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MEIO AMBIENTE Quarta-feira, 5 de junho de 2019 - Suplemento especial do Diário do Vale

‘Vilãs’ do meio-ambiente, sacolas plásticas estão com os dias contados Estabelecimentos comerciais da região terão que adotar medidas para fazer a substituição das sacolas As sacolas plásticas serão retiradas de circulação em todo o Estado do Rio ainda no final deste mês. A medida irá atingir supermercados e outros estabelecimentos comerciais, conforme a lei que deter mina a medida. Com ESPECIAL

Samuca diz que cuidar do planeta é questão de sobrevivência Página

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Volta Redonda tem exemplares de aves ameaçadas de extinção Página

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isso, empresários do ramo da região estão estudando alternativas para se adequarem à mudança. Tida com uma das principais vilãs do meio ambiente, as sacolas demoram cerca de 200 anos para se degradarem na natureza.

- Páginas 14 e 15

Programa prevê o plantio de 50 mil árvores no município Página

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Produtos orgânicos ganham preferência do consumidor Página

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Foto: BlackJack3D - iStock

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Com biodiversidade rara, VR tem aves ameaçadas de extinção Levantamento feito por instituto identificou mais de 229 espécies na ARIE Floresta da Cicuta Fotos: Secom

arco industrial do país, Volta Redonda tem mais de dois terços de seu território ocupado por áreas rurais e naturais. Isso faz com que o município abrigue uma biodiversidade rara e, algumas espécies, até ameaçadas de extinção. Exemplo: o pássaro azulão (Cyanoloxia brissonii). O analista ambiental do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), Sandro Leonardo Alves, afirma que um levantamento feito pelo instituto já identificou mais de 229 espécies na ARIE (Área de Relevante Interesse Ecológico)Floresta da Cicuta. A ARIE abrange parte de Volta Redonda e da vizinha Barra Mansa. Ele, que também é engenheiro florestal e zoólogo, explica que o inventário das espécies de aves e mamíferos que estão presentes e são protegidas por essa Unidade de Conservação Federal estão sendo concluído. Já o subsecretário municipal de Meio Ambiente, Joaquim Valim, ressalta que Volta Redonda tem uma biodiversidade bem representativa. - Aqui, temos um tipo de floresta chamada floresta estacional semidecidual e esse tipo tem suas características em termos de fauna e de flora. E como nós temos fragmentos bem preservados, como a Reserva da Cicuta ao norte do município, e outros pequenos trechos, como na Fundação Beatriz Gama – cita Joaquim Valim. O Zoológico Municipal de Volta Redonda – que é atração em toda a região - também não fica atrás. Tem nada menos do que um plantel de mais de 300 espécies de animais silvestres,

M

Biólogo diz que entre as aves raras e também ameaçadas de extinção está o urubu-rei

entre aves, felinos, répteis, primatas e mamíferos. O zoo tem cerca de 150 aves distribuídas em 36 espécies. O biólogo do Zoo-VR, Almir Folly, explica que as espécies com maior presença em Volta Redonda são o Periquitão Maracanã e a Ararinha Maracanã Verdadeira. -Outras aves acontecem com maior frequência na cidade, como alguns passeriformes, mas são espécies que não temos cativos no zoo. As aves mais raras e também ameaçadas de extinção são o chauá e o uruburei - conclui Almir.

Zoológico de Volta Redonda recebe visitantes de toda a região e tem diversas atrações


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Samuca Silva afirma que dá prioridade a medidas benéficas ao meio ambiente Prefeito de Volta Redonda lista realizações de sua gestão que trazem melhorias ecológicas para o município Eleito pelo Partido Verde (PV), o prefeito de Volta Redonda, Samuca Silva, mudou de partido, mas não abriu mão das convicções ambientalistas. Ele listou as principais contribuições de seu mandato à ecologia da cidade, deixando claro que a opção por medidas benéficas ao meio ambiente não é uma questão ideológica, mas de necessidade: “nós só temos este planeta para viver, e manter esse mundo funcionando bem não é uma questão de ideologia; é sobrevivência”, declara.

Ônibus elétrico O prefeito abriu sua lista de realizações ambientalmente corretas com o “Tarifa Comercial Zero”, que é um serviço de ônibus elétrico interligando os quatro principais centros comerciais da cidade: Vila Santa Cecília, Avenida Amaral Peixoto, Aterrado e Retiro. De acordo com o prefeito, além de ser uma forma de ajudar o comércio a vender mais e de dar aos cidadãos a opção de usar menos o transporte individual, o fato de o ônibus ser elétrico e ter emissão zero de poluentes atmosféricos é uma forma de colaborar com a manutenção de um meio ambiente saudável: — Cada pessoa que deixa de usar um transporte movido a gasolina, álcool, GNV ou diesel para viajar de ônibus elétrico representa um pouco de poluição a menos no ar — afirma.

Samuca diz que está criando uma das maiores reservas ambientais: a Vale dos Puris — É uma medida pioneira. Além de Volta Redonda, só Curitiba tem coleta seletiva nesses moldes — declarou.

Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

Arborização De acordo com o prefeito, a meta de seu governo é plantar vinte mil árvores na cidade até o fim do seu mandato. Até agora, vinte por cento desse objetivo foi cumprido, com quatro mil plantios, mas o ritmo vai se acelerar nos próximos meses.

Com 211 hectares, o Parque Natural Municipal Fazenda Santa Cecília do Ingá, localizado no bairro Santa Cruz, é a maior área verde de Volta Redonda. Após passar por uma reforma, o local foi reinaugurado na manhã desta terça-feira, dia 28, durante solenidade no Centro de Visitantes do parque.

