Jornal Opinião 11 de março de 2013

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ENCANTADO

RATINHO

Suspeito dos diversos furtos no centro da cidade nas últimas semanas, Jonathan Flobes da Silva, 18 anos, foi preso na terça-feira (5) pela Brigada Militar. No dia seguinte, ele já havia escapado do Centro de Atendimento Sócio-Educativo de Santa Cruz do Sul.

ESPORTE

Campeonato de Futebol Amador de Encantado começa em abril Página 26

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série Rejane Bicca

Superação

PEDÁGIO + JUSTO EGR admite negociar isenção das placas de Encantado Página 7

Jovens de Encantado organizam caminhada Página 8

MILTON FERNANDO Rafael Fontana candidato a prefeito? Página 5 Tradicionalismo Os planos do novo patrão do GAN Anita Página 17

Especial

Dia Internacional da Mulher Diogo Daroit Fedrizzi

Henrique Pedersini

ES TÁ SO LT O DE NOVO

Homenagens na Câmara de Vereadores

VENILTON VALANDRO

A Lei Maria da Penha

Cadeira de rodas na roça

Páginas 13 a 16

Páginas 10 e 11

A frentista e a técnica de enfermagem





COLUNA

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JORNAL OPINIÃO n 08 de março de 2013

milton@rdencantado.com.br

Rafael Fontana candidato a prefeito?

Fabiano Lemos, Ivo de Oliveira, Flávio Lammel e Rafael Fontana

Foi realizado há poucos dias em Carazinho um encontro de amigos e simpatizantes do PDT, para comemorar o aniversário do vice-presidente do Banrisul, Flavio Lammel. Um dos organizadores do evento foi o encantadense Rafael Fontana e, na ocasião, o comentário forte é que o partido pretende se organizar na cidade. O nome do empresário é o mais cotado para o comando da sigla em Encantado. Além de assumir o PDT em Encantado, membros da sigla entendem que Rafael é um nome forte para ser candidato ao executivo em 2016, e sinalizam ainda os simpatizantes da sigla, se houver uma organização desde agora, é possível que nas próximas eleições seja possível a cidade ter um prefeito do partido do falecido Leonel Brizola. Uma coisa é certa, o pleito de 2016 está em aberto, e tudo é possível. E sobre o assunto, não é a primeira vez que o colunista fala sobre ele, sempre vindo de membros do partido, e sempre negado por Fontana. Onde há fumaça, com certeza pode ter fogo. A foto tirada por Juremir Versetti mostra o aniversariante Flávio Lammel, Fabiano Lemos, Ivo de Oliveira e Rafael Fontana, e de lá vem a notícia.

Caminhos do Pão e Vinho apresentado à Secretária do Turismo Porto Alegre – Aconteceu na quarta-feira (6) uma reunião dos prefeitos Diogo Siqueira, de Santa Tereza; Paulo Costi, de Encantado; Nélio Vuaden, de Roca Sales; e Alvimar Lisot, de Doutor Ricardo, com a Secretária Estadual do Turismo, Abigail Pereira, quando foi apresentado pelos administradores municipais o projeto Caminhos do Pão e do Vinho. Os prefeitos fizeram uma explanação e mostraram a importância regional da rodovia, e o que esta obra de infraestrutura pode trazer para os municípios que serão beneficiados com a ligação asfáltica e também a necessidade para a região alta, já que o turismo pode ser a alavanca de um progresso planejado para o Vale do Taquari, principalmente com a integração que vai ocorrer com a região da serra gaúcha. Também foi colocado pelos prefeitos presentes que com a duplicação da BR 386 existe a possibilidade da Região Alta ficar à margem do desenvolvimento regional, e o turismo pode ser a mola propulsora do crescimento e também uma integração necessária com o Vale dos Vinhedos, e outras regiões da nossa serra, que já é amplamente visitada por turistas de todo país. Falaram dos caminhos já percorridos pela comissão de prefeitos e outras autoridades, nos anos de 2011, 2012 e 2013, como reuniões com o

Ministério da Agricultura, Bancada Gaúcha no Congresso Nacional. E informaram à secretária que o projeto já está pronto, inclusive, com as licenças ambientais e demais necessárias para a execução. A Secretária do Turismo do Estado, Abigail Pereira, gostou muito do projeto, muito bem elaborado, dentro da filosofia trabalhada pelo órgão estadual, que engloba várias cidades e região, onde o turismo é uma das molas propulsoras do progresso. Alertou aos prefeitos presentes que não adianta só trabalhar a questão de infraestrutura, sendo necessário o envolvimento da comunidade, principalmente do empresariado local, na qualificação de funcionários, novos empreendimentos no ramo hoteleiro e de gastronomia, locais de compras para turistas, não bastando apenas os atrativos naturais, tem que também ter um algo a mais para quem vai visitar o roteiro. A Secretária Abigail Pereira se colocou à disposição dos prefeitos, e irá pessoalmente conversar com o Ministro da Pasta do Turismo, para saber qual a situação do projeto no ministério e se comprometeu a fazer tudo o que estiver ao alcance da secretaria estadual visando tirar o projeto do papel. Esta fala agradou muito aos prefeitos presentes, que saíram satisfeitos com a declaração da secretária, e com mais este passo realizado pela comissão.

Solange Brum

Secretária Abgail disse que vai pessoalmente conversar com o Ministro do Turismo

Paulo Costi, Diogo Siqueira, Abgail Pereira, Nélio Vuaden e Alvimar Lisot


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JORNAL OPINIテグ n 08 de marテァo de 2013


JORNAL OPINIテグ n 08 de marテァo de 2013

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Boletins da Jornada na Rádio Encantado AM segundas, quartas e sextas - 8h30min e 18h30min

JORNAL OPINIÃO n 08 de março de 2013

Jovens de Encantado organizam caminhada A fim de preparar o clima para a Jornada Mundial da Juventude que acontece de 23 a 28 de julho, no Rio de Janeiro, e inspirados no tema da Campanha da Fraternidade de 2013 , os jovens encantadenses organizam uma Caminhada para o dia 24 de março. A iniciativa é dos grupos Juventude Scalabriniana (Juves) e Jovens de Jaca (JDJ).­­­ O roteiro já está definido. A saída está marcada para as 16h do Parque Multiesportivo, o Caminhódromo, no Bairro Vila Moça. O percurso segue até a Praça da Bandeira, onde estão previstas apresentações. Em seguida, os fiéis se dirigem até a Igreja Matriz São Pedro para a celebração da Missa. “É mais uma preparação para a Jornada Mundial. Já começamos no ano passado com o Bota Fé e a chegada da Cruz Peregrina”, comenta Bruna Toldo, uma das encantadenses que estará no Rio de Janeiro na metade do ano. Para ela, é importante que a JMJ motive as pessoas a se manterem mobilizadas acerca da fé. “Espero que a Jornada não seja apenas um momento para se ver o Papa de perto, mas que haja uma continuidade do trabalho depois”, diz Bruna, que vê no envolvimento com os grupos de jovens uma forma de superar os desafios do dia a dia. “É importante acreditar em alguma coisa, principalmente o jovem, que passa por uma fase de mudanças, de muitas escolhas quanto ao seu futuro”. Estreante em Jornadas, Bruna se mostra ansiosa para viajar ao Rio de Janeiro. Ela usa as redes sociais para acompanhar os preparativos. A saída da delegação da Diocese de Santa Cruz do Sul deve acontecer no dia 19 de julho, de ônibus. Os lugares para hospeda-

Diogo Daroit Fedrizz

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gem ainda não estão confirmados, mas devem ser em escolas ou ginásios. “Acredito que vai ser um momento único, de celebração da vida, da juventude. Principalmente, nesses tempos em que a juventude anda tão criminalizada, com jovens morrendo e matando. Vai ser bom nesse sentido, de edificar os jovens na fé”. E o novo Papa, Bruna? “Quem sabe vem um brasileiro por aí”, aposta. Arquivo pessoal

