Manual de produção gráfica

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Manual de Produção Gráfica



MANUAL DE

Produção Gráfica

Vitor Dominges Dutra

Florianopólis 2017



SUMÁRIO

• Introdução: Escrita, papel e cor

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• Capítulo 1: Processos de impressão

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1. Flexografia 18 2. Impressão Digital 18 3. Impressão U.V. 18 4. Litografia 19 5. Offset 19 6. Offset seco 19 7. Offset digital 20 8. Plotter eletrostática 20 9. Rotogravura 21 10.Router 21 11.Serigrafia 21 12.Talho Doce 21 13.Tampografia 22 14.Termografia 22 15.Tipografia 22 16.Xilogravura 23 • Capítulo 2: Acabamentos

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• Capítulo 3: Check List e informações gráficas

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• Capítulo 4: Exemplo aplicado

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• Glossário 51

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INTRODUÇÃO:

Escrita, papel e cor

É comum nos referirmos à imprensa como uma invenção do alemão Johannes Gutemberg, mas nem sempre lembramos que na verdade ela já existia bem antes de seu “inventor”, e surgiu por volta do século XI. O que acontece é que precisamos de um ícone para levantar como pioneiro, como criador. Mas fazendo uma análise mais detalhada da história, veremos que os chineses já faziam impressões em xilografia e até mesmo usando caracteres móveis. A impressão se difundiu com o Budismo na China, passou pela Coréia e pelo Japão e continua se desenvolvendo até os dias de hoje. O desenvolvimento foi lento: primeiro surgiu o papel em 105, depois a tinta em 179, então o mais antigo livro xilográfico que se tem conhecimento em 868, e depois a invenção dos caracteres móveis em 1041. Mil anos antes de Gutenberg, todos os pré-requisitos para o surgimento da imprensa estavam na China. Muito provavelmente, a impressão com matrizes em relevo e usando tinta surgiram da união de duas técnicas muito populares na antiga China: a do sinete e a do calco. A primeira surgiu em 221 a.C. e consistia em pressionar os sinetes contra o papel, usando os caracteres em relevo invertidos. Por outro lado, os calcos eram tirados sobre inscrições epigráficas, aplicando o papel umedecido sobre os contornos do original e tampando os relevos com a tinta. A secular história da impressão foi muito marcada pela evolução, ora lenta, ora acelerada, dos equipamentos gráficos, e é a Johann Gensfleish Guntenberg (1397-1468),

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nascido na Móguncia (Alemanha), que se deve a sua grande popularização. Em 1428, Gutenberg parte para Estrasburgo onde fez as primeiras tentativas de impressão com caracteres móveis e passou a divulgar a sua ideia. Nesta cidade teria, em 1442, impresso o primeiro exemplar na sua prensa original - um pedaço de papel com onze linhas. Em 1448, Gutenberg volta para Mogúncia e em 1450 conhece Johann Fust, homem rico que lhe fizera um empréstimo de 800 ducados. Em troca exige-lhe a participação nos lucros da empresa que então formaram e denominaram “Das Werk der Buchei” (Fábrica de Livros). Pouco tempo depois, a sociedade ganha um novo sócio, Pedro Schoffer. Este descobriria o modo de fundir e fabricar caracteres, aliando o chumbo ao antimónio, devendo-se a ele também a criação de uma tinta composta de negro de fumo. Mas é a Gutenberg que a história atribui o mérito principal da invenção da imprensa, não só pela idéia dos tipos móveis mas também pelo aperfeiçoamento da prensa, que até então era utilizada para cunhar moedas, espremer uvas, fazer impressões em tecido e acetinar o papel. No início da década de 1450, Gutenberg iniciou a impressão da célebre Bíblia de quarenta e duas linhas (em duas colunas). Com cada letra composta à mão e com cada página laboriosamente colocada na impressora, tirada, seca e depois impressa no verso, parece quase impossível que alguém tivesse coragem para começar. Supõe-se que Gutenberg imprimia cerca de trezentas folhas por dia, utilizando seis impressoras. A Bíblia têm 641 páginas e pensa-se que foram produzidas cerca de trezentas cópias, das quais existem cerca de quarenta. Existem diversas maneiras de percebermos corretamente a Luz. Ela pode ser direta, quando vêm da fonte emissora (ex. lâmpada, monitor de computador etc.) ou refletida (quando a luz alcança algum objeto e este reflete uma parte da luz.

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Cores Cores Primárias A luz do sol é a nossa referência como “luz branca”, por ser a maior fonte de luz conhecida. No entanto, nem toda luz que percebemos vem direto de uma fonte. Na verdade, a maioria das vezes, o que percebemos é a luz refletida nos objetos que nos cercam. Em função disso, existem basicamente 2 grupos das chamadas cores primárias: Cor Primária Aditiva - RGB, do inglês Red-GreenBlue ou Vermelho, Verde e Azul, são as cores primárias percebidas pela luz direta - vindas de uma fonte de luz. Ex.: Sol, Lâmpadas, Luminárias etc. Quanto mais adicionamos essas cores primárias, mais luz percebemos em nossos olhos (adição). Cor Primária Subtrativa - CMY, do inglês CyanMagenta-Yellow ou Ciano, Magenta e Amarelo, são as três cores primárias utilizadas em artes gráficas. Com elas é possível reproduzir no papel todo o espectro. Quanto mais adicionamos destas cores (em pigmento), menos luz chega aos nossos olhos (subtração). Como percebemos as cores A maioria das cores que percebemos são cores refletidas. Todas as cores dos objetos que percebemos são na verdade, a luz direta (do sol, de uma lâmpada ou de outra fonte) que incide sobre um objeto. Uma parte da luz é absorvida pelo objeto em questão. O que enxergamos, de fato, é apenas uma parte que é refletida para os nossos olhos. Acompanhe os exemplos abaixo, lembrando que as três flechas da esquerda (vermelho, azul e verde) são representações da luz branca (a soma das três dá a luz branca, como vimos no item “Cores Primárias”).

