Mario G. Siqueira Grupo de Cirurgia de Nervos Periféricos Disciplina de Neurocirurgia Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo São Paulo, São Paulo, Brasil
Roberto S. Martins Grupo de Cirurgia de Nervos Periféricos Disciplina de Neurocirurgia Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo São Paulo, São Paulo, Brasil
LESÕES DO PLEXO BRAQUIAL Copyright © 2011 by Di Livros Editora Ltda.
ISBN 978-85-8053-006-3
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Capa e Ilustrações: Baldissara Editoração Eletrônica: REDB STYLE Impresso no Brasil – Printed in Brazil
Dedicatória
Este livro é dedicado às nossas esposas, Maria Teresa e Patrícia, cuja compreensão, apoio e incentivo tornaram esta obra possível.
v
Tributo a Robert Lyons Tiel
R
obert Lyons Tiel frequentou a Stanford University, na Califórnia, até 1975, quando se graduou em Química e Biologia. Antes de começar a estudar - me dicina, passou 9 meses em Paris, aprimorando-se na língua francesa. Formou-se médico pela University of Minnesota em 1981. Completou seu internato em - ci rurgia geral e residência em neurocirurgia no Henry Ford Hospital, em Detroit, onde permaneceu como membro do departamento de neurocirurgia até 1995.
Jackson, porém sem abandonar os estudos em nervos periféricos que vinha realizando no Methodist Rehabilitation Center, também em Jackson. Bob, como os amigos o chamavam, alcançou fama internacional por suas significativas contribuições ao tratamento das lesões traumáticas, tumorais e compressivas de nervos periféricos por meio da publicação de 40 artigos e de diversos capítulos de livros, além das frequentes apresentações em eventos científicos.
Em 1995, o Dr. Robert Lyons Tiel decidiu- es tudar nervos periféricos com o Dr. David Kline no Louisiana State University Health Sciences Center em New Orleans, onde trabalhou por 12 anos.
Robert Lyons Tiel faleceu de forma súbita e inesperada em 2 de agosto de 2009, em Madison, Mississipi, aos 55 anos de idade. Sua sabedoria, perspicácia e generosidade o tornaram uma pessoa muito querida Após a devastação provocada pelo furacão Katrina, de todos que com ele conviveram. Bob deixou esposa, o Dr. Robert Lyons Tiel mudou-se para Jackson, Mis- Constance, e 4 filhos. A comunidade dos cirurgiões de nervos periférisissipi, onde iniciou prática médica como professor de cos lamenta profundamente a perda de membro tão neurocirurgia na University of Mississipi Medical Center. Pouco antes de falecer, iniciou clínica privada em ilustre.
vii
Prefácio
E
mbora existam relatos de cirurgias de nervos periféricos desde o século XIX, um progresso mais significativo na área só aconteceu a partir da década de 1960, com a introdução do microscópio cirúrgico, de instrumental adequado para microcirurgia, de material de sutura apropriado e da utilização rotineira de exames eletrofisiológicos. No entanto, apesar dos avanços na área, a restauração da função após lesão do plexo braquial persiste sendo um desafio para os cirurgiões de nervos periféricos. As lesões do plexo braquial compreendem,-apro ximadamente,1/3 de todas as lesões de nervos - pe riféricos. O plexo braquial pode ser lesado de - di versas formas, sendo os traumatismos a etiologia mais comum. As consequências dessas lesões - geral mente são devastadoras, pois afetam uma popula ção jovem, na maioria das vezes vítima de acidente de trânsito, e que certamente persistirá com algum tipo de sequela. Recuperação completa após reconstrução cirúrgica do plexo braquial ainda não é possível; no entanto, os constantes avanços nesse tipo de cirurgia têm melhorado, de forma significativa, os resultados cirúrgicos. Atualmente, com uma seleção criteriosa dos pa-
cientes, um momento operatório adequado, técnicas cirúrgicas precisas e uma reabilitação bem conduzida, é possível a restauração de funções úteis do membro afetado, na maioria dos casos. Nossa intenção neste livro é fornecer ao leitor os conceitos e as condutas mais atuais no tratamento de lesões do plexo braquial. Com esse propósito, discutiremos em detalhe os vários mecanismos etiológicos, as avaliações clínicas e complementares adequadas, as técnicas operatórias, com seus resultados e complicações, e as técnicas de reabilitação dos diversos tipos de lesões do plexo braquial. Por ser um livro com -diver sos autores, é inevitável que ocorram superposições de temas e algumas discordâncias, que a nosso ver enriquecem a obra. Os editores são gratos à DiLivros Editora Ltda., em especial aos Srs. João Batista de Macedo e Hamilton Knibel, pelo seu entusiasmo e comprometimento com a elaboração deste livro. Setembro de 2010 Mario G. Siqueira Roberto S. Martins Editores
