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Os planos da E-Deploy para expandir sua atuação - pág

Entrevista Os planos da E-Deploy para expandir sua atuação

A pandemia mudou o hábito de consumo, impulsionou a digitalização e transformou cadeias inteiras. E isso também afetou os fornecedores de soluções. Nesse período, a E-Deploy, fundada em 2006, por Paulo Francez e Emerson Gianinni, lançou o 3S Checkout, plataforma tecnológica para a transformação digital da experiência de compras, que atende ao conceito de delivery hub, realizando integração automática do restaurante com os grandes canais de entrega. Em entrevista, Francez, fundador e CEO, e Ernani Ferreira, vice-presidente de operações e sócio E-Deploy, contam um pouco da história da empresa e falam de como as soluções têm sido adaptadas para as novas demandas, como, por exemplo, com mais inteligência artifical.

Por Roberta Prescott

Repórter

AE-Deploy foi fundada em 2006. Conta um pouco da trajetória.

Paulo Francez — A história começou quando eu ainda estava no McDonald’s. Fizemos um software de PoS [ponto de venda] no Brasil que acabou indo para o resto do mundo. Minha história no McDonald ‘s terminou em 2006 quando eu abri a E-Deploy como uma consultoria focada em mobile, porque eu achava que essa seria a próxima onda. Fizemos, primeiro, o check-in móvel da Gol e começamos a fazer projetos para Natura e outras empresas, na linha de desenvolvimento em mobile e internet.

Em 2016, o Burger King estava atrasado na parte de tecnologia, chamaram um ex-chefe meu para fazer revisão da área de TI e ele me chamou para fazer uma consultoria para revisar toda a parte de gestão de restaurante. Assim começou nossa história. Eu propus o desenvolvimento do sistema de controle de gestão das lojas e a E-Deploy construiu. Começamos o trabalho de varejo fazendo software de backoffice para o Burger King. Depois, no fim de 2016, o Burger King decidiu trocar o software de PoS e abriu uma RFP no

mercado. Como a gente já tinha o backoffice, eu resgatei a empresa que havia feito o software para o McDonald’s e me propus trazer o software para o Brasil e tropicalizá-lo para participar da concorrência.

Ganhamos a concorrência e, assim, nasceu a E-deploy Retail. Nós tropicalizamos esta solução que, ainda, não era 100% E-Deploy, ganhamos a concorrência e começamos a implementar. Em 2017, nós viramos todas as lojas do Burger King e começamos a evoluir, criando delivery, aplicativo, token e integração com marketplaces e meios de pagamentos, em uma evolução com uma série de funcionalidades que o produto internacional ainda não tinha.

Hoje, temos duas divisões, uma de consultoria e fábrica de software, que chamamos de E-Deploy Consulting, e uma que cuida da parte do varejo, a E-Deploy Retail.

Quando nasce 3S Checkout?

Francez — Na verdade, o nome 3S Checkout foi dado agora, neste ano de 2021. O nome do produto era PoS E-Deploy e mudou para 3S Checkout. Batizamos, porque precisávamos ir para o mercado. Passamos todos estes anos evoluindo o produto, colocando todas as funcionalidades e, quando achamos que estava maduro, all-in-one, com todas as funcionalidades em um único produto, fomos para o mercado. O sistema toma conta de todos os aspectos do restaurante: atendimento, operação, menu, cardápio, produção, relação com a cozinha, automatização de produção e delivery e ainda oferecer relatórios, dashboards e inventário.

Quais foram os principais marcos nestes 15 anos? Francez — Eu acho que, mesmo sendo consultoria, para mim o check-in da Gol foi um marco importante, assim como o pagamento via celular do PagSeguro, que fizemos um square para espetar no celular e passar o cartão. Também fizemos para Azul a parte de mobile. Trabalhamos oito anos com a Gol, participando da evolução de tecnologia do site. Fizemos umas 40 aplicações para a Natura, um cliente também muito importante — fomos responsáveis pelo aplicativo de treinamento das consultoras, por exemplo. Em 2016, fomos para o lado de varejo, criando a E-Deploy Retail e criando o 3S Checkout.

Qual é o atual momento da empresa?

Francez — Hoje, estamos em crescimento, focando na aquisição de clientes. Estamos fazendo mídia e divulgação; é um momento de expansão no Brasil e fora. Já estamos em contato com México, Estados Unidos e Itália, porque a solução 3S Checkout é flexível em termos de internacionalização, como moedas e línguas. Temos um comercial internacional, uma pessoa que mora nos EUA e que está fazendo esse trabalho para a gente. Esse parceiro vai fazer o papel de integrador. A ideia é termos integradores nesses países que também terão papel de tropicalizar a solução, porque ela é flexível e dá para você ter pedaços dela sendo feitos em vários lugares do mundo, localmente.

Vocês abrem faturamento? Qual é o plano para conseguir aumentá-lo?

Francez — No ano passado, faturamos R$ 39 milhões. Temos um plano de dobrar este valor em três anos, até 2024.

