UNIJALES CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JALES
LUIS HENRIQUE FIGUEIREDO RANGEL DUTRA DA SILVA
Benefícios proporcionados pela Musculação a Pessoa Idosa
Jales 2010
LUIS HENRIQUE FIGUEIREDO RANGEL DUTRA DA SILVA
Benefícios proporcionados pela musculação a Pessoa Idosa
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Bacharelado em Educação Física pelo Centro Universitário de Jales, como requisito parcial para a obtenção do titulo de Bacharel em Educação Física. Orientador (a): Profª. Ms. Graziela Pascom.
Jales 2010
LUIS HENRIQUE FIGUEIREDO RANGEL DUTRA DA SILVA
Benefícios proporcionados pela musculação a Pessoa Idosa
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Bacharelado em Educação Física pelo Centro Universitário de Jales, como requisito parcial para a obtenção do titulo de Bacharel em Educação Física. Orientador (a): Profª. Ms. Graziela Pascom.
Data de aprovação: ____ / ____ / ________.
______________________________________________________________________ Professor (a) Ms: Graziela Pascom Titulação: Mestre em Ciências da Motricidade Instituição: Centro Universitário de Jales
Jales 2010
Dedico ao meu querido amigo Silas Gabriel Zacarias que acreditou no meu potencial desde o começo, aos meus familiares, aos amigos de faculdade por me aturar nesses quatro anos e principalmente a nossa orientadora Profª Graziela Pascom. Luís Henrique
Dedico ao meu Pai, a minha Mãe, aos meus irmãos, as minhas duas avós e o restante de minha parentela. A alguns professores da Licenciatura e do Bacharel em Educação Física, mas principalmente para Profª. Graziela Pascom, que é um exemplo vivo de ser professor, com humildade e compreensão aos alunos. Rangel Dutra
Agradeço principalmente à Deus, que permitiu a conclusão desse trabalho e ao amigo e parceiro Rangel Dutra que aceitou essa parceria. Luis Henrique
Agradeço ao Meu Senhor Deus por ter me ajudado e dado vida, força e sabedoria, por que sem Ele não teria chegado até aqui vivo. Rangel Dutra
“O problema não é inventar. É ser inventado, hora após hora e nunca ficar pronta nossa edição convincente” (Carlos Drummond de Andrade).
Nem toda Felicidade ou Conquista se resume em Sorrisos, por isso não de atenção aos problemas, Você tem a chave da Vitória nas mãos, persista e lute, você vencerá. (Rangel Dutra da Silva). [...] Porque há esperança para a árvore, que, se for cortada, ainda torne a brotar, e que não cessem os seus renovos. Ainda que envelheça a sua raiz na terra, e morra o seu tronco no pó, contudo ao cheiro das águas brotará, e lançará ramos como uma planta nova. (Jó 14.7-8-9).
RESUMO
FIGUEIREDO, Luis; SILVA, Rangel. Benefícios Proporcionados pela Musculação a Pessoa Idosa, 2010. 38f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Educação Física) – Centro Universitário de Jales. Jales-SP, 2010.
No decorrer dos anos deve-se destacar o grande acréscimo da população idosa devido às grandes conquistas e avanços da medicina, a redução da taxa da mortalidade infantil, aumentando, assim, a expectativa de vida, em, praticamente, todos os países do mundo. Esse estudo desenvolveu-se a partir de analise e interpretação de dados obtidos em pesquisa indireta do tipo bibliográfica. A pesquisa bibliográfica tem como finalidade, colocar o pesquisador em contato com materiais e informações que já foram escritos anteriormente sobre determinado assunto, e que tornou possível o acesso e manipulação de informações relevantes para analisar a importância da musculação na terceira idade. Desta forma, pode-se analisar que os objetivos não é somente a longevidade das pessoas, mas sim a conscientização dos idosos à importância da pratica de atividade físicas em seu dia-a-dia ou nas praticas que exija força muscular diárias; levando o idoso a analisar os benefícios das atividades e principalmente da musculação, proporcionando o bem estar. Deve-se apontar também que a musculação é uma forma e método de treinamento seguro, que pode ser realizado por idosos e não somente para jovens e adulto. Isso somente é possível acontecer com programa preventivos, propiciando desta forma, benefícios psicológicos, preservando funções cognitivas, aliviando dores, diminuir a depressão, aumentar auto estima e qualidade de vida.
Palavras Chaves: Musculação; Qualidade de Vida; Atividade Física; Idosos.
ABSTRACT
FIGUEIREDO, Luis, SILVA, Rangel. Bodybuilding benefits provided by the Elderly. 2010. 38f. Completion of course work (Bachelor of Physical Education) – Centro Universitário de Jales. Jales – SP, 2010.
Over the years it should be noted the large increase in the elderly population because of the great achievements and advances in medicine, reducing the child mortality rate, thus increasing life expectancy, in virtually every country in the world. This study was developed from analysis and interpretation of data obtained from indirect survey-type literature. The literature aims to put the researcher in contact with materials and information that have been previously written about a subject, and that made it possible to access and manipulate information relevant to analyze the importance of fitness in old age. Thus, one can analyze the goals is not only the longevity of people, but the awareness of the importance of older practice of physical activity into their day-to-day or in the practices that require muscular strength daily, taking the elderly examining the benefits of activities and especially for bodybuilding, promoting the well-being. One should also point out that weight training is a form and safe method of training, which can be performed not only for seniors and youth and adult. This is only possible with preventive program, providing in this way, psychological benefits, preserving cognitive function, relieving pain, decrease depression, increase self esteem and quality of life.
