design autoral
Flávio Borsato, sócio do Estudiobola, comprova que é possível ter uma casa autêntica e com estilo
São Paulo: Haddock Lobo - 3087 7000 | d&d SHopping - 5105 7777 | Rio de JaneiRo: caSaSHopping - 3325 7667 | cuRitiba - 3111 2300 campinaS - 3397 3200 | beLém - 3223 9690 | bRaSíLia - 2196 4250 | goiânia - 3238 3838 | manauS - 3182 9700 | Recife - 3465 8182 | SaLvadoR - 3034 555 artefacto Beach & country: São pauLo: av. bRaSiL - 3894 7000 | d&d SHopping - 5105 7760 | Jaú - 3416 6904 | www.artefactoBc.com.Br artefacto off: São pauLo: R. HenRique ScHaumann - 3897 8484 | campinaS: pq. d. pedRo SHopping - 3709 7500 aventura: aRtefacto Home 17651 biScayne bLvd. 305.931.9484 | coral GaBleS: aRtefacto deSign HouSe 4440 ponce de Leon bLvd. 305.774.0004 doral: aRtefacto waReHouSe concept 3290 nw 79 tH ave 305.639.9969 | www.artefacto.com.Br
Foto: Edison Garcia
ArtefActo BeAch & country: São PAulo: Av. BrAsil - 3894 7000 | D&D ShoPPiNG - 5105 7760 | JAú - 3416 6904 ArtefActo: São PAulo: hADDoCk lobo - 3087 7000 | D&D ShoPPiNG - 5105 7777 | Rio DE JANEiRo: CASAShoPPiNG - 3325 7667 | CuRitibA - 3111 2300 CAmPiNAS - 3397 3200 | bElém - 3223 9690 | bRASíliA - 2196 4250 | GoiâNiA - 3238 3838 | mANAuS - 3182 9700 | RECiFE - 3465 8182 | SAlvADoR - 3034 555 ARtEFACto oFF: São PAulo: r. henrique schAumAnn - 3897 8484 | CAmPiNAS: Pq. d. Pedro shoPPing - 3709 7500 estAdos unidos: AvENtuRA - 305.931.9484 | CoRAl GAblES - 305.774.0004 | DoRAl - 305.639.9969 www.artefacto.com.br
Ambiente por: Roberto Cimino e Nelson Amorim
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12 | carta ao leitor
Puramente autoral Preparar o showroom a cada nova coleção é sempre um momento especial para nós da DI MÓVEIS. É selecionar o que de melhor iremos dispor em “nossa casa”. Sim, é desta forma que pensamos a loja: como uma acolhedora e confortável casa. Deixá-la linda, nos estimula e nos move. Intitulada “Manuscrito”, a coleção ganha aqui nas páginas da revista uma dimensão que só as letras permitem. Fotos e textos traduzem e revelam o que está na essência dos ambientes, dos móveis e objetos – o autoral, a arte, a criação. Partindo deste conceito, escolhemos o design autoral como tema para as matérias que compõem esta 11ª edição da revista DI MÓVEIS. Cada vez mais valorizados, o aspecto estético e a singularidade da criação autoral refletem as tendências da decoração. Um exemplo são os papéis de parede que fazem alusão a pergaminhos. O projeto é assinado pelo artista plástico Marlon Vidal, feito sob encomenda para a DI. Vale conferir na Performance.
Na matéria de capa, o arquiteto Flávio Borsato mimetiza o conceito de design autoral em seu apartamento, mostrando como sua intuição criativa jogou luz, cor e transparência em um espaço antes marcado pelo cinza. Nem pense em folhear com pressa as páginas da Llussá Marcenaria. Conceito contemporâneo e sem excessos,traz peças em madeira que devem ser vistas, revistas, vasculhadas em cada detalhe. E se arte e design se fundem e confundem, os Vasos da Terra, feitos à mão, inspirados nas viagens do artista Marcelo Bellotto a Marrocos, Istambul, Atacama, Santorini e ao nordeste brasileiro, agora estão bem aqui. Quer mais? Benita Brasil chega à DI MÓVEIS com poltronas assinadas exclusivamente por designers brasileiros e com temas inspirados no país. O nome significa “Abençoada” em esperanto, idioma considerado universal. Então, ‘benita’ leitura!
Lu Name
14 | sumário
84
Na capa, detalhe do living do apartamento de Flávio Borsato, do Estudiobola. Trabalho autoral predomina em todos os ambientes
ENTREVISTA
18
Referência na arquitetura nacional e universal, o escritório Rizoma ramifica seu trabalho em Inhotim e pelo mundo afora
DESIGN
24
Conceito contemporâneo e sem excessos faz do mobiliário da Llussá Marcenaria verdadeiras joias em madeira
PERFORMANCE
28
Novo showroom da DI MÓVEIS traz conceito da decoração feita para contar histórias de vida
ARTE
52
Feitos à mão, os Vasos da Terra são inspirados nas viagens do artista Marcelo Bellotto a Marrocos, Istambul, Atacama, Santorini e ao nordeste brasileiro
capa
56
Com design autoral, Flávio Borsato abre as portas de seu apartamento e mostra que menos também pode ser mais para morar com estilo
LIFESTYLE
70
Casa em Bauru, da década de 70, ganha estilo despojado e moderno com projeto de arquitetura e decoração assinado por Edward Albiero
VITRINE
84
Benita Brasil chega à DI MÓVEIS com poltronas assinadas exclusivamente por designers brasileiros e com temas inspirados no país mais tropical do planeta
SOCIAL
90
Nova coleção DI MÓVEIS faz referência ao inusitado efeito do papel de seda na parede
TRENDS
98
Um pequeno paraíso manuscrito na Terra para o deleite do bem viver
16 | expediente
CONSELHO EDITORIAL Luciana Name, Divaldo Alves, Gustavo Neves e Anaí Nabuco COORDENAÇÃO GERAL E PROJETO EDITORIAL Lettera Comunicação Estratégica www.letteracomunicacao.com.br Tel.: (14) 3226 1925/ 9671 3747 contato@letteracomunicacao.com.br
Editora-chefe Anaí Nabuco
MTB: 23.214 - Tel.: (14) 9778 2900 anainabuco@hotmail.com
estilo E PRODUÇÃO Gustavo Neves Reportagem Luly Zonta, Ana Helena Dias e Patrícia Zamboni Coordenação de reportagem Lucien Luiz PROJETO GRÁFICO e direção de arte Priscila Pagano Afonso priscila.afonso@gmail.com
FOTOGRAFIA E CAPA Celso Melani PUBLICIDADE Rua Tenente Lopes, 65 Centro - Jaú - CEP 17.201 www.dimoveis.net - didecor@terra.com.br
TIRAGEM 5 mil exemplares IMPRESSÃO Cosgraf Indústria Gráfica www.cosgraf.com.br - Tel.: (14) 3646-1236
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Tel.: (14) 3621-1080 www.dimoveis.net - didecor@terra.com.br
18 | entrevista
texto Luly Zonta fotos divulgação
Raiz nada quadrada Rizoma ramifica seu trabalho em Inhotim e coleciona prêmios mundo afora
O escritório pode ser considerado novo. Os profissionais são bem jovens, mas o nome Rizoma já se tornou referência na arquitetura universal. Como parte expoente do design nacional, está ganhando o mundo. O Rizoma surgiu em 2008 de uma parceria entre os arquitetos Maria Paz e Thomaz Regatos e da geógrafa Virginia Paz para um projeto específico. Desta associação bem sucedida, surgiram novos projetos, novos desafios e a parceria virou sociedade. Quem já foi a Inhotim deve saber que a Galeria de Tunga e Lygia Pape, o restaurante Oiticica, a recepção e até o portal de Brumadinho são obras premiadas desse coletivo. Para quem ainda não foi ao maior museu a céu aberto do mundo, conheça um pouco dessa história que brota como ouro de Minas... Gerais.
