ESTUDO EM GÁLATAS - 2 –– EBD 2014 Mauro R. Silva – Batatais – SP
Introdução Nos estudos anteriores vimos que o Evangelho está acima de qualquer cultura, religião, disputas políticas, e que provoca mudanças sociais profundas nas relações humanas. (Homem – Mulher; senhor –servo, judeu – gentio, rico – pobre, culto – ignorante, etc.) Foram essas mudanças sociais, produzidas pelo Evangelho, que transtornaram o mundo romano daquela época e que tanto incomodaram os imperadores e que trouxe as grandes perseguições aos cristãos.
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Naquele mundo greco-romano-judaico-pagão, (prosélitos-adeptos), todos podiam ter seus deuses, suas religiões, seus cultos, mas não se podia deixar de adorar o imperador e também não se podia mexer nos costumes desumanos que já estavam estabelecidos. Os homens eram superiores às mulheres (machismo); as crianças, os idosos e os fracos, os deficientes, eram menosprezados (discriminação); os servos deveriam ser tratados como tais (classes); o orgulho, o eros-prazer, o ego, eram adorados (hedonismo e narcisismo); os inimigos deveriam ser odiados e mortos (vingança); as festas, os dias sagrados (mesmo as bacanais, lupercais e orgias oferecidas à Baco), deveriam ser guardadas e praticadas, assim como os judeus e prosélitos do judaísmo guardavam suas festas, e ainda havia os sacerdotes e sacerdotisas para cada tipo de crença, bruxos, bruxas, feiticeiros, feiticeiras, deuses, etc (religioso). É um mundo de muita culpa, muito medo, muita barganha e muita cobiça.
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Nesse mundo romano prevalece a lei do mais forte, ou seja, o mais apto sobrevive. O individualismo egoísta é prevalecente e cada um “salva-se a si mesmo”. A ocupação principal deles era ouvir e falar novidades – fofocar, e inflar o ego daqueles que se saiam melhor em suas performances, seja na oratória, na guerra, nos jogos, na política, na filosofia e na religião. “E alguns dos filósofos epicureus e estóicos contendiam com ele; e uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos; porque lhes anunciava a Jesus e a ressurreição. E tomando-o, o levaram ao Areópago, dizendo: Poderemos nós saber que nova doutrina é essa de que falas? Pois coisas estranhas nos trazes aos ouvidos; queremos, pois, saber o que vem a ser isto (Pois todos os atenienses e estrangeiros residentes, de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão de dizer e ouvir alguma novidade).” Atos 17:18-21
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Esse é o sistema mundano escravizador, dominador, destruidor e cheio de justiça própria. O Evangelho chega com Cristo crucificado – mensagem da cruz, poder de Deus e sabedoria de Deus. A mensagem é de libertação da culpa – (Perdão) – do medo – (Aceitação) – da barganha (Graça) – da cobiça (Igualdade).
Essa mensagem do Evangelho (Perdão – Aceitação – Graça – Igualdade) provoca um reboliço no mundo de qualquer um. O ser humano vive naquele mundo greco-romano-judaicopagão, e quando o Evangelho chega provoca uma desconstrução em seu sistema mundano, pois tudo já foi feito por Cristo em nosso favor, tudo já foi pago. Não há mais religião, templo, sacerdote, deuses. Não deve haver machismo ou feminismo, discriminação com os fracos, classes, hedonismo, narcisismo, vingança, orgulho – ego, cobiça, fofoca. O sentimento mais nobre é a humildade de vida, a ocupação principal é o serviço ao 4
próximo na base do amor. O culto é uma celebração da Pessoa de Jesus Cristo para edificação de todos. “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.” 1Cor. 14:26 Não há no Evangelho nenhuma disputa política, nem cargos, poder, briga religiosa, de classes, social ou cultural.
Pedro e Cornélio
Muitos judeus convertidos à Cristo não entenderam isso e achavam que o Evangelho era uma seita do judaísmo e que o mundo todo deveria ser “evangejudaizado”, ou seja, misturaram o Evangelho de Cristo com o judaísmo, esses judeus foram chamados de “judaizantes”. (Isso aconteceu com Roma – Constantino que criou o cristianismo – seguiu depois com o 5
catolicismo – depois com a reforma = protestantismo na Europa e nos Estados unidos que misturaram o Evangelho com suas culturas romanizadas, e hoje é o evangelicalismo que é um sincretismo protestante-ecumênico-católico-judaico.) Quando essa mistura acontece a mensagem do Evangelho (Perdão – Aceitação – Graça – Igualdade) perde o efeito nesse ambiente greco-romano-judaico-pagão, e tudo não passa de teoria e utopia, nenhuma verdade descrita no Novo Testamento pode ser vivida na prática, pois tudo se transforma novamente em culpa, medo, barganha e cobiça.
Paulo foi um judeu convertido à Cristo e que teve uma revelação especial da graça de Deus, de tal modo que mesmo sendo um judeu fariseu, severo, rigoroso, religioso ao extremo, judaizante, deixou tudo para servir a Cristo e proclamar somente Cristo, a mensagem da cruz, o Evangelho da Graça. Filip.3:4-9 Paulo pregou o Evangelho (Perdão – Aceitação – Graça – Igualdade) aos Gálatas, mas logo após os judaizantes entrarem no meio dos discípulos, tentaram leva-los de volta à religião do mundo greco-romano-judaico-pagão = culpa, medo, barganha e cobiça. I. Paulo alerta aos Gálatas. Saudação: 1:1-5 6
Alerta contra “outro Evangelho”. 1:6-9 II. Os judaizantes alegavam que Paulo era um falso apóstolo, mas ele mostra o contrário: Judaizantes: “O ensino de Paulo é falso ou incompleto.” Resposta de Paulo: Gál. 1:10-24 Judaizantes: A Lei deve ser guardada. Resposta de Paulo: Gál. 3:23-29 Judaizantes: Os rituais de purificação devem ser mantidos. Resposta de Paulo: Gál. 4:8-11 Judaizantes: As cerimonias judaicas permanecem. Resposta de Paulo: Gál. 2:11-1 Judaizantes: Todos devem ser circuncidados. Resposta de Paulo: Gál. 5:6; 6:13-15
Mundo religioso greco-romano-judaico-pagão-cristão = Culpa, medo, barganha e cobiça.
x Evangelho de Jesus Cristo em qualquer coração humano = Perdão – Aceitação – Graça – Igualdade
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Você foi crucificado com Cristo? (Continuação) É crucificado com Cristo aquele que se deixa conduzir pelas mãos de Jesus para a vitória da santidade. É crucificado com Cristo aquele em quem Cristo vive. Cristo vive em você, se a sua fé é nele e para ele, não em você mesmo, não em alguma pessoa. Cristo vive em você, se você é cristão em tempo integral, não em tempo parcial, quando está na igreja, quando está lendo a Bíblia. Cristo vive em você, se você aceita com a mente e com o coração que Ele morreu em seu lugar, embora você merecesse morrer e só não morreu (eternamente) por causa do magnífico amor de Jesus que o substituiu. Cristo vive em você, se você matou sua autossuficiência na cruz. Cristo vive em você, se você morreu com Ele na cruz, tendo o seu pescoço quebrado, seu topete derrubado, seu coração de pedra trocado por um coração de carne, seu orgulho mortificado, e sua vida agora é conduzida por Jesus Cristo. 8