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DIÁRIO DA MANHÃ PASSO FUNDO E CARAZINHO

SÁBADO E DOMINGO, 29 E 30 DE JUNHO DE 2019

Doença afeta mais de 13 milhões de brasileiros Entenda o que é a Diabetes, quais são as suas causas, tipos, sintomas, tratamento e complicações| Págs 4 e 5


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aconteceu

endereços Passo Fundo Centro de Saúde (Posto Central) Rua Fagundes dos Reis, 270 (54) 3311-6494

Rua Teixeira Soares, 808 - Centro (54) 3316-4000 Hospital São Vicente de Paulo - IOT Rua Uruguai, 2050 - Centro (54) 3045-9700 Hospital de Clínicas de Passo Fundo Rua Tiradentes, 295 - Centro/Annes (54) 2103-3333 Hosp. Psiquiátrico

A reitora da Universidade de Passo Fundo (UPF), professora Dra. Bernadete Maria Dalmolin, recebeu, no dia 26 de junho, integrantes da diretoria da Associação Médica do Planalto (Ameplan). Também participaram do encontro o vice-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da UPF, professor Dr. Rogerio da Silva, a presidente da Ameplan, Cristine Pilati, a coordenadora científica da entidade, Sabrina Frighetto Henrich, o assessor de comunicação Osvaldir de Souza, e a integrante da comissão organizadora do 11º Congresso Médico Passo Fundo, Lizete Alban. No encontro, a reitora da UPF reforçou a parceria da Universidade no 11º Congresso Médico Passo Fundo, promovido pela Ameplan, que ocorrerá no próximo ano.

Foto Divulgação

Hospital São Vicente de Paulo

Reitora da UPF recebe diretoria da Ameplan

Farmacêutica do HSVP participa de Congresso em Fortaleza A farmacêutica do Hospital São Vicente de Paulo, de Passo Fundo, Elizane Langaro participou do XII Congresso Brasileiro de Farmácia Hospitalar e VIII Sul-Americano, promovido pela Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde, SBRAFH e pela Coordinadora Sudamericana para el Desarollo de La Farmacia Hospitalaria –COSUDEFH, no mês de maio. O evento aconteceu em Fortaleza, Ceará e reuniu profissionais de todo o país para debater atualizações e novos estudos na área de farmácia hospitalar.

Bezerra de Menezes R. Ouro Preto, 240 - Vila Dona Eliza (54) 3046-7501

Rua Alcides Moura, 100 - Centro (54) 3316-4500 Hospital de Olhos C.L. Dyógenes A. Martins Pinto Campus I - UPF - Bairro São José (54) 3318-0200 Prontoclínica Tv. Dr. Arthur Leite, 58 - Centro (54) 3313-5100

O Acampamento da Criança com Diabetes recebeu no dia 25 de junho, uma doação no valor de R$ 5 mil da Crediplan. A entrega ocorreu durante o Coquetel Beneficente de 25 anos da Instituição. Entre vários projetos, os associados da Crediplan escolheram, por meio de votação, o do Acampamento da Criança com Diabetes, que é realizado pela Universidade de Passo Fundo (UPF), pelo Lions Clube Distrito LD7 e pelo Hospital São Vicente de Paulo e conta também com o apoio do Ministério Público Estadual. Em nome das entidades que promovem o Acampamento, a médica Dra. Mirian Tombini, a professora da UPF e coordenadora do projeto Mônica Krahl e o assessor administrativo do HSVP, Luiz Dalmagro, receberam o valor e

agradeceram a Crediplan e aos profissionais que votaram, contemplando o Acampamento. “O propósito do Acampamento é promover o autocuidado, auxiliar crianças e famílias na prevenção de crises e trazer mais qualidade de vida e autonomia para as crianças com diabetes”, destacou Mirian. O projeto realiza três encontros de família durante o ano, que acontecem em um dos dias na Associação dos Funcionários do Hospital São Vicente de Paulo. O Acampamento ocorre sempre em novembro, próximo ao dia 14, Dia Mundial de Combate ao Diabetes, na UPF, no qual as famílias têm quatro dias de imersão em oficinas, momentos lúdicos, troca de experiências e aprendizados.

