Jornal Opinião 3 de fevereiro de 2012

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CASO E S O F R O M A MET Em visita a Encantado, presidente da Associação do Ministério Público do RS rebate manifestações de Paulo Costi contra a decisão dos promotores pelo arquivamento do inquérito

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indignação com o prefeito Galileu Oldenburg /Ag.ALRS

Joilson Pereira

LEIA TAMBÉM POSTAL NO COMANDO Deputado assume a presidência da Assembleia

DIFÍCIL REALIDADE Empresa de Roca Sales demite 180 funcionários Página 9

Josué Bigliardi

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FOTOGRAFIA Noivos buscam imagens diferentes para o casamento Páginas 12 e 13







Encantado

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Jornal Opinião Encantado, 03 de fevereiro de 2012

CASO METAMORFOSE:

mp rebate declarações do prefeito contra promotores Presidente da Associação do Ministério Público do RS veio especialmente a Encantado para defender a promotora Karina Mariotti, responsável pelo segundo arquivamento do Inquérito do Projeto Metamorfose DIOGO FEDRIzzI

Encantado - As manifestações do prefeito de Encantado Paulo Costi sobre a decisão da promotora Karina Mariotti em arquivar o inquérito que investigava supostas irregularidades no Projeto Metamorfose não repercutiram bem na alta cúpula da Associação do Ministério Público do Rio Grande do Sul. As declarações de Costi foram feitas a Rádio Encantado AM e ao Jornal Opinião na quarta-feira (25). A entidade que no ano passado comemorou 70 anos de fundação e congrega promotores e procuradores de justiça gaúchos mandou o seu presidente a Encantado para defender a colega e rebater as considerações do chefe do Executivo municipal. No final da tarde de quarta-feira, sentado ao lado de Karina, Victor Hugo Palmeiro de Azevedo Neto recebeu a imprensa em uma das salas da sede do MP, a mesma em que, na semana passada, a promotora havia oficializado o arquivamento do inquérito.

“Estarrecido” Victor Hugo admitiu que ficou surpreso tão logo tomou conhecimento do conteúdo das frases do prefeito. “Sinceramente fiquei estarrecido. E lamento profundamente que o prefeito, uma autoridade pública, constituída, que merece todo respeito do Ministério Público, tenha atuado da forma que atuou, lançando ex-

Diogo Fedrizzi

pressões de absoluta suspeição do trabalho do MP. Então, na medida em que o prefeito faz algumas assacadilhas sobre a lisura do proceder do MP, até sobre a honestidade pessoal dos colegas não diretamente, mas por insinuações -, indiretamente, ele está não só ofendendo a honra pessoal e profissional dos agentes do MP que aqui trabalham, como de certa forma está colocando em dúvida as prerrogativas funcionais da instituição”, comentou.

“Solidariedade aos colegas” Segundo o presidente da AMP/RS, o prefeito está colocando em dúvida os deveres de outros poderes como, por exemplo, o Judiciário. Porque foi o Judiciário, segundo ele, o destinatário de parte da manifestação da Dra Karina. “Isso fez com que a diretoria da Associação deliberasse de que era o momento de se fazer presente para mostrar solidariedade aos colegas. Para dizer para a comunidade que, se for necessário, a Associação está à disposição dos colegas daqui para promover eventuais responsabilidades civis e criminais de quem agiu acima ou extrapolou os limites da crítica e da liberdade de expressão”.

Ação judicial Victor Hugo ressaltou que episódios como esse prejudicam a normalidade do funcionamento das instituições. Ele não descartou ainda a possibilidade de acionar o prefeito na justiça. “Não vamos

“Sinceramente fiquei estarrecido. E lamento profundamente que o prefeito, uma autoridade pública, constituída, que merece todo respeito do Ministério Público, tenha atuado da forma que atuou, lançando expressões de absoluta suspeição do trabalho do MP”, VICTOR HUGO PALMEIRO DE AZEVEDO NETO Presidente da AMP/RS admitir que este tipo de postura permaneça ocorrendo. Seguramente, isso não vai ser permitido. Se esse propósito que vem insinuado naquelas declarações: de

ofender, de atacar a honra pessoal, de colocar em dúvida a lisura e a honestidade dos colegas, se isso se renovar, se materializar, se concretizar, for explicitado de

uma forma mais evidente, é obvio que se tomará algumas medidas, a partir, claro, da provocação dos colegas que são diretamente ofendidos”, confessou.

As palavras que incomodaram a AMP/RS O presidente da AMP/RS selecionou alguns trechos das falas de Paulo Costi que mais lhe incomodaram. “Ele (o prefeito) disse que o MP estaria protegendo pessoas. Isso é uma insinuação que implica numa falta funcional grave por parte dos promotores, às vezes, até criminosa. Se um agente do MP, se um juiz, se um delegado, se um prefeito age motivado por interesses escusos para proteger ou beneficiar alguém, ele está cometendo além de irregularidades funcionais, até um crime. Em outra manifestação há uma insinuação de que os colegas são forasteiros da cidade, que vão embora daqui e vão deixar um ras-

tro de impunidade. Uma das grandes lutas do MP é contra a impunidade. Se alguém dentro do MP está promovendo a impunidade está mal. Outra, que os colegas (promotores) daqui (Encantado) estão dando com essa postura um mau exemplo. Eu tenho acompanhado algumas coisas, a partir do primeiro episódio, e pelo contrário, tenho visto nossos colegas daqui envolvidos em atividades sociais que são desenvolvidas por entidades. Até uma declaração de um adolescente que diz que se espelha na postura dos jovens colegas que se dedicaram ao estudo, à progressão na vida, que hoje desempenham este

papel de relevância pública no município importante como Encantado”, afirmou.

Missão de paz O promotor também pregou a paz entre os poderes. “Estamos numa missão de paz, para que as relações institucionais se estabeleçam em um nível como devem se dar: de respeito às prerrogativas de cada um. O MP respeitando esta importantíssima missão que tem o prefeito, e ele com reciprocidade respeitando as atribuições funcionais do MP. Nos submetemos à crítica, ao direito que todos têm de indagar sobre a

postura a respeito das mais variadas matérias, e especialmente desta. É importante que mantenhamos o prestígio das nossas instituições. O prefeito é o mandatário primeiro de uma cidade. É nele que as pessoas depositaram toda a sua confiança para conduzir os seus destinos”, concluiu.

Silêncio A promotora Karina Mariotti acompanhou em silêncio a entrevista. No final, apenas ressaltou, em poucas palavras, que tudo o que tinha a dizer o fez na semana passada. “O assunto está encerrado”, afirmou.


