximem de acordos em relação aos negócios. “A minha esperança é de que, como tem eleição nos

Economista Chefe da Farsul Antônio da Luz

EUA no ano que vem, os analistas políticos de lá, e é o que os especialistas norte-americanos esperam, acreditam que teremos uma solução para este problema até o primeiro quadrimestre do ano que vem”, aventa Antônio da Luz. Segundo apontado por ele, com base nas análises dos especialistas dos EUA, “o Trump teria muito mais facilidade no processo eleitoral, se ele chegar ao período do pleito, com essa questão resolvida. Então, os especialistas políticos dos EUA esperam que isso se resolverá até lá” revela o economista. Porém, com esse prazo, essa solução nos impasses comerciais entre as duas potências econômicas mundiais, pode acontecer em um período ruim para o produtor de soja brasileiro. “O problema é o seguinte, isso se resolvendo, teremos uma inversão desses preços no curto prazo e isso em meio a colheita da próxima safra no Brasil, por isso a importância de não ficar especulando. Se o preço parece bom hoje, vai lá e trava o negócio de uma vez e não fica segurando”, aconselha Antônio da Luz. Ainda fazendo referência sobre a “ilusão do bom negócio” com o preço da soja “relativamente” alto, Antônio da Luz faz um alerta para que pensa em investimentos de longo prazo. “Nós não podemos fazer investimento porque o preço da soja subiu R$ 3,00 isso é errado. Tenho que fazer um investimento, primeiro, se ele é viável economicamente, primeira coisa a saber se é viável, depois eu tenho que olhar para um cenário de médio e longo prazo e não porque o preço da soja aumentou na última semana, até porque eu não vou pagar esse produto à vista, eu vou parcelar em 10 anos, então de que adianta eu fazer o investimento pelo que aconteceu agora”, chama a atenção, lembrando que “o mesmo vale para quando dá uma virada, as vezes o preço da soja está ruim nessa semana ou nesse mês, e eu deixo de fazer um investimento que é viável, não é assim que funciona” pondera o economista. Mesmo assim, diante de tantas incertezas no cenário macroeconômico, o economista aconselha que o produtor de soja, que têm produto estocado, deve aproveitar o momento para fazer posição. “ Aproveitar para vender alguma, travar alguma coisa para o ano que vem. Pode melhorar? Pode, mas também pode inverter. A única certeza que temos agora é que, se as commodities estão em patamares razoáveis, então é momento de aproveitar sim”.


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DIÁRIO DA MANHÃ - PASSO FUNDO, QUARTA-FEIRA, 7 DE AGOSTO DE 2019

PASSO FUNDO - CARAZINHO

Foto Ricardo Duarte | Divulgação

COPA DO BRASIL

Inter abre semifinal hoje Colorado enfrenta o Cruzeiro no Estádio Mineirão, a partir das 21h30min. O técnico Odair Hellmann faz mistério e não confirma quem encara a Raposa por KLEITON VASCONCELLOS kleiton@diariodamanha.com

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s semifinais da Copa do Brasil – competição que paga a maior premiação do futebol brasileiro – iniciam hoje (07). Em campo, a partir das 21h30min, o Internacional encara o Cruzeiro no Estádio Mineirão. O jogo de Belo Horizonte colocará frente a frente o desfalcado Colorado contra a Raposa em crise. Pelo lado da equipe dirigida por Odair Hellmann, sobra mistério quanto ao time titular. Ocorre que o Inter não terá à disposição o meia D’Alessandro, que cumpre suspensão após ser expulso diante do Palmeiras. Aí está o primeiro mistério: o escolhido deve estar entre o meia Sarrafiore ou os atacantes Wellington Silva e Rafael Sobis. Guilherme Parede corre por fora.

Outra posição em aberto é na função de primeiro volante. O titular Rodrigo Dourado está lesionado. Seu suplente (e que vinha jogando nas partidas recentes) era Rodrigo Lindoso. Contudo, o camisa 19 também está lesionado. Se não tiver condição de atuar, deve ceder a vaga a Nonato. Também aparecem como opção dois nomes: Rithely e o garoto José Gabriel, que atuaram na derrota para o Fluminense, pelo Brasileirão. Por fim, segue a disputa na lateral-direita, entre Bruno e Zeca. Nas demais posições, estão confirmados o goleiro Marcelo Lomba, os zagueiros Victor Cuesta e Rodrigo Moledo, o lateral-esquerdo Uendel, os meias Edenílson e Patrick, o atacante Nico López e o centroavante Paolo Guerrero. CRUZEIRO EM CRISE Se no Inter os problemas estão

Moledo é figura confirmada na zaga do Inter hoje

dentro de campo, no Cruzeiro a má fase é maior. Embora o time não vença há 10 jogos (contando Copa do Brasil, Libertadores e Brasileirão), fora das quatro linhas as coisas não estão melhores. Ao mesmo tempo em que a diretoria é investigada pela Polícia Federal, por supostos desvios de dinheiro, o técnico Mano Menezes pediu demissão do cargo. Entretanto, não foi atendido e segue no comando do time, pelo menos hoje.

As opções do colorado

W. Silva

MEI

José Gabriel

R. Sobis

VOL

Rithely

LD

Sarrafiore

Nonato

G. Parede

R. Lindoso Bruno

Zeca


10 esporte

por KLEITON VASCONCELLOS kleiton@diariodamanha.com

DE PRIMEIRA

Kleiton Vasconcellos kleiton@diariodamanha.com

PARABÉNS PASSO FUNDO! Eu tenho muito orgulho em ser passo-fundense. E mesmo que não fosse, trabalharia para o desenvolvimento da cidade. Lógico que na função de jornalista esportivo – função que desempenho há 11 anos aqui no Diário – também desejo o melhor. Ou seja, que o nosso esporte seja sempre recheado de vitórias, glórias, conquistas e títulos. Sei que nem sempre é possível, seja por falta de patrocínio ou dificuldades das mais variadas. Mas pode ter certeza: nós do Diário sempre apoiaremos o esporte passo-fundense. SEMANA DE ESTREIA Bem, o domingo será de mais uma estreia em 2019 para o Sport Clube Gaúcho. É a disputa da Copa Seu Verardi, nome de agora da popular Copinha, competição na qual o Alviverde foi o vice-campeão ano passado. Por tudo o que vem fazendo no cenário atual, creio que o time dirigido por Fabiano Borba não vá encontrar extremas dificuldades para classificar na primeira fase (que consta de cinco times na chave, dos quais quatro avançam). Essa fase, aliás, será o período perfeito para que o time encaixe bem os reforços que já chegaram, além daqueles que desembarcarão na Arena BSBios. NA BRONCA A estreia está marcada para o domingo (11), diante da Associação Nova Prata no Estádio Mario Cini. Tudo certo, a torcida Guarda Alviverde, do Gaúcho, já estava com viagem marcada e tudo. Mas o horário do jogo mudou, passando das 15h para 19h. Aí, levando em consideração o trajeto da volta, talvez a excursão seja inviabilizada. Agora, o meu espanto está no motivo da mudança de horário: é que às 16h haverá a final do Campeonato Municipal de Futebol Amador no mesmo Estádio Mario Cini. Assim sendo, em Nova Prata o amador tem mais importância que o profissional. Que fase. PATO NO CAPINGUI Grande notícia a divulgada semana passada pela competente assessoria de comunicação do Passo Fundo Futsal/ Fasurgs/ Valtra Razera. O amistoso que firmará a volta do time à Liga Gaúcha após a tragédia com o ônibus da delegação será diante do forte Pato Futsal, dia 20, no Capingui. Caso você não saiba, o Pato é o atual campeão da Liga Nacional de Futsal. É como se o Palmeiras do Felipão viesse jogar um amistoso contra o Gaúcho. Então, trata-se do principal jogo que Passo Fundo verá em anos.