Foto Ascom | HSVP

Hospital Municipal

Acampamento da Criança com Diabetes recebe incentivo da Crediplan

Bombeiros

Pediatria do Hospital São Vicente realiza festa junina

Carazinho

Com intuito de trazer alegria para as crianças internadas na Pediatria, a ação foi uma realização do Espaço Lúdico e de Atendimento Pedagógico as Crianças hospitalizadas, projeto realizado pelo Hospital São Vicente em parceria com a Universidade de Passo Fundo, que tem coordenação da professora Sílvia Maria Scartazzini, a participação das estagiárias Cíntia Chaves ferro e Cíntia Danielli Camargo e demais voluntários, com apoio da equipe de enfermagem da Pediatria, e, também, integrantes do PIBDID e da Brinquedoteca da UPF, além de colaboradores voluntários. Na ocasião foram realizadas diversas brincadeiras entre danças, pescaria e, também, barraca da selfie.

Hospital de Caridade Rua General Câmara 70 (54) - 3329-9898 Ambulatório Municipal Av. Pátria – próximo a Secretaria Municipal de Saúde ‎(54) 3329-2506 / 3329-2448 Hospital de Caridade de Carazinho Centro de Especialidades Médicas (CEM) Av. Pátria – próximo a Sec. Municipal de Saúde e HCC

Fotos: Assessoria de Comunicação | Scheila Zang

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(54) 3331-4510

Diretora Comercial: Eliane Maria Debortoli

jornalista responsável Aline Prestes - RP 19.015

Bombeiros

Editor Interino: Édson Coltz - RP 17.059

Foto de Capa: Foto: Divulgação Internet

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Clélia Fontoura Martins Pinto - ME Matriz: Rua Independência, 917, sala 3 - Passo Fundo Contato: (54) 3316-4800


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em 10 tópicos

Mitos e verdades sobre a infertilidade

A idade aumenta a infertilidade em mulheres? Verdade. A fertilidade feminina tem uma relação direta com a idade. A mulher nasce com as células precursoras dos seus óvulos já formadas no ovário. A cada mês, essas células são disponibilizadas durante a ovulação. Alguns folículos são selecionados e, apenas um se desenvolve e o óvulo conclui sua maturação. Os outros são descartados (na menstruação). Com o passar dos anos, aumenta a incidência de erros nesse processo, o que ocasiona a formação de embriões menos aptos para a fecundação, resultando na queda das taxas de gravidez. A mulher é mais infértil que o homem? Mito. A fertilidade do homem e da mulher têm fisiologias diferentes e, portanto, mecanismos patológicos diversos. Em geral, a probabilidade de mulheres e homens serem portadores de infertilidade é homogênea. A proporção de casais inférteis por fatores femininos ou masculinos é semelhante, in-

A obesidade atrapalha a fertilidade? Verdade. A obesidade pode atrapalhar a fertilidade, uma vez que a gordura corporal pode ser uma fonte de descontrole hormonal, levando a alteração do ciclo, muitas vezes até com interrupção da ovulação. Além disso, as mulheres com sobrepeso têm risco maior de desenvolver diabetes e pressão alta durante a gravidez.

Foto Divulgação Internet

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Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de oito milhões de pessoas sofrem com a infertilidade no Brasil e mais de 50 milhões em todo o mundo. Segundo a entidade, é considerado infértil um casal que mantém relações sexuais sem métodos contraceptivos durante 12 meses sem engravidar. Apesar de boa parte da população ser infértil, muitos fatos ainda são desconhecidos. As técnicas de reprodução humana têm sido aliadas desses casais que, cada vez mais, contam com o auxílio de procedimentos como o congelamento de óvulos, Fertilização in Vitro (FIV) e inseminação artificial. Em 2017, por exemplo, mais de 36 mil ciclos de FIV foram realizados no Brasil e mais de 78 mil embriões congelados, um aumento de 17% em relação ao ano anterior. Pedro Monteleone, especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) desmistificou algumas informações sobre as causas da infertilidade. Confira:

Junho é o mês da conscientização do problema que acomete 15% dos casais em idade fértil

Usar anticoncepcional causa infertilidade? Mito. O uso de anticoncepcionais orais não causa infertilidade. As pílulas têm como função bloquear os ovários, impedindo a ovulação. Entretanto, quando a mulher para de tomar, essa função é reestabelecida. O que acontece é que os ovários podem demorar até quatro meses para retornarem sua função normal. Isso varia de acordo com a fisiologia de cada mulher.

clusive com fatores associados mistos, ou seja, quando ambos apresentam problemas. Também há um número significativos de casos sem fator algum encontrado na investigação básica. A grande diferença é que a idade tem uma contribuição mais relevante no prejuízo da fertilidade da mulher.

