Uma Hist贸ria Haras Veneza - 20 anos
Jos茅 Luiz C么rtes Gama Telefone: (33) 9902-6854 3271-6854
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Capítulo
Uma História
Capítulo 1 - O começo
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eu primeiro contato com Campolina aconteceu quando morávamos no Pará, cidade de Tucuruí. Hoje conhecida em função da grande hidroelétrica construída no rio Tocantins. Em 1972, meu avô, Luiz Côrtes, fazendeiro estabelecido em Governador Valadares desde 1949, andou pelo norte do país buscando oportunidades para adquirir novas terras com intuito de ampliar a exploração pecuária. Era a fase da abertura de fronteiras agrícolas. Por lá comprou fazenda e meus tios se mudaram. Tudo era difícil e escasso, mas a Mata Amazônica esplendorosa. Em 1977 meu pai segue para Tucuruí levando a família. Acompanhei todo processo de formação da fazenda, desde as picadas na mata fechada para delimitar a propriedade, o primeiro barraco coberto de palha e cercado de troncos de Açaí, a derrubada da mata para formação de pastos e depois a chegada do gado nelore para cria. “Êita” vacada brava. Foram compradas numa fazenda vizinha. Levamos o gado caminhando, em comitiva. Um dia de marcha atravessando estrada no meio da mata fechada. Minha primeira grande aventura a cavalo cravada na memória. Foi nesta fazenda vizinha que conheci o Sr. Silvinho e sua matilha de Filas Brasileiros, pelos quais me apaixonei e que também eram imprescindíveis na lida com este gado nelore muito bravo. Ganhei um filhote de presente, Tigre, e desde então me dedico criá-los, o que é outra história. Foi nesta fazenda vizinha que conheci o Sr. Silvinho e sua matilha de Filas Brasileiros, pelos quais me apaixonei e que também eram imprescindíveis na lida com este gado nelore muito bravo. Ganhei um filhote de presente, Tigre, e desde então me dedico criá-los, o que é outra história.
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Para manejo do gado nas fazendas, era necessário produzir tropa de serviço, que por aquelas bandas era difícil encontrar pronta. Levar daqui de Minas ficava caro. Um amigo do meu pai, Sr. Renato Lima, pecuarista da região de Campos dos Goytacazes – RJ, também aventureiro pelo Pará afora, possuía eguada originária de sua terra natal e os reprodutores eram um cavalo Mangalarga Marchador castanho, muito altivo e bonito e um jumento de bom porte muito marchador, um Pêga com certeza. Compramos 15 destas éguas entre elas uma se destacava, uma baia fechada, de grande porte, grossa, a qual chamava Baiona. Lembro que era registrada, pois tinha os números e o carimbo da ABCCC na pá esquerda. Não dávamos importância a este detalhe àquela época. Ela foi para a fazenda com um potro ao pé, “mangolino”. Também baio, com um luzeiro na testa em forma de coração, médio calçado dos pés e quente como o “cão”. Foi este que escolhi para minha sela. O primeiro cavalo do qual participei da doma. É verdade que me derrubou algumas vezes, mas era um grande companheiro. Meus parceiros na fazenda: Tupã e Tigre. Foram muitas as alegrias com este cavalo. Um dia juntando gado, nos pastos ainda com muitos galhos da mata derrubada, numa carreira, enfiou uma das mãos entre dois galhos, teve uma fratura exposta e foi necessário sacrificá-lo. O campolina ficou também cravado em minha memória.
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Capítulo 2 - Umbigo Enterrado
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vida caminhou. Fui terminar o segundo grau em Brasília e faculdade de veterinária em Goiânia. Formado, a vontade de voltar para a terra onde o umbigo estava enterrado era grande.
Odilon Fernandes, de uma família grande de criadores, sempre parceiro de primeira ordem. Entre estes, conheci Dr. Múcio, técnico da Associação. Tornou-se amigo e comecei acompanhá-lo em algumas exposições.
