A Inaudita história dos rapazes teletransportados

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A Inaudita história dos rapazes teletransportados

Lá estava a Deusa Clio a tecer o tapete da história, passados cem anos do seu castigo. Hoje era um dia muito especial para ela, porque tinham passado mais cem anos e ela não tinha feito asneiras ou adormecido. Era também um dia de alegria, porque ia ter a visita de outra deusa, sua amiga e chefe: a deusa Núbia. Clio só estava a pensar tanto que não queria errar neste dia tão especial, que começou a ficar maldisposta. Até que desmaiou. Mas como sempre, os seus dedos continuaram a teceram até que, como da outra vez, se entrelaçaram e trocaram a ordem dos fios. Desta vez misturou as datas de 3 de Junho de 2012 e a de 1 de Fevereiro de 2112. Dois rapazes, Harry e Louis, os melhores amigos que alguém alguma vez tinha visto, estavam a brincar, para além de acharem que não tinham idade para andar de um lado para o outro a correr. Eles já tinham treze anos. Encontravam-se num grande jardim a arrancar flores para chatear o jardineiro. Mas, de repente ouviram um grande estrondo e sentiram um subita corrente de ar que lhe subia desde os pés até às pontas do cabelo. Sentiram-se como se tivessem a fazer uma grande pressão em cima das suas cabeças. Até que deixaram de sentir e com os olhos bem fechados, não sabiam o que se estava a passar. Abriram os olhos e não acreditaram naquilo que estavam a ver. Foram para no meio da casa de um cientista, chamado Eric Gott, que estava nesse preciso momento a estudar o comportamento das moléculas do corpo humano e animal e a sua capacidade de teletransportar. O Dr. Eric tinha realizado muitas tentativas de teletransporte, mas em animais, porque ainda era muito cedo para fazer em pessoas. Mas todas elas em vão, pois os animais ou morriam logo que acendiam a máquina que lhe era posta, pois apanhavam um grande choque ou conseguiam realizar o teletransporte, ou seja iam de um lado para o outro, mas em curtas distâncias e quando parecia que tinham conseguido concluir a experiência o animal, neste caso com um pequeno rato, esse morria. O Dr. Eric estava com um rato pronto a fazer a experiência quando se viu no meio de uma grande confusão. Pensou que estava maluco quando viu dois rapazes com idade de serem seus filhos ou talvez netos, no meio do seu laboratório. Pensou que talvez fosse do cansaço, mas sem dar conta estava boquiaberto. Harry e Louis finalmente entraram em si e foram a andar muito lentamente até junto do senhor que estava a olhar para eles de uma forma muito estranha. Olharam um para o outro e foi, então, que os seus olhos começaram a fazer sinais, Harry perguntou: - Desculpe, não sei o que se passa mas nós não estávamos a fazer nada de mais ao jardineiro apenas queríamos brincar com ele, por favor pode deixar-nos ir embora - Perguntou ao Dr. Eric sem se aperceber que estava num laboratório e não na casa onde se arrumam as pás e os produtos do jardineiro. O Dr. Eric ainda não estava muito lúcido, mas muito rapidamente formulou uma resposta na sua cabeça: - Desculpem, mas eu não sei do que estão a falar, e aqui não existe nenhum jardim, estão no laboratório da minha casa, eu chamo-me Dr. Eric Gott, mas podem tratar-me por Dr.Eric. Não sei como, mas vocês, sem mais nem menos entraram em minha casa, e eu estava pronto para realizar uma grande experiência.