O uso de medicamentos pode melhorar a fertilidade? Verdade. Na presença de situações que contribuam para a infertilidade, o uso de terapias medicamentosas pode contribuir para melhora da função reprodutiva. Por exemplo, em mulheres com dificuldades ovulatórias devido a Síndrome dos Ovários Policísticos, as drogas indutoras da ovulação podem corrigir o problema, favorecendo a concepção. Estresse causa infertilidade? Mito. É muito frequente a presença de estresse no casal com dificuldades de engravidar. Contudo, este estresse é uma consequência do problema, não a causa. Diversos

tratamentos são realizados para resolução da infertilidade, em todos eles, o estresse não participa na avaliação prognóstica da chance de sucesso de tratamento. Portanto, o estresse não causa nem contribui para a dificuldade de se alcançar a gravidez.

Não há prevenção para a infertilidade? Mito. Mulheres que engravidam antes dos 35 anos, em geral, têm menos dificuldade em alcançar a maternidade do que após esta idade, tanto pelo possível acúmulo de exposição a situações que potencialmente causam infertilidade, mas também pela própria queda da qualidade ovular com o avançar da idade. O que é muito importante, principalmente para as mulheres, é manter em dia a rotina ginecológica, dieta balanceada e atividade física regular. Doenças como Síndrome dos Ovários Policísticos e Endometriose, por exemplo, podem ser controladas desde o diagnóstico, diminuindo assim a probabilidade da necessidade de técnicas de Reprodução Assistida para engravidar.

O diabetes afeta a infertilidade? Verdade. A Diabetes descompensada pode afetar a função ovulatória por uma série de mecanismos. Um deles é a insensibilidade periférica à insulina. Toda essa patologia pode afetar a função da tireoide, bem como dos ovários, levando a ciclos anovulatórios, quando não há liberação de óvulos. Endometriose dificulta a gravidez? Verdade. Endometriose é uma doença inflamatória sistêmica que pode afetar a qualidade dos óvulos e do endométrio, o que pode dificultar a gestação espontânea. Porém, as taxas de sucesso aumentam quando a mulher que possui a doença é submetida a Fertilização in Vitro (FIV).

O diagnóstico precoce da infertilidade aumenta as chances de gravidez? Verdade. O principal fator de infertilidade se relaciona com a idade da mulher. Mulheres mais jovens têm, a princípio, qualidade ovular melhor. Quanto mais cedo investigamos e sabemos a causa da infertilidade do casal, mais rápido podemos tomar a conduta terapêutica, melhorando as chances de gestação.


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prevenção

Diabetes tipo 1 e 2: você sabe qual é a diferença? Foto Divulgação Internet

Nesta semana, o Dia Internacional do Diabético, 27 de junho, chama atenção a importância do diagnóstico precoce e tratamento da doença. Especialista alerta que metade das pessoas que vivem com diabetes, não sabem do diagnóstico

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oje, no Brasil, há mais de 13 milhões de pessoas vivendo com diabetes, o que representa 6,9% da população, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). A Organização Pan-Americana de Saúde estima que a diabetes é a causa de 5% das mortes em todo o mundo. Nesta semana, o Dia Internacional do Diabético, 27 de junho, chama atenção a importância do diagnóstico precoce e tratamento da doença. A diabetes é uma doença crônica onde o pâncreas não produz insulina sufi-

Aqueles que apresentarem glicose acima de 200 mg por decilitro, em qualquer hora do dia, podem ser considerados diabéticos

ciente ou quando o corpo não consegue utilizá-la de maneira eficaz. O endocrinologista e Coordenador de Pesquisa e Pós-graduação do Hospital de Ensino São Vicente de Paulo, Dr. Hugo Lisboa, explica que a característica principal da doença é o aumento da glicose na circulação devido a uma falha total ou parcial da secreção de insulina pelo pâncreas. “A insulina, por sua vez, é o hormônio produzido pelas células beta no pâncreas, cuja secreção aumenta à medida que a glicose, o açúcar, sobe no sangue”, explica Hugo.

