Requalificação de Espaços Existentes na Antiga Estação Ferroviária de Orlândia-SP

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DIEGO BITTENCOURT TRITTO

REQUALIFICAÇÃO DE ESPAÇOS EXISTENTES NA ANTIGA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE ORLÂNDIA-sp

Ribeirão Preto 2016


DIEGO BITTENCOURT TRITTO

REQUALIFICAÇÃO DE ESPAÇOS EXISTENTES NA ANTIGA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE ORLÂNDIA -SP

Projeto de pesquisa apresentado ao centro universitário Moura Lacerda para cumprimentos das exigências parciais para a obtenção do titulo de arquiteto e urbanista em bacharelado sob orientação do prof. me. Onésimo Carvalho de Lima.

RIBEIRÃO PRETO 2016


DIEGO BITTENCOURT TRITTO

REQUALIFICAÇÃO DE ESPAÇOS EXISTENTES NA ANTIGA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE ORLÂNDIA-SP

Orientador:______________________________ Onésimo Carvalho de Lima

Examinador 1:___________________________ Ana Miranda

Examinador 2:___________________________ Márcio Lemo

RIBEIRÃO PRETO 2016


“A maior recompensa para o trabalho do homem não é o que ele ganha com isso, mas o que ele se torna com isso.” John Ruskin


agradecimento

Aos meus pais, meu maior obrigado, pois definitivamente o esforço deles foi imprescindível para minha formação, tanto acadêmica quanto pessoal e nada seria possível sem o apoio de ambos. Aos amigos meu mais carinhoso abraço. Sem eles eu poderia considerar esse trabalho incompleto, uma vez que cada um esta representado aqui em forma de ideia e inspiração. E por último, mas não menos importante, ao meu orientador onésimo carvalho de lima, que transbordou conhecimento e paciência no decorrer de nossos encontros e apoiou-me em cada etapa do trabalho.


Resumo: O presente trabalho tem como objetivo principal, a requalificação da antiga Estação ferroviária de Orlândia-Sp e diretrizes para melhorar e requalificar seu entorno, pois ela se encontra em uma área de uso público, onde se observa a necessidade de melhorias para atender toda a população. Para isso, foi feito um levantamento através de fotos e visitas ao local, onde se observou diversas patologias existentes nos antigos edifícios havendo a necessidade de melhorias nos mesmos, e também através de analises vimos como esses edifícios são usados pela população da cidade. Orlândia vem se desenvolvendo muito nos últimos anos, principalmente devido a chegada de novas industrias e empresas. Além disso, o tradicional Carnaval de rua, vem recebendo mais investimentos e, consequentemente, novos turistas a cada ano.

O carnaval, assim como as festas e eventos comemorativos da cidade, acontece hoje na Praça dos Imigrantes, atualmente esta paraça onde se encontra a Antiga Estação Ferroviária Coronel Orlando, é uma área de grande importância para a cidade. Nela, estão localizados o Teatro Municipal, além da sede do Rotary Club, uma pista de Skate, quadra de poliesportiva e quiosques com lanchonete. No entanto, apensar de muito frequentada pela população, a praça está abandonada e sem manutenção adequada. Além disso, os antigos galpões, que podem ser considerados patrimônio histórico e cultural não recebem o valor merecido, e isso é facilmente percebido pelas suas condições físicas. A biblioteca, que ocupa o edifício da antiga estação, conta com poucos livros e uma infraestrutura precária, e seu edifício recebeu intervenções que desfiguram a arquitetura original.

Assim, a proposta consiste em requalificar o prédio da antiga estação, adequando-o a um novo uso, criando um anexo para a biblioteca que contara com uma melhor infraestrutura para satisfazer a população da cidade, e diretrizes para requalificar a Praça dos Imigrantes aprimorando a qualidade de seus edifícios existentes com a criação de um restaurante e uma praça de alimentação trazendo para dentro da mesmas os carrinhos de lanche que ficam espalhados ao seu redor, recuperando toda uma área de cultura e lazer para a cidade.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................P.06 1 MALHA FERROVIÁRIA NO INTERIOR PAULISTA........................................P.08 2 ESTAÇÃO FERROVIÁRIA..............................................................................P.11 2.1 PRAÇA DOS IMIGRANTES........................................................................P.14 2.2 EDIFÍCIO DA ANTIGA ESTAÇÃO..............................................................P.20 3 LEVANTAMENTO DA ÁREA..........................................................................P.27 4 PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL......................................................P.30 5 REFERÊNCIAS PROJETUAIS.......................................................................P.33 6 PROPOSTA....................................................................................................P.47 6.1 TECNOLOGIA CONSTRUTIVA...................................................................P.62 6.2 DIRETRIZES PROJETUAIS PARA A PRAÇA DOS IMIGRANTES.............P.63 6.3 MAQUETE ELETRÔNICA...........................................................................P.65 6.4 MEMORIAL.................................................................................................P.77 CONCLUSÃO....................................................................................................P.78 REFERÊNCIAS.................................................................................................P.79


INTRODUÇÃO Os arquitetos são conhecidos como “tradutores de sonhos”, pois passam para o papel a vontade das pessoas, transformando seus desejos em realidade. No entanto, para que tudo isso possa acontecer, é preciso muito estudo, dedicação e atualização sempre, assim o trabalho fica mais fácil e prazeroso. ou seja, quanto mais informações úteis absorvidas, melhor será o projeto, e consequentemente, melhor será a reação do usuário, seja ele apenas um indivíduo ou uma sociedade. A arquitetura abre um leque de possibilidades de estudo, e uma delas é o espaço reservado a cultura e lazer. além disso, com o caos e a correria no dia-a-dia das cidades, esses locais de leitura, entretenimento, exposições de obras de arte e até mesmo espaço reservado para o ócio, são necessários para o bem estar.

A área objeto de estudo é um importante núcleo de cultura e entretenimento de Orlândia, cidade que surgiu com vinda da Cia. Mogiana de estradas de ferro e navegação para a região em 1901. com isso, construiu-se a estação coronel orlando, em homenagem a Francisco orlando Diniz Junqueira, que cedeu parte da sua fazenda para a passagem da ferrovia. Esta estação situa-se hoje na conhecida Praça dos Imigrantes, e já não tem mais o seu uso original, pois devido ao crescimento da cidade, foi construída outra ferrovia localizada na periferia. Através de analises, viu-se a necessidade de requalificação desse espaço público tão utilizado pela população (de uma cidade de pequeno porte). Assim, a proposta deste trabalho consiste na recuperação dos galpões da antiga estação e consequentemente readequação de seus usos.

Viu-se a necessidade da criação de um anexo para a atual biblioteca municipal, e a revitalização da praça, para que pudesse incorporar melhor os edifícios existentes ao local, e que tivessem uma linguagem comum que unisse cultura e lazer, através de espaços reservados a leitura, espetáculos, exposições , descanso e aos eventos da cidade. Sendo assim, os objetivos específicos tratam da questão da recuperação do patrimônio histórico e da valorização da área, contribuindo para desenvolvimento do cidadão. A proposta do trabalho também demonstra a importância da requalificação urbana por meio da intervenção arquitetônica em um patrimônio histórico e cultural, focando não apenas na conservação dos edifícios como também na sua integração à vida contemporânea.

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Um dos grandes objetivos da intervenção arquitetônica é resgatar os valores ainda existentes nessas construções antigas, assim como a renovação do contexto histórico em que a antiga estação ferroviária esta inserida. portanto prevê a reutilização de uma área que parte de um processo histórico, buscando com isso, conhecer sua narrativa arquitetônica. Não pretende-se apenas preservar a imagem dos edifícios, mas sim revelar a responsabilidade que o arquiteto e urbanista têm no processo de intervenção em objetos já edificados e de caráter histórico e cultural. soluções adotadas traz como prioridade a interação entre os edifícios existentes e o meio em que estão inseridos reaproveitando a área já existente e reutilizando o que essas construções podem oferecer de melhor, respeitando seus valores históricos e promovendo, uma relação entre

intervenção da área e a possibilidade de reuso adaptável para cidade. Portanto, é possível concluir a importância da requalificação áreas urbanas através da intervenção arquitetônica em patrimônio histórico e cultural. É por meio dessa ação que podemos recuperar quaisquer valores ainda existentes nesses locais e promover um reuso adaptável dessas áreas, que também restaure a importância do local para a cidade, de forma que a população compreenda a capacidade de transformação que a ação arquitetônica tem sobre a vida e a memória de uma cidade.

