Sistemas informacao gerencial

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GRADUAÇÃO PROFISSIONAL


© 2014. Universidade Salvador – UNIFACS – Laureate International Universities É proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem autorização. Graduação Profissional

Universidade Salvador – UNIFACS Diretor Presidente

Marcelo Henrik Chanceler

Manoel Joaquim Fernandes de Barros Sobrinho Reitora

Marcia Pereira Fernandes de Barros Diretor de Educação Corporativa & Novos Projetos

Adriano Lima de Barbosa Miranda Pró-reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão Comunitária

Carolina de Andrade Spinola Coordenadora do Eixo de Formação Humanística

Sílvia Rita Magalhães de Olinda Graduação Profissional UNIFACS Coordenador Geral de EAD, GPRO e Extensão

Luciano Pena Almeida de Souza Coordenador de Informações e Processos

Péricles Nogueira Magalhães Junior Coordenadora de Design Educacional

Agnes Oliveira Bezerra Assessora Pedagógica

Monica de Souza Massa Coordenadora do Curso

Verena de Sousa Alcantara Supervisor de Produção de Mídias

Jorge Antonio Santos Alves Designers

Adusterlina Cerqueira Lordello Carlos Eduardo Cova Santos Helder Matos Santos Thiago Gomes Monteiro Penha Revisão / estrutura

Noemia Carla Santana Reis Séfora Joca Maciel Sonildes de Jesus Sousa Tatiana Souza Motta

GPRO UNIFACS - Alameda das Espatódias, 915 - Caminho das Árvores CEP. 41820-460 UNIFACS Atende (Salvador): (71) 3021-2800 - Demais Localidades: 0800-284-0212 - http://graduacaoprofissional. unifacs.br/


SUMÁRIO SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS.................................................................................... 5 AULA 01 – CENÁRIO CONTEMPORÂNEO: SOCIEDADE DO CONHECIMENTO E ECONOMIA DA INFORMAÇÃO.9 AULA 02 - PESQUISA OPERACIONAL............................................................................................................................................ 19 AULA 03 – CONCEITOS E ELEMENTOS DE TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO................................................................. 33 AULA 04 - MÉTODO GRÁFICO.......................................................................................................................................................... 47 AULA 05 – CONCEITOS E CLASSIFICAÇÕES DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO................................................................ 67 AULA 06 - MÉTODO SIMPLEX.......................................................................................................................................................... 79 AULA 07 - SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS........................................................................................................... 87 AULA 08 - MÉTODO DE TRANSPORTE........................................................................................................................................101 AULA 09 - ARMAZENAMENTO E GERENCIAMENTO DE DADOS......................................................................................115 AULA 10 - MÉTODO DE DESIGNAÇÃO.......................................................................................................................................125 AULA 11 – DATA WAREHOUSE E NOVAS APLICAÇÕES........................................................................................................133 AULA 12 - PERT/CPM.........................................................................................................................................................................147 AULA 13 - TÓPICOS DE GERENCIAMENTO DE SISTEMAS: INTEGRAÇÃO, SEGURANÇA, CONTROLE................163



SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS Autores: Max Cavazini Penna de Carvalho, Manoel Joaquim Fernandes de Barros.



APRESENTAÇÃO

Seja bem-vindo à disciplina Sistemas de Informação Gerencial. Iremos conhecer juntos alguns dos assuntos mais importantes e instigantes para o Administrador. A Tecnologia da Informação tem um papel cada vez mais relevante na gestão das organizações. O Administrador deve conhecer os principais conceitos desta área para que consiga obter os melhores resultados na implantação das melhores soluções de infraestrutura tecnológica e de sistemas de informação. Os objetivos dessa disciplina são de apresentar os conceitos básicos de sistema e tecnologia de informação sob a perspectiva das organizações e do cenário contemporâneo, formas de aplicações e questões referentes ao gerenciamento de sistemas e tecnologias de informação. Além de, definir o conceito de sistema de informação e tecnologia de informação, demonstrar a importância da tecnologia e dos sistemas de informação no cenário contemporâneo e organizacionais e demonstrar exemplos de sistemas e suas aplicações. A ideia da primeira aula é proporcionar uma interação sobre questões e discussões relacionadas a Sistemas de Informação Gerencial, com base nos debates ocorridos em relação às expressões usadas para caracterizar a Sociedade do Conhecimento e Economia da Informação. Veremos, também, conceitos e elementos relativos aos Sistemas e Tecnologias de Informação, através do estudo de algumas das classificações de sistemas gerenciais e elencando alguns elementos que compõem a tecnologia da informação. Também não poderíamos deixar de lado questões relacionadas ao ARMAZENAMENTO e GERENCIAMENTO DE DADOS, que têm fundamental papel na prática destes conceitos. Assim, vamos tentar decifrar assuntos que podem parecer complicados, através de uma linguagem simples para possibilitar a participação daqueles que não os conheciam nas discussões sobre, por exemplo, Algoritmo Simplex, Data Algoritmo para Problemas de Logística Básica, Algoritmo para Problemas de Designação, sem, contudo, deixar à margem o embasamento teórico e conceitual. Serão também apresentados TÓPICOS DE GERENCIAMENTO DE SISTEMAS como INTEGRAÇÃO, SEGURANÇA, CONTROLE, que também têm total relevância para essa disciplina. Por fim, espero que todo o esforço despendido na produção dessas aulas permita um aprendizado divertido e enriquecedor.

Manoel Joaquim.



CIEDADE DO CONHECIMENTO E ECONOMIA DA INFORMAÇÃO Autor: Max Cavazini Penna de Carvalho

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AULA 01 – CENÁRIO CONTEMPORÂNEO: SO-

Nesta aula, vamos conhecer as discussões desencadeadas a partir do surgimento de algumas expressões criadas para caracterizar a evolução tecnológica provocada pelo avanço da informática e o seu impacto nas relações sociais. O objetivo é refletir sobre o alcance desta recente evolução tecnológica no desenho dos cenários econômico, social, político e cultural em que vivemos hoje. Em tempo, cabe aqui congratular a jornalista britânica Sally Burch por seu texto publicado no livro Desafios de palavras: enfoques multiculturais sobre as sociedades da informação (também disponível no sítio da Internet http://vecam.org/article519. html) do qual tiramos a maioria das citações para a construção desta aula.

SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E SOCIEDADE DO CONHECIMENTO Há muitos estudos sobre as grandes transformações no modo de produção que provocaram a quebra dos padrões da sociedade industrial. A partir deles, surgiram diversas vertentes sobre as novas configurações sociais, econômicas, políticas, culturais e tecnológicas que marcaram o período de transição do século XX para o XXI. É natural que também surjam perguntas como as elaboradas por Burch (2005, s.p.) em seu artigo publicado no livro citado anteriormente:

estamos vivendo numa época de mudanças ou numa mudança de época? como caracterizar as profundas transformações que acompanham a acelerada introdução na sociedade da inteligência artificial e as novas tecnologias da informação e da comunicação (TIC)? trata-se de uma nova etapa da sociedade industrial ou estamos entrando numa nova Era?

“Era, ou Sociedade da Informação” e “Sociedade do Conhecimento” são alguns dos termos que vamos dar um maior enfoque no intuito de entender a abrangência das mudanças provocadas por esta grande evolução tecnológica. É importante destacar que, como podemos constatar no decorrer de nossos dias, são os meios de comunicação que acabam por determinar e disseminar todos esses termos. De acordo com as informações do referido texto de Burch (2005), foram os termos sociedade da informação e sociedade do conhecimento, com suas respectivas variantes, que estiveram mais em voga no cenário da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação (CMSI). Apesar de ter havido uma forte tendência ao uso do primeiro no citado âmbito, a falta de conformidade pairou sobre as discussões e nenhum deles obteve um consenso.

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Sociedade da Informação De acordo com Burch (2005), “Sociedade da Informação” foi a expressão mais utilizada na década de 80. Não por expressar necessariamente uma clareza teórica, mas devido às políticas oficiais dos países mais desenvolvidos que, com grande influência nas decisões da Cúpula Mundial, a elegeu para uso nos seus meios de comunicação. Como citado no início da aula, houveram outros termos antecessores, mas, ainda nos anos 90, a expressão “Sociedade da Informação” tinha a maior evidência dentro do contexto do desenvolvimento da Internet e das TIC. A partir de 1995, ela foi incluída na agenda das reuniões do G7 (depois, G8, onde se reúnem os chefes de Estado ou governos das nações mais poderosas do planeta). O termo também foi abordado em fóruns da Comunidade Européia e da OCDE (os trinta países mais desenvolvidos do mundo), além de ter sido adotado pelo governo dos Estados Unidos, assim como também por várias agências das Nações Unidas e pelo Banco Mundial. Segundo Burch (2005), a partir de 1998, foi também escolhida na União Internacional de Telecomunicações e, depois, pela ONU para dar nome aos encontros da Cúpula Mundial ocorridos em 2003 e 2005. Com isto, consagrou-se a grande tendência à sua utilização. Ainda de acordo com o supracitado artigo, neste cenário,

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O conceito de ‘sociedade da informação’ como construção política e ideológica se desenvolveu das mãos da globalização neoliberal, cuja principal meta foi acelerar a instauração de um mercado mundial aberto e ‘auto-regulado’. Política que contou com a estreita colaboração de organismos multilaterais como a Organização Mundial do Comércio (OMC), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, para que os países fracos abandonassem as regulamentações nacionais ou medidas protecionistas que ‘desencorajassem’ o investimento. Tudo isto ocorreu junto à escandalosa intensificação dos abismos econômicos existentes entre os países ricos e pobres do mundo. (BURCH, 2005, s.p.).

Um fato muito interessante e que vale ressaltar refere-se às pressões feitas pelos países mais desenvolvidos para que os países em desenvolvimento deixassem a “via livre” para o investimento das suas empresas de telecomunicações e informática. Qual a razão? O motivo se delineou no final do século XX, quando a maioria dos países desenvolvidos já havia adotado políticas de desenvolvimento da infraestrutura das TIC. Neste período, aconteceu o espetacular auge do mercado de ações da indústria das comunicações e os mercados do Norte (países desenvolvidos) começam a se saturar. Com isto, as empresas de TIC sentem a necessidade de ir à busca de novos mercados para absorver seus excedentes produzidos, que os mercados dos países desenvolvidos não absorviam mais. Neste contexto, os novos mercados correspondem aos países em desenvolvimento como a China e o Brasil, por exemplo.


nos mercados dos países em desenvolvimento chamado de “abismo digital”, que está diretamente relacionado à diferença dos poderes econômicos dos países do hemisfério norte e daqueles em desenvolvimento. Trocando em miúdos, as empresas de TIC se depararam com o fator “pobreza” que dificultava a realização das vendas de seus produtos de TIC (tecnologias de telecomunicações, operadoras de celular, produtos de informática, etc.) e consequentemente de seus investimentos.

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Entretanto, estas empresas encontraram um grande percalço em suas buscas

Assim, a solução foi o empenho dos mais interessados na redução desse abismo digital através da aceleração do processo de globalização econômica. Este fato é uma das principais razões pela qual a famosa globalização foi bastante associada aos aspectos mais “amigáveis” como a Internet, a telefonia celular e internacional, a TV via satélite, etc. Pelo mesmo motivo, a expressão sociedade da informação, contemporânea desta sucessão de fatos, acabou por assumir a função de uma espécie de “embaixadora da boa vontade” da globalização, cujos “benefícios” poderiam estar ao alcance de todos, se pelo menos fosse possível diminuir o tal “abismo digital”.

Sociedade do conhecimento O termo “sociedade do conhecimento” (em inglês, knowledge society), surgido ________________________ no final da década de 90, foi mais empregado nos meios acadêmicos, como alternativa ________________________ de alguns que a preferiam em detrimento à expressão “sociedade da informação”. O termo “sociedade do conhecimento”, ou sua variante “sociedade do saber”, também foi utilizado pela UNESCO (Organização das Nações Unidas) para a Educação, a Ciência e a Cultura, dentro de suas políticas institucionais com o intuito de incorporar uma concepção mais integral, não ligada apenas a questões econômicas. Uma boa ilustração desta busca da UNESCO pode ser encontrada na definição feita pelo seu subdiretor-geral para Comunicação e Informação, Abdul Waheed Khan. Abdul Khan diz que:

[...] a Sociedade da Informação é a pedra angular das sociedades do conhecimento e que o conceito de ’sociedade da informação’, em sua perspectiva, está relacionado à idéia da ‘inovação tecnológica’, enquanto que o conceito de ‘sociedades do conhecimento’ inclui uma dimensão de transformação social, cultural, econômica, política e institucional, assim como uma perspectiva mais pluralista e de desenvolvimento. (ABDUL KHAN, 19-- apud BURCH, 2005, s.p.).

Khan também afirma que:

[...] o conceito de ‘sociedades do conhecimento’ é preferível ao da ‘sociedade da informação’ já que expressa melhor a complexidade

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e o dinamismo das mudanças que estão ocorrendo. [...] o conheci-

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mico, mas também para fortalecer e desenvolver todos os setores da

mento em questão não só é importante para o crescimento econôsociedade. (ABDUL KHAN, 19-- apud BURCH, 2005, s.p.).

Outra declaração lançada pela UNESCO que revela sua preferência e distinção entre as expressões “sociedade do conhecimento” e “sociedade da informação” diz:

Por meio dessas ações, a UNESCO pretende contribuir para o processo de transformação da sociedade da informação em sociedades do conhecimento. Em particular, essas ações serão executadas no contexto do Programa Informação para Todos da UNESCO (Information for All Programme, IFAP), como matriz para a criação de sociedades justas por meio de acesso mais amplo à informação, com participação do Comitê Nacional do IFAP no Brasil (ABDUL KHAN, 19-- apud BURCH, 2005, s.p).

