Uma programação para o Rivoli & Campo Alegre

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AQUISIÇÃO PELA PARTE DA CÂMARA MUNICIPAL DO PORTO DE SERVIÇOS DE DIRECÇÃO DE PROGRAMAÇÃO Teatro Municipal Rivoli Teatro do Campo Alegre

CONTACTO PESSOAL: 00 351. 919 610 028


I METODOLOGIA DE TRABALHO INTRODUÇÃO Na sequência do convite que me foi feito por V. Exas referente ao Concurso de “Aquisição pela parte da Câmara Municipal do Porto de serviços de direcção de programação para os teatros Municipal Rivoli e Campo Alegre”, venho por este meio apresentar uma proposta de programação, diga-­‐se mais conceptual do que objectiva, isto por razões que se prendem sobretudo com a chamada, no concurso, ESTRATÉGIA DE FINANCIONAMENTO. Estas lógicas programáticas de base já tinham sido expressas no dossier de candidatura, anteriormente enviado, que se enquadravam exactamente, mas por excesso dada a necessidade de rentabilização mínima dos teatros, na estratégia cultural do Município definida no Caderno de Encargos para os Teatros em questão. Será, no entanto, exequível apresentar de imediato um programa de actividades para a programação de cada um dos espaços que a proposta envolve, desde que se tenha conhecimento do orçamento existente para cada teatro. Note-­‐se que extra orçamento se teria de concretizar todo um plano de adaptação dos materiais técnicos existentes às necessidades da programação, bem como a aquisição de outros.


FASES DE PLANEAMENTO DE PROGRAMAÇÃO 1 -­‐ MÊS 1 1.1 -­‐ Análise da programação anterior das salas em questão nos seguintes aspectos: a) Lógicas de programação b) Relação evento /iniciativa e adesão de público. c) Relação custo – evento d) Avaliação da importância local, nacional e internacional dos eventos d) Envolvimento financeiro da CMP na relação com à importância do evento para a cidade e) Necessidade de comparticipação financeira exterior ao orçamento da CMP, destinado à programação dos teatros. f) Definição de áreas específicas a programar em cada teatro, de acordo com as suas características no âmbito da política cultural da CMP.

2 -­‐ MESES SEGUINTES 2.1 -­‐ Contactos com entidades culturais independentes no sentido de criar um maior envolvimento do tecido cultural da cidade e nacional com : a) Criação de um conjunto de eventos mensais de média/grande dimensão, em sistema de parceria. Exemplos: Retoma da realização de eventos como o Festival Intercéltico, Festival de Jazz do Porto, Festival de Blues, Encontros de Música Contemporânea e outros , que já existiram na cidade com público fiel . Criação de novos eventos regulares nas áreas de Dança e Artes Performativas. Continuidade de eventos existentes como Fantasporto, FITEI e Festival de Teatro de Marionetas, Manobras, Trama, entre outros, actualmente dispersos pela cidade. b) Garantia de uma programação de continuidade em todas as áreas culturais, dando sobretudo voz aos membros da comunidade cultural portuguesa e também com entidades estrangeiras, conforma viabilidade e interesse

3-­‐ REDES

Concretização de uma rede de contactos regulares com: a) Outras cidades e suas estruturas culturais b) Agentes culturais /artísticos c) Embaixadas


d) Eixo Atlântico-­‐ que envolve 17 cidades da Galiza e 17 cidades do Norte de Portugal e) Instituições nacionais como a Secretaria de Estado da Cultura e integração do T. Rivoli e T. Campo Alegre nas redes de oferta cultural f) Instituições internacionais de interesse para uma programação de qualidade g) Universidades h) PALOPS i) Fundações

4-­‐ NOVOS PÚBLICOS/ CRIAÇÃO DE GOSTO

Formação de novos Públicos e Criação de Gosto-­‐ ligações com instituições, escolas, etc / Incentivos à Fruição dos Produtos Culturais: a) Análise das actividades já existentes realizadas pela CMP b) Criação de iniciativas complementares para lacunas verificadas c) Concretização de projectos que envolvam o meio escolar. d) Realização de cursos e workshops em áreas culturais especialmente vocacionados para os mais jovens.

5-­‐ ANÁLISE DE PROPOSTAS EXTERNAS

Análise de Propostas e seu enquadramento na lógica da missão da política cultural subjacente da CMP.

