PORTO FERREIRA FUTEBOL CLUBE: CEM ANOS DE HISTÓRIA!
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PORTO FERREIRA FUTEBOL CLUBE: CEM ANOS DE HISTÓRIA!
Porto Ferreira Futebol Clube Cem anos de História Planejamento/Coordenação/ Pesquisa Reportagem/ Texto/ Coordenação Editorial Dorivaldo Américo da Silva Júnior Marcelo Lauro Cussolin Mesquita
Direção de Arte/Diagramação ....... Foto Capa ......
Impressão .....
Expediente: 5.000 cópias Obra comemorativa aos 100 anos do PFFC Distribuição gratuita...
Exemplar Nº....... 2
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Cem anos do glorioso Porto Ferreira Futebol Clube No prefácio desta obra tão significativa, marco dos cem anos de vida do Porto Ferreira Futebol Clube, nos atemos a um foco simples, direto e objetivo que é o de trazermos a tona, o próprio nome da entidade:
Porto Ferreira
por emprestar o nome da cidade que o abriga. Apenas 16 anos distanciam a emancipação político-administrativa da cidade da data oficial de fundação do clube.
Futebol
pelas suas origens intimamente ligadas a este esporte consagrado como a paixão do povo brasileiro, mas que no decorrer do tempo, se permitiu dividir espaço com tantas outras modalidades esportivas, sociais e culturais, que agregaram e, especialmente nos dias de hoje, agregam milhares de pessoas sob a terminologia
Clube. Mas, numa análise mais sensível e minuciosa observamos que por trás deste nome, existem sentimentos muito mais profundos, sentimentos vivos, bem emotivos, sentimentos inseridos em cada personagem real, cada capítulo verdadeiro desta centenária história. O suor derramado por muitos em décadas de extremo zelo e dedicação. Existe uma força que somente enxergamos lançando olhares sobre a paixão. A paixão de uma idéia que nasceu na pequena Porto Ferreira de 1.912 e que se propagou à luz de lampiões ou sob o fulgor de sóis a sóis a fio, edificando-se não só através de paredes e de prédios patrimoniais, mas principalmente através de sonhos. Muitos! Muitos deles! Sonhos individuais que se tornaram coletivos e se entrelaçaram. Sonhos e ideais que motivaram gerações a se darem as mãos, extraírem forças até de onde não mais existiam, para tornarem realidade todas as conquistas que consagram a centenária história do alvinegro ferreirense. Esta obra literária comemorativa não tem a desmedida pretensão de esgotar os detalhes das passagens históricas que se propagam sob a égide da sigla PFFC, mas as narrativas documentárias que se seguem, estão comprometidas com os fatos exponenciais, buscando perpetuar aqui os reconhecimentos e as homenagens a todos que direta ou indiretamente contribuíram para que se pudesse chegar de maneira tão pujante à comemoração desses cem anos de vida. Frente à atividade de “garimpo” para este livro, foi bom descobrirmos que o termo saudade, enraizado em cada narrativa – desde a mais longínqua na linha do tempo até a mais recente –, vem precedido das palavras motivação, construção, realização, as quais, por si só, são fortes, resgatando o ontem, embasando o hoje e prospectando o amanhã, Nada mais nada menos do que preparando o segundo e os demais centenários que estão por vir.
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Prefácio DR EVELCOR FORTES SALZANO
Dr. Evelcor Fortes Salzano (à esquerda) com o Presidente do Porto Ferreira Futebol Clube, Francisco José “Kiko” Ribeiro
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Francisco José “Kiko” Ribeiro, o presidente do centenário do PFFC Francisco José “Kiko” Ribeiro, despachante policial há mais de 30 anos, assumiu seu primeiro mandato como presidente do Porto Ferreira Futebol Clube em 7 de setembro de 2003, aplicando um estilo democrático de administração, abrindo espaço para todos os diretores e conselheiros deliberativos e fiscais, bem como aos funcionários, sempre com oportunidades de desenvolverem suas funções num clima produtivo e progressista. Porém, o que mais ganhou ênfase em sua filosofia de presidir, foi a criação de diversos canais de comunicação com os associados, o que refletiu no aumento considerável da freqüência no dia a dia do clube, resultando no modelo de sucesso que se vê atualmente. Esta filosofia também vale para o lado pessoal do presidente do PFFC que foca ações que visam proporcionar bem estar e qualidade de vida para todos. A pluralidade de ações esportivas, culturais, administrativas e sociais, vem sendo a sua marca registrada ao longo dos mandatos. “Kiko” Ribeiro como se tornou conhecido, consegue mesclar investimentos certos com a necessária racional contenção de gastos e semear crescimento e desenvolvimento com a política financeira do “pés no chão”. Três mandatos consecutivos A sua constante postura equilibrada, conquistou os associados que o reelegeram para o triênio 2007 / 2009 e deram total aprovação ao conservá-lo no cargo para o terceiro mandato consecutivo, este, de 2010 a 2012, consagrando-o como o presidente do centenário do Porto Ferreira Futebol Clube. Comedido, tenta sintetizar suas obras ao longo de nove anos a frente das decisões do alvinegro ferreirense e cita, entre centenas, as que considera como mais importantes: os campos de grama sintética da sede recreativa e do estádio Ferreirão, cobertura de policarbonato para o Tênis, reforma da sauna, construção do mini-campo no estádio, escavação de poço artesiano, nova portaria do conjunto recreativo e implantação do sistema digital de identificação, novo play ground e nova fachada da sede recreativa e recentemente a modernização das instalações e reaparelhagem da academia de ginástica, a obra que vai marcar indelevelmente a sua terceira gestão. Em verdade, nesses mandatos sob a presidência de “Kiko” Ribeiro foram muitas as obras e realizações em todos os setores do clube: pintura de quadras poliesportivas, aquecedor solar para a piscina da sauna, reforma e ampliação do muro da sede recreativa, reforma de centenas de jogos de mesas, novos sanitários no rack das piscinas, reforma e pintura de todos os banheiros das sedes, colocação de pastilhas 5
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como revestimento para a sauna a vapor, troca dos motores das piscinas, implantação da identificação eletrônica e outras tantas que dão ao clube ares de total modernidade. Além disso, conservando a tradição histórica do PFFC, no decorrer dos mandatos de “Kiko” Ribeiro as atrações de entretenimento aconteceram e acontecem todas as semanas, fazendo-se presentes na vida social dos sócios, oferecendo-lhes opções de bom gosto, programação variada com requinte nos bailes dançantes para casais e também ditando o tom com as maiores baladas para a juventude, com todos os ritmos, passando pelo sertanejo, axé, forró, música instrumental, pop rock e muitos outros. Destaque ainda para o Baile do Havaí, do Luau, Bailes a Fantasia, o Carnaval, os festejos juninos, caça aos ovos de Páscoa, especiais do Dia das Crianças e outros tantos que marcam um dos calendários mais agitado da cidade e da região. As domingueiras formam um capítulo a parte entre as atividades sociais. E seguindo a filosofia do seu presidente, o PFFC faz absoluta questão de privilegiar os seus associados ao lhes oferecer condições especiais para a freqüência em todos os eventos promovidos, reascendendo permanentemente a interatividade de todos, sem perder de vista o elevado grau de satisfação: quantificar com qualidade. Com “Kiko Ribeiro”, lazer, cultura e entretenimento sempre seguiram os seus cursos e receberam as inovações planejadas, graças a destinação dos recursos necessários para atender os sócios em todas as suas aptidões e gostos. No lazer, as gincanas e os acampamentos com pais e filhos ganham destaque. Patrono do 30º CAFUCLA No setor esportivo, foi sob a presidência do predestinado “Kiko” Ribeiro que o evento contemporâneo esportivo mais tradicional do clube marcou época. Em 2005 o Campeonato de Futebol Clássico, o CAFUCLA completou 30 anos de existência. Houve por bem toda a diretoria homenagear o presidente emprestando seu nome para servir como patrono daquela competição histórica. A pulverização das ações esportivas no PFFC, no entanto, permitiu que se deixasse de focar somente o futebol e hoje, a realidade mostra um Porto Ferreira atuante em praticamente todas as modalidades respeitando a preferência de cada um dos associados, sem nenhuma exceção e ainda abrindo espaço para as conquistas de medalhas e troféus de expressão em cada uma das categorias. Dentro da filosofia administrativa proposta, a oferta de oportunidades aos sócios vem antes das conquistas externas. O presidente do Hino do PFFC Não bastasse ser o presidente de três mandatos consecutivos fechando seu ciclo com chave de ouro face ao centenário da entidade, Francisco José “Kiko” Ribeiro deixa sua marca registrada ao instituir oficialmente do Hino do PFFC, obra que se perpetua para os demais centenários que se estão por vir. Uma ação marcante para o patrimônio histórico e cultural do glorioso alvinegro ferreirense. Valendo-se deste livro, uma obra de edição não menos histórica, também iniciativa do presidente, Francisco José “Kiko” Ribeiro deixa a sua mensagem pessoal: (.....ENTREVISTA COM FRANCISCO JOSÉ “KIKO” RIBEIRO)
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A diretoria do Centenário mandato 2009 / 2012
Da esquerda para a direita Marcelo Ferronato, Segundo Secretário; Orlando Prezotto Filho, Primeiro Tesoureiro; Antônio Élcio Ferreira, Segundo Secretário; Alessandro da Costa Lamellas, Vice-Presidente; José Francisco “Kiko” Ribeiro, Presidente; Gerson Roberto Zanetti, Tesoureiro Geral; Nelson Longo, Primeiro Secretário e Nilson Casemiro, Secretário Geral É uma Diretoria decidida a conduzir o Porto Ferreira Futebol Clube para os caminhos da modernidade, contando com o apoio de toda a equipe que integra o quadro de funcionários da entidade e especialmente do Conselho Deliberativo, composto por Sebastião Donizete Maganin, Presidente; Célio Mazotti, Vice-Presidente; Carlos Antonio Gusson, Secretário Geral; Alessandro Rossi Bertazi, Primeiro Secretário. Completam o quadro de Conselheiros Deliberativos: Aldo Luis Rocha, Antônio B. Leal Carvalho Filho, Antônio José de Assis, Carlos Cesar Schimidth, Cícero Pereira de Souza, Dirceu Aparecido Rizzi, Édison Luis Ferracin, Everson Luiz Toldo, Jaime do Carmo Martimiano, Jorge Donizete da Silva, Jorge Luis Massonetti, José Antonio Gallo, José Arlindo Onofre Filho, José Luiz Mourão, José Roberto Pinto, José Rogério Gusson, Luis Antonio Machado, Luiz Carlos Ramos Martins, Luiz Antônio “Maguila” de Moraes, Luiz Dozzi Tezza, Marcelo Ferreira, Márcio João C. da Costa, Mauro Aparecido Finóchio, Paschoal Bruno, Paulo Roberto Motta, Pedro Luiz D’Andréa, Sérgio Prezotto, Sérgio R. Aparecido L. da Silva. 7
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São Conselheiro Natos: Luis Cesar Lanzoni, Antônio Marco Louzada, Carlos Alberto Bet e Antônio Carlos Carvalho Antonini. O Conselho Fiscal, composto por João Mattos. Carlos Cesar Godói Bruzão e Jorge Arnoni Júnior.Suplentes do Conselho Fiscal: Luis Carlos Gomes, Gerson Donizete Lopes e Roberto Carlos “Devar” Nogueira. Os Diretores de Departamentos são: Olamiro Euflausino, Sauna; Claudinei Aparecido Bissoli, Futebol; Valdemar Dias de Souza, Squash e André Luis da Silva Porto, Patrimônio. O Conselho de Disciplina é formado por Antônio Manoel da Silva, Presidente; Dr. Roberto Aparecido Martins, Relator; Antonio B. L. Carvalho Filho, Conselheiro, Marcelo Ferreira, Conselheiro, Nelson Longo, Conselheiro e Nislon Casemiro, Conselheiro. A Junta Desportiva Disciplinar é composta por Sebastião Luis Rossi, Presidente; Luis Carlos Rodrigues da Silva, Membro e Valdir Benedito Terossi, Membro. O PFFC, com isso, tem realizado uma escalada contínua de investimentos que alavanca seus novos projetos, concomitantemente à preservação do patrimônio. Essa mescla de ações bem planejadas vem equilibrando os cofres sem nunca perder de vista o salto para a modernidade. O PFFC é tradição para quem gosta de tradição e modernidade para quem gosta de modernidade A posição de vanguarda historicamente assumida continua presente e tem sido esse o principal motivo do clube estar na dianteira regional das inovações, visando sempre o bem estar e a melhoria da qualidade de vida dos associados, colocando-os em primeiro plano, reforçando o seu slogan de ser “o clube da família ferreirense”, uma vez que diretores, conselheiros e funcionários sabem que a história do PFFC antes de tudo é escrita por pessoas: suas idéias, seus sonhos e sua energia, desprendidas para tornar todos os sonhos e anseios em projetos, enfim numa grande realidade. Realizações da Diretoria do Centenário do PFFC
Diretoria primeiro mandato Kiko Ribeiro
Diretoria segundo mandato do Kiko Ribeiro
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Como tudo começou... O futebol na cidade como precursor do clube
1.911/1.912 - Primeiro Quadro de Futebol de Porto Ferreira. Da esquerda para a direita: Hermenigildo Carreira, Eduardo Mainardi, João Kiihl, Henrique da Mota Fonseca Jr (Treinador), Lino Ribeiro, Domingos Russi, José Pereira de Moraes, José Moreira, Manoel da Rocha Cupido e Daniel Barroso.
O nostálgico futebol já ostentou de maneira mais acentuada, a terminologia “esporte bretão”, tanto pela imprensa como pelos praticantes e pelos simpatizantes. Assim os locutores esportivos de antigamente, muito empregavam essa terminologia para lembrarem que o futebol havia sido criado na Grã Bretanha. Charles Miller E a modalidade foi impulsionada no Brasil por Charles Miller que, após concluir seus estudos na Grã-Bretanha, retornou ao país em meados de 1894 e desembarcou na cidade de São Paulo, com duas “bolas” de um novo jogo que rapidamente foi aceito e consolidado em território brasileiro. Hoje somos penta-campeões mundiais de futebol e estamos nos preparando para sediarmos a Copa de 2014.
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Futebol: um capítulo à parte na história do Clube A “bandeira” do esporte bretão em Porto Ferreira ganhou as cores alvinegras e a unificação do nome da cidade, primeiramente com o termo sport, depois aportuguesado para futebol, fechando com o substantivo “clube” indicando que o sonho dos nossos pioneiros se consolidaria ao longo dos anos e agregaria centenas de milhares de pessoas, novas e novas gerações em torno da sigla PFFC, hoje centenária. E assim, para bem entendermos o surgimento do PFFC, melhor lembrarmo-nos do início da prática do futebol em Porto Ferreira. Este acontecimento se deu em 1.905 sendo que o primeiro campo varzeano, rústica e improvisadamente demarcado, ocupou o terreno onde atualmente a cidade conta com a sua praça da matriz, o antigo jardim, desde há muito sob a denominação de Praça Cornélio Procópio, bem no centro do município. Lino Ribeiro Os principais incentivadores da época foram Lino Ribeiro, o português José Simões, Joaquim da Silva Oliveira e José Augusto de Souza. Aquele campo improvisado do início do Século XX tinha os seus gols demarcados com tijolos ou pedras, os quais, depois de certo tempo, evoluíram para traves de madeira ou de bambus. Professor Sud Menucci Com a posse de alguns professores do Grupo Escolar recém-instalado (1.914), já conhecedores e praticantes do novo esporte, o futebol local recebeu apreciável incentivo e aprimoramento. Leão Álvares Lobo, Joaquim Freire e especialmente Sud Menucci contavam-se entre eles. Aquele campo improvisado no até então terreno baldio perto do estabelecimento de ensino, facilitava aos mestres, aos seus alunos e demais interessados, a freqüente prática do Futebol. Cerca de três anos depois, em 1.917, com a inauguração do jardim público no local, o campo dói transferido para outro terreno, justamente onde se encontra hoje o Hospital Dona Balbina e por la permaneceu até 1.923, quando teve início a construção do nosocômio. Por essa razão, foi mudado para terreno aforado do Patrimônio de São Sebastião, entre as atuais ruas Cel. João Procópio, João Procópio Sobrinho e Perondi Iginio, onde permaneceu até 1.968, ocasião em que deu lugar a outros empreendimentos esportivos do PFFC, a sua sede recreativa e conjunto aquático. Hoje ainda há um campo moderno no local, de grama sintética, onde se realizam diversas competições e se dá seqüência ao CAFUCLA, Campeonato de Futebol Clássico de maior tradição ferreirense e da região. No dia 7 de setembro de 1.909 aconteceu no local, a primeira partida intermunicipal, na qual o time local foi goleado pelo placar de 7 a 1 pelo Guarani Futebol Clube da vizinha cidade de Descalvado. Em 1.911 temos, por exemplo, um registro histórico da escalação clássica do time da cidade de Porto Ferreira: Eduardo Mainardi, Hermenegildo “Gildo” Carrera e João Kuhl; Lino Ribeiro, Domingos “Maneguim” Russi e José de Moraes, Joaquim da Silva Oliveira, João Rocha Cupido e Daniel Barroso. Outros jogadores desta fase inicial do futebol em Porto Ferreira foram Cesar Barco, Lolói “Barão” da Silva Oliveira e Ataíde Buci. Atuava 10
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como juiz de futebol naquela época Henrique da Motta Fonseca Júnior, e, em algumas ocasiões, também futebolista praticante e também capitão do time. O nascimento do Porto Ferreira Futebol Clube De 13 de agosto de 1912 a 13 de agosto de 2012! Cem anos de história do Porto Ferreira Futebol Clube, o PFFC das cores alvinegras, que anos depois instituiu o brasão triangular respeitando as tradições das cores ostentando a sigla do nome do clube mais vinculado à história da sua cidade sede. Uma entidade cuja história se mistura com a do próprio município ferreirense, o qual conta com apenas 16 anos a mais que o clube. Em 29 de julho, a cidade completou 116 anos de emancipação político-administrativa. Historiadores ferreirenses como Flávio da Silva Oliveira, João Teixeira, Orestes Rocha e Dorivaldo Américo “Ninão” da Silva dão como precisos tanto o mês de agosto como o ano de 1.912 para a fundação do clube. Mas uma curiosidade envolve o dia 13. Narra a história, que esse dia foi oficializado como sendo data de fundação, primeiramente até pela dúvida que pairava entre os fundadores sobre o dia preciso e convencionou-se somente décadas depois, diretores do PFFC, escolherem o dia 13; entre alguns outros argumentos, para prestarem homenagem póstuma a data de falecimento de Antônio “Totó” Ramos, um dos grandes incentivadores do surgimento e dedicado diretor do clube. Tal informação pode ser confirmada em depoimento de Luiz Ramos Sobrinho, em capítulo adiante deste livro. Filho do Antônio “Totó” Ramos, Luizinho Ramos foi presidente do PFFC entre 1.970 e 1.973. Inegável é o cordão umbilical da agremiação hoje centenária com a paixão de todos os brasileiros: o esporte bretão, o nosso glorioso futebol! Aliás, o termo glorioso acompanharia o PFFC no decorrer de seus anos de glórias futebolísticas. Foi assim então que, oficialmente, a 13 de agosto de 1.912 os adeptos ferreirenses do até então “novo esporte” organizaram a agremiação que iria principalmente, difundir o futebol e enraizá-lo na cidade. Motivados, alguns jogadores já citados (Lino Ribeiro, Joaquim da Silva Oliveira, Henrique da Motta Fonseca Junior e Ignácio de Almeida entre outros), contando com total apoio e dedicação do português José Simões, realizaram uma assembléia no Cine-Teatro São Lourenço, o Cine Condor, hoje extinto, mas que na época, se localizava no entroncamento da Rua Cel. Procópio de Carvalho com a Praça Cornélio Procópio. E desta assembléia formaram então a entidade esportiva denominada de Porto Ferreira Sport Clube. Em seu livro “História e Estórias de Porto Ferreira” (Editoria Gráfica São Paulo – 2005) o Professor Flávio da Silva Oliveira relata: “Porto Ferreira Sport Clube é a designação que duas atas da Câmara Municipal, em 1.920 e 1.921 fazem referência a agremiação”. Veio dessa época também a adoção das cores preta e branca da nova entidade, possivelmente sob a forte influência da agremiação campineira Ponte Preta fundada em 1.900 utilizando-se também da composição de cores alvinegra. Justifica-se tal influência no fato de Campinas, naquela ocasião, ser a cidade sede da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Os numerosos funcionários daquela empresa mantinham 11
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cotidiano contato com a população ferreirense, frente ao apreciável núcleo ferroviário mantido em Porto Ferreira e toda a região. Pode-se aceitar que a primeira diretoria da entidade saiu dentre os elementos que tomaram parte na reunião fundadora. Inicialmente e durante muitos anos o novo clube não teve nem sede nem estatuto oficialmente reconhecidos. As reuniões eram realizadas em qualquer local, inclusive nas esquinas à luz dos postes de iluminação quando os jogadores tomavam decisões e se cotizavam para pagamento das despesas exigidas pelas atividades esportivas. Já em 1.925, seguramente, o nome da agremiação estava aportuguesada para PORTO FERREIRA FUTEBOL CLUBE. Dos arquivos do Jornal O Ferreirense, “pincelamos” preciosas publicações sobre algumas atividades da época. E deste clipping que realizamos, fizemos as montagens que no decorrer desta obra muito irá contribuir para enriquecer o conhecimento de todos a respeito dos fatos históricos do glorioso alvinegro e assim também conservar a autenticidade das notícias veiculadas na época:
PFFC VS Paulistano, o confronto do século O documentário exibido em........ pela emissora de TV canal fechado ESPN Brasil declara expressamente que “nenhum morador de Porto Ferreira entrevistado, soube dizer ao certo se foram quatro ou três jogos realizados entre o PFFC que agregou craques locais e se reforçou com de outras cidades da região como Leme e Descalvado. Também em seu “Histórias e Estórias de Porto Ferreira, o Professor Flávio da Silva Oliveira cita 1.924 como o ano de realização de uma dessas partidas. Mas o foco do documentário do ESPN que destaca uma filmagem extraordinária de Máximo Fenilli para a história ferreirense foca o ano de 1.925, no qual, por influência 12
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política de Mariano Procópio, Sinhô Procópio e Dr. Carlindo Valeriani, o grandioso time do Clube Atlético Paulistano, um dos maiores do Brasil, esteve em Porto Ferreira para enfrentar no famoso campo do PFFC, o time local com reforços da região, sendo a renda em prol da construção do Hospital Dona Balbina, hoje erguido no centro da cidade, com sua entrada principal defronte a Rua cujo patrono é justamente o ilustre médico pioneiro, Dr. Carlindo Valeriani, que chegou a ser prefeito da cidade. A notícia dos embates (foram dois seguidos, em dias imediatamente após o outro) foi confirmada entusiasticamente na edição de número 18 do Jornal O Ferreirense da época, órgão de imprensa também de propriedade de Máximo Fenilli. O artigo deixa explícito que o time da capital paulista “iria mais uma vez nos honrar com a sua visita”! (grifo do autor)
Trazemos nesta edição de luxo, o DVD com o documentário “Histórias do Esporte” veiculado em ........ pelo ESPN Brasil sobre o chamado jogo do Século. Um documentário que demonstra não só este capítulo da história do PFFC como também o pioneirismo em preservação histórica de Máximo Fenilli, É o maior resgate da Porto Ferreira dos anos 20. 13
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Ilustrando ainda o quanto era de grande importância receber a visita do C. A. Paulistano em Porto Ferreira, abrimos aqui um precedente para extrairmos do livro “CAP: Club Athletico Paulistano, um clube que cresceu com a cidade”; alguns artigos veiculados pelos grandes jornais do Brasil a respeito da vitoriosa excursão do Paulistano pela Europa naquele 1.925, onde os craques da equipe brasileira (São Paulo/SP) foram aclamados como os reis do futebol. E foi esta poderosíssima equipe que nos brindou com sua presença na Porto Ferreira que contava com cerca de cinco mil habitantes na ocasião.
