HOSPITAL ROQUE GONZÁLES
SUMIÇO DE R$ 1 MILHÃO INTRIGA ROCA SALES Henr
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Pede rsini
Nova diretoria quer saber onde foi parar dinheiro que estava registrado na contabilidade da instituição. Grupo pede ajuda da comunidade para recuperar a credibilidade da Casa de Saúde que já foi referência no Vale do Taquari. Página 16
LEIA TAMBÉM HOMENAGEM
ELEIÇÕES 2012 Prefeito Paulo Costi dá sinal verde para concorrer à reeleição Página 15
Mulheres Páginas 10 e 11
A incrível história de Helena Mazzo Fontana
Diogo Daroit Fedrizzi/Arquivo JO
Ângela Reale
Série
PROMOÇÃO Delegada Elisabete assume comando do Vale Página 25
COLUNA MILTON FERNANDO
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09 de março de 2012
milton@rdencantado.com.br
*** Edson Brum O deputado estadual Edson Brum (PMDB)esteve na última segunda-feira (5) visitando o Grupo Encantado de Comunicação,. Entre outras informações, as abaixo foram fruto da conversa regada a um bom mate: 1- Só é candidato em Santa Cruz do Sul se o Partido coligar com o PP, tendo Helena Hermany como vice, dupla que as pesquisas mostram ter potencialidade para vencer o pleito de outubro; 2- Acha que o partido concorrerá com chapa própria em Lajeado, numa coligação com o PTB, e outros partidos, não descartando a possibilidade de ter Sérgio Knipoff (PT) de vice; 3- Acha que em Encantado o ritmo precisa ser acelerado; 4- Espera o futuro de Mendes Ribeiro para definir o seu, caso não concorra em Santa Cruz do Sul, e o atual ministro não concorrer em 2014, a disputa por vaga na Câmara dos Deputados deve ser o destino.
LeitãoFest
A foto fala sozinha Este colunista, após a AES Sul vir a Encantado e, em vez de levar os anseios da comunidade, mostrou um filme mostrando os prêmios conquistados, instituiu o “Prêmio Liquinho de Ouro”, que ela receberá pelo belo trabalho realizado na Rua Tiradentes, em Encantado. Antes de trocar o poste, se fez uma amarração, agora, estamos esperando o poste e o suporte apodrecerem juntos.
Fotos: Milton Fernando
Fotos: Bolivar Neto
A comunidade de Putinga está esperando um grande público no mês de abril, quando será realizada mais uma LeitãoFest, o Show de Milionário e José Rico é o grande momento desta edição. O prefeito Waldir Possebom acredita num grande público quando da realização do Show da dupla.
Milton Fernando
Prefeito Valdir Possebom
Relvado feliz
Um festão A escolha da Mãe do Ano e outras atividades relativas ao Dia Internacional da Mulher foram realizadas ontem na Comunidade do Lajeadinho. A Rádio Encantado AM 1580 esteve presente durante o dia levando informações para seus ouvintes.
Partindo do primeiro mandatário do município, Jatir Radaelli, é com entusiasmo que a comunidade está vendo a realização de um sonho se concretizando, a ligação asfáltica com a cidade está em ritmo acelerado. Até junho, a rodovia deve estar pronta até a ponte e, se o tempo permitir, até dezembro pode estar sendo inaugurada. Grande notícia.
Stacke com uma das candidatas
CâMARA DE vEREADOREs/GERAL
JORNAL OPINIÃO
Valdecir quer a reeleição e diz que apoia Orsolin dIOGO dArOIT FEdrIzzI Encantado - Na volta à Câmara de Vereadores, após um período de recesso, o ex-presidente do Legislativo, Valdecir Gonzatti (PMDB) fez uma manifestação importante na tribuna. Ele descartou qualquer possibilidade de se lançar candidato a prefeito e garantiu que vai buscar a reeleição para vereador. “Pelo meu trabalho desde 2009 e pelo ano passado como presidente da Casa, quando tive uma prestação de contas e disse onde foram investidos os R$ 500 mil, isso automaticamente nos credencia a concorrer a uma reeleição a vereador. E meu candidato a prefeito é Agostinho Jose Orsolin, que eu o credencio ao natural a concorrer pelo PMDB, diante de tudo o que
Diogo Daroit Fedrizzi
fez e tem muito mais para fazer”, comentou. Valdecir também enfatizou que vai cobrar as promessas de campanha do prefeito Paulo Costi, principalmente, em relação ao Anel Viário, “Sabemos que tem um embate jurídico para a desapropriação da área de terras. Mesmo assim acredito que a obra saia este ano. Estou sendo tolerável em algumas coisas, mas logo aí na frente vamos cobrar”.
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Anita apresenta galeria de prendas e patrões Encantado - O departamento cultural do Grupo de Artes Nativas Anita Garibaldi realizou no dia 3 um evento para apresentar uma prévia do que será o espaço destinado à Galeria de Prendas e Patrões da entidade. Além de um chá, os participantes acompanharam uma palestra com a 2ª Prenda Juvenil do Rio Grande do Sul, Janaína Matiello. Tradicionalistas de toda região participaram do encontro, que faz parte do projeto “Cultivando Nossas Origens”, do GAN Anita Garibaldi. Fotos: Margarete Hammes
Galeria integra projeto Cultivando Nossas Origens
Vereadores gestionam recursos para a saúde Brasília - Os vereadores encantadenses Cláudio Roberto da Silva (PMDB), Arno Bagatini (PP) e Everaldo Delazeri (PDT) estão gestionando em Brasília, com os parlamentares gaúchos, a liberação de recursos para investimentos na área da sáude do município. Os legisladores obtiveram do deputado Renato Molling (PP),
coordenador da bancada gáucha, a confirmação de uma emenda no orçamento federal de R$ 2 milhões de reais para a implantação de UTI junto ao HBST. Além destes recursos, o parlamentar irá destinar R$ 200 mil para a construção de um novo posto de saúde junto a Faterco. O deputado Enio Bacci (PDT) garantiu aos vereadores a libera-
ção de uma emenda de R$ 130 mil para a aquisição de um veículo de transporte de pacientes que necessitam realizar consultas e exames no Vale do Taquari e em Porto Alegre. Outros R$ 150 mil são oriundos do deputado Alceu Moreira (PMDB), destinados para a manutenção do Centro Oftalmológico Regional.
Agergs conhece problema de energia elétrica em Encantado Porto Alegre - Uma comitiva encantadense esteve reunida, na tarde de ontem, com representantes da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs). O grupo, representado pelos secretários Roberto Turatti e Luciano Moresco, além do presidente da Comissão de Infraestrutura da Câmara, vereador Jonas Calvi, conversou com o ex-presidente da entidade, Edmundo Fernandes da Silva, e com Eleonora da Silva Martins, que são responsáveis por analisar os serviços das concessionárias de energia elétrica.
Prendas do Anita Garibaldi
Divulgação
Prendas responsáveis pelo evento
Segundo Jonas, na próxima semana, a AGERGS enviará representantes a Encantado para repassar os procedimentos técnicos a fim de formalizar denúncia contra a AES Sul na própria Agência. “Queremos contar com a participação da Aci-e e do Conselho Pró-Desenvolvimento neste encontro”, disse Jonas.
