Planeta Organico

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A revista dos mercados orgânico e sustentável Outubro 2011 Número 3 Distribuição Gratuita

Você conhece os Ecochefs?

Confira também nesta edição: Entrevista com Evandro Peçanha, Diretor do Sebrae RJ

Fornecimento ético de ingredientes, texto de Filipe Sabará

Talentos do Brasil em Paris

Açaí orgânico: fonte de energia e combate ao envelhecimento


I Dias 19 e 20 de junho de 2012, durante a semana do Rio+20, marque um encontro com representantes da Economia Verde no Centro de Convenções Bolsa do Rio. O evento Green Rio irá promover e divulgar iniciativas da Economia Verde no formato de Conferência + Expositores + Rodadas de Negócios, com destaque para os seguintes temas: ŸRastreabilidade, Pegada Ecológica e Economia Verde ŸMega Eventos e Economia Verde (Catering, Consumo Consciente, Legado) ŸAgricultura Familiar e Economia Verde ŸGreen Investors / Investidores Verdes ŸIndicadores de Sustentabilidade ŸWorkshops de Gastronomia com produtos de biomas brasileiros

19 e 20 de Junho de 2012 Praça XV de Novembro, 20, Térreo Centro - Rio de Janeiro / RJ

Cadastre-se no website www.greenrio.com.br para receber mais informações


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Índice Gastronomia

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Ecochefs e Teresa Corção: cozinhar para transformar pessoas Entrevistas

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Evandro Peçanha: Diretor do Sebrae RJ e parceiro dos orgânicos Meio Ambiente

9 Notas Orgânicas

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Brasileiro reduz consumo de hortaliça e aumenta consumo de frutas Opinião

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Fornecimento ético de ingredientes: o desafio de inovar com foco na sustentabilidade - Filipe Sabará Internacional

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O Mercado de Orgânicos no Reino Unido Moda Sustentável

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Talentos do Brasil em Paris Saúde & Orgânicos

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Açaí orgânico: fonte de energia que combate o envelhecimento Receitas

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Tapioca brulée de côco e erva doce

Expediente Realização: Planeta Orgânico (Programação Visual 2A2 Ltda.) Contato: (21) 2239-2395 Redação: expositor@planetaorganico.com.br Tiragem: 3 mil exemplares Gráfica: Teatral Revista Quadrimestral


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Gastronomia

Ecochefs e Teresa Corção: cozinhar para transformar pessoas Grupo de chefs do Rio de Janeiro se unem para promover a sustentabilidade no prato

Hoje, o time conta com 16 participantes que se reúnem uma vez por mês para planejar atividades que estimulem a compreensão do papel da alimentação contemporânea. Entre eles estão Margarida Nogueira, líder do convivium Slow Food no Rio, Claude Troisgros, Flávia Quaresma, Maria Victória, Frédéric de Maeyer, Ciça Roxo, Ana Salles e Ana Ribeiro. O grupo é formado também por jovens chefs como Joca Mesquita, Leonardo Araújo, Mariana Rodrigues, Ana Carolina Portella e Thomas Troisgros. A força desta brigada está na soma das vivências de cada integrante. Em comum, além da paixão pela comida, eles estão comprometidos com o percurso do alimento e a sustentabilidade deste caminho. Os Ecochefs são voluntários nos projetos na área de educação do Maniva, fundado há 4 anos por Teresa. Todo mês, eles se revezam na Oficina de Goma e Tapioca, realizada na Escola Municipal Agostinho Neto, no bairro Humaitá. Ao longo do ano letivo, os alunos do ensino fundamental, com idade entre 8 e 11 anos, aprendem a preparar a goma e a tapioca com pitadas de história do Brasil, geografia, música e teatro. O trabalho final é o Concurso de Recheio de Tapioca, realizado há seis edições. As crianças são incentivadas a criar seus próprios recheios. .

Carolina Amorim

A cozinha é um lugar permanente de transformação, não só de ingredientes, mas de pessoas. Há dois anos a chef Teresa Corção, presidente do Instituto Maniva, convidou alguns cozinheiros do Rio de Janeiro para formar o grupo Ecochefs. A ideia era formar uma rede para atuar com educação do gosto; resgate da memória alimentar brasileira; e a divulgação do conceito Ecogastronomia, que combina prazer e responsabilidade socioambiental.

Chef Teresa Corção - Presidente do Instituto Maniva

Os finalistas apresentam suas criações para uma bancada de profissionais, que tem como padrinho o chef Claude Troisgros. Em 2010, o grupo ministrou aulas no Curso de Gastronomia Brasileira para alunos do ensino médio, da Escola Estadual Monteiro de Carvalho, em Santa Teresa. Durante seis meses uma dupla de Ecochefs compartilhou receitas e a experiência do dia a dia da profissão, articulando saberes técnicos e culturais, ligados à identidade gastronômica. Além dos projetos educacionais do Maniva, o grupo participa de eventos como palestras, workshops e seminários.


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Segundo a presidente do instituto, os Ecochefs têm nas mãos ingredientes que podem fazer a diferença no Brasil. Engajados, eles afinaram sua visão sobre a centralidade da alimentação no cotidiano com o seu ofício. Com isso, têm mais chances de promover mudanças efetivas, ao adicionar paixão e compromisso social na mesma panela. Durante os dois anos de trabalho, o time está se consolidando na estrutura do Maniva. A proposta de Teresa é que a rede, que não é fechada e cresce organicamente, se enraíze em todos os projetos desenvolvidos pela ONG. A mandioca é matéria-prima principal em três frentes: Cultura, Educação e Agricultura. O objetivo é integrar jovens, crianças, cozinheiros, produtores da agricultura familiar e consumidores ao percurso do alimento, desde a terra ao prato. Para mais informações, acesse www.institutomaniva.org Juliana Dias é jornalista, sócia-diretora da Malagueta Comunicação (www.malaguetacomunicacao.com.br).