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PASSO FUNDO 162 ANOS

Relembre os clássicos do futebol da cidade Embora não sejam realizados há quase uma década, os jogos envolvendo os clubes passo-fundenses já escreveram uma história quase centenária. E a expectativa é: quando irão se repetir?

Os três clubes históricos na cidade: 14 de Julho, Passo Fundo e Gaúcho

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sporte mais popular do Brasil, o futebol também faz parte dos 162 anos de Passo Fundo, comemorados justamente hoje (07). Ao longo da história, três clubes movimentaram o cenário esportivo local. Como não seria diferente, travaram grandes duelos e registraram números que ficaram para sempre no imaginário do torcedor. Eram os embates entre Sport Clube Gaúcho, Grêmio Esportivo, Recreativo 14 de Julho e Esporte Clube Passo Fundo. A linha do tempo do futebol passo-fundense, no quesito clube profissional, destaca as três agremiações. A primeira a surgir foi o SC Gaúcho, em 1918. Pouco tempo depois, em 1921, seria fundado o seu principal adversário: o 14 de Julho. Daquela data até 1985, os times fariam o incrível número de 170 partidas, nas mais diversas competições, no chamado Ga-Qua. E os números apontam pequena vantagem do time vermelho e branco – reduzidas duas vitórias e cinco gols marcados a mais. Entretanto, o cenário mudaria no início de 1986. No dia 10 de janeiro daquele ano, Gaúcho e 14 for-

matariam uma fusão, dando origem ao EC Passo Fundo. Mas logo na sequência houve a separação, com o futebol do Alviverde sendo reativado em 1990. E é nesse ano que nasce o Ga-Pas. Novo hiato de uma década e as disputas são retomadas em 2000 até o último encontro entre Gaúcho e Passo Fundo, datado de 2011. Aqui a vantagem é verde e branca: o dobro de vitórias (8x4) e 33% a mais no número de gols marcados (27x18). “Disputar um clássico no Interior é diferente, pois sempre há rivalidade. Inflama a torcida, divide a cidade. Passo Fundo é grande e também e importante que exista essa rivalidade. Dá projeção para a cidade. Além de mover todos os profissionais, existe um envolvimento da comunidade, em diversas áreas.” diz Ricardo Attolini. Enquanto jogador, Attolini disputou Ga-Pas pelo Gaúcho. Já na função de treinador, defendeu as duas equipes em clássicos. Ainda conforme Attolini, “é importante que as direções façam o trabalho de fomento à base e também que tragam as novas gerações aos estádios, pois são os jovens quem alimentará a rivalidade, independen-

te das cores”. Até por isso, Attolini mostra-se contrário que se tenha um único clube em Passo Fundo. “Que a gente consiga manter viva a chama dos clássicos” finaliza. SITUAÇÃO ATUAL Embora sejam realizados anualmente partidas amistosas ente veteranos dos três clubes, a cidade está há quase uma década sem a disputa de clássicos valendo pontos. No período o EC Passo Fundo esteve na Série A e na Divisão de Acesso. Já o SC Gaúcho luta para sair da Terceirona (quando jogou a Divisão de Acesso, em 2013, o Tricolor estava na elite do estadual). Portanto, não jogam a mesma divisão desde 2011. Já o 14 encontra-se com o futebol inativo desde 1985. FUTURO Todavia, muito tem se trabalhado para o retorno dos clássicos. Tal fato pode ocorrer em 2020, desde que o Gaúcho supere a Terceirona, ingressando ano que vem na Divisão de Acesso, onde está o Passo Fundo. Já o 14 planeja a volta ao futebol para 2021 – no modelo atual, começaria pela Terceirona.

Histórico dos clássicos Ga-Pas

(Gaúcho x Passo Fundo) Total de Jogos Vitórias do Gaúcho Vitórias do Passo Fundo Empates Gols do Gaúcho Gols do Passo Fundo Total de gols

17 8 4 5 27 18 45

Ga-Qua

(Gaúcho x 14 de Julho) Total de Jogos Vitórias do Gaúcho Vitórias do 14 de Julho Empates Gols do Gaúcho Gols do 14 de Julho Total de gols

170 64 66 40 283 288 571


por VINICIUS COIMBRA vinicius@diariodamanha.com

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Polícia Civil elucida morte de morador de rua em Passo Fundo

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Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil elucidou a morte de Anderson Maciel Farias, de 34 anos. O homem morreu na semana passada após uma briga com outro indivíduo, de 18 anos. Ambos eram amigos e moravam na rua. O caso ocorreu nas arquibancadas da Praça Tochetto, no centro de Passo Fundo.

De acordo com o chefe de investigações da DHPP, comissário Volmar Menegon, o desentendimento teria relação com um rádio. “Eles andavam juntos pela rua e acharam no lixo um rádio velho que funcionava. O que morreu teria estragado o aparelho e o que matou ficou bravo. Por isso, eles brigaram”, disse. Anderson Maciel Farias foi

ferido com chutes e socos e levado para atendimento ao Hospital de Clínicas de Passo Fundo (HCPF). A vítima era usuária de drogas e tinha antecedentes criminais. Conforme a DHPP, o autor tem também antecedentes criminais por roubo. Ele não se apresentou à polícia nem havia feito contato com a delegacia até o momento do fechamento desta edição.

ATLAS DA VIOLÊNCIA

Mais de 65 mil homicídios no Brasil O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou o Atlas da Violência, na segunda-feira (5). O estudo traz dados das 310 cidades médias e grandes do país. Para medir o nível da criminalidade, o Ipea teve como base a taxa de homicídio por 100 mil habitantes nos municípios brasileiros no ano de 2017. Conforme o levantamento, o país registrou um aumento de 4,2% de 2016 para 2017 e chegou, assim, ao recorde de 31,6 mortes para cada 100 mil habitantes. Em números absolutos, o país teve 65.602 assassinatos em 2017, 4,9% a mais do que no ano anterior. Segundo o Ipea, as cidades mais violentas, em geral, têm também números piores no acesso à edu-

cação, desenvolvimento infantil e mercado de trabalho, enquanto as menos violentas têm indicadores considerados parecidos com os de países desenvolvidos. O levantamento aponta que Passo Fundo tinha população de 198.799 habitantes em 2017 uma taxa de 27,1 homicídios para cada 100 mil habitantes. O levantamento afirma que, em 2017, o município teve 54 homicídios. Neste ano, até o momento, foram registrados 11 casos de homicídios em Passo Fundo; dentre eles, dois envolveram a morte de ladrões no interior do município, em fevereiro, e no distrito de Bela Vista, em junho. Além disso, dois casos de feminicídios foram regis-

trados em Passo Fundo. A cidade mais violenta do Brasil em 2017 foi Maracanaú, no Ceará, com 145,7 homicídios para cada 100 mil habitantes. Alvorada, na Região Metropolitana de Porto Alegre, foi a sexta cidade com mais homicídios para cada 100 mil habitantes no país. Fortaleza (CE) foi a cidade que teve o maior número absoluto de homicídios em 2017, com 2.145 casos e superou até as cidades populosas do país. A cidade considerada mais pacífica do Brasil foi Jaú, em São Paulo, com uma taxa de 2,7 homicídios para cada 100 mil habitantes. A cidade de 146 mil moradores teve quatro assassinatos em 2017.

