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ELOPEMENT WEDDING
ANO XVIII . Nº 57 . MACAÉ/RJANO XVIII . Nº 57 . MACAÉ/RJ OUTUBRO/2021 . DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA E GRATUITAOUTUBRO/2021 . DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA E GRATUITA
Cerimônia feita a dois, em Cerimônia feita a dois, em cenários paradisíacos, ganha cenários paradisíacos, ganha cada vez mais adeptos, que cada vez mais adeptos, que descobrem uma forma de descobrem uma forma de tornar o casamento ainda tornar o casamento ainda mais especial mais especial
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TENDÊNCIA
Moda consciente estimula o redescobrimento dos brechós
O casal Mariana Franco e O casal Mariana Franco e Anderson Vieira celebrou seu Anderson Vieira celebrou seu casamento na Cachoeira das casamento na Cachoeira das Andorinhas, em Aldeia Velha Andorinhas, em Aldeia Velha I BUIÇÃOGRATUITA
R T D I S D E O P ESTE EXE 1 MPLARÉSEU!
@esthertaveirablog AQUI, SUAS FOTOS SÃO O DESTAQUE, VALORIZANDO VC E A NOSSA MACAÉ
Nesta edição que circula no início de outubro, quando comemoramos o Dia das Crianças, achamos que seria propício fazermos uma homenagem aos pequenos macaenses marcados pelos pais com a nossa #vcnadivercidades nas suas fotos. É sempre difícil escolher, pois as fotos com crianças são muito fofas e encantadoras.
Aproveitamos para solicitar aos leitores que sigam e divulguem a nossa página no Instagram @divercidadesmacae e marquem a #VCnadiverCidadeS nos seus clicks. Assim, poderemos escolher suas fotos para participar do nosso Instagram, das nossas edições impressas e também do nosso calendário anual. Contamos com a sua colaboração para as próximas edições. Boa leitura e Feliz Dia das Crianças!
@diaadiademaeefilha
@bloggermalu
Esther Taveira clicada pela sua mãe com muito estilo no Shopping Plaza Macaé
@r.rubim22
Maria Luisa, a Malu, posou para sua mãe com todas as cores possíveis e muito charme nesta foto no Beco das Artes @jonvie
A mãe Renata Rubim registrou os dois filhos brincando no pula-pula. Energia de sobra para aguentar o pique das crianças
Use a #vcnadivercidades nos seus cliques de Macaé. Sua foto poderá ser escolhida para ilustrar esta seção da revista.
A mamãe Vitória Chaves fez um ensaio da filhota no Beco das Artes. Foi difícil escolher uma delas
A “escadinha de crianças” registrada por Jonvie na Praia dos Cavaleiros é uma viagem à infância
NOIVOS EM FUGA...
Por: Juliana Carvalho / Fotos: Fábio Calderaro
O Elopement Wedding ganha adeptos que descobrem na cerimônia feita a dois, em cenários paradisíacos, uma forma de tornar o momento do casamento ainda mais especial
Atenção: os noivos estão em fuga! Mas, calma! Eles não estão fugindo do casamento e sim para casar! É isso mesmo! O Elopement Wedding - em tradução livre do inglês “fugir para casar”, é uma tendência internacional que ganhou ainda mais força na pandemia. Na prática, a cerimônia tem como pano de fundo um cenário inusitado e paradisíaco como um penhasco, um mirante, uma praia ou quem sabe uma cachoeira e, em cena, apenas os protagonistas: os noivos, em um momento de total intimidade e conexão para marcar uma nova fase de uma vida a dois.
A cerimonialista Fabiana Oliveira se especializou no estilo e explica que a pandemia fez com que muitos casais optassem pelo Elopement Wedding. “Nós já realizávamos cerimônias deste tipo antes, mas, com a pandemia, vimos o nosso atendimento aumentar consideravelmente. Muitos casais que não queriam abrir mão de se casar e fazer uma celebração para a troca de votos encontraram nesse estilo a solução perfeita”, explica ela, acrescentando que cerca de 99% dos seus clientes são de outros estados, que escolheram a região como destino para a lua de mel.
“O Elopement não é um mini wedding, ou seja, em geral, não há festa, buffet e muito menos convidados. A proposta é voltada para casais que não se identificam com formatos tradicionais de festas e grandes eventos e tem como foco a essência da troca entre o casal, sem outras preocupações e distrações”, reforça Fabiana.
