CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo
Maria Eduarda Senger Gioia
ARQUITETURA RELIGIOSA: IGREJA CRUZ DIVINA
São Paulo 2020
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ARQUITETURA RELIGIOSA: IGREJA CRUZ DIVINA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Senac -Santo Amaro, como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo Orientadora Prof. Dra. Myrna de Arruda Nascimento. São Paulo, 2020 3
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Agradecimentos Mais uma etapa concluída. Por essa conquista tão importante, quero expressar minha gratidão a todos aqueles que me apoiaram, me entenderam e me ajudaram a trilhar este longo percurso. À Deus em primeiro lugar, pois sem Ele nada seria possível e pela nossa conexão tive a principal inspiração para criação deste trabalho. Agradeço a minha família por estar presente em todos os momentos da minha formação, me ajudando a cada etapa e vibrando em cada conquista. Vocês foram essenciais para que eu tivesse mais força e garra durante essa caminhada e também para eu me tornar a pessoa que sou hoje e onde consegui chegar. De modo especial à minha mãe Vera, pelo carinho e amor incondicional, além de todo o apoio; ao meu pai Dalton pelo carinho e preocupação e por me ajudar no que fosse necessário ao longo da minha formação; ao meu irmão Pedro Henrique que é o meu maior companheiro e me amparou em vários momentos de dificuldade e foi meu braço direito no fim desse trabalho; ao meu avô Carlos por acreditar em mim e me proporcionar essa graduação; à minha avó Elvira por todo carinho e cuidado. Ao meu namorado e parceiro Matheus, que me ajudou por muitas vezes a enfrentar desafios, pela ajuda nesse trabalho e por ter acreditando em mim, me incentivando e encorajando nos momentos mais difíceis. Aos meus amigos mais próximos que acompanharam essa reta final e me deram muita força.
À Prof. Dra. Myrna Nascimento, em especial, pelos 5 anos de apoio e dedicação, como professora, amiga e orientadora, acreditando sempre em mim, desde as aulas, o ano de iniciação cientifica que ficou marcado e agora neste trabalho no qual tive o privilégio de compartilhar de seu conhecimento e experiência. A todo o corpo docente do curso de Arquitetura e Urbanismo, pelos conhecimentos compartilhados desde o início do curso e ao professor Mauricio Petrosino que também ajudou de alguma forma na realização desse trabalho. Ao meu chefe Juan Oliveira, por compartilhar seus conhecimentos comigo afim de melhorar o desenvolvimento desse trabalho e por toda compreensão, apoio e paciência.
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Resumo
Abstract
Este Trabalho de Conclusão de Curso apresenta o projeto de uma edificação de caráter religioso (católica), Igreja Cruz Divina, cuja proposta é atender uma região específica da Diocese de Santo Amaro, já que os adeptos desta religião precisam moverse para outras paróquias mais distantes em virtude da carência de Igrejas Católicas na região. O projeto do espaço sagrado explora o simbolismo dos ritos católicos na própria arquitetura, com ênfase na fenomenologia e como as sensações e percepções geradas pela arquitetura afetam diretamente as pessoas, com o emprego de recursos de iluminação natural/artificial, de experiências com materialidades diversas e cores. O edifício projetado abriga espaços para os rituais sagrados, espaços de trabalho comunitário, espaços educativos e uma praça com área verde.
This Course Conclusion Project I presents a project of a religious character (catholic), Divine Cross Church, whose proposal is to serve a specific region of the Diocese of Santo Amaro, since the followers of this religion need to move to other more distant parishes due to the lack of Catholic churches in the region. The project of the sacred space explores the symbolism of the catholic rites in the architecture, with an emphasis on phenomenology and how the sensations and perceptions generated by architecture directly affect people, with the use of natural / artificial lighting resources, experiments with different materials and colors. The designed building have spaces for sacred rituals, spaces for community work, educational spaces and a square with green area.
Palavras-Chave Arquitetura religiosa, Igreja Católica, Diocese de Santo Amaro, Igreja Cruz Divina, espaços simbólicos, fenomenologia.
Key words
Religious architecture, Catholic Church, Diocese of Santo Amaro, Divine Cross Church, symbolic spaces, phenomenology.
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Sumário Introdução.......................................................................................................................................................................................................................9 Capítulo 1 – Ponto de Partida.....................................................................................................................................................................................11 Capítulo 2 – Igreja Católica.........................................................................................................................................................................................13 2.1 Tipologias das Igrejas Católicas..........................................................................................................................................................................14 2.2 Espaços que constituem a Igreja Católica.........................................................................................................................................................18 2.3 Liturgia da Igreja Católica.....................................................................................................................................................................................23 Capítulo 3 – A Diocese de Santo Amaro e a escolha do lugar.............................................................................................................................24 Capítulo 4 – Estudos de Casos: Igrejas Católicas...................................................................................................................................................28 4.1 Como Projetar um Espaço Sagrado...................................................................................................................................................................28 4.2 Fenomenologia e Sensibilidade.........................................................................................................................................................................29 4.3 Visitas, impressões e análises..............................................................................................................................................................................31 4.3.1 Espaços Vivenciados .........................................................................................................................................................................................31 4.3.2 Espaços como referência e Impressões.........................................................................................................................................................37 Capítulo 5 – Projeto......................................................................................................................................................................................................46 5.1 Desenvolvimento do Programa..........................................................................................................................................................................46 5.2 A escolha do terreno............................................................................................................................................................................................47 5.3 Partido do Projeto..................................................................................................................................................................................................48 5.4 Implantação............................................................................................................................................................................................................48 5.5 Distribuição de usos..............................................................................................................................................................................................51 5.6 Acessos....................................................................................................................................................................................................................52 5.7 Fluxos.......................................................................................................................................................................................................................54 5.8 Paisagismo..............................................................................................................................................................................................................56 5.9 Estrutura..................................................................................................................................................................................................................58 5.10 Vitrais.....................................................................................................................................................................................................................61 5.11 Projeto Arquitetônico..........................................................................................................................................................................................62 Considerações Finais...................................................................................................................................................................................................86 Lista de Imagens...........................................................................................................................................................................................................87 Referências Bibliográficas...........................................................................................................................................................................................91 Sites Acessados............................................................................................................................................................................................................92 Referências Projetuais..................................................................................................................................................................................................93 Anexos............................................................................................................................................................................................................................94
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Introdução
Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresenta o desenvolvimento de um projeto de Igreja, a Igreja Cruz Divina, cuja finalidade foi atender a uma carência de edifícios religiosos católicos no Setor Santa Catarina da Diocese de Santo Amaro. A igreja é uma linguagem material de aspectos espirituais da religião, é onde ocorrem celebrações, compromissos e o encontro dos fiéis com Cristo Ressuscitado. Os espaços religiosos contemporâneos têm assumido uma série de atividades relacionadas à prática religiosa e à participação dos fiéis nas cerimônias, celebrações religiosas anuais, ações comunitárias, pastorais etc. tornando essas experiências uma vivência da própria fé. A comunidade que frequenta as celebrações e outras atividades paroquiais, em sua maioria, residem em áreas próximas à igreja, mas existem aqueles que vêm de mais longe. Os fiéis que moram nas proximidades são diretamente afetados pelos encontros e desenvolvimento de projetos na vizinhança. Portanto, este projeto aborda dois temas paralelos: arquitetura e simbologia religiosa. O projeto teve como objetivo criar, pensar e projetar espaços melhores para a comunidade local, junto com o desenvolvimento de um espaço sagrado, concebido a partir da missão e simbologia de cada ambiente, seguindo o “padrão litúrgico”. A motivação para o tema deu-se em primeiro lugar, pelo interesse no poder da arquitetura de criar lugares significativos e de ambientes capazes de despertar os sentidos, emoções e desencadear experiências sensíveis nos usuários em geral.
Em segundo lugar, devido a experiências pessoais da autora ao vivenciar e frequentar espaços religiosos, nessa região, voltados para o exercício da fé católica, foi possível identificar a carência desse tipo de edificação nas imediações. Soma-se ao interesse pessoal pelo tema, a oportunidade de se propor um edifício que resgata as múltiplas simbologias que o edifício sagrado possui, além de possibilitar o projeto de espaços que atendam à comunidade das imediações da implantação escolhida. Segundo dados da Diocese de Santo Amaro, a última igreja construída na área em estudo data de 15 de janeiro de 1990, então, o objetivo deste TCC , ao atender à demanda da comunidade, foi também absorver no projeto os espaços anexos e relacionados ao projeto de Igreja, propriamente dito, que hoje em dia se fazem cada vez mais necessários para a atuação da comunidade. A metodologia utilizada foi o levantamento bibliográfico, levantamento de dados sobre as igrejas, implantações e datas junto à Diocese, análise e estudos de caso de projetos de edifícios religiosos e a produção do projeto da igreja e dos espaços comunitários correspondentes. Na primeira etapa do TCC foram realizadas consultas bibliográficas sobre livros relacionados à arquitetura religiosa, ao catolicismo, pesquisas sobre projetos de edificações de igrejas e templos sagrados, levantamentos iconográficos e documentais sobre as igrejas da Diocese, e sobre referências de projetos de edifícios religiosos no Brasil e no mundo, além de leituras sobre arquitetura religiosa e o catolicismo.
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Estas pesquisas subsidiaram o desenvolvimento do projeto, que incorporou ainda decisões sobre a implantação, questões técnicas estruturais, aspectos relacionados a acessos e circulação, uso e distribuição dos espaços, e paisagismo. Concluído o projeto, o TCC está organizado em 5 capítulos. O primeiro capítulo trata do ponto de partida e base de todo trabalho. O segundo apresenta os espaços que constituem a igreja católica, as tipologias de igrejas existentes e liturgias. No terceiro apresentamos desde a Diocese de Santo Amaro, até o Setor escolhido dentro dela para o desenvolvimento da proposta. O quarto capítulo apresenta referências projetuais de igrejas e templos religiosos e reúne vários subcapítulos com estudos de casos mais aprofundados. O último capítulo é sobre o projeto da Igreja Cruz Divina, no qual é apresentado o conceito do projeto, com programa, estudo do terreno, definição do projeto paisagístico, distribuição de usos os produtos resultantes do trabalho, como plantas, cortes e imagens da maquete eletrônica. No final apresentamos as considerações finais deste TCC, a lista de imagens e as referências consultadas para a realização do mesmo.
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Capítulo 1 – Ponto de Partida O projeto de arquitetura de um edifício de caráter religioso destinado a satisfazer as necessidades de seus dos usuários da comunidade e a cumprir seu objetivo como um espaço que abriga toda a simbologia de cada ambiente, tem, neste trabalho, uma particularidade que consiste em estudar a fenomenologia como forma de abordar o tema nos dias atuais, quando uma série de autores e estudos têm valorizado a experiência do espaço como algo que faz diferença na relação que o ser humano estabelece com qualquer arquitetura e em qualquer dimensão (particular, pública, espaços fechados, abertos, usos mistos, etc.). Fenomenologia é o conceito criado pelo filósofo e cientista Edmund Husserl (1859-1938), pesquisador e professor das faculdades de Göttingen e Freiburg im Breisgau, na Alemanha, cujo princípio afirma que todos os fenômenos do mundo devem ser pensados a partir das percepções mentais de cada ser humano, ou seja, a fenomenologia devia referir-se apenas às coisas como estão na experiência de consciência, e que devem ser estudadas por suas essências. O termo fenomenologia tem origem grega, e significa o estudo da phainesthai, "aquilo que se apresenta ou que se mostra". Portanto, a proposta do projeto parte da compreensão da arquitetura como fenômeno, e, neste sentido envolve o estudo da forma como se manifesta esta arquitetura, através do tempo ou do espaço, e pressupõe estudar a essência das coisas e como são percebidas no mundo, tendo como objeto de estudo os rituais e símbolos católicos. Assim, o início do TCC envolveu três principais pontos. O primeiro deles referiu-se aos espaços que constituem a igreja católica, as tipologias de igrejas existentes, um estudo sobre aspectos simbólicos importantes para a religião e que estão presentes no projeto.
O segundo tema relacionou-se à escolha do terreno para a implantação do projeto; já, previamente decidido que a Igreja faria parte da Diocese de Santo Amaro (São Paulo, capital). Essa Diocese está dividida em 11 Setores Pastorais: Cupecê, Grajaú, Interlagos, Jordanópolis, Parelheiros, Pedreira, Sabará, Santo Amaro, Santa Catarina, Varginha e Veleiros (Figura 1).
Figura 1: Mapa da Diocese de Santo Amaro com a marcação de todas as igrejas e áreas que elas abrangem. Fonte: https://www.google.com/maps/d/u/0/viewer?mid=1B7wjSfxjAJViElvwhgxzd_j1D7E&ll=23.66794781796904%2C-46.68343681844669&z=14
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Com a ajuda do site oficial da diocese foi possível fazer o levantamento de todas as Igrejas pertencentes, locais, áreas e perímetros de abrangência de cada uma delas. Esse estudo resultou em uma tabela que está no anexo deste trabalho. Temos também um estudo mais aprofundado do Setor Santa Catarina, pois ele é o que tem menos Igrejas da região, sendo escolhido para a definição do terreno onde foi implantada a futura Igreja. O terceiro apresentou questões da fenomenologia e espaços religiosos que impressionam a autora e que possuem elementos de interesse que serviram de referências para a elaboração desse projeto. Foi feito um estudo de cada uma das igrejas, suas histórias, época de construção, arquitetos e pessoas que estejam ligadas aos elementos de interesse destes espaços, seja pela presença de vitrais e elementos que filtram a luz natural internamente, ou pela relação com jardins e murais, como por exemplo Marianne Peretti, Hubert Van Doorne, Athos Bulcão, Roberto Burle Marx etc. Estas referências, estudadas inicialmente como estudos de caso, estão tratadas e analisadas individualmente no Capítulo 4 Estudos de Casos: Igrejas Católicas.
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Capítulo 2 – Igreja Católica A Igreja Católica, conhecida também por Católica Romana e Igreja Católica Apostólica Romana, é uma Igreja cristã com cerca de dois mil anos de existência posta sob a autoridade Papal do Bispo de Roma. Essa religião tem como objetivo seguir os ensinamentos deixados por Jesus Cristo, a crença na Virgem Maria (Mãe da Igreja), e nos Santos e anjos do Reino de Deus. Com esse propósito, a Igreja Católica conduz os sacramentos e prega o Evangelho de Jesus Cristo, com base na Bíblia Sagrada, para seus fiéis. Algo que difere a Igreja Católica de algumas outras religiões que acreditam e seguem a Jesus Cristo é a Santíssima Trindade, que é o mistério central da fé cristã, no qual Deus se revelou como Pai, Filho e Espírito Santo. “Só existe um Deus, mas n’Ele há três Pessoas divinas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo. Não pode haver mais que um Deus, pois este é absoluto. Se houvesse dois deuses, um deles seria menor que o outro, e Deus não pode ser menor que outro, pois não seria Deus”. AQUINO, Felipe, Professor na Canção Nova. A Igreja Católica também é conhecida por seus ensinamentos como amor, compaixão, fraternidade, caridade e coloca em prática através de programas sociais e instituições em todo o mundo, incluindo escolas, universidades, hospitais e abrigos. Ela se compõe, além da sua hierarquia que vai desde o Diácono até o Papa, de vários movimentos apostólicos, que comportam as ordens religiosas, os institutos seculares e uma ampla diversidade de organizações e movimentos de leigos.
Na arquitetura, as construções religiosas refletem o jeito de ser Igreja e celebrar a fé, portanto, a igreja é a linguagem material do templo espiritual da religião. Conforme o passar dos anos, a arquitetura acompanha a evolução, e com os elementos e espaços da arquitetura sagrada não seria diferente, eles se ajustaram à arquitetura moderna e contemporânea. De maneira geral, o espaço religioso católico é reconhecido por apresentar uma cruz, imagens de santos (algumas igrejas possuem um santo padroeiro), espaço para a celebração da palavra, espaço para acomodar os fiéis etc. Existem diversas representações de fachadas, mas as igrejas são pontos de referência, e chamam atenção por se diferenciar de outros edifícios.
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2.1 Tipologias das Igrejas Católicas Com os anos e o desenvolvimento da religião, alguns templos passaram a ter funções específicas de acordo com a hierarquia litúrgica e administrativa. As Igrejas católicas são nomeadas de acordo com sua posição, caráter, dignidade ou pela finalidade para a qual são usadas. Elas são classificadas em: Basílica, Catedral, Santuário, Igreja Paroquial, Capela e Matriz. A Basílica é uma Igreja de grande porte, privilegiada com relíquias de santos, ou que possua grande influência sobre determinada região geográfica ou país e seu forte caráter espiritual que exerce. Em geral o título de Basílica é concedido às Igrejas que, por sua beleza, importância histórica e antiguidade, cativam muitos fiéis ou são considerados um objeto de particular veneração. A Basílica de São Pedro é uma basílica no Estado do Vaticano em Roma. Trata-se do maior e mais importante edifício religioso do catolicismo e um dos locais cristãos mais visitados do mundo.