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Definições atuais Aqui vale observar que existem definições que visam desenhar uma realidade existente, ou emergente. E outras que expressam uma visão, ou desejo, de uma potencial sociedade. As duas definições, ou termos, têm sua relevância. A primeira por sua contribuição à análise. A segunda, porque orientam políticas e ações. Manuel Castells, autoridade reconhecida na matéria, prefere o termo “sociedade informacional” ao termo “sociedade da informação” (buscando a mesma diferença entre indústria e industrial). Ele destaca que, embora o conhecimento e a informação sejam elementos decisivos em todos os modos de desenvolvimento,

[...] o termo informacional indica o atributo de uma forma específica de organização social na qual a geração, o processamento e a transmissão de informação se convertem nas fontes fundamentais da produtividade e do poder por conta das novas condições tecnológicas surgidas neste período histórico. (CASTELLS, 2007, p. 65).

A seguir Castells explica:

O que caracteriza a revolução tecnológica atual não é a centralidade de conhecimento e da informação, mas a aplicação desses conhecimentos e dessa informação para a geração de conhecimentos e de dispositivos de processamento/comunicação da informação,


seu uso. (2007, p. 69).

E acrescenta: “A difusão da tecnologia amplifica seu poder de forma infinita, à medida que seus usuários apropriam-se dela e a refinem” (CASTELLS, 2007, p.69). Para o autor do livro A sociedade em rede (2007), as novas tecnologias da informação não são simplesmente ferramentas a serem aplicadas, mas processos a serem

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em um ciclo de retroalimentação acumulativa entre a inovação e

desenvolvidos. “Pela primeira vez na história, a mente humana é uma força produtiva direta, não apenas um elemento decisivo do sistema de produção” (CASTELLS, 2007, p.69). Com relação à sociedade do conhecimento, Manuel Castells diz se tratar de

[...] uma sociedade na qual as condições de geração de conhecimento e processamento de informação foram substancialmente alteradas por uma revolução tecnológica centrada no processamento de informação, na geração do conhecimento e nas tecnologias da informação. (CASTELLS, 2002, s.p.).

Dualidade Em fim, podemos resumir todo este processo em dois enfoques distintos que se cruzaram em diversos momentos. O primeiro diz respeito à expressão “sociedade da informação”, que se refere a um novo paradigma de desenvolvimento e que atribui à tecnologia um papel de propulsão do desenvolvimento econômico. Já o segundo enfoque entende que a nova etapa do desenvolvimento humano, na qual estamos entrando, se caracteriza pelo predomínio que alcançaram a informação, a comunicação e o conhecimento na economia e no conjunto de atividades humanas. Sob este aspecto, a tecnologia é o suporte que desencadeou uma aceleração deste processo; mas não é um fator neutro, nem seu rumo é inexorável, posto que o próprio desenvolvimento tecnológico seja orientado por jogos de interesses. Com isto, as políticas para o desenvolvimento da sociedade da informação devem ser centralizadas nos seres humanos, conforme suas necessidades e dentro de um contexto de direitos humanos e justiça social. Os países em desenvolvimento e os atores sociais deveriam ter um papel-chave na orientação das decisões correlatas. Em outras palavras, para este segundo enfoque, o fundamental não é “informação”, mas “sociedade”. Enquanto a primeira faz referência a dados, canais de transmissão e espaços de armazenagem, a segunda fala de seres humanos, de culturas, de formas de organização e comunicação. A informação é determinada conforme a sociedade, e não o contrário.

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Reflexão Ambos os termos, aqui discutidos, têm seus méritos. O conceito de “sociedade da informação”, nascido sob os preceitos da globalização neoliberal, subentende que, daqui para frente, serão as “revoluções tecnológicas” que determinarão o rumo do desenvolvimento; os conflitos sociais seriam coisas do passado. Por isso mesmo, este conceito não é o mais adequado, nem para qualificar as novas tendências das sociedades, nem muito menos para descrever um projeto contra-hegemônico de sociedade. Para mudar este conceito, primeiro deve-se acolher a noção de que qualquer referência às “sociedades” deva ser no plural, reconhecendo a heterogeneidade e a diversidade das sociedades humanas. Isso implica também reafirmar o interesse de que cada sociedade se aproprie das tecnologias para suas prioridades particulares de desenvolvimento e não que deva se adaptar a elas para poder fazer parte de uma suposta sociedade da informação pré-definida. Segundo, afirmar que qualquer definição que use o termo “sociedade” não pode descrever uma realidade circunscrita à Internet ou às TIC. A Internet pode ser um novo cenário de interação social, mas essa interação é estreitamente integrada ao mundo físico, e os dois âmbitos se transformam mutuamente. Por último, deve-se apostar que um projeto de sociedade, onde a informação seja um bem público e não uma mercadoria. A comunicação é um processo participa-

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tivo e interativo, o conhecimento uma construção social compartilhada, não propriedade privada. E as tecnologias, um suporte para tudo isso, sem que se convertam em um fim em si.

Atualidade De fato, independente do termo que se utilize para a caracterização de nossa realidade ou do processo de mudança, estamos vivendo esta revolução neste exato momento e também somos responsáveis por ela, seja qual for a proporção e influência exercida por cada um. Uma perspectiva bastante sensata e bem descrita do momento social atual, e também econômico, pode ser encontrada no livro A Sociedade em Rede, de Manuel Castells (2007, p.39) onde ele diz que vários acontecimentos de importância histórica transformaram o cenário social da vida humana no fim do segundo milênio da Era Cristã. “Uma revolução tecnológica concentrada nas tecnologias da informação começou a remodelar a base material da sociedade num ritmo acelerado”. No mesmo livro Castells diz que,

[...] as redes interativas de computadores estão crescendo exponencialmente, criando novas formas e canais de comunicação, moldando a vida e, ao mesmo tempo, sendo moldadas por ela. As mudanças sociais são tão drásticas quanto os processos de transformação tecnológica e econômica. (CASTELLS, 2007, p.40).


Os sistemas políticos estão mergulhados em uma crise estrutural de legitimidade, periodicamente arrasados por escândalos, com dependência total de cobertura da mídia e de liderança personalizada e cada vez mais isolada dos cidadãos. Os movimentos sociais tendem a ser fragmentados, locais, com objetivo único e efêmeros, encolhidos em seus mundos interiores ou brilhando por apenas um instante em um símbolo da mídia. Nesse mundo de mudanças con-

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fusas e incontroladas, as pessoas tendem a reagrupar-se em torno de identidades primárias: religiosas, étnicas, territoriais, nacionais. (...) Cada vez mais, as pessoas organizam seu significado não em torno do que fazem, mas com base no que elas são ou acreditam que são. (CASTELLS, 2007, p.41).

Castells (2007, p.41) conclui, ainda, “Nossas sociedades estão cada vez mais estruturadas em uma oposição bipolar entre a rede e o ser.” Ainda no mesmo livro, ele discorre:

Uma nova economia surgiu em uma escala global no último quartel do século XX. Chamo-a de infornacional, global e em rede para identificar suas características fundamentais e a competitividade de unidades ou agentes nessa economia (sejam empresas, regiões ou nações) dependem basicamente de sua capacidade de gerar, processar e aplicar de forma eficiente a informação baseada em conhecimentos. É global porque as principais atividades produtivas, o consumo e a circulação, assim como seus correspondentes (capital, trabalho, matéria prima, administração, informação, tecnologia e mercado) estão organizados em escala global, diretamente ou mediante uma rede de conexões entre agentes econômicos. É rede porque, nas novas condições históricas, a produtividade é gerada e a concorrência é feita em uma rede global de interação entre redes empresariais (CASTELLS, 2007, p.119).

Por fim, talvez a expressão “sociedade informacional” seja a melhor forma de se caracterizar as mudanças da história que ainda estamos vivendo hoje. Todavia, como já comentado, o mais importante não é definir o termo que melhor caracteriza nossa época, mas a reflexão, o debate e a discussão para a compreensão dela.

SÍNTESE Estamos vivendo numa época de mudanças ou numa mudança de época? Existe um considerável conjunto de descrições e análises das estruturas sociais emergentes na passagem do século XX para o XXI que destacam o fato das sociedades contemporâneas estarem sendo palco de extraordinárias transformações econômicas, políticas, culturais, sociais e tecnológicas.

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Como bem colocado por Manuel Castells (2007), uma nova economia surgiu em uma escala global no último quartel do século XX. O autor a chama de informacional, global e em rede para identificar, em suas palavras, características fundamentais e a competitividade de unidades ou agentes nessa rede que dependem basicamente de sua capacidade de gerar, processar e aplicar de forma eficiente a informação baseada em conhecimentos. Assim, devemos reconhecer o conceito e as classificações referentes aos sistemas de informação utilizados no âmbito gerencial para que possamos entender, no decorrer do curso, o quão determinante as ferramentas e arsenais tecnológicos foram para configurar o cenário das sociedades contemporâneas.

QUESTÃO PARA REFLEXÃO A emergência da sociedade do conhecimento e da economia da informação poderia ser considerada uma tendência histórica da reconfiguração capitalista?

LEITURA INDICADA BURCH, Sally. Desafios de palavras: enfoques multiculturais sobre as sociedades de

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informação. In: AMBROSI, Alain; PEUGEOT, Valérie; PIMENTA, Daniel (Coor.). Desafios de palavras: enfoques multiculturais sobre as sociedades da informação. C & F Éditions, 2005. Disponível em: <http://vecam.org/article519.html>. Acesso em: 29 jun. 2009.

SITES INDICADOS http://www.uoc.edu/culturaxxi/esp/articles/castells0502/castells0502.html; http://vecam.org/article519.html; http://www2.eptic.com.br/eptic_pt/index.php http://fundacao.telecom.pt/; http://www.opas.org.br; http://pt.wikipedia.org

REFERÊNCIAS BURCH, Sally. Desafios de palavras: enfoques multiculturais sobre as sociedades de informação. In: AMBROSI, Alain. PEUGEOT, Valérie; PIMENTA, Daniel (coor.). Desafios de palavras: enfoques multiculturais sobre as sociedades da informação. C & F Éditions, 2005. Disponível em: <http://vecam.org/article519.html>. Acesso em: 29 jun. 2009.


CASTELLS, Manuel. La dimensión cultural de la internet. Barcelona, Universitat Oberta de Catalunya, 2002. Disponível em: <http://www.uoc.edu/culturaxxi/esp/articles/castells0502/castells0502.html>. Acesso em: 6 jun. 2012.

GORZ, André. O imaterial: conhecimento, valor e capital. São Paulo: Annablume, 2005.

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CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2007.

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Autor: Manoel Joaquim Fernandes de Barros “No se aprende, Senhor, na fantasia, sonhando, imaginando ou estudando, senão, vendo, tratando e pelejando.” Camões, Os Lusíadas, canto X, estrofe 153.

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AULA 02 - PESQUISA OPERACIONAL

Olá! Depois de termos visto os primeiros conteúdos de introdução à Administração de Sistemas de Informação, passaremos a desenvolver concomitantemente algumas competências relacionadas à criação de aplicações para apoio às decisões administrativas. Na aula de hoje, iniciaremos pela apresentação da área de Pesquisa Operacional.

Na administração de sistemas de informação, uma das competências mais críticas a ser desenvolvida pelo profissional de gestão consiste em desenvolver documentos para tomada de decisão empresarial que permitam o diálogo entre a área de negócios e a tecnológica. Isto se verifica, uma vez que é justamente este profissional que domina de maneira compreensiva as ferramentas tecnológicas disponíveis no mercado para tornar mais efetiva a atuação de um agente econômico em determinado mercado; é ele também que detém a apropriação necessária dos conhecimentos ligados à operação do empreendimento em análise, sendo portanto capaz de verificar as oportunidades de melhor aplicação deste ferramental tecnológico ou de depreender situações de melhorias de processos com o apoio de recursos computacionais. Neste cenário, a pesquisa operacional consiste em um conjunto de conhecimentos voltados, no caso da administração, ao apoio à tomada de decisão seguindo padrões técnicos, baseados principalmente no uso de modelos matemáticos. Este suporte pode ser oferecido tanto no nível tático quanto no estratégico, através de algoritmos que apoiam desde soluções da preparação de uma rede logística otimizada até o planejamento de projetos. Com a utilização de elementos das operações básicas da matemática até os dispositivos computacionais mais sofisticados, o administrador será capaz de lançar mão de um processo de tomada de decisões mais complexo, abrangente e preciso, determinante, em alguns casos, para a manutenção de vantagem competitiva ou comparativa, em função da dinâmica concorrencial do setor em que atua. (PORTER, 1998) No nosso estudo, para tratar da tomada de decisão em nível tático, discutiremos as seguintes abordagens: modelagem de sistemas, método gráfico, método simplex, modelo de transporte e modelo de designação. Partindo da tomada de decisão de modelos com duas variáveis de decisão, as abordagens nos levarão a algoritmos que atendem a problemas com complexidade crescente, incluindo soluções otimizadas para casos específicos de áreas que vão da administração mercadológica à financeira, passando por problemas nas áreas de produção e recursos humanos. Posteriormente, visando contemplar uma amplitude mais estratégica do processo de tomada de decisão, serão tomados algoritmos relacionados ao modelo PERT (Program Evaluation and Review Technique), responsável pela modelagem de redes de

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planejamento de projetos. Neste campo de conhecimento, o apoio da Técnica do Caminho Crítico viabilizará a apreciação das melhores decisões em termos de otimização de prazos e custos do planejamento de projetos de praticamente qualquer natureza de empreendimento.

