Oeste Semanal - Edição 01

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SEBASTI‹O NERY A coluna do grande jornalista, na página 10 E + as colunas de Luciano Demetrius e de Rafel Dias

Ano I ❑ Nº 1 ❑ Luís Eduardo Magalhães, 12 a 18 de março de 2 011

REELEIÇÃO SILVIO ROGÉRIO GOMES

Santa Cruz faz costura para isolar Oziel Conversas para atrair ex-adversário vão do DEM ao PCdoB

AOS LEITORES A Oeste Comunicação Integrada Ltda. apresenta aos leitores, leitoras e ao mercado publicitário de Luís Eduardo Magalhães e do Oeste da Bahia o jornal impresso Oeste Semanal e o site on line DiariodoOeste.com.br.  Ambos os veículos têm a proposta de jornalismo sério e combativo, em defesa da Cidade, da Região e de seus cidadãos e cidadãs. Boa leitura Antonio Calegari Pedro Callegari Sócios-diretores

Notícias da Cidade quando elas acontecem estão no site DiariodoOeste.com.br

Coelba: lucro bilionário e muitos apagões Os 60 mil habitantes de Luís Eduardo Magalhães e o Oeste da Bahia são reféns da companhia que ganha muito e investe pouco

A COELBA MORAVA AQUI HENRIQUE CABELO

CAMPO

Mofo branco ameaça safra se chuvas continuarem intensas Infestação acende sinal de alerta na Defesa Agropecuária CIDADE

Corte de Dilma atrasa pronto-socorro de Luís Eduardo Construção de 800 metros quadrados já está pronta Tiragem desta edição

5.000 exemplares

POR 11 ANOS, a Coelba atendeu seus consumidores dentro do Foto Cisse, na Rua José Cardoso Lima. Só agora inaugurou agência própria, como determina a legislação. A nova agência fica na Rua Piauí, quadra 11, lote 13, no Centro.


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INFORMAÇÃO E OPINIÃO

Luís Eduardo Magalhães, 12 a 18 de março de 2011

PREZADO LEITOR Alexandre Tombini, o carcereiro de Dilma presidente Dilma Rousseff começou a governar com discurso desenvolvimentista, mas sem uma única referência aos juros de agiotagem do Banco Central. E em menos 60 dias o Comitê de Política Monetária (Copom) já elevou a taxa básica de juros, a Selic, de 10,75% para 11,75% ao ano. Os aumentos de meio ponto percentual em janeiro e de meio ponto neste início de mês levaram os juros reais brasileiros para 5,9% ao ano, isolando ainda mais o País no primeiro lugar das maiores taxas do mundfo, de acordo com cálculo do economista Jason Vieira, da corretora Cruzeiro do Sul. O segundo lugar é da Austrália, com 2% reais ao ano. Em seguida vêm Hungria (1,9%), África do Sul (1,7%), Turquia (1,3%) e AGENCIA BRASIL China (1,1%) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou oito anos pensando que mandava na condução da política econômica. A presidente Dilma Rousseff pode passar pelo mesmo mundo de fantasia se não tiver a coragem que faltou a Lula. Lula ficou oito anos aprisionado pelo representante-mor do sistema financeiro, o indefectível Henrique Meirelles. Em 2008, às vésperas da crise mundial, pressionado pelo capital produtivo, Lula chegou a convidar o economista Luiz Gonzaga Belluzzo para o lugar de Meirelles, mas medrou, rendendo-se ao chamado mercado, que logo a seguir viria à bancarrota. ALEXANDRE TOMBINI Quando Lula convidava Belluzzo, a agência classificadora de risco Standard & Poor’s elevou o País à categoria de ‘investment grade’, de mínimo risco para investimento, e Lula não quis ‘chocar’ o mercado moribundo com a troca. E Meirelles reinou até ser defenestrado por Dilma na sequência de um de seus rompantes. Juros altos, todos sabem, amarram a economia, punem o setor produtivo e alimentam a especulação, principalmente do capital volátil de fora do País. Com os 11,75% atuais, mais de R$ 150 bilhões são retirados anualmente para pagamento dos juros da dívida interna. Para a alegria da banca e do capital que não produz. (Se crescimento econômico gerasse inflação, a China seria uma Alemanha pós I Guerra Mundial). O governo Lula ‘vendeu’ como magnífico o crescimento de 7,5% da economia em 2010. O percentual seria mesmo significativo se a base de cálculo, o desempenho de 2009 (-0,2%), não tivesse sido tão pífio. O carcereiro de Dilma chama-se Alexandre Tombini, o novo presidente do BC. Pouco se sabe sobre o que pensa. Não veio da banca, como o BankBoston Meirelles, mas passou cinco anos no Fundo Monetário Internacional. A presidente passou mais tempo na cadeia do que seu antecessor. Tem, portanto, mais experiência de relações com carcereiros. Já mostrou que coragem não depende de calças, ao despachar o petulante Meirelles. A esperança do setor produtivo é a de que não se deixe aprisionar por todo o mandato, como Lula se deixou.

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SÓCIOS-DIRETORES Antonio Calegari / Pedro Callegari

Pubblicação da Oeste Comunicação Integrada Ltda. Rua Jorge Amado, 1.327 – Jardim Paraíso – CEP 47.850-000 – Luís Eduardo Magalhães/BA Inscrição municipal 007132/10 CNPJ 12.835.627/0001-41 - Telelefone (77) 3628-0586

oestesemanal@diariodooeste.com.br

REDAÇÃO João Penido (editor), Antonio Calegari, Elson Liper, Luciano Demetrius Leite, Rafael Dias, Sebastião Nery, Tizziana Oliveira, Henrique Cabelo (fotógrafo e diagramação), Sílvio Rogério Gomes (tratamento de imagens), Paulo Cezar Goivães (projeto gráfico) CIRCULAÇÃO Aroldo Vasco de Souza

Uma coisa ou outra A Coelba deve considerar os consumidores – grandes e pequenos – do Oeste da Bahia cidadãos de segunda classe. Para o encontro com lideranças, empresários e produtores rurais, convocado pela empresa, no dia 15 passado, no Hotel Saint-Paul, o presidente Moisés Salles que vinha não veio. Seus cinco diretores também devem ter tido “compromissos inadiáveis” de última hora. Sobraram o segundo e terceiro escalões e aqui estiveram Sérgio Mello, gerente de Operações, Antônio Luis de Castro, superintendente de Operações, Marilane Silva, gerente de Atendimento, e André Gondim, gerente de Comunicação e Desenvolvimento Sustentável. Ou o primeiro escalão da Coelba se amedrontou. AGENCIA BRASIL

JAQUES

GOVERNO SP

ALCKMIN

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ameaçou aplicar sanções às operadoras que distribuem e transmitem eletricidade na região metropolitana de São Paulo, por causa de apagões ocorridos em janeiro. O governador paulista reagiu a blecautes que não duraram mais de 20 minutos. Aqui no Oeste, apagões duram horas e dias, como se lê em reportagem neste jornal. E aqui o governador se chama Jaques Wagner. Que, pelo que não diz, não é Alckmin.

Coelba ajuda a Previ De 2008 para 2009, em plena crise mundial, os ativos da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, saltaram de R$ 85,3 bilhões (US$ 50,3 bilhões) para R$ 138,7 bilhões (US$ 81,7 bilhões), pela cotação da época. Como isso foi possível? Simples: sendo dono de empresas como a Coelba, de grandes lucros e de serviços ruins.

Copa e Hilton têm geradores A Coelba disse a este jornal que grandes hotéis tem gerador. “Temos gerador ape-

Jornal do Leitor Oeste Semanal quer dividir o espaço desta página com os Leitores e com as Leitoras. Os temas são livres. Pedimos que carta ou email sejam acompanhados do nome completo do autor ou autora, endereços físico e eletrônico, telefone fixo ou celular e CPF. A publicação é condicionada à confirmação da autenticidade da autoria. As cartas ou emails serão publicados somente com a assinatura dos autores, preservando-se seus dados pessoais.

nas para ocasiões de emergência de falta de energia elétrica, com baixa incidência de utilização, pois a falta de energia é pouco freqüente”, informou Gabriela Gurgel, do Departamento de Comunicações do Copacabana Palace, do Rio de Janeiro. Karla Visconti,  diretora de Comunicações Corporativas da Hilton Worldwide, que gerencia os hotéis Hilton na América Latina, no México e no Caribe, confirmou que a rede usa geradores. “O bem estar e a segurança de nossos hóspedes e de nossa equipe são de suma importância; nossos hotéis fazem todo o esforço para assegurar que todos as práticas estejam estritamente de acordo com as normas de segurança”, disse.  Como o Copa e a rede Hilton, o SaintLouis, de Luís Eduardo, tem gerador antiapagão. A diferença é que o Saint-Louis é obrigado a acioná-lo sempre, o Copa e os hotéis Hilton, não. ... P.S. No dia em que a rede Hilton respondeu ao jornal, a Cidade havia ficado sem energia por mais de quatro horas, na primeira interrupção, e por 15 minutos, na segunda. E o Saint-Louis teve que ligar seu gerador.

Com ou sem botas Procurado por este jornal, empresário disse ao repórter, no primeiro contato por telefone, que não poderia recebe-lo porque iria levar moça a motel; no segundo contato, afirmou que não poderia falar porque estava de botas. O jornal informa que ouve entrevistados com ou sem botas. E também espera que o procurado haja retornado do motel com as botas.

IMPRESSÃO Gráfica F. Câmara Csg 09 – LOTE 03 – GALPÃO 03 – Taguatinga Sul – Distrito Federal – Fone (61) 3356-7654

Jardim Paraíso – Luiz Eduardo Magalhães, a par tir das 9 horas da manhã dos sábados.

TIRAGEM* 5 mil exemplares

As publicações da Oeste Comunicação – Oeste Semanal e DiariodoOeste.com.br não publicam matérias redacionais pagas sem caracterizá-las como Informe Publicitário. ... A Oeste Comunicação também edita o site online DiariodoOeste.com.br.

*Tiragem jurada pela editora, comprovável quando da impressão do jornal, na Gráfica F. Câmara, a par tir das 2h30 dos sábados e quando do início da distribuição das edições, na Rua Jorge Amado, 1.327 –

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Coelba cobra pelo serviço que não presta Lucro da companhia se aproxima de R$ 1 bilhão, mas serviços são de péssima qualidade. Luís Eduardo e a região Oeste são afetados por constantes apagões POR ANTONIO CALEGARI Da Oeste Comunicação

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Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba) obtém lucros bilionários, mas presta serviços de má qualidade. Fechou 2010 com ganhos líquidos de R$ 945,7 milhões, 6,6% maior que o obtido no ano de 2009. A receita bruta somou R$ 6.239,5 milhões, acréscimo de 11,9% sobre os R$ 5.577,5 milhões de 2009. A receita líquida somou R$ 4.394,3 milhões, 9,9% acima da registrada no ano anterior (R$ 3.996,1 milhões). Em contrapartida, os usuários do Oeste da Bahia recebem energia que oscila além dos limites estabelecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e apagões são constantes. Empresas de Luís Eduardo Magalhães são obrigadas a instalar geradores para se manterem funcionando. É regra: toda empresa que depende de energia constante tem que ter gerador. Novas indústrias relutam em se instalar na Cidade, por causa da má qualidade da energia, e empresas instaladas, como a Coringa, produzem menos por causa da instabilidade. Nas residências, se o morador quer seu computador funcionando por algum tempo, terá que acoplar bateria ao nobreak. Blecautes acontecem até em dias de sol e são mais constantes em dias de chuvas. Oscilações ocorrem a todo momento. O serviço de fornecimento de energia da Coelba é tão inconfiável que um de seus donos, o Banco do Brasil, foi obrigado a instalar subestação reguladora de energia em sua agência central de Luís Eduardo. Pressionada por cobranças do prefeito de Luís Eduardo, Humberto Santa Cruz, e da Associação dos Agricultores e Irrigantes do Oeste da Bahia (Aiba) e diante da

possibilidade de vir a responder à Ação Civil Pública em decorrência de denúncia de mais de três dezenas de entidades e instituições ao Ministério Público do Estado da Bahia, a Coelba saiu do Olimpo soteropolitano e veio ao Oeste. Foi no dia 15 de fevereiro. O presidente da empresa, Moisés Salles, prometeu, mas não apareceu. Mandou prepostos, com a desculpa de compromisso “inadiável” de última hora, a mesma usada quando delegação da Aiba foi a Salvador entregar documento-denúncia dos maus serviços e pedir providência urgentes. Os comandados do sr. Salles, a maioria do segundo escalão da empresa, reuniram-se com lideranças do Oeste da Bahia, no Hotel Saint-Paul. Ouviram saraivada de queixas, anunciaram investimentos de apenas R$ 16,5 milhões no município de Luís Eduardo e culparam ocorrências climáticas, principalmente de raios, e a falta de uma segunda linha de transmissão de Sobradinho até Lapa, pelos apagões e pela má qualidade da energia no Oeste da Bahia. - Em junho, julho e agosto não ocorrem raios, mas são registradas interrupções de energia -, disparou Sérgio Pitt, vice-presidente da Aiba. - Uma vergonha -, classificou o produtor Célio Zution, da Pinheiro Zution Agropecuária. Vergonha também é expressão utilizada pelo secretário de Agricultura do Município, Jaime Capelesso. “A Coelba atravanca o crescimento de Luís Eduardo”, sentencia o secretário. Ao final do encontro, certeza mesmo foi a de que os apagões podem ser menos duradouros, mas continuarão a ocorrer.