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1 MALHA FERROVIÁRIA NO INTERIOR PAULISTA. O desenvolvimento ferroviário foi impulsionado no inicio do séc. xix na Europa e nos Estados Unidos, sendo considerado seu inicio efetivo em 1830, com a inauguração da linha férrea entra Liverpool e Manchester , mas foi na metade do século que apresentou significativo crescimento. No Brasil, as ferrovias surgiram devido a necessidade de otimização do transporte, consequentemente do aumento da produção cafeeira. assim, a ferrovia reduzia significativamente os custos para o transporte do café e contribuía para a realização do sistema de produção agro-exportador. A ferrovia em São Paulo surge após a primeira metade do séc.xix e ocupa todo o estado, montando uma rede de captação de café em direção ao Porto de Santos. seu período de construção e de expansão acontece de 1867 ate a década de 1930.

No entanto, é possível perceber uma “coincidência” entre a expansão e a construção da rede ferroviária paulista. Assim, Pinto (1993) escreve que: O desenvolvimento das estradas de São Paulo, não obedece a um plano geral previamente delineado; as malhas da grade rede de viação (...) foram tramadas dia a dia, sem nenhuma preocupação de conjunto coordenação de partes visando um resultado geral, ao menos nos primeiros tempos.

Com o fim da expansão do café na região do vale do Paraíba, as ferrovias prosseguiam em direção ao interior do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e oeste Paulista, onde o problema de delimitação de terra já havia sido resolvido para os ricos fazendeiros.

Mapa 1. A marcha do café no Estado de São Paulo, de 1836 à 1935. Fonte: MATOS (1981).

Esse crescimento rápido da malha paulista se justifica, em boa parte, pelos incentivos governamentais em 1873. a partir dos trechos ferroviários já existentes, vários outros começam a ser instalados no interior de São Paulo com o capital acumulado pela elite cafeeira paulista, enriquecida com os empréstimos conseguidos junto aos bancos internacionais que começavam se instalar no país.

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Mapa 2. A evolução ferroviária em São Paulo, de 1870 à 1900. Fonte: MATOS (1981).

Mapa 3. A evolução ferroviária em São Paulo, de 1900 à 1940. Fonte: MATOS (1981).

Comparando os mapas apresentados, ( mapa 1, 2 e 3 ) observarmos como a malha ferroviária, a partir de sua implantação, acompanha a evolução dos cafezais. enquanto que em 1859 a província do rio de janeiro era responsável por 78,4% da produção brasileira de café, em 1886 a produção já se encontra toda concentrada em São Paulo, sendo a região do vale do Paraíba responsável por 29%, a de campinas por 29%, a da Mogiana por 23,7% e a região da paulista por 22% (Grieg, 2000, p.28-29). Porem, a crise da economia cafeeira com origem em 1893, com a crise da economia dos Eua, culmina com a queda da bolsa de valores de Nova York em 1929, trazendo graves consequências para o preço do café no mercado mundial. Após a década de 1940, o sistema ferroviário brasileiro entra em decadência e vários trechos são fechados por serem considerados improdutivos.

Mas, ainda sim, é preciso salientar que as ferrovias funcionavam como catadores de carga e são importantes no contexto da economia cafeeira por proporcionar a integração das fazendas distantes ao grande corredor de exportação. Dentre as companhias ferroviárias que contribuíram para o crescimento da economia no Brasil e o desenvolvimento de cidades no interior do estado de São Paulo está a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. A Mogiana tinha 1959 km de estrada e foi inaugurada em 1875, partindo de Campinas (SP), se expande em direção ao estado de Minas Gerais, acompanhando o crescimento da produção cafeeira e construindo, na sua expansão, diversos ramais de captação de carga.

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Com considerável redução das linhas em operação e números de funcionários, a Cia. Mogiana passou a integrar a Fepasa em 1971 com um total de 1445 km (menos 26%) e 5709 funcionários (menos32%) em relação a 1944.

Mapa 4. Traçado da Fonte: SOUZA (2006).

Ferrovia

Mogiana.

No início da década de 1960, quando começam os estudos de unificação das ferrovias paulistas, a Companhia Mogiana contava com varias linhas em operação, e uma delas é a linha tronco, partindo de Campinas passando por Mogi mirim, Mogi Guaçu, Aguai, Casa Branca, Ribeirão Preto, Orlândia, UberabaMG, Uberlândia-MG e Araguari-MG num total de 689 km.

Mapa 5. Mapa com localização da linha tronco Mogiana em 1960 (Museu Municipal 2015)

Com considerável redução das linhas em operação e números de funcionários, a Cia. Mogiana passou a integrar a Fepasa em 1971 com um total de 1445 km (menos 26%) e 5709 funcionários (menos32%) em relação a 1944. Em 2 de janeiro de 1998, a FEPASA foi extinta ao ser federalizada e incorporada integralmente à RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A) em 29 de maio de 1998. Com isso, o trecho correspondente a malha ferroviária da antiga Ferrovia Paulista S.A., passa a se chamar de Malha Paulista

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2 ESTAÇÃO FERROVIÁRIA De acordo com Giesbrech (2008), as estações ferroviárias tiveram um papel predominante não somente no país, como em todo o mundo. Fundaram cidades, centralizaram a vida das povoações, serviram como agencia de correios, trouxeram o progresso e foram, em geral, construídas como arquiteturas diferentes, desde as mais saudosas até as mais simples. Isso não foi diferente com a cidade de Orlândia. A ocupação inicial da região foi feita pelos índios Caiapós numa área compreendida entre os rios Pardo e Grande. Mas, logo estes índios foram sendo extintos ou retirados do local devido ao combate de expedições que iam a busca de ouro. por volta de 1870, com a decadência dessa riqueza, a lavoura cafeeira ganha força na então Vila de Batatais e assim, fazendas fazem parte do entorno. O Coronel Francisco Orlando Diniz Junqueira, proprietário da Fazenda Boa Vista, quando ficou

sabendo que a Cia. Mogiana de Estradas de Ferro e Navegação passaria pela atual região de Orlândia para atingir Uberaba (MG), imediatamente cedeu, em 1901, parte da área da sua fazenda para a passagem do trem e construção da estação (Junqueira ,1999).

Vista Fazenda Boa vista Municipal 2015)

Orlando, imaginaram construir uma cidade . A estação deu origem ao núcleo inicial da Vila Orlando, e que depois se tornou Orlândia, com a chegada de cada vez mais pessoas. Para planejar esta cidade, que ia crescer e se desenvolver a margem direita do Córrego dos Palmitos, foi chamado o engenheiro naval Luis de Melo Marques (Junqueira ,1999). em 30 de março de 1910, foi criado o município de Orlândia, o primeiro a ser planejado em escritório, com avenidas largas e canteiros centrais.

em 1910 (Museu

Logo, aproximadamente 30 famílias se instalaram formando a Vila Orlando. E assim, vendo o crescimento e a grande imigração principalmente italiana, a família Junqueira, descendentes dos proprietários da Fazenda Invernada, liderados pelo Coronel Chico

Foto Vila Orlando Municipal 2015)

em

1909

(Museu

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começa a receber seu calçamento e a valeta onde existe a diferença de nível ate hoje entre a avenida e a praça é criada (Junqueira ,1999).