DI Móveis Da raiz na biologia ao multiplicador na filosofia, como nasce o coletivo Rizoma na arquitetura? Maria Rizoma é um tipo de raiz, que cresce superficialmente,
para projetos específicos e depois voltando à configuração
espalhando-se pelo território e gerando novas plantas. Ao
mantendo sempre abertura para novas experiências.
original, o que nos permite a troca de conhecimento tanto da disciplina teórica quanto da prática da arquitetura,
contrário da raiz da árvore que cresce verticalmente, o rizoma
numa sobrevivência colaborativa. Ao mesmo tempo, se uma
DI Móveis Quais os planos de ramificação do trabalho de vocês? Maria No momento estamos investindo nosso tempo em
planta é cortada do rizoma, as outras não são afetadas.
parcerias acadêmicas, além dos projetos arquitetônicos,
No escritório, o rizoma é uma forma de troca de conhecimento,
claro. Queremos promover workshops, palestras e projetos
onde os objetivos são mutantes e as premissas negociáveis.
com alunos e escolas de outros países. A ideia é promover a
Atualmente, o Rizoma Arquitetura conta com quatro arquitetos
troca de conhecimento entre alunos brasileiros e estrangeiros
e uma geógrafa. Uma estrutura pequena, mas que nos permite
e movimentar o cenário acadêmico de Belo Horizonte,
fazer parcerias, trabalhar em locais diferentes, com disciplinas
trazendo palestrantes de diferentes lugares e disciplinas. É
e equipes diferentes. Não é de nosso interesse possuir uma
um plano ambicioso, que pretendemos realizar aos poucos,
equipe muito grande, numa sede fixa. Criamos parcerias com
mas já estamos conversando com uma escola europeia e já
arquitetos e profissionais de outros lugares, nos juntando
temos um lugar para desenvolver as atividades. Afora isto,
não possui estrutura hierárquica, funciona como uma rede. Sua estrutura permite que as plantas troquem nutrientes,
Guarita para vigilantes camuflada em meio à mata
20 | entrevista
procuramos não fazer muitos planos e pensar nos desafios
urbana. O projeto ganhou o prêmio ópera Prima. A outra
à medida que eles vão aparecendo. A profissão do arquiteto
proposta foi uma parceria do Rizoma com um escritório de
nos oferece sempre a oportunidade de pesquisar, escrever,
arquitetura paulista e diversos outros profissionais e estudantes,
promover encontros e ramificar para outras áreas.
uma equipe multidisciplinar que contava com uma artista, biólogos, historiadores, engenheiros, designers, geógrafos
DI Móveis Como germinou a relação com Brumadinho e Inhotim? Praticamente foi um plano diretor! A proposta partiu de vocês? Thomaz Já fizemos duas propostas para Brumadinho e
e arquitetos, claro. Tratava-se de uma leitura completa e
Inhotim. A primeira foi o trabalho de conclusão de curso de
futuros apocalípticos e para finalizar, fizemos uma espécie
Maria. A proposta era qualificar o centro de Brumadinho e fazer
de plano diretor bem provocativo e também utópico, mas
com que a cidade aproveitasse o potencial turístico criado pelo
que pode gerar discussões e projetos muito interessantes.
provocativa de Inhotim. Mapeamos diferentes camadas do parque, relacionamos umas às outras, desenhamos sua cronologia de expansão e povoamento, desenhamos cenários
Inhotim. Era realmente um plano diretor, com novo traçado equipamentos turísticos e comerciais de interesse do turista
DI Móveis Como foi trabalhar com o Tunga? Thomaz Tunga é um sujeito inteligentíssimo e, apesar de
que visita Inhotim, mas que promovessem a participação
não exercer a profissão, também é arquiteto. Ele tinha uma
da população local e geração de renda para a cidade. Nesta
ideia muito boa do que queria para a sua galeria em termos de
proposta, Inhotim entra como o propulsor da qualificação
qualidades espaciais e dimensionamentos básicos. A galeria é
viário incorporando o rio Paraopeba ao centro, e propondo
Centro de Vivência Inhotim
Nova recepção Inhotim
uma retrospectiva de sua carreira, sem uma narrativa linear. As
para que houvesse escuridão completa no interior. O fato da
peças expostas, muitas vezes se fundem umas com as outras e
obra não ter direcionalidade nos deu a ideia de girar o topo do
não permitem a leitura singular do objeto de arte como intocável
prisma, criando no edifício o mesmo caráter de rotação que a obra
e quase sagrado, que se tem na maioria dos museus de hoje.
evoca. Nos corredores, a sensação de perda da espacialidade e
Além disso, as obras estão inseridas no contexto do parque e
desorientação, devido às paredes inclinadas, remove o visitante
se misturam na paisagem. Não há um percurso pré-definido,
da atmosfera do exterior e das referências mundanas, para um
as circulações são diversas e as visadas também. A sensação é
mundo introspectivo, onde os sentidos são aguçados. A visão é
sempre de estar entre as obras e não de frente para elas. O projeto
lentamente substituída pelo tato, causando uma aproximação do
arquitetônico evoluiu junto com a curadoria de Tunga e a galeria
indivíduo com o edifício. O trajeto leva, então, um espectador mais
que foi prevista para abrigar pouco mais de 15 obras, hoje tem 33.
despido de pensamentos rotineiros para a apreciação da obra.