Agora, em Luís Eduardo Magalhães, é ☎ 77 3628-6450


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Se depender da Coelba, perda Empresas são obrigadas a ter geradores para não paralisar as atividades FOTOS DE HENRIQUE CABELO

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mpresas com atividades que não permitem paralisação têm que ter geradores. É o caso da Mauricéa Alimentos, obrigada a ter 27 geradores para que suas atividades não sejam interrompidas nos apagões, segundo informou o coordenador do grupo Mauricéa na Bahia, Adauri Menger. São oito geradores no abatedouro de aves, três no incubatório e granja de matrizes, dez nas granjas de corte, três na fábrica de ração, dois em construções e um de reserva, móvel. O menor dos geradores custa R$ 170 mil. “Quando acaba a energia, é uma correria para ligar todos os geradores”, diz o supervisor de manutenção da empresa, Lourival José da Silva. Quando a energia volta, correse para desligar”, completa Lourival. A subestação Centro Industrial do Cerrado, no Km 88 da BR-242 – onde está parte das instalações da Mauricéa - não eliminou os blecautes nem as frequentes oscilações de voltagem de energia no Distrito Industrial de Luiz Eduardo Magalhães. Os apagões diminuíram, mas o problema de alternância continua. Oscilações continuam. O grupo Coringa também é afetado pelos problemas de fornecimento de energia. Embora o gerente José Flávio de Souza Pereira ressalve que os problemas vêm diminuindo com o tempo, ele relata que a empresa sofre prejuízos gerados pela forte oscilação da rede da Coelba, com constantes quedas de tensão, que chegam a seis ou mais num mesmo dia. - Como a Coelba tem uma subestação dentro do distrito industrial, a luz não apaga totalmente, ou quando cai volta logo. Mas isso causa danos na moagem do milho, pois desarma os motores sensíveis dos equipamentos no moinho, no laminador e no degerminador. É preciso, então, limpar a máquina de moagem, o que pára a produção por duas horas a cada queda de tensão. - Para se ter uma idéia, processamos hoje 20 toneladas/hora de milho, ou 160 toneladas/dia, quando deveríamos estar

ADAURI MENGER

da, além de pára-raios em número insuficiente, travessas estão dependuradas com isoladores grudados ao poste”, afirma.

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O fornecimento de energia da Coelba é vergonhoso

processando 400. Produzimos hoje 9 toneladas/hora de flocos de milho. Dez dias desses com interrupções representam duas carretas de produtos não produzidos e não enviados para consumo, equivalentes a 60 toneladas – diz José Flávio.

Esforço inútil. Na semana de 7 (segundafeira) a 12 de fevereiro (sábado) houve interrupções na produção em todos os dias. A empresa resolveu, então, compensar a perda de produção, convocando os funcionários para trabalharem em regime de hora extra no domingo (13). A tentativa foi em vão. Houve queda de tensão por seis vezes. O prdutor Célio Zution, da Pinheiro Zution Agropecuária, cita ocomo exemplo ocorrência no final da segunda semana de fevereiro. “As interrupções começaram na sexa feira e só se normalizaram na terça, tornando

JOSÉ FL˘VIO

Transformador para regular a oscilante Coelba Os prejuízos causados pelas interrupções e pelas oscilações de energia da Coelba atingem domicílios e empresas. Vão de danificação de aparelhos elétricos e eletrônicos à paralisações de atividades. Os blecautes ora atingem

ANTONIO FRANCIOSI

ROGÉRIO FAEDO

toda a cidade, ora parte dela. No dia 18 de janeiro, toda a cidade ficou sem energia das 20h30 às 23h20, situação que se repetiu nos dias seguintes, com menor duração. Um dos locais campeões da falta de energia é a Rua Juscelino Kubitschek. Empresas lá instaladas pensam em se cotizar para a compra de um transformador para doálo à Coelba, segundo relato do gerente do Posto Paraíso, Edy Carlos Nunes Oliveira, que atribui à má qualidade da linha de distribuição da rua às constantes faltas de energia. Oliveira lembra que na Rua Glauber Rocha, paralela à Rua JK, o

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impossível o funcionamento da algodoeira e de outras atividades da fazenda”, disse Zution à Oeste Comunicação. Ele atribui a má qualidade da energia que recebe em sua propriedade em Roda Velha ao sucateamento da rede e à falta de manutenção adequada. E exemplifica: nos seis quilômetros de rede em sua propriedade, a Coelba exigiu a instalação de 31 pára-raios; nos 35 quilômetros de rede da Coelba que fornece energia à rede da fazenda existem 12 pára-raios. - Quando ocorre queda de raio próximo à rede mal protegida da Coelba, a conseqüência estoura na fazenda, como já ocorreu recentemente com a queima de um transformador - afirma Zution. O produtor avalia que o sucateamento das redes decorre da terceirização dos serviços. “No trecho de 35km da rede da Coelba que leva a energia até a entrada de minha fazen-

EDY CARLOS número de ocorrências é menor porque a linha é mais recente. O gerente diz que os prejuízos causados pelas oscilações vão da danificação de equipamentos à queda nas vendas.

Sem faturamento. “No dia 10 de janeiro, deixamos de faturar cerca de R$ 3 mil com o apagão que durou das 8 às 15 horas!, afirma Edy Carlos Oliveira. Rogério Faedo, dono da Retífica e Mecânica Faedo, diz que a energia de má qualidade fornecida pela Coelba dá significativos prejuízos à empresa. “Além de nobreaks e computado-

Transtornos. “O fornecimento de energia da Coelba é vergonhoso”, afirma o empresário Antônio Franciosi, do Grupo Franciosi. Na algodoeira do grupo, quando os apagões ocorrem os compartimentos com algodão têm que ser esvaziados para a retomada da operação quando a energia volta. Interrupções seqüenciais, como as ocorridas em janeiro, obrigam a seguidos esvaziamentos da algodoeira. A operação não pode ser retomada com a algodoeira cheia. Além da paralisação das máquinas, os apagões e oscilações de voltagem já ocasionaram queima de equipamentos, como motores de painel, relata Franciosi. Nos supermercados, a situação não é diferente. O Hortifruti, na Rua José Ramos de Anchieta, tem gerador e já se habituou à danificação de nobreaks e balanças. O gerente Sílvio Santana diz que o gerador garante o funcionamento do supermercado nos apagões, mas sua atenção tem que estar voltada para a filial Verdurão, que depende unicamente da Coelba. Quando a energia desaparece por muito tempo os seis nobreaks de seis kva não agüentam e temos que transportar mercadorias para cá e fechar a loja, diz Santana em sua sala no Hortifruti. Consertos demorados. Sílvio Santana diz que a Coelba não possui estrutura de atendimento de emergência em Luís Eduardo. “Tudo tem que vir de Barreiras”, afirma. E relata: “No último dia 10 de janeiro, a energia aqui foi interrompida, por volta das 8 horas da manhã, pela queda de um poste na José Cardoso de Lima, nos fundos da Bunge. O caminhão-munck só chegou às 16 horas e o caminhão de linha-viva apareceu uma hora depois. O restabelecimento da energia não ocorreu logo em seguida, mas somente às 23 horas”. O gerente diz ainda que em sua casa vive trocando o aparelho DMD da antena parabólica.

SILVIO SANTANA res danificados, os funcionários param e os serviços atrasam”, afirma Faedo, também insatisfeito com a atuação da Coelba na zona rural. O empresário relata haver solicitado a ligação de energia na Fazenda Santa Clara no mês de novembro e que espera até agora. “São precisos apenas três fuzíveis e o pessoal do linha-viva para fazer a ligação da rede da Coelba com a linha da fazenda”, reclama. Faedo relata ainda que o telefone 167, que a Aneel disponibiliza para reclanações, não responde às chamadas. “´É mais uma falta de respeito com o consumidor”, acrescenta.


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34 entidades recorrem ao MP Denúncia pode gerar Termo de Ajustamento de Conduta ou Ação Civil Pública contra a Coelba

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rinta e quatro representantes de entidades civis e de instituições encaminharam, em 15 de novembro último, à promotora Semiana Cardoso, da comarca de Luís Eduardo Magalhães, pedido de providências contra os desmandos da Coelba. A promotora já instaurou procedimento investigativo que poderá resultar na assinatura de Termo de Ajustamento de Condura (TAC), no qual a empresa se compromete a solucionar o que lhe é cobrado. Se o TAC não for obtido ou se não for cumprido, o Ministério Público poderá ajuizar Ação Civil Pública contra a empresa. No documento entregue à promotora Semiana, as entidades e instituições denunciam o péssimo fornecimento de energia da Coelba e pedem “providências legais para que o serviço essencial seja prestado com o mínimo de qualidade”. Serviço precário. “Não é possível aceitar que nosso Município, com aproximadamente 60 mil habitantes, tenha um serviço de fornecimento de energia elétrica tão precário. Trata-se de concessão pública, em regime de exclusividade, portanto não há como o consumidor optar por outra empresa, ficando à mercê dos serviços oferecidos pela Coelba”, prossegue o abaixo-assinado. Os signatários afirmam ainda que a qualquer sinal de chuva os serviços são interrompidos, causando transtornos e prejuízos à população.

Pelas entidades e pelas instituições assi- Independente), nam o documento as seguintes pessoas: ● Ildeberto Almeida Nunes (Associação dos ● Wisley de Oliveira (Associação Brasileira Moradores do Jardim das Acácias - AMJA), de Odontologia/Luís Eduardo Magalhães - ● Pacífico Heihatiro Murata (Associação ABO/LEM), dos Moradores do Jardim Imperial), ● Fábio Luiz Basso (Associação Brasileira ● Gilmar do Espírito Santo (Associação dos de Recursos Humanos - ABRH), Moradores do Jardim Paraíso), ● Jair Francisco (Associação Comercial e ● Carminha Maria Missio (Associação dos Empresarial de Luís Eduardo Magalhães - Pais e Amigos dos Excepcionais de Luís Acelem), Eduardo Magalhães - Apae), ● Francisco Pereira Neto ● Rudelvi Senair Bombarda Documento (Associação dos Revendedo(Associação dos Produtores enviado ao MP res de Veículos de Luís de Soja da Bahia - Aprosoja), Eduardo Magalhães), ● Pedro Hersen (Associação tem apoio de ● Adilson Gonçalves de de Revendedores de igrejas, maçonaria, Máquinas e Equipamentos Campos (Associação do Comércio de Insumos Agrícolas do Oeste da Bahia OAB, sindicatos, Agrícolas - Aciagri), Assomiba), associações de ● Glauber de Castro ● Fernando Keikiti Murata (Associação dos bairros e clubes (Associação Nipo-brasileira Cafeicultores do Oeste da de Luís Eduardo Magalhães de serviço. Bahia - Abacafé), Anibralem), ● Paulo Roberto Gouveia ● Astor Stein (Centro de (Associação dos Engenheiros Tradições Gaúchas Sinuelo Agrônomos de Luís Eduardo Magalhães - dos Gerais - CTG). ● Rener Torres de Sá e Gilvan Antunes de Agrolem), ● Marco Aurélio Pozza (Associação de Almeida (Clube dos Advogados de Luís Engenheiros e Arquitetos de Luís Eduardo Eduardo Magalhães - Calem), ●Eunice Aparecida Mariussi (Congregação Magalhães), ● Maria Zelinda Novaes (Associação dos Evangélica Luterana São Lucas), ● Júlio Celso Kuasney de Mattos (ConseMoradores do Aracruz - Ama), ●Leandro Borges de Amorim (Associação lho Comunitário de Apoio à Segurança dos Moradores e Amigos do Bairro Pública - Conseg),