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Entrevista

Evandro Peçanha é diretor do Sebrae RJ e apóia os orgânicos antes deste setor ser reconhecido como tendência de consumo. Confira a entrevista de Evandro e saiba como o Sebrae está se programando para os mega eventos no Rio de Janeiro. O alimento orgânico é uma prioridade na agenda do Sebrae-RJ? Quais os principais desafios e oportunidades no Estado do Rio no seu ponto de vista? Evandro: Sim. Entendemos que a produção orgânica é um importante instrumento de diferenciação do pequeno produtor fluminense na economia do estado, pois tem um valor agregado inerente, já que traz na sua essência os pilares da sustentabilidade: saúde, consciência social e meio ambiente. As oportunidades para os produtores de orgânicos são crescentes, principalmente se pensarmos no calendário dos grandes eventos que acontecerão no Rio de Janeiro. A cidade receberá, em grande escala, turistas estrangeiros acostumados ao consumo de produtos orgânicos. E, mesmo no mercado doméstico, o produto orgânico ganha cada vez mais espaço nas gôndolas das principais redes de varejo do estado do Rio de Janeiro. Outro importante indicador para avaliação é o aumento do interesse dos restaurantes fluminenses na busca de fornecedores desse tipo de produto. Mas também há diversos desafios a enfrentar. Afinal, ainda é pequena a oferta de produtos orgânicos no estado do Rio de Janeiro diante do potencial de crescimento que tem, já que são poucos os produtores que se apresentam com espírito empreendedor aguçado e que enxergam a produção orgânica como uma atividade econômica rentável. Entendemos que este fato é o principal responsável pela demanda reprimida dos produtos orgânicos.

Dr. Evandro Peçanha - diretor do Sebrae RJ

O carioca é um dos principais consumidores interessados em comprar orgânicos no país. Como aproveitar melhor esta oportunidade? Evandro: É necessário facilitar o acesso de produtores orgânicos ao acervo de tecnologias disponíveis nos centros de pesquisa, além de massificar as culturas do empreendedorismo e do associativismo nos núcleos de produção, principalmente porque a força produtiva fluminense se concentra nas mãos de pequenos produtores, em sua maioria, agricultores familiares. Além disso, é importante planejar as vendas. Atualmente, o produtor planta e depois verifica se há demanda para o produto. O ideal é que se faça o contrário. Deve-se analisar onde há demanda e formalizar o compromisso de compra, preferencialmente por meio de um sinal, para poder ter destino para a produção. É importante que isto se torne uma prática, que o pequeno produtor produza aquilo que já conseguiu vender. Principalmente, se considerarmos que ele lida com produtos altamente perecíveis, como as folhosas, que registram perdas elevadas. Estas perdas estimulam a produção em pequena escala, basicamente destinada a feiras livres, onde o pequeno produtor encontra maior liquidez.


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Podemos afirmar que o Sebrae-RJ está comprometido com o tema da sustentabilidade? Também é uma visão nacional do Sebrae? Evandro: Sem sombra de dúvidas. Todas as ações de desenvolvimento econômico promovidas pelo Sebrae têm como premissa levar em consideração aspectos relacionados ao meio ambiente, ao comércio justo, à tecnologia, ao associativismo, à educação e ao fortalecimento do empreendedorismo em geral, o que mostra, sem dúvida, nosso comprometimento com a sustentabilidade. Os projetos realizados no segmento dos orgânicos são uma boa prova disso. O Rio de Janeiro está passando por uma série de eventos internacionais, que teve início em 2011 e seguirá, no mínimo, até 2016. Que ações comprometidas com a sustentabilidade o Sebrae-RJ planeja nestes anos? Evandro: O calendário de eventos previstos para o Rio de Janeiro tem servido como pano de fundo para consolidação do portfólio de projetos do Sebrae/RJ. Em nossa carteira de projetos, estamos priorizando, ao máximo, aqueles que visam à promoção dos micro e pequenos negócios fluminenses de forma sustentável. Entre eles, o programa Sebrae 2014, que visa preparar os pequenos negócios para que aproveitem as oportunidades que vão surgir com a Copa e com as Olimpíadas, por meio de capacitações, consultorias e rodadas de negócios, que aproximarão os pequenos fornecedores das empresas que estão envolvidas na produção desses eventos esportivos. E a produção de orgânicos está inserida neste processo.

