CADERNO ESPECIAL n 22 de fevereiro de 2013
Casamento, casa, carro, qualificação profissional e filhos, talvez não nessa mesma ordem, é o sonho da maioria de homens e mulheres quando decidem viver juntos. Porém, nada supera a frustração dos casais quando o desejo de ter filhos é dificultado por problemas de infertilidade. Por outro lado, acompanhamento médico e tratamentos adequados revertem a maioria dos casos. O casal Ruti e Leonardo Tramontini (foto) viveu uma experiência marcante. Após três tentativas em laboratório, nasceram os gêmeos Arthur e Breno. Depois, a gravidez natural trouxe Bia, que hoje está com três meses.
CADERNO ESPECIAL FEVEREIRO DE 2013
Dificuldade para engravidar
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CADERNO ESPECIAL n 22 de fevereiro de 2013
Causas da infertilidade Infertilidade feminina Problemas ovulatórios e falência ovariana prematura A disfunção ovulatória é a principal causa de infertilidade nas mulheres. Normalmente, ocorre por uma falha na produção hormonal, problemas no ciclo menstrual, ou nos próprios ovários. Ultimamente, os especialistas têm notado uma frequência cada vez maior de outro problema: a falência precoce da função dos ovários (em idade onde não é comum ocorrer a menopausa). Não se conhece a causa do distúrbio, mas acredita-se que esteja relacionado à grande quantidade de substâncias tóxicas que consumimos e com as quais entramos em contato diariamente (inclusive nicotina e álcool), ao stress e a algumas formas de doenças autoimunes (quando o organismo produz substâncias agressoras contra ele próprio). As mulheres com essa alteração ovariana menstruam normalmente e só vão descobrir que seus ovários estão falhando, quando fazem determinadas dosagens hormonais ou quando passam pelo processo de estímulo da ovulação, com uso de medicamentos durante um tratamento para engravidar, e se deparam com uma resposta ovariana abaixo do esperado ou até mesmo inexistente. Síndrome dos ovários policísticos (SOP) Causada por um desequilíbrio na produção de hormônios, a SOP pode provocar alterações no ciclo menstrual (desde longos intervalos entre uma menstruação e outra até a ausência de menstruação) levando a uma disfunção na ovulação e, consequentemente, à dificuldade em se obter a gestação. Além disso, pode casuar o aparecimento de pelos em locais inconvenientes, aumento da oleosidade da pele, com surgimento de acne, e acúmulo de gordura abdominal.
Endometriose Doença complexa cuja causa não se sabe ao certo até os dias de hoje. Ela se desenvolve no aparelho reprodutor feminino e atinge cerca de 15% das mulheres em idade fértil. Ocorre quando o endométrio, que é a camada interna do útero eliminada durante a menstruação, atinge outros órgãos do corpo. Ovários, trompas de Falópio e até mesmo intestino, bexiga, vagina e outros órgãos mais distantes podem ser comprometidos. Provoca dor pélvica crônica e fortes cólicas menstruais, além de dor durante o ato sexual. Causa aderência e inflamações na região pélvica, interferindo negativamente em todos os processos que envolvem a fertilização de forma espontânea.
Obstrução tubária As trompas são o caminho por onde passam os óvulos em direção ao útero. É lá que ocorre o encontro de óvulos e espermatozoides após a relação sexual. É onde também os embriões iniciam sua formação. Portanto, se alguma coisa entope esse pequeno tubo, fica impossibilitada a fertilização. Os laboratórios de fertilização in vitro têm, na verdade, a missão de substituir o papel das trompas. Na maioria dos casos, a obstrução é causada por inflamações no aparelho genital feminino, sendo a clamídia um dos microrganismos mais frequentemente envolvidos nesse processo.
Miomas Os miomas podem afetar a função do útero, que recebe o embrião proveniente das trompas. Contudo, raramente são a causa de infertilidade, somente quando crescem para dentro do útero ou quando estão posicionados em locais que comprimem a passagem dos embriões. Na maioria das vezes, são tratados cirurgicamente, hoje já com opções minimamente ou nada invasivas.
