CÂMARA DE ENCANTADO
TRIBUNAL REPROVA CONTAS DE 2009 Arq uiv o
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Presidente da época precisa devolver cerca de R$ 140 mil
EVERALDO DELAZERI “Estou tranquilo. A Justiça Comum irá me absolver, assim como aconteceu com as contas de 2007” Páginas 5 e 6
Diogo Fedrizzi
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ESTREIA
PREÇO JUSTO
Protesto vai fechar o pedágio Página 7
Páginas 10 e 11
MILTON FERNANDO
Novidade no CASO METAMORFOSE Página 5
Coluna Milton Fernando
Jornal Opinião Encantado, 20 de janeiro de 2012
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milton@rdencantado.com.br
tribunal reprova contas da Câmara de 2009 Presidente da época garante tranquilidade Aconteceu na última quarta-feira (18), no Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, o julgamento das contas da Câmara de Vereadores de Encantado, exercício de 2009, quando era presidente Everaldo Delazeri. A decisão do tribunal foi por uma multa de R$ 1.500,00 e devolução de valores que chegam próximos a R$ 140 mil. O colunista entrou em contato com o vereador e este não manifes-
tou preocupação, já que, em 2007, o Tribunal de Contas também não aprovou as suas contas e o condenou a devolver dinheiro. Mais tarde, no Tribunal de Justiça, a decisão foi revertida. A seguir, reproduzo trechos do texto com o voto de Conselheiro Algir Lorenzon e, em seguida, na página 6, a manifestação do pedetista encantadense.
Divulgação TCE
Conselheiro ALGIR LORENZON
TRECHO 2 1.2 – Realização de despesas na promoção da 13ª semana da Câmara de Vereadores, ocorrida no período de 16 a 20-112009, em valor superior ao limite autorizado pelo próprio Poder Legislativo, mediante a emissão da Resolução nº 10/2009, de 28-10-2009. Além disso, ocorreram gastos com a divulgação do evento no mês de novembro, que não puderam ser incluídos no montante dos gastos totais, por falta de discriminação na nota fiscal. Contratação dos serviços de fotografia, filmagem e produção de DVD com terceiros quando, neste mesmo período, o Legislativo adquiriu uma máquina fotográfica, duas filmadoras e locou uma mesa de vídeo de oito canais para gravação e consecução de DVD. Pagamento de despesas com serviços de divulgação da Câmara, sem a devida identificação na nota fiscal do conteúdo, local, dias e horários dos servi-
ços prestados. Aquisição de alimentos e bebidas para o evento sem o devido processo licitatório. Desobediência aos dispositivos da Resolução nº 10/2009, sendo passível de restituição ao Erário o valor de R$ 5.420,00, que excedeu o limite de gasto autorizado para o evento. Não atendimento dos princípios constitucionais da economicidade e da razoabilidade, com sugestão de débito do valor de R$ 5.500,00, referentes a serviços de fotografia, filmagem e produção de DVD contratados com terceiros quando a Câmara possuía equipamentos para tal. Infringência ao artigo 63 da Lei federal nº 4320/1964, com sugestão de débito do valor de R$ 1.920,00, relativos a serviços de divulgação do evento, sem a devida liquidação da despesa. Infringência, também, ao artigo 2º da Lei federal nº 8.666/1993 (fls. 327 e 328).
TRECHO 1 Diante do exposto, com esses fundamentos, voto para que este Egrégio Plenário decida nos seguintes termos: a) imposição de multa a Everaldo Delazeri, no valor de R$ 1.500,00, por infração de normas de administração financeira e orçamentária, conforme previsto no artigo 67 da Lei Estadual nº 11.424/2000; b) fixação de débitos de responsabilidade de Everaldo Delazeri, correspondente aos fatos descritos nos itens 1.2 – realização de despesas em valor superior ao limite autorizado pelo próprio Legislativo Municipal com serviços de fotografia, filmagem e produção de DVD e de serviços de divulgação de
evento sem liquidação da despesa; 1.4 – realização de diversas despesas relativas a prestação de serviços e aquisição de materiais sem a devida liquidação; 2.1 - pagamento a empresa toyz Propaganda Ltda., em desconformidade com os termos do Contrato 005/09 e 2.2 - firmatura de novo contrato com a empresa toys Propaganda Ltda., visto que já possuía contrato firmado para os mesmos fins; c) remessa dos autos à supervisão de Instrução de Contas Municipais para elaboração do demonstrativo de multa e atualização dos débitos fixados, de conformidade com a Resolução vigente;
TRECHO 3 1.4 – materialização de despesas, relativas à prestação de serviços e aquisição de materiais, sem a devida liquidação. Requisitadas informações sobre o conteúdo das matérias pagas, veículos de comunicação, dias e horários da divulgação, assim como sobre o material entregue, a Administração Legislativa não se manifestou. Infringência ao artigo 63 da Lei federal nº 4.320/1964, com su-
gestão de débito no valor de R$ 24.211,50, correspondente a despesas sem a comprovação da liquidação. Descumprimento, ainda, do disposto no artigo 33, parágrafo 1º, da Lei Estadual nº 11.424/2000 e infringência aos artigos 31, 70, 71 e 74 da Constituição federal e artigos 70 e 71 da Constituição Estadual (fls. 332 e 333).
MEtAMORfOsE segundo informações recebidas por este colunista, no fechamento desta edição, o Caso Metamorfose teria sido arquivado novamente, conforme parecer da Dra. Karina Mariotti no dia 11 de janeiro. Informações que serão checadas para a próxima edição do Jornal Opinião no dia 27.
Coluna Milton Fernando TRECHO 4 2.1 – Pagamento à empresa toyz Propaganda Ltda., relativo à prestação de serviços publicitários da Câmara de Vereadores do Município de Encantado, sem apuração da quantidade de minutos falados, referente à veiculação na imprensa falada, e das quantidades de centímetros/coluna, referente à veiculação na imprensa escrita, em desconformidade com os termos do Contrato nº 005/2009 firmado pelo Legislativo. segundo a instrução, em regra, os valores foram pagos no limite máximo previsto no Contrato, embora nem sempre os anúncios veiculados na imprensa tivessem o mesmo tamanho. solicitada a apresentação da documentação pertinente à liquidação da despesa, a equipe de auditoria não teve a sua requisição atendida pela Administração do Legislativo. As publicações contêm nomes e
imagens dos vereadores, não podendo ser caracterizadas como divulgações de atos e/ou serviços da Câmara de vereadores. Desobediência aos princípios constitucionais da legalidade, moralidade, impessoalidade e economicidade previstos nos artigos 37 e 70 da Constituição federal, assim como a regra disposta no parágrafo 1º do artigo 37, também, da Carta Magna. Infringência ao artigo 63 da Lei federal nº 4.320/1964, com sugestão de débito do valor de R$ 67.610,00, referentes a despesas sem a devida fase da liquidação. Descumprimento aos artigos 31, 70, 71 e 74 da Constituição federal e artigos 70 e 71 da Constituição Estadual, assim como o disposto no artigo 33, parágrafo 1º, da Lei Estadual nº 11.424/2000 (fls. 337 a 339).
