Vida de Gamer | #02

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2ª edição | Junho de 2012

Fallout 3

Antigas franquias

Top 10

A duração dos games

Conheça um mundo destruído por uma guerra nuclear

Relembre algumas séries que foram esquecidas por seus criadores

Os melhores jogos em duas dimensões que eu já joguei

Você prefere jogos mais longos ou uma experiência que não demore tanto?


‘It wasn't impossible to build rapture at the bottom of the sea, it was impossible to build it anywhere else.’

Andrew Ryan, BioShock


16

Life, EXP & Continues Medo de ultrapassar 06 Não é fácil ser um retro gamer 07

Videogames e Cultura

WoW na educação das crianças 08 Cineasta ou game designer? 09

Visões sobre a indústria

Winning Eleven. Sinônimo de videogame no Brasil 10 Do 2D para o 3D 11

Museu

13 20

Franquias esquecidas 12 Uma boa história em forma de game 13

Discussões

RPGs: Batalhas por turno ou em tempo real? 14 Jogos curtos ou longos, o que prefere? 15

Impressões

O dia seguinte 16 Nariko e os vilões memoráveis 18

O design dos jogos

Emoção a flor da pele 20 Os mundos abertos e faça a coisa certa (ou não) 22

Listas

Os melhores 2D que já joguei 24

Games+Arte God of War 05 Red Dead Redemption 19 Alan Wake 23

24


E depois de uma primeira edição que levou muito tempo para ser lançada, estou de volta (bem antes do que eu imaginava, é verdade) para lhes apresentar mais uma coletânea de textos que escrevi nos últimos anos e dispostos aqui na forma de uma revista digital. Mas se na anterior eu reservei esse espaço para agradecer várias pessoas que ajudaram, direta ou indiretamente, este sonho a se tornar realidade, dessa vez eu gostaria de deixar meu muito obrigado a todos aqueles que baixaram ou leram a versão online. Até o momento em que escrevia esse editorial, mais de 600 downloads já haviam sido feitos, além de mais de 2800 visualizações, algo que, é claro, me enche de orgulho. Além disso, foram muitas opiniões, dicas e elogios recebidos nesse último mês, o que me motivou muito a dedicar várias horas na produção desta segunda edição e que espero, esteja tão boa ou melhor que a inicial. Para quem estiver se perguntando sobre a capa, eu escolhi utilizar o Fallout 3 nela por o considerar um dos melhores jogos dessa geração e um dos mais divertidos que já joguei, embora ainda não o tenha terminado e como nas próximas páginas você lerá a minha primeira impressão sobre ele, texto que escrevi no início de 2009, nada mais justo do que fazer essa pequena homenagem. Então, sem mais enrolação, espero que tenha uma boa leitura e até a próxima, Dori Prata

APOIO:

Meio Bit


“...esta noite jantaremos no inferno!� God of War | Trecho do filme 300, de Zack Snyder


26 de março de 2007

Life, EXP & Continues

Medo de ultrapassar acelerador" e vamos embora, pois mesmo que aconteça um acidente, logo, logo conseguimos alcançar de novo o adversário. Após cerca de 15 anos de espera consegui achar um jogo que se aproxime dessas características e inclusive pertence a uma das duas séries citadas acima. Se trata do divertido Test Drive: Unlimited, Unlimited, disponível para Xbox 360, Playstation 2, Playstation Portable e PC.

Sempre gostei muito de jogos de corrida, porém de uns anos para cá acabei perdendo um pouco o ânimo para este tipo de jogo. Para explicar o motivo desta falta de empolgação, preciso voltar alguns anos no tempo e relembrar dois jogos que causavam uma grande tensão ao se tentar ultrapassar um automóvel. No início dos anos 90 conheci dois games que mais tarde virariam febre no mundo todo, arrebatando verdadeiras legiões de fãs, eram eles o The Need for Speed e o Test Drive II: The Duel. Duel. Na prática ambos tratavam de corridas um contra um, no geral em pistas de rua. Nada de ficar dando voltinhas em circuitos, embora o TNfS tivesse algumas pistas fechadas. Os dois jogos possuíam uma inteligência artificial apurada para a época e era o mais perto que poderíamos

chegar de dirigir uma Ferrari, uma Lamborghini ou um Porsche. Mas o que mais me fascinava nesses games eram duas características. Uma delas era a visão dentro do carro, com direito a painel, volante e tudo mais. Só isso já elevava o realismo às alturas, a outra era o medo que sentíamos ao fazer uma ultrapassagem. Tanto em TNfS quanto em TD2, TD2, ao chegar próximo de um carro e tentar ultrapassar precisávamos pensar duas vezes, principalmente se estivéssemos usando a câmera interna. A visibilidade era pouca e como as pistas eram estreitas e sinuosas, não eram raras as vezes em que acabávamos colidindo de frente com outro carro. Acho incrível como os jogos atuais não conseguem passar esta sensação de perigo ao se fazer uma ultrapassagem. Hoje simplesmente colocamos o carro de lado, "pisamos no

No game você é um sujeito que se muda para a ilha de Oahu no Havaí com a intenção de disputar rachas pelo local. O interessante é que o jogo é quase um simulador de vida, pois você precisa comprar carros e até casa e conforme vai ganhando corridas, adquire mais dinheiro que pode ser investido em novos bens. O jogo impressiona principalmente por sua grandiosidade. Toda a ilha está a sua disposição e a Atari, empresa responsável pelo jogo, afirma que foram recriados todos os mais de 1500 km² do lugar, além de contar com 65 fabricantes diferentes, incluindo Aston Martin, Mercedes e Lamborghini. Some a isso um dos melhores modos online da atualidade, onde vários jogadores podem disputar corridas pela ilha, além de comprar, vender e trocar carros e peças. Portanto, vou deixar a dica aqui para quem gostava da diversão oferecida por dois dos melhores games de corrida já criados. Se você possui alguma das plataformas citadas acima, adquira uma cópia do Test Drive: Unlimited e volte a pensar duas vezes antes de fazer uma ultrapassagem. 06