ix
Colaboradores
Alexander Y. Shin Department of Orthopedics Maio Medical School Rochester, Minnesota, USA
Carlos Otto Heise Setor de Neurofisiologia Clínica Instituto Fleury São Paulo, São Paulo, Brasil
Allen Maniker Department of Neurosurgery Beth Israel Medical Center New York, New York, USA
Charles P. Toussaint Department of Neurosurgery Hospital of the University of Pennsylvania Philadelphia, Pennsylvania, USA
Allen T. Bishop Department of Orthopedics Maio Medical School Rochester, Minnesota, USA Amgad Saddik Hanna Department of Neurological Surgery University of Wisconsin Madison, Wisconsin, USA Brian T. Carlsen Department of Surgery Division of Plastic Surgery Mayo Medical School Rochester, Minnesota, USA
Christian P. G.Heinen Neurochirurgische Klinik Universität Ulm am Bezirkskrankenhaus Günzburg Günzburg, Deutschland Eduardo Angeli Malavolta Instituto de Ortopedia e Traumatologia Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo São Paulo, São Paulo, Brasil Eduardo Benegas Grupo de Ombro e Cotovelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo São Paulo, São Paulo, Brasil xi
xii
Egberto Reis Barbosa Departamento de Neurologia Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo São Paulo, São Paulo, Brasil Eric L. Zager Department of Neurosurgery Hospital of the University of Pennsylvania Philadelphia, Pennsylvania, USA Érica Paula Katzulo Juliboni Seção de Terapia Ocupacional Instituto de Ortopedia e Traumatologia Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo São Paulo, São Paulo, Brasil Eziel Rocha Departamento de Patologia Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo São Paulo, São Paulo, Brasil Gregor Antoniadis Neurochirurgische Klinik Universität Ulm am Bezirkskrankenhaus Günzburg Günzburg, Deutschland José Fernando Guedes Corrêa Setor de Neurocirurgia Hospital Universitário Gaffrée e Guinle Escola de Medicina e Cirurgia Disciplina de Anatomia Humana Instituto Biomédico do Centro de Ciências da Saúde Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil Kathleen Khu Division of Neurosurgery Department of Clinical Neurosciences and Hotchkiss Brain Institute University of Calgary Calgary, Alberta, Canada
Lesões do Plexo Braquial
Krystal Tomei Department of Neurosurgery New Jersey Medical School Newark, New Jersey, USA Leandro Pretto Flores Unidade de Neurocirurgia Hospital de Base do Distrito Federal Brasília, DF, Brasil Luiz Kimura Grupo de Mão e Microcirurgia Instituto de Ortopedia e Traumatologia Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo São Paulo, São Paulo, Brasil Manoel Jacobsen Teixeira Disciplina de Neurocirurgia Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo São Paulo, São Paulo, Brasil Marcelo Bordalo Rodrigues Serviço de Radiologia Instituto de Ortopedia e Traumatologia Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo São Paulo, São Paulo, Brasil Marcelo Rosa de Rezende Grupo de Mão e Microcirurgia Instituto de Ortopedia e Traumatologia Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo São Paulo, São Paulo, Brasil Maria Cândida de Miranda Luzo Seção de Terapia Ocupacional Instituto de Ortopedia e Traumatologia Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo São Paulo, São Paulo, Brasil Maria Teresa Pedro Neurochirurgische Klinik Universität Ulm am Bezirkskrankenhaus Günzburg Günzburg, Deutschland
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Colaboradores
Mariano Socolovsky Servicio de Neurocirugía Instituto de Neurociencias Hospital de Clinicas Universidad de Buenos Aires Buenos Aires, Argentina
Raquel Megali Disciplina de Anatomia Humana Instituto Biomédico do Centro de Ciências da Saúde Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Marie-Noëlle Hébert-Blouin Department of Neurological Surgery Mayo Clinic Rochester, Minnesota, USA
