editorial
Queríamos conseguir conter o entusiasmo, mas não podemos resistir. Temos por dentro uma secreta e serena satisfação que de tão grande quase rebenta em euforia. Fazemos 7 anos! Cumprimos um ciclo. Sobrevivemos a guerras e crises, a mudanças globais, a transformações brutais do indivíduo. Somamos 7 anos de entrevistas, músicas, modas, revelações e descobertas. 7 anos de uma enorme vontade de fazer, reinventar e tentar trazer-vos todos os meses algo único, especial, original e divertido, para dar sempre novas cores à vida num tempo em que tudo mal nasce fica gasto, visto e ultrapassado. Para trás, fica o atirar de uma pedra no charco. Fomos a primeira publicação gratuita a ser distribuída em Portugal. Abrimos um caminho novo, nunca dantes aqui explorado, e estimulámos o nascimento de outros cogumelos. Este mês continuamos o caminho, feito por pessoas e sempre para as pessoas que são vós. Focámo-nos, como não podia deixar de ser no 7. Damos destaque à 7ª arte e deambulámos pelos universos relacionados com este número. A todos os que fazem a Dif existir, o nosso muito obrigado!
ficha técnica
Editor‑in‑chief Trevenen Morris‑Grantham trevenen@difmag.com
info@difmag.com www.difmag.com myspace.com/difmagazine
Design G ráfico & Direcção Criativa José Carlos Ruiz Martínez joseglobal@gmail.com
Redacção e Departamento Comercial Rua Santo António da Glória 81. 1250-216 Lisboa Telefone: 21 32 25 727 - Fax: 21 32 25 729
Editora de Moda e Beleza Susana Jacobetty
Propriedade Publicards, Publicidade Lda.
Edição Filipa Penteado (Moda . Cinema) filipa@difmag.com Pedro Figueiredo (Música . Cultura) ppfigueiredo@difmag.com Célia Fialho (Música . Arte . Cultura)
Distribuição Publicards - publicards@netcabo.pt
Colaboradores A. Ribeiro Cru, Alejandra Egurrola, Ana Cristina Valente, Carlos Noronha Feio, Carolina de Almeida, Emanuel Amorim, Hugo Israel, Laura Alves, Laura Hamilton, MANU, Margarida Rocha de Oliveira, Miguel Gomes-Meruje, Nuno Moreira, Pedro Gonçalves, Raquel Botelho, Ricardo Preto, Rita Sobreiro, Sónia Abrantes, Telmo Mendes Leal, Tiago Santos, Tiago Sousa. Este mês Dj ride, José Reis, Luis Lamelas, Mário Príncipe, Matilde Travasses, Miguel Ângelo, Pedro Matos, Rui Pereira, Sara Vale, Vera Marmelo.
Impressão BeProfit ‑ Av. das Robíneas 10, 2635‑545 Rio de Mouro Sogapal ‑ 2745‑578 Queluz de Baixo Registo ERC 125233 Número de Depósito Legal 185063/02 ISSN 1645‑5444 Copyright Publicards, Publicidade Lda. Tiragem e Circulação média 22 000 exemplares Periodicidade Mensal Assinatura 10 €
Fotografia João Bacelar Styling Susana Jacobetty M aquilhagem e Cabelos Laura Hamilton Modelo Ana Paula, L’agence Agradecimentos www.denegro.pt Polo e kilt Fred Perry
www.pepejeans.com
índice
10. Kukies - Design ATNMBL – O fim da condução Texto Miguel Gomes-Meruje 12. Kukies Filomena Cautela, Unbuttoned Texto Pedro Figueiredo Fotografia Mário Vasa 14. Kukies - Moda Segue...by Dino Alves Texto Carolina de Almeida 16. Kukies - Moda G-Star...Just the Product Texto Filipa Penteado Fotografia Mário Vasa 18. Kukies - Arte Hirst vs Cartrain Texto Célia F. Ilustração Rui Pereira 20. Kukies - Arte Filipe Pinto Soares Texto Margarida Rocha de Oliveira 22. Kukies 30. Retro Culture O regresso da K7 Texto Laura Alves 32. Places
índice 34. O que andamos a ouvir 35. Música 7 novas bandas portuguesas Texto Pedro Figueiredo 36. Música Há sempre espaço para ler música Texto Sara Vale 37. Música A brilliant Speech Texto Ana Cristina Valente 38. Música 7´s Magnificos Texto Tiago Santos 40. Cinema American Artifact Texto Pedro Gonçalves 42. Cinema The New Gonzo Journalist Texto Ana Cristina Valente 44. Entrevista La Strada Texto Filipa Penteado Fotografia Mário Príncipe 46. Entrevista The 7th Floor Lover Texto Célia F.
48. Fotografia Princesas caídas Texto Laura Alves 50. Fotografia 7 visões de Vera Marmelo 52. Surface Orgânica mecânica Texto Laura Alves 56. Moda Seven Fotografia Pedro Matos Realização Susana Jacobetty 64. Moda Klemens Fotografia Matilde Travassos Realização Susana Jacobetty 72. Moda Black cat Fotografia Pedro Matos Realização Susana Jacobetty 76. Agenda Destaque, Música, Arte, Cinema 82. Desilluminati Texto Célia F. 83. Guia de Compras
Da esquerda para a direita . Ângela Costa adora cinema, especialmen‑ te francês, e se acompanhado com sushi muito me‑ lhor. Licenciada em Gestão pela Faculdade de Economia do Porto escapa à rotina com concer‑ tos de música freak. Tem aquilo a que se chama uma vida dupla, é consultora SAP e fotógrafa da webzine Bodyspace. Este mês, fotografou André Gomes em Nova Iorque, no Verão de 2008. -DJ Ride é um dos mais ocupados produtores e DJ portugueses. Tudo começou com os vários campeo‑ natos nacionais de scratch/turntablism que ganhou e com o seu álbum de estreia, TURNTABLE FOOD. Rapidamente se tornou numa referência da música ur‑ bana em Portugal e o seu último trabalho lançado pela Optimus Discos, BEAT JOURNEY, confirma, diz o próprio, que não existem fronteiras na música que faz e passa. No meio de colaborações com Kika Santos, André Fernandes, BeatBomber’s ou Coldfinger, Ride prepara o seu terceiro disco, FUTURE FUNK a sair ainda este ano. Anda a ouvir Jon Hopkins. -- José Reis, 25 anos, licenciado em Ciências da Comunicação, actual jornalista/locutor da Rádio Universitária do Minho (RUM), em Braga. Gosta de música, da electrónica mais pesada ao rock visceral.
8 este mês
Não tem paciência para a folk pura e dura, não tem pachorra para cantautores de mal com a vida. Se es‑ tivesse numa banda teria que tocar, obrigatoriamente, bateria ou brincar com uma caixa de ritmos. Estreiase na DIF com um texto sobre o festival Inside. -Luís Lamelas, músico, desde há muito envolvido em vários projectos editoriais dentro da música e da es‑ crita, é um dos mentores dos sci/fi rockers [F.E.V.E.R.] e do projecto etno noise ambiental Euthymia, ambos já com inúmeros trabalhos editados. Os [F.E.V.E.R.] editaram o seu novo single, RESURRECTION a 9 de Setembro de 2009. Nove do nove de…dois mil e nove. Nada é por acaso. Agora, é esperar pelo ál‑ bum. Pelo meio, vai ouvindo sem parar o duplo EP de Beirut, editado há um par de meses. -- Com uma formação de base em Design, no IADE, Matilde Travassos estudou com o fotógrafo Bruno Sequeira. Viveu em Paris onde obteve um Mestrado em Fotografia e encontra-se actualmente a trabalhar em Londres na vertente de Moda. O seu interesse de sempre por este mundo, aliado à sua formação de Designer e ao seu gosto pela Arte em geral, levaramna à Fotografia de Moda. O seu trabalho pessoal é muito marcado por um certo olhar sobre o outro, sen‑ do as pessoas o objecto central da sua paixão por esta arte. Este mês fotografou o editorial ‘Klemens’. -Miguel Ângelo, em plena digressão dos 25
anos - e despedida - dos Delfins, continua a desen‑ volver outras actividades que incluem a escrita (cinco romances já publicados, uma autobiografia “in pro‑ gress”), dar a voz a figuras animadas (prepara-se para gravar o Woody de TOY STORY 3D), o lançamen‑ to digital de EPs de versões de música portuguesa na Nokia Music Store (LISBONNE, 1975 e a anunciar OPORTO, 1988) e a dançar e ocasionalmente dar música em festas do Vespa Gang Mod Club. Para 2010, promete-se o início incontornável de uma car‑ reira a solo e um outro projecto mais directamente li‑ gado à cena Mod, que professa desde 1979. Este mês não tem descolado do disco dos Wild Beasts. -Pedro Matos é fotógrafo de moda e publici‑ dade licenciado pela AR.CO. O cinema e a foto‑ grafia foram sempre paixões. Como referências tem a obra de fotógrafos como Tomas Ruff e Diane Arbus, Nan Goldin, Helmut Newton, Robert Mapletorpe, o grafismo de La Chapelle e Steven Klein que inunda o seu imaginário. Criou recentemente uma revista onli‑ ne eco-friendly (www.thedraftmag.com) a fim de di‑ vulgar trabalho de artistas de áreas como a fotografia, a moda, o design e a multimédia. Um dia fez as malas e foi estudar para Nova Iorque. Correu as grandes ca‑ pitais da moda até que aterra em Barcelona, numa casa no Born, a realizar filmes. Este Mês fotografou as pági‑ nas de ‘shopping’ e o editorial ‘Seven’.
O ATNMBL é apenas um projecto conceptual e dificilmente verá a luz da A menos que 2040 (a data que parece reunir as condições para receber o veículo, segundos os criadores) chegue depressa, de preferência com a ajuda de uma máquina do tempo. rua .
A sigla que dá nome a este concept car é uma amostra do fim da condução, bem como uma proposta convincente em termos de design. ATNMBL é uma junção das palavras autonomia e automóvel. No interior do carro não há volante, travão ou lugar de condutor, e claro que com o olhar no futuro o carro é movido a energia eléctrica com o auxílio da solar, se necessário. Apesar de algo inóspito para a condução, o ambiente é confortável, com lugar para sete pessoas e com a opção de ter o conforto de uma sala de estar ou a funcionalidade de um escritório. Sem a necessidade de conduzir, os lugares da frente permitem uma vista panorâmica da paisagem, ou assentos reclináveis para dormir numa viagem mais longa. Ao entrar no carro particular, os passageiros são sempre recebidos com a mesma pergunta, à qual o sistema de reconhecimento de voz permite responder: “Para onde posso levá-lo?” A possibilidade de escolher o tipo de condução que o veículo deve fazer (“estou com pressa”, “conduza eficientemente” ou “leve-me a ver as vistas”) é excitante e a combinação de GPS com sensores e bases de dados de navegação vai permitir que se opere um veículo sem condutor. E, garantem eles, dado o avanço tecnológico, vai ser preferível confiar numa máquina do que conduzir de uma maneira menos segura, ou seja, permitir erros humanos. Um dos intuitos deste carro futurista passa também por promover o diálogo sobre o futuro dos transportes pessoais e da mudança de veículos. Se esta realidade parece distante lembremo-nos de que hoje em dia já vários carros têm estabilizadores de velocidade, auxílio de estacionamento ou computadores de bordo. No entanto, Mike & Maaike, a firma por detrás desta ideia, concede que para uma larga fatia da população confiar num sistema de condução automático ainda demorará algum tempo. No entanto, as primeiras mudanças já penetraram nos automóveis de hoje em dia. Será o fim da condução? Mike & Maaike não crê que seja, pois o prazer da condução recreativa continuará a estimular os apaixonados pelo volante; no entanto, para grande parte da população ATNMBL será bastante útil. Como ambos irão coexistir na estrada, apenas em 2040 o saberemos.