07 de aagosto de 2009

Life, EXP & Continues

Não é fácil ser um retro gamer Vez ou outra somos levados à velha discussão de que gráficos não são fundamentais, o que importa é a diversão. Mesmo concordando com a afirmação, tenho que admitir que sou um jogador apaixonado por belos gráficos. A sensação de ver o espetáculo visual proporcionado por títulos como Killzone 2 ou Gears of War é algo quase inenarrável e confesso ficar desanimado com alguns bons jogos que possuem uma péssima qualidade visual. Mesmo assim não abro mão de um bom conteúdo e tenho notado algo que me incomoda. Há alguns dias comprei um Mega Drive e um Super Nintendo, muito motivado pela vontade de ter novamente os consoles que já possuí e principalmente, para poder jogar alguns games antigos que tanto gostava. Ao comentar sobre as aquisições com conhecidos, alguns deles me questionaram porque dessa “maluquice”. Porque gastar dinheiro com aparelhos velhos, sendo que possuo os videogames da atual geração e que, segundo eles, a qualidade é incomparável.

360, nunca mais conseguiriam chegar perto dos gráficos de um Snes/Mega Drive, que os jogos chegam a beirar o ridículo perto de um Resident Evil 5, blá, blá, blá… De fato, tecnologicamente os consoles atuais são impressionantes: som com mais de meia dúzia de canais, gráficos capazes de nos mostrar até os poros da pele de um jogador de futebol virtual, conexão com a internet, HD, física ultrarealista, mas e daí? O que esses “pequenos detalhes” querem dizer quando o que importa são os jogos e nesse aspecto, me desculpe a geração High-Definition, mas felizmente (ou infelizmente), há muitos jogos das antigas que dão um show em megaproduções que custam milhões de dólares para serem produzidas.

diversão x gráficos e sim tentar descobrir porque algumas pessoas possuem tanta resistência aos jogos velhinhos. Porque eu posso ter horas de diversão assistindo um Cidadão Kane, Psicose ou lendo um livro de Lewis Carroll, mas não posso deixar meu PS3/X360 desligado para saborear com calma as horas proporcionadas ao tentar salvar a pele de Conrad B. Hart, protagonista do inigualável Flashback: The Quest for Identity?

Por favor, não quero começar outra guerra

Mesmo após tentar argumentar, fui obrigado a ouvir que por terem jogado num PS3 ou Xbox

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15 de outubro de 2007

Videogames e Cultura

WoW na educação das crianças Há anos se discute a influência dos jogos no comportamento violento das pessoas. Muitos defendem o argumento de que games violentos incentivam o desenvolvimento de uma personalidade explosiva. Mesmo assim, Robin Torres publicou um artigo muitíssimo interessante no WoW Insider, blog que fala sobre o MMORPG World of Warcraft. Warcraft. No texto, Torres levanta a idéia de se usar o jogo no auxílio à educação das crianças. A idéia parece maluca a princípio, mas possui argumentos plausíveis. O autor afirma através de tópicos como: respeito, independência e trabalho em equipe, que o game possibilita uma socialização que pode ser usada positivamente. Ele diz ainda que jogos online permitem que, com a supervisão dos pais, as crianças possam ter mais facilidades em lidar com problemas corriqueiros da vida normal e acabam aprendendo a investir melhor seu dinheiro, fazer negócios, respeitar hierarquia e ter auto-estima. Além de adquirir mais familiaridade com o computador.

pessoas inscritas no jogo, daí o risco iminente. Para Torres esse aprendizado só será alcançado caso os pais saibam traçar um paralelo entre o jogo e a vida real e mostrar aos filhos que sendo uma pessoa boa, ela só tem a crescer e ser bem quista por todos, tanto no mundo virtual, quanto no real. Acho o ponto de vista do autor interessante e algo a ser discutido. RPGs por essência já são jogos com o foco na formação, principalmente, do caráter dos personagens e se bem administrado, a meu ver pode sim ajudar na educação de crianças. É claro que com limites e cuidado, mas que se trata de um assunto polêmico, isso é inegável.

A supervisão é importante também por que como todos sabemos, os jogos online estão cheios de pessoas mal intencionadas e ninguém gostaria de ver seus filhos expostos a isso. Embora possa parecer estranho para nós pensarmos em crianças jogando World of Warcraft, Warcraft, saiba que a prática é comum nos Estados Unidos e em muitos casos alguns pais usam o jogo como uma espécie de babá eletrônica. Mesmo que esta babá possa ser qualquer uma das 9 milhões de 08


22 de julho de 2008

Videogames e Cultura

Cineasta ou game designer? Ao colocar o game Boom Blox pela primeira vez no meu Wii, lembrei do meme criado aqui onde eu pedia para os blogueiros falarem um pouco sobre alguns game designers de sua preferência e talvez você nem saiba, mas um dos diretores mais premiados de Hollywood já se meteu na indústria dos games e para nossa alegria, sempre que ele se aventurou nos jogos eletrônicos o resultado foi primoroso. Gostaria de falar um pouco sobre a (breve) carreira de Steven Spielberg como consultor/produtor/diretor de videogames. The Dig

então a produção do game que conta a história de um grupo de astronautas que vão destruir um meteoro que ameaça acabar com nosso planeta. É verdade que o projeto acabou mudando de mãos e o novo diretor mudou muitos aspectos do game original, mas a fantástica história, os personagens muitíssimo interessantes e a semelhança com o clássico 2001: Uma Odisséia no Espaço fazem com que The Dig seja um dos mais fantástico jogos da história. Tenho orgulho em dizer que possuo uma cópia original dessa verdadeira obra-prima que demorou seis anos para ser produzido.