● Jeonásio Carvalho das Neves (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis da Bahia – 9ª Região), ● Airton da Silva (Diocese de Barreiras – Paróquia Nossa Senhora Aparecida), ● Walter Rucker (Lions Club de Luís Eduardo Magalhães) ● Tarcísio Ubirajara Van Spitzenbergen (Loja Maçônica Amor e Progresso), ● Márcio Rogério de Souza (Loja Maçônica Estrela do Oeste), ● Carlos Antonio Unterberger Cerentini (Loja Maçônica União e Trabalhadores Mimosense), ● Pastor Djalma Alves Silva (Ordem dos Ministros Evangélicos de Luís Eduardo Magalhães - Omelem), ● Talvani Chiapetti (Rotary Clube de Luís Eduardo Magalhães), ● Edson Rodrigues dos Santos (Sindicato dos Comerciários de Barreiras e Região – Sindicob), ● Vanir Antonio Kölln (Sindicato dos Produtores Rurais de Luís Eduardo Magalhães). ● Alcindo André Kunz (Sindicato dos Professores de Luís Eduardo Magalhães), ● Élson Sá Telles (Sindicato dos Servidores Públicos de Luís Eduardo Magalhães) e ● Renildo Ney dos Santos (Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Luís Eduardo). HENRIQUE CABELO

Com poucos pára-raios, Coelba culpa natureza ALBERTO COUTINHO/AGECOM/BA

- Em seis dias, tivemos apenas 15/20 horas com energia - protestou o produtor Dirceu Domênico, na reunião promovida pela Coelba no Hotel Saint-Paul, no último dia 15. A depender da exposição dos SÉRGIO PITT representantes da concessionária, o sr. Domênico, seus colegas produtores, a população de Luís Eduardo e a região Oeste continuarão a conviver com apagões e com oscilações de energia. Com poucos pára-raios em suas linhas, a empresa culpa a natureza pelos blecautes. Atribui a incapacidade na oferta maior de energia ao Operador Nacional do Sistema (ONS). Diz ainda a Coelba que regularidade depende de novo ponto, uma segunda linha de transmissão, de Sobradinho até a cidade da Lapa – coisa demorada: somente no final do ano a questão foi levada à burocracia do

Ministério das Minas e Energia, onde se criou grupo de estudo, juntando também a Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE). Paliativamente, a Coelba anunciou na reunião que investirá R$ 41 milhões no Oeste da Bahia neste ano, valor menor que os R$ 52 milhões de 2010. Para o município de Luís Eduardo, apenas R$ 16,5 milhões, para a construção das subestações Mundo Verde e São Desidério; das redes de distribuiçã o de média tensão de 34,5 kilovolts (Kv), associadas à subestação Mundo Verde; da terceira conexão em 34,5 Kv na subestação Roda Velha; e para a implantação de um reator (equipamento que melhora a qualidade dos níveis de tensão de cargas de energia) na subestação Rio Grande. Baixos investimentos. Questionados pelo produtor Dirceu Domênico sobre os baixos investimentos da empresa na região, os representantes da Coelba disseram que mais investimentos sempre dependem de maiores tarifas. “A Coelba é uma empresa aberta e depende de lucros”, disse um dos representantes da empresa, depois de ressaltar que a Coelba ganhara da Standard & Poor’s o grau de “investment grade” – título que pode ser simplificado com a expressão “pode investir (na empresa) que o lucro é certo”. No encontro, o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Luís Eduardo, Vanir Antonio

POSTES REMENDADOS. Luís Eduardo está cheia de postes remendados. O da foto, na esquina das ruas Rondônia com Clériston Andrade, recebeu remendo, mesmo com inclinação.

Kölln, informou aos representantes da Coelba que pesquisa feita junto a 240 produtores rurais apontou a empresa em terceiro lugar no ranking dos dez maiores gargalos do agronegócio, atrás apenas dos entraves ambientais e da carga tributária. “Os investimentos da Coelba não acompanham o vertiginoso crescimento de Luís Eduardo Magalhães”, completou Kolln. Já o vice-presidente da Aiba, Sérgio Pitt, disse que a qualidade da energia continua muito ruim. “Esta situação inibe investidores, além de gerar grandes prejuízos operacionais para o setor produtivo e a sociedade em geral”, afirmou. O sucateamento da rede e a falta de investimentos da Coelba também foram apontados na reunião pelos produtores Célio Zution e Márcio Zanella, pelo vereador Ondumar Marabá, pelo empresário Jair Francisco, pelo presidente da Associação Comercial e Empresarial (Ace-lem), Carlinhos Pierozan, e pelo coordenador de Manutenção do Grupo Coringa, Anclébio Sousa. Ao final da reunião, o prefeito Humberto Santa Cruz sugeriu que a empresa volte a realizar encontros semelhantes, ouvindo seus consumidores. “O crescimento da região depende de energia de boa qualidade e a Prefeitura estará sempre disposta a se empenhar em busca de soluções”, disse Santa Cruz.


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Promessa de apagões menores Em resposta às queixas da Aiba, Coelba diz que apagões não acabam, apenas durarão menos m novembro do ano passado, o presidente da Associação dos Agricultores e Irrigantes do Oeste da Bahia, Walter Horita, o vice-presidente Sérgio Pitt, e o diretor regional João Lopes Araújo, levaram reivindicações por melhoria dos serviços à Coelba, em Salvador. Em carta ao presidente da empresa, Moisés Salles, os dirigentes da Aiba denunciavam interrupções de fornecimento e consequentes desligamentos de motores e bombas de irrigação, demora na reativação do fornecimento,

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redes sucateadas, carentes de manutenção e sem pára-raios, além de problemas com sistemas de comunicação, em decorrência da falta de energia, agravados pela demora na obtenção de respostas e solução de problemas pelos funcionários da Coelba. Quase três meses depois, veio a resposta da Coelba, não de seu presidente, mas da gerente do Departamento de Clientes Corporativos, Lucimar Rocha. Pela carta se sabe que os apagões vão continuar. Nela está escrito: “Ações que visam diminuir os tempos de interrupção”.

RELATÓRIO PARA A ANEEL LER Relatórios de associados à Aiba mostram o péssimo serviço de forenecimento de energia da Coelba. Na algodoeira da Agropecuária Xingu, no município de São Desidério, em 16 dias de junho do ano passado faltou energia nove vêzes, numa delas por período de quatro dias. No mês de julho, foram 20 interrupções; em agosto, 19; em setembro, 10; em outubro, 8.

Relatório da Fazenda São Miguel, do grupo Busato, também no município de São Desidério, registra apagões da Coelba por período maior. De janeiro de 2007 a novembro do ano passado, ocorreram 84 interrupções nas atividades da empresa, entre curtas e demoradas. O apagão de 26 de fevereiro de 2007 durou 54 horas.

EIS, NA ¸NTEGRA, A CARTA DA COELBA ¤ AIBA, TAL COMO ESCRITA: “Salvador, 08 de fevereiro de 2011 Ao Senhor Walter Yukio Horita Presidente da AIBA Assunto: Problemas no Fornecimento de Energia no Oeste da Bahia Prezado Walter, Em relação à sua solicitação feita através da correspondência de 26.11.10, referente ao fornecimento de energia no Oeste da Bahia e complementada pela reunião realizada na Coelba, informamos que já foram implementadas varias medidas e outras estão em andamento visando a melhoria da qualidade do atendimento à esta região. Ações que visam diminuir os tempos de interrupção: ● A usina Bahia PCH passou a operar em ilha quando da ocorrência de interrupções de longa duração e estão em andamento estudos operacionais para possibilitar também a operação em ilha das usinas de Alto Fêmeas, Boa Sorte e Sykue atendendo às subestações de Rio das Pedras, Centro Industrial do Cerrado, Rio Grande, Roda Velha e ao consumidor Bunge nas interrupções de longa duração no sistema da Coelba ou no da Chesf. ● Foram contratadas 03 turmas adicionais sendo 02 turmas leves de emergência que ficarão próximas da cidade de Luiz Eduardo e 01 turma fixa para Roda Velha as quais possibilitarão maior rapidez no atendimento aos chamados dessas áreas.

carga entre os alimentadores da subestação Centro Industrial do Cerrado (CIC) e Rio das Pedras (RDP). Ações que visam melhoria da qualidade e maior oferta de energia: ● Entrada em operação até junho/11, da subestação Mundo Verde, 26,6 MVA, 138/34,5 kV, investimento de R$ 8.700.000,00 aliviando carga das subestações do Centro Industrial do Cerrado e Rio das Pedras e possibilitando redistribuição das cargas derivadas dessas subestações.

● Foram alocadas 02 turmas de Linha Viva na cidade de Barreiras, Ibotirama, Bom Jesus da Lapa e Guanambi o que possibilitará executarmos manutenção programada sem desligar os consumidores e os serviços mais complexos com maior rapidez, tais como: substituição de transformadores queimados, substituição de postes abalroados, ruptura de cabos, liberando assim as turmas leves para atendimento mais rapido a consumidores sem energia

● Entrada em operação até julho de 2011 do eixo de 138 kV, Rio do Meio-Rio das Eguas e Rio Formoso-Rio ltaguari, cerca de 150 km e da subestação Rio ltaguari de 26,6 MVA de capacidade, investimento este de cerca de 24 milhões de reais.

● Implantação de 08 chaves automatizadas para viabilizar as transferências de

● Em função dos entraves ambientais

houve atraso na liberação da obra para da linha de transmissão Rio FormosoRio Itaguari, prevista inicialmente previsto para 2010, para minimizar os problemas de qualidade a Coelba colocou em operação, em 06/02/ 11 , em Rio das Eguas, uma subes ta ção móvel em 138/34,5 kV que possibilitará melhoria dos níveis de tensão desse eixo até a entrada. Ações que visam melhoria do atendimento: ● Inauguração da nova agencia de atendimento em Luiz Eduardo em 15/02/11 e reforço do atendimento dos clientes de alta tensão na região. ● Finalmente esta para ser editado decreto do Ministério das Minas e Energia, em função de grande pressão da Coelba e do governo do estado, criando um grupo do estudo que avaliar novos pontos de suprimento da rede básica para o estado da Bahia. Este estudo poderá os

reforços na região oeste a depender da confirmação do mercado potencial. Neste sentido solicitamos a colaboração da AlBA, que possui vasto conhecimento do potencial de crescimento região para juntos buscarmos viabilizar os reforços da rede básica para região. Quanto à carga da indústria têxtil, men cio na da na reu nião na Coelba, aguar da mos os dados de carga , loca li za ção e os parâ me tros de qua li da de neces sá rios para a ope ra ção da plan ta para que a equi pe de estu dos espe ciais da Coelba possa desenvol ver um tra ba lho jun ta men te com seus téc ni cos que a ope ra ção em con di ções ade qua das ao pro ces so pro du ti vo desta planta. Mais uma vez nos colocamos à inteira disposição de V.S.a. Atenciosamente, Lucimar Rocha Gerente do Departamento de Clientes Corporativos ”


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Consumidor não busca Justiça Apenas uma pequena empresa aciona a Coelba; grande empresário prepara dossiê para ação A capacidade da estação desligada era de 60 kwa e Silvanir optou por transferi-la para uma outra rede, de 70 kwa. Para evitar problemas por ultrapassar a capacidade mínima da segunda estação, o empresário solicitou o uso da somatória das duas estações. Afirma ter pago multa para conseguir os 130 kwa, mas não conseguiu o aumento de carga. Mesmo assim, foi novamente surpreendido quando recebeu a primeira fatura após o pedido. “A conta chegou a ficar quatro vezes acima do normal”. As sucessivas quedas de energia elétrica não afetam os serviços prestados pelas empresas do grupo Porto Brasil apenas no período das interrupções. Silvanir conta que no hotel, além do prejuízo de R$ 20 mil que teve com a queima de todo o sistema que mantém a central telefônica do estabelecimento, o atendimento aos hóspedes foi afetado, prejudicando a imagem do estabelecimento. - O hotel ficou sem contato pra fazer e receber chamadas e os interfones dos quartos ficaram mudos. Qual cliente vai entender que o problema foi causado pela companhia de energia elétrica? O hóspede se irrita com o hotel. Até tudo se restabelecer, é o nome da empresa que perde com a clientela insatisfeita , reclama. Nos computadores das empresas do grupo, diz Silvanir, é preciso utilizar nobreaks de boa qualidade para evitar transtornos. “Mas por mais que você tenha protetores ‘top de linha’, os contínuos apagões provocam estragos também. SILVANIR PORTO Somente em cada nobreak eu tenho Demetrius que “os constantes apagões já pro- um mínimo de 200 reais de prejuízo, fora mãovocaram queima das placas-mãe dos compu- de-obra e serviços do administrador”. tadores das empresas do grupo (hotel e posto) Com as ocorrências de quedas de energia e que a CPU das bombas de gasolina do posto elétrica, relata o empresário, o grupo se vê de combustíveis são comprometidas por fica- obrigado a atuar com apenas 20% da capacirem muito tempo paradas. “A manutenção dade do banco de dados. Tal qual ocorre com destes componentes têm assistência técnica as bombas de gasolina, as peças do banco de somente no Rio de Janeiro e em São Paulo. dados também necessitam de serviços fora da região (em São Paulo). Apenas um serviAgravante. Além do problema inicial com a dor danificado gera um custo de R$ 4.700,00, paralisação dos trabalhos em função das que- de acordo com o empresário. das de energia, há o agravante com a longa Diante de tantos atropelos, Silvanir adianta espera para substituir uma peça que depende que o departamento jurídico do grupo está de tempo e entrega (no caso do material em reunindo dossiê com todos os problemas manutenção fora do Estado)”, disse Silvanir. ocorridos para requerer na justiça reparos dos Além dos apagões, o empresário enfrentou prejuízos. O empresário diz qaue pedirá à problemas de falhas administrativas da com- Justiça indenização não só por perdas materipanhia. Desde outubro de 2010, ele tenta equa- ais, mas também por danos morais, “que dificilcionar débitos da cobrança de uma estação de mente serão consertados junto aos hóspedes”. energia de seu posto que não utiliza mais. - Me chateou muito porque pedi pra Ação única. A pequena empresa que ajuidesativar a estação, fiz comunicado oficial zou ação contra a Coelba foi a Rosa e para cancelar a cobrança. Como o paga- Carvalho Ltda, de reciclagem. Alegou nos mento era feito via débito automático em autos que interrupção de energia em 27 e 28 conta corrente, continuaram a cobrar de de fevereiro de 2009 impediu que cumprisse mim. Depois que soube disso, suspendi o contrato de entrega de material reciclado. serviço do banco e aí a Coelba me ‘nega- Pede indenização de R$ 8,8 mil. Procurada, a tivou’ -, relata o empresário, que teve o empresa não quis comentar a ação, por nome incluído da Serasa. orientação de seu advogado.