Parte da galeria de prendas e patrões
Maria Lurdes Fraporti é a mãe do ano MILTON FErNANdO
Encantado – A comunidade do Bairro Lajeadinho recepcionou as demais comunidades encantadenses, especialmente, os clubes de mães do município, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher durante o dia de ontem. O evento foi promovido pela Emater, STR de Encantado e Administração Municipal. O ponto alto foi a escolha da Mãe do Ano, concurso que é realizado sempre no mês
de março de cada ano, e neste, a escolhida é da Comunidade de São Roque. Maria Lurdes Fraporti, que completa 70 anos no próximo mês, tem uma presença atuante na Comunidade de São Roque. Foi dela a ideia de fundar o Clube de Mães, em 1979, e dele já foi presidente em quatro oportunidades. Naquele tempo, Maria procurou a extensionista da Emater onde recebeu a informação que eram no mínimo necessárias 10 sócias. Ela conseguiu, após passar
de casa em casa, reunir 26 sócias. Atualmente, o clube conta com 30 associadas. Maria tem dois filhos e três netos. Ela substitui como Mãe do Ano, Inês Rasche Pereira, da Comunidade do Lajeadinho, eleita em 2011. No próximo ano, a comunidade da escolhida irá realizar a festa no mês de março. A mensagem que ela deixou para todos foi a seguinte: “As mais lindas coisas da vida não podem ser vistas nem tocadas, mas sim sentidas pelo coração”.
Bolivar Neto
Inês entregou a faixa para Maria
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FRATERNIDADE E SAÚDE PÚBLICA Pe. Alfredo J. Gonçalves, CS
A Campanha da Fraternidade da CNBB sempre nos propõe um tema para estudo, reflexão e ação durante o tempo litúrgico da Quaresma. Trata-se, na verdade, de complementar a conversão pessoal, própria deste período, com uma conversão de caráter pastoral e sociopolítico. Neste ano de 2012, está em pauta a Fraternidade e a Saúde Pública, cujo lema sublinha uma frase bíblica: “que a saúde se difunda sobre a terra...” (Eclo, 38,8). A CF/2012 põe o dedo numa das feridas sociais mais profundas deste país. É como se os pastores percorressem as longas filas do INSS, ouvissem os clamores de inúmeros doentes em busca de tratamento e sentissem suas “angústias e tristezas”, para usar a expressão do Concílio Ecumênico Vaticano II. O Brasil é falho em termos de atendimento público, mas não em termos de leis relacionadas à saúde, como veremos adiante. Originalmente, “o sistema único de saúde brasileiro [SUS] tem uma concepção filosófica humanista-comunitária maravilhosa; é perfeita na teoria, mas na prática deixa muito a desejar, revelando-se um caos em termos de funcionamento” (Pe. Leo Pessini, in. Revista Vida Pastoral, nº 283, março-abril de 2012) A Organização Mundial da Saúde (OMS), por sua vez, define a saúde não como ausência de doenças, e sim como o completo bem estar físico, mental e social. Entretanto, por melhor que sejam, as leis não bastam. O descompasso entre seu conteúdo e seu cumprimento chega a ser quilométrico, para não dizer infinito. Nem precisaria concluir que o acesso aos meios de saúde e aos respectivos remédios torna-se bem mais difícil entre alguns segmentos da população. Entre eles, podemos citar os imigrantes sem documentos, os moradores de rua, os prisioneiros, os desempregados, as mulheres prostituídas, a população do campo... Mas a lista não é exaustiva. Nestes casos, vigoram muitas vezes a falta de conhecimento, as distâncias dos centros de saúde ou o simplesmente o medo de expor-se, como no caso dos estrangeiros “sem papéis”. Uma verdadeira política pública de saúde, deve concentrar seus esforços na melhoria do SUS – o “Plano de Saúde” dos pobres. Equipamentos de última geração; profissionais bem remunerados; atendimento humanitário; rede ampla e integrada, nas mais diversas especialidades; remédios ao alcance das famílias de baixa renda; descentralização da cidade para o campo, cobrindo todo território nacional... Eis alguns dos desafios! Pastoral da Comunicação Paróquia São Pedro - Encantado
Escola Padre Domênico Vicentini completa 50 anos Festejos estão programados para outubro, quando acontece a Semana da Escola Encantado - A Escola Estadual de Ensino Fundamental Padre Domênico Vicentini completa nesta sexta-feira (9) 50 anos de fundação. Atualmente dirigida pela professora Márcia Frota Zanella, a instituição organiza as comemorações do cinquentenário para a primeira quinzena de outubro, quando ocorre a Semana da Escola. Inicialmente, a Escola abrigou alunos do 1º ao 5º ano, alguns provenientes da Escola Farrapos, outros moradores de pequenas comunidades onde não existia escola. Nos anos 68 e 69, algumas salas foram cedidas para o funcionamento de turmas do Ensino Secundário de alunos do Ginásio Estadual de Encantado, para acomodar a demanda de alunos que frequentavam o Curso Ginasial, em virtude do fechamento da Escola Madre Margarida. Aqui fica popularmente conhecida como Farrapinhos. Em 1976, por sugestão da família de Joaquim Nardini, que havia doado o terreno para a construção do educandário, a Escola passa a se chamar de Padre Domênico Vicentini, em homenagem ao primeiro missionário a chegar a Encantado, vindo da Itália. Vicentini tornou-se grande incentiva-
Divulgação
Escola ficou popularmente conhecida por Farrapinhos dor da cultura e da educação no começo da colonização do município, em 1984. Com o passar dos anos e com a exigência da clientela escolar, gradativamente, foram implantadas turmas de 5ª, 6ª, 7ª e 8ª séries, respectivamente, nos anos de 1993, 1994, 1995 e 1996. Com isso foi possível a conclusão da escolaridade do Ensino de Primeiro Grau. A primeira turma formou-se em 1996. Conforme a diretora Márcia, ao
longo do tempo, a Escola vem concentrando sua ação pedagógica na formação de um cidadão íntegro, comprometido com a verdade e com a construção de uma sociedade mais justa, humana e igualitária. “Nesta trajetória, os frutos estão aí e aqui, gerando novas sementes para perpetuar os ideais altruístas de professores, alguns já falecidos, e outros realizados pela abnegada doação e verdadeiro amor às causas educacionais”, salienta.
DIRETORES * Nair Lorenzi - 1962 a 1963 * Terezinha Tramontini – 1963 a 1966 * Isolde de Conto – 1966 a 1967 * Lilian Peretti Schaffer – 1967 a 1968 * Arilene Z. Bratti – 1968 a 1972 * Glicéria M.L. Radaelli – 1972 a 1988
* Adriana Bratti – 1988 a 1991 * Denise da Rosa Pretto – 1991 a 1994 * Nedi Teresinha Mattias – 1994 a 1999 * Vani C. Casagrande – 1999 a 2003 * Anaclete Longo – 2003 a 2011 * Márcia Frota Zanella – 2011...