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ATNMBL O fim da condução
Texto: Miguel Gomes-Meruje Imagens: ©Mike and Maaike - www.mikeandmaaike.com
A primeira cara feminina a ser U nbuttoned DIF reparte o seu tempo profissional por entre projectos na televisão, teatro e cinema . À beira de fazer 25 anos, prepara-se para uma nova experiência : apresentar a primeira edição do concurso de bandas L evi ’s U nfamous M usic Awards . Falamos da multifacetada Filomena C autela . pela
Calças Levis 501 Woman, top Levis Red Tab, ténis Levis
Filomena Cautela Unbuttoned
Texto: Pedro Figueiredo Foto: Mário Vasa Styling: Filipa Penteado Maquilhagem: Maria João Fialho
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“A minha semana é sempre muito diferente. Estou sempre em sítios diferentes, dividida entre estúdios, salas de ensaios, gravações, locuções. A rotina é muito ecléctica na verdade”, começa Filomena Cautela por nos dizer quando questionada sobre como é um dia normal na sua vida. Filomena já fez um pouco de tudo. Alguns poderão conhecê-la de peças de teatro onde já participou, em espectáculos encenados por nomes como Fernanda Lapa, António Pires ou Attílio Riccó. No cinema, são já cinco os projectos onde esteve até ao momento envolvida. Já no pequeno ecrã, a experiência maior residiu em séries de entretenimento, com uma nova experiência “muitíssimo interessante” em tempos recentes: “5 para a meianoite”, talk-show de humor onde Filomena se descreve “completamente fora” do seu habitat natural, a representação. “É uma experiência dolorosa, desgastante e muito perigosa mas está a ser um grande prazer e importante para mim como profissional”, diz-nos, avançando que uma segunda série do projecto está já agendada para Novembro. Filomena, Mena para os mais próximos, tem uma grande prioridade como profissional do entretenimento, “rodear-se” de pessoas que “saibam mais sobre este mistério do humor” do que ela própria. Avancemos para os Levi’s Unfamous Music Awards, prémio aos talentos musicais desconhecidos em Portugal que levará três finalistas a tocar ao lado da cantora Rita Redshoes e a conquistar um prémio de três mil euros. A final decorre a 24 de Outubro no Santiago Alquimista, em Lisboa, e será apresentada pela multifacetada Filomena Cautela, sempre pronta para novos desafios. Mena, e aqui entre nós, quem gostarias de ver Unbuttoned, perguntamos. Sem grandes justificações, a resposta é, no mínimo, curiosa: O Provedor do Espectador da RTP, Paquete de Oliveira. O porquê de tal resposta fica mais ou menos no segredo dos deuses. Mas damos a dica: perguntem directamente a Filomena Cautela na noite de 24 de Outubro. Pode ser que sejam surpreendidos – na pior das hipóteses levam com a simpatia da nossa convidada deste mês.
Chamam-lhe o enfant terrible da moda portuguesa, estatuto que diz ter conGosta de chocar nos desfiles e nas próprias criações e vive sob a filosofia da liberdade . O seu nome é D ino A lves e foi o designer português escolhido para criar uma mala de viagem para a marca italiana S egue ... quistado pela fidelidade aos seus instintos e quebra de barreiras .
«Contactaram-me e achei logo um desafio interessante, porque nunca tinha fei‑ to nada do género, muito menos desta forma industrial e fabril», conta à DIF. O convite dos representantes da Segue... em Portugal, o Grupo Mar, surpreendeu o criador se viu perante uma missão irrecusável. «Acabou por ser uma escola» o fac‑ to de ter acompanhado todo o processo, «ir a Itália e perceber como tudo acon‑ tece», explica. Esta é a primeira vez que a marca em Portugal colabora com um designer e o resultado é uma edição limitada de 1000 malas de viagem. «Achei que foi um ris‑ co da parte da marca», refere Dino Alves, tendo em conta o estigma de que faz «algumas loucuras», mas que lhe deu «algum gozo». Nas palavras da Segue... foi precisamente «a irreverência e criatividade inesgotável» do estilista que pesaram na escolha, já que são valores comuns à marca. A edição inclui duas malas de viagem e dois trolleys e é nos detalhes que se distin‑ gue. Partindo do tema Protection, surgem correntes largas à volta da mala e um cadeado imponente, em relevo. «Acho que consegui um equilíbrio muito bom entre a minha lin‑ guagem, a minha loucura e um resultado possível e original», deliberou. E tudo partiu de uma ideia muito simples. O estilista explica que se inspirou na sen‑ sação que o persegue sempre que deixa a mala de viagem no check-in dos aeroportos. «Nunca sabemos bem para onde vai. Há aquela sensação de insegurança e nestas altu‑ ras apetece-me ter um cadeado para me sentir seguro». Preocupado com esta questão, a ideia foi também o mote para a sua colecção Primavera/Verão 2010, apresentada este mês na ModaLisboa. «Hoje em dia temos de nos proteger de tudo, tanto a nível emocional como informático, físico, etc.» refere. A colecção parte da expressão “protect yourself as a treasure” e foca um pouco a questão da auto-estima ou falta dela. «Devemos considerar-nos uns tesouros, jóias, e devemos proteger-nos», conclui. Os dourados, os cobres, as pedras semi-preciosas, os tecidos a embrulhar o corpo e as peças estruturadas a dar o efeito de caixas são, assim, predomiantes. «É como pegar num baú do tesouro e utilizar tudo, até o próprio baú!».
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Segue... by Dino Alves
Texto: Carolina de Almeida
Fundada em 1989, a G-Star é feita de várias camadas, muitas delas paralelas A marca holandesa promove noites temáticas, exposições, festivais e uma campanha contra a pobreza, a “E nd Poverty 2015”, entre outras iniciativas . E mbora se mova em vários terrenos, a G-Star baseia-se sempre nos mesmos princípios de autenticidade e inovação, características igualmente presentes no design das colecções . Aproveitámos a abertura da loja em Lisboa para falar um pouco com Remco de N ijs, designer principal da marca, sobre aquilo que define a G-Star desde o início: o prazer de trabalhar o denim . à moda .
Estás a gostar de Lisboa? Só cheguei ontem à noite e ainda não tive tempo para ver muito. Mas, fiquei sur‑ preendido com os jovens de Lisboa. Têm muito bom aspecto, muito “denim inspired” (risos). Acho que abrimos esta loja na altura certa. Se tivesses que explicar a esses jovens o que é a G-Star o que dirias? A G-Star é uma marca premium de jeans. A G-Star é centrada no produto, “just the product”. A G-Star é real e visceral. A G-Star é criada por fãs de denim para ou‑ tros fãs de denim. A G-Star faz peças clássicas, funcionais, mas arrojadas. Achas que já chega? (risos). Acho que sim (risos). E o que é o Raw Denim? É um conceito muito forte dentro da marca, introduzido em 1996. Quando se trabalha com denim tentamos sempre criar os efeitos de desgaste e de uso no próprio tecido. A dada altura, pensámos: «porque é que não deixamos o con‑ sumidor fazer isso?». O Raw Denim é especial, porque deixa o consumidor ser o “cria‑ dor” dos seus próprios jeans. As marcas que o denim ganha são pessoais: é a marca da tua carteira, dos teus joelhos. Tudo começou com o nosso designer Pierre Morisset, que também é motard. Um dia, tinha andado de mota à chuva e quando se levantou tinha os jeans encharcados e a perna estava “desenhada” a 3 dimensões no tecido, incluindo as marcas da mota e a dobra do joelho. As calças ficaram muito confortáveis, porque foram moldadas ao cor‑ po dele. Foi assim que nasceu o conceito de Raw Denim, que depois introduzimos em toda a nossa colecção. Para além dos jeans, temos casacos, camisas, acessórios. O que é original na nossa abordagem é este “total concept” .
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G-Star
Just the Product Texto: Filipa Penteado Foto: Mário Vasa
Para ti, enquanto designer, qual é o atractivo de trabalhar com denim? Em cada estação, podemos explorar as possibilidades infinitas deste material. Há sempre coisas novas que podemos fazer com denim. E não só a nível do tecido, as co‑ res também. Podemos criar uma gama imensa de cores e depois brincar com os acaba‑ mentos e toda uma série de pormenores técnicos. Outra coisa muito interessante são as silhuetas. Estamos muito focados em criar si‑ lhuetas a três dimensões, usando o lado arquitectónico do denim.
Para mais informações, vá até http://www.g-star.com Sagatex, Comércio & Representações, Lda. – Porto – Tel. 22 508 9160 – sagatex@net.novis.pt
Há sempre mais por descobrir.
Seja responsável. Beba com moderação.
a vida é feita de bons encontros e também de opostos: realidades diferentes que nos completam, como o melhor da cidade e o melhor da natureza. a vida é feita de coisas que marcam esses encontros, como um bom vinho. como vinha da defesa, tinto, branco ou rosé.
as luzes da cidade A história que se segue é da inteira responsabilidade dos intervenientes.
O que aparentemente parece uma grande história, revela-se a meio do enredo uma “bri‑ ga pelos carrinhos” entre dois miúdos. Um deles miúdo de facto, idade e identidade, o ou‑ tro já bem grandinho ao ponto de se fazer comunicar através dos seus muitos acessores e empregados. No final, parecem ganhar os dois. Corre tinta na imprensa. Meio mundo põe os olhos na sua arte, e uma história que começa por causa de uma caveira afinal acaba com o rapto de uns lápis de grafite. Tudo começou provavelmente no quarto do teenager londrino, estudante de arte que dá pelo nome de Cartrain e mora em Leytonstone, East London. O rapaz, conhecido por ter a ca‑ beça cheia de ideias, colagens e stencil, utilizou uma imagem de uma peça do conceituado artista Damien Hirst num dos seus trabalhos. For the love of God, a famosa caveira de 8601 diamantes circulava livremente na internet. Cartrain resolveu usá-la do mesmo modo que utiliza a imagem do Mickey ou de Clint Eastwood, que até à data nunca manifestaram nenhuma objecção ao facto. A surpresa deu-se quando este artista de apenas 16 anos recebeu um telefonema de “um dos ho‑ mens de Hirst” a exigir que retirasse as imagens do seu trabalho do seu site, lhe entregasse os origi‑ nais e ainda lhe desse uma quantia perfeitamente absurda por ter violado os dire itos de copyright. O puto nem sabia o que fazer. Diz ter-se assustado ao princípio, dado Hirst ser um homem muito importante, mas que depois pensou na liberdade que todos têm de criar e argumenta que não uti‑ lizou a peça em si, apenas utilizou a sua imagem e que a partir do momento em que a transformou passou a ser outra coisa cujos direitos são seus e não de Hirst. Mesmo assim lá acabou por entregar as peças de modo meio forçado. Tudo isto poderia ter acabado aqui, não tivesse o puto fogo na guelra... Um dia, ia Cartrain a passear-se pela Tate Britain e viu a milionária instalação de Damien avaliada em 10 milhões de libras. Olhou e retirou uma caixa de lápis Faber Castel que faziam parte do rama‑ lhete artístico. No dia seguinte, Cartrain fez aparecer por toda a cidade avisos da polícia pedindo ajuda na busca dos lápis. Os Faber Castel em questão valem 500 mil libras, pois datam de 1990 e perten‑ cem à Mongol 482 série. Cartrain obviamente nem fazia ideia de que os lápis pertenciam à crème de la crème da grafite quando voltou a meter-se em apuros. Sorte ou azar, o que é certo é que desta vez, pode então negociar e promete devolver os lápis se Hirst lhe devolver os seus trabalhos. Caso contrário ameaça afiá-los. Quid Juris?
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Hirst vs Cartrain Texto: Célia F. Ilustração: Rui Pereira
as estrelas do céu
Filipe Pinto Soares (Abril, 1974)
gosta de pôr as mãos na massa e construir
caixas onde coloca miniaturas que contam histórias .
Desvendam-se tramas nos
pormenores destes microcosmos liliputianos, num jogo de escalas em que o artista se aproxima ora do real, ora do onírico.
O artista cria também instalações
em movimento, alimentadas a energia solar, que quase poderiam ser brinquedos de gente crescida, ainda com capacidade para sonhar .
