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mai | jun | jul 2021
MEDIAÇÃO
Imagem: divulgação
Possibilidades dialógicas em contextos de cuidados ALESSANDRA NEGRÃO ELIAS MARTINS Advogada colaborativa; mediadora judicial e extrajudicial; especialista em direito civil e direito processual civil pela Escola Paulista de Direito; mestra em gerontologia social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP); autora do livro Mediação Familiar para Idosos em Situação de Risco (Ed. Blucher); docente e palestrante em cursos de mediação e direitos da pessoa idosa; sócia-fundadora do Mediando Gerações.
MARILIA FIOREZZI TABORDA VIEIRA SANCHES Terapeuta ocupacional especialista em gerontologia; mestranda em gerontologia pela EACH-USP; docente e palestrante em cursos de especialização e pós-graduação em gerontologia; formadora de cuidadores formais de idosos; idealizadora e gestora técnica de centro-dia para idosos, integra o grupo de trabalho sobre centros-dia (GTCD).
A
Introdução
longevidade está posta. Em todo o mundo se observam números crescentes de idosos, conforme o World Populations Prospects da Organização das Nações Unidas (ONU) menciona, com a população acima de 60 anos crescendo mais e em velocidade maior que todas as faixas etárias mais jovens. Se em 2017 o número aproximado era de 962 milhões de pessoas com mais de 60 anos, a projeção indica que ele chegará a 1,4 bilhão em 2030, podendo alcançar expressivos 3,1 bilhões em 2100 (ONU, 2019). O mesmo documento traz ainda projeções para o grupo acima de 80 anos, que deverá triplicar até 2050, subindo de 137 milhões em 2017 para cerca de 909 milhões em 2100. Tal dado é relevante ao se pensar em contextos de
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cuidados à pessoa idosa, uma vez que o processo de envelhecimento chamado senescente, que decorre das mudanças biofisiológicas que acontecem no organismo, leva a declínio funcional e requer auxílio de terceiros para as atividades da vida diária. Quando marcado por doenças e comorbidades, o envelhecimento é chamado senil e eleva as preocupações com a atenção e cuidados ao idoso, pois acentua perdas, escala o consumo de medicamentos, aumenta os riscos de hospitalização, institucionalização e morte. Outros fatores, como desigualdade social e dificuldades de acesso a serviços de saúde e assistência, terminam por agravar ainda mais esses cenários (PAPALÉO NETTO, 2017). No que compete ao cuidado, é imprescindível destacar que a mulher, antes tradicional cuidadora dos membros
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