Plano urbanístico para a Cidade Universitária (Pranchas)

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A Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira surge como ideal de centralização de todos os cursos da Universidade de São Paulo. O desenvolvimento espacial do campus foi paulatino e pautado pela influência dos campi americanos, que buscavam criar ambientes universitários autônomos e isolados da cidade, então tidos como ideais para o desenvolvimento do saber e do ensino acadêmico, Estes campi eram propostos com fácil acesso, compreendendo variados conjuntos de instalações (não apenas faculdades, institutos e escolas, mas, também, de locais destinados ao convívio, ao lazer, às atividades físicas e às residências dos estudantes e professores) parte deles financiados pela iniciativa privada, organizados por setores funcionais definidos segundo os princípios do urbanismo moderno.

circulação e lazer. Tal zoneamento pressupõe que os edifícios devem ser soltos em grandes quadras e conectados por caminhos de pedestres autônomos e isolados. As ruas internas são apenas leitos carroçáveis, sem hierarquia clara, sem calçadas ou travessias que protejam e ofereçam percursos confortáveis aos pedestres, especialmente nas rotatórias que geram amplos espaços inúteis e inseguros para os pedestres. As grandes quadras, por vezes cercadas e de acesso restrito, rotatórias e percursos vazios tornam-se grandes barreiras internas e geram conjuntos de espaços monofuncionais, onde poucos moram, sem comércio, sem serviços e sem uso noturno. O campus, apesar de público, é completamente cercado por longo muro perimetral, com apenas três acessos de veículos e três para pedestres, com entrada restrita para membros da comunidade USP no período noturno e aos finais de semana.

A universidade permaneceu isolada das transformações do espaço à sua volta, enquanto a cidade de São Paulo cresceu e abraçou sua Cidade Universitária. A ideia de segregação espacial, seja em relação à cidade, seja internamente, permanece pautando a construção e gestão da Cidade Universitária, mantendo o conceito de campus isolado e, ainda, norteando seu crescimento. Os problemas encontrados no campus, como o vandalismo e a violência, os problemas de trânsito ou mesmo as obras irregulares, problemas comuns aos demais bairros da cidade, não podem ser enfrentados do mesmo modo dentro dele. Mesmo tratando-se de entidade e espaço públicos, sustentados pelo Estado, a comunidade acadêmica entende que a Cidade Universitária é território privilegiado de ensino e produção de conhecimento, elemento qualificador de seu entorno, com ingresso controlado, regulações jurídicas próprias, não é entendida como parte da cidade ou como área urbana.

As grandes distâncias que se verificam entre as várias faculdades contrapõem-se ao espírito de integração presente na concepção inicial do campus, o que gera grandes espaços vazios que foram e ainda são justificados como reservas de áreas para expansão e construção de novas unidades e cursos. Não existe proximidade entre os cursos nem proximidade dos edifícios. Contudo, simplesmente não há plano de massas nem projeto dos espaços livres que definam minimamente como e quando o crescimento vai se dar, ou a quem servirá. Cada edifício é projetado sem considerar qualquer conexão com os demais ou mesmo com ampliações futuras. Parecem não levar em conta nem mesmo seu entorno imediato, espaços livres, vazios, que não se distinguem pelo tratamento, impossibilitando neles encontros ou qualquer tipo de permanência, para alunos, professores, funcionários ou qualquer cidadão.

As premissas do planejamento existente no campus preveem o traçado de vias e zoneamento de setores a partir de atividades idênticas ou afins, além da segregação dos usos, considerando as funções de trabalho, habitação,