Nossa idéia é que os produtores orgânicos passem a fornecer para restaurantes e hotéis na época dos eventos esportivos, quando teremos maior fluxo de turistas estrangeiros, e que também sejam criados cardápios especiais com estes produtos, para incentivar o consumo, além de outras iniciativas. A presença internacional será muito grande com eventos como Rio+20, Copa do Mundo e Olimpíadas. No seu ponto de vista, o Estado do Rio de Janeiro está preparado para oferecer serviços deste nível nesta sequência de eventos? Como o Sebrae-RJ pretende colaborar até estas datas com cursos e treinamentos? Evandro: Sabemos que o desafio é muito grande, mas também temos consciência do potencial dos empreendedores do Rio de Janeiro. E é para preparálos para aproveitar da melhor forma as oportunidades que vão surgir, que já começamos a desenvolver um trabalho com eles, por meio do programa Sebrae 2014. As empresas participantes passam por um diagnóstico, para avaliar seu nível de competitividade, e recebem um plano de desenvolvimento individual, que inclui capacitações, consultorias e ações de acesso a mercado, como rodadas de negócios. A idéia é que estas empresas invistam na melhoria de processos, produtos e serviços para que estejam devidamente preparadas para aproveitar as possibilidades de negócios. Com isso, estarão prontas não apenas para a Copa e para as Olimpíadas, mas para sempre, o que certamente contribuirá para o seu desenvolvimento.

Mesa de abertura do Seminário GreenRio realizado no auditório do Sebrae RJ dia 23 de agosto de 2011, sobre «Oportunidades e Desafios de uma Copa do Mundo Sustentável». Da esquerda para direita; Diretor do Sebrae, Evandro Peçanha Secretario de Agricultura do Rio de Janeiro, Christino Áureo, Coordenador da Câmara Temática de Meio Ambiente e Sustentabilidade Copa 2014, Claudio Langone Diretora do Planeta Orgânico, Maria Beatriz Martins Costa



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Meio Ambiente FAO Solicita que 2014 seja o Ano Internacional da Agricultura Familiar Entre 25 de Junho e 02 de julho de 2011, em Roma, representantes dos 192 países que constituem a Organização das Nações Unidas para Agricultura se reuniram para analisar as políticas e iniciativas para reduzir a fome e a pobreza no mundo. Entre as principais p ro p o s t a s a p r e s e n t a d a s n e s t a Conferência da FAO uma é particularmente relevante: a proposta da declaração que 2014 seja o Ano Internacional da Agricultura Familiar. Foi uma iniciativa, coordenada pelo Fórum Mundial Rural e teve o apoio do mais de 330 organizações e de 60 países nos cinco continentes. No sábado, 2 de julho de 2011, a última sessão plenária da 37ª Conferência da FAO aprovou o projeto de resolução apresentado pelas Filipinas e apoiado por mais de 15 países, sem oposição, para pedir que a Assembléia Geral da ONU, declare 2014 como o Ano Internacional da Agricultura Familiar. O propósito é promover o reconhecimento da Agricultura Familiar como a base de produção de alimentos, destacar sua importância na segurança e soberania alimentar, na gestão sustentável dos solos e da biodiversidade. Estudo Aponta que Sustentabilidade é Fundamental para Negócios O tema “sustentabilidade” está presente na formulação de políticas públicas assim como nas decisões estratégicas das iniciativas privadas e das organizações não governamentais.

Um estudo recente executado pelo UN Global Compact e Accenture envolvendo diversos países, constatou que 93% dos presidentes de empresas acreditam que questões envolvendo sustentabilidade serão fundamentais para o sucesso futuro de seus negócios. Brasil terá nova forma para descarte de lixo em 2012 A partir do segundo semestre de 2012, o Brasil vai implementar uma nova forma de lidar com o descarte de cinco grupos de resíduos. Serão estabelecidas regras fixas para produtos como eletroeletrônicos; remédios; embalagens; resíduos e embalagens de óleos lubrificantes; e lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista. É o começo do processo para a instalação da logística reversa, o principal instrumento da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Um terço dos alimentos no mundo é desperdiçado, segundo FAO O Congresso pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) apresentou, recentemente, dado impressionante: um terço dos alimentos no mundo é desperdiçado. De acordo com o estudo, denominado “Global Food Losses and Food Waste” (Perdas e Desperdício de Alimentos no Mundo) e elaborado entre agosto de 2010 e janeiro deste ano pelo Instituto Sueco de Alimentos e Biotecnologia (SIK), 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são desperdiçados por ano. A quantidade equivale a mais da metade de toda a colheita de grãos no mundo.

Um terço dos alimentos no mundo é desperdiçado, segundo FAO.


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Notas Orgânicas

Orgânicos: Até junho de 2011, sete Organismos de Avaliação da Conformidade se cadastraram no MAPA Até junho de 2011, foram cadastrados no MAPA sete (07) Organismos de Avaliação da Conformidade (OAC), entendidos como certificadoras por auditoria e Organismos Participativos de Avaliação da Conformidade (OPAC). Os nomes dos organismos estão disponíveis no site: http://www.prefiraorganicos.com.br, clicar em “Como se Regularizar”, “Mecanismos de Controle”, “Certificação por Auditoria”, “Certificadoras Credenciadas” e “Sistemas Participativos de Garantia”, “OPACs Credenciadas”. Os OACs credenciados são os seguintes: a) Certificadoras: 1) Instituto de Tecnologia do Paraná - TECPAR 2) IBD Certificações 3) Ecocert Brasil 4) IMO CONTROL do Brasil. As OPACs credenciadas são: 1) Rede Ecovida de Agroecologia 2) Associação de Agricultura Natural de Campinas e Região (ANC). 3) Associação de Agricultores Biológicos do Estado do Rio de Janeiro. (ABIO).