Keywords: Strength, Quality of Life, Physical Activity and the Elderly.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 17 REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................................... 18 CAPITULO I: 1 - Qualidade de Vida.................................................................................18 1.1 - Qualidade de Vida, Atividade Física e Idosos ........................................................... 20 CAPITULO II: 2 - Atividades Física ................................................................................. 22 CAPITULO III: 3 - Terceira Idade ..................................................................................... 27 CAPITULO IV: 4 – Musculação......................................................................................... 30 4.1 - Benefícios da Musculação para Terceira Idade........................................................... 32 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 35 Objetivo Específico ......................................................................................................................... 35
Objetivos Gerais .................................................................................................................. 35 METODOLOGIA ............................................................................................................... 36 CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 37 REFERÊNCIAS BIBILOGRÁFICAS ............................................................................... 38
1. INTRODUÇÃO
A expectativa de vida vem aumentando ao longo dos últimos anos, principalmente devido aos avanços obtidos na medicina e na produção mundial de alimento e com a redução das taxas de mortalidade infantil. Isso vem permitindo um gradual e progressivo envelhecimento da população. Segundo Dantas e Vale (2004) a expectativa de vida está aumentando, e o envelhecimento populacional está ocorrendo em quase todos os países do mundo, principalmente nos pais em desenvolvimento. Mas o que se deseja do ser humano é que ele seja independente em suas atividades diária e em suas decisões, ou seja, que viva mais tempo com qualidade. Portanto a implementação de estratégia preventiva, como a prática de atividade física regular e programa de reabilitação, pode levar uma melhora funcional, a minimizar ou prevenir o aparecimento de incapacidades; por exemplo: a força dos músculos extensores de quadril é necessária para o ato de levantar, partindo da posição sentada; sendo assim, pode trazer benefícios psicológico, preservando a função cognitiva, aliviando os sintomas e o comportamento de depressão, melhorando o auto conceito, auto-imagem e a qualidade de vida (ACSM, 2003). Deve-se também colocar o interesse pelo conceito qualidade de vida, na área da saúde que é, e ocorre por causa do surgimento de novos paradigmas que têm influenciado as políticas e as práticas desse setor. Decorrente dessa mudança de paradigmas, a melhoria da qualidade de vida passou a ser um dos resultados esperados no campo da promoção da saúde e da prevenção de doenças para terceira idade. Os benefícios na qualidade de vida das pessoas idosas que praticam atividades físicas são enormes, mas os profissionais que trabalham com essa população precisam estar bem preparados, no que diz respeito ao conhecimento do assunto, para que os exercícios sejam seguros em todos os aspectos e tragam melhoras na qualidade de vida e saúde sistêmica. Com isso podemos destacar a atividade física e principalmente a musculação como forma de diminuir os declínios de força e massa muscular relacionados com a idade, o que resulta em melhoria da qualidade de vida. Podemos a partir daí colocar que “O exercício é citado, desde a antiguidade, como parte integrante dos aspectos de saúde que envolve higiene física, prevenção de
doenças ou conduta para prolongar a vida”. (AZEVEDO; ALONSO; OKUMA, 2006, p, 289). De acordo com Ribeiro (2004), em todo o mundo, a população com mais de 60 anos, está aumentando consideravelmente seu contingente, assustando e ao mesmo tempo colocando em cheque toda a estrutura político-social que vinha sendo traçada até nossos dias. Dados estatísticos apontados pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 1998) indicam que neste ano teremos uma população de 14 milhões de idosos e até 2025 chegaremos a 35 milhões, o que vem a ser 15% do total da população. Em nosso país, esta situação nos colocará como a sétima maior população de idosos do mundo. Em primeiras estâncias podemos questionar exercícios físicos e idosos, que poderia ser de grande risco em determinadas situações em grosso modo, mas a musculação é um método que vem mostrando que “todos” em certo modo pode-se fazer e praticar sem grandes riscos de lesões ou algo parecido. Segundo Santarém ([s/d] apud MACEDO, et al, 2006), os chamados exercícios resistidos, ou exercício contra resistência, geralmente são realizados com pesos, embora existam outras formas de oferecer resistência à contração muscular. Musculação é o termo mais utilizado para designar o treinamento com peso, fazendo referência ao seu efeito mais evidente, que é o aumento da massa muscular. Assim sendo, musculação não é uma modalidade esportiva, mas uma forma de treinamento físico. Do ponto de vista funcional, os exercícios com pesos, desenvolvem importantes qualidades de aptidão, constituindo uma das mais completas formas de preparação física. Uma das características mais marcantes dos exercícios com peso é a facilidade com que podem ser adaptados à condição física individual, possibilitando até mesmo o treinamento de pessoas extremamente debilitadas. Pela ausência de movimentos rápidos e desacelerações, os exercícios com pesos apresentam também baixos risco de lesões traumáticas, enfim é cada vez mais comum a presença de idosos nas salas de musculação das academias, quebrando o preconceito que isto era coisa para jovens. O mas importante disso tudo é que o idoso praticando a musculação ele pode desencadear grandes pontos positivos desde o aspecto familiar até o social, além de aumentar a força muscular e aumentar as fibras musculares tanto do tipo I quanto do tipo II também diminui os níveis de dor, diminui a gordura corporal, melhora os fatores neurais, aumenta a densidade óssea, diminui os riscos de doenças cardiovasculares e os riscos de desenvolvimento de diabetes.