Conexão, integração e adensamento

Plano Urbanístico para a Cidade Universitária de São Paulo

As cidades são o local onde se dá o processo de formação da própria sociedade civil, em suas ruas, praças, edifícios e muros. A proximidade entre o local de conhecimento e a cidade é formativa, pois aproxima, também, a acumulação de valores históricos e práticas sociais. É boa para o professor, para o estudante e para a sociedade. O que dizer de

uma cidade que se volta inteiramente para a educação, onde todos os edifícios isolados se voltam a ensinos específicos, com ruas ruins, com praças públicas onde não se pode estar, que não suscita encontros e que é envolvida, dentro e fora, por muros, cuja existência é financeiramente sustentada por todos, mas onde poucos podem entrar? Cada ideologia imagina o mundo à sua maneira e o visualiza com seus próprios olhos. Para mudar o mundo é preciso mudar o espaço em que vivemos e, se a função muda, a forma também deve mudar ou, no mínimo, ser adaptada. É difícil pensar que a estrutura inteira de ruas e espaços livres de um lugar pode ser alterada, mas as mudanças variam conforme a complexidade do local, entendendo a relação entre elementos permanentes e temporários para qualificar o processo de transformação. A estrutura de espaços da Cidade Universitária, do ponto de vista de seu tecido urbano, tem redução de complexidade em vários níveis, sendo ela pobre, frouxa, mecânica e repetitiva, regida por setorização e distinguida apenas entre Zona Edificável e Zona Não Edificável. O objetivo do Plano Urbanístico é transformar a Cidade Universitária de São Paulo em um bairro urbano multifuncional, denso e integrado à cidade existente a partir do desenho de ruas, com generosas calçadas, quadras, esquinas e praças. Busca conciliar a USP com sua cidade e integrá-la ao seu cotidiano democraticamente, enriquecendo ambas de forma recíproca ao garantir as virtudes de uma universidade e espaços abertos à toda população, resolvendo os problemas de conexão com os bairros vizinhos, conexões internas, monofuncionalidade setorizada e qualificação dos espaços livres. Assim, dar-se-á integridade ao tecido urbano, fazendo uso de elementos pré-existentes e criando tantos novos elementos quantos necessários para garantir a unidade, a continuidade e os acessos que faltam à Cidade Universitária.


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Estação Ceasa CPTM

VIA EXPRESSA MARGINAL PINHEIROS

Barreiras Externas

Eixo viário arterial paralelo à via expressa Marginal de Pinheiros, a norte do Rio. Esta via faz a ligação da Vila Leopoldina até Moema, composta por várias avenidas, e atua como apoio aos deslocamentos paralelos à Marginal.. Por ela passa grande volume de ônibus e apresenta caráter de centralidade linear.

Av.

Parte do mini-anel viário que delimita centro expandido da cidade. Ocupa as duas margens do canalizado Rio Pinheiros e é fundamental para a mobilidade dos carros de toda a metrópole de São Paulo. Entretanto, seu caráter expresso faz desse eixo uma grande barreira para a cidade. As pontes são distantes entre si e, voltadas principalmente para automóveis, têm alças de acesso que prejudicam a circulação dos pedestres e ciclistas, além de terem péssimas, ou nenhuma, calçadas.

APOIO NORTE DA MARGINAL

Dr. Ga s t ão iga

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PARALELAS A SUL DA MARGINAL Avenidas e vias importantes paralelas a sul da Margial são fragmentadas, interrompidas por barreiras e, portanto, não constituem um eixo de apoio.

Via expressa Estação Ceasa

Linha férrea

LOCALIZAÇÃO NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

dos Av.

JETO

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PARQUE VILLA-LOBOS

Av.

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1400 m

2000 m

Ponte Jaguaré

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Portataria 2 do campus

IPT

IPEN

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Na parte mais plana do campus, a parte baixa, entre as colinas das áreas de preservação e a Marginal do Rio Pinheiros, é onde se concentram as principais escolas (A FFLCH e a Politécnica são as faculdades com maior número de alunos, respectivamente) e trata-se da área cuja densidade é considerada saturada pelos órgão que regem o espaço da Cidade Universitária. Além disso, na parte alta do campus existem equipamentos que nao pertencem à jurisdição da USP ou que, pela escala e natureza, não vão se integrar ao resto da cidade. São eles o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), a Marinha, o Instituto Butantã, o Av. P edro Instituto de Pesquisas Tecnológicas e os so d eM bosques da Biologia, cujas áreas são de orai s preservação permanente. Portanto, foi definido que o debate se concentraria na parte baixa, mas levavando sempre em consideração o entorno, inclusive do resto do campus.