CERTIFICAÇÃO POR AUDITORIA

SISTEMA PARTICIPATIVO

Iogurte orgânico Taeq é novidade do Grupo Pão de Açúcar A mais recente novidade oferecida pela marca Taeq é o iogurte orgânico. O produto chega para reforçar o portfólio da marca exclusiva do Grupo Pão de Açúcar (GPA) e incrementar o sortimento de orgânicos nas lojas da companhia. São três sabores (Mel, Naturale Morango - versões light e integral). O GPA disponibiliza no web site da Taeq receitas com os produtos orgânicos, contendo o iogurte, como o mix de frutas ao creme: www.taeq.com.br

AAO (Associação de Agricultura Orgânica) lança novo web site Está no ar o novo portal na internet da AAO (Associação de Agricultura Orgânica): www.aao.org.br O web site dispõe de imagens, vídeos, artigos, informações dos eventos e notícias diversas sobre agroecologia. Muitos links estão disponíveis, inclusive pelas redes sociais da AAO. O projeto foi resultado de meses de trabalho e vem modernizar a divulgação e maneira de interagir com os visitantes na internet. Uma das atividades mais conhecidas da AAO é a tradicional Feira de Produtos Orgânicos no Parque da Água Branca, realizada semanalmente em São Paulo, SP.


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Frutas orgânicas ganham nova etapa de produção no Piauí O ministro da Integração, Fernando Bezerra, autorizou a realização da segunda etapa das obras dos Tabuleiros Litorâneos, em Luís Correia, Piauí. A determinação atende a uma solicitação do governador Wilson Martins, feita em audiência realizada em Brasília. Na primeira etapa de implantação dos Tabuleiros Litorâneos, foram alcançados 2.500 hectares de área irrigada destinados à produção de frutas orgânicas. A segunda etapa prevê mais 5.900 hectares, que serão divididos entre irrigantes familiares, agrônomos e técnicos agrícolas. Segundo o governador Wilson Martins, a obra, que faz parte do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), conta com R$ 39 milhões empenhados para sua segunda etapa. “É um projeto muito importante, que já vem dando bons frutos na região de Parnaíba. Com a retomada da obra e sua conclusão vamos conseguir transformar aquela região em um pólo importante de produção, especialmente frutífero”, disse o governador. Cineasta Silvio Tendler lança documentário “O Veneno Está na Mesa” O cineasta Silvio Tendler, responsável por documentários como “Os Anos JK”, lançou dia 25 de julho no Teatro Casa Grande, Rio de Janeiro, o filme “O Veneno Está na Mesa”. A apresentação do documentário, que lotou o Teatro, foi seguida de um debate com os participantes.

Com duração de aproximadamente 50 minutos, o filme mostra os enormes malefícios que os agrotóxicos causam à saúde do brasileiro, uma vez que o país está entre os maiores consumidores no mundo dos insumos. Através de dados estatísticos, depoimentos e demonstrando o histórico dos agrotóxicos na produção agrícola, o cineasta expõe a triste realidade no país, onde não apenas consumidores como agricultores estão vulneráveis a venenos. “O Veneno Está na Mesa” está disponível gratuitamente pela internet no site YouTube. O filme vem contando com grande divulgação de ambientalistas.

“O Veneno Está na Mesa” está disponível gratuitamente pela internet no site YouTube. O filme vem contando com grande divulgação de ambientalistas.


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Pesquisa

Brasileiro reduz consumo de hortaliça e aumenta consumo de frutas Laboratório de Informação do Cepea, pesquisadora Dra. Margarete Boteon, analistas de mercado Juliana Silveira, Rafael Tapetti, Isabella Lourencini (graduandos em Ciências Econômicas na Esalq/USP) e Helena Galeskas (graduanda em Ciências dos Alimentos na Esalq/USP): (19) 3429 8836 / 8837 cepea@esalq.usp.br http://www.cepea.esalq.usp.br/hfbrasil/

O brasileiro está reduzindo o consumo de hortaliças como tomate, batata e cebola em casa. Na média geral das hortaliças, a redução foi de 1,93 quilo por pessoa entre os anos de 2002 e 2008, quando foram realizadas as edições mais recentes da Pesquisa de Orçamentos Familiares

O brasileiro está reduzindo o consumo de hortaliças como tomate, batata e cebola em casa. Na média geral das hortaliças, a redução foi de 1,93 quilo por pessoa entre os anos de 2002 e 2008, quando foram realizadas as edições mais recentes da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com base nesses dados, analistas de mercado do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, que trabalham com o setor de hortifrutícolas analisaram também a evolução do consumo de frutas nos lares brasileiros. Neste caso, o resultado é positivo. Houve aumento de 4,38 quilos por pessoa ingeridos em casa, com a laranja e a banana se mantendo como as mais consumidas. O consumo de hor taliças por pessoa/ano em casa era de 29 quilos em 2002, mas em 2008 passou a ser de 27,08 kg. A região Sudeste foi a mais representativa nesta queda, reduzindo seu consumo per capita em 4,43 kg/pessoa/ano, totalizando 28 kg/pessoa em 2008. O Centro-Oeste, ao contrário do Sudeste, foi a única região onde o consumo de hortaliças aumentou, .

