TCC I - MEMÓRIA DA INFÂNCIA; UMA ESTRÁTEGIA MULTISSENSORIAL DA PROPOSTA ARQUITETÔNICA

Page 1





MEMÓRIA DA INFÂNCIA: UMA PROPOSTA ARQUITETÔNICA

ESTRATÉGIA

MULTISSENSORIAL

DA

RESUMO

O presente trabalho trata-se de um estudo da fenomenologia, com objetivo de analisar a memória infantil e sua contribuição para a arquitetura contemporânea. Através de uma metodologia qualitativa e exploratória, por revisão bibliográfica, realização de questionário, oficina prática e, posterior análise, relaciona teorias da psicanálise, pedagogia, filosofia, fenomenologia e arquitetura. Ao longo da pesquisa, discute-se que a percepção arquitetônica pelos sentidos encontra-se comprometida na atualidade, e, na interligação de argumentos apresentados, compreende-se que arquitetos e urbanistas, podem descobrir novas formas de atuação no campo do ensino e da pesquisa, estimulando a percepção multisensorial das crianças, numa nova possibilidade de valorização arquitetônica na contemporaneidade.

Palavras-chave: Memória. Infância. Espaço. Multissensorial. Arquitetura.


INTRODUÇÃO “Memória

da

infância:

uma

estratégia

multissensorial

da

proposta

arquitetônica” é um artigo de revisão literal que propõe comparações de diversas teorias das áreas da psicologia analítica, fenomenologia, filosofia e pedagogia com a arquitetura, entendendo a memória infantil como um fator indispensável na compreensão de insuficiências e situações da sociedade atual. Sigmund Freud (1918), o pai da psicanálise, já se referia á memória da infância como um fator importante para a criação da arquitetura cerebral do indivíduo. Nessa etapa, surgem os primeiros questionamentos, e a criança cria as primeiras referências das quais dificilmente se esquecerá com o passar dos anos, devido sua capacidade de assimilação de ambientes e objetos com os sentimentos e vivências específicos dessa fase. Juhhani Pallasmaa (1995), arquiteto finlandês da área da fenomenologia, refere-se á infância como uma etapa de grande abertura para a captação de novas ideias e valores, que podem ser introduzidos na realidade da própria criança; e, também afirma que a memória da primeira infância é a primeira matéria-prima para a criação de seus projetos. Esta investigação percebe uma problemática atual da percepção arquitetônica, que se encontra limitada, por movimentos e conceitos vanguardistas, e que ainda influenciam, mesmo que indiretamente, o processo de criação e vivência multissensorial dos ambientes e obras arquitetônicas da contemporaneidade. (PALLASMAA, 1995).

A hipótese investigada no decorrer

dessa revisão, é que a estimulação da memória da criança, através dos seus sentidos e do espaço arquitetônico, impulsione as novas gerações para a revalorização da arquitetura sensorial. Como objetivo, procura identificar, como essa memória infantil cria possibilidades de intervenções no espaço, e, em especificidade, demonstra como os signos dessa fase, formadores dessa memória, influenciam na percepção do indivíduo, tornando-se referências para a futura experimentação arquitetônica. A relevância do assunto para a atualidade justifica-se no conceito do valor arquitetônico, muitas vezes incompreendido pela sociedade. Conforme Pallasmaa coloca, esse não entendimento, aliado á crise econômica, diminui a procura de profissionais aptos a projetar espaços, e que compreendem as necessidades humanas, não apenas de forma superficial, mas levando em conta uma série de


condicionantes para o projeto arquitetônico. A banalização do arquiteto tem impulsionado muitos á reavaliar modelos e conceitos inseridos no modernismo, que tendem a estereotipar a arquitetura como mero modismo, retornando ao momento em que a proposta da arquitetura induzia o olhar para o interior, na busca da compreensão do mundo e suas espacialidades. .(PALLASMAA, 2006) Todas essas discussões, assim como suas referências serão apresentadas e posteriormente desenvolvidas nos procedimentos metodológicos do artigo.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A metodologia escolhida para o desenvolvimento do trabalho se inicia com a revisão bibliográfica de artigos relacionados ao universo infantil, de formato interdisciplinar buscando compreensão e interpretação de experiências humanas adultas e infantis. Os principais autores estudados são: Juhani Pallasmaa na área da Arquitetura, Maria Montessori na área da educação, Jacques Rosseau na filosofia, Maurice Merleau-Ponty em fenomenologia e Sigmund Freud na psicanálise. Embora estes sejam os mais citados, também foram levadas em conta obras e trabalhos da atualidade pontuados ao longo da estrutura textual. O conteúdo de revisão do artigo é estruturado em três subitens, e são eles: “O estudo da memória, o homem e o que ele espera da arquitetura”; “Infância, memória da criança e sua relação com o espaço arquitetônico”, e “Estímulos infantis pelo espaço físico”, respectivamente.