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Geral

professor aborda aspectos

Curas na Galiléia Comentário do Evangelho deste Domingo (Marcos 1,29-39)

E a febre a deixou e ela os servia, diz o Evangelho a respeito da sogra de Pedro curada. É o primeiro e o mais insignificante dos milagres narrados por Marcos. No início era esperado algo bem mais sensacional. Mas é algo instrutivo. Os milagres de Jesus não são demonstração de poder. São sinais que revelam, por um lado, a sua misericórdia fraqueza que o levará à cruz e, por outro, aquilo que quer realizar em nós para fazer nos homens novos, à sua imagem. Com esse simples milagre, tem se o significado de todos os outros: são curas que Jesus realiza para restituir a cada um de nós a capacidade de servir, pela qual nos assemelhamos a Deus. O verdadeiro milagre que Jesus veio realizar sobre a terra não é nada de extraordinário: é dar nos a capacidade de amar, que se expressa no serviço. 0 contato com Jesus torna a sogra de Pedro semelhante a Ele, que veio para servir . A cura da sogra de Pedro imprime ainda outra marca determinante do Evangelho: uma mulher idosa e doente é a primeira a testemunhar a vida nova do Evangelho. Deus escolheu os pobres deste mundo para fazê los ricos com a fé e herdeiros de seu Reino. Com aquilo que é loucura, Deus confunde o que é sábio. Com aquilo que é vil e desprezível, Ele reduz a nada aquilo que é . Depois de realizar os milagres, Jesus se retira a um lugar deserto para rezar quando ainda era noite. De noite, o homem dorme, mas, se ele vigia, no silêncio de todas as criaturas, encontra se a sós com o Criador, diante do qual é o que é. Descobre, assim, a verdade do confim entre o nada e o outro. A expressão de madrugada relembra a manhã da ressurreição, quando Jesus levantou se da noite definitiva. Isto significa que a oração é a força que vence as trevas, comunhão com Deus e fonte de vida nova. Quando Jesus está neste retiro espiritual, "Pedro e seus companheiros o perseguem e dizem lhe: "Todos te procuram". A expressão "perseguir" do texto original se reveste de fundamental importância, pois procurar Jesus é a meta de nossa vida. Mas para Jesus é a primeira tentação que comunga com todos os homens e que agora deve enfrentar: a de buscar o próprio eu. 0 eu quando busca a si mesmo é inimigo mortal do hornem, porque se fecha ao outro. Vamos para outro lugar: Jesus reconhece e afasta a tentação que Satanás já lhe havia feito também em um momento de retiro no deserto. A força para vencer essa tentação lhe vem da oração. A oração como diálogo com o Outro, é libertação do egoísmo. É Páscoa do eu. É passagem da terra da escravidão, a Deus, Terra Prometida. Jesus orante sabe que sua realização não está no prestígio popular conferido pelos milagres. Pois Ele logo diz: Vamos a outro lugar anunciar o Evangelho, pois foi para isso que eu saí. Ele não chora as cebolas do Egito, mas sabe muito bem que sua Libertação brota do próprio Êxodo de si: "foi para isso que saí. Frei Aloísio de Oliveira, OFM Pastoral da Comunicação Paróquia São Pedro - Encantado

técnicos e legais do plano diretor Palestra aconteceu na terça-feira (31) e reuniu arquitetos e engenheiros Diogo Fedrizzi

DIOGO FEDRIzzI Encantado – O município começa a aprofundar os estudos para a elaboração do novo Plano Diretor. Na terça-feira (31), integrantes da administração, arquitetos e engenheiros acompanharam a palestra com o arquiteto e urbanista, Décio Bevilacqua, em um dos salões do Clube Comercial. O profissional, que também é professor da Universidade Federal de Santa Maria, fez um relato sobre os diversos aspectos técnicos e legais, com base no Estatuto da Cidade, que devem constar no documento final. Temas como solo, urbanização, vegetação, sistema viário, esgoto, patrimônio histórico, tamanho das edificações, entre outros, foram explorados. “O Plano Diretor é um instrumento que vem para ajudar, não só o administrador público, mas toda a comunidade. O que está escrito nele

Encontro reuniu integrantes do Executivo, arquitetos e engenheiros é o que será observado para o desenvolvimento. O Plano tem o controle geral do que acontece nas cidades”, disse. Bevilacqua também explanou sobre a experiência realizada na construção do Plano Diretor da região da Quarta Colônia. Uma extensa pesquisa foi desenvolvida nos municípios para identificar a realidade de cada população. “Mapeamos até qual é o meio de deslocamento mais utilizado, a pé, de bicicleta, de moto ou de carro”, destacou. “Esse dado, por exemplo, pode conduzir melhor as

autoridades sobre o local ideal para construir uma ciclovia”. O professor apresentou ainda uma rápida análise sobre Encantado. Segundo Bevilacqua, um dos pontos positivos são o intenso comércio e a presença de vegetação na área central. Porém, citou a ocupação habitacional nas encostas, a situação de acessibilidade nas proximidades da rodovia RS 129, que começa a dividir a cidade, e uma melhor definição do perímetro urbano como situações que precisam ser aprimoradas no novo Plano Diretor.

Giuseppe e Anita juntos no Rodeio de Vacaria Simone Giongo/Divulgação

Grupo Os Birivas uniram duas entidades tradicionalistas de Encantado DIOGO FEDRIzzI

Individuais Vacaria - O Centro de Tradições Gaúchas Giuseppe Garibaldi e o Grupo de Artes Nativas Anita Garibaldi representam a cidade no 29º Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria. Além de disputarem modalidades individuais, as duas entidades tradicionalistas se uniram e formaram o Grupo de Danças Birivas Tropeiros de Dois Mundos. Os 16 integrantes prepararam duas danças, Chico do Porrete e Dança dos Facões. O Giuseppe estará representado nos Birivas por Ramon Mazzarino e Mauro Leidens. Já do Anita participam Rafael Garcia, Marcel Castoldi, Lucas Capalonga, Jacson Bastianel, Guilherme Patussi, Vitor Moisés Patussi, Eduardo Moreira Viter, João F. Rossi Tomazzi, Daniel Dalmolin, Maurício Dallé, Mateus Dornelles e Giovani Corso Pereira. Mateus e Giovani são de Caxias do Sul.

Sete integrantes do Giuseppe vão concorrer em categorias individuais. Na Chula são quatro participantes: Mauro Leidens e Guilherme Piccini (juvenil), Maurício Eduardo Mazzarino (pré-mirim) e Tiago da Costa (adulto). Já na quarta-feira (01), Maurício Vian se classificou para a final na Gaita Ponto, ao lado de cinco concorrentes. Franklin Lisboa e Joel Fontoura disputam Intérprete Solista Vocal. O GAN Anita inscreveu seis modalidades: Guilherme Patussi (Violão Individual Adulto), João F. Rossi Tomazzi (Chula Juvenil), Cláudia Villa (Declamação Veterana), Ranieri Moriggi (Intérprete Vocal Masculino) e Guilherme Patussi e Maurício Dallé (Duo Violão Adulto). O Rodeio de Vacaria termina neste domingo (5).