3,38 kg/pessoa a mais totalizando 26,6 kg/pessoa em 2008. No caso das frutas, em 2002, a média consumida em casa era de 24,49 kg/pessoa e, em 2008, passou para 28,86 kg/pessoa. Todas as regiões brasileiras tiveram aumento significativo no consumo per capita de frutas, com grande destaque novamente para a região Centro-Oeste, que apresentou elevação de 8,61 kg/pessoa/ano em seis anos. O Nordeste ficou em segundo lugar em termos de crescimento. Analisando o consumo total por faixa de renda, pesquisadores do Cepea constatam que o principal mercado consumidor de frutas e hortaliças é a classe média. Em 2008, esse segmento da população brasileira representava 49% do consumo de hortaliças no Brasil e 48% do consumo de frutas, conforme dados da POF/IBGE. “É na classe média que se encontra a maior parcela dos brasileiros, o que explica a representatividade dessa classe para o setor. Se levarmos em conta que essa classe segue em ampliação, é provável que em 2011 já seja responsável por mais da metade do consumo .


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de frutas e hortaliças”, avalia Margarete Boteon, coordenadora do estudo. Aumento da renda favorece o consumo de hortaliças Na média nacional, o consumo de hortaliças foi de 27 kg por pessoa em 2008. A classe baixa consumiu 19 kg/pessoa/ano, 8 quilos a menos que a média nacional, destaca o estudo do Cepea, baseado em dados da POF/IBGE. A classe alta é a grande consumidora: 39,7 kg/pessoa/ano, quase 12 kg/ pessoa a mais que a média nacional. Ao contrário de arroz e feijão, o consumo de batata, cenoura, cebola e tomate apresenta relação positiva com a renda – quanto maior a renda, maior o consumo. No entanto, “o consumo de hortaliças em casa reduziu em todas as classes de renda”, resume a pesquisadora Margarete Boteon. Brasileiro com mais renda tem mais fruta na geladeira Em 2008, o brasileiro consumiu 28,86 quilos de frutas em média em casa. A classe baixa teve consumo de 17,3 kg/pessoa/ano, 11,5 quilos a menos que a média nacional. Na classe média, o consumo per capita em casa foi de 31,4 quilos naquele ano. A classe alta continua sendo a grande consumidora, com 50,27 kg/pessoa/ano, 21 quilos/ pessoa a mais que a média brasileira. No grupo de maior renda no País, superior a 15 salários mínimos, o consumo de frutas foi de 59,2 quilos em 2008. Há uma correlação positiva entre renda e consumo de fruta. As frutas são consideradas caras dentro do grupo dos .

alimentos, sendo menos consumidas pelas classes mais baixas. Muitas vezes, um quilo de fruta é comparado com outros produtos mais calóricos e que “sustentam mais”, como um quilo de frango, por exemplo. Conforme os autores desse estudo, a aquisição, em quilos, de banana e laranja se destaca, entre outras frutas, em todas as classes de renda. Além disso, os pesquisadores observam aumento do consumo de frutas em todas as classes entre 2002 e 2008. O incremento (total) per capita foi maior na classe alta. “O acesso a informação, a preocupação com a saúde, o marketing da fruta segura e com qualidade de origem são fatores que vêm colaborando para o aumento do consumo de frutas nas classes de maior poder aquisitivo”, comenta Margarete Boteon. No entanto, em termos relativos, o maior incremento entre 2002 e 2008 ocorreu na classe baixa, impulsionado pelo crescimento da banana, melancia, laranja e maçã. Nos 6 anos entre uma pesquisa e outra, a classe média aumentou seu consumo tanto de frutas mais baratas e tradicionais, como maçã e laranja, como de frutas mais caras, como manga, melão e uva.

Em 2008, o brasileiro consumiu 28,86 quilos de frutas em média em casa. A classe baixa teve consumo de 17,3 kg/pessoa/ano, 11,5 quilos a menos que a média nacional.


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Opinião

Fornecimento ético de ingredientes:

O desafio de inovar com foco na sustentabilidade Filipe Sabará, Diretor de Negócios, Beraca O termo inovação deriva do latim, “innovare”, que significa “renovar ou mudar”: “in” (para) + “novus” (novo) e se traduz por idéias, criações, renovações ou aperfeiçoamentos, que efetivados agregarão valores para os consumidores e promoverão retorno comercial para seus idealizadores. Ricardo Sousa Ricardo Sousa

Filipe Sabará

A principal diferença entre uma inovação e uma invenção é que “Invenção é a conversão de dinheiro em idéias. Inovação é a conversão de idéias em dinheiro”.

“Ser novo” deve ser um caminho trilhado por todos os colaboradores de uma empresa, independente de níveis hierárquicos. Para obter um melhor resultado, toda a cadeia produtiva deve estar extremamente engajada em promover melhorias focadas na obtenção de diferentes e melhores resultados. Inovação, é um sistema de gestão que requer ferramentas específicas, regras e disciplina. A principal diferença entre uma inovação e uma invenção é que “Invenção é a conversão de dinheiro em idéias. Inovação é a conversão de idéias em dinheiro”. Necessitando de esforços cruciais rumo ao desenvolvimento e sucesso, inovação é um dos maiores paradigmas de nosso tempo. No mundo atual tudo precisa ser mais rápido, mais eficiente, mais produtivo, mais fácil e de preferência, mais barato. Melhorias tecnológicas possibilitaram à indústria alcançar resultados impressionantes através de conceitos novos e melhores. Por outro lado, a tecnologia e a velocidade .

trouxeram conseqüências ambientais devastadoras. Logo, a primeira questão a ser levantada é: como inovar de uma maneira ética e sustentável? Desde a Eco 92, a Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) discute sobre a iniciativa do BioComércio - um conceito inédito. BioComércio se refere à coleção, produção, transformação e comercialização de bens e serviços a partir da biodiversidade, sob o critério de sustentabilidade ambiental, social e econômica. Apesar de um crescente número de empresas alegarem que são “verdes”, e adotarem práticas ecologicamente corretas, não é suficiente. É necessário ser sustentável - o que significa fornecer produtos de cadeias transparentes e rastreáveis, em conformidade com padrões internacionais sócio-ambientais. Assim, sustentabilidade é o resultado de três fatores independentes: meioambiente, vitalidade econômica e comunidades inseridas no mercado. O primeiro passo para se estabelecer uma produção sustentável é a exploração responsável de recursos naturais. Pesquisadores da Universidade de Maryland estimaram que a renda gerada por recursos florestais são, aproximadamente, US$ 1.1 trilhão/ano. Neste ínterim, de acordo com um estudo .