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Dando continuidade às reportagens do grande “confronto do século”, prosseguimos com a reprodução das matérias da época que conseguem transmitir a emoção e o frisson causados em Porto Ferreira:
Matéria scaniada faltando parte
Paulistano e PFFC contou com a presença de Washington Luiz em Porto Ferreira O Senador, na época ex-presidente do estado de São Paulo (como era chamado o atual cargo de Governador) e depois candidato vitorioso a Presidência da República, se fez presente em Porto Ferreira e assistiu a um dos grandes jogos históricos.
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Ao lado, a cobertura jornalística completa feita pelo O Ferreirense
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Em 25 de Julho de 1.926, novo jogo e o brilho o goleiro Calim! A exemplo do que ocorrera no ano anterior, retornou a Porto Ferreira, em 1.926, o Club Athetico Paulistano para mais um confronto contra o PFFC e selecionado regional, também com renda revertida para o Hospital Dona Balbina. Vejamos o que estampou em sua página 3, o Jornal O Ferreirense da 25 de Julho de 1.926.
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Além de ser filantrópico o evento marcou parte dos festejos do aniversário da cidade comemorado em 29 de julho. O placar de 0 a 0 já foi considerado uma grande vitória para o povo de Porto Ferreira. Saiu consagrado o goleiro Carlos Alberto Tiziani, o Calim, cuja categoria e fama o levaram a jogar na Ponte Preta de Campinas onde passou para a história do futebol brasileiro numa grandiosa vitória campineira pelo placar de 4 a 3 contra o Santos, na Vila Belmiro, partida na qual o arqueiro ferreirense foi cognominado pela torcida como O SATANÁS CAMPINEIRO, tamanha a sua desenvoltura e qualidade e atuação irrepreensível naquele jogo. Não fosse ele e o Santos teria imposto placar dilatado, quase via de regra naqueles áureos tempos. Vejamos a seguir o destaque de O Ferreirense para o empate sem abertura de placar do jogo PFFC e Paulistano de 25 de julho de 1.926:
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A atuação do goleiro Calim do PFFC frente ao C. A. Paulistano, em 25 de julho de 1.926, rendeu-lhe homenagens que passaram para a história do esporte ferreirense, merecendo medalha de honra ao mérito a qual ficou exposta para a apreciação dos munícipes, conforme descreve matéria de O Ferreirense:
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Em 1.946, na histórica edição do Cinqüentenário do Município de Porto Ferreira, a Revista Especial incluiu entre as suas matérias, destaque para o PFFC de Peres e Calim
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Foi também no ano de 1.926 que o Porto Ferreira Futebol Clube tomou duas medidas de grande importância para a época: filiou-se à Liga de Amadores de Futebol e mandou fechar seu campo por muro de concreto, cujo serviço esteve a cargo dos empreiteiros Paschoal Salzano e Antonio Rodrigues Loureiro.
Fachada frontal do campo do PFFC após as obras de construção dos muros
E o artigo abaixo da edição nº 110 de O Ferreirense já anunciava uma partida do PFFC pela Liga Amadora de Futebol. O jogo contra o Lemense foi em 1.927. E outros tantos vieram já em competições oficias mescladas com alguns amistosos, inclusive contra a Ponte Preta de Campinas. A seqüência da história demonstra o quanto o chamado esporte bretão conquistava dia a dia a população de Porto Ferreira. Um amor cada vez mais crescente que no decorrer das décadas enfrentou crises e 21
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ressurgiu com força, levando a torcida ferreirense nas décadas de 1.950 e 1.960, a ser conhecida por toda a região como “Índios”. Tanto que na conquista da Liga Amadora em 1.952, as medalhas dos campeões locais vieram amarradas em flechas, como veremos em capítulo que ainda está por vir.
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Essa foi a fase áurea do período romântico do futebol ferreirense. Nessa década, nosso futebol teve valorosos incentivadores, dentre os quais são citados: Mariano Procópio, “Sinhô” Procópio, Inácio de Almeida, Leonildo Braga e Manuel Marques Júnior, que foi o capitão da equipe de 1.932 a 1.933. Manequinho não apareceu na escalação do último jogo contra o Paulistano porque estava hospitalizado refazendo-se de uma operação do apêndice. Reza a lenda popular, no entanto que ele teria atuado com fortes dores e depois feito a cirurgia. São as histórias e estórias do Porto Ferreira Futebol Clube sempre se misturando aos da cidade. Nesse período destacaram-se outros jogadores, entre os quais estão anotados Tião Garcia, Zico Fernandes, Lico Fernandes, Zico Pinto e Quinzinho Cortez. Também prestaram inestimável colaboração ao nosso futebol em épocas que se seguiram; entre outros: Albino Alves, Paschoal Salzano, Nelson Pereira Lopes, Pedro Tiziani, Perondi Iginio, Adelino Giordano, Antonio “Totó” Ramos, Jonas Martins Teixeira, Nadir Mariano, José “Torrim” Ramos, Dr. Plínio de Góes Valeriani e “Nenê” Salzano.
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Grandes craques revelados pelo futebol do PFFC e da cidade Dentre os futebolistas do Porto Ferreira Futebol Clube e da cidade, sobressaíram-se com carreiras fora de nossas fronteiras: Calim, Leonildo Braga, Antonio Martins “Nico” de Souza, Mário Silva, Moacir “Naninca” Amaral, Adriano José “Biró” Mariano e Roger Miotti.
Leonildo Braga, craque, incentivador do futebol e grande ícone para o reerguimento do PFFC
Moacir Amaral (Nanica) que atuou no Velo de Rio Claro, Portuguesa Santista, Ponte Preta e Sociedade Esportiva Palmeiras
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Mário Silva, outro grande exponencial do futebol ferreirense e da vida administrativa do PFFC
Adriano José Mariano jogou no Guarani, no Palmeiras, Atlético Mineiro, Colorado do Paraná. Faleceu aos 21 anos de idade num fatídico acidente de carro
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Adriano disputou CAFUCLA’S e ainda bem menino foi mascote do PFFC
Roger Émerson Miotti, que também jogou na S E Palmeiras. Outro ferreirense que disputou CAFUCLAS no PFFC e chegou a galgar o cenário esportivo nacional.
PROCURAR FOTO DO ADRIANO QUE ATUALMENTE ATUA NA ESPANHA (W. MAKININHA)
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Depois da glória, um período de dificuldades Especificamente nas décadas de 1.930 e 1.940 nosso futebol nada apresentou que se possa destacar, voltando a ganhar destaque a partir de 1.952, quando o chamado glorioso, o PFFC, foi campeão da Liga Amadora Regional, um dos mais belos capítulos da nossa história futebolística, feito que se repetiu em 1.963. É de fundamental importância, porém, nos transportarmos no tempo para entendermos as dificuldades nas décadas de 30 e 40, quanto a mantermos acesa a chama dos ideais de evolução do futebol num município de pequenas dimensões. Era uma realidade muito diferente, com parcos recursos, afinal são mais de cinco décadas atrás. Tudo era muito voluntarioso e extremamente dificultoso. Um artigo no Jornal O Ferreirense fazia menção à necessidade de união em prol do reerguimento do futebol na cidade. E o PFFC, mergulhado quase que exclusivamente nessa modalidade também não poderia deixar de sentir os reflexos dessa fase de dificuldades. Suprimindo a palavra Futebol Frente as dificuldades financeiras da época as atividades do PFFC se encontravam praticamente estagnadas, tanto é que em janeiro de 1.929 foi fundado um grêmio sob o nome de Porto Ferreira Clube que sobraçou a velha entidade
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Seqüencialmente, no final de 1.929, em reunião realizada na Câmara Municipal, o então renomeado Porto Ferreira Clube teve seus estatutos aprovados. Logo depois, talvez ainda em 1.929 instalaram a primeira sede da entidade na Rua 15 de Novembro (atual Av. Dr. Nicolau de Vergueiro Forjaz) ao lado do número 427, com pouco tempo de serventia, pois a agremiação em pouco tempo se tornou inoperante. Por isso, no dia 1º de fevereiro de 1.932 realizou-se outra assembléia para reorganizar o Porto Ferreira Clube, sem resultado prático nem duradouro.
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Vejamos as publicações em O Ferreirense convocando para a assembléia e depois divulgando os resultados da mesma, ainda buscando a organização com o novo nome, mas sem continuidade.
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As tentativas não muito producentes de reorganização do esporte e do clube ganharam as críticas nas edições do Jornal O Ferreirense no decorrer de 1.934 e 1938
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Retomando a palavra Futebol Em meados de 1.938 houve um movimento para reerguer o futebol, com Leonildo Braga e outros à testa, realizando reuniões em seu Bar Meia Noite, na esquina da antiga 24 de Outubro, hoje Av. Dr. Nicolau de Vergueiro Forjaz, com a Rua João Procópio Sobrinho.
Vejamos o texto extraído da Revista do Centenário de Porto Ferreira, sob coordenação do historiador Orestes Rocha. Por meio desse registro, enxertado dos alguns complementos nossos, registramos a importância da luta para resgate do futebol no PFFC. O bar Meia Noite também seria igual a tantos outros, se ele não fosse do Leonildo Braga, figura alegre que afugentasse dali a tristeza e a solidão. Nido, cracão de futebol e pescador, inveterado contador de causos e anedotas e amigão de todo mundo, era parceiro pra qualquer papo. Nascido em Porto Ferreira, nesta cidade também foi criado. Um eterno menino correu por aquelas ruas que também eram suas. Conhecia tudo e todos como a palma da mão. Em janeiro de 1937 ele comprou o botequim da família Caprioglio. O estabelecimento ficava em frente a estação férrea da Paulista e como o último trem chegava por volta 32
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da meia-noite e o bar funcionava até essa hora, rebatizou-o com o nome de "Bar Meia Noite". Quem vinha de São Paulo de ônibus ou de automóvel com destino a Descalvado, São Carlos, Araraquara e tantas outras cidades, obrigatoriamente teria que passar pela nossa avenida. O bar, muito freqüentado, era também ponto de parada para um lanche, e depois seguir viagem, que era sempre cansativa, pelas poeirentas estradas. Um cartaz na parede anunciava que o Bar Meia Noite era local de reunião para amigos, caçadores, pescadores e outros mentirosos. E era mesmo lugar de bate-papo e ideal para tomar uma cervejinha ou saborear um peixe à moda da casa. Ali, também se resolviam negócios, contavam-se proezas e eram discutidos problemas de nossa cidade. Foi no Meia Noite que, em meados de 1938, Leonildo Braga, Adílio Barroso, Idomeu Ferreira Gomes, Antonio Elias, Sebastião Garcia e outros amigos, iniciaram movimento para fazer voltar às atividades, o glorioso Porto Ferreira Futebol Clube.
Leonildo Braga
No Bar Meia Noite um quadro negro anunciava dias e horários de treinos e jogos do clube. Como vimos, várias reuniões aconteceram naquele local e delas resultou uma assembléia, em 16 de setembro de 1938, dando posse – no antigo Hotel Avenida – à diretoria que havia sido eleita uma semana antes. Para presidente foi escolhido Paulo Felix de Araújo Cintra, fazendeiro em nosso município, pessoa muito querida. Vice presidente Leonildo Braga; Primeiro Secretário, Horácio Moraes Dias; Segundo 33
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Secretário, Adílio Barroso da Silva; Primeiro Tesoureiro, Brasílio Andrade; Segundo Tesoureiro, Constantino João e Diretor Esportivo, Pedro Tizziani. Desta feita, a agremiação resgatou o nome de PORTO FERREIRA FUTEBOL CLUBE. Sua sede provisória, na Rua Cel. Procópio de Carvalho, 277, em sala alugada de Pedro Fares, funcionou até o final de 1.938. A partir de janeiro de 1.939, suas reuniões voltaram a ser realizadas na casa de Leonildo Braga. Somente em agosto de 1940 é que o PFFC conseguiu instalar uma sede que atendia perfeitamente às exigências da época, em prédio de uma antiga cervejaria, na Rua Cel. João Procópio, 98, onde permaneceu por mais de vinte anos. Era carinhosamente apelidado de “Clubinho”.