om oto m

RIO

96

700

Muro perimetral (área 7,5 km2) 40.000 alunos | 100 mil visitantes/dia

m

PINH

Av. P

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PRAÇA DO RELÓGIO 780 x 300 m

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Rotatórias

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LINHA ESMERALDA CPTM

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Grande quadras

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Estação Cidade Universitária CPTM

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Áreas cercadas

CENTRO DE PRÁTICAS ESPORTIVAS DA USP

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ÁREA DE PRESERVAÇÃO ÁREA DE PRESERVAÇÃO

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Mapa de predominância de uso e ocupação do solo

predominância de escolas BUTANTÃ bairro de alto padrão residencial horizontal

Estação Hebraica-Rebouças CPTM

Estação Butantã Metrô

ado Mach Paula eu de

FAVELA SÃO REMO

ALTO DE PINHEIROS bairro de alto padrão residencial horizontal PÇA. PANAMERICANA centralidade comercial

n Av. Li

Quadro analítico da Cidade Universitária

JAGUARÉ bairro industrial em decadência - futuro Polo Tecnológico

PQ. VILLA-LOBOS antigo terreno de decomposição

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Vizinhos

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LINHA AMARELA Metrô

Universidade São Judas Tadeu

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215

io P eixo

Av.

Estudos indicando a monofuncionalidade, a partir da setorização; sequência de rotatórias, sistema viário e caminhos de pedestres autônomos, onde se nota grande distância entre edifícios e presença maciça de estacionamentos a céu aberto; e as grandes quadras que são as principais barreiras internas do campus. Se num dia de sol os deslocamentos simples, como de pontos de ônibus aos edifícios são desgastantes, à noite eles tornam-se muito inseguros.

Grandes quadras

Portataria 1 do campus

Av. A

INSTITUTO BUTANTÃ

Portataria 3 do campus

m

Estação Pinheiros CPTM-Metrô

idad

e

a Av. Brig. Faria Lim

Sequência de rotatórias

700

Instituto Butantã

Definição da Área de Projeto

CIDADE UNIVERSITÁRIA ARMANDO DE SALLES OLIVEIRA

IPEN E MARINHA

Ponte C. Universitária

rig

Sim

A setorização do campus

930 m

Pro

iti

k Ken Av.

Futuro Pólo Tecnológico Jaguaré

1350 m

Raia Olímpica Equipamentos fechados

Universidade Paulista

Av. Bolonha

Muro perimetral e transposições distantes

Cidade Universitária destacada em vermelho e mancha urbana metropolitana ao fundo.

PRO

2500 m

Estação Estação Pinheiros Hebr.-Rebouças

Rio Pinheiros

Estação Jaguaré CPTM

DO

Estação C. Universitária

1400 m

Via expressa

ÁREA

Barreiras Internas

Estação Jaguaré

BAIRROS RESIDENCIAIS DE MÉDIO PADRÃO 0

500 m


Sistema Viário

Outros Sistemas

VIA ARTERIAL DE APOIO SUL À MARGINAL PINHEIROS

TRANSPORTE DE MASSAS

O eixo propõe conexão das avenidas Afrânio Peixoto, no bairro do Butantã, e Kenkiti Simomoto, no Jaguaré, passando por vias já existentes no campus, com novo trecho apenas em área que hoje pertence ao IPT. Essa via terá papel semelhante à já existente a norte do Rio, que faz a ligação da Vila Leopoldina até Moema, composta por várias avenidas. A proposta permite conectar o bairro do Morumbi, a sudeste, até Osasco, município vizinho, a oeste.

1. Nova estação da Linha Esmeralda da CPTM: As estações Jaguaré e Cidade Universitária tem 2,5 km de distância, o dobro do que a das estações vizinhas, e, apesar da proximidade linear, o deslocamento por transporte público e a pé delas para as faculdades no centro do campus leva de 30 a 55 min. A nova estação Orla da Raia diminui as distâncias e o tempo de deslocamento em mais da metade, além de oferecer mais segurança na transposição do Rio para pedestres. 2. Extensão do Monotrilho - Linha Ouro do Metrô: A linha de monotrilho que vem do Aeroporto de Congonhas é prevista terminar na estação Morumbi, integrando com a linha amarela. O projeto prevê sua extensão até a Estação Jaguaré da CPTM, passando pela parte alta do campus, co estações nos futuros Praça dos Museus e Centro de Convenções, Hospital Universitário e Polo Tecnológico Jaguaré.