Robert J. Spinner Department of Neurological Surgery Mayo Clinic Rochester, Minnesota, USA
Mario G. Siqueira Robert Lyons Tiel Grupo de Cirurgia de Nervos Periféricos Department of Neurosurgery Disciplina de Neurocirurgia University of Mississipi Medical Center Hospital das Clínicas Jackson, Mississipi, USA Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo São Paulo, São Paulo, Brasil
Martijn J. A. Malessy Department of Neurosurgery Leiden University Medical Center Leiden, The Netherlands
Roberto S. Martins Grupo de Cirurgia de Nervos Periféricos Disciplina de Neurocirurgia Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo São Paulo, São Paulo, Brasil
Maura Cristina Freitas Terapeuta Ocupacional Especialização em Terapia da Mão e Método Bobath São Paulo, São Paulo, Brasil Shimon Rochkind
Mônica Bicalho Alves de Souza Disciplina de Fisioterapia Universidade FUMEC Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
Rajiv Midha Division of Neurosurgery Department of Clinical Neurosciences and Hotchkiss Brain Institute University of Calgary Calgary, Alberta, Canada
Division of Peripheral Nerve Reconstruction Department of Neurosurgery Tel Aviv Sourasky Medical Center Tel Aviv University Tel Aviv, Israel
Simone Silva e Santos Zamper Seção de Terapia Ocupacional Instituto de Ortopedia e Traumatologia Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo São Paulo, São Paulo, Brasil
xiv
Stephen M. Russell Department of Neurosurgery New York University School of Medicine New York, New York, USA
Lesões do Plexo Braquial
Vanessa Baudichon Domingues Departamento de Patologia Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo São Paulo, São Paulo, Brasil
Thomas Kretschmer Willem Pondaag Neurochirurgische Klinik Universität Ulm am Bezirkskrankenhaus Günzburg Department of Neurosurgery Günzburg, Deutschland Leiden University Medical Center Leiden, The Netherlands
Sumário
I. INTRODUÇÃO
..........................................................................
1
1.
Aspectos históricos da cirurgia do plexo braquial Mario G. Siqueira, Roberto S. Martins
........................................
2.
Anatomia do plexo braquial ..................................................................... Mario G. Siqueira, Roberto S. Martins, Leandro Pretto Flores
3.
Avaliação por imagem das lesões traumáticas do plexo braquial Marcelo Bordalo Rodrigues
...................
3
7
17
II. LESÕES DO PLEXO BRAQUIAL EM ADULTOS
..............................
25
4.
Exame físico do paciente com lesão do plexo braquial Stephen M. Russell
..................................
27
5.
Mecanismos das lesões traumáticas do plexo braquial em adultos Mario G. Siqueira, Roberto S. Martins, Mariano Socolovsky
6.
Eletroneuromiografia nas lesões do plexo braquial em adultos Carlos Otto Heise
7.
Classificação, apresentação clínica e indicação para tratamento cirúrgico das lesões traumáticas do plexo braquial em adultos .................................. Mario G. Siqueira, Roberto S. Martins, Carlos Otto Heise
................
......................
37
49
53 xv
xvi 8.
Lesões do Plexo Braquial
Exposição cirúrgica do plexo braquial ........................................................ Mario G. Siqueira, Roberto S. Martins, Leandro Pretto Flores 9.
Aplicação da eletrofisiologia intraoperatória na cirurgia do plexo braquial Robert L. Tiel, Rajiv Midha
65
.......
77
10. Técnicas de reparo cirúrgico do plexo braquial: I. Neurólise, sutura e enxertos .............................................................................................. Roberto S. Martins, Mario G. Siqueira, Mariano Socolovsky
87
11. Técnicas de reparo cirúrgico do plexo braquial: II. Transferências intraplexuais de nervos ........................................................................... Mario G. Siqueira, Roberto S. Martins
95
12. Técnicas de reparo cirúrgico do plexo braquial: III. Transferências extraplexuais de nervos .......................................................................... Mario G. Siqueira, Roberto S. Martins 13. Opções técnicas para reconstrução cirúrgica do plexo braquial Mario G. Siqueira, Roberto S. Martins, Mariano Socolovsky
107
....................
