Vida & Saúde - Junho 2013

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ENTREVISTA Pneumologista Maurício Feldens fala sobre a doença

GRIPE A

"Todos têm que se vacinar"

Caderno Especial JUNHO 2013


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Junho 2013

TRATAMENTO O antiviral Oseltamivir, de nome comercial Tamiflu, está disponível em todo o Rio Grande do Sul, gratuitamente, e o seu uso no início do aparecimento dos primeiros sintomas da gripe é fundamental para impedir o agravamento dos casos. Atenção aos sintomas: febre, dor de garganta e dores nas articulações, musculares ou de cabeça. Ao apresentar esses sinais, procure atendimento. O tratamento pode ser prescrito tanto por médicos do SUS como particulares, com a dispensação, sem custos, garantida pela rede pública. Para retirar o antiviral, o paciente deve apresentar somente prescrição médica. Não há mais a necessidade do Receituário de Controle Especial e do Formulário de Dispensação, visando facilitar o acesso da população ao medicamento.

RECOMENDAÇÕES

- Higienizar as mãos com frequência; - Utilizar lenço descartável para higiene nasal; - Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir; - Higienizar as mãos após tossir ou espirrar; - Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca; - Não partilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal; - Evitar aperto de mãos, abraços e beijo social; - Reduzir contatos sociais desnecessários e evitar, dentro do possível, ambientes com aglomeração; - Evitar visitas a hospitais; - Ventilar os ambientes.

Histórico

Em 18 de março do ano de 2009, a Organização Mundial de Saúde anunciou a ocorrência de casos desta Gripe A no México e, pouco tempo depois, nos Estados Unidos. Espanha e Canadá. Outras regiões do globo terrestre, como o próprio Brasil, também entraram nesta lista. Por tal motivo, a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou tais incidências como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), criando o Gabinete Permanente de Emergência de Saúde Pública (GPESP), a fim de monitorar o vírus, tomando as medidas necessárias e cabíveis – como tratamento dos casos e busca pela viabilização de vacina contra tais cepas.

Também conhecida como influenza, a gripe é uma infecção do sistema respiratório cuja principal complicação é a pneumonia, responsável por um grande número de internações hospitalares no país. A doença inicia-se com febre alta, em geral acima de 38ºC, seguida de dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça e tosse seca. Todos os anos, com a aproximação do inverno, começamos a nos preocupar em evitar as doenças respiratórias que popularmente chamamos de gripe. Apesar de usarmos esse termo de forma genérica para nos referirmos a sintomas como nariz entupido, espirros e dor de cabeça, a gripe e os resfriados são causados por vírus diferentes e apresentam algumas características que permitem a sua diferenciação. Enquanto a maioria das pessoas é infectada algumas vezes durante o ano com o vírus do resfriado, a gripe ocorre com menos frequência, manifestando-se, por exemplo, uma vez em alguns anos.

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Brasil vai produzir toda a vacina contra o vírus A partir de 2015, o Brasil vai produzir toda a vacina contra o vírus da gripe A necessária para suprir a demanda nacional. A informação é da Agência Brasil. Para a campanha de 2013, o Instituto Butantan, fabricante das vacinas brasileiras, produziu 15% do total aplicado. O laboratório francês Sanofi Pasteur transferiu a tecnologia que tornou possível a fabricação. Para a vacinação em 2015 serão produzidas 44 milhões de doses. Outros 14 medicamentos biológicos terão fabricação 100% nacional, seis para câncer (entre eles o de mama e a leucemia), quatro para artrite reumatoide, um para diabetes, um cicatrizante, um hormônio do crescimento e uma vacina para alergia. De acordo com o Ministério da Saúde, a