A história

Os birivas eram os tropeiros habitantes dos Campos de Cima da Serra, os quais geralmente andavam em mulas e tinham um sotaque especial, diferente dos tropeiros fronteiros ou das regiões baixas do Estado. No decorrer das viagens dos tropeiros, durante as longas noites à beira de um fogo, eles procuravam se descontrair esquecendo a dura lida de viagem e dos sofrimentos que passam. Ao som de violas ou meia-violas surgiram certas cantigas e danças que eram praticadas somente por homens (não existiam mulheres nas viagens). Eles então mostravam toda a habilidade e criatividade em um prazeroso divertimento. Entre essas danças foram encontradas e pesquisadas por Paixão Côrtes apenas quatro, as quais hoje são reconstituídas e praticadas por grandes grupos de dança do Brasil em vários festivais de dança pelo país: chula, dança dos facões, Chico do porrete e fandango sapateado.


Roca Sales

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penasul encerra linha de produção e demite 180

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Decisão pegou de surpresa funcionários que retornavam das férias coletivas Fotos: Joilson Pereira

JOILSON PEREIRA Roca Sales - Na manhã de quarta-feira (1º), os funcionários da Seara Alimentos de Roca Sales, também conhecida como Penasul, empresa do Grupo Marfrig, retornaram de férias coletivas, concedidas no dia 2 de janeiro. Ao entrarem na empresa para a troca de turnos, por volta das 6h45min, foram encaminhados não para seus postos de trabalho, mas sim para a sala da chefia, onde então receberam o comunicado oficial que a empresa estava passando por um momento de crise, precisaria encerrar as atividades no setor de corte na unidade e reduzir pessoal. “Eles falaram que o mercado não reagiu, então a proposta de acordo não bateu.

Daí não tinha o que fazer, mandaram a gente embora e a gente tem que aceitar”, conta o agora ex-funcionário Róbson da Silva Seidt, 22, que tinha três anos de empresa. Seidt diz que a principal dificuldade no momento é ter que adiar o sonho do primeiro carro. A rotina se estendeu ao longo do dia e, ao serem comunicados que a empresa está transferindo a linha de produção para a planta de Caxias do Sul, aos funcionários era dada a opção de transferirem-se para a fábrica na serra ou encaminhar sua rescisão. Aqueles que escolheram a segunda opção foram convocados a comparecer na empresa no dia seguinte para realizar exames médicos demissionais e encaminhar a rescisão contratual.

Funcionários se concentraram em frente à empresa à espera de informações

As explicações da empresa Através de sua assessoria de imprensa, a Seara Alimentos afirma que, ao todo, eram 180 funcionários que trabalhavam na linha que foi desativada. A empresa não informou quantos funcionários optaram pela transferência e quantos optaram pela rescisão contratual. A nota dizia o seguinte: Esclarecimento A Seara Alimentos esclarece que irá desativar uma das linhas de produção da unidade Roca Sales (RS) e transferi-la para a Unidade Caxias do Sul (RS).

A linha de produção a ser transferida é dedicada à desossa de frangos oriundos do abatedouro da Empresa em Caxias do Sul (RS). Investimentos realizados na modernização da Unidade Caxias do Sul (RS) tornaram aquela planta estrategicamente apta a elevar gradativamente a produção de cortes especiais. Além dos ganhos com logística, a transferência possibilitará à unidade Roca Sales (RS) operar exclusivamente na produção de alimentos industrializados, gerar ganhos operacionais importantes para toda a plataforma produtiva da Seara no Rio Grande do Sul e permitir sua expansão no futuro.

Impacto no município

O prefeito de Roca Sales, Amilton Fontana, se disse bastante preocupado com a possibilidade de um número elevado de trabalhadores deixarem de exercer suas funções, em especial, pelo impacto que isso pode causar na economia. Fontana destacou que a administração está realizando reuniões com a direção da empresa para buscar alternativas. “Se diminuir o faturamento, da

empresa o município também perde, pois menor será o retorno em impostos”, afirma Fontana, que disse ainda que um das obras que vai beneficiar a empresa é um investimento de R$2,5 milhões do município em parceria com o governo federal para melhorias no córrego que margeia o perímetro da empresa, possibilitando, assim, que a Penasul amplie sua planta fabril. O chefe do Executivo municipal comemorou que outras empresas já estão se mobilizando para absorver esta mão de obra. “Várias empresas já estão em busca dessa mão de obra que passa a estar disponível. O que há de se lamentar é que nem todos vão conseguir trabalhar no município”.

Com a desativação da linha de desossa de Roca Sales (RS), aproximadamente 180 funcionários deverão ser dispensados ou transferidos para a Unidade Caxias do Sul (RS). A desativação não gera impactos para produtores integrados, fornecedores, clientes e demais participantes da cadeia de fornecimento da Seara. As linhas de produtos industrializados da Unidade Roca Sales (RS) seguem operando normalmente, com aproximadamente 350 funcionários. Seara Alimentos

Depois de 20 anos, um recomeço

Maria Conceição Na mesma manhã de quartafeira, por volta das 8h, a coordenadora de recursos humanos da empresa arroiomeense Bremil, Luciane Dullius, instalava um posto em frente à Penasul para

Empresa de Arroio do Meio cadastrou as pessoas recrutar candidatos para 15 vagas no setor de produção. Entre as primeiras pessoas que procuraram a nova oportunidade estava Maria Conceição Lourenço que durante os últimos

20 anos trabalhou para a Penasul. Quando perguntada se estava pronta para recomeçar em uma nova oportunidade, um sorriso se abriu e sem titubear respondeu: “Com certeza”.