Coleta seletiva

Reserva Vale dos Puris

Escolas

O contrato de coleta seletiva feito diretamente entre a prefeitura e as cooperativas de reciclagem é outra realização na área ambiental que o prefeito considera importante; Segundo ele, além de beneficiar o meio ambiente com o reaproveitamento de materiais que, de outra forma seriam descartados em aterros sanitários, essa forma de contratação ajuda uma série de pessoas a garantir uma fonte de renda.

Samuca também lembrou que seu governo está criando uma das maiores reservas ambientais do país: a Vale dos Puris. A unidade de Conservação de Volta Redonda terá 3.854,22 hectares no entorno do Parque Municipal do Ingá, região norte do município. O nome Puris é uma homenagem aos povos indígenas que já viveram na região, entre Volta Redonda, Porto Real e Resende e foram exterminados, de acordo com a

Todas as escolas da rede municipal de ensino vão passar a contar com o programa de eficiência energética, o que, além de reduzir o valor das contas de energia, também colabora com o meio ambiente, ao reduzir a demanda e fazer com que seja menos provável o acionamento de termelétricas.

Parque do Ingá

Jardim Botânico A Ilha São João vai passar a

contar com um Jardim Botânico. O projeto, que prevê ocupação de 2/3 da Ilha, já está pronto e aprovado. De acordo com o projeto, o local vai permanecer com as estruturas existentes e ganhará uma grande área de lazer, designado de ‘Lazer Passivo’. O lugar não terá muitas estruturas construídas e será destinado para atividades como caminhadas e corrida, com a máxima tranquilidade e sem a circulação de veículos. Num modelo parecido com o Jardim Botânico da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Vão ser plantadas cerca de 300 espécies diferentes originais da mata atlântica da região. A verba foi destinada para esse projeto será referente ao valor de uma multa ambiental que o município recebeu no final do ano passado. O valor ultrapassa os R$6 milhões e será destinado para programas de conservação da natureza do município, resultando na ampliação da área verde por habitante. Esse valor será aplicado, principalmente em dois projetos: o primeiro deles é a implantação do Jardim Botânico e o outro a arborização das vias urbanas da cidade.

Tratamento de esgoto O percentual de esgoto tratado em Volta Redonda passou para 37% durante o atual governo, segundo o prefeito. E o índice vai aumentar com a implantação de mais estações de tratamento na cidade. Uma delas vai ficar no bairro Três Poços.

Mercado de Orgânicos Os voltarredondenses terão em breve um local para adquirirem produtos orgânicos, perto da Praça da Chaminé, no Aterrado. A licitação das obras está em andamento. Além disso, os produtos orgânicos de agricultores locais estarão presentes na merenda escolar da rede municipal de ensino.


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Bem estar e proteção aos animais Secretaria de Meio Ambiente desenvolve programa de resgate a animais que sofrem maus tratos Fotos: Arquivo

A cadela Ayla, de aproximadamente dois anos, ganhou um novo lar após ser resgatada pela Coordenadoria de Proteção e Defesa Animal e pela Guarda Ambiental – da Secretaria de Meio Ambiente de Volta Redonda. A advogada. Ela conta que já teve outros dois cães que já faleceram e a Ayla chegou para suprir a falta de um companheiro canino em sua vida. -Através da Alexssandra, que é coordenadora do Bem Estar e Proteção Animal da secretaria, conheci a Ayla que vivia em condições de maus tratos. A adaptação foi bem tranquila, ela é muito dócil, ama carinho - contou Sissia. Assim como a cadela Ayla, outros animais já foram resgatados pela SMMA por sofrerem maus tratos. De janeiro ao dia 20 de maio, o aplicativo Fiscaliza VR registrou 228 denúncias de maus tratos a animais. De acordo com a coordenadora de Bem Estar e Proteção Animal da SMMA, Alexsandra Fernandes, houve um aumento considerável nos números de denúncias, porque as pessoas estão mais conscientes e sensíveis à proteção dos animais. -As pessoas estão saindo da sua zona de conforto para formalizar as denúncias junto à SMMA. Através do Fiscaliza VR, melhoramos o atendimento às demandas em relação a crimes contra os animais. Também estruturamos a equipe e capacitamos os fiscais para atender as solicitações de ações - explicou Alexsandra. As ações da coordenação contam ainda com a presença da Guarda Ambiental que dá suporte a ações como apreensões de animais, translado dos animais para consultas veterinárias, para castrações junto ao CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e para situações de enfrentamento nas ações fiscais. O secretário de Meio Ambiente, Maurício Ruiz, explicou que os animais têm direito às liberdades, como acesso a alimento, água, abrigo, segurança, e a própria liberdade. “Tem muita gente que deixa os animais presos o dia todo e isso é proibido”.