Bruna em frente ao Ícone Mariano, um dos símbolos da Jornada, quando esteve em Encantado

A Jornada em Quadrinhos

Matrículas abertas Telefone 3751-3748

Rua Duque de Caxias, 1103, Encantado

Um dos produtos elaborados para divulgar a Jornada Mundial da Juventude é um livro de História em Quadrinhos. A ideia foi do designer Gabriel Cruz, que se inspirou nos discursos dos papas João Paulo II e Bento XVI, durante os últimos encontros, para fazer parte do roteiro. A história mostra um menino explicando aos pais a origem do evento e sua importância. As ilustrações, no estilo mangá, foram feitas pelo designer e ilustrador Sami Souza. O arquivo, que está disponível pelo site oficial do evento, possui ainda versões traduzidas para o inglês, francês, italiano, espanhol, alemão e polonês. Na última edição da Jornada, que aconteceu em 2011, em Madri, foi publicada uma história que contava a vida de Joseph Ratzinger, o Papa Bento XVI, desde sua eleição, em 2005, após a morte de João Paulo II.


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Região se mobiliza para a audiência do dia 14 Divulgação

Encantado - A convocação para as autoridades e a comunidade regional participar da Audiência Pública dos pedágios na próxima quinta-feira (14), em Encantado, é intensificada. Nesta semana, o presidente da Câmara de Vereadores, Jonas Calvi, acompanhado do secretário de Administração, Fredi Camargo, visitaram diversos órgãos públicos da cidade e de municípios vizinhos convidando prefeitos

e vereadores para estarem presentes no encontro. O prefeito Paulo Costi lembra que entre as propostas que serão apresentadas está a isenção das placas de Encantado, o menor custo das tarifas, a duplicação da rodovia, as melhorias nos trevos e a mudança do local da praça de pedágio. “Esperamos uma grande mobilização e apoio popular de todos os municípios que utilizam essa rodovia para o escoamento de sua produção”, alerta Costi.

Em Doutor Ricardo, prefeito Alvimar, Jonas e Fredi

EGR admite negociar isenção de placas de Encantado Ontem, uma comitiva encantadense assistiu à audiência pública realizada pelo Gabinete Digital do governo do Estado, no Palácio Piratini, em Porto Alegre. Estiveram presentes o prefeito Paulo Costi e os vereadores Jonas Calvi, Luciano Moresco e Sandra Vian. O prefeito de Roca Sales, Nélio Vuaden, também participou. O encontro, denominado de Governo Escuta, abordou o novo modelo de pedagiamento. Além do governador Tarso Genro, participaram os jornalistas Cláudio Brito e Juremir Machado da Silva, o secretário executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Marcelo Danéris, e o presidente da Empresa

Gaúcha de Rodovias (EGR), Luiz Carlos Bertotto. O público que acompanhou o debate pode participar com perguntas. Conforme Jonas Calvi, o governo já admite negociar a isenção dos veículos emplacados em Encantado. “Mostramos o convite da audiência para o Bertotto e ele nos disse que tem possibilidade de liberar nossas placas do pagamento”, salientou. “Por isso é importante que a comunidade regional se mobilize para participar da audiência pública do dia 14. É fundamental que a região participe. Temos pleitos de interesse de vários municípios, como a terceira pista, a duplicação, a melhoria dos trevos”.

Caroline Bicocchi/Palácio Piratini

Encontro com o governador: Moresco, Tarso, Jonas, Costi, Vuaden e Sandra

Governo vai recorrer da decisão do STJ sobre pedágio de Carazinho O governador Tarso Genro afirmou ontem (07) que a Procuradoria Geral do Estado (PGE) vai recorrer da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que manteve a data de encerramento da concessão da praça de pedágios de Carazinho em 28 de dezembro. Em entrevista coletiva no município, Tarso Genro reconheceu que a manifestação do STJ frustrou a expectativa da população e dos trabalhadores da região. Junto com o recurso da PGE, o governador pretende entregar um abaixoassinado ao STJ descrevendo a situação dos pedágios. Tarso Genro disse que a decisão contrária ao encerramento imediato do polo de Carazinho pode decorrer das diferentes

interpretações da justiça sobre o processo. “O Poder Judiciário, em casos de muita complexidade, pode adotar dois caminhos:um que proteja mais os interesses privados, e pode adotar um caminho que defenda o interesse público. Neste caso, e não é um caso de dúvida moral, mas de visão politica, é nítida a visão do presidente do STJ protegendo mais os interesses das empresas do que da população”. Apesar de discordar da decisão, Tarso Genro afirmou que o STJ entendeu que a economia pública não foi atingida. “Na visao do governo, a economia pública esta representada pelo gasto que a população tem e não pelo Estado. O Estado não vai ter mais

ou menos gastos com essa decisão”. O governador também criticou a construção jurídica dos contratos. “Eles foram elaborados com pouco rigor jurídico para proteger o interesse público. São contratos que têm dubiedades como esta que estamos enfrentando”. Ao comparar a atuação dos magistrados gaúchos e do STJ, o governador disse que os juízes do RS conhecem o dia a dia da comunidade. “Os juízes aqui do RS, que têm convicções diferentes e plurais sobre centenas de assuntos, e é normal que tenham, estão vivendo a questão dos pedágios. Eles estão ouvindo a população, estão lendo jornais todos os dias e vendo o que está acontecendo. Isso interfere na opinião

dos juízes. Numa instância superior, no STJ, sabemos que a opinião pública chega de maneira alternada”. Audiência em Carazinho Na primeira audiência pública realizada na quarta-feira (6) em Carazinho, o Secretário-executivo do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social (Cdes-RS), Marcelo Danéris, garantiu que a ideia do Diálogos Cdes - que terá mais seis encontros em polos de pedágios - é reforçar a participação da comunidade e apresentar as condições atuais das estradas de cada região, com base no levantamento feito pela empresa Dynatest. “O Governo vai apresentar propostas e dia-

logar com a comunidade para ver qual é a expectativa. O valor das tarifas vai depender do tempo que a população decidir que a obra deve levar, se cinco ou dez anos, por exemplo”. Luis Carlos Bertotto, presidente da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), apresentou estudo realizado pela Dynatest que aponta a necessidade de reparos imediatos em 30% das rodovias pedagiadas. O levantamento também projeta que, entre três e cinco anos, 53% das rodovias vão precisar de investimentos. “A nossa ideia é reduzir as tarifas entre 25% e 30%, além de discutir com a população onde serão investidos os recursos arrecadados”. Bertotto afirmou ainda que, com a

confirmação do encerramento dos pedágios nas rodovias federais e a retomada das rodovias pela União, o Governo Federal vai fazer investimentos e garantir a manutenção dos trechos. O secretário de Infraestrutura e Logística, Caleb de Oliveira, destacou o trabalho promovido pelo Conselhão-RS. “No momento em que começam a se encerrar os contratos, o Governo volta a debater com a sociedade os investimentos que devem ser feitos nas estradas. O prefeito de Carazinho, Renato Suss, criticou os valores cobrados nas praças de pedágios da região. “É caro demais, deveria ser 50% mais barato. Não podemos ser sacrificados por valores tao altos”.


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série

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VENILTON VALANDRO

CADEIRA DE RODAS

na roça

Superação Henrique Pedersini

Na quarta reportagem, o entrevistado é o encantadense Venilton Valandro. Agricultor desde a infância, sofreu acidente de motocicleta na localidade de Linha Auxiliadora, interior de Encantado. Passou por cirurgia em Porto Alegre e depois por tratamento no Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek na capital federal. Atualmente, vive com a esposa Arlete Valandro em Linha São Luis.