Localização da estação. Vista das vias dde Orlândia em 1922 (Museu Municipal 2015)

Por dar origem ao principal núcleo de criação da cidade a Antiga Estação se localiza na Avenida do Café uma das principais avenidas da cidade e faz parte da praça dos Imigrantes. no dia 29 de Março de 1924 juntamente com o nivelamento do páteo da estação mesmo ano que a praça dos imigrantes começou a tomar forma, a avenida do Café

de 1924

A Praça dos Imigrantes esta localizada num dos principais eixos de circulação da cidade. Seu formato linear é resultado da atividade inicial que gerou um desenho de quadra cuja dimensão é inerente ao movimento dos trens. Esse núcleo responsável pelo crescimento da cidade através dos comércios e serviços que foram sendo construídos próximos a estação. Ali, surgiu o primeiro “Hotel Estação” de Furtado e Souza, que oferecia todas as comodidades para abrigar os animais dos viajantes.

Antiga Estação de Trem (Museu Municipal 2015)

Antiga Estação de Trem (Museu Municipal 2015)

Foto: Avenida do Café (Museu Municipal 2015)

junho

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Foto: Estação em 1906 antes da reforma (Museu Municipal 2015)

Mapa 6. Localização da Área e Antiga linha Ferroviária que passava pela cidade

O edifício original da antiga estação foi totalmente reconstruído e aumentado já em 1906, e em 1913 um novo edifício é construído ( Atual Rotary Club) , 10 anos depois em 1923 o prédio da estação é totalmente adaptado para ser um armazém de café . Em 1979, houve a desativação do Ramal original (Igarapava) com remoção dos trilhos e a inauguração de uma nova linha, do outro lado da cidade (oeste), a FEPASA, atualmente ate os dias de hoje, porem com edifício depredado

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2.1 PRAÇA DOS IMIGRANTES

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1 4

6

5

2 3

Planta 2: Praça dos Imigrantes (Prefeitura Municipal 2015)

Em 1979 com a desativação do ramal e remoção dos trilhos, é inserido ao local novos edifícios e toda a area se torna a praça dos Imigrantes. A Biblioteca Publica Municipal “Professor Geraldo Rodrigues” ocupa o edifício da antiga estação ferroviária. Este possui 18,550 volumes. No entanto, percebe-se uma carência de equipamentos e infraestrutura para melhor atender seus frequentadores.

1- Biblioteca

Biblioteca Municipal atual (acervo próprio)

O Teatro Municipal “Professora Maria José Bertrami Bordin”, também localizado nesta praça, é uma construção nova, que não se relaciona visualmente com o entorno e que foi feita após a desativação da Cia. Mogiana e construção da FEPASA, tem capacidade para 300 pessoas. No inicio, era muito utilizado para espetáculos, mas, devido à falta de incentivos e de uma programação cultural, ele foi adaptado provisoriamente como cinema, e recebe esse uso ate os dias atuais.

2- Teatro Municial

Teatro Municipal atual (acervo próprio)

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Além do teatro e da Biblioteca, a Praça dos imigrantes dispõe do Rotary Club, que ocupa o outro galpão da antiga estação. Também se encontra uma pista de skate que é frequentada diariamente por jovens , uma quadra de basquete em precárias condições onde não recebe frequentadores pois esta totalmente degradada, uma rua interna para desfiles de escolas de Samba durante o carnaval e 3 quiosques (lanchonete e banheiro) que estão totalmente depredados e sem uso nenhum.

3- Rotary Club

Rotary Club (acervo próprio)

4- Quiosques

Quiosques (acervo próprio)

6- Quadra de Skate

Quadra de Skate (acervo próprio)

5- Teatro de Arena

7- Área Asfaltada

Teatro de Arena (acervo próprio)

Área Asfaltada (acervo próprio)

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Alem deste programa, há ainda o uso efêmero, que são as estruturas de apoio montadas provisoriamente durante as festas da cidade e que não oferecem uma estrutura adequada a quantidade de pessoas que frequentam. Todo esse conjunto não leva em conta a importância dos edifícios históricos para a cidade e sua população, pois ficam praticamente esquecidos durante todo o tempo, e são desvalorizados durante eventos no local.

Estruturas Efêmeras (acervo próprio)

Vista da Estrutura provisória montada para o palco durante festas no local . Fonte: (www.novacidade.com)

Assim, através de analise, a proposta é a de ressaltar os valores projetuais ainda presentes nas antigas construções e a sua importância para a cidade. Esses estudos serão aplicados em uma intervenção na praça onde se encontra a antiga estação de trem da cidade de Orlândia-SP onde hoje funciona a biblioteca municipal, com a criação de um novo anexo tendo o objetivo principal de valorizar a historia da estação de Orlândia, tão importante para o reconhecimento do contexto local.

Por se tratar de uma área de interesse histórico, é necessário compreender a importância do patrimônio histórico e cultural de uma cidade, e como, especificamente o patrimônio ferroviário e industrial tem sido tratado no Brasil. não pretende-se apenas preservar a imagem dos edifícios, mas sim revelar a responsabilidade que o arquiteto e urbanista têm na intervenção em um objeto já edificado e de caráter histórico e cultural. O arquiteto deve sempre trazer como prioridade a interação entre edifício e o meio em que ela está inserida. Deve-se lidar com as situações impostas de forma a trabalhá-las de maneira eficaz, reaproveitando a área já existente e reutilizando o que essas construções podem oferecer de melhor respeitando seus valores históricos e promovendo através disto, uma relação entre intervenção da área e a possibilidade de reuso adaptável para cidade

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Planta da praรงa.

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Cortes da praça. TEATRO MUNICIPAL

ANTIGA ESTAÇÃO FERROVIARIA

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CORTE A.A ANTIGA ESTAÇÃO FERROVIARIA

AREA VERDE

CORTE B.B

Observa-se a inclinação do terreno, e a relação entre os edifícios existentes na praça


Cortes da praรงa. ROTARY CLUB

CORTE C.C

PALCO

QUADRA POLIESPORTIVA

QUIOSQUES

TEATRO DE ARENA

ARQUIBANCADA

ARQUIBANCADA

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CORTE D.D QUADRA DE STAKE

CORTE E.E

AREA ASFALTADA

ARQUIBANCADA


2.2 EDIFÍCIO DA ANTIGA ESTAÇÃO No prédio da estação Orlando, o partido arquitetônico do edifício original solucionava um programa com depósitos e serviços ferroviários no corpo principal, a casa do chefe da estação anexa, a plataforma de embarque e desembarque e um reservatório de água de 1913.

PLATAFORMA DE EMBARQUE Foto: Estação de Coronel Orlando em 1979 (Museu Municipal 2015)

COBERTURA

Planta 1: Desenho da Planta da Estação em 1979

Foto: Foto Atual da Estação de Coronel Orlando,2016 ( Arquivo Pessoal)

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O edifício de arquitetura aparente séc. XIX e para o séc. XX tem influencias europeias e sua técnica é composta por tijolos aparente estrutural, cobertura em carpintaria e telhas cerâmica francesa, e esquadrias de duas folhas com bandeira envidraçada. A plataforma é estruturada em blocos de cantaria basáltica e o reservatório com placas de ferro.

Foto: Foto Atual da Estação de Coronel Orlando. Vista da plataforma de embarque, 2016 ( Arquivo Pessoal)

Em relação a materialidade e ao sistema construtivo empregados, a estação apresenta alvenaria composta por tijolos de barro. A cobertura em duas águas é constituída por estrutura de madeira e telha s francesa. Apoiadas sobre mão-francesa de madeira, ela prolonga-se para os dois lados, possibilitando-se a cobertura da plataforma e da entrada. As fachadas com lados menor são compostas por frontões com ornamentos em tijolos em ressalto, tendo pináculos em extremidades e um óculo em um dos frontões. Quanto a materialidade das aberturas, janelas e portas, possuem esquadrias e folhas de madeiras. Ressalta-se que as janelas também apresentam fechamentos de vidro. A estação servia também como lazer dos orlandinos, passeios na calçada da Av. do Café, a espera da passagem do trem da Mogiana. No ano de 1968 o prédio foi transformado em biblioteca

Municipal e tem esse uso ate nos dias atuais. Hoje em dia no ano de 2016 o edifício da antiga estação faz parte da Praça dos Imigrantes, como é conhecida pela população, e atualmente tem uma forte identidade histórico-cultural, pois alem de ser tratada como inicio e formação da cidade, tem como uso principal hoje a Biblioteca o Teatro e o Rotary Club.

