HABITE-SE
O REMANEJAMENTO DA COMUNIDADE NAZARÉ PAULISTA Aluno: Maria Eduarda Volpe novembro, 2019
HABITE-SE
O REMANEJAMENTO DA COMUNIDADE NAZARÉ PAULISTA
Trabalho final de graduação apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda, para cumprimento das exigências para obtenção do título em Arquitetura e Urbanismo, sob orientação do Prof. Me. Tânia Maria Bulhões Figueria .
ALUNA MARIA EDUARDA VOLPE ORIENTADORA TÂNIA MARIA BULHÕES FIGUEIRA
RIBEIRÃO PRETO | 2019
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AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
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• hab i t e - se
MARIA EDUARDA VOLPE HABITE-SE O remanejamento da Comunidade Nazaré Paulista
Trabalho final de Graduação apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda, para cumprimento das exigências para obtenção do título de Arquitetura e Urbanismo Ribeirão Preto, ____ de ___________ de 2019
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________ Prof. Tânia Maria Bulhões Figueira Orientadora _________________________________________ Prof. Maria Lídia Guimarães Pantaleão Co-Orientadora _________________________________________ Avaliador Convidade
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A Comunidade NazarĂŠ Paulista.
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• ha bi t e - se
AGRADECIMENTOS A todas as vivências e pessoas envolvidas; A Cláudia e Guilherme; Zenaide e Aldemiro; Ana Cláudia e Lilian; Flávia e Beatriz; Mariana; Victória; Bianca, Matheus, Suelen e Phelipe; Tânia; Aos meus professores; E a todos que fizeram, fazem e vão fazer parte da minha história.
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O que nos move é o poder de transformação que o habitar nos proporciona
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• ha bi t e - se
RESUMO
O
trabalho estuda a segregação socioespacial das cidades brasileiras, em especial da cidade de Ribeirão Preto. Este ressalta a importância de fazer um retrocesso histórico para entender o que foi feito até hoje, a fim de minimizar o déficit habitacional provido pelo grande aumento dos aluguéis, pela valorização dos imóveis na cidade e pelo desemprego ocasionado pelas crises econômicas. Ribeirão Preto é 15ª cidade mais rica de todo o país, o que faz com que ocorram grandes investimentos imobiliários na região. Diante disso, o município vem se tornando cada vez mais dicotômico, criando espaços para populações abastadas e menos abastadas. Em 2018 foram contabilizados aproximadamente 90 aglomerados informais em toda a cidade, onde a maioria localiza-se na franja do município, área excluída do meio urbano. Isto demonstra a inexistência e ineficiência das políticas habitacionais de qualidade que garantem às famílias condições suficientes para suprir todas as suas necessidades. A maioria dos projetos criados acabam sendo distantes dos locais onde as famílias possuem vivencias, ficando longe de seus trabalhos, escolas e familiares, perdendo assim todos os simbolismos criados com o local. Deste modo, os moradores acabam voltando para seus locais de origem, ocorrendo um gasto público desnecessário e um ciclo sem fim no aumento no déficit habitacional.
Palavras chaves: habitação social; segregação socioespacial; políticas públicas
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APRESENTAÇÃO
SUMÁ 2
Fundamentação teórica
2.1 A questão habitação e do valor da terra: uso x troca 2.2 sEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL EM RIBEIRÃO PRETO 2.3 POLÍTICAS HABITACIONAIS EM RIBEIRÃO PRETO
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REFERENCIAIS PROJETUAIS
3.1 UNITE D’ HABITATION DE MARSELLA 2.2 CONJUNTO HABITACIONAL VILLA VERDE 2.3 CONJUNTO HABITACIONAL JARDIM LIDIANE
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• ha bi t e - se
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CONDICIONANTES PROJETUAIS
4.1 COMUNIDADE NAZARÉ PAULISTA 4.2 ÁREA DE INTERVENÇÃO
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desenvolvimento do projeto
5.1 processo de projeto 5.2 anteprojeto
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
RIO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 9 • h ab i te- s e
1 INTRO DUÇÃO 10
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O
presente trabalho inicia-se a partir da identificação de uma problemática a respeito da produção de habitação social no Brasil na contemporaneidade, dando ênfase ao entendimento das aglomerações precárias, popularmente denominadas como favelas. O projeto tem como premissa produzir um objeto arquitetônico para realocar uma população que reside em um assentamento informal existente a cidade de Ribeirão Preto (Comunidade Nazaré Paulista). Entende-se que a habitação de interesse social no Brasil é um problema de ordem estrutural e institucional, ou seja, o país já nasce enquanto república com os problemas ligados a moradias, sobretudo nas regiões metropolitanas. Pode-se citar o caso de São Paulo – final do século XlX e início do século XX – onde a produção de habitação já se inicia de forma rentista pela iniciativa privada (empresários alugavam moradias para os operários). Contudo ao decorrer do tempo as mesmas questões relacionadas a moradia refletem nas cidades de porte médio (como Ribeirão Preto, locus de pesquisa) e na segunda metade do século XXl nas cidades de pequena escala (cidades interioranas de São Paulo, como Sertãozinho e Barrinha). Observase, portanto, o despreparo do Estado em prover habitações a classe excludente. O aumento do valor das habitações e a dificuldade da classe trabalhadora em
obter moradias devido à especulação de terras só começam a entrar na agenda do governo quando outros problemas ligados a ele como insegurança na cidade, desigualdade social, problemas de insalubridade, etc., começam a ficar potencializados e quando a classe média encontra dificuldades em obter habitação devido ao alto valor da terra e de aluguéis. O governo, obrigado a diminuir minimamente a situação cria políticas governamentais a fim de sessar em termos numéricos o déficit habitacional. A partir de todo esse processo, percebese que a dificuldade em obter moradias de forma acessível e com qualidade ainda se mantém, não somente em termos numéricos, mas em termos de qualidade espacial que é projetada, principalmente quando os acessos a estas envolvem outras temáticas da cidade, como o envolvimento de incorporações privadas na construção de moradias, transformando estas em um objeto de troca para o capital. Diante disso, o acesso a habitação acaba se concentrando para a classe detentora de renda e deixa a mercê a classe excludente que enxerga como única solução a forma mais notável e persistente de ocupação, a favela.
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2 FUNDAMEN TAÇÃO TEÓRICA 12
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N
A QUESTÃO HABITACIONAL E DO VALOR DA TERRA: USO X TROCA “A produção e a distribuição da moradia relacionam-se com os investimentos públicos feitos na cidade. A orientação desses investimentos, por meio das políticas públicas, orienta também a valorização imobiliária e fundiária. Os interesses políticos envolvidos, a produção de moradia e do espaço urbano são muitos. O crescimento urbano tem por trás de si uma lógica que é dada pelos interesses em jogo e pelo conflito entre eles. ” (MARICATO, 1988, p.2)
A
moradia e a terra, itens de direito de todo e qualquer cidadão (art. 6° da constituição) é e torna-se cada vez mais um objeto de troca para o capital e os interesses de ordem imobiliária, ou seja, é uma mercadoria para o ativo financeiro. A partir da regulamentação desses itens pelos interesses do capital, o direito ao acesso da habitação e do solo urbano transfigura-se em privilégio para a classe menos abastada, dificultando seu acesso por vias próprias. O fato da moradia e da terra terem esse valor de troca para o mercado faz com que os interesses imobiliários, do capital e seus conflitos reservem áreas da cidade para populações com rendas distintas,
FIGURA 1: Paraisópolis x Morumbi Fonte: VIEIRA, 2004
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ou seja, a cidade se organiza desde o seu início, através da dicotomia entre espaços para populações abastadas e não abastadas. Essa oposição que prevaleceu no início do século XX até as décadas de 50 e 60 em cidades metropolitanas, em uma escala macro (como São Paulo e Rio de Janeiro), passa a partir da década de 70 e início do século XXl a ter uma linha mais genérica de organização, isto é, passa a ser reflexo em cidades medianas e a invadir uma escala micro (bairros próximos com valores de terras e moradias antagônicos). Como exemplo da desigualdade social presente na cidade em uma escala diminuta, podese citar a dualidade entre os bairros como Morumbi e Paraisópolis, zona sul de São Paulo. Morumbi como área nobre da cidade paulista e Paraisópolis a segunda maior favela da capital¹. Arrisca-se dizer, hoje, na segunda década do século XXl, que esta forma de organização da cidade tem rebatimento em cidades interioranas de Ribeirão Preto e de pequeno porte, como Sertãozinho, Barrinha, Serrana, etc. Outro fator importante para a organização da cidade diante dessa dualidade, em uma escala micro, é a concentração de pessoas com maiores acúmulos de renda morando em bairros visados pelo capital, ou seja, áreas centrais ou próximas a sub centros urbanos (locais onde a população encontra serviços e produtos). Esse fenômeno gera como consequência um rebatimento espacial
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no encarecimento do solo urbano e nas edificações a serem construídas. Em contrapartida, as regiões mais periféricas (áreas externas a cidade, na franja do perímetro urbano), tonam-se territórios mais baratos, sem infraestrutura básica (escassez de pavimentação das vias, iluminação noturna, saneamento básico, fornecimento de água potável, transporte coletivo acessível, etc.), dando lugar à população de baixa renda. É importante ressaltar que essa segrgação socioespacial não é somente um caso brasileiro. O Brasil se insere em um fenômeno mais amplo do qual a América Latina faz parte, ou seja, as cidades latinas americanas tiveram uma confirmação histórica e espacial mais nova e distinta, com uma segregação do espaço urbano mais latente. Raquel Rolnik (1956) cita como exemplo a produção habitacional no Chile e sua intensificação da segregação socioespacial nos anos 1980 a 2000. Período em que o mercado imobiliário produziu mais de dois milhões de novas unidades habitacionais, em terras baratas e a população de baixa renda se reestruturou em um solo pobre e marginalizado na cidade. Diante de todos os processos de oposição, a terra e a habitação possuem um valor capitalizado e um valor de troca, onde estas são vistas como privilégio pela ciência a fins do estudo da terra, como profissionais da arquitetura e urbanismo e do direito imobiliário. Para os agentes envolvidos cujo lucro é o objetivo final,
pouco importa vender a terra enquanto direito (valor de uso), pois visam a terra como capital (valor de troca), fazendo com que haja uma divisão da cidade (espaços para pobres e para ricos). Trata-se da relação do capital com o espaço urbano, sob as atividades dos mercados fundiários e da regulação urbanística, a terra urbana e a moradia, mais do que meios de produção, tornam-se objetos generalizados de interesses e produtos para reserva de valor (investimento). Maricato (2015) indica como consequência, as oposições (consideradas negativas) na organização espacial da cidade, ou seja, áreas onde se encontram locações de extratos populacionais menos abastados fazendo uso de equipamentos públicos precarizados (serviços, lazer, trabalho, transporte, moradia, saúde, etc.). Em contrapartida, encontra-se outras regiões da cidade onde os mesmos serviços e políticas públicas são se não ofertados pelo Estado, adquiridos pelo valor financeiro e poder aquisitivo das pessoas. Dessa forma, a elaboração do espaço e a urbanização se firmam em
“O valor de troca se sobrepõe historicamente ao valor de uso, o que quer dizer que para usar determinados atributos do lugar é preciso que se realize, antes de tudo, seu valor de troca. Por isso os processos de valorização do espaço passam necessariamente, pela mercantilização do próprio espaço, concretamente pela mercantilização de lugares “. (SEABRA, 1988, p.227). um processo de produção capitalista, coordenados pela propriedade privada e as necessidades do mercado. O valor de uso torna-se importante para o capital, pois ele agrega qualidade ao valor de troca. Por exemplo, se a moradia não possuísse um valor afetivo para a grande maioria da população, provavelmente nem todos gostariam de adquiri-la, como ela dispõe desse valor simbólico agregado (valor de uso) ela se torna cada vez mais um objeto de compra.
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GRÁFICO 1: Déficit habitacional no Brasil (milhões de moradias). Fonte: Avaliação de Políticas Públicas, Programa Minha Casa Minha Vida. Outubro, 2017.
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O Estado, instituição responsável pela organização e controle social, atua – ou deveria – intermediar essas contradições, porém se mostra incapaz de promover políticas públicas que facilitem o acesso da população de baixa renda a habitação. Dessa forma, a ideia da moradia e da terra como objetos de direito a ser adquiridos se torna latente. O direito transforma-se em privilégio. Segundo Rolnik, os parâmetros urbanísticos provocam a elevação dos preços da terra, o que dificulta ou impossibilita o acesso dos pobres a moradia e ao solo urbano. Como consequência, o crescimento do mercado de terra, é permitido pelas autoridades municipais, já que, nas cidades onde isso ocorre, não há alternativas de moradia ou de localização de baixo custo para as famílias mais vulneráveis. Ermínia Maricato arquiteta e urbanista, cita como mediação o papel do Estado a extinção os agentes coorporativos dos programas de habitações populares, retraindo a especulação imobiliária e transformando a moradia em uma unidade acessível à classe excluída de financiamentos bancários. Porém, como o mercado imobiliário e a especulação de terras ainda se torna um motor principal de capital da cidade, a favela torna-se a mais notável consequência da solução de ocupação das classes excludentes. Durante um período de 20 anos, o número de pessoas que vivem assentamentos precários quase dobrou
no Brasil², este fato deve-se a queda do crescimento econômico, atingindo o aumento do desemprego e a diminuição de investimentos públicos em políticas sociais. Diante de todo esse processo, a população viu-se no papel de chamar a atenção e pressionar por políticas habitacionais urgentes. Portanto, iniciase nos últimos anos, uma nova forma de ocupação através da apropriação da população em terrenos e edifícios vazios da cidade, sem nenhuma função social. Como indica o gráfico 1, o déficit habitacional na atual realidade brasileira ainda é um problema estruturado e institucional, tanto em termos numéricos quanto em relação espacial inerente aos projetos de habitação. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV) a escassez habitacional no Brasil, é de 7,7 milhões de moradias, sendo 14,7 milhões de residências construídas com graves inadequações projetuais (CAU/ BR 2018). Diante dessa problemática, podem-se analisar programas de governos recentes e não recentes (governos de mais de 20 anos atrás) que tiveram sucessos e insucessos na tentativa de diminuir o problema habitacional em termos quantitativos. Entre os anos de 2003 até 2011, o Governo Lula implementou a política governamental Minha Casa Minha Vida (MCMV). O programa criado em 2009 por meio da Lei n. 11.977³ tem por finalidade à produção, aquisição ou requalificação de unidades habitacionais,
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além da produção ou reforma de habitações rurais, para famílias com renda mensal bruta de até R$ 7.000,00. Ele visa atingir os aspectos econômicos dos financiamentos habitacionais por meio da concessão de subsídios dados às famílias das classes sociais mais pobres (BIELSCHOWSKY, 2011, p.45). A aquisição da “casa própria” funciona com financiamentos oferecidos pela Caixa Econômica Federal com o uso de fundos bancários do Banco Nacional de Desenvolvimento. A partir disso, as construtoras possibilitam os empreendimentos habitacionais e de infraestrutura a fim de solucionar os problemas de déficit habitacional. Em outras palavras, CEF analisa a viabilidade econômica do projeto exibido pelas construtoras para em seguida analisar as condições de pagamentos das pessoas físicas interessadas no financiamento. Após o cadastro dos compradores e a aprovação do órgão, é calculado o valor, prazo e condições de financiamento de cada unidade para que enfim, ocorra o pagamento da obra à empresa, que deve comprimir o cronograma exato de execução do projeto. O PMCMV compreende dois programas nacionais: o Programa Nacional de Habitação Urbana (PNHU) e o Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR). O PNHU consiste em priorizar as quatro faixas de renda distintas aceitas pelo financiamento da CAIXA4 (Faixa 1
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GRÁFICO 2: Déficit habitacional: comparação entre dados quantitativos e qualitativos | Fonte: Avaliação de Políticas Públicas, Programa Minha Casa Minha Vida. Outubro, 2017.
– famílias com renda de até R$1.800,00; Faixa 2 – rendas de até R$2.600,00; Faixa 3 - rendas de até R$4.000,00 e Faixa 4 rendas de até R$7.000,00)5, e privilegiar/ estimular o trabalhador urbano a obter a aquisição da casa própria ou a reforma das moradias. Já o PNHR prioriza o agricultor familiar, trabalhador rural e comunidades tradicionais ao acesso do material de construção visando à reforma dos imóveis. Portanto, busca-se atingir de maneiras diferenciadas o déficit habitacional, sendo tanto por reposição de estoque, na área rural e urbana, e o déficit por incremento de estoque, na área urbana (BIELSCHOWSKY, 2011, p.39). Lançado em contexto de crise financei ra, tendo como um de seus objetivos ativarem um processo anticíc lico no crescimento econômico, o programa MCMV possui três processos distintos que buscam a diminuição do déficit habitacional. A primeira fase, iniciada no primeiro governo do ex-presidente Lula (2003-2007) manteve o crédito direto ao mercado privado, aumentando os recursos do Fundo de Garantia por Empréstimo (SBPE). Já em sua segunda fase (2008-2011) foi lançado o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que destinou parte significativa de seus investimentos para a área habitacional (construção de um milhão de moradias), além de incluir ações de urbanização de favelas. (BALBIM, Renato, 2015, p. 9). A terceira fase do programa tem como meta produzir três milhões de unidades habitacionais. A
TABELA 1: Unidade contratadas e entregues pelo PMCMV (Posição 31/12/2016). Fonte: Avaliação de Políticas Públicas, Programa Minha Casa Minha Vida. Outubro, 2017
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mudança ocorrida nessa fase relacionase com o fundo de garantia do tempo de serviço, ou seja, caso o comprador do imóvel não quite a dívida do finan ciamento, o pagamento fica garantido através dos recursos do FGTS, além da criação de uma nova faixa de renda, chama de faixa 1,5 para famílias com renda de até R$2.350,006. Apesar do programa possuir impactos positivos em relação ao quantitativo de moradias providas, o MCMV possui críticas importantes a serem citadas. O plano por possuir um âmbito mais econômico do que habitacional, imprimi uma lógica racionalizada de projeto (vide FIGURAS 2, 3, 4 e 5), ou seja, não valoriza a qualidade espacial das unidades habitacionais7. Soluciona o déficit numérico (como mostra o gráfico 2), porém ainda segue fórmulas de projetos antigos e desestruturados8, como, por exemplo, localizar as unidades em áreas periféricas da cidade e nas franjas
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urbanas, produzir moradias unifamiliares isoladas no lote, gerando o desperdício da terra, entregar para a população de baixa renda apenas o produto moradia e não as condições de habitabilidade (serviços inerentes ao cotidiano da comunidade), retirar a população de seu local de moradia original (no caso de remoção fundiária) e desestruturar todos os simbolismos (história, identidade, memória) que a população tem do local antes ocupado (muitas vezes a comunidade prefere voltar a área original, lançando um problema orçamentário). Enquanto o Governo Federal investe mais fortemente na construção de novas moradias (R$ 243 bilhões destinados ao Minha Casa, Minha Vida entre 2009 e 2015), a adequação e a reforma das existentes ficam em segundo plano (R$ 39 bilhões destinados a programas de melhoria habitacional do PAC entre 2007 e 2015, incluindo infraestrutura, saneamento e melhorias residenciais). É um mercado aberto à iniciativa privada.
FIGURA 2 Unidades habitacionais oferecidas pelo PMCMV. Fonte: Jornal O Imparcial, 2018
FIGURA 3: Imagem divulgação 2019 do Projeto Minha Casa Minha Vida (diferenciação decorativa apenas por mudança de cores da fachada) | Fonte: Minha Casa Minha Vida Brasil 2019
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FIGURA 4: Unidades habitacionais do Conjunto Liliana serão entregues em Ribeirão Preto, São Paulo. Fonte: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, 2018
FIGURA 5: Moradias padronizadas entregues a população pelo programa MCMV. | Fonte: Minha Casa Minha Vida Brasil
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Essas estratégias projetuais foram implementadas desde o governo militar (1964-1985), fase marcante na história do Brasil, tanto nos âmbitos sociais, quanto em aspectos econômicos e políticos. Durante o período de 20 anos de governo, os militares criaram em 1964, o Banco Nacional de Habitação (BNH). Tal medida tinha como priori a política de financiamento para obtenção da casa própria a fim de obter o apoio da população e estancar a crise habitacional. O Plano tinha como recurso utilizar o dinheiro do FGTS (Fundo de Garantia de Tempo de Serviço) – constituído por uma contribuição compulsória de 8% dos salários da economia formal - para a aquisição de projetos adequados a política do banco pelas COHABs. O Fundo de Garantia constituía junto a APE (Associações de Poupança e Empréstimo) e a SCI (Sociedades de Crédito Imobiliário) um Sistema Financeiro de Habitação, que permitia a captação de recursos para o investimento inicial, a fim de ser um sistema de produção habitacional que se autofinanciasse. O Banco atuou em seu tempo de existência três fases distintas. A primeira fase (1964-1969) inicia-se quando o BNH começa a se estruturar e conseguir manter a verba do FGTS para a aquisição de habitações. Primeiramente, o BNH manteve-se em construções de conjuntos habitacionais (sem qualidade e com escassez de infraestrutura) para famílias de 1 a 3 salários mínimos, mas logo ocorreu uma cessão a esses programas para famílias de baixa renda devido ao salário mínimo dos trabalhadores não acompanhar
TABELA 2: Número de financiamentos habitacionais concedidos pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH/ BNH) - 1964-86 (julho) | Fonte: AZEVEDO, 1988
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os valores excessivos do mercado imobiliário. Em sua segunda fase, o Banco Nacional funcionou como um agente financeiro ao mercado, financiando a aquisição de moradias – priorizando a classe média - e de obras de infraestrutura. Neste período ocorreram inúmeras construções verticais em bairros de classe média e grandes obras em metrópoles brasileiras (viadutos, metrôs, pontes etc.). Sua última fase denotou a retomada dos programas habitacionais e a criação de financiamentos para reforma habitacionais. O BNH retomou os conjuntos habitacionais, ampliando a faixa salarial para rendas de até cinco salários mínimos, enfrentando a inadimplência ocorrida na primeira fase. Devido ao programa atender a uma classe empresarial, osconjuntos ainda possuíam (em menor escala) problemas de infraestrutura, realocando a população em áreas periféricas devido à presença de terras baratas. Em meio à crise de 1986 e a diminuição de arrecadações de financiamentos pelo FGTS devido ao aumento de desemprego, o BNH chega ao fim, passando seus benefícios a Caixa Econômica Federal – agente responsável pela maioria dos financiamentos realizados pelo atual programa Minha Casa Minha Vida. O modelo implantado, por mais que represente um avança ao setor habitacional, mostrou insuficiências para atender a população de baixa renda, como cita Nabil Bolduki
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“Dentre os erros praticados se destaca a opção por grandes conjuntos na periferia das cidades, o que gerou verdadeiros bairros dormitórios; a desarticulação entre os projetos habitacionais e a política urbana e o absoluto desprezo pela qualidade do projeto, gerando soluções uniformizadas, padronizadas e sem nenhuma preocupação com a qualidade da moradia, com a inserção urbana e com o respeito ao meio físico. Indiferente à diversidade existente num país de dimensões continentais, o BNH desconsiderou as peculiaridades de cada região, não levando em conta aspectos culturais, ambientais e de contexto urbanos, reproduzindo à exaustão modelos padronizados. ” ( BOLDUKI, 2008, p.74) Houve um período brasileiro em que o estado se colocou como responsável pela oferta de habitações, tanto para sanar o déficit numérico quanto para oferecer melhores condições de vida (espaços habitacionais com qualidade). Essas experiências registradas na Era Vargas, nas décadas de 30 a 60, marcam o início de uma política desenvolvimentista, onde surgiu às primeiras políticas públicas voltadas a habitação. Anteriormente as iniciativas do Governo Militar, as inexistências de um sistema de financiamento da casa própria tornavam o aluguel de cortiços, das casas geminadas e de vários outros tipos de moradias um processo regular,
mesmo que em condições precárias. Diante da impossibilidade de o mercado oferecer condições dignas de morada, o Estado assume a responsabilidade de resolver o problema. A partir disso, na década de 40, o governo populista passa a atuar na produção direta de Conjuntos Habitacionais e no financiamento de moradias populares (transfere ao operário o custo da moradia). (DUARTE, 2011, p. 9). As primeiras tentativas do Estado em sessar os problemas de políticas públicas voltadas habitação social se concretizam a partir da criação de órgãos responsáveis como a Fundação da Casa Popular (FCP) e os Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs). Estas instituições resultaram na produção de em média 140 mil unidades habitacionais. Através da FCP e dos IAPs foram contratados arquitetos para a produção das habitações sociais, a fim de obter projetos paradigmáticos e com melhores qualidades espaciais9. Como exemplo de projeto, podemos citar o Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes (Pedregulho) projetado pelo arquiteto Affonso Eduardo Reidy em 1947. Essas experiências apesar se terem um resultado benéfico à população, gastavam um quantitativo orçamentário maior em termos de produção. Diante disso, os interesses imobiliários e do capital subjugaram essas ações a um segundo plano de importância, resultando na ditadura militar em um enriquecimento
ilícito por meio de construtores e incorporadoras da construção civil. Diante de todo histórico produzido de trás para frente, ou seja, das políticas públicas produzidas no ano de 2009 e as tentativas de reduzir a deficiência habitacional da década de 30 e 64, verificase que o déficit habitacional no Brasil é uma questão estrutural que se ratifica com o tempo, isto é, o Brasil já nasce enquanto República com problemas habitacionais e da terra. Em vicissitude, observa-se que há uma urgência em discutir essas questões na atualidade atual, devido a sua precariedade em termos quantitativos quanto em termos qualitativos.