Rejane Bicca

Mesmo na cadeira de rodas, Valandro consegue manusear a enxada para cuidar da horta

O acidente Faltavam poucos dias para o Natal de 2005, quando em uma tarde de sábado, Valandro saiu para passear com a motocicleta. Em uma curva entre Encantado e Nova Bréscia, mesmo em velocidade normal, perdeu o controle do veículo e saiu da pista. O encantadense caiu sentado, não sofreu nenhuma pancada. “A moto parou do meu lado. Não tive nenhum ferimento visível. Quando caí, meu peso fez com que uma de minhas vértebras

explodisse”, lembrou. Mesmo percebendo a gravidade da lesão, não entrou em desespero. “Minhas pernas estavam dobradas, tentei puxá-las e percebi que não se mexiam. Tentei até me beliscar, mas não senti nada. A partir daí que comecei a imaginar que o caso seria grave”, recordou. Moradores próximos o auxiliaram. Em menos de meia hora, já estava sob cuidados médicos. As primeiras pessoas que chegaram perto dele, ainda tentaram levantá-lo. Uma enfermeira

que residia nas proximidades prestou melhores cuidados.

a Cirurgia

O primeiro atendimento foi feito no Hospital Beneficente Santa Teresinha, em Encantado. Na sequência, Venilton foi encaminhado ao Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre. O deslocamento entre um hospital e outro lhe ocasionou algumas dores, em razão do desconforto da viagem. “Precisei ser submetido a duas doses de morfina”, destacou.

Logo após a realização de exames na capital, veio a constatação: O agricultor não voltaria a caminhar. Os médicos comunicaram ainda que seria realizada uma cirurgia em caráter de urgência. “No dia após o acidente, recebi a notícia que teria de fazer uma cirurgia para ter o equilíbrio suficiente apenas para ficar sentado. Era o máximo que eu conseguiria fazer. Foram 17 dias de espera para conciliar médico e anestesista até ser operado”, contou. O processo cirúrgico foi

complexo, quase 11 horas de duração. O pós-operatório ainda teve um agravante. Valandro sofreu embolia pulmonar em virtude do elevado espaço de tempo que seu pulmão ficou exposto ao ar condicionado, uma vez que a cirurgia foi realizada na região das costelas. Depois, foi encaminhado para Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), onde ficou por seis dias. “Só depois do quinto dia os tubos de oxigênio foram tirados e passei a respirar por conta própria”, mencionou.


série

Superação

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Fotos: Rejane Bicca

Valandro cuida das abelhas e colhe frutas. Esposa Arlete é a companheira do dia a dia

Recuperação Foram mais de 30 dias hospitalizado. Na volta para casa, precisou encarar a fase de recuperação e acima de tudo de adaptação à nova realidade. “Estava ansioso com o retorno, mesmo que uma vez por semana eu tivesse que me deslocar até Porto Alegre para consultar”, disse Valandro. Havia a necessidade de acompanhamento médico, pois a impossibilidade de locomoção era um dos problemas a ser enfrentado. Nove meses depois de receber alta e ter as vértebras calcificadas, a nova etapa foi o tratamento junto ao centro de reabilitação Sarah Kubitschek, em Brasília, exatamente um ano depois do acidente. Na primeira semana, ele fez exames para identificar quais seriam as adaptações necessárias para que conseguisse fazer algumas tarefas simples sem a necessidade de ajuda. Para o agricultor, o tratamento foi um divisor de águas em sua vida pós-acidente. “São treinamentos constantes. Os terapeutas procuram aproveitar o máximo de movimentos que ainda pode-se fazer. Aprendi a tomar banho, a me vestir, a mudar de cadeira, a utilizar o banheiro, entre outras coisas”, citou. O fortalecimento da musculatura também é uma preocupação dos profissionais do centro de reabilitação, uma vez que o tempo parado faz com que os músculos atrofiem. Na casa da família, em Linha São Luis, nem tudo precisou ser adaptado. Apenas o banheiro recebeu ajustes. No restante, Venílton foi quem buscou se adequar. Algumas funções também passaram a ser realizadas por ele, como fazer almoço e lavar louça, por exemplo. Mesmo depois do acidente, não deixou de dirigir. O veículo adaptado também é uma conquista alcançada após a reabilitação em Porto Alegre. “Como tenho força nos braços, foi preciso modificar apenas o freio e o acelerador. O câmbio é automático. Segui sendo o motorista da casa”, brincou. É feita

uma perícia que determina quais as necessidades que o carro deve ter em relação ao condutor. Existe, inclusive, uma habilitação diferenciada.

NA LAVOURA

Literalmente, Venilton batalha para superar as pedras em seu caminho. Afinal, o trajeto entre a residência e a lavoura, onde desempenha a grande maioria das atividades rurais, é de chão batido, com pedras e inúmeros buracos. Fatores que dificultam, mas não impedem que ele realize o serviço. “Desde criança trabalho no campo. Gosto do que faço. Por isso me esforço para poder cumprir todas as atividades”, comentou. Uma lavoura com produtos para consumo familiar é o que ocupa grande parte do tempo do agricultor. Nesse lugar são cultivados produtos como feijão, arroz, aipim, batata, milho, abóbora, moranga, entre outros. “Um dia percebi que poderia recolher a grama que minha esposa estava cortando. Com sacrifício, consegui. A partir daquele momento venho desempenhando essa e outras funções. Quero sempre ajudar minha família”, contou. Algumas ferramentas foram adaptadas para ampliar o alcance na hora do cuidado com as plantações. “Desenvolvi algumas técnicas, principalmente na locomoção da cadeira de rodas e também na hora de carpir, cortar saladas e colher frutas nos arredores de casa”, frisou. A criação de vacas para produção de leite também é realizada. São cerca de 40 animais na propriedade. Há cerca de dois anos, passou a trabalhar com a produção de mel. Todo o processo é realizado pelo próprio agricultor, desde a fabricação das caixinhas até a extração. “No começo, eu trabalhava com as abelhas comuns, com ferrão, mas não deu muito certo. Se eu precisasse fugir, por causa das picadas, não daria tempo”, disse, em tom de brincadeira. Atualmente, é realiza-

da a produção de mel com abelhas sem ferrão. O produto é medicinal e requer muito trabalho da família. Um quilo custa cerca de R$ 50,00.

Repercussão nacional

Foi no ano de 2010 que sua história ficou conhecida no país inteiro. Valandro enviou um e-mail para produção do Globo Rural, programa exibido nas manhãs de domingo, contando tudo o que havia acontecido com ele. A história chamou a atenção e a equipe de televisão confirmou que faria uma visita ao agricultor. “Ele ficou impressionado com minha história. Acima de tudo com a superação de não largar as atividades na lavoura. Foi um dia todo de gravações. Ouvi e contei histórias. Foi um momento marcante”, ressaltou. A repercussão foi imediata. Inúmeros e-mails e pessoas perguntando nas ruas o deixaram emocionado. Orgulhoso em razão de a esposa estar superando a depressão, ele relatou que a família se fortaleceu após o acidente.