CARAZINHO

Bombeiros salvam bebê de um mês que havia se engasgado Uma ação rápida do Corpo de Bombeiros Militar de Carazinho salvou a vida de um bebê de um mês que havia se engasgado enquanto dormia por volta das 22h30 de segunda-feira (5) na Rua Manoel Francisco Notari, no bairro Dileta, em Carazinho. Após receber chamado da mãe da criança para atender a ocorrência, uma guarnição, de imediato, foi até o endereço indicado já que a mulher estava nervosa e não conseguia realizar os procedimentos que eram orientados por telefone. Quando chegaram ao local, os soldados encontraram a criança engasgada e roxa. Em seguida, os bombeiros realizaram manobras respiratórias e conseguiram salvar a vida do bebê. “Chegamos lá, ele estava severamente cianótico”, disse o soldado Matheus Rosa Machado, que participou da operação. De acordo com os bombeiros, os soldados responsáveis pelo salvamento optaram por ir ao local antes mesmo que o Samu para agilizar o socorro. Além do soldado Matheus, o sargento Luis Paulo Teixeira Gui-

Uma mulher de 22 anos foi presa por tráfico de drogas em Passo Fundo na noite de segunda-feira (5). De acordo com o 3º RPMon da Brigada Militar, policiais militares foram em um bar, um ponto conhecido pela venda de drogas na invasão do Sétimo Céu, no bairro Petrópolis. No local, os PMs abordaram uma mulher que se identificou como proprietária do bar. Uma revista foi feita e diversas drogas foram apreendidas: 10 porções de cocaína, 20 porções de maconha, uma balança de precisão, R$ 337 em dinheiro, um rolo de papel filme, além de três celulares, um videogame, uma caixa de som, objetos que a presa não soube explicar a origem. Por isso, a mulher recebeu voz de prisão e foi levada à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), onde foi indiciada por tráfico de entorpecentes. Ela foi recolhida ao Presídio Regional de Passo Fundo (PRPF). A mulher havia sido presa no último dia 24 no mesmo local,

Drogas foram apreendidas com a mulher

durante uma ação também da BM. Um homem também foi preso na oportunidade.

Homem é preso ao tentar furtar residência A Brigada Militar prendeu um homem por furto a residência na Vila Rodrigues, em Passo Fundo, na terça-feira (6). De acordo com o 3º RPMon, por volta das 10h, policiais foram despachados para a rua Oiapoc com a Coronel Pelegrini, onde um indivíduo teria sido detido por populares. No local, foi confirma-

da a informação e identificado o homem. Conforme testemunhas, o detido, que com um martelo e uma barra de ferro, havia efetuado furto de alumínio de uma das casas. Por isso, o indivíduo recebeu voz de prisão e foi levado à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), para registro do flagrante.

BM faz ações no interior Foto: Divulgação

por Nathan Schultz redacao.carazinho@diariodamanha.com

Mulher é presa por tráfico pela segunda vez Foto: BM

Indivíduo de 34 anos teria sido agredido após desentendimento que envolveu rádio encontrado no lixo

segurança 11

A Brigada Militar fez ações no interior de Passo Fundo durante a segunda-feira (5). O trabalho teve participação do Pelotão de Operações Especiais (POE) do 3º RPMon e novos soldados nas localidades de São Miguel, Pulador, Encruzilhada Muller e Ernestina

e, no turno da tarde, nas localidades de Nicolau Vergueiro, Três Passos, Capinzal e Santo Antônio do Capinzal. Foram abordados 33 veículos, 56 pessoas foram identificadas, uma motocicleta foi recolhida e foram confeccionadas duas autuações de trânsito.

Morre no hospital homem que tentou esfaquear PM Atendimento foi feito na noite de segunda-feira (5)

marães participou da ação. Depois que voltou a respirar, o bebê foi levado ao Hospital de Caridade de Carazinho (HCC), onde permanece em observação. Conforme a casa de saúde, a criança está em estado estável e não corre risco de morte. A mãe agradeceu os bombeiros e pediu para tirar uma foto com os soldados após o salvamento.

Fabrício Pablo da Silva, de 23 anos, morreu na Fundação Hospitalar Santa Terezinha, em Erechim, na segunda-feira (5). O indivíduo havia sido baleado no sábado (3) no mesmo município. Conforme a Brigada Militar, naquele dia, os policiais foram deslocados para atender a uma ocorrência de briga de família. A guarnição foi ao

endereço e, durante o atendimento, o homem teria tentado atingir um PM com uma faca. O policial, para se defender, atirou contra o homem, que foi atingido e levado para atendimento médico. O homem passou por uma cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na tarde de segunda-feira.


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PASSO FUNDO, QUARTA-FEIRA, 7 DE AGOSTO DE 2019 Foto: Kleiton Vasconcellos | Diário

PASSO FUNDO 162 ANOS

Relembre os clássicos do futebol da cidade Embora não sejam realizados há quase uma década, os jogos envolvendo os clubes passo-fundenses já escreveram uma história quase centenária. E a expectativa é: quando irão se repetir? | Pág. 10

DIÁRIO PASSO FUNDO redacao@diariodamanha.com | (54) 3316.4800 DIÁRIO CARAZINHO redacao.carazinho@diariodamanha.com | (54) 3329.9666 DIÁRIO FM | 98.7MHz diariofm@diariodamanha.com | (54) 3311.1309 DIÁRIO AM PF | 570KHz jornalismo@diariodamanha.com | (54) 3311.7756 DIÁRIO AM CZO | 780KHz diarioam780@diariodamanha.com | (54) 3331.2422

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ESPECIAL

PASSO FUNDO O futuro depende de todos

ANOS

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Fundador

Jornalista Túlio Fontoura (1935 1979)

Presidente Janesca Maria Martins Pinto Vice-Presidente Ilânia Pretto Martins Pinto DIRETOR EXECUTIVO Túlio Pretto Martins Pinto

PresidenteS-EméritoS

Dyógenes Auildo Martins Pinto (1972 1998) Vinícius Martins Pinto (1997 2003)

Diretora Comercial: Eliane Maria De Bortoli

Editor: Matheus Moraes - RP 18.498 EDITORA GERAL: Nadja Hartmann www.diariodamanha.com

REPORTAGENS:

Aline Prestes, Ana Cláudia Capellari, Kleiton Vasconcellos, Matheus Moraes, Thaís Viacelli Biolchi, Vinicius Coimbra.

Foto capa: Arte sobre foto Bowie15 | IStock

BIOTRIGO

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Os desafios para seguir crescendo A cidade que vê sua população crescer a cada ano precisa, no mesmo ritmo, se renovar e se estruturar para atender as necessidades essenciais de quem constrói sua riqueza. É o retorno cobrado (e de direito) de seus moradores, que buscam a melhora na qualidade de vida e um horizonte de crescimento. Nestes 162 anos, Passo Fundo se modificou, mas não parou de crescer. A capital do Planalto Médio e a evolução caminham lado a lado, desde o período dos tropeiros, das ferrovias... até se tornar referência médica e educacional. Uma cidade que cresceu no momento de maior crise de um país de tantas riquezas. Mais do que uma atração econômica e de desenvolvimento, o Município carrega a responsabilidade de ser a principal cidade da região Norte do Rio Grande do Sul. Todo o sucesso dessa cidade, em renovação constante, precisa da sustentação do trabalho e da força do povo. Pessoas que não medem o esforço para trabalhar, empreender, fazer Passo Fundo alavancar no cenário nacional. Desafios diários que fazem cada passo-fundense mirar o futuro. Uma responsabilidade que apresenta a necessidade de entender as próximas gerações, o que precisará ser feito e o que pode progredir. Para isso, será primordial pensá-lo e planejálo. Esse é o passo em que as demandas são ouvidas para o melhor direcionamento de recursos para investimentos de atendimento básico ou de lazer. Um povo que cresce, se desenvolve, contribui e envelhece. Características do ser humano em que Passo Fundo também precisará de mudanças, assim como todo o cenário nacional. Seja como comunidade, administração municipal ou com visão empreendedora. As alterações no perfil da comunidade são expostas neste caderno especial produzido pelo Diário da Manhã, com olhar atento a temas de relevância para o futuro. Se futuramente a população de idosos, por exemplo, tende a crescer, segundo o IBGE, a força de trabalho futura está na geração que virá. E assim por diante. Ao mesmo tempo em que Passo Fundo irá apresentar mudanças no perfil da comunidade, os principais setores da comunidade também sofrerão com o reflexo das alterações. Assim, será necessário pensar no futuro da educação, com criação de novas vagas e escolas, a demanda da força de trabalho e também das novas oportunidades. Um futuro com mais ou menos pessoas, mas que impactarão de forma significativa no saldo social e econômico da cidade. É tempo de parar, refletir, ousar e agir (ainda mais). É por Passo Fundo e pelo nosso povo. Boa leitura!