TRECHO 5 2.2 – O Poder Legislativo firmou o Contrato nº 006/2009, com a empresa toyz Propaganda Ltda., visando à prestação de serviços de assessoria de imprensa da Câmara Municipal de Vereadores, quando já possuía com a mesma empresa o Contrato nº 005/2009, cujo objeto engloba os serviços de divulgação de matérias, artigos e notas aos principais veículos de comunicação contratados no mais recente dos termos firmados. solicitada a apresentação da docu-
mentação pertinente à liquidação da despesa, a equipe de auditoria não teve a sua requisição atendida pela Administração do Legislativo. Infringência aos artigos 62 e 63 da Lei federal nº 4.320/1964, com sugestão de débito do valor de R$ 34.626,07, referentes a despesas pagas sem a devida fase da liquidação. Descumprimento aos artigos 31, 70, 71 e 74 da Constituição federal e artigos 70 e 71 da Constituição Estadual, assim como o disposto no artigo 33, parágrafo 1º, da Lei Estadual nº 11.424/2000 (fls. 339 e 340).
“ESTOU MUITO TRANqUILO” Everaldo Delazeri, presidente da Câmara de Encantado em 2009 Arquivo JO/Diogo Fedrizzi
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Jornal Opinião Encantado, 20 de janeiro de 2012
“A minha assessoria jurídica, coordenada pelo advogado silomar Garcia silveira, optou por não realizar prova oral no tribunal de Contas do Estado. fará a prova material no tribunal de Justiça, quando do julgamento do recurso. Estou muito tranquilo, já que o valor foi aplicado na Câmara de Vereadores, como provaremos no momento
oportuno, e vivi a mesma situação em 2007, quando também fui condenado a devolver valores e a Justiça Comum acabou me absolvendo e mantendo apenas a multa de R$ 1.500,00. Minha assessoria jurídica tem a convicção de que a decisão será a mesma da vez anterior, baseada na jusriprudência existente”.
Encantado
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Protesto vai fechar pedágio de Encantado no dia 25
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Comunidade encantadense se mostra indignada com o aumento da tarifa. Mobilização inicia às 18h de quarta-feira (25) DIOGO FEDRIZZI
Encantado - A exemplo do que aconteceu no ano passado, quando da mobilização Corrente Pela Vida, em decorrência das diversas mortes ocorridas na RS 129, lideranças da comunidade encantadense planejam outro ato. Agora, o alvo são os pedágios. Na próxima quarta-feira (25), às 18h, um protesto em frente à Santinha do Perau, próximo à Praça de Pedágio de Encantado, vai paralisar o trânsito por uma hora. A iniciativa partiu depois de manifestações na rede social Facebook. Integrantes da página intitulada de Grupo Encantado/RS publicaram diversos comentários repudiando o aumento de R$ 6,00 para R$ 6,70. A movimentação resultou em uma reunião, realizada na
Diogo Fedrizzi
terça-feira (17), na Câmara de Vereadores. Cerca de 20 pessoas participaram, entre eles, os vereadores Eldo Orlandini e Jonas Calvi, o secretário Luciano Moresco e a presidente da Câmara de Roca Sales, Mara Rösing. Os participantes formaram uma comissão representativa formada por Jonas Calvi, Maurício Lasta, Daiogui Diogo Spessatto, Carlo Mazziero, Fernando Togni, Gustavo Mezzomo e Ana Paula Gotardi. Um novo encontro na próxima segunda-feira (23) vai concluir os detalhes da mobilização. A ideia é contatar com deputados, entidades e empresas para se engajarem. “Queremos fazer uma movimentação pacífica para chamar a atenção e, depois, levarmos essas manifestações ao governo do Estado e aos responsáveis”, explicou Jonas Calvi. Diogo Fedrizzi
Concentração será na “Santinha do Perau” Diogo Fedrizzi
Praça de Encantado terá circulação de veículos interrompida
Grupo começou a organizar a mobilização em reunião, na terça-feira (17), na Câmara de Vereadores
Governo se reúne com Univias e tenta reduzir valor das tarifas Em reunião com o representante do consórcio Univias, que administra os polos de pedágios da região Metropolitana, de Lajeado e Caxias do Sul, o coordenador da Assessoria Superior do Governador, João Victor Domingues, reafirmou na terça-feira (17), no Palácio Piratini, a disposição do Executivo em reduzir as tarifas cobradas pela empresa. Além de diminuir o valor do pedágio, o Estado propõe a manutenção dos investimentos previstos. Mais do que rechaçar a continuidade do modelo atual de cobrança, João Victor afirmou que o Governo do Estado mantém a exigência de acabar com a praça de Farroupilha, adotar um modelo mais transparente e criar um conselho de usuários. "Não queremos a continuidade de um modelo que não prevê uma prestação de serviço de qualidade por parte das concessionárias", garantiu. Uma consultoria deve ser contratada pelo Governo do Estado até maio para apontar um diagnóstico sobre um possível desequilíbrio nas tarifas. Em 90
Eduardo Seidl
Representantes da Univias estiveram na sede do governo gaúcho dias, a consultoria apresentará os resultados dos estudos. Vários fatores podem ser levados em consideração para a diminuição das cobranças. João Victor explica que existe a possibilidade de testar uma cobrança regionalizada das tarifas, a partir da realidade de cada região diminuir. "A proposta que nos trouxeram é de R$ 4,40, e nós achamos que podemos reduzir para R$ 3,80, R$ 4, mas sem prejuizo do volume de investimentos sinalizados de R$ 1 bilhão. Isto tudo influencia, inclusive na elaboração de um novo modelo e mesmo na forma de licitação",
acrescentou. Conforme João Victor, a primeira alternativa do Estado é a constituição de um novo modelo por licitação. "O ambiente de conversação ajuda, inclusive para que não tenhamos uma batalha judicial que inviabilize a alteração do modelo", disse. Advogado do Univias, Ricardo Breier afirmou que a empresa vai repensar critérios técnicos e avaliar os valores cobrados pela empresa. "Os contratos preveem alguns indicativos importantes e mexer nisso agora pode também mudar o índice e aumentar os índices de desequilíbrio", destacou.