E essa militância na luta pela proteção dos animais tem uma grande representante em Volta Redonda. Uma das fundadoras da SPA-VR (Sociedade Protetora dos Animais de Volta Redonda), a aposentada Lanir Cavalcanti está na cidade há 27 anos e disse que encontrou muito animal abandonado quando chegou ao município. Ela se juntou a um grupo de pessoas que resolveu levar a situação a sério, começaram com reuniões semanais e fundaram a SPA-VR em 1998, por onde ficou por 15 anos. “Já tive mais de 12 cachorros ao mesmo tempo em casa. Hoje tenho quatro. Nunca comprei, sempre peguei na rua, todos abandonados”, afirmou Lanir, que elogiou a criação dos projetos de lei em defesa dos animais. O primeiro cria a Rede de Proteção e Defesa Animal e a obrigatoriedade em registro de identificação (microchip) em animais domésticos. Além de evitar o abandono animal e transmissão de doenças, a rede também prevê fomentar ações para adoção responsável de animais abandonados. O segundo autoriza a administração municipal, firmar convênio com ONGs e empresas privadas visando a defesa e o bem estar animal. Ambos foram entregues à Câmara Municipal para votação. -O Samuca criou o conceito de proteção e defesa animal em Volta Redonda, que é um dos únicos municípios do Brasil que tem. Agora, tem a coordenadoria e mandamos a política pública para a Câmara de Vereadores, tanto para criar uma rede, quanto para obrigar a fazer a chipagem, além de permitir o repasse de recursos públicos para assistência a animais abandonados - ressaltou o secretário Maurício Ruiz. Quem se interessou em adotar um animal, a SPA-VR conta com cerca de 120, entre cães e gatos, em seu abrigo. De acordo com a responsável pela ONG, Carminha Marques, os interessados podem entrar em contato pelo telefone (24) 99985-1023 ou acessar a página da SPA-VR no Facebook: www.facebook.com/SPAVoltaRedonda/.

Maurício Ruiz lembra que é proibido deixar animais presos durante todo o dia

A cadela Ayla vivia em condições de maus tratos e foi adotada


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Volta Redonda lança programa pioneiro de arborização urbana Mais de quatro mil mudas já foram plantadas na cidade e objetivo é chegar a 50 mil Júlio Amaral

Os impactos e benefícios da arborização urbana no cotidiano das pessoas trazem inúmeros benefícios, principalmente para quem tem problemas respiratórios. Por isso, uma arborização adensada e bem feita, bem manejada é fundamental. E a cidade está caminhando para melhorar nesse quesito. De forma pioneira, o município criou o primeiro programa de arborização municipal, o qual instrui sobre os procedimentos corretos de poda, plantio e envolve todo um aparto para a realização do programa, incluindo veículo e equipe para a realização de plantios das mudas. -No aplicativo Fiscaliza VR, tem uma parte de plantio de mudas. A pessoa aponta onde quer plantar. O programa de arborização inclui o carro, todo o equipamento, e a gente vai e planta

para a pessoa no lugar certo e da forma certa, para não dar problema no futuro. Antes a secretaria distribuía mudas - explicou o secretário municipal de Meio Ambiente, Maurício Ruiz. De acordo com dados da secretaria de Meio Ambiente de Volta Redonda, já foram plantadas cerca de 4 mil árvores e o objetivo é chegar a 50 mil. Um dos bairros já beneficiados com o novo programa de plantio é o Conforto, onde a dona de casa Lucia Helena Ferreira, que foi atendida rapidamente. -Há uns dois meses, quando teve a ação social da prefeitura no colégio aqui próximo, fiquei sabendo sobre o plantio e pedi para plantarem no quintal através do meu apartamento. No local, desce um barro, uma terra e a árvore ajudar a segurar, na

contenção. Com o tempo, quero plantar mais árvores, fazer uma área bem verde - afirmou Lucia. Também morador do bairro, o

aposentado Helio de Resende Costa, contou que sempre teve vontade de ter árvores em frente de casa, onde mora há 22 anos.


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Recauchutagem estende a vida útil do pneu e evita descarte prematuro Reaproveitamento impede descarte prematuro e economiza recursos cada vez mais escassos na natureza Pollyana Moura

Entre os diversos materiais que são descartados incorretamente na natureza, estão os pneus. Detalhe: eles demoram anos para se deteriorar e podem ser reciclados, já que sua matéria prima é 100% reciclável. Em Barra Mansa, existe uma empresa especializada em recauchutagem, cujo objetivo é estender a vida útil do material. Segundo Rafael Milton Teixeira Júnior, diretor da empresa, a reforma de pneus impede seu descarte prematuro, além disso, o processo economiza energia e recursos cada vez mais escassos na natureza; além de ser uma atividade não poluidora. O diretor ressalta que, mesmo podendo ser reaproveitado, o pneu tem sua vida útil limitada. Após passar pelo processo da terceira recapagem, ele se torna descartável. - A recauchutagem em si, já uma reciclagem. O que aconteceria com o pneu se não houvesse este processo de recauchutagem? Ele seria jogado no lixo, certo? Então, o que nós fazemos aqui, nada mais é do que dar uma nova vida para ele. A gente renova a borracha que tem nele e ele volta a ser utilizado normalmente - disse. O diretor explica que, após a terceira recapagem, os pneus perdem sua vida útil e passam por um processo de queima, para que não sejam descartados incorretamente na natureza. - O processo de recauchutagem pode ser feito até três vezes. Com isso, evitamos o descarte prematuro desse pneu e economizamos recursos naturais durante a produção de um novo. Sem contar os custos, onde a gente consegue economizar até 30% na produção – comenta. De acordo com Rafael, a empresa gera 25 toneladas de resíduos de borracha por mês que são encaminhados para empresas que estão habilitadas a fazer reciclagem, e por causa do processo, a empresa evita o descarte prematu-