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Foi por meio da mudança que Passo Fundo se desenvolveu e tornou-se referência nacional. O município que se destaca em meio à crise econômica dos últimos anos pensa no futuro. Neste caderno especial, você saberá como a cidade se planeja para as mudanças de perfil da comunidade e as adaptações necessárias que surgem como desafio para os próximos anos.

SUMÁRIO

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Mudanças no perfil da população são desafios para o futuro Ensino fundamental será o foco das demandas Uma cidade de oportunidades Olhar com atenção para os idosos é sinônimo de respeito Um município planejado para as pessoas As melhores lembranças dos Passo-Fundenses

BOM CONSELHO

Foto Alex Borgmann | Divulgação

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Foto Brigada Militar

162 anos

Foto Banco de Imagens AL/RS

Mudanças no perfil da população são desafios para o futuro Caderno especial do Diário da Manhã aborda perspectivas e desafios de Passo Fundo para os próximos anos

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perfil da população brasileira tem mudado nos últimos anos. O Brasil, um país ainda jovem e em crescimento de população, prepara-se para ter mais idosos que crianças e também para o fim do crescimento do número de habitantes. Esse cenário é o previsto para o Brasil nas próximas décadas. O Rio Grande do Sul e Passo Fundo estão também nesse contexto. Ao chegar aos 162 anos, o município passa por uma nova fase de crescimento populacional: recebeu 10 mil novos moradores entre 2010 e 2017. A cidade que cresce experimenta ao mesmo tempo alterações no perfil de sua sociedade, com o aumento ou redução do número de integrantes de um grupo com a mesma faixa etária. Os reflexos serão vistos na faixa educacional, no mercado de trabalho, na demanda por serviços, públicos e privados, no consumo. Haverá impacto social e econômico na rotina do município. O perfil populacional também exige intervenções do poder público para

COLEURB

atender a comunidade, com investimentos em saúde, seja para idosos ou crianças, novas escolas ou creches. As perspectivas e os desafios para esse novo cenário são os temas abordados pelo Diário neste caderno especial de aniversário de Passo Fundo. O Brasil hoje Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2018, há, no Brasil, 208,4 milhões de pessoas. O número representa aumento de 800 mil habitantes em relação ao ano anterior. O IBGE estima que a população crescerá pelos próximos 29 anos, até 2047, quando deverá atingir 233,2 milhões. Nos anos seguintes, estima o instituto, a população cairá gradualmente, até chegar a 228,3 milhões em 2060. O instituto fez uma série de projeções de longo prazo. A expectativa é que até 2060, o número de idosos mais que dobre de tamanho e atinja 32% do total dos brasileiros. Esse indicador em


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2018 estava em 13%. Cenário diferente ocorrerá na população de crianças de até 14 anos, que atualmente representa 21% do total e que, em 2060, representará 15%. O confronto desses dois indicadores mostra o envelhecimento da população. Assim, em 2060, o país terá mais idosos que crianças.

Foto Divulgação PMPF

RS: atenção ao público idoso Conforme o levantamento do IBGE, o Rio Grande do Sul será o primeiro estado a ter proporção maior de idosos em relação a crianças. Isso deve ocorre dentro de 10 anos. O motivo para o envelhecimento geral é que a expectativa de vida teve melhora na última década, enquanto a fecundidade caiu. No Rio Grande do Sul estima-se que os idosos representem 12,67% em 2019. Conforme a Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão do Rio Grande do Sul (Seplag), o número de pessoas com mais de 65 anos deverá mais do que duplicar em 40 anos. O cenário prevê que em 2060 que o número de idosos deva representar quase 30% da população gaúcha. O estudo também indica queda na faixa da população considerada potencialmente ativa, entre os 15 e 64 anos: de 69% atualmente para 57% em 2060. De 0 a 14 anos, o cenário também é de

redução: em 2019, representa 18,3% da população do Estado e em quatro décadas cai para 14%. No Brasil, o cenário é parecido A população brasileira com 65 anos de idade ou mais cresceu 26% entre 2012 e 2018, ao passo que a população de até 13 anos mostrou recuou de 6%, mostram dados da pesquisa Características Gerais dos Domicílios e dos Moradores 2018, divulgada pelo IBGE. A população residente no Brasil no ano passado foi estimada em 207,8 milhões de pessoas, 5,1% a mais do que em 2012. As pessoas com 65 anos ou mais de idade representavam 10,5% desse total, o correspondente a 21,872 milhões de pessoas. A parcela de crianças eram 18,6% do total, o equivalente a 38,602 milhões de pessoas. Passo Fundo se prepara para mudanças A revisão do Plano Diretor de Passo Fundo, feito pela Prefeitura, apresenta três cenários de projeção populacional para o município. No modelo adotado, a estimativa é a de que o município tenha 234 mil habitantes em 2040. O mesmo estudo, que utilizou dados dos Censos do IBGE de 2000 e 2010, aponta também crescimento no núme-

ro de idosos em uma década: houve um aumento de 4,3 mil; por outro lado, o número de criança diminuiu em 5,3 mil. Desse modo, em 2000 havia 23 idosos a cada 100 crianças; em 2010, o número passou para 37 idosos a cada 100 crianças. Em 1940, o município tinha 80 mil habitantes; esse número chegou a 201,7 mil em 2019. Outra informação mostra a mudança é quanto à demografia. A população que morava na cidade representava 21% em 1940. No último Censo, em 2010, o índice chegou a 97%. Conforme Ana Paula Wickert, secretária de Planejamento de Passo Fundo, a Prefeitura utiliza dados oficiais, especialmente do IBGE, referentes ao censo, mas também com dados de institutos de pesquisa para planejar as ações. “Os dados de crescimento da economia e da população são fundamentais para que possamos pensar o futuro da cidade, necessidades de expansão do território, bem como demanda de equipamentos públicos”, disse. Plano Diretor e o planejamento O plano diretor é a lei que regula a ocupação do território, que estabelece de qual maneira deve ser ocupado o

Os dados de crescimento da economia e da população são fundamentais para que possamos pensar o futuro da cidade, necessidades de expansão do território, bem como demanda de equipamentos públicos

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Ana Paula Wickert secretária de Planejamento de Passo Fundo

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espaço da cidade, normatiza índices e usos no chamado zoneamento urbano. “Ele estabelece os limites legais para que tenhamos elementos que buscam sustentabilidade e preservação do meio ambiente, aliados ao desenvolvimento econômico”, explica . O uso dos recursos da Prefeitura também ocorre com base neste estudo. “É a principal lei do município pois conduz ao crescimento e desenvolvimento da cidade e nela estão definidas as diretrizes que a cidade vai tomar nos próximos anos, incluindo mobilidade, equipamentos, uso e ocupação do solo, entre outros”, completou a secretária.