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Precedendo a mudança da sede e o surgimento do “Clubinho”, ao poderíamos deixar de incluir nessa obra, a publicação a cópia fiel da Primeira Ata lavrada em livro próprio do Porto Ferreira Futebol Clube:
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“Acta da primeira sessão extraordinária do Porto Ferreira Futebol Club Aos dezesseis dias do mez de Setembro de 1.938, em o Hotel Avenida, à Avenida 24 de Outubro, nesta cidade de Porto Ferreira, sob a presidência do senhor Idomeu Ferreira Gomes, tendo como secretários os sres. Antônio Elias e Adílio Barroso, realizou-se a 1ª sessão extraordinária do PFFC, designada para posse da nova Directoria, recentemente eleita em Assembléia Geral, realizada a nove do corrente mez. Depois de lida e aprovada a acta da Assembléia Geral, o Sr. Idomeu Ferreira Gomes, presidente da mesa, declarando aberta a sessão, dirigiu algumas palavras aos presentes, explicando os fins a que se destinava a presente sessão e dizendo estár certo de terem sido nomeados, para a novo diretoria, pessoas capazes de reerguer o PFFC, honrando, deste modo, o seu nome as suas tradições. Em seguida, convidou para tomar posse da presidência o senhor Paulo Meirelles Cintra, presidente do club, recentemente eleito. O senhor Paulo Meirelles Cintra, assumindo a presidência, depois de convidar a tomar lugar na mesa os senhores Idomeu Ferreira Gomes, convidou os seus companheiros de Diretoria, recentemente eleitos a tomarem posse dos seus respectivos cargos, cuja ordem é a seguinte: para vice Presidente o senhor Leonildo Braga, para 1º e 2º Secretários, os senhores Horácio de Moraes Dias e Adílio Barroso, respectivamente; para 1º e 2º Thesoureiros os senhores Constantino João e Brasilio Andrade, respectivamente; para Director esportivo o senhor Pedro Tiziani; para o Conselho, os senhores: Jacob Mondim, José Constantino, João Salgueiro e Joaquim Rodrigues Ribaldo, Henrique Ribaldo, Paschoal Salzano, Joaquim Marques Castelhano, Christiano Kaizen, Carreia Rassey, Carlos Fenille, Américo Mondim, Idomeu Ferreira Gomes, e Antonio Elias. Efetivada a posse o senhor Paulo Meirelles Cintra, em breves palavras em seu nome dos seus companheiros, recentemente empossados, agradeceu a antiga Directoria e aos demais sócios do PFFC, a confiança que os mesmos depositaram em sua pessôa, elegendo-o para Presidente do Club e os seus companheiros para membros da Directoria. Prometeu aos presentes trabalhar com afinco para o PFFC, Club do qual já fizéra parte, mesmo como jogador, para que o mesmo pudesse reerguer o seu bom nome esportivo, honraria as suas tradições e proporcionaria divertimentos aos seus associados. Declarou não estar bem a par das condições do Club e pediu ao senhor Leonildo Braga para fazer algumas declarações a respeito. O senhor Leonildo Braga, tomando a palavra, declarou que o PFFC achava-se em péssimas condições, sem um número suficiente de associados que pudessem reergue-lo e com uma dívida de 107$900, decorrente do pagamento de aforamento do campo social, em atrazo há 16 annos. O Senhor Presidente, usando da palavra declarou que, quanto à divida, elle estaria posposto a cobri-la para que o PFFC, 41
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pudesse então marchar sem dividas que viesse impedir o seu progresso. Este gesto do senhor Presidente, mereceu aplausos de todos os presentes. Em seguida declarou livre a palavra a quem quizesse déla fazer uso. Pediu a palavra o senhor Constantino João e propoz criar-se uma lista em benefício do Club, na qual cada membro de Directoria, assignasse a importância de vinte mio réis. Pediu a palavra o senhor Leonildo Braga declarando que sobre a meza já se achava uma lista aberta com a quantia de 10$000, para os que quisessem assignar. Em vista déssa circunstancia, o senhor Presidente declarou que a mesma lista poderia colher assignaturas dos membros da Directoria, ficando a quantia a critério de cada um. A proposta foi acceita. Em seguida o senhor Presidente declarou, digo, sugeriu alugar um prédio, para que nesse fosse instalada a séde social do Club. Ficou resolvido alugar-se uma sala provisória para rouparia do Club, ficando a escolha do prédio já para a próxima sessão. Foi discutida também a questão da jóia para associados. Depois de diversas opiniões, ficou resolvido o não pagamento da respectiva jóia aos associados que se inscreverem até o fim do mez de outubro p vindouro. Neste momento entraram para o recinto os senhores Bráulio Teixeira, José Rocha Cupido e Dimas Borelli, membros da directoria do Calouros F. Club, os quais foram convidados, pelo senhor presidente, a tomarem parte da mesa. Entrou em discussão a questão do juiz para o jogo que devia realizar-se no domingo próximo, entre o PFFC e Calouros F C. O senhor Presidente sugeriu a idéia de se convidar o senhor Annibal Franco do Amaral, que já havia sido jogador do C A Paulistano e seria um juiz absolutamente neutro. Esta proposta dói aprovada por todos os presentes. Em seguida o senhor Presidente declarou livre a palavra. Pediu a palavra o senhor Idomeu Ferreira Gomes e pediu que fosse lançado em acta um voto de louvor ao senhor Paulo Meirelles Cintra, pelo gesto que teve em saldar as dívidas do PFFC. A proposta foi unanimemente aceita. Nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente marcou nova sessão para o dia 19 do corrente, declarou encerrada a presente sessão e mandou que se lavrasse a presente acta que vai por todos assignadas e por mim Horacio Moraes Dias, 1º Secretário que a escrevi. Horacio de Moraes Dias Em tempo: o senhor José Gentil pediu a palavra e declarou que em questão de jóias e mensalidades, era necessário que a associação fizesse primeiramente os estatutos, os quais seriam tratados em sessões da Directoria e não em sessões d e posse. O senhor Presidente disse: que o Porto Ferreira F C não ia começar a existir, já existia, o qual já tinha os seus estatutos. Horácio de Moraes Dias”
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Na seqüência, catalogando os principais registros históricos do PFFC, segue a Ata da Assembléia que aprovou os Estatutos do PFFC em 25 de novembro de 1.938:
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Acta da 4ª Assembléia Geral extraordinária do Porto Ferreira Futebol Clube Aos 25 dias do mêz de Novembro do anno de 1.938, em o salão do Cine São Sebastião, digo, Cine União, à rua S. Sebastião, presentes todos os sres. Directores e número legal de sócios quites, realizou-se a 4ª Assembléia Geral extraordinária, para aprovação dos Estatutos. Declarando aberta a 4ª Assembléia Geral extraordinária, o sr. Presidente expoz os fins a que se destinava a mesma. Em seguida, ordenou ao sr. Secretário a leitura dos Estatutos a serem aprovados. Feita a leitura referida pelo sr. Secretário, o sr. Presidente poz em discussão os novos Estatutos a serem aprovados. Feita a leitura referida pelo sr. Secretário, o sr. Presidente poz em discussão os novos Estatutos. Ninguém fazendo uso da palavra o sr. presidente submetteu-os à aprovação, tendo sido aprovados por unanimidade. Em seguida o sr. Presidente deu a palavra a quem dela quizésse fazer uso; pediu a palavra o sr. Joaquim Marques Castelhano e propôz fôsse lançado em acta da Assembléia Geral seu voto de louvôr à comissão encarregada da modificação dos estatutos. Submetida à aprovação a referida proposta, foi acceita, tendo um voto de louvôr à Comissão encarregada da modificação dos estatutos. Continuando livre a palavra usou da mesma o sr. Leonildo Braga que propôz à Assembléia Geral, conceder o título de sócio benemérito aos sres. Manoél Marques Castelhano Jr e Paschoal Salzano, pelos grandes benefícios que os mesmos fizeram ao clube. Submetida à aprovação, foi esta proposta aprovada, tendo o sr. Presidente ordenado officiar aos referidos senhores a respeito. Em seguida usou da palavra o sr. Pedro Tiziani e propôz à Assembléia Geral lançar em acta um voto de pezar pelo falecimento da menina Helenita, filha do sr. Jorge João, proposta aprovada, digo, tendo sido aprovada por unanimidade e o sr. Presidente ordenado lançar o referido voto de pezar. Usou ainda da palavra o sr. Tenente José Maccedo Marques e propôz fosse lançado em acta um voto de pezar pelo falecimento do sr. Dr. Carlindo Valeriani. Esta proposta também foi aceita e o sr. presidente ordenou fosse lançado em acta o referido voto de pezar. Ninguém mais usando da palavra, o sr. Presidente declarou encerrada a Assembléia, da qual mandou lavrar a presente acta, por todos assignada e por mim secretário que a escrevi. (assinaturas)
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De volta ao Bar Meia Noite... E justamente no Bar Meia Noite que acontece ainda uma das mais curiosas promoções futebolísticas da época: conseguindo parceria da marca de cigarros Sudan, os amantes do esporte bretão na cidade, organizaram e não mediram esforços para participarem do concurso que escolheria pelo voto popular, com apuração semanal (todos os sábados) da urna colocada no referido bar, quem seria o melhor jogador de futebol ferreirense da época. O prêmio ao vencedor, conforme matéria de O Ferreirense número 506 de 22 de agosto de 1.937 seria “um ótimo relógio de bolso da marca Cyma.
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Osvaldo Arantes eleito melhor jogador em 1937
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PFFC Campeão Amador de 1.952 e 1.963
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Campeões Amadores de 1.963
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CAFUCLA: Campeonato de Futebol Clássico O mais tradicional da cidade! O CAFUCLA, Campeonato de Futebol Clássico entrou para a história do Porto Ferreira Futebol Clube e da cidade. Com a construção do conjunto aquático e o surgimento da sede recreativa, o “campo de terra” passou a ser o espaço destinado à prática do futebol. Pelas suas dimensões não oficiais do tradicional futebol, convencionaram diretores e conselheiros, bem como os próprios praticantes, adotarem o chamado futebol clássico. O primeiro campeonato aconteceu em 1.973, na gestão do presidente Luis Ramos Filho e o time dos BANCÁRIOS foi o grande campeão. Na seqüência trazemos a história do CAFUCLA elencando os seus campeões ano pós ano de realização do Campeonato.
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Bochófilos: grande Campeão de 1.976
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Grandes técnicos das escolinhas de futebol do PFFC
Macalé; Marcier Martins; Ezaltino ou Izaltino (ver...), Justino Chiquito, Chiquinho Nicolau, Telão, Wilson Maquininha.
Bacarin,
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Infantil do Procópio (1.940)
esquerda para a direita: - Jacob (Geraldo Gomes), Tota Teixeira, Moreno (ernesto de Souza) Cilão Americo, Ivo Caprioglio, Didi de Souza e Procopio. Agachados: - Ci Teixeira, Marianinho Macarrão, Mourão e Plinio Mourão
Infantil do Macalé (ano ?????) 56
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Legenda legenda legenda legenda Infantil do Chiquito (1.965)
esquerda para direita: - Otávio, Beozo, Manezinho, Manoel Marcelino, Coxiba, Celso Lopes, Arlindo e Cocão. Agacahdos:- Santo Copmim, Liberato Bruno Filho, Tião Marcelino, Nelinho e Kamber.
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Infantil do Marcier Martins (Campeão Invicto de 1.972)
esquerda para a Direita: - Luiz Antonio Godoy, Sergio Prezotto, Douglas Mesquita, Rubinho Mota Campos, José Renato Freitas, Adalberto Policano, Elequinho Nicolau, Marronzinho. Agachados: - Riva, Manga, Joacir, Antonio Maria, Vardinho, Zanon, Noeval Carandina.
Infantil do Marcier Martins (campeão do CAFUCLA ano ????)
esquerda para a Direita: - Tavinho, Arnald Baldin Jr, Lazaro Moreto, Beiçola, Wolnei, Marronzinho, Paulinho Montanheiro, Joãozinho Tavares. Agachados: - Giacon, Dina, Antonio Maria, Carlinhos, Noreval Carandina e Marquinhos Mourão.
Copinha Internacional (Chiquinho) Times campeões na administração do Louzada (técnico Edney Fernandes) 58
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Galeria dos Presidentes do PFFC
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Sinopse Como já citamos anteriormente, inicialmente e durante muitos anos o novo clube não teve nem sede nem estatuto oficialmente reconhecidos. As reuniões eram realizadas em qualquer local, inclusive nas esquinas à luz dos postes de iluminação quando os jogadores tomavam decisões e se cotizavam para pagamento das despesas exigidas pelas atividades esportivas. Pode-se aceitar que a primeira diretoria da entidade saiu dentre os elementos que tomaram parte na reunião fundadora. Na fundação do Clube em 13 de agosto de 1.912, provavelmente tenha sido seu primeiro presidente José Simões o grande incentivador da chegada do futebol na cidade. Os dados iniciais se baseiam em levantamentos extra-oficiais já que não se tem fontes publicadas conclusivas. Não há, por exemplo, registro informando oficialmente quando e por quem José Simões foi substituído nos dez anos seguintes. O que se confirma é que em 1.919, Sebastião Garcia exercia a Vice-Presidência. Os demais dirigentes foram:
De 1.923 a 1.924, João Procópio Sobrinho (Sinhô), que mandou construir o muro em torno do campo de futebol.
De 1.925 a 1.926, Mariano Procópio, que filiou a entidade à Liga de Amadores de Futebol e que trouxe o grande Clube Athlético Paulistano para disputar partidas com o PFFC reforçado por alguns jogadores da região, em benefício do Hospital Dona Balbina.
De 1.927 a 1.928, Inácio de Almeida, que foi um dos fundadores do clube.
1.929, Pedro Pereira de Araujo, quando a entidade adotou a denominação Porto Ferreira Clube e aprovou seus estatutos.
de outubro de 1.929 até 1.932, Francisco Denunci, que abriu a primeira sede social. 60
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De 1º de fevereiro de 1.932 a data não determinada, Alonso Brasiliense.
Em 1.935/36 Idomeu Ferreira Gomes;
De 16 de setembro de 1.938 a 7 de fevereiro de 1.940, Paulo Meirelles Cintra, que resgatou a dívida da entidade, agora retomando o seu antigo nome Porto Ferreira Futebol Clube, PFFC, deixando em dia o aforamento do campo devido ao Patrimônio de São Sebastião.
Em 8 de fevereiro de 1.940, Mário Silva é empossado, apresentando sua renúncia após alguns meses e sendo substituído por Etore Mutinelli em 18 de abril do mesmo ano.
Em 30 de Maio de 1.940, Etore Mutinelli pede afastamento da Presidência por tem indeterminado para tratamento de saúde e faz a transmissão de cargo para o seu Vice-Presidente Henrique Rodrigues Ribaldo.
Em 27 de janeiro de 1.941, Henrique Rodrigues Ribaldo foi reconduzido ao cargo de Presidente, exonerando-se em 6 de junho do mesmo ano. Mas retornaria à Presidência do PFFC em agosto de 1.946 e também no período de 1.955 a 1.958.
Em 1.941, Presidente Syrio Ignatios. Foi Presidente também no período de agosto de 1.949 a 14 de janeiro de 1.951, quando renunciou. 61
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Em 1.943, Presidente João Miranda Salgueiro.
Em 1.943, Dr. Plínio de Góes Valeriani, que aprovou o regimento interno do clube.
Em 1.944, Presidente Vitório Colli.
1.945, Presidente Constantino João.
De 1.946 a 1.949, Mário Borelli Thomaz, que comprou o terreno do campo de futebol, atual sede recreativa e o da Praça Cornélio Procópio, atual sede social. Também registrou os Estatutos Sociais do clube, bem como construiu a quadra de basquete.
De fevereiro de 1.951 a dezembro de 1.952, Vladimir “Nenê” Salzano, que venceu o Campeonato Amador de Futebol, Setor 9 do Estado. Conforme registrado acima, foi sucedido, de 1.952 a 1.955 por Henrique Rodrigues Ribaldo. 62
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De 1.955 a 1.958, Benedito Attab Miziara, que iluminou a quadra de basquete.
De 1.958 a 1.961, Antonio Gallo que iniciou a construção da sede social própria. E de 25 de agosto de 1.958 até 1.961 foi reeleito concluindo a grande sede e a inaugurando. Também sob sua presidência, o PFFC, em 1.963 se tornou campeão do Setor 38 do Campeonato Amador do Estado
De 7 de setembro de 1.964 a 1.967, Irpo Perondi, que comprou o terreno na atual Avenida Gal. Álvaro de Góes Valeriani, para a construção das novas instalações do clube, mas que acabou se transformando no novo estádio de futebol, hoje denominado Ferreirão.
De 1.967 a 1.970, Oswaldo Arantes, que, no antigo campo de futebol, iniciou total remodelação. Conservou espaço para as tradições esportivas do clube, com um campo de futebol clássico, mas cuidou da construção das piscinas, comprou o terreno ao lada da sede social para futura ampliação e adotou novos Estatutos Sociais, instituindo os títulos patrimoniais.
De 1.970 a 1.973, Luis Ramos Sobrinho, que iniciou a ampliação da sede social, construiu dois reservatórios de água e o pavilhão de Bochas e deu início a outras obras, prosseguindo às já começadas.
De 1.973 a 1.976, Otávio Vicentini Filho, que continuou a ampliação, renovou instalações elétricas e das piscinas, construiu alambrado em torno do campo de futebol clássico e montou a lanchonete, obras essas concentradas na sede recreativa. 63
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De 1.976 a 1.979, Hamilton “Miltinho” José Afonso Borelli, que iniciou a terraplanagem do futuro estádio, e cercou o gramado com alambrados.
De 1.979 a 1.982, Ademir Coimbrão, que inaugurou o campo do estádio O Ferreirão em 25 de julho de 1.982, deixando infra-estrutura para seqüência de obras de arquibancadas, vestiários e outras no local.
De 1.982 a 1.988> Fez um trabalho de reformulação administrativa. Construiu a sauna, inaugurada em 13 de agosto de 1.983. Construiu a piscina semi-olímpica, inaugurada em 28 de fevereiro de 1.986, Fez melhorias no estádio com a colaboração de uma comissão. Construiu o primeiro lance de arquibancadas, o vestiário, casa do zelador e a entrada principal do Ferreirão.
Luis Cesar Lanzoni, de 1.988 a 1.997, retornando à Presidência entre 2.000 a 2.003, perfazendo um total de 12 anos de mandatos. Pulverizou ações, abrindo o PFFC para a prática de dezenas de modalidades esportivas, recreativas, sociais e culturais. Construiu a Boate Zeus, a quadra de tênis com piso lisonda e a quadra de Squash no Ferreirão. E na sede recreativa: nova sauna, deck das piscinas, Academia de Condicionamento Físico inaugurada em 13 de agosto de 1.994. Também no ferreirão, construiu dois campos de futebol society, quadra poliesportiva, quadra de fut-vôlei e futebol de areia, uma pista de Cooper, duas quadras de tênis piso de saibro, uma mini-quadra de basquete street Ball, inaugurados em 5 de setembro de 1.997. Criou as escolinhas ou os chamados serviços de iniciação esportiva e recreativa com inúmeras modalidades. Na recreativa, fez o término da piscina aquecida, substitui os alambrados por muro na divisa com a Rua Cel. João Procópio, entre outros projetos.
De 1.997 à 2.000, Antônio Marco Louzada. Iniciou na sede recreativa, a construção da piscina aquecida, novos vestiários, quadra de vôlei de areia e fez ampliação e modernização das áreas das churrasqueiras no estádio Ferreirão. Foi então sucedido por Luis Cesar Lanzoni, de 2.000 a 2.003. 64
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De 2003 a 2012, Francisco José “Kiko” Ribeiro Informatização do acesso dos associados do clube através do moderno sistema de biometria. Construção dos campos de grama sintética na sede recreativa e no estádio Ferreirão, nova portaria do conjunto recreativo, cobertura de policarbonato nas arquibancadas das quadras de tênis no Ferreirão. Perfuração de poço artesiano, novos sanitários bem como deck da sauna, reformas, pinturas e conservação, novo muro do conjunto recreativo. Revitalização dos patrimônios do PFFC e a nova academia, além da preservação cultural, instituição do Hino Oficial do clube e programação marcante para a passagem do Centenário do Porto Ferreira Futebol Clube.
De uma idéia, a perpetuação dos ideais O então presidente do PFFC Luis Cesar Lanzoni, no ano de 1.997 tomou para si, a concepção e a realização de um projeto audiovisual, sendo ele mesmo o entrevistador de diversos ex-presidentes do clube, dos conselhos e de outros exponenciais do futebol e da vida do clube como um todo. Essas narrativas foram gravadas em VHS e agora atualizadas pela diretoria atual, em DVD. Desse material, extraímos quase que a íntegra dos depoimentos dos entrevistados. Evidentemente, por questões óbvias, a própria linha do tempo não permitiu entrevistas com todos aqueles que certamente muito teriam a acrescentar. Portanto, este capítulo do livro não privilegia nem tampouco subestima qualquer pessoa que direta ou indiretamente tenha contribuído para o PFFC nessa sua jornada centenária. Apenas nos valemos do material que se pode obter lá pelos idos anos de 1.997, quando Lanzoni teve a feliz idéia que culminou com a fidelidade dos fatos. É, com toda a certeza, um documentário dos mais valiosos! Se não exaurindo a história, ao menos, extremamente informativo, detalhando as fases que marcaram época no clube. É A história contada por quem ajudou a construí-la! É leitura indispensável a todos, através da qual veremos o quanto existe de dedicação e doação pessoal nessa trajetória que em 13 de agosto de 2012 completa cem anos. Ficam então as nossas desculpas aos ausentes do projeto e até mesmo como justificativa aos seus familiares e todos nossos leitores. Muitos dos que mereciam ser entrevistados em 1.997, ou por já residirem fora da cidade, ou convalescentes enfermos ou mesmo já falecidos, não gravaram suas vozes nem gestos, nem emoções naquele projeto. Porém, bem mais do que isso, o fizeram quando estiveram em plena atividade defendendo seus ideais para a grandeza do Porto Ferreira Futebol Clube. Menção honrosa, claro, a Luis Cesar Lanzoni, presidente recordista de mandatos no alvinegro ferreirense, pela feliz iniciativa e com quem pudemos gravar então a primeira entrevista, em 10 de agosto de 2.010, quando retomamos o projeto de sua autoria. Depois dele ainda, vieram Antônio Marco Louzada, Paschoal Bruno e Francisco José 65
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“Kiko” Ribeiro, o qual dará prosseguimento à idéia, organizando espaço para o Museu da imagem e do som do PFFC. Recortes da nossa história! Projeto intitulado “RESGATANDO A MEMÓRIA HISTÓRICA DO CLUBE”, 1.997: Seqüência dos depoimentos transcritos dos vídeos VHS que devidamente já decodificamos para DVD’s objetivando espaço para o Museu da Imagem e do Som do PFFC: Dr. Plínio de Góes Valeriani, Wladimir “Nenê” Salzano, Antonio Gallo, Irpo Perondi, Luis Ramos Sobrinho, Hamilton José Afonso Borelli, Paschoal Bruno, Luis Cesar Lanzoni, Antônio Marco Louzada e Francisco José “Kiko” Ribeiro. WLADIMIR “NENÊ” SALZANO: ícone da história do PFFC e da cidade
Em sua entrevista concedida ao ex Presidente Luis Cesar Lanzoni, em 1.997, pelo Projeto “RESGATANDO A MEMÓRIA HISTÓRICA DO CLUBE”, Wladimir “Nenê” Salzano um dos maiores ícones da história do clube e do próprio Município de Porto Ferreira falou com extremo saudosismo do amor ao PFFC, amor que nasceu em seu tempo de criança quando presenciou o time alvinegro de Peres e Calim; demonstrou, valendo-se da sua peculiar e autêntica modéstia e do seu jeito simples, toda a sua dedicação superando as dificuldades das décadas de 30, 40 e 50 e concluiu com a frase “o PFFC me enche de orgulho e me faz sentir que tudo o que fiz no passado realmente valeu a pena”.