Idade avançada Com a mudança de comportamento social feminino, entrada no mercado de trabalho e acúmulo de funções, é comum o adiamento da decisão pela gravidez. Porém, o ovário entra em franco processo de envelhecimento a partir dos 35 anos, diminuindo, não só a quantidade de óvulos da sua reserva, como sua qualidade. Por esses motivos, a queda na fertilidade e na chance de engravidar é observada a partir dessa idade, sendo considerada uma das causas de infertilidade no mundo atual. Orientações e aconselhamentos devem ser feitos, para que os casais adquiram a consciência de que o pico da fertilidade feminina ocorre entre 20 e 30 anos. Alterações da tireóide Existem vários distúrbios da tireóide, mas os mais comuns são o hipotireoidismo (baixa ou nenhuma produção de hormônios) e o hipertireoidismo (produção exagerada de hormônios). O desequilíbrio hormonal causado pelas alterações pode se refletir no funcionamento dos ovários. Aumento da prolactina A alteração deste hormônio, responsável pelo estímulo das glândulas mamárias para a produção de leite, pode levar a alterações no ciclo menstrual e prejudicar o funcionamento dos ovários, interferindo na produção de óvulos.
A infertilidade é usualmente definida pelos médicos como a incapacidade de conceber após pelo menos um ano de tentativas sem o uso de métodos contraceptivos e de atividade sexual regular (pelo menos duas relações sexuais por semana com intervalo de 2-3 dias).
Infertilidade masculina Varicocele A doença consiste na dilatação anormal de veias dos testículos e está presente em cerca de 10 a 20% dos homens (de adolescentes a adultos). Sua incidência pode chegar a dobrar dentro da população masculina com infertilidade. Apesar da maioria dos portadores de varicocele ser fértil, a presença dessas dilatações nas veias dos testículos parece ocasionar alterações funcionais das gônadas e comprometer diretamente a qualidade seminal, por um mecanismo ainda pouco esclarecido. O diagnóstico pode se feito por palpação e/ou exames de imagem e o tratamento é cirúrgico. Aproximadamente 60 a 70% dos pacientes operados apresentam melhoria da qualidade do sêmen entre três e 12 meses após o procedimento. É importante lembrar que quando a mulher possui idade superior a 30 anos esperar a melhora da qualidade seminal do parceiro pode não ser a melhor opção, devido ao envelhecimento dos óvulos.
Infecções As infecções que comprometem mais diretamente o sistema reprodutivo dos homens são a clamídia e a gonorréia. Ambas são sexualmente transmitidas e acometem geralmente a uretra, porém, podem envolver estruturas próximas, como epidídimos, testículos e próstata, e inclusive levar à infertilidade. O tratamento é feito com uso de antibióticos, devendo envolver o paciente e sua parceira. Profissões que oferecem risco à qualidade seminal Algumas atividades são realizadas em ambientes adversos à saúde reprodutiva. Dentre os fatores que comprometem a qualidade seminal, destacamos: calor excessivo; metais pesados; solventes orgânicos (presentes em tintas); radiação; atividade física excessiva; e estresse. Na identificação de um dos fatores, o acompanhamento da qualidade do sêmen é recomendado. No caso em que é verificada a piora progressiva dos parâmetros
analisados, pode ser interessante o congelamento do sêmen.
Hábitos de vida O tabagismo pode comprometer a motilidade dos espermatozoides. O álcool em excesso também produz alterações na esteroidogênese, o que pode levar à diminuição da concentração de espermatozoides. Drogas ilícitas como maconha e cocaína também podem ter ação deletéria sobre a espermatogênese. Além disso, o uso frequente de laptop no colo pode provocar o aumento da temperatura dos testículos e produzir efeito negativo sobre os parâmetros seminais.
Traumas Traumas, sejam acidentais ou decorrentes de procedimentos cirúrgicos envolvendo os testículos e a via seminal, podem gerar a presença de anticorpos antiespermatozoides, levando à aglutinação dos espermatozoides e uma possível alteração do comportamento do sêmen no trato reprodutivo feminino. Azoospermia É a ausência total de espermatozoide no sêmen ejaculado. Pode ocorrer por uma falência dos testículos em produzir espermatozoides ou por obstrução ou ausência dos canais que levam os espermatozoides do testículo até a uretra. Aproximadamente de 15% a 20% dos homens inférteis são azoospérmicos, mas, em 80% desses homens é possível obter espermatozoides através de biópsias. Criptozoospermia É quando a concentração de espermatozoides no sêmen é tão baixa que só podem ser indentificados após um processamento especial do sêmen.