DI Móveis Como foi conceber um museu para a ousadia da Lygia Pape? Thomaz O caso da Lygia Pape foi bem diferente do Tunga, porém igualmente interessante e desafiador. Criar um edifício
DI Móveis Vocês conseguiram dar leveza ao brutalismo e evidenciaram uma arquitetura da inserção com a natureza. É esta a grande seiva do Rizoma? Maria Sim! Procuramos sempre respeitar o contexto
para abrigar uma única obra de arte (Ttéia) de caráter permanente
onde o edifício está inserido, seja ele urbano ou de
é quase como criar uma pele para aquela obra, um edifício que
natureza. Esta é a nossa principal preocupação.
complete a experiência do visitante. O projeto foi, em grande parte, definido pela própria obra. As dimensões foram préestabelecidas: um prisma de 21x21x6m, hermeticamente fechado
DI Móveis Falando tanto de raiz e de exteriores, como nasce o mobiliário de vocês, já que a relação
22 | entrevista
Thomaz Regatos é arquiteto e urbanista [2004] pelo Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix (Belo Horizonte), mestre em teoria e prática de projeto de arquitetura [2008] pela Universitat Politècnica de Catalunya (Barcelona – Espanha), MBA em gestão estratégica de projetos [2010] pelo Centro Universitário UNA (BH). Trabalhou com o arquiteto Espanhol Emilio Donato em 2006.
Maria Paz é arquiteta e urbanista [2009] pela Universidade FUMEC (Belo Horizonte), mestre em Arquitetura e Teoria [2011] pela Cornell University (Ithaca – NY - EUA), foi Professora Assistente em Cornell University de Drawing 1, MArch I studio e Elements, Principles & Theories in Japanese Architecture. Trabalhou com o arquiteto Holandês JoCoenen & Co em 2007.
Prêmios – 2011 Dez - Menção Honrosa - XII Prêmiação IAB-MG - Loja Botânica / Belo Horizonte - BRASIL Dez - Menção Honrosa - XII Prêmiação IAB-MG - Restaurante Oiticica / Belo Horizonte - BRASIL Out - 1º lugar - Prêmio O Melhor da Arquitetura - Restaurante Oiticica / São Paulo - BRASIL Out - Revista AU / São Paulo - BRASIL Out - Revista Monolito / São Paulo - BRASIL Set - Folha de São Paulo Jornal / São Paulo - BRASIL 2010 – Ago - 1º lugar - 22º Concurso Ópera Prima - BRASIL
Galeria Lygia Pape
com a madeira é algo tão forte e inerente? Maria A madeira é um material ainda muito abundante no
muitos arquitetos jovens se destacarem. Estamos tentando
Brasil. Utilizamos principalmente madeiras pouco nobres,
e prática por meio dos desafios que nos são colocados.
aproveitar este momento para adquirirmos conhecimento
como o pinus ou madeiras reaproveitadas para fabricar os móveis que desenhamos. Tratamos estes móveis como acessórios do edifício, eles devem acentuar características interessantes do ambiente e torná-lo habitável.
Fazendo valer o dito do “mineirin que come quieto”, onde a carreira internacional do coletivo vai parar? Existe um plano ou vocês vão deixar polinizar? Maria Como falei anteriormente, vamos deixando polinizar
DI Móveis Como é para uma dupla tão jovem colher tantos prêmios num ano só? Algum deles tem valor especial? Maria Cada prêmio retrata uma conquista, um projeto
e ver onde chegamos. É claro que adoraríamos fazer projetos
bem sucedido, um trabalho reconhecido, portanto todos
que está sendo feito em outros lugares e o porquê das
são igualmente especiais. O Brasil está num momento
diferenças em relação à arquitetura brasileira. É também
muito bom para a arquitetura e hoje há chance para
uma maneira de evitar o colonialismo arquitetônico.
em outros países, onde os estímulos são diferentes. As parcerias são uma maneira de abrirmos a cabeça para o
24 | design
texto Luly Zonta fotos divulgação
Arte maciça Design contemporâneo e sem excessos faz do mobiliário da Llussá Marcenaria – marca encontrada na DI MÓVEIS – verdadeiras joias em madeira
Estante Árbol
Um domingo no parque, uma revoada de folhas... Quem consegue visualizar essa cena pode até criar poesia, fazer música, escrever um conto, mas poucos podem imaginá-la formando um móvel. Quem vê o biombo Noi não imagina que foi essa a inspiração de Juliana Llussá para concebê-lo. Noi, que em catalão significa criança, menino, nasceu quando a arquiteta e artista plástica estava no Parque do Ibirapuera, na capital paulista, e foi surpreendida por uma ventania. “Pensei que poderia fazer uma peça com mini pedaços de madeira girando em torno de um eixo, mas que criassem uma volumetria. O resultado foi interessante, porque a peça esconde, mas ao mesmo tempo revela. É funcional e uma obra de arte”. O repertório que a vida lhe deu desde criança é a grande fonte de referência criativa de Juliana Llussá. O pai, que veio moço da Catalunha para o Brasil, era apreciador das artes e da arquitetura. Tinha em sua casa peças de Geraldo de Barros, as quais encantavam a menina. Mas ela só descobriu a marcenaria no Cadeira Art, para salas de estar, jantar e recepção
terceiro ano da faculdade de arquitetura, na FAU-USP . “Resolvi fazer a cadeira da mesa do trabalho de desenho de móveis em escala real. Entrei na marcenaria da faculdade e me apaixonei. Passei as férias lá para terminar minha cadeira. Foi quando me encantei pela marcenaria e tudo começou”, conta Juliana Llussá. Mas a marca Llussá, que está completando dez anos e recentemente foi in-
corporada ao universo de fornecedores da DI MÓVEIS, com exclusividade no interior de São Paulo, não nasceu exatamente aí. Juliana concluiu arquitetura, artes plásticas e administração de empresas e, em 2002, criou uma coleção de cinco peças para entrar no mercado.