Modelagem de Problemas em Pesquisa Operacional A primeira competência a ser adquirida pelo administrador no uso do ferramental de pesquisa operacional compreende a modelagem de problemas. Neste desenvolvimento, o administrador aprenderá a desenvolver o olhar arguto sobre as questões de negócios que possam ser apoiadas ou otimizadas através de recursos computacionais. Sendo ele detentor de formação na área de gestão, capaz de compreender a dinâmica das atividades de uma atividade econômica, associado ao acompanhamento das possibilidades oferecidas pelo mercado tecnológico, o administrador é convidado a apurar o olhar do gestor que verifica no empreendimento uma oportunidade de otimização de processos com o uso de recursos tecnológicos ou, eventualmente, acompanhando o surgimento de avanços na área de computação, propor o redirecionamento de ações para melhor adequar um empreendimento econômico à nova

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dinâmica competitiva do mercado. O desenvolvimento da modelagem de problemas acompanha um conjunto de atividades do administrador que culmina na otimização do seu processo de tomada de decisão. Inicialmente, o processo se inicia pela formulação do problema, utilizando-se a construção de um modelo do sistema em análise que identifica as variáveis controladas pelo administrador e aquelas determinadas pelas condições do problema (SANT’ANNA, 2011). O passo seguinte impõe a utilização de técnicas matemáticas para cálculo das soluções do modelo e aplicação de algoritmo que permita otimizar o modelo em busca da melhor solução. Finalmente, são estabelecidos controles para manutenção da solução dentro de critérios que permitam sua implementação e acompanhamento para eficiência e eficácia do processo de tomada de decisão. A formulação de problemas é um processo rico no desenvolvimento de modelos para tomada de decisão pelo administrador. Todo o processo começa pela definição de objetivos. Muitas vezes este passo pode parecer evidente, mas não acontece de maneira facilitada na prática profissional. Em boa parte, suas dificuldades estão relacionadas ao fato de que o problema pode vir já explicitado pelo gestor do empreendimento ou do processo que, por seu envolvimento no trato cotidiano da operação, muitas vezes é incapaz de depreender oportunidades de aperfeiçoar seu processo de tomada de decisão. Mesmo quando os dados são coletados por agente externo ou consultor contratado para realizar o levantamento de dados, o desconhecimento de soluções tecnológicas pode inibir a clareza do analista em divisar soluções possíveis para o estudo em tela. Finalmente, o administrador tem que considerar a possibilidade dos dados se apresentarem de forma incompleta ou, ainda, com elementos que não agregam informações pertinentes à tomada de decisão. De toda forma, cabe a ele, administrador, reunir condições de sua experiência profissional, formação, conheci-


clara o objetivo a ser atingido no processo de tomada de decisão em análise. A definição de restrições técnicas é um segundo elemento que se constitui numa condição balizadora da definição do problema em análise. O atingimento de um objetivo é, em última análise, sempre contingenciado por restrições que impedem o administrador de atingir a solução ótima. Se assim não o fosse, de nada seria necessária tal análise ou mesmo a disponibilização de um gestor para acompanhar

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mento do objeto em análise e das possibilidades tecnológicas, para definir de maneira

o processo. No mundo real, no entanto, os empreendimentos são impedidos, via de regra, de chegar a um processo decisório que viabilize o lucro infinito ou o custo zero de suas operações, condicionados que são pelas restrições técnicas de custos, recursos escassos e mercados limitados que constituem sua realidade cotidiana. De posse do objetivo da tomada de decisão, cabe circunscrever o universo de soluções possíveis que atendam ao processo, desde que, evidentemente, atendidas as restrições que impedem de atingi-lo de forma satisfatória. Neste ponto, um dos elementos de principal contribuição da pesquisa operacional se aplica para este estágio da análise. Uma vez que, utilizadas técnicas matemáticas para análise do problema, nenhuma, uma ou infinitas soluções podem ser identificadas para o atingimento do objetivo, um algoritmo para medir a eficiência do sistema deve ser aplicado para ordenar as soluções encontradas e orientar o processo decisório. Toda a análise para formulação do problema deve sempre seguir critérios que promovam a sua harmonização com os outros sistemas decisórios da empresa. A organização econômica está sempre submetida a contraposições inerentes a sua própria lógica de operação empresarial. A otimização, levada ao limite de um processo decisório financeiro, é incompatível com o mesmo resultado nas outras áreas da organização; da mesma forma que a busca por maior rentabilidade tende a ser oposta ao grau de disponibilidade e risco do investimento em ativos financeiros, a maximização desta esfera poderá inviabilizar a efetividade da atração e manutenção de recursos humanos, manutenção de estoques para evitar rupturas no processo produtivo ou inviabilizar uma política mais arrojada de crédito ao consumidor. Se observarmos sobre a perspectiva contrária, da maximização infinita de quaisquer das outras áreas da organização, o mesmo processo de desagregação organizacional, pela via da destruição de valor nas áreas complementares se realizará; logo, cabe sempre considerar qualquer análise de decisão, por mais sofisticada que seja a sua consecução em termos de resultados, sob a perspectiva de suas relações com os outros sistemas da organização, no sentido de garantir que uma solução ótima para uma decisão guarde coerência com a operação econômica como um todo, não impactando negativamente nos processos realizados por outras áreas. A construção do modelo do sistema que viabiliza o problema formulado utiliza modelos matemáticos para decidir sobre a melhor solução do universo de alternativas encontrado. Sua estrutura é composta por uma função que descreve matematicamente o objetivo a ser atingido, permitindo a avaliação da eficiência das soluções encontradas. Tais soluções são delimitadas por outras equações que descrevem as limitações impostas ao sistema no atendimento do objetivo proposto pelo problema. Para operar o sistema de equações, o administrador deve identificar as variáveis controladas ou de decisão, aquelas cuja determinação do valor está sobre a autonomia e competência do gestor, para agir na solução do problema. Um conjunto de variáveis não controla-

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das, cujos valores já se encontram determinados para a solução do sistema, também deverá ser apontado. Tais variáveis, correntemente, circunscrevem ações que estão indisponíveis para tomada de decisão, a exemplo de condições ambientais, restrições legais, entre outras; ou ainda, podem compor um rol de elementos cuja manipulação tenha um custo mais do que proporcional aos benefícios auferidos com o seu controle, a exemplo de condições macro econômicas. Por melhor elaborados que sejam os modelos produzidos, o administrador deve levar em conta que eles representam abstrações da realidade, portanto suas limitações e adequações são condicionadas em função do grau de experimentação que podem promover do mundo concreto. Neste ponto, cabe estabelecer que, numa perspectiva teórica, tal modelo pode ser complexificado indefinidamente, dependendo esta sofisticação do grau de investimento disponibilizado pelo contratante do modelo para sua especificação; contudo, cabe estabelecer que tal padrão de investimento deve conter um limitador compatível com a capacidade direta do modelo de gerar benefícios na representação da realidade em análise. Existe um número expressivo de técnicas matemáticas para apresentar o cálculo da solução do modelo em análise. Dos mais simplificados e pedagógicos como o método gráfico, que, como se pretende, consegue apresentar ao analista uma representação visual do problema, até o método simplex que, com cálculos mais elaborados, permite a determinação de solução para um número superior a duas variáveis de

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decisão, limite espacial imposto pelo método gráfico. Uma vez concluído o trabalho de atribuição de uma solução ótima para um modelo de programação linear em pesquisa operacional, o uso de dados empíricos e históricos deve ser utilizado para validar o teste do modelo e da solução encontrada (MIRSHAWKA, 1981). Na existência de desvio representativo do modelo em relação à realidade, este deverá ser revisto ou, eventualmente, abandonado para situações de incoerência estrutural. Para operacionalização do sistema modelado, deverão ser estabelecidos controles para as soluções geradas. Tais parâmetros deverão permanecer constantes para que possam se manter convalidados em relação a sua experimentação. Este é uma determinante importante para operacionalização de qualquer problema expresso de forma matemática; uma vez que os cálculos podem admitir valores incongruentes com a realidade concreta do empreendimento ou processo em análise, tais restrições mantêm o universo de análise das soluções possíveis circunscritos a situações convergentes com o problema em tela. São comuns a estas verificações:

o impedimento da geração de decisões negativas que, no mundo real, poderiam revelar cenários não aceitos no modelo de gestão, a exemplo, no caso de análises de sistemas de logística; prever o transporte de produtos do destino para origem ou, ainda, no caso de produção, a situação irrealística de transformação de produtos em matérias-primas.

As últimas etapas a serem consideradas na elaboração de um sistema de pesquisa operacional consideram as ações ligadas à implantação e ao planejamento do mesmo. Para tanto, é importante que o administrador de sistemas de informação con-


do projeto. Sendo assim, ninguém mais do que ele será capaz de convalidar o modelo a ser apresentado, desde que, evidentemente, apresentado através de uma linguagem compatível com a verborragia própria do seu segmento econômico. Este esforço de explicitação deve ser capaz de fazer convergir a visão do cliente demandador do projeto, da equipe capaz de viabilizar sua implementação tecnológica e a concepção desenvolvida pelo administrador de sistemas de informação na busca de integração

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sidere sempre que o gestor do empreendimento ou processo é o principal avalizador

destas duas perspectivas. Com o sistema implantado, o seu acompanhamento nas condições operacionais do ambiente de negócios é fundamental para garantir a consolidação dos ajustes necessários ao sistema em tempo hábil. A boa prática, inclusive, sugere que ambos os processos, anterior a ser descontinuado e atual otimizado, tenham operação concomitante, até que se evidenciem os benefícios esperados na nova configuração do processo e a garantia de sua transição sem sobressaltos para as operações cotidianas da empresa. Todos estes elementos, no entanto, terão sempre que ser considerados dentro de parâmetros estruturais homogêneos; modificações radicais no ambiente de negócios como fusões, aquisições, reestruturações macroeconômicas ou aparecimento de tecnologias disruptivas tenderão a ocasionar imperiosamente a revisão de todo o modelo de análise, uma vez que é pouco provável que a representação modelada dê conta de perspectivas tão abrangentes.

Programação Linear A modelagem de sistemas em pesquisa operacional é desenvolvida através de métodos de programação linear e compreende a transformação de problemas administrativos em modelos matemáticos que possam ser operados através de dispositivos computacionais, visando obter uma tomada de decisão mais ágil, independente de seu nível de complexidade e amplitude de análise. Esta condição é desejável como vantagem competitiva para diferenciação de empreendimentos em ambiente com dinâmica concorrencial crescente e, muitas vezes, mandatório como vantagem comparativa para empreendimentos situados em ambientes concorrenciais consolidados em altos patamares de desempenho econômico. Sua utilização em sistemas estruturados como finanças e produção é a mais difundida, pelo caráter eminentemente digitalizável destas áreas da gestão; contudo, no que pesem as condições mais subjetivas de análise dos campos de recursos humanos e mercadologia, ambos são ambientes que apresentam intensas possibilidades de maior desempenho quando apoiados por sistemas modelados digitalmente, como nos demonstram os sistemas de inteligência competitiva e redes sociais. A composição de um modelo estruturado de programação linear para um determinado problema compreende a identificação de uma função objetivo, a ser maximizada; inequações que descrevem as restrições técnicas e restrições de não-negatividade; bem como, as variáveis de decisão, controladas pelo administrador para solução do problema (BARBOSA; ZANARDINI, 2010). O roteiro para a elaboração da modelagem do problema não possui regras estritas, apesar de ser um dos elementos mais importantes do trabalho. A definição inadequada de problema fatalmente acarretará a inviabilização da sua eficácia, uma vez que para qualquer algoritmo que seja aplicado,

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por mais especializado ou eficiente, o tratamento inadequado dos parâmetros conduzirá a soluções matematicamente corretas, contudo incongruentes com a realidade analisada. Na sua prática profissional, o administrador de sistemas de informação descobrirá que sua experiência profissional e acadêmica, acrescida do perfil do problema em análise e das características do empreendimento em que está inserido, direcionarão em boa medida as decisões para uma modelagem progressiva ou regressiva, ou, ainda, particionada em função da amplitude do problema a ser modelado. Para compor um sistema do problema a ser modelado, o administrador deverá confrontar-se com a identificação dos seguintes elementos no contexto apresentado: os objetivos a serem alcançados, as restrições que impedem o gestor de atingir o objetivo proposto e as variáveis de decisão que compõem a sua amplitude de autonomia para solução do problema. A identificação do objetivo para a tomada de decisão, normalmente, aparece sob a forma de maximização de resultados, como lucros, faturamento, rentabilidade, receitas; ou minimização de recursos como custos, perdas, horas trabalhadas, entre outros. No sistema a ser definido, tal objetivo deve estar descrito sob a forma de uma formulação matemática cuja expressão calcula o valor do resultado a ser maximizado, ou do recurso a ser minimizado, em função das variáveis de tomada de decisão. Por sua vez, as restrições, que impedem a consecução de resultado máximo com o uso mínimo de recursos, são descritas sob a forma de uma relação linear de inequações ou equações, montadas também em relação às variáveis de decisão adotadas.

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Para todo o sistema de equações, a definição das variáveis de decisão consiste em explicitar a amplitude de competência do administrador para solucionar o problema. Sua manipulação consiste na atribuição de valores para atingir os objetivos propostos, desde que tais valores impliquem em atendimento às restrições impostas pelo modelo em análise. Em grande parte dos dados coletados em campo, para consideração do gestor responsável pela modelagem, elas surgem de forma explícita na consideração sobre o problema, no caso da área financeira, na forma de identificação de oportunidades e conveniência de investimento em ativos, em produção relacionada à pertinência de desenvolver determinadas unidades de uma linha de produtos e assim sucessivamente. Para fixarmos melhor estes conceitos, propomos o problema a seguir para sua análise. Leia o texto contendo os dados coletados junto a uma empresa industrial e responda em seguida as seguintes questões que orientarão a confecção da modelagem deste caso: (1) qual o objetivo a ser atingido pelo sistema? (2) que restrições impedem o sistema de atingir o seu objetivo? (3) que variáveis de decisão estão disponíveis para o administrador solucionar o modelo?