O primeiro introduz a pesquisa, explicando a

importância da memória, o desejo de eternizá-la, e como ele procura a arquitetura a partir disso. O segundo item trata da influência da fase infantil e do espaço que a criança utiliza na criação dessa memória. Já o terceiro, aborda a estimulação dessas memórias pelo ambiente físico, a mudança da proposta arquitetônica (desde seu foco inicial até a atualidade), e a exposição de metodologias dedicadas a amenizar a falta da comunicação sensorial da arquitetura. Além da bibliografia discutida, apresenta uma análise qualitativa de um relatório aplicado para o desenvolvimento do trabalho, respondido por 89 pessoas, de 18 a 78 anos, de forma online. O questionário foi realizado no período de 22 de Outubro de 2016 com duração de 30 dias após seu início, e contava com perguntas


abertas e fechadas, sobre as memórias e sensações que os entrevistados possuíam da infância. Essas questões foram baseadas no conteúdo do próprio estudo, sendo as obras de Juhhani Pallasmaa e Montessori utilizadas como embasamento principal de sua concepção. Em seguida, é comentada uma oficina sensorial, realizada no curso de arquitetura e urbanismo da Universidade de Leste de Minas-Coronel Fabriciano, que teve o objetivo de colaborar com a revisão bibliográfica deste trabalho, com a análise observacional de duas crianças, vivenciando trabalhos do segundo período denominado receptáculos, nos dia 18 de Outubro de 2016, nas dependências da própria instituição. A intenção de ambas as atividades era comparar o comportamento das crianças de hoje com as respostas dos adultos entrevistados, os quais já vivenciaram a fase da infância. O trabalho termina com a conclusão de todos os diagnósticos apresentados e proposições para sua continuação prática, justificadas pelos resultados obtidos.

A MEMÓRIA, O HOMEM E O QUE ELE ESPERA DA ARQUITETURA. Iniciar o desenvolvimento desta análise, falando sobre o papel que a memória desempenha na história da humanidade, permite nortear a lógica da pesquisa, dentro dos objetivos apresentados, uma vez que, para o entendimento do que o homem espera da arquitetura e do espaço que ele mesmo utiliza, é necessário saber o que ele busca para si mesmo. Leite & Rabelo (2007) citam que o desejo primitivo de se proteger dos animais e do tempo, fez com que o homem desejasse um espaço para si e criasse as suas primeiras habitações. Segundo eles, “A necessidade

de

segurança,

convivência,

permuta

e,

principalmente,

a

impossibilidade da comunidade subsistir sem alimento, levaram as comunidades a passarem do estágio de nomadismo para a fixação em locais específicos” .(LEITE & RABELO.2007) O tempo que ele usufruía desse local, incentivou sua inteligência e criatividade, criando os primeiros elementos estéticos, divisões do ambiente, enquanto ia formando em sua mente a relação do espaço público e do privado. A nova realidade citada por Albiko (1995) tornava o ambiente cheio de significados e altamente sensorial, articulado pelo gosto empírico do homem pré-histórico que mais


tarde, se apropriou de sua moradia, marcando-as com pinturas rupestres, que contam suas atividades até hoje. Jean Jacques Rousseau (1776), em suas teorias, sustenta que “o homem busca respostas para sua própria existência e sofre com a possibilidade do esquecimento de quem ele é perante a sociedade e seus laços afetivos”. Já Nunes (2014), escreve que “a memória, é a capacidade de reter, de armazenar e de evocar informação em forma de recordações, ou seja, é a capacidade que o ser humano tem para garantir a sua subsistência como ser pensante”. Desde então, o homem procura meios de perpetuar sua comunicação através do tempo, muitas vezes, promulgada através do espaço, construído ou não. Com o início de suas e crenças “na procura por divindades que ele passou a admirar, criou templos, santuários, e as cidades, produzindo uma arquitetura coletiva, na busca do refúgio, e sagrada, como um socorro para seus dramas internos”. (A HISTÓRIA da arquitetura, 2006) A grande protagonista da história é a memória, que tece e retece, continuamente, aquilo que o tempo cancela, e que, com a sua incansável obra de mistificação, redefinição e reinvenção, refunda e requalifica continuamente um passado que, de outra forma, correria o risco de morrer definitivamente ou de permanecer irremediavelmente desconhecido (CARDINA, 1988, p.12).

Com o surgimento da arquitetura planejada, o arquiteto, aparece como o configurador de novas ideias, e procura alternativas para seguir contando essa história, pela materialização dos desejos humanos através de da configuração espacial. A arquitetura, ao longo de sua cronologia, por vezes é chamada de arte, e, a simbologia nascida da comunicação dessas duas áreas, assume grande importância para as civilizações, promovendo conforto, segurança, poder, exaltação, contato com o divino, e até mesmo, o local de repouso para sua morte. Juhhani Pallasmaa (1995), em A geometria do sentimento, critica o fato da arquitetura ser tratada como arte, mas em muitos casos, não criar condições para que as realidades artísticas sejam realmente vivenciadas. Complementando sua tese, cita que “A linguagem da arte é a linguagem dos símbolos que podem ser identificados com nossa existência.” (PALLASMAA, 1995). A memória em arquitetura é a sopa primordial para o ato criativo e de concepção artística em arquitetura. As memórias funcionam como pilares e fundações de uma obra de arquitetura, e está como um espelho das


vivências

e

experiências

do indivíduo criativo.