6-­‐ PROMOÇÃO E COMUNICAÇÃO

Promoção e Comunicação para a actividade dos teatros e em particular para eventos de organização e co-­‐organização da CMP. Produção de materiais de divulgação e comunicação via notas de imprensa, newsletters e web (redes sociais e site) a) Alargamento de públicos através de acções de divulgação directa (distribuição de flyers e outras) b) Ligação ao exterior através de acordos com empresas como o STCP e Metro do Porto. c) Protocolos com os meios de Comunicação Social para a divulgação das iniciativas. d) Utilização dos meios da CMP, nomeadamente painéis electronicos e Mupis, e) Envolvimento directo com a Divisão de Turismo da CMP f) Estudo de parcerias – a estudar caso a caso.


7-­‐ MONOTORIZAÇÃO Vigilância e monotorização sobre a concretização efectiva dos projectos.

8-­‐ AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS

Avaliação dos resultados obtidos para informação do Pelouro.

9-­‐ RELATÓRIOS

Apresentação de relatórios de actividade

CONCLUSÃO

Em função do orçamento destinado a cada teatro, no final de 2014 todas estas fases deverão estarão concluídas, e muitas delas podem já estar em pleno funcionamento um mês após a entrada do programador.


II ESTRUTURA DE APOIO AO PROGRAMADOR Como é lógico, o programador não pode garantir a sua presença em dois teatros ao mesmo tempo, dado que haverá programação diária em ambos. Mas a sua supervisão terá de ser real e efectiva com a ajuda de uma equipa. Haverá necessidade de realizar reuniões com promotores, estruturas associativas, agentes culturais, de se ter de deslocar a diversos locais para ver espectáculos que possam vir ser convidados a integrar a programação. Terá de haver reuniões regulares com o Pelouro da Cultura. Terá de controlar a parte gráfica e de comunicação. Terá de desenvolver projectos e concretizá-­‐los. Terá de gerir o pessoal do Rivoli e do Campo Alegre.

PROPOSTAS / SUGESTÕES

Proponho desde já a integração ou contratação de alguém da confiança do programador, e que possa vir de outro serviço da Cãmara ou até de outro Município e que apoie o programador nas suas áreas de acção, sobretudo artísticas e de produção. Seria importante saber qual a estrutura de pessoal lhe é garantida para o seu trabalho burocrático e contabilístico. Importante é também saber se há algum gráfico a quem recorrer para o trabalho de design que sirva à promoção dos eventos a realizar nos teatros. Pergunto se haverá lugar à criação de uma nova linha gráfica para o economato relativo aos teatros. Um outro aspecto importante: seguindo as directivas do programador, terá de haver alguém preparado na equipa para trabalhar a área de comunicação – press releases, newsletters (jornalista) e site, redes sociais (webmaster). -­‐ Os bilhetes continuarão a ser vendidos via internet?Mantém-­‐se o contrato com a bilheteiraonline.pt? Há alguém para trabalhar esta area e está dependente de quem?


III

RIVOLI – TEATRO MUNICIPAL Auditório em Plateia e Balcão com 845 lugares (incluindo cadeiras de orquestra) Auditório em anfiteatro no Piso 0 com 174 lugares Espaço amplo no 3º Piso do Rivoli (incluido cafeteria e espaço adjacente entregue à exploração) Sala de Ensaios, com acesso a camarins Café Teatro – entregue à exploração Sala de visitas da Cultura da cidade, o Rivoli é constituído pelos espaços acima referidos. Este complexo cultural, e dado que tal faz parte da estratégia do Município enunciada no Caderno de Encargos, será destinado a “desenvolver um projecto de apresentação de artes performativas de origem local, nacional e internacional, de maior escala no Grande Auditório e de menor escala no Pequeno Auditório. O Rivoli integrará ainda na sua programação projectos multidisciplinares, nomeadamente nas áreas do Cinema, Literatura, Pensamento e Ciência”. Tal como no Teatro Campo Alegre, os espaços aqui existentes terão de ser programados em função da sua dimensão e características. As condições impostas pelo caderno de encargos do concurso, limitam à partida um possível equilíbrio financeiro da gestão e programação das salas, em particular o Grande Auditório – único espaço, capaz, e mesmo assim com dificuldade, de ser programado com eventos cujos custos de produção, cachets e despesas gerais, possam garantir receita que equilibre o investimento artístico. Daí a proposta que faço não ser exactamente dentro dos parâmetros definidos pelo caderno de encargos, a qual seria bloqueadora de uma programação continuada. Não refiro exemplos de nenhum tipo de programa a realizar dado parecer-­‐me ilógico estar a falar em nomes e companhias de forte impacto, não sabendo de que orçamento estamos a falar, nem de que tipo de apoio se podem obter através dos meios de financionamento alternativos descritos. Note-­‐se que só muito difícilmente, a não ser que nos envolvamos com outras duas ou três Câmaras, possamos ir obter verbas ao QREN para determinados projectos. Mas tal também não me parece ser a imagem que o Rivoli deve ter, isto é, uma sala de prestígio com espectáculos exclusivos. Não esquecer que as comparticipações do QREN implicam sempre uma participação financeira da Câmara de 20 a 50% do valor atribuído.