123
14. Análise histopatológica intraoperatória na definição de viabilidade de cotos proximais em cirurgias de lesões traumáticas do plexo braquial .................... Mario G. Siqueira, Eziel Rocha, Vanessa Baudichon Domingues, Roberto S. Martins
127
15. Lesões por projétil de arma de fogo e laceração do plexo braquial em adultos ................................................................................................ Kathleen Khu, Rajiv Midha, Shimon Rochkind
133
16. Peculiaridades cirúrgicas das lesões supraclaviculares do plexo braquial em adultos ................................................................................................ Leandro Pretto Flores
143
17. Peculiaridades cirúrgicas das lesões infraclaviculares do plexo braquial em adultos ................................................................................................ José Fernando Guedes Corrêa, Raquel Megali
153
18. Resultados do tratamento cirúrgico das lesões traumáticas do plexo braquial em adultos ............................................................................... Kathleen Khu, Rajiv Midha
171
19. Lesões do plexo braquial relacionadas com esportes .................................. Marie-Noëlle Hébert-Blouin, Amgad Saddik Hanna, Robert J. Spinner
185
xvii
Sumário
20. Síndrome do desfiladeiro torácico Leandro Pretto Flores
............................................................
197
21. Diagnóstico e tratamento da plexopatia actínica ......................................... Roberto S. Martins, Mario G. Siqueira, Mariano Socolovsky
213
22. Tumores do plexo braquial ...................................................................... Charles P. Toussaint, Eric L. Zager
221
23. Lesões iatrogênicas do plexo braquial ....................................................... Christian P. G. Heinen, Thomas Kretschmer, Gregor Antoniadis, Maria T. Pedro
231
24. Cirurgias tardias para a reconstrução funcional do ombro em lesões do plexo braquial........................................................................................ Eduardo Benegas, Eduardo Angeli Malavolta
235
25. Cirurgias tardias para a reconstrução funcional do cotovelo em lesões do plexo braquial........................................................................................ Marcelo Rosa de Rezende
243
26. Transferências microneurovasculares livres de músculos para o reparo secundário de lesões do plexo braquial ..................................................... Brian T. Carlsen, Allen T. Bishop, Alexander Y. Shin
259
27. Tratamento da dor em avulsão de raízes do plexo braquial Manoel Jacobsen Teixeira
...........................
28. Reeducação funcional nas lesões do plexo braquial em adultos Maria Cândida de Miranda Luzo, Érica Paula Katzulo Juliboni
III. LESÕES DO PLEXO BRAQUIAL AO NASCIMENTO
.....................
.......................
29. Epidemiologia e história natural das lesões do plexo braquial ao nascimento .......................................................................................... Willem Pondaag, Martijn J. A. Malessy 30. Mecanismos de lesão do plexo braquial ao nascimento Krystal Tomei, Allen Maniker
...............................
31. Peculiaridades do exame neurológico em crianças com lesão do plexo braquial ao nascimento .......................................................................... Carlos Otto Heise
277
293
303 305
309
315
xviii
Lesões do Plexo Braquial
32. Eletroneuromiografia nas lesões do plexo braquial ao nascimento Carlos Otto Heise
.................
323
33. Tratamento cirúrgico das lesões do plexo braquial ao nascimento: Indicações e momento operatório ............................................................ Carlos Otto Heise, Roberto S. Martins
329
34. Estratégias cirúrgicas e técnicas de reparo das lesões do plexo braquial ao nascimento ...................................................................................... Martijn J. A. Malessy, Willem Pondaag
333
35. Resultados do tratamento cirúrgico das lesões do plexo braquial ao nascimento .......................................................................................... Martijn J. A. Malessy, Willem Pondaag
345
36. Utilização da toxina botulínica no tratamento das lesões do plexo braquial ao nascimento .......................................................................................... Carlos Otto Heise, Egberto Reis Barbosa
351
37. Tratamento das deformidades secundárias à lesão do plexo braquial ao nascimento .......................................................................................... Luiz Kimura
355
38. Reabilitação pós-operatória na paralisia do plexo braquial ao nascimento: I. Conduta na fisioterapia ...................................................... Mônica Bicalho Alves de Souza
365
39. Reabilitação pós-operatória na paralisia do plexo braquial ao nascimento: II. Conduta na terapia ocupacional .......................................... Maura Cristina Freitas, Simone Silva e Santos Zamper
387
Índice Remissivo ....................................................................................