Esta comunicação,

subordinada ao tema da memória em arquitetura, tem como objetivo demonstrar que o arquiteto utiliza-se de uma “gaveta dos guardados”, que constrói de forma “viva” ou “fabricada”, e que utiliza acordo com memórias “inconscientes” ou “conscientes ativas”, coordenados com processos fisiológicos, intrínsecos à sua maturação intelectual, e sempre comuns ao seu percurso de vida (NUNES. 2014.p.26).

Fazendo um breve fechamento sobre essa temática, percebemos que a memória do homem é a resultante de suas relações sociais.

A capacidade de

associação entre o homem, arte e arquitetura cria uma memória pela linguagem interior, muito discutida pela fenomenologia. Pallasmaa (1995) pontua que a memória da infância é talvez a mais importante de todas, por recordar momentos ingênuos e de total autenticidade, assim como os sonhos são o conteúdo mais puro da mente humana.

INFÂNCIA, MEMÓRIA DA CRIANÇA E SUA RELAÇÃO COM O ESPAÇO ARQUITETÔNICO. Retomando a antiguidade, é possível identificar várias associações entre infância e o desejo do sagrado, baseadas em ideais religiosos e internos. Dentro desses padrões épicos, a criança surge eleita como possibilidade de iluminação humana, política e religiosa para todos, sendo por diversas vezes retratada de forma imparcial na mitologia grega e romana, na história do Egito antigo, na aparência do barroco ou no renascimento. “A figura infantil, por vezes divinizada pela cultura, reflete na arquitetura de templos construídos não só na cultura grega, mas em outros povos e períodos”. (HISTÓRIA da arquitetura, 2006). Jean-Jacques Rousseau (1776), filósofo e teórico suíço, escreveu sobre a fase infantil, e sua influência na sociedade Para ele, a infância era um estado de transição para a vida adulta, visão esta, que não era valorizada na época, do qual fazia duras críticas à forma como a criança era vista e tratada: Preparai à distância o reinado de sua liberdade e o uso de suas forças, deixando em seu corpo o hábito natural, colocando-a em condições de sempre ser senhora de si mesma e de fazer em todas as coisas a sua vontade, assim que a tiver (ROUSSEAU, 2004, p. 49).


O mais perigoso intervalo da vida humana é o que vai do nascimento até a idade de doze anos. É o tempo em que germinam os erros e os vícios, sem que tenhamos ainda algum instrumento para destruí-los. E, quando chega o instrumento, as raízes são tão profundas, que já não é tempo de arrancá-las (ROUSSEAU, 2004, p. 96).

Maurice Merleau-Ponty, (1945), filósofo e fenomenólogo francês, confirma que há uma antecipação do adulto com relação às problemáticas infantis. “Em todas as situações, a infância é um mundo complexo que exige da criança uma interpretação rigorosa do que ocorre à sua volta, uma vida que se manifesta com o seu conhecimento e interrogação das ações dos homens”. (MERLEAU-PONTY. 1945) Além disso, conduz a um reconhecimento da paisagem e de todos os instrumentos que compõem as relações sociais, acontecendo uma susceptível sugestão de uma realidade imposta á ela pelo adulto, modificando a visão de si mesma e de seu espaço. No presente compreendo os meus vinte e cinco primeiros anos como uma infância prolongada que devia ser seguida por uma servidão difícil, para chegar, enfim, à autonomia. Se me reporto á esses anos, tais como os vivi e os trago em mim, sua felicidade recusa-se a deixar-se explicar pela atmosfera protegida do ambiente familiar. É o mundo que era mais belo, as coisas que eram mais atraentes, e nunca posso estar seguro de compreender o meu passado melhor do que ele se compreende a si mesmo quando o vivi, nem fazer calar seu protesto. A interpretação que lhe dou está ligada à minha confiança na psicanálise; amanhã, com mais experiência e mais clarividência, talvez eu a compreenda de outra maneira e, consequentemente, construa de outra maneira o meu passado. (MERLEAU-PONTY, 1971, p.463)

Castro & Kunh, (2011) com o mesmo ponto de vista, discursam que “a capacidade do adulto em compreender a criança e sua infância é conhecer os tempos e espaços profundos da ontologia e fenomenologia, colocando entre parêntesis suas próprias representações sociais, culturais, históricas, ideológicas, políticas e éticas”. Essas considerações permitem observar as crianças como uma peça-chave para a compreensão da memória humana. Dozol (2015) analisando a mesma obra de Rousseau descreve que: Podemos, todavia, tomar a imagem do sentimento de existência proposta por Rousseau como premissa para observar crianças, habitantes, por


excelência, da superfície das coisas do mundo; e extrair daí uma pedagogia discreta, com o fim de permitir e proteger o fluxo da experiência e das impressões particularmente infantis. (Dozol, 2015, p.27)