Recauchutagem de pneus é também uma forma de evitar poluição ro e reduz os custos da produção. - Temos uma receita com isso. Não reaproveitamos algumas coisas durante o processo e com isso, selecionamos os materiais e

vendemos para determinadas empresas. Além da borracha, nós também separamos plásticos e metal. O pneu, por exemplo, depois que perde a vida útil, deve

ser queimado. Não fazemos esse tipo de operação, mas normalmente, quando são levados para algumas indústrias, eles são picotados e encaminhados para um forno para serem eliminados de forma correta – explica. Ele explica quais cuidados o consumidor deve ter e como descartá-lo corretamente quando não for mais útil. - A primeira ideia é o tipo de cuidado que se deve ter com esse pneu. Uma vez que ele alisa, o cidadão pode recapar e aproveitar este pneu por mais tempo. Quando não der para usá-lo mais, depois de ter recauchutado as três vezes, por exemplo, o cidadão pode levar este pneu até os eco pontos disponibilizados pelas prefeituras, que são obrigadas a disponibilizar esse tipo de serviço, para receber esses pneus, que são armazenados e posteriormente, levados para as indústrias que fazem o processo de queima – finaliza.


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‘Certificação Digital’ é importante na hora de tirar licença ambiental CDL de Volta Redonda está entre as dez maiores certificadoras digitais do SPC Brasil Divulgação

A liberação de licenças para frente das demais CDL´s”, atuação de empresas, principal- acrescentou o atual presidente, mente, quando se fala em meio Gilson de Castro. Segundo a CDL, todo o coambiente, depende da certificação digital, que é a assinatura mércio ou profissional liberal virtual. Sem ela, as empresas precisa ter a certificação para não conseguem realizar diver- liberar o pagamento do seu cosos processos junto aos órgãos laborador, emitir nota fiscal. ambientais e nem com a Recei- Tanto o cartão quanto o token ta Federal. No caso de pessoa fí- precisam ser renovados todo sica, é importante que se tenha ano e é preciso ficar atento ao também o certificado para ter prazo. A Câmara de Dirigentes acesso também à receita (eCac) Lojistas dá toda a orientação e realizar o eSocial, principal- necessária para a emissão e remente, para quem tem empre- novação, inclusive sobre a dogada doméstica ou outro funcio- cumentação necessária. nário em casa. Sem contar o impacto positivo para o meio Ambiente é beneficiado com menos ambiente, com a redução de notas ficais em papel emissão de notas fiscais em papel, menos derrubada de árvoUm dos benefícios para o res e menor circulação de ca- Meio Ambiente com a certificaminhões que transportam esses ção digital é a redução da produtos. quantidade de papel circulanPreocupada com essa ques- do. Com o certificado, todos os tão ambiental e também para documentos passam a ser emiatender tanto empresas quanto tidos eletronicamente, o que pessoa física, que precisam do evita que as notas fiscais secertificado digital, a Câmara de jam impressas, sendo enviadas Dirigentes Lojistas de Volta Re- via e-mail. Além disso, também donda (CDL-VR) vem investin- é reduzida a quantidade de dodo há nove anos cumentos nos pronesse serviço, facicessos empresarilitando o atendiais. Para se ter mento na cidade, uma ideia, A imCDL de Volta com preço diferenplementação e o ciado para associaRedonda está entre uso das Notas Fisdos. Atualmente, a cais Eletrônicas as dez maiores CDL de Volta Remerece um destadonda está entre que especial. Desemissora de as dez maiores de 2006, já foram emissora de certifi- certificação digital do emitidas mais de cação digital do 19 bilhões de notas SPC Brasil SPC Brasil, apenas eletrônicas no Braatrás de CDL´s losil. Ao considerar calizadas em grandes centros. as quatro vias de cada nota fisSão emitidos em torno de 250 cal que era emitida em papel, certificados por mês. houve a economia de mais de A entidade teve sua equipe 76 bilhões de folhas de papel ampliada e capacitada, buscan- nos últimos 12 anos, conforme do sempre estar na frente, na levantamento realizado em vanguarda. “Nosso principal ob- 2018. jetivo é ter qualidade no atenPara o presidente da CDLdimento, agilidade e fácil locali- VR, Gilson de Castro, nesta Sezação permitiram que a CDL mana Mundial do Meio Ambide Volta Redonda estivesse à ente, saber que a certificação

Equipe é treinada para atender pessoas físicas e jurídicas

digital tem contribuído com menos papel circulado é gratificante. “Estamos fazendo a nossa parte, ajudando a poluir menos a natureza. Menos papel circulando causa também menos impacto no meio ambiente, há menos descarte irregular de lixo. Esse é um dos caminhos para estarmos sempre discutindo melhorias e ações para conscientizar sobre a importância de preservar o meio ambiente. Quanto menos papel, menos árvores também são derrubadas”, afir mou. Ele reforçou que a emissão da nota fiscal eletrônica só se tornou possível graças à certificação digital, regulamentada com a Medida Provisó-

ria 2200-2, que instituiu a Infraestrutura de Chaves Públicas do Brasil. Um outro ponto positivo é o fim das vias carbonadas usadas para a emissão de notas fiscais em papel. Considerando também esse insumo, a água e a eletricidade usadas no processo de produção de papel, a economia é muito maior. Atualmente muitas empresas aproveitam outras aplicações da certificação digital e eliminam o papel de suas atividades, passando várias operações para o campo virtual, com segurança e validação jurídica, com a tecnologia do certificado digital.