Autênticos móbiles – o nome 30 por Alexander C alder (1898-1976), deram origem à arte cinética – que deleitam quem os observa na semi-obscuridade . Dando um impulsionador sentido às artes «visuais » – ao verdadeiro exacerbamento do olho – as obras de Pinto S oares não necessitam de um statement – de uma explicação do artista ou de uma rebuscada folha de sala . E stá lá tudo. O lhos, para que vos quero! dado às esculturas em movimento que, concebidas nos anos
Filipe Pinto Soares Texto: Margarida Rocha de Oliveira
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Apesar de ter apresentado, no passado mês de Setembro, a sua primeira exposi‑ ção a solo com doze instalações – «Floating Dreams», na Lx Factory, em Lisboa –o ar‑ tista não é novato: do restauro na Fundação Ricardo Espírito Santo, à animação em 3d na ETIC, passando pelo curso de manipulação da imagem, arte e design na St. Martin’s School of Art, em Londres, ou pela Pintura no ARCO – o rol é longo. Atrás do cria‑ dor, que vendeu esta exposição num ápice, está ainda o trabalho de produção durante dois anos para o artista Miguel Palma – etapas que o motivam, hoje, a dedicar-se em full-time à sua arte. Até aqui, tinha trabalhado em design gráfico e industrial e, ainda há pouco tempo, era dono de uma produtora. As miniaturas eram uma ocupação de tempos livres, per‑ tenciam a momentos como aquele em que recriou uma paisagem alentejana e construiu uma pista de carros «gigante» para os seus sobrinhos. Filipe sempre soube que as minia‑ turas encantavam as pessoas. Foi, assim, que as escolheu como um dos veículos para as suas obras a três dimen‑ sões, narrativas com poucas palavras – aquelas que enchem os balões de banda dese‑ nhada que acompanham as suas personagens. Apesar de utilizar elementos figurativos reconhecíveis, acredita que são os elementos simbólicos que transportam para outros mundos; não abdica do sublime. O gosto pela tecnologia, que em criança o levava a montar e a desmontar peças, é outra pedra de toque para o maravilhamento daqueles que talvez encontrem ali, naqueles móbiles concebidos ao detalhe, parte do fascínio que tiveram por uma caixa de música ou por um carro telecomandado.
All City -- Atravessamos uma era em que as épocas já não têm tempo e os universos não acabam, antes se fun‑ dem e criam ainda mais galáxias. Neste espírito, foi pedido a alguns graffiters de renome - Hium, Mar, Quillograma, Tosco e Mr. Dheo - que fizessem dos serviços de porce‑ lana da bisavó algo urbano, novo e improvável. O resul‑ tado foi um contemporâneo chá dos loucos promovido pelo estúdio criativo Cabracega e que foi apresentado ao público no âmbito da última edição da Experimenta Design em Lisboa. CF -- H&M by Jimmy Choo -- Depois de Matthew Williamson, a H&M apresen‑ ta mais uma colaboração especial. Desta vez, o eleito foi o designer Jimmy Choo. Choo desenhou uma colec‑ ção especial para a marca sueca, na qual se inclui rou‑ pa e acessórios para homem e senhora. No entanto, as peças mais desejadas são os seus famosos sapatos, ago‑ ra disponíveis a preços mais acessíveis. As peças Jimmy Choo chegam às lojas H&M a 14 de Novembro. Esteja atento. FP -- Key Card Hotel -- Pormenores de estratégia económica, empresarial e marketing à par‑ te. Foquemo-nos na originalidade e paciência do artis‑ ta. O senhor Bryan Berg, recordista mundial de castelos de cartas, construíu um quarto com casa de banho e hall de entrada totalmente equipado com tudo e mais algu‑ ma coisa, usando apenas key cards do Holiday Inn. Pesa aproximadamente 1,814kg e contêm 200.000 cartões. Foi apresentado em Manhatan em Setembro e, durante a
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apresentação e para que não se entediasse, Bryan cons‑ truíu uma réplica do Empire State Building. CF -Mini Concept -- Após o ressurgimento em 2001 pelas mãos da BMW, foi apresentada uma nova linha de automóveis MINI com duas ramificações: roadster e coupé, como forma de celebração do 50º aniversário do lançamento do original. Foram apresentados no Frankfurt Motor Show 2009 com a designação de Concept como Oxford Twins, em homenagem à fábrica ingle‑ sa que produz actualmente o modelo e ao seu sucesso, mantendo obviamente as icónicas proporções citadinas. A imagem renovada privilegia a forma compacta e leve da construção, tendo apenas dois lugares e um espaço de bagageira aumentado em ambos os coupés. O esti‑ lo aliado ao prazer de conduzir que a MINI promove vai continuar a percorrer os ambientes urbanos por mui‑ tos mais anos. MGM -- Novo iPod nano -A Apple lançou o novo iPod nano, agora com câma‑ ra de vídeo e disponível em nove cores brilhantes: roxo, verde, azul, laranja, amarelo, vermelho, rosa, preto e prate‑ ado. Com um ecrã a cores maior do que o do anteces‑ sor, de 2.2 polegadas, o mais recente membro da família iPod permite agora gravar vídeos, visualizá-los e descar‑ regá-los no YouTube através do computador. Com um design ultra-fino e um acabamento em alumínio polido, traz finalmente incorporado rádio FM e um pedómetro. Disponível nas versões 8G e 16G. CA
Nike Sporstwear “AW 77” -- “AW 77” é a nova campanha da Nike. Criada por David Sims e Karl Templer, esta campanha conta com a participa‑ ção de sete atletas ligados à marca. Maria Sharapova, Sofia Boutella, Alexandre Pato, Rafael Nadal, Manny Pacquiao, Kobe Bryant e LeBron James vestem o fa‑ moso hoodie da Nike, mostrando ao público as mais recentes actualizações feitas a esta peça icónica do desporto. FP -- Levi’s, Black is Back -- A Levi’s lançou uma cápsula para complementar a co‑ lecção de Inverno Red Tab For Men. Inspirada pe‑ las bandas de punk, grunge e rock, “Black is Back” é constituída por dois pares de jeans e um conjun‑ to de t-shirts desenhadas pelo artista gráfico Hydra 74. As calças de ganga, modelo 501 e 504, estão disponíveis em duas lavagens: preto total e pre‑ to azulado. Como promoção especial, na compra de uns jeans “Black is Back” e de um top Red Tab será oferecido um messenger bag da Levi’s. FP -Lacoste by Irmãos Campana -- Depois de desenhar uma cadeira forrada com os croco‑ dilos da Lacoste em 2004, a Alligator, os Irmãos Campana, Fernando e Humberto, aceitaram o con‑ vite da marca para criar uma edição exclusiva de pólos. Resgatando elementos artísticos e proces‑ sos de criação da cultura brasileira, a linha Holiday Collector’s Series 2009 inclui um cluster de oito logótipos do crocodilo no clássico pólo branco de homem e de senhora e uma edição exclusiva onde o pólo se transforma num emaranhado de crocodilos, todos unidos entre si. CA
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Faça chuva ou faça sol… Ski Skate Amadora Parque -- É apresentado como sen‑ do o maior skate parque do país e fica na Amadora, às portas de Lisboa. Desde o mês passado que os adeptos do skate, do ski e do snowboard podem dar asas à sua radicalidade num parque com 20 mil m2 onde também há espaço para outros desportos, como BMX freestyle e inline. O Ski Skate Amadora Parque está aberto durante todo o ano e integra duas pis‑ tas de ski e snowboard, um skate parque, um ringue de patinagem e escolas de diversas modalidades. Mais informações em http://www.skiskate-amadora.com. LA -Absolut Vodka Rock Edition -- A nova garrafa de edição limitada da Absolut Vodka está em perfeita consonância com as tendências de moda da esta‑ ção Outono-Inverno. Em couro e com pequenas tachas, a Absolut Vodka Rock Edition inspira-se nos mais loucos anos do rock’n’roll e homenageia um universo que uniu gerações. Desenvolvida em parceria com a agência de de‑ sign Family Business, a nova garrafa Absolut é uma peça de colecção e design para todos os que gostam de viver intensamente os grandes prazeres da vida, qualquer que seja o seu estilo: hard, glam, jazz-rock ou rockabilly. CA --
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Galochas Hunter Wellington chegam a Portugal -- Finalmente chegaram: as icónicas botas HUNTER já estão disponíveis em Portugal! Depois de se generalizarem no Reino Unido e terem chamado a atenção de personalidades como Kate Moss, James Blunt, Katie Melua e o Príncipe Carlos, as galochas Hunter Wellington vêm agora fazer as delí‑ cias dos portugueses. São mais de 20 cores à escolha para colorir este Inverno e enfrentar a estação fria com os pés quentes, secos, confortáveis e cheios de estilo. Uma peça diferente que permite criar uma infinidade de looks originais. CA -- Parabéns Onitsuka Tiger! -- No passado dia 1 de Setembro a Onitsuka Tiger fez 60 anos e para celebrar o seu “Kanreki” – nome japonês para o 60º aniversário, considerado um evento especial que homenageia o ciclo da vida – criou uma colecção de três modelos de ténis de estilo vinta‑ ge e uma t-shirt. Os ténis surgem com as três cores ori‑ ginais da Onitsuka Tiger - branco, azul e vermelho – e caracterizam-se pela grande qualidade dos materiais e atenção aos detalhes. A t-shirt é de 100% algodão e apresenta, na parte frontal, uns atacadores azuis e ver‑ melhos a formar o número 60. CA
Mini Karl by tokidoki -- Depois do urso em 2008, Karl Lagerfeld tem agora a sua versão eternizada em forma de toy art. A K Karl Lagerfeld, linha de de‑ nim do criador alemão, fez uma parceria com a tokidoki, empresa japonesa do artista italiano Simone Legno, para uma edição limitada de um boneco idêntico a Lagerfeld. O mini Karl alia o icónico look do estilista com o esti‑ lo mágico e um pouco provocativo típico da tokidoki. Existem apenas 1000 exemplares à venda na Colette (Paris), já este mês, e em lojas seleccionadas, antes do Natal. CA
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Texto: Laura Alves
Se
o vídeo matou a estrela da rádio, os
e os mp3 condenaram a cassete à extinção. talvez não.
Se
CDs Ou
é verdade que nada se cria e nada
se perde, também é verdade que tudo se transforma .
Porque saudade rima com criatividade .
Há relativamente pouco tempo celebrou-se o 30º aniversário do Walkman e, numa experiência de nuances sociológicas, colocou-se um desses aparelhos nas mãos de um rapaz de 13 anos. Aparentemente, o miúdo demorou dois dias a descobrir que a cassete podia ser virada para se ouvir a música do outro lado. Uma realidade própria da geração iPod que não dei‑ xa de provocar arrepios a quem passou a infância a gravar músicas da rádio e a rebobinar cassetes. Mas porque do saudosismo podem nascer grandes ideias, por todo o planeta têm surgido objectos de de‑ sign baseados na reciclagem de cassetes. Carteiras, can‑ deeiros, armários e até, ironicamente, porta-cds e estojos para iPods. Na vizinha Espanha, os designers Gabriela Piserchia e Leandro Lobosco criaram a marca Redimei Objectos Binários (a partir da expressão «ready made») para bap‑ tizar uma gama de material de escritório. As cassetes são as protagonistas de uma estante para CDs onde não falta bom gosto musical. Os Objectos Binários estão à venda em http://redimeiobjetos.tumblr.com. Também de Espanha chegam as propostas da arqui‑ tecta e designer Vanessa Serna: candeeiros e cadeiras. Sob o lema “Cassette is not dead”, Vanessa tem criado uma série de objectos em que as cassetes são recicladas e ce‑ lebradas, para que não caiam no esquecimento. A desig‑ ner aceita donativos de cassettes para as suas criações em www.cassetteisnotdead.com. Utilizando as “carcaças” das cassetes, a italiana Marcella Foschi concebeu divertidos porta-moedas, aos quais não fal‑ ta forro de tecido nem fecho éclair. Estes podem ser vistos no site da designer em www.privatecircle.it. Do outro lado do oceano, no Canadá, Nathan Lee e Trevor Coghill, da Contexture Design, dão um toque retro aos leitores de mp3. A caixa de plástico adequa-se perfeitamente ao tamanho dos iPod nanos, como um estojo, sem esquecer as ligações para os headphones e carregador de bateria. Para descobrir em www.contexture.ca. Já na Holanda, os designers da empresa Creative Barn encontraram uma solução ambiciosa para decorar o escritório: um armário feito a partir de 918 cassetes aparafusadas a uma Cassetes recicladas para todos os gostos em estrutura de madeira. Alucinante? Sim. Cheio de pinta? Sem www.designboom.com/contemporary/cassettes.html dúvida! Mais em www.creativebarn.nl.