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FIGURA 6: Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes (Pedregulho) | Fonte: ArchDaily, 2013
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¹ Dado obtido em: https://issuu.com/ elianeroberto/docs/memorial_tfg_eliane_ bancafinal. ²Em 1991, havia 4,48 milhões de pessoas (3,1% da população) vivendo em assentamentos irregulares, este número aumentou para 11,44 milhões de pessoas no Censo de 2000 (IBGE, Censo 2000).
³Lei criada em 7 de julho de 2009 pelo Governo Lula afim de estruturar o Programa Minha Casa, Minha Vida – PMCMV e a regularização fundiária de assentamentos localizados em áreas urbanas. A Caixa Econômica Federal é a principal agende financeiro do Sistema Nacional de Habitação. Possui o papel de analisar e contratar a obra, acompanhar a execução do empreendimento pela construtora, liberar recursos conforme o cronograma e realizar a venda das habitações. 4
5 Dados obtidos em: http://www.caixa.gov. br/voce/habitacao/minha-casa-minha-vida/ urbana/Paginas/default.aspx
Sobre o lançamento da terceira fase do MCMV, ver: <http:// minhacasaminhavidainscricao>. Acesso em: 21 março de 2019 6
9 Foram investidos, entre o período de 2009 e 2015, cerca de R$ 243 bilhões de novas moradias, enquanto R$39 bilhões foram destinados para adequações e reformas projetuais para melhorias habitacionais. (CAU/BR 2018)
De acordo com Rolnik, o MCMV destravou o financiamento para aquisição das habitações, isto é, os bancos inseriram uma grande quantidade de créditos para empréstimos habitacionais, fazendo com que as famílias com rendas mais baixas consigam a casa própria. Essa atitude gera um boom no mercado imobiliário, valorizando as terras e os imóveis. Com os preços elevados, fica a disposição dessas famílias, somente locais onde a terra é mais barata, ou seja, em locais distantes dos centros urbanos. 8
Apesar de essa política ter-se iniciado com boas experiências de projetos, o intuito a priori ocorreu devido às ofertas rentistas oferecidas à população pelo governo anterior (cortiços), ou seja, o governo se viu refém dos problemas urbanos e das insalubridades que se alastraram pela cidade nesse período. Segundo Bonduki (1988) a política da Era Vargas proporcionou a eliminação dos cortiços dos centros urbanos, levando os trabalhadores a áreas periféricas da cidade, segregando as classes sociais. 9
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2.1 SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL EM RIBEIRÃO PRETO
P
ara entendermos o processo de segregação de Ribeirão Preto – cidade interiorana de São Paulo – é necessário elaborar um retorno histórico desde os primórdios da conformação da cidade. O objetivo é construir uma linha história (do século XlX ao século XXl) para formalizar que desde seu nascimento ocorre uma dicotomia entre as terras do centro norte, destinadas a população de baixa e média-baixa renda e terras alocadas no centro sul, destinadas a população média alta ou alta renda. O salto temporal de 100 anos junto à discussão do solo urbano na atualidade reitera que essa diferença socioespacial (vista na geografia do mapa da cidade) tem uma constituição estrutural na conformação do município Inicialmente torna-se importante salientar que o desenvolvimento urbano significativo de Ribeirão Preto, iniciou-se com diversos setores participativos da cidade, como o setor cafeeiro, comercial, industrial, de serviços e todos os processos de ocupações urbanas. Apesar de todos os sistemas terem um papel significativo na economia do município, vale destacar como o setor cafeeiro fez-se primordial na configuração geográfica da cidade. Devido aos seus interesses foi criado em 1887 o Núcleo Colonial Antônio Prado, que segundo Capretz:
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FIGURA 7: Divisão territorial de Ribeirão Preto em 1935. No mapa constatam-se os bairros criados a partir do Núcleo Colonial Antônio Prado. O bairro Higienópolis representa a área sul da cidade (área destinada à população com maior renda) e os demais bairros concentrados na área norte (Campos Elíseos, Vila Virgínia, Vila Tibério, Barracão e Vila Paulista), destinada à população menos abastadas. Fonte: SILVA, 2004 apud FIGUEIRA, 2013, p18
“(...) ocupou as terras devolutas ainda existentes na cidade e teve como objetivo abastecer a população com gêneros de subsistência, atrair e fixar “braços para a lavoura” por meio da aquisição do lote, mas também de modificar o perfil do morador urbano”. (SILVA, 2008, não paginado) Com o final do século XlX, Ribeirão Preto passa por um processo de embelezamento a partir de projetos de infraestruturas10 e processos de ampliação de obras urbanas, como a chegada da ferrovia11. Em contrapartida, foram promovidas medidas de afastamentos de todos os equipamentos indesejados pela elite (asilos, orfanatos, albergues, sanatórios, fábricas, etc.). De acordo com Capretz, “(...) o Núcleo Colonial Antônio Prado correspondeu ao depositário de tudo o que deveria ser “invisibilizado”, entre seres humanos e construções”. Portanto o início do zoneamento espacial de Ribeirão já surge com dicotomias entre as classes: “Aqueles que podiam pagar pela infraestrutura e exigências construtivas ficavam na região central, privilegiada, servida de infraestrutura e serviços urbanos. Os que não tinham condições encontravam seu lote nas regiões periféricas, mais barato, junto a fábricas, cemitérios e todos os equipamentos que haviam sido afastados do contato com a população – do centro da cidade. Nesse momento foi definida uma nova geografia das cidades, social e não mais espacial“. (SILVA, 2007, p. 80).
Dado todo esse processo, observa-se que a implantação do núcleo em Ribeirão preto, gerou consequências no desenho geográfico da cidade que pendura até os dias atuais. A partir das expansões do centro e as novas atividades econômicas urbanas ocorridas no século XX, a área destinada ao núcleo deu origem a territórios mais desvalorizados da cidade, enquanto as áreas localizadas ao sul do núcleo urbano original constituíram bairros destinados à população mais abastada. Como reflexo de todo histórico do munícipio, durante o final do século XX e o início do século XXl, o processo de crescimento de Ribeirão Preto tornou-se ainda mais complexo. O deslocamento (ainda preseznte) da população de alta renda para o setor leste/sul fez com que a cidade constituísse loteamentos fechados12, enquanto a população de média e baixa renda continuou se concentrando na área norte/oeste da região. De acordo com o mapa de distribuição de renda média por família (vide MAPA 2) verifica-se que a dicotomia entre local para classe mais abastada e local para classe menos abastada é uma questão estrutural dentro do desenho e constituição da cidade de Ribeirão. Verifica-se com os anos que a expansão de Ribeirão Preto foi ocasionada devido à valorização do terreno nas áreas abastadas da cidade (leste/ sul). Esse processo estimulou, ainda mais, o papel do mercado imobiliário
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“O vetor de expansão sul, partindo do “quadrilátero central”, nas proximidades com a Avenida Nove de Julho e Independência, configurando a centralidade da elite, concentrando valores imobiliários altos, habitações luxuosas, alto consumo e mais investimentos públicos; no sentido oposto, a partir da chamada “baixada” formada pelo encontro do Ribeirão Preto e do córrego Retiro, na proximidade com as avenidas Jerônimo Gonçalves e Francisco Junqueira, seguindo por toda a Via Norte, entre os bairros que tiveram origem do Núcleo Colonial Antônio Prado, foi delimitado o território da pobreza.” (SILVA, 2002, p. 109).
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na cidade, concebendo dualidades marcantes dentro de uma mesma região: Abrangendo a discussão para a atualidade, segunda metade do século XXl, é notável que a dicotomia entre setor norte e setor sul é consolidada e possui grandes complexidades. A especularização imobiliária trouxe profundas consequências aos espaços urbanos, segregando a cidade pelo seu valor de terra e a disponibilidade do morador em adquirir um pedaço desta, ou seja, o trabalhador se fixa em um local onde o valor da terra é proporcional ao seu poder aquisitivo. Por exemplo, é mais facilitador para uma família que ganha em torno de 7 a 10 salários mínimos13 adquirir um terreno de aproximadamente 500 m², valendo R$585.000,00 na Avenida Professor Fiusa (zona sul de Ribeirão Preto) enquanto para a família que ganha de 1 a 4 salários mínimos é mais acessível obter um terreno com a mesma metragem quadrada valendo em torno de R$ 280.000,00 no Ipiranga (zona norte de Ribeirão Preto) 14
MAPA 1: Mapa de RibeirĂŁo Preto de marcando os subsetores da cidade para melhor entendimento do texto. Fonte: Google Earth 2019, editado pela autora
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FIGURA 8: Terreno encontrado a venda no Bairro Ipiranga em Ribeirão Preto. Os demais lotes encontrados na imobiliária VIVAREAL, no mesmo bairro, possuíam menores dimensões e menores qualidades espaciais. Fonte: VIVAREAL, 2019
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FIGURA 9: Lote na Avenida Prof. João Fiusa. Ao procurar lotes no local, foi encontrado somente terrenos em condomínio fechados, oferecendo diversos atrativos ao comprador, como parques, quadras esportivas e piscinas. A maioria possui metragem quadrada superior a 500 m². Fonte: VIVAREAL, 2019
Nota-se a partir do comparativo que o poder aquisitivo das famílias é um fator limitador para a distribuição da população do espaço urbano (vide MAPA 2). A desigualdade expressada nas diferenças de renda e salários, no acesso à terra urbana decorrente de sua localização e das atividades que circundam ao seu redor condicionam uma ação segregacionista do território. “A escassez ou a abundância relativa desses itens (transporte, saneamento ambiental, equipamentos de educação, saúde e lazer, entre outros) definirá então um mapa básico de preços de terrenos na cidade. Sobre este mapa básico se sobrepõe uma outra dimensão, que reflete o que se poderia chamar de divisão social e simbólica do espaço e que consiste na valorização diferenciada que é atribuída a diferentes lugares na cidade em razão de certas características” (CARDOSO, 2016, p32.) O mapa abaixo exemplifica as questões descritas, salientando a divisão territorial a partir das rendas mensais das famílias. MAPA 2: Mapa do ano de 2010 do município de Ribeirão Preto, salientando a distribuição da população de acordo com a renda mensal da família. O salário mínimo nesta época era equivalente a R$510,0015 FONTE: Secretária de Planejamento e Gestão de Ribeirão Preto, 2010.
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Essa complexidade estrutural da cidade, estabelecida desde os primórdios é ocasionada devido a ocorrência de eventos pontuais dos espaços destinados a população de baixa renda em outras regiões do município, como em áreas na zona sul, oeste e leste, assim como há populações de renda média e alta no setor leste e norte da cidade (as áreas encontradas no mapa demarcando a presença de famílias de alta renda nas regiões periféricas da zona norte são destinadas a condomínios residenciais fechados). Entretendo ao analisar um mapeamento mais preciso da locação da população de baixa renda no mapa de Ribeirão Preto verificar-se que os loteamentos mais precários e os processos de favelização acontecem sobretudo na zona norte da cidade (vide MAPA 3). É possível notar que um dos indicadores que faz vinculação a ocorrência de favelização é a baixa renda salarial das famílias, ou seja, a sua fragilidade econômica. De acordo com a tabela de estimativas de salário mínimo mensal por família (TABELA 03) verificase a vulnerabilidade econômica das famílias que ganham em média de 0 a 6 salários mínimos por membro familiar (é importante salientar que os valores de renda são para custear as necessidades básicas de cada família, como moradia, vestimenta, alimentação, transporte, saúde, educação, etc.). A tabela estima que todas as 3,4 pessoas (média do número de pessoas por família brasileira)
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da casa ganham um salário mínimo, porém sabe-se que a realidade é outra, já que nem todos os membros ganham uma remuneração, devido ao desemprego, por possuírem um subemprego (trabalho mal remunerado ou sem direito trabalhista) ou pelo fato de estar alocado a essa média familiar, crianças, adolescentes, idosos ou pessoas que não possuem condições salubres para trabalhar. Esse feito faz com que as pessoas fiquem suscetíveis a uma série de vulnerabilidades, inclusive social, fator que faz com que muitas pessoas se vinculem a uma aglomeração informal16, como a favela.
TABELA 3: Tabela com estimativas de ganhos por pessoa de acordo com a quantidade de salários mínimos recebidos. O valor do salário mínimo foi atualizado para 2019, ou seja, R$998,0017 e o número de pessoas por família foi estimado em 3,4 pessoas (média de pessoas por família brasileira). As cores da tabela fazem relação com o mapa 2, exemplificando em números a renda média por domicilio e atualizando o salário. Fonte: Elaborado pela autora a partir do mapa de renda média por domicílio de Ribeirão Preto, 2019
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MAPA 3: Mapa demarcando as favelas existentes em Ribeirão Preto. Com o mapa é possível exemplificar a forte presença de aglomerados informais na zona norte da cidade e alguns pontuais na zona sul, leste e oeste. Fonte: Secretaria de Planejamento e Gestão Pública de Ribeirão Preto, 2018
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Por mais que não se tenha um estudo mais a fundo sobre a periodização histórica da primeira comunidade da cidade, neste período já ocorriam aglomerados informais paradigmáticos dentro da história da cidade durante a década de 60, como a favela das Mangueiras, localizada no bairro Vila Virgínia, zona oeste de Ribeirão Preto, favela do Jardim Jandaia e da Coca-Cola. Outras como a favela Jardim Zara, localizadas na zona Noroeste e a favela do Adelino Simioni, situada na zona norte da cidade, foram constituídas a partir da metade da década de 8018. Quando se atenta as zonas da cidade citadas acima e ao mapa 3, percebese que as comunidades colocadas e a maioria das favelas do município estão concentradas na região norte ou em áreas de risco ambiental (locais com solo contaminado, próximas ao aeroporto ou a industriais ou áreas alagáveis) Áreas estas que o interesse imobiliário refuta e que ficam à mercê da valorização imobiliária, ou seja, possuem um valor no mercado muito baixo e acabam sofrendo ocupação das famílias que não possuem direito de uma moradia. Essas ocupações geram problemas tanto para a cidade quanto para as famílias ali alocadas. Já que por ocuparem de um espaço privado ou de ordem pública ficam sujeitas a sofrer problemas de ordem ligadas a segurança e tornamse suscetíveis a agressões vindas da sociedade, da mídia e do poder público, quanto este não entende a questão de
TABELA 4: Tabela indicando os nomes, quantas unidades habitacionais e os bairros de acordo com os números localizados no MAPA 3. A comunidade destacada, Nazaré Paulista, é a comunidade locus de pesquisa. | Fonte: Secretaria de Planejamento e Gestão Pública de Ribeirão Preto, 2018
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moradia como um direito, mas vincula ela como uma questão de privilégio. Como observado no mapa 3, as áreas de favelização crescem de forma ininterrupta a franja urbana, ou seja, a maioria dos moradores acabam vivendo em uma cidade excludente do urbano. Para exemplificar esse processo, Gaspar e Miranda (2016) salientam que em 1993, a população de Ribeirão Preto residente em favelas era de aproximadamente 7.830 pessoas, distribuídas em 1.566 unidades habitacionais. Já em 2010, o PLHIS (Plano Local de Habitação de Interesse Social de Ribeirão Preto) apontou que o número cresceu gradativamente para 26.590 pessoas, significando 5.681 unidades habitacionais distribuídos em 43 núcleos. Em estudo mais recente, foi diagnosticado cerca de 87 comunidades com um total de aproximadamente 11.670 unidades habitacionais (soma dos dados apresentados na TABELA 4) distribuídas por todo o munícipio, o que significa um aumento exacerbado de mais de 40 favelas, em menos de 10 anos, potencializando que o problema urbano de segregação socioespacial ainda tem um papel atuante na cidade. A partir das caracterizações feitas a partir do PLHIS-RP, criado em 2010, permitiu-se identificar as diferentes tipologias dos assentamentos. Estas foram baseadas de acordo com suas dimensões ambientais, mobilidade e uso do solo, infraestrutura, unidades de moradia e seu entorno, com o objetivo
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de identificar seus processos físicos e as categorias de intervenção necessárias para o processo de regularização fundiária, afim de promover a integração urbana dos assentamentos. De acordo com isso o plano agrupou os 43 núcleos evidenciados e 2010, em 9 complexos: Complexo Simioni (constituído pelos Núcleos Magid Simão Trad, Via Norte/ Brejo e Usina de Reciclagem); Complexo Aeroporto (constituído pelos Núcleos BAC, Itápolis, Jóquei Clube, da Mata, Leão Leão/Recife, Adamantina, Vila Brasil, Av. João Pessoa, Flórida Paulista e Avelino Palma); Complexo Salgado Filho (constituído pelos Núcleos Ubatuba e Nuporanga); Complexo Jandaia (constituído pelos Núcleos Igrejas, Torre, Porto Seguro, Japurá e Transerp); Complexo Vila Carvalho (constituído pelos Núcleos Vila Elisa, Tanquinho, Vila Zanetti, Fepasa, Vila Mariana e Ciretran); Complexo Leste (constituído pelos Núcleos Jardim Zara, Jardim do Trevo, Anhanguera I, Anhanguera II, Anhanguera III e Anhanguera IV); Complexo Monte Alegre/Ipiranga (constituído pelos Núcleos Monte Alegre, dos Trilhos, Cocacola, Canta Sapo e do Grilo); Complexo Sudoeste (constituído pelos Núcleos Jardim Itaú, Mangueiras, Cásper Líbero, dos Andradas, da Lagoa); Complexo Sul (constituído pelo Núcleo Faiane). “Evidenciou-se a presença de 08 grandes núcleos com estimativa de população, em 2010, acima de 1000)
“Evidenciou-se a presença de 08 grandes núcleos com estimativa de população, em 2010, acima de 1000 habitantes - em que se destacam os assentamentos “Via Norte/do Brejo” e “Magid”, com estimativa de mais de 3000 habitantes; 9 complexos, constituídos por núcleos com proximidade física; e 3 pequenas ocupações, com menos de 10 unidades, como a “BAC”, “Anhanguera I” e “do Grilo”, compostas por apenas 9, 5 e 7 unidades habitacionais, respectivamente”. (GASPAR; MIRANDA, 2016, não paginado) FIGURA 10: Vista aérea da Comunidade Magid Simão Trad em 2010 | Fonte: Plano Local de Habitação de Interesse Social, 2010, pag. 22
FIGURA 11: Vista aérea da Comunidade Via Norte em 2010 Fonte: Plano Local de Habitação de Interesse Social, 2010, pag. 26
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Diante dos agrupamentos feitos, vale destacar, no presente trabalho, alguns complexos da cidade de Ribeirão Preto que são importantes pelo seu período histórico, dimensionamento ou por estarem alocados em áreas ambientais ou de risco. Todas as características dos agrupamentos foram citadas no decorrer do Plano Local de Habitação de Interesse Social (2010). O Complexo Simioni que conta com alguns dos maiores núcleos de comunidade da cidade em áreas públicas municipais, sendo que na época, havia um processo de reintegração de posse sobre um deles (Magid19) – vide FIGURA 10. Todos os núcleos estão localizados em faixas de áreas de proteção ambiental ao longo de cursos d’água. A maior ocupação do complexo, Via Norte/ Brejo, já contava na época com um intenso crescimento, hoje o núcleo conta com 675 unidades habitacionais (vide FIGURA 11). O complexo Sudoeste, constituído pela favela das Mangueiras (vide FIGURA 12), a mais antiga e adensada de Ribeirão Preto e já citada acima. De acordo com as características citadas pelo Plano, incide sobre o núcleo um processo de ação civil pública exigindo a desocupação da área (remoção das famílias), já que está localizada em uma área com declividade acentuada, onde nasce uma mina de água. O Ministério Público junto a Cohab-RP propôs um projeto para que as famílias fossem parcialmente remanejadas, o processo ocorreu junto a Cohab-RP e a CDHU em 2017 (vide FIGURA 13). O complexo Sudoeste, constituído
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pelo núcleo Monte Alegre, o maior e mais antigo da cidade (vide FIGURA 13). Em 2010, junto ao Programa de Moradia Legal, foi urbanizado, implicando a remoção de cerca de 90 famílias para um conjunto habitacional vizinho, porém observa-se junto a Tabela 4 que atualmente já existem cerca de 338 unidades habitacionais. É fundamental citar o núcleo Jardim Progresso (vide FIGURA 14), comunidade fruto de uma ocupação organizada em 1996 em uma área abandonada por mais de 28 anos20. O Jardim Progresso se estaca por ser o primeiro assentamento de Ribeirão Preto a sofrer um progresso de regularização fundiária de interesse social. Segundo Gaspar e Miranda, em 1999 iniciaram-se obras de urbanização na comunidade, porém somente em 2010 firmou-se um convênio entre a Prefeitura Municipal e o Governo Estadual para a regularização fundiária, por meio do programa Cidade Legal. Em 2015, ainda haviam 1.917 lotes para serem regularizados, um total de aproximadamente 12 mil pessoas21. Por último, vale destacar o Complexo Aeroporto que reunia em 2010, 10 núcleos de favela situados nas imediações do aeroporto da cidade, sofrem por intensos impactos decorridos dos ruídos produzidos pelas aeronaves. Nesse período já foram localizados 04 núcleos em áreas particulares, havendo registros de ação civil sobre processos pela reintegração de posse. Atualmente algumas moradias também sofreram um processo de
FIGURA 12: Vista aérea da Comunidade Mangueiras em 2010 Fonte: Plano Local de Habitação de Interesse Social, 2010, pag. 206
remoção partido do poder público municipal, ações de violências já citadas neste trabalho (vide FIGURAS 16 e 17). Citar o complexo é importante para ressaltar a formação em 2013 da comunidade Nazaré Paulista, objeto do Trabalho de Conclusão de Curso. O núcleo, que hoje sofre com um processo de reintegração de posse, localiza-se a bordo do Aeroporto Estadual Dr. Leite Lopes, zona norte da cidade de Ribeirão Preto, em um terreno particular. A comunidade foi escolhida devido relação de proximidade da autora do trabalho junto aos moradores do núcleo no processo de levantamento de dados das características físicas e simbólicas. Todos os dados foram coletados a partir de entrevistas realizadas por um grupo de estudantes e profissionais (professores, advogados, etc.) junto a todos os moradores da comunidade. Os dados coletados foram de extrema importância para quantificar quantos moradores vivem no local atualmente, já que por ser um núcleo recente não se sabia a contagem exata, além de mostrar a relação simbólica dos moradores com a área e a infraestrutura que as famílias vivem. Estes dados foram levados para o judicial afim dos advogados contestarem em pró da causa. Após compreender o processo de crescimento urbano de Ribeirão Preto, observa-se que a cidade já nasce com um processo de segregação socioespacial enraizado e que se agrava periodicamente. Esse descompasso junto a falta de políticas públicas habitacionais traz um crescimento
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FIGURA 13: Notícia divulgada pela revista Revide, em 25 de julho de 2017, sobre a remoção de 170 famílias da Favela das Mangueiras. Foram ofertados 170 apartamentos a partir de financiamentos para 170 famílias que viviam em áreas de risco ambiental. | Fonte: Revide, 2017
FIGURA 14: Vista aérea da Comunidade Monte Alegre em 2010 | Fonte: Plano Local de Habitação de Interesse Social, 2010, pag. 178
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contínuo de assentamentos precários, evidenciando a dificuldade do poder público em lidar com a realidade atual. O crescimento exacerbado de comunidades aos longos dos 10 anos (de 43 para 87 núcleos) é fruto da crise econômica, das instabilidades políticas deste período e da crescente valorização e aumento do valor de terras22. O desemprego, causado pela instabilidade econômica, e a baixa renda da população menos abastada faz com que a população procure como única solução de moradias os assentamentos precários. No caso e Ribeirão Preto, grande parte destes se concentra na parte Norte da cidade, zona em que as terras são mais acessíveis e vulneráveis a receber essa parcela da população, enquanto a zona Sul recebe a parcela dos habitantes com rendas mais exacerbadas e os crescentes projetos de condomínios fechados. Observando o caso de Ribeirão Preto, podemos concluir que a elevação
do preço da terra torna difícil o acesso para as camadas de renda baixa, o que produz como consequência uma tendência a precariedade de moradia e a informalidade da produção, reduzindo o preço final das habitações, tornando-as mercadorias baratas e de baixa qualidade (CARDOSO, 2016).