Interactive e quem conhece o diretor, sabe de sua fixação pela segunda guerra mundial, então nada melhor do que produzir um jogo sobre o assunto. Ele ajudou então a desenvolver o primeiro jogo da série Medal of Honor. Podemos dizer que nascia ali a febre dos FPSs ambientados durante o período que abrange entre 1939 e 1945. O jogo possui uma produção fantástica e sua veracidade era algo inacreditável para época, fazendo com que MoH seja considerado um dos melhores jogos do PS1. Boom Blox

Por volta de 1989, Spielberg teve a idéia de fazer um jogo que tivesse um enredo acima da média. Inspirado pelos filmes Forbidden Planet e O Tesouro de Sierra Madre, o diretor criou o conceito do jogo que foi apresentado ao pessoal da LucasFilm. Começou

Medal of Honor Quando Spielberg fundou a Dreamworks, ele decidiu que estava na hora de voltar aos games. Nasceu então a Dreamworks

Em 2005 Spielberg fechou uma parceria com a poderosa EA e do acordo devem nascer três jogos, sendo que um deles foi lançado este ano, trata-se de Boom Blox, um puzzle com um elaborado sistema de física onde o jogador deve derrubar vários blocos presentes nos cenários. Embora o game não tenha a “profundidade” dos outros títulos onde o diretor se envolveu, Boom Blox é um título bastante divertido e que consegue fazer o que se propõe, entreter. Mesmo longe de ser um dos gênios da indústria, Steven Spielberg já mostrou que gosta de videogames e que sabe exatamente o que fazer para agradar o jogador. O sujeito possui uma criatividade absurda e assim como no cinema, provou nos jogos que suas idéias devem ser ouvidas. Quem dera sua carreira como produtor de jogos fosse tão extensa quanto a de diretor de filmes. 09


1º de fevereiro de 2008

Visões sobre a indústria

Winning Eleven. Sinônimo de videogame no Brasil

Após refletir sobre o comentário de um leitor aqui no Meio Bit Games, decidi escrever este post falando sobre o jogo Winning Eleven e como ele se tornou sinônimo de videogame para muita gente no nosso querido país. Quando o Playstation começou a fazer sucesso ao redor do mundo, logo o Brasil entrou na onda e muitos gastaram seu rico dinheirinho no console. A Konami enxergando um vasto mercado para os jogos de futebol no mundo dos games, fez sua primeira tentativa nos gramados 3D com o game Goal Storm, Storm, desconhecido da maioria dos amantes da peleja virtual da empresa japonesa, como já tinha alguma experiência com jogos sobre o esporte, principalmente com o fantástico International Super Star Soccer para o saudoso Snes, seus desenvolvedores voltaram para o estúdio e começou então seu reinado (pelo menos no Brasil) lançando no ocidente o World Soccer Winning Eleven. Eleven. A série começou a ganhar adeptos e hoje serve de motivo para compra de consoles para muitos jogadores. Cheguei então onde eu gostaria. Conheço muitas pessoas que possuem videogames, mas poucos que amam os mesmo. É claro que gosto é algo muito pessoal, mas acho engraçado

pessoas que adquirem um console apenas para Eleven, ou como muitos dizem: jogar Winning Eleven, Eleven". Respeito a opinião de cada um, "Wing "Wing Eleven". mas conheço muitos que compraram um PS2 apenas para disputar algumas partidas com os amigos e nem querem conhecer outros estilos, ou até mesmo outros jogos de futebol. Invariavelmente esses "gamers" são pessoas com pouco tempo, com pouco conhecimento sobre o assunto e se me permitem dizer, avessos à novas experiências. Eles se contentam com seus consoles da forma como estão, muitas vezes nem sabendo acessar a tela de gerenciamento de memory card, ou como alguns chamam: "memória card". Na maioria das vezes eles só estão preocupados em saber se já foi lançada alguma versão nova do jogo ou se aquele patch com o Campeonato Brasileiro muito mal acabado já está disponível para a venda. Particularmente, acho um terrível desperdício de potencial, mas de toda forma estas pessoas

estão se divertindo da maneira que gostam e sem prejudicar ninguém, mas costumo os comparar aos usuários de computador que apenas os utilizam para usar o MSN e visitar o Orkut. Devo dizer que gosto muito de Winning Eleven, Eleven, já fiz muitos amigos por causa do game e sempre que estou com vontade de jogar alguma coisa apenas para descontrair, ligo meu PS2 e jogo algumas partidas pela Master League, além de poder dizer que vi o nascimento da série que fez muita gente "se apaixonar" por videogames. Concluindo, acho legal este lado "agregador" do Winning Eleven, Eleven, mas penso que as pessoas deveriam ter a mente mais aberta a outros estilos de jogos, pois desta forma elas estão deixando de viver muitas experiências interessantes. 10


11 de dezembro de 2007

Visões sobre a indústria

Do 2D para o 3D Atualmente a maioria do jogos são feitos em 3D. Essa tendência começou a partir de 1995-1996 quando a Sony apostou suas fichas no estilo e lançou um videogame capaz de produzir gráficos espetaculares em três dimensões. O grande problema é que muito antes, os videogames já faziam sucesso e todas as franquias criadas até então usavam uma dimensão a menos. Infelizmente a adaptação dessas séries foram traumáticas, pelo menos na maioria das vezes. A lista de jogos que receberam versões sofríveis com a mudança é extensa: Mega Man, Contra, Castlevania, Street Fighter, Final Fight e isso só para citar alguns. Porém, algumas foram bem adaptadas, como o Mario, Grand Theft Auto e Metroid. Sempre que uma antiga franquia irá receber um novo jogo, muitos gamers imploram para que mantenham a jogabilidade em duas dimensões e em muitos casos, atender o pedido do jogador mostrou ser a atitude correta. Recentemente a Konami refez o clássico Dracula X: Rondo of Blood para o PSP com gráficos em 3D, mas com uma jogabilidade 2D e a versão de Contra para o PS2 possui a mesma característica. A

Capcom também relançou o Ghosts ‘N Goblins para o portátil da Sony nestes moldes e pelo jeito fará o mesmo com seu aguardadíssimo Street Fighter IV. A minha maior dúvida é: Por que isso não se torna mais freqüente? Por que as empresas ainda insistem em migrar franquias clássicas para as três dimensões e desagradar vários fãs? Seja como for, apesar de gostar dos jogos com gráficos 3D e jogabilidade 2D, ainda acho que o charme dos sprites é incomparável e lamento por ver que jogos “desenhados” estão ficando cada vez mais raros.

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11 de fevereiro de 2008

Museu

Franquias esquecidas Várias plataformas receberam conversões do jogo, mas uma das melhores é a terceira versão da franquia para o Mega Drive. Rolling Thunder era um jogo de ação onde você controlava um agente secreto que busca acabar com uma organização terrorista. Com bons gráficos, dificuldade alta e jogabilidade viciante, é de se estranhar a Namco ter esquecido da marca.