Figura 2: Basílica de São Pedro, Vaticano, Roma. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Bas%C3%ADlica_de_S%C3%A3o_Pedro
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A Catedral é a Igreja, cujo dirigente maior é o Bispo que exerce sobre os Párocos das igrejas de sua diocese, repassando, com sua autoridade eclesiástica, as diretrizes firmadas pelo Papa. Nas catedrais é que são sepultados os bispos de uma determinada Diocese. A Catedral de Milão é uma catedral católica romana situada na praça central da cidade de Milão, na Lombardia, no norte da Itália. É a sede da Arquidiocese de Milão e uma das mais célebres e complexas edificações em estilo gótico da Europa.
O Santuário é um local sagrado, onde, por devoção, surgem peregrinos de diversas regiões. É uma igreja digna de apreço pelas relíquias que contém, normalmente do padroeiro de uma cidade, pela afluência de devotos ou por grandes graças daí obtidas. O Santuário de Fátima é um santuário mariano dedicado à Nossa Senhora de Fátima, localizado no lugar da Cova da Iria (local da aparição de Nossa Senhora aos três pastorinhos), na cidade de Fátima, em Portugal. É um local de peregrinação cristã e devoção católica, preservando a memória dos acontecimentos que levaram à sua fundação.
Figura 3: Catedral de Milão, Milão, Itália. Fonte: https://www.istockphoto.com/br/fotos/catedral-demil%C3%A3o?mediatype=photography&phrase=catedral%20de%20mil%C3%A3o&sort=mostpopular
Figura 4: Santuário de Fátima, Fátima, Portugal. Fonte: https://www.jafezasmalas.com/a-energia-de-fatima-o-famoso-santuarioportugues/
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Igreja Paroquial é um templo católico, normalmente, onde o Vigário e/ou Pároco (Sacerdotes), exercendo sua autoridade religiosa, confirma e repassa as instruções episcopais aos religiosos ou fiéis que estão sob sua jurisdição eclesiástica. A Paróquia Nossa Senhora do Brasil é uma tradicional igreja da zona oeste de São Paulo, é um ponto de referência do bairro Jardim América e é muito procurada por fiéis para celebrações de casamentos por sua construção no estilo neobarroco.
A Capela é um templo católico que comporta, normalmente, só um altar, caracterizada pela sua modesta estrutura física, onde o padre exerce suas funções, normalmente de forma passageira, estando subordinada e pertencendo a determinada paróquia. Geralmente, em cidades do interior existem capelas dentro do terreno de fazendas, que são mais íntimas para as famílias. A Capela Nossa Senhora da Conceição, mais conhecida como a Capela do Palácio da Alvorada, é uma obra do arquiteto Oscar Niemeyer, em Brasília. Athos Bulcão assina o projeto decorativo. Ela possui um espaço bem reduzido, com apenas um altar, tornando as celebrações mais íntimas.
Figura 5: Paróquia Nossa Senhora do Brasil, São Paulo, Brasil. Fonte: https://revista.icasei.com.br/igrejas-para-casamento-em-sao-paulo-as-10-mais-procuradas/
Figura 6: Capela do Palácio da Alvorada, Brasília, Brasil. Fonte: https://www.flickr.com/photos/aragao/8495751889
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Por fim, a Matriz, geralmente é uma paróquia, administrada por um sacerdote, e é a primeira igreja da região ou daquela cidade, uma igreja com elevada importância histórica e espiritual para determinada população. A Igreja Matriz de Santo Antônio, é o mais antigo e principal templo católico de Tiradentes, no Brasil, e um grande exemplo de arquitetura e arte barroca e rococó. Suas origens estão ligadas à própria fundação da cidade. de casamentos por sua construção no estilo neobarroco.
Figura 7: Igreja Matriz de Santo Antônio, Minas Gerais, Brasil. Fonte: https://viagemeturismo.abril.com.br/atracao/igreja-matriz-de-santo-antonio-2/
É importante entender que independente da tipologia da igreja ou da sua nomeação, existem diversos estilos arquitetônicos, podendo ser bizantino, românico, gótico, barroco, moderno etc.
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2.2 Espaços que constituem a Igreja Católica O ambiente arquitetônico da Igreja Católica é uma linguagem da liturgia. O espaço celebrativo deve expressar uma boa compreensão da liturgia por completo, devendo ser planejado para que as ações internas possam ser celebradas de forma completa. Existem vários elementos e ambientes que devem compor o interior de uma Igreja Católica, tais como: presbitério, altar, cadeira da presidência, ambão, credencia, assembleia, entre outros. Cada um tem um significado e importância no espaço celebrativo e como já comentado sobre as tipologias das Igrejas, aqui também existem diferentes abordagens e estilos. Na maioria das igrejas cristãs, existe uma área onde se encontram os degraus, um piso elevado, que dá acesso ao altar principal, esta área é conhecida como Presbitério. Nele a Palavra de Deus é proclamada e é o lugar onde o Diácono, Sacerdote, entre outros ministros realizam as celebrações. Um dos motivos de ser um piso elevado é para separar o sacerdote dos fiéis, portanto, o presbitério deve ser entendido como um espaço projetado para o clero. Deve ser um local amplo para que as celebrações aconteçam comodamente e que possa ser bem vista pelos fiéis.
Figura 8: Exemplos de Presbitério - À esquerda, Igreja Matriz de Bandeirantes, Paraná, Brasil. À direita, Igreja Matriz Nossa Senhora do Bom Sucesso, Bahia, Brasil. Fontes: https://br.pinterest.com/pin/660481101575248438/ e http://www.diocesedelivramento.org/2019/08/inauguracao-do-presbiterio-da-igreja.html
Junto ao Presbitério, encontramos o Altar nas Igrejas, ele é o “local” onde acontece a consagração da eucaristia, o sacrifício da cruz e Jesus Cristo se torna presente sob os sinais sacramentais. É também o símbolo da mesa do Senhor, na qual os fiéis são chamados a participar na celebração da santa missa. O altar deve ser um eixo de simetria do espaço eucarístico, a fim de que seja o ponto de atenção dos fiéis. O altar não é considerado um móvel, é um ponto de referência no qual se deve organizar todo o edifício. É uma convenção que o altar seja com material nobre e que seja fixo e as suas dimensões precisam ser proporcionais à edificação e em função do que nele é celebrado.
Figura 9: Exemplos de Altar - À esquerda, o antigo altar do Santuário de Fátima, Fátima, Portugal. À direita, o novo altar do Santuário de Fátima, Fátima, Portugal. Fonte: https://www.icatolica.com/2016/02/novo-altar-da-basilica-de-nossa-senhora.html
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Ainda no presbitério, geralmente atrás do altar e de frente para os fiéis, temos a Cadeira da Presidência, também conhecida como Sédia. De acordo com a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), ela precisa estar em destaque, pois quem preside é a cabeça da Igreja, o Sacerdote. Junto a ela, existem assentos para os concelebrantes (diáconos e outros ministros), mas a Sédia se sobressai entre os demais assentos.
Mais um elemento na composição do presbitério é o Ambão, que também deve estar em destaque, pois é de onde se proclama a Palavra de Deus, e onde durante as celebrações são feitas as leituras, o salmo e o evangelho. As outras leituras como avisos, mensagens, comentários não são feitos em cima do presbitério, para isso existe um mobiliário geralmente móvel, que se diferencie do ambão.
Figura 10: Exemplos de Sédia - À esquerda, Paróquia São Pelegrino, Rio Grande do Sul, Brasil. À direita, Igreja São João Bosco, São Paulo, Brasil. Fontes: http://www.saopelegrino.com.br/novo/mobiliario.php e http://marcelomedeirosarquiteto.blogspot.com/2010/09/poltrona-e-cadeiras-do-presbiterio-da.html
Figura 11: Exemplos de Ambão - À esquerda, Paróquia São Pelegrino, Rio Grande do Sul, Brasil. À direita, Igreja desconhecida, modelo de uma marmoraria, São Paulo, Brasil. Fontes: http://www.saopelegrino.com.br/novo/mobiliario.php e http://marmorariaico.com.br/site/arte-sacra/
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A Credência é uma mesinha que fica próxima ao altar, geralmente ao lado ou atrás, utilizada para colocar os objetos da celebração da missa, como por exemplo a galheta, o cálice, as âmbulas etc.
O Sacrário ou Tabernáculo, é um elemento muito importante dentro da liturgia da Igreja Católica. É uma espécie de cofre, em forma de caixa ou com uma base que a eleva, que pode ser colocado sobre o altar ou em um espaço reservado, e serve para guardar a píxide ou o ostensório, onde está a Eucaristia, o corpo de Jesus Cristo. O sacrário é ponto de encontro com Jesus para os fiéis, e, em alguns casos está situado em uma capela própria, a Capela do Santíssimo. Junto ao Sacrário se encontra uma lâmpada que fica acesa para lembrar a verdade da fé: a presença de Jesus no Santíssimo Sacramento. A luz acesa significa que dentro do Sacrário existem hóstias consagradas. Em determinados momentos no ano a luz se apaga e o Corpo de Cristo é retirado de lá.
Figura 12: Exemplos de Credência - À esquerda, Santuário Nossa Senhora de Fátima, São Paulo, Brasil. À direita, Paróquia Sant’Ana, São Paulo, Brasil. Fonte: acervo pessoal da autora, tiradas em maio de 2020
Figura 13: Exemplos de Sacrário - À esquerda, Igreja Matriz Santa Bárbara D'Oeste, São Paulo, Brasil. À direita, Paróquia Sant’Ana, São Paulo, Brasil. Fontes: https://mapio.net/pic/p-17120179/ e acervo pessoal da autora, tirada em abril de 2020
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O Batistério conhecido também como Pia Batismal, é o local da fonte do batismo, espaço no qual se realiza o sacramento do batismo, que é o primeiro sacramento da vida cristã. Ele pode estar na frente da assembleia, na entrada da igreja ou em uma capela lateral. Recomenda-se que seja colocado em um lugar definitivo, contendo uma estrutura própria, sendo perceptível na formação de todo espaço arquitetônico.com apenas um altar, tornando as celebrações mais íntimas.
A Nave é o local da igreja que está destinado aos fiéis, devendo possuir bancos ou cadeiras para que estes se sintam acomodados e possam participar adequadamente do mistério da Santa Missa, com conforto e uniformidade, evitando lugares privilegiados. Os bancos da nave devem ser funcionais, contribuindo com a participação dos fiéis, que em determinados momentos devem ficar de pé, ajoelhar-se, caminhar pela igreja, aproximar-se do altar e sentar-se, devido aos ritos litúrgicos.
Figura 15: Exemplos de Nave - À esquerda, Paróquia Bom Jesus da Cana Verde, São Paulo, Brasil. À direita, Igreja desconhecida. Fontes: https://acervodigital.unesp.br/handle/unesp/252260?locale=pt_BR e https://psantanacoroinhas.blogspot.com/p/o-espaco-liturgico-igreja-e-os-seus.html acessados em 14/05/2020 Figura 14: Exemplos de Batistério - À esquerda, Igreja Santa Cruz, Santa Catarina, Brasil. À direita, Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, São Paulo, Brasil. Fontes: https://faustarqbr.wordpress.com/2009/01/12/igreja-santa-cruz-sao-jose-sc/ e https://www.tripadvisor.com.br/Attraction_Review-g780033-d9996780-Reviews-Capela_do_BatismoAparecida_State_of_Sao_Paulo.html
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A Sacristia é uma sala onde os sacerdotes guardam suas vestes, ornamentos, os livros necessários para a missa e outros objetos relacionados à liturgia. Também é o ambiente onde o sacerdote e os ministros se preparam para funções litúrgicas antes da Santa Missa. A sacristia possui armários para guardar o material da celebração e depósitos para guardar os objetos que são mais utilizados no culto. É necessário que se tenha uma pia e se possível um banheiro.
Figura 17: Exemplos de Capelas do Santíssimo - À esquerda, Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, São Paulo, Brasil. À direita, Paróquia Bom Jesus do Vale, Minas Gerais, Brasil. Fontes: https://www.a12.com/santuario/locais-turisticos/capelas/capela-do-santissimo-1 e http://paroquiabomjesusdovale.com/inauguracao-da-capela-do-santissimo/
Por fim, a Via Sacra, também conhecida como Via Crúcis é um dos mais belos modos de se fazer a meditação sobre a Paixão de Nosso Senhor. Ela consiste em 14 quadros que recordam a Paixão, Morte e Sepultura de Jesus. Geralmente esses quadros são dispostos nas paredes da igreja.
Figura 16: Exemplo de Sacristia – Ambas são da Paróquia Sant’Ana, São Paulo, Brasil. Fonte: acervo pessoal da autora, tiradas em maio de 2020
A Capela do Santíssimo não é um ambiente presente em todas as igrejas, é o lugar onde abriga o Santíssimo, no Sacrário, formando um ambiente de oração, silêncio e de aproximação com Jesus Cristo. Eventualmente missas com um menor número de fiéis podem ser celebradas na Capela do Santíssimo.
Figura 18: Exemplos de Via Sacra - À esquerda, Paróquia Nossa Senhora das Dores, São Paulo, Brasil. À direita, Paróquia Sant’Ana, São Paulo, Brasil. Fontes: http://nsdasdoresitagua.blogspot.com/2013/12/novos-quadros-da-via-sacra-para-igreja.html e acervo pessoal da autora, tirada em maio de 2020
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2.3 Liturgia da Igreja Católica Além do Catolicismo, outras religiões cristãs, como Ortodoxa, Luterana e Anglicana são conduzidas, há séculos, por algo que ordena e guia os seus cultos e ritos: a liturgia. A palavra Liturgia origina-se do grego e significa ação do povo. Com foco na Igreja Católica, a liturgia apresenta-se como guia das ações religiosas, seguindo o Concílio Vaticano II. Ela é a forma de transmissão da Palavra, na qual Cristo está presente, assim como nos sinais e nos símbolos sacramentais e, através deles todos, somos capazes de compreender a realidade da presença de Cristo na igreja e no mundo. Trata-se de um encontro com o Cristo Ressuscitado, que mediante as celebrações litúrgicas vem ao encontro a cada ser humano pessoalmente. Jesus se faz presente no sacrifício da missa seja na pessoa do ministro, seja, sobretudo, nas espécies da Eucaristia. O elemento litúrgico primordial é reunir-se, pois quem celebra é a assembleia reunida, os próprios fiéis, tendo um mesmo propósito. O padre é o presidente que representa a Igreja e celebra o mistério pascal, o Cristo, lendo as sagradas escrituras e celebrando o mistério da Eucaristia. As celebrações litúrgicas ocorrem na Igreja quando os fiéis se reúnem com um mesmo propósito. Essas celebrações são constituídas por uma série de ritos, nos quais cada um dispõe de um objetivo e significado específico dentro da religião. Abaixo temos as principais celebrações dentro da Igreja Católica. A Celebração da Eucaristia, também conhecida como Missa, é um ato solene com que os católicos celebram o sacrifício de Jesus Cristo na cruz, recordando a última ceia. Os fiéis vão à missa para ouvir a palavra do Senhor, e saber o que Ele propõe para a sua vida. A missa é celebrada pelo sacerdote, quando não se tem a presença dele, um diácono ou outra pessoa delegada pelo bispo é quem presidirá tais celebrações.
Existe a Celebração Dominical da Palavra de Deus que ocorre quando não é possível a celebração da Missa. Para a Celebração da Palavra de Deus não existe um ritual próprio, muitas comunidades seguem o esquema da Celebração Eucarística, omitindo algumas partes. Geralmente, a celebração da palavra é seguida da comunhão Eucarística, sem que haja a consagração na hora. A Liturgia das Horas conhecida também como Ofício Divino são orações realizadas ao longo do dia, voltada para a santificação do nosso dia, e pode ser realizada por sacerdotes ou fiéis. Ela não é uma prática específica das paróquias, mas normalmente é celebrada nas capelas dos conventos, seminários e mosteiros. Por fim, os Sacramentos acompanham a caminhada da fé dos católicos como ações simbólicas celebradas em comunidade para cada acontecimento. Os sete sacramentos são: batismo, confirmação ou crisma, eucaristia, reconciliação, matrimônio, unção dos enfermos e ordenação. Os dados apresentados neste capítulo serviram de base para considerarmos o projeto da igreja sob o ponto de vista da própria religião católica e do seu simbolismo e características ritualísticas. No próximo capítulo, apresentamos a Diocese de Santo Amaro e o processo de decisão do terreno. Primeiramente enfatizamos em que setor deveríamos procurar o local de implantação da igreja, para atender à demanda da Diocese; em seguida decidimos o lugar em função de argumentos que fizessem sentido para a defesa do projeto.