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do Dr. Philip M. Fearnside no Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (INPA), seria necessário gastar US$ 3 trilhões/ano para controlar os efeitos negativos do aquecimento global, conseqüentes do desmatamento. Porém, a conservação de recursos naturais deve ser aliada à melhorias na qualidade de vida das populações locais. O melhor modo de alcançá-las é através de atividades neo-extrativistas, que utilizam tecnologias novas, que respeitam a identidade e estilo de vida das comunidades, com preços justos e política de compensação para os usos ambientais como água limpa e solo, créditos de carbono e reflorestamento. O primeiro desafio relacionado ao fornecimento ético envolve a identificação de atividades sustentáveis que podem ser desempenhadas por comunidades locais em escala industrial dentro da capacidade ambiental. Além disso, cada produto proveniente do extrativismo possui características ecológicas, sócias e etno-botânicas distintas e requerem atenção especial com relação à absorção de trabalho, conhecimento da produção, manutenção de estoque, desenvolvimento de mercado, estabelecimento de validade e organização sócio-econômica. O Programa de Valorização da Biodiversidade criado pela Beraca há 10 anos tem como objetivo garantir a rastreabilidade no fornecimento de matériasprimas dos biomas brasileiros, particularmente da região Amazônica. Focado em comunidades locais, o nosso projeto contribui para melhorar o desenvol.

vimento regional e preservar a maior floresta tropical do mundo. Acreditamos que a única forma de construir relações duradouras com comunidades locais é trazendo o conhecimento tradicional e científico à escala industrial através de um processo sustentável. Transparência deve ser priorizada à colheita e contratos devem ser baseados na repartição de benefícios, considerando o uso de recursos biogenéticos e direitos de conhecimento intelectuais e tradicionais. A empresa deve também investir em desenvolvimento local, o que inclui melhorias em infra-estrutura, treinamentos, manejo e certificação das matérias-primas. Enquanto o conceito de fornecimento sustentavel é geralmente ligado ao relacionamento com os fornecedores, é crucial para as empresas que comuniquem seu trabalho junto aos seus públicos de interesse. As informações referentes aos impactos envolvidos no produto final também devem ser disponibilizadas para os consumidores. Concluindo, inovação deve sempre estar ligada à conservação ambiental e valorização social através de parcerias estabelecidas entre empresas, comunidades locais e consumidores. Antes de agir, a indústria deve analisar cautelosamente a realidade de nosso planeta e identificar vulnerabilidades potenciais à respeito da demanda crescente por produtos e serviços. Acima de tudo, uma inovação só é legítima se contribuir para um desenvolvimento sustentável em escala global.

O Programa de Valorização da Biodiversidade criado pela Beraca há 10 anos tem como objetivo garantir a rastreabilidade no fornecimento de matériasprimas dos biomas brasileiros, particularmente da região Amazônica.


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Internacional

O Mercado de Orgânicos no Reino Unido O mercado inglês é o terceiro maior da Europa e um dos maiores do mundo. O projeto OrganicsBrasil disponibilizou informações a respeito: - Um Mercado de varejo de £1,2 bilhão - 3º maior Mercado Orgânico da União Européie - Famílias com filhos menores de 15 anos compram uma variedade maior do que aquelas sem filhos - Os supermercados são responsáveis por 76% de toda a venda de alimentos orgânicos. - Em 2007: 1 em cada 2 consumidores comprou produtos horti-frutigranjeiros; 1 em cada 4 consumidores comprou carne / laticínios; 1 em cada 6 produtos orgânicos era embalado. Confira mais dados desta apresentação: http://www.planetaorganico.com.br (Mercado)


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Orgânicos & Cia A revista dos mercados orgânico e sustentável

Reserve seu espaço na próxima edição da única revista com foco nos mercados orgânico e sustentável. O Planeta Orgânico lançou a primeira edição da revista Orgânicos&Cia em novembro de 2010. A proposta da publicação é trazer informações sobre mercado orgânico e economia verde, além de entrevistas, lançamentos de produtos e tendências de consumo. As edições são distribuídas através de parcerias com lojas, hotéis, restaurantes e instituições diversas do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Curitiba e eventos com participação do Planeta Orgânico. Entre em contato conosco pelo email expositor@planetaorganico.com.br


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Planeta Orgânico

Moda Sustentável

Fernando Santos e Patricia Mendes recebem cliente (centro) no estande do Talentos do Brasil no Prêt-à Porter 2011

Talentos do Brasil em Paris Patricia Mendes é a coordenadora do Projeto Talentos do Brasil e, em setembro de 2011, levou as obras da COPERUNICA para o Salon Prêt-à-Porter em Paris. Este evento ofereceu um espaço destinado a expositores comprometidos com moda sustentável - SO ETHIQUE - no qual Talentos do Brasil marcou presença. Orgânicos & Cia foi conferir o Talentos do Brasil em Paris quando entrevistou Patricia Mendes sobre os planos para o futuro deste belíssimo projeto. O Programa Talentos do Brasil - iniciativa do governo federal executada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, por meio da Secretaria da Agricultura Familiar em parceria com SEBRAE - é uma importante fonte de geração de trabalho e renda. Busca estruturar a atividade artesanal com base na produção agregada, na prospecção mercadológica e no conceito da autogestão, apoiando as ações dos atores locais e contribuindo para o desenvolvimento sustentável do Brasil.

