Aptare ed.38 - fev/mar/abr 2021

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FISIOTERAPIA

Imagem: divulgação

Incontinência urinária na mulher idosa: o que há de novo JULIANA SCHULZE Doutora em psicologia social pela PUC-SP; fisioterapeuta, professora do curso de fisioterapia da PUC-SP; professora de educação física, mestre em ciências da saúde e especialista em fisiologia do exercício.

TAKE HOME MESSAGE - A incontinência urinária (IU) é definida como queixa de qualquer perda involuntária de urina. Ela tem alta prevalência em idosos, sendo maior entre mulheres. - Trata-se de uma condição que afeta de forma negativa a qualidade de vida, além de gerar custos altos, e seu impacto se faz sentir em diversas situações. Em muitos casos, pode levar ao isolamento social. - O primeiro passo para o diagnóstico da incontinência urinária é uma boa anamnese, com coleta de dados referente a sintomas, história médica e obstétrica, dados antropométricos, medicamentos em uso e presença de comorbidades. O tratamento da incontinência será recomendado com base na avaliação inicial.

Entendendo a incontinência urinária

A

incontinência urinária (IU) é definida como queixa de qualquer perda involuntária de urina. A condição ocorre em ambos os sexos, mas é mais comum em mulheres. Nos homens, ela ocorre frequentemente devido a aumento da próstata, lesões esfincterianas após prostatectomia radical ou radioterapia para o tratamento

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do câncer de próstata. Já nas mulheres, a IU está relacionada à disfunção vesical ou dos músculos do assoalho pélvico, em decorrência de gestações, partos e alterações funcionais e hormonais da menopausa. Podemos classificar a IU em dois subtipos principais: incontinência urinária de esforço (IUE) e incontinência urinária de urgência (IUU). Segundo as definições da International Urogynecological Association (IUGA) e da International Continence Society (ICS), a IUE é a queixa de perda de urina associada à tosse, espirro ou esforço físico, enquanto a IUU é a perda urinária associada a um desejo repentino, urgente e inadiável de urinar. No caso de a pessoa ter os dois sintomas, classifica-se como incontinência urinária mista (IUM).1 Na IUE há dificuldade no mecanismo de continência por uma falha na pressão de fechamento uretral, tanto no repouso como nas situações em que ocorre um aumento da pressão intra-abdominal. Esse mecanismo de manutenção de pressão ocorre quando há integridade dos músculos do assoalho pélvico, da fáscia endopélvica e dos ligamentos relacionados aos órgãos pélvicos. Na falha de algum desses componentes pode haver escapes de urina.2 Na IUU a fisiopatologia está relacionada à bexiga, por uma hiperatividade ou baixa complacência do músculo detrusor ou por uma hipersensibilidade vesical. As causas dessas alterações podem ser neurológicas ou idiopáticas.3 Há ainda outros subtipos de IU, menos comuns do que

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