Linhas retas Desde a primeira peça criada, a mesa de centro Només, que deu início à grife de mobiliário, Juliana Llussá faz um design extremamente novo para peças de função simples, que ganham corpo e personalidade. A proposta de um mobiliário muito bem construído e executado norteia a criação da Llussá Marcenaria, que explora todas as possibilidades da madeira maciça. O desenho dos móveis exprime a essência da funcionalidade e do conforto, resultando em uma estética contemporânea de linhas retas e harmônicas. Juliana Llussá desenha, acompanha passo a passo o desenvolvimento e a produção de todas as peças e confessa que ainda hoje se pega na oficina. “Penso que em se utilizando uma matéria-prima preciosa como a madeira, temos o dever ainda maior de produzir uma peça sustentável. Para mim, a questão da durabilidade é um elemento fundamental da sustentabilidade”. Com uma história assim, é impossível não tratar um móvel seu como joia ou obra de arte.
A Llussá utiliza técnicas tradicionais de encaixe na elaboração de uma linha de móveis contemporânea, o desenho é formal e funcionalmente inovador.
Biombo Noi, idealizado a partir de uma revoada de folhas de árvore no outono
26 | design
Poltrona Cim: para áreas de estar, recepção, halls, salas, quartos e home theater
O desenho não tem excessos e a essência funcional e ergonômica são o ponto de partida para a criação dos móveis. Madeiras de lei Freijó, Sucupira, Cumaru-Ferro, Breu Vermelho, Cedro, Itaúba, Tanibuca são algumas das madeiras utilizadas nas criações Llussá e que fazem parte do grupo de compradores de madeira certificada. Toda a matéria-prima utilizada tem origem comprovada por DOF (Documento de Origem Florestal), que acompanha os documentos fiscais. Grande parte dela é proveniente de comunidades de pequenos produtores florestais do Acre, os quais são certificados pelo FSC (Forest StewardshipCouncil) e produzem a madeira com o selo FSC. A produção é artesanal, envolvendo mão de obra formada na Llussá. Testes e pesquisas desenvolvidos no IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) comprovam a qualidade da matéria-prima utilizada no processo produtivo, que também prima pelos adesivos apropriados para a colagem das peças. O cuidadoso processo de acabamento é feito com uma linha de vernizes importados. As peças não mancham com o apoio de copos ou baldes de gelo. O mobiliário infantil recebe verniz atóxico utilizado pela indústria de brinquedos. Além das leis de preservação, o trabalho de Juliana Llussá também é pautado pela lei da oferta da mãe natureza, que trabalha em ciclos. “Não adianta trabalhar apenas com essa ou aquela madeira, tudo vem pela oferta. O mercado é feito dessa maneira, você vê, compra um pouco, produz, depois vem outra e novas criações.”
Cadeira Bell com acabamento em verniz importado italiano
28 | performance
texto Patrícia Zamboni colaborou Lucien Luiz fotos Celso Mellani
Manuscritos Novo showroom da DI MÓVEIS apresenta conceito da decoração feita para contar histórias
PĂłrtico de entrada dĂĄ visĂŁo para todo o ambiente
30 | performance
Sofรก Softcell (Decameron) e poltronas Luna (Vermeil) conferem todo conforto ao ambiente; na parede, fotos assinadas por Rosa de Luca
Quando você pensa em um manuscrito, o que vem à sua mente? Se a sua resposta foi algo muito íntimo, como um “esboço da alma”, não precisará fazer nenhum esforço para entrar em sintonia com a nova coleção da DI MÓVEIS. Intitulada “Manuscrito”, ela materializa a personalidade de cada um por meio de uma decoração que desvenda histórias e vivências particulares. “Manuscritos são registros do cotidiano. E a decoração não deixa de ser isso, ela conta a história da vida das pessoas. Se você entrar em uma casa que foi decorada há 30 anos, perceberá como foi a vivência do morador naquela época. Por isso, a ideia da nova coleção é ajudar as pessoas a contar suas próprias histórias”, observa Gustavo Neves, diretor de estilo da DI MÓVEIS. Para isso, a equipe da loja priorizou o design nacional e elementos capazes de mudar completamente um ambiente. Um exemplo são os papéis de parede que fazem alusão a pergaminhos – material utilizado para escrita na Antiguidade feito com couro de ovinos. O projeto é assinado pelo artista plástico Marlon Vidal, feito
32 | performance
Toda a elegância das poltronas Friend, da Vermeil, e Venti (marrom), da Saccaro. Na outra página, na sala de jantar, destaque para o lustre Desdobramento (M.Marton), para as cadeiras Toá, de Sérgio Fahrer, e para o papel de parede exclusivo DI MÓVEIS
Legenda materia capa Em eate recaborum imporia derrovi taquas ea conseritiam quunt minveremo cus. As apit perunti dem et ulpa corro que volorae nonsequam voluptas ipiscie.
34 | performance
Acima, biombo Noi, da Llussá Marcenaria; abaixo, estante Llumm (Llussá), sofá Calle (Decameron) e Cadeira Giratória (Llussá). Na outra página, na parede, quadro assinado pelo artista plástico Marlon e, para reunir os amigos com conforto, poltronas Quadrata, da MBrasil
36 | performance
No conforto do quarto, cabeceira Bob com sensores de led (MBrasil), criados Otake e pufe Iguape (MBrasil). Na outra pĂĄgina, chaise Dressage (Garco) e mesinhas bandeja JoĂŁo Armentano; abaixo, bancada Buffi (Adresse)
38 | performance
No living, estante Rizzatto (Adresse) e poltronas Greece (Artefacto). Na outra pĂĄgina, o aconchegante sofĂĄ Cine compĂľe o ambiente com os quadros do artista Marlon
40 | performance
sob encomenda para a DI. O novo showroom evidencia o uso de materiais naturais em tons claros. A madeira, aliás, é citada por Gustavo Neves como um elemento versátil e de aproveitamento ilimitado quando se pensa em design de interiores. “A ideia para a nova coleção era valorizar o que há de melhor no design brasileiro, aliando um toque de modernidade. Por isso, começamos inclusive a trabalhar com novas fábricas, como LLussá, Vermeil e Etel. No caso da madeira, é um elemento que se reinventa. No Brasil ela foi muito explorada, desde a época colonial. Hoje é utilizada de forma sustentável e não há limites para sua aplicação. Um ambiente pode ser feito totalmente em madeira e, mesmo assim, ter várias ‘caras’. É o material mais utilizado no Brasil atualmente, o que nos levou a incluí-lo nesta nova coleção”, explica Gustavo Neves.