Pedro Lorena e Vivian Campanati foram um dos primeiros em Macaé a realizar o Elopement Wedding. Eles escolheram Arraial do Cabo para a cerimônia e se emocionaram ao ver o video e as fotos depois
Eles fugiram para dizer o “SIM” Vivian Campanati e Pedro Lorena Vivian e Pedro se casaram em 2019. Eles escolheram Arraial do Cabo como cenário para engrandecer ainda mais o momento mais esperado pelo casal. “O casamento é algo que vai ser vivido entre nós dois, então, por que não aproveitar essa liberdade de poder falar os votos do nosso jeito, com brincadeira, palhaçada e indiretas? Nós ficamos muito à vontade, o que tornou o momento mais especial ainda”, afirma Vivian, que revela que foi impossível conter a emoção ao ver o resultado das fotos. “A gente nunca tinha tirado foto de casal assim e a nossa reação ao ver as fotos e o vídeo foi chorar, emocionados. Foi uma experiência incrível e nós aproveitamos muito esse nosso momento”, revela Vivian.
Fabiana Oliveira Cerimonilista
Mariana Franco e Anderson Vieira Mariana e Anderson já estavam juntos há um ano e meio quando receberam a notícia de que ele seria transferido para fora do país, a trabalho. O casamento, que já estava nos planos, virou foco do casal que queria viajar como marido e mulher. “Um casamento tradicional nunca foi o nosso sonho e não tinha nada a ver com a gente. Foi aí que, através da dica de uma amiga dele, nós conhecemos o Elopement
Mariana Franco e Anderson Vieira sempre adoraram cachoeiras e escolheram se casar na Cachoeira das Andorinhas, em Aldeia Velha. Após a cerimônia, o banho de cachoeira foi inevitável
e nos identificamos e reconhecemos que era isso o que queríamos”, conta Mariana. A escolha do lugar foi ao encontro do gosto do casal, apaixonado por cachoeiras e pela serra macaense. “A região serrana sempre foi um lugar para onde a gente ia junto nos momentos de lazer. A Cachoeira das Andorinhas, em Aldeia Velha, foi perfeita e, após a cerimônia, foi impossível resistir e não entrar na água vestida de noiva e tudo”, relembra ela que se casou em outubro de 2019 e, um mês depois, estava se mudando para a França com o marido, onde mora até hoje.
Thainá Felizardo e Rhuan Gabriel Thainá preparou um casamento surpresa para o agora marido Rhuan Gabriel. O que era para ser um “simples” ensaio de fotos, se transformou em uma experiência
marcada por aventura e emoção, tendo o Morro da Caledônia, em Nova Friburgo, como testemunha. “Tudo foi planejado sem que o Rhuan soubesse e, no meio da sessão de fotos, eu saí para me trocar e apareci vestida de noiva. A ideia surgiu porque este tipo de cerimônia era algo que meu marido queria muito, já eu, não queria abrir mão do convencional, de estarmos juntos com a nossa família. Então, pensei em fazer essa surpresa para termos uma cerimônia só nossa, antes de fazermos a tradicional”, relembra ela.
Mas, garantir as imagens que tiram o fôlego por tanta beleza e encantamento, não foi tarefa fácil. “Foi um percurso bem cansativo e exaustivo, a trilha não é nada fácil e, quando a gente vê as imagens, nem acredita que somos nós. Se não bastasse o trajeto, ainda esqueci meu
Thainá Felizardo preparou uma cerimônia surpresa para o agora marido Rhuan Gabriel no Morro da Caledônia, em Nova Friburgo. Um cenário de tirar o fôlego que fez o noivo se emocionar
buquê no carro. Não tinha como voltar e subir de novo, o jeito foi improvisar com folhas de trigo que foram colhidas pela cerimonialista no caminho e até que deu certo!”, conta Thainá, orgulhosa por ter vivido uma experiência tão única e emocionante.
Fabíola de Sá Faustino e Armando Júlio Fábio da Costa Fabíola e Armando se casaram em meio à pandemia, em 2020, e somam à lista de casais que encontraram no Elopement Wedding a solução perfeita para celebrar a união. “A ideia inicial era fazermos um mini wedding, mas, pesquisando sobre o assunto, acabei chegando nesse formato do elopement e gostei muito. A cerimônia foi algo muito especial, muito além do que eu tinha imaginado. Apesar de ter a caminhada, o vento, o sol, tudo valeu muito a pena, o dia estava lindo! Com certeza, é algo que vamos repetir algum dia para renovar nossos votos”, ressalta ela, que escolheu a paradisíaca Duna Mãe, em Cabo Frio, como local para a cerimônia.