Planos para o futuro

Enquanto colhia alguns produtos, Venilton falou de seus sonhos. Os projetos são audaciosos e fazem os olhos do agricultor brilhar ao serem descritos. “Estamos implantando uma agroindústria para o cultivo de nozes. A Emater está nos auxiliando. Temos várias nogueiras produzindo. Já foi superada a parte burocrática e estamos na expectativa. Também estou buscando adaptar um trator para que eu possa auxiliar no cuidado com a terra, roçar e transportar adubos”, projetou. Indagado sobre o que falta em nível nacional para pessoas com necessidades especiais,

ele abordou o tema da acessibilidade. “No Brasil, os únicos lugares que tem uma acessibilidade diferenciada são os aeroportos. Quando chega a hora de entrar no avião, a cadeira não passa e então vêm três ou quatro pessoas e acabam levando no colo”, lembrou. Embora seu acidente tenha sido uma fatalidade, Valandro alertou que os pais devem ter maior cuidado ao liberarem a direção aos filhos. “Eu sei que os jovens conseguem habilitação e querem andar por aí, mas os pais precisam ficar atentos, pois um acidente é muito fácil de acontecer, eu sou uma prova disso”, mencionou. Outro comentário feito pelo cadeirante é que seja criada, em nível municipal, uma associação para integrar pessoas com deficiência física.

Basquete

Há alguns anos, ele conheceu uma equipe que pratica basquete em Lajeado. Duas vezes por semana, Venílton treina com outros cadeirantes. “Somos considerados a segunda força do esporte no Estado, mesmo com poucos recursos

financeiros. Estamos batalhando para disputar campeonatos”, revelou. O esporte é recomendado pelos médicos. O objetivo é criar a integração entre cadeirantes e fortalecer a musculatura. As regras e dimensões são as mesmas do basquete convencional.

“Desenvolvi algumas técnicas, principalmente na locomoção da cadeira de rodas e também na hora de carpir, cortar saladas e colher frutas nos arredores de casa”

Carro foi adaptado para ele poder dirigir


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PÁGINA DO DILAMAR

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Dilamar dos Passos - dilamar@rdencantado.com.br

Brasil sem Miséria O governo federal lançou a última etapa do programa “Brasil sem Miséria” que contempla os brasileiros com até R$ 70,00 por pessoa. Louvável o programa se não fossem os gastos de divulgação. Algo em torno de R$ 2 milhões. O valor poderia contemplar até 28.572 pessoas. Saúde I Durante a semana, falando ao Grupo Encantado de Comunicação, o secretário municipal de saúde de Roca Sales, Gilvani Bronca, relatou que mais de 300 atendimentos são efetuados diariamente na Unidade Básica de saúde. Saúde II Com o objetivo de proporcionar atendimento digno para a população, a administração contratou mais um profissional da área de saúde. Fernando Tarter inciou o trabalho na segunda-feira (4).. Junta-se aos demais profissionais que já estão trabalhando, um médico pediatra, um ginecologsita além de dois clínicos gerais. Saúde III O secretário solicitou colaboração da comunidade, pois a Unidade está passando por um processo de reformas. Expodireto em Não me Toque Duas delegações de Muçum estiveram visitando a feira. Segunda-feira, vereadores. Quinta-feira um ônibus da secretaria de agricultura prestigiou o evento e a Metalúrgica Cerver que está expondo no local.

Encontro de Trilheiros A associação Muçunense de motociclismo realiza dia 19 de maio o IV Encontro de trilheiros. O evento ocorre na Praça da Matriz, com show de borrachão e manobras e passeio turístico para acompanhantes dos pilotos. A comisão organizadora espera reunir mais de 250 participantes. Inscrições com Marcos 98468033 e ou Teodoro 9877 6810.

Indignado I Durante entrevista ao Bom dia Região dos Vales, da Rádio Encantado, o deputado federal Dionilso Marcon se mostrou indignado com o tratamento recebido junto ao DAER estadual. IndigNado II O parlamentar esteve participando da audiência junto ao órgão do estado para saber o porquê da demora na conclusão das obras de asfaltamento de Relvado para Encantado. Indignado III Segundo Marcon: “Sem querer massacrar alguém, mas eu estou indignado com o DAER-RS. Eu não sei se vou pedir nova audiência com os diretores, porque eles nunca sabem de nada, nunca sabem o que tem que fazer”. Ainda segundo Marcon: “Se tem posição política, se tem dinheiro, o que tem que a estrada não é concluida?”. Indignado IV Dionilso Marcon sugeriu, inclusive, uma manifestação pública sobre o assunto. Troca O presidente do poder legislativo de Muçum, André Vianini (PSDB), pode estar migrando para o PTB.

Cargo Por falar em Câmara de Vereadores de Muçum, na sessão da semana, foi criado o cargo de Assessor Parlamentar. O vencimento é padrão CC1. R$ 1.075,00.

Atribuições Entre as atribuições do cargo está prestar assessoramento ao presidente na condução dos trabalahos do plenário, realizar, por determinação

do presidente, estudos necessários à solução de questões de ordem.

Condições de trabalho 35 horas semanais, ensino médio completo. No recrutamento: nomeação pelo presidente da Câmara. Nomeada Lisete Bortoletti

Servente Depois de afastamento por questões pessoais e políticas, além da licença saúde, a servidora da Câmara de vereadores de Muçum, Marilene Invernize Ulmi, está retornando aos trabalhos.

Dia D: Pedágio + justo A audiência pública visando discutir o novo modelo de cobrança de pedágio será realizada na quinta-feira, às 14h30min, no Auditório Itália do Centro Administrativo de Encantado. A comunidade está “Convocada” a participar.

Reinvidicações Isenção das placas de Encantado no pedágio de Palmas e melhorias nos trevos de acesso à cidade.

Jonas Calvi Segundo o vereador, a “EGR precisa saber da força de Encantado e região”.

Muita calma Mesmo com a audiência pública, ainda vamos precisar de muita mobilização para as melhorias dos trevos e a manutenção do asfalto. Mas este é o começo.

Condições O RS, em estado falimentar, terá condições de bancar as melhorias nas estradas quando necessárias? Teremos o serviço de guincho e de ambulâncias? Sabemos que o estado não tem condições de bancar obras... Espero estar errado...

FERROVIA NORTE SUL

Albergue Depois de um trabalho incansável e de formiguinha do “administrador” João Virgilino de Almeida e do Conselho da comunidade para assistência aos apenados, o tão sonhado Albergue da Comarca de Encantado será inaugurado hoje.

Missão cumprida Após cerca de 25 anos à frente da administração do presídio estadual de Encantado, João de Almeida está deixando o cargo hoje com a solenidade de inauguração do Albergue. Assume a função Luis Carlos Garcia.

Descaso Mesmo tendo assinado o convênio, o governo do estado não cumpriu a sua parte de reapasse dos valores, cerca de R$ 80 mil para a construção do Albergue. A foto de capa do Jornal Opinião de janeiro de 2012 comprova a assinatura do convênio. Secretário Estadual de Segurança Pública Airton Michels assina o compromisso do governo do estado.

Dívida Segundo o presidente do Conselho da Comunidade para Assistência aos Apenados ao Presídio de Encantado, Jandir Passaia, a dívida a ser quitada será de aproximadamente R$ 50 mil. O valor ainda será buscado junto à comunidade.

Reflexão Cazuza morreu vítima de AIDS em 1990 aos 32 anos. Renato Russo morreu vítima de AIDS aos 36 anos em 1996. Cássia Eller morreu aos 39 anos, em 2001, após três paradas cardíacas povocadas pelo excesso de drogas. Chorão morreu nesta semana aos 42 anos por overdose. Pedro Bial chama BBBs de heróis.

Amadorismo A liberação da Arena para o jogo contra o Caracas aconteceu apenas na terça-feira, horas antes do confronto.

Criatividade A foto foi me enviada por um colega e mostra a criatividade para a venda de produtos

Ingressos Os ingressos, ah esses!, estavavam vendidos uma semana antes. Essa vai ser a tônica da Copa das Confederações. Liberação no dia dos jogos. Viva o Brasil! Arena Como é que um órgão de segurança vai emitir laudo contrário e nominar que o local não teria condições de jogo se tudo estava confirmado, Grêmio, Caracas, arbitragem, Commebol...