30 retroculture
Complexo Electro Cerâmica Rua 28 de Janeiro nº 350 edifico JK fracçâo 12 4400-335 V. N. de Gaia Portugal Fax: +351 220915886 Tlf: +351 916055002
O regresso da K7
Nunca é tarde
Modelo Sorbonne Checkers à venda nas lojas LOOP FOOTWEAR
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No nº 4
Chiado, nasceu um espaço desafiante O &SOWHAT é um elegante santuário de estética que pretende fazer chegar os segredos da moda a todos. «O &SOWHAT surgiu daquilo que mais gostamos de fazer. Tentámos aliar os nossos gostos, viagens e experiências e trazer tudo para um só espaço», explicam à DIF os proprietários, a manequim Flor Guerreiro e o cabeleireiro Yohann Peres. A loja oferece todos os componentes da área de beleza e ainda um serviço de assessoria de imagem em colaboração com designers como Dino Alves, Ricardo Preto, Filipe Carriço, Pedro Pedro e Diogo Miranda. Além de cabeleireiro e outros serviços de beleza que têm lugar no primeiro estúdio, o &SOWHAT dispõe de um espaço onde é possível encontrar peças de criadores nacionais de colecções actuais e em stock off até 70% de desconto. da
Rua Nova
da
Trindade,
no
onde mais do que o estilo é a atitude é que conta.
Rua Nova da Trindade, nº4, Lisboa
&SOWHAT Texto: Carolina de Almeida Foto: Nuno Beja
Wrong Weather Texto: Carolina de Almeida
A Avenida do Boavista, no Porto, acolhe um novo espaço obrigatório para os homens que cultivam os prazeres do gosto e assumem o risco da mudança. Chama-se
Wrong Weather e de errado só tem mesmo o nome. Aqui, moda, arte e design juntamse para oferecer as últimas tendências.
Trata-se
de uma loja de moda dedicada inteiramente ao universo masculino nas
suas vertentes mais contemporâneas, desde moda, acessórios, perfumaria e até bicicletas.
Roupa assinada por nomes como Comme des Garçons, A.P.C., Setphan Schneider, Blaak Miguel Flor. E porque moda é arte, a Wrong Weather incorpora ainda uma galeria com uma programação dedicada às Artes Visuais. O fotógrafo belga Pierre Debusschere, director artístico para a R af Simons, estreia o espaço com a primeira exposição. partilha o espaço com a marca própria, Wrong Weather, do estilista
Av. da Boavista, 754 Porto wrongweather@wrongnet.net
32 kukies
1
2
Luís Lamelas Músico Beirut M arch of the Z apotec/ Holland EP Ba Da Bing Records/ Popstock! 2009
DJ Ride Músico Jon Hopkins I nsides Just Music 2009
3
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Pedro Gonçalves Criativo Publicitário e crítico de música
Miguel Ângelo Músico
The XX XX Young Turks
Wild Beasts Two Dancers Domino/Edel 2009
1
Apesar de ser já do início do ano, destaco o EP em formato duplo com o selo criativo de Zach Condon. Por um lado Beirut, com um belo estudo de pequenas/grandes canções apoiado na viagem inspirada que fez a Oaxaca, no México. Com a preciosa ajuda do gru‑ po The Band Jimenez, o jovem compositor conseguiu facilmente buscar o requinte rústico aos instrumentos tradicionais mexicanos como com que já nos tinha brinda‑ do antes com os dos balcãs. Ainda de registo romântico, mas numa tendência pop electrónica de contornos kitch, temos Realpeople, projecto a soar a one-man band (e sua caixa de ritmos), mas que nos revela claramente que o génio criativo de Zach Condon não está condenado à repetição e que as suas incurssões por outras áreas não são por isso desprovidas de relevância. Este compasso de espera, que nos tor‑ na mais curiosos relativamente a futuros trabalhos, só peca essencialmente pelo vazio que nos deixa pela sua curta duração.
2
São raras as vezes em que consigo aproveitar o tempo da melhor maneira quando viajo em trabalho. E nem sequer dá para pensar muito nisso, tocar fora de Portugal já é bom o suficien‑ te para fazer esquecer o resto. Mas, na minha última ida a Londres, ao bar rumba e ao Notting Hill Arts Club, tive algumas horas de descanso. Confesso que até à data não conhecia bem o trabalho de Jon Hopkins, mas recusar bilhetes de borla para ver um músico que já editou pela WARP é pecado, ainda por cima acompa‑ nhado por David Holmes. A produção de Hopkins é cirúrgica, minuciosa, cheia de pormenores e de agradáveis altos e baixos. Composições harmoniosas, desde regis‑ tos mais ambientais, pelo qual Jon é muito conhecido, até ao Dubstep, Breakbeat e IDM com muitos glitch’s e sintetizadores vintage pelo meio. Um dos meus álbuns preferidos de 2009.
34 o que andamos a ouvir
A lista começou com 50. Fomos reduzindo a quantidade até atingirmos o número que marca esta revista . Falamos então de sete novas bandas portuguesas que por estes dias se estreiam em disco e merecem o nosso reconhecimento.
Mas,
feliz-
mente, podiam ser muitas mais…
3
Talvez não fosse absurdo os XX acabarem amanhã. Reza a tradição que não passará muito tempo até que uma qualquer criatura mais iluminada tratará de lhes descobrir uma fraqueza e de contagiar com essa façanha uma multidão de criaturas igualmente iluminadas. Por isso, das duas uma: ou os XX acabam amanhã, três meses depois de editado o seu primeiro álbum; ou aceitará o estimado leitor a afirmação de que os XX são um fenómeno digno de estudo. Tudo começa no facto de que todos os elementos do quarteto londrino terem 20 anos. Convenhamos que conseguir, na ressaca da ado‑ lescência, produzir aquilo que parece a súmula de 20 anos de música popular e ur‑ bana é uma obra digna de relevo. Contabilisticamente, haverá em XX tanto silêncio quanto música. Mas sempre que há música, há um toque nas núvens em esparsas li‑ nhas de baixo, parcimoniosos golpes de guitarra e um jogo de vozes mulher-homem (Romy Madley Croft-Oliver Sim) que ou acaba na cama ou nas urgências de um hospital. Não interessa muito se estes putos vão ser grandes. Estes putos já são gi‑ gantes, à sua brilhante maneira.
4
Comecei por ouvir, num carro, uma canção que fazia rir – a cantora fazia-nos rir nas suas inflexões vocais. A canção era um single de 2007, Through Dark Night, e a cantora não era cantora, mas sim Hayden Thorpe, guitarrista e falsetista dos Wild Beasts. O seu segundo álbum, Two Dancers, reafirma-os como uma das mais interessantes bandas da cena indie inglesa do momento. Para além do falsete que se funde com rouquidão suja num mesmo verso, o grupo tem ainda para oferecer a vocalização do baixista barítono em quatro temas que também dançam entre os Smiths e os Associates na mistura club indie ideal – poparte e groove. Hayden já rapou o bigode e os Wild Beasts crescem à sombra do conceito que diz que tudo o que não é completamente original hoje (escutam-se aqui ecos da nata das guitar indies dos anos 80) é a bíblia do amanhã. Amén.
Arranquemos por um lançamento de “peso”: é por estes dias editado “Blues for the Dangerous Miles”, álbum de estreia, via Raging Planet, dos lisboetas Miss Lava, depois de um EP editado recentemente em vinil e devedor de linhas sonoras na onda de uns Queens of the Stone Age. Podendo, é encontrá-los numa sala de espectáculos, onde a coisa rebenta um pouco mais - datas não faltam para tal, é espreitar o MySpace (http:// www.myspace.com/misslavarock). Mudando de som, avancemos para o Real Combo Lisbonense, colectivo com um repertório essencialmente formado por “clássicos de sem‑ pre e pérolas perdidas da música portuguesa” . Sons de ontem, adaptados ao hoje e com olhos abertos no futuro. Urge ouvir o EP de estreia, editado via Optimus Discos. João Nobre e Pedro Quaresma são tudo menos desconhecidos do grande pú‑ blico. São dos Da Weasel, sim. Mas são algo mais agora: são a dupla Teratron, projecto de música electrónica que editou recentemente o disco de estreia. Justice e Daft Punk são as referências óbvias, e pese embora o registo algo desigual, é meritório o esforço na aventura. A boa nova música portuguesa continua, em 2009, a passar pela Flor Caveira: Diabo na Cruz, projecto de Jorge Cruz com o apoio de comparsas como B Fachada ou Bernardo Barata, é a prova disso mesmo. Há já por aí um EP valioso, “Dona Ligeirinha”, arrojada estreia para uma carreira que se espera longa. Passemos para os Melech Mechaya, os tais portugueses que se inspiram no música judai‑ ca klezmer e nos confessaram, há tempos, que “em palco é que é”. Registamos a dica, mas em disco, asseguramos, a coisa também convence. Melech Mechaya quer dizer, assinale-se, “os reis da festa e da alegria”. Diz quase tudo sobre o álbum de estreia do quinteto. Não é para todos, mas a descoberta é essencial para os aventureiros. Mais abrangentes serão, porventura, Os Tornados, sexteto que poderia ter saído dos anos 60: “Twist do Contrabando”, a es‑ treia, é devedor de raízes sonoras de outras décadas, certo, mas é, ainda assim, bom rock’n’roll para os dias de hoje. Costumam andar por aí de fato e gravata, o que só lhes reforça a pinta. Começámos o texto com uma banda de peso, terminamos também no rock mais pe‑ sado. “Se Carlos Paredes não é pós-rock, então o que andamos aqui a fazer?”, perguntam os Laia no EP de estreia “Viva Jesus e mais alguém”. Parece estranho, e, na verdade, é-o. Mas resulta. Registo instrumental gravado a quatro mãos, a junção entre uma portugalidade de outras décadas e um além-fronteiras contemporâneo merece destaque pelo arrojo.
7 novas bandas portuguesas Texto: Pedro Figueiredo Foto: Rita Carmo
música
35
Sete
anos na internet são muitos anos .
Com
os milhares de projectos que
“THIS IS MY SPEECH THERAPY/THIS AIN’T RAP” é assim que versa a mú-
brotam diariamente e a concorrência desenfreada da imediata liberdade de expres-
sica que dá título ao álbum de estreia da nova sensação do hip hop britânico,
são, torna-se difícil sobreviver neste ecossistema .
Speech Debelle . SPEECH THERAPY
webzines .
gleses como um dos álbuns mais surpreendentes do ano.
Sobretudo quando falamos em Q ue o diga André Gomes, o editor da BODYSPACE, a mais antiga webzine portuguesa sobre música independente, com quem falámos a propósito de sete anos acabados de cumprir com feição.
Para os entendidos, a BODYSPACE é a PITCHFORK cá do sítio; para os ou‑ tros, é a tal webzine sobre música independente, isto é, uma revista com toda a liberdade que a internet permite: um destaque às segundas, uma critica discográfica diária e, na pior das hipóteses, uma entrevista semanal. Traduzindo por palavras do seu pai adoptivo, a BODYSPACE é «sobretudo uma coisa: aquilo que nós, a equipa, queremos que seja». Talvez seja por isso que a receita deste caso de sucesso pareça tão simples quan‑ to esforçada. Por trás de uma grande revista, uma «grande equipa que foi crescendo ao longo dos anos, solidificando. E, acima de tudo, independente de tudo. E essa inde‑ pendência é fantástica», reforça André Gomes sem esconder o orgulho. A BODYSPACE conta ainda com o apoio incondicional das já clássicas redes sociais - MySpace, Twitter e Facebook- e com o crescente número de pessoas que gostam desta música. Assim, e citando de quem mais sabe da matéria, aposta «numa li‑ nha editorial que se foi construindo com o tempo e de uma forma natural. Começa na música independente, naquela que apenas mostra os dentes na maioria das publicações portuguesas, não impedindo contudo um certo flirt on e off com alguma da pop mains‑ tream, seja Justin Timberlake, Beyoncé ou Animal Collective». Então e mais razões para espreitar? Uma cara nova, o novo layout que não só comemora estes sete anos como indicia mudanças mais profundas. Por exemplo, uma videoteca com vídeos live gravados em locais escolhidos pelos próprios artistas, com ce‑ nários que vão do Japão ao Brasil, passando pelos Estados Unidos, França e Austrália. E ainda, uma forte aposta em constantes novidades e actualizações, tais como mixtapes e remixes com conteúdos exclusivos e em primeira mão. Ou não estivéssemos a falar da webzine que descobriu os Aquaparque quando tinham apenas um par de temas no Myspace. Contudo, André Gomes não esconde a lacuna. «Pena que não existam mais we‑ bzines em Portugal; acho que nos sentimos um pouco sozinhos». Por isso, fica a nota: concorrência precisa-se e é bem-vinda. Afinal, há sempre espaço para ler boa música.