2. JUSTIFICATIVA
A expectativa de vida vem aumentando ao longo dos últimos anos, principalmente devido aos avanços obtidos na medicina e na produção mundial de alimento e com a redução das taxas de mortalidade infantil. Isso vem permitindo um gradual e progressivo envelhecimento da população. Segundo Dantas e Vale (2004) a expectativa de vida está aumentando, e o envelhecimento populacional está ocorrendo em quase todos os países do mundo, principalmente nos pais em desenvolvimento. Mas o que se deseja do ser humano é que ele seja independente em suas atividades diária e em suas decisões, ou seja, que viva mais tempo com qualidade. É de suma importância para os idosos se prepararem para o processo de envelhecimento, e criarem uma autonomia própria através da musculação propiciando qualidade de vida e maior longevidade. Portanto a implementação de estratégia preventiva, como a prática de atividade física regular e programa de reabilitação, pode levar uma melhora funcional, a minimizar ou prevenir o aparecimento de incapacidades; por exemplo: a força dos músculos extensores de quadril é necessária para o ato de levantar, partindo da posição sentada. Se estes músculos ficarem retesados e perderem sua elasticidade, o gesto de caminhar se tornará limitado, a postura ficará errada, qualquer atividade requererá maior gasto energético e a fadiga acontecerá prematuramente, havendo uma maior dificuldade em manter o equilíbrio (CAMPOS, 2008; p. 80). Sendo assim, pode-se trazer benefícios psicológico, preservando a função cognitiva, aliviando os sintomas e o comportamento de depressão, melhorando o auto conceito, auto-imagem e a qualidade de vida (ACSM, 2003). Por isso o treinamento da musculação é essencial para as pessoas de 60 anos, principalmente, para os cardiopatas, diabéticos, hipertensos, obesos, osteoporóticos e depressivos; gerando autoconfiança, satisfação e bem estar, incluindo-o socialmente a partir de mudanças no seu estilo de vida. Para isso, deve-se levar em conta que o equilíbrio entre as limitações e potencialidades do idoso contribui para que o mesmo lide com as inevitáveis perdas decorrentes do processo de envelhecimento, como as alterações do sistema nervoso, na secreção hormonal, no estado nutricional e até mesmo a atrofia muscular relacionado a falta de atividade física.
3. REVISÃO DE LITERATURA
CAPÍTULO I
3.1 Conceito de Qualidade de Vida
Nos últimos anos, a qualidade de vida tem sido muito estudada, e, apesar de ser um assunto complexo, trata-se de um tema atual e muito importante para a promoção da saúde. Entende-se por qualidade de vida a capacidade de conseguir realizar as atividades desejadas, levando ao perfeito funcionamento do organismo humano (SANTARÉM, 1999). Adquirir novos hábitos como a prática de atividades físicas, é fundamental para melhoria da saúde orgânica e, consequentemente, da qualidade vida. Segundo Seidl e Zannon (2004), duas tendências quanto à conceituação do termo na área de saúde são identificadas: qualidade de vida como um conceito mais genérico, e qualidade de vida relacionada à saúde. No primeiro caso, qualidade de vida, aparentemente influenciada por estudos sociológicos, não faz referência à disfunções ou agravos, incluindo apenas pessoas saudáveis da população, nunca se restringindo às amostras de pessoas portadoras de agravos específicos. O termo qualidade de vida, relacionado à saúde é muito utilizado nas pesquisas com objetivos semelhantes à conceituação geral, e implicam aspectos associados diretamente às enfermidades. Segundo afirmam Minayo, Hartz e Buss (2000 apud KLUTHCOVSKY; TAKAYANAGUI, 2007) quanto à relatividade da noção de qualidade de vida, pode-se descrevê-la sob três referências. A histórica, na qual, em um determinado tempo de uma sociedade, existe um parâmetro de qualidade de vida, que pode ser diferente de outra época, da mesma sociedade. A cultural, na qual, os valores e necessidades são diferentes nos diferentes povos. E padrões de bem-estar, estratificados entre as classes sociais, com desigualdades muito fortes, onde a ideia de qualidade de vida relaciona-se ao bemestar das camadas superiores.
Dois aspectos do conceito de qualidade de vida são abordados neste estudo: Subjetividade (trata-se de considerar a percepção da pessoa sobre o seu estado de saúde e sobre os aspectos não médicos, do seu contexto de vida) e a Multidimensional (referese ao conhecimento de que beneficio é composto por diferentes dimensões – física, psicológica e social). De acordo com Kluthcovsky e Takayanagui (2007) o termo qualidade de vida foi mencionado pela primeira vez em 1920 por Pigou, em um livro de economia e bemestar. Pigou discutiu o suporte governamental para classes sociais menos favorecidas e sobre o orçamento do Estado. O termo não foi muito reconhecido e acabou esquecido. Já para Fleck et al. (1999 apud KLUTHCOVSKY; TAKAYANAGUI, 2007) em outro estudo, afirmam que o termo qualidade de vida foi utilizado pela primeira vez por Lyndon Johnson, em 1964, então presidente dos Estados Unidos, que declarou: “[...] os objetivos não podem ser medidos através do balanço dos bancos. Eles só podem ser medidos através da qualidade de vida que proporcionam as pessoas”. O termo voltou a ser utilizado somente após a Segunda Guerra Mundial, principalmente com a obtenção de bens materiais, como casa própria, carro, salário e bens adquiridos. O conceito foi a seguir ampliado, a fim de medir o quanto uma sociedade havia crescido economicamente. Com o passar dos anos, o conceito ampliouse, significando, também, o desenvolvimento social, como educação, saúde, lazer, entre outros. Qualidade de vida tem se tornado um tema significativamente importante para a sociedade em geral, na literatura científica, e especialmente no campo da saúde, pois a progressiva desumanização devido ao desenvolvimento tecnológico das ciências da saúde trouxe uma maior preocupação com o tema. O termo qualidade de vida aparece no banco de dados MEDLINE a partir de 1997. Em pesquisa ao MEDLINE, de 1966 até 2002, encontrou-se mais de 50.000 artigos publicados referentes ao tema, sendo a maioria destes publicados após 1987, comum crescimento expressivo desde 1990. Em estudo sobre qualidade de vida, foram encontradas 727 referências sobre qualidade de vida, na base de dados LILACS, de 1982 até janeiro de 2000. Destas referências, 289 (39,8%) eram brasileiras, tendo sido incluídas na base de dados principalmente após o ano de 1992 (KLUTHCOVSKY; TAKAYANAGUI, 2007).