Já a Climax conseguiu fazer um rpg com batalhas em tempo real e que embora poucos admitam, era tão divertido quanto o The Legend of Zelda: A Link to the Past. Past. Esse jogo se chamava Landstalker e divertiu os donos de um Mega Drive por muitos anos. Embora um remake do jogo tenha sido anunciado para o PSP (quase chorei ao ver o vídeo), não se ouviu mais falar no assunto e os fãs aguardam ansiosamente por uma confirmação.

Certa vez escrevi um texto para o Meio Bit falando sobre cinco jogos que eu gostaria de ver refeitos. Relembrando alguns clássicos do Mega Drive com um amigo esses dias, decidi citar mais cinco títulos que foram esquecidos pelo tempo.

Quem também parece ter deixado de lado outro sucesso dos arcades foi a Sega com o competente ESWAT: Cyber Police. Police. Tendo sido um dos primeiros lançamentos do Mega Drive, o jogo se popularizou no Brasil graças ao console da empresa. Com uma ótima conversão, sendo que contava com novas fases e armas, o jogo mostrava o potencial do aparelho e deixou saudades com seu estilo parecido com o do Rolling Thunder. Thunder.

Por último mas não menos importante, cito um dos maiores clássicos da década de 90: Battletoads. Battletoads. Um dos mais difíceis games já lançados, a aventura dos sapos lutadores sempre volta a memória dos jogadores e sendo bem feito, tenho certeza que seria um sucesso estrondoso de vendas.

Quero ressaltar que com exceção de um dos jogos citados, a lista foi montada com base apenas no saudosismo, portanto, a menos que algo mude no futuro, não espere por um remake desses jogos tão cedo. Então, vamos começar.

Definitivamente a Sega é a empresa que mais gosta de matar antigas franquias. Super Hang On, On, Alex Kidd, Kidd, Streets of Rage, Rage, Kid Chameleon, Chameleon, etc. A lista é imensa e para citar mais um clássico que nasceu no arcade e que depois apareceu no Mega Drive, alguns de vocês devem lembrar do Alien Storm. Storm.

Ao contrário do que acontece hoje, durante a década de 80 os arcades reinavam entre os gamers. Com um hardware muito poderoso, invariavelmente, os fliperamas eram capazes de executar games mais belos que nos consoles. Uma das empresas com mais prestígio na época era a Namco e uma de suas criações mais idolatradas pelos jogadores atendia pelo nome Rolling Thunder. Thunder.

Você deve ter notado que todos este jogos foram feitos em 2D e fica difícil imaginar como ficariam em três dimensões. De toda forma, como sonhar não custa nada, fico imaginando eles refeitos em 3D mesmo e com o poderio dos novos consoles. Quem sabe um dia…

Muito antes de Gordon Freeman tentar salvar a terra, um trio de heróis já realizava a façanha lutando contra seres de outro planeta nesta espécie de beat ‘em up. Embora a versão do Mega Drive fosse visivelmente inferior a dos fliperamas, o jogo impressionava e possuía duas fases inéditas. 12


10 de dezembro de 2007

Museu

Uma boa história em forma de game

No início da década de 90 existia um gênero de jogos chamado Adventure que infelizmente foi praticamente extinto (não confundir esse estilo com os jogos de aventura como Sonic ou Mario). A idéia dos adventures era a exploração e investigação, com ênfase na solução de quebracabeças e alguns títulos fizeram muito sucesso dentro deste gênero, como Maniac Mansion, Snatcher e Out of this World. Neste texto vou falar sobre um dos jogos com um dos melhores enredos já lançados: Flashback: The Quest for Identity. No game lançado pela francesa Delphine Software em 1992, você era Conrad B. Hart, um agente de uma força de investigação intergalática. Após um trabalho, ele tem sua memória apagada e sua missão é descobrir o que está por trás dessa história repleta de conspirações e reviravoltas. O jogo se passa no futuro e tem um clima

parecido com o do filme Blade Runner. Sua ambientação é fantástica e os movimentos dos personagens são idênticos ao de um ser humano. Para a animação, foi usada a técnica de rotoscopia, a mesma usada nos clássicos Prince of Persia e Out of this World e pode ser considerada a precursora da captura de movimentos. O grande destaque de Flashback, além dos gráficos, são mesmo sua trilha sonora e história. Com um enredo cativante e cheio de mistérios, é praticamente impossível não se sentir preso ao jogo. O game foi lançado inicialmente para o amiga e depois recebeu várias conversões, como para o PC, Mega Drive, Snes, Sega CD, 3DO e Apple Macintosh. A diferença era pouca, mas os sistemas mais poderosos possuíam algumas CGs a mais. Houve ainda uma sequência em 3D para o PS1, mas que nem de longe lembrava o clássico e a Delphine planejava ainda lançar uma

versão para o Game Boy Advance, mas como a empresa fechou, o trabalho não foi terminado. Dois fatos curiosos sobre o jogo é que ele é o game francês mais vendido da história e que muitas pessoas ainda pensam que se trata de uma sequência da criação de Eric Chahi, o Out of this World, o que não é verdade. Como o jogo se tornou um abandonware, um programador reescreveu a engine do game para rodar em diversas plataformas mais modernas, incluindo MacOS X, Nintendo DS, PSP e Playstation 2. Portanto, se você quer conhecer um dos melhores jogos de todos os tempos ou gosta de uma boa história, não deixe de jogar este clássico. 13