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Íntegra da entrevista de Wladimir “Nenê” Salzano para o Projeto Resgatando a Memória Histórica do Clube: “Assumi a Presidência do PFFC por bondade do pessoal aqui de Porto Ferreira. Na época tudo era ainda mais difícil! Por isso aliás, que eu tenho um grande amor pelo Porto Ferreira Futebol Clube. Isso, desde que eu era jovem, pois acompanhei o famoso PFFC de Peres e Calim. Depois daquele grande time, posso afirmar que o futebol na nossa cidade praticamente desapareceu por décadas, especialmente após a morte dos dois craques históricos, o goleiro Calim e o médio Peres. Nasci em Porto Ferreira, mas por questões profissionais, mudei-me para São Paulo. Porém eu vinha a Porto Ferreira praticamente todos os fins de semana. Um certo dia, quase se findando a década de 40, numa conversa com alguns amigos, fui convidado a assistir ao jogo do Porto Ferreira e infelizmente perdemos feio. Creio ter sido uma derrota por uns dez a zero. Eu, ainda com aquela antiga lembrança do bom e velhos PFFC da década de 20, fiquei muito indignado com o que tinha acabado de ver: aquela derrota por um placar tão dilatado. Sugeri que fizéssemos um campeonato interno para podermos levantar novamente o futebol em Porto Ferreira. Mas, na época, havia pouco dinheiro e ninguém podia gastar muito com isso. Então, eu mesmo assumi todas as despesas para a organização e realização do campeonato que no torneio início teve até banda de música se apresentando.
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O meu time era o Onze Heróis. Tínhamos ainda como adversários, o Fluminense, o Rio Corrente, a Fiação e outros mais. Mas a nossa equipe contava também com bons valores e conseguimos ganhar o campeonato. Depois disso, levei o Onze Heróis para jogar em diversos lugares e até mesmo no estádio do Pacaembu, numa partida contra o Shell. Eu também trouxe times de São Paulo para jogarem aqui em Porto Ferreira. Mas eu tinha que dar material completo aos nossos atletas e assim o fazia de muito bom grado porque queria muito mesmo reerguer o futebol na nossa cidade. Desta forma foi que, em 1.951, mesmo morando em São Paulo, os amigos daqui da nossa cidade resolveram praticamente me nomear Presidente do PFFC, com o saudoso Mario Borelli Thomaz controlando tudo, mas, com todas as despesas por minha conta. Eu investi tudo o que pude para levantar o nosso futebol e conseguimos! Vice Campeões Em 1.951, perdemos o Campeonato Amador em São Carlos, eu digo com toda clareza, por culpa exclusiva do juiz que teve péssima arbitragem e nos prejudicou muito. O inédito e histórico título de Campeão Amador de 1.952
Mas em 1.952, demos o histórico título de Campeão Amador para o Porto Ferreira Futebol Clube. Lembro-me muito bem de cada jogador e da sua importância na época, mas posso com certeza destacar o Moacir Porto filho da nossa terra e também o Moacir que eu trouxe de São Paulo para reforçar a nossa equipe. E é claro, cada qual contribuiu com seu talento, o “Sapeca”, o zagueiro Edvur, o “Mosquito” que chegou até a ser jogador do São Paulo Futebol Clube. O nosso goleiro era o “Nísio” Fenilli e contávamos ainda com Sebastião “Orelha Preta”, com o Valdemar Coelho e outros. Eu considero todos os nossos atletas, verdadeiros craques de bola para aqueles tempos de ouro do nosso futebol. Na época nós éramos chamados de esquadrão, ganhando o Campeonato Amador pela primeira vez na história fato que ficou na memória de todos os ferreirenses até nos dias de hoje. Sempre tive essa paixão pelo PFFC, tanto que, depois de passados vinte anos, eu fiz questão de prestar uma grande homenagem para aquele time antigo do Porto Ferreira, 68
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de Peres e Calim, que marcaram época também jogando contra o espetacular Paulistano em 1.925 e 1.926. Outra pessoa de extrema dedicação ao PFFC foi o Leonildo Braga. E eu, ainda garotinho, ouvia sempre a música que ele havia composto para Peres e Calim. Eu ouvia essa música muitas vezes la no bar do Leonildo Braga e os anos foram se passando mas a tal música ficava gravada para sempre na minha memória. Assim, quando eu prestei aquela homenagem ao glorioso PFFC de Peres e Calim, fizemos deste evento um dos mais grandiosos e até mandei gravar um disco com a música composta pelo Leonildo Braga, que, se ainda me recordo com exatidão, dizia assim: ‘No recanto deste Porto Entre ares de alecrim Dormem um sonho já de morto O Peres e o Calim Adeus Porto Ferreira Nunca mais tu há de ver O teu quadro com barreira Como já chegaste a ter Ainda tenho guardado na memória Recordações de uma triste história De duas vidas tão conhecidas que já se foram Ai que saudade sinceros companheiros Ai que saudade de ver juntinho a mim O centro médio e o arqueiro O forte Peres e o Calim Já morreu o italiano Já morreu o espanhol Já na falam vossos nomes Nos campos de futebol Já não canto os meus versos Com a mesma alegria Que eu cantava em outros tempos Com a vossa companhia Um adeus Porto Ferreira Nunca mais tu há de ver O teu quadro com barreira Como já chegaste a ter Já não canto os meus versos Com a mesma alegria Que eu cantava em outros tempos Com a vossa companhia Perdoai oh meus irmãos Se eu estou a condenar Aqui fala o coração Que a saudade faz chorar 69
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Deus vos guarde eternamente Deus vos faça companhia Adeus Carlos Tiziani Adeus Peres, até um dia!’ Não sei onde foi parar o disco que mandei gravar naquela época. Infelizmente perdemos esse registro da nossa história. O Peres teve pneumonia que o levou a morte e um mês depois o Calim, que estava em Campinas, também morreu. Depois disso foi que o futebol em Porto Ferreira quase acabou. Nos anos 20, eu ainda garotinho, estive no campo para presenciar PFFC contra o grande e poderoso Paulistano recém chegado de uma excursão vitoriosa pela Europa. Lembro-me que o campo não tinha nem muro e o cercavam com bambus. Recordo-me daqueles jogos. Veio até a banda da Força Pública se apresentar aqui. Um dos jogos contou com a presença de Washington Luiz também, que anos depois seria Presidente da República. Quando eu prestei homenagem, quase 20 anos depois, marcamos jogo contra o time da cidade de Pedreira e o placar foi 1 a 1. Tivemos missa campal com visitação ao cemitério. Realizamos um almoço de confraternização e à noite, promovi um grande baile. O salão ficou mesclado, parte verde-amarelo e parte branca e preta. Ofertei um troféu para cada um dos nossos ex craques. O s que estavam vivos todos se fizeram presentes e os já falecidos foram representados por familiares. Mas mergulhando assim no tempo, eu aponto o Mário Silva como o maior jogador da história do Porto Ferreira Futebol Clube e até mesmo na nossa cidade como um todo. Sempre ressaltando que eram tempos que tínhamos muitos jogadores de extrema categoria, quase todos craques em suas posições. Em meio a essas recordações, lembro-me de que Porto Ferreira dos anos 30 e 40 era uma cidade pequenininha. Havia grandes dificuldades naquela época, até mesmo para os jogadores comprarem suas chuteiras, que na época a gente chamava mesmo era de ‘botinas’ (risos). Nós tínhamos aqui a Fábrica de Louças, a Companhia Ferroviária Paulista, as nossas fazendas e as nossas pequenas olarias. Uma economia de pequeno porte aquela da Porto Ferreira de outrora. Quando eu vinha de São Paulo, me utilizava do trem porque não havia nem estrada asfaltada nem mesmo rotas de ônibus da capital para cá. Fiquei em São Paulo de 1.934 até 1.954, mas sempre muito ligado a Porto Ferreira. Eu tinha bons amigos dentro da Federação Paulista de Futebol e por muitas vezes eu me dirigia até lá para acertar a documentação dos nossos atletas para os campeonatos amadores. Em minha administração como presidente do PFFC atuei também na parte social. Contratei o maestro Tuta Antonini e sua banda para fazer bailes aos sábados e domingos. Usávamos a sede do antigo ‘clubinho’ localizado na fachada lateral do Grupo Escolar, hoje denominado Prof. Sud Menucci e fazíamos os nossos bailes e os carnavais. O senhor Antonio Seidel que administrava os serviços de bar nos eventos, 70
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bailes e festas no local. Eu organizava até caravanas de outras cidades e regiões para virem para cá. Interessante como apesar das dificuldades da época, todos nós lembramos da mesma com muita satisfação, O Henrique, do nosso time vice campeão de 1.951, mesmo morando em São Paulo, sempre me remeteu cartas com saudosismo dos bons tempos no qual vivemos o futebol em alta em Porto Ferreira e também das excursões que fazíamos para cidades diversas sempre para a prática futebolística. Uma passagem marcante foi a vinda do time da Shell para fazer amistosos em Porto Ferreira. A cidade toda ficava feliz e prestigiava muito os jogos.
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Eu comprava todo o material esportivo na Casa do Padilha em São Paulo. O gerente era conhecido como Fortunato e foi ele quem me sugeriu trazer o time da Shell para atuar em Porto Ferreira. Depois fomos ao Pacaembu para retribuirmos a visita da equipe adversária. Foi exatamente da Shell que eu trouxe o Edvur e o “Mosquito” para integrarem o PFFC campeão de 1.952. O meu pai, que foi Prefeito de Porto Ferreira, era homem simples, mas muito empreendedor. E foi um grande incentivador do futebol na cidade. Herdei do meu pai essa maneira de viver. Meu irmão Erlindo Salzano também seguiu a veia política e se tornou Vice Governador do Estado ente 1.950 e 1.954, quando o Adhemar de Barros foi Governador. Meu irmão teve forte influência na passagem da rodovia Anhanguera em Porto Ferreira, o que nos trouxe e até mesmo acelerou progresso e desenvolvimento. Por isso toda a nossa família adora Porto Ferreira! Tudo que eu podia fazer pelo povo de Porto Ferreira eu fazia mesmo sem medir esforços. Eu vinha para Porto Ferreira sempre que podia 72
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Sempre estive ligado com muito amor ao PFFC. Em passagem mais recente da história, vendi em condições muito facilitadas aquele terreno do estádio O Ferreirão, na época em que o Irpo Perondi presidiu o clube. Procurei mesmo facilitar ao máximo para que o nosso PFFC pudesse crescer também em estrutura de prédios e sedes. Hoje o Porto Ferreira Futebol Clube é grande e tem seu patrimônio administrado por pessoas sérias e competentes, o que me enche de orgulho e me faz sentir que tudo o que fiz no passado realmente valeu a pena”!
DR. PLÍNIO DE GÓES VALERIANI
TEXTO... TEXTO... TEXTO... TEXTO... ANTONIO GALLO: a construção e a inauguração da sede social
Antônio Gallo (à direita) ao lado de “Kiko” Ribeiro, homenagem em 2007, quando o PFFC completou 95 anos de fundação
O pirassunguense Antônio Gallo, que em 1.924 se mudou para Porto Ferreira e foi presidente do PFFC nas gestões 1.958 a 1963, que perpetuou seu nome na galeria como o presidente que ao lado da sua diretoria realizou o grande feito da construção da sede social localizada na Praça Cornélio Procópio, 174, bem no “coração” da cidade: “o clubinho de carteado ganho portentosa sede que por anos deixou o diminutivo para ser chamada de CLUBÃO”.
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Registros de própria voz de Antônio Gallo nos relatam: “eu era um simples carteador freqüentador assíduo do clube. Estávamos no fim da década de 50, o mandato da diretoria do Benedito Atab Miziara estava por terminar e na ocasião não havia nenhum interessado em assumir o cargo. E o lado irônico é que ninguém mesmo queria ser presidente. Um ficava empurrando para o outro (risos). É sempre assim quando o negócio não tem lucro (mais risos) e quando deve ser feito somente na base da voluntariedade. Então vieram me oferecer a presidência. Pensei bem e disse que somente aceitaria se pudesse poder contar na minha diretoria com Miguel Borelli Thomaz, Ubaldo Fageani, o baluarte Dionísio Fenilli e é claro com mais alguns amigos ligados ao carteado do clube, lembrando que essa atividade na época era a mais importante, na verdade quase que a única a movimentar o local. Por esse motivo é que já era carinhosamente chamado de clubinho. Bem, assim foi feito! Todos os amigos convidados aceitaram participar. Evidentemente tivemos a realização das eleições, mas confesso que a mesma foi pro forma. Mas fui então oficializado presidente em a.958. Como disse, eu era carteador e vivia o dia a dia do clubinho (risos). Chegava a entrar as 19:00 horas e sair lá pelas 4:00 horas da manhã seguinte. Eu e meus companheiros 74
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conhecíamos praticamente tudo o que se passava por ali. Assumimos um caixa com situação financeira bem difícil pois na época não haviam tantas fontes de receita. Mas a diretoria anterior já havia comprado o terreno no centro da cidade. Então a vontade de todos era a construção da nova sede. Chegaram a me chamar de louco, querer encarar a obra, mas não me intimidei. Reunido com a diretoria, reforcei o pedido de máximo empenho de todos e assim foi feito. Quando enfim nós começamos a construção da sede social, tínhamos 200 Contos de Réis em caixa, valor irrisório para obra de grande vulto, mas encaramos o desafio de frente. Um dos grandes colaboradores foi Assad Tayar que nunca mediu esforços para nos ajudar na obra. Ele foi espetacular. E por intermédio também de Osvaldo Arantes, o amigo engenheiro Raul Lacombe se dispôs a colaborar na elaboração da planta da sede social, prestando serviços totalmente gratuitos. Também colaborou gratuitamente, o engenheiro que assinou a planta, cujo nome sinceramente não me recordo, mas sei que ele era de São Paulo e que freqüentava Porto Ferreira por ter um rancho na beira do rio Mogi Guaçu. Ele foi um esteio pra gente naquela oportunidade. Para comprar o material de construção fizemos rifas, leilões, bingos. A minha esposa foi uma grande incentivadora e batalhadora, realizando almoços beneficentes em prol da nova sede social. E a renda do carteado dava grande sustentação para tocarmos a obra de grande vulto. E depois disso, ao ver todo nosso esforço e ver também a obra sendo levantada, ganhando vulto, praticamente toda a sociedade ferreirense começou a se envolver, a participar, ajudar, colaborar de verdade e as coisas foram ‘de vento em popa’. Assim com todo mundo cooperando deixamos de ter grandes dificuldades. Tem alguns capítulos a parte. Num deles, o então pároco da cidade Antônio Pavesi, se posicionou contra a construção de um clube naquele local próximo a igreja e por diversas e diversas vezes me procurou tentando me convencer a desistir da idéia. Havia também um pequeno grupo dentro dos nossos conselhos internos que achavam uma loucura construirmos uma sede tão grande. Mas logo eles caíram em si e perceberam que a obra era importante e passaram a colaborar também. Mas sinceramente eu confesso que até hoje não sei como fizemos para conseguirmos terminar a obra, mas graças a Deus e a colaboração de todos incondicionalmente, ela se tornou uma realidade. Foi através de muita luta e de muito mas muito esforço mesmo, mas no fim valeu a pena. Até uma pequena briga jurídica com o então vizinho do local, senhor Manoel Joaquim, que tinha uma mecânica no local e havia desapercebidamente invadido dois metros de nosso terreno, nós tivemos que travar. Perdi até o amigo (risos), mas a justiça nos deu ganho de causa e iniciamos a construção dentro dos limites que realmente nos pertenciam. O construtor da obra foi o senhor Zaniboni, que trabalhou do início até o final da empreitada. Foi desta forma, com muito trabalho que a nossa diretoria, em seus dois mandatos, tanto iniciou como conseguiu chegar até o final da construção da sede social do Porto Ferreira Futebol Clube. Deixamos o clubinho para trás e passamos a nova sede começou a ser chamada de clubão, termo que permaneceu por décadas.
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Recordo-me que em 10 de fevereiro de 1.963 inauguramos a nova sede social com um baile abrilhantado pela Orquestra Nelson Tupã.
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Mas teve um período que nos nossos bailes – que eram realizados a cada dois meses mais ou menos –; à exemplo do que acontecia em toda a nossa região, sempre acabavam em brigas (risos). Numa dessas passagens o meu amigo Albino Malaman foi dar uma garrafada em um pirassununguense que estava conturbando o ambiente e acabou acertando a minha cabeça (mais risos). Só sei que fui parar no pronto socorro com um corte que mereceu alguns pontos. Em meus mandatos, diante do desafio assumido de construir a sede social, não destinei quase nenhum recurso ao futebol. Nomeei o Arcyr Giaretta Barcellos, o Cirinho com apoio do técnico Marianinho, ambos estavam à frente do time campeão amador de 1963. Além da sede social, nós conseguimos dobrar o número de sócios contribuintes que saiu de 300 para 600 em nossos dois mandatos, alteramos o estatuto social em 1.959 e apesar das dificuldades vividas frente à presidência do Porto Ferreira Futebol Clube, tudo foi muito compensador.