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Capítulo 3 – A Diocese de Santo Amaro e a escolha do lugar No dia 13 de março de 1989, o Papa João Paulo II criou a Diocese de Santo Amaro. Em 27 de maio do mesmo ano, a pequena Igreja no Largo 13, transformada em Catedral, assistia à chegada de uma pequena multidão que acompanhava a posse do 1.º Bispo diocesano: D. Fernando Antônio Figueiredo. A Diocese recém-criada era convidada a colocarse como sinal e presença de unidade, com respeito a todos e apelo em defesa dos mais pobres e injustiçados. O intuito era que o Evangelho chegasse a todos e encontrasse abrigo em cada lar e em cada fiel. Uma missão de evangelizar e tornar a Igreja presente em todo o seu território, criando paróquias nos diversos bairros da Diocese. Com o tempo, as paróquias se ampliaram e surgiram outras, passando de 34 para 110, gerando inúmeras comunidades. As atividades pastorais ficaram cada vez mais intensas e, de 40 Padres, chegamos hoje ao número de 200 Padres. Também foram criados, ao longo da Diocese, alguns Santuários, que marcam a paisagem da vida diocesana, dinamizando a participação dos fiéis nas paróquias e nas diferentes pastorais, sobretudo as que procuram socorrer e promover os que se veem marginalizados. Durante esses 25 anos, ergueram-se neste território dois seminários para a formação de futuros padres seculares e alguns outros seminários para formar religiosos e padres dos Institutos religiosos, possibilitando a criação do Instituto São Boaventura, dedicado ao estudo da Filosofia e da Teologia. A Diocese de Santo Amaro é uma divisão territorial da Igreja Católica no estado de São Paulo, faz parte da Arquidiocese Metropolitana de São Paulo, possuí uma área de
O Bispo atual é Dom José Negri PIME e o Bispo emérito é Dom Frei Fernando Antônio Figueiredo OFM. Ela possui aproximadamente 2.800.000 habitantes, sendo aproximadamente 1.900.000 católicos. Possui 112 paróquias distribuídas em 11 setores pastorais, que tem aproximadamente 200 padres, 170 religiosos e 190 religiosas. Os 11 setores pastorais da Diocese são: Cupecê, Grajaú, Interlagos, Jordanópolis, Parelheiros, Pedreira, Sabará, Santo Amaro, Santa Catarina, Varginha e Veleiros (Figura 1 no Capítulo 1). A partir do site oficial da Diocese e de um mapa online foi possível fazer um levantamento sobre cada um desses setores para entender em qual deles poderíamos implantar esse projeto. Com esse levantamento foi possível produzir a seguinte tabela:
SETOR
Nº DE
ÁREA (km²)
IGREJAS
km² /
IGREJA
CUPECÊ
8
5,197
0,649
GRAJAÚ
13
17,979
1,383
INTERLAGOS
9
10,413
1,157
JORDANÓPOLIS
9
9,715
1,079
PARELHEIROS
9
355,32
39,48
PEDREIRA
15
22,025
1,468
SABARÁ
9
12,393
1,377
SANTO AMARO
10
24,79
2,479
SANTA CATARINA
6
7,593
1,265
VARGINHA
13
60,439
4,649
VELEIROS
10
16,802
1,680
Tabela 1: Setores da Diocese de Santo Amaro, número de igrejas, área e média de área por cada igreja.
aproximadamente 563 km².
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O mapa oficial da Diocese apresenta todas as igrejas e as organiza por seus respectivos setores, além disso, cada um dos setores possui divisões internas que mostram área de cobertura das igrejas na região; nos mapas essa divisão é representada por manchas coloridas. Juntando todas as informações produzimos uma outra tabela da Diocese “Diocese de Santo Amaro – Estudos”, com cada setor, cada igreja pertencente, área de alcance, ano da fundação e ela é um anexo dessa etapa do trabalho. A partir da análise sobre cada setor, o item “km²/igreja” nos mostra uma média da área que cada igreja cobre. Apesar de Parelheiros ter se destacado dos outros setores é o segundo maior distrito do município de São Paulo em extensão territorial, embora seja muito pouco povoado, pois tem a maior parte da área coberta por reservas ambientais da mata atlântica, e, com isso, já apresenta áreas maiores. Varginha também se enquadra na mesma situação, mas apresenta uma área menor e um maior número de igrejas.
Os Setores Grajaú, Pedreira, Santo Amaro e Veleiros possuem números parecidos no item “km²/igreja” (exceto Santo Amaro), porém, apresentam um considerável número absoluto de igrejas que dão conta da demanda dos fiéis e da capacidade física de cada região, além de serem bem divididas com áreas parecidas para cada igreja.
Figura 20: À esquerda temos o Mapa do Setor Grajaú e sua divisão interna entre as igrejas existentes. À direita temos o temos o Mapa do Setor Pedreira e sua divisão interna entre as igrejas existentes. Fonte: https://www.google.com/maps/d/u/0/viewer?mid=1B7wjSfxjAJViElvwhgxzd_j1D7E&ll=23.66794781796904%2C-46.68343681844669&z=14
Figura 19: À esquerda temos o Mapa do Setor Parelheiros e sua divisão interna entre as igrejas existentes. À direita temos o temos o Mapa do Setor Varginha e sua divisão interna entre as igrejas existentes. Fonte: https://www.google.com/maps/d/u/0/viewer?mid=1B7wjSfxjAJViElvwhgxzd_j1D7E&ll=23.66794781796904%2C-46.68343681844669&z=14
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Dentre as opções restantes temos os Setores Interlagos, Jordanópolis, Sabará e Santa Catarina apresentando praticamente os mesmos valores no item “km²/igreja”. Um dos critérios utilizado para a escolha do setor foi o número de igrejas. Os Setores Interlagos, Jordanópolis, Sabará possuem nove igrejas enquanto o setor Santa Catarina possui apenas seis, então ele já apresenta uma maior carência. Devido ao número reduzido de igrejas, os fiéis dessa região têm que se locomover por uma distância maior para chegar à igreja.
Figura 21: À esquerda temos o Mapa do Setor Santo Amaro e sua divisão interna entre as igrejas existentes. À direita temos o temos o Mapa do Setor Veleiros e sua divisão interna entre as igrejas existentes. Fonte: https://www.google.com/maps/d/u/0/viewer?mid=1B7wjSfxjAJViElvwhgxzd_j1D7E&ll=23.66794781796904%2C-46.68343681844669&z=14
O Setor Cupecê se distingue por apresentar um número abaixo dos outros setores restantes no item “km²/igreja”, porém, é uma região com área total bem pequena, e já possuí uma quantidade considerável de igrejas em tão pouco espaço, não sendo necessária a implantação de uma nova igreja no setor. Figura 23: À esquerda temos o Mapa do Setor Interlagos e sua divisão interna entre as igrejas existentes. À direita temos o temos o Mapa do Setor Jordanópolis e sua divisão interna entre as igrejas existentes. Fonte: https://www.google.com/maps/d/u/0/viewer?mid=1B7wjSfxjAJViElvwhgxzd_j1D7E&ll=23.66794781796904%2C-46.68343681844669&z=14
Figura 22: Mapa do Setor Cupecê com a divisão interna entre as igrejas existentes. Fonte: https://www.google.com/maps/d/u/0/viewer?mid=1B7wjSfxjAJViElvwhgxzd_j1D7E&ll=23.66794781796904%2C-46.68343681844669&z=14
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Figura 24: À esquerda temos o Mapa do Setor Sabará e sua divisão interna entre as igrejas existentes. À direita temos o temos o Mapa do Setor Santa Catarina e sua divisão interna entre as igrejas existentes. Fonte: https://www.google.com/maps/d/u/0/viewer?mid=1B7wjSfxjAJViElvwhgxzd_j1D7E&ll=23.66794781796904%2C-46.68343681844669&z=14
Portanto, o Setor escolhido para a implantação de uma nova igreja foi Santa Catarina, que está situado no bairro Vila Santa Catarina, no distrito do Jabaquara e do Campo Belo e que possui uma importante via de acesso, Washington Luís, ligando Vila Mariana e Santo Amaro. A escolha do terreno, o estudo sobre o plano de massas e o desenvolvimento do projeto a partir do programa definido estão detalhados no capítulo 5 deste trabalho. Como este TCC considera, sobretudo, o aspecto fenomenológico do espaço religioso, para levantarmos questões sobre esta natureza da arquitetura, que dialoga diretamente com os sentidos da percepção humana, dedicaremos o capítulo 4 para discutir estes aspectos.
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Capítulo 4 – Estudos de Casos: Igrejas Católicas Existem alguns trabalhos e artigos que discutem modos de projetar espaços sagrados que são elaborados por entidades reconhecidas dentro da comunidade católica. Existem também algumas obras que abordam aspectos que são fundamentais para esse projeto quando se pensa em propor um espaço sensível, onde todo o simbolismo da religião possa ser percebido ou experimentado através do próprio projeto arquitetônico, por isso, autores como Pallasmaa, Zumthor também serão tratados como referência para esse projeto. 4.1 Como Projetar um Espaço Sagrado A pesquisa identificou livros que estudam a produção de projetos de igrejas católicas sob a ótica da Conferência Nacional de Bispos do Brasil, e, portanto, foi feito um contato para conhecer esse material, pensando em estabelecer um diálogo do projeto proposto com esse entendimento da CNBB, que possuem um vasto entendimento sobre a igreja. O documento que norteou este trabalho foi: Orientações para Projeto e Construção de Igrejas e Disposição do Espaço Celebrativo (2013), produzido pela CNBB, Conferência Nacional de Bispos do Brasil. O livro tem a pretensão de contribuir para o tradicional diálogo entre os atores que intervêm na construção de uma igreja: os clientes, geralmente os pastores da Igreja e a própria comunidade, o projetista, os artistas, os técnicos etc. Como principais diretrizes, o livre pontua que o ambiente deve ser acolhedor para as pessoas que o cercam, deve apresentar o simbolismo que torna a fé mais palpável e visível e ao mesmo tempo ser funcional, tudo isso com a finalidade de criar um ambiente ideal para orações e celebrações.
O espaço da igreja pode ser dividido em subespaços, que já foram pontuados e exemplificados no item 2.2 do documento. Cada uma dessas partes que compõe o todo tem características particulares que devem ser observadas. A nave, por exemplo, deve ser acolhedora, ter como preocupação de construção a visibilidade dos acontecimentos e o deslocamento dos fiéis e ser ajustada ao tamanho de público que atende. Já no caso de lugares como a sédia, o ambão e o altar, o livro pontua a importância da unidade entre eles. A fonte indica que devem ser escolhidos materiais sólidos e de preferência iguais, que suas posições devem ser de destaque e que esses lugares devam atender fisicamente Outro ponto abordado no livro destaca a importância dos objetos litúrgicos dentre do espaço. Os objetos devem ser duráveis, de difícil deterioração e de aparência nobre. Cada objeto tem suas principais diretrizes, por exemplo: no caso da credência as diretrizes são espaço para acomodar demais objetos e posicionamento próximo ao altar. Já no caso da cruz a principal diretriz é que o objeto seja contemplativo para o fiel. Sob a ótica de tudo que contempla a iconografia da igreja, alguns pontos merecem destaque. A iconografia deve traduzir a realidade de que a igreja é uma imagem viva e suas formas e cores devem promover o mistério que há na fé, cujo centro é o Cristo. O livro pontua que há liberdade artística na iconografia, podendo o projeto se valer de esculturas, pinturas, mosaicos e vitrais. Há ainda pontos de preocupação para o supérfluo e aquilo que foge da sobriedade e da simplicidade, já que essas características destoam do objetivo de que Jesus e o mistério da fé sejam o centro por provocarem distração.
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Há também na igreja espaços dedicados a devoção, como a Via Sacra e os locais para imagens de santos. Esses locais não devem se assemelhar a altares, pois não podem tirar o foco do ponto central da igreja. No que diz respeito a Via Sacra, deve haver sintonia com os demais elementos e é fundamental existir espaço para deslocamento ao seu redor. O livro ainda contempla a necessidade e importância de “Lugares de Serviço”, como por exemplo banheiros e depósitos, lugares para dízimo, para equipamentos de som e para avisos. Dos locais de serviço, ainda há a sacristia. Após tratar sobre os espaços e seus pontos, o livro aborda as etapas de concepção e realização do projeto e posterior construção. No projeto devem ser definidas as diretrizes de construção que devem se atentar a realidade da comunidade que usufruirá do espaço. Exceto pela participação da Comissão de Arte Sacra da Diocese para aprovação, o trâmite é tal qual o deu outra construção.
4.2 Fenomenologia e Sensibilidade Como esse trabalho explora referências simbólicas através do emprego de recursos de iluminação natural/artificial, de experiências com materialidades diversas, efeitos que explorem a percepção sensível e que afetem os sentidos, os autores Peter Zumthor e Juhani Pallasmaa, que discutem essas questões em projetos de arquitetura e em reflexões teóricas sobre o tema, foram fundamentais para esse Trabalho de Conclusão de Curso. A presença desses autores é importante para esse trabalho pois eles apresentam discussões e projetos, casos e aplicações exemplares para o entendimento da fenomenologia, defendendo que os fenômenos existem a partir daquilo que se percebe, e que todos os fenômenos devem ser pensados a partir das percepções mentais de cada ser humano.
No livro Atmosferas (2006), o arquiteto suíço, Peter Zumthor reflete sobre a característica sensível dos seus edifícios, a potência que tem o espaço construído e o modo de oferecer às pessoas um lugar para um bom desenvolvimento das suas vidas com uma qualidade poética e espacial. Suas reflexões servem para estabelecer conexão entre os edifícios e a sua relação com o meio envolvente. O autor julga fundamentais para isso nove pontos: o corpo da arquitetura, a consonância dos materiais, o som do espaço, a temperatura do espaço, as coisas que rodeiam aquele que está no ambiente, as diferentes experiências com os espaço ditadas pela serenidade ou pela sedução, os graus de intimidade que estabelecemos com o espaço, a tensão entre interior e exterior e a luz que incide sobre as coisas. Todos eles, em sintonia na obra arquitetônica, podem gerar para o usuário uma atmosfera poética, mental, feita essencialmente de experiências e percepções, com apego à realidade da matéria e pertencimento ao lugar. Dentro desse conceito de atmosfera, a iluminação desempenha papel relevante. Com a luz é possível compor diferentes atmosferas em cada projeto, as gradações de luz e sombra sobre os materiais revelam-se fundamentais na composição destas diferentes atmosferas geradas nos edifícios, principalmente nos espaços internos. O arquiteto é contra a iluminação uniforme, argumentado que esta cansa a visão do usuário e torna a materialidade dos espaços invisíveis, portanto, a solução é utilizar contrastes e priorizar a iluminação pois ao longo do dia ela apresenta inúmeras nuances. A iluminação gera um forte impacto sobre os usuários, a forma com que a luz modela os espaços transcende a mera visualidade, e é capaz de emocionar. O contexto, a experiência e a materialidade, e não apenas a estética, representam a arquitetura verdadeiramente significativa do lugar e da experiência.
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O livro Os Olhos da Pele: a arquitetura e os sentidos (2012) é a obra mais famosa do arquiteto finlandês, Juhani Pallasmaa. Nessa obra existe uma reflexão dirigida aos defensores da arquitetura contemporânea e ao senso comum, sobre o que seria uma arquitetura bela. O autor utiliza essa obra para criticar a preferência do olhar, ou do sentido da visão, na avaliação e percepção estética da arquitetura, que apenas analisa o edifício pelo caráter visual que ele tem. Segundo Pallasmaa, já é prédeterminando que a arquitetura é algo para a visão, e que os arquitetos têm adotado estratégias psicológicas da publicidade e da persuasão instantânea, para tornar suas edificações meros produtos visuais. Dessa maneira, nós reduzimos a arquitetura somente ao foco da visão, deixando que qualidades sensoriais desapareçam das artes e arquitetura. O autor expõe como os demais sentidos são de extrema importância a serem levados em conta na produção arquitetônica. Ele defende que o tato é o sentido primordial, que serviu de base para os outros sentidos, e que o corpo por completo é o centro de todas as nossas experiências com o mundo e no mundo. Portanto, essa proposta traz para a arquitetura uma discussão importante da filosofia, sobre como nos relacionamos com as outras pessoas e com o mundo, e isso se torna uma questão subjetiva na arquitetura.