5 de maio de 2008

Discussões

RPGs: Batalhas por turnos ou em tempo real? Há algumas semanas eu estou jogando o fantástico Mass Effect e desde que comecei a aventura o seu sistema de batalha me cativou. No jogo praticamente não há pausa nas batalhas, tudo funciona como um jogo de ação em terceira pessoa. Você deve mirar nos inimigos, se proteger atrás de objetos e só precisa parar as batalhas para trocar de armas ou escolher as magias. Depois de pensar um pouco, cheguei a conclusão de que não gosto mais de batalhas por turno em RPGs. Cresci jogando games do gênero com esta mecânica e mesmo não vendo problema nela, acho que as brigas em tempo real trazem mais dinamismo aos RPGs. Todos sabem que os Role Playing Games são jogos mais parados, com muitos textos e (que deveriam ter) boa história. O que para muitos é uma qualidade, para uma boa parte dos jogadores é o que os impedem de gostar destes games. No caso dos RPGs com batalhas em tempo real, essa "monotonia" acaba sendo diminuída e pode fazer com que até aqueles

que não gostam desse estilo de jogo sintam-se mais a vontade. Basta ver a quantidade de pessoas que gostam de games como Brave Fencer Musashi, Musashi, The Legende of Zelda, Zelda, Alundra e mais uma infinidade de outros títulos mesmo sem nunca ter "aguentado" jogar mais de duas horas de algum Final Fantasy ou Dragon Quest. Quest. E isso que nem vou entrar no mérito de jogos no estilo do Diablo ou Baldur’s Gate. Gate. O fato é que mesmo o Final Fantasy, Fantasy, a série de maior sucesso no ocidente, já está deixando os turnos um pouco de lado. Quem já jogou a décima segunda versão do game ou o Crisis Core para PSP, viu que as lutas estão mais dinâmicas e é muito provável que a Square-Enix adote algo parecido para os próximos games. Eu gostaria de lançar uma questão para vocês então: Qual tipo de RPG te agrada mais? Os que possuem batalhas por turnos, ou aqueles em tempo real?

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23 de fevereiro de 2009

Discussões

Jogos curtos ou longos, o que prefere? Há pouco o blog Destructoid postou uma notícia dizendo que o tão aguardado (não por mim) Resident Evil 5 pode ser considerado um jogo curto. A informação divulgada pela revista britânica Xbox World 360 garante que o jogo pode ser terminado em menos de 8 horas. Contando ainda com cerca de 80 minutos de cenas não interativas, pode colocar aí que você terminaria o game em um final de semana. O que me fez prestar atenção nessa notícia é: O que você prefere? Jogos mais curtos ou aqueles que demoram mais? Vejo muitas pessoas dizendo que não possuem muito tempo para jogar e por isso preferem os jogos com duração menor, dessa forma podem jogar do início ao fim numa tacada só. Por outro lado, com o preço astronômico dos games hoje em dia, não seria melhor ter em mãos um título que você possa jogar por muitos meses? Cito como exemplo alguns casos que aconteceram comigo recentemente. Depois de terminar o Call of Duty 4 e o Uncharted: Drake's Fortune no PS3, fiquei com aquela sensação de “poxa” mas já acabou?”. Ambos os jogos são muito bons e no caso do jogo do Nathan Drake, a decepção foi ainda maior, já que o game não possui modo multiplayer. Mas não posso deixar de falar sobre o outro lado da moeda. Também há poucos dias eu comecei a jogar o The Elder Scrolls IV: Oblivion, Oblivion, dessa vez no Xbox 360. Também de ótima qualidade, o jogo

chega a assustar devido o seu tamanho e complexidade. Qualquer tarefa que precise ser feito no jogo demanda muito tempo e para chegar ao seu final fazendo uma boa parte de suas missões, pode se preparar para passar das 100 horas de jogo. Então, gostaria de saber a sua opinião. Deixando o fator qualidade de lado, considere que estamos falando sobre jogos bons em ambas as opções, é melhor investir em um título que dure por muitas horas, ou você prefere um jogo mais curto para terminá-lo logo? 15


Impressões

O dia seguinte Embora eu tenha começado a jogar o Fallout 3 há poucos dias e não feito muita coisa no jogo, gostaria de falar um pouco sobre o que achei dessa fantástica obra de arte e para começar, gostaria de lhe situar no enredo do jogo, mesmo que superficialmente. [...]

10 de março de 2009


Fallout 3 se passa no ano de 2277, 200 anos após o “mundo acabar” devido a uma guerra nuclear. A humanidade foi praticamente extinta e os outros animais que sobreviveram foram terrivelmente afetados pela radiação. Quando os ataques estavam perto de acontecer, alguns grupos se refugiaram nas montanhas e criaram abrigos chamados de Vault. O jogo começará com você nascendo em um desses abrigos, onde viverá até os 19 anos, antes que algo aconteça e te obrigue a fugir da segurança (e tirania) do local, caindo no que restou da antiga Washington, capital dos Estados Unidos. Desde criança eu sempre fui muito vidrado nessas histórias pós-apocalípticas e por isso não via a hora de por as mãos no game. No início, sua permanência na Vault 101 serve como um tutorial e acho até que alguns jogadores não irão gostar muito do jogo nessa parte, correndo inclusive o risco de largá-lo prematuramente, pois é após sua saída do abrigo é que as coisas começam realmente a ficar interessantes. Para começar, pense que você é uma pessoa que viveu toda a vida dentro de um buraco. Se conseguir entrar na pele do personagem, a idéia do mito da caverna de Platão virá a tona logo que a porta de segurança for aberta.

Sem nunca ter visto a luz do Sol, seus olhos demorarão para se adaptar a tanta claridade e quando ela passar, você verá uma das imagens mais assustadoras que um videogame já proporcionou. O mundo está completamente devastado. Pontes, árvores, estradas, prédios, tudo está em ruínas e você começa a perceber que talvez não tenha sido uma boa idéia fugir do seu querido abrigo. Após andar um pouco pelo lugar e chegar até uma pequena vila próximo a Vault 101, eu tive noção da brutalidade mostrada em Fallout 3. 3. O lugar, também completamente destruído, possui, além de algumas casa, um parque de diversões e uma escola, que abriga algumas pessoas nada amistosas e os corpos de suas vítimas pendurados pelas paredes do ambiente. Tudo isso embalado por música da melhor qualidade vinda diretamente da década de 1950. Admito que a imagem daquele parquinho ainda está na minha cabeça e isso mostra que para nos chocar, as vezes uma cena não precisa ter sangue ou vísceras por toda parte. Algo que não demorei a perceber é que aqui nós realmente tememos a morte. Talvez pela imersão extraordinária, talvez pela simples falta de munição e/ou repositórios de energia, o fato é que cada vez que me aproximo de uma construção, eu vasculho toda a proximidade do lugar e olho cada canto