Segundo Lisboa, há dois tipos principais de diabete: a do tipo 1 e a do tipo 2. A do tipo 1 ou insulino dependente, como também é conhecida, é responsável por cerca de 10% dos casos. Ela se caracteriza por “haver um ataque imunológico contra a célula beta, cujas razões são desconhecidas”, afirma o médico. A do tipo 2 é mais frequente e é causada por fatores genéticos e ambientais. Conforme Hugo, as pessoas que engordam e fazem pouca atividade física são mais propensas a desenvolver a doença, porém essa é uma situação controlável.

“Aqueles indivíduos que não fazem exercícios desenvolvem uma obesidade que se situa principalmente na barriga. Em virtude disso, engordam o fígado”, relata Lisboa. Esse processo é chamado de esteatose e piora a resistência à insulina, o que faz com que o pâncreas trabalhe muito mais.

FATORES DE RISCO Os principais fatores de risco são “a herança genética associada a uma dieta ocidental, com muita fast food e refrigerantes, que levam à obesidade”, avalia o médico.


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Os hábitos sedentários, jogos de computadores, internet, redes sociais, entre outros, relacionado a essa dieta ruim, para Hugo “oferecem as condições necessárias para o desenvolvimento da diabete”.

Foto: Divulgação | Ascom HSVP

DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E PREVENÇÃO Do número total estimado de pessoas com diabete, no Brasil, metade não tem

Hugo Lisboa é Endocrinologista e Coordenador de Pesquisa e Pós-graduação do HSVP

PRÉ-DIABETES

diagnóstico. Para Lisboa, “os pacientes do tipo 1 tem quadro exuberante onde aparecem aumento de sede, aumento da quantidade de urina e emagrecimento, mesmo com maior consumo de alimentos”. O diabetes do tipo 1 deve ser tratado com insulina junto de cuidados na dieta e estimulo de atividade física. No tipo 2, o início pode ser insidioso e praticamente sem sintomas. “O diagnóstico laboratorial se faz quando se encontra uma glicose no sangue, em jejum, acima de 126 mg por decilitro. Hoje, a dosagem pode ser feita, também, por punção digital, onde, numa gota de sangue, se pode medir glicose com uma fita. Aqueles que, a qualquer hora, apresentarem uma glicose acima de 200 mg por decilitro, podem ser considerados diabéticos” afirma Hugo. Nesse caso, os indivíduos podem ser tratados somente com dieta e exercícios físicos regulares. “Caso não haja resposta a essa mudança de estilo de vida é necessário o uso de medicamentos”, comenta Hugo. Diferente do tipo

A pré-diabetes é caracterizada quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, mas ainda não estão elevados o suficiente para caracterizar um Diabetes Tipo 1 ou Tipo 2. É um sinal de alerta do corpo, que normalmente aparece em obesos, hipertensos e/ou pessoas com alterações nos lipídios. Esse alerta do corpo é importante por ser a única etapa do diabetes que ainda pode ser revertida, prevenindo a evolução da doença e o aparecimento de complicações, incluindo o infarto. No entanto, 50% dos pacientes que têm o diagnóstico de pré-diabete, mesmo com as devidas orientações médicas, desenvolvem a doença.

1, que não se conhece prevenção, o tipo 2 pode ser prevenido. “É necessário um cuidado com a dieta, diminuindo a ingestão de refeições abundantes e restringir comidas com carboidratos refinados (farinhas, pão, massas, arroz branco batatas mandioca, entre outros), neste grupo são incluídos os refrigerantes que tem o maior índice glicêmico” avalia o médico.

COMPLICAÇÕES Segundo Lisboa, as principais complicações do diabetes ocorrem no sistema circulatório. “Essas podem ser exteriorizar no fundo de olho (retina), rins e nervos. Podem levar a cegueira, insuficiência renal e amputações dos membros inferiores”, avalia. Complicações macro vasculares, como por exemplo, o infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral, tem um maior risco de ser desenvolvida por pacientes diabéticos, além disso, elas são as principais causas de morte desses pacientes.

HIPOGLICEMIA

A hipoglicemia é literalmente nível muito baixo de glicose no sangue e é comum em pessoas com diabetes. Para evitar a hipoglicemia, além das complicações do diabetes, o segredo é manter os níveis de glicose dentro da meta estabelecida pelo profissional da saúde para cada paciente. Essa meta varia de acordo com a idade, condições gerais de saúde e outros fatores de risco, além de situações como a gravidez. Durante o tratamento, é essencial manter hábitos saudáveis e estilo de vida ativo, além de seguir as orientações medicamentosas recomendadas pelo profissional de saúde para manter a meta de glicose, evitando a hipoglicemia e a hiperglicemia.