Thakurani Devi Albuquerque e Julliana Motta Thakurani e Julliana se conheceram no Sana e, o Peito do Pombo, no distrito da região serrana de Macaé, foi uma escolha mais que acertada para receber a renovação de votos do casal em seu quarto aniversário de casamento, em
Fabíola Faustino e Armando Costa escolheram a Duna Mãe, em Cabo Frio, como local da cerimônia. Apesar do vento, do sol e da caminhada, o resultado foi além do que eles imaginaram
setembro de 2020. “Foi algo muito especial para nós. O Sana tem muito da nossa história. Então, eu organizei a surpresa e refiz o pedido de casamento em agosto, quando a gente celebrou nove anos de relacionamento e, em setembro, estávamos lá para nossa cerimônia”, revela Thakurani.
“Subir o Peito do Pombo foi uma saga. Por conta da pandemia, a equipe estava bem reduzida, só o pessoal de foto e vídeo mesmo. A Thakurani preparou uma bolsa com os dois vestidos, que tiveram que ser pensados: não volumosos e que não amassassem, além do nécessaire com os itens para fazer a maquiagem e arrumar o nosso cabelo, o que ela mesma fez em nós duas lá em cima”, conta Juliana.
“A coisa que mais deu trabalho para levar foram os buquês, mas eles chegaram intactos”, diverte-se Thakurani. “A gente já tinha ido lá outras vezes, então, sabia que No geral, por ser um evento a dois, as noivas costumam estar mais calmas e tranquilas, já que não tem toda aquela pressão de uma cerimônia tradicional
Gustavo Portes Maquiador
ventava, fazia frio e que tinha que levar coisas para comer e beber, mas foi um desafio chegar lá em cima com aquele aparato todo. Subimos às 7h e descemos às 19h. Mas foi incrível, o dia estava perfeito... já estamos pensando na próxima aventura quando chegar a vez de celebrar o nosso aniversário de 10 anos de casamento”, afirma Juliana.
A equipe do “Fugir para Casar”. Eles se uniram para oferecer mais facilidade e praticidade para os noivos que desejam realizar o Elopement Wedding. Da esquerda para a direita: Fabio Calderaro, Nathalia Moraes, Gustavo Portes, Fabiana Oliveira, Erick Lorena e Julia Carestiato
Profissionais que fazem a diferença O Elopement Wedding se tornou foco de trabalho do grupo Fugir para Casar, criado em 2018 e especializado no estilo. Além da cerimonialista Fabiana, integram a equipe os profissionais: Gustavo Portes, maquiador; Fabio Calderaro, fotógrafo e Julia Carestiato e Erick Lorena, da Helix Filmes.
“Fomos pioneiros nessa modalidade de casamento e, hoje, trabalhamos exclusivamente com Elopement Weddings. Ficamos tão apaixonados por esse estilo que, inclusive, renovamos os votos de três anos de casados com uma cerimônia a dois, na cachoeira”, afirma Julia que divide com o marido a responsabilidade da captação das imagens em vídeo e participa diretamente da definição da escolha dos locais
Thakurani Albuquerque e Julliana Motta se conheceram no Sana e fizeram questão de realizar a cerimônia de renovação dos votos de quatro anos de casamento no Peito do Pombo, na região serrana de Macaé, uma saga que exigiu preparo especial de toda a equipe
para as cerimônias. “A escolha é feita em comum acordo com os noivos, dependendo dos gostos e preferências deles. Nós sempre explicamos as situações e cenários em relação à luz, horários e dificuldade de acesso. O maior desafio é se adaptar às situações climáticas não favoráveis. Como as cerimônias são ao ar livre, não temos controle sobre o clima e, algumas vezes, temos que buscar soluções para que o Elopement possa acontecer da melhor maneira possível”, explica.
O maquiador Gustavo Portes tem como maior desafio garantir que noivos e noivas se mantenham “impecáveis” mesmo diante de vento, maresia e outras condições. “A experiência conta muito e o fato de lidar com a produção de noivas há muito tempo ajuda a saber o que vai favorecer ou não em uma cerimônia ao ar livre. No geral, por ser um evento a dois, as noivas costumam estar mais calmas e tranquilas, já que não tem toda aquela pressão de uma cerimônia tradicional. O que acontece apenas é que, às vezes, precisamos alinhar antes algumas ideias, já que há casos de noivas que chegam com uma ideia de beleza super produzida, o que não condiz com esse estilo de casamento, em que a proposta vai por uma beleza mais natural. Mas tudo é muito conversado e resolvido em conjunto”, afirma o maquiador.
Com mudança de comportamento, consumidoras desapegam, aprendem a comprar em brechós e experimentam na prática, a moda consciente
A empresária Marcele Siqueira procura sempre comprar apenas o que precisa, e depois de buscar antes nos brechós, por uma questao de consciência
MODA CONSCIENTE
E SUSTENTÁVEL
Por: Leila Pinho / Fotos: Alle Tavares
Aindústria da moda sempre estimulou: consuma mais, veja as últimas tendências, todas as famosas estão usando, então, compre também. Mas, e se... a gente não precisar? Essa e inúmeras outras perguntas que questionam a lógica de consumo desenfreado alimentada pelas grandes marcas estão ecoando com cada vez mais força entre as pessoas que se preocupam não somente consigo mesmas. É a moda consciente!