Telles, (2014), nota que, tradicionalmente, “a infância é pensada como se não se relacionasse com o mundo, experienciando-o do seu modo, o que não ocorre da mesma forma que o adulto e nem da mesma forma que outra criança”. Mas, ainda assim, há uma relação que não pode ser ignorada, muito menos padronizada. Essas argumentações filosóficas e fenomenológicas podem ser aplicadas a arquitetura, no momento em que o arquiteto atenta para a leitura do que os indivíduos carregam da sua infância: felicidades, experiências, aversões, limitações ou preferências, conforme citado anteriormente. Além das características individuais interferirem na criação da memória, fatores culturais são relevantes para a complementação do assunto. A criança relaciona-se com a cultura do modo como lhe é possível, o que supera a compreensão de uma "natureza infantil". Este entendimento é relevante na medida em que atenta para a necessidade de não enxergarmos a criança como alguém que compreende plenamente as relações sociais e culturais, da mesma forma que o adulto, nem como alguém que teria uma forma totalmente distinta de funcionamento do que os adultos. E ainda, as crianças, simplesmente por serem crianças, não terão as mesmas visões de mundo entre si (TELLES, 2014.p.).

Partindo dessas colocações, é notável que a sociedade atenta para a infância de forma nostálgica, sem identificar o quão complexo e significante é sua interferência no futuro da sociedade. Sigmund Freud (1918) discute como essa lembrança infantil em contrapartida, pode influenciar posteriores atitudes na fase adulta, sendo elas, responsáveis pela formação do caráter moral e ético do mesmo ao longo de sua existência. Merleau-Ponty (1999) afirma que além desse vínculo que o indivíduo cria durante sua infância, através de suas memórias positivas ou negativas, o corpo-sujeito se torna uma estrutura de mediação por meio da relação incorpórea como outro. Desenvolver o corpo e a mente dentro do espaço físico permite o estreitamento da afetividade humana, através de assimilaridades, vivências e experiências compartilhadas. A forma como o espaço é organizado implica em diferentes resultados comportamentais. O ambiente transmite alguma mensagem, nunca é neutro, o ideal é que ele esteja em constante reorganização para que se adapte aos objetivos de atividades educacionais, além de não se tornar comum e deixar 67 de estimular a criança a explorá-lo (CAMPOS-DECARVALHO, 2004).


A contribuição da memória da infância para a arquitetura é pontuada diversas vezes por Pallasmaa (2013), em sua obra As mãos inteligentes: a sabedoria existencial e corporalizada na arquitetura.

Nela, Pallasmaa desenvolve uma

ideologia de que “o corpo humano é uma entidade sábia, um modo sensorial e corporificado de ser”. O ambiente é a referência de todas as atividades da criança, desde o aprender a andar, correr, se relacionar, brincar etc. “O espaço físico serve de recurso de desenvolvimento, pois dá suporte para a realização de explorações e brincadeiras que darão a criança oportunidade de construção de novas habilidades e competências” (SOSSELA et al.2012, p.3) O contato da criança com os elementos que constituem o ambiente onde ela está inserida produz reações e a compreensão sensorial dos objetos segundo sua constituição física e funcionamento. Principalmente nas crianças pequenas, por não possuírem uma definição previamente estabelecida do que é cada item, conseguem analisar com muito mais criatividade. (ABREU, 2000.p 78)

No entanto, arquitetos que estudam sobre tais relações, tem percebido que a profissão, deixou o interesse de entender o homem, para propor uma arquitetura que atenda o parecer do que é belo com formas atrativas, que não atendem verdadeiramente o desejo interior do homem. Juhhani Pallasmaa (2011) escreve sobre essa deficiência, e critica o projetar visual. Para ele, uma obra arquitetônica, deve fugir um pouco dessa busca do belo, já que qualquer experiência arquitetônica é multissensorial: A predileção pelos olhos nunca foi tão evidente na arte da arquitetura, como nos últimos 30 anos, nos quais tem predominado um tipo de obra que busca imagens visuais surpreendentes e memoráveis. Em vez de uma experiência plástica e espacial embasada na existência humana, a arquitetura tem adotado a estratégia psicológica da publicidade e da persuasão instantânea; as edificações se tornaram produtos visuais desconectados da profundidade existencial e da sinceridade. (PALLASMAA, 2011.p.14)

Yu Fi Tuan (1972) em sua obra, Topofilia, propõe o elo afetivo entre a pessoa, o lugar e o ambiente físico. Seu neologismo acredita que para realizarmos mudanças externas na sociedade, devemos entender que qualquer modificação passa por um questionamento interno. Tuan relata que “a lógica infantil carece muito mais de elementos e espaços lúdicos, do que de uma lógica conceitual e


dramatizada”. (TUAN, 1972), também cita que a infância se apropria do espaço respondendo ao estímulo ambiental. Segundo ele: A criança pequena diferencia e identifica melhor o som do que as imagens visuais e é altamente sensível ao tato. No entanto, não diferencia formas geométricas em objetos como quadrados e triângulos, e Isso reafirma que o que a criança vivencia no espaço arquitetônico, é mais importante do que o que ela vê. (TUAN. 1972.p.23)