Seminário de Contabilidade reúne mais de 100 profissionais e estudantes Fotos: Ângelo Delavy/Rádio Encantado
Contadora Valéria Ritt foi uma das palestrantes
Público lotou o Auditório Brasil do Centro Administrativo
Encantado – O município sediou na sexta-feira (2) o Seminário de Assuntos Contábeis, promovido pelo Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CRCRS). O evento aconteceu no Centro Administrativo Municipal e reuniu mais de 100 profissionais e estudantes da área. As palestras abordaram os temas “Notas explicativas para PME´s – Aplicação prática”; “Substituição Tributária – ICMS”; “Marketing Contábil para Manter Clientes e Lucrar Mais”; e “Sped – PIS/Cofins”. As temáti-
cas foram abordadas por Karin Krauspenhar, Valéria Ritt, Anderson Hernandes e Daisy Machado. Acompanharam o Seminário o presidente do CRCRS, Zulmir Breda, os vice-presidentes Celso Luft, Roberta Salvini, Antônio Carlos Palácios e a delegada regional de Encantado, Ilani Bagatini. O vice-prefeito de Encantado, José Calvi, o agente da Receita Federal, Leandro Orçay, e o presidente da Câmara, Eldo Orlandini, também participaram da abertura.
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JORNAL OPINIÃO
19º Jantar da Liga é hoje Encantado - A Liga Feminina de Combate ao Câncer de Encantado promove nesta sexta-feira (9), o 19º Jantar em Comemoração ao Dia Internacional da Mulher. O evento acontece a partir das 20h, no Clube Comercial de Encantado e terá a palestra do psiquiatra Nélio Tombini. 500 ingressos foram colocados à venda. Neste ano, a Liga completa 20 anos.
Mais de 50 voluntários doam sangue em roca Sales Roca Sales - Mais de 50 voluntários estiveram no Colégio Scalabriniano São José para doar sangue no sábado (3). De acordo com a diretora, professora Rosane Volken, o projeto integra o calendário de ações sociais do colégio e já tem a data para a próxima coleta agendada para o dia 7 de julho. "É uma grande satisfação constatar que, ao longo destes três anos, temos recebido cada vez mais doadores jovens, ao mesmo tempo em que um número significativo retorna a cada
campanha e sai do colégio com o sentimento de dever cumprido. É bom saber que através de ações dessa natureza estamos colaborando com a saúde e bem estar de inúmeras pessoas”, comenta Rosane. A doação é um processo seguro e tranquilo na medida em que é realizada por profissionais capacitados e experientes. Agradecemos a todos colaboradores, de modo especial aos doadores e à Secretaria Municipal da Saúde. Divulgação
Equipe do Hemovale com a direção do São José
Família Giordani se reúne em Bento Gonçalves Bento Gonçalves – Neste domingo (11), na localidade de Linha Leopoldina, no Vale dos Vinhedos, ocorre o 3º Encontro da Família Giordani. A programação se concentra na Capela das Almas. Além de reunir descendentes das mais diversas regiões do Brasil, o evento oportunizará aos participantes o resgate de fotos históricas e endereços para elaborar a árvore genealógica da família. Outra proposta dos organizadores é elaborar um Hino e a criar a Associação da Família Giordani. Os outros dois Encontros ocorreram em 2001 e 2007.
séRIE c om STELA MARI S LABRE
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A cada edição, o Jornal Opinião traz o relato da rotina de um encantadense espalhado pelo mundo. Trabalhando, estudando, viajando.....
Londres
INGLATERRA
Fotos: Arquivo pessoal
Maristela Labres é filha de Milton Labres, já falecido, e Loreni Mariza Labres. Aos 39 anos, ela é casada com Stephen John Sutton e há seis anos mora em Londres “Mudei para Londres há mais ou menos seis anos. Como todo o brasileiro que vem para cá, eu também tinha o sonho de salvar um pouco de dinheiro e voltar para o Brasil. Mas é impossível viver nesse país sem ficar encantado com tantas coisas... então fui ficando e agora me sinto em casa aqui. Tive muitas dificuldades, a primeira delas foi a língua. A gente só se da conta de como é importante falar outro idioma quando estamos desesperados para pedir uma informação, um sanduíche, e não conseguimos falar nada. Daí tu se depara com um frio de oito meses, mais ou menos, com neve, dias curtos e cinzas, e muita, muita chuva!!!! Era impossível não chorar e lembrar do calorão do Brasil e do sol. Era impossível almoçar no domingo sem pensar no churrasco com maionese na casa da mãe com a família reunida, (isso continuo sentindo falta até hoje), comer o feijão, o doce no café da manha. Os ingleses não conhecem a combinação feijão com arroz do Brasil. Mas aos poucos fui me adaptando com a vida e a comida daqui, que também é muito gostosa. Londres é incrível. Tem coisas novas para ver todos os dias. Os museus são fantásticos e de graça para todo mundo. No meio dessa imensidão de concreto é difícil pensar que existe
uma infinidade de parques, com árvores e flores para a população relaxar quando o verão chega. O trânsito de Londres é “quase” caótico, mas continua melhor do que São Paulo. Existem ruas tão estreitas que parece que aqueles ônibus de dois andares nunca irão conseguir passar, mas passam. Essas ruas são assim, porque nunca mudaram desde que Londres foi construída e isso foi bem antes da existência do automóvel. Era a época dos cavalos e carroças. E sabem por que eles dirigem do lado contrário do resto do mundo? (a direção do automóvel é do lado direito). A explicação é que na era medieval, a circulação a cavalo era pela esquerda e era mais fácil segurar o cavalo, deixando, assim, a mão direita livre para manusear a espada, em caso de lutas e guerras. Muitas fatos aconteceram, mas o império britânico decidiu que dirigir pela esquerda era um questão de honra e continua até hoje.. A rainha continua poderosa por aqui, as leis saem do parlamento e ela tem que assinar, ou a lei não entra em vigor. Os ingleses adoram a família real. No país da rainha também se paga imposto,
mas a saúde e os remédios têm de graça para todos. Rico ou pobre têm o mesmo atendimento, mesmo necessitando de leito no hospital e não se paga um centavo, incrível né? Adoro os famosos pub ingleses, onde o povo se reúne para beber e conversar. E olha, os ingleses bebem muito. E foi num pub que conheci meu namorado Stephen há quatro anos. Moramos juntos há três anos, ele é meu “tudo” por aqui: amigo, irmão, família, etc... A parte mais difícil de viver aqui hoje é, sem dúvida, a falta da família. Vou ao Brasil sempre que posso, mas não é tão fácil como gostaria. Estamos em continentes diferentes, então, não posso ir à casa da mãe para um final de semana...Ai, que saudade que dá de poder conversar com meus irmãos, de ver minha sobrinha que amo de paixão, e tomar chimarrão com minha mãe de madrugada! (risos). Mas a vida é assim, né? Escolhemos caminhos diferentes, mas estaremos sempre juntos no coração e no pensamento. Se quem está lendo, um dia tiver a oportunidade, deve vir e conhecer esse país (Inglaterra) que, apesar de pequenininho, é imenso em cultura e história!!” Com o marido, Stephen John Sutton
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Em março, mês dedicado às mulheres, o Jornal Opinião realiza uma série especial em homenagem a elas. São quatro reportagens de pessoas que têm muitas histórias para contar e que merecem ficar registradas. Na semana passada falamos de Nilva Baioco Dalla Vechia. Hoje é a vez de Helena Mazzo Fontana.
s e r e h l Mu que adoçam a Por ÂNGELA REALE
vida da gente
Ângela Reale
“Quero ter disposição para exercer minha profissão até os últimos dias”
Helena Mazzo Fontana
EsPECIAL
JORNAL OPINIÃO Arquivo pessoal
E tudo começou... A linha do tempo de Helena Mazzo Fontana começou a se delinear quando seus pais saíram de Bento Gonçalves, fugindo no real sentido da palavra, pois a família da noiva não concordava com o namoro. Ele com 18 anos e ela com 16 anos. Estabeleceram-se no interior de Anta Gorda, no Rio Grande do Sul. O destino já estava traçado e ali nasceram seus 13 irmãos. Aos 4 anos, fizeram a mudança para a Linha Zanella, onde seu pai comprou terras e a família se estabeleceu definitivamente. A roça foi seu chão e o arado seu brinquedo. “Lembro que, ao voltar do trabalho na roça, minhas pernas doíam muito e uma bacia com salmoura, no final da tarde, me ajudava a suportar o dia tão pesado”.