Isso inclui aquisições? Vocês estão considerando M&As?

Francez — Essa seria uma estratégia sim. Sempre crescemos com capital próprio, porém, sabemos que, para brigar com os grandes, muitas vezes, isso significa que você precisa de investimentos de forma diferenciada para que você se posicione também de forma diferenciada. Muita gente já conversou com a gente e é uma possibilidade para aumentar a velocidade de crescimento.

Para serem comprados ou para comprar?

Francez — Para comprar, não para ser comprado, porque achamos que, neste momento, a empresa tem potencial enorme de crescimento e valorização. A gente imagina investidores, em um primeiro momento, e aquisições, principalmente, de empresas de sof-

Paulo Francez, Fundador e CEO da E - Deploy

tware que a gente possa agregar ao produto. Seria uma estratégia de crescimento e competitividade no mercado.

Com a pandemia, muitos hábitos de consumo mudaram. Como isso afetou vocês?

Francez — Vimos mudanças no delivery. Antes cada um tinha um e, hoje, há os grandes marketplaces. A primeira coisa que nos preocupamos foi fazer um hub de delivery que se conecta para todos os pedidos caírem em um lugar só. O Delivery Hub realiza uma integração automática do restaurante com os grandes canais de entrega como iFood, Uber Eats, Rappi, entre outros. A solução oferece dados para estratégias de preço para cada canal e para o delivery próprio.. A tecnologia relacionada a delivery foi uma das coisas que mais evoluiu com a pandemia. Antes, as lojas que trabalhavam com Rappi tinham de ter tablet dele, igual para Uber Eats, mas agora é tudo via 3S Checkout, porque integramos os marketplaces para que ficasse de forma transparente para as lojas.

Outra coisa que fizemos foi a flexibilidade de integrações, porque todos têm de ter informação. Integramos ERP, com tíquetes online, porque é importante para o cliente para fazer análises.

Desde a fundação da empresa até hoje, a tecnologia evoluiu e hoje temos inteligência artificial, machine learning e outros muito mais maduros. Como IA, RPA e analytics foram — e estão sendo — incorporados às ferramentas?

Francez — Houve uma evolução do produto de gestão de loja, incorporando inteligência artificial para ajudar o gerente da loja a tomar decisões com os dados do dia a dia. Falando de roadmap, a gente vai lançar, na metade do ano que vem, um projeto que já iniciou e é complexo. É uma análise dos números da gestão do restaurante para descobrir, por exemplo, desperdícios ou se a venda está abaixo do que sempre foi, trabalhando as informações da loja de forma inteligente e dando subsídio para o gestor.

Ernani Ferreira — A IA também vai dar informações para se corrigir a operação durante o dia. Se você tem vazamento de produção ou improdutividade, a solução vai dando dados em tempo real.

Quais têm sido as demandas das companhias clientes?

Francez — Temos uma demanda bastante grande de autoatendimento. A pandemia fez todo mundo perder o medo tanto de comprar pela internet, como de usar totens. O totem reduz custo de mão de obra e, na pandemia, a eficiência de custo foi algo colocado em pauta por todos os clientes. Lá fora já se usa totem há muito tempo. Estamos vendo aqui que o autoatendimento é algo que o cliente está mais confortável em usar e tem sido uma forma de redução de custo. Sobre

delivery nem preciso falar, é preciso aceitar pedido de vários lugares e cair na mesma plataforma. E também há demanda por aplicativo mobile para se relacionar com o cliente, com CRM. Nos nossos clientes, estamos vendo que esses itens são fundamentais — e os clientes também estão buscando preço e hardware, estão atrás de soluções que necessitem um investimento de hardware menor.

Ferreira — Estamos vendo muita procura por autoatendimento, self checkout. E, na parte de hardware, hoje temos o Burger King que colocou totens grandes em 300 lojas para os clientes fazerem a compra sozinhos e pagar. O objetivo é fazer com que isso se torne cultura no cliente digital. Outra pegada digital é o pickup. O cliente compra, faz o pedido no aplicativo mobile, paga e pega em um armário com senha eletrônica, o que funciona muito bem para entregadores, por exemplo.

Como vocês enxergam o futuro de IA e RPA no setor do varejo?

Francez — Para mim, com a desmistificação do digital, é aquele negócio da compra sem ninguém. Também estamos vendo, com um foco maior em entregar, aumentar as dark kitchen e reduzir as lojas físicas. As dark kitchens são restaurantes virtuais, que dão preferência às vendas feitas via delivery ou take away. Com uma operação enxuta, o grande desafio é a gestão do negócio e as estratégias para conquistar clientes nos aplicativos de entrega. Nosso software tem de ser inteligente para a compra digital. Daqui a dez anos, a tendência é de os caixas acabarem. Em cinco anos, vamos comprar usando relógio, nem cartão de crédito. É a digitalização, com todo mundo comprando pela internet, pelo mobile e retirando onde quiser. É a flexibilização de comprar e retirar onde quiser.