VIA ARTERIAL TRANSVERSAL Eixo que conecta os apoios norte e sul da Marginal de Pinheiros, a partir da transposição da Av. Arruda Botelho, a norte do rio, e prolongamento até a Av. Prof. Luciano Gualberto.

DESMANCHE DAS GRANDES QUADRAS Além das conexões principais, foi criada uma rede de ruas, com generosas calçadas, esquinas, quadras de tamanho adequado à escala humana e praças, que transformam a Cidade Universitária de São Paulo em um bairro urbano multifuncional, denso e integrado à cidade existente.

Conexão, integração e adensamento

VIA ARTERIAL TRANSVERSAL

Sistema de Espaços Livres

Parque Orla

Raia Olímpica

Uma das maiores porções de água limpa na área central de São Paulo.

A orla da Raia Olímpica torna-se um parque urbano, voltado para a água. Com duas pontes transpondo o rio e ligando ao Parque VillaLobos e à ciclovia da Marginal, ele é o principal responsável pela formação de um grande sistema de espaços livres, unindo ainda a Praça da Raia, o Parque Esportivo e as requalificadas margens do Pirajussara

O canal, hoje, nasce na região da Praça do Relógio e deságua no córrego Jaguaré. No trecho do setor de tecnologia, ele é exposto e contribui para escoamento de águas pluviais e de uso experimental nas faculdades. É um lugar muito bonito, mas pouco acessível. O projeto prevê sua extensão até a praça do estádio, tornando-se uma rua para pedestres e ciclistas.

UNIP

Claustros

Praças de uso reservado, voltadas para reservada uso: habitação, educação e instituições.

Cidade Universitária

Hospital Universitário

Como parte do sistema de transporte público da Cidade Universitária prevê-se a implantação de duas linhas circulares de VLP, funcionando em sistemas de rótula e contra-rótula.

Praça dos Museus

Transformação da Praça do Relógio com a adição de novos edifícios e subdivisão em duas praças menores. Reforça a idéia de perspectiva para o eixo monumental, mudando a escala de percepção do monumento mais importante da universidade e o papel da praça que deve se voltar para ele.

Praça da POLI

Calçadão

Entre a ponte da nova estação da CPTM e o Parque Esportivo, este parque torna-se um calçadão. A avenida paralela segue a curva das tipuanas hoje existentes, abrido espaço para uma linha de edifícios que se abrem diretamente para a orla.

VLP

VLP - Linha Alta | mais longa, passa pela Orla da Raia, pela Praça do Relógio, atravessa o setor das Humanas e sobe acompanhando os bosques da Biologia, alcançando as novas estações propostas para a Linha Ouro do Monotrilho/Metrô, na Praça dos Museus e no Butantã Hospital Universitário.

Ampliação da calçada da Ponte Cidade Universitária, que hoje tem 1,9 m de largura, apenas, mesmo tratando-se de acesso para a estação de trem. Edifícios mais altos marcando as perpectivas visuais e destacando as principais conexões com a cidade.

Possibilidade de abertura futura

Parque Esportivo

Parque Esportivo

VIA ARTERIAL DE APOIO SUL Praça da Brasiliana

Nova Biblioteca FAU

Integração USP - IPT

Praça

Tranformação do Centro de Práticas Esportivas, hoje aberto apenas à comunidade USP, em um parque de cunho esportivo, integrado à cidade e aberto para toda a população. Estende-se da Raia Olímpica à Av. da Universidade e da Rua da Brasiliana até o Córrego Pirajussara. Sua infraestrutura é expandida com novos edifícios voltados para a prática esportiva no entorno do parque.