Os dois amigos ficaram quietos no seu lugar, e, em simultâneo, começaram a olhar para aquela magnífica sala, cheia de instrumentos que eles nunca tinham visto. Começaram a caminhar para uma grande mesa onde tinha os mais variados aparelhos tecnológicos. Chegaram mais perto da mesa e viram uns números, que lhes parecia uma data mas não acreditaram, pois dizia 05-01-2112. Foi, então, que viram, realmente, que eram datas pois havia um grande calendário a sua frente. E por isso perguntaram: - Em que ano é que o senhor está? – perguntou Louis. - Então estamos em 2112. Harry e Louis olharam um para o outro e não lhes parecia que o Dr.Eric estivesse a mentir, pois a sua casa estava cheia de objetos que nenhum deles tinham visto. Mas houve uma coisa que os chamou a atenção: um relatório sobre teletransporte. E, então, gritaram: - Fomos teletransportados! Oiça, senhor Eric, nós somos de 2012 e não estamos a brincar, nós vimos estes papéis que tem na mesa e, se calhar, o seu teletransportou-nos sem querer. Pode levar-nos a casa? O Dr.Eric olhou para eles e começou a contar-lhe o seu projeto e a dizer-lhes que era impossível, pois só tinha experimentado o teletransporte com ratos. Eles também lhe disseram o que estavam a fazer antes de virem para aquela casa. Perguntaram onde estavam e ele disse que estavam em Londres num local só com casas para os cientistas. Passado meia hora o Dr.Eric ofereceu-lhes comida e explicou-lhe que as tecnologias tinha avançado imenso desde aquele tempo. O Louis farto de estar a ouvir a explicação dele foi dar uma volta pela casa. Parou junto de uma arma que lhe tinha chamado a atenção e quando lhe ia pegar o Dr. Eric apareceu e desviou aquilo do olhar de Louis e explicou-lhe que aquela arma era capaz de matar todos os insectos insistentes no raio de um quilometro. Continuem a andar dizia-lhes o doutor. Ele estava a guiá-los para uma grande floresta, depois de se terem conhecido e falado melhor o doutor disse-lhes que tinha de fazer alguns testes, mas não no seu laboratório, pois era perigoso. Por isso estava, naquele momento, a levá-los para um sítio seguro. Entraram na floresta e o Dr.Eric avisou-os para terem muito cuidado pois havia criaturas que não gostavam de ser incomodadas, e, ao mínimo deslize, elas atacavam-nos. Harry e Louis não se sentiam assustados, pois achavam-se muito fortes e nada lhes metia medo. Falavam baixinho, enquanto o Dr.Eric andava com muita atenção e cuidado, aquela floresta metia-lhe medo, pois a primeira vez que a atravessara fora quase morto, se não fosse a arma que levara consigo e afugentara aquelas grandes criaturas. Ele não queria passar por ali, mas era o caminho mais rápido, pois ele não sabia se ia acontecer aos miúdos o que acontecia aos seus ratos. Louis sempre foi muito corajoso e nunca ligava aos avisos que lhe eram feitos. Ele estava com uma pequena curiosidade de saber como seria a criatura de que o Dr.Eric lhe falara. Por isso, chamou Harry baixinho e disse-lhe que estava a pensar fazer barulho para ver as tais criaturas. Harry ficou assustado, mas como não queria parecer uns cobardolas concordou, contaram até três e começaram a berrar, assobiar e pular. Fizeram um grande barulho e o Dr.Eric só teve tempo para dizer para eles correrem, pois já sabia o que ia acontecer. O doutor começou a correr e Harry também, mas o Louis não, pois ouvira um grande rosnar. Olhou para o meio das árvores e viu uma imagem assustadora era como um


puma com riscas gigante a vir na sua direcção. Harry olhou para trás e viu aquela criatura e foi a correr em direcção a Louis. Mas o “puma gingante ”, já estava muito perto de Louis. Entretanto, a Deusa Clio foi acordada por uma voz muito aguda. Olhou para aquilo que tinha feito e pensou estou feita. Viu a Deusa Núbia a sua frente com uma cara zangada. Apressou-se a desenrolar as linhas e como sabia que aquilo que tinha acontecido era muito grave, deixouse ficar calada. Louis e Harry estavam aflitos. Louis já via uma grande boca a sua frente e pensou o pior. Mas, de repente, sentiu outra vez aquela aragem pelo seu corpo e Harry também a sentiu. Fecharam os olhos e quando os abriram não sabiam o que se tinha passado, estavam no meio do jardim. A Deusa Clio tinha acabado de borrifar, com a sua água mágica, as linhas do tapete da história para que as pessoas não se lembrassem do que se tinha passado. Foi levada ao grande tribunal por aquilo que tinha acontecido, mas desta vez não teve tanta sorte, pois foi proibida de fazer o seu trabalho…

Nadine Santos, 8ºB


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