Ferreira — O Paulo falou de dark kitchen e isso era uma novidade há 1,5 anos. E as lojas pickup também são dark, porque vão produzir e tudo é digitalizado, de forma dinâmica na mão do comprador e do cliente. Outro impacto que vamos ter é na parte de hardware. Cada vez mais, o processo está se digitalizando e estamos caminhando para plataformas de bolso. Não vai mais ter totem, PoS, impressoras… esses periféricos todos estão desaparecendo dos estabelecimentos. Na verdade, os estabelecimentos estão desaparecendo e se tornando digital. Isso é o grande desafio. Não apenas para nós, do desenvolvimento digital, mas também para as empresas que produzem o hardware. Vai ser um grande impacto nos próximos tempos e não acredito que vá demorar dez anos não; cinco já é bastante tempo para toda esta mudança que vem vindo. E ela vem em tsunami, em altíssima velocidade, porque todas as empresas querem estar na ponta tecnologia, querem reduzir custos e cada vez mais a internet de todas as coisas vai desabrochar para a grande fusão.

Ernani Ferreira, Vice-Presidente de operações e sócio E-Deploy

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Computação de borda deve ser crucial na retomada econômica

Raymundo Peixoto,

Vice-Presidente sênior e diretor-geral de soluções para datacenter da Dell Technologies na América Latina É certo que a retomada no pós-pandemia não será algo rápido - e também longe de ser fácil - mas depois de encarar um dos mais difíceis desafios de nossos tempos, as empresas terão a chance agora de um verdadeiro recomeço. Com a intensificação da distribuição de imunizantes ao redor do mundo e reduções nos casos graves e circulação do vírus da Covid-19, a tendência é que as medidas de isolamento se tornem cada vez menos frequentes, permitindo a reabertura total da economia.

E se em 2020 as empresas precisaram se adaptar rapidamente, paralisando ou adaptando abruptamente suas operações, essa reta final da pandemia já nos mostra os próximos caminhos a serem seguidos.

Já é certo que a transformação digital, que foi quase que forçadamente acelerada nos últimos 20 meses, é agora a grande impulsionadora do crescimento econômico. O momento é de uma corrida para se adequar às novas necessidades e tendências, com uma chance de poder alinhar alta performance, conectividade e mobilidade de rede com segurança, uma demanda que já era vista como forte tendência no mercado, mas que ganhou ainda mais força. Um bom indicativo disso foi a constatação de que 42% das pequenas e médias empresas brasileiras apostaram na adoção de novas tecnologias. O dado, que foi revelado em uma pesquisa realizada pela empresa de consultoria e marketing Edelman em parceria com a Microsoft, apontou que 83% dos entrevistados apostam que as novas tecnologias vão liderar o caminho rumo à recuperação econômica.

Um dos efeitos mais visíveis do momento atual é ver a computação de borda (edge computing) atuando como impulsionadora de uma revolução na forma como coletamos, armazenamos e processamos dados, agora feita por meio de data centers localizados na ‘borda’ de uma rede, eliminando a latência.

Em vez de transitar por uma pequena quantidade de data centers centralizados, por dados gerados a partir de todas as câmeras, sensores e outras ferramentas de Internet das Coisas (IoT) alimentados por inteligência artificial, os dados agora podem ser processados diretamente na fonte ou perto da fonte. A consultoria IDC estima que, até 2024, haverá um crescimento de 800% no número de aplicativos lançados para computação de borda.

Com a possibilidade de fornecer processamento e análise instantânea, com maior velocidade analítica, a computação de borda permite que as organizações automatizem operações, melhorem experiências, reduzam o uso e o desperdício de energia e melhorem as medidas de segurança de seus negócios.

A computação de borda desempenha um papel fundamental nessa jornada de transformação digital, proporcionando otimização de rede e tecnologia. Todo o potencial das velocidades 5G só pode ser realizado se a latência da rede for reduzida processando dados próximos ao usuário final.

Os resultados possibilitados pela combinação da computação de borda e do 5G prometem produzir soluções mais eficientes em termos de energia do que as tecnologias atuais, melhorando a eficiência operacional e a infraestrutura.

Revolucionando onde e quão rápido podemos processar e analisar dados, a tecnologia de borda oferece enormes oportunidades para países que vão além da fase de recuperação e em busca de crescimento e sustentabilidade a longo prazo.

Para perceber todo o potencial da computação de borda, governo e indústria precisarão trabalhar juntos.

Alcançar uma infraestrutura escalável e confiável para lidar com enormes volumes e complexidade de dados exige o desenvolvimento de novas abordagens para equilibrar transparência, confiança e segurança e exigirá investimentos para promover colaborações públicas-privadas significativas. Com essa sinergia, o futuro da economia no Brasil e no mundo certamente terá um novo rumo.

E quanto mais cedo isso acontecer e com mais empresas inseridas nesse objetivo, novos e promissores capítulos da retomada serão escritos, com a computação de borda sendo fundamental em diversas frentes deste processo.

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