Foto: Foto Atual da Estação de Coronel Orlando,2016 ( Arquivo Pessoal)

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O prédio da antiga estação, principal objeto de estudo e intervenção de todo o trabalho. Apresenta um grande valor histórico e cultural para a cidade e enfrenta graves problemas de depredação e abandono.

Vista interna da atual Biblioteca. (Acervo Próprio)

O edifício não esta em boas condições, e através do levantamento feito para este trabalho com fotos e visitas ao local, foi possível perceber algumas patologias, como: Orgânicos: - Presença de crosta negra - Fungos - Bolores - vegetação na calha (acumulo de material orgânico - alvenaria com presença de sal - alveolização de tijolos Estruturais: -desgastes de tijolos, principalmente nas quinas - Rachaduras Vandalismo -vidros quebrados -Pichações Falta de Manutenção Adequada - pintura inadequada - apodrecimento de tabuas testeiras no arremate da cobertura - oxidação de portões - telhas deslocadas e quebradas - rufos oxidados e danificados

- perda de lustres e lâmpadas das plataformas - colocação de elementos que prejudicam a leitura do edifício como um todo (ar condicionado, janelas de vidro na biblioteca, postes de energia, caixa d’água. - fiação elétrica em mal estado.

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Presença de Crosta Negra dos tijolos (Acervo Próprio)

Rachaduras e desgastes (Acervo Próprio)

dos

tijolos


Pichação e Vandalismo no Edifício (Acervo Próprio)

Oxidação dos Portões (Acervo Próprio)

Falta de iluminação e Apodrecimento de Tabuas na cobertura (Acervo Próprio)

Assim, através de analise, a proposta é a de intervenção no edifício da antiga estação ferroviária, requalificando sua espacialidade e seus usos, melhorando a área verde em todo seu entorno e valorizando a historia da estação de Orlândia, tão importante para o reconhecimento do contexto local.

Fiação Precária, vidros elementos que dificultam edifício (Acervo Próprio)

quebrados e a leitura do

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Planta Atual da Biblioteca

RAMPA DEFICIENTE PLATAFORMA DE EMBARQUE

COBERTURA

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Planta Atual da Biblioteca APENAS UMA PARTE DO EDIFICIO É USADA COMO BIBLIOTECA MUNICIPAL, O RESTANTE ENCONTRA-SE SEM USO E ABANDONADO


elevações

25 ELEVAÇÃO FRONTAL

ELEVAÇÃO LATERAL DIREITA


elevações

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ELEVAÇÃO POSTERIOR

ELEVAÇÃO LATERAL ESQUERDA


3 LEVANTAMENTO DA ÁREA

Observamos na cor vermelha os principais acessos da cidade de Orlândia-sp, três desses principais acessos passam pela área de intervenção, então vemos que essa área apresenta um grande potencial turístico para toda a cidade. Na cor roxa esta localizada a Rodovia Anhanguera, principal rodovia de acesso para a cidade.

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Mapa da cidade Fonte: /intervenção sobre o mapa da prefeitura municipal Mapa da cidade Fonte: Intervenção sobre mapa da prefeitura municipal


A área esta cercada por vias de transito intenso, fazendo com que a área apresente uma grande passagem de veículos durante todos os dias com isso torna o local um marco importante para a cidade. A praça se localiza na parte central da cidade, cercada por residências e alguns equipamentos institucionais, local onde a cidade começou a se desenvolver e crescer, com isso acabou se tornando um divisor de classes, entre a media e media alta, mais com a intervenção do local, acredita-se que esse divisor acabe, tornando a área atrativa para todas as classes sociais.

No entorno da área encontram-se equipamentos institucionais como câmara municipal, posto de saúde, farmácia central do povo, e uma única indústria chamada Brejeiro fabricante de óleo vegetal e exportadora de arroz e soja. 1- Câmara Municipal

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Mapa da cidade Fonte: /intervenção sobre o mapa da prefeitura municipal

Foto: fachada da câmara municipal orlândia (acervo Próprio 2016)

de


2- Posto de Saúde

Foto: entrada principal do posto de saúde (acervo Próprio 2016)

3- Farmácia Central do Povo

4- Brejeiro

5- Residências de Baixa Renda

Foto: vista da empresa de grãos e óleo Brejeiro (acervo Próprio 2016)

Foto: fachada das residências precárias (acervo Próprio 2016)

mais

6- Edifício Também se encontra varias residências de uma população de baixa renda , e um único edifício que se localiza perto da câmara municipal.

Foto: acesso principal da Farmácia do povo (acervo Próprio 2016)

Foto: Edifício do edifício localizado perto da camará municipal (acervo Próprio 2016)

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4. PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL

“patrimônio compreende não somente edifícios isolados e de excepcional valor e o seu ambiente, mas também os conjuntos, bairros de cidades, vilas, que ofereçam um interesse histórico ou cultural (...)”. (Declaração de Amsterdã. Apud Kuhl, 1998, p.2007). Nas últimas décadas, o patrimônio histórico e cultural das cidades vem recebendo grande atenção. Preservá-los ao longo do tempo pode manter viva a história de um grupo ou sociedade. Para Rodrigues (2001, p.16), o patrimônio representa a identidade local e, por mais diversa que seja a população, a sua criação serve como uma ponte que resume várias histórias em uma só. “O patrimônio refere-se às pessoas, às origens e à historia de uma comunidade (PORTUGUEZ , 2004, p.8). Segundo Drummond (2004), o patrimônio humano ou artificial contempla os produtos da história, cultura e tradição, como

construções históricas, museus, sítios arqueológicos e eventos e, de maneira simplificada, pode ser visto o “que é ou pode ser herdado”, podendo incluir tradições, eventos históricos, valores, coleções de arte, dentre outros. Neste sentido, o conceito de patrimônio cultural, como enfatiza Drummond (2004), não se restringe apenas à arquitetura e a outros bens móveis, mas deve ser entendido de forma bem ampla, já que a ele pertencem também todas as manifestações culturais de um povo. Portanto, não devem ser consideradas apenas as manifestações das classes dominantes, mas também as expressões de todas as classes sociais, pois isto é o verdadeiro testemunho de uma civilização (PELLEGRINI FILHO, 1993). De maneira comum, o termo patrimônio traz no conjunto de seu significado uma relação estreita com a ideia de herança: algo a ser deixado ou transmitido para as futuras gerações. O patrimônio

cultural é visto, portanto, como um legado de um povo ou conjunto de bens e valores representativos de uma nação. De acordo com Bogéa (2007), o patrimônio cultural é o conjunto de bens que possuem valores históricos, artísticos, científicos ou associativos e que definem, em diferentes escalas, a identidade de uma comunidade, uma região ou um país e que devem ser preservados como legado às gerações futuras Em uma visão mais racional, o patrimônio que deveria ser preservado para guardar a memória do local, passou para outra lógica, a de que ele também poderia servir como elemento de apreciação dos turistas. Assim, o crescimento da importância dada ao patrimônio fundamenta-se não apenas no reconhecimento de seu valor cultural, mas principalmente em seu potencial como mercadoria de consumo cultural (RODRIGUES, 2001). Na prática, o patrimônio vem mobilizando os homens em uma busca

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constante pelo autêntico (MacCANNELL, 1999) e por retorno financeiro, tal como preceitua o turismo, que há uma procura de lugares junto a outros povos, em diferentes culturas, de experiências que não mais vivenciam em sua sociedade. Hoje, parece que todos os municípios estão despertando como uma das formas de saída econômica para o desenvolvimento municipal, principalmente através do turismo cultural que, por razões mais ou menos óbvias, é mais fácil de implementar porque a infraestrutura (asfalto, restaurantes, comunicações) muitas vezes está pronta e os atrativos também (PORTUGUEZ, 2004 p. 9).