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Características da cor Tom, Saturação e Luminosidade (Hue, Saturation em Lightness) Segundo Losada, (1960), tom é aquilo a que normalmente denominamos cor. Englobamos na denominação tom as cores primárias e as cores compostas. (formadas pela combinação das cores primárias, duas a duas). Outras definições relacionadas à cor: • Matiz: fusão do branco com uma cor • Sombreado: fusão do preto com uma cor • Tonalidade: fusão do cinza com uma cor Saturação Quando uma cor não há nem o branco nem o preto, mas exatamente no comprimento de onda que lhe corresponde no espectro solar, chamamo-la de cor saturada. Luminosidade É a capacidade de qualquer cor refletir a luz branca que há nela. Decorre da iluminação, assim como a saturação e a cor. É por isso que, à noite, não percebemos tons brancos como de dia. Quando acrescentamos preto a uma determinada cor, reduzimos sua luminosidade. Contraste Trata-se do destaque dos claros e escuros, ou seja, a maior ou menor relação entre os elementos claros e escuros da imagem. Ele é considerado ALTO quando a diferença entre os elementos é grande. Ou BAIXO quando a diferença de tons em uma imagem (gravura, desenho, fotografia etc.) não é claramente definida. A maior expressão de contraste está relacionada à presença ou não de luz, representada pela contraposição das cores branco e preto. É o chamado Contraste de Valor. O Contraste de Matiz ocorre quando há contraposição

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de duas ou mais cores. Um exemplo claro de contraste ocorre quando usamos as três cores primárias aditivas uma ao lado da outra. A diferença entre os matizes é muito clara. O contraste pode ser conseguido ainda pela utilização de tonalidades quentes posicionadas ao lado de tonalidades frias, ou ainda pelo confronte de um matiz com seu tom complementar. Cor nas Artes Gráficas No processo de reprodução gráfica, lidamos com as cores primárias subtrativas, pois trabalhamos com pigmentos (tinta). A preparação das cores, porém, poderá ser de dois modos diferentes: Cor Aplicada No processo de cor aplicada, é necessário a preparação do original de cada cor. Elas vão sendo aplicadas uma a uma até se obter o resultado final. Este é o tipo de impressão utilizada na maioria das estampas de camisetas (processo Silk Screen). Em impressos, é adotado para efeitos especiais (simula um tipo de acabamento conhecido como relevo americano) e impressões com uso de 1 ou 2 cores. Acima de 3 cores, utiliza-se processo de Cores Processadas. Cor Processada No processo de cor processada utiliza-se o conceito de retícula. O princípio da retícula é dividir a imagem em pequenos pontos equidistantes (mesma distância entre os centros de cada ponto), que variam seu diâmetro. Na figura abaixo, vemos a representação da retícula reproduzindo um efeito degradée, também conhecido como gradação. A partir do desenvolvimento da técnica de retícula, chegou-se ao processo de impressão denominado “Quadricromia” ou “Impressão a quatro cores”. Trata-

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se, basicamente, da combinação das três cores primárias subtrativas e do preto. O preto serve para aumentar o contraste da imagem, melhorando a definição geral da foto. Seleção de Cores A combinação das três cores primárias subtrativas (cyano, magenta e amarelo) permite a reprodução de imagens com todo espectro perceptível ao olho humano. Em artes gráficas, faz-se a inclusão do preto para aumento de definição da imagem em áreas sombreadas e melhoria de contraste. Para a quadricromia, impressão a quatro cores (Cyan, Magenta, Yellow e blacK), é preciso que haja uma preparação de quatro fotolitos, uma em cada cor CMYK. Este processo é conhecido como Seleção de Cores. Seu princípio está na separação das Cores Primárias Substrativas, obtidas justamente subtraindose uma das Cores Primárias Aditivas. Com os fotolitos de quadricromia em mãos, a próxima etapa será a impressão (em off-set por exemplo). Todas as cores do espectro são obtidas pela combinação de porcentagens das três cores básicas + o preto (CMYK). Quando temos a cor ciano impressa, a luz branca incide sobre a superfície ciânica, absorve toda a região de cores vermelha e reflete aos nossos olhos as regiões verde e azul. Por isso, temos a percepção do cian (cores primárias aditivas verde + azul). O mesmo ocorre com o magenta (absorve o verde e reflete vermelho e azul) e com o amarelo (absorve o azul e reflete o vermelho e o verde). Escalas Auxiliares Vimos neste capítulo a diferença das escalas de cores aditivas e subtrativas. Enquanto na primeira reunimos as luzes que sensibilizam nossos olhos diretamente, a segunda trata das luzes refletidas nos objetos. Isso ajuda a explicar porque as cores nos monitores dos computadores são tão vivas e porque há tanta dificuldade em reproduzi-las no papel. No monitor,

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estamos vendo a luz diretamente (cor aditiva), enquanto no papel, estamos vendo apenas uma parte da luz - a que foi refletida pelo papel. Por isso, no impresso, a percepção da luz é sempre mais opaca. A fabricação e a escolha das cores, diante da grande variedade, passou a mudar a partir de 1963. Na época, o norteamericano Lawrence Herbert criou a então inovadora escala Pantone, que facilita a produção exata da cor de acordo com as preferências das empresas e de seus clientes. Atualmente é utilizada pelas indústrias têxtil, química e gráfica, entre outros setores da sociedade. A Escala Pantone, amplamente difundida e que se tornou uma referência padrão no mercado gráfico mundial. Devido à sua abrangência, foi escolhido como um dos modelos de cores-padrão para os programas de computador. Assim, o designer poderá escolher uma cor olhando sua escala impressa e defini-la em seu software gráfico. O impressor, com a mesma referência, poderá então conferir se o trabalho está sendo impresso na mesma tonalidade da escala impressa. Outra escala muito utilizada é a chamada Escala Europa. Trata-se de um jogo de várias combinações entre as cores primárias (CMY). Normalmente, apresentam-se com variações de 10 em 10%, facilitando o trabalho do designer. A vantagem desta escala é que estaremos utilizando as mesmas referências do equipamento que vai imprimir: tinta, pressão, impressora etc. A desvantagem mora exatamente no mesmo lugar: muitas vezes a Escala Europa de uma gráfica é um pouco diferente da Escala de outra, gerando confusão com relação à definição de cores. O papel é o componente principal no sistema de impressão. É o suporte para nossas idéias, tanto em impressos promocionais, editoriais ou comerciais.

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Gramatura Os papéis são identificados pela sua gramatura, variando normalmente de 50 a 350 gramas definindo o peso e volume final do impresso. A gramatura é fator preponderante na composição de custos do impresso, tanto na impressão, quanto na distribuição, principalmente quando via correio. Formato Um formato bem definido proporciona melhor aproveitamento do papel, evitando desperdício de recursos naturais e otimizando seu investimento. Antes de iniciar o projeto do seu impresso, consulte um de nossos consultores. Cor A cor do papel, seu grau de alvura e opacidade, determinam sua aplicação. Como as tintas off-set contém transparência, a cor pode sofrer alteração de acordo com o papel utilizado. Recomenda-se papéis com bom grau de alvura para reprodução de policromias. Papéis levemente amarelados e com alto grau de opacidade são indicados para livros (leitura), evitando o cansaço visual e a transparência de textos e figuras de uma página com relação ao verso desta. Textura Podemos considerar como textura, tanto o aspecto da superfície do papel (lisos, texturados, telados, calandrados, etc.), quanto ao seu grau de rigidez. Cada tipo de impresso, pode necessitar de uma textura diferente. A sua criatividade determinará o melhor tipo de papel. Famílias de Papéis e suas principais aplicações OFF-SET - (sem brilho, na cor branca) Linha de maior consumo na área gráfica, destinada aos três segmentos: Promocional, editorial e comercial. Disponíveis nos pesos de 50 a 240 gramas.

