Portefolio2016_Eduarda Almeida_Design

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P E R F I L

“Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso” - Fernando Pessoa


Concelho do Porto

duda.almeida.design@gmail.com

912761075

Antes de mais acho necessário apresentar-me, para que possam perceber com quem estão a lidar. Bem, eu sou a Eduarda Almeida, moro na riquíssima zona Norte do nosso país, e adoro acima de tudo a possibilidade e a oportunidade de poder comunicar as minhas ideias, as minhas reflexões, e aquilo que os meus olhos conseguem captar. Para isso apoderei-me da escrita e do design, que me fazem sentir como um peixinho dentro de água. Fernando Pessoa costumava dizer que, “Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso”, e o meu sonho passa por continuar a fazer aquilo que mais gosto… imaginar, criar e diluir novos cenários. Infiltrar-me e observar os diferentes ambientes e a forma como as pessoas interagem com eles, perceber as suas necessidades e estimular as suas emoções, porque acima de tudo, estamos a criar e a comunicar uma ideia para o consumidor e não para nós.

E D U A R D A


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ÍNDICE Curriculum Vitae - - - - - - 05

Cartões e Outdoor | Concurso Andante do Porto - - - - - - 07 Layout Homepage | UI/UX Design - - - - - - 09

Design de Comunicação/Copy | Estágio Profissional - - - - - - 11 Cartazes Publicitários - - - - - - 15 Produção Fotográfica | “A Visão Real dos 10 Mandamentos” - - - - - - 17 Un-Plug-In | Mini Coleção Vestuário - - - - - - 19 Logotipo/Provador | Marca ATUM - - - - - - 21

ÍNDICE Artigos para a Revista Colagens Boémias - - - - - - 23

“Uma História Enes de Mórbida!” | Guião Curta Metragem - - - - - - 27

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A

EDU RDA LMEIDA EDUCAÇÃO 2012/2014 | Universidade do Minho

Mestrado em Design de Comunicação de Moda

2008/2012 | Universidade do Minho

Licenciatura em Design e Marketing de Moda

EXPERIÊNCIA 2015/Presente | Designer e Copy Freelancer 2012/Presente | Fundadora e Colaboradora na Revista Colagens Boémias 2016 | Participação Concurso Andante Porto 2014/2015 | Designer de Comunicação e Copywriter | Estágio Profissional | Empresa: DQA Design 2013/2014 | Dissertação de Mestrado | Estratégias de Comunicação para Publicações de Moda Online 2013 | Desenvolvimento de uma mini Coleção de Vestuário | Empresa: DUTCH AWEARNESS

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C LÍNGUAS Português: Escrita e Comunicação fluentes Inglês: Boa compreesão

SKILLS Design Gráfico | Branding | Conhecimentos de HTML5 e backoffice | Internet e redes sociais | SEO | Google Adwords | Trabalho sob pressão e em equipa | Gestão de projetos | Boa comunicação visual e gráfica | Marketing e Relações Públicas | Boa capacidade de escrita e de poder de argumentação | Pensamento out of the box | Atenção aos detalhes | Autodidata

U R R I C U L U

SOFTWARE

M

Backoffice

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Cartões e Outdoor Concurso Andante do Porto Sentindo-me curiosa e desafiada pela proposta do “Concurso Andante do Porto”, que consistia em desenvolver não só a nova imagem do cartão andante, como também um poster de divulgação, decidi por mãos-à-obra. Optei por aliar alguns elementos caracteristicos das casas do Porto, com uma componente mais humoristica. Assim, aproveitei-me da essência da história do Batman para criar o conceito. Tal como o povo de Gotham precisa do Batman para os salvar da escuridão, também os portuenses precisam do andante, para que este os ilumine até aos seus destinos.