Assim, além de testemunhar a memória histórica, o patrimônio também passou a servir como elemento de diferenciação entre as cidades, e com a reorganização

espacial estritamente relacionada com os atuais sistemas produtivos, teve o interesse econômico em primazia, desencadeando a consolidação de um modelo “hegemônico”. Logo, o patrimônio não é um dado sempre existente, mas uma invenção social que tem ganhado força. Hoje em dia, o que está havendo é um “redescobrimento” do local, e a preservação desses bens tombados está também subjacente à atividade econômica Esquecidas e abandonadas na maioria das cidades, as antigas estações ferroviárias podem ser consideradas patrimônio, pois contam a historia do inicio da maioria das cidades localizadas no interior paulista. De acordo com Kuhl (1998, p.233), “reaproveitamento e a readaptação de edifícios ferroviários foram frequentes em vários países nos últimos anos. A obsolência de um grande número de linhas e sua consequente

desativação foi e continua sendo a principal causa de abandono de estações ferroviárias”. Isso ocorre após a Segunda Guerra Mundial, na qual o transporte ferroviário e sua arquitetura industrial, entraram em declínio devido a descoberta de transporte mais eficiente, como o rodoviário e o aéreo, causando assim, a desativação de grande parte das linhas. Por se tratar de um testemunho histórico do esforço do transporte do principal produto de exportação de São Paulo (o Café), por ser responsável pela geração de riqueza que impulsionou o desenvolvimento do Estado, por caracterizar regiões, transformar e fundar cidades, e por marcar um período de importação de estilos e materiais, o patrimônio ferroviário deve ser preservado, potencializando turismo, urbanismo e economia da sua região. Mas para isso, é preciso analisar a massa construída, a

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configuração espacial, a relação entre volume edificado e vazio, o ritmo e as cores e sua inserção na paisagem urbana, alem de dar um novo uso ao edifício, pois de acordo com Lemos (1982, p.29), “Preservar é manter vivos, mesmo que alterados, usos e costumes populares”. Cesari Brandi, diz que é necessário, primeiramente, reconhecer a obra de arte através do juízo estético, assim, se houver necessidade de intervenção, esta também será reconhecida como obra de arte. Alem disso, “o monumento é inseparável do meio onde encontra situado e, bem assim, da historia da qual é testemunho” (Carta de Atenas. Apud O que é patrimônio histórico?, 1982, p.33). Portanto, para que as estações não ficassem abandonadas, os edifícios tem recebido um novo uso, principalmente com atividades relacionadas a cultura e uso público.

Alguns exemplos da localizados em nossa região são: antiga estação de Brodoswki, que tem sido utilizada como museu, de Morro Agudo como prefeitura, Sales Oliveira como secretaria da cultura, Franca como departamento de saúde e terminal rodoviário, além de Orlândia, onde um dos galpões da estação é usado hoje como biblioteca. O edifício recebeu algumas intervenções que prejudicaram a leitura total e desfiguraram a arquitetura original. Atualmente, o edifício que abriga a biblioteca não esta em boas condições, pois apesar das intervenções feitas, continua com pouca iluminação natural, provocando assim um desconforto durante uma maior permanência no seu interior. Alem disso, não existe tecnologia suficiente de apoio as pesquisas e há também, muitos livros antigos em péssimo estado de

conservação, causando, ainda mais, a falta de interesse da população em frequentar o local. Analisando esses problemas foi concluído a necessidade de uma intervenção no local para melhoria de seu uso e a tentativa de torna-lo atrativo para frequência de toda a população da cidade. Para a proposta de intervenção revitalização e valorização do patrimônio foram analisados alguns projetos com novas possibilidades de uso.

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5 REFERÊNCIAS PROJETUAIS As leituras projetuais foram selecionadas a partir do conceito de intervenção em edifícios que possuem um grande valor cultural para a cidade, grandes galpões e complexos que mudaram de uso, se tornaram equipamentos culturais, educacionais e de lazer. Foram escolhidos projetos que abordaram o existente e o novo de forma de formas distintas, não apenas reproduzindo o antigo, mas destacando o que foi inserido e a sua relação com o que já existia. Se utilizando de cores, materiais e texturas para destacar esta diferença, e ao mesmo tempo criando uma atmosfera de harmonia entre o conjunto. Além disso o estudo levou em consideração o programa de necessidades dos projetos, procurando os que compartilhassem da mesma forma de ocupação, para que se torne viável uma comparação e assim a realização do prédimensionamento e a viabilização do novo anexo para o antigo edifício da estação.

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Sesc Pompéia. Projeto de Lina Bo Bardi e Marcelo Ferraz 1977 São Paulo Brasil Um dos seus trabalhos mais importantes relacionados ao patrimônio arquitetônico brasileiro foi o Sesc Pompeia, uma antiga fabrica de tambores, construída em alvenaria e que, após sua intervenção, tornou-se um importante equipamento urbano que reúne teatros, quadras esportivas, piscina, área de lazer, lanchonete, restaurante, espaços de exposição, choperia, oficinas e outros serviços. A proposta da arquiteta era, principalmente, a manutenção do espaço livre dos galpões, aproveitando a antiga estrutura, alem de manter os usos populares e permeá-los com espelho d’água , cultura e arte.

marcenaria e tapeçaria 7-Laboratório fotográfico, musical e sala de dança 8-Teatro 9-Vestiário 10-Restaurante 11-Cozinha Industrial 12-Vestiário e refeitório 13-Estar e lazer 14-Biblioteca de Lazer 15-Galpão de Exposição 16-Administração

estúdio

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Programa: 1- Conjunto Esportivo 2-Lanchonete, Vestiário, sala Ginástica 3-Torre Caixa d’agua 4-deck 5-Almoxarifado e oficinas 6-Atelier de cerâmica, pintura,

de

Implantação Fonte (Sesc,2015)

“Manter e recuperar a velha fábrica, intervindo através da perspectiva contemporânea” Lina Bo Bardi 1986


Alguns processos construtivos artesanais foram pesquisados e incorporados na reforma da fabrica, como os coletores de águas pluviais da rua interna, que usam material e técnicas simples, e os mosaicos dos banheiros que remetem a construções e artes populares. Mas Lina também utiliza do pensamento moderno, percebidos no uso do concreto aparente e novas soluções de circulação vertical e horizontal.

Foto: Vista (Sesc,2015)

da

rua

interna

Fonte

Foto: Vista interna de um Exposição Fonte (Sesc,2015)

galpão

de

O projeto do SESC concretiza a rua interna da fabrica transformando-a num palco para manifestações e apresentações. A rua, em declive, conduz o visitante para uma área mais reservada, que abriga um “balneário” e o programa de esportes. Assim, com essas vias, Lina trás o ambiente urbano para dentro do edifício, prolongando o espaço da cidade. Devido ao extenso programa, foi necessário a sua verticalização e para diminuir a distancia entre os edifícios, foi proposto a

ocupação do espaço aéreo através de passarelas, integrando os espaços de atividade e circulação acima de uma área não edificada. Nas obras de Lina, é possível ver claramente a intenção popular, a vontade da arquiteta em construir e reconstruir espaços, dando-os novos usos, e trazendo um repertorio moderno a cultura do local.

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Foto: croqui da circulação externa Fonte (Sesc,2015)

vertical


Passarelas de concreto

Elevação e Corte Fonte (Sesc,2015)

Foto: Vista da circulação vertical e externa e uso do concreto aparente Fonte (Sesc,2015)

Elevação de todo o conjunto Fonte (Sesc,2015) Foto: aerea do conjunto Fonte (Sesc,2015)

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Museu do Pão Projeto de de Francisco Fanucci e Marcelo Ferras Ilópolis-RS Brasil A cidade de Ilópolis-RS, tornou-se rota turística e cultural a partir da restauração de Francisco Fanucci e Marcelo Ferras, do moinho Colognese. Para dar vida a tora (caminho dos Moinhos), era necessário o desenvolvimento de atividades que atraíssem visitantes. Assim, a restauração do Moinho Colognese focou o caráter documental da construção, com alterações pontuais. Ao manter o maquinário de madeira original, com uma pequena produção, o deposito de sacos ficou ocioso. A solução foi transforma-lo numa combinação de bodegas, padaria e café, integrando-o a comunidade. Na parede que separa os dois ambientes, atrás do balcão da bodega, instalou-se um amplo vidro, através do qual se veem as máquinas funcionando.