Uma empresa dispõe de dois modelos de itens na sua linha de produção. Para ambos os produtos, a área financeira, depois de apropriada a análise dos custos relativos à atividade produtiva, conseguiu identificar a rentabilidade adquirida pela venda de cada um dos itens do tipo A e do tipo B; sendo, respectivamente, igual a $160 e $100. Por acordo coletivo com o sindicato do segmento, considerando ainda feriados e outras interrupções de produção programadas da fábrica, a diretoria de recursos humanos chegou a

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Um Problema de Maximização de Resultados

uma disponibilidade anual de horas equivalente a 2.400 horas efetivas de trabalho. O levantamento dos supervisores de produção em relação ao gasto de horas/homem por item produzido indicou uma produtividade de até 30 horas por peça para o produto tipo A e 40 horas por peça para o do tipo B. Pesquisas de mercado da área comercial indicam que o histórico padrão de demanda de 60 unidades anuais para o móvel do tipo A e 40 para o tipo B não deverão sofrer alteração num futuro próximo. Como a empresa pretende integralizar capital para a operação deste ano, estime o aporte que os detentores de posição na empresa deverão realizar para atender aos custos de mão de obra, considerando que a hora trabalhada para o móvel A e B custa $10 e $15 respectivamente.

Para resolução do problema, vamos utilizar as questões propostas de análise para modelagem de sistemas. A primeira pergunta a ser colocada é: qual o objetivo a ser atingido? No problema apresentado, apesar de haver elementos que sugerem que deveremos calcular o aporte de recursos a ser disponibilizado para a operação, este elemento se constitui numa informação acessória ao problema, que o administrador de sistemas de informação deve estar preparado para desconsiderar num primeiro momento, uma vez que, como dissemos, o objetivo, da quase totalidade das questões de pesquisa operacional em programação linear, se constitui em buscar a maximização de resultados ou minimização do gasto de recursos; neste caso, portanto, maximização de lucros. A segunda questão proposta a ser verificada indica: quais são as restrições impostas pelo sistema? No caso em tela, existem ao menos duas naturezas de restrições, uma de ordem mercadológica, limitando a produção a ser realizada em função da demanda de mercado, uma vez que nada que for produzido além desta medida poderá ser vendido de forma a contribuir com o objetivo de realização de lucro; a outra restrição está ligada à gestão de pessoas, uma vez que o acordo coletivo limita a disponibilidade de horas trabalhadas, necessária à produção dos móveis. Finalmente, para solução do problema, o administrador precisa responder a última indagação para produção da modelagem: quais as variáveis de decisão estão disponíveis para o gestor? Como ressaltamos, a identificação da variável de decisão vai permitir ao administrador estabelecer a sua esfera de competência para solução do problema; para obter a máxima lucratividade, o poder de decisão conferido ao administrador habilita-o, neste caso, a definir as quantidades de itens a serem fabricados, limitada às restrições apresentadas nesta análise. No entanto, para esta tomada de decisão, passaremos à última fase de nosso processo, qual seja, produzir uma expressão matemática do problema administrativo que nos ofereça ferramentas para o cálculo da melhor composição técnica dos quantitativos dos móveis a serem produzidos. Inicialmente, expressemos matematicamente as variáveis de decisão, em virtude de que, conforme indicado anteriormente, as equações que definirão, em seguida,

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tanto o objetivo quanto as restrições do problema são construídas em função das decisões do gestor. Conforme definimos, elas representarão a determinação do plano de produção das quantidades de móveis a serem produzidos anualmente. No nosso caso, teremos duas decisões, que representadas de forma numérica serão:

A expressão seguinte a ser elaborada procurará dar conta de representar matematicamente o objetivo a ser atingido pela decisão do administrador, denominada doravante “função objetivo”. No nosso caso, a maximização de lucros pode ser calculada a partir da rentabilidade auferida pela decisão de produzir cada um dos tipos de itens. Tomando-os individualmente, a lucratividade realizada pela decisão de produzir o item A, pode ser representada como a seguir, pelos dados do problema:

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Finalmente, o último componente do problema a ser modelado são as restrições mercadológicas e a referente aos recursos humanos envolvidos na operação. Com referência às restrições fornecidas pela área mercadológica, uma vez que foi determinado por pesquisa o valor da demanda anual de cada tipo de item, a decisão de produzi-los deverá, necessariamente, ser inferior ou igual a esta demanda, uma vez que qualquer valor superior implicará em aumento de custos sem a necessária contrapartida de faturamento, impactando negativamente o resultado da operação. Matematicamente, podemos representar esta relação da seguinte forma:

Passemos, agora, às restrições fornecidas pela área de recursos humanos. A primeira consideração a ser tomada está relacionada ao fato de um dissídio coletivo limitar a quantidade anual de horas anuais a ser disponibilizada para utilização dos recursos humanos disponíveis ao empreendimento; desta forma, a decisão de produção a ser tomada precisa considerar a utilização de horas de trabalho total até o limite


cada tipo de item, precisamos representar matematicamente esta decisão, vinculando a soma do tempo total gasto na produção de cada peça submetido à restrição proposta, como a seguir:

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desta restrição. Conhecendo o gasto de horas de trabalho necessário para produzir

Finalmente, para completarmos o modelo, acrescentaremos uma restrição de não-negatividade. Conforme proposto anteriormente, esta restrição impede que as decisões tomadas assumam valores negativos, incoerentes com a realidade proposta que, no nosso caso, representariam a decisão de “desprodução” ou transformar produtos em matérias-primas, uma divergência em termos para nossa análise. No que pese ser uma possibilidade matemática, conforme mostramos, ela não converge para os interesses de otimização aqui definidos dentro das condições do mundo real. Sua ________________________ representação é dada na seguinte forma:

De posse das equações que descrevem matematicamente o problema administrativo, podemos agora apresentar o modelo completo que poderá ser utilizado através de dispositivos computacionais para chegar à melhor decisão técnica a ser executada frente ao objetivo estabelecido, circunscritas às restrições impostas a sua consideração.

Conforme se pode observar, este modelo que representa matematicamente o problema que estamos analisando é a principal competência a ser desenvolvida pelo administrador de sistemas de informação dentro das suas atribuições profissionais. Ele representa, em termos computacionais, um algoritmo que poderá sofrer qualquer tratamento de ferramentas de informática para produzir decisões com qualquer nível de complexidade, de forma rápida e abrangente. O gestor, neste ponto, poderá

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contratar o serviço de profissionais na área de programação ou, utilizando-se, como veremos, de elementos de matemática básica, chegar à definição técnica das decisões administrativas em tela. No que pese termos chegado ao final desta análise com um modelo, sem, no entanto, definirmos os valores para tomada de decisão, concluímos aqui os objetivos propostos para este estudo, qual seja, desenvolver no administrador a capacidade de recortar um problema administrativo e defini-lo em termos técnicos que possam ser operados utilizando-se recursos computacionais. Antes de passarmos para a metodologia que trata da produção dos valores de decisão esperados para o problema, trabalharemos em um segundo caso, para melhor fixação desta competência, agora, dentro de uma perspectiva oposta, a de minimização de recursos.

Um Problema de Minimização de Recursos A programação nutricional para o refeitório de uma indústria prevê que cada trabalhador deverá ingerir diariamente ao menos uma porção de alimentos que contenha 42 gramas de proteínas e 34 gramas de vitaminas. A supervisão do refeitório da empresa pretende oferecer “bife a cavalo” no cardápio da semana. A nutricionista levantou a informação junto ao fornecedor dos alimentos que a porção de carne disponibilizada para compor o prato contém 8 gramas de vitamina e proteína respectivamente; já cada ovo acrescentado na confecção do prato possui 6 gramas de proteína e 10 gramas de vitamina. A negociação realizada pelo setor de compras para aquisição dos produtos que comporão o prato fechou o preço da porção de carne em $4,00 e cada ovo por $2,50. Que valor deverá ser orçado

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pelo departamento financeiro para pagamento das despesas com refeição neste dia, uma vez que a empresa dispõe de 600 empregados?

Para resolução do problema, vamos utilizar as questões propostas de análise para modelagem de sistemas. A primeira pergunta a ser colocada é: qual o objetivo a ser atingido? No problema apresentado anteriormente, apesar de haver elementos que sugerem que deveremos calcular o aporte de recursos a ser disponibilizado para a operação, este elemento se constitui numa informação acessória ao problema, que o administrador de sistemas de informação deve estar preparado para desconsiderar num primeiro momento, uma vez que, como dissemos, o objetivo da quase totalidade das questões de pesquisa operacional em programação linear é buscar a maximização de resultados ou minimização do gasto de recursos; neste caso, portanto, minimização de custos. A segunda questão proposta a ser verificada indica: quais são as restrições impostas pelo sistema? No caso em tela, existe um tipo de restrição, relacionada à área de gestão de pessoas, condicionando o custo da refeição a ser servida ao atendimento do critério técnico nutricional mínimo de administração de quantidades diárias de vitaminas e proteínas aos empregados. Finalmente, para solução do problema, o administrador precisa responder a última indagação para produção da modelagem: quais são as variáveis de decisão? Como ressaltamos, a identificação da variável de decisão vai permitir ao administrador estabelecer a sua esfera de competência para solução do problema. Para conseguir obter o mínimo custo, o poder de decisão conferido ao administrador habilita-o, neste caso, a definir a porção de carne e quantidade de ovos a serem servidos no cardápio selecionado para os empregados, limitada às restrições apresentadas nesta análise. No entanto, para esta tomada de decisão, passaremos a


blema administrativo que nos ofereça ferramentas para o cálculo da melhor composição técnica dos quantitativos de produtos a serem consumidos no prato de “bife a cavalo”. Inicialmente, expressemos matematicamente as variáveis de decisão, em virtude de que, conforme indicado anteriormente, as equações que definirão, em seguida, tanto o objetivo quanto as restrições do problema são construídas em função das de-

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última fase de nosso processo, qual seja, produzir uma expressão matemática do pro-

cisões do gestor. Conforme definimos, elas representarão a determinação do programa de refeição a ser oferecido no cardápio selecionado para os funcionários. No nosso caso, teremos duas decisões, que representadas de forma numérica serão:

A expressão seguinte a ser elaborada procurará dar conta de representar matematicamente o objetivo a ser atingido pela decisão do administrador, denominada doravante “função objetivo”. No nosso caso, a minimização de custos pode ser calcula-

da a partir do desembolso realizado a partir da decisão de servir no cardápio proposto ________________________ cada um dos seus ingredientes. Tomando-os individualmente, o desembolso realizado ________________________ pela decisão de servir uma porção de carne pode ser representado como a seguir, ________________________ conforme dados do problema:

Finalmente, o último componente do problema a ser modelado são as restrições nutricionais referentes ao programa de alimentação previsto para os recursos humanos da empresa. Com referência a isto, teremos duas restrições a serem observadas; uma vez que foi determinado pela nutricionista o valor da necessidade diária de vitaminas e proteínas para os trabalhadores, precisamos representar matematicamente a decisão de servir uma refeição que deverá, necessariamente, atender as duas determinações, uma vez que qualquer valor inferior implicará em subnutrição dos empregados para sua jornada diária, com consequências importantes ao bem-estar do trabalhador. Para a imposição relativa à necessidade de vitaminas, podemos representar matematicamente da seguinte forma:

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Passemos agora às restrições nutricionais fornecidas para a quantidade de gramas de proteínas a serem servidas por prato.

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Finalmente, para completarmos o modelo, acrescentaremos uma restrição de não-negatividade. Conforme proposto anteriormente, esta restrição impede que as decisões tomadas assumam valores negativos, incoerentes com a realidade proposta que, no nosso caso, representaria a decisão de transformar refeições em ingredientes, uma divergência em termos para nossa análise. No que pese ser uma possibilidade matemática, conforme mostramos, ela não converge para os interesses de otimização aqui definidos dentro das condições do mundo real. Contudo, particularmente no caso em análise, devemos lembrar de que a opção pelo prato “bife a cavalo” impõe a necessidade da existência de pelo menos uma unidade de cada um dos ingredientes na refeição. Nessa situação, a restrição de não-negatividade deve assumir valores positivos maiores ou iguais a um para atender esta restrição. Sua representação é dada na seguinte forma:

De posse das equações que descrevem matematicamente o problema administrativo, podemos agora apresentar o modelo completo que poderá ser utilizado através de dispositivos computacionais para chegar à melhor decisão técnica a ser executada frente ao objetivo estabelecido, circunscritas às restrições impostas a sua


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consideração.

Conforme se pode observar, este modelo representa matematicamente o problema que estamos analisando. Passaremos numa próxima etapa para a metodologia que trata da produção dos valores de decisão esperados para o problema.

SÍNTESE Conforme podemos acompanhar nesta aula, a pesquisa operacional circunscreve uma área de competência do Administrador de Sistemas de Informação que permite a este desenvolver a relação entre a área tecnológica e de negócios. Neste

sentido, uma das principais habilidades que desenvolvemos foi a de transformar pro- ________________________ blemas administrativos em modelos matemáticos que poderão ser operados pelos ________________________ aparatos computacionais. Tais modelos descreveram os objetivos a serem atingidos ________________________ e as restrições que os limitam em termos de equações, bem como os critérios dispo- ________________________ níveis de tomada de decisão para solução dos problemas propostos. Acompanhamos ________________________ duas naturezas de casos na área de Gestão de Pessoas e Administração da Produção ________________________ com desdobramentos na área de Administração Mercadológica e Financeira. Na aula ________________________ seguinte, passaremos a tratar mais alguns conteúdos de interesse da área e, em segui- ________________________ da, continuaremos aprofundando os conhecimentos de técnicas de apoio computa- ________________________ cional à tomada de decisões.