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Irpo Perondi, presidente que adquiriu o terreno do estádio Ferreirão e instituiu o logotipo do clube
Irpo Perondi (à direita) ao lado de “Kiko” Ribeiro, homenagem em 2007, quando o PFFC completou 95 anos de fundação
Técnico campeão de 1.952 O Porto Ferreira apareceu na minha vida para não sair mais até os meus últimos dias. Eu sempre tive uma grande afeição pelo Porto Ferreira Futebol Clube, tanto como diretor esportivo como técnico de futebol e ex-presidente. Na minha juventude, quando eu tinha uma folga para os treinos, sempre me dedicava e cheguei a fazer algumas partidas de futebol sempre jogando no chamado segundo quadro do time, o segundão, já que em função do meu trabalho sem sempre conseguia estar nos treinamentos. Na oportunidade tínhamos muitos treinadores que formavam boas equipes infantis e juvenis, tais como o Procópio, o Macalé, o João Tófolli. Nenê Salzano era futebolista, jogava de lateral direito. Mas fora dos campos ele era um motivador. Isso porque na sua infância ele viu atuar os grandes times da história do PFFC. Assistiu ao jogo histórico contra o Paulistano. Ele formou o time do Onze Heróis. Trabalhava e morava em SP mas todo o fim de semana ele vinha para a nossa cidade e se envolvia com muita paixão no nosso futebol. Tanto foi assim que ele acabou sendo praticamente imposto no cargo de Presidente do clube, com aprovação unânime. Enquanto ele cumpria seus compromissos profissionais na capital quem cuidava de toda a parte administrativa era o Mario Borelli Thomaz Nenê punha dinheiro do bolso. Ele gastou uma meia fortuna com as atividades futebolísticas. Tudo as expensas do bolso dele. Não havia recursos e ele bancava quase tudo. Eu contribuía, emprestava meu carro, dava certa assistência e assim faziam muitos dos nossos amigos da época. Por exemplo, o Torrinho Ramos, pai do Nego Ramos, chegou a vender um caminhão para manter o atleta Edvur aqui no nosso time. Eram atletas amadores mas com a qualidade que tinham recebiam certa remuneração. Em 1952 eu estava com 27 anos de idade e fui assistir à partida do Porto Ferreira na cidade de Pirassununga, na qual fomos derrotados por 4 a 0 pelo Clube Atlético Pirassununguense e o nosso técnico Elias Issa perdeu a função Depois do jogo eu conversei com o então presidente Nenê Salzano e ele acabou me delegando poderes para treinar aquele time. Fizemos dois treinos preparatórios para receber o CAP aqui em Porto Ferreira e conseguimos uma vitória pelo placar de 4 a 3. 79
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A competição exigiu então mais um jogo decisivo, sendo jogado em campo neutro na cidade de Santa Cruz das Palmeiras. Mas o jogo acabou empatado e no jogo que se seguiu derrotamos o CAP Passamos para a final contra o Clube Esportivo e Recreativo Descalvadense, o CERD. Perdemos na casa do adversário e vencemos em nossos domínios, forçando a terceira partida. O jogo também foi em campo neutro, no Independente de Pirassununga e acabamos empatando. Na época o regulamento exigia nova partida até haver vencedor. A nova decisão foi marcada para o campo do CA Pirassununguense. Ao marcarmos o primeiro gol, o time de Descalvado deixou o campo por ter la os seus motivos, mas o certo é que fomos campeões amadores da nossa zona, da nossa região, pertencente à fortíssima Liga Amadora de Campinas. Peguei a função de treinador na fase mais decisiva e conseguimos mudar a atitude e o moral do nosso time, conseguindo vencer a competição. Depois jogamos em Valinhos, em seguida em Amparo. Perdemos por 4 a 0, mas devo confessar que foi uma derrota quase premeditada porque os recursos financeiros já não existiam mais para darmos continuidade. Transporte cada vez mais distante e a gente sem dinheiro. Não nos foi possível. Até vencemos aqui na cidade por 3 a 0, mas na somatória dos placares eles levaram a classificação. Pelo time que nós tínhamos, com certeza poderíamos ter conquistado até o titulo de campeão do estado, mas não foi possível. Faltou 'numerário'(risos) O Amparo chegou a disputar o titulo e ficou com o vice campeonato. Com toda a certeza essa nossa derrota para o Amaro foi meio que premeditado pois não tínhamos condições financeiras para darmos continuidade. Em dez anos de participação na nossa região, o CAP foi soberano e em 1.952 conseguimos então o título quebrando a hegemonia do adversário. Na época tínhamos divisão amadora e depois já era a divisão superior. Não haviam tantas divisões no futebol como temos hoje em dia. Para a divulgação dos jogos quase não tínhamos rádios com grande potência. Quem fazia o trabalho era o serviço de alto-falantes da cidade. A Rádio Primavera nem havia sido fundada. Jornal O Ferreirense era quem dava boa cobertura. Mas com o título da Liga Amadora, a repercussão e a receptividade do povo ferreirense foi a melhor possível. Na semifinal quando derrotamos o CAP na cidade de Santa Cruz das Palmeiras, chegamos a ter uma renda impressionante. Não havia mais espaço no estádio. A torcida toda acompanhava com muita emoção mesmo! Chegamos a brincar que nos dias dos jogos decisivos Porto Ferreira ficou deserta. Estava toda a população ora em Pirassununga, ora em Descalvado ou Santa Cruz das Palmeiras, enfim, onde os jogos se realizavam. Até porque as tardes de domingo eram reservadas somente ao futebol sem haver outro divertimento publico Todo mundo ficava engajado e isso nos dava uma motivação tremenda No nosso tempo ninguém se machucava como se vê hoje em dia (risos). Todos queriam jogar de todas as maneiras. Niquinho quebrou a perna. Tínhamos o quinzinho que era especialista na posição muito clássico, mas ele tinha receio nas divididas e 80
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então o Paschoal Bruno assumiu a posição, pela voluntariedade dele. Mesmo de porto físico baixo ele ficou titular d aponta esquerda Os jogadores que vieram de outras cidades como o Edvur que aqui chegou defendendo o time da Shell de São Paulo. Vieram enffrentar o Onze Heróis O Edvur, o Tito, o Sapeca vieram especificamente para disputarem a nossa Liga. O Tito por exemplo era da familia do Marangon da fazenda Rio Corrente da zona rural da nossa cidade. O Edu Marangon que em época mais recente até jogou no Corinthians e da família do nosso antigo jogador Marangon do PFFC. O Mário Silva foi o melhor jogador de futebol da história de Porto Ferreira No time campeão de 1.952, considero que o Edvur na zaga central, o Chico Preto e o Biba no meio campo desequilibravam e o Sapeca era bom no cabeceio e na voluntariedade. Eu não era carteador, mas jogava sinuca e ia muitos nos bailes Depois em 1962 passei a participar o chamado 'Clubinho' jogando um pouco de pif paf (baralho) ocasião em que acabaram indicando meu nome para ser Presidente Eu assumi em 1964 e deixei em 1967. Foi um dos períodos mais críticos da vida nacional quando assumiu Castelo Branco a presidência da República. E foi nesse período que eu tive que exercer meu mandato no nosso clube. Para se ter uma idéia nós tínhamos 500 Cruzeiros de mensalidade e em todo meu mandato esse valor não foi reajustado tínhamos 700 sócios na época e implantamos o sistema de carteiras de identificação porque até então não havia um documento oficial para os associados Comprei uma televisão para o PFFC e paguei do meu bolso Na gestão de Antônio Gallo, creio que em 1.961, o PFFC adquiriu uma área de 42 mil metros quadrados que acabou sendo desapropriada para construção do cemitério central Após longa negociação com a prefeitura, recebemos uma indenização maior do que nos queria pagar inicialmente o ex Prefeito Osvaldo Cunha. Eu negociei muito para isso. Eu alegava que o PFFC tinha uma grande identidade com a cidade. Chegamos num entendimento Assim nós compramos o terreno de 100 mil metros quadrados onde está o estádio ferreirão. Precisamos complementar uma diferença do valor pois a venda nos rendeu apenas um terço do valor do novo terreno adquirido. Do parcelamento que fizemos num total de 16 notas promissórias creio eu, paguei umas nove ou dez do meu próprio bolso porque haviam alguns meses em que o clube não tinha dinheiro para honrar o compromisso assumido. Organizei a biblioteca do clube. Fiz uma campanha de doação de enciclopédias e livros mas não consegui arrecadar quase nada. Pela Cia Industrial Algodoeira Perondi compramos muitas obras em SP e fizemos doação. Tudo na época, como eu disse, era bem mais difícil, pois a inflação chegava a patamares de 150% no período, sem podermos aumentar as mensalidades dos sócios. Vencemos tais dificuldades na raça. Ai eu falei com o Raul Lacombe, o francês que fez o projeto da sede social e que tinha grande capacidade profissional e fizemos uma maquete completa de como seriam as futuras obras das instalações do novo PFFC; maquete que por sinal também paguei do meu bolso (risos) 81
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A idéia era centralizar tudo naquele terreno grandioso, o social e o esportivo. Venderíamos com autorização da assembléia, as sedes social - para ser entregue após construção de uma nova - e a recreativa seria negociada com o governo do estado de São Paulo para a construção do colégio Washington Luiz que depois acabou sendo construído La na Rua Luis Gama onde está até hoje e além disso eu também emitiria mil títulos patrimoniais. Levaríamos a estrutura do clube para aquele local na Avenida hoje denominada Gal Álvaro de Góes Valeriam. Assim planejamos! Mas sabíamos se tratar de uma ação de médio a longo prazos e que não dariam para ser realizadas numa única gestão. Deixei a maquete exposta na sede social para todos os sócios verem o nosso projeto. Propus então uma assembléia para decidirmos o assunto, que era um passo por demais importante na nossa história. Fizemos um plebiscito e a votação ficou a mercê dos sócios por uns quinze dias. Deixei todos à vontade para influenciarem nessa decisão. A idéia da nossa diretoria era viabilizar este grandioso plano! Mas enfim, acabamos perdendo por pouco votos na apuração da Assembléia”. Veja na edição número 16125 de O Ferreirense, datada de 25 de junho 1.966, a divulgação do plebiscito:
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Em prosseguimento, nos conta Irpo Perondi: “a grande alegação dos contrários é que o local ficaria longe demais para freqüência. No entanto bem mais adiante já existia o Clube de Campo das Figueiras, cuja sede permanece até hoje. Eu defendia a centralização, mas a idéia não prosseguiu. O plano era muito audacioso, mas na minha concepção seria o ideal para melhor administração do nosso clube. Sei que muitos sócios depois se lamentaram de terem votado contrário. Mas Porto Ferreira sempre foi uma cidade operária e na minha época de presidente do clube, a cidade devia ter entre 10 e 12 automóveis e achavam muito longe para ir a pé ou de bicicleta. Mas isso não me abalou. Eu dei prosseguimento às ações sociais do clube com realização de bailes mensalmente organizando os carnavais da época que foram super freqüentados com total segurança Não registramos nenhum incidente. Quando não dava receita num evento eu completava com recursos do meu bolso (risos) Por isso tenho verdadeira dedicação pelo Porto Ferreira Futebol Clube. Como lhe disse administrei o PFFC numa fase econômica do país. Sem renda nem correção das mensalidades eu pus muito dinheiro do meu próprio bolso nos projetos do PFFC. O carteado dava uma receita equivalente às mensalidades dos associados que na época eram espontâneas e foi sob essas condições que administramos. Com a minha saída, o Oswaldo Arantes assumiu a presidência do PFFC. Ele lançou os mil títulos só que para construir a sede recreativa aqui mais no centro da cidade, onde hoje está o conjunto aquático, a academia, o campo e tudo mais que eu queria fazer lá no Ferreirão. Mesmo assim eu fui o primeiro a comprar um titulo patrimonial do PFFC e o curioso é que adquiri um titulo também para o meu filho Pérsio. A data do título dele ficou então anterior a data do seu nascimento (risos) Quando me apresentaram o outro plano em prol da sede recreativa eu votei a favor porque em minha opinião, numa sociedade deve sempre prevalecer à vontade da maioria Depois da minha gestão o país começou a viver o chamado milagre brasileiro o que facilitou a colocação de títulos a venda e aumento de mensalidades. Mas na minha gestão se eu quisesse aumentar valores com certeza o clube perderia cerca de 20% ou 30% dos sócios. A instituição, no PFFC do que conhecemos hoje como categoria de titulo patrimonial veio depois do meu mandato, quando a economia se recuperou. Na minha época todos os sócios eram contribuintes, ou seja, sem muito compromisso com a pontualidade dos pagamentos, dificultando muito a nossa receita. Por isso colocávamos dinheiro particular no clube. No meu mandato, criamos o logotipo do PFFC e mandei fazer as carteirinhas para identificação eram carteiras de couro preto e em tamanho pequeno com o logotipo na frente. Para variar, eu também paguei essas carteirinhas do meu bolso. Era assim! Eu estava em condições de colaborar e colaborava. Antes de ser presidente do PFFC, havia o Centro Municipal de Assistência, praticamente independente da Prefeitura. Entre 1962 e 1964, eu fui o primeiro presidente daquela entidade. Para darmos auxilio social, haviam senhoras abnegadas voluntárias e traziam relatórios das maiores dificuldades para tentarmos amenizá-las. Na época, pela 83
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Algodoeira Perondi doei ao caixa o valor na época, um milhão de Cruzeiros. Pedi o mesmo valor para as empresas Cerâmica Porto Ferreira, Nestlé e a Vidraçaria Santa Marina. Na época ficamos com receita para um ano e meio. La no chamado clubinho, alguém disse “um de nós aqui terá que ser presidente” (risos). Eu viajava muito para São Paulo e me dedicava ao clube nos finais de semana e nos dias úteis quando possível, eu vinha para o clube tratar dos assuntos da sociedade. Em algumas passagens interessantes, relato que mesmo antes de ser praticante de bochas, eu mesmo de próprio punho, ajudei a construir as canchas de bochas, colocando saibro socando o terreno, inclusive: 20 cm de cupim de pedra britada e depois o saibro e até hoje elogiam a qualidade. Isso foi no mandato do Luisinho Ramos. Foi pioneirismo essa criação de bochas em clubes. Antes eram nos bares e até algumas particulares, em grêmios esportivos internos de empresas. Haviam poucas canchas na cidade. Depois sim, os outros clubes fizeram suas canchas. Depois nós formamos a equipe de Bochas do PFFC e eu integrei juntamente com amigos. Deviam ser entre 25 a 30 jogadores, mas sempre oito duplas que disputavam. Eu sou um dos que tenho as faixas de penta-campeão municipal. Eu era ponteiro e o Zé Sargento era o batedor, mas ele não jogou nos cinco títulos seguidos. Mais dois jogadores têm as cinco faixas também: Berto Bosso e mais um que não me recordo creio ser o Zé Nestor se não me falha a memória. E chegamos a montar, para disputa do Cafucla, o time de futebol dos Bochófilos. O pessoal da terceira idade ganhou um novo incentivo para freqüentar o clube e se divertir nas canchas de Bochas. Administração Osvaldo Arantes: Surgem os títulos patrimoniais Nova era: fim do campo e construção das piscinas
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Luis Ramos Sobrinho “Luisinho Ramos” 88
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Luisinho Ramos sendo homenageado por Kiko Ribeiro na passagem dos 95 anos do PFFC
Desde a minha adolescência o Porto Ferreira Futebol Clube sempre foi um sonho até mesmo em termos de região. Desde a nossa sede social, la na Rua Cornélio Procópio, o nosso então chamado ‘clubinho’ nós achávamos que lá era o melhor do mundo e que não poderia existir por exemplo carnaval melhor do que o do Porto Ferreira. Tínhamos um salão pequeno e bem modesto, mas onde eu guardo até hoje na lembrança que meu pai juntamente com Jonas Teixeira, Nadir Mariano, Henrique Ribaldo e outros, se reuniram e conseguiram colocar cadeiras no local, centralizadas num largo onde se sentavam as meninas sempre acompanhadas das suas mães. Quando íamos tirar as jovens para dançar, havia o respeito completo já que elas ali estavam acompanhadas naqueles bailes carnavalescos maravilhosos. O som era feito por músicos da cidade quase que sem aparelhos que amplificasse. Também todos os domingos após terminar a missa das 10:00 horas, íamos para o jardim e de la para o ‘clubinho’ para uma brincadeira dançante, a chamadas matinês. Durante os dias de semana, o carteado era o que movimentava o local, podendo-se dizer que essa atividade era a que praticamente sustentava o Porto Ferreira Futebol Clube. Assim aconteceu por décadas. Da minha época posso citar alguns nomes de freqüentadores do carteado como Constantino João, o Andrade, João Salgueiro e tantos outros. Tinha ainda uma mesa de snooker numa sala média, o bar ao fundo do ambiente, e o carteado no fundo do ‘clubinho’. Além disso tínhamos a receita das mensalidades dos sócios contribuintes. Na parte esportiva, tínhamos o campo antigo onde hoje está a sede recreativa atualmente. Havia muita festa na cidade em razão das vitórias do PFFC no futebol. Mas o sonho era a construção da nova sede social com estrutura bem maior. Então nos reunimos: eu, Antônio Gallo, Mario Borelli, Dionísio Fenilli, Ubaldo, Nelson Miotto, Oswaldo Arantes e então fizemos uma chapa para as eleições, em 1957, quando foi eleito presidente, o Atab Miziara. O lema era sede nova, vida nova!