Falecimento da mãe
Segunda Madrasta
Primeira Madrasta
cava. Namoramos durante cinco anos e o Cine Marabá foi testemunha dos nossos encontros”. Casaram-se e, com poucos recursos financeiros, iniciaram a construção de uma casa de madeira. Helena e Neolando tem três filhos. Dois homens e uma mulher. E, agora, uma neta para deixar a casa alegre e movimentada. Mas era preciso trabalhar, além de cuidar da casa. Helena resolveu fazer um curso de cabeleireira com a “Bila”. Aprendeu a enrolar cabelo, cortar, fazer permanente, penteado. ..etc... e atendia as clientes a domicilio e um pouco na sua casa também. “Começava às 6h da manhã, indo até as casas das clientes enrolar o cabelo e, à tarde, repassava todas para desenrolar e fazer o penteado. Em dias de baile, trabalhava até meianoite”.
A doceira Quando o primeiro filho completou um ano, ela fez os doces, salgados e a torta para ele. Os convidados gostaram e resolveram fazer pedidos. Iniciava-se uma nova profissão. A luta continuava. Entre as clientes do salão e as encomendas de doces e salgados, ela se desdobrava em várias para dar conta do recado. Nas dificuldades teve ajuda de pessoas importantes e de coração aberto. “Uma emprestou dinheiro para construir a nova casa que aos poucos fomos ampliando e eu pagava conforme recebia das encomendas. Outras foram especiais nos conselhos e carinho. Lembro delas sempre. Estão no meu coração e agradeço até o fim dos meus dias.” Nunca recusou pedidos para não deixar ninguém magoado. Aprendeu ouvindo e testando receitas. Assim impulsionou o seu trabalho. “Se preciso fosse, trabalhava até o dia amanhe-
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Mágoa “Não guardo, mas lembro! Quando fiz minha primeira torta para noivas, eu não sabia fazer a decoração. Pedi auxílio a uma pessoa que eu ajudei muito durante anos. Ela disse sim, mas me deixou na mão na hora que mais precisei. Fiz o possível para não decepcionar a noiva e decorei com pude. Esse fato me marcou pela falta de lealdade”.
Tempo para o lazer “Reconheço que trabalho demais. Reservo alguns dias para o descanso, mas é pouco. Sinto que já não tenho a mesma disposição de antes”
Mensagem às colegas doceiras “O trabalho e espaço têm para todas. O importante é ter higiene, caprichar ao máximo e fazer com amor, senão nada fica gostoso”
Hoje Sente-se realizada, pois tem uma profissão, embora cansativa, pode criar e oferecer estudo aos seus filhos. “Minha filha que dizia: ´nunca vou ser doceira, Deus me livre´. Hoje é meu braço direito. Desejo a todos eles que sigam a profissão que julgarem melhor para suas vidas”.
Se não fosse doceira... “Meu maior sonho sempre foi ser professora e poder trabalhar com crianças. Mas a vida me mostrou outro lado e eu fui. Não dá para voltar atrás”.
Futuro “Morrer todos nós iremos. Peço a Deus para me levar sem dar trabalho aos meus filhos. Quero ter disposição para exercer minha profissão até os últimos dias”.
Costura
Casamento
Estudos
Mudança para Encantado
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cer”.
Arquivo pessoal
Da mãe, tem vagas lembranças. “Recordo de uma ocasião em que ela corria No casamento com Ne olando Fontana. A aia atrás de mim com uma varinha é Graziela Bergamasch i na mão (risos). E, depois, ela acaba limpando a casa e, no outro dia, bajá tinha ganhado o último filho”. sobrando e vivendo de queixas” lhar numa “‘casa de família” Se ir para a escola era um Uma complicação no parto e para fazer o serviço do lar. O sonho, Helena teve que apagá-lo poucos recursos médicos na medo do desconhecido, o corado pensamento. Frequentou época resultaram na maior tração descompassado, a alma uma sala de aula somente na gédia da sua vida: a mãe e o ircheia de esperanças, contrasprimeira e na segunda série. mãozinho morreram. “Lembro tava com a sacola vazia. “Com a Aos 10 anos parou, porque a nedela no caixão, sem entender roupa do corpo, um chinelo ´de cessidade do trabalho na roça e muito a realidade e os golpes da dedo´ e uma muda de roupa o serviço de casa eram mais imvida”. A família ficou órfã. dentro de uma sacola ‘sportola’ portantes. “Na época, tínhamos “Meu pai, meus irmãos mais de palha, vim para conhecer um que aceitar o que era decidido, velhos, eu com seis anos e novo mundo.” sem reclamar de nada”. minha irmãzinha menor de três Recebia uma ínfima remuneaninhos, continuamos a tocar a ração pelo trabalho que realivida da maneira que sabíamos: zava: todo serviço de casa, plantando, colhendo, chorando”. cortar grama, plantar na horta, O tempo passou e seu pai Uma das suas irmãs já eslavar, passar... e assim por casou-se pela terceira vez, com tava casada e levou consigo a irdiante. Nesse período voltou a uma viúva que tinha um filho. mãzinha de três anos para que estudar, porém, foram apenas “Novamente, tive que me acosvivesse com ela. “Senti na pele a alguns meses. A professora foi a tumar com uma pessoa estrafalta que uma mãe faz!” Anita Filter (Nitinha). “Lembro nha, mal-humorada e com um do frio que passei nesse tempo, temperamento agressivo. Por porque não tinha casaco. qualquer coisa, batia com vara. Passados nove meses de luto Quando ouvia alguém comentar E dizia para mim e minhas (era o tempo necessário de res‘vou comprar um casaco porque irmãs: ´quando vocês casarem, peito aos mortos), o pai de Heo inverno está chegando´, eu não vão levar nada de enxoval’.” lena casou-se novamente. Não não entendia, pois para mim, as Aquilo era como uma punhafoi uma união pacífica e nem estações do ano eram iguais e a lada na alma. Eram tempos difíamorosa com a madrasta. roupa também. Não gosto de ceis. Se o trabalho machucava o Foram períodos amargos, pois lembrar disso. Deixa-me triste físico, as palavras machucavamela era de difícil convivência. demais”. Helena permaneceu lhe a alma. “Batia na gente e escondia bolanessa casa até os 21 anos chas e outras comidas para que quando se casou. não tivéssemos acesso”. Isso foi Na época, não havia como triste demais e, calados, todos comprar roupas prontas, pois o eles, aceitavam a situação. Nas poucas oportunidades Este segundo casamento não dinheiro era escasso. Aprendeu que tinha saía para passear ou a costurar com sua irmã. Fazia durou muito. “Não sei exatair a algum baile em Jacarezinho, mente, mas acho que foi aproxi- toda sua roupa e também a Santa Clara ou no Rabaiolli. E foi roupa da família, numa antiga madamente seis anos. Ela ali que conheceu Neolando Fonmáquina de costura. faleceu e nos deixou uma metana, através de uma amiga que nina de três aninhos”. os aproximou. Começou, então, um interesse maior que uma simples amizade. A família permaneceu em A escritora Martha Medeiros “O namoro era bem difeLinha Zanella e Helena, com 16 diz que “quem não busca corarente de hoje. A gente não fianos, veio para Encantado trajosamente sua independência