NOVOS MEDICAMENTOS Hugo revela que há mais ou menos cinco anos foram lançadas medicações que, além de baixar a glicose no sangue, tem efeito protetor para doenças cardiovasculares. As gliflozinas atuam nos rins, fazendo com que a glicose seja eliminada pela urina. Além disso, existem as incretinas sintéticas que são injetáveis, algumas somente uma vez por semana, que diminuem o peso do paciente, a glicose e, também, demonstraram ter um efeito protetor cardiovascular. Para o médico, essas duas medicações são revolucionárias porque, pela primeira vez, medicamentos atuam com efeito sobre glicose e sobre o as doenças cardiovasculares. “A despeito de todas essas novidades, os exercícios físicos sistemáticos, como caminhar 30 minutos cinco vezes por semana e adotar uma dieta saudável, são as estratégias mais importantes para prevenção e para o tratamento da diabetes mellitus”. HIPERGLICEMIA

A hiperglicemia é exatamente o contrário da hipoglicemia: acontece quando há pouca insulina no organismo ou quando o corpo não consegue usá-la corretamente. No entanto, a melhor forma de se evitar a hiperglicemia também é mantendo os níveis de glicose dentro das metas estabelecidas pelo profissional médico. Essa meta varia de acordo com a idade, condições gerais de saúde e outros fatores de risco, além de situações como a gravidez. Fonte: Ministério da Saúde


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dor nas costas

Alguns cuidados no dia a dia auxiliam na prevenção da lombalgia

Fotos: Divulgação

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lombalgia prejudica as atividades do cotidiano e pode fazer com que a pessoa fique sem energia e desanimada. O sintoma está relacionado à dor na região lombar, que fica na parte mais baixa da coluna, perto da bacia. Quanto mais avançada a idade, maiores são as chances de apresentar ataques adicionais de dores. Além disso, a realização de trabalhos pesados, estar acima do peso normal e manter um estilo de vida sedentário também são fatores que podem contribuir para esse quadro. Segundo o médico ortopedista e traumatologista, Joaquim Reichmann, cada caso é diferente, e por isso, é preciso buscar um especialista para obter o diagnóstico correto e o melhor tratamento. “De maneira geral, a lombalgia é um problema postural, cuja causa é uma má posição que fazemos para se abaixar, carregar peso, sentar, deitar. Ela também pode ser causada por outros problemas como artrose, infecção, inflamação, escorregamento de vértebra, hérnia de discos e até questões emocionais”, esclarece o médico. A atividade física, conforme Reichmann, é de fundamental importância desde que seja com a orientação de um especialista, pois alguns exercícios não devem ser feitos por quem tem lombalgia, podendo, inclusive, piorar o quadro. Os exercícios, além de fortalecer o corpo, podem contribuir para a prevenção do sobrepeso que é um risco para as costas já que a gordura concentrada na região abdominal pode aumentar a pressão sobre a região lombar. “O alongamento também é importante, principalmente se a pessoa passa

A caminhada pode diminuir 90% dos casos de dor crônica na região lombar

muito tempo sentada. Quem trabalha sentado também precisa manter as costas retas e apoiadas na cadeira. Outro cuidado importante é ao carregar objetos pesados. É recomendável evitar pegar objetos pesados acima da cabeça com os braços esticados. Atenção também ao se abaixar: ao invés de curvar-

se, o ideal é ajoelhar-se”, orienta. Também é essencial o cuidado na escolha do colchão para que esteja de acordo com o peso e ficar atento se sentir dores depois de uma noite de sono; deitar de barriga para cima e apoiar os pés na hora de dormir, ou, quando for dormir de lado, colocar um