Esse programa está presente em doze Estados brasileiros - Maranhão, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Amazonas, Pará, Tocantins, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul - e envolve o trabalho de quinze grupos produtivos, somando cerca de duas mil pessoas que vivem em territórios rurais - em sua maioria mulheres organizadas em 15 cooperativas singulares e uma nacional, a Cooperativa Nacional Marca Única (COOPERUNICA), .


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Assim como o joão-de-barro, que traz um pouco da argila do mundo lá fora para construir seu universo particular, elas, num sentido inverso, mas não menos verdadeiro, colocam o melhor de si mesmas em seus produtos e ajudam a construir outro conceito de moda (com sustentabilidade). É a primeira vez que Talentos do Brasil expõe neste evento? Como foi a receptividade aos produtos do Talentos do Brasil no Prêt-à-Porter em Paris? Patrícia: Esta é terceira vez que participamos do evento Prêt-à-Porter em Paris. Os produtos foram muito bem aceitos pelos clientes internacionais de vários países, como Bélgica, Inglaterra, Itália, Japão e França. São produtos diferenciados, que tem um conceito original e próprio, valorizando a identidade e a biodiversidade brasileira, um autêntico produto da moda sustentável. Que negócios foram iniciados e/ou concretizados no Salon Prêt-à-Porter? Patrícia: Recebemos 55 visitantes, e estamos em negociação com distribuidores da França e da Itália, conversamos com lojistas sobre a participação dos nossos produtos no festival de inverno em Munique e com representantes do Japão conversamos sobre a venda de protótipos de bolsas de buriti para show room. Como está posicionado o Talentos do Brasil nos mercados doméstico e externo? Patrícia: Estamos apoiando a Cooperúnica em várias estratégias de mercado. A principal será a inserção dos produtos no mercado turístico com o lançamento da coleção moda praia, já pensando na Copa de 2014 como uma oportunidade de negócios. Para o mercado internacional estamos em negociação com os parceiros para lançamento das coleções em julho de 2012 (com legado da Copa 2014) e será uma .

grande projeção no mercado europeu e nas Américas. Também consta da nossa estratégia a realização de seminários contextualizando o Talentos, promovendo a valorização dos produtossustentáveis brasileiros como oportunidade de negócios com foco na Copa. Talentos já tem condições de atender pedidos em larga escala? Patrícia: Sim, a estrutura da Cooperunica foi planejada para expandir os produtos no mercado com capacidade da produção e entrega dos produtos permitindo que o cliente possa comprar mais de 2 mil produtos com CNPJ único. Quais os planos do Talentos para os próximos anos? Patrícia: Iremos focar no desenvolvimento de produtos para o segmento turístico/moda praia, brindes e assessórios, sempre fortalecendo o conceito da sustentabilidade.

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que comercializa atualmente um portfólio de mais de 1.500 produtos.


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Saúde & Orgânicos

Açaí orgânico: fonte de energia que combate o envelhecimento Luís Alexandre Louzada Você já ouviu falar no “fruto que chora” ? Em língua tupi, essa é a tradução, por extenso, de açaí, que pode ser explicada pela grande quantidade de líquido que é extraída de seu interior. Espécie tipicamente silvestre, o açaizeiro - a árvore que produz o açaí -, é um tipo de palmeira nativa da Amazônia, encontrada em diversos estados brasileiros, como o Amapá e o Mato Grosso, e também em outros países, como a Venezuela e o Equador. No entanto, é o Pará que abriga a maior parte da reserva natural do fruto, respondendo por 95% de sua produção nacional. Para o consumidor, o açaí revela-se um excelente complemento alimentar, com propriedades antioxidantes, graças à presença de substâncias como carotenóides, antocianinas, compostos fenólicos, beta caroteno e licopeno, que ajudam a combater os radicais livres - responsáveis pelos processos degenerativos do organismo, entre eles, o envelhecimento. Sua polpa contém cálcio, ferro, fósforo, fibras, potássio, proteínas, vitaminas B1, B2, C e gordura vegetal semelhante ao óleo de oliva. Produção orgânica O fruto produzido de forma orgânica é um aliado, em potencial, da saúde, e requer cuidados especiais. “O açaí orgânico apresenta grandes diferenças antes mesmo da colheita. Tudo começa a partir da aplicação de técnicas de manejo agroflorestal em áreas certificadas, passando por cuidados importantes durante a colheita,