ESTÍMULOS INFANTIS PELO ESPAÇO FÍSICO Após entender como toda essa relação entre memória, infância e espaço acontece, alguns pesquisadores trouxeram estratégias para estimular a percepção da criança no espaço físico, colaborando assim para a melhoria de sua vida, aprendizado, e vivência social. Maria Montessori (1914), pediatra e pedagoga italiana, se interessou pelas hipóteses de Rousseau sobre a infância após analisar o universo infantil em seus atendimentos clínicos. Em 1900, ela trabalhou na Scuola Magistrale Ortofrenica, instituto encarregado da formação dos educadores das escolas para crianças deficientes e especiais. (HORS, 2010) Posteriormente fundou a casa dei Bambini, onde crianças podiam aprender a conhecer o mundo, e a desenvolver sua aptidão para organizar a própria existência. As Casas das Crianças que foram criadas nos anos

seguintes

tornaram-se

locais

modelos

para

resolver

os

problemas

pedagógicos. Montessori cria uma série de artifícios educacionais para estimulo dos sentidos naturais da criança, como uma estratégia para valorizar o que há de mais proveitoso no espaço para o livre aprendizado, e consequentemente a satisfação de cada uma delas, em suas particularidades. “A ideia de que é possível educar e transformar os seres humanos unicamente manipulando os dados sensoriais que lhes são transmitidos [...] teve um papel igualmente importante nas teorias de Montessori”. (HORS, 2010) Para Maria Montessori, “O espírito da criança se forma a partir de estímulos externos que precisam ser determinados”. Em seu método de ensino a criança é livre, mas livre apenas para escolher os objetivos sobre os quais possa agir. Por isso, Montessori criou materiais didáticos simples e muito atraentes, projetados especialmente para provocar o raciocínio e auxiliar em todo tipo de aprendizado, do sistema decimal à estrutura da linguagem, tornando todo o processo muito mais rico e interessante. (MACHADO, 1986.p.20).


Nas Casas das crianças, eram planejados ambientes especialmente equipados, que transformavam e melhoravam seu senso de responsabilidade. Todos os elementos (armários, mesas, cadeiras, cores, sons e arquitetura) eram adaptados para a criança. “Era esperado delas que vivessem e se movessem nesse ambiente como seres responsáveis e que participassem do trabalho criador como das tarefas de funcionamento, de maneira a subir uma “escala” simbólica que conduzia à realização”. (HORS, 2010) Em seu livro Os olhos da pele Pallasmaa propõe uma nova experiência na vivência arquitetônica, relacionando o espaço ao corpo físico, ligados por uma busca além da própria arquitetura. (PALLASMA, 2006) O método montessoriano através de suas atividades assemelha-se muito á proposta de Juhhani Pallasmaa. Segundo Hors (2010), para a seu desenvolvimento didático, Maria Montessori seguia princípios de: Aprender fazendo, atender necessidades biológicas, psicológicas e sensoriais, utilizar a felicidade da criança como sinal de correção, e, atividades práticas junto ao ambiente preparado. Propondo a comparação entre ambos, destacam-se os sentimentos primordiais da arquitetura, como uma sequência de passos para a aplicação dos sentidos na percepção espacial. (PALLASMAA, 1995). É notável a proximidade de suas ideias e como atendem a necessidade de estímulos em crianças, a partir do entendimento de sua realidade e sentimento: A audição proporciona-nos um ambiente tridimensional, o cheiro faz os olhos lembrarem-se , a arquitetura pode ser ouvida, paladar está associado á memória e o tato é o sentido que torna a visão real. Além de sua metodologia, Montessori incluiu em seu trabalho, um material específico para o desenvolvimento das crianças, que aliado às outras características de sua didática lúdica obteve resultados positivos nas casas que aderiam sua fundamentação. (HORS, 2010) Um dos princípios fundamentais sobre os quais repousava o uso de material didático era que as atividades deveriam ser metodicamente coordenadas, de maneira que as crianças pudessem facilmente avaliar seu grau de êxito enquanto as realizavam. Era pedido às crianças, por exemplo, que andassem ao longo de grandes círculos traçados no chão, que formavam uma série padronizada de desenhos interessantes, segurando uma vasilha cheia até a borda de tinta azul ou vermelha; se transbordasse elas podiam perceber que seus movimentos não eram suficientemente coordenados e harmoniosos. Da mesma forma, todas as funções corporais eram conscientemente desenvolvidas. (HORS, 2010.p 21)