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COUCHÊ - (com e sem brilho, na cor branca) Linha de grande consumo, destinada principalmentre ao segmento promocional. Ideal para folders, folhetos, e praticamente todas as peças publicitárias. Disponíveis em pesos de 85 a 240 gramas. CARTÕES - (revestidos: 1 ou 2 lados) Papéis comumente conhecidos como duplex ou triplex, utilizados na área de embalagem. Disponíveis em pesos de 250 a 400 gramas. ESPECIAIS Existe no mercado uma gama enorme de papéis especiais destinados à impressão off -set, dentre eles vejamos alguns dos mais usados, normalmente disponíveis nos pesos de 85 a 350 gramas, conhecidos como: VERGÊ Papéis com textura e uma enorme gama de cores (normalmente tons suaves de azul, verde, creme, etc.), muito utilizado para convites, receituários, envelopes, papel carta, etc. COLORIDOS Em cores suaves ou intensas, coloridos na própria massa do papel, destinado a serviços especiais como convites, pastas, projetos especiais, etc. SUPERBOND Em cores suaves utilizado para blocos de notas fiscais, talões de pedido, ordens de serviço, etc. FLOR-POST Papéis de cor (tons suaves) e em gramatura baixa (50grs), destinados a impressão de blocos, que exijam um elevado número de vias.

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CapĂ­tulo 1

Processos de impressĂŁo


Flexografia Método de impressão rotativo direto, que utiliza chapas de borracha ou fotopolímero com a imagem em alto relevo. É comum ser utilizado para a impressão de rótulos, embalagens em geral, embalagens de papelão ondulado e sacolas plásticas. Imprime sobre qualquer tipo de substrato flexível: papel, alumínio, filme plástico (PE, PP, PET) nylon, celofane, etc. Impressão Digital A impressão digital é uma derivação da xerografia, distinguindo-se dela pelo fato de que a entrada de dados é realizada digitalmente - ou seja, via arquivos de dados, e não pela reprodução de um original em papel. De forma geral, elas são conhecidas como impressoras a laser. O que unifica os diversos equipamentos sob esta denominação é seu funcionamento básico, baseado na ação eletrostática oposta entre a matriz e o toner e sua transferência para o papel. O funcionamento se dá, inicialmente, pela ação de feixes de laser que carregam eletrostaticamente um cilindro revestido de selênio nas áreas que correspondem ao que será impresso. Simultaneamente, o toner recebe uma carga eletrostática de sinal negativo ao do cilindro. Desta forma, a eletricidade estática do cilindro, concentrada nas áreas que formam a imagem que será reproduzida, atrai o toner, que adere então ao cilindro e em seguida é transferido para o papel, que recebeu carga elétrica de maior intensidade. Finalmente, a imagem formada pelo toner é fixada no papel por aquecimento e pressão ou só por aquecimento Impressão U.V. Um processo que emprega tintas especiais que secam rapidamente após a impressão, graças a uma fonte de luz ultravioleta emitida dentro de um equipamento diferenciado, que é a curadora UV. A secagem das tintas convencionais ocorre por evaporação de compostos orgânicos voláteis

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(VOC’s), o que torna o processo mais lento para dar sequência a uma segunda ou terceira cor. As tintas UV se apresentam no estado liquido pastoso, porém são 100 % sólidas e somente secam e polimerizam após serem submetidas à radiação UV. Litografia Processo desenvolvido em fins do século 18, de importância histórica por ter sido o primeiro a utilizar a planografia e por ter se tornado a base para a criação do offset. A litografia foi muito utilizada no século 19, na Europa, para a impressão de partituras musicais, gravuras e até mesmo livros infantis e revistas. Quando criada, a litografia se utilizava de um amatriz de pedra polida pressionada contra o papel, com os elementos para reprodução registra dos na pedra por substâncias gordurosas. Ao ser umedecida, a gordura dos elementos repelia a água e recebia a tinta, também gordurosa, de forma a permitir a reprodução apenas daqueles elementos. Alguns anos mais tarde, a matriz litográfica passou a ser feita em metal, podendo assumir a forma cilíndrica e tornando o processo rotativo, dando origem à litografia industrial. Seu aperfeiçoamento, a partir da inclusão da blanqueta entre a matriz e o suporte, deu origem ao offset. A litografia é utilizada hoje para fins artísticos. Offset Processo de impressão plano gráfico no qual as áreas de imagem e de não imagem estão no mesmo plano na chapa de impressão. Baseia-se na repelência entre água e gordura (tinta). As áreas a imprimir recebem a tinta enquanto as restantes, úmidas, a repelem. Embora possibilite uma excelente qualidade de impressão, o mecanismo como um todo é em realidade frágil. Ele é instável: são necessários reajustes frequentes durante a impressão, para manter níveis adequados de tinta e umidade, tanto para evitar falhas e borrões quanto para manter a maior uniformidade possível

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nos tons das cores ao longo da tiragem. Há ainda outros “perigos”. O excesso de carregamento da tinta, já citado anteriormente, leva à decalcagem: a imagem impressa numa folha mancha ou cola o verso da folha seguinte pelo excesso de tinta, que, como observado, é viscosa. O excesso de umidade, por sua vez, poderá atrasar a secagem dos impressos Offset digital Semelhante ao offset, esse processo possui duas características básicas. Primeiro, imprimi sem a utilização de água; segundo, utiliza uma espécie de platesetters embutida no maquinário (entrada digital de dados – direto do computador para a impressora offset) – sistema conhecido como CTP - computerto-press. A utilização do termo Offset Digital é discutível; alguns profissionais utilizam o termo offset seco. O importante, entretanto, é que a tecnologia impede problemas de registro, impede a variação das tonalidades das cores no decorrer das tiragens e mantém a relação custo x benefício: quanto maior a tiragem, menor o custo unitário. Plotter eletrostática Outra acepção de plotter se refere à eletrofotografia quando aplicada em suportes de grandes formatos. É a chamada plotter eletrostática - que nada tem a ver com a plotter de jato de tinta, embora dispute com ela mercado semelhante, tendo como vantagens melhor de finição e maior velocidade dos equipamentos. Para compreender o processo, consulte o tópico relativo ao processos eletrográficos, abordado anteriormente. A plotter eletrostática é empregada para a produção de projetos em grandes formatos que exigem maior qualidade de resolução das imagens (em geral, até 400 DPI) e, principalmente, grande resistência a intempéries. Por isso, é utilizada em painéis gigantes de publicidade fixados em