O

s consumidores de energia de Luís Eduardo não procuram a Justiça para se ressarcir de eventuais prejuízos causados pelos apagões e pelas oscilações de voltagem. A Oeste Comunicação consultou o Cartório dos Feitos Cíveis e só encontrou uma ação contra a companhia por causa de interrupção no fornecimento de energia, movida por uma pequena empresa. Correm outras 15 ações contra a Coelba, tramitando no Juizado Especial Cível, mas todas referem-se à cobrança de contas acima de valores razoáveis e por inclusão de consumidores adimplentes no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). A Coelba, no entanto, será acionada por uma grande empresa. O empresário Silvanir Rodrigues Porto, diretor do Grupo Porto Brasil, que engloba a Porto Brasil Produtos Agrícolas (sediada em Barreiras); a Porto Brasil Agrícola e a Porto Brasil Hotel e Porto Brasil Combustíveis (ambas em Luís Eduardo Magalhães), reúne dossiê para cobrar da concessionária ressarcimento por prejuízos causados por apagões, falhas administrativas e por danos morais. O empresário disse ao repórter Luciano

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Por mais protetores top de linha que você tenha, os apagões sempre provocam estragos

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A ANEEL EMBRULHA E NÃO RESPONDE A Oeste Comunicação enviou questionário à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), órgão criado para fiscalizar os serviços prestados pelas concessionárias de energia elétrica, entre outras atribuições. A Assessoria de Imprensa da agência não retornou aos contatos da reportagem. A Ouvidoria enviou à redação email indicando que as perguntas deveriam ser encaminhadas pelo Correio ou entregues na sede da agência, em Brasília Perguntou-se se a agência tinha conhecimento dos péssimos serviços prestados pela Coelba no Oeste da Bahia e, se tinha, quais providências haviam sido tomadas para coibir os abusos. O questionário enviado à Aneel incluiu perguntas sobre apagões, falta de investimentos em linhas de distribuição, subestações, transformadores e pára-raios, oscilações constantes de voltagem, disparidade entre a qualidade de energia de uma via para outra, falta de agência de atendimento ao con-

sumidor e falta de pessoal e equipamentos locais de atendimento a emergências. No email da Ouvidoria está escrito, em linguagem que parece ser padrão para respostas a quem se dirige à agência, é dito que “sobre legislação ou dados técnicos do setor elétrico, feitas por pessoas físicas, jurídicas ou Agentes do Setor devem ser feitas formalmente, mediante o encaminhamento de pedido fundamentado à Secretaria Geral desta Agência, para o endereço SGAN, Qd. 603, Módulo "J", CEP 70.830-030, Brasília/DF”. E prossegue a Ouvidoria: “Na oportunidade, cabe salientar que solicitações de pessoas jurídicas e Agentes do Setor devem ser feitas por representantes devidamente autorizados, visando a prevenir o acesso de terceiros aos dados das mesmas”. No questionário não se pediu informações sigilosas. Apenas perguntas que a agência tem a obrigação de responder como reguladora do setor de energia elétrica.

Há 17 anos no mercado do Oeste da Bahia ■ Perfis estruturais ■ Telhas metálica ■ Corte dobra de chapa sob-medida ■ Pé-direito de concreto armado ■ Fabricação de material para serralheria em geral ■ Fabricação de arames de aço para enfardamento de algodão Luis Eduardo 77 3628-7150 Barreiras 77 3613-4510


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D E C A PA

Quem ganha com o serviço ruim da Coelba

A entrevista que Salles não deu Presidente da Coelba não vem à cidade; gerente responde a perguntas

A Coelba é controlada pela Neoenergia, dona também da Cosern, no Rio Grande do Norte, e da Celpe, em Pernambuco. A Neoenergia possui 87,8% das ações; a espanhola Iberdrola, 8,5%; a Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, 2,3%; minoritários, 1,4%. A composição acionária da Neoenergia está assim distribuída: Iberdrola, 39%; Previ, 22,24%; Fundo Mútuo de Ações BB Carteira Livre, 5,53%; 521 Participações, 17,9%; Fundo Mútuo BB Ações Price, 6,49%; e BB Banco de Investimento, 8,81%. Veja quem são os donos da Coelba: Iberdrola. Empresa espanhola com presença em 40 países. Dois terços de suas atividades estão fora da Espanha. Antes da crise mundial, havia multiplicado por cinco, no período de sete anos, seu valor nas bolsas em que suas ações são negociadas. Previ. Fundo de Pensão dos funcionários do Banco do Brasil. A Previ é o maior fundo de pensão do País e, em 2009, alcançou a 25ª posição mo ranking dos 300 maiores fundos de pensão do mundo, com patrimônio de R$ 138,7 bilhões. O ranking é da publicação americana Pensions & Investments, especializada em previdência complementar. Banco do Brasil. É o maior banco da América Latina. Em 2010, teve lucro líquido de R$ 11,7 bilhões, um aumento de mais de 15% em relação a 2009, quando lucrou R$ 10,15 bilhões. O BB só perdeu para o ItaúUnibanco, que lucrou R$ 13,3 bilhões. BBInvestimentos. Banco de Investimentos do Banco do Brasil. Fundos. Fundos de investimentos em ações administrados pelo Banco do Brasil. Suas cotas podem ser adquiridas por qualquer investidor. 521 Participações.É a companhia que faz aplicações do Fundo de Investimento Financeiro BB Renda Fixa IV, administrado pela BBDTVM. BBDTVM. Distribuidora de Valores do BB.

Luís Eduardo Magalhães, 12 a 18 de março de 2011

A

ntes do início da reunião do último dia 15, no Hotel Saint-Louis, a Oeste Comunicação encaminhou ao presidente da Coelba, Moisés Salles, por intermédio da assessoria de imprensa da empresa, cinco perguntas sobre o fornecimento de energia no Oeste da Bahia. Como se viu, Salles não veio e, também nas respostas, nomeou representante. Quem respondeu foi o gerente de Operações do Sistema da Coelba, Sérgio Mello. Se verá pelas respostas que a empresa tenta generalizar a questão dos apagões – mistura os esporádicos de outras regiões com os constantes do Oeste da Bahia -, considerando todos como excepcionais.

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O hotel onde se realiza esta reunião é obrigado a ter gerador para que seus hóspedes não fiquem sem energia. Como o senhor se sente sendo presidente de uma empresa que submete toda uma cidade e toda uma região a constantes apagões? No mundo inteiro, hotéis, grandes edifícios e shoppings instalam geradores para garantir suprimento de energia no caso de falhas da rede elétrica. Como sabemos, as redes elétricas percorrem longas distâncias e são expostas a diversos agentes que podem provocar desligamentos, a exemplo de: batidas de carros em postes, raios, material que é jogado na fiação pelos ventos etc. No caso de Luís Eduardo Magalhães existem alguns períodos do ano em que as chuvas e as descargas atmosféricas aumentam muito de intensidade e acabam por provocar desligamentos na rede. Para minimizar esses transtornos a Coelba está investindo na região. Até julho, teremos mais uma subestação: SE de Mundo Verde e colocamos mais turmas de manutenção na região. Essas providências irão garantir um suprimento de energia elétrica de melhor qualidade para a região.

de Clientes Corporativos, Lucimar Rocha, indica medidas para “diminuir os tempos de interrupção” de energia. Isso quer dizer que as medidas só vão reduzir a duração dos apagões e não eliminá-los? Conforme citamos em nossa apresentação para a Aiba, o sistema elétrico é projetado para desligar no caso da existência de algum defeito que provoque curto-circuito na rede. O desligamento é necessário para garantir a segurança das instalações da empresa de distribuição, dos clientes e a própria segurança física das pessoas. Os investimentos em novas subestações, novos alimentadores, a automação de equipamentos de manobra na rede e a ampliação do número de turmas de manutenção, nos permitirão continuar atuando pre-

aumento foi de 917%. Em 2011, iremos investir R$ 1,3 bilhão, um recorde na história da Coelba. Nesse ano, os investimentos em ampliação de sistema na região oeste serão maiores que em todas as demais regiões do estado. Como qualquer empresa do setor elétrico brasileiro, que tem suas atividades reguladas pela Aneel, a Coelba precisa provar que os investimentos são prudentes, de forma a não onerar de forma desnecessária a tarifa e o consumidor baiano. Isso significa que só devemos investir quando existe a certeza de que haverá novas cargas em quantidade suficiente que justifique os valores a serem investidos. Essa é a razão para estarmos realizando tantos investimentos na região. Conforme anunciamos estamos investindo em 2011 R$ 52,7 milhões em ampliação do sistema elétrico e em 2012 serão mais R$ 42 milhões em investimentos.

Os sócios controladores conhecem todos os números das empresas que compõem o grupo.

Em carta à Aiba, o gerente do Departamento

SÉRGIO MELLO ventivamente para reduzir o número de interrupções e, no caso delas ocorrerem, normalizá-las num tempo mais rápido. A completa eliminação dos desligamentos é impossível em qualquer sistema elétrico do mundo. Lembro também que algumas das faltas de energia que afetaram LEM não tiveram origem no sistema elétrico da Coelba na região. Desligamentos no sistema de geração de energia, como foi o caso do apagão do último dia 04/02, e defeitos nas linhas de transmissão de outras empresas, também podem afetar o suprimento de energia da região. A má qualidade da energia fornecida pela Coelba indica que a empresa investiu muito pouco na região Oeste desde a privatização. O senhor concorda com essa avaliação? Conforme mostramos quando comparamos o valor do investimento do ano da privatização com o que investimos em 2010, o

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Nas reuniões com os controladores da Coelba, como a espanhola Iberdrola, o senhor apresenta a situação da má qualidade da energia fornecida pela Coelba? Os sócios controladores conhecem todos os números das empresas que compõem o grupo Neoenergia e, principalmente, os indicadores da Coelba, por esta ser a maior distribuidora de energia do grupo. Quando o Oeste da Bahia ficará livre dos apagões? É importante ressaltar que não podemos, nem nós, nem a imprensa, ser irresponsáveis e tentar vender para a população que é possível eliminar completamente os desligamentos de energia. Isto é impossível para qualquer sistema elétrico do mundo. O que estamos fazendo na região é trabalhar de forma contínua para reduzir o número de desligamentos e, caso estes ocorram, normalizar o suprimento de energia no prazo mais curto possível.

A Oeste Comunicação Integrada Ltda. precisa de

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Costura para reeleição Prefeito Santa Cruz atrai ex-adversários para esvaziar e isolar Oziel ANTONIO CALEGARI Da Oeste Comunicação

adversárias. Para isso, fez reforma administrativa, criando novas secretarias, e trocou parte do secretariado.