36 música
tem sido apontado por críticos de música in-
E
se apenas os aficio-
nados conheciam o seu nome até há bem pouco tempo, tudo mudou quando venceu o M ercury Prize deste ano, deixando para trás nomes como K asabian, The Horrors, L a Roux, Bat For L ashes e Florence and The Machine, que era apontada como a favorita . D e um momento para o outro, o nome de D ebelle era destaque de jornais e revistas como THE TIMES, THE GUARDIAN, NME e DAZED & CONFUSED. M as, quem é esta jovem de 26 anos que seduziu os amantes de hip hop com a sua voz frágil e incrivelmente madura?
Bodyspace Há sempre espaço para ler música Texto: Sara Vale Foto: Ângela Costa
O seu nome verdadeiro é Corynne Elliot, filha única de mãe solteira, a quem o pai abandonou muito cedo. É dele que fala ‘Daddy’s Little Girl’, escrita como forma de expiação. Mesmo quando canta “Daddy I think I love you cause I hate you so much that i must love you” sentimos que de facto é de amor que fala, ainda que seja de amor dorido. As emoções que nos transmite a cada nova linha são de uma honestidade visceral, sejam elas raiva ou alegria, amor ou ódio. A sua paleta de sentimentos é tão vasta que custa a acreditar que tem apenas 26 anos. Mas, percebemos de onde vem. Depois de uma infância conturbada, em que foi suspensa da escola 11 vezes por desacatos, com apenas 19 anos de idade sai de casa depois de uma grave discussão com a mãe. Os anos que se seguiram viveu-os nas ruas do sul de Londres, tentando apenas sobreviver - “All this abusing becoming amusing, the harsh reality becoming alluring / The life I’m choosing won’t stop moving and I’m refusing any kind of curing”, ouvimos em ‘Searching’. Com fome e sem dinheiro, chegou a roubar e sentiu que talvez não conseguisse aguentar, mas recusou deixar-se cair e o resultado está à vista. Num álbum íntimo e cativante. O pseudnónimo e a garra deve-os à avó jamaicana, Deeble de sobrenome. É uma palavra com dois significados, um algo prejurativo e outro, o que realmente interessa, aplicado pelo escritor de ficção científica norte-americano Roger Zelazny. “Explodir com intensidade” é o que quer dizer e é, sem dúvida, o que Miss Debelle tem feito. SPEECH THERAPY é a sua confissão, não é rap.
A brilliant Speech Texto: Ana Cristina Valente Foto: Dwiko Nugroho
música
37
speedy_Dom Servini
Quando se assinalam os 60 anos da comercialização dos sin7 polegadas e 45 rotações, celebramos o mais pequeno formato de longa duração no mundo da música . Foi em 1949 que a editora RCA-VICTOR comercializou pela primeira vez o formato dos discos de 7 polegadas. Hoje, continuam a ser um objecto de culto num mundo que corre aceleradamente para a desmaterialização. Fomos descobrir por que são estas rodelas o objecto do desePedro Tenreiro, dj, coleccionador, A&R e membro do colectivo de jo de djs e coleccionadores de todo o mundo. djs do Porto 7Magníficos (7 djs com as suas malas de 7s) recorda que
Diggin’_Pedro Tenreiro
7´s MAGNÍFICOS Texto: Tiago Santos
gles de
Miss Lucinda Slim, confessa «Eu sinto uma certa nostalgia em re‑ lação aos 7´s, lembram-me sempre de quando era míuda, do início do meu envolvimento com os discos…». Lucinda é uma dj que todas as semanas em Londres espalha o charme envolvido na grande músi‑ ca destas pequenas rodelas. Ao lado da lenda dos djs de funk Keb Darge, ou a solo na cabine, ela traz na sua mala toda a glória da velha soul e do funk. «Quando era miúda, passava horas a olhar para as ca‑ pas e a tocar músicas, mas adorava aqueles pequenos singles com um hit e tocava-o vezes sem fim. Vivia fascinada com o vinil e como se po‑ dia reproduzir música com uma agulha!» As razões para hoje, enquanto dj, preferir os pequenos 7´s são variadas, mas para Lucinda prendem-se sobretudo com o facto de «terem 1 ou 2 grandes canções, sem outras para te distrair. É compacto e fácil de transportar.» E onde se compram os singles de vinil? «Na internet, feiras de dis‑ cos, troca directa com djs ou dealers. Implica muita procura se queres encontrar uma certa canção e é uma sensação tremenda quando final‑ mente a encontras, ainda maior se a consegues por um bom preço!» A economia continua a ser o motor da indústria e o mercado do vinil e dos singles não é excepção.
38 música
«há muitas circunstâncias que influenciam o preço dos discos e a sorte é uma delas.» Comprador na internet, fóruns especializados e dealers de referência, Pedro Tenreiro já viu «o extraordinário DON´T WASTE MY TIME de Jerry Washington ser vendido por 1000 libras e nunca menos de 700 dólares». Para concluir «neste tive mesmo, muita sorte!» E quanto ao futuro destas deliciosas pequenas rodelas de vinil? Dom Servini, dj, jornalista e patrão da editora WahWah45s de Londres que ainda edita 7´s, diz-nos que «o vinil vai sobreviver ao cd de cer‑ teza, mesmo que seja apenas num pequeno nicho de mercado. Os maxis de 12 polegadas estão a desparecer rapidamente, mas os singles parecem estar fortes!» Com o típico humor britânico, Dom diz-nos que prefere os singles, porque «tem umas mãos estranhamente pequenas e fazem-te sentir um gigante quando os tocas». Seja como for, razões não faltam para celebrar a grande música contida nestes discos. Podem ser coisa do passado, como preciosas jóias escondidas do tempo. Mas, aqui cabe toda a magia que procu‑ ramos numa canção tão forte e poderosa, capaz de levar toda a indús‑ tria atrás de si. No calor do som e na emoção contida em pequenas 7 polegadas de vinil.
7s top 5: Miss Lucinda Slim ( dj/cantora UK) The Exciters - blowing up my mind Screamin Jay Hawkins - You´ll Be Mine Slim Harpo - I got Love if you want it The Fabulous Originals - It ain´t fair but it´s fun Rock Candy - Alone with no love Pedro Tenreiro ( 7 Magníficos PT) Big Ella - The Queen Continental Showstoppers - Not Too Young Jerry Washington - Don´t waste my time Target - Give me one more chance Ella Fitzgerald - These boots are made for walking
Dom Servini (WahWah45s UK) Donny vs Beatsy Collins - One of these days (wah dubplate) Dam Funk - I like your big Azz Alister Johnston - Invitation Funkshone vs Roy Budd - Get Carter Bounty Killer- Badman Dedy Dread (dj/ produtor PT) Mike Pedicini - Burnt toast & black coffee Little Willie John - I´m shakin` Donnie Elbert- Baby Please Come Home Charles Sheffield- Its Your Voodoo working Sandy Balls- Superman
Kid Selecta (dj PT) Ini Kamoze - World a Music Chaka Demus & Pliers - Murder She Wrote Jah Mali - Long-Long Time Cutty Ranks & Cocoa Tea - Take You Out Barrington Levy - Murderer Francisco Afonso (7 Magníficos/ Muzak PT) The Revels - Church Key Wynona Carr - Till The Well Runs Dry Ray Charles - Hit The Road Jack Tina Britt - Sookie Sookie The Undertones - Teenage Kick
A Poster Art, a arte de conceber (e imprimir) posters para bandas de rock, existe 50 anos. Mas só agora, com um documentário assinado pela americana M erle B ecker, o fenómeno se arrisca a sair do domínio do coleccionismo underground. há cerca de
O momento é solene, mas merece um aviso prévio: em Portugal, é mais fácil ter acesso a uma entrevista exclusiva com Osama Bin Laden sobre a gastronomia afegã e o seu impacto na arquitectura ameríndia do que a AMERICAN ARTIFACT – THE RISE OF AMERICAN ROCK POSTER ART. Não tendo o estimado leitor o pri‑ vilégio jornalístico de aceder a um link na internet para visionamento da obra, nem tão pouco às exibições em estados americanos e em alguns festivais europeus, por favor não desista. Desistir é ignorar uma das mais fascinantes manifestações artísticas ligadas à cultu‑ ra popular e ao rock em particular. Qualquer música deve ter a capacidade de transmitir imagens. É esse, de resto, o fundamento das palavras de Robert Williams (artista plástico norte-americano) nos pri‑ meiros instantes de AMERICAN ARTIFACT. Recorda Williams que há mais de sé‑ culo e meio que a pintura e a ilustração acompanham a criação musical, da barroca à clássica, passando pela romântica. Aos dias de hoje, que no caso da Poster Art são devedores de uma História iniciada em São Francisco na década de 60 do século XX, chama “a era do rock’n’roll”. Consequentemente, a arte de que aqui se fala é “rock’n’roll art”. AMERICAN ARTIFACT é um documentário que Merle Becker produziu e re‑ alizou a partir de numerosas entrevistas a artistas de relevo dentro de 50 anos de Poster Art. E é, além de um filme dedicado a uma preciosa expressão plástica, um documento sociológico sobre a cultura popular (na maior parte do tempo, underground) vivida nos Estados Unidos ao longo do citado período. Em AMERICAN ARTIFACT, e graças aos depoimentos riquíssimos de gente como Stanley Mouse (criador do lendário logó‑ tipo dos Grateful Dead) ou Victor Moscoso (para quem a sua arte, como as drogas dos 60s, apelavam a um “other state of mind”), somos transportados para São Francisco e para a génese de tudo isto. As imagens garridas, as palavras ilegíveis, todo esse imagi‑ nário nasce em Frisco com os Grateful Dead, Janis Joplin ou Jimi Hendrix. Nasce com a juventude anti-Guerra do Vietname, com os ácidos e com a noção de concerto rock construída por pessoas como o seminal empresário Bill Graham. A História, dos cartazes e de American Artifact, faz-se depois de outros pon‑ tos fulcrais: da eclosão dos flyers DIY no período do punk a Art Chantry e à cidade
40 cinema
AMERICAN ARTIFACT The Rise Of American Rock Poster Art
Texto: Pedro Gonçalves
de Seattle como ícones do grunge, passando pelo fenómeno Frank Kozik / Coop / Lindsey Kuhn acantonado numa print shop de Austin, no Texas. Para tudo culminar, cronologicamente falando, no impressionante papel do site gigposters.com na difusão desta imensa cultura e do espírito coleccionista. AMERICAN ARTIFACT é o reconhecimento devido a um movimento social e artístico que muitos não entendem como “fine art” mas que, ironicamente, vê algumas destas serigrafias chegarem a valer hoje milhares de dólares. Se depois de devorar o fil‑ me sentir uma vontade tresloucada de adquirir todos os posters que viu não se assuste. É normal. Para colmatar as dores de tamanho desejo, dificilmente compatível com orça‑ mentos lusitanos, dirija-se a um qualquer estúdio de tatuagens. Normalmente, as paredes estão cheias desta vida feita em pedaços de papel. Site Oficial http://www.americanartifactmovie.com/
The New Gonzo Journalist Texto: Ana Cristina Valente
O
lado marginal da vida e o lado estranho do ser humano exercem um
enorme fascínio sobre ele .