O autor nos mostra com esse livro que através de um melhor entendimento dos sentidos humanos, Arquitetos e Urbanistas conseguirão produzir obras cada vez mais “humanas”. Todas as experiências sensoriais integradas através do corpo e do movimento humano nos indicam a importância da atenção ao estímulo adequado de todos os sentidos, e só precisamos estar atentos para identificá-las. A arquitetura deve atender aos 5 sentidos simultaneamente, reforçando a experiencia existencial, as sensações de pertencimento ao mundo e a integração. Quando essa experiência é significativa, o espaço nos faz experimentar, e reconhecer, a nós mesmos, como seres humanos e espirituais. Portanto, a proposta do projeto parte da compreensão da arquitetura como fenômeno, e envolve o estudo da forma como possibilidade de manifestação desta arquitetura com todos esses detalhes e experiências que envolvem os sentidos e vão além deles. Estas são questões fundamentais que gostaríamos de privilegiar no projeto de um local que já afeta os sentidos do ser humano, naturalmente, um espaço sagrado.
Além disso, para arquitetura, é preciso compreender que cada pessoa recebe e reage a diferentes estímulos de formas particulares, de acordo com a individualidade do ser, levando em consideração a cultura de seu lugar de origem, sua educação e formação familiar, seus aspectos psicológicos, entre outros. Um projeto deve suprir as necessidades da sociedade sem ignorar essa individualidade e isso deve ser uma questão constante, pois a percepção de cada um é particular.
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4.3 Visitas, impressões e análises As questões teóricas estudadas no capítulo anterior estabelecem um diálogo neste capítulo com as experiências da autora em visitas e percepções em lugares e espaços sagrados, destinados a ritos católicos. Estes edifícios serão contextualizados através de uma abordagem padrão que apresenta o histórico de cada arquitetura, aspectos gerais e específicos do local, e uma síntese sobre o que mais chamou a atenção da autora nestas vivências dos espaços. Outros espaços que foram definidos como referências e serviram como estudos de casos, mas que não foram vivenciados anteriormente, também estão indicados neste capítulo, pois trazem aspectos de interesse para o projeto, que também estão reunidos no item: O que causa impressão (mesmo que seja conhecido apenas através de imagens). 4.3.1 Espaços Vivenciados Apresenta-se a seguir edifícios religiosos que foram visitados pela autora entre em dezembro de 2018 em uma viagem a Brasília. O grande conceito da arquitetura de Brasília, segundo o projeto de Lúcio Costa (que projetou as ruas) e Oscar Niemeyer (que projetou os prédios principais), seria uma cidade organizada em um Eixo Monumental que iria conter todos os edifícios do governo e duas “asas” (Asa Sul e Asa Norte) as quais iriam abrigar a população. As duas igrejas citadas a seguir são consideradas monumentos na cidade, são conhecidas no país inteiro, e atraem os turistas para vivenciar uma sensação única ao
4.3.1.1 Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida A. Histórico Igreja Católica - Brasília, Brasil. Arquiteto: Oscar Niemeyer / Ano: 1958-1970 (construção) Projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, a Catedral (popularmente conhecida como Catedral de Brasília) foi o primeiro monumento a ser criado em Brasília. Com início em setembro de 1958, teve sua estrutura pronta em 1960, onde apareciam somente a área circular de setenta metros de diâmetro, da qual se elevam dezesseis colunas de concreto (pilares de secção parabólica) num formato de bumerangue, que pesam noventa toneladas. O engenheiro Joaquim Cardozo foi o responsável pelo cálculo estrutural que permitiu a construção da catedral. Essa estrutura é rodeada por um espelho d’água, e suas colunas sobem de forma inclinada até se encontrar. Foi inaugurada em 31 de maio de 1970,e , já nesta data, com os vidros externos transparentes. Na praça de acesso, encontram-se quatro esculturas em bronze com 3 metros de altura, representando os evangelistas; as esculturas são de Alfredo Ceschiatti, com a colaboração de Dante Croce. No interior da nave, existem as esculturas de três anjos, suspensos por cabos de aço (Figura 25).
visitá-las.
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Figura 25: Vista interna da Catedral mostrando a cúpula e as três imagens dos anjos que ficam penduradas à esquerda e imagem doa anjos em meio aos vitrais e colunas à direita. Fontes: https://guia.melhoresdestinos.com.br/catedral-metropolitana-de-brasilia-57-1264-l.html e acervo pessoal da autora, tirada em dezembro de 2018
O batistério em forma ovoide teve em suas paredes o painel em lajotas cerâmicas pintadas em 1977 por Athos Bulcão. O campanário composto por quatro grandes sinos, doado pela Espanha, completa o conjunto arquitetônico. A cobertura da nave tem um vitral composto por dezesseis peças em fibra de vidro em tons de azul, verde, branco e marrom inseridas entre os pilares de concreto. Cada peça é composta por triângulos com dez metros de base e trinta metros de altura que foram projetados por Marianne Peretti em 1990 (Figura 26). O altar foi doado pelo papa Paulo VI e a imagem da padroeira Nossa Senhora Aparecida é uma réplica da original que se encontra em Aparecida – São Paulo.
Figura 26: Vista interna da Catedral na qual podemos observar os tons dos vitrais e as formas desenhadas neles, além dos encaixes nas colunas de concreto que também formam um desenho. Fonte: https://guia.melhoresdestinos.com.br/catedral-metropolitana-de-brasilia-57-1264-l.html
A via sacra é uma obra de Di Cavalcanti. Na entrada da catedral, encontra-se um pilar com passagens da vida de Maria, mãe de Jesus, pintados por Athos Bulcão. A Catedral faz parte do conjunto inicial de edifícios que compõem o Eixo Monumental da capital brasileira. Ela está um nível abaixo do plano de acesso, a três metros abaixo do nível da Esplanada dos Ministérios; portanto, o edifício é meramente sua coberta. A entrada é formada por uma galeria em declive, desenhada por Oscar Niemeyer, é um corredor estreito em relação às dimensões do Templo, com piso negro e paredes de granito da mesma cor. Seu acesso é por um caminho criado por quatro esculturas, representando os evangelistas, que levam até a rampa (Figura 27).
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Figura 27: À esquerda temos a vista externa da Catedral na qual podemos observar o acesso que está três metros acima da igreja, e à direita temos uma imagem de dentro desse acesso pouco antes de chegar à parte interna. Fontes: https://www.curtamais.com.br/brasilia/9-curiosidades-sobre-a-catedral-de-brasilia e https://guia.melhoresdestinos.com.br/catedral-metropolitana-de-brasilia-57-1264-l.html
“Eu criei uma galeria escura de modo que, quando a pessoa chegar à nave, tem um contraste de luz: olha e vê até os espaços infinitos; e o corpo da igreja, esplendorosamente transbordante de luz e cor” NIEMEYER, Oscar. Atualmente, a Catedral Metropolitana de Brasília encontra-se em restauração, porém, aberta para visitação. Os vitrais originais foram fabricados de modo artesanal em vidro de sopro e apresentavam grande diferenças de espessura na mesma peça, razão pela qual o desenho assumia diferentes tonalidades. Tal fator, unido às altas temperaturas no interior da catedral acarretava tensões internas nos vitrais provocando a quebra espontânea das peças. Os novos vitrais estão instalados e foram fabricados industrialmente, por uma tradicional empresa alemã e com uma tecnologia que garante a uniformidade na espessura de cada peça, sem perder a variedade das tonalidades criadas originalmente pela artista e o desenho artístico.
O processo de restauro também contempla os seguintes serviços realizados, além da troca dos vidros externos: a instalação de novo sistema de acionamento eletromagnético dos sinos, o polimento de todo o mármore de carrara, a pintura interna e externa, a restauração das obras de arte da nave, a higienização das três esculturas dos anjos, a substituição dos cabos de aço que sustentam as três esculturas dos anjos e a modernização do seu sistema de fixação. Essa obra é acompanhada e fiscalizada pelo IPHAN, pela Petrobras e por arquitetos e engenheiros especializados. Na Praça de Acesso, uma praça autônoma, a Catedral está disposta lateralmente na Esplanada dos Ministérios, no local em que o urbanista Lúcio Costa a previu, “por questões de escala e tendo em vista a valorização do Monumento”, segundo o próprio urbanista (Figura 28).
Figura 28: Esquema da organização da implantação da Catedral, no qual é possível identificar: 1 – O Templo / 2 – A Cruz no topo do Templo / 3 – O Espelho d’Água / 4 – O Campanário / 5 – A Cúpula do Batistério / 6 – A Cúria Metropolitana / 7 – As Estátuas dos Evangelistas. Fonte: https://catedral.org.br/guia
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Ao chegar na parte interna, alcançamos a nave, corpo principal do Templo, lugar das celebrações. É um plano circular, de setenta metros de diâmetro, com capacidade para abrigar quatro mil fiéis. As paredes e piso são feitos de mármore Carrara. A cúpula, como se vê do exterior, é de vidro e os vitrais possuem uma disposição que garante iluminação natural à nave. A partir do corpo principal, duas saídas se abrem como passagem para corredores: o que está à direita de quem entra conduz à sacristia, às salas auxiliares e escritórios eclesiásticos e sanitários; já o da esquerda, leva ao Batistério. Por detrás do altar principal, duas escadas, uma de cada lado, conduzem à Cripta, no subterrâneo (Figura 29).
Marianne Peretti, a mulher por trás dos vitrais de Brasília “Marianne Peretti é uma artista de excepcional talento. Os vitrais maravilhosos que criou para a Catedral de Brasília são comparáveis, pelo seu valor e esforço físico, às monumentais obras da Renascença. Sua preocupação invariável é inventar coisas novas, influir com seu trabalho no campo das artes plásticas”. NIEMEYER, Oscar. Única mulher a fazer parte da equipe de Niemeyer em Brasília, a artista plástica franco-brasileira Marianne Peretti deixou sua marca na capital federal. Autora dos vitrais de algumas das obras mais emblemáticas do modernismo brasileiro, tem em sua obra uma combinação de grandeza, leveza e transparência. "Tive afinal o prazer, depois de tanto tempo, de conhecer pessoalmente a artista que soube tão bem “dar à luz” o interior da Catedral de Brasília, problema difícil que somente uma alma como a sua e um saber como o seu seriam capazes de resolver. Em nome da cidade, o inventor dela agradece a você.” COSTA, Lucio. Padroeira - Nossa Senhora da Conceição Aparecida
Figura 29: Esquema da organização do espaço interior da Catedral, no qual é possível identificar: 1 – O Presbitério / 2 – Os Anjos / 3 – O Coro / 4 – Coluna das Iconografias / 5 – A Cripta / 6 – O Batistério / 7 – A Cruz Histórica / 8 – A Pietá / 9 – D. Bosco / 10 – Os Confessionários. Fonte: https://catedral.org.br/guia
A história de Nossa Senhora da Conceição Aparecida tem início em meados de 1717 em Guaratinguetá, um município brasileiro do estado de São Paulo, localizada na região do Vale do Paraíba. Convocados pela Câmara de Guaratinguetá, os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves saíram à procura de peixes no Rio Paraíba do Sul. Desceram o rio, e não tiveram sucesso. Depois de muitas tentativas, chegaram ao Porto Itaguaçu. João lançou a rede nas águas e apanhou o corpo da imagem de Nossa Senhora da Conceição sem a cabeça. Lançou novamente a rede e apanhou a cabeça da mesma imagem. Daí em diante, os peixes chegaram em abundância para os três humildes pescadores. 36
Durante 15 anos seguidos, a imagem ficou com a família de Felipe, que a levou para casa, onde as pessoas da vizinhança se reuniam para rezar. A devoção foi crescendo em meio ao povo e muitas graças foram alcançadas por aqueles que rezavam diante da imagem. Essa fama dos poderes de Nossa Senhora foi se espalhando pelas regiões do Brasil. Em 16 de julho de 1930, por decreto do Papa Pio XI, Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi proclamada padroeira do Brasil, e a catedral, construída na capital do país, certamente considerou este fato no projeto. B. O que causa impressão
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Contraste entre dentro (mais colorido, mais vivo) e fora (mais neutro, poucos tons, mais sério); Materialidade (colunas de concreto, vitrais coloridos, azulejos, mármores); Formato do edifício; Reflexo do espelho d’água (dentro e fora); Pé Direito (quarenta metros); Acesso em um nível diferente da igreja em si (três metros de diferença); Anjos pendurados (no interior da nave, estão as esculturas de três anjos, suspensos por cabos de aço); Sensação interna gerada através dos vitrais (projetados por Marianne Peretti, vitrais, cuja disposição garante iluminação natural à nave, contendo trinta e seis mil pedaços triangulares de fibra de vidro colorida, unidos por liga de chumbo e assentados em caixilhos de aço);
4.3.1.2 Santuário Dom Bosco A. Histórico Igreja Católica - Brasília, Brasil. Arquiteto: Carlos Alberto Naves / Ano: 1963-1970 (construção)
O Santuário Dom Bosco é uma das mais conhecidas Igrejas de Brasília e uma das imagens mais frequentes nos cartões-postais da cidade. Ocupa uma boa parte da Quadra 702 Sul, em posição bastante central no Plano-Piloto. Construído pelo arquiteto Carlos Alberto Naves, em homenagem ao padroeiro de Brasília, São João Melchior Bosco, a construção foi iniciada em 1963 e foi terminada em 23 de maio de 1970. O Santuário tem 80 colunas de 16 metros e é decorado por vitrais em 12 tonalidades de azul. Os vitrais foram projetados pelo arquiteto Cláudio Naves e fabricados pelo artista belga Hubert Van Doorne (Figura 30).
Figura 30: À esquerda temos a vista interna do Santuário Dom Bosco na qual podemos observar uma de suas laterais com a luz natural do dia entrando através dos vitrais, e à direita temos uma imagem com mais detalhe dos diferentes tons de azul que compõem os vitrais. Fontes: http://www.flodeau.com/2012/07/quick-dose-of-inspiration-21-blue-blue-blue/ e https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2020/01/02/interna_cidadesdf,817739/santuari o-dom-bosco-na-asa-sul-faz-campanha-para-restaurar-vitrais.shtml
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No interior, existe um lustre de 3,5 m de altura, formado por 7.400 peças de vidro murano, que simboliza Jesus, a luz do mundo (Figura 34). Portas produzidas em ferro e bronze, com baixos-relevos, remetem à vida de Dom Bosco.
A construção do Santuário foi iniciativa da Congregação Salesiana, a partir da inspiração do sonho de Dom Bosco com Brasília. O Santuário foi eleito uma das sete maravilhas de Brasília em 2008 pelo Bureau Internacional de Capitais Culturais (IBOCC), entidade com sede em Barcelona. Com esse título o Santuário foi incluído pelo Governo do Distrito Federal na rota turística de Brasília.
Hubert Van Doorne, e os vitrais do Santuário Dom Bosco
Figura 31: Imagem do interior do Santuário Dom Bosco mostrando a iluminação artificial gerada através do lustre central. Fonte: acervo pessoal da autora, tirada em dezembro de 2018
Tanta luz (vinda de dentro e de fora do edifício) ajuda a destacar detalhes como o altar, um bloco maciço de mármore rosa que pesa 10 toneladas. Atrás dele, a imagem é de um Cristo crucificado numa cruz de 8 metros com 4,3 metros de largura, que foi esculpida em um único tronco de cedro pelo artista brasileiro da cidade de Treze Tílias-SC, Gotfredo Traller. Por todo o Santuário Dom Bosco, destacam-se também as obras do artista brasileiro, Gianfrancesco Cerri. São dele um quadro em bronze na pia batismal, a pintura em acrílico no sacrário e os relevos em cobre entalhados em mármore nas 12 portas do templo.
O Santuário Dom Bosco, é uma obra de luz. Suas paredes são formadas por colunas com altura imponente, que se unem no alto em arcos góticos. Entre as estruturas, estão 2,2 mil m² de vitrais. Os vitrais foram projetados pelo arquiteto brasileiro, Cláudio Naves, e fabricados em São Paulo pelo artista belga, Hubert Van Doorne. A maioria combina 12 tonalidades de azul com pontilhado branco, que partem de tons claros num suave degradê, até atingirem tons mais escuros. Em cada um dos 4 ângulos do Santuário, uma coluna de vitrais rosas complementa a suavidade do local. Do lado de dentro, a sensação é a de se estar sob o céu numa noite ou fim de tarde. A combinação rosa-azul cria um ambiente de mistério interior. Mesmo quando o sol se põe e não pode mais azular o interior do Santuário, a iluminação continua sendo o maior atrativo do lugar através do imenso lustre projetado pelo arquiteto brasileiro, Alvimar Moreira, pendurado no meio do teto, que é a única iluminação do templo ao escurecer. Os números espantam: são 7.400 pequenas peças de vidro Murano, totalizando 3 mil quilos, 3,5 metros de altura e 5 metros de diâmetro, sob a suspensão de 6 cabos de aço capazes de sustentar 6 toneladas.
