49 minute read
Ensinar as habilidades de observação seguir uma pista, orientação, sobrevivên- cia e assuntos que com ela se relacionam.
from capitao
1. Científico - Estudos de geologia, hidrografia e topografia. 2. Profissional - Construção de estradas, circos e agrimensores, etc. 3. Militar - Manobras de guerra. 4. Recreativo - Diversões. 5. Adestramento – Escotismo, acampamentos metódicos, com um programa e objetivos onde se aprenda alguma coisa - ideal para os Desbravadores.
• Os acampamentos podem ser: Fixo e
Advertisement
Volante. Fixo: quando vai permanecer mais de 24 horas. Volante: Pode ser uma excursão ou uma refeição ao ar livre que termine antes do anoitecer.
ESCOLHENDO O LOCAL DO ACAMPAMENTO
Onde vamos? É uma pergunta importante que à primeira vista, parece banal, pois sabemos que um acampamento é montado no mato, campo ou praia. A pergunta se refere ao local exato onde pretendemos acampar. O verdadeiro acampante tem convicção do que vai fazer. Montar uma barraca e nela se abrigar é fácil, qualquer leigo consegue. Mas preparar o local e manter um verdadeiro acampamento, embora simples, exige a perícia e a técnica de um acampante. O verdadeiro acampante, antes de se dirigir a um determinado local, procura saber as condições do terreno em que vai se instalar, por meio de mapas cartas topográficas, ou informações de amigos ou pessoas que conheçam o local, pois é de suma importância que se verifique as condições que o terreno lhe oferece e a direção do vento dominante na região. Para mantermos um acampamento, devemos verificar as condições do terreno - se não é pedregoso, encharcado, arenoso em encosta de morro, em crista de morro terreno muito inclinado ou debaixo de palmeiras ou árvores com galhos secos.
Pedregoso - Em terreno pedregoso, dificilmente conseguiremos colocar estacas, abrir valas, sanitários, etc. Encharcado - Há o problema do lamaçal, dificuldades para conservar uma fogueira acesa, as estacas não se firmam e exigem que o leito ou todo o acampamento seja suspenso. Arenoso - Encontramos dificuldade de fixar as estacas e um vento relativamente forte poderá arrancar as barracas. Terreno muito inclinado - problemas de enxurradas, chuvas, leito e dificilmente conseguiremos manter uma barraca bem esticada. Encosta de morro - problemas de
8
enxurrada, desmoronamentos. Crista de morro - muito exposto ao vento. Debaixo de palmeiras - Perigo de quedas de folhas o até mesmo de troncos Debaixo de árvores secas – Perigo da queda de galhos
EQUIPAMENTOS BÁSICOS PARA ACAMPAMENTO
• Barraca • Saco de dormir ou sleeping bag • Isolante térmico • Fogareiro portátil para preparo de comidas • Lanterna • Roupas variadas que atendam as condições climáticas do local (vento, chuva, frio, calor, presença de água e umidade) • Mochila • Kit de primeiros socorros • Calçado adequados • Mapas, bússula, GPS (dispositivos para localização)
Local adequado para Acampar:
1. Local com água potável 2. Terreno de fácil escoamento de água para eventuais chuvas 3. De fácil acesso para visitas ou para eventuais saídas rápidas em caso de emergência. 4.Local seguro e com de preferência com lenha acessível. 5. Bosque próximo para atividades recreativas 6.Arvores para usufruir de sombras e armar barracas ou mesmo para reunir o grupo.
Cuidados básicos:
•Sempre procurar todas as informações sobre o local onde irá acampar. •Sempre arme sua barraca na direção em que o vento sopra, para evitar problemas com fogo ou mau cheiro de sua própria latrina. •Evite armar a barraca em terrenos: arenoso, inclinados, encosta de morro, no topo de morro, debaixo de arvores secas, pedregoso e com buracos para evitar problemas de alagamento mal dormidas. •Programe seu cardápio, de preferência
9
com alimentos saudáveis e que dê sustança. •Providencie a área de higiene (latrina e banho) e descartar lixos orgânicos e não orgânicos. O orgânicos servem de aduba para a natureza, os não orgânicos devem ser coletados e levados de volta para a cidade. (Conservar e Preservar é papel do desbravador) As valas da latrina devem ter 60cm de profundidade e 90 de comprimento e 30cm de largura. Se possível faça uma pioneiria para acomadra-se na mesma. Lembrando que deve estar a favor do vento longe do local do acampamento, cerca de 100m. •Ainda em relação ao local, se possível, dê preferência a uma área gramada, é o ideal, pois facilita o escoamento de chuvas em caso de uma.
Equipe Tarefas:
1. Equipe da Cozinha:
a. Responsável pelo cardápio e armar o ambiente de alimentação, bem como os cuidados da mesma.
2. Equipe de Transporte:
a. Responsável pelo transporte da unidade ou clube. Locomoção e percurso é com eles mesmo.
3. Equipe de Programação:
a. Grupo responsável por toda programação do acampamento. Avisos, tarefas, jogos, recreação, trilhas, espiritual etc.
4. Equipe de Materiais:
a. Tudo que se diz respeito a materiais do acampamento é com eles.
5. Equipe de Eventos:
a. São os responsáveis para montar e executar as atividades elaboradas na programação.
6. Equipe de Infraestrutura:
a. Responsáveis por toda estrutura do acampamento, são os expertos em pioneiria, montagem de barracas e etc.
Material da Unidade:
A unidade deve ter duas barracas, machadinha, facão (2), facas (2), lanterna, corda de 20m, repelente, cordinhas finas, serra, estojo de primeiros socorros, apito, Iscas de fogo, bandeirim, utensílios de cozinha, plástico ou lona para cobrir a cozinha e outro para abrigar da chuva ou do sol forte.
Material individual do desbravador
Cada desbravador ao acampar deve levar: Bíblia, hinário, lição, seu uniforme completo, mochila, capa ou plástico, lanterna, canivete, agasalho, roupa de uso pessoal, cordinha, chinelo, colchonete, saco de dormir ou cobertor, prato e copo de plásticos, talheres, estojo de costura e
10
material de higiene. Todo esse material deve estar acondicionado em saco plástico, evitando de molhar em caso de chuva. Obs: não trazer a mudança para o acampamento e nem esquecer o essencial.