Mas, o que é moda consciente? Para essa pergunta, a empresária Marcele Siqueira, de 42 anos, dá a sua contribuição. “Primeiro é comprar o que você precisa. Comprar em brechó, por exemplo, é consciente porque você evita exaurir os recursos do planeta, evita o gasto com energia, com matéria-prima e ainda faz a economia local girar”, opina.
Marcele conta que nem sempre foi assim. Antes, ela consumia mais e tomava decisões muito influenciada pelo que estava na moda, ou pelas marcas. “Agora, tenho sido mais inteligente, mais ponderada, só compro o que me agrada, me deixa confortável e à medida que eu preciso”, fala Marcele.
A consultora de imagem e estilo, Elisa Heluany, explica que moda consciente é sobre comportamento. “É o nosso olhar como consumidores, mais educado, mais informado, preocupado com as
Tamara Toledo abriu o brechó Amo em 2015, um dos mais antigos de Macaé. Ela conta que, no início, havia muito preconceito das pessoas em comprar roupas usadas, mas que, hoje, os brechós têm tido muito mais procura e aceitação
questões ambientais e sociais que envolvem a produção em massa, principalmente, das ‘fast fashion’, que são as maiores poluidoras do mundo”, argumenta. Aumentar o ciclo de vida de uma peça já produzida é uma das manifestações da moda consciente e isso pode ser feito comprando em brechós, revitalizando peças, doando roupas para que outras pessoas usem e, assim, evitando que aquela mesma roupa vá para o lixo.
A consultora de imagem e estilo Elisa Heluany diz que aumentar o ciclo de vida das roupas já produzidas é uma das manifestações da moda consciente, e isso pode ser feito comprando em brechós Rosilene Souza diz com orgulho que, hoje, 70% do seu guarda-roupa é de itens de brechó
Se por um lado, olhar para a moda consciente pode parecer algo novo para muitas pessoas, para outras já é um velho conhecido, produto de construções culturais. É exatamente assim com a fonoaudióloga Karoline Santana, de 36 anos. Ela lembra de ter crescido vendo a mãe, costureira, fazer roupas e pequenos consertos. Na casa dela, não se valorizava marcas de roupa, e sim, boa qualidade. “Na minha família, sempre foi um hábito circular roupas. Se a gente não usava, tirava do armário e doava para dar espaço a coisas novas”, recorda.
Karoline continua mantendo os hábitos que aprendeu quando menina, comprando para ela e para a filha Marina, de 2 anos, roupas em bazares e desepegando também. “Antes de comprar, eu avalio se tem necessidade de uso, se já tenho algo similar e se vale a pena pela qualidade e o preço”, diz.
Para a empreendedora Rosilene Souza Carneiro da Silva Moreira, de 45 anos, a conscientização está, aos poucos, provocando boas mudanças e uma evolução. Ela confessa que já foi muito consumista e que era difícil desapegar das coisas que tinha. “Antes, eu só acrescentava ao meu guarda-roupa e, agora, já estou aprendendo a tirar”, comenta.
Ela já desapegou de cerca de 50 peças, e tanto compra quanto fornece roupas para brechó e doa. Rosilene conta com orgulho que, hoje, 70% do guarda-roupa é de itens de brechó, mas não somente roupas, tem bolsas, calçados e cintos também.
Elisa Heluany dá três dicas para as pessoas consumirem moda de forma mais consciente. Primeiro, buscar informações. “Consumidor bem informado busca peças com mais significado, mais atemporais e faz compra assertiva”. Segundo, antes de comprar, olhar o guarda-roupa e analisar se ali só tem o que você realmente usa, que valoriza seu estilo e tem a ver com o seu momento de vida. Terceiro, se não vai usar mais, se perguntar como aumentar o ciclo de vida do produto, doando ou levando para um bazar, por exemplo.
Fabiana Shikida abriu o Oh Bazar em abril de 2019 e acabou de inaugurar um novo espaço nos Cavaleiros. Ela conta que o público que compra em brechós está crescendo e se diversificando
Elisa Heluany Consultora de imagem e estilo
Thaís Martins abriu o brechó infantil Pegada em dezembro de 2019 e vem percebendo um aumento do interesse das pessoas pelos brechós
Karoline Santana está passando para a filha Mariana o hábito de família de circular as roupas, seja doando ou dando como parte para comprar em brechós, como o Pegada Sustentável
Brechós, preconceito e a moda consciente Formada em moda desde 2006, Elisa ressalta que a moda consciente é uma pauta recente. Na opinião dela, as novas gerações estão mais bem informadas e mais exigentes quanto às marcas e à indústria e, também por isso, sabendo fazer escolhas mais assertivas. “Comprar em brechó é uma forma de incentivar o consumo consciente e a moda sustentável, dá um novo significado e amplia o sentido de uma peça, essa é uma tendência de comportamento que está só crescendo”, pontua.