Admito ainda que as iniciativas da CMP /Programador estarão sob alçada da Lei dos Compromissos, algo que poderá limitar muitos dos eventos possíveis e de interesse para a cidade.

EQUIPAMENTOS E PESSOAL NO SENTIDO DE BAIXAR OS CUSTOS DE PRODUÇÃO DOS EVENTOS A PROGRAMAR PESSOAL

Será necessário pessoal permanente, ou em regime de contratação temporária, para o Rivoli. Admito que a CMP garanta as despesas relacionadas com o pessoal para o funcionamento normal do Rivoli: -­‐ Segurança – tem de ser ampliada se se pretender colocar a funcionar o espaço do Piso 3 do Teatro -­‐ Porteiro (responsável pela sala) -­‐ Pessoal de portas -­‐ Bilheteira -­‐ Técnicos de palco (acumulando outras funções) e informática -­‐ Limpeza

EQUIPAMENTOS

Pressupõe-­‐se que a CMP assumirá as despesas de todo o equipamento necessário para o desenvolvimento das actividades ligadas às artes perfomativas como teatro, bailado, performances, isto é, a feitura de cenários, aquisição de mesas de som e luz compatíveis com cada espaço, holofotes, microfones, tela de linóleo para cobertura do palco (alguns palcos já possuem uma madeira especial para tal) para espectáculos de bailado (…), projecção digital para projectos ligados ao audiovisual e outros equipamentos técnicos a analisar em função dos projectos a programar, isto conforme é referido a alínea e) do artigo 3º do caderno de encargos.

PROPOSTAS DE PROGRAMAÇÃO GRANDE AUDITÓRIO-­‐ RIVOLI


Com por base num programa semestral ou até anual de actividades e de forma a criar hábitos nos públicos pela continuidade da realização das mesmas, propõe-­‐se no âmbito das regras definidas pelo Caderno de Encargos do Concurso, a realização de determinados eventos e lógicas de programação correlativas. EQUILÍBRIO FINANCEIRO O equilibrio financeiro da programação desta sala é fundamental. A CMP já assume os custos globais de pessoal e de gestão pelo que, até para atrair públicos diferenciados às actividades a desenvolver no Pequeno Auditório e no PISO 3, a estrutura de programação do Grande Auditório deveria por um lado garantir a vinda ao Porto de boas companhias (dependendo do orçamento existente e dos apoios existentes) ou a cedência a estruturas nacionais e locais do espaço para a concreização de projectos de grande qualidade artística nas mais diversas valências, desde o teatro, à ópera, à dança, ao cinema, ou à música, desde que, e nesta área em particular, a sua programação não colida com a da Casa da Música ou a do Coliseu. Proponho, em consequência, motores de programação mensais que são festivais, e que se realizariam ou em parceria, ou por proposta dos seus organizadores, ou ainda de iniciativa do próprio programador. Seriam, assim, garantidos espaços de cedência para os Festivais de Marionetas, de Cinema (Fantasporto e eventualmente o Douro Harvest, que se vem realizando no Rivoli), de Teatro (FITEI), todos eles já estruturas que garantem a qualidade e a imagem forte da cidade a nível nacional e até internacional. Teria ainda lugar a recuperação do Festival de Blues, do de Jazz, do de Música Contemporânea, e ainda a criação de um festival de Artes Performativas e outro de Dança, objectivos primordiais. Estamos a falar de 8 festivais que seriam, a par da programação normal do teatro, fortes motores de promoção das iniciativas que ali se realizariam. Também os custos envolvidos não seriam excessivos conforme se pode ver pelo projecto do Festival de Artes Performativas abaixo referenciado, dado que, se em alguns casos a própria CMP comparticiparia nas despesas com um apoio directo, nos outros poder-­‐se-­‐iam garantir parcerias.