2. NÓS E AMARRAS
NÓS E SEUS EMPREGOS
A origem dos nós remonta a pré-história, podem mesmo terem sido utilizados antes da descoberta do fogo e da manipulação dos metais. Empregados ao longo dos tempos com as finalidades mais variáveis, alguns adquiriram significados verdadeiramente religiosos, mágicos ou supersticiosos. Mas desde sempre quem mais utilizou os nós, foi a gente do mar. Assim, através dos tempos, a arte de fazer nós foi sendo aperfeiçoada e enriquecida até atingir outras organizações operacionais. A seguir apresentamos alguns nós e suas utilidades, que devem ser conhecidos por todo Desbravador. A fim de entender as instruções para fazer nós, são primeiramente necessárias três definições: CHICOTE COMPRIDO - É a parte longa da corda com que a pessoa trabalha ao formar o nó. VOLTA - Voltando-se a corda sobre si, forma-se um anel. Isso chama-se volta. CHICOTE CURTO - É a parte com que se trabalha. NÓ SIMPLES - Dar uma volta, passando através dela a extremidade da corda e apertando-a esse é o laço comum usado por todos.
NÓ CEGO - Escorrega e é praticamente inútil aprendemo-lo para evitá-lo fazer agora um segundo nó simples, cruzando o chicote curto sobre o comprido da mesma maneira que se fez antes.
NÓ DIREITO - Não escorrega nem aperta, sendo fácil de desatar. Deve ser usado ao amarrar embrulhos, é valioso em primeiros socorros, etc. Fazer um nó simples agora fazer um segundo nó simples, cruzando o chicote curto sobre o comprido, na direção oposta em que foi feito o primeiro. O principiante sempre pensa que está atando o segundo ao revés.
11
NÓ DIREITO - Não escorrega nem aperta, sendo fácil de desatar. Deve ser usado ao amarrar embrulhos, é valioso em primeiros socorros, etc. Fazer um nó simples agora fazer um segundo nó simples, cruzando o chicote curto sobre o comprido, na direção oposta em que foi feito o primeiro. O principiante sempre pensa que está atando o segundo ao revés.
NÓ DE CIRURGIÃO - Usado pelos médicos para atar os pontos de uma incisão. É valioso para o missionário em perspectiva. Fazer um nó simples, passando então segunda vez o chicote curto através da volta. O desenho corresponde à primeira fase do nó. Para completá-lo deve-se acrescentar em cima outro nó simples. NÓ CORREDIÇO - É usado para amarrar um cavalo a um poste. O nó escorrega, mas quando atado convenientemente se toma tanto mais apertado quanto mais se puxar o chicote curto. Fazer uma volta “e” em vez de passar por ela o chicote curto, como no caso do nó simples, passar o cordão duplo, se o nó corrediço deve passar por um anel, passar por este o chicote curto e então atar o nó simples em torno do chicote cumprido.
LAIS DE GUIA - Para prender uma pessoa o um animal quando há necessidade imperiosa de que a laçada não se aperte como quando se desce alguém de um prédio incendiado ou quando se puxa uni animal à guia. E um nó que não corre nem emperra, tem grande valor. Fazer uma volta pequena sobre o chicote comprido, deixando o chicote curto bastante longo para passar em torno da pessoa ou do animal. Passe-se então o chicote curto pela volta pequena de baixo para cima. Passe-se logo o chicote curto ao redor do chicote cumprido e passe-se outra vez pela volta pequena de cima para baixo. Para apertar segura-se o nó e puxese pelo chicote comprido.
12
NÓ DUPLO - É o que se faz para amarrar os cordões dos sapatos. É preciso evitar o nó cego. Este nó é idêntico ao nó direito com a exceção de ser dupla a volta.
NÓ DE ESCOTA - Usado para ligar a escota à vela do navio. Usado também, para amarrar duas cordas de diferentes grossuras. Se por exemplo, uma corda precisa ser jogada por cima de um alto muro ou a alguma distância, amarra-se primeiro um peso a um cabo fino e joga-se este peso com o cabo seguro. Liga-se depois a corda a este cabo. Trata-se de um nó muito útil para estender um lençol que servirá para projeções luminosas ou para qualquer outro caso em que um pedaço de pano deva ser esticado pelos cantos, com uma corda ou cabo. Fazer uma laçada com a corda maior ou o canto do lençol, passar o chicote curto da corda menor através desta laçada, de baixo para cima, e passá-lo logo ao redor da laçada, e então passá-lo de baixo do seu próprio chicote comprido, evitando que o chicote curto se introduza outra vez na laçada. CATAU - Muito útil para encurtar um cabo cujos dois extremos estejam presos. Apanhar a parte a ser encurtada, fazendo com ela meia laçada em torno de cada uma das voltas.
NÓ DE PESCADOR - Muito prático para ligar cabos finos e meios duros, como as linhas de pescar. Não foge e é fácil de desatar. Pôr os dois cabos paralelos e com o chicote curto de cada um deles amarrar um nó simples sobre o outro. Puxar, depois os dois chicotes compridos.
NÓ DE FATEIXA - Útil por ser fácil de executar e não fugir sob qualquer esforço. Passar a corda pela argola e cm torno do chicote cumprido, passado-a pela laçada assim formada. Repetir o movimento.
13
VOLTA DE FIEL - É o nó usado para amarrar as cordas das barracas. Todo desbravador deve conhecê-lo e executá-lo bem. Usa-se ainda para ligar uma estaca a outra. Passar a corda em redor da estaca de modo que o chicote curto passe debaixo do comprido. Levando a extremidade na mesma direção faça a passar novamente ao redor da estaca, de tal maneira que o chicote curto passe por dentro desta ultima laçada feita.
NÓ DE GANCHO - Muito útil para prender uma corda a um gancho. Fazer uma volta sobre o gancho, de modo que o chicote curto passe por baixo do comprido, para que, quando se puxar fortemente o chicote comprido, o chicote curto fique preso. VOLTA DA RIBEIRA - Usado para transportar ou levantar vigas ou pedaços pesados de madeira Passar o chicote curto em redor da viga, e em seguida passar por trás do chicote.
AMARRAS BÁSICAS
Quando estamos em acampamento, este se torna mais agradável quando podemos construir um móvel simples de madeira nativa. Não é necessário martelos, pregos ou serras o suficiente será um bom machado, uma faca afiada alguma corda ou algum outro material de ligadura. Podemos fazer uma mesa de campanha, uma gamela para lavar, cabide para roupas e uma variedade de outras coisas “fluas mobílias para o campo” a) Passar em revista todo o seu conhecimento de nós, principalmente os nós “volta de fiel” e “nó simples’”. b) Cada acampante deve ter uma corda com uns 90 cm. da grossura aproximada de um polegar. c) Começar com a amarra plana, pois esta é a amarra básica para as demais e deve ser aprendida primeira.