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Mata Atlântica é vantagem extra para moradores de condomínio Qualidade do ar, temperaturas amenas e proximidade à natureza são algumas das vantagens do local Julio Amaral

Volta Redonda

rio do Sul FLuminense (Sinduscon-SF), afirmou que, além da vizinhança ilustre da floresta, os moradores do Jardim Mariana vão poder contar com uma das tecnologias mais modernas de construção. — É a alvenaria estrutural, que usa várias colunas mais finas divididas por diversos pontos das paredes. Com isso, a carga é melhor dividida pelas paredes e o comportamento da estrutura ao longo do tempo será muito melhor — afirma o engenheiro.

O condomínio Jardim Mariana, empreendimento recém-lançado e em fase de construção às margens da Rodovia do Contorno, em Volta Redonda, tem uma vantagem extra para os futuros moradores. A Mata Atlântica, perfeitamente preservada, é vizinha do empreendimento. E como se trata de uma área protegida, os moradores podem ter a certeza de que nunca haverá alteração na floresta. Os benefícios para os vizinhos da floresta vão bem além Sobre o empreendimento da paisagem. De acordo com o engenheiro Bueno Souza Jr., da O Jardim Mariana é um emAceplan, construtora responsápreendimento com 1,5 mil aparvel pelo condomínio, a qualidatamentos que vai gerar um de do ar é apenas uma das vanbairro com cerca de seis mil tagens. moradores às margens da Rodo— As árvores lançam oxigêvia do Contorno. nio na atmosfera e uma floresta O condomínio terá oito blofunciona como cos , sendo quatro uma espécie de filpor fase, e será tro, que retém parconstruído às martículas sólidas em gens da Rodovia do suspensão no ar. A vizinhança de uma Contorno, a aproxiAlém disso, a temmadamente cinco área de preservação peratura, nas proquilômetros do ximidades de gran- ambiental também é Centro da cidade. des massas vegeum fator importante O bairro que está tais, tende a ser se for mando terá mais amena — para a valorização um centro comerciafirma Bueno. al próprio. futura do imóvel A vizinhança de Entre as noviuma área de predades que estão servação ambiental sendo preparadas para o emtambém é um fator importante preendimento, o empresário para a valorização futura do revelou que está negociando imóvel. Isso porque, como essas com uma empresa de telecoáreas não poderão ser modificamunicações o cabeamento das, os imóveis do condomínio de fibra de vidro para dados continuarão sempre cercados no empreendimento. Assim, de verde. os futuros moradores receberão suas casas já com a Estrutura inter net de alta velocidade instalada e poderão desfruO engenheiro Mauro Cam- tar do serviço gratuitamenpos, presidente da Aceplan e t e p o r a l g u n s m e s e s a n t e s do Sindicato da Indústria da de decidirem pela contrataConstrução Civil e do Mobiliá- ção definitiva.

Floresta será vizinha agradável para moradores de condomínio


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Produção orgânica oferece um produto de melhor qualidade ao consumidor Região tem várias plantações em Visconde de Mauá, Barra Mansa, Barra do Piraí e Pinheiral Luiz Ricardo

A exigência cada vez maior lidade dos produtos. do consumidor em optar por um Em relação ao preço dos orproduto mais saudável e que não gânicos ainda serem um pouco cause danos ao ambiente tem fa- elevados, ele justifica que, na vorecido em um aumento da pro- produção orgânica, existe um dução orgânica no Estado do custo relativamente maior deviRio. Segundo o engenheiro agrô- do ao processo de produção, nomo Leandro Machado, a pro- pois não se usa agrotóxicos de dução orgânica só traz vantagem tipo nenhum. para o consumidor e, por este - As práticas são feitas de formotivo, tem tido boa aceitação e ma manual, o que ocasiona um contribuído para o crescimento custo mais elevado. Além disso, de produtores deste segmento no tem a questão da oferta e da deestado. manda, sendo que a demanda -A principal vantagem do orgâ- tem sido maior, ocasionando em nico é ser um produto de qualida- um produto mais caro - opina Lede e respeitar ao meio ambiente andro. durante todas as fases da produLuiz Ricardo, que mantém a ção, preservando o solo, a água e sua produção em um sítio na a vida. A produção Serra de Bocaina, já orgânica também é trabalha há cinco um grande gerador anos com orgânicos de emprego na área sendo que há três rural - afirma. com o certificaConsumidor aposta anos O agrônomo desdo da ABIO. taca que a região Segundo ele a cada vez mais nos tem vários grupos produção de orgâniprodutos orgânicos cos tem tipo uma de orgânicos onde atuam em Visconde boa aceitação nos como forma de de Mauá, Barra últimos anos. “Hoje melhorar a Mansa, Barra do Pieu comercializo para raí e Pinheiral. “São Resende e São Paulo, qualidade de vida grupos do sistema e além de uma proparticipativo de cerdução de legumes e tificação orgânica e foliosas eu também reconhecidos pelo Ministério da tenho uma produção grande de liAgricultura e certificados pela mão Taiti (600 pés), 200 pés de ABIO (Associação de Agricultores Ponkan e dois mil pés de banana Biológicos do Estado Rio Janei- prata. Tudo que eu produzo conro)”, ressalta. sigo vender”, afirma. O número de produtores orgâRicardo afirma a maior dificulnicos com certificados da ABIO dade enfrentada pelos produtores tem aumentado a cada ano. Em ainda é criar uma logística de en2014, o número girava em torno trega do produto. de 230 a 240 produtores orgânicos O produtor orgânico Pedro certificados, sendo que atualmente Dias Seiva, que possui uma horta este número está em 690 produto- no sitio do seu avô, localizado na res. estrada Santa Tereza, em Santa -Acredito que a consciência Rita do Zarur, atua no campo há dos consumidores ou a busca sete anos e afirma ter certificado cada vez maior por alimentos de produtor pela ABIO há dois saudáveis acabou impulsionando anos. o setor de orgânicos – opina LeSegundo Pedro, a falta de inandro. formação das pessoas sobre o A seriedade e exigência dos ór- que são produtos orgânicos ainda gãos fiscalizadores na produção é uma barreira para que se amde orgânicos também têm contri- plie o consumo e o interesse pelo buído para uma melhora na qua- produto.