FIGURA 15: Vista aérea do bairro Jardim Progresso | Fonte: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, 2012 apud GASPAR; MIRANDA, 2016, não paginado.
FIGURA 16: Notícia divulgada pela revista emRibeirão, em 10 de abril de 2017, sobre a remoção oito moradias irregulares na região do aeroporto.Fonte: em Ribeirão, 2017
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FIGURA 17: Notícia divulgada pela revista emRibeirão, em 10 de abril de 2017, sobre a remoção oito moradias irregulares na região do aeroporto. A imagem demonstra a violência que as famílias sofrem diante do poder público. Fonte: em Ribeirão, 2017
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10 As infraestruturas correspondem ao urbanismo sanitarista, pautado pelo Código de Postura da cidade, a fim de determinar posturas obrigatórias aos habitantes. O projeto inclui serviços como higiene pública, salubridades, utilização de espaços públicos, conforto e controle a poluição de qualquer natureza (SILVA, 2008, p. 15).
Devemos considerar que todas as implantações de infraestrutura da cidade foram construídas no setor central, onde se encontravam os casarões de fazendeiros e a elite burguesa. 11
O surgimento dos loteamentos fechados se intensificou durante a década de 60 aos anos 80. Inicialmente os condomínios tinham características horizontais, porém com a maior consolidação dessa tipologia habitacional, nos anos 2000, os loteamentos verticalizados ganharam espaço na área sul de Ribeirão Preto. (FIGUEIRA, 12
13 As informações salariais foram retiradas do mapa de renda média por domicílio (vide MAPA 2). 14 Fonte: VIVAREAL: Imobiliária. Imobiliária. 2019. Disponível em: <https://www.vivareal. com.br/?__vt=udpnb:c>. Acesso em: 30 mar. 2019. 15 Fonte: GUIA TRABALHISTA (Brasil). TABELA DOS VALORES NOMINAIS DO SALÁRIO MÍNIMO. Disponível em: <http://www.guiatrabalhista. com.br/guia/salario_minimo.htm>. Acesso em: 01 abr. 2019.
16 A favela não é a única opção de moradia informal dada a essas famílias. Estas podem se alocar em ocupações de edifícios preexistentes – sem nenhum uso social – ou em cortiços – muitas vezes com qualidades insalubres de moradia – ou até possuem uma casa própria, porém muitas vezes são habitações precárias, sem acabamentos mínimos necessários para a ambientação interna (por exemplo, a maior precariedade dessas habitações são a escassez de telhados com qualidades construtivas e fiações elétricas expostas).
17 Fonte: GUIA TRABALHISTA (Brasil). TABELA DOS VALORES NOMINAIS DO SALÁRIO MÍNIMO. Disponível em: <http://www.guiatrabalhista. com.br/guia/salario_minimo.htm>. Acesso em: 01 abr. 2019.
Retirado de: ROSA, Lucelina Rosseti et al. Aspectos da favelização em Ribeirão Preto–SP: revelando vivências. 2008. 18
Segundo Gaspar e Miranda (2016), “o assentamento o Monte Alegre passa por um processo de regularização fundiária desde 2006, pelo programa estadual Cidade Legal”. 19
20 GASPAR, T. S.; MIRANDA, A. L. Assessoria técnica em habitação de interesse social no Jardim Progresso: a construção de novas redes de ação prática em Ribeirão Preto/SP. In: ANAIS DO II SEMINÁRIO URBFAVELAS. Rio de Janeiro, 2016. pelo programa estadual Cidade Legal”. 21 Fonte: JARDIM PROGRESSO TEM REGULARIZAÇÃO EM FASE DE CONCLUSÃO. Ribeirão Preto: Emribeirão, 27 abr. 2016. Diária. Disponível em: <http://emribeirao.com/cidades/jardim-progresso-tem-regularizacao-em-fase-de-conclusao-1552>. Acesso em: 24 abr. 2019. 22 De acordo com Rolnik, a valorização das terras ocorre devido esta ter um poder durável no tempo, do proprietário da terra ter o imóvel como garantia para o capital financeiro e, por último, a facilitação de aquisição pelo processo de titularização.
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2.2 POLÍTICAS HABITACIONAIS EM RIBEIRÃO PRETO
Após todo o estudo feito sobre o déficit habitacional no Brasil e em Ribeirão Preto e sabendo que do papel do governo é de grande importância para garantir moradia digna à população, se torna relevante neste trabalho apontar quais as ações foram ou estão sendo feitas na cidade para sanar com a demanda habitacional. As políticas habitacionais no munícipio apresentam-se em conjunto com medidas criadas pelo governo, como Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), COHABRP e o Programa Minha Casa Minha Vida, já descrito no capítulo 1. Portanto para se entender as atitudes propostas de cada programa, faz-se necessário realizar um retrocesso histórico desde a criação destes. O CDHU – Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo, empresa do estado de São Paulo junto a Secretaria de Habitação, foi criado em 1949. O programa foi desenvolvido a fim de atender a população mais carente da região metropolitana e interiorana de São Paulo, além de resolver problemas recorrentes como: moradias encontradas em áreas de risco ou em áreas de proteção ambiental, recuperação de comunidades e
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Tabela 5: Empreendimentos entregues pelo CDHU entre os anos de 2011 a 2019. Vale salientar que atualmente (2019) nenhum conjunto foi entregue ou está em produção. Fonte: CDHU, São Paulo, 2019.
cortiços, oferecer habitações sustentáveis, regularizações fundiárias e incentivar as moradias em locais de interesse social. 23 Para as famílias se inscreverem no programa, é necessário possuir algumas exigências feitas pela Secretaria de Habitação24, como conter uma renda de no mínimo um e no máximo 10 salários mínimos, morar pelo menos três anos no município onde se deseja adquirir o imóvel, não ter imóvel próprio ou nenhum financiamento. Ao longo de toda sua atuação, foram entregues em Ribeirão Preto, cerca de 6.017 unidades habitacionais (soma feita a partir das tabelas 5,6,7). Os números parecem significativos, mas ao serem comparados com o número de unidades localizados em comunidades atualmente, percebe-se que as produções das habitações não foram suficientes para sanar com o déficit habitacional, até porque este número nos sofreu um grande aumento anos últimos anos. O programa CDHU atua em parceria com a COHAB, órgão criado em 1964, integrante do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), possuindo como função inicial enfrentar o problema habitacional no Brasil. O sistema apresentava uma estrutura que tinha como base o BNH – já explicado no capítulo 1. A COHAB de Ribeirão Preto iniciou-se em 1970, em parceria com algumas entidades públicas (Caixa Econômica Federal e CDHU) e iniciativas privadas a fim de oferecer uma maior variedade de opções
Tabela 6: Empreendimentos entregues pelo CDHU entre os anos de 1995 a 2010. Fonte: CDHU, São Paulo, 2019
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Tabela 7: Empreendimentos entregues em gestão de governo anteriores a 1995. Ao associar a data prevista na tabela e o período de governo, nota-se que nesta data o órgão atuante responsável em sanar com o déficit habitacional era o BNH. Período em que houve uma grande demanda construções habitacionais (se for comparado o número total da tabela com as tabelas 5 e 6 acima), porém se mostrou com insuficiências quantitativas e qualitativas. Fonte: CDHU, São Paulo, 2019
Tabela 8: Unidades habitacionais ofertadas durante a atuação da COHAB-RP | Fonte: CDHU, São Paulo, 2019
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para a construção de imóveis para a população de baixa renda. Ao longo de sua atuação, o programa construiu cerca de 27.202 unidades habitacionais distribuídas em 30 conjuntos, atendendo aproximadamente 136.010 pessoas: A tabela 9 exemplifica alguns conjuntos que foram implantados pelo programa, afim de promover habitações a comunidades da cidade: Por mais que houvesse a tentativa de diminuição do déficit habitacional na cidade, não foram ofertadas moradias de qualidade a essa parcela da população. Ao selecionar áreas para implantação dos conjuntos, as iniciativas privadas e as entidades públicas privilegiam áreas desvalorizadas da cidade - zonas periféricas da cidade (vide MAPA 4) - áreas estas que não possuem infraestruturas suficientes para receber a população mais carente. São locais sem equipamentos públicos, longe de pontos de ônibus, longe de seus locais de trabalho, escola, postos de saúde etc. Além disso, as unidades habitacionais não são preparadas para receber os diversos modelos familiares que ocorrem nas comunidades, ofertando habitações com padrões repetidos. Nas figuras 18,19 e 20 é possível observar o padrão das moradias, projeto apresentado pela CEF, órgão que possuía parceria com a COHABRP, é importante observar que mesmo com dimensões distintas, as unidades possuem a mesma distribuição espacial: Diante da falta de eficiente dos órgãos governamentais e das iniciativas privadas
Tabela 9: Conjuntos habitacionais ofertados pelo órgão COHAB-RP em parcerias com entidades públicas e iniciativas privadas. A tabela foi produzida apenas até a primeira construção de conjuntos habitacionais afim de remover os assentamentos que se encontravam em áreas de ruídos devido a presença do aeroporto. Percebe-se que o primeiro conjunto construído com esse intuito foi em 2010 e seu último em 2012 e que os órgãos responsáveis pela atuação são a COHAB-RP em parceria com o a prefeitura municipal de Ribeirão Preto, Governo Federal e CDHU. Atualmente o número de comunidades nesta região sofreu um aumento significante. | Fonte: CDHU, São Paulo, 2019
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Figura 18: Planta Baixa modulada de 42 m². Projeto Caixa Econômica Federal. Fonte: Caixa Econômica Federal, São Paulo, 2007, aput CURY, 2015, p.10
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Figura 19: Planta Baixa modulada de 37 m². Projeto Caixa Econômica Federal. Fonte: Caixa Econômica Federal, São Paulo, 2007, aput CURY, 2015, p.10
Figura 20: Fachada de todas as habitações. Fonte: Caixa Econômica Federal, São Paulo, 2007, aput CURY, 2015, p.10
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MAPA 4: Localização dos conjuntos habitacionais construídos pelo BNH, COHAB, CDHU e PMCMV. Fonte: Secretaria de Planejamento e Gestão Pública de Ribeirão Preto, 2019
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em oferecer qualidades habitacionais e de inserirem as famílias a cidade muitas vezes estas acabam voltando para os assentamentos precários que estavam inseridos, ocorrendo assim um gasto indevido dos agentes além destas famílias continuarem a mercê da criminalização, do preconceito e da violência social Em entrevista com o arquiteto e urbanista Heitor Kooji Mello Matsui, da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública da Prefeitura de Ribeirão Preto para a realização do capítulo, foi apresentado que a COHAB-RP não oferece mais suas atividades em construção de conjuntos habitacionais. Sua função atual é apenas viabilizar os projetos e parcerias para atender os inscritos nos programas. De acordo com o arquiteto também foi possível aderir algumas características dos conjuntos habitacionais construídos: Percebe-se que para a construção dos conjuntos ocorre uma falta de interlocução entre moradores e os órgãos que promovem as políticas públicas habitacionais, a fim de realizarem moradias que atendem as necessidades reais de cada família e de cada morador. A fim de melhorar as habitações, o arquiteto Heitor Kooji, juntamente com os outros arquitetos responsáveis da Secretária de Planejamento de Ribeirão Preto projetaram conjuntos que buscam assistir à população. Os projetos ainda estão no papel, mas é importante citar para demonstrar que há profissionais que estão propondo projetos de qualidade (com
Figura 21: Conjunto Habitacional Wilson Toni. O conjunto caracteriza-se por ser o primeiro conjunto realizado pelo PMCMV. Nota-se como este se localiza em área periférica da cidade, não possuindo nenhum tipo de equipamento projetado ou próximo. Fonte: Heitor Kooji, Secretaria de Planejamento e Gestão Pública de Ribeirão Preto, 2018.
Figura 22: Conjunto Habitacional Wilson Toni. O estacionamento na figura foi construído pelos próprios moderadores do conjunto Fonte: Heitor Kooji, Secretaria de Planejamento e Gestão Pública de Ribeirão Preto, 2018.
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Figura 23: Conjunto Habitacional Itajubá. De acordo com o arquiteto, o conjunto não possui nenhuma relação com o entorno e nenhuma qualidade urbanística. Fonte: Heitor Kooji, Secretaria de Planejamento e Gestão Pública de Ribeirão Preto, 2018.
Figura 24: Conjunto Habitacional Paulo Gomes Romeo. O conjunto buscou remanejar uma comunidade que estava próxima ao aeroporto da cidade, devido a viabilização de sua ampliação. Em seu programa o CHDU, órgão responsável pela construção do conjunto, buscou elaborar um parque no entorno, porém com financiamentos insuficientes isto não foi possível. Fonte: Heitor Kooji, Secretaria de Planejamento e Gestão Pública de Ribeirão Preto, 2018.
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Figura 25: Conjunto Habitacional João Rossi. A implantação do conjunto, em formato “H” é o padrão oferecido pela CEF. | Fonte: Heitor Kooji, Secretaria de Planejamento e Gestão Pública de Ribeirão Preto, 2018.
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Figura 26: Conjunto Habitacional João Rossi. De acordo com o arquiteto, o projeto não oferece diferenciação de uso, ou seja, não possui áreas apropriadas de comércio e serviços para que os moradores possam realizar suas atividades, o que faz que com estes implantem áreas fora do conjunto. Fonte: Heitor Kooji, Secretaria de Planejamento e Gestão Pública de Ribeirão Preto, 2018.
Figura 27: Proposta de projeto para a comunidade Via Norte. | Fonte: Heitor Kooji, Secretaria de Planejamento e Gestão Pública de Ribeirão Preto, 2018.
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Figura 28: Proposta de projeto para a comunidade Ferro Velho. Fonte: Heitor Kooji, Secretaria de Planejamento e Gestão Pública de Ribeirão Preto, 2018.
Figura 29: Proposta de projeto próximos a loteamentos fechados da cidade. | Fonte: Heitor Kooji, Secretaria de Planejamento e Gestão Pública de Ribeirão Preto, 2018.
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Figura 30: Proposta de projeto próxima a loteamentos fechados da cidade Fonte: Heitor Kooji, Secretaria de Planejamento e Gestão Pública de Ribeirão Preto, 2018.
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Figura 31: Proposta de projeto próxima a loteamentos fechados da cidade. Fonte: Heitor Kooji, Secretaria de Planejamento e Gestão Pública de Ribeirão Preto, 2018.
equipamentos públicos, área verde e boa distribuição espacial) e que busca minimizar o déficit habitacional do município. As propostas apresentadas pelos projetos mostrados nas figuras 28,29 30 e 31 é de diminuição das vias de entorno dos condomínios fechados da cidade e construir na quadra limítrofe conjuntos habitacionais para famílias menos abastadas, a fim de dar uma função social aos terrenos não usados e oferecer as famílias as infraestruturas ofertadas aos moradores dos condomínios fechados da cidade. Além disso, as áreas ficariam com maiores vivencias e maior movimento. Após as análises dos dados demonstrados no capítulo 3, podese concluir que as políticas públicas habitacionais presentes em Ribeirão Preto se mostraram ineficientes na concretização de projetos de qualidade para as famílias de baixa renda. Reproduzindo projetos em áreas excludentes da cidade, áreas periféricas que possuem um baixo valor de terra, com ausências de infraestruturas e equipamentos públicos. As construtoras e empreiteiras das obras são, segundo Rolnik, o maior problema para as políticas urbanas e habitacionais, já que ao adensarem a população de baixa renda em loteamentos populares na franja da cidade, concretizam, ainda
mais, a relação de ambiguidade presente na cidade desde seu nascimento. Segundo a urbanista, é importante que ocorra uma maior interlocução entre os provedores de habitações e a população, para que sejam atendidas as necessidades dos moradores e não só a produção de habitações para combater o déficit habitacional, além disso, é importante que a população menos abastada reconheça seus direitos e lute por políticas públicas eficientes. Havendo assim uma maior participação popular na cidade e um reconhecimento da importância do governo e das iniciativas privadas em promover sua função social na cidade. Ainda seguindo o pensamento de Raquel, visto que os conjuntos habitacionais oferecidos não condizem com as necessidades dos moradores, por ficarem longe dos locais de uso cotidiano, como trabalho, escola, lazer etc. ou pela distribuição espacial interior da moradia não readequarem as famílias, estas acabam resolvendo voltar ao seu estado anterior, ou seja, voltam a se fixar em comunidades precárias. Portanto observa-se que a situação de favelização se torna um ciclo infinito e o déficit habitacional difícil de se minimizar.
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23 Retirado de: CDHU 2018: CDHU – Como Funciona. CDHU – Como Funciona. 2018. Disponível em: <https://cdhu.net/cdhu-como-funciona.html>. Acesso em: 25 abr. 2019.
A Secretaria de Estado da Habitação de São Paulo, em parceria com o CDHU é responsável pela Política Habitacional do Governo do Estado de São Paulo. O órgão traça diretrizes, estabelece metas, planeja e desenvolve programas específicos para o atendimento habitacional da população de baixa renda, com rendimento entre um e dez salários mínimos com foco principal naqueles com renda entre um e três salários. 24
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3 LEITURA PROJETUAL
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Com o intuito de entender as propostas feitas até hoje para combater o déficit habitacional, foram escolhidos para dar sequência ao trabalho, três projetos que possuem em comum o objetivo de lidar com o programa de habitação de interesse social, apesar de possuírem escalas totalmente distintas. Os projetos estudados serão: Unite D’Habitation de Masella, principal expoente modernista de Le Corbusier, consagra uma realidade européia da década de 50, com o objetivo de sanar com o déficit habitacional trazido pela guerra. A concepção do edifício não foi estudar uma comunidade em específico, como será feito no presente trabalho, porém é importante para entender a velocidade em que foi solucionado a falta de moradias, além de compreender que o problema habitacional não é uma realidade atual. O projeto possui uma escala macro, extremamente verticalizado e sofre de um processo seriado com casas autônomas e dimensões mínimas. Villa Verde, ultima experiência contemporânea internacional do grupo Elemental e o Projeto de Urbanização Jardim Lidiane, projetado pelo Arquitetos Andrade Morettin, uma realidade contemporânea nacional do ano de 2011, ainda em construção. Ambos possuem como ponto de partida promover com conjunto habitacional para comunidades especificas afim de trazer para o projeto as relações simbólicas e as necessidades reais da população. Os dois dialogam com o ideia da não verticalização exacerbada dos edifícios
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afim de entender que as comunidades vivem em casas isoladas no lote, com quintais, criação de animais e plantações para a subsistência na alimentação. O objetivo final é fazer com que a comunidade permaneça nos conjuntos projetados afim de não ferir a memória, os simbolismos e as necessidades reais das famílias. Portanto possuem o mesmo partido realizado no presente trabalho.
UNITE D’ HABITATION DE MARSELLA LE CORBUSIER
Figura 32: Unite D’ Habitation de Marsella Fonte: Archdaily
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SISTEMA MODULAR O criação do projeto deu a oportunidade de Le Corbusier implementar suas teorias da proporção de escala, esse sistema, classificado como sistema de módulo, desenvolvido em 1950, substitui a métrica tradicional pelas medições baseadas no serhumano. Essesistema foi importante para a distribuição de bens e serviços servindo de suporte para as unidades habitacionais, respondendo as necessidades de seus moradores e garantindo uma autonomia operacional.
FICHA TÉCNICA -Arquiteto: Le Corbusier -Localização: Marselha, França -Ano do projeto: 1946-1952 -Dimensões: 140m de comp., 24m de largura e 56m de altura -Pavimentos: 18 pavimentos com 58 apartamentos cada -Materiais usados: concreto aparente e acabamento de vidro -Estilo: Modernismo CONTEXTO A proposta de implantação do Conjunto Habitacional Unite D’ Habitation de Marselha veio o déficit habitacional causado na Europa após a Segunda Guerra Mundial em 1947. O arquiteto Le Corbusier foi contratado afim de realocar a parcela da população de Marselha, que sofria com a falta de moradias. OBJETIVO Oferecer habitação para cerca de 1600 moradores desamparados após a Segunda Guerra Mundial. Le Corbusier projetou com o objetivo de manter a vida comunitária dos moradores, afim destes não apenas habitar o edifício, mas se divertirem e se socializarem, formando uma pequena “cidade jardim vertical”. No projeto, o arquiteto buscou trazer todo o seu estudo e teorias do sistema Modulor, ou seja, a criação de ambientes dentro das proporções humanas que possibilitava abrigar um grande número de pessoas. a
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Figura 34: Sistema Modulor Fonte: Archdaily
Figura 33 : Sistema Modulor nos detalhes do conjunto Fonte: Archdaily
ESPAÇO O edifício possui 18 pavimentos e 58 apartamentos para abrigar cerca de 1600 pessoas. Há uma operação interna de mais de 26 serviços independentes em seu interior. Os apartamentos dupléx são acessíveis a um grande corredor interno de três andares. O projeto consta com uma área comercial de dois andares que se estende ao longo de 135 m do prédio, levando as alas de reuniões, um restaurante, um hotel, uma lavanderia, etc. Outro aspecto interessante é o uso do telhado como um centro de convivência,incluindo uma pista de atletismo de 300 metros, um ginásio aberto, um clube, um centro de enfermagem, um berçário e um espaço social
A CIDADE Unite D’ Habitation de Marselha localizase em Marselha, França, segunda maior cidade da França. A cidade possui cerca de 240,62 km² e uma população média de 1.601.095 habitantes. Sua economia é dominada pelo novo porto, o mais importante da França e um dos mais importantes do Mar Mediterrâneo. ENTORNO IMEDIATO Ao observar o entorno do conjunto habitacional, observa-se uma concentração de projetos de uso misto, o que facilita a interação dos moradores com a cidade. Toda sua quadra sofre integração com a natureza, principalmente pelo projeto estar alocado em uma área próxima a uma parque e pela cidade valorizar a qualidade vegetativa das ruas, praças e quadras. Por ser uma cidade com grande influencia econômica, percebe-se que em volta do conjunto existem todos os tipos de comércios, serviços e equipamentos diversificados, o que facilita o cotidiano dos moradores, além destes edifícios possuírem um gabarito mais elevado.
Figura 35: Diagrama do conjunto Fonte: Pinterest
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Figura 39: O objeto no entorno imediato Fonte: Google Earth
Figura 36: O objeto na cidade | Fonte: Archdaily
Figura 37: O objeto no entorno imediato | Fonte: Google Earth
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Figura 38: O conjunto na quadra Fonte: Archdaily
VISÃO SERIAL As imagens retiradas do Google Earth exemplificam a qualidade vegetativa do entorno do projeto. A rua local que dá acesso ao edifício possui por todo o seu percurso vegetações de diversas espécies e de diversos tamanhos. Muitas vezes, como visto nas figuras 41, 42 e 43 devido as alturas das árvores se torna difícil observar – pelo olhar do pedestre –elementos que estão presentes no entorno.
Figura 41: Esquina da Av. Guy de Maupassant com a Av. Boulevard Michelet Fonte: Google Earth
Figura 42: Av. Boulevard Michelet Fonte: Google Earth
Figura 40: Localização da visão seria l Fonte: Google Earth
Figura 43 Av. Boulevard Michelet Fonte: Google Earth
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IMPLANTAÇÃO O projeto foi inserido em uma quadra quadrilateral, de forma com que esta ficasse livre e com amplos acessos. A configuração do edifício, rompe com o formato da quadra tradicional e enfatiza o edifício em seu entorno, já que os outros edifícios a sua volta estão alocados de modo habitual. O arquiteto buscou organizar os acessos de forma com que uma rota de caminhos cercasse a unidade, facilitando os acessos dos pedestrese dos veículos, garantindo a integração do edifício com seu entorno e dos moradores com a cidade. Observa-se na figura 48 que o acesso principal das habitações do edifício se faz pela Rua Impasse Marie de Sorminou, rua de menor movimento comparada coma ampla Avenida Boulevard Michelet. Paralela a esta rua, encontra-se também espaçospúblicos como uma quadra de esporte e uma praça com equipamentos de lazer. Pode-se considerar que toda a quadra se faz com espaços para pedestres já que com as amplas ruas este consegue permear pelo entorno do projeto de forma ilimitada, além da grande concentração de vegetação, que garante qualidade espacial para os moradores. Ao criar os caminhos que percorrem a quadra do conjunto, o arquiteto possibilitou que um amplo acesso de pedestres fosse ligado ao desenho dos caminhos do parque – que se encontra na rua paralela ao projeto Unite D’ Habitation. É como se o parque “chamasse” o morador para ser não só um elemento de passagem, mas sim um local de convívio, ocorrendo uma integração direta do jardim com o conjunto.