Aprovação dos ouvintes A ideia de paralisar o trânsito na Praça de Pedágio de Encantado ganhou força com a aprovação da comunidade. Na terça-feira pela manhã, durante duas horas, as Rádios Encantado AM e Energia Pop fM fizeram uma pesquisa com os ouvintes. A pergunta “Você é a favor da manifestação na Praça de Pedágio de Encantado?” recebeu 97,7% de respostas positivas.
Novos valores do pedágio Veículo de passeio e utilitários - R$ 6,70 Veículo comercial 2 eixos - R$ 8,40 Veículo comercial 3 eixos - R$ 12,60 Veículo comercial 4 eixos - R$ 16,80
Veículo comercial 5 eixos - R$ 21,00 Veículo comercial 6 eixos - R$ 25,20 Veículo de passeio com reboque - R$ 10,00 Veículo de passeio com reboque - R$ 13,40 * na praça de pedágio de Marques de Souza (BR 386) aplica-se o dobro dos valores.
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Jornal Opinião Encantado, 20 de janeiro de 2012
Geral
Municípios ameaçados de extinção recebem apoio dos deputados Acolher o convite do senhor! Na liturgia deste domingo, veremos que prisão de João Batista, ao contrário do que muitos pensavam, não intimidou Jesus, pelo contrário, o encorajou ainda mais para dar início à missão que o Pai lhe designara. O Reino de Deus está presente no meio de nós na pessoa de Jesus e a única condição para fazermos parte deste reino de amor é a conversão do nosso coração. Jesus continua a nos falar do Reino, quando aceitamos a sua mensagem, ocorre uma mudança radical em nós, passamos a ser parecidos com Ele, a olhar o irmão com o Seu olhar, a imitar as suas ações. Quando Jesus nos diz: “O reino de Deus está próximo” Ele fala de si mesmo, pois a sua pessoa, é a própria presença do Reino de Deus. São muitas as pessoas necessitadas das mãos de Deus nas nossas mãos, dos passos de Deus nos nossos passos, das suas palavras em nossa boca. Jesus nos delega a missão de ser no mundo, um sinal de sua presença, libertando os males que afligem a humanidade com o anúncio de um Reino de paz, de amor e de justiça, capaz de levantar e animar os abatidos. Nossa missão deve se desenvolver em clima de gratuidade, humildade e desprendimento. É a certeza da presença de Jesus, que nos motiva a confiar e a assumir com mais empenho e alegria, a nossa cumplicidade no anuncio de todas as propostas do Reino. A todo instante, somos chamados a ser discípulo e missionários do Senhor. Todos são chamados, Jesus não faz restrições de pessoas. Ele nos provou isso quando chamou os primeiros discípulos, pessoas simples como nós. Para seguir Jesus, não é preciso possuir nenhum curso acadêmico, podemos anunciá-Lo até mesmo no silencio do nosso testemunho de vida. Para assumirmos esta missão tão necessária no mundo, é preciso apenas ter o coração aberto e disponibilidade de servir. A caminhada do discípulo que se faz missionário é árdua, mas gratificante, pois é regida pela lei do amor. Ser feliz, é converter-se, é deixar que Jesus seja tudo em nós! Pastoral da Comunicação Paróquia são Pedro - Encantado
Encontro na Assembleia Legislativa definiu estratégia para impedir que 30 cidades gaúchas voltem à condição de distritos Eduardo Quadros/AL
Futuro presidente da AL, Alexandre Postal (à direita) participou da reunião com os prefeitos Porto Alegre - O atual presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adão Villaverde (PT), o próximo presidente, que toma posse no dia 31 de janeiro, Alexandre Postal (PMDB) e o presidente da Comissão de Assuntos Municipais da Casa, deputado Cassiá Carpes (PTB), reuniram-se na quartafeira (18) com o presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Mariovane Weis, e com prefeitos e representantes dos 30 municípios que estão sob ameaça de uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin). Essa ação pode rebaixar 30 municípios gaúchos à condição de distrito. Weis relatou, ao abrir a reunião, que o objetivo do encontro é solicitar que a Assembleia Legislativa trace, juntamente com eles, uma estratégia para evitar que as cidades criadas por lei em 1996 percam o status de
município. Villaverde relatou que, já alertado por Cassiá sobre o assunto e sobre o desejo dos administradores de realizar uma conversa com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ajudou a articular uma reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT/RS). A reunião ocorreu na quinta-feira, no gabinete do prefeito de Tramandaí. O deputado Cassiá representou a Casa. “Os prefeitos podem contar com a Assembleia para que esse assunto seja encaminhado da melhor forma. A ideia é que possamos marcar esta audiência com o STF. Esse passo é muito importante para que possamos intervir de forma oficial nessa questão”, disse Villaverde. Postal reiterou sua posição parlamentar municipalista e disse considerar essa medida totalmente
prejudicial para os milhões de moradores dessas cidades. Lembrou que votou pela criação desses municípios e que por esse motivo é um defensor do pleito da Famurs e dos prefeitos. A Adin partiu da ProcuradoriaGeral da República e questiona as leis complementares estaduais que deram origem aos municípios. A ação teve início com a tentativa de impedir a emancipação de Pinto Bandeira, que chegou a se tornar município, mas voltou à condição de distrito de Bento Gonçalves em 2004. Weis acredita que uma liminar de efeito retroativo extinguindo essas cidades emancipadas acarretaria uma série de prejuízos. “Cada prefeitura tem estrutura montada nas áreas de saúde e educação, conta com maquinários e também um corpo de funcionários. O que aconteceria com tudo isso?”, questionou.