Produção em sítio na Serra de Bocaina tem certificado da Associação de Agricultores Biológicos do Estado Rio


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Conheça os principais pontos de descarte de lixo eletrônico Cooperativa Folha Verde, no Voldac, Reciclar VR e Apae, na Sessenta recebem o material Arquivo

Descartar o lixo eletrônico corretamente é fundamental para não contaminar o meio ambiente, além disso, o descarte adequado pode ajudar entidades beneficentes com a distribuição da renda arrecadada com a venda do material para empresas de reciclagem. Em Volta Redonda, os moradores podem deixar o material nas cooperativas parceiras da prefeitura ou separar os objetos e deixá-los na lixeira para o recolhido através da coleta seletiva, que ocorre em todos os bairros em dias e horários específicos, conforme tabela abaixo. As cooperativas Folha Verde, localizada na Av. Nossa Senhora do Amparo, nº 1945, bairro Voldac, e Reciclar VR, localizada na Rua 35, nº 650, na Sessenta, próximo ao UBM-Cicuta, são pontos de coleta e também recebem todo o tipo de material reciclável. A

Apae, localizada na Rua 164, no mesmo bairro, também é um ponto de coleta no município. Ambas são parceiras da prefeitura municipal.

‘Descarte Solidário’ acontece dia 09 na Praça Brasil No dia 09 deste mês (domingo) vai acontecer uma nova edição do Descarte Solidário de Lixo Eletrônico, de 9h às 15h, na Praça Brasil, na Vila Santa Cecília, em parceria com o Rotary Clube. A prefeitura informou que no ano passado foram recolhidos 23 toneladas de aparelhos eletrônicos, entre eles aparelhos de TV, fogões, geladeiras, monitores de computador, mouses, teclados, impressoras, celulares, baterias, carregadores e outros aparelhos eletroeletrônicos.

Domingo vai ter coleta de lixo eletrônico na Vila Santa Cecília, em Volta Redonda

CONFIRA A COLETA NOS BAIRROS


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Puello se torna referência para expandir projetos de energia solar Conscientização ambiental e momento econômico impulsionam procura pelo sistema ainda alternativo Divulgação

A energia solar está em alta. Empresários do setor indicam que a procura pelos equipamentos cresceu até 300% nos últimos anos. Não há uma data precisa de “corte” para definir quando isso começou a acontecer, mas há fatores diversos que explicam as razões da alta. A mais recente crise hídrica fez disparar o preço da energia convencional, com efeitos que até hoje são sentidos pelos consumidores. Além disso, a conscientização ambiental reforçou esse processo. Volta Redonda conta com uma das lojas mais antigas no ramo em todo o país. Trata-se da Puello Energia Solar, na Rua 2, no bairro Conforto. Neste tempo, tem a frente o empresário Ronaldo Carlos Puello, que se tornou uma referência para falar sobre o assunto. Recentemente, palestrou para um grupo de fazendeiros para explicar os benefícios e o sistema de funcionamento da energia solar. Foi Puello quem confirmou que os dois fatores citados no início da reportagem – consciência ambiental e economia - são os principais motores para o aquecimento do mercado. Aquecimento, aliás, foi durante muito tempo o principal foco de quem buscava a energia solar, com oferta dividida em “térmica” e “fotovoltaica”. - A Fotovoltaica é a mania do momento, pois transforma energia diretamente em eletricidade. Neste caso, a redução na conta chega a até 90% e em alguns casos pode zerar os gastos com eletricidade. Dependendo do projeto, a concessionária dá até crédito ao dono do equipamento – afirmou o empresário. Antes disso, no entanto, o Brasil tinha quase que exclusivamente projetos para aproveitamento térmico da energia solar. Neste caso, as empresas instalavam placas capazes de aquecer a água, substituindo o trabalho alguns dos maiores vilões da conta de luz: o chuveiro. Em menor escala, o calor produzido também es-

quentava a água de lavanderias e torneiras. Nestes casos, a economia na conta fica entre 40% e 80% e o investimento se paga em até um ano e meio depois de instalado. No caso da energia solar térmica, o sol é utilizado para esquentar a água e, para isso, painéis coletores solares são instalados com pequenos dutos por onde o líquido passa. Em seguida, já aquecida, a água passa para um tanque especial, o Boiler. Em geral, são projetos voltados para casas, pousadas e até mesmo indústrias. Na região Sul Fluminense, por exemplo, são muito comuns na área de Penedo, nas pousadas e hotéis. Ronaldo Puello tem muitos trabalhos assinados neste bairro de Itatiaia, mas tem também trabalhos na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), no Hospital Regional e na CSN. Além disso, há projetos da Puello Energia Solar em grandes empreendimentos na Baixada Fluminense, na capital e em outros estados.