travesseiro entre as pernas e outro na cabeça, deixando a coluna alinhada; não dormir de bruços, pois força a coluna; não apoiar o celular no ombro ao falar, pois pode resultar em um mau jeito; evitar ficar muito tempo de pé na mesma posição; estar atento ao peso de bolsas, mochilas e malas, entre outros. O médico ressalta que a caminhada pode diminuir 90% dos casos de dor crônica na região lombar. “A prática de atividades físicas regulares ajuda a retardar a degeneração óssea causada pelo envelhecimento, além de fortalecer os músculos que sustentam a coluna, evitando que ela fique instável e cause dor”, esclarece. Diversos estudos relacionam o bom condicionamento físico ao menor índice de problemas de coluna. Outro ponto que Joaquim ressalta é que para o resultado da caminhada ser positivo, algumas orientações podem ajudar. “Mantenha a cabeça centrada nos ombros, os ombros relaxados e os braços para baixo, levemente dobrados. Deixe as mãos entreabertas para facilitar a circulação sanguínea e concentre-se na respiração para que seja suave, profunda e regular. Para proteger a coluna, o abdômen deve estar contraído, estável e ereto”, aconselha. Outra dica é estar atento aos pés durante a caminhada: o calcanhar precisa tocar o chão primeiro, depois o arco e por último os dedos, que devem ficar um pouco fechados. “Todos esses cuidados elevam a qualidade de vida e auxiliam na rotina de quem costuma sofrem com dores lombares”, finaliza Reichmann.


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Asma

Vinícius Buaes Dal Maso

Fotos Divulgação

Professor da disciplina sistema respiratório e do internato médico da Faculdade de Medicina da UPF, médico pneumologista e mestre em ciências pneumologicas pela UFRGS, aperfeiçoamento na unidade de transplante pulmonar e patologia vascular pulmonar do hospital universitário Vall d’Hebron universidade autônoma de Barcelona

Os sintomas mais comuns da asma são a falta de ar, chiado, aperto no peito e tosse

A asma é uma doença que causa inflamação crônica nas vias respiratórias (brônquios) dos pulmões. As vias respiratórias transportam o ar para dentro e para fora dos seus pulmões. Essas ficam inchadas (inflamadas) produzindo secreções chamadas de muco e estreitamento da passagem de ar.

Como posso saber se tenho asma? Os sintomas mais comuns da asma são a falta de ar, chiado, aperto no peito e tosse. Os sintomas podem ser intermitentes, ou seja, há períodos de alívio dos sintomas. A tosse, na maioria das vezes ocorre à noite ou ao acordar, podendo despertar o sono.

Um “ataque” ou “crise” de asma geralmente levam a sintomas mais graves. Embora raro, os níveis baixos de oxigênio no sangue podem cair e fazer com que as pontas dos dedos e lábios fiquem mais escuros. Na suspeita de crise asma, deve-se sempre fazer avaliação médica. O que causa asma? A asma pode ser herdada geneticamente e também há um componente ambiental. As vias respiratórias são mais sensíveis do que o normal e podem ficar irritadas por uma série de fatores associados que podem piorar os sintomas. Pacientes alérgicos costumam ser mais acometidos. Este tipo de asma começa frequentemente em crianças, mas também pode acontecer em adultos. O pólen, pelo de gatos ou cães e ácaros do pó são clássicos desencadeadores de sintomas. As In-

fecções pulmonares ou dos seios da face frequentemente descompensam sintomas de asma. Os vírus respiratórios são os mais comuns. Demais irritantes: fumaça (tabagismo, poluição, fogão a lenha); produtos químicos, poeira, odores fortes de tinta, perfumes e produtos de limpeza; mudanças climáticas; stress ou exercício intenso e alguns medicamentos. Como é diagnosticada a asma? Na presença de sintomas compatíveis, o principal exame a ser realizado é a espirometria (exame do sopro). Tratamento A base do tratamento da asma são os medicamentos inalatórios que controlam os sintomas e reduzem a inflamação das vias aéreas. Não há cura, mas com tratamento adequado pode-se conseguir controle da doença e manter uma vida normal. O pneumologista deve ser consultado e cada caso deve ser individualizado para escolha da melhor forma de tratamento. As medidas de controle do ambiente sempre devem ser avaliadas. Exercícios físicos podem ser realizados com orientação médica.