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Até essa época os bailes de formatura eram feitos na escola agrícola de Pirassununga porque porto ferreira não tinha um espaço assim. Alias a estrada era de terra até pira. O “Nenê” Salzano indicou o arquiteto Raul Lacombe, de São Paulo. A planta era um sonho. Foi uma loucura. Ninguém acreditava que poderia se tornar realidade. Até o Padre Pavesi se posicionou contrário ter um clube nas proximidades da igreja. E o mais curioso é que o grupo interessado na construção do clube também era praticamente o mesmo que ajudava nas campanhas do padre. Isso ajudaria inclusive no diálogo e nos entendimentos. Mas com o decorrer do tempo o padre entendeu e concordou com a idéia de se ter um clube naquele local, já que em função das diferenças de horários de atividades, um não atrapalharia o outro. Quando iniciamos a construção da sede social, já sob a presidência do Antônio Gallo, posso dizer que foi uma guerra ferrenha contrária à obra. Até tivemos problemas com o nosso vizinho, o português Manoel Joaquim Loureiro. Ele era dono uma antiga oficina como ferreiro e algumas peças em alumínio e muitas vezes, ficava sentado no quintal com uma espingarda na mão querendo inibir a seqüencia da obra que pelo seu tamanho poderia invadir parte da sua propriedade ou enfim por outros motivos que lhe incomodavam. E nós, então diretores do presidente Antônio Gallo, revezávamos em visitas ao “seo” Manoel para buscar o diálogo e convencê-lo de que a construção não iria entrar nenhum centímetro no terreno dele. Na verdade, o inverso havia ocorrido ao que me recordo (risos). Foi assim que conseguimos fazer os alicerces e erguermos as primeiras paredes daquela obra. Mas mesmo fatos desta natureza é que se tornam as lembranças daquela época ainda mais gostosas. O nosso grupo era muito unido. Em 1.959 criamos uma contribuição em bônus, com valor mensal bem pequeno, o qual inclusive nos comprometemos à devolver a seus doadores quando acabasse a construção. Mas muitos abriram mão do recebimento para contribuir com uma obra daquela envergadura. O PFFC era um clube de operários e não poderíamos nunca pensar em contribuições com valores muito altos do quadro pequeno de sócios da época. As receitas para a construção vinham das mensalidades mas tivemos muitas doações e muitas promoções que fazíamos constantemente. O chamado cacife lá do carteado foi uma grande fonte de recursos para a nova sede. Eram os chamados “ingleses” que sempre reservavam cotas no carteado para o novo prédio ser levantado, querendo em troca apenas um bom espaço para que pudessem 91
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continuar com aquele seu entretenimento na futura sede. Entre os que me recordo posso citar Constantino João, Antônio Gallo, Sebastião “Peitudo”, Fernando Malaman também e outros tantos a quem peço desculpas por não me recordar aqui de memória. A motivação de todos nós, jovens ferreirenses idealistas daquela época, era dar condições para que atingíssemos o nível que a vizinha cidade de Pirassununga já havia atingido no aspecto social. Por lá se concentravam todos os eventos da região. Sonhávamos então fazer aqui mesmo em Porto Ferreira as formaturas dos alunos ferreirenses e muitos outros eventos sociais que eram próprios da nossa cidade, coisa que não acontecia naquela oportunidade. Depois sim! Ao longo dos anos que se seguiram as maiores realizações sociais regionais vieram para Porto Ferreira. Mas esse foi um processo lento e aquele grupo do PFFC teve muita influência nessa mudança. Podemos dizer que tal processo foi ocorrendo entre 1.957 e 1.973 mais ou menos. Uma passagem bem interessante também, foi aquela em que estando a nova sede social em fase de acabamento, precisava a mesma dos vidros, em tamanhos e espessuras especiais para a arquitetura ali exigida. Seriam vidros muito grandes e numa quantidade considerável também, tudo dentro de espessuras e resistência que garantisse a segurança de todos. Tínhamos já instalada em Porto Ferreira, a fábrica de vidros unidade Santa Marina. Assim, numa certa oportunidade num simples bata papo com o Constantino João – que havia sido motorista de um grande diretor da Companhia Santa Marina – elaboramos um plano de ida até São Paulo para uma reunião com o referido diretor. Mas sabedores que ele tinha a Fazenda Santa Veridiana entre Porto Ferreira e Santa Cruz das Palmeiras, nós tentamos manter contato para que o encontro se desse naquela propriedade. Telefonamos para o diretor que aceitou nos receber na fazenda. Na data marcada formamos uma comissão do PFFC e fomos para a reunião. Ao chegarmos verificamos que ele ainda estava a caminho, prestes a chegar. Recordo-me daqueles momentos de espera. Era uma linda casa, num local bem alto e maravilhoso de onde conseguíamos avistar Pirassununga e parte da cidade de Leme, também pequenas para aqueles idos tempos. Era um lugar que proporcionava uma vista fantástica mesmo e que deve ter conspirado a favor dos nossos planos. Depois de tantos anos passados, sinceramente não me recordo seu nome, mas ele chegou e de imediato se lembrou do Constantino João e dos tempos em que havia sido seu motorista particular. Tornaram-se bons amigos. Passamos para a reunião onde expusemos a nossa luta pela construção da sede própria do PFFC e todas as nossas necessidades, apresentando-lhe nossa solicitação de doação dos vidros para acabamento da obra. Ele foi extremamente receptivo e nos solicitou que oficializássemos o pedido através da unidade da fábrica de Porto Ferreira, mas nos garantindo desde logo que os vidros seriam doados. Saímos imensamente gratos e felizes por termos conseguido tamanha doação. Representou muito para todos nós, termos conseguido aqueles vidros especiais a custo zero. Se fossemos adquiri-los, com certeza despenderíamos muito dinheiro, o que na época era praticamente impossível. 92
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O construtor Zaniboni preparou todas as medidas e especificações e demos andamento nesse processo que culminou com a doação. Só sei que finalmente, em 1.963, já na segunda administração do Antônio Gallo, realizamos grandiosa festa de inauguração da sede que foi considerada no começo, um sonho impossível. Na seqüencia da minha trajetória, continuei como diretor do PFFC nas administrações do Irpo e do Osvaldo Arantes. “QUERÍAMOS UNIFICAR PFFC E CLUBE DE CAMPO DAS FIGUEIRAS” Inclusive, no início da gestão de Osvaldo Arantes, chegamos a cogitar a unificação entre o PFFC e o Clube de Campo das Figueiras. Essa fusão foi amplamente discutida pelos corredores dos dois clubes, objetivando em especial, obter uma grande ampliação de oportunidades nos setores social, recreativo e cultural para os associados com reflexos em toda a cidade com certeza e até regionalmente. A conversa inicial foi com o Aníbal Zuzzi, do Clube de Campo das Figueiras. Tentamos articular essa união entre os dois clubes, mas o projeto não logrou êxito, não vingou por uma serei de motivos, sendo então arquivado.
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No PFFC, como eu também participei da gestão Osvaldo Arantes, que me precedeu na presidência, eu pude acompanhar o momento histórico do término daquele tradicional campo de futebol e a implantação de uma nova mentalidade administrativa, ou seja a de transformar aquela área central na sede recreativa para os associados. E hoje temos um local maravilhoso com atividades infindáveis. Tudo muito lindo e maravilhoso. Foram construídas as piscinas e depois tudo foi se desenvolvendo. Também nesse empreendimento lutamos até mesmo contra um abaixo-assinado de sócios contrários ao fim do campo de futebol que tinha história em toda a cidade. Mas particularmente eu estava no grupo favorável às obras das piscinas, a favor das mudanças e da evolução natural das coisas. O tempo então provou que elas foram para muito melhor para o nosso clube. O Osvaldo Arantes idealizou e pôs em prática a venda dos títulos patrimoniais que vieram para conceder a receita ideal para início da construção da nossa sede recreativa e especialmente das piscinas. O Arantes deixou então prontas diversas obras entre as quais a portaria, os vestiários, as piscinas e não se esqueceu do futebol que sempre foi tradição, reservando espaço 94
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para a prática do futebol clássico, através do campo de terra que no decorrer das décadas também foi se tornando tradicional. O surgimento do CAFUCLA O Campeonato de Futebol Clássico, famoso CAFUCLA teve administração. Eu mesmo participava jogando pelo time do Fórum.
início
na
minha
Energia elétrica A estrutura dos quadros de energia elétrica da sede recreativa também aconteceu na minha gestão, quando então demos condições de ampliação das atividades naquele local. Cancha de Bochas Mas quando eu assumi a presidência em 1.970, muito sócios queriam mais atividades na sede recreativa e na época tive solicitações constantes para a construção das canchas, o campo de Bochas. Essa obra sempre foi e continua sendo elogiada por bochófilos de todo o nosso estado que tiveram e têm a oportunidade de conhecê-lo e nele realizarem seus jogos ou participarem de campeonatos. Tanto a sua infra-estrutura de piso como a própria arquitetura para a época, são provas de um trabalho realizado com muita dedicação e carinho. Atendidas as reivindicações de muitos dos nossos associados e abriu as portas para a prática de uma modalidade até então sem muito espaço próprio em toda cidade e até na região. Boate “Frigideira” Na sede social montamos a boate que época apelidaram de “frigideira” (risos). Participaram comigo o Dércio Melara, o “Zé” Loureiro e muitos mas muitos outros companheiros, dentre os quase o Otávio Vicentini Filho, o “Tavinho” que era Secretário do clube e depois veio a me suceder na presidência do PFFC. 95
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Mas eu, o “Nísio” Fellini, o Ubaldo Faggeani e o Osvaldo Arantes, além do Gallo, sempre estivemos juntos nesse período da história do Porto Ferreira Futebol Clube. O homem dos números, das ciências exatas era o Nelson Miotto, mas que depois acabou saindo da diretoria. Eu quero aqui conceder destaque especial para o Dionísio Fenilli que acumulou uma enorme folha de serviços prestados para o Porto Ferreira Futebol Clube. Com seu jeito simples, objetivo e muitas vezes até tímido, ele foi um exponencial tanto como atleta como diretor do nosso clube. Quando o Arantes lançou as chamadas jóias referentes aos títulos patrimoniais, conseguimos, se não me falha a memória, a venda de somente 350 títulos. Mas foi a partir daí que teve início esse processo. Atualmente passamos o número de três mil associados, além de outras categorias de títulos que foram criadas. Foi outro capítulo na história do clube que valeu muito a pena e prosperou produzindo bons frutos para o futuro!
Cuidando da história e oficializando o “treze” Na minha gestão eu procurei o Professor Flávio da Silva Oliveira que desenvolveu um excelente trabalho como historiador. 96
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Aliás, se confirmou a fundação em agosto de 1.912 na histórica reunião no Cine Condor, mas a diretoria e conselhos tomaram de vez como oficial, o dia 13 daquele mês e ano para a fundação do clube, entre outros motivos até para homenagearem a data de falecimento do meu pai, Antonio “Totó” Ramos que para meu orgulho, também foi um dos fundadores do glorioso PFFC. Hamilton José Afonso Borelli: construção do Ferreirão resgate do futebol era plano de mandato
Hamilton Borelli (à direita), quando também homenageado por Kiko Ribeiro na passagem dos 95 anos do PFFC
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Interessante foi a minha eleição para a presidência do PFFC, em 1.976! Naquele pleito ninguém se habilitou a ser candidato oficialmente. Mesmo assim organizaram a assembléia. Para colaborar, eu cheguei à sede do PFFC simplesmente para ver se haveria votação e cumprir então o meu papel de votar! Como a situação ainda estava indefinida, todos se reuniram e no decorrer das conversas, indicaram o meu nome como a presidência. Relutei a princípio, mas resolvi aceitar o convite. Disse a todos, no entanto que a princípio eu não poderia tem um plano de administração e solicitei a todos um tempo hábil para organizar esse plano. Aceitaram e me empossaram como Presidente, cumprindo as formalidades estatutárias. Mas é claro que eu já tinha em minha mente que, como o ate então tradicional campo do PFFC havia sido desfeito para a construção das piscinas e da futura sede recreativa, eu deveria focar as atividades esportivas. Inicialmente eu filiei o PFFC na Federação de Atletismo. Com o Cabana e com o Farias, entre outros marcamos época com resultados expressivos. “Começamos a desenvolver o Basquete também, tendo o ‘Galvão” como técnico. Já o futebol ficou restrito ao famoso CAFUCLA, Campeonato de Futebol Clássico, que era expressivo, mas não significava ainda a retomada das tradições futebolísticas do clube. Criei então um plano mais audacioso para o nosso futebol. Antes, porém tive que renegociar dívidas com credores, quase as liquidamos em cerca de seis meses aproximadamente. Criamos então uma comissão específica para início da construção do novo estádio de futebol. Prefiro na citar nomes até para que nenhum companheiro de trabalho da época caia no esquecimento. A empresa que estava duplicando a rodovia Anhanguera na ocasião teve interesse em pegar terra em troca de serviço de terraplanagem no futuro estádio. Com isso fizemos economia. Conseguimos fazer a infra-estrutura, ou seja, gramado, pista de atletismo, ambos cercados pelo alambrado. Deixamos essa obra para a diretoria que nos sucedeu Aliás, quando falo no estádio tenho que citar o meu antecessor Irpo Perondi que para aquisição das terras dispôs de recursos pessoais e possuía um plano de centralização da sede naquele terreno. Sou da opinião de que o projeto de centralização naquele local teria sido ótima idéia e realização. Mas os associados não quiseram e negaram em assembléia. Assim, construir o campo representou para mim, até mesmo o resgate histórico do PFFC, mesmo sabendo ter sido bom o lapso de tempo que deixamos de focar exclusivamente as atividades futebolísticas para ampliarmos mais o leque para outras modalidades. E evidentemente, paralelo a construção do novo campo, tive que administrar ao lado dos meu amigos diretores e conselheiros a rotina do clube. Até na ocasião tivemos um problema sério de infiltração na piscina da sede recreativa. O senhor Itajaci foi quem descobriu o ponto certo da infiltração e fizemos o reparo. A partir dali ele foi contratado para o quadro de funcionários efetivos do clube e também prestou relevantes serviços. Na minha gestão ainda, seguimos as datas tradicionais da programação social. A Orquestra do Osmar Milani, muito famosa no SBT, o Edinho Show Santa Cruz e outros de renome eram artistas que abrilhantavam os bailes do PFFC. Muitas vezes os eventos 98
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eram terceirizados e o lucro nem sempre competia ao clube. Resolvi criar a cabine de som no salão social, adquirir equipamentos e proporcionar diversão aos sócios com retorno aos cofres do clube. Para mantermos as atividades, além das mensalidades propriamente, sempre mantidas a patamares condizentes com nossos associados, também criamos cobranças de entradas nos eventos. Não houve polêmica em torno disso e o clube reforçou seus ganhos para poder retornar ainda mais benefícios aos seus sócios. Foi a época da chamada Discoteca, quando a maior concentração social da juventude da cidade era no Porto Ferreira Futebol Clube. Finalmente, posso dizer que não somente os associados, diretores, conselheiros e funcionários do clube me ajudaram, mas de maneira geral, toda a sociedade ferreirense. Venda de um alqueire do terreno para construção do estádio No dia 19 de novembro de 1.976, o Presidente Hamilton Borelli fez realizar uma Assembléia Geral através da qual decidiram os associados presentes autorizarem a venda de um alqueire do terreno do estádio O Ferreirão objetivando justamente arrecadar mais recursos para a seqüência da construção da infra estrutura do novo campo de futebol do PFFC. Transcrevemos abaixo o edital de convocação e parte da Ata que registrou aquela Assembléia:
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Finalizando a sua entrevista, Hamilton disse: “O PFFC é um clube diferente dos demais. Temos que ter muito amor para dirigir um clube com tamanha identidade com a cidade. Temos que ter o coração alvinegro! E quanto a marca maior da minha administração, podemos até pensar que nesses tempos de profissionalização máxima do futebol, o clube venha a ter alguma proposta de parceria com a iniciativa privada ou outros clubes de expressão nacional para ser um novo celeiro de craques a exemplo do nosso passado histórico”. PASCHOAL BRUNO: O campeão de 52 virou Presidente do Conselho Deliberativo e Presidente do Clube por dois mandatos consecutivos
Paschoal Bruno pertence à história do PFFC não somente como integrante do time Campeão Amador de 1.952 e de outras atividades futebolísticas do alvinegro naquela década mas também por ter ocupado com extrema competência os cargos de Presidente do Conselho Deliberativo de 1.997 a 2.000 e presidente do clube entre 1.982 e 1.988.
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De relatório em mãos, Paschoal Bruno passou para a coordenação deste livro, um apanhado histórico dos investimentos, das obras e realizações realizados em seus dois mandatos consecutivos: Em 1.983: construção da parte do prédio e instalação da sauna a vapor, estacionamento de bicicletas, reforma na cobertura e melhoramentos nos campos de Bochas, conclusão das obras da entrada principal e dos sanitários e vestiários da portaria do estádio O Ferreirão. Em 1984: instalação da sauna seca, reforma dos sanitários masculino e feminino do salão de festas, colocação de alambrado no campo de futebol clássico em frente ao bar, instalação do bar da sauna, revestimentos do piso das escadas da sede social, início da construção da casa do zelador do estádio O Ferreirão, aquisição e instalação do som da piscina, aquisição de máquina de solda, investimento no futebol amador, atletismo, basquete e vôlei. Em 1.985: aumento da área útil no salão de festas da sede social com a diminuição da clarabóia e na parte inferior também, transferência e instalação do bar no salão de festas, aquisição de refletores para melhoria da iluminação do campo de futebol clássico, fechamento lateral do pavimento superior dos vestiários da piscina usado para ginástica e atividades recreativas, aquisição de cadeiras de descanso para a sauna, fechamento total com alambrado do campo de Futebol Clássico, início da construção da piscina semi-olímpica, conclusão da construção da casa do zelador, investimento no futebol amador, atletismo, vôlei, basquete e ciclismo, substituição do piso de pastilhas por pedra mineira na entrada da sede social, letreiro luminoso (Porto Ferreira Futebol Clube) na sede social e departamento recreativo; 1.986: conclusão das obras da piscina semi-olímpica, concretagem e assentamento de pedra mineira nas laterais da piscina semi-olímpica, construção da sala de máquinas da piscina II, concretagem atrás do trampolim da piscina I, construção dos vestiários do futebol clássico com o aproveitamento do prédio já existente, aquisição de diversos brinquedos e construção do parque infantil, aquisição e instalação de bebedouro d água na sede recreativa, construção do muro lateral da piscina I defronte para as Ruas João Procópio Sobrinho e Perondi Iginio, remodelação na pista de atletismo do estádio O Ferreirão, investimento no futebol amador, dente de leite e júnior, atletismo e ciclismo; 1.987: aquisição e instalação de ventiladores no salão, melhoramentos nos equipamentos para discoteca, elevação do muro divisório que com o Banco F Barreto S A e Grêmio Ferroviário Ferreirense, aquisição e instalação de bebedouros d água na sede social, construção do Box para banho na sauna, construção da nova entrada para as piscinas, concretagem da nova entrada das piscinas, início da construção dos 240 metros de arquibancadas com seis degraus no estádio O Ferreirão, construção do bar do estádio O Ferreirão, aquisição e instalação da caixa d água de 10.00 litros no estádio O Ferreirão, construção da escada de entrada do campo de futebol no estádio O Ferreirão, aquisição de equipamentos para escritório, tais como máquinas de escrever, arquivo, mesas, estantes para troféus, etc., pintura da sede social e departamento recreativo, investimento no futebol amador, dente de leite, categoria júnior, ciclismo e atletismo e; 1.988: construção dos vestiários para futebol no estádio O Ferreirão, conclusão das obras de 240 metros de arquibancadas com seus degraus, construção de alambrado de proteção às arquibancadas, aquisição e instalação de porta de entrada principal da sede social, aquisição de duas traves de cano de ferro com tela de alambrado para o 102
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campo de futebol clássico, aquisição de um bebedouro elétrico para adulto e infantil para a sede recreativa, nova linha de investimentos no futebol amador com a participação do PFFC no Campeonato Paulista de Futebol Amador na Liga Riopardense de Futebol, futebol dente de leite, categoria júnior, ciclismo e atletismo. O próprio Paschoal Bruno cita em seu relatório os diretores Antônio Marco Louzada, Célio Mazotti, Antônio Sidney Pinto Bernardo, Sebastião Inde Arnoni, Benedito Leonel Filho, Noel Aparecido Rocha e Luiz Carlos Vendrame. LUIS CESAR LANZONI: o presidente recordista em números de mandatos na história do PFFC