Ejaculação retrógrada Em pacientes com esse problema durante o orgasmo, o conteúdo seminal é levado para a bexiga. Neste caso, a obtenção de espermatozoides pode ser feita na urina pós-ejaculação.
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“O casal é infértil” Assunto do casal
“A infertilidade sempre se vê como um assunto do casal, não é só feminino. O casal é infértil. É necessário que se tenha essa abordagem. Muitas vezes, a gente pensa, ‘ah, ELA não pode engravidar’. O normal é pensar que a mulher tem algum problema. Tem certa lógica, porque o organismo feminino é mais frágil, mais suscetível a doenças. Mas temos que ver o casal. A primeira abordagem, quando se verifica que tem possibilidade de infertilidade, é fazer exames para os dois. Nunca partir especificamente para a mulher, tem que ter uma visão geral. Tem que investigar ele e ela. Até porque não é só a mulher que vai ter um filho, são os dois que vão ter uma criança.”
O Jornal Opinião entrevistou a ginecologista Clarice Prado Lopes, que tem consultório em Encantado. A médica faz uma abordagem de algumas questões importantes sobre infertilidade. DIOGO DAROIT FEDRIZZI E o risco de doenças cromossômicas também. Porque esses óvulos já estão velhos, os bons já foram oferecidos na época adequada, na época certa estavam todos lá. Mas aí não se usou, passou o tempo.”
Planejamento
“Quantos filhos queremos ter? Isso também tem que ser pensado. Já tive surpresas muito tristes no consultório, não vou esquecer nunca: uma paciente minha de 39 anos que disse que era a hora de ter filhos e começamos a prepará-la, suspender o anticonceptivo, e não sangrou mais. E depois, fazendo investigação, descobriu-se que ela estava Dra. Clarice Prado Lopes com as filhas Stella e Laura dentro de uma menopausa precoce. Menopausa é a falência testosterona vai diminuir, e vai se ter alguma alteovariana, não tem mais óvulo disponível, não dá mais. ração. Mas se sabe de homens em idade avançada E ela pensava que poderia ter tempo ainda, e não tique ainda têm filhos. Agora já as mulheres têm O homem realmente prazo de validade marcado. E esse prazo nha. Ela acabou sendo encaminhada para uma clínica de fertilização para uma doação de óvulos. Ela recebe “Existem diversas patologias masculinas que podem basicamente até os 35 anos. Até aí ela está na um óvulo de outra mulher, que vai ser fecundado com causar infertilidade, principalmente, aquelas que plenitude de sua fertilidade. Depois, a fertilidade o esperma do marido da paciente, e esse embrião vai causam uma contagem inadequada de espermatocomeça a cair de forma bem importante. Isso se dá ser depositado no útero dela.” zoides, como a varicocele, que são alterações variporque os homens produzem seus espermatozoicosas no saco escrotal. Também existem doenças des desde a origem até o final quase que de forma infecciosas, virais, como a caxumba, que tem atração contínua. Nós mulheres já nascemos com os nossos Reprodução assistida por glândulas. Mais raramente, os déficites hormo“Depende do porquê do casal está sendo enviaóvulos já quase prontos. Se não forem usados dennais também. Então, o homem não está imune a tro do prazo correto vai estragar. Claro que existem do para a clínica. Se for (infertilidade) de origem isso. Temos que ver se o casal está infértil. Tem que masculina, às vezes, é mais econômico. Nesse caso, o mulheres com 50 anos tendo filhos saudáveis. Mas investigar. Não é raro acontecer de encontrar mulhe- se dá para se organizar e ter até os 35, melhor. “ homem