Qualidade de vida é um termo utilizado em duas vertentes: na linguagem cotidiana, por pessoas da população em geral, jornalistas, políticos, profissionais de diversas áreas e gestores ligados às políticas publicas; e no contexto da pesquisa cientifica, em diferentes campos do saber, como economia, sociologia, educação, medicina, enfermagem, psicologia e demais especialidades da saúde (SEIDL; ZANNON, 2004, p.580). O interesse pelo conceito qualidade de vida, na área da saúde é recente e ocorre por causa do surgimento de novos paradigmas que têm influenciado as políticas e as práticas desse setor. Decorrentes dessas mudanças de paradigmas, a melhoria da qualidade de vida passou a ser um dos resultados esperados no campo da promoção da saúde e da prevenção de doenças. De acordo com Novaes (1997), é necessário conceituar expectativa de vida associando-a a idéia de expectativa de vida útil, ativa, produtiva, com bem-estar. O aumento da expectativa de vida deve associar-se ao conceito de “qualidade de vida” que, segundo a OMS (1998), é “a percepção do indivíduo de sua posição de vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Assim, qualidade de vida seria uma opção pessoal, definida de acordo com as esperanças e possibilidades de cada indivíduo, logo, sendo sujeita as constantes reformulações. Sendo assim, ainda segundo Novaes (1997), possuidora de dinâmica própria, a qualidade de vida deve ser respeitada pela sua individualidade, devendo-se evitar modelos obrigatórios e impenetráveis.
3.1.1 Qualidade de Vida, Atividade Física e Idosos
Qualidade de Vida é entendida como sinônimo de saúde, bem estar e felicidade. Para a terceira idade o bem estar e a autonomia são importantes, e também devem ser consideráveis estilos de vidas saudades que permitem que um número cada vez maior de jovens e adultos de meia idade mantém boas condições físicas quando chegarem à terceira idade (PAPALIA; OLDS, 2000). Os benefícios na qualidade de vida das pessoas idosas que praticam atividades físicas são enormes, mas os profissionais que trabalham com essa população precisam
estar bem preparados, no que diz respeito ao conhecimento do assunto, para que os exercícios sejam seguros em todos os aspectos e tragam melhoria na qualidade de vida e saúde sistêmica. Não há população que mais se beneficie das atividades físicas que os idosos, por possuírem baixa capacidade funcional e alta incidência de doenças crônicas. Uma melhor qualidade de vida pode refletir fortemente sobre a vida social da pessoa idosa. Informações de caráter nacional sobre padrões de atividade física no Brasil restringem-se a um único inquérito realizado pelo IBGE em 1996/97, nas regiões Nordeste e Sudeste (Pesquisa sobre Padrões de Vida (PPV)). A análise dos dados colhidos por essa pesquisa evidenciou que apenas uma minoria dos indivíduos idosos (13%) praticava atividade física no lazer com alguma regularidade (30 minutos diários, pelo menos uma vez por semana), sendo muito reduzida (3,3%) a proporção daqueles que seguem a recomendação de acumular, com o mínimo 30 minutos diários de atividades físicas em cinco ou mais dias da semana. Mostrou-se, também, que homens e mulheres idosos apresentam diferenças quanto à frequência e padrões de atividade física no lazer (BARRETO, 2005). O artigo 3º do Estatuto do Idoso descreve que a família, a comunidade, a sociedade e o poder público têm a obrigação de assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. O direito à liberdade compreende, de acordo com o estatuto, a faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas às restrições legais; à opinião e expressão; crença e culto religioso; à prática de esportes e de diversões; à participação na vida familiar e comunitária; à participação na vida política, na forma da lei; à faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação (BRASIL, 2003). De acordo com Nia (1995 apud PAPALIA; OLDS, 2000) nenhum ser humano é velho demais para fazer exercícios. O exercício físico é tão importante para terceira idade quanto em períodos anteriores da vida, porém, somente cerca de um a cada quatro adultos idosos, adquire os benefícios dos exercícios regulares.
CAPÍTULO II
3.2. Atividade Física
De acordo com a OMS (1998) existiam aproximadamente 390 milhões de pessoas acima de 65 anos em 1998 em todo mundo, mas se espera que esse número possa dobrar em 2025; já na América Latina e Ásia este número irá crescer em 300%, isso significa dois milhões de pessoas acima dos 60 anos de idade em 2025. No Brasil, esta faixa etária vem crescendo muito. Segundo as estatísticas, entre 1950 e 2025, este número aumentará em 16 vezes no país, contra 5 vezes no mundo todo, isto significa que, esta proporção possa subir de 7,5% (11 milhões) para 15% (32 milhões) de 1991 até 2025, com isso, o Brasil será colocado como o sexto pais com maior população de idosos no mundo (IBGE, 2008). Viana (2004) afirma que este número e proporções estão diretamente relacionados com as mudanças positivas da qualidade de vida, ou seja, condições higiênicas melhores, controle das enfermidades, moradia, alimentação entre outros fatores. Mas, por outro lado, sabe-se que o envelhecimento é acompanhado por alterações fisiológicas em todo organismo, como, por exemplo, o surgimento de doenças crônicas degenerativas em decorrência dos maus hábitos alimentares, tabagismo, bebidas alcoólicas, e a ausência da própria atividade física, no entanto, em relação a estes aspectos, acredita-se que a participação de idosos em programas de exercícios físicos regular, pode acarretar respostas favoráveis, promovendo uma velhice saudável, ou seja, promover qualidade de vida e expectativa de vida, a independência pessoal, tratar e previr doenças como diabetes, enfermidades cardíacas, hipertensão, aterosclerose, varizes, enfermidades respiratórias, artrose, distúrbios mentais, artrite e dores crônicas. (MATSUDO, 2001). No estudo de Stewart (2005 apud AZEVEDO; ALONSO; OKUMA, 2006) também revela que, entre as várias condições necessárias para se envelhecer bem, encontra-se o acesso a serviços de toda ordem, como saúde, educação e lazer, incluindo a prática de atividade física. Além disso, vários estudiosos têm destacado a influência direta da prática regular na obtenção do envelhecimento saudável.