Prefeitos de Westfália e Coqueiro Baixo se mostram tranquilos DIOGO FEDRIZZI O prefeito de Westfália, Sérgio Marasca, diz estar tranquilo com a situação. Segundo ele, a ação originou do interesse de uma Associação em Defesa do Território de Bento Gonçalves, formada por vereadores e outras pessoas da cidade serrana contra a instalação do município de Pinto Bandeira. “É uma questão mais pessoal do PP de Bento Gonçalves. Não é estadual, até porque dentro dos 30 municípios são oito prefeitos do PP, inclusive, em Coqueiro Baixo. Tenho certeza que isso não vai adiante”, disse. “Estamos nos precavendo, mas não vejo maiores problemas quanto a isso. Há quatro anos, nesta mesma época, também começou
esse movimento. Parece que estas ações são sempre em período pré-eleitoral”. Marasca argumenta que todos estes municípios estão em ascensão. Segundo ele, o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) está na faixa de R$ 5,4 milhões. “Os 30 municípios representam mais de R$ 160 milhões por ano”, salienta. O prefeito de Westfália destaca ainda que os recursos extras da União com educação, saúde, emendas e projetos em nível federal atingem uma média de R$ 3 milhões por município, que representa cerca de R$ 90 milhões. “Só de recursos extras esses 30 municípios representam mais de R$ 250 milhões de receita. E os municípios-mãe nunca vão ter esse valor para investir nas cidades
emancipadas. Todos os que se emanciparam na região estão muito bem. Tenho certeza que vai prevalecer o bom senso sobre isso”, comentou. O prefeito de Coqueiro Baixo, Adélcio Sestari, está indignado com a medida da Associação de Bento Gonçalves, mas não se mostra preocupado. “Tenho certeza que se fosse uma doença, não iria morrer deste mal. É só para encher o saco. Tem gente que não tem o que fazer”, afirmou. Para Sestari, a população pode ficar tranquila que nada vai ser modificado. “Du-
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Sérgio Marasca, prefeito de Westfália vido que vamos perder a condição de município. Sempre em véspera de eleição, eles fazem isso”, acrescentou.
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MP de Encantado pode firmar TAC com AESSul Promotora Karina Mariotti pediu levantamento detalhado sobre a situação real da estrutura de abastecimento de energia elétrica no município
DIOGO FEDRIZZI Encantado - A promotora de Encantado, Karina Mariotti, recebeu na tarde de quarta-feira (18) uma comitiva de encantadenses preocupada com as constantes quedas de energia elétrica no município. Liderado pelo presidente da Comissão Especial de Infraestrutura da Câmara de Vereadores, Jonas Calvi, o grupo fez um relato sobre a falta de soluções por parte da empresa concessionária AESSul. Conforme Karina, os problemas apresentados vêm se agravando, as quedas de energia elétrica estão se intensificando e, com isso, comerciantes, agricultores, empresários e todos que dependem de um bom funcionamento do sistema sofrem prejuí-
Diogo Fedrizzi
zos consideráveis. “Em nossa cidade, por exemplo, temos empresas que trabalham com produtos que dependem de congelamento, como é o caso dos fabricantes de sorvete”, relatou. A promotora garantiu que o Ministério Público está disposto a colaborar, principalmente, em agilizar o contato com a AESSul para que as ações de melhoria sejam implementadas. Porém, ela sugeriu que, num primeiro momento, seja feito um mapeamento da real situação do município. “Precisamos ter um panorama, ver quais são as falhas, as demandas, diagnosticar onde está se verificando a prestação de serviço mais deficiente”, disse. “Essa demanda precisa vir embasada por elementos técnicos para que possamos tomar as
medidas cabíveis ao caso”.
Envolvimento Segundo Karina, a participação da Câmara de Vereadores e do Executivo é necessária. “Tenho certeza que o município vai colaborar fornecendo os dados de como funciona a prestação de serviços da AESSul em Encantado. A partir daí poderemos adotar medidas para a melhoria do serviço”, acrescentou. O vereador Jonas Calvi saiu satisfeito do encontro. “É importante a participação do MP no processo. Inclusive, com esse levantamento que nos foi solicitado, a promotora nos disse que até poderá providenciar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a AESSul”, disse o parlamentar.
Na sede do Ministério Público: Thiago Vian, Karina Mariotti, Jonas Calvi, Daiogui Spessato e Edionei Triches
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Jornal Opinião Encantado, 20 de janeiro de 2012
Especial A partir desta edição, o Jornal Opinião inicia uma nova série de reportagens: “Gente Nossa Pelos Ares”. A proposta é resgatar a história de profissionais da aviação que nasceram ou são filhos de encantadenses. O nosso primeiro personagem é Gustavo Giovanella, 29 anos. Piloto da TAM Linhas Aéreas, ele é filho da encantadense Márcia Maria Giovanella e de Ney Celso Siqueira Cobucci. Atualmente, Gustavo reside em Porto Alegre e é noivo de Débora Cirtoli.