tem espermatozoides bons, mas tem muito res que fizeram toda investigação de infertilidade, poucos. A gente precisa de muitos espermatozoie para ela é bem mais complexa, dolorida também, des. Porque quando os espermatozoides chegam Riscos depois dos 35 anos e aí não achou nada e lá no último momento foi ao ovário (imaginem os raios do sol), todos tem um “Sempre digo para as pacientes: a primeira coisa que pedido um espermograma e se viu que ela passou ácido na cabecinha e esse ácido vai agindo na parevocê tem que pensar é que se você menstrua todo por um sofrimento desnecessário. É preciso que os de do óvulo. Só que se forem poucos, vai ser pouco mês, e seu marido ejacula, vocês podem ter filhos. maridos também comparecem aos consultórios.” ácido para corroer essa parede. Então, se precisa de Pode ser que vai ter dificuldade, precisar de ajuda, muitos para conseguir que um entre. E depois que mas é possível. Nunca ficar pensando ‘ah, não vou ter ele entra, ele se fecha em bloco e não entra mais ninTempo para engravidar filhos, não dá’. É possível sim. É possível. Tem muita guém. Então, tem que ter uma quantidade grande “Na entrevista que se faz com a paciente, se levantecnologia hoje em dia. Se a paciente tem menos de de espermatozoides. Mas se o homem tem poucos, tam várias possibilidades. Um casal saudável pode 35 anos é mais fácil ainda. E a questão da fertilização ele não vai conseguir. Mas se a gente separar e demorar até um ano para engravidar. A um casal também entra na questão da idade. Se pegar uma pausar uma técnica especial para introduzir artifijovem, a gente sempre dá esse espaço de tempo, ciente de 26, 27 anos, tu vai fazer uma exposição horque é normal. A média é quatro, seis meses. Mas monal para ela e vai coletar até 12 óvulos. Paciente de cialmente esse espermatozoide no óvulo, a gente vai conseguir fazer essa fertilização. É claro que pode demorar um pouco mais. Engravidar não é 40, 43 anos às vezes tem um só, uma única chance. E tão fácil assim. De cada relação sexual completa essa única chance pode se estragar, a amostra pode se a mulher vai ter que passar por todo um preparo, hormonal inclusive. que se tem, há apenas 25% de chance de haver estragar, pode não acontecer a fertilização, o embrião Como eu disse, tudo gestação. Porque o número de fatores envolvidos pode sair de má qualidade, ou o próprio óvulo pode em nós mulheres tem é imenso. Não basta apenas ter o espermatozoide ter má qualidade. A fertilidade dessa mulher realum caminho bem ese o óvulo. Tem uma porção de outros fatores que mente está diminuída. Em uma paciente mais jovem, pecífico para ocorrer, tem que estar adequados para que de fato ocorra a fertilidade está plena, ela está tendo dificuldade então não é só fazer essa gestação. Como a mulher vai ser a guardiã ainda em uma ou outra coisa que vamos ajudar, mas o embrião e colocar desse óvulo fecundado, o corpo dela vai tomar uma o óvulo está aí, está bom, 100%. Agora, se ela está lá. Tem que ser um importância maior depois da fecundação.” com 40 anos, de repente o óvulo já não tem o tamaperíodo adequado, nho adequado, os nutrientes adequados. E por isso, a que o endométrio principal questão é alteração cromossômica. Tu pode As idades está em boas conditer uma criança com uma síndrome genética porque “O homem pode ser pai praticamente com qualções para colocar o passou do tempo. Depois dos 35 anos a chance de quer idade. Claro que existe um momento que a alteração para a mãe, hipertensão, diabetes, aumenta. embriãozinho.”