397
I. Introdução
CAPÍTULO 1
Aspectos Históricos da Cirurgia do Plexo Braquial
Mario G. Siqueira
• Roberto S. Martins
P
completamente paralisado, não havia apresentado rovavelmente, a sutura primária de elementos do plexo braquial deve ter sido tentada por cirur-qualquer recuperação na movimentação da mão; no entanto, havia recuperado um mínimo controle glegiões das últimas 2 ou 3 décadas do século XIX, após no-humeral, algum grau de adução do braço e uma as primeiras suturas de nervos realizadas com sucesso 17 por Nelaton em 1863 e, de forma independente, por boa flexão do cotovelo e do punho. 23 Laugier em 1864 e também após a introdução dos Talvez devido aos resultados parciais alcançaenxertos de nervos, experimentalmente por Philli-dos, o relato de Thoburn não teve grande repercus35 20 edy, peaux e Vulpian em 187 0e clinicamente por Albert são na época, e diversos cirurgiões, como Kenn 1 48 em 1885. No entanto, foi Horsley quem introduziu Clark, Taylor e Prout8 ,e o próprio Thoburn, focao conceito de que as lesões do plexo braquial, tidas ram seus interesses nas plexopatias obstétricas. Nacomo intratáveis, poderiam ser passíveis de trataqueles primeiros anos do século XX, um neurologista mento cirúrgico. Com base em estudos experimentais e um cirurgião britânicos, Harris e Low, respectivabem detalhados, o autor observou que, nos casos mente, de propuseram uma nova técnica cirúrgica para tração muito intensa, ocorria uma avulsão das raízes, os casos de avulsão de raízes, usando nervos intatos para as quais não haveria esperança de recuperação contíguos como doadores, que posteriormente pas14 nem mesmo com o tratamento cirúrgico. Já as evensou a ser conhecida como transferência de ner vos. 50 tuais lesões dos ramos anteriores dos nervos espinhais Em 1913, Tuttle usou essa técnica, também utilizada 51 12 16 poderiam, teoricamente, ser reparadas. por Vulpius e Stoffel em 192 0e Foerster em 1929 . Os relatos mais antigos sobre o tratamento -cirúrEm 1916 e 1917, Sharpe descreveu 81 casos de plexopatia braquial obstétrica, recomendando a cirurgia gico de lesões do plexo braquial surgiram no início 44 O entusiasmo inicial pela cirurgia do pledo século XX. O primeiro autor a publicar os resulta-precoce. dos do reparo cirúrgico de uma lesão provavelmente xo braquial do início do século XX foi seguido por 47 provocada por tração foi Thoburn, em 190 0q,ue um longo período de pessimismo com relação a esses procedimentos. realizou a ressecção de um neuroma e sutura de elementos do plexo braquial com suturas de fio de seda, Na Primeira Guerra Mundial, ocorreram muitas lesões neurovasculares graves nos membros supe7,5 meses após a lesão, em uma menina com 16 anos riores. A tendência nesses casos era a amputação do de idade. Em uma avaliação realizada 4 anos após a cirurgia, a paciente, que tinha o membro superiormembro, sem qualquer tentativa de reparo vascular 3
4 ou sutura do plexo. Uma rara exceção a essa tendên12 cia foi a atuação de Foerste qr,ue descreveu 64 casos de reparo cirúrgico do plexo braquial durante a -guer ra. Seu trabalho não foi reconhecido na sua época, recebendo atenção somente em 1947, na publicação de 9 Davis e colaboradores. No período entre a Primeira e a Segunda -Guer ras Mundiais, prevaleceu a atitude passiva de “esperar para ver” com relação às lesões do plexo braquial. Em 43 1925, Seve rpublicou um estudo feito com 1.100 crian ças com plexopatia obstétrica e concluiu que os resultados do tratamento cirúrgico não eram melhores do que os do tratamento conservador. Após essa publicação, muitos ci rurgiões abandonaram a cirurgia do plexo braquial tanto em crianças como em adultos, devido aos precários re 5, 49 sultados alcançados .No entanto, alguns cirurgiões -per sistiram indicando o tratamento cirúrgico, especialmente 37, 45 nas lesões abertas do plexo .Com a Segunda Guerra Mundial, a cirurgia do plexo braquial voltou a ser discu tida devido, principalmente, ao grande número de lesões penetrantes. Nesse período e nos anos que o seguiram, foram desenvolvidos diversos métodos auxiliares, como 31 15 a mielografia cervica l,a eletromiografia, o registro de 10 4 potenciais de ação