14
AMARRA PLANA AMARRA DIAGONAL
a) Coloque as duas varas na posição mostrada pela figura 1. b) Dê um nó volta de fiel com uma extremidade da corda na vara vertical, fazendo passar a extremidade mais comprida da corda pelo laço. conforme mostra a figura 2. que fortalecerá o nó. e) Mantenha firmemente unidas as varas, passando a corda por baixo e em frente à vara horizontal, então por trás e para cima. De novo em torno e pela frente, de modo que a corda volte à posição inicial. Repetir este enlaçamento ao menos três vezes firmando fortemente a amarra. Não cruzar a corda sobre o centro das varas, ou no topo ou embaixo. Figura 3. d) Termine por apertar bem, isto é feito enrolando a corda entre as duas varas e puxando firmemente para uni-la com a primeira volta. Figura 4. Termine com qualquer dos seguintes nós: Volta do fiel, ou nó simples unindo a corda com a extremidade inicial. A amarra em diagonal é usada para cabides, suportes e cavaletes. Começa com o nó volta de fiel ao redor de dois ou três paus. (Fig. 1) No ponto em que cruzam dê duas ou quatro voltas. (Fig. 2) Faça o mesmo número de voltas na direção oposta, apertando sempre. (Fig. 3) Reforce as amarras passando as voltas entre os paus, duas ou quatro vezes. Aperte as cordas firmemente e termine com um nó direito.
AMARRA CIRCULAR
1. Faça um nó “volta de fiel” em torno de uma vara. 2. Coloque a segunda vara paralela,
15
como mostra a figura fazendo com a outra extremidade da corda várias voltas paralelas até que as varas estejam firmes. 3. Dê algumas voltas passando por entre as duas varas paralelas para apertar, e finalize.
AMARRA CONTÍNUA
1. Corte as varas do tamanho desejado e apare as extremidades. (Fig. 1) 2.Com o meio da corda dê um nó volta de fiel na vara de estrutura, passando as extremidades do corte sob cada vara. (Fig. 2) 3.Cruze a corda formando um “X”, puxando bem para apertar. (Fig. 3) 4. termine com o nó fateixa ou volta do fiel, e enfie as extremidades das cordas debaixo da última vara.
2. PIONEIRIAS E CONSTRUÇÃO
16
17
18
19
20
21
22
23
4. COMIDA AO AR LIVRE/MATEIRA
O PREPARO DO ALIMENTO SEM UTENSÍLIOS DE COZINHA
OVO NA CASCA DE LARANJA OVO NO BARRO
1. Corte uma laranja pela metade e retire a polpa. 2. Quebre um ovo dentro da “frigideira” improvisada e acomode-as sobre as brasas. Não coloque sobre chamas diretas para não queimar. O ovo estará pronto entre cinco a dez minutos.
OVO NA CASCA DE MARACUJÁ
Procedimento idêntico ao anterior Envolva o ovo em cerca e 1 cm de barro consistente e coloque-o sobre as brasas. Ao notar que o barro rachou, retire o ovo, pois já estará pronto.
BATATA NO BARRO
Siga as mesmas orientações para ovo no barro.
24
MILHO ASSADO PIZZA NA LATA
Basta tem um bom espeto e deixa-lo numa grelha.
OVO ACEBOLADO
Corte uma cebola grande ao meio e retire o miolo. Quebre um ovo e coloque-o na parte oca da cebola, pondo em seguida para cozinhar na brasa. Retire a tampa de uma lata de 20 litros e o forno já está pronto. Agora é só preparar a pizza e as brasas. É melhor que a lata não fique em contato direto com as brasas.
PÃO DE CAÇADOR
Em uma lata ou casca de coco, misture uma xícara de farinha de trigo, uma pitada de sal, uma colher(chá) de fermento instantâneo, uma colher (sopa)de açúcar e um pouco de óleo. Adicione água até ficar consistente e prepare uma tira de massa, de cerca de 5 cm de largura e 1 cm de espessura. Para evitar que a massa grude, passe farinha de trigo nas mãos. Em seguida, corte uma vara resistente(goiabeira) e faça uma ponta no lado mais fino. Retire a casca e aqueça-a ao fogo. Depois, é só enrolar a massa e deixa-la assar numa fogueira, sobre forquilhas, dando uma volta no espeto, de vez em quando. (Imagem de espeto com pão enrolado)
25
PÃO NA GRELHA
Prepare a massa com receita anterior e modele um pão arredondado ou chato. Para assar, coloque-o numa grelha posicionada sobre brasas, não se esquecendo de virá-lo de vez em quando. Outra forma é empurrar para o lado uma parte da fogueira e colocar a massa sobre o chão quente, envolvida em papel-alumínio, empilhando cinza quente sobre ela.
ARROZ NA CASCA DE COCO
Uma casca de coco pela metade ou um gomo de bambu serve de panela. Improvise duas argolas ou faça dois furos nas bordas das vasilhas, por onde passará a alça. Antes de utilizar sua “panela”, deixe-a queimar parcialmente. Coloque o arroz, a água e tempere como puder. Dependure a vasilha sobre o fogo e aguarde. Utilizando esse mesmo recurso dá para cozinhar feijão, macarrão, verduras, etc.
ARROZ E VERDURAS EM “PANELA” DE BAMBU
Corte um gomo de bambu acima dos nós, faça uma abertura e as abas, como mostra a figura. Dê preferência ao bambu maduro. (Imagem panela de bambu no fogo)
26
6.PRIMEIROS SOCORROS
Padiolas Improvisadas
Na falta de equipamento apropriado para transportar um ferido, se vire com cordas: Cordas. Siga a orientação das fotos. Forre a padiola com pedaços de tecidos, roupas ou folhas, se for necessário.
Jaquetas e blusas de tecido grosso (jeans, brim). Neste caso, o mais indicado é cortar as mangas de duas ou três jaquetas, na altura do ombro, e atravessar uma vara em cada manga. As costas dos blusões serão a parte de cima da padiola. Dois ou três sacos de algodão, juta ou plástico reforçado, desses usados para transporte de grãos. Corte o fundo e enfie uma vara em cada lado. Prenda as laterais com alfinetes de segurança.
Duas varas ou galhos compridos de arvore e um cobertor ou pedaço de lona. Dobre o cobertor ou lona sobre as varas deixando-o com cerca de 60 cm de largura. Prenda as laterais com alfinetes de segurança.
Antes de usar uma padiola improvisada teste-a primeiro.
27
KIT BÁSICO DE PRIMEIROS SOCORROS
• Ataduras de crepe de três metros • Soro Fisiológico • Band-aid • Lâminas de bisturi • Alfinetes de segurança • Luvas cirúrgicas • Bandagem triangular e gaze • Tesoura com ponta • Pinça de sobrancelhas • Termômetro clínico • Esparadrapo • Cotonetes • Algodão • Antisséptico spray • Xilocaína ou lidocaína gel 2% • Merthiolate incolor spray • Gelol spray • Água oxigenada 10 volumes • Protetor solar Olho vivo
Em emergências:
1.Esclareça a situação:
O que aconteceu? Quantas pessoas estão envolvidas O perigo continua? Alguém mais precisa de ajuda É preciso chamar logo uma ambulância?