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Padroeiro - São João Melchior Bosco Giovanni Melchior Bosco, mais conhecido como Dom Bosco foi um sacerdote católico italiano, fundador da Pia Sociedade São Francisco de Sales e proclamado santo em 1934. Aclamado por João Paulo II como o "Pai e Mestre da Juventude", é o padroeiro da capital federal do Brasil, Brasília. Seguidor da espiritualidade e filosofia de Francisco de Sales, Bosco era um fervoroso devoto de Nossa Senhora Auxiliadora. Mais tarde, dedicou seus trabalhos a Sales, quando fundou os salesianos, com sede em Turim. Juntamente com Maria Domenica Mazzarello, fundou o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, uma congregação religiosa de freiras dedicada ao cuidado e educação de meninas pobres. Ele ensinou São Domingos Sávio, de quem escreveu uma biografia que ajudou o menino a ser canonizado. Em 18 de abril de 1869, um ano após a construção da Basílica de Maria Auxiliadora em Turim, estabeleceu a Associação de Maria Auxiliadora (ADMA), conectando-a a compromissos facilmente cumpridos pela maioria das pessoas, com a espiritualidade e a comunidade missão da Congregação Salesiana. A ADMA foi fundada para promover a veneração do Santíssimo Sacramento e Maria Auxiliadora. Em 1876 Bosco fundou um movimento de leigos, a Associação de Cooperadores Salesianos, com a mesma missão educativa para os pobres. Em 1875, ele começou a publicar o Boletim Salesiano. O Boletim permaneceu em publicação contínua e atualmente é publicado em 50 edições diferentes e em 30 idiomas. Bosco estabeleceu uma rede de organizações e centros para continuar seu trabalho. Após sua beatificação em 1929, ele foi canonizado como santo na Igreja Católica Romana pelo Papa Pio XI em 1934. Sendo padroeiro dos jovens e dos estudantes, e, assim, é patrono da juventude.
Dom Bosco teve em sua história alguns sonhos, em um deles vê, entre os paralelos 15 e 20 do hemisfério sul, um lugar de muita riqueza, próximo a um lago: “Entre as séries 15 e 20, havia um peito muito longo e muito largo que partia de um ponto que formava um lago. Então uma voz disse repetidamente: quando eles vierem escavar as minas escondidas no meio dessas montanhas daquele seio, a terra prometida que flui leite e mel aparecerá aqui, será uma riqueza inconcebível.” (Memorie Biografiche, XVI, 385-394). Esse lugar é atribuído por alguns intérpretes como sendo Brasília, motivo pelo qual São João Bosco é considerado um dos padroeiros dessa cidade brasileira. B. O que causa impressão
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Contraste entre dentro (mais colorido, mais vivo) e fora (mais neutro, mais sério, traços góticos); Materialidade (concreto - 80 colunas de 16 metros - e vitrais - em 12 tonalidades de azul); Pé Direito (16 metros); Iluminação (natural e artificial - imenso lustre); Sensação interna gerada através dos vitrais; Cores que geram um clima, uma atmosfera diferenciada dentro do edifício (vitrais azuis e vitrais róseos nos 4 cantos);
4.3.2 Espaços como referência e Impressões Apresenta-se a seguir edifícios religiosos que não foram visitados pela autora e foram pesquisados durante janeiro e maio 2020 para a execução do trabalho. São Igrejas Católicas que possuem uma arquitetura diferenciada, a conhecida arquitetura sacra que não é considerada convencional. Na prática, ela está relacionada a uma forma de manifestação artística intimamente ligada ao “sagrado”.
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4.3.2.1 Dio Padre Misericordioso | Igreja do Jubileu A. Histórico Igreja Católica - Roma, Itália Arquiteto: Richard Meier / Ano: 1998-2003 (construção)
Dio Padre Misericordioso, popularmente conhecida como Igreja do Jubileu, é uma igreja titular e um centro comunitário em Tor Tre Teste, em Roma. Projetada pelo arquiteto americano Richard Meier, segundo ele, ela é a "joia da coroa do projeto Millennium do Vicariato di Roma". A igreja serve aos oito mil residentes da região e foi projetada para reanimar socialmente Tor Tre Teste. A construção começou em 1998 e terminou em 2003. Meier foi escolhido como arquiteto ao vencer um concurso que contou com a participação de famosos arquitetos como Frank Gehry, Santiago Calatrava e Tadao Ando em 1996. O concurso internacional era "50 chiese per Roma 2000 (50 igrejas para Roma 2000)", concurso para projetar a igreja do milênio, e foi organizado em 1995 pelo Vicariato de Roma, teve um atraso e só foi concluída em 2003, coincidindo com o jubileu do pontificado do papa João Paulo II. Por isso o nome Igreja do Jubileu. A fachada sul da igreja é composta por três grandes paredes curvas, segmentos de uma esfera, de concreto pré-moldado. Meier alega ter projetado a igreja para minimizar picos de temperatura no interior: a grande massa termal das paredes de concreto controla o ganho calorífico do interior, diminuindo as variações termais e supostamente resultando num uso mais eficiente de energia. As paredes contêm ainda dióxido de titânio para manter a cor branca no exterior. Enrico Borgarello, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Italcementi, a companhia que desenvolveu o cimento, alega que ele ajuda a eliminar os resíduos da poluição do ar.
“Quando o dióxido de titânio absorve os raios ultravioleta, ele se torna muito reativo, quebrando os poluentes que entram em contato com o concreto em partes menores. Ele é particularmente bom para remover os venenosos gases que saem dos escapamentos dos carros.” BORGARELLO, Enrico. O complexo essencial e severo da igreja, que conseguiu conectar a sacralidade de seu interior com a habitabilidade de sua grande área externa, é caracterizado por três grandes velas de concreto branco que incham como se fossem impulsionadas por um vento soprando do leste. As obras do arquiteto são conhecidas pelo uso do branco e ele explica: “O branco é a cor mais maravilhosa porque dentro dela você pode ver todas as cores do arco íris. A brancura do branco nunca é apenas branca, é quase sempre transformado pela luz e pelo que está mudando, o céu, as nuvens, o sol e a lua” (MEIER, 1984). A partir do desenho das curvas, o arquiteto adota componentes fundamentais para obter muita luz no interior da igreja. O uso de claraboias, paredes com caixilhos de vidro e a cor branca predominante, permitem que o interior da igreja seja repleto de luz. A luz é o elemento primordial na caracterização do espaço. O branco presente nem sempre é o mesmo, pois é transformado conforme a luz do dia. A percepção do espaço se transforma de acordo com as estações do ano, com o tempo e com as horas do dia. E a igreja, na sua transparência, mostra o céu e a luz verdadeira (Figura 32).
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Figura 32: Imagens do interior da Igreja do Jubileu mostrando a iluminação natural que entra através das claraboias, à esquerda ainda na construção, sem interferência do mobiliário e à direita com o mobiliário em madeira. Fontes: https://www.arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/richard-meier-igreja-e-18-03-2004 e https://architalia.com.br/dio-padre-misericorioso/
Figura 33: Imagem exterior da Igreja do Jubileu que mostra a diferença das formas curvas e retas que dividem à nave da igreja das áreas do centro comunitário. Fonte: https://www.arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/richard-meier-igreja-e-18-03-2004
O templo está implantado no centro de um terreno de formato triangular. No vértice mais próximo ao conjunto de prédios, a leste, situa-se o acesso principal. No lado oposto, junto ao parque, fica o estacionamento. Ao sul, a esplanada comporta ritos religiosos ao ar livre, como procissões. A porção norte é ocupada por jardins e áreas de lazer. No volume construído, a forma é responsável pela clara distinção de funções. A área sacra, voltada para o sul, caracteriza-se pelas curvas e abriga nave principal, capela, confessionários e altares, entre outros. Ao norte, a porção profana - que se destina ao centro comunitário e à residência do pároco - revela o predomínio das linhas retas. A ala profana é formada por sucessivas sobreposições de quadrados e retângulos, características da obra de Meier (Figura 33).
As curvas do espaço sacro são formadas por círculos deslocados que se materializam em conchas de concreto protendido moldadas in loco, revestidas com mármore travertino. São três curvas, que, segundo o arquiteto, fazem discreta alusão à Santíssima Trindade. Os intervalos entre as conchas são vedados por caixilhos e vidros que permitem a entrada de luz natural no templo. B. O que causa impressão
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Formato do edifício envolvendo planos retos e curvos; Entrada de luz em feixes (a luz transforma a cor do branco a cada hora e cada estação); Pé Direito; Sensação interna gerada através da iluminação e das paredes brancas;
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4.2.2 Igreja São Tiago de Antas Igreja Católica - Vila Nova de Famalicão, Portugal
Arquiteto: Hugo Correia / Ano: 2016 A Igreja São Tiago de Antas, projetada pelo arquiteto Hugo Correia foi construída em um local privilegiado com vistas sobre a paisagem natural e o centro da cidade local, situada na Vila Nova de Famalicão, em Portugal, está próxima à antiga Igreja de Santiago de Antas que é do século XIII e possui estilo românico, já com alguns elementos do gótico. A nova Igreja integra-se lado a lado e de forma harmoniosa com o passado, é nítido o contraste existente com a antiga igreja (Figura 34).
Figura 34: Imagem externa da Igreja São Tiago de Antas na qual é possível notar o contraste entre a sua construção e a Igreja do século XIII. Fonte: https://www.revistahabitare.com.br/arquitetura/igreja-s-tiago-de-antas/
Hugo Correia realizou um estudo da localização, dos espaços que contemplariam o programa do edifício e da integração deste com o antigo. Além de um estudo intenso da história e das atividades religiosas realizadas no local pelos fiéis que frequentavam a igreja.
O projeto da igreja desenvolve-se em dois pavimentos, separando de forma clara o espaço sagrado e os demais espaços para funções culturais e de formação para crianças e jovens. No piso principal, o térreo, está localizado o espaço destinado às celebrações, com capacidade para mais de 500 pessoas. Atrás do altar está localizado todos os pontos relativos ao pároco e ao sacristão. No piso inferior estão localizados 5 espaços destinados à catequese, sendo um deles com capacidade para acomodar cerca de 200 pessoas, podendo ser utilizado para espetáculos ou palestras. Um aspecto muito forte no projeto da igreja é a simbologia trazida para a arquitetura. A forma elíptica da igreja, segundo o arquiteto, remete o cálice presente nas celebrações, a cruz em preto, representa a paixão de Cristo, e os anéis que contornam a igreja simbolizam a coroa de espinhos usada por Jesus Cristo em sua crucificação (Figura 35).
Figura 35: Imagens externas da Igreja São Tiago de Antas à esquerda mostra o terreno, a implantação e o formato escolhido pelo arquiteto e à direita o detalhe dos anéis que envolvem o edifício remetendo a coroa de espinhos de Jesus Cristo. Fonte: https://www.revistahabitare.com.br/arquitetura/igreja-s-tiago-de-antas/
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No chão de madeira, percorrem duas linhas em mármore que ligam o exterior do edifício ao altar. Uma das linhas, em tom azul, representa o rio Jordão, local de batismo de Cristo, que liga o exterior da igreja à pia batismal. A outra linha, em tom vermelho, representa o sangue vindo da espada de São Tiago, e liga o exterior até onde são feitas as leituras dos textos sagrados, conhecido na liturgia como ambão (Figura 36).
Figura 36: Imagens internas da Igreja São Tiago de Antas à esquerda mostra a nave, mais a frente o altar e no corredor central podemos observar as linhas em mármore no chão, à direita temos o detalhe da linha de mármore saindo do altar em direção ao corredor central. Fontes: https://www.revistahabitare.com.br/arquitetura/igreja-s-tiago-de-antas/ e https://www.archdaily.com.br/br/897214/igreja-s-tiago-de-antas-hugo-correia
As paredes exteriores possuem pouquíssimas aberturas, fazendo com que o ambiente interno seja visto apenas quando entrarem na igreja. Ao entrarem, as paredes interiores brancas são iluminadas por uma luz difusa, criada por claraboias ocultas. A iluminação desempenha um papel importante na obra. Durante a noite existe um efeito luminoso, tanto no interior como no exterior da igreja. Por fim, voltando à questão da simbologia desta igreja, o mobiliário em madeira, com alguns elementos vazados, detalhes dourados, foi desenhado pelo escritório do arquiteto, trazendo um toque particular especialmente para este projeto e criando uma narrativa própria (Figura 37).
Figura 37: Imagem dos mobiliários que compõem o interno da igreja e foram desenhados pelo arquiteto Hugo Correia. Fontes: https://www.revistahabitare.com.br/arquitetura/igreja-s-tiago-de-antas/ e https://www.archdaily.com.br/br/897214/igreja-s-tiago-de-antas-hugo-correia
Padroeiro - São Tiago São Tiago, conhecido também como são Tiago Maior, pertencia ao grupo dos doze apóstolos e era um dos mais próximos de Jesus, junto com Pedro e João. Ele esteve presente em vários acontecimentos importantes da vida de Cristo. Em todas as listas dos apóstolos aparece entre os três primeiros, ficando evidente a sua importância nas formações das primeiras comunidades cristãs. Ele ocupou um lugar de liderança no grupo dos doze, e foi considerado por São Paulo uma das colunas da Igreja.
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São Tiago é padroeiro da Espanha e em seu nome foi fundada no século IX uma cidade, um dos mais importantes lugares de peregrinação dos cristãos de todo o mundo: Santiago de Compostela. B. O que causa impressão
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Formato do edifício que leva em conta parte da simbologia da história de Cristo; Poucas aberturas de iluminação muito bem resolvidas gerando claridade na parte interna do edifício; Materialidade usada em seu interior como o mármore e a madeira para os mobiliários; Mobiliários exclusivos desenhados pelo próprio arquiteto; Simbologia ligada à elementos internos;
4.3.2.3 Igreja Matriz Nossa Senhora de Fátima | Paróquia São Cristóvão A. Histórico Igreja Católica - Mato Grosso, Brasil Arquiteto: Eduardo Faust / Ano: 2016 (ainda em obras) Localizada em Campo Verde, Mato Grosso, a Paróquia São Cristóvão, fundada em 1987 pelo Bispo Dom Osório Wilibaldo Stoffel, atende as necessidades pastorais de parte da comunidade católica que vive em Campo Verde, antigamente fazia parte da Diocese de Rondonópolis e agora faz parte da Diocese de Primavera do Leste Paranatinga. Apesar de ser uma cidade pequena, devido à agricultura ela cresceu rápido e a igreja que existia inicialmente ficou pequena para o porte da população.
A Paróquia São Cristóvão também é a Igreja Matriz Nossa Senhora de Fátima, mas a Matriz e a Paróquia possuem nomes diferentes. Em 2013 iniciou-se um projeto de reforma para ampliar esse espaço, o projeto é do arquiteto Eduardo Faust, especialista em arquitetura sacra. O projeto da igreja é um grande marco na fé católica em Campo Verde e será um cartão postal da cidade. Os próprios fiéis que já frequentavam a igreja contribuíram para essa obra que teve início em 2016 e ainda está sendo executada. A igreja está em um terreno privilegiado com duas esquinas, gerando no mínimo três fachadas interessantes, e, segundo o arquiteto, com a sua altura ainda ganha uma quarta fachada. A implantação ocupa o terreno quase por completo, na extremidade do edifício o arquiteto fez um caminho coberto com novos acessos para a parte interna. Esse projeto levou em consideração a parte externa e a parte interna, focando em detalhes e questões de simbologia dentro dos critérios litúrgicos e normas da prefeitura. Iniciando uma análise a partir da parte externa do projeto, o elemento que chama mais atenção é a torre que remete à padroeira Nossa Senhora de Fátima como se fosse um desenho, uma releitura da imagem, representando o seu manto nas laterais brancas da torre, a coroa é a cruz no topo e as mãos unidas em postura de oração estão presentes na faixa central da torre. A igreja possui na parte externa superior três cruzes, elas representam os três mistérios de Fátima e os três pastorinhos (Francisco, Lúcia, Jacinta) que afirmaram ter testemunhado as aparições de Nossa Senhora de Fátima (Figura 38).