Sofá Urban (Decameron), poltrona Lara (Vermail) e mesa de centro Everest (Artefacto) conferem todo conforto ao living. Ao lado, poltrona IMI em laca preta com tecido de Attilio Baschera e Gregório Kramer
42 | performance
Mesa de centro Kalup (MBrasil), poltronas Laviv (Artefacto) e banco Pedro Useche. Na sala de jantar, cadeiras Bell, EstĂşdiobola
No home theater, destaque para a passadeira Square Foot, da designer americana Lina Miranda, com seus desenhos exclusivos. A poltrona e o sofá azul Stampa são da B&C. O sofá com capa de linho Nouvel é da Artefacto. Mesa de centro Nih II, também da B&C
44 | performance
No amplo living, Luminรกria Netuno, de Pedro Mendes, e couch Barcelona
“Alta costura” As novas fábricas parceiras da DI MÓVEIS se destacam pela produção de peças feitas sob medida, atemporais e fabricadas com a mais alta tecnologia. Priorizam o design de alto padrão, a qualidade das matérias-primas, a riqueza de detalhes e o uso de acabamentos exclusivos. Fazem parte do que é considerada a “alta costura” do mobiliário, com DNA totalmente nacional. O belo resultado das novas parcerias pode ser apreciado em 20 ambientes do novo showroom, onde é possível identificar quatro casas decoradas com características bem diferentes. “A ideia era atingir um público eclético, de vários estilos”, acrescenta Gustavo Neves. Ao visitar o showroom, chama a atenção a sobriedade das cores interrompida sabiamente, em alguns momentos, pelo charme pontual de objetos coloridos. Um quadro em azul klein é suficiente para dar vida a um ambiente. Em outro, um lustre moldado escultoricamente é a estrela. “Esse objeto era, inicialmente, uma instalação feita pelo designer M. Marton para uma exposição em Miami. Para colocá-lo na loja, ele foi customizado e transformado em um lustre com 16 lâmpadas. Já as cores, quando aparecem, é porque têm uma importância, um sentido.” Fotografias também dão o tom inovador da nova coleção DI. Com status de obras de arte, elas podem substituir quadros na decoração com a vantagem do inusitado. O uso de plantas naturais é outro diferencial. “Planta é vida. Uma flor muda toda a configuração de um ambiente”, assinala Gustavo Neves. “A customização é o grande diferencial do novo showroom da DI MÓVEIS. Aqui é possível fazer uma peça do jeito que o cliente quer. Afinal, a sua casa precisa ter a sua cara, a sua identidade.”
46 | performance
Abaixo, lustre Krisalide e cadeiras Bell, da Llussá. Na outra página, tapete Squarfoot e mesas Pandia, da Artefacto; bufê de Jacqueline Terpins e sofá Aristocrash, de Benita Brasil
48 | performance
Na varanda, poltronas de balanço Astúrias (Carlos Motta), sofá GN (Pedro Petry) e poltrona Buterfly (vermelha)
50 | performance
Lareiras ecológicas com a base feita de nanoglass oferecem todo conforto à varanda; mesa de Pedro Petry, cadeiras Panton e quadro do artista Zuri complementam o ambiente
52 | arte
texto Ana Helena Dias com Anaí Nabuco fotos Celso Mellani
Poesia concreta Com sustentabilidade no DNA, vasos de Marcelo Bellotto trazem nova vida e conceito ao decor exterior Com sobrenome de roqueiro e escritor
engenheiro e a ligação com a natureza, Bellotto re-
famoso, Marcelo Bellotto não nega suas origens. É
vela que ao criar uma peça e confeccioná-la, artesa-
neto de músico e também já fez do rock a sua estra-
nalmente, já idealiza os tipos de plantas que farão
da. Mas entre melodia e poesia, a agronomia entrou
parte do conjunto. Contudo, ressalta que os vasos
na sua vida e mudou o cenário. Nessa ligação com
são versáteis e têm porte para infinitas espécies.
a natureza, Marcelo um certo dia entrou em uma
Segundo ele, a Vasos da Terra foi pensada para
floricultura e viu ali entre vasos e ramalhetes sua
suprir uma necessidade do mercado. “Os vasos dis-
flora inspiração. Nessa época, ele era estagiário.
poníveis eram pouco duráveis, com tamanhos redu-
Hoje, quase 20 anos depois desta visita inusitada, o
zidos, o que impossibilitava o plantio de vegetações
ex-roqueiro, que se formou engenheiro agrônomo,
mais robustas”. As cores escolhidas por Marcelo
virou paisagista e plantou sua história na coleção
também representaram uma inovação no setor de
Vasos da Terra.
arquitetura em espaços externos. “Quando criei o
Feitos à mão, com materiais rústicos, formatos
vaso na cor tabaco, percebi que o tom se alastrou.
clássicos e tons terrosos, os vasos são inspirados
Vi muitos arquitetos utilizando tijolos na mesma
nas viagens do artista Marcelo Bellotto ao Marro-
tonalidade. Hoje, a tendência é destacar mais o cin-
cos, Istambul, Deserto do Atacama, Santorini e ao
za”, afirma Bellotto, que criou uma gama terrosa das
nordeste brasileiro e trazem uma representação ar-
mais interessantes.
tística da terra como elemento essencial à natureza.
As cores tabaco, café, cobre e ferrugem e os aca-
A linha exclusiva e mais do que sustentável foi
bamentos texturizados com efeito petrificado são
lançada em 2008, trabalhando nas peças o concre-
sofisticados e lembram elementos das telas de Cân-
to armado em aço, que proporciona durabilidade e
dido Portinari. Além dos vasos, a coleção inclui es-
resistência, e a fibra leve, que oferece menor peso e
pelhos d’água, fogo de chão e até espreguiçadeiras,
plantio direto.
conferindo ainda mais requinte à paisagem.