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Especial A reportagem de hoje conta a história do encantadense Paulo de Tarso Reale. Aos 26 anos, ele trabalha como Comissário de voo da empresa Air France. Atualmente, o filho de Tarso e Angela Reale mora em Paris e cursa mestrado em Genebra, na Suíça. PRODuçãO E REPORTAGEM: DIOGO FEDRIzzI E ÂNGELA REALE FOTOS: ARquIVO PESSOAL

PAULO DE TARSO REALE 26 anos

ANCE Comissário de Voo da AIR FR

“Trabalhar em um a empresa estrangeir a, dentre as maiores d o mundo, é um privil égio enorme, e só mesm o estando lá dentro para se dar conta d e sua grandiosidade ”

história de Paulo de Tarso Reale na aviação é fruto do azar. Filho de Tarso e Angela Reale, este taurino de 26 anos nunca imaginou trabalhar no ramo, mesmo que aviões sempre tenham sido uma grande paixão. Ao terminar o Ensino Médio, ele ingressou na Faculdade de Direito da UFRGS e lá começou a vida acadêmica. “Uma vez estando na universidade, nunca pensei em um trabalho que não fosse ligado ao Direito ou à Diplomacia”, lembra. No entanto, após dois anos de estudos, o encantadense decidiu trancar a universidade para passar uma temporada de dois anos entre Estado Unidos, Itália e França, aperfeiçoando os idiomas e trabalhando, geralmente, em lojas e locais turísticos. “O contato com turistas e clientes de várias partes do mundo fez com que eu

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tivesse uma visão mais ampla do que é ter um trabalho front-line de contato com o público”, conta. Segundo Paulo, essa experiência em diversas empresas de diferentes culturas o beneficiou em todos os sentidos. “Lembro-me que no processo de seleção para a empresa Air France, o que eu mais discuti com o recrutador foi a forma dos parques Disney aplicarem a mesma filosofia de empresa em culturas muito distintas, como a francesa e a americana, devido ao fato de eu ter trabalhado nos parques da Disney na Florida e de Paris”.

Do recrutamento até a contratação Quando já estava de volta do período pela Europa para retomar a faculdade em Porto Alegre, Paulo descobriu que a Air France

estava contratando comissários de bordo brasileiros: 70 postos estavam abertos aos mais de 2000 candidatos que se inscreveram de todo o Brasil. “Foi uma seleção aparentemente concorrida, mas fui tranquilo. Já dominava o francês e outros idiomas, além de ter tido trabalhos de contato com consumidores. Felizmente, eles não pediam nenhuma formação na área da aviação – coisa que nunca tive pois não imaginava um dia postular para uma companhia aérea”. Desta forma, a empresa daria toda a formação francesa necessária para os comissários que fossem aprovados no processo. Ao receber a resposta positiva de aprovação, a companhia levou Paulo a Paris para fazer exames médicos obrigatórios, e lá o contrato de trabalho foi assinado.

“Entre a assinatura do contrato e o retorno a Paris para a mise en ligne (intregração no efetivo de tripulante) passaram-se uns 10 meses, o que foi bom, porque então consegui me organizar com a faculdade”. A partir de dezembro de 2007, Paulo iniciou as atividades na empresa, começando por longas semanas de instrução, cursos, formação e aulas práticas.

A atualidade “Como prometido para mim mesmo e para toda minha família, retornei à faculdade através de licença não-remunerada da empresa e, assim, durante dois anos terminei os estudos”, salienta. Paulo concluiu o bacharelado em Direito em dezembro de 2010 e, atualmente, trabalha na Air France em tempo reduzido de 50%, pois segue seus estudos de

mestrado na Universidade de Genebra, na Suíça. Para ele, a aviação é apaixonante, devido a todos os benefícios que traz. “Porém, como em qualquer profissão, há prós e contras. Trabalhar em uma empresa estrangeira, dentre as maiores do mundo, é um privilégio enorme, e só mesmo estando lá dentro para se dar conta de sua grandiosidade”, destaca. Com uma das maiores redes de destinos internacionais, a Air France voa para todos os continentes. Os comissários de voos internacionais são dividios por setores continentais e Paulo se encontra, hoje em dia, no setor Américas. “No entanto, isso não impede em nada que me dêem voos para a Coréia do Sul, Tailândia, Singapura, Índia ou Líbano”, comenta.


Especial ENTREVISTA JORNAL OPINIãO - SER COMISSáRIO DE bORDO SEMPRE FOI SEU SONHO? E COMO A FAMíLIA RECEbEU ESSA DECISãO?

Paulo de Tarso Reale - A aviação sempre me encantou desde criança. Lembro-me muito bem do avião-caça dos Comandos em Ação que ganhei dos meus pais em um Dia das Crianças. Também quando me deram um Jumbo de brinquedo que, ao pegar velocidade, empinava seu nariz para cima, como se fosse decolar. Quando ia a Porto Alegre com a família, passar pelo Aeroporto Salgado Filho, era sempre uma alegria. Mais de uma vez insisti tanto com meus pais que eles entravam especialmente no aeroporto para que eu fosse até o terraço ver os aviões que iam e vinham. Mas as escolhas da vida fizeram com que eu iniciasse meu curso superior em Direito pela UFRGS. No entanto, em um verão gaúcho, na praia, caiu em minhas mãos o Caderno de Empregos da Zero Hora dizendo que a Air France estava recrutando no Brasil. Sem necessitar nenhuma formação específica no domínio da aviação (que eu nunca tive), eles apenas solitavam idiomas. Por eu ter vivido anteriormente quase um ano na França, decidi arriscar e ver no que dava. A seleção foi concorrida, mas fui aceito. A família ficou um pouco receosa, já que havia trancado a faculdade por dois anos para ter uma experiência de vida na Itália e França. Mas ao garantir que voltaria para terminar a faculdade, recebi todo o apoio necessário. JO - A ROTINA DE SEMPRE ESTAR DE MALAS PRONTAS, ALMOçAR NUM

Tarso - A longo prazo cansa, sim. Mas mais pelo fuso horário, noites não dormidas e falta de

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“A aviação sempre me encantou, desde criança”

rotina na vida em casa. Por fazer longos voos, viajo menos, e assim tenho 15 dias de descanso por mês em casa, mais todo o tempo que passo no destino, que geralmente é de uma a duas noites. Dessa forma, não durmo mais do que em quatro lugares diferentes por mês. JO - E COMO é O TEU TRAbALHO? Paulo - A função primordial de um comissário é a segurança dos passageiros dentro da cabine do avião. Uma “caixa” voadora com mais de 300 passageiros a bordo seria muito perigosa caso nao houvesse um corpo profissional capaz de verificar, checar e estar atento, em todos os momentos, os vários aspectos relacionados à segurança de um voo. Pelo fato de isso não ser percebido por quem não trabalha na área, tudo o que os passageiros veem é a parte comercial realizada pela equipe de comissários. JO – E AS DIFERENçAS ENTRE AS CLASSES: PRIMEIRA, ExECUTIVA E ECONôMICA?

Paulo - São as diferentes classes de conforto instaladas em um avião. Mas isso depende da companhia com que se voa, que decidirá em quais aviões e quais rotas serão colocadas classes mais caras e com mais requintes e gastos. Tudo isso é decidido de acordo com o perfil da empresa (low cost, de turismo, ou “tradicional”) ou com o perfil dos passageiros em cada rota e duração do voo (centros com mais negócios terão muito mais passageiros a trabalho, necessitando classes com mais conforto e luxo).

LUGAR, DORMIR EM OUTRO, NãO CANSA?

Jornal Opinião Encantado, 3 de fevereiro de 2012

JO - O qUE FAZER qUANDO UM PASSAGEIRO ESTá PASSANDO MAL E NãO TEM COMO RETORNAR?