EXEMPLO DE EVENTO A CRIAR DE RAIZ: FESTIVAL DE ARTES PERFORMATIVAS

Utilizando todos os espaços do teatro (incluindo foyers e Praça D. João I) poder-­‐se-­‐ia desenvolver um Festival de Artes Performativas nas seguintes condições: 1 -­‐ Tendo por base um programa base pré-­‐delineado, aceitar propostas de qualidade enquadradas na estrutura artística do evento e realizar convites a estruturas culturais que desenvolvam actividades nas valências programadas garantindo préviamente o programador uma negociação com cada entidade ou


performer no sentido de baixar ao máximo os custos do projecto. Financiamento por Parcerias e um possível apoio da SEC através da DGAE. 2 -­‐ Em alternativa, analisar, e em função da lógica cultural camarária, negociar uma parceria com um qualquer produtor que nos possa apresentar um projecto, mesmo que este implique a utilização de outros espaços existentes na cidade e seja exequível a realização nesses locais dos eventos propostos.

PROGRAMAÇÃO EM LIGAÇÃO ÀS REDES CULTURAIS EXISTENTES NACIONAIS E INTERNACIONAIS

Garantia de uma programação de continuidade em todas as áreas culturais, dando sobretudo voz aos membros da comunidade cultural portuguesa e também com entidades estrangeiras, conforma viabilidade e interesse.

CONCRETIZAÇÃO DE UMA REDE DE CONTACTOS REGULARES a) Outras cidades e suas estruturas culturais b) Agentes culturais /artísticos c) Embaixadas d) Eixo Atlântico-­‐ que envolve 17 cidades da Galiza e 17 cidades do Norte de Portugal e) Instituições nacionais como a Secretaria de Estado da Cultura e integração do T. Rivoli e T. Campo Alegre nas redes de oferta cultural f) Instituições internacionais de interesse para uma programação de qualidade g) Universidades h) PALOPS i) Fundações

FORMAÇÃO DE NOVOS PÚBLICOS E CRIAÇÃO DE GOSTO

Ligações com instituições, escolas, etc / Incentivos à Fruição dos Produtos Culturais. Nesta vertente da criação do gosto junto dos mais novos ter-­‐se-­‐ia de abordar e trabalhar áreas que não colidissem com as iniciativas já realizadas em outros espaços culturais camarários, tais como a Biblioteca Almeida Garret. Áreas ligadas à performance, ao circo, à dança, às artes plásticas, à literatura e outros poderiam ser desenvolvidos de forma a que sobretudo os alunos de escolas, aqueles a quem estes programas seriam destinados maioritariamente. Alguns deles poderiam ser pagos, sendo que as receitas reverteriam seguramente para os seus criadores, sem custos para a CMP.


IV

PROPOSTAS DE PROGRAMAÇÃO PEQUENO AUDITÓRIO-­‐ RIVOLI 1 -­‐ Espectáculos de Teatro, Bailado ou outros, tendo por base cedência através de protocolos a definir. 2 -­‐ Ciclos de Cinema realizados em parcerias com Embaixadas, Consulados ou de iniciativa do programador. Destaque às longas metragens inéditas em Portugal de origem europeia dado a existência no Porto de dezenas de programas mensais dedicados às curtas metragens. Tal não poderá ser regra dado ser possível também concretizar projectos com características inovadoras no âmbito do audiovisual e que permitam destacar-­‐se dos já desenvolvidos na cidade. Poderia ser interessante concretizar um programa a realizar concomitantente por todas as estruturas associativas num determinado fim de semana, numa espécie de festival distribuído por vários locais da cidade. 3 -­‐ A realização de projectos multidisciplinares que envolvam o audiovisual e outras artes. Projectos mais arrojados em termos estéticos, capazes de chamar públicos mais preparados em termos culturais. 4 -­‐ Programas intimistas que cruzem a literatura e a música, o teatro e a música, como entrevistas a personalidades do Mundo das Artes que terminem numa espécie de Q&A 5 –Acolhimento de projectos diferenciados que complementem a programação de iniciativas que se desenvolvam no PISO 3 do Rivoli.

FINANCIAMENTO

Dependendo das características dos projectos, dos acordos a realizar e dos apoios pontuais a obter. Alguma parte das verbas envolvidas teriam de sair do orçamento do Teatro.