Luis Cesar Lanzoni, à esquerda, recebendo cartão de prata das mãos de Kiko Ribeiro no evento comemorativo ao 95º aniversário do PFFC, em 2007
Atleta do PFFC Luis Cesar Lanzoni marcou época no Porto Ferreira Futebol Clube. Por doze anos, ou seja, mais de um décimo da história do clube, Lanzoni foi o seu presidente! Essa história começa na década de 1.970, quando na sua adolescência, integrou a equipe de Pedestrianismo do PFFC: “creio ter sido em 1.975 o retorno do clube em participações da famosa Corrida São Silvestre e eu integrava aquela equipe de atletismo”, conta ele. Pelos corredores administrativos “Depois, já na década de 80, ao lado de outros companheiros tive participação na eleição do Paschoal Bruno e posteriormente na sua recondução ao seu segundo mandato. Na seqüencia, fui o escolhido para ocupar o cargo de Presidente da Diretoria Executiva ficando por três mandatos consecutivos e retornando novamente para mais um triênio, totalizando doze anos de presidência do nosso glorioso alvinegro. Mas isso não é vaidade pessoal, pois sempre dividi e continuarei dividindo toda essa trajetória com muitos que ao meu lado estiveram cujos nomes são tantos que fica praticamente impossível citá-los um a um. Contei com a companhia de inúmeros companheiros sempre ao meu lado. Muitas pessoas colaboradoras, formando uma grande equipe de trabalho. Tive esse prazer de 103
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encontrar companheiros que nos deram todo amparo necessário para fazermos as melhorias no clube. Givanildo da Silva (foto do Lanzoni com o Giva) Porém abro aqui um parêntese para fazer menção ao Givanildo da silva que foi sempre presente na vida do clube. Além da amizade pessoal que mantínhamos, ele sempre foi uma pessoa que amou o clube e sempre se doou pelo PFFC. Até hoje ele faz muita falta pelos nossos bastidores. Extremamente hábil e inteligente e dono de uma dedicação histórica. A participação dele, não só nos meus mandatos, mas no do Hamilton e nos do Paschoal, foi extremamente importante. E infelizmente não estando ele mais ente nós faço questão de homenageá-lo pela doação de seu tempo pela sua máxima dedicação. Parte da história e trajetória rumo a mandatos recordes: 12 anos de presidência “O PFFC viveu seus tempos de glória e também passou fases difíceis quase que paralisando as suas atividades por completo durante anos, ressurgindo lá pelo final da década de 1.930. Esta parte documentada do Porto Ferreira Futebol Clube, o registro oficial em atas se deu em 1938, com a presença marcante do fazendeiro Paulo Felix de Araujo e Cintra que possuía uma área de terras aqui em Porto Ferreira, salvo engano, lá na fazenda Santa Mariana. Ao lado de Leonildo Braga, ele também foi uma pessoa importantíssima nesse reerguimento do Porto Ferreira Futebol Clube porque na época a entidade possuía algumas dívidas. Aquele campo era mantido sob a forma de arrendamento. Pagava-se aluguel pelo uso do mesmo e o PFFC estava com seus pagamentos muito atrasados junto a Diocese de Ribeirão Preto, saldo este devidamente assumido e quitado pelo Presidente eleito Paulo Felix de Araujo Cintra. Com o passar do tempo, um padre local viabilizou junto à diocese de Ribeirão Preto, a venda daquela área para o PFFC. Foi então, o primeiro imóvel adquirido: o do tradicional campo de futebol, onde hoje temos a nossa sede recreativa, o nosso conjunto aquático. Ali, na verdade, foi o terceiro campo do Porto ferreira Futebol Clube. O primeiro onde hoje é a Praça Cornélio Procópio, depois ali nas proximidades de onde hoje está instalado o hospital Dona Balbina, o terceiro então, aquele campo de décadas de história e finalmente o estádio O Ferreirão. O fim do campo do PFFC me pareceu ter sido polêmico. Na administração do Osvaldo Arantes, ao ver que o abaixo-assinado em prol da não extinção do campo estava crescendo, teria ele se antecipado a tudo e a todos e determinado mandar ‘passar o trator’ no local para poder dar início à construção das piscinas. (risos) Mas foi uma boa passagem porque o tempo mostrou que quem insistiu somente no futebol se complicou financeiramente. Chegamos a dizer que infelizmente, muitos times do interior hoje são chamados de ‘times de onze camisas’ ou seja, que não possuem seus estádios em condições de uso, necessitando da intervenção do poder público ou de investimentos de terceiros e empresariais. 104
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O nosso segundo imóvel próprio foi o da sede social. De 1.940 até 1.962, usávamos o chamado “clubinho”, perto da escola Prof. Sud Menucci, mediante aluguel. A área da sede social na Praça Cornélio Procópio foi adquirida na administração do Miziara e o prédio construído e inaugurado então em 1962 já em meio à segunda gestão do Antônio Gallo. Nos anos 70, no entanto, foi adquirido o terreno ao lado da sede social onde hoje temos a boate Zeus, que foi construída em uma das minhas gestões. Depois tivemos a compra do terreno que acabou sendo desapropriado pelo então prefeito Osvaldo Cunha para a construção do cemitério novo, gerando dessa iniciativa, a compra junto ao Nenê Salzano, pela administração do Irpo Perondi, daquela área do estádio O Ferreirão. Quanto ao Ferreirão, aliás, tenho uma passagem interessante: na época do presidente Coimbrão, estávamos eu, o próprio Coimbrão, o Givanildo da Silva e o Marcier Martins numa viagem para Limeira para conhecermos o estádio Limeirão, que era referencia para o interior paulista e, em tom de brincadeira eu disse: já que vamos conhecer o Limeirão porque não damos ao nosso estádio o nome de O Ferreirão. E a idéia acabou vingando. (risos) Acredito até que o alambrado em torno do campo deveria ter sido feito de tal forma a conceder mais espaço para a pista de atletismo. Ela tem seis raias e eu pensava desde a época do Hamilton que deveríamos deixá-la com oito raias, pois me baseava no projeto do Ibirapuera que contemplava o chamado velódromo conjugado com os demais campos das modalidades esportivas ali praticadas. Mas essa observação nem pode ser entendida como tom de crítica pois devemos entender que nem sempre o espaço para as obras nos permite realizar o que você planeja inicialmente. Isso é muito natural. Além do que o PFFC já havia vendido parte daquela área para a empresa Danúbio Azul, limitando assim a área, a qual, no entanto, continuou muito ampla, tanto que depois vieram novas obras que a revitalizaram e proporcionaram mais lazer aos associados. Lembro-me de uma boa ação quanto à construção do estádio quando se convencionou ceder parte das terras para a empresa que se encontrava na cidade duplicando Rodovia Anhanguera. Em troca fizeram a terraplanagem do local. Essa economia facilitou a o início da construção do campo. São facetas como essas que contam um pouco da centenária história do nosso clube. Mas historicamente o PFFC sempre foi um clube ativo e por ser o mais antigo sempre teve uma postura de vanguarda, ou seja, o clube das primeiras piscinas, o primeiro a possuir sua sede social, do primeiro estádio, da primeira piscina aquecida, da primeira sauna, da primeira academia de condicionamento físico, da primeira quadra de Squash e por aí vai! Ele está sempre inovando! E tenho muito orgulho de fazer parte dessa história maravilhosa. Depois de ser atleta do clube, quando defendi as cores alvinegras com muita determinação e alegria, passei para o lado de cá, da direção administrativa, na década de 80. A minha primeira participação, especialmente com a parceria, com o companheirismo e mediante a 105
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presença marcante do Givanildo da Silva e é claro, ao lado de outros companheiros da época, ajudamos a conduzir o Paschoal Bruno à presidência e nos mantivemos no conselho, dando a sustentação necessária. Seqüencialmente arrebanhamos novamente um grupo para a sua reeleição e ele fez obras importantes, deixando a sua marca: primeira sauna, a piscina semi-olímpica, obras também importantes no estádio O Ferreirão, um bom lance de arquibancadas e tantas outras mais constantes de uma bela folha se serviços prestados ao nosso glorioso PFFC. Mas foi assim que eu iniciei como dirigente do PFFC a partir de 1.982. Minha marca foi a pulverização de ações, a abertura de um leque de novas opções, novos e muitos serviços prestados com qualidade Eu acredito sinceramente que a minha participação, sempre ao lado de uma equipe maravilhosa de trabalho, conseguiu fazer com que o PFFC extrapolasse aquele conceito de se restringir a campeonatos internos esporádicos, piscina no verão e alguns bailes de época. Abrimos o leque de serviços essa foi a nossa grande marca! Passamos a oferecer uma gama de grandes opções! No meu primeiro mandato eu queria comprar mais uma área ao lado da sede social, onde hoje funciona a Nossa Caixa. Demandamos muitos esforços, mas apesar disso não logramos êxito nas negociações. Em se tratando de ser um clube acredito que as negociações desse porte sempre se tornam mais complicadas e morosas. Muito burocráticas, dependendo de assembléias, de reuniões, de autorizações, etc., fazendo com que haja morosidade mesmo. É muito natural numa entidade do nosso porte, Mas foram etapas que aos poucos foram transpostas com serenidade pois todos acabaram concordando com a idéia mas ainda enfrentamos dificuldades de acertos junto aos proprietários do imóvel e no fim, a negociação não foi realizada. Partimos então para outras atividades e obras. Construí a boate Zeus que marcou época pela qualidade de seus equipamentos. Remodelamos a sauna no conjunto recreativo. Ainda a expandimos com o deck, o novo bar e uma piscina aquecida na sauna No estádio também fizemos muitas benfeitorias. Quando assumi pela primeira vez o Porto Ferreira Futebol Clube era limitado quanto ao atendimento ao associado, resumindo-se ao futebol de sete, os campeonatos internos, os tradicionais bailes enfim! Essas ações serviram até então, mas a nossa sociedade exigia naturalmente mais serviços e opções. O clube vive fases e tem que estar sempre bem alicerçado para transpor as dificuldades de cada época. Temos que acompanhar as mudanças, as quais têm acontecido numa velocidade muito rápida. Por isso temos sempre que estar preparados e contando com o permanente suporte em pessoas realmente interessadas. Temos que pensar em projetos que ofereçam bons serviços mas que não percam o foco da existência com longevidade. Uma continuidade que não perca a eficácia. Projetos que não fiquem rapidamente obsoletos.
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Comecei então a implantar departamentos em todas as sedes e áreas do clube e a pulverizar as ações. Abrimos um leque de novas atividades pensando em dar grandes opções aos sócios com qualidade. No estádio, por exemplo, era um tempo em que sequer podíamos plantar uma árvore porque faltava água naquela área. O gramado sofria muito também! Fizemos então um poço profundo produzindo 15 mil litros de água, colocamos a caixa d'água elevada, elaboramos e implantamos um belo projeto paisagístico, construímos a primeira quadra de tênis no local, também a primeira quadra de squash. Nenhum clube da região tinha uma quadra para aquela modalidade. Ela foi considerada na época a melhor quadra do interior de São Paulo. Tivemos até um campeonato internacional com a presença do primeiro do Brasil no ranking e um atleta exponencial francês. O presidente da Federação Brasileira de Squash teceu grandes elogios à quadra. Ainda no estádio, trabalhamos na construção da pista de cooper, nos dois mini campos, na quadra, no Vôlei de areia e outras benfeitorias mais. O estádio virou uma área poliesportiva. Ele ficava de portas fechadas que se abriam praticamente só quando tinha futebol varzeano e algumas outras competições. Tive o prazer de ampliá-lo! O Ferreirão, após assumirmos o PFFC, passou a ser aberto todos os dias! O clube como um todo, ganhou muita movimentação. Sempre achei que não podemos focar somente obras, antes disso ou mais do que isso, nós precisamos mesmo é que dar vida ao clube! Por isso foi que abrimos opções para sócios de todas as idades No estádio também, realizamos as chamadas Copinhas Internacionais de Futebol. O resultado foi surpreendente. Até os pais também se envolveram na organização dessas Copinhas e criamos um clima festivo ao redor do evento. Focamos também a infra-estrutura das duas sedes, a social e a recreativa. Refizemos e modernizamos todo projeto hidráulico e elétrico Na sede social a energia caia em dia de eventos. Instalamos uma cabine de 150 kwa Da mesma forma, na sede recreativa elétrica e a hidráulica estavam totalmente comprometidas. Com iniciativas como essa, o clube começou a ter uma vida esportiva muito intensa Também a academia foi marcante! Creio que 80% dos equipamentos devam estar por la ainda devidamente funcionando. Implantamos com pioneirismo regional a avaliação física por impedância e nos equiparamos as grandes academias das grandes cidades e até de São Paulo. As minhas quatro administrações no decorrer dos doze anos, ainda que não seqüenciais claro, aumentaram em muito a nossa participação em nível de representatividade. Investimos seriamente no atletismo e no ciclismo No futebol, tivemos atuação marcante para a criação da Liga Regional Amadora Riopardense, que no seu primeiro ano de fundação teve o PFFC como campeão Em nossas últimas participações nessa liga sob minha presidência no clube, contávamos com 100% de participação de atletas ferreirenses na composição do time. 107
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Investimos muito no crescimento do CAFUCLA (Campeonato de Futebol Clássico) também. Diria que por muitas vezes, o PFFC da época ocupou espaços que substituiu a própria municipalidade, cedendo equipes já formadas para competições regionais em parceria com a cidade. Na parte social, os nossos bailes sempre foram memoráveis. Herdamos as domingueiras do Paschoal Bruno e a renda desses eventos ajudou na construção das arquibancadas do estádio O Ferreirão. Abrimos muito o leque de serviços! Fizemos grandes bailes para casais: foi marcante a vinda do cantor Jamelão quando o PFFC fez 80 anos, também os bailes com Os Demônios da Garoa que tiveram várias participações, a tradição mantida dos bailes da cidade, das noites italianas. Lançamos as sextanejas que também marcaram época no setor social do clube. As chamadas domingueiras na piscina sempre estiveram lotadas. As festas juninas que instituímos na sede recreativa com lonas de circos e que ganharam projeção municipal e até regional. O primeiro baile do Havaí junto às piscinas, a tarde do champagne que fazíamos nos finais dos anos e que até hoje o co-irmão Clube de Campo das Figueiras adota em sua grade programação; a festa das crianças e da páscoa; as grandiosas gincanas e muitos outros eventos. No setor cultural tivemos exposição de artes e eventos de dança e outras modalidades. Tive então três mandatos consecutivos e depois de três anos voltei à presidência e conclui o complexo das piscinas cobertas e aquecidas iniciadas pelo Antônio Marco Louzada. Fizemos uma inauguração em conjunto, Sempre reinou harmonia no PFFC. Mas a minha marca nesses anos como presidente do clube realmente foi a pulverização de ações, a abertura de um leque de novas opções, novos e muitos serviços prestados com qualidade. Abrimos o leque com escolinhas de iniciação esportiva recreativa e cultural Foram mais de doze: xadrez, judô, tênis, squash, atletismo e muitos, mas muitos mais! Com a continuidade da organização da Volta Pedestre, demos seqüência ao calendário tanto do PFFC como da própria cidade já que está ligada aos festejos da passagem de seu aniversário de emancipação político-administrativa. Também entramos na onda dos projetos Caminhada que hoje já evoluíram para caminhadas ecológicas e tantas outras ações correspondentes. Eu me recordo especialmente no ano de 1.999, quando eu assumiria no ano seguinte o meu quarto mandato, comentei com meus companheiros que nós estávamos voltando com uma missão extremamente importante. Eu comentei que Porto Ferreira era uma cidade muito pequena para a quantidade de clubes que tinha e que a tendência estava sendo a de existir somente um clube em quase todas as cidades da nossa região. Esse comentário foi há onze anos, com o intuito de mostrar a necessidade que tínhamos de inovar com muita criatividade e abrirmos ainda mais as opções para os associados ficarem sempre motivados. Ainda penso assim e até que haja união entre as entidades de um modo em geral ou teremos sempre clubes quebrando sem nos esquecermos que o Código Civil exige 108
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também dos dirigentes dos clubes, muita responsabilidade. As vezes em nome até da vaidade humana, um presidente quer deixar a sua marca registrada no clube mas as vezes pode acabar comprometendo o lado financeiro e o fluxo para as atividades futuras. Por isso temos que visar o hoje, mas também mantermos nossos níveis de provisões para o amanhã! Sabemos que muitos clubes de grande história do passado, ou fecharam ou estão passando grandes dificuldades. Mas sempre disse o seguinte: que eu gostaria de passar pelo clube como se fosse uma extensão da nossa familia e no momento da minha saída, que pelo menos, eu o tivesse deixado melhor do que quando iniciei. Parceria com o Palmeirinha no Futebol Profissional Um capítulo a parte em nossa história aconteceu em minha gestão no ano de 2002 quando realizamos uma inédita parceria com a entidade co-irmã Sociedade Esportiva Palmeirinha. Deixamos de disputar o campeonato amador e fomos parceiros do na terceira divisão de futebol profissional. Temos que inovar e sempre pensarmos ‘macro’ e por isso consideramos importante unir forças com o Palmeirinha naquela época. Seqüência pós mandatos Estou hoje no conselho permanente do PFFC, mas como ex presidente, acredito que a sua opinião começa a ter um peso diferente por isso eu prefiro não interceder tanto e abrir espaço para os novos que aqui estão se apresentando, querendo dar a sua contribuição Mas eu digo que o PFFC precisa se reestruturar estatutariamente para que possa buscar continuidade no seu perfil de vanguarda ainda por décadas e décadas e por mais um século a frente. Tenho assim, defendido mudanças principalmente no nosso estatuto, para garantir cada vez mais avanços”. “RESGATANDO A MEMÓRIA HISTÓRICA DO CLUBE” O criador do Projeto “Resgatando a Memória Histórica do PFF” falou desta iniciativa que tanto contribuiu para a redação deste livro e para a perpetuação por meio de som e imagem, de boa parte da história do clube. “Também tivemos no decorrer das nossas administrações, a constante preocupação com o passado. Fizemos então a galeria de ex-presidentes utilizando-nos de pesquisas e do trabalho do historiador Orestes Rocha e do Wado's Fotos. Depois, em 1.997, eu fiz questão de iniciar o trabalho de arquivo histórico por meio da imagem e do som, denominando o projeto de; “Resgatando a Memória Histórica do PFFC”. Até para galeria de troféus também demos grande importância, prosseguindo com a preocupação e o projeto de resgate iniciado pelo Paschoal Bruno. E hoje, fico feliz pela continuidade que estão dando ao meu projeto de resgate da memória do nosso glorioso pffc. Tivemos grandes presidentes no PFFC, cada qual com a sua significativa participação E a mim também cabe o orgulho por ter dado a minha contribuição e ter feito do PFFC um clube com um leque de opções em obras mas principalmente em eventos esportivos, recreativos e culturais e sociais 109
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Espero sinceramente que entre os acertos e os erros, os quais também acontecem claro, pois somos seres humanos; nós possamos então sempre dar vida renovada ao PFFC e que o mesmo perdure por mais décadas e décadas e que cheguemos a 200 300 400 anos ou muito mais! Na questão de obras foram muitas, não foi tudo que eu pensava e imaginava fazer. Porém dentro do que foi nos foi possível fazer eu tenho certeza que foi feito. Quero sempre que este clube seja extensão dos nossos lares. Por isso foi que abrimos mesmo o leque! Sinto-me orgulhoso em dizer que contribui com a história do PFFC e que possamos cada vez mais melhorar. A filosofia é lembrarmos que não existe nada que se possa ficar ocioso no clube. É tudo uma questão de dar vida ao clube! Simples idéias podem se tornar grandes projetos. O clube só sobrevive mediante as taxas de manutenção e só paga manutenção quem realmente reconhece que o clube está dando o retorno esperado aos seus associados e familiares. O PFFC deve estar sempre ativo, a oferecer serviços de qualidade, senão desmotiva o sócio e ele acaba buscando outras alternativas. Assim o clube morre. Mas se você movimenta, então dá continuidade e o inverso também pode acontecer, se você deixar passar em branco, o clube pode fechar em poucos anos. O Estado, na Europa é obrigado a proporcionar lazer aqui no Brasil, diferentemente, você tem que se virar para ter o seu lazer e da sua família. Aí então é que o e o clube de maneira geral cresce em importância. Espero um renovado sucesso ao nosso glorioso e querido PFFC e desejo boa sorte a todos e que vistam sempre a camisa com muita garra e dedicação para que consigamos nos manter como clube de vanguarda que sempre fomos, sem nos esquecermos do passado, exatamente como estamos fazendo aqui e agora”, concluiu Luis Cesar Lanzoni. ANTÔNIO MARCO LOUZADA: de 1.997 a 2.000 Piscina aquecida foi o grande destaque!