EIXO MONUMENTAL Presente desde os primeiros estudos de implantação para o campus. Consiste em viário de grande porte permeado por rotatórias, cujo ponto focal são o Relógio e a Reitoria. A ausência de edifícios no alinhamento, que é preenchido por estacionamentos a céu aberto, e uma grande quantidade de elementos construídos sem relação com o entorno comprometem a perspectiva, sobretudo para os pedestres.

Praça do Relógio

VIA ARTERIAL DE APOIO SUL

Pinheiros

Estação Cidade Universitária da CPTM

Praça do Estádio

Praça d’ECA

Futuro Pólo Tecnológico Jaguaré Integrar com a Escola Politécnica

As principais construções do Centro Esportivo foram preservadas, pela importância arquitetônica. Entretanto, a terraplanagem ao redor do Estádio não foi executada conforme previsto no projeto de Ícaro de Castro Mello e, portanto, o volume inferior, por ter se tornado uma barreira, será removido. Em seu lugar, será construída uma arquibancada rebaixada, que faz a transição entre o Parque Esportivo e a Praça a Oeste. Finalmente, receberá, além do campo de futebol, a pista de atletismo, que hoje ocupa a porção central do Centro Esportivo.

Ponte para automóveis, pedestres e bicicletas, sem alças de conexão para a Marginal.

Praça da Raia

Rua do Canal

VLP

Polo Tecnológico Jaguaré

VLP - VEÍCULO LEVE SOBRE PNEUS

Av. Arruda Botelho Extendida até Av. Prof. Luciano Gualberto. Sua caixa viária tem porte para receber o novas dinâmicas de tráfego e o arranque da ponte.

VLP - Linha Baixa | é mais curta, conectando rapidamente os pontos principais da área mais densa do projeto. Parte do trajeto acompanha a via arterial principal, passa pela Politécnica, pela orla da Raia Olímpica e pelo Parque Esportivo.

Orla da Raia

Maior equipamento de comércio e serviços próximo à Universidade

Nova estação da CPTM, “Orla da Raia”, com passagem livre aos dois lados da pontes

RIO PINHEIROS

Jaguaré

Shopping Villa Lobos

Parque Villa-Lobos Estação Villa-Lobos - Jaguaré CPTM

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Biblioteca Brasiliana Voltada a todas as faculdades e aberta ao público em geral CORE DA UNIVERSIDADE Na Av. Luciano Gualberto, estão localizadas as escolas com maior número de alunos de todo o campus, a FFLCH e a Politécnica, respectivamente, seguidas pela ECA e um conjunto de humanidades. Entretanto, quase nenhum dos edifícios construídos ao seu redor se volta para ela. O efeito de isolamento é agravado pelo talude que separa os edifícios do lado sul, acima do nível da via. O partido para este trecho da via arterial de apoio é adensar com uma série de novos institutos no lado norte, seguindo a escala sugerida pela nova Biblioteca Brasiliana, e criar um eixo de intenso movimento, permitindo implantação comércio e serviços, lugares de encontro e convivência para alunos, professores e funcionários das diferentes faculdades, mas, também, convidativos para a população em geral.

Bosques da Biologia - área de preservação

Museu de Esculturas Existe uma série de esculturas importantes para a Universidade espalhadas sem coerência espacial pelo campus. Algumas já se encontram espraiadas no eixo monumental, fora de escala para observação, no centro de rotatórias, pouco acessíveis, além do Relógio, o principal marco da Universidade. A ideia do projeto é criar um museu de esculturas a céu aberto, reunindo boa parte dessas esculturas na calçada central da Av. da Universidade, reforçando o caráter monumental desse eixo e contando parte da história da Universidade ao se adentrar a Cidade Universitária. 0