10 mil

aumento populacional em Passo Fundo entre 2010 e 2017

234 mil

número de habitantes em 2040

97%

da população de Passo Fundo mora na cidade Fonte: PMPF

População de Passo Fundo Fonte: IBGE

1940 1950 1960 1970 1980 1991 1996 2000 2010

80.138 101.887 93.179 93.850 121.156 147.318 156.333 168.458 184.826


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Ensino fundamental será o foco das demandas m dos pilares para o futuro, a educação faz parte do presente mas também das próximas gerações. Para planejar uma Passo Fundo que siga suas raízes e evolua por meio do desenvolvimento, o setor educacional vive a expectativa de crescimento que o Município possui na última década. Dessa forma, o Município utilizou do planejamento para trabalhar com uma realidade que tende a ser maior num futuro próximo. De acordo com dados da Secretaria Municipal de Educação, Passo Fundo apresentou um crescimento de demanda nos últimos anos. No caso da etapa pré-escola, o aumento foi de 76,91% na demanda de alunos nos últimos sete anos. A projeção de futuro do Município para a educação geral, do infantil ao fundamental, com o crescimento dessas crianças, é de um aumento anual de 10% na demanda de vagas. Atualmente, a rede municipal atende 5.096 crianças na educação infantil, distribuídas nas 35 escolas municipais de educação infantil (EMEI). No ensino fundamental, a SME atende aproximadamente 11 mil crianças. Ou seja, são 16 mil alunos atendidos pelo Município entre a educação infantil e fundamental. Os resultados dos trabalhos dos últimos anos, com visão ao futuro, são representados com base de números do Plano Nacional de Educação. Conforme previsto no PNE, a educação infantil na pré-escola, com crianças de 4 a 5 anos idade, precisava ser universalizada até 2016. Além disso, o plano prevê a ampliação da oferta de educação infantil em creches para que se atenda 50% das crianças de até três anos ao final da vigência do PNE. Em Passo Fundo, a Secretaria Municipal de Educação atingiu 44% da meta na etapa creche, de acordo com o Conselho

Foto: Alex Wiroski | Diário

U

Com investimentos em escolas municipais e base estruturada na educação infantil, rede municipal de Educação tem crescimento anual de 10% na demanda de vagas da educação infantil à fundamental e prevê olhar voltado ao ensino fundamental nos próximos anos

Pensar o ensino fundamental é um desafio para os próximos anos

Municipal de Educação. O objetivo é buscar o atendimento de 50% até 2024. Já na pré-escola, o Município atingiu a meta e criou vantagem sobre ela, com um aproveitamento de 102% nos últimos anos no PNE. De acordo com a secretária adjunta de Educação, Jeanete Basso, os recentes anos foram trabalhados de maneira intensa sobre a educação infantil. Para ela, com o suporte de diversos setores dentro da pasta, a área de crianças de 4 a 5 anos está estabilizado. No futuro, o desafio será com o ensino fundamental, com tendência de crescimento, em razão de fatores como a migração de estudantes da rede privada e estadual para a rede municipal, além

da vitrine que a rede municipal possui com diversos programas oferecidos pela Prefeitura. Jeanete sustenta a opinião conforme os números. Nos últimos sete anos, a Prefeitura de Passo Fundo criou 16 novas escolas de educação infantil, um crescimento que representa 50% em ampliação. “Nós percebemos que não tínhamos demanda para a educação infantil. Era creche, mas sem escolas. Houve um crescimento de demanda, de investimentos, de estrutura. Abrindo mais escolas, aumenta a demanda. Hoje, estamos tranquilas com as vagas de pré-escola. Da mesma forma que entram crianças, saem crianças para o fundamental. Além de acolher as crianças do ensino

PATRIMMONIO

infantil, também acolhemos as crianças do ensino fundamental de séries iniciais do Estado”, afirma a secretária adjunta. A perspectiva que a secretária adjunta enxerga para o futuro é de aumento na demanda de vagas para a educação fundamental. “Acredito que nos próximos dez anos devemos ter crescimento no ensino fundamental, porque a educação infantil estabilizou com a construção de escolas, com as vagas disponíveis”, declara Jeanete. Um dos pontos cruciais para que o ensino fundamental cresça futuramente é quanto ao fechamento de vagas na rede estadual. Há o entendimento no setor de que a rede estadual repassa a obrigatoriedade dos anos iniciais do ensino


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fundamental ao Município. “Existe essa obrigatoriedade que se passa ao Município. Mas eles [Estado] não entendem que são parceiros, que precisam continuar com a obrigatoriedade. Existe o fechamento de anos iniciais, como primeiro, segundo e terceiro ano, sem abertura de novas turnos. Essa demanda cai para o município”, completa. Essa situação faz com que o crescimento, num futuro próximo, seja na demanda do ensino fundamental. “A intenção do Estado é não atender as fases iniciais, mas o segundo nível, que é do sexto ano em diante, além do Ensino Médio. Então, o Município acabaria assumindo os anos iniciais”, projeta Jeanete.

Qualidade e modernização para o futuro A preocupação quando se trata de futuro não é apenas em ofertar vagas e oferecer escolas para a demanda de estudantes que a cidade terá, mas disponibilizar conforto e suporte para que o ensino seja de qualidade. Com esse norte, a Secretaria Municipal de Educação planeja, há cerca de um ano, junto ao governo federal, por meio do Plano de Articulações Elaboradas (PAR), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), investimentos para o futuro. Por meio do financiamento da educação, a SME solicitou investimentos de infraestrutura para o futuro com o objetivo de qualificar, modernizar e atualizar as escolas municipais.

De acordo com a coordenadora de inovações educacionais da SME, Ivânia Campigotto Aquino, o intuito é oferecer o que há de maior qualidade aos alunos. “Estão analisando todos os nossos pedidos. São laboratórios de informática, inclusão de tablets, notebooks para todas as escolas. Equipamentos para atender o público cego, com a questão de braile, tecnologia com

lousa digital. Tudo isso é necessário porque moderniza e prepara o futuro dos alunos. A Prefeitura visualiza o futuro. Temos a noção clara do que irá acontecer, de que o fundamental irá crescer. Vamos querer oferecer o melhor aos alunos”, declara. Além das questões didáticas, a solicitação por novo mobiliário em todos os educandários também está no pedido do Executivo.

PROJEÇÃO BASEADA EM DADOS DE 2012 A 2019 EDUCAÇÃO INFANTIL

Crescimento anual de alunos de

10% ao ano ETAPA PRÉ-ESCOLA

Crescimento anual de alunos de

Foto: Matheus Moraes | Diário

7

aumento de

76,9%

na demanda de alunos nos últimos sete anos

NÚMEROS ATUAIS da REDE MUNICIPAL Educação infantil

5.096

crianças Educação fundamental Quem planeja a educação da rede municipal: Márcia Leida (coordenadora da Universidade Popular), Leocir Thomé (coordenador pedagógico da SME), Jeanete Basso (secretária adjunta de Educação), Angelita Scottá (coordenadora do Núcleo de Ensino Fundamental), Fernando Carlos Bicca (assessor de gabinete da SME), Deisi de Oliveira (coordenadora do Núcleo de Educação Infantil) e Ivânia Campigotto Aquino (coordenadora de Inovações Educacionais)

HSVP

11.000 crianças (aproximadamente)