economia com a produção será R$ 225 milhões por ano. Os medicamentos biológicos, feitos a partir de material vivo e cuja produção envolve biologia molecular, são produtos de última geração e de alto custo. O grupo representa 43% dos gastos do governo com medicamentos, R$ 4 bilhões por ano. Para a fabricação no Brasil, foram feitas 27 parcerias com oito laboratórios públicos e 17 privados. Ao todo, são 90 parcerias desse tipo, que envolvem a transferência de tecnologia de 77 produtos. Entre os medicamentos estão a L-asparaginase, utilizada para tratamento de leucemia aguda, cujo fabricante anunciou, em dezembro, que não o produziria mais e que só havia estoque para os próximos seis

meses. Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a produção do medicamento no Brasil representa segurança para os pacientes. O Trastuzumabe é outro remédio que será produzido no país. Recentemente incorporado à cartela do Sistema Único de Saúde, serve para o tratamento do câncer de mama. O Ministério da Saúde anunciou que o Brasil terá a primeira fábrica para produção de remédios biológicos a partir de célula vegetal (cenoura e tabaco), instalada em Euzébio, no Ceará. A construção está prevista para ter início em 2014 e deve custar R$ 170 milhões. Serão feitos medicamentos para o tratamento de doenças raras e a primeira vacina do mundo a partir de uma planta, contra a febre amarela.


"Em Encantado, em 2009, tive seis pacientes com Gripe A. Em 2012 foram dois pacientes com comprovação laboratorial. Eram pessoas na faixa etária de 30, 40, 50 anos".

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Entrevista: Maurício Feldens, pneumologista

"Todo mundo tem que se vacinar"

"Uma pessoa que teve Gripe A não pode voltar a ter a doença, porque o sistema imunológico já reconhece o vírus".

Diogo Daroit Fedrizzi

A Gripe A gripe é causada por um vírus chamado Influeza. E com o decorrer do tempo ele sofre mutações, ou seja, modifica o seu código genético. Em 2009 aconteceu essa mutação importante. E foi mais agressivo para as pessoas. Foi um surto de gripe. E se percebeu que as pessoas não tinham sintomas leves que até então eram comuns, como dor muscular e coriza. Começamos a ver pessoas mais abatidas e que relatavam para a gente que nunca tinham tido tanta dor, tantos sintomas. Em alguns casos essa evolução também foi mais agressiva, que evoluiu para pneumonia, para insuficiência respiratória. Teve um aumento no número de mortes. O vírus ainda está circulando na população, por isso tem que ter cuidado. Ele é mais agressivo, dá mais sintomas, pode evoluir para pneumonia mais facilmente do que outros tipos de vírus.

Sintomas Na verdade, não tem como diferenciar os sintomas de gripe normal e dos outros Influenzas, por esse vírus H1N1. Pela experiência clínica que a gente tem, dá uma ideia que possa ser um quadro de H1N1. Mas os sintomas são todos iguais: dor de cabeça, dor de garganta, acompanhado, principalmente, de febre. Tem que ter febre nesses episódios de Influenza, e dor muscular, acompanhado de tosse seca ou com catarro. Então, os sintomas são todos iguais. Ele pode se misturar. Há pessoas que tiveram Gripe A e nem ficaram sabendo, porque os sintomas são muito parecidos. A própria recomendação hoje é usar o Tamiflu para qualquer caso de febre, acompanhado de tosse, coriza e dor pelo corpo. É a medicação que se tem nos Postos de Saúde de graça. E o Tamiflu deve ser usado justamente nesses sintomas. Ele vai agir contra o H1N1. Já tem estudos que comprovam que ele diminui o tempo de agressividade desse vírus. Então se acaba usando em todos os pacientes, porque não se tem

como diferenciar. O exame que seleciona qual é o tipo de vírus pode demorar até 10 dias. Não dá para esperar a diferenciação do vírus para tratar.