Paulo - Na Air France, temos

Família Reale em Amsterdã: Hector, Paulo, Ângela, Rovana e Tarso treinamentos anuais de segurança e primeiros socorros. Desta forma, quando algum passageiro está mal, fazemos um balanço de sua situação e aplicamos o que aprendemos para cada caso. O suporte material que temos a bordo é bem amplo, desde medicamentos de base, como paracetamol, antivômito, etc, até uma maleta de uso exclusivo para médicos que estejam viajando como passageiros e que se necessário, de acordo com o comandante, poderão dar assistência a alguém que necessite. Nesta maleta, então, temos desfibrilador, insulina , vaso-dilatadores e muitos outros medicamentos e instrumentos importantes. JO - PARA SEGUIR ESSA PROFISSãO é PRECISO AbRIR MãO DA FAMíLIA, AMIGOS? Paulo - Não. Apenas tem que estar preparado para não estar junto com estas pessoas importantes em todos os momentos que você ou eles desejarem. Infelizmente os vemos menos que gostaríamos, mas sempre tem como se antecipar e reservar uma folga ou férias para os momentos mais desejados.

o ritmo da calma e atenção necessária a bordo. JO - VOCê FALA qUANTAS LíNGUAS E qUAL é A MAIS IMPORTANTE?

Paulo - Falo português, francês, inglês, italiano e espanhol. Já estudei muito tempo alemão, mas nunca me interessei o suficiente, então acabei perdendo. Sem dúvida, inglês é o mais importante dentre eles. E depois, para sorte nossa, devido à semelhança, o espanhol é uma língua compreendida em muitos cantos do mundo. JO - NAS VIAGENS, Dá TEMPO DE CONHECER UM POUCO DA CIDADE OU é DO HOTEL PARA O AVIãO E VICEVERSA?

Paulo - Em uma companhia como a Air France, temos um repouso mínimo obrigatório mais elevado que na grande maioria das outras companhias, definido pelo nosso Acordo Coletivo de Trabalho. Isso faz com que tenhamos um tempo suficiente, em muitos lugares, de fazer vários passeios, fazer compras, descansar, sair e descobrir vários aspectos do destino. JO - é POSSíVEL CONCILIAR A VIDA FAMILIAR E PROFISSIONAL?

JO - qUAIS AS PRINCIPAIS CARACTERíSTICAS DE UM COMISSáRIO?

Sempre que a Air France realiza viagens para a China ou Coréia do Sul, uma intérprete acompanha o voo. Ela veste roupas típicas do país de destino. Neste voo, Paulo estava indo para a Coréia do Sul.

Paulo - Um comissário tem que ser tolerante antes de tudo. Por lidar com gente de todos os cantos do planeta, de costumes e culturas diferentes, deve sempre estar atento e tentar compreender o porquê de tal ou tal comportamento. Igualmente deve ser paciente, porque normalmente quando se viaja, a pessoa está nervosa, ansiosa ou preocupada. Então cabe a quem está de uniforme e é responsável pela segurança e desenrolar do voo de ter uma atitude de autoridade e dar

munerada para poder estar presente, todos os dias, no crescimento da criança.

Paulo - Requer esforços. Sem dúvida, para que isso seja menos difícil, a família deve morar na cidade em que o comissário esteja afetado na companhia (ou seja, sua base). Mas ainda assim, a(s) pessoa(s) que moram com você não o verão nem o terão todas as noites, o que pode ser muito incômodo. No entanto, quando você estiver de folga, vai passar dias seguidos, manhã, tarde e noite, com a família. Sem dúvida é uma escolha difícil, porém, possível de ser vivida. Jovens mães, na companhia, podem pedir até quatro anos de licença não-re-

JO – VOCê Já PASSOU POR ALGUMAS SITUAçõES INUSITADAS?

Paulo - Em maio do ano passado fiz um voo para Santo Domingo, com escala em Punta Cana, ambas na República Dominicana. O avião era o Jumbo 747, legendário, pois é muito grande e imponente, porém, o mais antigo da frota. Ao chegarmos a Punta Cana, vários passageiros desembarcaram, porém, o pessoal da manutenção neste aeroporto (terceirizada, pois destino é sazonal) não conseguia abrir os porões do avião para retirar as bagagens. Um dos colegas comissários do voo era um ex-mecânico de aviões, então resolveu descer e ajudar a seus ex-colegas de solo. Conseguiram retirar as bagagens dos que ali desembarcavam e seguimos por mais 20 minutos de voo até Santo Domingo. Ao chegarmos ao destino, o mesmo problema se apresenta: as portas dos porões não abriam. Nosso colega, já sujo de graxa e todo suado, desce e vai ajudar mais uma vez seus outros ex-colegas. Na esteira de bagagens, estávamos todos (passageiros e tripulantes) esperando pelas malas, até que apenas as dos tripulantes aparecem. Ao sermos informados que os passageiros não teriam suas malas e já desconfiavam do problema, saímos ironicamente à francesa para evitar que sobrasse para a gente. O pessoal de terra teve então que explicar a todos o que se passava: o avião teve que voltar a Paris com as malas dos passageiros que desceram em Santo Domingo, e estes tiveram acesso a seus pertences apenas dois dias depois.


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Fotografia

Jornal Opinião Encantado, 03 de fevereiro de 2012

noiVoS Bem na foto Seguindo a linha “Trash the Dress”, casais eternizam o casamento em fotografias diferentes, feitas em cenários ao ar livre e que ganham cada vez mais adeptos. Fotógrafos de Encantado revelam detalhes do trabalho

JOEL LUIZ E GAbRIELA bAGATINI CALIARI fotógrafo: Josué bigliardi

DIOGO FEDRIzzI

Encantado - Já faz tempo que fotografia de casamento deixou de seguir apenas a formalidade da cerimônia civil ou religiosa. Hoje, tanto os fotógrafos quanto os casais procuram registrar imagens diferentes e até ousadas. E quando se fala em ousadia, o estilo “Trash de Dress” ganha cada vez mais adeptos. A expressão é de origem norte-americana e significa ‘jogar o vestido no chão’, ou ainda ‘rasgar o vestido’. Porém, no Brasil, a tendência ganhou ares menos radicais, em que a noiva não precisa destruir a roupa. Apenas, estar disposta a fotografar em lugares inusitados, onde dificilmente iria, sem o receio de sujar ou molhar o vestido. Nesse caso, o cenário pode ser uma oficina mecânica, uma cascata ou os trilhos do trem. Em Encantado, o “Trash de Dress” e suas versões têm vários seguidores. Até pouco mais de um ano, os noivos encantadenses que tinham interesse em se aventurar em lugares pouco tradicionais precisavam contratar Arquivo pessoal

profissionais de outras cidades. Agora, não mais. O fotógrafo Josué Bigliardi conta que sempre foi apaixonado por fotos de casamento. Há quatro anos, desde que montou o estúdio e abriu o próprio negócio, ele procurou se aprofundar no trabalho, participando de cursos e acompanhando outros colegas. O primeiro “Trash de Dress”, Josué fez há cerca de um ano, quando foi procurado pelo casal Joel Luiz e Gabriela Bagatini Caliari para fazer algumas imagens que seriam usadas na decoração do ambiente da festa. “Foi algo surpresa, não tínhamos muito tempo, já estava em cima da data”, lembra. O lugar escolhido foi uma olaria e, no dia combinado, choveu. “Tijolos, fornos, fumaça, madeira, serragem. À primeira vista era um local sem muita graça, mas o resultado foi surpreendente: imagens lindas dos noivos, com fundos que combinaram de forma harmoniosa”, orgulha-se Josué. “Tanto que os banners usados no dia do casamento foram destaque da decoração, comentados a noite inteira”.