FRASE DA SEMANA: O dia em que você quiser que o outro seja perfeito, você já esqueceu todas as regras do amor .... Por que o amor nasce das imperfeições. (Pe. Fábio de Melo)


Especial

JORNAL OPINIÃO n 08 de março de 2013

Dia Internacional da Mulher

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“A Lei Maria da Penha funciona” A responsável pela Delegacia Regional de Polícia da Mulher, Márcia Scherer, garante que a Lei Maria da Penha funciona. Dados apresentados no final do ano passado, no Fórum da Violência Contra a Mulher no Vale do Taquari, em Lajeado, revelaram que das 28 mil ocorrências feitas nas delegacias de polícia da região, mais de 3,5 mil foram de mulheres que apelaram para a Lei. Nesta entrevista ao Opinião, ela ressalta que a maioria das mulheres só decide denunciar o agressor quando está disposta a se separar. Diogo Daroit Fedrizzi

Jornal Opinião - Que avaliação a senhora faz da Lei Maria da Penha na região? Márcia Scherer - Os órgãos de segurança da região (BM, DP, MP, Judiciário) fazem esta lei funcionar. Sempre fico orgulhosa dos meus colegas. Todos têm se dedicado muito à situação da violência doméstica. Com certeza, a Lei Maria da Penha veio a ser o respaldo legal que estávamos precisando para atender com mais eficiência. Hoje, a lei nos permite prender o acusado e, uma vez que se pediu o afastamento do lar, e este cidadão não obeceder a esta medida judicial, ele também pode ser preso preventivamente mediante representação da polícia ou até pelo próprio juiz. O instrumento legal está muito bom. A lei nos deu as medidas de caráter de urgência que podemos estar aplicando. A lei funciona, com toda certeza.

JO – E qual tem sido o comportamento das mulheres vítimas de agressão? Márcia - Pelo que tenho observado, as mulheres começam a registrar de maneira mais efetiva as ocorrências quando elas decidem se separar dos maridos ou companheiros. Enquanto há um casamento em andamento, elas resistem bastante em fazer registros. Só denunciam quando decidem tomar uma atitude, e aí revelam uma sequência de ocorrências, porque o homem afastado volta a perturbar, a ameaçar por telefone, e aí se pede a prisão. Mas para aquela mulher que quer manter o casamento, esta normalmente registra e não quer proceder. Quando é o delito de ameaça, nós podemos acolher esta vontade. Mas quando o fato que ela nos traz é uma agressão física com lesões, não há essa possibilidade. Porque nessas circunstâncias, o delegado de polícia deve proceder prontamente, sem a colaboração da vontade da vítima. Então ainda permanece essa situação: o recurso legal é usado por aquelas que de fato querem dar

fim a esta situação. As que ainda querem permanecer num casamento por uma ou outra situação, seja dependência financeira, seja a incapacidade de vislumbrar outra vida, ela ainda opta por permanecer numa situação em que é vítima de violência diária ou semanal. O que temos observado é que a lei é tão efetiva, e vem sendo tão bem aplicada, que as antigas separações de corpos produzidas na área civil dos fóruns, hoje praticamente não existem mais. Todas essas situações de afastamento imediato do agressor da companheira são procedidas no âmbito policial com base na Lei Maria da Penha. Mas sempre precisamos que a vítima venha comunicar e participe ativamente do trabalho, com colaboração, seja no testemunho, seja no comparecimento a exames de lesões. A polícia fica ainda dificultada em proceder, mesmo que haja uma agressão mais grave, por exemplo, se a vítima se nega a comparecer num posto médico legal para fazer a materialidade dessas lesões, no sentido de o médico legista atestar os machucados que ela tem no corpo. Mas de maneira geral, nós delegados temos um instrumento muito poderoso. Claro, sempre a vítima desejosa disso, porque não há como impor isso de outra forma.

JO - É possível definir o perfil do marido/companheiro agressor? Márcia – Não. A violência doméstica é característica do ser humano. Passa por todas as raças, etnias. Observo que, como estamos falando para Encantado, as mulheres de origem italiana são mais valentes, se impõem mais. Tenho observado isso. Se não perpassa por todas as camadas sociais, porque é do gênero. Por historicamente, alguns homens entenderem que podem resolver seus conflitos com violência física. Porque na verdade, estamos falando de um casal em que um não compreende o outro, e as suas diferenças os fazem

Jornal Antena a evoluir para isso. Temos um homem que não sabe lidar com sua parceira, e uma parceira que não compreende todo o funcionamento de uma cabeça masculina. Claro, alguns realmente são criminosos mesmos, de personalidade perturbada. Eles entendem que devem usar da violência física para todos seus conflitos, sua autoridade dentro da família em nenhum momento pode ser questionada. E aí, para que isso seja imposto e garantido, se Delegada Márcia Scherer impõe pelo medo e uso da violência. A maioria fase de decisão. Aquela que ainda dos casos é um aspecto cultural, se sente enfraquecida, que precisa no sentido de o homem entender ser orientada, fortalecida, mostrada que ele pode impor sua vontade outras perspectivas além do que mediante o uso de violência. A ela está vivendo. É um estímulo que igualdade entre os gêneros na nosa gente faz aos gestores municipais, sa Constituição se consolidou em para que tenham junto ao Creas, de 19988. Na história da humanidade, fato, um lugar de apoio e orientarepresenta um segundo atrás. Porção. Uma vez esta mulher fortalecique temos mais de 10 mil anos de da e disposta a encarar tudo o que civilização, onde a família sempre vem pela frente, deve procurar a se ergue no sistema patriarcal. Não Delegacia de Polícia. A DP é a porta considero isso conduta padrão de de entrada dela para chegar ao sistodos os homens. Temos famílias tema judicial para a solução de seus estruturadas, onde há convívio deconflitos. Deveríamos ter essa rede. mocrático, de mútuo respeito, que Mas aos poucos cada MP, cada Jué o que a gente pensa como ideal diciário, cada Delegado, dentro da para o ser humano. A mulher gosta sua cidade, vai começando a buscar de resolver seus conflitos com a essa realidade. Se não tivermos conversa, e o homem não é muito esse aporte, a Polícia Civil acaba faparceiro do diálogo. A gente nota zendo o trabalho de aconselhamenisso em qualquer homem quando to, de suporte psicológico, e não a mulher propõe: ‘Vamos discutir a temos toda estrutura qualificada relação?”. para isso. Os municípios deveriam ter esses serviços de orientação e JO – Que orientação a senhora apoio para essas mulheres procuratransmite às mulheres que vivem rem um atendimento psicológico esse dilema da agressão? e assistencial, durante uma ou Márcia – Em Lajeado conseduas semanas, para conseguirem guimos, com muito empenho e encarar tudo o que vem pela frente. pressão, que o município tivesse, A vida muda 180 graus com uma junto ao Centro de Referência separação, com um novo começo. Especializado de Assistência Social E isso tudo elas levam em conta no (Creas), um serviço qualificado de momento em que decidem o que apoio a esta mulher que está em devem fazer.