Mas ainda há preconceito. Há quem acredite que brechós vendem roupas em mau estado, que não têm peças de qualidade e que cheira a mofo. “Muitas pessoas têm uma ideia errada de que brechó só tem coisa velha. Os que frequento me atendem muito bem, são roupas selecionadas.”, comenta Marcele. “Acho que muitas pessoas precisam atualizar a visão. Hoje, os brechós têm curadoria, existe uma seleção de peças e é tudo muito organizado. É diferente!”, opina Karoline.
Em Macaé, algumas proprietárias de brechós contam sobre como o interesse pelo secondhand (segunda mão/ seminovos) está aumentando.
Brechó Amo O Brechó Amo existe desde 2015 (um dos mais antigos de Macaé). Vende roupas, acessórios, sapatos e bolsas para mulheres. A proprietária Tamara Toledo conta que quando ela começou, foi muito mais difícil e que teve um grande trabalho para educar as pessoas a entenderem a proposta do brechó. Segundo ela, atualmente, 90% das fornecedoras de peças do Brechó Amo são também compradoras. “Hoje, já existe um público formado. Tem pessoas que compram porque são mais conscientes, gostam de roupas únicas, conseguem encontrar peças que casam com o seu estilo e também quem valoriza o preço mais acessível”, fala.
Oh Bazar Aberto em abril de 2019, o Oh Bazar também é focado em peças para o público feminino, como roupas, sapatos, bolsas e acessórios. Recentemente, a loja se mudou para os Cavaleiros e, segundo a proprietária Fabiana Shikida, tem atraído muito a atenção de novas consumidoras após a mudança. “Atendo hoje 70% de novas clientes, o interesse está crescendo muito. Há várias pessoas chegando na loja que não sabiam que o Oh Bazar existia”, fala. Conforme ela relata, é muito comum ouvir elogios das clientes dizendo que é muito vantajoso comprar no bazar porque as peças são boas, os preços também e assim elas se vestem melhor, gastando menos.
Pegada Brechó Infantil Inaugurado em dezembro de 2019, o Pegada Brechó Infantil vende vários produtos para crianças de 0 a 16 anos, como roupas, sapatos, brinquedos, livros, entre outros itens. A proprietária Thaís Souza Martins, de 38 anos, observa um movimento de crescente interesse por brechós, com mais abertura de lojas do tipo, mais fornecedores e mais clientes. Das 260 fornecedoras de peças que ela possui, metade também é consumidora. Para Thaís, esse mercado é também uma maneira mais democrática de moda. “As pessoas valorizam a qualidade da peça com preço acessível e justo”, diz.
Empresários aderem à rotina de postar vídeos e enquetes nas redes sociais e potencializam as vendas com conteúdo informativo e interativo
EMPRESÁRIOS E INFLUENCIADORES DIGITAIS Por: Mariana Muller / Fotos: Alle Tavares
Apandemia mudou a realidade e a forma das pessoas interagirem e de consumir no mundo digital em todo o planeta, o que acabou sendo incorporado aos nossos hábitos de vida, mesmo depois do fim da quarentena e da reabertura do comércio e dos serviços.
Dentro desse cenário, vários empreendedores também tiveram que se reinventar e decidiram investir nas redes sociais e plataformas de vídeo para alavancar seus negócios e conquistar mais clientes. Uma pesquisa do Sebrae mostra que 67% dos pequenos empresários apostam nas vendas por meio de redes sociais, aplicativos ou sites.
Em Macaé, não foi diferente. Andrezza Ferraz, Eric Golosov e Rouan Vaz deixaram a timidez de lado e colocaram, literalmente, a “cara” nas redes sociais para promover suas marcas e alavancar os negócios no mundo digital, levando conteúdo sobre suas áreas de uma forma leve e descontraída.
“Tive que vencer minha timidez, mas com o incentivo dos meus clientes, fui aderindo minha imagem à marca. E, com o tempo, minha aparição no Instagram foi se tornando mais fácil e natural para mim”, declara a empresária Andrezza Ferraz, comerciante há mais de 30 anos em Macaé e proprietária das lojas Immense Store.