Em 1990 retorno para Governador Valadares indo trabalhar na Cooperativa Agropecuária com gado de leite. Estreitei contato com criadores de Campolina, que na sua maioria também produziam leite, pois uma característica dos criadores da raça na região do Rio Doce era o fato de terem como
Resolvi participar da seleção para o quadro de árbitros da ABCCC no qual fui admitido. Anos depois, entendi que a atividade de árbitro era incompatível com a tarefa de criar. Resolvi ser só criador e também enterrei um umbigo no Campolina.
atividade econômica principal a produção rural. Conheci melhor a raça. No auge, éguas como Monalisa, Ousada e Qualidade do Porto Alegre, todas por Desacato da Maravilha x Granfina do Porto Alegre. O João Ferreira tinha Oindaiba do Catulé (Historieta do Catulé x Acauã do Graipú) que era uma “máquina” de marchar, também pudera, pois Historieta era filha da Gávea de Passa Tempo (Xerife). Elysio Ferreira tinha um “tropão”, em quantidade e qualidade, adquirida do Sergio Cantídio (Graipú). (Júpiter de Passa Tempo x Felicidade do Campo Novo) quando ele apareceu com um quadro de babesia concomitante com tétano.
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Capítulo 3 - Desafios Criei coragem e em 1992, aos 24 anos de idade, exatamente no dia 29 de abril, levei Dr. Múcio na Fazenda Veneza, onde selecionamos quatro éguas para registrarmos no Livro Aberto (LA). Eram filhas de um campolina com éguas mangalarga marchador. Nesta época meu avô tinha um cavalo campolina sem registro, alazão sobre baio, que chamávamos de Gaúcho, produção da Fazenda Maravilha, um presente do Luiz Eduardo Côrtes (Deado), afilhado e sobrinho do meu avô. Meu primeiro sufixo foi “do Côrtes” quando registrei as éguas Catarina, Dama de Ouro, Agenda e Andorinha. Nesta época grande parceiro era João Ferreira que sempre disponibilizou o uso de seus garanhões Acauã do Graipú (Garboso de Passa Tempo x Gas Fusca) e Profeta de Sans Souci (Herdeiro de Sans Souci x Gaba do Angelim). Uma luta carregando égua pra cima e pra baixo pra enxertar. Comecei a fazer inseminação artificial a fresco, ainda meio rudimentar, sem bons resultados. Sempre quis meu sufixo como Veneza, pois é o nome da fazenda onde venho vivendo bons momentos desde a mais tenra idade. Nesta propriedade sempre passávamos as férias em família, com minha avó Cinira nos enchendo de mimos e cuidando daquela quantidade de netos. Quando associei a ABCCC, já existia um criador com este sufixo, na cidade de Jequitinhonha - MG. Não satisfeito com o sufixo “do Côrtes”, mudei para “Biopec”, mas continuava querendo Veneza. Consultando o Regulamento do Registro Genealógico, o Artigo 20 em seu parágrafo 3º., deixava claro que deveria esperar 20 anos de inatividade deste criador detentor do sufixo, para requerê-lo. Não desisti, em ofício a ABCCC datado de 28/01/1999, solicitei que meu pleito fosse encaminhado para análise no CDT, que a época resolveu acatar meus argumentos e por portaria, autorizou o uso do sufixo Veneza. Vivíamos a supremacia do Desacato nas pistas. Alguns de seus principais produtos nasceram na Fazenda Porto Alegre, uma referência próxima de qualidade. Atuando como árbitro, pude exercer autocrítica acerca dos animais que produzia com base nas éguas LA. Esta somatória de informações possibilita
va concluir que o resultado não era bom. Além do mais já contava com rebanho de 15 fêmeas, com dificuldades para ficar correndo atrás de coberturas. Em março de 1998 quando terminou a estação de monta, veio necessidade de avaliar o trabalho realizado e junto, o dilema do que fazer. Seis anos de investimentos e sofrimentos. Tudo contabilizado na ponta do lápis. Até então o investimento havia sido relativamente pequeno, mas agregado ao custeio, impactava em meu salário de Veterinário. Para seguir em frente era necessário uma guinada. Vivíamos uma economia ainda fragilizada, embora o Plano Real já começasse ganhar trilhos. Cavalo era co-
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