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laterais (empenas) ou fachadas de prédios, bem como letreiros e backlights. Banners, displays, faixas e outros impressos promocionais também são aplicações deste processo. Rotogravura Processo de impressão direto, que emprega uma matriz cilíndrica em baixo relevo. O cilindro é imerso em tinta, o excesso raspado por uma lâmina e a imagem transferida para o substrato. Utilizado para embalagens de alta tiragem e revistas de alta tiragem. Assim como a flexografia, imprime sobre qualquer tipo de substrato desde que seja flexível. Router Como o corte eletrônico, não se trata de um processo de impressão, porém está sendo incluído aqui por ser muito utilizado em projetos de design. Routers são plotters dotadas de facas de maior resistência, capazes de cortar, esculpir ou cavar madeira, alumínio, poliuretano e outros suportes rígidos. São muito empregadas em projetos de sinalização e, também, no processo de fabricação de facas de corte, definindo nas bases de madeira destas a disposição das lâminas metálicas que realizarão os cortes nos impressos. Serigrafia Processo de impressão direta através de uma tela de nylon vazada nas áreas de impressão e vedada nas áreas de não impressão. Pode ser utilizado em diversos tipos de materiais: papel, tecido, plástico, cerâmica, vidro, metal, couro, etc. O uso desse processo é comum nas indústrias de eletroeletrônicos, brinquedos, brindes em geral, embalagens, calçados e outros. Normalmente é feito para pequena e média tiragem. Talho Doce Processo de impressão encavográfico surgido a partir das técnicas de água forte, durante o Renascimento. É utilizado

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até hoje para a confecção de matrizes para impressos de valores (cédulas, cheques, selos etc), geralmente combinado com a rotogravura, na etapa da impressão. Possui excelente qualidade, mas é um processo lento e caro, exigindo grande destreza do responsável pela reprodução do original nas etapas intermediárias. É utilizado basicamente para a produção de impressos de valores justamente por permitir alta definição das imagens e capacidade de reprodução de detalhes microscópicos, dificultando falsificações Tampografia Processo de impressão por transferência indireta de tinta através de um tampão de silicone, a partir de um clichê gravado em baixo relevo. Impressão em peças compostas de termoplásticos, termofixos, metais, vidros, madeiras, couro etc. Impressões em superfícies planas, irregulares, côncavas, convexas e em degraus. Ideal para média e alta tiragem. Tipografia Processo relevográfico de importância histórica, embora ainda seja utilizado em gráficas de baixo custo para a confecção de impressos padronizados (notas fiscais, talões de pedidos, formulários etc), peças com pouco texto (convites, cartões de visita) e, cada vez mais raramente, livros e embalagens. Foi, em essência, o processo criado por Gutenberg, entre 1445 e 1453, no qual a matriz era formada por tipos móveis - pequenos blocos (inicialmente de madeira, depois metálicos) que contêm um caracter em relevo (letra, número, sinal de pontuação etc) em cada um deles. Montados lado-a-lado, eles compoem o texto, formando a matriz (rama). A partir do fim do século 19, os tipos móveis passaram a ser substituídos pelo linotipo, especialmente na produção de jornais, revistas e livros: em vez de tipo por tipo, as ramas passaram a ser compostas por linhas inteiras, fundidas de uma só vez. As imagens, por sua vez, são reproduzidas através de clichês a

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traço ou em meio-tom, sejam metálicos ou, a partir dos anos 1980, plásticos. Ambos são produzidos por fotogravura. A tipografia foi a principal técnica de impressão durante quase cinco séculos, perdendo campo para o offset nos países desenvolvidos a partir dos anos 40. Xilogravura Processo relevográfico rudimentar, de importância histórica por ter sido o primeiro a permitir a reprodução de originais em número elevado (para a época) e base da técnica da tipografia. Artesanal, é utilizado hoje com finalidades artísticas (xilogravura). Utiliza uma matriz de madeira, entalhada para que os elementos a serem impressos fiquem em relevo e, entintados, sejam reproduzidos por pressão. De origem chinesa, chegou à Europa no século 14, sendo utilizada naquele século e no seguinte inclusive para a impressão de livros. Como escolher o processo Para definir o processo, devem ser levados em conta parâmetros que envolvem não apenas a qualidade final do impresso requerida pela situação de projeto, mas também custos, prazos e operacionalidade da produção. Assim, devem ser levados em conta: 01. As deficiências e vantagens apresentadas pelo processo e sua adequação às necessidades do projeto. Se é indispensável a reprodução de fotos, por exemplo, alguns processos são imediatamente descartados, pois apresentam deficiências neste aspecto. 02. A tiragem. Se bastam 500 exemplares, alguns processos devem ser deixados de lado, pois só se tornam viáveis para tiragens maiores ou mesmo apenas para altas tiragens.

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03. O custo médio do processo - o que em geral está diretamente ligado à tiragem. Alguns processos apresentam um alto custo fixo (para a produção da matriz, por exemplo), que só se compensa com uma tiragem grande. Este custo, então, fica diluído pelo custo unitário de cada exemplar, apresentando uma boa relação custo x benefício. Se a tiragem for baixa, no entanto, eles levam a um aumento injustificável do custo. 04. O suporte que será utilizado (papel, papelão, vinil etc.) Nem todos os processos são adequados a qualquer suporte. 05. A oferta e a operacionalidade de fornecedores. Um processo pode se revelar o mais adequado, mas se não houver uma gráfica que possa viabilizá-lo, por questões de preço, localização ou equipamentos, não terá como ser utilizado. 06. O conhecimento prévio do processo ou ao menos a possibilidade de obter este conhecimento antes da projetação ou, ao menos, do processo de produção. Se quem produzirá ou acompanhará a produção não conhece o processo, talvez seja melhor não arriscar. 07. A usabilidade. É preciso levar em conta se o resultado será adequado ao uso que se pretende dele. Um caso típico de má administração desde tópico é a aplicação do corte eletrônico para a implementação de placas de sinalização afixadas ao alcance do usuário em situação de tensão ou ócio - como em terminais de transportes, salas de espera etc. O processo utilizado torna-se um elemento facilitador para a degradação do produto, embora possa ter produção mais rápida, custo mais baixo e aparência mais “moderna” (cf. Mouthé, Claudia. Mobiliário urbano. Rio de janeiro: 2AB, 1998).

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CapĂ­tulo 2

Acabamentos


A etapa final do processo gráfico é o chamado acabamento, que ocorre logo após o processo de impressão. Refile Assim como ocorre nos equipamentos de escritório ou mesmo a impressora que você tem em casa, não é possível imprimir no limite da borda do papel em sistemas gráficos. Por isso, normalmente utiliza-se uma impressão em um papel maior que mais tarde é cortado. Esse corte é também conhecido como refile. O refile também serve a outras funções: É comum a resma de papel estar empoeirado ou sujo. O refile elimina esta parte do papel, oferecendo uma melhor aparência final do trabalho; Muitas vezes a impressão é realizada em equipamentos que aceitam tamanhos de papel maior, principalmente no sistema Offset. Assim, 2 ou mais impressos são posicionados lado a lado, duplicados, fazendo com que o processo seja ainda mais rápido. Assim, será necessário cortar o folheto no formato final. De maneira geral, é bastante comum o “refile” ser anotado como acabamento em todos os trabalhos gráficos, fazendo parte de todos os orçamentos. Dobra Um outro tipo de acabamento muito comum é a dobra do papel. Ela aparece em malas diretas, catálogos ou ainda em manuais formando uma brochura.