Montessori alegava que todos os seus exercícios propostos eram praticados em grupo e acompanhados de uma discussão, o que reforçava seu alcance do ponto de vista dos aspectos sociais da educação das crianças. O material didático devia operar “como uma escala”, para retomar a expressão a que se afeiçoava devia permitir à criança tomar a iniciativa e progredir na sua via da realização. “De outra parte, ele era impregnado de um espírito e de uma atitude intelectual específica, que deviam se comunicar com as crianças e, consequentemente, modelá-las.” (HORS, 2010). Esse método, segundo o comentário de Hors (2010) Seria chamado na atualidade de hermenêutico-empírico. Montessori não conseguiu colocar suas ideias integralmente em prática em seu próprio trabalho. Isso aconteceu devido o fato de suas experiências necessitarem de uma teoria

sólida, o que não aconteceu ,

causando subjetividade e várias interpretações para sua proposta. Mesmo assim, atualmente, muitas instituições se intitulam montessorianas, por apresentar uma técnica semelhante e baseada em sua prática, porém, reformuladas. Assim como o método Montessori, a fenomenologia da arquitetura tem sido estudada por muitos profissionais da atualidade; no entanto, na prática, aumenta consideravelmente construções e projetos que excluem a realidade da criança e de suas necessidades. “A capacidade de planejamento de cada espacialidade, raras vezes é tratada de forma sensorial, potencializando sempre o conceito de que as características dos cinco pontos da arquitetura seriam suficientes para toda essa experimentação”. (PALLASMAA, 2012) A falta de humanismo da arquitetura e das cidades contemporâneas pode ser entendida, como consequência da negligencia com o corpo e os sentidos e um desequilíbrio do nosso sistema sensorial (PALLASMAA, 2012)

Gamboias (2013) descreve que a arquitetura dos nossos dias passa por um período onde o avanço tecnológico, a partir da politica e da economia, tem um grande impacto. Muitas vezes os principais valores da arquitetura são deixados de lado devido à exigência, por parte dos clientes e do mercado, de que a obra esteja pronta num curto período de tempo. Enfim, observa-se essa realidade de forma geral na sociedade contemporânea, tanto em relação ás cidades quanto aos projetos arquitetônicos. Cada vez mais a arquitetura se afasta do que é arte, e na ilusão de conceitos criados para justificar formas belas e atrativas, torna-se apenas


criação sem sentido, pois não comove em nada o ser humano, seu público alvo principal, desconsiderando seu verdadeiro plano de necessidades. Porém, alguns profissionais da área, já olham para essa situação, e retomam teorias citadas aqui, para embasamento teórico de seus projetos. Um exemplo, é a arquiteta venezuelana Sabine Beyer, que discorre sobre suas proposições no artigo “Uma Introdução à Arquitetura nas Pedagogias Alternativas”. Beyer possui uma opinião semelhante á ideia dessa revisão, e cita exemplos de arquitetos que também seguem a fenomenologia e outras linhagens na criação arquitetônica. Beyer (2015) menciona o arquiteto Herman Hertzberger, como exemplo para a fase contemporânea da arquitetura. Criador do projeto da escola Appolo, interpreta as teorias de Montessori para sua intervenção no espaço. A escola projetada, composta de cubos móveis integrados ao piso, funciona como mobiliário da sala. “Por sua vez, se dá grande importância ao espaço comum onde crianças de todas as idades possam se encontrar para desenvolver atividades em conjunto e aprender umas com as outras. (BEYER,2015). O arquiteto Rudolf Steiner, também é pedagogo propõe outra visão da educação, baseada na essência do ser humano através da criatividade, da arte, do movimento e do respeito pelos ciclos da vida. “Steiner projeta arquitetura orgânica, relacionada com a natureza, na qual se utilizam materiais reciclados e acessíveis em cada contexto. (BEYER, 2015) Outro trabalho semelhante é o livro “Casacadabra”, escrito por Bianca Antunes e Simone Sayegh. O interesse do material é inserir assuntos arquitetônico no meio infantil , através de exercícios que podem ser feitos no ambiente escolar ou em casa.

Ao longo das atividades, a criança descobre ícones, matérias de

arquitetura, projetos conhecidos no mundo todo. Simone Sayeg, arquiteta, justifica que esse trabalho contribui para a sociedade, pois “as cidades serão mais justas e humanas quando a arquitetura e o urbanismo começarem a ser ensinados desde o princípio: nas aulas de ensino básico, e não apenas nas salas de aula das faculdades de arquitetura”. (SAYEG, 2014). As afirmações feitas por esses arquitetos incentivam outros profissionais á procurar entender sobre o tema, considerando as vantagens para si e para a sociedade como um todo, na busca da melhoria do conceito, do espaço e da vivência arquitetônica.


ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO FENOMENOLÓGICO. O questionário fenomenológico foi realizado com 89 adultos, por abordagem online, e suas perguntas foram formuladas a partir das teorias de Juhhani Pallasmaa e Maria Montessori, especificamente. As questões indagaram sobre as memórias que eles guardavam do período infantil e averiguaram se os elementos citados e ligados á elas, tinham relações com a arquitetura. Nas respostas obtidas percebeu-se que a maioria dos adultos tem na família, amigos antigos, e datas comemorativas, as atividades que mais lembram sua infância. Quando questionados sobre o lugar que despertava neles maior saudade, a resposta predominante foi a casa dos pais, seguidos da escola primária. Comida de mãe e de avó foi a o mais escolhida, onde perguntava qual opção mais fazia falta para a realidade atual dos adultos. A escolha pode ser justificada pela psicologia analítica, quando Freud (1914) citava que a criança, a todo o momento, é sugestionada nessa pré-infância, por atividades maternais e familiares, como esteio para criação de sua ética moral. Quanto á capacidade de assimilação do quarto infantil e memória, a maioria dos entrevistados, demonstrou facilidade de lembrar detalhes específicos do ambiente, relatando a posição de mobiliário, cor, sensações que ainda são despertadas por esse relembrar. Da mesma forma, a maioria dos objetos por eles guardados mais de 10 anos, na casa dos entrevistados, diz respeito á fotos da fase infantil. Conforme a revisão literal apresentada anteriormente, Montessori (2010), defendia que os objetos, elementos construtivos do tempo e do espaço, são indispensáveis para a educação e desenvolvimento mental infantil. Não é por acaso que Montessori insiste no papel fundamental que desempenha a mão, verdadeiro "órgão psíquico", no percurso educativo. A mão que se apodera do mundo, a mão que toca e transforma as coisas, mas também a mão guiada pelo cérebro. A mão, portanto, como uma ponte entre pensamento e ação, um intermediário insuprível que visualiza o circuito constante entre teoria e práxis graças ao qual a criança se torna capaz de transformar a percepção sensorial numa posse ordenada, racional do mundo. O espírito, portanto, preexiste a qualquer movimento, mas os sentidos são fundamentais; sem a capacidade de sentir o homem não pode conhecer, no entanto a maneira como o homem usa os sentidos e organiza a realidade é sempre um ato antes de mais nada teórico. Portanto, o conhecimento em Montessori é sempre fruto de uma abstração. (ARAÚJO & AVANZINI, 2005.p.7)


Além disso, observou-se que os primeiros desenhos feitos por eles, eram sobre árvores, casas, e pessoas. Na preferência de fotos a alternativa predominante estava ligada á espaços abertos, acompanhados de acontecimentos da infância, mesmo a pergunta sendo aberta, mesmo não sugerindo um período específico. O pátio da escola foi a alternativa mais citada em relação ao lugar que mais utilizavam para suas brincadeiras. Esse resultado é totalmente compreendido pela teoria da Topofilia. O questionário mostrou-se satisfatório para o entendimento da revisão, e confirmação de que as teorias apesentadas ao longo do trabalho, realmente são condizentes com a realidade apontada. Apesar de a maioria dessas teses ter sido criada antes da contemporaneidade, com ideais diferentes, e sem o auxílio da tecnologia, ainda repercutem na atualidade de forma potente, pois os resultados responde a hipótese discutida nessa pesquisa. Apesar de a maior parte dessas teses terem sido criadas antes da contemporaneidade, com ideais diferentes, e sem o auxílio da tecnologia, ainda repercutem na atualidade de forma potente, pois os resultados responde a hipótese discutida nessa pesquisa.

CONCLUSÃO A escrita do atual artigo permitiu a conclusão de que, a memória, criada na infância, através da vivência no espaço físico, é um fator condicionante para a proposta de uma nova arquitetura, pela qual a mesma, retorna ás suas primeiras procedências. “A infância é indispensável para o entendimento das relações humanas: nascer, aprender, é entrar em um conjunto de relações e processos que constituem uma teia de sentidos onde se diz quem eu sou, o que é o mundo, quem são os outros” (CHARLOT, 2000) A oficina sensorial, realizada durante a Semana Integrada do curso, apesar de não ter sido aplicada como estudo de caso, permitiu uma comparação de seus resultados, com a revisão bibliográfica e o questionário, para a conclusão final. O intuito, que era observar as reações de duas crianças ao vivenciar os receptáculos, também utilizou um debate com alunos do curso sobre o tema.

A opinião dos

participantes em maioria, foi de que os receptáculos, apesar de causar surpresa nas crianças, não despertavam nelas um real interesse de compreender o que


vivenciavam, por não conter laços afetivos ou assimilações com a individualidade de cada uma. Por fim, pontuaram que se houvesse a possibilidade dos trabalhos terem sido feitos com a ajuda das meninas, teriam obtido um melhor resultado, quanto capacidade de percepção das duas. Chega-se á uma concordância de que, a criança, é fundamental na compreensão do momento passado ou atual, e essa pode ser a resposta de problemáticas, em diversas áreas da atualidade. No entanto, pode-se concluir que a reprogramação da memória da criança, obtém maior sucesso quando ela mesma cria e participa ativamente de seu processo de construção.