Há quem diga que é o Hunter S. Thompson do século Gonzo. Jon Ronson é um jornalista e documentarista inglês com uma certa tendência auto-depreciativa na forma como conduz as suas reportagens . É este estilo e o facto de se incorporar nas histórias que escreve como personagem que o equiparam a Thompson . N o entanto, as semelhanças são meramente jornalísticas . XXI
e que devolveu a vida ao jornalismo
Jon Ronson nasceu em Cardiff e passou grande parte da sua infância no Chapter Arts Centre, a ver filmes de Woody Allen e Martin Scorcese, como é o caso de ZELIG e KING OF COMEDY, respectivamente. Mais do que qualquer coisa que lhe tenha acon‑ tecido, o que recorda, como se tivesse sido ontem, são as imagens desses e outros filmes. Os discos também marcaram a sua memória e costumava passar os intervalos para almoço no liceu a ouvir ‘Swordfishtrombones’, de Tom Waits, em casa de um amigo. Mas, a grande obses‑ são da sua juventude era David Bowie, de quem costumava cantar ‘Five Years’ e ‘Rock & Roll Suicide’. Foi o interesse pela música que o levaria, já na faculdade, a integrar a banda de Frank Sidebottom como teclista, mesmo não sabendo tocar nenhuma das suas músicas. Acabou por desistir da faculdade para se mudar para Manchester e tornar-se membro oficial da ban‑ da de Sidebottom. O apelo pela vida na estrada era maior do que estudar Jornalismo. Mas, o destino iria trocar-lhe as voltas. Ainda na banda de Frank, começa a apresentar um progra‑ ma de rádio nocturno no KFM, em Stockport, na companhia de Craig Cash. No entanto, a dada altura foram despedidos, mas uma campanha, que pedia para ambos serem reintegra‑ dos, correu os media de Manchester. Este acontecimento despertou a atenção da TIME OUT em Londres e Ronson foi convidado para escrever uma coluna para a revista. Tinha apenas 23 anos e ainda não tinha descoberto a sua voz. É com THEM: ADVENTURES WITH EXTREMISTS que Ronson começa a desenvolver o seu próprio estilo de escrita. O livro conta as suas aventuras ao tentar infil‑ trar-se no grupo de Bilderberg. Numa tentativa de aproximação do hotel onde a comitiva do grupo estava instalada, Ronson apercebe-se de que o seu carro está a ser seguido e acaba por contactar a Embaixada Britânica, em Portugal, temendo pela sua vida. Ao tele‑ fone diz «sou apenas um jornalista de humor fora de água. Mas, afinal não havia motivos para alarme pois, tal como lhe responderam da Embaixada, «se você se apercebeu de que estava a ser seguido é bom sinal, significa que estão apenas a tentar intimidá-lo. Se fossem realmente perigosos você nem daria conta de estar a ser seguido». Os temas marginais apaixonam Ronson e é em 1995, quando a CIA nega a exis‑ tência de uma equipa de espiões com poderes paranormais, que o jornalista se cruza com a história que daria lugar ao livro THE MEN WHO STARE AT GOATS. Em 2001, Ronson conhece o psicólogo Ray Hyman, que havia trabalhado para a CIA e lhe fala de um programa secreto, onde tentaram ensinar soldados a tornarem-se invisí‑ veis e a atravessar paredes. Parte do treino consistia em derrubar cabras só com o poder de sugestão mental. O livro teve um enorme sucesso e agora estreia em cinema com George Clooney, Jeff Bridges e Ewan McGregor a interpretar o papel de Jon Ronson. Quem quer ten‑ tar derrubar uma cabra só com o poder da mente? Espera-se a estreia em Portugal.
42 cinema
jon ronson
1
2
La Strada Texto: Filipa Penteado Fotos: Mário Príncipe
Considerando que o número 7 é sinónimo de renovação, sentes que estás numa altura de mudança ou transição na tua vida? profundidade. Eu nasci no dia 7 de Novembro. Por isso, o Sete para mim é mais do que um Como o número 7 é símbolo de mudança, aproveitámos o sétimo aniversá- símbolo de renovação, também é sinónimo de introspecção todos os anos. Todos os rio da DIF para mostrar as facetas ocultas de uma cara bem conhecida : R aquel anos me interrogo o que é que posso mudar na minha vida, como é que posso evoluir. Strada . Descalça e aconchegada na sua cama, aqui ficam as confissões desta Neste momento, a vida também me está a dar uma ajuda, a guiar-me numa determinada menina-mulher . direcção. Surgiram novos projectos, um programa novo na Sic Mulher, o poder traba‑ lhar com pessoas que admiro, como a Fátima Lopes no Vida Nova, vou lançar a minha linha de sapatos... Sinto que ainda está tudo no início, mas a vida está a dar-me mais Partilha conosco uma recordação de quando tinhas 7 anos? Sete anos… Já foi há algum tempo (risos). Mas, lembro-me de uma coisa gira. Queria responsabilidades e eu tenho de retribuir. Vamos ver se estou à altura (risos). muito beber café. Pode parecer estranho, mas era dos cheiros de que mais gostava. E por Sete “guilty pleasures”. volta dos 7 anos, a minha avó deu-me uma mistura de água “choca” com um cheirinho a Comer, comer, comer. É uma das coisas de que mais adoro, por isso vale por 3 café. Fiquei deliciada, como podes calcular. Hoje em dia, é um dos meus vícios. (risos). Dormir, agarrada à minha almofada. Ir às compras, gasto mais e gosto mais de o fazer do que deveria. Andar descalça, ouvir música muito alto e cantá-la mais alto O que é que te imaginas a fazer aos 70 anos? Imagino-me a passear com o meu marido, com os netos e com os meus cães. ainda... Adoro, mas os meus vizinhos muito provavelmente não partilham do meu en‑ tusiasmo (risos). Imagino-me rodeada de amor... Pelo menos, gostava de que assim fosse. Apresentadora
de televisão, actriz, força da natureza, escorpiã de voz doce e
determinação forte.
Optimista
44 entrevista
de sorriso largo, revela uma leveza ancorada em
3 Sete coisas que te fazem sorrir. Música do Frank Sinatra ou do Dean Martin. O meu cão. Uma piada seca. O meu na‑ morado a dançar. Gelados. Ouvir um elogio. Saber que vou estar com os meus amigos.
4 MSN ou Facebook? Facebook.
Enquanto estás a responder a estas perguntas o que é que tens à tua volta? Sete coisas que te irritam. Estou deitada na cama, com o meu namorado a dormir de um lado e o meu cão Este clima tropical que se apoderou do nosso país. Chove, mas está calor, enerva- do outro (risos). me. Filas muito grandes, pessoas a discutir, mexerem-me na barriga, estalarem os nós dos dedos. A mentira.... Mais do que me irritar deixa-me triste. Quais são os teus próximos projectos? Ser muito, muito feliz. Não sais de casa sem... Telemóvel. Verão ou Inverno? Inverno, à séria. Frio, chuva e neve. Não quero é um clima tropical (risos). Um sabor, um cheiro, um som, uma imagem. Sabor... Queijo. Cheiro, do pão acabado de cozer. O som de uma porta a abrirse. Uma imagem... talvez uma fotografia que eu vi da Brigitte Bardot, em que ela está a absolutamente perfeita. O amor é... Elástico. Estica, molda-se, dobra-se e com sorte nunca parte. Uma peça de roupa favorita. Sapatos.
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Vestido Isilda Pelicano Cinto H& M Leggings Custo Barcelona
3
Casaco Custo Barcelona Vestido Pepe Jeans Collants e botins H&M
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Blusão Isilda Pelicano Camisola Diesel Calça Malboro Classics Ténis Nike Óculos Ray Ban
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Camisa de homem Andy Warhol by Pepe Jeans Casaco e Leggings Mango Botins H&M
Styling: Filipa Penteado assistida por Andreza Sousa e Cristina Valente Maquilhagem: Laura Hamilton Cabelos: Ana Sousa
The 7th Floor Lover thestudio Texto: Célia F.
Numa cidade repleta de sedutoras propostas há um diamante que tem mais briNuma esquina central de uma das 7 colinas da urbe é fácil reconhecê-la .
lho.
– A Amante do 7º Andar –Munida do seu glamour único, funde o universo de arcanjos e classicismo com a berrante leveza do grafismo urbano e revivalista. A sedução é imediata. Domina 7 artes e trata cada cliente como se fosse o primeiro. Ilustração, Direcção de Arte, Design Gráfico, Pós-Produção, Web Design, Direcção Criativa, Motion Graphics. Nas suas mãos todos os sonhos ganham forma e todos os amores são para sempre. A história real de uma Prostituta da Arte, o indispensável Chulo e o Cliente que ao en‑ trar neste inebriante mundo descobre infindáveis universos de prazer e uma satisfação nunca dantes experimentada. O Chulo - o homem entre mundos - Miguel Alexandrino, em entrevista: Fala-nos um pouco deste filme. Este filme é uma metáfora de como funciona o mercado actual, onde o cliente quer toda a criatividade corpo e mente das prostitutas ( criativos )e eu, enquanto chulo, tenho que fa‑ zer render ao máximo as prostitutas de luxo que tenho em carteira, satisfazendo todos os de‑ sejos do cliente de A a Z. Nós fazemos tudo em função do cliente sem nunca esquecer a nossa identidade. Trabalhamos apaixonadamente. Prometemos satisfação. Como é rodar um filme destes em Portugal? Todo o filme é desenvolvido em Lisboa, num 7º andar da Rua do Carmo, como forma de evidenciar a paixão pela identidade portuguesa, tantas vezes posta de parte e não valo‑ rizada. Acreditamos no grafismo português e por isso o reinventamos de forma a dar-lhe um merecido lugar de destaque. Em poucas palavras, qual esperas ser a reacção do público? “Once you love thestudio, you will never love another.”
Para provar desta macã, o libidinoso trailer está à sua espera em http://www.thestudiosite.com
46 entrevista
A
fotógrafa
Dina Goldstein
pegou no “era uma vez ” dos contos infantis e
trouxe as princesas encantadas para os dias de hoje .
A s “Fallen Princesses”
não
têm, necessariamente, um final feliz…
As longas tranças de Rapunzel não resistiram à quimioterapia. Jasmine trocou a lâmpada mágica por uma metralhadora M-16. À custa de operações plásticas, a Bela confunde-se com o Monstro. O Capuchinho Vermelho sofre de obesidade infantil. Branca de Neve está presa às “alegrias” da maternidade. Cinderela afoga as mágoas num bar, solitária. Estes são os cenários alternativos que Dina Goldstein, fotógrafa canadiana, cons‑ truiu para as histórias infantis escritas pelos irmãos Grimm e popularizadas pela Disney nos últimos anos. Tendo crescido em Israel na década de 1970, Dina não conviveu de perto com estas histórias. E ao ser confrontada com o fascínio que as princesas da Disney exercem sobre as crianças, a fotógrafa resolveu dar um toque de realidade às personagens. Longe de ser um conto de fadas, a vida das “Fallen Princesses” é deca‑ dente, neurótica, cheia de desilusões, vícios e doenças. Moderna, portanto. «Publiquei as imagens na revista JPG [www.jpgmag.com] para obter reacções de colegas de profissão. A partir do momento em que alguém pegou nas fotos e as colo‑ cou online o projecto tornou-se viral», conta-nos Dina Goldstein. «Antes de me aper‑ ceber, as fotografias já tinham dado a volta ao mundo.» E se houve reacções positivas, também houve controvérsia. «Houve quem tives‑ se ficado ofendido com a imagem do Capuchinho Vermelho, uma criança obesa que carrega um cesto cheio de fast-food pela floresta, por assumir que estava a depreciar as pessoas obesas. No caso da Jasmine, o facto de colocar uma mulher do Médio Oriente num cenário de guerra causou alguma confusão aos norte-americanos, pois con‑ sideraram que era uma terrorista. Não é o caso. A minha intenção foi mostrá-la como uma guerreira, à semelhança de tantas mulheres que combatem na linha da frente.» A autora das fotos convive bem com todas as críticas. «Acredito que a arte serve para criar diálogo», justifica. «Apercebi-me de que a discussão me transcende e que o meu trabalho tem uma vida própria.» A esta série de imagens juntam-se, este mês, mais duas: Ariel, a pequena sereia, e a princesa da ervilha. Dina Golstein irá mostrá-las ao público numa exposição na Buschlen Mowatt Gallery, em Vancouver.