A atividade física é uma forma de diminuir os declínios de força e massa muscular relacionados com a idade, o que resulta em melhoria da qualidade de vida. Conforme Azevedo, Alonso e Okuma (2006, p. 289), “o exercício é citado, desde a antiguidade, como parte integrante dos aspectos de saúde que envolve higiene física, prevenção de doenças ou conduta para prolongar a vida”. A atividade física bem orientada e planejada ajuda a conservar a autonomia dos indivíduos mais velhos, consequentemente, evita quedas, melhorando a mobilidade articular, equilíbrio e também contrabalançar a fragilidade muscular e fraqueza. O envelhecimento é considerado extremamente complexo pelos fatores biopsicossociais inter-relacionados. Alguns autores afirmam que nesta fase da vida é possível adquirir possíveis ganhos, mas é inevitável a perda de importantes funções no campo biológico, por exemplo, o declínio nas aptidões físico/motora e funcional (CAPITANINI, 2000). Pode-se colocar que, todas as dimensões humanas têm perdas funcionais, a mais visível é a dimensão física, por ser ela a determinante nas atividades humanas, consequentemente, afetando os outros aspectos cognitivos, psicológicos, sociais e espirituais deste indivíduo idoso. Okuma (1998) ressalta que, uma boa saúde física, acompanhada de uma vida fisicamente ativa, pode regular os afetos positivos, manter também a auto-estima elevada e contribuir consideravelmente para um envelhecimento bem-sucedido. Mesmo pelas perdas consideráveis na velhice, este declínio biológico normal não é o principal responsável pelas enfermidades e as dependências, mas é pela falta do desuso de todo o corpo, de acordo com Hughes et al. (2002), ou seja, o sedentarismo acelera o processo do envelhecimento, podendo assim desencadear várias doenças, além de encontrar maior dificuldade nas atividades instrumentais diárias do dia-a-dia (AVD e AIVD). Com a diminuição das capacidades físicas e motoras pelo processo do envelhecimento e associada ao sedentarismo, este idoso pode chegar ter fragilidade extrema, deixando o mesmo, com limitações físicas e possíveis chances de quedas e doenças (OKUMA; ANDREOTTI, 2004). A força e agilidade é uma das Capacidades Neuromotoras que tem grande declínio nesta fase da vida, onde acontece perda considerável, exercendo influência direta na aptidão física do idoso, por isso, a recomendação de atividades cotidianas é importante para manutenção das capacidades físicas, como por exemplo, levantar da
cadeira, andar rapidamente, atender telefone, entre outros (ANDREOTTI; OKUMA, 1999). Por este motivo, o declínio destas capacidades que propiciam agilidade, força, velocidade, flexibilidade, equilíbrio e coordenação, pode dificultar a combinação de movimento, exigindo maior esforço nas atividades cotidianas (SPIRDUSO, 2005). Em relação à força muscular, Teixeira et al. (2007, p. 108) destacam que “[...] as principais causas apontadas como responsáveis por essas perdas são a diminuição nos níveis hormonais, endócrinos, neurológico, e fatores ambientais como a má nutrição e a redução nos níveis de atividade física do indivíduo”. A perda de força muscular e agilidade podem propiciar ao maior risco de acidentes no cotidiano do idoso como as quedas, enfim, além de trazer problemas pessoais e psicológicos, gera um alto custo para o governo aos serviços de saúde, sendo 20,2 bilhões de dólares, sendo que o maior gasto é com o quadril, chegando a 35 mil dólares por pacientes (CUMMINGS; NIEVITT, 1994). Idosos são beneficiados com resistência e a força muscular, além de equilíbrio e mobilidade, isso ocorre pelo aumento de exercícios praticados em sua vida, propiciando menor risco de quedas e lesões, melhorando a autonomia funcional. Esta autonomia funcional pode ser analisada por um Protocolo de Avaliação da Autonomia Funcional do Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano para MaturidadeGDLAM, lembrando que não focaremos neste Protocolo por ser um trabalho bibliográfico. Outros estudos mostram também que é comprovada a melhoria da aptidão funcional em idosos, pela prática da atividade física regular, sendo que consequentemente terá maior autonomia (MATSUDO, 2001). Quanto mais ativa uma pessoa, consequentemente terá menos problemas e limitações afirma AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, ACSM (1998). Com estes ganhos das qualidades físicas do fitness que está relacionada com melhoria da autonomia e independências físicas, pode-se capacitar o idoso à prática da atividade física diária e em seus afazeres no trabalho. Com outro olhar, sabe-se que, a qualidade de vida é influenciada pelo aspecto global do ambiente, e não necessitando tanto de atividade física, mas, porém, nota-se que, este instrumento é muito importante para este público, gerando, dessa forma, autonomia funcional e bem estar, pela liberação de hormônios. Praticando a Atividade Física, este idoso recupera, parcialmente, sua capacidade cardiorrespiratória, reduzindo
as Artralgias e Mialgias, aumentando a produção de Catecolmaninas, melhorando o sono. (MATSUDO, 2001). Dos inúmeros benefícios promovidos pela atividade física, um dos principais é a proteção das capacidades funcionais em todas as idades, e para idosos é de suma importância esta prática, permitindo que, em seus últimos anos de vida, possam usufruir com dignidade e competência. A capacidade funcional é dita por Souza, Brighetti e Trevizan (2009, apud MATSUDO, 2001. p. 55) como: “[...] algo que proporcione as habilidades físicas, mentais necessárias para vida diária, como por exemplo, subir e descer escadas, colocar sapatos, segurar em um ônibus, pentear cabelos, tomar banho, vestir-se caminhar sozinho a uma pequena distância, ou seja, atividades básicas pessoais e até mesmo as atividades instrumentais como: cozinhar, limpar casa, jardinagem; o que seria atividades mais complexas do cotidiano”.