dentro dos prédios. Isso porque mesmo sabendo que ali deverá ter algo de valor, os meus inimigos também sabem disso e a chance de sair vivo dali é muito pequena. Lembre-se, após o fim do mundo, alguns itens como comida e armas podem valer muito mais do que o dinheiro. O que quero dizer, é que além de uma mecânica sólida e muito conteúdo, Fallout 3 brilha (e principalmente impressiona) na tarefa de nos mostrar como seria viver em um planeta onde a noção de sociedade como conhecemos hoje não existe mais. Em Wasteland, o que manda é a lei dos mais fortes e dizer que o jogo nos incentiva a escolher entre o bem e o mal é simplificar demais a proposta do jogo, até porque a noção de certo ou errado é algo muito relativo e talvez (apenas talvez) comer a carne de outro ser humano para sobreviver não seja algo tão absurdo assim. Enfim, algumas pessoas tem me perguntado ultimamente se vale a pena jogar o Fallout 3 ou tudo não passa de hype. Como disse antes, avaliar um jogo é algo complicado, mas na minha opinião, se você puder ter apenas um jogo para Xbox 360, PS3 ou PC, aconselho pegar a aventura da Bethesda. Além de ter uma ambientação impecável, o jogo poderá te entreter durante meses, talvez até anos. Curiosidade: Fallout é o nome dado ao resíduo de radiação que continua “caindo” na atmosfera mesmo muito tempo depois de uma explosão atômica.

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22 de março de 2009

Impressões

Nariko e os vilões memoráveis É inegável que vivemos a era dos vilões. Depois de termos visto um ator levar um Oscar por ter feito “um palhaço” e conseguir ofuscar um dos maiores heróis da história, podemos chegar a conclusão de que não é muito difícil o ser humano torcer para os malvados vencerem no final, só que depois de jogar o Heavenly Sword, Sword, eu voltei a sentir raiva de um malfeitor. Um não, vários. Além de contar com uma jogabilidade muito parecida com as da série God of War e possuir uma heroína belíssima e com muita personalidade, o que mais me prendeu no jogo foram os vilões. Fazia muito tempo que eu não sentia tanta raiva de algum inimigo num jogo, mas não digo raiva só por serem difíceis de derrotá-los (o que também acontece no jogo), mas raiva pelo caráter da turma que tenta acabar com a sua raça. O quarteto principal é formado por três homens e uma “mulher”. Desses indivíduos, de longe o mais asqueroso é o General Flying Fox. Com um comportamento inclusive muito parecido com o do Coringa interpretado por Heath Ledger, ao longo da aventura vamos criando uma antipatia tão grande por esse excomungado que ao conseguir vencê-lo parecia que eu havia tirado um peso enorme das minhas costas. O lunático passa todo o tempo debochando da protagonista e realizando ações dignas de deixar até o Darth Vader revoltado.

Achei fantástica também a idéia de todos eles pareceram pessoas perturbadas mentalmente, verdadeiros psicopatas que demonstram causar o mal apenas para fazer outras pessoas sofrerem as custas de seu divertimento. Ao contrário da maioria dos personagens dos games que atormentam a vida dos outros, mas que não chegam a nos incomodar, aqui é quase impossível não tomarmos as dores da ruiva e isso se deve claramente ao comportamento desses vilões. Só para citar um exemplo, do início ao fim do jogo você verá insinuações sexuais por parte do Rei Bohan em relação a Nariko e isso nos causa uma repulsa indescritível por aquele sujeito. Veja também o caso da igualmente repugnante Whiptail que em certo momento revela para Nariko um segredo que a faz repensar tudo o que havia feito até ali e começa a matar seus inimigos apenas pelo prazer de ver o sangue escorrer. No fim, a insanidade é tão grande que depois de um tempo parece que até a personagem começa a exalar uma certa quantidade de maldade. Leve em consideração o excelente trabalho de dublagem e a insanidade do grupo é algo para nunca ser esquecido. Concluindo, acho de extrema valia notar que os produtores estão buscando alternativas para que os jogos fiquem mais parecidos com os filmes e nesse quesito o Heavenly Sword é muito bem sucedido. Só sei que agora essa rapaziada do mal sempre entrará na minha lista dos piores (ou seria melhores?) vilões dos games. 18


"Há dois tipos de pessoas no mundo: aquelas que têm a corda no pescoço e as cujo dever é cortá-la.” Red Dead Redemption | Trecho do filme Três Homens em Conflito, de Sergio Leone


O design dos jogos

Emoção à flor da pele Ao longo dos anos, conforme os jogos foram evoluindo, muitas características melhoraram e uma delas foi a história. No início, os games não possuíam a capacidade de oferecer um enredo complexo ao jogador e muitas vezes todo o desenrolar da jogatina se dava em apenas uma tela. Hoje, com os jogos cada vez mais avançados tecnologicamente, encontramos aventuras que passam fácil das100 horas de jogo e para isso é preciso no mínimo uma história que prenda o jogador. Porém, mesmo com todo este avanço, ainda há algo que os games praticamente não conseguem: fazer o jogador chorar. Não é de hoje que os jogos conseguem causar emoções nas pessoas, seja medo, alegria e até raiva, mas causar tristeza, poucos foram capazes. Já foi anunciado que o famoso diretor de cinema, Steven Spielberg irá participar de um projeto com esta intenção, ou seja criar um jogo que desperte tristeza no jogador e acho interessante o fato de a indústria quase nunca se propor a tal iniciativa. [...]