2.Pense na segurança
Não se arrisque Afaste qualquer coisa que ameace a pessoa que está sendo atendida Só faça a remoção da pessoa se você souber e tiver forças para isso.
3.Atenda primeiro aos problemas mais sérios
Hemorragias que precisam ser controladas. Respiração que precisa ser reativada.
4.Solicite ajuda
Ambulância, Médico, Polícia, Bombeiros. Pronto-socorro Verifique sempre o prazo de validade dos medicamentos e evite dar remédios ás pessoas. A automedicação pode até matar.
28
Procure sempre o conselho de um profissional de saúde.
AVALIAÇÃO DO ACIDENTE
Antes de qualquer ação da prestação de socorro, o socorrista, principalmente se for amador, deverá seguir um atendimento a vítima que compreende de: C - Checar C - Chamar C - Cuidar
C - Checar
Consiste em verificar se o local é seguro para o socorrista e a situação em que a vitima se encontra.É bom sempre tentar relacionar a vitima e o local do acidente. Também é importante colher informações de testemunhas (“sapinhos”).
C - Chamar
O socorrista não deve perder tempo, ele deve imediatamente chamar o resgate. O numero é 193 ou 192 da SAMU. Não tem necessidade de chamar os dois.
C - Cuidar
Agora sua participação será fundamental, pois você estará cuidando do paciente até a chegada do socorro.
Avaliação Inicial
Essa avaliação consiste em verificar que tipo de problema sofreu a vítima, se for problema clínico (problema de saúde) ou trauma (provocado por acidente).
Em caso de trauma, deverá realizar o exame físico:
1.Verificar o nível de consciência
Perguntar para a vítima se está tudo bem. Se a vítima estiver consciente, se apresente e pergunte para a vítima o que ela sente.
2.Abrir vias aéreas
Levando em consideração a suspeita de trauma de coluna, deverá realizar a tríplice manobra.
3.Respiração
Ver, ouvir e sentir os movimentos respiratórios. Caso a vítima não respire, efetue 2 insuflações.
4.Circulação
Verificação de pulso em grandes artérias com o controle de hemorragia.
5.Exame da cabeça aos pés
Exame rápido a fim de verificar os problemas mais graves que a vítima pode ter. Também o monitoramento dos sinais vitais.
29
Prioridades de Atendimento
Grandes hemorragias, PCR – Parada Cardiorrespiratórias, PR – Parada Respiratória, OR – Obstrução Respiratória, Trauma no Crânio, Pequenas Hemorragias, Trauma de Coluna, Fraturas, Estado de Choque.
Sinais vitais
Temperatura Respiração Pulso Pressão Arterial
Média 36ºC Adulto 10 a
20 MRPM Adulto 60 a
100 BPM
Estado febril
37º
Febre 38,0 a
38,9ºC
Pirexia 39ºC Criança 20 a 30
MRPM
Latente
30 a 40
MRPM Criança 100 a 120
BPM
Latente 120
140 BPM P.A. sistólica:
pressão máxima 110 a 140 mmHg.
P.A. diastólica:
pressão mínima 60 a 90 mmHg.
Obstrução Respiratória
Vítima consciente engasgada
• Pergunte se a vítima: “você pode falar?”. • Se não puder, aplique a manobra de Heimlish. • Em gestante e obesos, as compressões no osso Esterno. • Repita os passos até o socorro chegar ou até a retirada do corpo estranho.
Vítima inconsciente engasgada
• Verifique o nível de consciência. • No caso de inconsciência, abra as vias aéreas e verifique a respiração. • Efetue duas insuflações. • Se o tórax não elevar, repita operação. • Se o ar não passar, deixe a vítima deitada em uma superfície plana e em cima dela aplique a manobra. • Após a manobra, tente visualizar o corpo estranho para removê-lo. • Se a vítima não respira repita todo o processo até o socorro chegar.
Parada Respiratória
• Verifique o nível de consciência. • Libere as vias aéreas. • Respiração – ver, ouvir e sentir. Se ela não respira, efetue 2 insuflações. • Verifique a circulação com o controle de grandes hemorragias. Em bebê use o pulso braquial. • Se a vítima tem pulso, então ela encontra um quadro de P.R. Faça uma insuflação a cada 5 segundos verificando o pulso e respiração a cada 10 ventilações, em criança ou bebê 1 insuflação a cada 3 segundos verificando o pulso e respiração a cada 20 ventilações. Parada Cárdio-Respiratória
30
• Verifique o nível de consciência. • Vias aéreas. • Respiração – ver, ouvir e sentir. • Se a vítima não respira, efetue duas insuflações. • Circulação, com controle de hemorragias. • Se a vítima não tem pulso, ela se encontra no estado de P.C.R. • Aplique a massagem cardíaca com o seguinte sincronismo: o Adulto 2 insuflações, 15 massagens verificando o pulso a cada 10 ciclos (com 2 socorristas, a cada 04 ciclos). o Bebê 1 insuflação com o ar das bochechas, 5 massagens 10 ciclos.
Fraturas
É uma ruptura total ou parcial da estrutura óssea (solução de continuidade no osso).
Tipos:
- Completa – (quebra de osso) - Incompleta – (quando ocorre fissura) - Aberta ou Exposta– (provoca ferida na pele) - Fechada – (não há perfuração na pele). Conduta:
- Verifique o VRC - Ministre 02 - Nas fraturas alinhadas, imobilize com tala rígida ou inflável. - Nos deslocamentos, em fraturas expostas e fraturas em articulações imobiliza na posição encontrada com tala rígida. - Use bandagens para imobilizar fraturas ou luxações na clavícula, escápula e cabeça do úmero. - Após a imobilização, continue checando o pulso e perfusão capilar. - Não tente colocar o osso no lugar!!!X!X!X!X!X!X!X NÃO !!!!!!!!!!!!!
Conduta em Fratura Exposta:
- Controle a hemorragia - Não tente colocar o osso exposto no interior da ferida - Não limpe ou passe qualquer produto na ponta do osso exposto - Proteja o ferimento com gaze, ou atadura limpa. - Imobiliza com tala rígida - Previna o agravamento de contaminação - Procure socorro adequado
Animais Peçonhentos
São acidentes causados por ofídios, escorpiões, aranhas, vespas, abelhas e alguns seres marinhos, cujos veículos de introdução no corpo humano, se faz através de presas, ferrões, etc. Se você deparar com um acidente provocado por animal peçonhento, lembre-se quem
31
dificilmente ele será fatal, imediatamente ou poucos minutos após o acidente. Geralmente se dá por falta de tratamento sorológico. Portanto mantenha a calma e aja a tempo e aja da seguinte forma: • Procure identificar e capturar o animal agressor, se possível: não gaste muito tempo com isso. • Se não conseguir identificar, trate como se fosse um animal venenoso.