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Existem dois tipos de dobra: em paralelo ou em cruz (em ângulo reto ou 90 graus). Atualmente, é muito comum os folhetos serem chamados de “folder” quando contém uma dobra (to fold = dobrar em inglês). 4 páginas: 1 dobra 6 páginas: 2 dobras paralelas Normalmente, essa progressão chega a até 16 páginas. O sistema de dobras é utilizado também para formar cadernos de revistas ou jornais. Depois de dobrados, o material passará para o corte, eliminando as áreas onde existe a dobra. Desta forma, ficamos com várias lâminas de 4 páginas, com uma dobra ao meio. A dobra pode criar efeitos visuais diferenciados, pôsteres ou até mesmo facilitar o manuseio de catálogos e mostruários. Uma de suas limitações está relacionado à capacidade de impressão da gráfica. Picote ou Serrilha Esse acabamento é utilizado em impressos que têm uma parte a ser destacada, tais como cupons, talões de nota-fiscal e formulários de inscrição. Assim como o processo de dobra, também pode ser realizado em paralelo ou em cruz. Trata-se basicamente de uma série de pequenas perfurações no papel formando uma linha. A diferença entre picote e serrilha é que a segunda tem o acabamento melhor, com furos menores, o que apresenta um acabamento visual superior. Existe ainda o chamado micro serrilha, utilizado em formulários contínuos. Neste caso, as perfurações são tão pequenas que, quando destacadas as duas partes da peça,

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praticamente não se percebe a serrilha. Atualmente é muito utilizado em correspondências padronizadas, geradas por sistemas computadorizados, tais como extratos bancários e malas-direta. Encadernação Como o próprio nome diz, a encadernação é o processo de acabamento que anexa diversas páginas formando um único documento - um caderno. Grampeamento: O processo de grampeamento é o método mais simples de encadernação. O grampo pode ser colocado nas bordas do papel - chamado grampo lateral - ou à cavalo. O grampeamento a cavalo é muito utilizado em revistas e catálogos de várias páginas. Pressupõe a dobra das folhas impressas, cada folha contendo 4 páginas do caderno final. O grampo é colocado exatamente na dobra. Este tipo de grampeamento tem esse nome pela necessidade de se apoiar as páginas dobradas em um suporte, à semelhança de uma sela de cavalo. Lombada quadrada: A lombada quadrada é muito utilizada na produção de livros e em outros documentos que possuem muitas páginas. O bloco de papel tem uma das laterais raspadas, formando pequenos relevos e, na sequencia recebem uma camada de cola. Na sequência, recebem uma capa que pode ser flexível - normalmente um papel mais grosso que o miolo - ou dura, neste caso a capa é preparada com um material mais rígido, normalmente um papel cartão de gramatura bem alta, revestido com um papel mais delicado. Espiral e Wire-o: A encadernação por espiral é muito

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comum em trabalhos escolares e normalmente realizado em equipamentos manuais. Também é muito utilizado em processos gráficos na confecção de calendários, catálogos, agendas e cadernos escolares. Neste caso, porém, o processo é realizado em máquinas maiores e automatizadas. Primeiro as folhas são alinhadas e perfuradas - vários furos ao longo da lateral das páginas. Depois, é passado um arame em formato espiral por esses buracos. O Wire-o é um sistema muito utilizado nos mercado norte-americano e está se popularizando no Brasil. A diferença é que no Wire-o o arame adquire o formato circular durante a encadernação (formato da letra “o”). Da mesma forma que no espiral, são executados furos ao longo da página, normalmente em formato retangular. O arame é posicionado na encadernadora que vai encaixar o arame através desses buracos e lhe dará a forma circular. No Wire-o, quando abrimos o caderno, as páginas dos dois lados da espiral mantêm-se alinhadas, ao contrário do sistema espiral, onde, pela própria forma do arame, as páginas encontram-se desalinhadas. Além disso, o arame utilizado no Wire-o normalmente é mais fino, permitindo um visual mais refinado. Relevo Como o próprio nome diz, o relevo no impresso ocorre quando o papel adquire uma forma elevada (alto-relevo) ou rebaixada (baixo-relevo) em uma determinada área do papel. É muito utilizado para dar um ar de satisfação ao impresso. Muito utilizado em convites e outros documentos mais sofisticados e embalagens, normalmente destacando alguma

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informação - logotipo da empresa ou nome do produto. Além do aspecto visual, o relevo também transmite uma sensação táctil, quando passamos a mão ou os dedos sobre a área em relevo. Primeiro, executa-se a impressão no processo normal, com o papel plano. Depois é realizado o relevo. Ele é obtido por meio de moldes que contém o motivo a ser estampado. Quando o papel é prensado entre os dois moldes, adquire a forma desejada pela pressão mecânica que deforma o papel. Relevo Seco: assim é chamado o relevo que não recebe impressão, ou seja, a área em destaque mostrará apenas o papel deformado com o motivo estampado, sem nenhuma cor impressa sobre ele. Relevo Americano: o relevo americano é um outro sistema, que não utiliza deformação mecânica. Para realizar esse processo é depositado um pó plástico sobre a impressão que adere sobre a área impressa. O excesso de pó que fica sobre as áreas sem impressão é retirado e o papel é submetido a uma estufa. O calor da estufa derrete o plástico que funde-se ao papel e adquire uma forma em relevo. É um processo muito apreciado na execução de cartões de visitas e demais impressos que merecem um acabamento especial. HotStamping A estampagem por calor (Hot = quente, Stamping = estampagem) é o processo que permite um acabamento metalizado aos impressos.

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Uma fita metalizada é colocada entre o papel e a matriz, um clichê tipográfico feito de metal, que é aquecido a altas temperaturas. Quando a matriz prensa a fita sobre o papel, o calor faz com que a camada metalizada da fita seja transferida e fixada, gerando a impressão. É realizada em equipamentos especiais ou até mesmo adaptadas em máquinas tipográficas. No entanto, os equipamentos especializados em hot-stamping e relevo possuem uma estrutura mais reforçada, devido à necessidade de maior pressão sobre o papel. Verniz Esse processo de acabamento é basicamente uma impressão adicional, com a substituição da tinta por um verniz específico para artes gráficas. A principal vantagem da aplicação do verniz é destacar determinadas áreas, dando mais brilho ao papel. A percepção de cores é melhoradas, pela maior reflexão de luz, dando ao impresso uma característica visual superior e sofisticada. Quando a aplicação de verniz é realizada sobre toda a área do impresso, chamamos “verniz total”, quando é realizada apenas sobre algumas áreas específicas - sobre a foto de um produto, por exemplo - chamamos “aplicação de verniz com reserva” ou “verniz reservado/localizado” ou ainda “aplicação com reserva de verniz”. Geralmente, este processo é realizado por sistema de tampografia ou ainda por serigrafia. Atualmente é muito comum a utilização do chamado Verniz UV - Ultravioleta. Ele contém elementos na sua composição que possibilitam a secagem imediata do verniz quando exposto à luz ultravioleta. O acabamento deste tipo de verniz também

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é muito bom, porque seca com bastante uniformidade, causando uma superfície homogênea. É muito utilizado em catálogos e impressos sofisticados. Também tem sido muito utilizado na confecção de capas de revistas, em substituição à plastificação. Plastificação Trata-se basicamente da colocação de um filme plástico sobre o papel. Além da função de proteger e impermeabilizar o papel, também confere mais brilho, destacando as cores do impresso. A plastificadora coloca o plástico em contato com o papel, gerando a aderência por calor, quando ambos passam por um cilindro aquecido adequadamente. É muito utilizado em capas de livros e revistas.

