OLHAR ACADÊMICO SOBRE OS DIREITOS HUMANOS: MULHERES NEGRAS QUE SOFREM VIOLÊNCIA E RACISMO DE GÊNERO
Gisela Pelegrinelli (Org.)
MULHERES NEGRAS QUE SOFREM VIOLÊNCIA E RACISMO DE GÊNERO
Gisela Pelegrinelli (Org.)
UniProjeção Brasília - 2016
Mulheres negras que sofrem violência e racismo de gênero / Gisela Pelegrinelli (Org.) Brasília: UniProjeção, 2016. 48 p. : il. color - (Olhar acadêmico sobre os direitos humanos, v. 2)
ISBN: 978-85-68518-90-8
1. Direitos Humanos. 2. Racismo de gênero. 3. Mulheres Negras. 4. Violência contra mulher. I. Gisela Pelegrinelli II. Título. CDU 342.7 Serviço de Regulamentação e Normas Técnicas - Biblioteca Central / UniPro Bibliotecário Luís Eduardo Gauterio Fonseca. CRB 01/1597
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Expediente
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Equipe Núcleo de Extensão
Projeto Gráfico
Ana Carolina dos Santos Silva Elda Rodrigues de Barros Maria Cleidiana Viana dos Santos Tiago Soares de Almeida Organização Gisela Pelegrinelli Coordenadora do Núcleo de Extensão – Grupo Projeção.
Galo Canta Comunicação Coordenação Élida Borges Rodrigues Gomes Giorgia Barreto Lima Parrião
Colaboradoras fotografadas Bruna de Souza Correia Costa Edimárcia Ramos de Araújo Edna Baltazar Lisléia Santos da Silva Neuziane Lima Pereira
Layout/Diagramação Fernando Dias Pinheiro
Agradecimento Professor MsC. Gerson Martins de Souza Coordenador do Núcleo de Pesquisa e Produção Científica NPPC - Serviço Social
Jornalista Responsável Élida Borges Rodrigues Gomes
Direção de Arte Giorgia Barreto Lima Parrião Fernando Dias Pinheiro
Revisão de Texto Élida Borges Rodrigues Gomes Thauanny de Almeida Santos
Fotografia Murylo Marques Impressão Copy Express
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Sumário Projeto Conscientizar Projeção
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Apresentação 9 Bruna Costa
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Edimárcia de Araújo
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Edna Baltazar
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Neuziane Pereira
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Lisléia da Silva
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Projeto Conscientizar Projeção
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catálogo “Olhar Acadêmico Sobre os Direitos Humanos” com o tema: Mulheres negras que sofrem violência e racismo de gênero, surgiu a partir do Projeto Conscientizar Projeção e foi concebido no intuito de fomentar, entre a comunidade acadêmica, a consciência e o respeito pela diferença. Este catálogo apresenta, por meio da abordagem clássica da fotografia, uma forma de discutir o preconceito e a intolerância racial. Toda a concepção artística e visual foi desenvolvida por alunos, docentes e colaboradores do Centro Universitário e das Faculdades Projeção que participaram de Edital aberto no 2º semestre de 2016. O referido catálogo é composto por vinte e cinco imagens com variedades focais. Ademais, contem textos e relatos das respectivas modelos negras fotografadas. A ideia foi transportar as imagens contemporâneas de forma que o contexto abordado contemplasse qualidade, sensibilidade e expressão. De acordo com Andre Rouillé¹ “fotografias não documentam objetos ou pessoas, mas documentam situações e representações”.
1 André Rouillé é professor assistente na Universidade de Paris VIII (Unidade de Formação e de Pesquisa em Arte, Estética e Filosofia). Publicou várias obras a respeito de fotografia e dirige o site da internet http://www.paris-art.com, consagrado à arte contemporânea em Paris.
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A fotografia é a entrega absoluta da sensibilidade. É o desligar do mundo e de si mesmo, como se fosse absorver e sentir o instante do clique em toda sua essência. Percebe-se que a magia da fotografia, permite que o observador seja atraído para alguma cena e na sequência, ter o instinto de fotografar. Por fim, certas imagens nos fazem pensar muito nas diferenças e respeito ao indivíduo, seja enquanto acadêmicos, indivíduos, e/ou amantes da fotografia. Os caminhos fotográficos estão sempre livres à espera de serem percorridos. Faço o convite para desfrutarem deste magnífico catálogo e refletirem sobre o que é visto, fotografado e sentido.
Gisela Pelegrinelli Coordenadora do Núcleo de Extensão do Centro Universitário e Faculdades Projeção.