A LEI

A Lei 11.340/06, conhecida com Lei Maria da Penha, ganhou este nome em homenagem a Maria da Penha Maia Fernandes, que por 20 anos lutou para ver seu agressor preso. Maria da Penha é biofarmacêutica cearense, e foi casada com o professor universitário Marco Antonio Herredia Viveros. Em 1983, ela sofreu a primeira tentativa de assassinato, quando levou um tiro nas costas enquanto dormia. Viveros foi encontrado na cozinha, gritando por socorro, alegando que tinham sido atacados por assaltantes. Desta primeira tentativa, Maria da Penha saiu paraplégica. A segunda tentativa de homicídio aconteceu meses depois, quando Viveros empurrou Maria da Penha da cadeira de rodas e tentou eletrocutá-la no chuveiro. Apesar da investigação ter começado em junho do mesmo ano, a denúncia só foi apresentada ao Ministério Público Estadual em setembro do ano seguinte e o primeiro julgamento só aconteceu oito anos após os crimes. Em 1991, os advogados de Viveros conseguiram anular o julgamento. Já em 1996, Viveros foi julgado culpado e condenado a dez anos de reclusão, mas conseguiu recorrer. Mesmo após 15 anos de luta e pressões internacionais, a justiça brasileira ainda não havia dado decisão ao caso, nem justificativa para a demora. Com a ajuda de ONGs, Maria da Penha conseguiu enviar o caso para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (OEA), que, pela primeira vez, acatou uma denúncia de violência doméstica. Viveiro só foi preso em 2002, para cumprir apenas dois anos de prisão. O processo da OEA também condenou o Brasil por negligência e omissão em relação à violência doméstica. Uma das punições foi a recomendação para que fosse criada uma legislação adequada a esse tipo de violência. E esta foi a sementinha para a criação da lei. Um conjunto de entidades então se reuniu para definir um anteprojeto de lei definindo formas de violência doméstica e familiar contra as mulheres e estabelecendo mecanismos para prevenir e reduzir este tipo de violência, como também prestar assistência às vítimas. Em setembro de 2006, a lei 11.340/06 finalmente entra em vigor, fazendo com que a violência contra a mulher deixe de ser tratada com um crime de menos potencial ofensivo. A lei também acaba com as penas pagas em cestas básicas ou multas, além de englobar, além da violência física e sexual, também a violência psicológica, a violência patrimonial e o assédio moral.

“As mulheres de origem italiana são mais valentes, se impõem mais”, delegada Márcia Scherer


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Especial

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Dia Internacional da Mulher

notícias da

Vida dedicada ao trabalho e ao voluntariado

Acompanhe às sessões Terças-feiras, às 18h

A Câmara de Vereadores de Encantado realizou na terça-feira (5) uma sessão especial em Homenagem ao Dia Internacional da Mulher. O projeto de autoria da ex-vereadora Salete Dalla Lasta, aprovado em 2005, sugere que os vereadores indiquem pessoas de destaque na comunidade encantadense. Neste ano, 10 nomes receberam a distinção. Texto e Fotos: Diogo Daroit Fedrizzi

Vereadores com as 10 mulheres homenageadas

Clarice Bós Conzatti

Denise da Rosa Pretto

Salete Izabel Ferreira

Advogada, é casada com Rogério Conzatti e mãe de Felipe. Foi presidente da APAE, membro da Comissão de Ampliação do Hospital Beneficente Santa Teresinha e integrante da diretoria do Clube Comercial. Recebeu a indicação do vereador Marcelo Deves. “As mulheres estão tomando conta. Isso gratifica, porque é o reconhecimento do nosso trabalho. Por exemplo, na área do Direito, são mais juízas e promotoras do que homens”, comenta Clarice.

Pedagoga, trabalha como coordenadora pedagógica da Escola Estadual de Ensino Médio Doutor Ricardo, onde é vice-diretora. Casada com Irno Pretto, é mãe de Andréia, Diego e Clarissa. Avó de Luiza e Arthur e sogra de Gilson Conzatti e Márcio Scatola. No ano passado, participou das eleições como candidata à prefeita de Encantado. Foi indicada por Adroaldo Conzatti.

É a fundadora da Associação Encantadense de Defesa dos Animais (Aeda), criada em 2010. A entidade cuida de gatos e cachorros abandonados e doentes. Ela comprou uma área de terras com recursos próprios e construiu um lar temporário para que os animais possam ficar até a sua doação. A indicação foi de Gustavo Scatola. “No silêncio, eles sabem o que a gente faz e trabalha em prol da comunidade. Penso no trabalho social em defesa de animais desprotegidos, a fim de ampará-los, adotá-los e cuidá-los”, salienta Salete.

“Meu marido diz que sou a Galinha dos Ovos de Ouro. Chamo todos de ‘meu filho, minha filha’. Tenho um sentimento maternal muito grande. Me sinto como doadora de amor. Eu gosto disso, eu vivo isso”, diz Denise.


Especial

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Dia Internacional da Mulher

Dulce Fassini Dacroce

Mãe de cinco filhos: Cândida, Marina, Jerônimo, Bruna e Luiza, e avó de Laura. Casada com Genor Dacroce, é Conselheira da Liga Feminina de Combate ao Câncer de Encantado desde a fundação. Celso Cauduro sugeriu o nome. “Sempre gostei de fazer trabalhos voluntários e fazer cada vez mais. Sempre que me chamarem estou à disposição”, garante Dulce.

Marta Maria Pretto

Ela perdeu o marido João Carlos Pretto e o filho Ezequiel Carlos Pretto precocemente. Hoje integra o Movimento dos Focolares, da Igreja Católica. É ministra da Eucaristia e integra o primeiro grupo de ministros. Valdecir Gonzatti sugeriu a indicação. “Me sinto realizada, mesmo que minha trajetória de vida foi um pouco difícil. Mas mesmo assim me sinto bem e muito feliz”, afirma Marta.

Clarisse Pretto

Inês Teresinha Graff

Iracema de Araújo Ribeiro

É casada com Pedro Ervino Graff, mãe de quatro filhos e avó de seis netos. É dona de casa e artesã. Participa da Pastoral da Saúde, da Pastoral Carcerária, da coordenação do Grupo de Ministros, da Pastoral Familiar, da Renovação Carismática Católica e do Coral AABB Vida e Canto. Luciano Moresco propôs a indicação. “Temos que trabalhar, nos doar, com humildade e com gratidão. Não só trabalhar para ter o salário. Mas para mostrar que somos uma família, que somos irmãos perante Deus”, comenta Inês.

Mora no bairro Navegantes, é casada com Etelvino Ribeiro, mãe de Hélio e José (In memoriam). Trabalhou na Prefeitura de Encantado por 18 anos no setor de limpeza e no INSS, quando se aposentou. Atualmente é diaconisa na Igreja do Evangelho Quadrangular do Bairro Popular onde congrega há 16 anos. Waldir Grooders indicou o nome. “Estou muito feliz, não esperava por isso. Na prefeitura, varri rua, limpei o Parque nos tempos de rodeio, as salas, as construções. Conheci muita gente. Depois me aposentei no INSS”, conta Iracema.

Nair Bagatini

Anita Filter Somensi

É casada com Vilson Bagatini, mãe de Keila e Keli, avó de João Vitor. Moradora da Linha Argola, é vicepresidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Encantado e coordenadora de mulheres trabalhadoras rurais da regional Serra Alto do Taquari. A indicação do nome foi de Sander Bertozzi. “Sou uma grande batalhadora do enfrentamento da violência contra a mulher. As estatísticas nos mostram que no meio rural a violência doméstica é maior que nos centros urbanos”, revela Nair.

A professora da Escola Farrapos é casada com Luiz José Somensi e mãe de Daniel e Gustavo. Entre as atividades, é Membro Titular do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONDICA), Vice-presidente do Conselho Municipal de Assistência Social, Conselheira Fiscal da Associação Pró-Menor de Encantado (AME) e Sócia do Clube de Mães Farrapos. Jonas Calvi propôs o nome. “É uma homenagem muito significativa, não só no aspecto pessoal, mas para a classe que represento, o magistério, e que hoje precisa de muita valorização”, constata Anita.

Mulher vereadora

A costureira (à direita) é casada com Eloí Luiz Pretto, mãe de Jonas e Angélica Pretto, e avó de João Francisco Pretto de Macedo. Moradora do Bairro Jacarezinho, durante anos foi merendeira da Escola Antônio de Conto. Participa da diretoria da Igreja São Carlos, Esporte Clube Serrano, Clube de Mães e Bochas. A indicação foi de Sandra Vian (na foto à esquerda) “A gente deve trabalhar sem esperar recompensa. Mas a melhor recompensa é o reconhecimento”, diz Clarisse.