18 de setembro de 2007


Até hoje só joguei dois games que me fizeram ficar realmente triste. O primeiro foi o inesquecível Final Fantasy VII. VII. Como não derramar uma lágrima ao ver a morte de Aeris? Aquela que estava se tornando uma paixão do protagonista acaba morrendo friamente na espada de Sephiroth. O mais chocante é que nada indicava que a moça poderia morrer e foi algo realmente genial o acontecimento no game. Fato que causava raiva ao jogador, mas que também despertava a tristeza em quem jogava. A segunda vez com certeza foi muito pior. Após jogar por mais de dez horas e matar 15 seres gigantesco, os criadores de Shadow of the Colossus nos “presenteiam” com um belo soco na boca do estômago. A morte do melhor (e único) amigo do protagonista, o cavalo Agro foi algo muito cruel. É difícil explicar, talvez seja pela sensação de solidão presente em todo o game, talvez pela realidade da sua movimentação, o fato é que ao presenciar a morte de Agro a minha maior vontade era de parar de jogar. Após terminar o jogo fiquei pensando, como pode a morte de um “simples” animal ter deixado tanta gente triste e cheguei a conclusão de que a explicação se dá pelo laço de amizade criado entre o garoto e o equino. Ao longo do jogo Agro se torna tão importante para a conclusão da aventura que a sua morte se torna um evento realmente traumático para as pessoas que conseguiram se sentir inseridas no mundo do game. Algo interessante no Shadow of the Colossus é a imersão que o game proporciona. Poucas vezes na história o jogador conseguiu se sentir tão “dentro do universo” do jogo e neste ponto os criadores (Kenji Kaido e Fumito Ueda) que também produziram o excelente ICO, ICO, são mestres. O trabalho realizado por eles é algo fora do comum e acredito que esta imersão que eles

proporcionam em seus jogos é o ingrediente capaz de nos fazer chorar. Seja pelo sentimento de impotência que o SotC nos causa, seja pela mistura de medo e coragem que ICO nos desperta, os mundos criados por Ueda e Kaido conseguem fazer com que nos coloquemos no lugar dos protagonistas e é a partir deste ponto que nossas emoções afloram. Outra pessoa capaz de criar mundos muito imersivos é Shigeru Myiamoto. Versão após versão, os jogos da série The Legend of Zelda são capazes de nos transformar no mais corajoso dos jogadores, nos dando o controle do jovem Link, com a missão de salvar a princesa que dá título aos games e de quebra tirar o mundo de Hyrule das trevas. Há de se mencionar também Hideo Kojima. Sua série Metal Gear consegue mexer com nossas emoções. Quem nunca quis que Snake hesitasse antes de apertar o gatilho na hora de matar a inimiga Sniper Wolf? Ou não se emocionou com o belo video final presente na versão para Playstation 1? De qualquer forma, parece que a indústria está começando a abrir mais espaço para jogos com uma carga emocional elevada. Hironobu Sakaguchi, criador de Final Fantasy, por exemplo já está trabalhando em um jogo chamado por enquanto de Cry On. On. Ele promete que neste game o jogador irá chorar a cada 15 minutos e devido ao currículo de Sakaguchi não devemos duvidar de suas palavras. Outro que prometia um jogo emotivo era David Jaffe. O designer de God of War estaria produzindo um game para o PSP onde o jogador teria boas doses de emoção, porém, não se comentou mais nada sobre o título. E você? Algum jogo já fez você chorar? 21


19 de março de 2008

O design dos jogos

Os mundos abertos e faça a coisa certa (ou não) Me desculpem os que pensam de maneira diferente, mas eu gosto do Grand Theft Auto. Talvez não seja nem o jogo em si, mas uma característica presente nele e que se tornou uma das coisas que mais aprecio em um game: os mundos abertos. Acho fantástico a possibilidades que jogos com mundos abertos nos dão. Games como a série GTA permitem que façamos (quase) tudo dentro deles. Se você quer cumprir as missões, ok, vá lá e cumpra. Se quiser apenas dar uma volta de carro, isso é possível. Arrumar briga com alguém? É só começar. Causar o maior caos na cidade e tentar fugir da polícia depois? Porque não? Mas o que mais me encanta nos games que nos permitem caminhar por mais lugares do que apenas aqueles corredores estreitos ou cenários com barreiras invisíveis é a possibilidade de apenas não fazermos nada. Isso mesmo. Acho legal ficar simplesmente vagando pelas cidades (ou mundos) destes games apenas para conhecer os lugares, para ver coisas que nem todos vêem. Era isso que me fazia ficar andando por horas e horas sem rumo no GTA: San Andreas. Quem jogou o game sabe que o ambiente do título é imenso e para conhecermos tudo você tinha que simplesmente esquecer das missões. Some a isso a criatividade do jogador e é possível procurar o prédio mais alto da cidade apenas para pular de para-quedas ou descolar uma moto para fazer uma viagem cortando o mapa de ponta a ponta, no melhor estilo road movie. Já

pensou ficar passeando pelos cenários de FPS comum, como Doom ou Quake? acho que não teria a menor graça, concorda? Esta característica sempre foi o ponto que mais me atraiu nos MMORPGs, visto que a maioria deles possuem mundos imensos, mas a falta de liberdade nas ações sempre acabou me desanimando um pouco. Por isso, resolvi comprar o Oblivion para o Xbox 360. Mesmo tendo jogado pouco mais de uma hora no pc, o jogo sempre me chamou a atenção pela idéia de que nele podemos realizar atitudes das mais variadas possíveis, como se tornar um vampiro, comprar casas, ser bom ou mau, realizar missões das mais variadas possíveis ou simplesmente arrombar uma casa e roubar um prato (!?!). Lembro da primeira vez que joguei o inacreditável Shenmue e como era fantástico ter que viver na pele de uma pessoa comum, tendo que trabalhar, dormir e ter que prestar a atenção no relógio para pegar o ônibus. Eu sei que desses problemas todos nós já estamos cheios e que nós ligamos nossos consoles para nos divertir, mas a genialidade minimalista por trás de jogos como o de Yu Suzuki nós faz pensar que os videogames não precisam ser apenas salvar o mundo do ataque de alienígenas neonazistas. A idéia de termos um "universo paralelo (quase) real" em um jogo é algo que realmente me

fascina e goste você ou não, mundos assim parecem estar se tornando uma constante nos videogames e acredito que em breve a maioria dos jogos serão assim, onde poderemos escolher qual gênero gostaríamos de jogar dentro de um mesmo título. 22


“Eu vejo coisas, isso é tudo. Escreva histórias o suficiente e cada sombra no chão se parecerá uma pegada; cada linha na sujeira se parecerá uma mensagem secreta.”