PISO 3 OU PEQUENO AUDITÓRIO Desde que não entrem em choque com as programações já existentes nos diversos equipamentos culturais do Município e que já desenvolvem actividades similares, pode ser interessante (1) a realização de ciclos de CONFERÊNCIAS temáticos com nomes conhecidos da intelectualidade portuguesa ou estrangeira. Tal pode ser feito criando fortes ligações às Universidades, em particular com a do Porto, Fundações, Meios de Comunicação, (2) a realização de projectos diferenciados como workshops, debates, (3) apresentações de livros e outras iniciativas nas áreas “do Cinema, Literatura, Pensamento ou Ciência”. Em função do impacto das mesmas junto da opinião pública, tais eventos poder-­‐se-­‐ iam realizar ou no PISO 3 do Rivoli ou no seu Pequeno Auditório, nunca esquecendo a hipótese de utilização do Grande Auditório para eventos de maior chamamento de públicos.

FINANCIAMENTO

De Orgãos de Comunicação, patrocinadores que garantam alojamentos, alimentação, viagens e cachets quando necessário (nestas valencias não é difícil obtê-­‐los), parcerias a custo zero, sem que tal inviabilize apoio de Fundos estruturais para programas que envolvam, por exemplo, grandes nomes das diversas áreas que os ciclos enquadrem.

ARTES PERFORMATIVAS – CONTINUIDADE

Manutenção ao longo do ano uma programação de artes performativas (teatro, dança, circo, marionetas, bailado) que, em função do seu possível impacto poderiam utilizar as duas salas do Rivoli, os foyers, em particular o do 3º piso e, caso o tempo o permita, a Praça D. João I, aí com uma programação mais virada para públicos jovens, garantindo-­‐lhe continuidade no sentido de criar hábitos junto da população interessada.

FINANCIAMENTO

Parcerias, contando ainda com pequenos patrocínios e comparticipação do orçamento do Teatro. Talvez o possível apoio da SEC através da DGAE possa garantir igualmente todas estas iniciativas.


ÁREAS DE SERVIÇOS COMPLEMENTARES Deveriam ser criados de raiz um CAFÉ CONCERTO, uma LIVRARIA e garantir que, sobretudo o floyer do piso 0 fosse um ESPAÇO DE EXPOSIÇÕES PERMANENTE.


V

TEATRO CAMPO ALEGRE

Auditório com 400 lugares Sala Estudio com 60 lugares Café Teatro com 120 lugares Cine-­‐Estúdio com 70 lugares 2 Foyers – piso entrada e cave Complexo com 4 salas de espectáculos e dois “foyers”. Alguns dos espaços, e dado que tal faz parte da estratégia do Município enunciada no Caderno de Encargos, serão destinados a “residencias artísticas de agentes nacionais e internacionais” e “estrutura de acolhimento de projectos artísticos de tipologias diversas”. Note-­‐se que neste momento todas estas quatro salas do Teatro Campo Alegre possuem potencial para a programação de iniciativas e eventos que, como é óbvio terão de ser programadas em função da sua dimensão e características.

ESTRATÉGIA DE FINANCIAMENTO PROGRAMAÇÃO TENDO POR BASE O CADERNO DE ENCARGOS DO CONCURSO Admito que em função das regras do concurso e da difícil acessibilidade ao espaço, sobretudo devido à sua localização, a lógica apresentada no Caderno de Encargos de adaptar parte deste espaço também para “residências artísticas” é uma ideia a considerar. No entanto, tendo em conta as necessidades existentes, e acima referidas, para que tal aconteça, acrescido dos custos envolvidos no projecto, não me parece que tal tenha viabilidade no imediato.