QUESTÃO PARA REFLEXÃO Toda metodologia de trabalho é sempre uma aproximação de um modelo ideal de funcionamento de um processo. No caso do desenvolvimento de sistemas, isto não é diferente. Que elementos, no mundo real, você identificaria como sendo aqueles que potencialmente poderiam atrasar ou desvirtuar a implementação de sistema de informação e como você propõe que deveríamos lidar com isso?

LEITURAS INDICADAS SANT’ANNA, Paulo Roberto de et alli. Tecnologia da informação como ferramenta

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para a análise econômica e financeira em apoio à tomada de decisão para as micro e pequenas empresas. Rio de Janeiro, Revista de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas, v.45, n.5, p. 1589-1611, 2011. Disponível em http://ebape.fgv.br/ publicacoes/rap

SITES INDICADOS Sociedade Brasileira de Pesquisa Operacional. Disponível em http://www.sobrapo. org.br/

REFERÊNCIAS BARBOSA, Marcos Antonio; ZANARDINI, Ricardo Alexandre D. Iniciação à pesquisa operacional no ambiente de gestão. Curitiba, IBPEX, 2010. Disponível em http://unifacs.bv3.digitalpages.com.br/reader.

MIRSHAWKA, Victor. Aplicações de pesquisa operacional. São Paulo, Nobel, 1981.

PORTER, Michael E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Rio de

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Janeiro, Campus, 1998.


TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO Autor: Max Cavazini Penna de Carvalho

Uma nova economia surgiu em uma escala global, também referida como informacional e em rede onde suas características

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AULA 03 – CONCEITOS E ELEMENTOS DE

fundamentais e a competitividade dependem basicamente de sua capacidade de gerar, processar e aplicar de forma eficiente a informação baseada em conhecimentos. (CASTELLS, 2007, p. 119)

Como temos visto, existem diversos debates quanto às terminologias utilizadas para descrever e representar os movimentos sociais influenciados pelo impulso tecnológico vivido nas últimas décadas. Assim, vamos nos aventurar a conhecer um pouco do universo prático da Tecnologia da Informação, buscando coletar subsídios para uma avaliação de seu potencial de influência nas mudanças sociais e econômicas ocorridas nos últimos tempos.

Conceito de Tecnologia de Informação Um dos conceitos de Tecnologia de Informação (TI) traduz-se como um conjunto de recursos computacionais, tecnológicos e de dispositivos para a manipulação de dados, geração e uso de informações e conhecimentos. Outra definição, comumente utilizada, diz que a TI designa o conjunto de recursos não humanos dedicados ao armazenamento, processamento e comunicação da informação, bem como o modo como esses recursos estão organizados em um sistema capaz de executar um conjunto de tarefas (extraído do sítio da Internet http://pt.wikipedia.org/wiki/Tecnologia_de_informação).

ELEMENTOS de TI Tecnologia de informação diz respeito a toda tecnologia envolta ao mundo da computação, informação e informática. Ou seja, possui um escopo deveras grande e com muitos elementos relacionados. Assim, para facilitar, podemos agrupar os elementos de TI em cinco grandes grupos conforme segue:

Hardwares (HW)

Hardware diz respeito à parte física da TI, tudo aquilo que se pode ver e pegar. São equipamentos, dispositivos e periféricos como, por exemplo, microcomputadores,

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estações de trabalho, servidores, mainframes, leitores de CD/DVD, etc.

Softwares (SW) Os softwares estão relacionados à programação que os hardwares e sistemas devem executar. É um conjunto de instruções a serem seguidas ou executadas para a manipulação, redirecionamento ou modificação de um dado/informação ou acontecimento.

Telecomunicação e comunicação de dados As redes de computadores dizem respeito às tecnologias necessárias ao estabelecimento da comunicação entre computadores e sistemas computacionais, tanto localmente, quanto remotamente. Aqui, vale um enfoque especial à Internet. Como todos sabem, a palavra “Internet” pode ser traduzida como rede internacional, ou mundial, de computadores.

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Armazenamento e gerenciamento de dados De forma resumida, é o conjunto de técnicas, softwares e hardwares que definem e dão suporte ao armazenamento e gerenciamento de dados.

Elementos de TI – hardware Para facilitar o entendimento quanto aos elementos que compõem o cenário de tecnologia de informação, serão detalhados alguns exemplos destes elementos. Começando pelos hardwares, temos os seguintes principais elementos:

Microcomputadores e notebooks O microcomputador, também conhecido como computador pessoal, desktop (computador de mesa), ou simplesmente computador, é um equipamento capaz de variados tipos de tratamento de informações ou processamento de dados. Hoje em dia, é um equipamento muito comum e, basicamente, eles são avaliados e categorizados de acordo com três critérios:

O poder de processamento; Quantidade memória RAM e Configurações de periféricos e dispositivos.


cessador e que é o que determina a sua velocidade de operação. A unidade desta frequência pode ser em megahertz (MHz), ou em gigahertz (GHz). A quantidade de memória RAM também determina o desempenho do computador e esta é medida em megabytes (MB), gigabytes (GB) e, hoje em dia, também em terabytes (TB).

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Basicamente, o poder de processamento é medido pela frequência do pro-

1 Byte = 1 Octeto = 8 bits / 1 KB = 1024 Bytes 1MB = 1024 KB / 1GB = 1024 MB / 1TB = 1024GB

Além destes fatores, existe uma variedade de propósitos e configurações de dispositivos. Estas configurações de dispositivos dizem respeito às possibilidades de montagem de periféricos e dispositivos como, por exemplo:

Leitor/gravador de CD/DVD; Interfaces de rede (wireless, fastethernet, etc.); Entradas de dispositivos USB (pendrive); Entradas de dispositivos de áudio; etc.

Os notebooks, cuja tradução literal é livro de notas, é um microcomputador compacto de tamanho próximo a de um livro (daí o nome notebook) e provido de bateria para permitir mobilidade independente de uma infraestrutura de rede elétrica, ou tomada elétrica. As capacidades de processamento, de memória RAM e configurações de periféricos são muito parecidas a de um computador convencional.

Computadores de rede Há quem diga que “computadores de rede” e “microcomputadores” são sinônimos. De fato, a maioria dos computadores de rede, hoje, são microcomputadores ou estações de trabalho. Mas existem empresas que utilizam, em rede, computadores mais “enxutos”, com pouca ou nenhuma capacidade de armazenamento, apenas para acessos à Internet, ou intranets (sítios disponibilizados apenas para o acesso de funcionários de uma empresa, ou para o acesso interno). Nestes casos em que se utilizam computadores de rede mais “enxutos”, pode-se apontar como vantagens:

Baixo custo, Padronização da plataforma,

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Padronização das licenças de softwares etc.

Terminais de computador Os terminais de computador são computadores com limitada capacidade de processamento e foram substituídos por terminais inteligentes. Eles podem realizar entrada de dados e algumas tarefas de processamento de informações de forma limitada. Ex: caixa automático, terminais de ponto-de-venda (PDV) e outros.

Computadores de médio porte

Normalmente, estes atuam como servidores de rede. Servidores de rede são, normalmente, computadores mais robustos e/ou que fornecem algum tipo de serviço à rede como sistemas para múltiplos usuários, serviços de impressão, compartilhamento de arquivos, etc. Eles são bem mais baratos que mainframes, tanto para a compra, como para a operação e manutenção.

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Mainframes – sistemas de grande porte

Os mainframes são equipamentos de grande robustez, constituídos de sistemas rápidos e potentes, com alta capacidade de processamento. Normalmente, eles concentram uma grande variedade de sistemas para fornecer serviços de informação de forma centralizada, ou algum serviço específico que requeira uma grande demanda de processamento. Fim da linha dos mainframes? Muito se cogitou sobre o fim da linha dos mainframes com o avanço da tecnologia, a larga expansão dos microcomputadores (cada vez mais potentes) e a distribuição do processamento e dos serviços. Contudo, ainda existe lugar para os mainframes e há quem diga que, devido a uma tendência de centralização dos serviços e processamentos, eles voltaram a dominar o cenário das redes de computadores.

Supercomputadores Projetados para aplicações que requerem extrema capacidade de processamento, como aplicações científicas, engenharia e negócios de grande magnitude. São também utilizados para previsão do tempo, defesa militar, astronomia e outros serviços.


Atualmente existe uma grande diversidade de microcomputadores de bolso, assim como uma grande variedade de nomes como:

PDA ou Handhelds; PocketPC;

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Microcomputadores de bolso

PalmOne; Smartphone; Iphone; Etc.

O PDA é uma sigla trazida da língua inglesa que significa Personal Digital Assistants, ou, fazendo-se a tradução para o português, Assistente Pessoal Digital. Os PDA também são conhecidos como Handhelds e têm uma gama de produtos similares e derivados como o PocketPC, PalmOne, etc. Como se pode inferir, microcomputadores de bolso são computadores de dimensões reduzidas, portáteis, que possibilitam a execução de algumas tarefas similares aos computadores de mesa, como o acesso a correios eletrônicos, Internet, elaboração e leitura de planilhas eletrônicas e arquivos de texto, além do legado proveniente das agendas eletrônicas. O número de aparelhos de PDA no mundo cresceu de forma exponencial, mas as tendências indicam que em pouco tempo os smartphones (desenvolvidos através da “fusão” entre um PDA e um telefone celular) assumirão a liderança de vendas no mercado.

Elementos de TI – hardware - periféricos Periféricos são equipamentos e dispositivos que, ligados à unidade central de processamento (CPU) de um computador, oferecem um meio de entrada e/ou saída de dados e informações, como:

Mouse, Teclado, Monitor, Impressora, Escâner (do inglês, scanner), Etc.

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38 Algumas tecnologias de periféricos de entrada – tendências

Telas sensíveis ao toque Reconhecimento de caligrafia Reconhecimento de voz Câmeras de vídeo

Algumas tecnologias de periféricos de saída – tendências

Exibições em vídeo (monitores, data shows); Áudio (autofalantes, sintetizadores, etc.); Hiperlinks multimídia

Fatores relativos a aquisições de hardwares

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Certamente, o preço a se pagar pela aquisição de um determinado hardware é de grande peso numa decisão de compra. Contudo, existem outros critérios que muitas vezes são ignorados e fazem uma grande diferença. A facilidade de compra e customização é um exemplo de um importante fator que muitas vezes é negligenciado, pois a compra de um equipamento que não permite customização e, consequentemente, a reposição de componentes em caso de falhas futuras pode trazer alguns transtornos e prejuízos. Outro fator de grande importância, principalmente quando se trata de aquisições de grandes quantidades de equipamentos, refere-se aos serviços e suporte prestados em caso de eventuais necessidades. Quem já viveu a experiência de depender de um suporte técnico de baixa qualidade durante a ocorrência de um problema em um computador, por exemplo, certamente guardará o fato em memória. A escolha certa do sistema operacional que vai ser utilizado e as licenças de uso (software e hardware) também são quesitos que devem ser levados muito em conta. A falta de atenção quanto à verificação e à escolha dos meios de conectividade como, por exemplo, o tipo da(s) interface(s) de rede (RJ-45, fibra ótica, rede sem fio, etc.) pode se tornar um grande percalço. Naturalmente, o histórico da qualidade dos produtos a serem adquiridos e uma perspectiva de utilização de uma plataforma reconhecidamente estável pesam num processo de aquisição. Por fim, é certo que os critérios para a aquisição de hardwares para residências, pequenas, médias e grandes empresas, devem ser diferentes e adequados de acordo com seus propósitos.


De acordo com o dicionário Michaelis (http://michaelis.uol.com.br/moderno/ portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=software), software é “qualquer programa ou grupo de programas que instrui um hardware sobre a maneira como ele deve executar uma tarefa, inclusive sistemas operacionais, processadores de texto e programas de aplicação”. Já o sítio da Internet da Wikipedia diz que software é

39 sistemas de informações gerenciais

Elementos de TI – software

[...] uma seqüência de instruções a serem seguidas e/ou executadas, na manipulação, redirecionamento ou modificação de um dado/informação ou acontecimento. Software também é o nome dado ao comportamento exibido por essa seqüência de instruções quando executada em um computador ou máquina semelhante. (http:// pt.wikipedia.org/wiki/Software)

Em outras palavras, software é a linguagem utilizada pelos sistemas computacionais, ou computadores para que eles “saibam” como realizar determinada tarefa, ou tarefas. O software também pode ser utilizado como sinônimo de “programa”, aplicativo, ou, ainda, aplicação. Existem diversos tipos de software disponíveis.

Software aplicativo

Os softwares aplicativos são os responsáveis pela produção e apresentação de resultados e informações para os usuários finais. De forma geral, eles têm uma finalidade de ordem prática, apresentam uma interface amigável e são de fácil compreensão. Os softwares aplicativos têm os mais variados propósitos, como:

Navegadores (Internet Explorer, Mozilla Firefox, Opera, etc.); Correios-eletrônicos (Notes, Outlook Express, etc.); Aplicativos de entretenimento (jogos), Planilhas eletrônicas (Microsoft© Excel, BR Office, etc).

Conjuntos de softwares x pacotes integrados

Os pacotes integrados são conjuntos de softwares que interagem entre si e incluem as funções de vários programas num único “pacote”, ou como se fosse um único software. Eles são voltados para uma determinada área ou finalidade e, normalmente não são vendidos separadamente. No exemplo dos pacotes da tabela da figura 1, exis-

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tem três pacotes voltados para as operações de escritório: Microsoft Office; Lotus SmartSuite e Corel Word Perfect Office.