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Layout Homepage UI/UX Design Como gosto de desafios novos e de me aventurar por caminhos desconhecidos, comecei a pesquisar e a estudar os conceitos que envolvem o UI/UX Design. Depois deste estudo senti a necessidade de por algumas ideias em prática. Por isso decidi por mãos-à-obra e, por iniciativa própria, escolhi uma identidade institucional para testar os conhecimentos adquiridos. Assim, desenvolvi o layout de uma Câmara Municipal, para os diferentes dispositivos (desktop, tablet e mobile).

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Design de Comunicação / Copy Estágio Profissional WWW

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Os seguintes trabalhos decorreram no âmbito do estágio realizado para a empresa DQA Design, onde foram aprofundadas competências ao nível do design de comunicação/gráfico, bem como a nível de copywriter. Para além disso foram adquiridos conhecimentos e habilidades ao nível de HTML 5, aplicados em newsletters construídas no DreamWeaver.


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NÃO LEVANTAR FALSOS TESTEMUNHOS!

O conceito para esta produção fotográfica denomina-se de “A Visão Real dos 10 mandamentos”. Aqui procurou-se quatro dos ensinamentos bíblicos, de modo a retratá-los sob a visão da sociedade contemporânea. Assim, as fotografias foram trabalhadas com o intuíto de explorar estes mandamentos, onde se brinca com a oposição daquilo que eles realmente transmitem, através de um possivel imaginário apocalíptico. Fotografia: Ana Enes | Tratramento de Imagem: Eduarda Almeida

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HONRAR PAI E MÃE!

NÃO COBIÇARÁS O HOMEM DO PRÓXIMO!

NÃO MATARÁS! 18


Un-Plug-In Mini Coleção Vestuário A coleção un-plug-in surge através de uma proposta da empresa Holandesa, “Dutch awearness”, para a realização de uma coleção de 5 coordenados femininos com o tema “Green Revolution”. Enquanto seres humanos, tudo o que nos circunda acompanha-nos, crescendo e progredindo em conjunto. O modo de pensar, o modo de agir, o modo de comunicar já não é sequer o mesmo. A tecnologia apoderou-se das nossas vidas, alterando-nos por completo. É aqui que se dá o desenvolvimento da “revolta da natureza”. A natureza como a conhecêramos está a sofrer drásticas transformações, que se reverterão mais tarde nas nossas próprias “peles”. Assim a criação é pensada na dualidade entre a sobreposição de camadas, através das fases de proteção para com as futuras catástrofes ambientais. Coleção em parceria com: Karen Moreia | Fotografia: Mof Mof

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Logotipo / Provador A marca ATUM – “Atelier da Universidade do Minho”, surgiu de um trabalho académico onde foi desenvolvido o logótipo e um elemento decorativo para o espaço da loja. As três palavras que descrevem a marca são: a geração de ideias, a realização propriamente dita das peças e o lado mais orgânico. Estas partem todas da mesma base – o esquisso – aquele primeiro desenho rápido que se faz de uma primeira ideia, aquele rabisco mais simplista. Através da desconstrução do ideal de “esquisso”, chegou-se aos elementos que deram origem ao logótipo da marca: orgânico; dinâmico; fluído; sentido de rítmo e simplicidade. Para o desenvolvimento do espaço de Loja da marca ATUM, foi elaborado um provador inspirado na típica fotocabine, tendo em atenção as suas necessidades.

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Manoel de Oliveira Colagens Boémias Do cinema mudo à era do digital, apenas um Homem o percorreu. Agora de sorriso estampado na cara e refastelado na sua poltrona vê os próximos passos da 7ª Arte, da sua arte. O Homem aclamado pelos festivais e pela crítica internacional, nem sempre conseguiu seduzir os espectadores do seu País, talvez por sermos um tanto ou quanto mesquinhos e não darmos o devido valor e mérito ao que é nosso. Manoel Cândido Pinto de Oliveira, nascido a 1908, na bela cidade do Porto abriu os olhos ao mundo no momento certo…