“Os vasos são feitos um a um e cada peça neces-
Numa harmonia plena com o ambiente, as peças
sita de cuidados e atenções especiais. É como um
incluem ainda a possibilidade de serem recicladas.
jardim, onde plantamos uma semente de cada vez”,
Mas isso não significa que os vasos sejam descar-
compara Marcelo, que depois de muitas experimen-
táveis. Muito pelo contrário, enquanto muitos du-
tações, desenvolveu um método único de compor
ram em média três anos, os Vasos da Terra chegam
com esses materiais.
a uma década de vida útil, cumprindo o ciclo ideal
Unindo a sensibilidade de artista, a técnica de
de sustentabilidade, sem perder a beleza e o estilo.
Bellotto apostou nas cores tabaco, café, cobre e ferrugem, garantindo sofisticação aos vasos e à composição dos ambientes
54 | arte
Despojado Com quase 20 anos de experiência, o paulistano Marcelo Bellotto preza pela integração entre arquitetura, decoração e design para agregar mais qualidade de vida aos admiradores de seu trabalho. Músico, engenheiro agrônomo por formação, com pós-graduação em fitoterapia e especializações em paisagismo, Bellotto alia o seu conhecimento para planejar áreas verdes de maneira interativa, valorizando os espaços vitais, sejam eles residenciais ou comerciais, estejam eles nos centros urbanos, campo ou praia. Sobre a paixão por vasos e flores que veio com um estágio no Rio de Janeiro e o reverenciou como profissional, ele relembra com a mesma empolgação. “Entrei em uma floricultura e fiquei encantado com tantas espécies que eu nunca tinha visto. O impacto foi tanto que até organizei um curso de paisagismo ainda durante a faculdade. Naquele momento eu já sabia que iria me especializar na área”. Hoje, ele conta que já trabalhou com mais de 5 mil espécies da flora e se orgulha por saber criar peças que valorizam não só ambientes, mas a natureza e a vida.
Os vasos de Beloto valorizam qualquer ambiente da casa, seja a varanda, piscina ou jardim
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56 | capa
No espaçoso living, conforto é o que não falta. Destaque para a mesa Graves, revestida em azulejo Athos Balcão, e a colorida poltrona Madeli; ao centro, mesas Araripe (Adresse)
texto Luly Zonta fotos Celso Mellani
O mínimo éo
máximo
Com design essencial e autoral, o arquiteto Flávio Borsato, sócio do Estudiobola, abre seu apartamento e mostra que menos também pode ser mais quando o assunto é morar muito bem e com muito estilo
58 | capa
É na rua Maranhão, no tradicional e residencial bairro de Higienópolis, no Centro de São Paulo, que o arquiteto e sócio do Estudiobola, Flávio Borsato mora, ou melhor, vive. O endereço exato é um apartamento em um edifício projetado nos anos 60 pelo escritório Botti Rubin e que traz na estrutura muito espaço e concreto aparente. Sim, a arquitetura brutalista, de vigas e pilares aparentes é uma marca registrada da época e da obra dos engenheiros. Para receber, Flávio, sua mulher Tatiana Filgueiras, que também é arquiteta de formação, e os pequenos Francisco e Maria, de 3 e 2 anos, uma reforma foi executada por Felipe Rodrigues. “O grande desafio desse projeto foi deixar a casa
O arquiteto Flávio Borsato, que abriu as portas de sua casa, em SP, para a DI MÓVEIS
Cubos Petrus em laranja na parede e m贸dulos Montera (Adresse) d茫o o toque todo especial ao home-living
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Compondo a sala de jantar, mesa Grassi (Adresse), cadeiras Helga (Estudiobola) e, no canto esquerdo, poltrona Allegro, em couro bovino
62 | capa
Cadeiras Helga garantem todo conforto Ă sala de jantar
completamente autoral”, define Flávio. “Tudo o que existe lá foi feito por mim e, quando eu digo por mim, estou me referindo a mim, ao meu sócio Maurício Lamosa, às pessoas que trabalham comigo, o pessoal da oficina. O que é meu é a muitas mãos”, faz questão de citar. E é nesta vivência pautada pela arquitetura e pelo design que a casa da família Borsato se constrói. Se de forma exata o espaço marcado pelo cinza e pela ausência de iluminação ganhou uma planta livre, foi com a intuição criativa que esse espaço foi ocupado por luz, cor e transparência. Foi com uma linguagem limpa e contrastando Na cozinha, bancos Khan (Adresse)
amarelo e laranja, que o ar triste do concreto foi quebrado.
64 | capa
Nada é estático Tirando uma luminária e uma poltrona, tudo o que está no apartamento dos Borsato veio do Estudiobola, que por ano é responsável pelo lançamento de 120 peças. A casa muda no mesmo ritmo? Não. Quer dizer, talvez até mais freneticamente. Nem toda novidade Flávio leva para casa. Nem dá! Mas ele confessa que muitas peças acabam passando 15 dias por lá sim. Contudo, é a proposta e a dinâmica da casa que reinventam o espaço a cada momento do dia. Na sala, por exemplo, a grande mesa de centro é formada por hexágonos que montam uma espécie de colmeia. Cada mesa é independente e na rotina elas nunca estão no mesmo lugar. Se soltam e ganham prato de comida, brinquedo, viram mesinha para o copo de bebida da festa, viram braço de sofá.
Painel Matisse, criado estrategicamente pelo arquiteto para dividir os ambientes da casa
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O mobiliário do apartamento é desenho do Estudiobola e carrega formas simples e limpas, suspensas. As cores sólidas e vibrantes contrapõem a neutralidade do espaço.
Tudo foi pensado para ser dinâmico. Todo dia a casa está diferente, todos os móveis são volantes. Uma das características mais marcantes do apartamento é a fluidez, o piso é único e não há um desnível sequer, o que permite inclusive os passeios de velocípede de Francisco e Maria pela casa inteira. É claro que existe uma suíte de brincar, numa planta circular, mas a ideia é que as crianças vivam a casa como um todo. Viver plenamente é a regra maior no lar dos Borsato, que amam ficar em casa, receber os amigos e brincar com as crianças em um espaço que não tem a cara de uma pessoa só, mas a participação de todos, sem exceção. Na casa de Flávio, a base é fria, há pouca informação, mas sobra convívio e o prazer do aconchego.