Foto: Fachada do Museu Fonte(ArcoWeb, 2015)

Foto: Bodega, Padaria e Café (ArcoWeb, 2015)

Através de levantamentos feitos pelo Iphan e pela universidade de Caxias do sul, os arquitetos também projetaram dois volumes de concreto com programas diferentes: “ o leve e transparente museu do pão e agrave isolada oficina de panificação”. esses dois edifícios tem uma escala apropriada, pois não se impões nem se anulam diante a antiga construção. e apesar de serem de concreto aparente, os dois blocos exploram ideia opostas.

Foto do Museu (ArcoWeb, 2015)

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O espaço do museu é completamente transparente, fechado com panos de vidro e protegido da incidência solar por painéis de madeira corrediço externo. Assim como o moinho, o museu flutua sobre palafitas conforme o declive do terreno. Sua cobertura se afina conforme se aproxima das bordas, também flutua sobre três pilares com capitéis de madeira. A oficina inclui uma cozinhaescola e banheiros, e por exigir mais privacidade, foi abrigado em blocos monolíticos, impermeável, cravado no terreno de brejo. A noite, com aberturas quadradas do subsolo iluminadas, parece um navio encalhado na areis.

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Desenho dos volumes do museu e moinho (ArcoWeb, 2015) Croqui do Museu (ArcoWeb, 2015)


Boas soluções térmicas e de ventilação natural foram criadas para a cozinha, que não pode receber ar-condicionado. A cobertura, ocupada por uma lajejardim isolante sustentada por vigas transversais, não encontram as paredes longitudinais do prédio, formando, assim, dois longos vãos fechados por janelas basculantes por onde entra a luz e se dissipa o ar quente. O ar frio, por sua vez, vem do úmido porão através de aberturas no piso.

Os dos volumes e o moinho mantém o mesmo nível e são ligados por leves passadiços de madeira, que contornam a oficina em suas faces sudoeste e noroeste e ligam o museu ao moinho sem que seja necessário entrar na oficina. Com o declive o terreno, essa passarela torna-se um “ mirante” de onde se avista o córrego que passa na porção mais baixa do lote. Foto: mesmo nível (ArcoWeb, 2015) Vigas Transversais Passadiços de Madeira

Laje Jardim

Foto: paredes (ArcoWeb, 2015)

longitudinais

de

vidro

Corte (ArcoWeb, 2015)

dos

dois

edificios

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Biblioteca de São Paulo Projeto de Aflalo & Gasperini – Purarquitetura. São Paulo Brasil Desenvolvida pela Purarquitetura , possui area de 4.2 mil m² sendo em dois pavimentos: o térreo, envidraçado, e o superior, com aberturas construídas por painéis pré-fabricados dando unidade ao conjunto. “Nesse projeto os arremates foram muito importantes, pois os materiais brutos poderiam comprometer o acabamento. Criamos dobras para esconder a junção dos painéis com o concreto e arremates precisos junto aos caixilhos”, explica a arquiteta Karen de Abreu ( Purarquitetura, 2012) e continua, “ o volume do prédio foi definido pelas duas fachadas assimétricas: de um lado ela cobre o terraço e, do outro, descobre. Essa é a graça d edificio, que tambem se destaca pelos paines com paginação vermelha, que contrasta com o concreto dos pavilhões originais”. A estrutura deixa um grande espaço, dando flexibilidade ao edificio, para que o mesmo possa ser utilizado para diversas finalidades.

A partir de 2010, o prédio foi ocupado pela Biblioteca de São Paulo, que concentra mais de 30 mil livros.

Croqui da Biblioteca (ArcoWeb, 2016)

40

Foto: Nelson Kon, Fachada da Biblioteca (ArcoWeb, 2016)

Foto: Nelson Kon, Implantação do edificio no terreno (ArcoWeb, 2016)

Croqui da Biblioteca (ArcoWeb, 2016)


O Layout é Flexível, deixando o mobiliário “solto” e ainda permite a visão do usuário por todo o espaço

Disposição do mobiliario,(ArcoWeb 2016)

Planta da Biblioteca (ArcoWeb, 2016)

Planta da Biblioteca (ArcoWeb, 2016) Disposição do mobiliario,(ArcoWeb 2016)

41


Ventilação por Sheds, aplicada apenas no pé direito duplo, ao centro sob a área de circulação.

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Detalhe dos Sheds na área de circulação, 2016)

Cortes da Biblioteca (ArcoWeb, 2016)

Disposição do mobiliario,(ArcoWeb 2016)

Detalhe dos Sheds na área de circulação, (ArcoWeb2016)

Cortes do pavilhão(ArcoWeb, 2016)


Conjunto KKKK Projeto de Marcelo Ferraz Registro- SP Brasil

2001

O conjunto de Kaigai Kogyo Kabushiki Kaisha ( KKKK, a Companhia Ultramarina de Desenvolvimento) é formado por quatro galpões de linhas fabris e um volume de três pavimentos, com estilo e tecnologia inglesa do final da década de 1910, alvenaria de tijolos portates na parte externa e peças estruturais de madeira e aço no interior. Nasceu na forma de entreposto fluvial, consolidou-se como o principal centro organizador da colonização japonesa no Vale do Ribeira ate o final dos anos de 1930 e foi reinaugurado como o memorial da Imigração Japonesa, resultado do trabalho dos arquitetos Marcelo Ferraz e Francisco Fanucci. As semelhanças com SESC Pompéia, que também é uma revitalização de um edifício fabril de estilo inglês, e que Ferras colaborou, estão nos caixilhos novos, na treliça que unifica osgalpões, na lareira da área de

convivência ou mesmo nos blocos autônomos e passarelas de concreto no bloco das salas de aula.

Foto da fachada do conjunto KKKK (ArcoWeb, 2015)

Foto da passarela (ArcoWeb, 2015)

de

concreto

Fanucci explica que os edifícios estavam bastante deteriorados, principalmente devido a falta de cuidados de preservação, as diversas intervenções realizadas depois que o conjunto foi desmembrado e o clima quente e úmido. “ os tijolos estavam literalmente se transformando em pó. Um a um, fomos retirando-os e substituindo-os por novos, ate reconstruir totalmente as fachadas”, diz o arquiteto. Ferraz conta que priorizaram a adaptação do conjunto ao novo programa, preservando assim, muitas características originais, além do acréscimo de novos elementos que são claramente identificados.

Foto da vista aérea (ArcoWeb, 2015)

43


O prédio de três pavimentos onde originalmente estava instalado o engenho de beneficiamento de arroz abriga agora o memorial da Imigração Japonesa. Dois dos galpões geminados, foram transformados em centro de capacitação de professores da rede publica paulista de ensino, equipado cm computadores, salas de reuniões e oficinas de atividades. Os outros dois transformaram-se um espaço de múltiplo uso, que funciona como centro de convivência e setor administrativo. Uma das principais intervenções, foi a recriação da marquise, presente originalmente no projeto original, mas removida posteriormente. A nova marquise foi feita na forma de laje de concreto, solta da parede, com vigas engastadas e diferentes espessuras que facilitam o escoamento das águas pluviais e permitem a leitura total das fachadas. Ela acompanha os quatro

galpões e os une ao memorial evidenciando principal.

prédio do o acesso

Memorial da Imigração Japonesa

44 Centro de capacitação de Professores da Rede Publica

Desenho das fachadas do Conjunto (ArcoWeb, 2015)

setor de convivência Administrativo

e


Marcando uma das praças no entorno do conjunto, a escultura de aço de Tomie Ohtake foi batizada de Guaracuí, nome da arvore símbolo da região, extinta a mais de 60 anos. A devolução do conjunto á cidade estimulou a implantação do projeto Parque Beira-rio, para a recuperação de um trecho de dois quilômetros ao longo do tio Ribeira de Iguape. Este será um parque urbano para a realização de festas populares e feiras agropecuárias, um parque cívico onde serão conservados a Hospedaria do Imigrante e o Mercado Municipal, um parque de lazer com pista de bicicleta e trilhas de caminhadas pela mata, e ainda, parque esportivo que ocupara com quadras a área mais sujeita a enchentes.