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Gêmeas Siamesas separadas no HSVP crescem com saúde

A adolescência: o processo de metamorfose

Fotos Ascom | HSVP

Vera Elisabethe Hartmann Psicóloga e Psicanalista

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m um dos quartos de internação da Pediatria do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, uma menina olha atenta para o celular, digita e assiste vídeos. Interrompe o que está fazendo quando vê a câmera fotográfica e deixa a mãe pentear seu cabelo, para ela fazer a foto. Ela escolhe o local para a foto “Vamos lá no Jesus que vimos ontem”, pede ela. A menina é Kauany Ribeiro do Amaral, sete anos, irmã da Kerolyn Ribeiro do Amaral, siamesas que foram separadas no dia 02 de outubro de 2012, no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, em um procedimento que durou mais de 12h e que entrou para a história, sendo a primeira cirurgia de separação de gêmeas siamesas do interior do Rio Grande do Sul. Hoje, aos sete anos, as duas levam uma vida normal, frequentam escola, brincam e crescem de forma saudável. A mãe, Adriana Ribeiro do Amaral conta que “as duas só precisaram ficar internadas quando realizaram procedimentos, mas nunca porque ficaram doentes”. Neste último mês, as gêmeas passaram por um procedimento para o intestino, cirurgia que, vai trazer mais qualidade de vida para as duas. “Vai melhorar bastante o dia a dia delas, porque não vamos ter a preocupação com a bolsa. A Kerolyn fez o procedimento primeiro e já está em casa,

Separadas em 2012, hoje, aos sete anos, Kauany e Kerolyn vivem uma vida normal

bem. A Kauany fez agora e está se recuperando rápido”, relata Adriana. O médico cirurgião Pediátrico Dr. Gustavo Castro que realizou a cirurgia de separação das gêmeas e as acompanha deste então, evidencia que este procedimento estava programado e que em função das meninas estarem ligadas pelo intestino e outros órgãos elas precisavam neste momento do procedimento. “O caso delas era bastante complexo, então tínhamos alguns procedimentos programados conforme o crescimento delas. Neste momento fizemos um abaixamento de cólon na Kerolyn e de íleo na Kauany. Elas vão ter um tempo de recuperação e adaptação, mas logo estarão liberadas para as atividades normais novamente”, explica o cirurgião. Relembre o caso No dia 02 de outubro de 2012, o Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo entrou para a história, com a realização da primeira cirurgia de separação de gêmeas siamesas. Kerolyn e Kauany nasceram no dia 31 de janeiro e depois de nove meses internadas para ganhar peso, elas passaram pela cirurgia de separação. No dia 19 de fevereiro as pequenas receberam alta hospitalar. O procedimento foi realizado pela primeira vez no interior do estado, custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Falar sobre a adolescência sempre é tocar em assuntos relativos ao efêmero, ao transitório, no qual a passagem da infância à idade adulta parece assumir o caráter de dificuldade. Esse período da vida envolve perdas constantes, sem que seja possível pressentir as transformações que ocorrerão, sabe-se de antemão que serão muitas! Nassikas, médico francês, buscando o significado do termo Adolescentée, chegou ao verbo latino adulesco que significa aumentar, crescer e este por sua vez deriva do verbo adoleo e quer dizer “exala um odor”, é notado por seu odor. Já em grego a etimologia é parecida e refere-se as modificações hormonais que desencadeiam a adolescência, mas significa também alguém que está sentado sobre o ébéou, o éphèbe (o adolescente) é como um cavaleiro sentado sobre o seu corpocavalo cheio de energia e potência empurrando ou impondo o movimento. Questiona: poderia nosso frágil cavaleiro, a quem falta experiência, domar e dirigir seu cavalo? Esse cavalo que quer e exige satisfações rápidas de suas necessidades? Essas satisfações e estes prazeres, com sensações corporais até então desconhecidas tornam-se objetivos e orientam o trajeto do “cavalo”! Precisamos acompanhar esse trajeto e estar próximo de suas manifestações, pois é nesse período que o jovem dá um novo significado à sua mente e ao seu corpo. Essa nova visão que se direciona tanto para o interior quanto para o seu exterior, é o que vai levando-o a compreender “coisas humanas” e traduzir as visões de sua infância, aquelas que tinham de si mesmo e dos adultos. Podemos tratar as linguagens e mensagens por eles transmitidas como comportamentos que devem desaparecer, mas o que acontece na maior parte do tempo é a fixação e se o jovem não for amparado nessas metamorfoses que exalam cheiros e provocam desarmonias familiares, eles ficam condenados a repetir padrões conhecidos, e chegar na idade adulta com dificuldades importantes. Precisamos, portanto, reconhecer a delicadeza deste período de mudanças, acompanhar de perto suas manifestações, acolher seus lamentos e respeitar suas escolhas nunca nos afastando de responder e proteger sua individualidade e originalidade nessa aventura chamada VIDA.


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