Quando procurar o médico Sempre oriento meus pacientes a fazer o seguinte: está bem no sábado e no domingo, e na madrugada teve febre alta, dor muscular e coriza. Num primeiro momento, se não tem serviço médico disponível, dá para se tomar um analgésico, um antitérmico. E espera umas seis, 12 horas em casa. E se esse episódio de febre se repetir, ou piorar os sintomas, aí sim procurar a assistência médica. Não precisa sair de imediato correndo procurando um médico desesperado. Porém, não se pode esperar como antigamente, um, dois dias, três dias, com febre, tosse. Até porque o Tamiflu funciona melhor justamente nessas 24, 48 horas, no início dos sintomas, quando os vírus estão se replicando no organismo. Então, pode-se esperar, mas não mais do que 24, 48 horas. Diagnóstico A orientação que seguimos é tratar, independente de fazer coleta do exame como se fazia até pouco tempo atrás. Trata com Tamiflu, analgésico, antitérmico, orienta bem o paciente que se piorar os sintomas deve procurar de novo o consultório. Só se investiga o paciente em casos graves: com muita falta de ar, pneumonia, sinais de insuficiência respiratória. São pacientes que precisam de internação não só hospitalar, mas até de UTI. A orientação é coletar só em casos graves.

Vacinação A vacina é a única maneira de combater o vírus H1N1. E esse estado de alerta tem que ser mantido em todos os anos. Antes não se tinha preocupação com gripe. A partir de 2009, com esse H1N1, as pessoas começaram a ter mais cuidado. Em 2009, todo mundo ficou com medo. Em 2010, ainda tinha o medo, mas as pessoas começaram a esque-

cer de se se vacinar. 2011 e 2012, em Encantado, a queda da vacinação nos postos foi violenta. As pessoas não foram se vacinar. Em 2012, aumentou de novo o número de mortes e casos de gripe. E aí a procura começou a aumentar. Esse ano, já se atingiu a meta de vacinação. Essa preocupação com a gripe não pode deixar de ter. Ano que vem tem que continuar. Porque o vírus está circulante, ele fica, não some. Ele está no nosso meio. E pode pegar qualquer um. O legado que recebemos de 2009 é esse, cuidar da gripe.

Reação à vacina É uma grande briga que tenho no consultório com meus pacientes. Tem muitos que tem doença de pulmão e que deveriam tomar a vacina e que não vão se vacinar por preconceito. De pensar que a vacina vai fazer pior. Ou que nunca se vacinou e teve um ano lá que se vacinou e teve a pior gripe da vida, ou precisou internar. Isso é coincidência. A vacina da gripe é feita de vírus morto, que não faz gripe em ninguém. Isso é mito. É medo que as pessoas têm e que não pode ser levado em conta. A vacina não é 100% para todas as gripes, é 100% para Gripe A, mas para outras gripes não. Às vezes, o paciente acha que está gripado, mas na verdade não está. É uma crise de renite ou um simples resfriado, que a vacina não protege. E aí no outro ano não faz a vacina achando que ela provocou gripe. Mas a vacina não tem nada a ver com isso. A vacina protege contra o mais temido dos vírus da gripe

que é o H1N1. Sempre pergunto para o paciente se fez a vacina. Quando a resposta é positiva, para nós médicos é um alívio, uma segurança, porque se sabe que ele está protegido contra as formas mais graves. Mas não quer dizer que ele não vai ter uma gripe, mas uma gripe mais leve.

O efeito da vacina A vacina demora até três semanas para fazer com que o sistema imunológico dela fabrique anticorpos para combater a gripe. Isso infelizmente é o que mais se ouve no consultório: fez a vacina e uma semana depois vem no consultório falando mal da vacina. Por isso que começamos a fazer a campanha lá por abril. Porque justamente ela demora um pouco para começar

a fazer efeito no corpo.

O que leva o paciente à morte Na verdade, a Gripe A entra no corpo e destrói as células de defesa e causa uma reação muito grande nas vias aéreas. Essa reação faz com que a pessoa tenha depois uma pneumonia, que pode ser pelo vírus da Gripe ou principalmente uma pneumonia bacteriana. Porque o nosso corpo tem bactérias ao natural, mas a gente vive bem com elas. No momento que algum vírus entra no organismo, como é o caso da Gripe, destrói as células, e essas bactérias podem entrar e causar pneumonias. A Gripe A induz o corpo a ter pneumonia, e essa pneumonia acaba matando o paciente com Gripe A.


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