Gustavo Giovanella 2 9 a no s piloto da TAM
PRODUÇãO E REPORTAGEM: DIOGO FEDRIZZI E ÂNGELA REALE FOTOS: ARqUIvO PESSOAL
A
ideia de se tornar um profissional da aviação surgiu na infância, nos tempos em que costumava passar as férias na casa dos avós, no interior de Encantado. O avô Arlindo Pedro Giovanella, já falecido, sugeriu a carreira de piloto. “Ele sempre dizia que, com isso, ele e a avó, Diolinda Cervi Giovanell, teriam a possibilidade de viajar e conhecer o Brasil inteiro. Mas infelizmente não pude concretizar este sonho”, conta Gustavo. “Eu sempre dizia que gostaria de trabalhar sem rotinas ou horários pré-estabelecidos e, a partir do comentário do avô, não pensava em outra coisa”. Quando completou 16 anos, Gustavo foi levado pelo pai ao aeroclube de Belém Novo, em Porto Alegre, sede da Escola de Aviação Civil, para conversar com um dos diretores da instituição. “Ele me perguntou se eu tinha o vírus da aviação em meu sangue e passou a fazer algumas observações do que seria se tornar um profissional da aviação, expôs os prós e contras da profissão”, conta. “A partir daquela conversa, definitivamente, decidi que era o que mais queria para meu futuro”. Durante um ano, Gustavo estudou a parte teórica. E, aos 18 anos, ingressou naquela que chama de a parte mais gosta do curso, as aulas práticas. Nesse período, fez o primeiro voo solo. Em seguida, começou a trabalhar no aeroclube na área de ope-
n me pergu ) o ã ç ia v A de eu sangue r da Escola m o t m e e ir o d ( ã ç le “E avia ões do que o vírus da ç a a h v r in e t s u b e o as tou se ão, expôs azer algum ç f ia a v u a o a s s d a l na ep ela m profissio u r a artir daqu n p r o A t . e o s ã s ia is r f se ue p ro ontras da que era o q c i e id s c ó e r d p , e s t o . en eu futuro” efinitivam m d , a a r s a r p e v ia n r co mais que rações, fazendo voos panorâmicos de avião e planador, acumulando horas de voo. Mudança para Curitiba Em 2001, quando estava pronto para ingressar no ramo, com todos os brevês necessários para ser contratado por uma companhia aérea, Gustavo teve uma grande decepção com o declínio das empresas aéreas, pelo fato do atentado ocorrido no World Trade Center, nos Estados Unidos. “Mesmo assim, não desisti do meu sonho e fui em busca de empresas parti-
culares que exigiam experiência de voo. Foi então que a ficha começou a cair e comecei a ver que não seria tão fácil ingressar em uma companhia aérea”, lembra. A partir de então, um amigo do pai dele, que já era piloto de linha aérea, sugeriu que Gustavo se mudasse para a cidade de Curitiba e que procurasse fazer uma faculdade voltada para o ramo da aviação, além de se aproximar de outros profissionais que já estavam no ramo, em companhias aéreas de pequeno porte, junto ao Aeroporto do Bacacheri. Ao mesmo tempo, Gustavo retomou o
contato com amigos do tempo de treinamento no Rio Grande do Sul. Um deles havia se transferido para a cidade de Rondonópolis, no Mato Grosso, e lá fazia voos de aerolevantamento. “Numa sexta-feira à noite, ele me ligou perguntando se eu gostaria de voar no lugar dele, até porque tinha decidido voltar para o Sul e fazer um curso para piloto agrícola. Não tive dúvida em agarrar aquela oportunidade de começar minha carreira acumulando horas de voo para que um dia pudesse ingressar em uma empresa comercial de grande porte”, comenta.
A trajetória até ser contratado pela TAM Sem avisar os pais, Gustavo arrumou as malas e partiu de ônibus para Rondonópolis. “Fui sem saber onde ficava. Sabia apenas que passaria 24 horas viajando em busca de meu grande sonho”, diz. Na chegada a Rondonópolis, no domingo à noite, ele foi recebido pelo amigo, que logo lhe mostrou onde iria morar e a aeronave que iria trabalhar. “Quando liguei para meus pais dando a noticiam eles ficaram apavorados com tamanha loucura, não queriam acreditar que estava tão longe sem falar nada, sequer pedir a opinião deles”, confessa. Gustavo permaneceu dois anos em Rondonópolis fazendo voos de aerolevantamento com aeronaves monomotoras do modelo CESSNA, acumulando horas, experiência de voo e de vida para conquistar objetivos mais altos e distantes. “Aprendi muito, cresci com a
vida. Porque enquanto estava debaixo da asa dos pais, a realidade era completamente diferente. Enfrentei desafios que me levara a retornar a Curitiba e iniciar meu curso superior em Gestão na Aviação Civil além de dar continuidade no curso de Inglês que é fundamental para quem deseja ingressar no ramo”, salienta. surpresa no dia da formatura Em seguida, Gustavo conseguiu um emprego em uma empresa de táxi aéreo e, já com uma trajetória acumulada, permaneceu por mais dois anos no mesmo trabalho. Após saber que estava com as horas de voo suficientes, e também com a experiência capaz de ingressar em uma grande empresa, ele enviou o currículo para as companhias aéreas. “Fui selecionado por uma delas para uma entrevista seguida de uma prova sele-
tiva que, para minha surpresa, estava marcada para o dia de minha formatura. Com todos os familiares e amigos presentes em Curitiba para minha colação de grau recebi um telefonema da gerente de Recursos Humanos da empresa TAM comunicando-me que havia sido selecionado e que a contratação seria imediata”, recorda. “Desde então sou piloto de linha aérea voando pelo Brasil e América Latina com um sonho realizado graças a minha luta, apoio dos meus pais e a oportunidade dessa grande empresa aérea TAM”.
Especial entRevista:
Jornal Opinião Encantado, 20 de janeiro de 2012
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“É como estar em um escritório com uma vista deslumbrante”
JORNAL OPINIãO - COMO é O sEu COMO é A JORNADA DE tRAbALhO DE uM PILOtO? Gustavo - Meu dia a dia é sem rotinas, sem feriados ou finais de semana. Os pilotos têm uma escala de voo mensal. Nesta escala saem os dias de voos e os dias de repouso. São obrigatórias oito folgas no mês, sendo uma folga social, que é um final de semana. DIA A DIA?
JO - COM A O CREsCIMENtO DAs EMPREsAs AéREAs NO PAís, é fáCIL GANhAR A VIDA VOANDO?
Gustavo - A vida de piloto não é fácil como qualquer outra profissão. JO - A
VIDA DE uM PILOtO tEM
uM CERtO GLAMOuR PARA quEM Vê DE fORA. IssO é MItO Ou VERDADE?
Gustavo - Anos atrás, a aviação tinha muito glamour nos tempos áureos da VARIG. Hoje em dia, a aviação se popularizou e esse glamour diminuiu. JO - MuItOs tENtAM E CONsEGuEM, OutROs DEsIstEM NO MEIO DO CAMINhO. quAL O PRINCIPAL ENtRAVE PARA A fORMAçãO DE NOVOs PROfIssIONAIs?
Gustavo - A aviação é muito exigente, demanda muito esforço e estudo ao longo da formação de um piloto. No decorrer da carreira profissional, muitos desistem pelas exigências dessa profissão. JO - DuRANtE O sEu tRAbALhO,
Na cabine: o pai Ney, a mãe Márcia e o filho/piloto Gustavo DIfíCIL quE VOCê Já ENfRENtOu?
Gustavo - Anos atrás, quando eu voava em uma empresa de táxi aéreo, durante a decolagem, um dos motores da aeronave parou de funcionar. Cumprimos os procedimentos previstos e retornamos imediatamente para o aeroporto.
Gustavo - Você nunca pode se esquecer da responsabilidade de estar transportando centenas de vidas a bordo. JO - quAL fOI O MOMENtO MAIs
JO - O quE MOVE Os PAssAGEIROs A tIRAR uMA fOtO COM O PILOtO NA
JO - hOJE
VOCê é fORMADO PI-
LOtO E tRAbALhA NA PROfIssãO.
MAs VOCê tEM OutRA tAMbéM? Gustavo - Não.