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Uma cidade de oportunidades

Passo Fundo segue com números positivos na geração de empregos

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e acordo com dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Passo Fundo possui uma população de 201 mil pessoas. E, destas, 58 mil estão ativas, no mercado de trabalho, com carteira assinada. É um número considerável, ainda mais se for levada em consideração a cri-

se econômica vivida pelo Brasil. Assim sendo, como será o cenário no futuro? Primeiro, ao quadro atual. Embora o histórico das fontes de emprego no município tenha tido, em algum momento, diferentes fases – seja pela chegada de grandes indústrias, força do campo ou mesmo construção civil – há alguns anos o comércio aparece

como principal empregador. “Porém, de uns anos para cá, o que mudou é que a questão do serviço veio com força e às vezes ajuda a apontar a balança positiva de empregos em Passo Fundo”, diz o coordenador da agência Fundação Gaúcha Trabalho e Ação Social (FGTAS/Sine) de Passo Fundo, Sérgio Ferrari. Os números apontados por Ferrari não deixam dúvidas: a cidade soube passar pela crise econômica sem sofrer tanto quanto o Estado ou mesmo o País. “Nos dados do Caged, os setores de serviços, comércio, construção civil e indústria de transformação aparecem como os grandes contratantes. Temos em Passo Fundo 58 mil pessoas com carteira assinada, além de 15,6 mil CNPJ cadastrados”, completa o coordenador. Ainda, segundo Sérgio Ferrari, a média salarial do passo-fundense com carteira assinada gira em torno de R$ 2 mil, que é o piso do comércio. Cidade Polo Antes da crise de 2016, contudo, a cidade de Passo Fundo vinha apresentando picos de crescimento na geração de emprego. Em grande parte, via construção civil, que chegou a ser o carro-chefe. Passada a depressão econômica, fica para a cidade o status de ser um polo regional – e aí está uma das chaves

BS BIOS

para a manutenção das oportunidades no futuro. Ser uma cidade polo ocasiona receber investimentos consideráveis mesmo em tempos de crise. “Foi o caso da inauguração dos Centros de Distribuição das Farmácias São João e da JR Materiais de Construção. Em 2018 teve a inauguração da Havan e do Passo Fundo Shopping, que contrataram muito. Tem atualmente as obras da Avenida Brasil e a expectativa pelas obras no Aeroporto. Mesmo sem ter um grande Foto Divulgação

Foto Matheus Moraes | Diário

Na contramão da crise que assolou o país, Passo Fundo apresentou números positivos na criação de empregos. E a tendência é de manutenção no quadro

Sérgio Ferrari, coordenador da agência FGTAS/Sine de Passo Fundo


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Foto Alex Borgmann | Divulgação

investidor, Passo Fundo tem o balanço positivo no ano de 2019 de 600 vagas”, salienta Sérgio Ferrari. Vale pontuar que, sendo uma cidade polo, Passo Fundo chega a atrair uma população de até 1,2 milhão de pessoas, seja em busca principalmente dos serviços oferecidos ou do comércio pulsante. “Acreditamos numa melhoria do cenário industrial também, com grandes investimentos dentro de 10 anos. Temos de 5 a 7 mil desempregados, mas já chegou a 12 mil. Fazemos projetos de qualificação, principalmente junto à comunidade mais jovem. Focamos naquele que não tem a qualificação e já vem com questões familiares delicadas. Hoje o Sine oferece também vagas técnicas, do graduado ao não-graduado”, acrescenta Ferrari.

Carlos Eduardo Lopes da Silva, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico

Empreendedorismo é o futuro A dupla formada por comércio & serviços, que está na ponta no quesito geração de empregos em Passo Fundo, deve manter-se no posto por mais algum tempo. É o que acredita o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Carlos Eduardo Lopes da Silva. “Trata-se de uma geração rápida de vagas. Acredito que o cenário não vá mudar nos próximos anos, visto que não temos o cenário de crescimento no setor industrial, por exemplo. Essa é uma visão generalista”, comenta. Então, olhando para os próximos 10 anos, a meta da prefeitura vem em duas frentes: qualificar a mão de obra e facilitar o empreendedorismo. “Fizemos, por exemplo, parceria com a Acisa na elaboração de um questionário do setor industrial. Em outra parceria, com o Senai, realizamos uma série de cursos grátis entre 2015 e 2017, qualificando como um todo a mão de obra para este setor”, explica o secretário. Já o empreendedorismo pode ser trabalhado de uma maneira definida. Para Carlos Eduardo Lopes da Silva, facilitar a geração de empregos é um dos pontos para o sucesso. “Estamos sempre atentos e com ações multidisciplinares entre as secretarias. Acreditamos em uma cidade que com economia pulsante gere e ofereça empregos em uma quantidade necessária para nossa população. Para tanto, temos que agir como facilitadores do empreendedorismo, oportunizando a geração desses empregos. Ao mesmo tempo, trabalhar na diminuição da ociosidade. Ou seja, desburocratizar”, finaliza.

ITALAC

REG. IMOVEIS


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Olhar com atenção para os idosos é sinônimo de respeito Foto Ana Cláudia Capellari | Diário

Com a população brasileira, sobretudo a gaúcha, tendo uma expectativa de vida mais elevada, a atenção das políticas públicas deve se voltar para a qualidade de vida dos mais velhos

U

m estudo feito pela Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão do Rio Grande do Sul (Seplag) apontou que em 40 anos o número de idosos no estado deverá mais do que duplicar. O cenário prevê que no ano de 2060 as pessoas com mais de 65 anos serão quase 30% da população. Atualmente, esse percentual está em 12,7%. A consequência do envelhecimento mais rápido da população estará na diminuição da população considerada potencialmente ativa, entre os 15 e 64 anos: cairá de 69% para 57%. O não tão distante ano de 2060, no Rio Grande do Sul, deverá ter um idoso para cada duas pessoas em idade ativa.

Na programação do Dati, os idosos são constantemente estimulados a serem protagonistas de suas histórias. Na foto, o momento da caminhada realizada em junho deste ano contra a violência ao idoso

Com isso, diversos desafios deverão ser enfrentados já na próxima década. Para a professora e coordenadora do programa de pós-graduação em enve-

lhecimento humano da Universidade de Passo Fundo (UPF), Ana Carolina De Marchi, pontua que o aumento das políticas públicas para a proteção e

MEMORIAL

cuidado com os idosos, como a criação da Coordenadoria de Atenção ao Idoso, em 1995 e do Departamento de Atenção à Terceira Idade (Dati), em


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2005. “Hoje já existe várias políticas públicas para a proteção da pessoa idosa e isso começou a surgir justamente porque se deram conta que se deve pensar em como cuidar e prevenir questões de doença, por exemplo, para que o idoso tenha qualidade de

vida, já que a expectativa de vida aumentou muito”, diz. A expectativa de vida ao nascer é de 76 anos no Brasil e no Rio Grande do Sul de 78 anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Tem desafios

dizem respeito ao mundo social como um todo, o que a gente precisa é potencializar ou ampliar políticas por exemplo, de acesso a saúde, na preferência ao atendimento de idosos. A questão da mobilidade urbana, a cidade está fazendo muitas

Expectativa de sobrevida, por faixa de idade, no RS (2010-2060) 28

26,6

26 24

22,5

22

Fonte: IBGE. Elaboração DEE | Seplag

20

18,6

18 16 14 12

2010

2015

2020

70 anos

2025

2030

2035

65 anos

2040

2045

2050

2055

2060

60 anos

SAO JOAO

obras de adaptação, adaptando muitos locais, mas ainda precisa ser feito mais. A pessoa idosa tem mais dificuldade de locomoção. Cabe também uma conscientização de todos, não só da Prefeitura, de todos os moradores, o que perpassa na educação da sociedade”, explica Ana Carolina. No entanto, o ponto crucial para a professora é sobre a educação da sociedade para que se respeite a velhice. Em um evento recente do Dati, uma caminhada em alusão ao dia Mundial de Combate à Violência Contra o Idoso, o tema era ‘respeitar as pessoas idosas é tratar o próprio futuro com respeito’. “Temos que começar a preparar as nossas crianças nas escolas para que elas, até mesmo os professores, formar professores para respeitar a velhice, a questão intergeracional. Temos que a partir da educação das crianças e da formação dos professores ensinar como conviver melhor com esses idosos”, salienta. Ela cita como exemplo o Japão, país asiático em que as crianças já sabem – desde pequenas – que quando os pais ou até mesmo os avós chegarem na velhice, eles é quem cuidarão para que eles possam viver dignamente.