O

prefeito Humberto Santa Cruz (PR) vem costurando alianças com vistas à PMDB no governo. Seu primeiro objetivo foi eleição de 2012. Santa Cruz é candida- atrair o PMDB, que pode ser decisivo na disto declarado à reeleição e as articulações visam puta de 2012. Fábio Lauck, que na última a isolar politicamente seu principal adver- eleição recebeu 37,38% dos votos de Luís sário, o deputado federal Oziel Oliveira (PDT).  Eduardo,  não aceitou participar diretaA costura política de Santa Cruz começou mente da administração, mas garantiu apoio com a eleição da atual mesa diretora da político para a gestão de Santa Cruz. As conCâmara Municipal, no final do ano passado. versas com o PMDB resultaram na indicação A articulação foi tão bem-sucedida que os de dois secretários: o ex-coordenador de camvereadores Ondumar Ferreira Borges (PSC), panha de Lauck na última eleição municipal, Janete Alves (PTC) e Ariston Aragão (PSC), o ex-vereador Rodrigo Ferreira de Sousa, para ligados a Oziel, votaram na chapa única para a Secretaria de Indústria, Comércio e o comando da Câmara Municipal , que resul- Serviços, e Madelene Mariusse, esposa do tou das negociações do vereador Waldemar prefeito.   Mariusse (PMDB), para a Oziel tentou reverter a Secretaria da Educação.  Negociações do vitória iminente de Santa A costura política de Santa prefeito passam Cruz até momentos antes da Cruz envolveu até os três eleição da mesa diretora. vereadores aliados de Oziel, pelo PMDB, Vendo que seria derrotado Ondumar, Janete e Ariston. PSDB, DEM, PT, por seis votos a três, mandou Das negociações resultou a seu aliados votarem na chapa indicação da secretária de PSB, PSC e gera comandada pelo vereador Cultura e Turismo, Ana Célia crise no PCdoB. Domingos Carlos Alves dos Ferreira de Sousa. Santos, o Cabo Carlos, eleita por unanimidade. Evangélicos. Embora sua escolha tenha antecedido as atuais articuOposição isolada. O prefeito garantiu nessa lações políticas, o vereador Eder Fior (PR), primeira costura a tramitação de projetos do titular da recém-criada Secretaria de Executivo sem o perigo de obstrução da Segurança, Ordem Pública e Trânsito, é Oposição. O vereador Cabo Carlos (PMDB) evangélico e sinaliza ao prefeito apoio polítinão pertence ao grupo político do prefeito, co de importante corrente religiosa da mas é inimigo de Oziel. Tem postura inde- Cidade. pendente, mas garantiu apoio a todas as iniciativas do prefeito que beneficiem a Cidade.  Em território inimigo. Santa Cruz avançou Vencida a batalha da Câmara, Santa Cruz até mesmo fora de Luís Eduardo e entrou em passou a dedicar-se à aglutinação de forças área de domínio de seu adversário Oziel,

mais propriamente da mulher dele, a prefeita de Barreiras, Jusmary Oliveira. São boas as relações de Santa Cruz com o peemedebista Juarez de Souza, irmão da prefeita.   O prefeito também se aproximou do PSB. Articula-se com a vice-prefeita de Barreiras, Regina Fernandes – rompida com Oziel e Jusmary – e com o líder do partido em Luís Eduardo, o advogado Paulo Sandoval. Sandoval não mora mais em Luís Eduardo, mas tem influência sobre o partido.  Outra aproximação. As negociações de Santa Cruz estenderam-se ao DEM. O grupo comandado pelo ex-candidato a prefeito de Luís Eduardo, o médico Luciano Luedy da Trindade, o Dr. Luciano, garantiu apoio político à administração municipal. Na última eleição, Dr. Luciano obteve 20,05% dos votos. O produtor Paulo Closs, que coordenou a campanha de Dr. Luciano, já garantiu apoio a Santa Cruz nas próximas eleições.  O PT, que no plano nacional tem como aliado o partido do prefeito, o PR, foi outro exadversário que se aliou a Santa Cruz O exvereador Valtair Fontana é o novo secretário de Esporte e Lazer da Cidade. Crise no PCdoB. O prefeito não parou aí: além do PT, a ofensiva envolveu o PCdoB e gerou crise no partido. O apoio do presidente do diretório municipal, Gilberto Bezerra, à administração de Santa Cruz desgostou a deputada Kelly Magalhães, que ameaça intervir no diretório local.  O prefeito conta também com o apoio de outro Lauck, o poderoso empresário Jacob Lauck. Procurado por email, o deputado Oziel não havia retornado até o fechamento desta edição. FOTO HENRIQUE CABELO

Piso Classe A a partir de

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FEIJOADA POL¸TICO-SOCIAL. O prefeito Humberto Santa Cruz e a primeira dama e secretária de Saúde Maira Andrada receberam grupo de amigos, políticos e cobaloradores para feijoada, na bela casa-sede da Agronol, na segunda-feira de Carnaval. Lá estiveram o presidente da Câmara, vereador Carlos Alves dos Santos, o Cabo Carlos, sua esposa Tânia e sua filha Virgínia; o vereador Ariston Aragão e sua esposa Judite; a vereadora Janete Alves, acompanhada do filho Fernando e de seu assessor Genivaldo Oliveira de Souza; o secretário de Agricultura,

Jaime Capelesso, e sua mulher Gina; o secretário de Indústria, Comércio e Serviços, Rodrigo Ferreira de Souza, sua esposa Roberta e os pais desta Hugo e Claire Bilhar; a chefe de gabinete do prefeito, Teresa Nemoto, e seu marido Ernesto Sabino; Lauro e Mareli Lusa; João Antonio Franciosi; Naldomar e Benê Campos; Pacífico Murata; Agnelo Negromonte, irmão do ministro das Cidades, Mário Negromonte; prefeito Amauri Lucena, de Mulungu do Morro; Genivaldo de Souza Campos; Roni Klein, sua esposa Greice e sua filha Rafaella.

Loja 1 BR 020 - Jardim Imperial ☎ 3628-1823 / 3628-9621 Loja 2 Centro ☎ 3628-2324 / 3628-8703

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SEBASTIÃO NERY A flor e o ódio Buenos Aires - Nestor Rocha, conselheiro do Tribunal de Contas do Município do Rio, e sua bela mulher Liliana Rodrigues, vieram, tempos atrás, passar o fim-de-semana aqui em Buenos Aires. Talvez de emoção por este encanto de cidade, uma Paris falando espanhol, ou por conta dos cansaços brasileiros, teve um enfarte, acudido a tempo. No Rio de Janeiro, seu fraterno amigo Murilo Barbosa Lima foi avisado, pegou rápido um avião e desceu em Buenos Aires para ver como estavam as coisas. Passou no hotel. Nestor havia saído de lá para o hospital e não voltara. E deram o nome do hospital. Murilo correu para o hospital. Lá, o susto: - O Dr. Nestor esteve aqui com um enfarte grave, mas já não está mais. - Foi para onde? - Para o Cemitério da Recoleta. - Quem autorizou a saída dele daqui para o Cemitério? - A mulher dele que o estava acompanhando

Evita Murilo saiu desesperado para o Cemitério da Recoleta. Foi à portaria, não havia registro nenhum. Ficou andando e suando pelas alamedas pensando como é que o Nestor poderia ter sido enterrado em Buenos Aires se o normal é que o corpo fosse levado para o Rio. No portão solene do túmulo de Evita Perón, lá vinha Nestor, pálido, cabeça baixa,

olhar triste, acabando de visitar sua heroína Evita. Murilo deu-lhe um abraço e uma bronca: - Você não tinha lugar melhor para vir do que um cemitério e logo para visitar esta mulher? Quem é que pôs a Evita na sua cabeça? - Foi o Brizola. Ele adorava ela. O hospital é aqui perto. Murilo ficou com raiva da Evita Perón até hoje. O argentino é mesmo uma mistura de

Catalunha, Sicília e os Andes: tem o fascínio da morte. Foi Evita, foi Perón, agora é Néstor Kirchner. Três mitos.

Cristina A caminho do hotel, com a cidade vazia de carnaval e cheia de brasileiros, converso com o motorista, um jovem cabeludo, elegante, terno e gravata, bem falante como um baiano de Salvador: - Que tal sua presidente, a Cristina Kirchner? - Senhor, não temos só uma presidente. Temos uma flor. Toda manhã, abro a janela e agradeço a Deus por ter me dado uma flor que cuida de meu país e de mim. A presidente Cristina não é só uma mulher. É uma flor. Basta querer, vai ser reeleita. Ainda não sabemos se ela será candidata. O marido morreu, ela está de luto até hoje. Se se candidatar derrota os outros todos. Desço no hotel, vou à banca pegar os jornais, bem em frente do hotel Alvear. O jornaleiro, também jovem, também cabeludo, também bem falante, fica irritado quando lhe pergunto quem vai ganhar as presidenciais de outubro: - Essa Cristina Kirchner é que não pode ser. Tem que ser qualquer um menos ela. Chega de Kirchner. Ela vai querer se reeleger com o cadáver dele. Oposição

Abro o jornal, ainda ali na banca. O ‘El Clarin’, um dos dois mais furiosos contra a Presidente (mais irado só ‘La Nación”, irmão da ‘Veja’, um jornal escrito em inglês de Nova Iorque e traduzido em espanhol), publica a primeira rodada das pesquisas para presidente da república em outubro, feitas pelo CEOP (Centro de Estudos de Opinião Pública): Cenário 1: Cristina Kirchner: 44%. Maurício Macri (prefeito de Buenos Aires): 12,3%, Ricardo Alfonsín (líder da UCR, União Cívica Radical, principal partido da oposição): 10,4%. Eduardo Duhalde (expresidente, líder de uma dissidência do peronismo): 6,8%. Fernando Solanas (líder de um pequeno partido da oposição); 4%. Elisa Carrió (também líder de um pequeno partido da oposição): 2,7%. Indecisos: 11,4%. Cenário 2: Cristina: 43,3%. Macri: 11,8%. Júlio Cobos (vice presidente da república e presidente do Senado, eleito com a Cristina e depois rompido): 7,8%. Duhalde: 7%. Carrió: 4,3%. Solanas: 4,2%. Indecisos: 12,2%. Cenário 3: Cristina: 43,6%. Macri: 12,1%. Ernesto Sanz (disputa com Alfonsín a indicação da UCR, União Cívica Radical): 6,8%. Duhalde: 6,6%. Carrió: 4,4%. Solanas: 4%. Indecisos: 13%. A campanha eleitoral só começa em agosto. Ainda há muito chão.

Bancos deixam clientes sem dinheiro Caixas eletrônicos do BB, Bradesco, Caixa e Banco do Nordeste viram caixas-fantasmas no Carnaval ELSON LIPER Da Oeste Comunicação

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alta de comunicação e de planejamento no provisionamento de dinheiro para os caixas 24 horas. A soma dessas duas falhas foi sentida no bolso em todo o período de carnaval por grande parte dos clientes do Bradesco, Caixa, Banco do Brasil e Banco do Nordeste, que não conseguiram sacar um centavo sequer nos caixas eletrônicos, por falta de dinheiro. O problema começou a ser sentido na noite de sexta-feira, 4, e continuava até a manhã deste sexta-feira, 11, quando a reportagem do Oeste Semanal passou em três caixas eletrônicos do Bradesco - nos Postos Imperador e Porto e no supermercado hortifruti: todas sem dinheiro. Na noite de sexta-feira, 4, pelo menos 40 funcionários da empresa de terraplanagem de Juventino Geja, 38 anos, foram às agências do Banco do Brasil e não conseguiram retirar nem um real. “Eu paguei e os funcionários acabaram ficando sem dinheiro. Quem não tinha cartão de crédito teve que esperar a quarta-feira de Cinzas (9) para ter acesso ao dinhei- Hidelberto Santana

Clientes lotam caixas eletrônicos do BB e do Bradesco na quarta-feira de Cinzas, após cinco dias sem acesso. O problema persiste ro”, lamentou o empresário. O mesmo problema foi enfrentado pelo técnico agrícola Hidelberto Santos, 29 anos, que foi à mesma agência, no sábado, 5, e teve que voltar para casa sem dinheiro no bolso. “Eu estive na agência e comecei a ouvir a reclamação de outras pessoas. Também tentei sacar e não consegui. Tive que pagar tudo no cartão, mas tem coisas que não consegui fazer”, lamentou. Conta. A frustração de não ter dinheiro na mão para as despesas no feriadão também chateou a autônoma Eliana Santos, 30 anos,

que também não encontrou dinheiro nos caixas eletrônicos do Bradesco e quase teve que pagar uma conta com atraso. ”Graças a Deus que a conta vencia hoje (quarta-feira, 9) e corri para pagar sem multa. Eu tentei sacar e fazer o pagamento no sábado, 5, mas também não consegui”, disse Eliana, após enfrentar imensa fila nos caixas eletrônicos na agbência Central do Bradesco. Provisão. Por parte dos bancos a resposta foi a mesma. Provisionamento insuficiente. A gerência do Banco do Brasil lamentou o problema e disse que, corriqueiramente,

empresários não informam que estão efetivando o pagamento de funcionários. “Uns argumentam que só pagaram a 25 empregados. Se pensarmos em 100 fazendas e todas fizerem o mesmo, são duas mil e quinhentas pessoas buscando o serviço de caixa eletrônico junto à demanda do feriadão”, argumentou a gerência do banco. A gerência informou ainda que pelo menos 40% dos caixas eletrônicos são antigos e não podem funcionar nos períodos noturnos, ou com as agências fechadas, por serem alvos fáceis para golpes de clonagem de cartões, os populares chupa-cabras.