Depois de um longo período com suas lojas fechadas, a empresária do ramo da moda adotou o delivery de vendas e começou a gravar vídeos como ferramenta de relacionamento com os clientes. A iniciativa deu tão certo, que mesmo depois da reabertura das lojas, ela continua gravando seus vídeos e postando mais conteúdo nas redes sociais. E, agora, já atua até na plataforma TikTok.
A comerciante Andrezza Ferraz se reinventou durante a quarentena, gravando vídeos e postando no TikTok para divulgar as coleções para suas clientes
A jornalista Leila Pinho sempre foi antenada com o marketing digital e começou a dar consultoria para profissionais liberais gravarem e postarem seus vídeos
“Fui muito bem recebida na casa dos meus clientes. E a troca com eles também aumentou muito”, reforça. Repaginada pelo uso da tecnologia, Andrezza dá a dica: não se preocupe em reverter posts em vendas e, sim, use a seu favor a humanização do marketing digital.
A estratégia de troca mais próxima com os clientes também foi fundamental para o médico Éric Golosov Cure, de 36 anos, acelerar seus negócios. Nascido e criado em Macaé,
O corretor de imóveis Rouan Vaz inovou no mercado imobiliário macaense apresentando em vídeos os imóveis para venda e também dicas humoradas sobre o setor Éric Golosov Cure é neurologista e, por indicação da agência de marketing, criou uma conta no Instagram e começou a gravar vídeos e fazer lives para divulgar conteúdos úteis na área da saúde
o neurologista foi na contramão do momento delicado de instabilidade econômica. Expandiu o espaço de sua clínica, a ITC Vertebral, e contratou o suporte de uma empresa especializada em marketing digital, que o orientou a abrir uma conta comercial no Instagram, onde promove enquetes sobre sua especialidade médica para trazer conteúdos relevantes em suas lives ou entrevistas. “Com a pandemia, aumentaram também as doenças da alma. As pessoas estão precisando de cuidado e atenção. Como médico, sinto que tenho essa missão de acolher, de ajudar meu paciente. E, para isso, estou sempre investindo em tecnologia, estrutura e bons profissionais para um atendimento humanizado”, afirma.
O mesmo otimismo abarca o corretor de compra e venda de imóveis e construção, Rouan Vaz, que buscou inovar na forma de apresentação do setor imobiliário de Macaé. Em dezembro do ano passado, ao invés do pessimismo da queda de vendas no mercado, ele trouxe soluções criativas e bem-humoradas para sua rotina.
Em pleno vulcão das incertezas da pandemia, resolveu mudar, apostar no meio digital, com novas formas irreverentes de abordar a rotina do seu trabalho. “Percebi que o meu cliente quer mais facilidades, mais apresentações sem precisar sair de casa. Logo no segundo post, fechei uma ótima venda e pude constatar que o investimento nas redes sociais faz diferença”. Hoje, o trabalho dele aumentou não só nas vendas, mas no fluxo constante de produção de vídeos, que além de apresentar os imóveis para venda, de forma irreverente, também leva conteúdo específico e relevante sobre o processo de compra e venda de imóveis.
Essa rotina de roteirização, gravação e edição dos vídeos não é tarefa fácil, mas empresários e profissionais liberais podem recorrer a empresas especializadas na mentoria, produção e edição de vídeos com conteúdo inovador, como a da jornalista Leila Pinho. Antenada, desde 2017, ela que já trabalhava com marketing digital, alavancou seu negócio no momento mais improvável da humanidade, apostando na dinâmica dos vídeos para os smartphones.
“Eu me encantei com a conexão diferenciada que os vídeos podem trazer para potencializar os negócios. Em 2019, foquei na produção de vídeos, simplificando todo o processo para meus clientes”, revela Leila, jornalista há 12 anos e que já foi editora da revista DiverCidades.
As dicas preciosas de Leila também contribuem para dar aquele chega para lá no “medinho” de dar cara na hora de fazer um vídeo. O fator timidez, para a jornalista, pode e deve ser superado: “A vergonha é uma questão muito forte para quem ainda não grava, mas a gente só supera quando entra em ação”, afirma.
Segundo ela, é preciso ter confiança e coerência, sempre buscando entender mais sobre sua audiência. “Não existe credibilidade sem coerência. Uma pessoa se torna interessante para a outra quando o interesse também é dela pelo assunto. Eu penso no vídeo como uma ponte para ligar as pessoas. É um formato acessível e o modo mais orgânico das pessoas compreenderem o conteúdo”, incentiva.