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Única mulher a fazer parte da atual legislatura, Sandra Vian também foi homenageada. “Fico orgulhosa de poder representar todas as mulheres de Encantado. Recebo a homenagem em nome de todas elas”. No discurso, o prefeito Paulo Costi ressaltou que as mulheres deveriam ser amadas e respeitadas Sandra e Paulo Costi todos os dias. Já o vereador Luciano Moresco, que falou em nome dos colegas, afirmou que os bons exemplos dados pelas mulheres devem ser difundidos.

Funcionárias As três servidoras da Câmara de Vereadores também receberam flores em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.

Sandra e Vanessa Lubian

Jonas e Mariane Almeida

Sander e Luiza Volken


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Especial

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Dia Internacional da Mulher

Mulheres e suas histórias Henrique Pedersini

Frentista Nos postos de combustíveis, as mulheres também conquistaram seu espaço. No Bairro Jacarezinho, Mairi Ana Capelari desempenha as mesmas funções que os demais colegas. “Não considero esse trabalho difícil. É cansativo, mas posso dizer que é quase uma terapia a oportunidade de poder estar frequentemente em contato com o público”, avalia. Desde novembro do ano passado trabalhando no local, ela garante que já conquistou o respeito dos clientes. “Outro fator que eu considero é a oportunidade de aprender coisas. Desde que comecei fiquei sabendo de coisas que jamais imaginei em ter contato”, relata. Mairi trabalha no Posto de Combustível do Bairro Jacarezinho

Mãe e filha no volante da Ford

Dioni está há seis meses no Samu

Técnica em enfermagem Dioni Daltoé é técnica em enfermagem do Samu há seis meses. Antes disso, foram 10 temporadas como enfermeira no hospital de Encantado. “Minha atual profissão é desgastante, mas é muito satisfatória. Poder auxiliar as pessoas é uma sensação incrível”, descreve. Como trabalha em turnos, Dioni lembra que consegue conciliar muito bem o serviço com a família. Além do trabalho, ela ainda arruma tempo para cursar cinco cadeiras de Direito na universidade. “Tanto nos treinamentos, quanto no dia a dia do trabalho acompanho várias histórias. Algumas felizes e outras nem tanto”, recorda. Ela ainda diz que algumas pessoas subestimam a força das mulheres do Samu, mas que outras reconhecem a capacidade da equipe feminina do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência.

Mais uma prova de que as mulheres cada vez mais se destacam em espaços até então ocupados pelos homens é realidade na fábrica de veículos Ford, unidade de Tatuí, em São Paulo. Mãe e filha são motoristas de testes de carros e caminhões. Ângela Cândido da Silva dirige desde cedo. Casada com um caminhoneiro passou a trabalhar com o marido e tornou-se motorista profissional, guiando caminhões e carretas. Nessa época, ficou grávida da filha Bruna. Há sete anos, trocou o trânsito das ruas pelas pistas no Campo de Provas da Ford. “No início não acreditava que aceitariam uma mulher. Fiz todos os testes como os demais candidatos e, para minha surpresa, fui contratada”, diz. Para ela, não existe rotina no trabalho. Cada dia é uma experiência nova. E, se existia alguma resistência quanto ao sexo, ficou para trás. Ela começou dirigindo carros e se tornou a primeira mulher a testar carretas na Ford. “Adoro a minha profissão e a adrenalina dentro da cabine”, comenta. A filha Bruna, 25 anos, há três segue os passos da mãe e também prefere caminhões. Ela ainda se diverte com a surpresa das pessoas ao conhecerem sua profissão. “Elas custam a acreditar, não só por ser mulher, mas também porque sou muito nova. É

Ângela e Bruna emocionante poder testar carros antes de todo mundo”, afirma. Bruna conta que o objetivo dos testes é avaliar o funcionamento do veículo e sugerir melhorias tanto para modelos já lançados quanto para protótipos em avaliação. Não há como dizer, exatamente, quantos testes são feitos por modelo. Para o protótipo do Novo EcoSport, por exemplo, os testes duraram vários meses. A rotina é diferente para cada carro. “Entretanto, o início do turno é feito conferindo o capô, óleo, motor, pneu e calibragem. Se estiver tudo controlado, então, passamos para a segunda fase, a rodagem. Caso exista algum problema já na primeira observação, nós chamamos o controlador e registramos o problema no relatório”, explica. Para alguns veículos, a segunda fase (rodagem) pode ser feita no próprio Campo de Provas da Ford ou mesmo em estradas e

rodovias de todo o país. “Durante esse percurso, avalio se o motor está correspondendo com a potência, se o veículo passa segurança em alta velocidade, etc. No final do dia entregamos um relatório completo com todas as informações necessárias para que os engenheiros avaliem e encontrem soluções para os problemas destacados”, salienta. A quantidade de veículos testados por dia pode variar de acordo com os programas que estão sendo desenvolvidos pela Engenharia. Anualmente, são realizados 10 milhões de quilômetros de testes para garantir segurança, desempenho, conforto e qualidade dos veículos Ford. Bruna enfatiza que as mulheres executam o mesmo trabalho que os homens. “Testamos carros, caminhões e carretas obedecendo a mesma rota e relatório. O nosso trabalho é observar, sugerir e anotar qualquer problema com os veículos testados. Entretanto, se vale como uma diferença, a mulher tem mais cuidado e atenção aos pequenos detalhes na hora do teste. Também são mais dedicadas. Além disso, dependendo da demanda e do teste, nós temos a oportunidade de dar o “toque feminino” com sugestões pessoais que não fazem parte do relatório que devemos entregar”, acrescenta.


TRADICIONALISMO

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Novo comando no Anita O Grupo de Artes Nativas Anita Garibaldi de Encantado tem nova patronagem. No sábado (2), no Parque João Batista Marchese, o patrão Marcos Nunes Correa recebeu o cargo de Jerri Adriano Hammes, que ficou dois anos no comando da entidade. Também foram empossados os outros integrantes (veja quadro). Fotos: Divulgação

Acompanharam a solenidade a vice-coordenadora da 24ª Região Tradicionalista, Margarete Hammes, o vice prefeito José Calvi, o conselheiro benemérito do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Jorge Moreira, a prenda regional juvenil Isabela Hammes. A programação contou com diversas homenagens e manifestações

Autoridades na cerimônia de posse

de apoio ao Anita. O Grupo de Danças Biriva também se apresentou. Uma das primeiras ações da nova patronagem é organizar o Rodeio Crioulo, marcado para os dias 16, 17 e 18 de agosto. A ideia é oferecer acampamento gratuito para os tradicionalistas.