“A vida é de onde se tiram os argumentos, as ações que se vão depois projetar fora, como se fossem verdadeiras, só que não são verdadeiras, são inventadas, são feitas à sombra e à imagem da realidade mas não são reais, são ficção.” - Manoel de Oliveira

13 anos após o nascimento do cinema. Coincidência ou apenas acaso do destino? Nós preferimos achar que há estradas que nos indicam o caminho certo, depois cabe-nos a nós seguir o

Nunca ninguém conseguiu por um freio na sua criatividade,

nosso coração. E por falar em coração, isso foi o que nunca faltou

na sua magia, na sua energia e na sua vontade de filmar, filmar,

ao realizador que, apesar de todas as críticas e elogios manteve-

filmar… até que a sua última memória passou para outro plano,

se sempre fiel às suas emoções, àquilo que fazia o seu coração

para uma nova luz.

palpitar mais rápido.

Certo dia da semana andará ele pelo paraíso celestial do cinema, rodeado pelos olhos atónicos dos seus semelhantes, a recitar sobre a evolução do cinema, sobre os filmes a cores

“O cinema é um fantasma da vida que não nos deixa senão uma coisa sensível, concreta: as emoções”. - Manoel de Oliveira

e digitais e, sobre como ele não só presenciou toda esta diversidade, como também foi o único que realizou filmes em todas estas etapas aliciantes. Durante anos Manoel de Oliveira, tal como todos nós, correu lado a lado com o tempo, enganando-o por diversas ocasiões.

Avisamos desde já que não tencionamos enumerar a extensa

No seu flanco teve um tempo veloz e efusivo permitindo-o fazer

e luminosa obra de Manoel de Oliveira, mas sim a essência e

filmes à velocidade da luz, e um tempo calmo e sereno, sem

a alma do artista aqui em questão. Um homem cujo olhar vivo

pressas que por cá andou durante 106 anos a ver a criatividade, a

e curioso revelam a sua vasta sabedoria e aprendizagem, que

beleza e a singularidade de um ser extraordinário.

conjugada com a sua juventude e irreverência culminam num cinema peculiar, inquietante, profundo e extremamente humanista. O mestre era um sublime contador de histórias, quer

Obrigada e até já. Vemo-nos do outro lado!

fossem suas, quer fossem dos outros. Quem teve o privilégio de o conhecer confidência que ele era um ótimo conversador, adorava falar sobre as vivências passadas, sobre as experiências mundanas, enfim abria todo o seu livro de memórias.

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Passadas as primeiras impressões, as recordações fugazes uma vez categorizadas de eternas, cravejadas de metal, vidro e plástico é

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altura de vermos as coisas com olhos de ver. Não soa bem, nem é colorido, mas o tempo e a vida continuam. Paisagens alienígenas, porém familiares. O cinzento que cobria o solo dá agora vez a uma terra ainda mais verde, ainda mais brilhante e com um odor ainda

2015, tudo continua na maior normalidade de sempre. Durante o primeiro trimestre do ano, o tempo vai sofrendo algumas mudanças… A princípio graduais, com nuvens de pó que se alastram por todo o lado, com os animais que partem em debandada e com a chuva que se torna cada vez mais intensa, espessa e de cor avermelhada… depois passam a ser mais ferozes, violentas e grotescas… Bumm, Bumm, Bummmm, explodem os trovões numa hipnotizadora e inquietante sinfonia. Chegou finalmente o momento que há muito estava traçado, o momento em que o Universo decidiu darnos umas palmadas pelo nosso mau comportamento, o momento que não acreditávamos ser possível… o drama