do nerveo o teste da histamin a q,ue permitiram um diagnóstico mais eficaz das lesões e uma avaliação melhor de sua gravidade. No entanto, com - re lação ao tratamento cirúrgico, existia uma ideia de que, à exceção das lesões do tronco superior, a cirurgia era - con traindicada.6, 41 Em 1943, o governo britânico incumbiu Seddon (Fig. 1.1) de coordenar grupo de estudos sobre lesões de nervos periféricos, incluindo o plexo braquial. Avaliando civis e militares com ferimentos de guerra, - fo ram elaborados diversos estudos sobre síndromes-doloro sas e procedimentos cirúrgicos baseados em enxertos au tólogos ou, em casos de avulsões radiculares, transferên 38–42 cias de nervos intercostais. Apesar da intensa atividade desse grupo, que durou mais de 20 anos e muito-contri buiu para o tratamento de lesões de nervos periféricos e do plexo braquial,os resultados do tratamento cirúrgico persistiam inadequados e o pessimismo geral existente com relação a esses resultados ganhou apoio com - o tra 34 balho de Nulsen e Slad eO. estudo desses autores, em - as sociação ao trabalho editado por Woodhall e Beebe sobre as lesões de nervos periféricos tratadas nos Hospitais de Veteranos nos EUA durante a Segunda Guerra Mundial, levou à conclusão de que o prognóstico das lesões- do ple xo braquial por estiramento não poderia ser melhorado pelo tratamento cirúrgico. Essa visão negativa do proble ma resultou em uma confirmação “oficial” na reunião em
Introdução
Paris, em 1966, da International Society for Orthopaedic Surgery and Traumatology, em que foi concluído que: (a) a exploração cirúrgica do plexo, especialmente no nível infraclavicular, não trazia qualquer benefício para o- diag nóstico e para o prognóstico e (b) o reparo cirúrgico das lesões era quase sempre impossível e, mesmo quando realizado, não garantia qualquer resultado útil. No - iní cio da década de 1960, Seddon afirmava que: “Quando existe uma paralisia completa do plexo braquial sem - pers pectiva de melhora, como a que ocorre frequentemen te como consequência a uma lesão por tração, o único tratamento “reconstrutor” disponível é a amputação do braço e artrodese do ombro, seguida pela colocação de 41 uma prótese”. Essa modalidade de tratamento foi empregada em muitos pacientes na década de 1960 e 11, 52 no início da década de 1970. Assim, o entusiasmo cirúrgico inicial das primeiras décadas do século passado deu lugar, durante algum tempo, ao descrédito devido aos resultados insatisfatórios geralmente alcançados. No entanto, o tratamento cirúrgico das lesões traumáticas do plexo braquial, que logo após a II Grande Guerra consistia em cirurgias paliativas como fusão do ombro, bloqueio ósseo do cotovelo, tenodese dos dedos e amputação transumeral, apresentou uma grande evolução nas últimas décadas. Os avanços nos testes eletrofisiológicos, nos exames de imagem e nas técnicas cirúrgicas culminaram em restaurações - fun cionais dos membros afetados, que, embora ainda não sejam completamente satisfatórias em muitos casos, demonstram uma nítida evolução na área. Os esforços de cirurgiões de diversas especialidades levaram - à cria ção e ao aprimoramento de técnicas como a neurólise, os enxertos de nervos, as transferências de nervos, a reimplantação de radículas do nervo espinhal na medula espinhal, as transferências musculares livres e as transferências de tendões que, empregadas de forma isolada ou combinada, transformaram a cirurgia do plexo braquial em uma área cirúrgica extremamente dinâmica e altamente especializada. Um entusiasmo renovado pelo tratamento cirúrgico surgiu com a publicação por Millesi da técnica dos 29 enxertos interfasciculares na década de 28, 197 0 O.s resultados obtidos nos trabalhos pioneiros de Luskin, 25 Campbell e Thompson ,Millesi27, 30 (Fig. 1.2) e Na32, 33 rakas (Fig. 1.3) com essas novas técnicas deram início a uma nova etapa da cirurgia do plexo braquial. Com o tempo, os fatores etiológicos nas lesões do plexo braquial se modificaram. As lesões abertas, muito frequentes nas 2 Guerras Mundiais, tornaram-se
5
Aspectos Históricos da Cirurgia do Plexo Braquial
Figura Herbert1.1. J. Seddon (J Bone Joint Surg 46B: 151, 1964).