O quE é IMPORtANtE E JAMAIs PODE sER EsquECIDO PELO PILOtO?
cialmente pilotos com formação acadêmica e experiência de voo de aproximadamente 800 horas. Conclui minhas horas de voo no Aeroclube do Rio Grande do Sul e a graduação em Gestão na Aviação Civil em Curitiba.
JO - quANtOs
ANOs DE EstuDO
sãO NECEssáRIOs PARA A fORMAçãO DE PILOtO DE AVIãO?
Gustavo - São necessárias 150 horas de voo para a formação de um piloto comercial e, hoje em dia, as companhias aéreas estão contratando preferen-
CAbINE? ExIstEM MuItOs PEDIDOs?
Gustavo - Muitas pessoas têm curiosidade em saber como que é a cabine do avião. Então, o jeito de conhecê-la é pedindo para tirar uma foto. Além de conhecer a cabine, a pessoa já fica com uma recordação do voo. Sim, existem muitos pedidos. JO - NO sEu PRIMEIRO VOO sOLO, VOCê sENtIu “uM fRIO NA bARRIGA”?
PAssOu MAL? fOI EMOCIONANtE? Gustavo - O primeiro voo solo a gente nunca esquece. Já faz mais de 10 anos e eu ainda lembro da matrícula da aeronave, um voo emocionante cheio de recordações. JO - COMO é sE sENtIR NAs NuVENs? E O quE sIGNIfICA Céu DE bRIGADEIRO?
Gustavo - Para mim estar nas nuvens é como estar em um escritório com uma vista deslumbrante. O céu de brigadeiro é aquele céu azul, sem nenhuma nuvem. Antigamente, os brigadeiros da aeronáutica preferiam voar quando o céu estava azul. Então quando um brigadeiro es-
Gustavo com a noiva Débora
tava voando as pessoas falavam que hoje o céu é de brigadeiro. JO - ENquANtO VOA, VOCê Já VIu (OVNI)?
ALGuM ObJEtO VOADOR
RELAtE
uM fAtO ENGRAçADO quE
ACONtECEu COM VOCê.
Gustavo - Eu nunca vi nada de suspeito a não ser estrelas cadentes que são um fenômeno muito bonito de ser visto.
atento para a passagens de zonas de turbulência que passamos por várias áreas de instabilidade como a Linha do Equador, conhecida como ITCZ, por onde passou o avião da Air France (aquele que caiu em 2009). JO - O Céu é O LIMItE? Gustavo - Não, o limite é a sua força de vontade de alcançar aquilo que almeja.
JO - VOCê é PILOtO DE VOOs NACIONAIs Ou INtERNACIONAIs? quAL é
JO - A
CAbINE DE uM AVIãO é
A DIfERENçA?
ChEIA DE bOtõEs. VOCê NuNCA APER-
Gustavo - Sou piloto de voos nacionais, mas, atualmente, faço voos além do Brasil na América Latina.
tOu uM bOtãO ERRADO?
JO – quAL A DIfERENçA? Gustavo - Nos voos internacionais, a preparação é maior do que nos voos domésticos. Vale lembrar que nos voos para Europa, por exemplo, se voa em torno de sete horas sobre o Oceano Atlântico, sem muitas opções para pousos em caso de alguma intempérie. Desde a preparação do voo por parte dos mecânicos que são dois, e não um como nos voos domésticos, e cada um checa as informações que o outro já checou. Estes voos também são realizados por quatro pilotos e não dois como nos voos nacionais. Para se ter uma ideia, em um voo para Europa, a aeronave carrega cerca de 150 mil litros de querosene.Em voo de Cruzeiro, tem que estar muito
Gustavo - A cabine do avião tem muitos botões, por isso, estudamos e realizamos voos em simulador periodicamente para que não haja falhas, pois a aviação não aceita erros. JO - VOCê Já VIu suA CAsA Lá DO ALtO?
Gustavo - Com certeza, sempre quando passo por ela eu a vejo. Quando estava voando no aeroclube saí de Porto Alegre e fiz questão de ir até Encantado voando para tirar uma foto aérea da casa dos meus avós e presenteá-los. JO - DEIxE
uMA MENsAGEM AOs
JOVENs quE sONhAM COM EssA PROfIssãO.
Gustavo - Nunca duvidem do seu potencial e nunca deixem de acreditar nos seus sonhos, pois com força de vontade o céu não tem limites.
se você conhece outra pessoa ligada a Encantado que trabalha no ramo da aviação nos avise pelo email diogo@opiniaojornal.com.br
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Cultura
Jornal Opinião Encantado, 20 de janeiro de 2012
Professor pesquisa a história dos Agostini Sérgio Agostini, morador do Bairro Jacarezinho, iniciou investigação há cerca de 20 anos. Mais de 40 mil descendentes já foram apurados
Diogo Fedrizzi
DIOGO FEDRIZZI Encantado - Ao longo da trajetória como professor, Sérgio Agostini seguidamente era questionado pelos alunos e pelos próprios parentes sobre a história das diferentes famílias italianas que se fixaram na região. As dúvidas mais comuns se referiam à origem dos imigrantes e aos motivos da vinda ao Brasil. A aposentadoria na década de 90 proporcionou a Sérgio o tempo e a tranquilidade para colocar em prática uma de suas vontades, a de investigar o passado da família e a iniciar a construção da Árvore Genealógica. O resultado do árduo trabalho está exposto na parede da casa, localizada às margens da RS 425, no Bairro Jacarezinho, em um painel com milhares de nomes e ramificações de descendentes.
Entrevista com parentes próximos Inicialmente, a metodologia utilizada foi a de entrevistar pessoas idosas da própria localidade. “Conversava muito com minha mãe. Convivi também com várias tias que morreram com mais de 100 anos. Isso me possibilitou resgatar importantes histórias”, conta. O trabalho ganhou força após a aproximação com o agropecuarista Cláudio Agostini, morador do Mato Grosso, e com Celso Agostini, já falecido, de Garibaldi. Os três passaram a ser conhecidos na família como ´Os pesquisadores dos Agostini´. O foco das investigações se concentrou na pequena cidade italiana de Matarello, situada a 10 quilômetros da capital
Sérgio dedica boa parte do tempo de professor aposentado para registrar e guardar a história de seus descendentes Trento, da província de Trento, local onde havia um grande grupo de Agostini. De lá, Helena Agostini, uma senhora de 80 anos que prestava serviços na Casa Paroquial da localidade, começou a ceder importante material a respeito dos descendentes. Mais tarde, a pesquisadora italiana Antonietta Tafner se juntou ao trabalho e passou a remeter
cópias de documentos oficiais, como certidões de nascimento, óbitos e registros de batismos, que comprovavam a veracidade dos nomes e das datas.