Cada pacote é composto de planilhas eletrônicas, processadores de texto, softwares de elaboração de apresentações, gerenciador de banco de dados e cliente de correio eletrônico ou gerenciador de informações pessoais. Figura 1 – Exemplos de pacotes integrados de softwares

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Fonte: Imagem: UNIFACS / Informação: o autor

Já um conjunto de softwares é um agrupamento de diferentes programas que se complementam em suas funções e que podem ser fornecidos juntos ou separadamente e não são, necessariamente, desenvolvidos pela mesma empresa. Softwares colaborativos – Groupware Groupware é uma outra categoria de softwares que são voltados para a realização de tarefas que permitem a colaboração entre usuários. Softwares de mensagens instantâneas (chat), de videoconferência, compartilhamento de agendas que permitem, por exemplo, que uma pessoa marque uma reunião com diversas outras pessoas ao mesmo tempo. Aquelas que receberem um convite para uma reunião podem enviar uma confirmação de leitura, propor um novo horário para a reunião e executar outras tarefas de forma colaborativa.

Softwares de gerenciamento de sistemas, ou sistemas operacionais Os softwares de gerenciamento de sistemas, ou simplesmente sistemas operacionais, são aqueles que se responsabilizam pelo controle e coordenação de todas as tarefas realizadas num computador. Como exemplo deste tipo de software, podemos citar:


O Windows 98; O Linux e suas distribuições. Dentre as distribuições mais comuns, temos:

O Red Hat;

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O Windows XP;

Debian; Suse e Outras.

Estes softwares também efetuam o controle e a gerência de dispositivos instalados nos computadores (leitor de CD, gravador de DVD, dispositivos de áudio, vídeo, etc.).

Softwares Utilitários Estes softwares são programas que não têm uma atuação fim, mas uma atuação meio, de forma necessária ao funcionamento ou à manutenção de hardwares e outros softwares. Muitos deles são requeridos para o funcionamento dos computadores, ________________________

________________________ ________________________ Existem diversos tipos de softwares, mas, de forma geral, podemos classificá-los ________________________ como segue: ________________________ ________________________ ________________________ Figura 2 - Classificação dos Softwares ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ Fonte: ________________________ como os drivers de impressora, drivers de vídeo, de áudio, etc.

Imagem: UNIFACS / Informação: o autor


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ELEMENTOS DE TI - Telecomunicação e comunicação de dados Hoje é muito difícil se falar em TI de forma desvinculada das infraestruturas de telecomunicação ou de comunicação de dados. Com a emergente necessidade e os benefícios proporcionados pela larga interação dos sistemas de TI, esta infraestrutura faz-se primordial. Existem diversas tecnologias ofertadas e em desenvolvimento para prover o adequado suporte às aplicações e necessidades da área de TI. Dentre os assuntos relativos a este elemento da TI, o mais comum faz referência à rapidez de acesso e à largura de banda que é ofertada para os circuitos de comunicação de dados, ou links (do inglês, ligações). A largura de banda é muitas vezes chamada de velocidade, uma vez que a largura de banda determina a velocidade de acesso a dados remotos. Contudo, vale observar que velocidade e largura de banda não são a mesma coisa. Para melhor explicar, façamos uma analogia que é bastante ilustrativa. Nesta analogia, vamos dizer que o meio de transmissão de dados corresponde a uma rodovia e as informações seriam representadas pelos carros que trafegam por ela. Neste exemplo, a largura de banda seria equivalente à quantidade de vias que uma estrada possui e a velocidade de todos os carros seria sempre a mesma, pois faria o papel da velocidade do sinal que é, originalmente, quem se transforma em bits e, depois, em informações. O tipo de sinal que trafega pelos meios de comunicação varia de acordo

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com o tipo de meio de transmissão que é utilizado (ver Tabela A).

Tabela A

Fonte: O Autor

Tabela B

Fonte: O Autor


dados e considerando que a velocidade dos carros é a mesma, qual das duas rodovias mostradas a seguir consegue levar mais “informação”, num mesmo intervalo de tempo?

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Com base na comparação feita entre a rodovia e os meios de transmissão de

Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Rod._Raposo_Tavares_2.jpg

Fonte: http://www.sxc.hu/photo/801668

ELEMENTOS DE TI - gerenciamento de dados Como dito antes, um sistema de banco de dados (SBD) é um conjunto de técnicas, softwares e hardwares que definem e dão o adequado suporte ao armazenamento e fornecimento de dados aos sistemas de informação (SI). Apesar de este elemento ser, na verdade, uma composição de dois outros elementos de TI, ele requer um especial enfoque que será visto em aula posterior.

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Tecnologia de Informação Por fim, a TI diz respeito a todos os recursos tecnológicos, equipamentos (hardware), programas (software), comunicação de dados, além de tecnologias e softwares específicos relativos ao planejamento de informática, ao desenvolvimento de sistemas, aos processos de produção e operação, suporte de hardwares, sem esquecer de todo o capital intelectual, que se refere a todo o conhecimento e expertise das pessoas envolvidas.

SÍNTESE A Tecnologia da Informação (TI) pode ser conceituada como um conjunto de recursos computacionais para a manipulação de dados, geração e uso de informações e conhecimentos. Todavia, hardwares, equipamentos, dispositivos, periféricos, infraestrutura de telecomunicação e comunicação de dados, armazenamento de dados e tudo aquilo que envolve TI têm sua utilidade prática e finalidade definidas pelos softwares e sistemas. É por esta razão que veremos o conceito e as classificações de softwares e sistemas de informação nas próximas aulas.

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QUESTÃO PARA REFLEXÃO Agora que você já estudou as TCs, qual a melhor tecnologia a ser utilizada por uma empresa?

LEITURA INDICADA ALBERTIN, Alberto; MOURA, Rosa Maria de: Tecnologia de informação. São Paulo: Atlas, 2004.

SITES INDICADOS http://www.clubedohardware.com.br; http://info.abril.com.br; http://www.pocketpt.net http://pt.wikipedia.org/wiki/Mainframe http://pt.wikipedia.org/wiki/Smartphone


REFERÊNCIAS LAUDON, C. Kenneth; LAUDON, Jane P. Sistemas de informação gerenciais. São Paulo, Pearson Prentice-

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Groupware

Hall, 2010. Disponível em http://unifacs.bv3.digitalpages.com.br/reader.

TORRES, Gabriel. Hardware: curso completo: 4. ed. Rio de Janeiro: Axcel Books, 2001.

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________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________


Autor: Manoel Joaquim Fernandes de Barros “Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia” Clarke, Arthur C. Profiles of the Future, 1961.

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AULA 04 - MÉTODO GRÁFICO

Olá! Estamos dando início a mais uma ampliação do aprofundamento de técnicas na área de Administração de Sistemas de Informação, encontrando as soluções matemáticas para os problemas que identificamos nas organizações.

Após desenvolvermos as competências relativas à modelagem de problemas administrativos visando à utilização de métodos computacionais para tomada de decisão, passaremos agora a discutir as estratégias e algoritmos disponíveis para chegarmos à solução ótima de um problema dado. Inicialmente, consideraremos, para fins didáticos, o método gráfico. Trata-se de uma técnica de soluções de modelos de programação linear que admite o máximo de duas variáveis de decisão, devido ao seu caráter de representatividade limitada à análise de solução através dos eixos de ordenadas e abcissas de um gráfico cartesiano. No que pese tal limitação, esta técnica permite ao administrador compreender de forma visual os elementos que restringem

a decisão do problema, bem como o estudo da possibilidade de maximização das so- ________________________ luções eventualmente disponíveis. Para sua operacionalização, utilizaremos os elementos para representação gráfica de inequações. Tal representação irá contribuir, através de sua apresentação, para a definição gráfica do conjunto de soluções através da construção de retas para teste do sistema de inequações. De posse desta representação, passaremos a tentativa de identificação da solução ótima, dentre aquelas delimitadas no conjunto de soluções, através do estudo do movimento da função objetivo dentro deste espaço. Ao final, apresentaremos as soluções para dois casos modelados através desta técnica, sendo o primeiro indicativo de minimização e solução única e o seguinte correspondendo a uma solução múltipla de maximização, abordando, assim, todo o espectro de soluções e avaliações possíveis para este tipo de técnica.

Utilização do Método Gráfico para um Caso de Minimização com Solução Única Tomaremos o modelo a seguir, representativo do nosso estudo de caso sobre o refeitório industrial, já modelado, para realizarmos o cálculo da minimização de recursos com solução única.

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Conforme observamos, o passo inicial para utilização do método gráfico passa pela correta representação das inequações matemáticas que descrevem as restrições. Tomemos, então, a primeira inequação e passemos ao cálculo da sua representação.

Inicialmente, deveremos transformar a inequação indicada em uma equação, o que permitirá que possamos, a partir dela, construir uma reta, tomando dois pontos quaisquer que tornam a expressão verdadeira. Neste caso, teremos:

Para calcular o primeiro ponto, atribuímos arbitrariamente x1 = 0, para facilitar os cálculos, e substituímos o seu valor na equação, chegando à seguinte expressão:

Para calcular o segundo ponto, atribuímos arbitrariamente x2 = 0 e substituí-

________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________

mos o seu valor na equação, chegando à seguinte expressão:

De posse dos pontos (0;3,4) e (8,5;0), podemos, então, traçar uma reta, assim representada em um gráfico cartesiano. A representação de uma equação por uma reta identifica todas as coordenadas cartesianas, cujos pares de pontos se encontram ao longo desta, que tornam a equação uma expressão verdadeira.


deve ao fato de que, da mesma forma que ocorre para uma equação, todos os pontos indicados em um semiplano são pares de coordenadas que tornam a inequação uma expressão verdadeira. Para designarmos este semiplano, devemos inicialmente realizar um estudo de validação da inequação, tomando um terceiro ponto arbitrário no eixo cartesiano; para fins de facilitar o cálculo, o ponto tomado neste exemplo será a coordenada (0;0). Desta forma, temos:

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Contudo, a representação gráfica de uma inequação é um semiplano. Isto se

Logo, o estudo da coordenada (0;0), para a inequação em análise, gerou uma expressão falsa, uma vez que 0 não é maior ou igual a 80. Conclui-se então que a coordenada se encontra em um ponto fora do semiplano que descreve a inequação; ou seja, num plano cartesiano que apresenta a reta que descreve a equação derivada da inequação em estudo, todos os pontos num semiplano oposto à marcação do ponto de teste deverão tornar a expressão da inequação verdadeira. Graficamente, portanto, passamos a representar a inequação conforme a figura a seguir:

________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ Para analisarmos as inequações que descrevem as restrições seguintes, deve________________________ mos proceder à realização dos mesmos passos apresentados anteriormente. Dessa ________________________ forma, para a segunda inequação, temos: ________________________ ________________________ ________________________ ________________________


Com os pontos calculados, podemos construir a reta a seguir.

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________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________

Estudando o resultado da inequação para o ponto (0;0), temos:

Como o resultado produz uma expressão falsa, teremos o seguinte semiplano:


De posse deste ponto, podemos construir a reta a seguir:

Estudando o resultado da inequação para o ponto (0;0), temos:

Como o resultado produz uma expressão falsa, teremos o seguinte semiplano:

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Para a terceira inequação, temos:

________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________


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________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________

Para a quarta inequação, temos:

De posse deste ponto, podemos construir a reta a seguir:

Estudando o resultado da inequação para o ponto (0;0), temos:

Como o resultado produz uma expressão falsa, teremos o seguinte semiplano:


dos semiplanos, uma vez que qualquer ponto tomado nesta área torna simultaneamente todas as inequações que descrevem as restrições em expressões verdadeiras.

Passemos agora ao estudo da função objetivo, de modo a poder determinar qual o ponto da região de soluções produz o valor mínimo a ser calculado. Para tanto, deveremos, inicialmente, atribuir dois valores arbitrários para transformar a função objetivo em equações que poderão ser transferidas para o gráfico cartesiano que descreve o problema. Desta forma, poderemos estudar o seu comportamento, objetivando compreender como ela se desloca em função da variação dos valores de resultado atribuído a função objetivo. Para facilitar o cálculo, utilizemos sempre múltiplos dos coeficientes das variáveis de decisão. Tomando, então, a função objetivo, teremos:

Com os pontos calculados, podemos construir a reta a seguir.

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A região de soluções que atendem todas as restrições será a área de intersecção

________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________


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Passemos agora à construção da reta objetivo para o segundo valor arbitrado

________________________ de custo. ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ Com os pontos calculados, podemos construir a reta a seguir. ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________


função objetivo se desloca para baixo e para esquerda, o valor arbitrado do custo diminui. Desta forma, para encontrar o par ordenado que descreve as variáveis de decisão para o menor valor de custo, devemos com uma régua identificar uma reta paralela às retas que descrevem os valores arbitrados, no sentido do menor custo, para a função objetivo que tangencia a área de solução, conforme representado no gráfico a seguir:

O resultado obtido, portanto, é o ponto (..;..) que representa os valores das variáveis de decisão, cuja aplicação na função objetivo determina o valor ótimo para o custo mínimo.

Utilização do Método Gráfico para um Caso de Maximização com Solução Múltipla

Tomemos o modelo a seguir, produzido a partir da análise de um problema de maximização de resultados, com solução múltipla, para ser solucionado pelo método gráfico.