Mas em contra partida deve-se analisar a questão emocional do idoso que não consegue realizar qualquer que seja a atividade física em sua casa, propiciando também assim, prejuízos em sua saúde mental, ocasionando falta de relação social, acarretando angústia e alto nível de depressão, levando a um baixo nível de satisfação em sua vida, justifica Neri (2000). Por esta questão é cadenciado ao idoso que quanto mais ativos forem, maiores serão suas condições físicas, fatores de demência diminuídos, mais independência e, consequentemente, diminuição de angústias e depressão, promovendo integração social e melhoria na auto-estima. O que se pode, também, destacar é a relação da atividade física e sexualidade nos idosos que, geralmente, é questão de destaque na mídia e nas conversações informal da população. Segundo Souza, Brighetti e Trevizan (2009, p. 56, apud VAZ, NODIN, 2005), “Pesquisas feitas com suas amostras destacaram que 54 pessoas casadas entre 65 e 75 anos de idade realizando exercícios físicos são mais ativas sexualmente”. Tem-se visto articular sempre em atividade física, exercícios físicos, qualidade de vida e não se tem ponderado muito em nível de barreiras e motivação para adultos e principalmente em idosos. Além de diversos problemas físicos no idoso, a falta de atividade regular pode também influenciar no aspecto emocional dessa pessoa, ou seja, se ela não consegue
realizar seus afazeres em sua casa, pode se tornar uma pessoa sem estímulo de viver, desencadeando a depressão, levando a morte por consequências adversas. As preocupações dos idosos em relação à manutenção da saúde é o principal fator de adesão a prática da atividade física. Outros fatores observados com relação à prática de atividade física foram bem-estar e convívio social (MORAES; MARTINS, 2005). A atividade física por não apresentar problemas adversos, demonstra-se ser primordial no tratamento da depressão, tem baixo custo e proporciona vários benefícios à saúde física do idoso, prevenindo o declínio funcional. Por isso, buscando aprimoramento no sistema funcional para a saúde do idoso e, onde, também, por se tratar de uma atividade física segura e benéfica para a sua qualidade de vida, a musculação para o idoso é o foco para este estudo.
CAPÍTULO III
3.3 Terceira Idade
De acordo com Ribeiro (2004), em todo o mundo, a população com mais de 60 anos, está aumentando consideravelmente seu contingente, assustando e ao mesmo tempo colocando em cheque toda a estrutura político-social que vinha sendo traçada até nossos dias. Dados estatísticos apontados pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 1982) indicam que neste ano teremos uma população de 14 milhões de idosos e até 2025 chegaremos a 35 milhões, o que vem a ser 15% do total da população. Em nosso país, esta situação nos colocará como a sétima população de idosos do mundo. Para os cientistas, a terceira idade, ou, como estamos usando atualmente, a melhor idade: começa aos 60 anos. O conceito de terceira idade tem sido variável. Há quem diga que existe a “boa idade”. A idade mostrada na carteira de identidade pode ser superior a 50 anos, mas a mente, o espírito da pessoa é que mostra realmente a idade que ela tem. Aquela frase, cujo autor desconhece-se, mas que diz: “há idosos aos 20 anos e há jovens aos 90”, mostra bem como é essa realidade (MACEDO et al, 2006). Segundo Carvalho e Netto (2000), o processo íntimo do envelhecimento não é conhecido, sendo a única certeza o fato de tratar-se de uma situação que atinge a todos os seres vivos. O envelhecimento é um processo continuo durante o qual ocorre declínio progressivo de todos os processos fisiológicos. Ao se manter um estilo de vida ativo e saudável, podem-se retardar as alterações morfofuncionais que ocorrem com a idade. As artérias diminuem a sua elasticidade favorecendo o aumento da pressão arterial. Ao redor dos 60 anos é observada uma redução de força máxima muscular, entre 30 e 40%, o que corresponde a uma perda de força de cerca de 6% por década. Ocorre também redução da massa óssea, principalmente em mulheres, caracterizando-se em osteoporose, que pode predispor á ocorrência de fraturas (MACEDO, et al. 2006, p. 81-82).
A fraqueza músculo-esquelético é uma das maiores causas de incapacidade nas populações, deixando os idosos vulneráveis a quedas e limitando suas atividades da vida diária, a falta de condicionamento, inatividade física ou doenças crônicas resultando em uma redução de força, potência, resistência, flexibilidade e amplitude de movimentos, provocando um decréscimo do condicionamento funcional (condicionamento necessário para se cuidar sozinho nas necessidades domésticas, social e da vida diária).
Durante o processo de envelhecimento existem várias mudanças fisiológicas, se o indivíduo não estiver pronto para aceitar tais mudanças terá uma vida cheia de problemas e sofrimento, assim tornando-se uma pessoa depressiva, imaginando-se incapaz de realizar suas atividades diárias (AVD).
* Classificação Relacionada ao Envelhecimento, segundo Campos (2008):
Indivíduos entre 45 – 59 anos são chamados de “Meia Idade”;
Individuos entre 60 – 74 anos são “Idosos”;
Indivíduos entre 75 -90 anos são “Velhos”;
Indivíduos acima de 90 anos são chamados “Muito Velhos”.
Os idosos constituem um grupo caracterizado pela grande variação nas capacidades fisiológicas, mentais e funcionais.