Procedimento:
• VRC, avaliação e tratamento. • Procure identificar e capturar o agressor • Avalie os sinais vitais • Limpe o local com água e sabão • Ministre o O2 • Mantenha o paciente deitado • Transporte rápido. • Previne ou trate o choque • Faça um círculo em volta do local da picada com uma caneta para marca o local da inoculação do veneno
Afogamento
Min. Situação
0’ Imersão total e pânico 1’ Luta contra asfixia 2’ Espasmo da glote 3’ Deglutição da água 4’ Vômitos 5’ Perda da consciência 8’ Convulsões 9’ Parada respiratória + + + Já era
Etapas do Salvamento
1- Pesquisa o local à procura de galhos, gancho, cordas. 2- Salvamento (judô aquático). 3- Técnicas de primeiros socorros: OB ou PCR.
Queimadura
Lesão no tecido de revestimento do corpo, causado por agentes térmicos, químicos ou elétricos. Podendo causar destruição total ou parcial da pele e seus anexos, e atingir camadas mais profundas (músculos, tendões e ossos).
1º Grau atinge a epiderme Dor e vermelhidão no local Sem bolhas
2º Grau Epiderme mais a derme Dor e vermelhidão mais intensa Formação de bolhas. 3º Grau Todas as camadas da pele, gorduras e músculos. Ausência de dor Área escurecida ou esbranquiçada.
32
A gravidade da queimadura está relacionada com a sua extensão. Grandes queimaduras – acima de 10% do corpo
Queimaduras Térmicas:
- Apagar o fogo com cobertor ou rolando a vítima. - Retirar a roupa da vítima, menos a parte queimada ou aderida no corpo. - Estabelecer a profundidade e a gravidade da queimadura. - Em caso de 1º grau, lavar com água fria. - Não passar nada no local, não furar bolhas e cuidado com as infecções. - Cobrir o local com o plástico estéril ou papel alumínio. - Quando nos olhos, cobrir com gaze embebida em soro.
Queimaduras Químicas:
- Lavar o local por 15 minutos sem pressão ou fricção. - Evitar o estado de choque.
Queimaduras Elétricas:
- Desligue a fonte de energia e afaste a vítima da fonte. - Verifique os sinais vitais e inicie a manobras de reanimação se necessário. - Trate das queimaduras, na fonte de entrada e saída da corrente elétrica. - Mande para o hospital.
Hemorragia
Perda aguda de sangue circulante.
Ferida: é o resultado da agressão sofrida pelas partes moles, produzindo uma lesão tecidual.
Procedimento:
- Nunca toque na ferida. - Não aplique medicamento ou qualquer produto no ferimento. - Não retire o objeto empalado. - Proteger com gases ou pano limpo, fixando com bandagem, sem apertar o ferimento. - Fazer compressão não local suficiente para cessar o sangramento - Se for em membros, elevar o membro ferido. - Caso não haja controle no ferimento, pressione os pontos arteriais. - Torniquete deverá ser usado em último caso, com o uso de esfignomanômetro. - Procurar o socorro adequado.
Procedimento em caso de hemorragia interna:
- Mantenha as vias aéreas liberadas. - Mantenha a vítima deitada. - Em caso de fratura, use tala inflável. - Transporte na posição de choque. - Administre o 02.
33
- Não de nada de beber para a vítima. - Procure por socorro adequado.
Estado de choque
Falência hemodinâmica.
Classificação:
a) Hipovolêmico: - Hemorragia. - Queimaduras graves. - Diarréia, vômitos (desidratação). b) Cardiogênico: - Infarto. - Arritmia cardíaca. c) Séptico: - Infecções graves. d) Anafilático: - Reação de hipersensibilidade a medicamentos, alimentos. e) Neurogênico: - Lesão da medula espinhal. - Dores intensas.
Como reconhecer o estado de choque:
- Pele pálida, úmida e fria. - Pulso fraco e rápido. - P. A. Sistólica baixa. - Perfusão capilar periférica lenta ou nula. - Tontura ou desmaio. - Respiração curta e rápida. - Sede, tremor e agitação. - Rosto e peito coçando, vermelho, edemaciado (anafilático).
Conduta:
- Posicione a vítima deitada com as pernas elevadas. - Afrouxe suas roupas. - Mantenha a vítima aquecida. - Ministre o O2. - Choque anafilático, transporte a vítima para o hospital.
Emergências Clínicas
1) I.A.M
Obstrução de uma artéria do músculo cardíaco.
Sinais e Sintomas
- Dor súbita prolongada na região do peito. - Mal estar.
Conduta
- Repouso. - Monitorar os sinais vitais. - Afrouxar as vestes. - RCP se necessário. - Ministre o 02.
34
2) Desmaio
Perda da consciência.
Conduta:
- Afastar a vítima no local agressor. - Monitorar os sinais vitais. - Cabeça mais baixa que o corpo. - Transporte para o hospital.
1) Derrame
Interrupção do fluxo sanguíneo a determinada área do SNC.
Sinais e sintomas:
- Tontura. - Dor de cabeça. - Paralisia unilateral. - Às vezes sangramentos.
Conduta:
- Monitorar os sinais vitais. - Posição de coma para paciente. - Procure o recurso médico.
2) Convulsão
Abalos musculares de parte ou de todo corpo, decorrente do mal funcionamento do SNC.
Conduta:
- proteger a vítima. - Proteger a língua com o pedaço de pano. - cabeça colocada de lado. Se em 5 min não passar, transporte para o hospital.
2.FACA, FACÃO E MACHADINHA
A faca de mato é uma ferramenta bastante útil para o Desbravador e, por isso, deve ser bem comprada e bem cuidada. Ao comprares a faca de mato, verifica se o cabo é resistente e se está bem equilibrada. Normalmente as facas de mato já são vendidas com uma bainha. Se a tua não tiver, deves arranjarlhe uma o mais depressa possível. Podes sempre decorar a bainha da faca com coisas que te identifiquem, como uma espécie de marca pessoal. Para verificares se a faca está bem equilibrada, tenta precisamente equilibrar a faca em cima de um dedo, colocando este no início da lâmina, mesmo junto ao cabo.