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Helena com a neta Maria Eduarda
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ENTREvIsTA
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GILSON CONZATTI presidente da União dos Vereadores do Brasil
“É O MAIOR DESAfIO DA MINHA VIDA POLíTICA” dIOGO dArOIT FEdrIzzI
desde dezembro do ano passado no comando da União dos Vereadores do Brasil (UVB), o encantadense Gilson Conzatti, 43 anos, promete uma transformação radical na entidade nos três anos que têm de mandato. Nesta entrevista concedida ao Grupo Encantado de Comunicação, ele destaca a necessidade de os legislativos municipais se conscientizarem da importância que tem no processo de discussão dos grandes projetos nacionais Diogo Daroit Fedrizzi
JORNAL OPINIÃO - POR QUE ASSUMIR A UNIÃO DOS VEREADORES DO BRASIL? Gilson Conzatti - É um sonho que cada vereador, dos 52,5 mil existentes no Brasil, de um dia presidir a União Nacional. Esta entidade tem 47 anos de existência, de luta na causa do Poder Legislativo, na valorização das Câmaras e do vereador. Muitas vezes, o vereador é esquecido. Ele próprio não sabe da importância que tem para sua comunidade e região. Tudo do município passa pela Câmara. O prefeito executa, mas é através de um orçamento, de um plano plurianual, que passa pelos vereadores. E também todas as leis do município são feitas ou estudadas e votadas pelos vereadores. Nós queremos neste mandato, que é de três anos, fortalecer a instituição Poder Legislativo Municipal. JO - E A ARTICULAÇÃO PARA SER ELEITO PRESIDENTE?
Gilson Conzatti - Recebi, em setembro do ano passado, o convite para participar da chapa da UBV. A partir de então comecei a articular. Fui ao encontro do então presidente em Curitiba para conversar sobre a UVB. E nessas tratativas o meu nome surgiu. O presidente abriu mão, porque ele comanda a União dos Vereadores do Paraná. E eu fui o candidato único na eleição de dezembro. Uma história política que começou em Encantado em 1992. Sempre tive contato com os vereadores, com os poderes de fora do município. Porque o vereador não pode se fechar no seu município. Ele tem que buscar experiência, buscar contatos, fazer essa integração com as demais Câmaras e os demais poderes. Porque aí sim se está no caminho certo. E eu nunca parei com isso. Tanto é que sou vereador de Iraí, graças a Deus. Meu
“Os vereadores não podem se omitir e não participar dos grandes debates do país” mandato iniciou em 2009 e já fui presidente da Câmara. Hoje novamente sou presidente da Câmara e fui eleito com todos os votos dos vereadores daquele município. Isso nunca tinha acontecido. Isso é articulação. É mostrar que não se fechamos no município, buscamos contatos, a integração do vereador, do Poder, com os demais poderes, mas também fora do município e fora até do Estado. JO - EM QUE SITUAÇÃO VOCê EN-
CONTROU A UVB?
Gilson Conzatti - Nos últimos dez anos, só caiu. Uma entidade com uma história e representatividade que tem... Mas, infelizmente, os presidentes nos últimos anos eram presidentes das estaduais também. Então, eles mais usaram a UVB para fortalecer sua entidade estadual do que para fortalecer a entidade nacional. Tanto é que temos uma sede própria em Brasília que está fechada há sete anos. Eu abri um escritório em Porto Alegre, por-
que antes era em Curitiba. E vou reabrir em Brasília, porque as coisas acontecem, em nível de política, em Brasília. Negócios é São Paulo, política é Brasília. Não adianta eu ficar em Iraí gritando na tribuna, mas se as coisas não acontecerem lá em Brasília, se eu não buscar as propostas, os recursos, e ver o que está acontecendo neste país, não adianta nada. Por isso que vamos estar em Brasília com a nossa sede para fortalecer o poder. São 52,5 mil vereadores. Nesta próxima
eleição, o número vai para 59 mil vereadores. As coisas que acontecem em Brasília, o resultado é no município. Os vereadores não podem se omitir e não participar dos grandes debates do país. Por isso estamos buscando o fortalecimento da entidade. Tenho certeza que ao final dos meus três anos como presidente, a entidade vai estar muito fortalecida e vai ser muito prestigiada no governo federal, nos governos estaduais e também nas regiões e municípios.
ENTREvIsTA
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muito presentes e mostrar o que queremos. O que a UVB quer, é a favor? É contra? O que a maioria quer? Definidas essas bandeiras temos que ir à luta e defender os interesses da maioria dos municípios. JO - COMO é O PROCESSO PARA SE ASSOCIAR à UBV, é ATRAVéS DAS CâMARAS, é INDIVIDUAL?
Gilson Conzatti é o atual presidente da Câmara de Vereadores de Iraí JO - E COMO ESTAVA A SEDE EM BRASíLIA? Gilson Conzatti - Encontrei a sede fechada e sem contabilidade. Mas vamos organizar. Quando assumi o compromisso com os vereadores do Brasil tinha a noção do que iria encontrar pela frente. E não tenho medo desse desafio. É o maior desafio da minha vida política, e essa luta eu não perco, eu ganho. Porque vou fazer , vou trabalhar, vou me dedicar. E vou fazer da causa do Poder Legislativo municipal a grande causa desse país. Precisamos fortalecer os nossos vereadores. Mas eu preciso que eles criem essa consciência também. O vereador tem que ter a consciência da representatividade e da importância que ele tem no município, na região, no Estado e no país. Os projetos são votados em Brasília, no Congresso Nacional. O governo federal toma as medidas, mas onde é o resultado? É no município. Temos que estar atentos às questões que são discutidas em Brasília. Precisamos estar lá mostrando presença, se garantindo no congresso, mostrando que o vereador existe. Porque muitas vezes acontece o quê para os deputados? O vereador é muito bem lembrado em época de eleição para deputado estadual, federal, senador, governador. Aí chove telefonema. Vem todo mundo atrás do vereador, aí o vereador é muito importante. Passa a eleição, muitas vezes, esse deputado que te ligou duas ou três vezes durante a campa-
nha, não se lembra mais de ti. Essa mudança tem que ter. Mas muito depende do papel do vereador na sociedade. Tem as brigas municipais? Tem, e é normal isso. Só que elas têm que ser focadas pela importância do papel do Poder Legislativo municipal, que é um poder independente, que tem que ser bem trabalhado e tem a sua representatividade na sociedade. JO - OS VEREADORES TêM ENTENDIDO O PAPEL DA UVB?