* Classificação Funcional do Idoso de acordo com Duarte; Lebrão; Lima (2005):
Incapacidade
Fisicamente dependentes: não pode passar por algumas ou todas as ABVD
Fisicamente frágeis: pode passar por algumas AIVD e todas ABVD
Fisicamente independentes: podem passar por todas as AIVDs e algumas AAVD.
Fisicamente condicionado:pode passar por todas AAVDs trabalho físico moderado
Elite física: esporte de alto risco e potencia (ex. asa delta, levantamento de peso).
ABVD - Atividades Básicas da Vida Diária AIVD - Atividades Instrumentais da Vida Diária AAVD - Atividades Avançadas da Vida Diária
* Dezoito itens de AVD e AIVD em Ordem Ascendente de Dificuldade, de acordo com COSTA; MONEGO (2005):
1.
Comer e beber (AVD);
2.
Lavar o rosto e as mãos (AVD);
3.
Usar o toalete (AVD);
4.
Levantar-se de uma cadeira (AVD);
5.
Deitar-se e levantar-se da cama (AVD);
6.
Mover-se pela casa (AVD);
7.
Vestir-se (AVD);
8.
Atividades leves de limpeza da casa (AIVD);
9.
Lavar-se completamente (AVD);
10.
Mover-se pelos arredores em terreno plano (AVD);
11.
Preparar o jantar (AIVD);
12.
Preparar o café da manha e almoço (AIVD);
13.
Subir e descer escadas (AVD);
14.
Arrumar a cama (AIVD);
15.
Cuidar dos pés e das unhas (AVD);
16.
Lavar e passar roupas (AIVD);
17.
Fazer compras (AIVD);
18.
Atividades pesadas de limpeza da casa (AIVD).
CAPITULO IV
3.4. Musculação
A musculação é algo tão antigo quanto os relatos de civilização humana, há muitos séculos que o homem já faz exercícios com pesos progressivos como forma de fortalecer os músculos e consequentemente adquirir maior força, como forma de sobrevivência, pois o sucesso na caça e a defesa das terras não eram obtidos pelos mais fracos. (COSSENZA, 1995). Já na época de 500 a 580 a. C.. Milos de Crotonas que era um atleta Olímpico de lutas utilizava de um método de treinamento que ainda é utilizado ate os dias de hoje, o método da evolução progressiva de carga. Milos carregava um bezerro nas costas para aumentar os níveis de força de membros inferiores, conforme o bezerro crescia e o seu peso aumentava, conseqüentemente a sua força aumentava na mesma proporção (BITTENCOURT, 1986). Acredita-se que este treinamento foi o método originário do principio da sobrecarga. Outro aspecto predominante na pré-história, é que, para proteger seu território e para adquirir sua própria alimentação o homem utilizava-se da força. E precisava ser forte para usar armaduras, escudos e equipamentos de guerra durante os combates, mesmo sem inteligência, os fortes lideravam (CRIADO; SILVA, 2009). Atualmente, a musculação ocupa um lugar de destaque entre os métodos de treinamento físico mais populares existentes em todo o mundo, graças à consagração deste antigo métodos de treinamento físico, conseguiu reconhecimento universal pelas suas inúmeras qualidades (SANTARÉM, 1999). Ainda, segundo Santarém (1999), os chamados exercícios resistidos, ou exercício contra resistência, geralmente, são realizados com pesos, embora existam outras formas de oferecer resistência à contração muscular. Musculação é o termo mais utilizado para designar o treinamento com peso, fazendo referência ao seu efeito mais evidente, que é o aumento da massa muscular. Assim sendo, musculação não é uma modalidade esportiva (Halterofilismo é esporte), mas sim, uma forma de treinamento físico. Do ponto de vista funcional, os exercícios com pesos, desenvolvem importantes qualidades de aptidão, constituindo uma das mais
completas formas de preparação física. Uma das características mais marcantes dos exercícios com peso é a facilidade com que podem ser adaptados à condição física individual, possibilitando até mesmo o treinamento de pessoas extremamente debilitadas. Pela ausência de movimentos rápidos e desacelerações, os exercícios com pesos apresentam também baixos risco de lesões traumáticas. A musculação durante a sua história sempre foi uma atividade envolvida por mitos e muito de empirismo, ficando, muitas vezes reservadas apenas para atletas de levantamento de peso e fisiculturistas. Atualmente, com os diversos estudos científicos realizados, a musculação atravessa uma fase evolutiva em sua história, sendo considerada como um importante meio de obtenção de benefícios que proporcionam melhorias significativas na qualidade de vida daqueles que a pratica (COSTA, 2004). Segundo Launstein 2006, p.83, apud MACEDO, 2008). Musculação tem por objetivo aumentar a massa muscular, a densidade óssea, aperfeiçoando o desempenho relacionado a força, melhorando a condição funcional do aluno, fazendo com que ele realize os esforços da vida diária com mais segurança, disposição e facilidade. Além disso, a incidência de lesões durante a aula é muito reduzida, em função da ausência de choques entre as pessoas, de movimentos violentos e mínimo risco de quedas.
“Hoje a musculação, graças à ciência, tem evoluído muito assumindo uma grande importância na educação física de acordo com os objetivos individuais” (CRIADO; SILVA, 2009 p. 25). Segundo Novaes (2006, p. 98) o perfil das academias mudou, “hoje a academia atende a família inteira, por isso, dedicam programas voltados à terceira idade, que já representa 30% dos alunos”. É cada vez mais comum a presença de idosos nas salas de musculação das academias, quebrando o preconceito que isto era coisa para jovens. Para Novaes (2006) existe uma variedade de exercícios físicos que podem ser aplicado para terceira idade. O idoso encontra na musculação uma forma de atividade que se adapta a ele, independente das valências físicas de cada individuo, de um modo completo para a preparação física. “Para ambos os sexos dos idosos, a pratica de exercícios é importante para o desempenho das atividades diárias, assim se diminuir a pratica destes exercícios diminuem a capacidade de realizações destas atividades” (CRIADO; SILVA, 2009, p. 38).