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CapĂ­tulo 3

Checklist


Imagens 1. As imagens deverão estar entre 266 a 300 dpi em seu tamanho final, no espaço de cor CMYK. Resoluções menores irão gerar imagens serrilhadas com perda de detalhes. Porém, no caso em que a imagem estiver em resolução menor que 260 dpi, fique ciente de sua inteira responsabilidade quanto a uma possível qualidade inferior de reprodução. 2. Geralmente a pré-impressão não se responsabiliza pela qualidade de uma imagem entregue digitalizada. Para garantir o melhor resultado envie os originais para serem digitalizados no scanner da gráfica, ou então solicite um tratamento em sua imagem. 3. Evite usar imagens capturadas na internet, elas estão em baixa resolução e geralmente com qualidade comprometida devido à compressão JPG. Cores As cores podem ser especificadas como cor Spot (PANTONE) ou de Processo (CMYK). Certos procedimentos têm que ser seguidos para se obter um bom resultado. 1. Defina as cores que vai utilizar, se serão cores Spot ou de Processo, e certifique de que as cores utilizadas no arquivo estão devidamente configuradas conforme o desejado. 2. Quando desejar que uma cor Spot PANTONE seja impressa como cor de processo, insira manualmente as porcentagens CMYK na configuração da cor, pois diferentes aplicativos geram diferentes porcentagens de cores para um mesmo PANTONE.

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3. Nunca especifique uma cor preta utilizando as quatro cores, pois as máquinas impressoras não conseguem lidar com muita cobertura de tinta (mais de 200%). 4. Em áreas chapadas, para obter um preto rico especifique 100% de Preto, 40% de Cyano e 20% de magenta. 5. A cor que você vê em seu monitor ou prova a jato de tinta nunca será igual a cor impressa com cores offset. Para obter um controle sobre o resultado, use uma tabela impressa de cor CMYK ou PANTONE como referência para sua paleta de cores. 6. Remova todas as cores que não foram utilizadas da palheta de cores do documento, para não confundir com as cores que serão utilizadas pelas máquinas impressoras. 7. Quando quiser usar cores PANTONE use como referência uma tabela impressa PANTONE. 8. Atenção aos tons verde escuros (verde musgo), azuis escuros, roxos e violetas. Essas cores costumam apresentar resultados impressos muito diferentes do que você obtém em seu monitor ou jato de tinta. Consulte uma escala de cores impressa. 9. O percentual correto do azul bronze reflexo é cerca de 100% ciano e 80% magenta. Mas a paleta default do CorelDraw apresenta este azul (blue) como 100% ciano e 100% magenta, o que resulta na impressão da cor roxa. Corrija manualmente estes percentuais se você deseja o azul e não o roxo.

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Fontes 1. Fonte com corpo pequeno (menor que 12 pontos) contendo mais de uma cor de preenchimento pode dificultar o registro de impressão (possibilidade da dilatação natural do papel quando molhado pela tinta). O melhor é utilizar apenas uma cor em fontes pequenas. 2. Fontes menores do que 4 pontos podem se encher de tinta quando impressas. 3. Todas as fontes devem ser anexadas ao arquivo (copiar somente fontes usadas no trabalho) em uma pasta específica de fontes. 4. Fontes em Preto (Black) devem ser especificadas como apenas uma cor: Preto (Black), e configuradas para fazer o “overprint” (sobrepor a todas as outras cores). 5. Textos feitos no WORD ou EXCEL quando “copiados” e “colados” em programas de layout chegarão em RGB, converta-os para o espaço de cor CMYK. Por exemplo: o texto preto copiado do WORD e colado no CorelDraw, chegará no espaço de cor RGB. Converta-o para 100% preto no espaço de cor CMYK. 6. Quando trabalhando com Mac, utilize as fontes estilizadas, em vez de aplicar estilos em fontes básicas. Por exemplo, escolha Bookman Medium Italic em lugar de aplicar o estilo itálico na fonte Bookman Medium. Isso faz com que haja uma melhor tipografia e uma reprodução da fonte mais consistente. Certifique-se de dispor da fonte de impressão pois, se tiver só a fonte de tela, o texto aparecerá correto na tela, mas será impresso incorretamente quando processado.

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Provas 1. Entregue sempre provas de layout atualizadas em relação ao seu arquivo. Provas de layout desatualizadas podem confundir, atrasar o serviço ou aumentar a probabilidade de erros. 2. Envie um boneco montado manualmente que mostre o resultado final de cortes especiais, livros, revistas, embalagens, etc. 3. Confira cuidadosamente a prova de contrato da gráfica, anote com clareza quaisquer alterações que você achar necessário. 4. Estando tudo OK, assine o termo de autorização de impressão que geralmente está anexado na Prova de Contrato. 5. Havendo alterações de pequeno porte na prova de contrato, pergunte se poderão ser aprovados através do envio dos arquivos corrigidos via e-mail ou FTP, pois pode-se ganhar tempo nestes casos.

Servidor FTP FTP é um protocolo de transmissão de arquivos mais rápido e preciso do que o e-mail, pode facilitar muito o envio de arquivos sejam eles grandes ou pequenos. Pergunte se sua gráfica dispõe de um um servidor FTP, caso afirmativo solicite o endereço FTP, senha e login. Você precisará de um programa cliente FTP instalado em sua máquina.