mais intenso e fresco. Cada vez mais sons, cada vez mais luz fazem impor a sua presença. Os animais que conhecíamos sofreram uma metamorfose, reajustaram-se às novas condições, sendo agora donos de um porte mais forte e robusto, como se tivéssemos voltado ao Jurássico Park, contudo o olhar ternurento e enigmático continua lá. Sobrevoam os céus, patrulham as florestas, dão braçadas pelo único oceano que nos resta e, apesar dos males que lhes fizemos na vida passada ajudam-nos e ensinam-nos a viver neste novo mundo. Todos juntos somos agora um só ser, uma só comunidade, que apesar de anatomicamente diferentes vivemos com o mesmo intuito – desfrutar e sobreviver neste novo e enigmático Planeta. E é aqui que a fantasia e o mistério se revelam… Na possibilidade de emendar erros anteriores, na probabilidade de uma nova alegria nesta nova Utopia.

vermelho, o Fim do Mundo, ou quem sabe o começo de um novo Mundo, com novas vidas, novas experiências e novas visões. Certo dia, depois de sermos invadidos por um ensurdecedor e perturbador silêncio decidimos abrir as janelas do esconderijo boémio e ficamos embasbacados a olhar para o horizonte... o mundo como o conhecíamos já não existe, não passa agora de uma efémera lembrança. A pergunta que impera é “Como é agora este estranho e novo mundo?”... Lá fora as habitações foram varridas pelo vento – excetuando uma ou outra - como se de meros grãos de pó se tratassem, as árvores que se encontram ainda de pé estão mais nuas que nunca, com os troncos mal tratados e esburacados, o solo está coberto de nuvens volumosas cinzentas e o céu… bem, esse assumiu uma amplitude assustadoramente mais bela e negra, encadeado pelos choques luminosos dos relâmpagos que iluminam e ofuscam tudo à sua volta.

Estranho Novo Mundo Colagens Boémias 24


Tenho um misto de emoções relativamente a este fenómeno. Por um lado adoro vislumbrar a cidade submergida na escuridão, em que os únicos rasgares de luz pertencem à lua, a meia dúzia de estrelas visíveis, e aos tais pirilampos da civilização. É refrescante saber que no meio do “nada” não estamos sozinhos, poder identificar os sítios que conhecemos de dia apenas pelos marcadores de luz. Apesar disso, este entusiamo não é completo. Depois dos primeiros momentos de êxtase, olho realmente lá para cima… e apercebo-me que nada sei daquilo que me rodeia, daquilo que não está ao alcance dos meus olhos. Gostava que por momentos os pirilampos se apagassem, adormecessem temporariamente, e me permitissem ficar a Quando cai a noite na cidade, Há sempre um sonho e há magia. À noite na cidade, Há sempre um sonho até ser dia”, é através deste refrão que Anabela representa por meio de palavras e sonoridades, a cintilante e enternecedora passagem oferecida pelo pôr-do-sol. Aqueles últimos momentos em que vislumbramos os últimos raios de luz efervescente, para passarmos a contemplar o silencioso e tranquilizante anoitecer. Os instantes em que a civilização começa a ganhar outras formas, as luzes acendem-se, a agitação começa a ser mais escassa, as pessoas recolhem-se para dentro das infraestruturas. Transformamo-nos portanto no que gosto de chamar de pirilampos mágicos. Aqueles bichinhos com luzes intermitentes,

sós com o horizonte, que me possibilitassem ver as estrelas intermitentes com uma maior claridade, respirar aquela calma abrupta, levitar lado a lado com elas, enquanto caminho pé-ante-pé rumo à lua. E aí sim, depois de a conseguir alcançar, de a explorar devidamente, parar e olhar fixamente para os pontos luminosos que se voltaram a acender na terra, ver os meus compatriotas sobre outro prisma. E eis que infelizmente desperto, ao mesmo tempo que me deparo com a triste realidade de que continuo debruçada na minha janela a olhar para o horizonte, que não subi até à lua, e não contemplei as luzes intermitentes que identificam a existência de vida na terra.

que se destacam e que inundam a cidade de vida. Para nós este fenômeno ocorre muito vagarosamente. Já estamos habituados a esta passagem, é uma espécie de ritual, algo que está intrínseco à nossa rotina. A velocidade com que a terra dança em torno do sol, a órbita elíptica com que se movimenta na imensidão do universo faz com que metade de nós estejam completamente às escuras e a outra metade banhada a ouro. Este completamente às escuras não é assim tão linear como eu gostaria, uma vez que na realidade nunca estamos exclusivamente sozinhos com os corpos celestes. Existem sempre as luzes da cidade, ou seja nós, para quebrarmos esta harmonia tranquilizadora.