Antonio Marco Louzada com Kiko Ribeiro, também quando da passagem do 95º aniversário do PFFC, em 2007
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“É importante para todos nós realmente conhecermos a história do nosso glorioso Porto Ferreira Futebol Clube. Conhecermos cada um dos seus presidentes, seus diretores e conselheiros, bem como os seus muitos colaboradores em geral. De uma forma ou de outra, todos ajudaram a construir a história do clube e o que é mais importante, todos com o mesmo objetivo de engrandecimento constante. E o resultado está a olhos vistos! Temos na atualidade uma das maiores sociedades do município e da nossa região. O PFFC tem três excelentes locais de eventos muito variados nas mais diferentes áreas de atuação do clube e dá acesso a inúmeras atividades. Historicamente sempre foi e continua sendo um clube em constante crescimento, motivo pelo qual sabemos que o PFFC sempre terá muito a oferecer para o seu grande número de sócios e, até mesmo, extensivamente, para a cidade como um todo. Eleição histórica Quando fui entrevistado no Projeto Interno “Resgatando a Memória Histórica do Glorioso PFFC” onde são gravadas filmagens com os depoimentos de ex Presidentes e demais companheiros que fizeram a história do clube, me foi questionado o aspecto histórico da minha eleição para o triênio 1.997 a 2000. De fato, foi uma, ou talvez a mais disputada da história do PFFC. Do outro lado, o concorrente a presidência era o Givanildo da Silva, que hoje tem a sua memória perpetuada no clube pois teve uma vida de dedicação e lutas para essa entidade, Mas foi uma eleição sadia. Foi uma bonita disputa da qual o nosso grupo saiu vencedor, mas sempre ressaltando que o Givanildo, bem como era do seu perfil, continuou prestando a sua contribuição. Depois, é claro, tivemos muitas outras eleições, mas creio que nenhuma delas tão disputadas como aquela na qual fui eleito para presidir o PFFC entre 1.997 e 2.000. E reiterando, foi uma eleição muito democrática. Por isso eu quero deixar registrados os meus parabéns ao Givanildo, amigo que infelizmente já não está mais entre nós, mas que tanto se doou para o sucesso e o crescimento do Porto Ferreira Futebol Clube. Começo de Mandato Ao assumirmos, tínhamos uma visão e um planejamento que incluía várias realizações no clube. Mas, primeiramente, como é absolutamente natural que aconteça em situações dessa natureza, de início de mandato, havendo transição e posse numa entidade do porto do PFFC, tivemos que destinar um lapso de tempo para deixarmos a rotina administrativa e principalmente a financeira, com o nosso perfil, o nosso estilo de administração. Fizemos alguns ajustes, também as negociações e renegociações com fornecedores e credores, enfim, tudo dentro de um curso muito natural das coisas. Depois disso, graças ao empenho da equipe de trabalho, demos início aos nossos projetos de crescimento do PFFC. É importante destacar também a preocupação inicial e depois constante que tivemos, quanto a bem focarmos a manutenção patrimonial do clube, paralela às obras e demais investimentos novos. Isso porque o PFFC tem uma peculiaridade, que é a de possuir três áreas distintas entre si: a sede social, a sede recreativa e O Ferreirão, que é o estádio. Todas as três são alvo de uma única administração central. Isso exige bastante de cada um de nós. Logo que entramos na diretoria, eu me recordo, por exemplo, que houve a quebra e o 111
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estouro dos filtros de uma das piscinas la na sede recreativa. Foi então uma operação emergencial que tivemos que realizar com a maior rapidez possível, já que o local sempre possuiu grande freqüência de sócios praticamente o dia todo. Demos prioridade para a solução daquele problema e depois sim, adquirimos novos aparelhos para a academia de ginástica e musculação, consertamos também a piscina da sauna e resolvemos até aproveitar para fazermos uma reforma geral naquele local tão freqüentado, dando mais conforto aos nossos associados. A idéia da piscina aquecida Certo dia, até trocando algumas idéias técnicas com o “Carlinho” Tomaiollo que era o nosso profissional especialista na área de educação física, concebemos um projeto, o vislumbramos e demos andamento na construção da piscina aquecida. Na realidade, antes daquela obra ter sido feita no clube, nós tínhamos uma rotina sazonal de freqüência dos sócios, pois quando chegava o final do mês de maio, o clube praticamente parava, surtindo reflexos nas demais sedes também. Era época de inverno e a freqüência diminuía consideravelmente. Percebíamos claramente a forte queda na pontualidade dos pagamentos, por questões óbvias e naturais. Sócios ausentes acabavam gerando essa queda. Na primavera, com o aquecimento do clima, a situação se normalizava. Isso era comum acontecer anualmente no nosso clube. Com esse fenômeno, sofríamos para mantermos os nossos compromissos de folha de pagamento e todas as demais despesas assumidas naturais para um clube da envergadura do PFFC. Com o advento da piscina aquecida conseguimos trazer uma nova realidade, pois demos atividades para os sócios de oito a 80 anos, com as aulas de iniciação, treinamento tanto para competição como para lazer e cuidado para com a saúde e melhoria da qualidade de vida aos nossos associados. Sempre tivemos e temos bons professores nas chamas escolinhas do PFFC e não é diferente na natação. Assim, ao movimentarmos os sócios com atividades na piscina aquecida, conseguimos indiretamente, movimentarmos também toda a sede recreativa e por conseqüência o clube de uma maneira geral. Exemplificando: enquanto uma associada faz a sua aula de natação, o seu marido está na sauna e o filho pode estar jogando futebol na quadra ou estar fazendo a sua aula de Judô ou qualquer outra modalidade, ou simplesmente freqüentando a nossa academia de condicionamento físico e musculação. Outro fator importante a ser apontado é que a piscina aquecida foi uma obra inédita para o clube, para a cidade e até mesmo para a nossa região. Por esses motivos todos foi integral o compromisso da nossa diretoria para com aquela obra tanto que ao terminarmos o nosso triênio já havíamos concluído por volta de 80% a 90% da construção da mesma. Na seqüência, o Luis Cesar Lanzoni retornou à presidência do clube e terminou a obra. Tanto que, na data da inauguração da piscina aquecida, a diretoria, reconhecendo o nosso trabalho, gentilmente me convidou, juntamente com meus diretores, para que fizéssemos o cerimonial em conjunto. É uma obra que continua funcionando muito bem e com certeza a piscina aquecida veio para ficar! Eu já me arrisco dizer até que a mesma, já está ficando pequena par atender a crescente demanda dos associados o que, de certa forma, demonstra o quanto aquele investimento foi significativo para o clube. 112
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“A grande marca da minha administração” Assim, podemos mesmo dizer que a piscina aquecida foi a grande marca da minha gestão no PFFC, ao lado dos meus diretores, conselheiros e colaboradores. Depois que a construímos, outros clubes seguiram os nossos passos tanto na cidade como na nossa região. Outras obras e investimentos No estádio O Ferreirão: fizemos todo o calçamento da entrada, o vestiário para a quadra de areia, a piscina de Biribol na área de lazer do estádio. Essa piscina, alguns anos depois foi transferida para a sede recreativa por acreditarem que naquele local ela atenderia um maior número de associados, mas com o decorrer do tempo a mesma foi desativada.
Retirada da piscina de Biribol da sede recreativa Quando fizemos a piscina de Biribol no estádio, pretendíamos dar mais opção de lazer aos associados que estivessem se utilizando da área da churrasqueira. Mas enfim, as idéias e as obras e realizações, os projetos, sofrem constante processo de mudanças e devemos encará-las como algo natural numa sociedade tão grande quantitativa como qualitativamente como é o Porto Ferreira Futebol Clube. Também lá no estádio O Ferreirão sempre mantivemos uma boa manutenção no campo de futebol. Procuramos enfim, movimentar todos os setores do clube bem para bem atendermos os nossos associados. Devemos sempre entender que o clube é um prestador de serviços e que essa função deve estar sendo constantemente alimentada com quantidade e qualidade para que a entidade mantenha boa freqüência e consiga colocar em prática seus projetos de crescimento. Sede Social: A filosofia de manutenção minuciosa também foi aplicada na sede social onde trocamos todos os ventiladores do salão de bailes e eventos, deixando aquele 113
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ambiente muito mais agradável para receber os associados. Outra ação que quase não apareceu aos olhares dos sócios, mas que teve significativa importância para a segurança de todos, foi a troca de toda a fiação elétrica da sede social. Na oportunidade verificamos que alguns fios ainda eram da época da inauguração do prédio. Eram fios encapados com panos, típicos do tempo da construção da sede e que la estavam portanto,há quase 40 anos. Crescimento Ininterrupto E foi assim, seguindo até a tradição histórica do PFFC, que a nossa diretoria também deu a sua contribuição, focando única e exclusivamente obras, projetos e investimentos que pudessem somar na jornada permanente de crescimento do nosso glorioso clube. Essa postura dentro do PFFC, de continuidade nos trabalhos, independentemente de disputas internas, além da mentalidade positiva de seus diretores, ainda é corroborada no fato do processo eleitoral permitir que os associados elejam um conselho misto, ou seja, que dentro de um mesmo mandato, tenhamos representantes de uma, duas ou mais se for caso, chapas concorrentes entre si. O que eu noto desde o início da história do Porto Ferreira Futebol Clube e que permanece até os nossos dias, é que as diretorias que se sucedem, sempre mantém a postura de continuidade das obras e dos projetos, com implantação de novas idéias e, por isso, é que chegamos até o centenário com tanto crescimento ininterrupto e projeção de que este clube ainda irá contemplar todos os associados com muitas e muitas novidades no decorrer dos anos futuros. Mudanças Necessárias Podemos até dizer que hoje o clube tem alguns pontos a serem repensados. Um exemplo é a realização dos seus bailes de carnaval. Hoje, diferentemente de décadas passadas, tornaram-se muito baixos os números das estatísticas quanto a presença de sócios nos nossos carnavais de salão. Mas é bom deixar bem claro que esse fenômeno não está acontecendo somente com o PFFC. Muitos clubes da região ou já pararam de promoverem tais bailes ou também já estão sofrendo com a falta de público e da mesma forma, pensam em encerrarem tais eventos em suas grades de programação. Nada impede, no entanto que em épocas futuras a idéia volte a ser retomada, caso haja interesse da maioria dos sócios novamente. Futebolista no primeiro CAFUCLA Quanto a minha trajetória no PFFC, antes mesmo de pertencer à diretoria e vir a ser o Presidente do clube, me recordo com muita saudade e alegria de ter participado do primeiro CAFUCLA (Campeonato de Futebol Clássico). Fui jogador do time do Olaria, conduzido pelas famílias Arnoni e Lanzoni. Muitos anos depois o transformamos no time do Bolão, nome da minha loja de materiais esportivos. Com essa equipe, levantamos um título na década de 70 e no ano seguinte chegamos novamente na final, mas ficamos com o vice-campeonato ao perdermos para o forte time do Matadouro. Participei de vários CAFUCLA’s e mesmo hoje em dia, anos depois, eu me inscrevo em campeonatos internos de futebol clássico no PFFC, próprios para a minha faixa etária o que aliás bem demonstra que o PFFC dá mesmo oportunidades para que todos os seus associados, de todas as idades realmente, tenham espaço e oportunidades para o seu 114
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lazer esportivo e também recreativo, cultural, social e outros segmentos inerentes a uma entidade como essa. Administração do tempo Fui Presidente do PFFC e ao mesmo tempo, exercia as minhas atividades comerciais e desempenhava o meu papel de Vereador do Município. Mas tudo isso eu realizei com muito discernimento , sabendo separar uma atividade da outra e portanto, por aqueles três anos de gestão do alvinegro, só tenho que agradecer pois foi uma oportunidade e uma tarefa das mais importantes que fiz com prazer e dedicação. Também me foi assim concedida a chance de contribuir. Sempre me lembrando do apoio dos meus diretores e conselheiros, bem como dos funcionários indistintamente.
Jorge Maçoneto, Benedito Leonel Filho,....., Orlando Prezotto Filho, Louzada, José Roberto Pinto, Fernando Espírito Santos e Célio Mazotti. Diretoria 1997 a 2.000
Eu ainda faço parte da administração do PFFC uma vez que estou no Conselho Vitalício. Gosto muito de acompanhar os trabalhos dentro do PFFC e, além disso, tenho procurado sempre me colocar a disposição para, de maneira direta ou indireta, ajudar as diretorias , sempre embasado nas experiências que adquiri ao longo do tempo e principalmente quando exercia presidência. Acho isso saudável porque acabo acompanhando a evolução das idéias, das obras, dos projetos muitos deles advindos de tempos atrás. Isso é muito gratificante e motiva, pois o Porto Ferreira Futebol Clube sempre ocupou em lugar todo especial em meu coração. O sentimento de gratidão Em síntese, eu quero renovar a minha gratidão por poder ter participado e continuar participando da administração do Porto Ferreira Futebol Clube, do qual pude ser o seu presidente durante três anos. Agradecer em especial a diretoria, aos conselheiros e funcionários da época, fazer uma citação especial ao meu eterno e agora já saudoso amigo Laurence que sempre esteve ao meu lado em muitas lutas da vida, sempre objetivando os melhores resultados possíveis. 115
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Desejo à diretoria atual e às que ainda estão por vir, que consigam por em prática os seus planos de ações de crescimento no PFFC, sempre me colocando a disposição para contribuir com tudo e com todos para construirmos um PFFC cada vez maior e melhor. É muito bom participar do passado e do presente e ajudar para com a construção do futuro do Porto Ferreira Futebol Clube”, encerrou Antonio Marco Louzada.
(proponho não colocar a foto do Kiko Ribeiro nessa seção do livro pois teremos dois capítulos para a diretoria atual – início e fim do livro) GALERIA DOS PRESIDENTES DO CONSELHO DELIBERATIVO
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Jadyr Sales Presidente do Conselho Deliberativo entre 1.961 e 1.964
Professor Agostinho Garcia, Presidente do Conselho Deliberativo entre 1.961 e 1.964
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Professor Bráulio Teixeira, Presidente do Conselho Deliberativo entre 1.961 e 1.964
Odair Pinheiro Prado, Presidente do Conselho Deliberativo durante duas gestões: 1.970 a 1.973 e 1.976 a 1.979
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Manoel Inรกcio Pinto, Presidente do Conselho Deliberativo entre 1.973 e 1.976
Pedro Acรกcio Biffi, Presidente do Conselho Deliberativo entre 1.979 e 1.982 119
PORTO FERREIRA FUTEBOL CLUBE: CEM ANOS DE HISTÓRIA!
João Rocha Filho, Presidente do Conselho Deliberativo entre 1.982 e 1.985
Givanildo da Silva, Presidente do Conselho Deliberativo durante três gestões consecutivas: entre 1.985 e 1.994 120
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Antônio Carlos Carvalho Antonini, Presidente Do Conselho Deliberativo entre 1.994 e 1.997
Paschoal Bruno, Presidente do Conselho Deliberativo entre 1.997 e 2.000 121
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Gerson Aparecido Zanetti, Presidente do Conselho Deliberativo entre 2.000 e 2.003
Carlos Alberto Bet, Presidente do Conselho Deliberativo entre 2.003 e 2.006
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ENTREVISTA COM SEBASTIÃO DONIZETTI MAGANIN, PRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVO EM SEU SEGUNDO MANDATO CONSECUTIVO, (2006 A 2012)
Conselho Deliberativo 2009 2012
Levantar dados históricos sobre os Conselhos Fiscais também (atas de assembléias)
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PORTO FERREIRA FUTEBOL CLUBE: CEM ANOS DE HISTÓRIA!
HINO DO PORTO FERREIRA FUTEBOL CLUBE Letra e Música: Dorivaldo Américo da Silva Júnior Tens tradição Pura emoção Clube do coração Tua bandeira alvinegra, altaneira Salve Porto Ferreira Tens tradição Pura emoção Clube do coração Tua bandeira alvinegra, altaneira Salve Porto Ferreira Porto Ferreira Futebol Clube Contemplando a tua história amiúde Tens na memória (Porto!) Tens na memória (Porto!) Em tuas listras alvinegras tão ilustres As tuas glórias e vitórias com atitude De 1.912 até os dias de hoje Com braço forte Tens nome forte Grandioso campeão no futebol Hoje és berço de todos os esportes E o teu lema é vencer Oh glorioso PFFC E o teu lema é vencer Oh glorioso PFFC
“O Hino do Porto Ferreira Futebol Clube foi escrito por mim, às 9 horas e 46 minutos do dia 15 de maio de 2011, num ateliê de artes plásticas localizado na Rua Antônio Tavares, 570, na Vila Maria, em Porto Ferreira. Procurei sintetizar cem anos de história e imprimir uma melodia apropriada para atender a uma agremiação esportiva do porte do glorioso alvinegro. A linguagem na segunda pessoa busca conservar as tradições das letras dos hinos, quase sempre mais nobres e requintadas. Rusticamente gravada a sua versão original num gravador comum de áudio, recurso hoje embutido nos “acessórios” dos computadores, eu mesmo pus a voz à capela, arquivo este cedido também ao clube como parte da história do Hino.
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Os passos para a profissionalização dos arranjos e a gravação final tiveram o intermédio do exDeputado Dorival Braga, filho do saudoso Leonildo Braga. Dorival intermediou o contato com o Dr. Evelcor Fortes Salzano, irmão do saudoso Nenê Salzano. Assim, a história foi muito caprichosa e manteve as suas origens também na composição do hino oficial, feita décadas e décadas depois desses dois ícones alvinegros, Leonildo e Nenê, terem perpetuado seus Dr. Dorival Braga nomes em nossa centenária trajetória. A gravação se deu em Campinas, SP, nos dias 4 e 5 de novembro de 2011, com arranjo de Tiago Pallone, da Pallone Produções Musicais e supervisão técnica da ferreirense Juliana Colli, filha de José Eugênio Colli que por sua vez foi o autor da letra do Hino da Cidade de Porto Ferreira, musicado por Rubens Parada. Neste Livro do Centenário do PFFC, há um CD do Hino Oficial do Clube; comprometidos que estamos frente à coordenação também desta peça literária, em passarmos às mãos dos leitores, uma obra completa..Espero que o Hino Oficial do PFFC possa estar à altura das tradições do nosso Clube” Dorivaldo Américo da Silva Júnior Dori
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O PFFC na Internet O site do Porto Ferreira Futebol Clube recebe o trabalho da designer gráfica e consultora de marketing.... com alimentação das matérias pelos professores...
Falar do Departamento de Marketing
“Hoje és berço de todos os esportes” (...) Diz o Hino agora oficial do PFFC que “hoje és berço de todos os esportes”(...) Esse fato está mais do que evidenciado quando observamos em detalhes as atividades do Departamento de Esporte, Recreação, Lazer e Cultura do clube. Os capítulos a seguir ficam por conta do Diretor de esportes do PFFC Luciano D’avila que ficou entre os cinco melhores no Prêmio Gestor de Clubes 2011.
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Berço de todos os esportes...
Foto histórica Atletismo FALAR DE TODAS AS MODALIDADES ESPORTES (SÍNTESE) NOS ÚLTIMOS 10 ANOS
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TRADIÇÃO DAS ATIVIDADES SOCIAIS DO PFFC
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Legenda legenda
Legenda legenda legenda legenda legenda
ARMANDO ARNONI, eterno Rei Momo do PFFC Arrmando Arnoni comeรงou o seu reinado de Momo no PFFC em...... Seu amor pelo clube o levou a ocupar cadeira como Conselheiro Deliberativo Faleceu em..... (ver com seu Adolfo, atas ou museu....)
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NARRAR HISTÓRIA DO CASAL QUE SE CONHECEU NO PFFC E SE CASOU... (ver se filhos também conseguiram namoro no PFFC) Ver fotos do PEC, Canecão, Os Paias, Boi Infanto Juvenil, 69, etc... 1.982/83 Ver se o Lamellas também foi do nosso clube Antigas debutantes Havaí Luau Sextaneja Zeus Época da Discoteca Bailes de Aniversário da Cidade Bailes de Casais (foto do Peixe) Foto Dorfo com tejadinha
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A história do patrimônio do Porto Ferreira Futebol Clube Sede Social A compra do primeiro terreno para a construção da sede social na praça Cornélio Procópio, hoje sob o número 174, no centro da cidade se deu no ano de 1.948, sob a presidência de Mário Borelli Thomaz. O Jornal O Ferreirense da época destacava a iniciativa:
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FUNCIONÁRIOS DO CENTENÁRIO FOTOS FOTOS FOTOS FOTOS FOTOS FOTOS ENTREVISTA FINAL COM KIKO RIBEIRO Fotos do Congresso de clubes em salvador Bahia SOBRE O QUE ELE PENSA SOBRE O CLUBE DAQUI A 100 ANOS ENCERRAMENTO FUTURISTA (ESTILO HANS DONNER) VER COM QUATROMANNI CRÉDITOS JORNALISTA RESPONSÁVEL
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