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LEGENDA
Figura 44: Implantação Fonte: Gogle Earth
Figura 45: Interação entre parque e projeto | Fonte: Google Earth
Figura 46: Vista 1 Fonte: Gogle Earth
Figura 47: Vista 2 Fonte: Google Earth
Figura 48: Vista 3 Fonte: Google Earth
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CONDICIONANTE NATURAL O edifício, por estar locado de forma obliqua na quadra, faz com que a insolação que rebate nos apartamentos sejam com pouca incidência. Os balcões com brise-soleil impedem a insolação direta nas habitações, sem impedir a ventilação cruzada. Para adquirir maior conforto térmico foi distribuído um sistema de distribuição de ar por meio de dutos de entrada e saída de ar . A topografia da quadra é irregular, porém possui inclinações menos acentuada, sendo 12 metros a mínima e 18 metros a máxima. Portanto os pilotis que sustentam o bloco se adaptam as pequenas inclinações da quadra.
Figura 50: Corte Transversal Fonte: Archdaily
Figura 49: TerrenoFonte: Google Earth
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Figura 51: Fachada Fonte: Archdaily
Figura 52: Perfil de inclinação do terreno Fonte: Archdaily
1- Fachada Livre: Apesar do edifício possuir cores diversas para diferenciar cada apartamento, percebe-se que o uso destas se faz sutil,deixando o projeto limpo e claro. 2- Janelas em Fita: Por mais as janelas dos apartamentos formem um desenho quadrada, percebe-se que nos intervalos de um andar para outro, o arquiteto não deixa de representar o desenho de uma fita.
3- Pilotis: Destaca-se o grande edifício estar elevado sobre pilotis, estratégia que possibilita deixar o térreo livre e criar espaços de convivência, estar e repouso nas áreas cobertas para os moradores.
OS 5 PONTOS DE LE CORBUSIER Ao observar o edifício em o período emque ele foi inserido na cidade, era do modernismo, é importante verificar os 5 principais pontos da arquitetura moderna difundida por Le Corbusier e seu projeto
4- Terraço Jardim: Este item se torna importante e uma simples questão funcional para possibilitar que os moradores tenham um vivencia saudável através de espaços ensolarados. 5- Planta Livre: Percebe-se na figura a separação e desvinculação entre estrutura e paredes divisórias. Garantindo ao edifício amplos espaços para circulação dos moradores.
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VOLUMETRIA O plano horizontal e vertical do projeto formam um desenho simples na implantação, de um grande bloco retangular. Este se fixa sobre pilotis, se elevando e deixandoo térreo livre para a passagem de pedestres. Sua forma favorece a distribuição dos apartamentos, formando o tradicional “corredor”.
SISTEMA CONSTRUTIVO Na planta estão localizados os pilares que sustentam o edifício gerando uma livre circulação (planta livre). A estrutura coincide com os módulosdas habitações, ou seja, a partir dos pilares são criados os apartamentos, dessa forma os andarem possuem uma única circulação livre (corredor). A estrutura do edifício é formada por vigas e pilares de concreto armado formando uma grelha estrutural conectado ao solo por pilotis. Seu sistema estrutural é independente, criando uma planta livre, ou seja, sua estrutura não depende dos fechamentos internos.
Figura 53: Perspectiva do conjunto Fonte: Pinterest
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Figura 54: Pilares Fonte: Archdaily
Figura 55: Planta Baixa Térreo. Fonte: WikiArquitecture
Figura 57: Corte Transversal. Fonte: Archdaily
Figura 56: Planta Baixa Pav. Tipo. Em destaque para os apartamentos. Fonte: WikiArquitecture
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CIRCULAÇÃO A comunicação interior e exterior do edifício se faz por meio de circulações verticais. Estas dão acesso a corredores horizontas que consequentemente dão acesso as moradias. A circulação horizontal se faz na parte central de cada andar dividindo as habitações para as duas periferias do conjunto que se repetem em todos os andares.
Figura 59: Elevação Fonte: BELEZINI, 2017
Figura 60: Planta Baixa Pav. Em destaque as circulações verticais e horizontais Tipo Fonte: WikiArquitecture
Figura 58: Caixa de escada externa que da acesso ao pavimento de setor público (comércios e serviços) Fonte: Pinterest
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Figura 61: Corte. Em destauqe o andar de comérdio e serviço Fonte: Archdaily
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL O edifício possui em seu interior um setor voltado ao público, oferecendo comércios e serviços aos moradores e ao público do entorno, podendo, portanto, considerar um conjunto habitacional de uso misto. Dentre os serviços oferecidos, pode-se ressaltar: creche, posto de saúde, comércios, restaurante, etc.
Figura 62: Circulação horizontal Fonte: Pinterest
Figura 63: Circulação horizontal do andar comercial Fonte: Pinterest
Figura 64: Corte Transversal Fonte: Archdaily
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Figura 65: Área Comercial Fonte: Pinterest
Figura 66: Área Comercial Fonte: Pinterest
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Figura 67: Área Comercial Fonte: Pinterest
Figura 68: Cobertura Fonte: Pinterest
Figura 70: Creche Fonte: Pinterest
Figura 69: Corte Fonte: Archdaily
Figura 71: Interior da unidade Fonte: Pinterest
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O edifício possui em sua composição o encaixe de dois apartamentos dupléx, unidos por um circulação central. Essa disposição foi prevista para que o arquiteto pudesse minimizar a metragem de cada unidade afim de propor maior número demoradiasdentro de um único edifício verticalizado. Apesar de suas pequenas dimensões (98 m²) o apartamento foi projetado para abrigar cerca de 1 a 8 pessoas por família, isto é possível devido sua planta flexível que consegue abrigar diferentes usos em uma só unidade. Para que ocorresse maior ventilação e iluminação no ambiente foi projetado uma janela de grande dimensões que se compatibiliza como pé direito duplo de cada habitação.
Figura 72: Planta Baixa apartamentos “tipo” superior Fonte: EDITABLEFILES, 2018.
Figura 73: Planta Baixa Central Fonte: EDITABLEFILES, 2018.
Figura 74: Planta Baixa Apartamentos “tipo” inferior Fonte: EDITABLEFILES, 2018
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Figura 75: Perspectiva Pavimento Tipo Fonte: EDITABLEFILES, 2018.
Figura 77: Interior de uma unidade Fonte: Pinterest
Figura 76: Habitaciona Pinterest
Unidade Fonte:
Figura 78: Interior de uma unidade Fonte: Pinterest
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Figura 79: Unidade tipo superior Fonte: Pinterest
Figura 80: Unidade tipo central Fonte: Pinterest
Figura 81: Unidade tipo superior Fonte: Pinterest
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As divisões dos ambientes são amplas devido a falta de elementos divisórios, sendo assim uma planta livre que garantemcom que os moradores o adapte conform e suas necessidades. As áreas molhadas foram localizadas somente em uma face do edifício, criando somente um eixo hidráulico que permite atender os dois andares da unidade habitacional. Localizalos também em somente uma face do edifício faz com que ocorra uma estratégia de viabilidade e flexibilidade da obra.
COBERTURA Na cobertura foi proposto equipamentos de uso dos moradores para que estes aproveitem o máximo do edifício. Le Corbusier quis dar aos moradores não só a ideia de morada, mas sim de viver com qualidade e contemplação.
Figura 82: Interior de uma unidade Fonte: Pinterest
Figura 83: Interior de uma unidade Fonte: Pinteres
Figura 84: Crianças brincando na cobertura Fonte: Pinterest
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Figura 85: Cobertura Fonte: BELEZINI, 2017.
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RELEVÂNCIA PROJETUAL O projeto traz como principal ponto de relevância seu contexto histórico e a urgência em se construir moradias aos moradores de Marselha. Diante disso, Le Corbusier constrói um edifico de múltiplos pavimentos para sanar com o déficit habitacional com urgência. O conjunto foi implantado na quadra de forma oblíqua, diferente de todo o seu entorno, o que dá uma maior visibilidade no projeto e além disso ajuda na baixa incidência de luz solar. Assim como nos outros projetos estudados, seu interior também consegue ser de acordo com as necessidades de cada morador. É de importância salientar a qualidade dos equipamentos trazidos e a qualidade vegetativa do entorno e da quadra, o que dá ao morador uma melhor qualidade de vida, fazendo-o não apenas viver no edifico, mas contempla-lo.
CONJUNTO HABITACIONAL VILLA VERDE - ELEMENTAL
Figura 86: Conjunto Villa Verde Fonte: Archdaily
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FICHA TÉCNICA -Arquiteto: ELEMENTAL -Localização: Constituición, Região Maule, Chile -Área: 5688 m² -Ano do projeto: 2010 -Engenheiro Estrutural: Patricio Berthlot -Engenheiro Civil e Hidráulica: Fernando Montoya CONTEXTO A proposta de implantação do Conjunto Habitacional Villa Verde ocorreu após a cidade de Constituición vivenciar um terremoto e uma tsunami (conhecido como 27F) em 27 de fevereiro de 2010. Todas construções que se localizavam próximas ao rio Maule ficaram soterradas e as famílias sem suas casas. O projeto é um dos principais objetos para a reconstrução da cidade, em uma tentativa para minimizar as consequências das intempéries naturais. O subsídio habitacional foi ofertado em 2009 pela empresa florestal Arauco a fim de apoiar seus trabalhadores no processo de reaquisição da casa própria.
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OBJETIVO Oferecer habitação própria para 484 famílias que viviamemuma área de risco ambiental (próximas ao rio Maule) e perderam tudo com a ocorrência de um tsumanie um terremoto na cidade de Constituición em 2010. O objetivo principal foi desenvolver uma tipologia inovadora de forma econômica, realocando as famílias para um local próximo da onde estavam,afim de perpetuar sentimentos infraestruturais e simbólicos da comunidade com o local. Para isso ocorreram diálogos com a comunidade afim de diagnosticar problemas e proporcionar casas que respondessem todas aas questões dos moradores. A flexibilidade construtiva foi uma resposta para solucionar as necessidades da.
A CIDADE O Conjunto Habitacional Villa Verde localiza-se em Constituición, Região do Maule no Chile. A cidade possui cerca de 1.343,6 km² e uma população média de 47 mil habitantes (2002). Portanto uma cidade de porte pequeno. Sua economia é baseada na madeira e sua topografia é acentuada, possuindo grandes colinas verdes e se localizando na encosta do mar. .
PROBLEMA x SOLUÇÃO Problema: Pouco capital: De acordo com os parâmetros de Aravena, para uma família média viver bem é necessário que a habitação tenha aproximadamente 80 m², ou seja, de 20 a 16 m² por pessoa (considerando uma família de 4 a 5 pessoas), porém com o capital fornecido a medida não conseguiria ser atingida. Solução: Arquitetura participativa. A soluçãodada foi construir e entregar metade de uma casa boa (40m²) e oferecer ao morador o poder de aumentar o espaço de acordo comas suas necessidades. Portanto por mais que o espaço físico tenha diminuído para 9m² por pessoa as casas obtiveram características individuais entre si devido a sua arquitetura participativa inovadora.
ENTORNO IMEDIATO Ao observar os arredores do conjunto verifica-se o predomínio de unidades habitacionais, o que caracteriza uma forte relação de vizinhança do projeto com seu entorno. O projeto é rodeado por uma praia e por uma floresta. Como exemplicado nas figuras, aoredor do conjunto habitacional há setores de comércios, serviços e equipamentos que abrangem uma escala micro (mercado, hospital e alguns mercadinhos informais). Ao contrário dos equipamentos de lazer, como o parque, jardim e mirante que abrange uma escala macro (arrisca-se dizer que pelo conjunto estar em uma área próxima a uma praia, este atrai turistas de diversas localidades, por isso a presença de camping, parques, mirante e restaurantes derivados). Devido o conjunto estar em uma área periférica em desenvolvimento há a escassez de equipamentos públicos como escolas, creches, etc. Figura 87: Diagrama solução de habitação Fonte: VOLPE, 2019 62
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Figura 88: O objeto na cidade Fonte: Google Earth
Figura 90: O conjunto implantado no terreno (Implantação) Fonte: Archdaily
Figura 89: O objeto no entorno imediato Fonte: Google Earth
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VISÃO GERAL As imagens retiradas do google earth mostram o conjunto ainda em sua fase de construção, porém já é possível identificar elementos do entorno que caracterizam o projeto. Verifica-se que por ser uma área periférica em modernização, o calçamento de pedestres e automóveis não possuem uma delimitação exata, além de se observar pouca qualidade vegetativa (o que potencializa a floresta em que o conjunto esta próximo). Em respeito ao padrão tipológico do entorno imediato, o conjunto segue a linha de unidades habitacionais em sentido horizontal e com baixo gabarito.
Figura 92: Início da Rua Loncomilla Fonte: Google Maps
Figura 93: Rua Loncomilla com Rua Rio Claro Fonte: Google Maps
Figura 91: Localização da visão serial Fonte: Google Maps
Figura 94: Final da rua Loncomilla Fonte: Google Maps
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IMPLANTAÇÃO O projeto foi concebido para que os moradores tivessem um maior grau de proximidade entre si. Para que isso acontecesse, foram projetadas um misto de casas isoladas no lote (lotes retangulares com dimensionamento de 6.30 x 11.00 cm) e organizados pátios centrais a cada quadra como objetivo de ser um núcleo de convívio entre os habitantes. Foram localizados também equipamentos públicos emáreas bem localizadas do terreno, conectando os três blocos de quadras do conjunto afim de ficarem próximas de todos os moradores. As quadras possuem um traçado regular , são homogêneas e regulares, assim todas condicionam as mesmas atividades e estabelecem uma hierarquia habitacional formando um edifício horizontal germinado de casas com duplo pavimento. Para o acesso destas há vias de maior dimensionamento que coletam os automóveis e os distribuem para as ruas locais/centrais a cada quadra -servindo também de estacionamento para os moradores. Os pedestres conseguem circular de forma livre, devido a presença de amplas calçadas.
Figura 95 Implantação Fonte: Archdaily
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Figura 96: Pรกtio Interno Fonte: Google Earth
Figura 97: Via Coletora Fonte: Google Earth
Figura 98: - Via de pedestres Fonte: Google Eart
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CONDICIONANTE NATURAL A cidade possui um clima fresco onde sua temperatura varia em torno de 6 °C a 20 ° C, a partir disso pode-se considerar que dentro da conjunto a temperatura é muito mais amena, devido este estar rodeado por vegetação. As janelas sempre voltadas para algum pátio ajuda a conter a entrada de muito sol nos ambientes. A topografia do local onde foi implantado o conjunto leva características da cidade. Seu terreno possui grandes inclinações, sendo sua máxima 130 metros e a mínima 114 metros. Para alocar partes das habitações na área de maior inclinação foi construído um muro de arrimo e as casas foram inseridas de forma escalonada, ou seja, possuem níveis diferentes.
Figura 100: Topografia Fonte: Google Earth
Figura 99: Conjunto Villa Verde Fonte: Archdaily
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Figura 101: Perfil de Inclinação do terreno Fonte: Google Earth
UNIDADE DE VIZINHANÇA A concepção da unidade de vizinhança partiu primeiramente da criação de um vazio para depois definir e projetar um cheio, ou seja, inicialmente se constrói o pátio interno das quadras para depois distribuir as habitações em sua volta. Todas as moradias possuem a possibilidade de extensão que devem ser produzidas pelos próprios moradores. De acordo com o arquiteto o projeto consiste em casas isoladas no lote formando um edifício horizontal germinado.
Figura 104: Unidades habitacionais após expansão Fonte: Archdaily
Figura 103: unidade de vizinhança
Figura 102: Implantação Fonte: Archdaily
Figura 105: Expansão da unidade Fonte: Pinterest
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VOLUMETRIA A volumetria do objeto faz releitura do arquétipo da casa, ou seja, compõe através das linhas o desenho da casa tradicional conhecida pelo ser humano. Por meio disso o arquiteto replica as habitações criando um edifício horizontal de casas (sobrados) isoladas no lote.
SISTEMA CONSTRUTIVO O projeto foi estruturado em sistema woodframe, produzindo estrutura pré fabricada em um sistema de montagem a partir da madeira de reflorestamento (pinus), elemento que também se faz presente na concepção da materialidade das habitações, em conjunto com o vidro. A facilidade deste sistema utilizado permite que sua construção seja finalizada em um curto período de tempo, além de possuir um baixo consumo de energia no processamento. A estrutura possui materiais de isolamento térmico afim de se obter conforto térmico no interior das habitações, já que o clima da cidade possui baixas temperaturas.
REPLICAÇÃO
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Figura 106: das unidades Archdaily
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Vista Fonte:
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Figura 107: Unidades Fonte: Archdaily
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Figura 109: Unidades em Construção Fonte: Archdaily
Figura 110: Unidades em Construção Fonte: Archdaily Figura 108: Diagrama Estrutural Fonte: Archdaily
Figura 111: Unidades em Construção Fonte: Archdaily
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FECHAMENTOS E ABERTURAS
Figura 112: Sistema Construtivo Fonte: Archdaily
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Nota-se que as habitações possuem uma ventilação cruzada, ou seja, as aberturas estão em paredes opostas ou adjacentes, facilitando que o ar circule com mais velocidade dentro da casa. Como as paredes que se encontram as janelassão estruturais, estas possuem um formato retangular (em fita). Esse formato ajuda a não ocorrer problemas relacionados a estruturação das habitações. As residências possuem uma clarabóia, o que facilita uma maior ventilação e iluminação no interior dos ambientes. Considerando o entorno imediato do projeto (presença de vegetação) e a forma como as habitações são alocadas na implantação (todas voltadas para uma quadra central) permeia dizer que as casas não possuem grande incidência solar. Em primeiro momento, na planta original, o acesso principal dá-se a partir da lateral da residência, quando esta se expandi o acesso fica a critério do morador.
Figura 116: Vista Lateral Fonte: Archdaily
Figura 113: Vista 1 Fonte: Archdaily
Figura 114: Clarabรณia Fonte: Archdaily
Figura 115: Vista 2 Fonte: Archdaily
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Figura 117: Planta Baixa Térreo -Original Fonte: Acervo Pessoal Elemental
Figura 118: Planta Baixa 1º Pav.-Original Fonte: Acervo Pessoal Elemental
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Figura 119: Planta Baixa Térreo – pós expansão Fonte: Acervo Pessoal Elemental
Figura 120: Planta Baixa 1º Pav.-pós expansão Fonte: Acervo Pessoal Elemental
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL Os espaços interiores da habitação são bem distribuídos, mesmo quando este possui seu tamanho mínimo de 40 m². Observa-se na planta de layout que todos os mobiliários são bem alocados, além de serem o suficiente para atender as necessidades dos moradores. As áreas comuns como cozinha, sala de estar, salade jantar e banheiro permanecem no andar térreo, mesmo quando ocorre a expansão da habitação, já áreas mais privativas como os dormitórios se localizam no primeiro andar da casa (é presente tanto na planta original quanto na planta expandida uma escada, o que facilita um único fluxo de circulação vertical na residência). Este pode também estar alocado no andar térreo caso o morador deseje durante a expansão da moradia. As áreas molhadas por estarem próximas e em um único eixo facilitam as instalações hidráulicas antes e após a expansão, já que estas permanecem no mesmo local independente da metragem da residência.
Figura 121: Corte A-A Fonte: Acervo Pessoal Elemental
Figura 122: Corte B-B Fonte: Acervo Pessoal Elemental
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Figura 124: Unidades pós expasão Fonte: Archdaily
Figura 123: Planta Baixa Térreo -original Fonte: Acervo Pessoal Elemental Figura 125: Interior da unidade Fonte: Archdaily
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Figura 126: Interior da unidade Fonte: Archdaily
Figura 127: Planta Baixa Térreo -original Fonte: Acervo Pessoal Elementa
Figura 128: Planta Baixa Térreo -pós expansão Fonte: Acervo Pessoal Elemental
Figura 129: Planta Baixa 1º Pav.- Original Fonte: Acervo Pessoal Elemental
Figura 130: Planta Baixa 1º Pav.- pós expansão Fonte: Acervo Pessoal Elemental
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RELEVÂNCIA PROJETUAL O conjunto habitacional Villa Verde tem como principal característica de projeto a construção de habitações para uma comunidade específica, remanejando-a para um local próximo que já estavam instaladas, mantendo assim, todos os simbolismos e valores dos moradores com o local. Além disso, as habitações projetadas foram desenvolvidas de acordo com as necessidades reais dos moradores após um longo processo de levantamento e conversas com toda a comunidade. É de relevância a forma com que as habitações foram dispostas na quadra e em toda a implantação. Ao projetar inicialmente o pátio central, é garantido que cada quadra possui uma pequena área de lazer, independente dos equipamentos públicos também implantados no conjunto. As unidades independentes no lote fortalecem a relação de vizinhança do morador. O ponto mais importante é a possibilidade de expansão das unidades conforme as necessidades dos moradores reforçando a ligação das famílias com suas moradias e tornando-as únicas no conjunto.
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CONJUNTO HABITACIONAL JARDIM LIDIANE ANDRADE MORETTIN
Figura 131: Conjunto Jardim Lidiane Fonte: Acervo Andrade Morettin
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FICHA TÉCNICA -Arquitetos: Andrade MorettinArquitetos Carlos Eduardo Miller (coord.), Beatriz Moretti,Fabio Ucella, Flora Fujii, Lauro Rocha e Valeria Mónigo -Projeto: Urbalização e Remanjamento da comunidade Sampaio Correia. -Localização: Limão, Casa Verde, São Paulo. -Área do terreno: 11.146m² -Área do construída: 17.944 m² -Ano do projeto: 2011 -Pavimentos: Térreo + 4 pav. -Unidades: 250 Uhs -Investimento:R$ 55 milhões (R$ 31 milhões do FMSAI e R$ 12 milhões da CDHU)
OBJETIVO A Secretaria Municipal de Habitação, contratou a equipe Andrade Morettin projetar um conjunto habitacional e promover uma urbanização da comunidade Sampaio Correa, composta por 1.750 famílias, localizada junto a uma alça direcional da Margem Tietê, zona norte de São Paulo. Diante disso, após levantar todos os dados da comunidade, o equipe remanejou 27 unidades habitacionais, que obtinham sérios problemas de habitabilidade, para uma área próxima a comunidade e obteve como diretriz principal implantar áreas de convívio e lazerparaas famílias que iriam residir no conjunto.
CONTEXTO A proposta da Secretaria Municipal de Habitação em contratar a equipe surge afim de realizar um programa de consolidação da comunidade para que esta não fosse expulsa do local, já que estão localizados em uma área a meandros do rio, área de propriedade fundiária, ou seja , terrenos sem escritura de propriedade.
COMUNIDADE SAMPAIO CORREIA De acordo com a equipe, a comunidade encontra-se em uma região de franca transformação na cidade, pois as antigas industrias ali localizadas, estão migrando para fora do perímetro urbano da cidade, fazendo com que cresça o número de unidades habitacionais do entorno. Porém este encontra-se inóspito, com carência de infraestrutura, comércios, serviços e áreas de lazer para os moradores. Ao lado da comunidade há um crescimento de um bairro de classe média, o que faz com que a rua comercial, criada pelos moradores da comunidade, gere uma inclusão social destes como novo bairro. A comunidade que antes era definida por uma ocupação com propriedades irregulares, foi divida
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em 5 parcelas, devido a desocupação que ocorreu após o solo ceder. Foram remanejadas para um conjunto habitacional denominado Cingapura e um conjunto produzido pela CHDU. As habitações da comunidades se caracterizam por serem de dois pavimentos, sendo uma habitação para uma família no andar térreo e outra no pavimento acima,ou quando ocorre a presença de comércios e serviços, isto se inverte. Os comércios e serviços da comunidade são dos próprios moradores, garantindo a renda familiar, o que é uma grande premissa de projeto futuro. A infraestrutura do local é inexistente, com esgoto a céu aberto, precariedades elétricas e grandes ocorrências de alagamentos.
Figura 133: Parcelamento Fonte: Acervo Andrade Morettin
Figura 134: A comunidade Fonte: Palestra do arquiteto e urbanista Vinicius Hernandes de Andrade para AAEARP
Figura 132 Bairro de classe média e área comercial Fonte: Palestra do arquiteto e urbanista Vinicius Hernandes de Andrade para AAEARP.
Figura 135: A comunidade Fonte: Palestra do arquiteto e urbanista Vinicius Hernandes de Andrade para AAEARP.
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A CIDADE O conjunto habitacional Jardim Lidiane localiza-se na cidade de São Paulo, metrópole que possui, atualmente, um alto índice de déficit habitacional e inúmeras moradias em estados precários de habitabilidade. A cidade possui cerca de 1.521.11 km² e mais e 12 milhões de habitantes e possui grandes influencias econômicas, politicas e culturais no país.
Figura 136: O objeto na cidade Fonte: Google Earth
Figura 137: O objeto no entorno imediato Fonte:Google Earth
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ENTORNO IMEDIATO O projeto localiza-se em uma comunidade na área periférica de São Paulo (zona norte), portanto possui uma maior precariedade nas tipologias habitacionais. O us Figura 160: O objeto no entorno imediato Fonte:Google Earth o da região é de uso misto devido ao grande número de comércios e serviços dos próprios moradores. O conjunto está bem situado bem próximo do rio e Marginal Tietê, via mais movimentada da cidade.
