Castelo de Montemor-o-Novo

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Proposta de Valorização do recinto muralhado e integração paisagística do Castelo de Montemor-o-Novo C'

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Ana Soares | Dora Francisco | Jorge Magalhaes | Rita Calhau

Escala 1.500 Lisboa (A6)

Alcácer do Sal

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LOCALIZAÇÃO O Castelo de Montemor-o-Novo, edificado no monte mais elÉvora evado da região, foi alvo de intervenções até ao séc. XVI. A sua cintura triangular, reforçada pelas suas torres, desenvolve-se em torno de uma colina com um cabeço em cada vértice. Sendo o recinto original da Vila medieval de Montemor-o-Novo, delimitava a antiga área urbana, hoje arruinada e deserta em benefício da parte nova da cidade.

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ENQUADRAMENTO HISTÓRICO «O Castelo de Montemor-o-Novo constitui o original recinto da primitiva vila de Montemor-o-Novo. Terá sido conquistado aos mouros por D. Afonso Henriques pouco depois de 1166, embora o primeiro documento que se lhe refere date de 1181. Em 1203 D. Sancho I concede-lhe o primeiro foral. A sua muralha terá sido reconstruída no reinado de D. Dinis. Nos séculos XIV e XV a vila intra-muros atingiu grande importância económica, demográfica e política, administrando quatro freguesias urbanas no seu interior: Santa Maria do Bispo, Santa Maria da Vila, S. Tiago e S. João Baptista. Foi uma das primeiras terras dos país a receber foral novo de D. Manuel I em 1503, e em 1563 D. Sebastião outorga-lhe o título de Vila Notável. A partir do século XVI torna-se muito forte a tendência da população para o abandono do Castelo e fixação no arrabalde a Norte. No século XVIII são transferidos a Câmara e outros edifícios da administração local e em 1758 pouco mais restava que as Igrejas, o Paço dos Alcaides e o Convento da Saudação. Em 1997 a Câmara municipal aprovou o "Programa de Recuperação e Revitalização do Castelo", integrado no Plano de Salvaguarda do Centro Histórico.» Posto de Turismo, Câmara Municipal de Montemor-o-Novo, 2011

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Para a Igreja de Santa Maria do Bispo pretende-se uma utilização mais frequente tanto para pequenos espectáculos, com toda a mística das ruínas da antiga Matriz como cenário, como para espaço de estadia. Deste modo consegue-se um contraste entre o anacrónico do monumento com o contemporâneo através de plataformas em deck de forma orgânica que resultam numa maior articulação do relevo com o carácter contido do espaço. Propõe-se ainda a construção de uma estrutura em aço corten integrada nas ruínas da antiga sacristia da Igreja, para apoio técnico aos espetáculos.

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Plátano . Platanus x hispanica

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Carvalho cerquinho . Quercus faginea Laje de granito Cubo de granito Loureiro . Laurus nobilis L

Mata

PROPOSTA Sendo a Porta da Vila usada como entrada principal propõe-se, no seu seguimento, uma ampla praça de recepção ao recinto do Castelo, a Praça da Torre do Relógio. Nela os visitantes podem usufruir de serviço de cafetaria e das zonas de estadia bem como da multifuncionalidade do espaço. Esta praça serve também como centro de encontro para onde convergem todos os caminhos propostos para o recinto. A Praça da Igreja de S. Tiago virá na continuação da Praça da Torre do Relógio, mas com carácter mais intimista e de apoio à Igreja de S. Tiago que foi recentemente recuperada e adaptada a Centro Interpretativo do Castelo. Mantiveram-se os alinhamentos de Citrus sinensis para se conseguir um elo de ligação com a Praça da Torre do Relógio apesar de aqui eles aparecem alinhados com a Igreja que dá nome à Praça. Estas duas praças formam assim um todo, através do uso do mesmo pavimento e espécies arbóreas como elo de ligação. Adjacente à Praça da Torre do Relógio temos a Mata que actualmente já possui um carácter muito forte dentro do recinto do Castelo e contribui também para a diversificação de ambiências que se vivem dentro do recinto. Para este elemento apenas se propõe uma selecção de espécies deixando apenas as autóctones e a construção de uma pequena área com alguns equipamentos didácticos, para que as crianças compreendam e vivenciem o conceito de época medieval. Baseada num carácter estritamente funcional, a proposta consiste na recuperação do recinto muralhado do castelo de Montemor-o-Novo, promovendo tanto actividades diurnas como nocturnas. Esta dualidade permite a rentabilização do espaço ao longo do dia, conseguindo adaptar-se aos mais diversos eventos. Uma elasticidade funcional que manifesta a preocupação na concepção de uma estrutura funcional.