“...tem que ser um ambiente que realmente tenha a ver com os noivos, afinal é o começo de uma vida a dois...”, JOSUé bIGLIARDI fotógrafo

Cenário deve combinar com o casal O perfil do casal é requisito fundamental para definir o estilo das fotos. “Eu sugiro os locais de acordo com aquilo que acredito que mais combine com o jeito de cada casal. Essa é a parte mais difícil, pois tem que ser um ambiente que realmente tenha a ver com os noivos, afinal é o começo de uma vida a dois”, diz. As imagens também podem ser usadas na decoração do ambiente da festa

(quadros e banners) ou ainda impressas em um álbum específico com as fotos Trash the Dress. “Na maioria das vezes entrego tudo em um wedding book (álbum livro), onde é contada toda a história do casamento, desde o making off da noiva e do noivo, decoração, cerimônia, fotos do casal entre cerimônia e recepção, fotos da festa e, por final, as fotos do Trash”, explica. A busca pelo melhor enquadra-

mento da foto já colocou Josué em situações curiosas. Certa vez, para capturar um ângulo diferenciado de uma noiva que estava em uma pinguela, ele precisou descer a encosta de um riacho, de aproximadamente 10 metros. “Como estava molhado tive que me amarrar em uma corda para não rolar uma videocassetada. Mas valeu a pena e consegui fazer a foto que queria”, conta.


Fotografia

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Conversa inicial é fundamental

THAINE RAFAELA WAGNER E TIAGO MEDEIROS fotógrafo: Emerson Foguinho

Emerson Foguinho, 36 anos, há 17 na profissão, começou a lidar com o “Trash the Drass” há pouco mais de um ano. O primeiro trabalho foi realizado na Lagoa da Harmonia, em Teutônia. Para ele, a conversa inicial entre o fotógrafo e os noivos é fundamental para garantir o melhor resultado do ensaio. “Geralmente, fazemos duas ou mais reuniões para definirmos locações, produções, transporte e tudo mais, antes de sairmos para as fotos. Como são imagens muito específicas, o importante é que todos estejamos falando a mesma língua. Eu preciso saber exatamente o que o casal espera do material para, assim, poder criar em cima da ideia deles”, comenta Foguinho, que conta com a ajuda de um assistente, além de utilizar duas câmeras, jogo de lentes, quatro flashes, tripés e rebatedores. Além do mais é preciso estar pronto para imprevistos. “Uma vez levei um tombo numas pedras em Ivoti, durante uma sessão de fotos

“Tudo valeu a pena” A bancária Francieli Ravazio e o auxiliar de escritório Lauro Jr. Fiorini Kich, os dois com 30 anos, trocaram alianças na Igreja Matriz São Pedro na noite do sábado, dia 5 de novembro do ano passado. No domingo, dia 6, já estavam na Estação Ferroviária de Roca Sales para o ensaio com a fotógrafa Katherine Kist, de Arroio do Meio. E o detalhe: com as mesmas roupas da cerimônia, claro, sem a saia de armação, colete e casaco. A vontade de fazer um álbum que fugisse das fotos tradicionais de casamento partiu depois de verem alguns retratos estilo ‘Trash the Dress’. “Queríamos uma recordação diferente”, comenta Francieli. Ela revela que, apesar de ter que suportar o sol forte e a temperatura de 40 graus,

fotografar na ferrovia foi mais fácil do que na Igreja. “Na cerimônia, sempre ficamos mais tensos. No domingo, o casamento já havia passado, então era só alegria. São fotos bem mais descontraídas e espontâneas”, conta. “Levamos tudo na esportiva. Nossa fotógrafa nos deixou muito à vontade. Em menos de uma hora, o book estava pronto. Tudo valeu a pena”. O resultado agradou não só os noivos, mas os amigos e familiares. “É o tipo de fotografia que não teríamos outra oportunidade de fazer. Não é como um book normal, que você pode fazer todos os anos se quiser. Estar numa ferrovia, vestidos de noivos, é algo bem inusitado”, acrescenta Francieli.

FRANCIELI RAVAZIO E LAURO JR. FIORINI KICH fotógrafa: Katherine Kist

para um casal de Novo Hamburgo”, lembra. O fotógrafo recomenda o ensaio após a cerimônia de casamento para evitar prejuízos com a roupa. “O vestido e as roupas do noivo correm sérios riscos nesse tipo de foto, pois, em determinadas produções, colocamos o casal na água, sob uma cachoeira ou mesmo deitados na areia da praia o que, invariavelmente, acaba danificando as roupas”, explica Foguinho, que costuma oferecer ao casal, também, o álbum de pré-casamento, onde os personagens são fotografados como se estivessem no dia a dia. “Procuro compor a foto sempre com algo que tenha a ver com a história deles”, comenta. “Quem procura um material deste, sabe bem o que quer: fotos únicas, em lugares diferenciados, fugindo sempre do padrão. A melhor parte desse trabalho é quando entrego o foto-álbum para o casal, é sentir a reação dele, o prazer em ver o material impresso, a alegria, isso é gratificante”.