Figura 139 : O conjunto na quadra Fonte: Andrade Morettin
Figura 138: O objeto no entorno imediato Fonte:Google Earth
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VISÃO SERIAL As imagens retiradas do Google Earth mostram o edifício ainda em construção. As imagens de aproximação do conjunto exemplificam as características já citadas, como o uso misto do entorno. Encontra-se nas proximidades outros conjuntos habitacionais. A área possui grande falta de qualidade vegetativa.
Figura 141: Rua Sampaio Corrêa Fonte: Google Earth
Figura 142: Rua Sampaio Corrêa Fonte: Google Earth
Figura 140: Localização da visão serial Fonte: Google Maps
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Figura 143: Rua Sampaio Corrêa Fonte: Google Earth
IMPLANTAÇÃO
A premissa de implantação do projeto no terreno parte do pressuposto de deixar um vazio central para uma área de convívio entre os moradores,ouseja, os blocos habitacionais surgem a partir do vazio central, determinando assim o desenho do projeto. Em torno disso, observase que a grande quadra que permeia o conjunto se faz toda para pedestres, valorizando os moradores dos edifícios. Os grandes vazios projetados, garantem uma maior qualidade vegetativa ao entorno, já que a área se faz precária em relação a isto. Após um longo trabalho de levantamento de pontos de acesso para atender as moradias, estabeleceuse uma nova rede de circulação em toda a comunidade e seu entorno, intervindo também em sua infraestrutura.
Figura 144: Implantação Fonte: Acervo Andrade Morettin
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A comunidade possuía um grande problema com circulação interna e de entorno, fazendo com que houvesse grande dificuldade de acesso dos meios de transporte na área, principalmente caminhões de coleta de lixo, o que piora a situação de alagamento na área. Devido isto, a equipe interviu nos eixos de circulação ampliando as ruas e criando um novo acesso ao conjunto projetado. Figura 145: Conjunto em maquete, demonstração do equipamento público Fonte: Acervo Andrade Morettin
Figura 146: Demonstração de equipamentos públicos no conjunto Fonte: Acervo Andrade Morettin
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Figura 147: Inexistência de vias Fonte: Acervo Andrade Morettin
Figura 148: Premissa de projeto para construção de Vias Fonte: Acervo Andrade Morettin
Figura 149: Vazio central determinando o desenho da implantação Fonte: Acervo Andrade Morettin
Figura 150: Vias de acesso Fonte: Acervo Andrade Morettin
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CONDICIONANTE NATURAL O blocos do conjunto foram inseridos de forma obliqua na implantação e suas janelas recuadas na fachada, fazendo com que a insolação de rebatimento do sol seja de pouca incidência. A topografia da quadra é irregular, variando suas inclinações de 726 metros a 729 metros nos pontos periféricos da quadra, porém a área central do conjunto onde estão alocados os blocos, possui uma inclinação de apenas 2 metros, que distribuídas ao longo do terreno é imperceptível. Para minimizar os índices de alagamento da área, foi proposto um grande piscinão para recolher a água.
Figura 151: Corte Fonte: Acervo Andrade Morettin
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Figura 152: Marcação do terreno Fonte: Google Earth
Figura 153: Perfil de Inclinação do terreno Fonte: Google Earth
SISTEMA CONSTRUTIVO O sistema construtivo, em que as paredes produzidas de blocos de concreto, possuem o papel de vedação e estruturação do conjunto, suportando as cargas das paredes, laje, cobertura e dos moradores.
Figura 154: Construção em alvenaria estrutural. Edifício ainda em construção. Fonte: Google Earth
Figura 155: Corte Transversal Fonte: Acervo Andrade Morettin
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VOLUMETRIA E ABERTURAS As linhas horizontais e verticais do conjunto formam uma forma simples na implantação. O conjunto é formado por 4 blocos de 8 prédios. Estes são interligados por passarelas e escadas em seu centro, ocasionando uma abertura central de cada bloco. Seu formato e disposição na quadra faz com que o edifício ganhe uma visibilidade na paisagem urbana. O edifício se faz com janelas retangulares em fita devido seu sistema construtivo de alvenaria estrutural. Esta é encontrada em ambas as faces do conjunto, o que garante uma ventilação cruzada na unidade habitacional.
Figura 157: Aberturas Fonte: Acervo Andrade Morettin
Figura 156: Maquete do conjunto Fonte: Acervo Andrade Morettin
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Figura 158: Corte Longitudinal Fonte: Acervo Andrade Morettin
Figura 159: Escadas e cobertura Fonte: Nitsche Arquitetos
Figura 160: Unidade tipo Fonte: Acervo Andrade Morettin
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CIRCULAÇÃO A circulação horizontal do edifício se faz presente por passarelas centrais que interligam dois blocos de edifícios. Estas levam o morador até sua moradias ou até sacadas de uso comum. Para se chegar as passarelas, foram projetadas 2 caixas de escadas em cada bloco do conjunto. Tanto a passarelas quando as escadas são cobertas por uma cobertura translúcida e solta, tornando-as iluminadas e ventiladas.
Figura 161: Unidade tipo Fonte: Acervo Andrade Morettin
Figura 162: Elevação Oeste Fonte: Acervo Andrade Morettin
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Figura 163: Perspectiva do conjunto -escadas Fonte: Acervo Andrade Moretti
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL O térreo do conjunto é composto por boxes de comércios e serviços para uso da subsistência dos próprios moradores, estes são voltados para a praça central do conjunto, garantindo maior interação e maior fluxo dos moradores com o projeto. Foi construído no térreo uma marquise para os boxes, servindo de proteção e eleemento divisor. Algumas unidades habitacionais juntamente com os boxes de comércios e serviços são voltados para a praça central projetada no conjunto, outras são voltadas para a rua do entorno do conjunto, que também unidades de uso misto.
Figura 164: Perspectiva das passarelas do conjunto Fonte: Acervo Andrade Morettin
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Figura 165: Planta Baixa Pavimento Térreo Fonte: Acervo Andrade Morettin
Figura 166: Térreo do conjunto Fonte: Nitsche Arquitetos
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Figura 168: Unidades voltadas para o pรกtio central Fonte: Acervo Andrade Morettin
Figura 167: Planta Baixa Pavimento Tipo Fonte: Acervo Andrade Morettin
Figura 169: Unidades voltadas para o pรกtio central Fonte: Acervo Andrade Morettin
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UNIDADE HABITACIONAL A unidade habitacional de faz de forma simplificada, contendo os cômodos necessários para as necessidades dos moradores. A extensão do interior da moradia se faz de vido a paede demarcada (figura 171) não ser de alvenaria estrutural, facilitando a criação de outro cômodo de acordo com as necessidades dos moradores. O eixo de áreas molhadas se concentram em apenas 2 paredes, sendo que o banheiro de uma unidade fica replicado em outra unidade, facilitando assim a instalação de eixos hidráulicos.
Figura 170: Unidades Habitacional Fonte: Acervo Andrade Morettin
Figura 171: Unidades Habitacional – Áreas molhadas Fonte: Acervo Andrade Morettin
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RELEVÂNCIA PROJETUAL Assim como no conjunto habitacional Villa Verde, o conjunto Jardim Lidiane traz como premissa a realocação de uma comunidade, mantendo-a próxima ao seu local de origem para manter todas as relações de pertencimento e simbolismos com a área. A equipe também, assim como Aravena, dá como prioridade a construção do vazio central para depois posicionar as habitações, assim todas ficam próximas as áreas de convívio do conjunto. Ao contrário do projetado em Villa Verde, o conjunto se constitui com uma maior densidade, agrupando os moradores em edifícios de térreo + 4 pavimentos, com unidades habitacionais simples e que seu interior consegue ser expandido de acordo com a necessidade do morador. Seu térreo é de uso misto, garantindo ao morador da comunidade que já possuía o seu ponto de trabalho para sua subsistência, um local no conjunto. É importante ressaltar também a qualidade vegetativa trazida no projeto, já que em seu entorno a vegetação se pontua de forma precária e a forma com que o edifício esta implantado na quadra, “quebrando” o padrão das habitações em seu entorno e oferecendo maior visibilidade do projeto na cidade.
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4 CONDICIO
NANTES PROJETUAIS 12 0
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S
COMUNIDADE NAZARÉ PAULISTA SEU INÍCIO A comunidade Nazaré Paulista, localizada nos entornos do Aeroporto Estadual Dr. Leite Lopes, zona norte da cidade de Ribeirão Preto, teve o início da sua formação em 2013 e maior índice de crescimento em 2015, após um longo período de processo de reintegração de posse, envolvendo mais uma comunidade do entorno: Comunidade João Pessoa. Sua organização e mobilização para a garantia do direito a moradia adequada fortaleceu a comunidade e atraiu outras ocupações ao longo do entorno. Desde esse período a Comunidade Nazaré Paulista passou a ocupar as quadras do bairro Jockey Clube. ANTES A área onde localiza-se a Comunidade ficou por décadas abandonada, nenhuma finalidade e função social foi dada a grande extensão de terra localizada nas imediações do Aeroporto. O terreno antes ocupava grande concentração de vegetaçõesrasteiras e depósito de lixo.
Figura 172: Moradores na Rua Americana limitrrofe no Aeroporto Leite Lopes Fonte: Autora do trabalho
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ANTES A área onde localiza-se a Comunidade ficou por décadas abandonada, nenhuma finalidade e função social foi dada a grande extensão de terra localizada nas imediações do Aeroporto. O terreno antes ocupava grande concentração de vegetaçõesrasteiras e depósito de lixo.
DEPOIS Desde que as famílias começaram a ocupar a área, a região vem sendo limpa e cuidada. A comunidade remanejou a área, abrindo vias de acessos seguindo o loteamento oferecido pela imobiliária (envolvida no processo de reintegração de posse), construiu habitações de alvenaria com numeração nas casas para o recebimento de serviço postal, iluminação publica, coleta de lixo, fornecimento de água e serviço de esgoto.
Figura 173: Recorte da área onde localiza-se a Comunidade Nazaré Paulista no ano de 2010 Fonte: Google Earth, editada pela autora
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Figura 174: Recorte da área onde localiza-se a Comunidade Nazaré Paulista no ano de 2015, demonstrando as primeiras ocupações. Fonte: Google Earth, editada pela autora
QUEM HABITA A COMUNIDADE
Figura 175: Família moradora da comunidade proprietários de um bar. Fonte: Autora do trabalho
Figura 176: Morador da comunidade em frente a sua residência Fonte: Autora do trabalho
Figura 177: Moradora da comunidade em sua residência Fonte: Autora do trabalho
Figura 178: Morador da comunidade em frente a sua residência. Fonte: Autora do trabalho
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Nos dados observa-se que há uma relevante concentração de famílias com 3 pessoas, porém ao visitar a comunid de percebe-se que as famílias crescem constantemente.
FAIXA ETÁRIA
Gráfico 03: Faixa etaria Fonte: Autora do trabalho
Gráfico 03: Quantitativo de pessoas por gênero Fonte: Autora do trabalho
Gráfico 05: Quantitativo de habitantes por família Fonte: Autora do trabalho
Gráfico 04: Quantitativo de renda mensal recebida por família Fonte: Autora do trabalho
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Os dados foram sintetizados pela autora do trabalho a partir das fichas cadastrais dos moradores feitas no final do ano de 2018 em um trabalho de extensão com a Prof. Dr. Vera Lucia Blat Magliorini junto com os advogados e grupos associados. A partir das fichas foi somado cerca de 590 pessoas agrupados em 144 famílias.
CONCEPÇÃO DOS MORADORES COM A COMUNIDADE E O ENTORNO Os gráficos mostram a (in)satisfação dos moradores em relação a comunidade, o que ajuda a obter diretrizes projetuais. Observase que a comunidade não se incomoda com o lixo, já que este é recolhido semanalmente em lixeiras feitas pelos próprios moradores na R. Nazaré Paulista. Em relação ao extrato vegetativo, os moradores acham que a comunidade necessidade de maior quantidade já que a área por possuir grandes áreas vazias sem vegetação recebe grande incidência solar. Figura 179: Lixeira onde os moradores concentram seu lixo Fonte: Autora do trabalho
Gráfico 06: Nota que os moradores deram em relação a quantidade de lixo presente na comunidade Fonte: Autora do trabalho
Gráfico 07: Nota que os moradores deram em relação a quantidade de árvore na presente na comunidade Fonte: Autora do trabalho
Figura 180: Rua sem asfaltamento Fonte: Autora do trabalho
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Por mais que o bairro recebe serviços de iluminação pública, observa-se na comunidade postes de iluminação executados pelos próprios moradores e pelo gráfico abaixo, nota-se que são insuficientes para clarear toda a comunidade, deixando os ruas um lugar inseguro.
A comunidade possui apenas um local público para convívio com mobiliários precários produzidos pelos próprios moradores da comunidade. A arborização da área é escassa e a pavimentação é inexistente. Não há nenhum local para eventos e as reuniões e recebimentos de doações acontecem na igreja construída pela comunidade. Percebeu-se na visita a Nazaré Paulista que alguns moradores estão ocupando o local de convívio da comunidade, o que gera um grande conflito entre os moradores.
Gráfico 09: Visão dos moradores em relação as áreas de encontro e lazer na comunidade Fonte: Autora do trabalho
Gráfico 08: Nota que os moradores deram em relação a iluminação pública da comunidade Fonte: Autora do trabalho
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Gráfico 10: Nota que os moradores deram para as áreas de encontro e lazer Fonte: Autora do trabalho
Figura 181: Mobiliário em uma área vazia da comunidade Fonte: Autora do trabalho
Figura 182: Único centro de convívio para os moradores dentro da comunidade Fonte: Autora do trabalho
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Dentro da Comunidade Nazaré Paulista há alguns locais de compras do dia a dia. Os moradores, proprietários dos mercadinhos compram os itens em grandes supermercados e revendem a um preço um pouco mais alto para os moradores, porém é possível observar pelos gráficos que os moradores consideram os locais de compra suficientes e baratos. Encontram-se também espalhados por toda a comunidade, bares e botecos. Alguns tocam música e recebem um grande número de moradores da comunidade e até de bairros próximos.
Figura M e r c a d i n encontrado na Nazaré Paulista Fonte: Autora trabalho
Gráfico 11: Visão dos moradores em os locais de compra dentro da comunidade Fonte: Autora do trabalho
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183: h o Rua do
Figura 184: Outro mercadinho encontrado na Rua Nazaré Paulista Fonte: Autora do trabalho
O ENTORNO...
Gráfico 12: Porcentagem da distância entre a comunidade e dos locais de lazer e esporte. Fonte: Autora do trabalho
Figura 185: Campo de Futebol Vila Esperança. A figura mostra a má qualidade vegetativa e de infraestrutura. Fonte: Google Maps
Figura 186: Creche Benedito Rosa de Jesus Fonte: Google Maps
Gráfico 13: Porcentagem da distância entre a comunidade e centros educacionais Fonte: Autora do trabalho
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Gráfico 14: Porcentagem da distância entre a comunidade e os postos de saúde Fonte: Autora do trabalho
Figura 187: UBS Vila Mariana Fonte: Google Maps
Figura 188: Campo de Futebol Vila Esperança. A figura mostra a má qualidade vegetativa e de infraestrutura. Fonte: Google Maps
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Gráfico 15: Porcentagem da distânca entre a comunidade e os pontos de ônibus. Fonte: Autora do trabalho
TIPOLOGIAS HABITACIONAIS Foram observadas pela autora três tipos de tipologias habitacionais. A figura 189 representa a tipologia habitacional com fechamentos feitos por composições de diversos tipos de restos de materiais encontrados em obras, a figura 190 representa uma tipologia habitacional sem preocupação com a portão de fechamento da casa, já a casa da tipologia 191 possui uma preocupação maior com fechamento e aberturas Todas as casas possuem em comum a sua construção em tijolo de barro sem acabamento
Figura 189: Tipologia 1 Fonte: Autora do trabalho
Figura 190: Tipologia 2 Fonte: Autora do trabalho
Figura 191: Tipologia 3 Fonte: Autora do trabalho
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O INTERIOR DAS HABITAÇÕES... Na visita a comunidade foi possível adentrar em uma habitação e observar o uso da moradia pelos moradores. Esta estava sofrendo por um processo de expansão (+ um dormitório) pois a família estava aumentando.
Figura 192: Interior de uma habitação Fonte: Autora do trabalho
Figura 193: Expansão da habitação em construção Fonte: Autora do trabalho
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Figura 194: Dormitório da habitação usado pelos 3 moradores da casa Fonte: Autora do trabalho
Figura 195: Banheiro – observação a fiação elétrica exposta Fonte: Autora do trabalho
Figura 196: Moradores da comunidade donos da habitação mostrada nas figuras acima Fonte: Autora do trabalho
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O QUE TEM NA COMUNIDADE... Com estilo rural, as famílias plantam e criam animais para a sua subsistência, além de fortalecerem a área e a comunidade com comércios e serviços, ajudando assim nos investimentos e melhorias das habitações e na comunidade como um todo.
Figura 198: Bar mais movimentado da comunidade Fonte: Autora do trabalho
Figura 197: Igreja da comunidade Fonte: Autora do trabalho
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Figura 199: Serviço dos próprios moradores da comunidade. Fonte: Autora do trabalho
Figura 200: Serviço dos próprios moradores da comunidade Fonte: Autora do trabalho
Figura 202: Criação de animais não domesticáveis na comunidade Fonte: Autora do trabalho
Figura 201: Serviço dos próprios moradores da comunidade Fonte: Autora do trabalho
Figura 203: Apresentação de maracatu na comunidade Fonte: Imagem retirada das redes sociais do fotógrafo Paulo Honório
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Figura 204: Rua sem pavimentação e delimitação entre veículos e pedestres. Fonte: Autora do trabalho
Figura 205: Entulho de lixo encontrado na R. Americana, localizada na encosta do aeroporto. Na rua encontra-se as casas e infraestruturas mais precárias da comunidade. Foi relatado pelos moradores que a prefeitura já foi retirar o lixo mas os moradores continuam entulhando o lixo no mesmo local. Nesta área também não foi encontrado nenhuma lixeira próxima. Fonte: Autora do trabalho
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Figura 206: Moradia da comunidade NazarĂŠ Paulista Fonte: Autora do trabalho
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Figura 207: Moradora, proprietĂĄria de um mercadinho da comunidade. Fonte: Autora do trabalho
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CONDICIONANTES PROJETUAIS ÁREA DE INTERESSE LOCALIZAÇÃO A cidade escolhida para realização do projeto é Ribeirão Preto, que possui atualmente 694,5 mil habitantes. Cerca de 99,7% dessa população estão distribuídos em um perímetro urbano de 127,309 km². A principal motivação de escolha da localização deve-se ao grande déficit habitacional presente na cidade e o crescente surgimento de favelas devido a falta de políticas públicas vigentes. A comunidade Nazaré Paulista, localizada em um terreno privado na zona norte de Ribeirão Preto, foi escolhida devido estar sofrendo um processo de reintegração de posse envolvendo uma construtora da cidade e o próprio proprietário do terreno. Diante disso foi escolhido para locação do projeto um terreno que se caracteriza como ZEIS e que está a 1,5 km de distância da comunidade, ou seja, um grau de proximidade alto para se manter os laços dos moradores com sua vizinhança e seus vínculos comunitários, além de conservar todos os simbolismos, memórias e histórias particulares das famílias com o lugar. A escolha de realocação da comunidade deve-se também ao fato desta estar alocada na limítrofe do Aeroporto Leite Lopes, deixando as habitações suscetíveis a patologias devido as vibrações causados pelo alto nível de ruído das aeronaves e deixando os moradores vulneráveis a problemasligados a saúde devido a poluição sonora
Figura 208: Local de projeto em relação ao quadrilátero central em Ribeirão Preto Fonte: Google Earth (2019), editada pela autora
Figura 209: Delimitação da área de projeto Fonte: Google Earth (2019), editada pela autora
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O BAIRRO O bairro onde está localizado o terreno para locação do projeto e a comunidade Nazaré Paulista está setorizado na zona norte de Ribeirão Preto, área que se concentra a maioria das favelas da cidade e que possui deficiências de infraestruturas (devido a desvalorização imobiliária da área, não há investimentos suficientes). Desde a formação do bairro e o surgimento do Aeroporto Leite Lopes, seu entorno vem sendo ocupado por diversas famílias de baixa renda, vindas também de outras cidades da pais. Os moradores principalmente os que vivem colados com o Aeroporto sofrem diariamente com o ruído sonoros dos aviões que pousam e decolam frequentemente, porém não há indícios de que o número de moradores do entorno diminuem, já que o número de favelas no entorno só crescem e não há politicas públicas habitacionais vigentes.
Figura 211 : Rua Nazaré Paulista Fonte: Google Earth (2019)
Figura 210: Delimitação da área de projeto Fonte: Google Earth
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Figura 212 : Rua Carlos Drummond de Andrade, área de projeto Fonte: Google Earth (2019)
LEGISLAÇÃO De acordo com a legislação municipal é possível caracterizar a área de intervenção, como: - De acordo com a revisão do Plano diretor a Lei Complementar n° 2866 atualizada em 28/04/2018, a área é considerada como ZUP, ou seja, área disposta de infraestrutura com condições geomorfológicas propícias para urbanização, onde são permitidas densidades médias e altas; - Pelo mapa de Zona Especial verificase que a área é uma ZEIS, área reservada a habitações de interesse social; - O mapa de Zoneamento Industrial considera a área como uma área de uso misto; - Por último o mapa de áreas especiais reforçando que o local de projeto é uma área de uso misto.
MACROZONEAMENTO
Figura 213: Mapa de macrozonemento Fonte: PMRP
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ZONA ESPECIAL HIS
Figura 214: Mapa de Zona Especial HIS Fonte: PMRP
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ZONEAMENTO INDUSTRIAL
ÁREAS ESPECIAIS
Figura 215: Mapa de Área Especiais Fonte: PMRP
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ÁREA ESPECIAL DO AEROPORTO - AEA De acordo com o mapa ruído fornecido pelas aeronaves que pousam e decolam diariamente no aeroporto Leite Lopes, observa-se que a área em questão (comunidade Nazaré Paulista) encontrasse inserida em um Área Especial do Aeroporto – AEA, onde parte da área é considerada como Área de Risco l e outra grande parte na Área de Ruído ll. Considera-se permitido na Área de Ruído l (área delimitada em vermelho) somente usos vinculados a depósitos e armazéns, terminais de carga e de passageiros, estacionamento e garagem de veículos. Na área considerada como Área de Ruído ll (área delimitada na linha preta tracejada) fica proibido o uso residencial, assim como mostrado nos dados encontrados no regulamento brasileiro da aviação civil: O mapa ao lado mostra que a área onde se localiza a comunidade Nazaré Paulista atinge um nível de ruído média dia-noite de 65 para mais de 75 dB. A tabela mostra que residências encontradas nessas áreas não são compatíveis ao uso do solo encontrado. Símbolos mostrados na tabela: S (Sim): usos do solo e edificações relacionadas compatíveissem restrições N (Não): usos do solo e edificações relacionadas não compatíveis (1): sempre que os órgão determinarem que os usos devam ser permitidos naquela
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Figura 216 : Delimitação da área de projeto Fonte: Google Earth (2019), editada pela autora
área, devem ser adotados medidas para atingir um nível de ruído de 25 dB. Portanto, de acordo com o artigo 1° da Lei Federal n° 3365-41 considerando as famílias que residem em locais de situação de risco e vulnerabilidade social: Artigo 1º - Fica declarado de utilidade pública, para fim de desapropriação, amigável ou judicial, visando execução de plano de urbanização do local - desfavelamento - e posterior implantação de distrito empr sarial mediante revenda doslotes.
Figura 217: Curvas de Ruído total na forma padrão Fonte: DINATO; SCHAAL 2014. Simulação do ruído sonoro no entorno do aeroporto de Ribeirão Preto.
Tabela 10: Usos compatíveis e incompatíveis pelas áreas abrangidas pelo Plano de Zoneamento de Ruído Fonte: REGULAMENTO BRASILEIRO DA AVIAÇÃO CIVIL (ANAC)
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EXPANSÃO DO AEROPORTO Desde a década de 90 o aeroporto Leite Lopes sofre com projetos de expansão que envolve diversas polêmicas. Movimentos de resistência vem se mobilizando afim de trazer questionamentos sobre sua viabilidade econômica e a situação dos moradores que vivem em complexos habitacionais nas limítrofes do aeroporto, sendo um destes complexos a comunidade Nazaré Paulista, locus de pesquisa.
