Neste domingo comemora-se o Dia das Mães. O Jornal Opinião reproduz o depoimento de cinco mulheres, que relatam histórias especiais e diferentes sobre a experiência de ser mãe.
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ESPECIAL
a l l i V a i r Gló Não podendo ter filhos biológicos, o casal Ivo e Glória Villa optou pela adoção, utilizando-se do processo judicial. Os dois salientam a importância desta forma, a fim de preservar tanto ao casal quanto ao filho então desejado, pois podem contar com o respaldo da Lei. "Há 18 anos recebemos um presente, nossa filha, tão pequenina, com 1,850 kg, nossa alegria. Cresceu saudável, brincou, ralou o joelho, chorou, teve dor de ouvido, dor de garganta e teve muito amor, enfim, uma criança normal. Se há diferença entre filhos adotivos e biológicos não posso afirmar, para mim filho é simplesmente filho, é um pedacinho nosso. Adotar é receber, e nós ganhamos muito mais do que as pessoas possam imaginar, nos completamos. Podem haver problemas, como há em qualquer família convencional, a adolescência é uma fase mais difícil para alguns, mais fácil para outros, o importante é conversar
Viver juntos para sempre, nem sempre é o que acontece. Os relacionamentos se desfazem e os filhos que ficam podem viver uma luta entre seus afetos pelo pai e pela mãe. Aparecem sentimentos de rejeição, fantasias de reconciliação e os problemas de atitude. É possível que as crianças experimentem raiva, tristeza e nostalgia pelo pai que se foi. Tenho três filhos de casamentos diferentes e sou uma mãe como tantas outras. E certamente não economizarão esforços para que os filhos entendam a decisão, oferecendo a eles um ambiente saudável para o seu desenvolvimento. Infelizmente, não posso ter meus filhos debaixo da minha “asa” como gostaria, pois sabemos que os filhos são do mundo. Estes têm nos PAIS o seu porto seguro até que se tornem independentes para singrar os mares da vida, correr seus próprios riscos e viver suas próprias aventuras. O importante é dar apoio, conselhos e fazê-los entender que o fato de não estarem
muito e contar a verdade sempre. Nossa origem é nossa identidade. Temos que aprender a administrar as dificuldades da melhor forma, sempre pensando e desejando o bem, o melhor, se alguns amigos não são as melhores companhias, temos que tomar atitudes mais radicais às vezes, afastá-los mesmo que nos custe certo sofrimento, isso em qualquer situação, adotivos ou não. Hoje, nossa filha mora longe, cursa Direito, só conseguimos vê-la nas férias, isso nos deixa meio vazios, a saudade é imensa. Embora nos falemos diariamente via MSN, Skipe ou telefone, sentimos a mesma “Síndrome do ninho vazio” que sentem todos os pais quando os filhos saem de casa para estudar. Temos vários amigos, que também optaram pela adoção, e dividimos o mesmo sentimento: quem mais ganhou com a adoção fomos nós. Parabéns mamães neste dia especial!”
Janara Dal pian comigo fisicamente, estão no meu coração e estarão até o final dos meus dias. Certo que levarão consigo os exemplos dos pais, o que eles aprenderam e os conhecimentos da escola, mas o principal estará no interior de cada um: a capacidade de ser feliz. São meus filhos, porém não são iguais, pois cresceram em ambientes diferentes, suas personalidades são diferentes e suas angústias também. O que não mudará nunca é o meu amor incondicional por eles. Nas vezes em que posso reuni-los percebo que falta um pouco a afinidade de quem cresceu num único ambiente. Nessa hora, me multiplico para dar o amor e atenção que todos precisam, mas não fácil, não! Nesse Dia das Mães não estarei com todos. Sei que vou sentir a falta deles e também da minha neta que tem dois anos. Vamos nos reunir em outro momento e comemorar juntos a grandiosidade da união entre mãe e filhos. Ser mãe é puro amor. Um grande beijo em todas elas nesse dia!
ESPECIAL Acredito que a mãe na sociedade atual ocupa o mesmo papel de todos os tempos, porém, é uma mulher mais dinâmica, atualizada, formadora de opiniões, colabora com o sustento da família. E, além de ser a secretária do lar, acarreta para si inúmeras funções. Isso, por um lado, é positivo, pois os filhos têm em suas mães exemplos, pessoas com atitude. Mas, em contrapartida, a ausência é preenchida pelas crianças, muitas vezes, com a televisão, jogos eletrônicos, computadores, pois eles estão crescendo em plena era da informática. Vejo como uma das dificuldades, hoje, na criação dos filhos, a limitação de horários, tendo que impor limites para podermos ter um contato físico maior com as crianças, para que a gente possa andar de bicicleta, caminhar juntos, brincar na praça, contar histórias. O que digo para todas as mães é que abracem seu filhos, olhem seus filhos nos olhos, a vida está muito corrida, não temos uma exata noção do tempo e, quando a gente se dá conta, o tempo das nossas crianças
Raquel Cad ore
já passou..., e o que estávamos fazendo? A qualidade do tempo quando estamos com nossos filhos é muito importante, vamos demonstrar nosso amor, isso fica para sempre e faz toda a diferença!!! A todas as mães, deixo um abraço e minha homenagem especial para minha mãe Dalva, a quem amo incondicionalmente e fico tranquila só em saber que ela está por perto... Tenho dois filhos: a Gabriela, de 10 anos, e o Antonio, de cinco anos. Ser mãe é um aprendizado constante..., é a minha vida. Agora sou a Raquel mãe da Gabi e do Toni, e isso é emocionante...
