BIOÉTICA EM PAUTA
Aptare 35
mai | jun | jul 2021
Qual o papel do profissional da saúde na tomada de decisão clínica? Por Naira Hossepian Salles de Lima Hojaij e Reinaldo Ayer de Oliveira*
CASO CLÍNICO C.T., 94 anos, sexo feminino, natural de Araçatuba, procedente de São Paulo, quatro anos de estudo, trabalhou em fábrica de cigarros, viúva há 25 anos, católica, tem três filhos. Cuidadora principal e acompanhante: Márcia (filha). A paciente é atendida na emergência com insuficiência respiratória e febre, saturação de O2 88% em ar ambiente, frequência respiratória de 28, PA 90 x 50 mmHg, consciente Glasgow 13. Exames: tomografia computadorizada altamente sugestiva de pneumonia viral por Covid-19 com acometimento de mais de 50% dos pulmões; hemograma com leucocitose e linfopenia. Antecedentes pessoais: hipertensão arterial sistêmica desde os 50 anos; epilepsia desde os 30 anos, sem crises há mais de 20 anos; osteoporose com fratura prévia de fêmur (artroplastia de quadril aos 86 anos); demência de Alzheimer há oito anos, atualmente em estágio avançado (pouco reconhece a filha, não deambula mais, perda de todas as atividades de vida diária). Medicações: fenitoína 100 mg 12/12 h; lactulona 10 ml 2x/dia; vitamina D 7000 ui/sem. Questão-problema: diante de paciente muito idosa, frágil, dependente e incapaz, com indicação clínica de assistência ventilatória e cuidados intensivos, qual seria a tomada de decisão clínica eticamente apropriada?
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