35
COMO ENTREGAR A FACA DE MATO A OUTRA PESSOA
Alguns acabam sempre por se cortarem com facas de mato (e mesmo canivetes) ao receberem-nas de outra pessoa. O Desbravador deve saber como entregar corretamente uma faca de mato, e também ter o devido cuidado ao recebê-la de outra pessoa. Não há uma maneira única de entregar a faca de mato. Apenas é preciso ter cuidado para ninguém se cortar na lâmina.
NÃO - ao dar a faca com a lâmina para a frente, a pessoa que a recebe pode-se cortar, mesmo que lhe vá pegar no cabo. Uma faca deve sempre ser entregue com o cabo livre para se lhe pegar.
NÃO - quando a pessoa que recebe puxar a faca, a lâmina desliza sobre os dedos de quem está a entregar, cortando-os de imediato.
SIM - a pessoa que entrega a faca de mato nunca se corta, porque os dedos estão fora do alcance da lâmina. Por seu lado, a pessoa que a recebe, tem o cabo completamente livre para lhe pegar, ficando igualmente fora do alcance da lâmina.
COMO CORTAR UM PAU COM A FACA DE MATO
Para evitar que se corte um dedo ou uma mão, os movimentos da faca devem ser sempre feitos para fora do nosso corpo, no sentido oposto à mão com que seguramos no pau ou ramo. Assim, a lâmina da faca nunca vem contra nós por azar!
CUIDADOS A TER COM A FACA DE MATO
A faca deve andar sempre na bainha, quando não estiver a ser usada. No fim dos acampamentos e atividades, deves sempre cuidá-la, seguindo os seguintes passos: 1- limpá-la cuidadosamente de todos os
36
detritos, usando petróleo se for preciso; 2- secar bem toda a faca, por causa da ferrugem; 3- afiar bem a lâmina para ficar pronta para a próxima atividade; 4- untar toda a lâmina (e outras partes metálicas) com óleo para a proteger da ferrugem; 5- embrulhá-la num bocado de plástico, para conservar o óleo; 6- guardá-la numa gaveta ou caixa onde ficará em segurança. Enquanto estás no campo e te estás a servir da faca de mato, podes precisar de a pousar e não teres a bainha perto, ou então teres a faca tão suja que não a queiras guardar na bainha. Alguns cometem os maiores erros nestas alturas, mas você, como bom desbravador, farás o correto.
NUNCA deves espetar a faca numa árvore viva nem na terra. Se espetares a lâmina na terra poderás encontrar uma pedra que te estrague o fio da lâmina. De qualquer maneira, mesmo espetando em areia, há sempre prejuízo para o fio da lâmina.
Para além disto, deves ainda ter o cuidado de deixar a faca de maneira a que ninguém se corte na lâmina. Deixar a lâmina no meio do chão é um dos erros mais comuns de alguns: para além de apanhar demasiada umidade e de alguém a poder pisar e parti-la, alguém descalço ou de chinelos pode passar e cortar-se. Também espetar uma faca num cepo pode ser perigoso, pois alguém se pode cortar ao passar com um pé ou uma mão, para além de acabar por torcer o bico da faca caso seja espetada de ponta.
Deves nunca esquecer que quando espetas uma faca num cepo, é apenas por alguns minutos ou segundos, e que o local não pode ser freqüentado por outras pessoas, senão alguém se pode cortar.
37
NÃO deves usar a tua faca de mato (ou canivete) num veículo em movimento, como por exemplo num comboio ou autocarro. Um solavanco inesperado pode causar um acidente com a lâmina. No caso de uma travagem brusca, a faca pode vir mesmo a espetar-se no corpo (teu ou de outra pessoa). Quando começas a usar a faca de mato, e tal como no caso do machado, deves ter a preocupação de verificar se tens pessoas junto a ti, que poderiam vir a ser vítimas de algum deslize da lâmina. Se transportares a tua faca de mato dentro da mochila, deves ter cuidado para não a enfiar à força no meio das coisas, pois o bico da faca pode furar a bainha e rasgar o material ou mesmo a mochila. Ao cortares uma espia ou cabo, não cortes na vertical, mas sim obliquamente, tal como com o machado.
MACHADINHA
A diferença entre o machado e a machada (ou machadinha) está no tamanho. O machado é grande e usa-se com as duas mãos. A machada é mais pequena e basta uma mão para a manobrar. O Desbravador costuma usar a machadinha.
UTILIZAÇÃO DO MACHADO
O Desbravador sabe usar o machado e a machada corretamente.
A machada, usada só com uma mão, requer mais pontaria do que força. De fato, os golpes com a machada são dados pausadamente, calculando sempre o local do golpe, e sem excesso de força. Uma machada não se pega com as duas mãos desferindo fortíssimos golpes no alvo. O machado, apesar de ser pegado com 2 mãos, usa-se também pausadamente, sem
38
força excessiva e apostando sempre na pontaria.
A machada, por poder ser usada apenas com uma mão, deve ser pegada pela «pega», na ponta do cabo, e não a meio do cabo. Tem-se melhor balanço, e é preciso fazerse menos força. Sempre que se começa a usar um machado, deve-se verificar o seguinte: 1- se a cunha está bem fixa; mergulhar o machado em água faz inchar a madeira e assim garantir melhor a fixação do cabo na lâmina; 2- se não há ninguém à volta que possa ser atingida por um golpe;
Para cortar um ramo, nunca o devemos fazer em cima da terra, pois a lâmina acabará sempre por se enterrar no solo, estragando o fio. Deve-se sempre apoiar o ramo em cima de um cepo mais grosso.
O ponto onde vamos cortar deve estar bem apoiado e o mais fixo possível. Nunca se deve desferir golpes com o machado sobre um ponto do ramo que esteja sem apoio, pois o efeito será muito pouco e o ramo ao vibrar pode fazer com que o machado salte e atinja o utilizador.
39
A inclinação do machado é importantíssima para os efeitos dos golpes. Nunca se devem dar os golpes com a lâmina num ângulo de 90º, ou seja, na vertical. Devese inclinar sempre o machado para fazer aproximadamente um ângulo de 60º. Os golpes devem ser alternados, ora inclinado para a esquerda ora para a direita.
O machado nunca deve ser usado como martelo, pois não foi para isso que foi feito.
DESBASTAR UM TRONCO
Para limpar ou desbastar um ramo ou tronco, começa-se pelo início (parte mais grossa) e vai-se avançando em direção à ponta, no sentido de crescimento da árvore. Se os golpes forem dados no sentido contrário, acabará por rachar o tronco.