45

A implantação do novo edifício esta alinhado aos existentes, criando uma composição de um espaço em conjunto, agregando as edificações

Implantação do Conjunto (ArcoWeb, 2015) Foto Marquise solta (ArcoWeb, 2015)


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Referências Projetuais Para a inserção de um novo edifício, A Biblioteca , inserida no terreno da praça dos Imigrantes, utilizou-se como referencia principal o projeto da biblioteca de São Paulo no parque da Juventude como ideia de ventilação, iluminação e mobiliário. Assim como sua relação com o parque.


6 PROPOSTA Analisando o Patrimônio, localização e o entorno, percebemos a importância de todo o conjunto das construções da antiga estação para a sociedade. Hoje se encontra no local a Biblioteca municipal, o Teatro e o Rotary club, e existe uma grande área com potencial atrativo para a cidade, onde existem quadras, poliesportiva, de skate, palco para shows e uma grande área asfaltada que é usada para varias festividades da cidade, o conjunto está degradada e pode sofrer uma grande revitalização melhorando seu uso para a população. A proposta consiste em requalificar o prédio da antiga estação, adequando-o a um novo uso, criando um anexo para a biblioteca que contara com uma melhor infraestrutura para satisfazer a população da cidade.

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Planta 4: Praça dos Imigrantes

Local da biblioteca.


Proposta da Biblioteca: Reformas e melhorias para modernizar a biblioteca em um novo anexo, que ira se ligar ao prédio da antiga estação, dando um novo uso para este edifício, com isso ira trazer maior conforto e inovação para esse novo local. A Biblioteca, de acordo com os livros de visitas, recebe hoje cerca de 30 usuários por dia, em dois turnos (manhã e tarde). Esta baixa frequência, conforme conclui a direção, é decorrente da desatualização do acervo (que sobrevive à custa de doações) e à falta de recursos humanos e materiais. A grande parte de seu público é constituída de estudantes de primeiro e segundo graus, que ali realizam pesquisas escolares. No Setor de Empréstimo, o público é variado, pois o acervo é constituído de obras literárias, em sua maior parte, o que atrai estudantes, vestibulandos, universitários, idosos, trabalhadores, donas de casa, etc.

O Setor de Multimeios é muito procurado por jovens para execução de pesquisas na internet. A Biblioteca não dispõe de espaços e serviços destinados ao público infantil. Os coordenadores dos setores apontaram varias reclamações como sendo as mais frequentes entre os usuários. Partindo para uma análise por Setor, o que se constata, em matéria de maiores reclamações por parte dos usuários e funcionários, é o seguinte: Setor de Multimeios: a maior reclamação dos usuários é referente aos equipamentos (os computadores são poucos, obsoletos e lentos); os funcionários reclamam do ruído da rua, da iluminação fraca em função das cores escuras e da necessidade de ter a temperatura controlada; não há extintores de incêndio no Setor;

-Setor de Empréstimo: apresenta infiltrações nas paredes a iluminação é precária, pois as lâmpadas empregadas são as fluorescentes, que ficam piscando sempre. Alguns usuários reclamam da falta de assentos no Setor; -Setor Técnico: apresenta mobiliário e equipamentos mal distribuídos, além de serem ultrapassados e nada funcionais; o ruído da rua é muito forte. Acervo Geral: é um dos espaços mais precários da Biblioteca; praticamente não há mais lugar para guardar livros, a temperatura e a umidade deterioraram muitos materiais, sendo que alguns estão se despedaçando, há muita poeira e fuligem, mesmo com a limpeza diária; as lâmpadas fluorescentes estão muito próximas dos livros, o que pode acarretar ressecamento do papel; a Coordenadora do Setor afirma que em algumas partes do Setor a iluminação não é suficiente, dificultando a identificação dos documentos;

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-Referência: também sofre com a falta de funcionários; seu quadro de pessoal se resume a duas pessoas por turno, quando se precisaria de pelo menos seis funcionários atendendo simultaneamente no Setor; a maior reclamação dos usuários relaciona-se à falta de recursos humanos e o acervo deficiente da Referência e do Acervo Geral; os funcionários reclamam do mau-cheiro que sai dos sanitários que ficam ao lado da sala dos computadores; -Quanto à sinalização, de modo geral, o coordenador alega que não há lugar para murais e sinalização adequadas pois a biblioteca se encontra em um edifício antigo onde se encontrava a antiga estação ferroviária, não permitindo nenhuma modificação em sua estrutura física. O acesso principal ao prédio é composto de escadas, inibindo pessoas com mobilidade reduzida, tais como usuários de muletas e usuários de cadeiras de rodas. Não há rampas e existem muitas barreiras

e obstáculos como degraus e espaços estreitos. Existe a questão do mobiliário ser antigo, não modulável e pouco funcional, ocupando grandes espaços. As poltronas da Sala de Leitura são desconfortáveis. Este desconforto ainda é agravado pelas mesas muito altas e que deixam o usuário sentado de maneira inadequada (ou muito reclinado sobre a mesa ou quase deitado na cadeira). Alie-se a todos esses fatores a falta de segurança, afetada também pela limitação de recursos humanos. Alguns livros somem da Biblioteca e há usuários violentos que chegam a desrespeitar funcionários. Também existem os problemas estruturais citados anteriormente, o edifício apresenta varias patologias havendo a necessidade de melhorias no mesmo. À medida do possível, a Biblioteca vem tentando acompanhar as novas necessidades da sociedade moderna, introduzindo tecnologias

de informação (mesmo que precariamente), e automatizando parte de seu acervo para consulta on line. Portanto, é fundamental que seja equacionado o problema do espaço físico diante das novas necessidades e características das tecnologias, serviços, usuários e coleções ao qual a Biblioteca poderá dispor nas próximas décadas. Mas a preocupação com os espaços não pode terminar no ato de construir; mais do que tudo é imperativo investir em recursos humanos e desenvolver uma coleção que atraia e supra as necessidades da população.

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PROGRAMA DE NECESSIDADES Os objetivos pretendidos com a criação da nova sede são os seguintes: ampliar do espaço físico atual, para que se possa acomodar corretamente a coleção do Setor de Empréstimo, do Acervo Geral, do Setor Braille, do Setor de Multimeios e da Referência; fornecer de espaço físico suficiente para o crescimento da coleção e dos usuários nos próximos 20 anos; tornar o acesso à Biblioteca mais fácil e adequado às necessidades de pessoas portadoras de deficiência física; fornecer espaço físico que possa abrigar as novas tecnologias da informação; propiciar mobiliário mais confortável e em maior número para funcionários e usuários. Através de pesquisas e analises projetuais, foi definido um quadro de área que melhor iria atender a população da cidade de Orlândia.

Quadro de Áreas.

Novo Anexo

FUNCI ONARI OS

Metros M²

Recepção

4

7.5 M²

Acervo

6

353 M²

Sanitári o Masc.

3

14 M²

Sanitári o Fem.