Integrantes da nova patronagem

Nova Patronagem Patrão: Marcos Nunes Corrêa; Capataz Geral: Airton Fachini; Sota Capataz: 1ª Denise Costa e 2ª Ivane Giacobbo; Agregado das pilchas: 1ª Marinês Pertile e 2ª Jaqueline G. Pitol;

Conselho de vaqueanos: Alex Werner, Eduardo Santos, Carlos Alberto Conzatti e todos os ex-patrões, por força do Estatuto do GANAG; Capataz Campeiro: Márcio Riedi; Capataz Patrimonial: Edegar Dalberto; Capataz Artístico: Lisandra Lucca; Capataz Social: Renato Bianchi

“Queremos aproximar o tradicionalismo dos encantadenses” ENTREVISTA: Marcos Nunes Correa, patrão do GAN Anita

Diogo Daroit Fedrizzi O muçunense Marcos Nunes Correa, 39 anos, respira o tradicionalismo desde jovem. Acostumado a acompanhar a família nos rodeios em Guaporé, no CTG Última Tropeada, e em Muçum, no CTG Sentinela da Tradição, há oito anos ingressou no Grupo de Artes Nativas Anita Garibaldi, de Encantado, a convite do patrão da época, Reinaldo Cornelli. Apaixonado pelas lidas campeiras, principalmente, por correr atrás de boi, como ele mesmo brinca, Correa também trabalhou com os ex-patrões Vitor Bastianel e Jairo Castoldi. Na última gestão, era vice-patrão de Jerri Adriano Hammes. Agora, o representante comercial assume o desafio de comandar a entidade que ano que vem completa 20 anos de história. Atualmente, o Anita conta com a participação de 90 integrantes da dança e 25 campeiros, mais os competidores individuais. Ao todo são cerca de 120 famílias envolvidas. “Sempre valorizei o trabalho comunitário. Isso me faz bem, me faz feliz poder participar de uma entidade”, diz. Nesta entrevista, o novo patrão fala dos planos para o mandato de dois anos. Jornal Opinião – Como você encara essa missão de assumir a patronagem do Anita? Marcos Nunes Correa – Temos grandes desafios nos próximos dois anos. O objetivo principal é conseguir, a cada dia,

agregar ao movimento tradicionalista novas pessoas, e que elas tenham orgulho em fazer parte disso. Outras culturas do Norte e Nordeste se orgulham muito mais do que o gaúcho, que lutou para conquistar seu próprio estado. Nosso povo gosta de cantar o hino, mas, às vezes, carece de um pouco mais de coragem. E o Movimento Tradicionalista Gaúcho aproxima esse Correa com a esposa Fabiana amor à pátria, a nossa terra, aquilo que é principal é aproximar as pessoas a cultura, a dança, a música, as da entidade e a entidade cada atividades campeiras. Às vezes vez mais ficar de acordo com os existe uma distância do amor ao princípios do tradicionalismo. Rio Grande e à prática. Queremos trabalhar nesse sentido, princiJO – O Anita sempre teve palmente, de aproximar o tradiforça nas invernadas artíscionalismo gaúcho da realidade ticas. Como você pensa a dos encantadenses. participação em eventos como o Enart? JO – Você renova muito a Correa – Estamos buscando equipe? alguns objetivos principais. TeCorrea – Eu fazia parte da mos em maio o Rodeio Artístico patronagem anterior. A grande Regional. O Anita, por várias maioria da atual patronagem é vezes, se consagrou vitorioso. formada por pessoas novas, que Trabalhamos também com ainda não tinham feito parte da vários rodeios já programados, entidade como diretoria. Pretencriamos uma agenda positidemos dar um fôlego novo. Até va para programar o ano nas para dar um descanso às pessoas atividades artísticas. Entre elas, que se dedicaram há mais anos. estão previstas o Juvenart e o Quando renovamos, colocamos Enart em 2014. Neste ano não gás novo, novas atitudes para aldeveremos participar. É uma cançar os objetivos. A renovação parte bem trabalhosa, não é tão sempre é importante. O Anita fácil. Embora, o Anita sempre é marcado por isso. O objetivo

tenha ficado entre os 20 melhores quando disputou o Enart. Então, precisamos valer nossa história, e vamos trabalhar para que, no mínimo, a gente iguale os períodos anteriores e quem sabe, fazer a cada dia, um trabalho melhor. É importante a participação de todos, desde o poder público até os integrantes. Neste ano haverá uma reforma no prédio onde ensaiamos no Parque João Batista Marchese. Essa reforma é de responsabilidade da prefeitura. Embora seja um prédio cedido pela administração, nós usamos como sede. A prefeitura prontamente já nos disponibilizou outro restaurante do Parque para que não tenhamos dificuldades de ensaios. Porque não ensaiamos só danças tradicionais, temos também um Grupo Biriva, que são somente homens, temos chula, declamação, vocal. E o Parque também é usado para os treinos com animais e de laço. Os cavalos são treinados para a competição, caso contrário não aguentariam. Sempre tivemos o apoio da administração que nos disponibiliza o local. JO - Se alguém tiver interesse de participar do Anita, como faz? Correa – É só comparecer às quintas-feiras no Parque onde nos encontramos para os ensaios. Sempre tem alguém da diretoria. Nosso instrutor de

danças é o Daniel Dalmolin e a nossa coordenadora artística é a Lisandra Lucca. Os custos não são tão altos assim. As pessoas, às vezes, criam algumas barreiras: ‘ah, gostaria de dançar, mas é muito caro’. Não é caro. A gente sempre busca realizar algumas atividades recreativas para arrecadar recursos para baratear. Há custo com indumentária, deslocamento para rodeio, mas a entidade sempre procura oferecer algo em troca. É só vir conversar conosco, estamos abertos a qualquer pessoa, crianças, jovens. No mês de abril deve começar um curso de danças galponeiras, uma oportunidade para pessoas de faixa etária maior. Queremos fazer dessa nova fase, dois anos de sucesso, que possamos alcançar todos objetivos. Mas de nada adianta fazer parte de um grupo se não tivermos na essência o amor às coisas, aos princípios tradicionalistas, às lidas campeiras, ao orgulho de ter nascido e ser criado no Rio Grande do Sul. Como patrão, talvez seja esta a bandeira principal: cada pessoa que venha conviver conosco tenha na sua essência um pouco mais de tradicionalista, mais amor a sua terra. JO - Você é mais ligado à parte campeira? Correa - Embora goste de bailar um pouco, sou muito mais campeiro do que artístico. Não tenho nenhuma atividade na artística. Gosto de laçar, ou como dizem por aí, ‘a gente corre atrás de boi’.


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JORNAL OPINIテグ n 08 de marテァo de 2013


JORNAL OPINIテグ n 08 de marテァo de 2013

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Encantado, 08 DE MARÇO DE 2013

ESTÁ CHEGANDO A HORA!!!

Mais um Festival do Sorvete

Evento está marcado para este sábado (9) na Praça da Bandeira. Se chover, será transferido

Eliane Fachinetto/Arquivo

Audiência Pública Pedágio Mais Justo Dia 14 de março, às 14h30min

Apoio

Encantado – Um dia dedicado à diversão e ao cuidado com a saúde é o que prometem o Festival do Sorvete e Encantado em Ação, neste sábado (9), na Praça da Bandeira. O evento é promovido pela Associação Comercial e Industrial de Encantado (Aci-e), em parceria com a Administração Municipal e as empresas encantadenses Sabory, Ki Gostoso e Naturalle. Durante a manhã haverá Feira de Saúde, Feira do Peixe Vivo, Feira do Agricultor e aula de ginástica, aberta ao público, com as professoras do Projeto Viver Bem. Na parte da tarde a diversão é garantida com os brinquedos infláveis e cama elástica para as crianças, sorteio de seis

SOCIAL O casamento de Adriane e Gustavo Página 5

Juremir Versetti

NO CADERNO MIX

bicicletas, uma televisão, um tablet, um aparelho de som, 150 sorvetes, kits, bolas e brinquedos. Durante todo o dia os alunos das séries iniciais de todas as escolas de Encantado, Roca Sales e Muçum podem retirar um picolé, mediante apresentação do cupom distribuído. Haverá também a presença do mascote da Suinofest, o Buti, e mateada. A banda Aerowillis, que sobe ao palco no final da tarde, e a presença de comunicadores das rádios Encantado AM e Encanto FM, prometem animar ainda mais o evento. Em caso de chuva, o evento será transferido para o dia 16 de março.

ACHO CHIC A moda das famosas grávidas Página 8 BELEZA A Garota Verão é de Lajeado Contracapa

Jornal O Informativo

no Auditório Itália, em Encantado


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