Figura 218: R: Americana colada na grade do Aeroporto L. Lopes Fonte: Autora do trabalho
Figura 219: Imagem do aeroporto visto da Rua Americana Fonte: Autora do trabalho
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Figura 220: : Intervenção em um muro da comunidade Fonte: Autora do projeto
ASPECTOS FÍSICOS E AMBIENTAIS ILUMINAÇÃO E VENTILAÇÃO Ribeirão Preto possui um clima quente, variando suas temperaturas ao longo do ano entre 13 °C a 32 °C. A área escolhida devido a falta vegetativa e a grande presença de lotes vazios garante uma maior absorção de radiação solar e consequentemente uma elevação na temperatura. No mapa de aspectos físicos observa-se o caminho percorrido do sol (Leste – Oeste), desta forma a face norte receberá maior incidência solar em relação a face sul. Os ventos predominantes da cidade percorrem o caminho Sudeste – Noroeste. Ambos os aspectos físicos são importantes para se projetar com qualidade, trazendo conforto ambiental tanto no interior quanto no exterior do conjunto.
Figura 221: Mapa de Aspectos FísicosFonte: Mapa base fornecido pela PMRP, editado pela autora
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DECLIVIDADE O mapa de declividade aponta que a maior parte do terreno da área de inte venção possui inclinações máximas variando entre 2% a 8%, verificando uma declividade baixa. Em alguns pontos a inclinação máxima se faz com 32%, porém são áreas na avenida Thomas Alberto Whately, não influenciando no terreno de projeto.
Figura 223: Mapa de declividade do entorno imediato Fonte: Produzido pela autora
Figura 222: Mapa de Declividade da área de estudo Fonte: Mapa base fornecido pela PMRP, editado pela autora
Tabela 11: Tabela de inclinações Fonte: Produzido pela autora
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HIERARQUIA FÍSICA
Pela área estar alocada no perímetro urbano, observa-se que as vias que contornam o entorno são de alto e médio fluxo, devido darem acesso a outras cidades vizinhas de Ribeirão Preto e outros bairros dentro da própria cidade. Algumas vias do entorno ainda não possuem infraestruturas suficientes (como a falta de asfaltamento e iluminação pública) pois foram abertas pelas próprias comunidades do bairros para o uso dos próprios moradores locais.
Figura 224: Mapa Hierarquia Física. Fonte: Mapa base fornecido pela PMRP, editado pela autora
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HIERARQUIA FUNCIONAL
Figura 225: Mapa Hierarquia Funcional. Fonte: Mapa base fornecido pela PMRP, editado pela autora
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TRANSPORTES Apesar da área obter um número considerável de pontos de ônibus, 6 pontos de ônibus num raio de 100 metros da Rua Nazaré Paulista e linhas de ônibus consolidadas que ligam a região com o restante da cidade, estas demoram cerca de 1 hora para se chegar ao centro da cidade já que as linhas que chegam a este destino não são diretas e os passageiros precisam fazer integração entre as linhas. Observa-se nas figuras que a maioria dos pontos de ônibus não possuem infraestruturas suficientes (falta de sombreamento e bancos) para acomodar os moradores da comunidade Nazaré Paulista que se deslocam diariamente para outras regiões da cidade para trabalharem em diversos estabelecimentos. Os pontos de moto táxi mostrados no mapa não possuem locais fixos e sim moradores do bairros que prestam serviços.
Figura 226: Mapa com os pontos de ônibus e moto táxi da área de estudo. Fonte: Mapa fornecido pela PMRP, editado pela autora
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Figura 227: Ponto de ônibus Rua Carlos Drummond de Andrade Fonte: Google Maps
Figura 228: Ponto de ônibus Rua Nazaré Paulista Fonte: Google Maps
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ANÁLISE: SISTEMA VIÁRIO PAVIMENTAÇÃO O entorno da área estudada possui ineficiências em relação as calçadas, muitas não possuem pavimentação ou nem existem. Muitas destas não possuem infraestruturas devido as vias serem abertas pelos própriosmoradores do entorno. cais fixos e sim moradores do bairros que prestam serviços.
Figura 229: Sinalização de lombada improvisada pelos moradores da comunidade. Fonte: Arquivo Pessoal.
Figura 230: Calçadas mal pavimentadas e com falta de espaço para pedestres caminhar. Fonte: Arquivo Pessoal.
Figura 231: Falta de Pavimentação. Fonte: Arquivo Pessoal
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SINALIZAÇÃO Ao analisar a área não foi encontrada nenhuma faixa de pedestre nas esquinas, nenhum semáforo e nenhum redutor de velocidade. Priorizando o uso de veículos e fazendo com que os pedestres e ciclistas acabem circulando de forma perigosa.
Figura 232: Inexistência ciclofaixas. Fonte: Arquivo Pessoal.
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Figura 233: Inexistência acostamentos. Fonte: Arquivo Pessoal
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Figura 234: Falta de faixas de pedestres Fonte: Google Earth.
FIGURA FUNDO O mapa de figura fundo mostra a projeção da área construída em cada quadra da área estuda. De acordo com o mapa as construções encontram-se irregulares, não respeitando os recuos vigentes na legislação. No mapa é possível observar uma grande dicotomia das áreas extremamente adensadas e áreas totalmente vazias devido a falta de ocupações apropriadas. É possível notar também esse fenômeno em uma única quadra, onde ocorrem adensamentos em certos pontos da quadra e outros ocorrem grandes vazios inutilizados.
Figura 235: Mapa de ocupação Figura-Fundo Fonte: Mapa base fornecido pela PMRP, editado pela autora
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Figura 236: Grandes รกreas vazias Fonte: Google Maps
Figura 238: Quadras ocupadas Fonte: Google Maps
Figura 237: Industria ocupando uma quadra inteira Fonte: Acervo Pessoal
Figura 239: Quadras ocupadas x รกreas vazias Fonte: Google Maps
GABARITO O mapa de gabarito mostra que a área de estudo é constituída principalmente por construções térreas. Isto deve-se a grande concentração de comunidades na área, onde a maioria das habitações são construídas pelos próprios moradores. As industrias também possuem um gabarito baixo, de no máximo 2 pavimentos. Todo o processo de não verticalização do bairro deve-se a existência do Aeroporto Leite Lopes, que com um alto gabarito as construções poderiam ser prejudicadas e prejudicar os pousos e decolagens dos aviões.
*É de conhecimento técnico que o mapa de gabarito deve ser realizado por meio domapa de projeção de área construída (mapa de figura-fundo) porém como a maioria das habitações se faz em comunidades não foi possível permitido a liberação para entrada da aluna nas mesmas.
Figura 240: Mapa de ocupação Gabarito Fonte: Mapa base fornecido pela PMRP, editado pela autora
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Figura 241: Baixo gabarito nas habitações coladas no Aeroporto Leite Lopes (Rua Americana). Fonte: Google Maps
Figura 242: Exemplo de indústria de térreo + 1 pavimento. Fonte: Google Maps
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Figura 243: Exemplo de habitação térreo + 1 pavimento. Fonte: Google Maps
Figura 244: Exemplo de habitação térrea na comunidade Nazaré Paulista Fonte: Google Maps
USO DO SOLO O entorno dos locais de intervenção é de uso misto, ou seja, observa-se a presença de habitações, industrias, serviços, etc., possibilitando, assim, uma ocupação heterogênea. A área possui um número relativo de industrias e de lotes vazios, favorecendo o surgimento de novas comunidades no entorno. As tipologias habitacionais, dos comércios e dos serviços são diversos devido estes serem construídos pelos próprios moradores (o que garante, muitas vezes, uma baixa qualidade estrutural). As industrias apresentam melhor conservação e na maioria das vezes ocupam não apenas um lote mas uma quadra inteira da área. A área carece de áreas verde e de lazer com boa qualidade vegetativa e equipamentos públicos. O Ministério da Aeronáutica caracteriza a área como um local de risco para a presença de moradias, juntamente a isso a falta de fiscalização por parte do poder público municipal e estadual, acentua a desvalorização e a péssima qualidade de vida dos moradores, devido a falta de infraestrutura local. O entorno imediato do terreno escolhido para projeto é rodeado de áreas vazias e industrias, diante dessa condicionante será proposto comércios e serviços (que já são existentes na comunidade Nazaré Paulista) a fim de dar vida e movimento ao local. A locação do terreno na quadra foi devido a previsão de prolongamento das vias existentes e distanciamento da comunidade da Av. Thomas Alberto
Figura 245: Mapa de Uso do Solo Fonte: Mapa base fornecido pela PMRP, editado pela autora
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Figura 246: Industria e Posto de Abastecimento na Av. Thomaz Alberto Whately Fonte: Arquivo Pessoal
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Figura 247: Depรณsito de sucadas na Av. Thomaz Alberto Whately Fonte: Google Maps
Figura 248: Borracharia na Av. Recife. Fonte: Google Maps
EQUIPAMENTOS URBANOS O bairro por ser uma área mais antiga já possui uma estrutura estabelecida em relação aos equipamentos urbanos. Em entrevista com a comunidade não foi questionado por parte dos moradores a falta de equipamentos relacionado a saúde e educação. As crianças e adolescentes da comunidade frequentam a escola Jaime Monteiro de Barros. A população faz consultas periódicas no posto de saúde mais próximo. Em entrevista, os moradores também citaram a falta de locais para esporte e lazer próximos a comunidade. Diante disso, há sérios problemas em relação as famílias que moram bem próximas ao aeroporto, como é o caso da Nazaré paulista, já que muitas crianças pulam a grade do aeroporto invadindo a pista de pouso e decolagem para brincar com pipas. Foi referido também a falta de equipamentos de lazer dentro da própria Nazaré. A maioria dos equipamentos acabam sendo fragmentados devido a presença do aeroporto, causando inacessibilidades para a integração de algumas
Figura 250: Mapa de Equipamentos Urbanos Fonte: Mapa base fornecido pela PMRP, editado pela autora
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Figura 251: Campo de Futebol Vila Esperanรงa. A figura mostra a mรก qualidade vegetativa e de infraestrutura. Fonte: Google Maps
Figura 253: UBS Quintino Facci Fonte: Google Maps
Figura 252: UBS Vila Mariana Fonte: Google Maps
Figura 254: Escola Estadual Jรณquei Clube Fonte: Google Maps
Figura 255: Creche Benedito Rosa de Jesus Fonte: Google Maps
Figura 256: Jaime Monteiro de Barros Prof Emef Fonte: Google Maps
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MOBILIÁRIO A área possui uma grande escassez de mobiliários urbanos, não facilitando que os moradores que ali residem usufruem dos espaços públicos. O local é servido para veículos, excluindo todo e qualquer pedestre que percorre por ali, exemplo disso é a inexistência de sinalizados, redutores de velocidade e faixas de pedestres. Na área também não se encontram bancos, lixeiras públicas (muitas os próprios moradores disponilizam), pontos de ônibus com qualidade e rampas de acessibilidade.
Figura 257: Mapa de Mobiliário Urbano Fonte: Mapa base fornecido pela PMRP, editado pela autora
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Figura 258: Lixos sem sua destinação correta devido a falta de lixeiras Fonte: Google Maps.
Figura 259: Exemplo de Telefone Público. Fonte: Acervo Pessoal.
Figura 260: Exemplo ponto de ônibus de sombreamento. Fonte: Google Maps.
Figura 261: Lixeira proposta pelos moradores da própria comunidade Nazaré Paulista Fonte: Google Maps.
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Figura 262: Iluminação pública na comunidade Nazaré Paulista Fonte: Google Maps.
VEGETAÇÃO Devido a falta de planejamento vegetativo e a má distribuição destas e do entorno ser rodeado de comunidades (não foi possível adentrar em todas para diagnosticar as vegetações), o mapa de vegetação foi realizado através da percepção de maior e menor concentração de vegetações. Através disto, foi possível analisar que a área de estudo possui carências em relação a vegetação. Observa-se que a maioria das árvores existentes no local não foram planejadas, especialmente nas áreas vazias, onde estas estão disseminadas na quadra/ lote. Sobretudo nas áreas industriais é possível notar que há um planejamento de plantio, principalmente para sombreamento dos estacionamentos. Os portes das vegetações são variados, mas há grande concentração de árvores de portes médios e pequenos.
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Figura 263: Mapa de extratos vegetativos | Fonte: Mapa base fornecido pela PMRP, editado pela autora
Figura 264: Árvore de grande porte impedindo a passagem na calçada Fonte: Google Maps
Figura 265: Árvores de porte médio Fonte: Google Maps
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RESTRIÇÕES LEGAIS De acordo com a revisão da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo de 21 de Agosto de 2019, e considerando que a área se caracteriza como uma ZUP pelo mapa de macrozoneamento da cidade, estabeleceu-se normas e parâmetros de uso e ocupação afim de garantir restrições legais de projeto. De acordo com a nova revisão a área projetada caracterização como ZM-1 (Zona Mista 1 de baixa densidade) ou seja, área identificada como uma zona mista de densidade demográfica e construtiva baixa, ocupada por usos predominantemente residenciais com padrão de ocupação horizontal e por atividades não residenciais, como comércios, serviços e instituições que sejam compatíveis ao uso residencial.
Tabela 12: Restrinções legais a serem aplicadas na área de intervenção. Fonte: Produzido pela autora
Os parâmetros legais acima foram calculados a partir do valor final do terreno (11.250 m²) devido a doação de 3750 m² para área institucional e de lazer.
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CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DO TERRENO O terreno escolhido para intervenção é limitado pelas avenidas Thomas Alberto Whately e Carlos Drummond de Andrade, ambas possuindo via de mão dupla e fluxo médio de veículos. Em ambas as avenidas são encontrados pontos de ônibus (sem qualidade) e postes de iluminação pública. A área tem carência de faixas de pedestres, rampas de acessibilidade e redutores de veículos. As vegetações encontradas possuem portes baixos, médios e altos, a maioria ocorre devido o entorno possuir lotes vazios, por isso são espalhadas de forma descontínua nas quadras. A metragem do terreno foi escolhida a partir da relação entre a média total de moradores na comunidade (590) e a densidade mínima permitida na área (850 hab/ha).
Figura 266: Mapa de situação do entorno imediato da área de intervenção. | Fonte: Produzido pela autora
Figura 267: Dimensões da área de intervenção Fonte: Produzido pela autora
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Os cortes evidenciam a concentração de áreas vazias no entorno imediato do terreno de remanejamento da comunidade Nazaré Paulista. É possível observar que as construções que ali se fazem presentes são industrias de baixo gabarito, isto ocorre devido a presença do aeroporto. A área apresenta vegetações de portes variados e distribuídos de forma variada. A topografia da área encontra-se muito bem acentuada, com um desnível de aproximadamente 1 metro no corte A-A e 2 metros no corte B-B.
Figura 268: Corte B-B - Corte esquemático mostrando a situação da área de intervenção em relação do entorno imediato Fonte: Produzido pela autora
Figura 269: Corte A-A - Corte esquemático mostrando a situação da área de intervenção em relação do entorno imediato Fonte: Produzido pela autora
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VISUAIS: ÁREA DE INTERVENÇÃO E ENTORNO As visuais da área de intervenção e do entorno ilustram os vazios encontrados na área, a falta de vegetação ou a vegetação mal distribuída da área, o que ocasiona uma sensação térmica elevada. As construções presentes se fazem com baixo gabarito.
Figura 270: Mapa demonstrando o posicionamento da câmera e em relação a área de intervenção. Fonte: Produzido pela autora
Figura 271: Av: Industria a frente do terreno (murado) com árvores de porte grande. É possível observar a falta de calçamentos e sinalizações. Fonte: Produzido pela autora
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Figura 272: Industria localizada na Av Thomas Alberto Whately. Observase o baixo gabarito da construção e o baixo. Fonte: Produzido pela autora
Figura 273: Vegetação encontrada em frente a uma indústria na Av. Carlos Drummond de Andrade . Fonte: Produzido pela autora
Figura 274: Vegetação de tamanhos variados encontrada em um terreno vazio na Av. Carlos Drummond de Andrade. Fonte: Produzido pela autora
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Figura 275: Crianças correndo na rua da comunidade Fonte: Autora do trabalho
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VOLVIMENTO PROJETUAL 174
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O PROJETO Priorizando as necessidades individuais de cada família, o projeto foi pensado em módulos (4,80 x 4,80 metros e 3 metros de altura) que se unem formando tipologias habitacionais variadas abrigando famílias de diversos tamanhos Utilizando o sistema de modulação foi possível atender facilmente a necessidades arquitetônicas (forma, lugar e função) e construtivas, garantindo uma harmonia formal entre os blocos, compondo conjuntos diferentes mas equilibrados esteticamente. Os vazios criados entre os módulos garantem que as unidades habitacionais se expandem de acordo com as necessidades dos moradores, desta forma cada edifício cria uma característica única, fortalecendo a ideia de pertencimento ao lugar e a identidade do conjunto como um todo, além de ajudar as condições naturais de iluminação e ventilação e a criação de tetos verdes que funcionam como hortas comunitárias, trazendo vitalidades em todas lajes das habitações. Ao sair do padrão de implantação da casa isolada do lote deu-se uma maior variabilidade das habitações, criando um meio termo entre casa x edifício. Uma pequena verticalização dos blocos foi utilizada afim de aumentar ainda mais o pertencimento da comunidade com o local, além de gerar uma economia ao conjunto por não necessitar do uso de elevadores. O projeto busca estender a concepção de habitar e morar, entendendo que uma habitação, por mais simples que seja, vai
muito além de ser apenas um abrigo. Uma habitação declara toda a personalidade de quem ali vive, sente e se identifica com seu espaço. Analisando que cada individuo ressignifica seu morar e que cada um possui ideias e necessidades diferentes em suas habitações, o conceito fundamental do trabalho parte de que cada unidade habitacional criada transcenda o desejo e as carências reais de cada família da comunidade Nazaré Paulista.
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PARA A COMUNIDADE Afim de sintetizar todos os estudos feitos e realizar um projeto que concentre as necessidades dos usuários com o local, fica proposto as seguinte diretrizes: • Realocar a comunidade Nazaré Paulista que hoje vive em uma área privada e próxima ao Aeroporto Leite Lopes para uma área caracterizada como Zeis, ou seja, propor que a comunidade viva em uma área destinada a moradia popular trazendo melhorias urbanísticas e de vida. • Propor que a comunidade permaneça em uma terreno próximo da onde está a comunidade hoje, cerca de 1,5 km de distância, afim de manter todos os simbolismos históricos, de vizinhança dos moradores com a área de entorno. • Trazer soluções urbanísticas que possibilitem a integração da comunidade com o entorno através de um projeto que gere uma troca entre entorno x moradores, ou seja, conectar os moradores com o contexto urbano e trazer um programa que dê uma maior uso para a área. • Utilizar de uma arquitetura que valorize as áreas já existente, preservando os meios naturais.
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• Projetar não só moradias, mas equipamentos, comércios e serviços que são do uso cotidiano dos moradores, afim de fazer com que estes permanecem no local proposto (conjunto habitacional de uso misto). • Possibilitar expansão das habitações a partir das metragens dos módulos criados afim de dar aos moradores a possibilidade de dinamismo no espaço, ou seja, dar ao morador a autonomia de criar espaços variados conforme a necessidade da família e os diferentes tipos familiares. • Usar um sistema construtivo que é de caráter popular conferindo autonomia para os moradias na hora da expansão da moradia. • Garantir que a comunidade tenha áreas de encontros e lazer, portencializando a grau de vizinhança entre os moradores.
A ESSÊNCIA O projeto consiste em potencializar o vazio, transformar a falta de esperança que este remete, em locais de trocas, de encontros, trazendo o senso de coletividade que os aglomerados possuem.
A POTENCIA DO VAZIO Os cheios e vazios encontrados no conjunto se pauta na própria organização das aglomerações informais (com ocupações densas e ausências de vazios). O desenho se organiza trazendo a memória do arranjo da favela, não repetindo o que ela tem de ruim – a falta de salubridade devido à falta de vazios - mas sim o que ela tem de melhor – a proximidade entre as pessoas, a simbiose, a sensação de vizinhança e as relações não palpáveis. Os blocos acabam constituindo vilas verticais que juntos formam um bairro, justamente por não serem extremamente verticalizados (com grande quantidade de cheios). Os vazios projetados, tanto no desenho da implantação quanto nos blocos de edifícios, criam potências quando garantem salubridade, se tornam ponto de encontro e trocas entre os vizinhos e quando o morador tem a possibilidade de ampliação da sua casa. O preenchimento dos vazios neste caso, garante a melhoria na moradia e na vida do morador.
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O QUE TEM NO CONJUNTO A definição do programa projetado no conjunto habitacional ocorre após o estudo feito da comunidade e de todo o seu entorno afim de coletar as necessidades reais da comunidade Nazaré Paulista e o que acontece no cotidiano dos moradores que ali vivem. A partir disso o programa consiste em habitações plurifamiliares com usos que favoreça tanto o coletivo (comércios e serviços) quanto o privado (habitações e programas para os próprios moradores). Todo o plano tem como principio tentar manter a permanência da comunidade no local, oferecendo todos os instrumentos necessários que as famílias utilizam e necessitam.
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PROGRAMAS SOCIAIS
RESTRINÇÕES LEGAIS
Afim de facilitar o acesso dos moradores da comunidade em adquirir sua unidade habitacional no conjunto, é proposto que a obtenção das moradias se faça por meio de programais sociais como Minha Casa Minha Vida - no caso da obtenção da moradia própria - e Aluguel Social para famílias mais carentes, de baixa renda - sendo ofertado recurso assistencial mensal destinado a atender estas pessoas. A essência do projeto é ofertar aos moradores da comunidade um local onde se viva e more de forma digna, minimizando o deficit habitacional.
A tabela abaixo demosntra que o projeto cumpriu todas as restrinções urbanísticas. Número total de habitantes = 925 Hab. Número total de habitações: 176 Un.
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CAMINHOS DO CONJUNTO Afim de garantir mais vitalidade ao conjunto e trazer maior qualidade urbana aos moradores, foram criadas duas ruas, sendo uma rua compartilhada juntamente com um muro verde (servindo como proteção e delimitação do terreno) além de uma alameda principal que percorre todo o terreno. Nesta são conectadas varias alamedas pequenas afim de fortificar o andar do pedestre. Os vazios criados na implantação juntamente com seus locais de permanência permite que o caminhar do pedestre seja agradável e que ocorra por toda a implantação, sem restrições. Com a aplicação de fachadas ativas, as extensões das habitações localizadas no térreo poderão ser ocupadas por espaços comerciais e de serviços. Os blocos localizados na periferia da implantação possuem conexão direta com as ruas principais do projeto (rua compartilhada e Av. Carlos Drummond de Andrade – via já existente), facilitando o acesso dos visitantes. Para garantir a segurança e o conforto dos moradores e dos visitantes que utilizam o transporte público foi proposto um bolsão de ônibus no ponto de ônibus já existente na área. Os estacionamentos estão localizados a periferia do conjunto, fortalecendo a caminhar do pedestre por todo o projeto. São oferecidas vagas de estacionamento preferencias além de motocicletas e bicicletário.
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DO MICRO AO MACRO COMO CONSTRUIR Inicialmente o sistema construtivo do módulo foi pensado para que este fosse independente da alvenaria devido as possibilidade de expansão das unidades e de forma racionalizada na construção ocorrendo de forma rápida e com menos mão de obra. As paredes de blocos de concreto sem acabamento e pilares e vigas de concreto foram escolhidos devido o material ser palpável aos moradores. Na estrutura foram utilizados pilares de concreto de 20x20 cm e vigas (h= 50cm e 38 cm) de concreto que modificam de altura em alguns momentos devido a mudança dos vãos dos pilares (a modificação ocorre porque os módulos possuem diferentes dimensões) . Os fechamentos de blocos de concreto (39x19x19) facilitando a produtividade e a economia devido não necessitarem de revestimentos. Nas lajes foram utilizadas lajes alveolares de 1.20x20 cm. Para as paredes internas foram utilizados painéis aglomerados de bagaço de cana.
EIXO DE PILARES - BLOCO A
EIXO DE PILARES - BLOCO B
EIXO DE PILARES - BLOCO C
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UTILIZAÇÃO BLOCOS DE CONCRETO SUSTENTÁVEIS Tendo em vista os desperdícios ocasionados nas pequenas e grandes obras hoje, foi proposto para as paredes de vedação dos módulos a utilização de blocos de concreto produzidos com rejeitos provenientes da construção civil, já que para os blocos de vedação não se exige alta resistência mecânica, podendo contribuir para uma solução mais econômica. Os blocos são produzidos a partir da separação dos rejeitos sólidos das obras, coletando somente o material desejado.