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Dicas de Arte-Final 1. Considere a tabela de formato abaixo como referência para otimização do papel. Use um formato 2cm menor na altura e largura (ex: papel 33 x 48 cm, usar 31 x 46 cm). 2. Todos os objetos que toquem na borda da página devem ser sangrados em 3 mm. Capa de livro ou revista será de no mínimo 5 mm. 3. Quando não houver sangramento, use uma margem de segurança de pelo menos 5 mm entre seus vetores ou imagens em relação à margem de corte. Isto evita problemas no corte do papel. 4. Envie desenho da faca de corte com lado legível, fio de 1 ponto de espessura onde: fio continuo= corte/ fio tracejado = vinco. 5. Envie desenhos de auto-relevos e verniz localizado sempre com cor chapada. 6. Quando diagramar uma revista grampeada em cela, considere uma diminuição gradativa da largura das folhas internas em relação às folhas externas. Solicite à gráfica um boneco em branco. 7. Jamais crie layouts em Word ou Excel, pois estes programas não são feitos para gerar separação de cor. Neste caso solicite a um arte-finalista para diagramar seu impresso. Ex: um livro que foi diagramado em WORD deverá ser entregue à gráfica arte-finalizado em um programa impositor. 8. Escreva na prova de layout quaisquer observações sobre

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seu arquivo que você julgar relevante. Isto poderá economizar tempo e agilizar o trabalho. Triagem O objetivo da Triagem é ter a certeza de que os arquivos recebidos pela Pré-Impressão estão em condições de entrar em produção. O processo de Triagem foi desenvolvido para revelar problemas nos arquivos eletrônicos que possam ocasionar entraves na Pré-Impressão. Como uma etapa entre o ato de aceitar o arquivo e o de processá-lo, a Triagem pode encontrar uma série de obstáculos associados à preparação do arquivo, como sangria, formato, cores, imagens, fontes, etc. Apesar de não prevenir todos os problemas potenciais associados à saída dos arquivos digitais, a Triagem permite ganho de tempo na solução de questões detectadas em etapas mais avançadas do processo, contribuindo para o cumprimento dos prazos de entrega. Erros mais comuns encontrados na Triagem: a) Sangria insuficiente ou completamente ausente em imagens; b) Fontes não enviadas; c) Texto em 4 cores, quando deveria ser somente preto; d) Layouts desatualizados em relação ao arquivo; e) O documento inteiro rasteirizado (convertido) para bitmap, incluindo fontes, vetores, etc. Isso impossibilita aplicação de trapping e correções de cores e de textos. Imprime textos de corpo pequeno com bordas imperfeitas, entre outros problemas.

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f) Layouts e bonecos mal impressos ou construídos, incompletos ou danificados, com escala excessivamente reduzida ou impresso em P&B quando deveria ser em cores. g) Ausência de boneco montado para revistas, embalagens ou cortes especiais; h) Cor PANTONE configurada como cor CMYK ou RGB; i) Cor CMYK configurada como cor PANTONE; j) Objetos de CorelDraw com sobreposição de cor ativada (overprint); k) Imagens com resolução inferior a 260dpi; l) Imagens em RGB; m) Formato de arquivo diferente do descrito no orçamento; n) Envio de arquivos que não vão ser impressos;

Check List para enviar um arquivo para Pré-impressão. Você lembrou de: a) Etiquetar os CDs, Zips, mídias que estão sendo enviadas com o nome da empresa e do trabalho? b) Enviar apenas arquivos, fontes e imagens necessários ao trabalho a ser realizado? c) Enviar provas de layout ou boneco (se for livro ou revista) atualizados?

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d) Construir documentos com páginas de tamanho igual ao tamanho final do trabalho, incluindo a sangria? e) Adicionar as sangrias necessárias com 3mm e 5mm (se for capa de livro ou revista)? f) Apagar todas as páginas desnecessárias? g) Incluir todas as fontes utilizadas nos arquivos enviados em uma única pasta chama “fontes”? h) Os arquivos EPS ou PDF estão no espaço de cor CMYK e com imagens na resolução correta? i) O arquivo PDF foi gerado através de um arquivo post-script? j) Incluir todas as imagens TIFF e/ou EPS utilizadas nos arquivos? k) Verificar se todas as imagens utilizadas e anexadas estão em alta resolução, iguais ou maiores do que 260 dpi em tamanho ? l) Converter todas as imagens RGB em CMYK? m) Anexar o código de barras ISBN em seu arquivo como vetor e não imagem? n) Definir as cores corretamente e com consistência, verificando as cores de processo e as cores PANTONE? o) Verificar se o texto está realmente em uma ou duas cores, e não definido como 4 cores?

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Capítulo 4

Exemplo Peça Gráfica


Modelo de pedido de orçamento:

Boa tarde, preciso de um orçamento para uma peça gráfica (revista), seguem os dados: Capa: Formato aberto: 199 x 512mm Formato fechado: 199 x 256mm Cor: 4x4 cores Papel: Rives Tradition Pale Cream 170 g/m² Quantidade: 1.000/1.500/2.000 Capa (alternativa): Formato aberto: 199 x 512mm Formato fechado: 199 x 256mm Cor: 4x4 cores Papel: Couché Matte 150 g/m² Quantidade: 1.000/1.500/2.000 Miolo (40 páginas): Formato aberto: 199 x 512mm Formato fechado: 199 x 256mm Cor: 4x4 cores Papel: Pólen Bold 90 g/m² Quantidade: 1.000/1.500/2.000 Acabamento: Lombada Canoa (grampeamento) Obrigado pela atenção, aguardo, Vitor Dutra

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GLOSSÁRIO Adobe – Empresa que fabrica softwares como o PageMaker, Photoshop, Ilustrator e alguns drivers de impressão. Arquivo Aberto – Arquivo em formato do software aplicativo que o originou. Arquivo fechado - Arquivo em formato PostScript ou PDF. Bitmap – Imagem gráfica computadorizada formada por pontos chamados pixels. Brochura – Tipo de acabamento que se caracteriza por uma capa mole que envolve os cadernos ou livros. Caderno – Folha de impressão depois de dobrada, ou formando partes de um livro, jornal, revista etc. Canoa – Processo de grampeamento em que o grampo é colocado no dorso do ivro ou revista. Chapado – Refere-se a áreas que são completamente cobertas com tintas ou área que imprimem 100% de uma determinada cor. Chapas – Peça de material flexível onde são gravadas as imagens destinadas à impressão offset. Check List – Lista utilizada para checar se não foi esquecido nenhum item ou passo necessário para uma certa operação. Clichê – Placa de metal gravada cuja superfície apresenta em relevo e em sentido inverso a imagem original.

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CMYK – Sistema de composição de cores substrativas primárias usadas na impressão de mais de uma cor. Contracapa – Qualquer um dos lados internos da capa de uma publicação. Cores de Processo – Cores que são reproduzidas pela combinação das cores CMYK. CTP – Computer To Plate, computador para a chapa, tecnologia utilizada para a gravação de chapas sem a utilização de filme. Default – Padrão, formato e posições padrões em aplica-tivos, como margens, parada de tabulação, etc. Densidade – Medida de opacidade de um objeto transparente ou translúcido. Medida de 0 a 4,0. Desenho a traço – Qualquer arte criada com linhas em uma cor absoluta, usualmente o preto. Desktop Publishing (DTP) – Desenvolvimento em computador do projeto e da produção de arquivo eletrônico de matrizes para realização de impressos. Dpi (Dot per inch) – Pontos por polegada. Medida de resolução de uma imagem. Duotone – Processo de impressão a cores, utilizando-se duas cores primárias, as quais originarão uma terceira cor impressa. Editar – Acrescentar, apagar ou modificar texto ou elementos gráficos.