40
CORTAR UM TRONCO NA VERTICAL (OU ABATER UMA ÁRVORE)
A técnica apenas precisa de duas zonas de golpe: a primeira de um lado, e a segunda do lado oposto e mais em cima. Esta técnica aplica-se tanto para um ramo, como para um tronco, como para uma árvore. No caso de uma árvore, esta cairá para o lado da primeira zona de golpe. Para cortar uma vara verde, seguras pela parte de cima para a vergar. Os golpes devem ser dados com inclinação de 60º e não perpendicularmente à vara. Vergar a vara aumenta o efeito de corte do machado.
RACHAR LENHA
Para rachar lenha, começas por cravar a lâmina no tronco (não precisa de ser com muita força), junto a uma das extremidades. De seguida, vais batendo com o conjunto tronco-machado em cima de um cepo. Aos poucos e poucos o machado vaise enterrando cada vez mais no tronco, rachando-o ao meio.
41
FAZER UMA ESTACA
Para afiar uma estaca, deves apoiá-la em cima de um cepo, e golpeares com pontaria, como na figura. A cada golpe rodas um pouco a estaca.
Uma estaca deve ter a parte de trás ligeiramente desbastada, como na figura acima, para evitar que, ao bater nela, se desfaça.
SEGURANÇA
Para além de saber manejar corretamente o machado, o Desbravador deve igualmente saber tomar todas as medidas de segurança relativamente a esta ferramenta.
Tal como a faca de mato ou outra qualquer ferramenta cortante, o machado não deve ser deixado caído no meio do chão, encostado a uma árvore e muito menos ainda cravado no tronco vivo de uma árvore.
O seu manejo deve observar regras de segurança para o utilizador, assim como para pessoas que se encontrem por perto.
Deves ter todo o cuidado ao usares o machado para que este não te atinja uma perna ou um braço. Se estiveres a segurar com a mão no tronco ou ramo que cortas, verifica se a mão não fica ao alcance de nenhum golpe desviado por acaso.
42
O mesmo cuidado deves ter com as pernas, as quais deverás abrir conforme a posição em que estejas a cortar, de modo a que o machado nunca te atinja a perna, mesmo no caso de um golpe mal dado e que se desvie.
COMO GUARDAR O MACHADO
O machado deve ficar guardado dentro da respectiva bainha, ou cravado num cepo ou num suporte próprio montado no campo. Para cravar o machado num cepo é comum verem-se alguns a desferirem grandes golpes sem grandes resultados. A técnica consiste unicamente em espetar a lâmina em bico, e não com o fio todo. Para além disso, a lâmina deve ficar paralela ao cepo.
NUM CEPO NUM SUPORTE
FABRICO DE UMA BAINHA
Como a maior parte dos machados que se vendem não trazem bainha, deves saber fazer uma com facilidade, para que o teu
43
machado ande sempre protegido e até o possas trazer à cintura. O material ideal é o cabedal. Se não tiveres cabedal, podes usar qualquer tecido grosso do tipo lona ou ganga, que não se rompam com facilidade. Para o reforçares podes fazer duas ou três camadas.
Depois de o cortares com o feitio que se indica na figura, abres orifícios para passares o cinto e para enfiares o cabo do machado. Estes orifícios, no caso de usares tecido, devem ser costurados do mesmo modo que as casas dos botões nas camisas, para não se rasgarem. Depois, é só coseres com fio grosso, e colocares um botão. Num sapateiro encontras com facilidade um botão de mola de fácil uso e que não custa nada a montar.
TRANSPORTE
O transporte do machado é outro fator importante na segurança. Quando o transportares na mão, segura-o sempre pela lâmina, e nunca pelo cabo. Os pequenos quando pegam no machado pela primeira vez, costumam andar a passear com ele segurando no cabo e balanceando-o «à índio», arriscando-se a bater com a lâmina nas pernas ou a atingir algum colega. Se o machado for grande podes levá-lo ao ombro, mas sempre com o fio da lâmina virado para fora.
44
Quando se passa o machado a outra pessoa, deves entregá-lo sempre segurando na lâmina, para que lhe possam pegar facilmente no cabo.
CONSERVAÇÃO
Para evitar a ferrugem, deves ter em atenção alguns conselhos: • Quando regressas de uma atividade, limpa bem o machado, para tirar toda a umidade; • Para retirar ferrugem, usa palha-deaço; • Para conservar o machado sem ferrugem, unta a lâmina com óleo ou outra gordura, e envolve-a com plástico;
AFIAR A LÂMINA
Para afiares a lâmina podes usar uma simples pedra de esmeril, a qual deves manter molhada com água ou, melhor ainda, com óleo. Usa movimentos circulares, deslocando para a frente. Se a pedra for grande, fixa-a (por exemplo num cepo) e imprime ao machado os movimentos circulares (observa a figura). Se a pedra for pequena, pega nela com uma mão e, tendo cuidado para não te cortares, anda com ela igualmente em movimentos circulares, mantendo o machado fixo.
Se a lâmina tiver bocas (ou lâmina romba), deves começar por as fazer desaparecer usando uma lima (de preferência triangular), e só depois usar a pedra de esmeril.
Uma lâmina com “BOCAS”
45
Depois de feito o cabo novo, insere-o no olhal e fixa-o com uma cunha.
Quando estiveres a desbastar a lâmina do machado, para lhe retirar as bocas, tem cuidado. O fio da lâmina deve ficar com uma forma nem muito longa nem muito curta. Observa a figura para veres qual é a melhor forma.
REPARAÇÃO DO CABO
Se por acidente, ou qualquer outro motivo, o cabo do machado se partir, eis uma forma fácil de retirar os restos da madeira do cabo de dentro do olhal da lâmina. Começas por cavar um pequeno buraco em terra úmida onde enterras ligeiramente a lâmina deixando o olhal de fora.
Depois, fazes uma pequena fogueira em pirâmide por cima, de modo a queimar a madeira. Logo que acabes e possas retirar então facilmente os restos de madeira queimada de dentro do olhal, deves mergulhar a lâmina em água fria para que não destempere.
O machado deve ser bem equilibrado. Para testar o equilibro, colocas o machado sobre o dedo indicador, na zona do «pescoço», onde acaba o cabo e começa a lâmina. Se o machado se equilibrar é porque está em boas condições de equilíbrio.
46
Num machado bem alinhado, o gume da lâmina deve estar em linha com a ponta do cabo.
Para evitar que o cabo rache ao bater com a ponta numa superfície dura, deve-se cortar essa mesma ponta.