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Figura 38: Imagens externas da Igreja Nossa Senhora de Fátima, as duas imagens mostram o formato do edifício e a torre imponente com os significados que remetem à padroeira. Fontes: https://faustarqbr.wordpress.com/2019/05/27/igreja-matriz-ns-de-fatima-campo-verde-mt/ e http://arquiteturadosagrado.blogspot.com/2018/10/igreja-ns-de-fatima-campo-verde-mt.html
Já na parte interna do projeto, o arquiteto enfatizou os detalhes, utilizando alguns símbolos e fazendo com que os padroeiros estivessem presentes na igreja. Ao projetar o altar, Faust traz inúmeras simbologias com a trajetória de Jesus, em ordem cronológica podemos começar com o Altar Natividade que vem da manjedoura em que Cristo foi colocado ao nascer e é representado na arquitetura da igreja através do formato do próprio altar. O Altar Mesa da Eucaristia, vem da forma e da ideia da imagem de Jesus Cristo, na última Ceia com seus discípulos, na qual instituiu o Sacrifício Eucarístico do seu Corpo e do seu Sangue e com isso o arquiteto representa com a disposição do povo de Deus em torno do cenáculo, em torno do próprio altar, então temos na igreja o altar, no centro, e os bancos dos fiéis ao seu redor, saindo do comum de bancos retos, voltados para a frente, assim, a celebração pode ser vista de todos os ângulos.
Além do projeto arquitetônico, Faust também se dedicou em projetar os mobiliários que iriam compor a igreja, como por exemplo o altar em pedra, já mencionado. O ambão que é o lugar para proclamação da Palavra possuí um desenho representando asas dos quatro Tetramosfos que seriam os quatro evangelistas. A Sédia que é a cadeira do Sacerdote Celebrante possuí um desenho que remete a mitra que é a veste que cobre a cabeça do Papa, bispos, arcebispos, cardeais. Dentre esses itens citados, o presbitério também conta com três imagens que chamam os olhares dos fiéis, ao centro temos uma cruz com o corpo de Jesus Cristo elevada sobre o altar, nessa cruz também está presente a Cruz Celta. Acima dela, a cobertura central e a abside emolduram e nos levam a centralidade da cruz e esse caminho, altar, cruz, cobertura representa a união do céu e da terra, na transubstanciação, que é a mudança da substância do pão e do vinho na substância do Corpo e sangue de Jesus Cristo no ato da consagração da eucaristia. Em cada um dos lados houve a preocupação de colocar uma imagem de cada um dos padroeiros da igreja, São Cristóvão e Nossa Senhora de Fátima. No corredor central, o piso possui um ornamento de 20 círculos que simbolizam os 20 mistérios do Rosário de Nossa Senhora de Fátima (gozosos, dolorosos, gloriosos, luminosos).
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Figura 39: Imagens internas da Igreja Nossa Senhora de Fátima, nas quais podemos observar o altar, a distribuição dos fiéis de acordo com o Altar da Mesa Eucarística, o rosário no corredor central e a cruz elevada sobre o altar. Fontes: https://faustarqbr.wordpress.com/2019/05/27/igreja-matriz-ns-de-fatima-campo-verde-mt/ e http://arquiteturadosagrado.blogspot.com/2018/10/igreja-ns-de-fatima-campo-verde-mt.html
Padroeiro - São Cristóvão Cristóvão carrega o significado de “condutor de Cristo”, porém, seu verdadeiro nome era Réprobo e sua profissão era ser um guerreiro. Graças ao seu porte físico, não havia quem o vencesse. Determinado dia, se deu conta que ele deveria trabalhar para o maior rei de todos, o mais poderoso, e saiu em busca dessa figura. Encontrou um rei mais forte e passou a servi-lo. Em uma das festas do reino, algumas canções estavam sendo cantadas para o rei e continham em sua letra citações ao demônio. Toda vez que era citado, o rei fazia o sinal da cruz e ele disse à Cristóvão que era uma proteção contra qualquer má intenção ou coisas ruins vindas daquela figura. Sendo assim, Cristóvão concluiu que o demônio era mais poderoso que o rei e por isso devia servi-lo. Cristóvão entendeu que Jesus Cristo era mais poderoso e por isso saiu em uma busca incansável ao seu novo Senhor. Durante a caminhada, encontrou um senhor e perguntou como poderia encontrar Jesus Cristo. O senhor disse que ele deveria jejuar e orar, mas Cristóvão disse que não seria possível. Sendo assim, o senhor pediu que ele se instalasse a beira de um rio que existia ali perto, de travessia difícil, para ajudar a todos que quisessem passar por ele e por amor a Jesus Cristo.
Dia e noite Cristóvão ajudava as pessoas a atravessar o rio, até que em uma noite escutou uma criança chamá-lo para ajudá-la a atravessar a margem do rio. Ele colocou a criança nos ombros e iniciou a travessia. A criança era muito pesada e ele temeu se afogar; por várias vezes pensou estar carregando o mundo nas costas. Ao deixar a criança do outro lado do rio, comentou sobre o seu peso e eis que teve a sua revelação: “Bom homem, respondeu-lhe o menino, não te espantes, pois não só carregaste o mundo inteiro como também o dono do mundo. Eu sou Jesus Cristo, o Rei que estás a servir neste mundo, e, para que saibas que digo a verdade, põe teu cajado no chão junto à tua casa e amanhã verás que ele estará coberto de flores e de frutos”. Depois desse dia, Cristóvão partiu ao encontro de cristãos que estavam presos. Quando foi descoberto, apanhou muito de seus perseguidores e quando todos achavam que ele seria derrotado, jogou o seu cajado no chão pedindo a Jesus Cristo que o florisse novamente, e assim aconteceu. Então Cristóvão foi levado ao rei, que tentou de todas as maneiras fazer com que desistisse e renunciasse a sua fé, mas ele permaneceu inabalável. Sua fé era tão forte quanto o seu corpo. O rei ainda tentou fazê-lo pecar, mas foi em vão. Depois de várias tentativas, o rei mandou executá-lo e Cristóvão morreu decapitado. Padroeira - Nossa Senhora de Fátima Nossa Senhora de Fátima também conhecida como Nossa Senhora do Rosário de Fátima, é uma das invocações marianas atribuídas à Virgem Maria e que surgiu com base nos relatos das suas aparições.
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Em maio de 1917 o Papa Bento XV, em meio a Primeira Guerra Mundial, convocou todos os católicos para se unirem em oração e pedirem a Nossa Senhora que intercedesse na guerra e trouxesse paz para aquele momento. Após oito dias, em resposta às orações, Nossa Senhora de Fátima fez sua primeira aparição em 13 de maio na pequena aldeia de Fátima em Portugal. Em um local chamado “Cova de Iria”, ela apareceu para três pequenos pastorinhos: Lúcia, Francisco e Jacinta. Os próprios pastorinhos relataram a aparição e disseram que a visão era de uma “Senhora mais brilhante que o sol” e carregava em suas mãos um rosário. Ela pediu que as crianças fossem ao seu encontro durante os seis meses seguintes, no mesmo dia (13), na mesma hora e que depois disso ela diria quem ela era e o que ela queria e apareceria mais uma vez. Ela também disse “Rezem o Terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo, e o fim da guerra.”. As aparições continuaram nos meses seguintes e mesmo em meio a perseguições, maus tratos e acusações de serem mentirosos, os pastorinhos estavam na Cova de Iria para esperar por Nossa Senhora de Fátima. Na segunda aparição, havia 50 pessoas os acompanhando. Na terceira aparição ela prometeu um milagre para que o povo acreditasse nas crianças. E na última aparição, em outubro, o milagre aconteceu. Havia com eles mais de 70.000 pessoas e em meio a multidão, do meio das nuvens negras, o sol surgiu e começou a girar sobre si mesmo como se fosse uma imensa bola de fogo. Na terceira aparição, foi revelado a Lúcia um segredo constituído por três partes que seriam reveladas posteriormente nas demais aparições. São eles: a visão do Inferno, à devoção ao Imaculado Coração de Maria que é considerado um refúgio e o caminho que conduz a Deus, e o terceiro segredo foi uma visão profética de caráter simbólico. E foi também na última aparição que Nossa Senhora de Fátima revelou ser a “Senhora do Rosário” e pediu que ali fosse construída uma capela em sua homenagem.
B. O que causa impressão
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Formato do edifício aproveitando grande parte do terreno; Torre alta, imponente e com significado simbólico relacionado à padroeira Nossa Senhora de Fátima; Mistura das materialidades externas (tons claros e escuros); Disposição interna dos ambientes litúrgicos; Simbologia ligada à elementos internos e externos em relação aos padroeiros São Cristóvão e Nossa Senhora de Fátima;
Após o estudo de todas essas Igrejas, que possuem características particulares, e que servem como base e referência para a produção do projeto final desse trabalho, identificamos alguns itens que contemplados na definição do edifício desenvolvido neste TCC. Referente à Catedral e ao Santuário Dom Bosco, consideramos como referência para esse projeto o contraste entre dentro e fora (efeito gerado por um tipo específico de vidro), a materialidade envolvendo concreto e vidro, os vitrais que transformam o interior do edifício com a travessia da luz natural, o pé direito alto e o espelho d’água. Referente à Igreja do Jubileu interessou-nos destacar a presença de planos retos e curvos na composição da forma e a entrada de luz através de feixes. Quanto à Igreja São Tiago contemplamos a materialidade interna com mármore e madeira, além de enfatizar toda a questão simbólica. Por fim, em relação à Igreja Nossa Senhora de Fátima consideramos a torre alta e imponente que gera um marco para a igreja, além de toda a questão simbólica. No próximo capítulo, apresentamos o projeto, e, sinalizamos a quais aspectos demos ênfase no sentido de tornar a experiência desta arquitetura religiosa uma experiência sensorial e particular.
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Capítulo 5 – Projeto
5.1 Desenvolvimento do Programa
Os capítulos anteriores permitiram à autora aprofundar o conhecimento sobre a corrente filosófica da Fenomenologia envolvendo grandes arquitetos como Pallasmaa e Zumthor, e investigar, a partir dos estudos de caso, como a fenomenologia se manifesta na arquitetura e, compreender os conceitos presentes no espaço sagrado, especificamente a Igreja Católica, a partir de estudos dos seus ensinamentos, ritos e espaços. Levando em consideração o estilo de vida atual que é acelerado, competitivo, impessoal e virtual, as pessoas sentem mais necessidade de buscarem uma conexão com algo maior, que as ajude a conviver com essa realidade cheia de desafios. Optou-se por apresentar como o estudo final o projeto de um espaço sagrado, especificamente, uma igreja católica de tipologia paroquial, para possibilitar esse encontro entre as pessoas e o sagrado, envolvendo principalmente as sensações e experiências que o local pode gerar. Com base nas arquiteturas das igrejas estudadas, identificamos algumas soluções, e alguns elementos que foram utilizados como referência neste projeto: contraste entre dentro e fora, diferentes tonalidades, materialidade envolvendo concreto e vidro, vitrais que transformam o interior do edifício com a travessia da luz natural, o pé direito alto, espelho d’água, materialidade interna com mármore e madeira, além de toda a questão simbólica. Nesse capítulo apresentamos o processo de criação do projeto da Igreja Cruz Divina, no qual buscamos entender o que seria necessário para compor esse ambiente, quais estímulos sensíveis criamos para os visitantes e frequentadores do lugar, quais recursos sensoriais foram explorados, e aplicados no projeto arquitetônico, qual local implantaremos nosso projeto arquitetônico.
Em arquitetura, um programa de necessidades é o conjunto sistematizado de necessidades para um determinado uso de uma construção, e geralmente é usado nas fases iniciais do projeto a fim de nortear as decisões a serem tomadas. Portanto, considerados os estudos de caso referentes a igrejas, levando em consideração as proporções necessária, apresentamos a seguir uma tabela com o programa de necessidades para o projeto da igreja católica. AMBIENTE
METRAGEM
Átrio
45m²
Nave
300m²
Presbitério
40m²
Batistério
20m²
Capela do Santíssimo
25m²
Sacristia
10m²
Sala de apoio dos ajudantes
10m²
Músicos
40m²
Salas de Catequese
30m²
Sala do Padre
16m²
Secretaria
16m²
Almoxarifado
10m²
Depósito
15m²
Salão de festas
170m²
Cozinha
32m²
Banheiros
45m²
Área de Contemplação
150m²
Tabela 2: Programa de necessidades do projeto.
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5.2 A escolha do terreno Após a pesquisa realizada no capítulo 3, decidiuse por selecionar um terreno considerando os seguintes aspectos importantes para o desenvolvimento do espaço religioso: um terreno entre 1500m² e 3000m², arborizado para ter um espaço livre e de bom uso para a comunidade e com frentes livres. Levando-se em consideração o público que costuma frequentar as celebrações nas igrejas das imediações, em datas de grande participação da comunidade, procuramos por terrenos que já estivessem sem utilização e em uma localização adequada, mas que fossem mais distantes das igrejas existentes. Assim, optou-se pelo terreno localizado na Rua Emílio de Sousa Docca, na altura do número 700 no bairro Jabaquara. É um terreno de aproximadamente 2990m² livre, com três frentes em diferentes ruas, na Rua Emílio de Sousa Docca, na Rua Tenente Coronel Antônio Braga e Rua Walter Bitran, o que é muito válido para o projeto. A área possui vegetação existente e o seu entorno é predominantemente residencial.
Figura 41: Imagem satélite com a marcação do terreno. Fonte: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx#
Figura 40: Imagem satélite da quadra que será implantada a igreja contemplando quadras vizinhas. Fonte: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx#
Figura 42: Início do estudo do terreno, suas dimensões e topografia. Fonte: acervo pessoal da autora, maio de 2020.
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5.3 Partido do Projeto
5.4 Implantação
O partido do projeto levou em consideração o terreno que apresenta uma topologia acentuada e tiramos proveito dessa situação trazendo as curvas para o edifício também. O programa também influenciou nesse ponto para entender como seria sua distribuição e como os espaços internos e externos iriam se relacionar. Um ponto de extrema importância no projeto foi explorar a luz natural e a reverberação dela no espaço interno para gerar sensações nos usuários. A presença de vitrais ao redor da igreja para gerar um efeito interno através dessa luz externa. A luz artificial também foi pensada e distribuída de forma a simular uma cruz de luz sobre toda a comunidade. A mesma cruz está presente no chão e seu ponto de encontro se tornou o altar onde ocorre a consagração do corpo e sangue de Jesus Cristo. Cada uma dessas questões, cada decisão tomada ao longo do projeto levou em consideração a parte funcional dos lugares e a parte simbólica, fazendo com que o edifício transparecesse o sagrado. Outra questão que foi usada no partido foi a imagem da cruz, por tudo o que ela representa na religião, a cruz foi o caminho de Jesus Cristo até o céu e é o caminho de cada um de nós, então a cruz esteve presente em várias partes do projeto, daí o nome Igreja Cruz Divina.
O terreno de aproximadamente 2990m² livre, apresentava um desnível de 11m de uma extremidade à outra. Após um estudo das curvas optamos por uma movimentação de terra que mantivesse o seu desenho original e ao mesmo tempo permitisse um terreno plano e acessível. A terra ficou concentrada do lado direito do terreno onde optamos por fazer uma área verde preservando assim algumas árvores existentes. O nível de chegada dos usuários, na Rua Emílio de Sousa Docca é 769, esse nível se mantem até um muro de contenção de pedras, que contém do nível 774 ao nível máximo 780 onde temos a rua dos fundos do terreno, Rua Walter Bitran. Levando em consideração a definição final da topologia do terreno foi decidido o formato do edifício, aproveitando ao máximo o espaço, dividindo entre áreas externas e áreas internas. Nesse momento já foi decidido que a igreja teria dois pavimentos para comportar todos os usos necessários.
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PLANTA CURVAS DE NÍVEL
Figura 43: Planta Curvas de nível. Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
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PLANTA IMPLANTAÇÃO
Figura 44: Planta Implantação Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
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5.5 Distribuição de usos A distribuição de usos seguiu uma lógica de quais lugares deveriam ter conexões entre si. Como o edifício apresenta dois pavimentos, o inferior ficou definido para usos comuns da igreja como secretaria, salas de catequese, salão de festas, cozinha. Nesse pavimento ficaram os banheiros e essa escolha se deu devido a tubulação e ao isolamento acústico. O segundo pavimento comporta o espaço para celebração, contendo a nave, o presbitério, batistério, sacrário e áreas de uso para preparo das celebrações. A nave da igreja acompanha o seu formato, conforme ela vai ficando mais larga, os bancos vão ficando maiores. Um dos motivos da escolha do espaço de celebração não estar no térreo e sim elevado é para trazer a simbologia de que é mais perto do céu e mais afastado do mundo e das coisas profanas que existem do lado de fora, trazer esse sentido de divisão de fora e dentro do espaço sagrado.