Ela conta que os vídeos estão em ascendência muito expressiva nas plataformas digitais, da linguagem divertida do Tik Tok às modificações na plataforma do Instagram, além do estável crescimento do Youtube. “O vídeo ganhou destaque, porque revela a realidade de modo mais próximo, assim como a vida que está em movimento”, aponta Leila, que já faz mentorias para vários perfis de empreendedores, como comerciantes, médicos, arquitetos, dentistas, diretores de escola e outros.
Atleta de Macaé, que descobriu o Crossfit ainda adolescente, representa o Brasil e está entre os melhores do mundo no esporte
Gui Malheiros ficou em sétimo lugar no geral no Crossfit Games desse ano, ficando em primeiro lugar na principal prova de levantamento de peso
GUI MALHEIROS CONQUISTA O MUNDO DO CROSSFIT Por: Renatta Viana / Fotos: arquivo pessoal
Guilherme Malheiros tem 21 anos e é natural de Resende, mas mora em Macaé há aproximadamente 10 anos. Sempre muito ativo, iniciou sua rotina de atividades físicas ainda criança praticando alguns esportes, e foi através do seu pai, em 2014, que conheceu e teve seu primeiro contato com o Crossfit. Logo em 2015, já estava participando de competições. “Eu jogava basquete quando comecei a treinar Crossfit pra ganhar resistência e melhorar meu rendimento nos jogos, mas terminei me apaixonando e parei com o basquete”, diz. Hoje atleta de alta performance, Gui Malheiros, como é chamado, viaja o mundo competindo e representando não só Macaé, mas o Brasil, já sendo considerado um dos melhores atletas profissionais do mundo dentro do Crossfit.
Grandes nomes dentro do Crossfit mundial inspiram e motivam o Gui, como modelos a serem seguidos. São eles: Mathew Fraser, pentacampeão mundial; Tia-Clair Toomey, pentacampeã mundial; e Rich Froning Jr., um verdadeiro ícone no esporte. Em Macaé, a Cavaleiros Crossfit é palco para o show do Gui. Lá, ele passa boa parte do seu tempo em busca do melhor desempenho entre os treinos de força e técnica. Para isso, conta com o suporte do Henrique Neto na parte técnica, Bernardo Camargo na prescrição dos treinos e Marco Ferreira na corrida.
Gui é tricampeão nacional (2019, 2020, 2021); vice-campeão mundial em 2017, quando tinha apenas 17 anos e, em 2016, quando a Revista Divercidades fez uma matéria sobre o Crossfit em Macaé, Guilherme já era apontado como uma promessa no esporte, que acabou se concretizando no ano seguinte. Ele foi o primeiro e único brasileiro medalhista no Crossfit Games (maior competição do esporte do mundo), sendo o único homem brasileiro a se classificar quatro vezes para o Crossfit Games. “Minha competição no exterior foi de muito sucesso esse ano e, graças a Deus, eu fiz história como o primeiro brasileiro que, além de ter ido pro Games, ganhei três provas e fiquei entre os ‘top 10’. Consegui o sétimo lugar, um feito
O primeiro pódio de Gui, onde eleconquistou o segundo lugar no Crossfit Games, em 2017
A família sempre foi referência para Guilherme. Da esquerda para a direita: o pai Gustavo Malheiros, Gui, a mãe Shirley e a namorada Luciana Dal Agnol inédito na história do esporte para o Brasil. Isso me deixou muito feliz, saber que dei orgulho aos meus fãs, aos brasileiros apaixonados pelo Crossfit e à minha família”, destaca.
O Crossfit Games aconteceu esse ano em Wisconsin, nos Estados Unidos, e com a carreia de atleta deslanchando, os próximos passos são as competições: “Rogue Invitational”, entre os dias 29 e 31 de outubro, em Austin, no Texas; e a “Mayhem Desert”, dias 12 e 13 de novembro, em Dubai, nos Emirados Árabes. Apesar de ser super focado nos treinos e em sua rotina, Guilherme já almeja para o próximo ano estar no Games e ganhar a competição numa colocação ainda mais expressiva. Mas se engana quem pensa que a vida do campeão é só treinar. Nas horas vagas, ele não abre mão de estar entre a família, com seu cachorro, lendo, surfando, assistindo filmes e séries e até mesmo curtindo joguinhos no celular. “O dia a dia costuma ser bastante intenso, mas sempre sobra um tempinho pra relaxar fazendo mais coisas que gosto”, frisa o campeão.