5. RECREAÇÃO PARA CAMPING
Apito Escondido
Faz-se uma roda onde todos estarão em pé. Algumas crianças sairão da roda e não escutarão a explicação inicial do monitor. Quando as crianças voltarem, uma por vez, será dito a ela que na roda existe um apito, com alguma criança, e ela deve descobrir com quem está. São várias tentativas até que a “vítima” descubra que, na verdade, o apito está preso nas costas do monitor e este dava as costas para uma criança qualquer, que apitava levando as mãos até a boca, assim como os demais, que fingem ter o apito. Material: Apito
Nó Humano
Faz-se a roda e todos estendem os braços para frente e ao sinal do monitor, a roda se fecha e cada pessoa deve segurar duas outras mãos (seja de quem for). Cada mão segura (uma) outra, ou seja, uma mão não pode estar segurando outras duas por exemplo. O Objetivo é desatar o nó que se forma, sem soltar em momento algum as mãos. Sem Material
Forma Letras e Números
As crianças estarão espalhadas pelo espaço, caminhando livremente. Ao comando do monitor, como por exemplo: “grupo de 3”, as crianças devem formar trios e assim por diante (“dupla”, “4”, “7”, “2 com as mãos na parede”, “5 com a mão no ombro”, “7 com a mão no pé”, etc). Quem sobra na formação de cada
47
grupo deverá pagar uma prenda. Sem Material.
Nunca Há Três
Forma-se um grande círculo com duplas, onde uma criança ficará atrás de seu respectivo par, de frente para o centro do círculo. No centro haverá o pegador e o fugitivo. Ao sinal do monitor o pegador deve procurar apanhar o fugitivo, que deve fugir e nunca sair de dentro do círculo, ou seja, não vale correr por fora ou por trás das duplas, que estarão sentadas. O fugitivo, quando desejar, pode sentarse atrás de uma dupla qualquer e quando isto acontecer, o pegador será agora o novo fugitivo e a criança que estava sentada (a criança da frente da dupla) será o novo pegador. E assim consequentemente. Material: nenhum
A Caçada
Nos quatro cantos de uma quadra existiram quatro tipos de animais e ao centro está o caçador, como mostra o esquema: Leão Cobra Caçador
Gato Foca Um dos jogadores será escolhido para ser o caçador, os outros divididos em quatro grupos de animais, sendo que cada animal tem o seu canto. O caçador permanece ao centro. Dado o sinal de início, um monitor, gritará o nome de dois bichos e todos representantes desta espécie deverão trocar de lugar. O caçador irá persegui-los e todos que forem pegos terão pontos a menos para sua equipe! Faremos isso várias vezes, algumas com mais de um caçador, e ao final contaremos os pontos de cada equipe. Sem Material.
O Caçador, o Pardal e a Abelha
Todas as crianças fazem um círculo de mãos dadas, com exceção de 3 participantes, que serão o caçador, a abelha e o pardal. Dado o sinal de início, o caçador deve perseguir o pardal. O pardal deve perseguir a abelha. E a abelha deve correr atrás do caçador. Podendo correr por dentro ou por fora do círculo. Quando alguém for pego, troca-se o caçador, o pardal e a abelha. Sem Material.
Corrida das Estátuas
Todas as crianças ficam de um lado do espaço (seja este uma quadra, salão, etc) e um monitor do outro lado, de costas para eles. O monitor explica que ele realizará uma
48
contagem de 1 a 10 e, neste espaço de tempo, as crianças poderão se mover (correndo) para tentar chegar até o monitor – já que este é o objetivo. No momento em que ele disser: “DEZ!”, as crianças devem parar em estátua, e quem se mover, volta para o início, sem que saia do jogo. Os monitores ficarão fazendo graça e tentando fazer com que as crianças se movam. O monitor realizará várias contagens, caso uma criança não se mova numa contagem, na próxima, continuará correndo de onde estava. O vencedor (a) será quem conseguir encostar-se ao monitor dentro da contagem, e esse, tornar-se-á o comandante (que faz a contagem). Sem Material
Pega o Rabo do Macaco
Cada criança possuirá um rabinho feito de fita ou papel. Tendo o objetivo de arrancar o rabinho do colega e ao mesmo tempo proteger o seu (dentro de um espaço restrito, como um salão). Não é permitido qualquer tipo de toque, como agarrar partes do corpo do colega, fora o rabinho ou mesmo esconder este com as mãos, no bolso, etc. A crianças que tiver o seu rabinho pego, formará um círculo para diminuir o espaço dos participantes. Material: rabinho de fita ou papel.
Númerobol
Crianças sentadas paralelamente às linhas laterais da quadra formando uma fileira, divididas em 2 equipes de número de integrantes igual. Cada criança receberá uma numeração, na ordem da fileira, de “1” até “10” por exemplo. O mesmo para a outra equipe. No centro haverá uma bola e ao sinal do monitor, que gritará um número, por exemplo “7”, as duas crianças – uma de cada equipe – devem sair da fileira e ambas tentarão marcar um gol ou fazer uma cesta, etc. E assim por diante. Pode-se utilizar também panos e as crianças, com cabinhos de vassoura, devem tentar marcar um “gol” por entre as pernas de uma cadeira, por exemplo. Material: Bola
Estourar Bexigas ou Explosão
Crianças terão amarradas em seus pés bexigas (uma em cada perna). Ao início da brincadeira o objetivo é estourar os balões dos colegas e ao mesmo tempo proteger as suas (dentro de um espaço mais reduzido, como uma quadra de vôlei). O último que sobrar com bexigas, mesmo uma só no pé não estourada, vencerá.
49
Uma variação deste jogo é transformá-lo num “mini-caça”, como por exemplo, fazer com que os monitores sejam fugitivos pelo espaço (sendo este maior no caso) com suas bexigas na cintura e as crianças sejam os pegadores. Material: bexigas e linha.
Palavras Finais
E então, valeu a pena? Depois de várias instruções, atividades na prática, diversão e muito aprendizado, você está pronto (a) para realmente ser um (a) capitão (a) valoroso (a), aguerrido (a) e que ajudará a muitos outros com a sua experiência? Esperamos que sim. Porque, você foi escolhido (a) ou ainda será, para estar à frente de um grupo de juvenis ou adolescentes como você, que anseiam aprender para servir e crescer. A vida no clube é simplesmente uma experiência fantástica que nos ajuda a ver as coisas com outros olhos. Quando se trata de oportunidades como esta, de aprimorar seus conhecimentos técnicos e práticos, nada terá mais valor. Como capitão habilidoso, você aprendeu como se virar com poucos recursos e muita criatividade. Aprendeu que é capaz de sobreviver num ambiente hostil e ainda assim se divertir e curtir o momento. Isto é ser desbravador! Isto é aproveitar a vida. Continue sempre assim, “Pra frente e pra cima”.
Grande abraço.
50
BIBLIOGRAFIA
http://www.advir.com.br/desbravadores/arte_tipos.asp http://www.geomundo.com.br/mato-grosso-do-sul-50112.htm http://grupoadventury.br.tripod.com/Materiais/Acampamento/Arte_de_ Acampar.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/Acampamento