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Editoração – Conjunto de tarefas como busca e seleção de originais, tradução, diagramação, organização, revisões e etc. Encadernação – Ação de encadernar, de unir cadernos que compõem uma publicação colando seus dorsos para mantêlos unidos, formando a lombada do livro, e costurá-los ou grampeá-los, recobrindo-os com uma capa. EPS (Encapsulated PostScript) – Formato de arquivo usado para transferir imagens PostScript de um programa para outro. Escala de cores – Tabela impressa contendo diversas combinações de tonalidades de cores. Escala de gris – Escala de densidades de preto possíveis de ser obtidas por fotorreprodução. Escala Pantone de Cores – Marca registrada de um sistema largamente usado na identificação de cores para impressão. Escanear – Processo de obter uma imagem digital tendo como origem uma imagem em papel, ou filme, utilizando-se um escaner, equipamento que faz essa tradução. Família – É um grupo de estilos para uma fonte particular. Folio – Número de página. Fonte – É uma coleção de símbolos que utilizamos para gravar as nossas palavras escritas, contém a descrição das características físicas das letras, ou seja, como elas devem ser desenhadas durante a impressão. Fontes de Impressão – Fontes utilizadas para imprimir, são

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fontes vetoriais. Fontes de Tela – Fontes utilizadas para a visualização em tela, são fontes bitmap. Fontes Embebidas – Fontes inseridas, anexadas, passando a ser parte integrante de um arquivo. Ícone – Representação gráfica de uma unidade de disco, um diretório, um aplicativo, um documento ou outro objeto que possa ser selecionado e acionado. Illustrator – Software de ilustração fabricado pela Adobe Systems. Imposição – Processo de posicionamento das páginas, de forma que sejam gravadas as imagens na chapa, as imagens serão impressas e o material impresso será dobrado para chegar ao seu formato final. JPEG/JPG (Joint Photografic Experts Group) – Termo que se refere a padrão de compactação, com perda, próprio para imagens estáticas. Laminação – Acabamento de superfície habitualmente utilizado em capas de livros, revistas e folhetos. Consiste na aplicação de uma película plástica sobre a superfície impressa. Layout – Design, deve simular, da melhor forma possível, o produto final. Lineatura – A lineatura se refere ao número de linhas em uma polegada na vertical. Lombada – Lombo, dorso. É a parte que une a parte frontal

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da capa com a parte traseira. LPI (Lines per Inch) – Linhas por polegada. Unidade de medida de resolução específica para saídas de impressão. Máquina Impressora – Impressora Offset, a qual utiliza as chapas gravadas para transferir as imagens para o papel com a utilização de tinta e água. Marca de Corte – Marca que representa onde o impresso deve ser cortado ou dobrado. Marca de Registro – Marca que são colocadas para o controle da sobreposição das cores impressas, nos filmes, nas montagens e na impressão. Meio tom – Escala das gradações de tonalidade intermediárias entre o branco e o preto, ou entre luzes e sombras. Miolo – Conjunto de páginas internas de uma publicação. Moiré (Moarê) – É causado pela confusão óptica entre os traços da retícula meio-tom e os pontos ou linhas contidos no original. Montagem – Disposição das páginas na posição correta para ser usada na confecção das chapas de impressão. Offset – A chapa instalada em um dos cilindros da máquina impressora, transfere a imagem para um outro cilindro revestido de borracha que finalmente imprime na folha de papel. Overprint – Técnica de pré-impressão que utiliza a sobreposição de cores na impressão - imprimir sobre áreas já

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impressas. Paginação – Ação de paginar, ordenar as páginas. PANTONE – Padrão de cores muito utilizado em artes gráficas como referência para impressão. PDF (Portable Document Format) – Formato de arquivo utilizado no Acrobat, programa de formatação de página para visualização. Photoshop – Software de manipulação de imagens fabricado pela Adobe Systems. Pixels – Abreviação de picture element. Elemento mínimo utilizado por hardware e softwares, para construção de imagens e letras. Plataforma – Tipo de computador, as mais comuns são Macintosh e PC. PostScript – Linguagem de descrição de páginas, fontes, gráficos e imagens desenvolvida pela Adobe System. PostScript level 1, 2 e 3 – Diferentes níveis de PostScript, quanto maior o número mais desenvolvida é a linguagem PostScript, sendo necessário um equipamento de saída que aceite essa linguagem e o nível específico. Preflight – Antes de voar, análise do arquivo antes de enviá-lo para a impressão. Preview – Uma visualização prévia de um arquivo. Processo Convencional – Processo de pré-impressão com a

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utilização de fotolitos. Provas – Página impressa, cópia do arquivo em forma impressa, para identificação de erros e eventual correção antes da impressão, simulando o resultado final. QuarkXpress – Software de editoração eletrônica fabricado pela Quark. Refile – Ato ou efeito de refilar, o mesmo que corte. Registro – Registro de cores, perfeito encaixe de diferentes impressões. Resolução – Grau de nitidez de uma imagem impressa ou exibida. Quanto maior a resolução de uma imagem, melhor é sua visualização em tela ou na impressão. Retícula – Rede de pontos que se usa em offset para a reprodução de originais e meio-tom. Produzem, por ilusão de óptica, o efeito das tonalidades intermediárias. RGB – Red, Green, Blue. – Sistema de cores utilizado pelos monitores dos computadores e pelas televisões. RIP (Raster Image Processor) – Um equipamento que converte informação de computador em pontos eletrônicos para uma imagesetter ou platesetter poder reproduzir esses pontos. Sangria – Área que se extende além da margem a ser refilada, cortada. Utilizada principalmente para fotografias, ilustrações ou áreas de cor. Separação de cores – Técnica de decomposição de uma imagem original em duas ou mais cores.

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Sistema Operacional – Software que controla o computador e os outros programas. Sobrecapa – Cobertura móvel de papel ou outro material flexível que envolve e protege a capa de um livro encadernado. Software – Programa de computador. Spot Color – Cor Especial. Superfície Chapada – Superfície sem pontos, com 100% de sua área coberta com tinta. TIFF (Tagged Image File Format) – Formato de arquivo bitmap de imagem preto e branco ou colorida. Trapping – Técnica de pré-impressão que utiliza a sobreposição de cores na periferia de imagens justapostas, garantindo registro na impressão. TrueType – Linguagem para descrição de fontes criada pela Apple Computer, também adotada para plataforma Windows. Type 1 – Fonte PostScript, dividida em fontes de tela e fonte de impressão. Vincar – Produzir por pressão, mediante fios de aço ou discos rotativos, em cartolina ou cartão, vincos destinados a facilitar sua dobra.

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