Mais de 40 mil descendentes Todo o material está arquivado em pastas, que compõem um relatório de quase mil pági-
nas, que ficam sob os cuidados de Sérgio. “Com as informações da Antonietta, nós conseguimos construir o primeiro organograma da família. Ali, descobrimos o primeiro Agostini, o Odorico, nascido no final dos anos 1.500”, afirma Sérgio. Hoje, são mais de 40 mil descendentes catalogados. “Levamos cerca de 20 anos para chegarmos a uma
demonstração que pudesse ser compreensível. São 15 gerações documentadas desde o ano 1580 até os dias de hoje”. A organização recebeu o reconhecimento familiar, tanto que, em 2005, foi criada a Associação da Família Agostini (AFA), com regras e estatuto. A AFA é responsável por realizar as tradicionais festas de reencontro dos Agostini.
O primeiro imigrante Giovanni Batista Antônio Agostini foi o primeiro imigrante da família e chegou ao Brasil por volta de 1875 com a esposa Angela Ferrari e os filhos Giovani Batista, de oito anos, e Felice Antônio, de quatro anos. Em terras brasileiras, o casal teve mais três filhos: Ângelo, Catarina e Antônio. Inicialmente, eles se estabeleceram em Linha Figueira de Mello, interior de Garibaldi, onde ficaram até 1892. Depois, se mudaram para Jacarezinho, em
Encantado. “Quando chegaram aqui adquiriram quatro colônias de terras, dando uma para cada filho homem e um dote de 500 mil Réis para a filha Catarina. Fixaram residência onde hoje é a propriedade do bisneto Reni Agostini”, revelam as anotações de Sérgio. Giovanni Batista Antônio faleceu em 1909, sob os cuidados do filho Ângelo, em Nova Bréscia. Os restos mortais encontram-se no jazigo da família Agostini, no Cemitério Católico de Nova Bréscia.
Nome de Giovanni aparece em destaque no Mural da Árvore Genealógica
Cultura
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Jornal Opinião Encantado, 20 de janeiro de 2012
Origem histórica do sobrenome Agostini O sobrenome italiano Agostini é considerado pelos estudiosos deste campo como proveniente de uma estilização do próprio nome do pai, em outras palavras, derivado do nome do antepassado que deu origem à família. O sobrenome Agostini deriva do próprio Agostino, uma variante de Augusto, do latim “Augustus”, que significa “consagrado dos angúrius”. O “i” final é somente considerado uma forma plural do nome, como tal indica a descendência direta ou pertencente à
família de um certo Agostino. As numerosas variantes de Agostini são os seguintes nomes: Agosto, Agosta, De Agostini, D´Agostino, D´Agostini, Agostinelli, Agustinati, entre outros. Na história, a família Agostini tem seu nome reconhecido por haver muitos cidadãos dignos de notoriedade. Do ano de 923 a 1800 encontram-se alguns nomes. Em Ferrara e Pávia, a família nobre recebeu através de Eugênio Agostini o brasão da família.
Antônio Agostini foi conselheiro de Pzza. Em Veneza destacam-se Matteo Agostini, poeta latino; Giuseppe Agostini, jesuíta e professor de Filosofia; Camilo Agostini, matemático; Francesco Agostini, legislador; Giovani Agostini, cantante lírico e pintor; Orlando Agostini, professor de Física. Conforme o jornal L´Osservatore Romano, o veronês Zeferino Agostini é beato da igreja católica, candidato a Santo. * texto extraído da pesquisa de Sérgio Agostini
Diogo Fedrizzi
Brasão da Família Agostini
Cópias de documentos oficiais, vindos da Itália, foram arquivadas em pastas
Marchi Segundo Sérgio, o nome da família Agostini aparece em quase 1500 cidades da Itália. No passado, como os nomes eram muito repetidos, eram colocados apelidos para identificar o segmento familiar. “O tronco ao qual pertencemos é dos Agostini (Marchi) pelo fato de que em quatro gerações consecutivas o primeiro filho homem da família recebeu o nome Marco”, explica.
Coincidência Maria Teló, esposa de Sérgio Agostini, também é descendente de Agostini. “Fomos descobrir, após a construção da Árvore Genealógica, que somos parentes”, brinca Sérgio.
Cantor Michel teló é descendente de Agostini Uma das maiores celebridades da atualidade, o cantor Michel Teló, do sucesso ‘Ai Se Eu Te Pego”, também aparece na Árvore Genealógica dos Agostini. Ele está colocado em uma das últimas listas de descendentes. Michel é filho de Aldoir Telló e Leonila Dallegrave; neto de Luis Teló e Sensina Agostini Locatelli; e bisneto de Carolina Agostini. Recentemente, jornalistas italianos mostraram
interesse em resgatar as origens de Michel na Europa. Sérgio Agostini já enviou parte do material pesquisado para o pai do cantor que servirá de referência para a reportagem.
Divulgação
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Jornal Opinião Encantado, 20 de janeiro de 2012
Roca Sales
Estado recebe projeto para asfalto em Fazenda Lohmann “Um dia alguém tem que fazer alguma coisa, parar de prometer e começar a trabalhar com os pés no chão”, diz prefeito Fontana Arquivo JO/Diogo Fedrizzi
existia um projeto. Então providenciei um. Não existia nenhuma documentação junto ao governo do Estado. Hoje, graças a Deus, a gente andou bem rápido nesse assunto, conseguimos uma audiência com o Beto Albuquerque (Secretário de Infraestrutura e Logística) no dia 28 de dezembro, e protocolamos o pedido dessa pavimentação no dia 2 de janeiro de 2012. Agora, já temos os documentos e o projeto. Até o secretário brincou comigo de que a gente não está indo só pedir, a gente já está apresentando a solução.”
forças Políticas
JOILSON PEREIRA Roca sales - Na última semana, o Jornal Opinião registrou o problema enfrentado pelos moradores de Linha Fazenda Lohmann, localidade cortada pela RS 129, e que apresenta, no trecho de oito quilômetros entre os municípios de Roca Sales e Colinas, cerca de 10 famílias protestando contra as autoridades responsáveis pela manutenção da estrada, com placas que estampam os dizeres:
“Sem asfalto, sem voto”. A principal reclamação dos moradores é quanto à poeira que invade as casas devido ao intenso movimento de carros e caminhões que, segundo eles, aumentou após a instalação do pedágio em Encantado na RS 130. Nesta edição, o prefeito de Roca Sales, Amilton Fontana, fala sobre a situação. Confira os principais trechos da entrevista.