250 m


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Av. Prof. Luciano Gualberto

Novos institutos

mobiliário urbano para permanência

corredor para ônibus e VLP

calçada contínua

Museu de esculturas à céu aberto

entrada para o Parque Esportivo

estação de compartilhamento de bicicletas

Av. da Universidade, o Eixo Monumental Presente desde os primeiros estudos de implantação para o campus. Consiste em viário de grande porte permeado por rotatórias, cujo ponto focal são o Relógio e a Reitoria. A ausência de edifícios no alinhamento, que é preenchido por estacionamentos a céu aberto, e uma grande quantidade de elementos construídos sem relação com o entorno comprometem a perspectiva, sobretudo para os pedestres. Existe uma série de esculturas importantes para a Universidade espalhadas sem coerência espacial pelo campus. Algumas já se encontram espraiadas no eixo monumental, fora de escala para observação, no centro de rotatórias, pouco acessíveis, além do Relógio, o principal marco da Universidade. A ideia do projeto é criar um museu de esculturas a céu aberto, reunindo boa parte dessas esculturas na calçada central da Av. da Universidade, reforçando o caráter monumental desse eixo e contando parte da história da Universidade ao se adentrar a Cidade Universitária. Integração de diferentes modais de transporte público

alinhamento de institutos existes e novos

espaços de convivência e estar na transição entre institutos e calçada

ampliação da biblioteca e nova entrada da FAU

corredor de ônibus e VLP

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Novas edificações fortalecendo a perspectiva do eixo e qualificando a rua

Proposta

Existente

Na Av. Luciano Gualberto, estão localizadas as escolas com maior número de alunos de todo o campus, a FFLCH e a Politécnica, respectivamente, seguidas pela ECA e um conjunto de humanidades. Entretanto, quase nenhum dos edifícios construídos ao seu redor se volta para ela. O efeito de isolamento é agravado pelo talude que separa os edifícios do lado sul, acima do nível da via. O partido para este trecho da via arterial de apoio é adensar com uma série de novos institutos no lado norte, seguindo a escala sugerida pela nova Biblioteca Brasiliana, e criar um eixo de intenso movimento, permitindo implantação comércio e serviços, lugares de encontro e convivência para alunos, professores e funcionários das diferentes faculdades, mas, também, convidativos para a população em geral.

Proposta

Via arterial de apoio sul à Marginal Pinheiros Adensamento seguindo este alinhamento e escala

Ciclovia: nesta avenida, é sinuosa, contornando as árvores existentes

Praças elevadas: reunião de cursos próximos transição dos edifícios Marco perspéctico isolados com a avenida para este eixo

Av. Prof. Luciano Gualberto Av. da Universidade Fachada ativa, com comércio, serviços e acessos aos edifícios

Travessias em nível para o pedestre ao longo do eixo

Museu de Esculturas reforçando o eixo e contando a história da USP

Café

Av. Prof. Luciano Gualberto, o Core da Universidade Existente

Relógio e Reitoria pontos focais do Eixo Monumental

Faculdade de Economia e Administração

A Cidade Universitária não dependerá mais do automóvel

Rede de ciclovias

Calçada: principal espaço de encontro do Core Universitário

Leito carroçável: Larguras minimas de faixa de rolamento velocidade max. = 40 km/h

Edifícios existentes afastados da avenida

Fachada ativa: volume térreo alinhamento voltado para a avenida Corredor VLP e ônibus exclusivos


Av. Arruda Botelho

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Calçadão da Raia

Anfiteatro Camargo Guarnieri

Ponte para pedestres e ciclistas, conectando o Parque Villa-Lobos à Av. Prof. Almeida Prado, que se estende até a Av. Corifeu de Azevedo Marques.

Ponte para pedestres e ciclistas conectando o Parque Villa-Lobos e o shopping de mesmo nome à Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, passando pela nova estação proposta da CPTM, Estação Orla da Raia.

Ponte para ônibus, automóveis, pedestres e ciclistas prolongando a Av. Arruda Botelho até a Av. Prof. Luciano Gualberto. A ponte não possui alças de conexão direta com as vias expressas Marginais do Pinheiros.

Qualificação da Ponte Cidade Universitária com o alargamento da calçada, implantação de ciclovia e acesso direto à Cidade Universitária.