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Conforme podemos observar no gráfico, à medida que a reta que descreve a

________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________


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Passemos à construção das retas que identificam as inequações que descrevem as restrições. Para a primeira inequação, temos:

Com os pontos calculados, podemos construir a reta a seguir:

________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________

Estudando o resultado da inequação para o ponto (0;0), temos:

Como o resultado produz uma expressão verdadeira, teremos o seguinte semiplano:


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Para a segunda inequação, temos:

De posse deste ponto, podemos construir a reta a seguir:

________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________


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________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________

Estudando o resultado da inequação para o ponto (0;0), temos:

Como o resultado produz uma expressão verdadeira, teremos o seguinte semiplano:

Para a terceira inequação, temos:

De posse deste ponto, podemos construir a reta a seguir:


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Estudando o resultado da inequação para o ponto (0;0), temos:

________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ Como o resultado produz uma expressão verdadeira, teremos o seguinte semi________________________ plano: ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________


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Para a quarta inequação, temos:

De posse deste ponto, podemos construir a reta a seguir:

________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ Estudando o resultado da inequação para o ponto (0;0), temos: ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ Como o resultado produz uma expressão verdadeira, teremos o seguinte semi________________________ ________________________ plano: ________________________ ________________________ ________________________


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Para a quinta inequação, temos:

De posse deste ponto, podemos construir a reta a seguir:

________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________


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Estudando o resultado da inequação para o ponto (0;0), temos:

Como o resultado produz uma expressão verdadeira, teremos o seguinte semiplano:

________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ A região de soluções que atendem todas as restrições será a área de intersecção ________________________ dos semiplanos. Veja como fica no gráfico a seguir: ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________


sempre corresponde ao primeiro quadrante do gráfico cartesiano; está é uma perspectiva que se reproduz com frequência em boa maioria dos problemas de pesquisa operacional e, pela sua frequência, quase sempre se considera esta região de soluções sem a necessidade de estudar os semiplanos destas inequações. Passemos agora ao estudo da função objetivo, de modo a poder determinar qual o ponto da região de soluções produz o valor máximo a ser calculado. Tomando,

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Observe que, no caso das restrições de não-negatividade, essa intersecção

então, a função objetivo, teremos:

Com os pontos calculados, podemos construir a reta a seguir.

________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ Passemos agora à construção da reta objetivo para o segundo valor arbitrado ________________________ ________________________ de lucro. ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________


Com os pontos calculados, podemos construir a reta a seguir.

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________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________

Conforme podemos observar no gráfico, à medida que a reta que descreve a função objetivo se desloca para cima e para a direita, o valor arbitrado do lucro aumenta. Desta forma, para encontrar o par ordenado que descreve as variáveis de decisão para o maior valor de lucro, devemos com uma régua identificar uma reta paralela às retas que descrevem os valores arbitrados, no sentido do maior valor do lucro, para a função objetivo que tangencia a área de solução, conforme representado no gráfico a seguir:


dos lados do polígono de soluções, é um conjunto de pontos que representam os valores das variáveis de decisão, cuja aplicação na função objetivo determina o valor ótimo para o lucro máximo. Podemos, portanto, escolher qualquer combinação destes pontos nesta reta, uma vez que todos eles gerarão a solução ótima. Tomando arbitrariamente o ponto (40;16), temos:

65 sistemas de informações gerenciais

O resultado obtido, neste caso, em que a reta da função objetivo tangencia um

SÍNTESE A partir dos elementos que foram apresentados nesta aula, o administrador foi capaz de utilizar do método gráfico para o cálculo dos problemas clássicos de pesquisa operacional propostos de minimização de custos e maximização de lucros. No primeiro caso, a solução admitiu um único resultado ótimo, na segunda, obtivemos, através da análise, um conjunto de soluções possíveis para chegar à combinação de decisões para obter o lucro máximo. Durante o processo, observamos a representação gráfica, prevista pelo método, das funções objetivo e das restrições do modelo; esta última, representada por um polígono constituído a partir das intersecções dos semiplanos das inequações de restrição. Ao final, o gestor pode identificar como, através

________________________ ________________________ arbitrados, se comporta a equação, aprendendo a deslocá-la para identificar o melhor ________________________ ponto de solução dentro do polígono de soluções. ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ QUESTÃO PARA REFLEXÃO ________________________ ________________________ Qual a limitação máxima que uma metodologia baseada em representação gráfica ________________________ pode suportar para a análise proposta? ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ LEITURAS INDICADAS ________________________ ________________________ EHRLICH, Pierre Jacques. Modelos quantitativos de apoio às decisões – I. São Paulo: ________________________ Revista de Administração de Empresas, v.36, n.1, p.33-41, 1996. Disponível em ________________________ <http://rae.fgv.br/>. Acesso em: 11 de junho de 2012. ________________________ EHRLICH, Pierre Jacques. Modelos quantitativos de apoio às decisões – II. São Paulo: ________________________ Revista de Administração de Empresas, v.36, n.2, p.44-52, 1996. Disponível em ________________________ <http://rae.fgv.br/>. Acesso em: 11 de junho de 2012. ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ do estudo do comportamento da reta que descreve a função objetivo para valores


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SITES INDICADOS IFORS - International Federation of Operational Research Societies http://www.ifors. org/

REFERÊNCIAS LACHTERMARCHER, Gerson. Pesquisa operacional na tomada de decisões. São Paulo, Pearson PrenticeHall, 2009. Disponível em http://unifacs.bv3.digitalpages.com.br/reader. Acesso em: 11 de junho de 2012.

SILVA, Ermes Medeiros da; et al. Pesquisa operacional para administração e contábeis. Campus: Rio de Janeiro, 1994.

________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________


DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO Autor: Max Cavazini Penna de Carvalho

Como já trabalhamos uma noção do que é TI e já discutimos sobre os seus ele-

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AULA 05 – CONCEITOS E CLASSIFICAÇÕES

mentos, vamos entender algumas utilizações práticas. Certamente, os sistemas de informações são as ferramentas mais utilizadas e que mais traduzem esse efeito. É por este motivo que trataremos deste assunto nesta aula.

CONCEITO DE SISTEMA Antes de chegar ao conceito de Sistema de Informação (SI), é importante entender o que define um sistema. Um sistema é qualquer conjunto de componentes e processos por ele executado, que visam transformar determinadas entradas em saídas ou em resultados esperados. Genericamente, os componentes de um sistema são:

Entradas Processos (transformação) Saídas Realimentação (feedback)

Figura 1 – Componentes de um sistema

Autor: Max Cavazini Penna de Carvalho

________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________


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A todo sistema devem ser associadas as razões de sua existência, de modo a que seus elementos possam ser devidamente compreendidos. Essas razões constituem-se nos “objetivos” do sistema e estão diretamente relacionadas às saídas que o sistema deve produzir. É importante ressaltar que a configuração (organização) de um sistema deve se basear nos propósitos ou resultados desejados. Assim, uma empresa pode (ou deve) ser vista como um sistema, uma vez que possui todos os elementos de um. Tomando-se como exemplo uma padaria (figura 2), podemos identificar os elementos de: Entrada (que podem ser representados pelos fornecedores de farinha, sal, água, etc.); Processos (é a transformação dos elementos de entrada em pão); Saída (o pão); Realimentação (opinião do cliente); Figura 2 – Padaria

________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ Fonte: o autor / UNIFACS ________________________ Ainda com base neste exemplo, também podemos apontar outros sistemas ine________________________ ________________________ rentes ao sistema “Padaria” que vêm, então, a ser os subsistemas do sistema “Padaria”. Figura 3 – Sistema e subsistemas de uma Padaria ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ Fonte: o autor


tema, conforme se vê na figura 4.

A EMPRESA COMO UM SISTEMA Figura 4 - A empresa como um sistema

Fonte: o autor / UNIFACS

Neste exemplo, outro ponto importante a observar é que os elementos de entrada, com base neste sistema representativo de uma empresa, quase sempre estão sob influência de uma grande diversidade de fatores contextuais como leis, economia, mercado, etc. Mesmo assim, estas entradas devem ser transformadas pelos elementos de processamento de cada empresa (pessoas, departamentos, equipamentos, etc.) que geram, então, os elementos de saída. Estes últimos elementos se resumem basicamente em bens e/ou serviços.

CONCEITO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO No que tange aos Sistemas de Informação (SI), em uma distinção mais comum, SI é um conjunto de elementos interrelacionados e interconectados para desenvolver uma atividade ou função para atingir objetivos ou propósitos. Ele também pode ser definido como um conjunto de ferramentas e produtos de software que permitem viabilizar os processos de uma organização. Os sistemas de informação abrangem um conjunto de componentes inter-

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Num exemplo mais genérico, podemos representar uma empresa como um sis-

________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________


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relacionados que coletam, processam, armazenam e distribuem informações para as respectivas áreas das organizações. Em um sistema de informação, as entradas e saídas se restringem a dados/informações e os elementos de processamento requerem uma base de armazenamento de dados, como pode se ver na figura 5.

COMPONENTES DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO Figura 5 - Componentes de um sistema de informação

Fonte: O autor

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Os sistemas de informação apresentam, necessariamente, os componentes apresentados neste diagrama. Muitos elementos podem, eventualmente, aparecer de forma integrada, contudo, a ausência de qualquer um implica numa imprecisão no projeto do sistema. O elemento de entrada do sistema contempla diversos mecanismos de captura de dados para utilização pelo sistema. Dos dispositivos mais conhecidos, como teclados, até elementos de grande sofisticação como câmeras para reconhecimento ótico, a entrada é um componente que dá sentido a existência de sistemas, uma vez que, pela sua ausência, um sistema não tem como manter sua função essencial de processamento de informações. O elemento de saída de sistemas pode ser realizado através de dispositivos clássicos como impressoras, ou sofisticados como a ação de dispositivos robóticos para produção industrial. Os elementos de entrada e saída são os componentes necessários para viabilizar a principal função de um sistema, o processamento das informações. É através deste componente que os sistemas transformam os dados em elementos de informação que poderão ser utilizados para as diversas atividades cotidianas das empresas e pessoas. Da operação de sistemas administrativos à simples organização de dados para uso das pessoas, o processamento é responsável pela ampliação da capacidade de tomada de decisão pelos gestores através da utilização de informações mais complexas, rápidas e ampliadas. Eventualmente, a coleta de dados e a disponibilização de resultados podem sofrer solução de continuidade, principalmente gerada pelo hiato necessário à captação completa dos dados necessários ao processamento, ou ao tempo de complementação


Nestes casos, um sistema de armazenamento provisório é utilizado para suprir as necessidades dessa assincronicidade. Finalmente, um componente de realimentação é sempre utilizado objetivando realizar ajustes nos demais elementos do sistema, visando adequar a coleta, o processamento e a saída de informações às condições cambiantes no ambiente em que o sistema está inserido.

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do processamento e à utilização efetiva das informações na organização necessária.

CLASSIFICAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Dentro da estrutura de uma organização existem fluxos de dados e informações que normalmente estão aliados a processos da organização. No geral, no que diz respeito ao fluxo e os tipos de informações em uma empresa, as informações podem ser estratificada em quatro níveis: Operacional; Conhecimento; Gerencial; Estratégico.

Há fluxos de dados e informações, bem como processos executados pelos siste- ________________________ mas das organizações que, de forma geral, tramitam em todos os níveis de uma orga- ________________________ nização. Contudo, nem todas as informações estarão acessíveis a toda a estrutura de ________________________ uma organização ou empresa. A maioria das informações se restringe aos respectivos ________________________ âmbitos que lhes cabem e, assim, as informações referentes às áreas operacionais de ________________________ uma empresa, por exemplo, são processadas e circulam no âmbito das áreas operacio- ________________________ nais, uma vez que não faz sentido uma área de recursos humanos acessar informações ________________________

________________________ ________________________ Com base nesta visão, as empresas podem ser estratificadas, quanto ao fluxo ________________________ das informações, em quatro níveis, conforme a figura 6 que segue. ________________________ ________________________ ESTRUTURA DE UMA ORGANIZAÇÃO ________________________ ________________________ Figura 6 - Níveis dos sistemas de informação dentro de uma organização ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ Fonte:O autor ________________________ referentes ao controle de estoque de uma empresa e vice-versa.


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Existem três metas básicas perseguidas pelas empresas para se alcançar uma maior lucratividade e seus objetivos: Redução do esforço do trabalho; Aumento da produtividade; Melhoria da qualidade.

Com base nessas metas, os SI desempenham papéis vitais dentro das organizações sob o nome, ou codinome, de sistemas gerenciais e, do ponto de vista empresarial, eles podem ser classificados de acordo com: A sua forma de utilização e O tipo de retorno dado ao processo de tomada de decisões.

Atualmente eles servem em todas as áreas e níveis das organizações, sendo considerados como ferramenta essencial para o sucesso de suas atividades. Eles são usados por diferentes tipos de funcionários de uma empresa.

Enfim, podemos classificá-los de acordo com a responsabilidade assumida por seus usuários dentro da organização em quatro tipos principais, como sugerido por

________________________ Kenneth e Jane Laudon (2005): ________________________ ________________________ ________________________ Sistemas de nível operacional, que tratam da execução, acompanhamento e registro da operação diária da empresa, sendo geralmente sistemas fortemente transacio________________________ nais, ou operacionais. Exemplos: - sistemas de vendas, folha de pagamento, etc.; ________________________ ________________________ ________________________ Sistemas de nível de conhecimento, que apoiam as pessoas que trabalham com da________________________ dos e conhecimento dentro da organização. Exemplos: - processadores de texto (como o ________________________ Word da Microsoft© e o BR Office) e planilhas eletrônicas (Excel da Microsoft©); ________________________ ________________________ ________________________ Sistemas de nível gerencial, que utilizam dados da operação e outros dados inseri________________________ dos nesses sistemas para a obtenção de informações que permitam a gerência da em________________________ presa, apoiando: ________________________ A tomada de decisões, ________________________ ________________________ O controle e ________________________ O monitoramento. ________________________ ________________________ ________________________ Sistemas de nível estratégico, que são sistemas destinados a decisões de mais alto ________________________ nível (efeito estratégico) e utilizam dados de todos os sistemas anteriores, normalmente ________________________ de forma agregada e processada, sendo utilizados pela alta gerência. ________________________


podemos associar um ou mais tipos de sistemas. Dentre eles, os principais são:

Sistemas de informação gerencial (SIG)

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Ainda, de acordo com Laudon (2005), a cada nível de sistemas de informação,

Estes sistemas agrupam e sintetizam os dados das operações da organização para facilitar a tomada de decisão pelos gestores da organização. Eles oferecem um conjunto de relatórios resumidos sobre o desempenho da empresa, os quais são utilizados para a realimentação do planejamento operacional. Por isto, eles são utilizados pelos vários níveis de gerência, utilizam grande volume de dados ou resumos de transações e modelos simples para obter relatórios sumários (agregados) e de exceções. Eles são desenvolvidos com base no conhecimento específico do negócio, chamado método de trabalho. Exemplos: planejamento de recursos da produção (MRP), sistemas de controle de estoque, etc.