Gilson Conzatti - Se os vereadores tivessem entendido o papel da União dos Vereadores do Brasil, a entidade estaria bem mais fortalecida. E eu não precisaria estar fazendo um trabalho, praticamente, de recomeço, para fortalecer uma entidade. Preciso, primeiro, conscientizar o vereador da importância que ele tem para fortalecer a entidade. Na medida em que ele tiver essa consciência, e nós vamos trabalhar muito para amadurecer esta ideia da representatividade como um todo, não do município... porque o vereador eu digo, ele pensa no seu município, claro, mas temos que ter as bandeiras nacionais como entidade.
Em cima disso vamos trabalhar. Precisa ainda, com certeza, esse amadurecimento dos nossos políticos municipais das Câmaras de Vereadores, a começar pelo meu município de Iraí. Precisamos conscientizar o pessoal que a importância de participar de um evento nacional, de ter bandeiras municipais, regionais e também defender as lutas nacionais, como por exemplo, os royalties do petróleo. Há poucos dias, eu estava em Macaé, no Rio de Janeiro, e ao lado tem um município de Quissamã, tem 20 mil habitantes. O orçamento anual de Encantado é R$ 34 milhões. Em Quissamã, com os mesmos 20 mil habitantes, é de R$ 200 milhões. Por causa dos royalties do petróleo, é uma região que explora o petróleo. Claro que naquela região eles não querem a divisão dos royalties. Mas nós queremos, Iraí quer, Encantado quer. Mas qual é o papel do vereador nesta função? O que estamos fazendo para esta luta, que logo vai ter a votação do projeto no Congresso Nacional? O que o vereador está fazendo? Se der certo vai respingar o recurso no município. Então, essas pautas nacionais nós temos que estar
Gilson Conzatti - Nem a minha Câmara de Iraí é associada à UVB. Não tenho nenhuma Câmara associada e não é o foco neste momento. A partir deste mês vamos começar a filiar as Câmaras. Se filiar para quê? Vamos filiar para dar uma assessoria. Já tenho assessoria jurídica. Vamos ter assessoria contábil.Vamos ter a estrutura em Porto Alegre para receber e para acompanhar os vereadores. Vamos ter uma estrutura em Brasília em que a UVB vai estar ao lado dos vereadores para acompanhá-los. Vamos cobrar uma mensalidade, em torno de R$ 200,00 por Câmara de Vereadores. Se considerar os valores que se paga às associações regionais e estaduais é um valor ínfimo. Mas na verdade precisa se cobrar um valor para se manter a estrutura, não para ter lucro. Não é esse objetivo. É para podermos viajar o país inteiro, para podermos ter uma estrutura em Porto Alegre e em Brasília para fortalecermos a entidade. E dar o respaldo ao vereador e às Câmaras. JO - VOCê JÁ ESTÁ ORGANIZANDO ENCONTROS REGIONAIS?
Gilson Conzatti - Vou fazer em Iraí, no final de abril ou em junho, um evento para os vereadores, claro mais regionalizado Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul. Até para mostrar para minha comunidade de Iraí a importância que tem a UVB. Para
“Muitas vezes até me meto na política local (Encantado), mas eu gosto. Vejo as coisas que estão certas e as coisas que estão erradas, e é bom vir de fora dar um pitaco, porque falamos as coisas sem a emoção, mas com a razão”
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eles entenderem a minha ausência do município. Estou fazendo um papel de divulgação do município, de buscar resultados para o meu município, mas também de olhar para todos os municípios brasileiros através dessa entidade que presido hoje. Esse trabalho de ir ao encontro dos municípios, das regiões e dos estados é o que temos que fazer para fortalecer a UVB. Se a Avat (Associação dos Vereadores do Vale do Taquari) quiser fazer um evento em Encantado, junto com a Uvergs (União dos Vereadores do Rio Grande do Sul)... porque o evento de Iraí já tem a participação da ACVERMAU (Associação das Câmaras de Vereadores do Médio Alto Uruguai), da Uvergs e da UVB. O auditório que se tem em Encantado, poucos lugares existem no Brasil. Coloco a UVB à disposição da Avat, de Encantado, para fortalecer a UVB e também as Câmaras Municipais. Queremos que a UBV, seja uma entidade que tenha a representatividade que merece. Que seja uma entidade que quando o governo federal lançar um programa que vai direcionar aos municípios, a UVB seja convidada para discutir. Vamos chegar a este patamar, não tenho dúvida. É trabalho. E vou sair vencedor deste desafio. JO - COMO TEM SIDO A SUA RELAÇÃO COM ENCANTADO?
Gilson Conzatti - Nunca me desvinculei de Encantado. Minha mulher mora em Encantado, minha filha. Eu estou toda a semana. Muitas vezes até me meto na política local, mas eu gosto. Vejo as coisas que estão certas e as coisas que estão erradas, e é bom vir de fora dar um pitaco, porque falamos as coisas sem a emoção, mas com a razão. Encantado tenho no coração, é minha cidade, falo com orgulho que sou encantadense, que fui presidente da Câmara de Encantado, fui vereador desta cidade, e com certeza ajudei um pouco este município a se desenvolver. E torço para que Encantado se desenvolva muito mais, porque tem um potencial enorme. Basta as pessoas e a comunidade se unirem.
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TRAJETÓRIA Casado com Andréia Pretto Conzatti, pai de Luiza, de 13 anos, colorado fanático, Gilson Conzatti iniciou a trajetória política no movimento estudantil de Encantado, em 1984, quando foi eleito presidente do Centro Cívico. Também foi presidente da Juventude do PMDB em 1991 e 1992, quando foi eleito vereador. Em 1993, como primeiro secretário da Indústria, Comércio e Turismo, idealizou o Canto da Lagoa e o proConzatti acompanhou a posse de Alexandre Postal na presidência da Assembleia
jeto dos pavilhões industriais. Em 1995, como presidente da Câmara de Vereadores de Encantado, transferiu a sede do Legislativo para a Praça da Bandeira e criou os projetos da Semana da Câmara e Sessão Plenária do Estudante. Conzatti também foi chefe de gabinete do então deputado Elmar Schneider , de 1999 a 2003. Em 2008 foi eleito vereador de Iraí e presidente da Câmara em 2009 e 2012.
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Argentinos conhecem trabalho de Sílvio Zonatto Convidado pelo governo do país vizinho, encantadense foi um dos palestrantes no 10º Encontro Nacional de Kayakistas
Fotos: Arquivo pessoal
dIOGO dArOIT FEdrIzzI O encantadense Silvio Zonatto retornou nesta semana da Argentina, onde participou do 10º Encontro Nacional de Canoagem. A convite do Ministério do Turismo e de Esportes argentino, durante 10 dias, Zonatto apresentou o Projeto Gratuito Esportes Radicais para Portadores de Necessidades Especiais, que faz inclusão social através dos esportes e turismo de aventura. “O governo argentino pretende implantar um modelo parecido na cidade de Bariloche, que é turisticamente falando um ícone no mundo”, explica Zonatto. As explicações de Zonatto também chamaram atenção da imprensa, com repercussão em diversos veículos, entre eles, Argentina Nacional de Notícias, Agência de Notícias de Bariloche, Jornal Bariloche Digital e Jornal Tiempo Patagonico.