48 fotografia
Princesas caídas Texto: Laura Alves Imagens: © Dina Goldstein
As “Fallen Princesses” e outros projectos de Dina Goldstein em http://www.dinagoldstein.com
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Norberto Lobo nos Anjos, Outubro 2007 Lembro-me desta tarde como se fosse agora, na casa do Sérgio (Hydalgo) para fazer mais uma gravação do MáFama. Fui para fotografar, para guardarmos mais do que o áudio. Numa tarde de chuva, encontrámos o Norberto perto da Graça e descemos até aos Anjos. Foram 40 minutos de exclusividade absoluta. Dois músicos e no público: duas pessoas.
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Tiago Sousa no Maxime, Maio 2008 Conheci o Tiago há um par de anos. Partilhamos a cidade. Foi mais ou menos nessa altura que o Tiago largou a electricidade e agarrou-se ao piano vertical. Conheci o Maxime depois de ele ter largado as noites de cabaret a full-time e ter abraçado a música que se faz por aí. Esta fotografia é das que mais gosto. O Tiago preparava o som para o concerto da noite.
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Tiago Miranda, na bica, Junho 2009 Os Loosers, no quais alinha Tiago Miranda, são uma instituição da música em Portugal. O Tiago é homem dos sete instrumentos da nova geração: é DJ, músico, patrão de editoras e mais um milhão de coisas.
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Pontos Negros no Maxime, Setembro 2009 Os Pontos Negros fazem parte da segunda geração FlorCaveira, a que, ao invés de ficar na sombra dos mais velhos, toca nos festivais grandes e assina por editoras à antiga. Ouvi-os pela primeira vez no Barreiro no ano passado, de braços cruzados. Agora vou batendo o pé ao som da música deles quando tocam em estádios.
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Noiserv em Lisboa, Outubro 2008 O David sonha muito. E há sonhos que acontecem. É o nosso pequeno fenómeno Merzbau. Acho que desde Novembro de 2008, quando o disco saiu, que toca todas as semanas. E é sempre bom vê-lo tocar e a seduzir toda a gente.
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Tiago Guillul na Consoada Flor Caveira, Dezembro 2008 O Tiago, antes do boom da FlorCaveira, apareceu numa tarde de ressaca do Barreiro Rocks para tocar com os Lacraus. Foi a primeira vez que tomei conhecimento da existência do senhor e da sua história no punk rock queluzense. Meses depois, a FlorCaveira rebentou, o Tiago voltou ao Barreiro acompanhado p'lo Samuel e mais uns senhores. A empatia foi imediata.
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bfachada em Sintra, Março 2009 Sou fã do Bfachada, e do Bernardo também. Foi quem mais fotografei em toda a minha vida. Acredito nisto tudo. A minha princesa preferida.
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7 visões de Vera Marmelo sobre músicos portugueses
Poderão conhecer Vera M armelo das páginas da nossa /vossa revista . Vera capta imagens como poucos, parte delas expostas até 31 de O utubro no M useu da M úsica . “N ova música _ M úsica nova _ N ovos músicos ”, assim se chama a mostra . E m exclusivo para a DIF, 7 imagens da própria , com as histó rias por trás das imagens .
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Penetramos nos desenhos e esculturas de 36 (Trente Six) e viajamos ao inteNão são pedaços do Hubble que caíram na Terra, mas sim a imaginação do designer francês que anda à deriva .
rior de um filme de ficção científica .
Os ambientes industriais tanto fazem lembrar 2001: ODISSEIA NO ESPAÇO como o livro de instruções do novo frigorífico lá de casa. Em qualquer dos casos senti‑ mo-nos prisioneiros de um labirinto industrial e infindável. O seu autor é 36, número e nome que é uma contracção de 360º, gíria de skater e pseudónimo de Alexis Clarière, designer e arquitecto. 36 vive e trabalha em Paris. Estudou matemática e informática, mas orientou a carrei‑ ra para o design. E é na formação científica de base que encontramos a origem da sua complexa linguagem gráfica. É ele próprio quem diz que «as fronteiras entre os vários domínios são permeáveis: a arquitectura, o design, o grafismo, a arte, os graffiti, a fotogra‑ fia, são meios que, muitas vezes, apenas diferem na designação.» É dessa não-fronteira que o trabalho de 36 se alimenta. As obras revelam sinuosos conjuntos de elementos com múltiplas orientações. “Trabalhos polifórmicos”, quer estes sejam a duas ou a três dimensões. Imagens fixas, ví‑ deos, estruturas reais e virtuais confluem para nos revelar a visão do designer: um mun‑ do onde a engenharia, o abstracto e o industrial se misturam com as artes gráficas e a street art. Mas o que são, na realidade, as imagens de 36? Podem ser aquilo que nós quiser‑ mos. «A minha primeira aproximação tem a ver com o urbanismo das cidades industriais, os parques de estacionamento, as escadas e corredores de serviço, o mobiliário urbano, os viadutos de betão e as vigas de aço. É a minha forma de “desencriptar” uma cidade com um olhar de skater», revela. «A minha formação e o meu trabalho permitem-me ma‑ nipular elementos técnicos gráficos, tais como plantas, esquemas de robótica e desenhos industriais. Dediquei-me, portanto, a retirar uma estética involuntária desses objectos, criados com apenas um propósito utilitário, como é o caso dos esquemas internos dos aparelhos de hi-fi ou de informática.» Contudo, o sentido retirado por 36 desses mesmos esquemas não é explicado nem analisado. Trata-se de uma meta-linguagem, se quisermos. «São, normalmente, mi‑ cro-arquitecturas utópicas, robotizadas, em simbiose com os edifícios que as acolhem.» Mesmo quando se trata de um enorme poster colado num prédio de uma rua de Paris. «Não explico o conteúdo nem a minha missão. A minha vontade é que quem passe pelo poster se questione acerca do que vê.» E veja, simplesmente.
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Orgânica mecânica Texto: Laura Alves
Mais trabalhos em http://www.36recyclab.com
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KLEMENS Fotografia Matilde Travassos - www.matildetravassos.com Realização Susana Jacobetty - www.susanajacobetty.blogspot.com Maquilhagem Inês Pais - www.unicorneoazul.blogspot.com Modelo Mário Franco L’agence Assistente de Fotografia António Ferrador
Camisa Levis, camisola Gucci e gravata Dolce&Gabbana na Fashion Clinic, casaco H&M, calças Tommy Hilfiger, chapéu Energie
Agradecimentos Paulo Farias / Pacifico Bar (Vila Nova de Mil Fontes)
Camisa Fred Perry, laço Gant, camisola Lacoste, casaco e echarpe Etro e calças Paul Smith na Fashion Clinic, ténis Nike
Camisa Gucci na Fashion Clinic, laço Gant, casaco Carhartt, sobretudo Hacket, calças Tommy Hilfiger, chapéu Energie, ténis Merrell, bicicleta Lowrider (agradecimentos loja Station C.C.Colombo)
Camisa Ecko, laço Gant, Camisola H&M, casaco Hacket
Camisa Gucci na Fashion Clinic, casaco Fred Perry, blazer Miguel Vieira, calças H&M, head phones Wesc, ténis Onitsuka Tiger na Sneakers Delight
Camisa e camisola Diesel, laço Gant, casaco, calças e echarpe Tommy Hilfiger, óculos Hacket, ténis Vans
Sweat-shirt Lightning Bolt, colete Pepe Jeans, blazer e calças Dsquared na Fashion Clinic, luvas e botas Jimmy Choo para H&M
Pág esquerda : Carteiras Louis Vuitton, mala e botins Prada na Fashion Clinic Pág direita : Perfume J’adore da Dior (edição limitada), óculos Bottega Veneta
Black Cat Fotografia Pedro Matos - www.pedro-matos.com Realização Susana Jacobetty - www.susanajacobetty.blogspot.com Direcção de Arte João Bacelar - www.lexposure.net/jbacelar Gato Mini Me
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Da esquerda para a direita e de baixo para cima: ténis Reebok, ténis Onitsuka Tiger na Sneakers Delight, ténis Converse All Star, mala Cat
Da esquerda para a direita e de baixo para cima: Puma, Asics, Dior na Fashion Clinic, Gucci na Fashion Clinic, Dsquared na Fashion Clinic, Gucci na Fashion Clinic, Fred Perry, Reebok, Converse
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ZAAT - Zonas de Autonomia Artística Temporárias -- A vida cultural lisboeta é um cha‑ mariz para aqueles que fazem das cidades do mundo aquilo a que o filósofo francês Marc Augé chama o “não-lugar”, o que explica que a nacionalidade dos cria‑ dores seja hoje um aspecto menos relevante. A arte, essa, pode ser considerada uma linguagem comum. As suas vá‑ rias manifestações, os muitos dialectos. Assim, nascem as Zonas de Autonomia Artística Temporárias pela mão de um colectivo de estrangeiros instalados na capital há pou‑ cos anos e interessados em intervir na cultura de forma democrática. Sem mais pretensões, fazer com que o mais improvável espectador desfrute de um momento cultu‑ ral de forma contemplativa é um dos objectivos simples destes apaixonados anónimos pela cultura, onde quer que ela esteja. Como? Surpreendendo-o com uma trama de eventos num local de passagem ou de curta estada. Desta vez, será o parque de estacionamento da Praça da Figueira a constituir a terceira ZAAT, de 30 de Outubro a 22 de Novembro. A experiência quotidiana de es‑ tacionar um veículo não será a mesma para aqueles que se depararem com a instalação performativa do francês Vincent Boisselier, que simula uma catástrofe natural, com os retratos sociais do fotógrafo espanhol Jordi Burch ou com as instalações luminosas do português Jorge Santos. Mas, porque é sempre desejável ir ao encontro da arte, é possível ser ecológico e entrar sem carro. As ZAAT pro‑ longam-se ainda nas conversas e festas no Crew Hassan, na Rua das Portas de Santo Antão, 159. Texto: Margarida Rocha de Oliveira Mais em www.zaat.net.