Arquivo pessoal

“...Quem procura um material deste, sabe bem o que quer: fotos únicas, em lugares diferenciados, fugindo sempre do padrão”, EMERSON FOGUINHO fotógrafo

Diversão o tempo todo A relações públicas Marilha Zanon, 30 anos, e o administrador de empresas Solano Bertol, 34, vivem a expectativa do casamento, marcado para março. Em vez de esperar os dias seguintes à cerimônia, o casal preferiu antecipar a sessão de fotos ao ar livre. “Já tínhamos visto algumas fotos nesse estilo que nos estimularam a fazer também”, conta Marilha. O local escolhido foi o Viaduto 13, em Vespasiano Correa, e o trabalho foi conduzido pelo fotógrafo Josué Bigliardi. Para Marilha, a experiência foi diferente. “Eu e o Solano nos sentimos modelos fotográficos, com um profissional nos clicando, alguém nos ajudando a arrumar a roupa, a ma-

quiagem, enquanto nós nos divertíamos”, relata Marilha, que usou um vestido discreto, branco, para compor as cenas ao lado do futuro marido, que preferiu calça jeans e uma camisa branca. A temperatura escaldante não intimidou os ‘modelos’. O resultado final agradou os noivos e também os profissionais envolvidos na captura das imagens, tanto que nem foi necessário procurar outro cenário para fotografar. “Nos divertimos o tempo todo, tomando banho de rio naquele dia super quente, com os peixes beliscando os pés”, conta. “A ideia era usarmos mais de um local, mas foi tão boa a sessão e rendeu tantas fotos legais que ficamos por lá mesmo”.

MARILHA ZANON E SOLANO bERTOL fotógrafo: Josué bigliardi


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Assembleia Legislativa

a VeZ de poStal Deputado do PMDB com larga experiência no Parlamento gaúcho assume a presidência da Casa Porto Alegre - O novo presidente do Parlamento gaúcho, deputado Alexandre Postal (PMDB), e os demais membros da Mesa Diretora para o período de 31 de janeiro de 2012 a 31 de janeiro de 2013 foram eleitos e empossados na tarde de terça-feira (31), em sessão solene realizada no Plenário 20 de Setembro. A nova composição da Mesa foi aprovada por unanimidade pelos parlamentares que, com 48 votos favoráveis, confirmaram o acordo pluripartidário que garante o revezamento da presidência entre as quatro maiores bancadas ao longo da 53ª Legislatura. Em seu primeiro discurso como presidente da Assembleia, Postal destacou que usará a experiência parlamentar adquirida em cinco mandatos na Casa durante sua gestão à frente do Legislativo. “A Assembleia será um espaço aberto de debates com o governo, investidores, instituições públicas e privadas, entidades representativas da população, para discutir o Estado que queremos”, garantiu. O parlamentar, que integra partido de oposição ao governo do Estado, utilizou frase de Pedro Simon para reiterar sua posição enquanto chefe do Legislativo. “O que é bom para o Rio Grande, é bom para nós”, disse, garantido que as iniciativas do governo que tiverem esse viés, sempre terão a compreensão da presidência da Casa. Ele ainda citou alguns dos temas que considera importantes para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul, como o acesso asfáltico a dezenas de municípios gaúchos e a busca de soluções definitivas ao enfrentamento da estiagem. Também disse que a Assembleia precisa continuar dando atenção aos setores tradicionais da economia gaúcha, mas deve acompanhar a “nova economia” em expansão no RS, composta pela indústria oceânica, polo naval de Rio Grande, energia eólica, biocombustíveis e semicondutores. Sugeriu que assuntos como o Pacto Federativo, a divisão dos royalties do pré-sal e as concessões

Fotos: Galileu Oldenburg /Ag.ALRS

públicas sejam debatidos pelo Parlamento durante 2012. “Tenho a absoluta convicção de que todos nós, deputados, independente das questões ideológicas e de políticas partidárias, manteremos a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul numa posição de vanguarda, com a coragem de quebrar paradigmas, em sintonia com as reivindicações, os anseios e aspirações do povo gaúcho”. Presenças Diversas autoridades prestigiaram a solenidade, entre elas o governador Tarso Genro; o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati; o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Léo Lima; o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Cezar Miola; o senador Pedro Simon (PMDB/RS); o presidente estadual do PMDB, Ibsen Pinheiro; os deputados federais gaúchos Giovani Cherini (PDT), Osmar Terra (PMDB), Manuela D’Ávila (PCdoB), Vilson Covatti (PP), Alceu Moreira (PMDB) e Darcísio Perondi (PMDB); os ex-governadores Jair Soares, Olívio Dutra e Germano Rigotto; e o ex-prefeito de Porto Alegre, José Fogaça. Ainda estiveram presentes o presidente da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), José Luis Tchê; os presidentes das assembleias legislativas de Minas Gerais, Dinis Pinheiro; do Rio Grande do Norte, Ricardo Motta; e Acre, Elson Santiago; deputados estaduais dos Estados do Paraná, Santa Catarina, Maranhão, Piauí, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe e Acre, além de autoridades militares e religiosas, representantes consulares e de entidades sindicais, entre outras autoridades. Representações de municípios, apoiadores e correligionários lotaram as galerias do Plenário 20 de Setembro e ocuparam ainda o Teatro Dante Barone, onde a sessão foi transmitida por um telão. Acompanharam a cerimônia, no plenário, a mãe de Postal, Carmem, a filha Manuela, a esposa Rosepaula e os irmãos Omar e Fernando (irmão gêmeo do novo presidente).

Postal no momento em que é eleito o novo presidente da AL

Grupo Encantado de Comunicação homenageia o novo presidente

Lucca, Postal e Milton Fernando com o quadro do Opinião

Postal recebeu uma cesta com produtos do Vale do Taquari

Os veículos do Grupo Encantado de Comunicação (Rádio Encantado AM, Jornal Opinião e Rádio Energia Pop FM) realizaram a cobertura da solenidade de posse do deputado Alexandre Postal na presidência da Assembleia Legislativa. Desde a parte da manhã, o diretor Antonio Alberto Lucca e o coordenador Milton Fernando estiveram em Porto Alegre acompanhando a movimentação na sede do legislativo gaúcho. À tarde, os repórteres Angelo Delavy, Alisson Campos e Dilamar dos Passos se juntaram à equipe para a cobertura. O Grupo Encantado também prestou uma homenagem especial ao deputado peemedebista. Além de uma cesta com produtos do Vale do Taquari, Alexandre Postal recebeu uma moldura impressa com uma Capa Especial do Jornal Opinião. O quadro é o mesmo que estampa a sobrecapa da edição desta sextafeira (3).