as chamadas Boas Práticas de Campo, seguindo para o acondicionamento adequado no transporte até a indústria. Cada etapa requer acompanhamentos e registros” - explica Leonilda Fagundes, diretora da Bio EcoBrazil - empresa que acumula experiência de quase dez anos na cadeia produtiva do açaí no estado do Pará. Leonilda informa que o processamento do açaí orgânico deve ocorrer em menos de 24 horas após a colheita. “Um dos principais fatores determinantes na conservação dos benefícios antioxidantes é a rapidez para o processamento. Do contrário, perde-se as propriedades do fruto. Quanto mais fresco ele for processado, há mais chances de preservar seus fatores nutricionais. Além disso, o sistema de processamento do açaí orgânico consegue acompanhar com mais segurança os pontos contaminantes ao longo da cadeia produtiva”. “Todos esses procedimentos”, ressalta Leonilda, “asseguram que o açaí a ser consumido esteja integro não só em relação à segurança alimentar, mas também no tocante à responsabilidade humana que envolve o grupo de produtores extrativistas e o consumidor final”. A nível industrial, a diretora lembra que a indústria processadora da matéria prima orgânica deve ser auditada por instituições certificadoras, e credenciadas em âmbito internacional. Além disso, é bom frisar que, desde o início de 2011, o Ministério da Agricultura passou a exigir a utilização do Selo Orgânico Brasileiro, garantindo

O Pará abriga a maior reserva natural de açaí, respondendo por 95% da produção nacional


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ao consumidor que o produto passou por auditoria. Já a diretora técnica da BioSafe Segurança de Alimentos, Cynthia Annes Rubião, vai mais além quanto às boas práticas de fabricação: “Os procedimentos que visam a garantir a segurança dos alimentos reduzem ao máximo todos os tipos de contaminação microbiológica, química e física. O açaí é um fruto que está particularmente suscetível a conter uma concentração perigosa de microorganismos, principalmente bactérias, já que é constituído por altos teores de proteínas e gorduras. Sendo assim, a higiene durante a produção e o processamento térmico são excelentes medidas para se prevenir a veiculação de possíveis doenças”. Consumo Pesquisa recente realizada pela Universidade Federal do Pará revelou que uma tigela de açaí supre o total diário de fibras necessárias a um adulto, ajudando inclusive na regularização das funções intestinais. No entanto, o critério para uma possível substituição da refeição requer muito cuidado. É o que informa a nutricionista Adriana Bassoul, do Sítio do Moinho. “Uma refeição deve ser composta por alimentos que proporcionem equilíbrio. O açaí é calórico e nutritivo, mas é importante lembrar que cada indivíduo tem necessidades nutricionais diferentes e que devem ser respeitadas”. Outro fator determinante na escolha do produto é o conteúdo. “É importante prestar atenção nos ingredientes dos açaís comercializados. Muitas vezes são misturados com outros ingredientes, e isso faz com que suas características originais fiquem diluídas ou diferenciadas” - alerta Adriana. Leonilda Fagundes, da Bio EcoBrazil, segue a mesma linha de pensamento. “Os nutrientes presentes no açaí são muitos, mas é necessário prudência com as receitas que acrescentam xaropes e outras substâncias, ou seja, um turbilhão de calorias vazias que não terão outra função no organismo a não ser engordar”. Segundo a .

Açaizeiro - palmeira nativa do Amazonas

empresária, “os benefícios são maiores quando o fruto é consumido puro, na forma de polpa. Quanto mais aditivos contiver a composição, menor será o efeito do alimento em si”. Por ser considerado calórico (100 gramas possui cerca de 247 calorias), o açaí - que também pode ser encontrado em algumas marcas de barras de cereais orgânicas - deve ser consumido, segundo especialistas, em associação à prática de exercícios físicos. Neste caso, torna-se uma excelente fonte de energia, isto é, uma “caloria do bem”. Receita de açaí orgânico 1 saquinho de polpa de açaí congelada orgânica de 100g. - 1 banana - ½ copo americano de suco de mamão - ½ colher de sopa de açúcar orgânico (se preferir, adoçante) - 3 colheres de algum tipo de farinha de fibras Modo de preparo: Bata tudo no liquidificador por um minuto. O resultado é uma bebida refrescante, energética, com diversas vitaminas e muito saborosa. Dica: ótima pra quem pratica esporte. Fonte: Bio EcoBrazil Serviço Bio Ecobrazil - www.bioecobrasil.com.br Bio Safe - www.biosafelab.com.br Sítio do Moinho - www.sitiodomoinho.com


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Receitas

Tapioca brulée de côco e erva doce Por Teresa Corção

Para recheio de coco: Metade da mistura acima e 400 gr coco ralado Para a tapioca: 10 gr de erva-doce à granel 500 gr de goma de mandioca peneirada com pitada de sal e 600 gr açúcar cristal Modo de fazer Leite de coco condensado Misturar os dois ingredientes Recheio de coco Misturar a metade do leite de coco condensado com o coco ralado desidratado.

Tapioca Aquecer uma frigideira anti-aderente de 18 cm e colocar as sementes de erva-doce sem arrumar. Peneirar a goma nessa frigideira. Quando unir virar rapidamente e retirar para um prato forrado com plástico. Rechear com a mistura de coco e dobrar. Reservar numa travessa sempre coberta para não endurecer a goma. Na hora de servir, molhar com a mistura de coco condensado deixando cair o molho para fora fazendo um desenho no prato. Cobrir com o açúcar cristal formando uma camada grosso. Queimar com o maçarico. Servir com uma folha de hortelã em pratos pequenos. Dica: Pode guardar 1 semana na geladeira: o recheio de coco, o leite de coco condensado e a goma hidratada.

Divulgação

Ingredientes: Para o leite de coco condensado: 800 ml de leite de coco 800 ml de leite condensado


RJ 014


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