Átrio
Salas de Catequese
Nave
Sala do Padre
Presbitério
Secretaria
Batistério
Almoxarifado/Depósito
Capela do Santíssimo
Salão de festas
Área de apoio da celebração
Cozinha
Músicos
Banheiros Recepção
2º Pavimento Figura 45: Diagrama de distribuição de usos. Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
1º Pavimento
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5.6 Acessos O terreno apresenta acesso apenas na rua Emílio de Sousa Docca, em nível com o edifício. Está todo envolto por um muro baixo e grades de proteção para garantir a segurança do local enquanto não estiver sendo utilizada. Os dois acessos pela rua estão um em cada extremidade e no acesso do fundo podemos entrar com carros caso seja necessário qualquer tipo de carga e descarga. O primeiro pavimento pode ser acessado pelo lado de fora, em nível, existem três portas para isso, duas que dão acesso através do salão e uma direto na secretaria, facilitando qualquer tipo de uso comum durante a semana ou fluxo em festas e comemorações. Esse pavimento também pode ser acessado através do superior com o uso de escada ou elevador, tornando acessível. O segundo pavimento tem acesso através de uma escadaria com formato arredondado que faz parte da tradução do desenho do terreno ao edifício. Outro acesso é através de uma rampa que abraça o edifício e chega no mesmo ponto de encontro da entrada dando acesso ao átrio da igreja.
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PLANTA DE ACESSOS
Acesso ao 2ยบ Pavimento Figura 46: Diagrama de Acessos Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
Acesso ao 1ยบ Pavimento 55
5.7 Fluxos
PLANTA DE FLUXOS
O fluxo foi pensado baseado no uso do edifício, a igreja comporta 400 pessoas sentadas para assistirem as celebrações. Com essa capacidade em mente, os corredores de circulações foram pensados com largura mínima de 1,2m. O primeiro pavimento apresenta as salas em suas extremidades laterais corredor central deixa um fluxo livre entre a parte da frente e a parte de trás. O Segundo pavimento apresenta os fluxos através dos corredores laterais e central, junto ao presbitério podemos acessar os dois lados com batistério, sacrário e salas de apoio para as celebrações.
Fluxos 1ºPavimento Figura 47: Diagrama de Fluxos 1 Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
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PLANTA DE FLUXOS
Fluxos Externo/Interno
Fluxos 1ยบ Pavimento
Figura 48: Diagrama de Fluxos 2
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Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
5.8 Paisagismo O projeto de paisagismo foi pensado desde o início para aproveitarmos a vegetação existente e termos uma boa área externa para diferentes usos. A área verde apresenta diferentes espécies de árvores que tragam cor para contrastar com o externo da igreja, como por exemplo as espécies Pau-ferro e Ipê. Essa parte mais acentuada do terreno é contida por um muro de contenção com 6m de altura, envolto com pedras rústicas. A área externa conta com um espaço de contemplação que tem uma imagem de Nossa Senhora, esse espaço é contornado por um espelho d’água e tem alguns bancos para que os usuários possam ficar a vontade e aproveitar esse espaço de oração e de área verde mais uma escolha para gerar diferentes sensações. O piso da área externa é intertravado, essa escolha se deu por ser uma medida ecológica e rentável, que permite a absorção da água e sua devolução ao solo, impedindo as rachaduras e a deformação do piso. Com isso, o meio ambiente é beneficiado e os custos reduzidos. Do lado externo também temos a presença de um campanário que é um marco da igreja, que pode ser visto de longe como explicado no capítulo 4.
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PLANTA DE PAISAGISMO
Figura 49: Planta de Paisagismo Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
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5.9 Estrutura As igrejas são edifícios com grandes vãos sem uso de pilares interrompendo, portanto, a estrutura escolhida para esse projeto foi fechamentos laterais com painéis de concreto armado fazendo a vez dos pilares, com 30cm de espessura e 90cm de largura e vãos de 2,5m entre eles ao serem interrompidos pelos vitrais que seguem do primeiro ao segundo pavimento. A conta dos pilares levou em consideração a necessidade de 7 paredes de cada lado para termos a via sacra. Entre os dois pavimentos temos a Laje Cubeta, uma laje nervurada nos dois sentidos, é uma laje de malha regular de 90x90cm, que sustenta esse grande vão sem a necessidade de pilares intermediários. O desenho dessa malha é feito a partir do eixo da planta em direção às extremidades, nas partes que chegam perto das paredes e não couber uma cubeta inteira é usado o concreto armado para completar. Já a cobertura do segundo pavimento foram usadas treliças metálicas que são mais leves e foram apoiadas nas paredes estruturais pelo lado interno com um apoio metálico e sobre elas temos as chapas da cobertura que se aproveita da inclinação natural do edifício para ter a queda d’água. Os dois pavimentos apresentam soluções diferentes pensando no isolamento acústico, conforto térmico, passagem de tubulações e por conta da sobrecarga existente no segundo pavimento. E em ambos os casos, usamos um forro de gesso para que a estrutura não ficasse aparente. A rampa externa e a parte de chegada da escada externa são cobertas por uma cobertura de policarbonato que é transparente como vidro, pesa 1/3 do que o vidro pesa, é rápida de montar, versátil, possui filtros para conforto térmico então não fica quente e protege dos raios infravermelho e UV.
Figura 50: Modelo 3D da estrutura.
Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
DESENHO TRELIÇA
Figura 51: Desenho em corte da treliça Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
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PLANTA DE ESTRUTURA – LAJE CUBETA
Marcações das cubetas a partir do eixo
Definição da laje cubeta
Figura 52: Desenho da estrutura – laje cubeta Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
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PLANTA DE ESTRUTURA - TRELIÇAS
Marcações entre os pilares
Definição das treliças
Figura 53: Desenho da estrutura – disposição das treliças Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
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5.10 Vitrais Desde o início do projeto os vitrais eram ponto importante para gerar o clima desejado dentro da igreja. A distribuição deles foi feita junto com a definição dos pilares pois um interrompe o outro. A ideia era que os pilares fossem mais discretos e que os vitrais tomassem conta do ambiente. Usando como referência os vitrais da Igreja de Dom Bosco em Brasília, para que o efeito interno fosse o mais parecido, o tipo de vidro utilizado é o mesmo, então por dentro ele emite a cor da pedra e por fora o tom é escuro. Então, temos vitrais com 2,5m de largura que pegam os dois pavimentos de cima a baixo, nos tons de azul que remetem o céu e remetem paz, e com isso percebemos como as cores podem gerar sensações nas pessoas. Já do lado de fora, o vidro é um tom de cinza bem escuro que faz contraste com o branco das paredes.
O desenho dos vitrais é aleatório com peças triangulares, remetendo a trindade santa, e a materialidade é desse vidro que vai variando entre os tons de azul e possuem uma malha de aço que une todas elas. Os vitrais também servem como janela e são responsáveis pela ventilação dos dois pavimentos. Cada uma das faixas de vitral tem em suas duas laterais aberturas basculantes que permitem tanto a ventilação quanto a entrada de raios de luz, gerando um efeito lindo dentro da igreja.
Figura 54: Imagem do desenho dos vitrais Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
Figura 55: Planta com marcação dos vitrais Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
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5.11 Projeto Arquitetônico A ideia do projeto foi dividir esses dois pavimentos para esses diferentes usos e fluxos dos usuários e garantir que fosse acessível. O segundo pavimento que é o espaço para as celebrações apresenta uma diferença de pé direito que ao entrar na igreja é menor, com 4m de altura e quanto mais nos aproximamos do altar e do centro das cruzes (do teto e do chão) vai ficando mais alto, chegando no fim do edifício com uma altura de 8,5m, remetendo a sensação de estar mais próximo do céu. Além do projeto arquitetônico os espaços da missa foram pensados e desenhados individualmente usando como apoio os estudos do capítulo 2 e do capítulo 4. Foram pensados e projetados, o altar, ambão, batistério, sacrário, Sédia e cadeiras dos concelebrantes. Trazendo para todos eles a mesma linguagem da cruz que está tão presente nesse projeto. A materialidade decidida para o projeto veio de fora para dentro, como os vitrais eram ponto principal, a intenção era que houvesse contraste interno e externo mas que nada tentasse brigar com esse tom de azul tão presente. Então os vitrais como ditos anteriormente ficaram definidos em tons de azul do lado interno e um tom de cinza escuro do lado externo e as paredes de concreto armado foram pintadas de branco para criar o primeiro ponto de contraste. Do lado de dentro da igreja a escolha foi do piso branco para que refletisse a entrada de luz através dos vitrais e intensificasse o clima gerado. A cruz do piso é no mesmo material mas em tom de cinza para haver contraste. Em relação aos móveis internos, os bancos e genuflexórios ficaram em madeira para contrastar com o claro e como visto no capítulo 4 os móveis do presbitério, sacrário e batistério devem ser fixos e de algum material nobre e duro, portanto a escolha foi do mármore.
Aprofundando um pouco a questão mais teórica e fenomenológica do projeto, a intenção era criar um espaço de contato com o sagrado, um espaço que gerasse sensações únicas que não fossem geradas fora de lá, e cada uma das escolhas individuais do projeto convergiram para isso. O quanto o espaço que a pessoa está inserida pode causar sensações e percepções distintas e únicas, nesse caso, também envolvendo a questão do sagrado que já carrega isso. Um dos principais elementos do projeto é a iluminação. A iluminação natural é transformada através dos vitrais e para os momentos que for necessário o uso de iluminação artificial, temos a principal fonte no segundo pavimento que é um recorte que espelha a cruz do chão e é iluminada com uma sanca que a contorna.
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PLANTA COBERTURA
Figura 56: Planta de Cobertura Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
65
PLANTA 2ยบ PAVIMENTO
PLANTA 1ยบ PAVIMENTO
Figura 57: Planta do 1ยบ e do 2ยบ pavimentos
66
Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
MARCAÇÃO DOS CORTES
Figura 58: Planta com marcação dos cortes Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
67
CORTES
Corte AA Figura 59: Corte AA Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
Corte BB Figura 60: Corte BB Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
68
CORTES
Corte CC Figura 61: Corte CC Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
Corte DD Figura 62: Corte DD Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
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CORTE AA – Detalhes
Figura 63: Corte AA - Detalhes Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
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CORTE BB – Detalhes
Figura 64: Corte BB - Detalhes Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
71
CORTE CC – Detalhes
Figura 65: Corte CC - Detalhes Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
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CORTE DD – Detalhes
Figura 66: Corte DD - Detalhes Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
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IMAGENS DO MODELO 3D
Figura 67: Modelo 3D – Vista externa 1
Figura 68: Modelo 3D – Vista externa 2
Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
Figura 69: Modelo 3D – Vista externa 3
Figura 70: Modelo 3D – Vista externa 4
Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
74
IMAGENS DO MODELO 3D
Figura 71: Modelo 3D – Vista externa 5
Figura 72: Modelo 3D – Paisagismo 1
Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
Figura 73: Modelo 3D – Paisagismo 2
Figura 74: Modelo 3D – Paisagismo 3
Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
75
IMAGENS DO MODELO 3D
Figura 75: Modelo 3D – Acessos 1 Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
Figura 76: Modelo 3D – Acessos 2
Figura 77: Modelo 3D – Acessos 3
Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
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Figura 78: Modelo 3D – Segundo Pavimento - Interior 1 Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
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Figura 79: Modelo 3D – Segundo Pavimento - Interior 2 Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
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Figura 80: Modelo 3D – Segundo Pavimento - Interior 3 Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
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Figura 81: Modelo 3D – Segundo Pavimento - Interior 4 Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
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Figura 82: Modelo 3D – Segundo Pavimento - Interior 5 Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
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Figura 83: Modelo 3D – Segundo Pavimento - Interior 6 Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
Figura 84: Modelo 3D – Segundo Pavimento - Interior 7 Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
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Figura 85: Modelo 3D – Segundo Pavimento - Interior 8 Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
Figura 86: Modelo 3D – Segundo Pavimento - Interior 9 Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
83
Figura 87: Modelo 3D – Segundo Pavimento - Interior 10 Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
Figura 88: Modelo 3D – Segundo Pavimento - Interior 11 Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
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Figura 89: Modelo 3D – Segundo Pavimento - Interior 12 Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
Figura 90: Modelo 3D – Segundo Pavimento - Interior 13 Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
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IMAGENS DO MODELO 3D
Figura 91: Modelo 3D – Primeiro Pavimento - Interior 1
Figura 92: Modelo 3D – Primeiro Pavimento - Interior 2
Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
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IMAGENS DO MODELO 3D
Figura 93: Modelo 3D – Primeiro Pavimento – Interior 3
Figura 94: Modelo 3D – Primeiro Pavimento – Interior 4
Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
Figura 95: Modelo 3D – Primeiro Pavimento – Interior 5
Figura 96: Modelo 3D – Primeiro Pavimento – Interior 6
Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
Fonte: acervo pessoal da autora, novembro de 2020.
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Considerações Finais Este Trabalho de Conclusão de Curso originou-se de temas da vivência pessoal da autora e experiências já vividas. E como transformar isso? De que maneira os espaços arquitetônicos podem interagir com as pessoas? Gerar diferentes sensações e experiências? E que qualidades arquitetônicas estão presentes em espaços destinados ao contato do homem com o que julga ser Divino? Partindo desses questionamentos, o trabalho direcionou a arquitetura para além de seus atributos funcionais e estéticos, identificando recursos e estímulos que pudessem conferir ao projeto arquitetônico uma abordagem fenomenológica. A “Igreja Cruz Divina” é um espaço sagrado que foi projetado ao juntar diversos estudos a respeito da igreja católica, de seus ritos, celebrações e de suas crenças. Além de trazer a questão fenomenológica que já está presente nesse tipo de espaço mesmo que desapercebido. A ideia é que as pessoas sintam-se acolhidas e envolvidas numa atmosfera de conforto emocional, tranquilidade e sintam o contato com o que é divino através, principalmente, de cores e iluminação, gerando sensações e percepções únicas para cada um. O resultado, traduzido na criação desse projeto, revelou-se para a autora uma oportunidade especial para conciliar seu interesse pela questão religiosa, com os conhecimentos arquitetônicos aprendidos durante sua formação. A intenção da autora, após a experiência desse trabalho, é de que esse processo de estudo e descobertas, não seja somente para ela, mas se estenda as demais pessoas e que as mesmas sintam o desejo de se aprofundar nesse estudo tão atraente da fenomenologia e do contato com o divino.