UTILIZAÇÃO DO BAGAÇO DA CANA Afim de trazer materiais provenientes da região, fez-se um estudo sobre o uso do bagaço da cana de açúcar na construção civil. Com isso viu-se seu uso é uma alternativa viável e econômica. O estudo comprovou a simplificação do processo de transformação do bagaço em areia de cinzas, substituindo parcialmente a areia retirada do meio ambiente para a produção de concreto. Trazendo o estudo para o projeto, a utilização do bagaço da cana foi usado na fabricação dos brises, caixas d’agua (devido sua resistência a umidade e de acordo com outros estudos comprovados, o bagaço da cana pode servir como purificador da água) e painéis para separação de ambientes internos, portas internas e nas paredes de expansão dos módulos.
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ABERTURAS Seguindo uma linha formal dos módulos, a porta de entrada das habitações será entregue em aço com sua lateral para identificação das unidades em painel de bagaço de cana. As janelas possuem esquadrias em aço e vidro com abertura de giro lateral com sistema acústico. Todas as portas internas serão produzidas em bagaço da cana com bandeira alta, seguindo o p adrão das outras aberturas que vão do piso ao teto. Em relação as medidas, seguindo uma padronização com medidas de 1,20 cm, as portas de entrada e janelas possuem medidas de 2,40 cm de altura por 1,20 de comprimento.
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A FORMA Partindo do processo de modulação foi possível obter 03 diferenciações de tamanhos nas tipologias habitacionais.
Com a junção dos módulos de habitações criou-se 3 tipos de blocos para o conjunto habitacional (A,B e C) No final da criação dos blocos, pode somatizar o total de 176 unidades habitacionais. BLOCO A
BLOCO B
BLOCO C
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ELEMENTOS DE CIRCULAÇÃO EXTERNA Pensando em elementos racionalizados e se alta resistência foram utilizados para as circulações externas (escadas e passarelas) chapas de aço perfurados. As passarelas possui como sustentação vigotas a cada 0,60 cm. O elementos além de ter um peso reduzido, prática aplicação e economia permite a passagem de iluminação de forma indireta, servindo também como uma proteção solar. O guarda corpo segue o mesmo padrão, possuindo fechamentos dos em malha quadriculada perfurada.
PASSARELAS
PROTEÇÃO SOLAR / COMPOSIÇÃO DAS FACHADAS De acordo com a orientação das fachadas, foram estabelecidas estratégias para a utilização dos brises: • NORTE: fachadas voltadas para a face norte, que recebe sol durante todo o dia, foi utilizado brises móveis horizontais. • SUL: Para fachadas sul, com pouca incidência solar, foi previsto brises moveis, com exceção caso haja alguma banheiro (neste caso foi utilizado brises fixos para maior privacidade do morador) • LESTE/OESTE: fachadas leste e oeste receberão brises móveis verticais. A diferenciação na utilização dos brises da a fachada um sentido pluralista e dinâmico com brises de correr, criando sistema de aberturas diversos.cm de altura por 1,20 de comprimento.
ESCADAS
GUARDA CORPO
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z
SOL E VENTO BLOCO B O USO DO BRISE
SOL E VENTO BLOCO A
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SOL E VENTO BLOCO C
ÍNDICES URBANÍSTICOS FINAIS
LAYOUTS A partir dos módulos e das tipologias criadas foi possivel produzir diferenciações de layouts nos 3 blocos de edifícios.
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TIPOLOGIA 01 - UNIDADE TÊRREA 40,32 m² - 46,08 m²
5 0.2
1.25
1.20
Identificação da unidade painel de bagaço de cana
1.2
1.35
Parede internas - painel de bagaço de cana
0.2 0.2
2.4
1.2
0.18 0.2
0.2
BH. A= 2.95 m² P.D= 3.00 m²
+ 2.99
2.6
ÁREA DE CONVÍVIO A= 13.00 m² P.D= 3.00 m²
70X210
1.9
DORMITÓRIO 01 A= 10.25 m² P.D= 3.00 m²
1.2
2.6
0.2 90X210
0.2
PROJEÇÃO DA VIGA
70X210
A.EXTERNA A= 3.30 m² P.D= 3.00 m²
3.6
+ 0.00
0.1
4.8
0.8
2.75
+ 5.99
+ 3.00
+ 3.00
2.1
2.1
0.2
1.38
1.61
0.81
1.2
0.2
0.2
0.2
0.2
+ 0.00
2.1
DORMITÓRIO 01 A= 13.20 m² P.D= 3.00 m² + 6.00
1.21
TÉRREO COM PRESTAÇÃO SERVIÇO (COSTUREIRA) A= 10.50 m² P.D= 3.00 m²
0.1
+ 6.00
ÁREA DE EXPANSÃO A= 5.75 m² P.D= 3.00 m²
0.2
PLANTA BAIXA: TIPOLOGIA 01- NÍVEL 0.00 (OPÇÃO COM PRESTAÇÃO DE SERVIÇO) ESCALA 1/75
0.2
1.2
1.2 3.6
PLANTA BAIXA: TIPOLOGIA 01- NÍVEL 3.00 ESCALA 1/75
1.4
1.2
0.2
Parede divisória de expansão painel de bagaço de cana
0.9
1.5
2.6
PLANTA BAIXA: OPÇÃO DE EXPANSÃO ESCALA 1/100
·
HABITE-SE
TIPOLOGIA 01 - NÍVEL 03 40,32 m² - 46,08 m²
2.4
1.2
1.4
Parede internas - painel de bagaço de cana
0.2 0.2
0.2
0.2
2.4
1.2
0.2 0.2
0.2
+ 6.00
70X210 BH. A= 2.95 m² P.D= 3.00 m²
1.9
0.2
PROJEÇÃO DA VIGA DORMITÓRIO 01 A= 10.25 m² P.D= 3.00 m²
1.2
2.6
+ 5.99
4.8
0.8
2.75
+ 5.99
+ 6.00 4.8
A.EXTERNA A= 3.30 m² P.D= 3.00 m²
3.6
3.35
70X210
+ 3.00
2.6
0.2
0.2
1.2
0.2
0.2
90X210
0.2
1.2
PLANTA BAIXA: TIPOLOGIA 01- NÍVEL 3.00 ESCALA 1/75
2.1
DORMITÓRIO 01 A= 13.20 m² P.D= 3.00 m² + 6.00
1.2
1.44
ÁREA DE CONVÍVIO A= 13.00 m² P.D= 3.00 m²
2.1
ÁREA DE EXPANSÃO A= 5.75 m² P.D= 3.00 m²
Identificação da unidade painel de bagaço de cana
0.1
+ 6.00
0.2
1.2
1.2 3.6
PLANTA BAIXA: TIPOLOGIA 01- NÍVEL 6.00 ESCALA 1/75
1.4
1.2
0.2
Parede divisória de expansão painel de bagaço de cana
0.9
1.5
2.6
PLANTA BAIXA: OPÇÃO DE EXPANSÃO ESCALA 1/100
·
HABITE-SE
3.6 0.2
4.8
0.2
1.2
1.2
1.2
0.2
Parede divisória de expansão painel de bagaço de cana
POSSIBILIDADE DE EXPANSÃO MERCADINHO
0.2
0.2
PROJEÇÃO DA VIGA
DORMITÓRIO 01 A= 7.80 m² P.D= 3.00 m²
-0.01
2.1
ÁREA DE EXPANSÃO A= 11.52 m² P.D= 3.00 m²
+ 0.00
0.1
-0.01
BH. A= 1.30 m² P.D= 3.00 m²
80X210
PLANTA BAIXA: OPÇÃO DE EXPANSÃO (COMÉRCIO) ESCALA 1/200
DORMITÓRIO 02 A= 5.80 m² P.D= 3.00 m²
2.6
70X210
70X210
0.75
-0.01
1.35
2.4
Parede internas - painel de bagaço de cana
BH. A= 1.70 m² P.D= 3.00 m²
CIRCULAÇÃO
0.2
4.8
0.1
2.4
-0.01
80X210
TIPOLOGIA 02 40,32 m² - 57,60 m²
POSSIBILIDADE DE EXPANSÃO
+ 0.00 0.2
0.2
PROJEÇÃO DA VIGA
1.2
1.21
-0.01
1.2
1.2
1.2
-0.01
0.2 + 0.00
3.6
3.6 2.4
2.4
3.6
ÁREA DE CONVÍVIO A= 28.00 m² P.D= 3.00 m²
0.2
0.2
90X210
PLANTA BAIXA: OPÇÃO DE EXPANSÃO ESCALA 1/200
0.2
1.2
1.2
1.2
1.2
0.2
5.2 PLANTA BAIXA: TIPOLOGIA 02 - NÍVEL 0.00 ESCALA 1/75
Identificação da unidade painel de bagaço de cana
·
HABITE-SE
2.1 0.47 0.2
1
0.1
DORMITÓRIO 02 A= 5.35 m² P.D= 3.00 m²
0.78
1 2.54
0.76
0.2
0.63
ÁREA EXTERNA A= 4.50 m² P.D= 3.00 m²
1.86
TIPOLOGIA 02 - BLOCO C 40,32 m² - 57,60 m²
2.1
5.8
0.2
0.2
3.7
2.1
0.2
1.2 1.2
4.5
0.1
ÁREA DE EXPANSÃO A= 9.45 m² P.D= 3.00 m²
ÁREA DE CONVÍVIO A= 26.10 m² P.D= 3.00 m²
0.9
BH. A= 2.95 m² P.D= 3.50 m²
1.2 0.47
1.2
0.6
1.2
0.2
1.51 PLANTA BAIXA: BLOCO C - TIPOLOGIA 02 - NÍVEL 0.00 ESCALA 1/75
Parede divisória de expansão painel de bagaço de cana
+2.99
0.4 1.21
+ 3.00
0.2
0.2
0.2
0.6
90X210
2.5
DORMITÓRIO 01 A= 7.36 m² P.D= 3.00 m²
1.7 2.3
1.5
+ 0.00
0.2 0.4
+ 3.00
70X210
4.5
2.1
1.2 1.2
0.2
0.2
0.2
PLANTA BAIXA: OPÇÃO DE EXPANSÃO ESCALA 1/100
0.8
1.2
0.3
1.89
PLANTA BAIXA: BLOCO C - TIPOLOGIA 02 - NÍVEL 3.00 ESCALA 1/75
·
HABITE-SE
0.5 0.1
0.8
1.2
1.2
0.2
0.2
1.2
5
0.2
5 0.2
0.2
0.2
PROJEÇÃO DA VIGA
ÁREA DE EXPANSÃO A= 24.00 m² P.D= 3.00 m²
DORMITÓRIO 01 A= 8.15 m² P.D= 3.00 m²
+ 2.99
+ 6.00
4.8
2.55
2.55
BH. A= 5.70 m² P.D= 3.00 m²
0.1
70X210
90X210
1.2
1.35
+ 3.00
0.2
0.2
PROJEÇÃO DA VIGA
0.2
1.2
0.1
PLANTA BAIXA: TIPOLOGIA 03 - NÍVEL 6 ESCALA 1/75 Identificação da unidade - painel de bagaço de cana 3.4
1.2
1.2
1.6
ÁREA DE CONVÍVIO A= 21.60 m² P.D= 3.00 m²
DORMITÓRIO A= 8.15 m² P.D= 3.00 m²
2.8
ÁREA EXTERNA A= 8.77 m² P.D= 3.00 m²
1.71
Parede internas - painel de bagaço de cana
0.95
0.8
5
80X210
TIPOLOGIA 03 46,08 m² - 69,12 m²
80X210
5.08
2.4
4.8
PLANTA BAIXA: OPÇÃO DE EXPANSÃO ESCALA 1/100
1
2.3
0.2
1.2
1
0.2
1.9
80X210
1.2
HALL A= 3.40 m² P.D= 3.00 m²
0.2
DORMITÓRIO 02 A= 8.50 m² P.D= 3.00 m²
1.05
1.2
+ 6.00
1.21
1.2
PLANTA BAIXA: TIPOLOGIA 03 - NÍVEL 3 ESCALA 1/75
1.6
0.1
0.9 ·
HABITE-SE
5 1.2
1.2
1.4
1.2
0.2
5
0.2
0.2
0.2
0.2
0.2
0.2
PROJEÇÃO DA VIGA
3.5
4.69
Parede internas - painel aglomerado de bagaço de cana
4.8
ÁREA DE EXPANSÃO A= 24.00 m² P.D= 3.00 m²
+ 6.00 .10
80X210
90X210
Identificação da unidade painel de bagaço de cana
1.16
+ 3.00
0.2
0.2
PROJEÇÃO DA VIGA
PLANTA BAIXA: BLOCO B - TIPOLOGIA 03 - NÍVEL 6 ESCALA 1/75
0.1
1.3
80X210
1.15
0.2
DORMITÓRIO 02 A= 8.50 m² P.D= 3.00 m²
2.59
1.2
ÁREA DE CONVÍVIO A= 21.60 m² P.D= 3.00 m²
3.4
1.25
2.8
70X210
0.2 1.4
1.2
+ 2.99
1.2
1.4
PLANTA BAIXA: BLOCO B - TIPOLOGIA 03 (OPÇÃO 02) - NÍVEL 3 ESCALA 1/75
1.2
0.2
HALL A= 3.40 m² P.D= 3.00 m² 1.9
0.2
BH. A= 5.70 m² P.D= 3.00 m²
1.05
5.08
1.4
1.1
+ 6.00
PROJEÇÃO DA VIGA
Parede internas - painel de bagaço de cana
DORMITÓRIO A= 8.15 m² P.D= 3.00 m²
1.71
ÁREA EXTERNA A= 8.77 m² P.D= 3.00 m²
0.1
4.9
CIRCULAÇÃO
80X210
1.2
1.6
1.2
TIPOLOGIA 03 - OPÇÃO 02 BLOCO B 46,08 m² - 69,12 m²
3.39
DORMITÓRIO 01 A= 8.15 m² P.D= 3.00 m²
PLANTA BAIXA: OPÇÃO DE EXPANSÃO ESCALA 1/100
2.3
1
·
HABITE-SE
0.2
5
0.2
0.2
ÁREA DE EXPANSÃO A= 24.00 m² P.D= 3.00 m² TIPOLOGIA 03 - OPÇÃO 3 BLOCO B 46,08 m² - 69,12 m²
+ 6.00
Parede internas - painel de bagaço de cana
9.8 1.2
3.94 0.99
0.08
1.44
0.2
2.3 1.2
1.1
0.1
0.19
1.14
0.96
0.2
DORMITÓRIO 02 A= 8.50 m² P.D= 3.00 m²
2.45
70X210
1.25
0.2
PROJEÇÃO DA VIGA PLANTA BAIXA: BLOCO B - TIPOLOGIA 03 - NÍVEL 6 ESCALA 1/75
DORMITÓRIO A= 8.15 m² P.D= 3.00 m²
2.8
2.45
ÁREA EXTERNA A= 8.77 m² P.D= 3.00 m²
0.2
1.3
1.2
1.2
80X210
5.08
1.2
0.2
2.3
7.39 PLANTA BAIXA: BLOCO B - TIPOLOGIA 03 (OPÇÃO 03) - NÍVEL 3 ESCALA 1/75
0.07
1.17
0.2 2.33
1.16
1.9
0.2
0.2
1.05
+ 6.00
1.2
90X210
2.6
PROJEÇÃO DA VIGA
+ 3.00
3.4
1.6
1.25
ÁREA DE CONVÍVIO A= 21.60 m² P.D= 3.00 m²
1.71
80X210
0.1
1.2 4 5
BH. e A.S. A= 5.70 m² P.D= 3.00 m²
+ 2.99
80X210
1.2
DORMITÓRIO 01 A= 8.50 m² P.D= 3.00 m²
1.2
PROJEÇÃO DA VIGA
0.2
0.2
1.2
4.8
3.39
HALL A= 3.40 m² P.D= 3.00 m²
Identificação da unidade painel de bagaço de cana
PLANTA BAIXA: OPÇÃO DE EXPANSÃO ESCALA 1/100
1
2.3
·
HABITE-SE
1.2 1.65
1.2
1.2
0.1
1.2
0.2
ÁREA DE CONVÍVIO A= 24.00 m² P.D= 3.00 m²
0.2
0.1
0.86
2.3
Identificação da unidade painel de bagaço de cana
3.6
DORMITÓRIO 01 A= 5.40 m² P.D= 3.00 m²
4.8
3.6
ÁREA EXTERNA A= 9.95 m² P.D= 3.00 m² + 9.00
3.6
0.8
5
ÁREA DE EXPANSÃO A= 11.52 m² P.D= 3.00 m²
1.74
+ 9.00
0.6
0.1
1.2
0.2
2.55
+ 6.00
Parede divisória de expansão painel de bagaço de cana
2.64
1.2
90X210
DORMITÓRIO 01 A= 9.60 m² P.D= 3.00 m²
0.2
0.2
0.2
0.2
1.2
1.45
3.8
1.2
0.2
HALL A= 7.25 m² P.D= 3.00 m²
+ 9.00 0.2
70X210
2.4 3.6
+ 9.00
0.1
70X210
0.1 0.80
4.8
TIPOLOGIA 03 46,08 m² - 69,12 m²
80X210
2.39
BH. A= 1.30 m² P.D= 3.00 m²
80X210
DORMITÓRIO 01 A= 7.80 m² P.D= 3.00 m²
Parede internas - painel de bagaço de cana
5
0.2
3.05
0.2
0.2
2.36
0.2
0.2
1.2
1.19
0.2
0.26
PLANTA BAIXA: OPÇÃO DE EXPANSÃO ESCALA 1/100
0.2
5
PROJEÇÃO DA VIGA
0.2 4.8
PLANTA BAIXA: TIPOLOGIA 03- NÍVEL 6.00 ESCALA 1/75
PLANTA BAIXA: TIPOLOGIA 03- NÍVEL 9.00 ESCALA 1/75
·
HABITE-SE
0.2
4.8
0.2
0.90 0.2
4.8
1.99
1.49
0.2
0.2
TIPOLOGIA 03 - BLOCO C 46,08 m² - 69,12 m²
1.2
DORMITÓRIO 04 A= 7.30 m² P.D= 3.00 m²
4.8
+ 0.00
Parede divisória de expansão painel de bagaço de cana
0.05
2.13 2.4
2.21
0.1
2.8
0.1
2.4
-0.01
1.2
1.2 1.2
DORMITÓRIO 02 A= 6.20 m² P.D= 3.00 m² ÁREA DE CONVÍVIO A= 20.20 m² P.D= 3.00 m²
0.1 0.8
DORMITÓRIO 03 A= 7.70 m² P.D= 3.00 m²
80X210
80X210
+ 0.00 BH. A= 2.95 m² P.D= 3.60 m²
70X210
1.5 1.2
0.3
80X210
-0.01
Parede internas - painel de bagaço de cana
0.2
0.2
90X210
1.2
1.2
DORMITÓRIO 01 A= 7.68 m² P.D= 3.00 m²
0.1
PLANTA BAIXA: OPÇÃO DE EXPANSÃO ESCALA 1/150
3.2
3.18 1.2
1.2
PROJEÇAO DA VIGA
0.2
1.2
+ 0.00
0.2
0.2
1.96
2.49
0.67
+ 0.00
0.72
ÁREA DE EXPANSÃO A= 23.04 m² P.D= 3.00 m²
0.85
0.72
TÉRREO COM PRESTAÇÃO SERVIÇO (SORVETEIRA) A= 15.50 m² P.D= 3.00 m²
0.2 0.4 PLANTA BAIXA: BLOCO C - TIPOLOGIA 02 ESCALA 1/75
0.7
0.1 1.2 Identificação da unidade painel de bagaço de cana
2.4
0.2 ·
HABITE-SE
3.6 4.8
1.2
1.2
1.2
0.2
Parede divisória de expansão painel de bagaço de cana
0.2
0.2
PROJEÇÃO DA VIGA
TIPOLOGIA 02 - ACESSÍVEL 40,32 m² - 57,60 m²
0.2
4.8 CIRCULAÇÃO
ÁREA DE CONVÍVIO A= 27.35 m² P.D= 3.00 m²
1.2
2.7
BH. A= 5.40 m² P.D= 3.00 m²
80X210 DORMITÓRIO 02 A= 5.55 m² P.D= 3.00 m²
2.1
1
0.1
0.2
80X210
2.4
2.6
DORMITÓRIO 01 A= 9.20 m² P.D= 3.00 m²
ÁREA DE EXPANSÃO A= 11.52 m² P.D= 3.00 m²
0.90
+ 0.01
0.2 1.2
1.2
1.2
0.2
2.4
1.2
3.6
0.78
1.2
1.2
0.2
+ 0.00
90X210
3.2
80X210
0.2
Parede internas - painel aglomerado de bagaço de cana
0.10.31 0.2
PROJEÇÃO DA VIGA
0.2
1.58
1.2
1.22
1.2
0.2
5.2 PLANTA BAIXA: TIPOLOGIA 02 ACESSÍVEL - NÍVEL 0.00 ESCALA 1/75
Identificação da unidade painel de bagaço de cana
·
HABITE-SE
19 8
â&#x20AC;˘ hab i t e - s e
1 9 9 â&#x20AC;˘ h ab i te- s e
200
â&#x20AC;˘ hab i t e - s e
2 0 1 â&#x20AC;˘ h ab i te- s e
BLOCO A
2 02
â&#x20AC;¢ ha bi t e - s e
TIPOLOGIA 01
TIPOLOGIA 02
40,32 m² -> 46,08m²
40,32 m² -> 57,60 m²
TIPOLOGIA 03
VIARIAÇÃO DA TIPOLOGIA 03
46,08 m² -> 69,12 m²
46,08 m² -> 69,12 m²
EXPANSÕES
BLOCO A
ESTRUTURA
SHAFT
CIRCULAÇÃO EXTERNA
TELHADO VERDE
2 0 3 • h ab i te- s e
204
â&#x20AC;˘ ha bi t e - s e
B 01
brises móveis projeção viga
projeção viga
parede de expansão
+ 0.00
-0.01
-0.01
+ 0.00
A 01
+ 0.00
projeção viga
projeção viga
projeção passarela
-0.01
projeção viga
-0.01
projeção viga
parede de expansão
A 01
projeção viga
Unidade Térreo: prestação de serviço
+ 0.00
Identidicação da unidade uso do bagaço da cana
B 01
escadas externas - aço expandido perfurado Identidicação da unidade uso do bagaço da cana
PLANTA BAIXA TÉRREO - BLOCO A ESCALA: 1/100
NOTA: AS PAREDES DE EXPANSÃO, ASSIM COMO AS PAREDES DE DIVISÃO INTERNA E OS BRISES SERÃO PRODUZIDAS COM O USO DO BAGAÇO DA CANA
·
HABITE-SE
B 02
escadas externas - aço expandido perfurado
brise fixo
brise fixo
+ 2.99
brises móveis
parede de expansão
brise fixo
+ 3.00
+ 2.99
+ 2.99
Identidicação da unidade uso do bagaço da cana
+ 3.00
A 02
projeção viga
+ 3.00
+ 3.00
+ 3.00
projeção viga
projeção viga
projeção viga
+ 3.00
passarela - aço expandido perfurado
projeção viga
projeção viga + 3.00
B 02
escadas externas - aço expandido perfurado
PLANTA BAIXA PRIMEIRO PAVIMENTO - BLOCO A ESCALA: 1/100
NOTA: AS PAREDES DE EXPANSÃO, ASSIM COMO AS PAREDES DE DIVISÃO INTERNA E OS BRISES SERÃO PRODUZIDAS COM O USO DO BAGAÇO DA CANA
·
HABITE-SE
A 02
B 03 escadas externas - aço expandido perfurado
brise fixo
brises móveis
+ 6.00 + 6.00 + 6.00 CAIXA D'ÁGUA 750 L
+ 5.99
+ 3.00 + 6.00 + 6.00
Horta Comunitária
A 03
projeção passarela
passarela - aço expandido perfurado
parede de expansão
A 03
projeção viga
+ 3.00 + 6.00
+ 6.00
passarela - aço expandido perfurado
projeção viga
projeção viga B 03
projeção viga
projeção viga
PLANTA BAIXA ESCALA: 1/100 SEGUNDO PAVIMENTO - BLOCO A
NOTA: AS PAREDES DE EXPANSÃO, ASSIM COMO AS PAREDES DE DIVISÃO INTERNA E OS BRISES SERÃO PRODUZIDAS COM O USO DO BAGAÇO DA CANA
·
HABITE-SE
B 04
brise fixo passarela - aço expandido perfurado
brise fixo
brises móveis escadas externas - aço expandido perfurado parede de expansão + 9.00
CAIXA D'ÁGUA 750 L
+ 3.00 + 6.00
Horta Comunitária
+ 8.99
+ 9.00
+ 9.00
A 04
projeção passarela
passarela
+ 9.00
A 04
projeção viga
Parede de expansão passarela - aço expandido perfurado passarela - aço expandido perfurado
+ 9.00
Horta Comunitária
+ 9.00
projeção viga escadas externas - aço expandido perfurado
B 04
projeção viga
PLANTA BAIXA TERCEIRO PAVIMENTO - BLOCO A ESCALA: 1/100
NOTA: AS PAREDES DE EXPANSÃO, ASSIM COMO AS PAREDES DE DIVISÃO INTERNA E OS BRISES SERÃO PRODUZIDAS COM O USO DO BAGAÇO DA CANA
·
HABITE-SE
Cobertura Boiler
B 05
escadas externas - aço expandido perfurado
Cobertura Boiler
Cobertura Boiler
CAIXA D'ÁGUA 750 L
CAIXA D'ÁGUA 750 L
CAIXA D'ÁGUA 750 L
CAIXA D'ÁGUA 750 L
+ 6.00
CAIXA D'ÁGUA 750 L
CAIXA D'ÁGUA 750 L
CAIXA D'ÁGUA 750 L
+ 9.00
+ 12.00 LAJE IMPERMEABILIZADA INCLINAÇÃO 2%
+ 12.00
CAIXA D'ÁGUA 750 L
Horta Comunitária
+ 3.00
A 05
LAJE IMPERMEABILIZADA INCLINAÇÃO 2%
passarela - aço expandido perfurado
A 05
passarela - aço expandido perfurado
+ 9.00
passarela - aço expandido perfurado
Horta Comunitária
B 05
escadas externas - aço expandido perfurado
PLANTA DE COBERTURA - BLOCO A ESCALA: 1/100 NOTA: FOI UTILIZADO 1 CAIXA D'ÁGUA DE 750 L P/ CADA UNIDADE. AS PLACAS FOTOVOTAICAS INSTALADAS NAS COBERTURAS TRANSFORMARÃO ENERGIA SOLAR EM ENERGIA ELÉTRICA, SENDO ENTREGUE 2 PLACAS PARA CADA UNIDADE E UM BOILER PARA CADA HABITAÇÃO PARA O AQUECIMENTO DA ÁGUA.