3

Sanitári o PNE

1

14 M² 4 M²

ANTIGO EDIFÍCI O

FUNCIO NARIOS

METROS M²

SALA DIRETOR

1

15.6 M²

ADMINIST RAÇÃO

2

17.7 M²

AREA EXPOSIÇ ÃO

5

72.70 M²

CAFÉ/MUL TIMEIO

5

80.00 M²

SANITARI OS

3

12.5 M²

SANITARI OS PNE

1

5.00 M²

DEPOSIT O

2

10.00 M²

50


Planta Demolição da atual biblioteca

RAMPA DEFICIENTE PLATAFORMA DE EMBARQUE

COBERTURA

51

Planta de demolição do edifício existente


PLANTA ANTIGO EDIFICIO COM SEU NOVO USO

PLATAFORMA DE EMBARQUE RAMPA DEFICIENTE

COBERTURA ACESSO

ACESSO

52

ACESSO

ACESSO

ESC: 1:200


Planta novo anexo para a biblioteca

ACESSO

53

ESC: 1: 250


Cortes do projeto

54

Corte a.a

ESC: 1:200


Cortes do projeto

55

Corte b.b

ESC: 1:200


Elevação Frontal

56

Esc:1:250


Elevação lateral direita

57

Esc:1:250


Elevação lateral esquerda

58


Elevação posterior

59


Implantação

60

Esc:1:750


Implantação Relação entre o edifício antigo e o novo

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6.1 TECNOLOGIA CONSTRUTIVA Nos edifícios de bibliotecas que se preocupam com o futuro, há dois fatores que interagem e devem ser respeitados: o conforto ambiental (que possibilita um ambiente interno constante) e a preservação (que são procedimentos e cuidados a serem empregados desde o projeto de construção, para evitar-se possíveis danos às coleções). Pensando nisso os Materiais adotados para a construção do novo anexo onde ira abrigar a nova biblioteca serão estruturas de concreto com fechamentos em vidro, tentando ao máximo manter a identidade do antigo edifício para não criar um impacto da antiga com a nova construção. Com o uso desses novos materiais, ira ter a necessidade do controle de temperatura interna, pois para a preservação dos documentos, as temperaturas favoráveis estão entre 16 e 19 graus Cº. Temperaturas altas aceleram a secagem de colas e adesivos.

para o conforto das pessoas, a temperatura ideal está entre 20 e 23 graus Cº. (BRASIL, 2000). A umidade pode acarretar mofo se não for controlada por aparelhos elétricos que desumidificam o ar, como o higrômetro. A falta de umidade também é prejudicial à preservação, pois causa ressecamento dos documentos. Recomenda-se que o grau de umidade esteja entre 40 e 50%. É imperativo evitar o acondicionamento de documentos em porões, normalmente úmidos, além de evitar a proximidade da área do acervo a locais que podem provocar a infiltração de água e a presença de encanamentos nestas áreas. A falta de ventilação é nociva aos documentos. Necessita-se da instalação de dispositivos especiais para evitar as correntes de ar nas coleções. Pode-se utilizar aparelhos reguladores para a conservação do ar em movimento, tornando-o fresco para manter a ventilação higiênica.

As preocupações não são apenas no controle de temperatura, mais também na iluminação, que é tão importante nesse ambiente de leitura e estudo. As superfícies envidraçadas, sem proteção contra a radiação solar, proporcionam desconforto visual, ofuscamento e aumento da temperatura dos locais. A entrada da radiação solar direta é evitada usando-se elementos de proteção que a transformem em luz difusa, como as estantes de luz ou brises solei reguláveis Com isso os materiais adotados foram definidos, mas algumas precauções serão necessárias a serem seguidas para não haver um desconforto interno dos usuários da nova biblioteca.

62


6.2 DIRETRIZES PROJETUAIS PARA A PRAÇA DOS IMIGRANTES Área de alimentação Para não criar um impacto negativo com o restante da praça, foi pensando em uma revitalização das construções já existentes, dando novos usos para as mesmas e transformando em atrativo para a população. A área onde se encontra os Quiosques e o barracão que se encontra Rotary club, será transformada em uma praça de alimentação, trazendo para dentro da área os carrinhos de lanche que se encontram em volta de todo o local. O barracão onde se encontra o Rotary club receberá um novo uso sendo transformado em um restaurante voltado para a praça de alimentação.

Situação atual do Rotary club e quiosques

Carrinhos de Lanche

63 Foto: Situação Atual dos Quiosques Rotary Club ( Acervo Próprio)

Rotary club

e

Praça de alimentação

Foto: Situação Atual dos carrinhos de Lanche( Acervo próprio)


Teatro e o restante da Praça O Teatro municipal ira receber uma nova fachada para melhor se integrar com os edifícios existentes, e o novo anexo, as áreas como Teatro de arena, quadras de skate, poliesportiva, palco e as arquibancadas serão revitalizados parar melhor atender a população, com isso ira ajudar a transformar a área em atrativo para a cidade.

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Foto: Fachada Atual do Teatro Municipal

Foto: Proposta para a nova fachada


6.3 MAQUETE ELETRÔNICA

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Foto: Implantação, relação entre antigo prédio da biblioteca, novo anexo e teatro municipal (Acervo Próprio)


66

Vista 1: Relação entre o novo anexo e o antigo prédio. (Acervo Próprio)


67

Vista 2: relação entre antigo prédio, novo anexo e teatro. (Acervo Próprio)


68

Vista 3: terraรงo jardim do novo anexo (Acervo Prรณprio)


69

Vista 4: terraรงo jardim do novo anexo (Acervo Prรณprio)


70

Vista 5: antigo edifício ferroviária ( Acervo Próprio)

da

estação


71

Vista 6: novo estacionamento e a rampa de deficientes (Acervo Prรณprio)


72

Vista 7: teatro municipal, antiga estação ferroviária e novo anexo


73

Vista 8: vista dos 3 edifĂ­cios.


74

Vista 9: terraรงo jardim do novo anexo


75

Vista 9: Fachada do novo anexo, com a vista do edifício da antiga estação ferroviária


76

Vista 10: Novo estacionamento com vista para o teatro municipal


6.4 MEMORIAL Concepção do Projeto:

Objetivos Específicos

-Especificação dos Materiais

O Projeto em sua concepção, buscou além da requalificação da Biblioteca Municipal de Orlândia com a criação de um anexo, diretrizes para as áreas e os edifícios existentes na Praça dos Imigrantes.

- Requalificar o prédio da Antiga estação Ferroviária, adequando- a um novo uso. - A criação de um novo anexo, para comportar a biblioteca, oferecendo uma melhor infraestrutura para a população. -Criação de uma praça de alimentação trazendo para dentro da praça todos os carrinhos de lanche que se encontram ao redor ao seu redor; - Requalificação do antigo barracão de Grãos (hoje Rotary Club) dando a ele um novo uso e adequando-o para se transformar em um restaurante. - Revitalização das áreas existentes na praça dos Imigrantes para melhor recepcionar seus frequentadores.

- O edifício será concebido através de sistema estrutural de vigas e pilares de concreto com o fechamentos das alvenarias com blocos cerâmicos revestidos interna e externamente com reboco (rústico) , elementos controladores de incidência solar (brises horizontais de madeira), o uso do vidro laminado e também vidro temperado será empregado para trazer luz no interior do edifício através das diversas janelas e demais fechamentos que se fizerem necessário. - Na praça de alimentação será criado um deck de madeira sob a área de grama já existente. - O teatro recebera uma nova fachada de tijolos e brises de madeira para melhor se relacionar com as construções existentes.

Localização: Localizada na área central da cidade de Orlândia a biblioteca municipal encontra-se na praça dos imigrantes. Por se encontrar na área central, a praça apresenta um grande potencial atrativo para a cidade havendo a necessidade de melhorias, para oferecer uma melhor infraestrutura para seus frequentadores.

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CONCLUSÃO

A pesquisa buscou evidenciar a importância da preservação de edifícios com valores histórico considerados patrimônio, principalmente o ferroviário, pois fazem parte do passado, representando a historia e os sentimentos da época, também buscou evidenciar a importância da preservação de espaços públicos reservados ao lazer e cultura para as cidades. Assim, no caso de Orlândia, pode-se notar a falta de incentivos em espaços públicos, como a praça dos imigrantes, que possui a Biblioteca municipal e não disponibiliza de uma infraestrutura adequada para seus usuários. A partir daí, torna-se viável a proposta uma intervenção na praça dos Imigrantes através da requalificação da área como um todo, com a preservação dos edifícios existentes e a criação de um anexo para mudar a biblioteca de lugar dando uma infraestrutura adequada para mesma. Alem da

criação de um restaurante e uma praça de alimentação trazendo para dentro da praça os carrinhos de lanche que ficam espalhados ao seu redor, recuperando toda uma área de cultura e lazer para a cidade. Assim, os objetivos propostos foram alcançados, dando a cidade e a população de Orlândia, uma qualidade de vida melhor através da requalificação de um dos principais objetos de cultura e da cidade, a Praça dos Imigrantes e a preservação do principal edifício histórico presente na cidade, que conta faz parte do início e surgimento de Orlândia.

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