Alan Wake | Trecho do livro Saco de Ossos, de Stephen King


Listas

Os melhores 2D que já joguei Depois de escrever um preview sobre o jogo Muramasa: The Demon Blade para Wii e elogiar seus gráficos em duas dimensões, um leitor pediu para que eu fizesse um Top 10 com os melhores jogos 2D já feitos. Como meu conhecimento está muito longe de elaborar uma lista dessas e por achar que tal tarefa não deva ser feita por apenas uma pessoa, resolvi aceitar o desafio, mas seguindo alguns critérios. Primeiro quero dizer que a lista não possui o menor fundo científico. Os jogos que citarei a seguir foram incluídos única e exclusivamente baseados em meu gosto pessoal, contando apenas com títulos que joguei bastante. Para não tentar criar algo muito disperso, preferi optar apenas por jogos de aventura/ação, deixando de fora títulos de todos os outros gêneros, como luta e RPGs. Sei também que muitos irão reclamar que tal jogo não consta entre os escolhidos, que tal versão é melhor do que a citada e coisas do tipo, mas se o motivo das listas não é discutirmos (sadiamente, é claro), então não sei para que servem. Portanto, peço que deixem suas opiniões nos comentários e se possível, façam suas listas também. [...]

11 de maior de 2009


10º – Heart of Darkness Apesar de não se tratar de um jogo tão popular, Heart of Darkness possui uma das mais belas direções artísticas do mundo dos games. Lembro-me da primeira vez que joguei essa maravilha no meu saudoso Playstation e como me emocionei ao viver a aventura de Andy em busca de seu cachorro chamado Whiskey. A forma como os desenvolvedores brincaram com o medo de escuro do protagonista misturando luz e sombras no game é algo memorável. 9º – Contra III: The Alien Wars O Contra do Nintendinho é bom? Sem dúvida. A versão lançada para o Mega Drive era divertida? Definitivamente. Porém, quando falamos na série, me desculpe quem discorda, mas na minha opinião o auge é o Contra III. Gráficos absurdamente belos, repletos de efeitos especiais e zilhões de coisas sendo mostradas na tela, chefes gigantes e uma dificuldade insana. Acho que são ótimas qualidades que o fazem merecer figurar na lista, não é mesmo? 8º – Comix Zone Tudo bem, a oitava posição pode ser considerada uma exceção na lista, já que se considerarmos o Comix Zone um beat ‘em up, outras pérolas como Streets of Rage também deveriam estar por aqui, mas enfim, é impossível relembrarmos de jogos em duas dimensões e não falar dos gráficos impressionantes mostrados nesse jogo. A sensação de estarmos vendo uma revista em quadrinhos em movimento é algo impressionante e com uma ótima jogabilidade, Comix Zone é escolha certa. 7º – Mega Man X Posso dizer que este foi o jogo que me fez gostar da franquia. Não sei dizer ao certo o que me chamou a atenção nele, talvez seus belos gráficos, talvez a melhora na jogabilidade, o fato é que depois de colocar o cartucho no meu Snes eu passei a enxergar à série com outros olhos e

até hoje continuo gostando muito dos jogos do robozinho azul, inclusive os primeiros. Vai entender não é mesmo? 6º – Sonic CD Muitos argumentarão que o melhor jogo do Sonic é o segundo, outros preferem o terceiro, mas é inegável que o jogo lançado para o Sega CD possui diversas qualidades. Com uma trilha sonora invejável, jogabilidade fantástica que mistura viagens no tempo e principalmente, os melhores gráficos da era 2D, Sonic CD marcou minha vida e me fez ter orgulho de ser dono do “periférico” do Mega Drive. 5º – Super Ghouls ‘N Ghosts Costumo dizer que no final da década de 80, início da de 90, as produtoras precisavam prender o jogador na frente da televisão com seus games devido a não tão farta opção de títulos, e uma forma de realizar isso era criando jogos muito difíceis. Some a isso o fato da série ter nascido nos arcades e temos um dos mais desafiadores jogos da época. Além dos gráficos impressionantes, a trilha sonora é uma das mais lembradas em qualquer papo de old gamers. 4º – Super Mario World Ok, me crucifiquem fãs do Super Mario 3, mas para mim o melhor jogo do encanador é o lançado para Super Nintendo. Quando vi esse game pela primeira vez, a única coisa que pensei foi: Porque o Snes é tão mais potente que o Mega Drive? Um jogo fabuloso, repleto de segredos, com uma jogabilidade beirando a perfeição e que conseguia agradar até aqueles que não gostavam de videogames. E muita gente acha que a Nintendo começou a fazer isso apenas com o Wii. 3º – Flashback Falar de Flashback é uma tarefa muito difícil para mim. O jogo que me fez ter vontade de aprender inglês, responsável por me fazer perceber que

videogames não eram coisas apenas de criança e que ainda hoje considero como detentor de um dos melhores enredos dos jogos eletrônicos. Falar da beleza gráfica e perfeição dos movimentos dos personagens é chover no molhado e costumo dizer que se trata de um daqueles jogos que deveriam ser obrigatórios no curriculum de qualquer jogador. 2º – Castlevania Symphony of Night Numa geração onde as produtoras começaram a popularizar os jogos em três dimensões, a Konami resolveu fazer o feijão-com-arroz, mantendo uma de suas principais franquias em 2D e o que parecia ter sido uma decisão acertada na época, foi confirmado com o passar dos anos e o surgimento de vários jogos horríveis da série em 3D. Um jogo de aventura com toques de RPG, Symphony of Night é uma experiência inesquecível, graças aos belíssimos cenários, ótima história e exploração brilhantemente incentivada. 1º – Super Metroid Mesmo só tendo jogado esse game há pouco tempo, tenho que reconhecer o trabalho realizado pela BigN. O que a equipe de produção conseguiu fazer aqui é algo que merece ser louvado. Mesmo em um título com pouquíssima história, é impressionante a imersão causada, assim como a vontade de continuarmos jogando apenas para ver o que vai acontecer na próxima tela. Gráficos, jogabilidade e trilha sonora caminha lado a lado em um nível de qualidade muito, mas muito acima da média e faz de Super Metroid um daqueles jogos que nos impressionam. 25



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