Energia Fotovoltaica Já a energia solar fotovoltaica passou a ser mais conhecida no mercado nacional recentemente. Neste caso, os painéis transformam a luz solar em eletricidade propriamente dita. No Brasil, a coisa funciona assim: o sistema transforma a luz do sol em energia elétrica, que por sua vez é remetida para a concessionária que atua na região (Light e Enel). Em seguida, o consumidor tem direito ao que produziu. Em alguns casos, há até uma espécie de “poupança”. Acontece quando o dono dos equipamentos vai viajar por uns dias e deixa a casa fechada, porém com os equipamentos absorvendo a energia. Como não gastou nada e acumulou “crédito”, foi criada a poupança.

Público ampliado O empresário Ronaldo Puello

Placas ajudam a economizar na conta de luz e ainda são ecologicamente corretas também afirmou um dado interessante. Não faz muito tempo, os projetos eram quase que inteiramente contratados por pessoas de classe alta. Com novas linhas de crédito e até pelo desenvolvimento

de uma nova consciência ambiental, a classe média hoje tem buscado a implantação da energia solar. “Atendo hoje uma média de cinco a seis telefonemas de pessoas interessadas”, contou.


14 DIÁRIO DO VALE

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MEIO AMBIENTE

Quarta-feira, 5 de junho de 2019

Sacolas plásticas terão que ser substituídas por biodegradáveis Medida começa a valer este mês para todos os supermercados e outros estabelecimentos comerciais Arquivo

Colaborar para a redução do lixo plástico no meio ambiente. É com essa proposta que entrará em vigor, a partir do próximo dia 26 de junho, a lei que determina a substituição de sacolas plásticas descartáveis por biodegradáveis em supermercados e demais estabelecimentos comerciais do estado do Rio. Sancionada em 2018, a medida passa a valer agora, após se passar o prazo de 12 meses para que as empresas se adequassem a determinação. A intenção é criar uma alternativa para reduzir o excesso de sacolas plásticas descartadas no ecossistema. Com a proibição da distribuição das sacolas plásticas convencionais, produzidas com 100% de petróleo virgem, os supermercados irão disponibilizar as novas sacolas, produzidas com mais de 51% de fontes renováveis, a preço de custo, não haverá lucro para os estabelecimentos com a medida. Gerente de um supermercado, o comerciante Gláucio Oliveira está atento ao que diz a lei e vê a iniciativa como uma ótima maneira de preservar o meio ambiente. Segundo ele, como as sacolas terão um pequeno custo, a medida irá ajudar a conscientizar os clientes com relação ao uso correto desse tipo de material. -Tem gente que vem no mercado e carrega um monte de sacolas, mesmo que não tenha necessidade, e nós sabemos que é pra uso doméstico, para servir como saco de lixo. Agora, acho que a pessoas vão passar a fazer o uso de forma mais consciente - acredita o gerente. Segundo ele, as sacolas deverão ter resistência de, no mínimo quatro, sete ou dez quilos e deverão ser confeccionadas na cor verde para resíduos recicláveis e cinza para outros tipos de material. O objetivo é auxiliar o consumidor na separação dos resíduos e facilitar a identificação para as respectivas coletas de lixo. -Barra Mansa tem um serviço de coleta seletiva que funciona

muito bem. Com essas novas sacolas, acredito que vai ficar ainda mais fácil para as pessoas que gostam de separar o que pode ser reciclado. Sou a favor de medidas que visam cuidar do meio ambiente porque, somente dessa forma vamos evitar problemas como essas enchentes que acabaram com a cidade, nos últimos dias - acrescentou o gerente.

Oportunidade de cuidar do meio ambiente Proprietário de um supermercado em Barra Mansa, o comerciante Agnaldo Raimundo também vê a medida como excelente, no que se refere aos cuidados com o meio ambiente. -Precisamos cuidar do nosso ecossistema hoje, senão nossos netos terão problemas mais sérios no futuro. Hoje a solução para o nosso lixo é a coleta seletiva e nós supermercados, com essa medida, estaremos ajudando a orientar a população a tratar melhor nosso ambiente - disse o comerciante. No que está previsto em lei, as novas sacolas deverão ter resistência de, no mínimo, dez quilos e poderão ser distribuídas gratuitamente ou mediante cobrança, de no máximo seis centavos por unidade. Elas deverão ser compostas por, pelo menos, 51% de material proveniente de fontes renováveis. O não cumprimento de tais regras (ou seja, de substituição das sacolas plásticas convencionais pelas novas sacolas), implicará ao pagamento de multa de 10 (cem) a 10.000 (dez mil) UFIRs-RJ por obrigação descumprida

Cinco centavos por cada sacola Incentivando a proteção ao meio ambiente, os supermercados de Volta Redonda decidiram disponibilizar as novas sacolas plásticas, feitas com 51% de material de fonte renovável, a preço de custo, como forma de conscientizar contra o descarte incorreto

Tendência é de que sacolas sejam substituídas por recicláveis que acaba sendo prejudicial ao meio ambiente. Cada unidade custará R$ 0,05 para o consumidor que não levar sua própria embalagem ao realizar as compras. As reuniões para se adequar à lei têm sido realizadas no Sindicato do Comércio Varejista de Volta Redonda (Sicomércio-VR). A ideia dos supermercadistas é que cada vez mais as pessoas utilizem sacolas próprias, reutilizáveis e também evitem o acondicionamento do lixo nessas embalagens, que acabam indo parar na natureza, rios e mares, além de bueiros, provocando alagamentos na cidade. Para se ter uma ideia, uma sacola plástica leva mais de 400 anos para se decompor na natureza. Para o presidente do Sicomércio-VR, Jerônimo dos Santos, disponibilizar as sacolas a preço de custo é uma forma de incentivar o consumidor a levar a própria embalagem. -Aos poucos, o consumidor vai se conscientizar de que o ideal mesmo é levar a própria sacola para que a cada dia, menos sacolas sejam distribuídas e muito