PROGRAMAÇÃO EM LIGAÇÃO ÀS REDES CULTURAIS EXISTENTES, NACIONAIS E INTERNACIONAIS

A criação de espaços destinados às artes nos lobbies existentes para usufruto de criadores de várias valências parece-­‐me, embora não seja o pedido, mais viável. Poderiam ser espaços concessionados, os quais poderiam proporcionar posteriormente a apresentação dos projectos criativos ali criados numa das salas do complexo. Devido à dimensão dos espaços públicos que o teatro proporciona, com excepção do chamado auditório, creio que só se conseguirão numa primeira fase atrair públicos se o espaço constituir um lugar de excelência em termos de programação nas valências da dança, do teatro em que nomes conhecidos funcionem como motivo de atracção e com um gosto cultural já trabalhado. Note-­‐se que estes programas teriam de ser destinados a classes A e B, no fundo aqueles que teriam mais facilidade em aceder ao espaço, em particular à noite. As condições impostas pelo caderno de encargos do concurso parecem limitar a rentabilização normal dos espaços, o que leva desde já a algumas perguntas: Qual o orçamento base que a CMP tem para a área artística deste espaço? Qual o orçamento relativo a pessoas e despesas gerais conexas? Não irá a Lei dos Compromissos da CMP inviabilizar igualmente muitos projectos? Cumprindo com o estipulado no Caderno de Encargos, proporei de forma resumida, os objectivos básicos para o funcionamento global deste teatro, tal como ele existe neste momento. 1Que a utilização de todos os espaços se destinassem a actividades ligadas às artes performativas e ao audiovisual de características experimentais. Sugeria no entanto que no auditório grande pudesse existir um cruzamento entre espectáculos teatrais, de bailado e projectos que interliguem diversas valencias das artes e que possam garantir o chamamento de públicos. 2-­‐ Também o funcionamento de diversas salas ao mesmo tempo seria uma forma de atrair públicos, muito embora tal projecto seja difícil de concretizar em continuidade, se estas salas e condições de trabalho para os usufrutuários das


mesmas não forem cedidas gratuitamente e as receitas revertessem, mesmo que não fosse na totalidade, para eles. 3-­‐ De dia e, em particular aos fins de semana, os projectos em desenvolvimento no espaço deveriam, caso o tempo o permita, abrir-­‐se ao exterior em eventos que garantissem a criação de públicos novos. 4-­‐ Na vertente da criação do gosto junto dos mais novos ter-­‐se-­‐ia de abordar e trabalhar áreas que não colidissem com as iniciativas já realizadas em outros espaços culturais camarários, tais como a Bibliotaca Almeida Garret. Os espaços formativos seriam, objectivamente, de grande animação. Áreas ligadas à performance, ao circo, à dança, às artes plásticas, à literatura e outros poderiam ser desenvolvidos de forma a que, também a CMP pudesse garantir transporte para alunos de escolas, aqueles a quem estes programas seriam destinados maioritáriamente. Alguns deles poderiam ser pagos, sendo que as receitas reverteriam seguramente para os seus criadores. Concluindo: tendo por base o caderno de encargos proposto, e apesar do Auditório Grande poder ser uma fonte de receita diminuta , mesmo que fosse alugado a companhias, num sistema de permanência temporária, este complexo do Teatro Campo Alegre, e apesar dos espaços que possui, não conseguirá no meu ponto de vista obter qualquer rentabilidade, tendo custos bastante elevados, pelo menos de funcionamento. Deverá ser articulado com a programação de maior relevo do Rivoli, como espaço de repetição ou de continuação de espectáculos de sucesso.

PARA GARANTIR AS CONDIÇÕES DO CADERNO DE ENCARGOS AS DESPESAS DA CMP SERIAM:

1 -­‐ A realização das obras necessárias para a implementação da condição contratual de readaptação de espaços existentes a residências artísticas, bem como a aquisição de bens compatíveis com as necessidades de tal obrigação. 2 -­‐ Seria também da responsabilidade da CMP a concretização dos projectos de obra, água, luz, telecomunicações, respectivas aprovações, assumindo as taxas obrigatórias e SPA. 3 – A aquisição de todo o equipamento necessário para o desenvolvimento das actividades ligadas às artes perfomativas como teatro, bailado, performances, isto é, feitura de cenários, aquisição de mesas de som e luz compatíveis com cada espaço, holofotes, microfones, tela de linóleo para cobertura de palco ou madeira especial para espectáculos de bailado (…), projecção digital para projectos ligados ao audiovisual e outros equipamentos a definir, conforme é referido a alínea e) do artigo 3º do caderno de encargos.


4 -­‐ A existência de pessoal que garanta a segurança do espaço e serviços de técnicos qualificados necessários para o seu funcionamento, uns em regime de permanência e outros contratados temporariamente.