Manifestação dos moradores
Joilson Pereira
Caminhões usam o trecho como desvio para o pedágio de Encantado
“Eu acho que (esta manifestação) não causa nenhum desconforto, porque eles têm o direito de reclamar e a gente tem o dever de ouvi-los e dar um bom andamento para este assunto.
Ações já realizadas “A gente (Administração Municipal) está tomando providências. Desde o primeiro dia que assumi a prefeitura, dia 29 de setembro, isso faz três meses e pouco, a gente está tomando providências. Em primeiro lugar, não
“Eu acho que a gente está no caminho correto, porque, para fazer uma obra, precisa de projeto, e o nosso projeto já está junto ao governo do Estado. Ele tem que passar agora por uma avaliação do DAER. Estamos aguardando a aprovação do DAER. Já estou trabalhando politicamente com minhas forças, pessoas que têm bastante influência junto ao Estado.”
Município quer ser parceiro “Com certeza, o município quer ser parceiro nesta obra. A gente não está querendo que o governo entre com todo o valor, mesmo que a gente saiba que é uma responsabilidade do Estado, o município quer entrar com uma contrapartida e ajudar a concluir esta obra.”
Ações paliativas
“A gente sempre dá uma atenção a essa estrada. Eu acredito que foi feita uma recapagem, mas a questão da poeira é uma questão natural. Se a gente coloca brita também dá poeira. Sabemos que esse trecho também é um desvio de pedágio, a população sabe que o movimento é grande por causa desse desvio. Vamos dar prioridade a esse caminho para dar um conforto a esses moradores. Mas agora, com essa questão da estiagem, eu não posso destinar um caminhão para molhar a estrada quando eu tenho agricultores que não tem água para os animais. São situações complicadas. O município não pode assumir um compromisso desses. A gente pode ajudar naquilo que for necessário, mas têm coisas que são praticamente impossíveis.”
Promessas “Há moradores que estão há 40 anos na beira dessa rodovia. Um dia alguém tem que fazer alguma coisa, parar de prometer e começar a trabalhar com os pés no chão. Estamos tentando isso, não prometemos nada, mas estamos trabalhando muito para que a gente possa, juntamente com a comunidade, fazer essa obra. Não sei se nesse ano, ou ano que vem, ou ainda quando vai ser, mas o primeiro passo já foi dado, foi protocolado o projeto. Agora, a gente tem que trabalhar, porque não depende só do município, vai depender do Estado que vai bancar a fatia maior.” Joilson Pereira
Placas com dizeres de protesto foram espalhadas pela estrada
Roca Sales/Geral
Jornal Opinião Encantado, 20 de janeiro de 2012
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Câmara de Roca também organiza protesto JOILSON PEREIRA Roca sales - A presidente da Câmara de Vereadores de Roca Sales, Mara Beatriz Röhsig, juntamente com o vereador Gilvane Bronca, participaram esta semana do encontro na casa legislativa de Encantado, com o grupo de munícipes que planeja manifestação contra o reajuste das tarifas do pedágio. Inspirados nesta ideia, os parlamentares rocassalenses estão mobilizando os demais vereadores para conversar com a comunidade de Linha Fazenda Lohmann
Diogo Fedrizzi
para que, na próxima semana, ocorra um protesto semelhante, interrompendo a RS 129, para chamar a atenção das autoridades estaduais. “Vamos participar do protesto contra o aumento das tarifas do pedágio em Encantado na próxima semana e, depois, pretendemos realizar manifestação também em Fazenda Lohmann. Até porque são lutas parecidas, não queremos que se coloque asfalto nesse trecho em Roca Sales e isso incentive os motoristas a usar só essa rota caso o pedágio fique muito caro”, conta a vereadora.
Vereadora Mara participou da reunião sobre o protesto contra o pedágio em Encantado
Jornalista da Tv Globo palestra na Assembleia de verão da Famurs tramandaí – Paz, respeito, felicidade, honestidade, amor, simplicidade, tolerância, liberdade, humildade, união e responsabilidade. De iniciativa da FAMURS, o projeto “Resgate de Valores” visa preservar, através da educação, a harmonia no convívio social entre as pessoas. A proposta foi tema de painel, que contou com a presença da jornalista Leilane Neubarth. O debate foi realizado na quinta-feira (19), durante Assembleia de Verão da FAMURS, no auditório da Prefeitura de Tramandaí.
“Precisamos preparar o nosso futuro, resgatando os valores éticos, morais e humanos das novas gerações através do processo de aprendizagem escolar”, salientou o presidente da Famurs, Mariovane Weis. Painelista do encontro, a jornalista Leilane Neubarth destacou que a humanidade já não pode mais conviver sem estes valores. “Tenho observado com muita tristeza o que acontece hoje em dia. As pessoas se esquecem de dizer “bom dia”, “muito obrigado”, “com licença”. A chamada corre-
ria do dia a dia criou um abrutalhamento nas relações humanas”, sintetizou a apresentadora da TV Globo News. Após o pronunciamento da jornalista, a Prefeitura de Porto Alegre assinou o termo de adesão ao projeto. A ideia é capacitar alguns professores da rede pública do município para que esses possam atuar como multiplicadores dessa experiência,
instigando a adoção e a retomada destas práticas por parte de alunos e de professores. O projeto “Resgate de Valores” foi desenvolvido pelo Instituto Vivendo Valores (IVV), do Rio de Janeiro, e foi concebido pela Famurs, em ação conjunta com a Fundação Escola Superior do Ministério Público (FMP). Divulgação
Leilane Neubarth falou sobre o tema “Resgate de Valores”
Encantado, 20 de janeiro de 2012
FONTANA ENTREgA PROjETO AO gOVERNO PARA ASFALTO NA FAzENDA LOhMANN Página 14 Diogo Fedrizzi
CURIOSIDADE Professor pesquisa sobre a origem dos Agostini Páginas 12 e 13
ENCANTADO Ministério Público recebe reclamações contra a AESSul Página 9