Av. Arruda Botelho, o Corredor Cultural Museu de Arte Contemporânea Praça do Relógio

Av. Arruda Botelho

O eixo arterial é o prolongamento da Avenida Arruda Botelho, que transpõe o Rio Pinheiros e cria conexão central para a Cidade Universitária. Sua dinâmica de grande movimento de pessoas e proximidade com a cidade faz com que a via seja o principal percurso de transição entre espaços voltados à toda população, como o Calçadão da Raia, passando por uma série de espaços culturais, como o Anfiteatro Camargo Guarnieri, o Museu de Arte Contemporânea e o Museu de Esculturas, além de cinemas e teatros, e pela Praça do Relógio, até desembocar na Av. Prof. Luciano Gualberto. O Corredor Cultural encontra-se à esquerda na imagem. Voltados para a água, estão o Calçadão e a Praia da Raia.

Av. Luciano Gualberto

Via arterial transversal e transposições


6 8 Calçadão da Raia Praçå da Raia

Vale do Anhangabaú

Avenida Paulista

Praçå da Raia

Praça da República

Parque Orla da Raia, Praça da Raia e Praça do Relógio A Raia Olímpica é uma das maiores porções de água limpa na área central de São Paulo e a cidade não conta com nenhum espaço público de qualidade totalmente voltado para a água. A orla da Raia Olímpica torna-se um parque urbano, voltado para a água em toda sua extensão, entretanto, com diferentes caráteres conforme o trecho. Com duas pontes transpondo o rio e ligando ao Parque Villa-Lobos e à ciclovia da Marginal, ele é o principal responsável pela formação de um grande sistema de espaços livres, unindo ainda a Praça da Raia, o Parque Esportivo e as requalificadas margens do Pirajussara. Entre a ponte da nova estação da CPTM e o Parque Esportivo, este parque torna-se um calçadão. A avenida paralela segue a curva das tipuanas hoje existentes, abrido espaço para uma linha de edifícios que se abrem diretamente para a orla, oferecendo comércio e serviços no térreo para toda a população. O projeto propõe a transformação da Praça do Relógio com a adição de novos edifícios em sua antiga área e consequente subdivisão em duas praças menores, a Praça da Raia (desenho da prancha 7/8) e a Praça do Relógio, cujo novo desenho reforça a perspectiva do Relógio para o eixo monumental, mudando a escala de percepção do monumento mais importante da universidade e o papel da praça que deve se voltar para ele. Estende-se da Av. Arruda Botelho, o

Arquibancada no Parque Orla da Raia

Praça do Relógio

Muro perimetral Rio Pinheiros

Cerca Raia Olímpica

Presença exclusva de edifícios educacionais

A Raia Olímpica tem 2,km de extensão por 96 m de largura, cercada por um muro, onde faz divisa com a cidade, e por cerca, quando é voltada para o próprio campus. Fazendo um paralelo com a Avenida Paulista, principal espaço público de econtro da cidade de São Paulo, de dimensões muito semelhantes, em-se alta densidade de articulações, edifícios, equipamentos públicos, praças, parque, equipamentos culturais e de lazer, além de três estações do Metrô em 2,5 km.

300 m

90 m

Relógio

Reitoria

Fundos das edificações voltados para a praça

Presença exclusva de edifícios educacionais

A Praça do Relógio, hoje, tem dimensões distantes da escala humana. As manchas em vermelho, sobrepostas à imagem de satélite, representam as áreas do Vale do Anhangabaú e da Praça da República, dois dos espaços públicos maiores e mais importantes de são Paulo. Assim, fica clara a escala desértica e inadequada desse espaço.

Calçadão da Raia

Praça do Relógio e Praça da Raia Corredor Cultural, até a Reitoria, cortada por uma rua na qual passa a Linha Alta do VLP. Com a diminuição da praça, que agora tem dimensões pouco maiores que as da Praça da República, no centro de São Paulo, esperase que haja reforço do caráter universal da Universidade, a partir da mudança da escala de observação do principal monumento da USP, muito mais impactante agora. Além disso, é mantido o desenho de piso ao redor do monumento, que traduz em seus traços a mesma ideia de universalização do conhecimento proposta pelo Relógio. A Praça da Raia estende-se da Rua do Canal até o Calçadão da Raia. Uma rua de pedestres, alinhada transversalmente ao Relógio, é responsável pela conexão entre as duas praças, fazendo a aproximação entre o caráter universitário, presente na Praça do Relógio, e os espaço para toda a cidade, próximos da água.