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Pirilampos Mágicos!! Colagens Boémias


Voa Passarinho... Colagens Boémias Nem vão muito alto, nem muito baixo, planam à altura ideal para observarem todo o panorama, atravessam nuvens e olham para nós à medida que vão sussurrando: “Olham aqueles tolos, que nem sabem aquilo que estão a perder”. Uma vez chegados ao seu destino começam a baixar voo, para desfrutarem da nossa peculiar civilização. É apenas mais uma cultura que conhecem, mais uma arquitetura, mais umas manias e tiques dos humanos… enfim uma nova aprendizagem da na sua longa caminhada. Nós cá por baixo olhamos para eles e quase que dá vontade de dizer: “Lá vai um, lá vão dois, lá vão três passarinhos a voar… Um é Voa passarinho, voa… sê livre… vê o mundo que ainda não consigo alcançar. Em mais umas das minha eternas viagens de comboio, por vezes encantadoras, mas maioritariamente aborrecidas, ia eu à janela – sim como a música – e vi algo que no meio de tanta variedade me chamou a atenção, um agrupamento de pássaros. A fazer o que melhor sabem, lá iam eles a cirandar de um lado para o outro. Isto levou-me a mais um devaneio, a mais um pensamento aleatório, a mais uma miragem, a mais um desejo inquietante. A ânsia de conhecer novos mundos e novas culturas deixou-me com tamanha inveja destes passarinhos. Eles

meu, o outro é teu e o outro é de quem o apanhar!” Em boa verdade não somos nós que os apanhamos, eles “cagam-nos na cabeça” e tornam a bater as asas e vão pairar para outra freguesia… Livres, sem sufocos, preocupando-se apenas em arranjar uma boa comidinha e em não embaterem contra nada. Tolos, como se isso fosse muito importante. Enquanto isso, eu por cá vou sonhando com o dia em que me junto ao seu “bando”, explorando novos caminhos e paisagens, fazendo um uso literal das minhas asinhas. Bem, enquanto que isso não acontece vou fumando mais um cigarro e escrevendo sobre quase tudo o que me passa pela cabeça e também pelas coisas por onde o meu olhar vai saltitando.

todos sincronizados com o restante grupo têm a capacidade de se movimentarem para bem onde entenderem. “Oh Manel estou farto de Portugal, vamos dar um saltinho a outro sítio?” “Oh Maria, onde queres ir? A Itália?”… e pumba lá vão eles todos felizes da vida, a percorrer o infindável horizonte azulado. Percorrem léguas sem pagar, com uma vista privilegiada e com uma total liberdade que até aos dias de hoje, ainda não fomos capazes de alcançar.

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“Uma história ENES de mórbida” Guião original de Eduarda Almeida