Competição A estada no país vizinho também oportunizou a Zonatto competir na Regata Internacional Bariloche de Kayakes. Ele concluiu a prova de 270 quilômetros, em três dias e meio, na sexta posição, na categoria Caiaques de Um Lugar, sem divisão de idade. Na categoria geral, o encantadense ficou em 18º. “Havia 80 inscritos e largaram 72, pois no dia da largada ouve desistências, por causa do extremo mau tempo na Patagonia Argentina. A temperatura era de oito graus, água extremamente gelada, fortes ventos com rajadas de quase 50 qui-
lômetros horários. O primeiro dia foi o mais difícil e longo, muito desgastante para todos os atletas”, comenta Zonatto. “Na segunda metade da tarde do primeiro dia, tive início de hipotermia nos pés, um início de congelamento leve. Mesmo assim consegui concluir a etapa”. Outro fator que gerou dificuldades é o regulamento da prova, que exige que os atletas sejam autossuficientes, ou seja, precisam carregar dentro dos caiaques, durante a prova, tudo o que precisam para sobreviver nos quatro dias. “É preciso levar barraca completa, comida, água, roupas extras e térmicas, lanternas, medicamentos, etc... Tudo com o cuidado de manter as coisas totalmente secas”, explica. A prova se desenvolveu nos Lagos Mascardy, Nahuel Huapi e Gutierrez. A largada foi em um camping da tribo dos índios Mapuche da Patagonia Argentina, iniciando pelo Lago Mascardy. “Em termos de turismo de aventura e de Ecoturismo a região patagônica Argentina está anos luz à frente do Brasil, muito desenvolvida e adiantada, muito bem organizada, tanto para turismo de inverno, como de verão”, constatou Zonatto, que teve apoio da Curtlo Brasil, que hoje é o maior fabricante nacional de roupas e mochilas para esportes de aventura. Na competição, o atleta é patrocinado pela Camelbak Brasil, especializada em Sistemas de Hidratação para Esportes de Aventura. Agora, Silvio Zonatto já está em Florianópolis, onde participa, pela quinta vez, do Multisport Brasil 100 quilômetros, o Thriatlon de Montanhas.
Antes da largada dos caiaques, competidores posam para a foto
Zonatto com o caiaque de competição no Lago Nahuel Huapi
Palestra de Zonatto abordou o projeto Esportes Radicais para Portadores de Necessidades Especiais
Zonatto com o cacique Hugo, da Tribo Mapuche
Zonatto, no Lago Gutierrez, em Bariloche
ELEIçõEs 2012
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Paulo Costi dá sinal verde para mais uma disputa dIOGO dArOIT FEdrIzzI Aos 60 anos, o prefeito de Encantado, Paulo Costi, está disposto a encarar a quarta disputa eleitoral. Durante reunião entre lideranças da coligação que administra o município, PP/PTB, Costi chegou a cogitar a possibilidade de abandonar a política e se dedicar exclusivamente à família. Porém, o apelo dos companheiros e, se-
A reunião Temos a preocupação de quais rumos vamos tomar. Não dá para chegar na convenção e só aí pensar em conversar com os partidos, quem serão os candidatos na majoritária, os vereadores, as coligações. O que está sacramentado, até por conta da harmonia da nossa administração, é a coligação PP/PTB, PTB/PT. Eu entendia que deveríamos fazer esse processo de análise, sabermos quem são as pessoas que vão estar em contato com outros partidos. Em Encantado, para um partido isolado ganhar uma eleição, não é tão fácil.
Trabalho Temos a consciência do que viemos fazendo nesses três anos e o que está por acontecer. Existe um conceito e uma cultura dentro da atual administração que seria prejuízo para a própria população não dar sequência a este trabalho que vem sendo feito com muito entusiasmo. A função pública para mim é servir a população. Isso me dá prazer, fico contente quando posso ajudar e atender os pleitos das pessoas. Ao longo dos meus 60 anos, sempre estive envolvido com a comunidade, seja como vereador, na Associação Comercial, no Clube, na Igreja, no Bolão.
O jeito de ser
gundo ele, da própria esposa e filhos, fez com que fortalecesse a vontade de colocar o nome à disposição para repetir a dobradinha com o vice José Calvi nas eleições de outubro. “Talvez seja essa a minha trajetória aqui em Encantado”. Confira os principais trechos da entrevista concedida por Paulo Costi ao Grupo Encantado de Comunicação.
Apesar de alguns não gostarem da forma como atendo as pessoas, de abraçar, beijar... não consigo passar pelas pessoas sem valorizálas. Sempre foi a marca da administração onde estive presente. Valorizam-se as pessoas. As pessoas sempre em primeiro lugar, do que muitas vezes, uma própria obra física. Isso me faz feliz. Sou daquelas pessoas, e acho que a maioria é assim, se puder dar é bem melhor, me alegra, me satisfaz, mais do que receber.
Vida pública x vida familiar Em cima dessa trajetória que tenho, já me passou pela cabeça a ideia que tenho que pensar diferente. Eu priorizei sempre a função pública. Questões pessoais sempre ficaram em segundo plano. Terminei de certa forma entregando para a minha esposa a função até de pai. Sobrecarreguei minha esposa. Comecei a perceber a necessidade de daqui a pouco me dedicar um pouco mais àquilo que é familiar. São pesos que vou colocando ao longo do tempo.
Relação com o vice Não estou dizendo que vou ser candidato, posso dizer que sou candidato na convenção. Claro que, sem falsa modéstia, não vou tapar o sol com a peneira, meu nome tem
sido ventilado dentro da coligação para que a gente possa continuar junto nessa dobradinha com o José Calvi. Eu e o Calvi temos sido quase uma figura única na administração. A gente comunga sempre para as mesmas ideias.
Continuidade do trabalho Na reunião fiz menção à possibilidade de não vir a ser candidato. Tem muitas coisas que sonhamos e imaginamos, e que talvez não vamos conseguir fazer nesse mandato. Então fico me perguntando se existe a possibilidade de ser prefeito e dar sequência a uma série de projetos. Isso me gratificaria.
A reação da família Tive muita dificuldade de conversar em casa. Minha filha já disse: ‘se o senhor decidir ser ou não candidato, vamos te apoiar igual’. Minha esposa me fala que perguntam para ela na rua qual será minha decisão. Isso também pesa. Coloco de um lado a questão familiar e de outro a política. Sempre pensei que não poderia passar por Encantado apenas como mais um. Me parece, pelas atividades que sempre tive, talvez seja essa minha trajetória.
Saúde Passei por uma fase em que sentia muitas dores no peito segui-
ivo Arqu
damente, hoje não tenho mais. Mas estou me tratando.
