Texto, O Brasil e o BRICs - Por Dilson Paiva

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Análise

O povo brasileiro continua acreditando na sua luz Por Dilson Paiva

Alguns fatores têm demonstrado preocupantes para os países considerados emergentes como o Brasil, Rússia, Índia e China, que integram o grupo denominado Building Better Global Economic (BRICs), denominação criada pelo economista-chefe da Goldman Sachs, Jim O'Neil, baseado em estudos de 2001. No Brasil em especial, o envelhecimento da população, o desemprego, a difícil tarefa de melhorar a distribuição de renda, a migração em busca de melhores oportunidades e o crescimento econômico da classe média, são mostras do quanto o Governo precisa encontrar medidas inteligentes e eficientes, para evitar sérios problemas futuros. A exemplo do que vem ocorrendo com a China, o Brasil, não se isenta na questão que envolve o seu crescimento demográfico. A disponibilização de mais jovens para suprir com qualidade o nicho deixado pelo envelhecimento de sua população produtiva e a falta da mão de obra qualificada, cuja qual deveria hoje, ser a base de sustentação da economia, esbarra em sérias limitações. Dentre elas, a qualificação profissional, para de fato se tornarem responsáveis pela produção de bens duráveis e de consumo. Pesquisas têm demonstrado que as consequências do envelhecimento da população brasileira devem ser uma das piores preocupações do Governo, a serem enfrentadas no sentido de encontrar soluções rápidas e eficazes. Principalmente na adoção da profissionalização como ingrediente fundamental de crescimento. Aliado a qualificação, existe outro agravante: a substituição do esforço humano, pela introdução de máquinas e equipamentos de últimas gerações, menos poluentes e mais efetivos na execução dos serviços prestados no agronegócio e na manufatura.


Nas décadas de 80 e 90, era normal encontrar famílias que possuíam acima de três filhos em condições de trabalhar. Hoje esse número, quando muito são de dois filhos que ajudam no sustento doméstico. Vamos tomar como exemplo uma criança que nasce hoje, somente a partir de completado 18 anos – idade considerada ideal pelo Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) - estará em condições de trabalhar, assim mesmo, tendo no seu currículo uma boa, senão excelente formação profissional. Até esse período de preparação, estará somente gerando despesas, sejam existenciais como escolar. Enquanto isto, os seus pais já estão de olho na aposentadoria, contribuindo com mais gastos para o Governo. Sem mencionar sua saúde que já não é mais a mesma de 20 anos atrás. Diante dos fatos, o Brasil não pode mais ficar entrincheirado, precisa correr em busca de resultados satisfatórios. O país precisa ficar atento à premissa demográfica, sim. Outro exemplo a considerar de país formador de mão de obra especializada, o Japão. É fácil citá-lo, por tratar-se de um país, onde o nível de escolaridade é muito superior ao brasileiro sob todos os níveis. Sua tecnologia é super avançada e a qualificação profissional favorece esse status. Ao contrário do que se vê no Brasil que, ainda, convive com uma luz tênue em direção ao futuro, embora os governantes apontem como alvissareira – o que não corresponde à realidade nua e crua. É inegável que infraestrutura para todos os fins, é fator de inegável importância, mas gera custos e investimentos na qualificação do elenco que irá dar solidez à iniciativa. O Brasil se limita a discursos mal empregados em período eleitoral. Agora não são somente os ricos que têm acesso a produtos de qualidade comprovada. A atual classe média C e D, tornou-se mais exigente na hora de consumir. Atribui-se que tudo começou a partir da implantação do Plano Real em 30 de julho de 1994. Surgiram a partir de então, um vigoroso crescimento do consumo e varejo; instituição de programas sociais de maior alcance, como o ajustamento do salário mínimo compatível com a inflação; geração de empregos com carteira assinada e o consequente aumento da renda per capta. Além é claro, da preocupante análise global com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).


Todo país que se propõe a crescer e multiplicar em qualidade de vida precisa estar atento, muito atento, às questões de desigualdades sociais e melhor distribuição de renda. A migração que vem ocorrendo em direção às cidades maiores tem contribuído sobremaneira com o aumento do desemprego, piores condições de moradias, de saúde, educação, alimentação, proliferação da criminalidade, consumo de drogas, entre outros males nocivos à sociedade. O êxodo rural tornou-se desfavorável e uma pedra no sapato dos articuladores sociais. Desguarnece uma área que poderia ser produtiva, em detrimento de outra, que será senão uma opção de desespero. Também responsável por sérias mudanças no leito familiar, resultado do despreparo, tendo com causa e efeito, consequências quase imutáveis. Ao ponto dessa população migratória chegar a implorar por migalhas nas cidades consideradas por muitos como o eldorado de sonhos. O processo de implantação da alta tecnologia, já vem ocorrendo em todos os países há alguns anos. Todavia, o ser humano da mesma maneira em que as máquinas evoluem, também necessita estar se reciclando para acompanhar esse contínuo processo evolutivo. As máquinas de datilografia e calculadora foram substituídas pelo computador. Assim como, os atendimentos bancários também passaram a ser feitos com a utilização de máquinas inteligentes. Independente das evoluções que vão surgindo, o homem também precisa se valorizar sempre mais, e mais, para que se torne insubstituível. Enfim, a educação é e sempre será a melhor perspectiva de desenvolvimento.

Nota: Só para se ter uma ideia. Este texto eu o escrevi em julho de 2013, por incrível que pareça, não houve mudanças em nenhuma das abordagens citadas. Significa que, continuamos pisando na nossa própria sombra, com ocorria no século passado. Lastimável!


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