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Deck de Madeira

Relvado

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Prado florido Passadiço metálico

Zambujeiro . Olea europaea L. var. sylvestris Brot.

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Saibro Alfarrobeira . Ceratonia siliqua

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Passadiço de madeira

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Banco

Têm sido promovidas campanhas de escavações arqueológicas no Castelo que, para além de um importante espólio de época islâmica e medieval, tem colocado à vista um interessante conjunto de estruturas habitacionais da primitiva vila. Nesta proposta não poderíamos ficar indiferentes a este aspecto e, assim sendo, pensou-se num sistema de passadiços sobrelevados que permitem a observação das ruínas.

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Cadeira

Envolvente exterior

Sobreiro . Quercus suber

Envolvente da Área de Intervenção Escala 1 . 3000

Azinheira . Quercus rotundifolia

Folhado . Viburnum tinus L

Medronheiro . Arbutus unedo

Romanzeira . Punica granatum

Oliveira . Olea europea

Cipreste . Cupressus lusitanica

Amoreira . Morus nigra

Módulo

Laranjeira . Citrus sinensis

Papeleira Portas: A . Porta da Vila B . Porta do Anjo ou do Bispo C . Porta do Paço dos Alcaides ou do Paço Real D . Porta da Mata E . Porta de S. Tiago

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Torres: F . Torre do Relógio G . Torre do Anjo ou do Bispo H . Torre da Má-Hora Edifícios religiosos I . Arco-sólios Tumulares J . Igreja de Santa Maria do Bispo K . Igreja de São João Baptista_Centro de observação astronómica L . Igreja de S. Tiago_Centro Interpretativo do Castelo M . Convento da Saudação Edifícios civis N . Casa da Guarda O . Matadouro Mourisco ou Cisterna P . Antiga Cadeia e Paços do Concelho Q . Paço dos Alcaides ou Paço Real

Para a Igreja de S. João Baptista propõe-se um Centro de Observação Astronómica tirando partindo das grandes planicies alentejanas. Esta actividade pretende estimular o interesse de publico das mais variadas idades pelo espaço celeste. A sua localização é no ponto mais afastado da cidade para que a iluminação urbana não interfira numa boa interpretação e visualização astronómica.

A' K

Proposta: 1 . Praça da Torre do Relógio 2 . Passadiços para observação de vestígios arqueológicos 3 . Teatro da Igreja de Santa Maria do Bispo 4 . Zona de estadia da Encosta Oeste 5 . Miradouro do Paço dos Alcaides 6 . Mata 7 . Praça da Igreja de S. Tiago 8 . Cafetaria 9 . Estacionamento 10. Parque didático

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Loureiro . Laurus nobilis L Berbéris . Berberis autopurpura Medronheiro . Arbutus unedo

Projector

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Polígono . Polygonum capitatum

Luminária

Papeleira

Bancos

Linha de mobiliário urbano (marca Escofet ou semelhante)

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Berberis Loureiro Medronheiro Poligono

Módulo de Plantação

Passadiço / Miradouro

Passadiço Módulo de Plantação

Estrada

Caminho pedonal

Zonas de estadia (Módulo de plantação)

Estacionamento ra

Muralha

Deck de Madeira Palco

Deck de Madei-

CORTE D' - DD''

CORTE C' - C''

Estrada

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CORTE A' - A''

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Muralha Mata

Na encosta Oeste do recinto do Castelo de Montemor-o-Novo surge uma grande zona de estadia. Esta destaca-se de todas as outras, tirando partido do genius loci, da morfologia do terreno e da imensa abrangência visual que se tem deste ponto, consegue-se, através de um sistema de passadiços e pequenas varandas-miradouro, potenciar o uso deste espaço que consiste numa nova ambiência, mantendo as suas características originais. Próximo do Paço dos Alcaides propõe-se uma lingauagem contemporânea que contrasta com as ruinas do antigo edifício medieval.

Esplanada

Convento da

Miradouro

Caminho

Todos os cortes á escala 1. 250

Montemor-o-Novo

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Mantendo a Porta da Vila como entrada principal, propõe-se uma área ampla de recepção ao recinto do Castelo de Montemor-o-Novo. Esta área ajudará a melhorar a primeira impressão dos visitantes tornando a visita mais convidativa e oferecendo melhores condições de estadia através de equipamento urbano, ensombramento e cafetaria. Os alinhamentos arbóreos desta praça dispõem-se na mesma direcção do que se supõe ser o principal arruamento da vila romana adjacente.


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