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Apresentação
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Tema “Mulheres negras que sofrem violência e racismo de gênero” faz parte do projeto “Conscientizar Projeção” e tem como objetivo destacar a realidade acerca da desigualdade de gênero e etnia, estruturantes da sociedade brasileira juntamente com a luta e resistência efetuadas por essas respectivas mulheres. Considerando as mudanças em relação à violência, não há como discutir ações contra as mulheres sem discutir o racismo no Brasil. Em diversos países, mulheres negras aparecem como a maioria das vítimas em diversos indicadores de violações de direitos humanos – e no Brasil não é diferente. Percebe-se que, mesmo com as transformações na sociedade contemporânea, a violência contra as mulheres é produto da combinação de diversos marcadores sociais, além das desigualdades associadas aos papéis atribuídos ao gênero masculino e feminino. Outro fator relevante é a questão da miscigenação racial no Brasil, que costuma ser bastante sucinta e amenizada. Constantemente, escuta-se que o Brasil é um país mestiço e plural, e que, consequentemente, sua população teve sua etnia inevitavelmente misturada em algum ponto de sua ancestralidade. Mas, sob o axioma de um país miscigenado, se esconde uma realidade violenta e racista: a generalização da branquitude em um país predominantemente negro. No Brasil, raça e etnia são elementos fundamentais para a compreensão e enfrentamento ao processo de violação dos direitos das mulheres, dentro e fora de casa. Todavia, em outros contextos, a herança deixada pela escravidão a toda população negra é sentida na atualidade, independente do gênero.
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Contudo, o diálogo se estende ao longo da história do Brasil, e são inegáveis as raízes históricas da atual situação da mulher negra brasileira, principalmente a trabalhadora. “[...] desigualdades são construídas historicamente, a partir de diferentes padrões de hierarquização constituídos pelas relações de gênero e raça, que, mediadas pela classe social, produzem profundas exclusões”¹. A opressão sofrida pela mulher negra difere em número e grau se comparada às mulheres brancas. Sem dúvida, existe uma constante censura acerca da cor e desvalorização de traços característicos como: lábios, nariz e cabelos, ou seja, a discriminação étnica e racial é somada à sua condição social e intensificada. “[...] Há muitas evidências que justificam o fato sobre identidade de raça e classe gerando diferenças no status social, no estilo e qualidade de vida, prevalecendo sobre a experiência que as mulheres compartilham [...]”². A militância das mulheres negras pode ser entendida enquanto uma consciência, percepção e reflexão de sua imersão no conjunto das desigualdades de gênero e sócio raciais existentes na sociedade brasileira. Essa consciência não foi fruto da visão feminista, mas sim compreensão da sua própria experiência de vida, um cotidiano de situações opressivas³. 1 RIBEIRO, Matilde. Mulheres negras: uma trajetória de criatividade, determinação e organização. Estudos Feministas, Florianópolis, no 14, p.987-1004, jan./abr. 2008. 2 HOOKS, Bell. Mulheres negras: moldando a teoria feminista. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, no. 16, p.193-210, mai./jul. 2015. 3 CARNEIRO, Sueli. Mulheres em movimento. Estudos Avançados, São Paulo, v.17, n.49, p. 117132, 1983.
“A militância das mulheres negras pode ser entendida enquanto uma consciência, percepção e reflexão de sua imersão no conjunto das desigualdades de gênero e sócio raciais existentes na sociedade brasileira.”
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“Reconhecer a violência de gênero é ferramenta crucial para enfrentá-la e entender a necessidade de formulação e correta implantação de políticas de promoção de igualdade de gênero.”