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“Nesse período, a mulher está extremamente frágil. A tendência feminina é trazer para si a infertilidade. 99% das mulheres pensam assim”. “A reprodução em vidro hoje está bem mais acessível. Há 15 anos, custava de R$ 25 mil a R$ 30 mil uma tentativa de fertilização. Hoje, as clínicas desenvolveram fundações e, nas fundações, se consegue fertilizações em torno de R$ 5 mil. Em clínicas particulares custa de R$ 10 mil a R$ 12 mil uma fertilização. “
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CADERNO ESPECIAL n 22 de fevereiro de 2013
Inseminação, fertilização e gravidez natural DIOGO DAROIT FEDRIZZI Arquivo pessoal
Ruti (38) e Leonardo Tramontini (49) planejaram bem a vida a dois. Anos de namoro, casamento e construção da casa. A próxima etapa, os filhos. Na época, quando decidiu engravidar, Ruti tinha 31 anos. “Estava tudo certo, não fosse a minha pressa e a impaciência de ficar ‘tentando’ como dizem os médicos”, conta. Uma bateria de exames revelou que não havia nada de errado com o casal. Mas a gravidez não acontecia. Por iniciativa própria, ela procurou uma clínica em Porto Alegre para fazer inseminação artificial. Mais uma vez, não deu certo. “Como os valores são altos e eu não senti confiança na equipe médica, resolvemos procurar outra clínica, indicada por uma amiga que havia feito com sucesso”, lembra. A exemplo da primeira tentativa, e sem apresentar nenhum problema, a fertilização in vitro também não surtiu efeito. “Mas a vontade de ser mãe nunca saiu de minha cabeça”. O casal partiu para uma segunda fertilização. Dois embriões foram colocados. Sucesso. Nasceram os gêmeos Arthur e Breno, hoje com cinco anos. Para Ruti, um fato marcante durante a fase de espera é a incer-
Breno, Bia e Arthur: filhos de Ruti e Leonardo Tramontini teza de que conseguiria engravidar. “Não suportava ouvir das pessoas a famosa frase: ‘desliga que você vai engravidar’. Como pode ‘desligar’ uma pessoa que sonha com um filho? Impossível. Hoje vejo que minha ansiedade foi fator determinante para que eu não engravidasse. Mas é fácil falar. Difícil é conseguir”, salienta. Passada a angústia pela primeira gravidez, Ruti e Leonardo ganharam um novo presente recentemente, quando descobriram que a Bia estava a caminho. E o surpreendente, de gravidez natural. A menina hoje está com três meses. “O conselho que tenho para dar
às mulheres que estão tentando engravidar é de não desistir do sonho. A medicina evoluiu muito. Mas é preciso ter paciência e persistência. Não é um processo rápido. Às vezes é preciso tentar muitas vezes para dar certo. Sei que financeiramente é caro, mas existem programas do governo que financiam este tipo de tratamento”, diz Ruti. “Salvo algum problema existente, eu posso afirmar que o fator psicológico é o principal vilão para a demora da fecundação, tanto que muitas mulheres engravidam naturalmente após fertilizações ou mesmo após ter adotado um filho”.
Quatro anos
A reportagem entrevistou um casal de Encantado que está em período de tratamento para conseguir engravidar do primeiro filho. Os nomes são preservados. A mulher tem 33 anos e o homem 34. Ela parou de tomar anticoncepcional em dezembro de 2009. Em março do ano seguinte procurou um médico, fez diversos exames que apontaram a síndrome dos ovários policísticos e dificuldade de ovular. Durante um ano tomou Metformina, remédio para diabéticos que também aumenta a ovulação. Porém, não deu certo. O médico solicitou ao marido para que fizesse o espermograma e o resultado revelou a presença de poucos espermatozoides. Orientado por um urologista, ele fez tratamento e, ao repetir o exame, o número de espermatozoides aumentou e, com aquele índice, era possível engravidar. Em seguida, a mulher fez seis ciclos com uso da medicação Clomid (indutor de ovulação) e continuou sem resultado. No final de 2011, o médico sugeriu que o casal procurasse uma clínica de infertilidade. “Ele descreveu no encaminhamento ‘infertilidade primária do casal’, mas meu marido, a princípio, não quis, pois achava que íamos conseguir engravidar pelo método normal”, conta a esposa. Sem sucesso durante todo o ano de 2012, em dezembro último, eles encaminharam os exames, através da Secretaria de Saúde, para uma consulta no Hospital de Clínicas, em Porto Alegre, especialidade
Infertilidade. “Levamos todos os exames e a médica me disse que tenho má formação em uma trompa”, conta a esposa. Foi solicitada a repetição dos exames feitos em Encantado e ainda um exame por videolaparoscopia, com anestesia geral, marcado para abril, a fim de verificar se as trompas estão obstruídas ou se existem outras anomalias. Se houver algum problema, o médico corrige durante o procedimento. A mulher reconhece a ansiedade do casal em conseguir engravidar. “Estamos esperando. Os médicos dizem que não podemos misturar as dificuldades físicas com as psicológicas, mas isso não é fácil, é muita ansiedade”.