·
HABITE-SE
+12.30 +12.00
VISTA B VISTA D
VISTA C
Parede de expansão painel produzido de bagaço de cana +9.00
VISTA A Horta comunitária
+6.00
+3.00
+0.00
VISTA A - BLOCO A ESCALA: 1/200
Identificação das unidades u s o do b a g a ç o d a c a na * numeração hipotética
Unidade Térrea Serviço/Comércio
+12.30 +12.00
+9.00
+6.00
+3.00
+0.00
VISTA B - BLOCO A ESCALA: 1/200
Identificação das unidades uso do bagaço da cana * numeração hipotética
NOTA: FOI UTILIZADO BRISES VERTICAIS PARA A FACES LESTE E OESTE E BRISES HORIZONTAIS PARA FACES NORTE. A FACHADA SUL POR RECEBER MENOS INCIDÊNCIA SOLAR RECEBE SOMENTE BRISES MÓVEIS. OS BRISES FIXOS ESTÃO DESTRIBUIDOS EM JANELAS DOS BANHEIROS PARA MAIOR PRIVACIDADE DOS MORADORES.
·
HABITE-SE
VISTA B VISTA D
VISTA C
+12.30 +12.00
Parede de expansão painel produzido de bagaço de cana
VISTA A +9.00
+6.00
+3.00
+0.00
VISTA C - BLOCO A ESCALA: 1/200 +12.30 +12.00
+9.00
+6.00
+3.00
+0.00
NOTA:
VISTA D - BLOCO A ESCALA: 1/200
FOI UTILIZADO BRISES VERTICAIS PARA A FACES LESTE E OESTE E BRISES HORIZONTAIS PARA FACES NORTE. A FACHADA SUL POR RECEBER MENOS INCIDÊNCIA SOLAR RECEBE SOMENTE BRISES MÓVEIS. OS BRISES FIXOS ESTÃO DESTRIBUIDOS EM JANELAS DOS BANHEIROS PARA MAIOR PRIVACIDADE DOS MORADORES.
·
HABITE-SE
Placas fotovotaicas
Placas fotovotaicas
B
2.5
+12.00
A
A +9.00
2.5
B
Horta comunitária
2.5
+6.00
2.5
+3.00
+0.0 (549)
Placas fotovotaicas Boiler
+12.00
2.5
CORTE A-A - BLOCO A ESCALA: 1/200
Shaft Horta comunitária
2.50
+9.00
2.5
+3.00
0.30.2
2.50
+6.00
+1.0 (550) +0.0 (549)
CORTE B-B - BLOCO A ESCALA: 1/200
·
HABITE-SE
BLOCO B
2 1 3 â&#x20AC;¢ h ab i te- s e
TIPOLOGIA 01
TIPOLOGIA 02
40,32 m² -> 46,08m²
40,32 m² -> 57,60 m²
TIPOLOGIA 03
VIARIAÇÃO DA TIPOLOGIA 03
46,08 m² -> 69,12 m²
46,08 m² -> 69,12 m²
214
• hab i t e - s e
EXPANSÕES
BLOCO B
ESTRUTURA
SHAFT
CIRCULAÇÃO EXTERNA
TELHADO VERDE
2 1 5 â&#x20AC;˘ h ab i te- s e
B 01
Identidicação da unidade uso do bagaço da cana
brises móveis
escadas externas - aço expandido perfurado projeção viga
-0.01
+ 0.00
projeção viga
projeção passarela
projeção viga
+ 0.00
projeção viga -0.01
parede de expansão
A 01
A 01
parede de expansão -0.01
-0.01 + 0.00
+ 0.00
parede de expansão
projeção viga
B 01
PLANTA BAIXA TÉRREO - BLOCO B ESCALA: 1/100
NOTA: AS PAREDES DE EXPANSÃO, ASSIM COMO AS PAREDES DE DIVISÃO INTERNA INTERNA E OS BRISES SERÃO PRODUZIDAS COM O USO DO BAGAÇO DA CANA
Identidicação da unidade uso do bagaço da cana
·
HABITE-SE
B 02
brises móveis
brise fixo
escadas externas - aço expandido perfurado projeção viga
+ 2.99
+ 3.00
Horta Comunitária + 3.00
passarela - aço expandido perfurado
escadas externas - aço expandido perfurado
Identidicação da unidade uso do bagaço da cana + 3.00
escadas externas - aço expandido perfurado
A 02
+ 2.99
+ 3.00
Horta Comunitária
projeção viga
projeção viga
projeção viga
+ 3.00
A 02
+ 3.00
+ 2.99
escadas externas - aço expandido perfurado
NOTA: AS PAREDES DE EXPANSÃO, ASSIM COMO AS PAREDES DE DIVISÃO INTERNA INTERNA E OS BRISES SERÃO PRODUZIDAS COM O USO DO BAGAÇO DA CANA
brises móveis B 02
PLANTA BAIXA PRIMEIRO PAVIMENTO - BLOCO B ESCALA: 1/100
·
HABITE-SE
B 03
Identidicação da unidade uso do bagaço da cana
escadas externas - aço expandido perfurado projeção viga
+ 3.00
+ 6.00
Horta Comunitária
passarela - aço expandido perfurado
escadas externas - aço expandido perfurado
projeção viga
+ 3.00
projeção viga
Horta Comunitária
A 03
+ 6.00
A 03
+ 3.00 + 6.00
projeção viga
+ 6.00
projeção viga
PLANTA BAIXA SEGUNDO PAVIMENTO - BLOCO B ESCALA: 1/100
NOTA: AS PAREDES DE EXPANSÃO, ASSIM COMO AS PAREDES DE DIVISÃO INTERNA INTERNA E OS BRISES SERÃO PRODUZIDAS COM O USO DO BAGAÇO DA CANA
B 03
escadas externas - aço expandido perfurado
·
HABITE-SE
B 04 passarela - aço expandido perfurado
+ 8.99
+ 9.00 + 3.00
escadas externas - aço expandido perfurado
projeção viga
+ 3.00
projeção viga
+ 9.00
A 04
+ 8.99
+8.99
A 04
+ 9.00
+ 9.00
Horta Comunitária + 9.00
+ 9.00 + 3.00 + 9.00
Horta Comunitária
projeção viga
+ 9.00
parede de expansão
parede de expansão
escadas externas - aço expandido perfurado
PLANTA BAIXA TERCEIRO PAVIMENTO - BLOCO B ESCALA: 1/100
NOTA: AS PAREDES DE EXPANSÃO, ASSIM COMO AS PAREDES DE DIVISÃO INTERNA INTERNA E OS BRISES SERÃO PRODUZIDAS COM O USO DO BAGAÇO DA CANA
B 04
escadas externas - aço expandido perfurado
·
HABITE-SE
B 05 Cobertura Boiler
escadas externas - aço expandido perfurado
passarela - aço expandido perfurado
CAIXA D'ÁGUA 750 L
escadas externas - aço expandido perfurado + 12.00
+ 3.00
A 05
+ 9.00 + 9.00
CAIXA D'ÁGUA 750 L
A 05
+ 3.00
CAIXA D'ÁGUA 750 L
+ 12.00
+ 12.00
LAJE IMPERMEABILIZADA INCLINAÇÃO 2%
CAIXA D'ÁGUA 750 L
LAJE IMPERMEABILIZADA INCLINAÇÃO 2%
CAIXA D'ÁGUA 750 L
passarela - aço expandido perfurado
+ 3.00
LAJE IMPERMEABILIZADA INCLINAÇÃO 2%
CAIXA D'ÁGUA 750 L
Horta Comunitária passarela - aço expandido perfurado B 05
PLANTA DE COBERTURA - BLOCO B ESCALA: 1/100
escadas externas - aço expandido perfurado
NOTA: FOI UTILIZADO 1 CAIXA D'ÁGUA DE 750 L P/ CADA UNIDADE. AS PLACAS FOTOVOTAICAS INSTALADAS NAS COBERTURAS TRANSFORMARÃO ENERGIA SOLAR EM ENERGIA ELÉTRICA, SENDO ENTREGUE 2 PLACAS PARA CADA UNIDADE E UM BOILER PARA CADA HABITAÇÃO PARA O AQUECIMENTO DA ÁGUA.
·
HABITE-SE
+12.30 +12.00
VISTA C
VISTA D
VISTA A
+9.00
VISTA B
+6.00
+3.00
+0.00
VISTA A - BLOCO B ESCALA: 1/200
Mobiliário urbano multifuncional
Parede de expansão painel produzido de bagaço de cana
Identificação das unidades uso do bagaço da cana * numeração hipotética
+12.30 +12.00
+9.00
+6.00
+3.00
+0.00
VISTA B - BLOCO B ESCALA: 1/200
Parede de expansão painel produzido de bagaço de cana
NOTA: FOI UTILIZADO BRISES VERTICAIS PARA A FACES LESTE E OESTE E BRISES HORIZONTAIS PARA FACES NORTE. A FACHADA SUL POR RECEBER MENOS INCIDÊNCIA SOLAR RECEBE SOMENTE BRISES MÓVEIS. OS BRISES FIXOS ESTÃO DESTRIBUIDOS EM JANELAS DOS BANHEIROS PARA MAIOR PRIVACIDADE DOS MORADORES.
Identificação das unidades uso do bagaço da cana * numeração hipotética
221 ·
HABITE-SE
VISTA C
VISTA D
VISTA A
VISTA B
+12.30 +12.00
Parede de expansão painel produzido de bagaço de cana +9.00
+6.00
+3.00
+0.00
Mobiliário urbano multifuncional
VISTA C - BLOCO B ESCALA: 1/200 +12.30 +12.00
+9.00
+6.00
+3.00
+0.00
VISTA D - BLOCO B ESCALA: 1/200 NOTA: FOI UTILIZADO BRISES VERTICAIS PARA A FACES LESTE E OESTE E BRISES HORIZONTAIS PARA FACES NORTE. A FACHADA SUL POR RECEBER MENOS INCIDÊNCIA SOLAR RECEBE SOMENTE BRISES MÓVEIS. OS BRISES FIXOS ESTÃO DESTRIBUIDOS EM JANELAS DOS BANHEIROS PARA MAIOR PRIVACIDADE DOS MORADORES.
Mobiliário urbano multifuncional
·
HABITE-SE
B
Placas fotovotaicas +12.00
A
FIXO 2.5
FIXO
Horta comunitária FIXO
FIXO
2.5
+9.00
2.5
B
2.5
A
+6.00
2.5
2.5
FIXO
FIXO 0.30.2
+3.00 1.2
2.5
2.5
FIXO
FIXO
+0.0 (549)
CORTE A-A - BLOCO B ESCALA: 1/200
Placas fotovotaicas +12.00
2.5
Shaft Horta comunitária
2.5
+9.00
2.5
+6.00
0.30.2
+3.00
2.5
1.20
+0.0 (549)
CORTE B-B - BLOCO B ESCALA: 1/200
·
HABITE-SE
BLOCO C
224
â&#x20AC;¢ ha bi t e - s e
TIPOLOGIA 01
TIPOLOGIA 02
40,32 m² -> 46,08m²
40,32 m² -> 57,60 m²
VIARIAÇÃO DA TIPOLOGIA 03
VIARIAÇÃO DA TIPOLOGIA 02
46,08 m² -> 69,12 m²
40,32 m² -> 57,60 m²
EXPANSÕES
BLOCO C
ESTRUTURA
SHAFT
VIARIAÇÃO DA TIPOLOGIA 03
CIRCULAÇÃO EXTERNA
46,08 m² -> 69,12 m²
CIRCULAÇÃO EXTERNA
TELHADO VERDE
2 2 5 • h ab i te- s e
22 6
â&#x20AC;˘ hab i t e - s e
B 01
Identidicação da unidade uso do bagaço da cana
brises móveis
-0.01
+ 0.00
projeção viga projeção primeiro pav.
A 01
projeção viga
A 01
projeção primeiro pav.
Identidicação da unidade uso do bagaço da cana
parede de expansão
+ 0.00
+ 0.00 -0.01 -0.01 + 0.00
+ 0.00
projeção viga
PLANTA BAIXA TÉRREO - BLOCO C ESCALA: 1/100
B 01
projeção viga
NOTA: AS PAREDES DE EXPANSÃO, ASSIM COMO AS PAREDES DE DIVISÃO INTERNA INTERNA E OS BRISES SERÃO PRODUZIDAS COM O USO DO BAGAÇO DA CANA
escadas externas - aço expandido perfurado
·
HABITE-SE
B 01
brises móveis brises móveis
brise fixo
+2.99
+ 3.00
A 01
A 01 + 3.00
+ 3.00
+ 3.00
projeção viga
+2.99
brise fixo
Horta Comunitária
+ 3.00
+ 3.00 + 3.00
+ 3.00
+ 3.00
+2.99
projeção viga
projeção viga
PLANTA BAIXA PRIMEIRO PAVIMENTO - BLOCO C ESCALA: 1/100
B 01
brise fixo
NOTA: AS PAREDES DE EXPANSÃO, ASSIM COMO AS PAREDES DE DIVISÃO INTERNA INTERNA E OS BRISES SERÃO PRODUZIDAS COM O USO DO BAGAÇO DA CANA
escadas externas e passarelas - aço expandido perfurado
·
HABITE-SE
B 01 brises móveis
Horta Comunitária
brise fixo
projeção viga + 5.99
parede de expansão
+ 6.00
A 01
A 01 + 6.00
+ 6.00
+ 6.00
+ 3.00
passarela - aço expandido perfurado
Identidicação da unidade uso do bagaço da cana
+ 6.00
+ 6.00
+ 3.00
+ 6.00
escadas externas - aço expandido perfurado B 01
PLANTA BAIXA SEGUNDO PAVIMENTO - BLOCO C ESCALA: 1/100
NOTA: AS PAREDES DE EXPANSÃO, ASSIM COMO AS PAREDES DE DIVISÃO INTERNA INTERNA E OS BRISES SERÃO PRODUZIDAS COM O USO DO BAGAÇO DA CANA
·
HABITE-SE
brises móveis escadas externas - aço expandido perfurado
Horta Comunitária
+ 9.00
A 01
A 01 + 6.00 + 9.00
+ 3.00
projeção viga + 9.00
+ 9.00
parede de expansão
passarela - aço expandido perfurado
+ 6.00
+ 3.00
+ 9.00
+ 8.99
escadas e passarelas externas - aço expandido perfurado escadas e passarelas externas - aço expandido perfurado
B 01
passarela - aço expandido perfurado
B 01
brise fixo
PLANTA BAIXA TERCEIRO PAVIMENTO - BLOCO C ESCALA: 1/100
NOTA: AS PAREDES DE EXPANSÃO, ASSIM COMO AS PAREDES DE DIVISÃO INTERNA INTERNA E OS BRISES SERÃO PRODUZIDAS COM O USO DO BAGAÇO DA CANA
·
HABITE-SE
B 01 Horta Comunitária projeção viga + 11.99
+ 3.00
A 01
A 01 + 6.00 + 9.00
+ 12.00
+ 12.00
passarela - aço expandido perfurado
+ 12.00
+ 6.00
+ 12.00
+ 12.00 CAIXA D'ÁGUA 750 L
CAIXA D'ÁGUA 750 L
+ 11.99
escadas e passarelas externas - aço expandido perfurado
Cobertura Boiler
B 01
escadas e passarelas externas - aço expandido perfurado
LAJE IMPERMEABILIZADA INCLINAÇÃO 2%
+ 3.00
PLANTA BAIXA QUARTO PAVIMENTO- BLOCO C ESCALA: 1/100
NOTA: AS PAREDES DE EXPANSÃO, ASSIM COMO AS PAREDES DE DIVISÃO INTERNA INTERNA E OS BRISES SERÃO PRODUZIDAS COM O USO DO BAGAÇO DA CANA
·
HABITE-SE
B 01
escadas externas - aço expandido perfurado
Horta Comunitária
A 01
A 01
+ 3.00
LAJE IMPERMEABILIZADA INCLINAÇÃO 2%
+ 6.00 + 9.00
+ 12.00
Cobertura Boiler
CAIXA D'ÁGUA 750 L
CAIXA D'ÁGUA 750 L
CAIXA D'ÁGUA 750 L
passarela - aço expandido perfurado
+ 6.00 CAIXA D'ÁGUA 750 L
CAIXA D'ÁGUA 750 L
CAIXA D'ÁGUA 750 L
+ 12.00
CAIXA D'ÁGUA 750 L
CAIXA D'ÁGUA 750 L
B 01
CAIXA D'ÁGUA 750 L
+ 6.00 + 3.00
LAJE IMPERMEABILIZADA INCLINAÇÃO 2%
LAJE IMPERMEABILIZADA INCLINAÇÃO 2%
passarela - aço expandido perfurado
passarela - aço expandido perfurado
+ 12.00
escadas e passarelas externas - aço expandido perfurado
PLANTA DE COBERTURA - BLOCO C ESCALA: 1/100 NOTA: CAIXAS D'AGUA:- FOI UTILIZADA 1 CAIXA DE 750 L P/ CADA UNIDADE. AS PLACAS FOTOVOTAICAS INSTALADAS NAS COBERTURAS TRANSFORMARÃO ENERGIA SOLAR EM ENERGIA ELÉTRICA, SENDO ENTREGUE 2 PLACAS PARA CADA UNIDADE E UM BOILER PARA CADA HABITAÇÃO PARA O AQUECIMENTO DA ÁGUA.
Cobertura Boiler
·
HABITE-SE
+15.30
VISTA B
+15.00 VISTA D
VISTAC
VISTA +12.00
NOTA: FOI UTILIZADO BRISES VERTICAIS PARA A FACES LESTE E OESTE E BRISES HORIZONTAIS PARA FACES NORTE. A FACHADA SUL POR RECEBER MENOS INCIDÊNCIA SOLAR RECEBE SOMENTE BRISES MÓVEIS. OS BRISES FIXOS ESTÃO DESTRIBUIDOS EM JANELAS DOS BANHEIROS PARA MAIOR PRIVACIDADE DOS MORADORES.
Parede de expansão painel produzido de bagaço de cana +9.00
+6.00
Placa fotovotaica +3.00
+0.00
VISTA A - BLOCO C +15.30 ESCALA: 1/200 +15.00
Identificação das unidades uso do bagaço da cana * numeração hipotética
+12.00
+9.00
+6.00
+3.00
+0.00
VISTA B - BLOCO C ESCALA: 1/200
·
HABITE-SE
+15.30
VISTA B
+15.00 VISTA D
VISTAC
Parede de expansão painel produzido de bagaço de cana
VISTA
+12.00
NOTA: FOI UTILIZADO BRISES VERTICAIS PARA A FACES LESTE E OESTE E BRISES HORIZONTAIS PARA FACES NORTE. A FACHADA SUL POR RECEBER MENOS INCIDÊNCIA SOLAR RECEBE SOMENTE BRISES MÓVEIS. OS BRISES FIXOS ESTÃO DESTRIBUIDOS EM JANELAS DOS BANHEIROS PARA MAIOR PRIVACIDADE DOS MORADORES.
+9.00
Parede de expansão painel produzido de bagaço de cana +6.00
+3.00
+0.00
VISTA C - BLOCO C ESCALA: 1/200
+15.30 +15.00
+12.00
+9.00
+6.00
+3.00
+0.00
VISTA D - BLOCO C ESCALA: 1/200
·
HABITE-SE
B
A
A
B
Placas fotovotaicas +14.00
2.5
FIXO
FIXO
+11.00
FIXO
Shaft 2.5
Horta comunitária
FIXO
+8.00
2.5
FIXO
FIXO
+5.00
FIXO 2.5
FIXO
FIXO
FIXO
0.30.20.3
+2.00
2.5
FIXO
FIXO
-1.0 (548)
CORTE A-A - BLOCO C ESCALA: 1/200
·
HABITE-SE
B
A
A
B
2.5
14.00
+11.00
2.5
FIXO
FIXO
+8.00
FIXO
FIXO
FIXO
2.5
FIXO
2.5
+5.00
Horta comunitária
0.30.2
+2.00
2.5
1.2
-1.0 (548)
CORTE B-B - BLOCO C ESCALA: 1/200
·
HABITE-SE
IMPLANTAÇÃO
2 3 7 • h ab i te- s e
238
â&#x20AC;˘ hab i t e - s e
B 01
+ 550.0 + 551.0
6 + 549.0
4
5 2
9 3 + 548.0
4 4
8
1
A 01
A 01
3
4
5
7
4 + 547.0
7 4 7
10
8
CORTE B-B ESCALA 1/500
7 3
B 01
8
1 2 3 4
Quadra poliesportiva Vestiário Centro Comunitário
Após o estudo feito na comunidade Nazaré Paulista, viu-se que o maior questionamento dos moradores era a falta de espaços públicos que incluisem a interação da comunidade como um todo.
Criado como apoio da quadra esportiva e dos espaços de lazer (praças).
A comunidade possui necessidades de locais de apoio para recebimento de doações, assim como programas como Igreja, espaço para realizações de festas típicas e eventos. etc. Pelo projeto estar inserido em um área com grande concentração de vazios e
Praças
sem qualidade urbana, a criação de praças espalhadas por todo o conjunto trás qualidade espacial e maior interação para a comunidade com o entorno, atendendo não só a escala do morador mas escala urbana como um todo.
5 6 7
Arquibancada
Rua Compartilhada
Alameda
Foi proposta para servir de apoio para a quadra poliesportiva.
Afim de diminuir a segregação da rua/pedestres se fez importante a criação de uma rua compar tilhada. Trazendo assim qualidade urbana para os moradores proponto maior segurança, fortalecimento das relações de vizinhança, encontros sociais, propondo portanto maior vitalidade urbana para a comunidade/entorno. A criação de alamedas pelo terreno foi dedicada somente para o tranito de pessoas, valorizando o caminhar do pedestree a convivencia entre os moradores. .
8 9 10
Estacionamento
De acordo com o Projeto de Lei Complementar de HIS de Ribeirão Preto, fica obrigatório em áreas identificadas como ZUP o uso de 1 vaga para cada 3 unidades habitacionais, além disso 1/ 3 das vagas são de uso para idosos e gestantes.
Espaço para animais não domesticáveis
Com caráter rural as famílias criam animais de grande porte não domesticáveis, portante se fez necessário a criação de um espaço dque suportasse as necessidades da comunidade.
Ponto de Ônibus
O ponto de ônibus já é presente no local, sendo projetado um bolsão para a entrada do veículo afim de ofertar segurança aos pedestres e um mobiliário que acomode os moradores/visitantes do conjunto.
Bicicletário
Vaga acessível
Vaga p/ moto
Vaga p/ gestante
Rampa de acessibilidade
Vaga p/ idoso
Mobiliário urbano
Bloco A
Bloco B
Bloco C
Ponto de ônibus
IMPLANTAÇÃO ESCALA 1/500
CORTE A-A ESCALA 1/500 ·
HABITE-SE
2 3 9 â&#x20AC;˘ h ab i te- s e
24 0
â&#x20AC;˘ hab i t e - s e
2 4 1 â&#x20AC;˘ h ab i te- s e
242
â&#x20AC;˘ ha bi t e - s e
2 4 3 â&#x20AC;˘ h ab i te- s e
6 REFÊN
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Maria Eduarda Volpe novembro, 2019