Ao lado da cama se casal, módulos de gaveta Adresse imprimem funcionalidade ao ambiente; ao lado, Torres Scarpa, em laranja, dão toque de elegância ao banheiro
68 | capa
Um studio e seus prêmios
Flávio e Maurício, no entanto, participam de
Flávio Borsato e Maurício Lamosa cursaram ar-
perto de todas as fases da produção, desde a con-
quitetura na Universidade Mackenzie, mas decidi-
cepção de um novo produto, desenvolvimento na
ram se dedicar ao design industrial, projeto de pro-
fabrica até o seu lançamento.
dutos e comunicação visual. Deu certo.
O estúdio – cujo nome é uma brincadeira com
O empenho ao trabalho rendeu alguns prêmios,
as iniciais dos sobrenomes Borsato e Lamosa – hoje
entre eles o Prêmio Museu da Casa Brasileira. Com
atua criando produtos para fábricas. São cerca de
o reconhecimento, a estrutura interna do estúdio
120 peças lançadas por ano e estão presentes em
também precisou crescer e hoje a dupla trabalha
lojas de mobiliário e decoração de todo o país e re-
com um time de profissionais que ajudam a colocar
vendem as criações e o conceito de criações atem-
a empresa e seus produtos no mercado.
porais e isentas de modismos.
Aparador e prateleira Chaix, assinados por Adressi
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70 | lifestyle
fotos Celso Mellani
na Dose Certa
Casa dos anos 70, em Bauru, ganha modernidade com projeto de Edward Albiero, que apostou em espaços que convivem na mais pura harmonia e sem exageros
Uma construção da década de 70, com o pé direito baixo e carência de aconchego foram os principais desafios encontrados pelo arquiteto Edward Albiero para superar no projeto de reforma de uma residência de 600 metros quadrados, localizada em um grande terreno de um condomínio fechado em Bauru. A intervenção foi grande: as lajes foram retiradas, os ambientes redistribuídos, o pé direito dobrou de altura, ganhou base metálica e acabamento em gesso, o que modificou totalmente o perfil do imóvel. Os resultados dessa mudança radical são notados em amplos espaços que convivem em harmonia com a contemporânea decoração. As alterações também criaram uma marquise de 15 metros que cobre o caminho da entrada da casa, delineado por grandes peças da grife Vasos da Terra, assinadas pelo paisagista Marcelo Bellotto, que também foi responsável pelo projeto paisagístico da residência.
72 | lifestyle
Respeito ambiental A peroba rosa do antigo telhado foi totalmente reciclada e utilizada no projeto. O uso do vidro em larga escala promove melhor rentabilidade da iluminação natural e confere dose extra de beleza à residência. Células fotovoltaicas no telhado captam energia, devolvendo o excedente da produção à rede da casa: elegância e inteligência tecnológica a favor da arquitetura.
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Sem exageros O estilo de vida despojado dos proprietários da casa foi o ponto de partida para a elaboração que possui arquitetura e decoração bem dosados, sem exageros. “O mobiliário escolhido é para o uso efetivo no dia a dia. A casa tem piso frio com placas de 1,20m por 1,20m e madeira nos quartos para ampliar a sensação de acolhimento”, interpreta Edward. A madeira também foi utilizada pelo arquiteto nos sofás e em mesas, que em estilos diferentes compõem um visual único.
76 | lifestyle
Lazer em evidência A mesma preocupação utilizada para compor o interior da casa está na área de lazer, que também contempla um convite irresistível ao estar. O espaço múltiplo conta com varanda, área gourmet com churrasqueira, piscina, gazebo, pilares revestidos com pedra moledo e um charmoso pomar com grandes árvores frutíferas. Um mobiliário resistente a sol e chuva se funde ao paisagismo de extremo bom gosto.
78 | lifestyle
Tecnologia Neste universo de conforto e simplicidade, a tecnologia vem garantir ainda mais comodidade e segurança. Contudo, o sistema de automação alia respeito ao uso de recursos naturais. “Toda a iluminação é feita com led, o que torna a casa energeticamente responsável, e ela é totalmente automatizada, da sonorização à telefonia, TVs, homes, informática... De qualquer lugar do mundo o proprietário pode acessar imagens de sua casa por meio do telefone celular”, ressalta Edward Albiero, criador de um projeto que coloca arquitetura e decoração a serviço dos moradores. A casa é um elixir do bem viver.
80 | lifestyle
Aconchego A varanda Ê um convite para reunir os amigos. As poltronas Asturias, assinadas por Carlos Motta, o banco Infinity, ao fundo, e a pitangueira preservada no projeto de remodelação da casa, conferem bem-estar ao ambiente. Tudo foi estrategicamente pensado para o bem viver dos moradores.
82 | lifestyle
Refrescante Na piscina, chaises GN, com design do estúdio DI MÓVEIS, são um chamariz ao ócio. O ambiente totalmente relaxante é complementado com os Vasos da Terras e árvores que foram preservadas propositadamente pelo arquiteto.
Rua General Isidoro, 266 - Ch. Braz Miraglia Jaú - São Paulo Telefone: (14) 3621-7196/ 9652-5006 www.buffetcaetanoeventos.com.br
84 | vitrine
texto Patrícia Zamboni
“Abençoado”
design
Benita Brasil chega à
DI MÓVEIS com temática que leva o Brasil para o mundo
Impressionar pela história e tornar suas peças universais, referências em qualquer parte do mundo. É exatamente essa a proposta da Benita Brasil, marca lançada em fevereiro deste ano, cuja coleção de sofás e poltronas é assinada exclusivamente por designers brasileiros e com temas inspirados no país mais tropical do planeta. A DI MÓVEIS é um de seus seletos pontos de vendas no Brasil e exclusiva na região. A empresa foi fundada por um jovem de 25 anos, o designer Roberto Mannes Jr., membro de uma família que criou uma marca, hoje com mais de 50 anos de referência na fabricação de estofados. E quanto mais se conhece sobre a Benita, mais interessante fica essa história. O nome significa “Abençoada” em esperanto, idioma criado há cerca de 130
Sofรก BX, produzido com madeira de reflorestamento, revestimento de linho liso e linho com estampa digital
86 | vitrine
anos com o objetivo de ser universal. “Nós queríamos falar do design brasileiro para o mundo todo. Por isso, o esperanto foi a língua escolhida para que o nome da empresa fosse entendido por todos os povos”, explica o gestor de negócios da empresa, Marcelo Barreiros. “O nome Benita quer transmitir uma união, aproximando o mundo inteiro por meio dessa língua criada por um jovem como eu. A Benita Brasil é (a concretização de) um sonho que eu tinha de unir vários designers com o mesmo pensamento para mostrar a cara do Brasil, sem referências internacionais”, disse Roberto – integrante de uma família tradicional no mercado moveleiro – na ocasião do lançamento da marca. Segundo Barreiros, a primeira coleção da Benita Brasil é composta por 25 peças, “que chegam a 52 considerando-se as opções de tamanhos”. Em sua confecção são utilizados apenas materiais nobres, como plumas e fibras naturais. “Fazemos questão de trabalhar apenas com madeira de reflorestamento, para respeitar o meio ambiente e desenvolver produtos de alta qualidade”, observa.