Após essa

experimentação, a criança está repleta de signos e assimilações, referências e bagagem para a plena vivência arquitetônica. Não nascemos determinados, mas vamos nos formando mediante as interações da linguagem/comunicação, entrelaçadas pela afetividade; E que, a base social e coletiva da memória constitui-se na família, nas classes, nos grupos de referência (escola, empresa, partido, etnia, nação...),na religião, na tradição, dentre outras.(FREITAG,2009.p109)

É coerente retornar á colocação de Freitag (2009), pela qual instiga a sociedade á tomar novos rumos sobre os valores criados ao longo da história, atentando para novas temáticas, novos estudos, uma vez que o ser humano, o motivo principal de todas as criações, arquitetônicas ou não, está sempre em desenvolvimento. Como a arquitetura e o espaço são projetados pelo homem e para o próprio homem, conclui-se que ela só será compreendida, e valorizada, de forma abrangente, quando o ser humano, enquanto criança for considerado na proposta arquitetônica e compreendido em totalidade em todos os aspectos. Não se conhece a infância; no caminho das falsas ideias que se têm: quanto mais se anda, mais se fica perdido. Os mais sábios prendem-se ao que aos homens importa saber, sem considerar oque as crianças estão em condições de aprender. Procuram sempre o homem na criança, sem pensar no que ela é antes de ser homem (ROUSSEAU, 2004, p. 4).


REFERÊNCIAS

A HISTÓRIA da Arquitetura, (s.n.). São Paulo. 2006 ABREU, V. P. S. Memória e envelhecimento. Dissertação de mestrado. Universidade Estadual de Campinas, São Paulo. 2000 ARAUJO, Alberto Filipe; AVANZINI, Alessandra. A Criança Nova em Maria Montessori. Atividade e Redenção. 2010. BEYER, Sabine. Uma introdução á Arquitetura nas pedagogias Alternativas. (s. n) 2015 CAMPOS-DE-CARVALHO, Mara. Psicologia Ambiental e do Desenvolvimento: o espaço em instituições infantis. In: GÜNTER, H., GUZZO, R. S. L., & PINHEIRO, J. Q. (Orgs.). Psicologia ambiental: entendendo as relações do homem com seu ambiente. Campinas: Alínea, 2004. CARDINI,F. Um Sociólogo al Santo Sepolcro. Halbwachs. Veneza. Arsenale,1988. CASTRO & KUHN. A criança e o brincar: entre o mundo pensado e o mundo vivido Revista Científica Vozes dos Vales.Nº 06 – Ano III ––2011. CHARLOT, Bernard. Da relação com o saber: elementos para uma teoria. Porto Alegre: Artimed, 2000. DOZOLL, Marlene de Souza. Jean-Jacques Rousseau entre uma poética da superfície e a ideia de infância. Educ. Pesqui., São Paulo.2015 FREITAG, V. Memórias de infância: possibilidades e vivências no processo criativo docente. Comunicação & educação. Ed.1, ano XIV, 2009. FREUD, Sigmund (1980). História de uma neurose infantil. In Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas completas de S. Freud (Jayme Salomão, trad.). (Vol. 17, pp. 19-151). Rio de Janeiro: Imago. (Texto original publicado em 1918[1914]). HORS, Hermann. Maria Montessori. Ed. Massangana, Recife. 2010 Maria Montessori. Ministério da educação. (s.n.) 2010 MERLEAU PONTY, M. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Freitas Bastos, 1971. (Original francês, 1945) MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. Tradução de Carlos Alberto Siqueira de Moura. 2. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.


MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. Tradução De Reginaldo de Piero. Sao Paulo: Freitas Bastos, 1971. NUNES, Avelã Nunes. A serpente de Ouroburus enquanto memória da arquitetura. Intellectus. 2014 PALLASMAA, J. A geometria do sentimento: o olhar sobre a fenomenologia da arquitetura. In: NESBITT, Kate (org.). Uma Nova Agenda para a Arquitetura. Antologia Teórica 1965-1995. São Paulo: Cosac Naify, 2006. PALLASMAA, J. As mãos inteligentes: a sabedoria existencial e corporalizada na arquitetura. Porto Alegre: Bookman, 2013. PALLASMAA, juhanni. Os olhos da pele.. HORS,Hermann. Bookman.2011 LEITE, Maria Amélia d' Azevedo; REBELLO, Yopanan. As primeiras moradias2007. ROUSSEAU, Jean-Jacques. Emílio ou da educação. São Paulo: Martins Fontes, 1999. ROUSSEAU, Jean-Jacques. Emílio ou Da Educação. São Paulo: Martins Fontes, 2004. ROUSSEAU, Jean-Jacques. Os devaneios do caminhante solitário. Brasília: UNB, 1995. SOSSELA, Cláudia Roberta; SAGER, Fábio; PAHIM, Janaina Dantas de Paiva; MARCOLIN, Letícia. A importância do brinquedo sucata no desenvolvimento infantil. Psicologia.pt, 2012.












Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.