VI PROPOSTA ALTERNATIVA À DO CADERNO DE ENCARGOS PARA O TEATRO DO CAMPO ALEGRE

ALTERNATIVA DE PROGRAMAÇÃO DO TEATRO CAMPO ALEGRE QUE GARANTA O SEU EQUILÍBRIO FINANCEIRO NA ÁREA ARTÍSTICA E A SUA TRANSFORMAÇÃO NUM CENTRO CULTURAL Há custos de gestão e comunicação do TEATRO a serem considerados como fixos e da responsabilidade da Câmara: PESSOAL EXISTENTE, INCLUINDO SEGURANÇA, BILHETEIRAS (e bilhetes) E TÉCNICO DE LUZ E SOM, LUZ, ÁGUA LIMPEZA, EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS E SUA REVISÃO, PROMOÇÃO E COMUNICAÇÃO

PROGRAMAÇÃO EM LIGAÇÃO ÀS REDES CULTURAIS EXISTENTES, NACIONAIS E INTERNACIONAIS Utilizando todos os espaços do complexo tendo por base um possível apoio da SEC nas seguintes condições: Aceitação de propostas e realização de convite a estruturas culturais que desenvolvam actividades nestas valências para ali desenvolverem eventos, garantindo a Câmara em função das lógicas de programação existentes, e caso estes assim o pretendam, a cedência temporária durante periodo de tempo a determinar, das salas existentes no Teatro Campo Alegre, excepto o Auditório de 400 lugares,


sem qualquer custo para a Câmara (excepto os já referidos de gestão do espaço). Estes teriam de garantir a divulgação dos seus eventos e/ou actividades (em paralelo com a Câmara) e atingir um número mínimo de espectadores ou de visitantes a determinar caso a caso. As despesas de legalização das suas iniciativas seriam também da sua responsabilidade, tendo ainda de fazer um seguro de características específicas conforme a sala, os equipamentos e materiais a utilizar.

AUDITÓRIO “MOTOR” DE PROGRAMAÇÃO

Muito embora existam programas a nível nacional que obrigam ao pagamento de cachets a companhias e estruturas culturais na área das artes performativas (e não só, claro), outros existem cujo custo para a autarquia se resume a viagens, alojamentos e refeições. O relacionamento com outras Câmaras, Embaixadas, (aqui não estou sequer a pensar nas redes internacionais de circulação de produtos culturais devido ais custos envolvidos), etc podem vir a permitir uma programação com lógica sobretudo para o Auditório.

OUTROS PROGRAMAS, OUTRAS VALÊNCIAS MÚSICA E AUDIOVISUAL Não excluia a hipótese de realizar espectáculos acústicos, intimistas ligados à música os quais, apesar da pequena dimensão da sala e a sua difícil rentabilidade, permitiria serem verdadeiros “motores” de promoção das actividades a realizar nos vários espaços do Campo Alegre. O Audiovisual também seria valência a contemplar, sobretudo para ocupação ao máximo do espaço.

ARTES PLÁSTICAS

Admito que outra forma de chamar a atenção de possiveis visitantes era a realização de exposições de artes plásticas de característica inovadoras, integrando este espaço também o circuito das “galerias” portuense.


ARTES / CRIAÇÃO DO GOSTO Bienais de Desenho, Design e Escultura criariam igualmente uma forte dinâmica para o espaço e permitiam igualmente a interligação com os mais jovens, e não só, integrando o programa de criação de gosto referido na outra proposta. O apoio de uma empresa de camionagem poderia ser também solução para garantir o transporte dos estudantes ao complexo.

LIVRARIA

A concessionar.

UM NOVO ESPAÇO MULTIDISCIPLINAR Criação de espaço anexo à livraria que permitisse a apresentação de livros, realização de tertúlias diversas tais como os já existentes “Café Filosófico” ou “Café Sociológico” (que alias e dependendo do número de adesões poderia realizer-­‐se no Café Teatro.

PROTOCOLOS DE CEDÊNCIA ISOLADA DE ESPAÇOS

Cedência temporária (durante periodo de tempo a determinar) das salas existentes no Teatro Campo Alegre (excepto Auditório de 400 lugares), sem qualquer custo para a Câmara (excepto os de gestão do espaço). Estes teriam de garantir a divulgação dos seus eventos e/ou actividades (em paralelo com a Câmara) e atingir um número mínimo de espectadores ou de visitantes a determinar caso a caso. As despesas de legalização das suas iniciativas seriam também da sua responsabilidade, tendo ainda de fazer um seguro de características específicas conforme a sala e os equipamentos e materiais a utilizar.