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studiosos apontam que a possibilidade de novos horizontes, direitos e respeito, além do reconhecimento e valorização de sua diferença (cultural, histórica e étnica), são peças chaves nas demandas dessa luta coletiva e em suas estratégias de mobilização. Democracia plena supõe a universalização da cidadania, e mesmo sendo inquestionáveis os avanços legislativos, estes são constantemente desafiados pela lastimável realidade de violação dos direitos humanos. Reconhecer a violência de gênero é ferramenta crucial para enfrentála e entender a necessidade de formulação e correta implantação de políticas de promoção de igualdade de gênero como dimensão constituinte dos direitos humanos. É fundamental para a continuação da luta feminista tentar dirimir ou desfazer a mentalidade patriarcal, racista e discriminatória secular, envolvendo concomitantemente um reconhecimento por parte da sociedade civil a uma luta e articulação conjunta do Movimento de Mulheres Negras, organizações não governamentais, Movimento Negro e demais movimentos sociais. Estas atividades devem apresentar um papel primordial na composição das teorias feministas, especificamente no feminismo negro, vez que a aceitação da diversidade em compor a mulher deve excluir padrões e hierarquias, valorizando as especificidades de sua história e cultura. Sem dúvida, para que o diálogo prevaleça e possa ter grande visibilidade na causa, faz-se necessário que setores do Estado promovam ações
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de valorização da mulher negra em sua totalidade, perpassando por políticas sociais e afirmativas. Diante de um tema tão complexo e de uma realidade que precisa ser enfrentada, a oferta deste projeto faz parte das ações de efetivação da função social do Centro Universitário Projeção, com repercussão nas concepções de desenvolvimento no espaço educativo e na ação docente. Tendo como ponto de partida a responsabilidade com a implantação e fortalecimento de políticas públicas promotoras de direitos humanos e do desenvolvimento do potencial crítico das pessoas, este projeto faz jus ao espirito social e academicamente comprometido do Grupo Educacional Projeção em propiciar espaços de luta e de transformação social. Assim, este projeto ora apresentado configura-se como processo de formação continuada que se propõe a ser transformador, revisando e ressignificando as práticas cotidianas. Esperamos que esta seja uma rica experiência não apenas profissional, mas sobretudo pessoal, capaz de empoderar todos(as) aqueles(as) que se dispõem a enfrentar a violência e o racismo de gênero. Gisela Pelegrinelli – Coordenadora do Núcleo de Extensão Maria Yvelônia dos Santos Araujo Barbosa – Coordenadora do Curso de Serviço Social - Unidade Ceilândia
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Bruna Costa
Colaboradora e aluna do CST em Gestão de Recursos Humanos.
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iberdade. Nascer mulher e negra não é tarefa fácil. Sim, as coisas melhoraram quanto a isso por um misto de motivos. No entanto, uma reflexão que vez ou outra faço é sobre certas pessoas questionarem a existência de coisas que nunca passaram... Um dos maiores exemplos que me vem à cabeça sobre o tema, é uma entrevista com Nina Simone: “Liberdade é apenas um sentimento. É como tentar explicar para alguém como é estar apaixonado. Como você vai explicar isso para alguém que nunca sentiu? Você não consegue. [...]. Eu te digo o que liberdade significa para mim: nenhum medo! Realmente nenhum medo. Se eu pudesse ter isso por metade da minha vida.... É algo que realmente se sente. Como um novo jeito de enxergar. ” E é exatamente isso. Saber que posso exercer meu direito de ir e vir, de qualquer modo e tempo, em qualquer lugar, sem medo; de poder explorar meu cabelo afro sem comentários ridículos, de poder ter filhos e não ter medo de estes sofrerem algo pela cor de sua pele ou gênero, de eu ser representada de verdade pela mídia.... Ah, isso é liberdade.
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Edimárcia de Araújo Professora do curso de Comunicação Social Publicidade e Propaganda
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onsidero-me uma exceção à regra. Sou negra, fui adotada aos 4 anos de idade por um casal branco, estudei em colégios particulares, fiz a graduação em uma universidade privada e hoje sou professora universitária. Mas me pergunto constantemente por que não transformar a exceção em regra? Sou um exemplo do quanto uma oportunidade vale na vida de alguém, da capacidade que ela tem em transformar uma história de vida. Então, vamos à luta pela transformação?
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Edna Baltazar Aluna do curso de Direito
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que determina a inferioridade do ser humano não é a cor da pele, essa é apenas uma questão de melanina, a inferiorização vem do pensamento retrógrado de cada um.
A sociedade não é branca ou negra, alta ou baixa, mulher ou homem, gorda ou magra, gay ou hétero, velha ou nova. Somos tudo isso ao mesmo tempo, somos humanos!!!
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Neuziane Pereira Colaboradora e aluna do curso de Direito
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dupla discriminação às mulheres negras é um fato de grande relevância e que deve ser pauta em projetos de conscientização. Pode ser que a mulher negra não tenha sofrido uma discriminação tão grande que a faça lembrar-se do fato para sempre, porém, sofrem desde a infância pequenas discriminações que podem alterar sua personalidade para sempre. Nunca sofri uma grande discriminação, mas pequenas brincadeiras, comentários, apelidos ou simplesmente o fato de ser deixado de lado em uma conversa, por mais inofensivo que pareça, pode mudar uma pessoa para sempre. Não sou menor por causa da minha cor, mas descobri isso recentemente. Desde a infância, somos tratadas como se fossemos menores que os outros, como se devêssemos viver separados. Recebemos apelidos que para os outros é super engraçado, mas para quem sofre é doído. Certas brincadeiras e comentários acerca da cor da pele ou o jeito do cabelo, para os outros, podem soar inofensivos, mas, para nós, que sofremos, são ofensivos e nos fazem sentir diminuídos. Brincadeiras
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e comentários que ofendem e fazem o outro se sentir diminuído não podem ser considerados lúdicos ou simples comentários, o problema é que a maioria das pessoas que comentam e brincam não entendem que brincadeiras e comentários ofendem. Devido às brincadeiras, apelidos, comentários ou o fato de ser deixada de lado em uma conversa entre amigos, fez com que eu me sentisse na necessidade de agradar a todos, para, assim, ser aceita. Ainda estou aprendendo que devo ter minhas próprias opiniões, e que não tenho que ser como os outros querem ou seguir o padrão imposto pelo outros. O fato é que eu tenho personalidade, e ela não deve ser moldada por um terceiro que sequer entende que as pessoas têm sentimentos e que palavras e olhares podem feri-los.