7 8

Ruas locais e Rua do Canal

Estádio e Rua da Brasiliana (atual Travessa 8)

Praça do Estádio

Estádio

arquibancadas

Parque Esportivo

rua elevada sobre vestiários públicos

velódromo

Raia Olímpia: remo e natação

Rua elevada sobre vestiários públicos e arquibancada para quadras na lateral

As ruas do projeto foram pensadas para demarcarem espaços definidos, livres e construídos, com alinhamento de edifícios, calçadas e hierarquia viária, preservando, sempre que possível, a vasta arborização existente. A Rua da Brasiliana foi desenhada onde antes havia duas travessas de circulação de automóveis que conectavam diversos bolsões de estacionamento. A Rua do Canal é proposta a partir do prolongamento de canal existente na Escola Politécnica, cuja única função é escoar a água da Escola de Engenharia Naval até o canalizado córrego da Av. Escola Politécnica.

Estudo para renivelamento do campo do estádio e remoção de arquibancada inferior

Tranformação do Centro de Práticas Esportivas, hoje aberto apenas à comunidade USP, em um parque de cunho esportivo, integrado à cidade e aberto para toda a população. Estende-se da Raia Olímpica à Av. da Universidade e da Rua da Brasiliana até o Córrego Pirajussara. Sua infraestrutura é expandida com novos edifícios voltados para a prática esportiva no entorno do parque. As principais construções do Centro Esportivo foram preservadas, pela importância arquitetônica. Entretanto, a terraplanagem ao redor do Estádio não foi executada conforme previsto no projeto de Ícaro de Castro Mello e, portanto, o volume inferior, por ter se tornado uma barreira, será removido. Em seu lugar, será construída uma arquibancada rebaixada, que faz a transição entre o Parque Esportivo e a Praça a Oeste. Finalmente, receberá, além do campo de futebol, a pista de atletismo, que hoje ocupa a porção central do Centro Esportivo.

Integração entre Praça do Estádio e Parque Esportivo

A idéia é transformar este eixo numa rua de pedestres e ciclistas, com lugares para estar. A Rua do Canal conecta a Av. Escola Politécnica até o Parque Esportivo, passando pela nova praça Ramos de Azevedo da Poli, pela ECA, pela Praça da Raia e pelo corredor cultural.

Rua do Canal, eixo de pedestres e cilovia


8 8 HOJE Área de projeto = 2.752.404 m² 413 edifícios Taxa de Ocupação = 15,5% Coeficiente de Aproveitamento = 0,16 Área Construída = 443.000 m2

TRANSFORMAÇÃO URBANA Projeto remove 212 edifícios - 19% da área ocupada (maioria puxadinhos, barracões, galpões e edifícios provisórios) 201 permanecem, 358.830 m2 de área construída 225 novos edifícios = 1.878.000 m2 de área construída Nº médio de pavimentos dos novos edifícios = 6

CONCLUSÃO DO PROCESSO (em 100 anos) Taxa de Ocupação TOTAL = 23,5% Área construída TOTAL = 2.236.830 m2 AUMENTO DE 5x A ÁREA CONSTRUÍDA Coeficiente de Aproveitamento = 0,81

Plano Urbanístico para a Cidade Universitária de São Paulo Parque Villa-Lobos Av. Arruda Botelho

Estação Jaguaré CPTM

Estação Orla da Raia CPTM

Av. das Nações Unidas

Estação Cidade Universitária CPTM

Linha Esmeralda CPTM Av. das Nações Unidas

Rio Pinheiros Via Eng. Billings

Via Eng. Billings Raia Olímpica

Orla Parque da Raia

Calçadão da Raia

Av. Prof. Mello Moraes

Av. Prof. Mello Moraes

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Parque Esportivo

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Praça da Raia

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Rua da Brasiliana

Praça do Estádio

R. Ramos de Azevedo

Rua da Reitoria

Praça do Relógio

Av. Prof. Luciano Gualberto

Av. Arruda Botelho

Av. Afrânio Peixoto

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Av. da Universidade

Av. da Universidade

Av. Prof. Luciano Gualberto

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