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Lista de Imagens Figura 1: disponível em https://www.google.com/maps/d/u/0/viewer?mid=1B7wjSfxjAJ ViElvwhgxzd_j1D7E&ll=-23.66794781796904%2C46.68343681844669&z=14 acessado em 24/03/2020 Figura 2: disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Bas%C3%ADlica_de_S%C3%A3o_ Pedro acessado em 13/05/2020 Figura 3: disponível em https://www.istockphoto.com/br/fotos/catedral-demil%C3%A3o?mediatype=photography&phrase=catedral%20d e%20mil%C3%A3o&sort=mostpopular acessado em 13/05/2020 Figura 4: disponível em https://www.jafezasmalas.com/aenergia-de-fatima-o-famoso-santuario-portugues/ acessado em 13/05/2020 Figura 5: disponível em https://revista.icasei.com.br/igrejaspara-casamento-em-sao-paulo-as-10-mais-procuradas/ acessado em 13/05/2020 Figura 6: disponível em https://www.flickr.com/photos/aragao/8495751889 acessado em 13/05/2020 acessado em 13/05/2020 Figura 7: disponível em https://viagemeturismo.abril.com.br/atracao/igreja-matriz-desanto-antonio-2/ acessado em 13/05/2020 Figura 8: disponível em https://br.pinterest.com/pin/660481101575248438/ e http://www.diocesedelivramento.org/2019/08/inauguracao-dopresbiterio-da-igreja.html acessados em 14/05/2020 Figura 9: disponível em https://www.icatolica.com/2016/02/novo-altar-da-basilica-denossa-senhora.html acessado em 14/05/2020 acessado em 14/05/2020
Figura 10: disponível em http://www.saopelegrino.com.br/novo/mobiliario.php e http://marcelomedeirosarquiteto.blogspot.com/2010/09/poltro na-e-cadeiras-do-presbiterio-da.html acessados em 14/05/2020 Figura 11: disponível em http://www.saopelegrino.com.br/novo/mobiliario.php e http://marmorariaico.com.br/site/arte-sacra/ acessados em 14/05/2020 Figura 12: acervo pessoal da autora, tiradas em maio de 2020 Figura 13: disponível em https://mapio.net/pic/p-17120179/ acessado em 14/05/2020 e acervo pessoal da autora, tirada em abril de 2020 Figura 14: disponível em https://faustarqbr.wordpress.com/2009/01/12/igreja-santa-cruzsao-jose-sc/ e https://www.tripadvisor.com.br/Attraction_Review-g780033d9996780-Reviews-Capela_do_BatismoAparecida_State_of_Sao_Paulo.html acessados em 14/05/2020 acessados em 14/05/2020 Figura 15: disponível em https://acervodigital.unesp.br/handle/unesp/252260?locale=pt _BR e https://psantanacoroinhas.blogspot.com/p/o-espacoliturgico-igreja-e-os-seus.html acessados em 14/05/2020 acessados em 14/05/2020 Figura 16: acervo pessoal da autora, tiradas em maio de 2020 Figura 17: disponível em https://www.a12.com/santuario/locais-turisticos/capelas/capelado-santissimo-1 e http://paroquiabomjesusdovale.com/inauguracao-da-capelado-santissimo/ acessados em 14/05/2020 Figura 18: disponível em http://nsdasdoresitagua.blogspot.com/2013/12/novosquadros-da-via-sacra-para-igreja.html e acervo pessoal da autora, tirada em maio de 2020
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Lista de Imagens Figura 19: disponível em https://www.google.com/maps/d/u/0/viewer?mid=1B7wjSfxjAJ ViElvwhgxzd_j1D7E&ll=-23.66794781796904%2C46.68343681844669&z=14 Figura 20: disponível em https://www.google.com/maps/d/u/0/viewer?mid=1B7wjSfxjAJ ViElvwhgxzd_j1D7E&ll=-23.66794781796904%2C46.68343681844669&z=14 Figura 21: disponível em https://www.google.com/maps/d/u/0/viewer?mid=1B7wjSfxjAJ ViElvwhgxzd_j1D7E&ll=-23.66794781796904%2C46.68343681844669&z=14 Figura 22: disponível em https://www.google.com/maps/d/u/0/viewer?mid=1B7wjSfxjAJ ViElvwhgxzd_j1D7E&ll=-23.66794781796904%2C46.68343681844669&z=14 Figura 23: disponível em https://www.google.com/maps/d/u/0/viewer?mid=1B7wjSfxjAJ ViElvwhgxzd_j1D7E&ll=-23.66794781796904%2C46.68343681844669&z=14 Figura 24: disponível em https://www.google.com/maps/d/u/0/viewer?mid=1B7wjSfxjAJ ViElvwhgxzd_j1D7E&ll=-23.66794781796904%2C46.68343681844669&z=14 Figura 25: disponível em https://guia.melhoresdestinos.com.br/catedral-metropolitanade-brasilia-57-1264-l.html acessado em 07/04/2020 e acervo pessoal da autora, tirada em dezembro de 2018 Figura 26: disponível em https://guia.melhoresdestinos.com.br/catedral-metropolitanade-brasilia-57-1264-l.html acessado em 07/04/2020
Figura 27: disponível em https://www.curtamais.com.br/brasilia/9-curiosidades-sobre-acatedral-de-brasilia e https://guia.melhoresdestinos.com.br/catedral-metropolitanade-brasilia-57-1264-l.html acessados em 07/04/2020 Figura 28: disponível em https://catedral.org.br/guia acessado em 07/04/2020 Figura 29: disponível em https://catedral.org.br/guia acessado em 07/04/2020 Figura 30: disponível em http://www.flodeau.com/2012/07/quick-dose-of-inspiration-21blue-blue-blue/ e https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/202 0/01/02/interna_cidadesdf,817739/santuario-dom-bosco-naasa-sul-faz-campanha-para-restaurar-vitrais.shtml acessados em 07/04/2020 Figura 31: acervo pessoal da autora, tirada em dezembro de 2018 Figura 32: disponível em https://www.arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/richardmeier-igreja-e-18-03-2004 e https://architalia.com.br/dio-padremisericorioso/ acessados em 07/04/2020 Figura 33: disponível em https://www.arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/richardmeier-igreja-e-18-03-2004 acessado em 07/04/2020 Figura 34: disponível em https://www.revistahabitare.com.br/arquitetura/igreja-s-tiagode-antas/ acessado em 19/05/2020 Figura 35: disponível em https://www.revistahabitare.com.br/arquitetura/igreja-s-tiagode-antas/ acessado em 19/05/2020 Figura 36: disponível em https://www.revistahabitare.com.br/arquitetura/igreja-s-tiagode-antas/ e https://www.archdaily.com.br/br/897214/igreja-stiago-de-antas-hugo-correia acessados em 19/05/2020
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Lista de Imagens Figura 37: disponível em https://www.revistahabitare.com.br/arquitetura/igreja-s-tiagode-antas/ e https://www.archdaily.com.br/br/897214/igreja-stiago-de-antas-hugo-correia acessados em 19/05/2020 Figura 38: disponível em https://faustarqbr.wordpress.com/2019/05/27/igreja-matriz-nsde-fatima-campo-verde-mt/ e http://arquiteturadosagrado.blogspot.com/2018/10/igreja-nsde-fatima-campo-verde-mt.html acessados em 21/05/2020 Figura 39: disponível em https://faustarqbr.wordpress.com/2019/05/27/igreja-matriz-nsde-fatima-campo-verde-mt/ e http://arquiteturadosagrado.blogspot.com/2018/10/igreja-nsde-fatima-campo-verde-mt.html acessados em 21/05/2020 Figura 40: disponível em http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.asp x# Figura 41: disponível em http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.asp x# Figura 42: acervo pessoal da autora, maio de 2020 Figura 43: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 44: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 45: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 46: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 47: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 48: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 49: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 50: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 51: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 52: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 53: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 54: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 55: acervo pessoal da autora, novembro de 2020
Figura 56: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 57: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 58: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 59: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 60: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 61: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 62: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 63: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 64: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 65: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 66: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 67: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 68: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 69: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 70: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 71: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 72: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 73: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 74: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 75: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 76: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 77: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 78: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 79: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 80: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 81: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 82: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 83: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 84: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 85: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 86: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 87: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 88: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 89: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 90: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 91: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 91 Figura 92: acervo pessoal da autora, novembro de 2020
Lista de Imagens Figura 93: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 94: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 95: acervo pessoal da autora, novembro de 2020 Figura 96: acervo pessoal da autora, novembro de 2020
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Referências Bibliográficas GODOY, Cristine Matschulat. A percepção do espaço arquitetônico e sua significação na arquitetura religiosa: Igreja Cristã Protestante. Trabalho De Conclusão de Curso, Universidade Presbiteriana Mackenzie, 208. MELLO, Ricardo Bianca de. A cultura da crença: uma reflexão sobre o espaço simbólico e o simbolismo na arquitetura religiosa. 2007. 256 p: il. Dissertação de Mestrado (Área de concentração: Projeto de arquitetura) FAUUSP, São Paulo, 2007. PALLASMAA, Juhani. Os olhos da pele: A Arquitetura e os Sentidos. 2.ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. GOMES, Wanessa Eduarda de Lima. Modernidade e Contemporaneidade entre Liturgia e Arquitetura Sacra no Brasil. Trabalho De Conclusão de Curso, Faculdade Damas da Instrução Cristã, 2019. BÍBLIA. Bíblia sagrada. 98° edição. São Paulo. Ave Maria, 2016. CNBB. Conferência Nacional de Bispos do Brasil. Orientações para Projeto e Construção de Igrejas e Disposição do Espaço Celebrativo. Edições CNBB, 2013. 2a Edição revisada e ampliada, 2015. CNBB. Conferência Nacional de Bispos do Brasil. Projetar o Espaço Sagrado - O que é e Como se Constrói uma Igreja. Edições CNBB, 2019. FAUST, Eduardo. Criatividade no Planejamento de Obras na Paróquia. Revista Paróquias & Casas Religiosas, ano 8, número 46, janeiro-fevereiro 2014. São Paulo: Promocat Marketing. MILANI, Eliva de Menezes. Arquitetura, Luz e Liturgia: um estudo da iluminação nas igrejas católicas. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo), Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2006. GUTIERREZ, Gabriella Neri. Arquitetura do Sagrado: percepção, sensação e reflexão. Trabalho de Conclusão de Curso, Centro Universitário Senac, 2016. ZUMTHOR, Peter. Atmosferas. Birkhäuser, 2006
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Sites Acessados https://diocesedesantoamaro.org.br/ acessado em 24/03/2020 https://www.google.com/maps/d/u/0/viewer?mid=1B7wjSfxjAJ ViElvwhgxzd_j1D7E&ll=-23.72306257358384%2C46.6879888282304&z=11 acessado em 24/03/2020 https://catedral.org.br/ acessado em 07/04/2020 https://www.archdaily.com.br/br/01-14553/classicos-daarquitetura-catedral-de-brasilia-oscar-niemeyer acessado em 07/04/2020 acessado em 07/04/2020 http://paroquias.salesianos.br/paroquia/santuario-sao-joaobosco-df acessado em 07/04/2020 https://architalia.com.br/dio-padre-misericorioso/ acessado em 07/04/2020 https://www.heidelbergcement.com/en/dio-padremisericordioso acessado em 07/04/2020 https://www.arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/richardmeier-igreja-e-18-03-2004 acessado em 07/04/2020 http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.asp x# acessado em 27/04/2020 https://www.revistahabitare.com.br/arquitetura/igreja-s-tiagode-antas/ acessado em 19/05/2020 http://arquiteturadosagrado.blogspot.com/2018/10/igreja-nsde-fatima-campo-verde-mt.html acessado em 21/05/2020 https://faustarqbr.wordpress.com/2019/05/27/igreja-matriz-nsde-fatima-campo-verde-mt/ acessado em 21/05/2020
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Referências Projetuais Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida: disponível em https://www.archdaily.com.br/br/01-14553/classicos-daarquitetura-catedral-de-brasilia-oscar-niemeyer Santuário Dom Bosco: disponível em https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2019/08/29/santuariodom-bosco-um-lugar-de-fe-e-beleza/ Igreja Dio Padre Misericordioso | Igreja do Jubileu: disponível em https://architalia.com.br/dio-padre-misericorioso/ Igreja São Tiago de Antas: disponível em https://www.archdaily.com.br/br/897214/igreja-s-tiago-deantas-hugo-correia Igreja Nossa Senhora de Fátima: disponível em http://arquiteturadosagrado.blogspot.com/2018/10/igreja-nsde-fatima-campo-verde-mt.html
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Anexos Tabela: Diocese de Santo Amaro - Estudo SETOR Cupecê Cupecê Cupecê Cupecê Cupecê Cupecê Cupecê Cupecê Grajaú Grajaú Grajaú Grajaú Grajaú Grajaú Grajaú Grajaú Grajaú Grajaú Grajaú Grajaú Grajaú Interlagos Interlagos Interlagos Interlagos Interlagos Interlagos Interlagos Interlagos Interlagos Jordanópolis Jordanópolis Jordanópolis Jordanópolis Jordanópolis Jordanópolis Jordanópolis Jordanópolis
IGREJA Nossa Senhora Refúgio dos Pecadores Paróquia Nossa Senhora Aparecida Paróquia Nossa Senhora da Assunção Paróquia Santa Cruz Paróquia Santo Afonso Paróquia São Bento Paróquia São Francisco de Assis Paróquia São José Paróquia Cristo Ressuscitado Paróquia Divino Salvador Paróquia Jesus Maria José Paróquia N. Sra. de Pentecostes | São Francisco de Assis Paróquia N. Sra. do Rócio | São Vicente de Paulo Paróquia Nossa Senhora Aparecida Paróquia Nossa Senhora das Graças Paróquia Nossa Senhora de Fátima Paróquia Nossa Senhora do Rosário Paróquia Nossa Senhora dos Migrantes Paróquia São Carlos Borromeu Paróquia São Lucas Evangelista Paróquia São Miguel Arcanjo Paróquia N. Sra. da Anunciação Paróquia Nossa Senhora das Dores e Santa Cruz Paróquia Santa Cecília Paróquia Santa Francisca Xavier Cabrini Paróquia São Bernardo Paróquia São Brás | Nossa Senhora Aparecida Paróquia São José Paróquia São Paulo Apóstolo | N. Sra. Aparecida Santuário São Judas Tadeu Paróquia Bom Pastor Paróquia Mãe do Salvador Paróquia Nossa Senhora da Consolação Paróquia Nossa Senhora de Lourdes Paróquia Nossa Senhora Desatadora dos Nós Paróquia Santa Inês Paróquia Santana Paróquia São José Operário
ÁREA (km²) 0,855 1,63 0,667 0,715 0,34 0,538 0,192 1,26 0,781 1,19 0,503 2,49 2,96 0,65 1,06 1,66 0,849 1,16 2,52 1,56 0,596 0,797 0,49 0,598 0,669 0,506 0,563 1,07 2,67 3,05 0,566 0,321 0,773 1,69 0,441 3,34 1,2 0,689
SETOR Jordanópolis Parelheiros Parelheiros Parelheiros Parelheiros Parelheiros Parelheiros Parelheiros Parelheiros Parelheiros Pedreira Pedreira Pedreira Pedreira Pedreira Pedreira Pedreira Pedreira Pedreira Pedreira Pedreira Pedreira Pedreira Pedreira Pedreira Sabará Sabará Sabará Sabará Sabará Sabará Sabará Sabará Sabará Santo Amaro Santo Amaro Santo Amaro Santo Amaro
IGREJA Paróquia São Sebastião | Maria Mãe da Igreja Paróquia Divino Espírito Santo Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem Paróquia Santa Barbara Paróquia Santa Cruz Paróquia Santo Expedito | Nossa Senhora Aparecida Paróquia São Cristovão Paróquia São Norberto Paróquia São Tiago Maior Paróquia São Vicente de Paulo Paróquia N. Sra. da Salette | São João Batista Paróquia Nossa Senhora Aparecida Paróquia Nossa Senhora da Medalha Milagrosa Paróquia Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos Paróquia Santa Amélia e São Francisco Paróquia Santa Clara e São Francisco de Assis Paróquia Santa Paulina Paróquia Santa Rita de Cássia Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus Paróquia São Francisco Xavier Paróquia São João Paulo II Paróquia São Joaquim e Santana Paróquia São José Paróquia São Raimundo Nonato Paróquia Verbo Encarnado Paróquia Bom Jesus Paróquia Nossa Senhora da Caridade Paróquia Nossa Senhora de Sabará Paróquia Nossa Senhora Rainha da Paz Paróquia Santa Gertrudes Paróquia Santo Antônio de Pádua Paróquia São Pedro Apóstolo Santuário Nossa Senhora Mãe de Deus Santuário Nossa Senhora Mãe dos Aflitos Catedral Santo Amaro Paróquia Imaculado Coração de Maria Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe Paróquia Sagrada Família
ÁREA (km²) 0,695 1,68 75,8 25,7 16,7 17,1 10,2 12 23,3 6,52 0,485 2,17 3,44 0,662 0,672 0,73 0,478 1,04 5,06 0,97 0,58 0,882 1,81 0,356 2,69 2,35 0,234 1,17 4,01 1,33 1,19 0,854 1,96 0,295 2,69 2,11 2,93 1,68
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Anexos SETOR Santo Amaro Santo Amaro Santo Amaro Santo Amaro Santo Amaro Santo Amaro Santa Catarina Santa Catarina Santa Catarina Santa Catarina Santa Catarina Santa Catarina Varginha Varginha Varginha Varginha Varginha Varginha Varginha Varginha Varginha Varginha Varginha Varginha Varginha Veleiros Veleiros Veleiros Veleiros Veleiros Veleiros Veleiros Veleiros Veleiros Veleiros
IGREJA Paróquia Sagrado Coração de Jesus Paróquia Sant’Ana Paróquia Santo Antonio Paróquia São João de Brito Paróquia Verbo Divino Santuário Nossa Senhora de Fátima Paróquia Cristo Rei Paróquia N. Sra. do Perpétuo Socorro | Sta. Rosalia Paróquia Santa Catarina de Alexandria Paróquia Santo Antonio de Santana Galvão Paróquia São Benedito e Nossa Senhora de Fátima Paróquia São João Batista Paróquia Menino Jesus de Praga Paróquia Nossa Senhora do Carmo Paróquia Nossa Senhora dos Anjos Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes Paróquia Santa Edwiges Paróquia Santa Luzia Paróquia Santíssima Trindade Paróquia São Francisco e São Rafael Paróquia São João Bosco Paróquia São João Maria Vianney Paróquia São Jorge Paróquia São Pio de Pietrelcina Santuário Jesus Misericordioso Paróquia N. Sra. do Bom Conselho | N. Sra. Aparecida Paróquia Nossa Senhora da Esperança Paróquia Nossa Senhora de Fátima Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição Paróquia Rainha Santa Isabel de Portugal Paróquia Santa Maria Goretti Paróquia Santa Rita de Cássia Paróquia São Joaquim Paróquia São Pancrácio
ÁREA (km²) 3,46 3,9 2,01 3,44 1,56 1,01 1,15 2,02 1,77 0,505 1,17 0,978 4,77 0,947 0,631 15,6 4,54 4,87 0,571 16,3 3,72 1,55 1,96 1,66 3,32 1,35 0,616 2,06 2,58 2,35 0,847 1,47 1,74 0,709 3,08
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