AMBIENTES DE CONVIVÊNCIA Uma das maneiras de fazer com a velhice não seja tratada de forma ruim, mas sim como algo bom e principalmente natural é realizar atividades que integrem, cada vez mais, os idosos na sociedade. O coordenador do Centro de Referência e Atenção ao Idoso (Creati), ligado a UPF, Diego Piva, explica que há 29 anos o centro realiza ofi-

cinas culturais e sociais com idosos, que promovem saúde e bem-estar. Em média, 700 alunos são atendidos pelo Creati em Passo Fundo, que ainda conta com filiais em Carazinho e Lagoa Vermelha. “Dessa forma fazemos com que o idoso faça parte da família Creati, com oficinas, confraternizações, atividades que têm sempre direção aos temas da qualidade de vida e do envelhecimento”, pontua.

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Foto Divulgação

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Hoje já existem várias políticas públicas para a proteção da pessoa idosa e isso começou a surgir justamente porque se deram conta que se deve pensar em como cuidar e prevenir questões de doença, por exemplo, para que o idoso tenha qualidade de vida, já que a expectativa de vida aumentou muito

Ana Carolina De Marchi Coordenadora do programa de Pós-graduação em envelhecimento humano da UPF

PETIPA

Ana Carolina diz que iniciativas como o Creati e o Dati são locais onde o idoso é estimulado socialmente. Inclusive, afirma que esses espaços poderiam ser ampliados, para que atendam cada vez mais idosos, ou vovôs e vovós. “Esses ambientes são muito bons para que os idosos mantenham a interação social, se ocupem, pratiquem uma atividade, se mantenham ativos. É um momento de socialização. Essas iniciativas são importantes de se ressaltar, vamos precisar em um curto e médio prazo pensar em como oferecer mais vagas”, acrescenta.

MERCADO DE TRABALHO Segundo dados da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia, o número de pessoas com 65 anos ou mais em vagas com carteira de trabalho assinada cresceu quase 50% em quatro anos: passou de 484 mil em 2013 para 649,4 mil em 2017. Entretanto, o desemprego entre os idosos também cresceu. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) indicam que o índice foi de 18,5% em 2013 para 40,3% no ano passado.

COORDENADORIA DE ATENÇÃO AO IDOSO O trabalho do órgão tem o objetivo de assegurar a pessoa idosa a liberdade, o respeito, a dignidade do ser humano com seus direitos civis e individuais e entre outros pontos. É atribuição da coordenadoria garantir as pessoas da ‘melhor idade’ políticas que ajudem a combater a discriminação, a violência e o abandono. A coordenadoria foi criada a partir de uma lei do ano de 2004. A coordenadoria organiza e executa atividades que envolvem os programas ‘Grupos de Convivência’, ‘Saber Viver’ e ‘Terceira Idade Digital’.

SALTON

BOTICARIO


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Um município planejado para as pessoas Foto Thaís Viacelli Biolchi | Diário

Muito além de considerar aspectos referentes ao transporte, a mobilidade urbana de um município deve ser planejada e pensada para aqueles que vivem a cidade. Saiba os desafios e para onde se direciona Passo Fundo ao longo dos próximos anos

S

ão muitas as definições que buscam caracterizar o que é uma cidade inteligente. Contudo, todas elas se direcionam ao mesmo propósito, de proporcionar melhoria da qualidade de vida da população. Seja por meio de ferramentas mais tradicionais ou com utilização de tecnologias modernas e arrojadas, os centros urbanos do amanhã devem se voltar para quem os habita, para quem vive a cidade. Assim, o tema da mobilidade é obrigatório. É necessário, para tanto, colocar o ser humano no foco dessa transformação, já que é ele quem utiliza os meios de transporte, se move pelas cidades, e precisa ter cada vez mais segurança e qualidade no ir e vir. A partir desse conceito, tudo o que influencia na locomoção – e o conceito é muito mais amplo

Avaliar novos modais de transporte e fomentar o transporte público está entre os desafios para os próximos anos

CDL


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humana, tem sido aplicada no município de Passo Fundo, que começa a encarar os desafios relacionados aos modais de transporte, vias, sinalizações, leis e acessibilidade. Entre os pontos que precisam ser considerados no processo de transfor-

É sempre importante lembrar que construir uma cidade com qualidade de vida não é papel apenas do poder público. Cada cidadão é parte ativa na construção desta cidade mais limpa, acessível e bonita que todos desejam

do que unicamente ao que se refere aos meios de transporte - deve ser pensado com o propósito de possibilitar, gradativamente, uma mobilidade mais inteligente e segura, que preze, sobretudo, pelo bem-estar das pessoas. Essa visão de futuro e, acima de tudo,

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Ana Paula Wickert

Secretária municipal de Planejamento

SILVA

mação da cidade, está a gestão técnica e sustentável do município. Segundo a secretaria municipal de Planejamento, Ana Paula Wickert, o processo é irreversível e vai exigir um esforço continuado em relação aos aspectos ambientais e de energias renováveis. Contudo, os municípios necessitarão de suporte em nível federal e estadual, aponta Ana Paula. “Passo Fundo já vem se destacando neste aspecto em relação à política de implantação de parques urbanos, reconhecida em nível internacional, bem como com programas de rearborização urbana, preservação de nascentes e cursos d’Água e preservação de matas nativas. Aliar preservação e desenvolvimento e econômico é um dos preceitos desta gestão”, pontua.

Não vejo como transformar sem escutar. As pessoas devem ser protagonistas dessas transformações

BAILAR

Foto Arquivo Pessoal

OS DESAFIOS Para a secretária, os desafios para os próximos anos na cidade passofundense são os mesmos de todas as cidades médias brasileiras, que incluem a redução do trânsito de carros, ações voltadas à acessibilidade, valorização de

pedestres e ciclistas, além do fomento ao transporte público. “A qualidade de vida nas cidades está diretamente relacionada a essa transformação urbana, que é um processo lento, mas que já da às caras na nossa cidade. O compartilhamento de bicicletas e a implantação de ciclovias é um exemplo disso”, diz ao acrescentar que tornar a cidade agradável e segura ao pedestre também será fundamental para garantir que as pessoas prefiram fazer percursos curtos a pé e não de carro. “Essa transformação fomenta o comércio, pois pessoas que caminham tendem a consumir mais, dão vivacidade a lugar, garantem melhora no meio ambiente e qualidade do ar, além de atuar como importante ferramenta de saúde preventiva. Caminhar previne depressão e doenças cardiovasculares, além de ampliar o convívio entre as pessoas”, considera. “Mas é sempre importante lembrar que construir uma cidade com qualidade de vida não é papel apenas do poder público. Cada cidadão é parte ativa na construção desta cidade mais limpa, acessível e bonita que todos desejam”.