Carismático e espontâneo, Gui surpreende, impressiona e cativa a todos por onde passa. Jovem e obstinado, ele vêm se consolidando cada vez mais no cenário nacional e internacional através de seu talento nato. Antes de se envolver pra valer com o Crossfit, ele praticou judô, surfe, skate, bmx, parkour e muitos outros. Sempre aventureiro, de espírito livre e ligado a tudo que se movimenta, encerrou sua carreira de 5 anos no basquete, onde chegou a jogar profissionalmente no time base de Macaé, para entrar de corpo e alma no universo do Crossfit. Seu estilo de vida é admirado por muitas pessoas, que o seguem em suas redes sociais, acompanhando todos os passos do atleta, que se empenha pra deixar tudo muito bem atualizado com informações profissionais e pessoais. Sua conta no Instagram conta com quase 300 mil seguidores e, além disso, seus fãs tem acesso a toda sua história no seu canal do Youtube e em seu site: guimalheiros.com.br.
Para aliviar a rotina corrida e puxada dos treinos e das competições, Gui pratica outras atividades como o surfe
Muk foi convidado a participar do projeto Rua Walls, que transformou a Zona Portuária do Rio de Janeiro
Na nossa edição de 2016 sobre a chegada do Crossfit em Macaé, Gui, com apenas 16 anos, já era apontado como uma promessa do esporte, que se concretizou no ano seguinte
Projeto arrecada mais de 23 mil absorventes na campanha “Livres pra Menstruar”, conseguindo mobilizar empresários e a população de Macaé
As amigas Juliana Muller, Ana Carolina Araújo, Luísa Gouveia e Caroline Olival, criadoras do Projeto Social Além dos Muros, foram selecionadas pelo grupo Girl Up para realizar a campanha dos absorventes em Macaé PROJETO SOCIAL
ALÉM DOS
MUROS Por: Gianini Coelho / Fotos: arquivo pessoal
Criado em 2017 pelas amigas Ana Carolina Araújo, Caroline Olival Alves, Eduarda Raposo, Juliana Pinho e Luisa Gouveia, o Projeto Social Além dos Muros surgiu com a finalidade de arrecadar vários ítens para atender às necessidades de organizações sociais de Macaé, como: material escolar, brinquedos, livros, roupas, alimentos, entre outros. O objetivo era atrair a atenção dos adolescentes e jovens adultos para se engajar em ações voluntárias para tentar minimizar os problemas sociais da cidade.
O grupo já teve mais de 100 voluntários e hoje conta com 46 pessoas ativas participando das ações do projeto, que nesses quatro anos já realizou várias ações em prol de organizações macaenses como: Sentrinho, Casa do Abraço, Oberland Jr. Vive e APAE Macaé, entre outros.
Em 2019, o grupo teve contato pela primeira vez com a causa da pobreza menstrual, conseguindo arrecadar e doar absorventes para a ONG Pares Caritas, responsável por pessoas refugiadas. “Neste ano, descobrimos a iniciativa ‘Livres Para Menstruar’, criada pelo grupo Girl Up, uma entidade reconhecida pela ONU (Organização das Nações Unidas). Nos inscrevemos e fomos selecionadas para sermos líderes no polo de Macaé e promover a campanha de doação de absorventes na cidade”, relembra Carol.
A pobreza menstrual ainda é um assunto frequentemente ignorado pela sociedade e que, infelizmente, ainda estamos distantes de conhecer a realidade das pessoas com acesso limitado aos absorventes, que são fundamentais na saúde básica de toda mulher.
O Projeto Além dos Muros se mobilizou em uma grande campanha na cidade, através das suas redes sociais, para convencer os empresários a cadastrar seus estabelecimentos como pontos de coleta de absorventes em vários bairros, além da população em geral, que participou ativamente da campanha, doando mais de vinte e três mil absorventes, que foram distribuídos para organizações que trabalham com mulheres em situação de pobreza menstrual em Macaé e Rio das Ostras.
O projeto nasceu com o nome “Beyond The Wall”, realizando várias ações beneficentes na cidade, como o Bazar do Bem
Um dos objetivos do projeto é despertar e envolver adolescentes e jovens em ações de voluntariado na cidade, como nesta ação na APAE Macaé
Mais de 23 mil absorventes foram arrecadados e distribuídos para organizações que trabalham com mulheres em situação de pobreza menstrual
O sucesso do projeto chamou a atenção da vereadora Iza Vicente, que criou e encaminhou para aprovação o Projeto de Lei 64/2021, que institui o Programa de Promoção da Dignidade Menstrual no município de Macaé, que prevê a distribuição gratuita de itens de higiêne menstrual em diversos pontos de atuação da prefeitura, como colégios e postos de saúde.
“Ficamos muito felizes pelo fato do Poder Legislativo ter abraçado nossa causa do ‘Livres para Menstruar’ criando uma lei municipal, atendendo às mulheres que necessitam desse ítem básico para sua higiêne e saúde”, fala Luisa, que já está organizando, junto com as meninas, a próxima ação do projeto, que será de educação e cultura na comunidade do Bosque Azul.