CIDADE

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Começa a inclusão digital Projeto “Cidade Inteligente” interligará pontos públicos e dará internet gratuita a quem paga imposto JO‹O PENIDO Da Oeste Comunicação

U

ma cidade mais humana, mais feliz e ... mais inteligente. Assim será Luís Eduardo Magalhães muito em breve. Você poderá saber a qualquer momento, por exemplo, se seu filho está na sala de aula. Poderá ainda marcar facilmente uma consulta médica e em seguida retirar o remédio receitado, que já estará esperando por você. Basta dar um clique na internet. Não tem internet? Não se preocupe, você poderá acessá-la de graça, de casa ou de cinco telecentros - pontos da cidade que terão internet aberta (wi-fi zone, ou zona sem fio) e nos quais será dado treinamento gratuito para quem precisar. Para tanto, basta você estar em dia com o pagamento de impostos como IPTU e ISS e não dever nada à Prefeitura. O prefeito Humberto Santa Cruz criou o projeto Cidade Inteligente, que irá contratar 20 megabytes junto a fornecedores de links para interligar todos os pontos públicos de internet existentes na cidade e fornecer internet para todos os habitantes de Luís Eduardo. Ou seja, todo mundo estará interligado com todo mundo: você “entrará” numa escola, a escola “entrará” num posto de saúde e assim por diante. A execução do projeto Cidade Inteligente

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HENRIQUE CABELO

O objetivo do prefeito é democratizar o acesso à internet, promovendo a inclusão digital como forma de inclusão social.

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WERTHER BRAND‹O

começou há quatro meses e está em estado adiantado. A torre central do projeto, que interligará todos os pontos de internet, já está pronta. Terá uma rádio para transmitir os sinais e sete antenas.

Santa Cruz. O projeto será anunciado no aniversário da cidade, em 30 de março, já com os equipamentos monitorados e testados. O sinal começa a ser transmitido no início de abril para alguns bairros, como Santa Cruz, o mais populoso da cidade, com 20 mil habitantes. Dali o sinal vai se espalhar rapidamente pelos demais bairros. Já estão instalados 13

rádios que receberão o sinal, cada um com capacidade para atender 500 usuários de internet ao mesmo tempo. Quem está executando o projeto, por meio de licitação pública, é a empresa Hiamina Tecnologia, de Recife. Seu presidente, Werther Brandão, destaca a preocupação do prefeito em minimizar dois grandes gargalos da cidade: telecomunicações e internet. - Toda cidade inteligente é digital, mas nem toda cidade digital é inteligente. Luís Eduardo será digital e inteligente, com a integração lógica do serviço público; hoje escolas e postos de saúde, por exemplo, estão isolados do ponto de vista lógico – diz

Werther Brandão. Porém, o principal objetivo do prefeito, assinala, é democratizar o acesso à internet, promovendo a inclusão digital como forma de inclusão social. - As pessoas mais carentes não têm acesso à internet por dois motivos: ou não há acesso disponível ou o custo do acesso é altíssimo – assinala Werther Brandão. Lan House. A internet poderá ser acessada gratuitamente, inclusive em uma Lan House ( loja na qual paga-se para utilizar um computador com acesso à internet e a uma rede local). Isso será possível mediante o uso de um cartão com créditos específicos para pagar a conta. - O prefeito Humberto Santa Cruz teve a preocupação de não inviabilizar os provedores de internet. A Prefeitura não vai tomar mercado de ninguém. Ao contrário, o que se pretende é gerar novos usuários, que migrarão em seguida para os provedores de internet, os quais oferecem maior velocidade de conexão – diz Werther Brandão. Ele citou o exemplo de quem recebe computador gratuito com velocidade de 128 kilobytes por segundo (kbps) . Esse usuário não vai conseguir baixar nem postar um vídeo. Logo que estiver habituado com o computador, ele vai querer fazer isso e migrará para um provedor.

TORRE DESALINHADA SE ALINHA FOTOS HENRIQUE CABELO

Instalada ao lado do prédio da prefeitura, torre de 30 metros (foto à esquerda) do projeto Cidade Inteligente apresentou desalinhamento que despertou a atenção de quem passava pelas proximidades. A Metalem desmontou e ergueu nova torre (à direita), alinhada. O Cidade Inteligente terá sete antenas.


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SOCIEDADE TIZZIANA OLIVEIRA tizzianaoliveira@diariodooeste.com.br

Noivado Daniel-Marceli

Ping-pong Gladis Maria Scarton Poyer, corretora imobiliária Por que Luís Eduardo Magalhães? Pelo calor humano Saudade: a juventude Sonho de consumo: uma Hyundai Inspiração: o sol Livro: “Ninguém é de ninguém”, Zíbia Gasparetto Lugar: Salvador

C

om o objetivo de estreitar os laços do compromisso matrimonial, os noivos Daniel Schwengber, sócio proprietário da casa de shows Avenida Lounge, e Drª. Marceli Brites, biomédica, receberam os familiares e amigos para que todos juntos compartilhassem a nova etapa. “Pretendemos estar com tudo certinho para casar e já ir direto pra nossa casinha”, diz a noiva Marceli. Agora é só esperar por no máximo um ano e se emocionar com as palavras, gestos e toda forma de amor. Muita paz e felicidades.

Nova Clínica de Psicologia Larissa Lorentz, a mais nova psicóloga de Luís Eduardo Magalhães, inaugura seu consultório no Hospital e Maternidade Silvestre. No momento, está fazendo especialização em psicologia do trânsito na Universidade Católica de Brasília.

Mariana Magerl – 17 anos

MARIANA KLEIN ESTABEL: um ano de vida. Bernadete Klein, diretora do colégio CMO, comemorou o aniversário de um ano da sua filha Mariana, domingo (6). Ela recepcionou familiares e amigos com uma bela festa, muito animada; o tema foi O Jardim Encantado. Lógico que não faltaram bexigas coloridas para enfeitar.

Poliana Cristina Guerra – 18 anos Universidade Federal De Viçosa – UFV Engenharia de produção 1º Lugar - Universidade Federal de Goiás UFG Engenharia de produção Thaynara Barbosa de Oliveira – 17 anos Universidade Estadual Do Mato Grosso do Sul – UEMS Tecnologia em Alimentos

Apresentação Anton Roos A expectativa foi grande. Seu rock’n roll aqueceu bem a galera, que se animou ao ouví-lo novamente. Anton, jornalista do Classe A e músico, se apresentou no evento Espaço Garagem, no King’s Pub, dia 13 de fevereiro. Uma excelente apresentação!

Novos Universitários Desejo aos abaixos citados muito sucesso, a partir de agora, pois eles alcançaram um grande feito em suas vidas, passando no vestibular. Um grande acontecimento que mudará o futuro de cada um. Parabéns por esse sucesso.

Viagem: cruzeiro internacional

POLIANA

THAYNARA

O Retorno

Universidade de Brasília – UnB Medicina veterinária Universidade Federal do Tocantins – UFT Medicina Veterinária

Vocalista da banda Reverso Revolver, Saymond Roos, 28 anos, chegou a Luís Eduardo Magalhães para descansar em

SURPRESA PARA GABRIELA. Ivanir e Gilberto Voelz, avós corujas, organizaram uma festa surpresa para a neta Gabriela, que completou sete anos no domingo (6), no espaço Brink Fest. O tema foi As Três Mosqueteiras. Gisele, a mãe de Gabriela, atualmente reside em Uberlândia (MG).

MARCIA WINTER vai a SP para casamento. Marcia e o marido Winter foram padrinhos de casamento de sua sobrinha Ana Paula, no dia 26 de fevereiro. A união aconteceu em Catanduva, São Paulo.

Medo: temporal Arrependimento: o medo Comida: da minha mãe Pessoa: meu pai Não Vive Sem... amor Tecnologia: internet Futuro: praia e água fresca

meados de fevereiro. Saymond não pisava em terras baianas desde outubro de 2009. Ele está muito feliz em rever familiares e amigos. Reside hoje em Porto Alegre. Formado em Música, Saymond arranca suspiros das beldades da cidade. Aproveitem, meninas!


CIDADE

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FOTOS HENRIQUE CABELO

Carnaval: sete acidentes com nove feridos Três dos desastres ocorreram na BR 020, com cinco feridos LUCIANO DEMETRIUS Da Oeste Comunicação

LOCALIZAÇ‹O. O prédio da unidade de pronto-atendimento está localizado na confluência de três bairros - Mimoso I, Centro e Mimoso II

Cortes de Dilma atingem pronto-socorro de Luís Eduardo Prédio de 800 metros quadrados está pronto, mas faltam equipamentos ANTONIO CALEGARI Da Oeste Comunicação

A

s obras civis da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), o primeiro pronto-socorro de Luís Eduardo Magalhães, estão concluídas, mas o atendimento às emergências não deve começar neste mês, como pretendia a secretária municipal de Saúde, médica Maira Andrada Santa Cruz.   Os recursos para equipar a unidade – R$ 403 mil – viriam do Ministério da Saúde, de acordo com convênio firmado, mas o corte de R$ 50 bilhões no Orçamento da União deste ano, determinado pela presidente Dilma Rousseff, atingiu despesas com a Saúde. “O prefeito (Humberto Santa Cruz) está tentando, junto ao Ministério da Saúde, livrar os R$ 403 mil dos cortes”, disse a secretaria Maira.   A secretária espera que os recursos saiam do contingenciamento de gastos do Governo federal, pois o Município não tem como arcar sozinho com a compra dos equipamentos. “Somente com o Gileno (hospital e maternidade) gastamos R$ 450 mil

mensais”, afirmou. Emergência. “A UPA funcionará estritamente como unidade de emergência. Os pacientes não permanecerão internados além de 24 horas. Não havendo alta, serão encaminhados a outro hospital”, esclarece SECRET˘RIA MAIRA a secretária.   Além do prontosocorro, a UPA terá consultórios médicos de clínica geral e pediátrico. Também foi incluída na unidade sala de emergência odontológica nas 24 horas do dia, promessa de campanha do prefeito Santa Cruz.  A construção do pronto-socorro custou R$ 1,3 milhão. O Ministério da Saúde entrou com R$ 1,050 milhão, já liberados, e a Prefeitura, com R$ 250 mil. A obra foi realizada pela WRF Construção e Incorporação e está localizada na divisa dos bairros Mimoso I, Centro e Mimoso II.

Hospital. A secretária Maira disse que a unidade de pronto- atendimento é parte de projeto maior, que integrará ao prontosocorro o hospital municipal. O projeto ainda não está pronto, mas a secretária espera começar sua construção durante o atual mandato do prefeito Santa Cruz.   Apesar do corte de gastos pelo Governo federal, a secretária acredita que o comando do Ministério da Saúde se sensibilizará com o fato de Luís Eduardo, com mais de 60 mil habitantes, não ter hospital de porte, com 60 leitos.  A secretária Maira disse que o deputado João Leão (PP-BA) está trabalhando junto ao Ministério da Saúde para viabilizar o hospital municipal. Razão dos cortes. O governo Dilma anunciou cortes de R$ 50 bilhões no Orçamento da União deste ano, para ajudar a conter a inflação e gerar superávit primário maior (receita menos despesas) e sobrar mais dinheiro para o pagamento dos juros da dívida interna. Neste ano, o Governo pagará cerca de R$ 150 bilhões em juros.

Treinamento para o setor rural Ministro e secretário vêm para inaugurar centro LUCIANO DEMETRIUS Da Oeste Comunicação A inauguração, em 24 de março, do Centro de Treinamento Regional do Sindicato dos Produtores Rurais de Luís Eduardo Magalhães vai disponibilizar mais de 60 modalidades de cursos para trabalhadores e produtores da região. Já estão confirmadas as presenças do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, e do secretário de Agricultura da Bahia, Roberto Munis.