As atividades diárias em gerais são intensas e curtas, porém repetitivas ou muito suaves e prolongadas. Assim como na musculação todos estes esforços são estabelecidos, razão pela qual ela é à base da reabilitação de pessoas idosas ou debilitadas. Além disso, o aumento da força muscular faz com que nas tarefas diárias ocorra o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial evitando acidentes cardiovasculares agudos.
3.4.1 Benefícios da Musculação para Terceira Idade
A aplicação da musculação na terceira idade exige um profundo conhecimento das alterações fisiológicas, uma minuciosa anamnese, avaliação física e aprovação médica. A musculação é importante na terceira idade, pois através dela obtêm-se aumento significativo nos ganhos de força e benefícios ósseos, possibilitando que o idoso consiga realizar atividades diárias por mais tempo e com mais qualidade, tais como: agachar, caminhar, pegar objetos mais pesados, entre outras atividades. Demonstra também grande utilidade por ser um exercício seguro e de fácil adaptação a qualquer nível de aptidão física, desde que tenha um acompanhamento médico e de um profissional de Educação Física (MACEDO et al, 2006). Aderência
a
um
programa
regular
de
exercícios
pode
melhorar
significativamente a força muscular, o tempo de reação, o controle do equilíbrio e a velocidade da marcha, assim como o desempenho cognitivo do idoso. Campos (2008) relata que os benefícios são:
Aumento da força muscular e potencia muscular;
Aumento das fibras musculares tanto do tipo l quanto do tipo ll;
Diminuição dos níveis de dor;
Diminuição da gordura corporal e intra – abdominal;
Melhora dos fatores neurais;
Aumento da densidade óssea;
Diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares;
Diminuição dos riscos de desenvolvimento de diabetes;
Diminuição de lesões causadas por quedas;
Aumento da capacidade funcional;
Aumento da motivação e melhora da auto estima;
Aumento da resistência;
Aumento da flexibilidade;
Aumento da agilidade;
Melhoria da postura geral;
“A relação tem a continuar conforme os estudos vão encontrando outros benefícios importantes para melhoria da qualidade de vida dos idosos” (CAMPOS, 2008, p. 88). Para Campos (2008, p.09) idosos, diabéticos, osteoporóticos, hipertensos e obesos necessitam de uma programação de musculação diferenciada e personalizada para que o exercício contribua somente de maneira positiva, para diminuição da sintomatologia e dos fatores de risco associados a cada um deles. Para Carvalho et al (2004, p. 59). “Programas com intensidade suficiente para aumentar a força e o equilíbrio devem ser implementados como forma de prevenção de quedas e lesões”. Com relação a esta citação anterior, pode-se justificar que, em determinadas atividades como, por exemplo, caminhar, correr, nadar e andar de bicicleta, em geral, é o idoso que se adapta às atividades, enquanto que, na musculação, é ela que se adapta ao idoso, proporcionando menor risco de traumas, lesões, fraturas e até mesmo incidência de mortes por consequência de esforços excessivos que deveriam ser controlados e orientados por um profissional da área (Educador Físico).
5. OBJETIVOS 5.1 Objetivo Geral Analisar as alterações do sistema funcional e os benefícios proporcionados para a qualidade de vida do idoso pela prática de atividades físicas e da musculação.
5.2 Objetivos Específicos
Conscientizar a importância da prática da musculação e observar a melhora no desempenho nas atividades da vida diária, ou nas atividades que exijam força muscular;
Incluir, de forma segura, as atividades físicas do cotidiano junto ao treinamento de musculação e, consequentemente, elaboração de um treinamento linear para o idoso;
Apontar a musculação como forma e método de treinamento seguro para jovens, adolescentes, adultos e em especial aos idosos.
6. METODOLOGIA
Esse estudo desenvolveu-se a partir de analise e interpretação de dados obtidos em pesquisa indireta do tipo bibliográfica. A pesquisa bibliográfica tem como finalidade, colocar o pesquisador em contato com materiais e informações que já foram escritos anteriormente sobre determinado assunto (SEVERINO, 2007). A base desta pesquisa foi o estudo de livros, artigos especializados e dados eletrônicos, o que tornou possível o acesso e manipulação de informações relevantes para analisar a importância da musculação na terceira idade. Sendo assim é de caráter qualitativo exploratório (RODRIGUES, 2007)
7. CONCLUSÃO A partir dos estudos realizados na Revisão de Literatura, pode se concluir que, a qualidade de vida das pessoas que praticam atividade física e musculação é incomparável ao estilo de vida das pessoas sedentárias, desde os aspectos emocionais, psíquicos, sociais, culturais e principalmente físico, promovendo um ciclo de bem estar e auto estima. Por outro lado, a prática de atividade física e a musculação é um instrumento crucial ao retardamento do processo de envelhecimento, ao combate as doenças crônicas degenerativas adquiridas pelo sedentarismo e pelo estilo de vida não saudável, promovendo qualidade de vida e hábitos saudáveis. Deve-se considerar também que atividade física e a musculação, não é algo somente para jovens e adolescentes que tem o objetivo de ganhar força, massa muscular e estética para os padrões que a mídia impõe. E se utilizada adequadamente pode-se levar a grande benefícios para vida diária. A partir deste pressuposto, programas do governo devem criar iniciativas para conscientização dos profissionais nesta área, em questão, os educadores físico, para que mostre aos idosos que todo tipo de atividade é de grande importância para a vida, principalmente a musculação que traz um resultado satisfatório, em que o idoso se adapte facilmente aos programas de treinamento, devido a sua variedade de adaptações, ou seja, a musculação é um método que se adapta ao individuo, sem restrições de idade; evitando problemas futuros, seja psicológicos ou físicos.
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