Assembleia Legislativa

15 Integrantes da nova Mesa Diretora da AL A Mesa Diretora eleita tem a seguinte composição Presidente: Alexandre Postal (PMDB) 1º vice-presidente: Zilá Breitenbach (PSDB) 2º vice-presidente: Alceu Barbosa (PDT) 1º secretário: Pedro Westphalen (PP) 2º secretário: Valdeci Oliveira (PT)

Jornal Opinião Encantado, 03 de fevereiro de 2012

3º secretário: José Sperotto (PTB) 4º secretário: Catarina Paladini (PSB) 1º suplente de secretário: Álvaro Boessio (PMDB) 2º suplente de secretário: Luciano Azevedo (PPS) 3º suplente de secretário: Raul Carrion (PCdoB) 4º suplente de secretário: Carlos Gomes (PRB)


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Suinofest 2012

começam as vendas da feira Facilidade no pagamento e mais de três mil metros quadrados de área estão entre os atrativos para os expositores

SUINOFEST 2012 Faltam 126 dias Encantado – A Comissão Organizadora da Suinofest 2012 deu início, neste mês de fevereiro, à comercialização da Feira Comercial, Industrial, Serviços e Agronegócios. A exposição ocorrerá paralelamente à festa gastronômica, nos dias 8,9, 10 e 15,16 e 17 de junho de 2012. A venda de estandes contempla o pavilhão coberto, onde

ocorrem também os eventos técnicos, mais as áreas externas distribuídas ao longo do Parque João Batista Marchese. No total serão três mil metros quadrados de área disponíveis para a aquisição dos expositores. A expectativa da organização é de que, nesta edição, mais de 140 empresas estejam presentes nos seis dias de programação. Outro número que deve ser superado se refere ao volume de negócios. “Em 2011 conseguimos um acréscimo de 20% nos negócios, atingindo R$ 2,2 mi-

lhões. A Feira, neste ano, deve ter um volume ainda maior”, destaca o coordenador da Lume Eventos, empresa responsável pela comercialização, Daniel Aires. Um dos destaques da edição anterior foi o novo leiaute do pavilhão coberto, que será mantido em 2012. “A modificação e a redistribuição da parte interna da feira agradaram tanto o público, quanto os expositores, devido à fácil circulação. Vamos manter a disposição dos estandes e apenas um corredor para a movimentação do público”, explica

Aires. Para a empresária e presidente da Suinofest 2012, Renata Galiotto, a Feira Comercial e Industrial é uma oportunidade de visibilidade para as empresas e produtos locais. “Através desse espaço comercial é possível prospectar e impulsionar novos negócios, pois o grande público que visita o evento é oriundo de diversas regiões do Estado”, afirma.

Melhorias Essa edição também terá melhorias na infraestrutura. Entre

os destaques estão o palco de shows que ganhará novo local. Os shows e eventos culturais, da parte externa, acontecerão em uma estrutura localizada em frente à sede do Grupo de Artes Anita Garibaldi. Com isso, o campo na entrada do Parque também será destinado à Feira. A Praça de Alimentação também sofrerá modificações. O local será ampliado e terá estrutura coberta e, ainda, contará com um restaurante onde serão servidos pratos à base de carne suína. Caroline Rodrigues

Facilidades no pagamento Os interessados em ter um espaço para expor seus produtos na Suinofest 2012 terão facilidade no pagamento. Para os espaços internos da Feira, o custo para os associados à Associação Comercial de Encantado (ACI-E) e à Câmara de Dirigentes e Lojistas (CDL) é de R$ 90,00 o metro quadrado, já para os demais é R$ 114,00 o metro quadrado. Na parte externa, os valores ficam entre R$ 700,00 e R$ 2,2 mil, conforme a localização e o espaço adquirido. O pagamento pode ser feito com 20% do valor de entrada e o restante em três parcelas dividas nos meses de março, abril e maio. “A participação dos expositores é extremamente importante para fortalecer o potencial da Feira. É um espaço onde, além de mostrar seus produtos, o empresário pode aumentar o faturamento de suas empresas”, destaca Aires.

Vendas A primeira quinzena de fevereiro será destinada para a reserva de espaços por empresários encantadenses. Já a partir do dia 16 de fevereiro, as vendas se estendem para o público regional e estadual. Interessados em adquirir um estande na Suinofest 2012 podem entrar em contato pelo telefone (51) 3751-2000, pelo e-mail feira@suinofest.com.br ou no site www.suinofest.com.br/feira. A 11ª Edição da Suinofest, um evento completo, tem como eixos – Gastronomia, Feira Comercial, Seminários e Turismo. O evento é uma promoção da Associação Comercial e Industrial de Encantado (Aci-e), em parceria com a Administração Municipal e Lume Organização de Eventos. A entrada no Parque João Batista Marchese será gratuita. Assim como no ano passado, Feira deve registrar grande movimento

Divulgação

MAPA EXTERNO






Polícia

Jornal Opinião Encantado, 03 de fevereiro de 2012

Bm de encantado tem novo comandante

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Ricardo Machado da Silva, 34 anos, vem de Arvorezinha. Luciano Johann retorna a Lajeado Diogo Fedrizzi

DIOGO FEDRIzzI Encantado – A Brigada Militar tem novo comandante. Ricardo Machado da Silva, 34 anos, assumiu o lugar do capitão Luciano Johann em solenidade que aconteceu nesta quinta-feira (2) em frente à sede da BM. A cerimônia foi acompanhada pelo tenente coronel Antonio Scussel, comandante regional no Vale do Taquari. Natural de Dom Pedrito, Ricardo estava atuando em Arvorezinha e desde 2008 integra o quadro da BM. Formado em Direito, ele chegou a exercer a advocacia. “Estou assumindo formalmente nesta quinta-feira. Vamos agora traçar as linhas de ação. Já conheço a região e chego com todo o gás para prestar um bom serviço. Temos uma linha de ação rígida. Vamos intensificar a fiscalização principalmente na parte de trânsito. Vamos ver o que temos de problemas e trabalhar em cima disso para minimizar”, disse o capitão. “A BM tem que ser vista como uma promotora de Direitos Humanos. Estamos para auxiliar a comunidade. E claro cumprir e fazer cumprir a lei”.

“balanço foi positivo”, diz Johann Após 16 meses à frente da BM de Encantado, o capitão Luciano Johann retorna a Lajeado, onde reassume o comando da 1ª Companhia, responsável por Lajeado, Santa Clara do Sul, Mato Leitão, Cruzeiro do Sul, Sério, Forquetinha e Canudos do Vale. “Procuramos desempenhar um bom trabalho. Acredito que os resultados foram satisfatórios. No balanço geral foi positivo. Realizamos várias prisões em conjunto com a Polícia Civil, Ministério Público e Judiciário”, disse Johann, que conhece o capitão Ricardo desde os

tempos de academia. “É um colega de turma, um amigo, e tenho certeza que vai fazer um grande trabalho”. O tenente coronel Antonio Scussel disse que existem questões que merecem atenção mais apurada por parte da BM em Encantado, sobretudo, os roubos. “São questões muito pontuais. A maioria dos crimes apresentou uma redução. Vamos desenvolver com o novo comandante uma série de ações que vai fazer com que esses índices retornem ao patamar aceitável”, falou.

Luciano Johann (à esq) e o novo capitão, Ricardo Machado durante a solenidade de troca de comando








Encantado, 03 de fevereiro de 2012 Diogo Fedrizzi

Ricardo Machado da Silva, 34 anos, assumiu a Brigada Militar de Encantado na quinta-feira (2) PĂĄgina 21

noVo capitĂŁo

Diogo Fedrizzi


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