“Vão ser desenvolvidas práticas para os mais diversos segmentos da agricultura e da pecuária, da produção de mel até o tratamento com venenos”, diz o presidente da entidade, Vanir Antonio Kölln. O local que vai abrigar o novo espaVANIR KÖLLN ço de aprendizado teve investimento de R$ 3,5 milhões, recursos obtidos total-

mente dos produtores rurais das cidades atendidas pelo sindicato (Luís Eduardo Magalhães, Angical, São Desidério, Correntina, Jaborandi, Baianópolis, Cristópolis e Riachão das Neves). O Centro de Treinamento Regional vai preparar entre 5 mil e 10 mil trabalhadores por ano. A estimativa é levada em conta pela participação contínua no sindicato dos 500 dentre os 1.700 produtores sindicalizados. - Levando em conta a atuação dos produtores, teremos uma forte presença deles nos cursos oferecidos - prevê Kölln Após a solenidade de inauguração haverá um show de música sertaneja, a partir das 19 horas.

Sete acidentes e nove pessoas feridas é o saldo registrado pela Delegacia 10/10 da Polícia Rodoviária Federal, de Barreiras, durante a Operação Carnaval, entre a meia-noite de sábado, 5, e a quarta-feira de Cinzas, 9. Três dos acidentes aconteceram na BR 020, entre Luís Eduardo Magalhães e a divisa do Estado de Goiás, com total de cinco feridos. No mesmo período de 2010 ocorreram seis acidentes e duas pessoas sofreram ferimentos. Não houve registro de mortes no ano passado e também em 2011. Em todo o Brasil, 213 pessoas morreram nas estradas federais durante o carnaval. Em 2010 foram 143 mortes no mesmo período, o que representa acréscimo de 47,9%. Neste ano aconteceram 4.165 acidentes em todo país e na Bahia 17 pessoas perderam a vida. Para o chefe de Operações da Delegacia 10/10 J. Santana a imprudência dos motoristas foi a maior causadora dos acidentes na área atendida pela sua equipe. “As estradas ficaram mais perigosas com as chuvas verificadas no final de semana e mesmo assim os motoristas abusaram do excesso de velocidade e na desobediência às regras de trânsito”, afirma. Violência. O setor policial foi pouco movimentado durante o Carnaval em Luís Eduardo Magalhães, segundo a Polícia Militar. No sábado, 5, às 17h, a caminhonete SD capotou na BR 242, próximo ao posto Noventa, e provocou ferimentos generalizados na condutora Rosângela de Souza Oliveira, 30 anos, e na passageira Vanda Marli Costa Silva, 38. Na madrugada de terça-feira, 8, por volta das 3h, o auxiliar de serviços gerais Luís Carlos da Silva Souza, 28 anos, foi preso no bairro Santa Cruz após ter sido abordado por policiais militares. Segundo os PMs, ele foi flagrado com três pedras de crack e dois papelotes de cocaína. Ainda no dia 8, às 19h, o mercado Real, no bairro Cidade Universitária, foi assaltado por um homem que levou R$ 200,00 e fugiu numa moto Honda Twister escura. A PM fez buscas nas imediações do estabelecimento, mas não encontrou nenhum suspeito.

Encontro Técnico do Milho no dia 19 A sustentabilidade das lavouras de milho será o foco principal do Encontro Técnico da Cultura do Milho, no dia 19 de março, na sede da Fundação Bahia, na saída para Barreiras. O especialista do Departamento de Proteção Vegetal da Universidade de São Paulo (USP), Antônio Luiz Fancelli, vai apresentar o estudo “A importância do milho na sustentabilidade do agronegócio”. As inscrições serão aceitas até às 7h30 e haverá visitação às instalações a partir das 8 horas.


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GENTE JOVEM RAFAEL DIAS rafaeldias@diariodooeste.com.br

Carnaval em Posse

Arrumando as malas

Pegaram a estrada em busca de um carnaval diferente Lincon Jr., Tomas Luza, Bruno Campanholli e Rogério Honório; o destino foi Posse, em Goiás. Eles disseram que a viagem valeu a pena.

Pedro Fagundes viajou dia 10 passado para os Estados Unidos, onde fará estágio de comercialização agrícola. O estágio vai ocorrer em Watseka, perto de Chicago. Tudo pronto para essa nova jornada que irá acrescentar muito na vida do colega.

Carnaval em Salvador Caio Felippe e Caio Stipanich foram para Salvador, que tem o maior carnaval de rua e um dos maiores do Brasil.

Quem completou mais uma primavera no último dia 2 de março foi Camila Stipanich, que cursa psicologia na Fasb. A comemoração foi em jantar realizado pelos amigos com o tema que fez sucesso no carnaval, A Liga da Justiça.

Quem voltou de viagem há poucos dias foi Luiza Checcele, que estava a passeio no Peru. Conta que visitou muitos lugares inusitados e fascinantes. Entre vários lugares que visitou os principais são Cusco, Puno, Lima e a cidade sagrada Inca de Machu Picchu. Ela diz que a experiência foi ótima, mas sentiu falta da comida brasileira. Luiza atualmente está de férias da faculdade de Farmácia da UNB, em Brasília e volta ainda este mês.

Mais uma primavera II

Two and a half men

Quem também completou mais um ano de vida foi Marciano Pauletti. Ele comemorou seus 21 anos em alto estilo. Muitos amigos reunidos e familiares, com direito a muita música e churrasco. Marciano atualmente cursa Administração na Faahf.

Será que chegou ao fim um dos seriados de maior sucesso da televisão americana? Essa dúvida surgiu depois da demissão do ator Charlie Sheen, que interpreta Charlie Haper. Em carta divulgada pelo site “TMZ”, a produtora americana alega que Sheen estava tendo “uma conduta perigosa de autodestruição” e que ele parecia estar “muito doente”. Agora resta aos fãs do seriado esperar a posição dos produtores em relação à continuidade ou não do seriado. Lastimável.

Mais uma primavera MUITO ANIMADA. A multidão acompanhou o ritmo dos trios elétricos

Folia foi em Barreiras O Carnaval é uma das festas mais populares do Brasil. Não podia ser diferente na nossa região. Como nossa cidade não tem folia muitas pessoas buscam outros lugares para festejar. São diversos, desde os que oferecem programas para casais até os para solteiros. Mas, como de costume, o lugar mais procurado foi nossa cidade vizinha Barreiras, principalmente pelos solteiros. E não por acaso, Barreiras se consolida como um dos melhores carnavais do interior da Bahia; a estrutura é muito bem organizada e o folião tem diversas opções. Muito procurados, os blocos tradicionais de Barreiras Pilek e Kimarrei foram os preferidos, mas também os camarotes serviram como opção. Neles se encontraram muita gente de Luís Eduardo que foi estudar fora por carência de alguns cursos superiores em nossa cidade, como Stefani Casali, Isabela Castelo Branco, Aline Dias, Leonardo Vicenzi, Rodrigo Leal e Murilo Leal. E, entre os moradores de Luís Eduardo, Vinícius Fasolin com a namorada Eloisa, Jacson Tombini com a namorada Ligiane Carneiro, Jeferson Resende e Stefani, Anton Ross, Gabriela Tibolla, Rafaela Scolari e Vitoria Sopran. Entre as atrações do carnaval de Barreiras destacaram-se as bandas Netinho, Gil, Psirico, Voa Dois e Tatau (ex-Araketu).

Desarrumando as malas

Mais uma primavera Ill O jovem Felipe Cliver completou no último dia 9 de março 24 anos. Ele é empresário, sócio da Infolem.

EM BARREIRAS. Débora Kerber, Julia Cecchele, Lincon Jr., Marcelinho Favaro, Gustavo Vanni, Ariane Castilho, Rafa Trentin e Janine Danielli ...

... Margarete Schulz, Amanda Magda, Aline Dias (atrás), Isabela Castelo Branco, GreicoHenrique e Rhael Stanger...

... Fran Rech, Ro Rech, Edna Rech, Pati Tibolla e Gabi Tibolla.

No niver do Marciano. Pamela Firchhof, Danilo Leite, Marciano Pauletti, Stefani Casali (atrás), Sil Campos, Kelly Veber, Larissa Nascimento, Isa Martel e Cássia Casanova

No niver da Camila. Diego Lauck, Luis César Cabrini, Pedro Fagundes, Lincon Jr. (atrás), Camila Stipanich, Beth Maciel, Vena Giongo, Dani Takamatsu.

Em Machu Picchu. Luiza Cecchele, estudante de farmácia na UnB, de retorno à cidade após viagem ao Peru.


AGRONEGÓCIO

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Mofo branco ameaça safra Excesso de chuva acende o alerta na agência de defesa agropecuária e preocupa produtores ELSON LIPER Da Oeste Comunicação excesso de chuvas no Oeste baiano e o crescimento dos relatos de incidência da praga de mofo branco acenderam o alerta na Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), que já está elaborando relatório de perdas, para monitorar a extensão do problema na região. Segundo o engenheiro e fiscal agropecuário Nailton Sousa Almeida, o mofo branco é o maior foco de preocupação da agência em 2011. “O mofo branco é uma praga comum, mas o aumento da incidência de casos nos preocupa, pois não temos ainda produtos eficazes para a erradicação da praga”, alertou Almeida, lembrando que, muitas vezes a praga se espalha por interferência humana. “Na maioria dos casos, a praga é levada de uma lavoura para outra pelos equipamentos agrícolas e por ação do próprio homem, quando há o remanejo de pessoal de uma lavoura para outra”, explica Almeida. Uma vez infestada, a lavoura dificilmente se livra definitivamente do mofo branco. A permanência da praga no solo, mesmo sob a ação direta do sol, pode levar mais de uma

O

década. “É uma praga muito resistente que se mantém viva no solo por até 12 anos. Por isso, na maioria das vezes, o produtor pensa que já venceu o mofo branco, mas ele acaba voltando”, alerta. Vigilância. O aumento de relatos da presença do mofo branco em lavouras do oeste baiano, no entanto, ainda não significa uma

ameaça iminente. Nailton Almeida disse que a situação está sob controle, mas é preciso manter uma vigilância permanente. Um produtor que preferiu não ser identificado, admitiu que a praga está em toda a região. “O perigo é a chuva continuar e impedir a colheita antecipada. Corremos o risco de ver repetir aqui o que aconteceu com as lavouras de Mato Grosso do Sul,

onde a soja acabou germinando e grande parte da colheita foi perdida”, lamentou. O coordenador da Adab, Pedro Cândido Mariando, garantiu, no entanto, que nas lavoras de algodão a ameaça de pragas ainda não é grave. Já o diretor do Grupo Taji, Kleber Taji, disse que já vem recebendo relatos do ataque de fungos em várias lavouras da região.

SOJA: PREJUÍZO DE R$ 1 BI NO MATO GROSSO DO SUL A temporada de chuvas constantes e intensas está gerando prejuízos aos agricultores. No Mato Grosso do Sul, cidades foram alagadas e muitos produtores de soja perderem toda a safra. O prejuízo total está sendo estimado em R$ 1 bilhão, com a perda de um milhão de toneladas, o que representa 30% da safra do Estado. O excesso de chuva fez germinar os grãos que estavam prontos para a colheita, tornando o produto impróprio para o consumo

humano. Em média, o prejuízo para os produtores chega a R$ 2 milhões por lavoura. “Os grãos que a indústria processa para retirar o óleo e fazer a ração para nutrição animal acabaram brotando. Com isso, deixaram de ser grãos e se tornaram plantas, fazendo com que o produto só sirva para resíduo, sem serventia para nutrição humana ou animal”, lamentou Júlio Borolini, do Sindicato Rural de São Gabriel do Oeste, em entrevista às rádios e TVs

locais. Em todo o estado, lavouras inteiras ficaram dentro d’água. A safra que seria a melhor de todos os tempos pode agora ser classificada como a pior dos últimos dez anos, de acordo com técnicos agrícolas. Há o agravante de que a soja que está sendo colhida ser de baixa qualidade, pois os grãos que aparentemente sobreviveram à inundação apresentam adiantado processo de fermentação.