CAFÉ-­‐TEATRO

Concessionar o espaço desde que seja garantida a manutenção de programas de qualidade. Poderia funcionar também durante o Verão criando esplanada no exterior do espaço onde aos finais de semana poderiam realizar-­‐se ciclos de jazz e outros eventos que gatrantissem uma frequência assídua do espaço.

WI-­‐FI

Montar uma rede wi-­‐fi ampla

TRANSPORTES

Estudo de viabilidade de uma linha de transporte regular,que passé pelo próprio teatro, a funcionar desde as 10.00hs até à 1.00h da manhã.

CONCLUSÃO

Em diálogo seguramente surgirão outras ideias para tornar apelativo o espaço do Teatro Campo Alegre. Apesar de as ideias apresentadas fugirem um pouco ao “Caderno de Encargos”, teriam enormes vantagens financeiras para a CMP, para além de se poder vir a transformar o teatro num espaço que cruza o prazer e as artes. A dinâmica de comunicação seria também mais fácil e apelativa até porque, apesar dos baixos custos existentes para garantir a sua programação, a maioria dos eventos seria a custo zero, transformando-­‐se assim o complexo num autêntico centro cultural numa zona que pode vir a ser frequentada pelos milhares de estudantes universitários que ali frequentam diversas faculdades.

VII


ESTRATÉGIA DE FINANCIAMENTO PARA OS DOIS TEATROS A estudar aprofundadamente em função de todas as condicionantes e possibilidades. Deverá dar atenção aos seguintes aspectos:

1 -­‐ ORÇAMENTO PARA ÁREA ARTÍSTICA DE CADA TEATRO Para desenvolver um projecto de programação mais objectiva e menos conceptual, é importante ter conhecimento do orçamento anual destinado pela CMP exclusivamente para a programação de cada teatro, sabendo-­‐se que as Artes Performativas terão de ter um papel preponderante na programação e tal torna difícil a sua rentabilidade.

2-­‐ FUNDOS ESTRUTURAIS

Deverá haver a garantia de acesso ao Gabinete da Câmara que já trabalha os fundos estruturais (QREN) . Estes incentivos podem tornar-­‐se complicados dado que obrigam a uma comparticipação da CMP (ou do adjudicante) de 20 a 50% . Note-­‐se que as candidaturas entregues a empresas do sector são uma perda de tempo e de dinheiro, já que os projectos têm de ser desenvolvidos pelo programador. No caso de se conseguirem resultados positivos, uma percentagem significativa fica para as referidas empresas externas.

3 -­‐ CROWDFUNDING Deverá haver alguém que apoie o programador na criação de projectos de crowdfunding, sendo os mais importantes o europeu Kickstarter e o Indiegogo, a nível mundial. Há já diversas redes portuguesas como a apoiada pelo BES (PPL), mas não parecem estar a funcionar bem, dados os maus resultados obtidos. Nota: O Fantasporto por exemplo esteve recentemente com um forte projecto no Indiegogo para obtenção de 200.000 US$


4 -­‐ FUNDRAISING Apoio burocrático para a criação de projectos de Fundraising para a captação de recursos junto de pessoas ou empresas no sentido de obter apoios financeiros (os chamados “patrocínios” ou “apoio mecenático”). Para cada projecto a apresentar, este terá de ser desenvolvido contendo em si próprio um conceito de marketing atractivo e dirigido especificamente a cada um dos contactados (também directamente). Por experiência própria até, é de notar a dificuldade, cada vez maior, do apoio dos privados à cultura.

5 -­‐ PARCERIAS Apoio burocrático às negociação de parcerias em serviços ou com os media para os eventos.

IMPORTANTE Recordo o que acima referi -­‐ a dificuldade e o tempo que demora, após apresentação dos dossiers de candidatura a quem de direito, dos apoios ou incentivos a um qualquer projecto de âmbito cultural. Toda a programação definida poderá ser afectada por atrasos nas aprovações e pagamentos.

VIII CONCLUSÃO De um modo geral, a programação dos dois teatros apresenta-­‐se com alto grau de dificuldade técnica e de rentabilização dadas as características de cada um. No entanto, apresenta-­‐se também como um desafio que poderá devolver dois equipamentos de ponta à cidade, mantendo-­‐a no roteiro dos melhores espectáculos nacionais e internacionais, na medida do possível, e incentivando a criação de profissionais. É nessa perspectiva e nessa dinâmica de reanimação e renovação do tecido cultural do Porto que faço as propostas acima referidas.

Porto, X de Y de 2014

Mário Dorminsky


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