Decisão
reira n Pe o s l i J O/ J o
“Hoje estou mais propenso a estar à disposição do partido”, PREFEITO PAULO COSTI
Hoje estou mais propenso a estar à disposição do partido. Foi fruto até desta reunião que se fez com esse grupo. Eu não imaginava a reação que as pessoas tiveram. Imaginava até ser mais natural de aceitar a não vir a ser candidato. Existe um fato que me leva a pensar um pouco diferente. Daqui a pouco é esta a minha trajetória. Até quando? Até quando Deus me der saúde, a população me apoiar e o partido e a coligação entenderem que eu possa ser importante. Tempos atrás, eu estava bem mais propenso a dar espaço para outros e pensar um pouco mais em mim. Por outro lado, ouvindo meu filho e minha filha, noto neles que eles gostariam que eu fosse, por incrível que pareça, para mais uma eleição. Acredito que tenha condições de fazer parte de uma comissão que vá tratar com os outros partidos de uma aproximação.
O PT Destaco hoje a presença do PT na administração. Eu fui um dos incentivadores de o Luciano Moresco reagrupar o PT em Encantado. Sa-
bemos da importância de ter alguém ligado ao governo federal e ao governo estadual na busca de soluções e recursos para Encantado. Sempre tive uma boa relação e acho que posso fazer parte de um grupo de pessoas que vai trabalhar.
A reprovação das contas pelo TCE Confesso que li rapidamente a manifestação do Tribunal de Contas onde aparecem apontamentos. Estive em contato com a minha assessoria jurídica e com o advogado Valdir Boniatti, que faz a minha defesa, do Adroaldo Conzatti e do Agostinho Orsolin. São apontamentos que precisam de manifestações de defesa. São dados que ali estão de coisas que a gente sabe que fez e por vezes, na pressa de fazer, não nos preocupamos com a devida prestação de contas de uma série de coisas. Ouvindo o Dr. Boniatti senti dele que não preciso me preocupar. Como sempre depositei muita confiança na assessoria jurídica, pelo que vi do relatório, e sei que foram coisas executadas, estou tranquilo.
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ROCA sALEs
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HOSPITAL ROQUE GONZÁLES
Sumiço de R$ 1 milhão intriga nova diretoria Voluntários apelam para a comunidade e querem resgatar imagem da Casa de Saúde de 87 anos
dIOGO dArOIT FEdrIzzI Roca Sales - A nova diretoria do Hospital Roque Gonzáles pede o apoio das lideranças e da comunidade para resgatar a imagem da Casa de Saúde, abalada nos últimos anos por problemas de gestão. Em 2010, através de uma ação civil pública, ajuizada pelo Ministério Público, foi nomeada uma comissão provisória de administração num prazo inicial de 90 dias, mas que depois foi prorrogado até 26 de dezembro do ano passado, quando aconteceu a eleição do grupo responsável. De acordo com o presidente Lauri Butzen, a diretoria encontrou o hospital em condições satisfatórias e administráveis. “Estamos dando continuidade ao trabalho da diretoria anterior, buscando recursos, tentando modernizar a sociedade, tentando trazer novos médicos, tudo com a finalidade de proporcionar um atendimento de qualidade à saúde do cidadão rocassalense”, disse. Segundo ele, atualmente, o corpo clínico é composto por 10 médicos: dois clínicos gerais, uma obstetra, um pediatra, um psiquiatra, um anestesista, um cirurgião, um traumato, um oftalmo e uma psicóloga. O vice-presidente Pasqual Bertoldi lembra o passado do Hospital para destacar a importância que a instituição tem para a região. “Nossos pais, avós, bisavós contam que vinham de carroça, da Linha Júlio de Castilhos, trazer as pedras para fazer o fundamento do hospital. Temos um legado, temos uma história, temos
Diogo Daroit Fedrizzi
uma obrigação. É uma entidade com 87 anos, já foi referência no Vale do Taquari. Ainda hoje quando saio para o interior, as pessoas mais idosas lembram quando se tratavam em Roca Sales. Claro que hoje não vamos ser referência de novo, mas o que queremos é devolver para Roca Sales o que é de Roca Sales. Até então não se entendia assim, era de duas, três pessoas”, comenta. “Queremos chamar a população a ser parceira, a crescer com o hospital. Fazer com que a população de Roca Sales use o hospital. O primeiro atendimento, na urgência, na emergência, é no hospital de Roca Sales. Depois Encantado, Lajeado, Porto Alegre”.
Viabilidade Bertoldi revela que o Hospital Roca Gonzáles perdeu a filantropia. “Temos uma pendência com o governo, mas existe jurisprudência. Judicialmente, estamos buscando o que foi perdido para quitar essa pendenga que temos com o governo federal. De 7 de maio de 2010 para cá não devemos nada, tudo foi pago a partir daí. O hospital tem viabilidade”, constata. Conforme o vice-presidente, as dívidas com a Corsan, AES Sul e fornecedores foram renegociadas e estão sendo pagas. “As contas se mantém em dia, muitas foram renegociadas. Andamos no fio da navalha todos os dias”, acrescenta o tesoureiro Ademir Kern. “Estamos resgatando o crédito da entidade, tem sido um trabalho constante e diário. Por exemplo, hoje para receber oxigênio temos que pagar à vista. Estamos trabalhando para que haja o pa-
Ademir Kern, Pasqual Bertoldi, Lauri Butzen em entrevista a Milton Fernando, na Rádio Encantado AM gamento dos funcionários em dia, o recolhimento do FGTS, do INSS. Todas essas particularidades são importantes”.
Ajuda Kern chama atenção para uma das formas mais fáceis de a população ajudar o Hospital, através da contribuição via conta de luz da AES Sul. “O valor que o cidadão paga, a AES Sul não nos passa em dinheiro, ela nos abate na conta de energia elétrica. Hoje, em Roca temos mais de quatro mil usuários. Se cada família colocar em média R$ 3,00, são R$ 12 mil men-
sais, R$ 144 mil por ano. Essa é uma das formas que a comissão provisória encontrou. Outra possibilidade de parceria é a contribuição com mantimentos oferecida por várias entidades”, explica Kern. O aluguel de salas também viabiliza o ingresso de aporte financeiro. “Alugamos para uma farmácia. Sempre que ela superar um valor X do faturamento, o hospital também ganha um extra. Por isso é importante que as pessoas comprem na farmácia do hospital, assim estarão contribuindo com a nossa Casa de Saúde”, argumenta Bertoldi.
“Queremos saber onde está esse dinheiro” Uma das situações que perturba a nova diretoria é o sumiço de um valor considerável. Segundo Pasqual Bertoldi, em 2001, quando era secretário da saúde, a administração municipal interveio e impediu a venda da instituição. “O hospital tinha R$ 700 mil aplicados. Usando juro de poupança hoje, passa
de R$ 1 milhão. E esse dinheiro desapareceu. Queremos saber onde foi esse dinheiro. Este caso é de conhecimento do Ministério Público”, conta Bertoldi. “Não queremos comprar briga com ninguém. Tem coisas que as pessoas não sabem e é impor-
tante que saibam. Por exemplo, farmácia que era do hospital, mas não era do hospital. Terceiros que usavam e nunca pagaram aluguel. Judicialmente vamos buscar isso. A população nos questiona e temos que colocar isso para que a comunidade entenda nossa angústia”.
Encantado, 09 de março de 2012
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O dia a dia de Maristela Labres em Londres Página 9 Arquivo pessoal
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Sílvio Zonatto apresenta projeto social em Bariloche Página 14