Controle sustentável de nematóides FUNDAÇÃO MT

Passarela da Soja reúne produtores na fazenda de Célio Zution ELSON LIPER Da Oeste Comunicação É possível e recomendável que o controle de pragas nas lavouras, como nematóides, seja feito de forma sustentável, sem agredir o solo e garantindo vida longa à terra cultivada. Este é o tema principal da palestra do engenheiro e doutor em agronomia pela Universidade Estadual Paulista, Jaime Maia dos Santos, neste sábado (12), de 7h30 às 12h30, durante a 13ª Passarela da Soja, na fazenda Maria Gabriela, de Célio Zution, no distrito de Roda Velha, em São Desidério. Segundo o especialista, não se deve deixar que os problemas aconteçam para, depois de constatados, buscar uma solução. “Os nematóides só se multiplicam se encontrarem células vivas nas raízes de plantas hospedeiras. E é justamente por isso que são diferentes de patógenos como Fusarium spp”, explica Santos. Morte lenta. Jaime Maia dos Santos vai argumentar, também, que fungos matam os hospedeiros e, mesmo assim, ainda retiram o alimento dos tecidos das plantas mortas. Já os nematóides, que se alimentam em raízes, se não encontrarem raízes vivas irão morrendo, à medida que as reservas de alimento em seus corpos vão se esgotando. “É por isso que a rotação de culturas hospedeiras e não hospedeiras garante a redução da população do nematóide numa área infestada”, defende Santos, acrescentando que a redução da população do nematóide será tanto maior quanto mais prolongado for o

período em que a cultura não hospedeira permanecer no solo. Jaime Maia dos Santos usa uma máxima da física para defender o modelo do contrário sustentável de pragas agrícolas. Segundo o especialista, todos os orgaJAIME MAIA nismos que vivem no solo, inclusive os nematóides, compartilham os mesmos espaços entre as partículas do solo. “Considerando-se o principio elementar da física que diz que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço, entendemos que se um solo tem uma biota rica e ativa não há como os nematóides chegarem e causar o impacto que temos visto no Brasil Central, no Oeste da Bahia e em muitas outras Regiões do país”, argumenta Santos, lembrando que os microorganismos como fungos e bactérias podem ocupar os espaços do solo sem permitir que os nematóides proliferem. “Além da competição por espaço no solo, haveria, também, muitas outras relações entre os nematóides e os microrganismos da biota do solo, tais como predação, parasitismo, produção de metabolitos tóxicos aos nematóides e outras que, ao final, redundaria em inibição dos nematóides como pragas de nossas culturas”, explica. Efeitos danosos. O especialista alerta que as práticas na agricultura convencional, geralmente, causam efeitos danosos ao solo. “Quando praticamos a monocultura da soja, por exemplo, muitos organismos da biota que não se adaptam ao ambiente do solo, ten-

dem a desparecer. Com isso, a pressão sobre os nematóides criada, naturalmente, pela biota do solo vai diminuindo. Essa prática repetida anos a fio leva a um desequilíbrio em favor dos nematóides e às perdas que temos observado por toda parte do país”, lamenta Santos. Para ele, no entanto, a solução desse problema passa, obrigatoriamente, pela adoção de práticas de manejo que interrompam o ciclo de vida dos nematóides e restaurem a biota do solo. “As fazendas que não adotarem essas práticas estarão numa espiral de desequilíbrio do solo que pode, ao final, tornar boa parte de suas terras improdutivas”, alerta Santos, lembrando que, nas safrinhas, a adoção de práticas de manejo é mais fácil.

Estudos recentes da Associação de Produtores de Sementes de Mato Grosso (Apromat), em Rondonópolis, 96% das áreas examinadas tinham a presença do nematóide Pratylenchus brachyurus, ainda que a soja não exibisse sintomas. “Estando presente, a expressão de sintomas com a conseqüente redução de produtividade é uma questão de tempo, se as medidas que interrompam o ciclo de vida da praga não forem adotadas. Pelo menos o tratamento das sementes, nesses casos, contribui para retardar o aparecimento dos sintomas, permitindo que se faça o manejo na safra seguinte, que poderia ser a escolha de uma cultivar menos suscetível, combinada com o tratamento das sementes”, aconselha.

Remanejo. “Basta que se planNovas espécies. A 13ª te na safrinha uma cultura Passarela da Soja também resistente ao nematóide. Essa apresenta três das seis novas Efeito combinado prática interrompe o ciclo de espécies de soja anunciadas de práticas vida do nematóide, assegurecentemente pela rando a redução da população Fundação Bahia. As novas naturais reduz do parasita”, aconselha o cultivares já têm nomes perdas e melhora especialista, lembrando que, (BRS 313, 314 e 315) e sua na safra do verão seguinte, função é minimizar o uso de a qualidade do deve-se escolher uma espécie agroquímicos e garantir sussolo de soja menos suscetível ao tentabilidade econômica e nematóide, aliado ao trataambiental ao agronegócio. mento das sementes, para o As cultivares apresentadas controle da praga. no evento foram desenvolvi“O efeito combinado dessas práticas redun- das exclusivamente para as condições de dará em redução das perdas e ainda deixará o clima e solo da região Oeste da Bahia. solo com baixo nível de população da praga, Para chegar ao mercado, uma variedade de beneficiando a cultura que virá em seguida. soja leva entre 10 e 12 anos e o programa de “Onde não se faz safrinha, o manejo terá que melhoramento exige elevados investimentos ser feito na safra. Talhões ou parte deles mais e extenso tempo de dedicação. infestados receberão os tratamentos mencioO ciclo médio de cada nova cultivar é de 113 nados para a safrinha. “Já nos talhões onde dias para a BRS 313 e de 120 dias para as BRSs ainda não se observam sintomas, a estratégia 314 e 315. A média de produtividade é de correta é a de não esperar o problema aconte- 3.346 kg (BRS 313), 3.379 kg (BRS 314) e 3.196 cer”, recomenda. kg (BRS 315).


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ESPORTE

Luís Eduardo Magalhães, 12 a 18 de março de 2011

L I N H A S D E ATA Q U E LUCIANO DEMETRIUS lucianodemetrius@diariodooeste.com.br

FOTOS DE HENRIQUE CABELO

BATE-BOLA

MEIA TRAVA. A construção do estádio municipal Coronel Aroldo sofre atrasos com as chuvas

Entrou água O primeiro campeonato da Liga Desportiva de Luís Eduardo Magalhães (LDLEM) não vai ter como palco o estádio Municipal Coronel Aroldo nas fases iniciais. Isso porque a competição começa agora, dia 13 de março, mas o estádio só estará operacional, com gramado, a partir de abril, devido às chuvas. Até a entrega do gramado do novo estádio, os jogos serão realizados nos campos de terra dos bairros Santa Cruz (ao lado da escola André Gatto) e Mimoso I (ao lado do posto de saúde). A Prefeitura ampliou o projeto original da administração anterior (que não contava nem com transmissão de água) para incluir banheiros, lanchonete, vestiários, quatro arquibancadas e cabine para imprensa. Os serviços de drenagem, irrigação e gramado serão retomados após o período de chuvas. O estádio terá capacidade para 5 mil torcedores e a responsabilidade pelas obras é da empresa Simone Rocha Engenharia. O investimento é de cerca de R$ 500 mil.

Campeonato da Liga

Elefante branco

Tem início no domingo, 13, o primeiro campeonato municipal da Liga Desportiva de Luís Eduardo Magalhães (LDLEM) com o clássico entre Saqueiro e Santa Cruz, às 16h, no campo ao lado da escola municipal Amélio Gatto, no bairro Santa Cruz. Estão inscritas 24 equipes distribuídas em seis grupos de quatro. Regulamento e tabela em www.diariododoeste.com.br

Somente após quatro anos da realização do Pan no Rio de Janeiro é que um dos espaços utilizados para esportes aquáticos vai ser reaproveitado. A Confederação Brasileira de Desporto Aquático (CBDA) confirmou o parque aquático Maria Lenk como local para preparo das atletas da seleção brasileira de nado sincronizado visando aos Jogos Olímpicos de Londres 2012.

Ex-ala esquerda da seleção do município, Mário de Almeida de Souza sai de campo e assume a Liga Desportiva de Luís Eduardo Magalhães (LDLEM). Exercendo pela primeira vez um cargo fora das quatro linhas do gramado, ele aceita o desafio em prol do futebol local. “Nada foi planejado, surgiu o convite e eu aceitei pelo bem do esporte”, afirma. Bate-Bola – Quais as perspectivas da Liga para organizar a primeira competição oficial? Mário de Souza – São as melhores possíveis. Existe a ansiedade por ser o primeiro campeonato da Liga, mas a grande procura dos interessados em participar anima quem organiza a competição. BB – Por que após dez anos de emancipação política do município é que foi oficializada a Liga Desportiva? MS – Porque antes havia o vínculo com a prefeitura, que organizava as competições locais. Eu era atleta, não me preocupava com as questões burocráticas. Com o tempo, os clubes viram que era necessário ter uma entidade própria e independente. BB – E foi aí que o jogador “saiu dos gramados” para o gabinete? MS – Sim, mas eu nem imaginava que chegaria a presidir a Liga. Surgiu o convite, foi tudo de repente, não foi nada planeja-

Esporte é cultura A cada semana esta coluna vai recomendar um livro, filme, disco, site, exposição, obra de arte ou qualquer outra manifestação cultural que tenha o esporte como tema. De início, o colunista recomenda a edição especial da revista Bravo “Literatura & Futebol” (encontrada numa banca de revistas em

Lendas & fatos

O campeonato intermunicipal de seleções do Oeste Baiano vai ser disputado entre 9 de abril e 17 de julho. É a segunda edição da competição promovida pela Sociedade Desportiva São Francisco (Sodesf ). Em 2011 classificam-se os quatro primeiros colocados do Grupo da região Oeste para o Intermunicipal Baiano.

Em 2008, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) assumiu a administração do Maria Lenk para transformá-lo num ponto de referência visando o desenvolvimento do nado sincronizado no Brasil. Em se tratando da entidade presidida por Carlos Arthur Nuzman, é evidente que tudo não passou de mera promessa.

O jornalismo esportivo tem uma infinidade de histórias e curiosidades. Muitos dos fatos são encorpados pelo exagero de quem conta ou minuciosamente detalhados por quem vivenciou o episódio. Uma das referências em relatar as fábulas do esporte foi o jornalista Sandro Moreira, na revista Placar, nas décadas de 1970 e 1980. A bizarrice dessa semana (abaixo) foi contada à mesa de um restaurante de hotel, em Canela (RS), por uma jornalista de Florianópolis a este colunista durante a cobertura do Festival de Teatro de Bonecos, em 1999, na Serra Gaúcha.

Vence, mas não leva!

Questionar é preciso

A dança dos prédios

Em 2010, a campeã São Félix do Coribe e a vice Mansidão perderam as vagas que haviam conquistado em campo. Por problemas de documentação, as finalistas cederam lugar na segunda fase para Paratinga e Bom Jesus da Lapa (que avançou à terceira fase).

Tendo como exemplo um dos locais que serviu ao Pan-Americano de 2007, qual o destino dos estádios reformados ou construídos para a Copa 2014? E os espaços para a prática das mais variadas modalidades dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio, terão utilidade após o evento?

O estádio do Marcílio Dias, em Itajaí (SC), é um dos raros no Brasil que faz divisa com um porto. É atravessar a rua e se deparar com navios de várias bandeiras. Numa quarta-feira à noite, o Marcílio Dias recebe o Figueirense para mais um jogo do

Intermunicipal

Ociosidade

M˘RIO DE ALMEIDA DE SOUZA do. Aceitei o desafio porque eu quero ver o bem do esporte em Luís Eduardo Magalhães. BB – Quais as dificuldades encontradas? MS – A minha falta de experiência em assumir um cargo de direção, não tenho bagagem, mas é um desafio bom para quem quer melhorias. BB – Paralelamente ao campeonato, a seleção de Luís Eduardo já se prepara para o Intermunicipal Baiano, em abril? MS – Sim, temos um grupo com 22 jogadores que iniciam os treinos na primeira semana após o carnaval. É bom lembrar que as revelações do campeonato da Liga podem ser incluídas na seleção.

Luís Eduardo Magalhães). Contos, poesias e crônicas sobre o esporte reunidos numa verdadeira seleção de grandes autores brasileiros. Só pra atiçar a vontade do leitor/torcedor, vão aí alguns craques escalados: Luís Fernando Veríssimo, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Nelson Rodrigues, Lima Barreto, José Lins do Rego e Ferreira Gullar. Goleada literária! campeonato Catarinense. Uma emissora de Florianópolis escala para a cobertura o narrador, o comentarista e dois novatos repórteres. Para enaltecer a transmissão – ou por não ter muito o que dizer tão logo a bola rolou – o narrador enfeitou: “Aqui em Itajaí, começa o espetáculo, e é lindo observar os prédios que se movimentam. num balé de edifícios iluminados”. Impressionados, os jovens repórteres faziam sinais um ao outro, cada um atrás de uma das traves, sem entender o que o narrador “queria inventar”. Ouvintes indignados ligavam à rádio da capital catarinense ameaçando abandonar a audiência por se sentirem tolos pois “não existem prédios que se movimentam”. Ao retornar a Florianópolis, a direção da emissora chamou a equipe que fez a jornada e cobrou explicações. Querendo se esquivar do problema, o narrador transferiu a responsabilidade para os novatos repórteres: “Por que os rapazes não me corrigiram que não eram prédios, mas sim navios?”.


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