menos sejam jogadas no meio ambiente. Em países da Europa, por exemplo, isso já é uma realidade. E, agora, queremos, fazer a nossa parte que é conscientizar afirmou. Para informar o consumidor, será feita uma campanha em rádios, tevês e jornais, informando a mudança. Os supermercados também vão informar nas redes sociais e encartes distribuídos aos clientes. A campanha tem aval também da Associação dos Supermercados do Estado do Rio de Janeiro, a Asserj. Na região, conforme apontou o Sicomércio, o pior problema provocado pelas sacolas plásticas são o entupimento de bueiros, o que acaba, no período de chuva, causando alagamentos na cidade, além de ir parar no Rio Paraíba do Sul, poluindo a principal fonte de abastecimento do Estado do Rio, e também na Mata Atlântica e nos lixões contribuindo para a formação de gases prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, aumentando o efeito estufa. Continua na página 15


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Quarta-feira, 5 de junho de 2019

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Continuação da página 14

O tamanho do problema Depois de usadas, sacolas são descartadas de forma incorreta e aumentando a poluição Arquivo

No Brasil, cerca de 1,5 milhão de sacolinhas são distribuídas por hora. Achou muito? A natureza também. Sacolas plásticas não são o maior vilão do meio ambiente, mas o seu consumo excessivo é. As sacolinhas têm um alto custo ambiental: para sua produção são consumidos petróleo ou gás natural (ambos recursos naturais não-renováveis); água e energia; e liberados efluentes (rejeitos líquidos) e emissões de gases tóxicos; que contribuem para o efeito estufa. Depois de usadas, muitas são descartadas de maneira incorreta, aumentando a poluição e ajudando a entupir bueiros que escoam as águas das chuvas ou indo parar nas matas e oceanos, sendo ingeridas por animais que morrem sufocados ou presos nelas. Pouquíssimas chegam a ser recicladas. Consumir sacolas plásticas de maneira consciente significa refletir antes de aceitar uma sacolinha. A compra é pequena? Será que não cabe na sua bolsa ou bolso? Você já tem uma sacola retornável? Que tal adquirir uma e economizar 6 sacolinhas plásticas e deixar de pagar agora por ela?

Recusar, reduzir, reutilizar Quanto se trata de sacolas plásticas, a primeira atitude é recusar sempre que possível. Novos hábitos vão ajudá-lo nesta tarefa e logo será estranho aceitar uma sacola plástica no comércio. Dizer simplesmente “Não, obrigado” é o primeiro passo. Caso não seja possível recusar a sacola plástica, porque você esqueceu a retornável, porque o produto é molhado ou por outro motivo, entra em ação a segunda atitude: reduzir o consumo. Aproveite toda a capacidade da sacolinha, distribua bem as compras no menor número possível e utilize apenas a quantidade necessária. Mesmo assim você ainda tem várias sacolinhas plásticas em casa? Então as reutilize numa próxima compra. O último “R” dos famosos

Consumir de maneira consciente significa refletir antes de aceitar uma sacolinha 3R´s, reciclar é uma opção válida sitos de lixo, dificultando a biodetambém para sacolas plásticas. O gradação de resíduos orgânicos. problema é que, no Brasil, a reci- Resíduos orgânicos em decompoclagem de plástico-filme – o tipo sição emitem gás metano (CH4, de plástico de que é feita a sacola 21 vezes mais perigoso que o gás plástica antiga– é muito pequena. carbônico, o CO2). A compactaPortanto, enquanto isso, o me- ção do lixo auxiliada pelas inúlhor mesmo é redumeras camadas de zir o consumo até plástico impermeámesmo das novas, as vel aumenta a incicom 51% de material dência de bolsões Quanto se trata de de gás que, quando de fontes renováveis. sacolas plásticas, a revolvidos, liberam o metano para a Sacolas plásticas nos primeira atitude é atmosfera – isso depósitos de lixo recusar sempre que também acontece dentro das própriNão são só as sapossível as sacolinhas, colinhas descartadas quando contêm incorretamente que lixo orgânico docausam impactos méstico que, restrito ao invóluambientais. Mesmo aquelas que seguem para depósitos de lixo (li- cro plástico, apodrece em lugar xões ou aterros), causam proble- de se biodegradar. mas. O plástico tem a característica de impermeabilidade, ou seja, retém a água, causando a impermeabilização do solo e dos depó-

Experiências Internacionais Na Irlanda foi instituída a co-

brança pelas sacolas plásticas, em 2002. Desde então, o consumo de sacolas plásticas caiu em 97%. Na China, a distribuição gratuita de sacolas plásticas foi proibida a partir de 2008: eram 3 bilhões de sacolas consumidas por dia! Na Austrália, os varejistas assinaram o programa do gover no para banir as sacolas plásticas e já houve queda de 90% no consumo. Em 2007, os comerciantes de São Francisco, na Califórnia, foram obrigados por lei a banir as sacolas plásticas comuns. Agora a coleta do lixo é feita em coletores seletivos especiais, que não aceitam o depósito de sacolas plásticas: os resíduos orgânicos devem ser embalados em papel, jornal ou sacos de bioplástico certificado pelo Biodegradable Products Institute (BPI), que garante que o produto é feito de matéria-prima orgânica renovável.


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