Voltar ao mundo do ouvido

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Voltar ao mundo do ouvido, ao duvidável do ouvido, do doce mistério enganoso. Se o mundo é um fluxo de consciência, como crio o mundo? Ampliá-lo brincando com suas condições. O espaço não é apenas o que está objetivamente a frente, ou a matéria que tocamos; é, por como que um jogo de palavra, ampliar a dimensão do momento, criar pontes, passagens entre as instâncias do espaço. Algo como realidade aumentada; o que soa estranho, mas talvez comporte a ideia não de um hiperreal, mas de interstícios espaciais, rachas nas instâncias de linguagem, fissurar a dureza do concreto com a fina imersão/diluição. Já que o mundo se torna cada vez menos diegético, como não brincar com a superposição? Crio reflexivamente com o mundo as profundidades dele, em vários andares, andaimes, degraus e trapézios. A ideia é portanto brincar com as camadas de linguagem, com o fluxo aleatório e indeterminado da mente e do mundo, na e pela poesia, nas fissuras que o papel, a página e os signos nos sugerem. Pulo Degraus Andaimes

Trapézios

Montanhas Palavras Teia de

Topadas Cama


Aranha

Bendita

Pulo Degraus Andaimes TrapĂŠzios

Montanhas

Palavras, topadas Teia de

Bendita

aranha

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