Daniela dos Santos Professora e coordenadora do Projeto Circulando Cidadania da UPF

VIEIRA


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Um instrumento de gestão que deve ditar o rumo da mobilidade em Passo Fundo ao longo dos próximos 10 anos é o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI). O documento segue sendo revisado em um processo inclusivo que contempla a nova relação entre o cidadão e a cidade. Segundo Ana Paula, para a elaboração é necessário “entender que o perfil do cidadão está mudando e também sua forma de se relacionar com a cidade”. “Vivemos hoje uma cidade multicultural, na qual a movimentação dos grupos sociais é bastante intensa bem como a economia muito vivaz, o que faz com que as pessoas circulem mais pela cidade com diferentes propósitos”, constata. Portanto, destaca ela, a revisão ocorre através de um processo participativo, em que a equipe técnica “busca compreender a visão da sociedade sobre a cidade, seus anseios para o futuro, suas necessidades prioritárias para depois transformar isto em uma legislação que represente o pensamento coletivo sobre Passo Fundo”. “Não vejo como transformar sem escutar” As professoras da Universidade de Passo Fundo Daniela dos Santos e Eliara Riasyk Porto apontam a participação social e a informação como fundamentais no processo de mobilidade para os

municípios. A coordenadora do Projeto Circulando Cidadania, professora Daniela, enfatiza que o Estatuto da Cidade (Lei 10.257/010) e a Lei de Mobilidade Urbana (Lei 12.587/12) preveem a implementação de instrumentos de participação popular. “Não vejo como transformar sem escutar. As pessoas devem ser protagonistas dessas transformações”, destaca. As mudanças relativas à mobilidade urbana passo-fundenses, precisam, segundo ela, serem encaradas, colocando a população a par das necessidades. “Não dá para subjugar a compreensão da população para problemas comuns da cidade que precisamos enfrentar. Somos parte do problema e principalmente da solução”, diz. “Precisamos entender que a cidade é dinâmica, nem tudo que funcionava no passado funciona hoje, e o que está funcionando agora vai continuar sempre assim”, avalia Daniela, que defende a realização de investimentos em espaços compartilhados, “onde todos convivam e aprendam uns com os outros, se educando com, para e na cidade”, completa. Quanto às condições de acessibilidade, Daniela diz que a discussão se origina numa sensibilização social em que o poder público deve ser protagonista, mudando ou dando agilidade às mudanças relativas. “Veja que leis regulatórias e normas de acessibilidade existem, mas incentivadoras não,

Foto Matheus Moraes | Diário

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Entre os pontos que precisam ser considerados no processo de transformação da cidade, está a gestão técnica e sustentável do município

e dada à dificuldade de se fiscalizar acaba por ser moroso o processo de mudanças”, pontua. Em contrapartida, tornar as cidades mais inclusivas, democratizando a vivência no que é público, depende diretamente do profissional que assume essa função e, assim, da educação a que ele foi submetido. Daniela dos Santos questiona, por exemplo, o tipo de formação oferecida em nível superior, quando ocorre a profissionaliza-

PF SHOPPING

ção de futuros engenheiros, arquitetos, advogados ou, ainda, empresários e empreendedores. “Se há uma compreensão da importância de todos terem acesso a tudo de forma mais independente isso faz com que projetos, ações, produtos sejam visados a serem mais acessíveis, atingindo, talvez, uma parcela da sociedade que é esquecida ou ignorada nos projetos atuais, porém também são potenciais consumidores num futuro próximo”, avalia.


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As melhores lembranças dos Passo-Fundenses

por Osvandré Lech Médico, escritor, bibliófilo

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ão obstante os entraves econômicos – típicos de todas as épocas e não somente a atual - nossa cidade se prepara a cada dia para o futuro e cresce economicamente. Iniciamos com a tradicional economia do setor primário através do extrativismo das matas nativas, pecuária extensiva e agricultura de minifúndio. Agregamos o setor secundário logo a seguir, com a instalação dos moinhos, das fábricas e mais recentemente da produção de combustível. Mas é o setor terciário – o de prestação de serviços, saúde, educação, comércio, tecnologia – que caracteriza a economia da cidade atualmente e que atrai milhares de pessoas diariamente de uma vasta região do RS e de SC. Desta forma, em cerca de 50 anos observamos a rápida transformação da economia da cidade e também das preferências dos passo-fundenses. Em resumo – e por mais incrível e constrastante que possa parecer - a nossa cidade possui destaque nos

três setores da economia tradicional, pois esta encravada em riquíssima região de produção agrícola, é pioneira nacional na produção de biodiesel, possui 28 instituições de ensino superior e o terceiro melhor polo de saúde da região sul do país de acordo com o IBGE. Méritos e qualidades de poucas cidades... Para celebrar os 150 anos de emancipação política do município, ocorrida em 2007, propus na Academia Passo-Fundense de Letras, na época presidida por Antônio Augusto Meirelles Duarte, a elaboração de um livro comemorativo, que foi apoiado de imediato pelos confrades. O livro teve a participação dos acadêmicos e de um grande número de líderes da cidade, que foram convidados a opinar ou escrever, e da prefeitura municipal, já que o prefeito Airton Dipp alocou verba que possibilitou o pagamento da impressão do livro. Desta forma, o “150 Momentos mais importantes da História de Passo Fundo”, com 409 páginas, trouxe ao conhecimento público as preferências dos passo-fundenses. Com os mesmos trâmites de uma pesquisa científica, selecionamos 150 pessoas de reconhecido envolvimento com a cidade e que identificavam as diferentes idades, raças, religiões, profissões, tendências político-partidárias, locais que residiam na cidade, etc. Afinal, “a verdade de nenhum homem será a final”, ou “Nulis in Verba”. Enviei um envelope com a pergunta – no seu ponto de vista, quais foram os dez momentos mais importantes da história de Passo Fundo? – foi enviado para administradores, comerciantes, políticos, economistas, artistas, advogados, religiosos, médicos, historiadores, tradicionalistas, engenheiros, professores,

produtores rurais, comunicadores, aposentados, taxistas, psicólogos, agrônomos, odontólogos, barbeiros, fisioterapeutas. Enfim, uma qualificada relação de pessoas que movem a atividade da cidade em múltiplas direções. Estas 150 pessoas informaram em média 10 “momentos importantes”. Assim, uma relação de quase 1.500 itens foi tabulada e uma relação de preferências foi obtida. Estes dez “momentos” estão no topo da lista por terem sido os mais lembrados. Porém, a lista impressiona pela diversidade, pois mais de 300 diferentes “momentos” foram citados. Dentre eles, destaco : tráfego de tens na Gare nos anos 40 e 50, Primeira carreta do agasalho promovida pelo CTG Lalau Miranda, Reserva Ecológica Maragatos, garrafadas na sede do PTB, a criação do bispado por Dom Cláudio Colling, construção do chaminé da Brahma, Osvaldir e Carlos Magrão, a compra da Menegaz pela Kuhn, edifício Planalto, o primeiro prédio alto, o pavilhão de madeira do IE, instalação do 3º RPMont, Comitê da Cidadania, Fome e Miséria liderado por Heloisa Almeida, a boate Cacimba, dentre outros, muitos outros “momentos” que marcaram a vida dos passo-fundenses. Cada “momento” foi descrito em duas páginas no livro, independente da importância do fato ou da qualidade literária do autor; desta forma, foi possível exercer um espírito democrático e evitar a monopolização de determinado “momento” . Segundo Houssaye, “devemos ter sempre velhas lembranças e novas esperanças”. Este foi o objetivo deste livro. Segundo Voltaire, “a história é um mito reescrito por cada geração”. Daí, se este livro fosse reeditado em 2019, 12 anos mais tarde da

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sua publicação original, certamente que outras classificações seriam obtidas, pois a vida de uma cidade é dinâmica e a memória dos seus habitantes também. Os dez momentos mais importantes da história de Passo Fundo foram : 1. Fundação da UPF ---- (85 vezes citada) 2. Jornada de Literatura ---------------- (65) 3. Fundação do HSVP -------------------(54) 4. Inauguração da estrada de ferro --- (45) 5. EMBRAPA ------------------------------ (33) 6. Vida e obra de Teixeirinha ---------- (32) 7. Festival Internacional de Folclore -- (31) 8. EFRICA --------------------------------- (29) 9. Batalha do Pulador ------------------- (26) 10. Emancipação do município --------- (23)


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