Baseado em Kill Bill 1, de Quentin Tarantino WWW

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FADE IN: INT. SALA DE JANTAR - NOITE Surge em cena a BIBI, rosto sereno e tranquilo. A sua postura é a de uma líder. À sua frente está uma grande mesa retangular, recheada de comida. Estão 10 pessoas sentadas à sua volta. VOZ #1 (voz baixa e monótono) “Passou apenas um mês, desde aquela fatídica noite. O XS (não aparece em cena) promoveu aquela festa boémias.” (Silêncio) “Bibi foi eleita a guardiã daquele bando de idiotas. Ela conseguiu o que queria. Deu-lhes o nome de grupo da estrondeira.” (Gargalhada durante o jantar) “Do lado direito de Bibi, encontra-se DUDA, conhecida como a NINJA. Tem 24 anos, estatura média, sorriso aparentemente simpático, e é a principal segurança de Bibi.” (Silêncio) “As gêmeas siamesas KAREN e DORA, conhecidas como AS CONGUITAS, vestem um fato de treino vermelho, com as meias por cima das calças, e as suas inseparáveis sapatilhas brancas. As duas cabeças, só num corpo torna-as estranhas e frágeis. A aparência angelical é forçada, divertem-se com a desgraça do alheio.” (Barulho de fundo do jantar) “O careca de olhos pequenos e com calças de pijama laranja é o Droco. Está preso ao corpo de um adulto, enquanto que a alma é de criança. Neste caso uma criança perturbada. É o mestre de artes marciais do grupo.”

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Na cabeceira da mesa está Bibi. Bibi viveu muitos anos na Alemanha, têm 24 anos, estatura alta, olhar calmo e penetrante. (...) INT. CENTRAL DOS AUTOCARROS DO PORTO - DIA Enquanto isso no Porto, ENES compra um bilhete de autocarro para Guimarães. Estatura baixa, muito magra, pés e mãos extremamente grandes. ENES (sorridente e convicta) Um bilhete para Guimarães, por favor. Enquanto o sol se põem, Enes está impaciente no banco do autocarro. ENES (observa o exterior) Vou fumar um cigarro mal saia daqui. (...) INT. CASA DE BANHO #2 - NOITE A Ninja abre a porta, e o seu telemóvel começa a tocar. Enes que está no cubículo à escuta permanece imóvel. O seu olhar transforma-se, quando ouve a música familiar do toque. A cara de psicopata voltou. Abre ligeiramente a porta e vê que é a Ninja. NINJA Aiii, tou farta deste telemóvel. (silêncio) Sim. Ah, olá XS. Não, não há notícias da Enes. Ela desapareceu. (silêncio) A última vez que a vimos foi na entrada do autocarro no Porto. (ri-se) Começou a correr, e nunca mais ninguém a viu. (acena com a cabeça) Ok. Se ela aparecer eu aviso. Desliga o telemóvel. Ao mesmo tempo que se está a virar, Enes ataca-a desastrosamente, com um vaso de pequenas dimensões. CORTA PARA: (...)

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INT. ÁTRIO DA ADEGA - REALIDADE #1 - NOITE Bibi, Duda, Karen, Dora, Droco, Tiagaka, XS, entre outros, estão sentados no chão a comer a tão aguardada pizza. Parecem estar a assistir a um filme de comédia, tendo em conta as gargalhadas estridentes. Enes está a fazer uma espécie de dança da chuva. Enquanto resmunga sozinha. ENES Ahhh, eu vou-te apanhar. Mostra-me lá esse lombo. DUDA (risos compulsivos) Olha para a Enes... KAREN Já tá a viajar. BIBI Aposto que já está num mundo paralelo qualquer. CORTA PARA: (...) BIBI Oh Enes, não achas que devíamos parar com esta brincadeira? ENES (ironiza) Nahhh. Agora que a festa vai ficar fixe. Up, up, up. Bibi movimenta rapidamente o braço, e corta uma manga do macacão amarelo da Enes. Enes cai incrédula no chão.(Barulho de fundo do jantar) (...) Num último golpe de misericórdia corta a madeixa de cabelo branca de Bibi. Bibi está atónica agarrada à madeixa. Ela está sentada ao lado num banco, a comer uma bifana e a beber uma mini, que sacou de dentro de um bolso. ENES Bem... Vou-me embora. (ouve-se o vento) Já cumpri o que vim aqui fazer. CORTA PARA:

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“Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.” - Fernando Pessoa


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