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Reinvenção S/A
Para se adaptar ao “novo normal”, empreendedores usam tecnologia como protagonista das soluções que mantém os negócios vivos
Um aparato tecnológico foi instalado na casa de festa para interligar Isabela aos convidados virtuais
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REINVENÇÃO,
UMA NECESSIDADE S/A EM TEMPOS DE PANDEMIA A debutante Isabela Pacheco Dutra e Sheyla
Por: Leila Pinho / Fotos: Alle Tavares Juvêncio em um momento de descontração
Se em tempos normais, empreender já exige muito de quem do estabelecimento não era expressivo, durante o está à frente do negócio, em tempos de pandemia, o desafio isolamento social, ela investiu em várias ferramentas é ainda maior. Quando, em março deste ano, várias cidades digitais e em marketing para estimular os pedidos pra do Brasil todo foram obrigadas a cumprir as normas de entrega em domicílio. A empresária criou listas de isolamento social para diminuir os riscos da contaminação pela transmissão no WhatsApp, investiu em patrocínios nas Covid-19, muitos empreendedores surtaram. E agora, o que fazer? redes sociais, adaptou o cardápio online, criou links para Reinventar-se já não era mais só uma palavrinha da moda, mas facilitar o pedido do cliente via redes sociais e resgatou sim, uma urgente necessidade. um projeto que estava na gaveta e o colocou em prática, Vendas online com algumas adaptações: o Box de Café (um café da manhã do jeito que o cliente quer, em uma caixa). Em Macaé, não foi diferente e a tecnologia ganhou um papel Érica Drumond, cliente da Guria, observa o de protagonista nas novas iniciativas para manterem os cuidado na separação dos alimentos em embalagens negócios vivos. Na cafeteria da empresária Bárbara Meneghel individuais, do Box de Café. “A gente quer conforto e Tonon, a Guria Café e Brigaderia, várias ações digitais foram pedir o box é trazer esse conforto pra dentro de casa, realizadas. Segundo ela explica, se antes da pandemia, o delivery com segurança”, diz Érica. 38
Bárbara Tonon com o Box de Café, que ela começou a vender pelas redes sociais e que assegurou um faturamento mínimo para a manutenção do negócio durante a pandemia
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“Graças à tecnologia, nós estamos há cinco meses com o negócio funcionando, se não fosse ela, eu não sei como nós faríamos a venda para o nosso cliente. Com a tecnologia, a gente envia foto e atualiza o cardápio na hora. Então, é tudo muito rápido”, fala a empresária Bárbara. Eventos digitais Em negócios onde a natureza da atividade está ligada a aglomerações, como é o mercado de eventos, os desafios são ainda maiores. A empresária e cerimonialista Sheila Juvêncio, da Juvêncio Produções, conta o que mudou em duas das celebrações de 15 anos que ela realizou, durante a pandemia, em Macaé.
Na festa de Isabela Pacheco Dutra, uma grande estrutura foi montada para que a celebração fosse transmitida pelo Youtube e via Zoom (sistema de videoconferência) para 89 convidados. A festa aconteceu num espaço próprio para realização de lives, com estrutura complexa de câmeras, iluminação e todo aparato técnico para transmissão em vídeo.
Já a outra festa, da debutante Beatriz Goulart, foi realizada num formato diferente, na casa dela mesmo, com a família. “Teve decoração na mesa da sala da debutante, bufê, roteiro, teve horário pra ela se arrumar, se maquiar, e a mãe dela fez um kit com bolo pros amigos dela buscarem. Tinha uma lista, os amigos estacionavam o carro na rua e a gente entregava o kit”, explica Sheila. Teve até momento surpresa. A debutante não sabia que os amigos estavam nos carros, na rua e, quando todos chegaram, a mãe dela a chamou na sacada e da rua veio o canto do parabéns.
A cerimonialista acredita que as pessoas que não quiserem adiar seus eventos, vão fazer comemorações pequenas, em casa mesmo, e ressignificar esses momentos, dando cada vez mais importância à família e aos laços de afeto. Sheila comenta que é uma necessidade comum dos celebrantes, usar a tecnologia para compartilhar, em tempo real, esses momentos.
Érica Drummond já era cliente da Guria antes da pandemia e passou o utilizar os serviços delivery na quarentena
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BÁRBARA TONON Empresária
Segundo explica a analista do Sebrae Regional Norte Fluminense, Silvia Andréa Romão, o nível de dificuldade que os empreendedores enfrentam para manterem seus negócios vivos, na pandemia, está ligado ao planejamento. “Esse momento está mostrando isso, muito empreendedores não têm caixa para dois meses, porque não se programam. A falta de planejamento é um dos fatores de mortalidade das empresas”, declara Silvia.
Para conseguir passar por esse momento difícil, mantendo o negócio vivo, ela indica investir em conhecimento. “Procure cursos, entidades para que você tenha um conhecimento mínimo de como investir na internet”, comenta. A analista também fala da importância do empreendedor desenvolver habilidades comportamentais. Ela cita que isso é fundamental para o sucesso de qualquer negócio.
O Sebrae oferece vários serviços para apoiar pequenos negócios e os interessados podem procurar apoio pelo site www.especialcoronavirus.rj.sebrae.com.br. Silvia ressalta que pelo Sebraetec, as empresas têm acesso a consultorias com até 70% do valor subsidiado pelo Sebrae. 39