BENEFÍCIOS DOS EXERCÍCIOS COM PESOS PARA A OSTEOPOROSE A osteoporose é uma doença que se caracteriza por uma diminuição da massa óssea e deterioração na macro arquitetura do tecido ósseo. A perda de sais minerais nas mulheres já a partir dos 30 aos 35 anos é de 0,75 a 1% ao ano, e chegando em torno de 3% ao ano após a menopausa; nos homens a partir dos 40 anos de idade a perda é de aproximadamente 0,4 % ao ano (WEINECK, 1991). A causa da osteoporose vem de fatores múltiplos como hereditários, biotipo, desequilíbrio hormonal, falta de cálcio na alimentação, fatores ambientais, como também uma diminuição na tração muscular causada pelo sedentarismo, ou seja, pela inatividade física. Por isso a atividade física é um fator preventivo para várias doenças e também para o combate a osteoporose, devendo ser praticada desde a infância, para proporcionar uma musculatura e uma estrutura esquelética bem desenvolvida.
O Colégio Americano de Ciência do Esporte ( ACSM, 1995) afirma que o treinamento com peso é essencial para o desenvolvimento normal e uma manutenção de um esqueleto saudável, estes exercícios constituem o mais eficiente estímulo para o aumento da massa óssea. Portanto, exercícios com cargas, ou seja, musculação, ajudam a melhorar o equilíbrio, aumentam a massa muscular, melhoram a coordenação motora, auxiliando de forma direta ou indireta na prevenção das fraturas e das quedas que são os maiores agravantes da osteoporose. Assim fica a dica: PRATIQUE QUALQUER EXERCÍCIO FÍSICO, MAS É MUITO IMPORTANTE SABER QUE OS COM PESOS SÃO A BASE PARA MANTER UM CORPO FORTE, EQUILIBRADO E EVITAR LESÕES.
MÔNICA CIMA Educadora Física Pós Graduada em Fisiologia do Exercício Cref.: 009915-G/RS
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PLATAFORMA VIBRATÓRIA: EXCELENTE MÉTODO PARA DEIXAR SEUS MÚSCULOS DEFINIDOS A PLATAFORMA VIBRATÓRIA foi criada pelos soviéticos há quase 30 anos para combater a perda de massa muscular e de massa óssea dos astronautas no espaço, quando se basearam na 2ª Lei de Newton, que diz que Força = massa x aceleração ou gravidade e a desenvolveram fazendo com que ela aumente a aceleração. Anos depois, cientistas ocidentais iniciaram pesquisas, permitindo a ampliação de seu uso para diversas áreas, como a estética. Diante disto, a plataforma vibratória apresenta-se como uma excelente maneira de exercitar-se saudavelmente, com pouco esforço, mas com resultados espetaculares, comprovados cientificamente e já adquiridos na nossa clínica. As sessões são de no máximo 30 minutos, sendo realizados exercícios de Mat Pilates sobre a plataforma vibratória. Benefícios por ela proporcionados: • • • • • • • • • •
Redução da gordura em excesso no corpo Tonifica os músculos Combate e previne a celulite Aumento da massa muscular Aumenta densidade óssea, prevenindo e combatendo a osteoporose Fortalece as articulações Estimula o funcionamento do intestino Aumenta o metabolismo basal auxiliando na redução do peso corporal Aumenta força muscular Aumenta os níveis de norepinefrina no sangue
Consulte-nos pelo fone 98093591, com Vinícius Vanzetta. Protocolo de atendimento único, sendo que as 2 primeiras sessões são gratuitas. Mais informações na CLÍNICA DE FISIOTERAPIA ARCARI, Rua Coronel Sobral nº 1654, Centro, Encantado-RS, fone 3751 – 3332.
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