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r e v o n a c l a V i m Ta
Pois é, meninas. Sou mãe solteira e tenho uma filha linda de um namorado que não se interessa por ela e nunca me deu a força que eu precisava. Você acorda, olha para o outro lado da sua cama de casal - que está vazio - e pensa: Ser mãe solteira num país como o Brasil não é coisa das mais fáceis. Vivi uma fase rebelde na adolescência, sem ouvir os conselhos de minha mãe e sempre achando que “não ia dar em nada”. E deu. Aconteceu de eu engravidar e causar um choque na família e mudar totalmente minha vida. As pessoas nem imaginam os problemas que passamos: preconceitos, pessoas achando que as mães solteiras estão nessa condição por serem desajuizadas ou vulgares, ou sem-vergonha, tantas coisas mais. Muitas vezes, sem suporte familiar, sem apoio dos amigos e, desaprovada na sociedade, a mulher tem que trilhar seu caminho sozinha com o bebê e sente o desamparo lhe atacar por todos os lados. Mas, hoje em dia, temos muitos recursos para não termos filhos sem planejamento: as escolas ensinam, os pais falam, os postos de saúde distribuem preservativos etc... e eu não dei importância. E nesse
momento difícil, quem esteve sempre do meu lado e não me abandonou, foi minha família, justamente aquela a quem eu não dei ouvidos. Nesse Dia das Mães, deixo uma mensagem, primeiro a todas as meninas: pensem bem antes de ter um filho. Filho não é boneca. Ele chora, come, adoece e precisa de carinho e sempre é melhor se prevenir do que ter um filho no momento errado. Minha filha é tudo para mim, mas gostaria de ter planejado antes. Para todas as mães, um abraço e para a minha, em especial, meu obrigado de coração e que Deus te abençoe sempre pelo que tem feito por mim. Eu te amo Mãe!
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ESPECIAL A presença da mãe na família é de fundamental importância para que a criança se sinta segura e amparada, principalmente, nos primeiros anos de vida. Mas nem sempre é possível a presença constante da mãe no seio familiar. Muitas vezes, ela tem de abdicar do convívio com seus filhos, marido, casa para ajudar no sustento da família ou até mesmo para se realizar profissionalmente, o que por si só, exige demais tanto da mãe quanto de seus filhos. Porém, quando a ausência se dá por motivos alheios a sua vontade, pode não se tratar de uma exigência, e sim de uma necessidade, de uma obrigação imprescindível, como aconteceu comigo, quando me acidentei de carro, em 2008. Uma necessidade que me fez repensar a vida. Eu não tive escolha, não tive conflitos de culpa, porém uma angústia muito grande tomou conta de mim. Durante os 13 dias que fiquei hospitalizada em Porto Alegre, longe das minhas filhas, tudo o que eu queria era poder voltar para elas. Angustiava-me saber a falta que eu estava fazendo em casa. Apesar de saber que elas estavam sendo bem cuidadas e cercadas de carinho por todas as pessoas queridas que nos ajudaram, eu sabia que eu - a mãe - é que deveria estar lá, cuidando delas. Na época, minhas filhas tinham três e quatro anos, uma idade em que a presença da mãe é fundamental para o desenvolvimento emocional e comportamental da criança. A mãe é o seu norte, e minhas filhas estavam sem, uma delas chegou a adoecer. Quando retornei para casa, estava presente e ausente ao mesmo tempo, pois continuava em recuperação, não podia atendê-las. Essa foi a pior parte, as coisas não fluíam normalmente, a rotina ficou
Vanessa Zanini atrapalhada, a ansiedade tomou conta das minhas filhas. A mais nova tinha medo de me ver ali, deitada, sem poder ser a mãe faz-tudo que elas conheciam e, principalmente, que não podia mais pegá-las no colo. Tivemos todos de crescer, minhas filhas tiveram de amadurecer sem os meus cuidados, sem a minha presença no dia a dia delas, sem brincar, sem dar banho, sem acompanhá-las na escola, enfim. E eu tive de engolir constantemente o choro para que elas não me vissem tão mais frágil do que já estava. A lição que eu tirei disso tudo em relação às minhas filhas é que, apesar de meu marido ter sido um pouco mãe, as dindas, tias e avós terem sido um pouco mãe, mãe só tem uma mesmo! E a mensagem que eu deixo para todas as mães é que aproveitem o máximo do seu tempo com seus filhos. Nossa presença é essencial na vida deles, para que se tornem adultos felizes, íntegros e seguros.