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Lisléia da Silva Colaboradora e aluna do curso de Pedagogia
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nfelizmente, nos dias de hoje, ser mulher e negra no Brasil é uma distinção, mas não na melhor definição do termo. Por exemplo: “ah, se é negra, tem que se esforçar em dobro”, ou seja, realçando a falta de oportunidades e jogando sobre os nossos ombros a necessidade de reverter esse quadro, como se a desigualdade fosse nossa culpa ou como se merecêssemos estar em situação desigual. Tudo isso é muito cansativo. É um grande desafio mudarmos esta concepção, vez que temos uma sociedade machista e racista. O desafio é não cair na armadilha que tentam criar em torno de nós e que busca tentar nos convencer de que o nosso lugar não é o lugar do respeito moral, histórico, social e estético. Constantemente, somos vítimas dessa tentativa covarde de nos convencer de que somos feias, burras e descartáveis, mas essas dificuldades estão sendo vencidas. Estamos longe do ideal, mas a luta continuará sem dúvidas. O exemplo é o mercado da Estética que tenta contemplar essa parcela da população que também cuida do cabelo, da pele e que, portanto, precisa de mais de uma prateleira do supermercado. Nós, mulheres negras, estamos sendo ousadas desafiando constantemente os pensamentos que pararam no período préabolucionista. Na maioria das vezes somos tratadas de forma diferente em todos os seguimentos, nos relacionamentos, no mercado de trabalho, na saúde e, até mesmo, na justiça que por inúmeras vezes nos criam dificuldades de acesso, enfim, o machismo
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e o racismo se unem em todos os espaços, nos oprimindo. Acredito que, um dia, eu não tenha mais que dar depoimentos e palestras negativas a respeito de nós, que os atributos “mulher” e “negra” não sejam mais vistos como uma barreira a ser transposta ou uma diferença inconciliável para sermos aceitas socialmente. Vai chegar o dia em que muitas de nós terão que provar, todo o tempo, quem sou, quem digo que sou, o como a exemplo a advogada que em toda audiência que participava tinha que responder 3 ou 4 vezes que sim, eu sou advogada, isso cansa, nossa capacidade é questionada pela cor da nossa pele. Recentemente, assistimos episódios de racismo contra famosas como Taís Araújo e Maria Júlia Coutinho. Taís foi alvo de comentários racistas no Facebook. Na verdade, o problema não é a internet, para mim, o problema é que racistas e machistas nunca aceitaram mulheres negras em espaços de poder ou aparecendo mais do que eles. Obvio que a internet, por ser um espaço de disseminação de informação de forma acelerada, faz com que o ódio se prolifere ainda mais. É muito triste ainda nos deparamos com situações desse tipo, e tenho vergonha de ainda ter gente covarde e pequena neste país, além do sentimento de pena dessa gente tão pobre de espírito. Por fim, registro que não vou me intimidar, tampouco abaixar a cabeça diante de tanto preconceito.
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CENTRO UNIVERSITÁRIO E FACULDADES PROJEÇÃO Prof. Oswaldo Luiz Saenger Presidente Profª. Catarina Fontoura Costa Diretora Executiva do Grupo Projeção Prof. José Sérgio de Jesus Reitor e Diretor de Educação do Grupo Projeção Profª. Roberta Carolina Lima Montijo Pró-Reitora e Diretora Acadêmica da Educação Superior Prof. Thales José de Salomão Belém de Souza Diretor Administrativo Financeiro Prof. João Paulo Gomes Figueiredo Vice-Diretor Administrativo Financeiro Prof. Henrique Vinícius Ramos e Silva Diretor de Tecnologia da Informação Prof. Heron Renato Fernandes D’Oliveira Diretor do Campus I - Centro Universitário Prof. Emanuel Diego Cantuaria Lobo Diretor do Campus II- Centro Universitário Prof. Gilson Gomes das Neves Diretor da Faculdade Projeção - Guará II Prof. Ivan Calderon Diretor da Faculdade Projeção - Ceilândia Prof. Márcio de Morais de Sousa Diretor da Faculdade Projeção - Sobradinho Profª. Maria Sunes Pereira de Jesus Vice-Diretora da Faculdade Projeção - Sobradinho