Inspiração O gestor de negócios da empresa destaca que, na primeira coleção, 50% das peças são inspiradas em temas da história brasileira. É o caso da poltrona que remete a Lampião e Maria Bonita, o mais famoso casal cangaceiro do País. “A base dela são elementos como couro e tachas nos detalhes. Os demais tecidos utilizados nas poltronas desta coleção são inspirados nos Estados brasileiros”, aponta Barreiros. Já o sofá denominado “Rio de Janeiro” reflete o jeito carioca de ser: leve, solto, sem preocupações. Quer ficar longe da rigidez do dia a dia e apenas aproveitar o que a vida tem de bom a oferecer. Mas as histórias da Benita Brasil vão além. Ao comprar uma peça da marca, o consumidor levará um CD contendo a história do designer e de como o produto foi criado. Tudo feito com muito carinho e dedicação para que cada móvel adqui-
Pavão, uma poltrona que remete à tranquilidade
Almofada Carregue-me: conforto e leveza
Bancos Sela, com pés arqueados de madeira que os transformam em um balanço
Sofá Frame, inspirado em móveis dos anos 50 e perfeito para pequenos espaços
88 | vitrine
rido também faça parte da história dos clientes.
Poltrona Nirva, assinada por Roberto Mannes Jr.
Atualmente, a marca está presente em 20 lojas, sendo 90% em capitais. O plano de expansão no País restringe a presença do “abençoado” design genuinamente brasileiro a 30 lojas cuidadosamente selecionadas. No Exterior a ampliação começou com pontos de vendas na Europa (a empresa tem sede em Bruxelas, na Bélgica). “As negociações com os Estados Unidos estão em andamento”, acrescenta Barreiros. Para a coleção 2014, que deve chegar ao mercado – incluindo a DI MÓVEIS – no segundo semestre, o leque de produtos será ampliado. Novos designers parceiros também se somarão à linha de criação da Benita. A coleção que está à venda tem peças assinadas por Jahara Studio, Marcelo Rosenbaum, M2, Paola de Orleans e Bragança, Renata Moura, Studio B e Roberto Mannes Jr. – criador da Benita Brasil. Beleza, arte, cultura, inovação, criatividade e muita história do Brasil. Tudo isso faz parte das criações deste seleto grupo de “abençoados” profissionais que compartilham um único objetivo: divulgar a qualidade do design brasileiro para o mundo todo. “Benita” seja!
Goye, uma chaise long que convida ao descanso
TAPEÇARIA ARTE
reformas de estofados
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90 | social
texto Lucien Luiz fotos Marcos Grossi
Tudo novo Intitulada “Manuscrito”, numa referência ao inusitado efeito do papel de arroz na parede, a nova coleção DI MÓVEIS foi apresentada no sofisticado showroom da loja, em Jaú. Com a casa cheia, o casal Lu Name e Di Alves recebeu com a costumeira elegância. Em tudo, beleza e bom gosto.
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1 Márcio Bompean e Lu Name 2 Luciana Y. Fernandes e Di Alves Dos Santos
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1 Gustavo Neves, Simone Lutke, Di Alves dos Santos, Lu Name e Juliana Llussรก 2 Rodrigo Scalla, Mรกrcia Nicacio, Gustavo Britto, Luiz Mรกrio Moura e Graรงa Kazan 3 Denise Guarezzi, Marisa e Edward Albiero e Cris Mellani 4 Noemi Yasuraoka Komono, Paulo Vittica e Ana Maria Santilli 5 Roberta Arruda Botelho e Neto Massoni
92 | SOCIAL
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1 Afonso Condi, Evelin Benica e Vagner Silveira 2 Rogério Martins, Nidia Pedroso, Edna Murari e Luciana Quevedo 3 Leonardo Dall`Ovo e Carolina Amaral 4 Márcio Roda, Cissa Bonsi, Marcos Caracho e Fagner Mendes Gava 5 Mario e Márcia Piotto 6 Marcelo e Adriana Tavares e Leíze Brunelli Nunes 7 Joice Pretel e Gustavo Neves 7 Ricardo Macegoza, Márcia Martin e Cissa Bonsi
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1 Paulo Agnelli e Selma Cury 2 Maria Isabel Carvalho O. Da Costa e Sueleny Scarpeline Correa 3 Edneia e Edson Hirotta 4 Mário Lauris,Tathiane Obarrio, Denise Bordinhão e Silvia Mendes 5 Marcelo Bienzobas, Váleria Martini e Fernanda Martini 6 Roger Asano, Fernando Franceschi, Artemis Rodrigues Fontana Lorenzetti, Jéssica Rosa e Laiza Carrilho
94 | SOCIAL
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1 Di Alves dos Santos, Marcelo Barreiros e Tatiana Carvalho 2 Romulo Cavalcante e Celia Matarucco 3 Alexandre Magri, Eliana B. Magri e Bruno B. Magri 4 Fabio Stall
96 | índice de anunciantes
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98 | trends
foto Celso Mellani
Se a primeira impressão é a que fica... aqui é para ficar. Degustar, deglutir, respirar cada detalhe, cheiro e cor. Um pequeno paraíso manuscrito na Terra para que, momentaneamente, sejamos imortais
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