Kings of Convenience -- Erlend Øye deve estar-se positivamente nas tintas para o que dele se pen‑ sa. Por esta altura, já um número considerável de pesso‑ as lhe terá dito: «Olha, pá: tu deves ser um gajo porreiro, tens um ar castiço e muita vontade de brincar à música electrónica, mas faz lá mais disquinhos com o teu ami‑ go Elrik Glambek Bøe. Aquele conjunto que vocês têm, os Kings of Convenience, é que é bonito». Mas, Erlend Øye parece gostar mais de brincar às remisturas e abra‑ çar a vulgaridade digital do que dar voz, com Elrik Bøe, à mais inspirada dupla operária das cantigas desde Paul Simon e Art Garfunkel. Oito anos é quanto separa o pri‑ meiro do terceiro álbum dos Kings of Convenience, o no‑ víssimo DECLARATION OF DEPENDENCE. Parece normal mas, quando se fala de música tão bela quanto a dos dois noruegueses, todos os registos são poucos. É, portanto, perante dois raros momentos que se encontra a população lusa. O regresso dos Kings of Convenience a Portugal faz-se na companhia de DECLARATION OF DEPENDENCE, e, sobre essa matéria, o que de melhor se pode dizer é que daí não vem grande novida‑ de. Ou seja, o disco engorda em 13 canções uma obra de filigrana, tão simples que enerva, tão despretensiosa que corta às fatias a insensibilidade dos machos e fémeas menos crentes no poder curativo das melodias. Duas gui‑ tarras e duas vozes que podiam ser dos filhos do nosso vizinho do lado (as vozes) são tudo quanto basta para erguer uma obra feita de, citanto Wilson Simonal, «musi‑ quinha p’ra machucar os corações». E ao vivo são magia pura, passe a estupidez do lugar-comum. Texto: Pedro Gonçalves 2 Novembro - Theatro Circo (Braga) 4 Novembro - Coliseu (Lisboa) Megafone 5 - Música para uma nova tradição | Homenagem a João Aguardela -- Primeiro, a notícia: decorre a 4 de Novembro, no CCB, um espectáculo de homenagem a João Aguardela, falecido no passado mês de Janeiro. Organizada pela associação Megafone 5, projecto de amigos e admiradores do artista, que nasceu para ho‑ menagear e difundir o seu trabalho, esta primeira inicia‑ tiva conta com as actuações d’A Naifa, Dead Combo, Oquestrada e Gaiteiros de Lisboa. Agora, o comentário: João Aguardela, outrora líder dos Sitiados, membro d’A Naifa e dinamizador de projectos como Linha da Frente e Megafone, foi um dos músicos portugueses que melhor ligou o som da tradição portuguesa com passos sonoros mais contemporâneos. Faleceu este ano, deixa saudades, mas mais do que isso graças a uma série de boa gente: há uma página na internet de fundamental descoberta (www.aguardela.com) e um prémio anual a atribuir pela SPA, com o nome «João Aguardela», a colectivos cujo trabalho se relaciona com a música tradicional portuguesa. Tudo mais do que merecido. Texto: Pedro Figueiredo 04 Novembro – Centro Cultural de Belém, Lisboa
76 agenda -- destaque
agenda
-- música -- 77
Temps d’Images -- Na sua sétima edição, de 29 de Outubro a 22 de Novembro, o Festival Temps D’Images volta a montar, na capital, um autêntico “estalei‑ ro” artístico. É tempo para ver dezenas de projectos ar‑ tísticos transdisciplinares e oito novas criações nacionais. A imagem é o recurso técnico e estético comum a estas obras. Tal é a lista de espectáculos, projecções e instala‑ ções que prometem dar a ver – e a sentir – outros pon‑ tos de vista sobre a actualidade que difícil é escolher por onde começar o tour. São nove os espaços culturais lisbo‑ etas envolvidos – o Centro Cultural de Belém (CCB), o Museu Colecção Berardo, a Culturgest, o Teatro Maria Matos, a Cinemateca, o Museu do Chiado, o CAM Fundação Gulbenkian, o Espaço Alkantara e o Teatro São Luiz. Destaque merecido para o concerto minima‑ lista de Steve Reich and Bang on a Can, um dos com‑ positores mais aplaudidos nos últimos trinta anos, que vai ao CCB, dia 1 de Novembro, mostrar algumas das suas músicas que fizeram história. De passagem pelo Museu do Chiado, recomendam-se as instalações de David Claerbout, uma reflexão sobre a ponte entre a fotogra‑ fia e o filme; e os “Audiomenus” de Patrícia Portela, que apresenta uma jukebox onde podem ser ouvidos sons do passado. No Museu Colecção Berardo, a apresentação de uma inovadora vídeo-dança estará a cargo do Festival FRAME Research, que casa as artes performativas às no‑ vas tecnologias. Serão, ainda, apresentados os prémios de cinema Temps d’Images para os melhores filmes sobre arte ou artistas. Texto: Margarida Rocha de Oliveira Avenida da Avenida daBoavista, Boavista, 911 9114100-128 4100-128Porto Porto Tel: Tel:226098968 226098968Telm: Telm:914943039 914943039 E-mail: info@triplex.com.pt E-mail: info@triplex.com.pt
Tudo em www.tempsdimages-portugal.com. INSIDE, ARTE E CIÊNCIA -- Aliar a ciência e a arte nem sempre é fácil; aliás, o consenso é, na maior parte das vezes, mesmo impossível. Mas, a exposição INSIDE [arte e ciência], patente na Cordoaria, em Lisboa, até 24 de Novembro, mostra que, afinal, unir a arte abstracta e a ciência exacta é possível. Para o provar, foram convida‑ dos 22 artistas de todo o mundo que, de diferentes for‑ mas, reúnem e combinam o conhecimento científico com a criatividade artística. Assim, entre os presentes na ex‑ posição, destaque para o brasileiro Eduardo Kac, pio‑ neiro na união entre estas duas áreas, que apresenta a sua Flor Transgénica, objecto em que o artista combinou os seus genes – responsáveis pela cor do sangue - com os de uma flor dando origem a um ser híbrido, um plantiani‑ mal. Presentes ainda o australiano Sterlac, tendo instalado uma orelha num terceiro braço criado ao efeito; os por‑ tugueses Marta Menezes, com a criação de uma nova proteína com as letras do seu nome; e Carlos Fernandes, com a peça Pherographias, onde os desenhos ganham forma graças a um “ninho” de formigas artificiais que assim criam a imagem. Comissariada pelo artista Leonel Moura, INSIDE [arte e ciência] conta ainda com um conjunto de conferências sobre os dois temas (arte e ciência) e no decurso da exposição vai ainda ser produzida uma es‑ cultura que será depois colocada no Centro da Rede Nacional de Centros Ciência Viva, centrada na obra de Eduardo Kac.
A dif em tua casa
Recorta ou fotocopia este formulário e envia‑o para Publicards Publicidade lda. junto com um cheque no valor de 10 euros (custos de envio por dez números) e receberás a dif em tua casa.
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Texto: José Reis A exposição tem visitas guiadas todas as quintas-feiras às 15h. Para marcações ou informações deve contactar o 21 8170534.
Telefone
Idade
e-mail Profissão Onde encontraste a dif ?
78 agenda -- arte
* campos obrigatórios para a recepção da dif em tua casa Endereço: Publicards Publicidade, lda. Rua St. António da Glória, 81. 1250‑080 Lisboa
Estoril Film Festival -- O Estoril Film Festival está de volta e este ano conta com a presença de um dos maiores pesos-pesados da sétima arte: Francis Coppola. Vencedor de cinco Óscares da Academia e de duas Palmas de Ouro do Festival de Cannes, Mr. Coppola visita pela primeira vez Portugal para apresentar o seu últi‑ mo filme – TETRO - nesta terceira edição do certame. A decorrer entre 5 a 14 de Novembro no Centro de Congressos do Estoril e Casino Estoril, o evento irá re‑ ceber outros grandes nomes como David Byrne, o caris‑ mático líder dos Talking Heads, que integrará o júri do festival; David Cronenberg, o autor de filmes consagra‑ dos como THE FLY, CRASH, SPIDER e EASTERN PROMISES, que será homenageado com uma retros‑ pectiva da sua obra; e Juliette Binoche, que apresentará a sua exposição Portraits In-Eyes, feita com pinturas, poe‑ mas e retratos das personagens que interpretou e dos rea‑ lizadores com quem trabalhou. Este ano serão 12 as películas que estarão em competi‑ ção, escolhidas por um comité de selecção com base nos critérios de inovação e criatividade. Centrado na Arte Cinematográfica da Europa, o Estoril Film Festival pretende «acrescentar algo mais ao discur‑ so do cinema europeu e mostrar que este não só está vivo como também continua a surpreender», refere a organização. Alguém está a pensar perder esta oportunidade única de estar na mesma sala que o autor do mítico PADRINHO (1972) e de APOCALYPSE NOW (1979)?
© www.jimcarreyonline.com
I LOVE YOU PHILLIP MORRIS -- A julgar pelo título poderíamos dizer que os realizadores e também argumentistas, Glenn Ficarra e John Requa, têm um fra‑ quinho por cigarros da tabaqueira Philip Morris. Mas não. Qualquer semelhança de nome é apenas fonética. E a história do filme nada tem a ver com tabaco. Steve McVicker era jornalista do Houston Press quando se cruzou com a história de Steven Russell. Um ex-polícia, casado e pai de filhos, que virou criminoso, foi preso e se apaixonou por um colega de cela – Phillip Morris. Só estes factos já despertariam o interesse do jornalista, mas o que realmente levou McVicker a mergulhar na história de Russell foi a capacidade deste para enganar as autorida‑ des – durante a década de 90 conseguiu fugir 4 vezes da prisão para se juntar a Morris. Destaca-se a fuga em que conseguiu, a partir da prisão, telefonar para um ofi‑ cial de justiça, fazer-se passar por um juiz estatal, baixar o valor da fiança, convencer um fiador de fianças a libertálo e a dar-lhe boleia para casa e ainda a parar pelo ca‑ minho para beber um refrigerante. O jornalista McVicker ficou conhecido quando começou a relatar a história do fugitivo em várias crónicas para o Houston Press. Das cró‑ nicas ao livro foi apenas um passo. E do livro ao filme ou‑ tro. O resultado pode ver-se em cinema com Jim Carrey (Steven Russell) e Ewan McGregor (Phillip Morris) numa comédia sem regras. De Glenn Ficarra e John Requa Com Jim Carrey, Ewan McGregor, Leslie Mann e Rodrigo Santoro Estreia prevista: 22 de Outubro.
Texto: Carolina de Almeida
Texto: Ana Cristina Valente CAPITALISM: A LOVE STORY -- Michael Moore, o espinho cravado no governo dos EUA, está de volta. Desta vez, o alvo directo é o preço do sonho america‑ no. Moore entra em casa de algumas famílias e expõe as dívidas feitas em nome do consumo e da mera sobrevi‑ vência. A estrutura é semelhante à dos seus filmes ante‑ riores. Depois de apresentar estes casos particulares, que espelham a situação geral, Moore confronta o governo com as consequências das suas acções, tentando traçar o mapa do declínio da sociedade americana. Afinal, como é dito em ANJOS NA AMÉRICA a América é a terra das oportunidades para os ricos... Michael Moore tem sido acusado de manipular os factos para contar a história que lhe interessa. É certo que os seus filmes não são imparciais e são sempre feitos do ponto de vista de alguém que tem opiniões políticas muito definidas. No entanto, não estamos a falar de um jornalista que investiga factos e apresenta conclusões, sob o peso da ética e da isenção. Moore é um meio-termo entre um cineasta com liberdade criativa e um daqueles “Lone Gunmen” vicia‑ dos em teorias da conspiração. Por muito “documentais” que sejam os seus filmes, nunca lhe podemos exigir res‑ ponsabilidade jornalística. Apenas responsabilidade hu‑ mana e bom senso. Sendo assim, aconselhamos sentido crítico no visionamento de CAPITALISM: A LOVE STORY. Mas, apenas o suficiente e não mais do que aplica aos noticiários.
Juliette Binoche
De Michael Moore Estreia prevista: 29 de Outubro Texto: Filipa Penteado
Víctor Erice
80 cinema -- festivais
direitos reservados
cinema
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Desilluminati Texto: Célia F.
Sem mais nada que dar de roer e mastigar ao pensamento contemplo o 7. Sinto-me gato e enfiou-me em forma nas curvas do 7. Recta, subir, dar a curva em cotovelo e repousar a cabeça numa extremidade mais à esquerda. Como num asana de yoga, entubando-me nessa energia e relaxando na posição. Sou um gato e sou um 7. Tenho 7 vidas. 7 Arcanjos. 7 notas musicais. 7 cores no Arco Íris para escorregar até ao jardim onde caio e descanso no 7º dia de Deus. Sou um gato. Habito este local temporário enquanto descanso a minha alma avançada. Sou um gato e sou 7. Não é esquizofrenia. Sou 1 que sou 7. Vivo a minha multiplicidade em harmonia. Regem-me a existência 7 leis herméticas. 7 é a unificação do mundo. 4 espiritual+3 material=7 universal. Não sendo dado a perguntas mentais para descobrir as coisas, pois limito-me a observá-las e vê-las sem o meu prejuízo, visto a pele de humano em evolução e assim pergunto: porquê 7? Se sou um gato que se expressa em português tenho 7 vidas, mas se me expressar em inglês, ou outra língua, tenho nine lifes . Bonús cultural? Ou projecção em mim de significados cabalísticos relacionados com a significância dos números? Porque tenho 9 vidas no resto do mundo? Sei da existência de um provérbio chinês que diz que um gato tem 9 vidas, porque brinca com 3, perde outras 3 e com mais 3 ele fica. 9 é o número de Deus. 9 para os Astecas dá azar. 9 meses de gestação. 9 etapas da evolução. 9 orifícios tem o corpo do mamífero. 9 é o último número e por isso considerado o fim do ciclo. Será por isso?! Chega-se ao 9 e temos o fim! Mas, isto não explica nada e até chego a considerar básico. 9 vidas, porque além do nove não há mais números puros? Acho que assim prefiro o 7 que espelha melhor a minha condição de ser unificado. São menos do que 9 é verdade. Mas ,sinto-me melhor só com 7 se for esse o número que respeita a minha essência e ampla magnitude. É mais humilde também. Não porque humilde seja contentar-se com pouco, pequenino, pobre. Mas, porque ser humilde é ter a capacidade de reconhecer sem ego e sem vaidade a nossa grandeza e essência verdadeira.
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