Figura Hanno 1.2. Millesi (Viena, Áustria), pioneiro do tratamento cirúrgico das lesões do plexo braquial. Fotografia cedida pelo Dr. Robert Schmidhammer (Viena).
Figura Algimantas 1.3. Narakas (Lausane, Suíça), pioneiro do tratamento cirúrgico das lesões do plexo braquial. Fotografia cedida pelo Prof. Michel Merle (Luxemburgo).
incomuns e as lesões fechadas consequentes aos aci- 6. Brooks DM. Open wounds of the brachial plexus. Em: Seddon HJ (ed.): Peripheral Nerve Injuries. Medical dentes de tráfego, principalmente aqueles envolvendo Research Council special report. London: HMSO, 1954, pp motocicletas, passaram a ser predominantes. 418–429. Desde o início dessa nova era surgiram, em di- 7. Brunelli G, Monini L. Neurotization of avulsed roots of brachial plexus by means of anterior nerves of the cervical versos pontos do mundo, cirurgiões como Kline 21 18 13 plexus. Clin Plast Surg 11:149–152, 1984. e Nulsen, Hudson e Tamner, Gilbert e Tassin, 8. Clark LP, Taylor AS, Prout TP. A study of brachial birth palsy. 7 26 Brunelli, Merle D’Aubigne e Deburge,Alnot e Am J Med Sci 130:670–707, 1905. 36 46 cols.,3 Allieu,2 Samii e Kahl, Leffert,24 Terzis e cols. , 9. Davis L, Martin J, Perret G. The treatment of injuries of the 22 19 42 Kotani e cols., Jamieson e Hugue se Sedel, entre brachial plexus. Ann Surg 125:647–657, 1947. 10. Dawson GD, Scott JW. The recording of nerve action muitos outros, que deram importantes contribuições potentials through skin in man. J Neurol Neurosurg para que a cirurgia do plexo braquial atingisse o esPsychiatr 12:259–267, 1949. tágio atual. Apesar do considerável progresso alcan- 11. Fletcher I. Traction lesions of the brachial plexus. Hand çado, ainda estamos longe de uma solução ideal para 1:129, 1969. 12. Foerster O. Die Therapie der Schussverletzungen der todas as lesões do plexo braquial.
REFERÊNCIAS 1. Albert E. Einige Operationen an Nerven. Wien Med Presse 26: 1285, 1885. 2. Allieu Y. Exploration et traitement direct des lesions nerveuses dans les paralysies traumatiques par elongation du plexus brachial chez l’adulte. Rev Surg Orthop 63:107–122, 1975. 3. Alnot JY, Jolly A, Frot B. Direct treatment of nerve lesions in brachial plexus injuries in adults – a series of 100 operated cases. Int Orthop 5:151–168, 1981. 4. Bonney G. The value of axon responses in determining the site of lesion in traction injuries of the brachial plexus. Brain 77:588–609, 1954. 5. Bonney G. Prognosis in traction lesions of the brachial plexus. J Bone Joint Surg [Br] 41:4–35, 1959.
peripheren Nerven, Resultate der Plexusoperation. In Foerster O (ed.): Handbuch der Neurologie von Lewandowski, supplement, vol 2. Berlin: Julius Spriger, 1929, pp 1676–1691. 13. Gilbert A, Tassin JL. Obstetrical palsy – a clinical, pathologic and surgical review. Em: Terzis JK (ed.): Microreconstruction of Nerve Injuries. Philadelphia: WB Saunders, 1978, pp 529–553. 14. Harris W, Low VW. On the importance of accurate muscular analysis in lesions of the brachial plexus and the treatment of Erb’s palsy and infantile paralysis of the upper extremity by cross-union of nerve roots. Br M J 2:1035– 1038, 1903. 15. Hodes RR, Larrabee MC, German W. The human electromyogram in response to nerve stimulation and the conduction velocity of motor axons. Arch Neurol Psychiatr 60:340–365, 1948.
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Introdução
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