Sistemas de Apoio à decisão (SAD)

Encontrados no nível gerencial, estes sistemas são utilizados pelos vários níveis ________________________ de gerência e utilizam, como entrada, dados em pequeno volume (agregações) ou ________________________ ainda bases massivas de dados previamente preparadas para permitir atividades de ________________________ análise de dados. Como resposta, devem fornecer relatórios específicos, análises e de- ________________________ cisões e respostas a perguntas ad-hoc.

Podem ser considerados os sistemas que possuem interatividade com as ações do usuário, oferecendo dados e modelos para a solução de problemas semiestruturados e focando a tomada de decisões.

Sistemas de Apoio Executivo (SAE)

São destinados a apoiar a alta gerência em tarefas estratégicas, como o planejamento em longo prazo. Usam dados fortemente agregados, internos e externos à organização e são capazes de responder perguntas específicas ou ainda fazer projeções. Podem ser capazes de fazer simulações e ter uma interface interativa. Eles dão suporte ao desenvolvimento do planejamento estratégico da empresa e ajudam a definir os objetivos a serem estabelecidos. Costumam estar ligados ao nível gerencial do alto escalão da empresa. Esses sistemas formam a combinação dos sistemas anteriores e também com dados externos considerados relevantes para o processo de tomada de decisão no nível estratégico. São diferenciados das outras classificações de sistemas, pois focalizam a alta

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administração, não possuem intermediação técnica, solicitam maior quantidade de dados externos do que os sistemas descritos anteriormente e podem conter dados estruturados e não-estruturados. Normalmente trabalham com tecnologias de ponta no que diz respeito a gráficos integrados, ferramentas de avaliação de cenários, tabelas dinâmicas, tabelas de referência cruzada e comunicações diversas.

Sistemas de Trabalhadores do Conhecimento (STC)

Assim como os sistemas de escritório, eles são voltados para atender às necessidades de informação no nível de conhecimento da organização. Os sistemas de trabalhadores do conhecimento auxiliam os trabalhadores do conhecimento, enquanto os sistemas de automação de escritórios auxiliam primordialmente os trabalhadores de dados (embora sejam amplamente usados pelos dois tipos de trabalhadores). Em geral, os trabalhadores do conhecimento são pessoas com educação universitária formal e, quase sempre, reconhecidas como engenheiros, médicos, advogados e cientistas. Seu trabalho consiste primordialmente em criar novos conhecimentos e informações integrando-os adequadamente à empresa. Estes tipos de sistemas relacionados a novos conhecimentos e informações são encontrados no nível de conhecimento e são muito utilizados em ambientes de projeto distribuído para compartilhar dados e criar

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uma estrutura centralizada de desenvolvimento. Por exemplo: sistemas de projetos auxiliados por computador (CAD), sistemas de fabricação auxiliada por computador (CAM), sistemas de desenvolvimento de sistemas distribuídos auxiliado por computador (CASE)

Sistemas de Escritório (SE)

Também encontrados no nível de conhecimento, eles têm como objetivo aumentar a produtividade na manipulação de dados em um escritório. Permitem a manipulação de documentos, correio eletrônico e agendas. Nesse caso, pacotes de aplicativos como o BROfficce, Officce da Microsoft, Star Office e outros são utilizados geralmente por estes trabalhadores de dados que são as pessoas responsáveis pelo processamento das informações para organizá-las em um formato necessário à realização do seu trabalho. Esses pacotes de aplicativos de escritório trazem, normalmente, um programa/aplicativo de planilha de cálculo, um processador de texto, gerenciadores de apresentação e outros.

Sistemas Processamento de Transações (SPT)

São os sistemas empresariais básicos, aqueles utilizados para realizar as tarefas rotineiras da empresa, aumentando o controle sobre as atividades diárias. Encontra-


controle de dados operacionais da empresa, controle de estoque, de emissão de nota fiscal, controle de recursos humanos, etc. Esses sistemas são responsáveis pelo próprio funcionamento da empresa.

Sistemas especialistas

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dos no nível operacional, podem-se citar, como exemplos mais comuns, os sistemas de

São os sistemas ligados ao campo de inteligência artificial que utiliza o computador para assistir, ou mesmo substituir, os tomadores de decisão. Este tipo de sistema ainda está em fase de desenvolvimento e trabalha com o uso de cenários, redes neurais (sistemas de computações nos quais os programadores simulam os padrões de processamento do cérebro biológico) para tomadas de decisões.

Figura 7 – Tipos de sistemas

Fonte: (LAUDON, 2005, p.41)

Podemos, através desses componentes, observar a estrutura de um sistema de informação e realizar uma análise detalhada de suas aplicações. Esta compreensão nos permitirá identificar nas próximas aulas algumas aplicações mais especializadas com seus elementos e funções relacionadas com a administração de sistemas de informação.

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SÍNTESE Para a realização de uma análise ou projeto de um sistema de informação de uma organização, é necessário se fazer o estudo do problema de informação existente na organização em questão, para que este possa ser resolvido com o uso dos elementos de TI que são explorados pelos softwares e sistemas de informação para as aplicações fins. Assim, uma vez que já entendemos o conceito de sistema e conhecemos as classificações relacionadas às aplicações mais usuais dos sistemas mais comuns, discorreremos um pouco mais sobre sistemas gerenciais nas próximas aulas.

QUESTÃO PARA REFLEXÃO “Não são os mais fortes de uma espécie que sobrevivem, nem os mais inteligentes, mas sim os que respondem melhor às mudanças.” Com base, nesta reflexão, análise como os sistemas de informação podem atuar para promover uma arquitetura organizacional capaz de sobreviver à competitividade contemporânea do mercado. Charles Darwin

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LEITURAS INDICADAS BIBLIOTECA DE BOAS PRÁTICAS. Information technology infrastructure library (ITIL). Versão 3. Inglaterra: Office for Government Commerce, 2007. BATISTA, Emerson de Oliveira. Sistemas de informação: o uso consciente da tecnologia para o gerenciamento. São Paulo: Saraiva, 2006.

SITES INDICADOS http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010019652002000200015&lng=pt&nrm=isso http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistemas_de_informa%C3%A7%C3%A3o http://conhecimentosiad.blogspot.com/2007/11/tipos-de-sistemas-de-informao. html http://www.oficinadanet.com.br/artigo/738/tipos_de_sistemas_de_informacao_na_ empresa http://www.serpro.gov.br/imprensa/publicacoes/tematec/2003/ttec68 Periódico Científico Ciência da Informação


ALBERTIN, Alberto; MOURA, Rosa Maria de: Tecnologia de informação. São Paulo: Atlas, 2004.

LAUDON, C. Kenneth; LAUDON, Jane P. Sistemas de informação gerenciais: Administrando a empresa digital. São Paulo: Prentice Hall, 2005.

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REFERÊNCIAS

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Autor: Manoel Joaquim Fernandes de Barros

“Eu nunca ensino aos meus alunos. Apenas procuro prover as

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AULA 06 - MÉTODO SIMPLEX

condições para que eles aprendam.” (Albert Einstein)

Olá! Muitas das habilidades que desenvolvemos para tomada de decisão permitiram que percebêssemos o espectro de atuação do administrador de sistemas de informação. Passemos, agora, a ampliar essa perspectiva com a compreensão de uma abordagem que nos permita complexificar indefinidamente o nosso escopo de atuação.

Modelagem de Problemas Multidimensionais Após termos desenvolvido o método gráfico para a solução dos problemas modelados, é importante percebermos que, embora aplicado a uma ampla natureza de áreas administrativas, sua resolução está limitada a uma amplitude máxima de duas variáveis de decisão. Isto ocorre pela abordagem gráfica do método que, uma vez que ________________________ desenvolve suas análises em duas dimensões, está, portanto, limitado a essa repre- ________________________ sentação, impedindo-o de considerar soluções com três ou mais variáveis de decisão, ________________________ necessariamente representáveis apenas em espaços tri ou multidimensionais. ________________________ O método simplex é a alternativa formulada em pesquisa operacional que per- ________________________

mite a análise de problemas com mais de duas variáveis. Trata-se de um modelo ma- ________________________ temático para problemas de programação linear que, portanto, se utiliza de cálculo e ________________________ não de diagramas para produzir a solução ótima das situações propostas. Para tanto, ________________________ consideremos o modelo a seguir para acompanhar sua solução pelo método.

Este é considerado o problema fundamental de programação linear, onde a função objetivo deve ser maximizada, todas as variáveis de decisão são não negativas e pode ser gerada uma solução básica inicial, igualando o valor dessas variáveis inicialmente à restrição de não negatividade. Uma vez que as soluções de um sistema de programação linear se encontram nos vértices do polígono que descreve o conjunto de soluções válidas, o ponto de solução corresponde a um desses vértices. Desta etapa, o método é capaz de calcular os outros vértices e, testando a função objetivo para as soluções encontradas, utilizar-se da solução básica inicial e um algoritmo de cami-

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nho crítico para indicar a melhor combinação de decisões que produz a maximização do modelo a partir do estudo dos outros vértices. O primeiro passo para a construção da solução básica inicial consiste em transformar o sistema de inequações num sistema de equações, a exemplo do que procedemos no método gráfico. Contudo, como se trata de uma técnica que opera de forma matemática, utilizaremos a introdução de variáveis não negativas para atingir tal intento. Tais variáveis são conhecidas como “de folga”, uma vez que representam a diferença entre o maior e menor membro de uma inequação, por definição, uma operação sempre positiva. No nosso caso, denominadas de xF1, xF2 e xF3. Vejamos como proceder.

A partir deste ponto, o sistema a ser considerado para tratamento pelo método simplex passa a ser:

________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________

A solução básica, neste modelo, permite apresentar a combinação inicial de variáveis de decisão que atendem às restrições do problema. Para sua geração, deveremos compatibilizar o número de equações com o número de variáveis, fazendo x1, x2 e x3 = 0.

Neste caso, a solução básica inicial, cujos valores das variáveis de decisão atendem a todas as restrições propostas, pode ser apresentada da seguinte forma:

Apesar de, como dissemos, esta ser uma solução possível para o sistema, poderemos verificar se ela, portanto, se trata da solução ótima da melhor combinação de decisões através do algoritmo do método simplex que lança mão da função objetivo


lise consiste, inicialmente, em escrevermos a função objetivo do nosso modelo em termos das variáveis de decisão para verificar seu impacto de redução do resultado:

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para testar a solução básica inicial e verificar se o modelo poderá ser otimizado. A aná-

Desta forma, podemos perceber que as variáveis de decisão que estão na função objetivo minimizam o resultado de R para qualquer valor positivo assumido. Para atingir uma solução ótima, devemos, matematicamente, trocar, na função objetivo, as variáveis negativas, neste caso x1, x2 e x3, por variáveis de folga que podem maximizar o valor de R, uma vez que, por definição, estas não admitem valores negativos. O algoritmo opera o cálculo de uma nova solução básica pela permuta das variáveis da função objetivo por variáveis inseridas nas inequações de restrição, maximizando o resultado da função objetivo e diminuindo as restrições das inequações do modelo. Essa operação é realizada através de um elemento pivot indicado pelo algoritmo como aquele que melhor produz essa permuta entre variáveis que mais deprimem o resultado da função objetivo e reduzem as restrições do modelo. No nosso caso, é o maior coeficiente negativo localizado na variável x2, destacado, a seguir, em negrito.

A identificação do elemento pivot determina o caminho crítico para a próxima melhor opção que conduz à solução ótima de maximização do modelo, além de ser sempre o critério para identificação de um modelo onde cabe otimização. Para tanto, conforme determinado, devemos extrair essa variável da função objetivo, por ser a que mais minimiza o valor de R. A variável de folga a ser trocada deverá ser identificada entre aquelas dispostas nas equações de restrição do modelo. A forma de identificá-la consiste em dividir o valor da restrição pelo coeficiente da variável que sai da função objetivo na equação em análise, em todas as fórmulas de restrição. A variável que entra na função objetivo deverá ser aquela em que a operação gerar a maior minimização entre as restrições impostas, uma vez que estas são as determinantes para impedir a maximização do modelo proposto. No caso em tela, teremos, portanto, a divisão das restrições impostas em cada equação pelo coeficiente de x2, destacado em negrito, elemento pivot que sai da função objetivo:

De posse desses resultados, passaremos a identificação da variável de folga que será trocada pela variável de decisão na função objetivo. Tal identificação poderá ser encontrada pela análise dos resultados da divisão realizada. Para tanto, observe, den-

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tre os resultados, aquele que assumiu o menor valor não negativo. Na nossa operação, trata-se do resultado obtido na primeira equação, destacado em negrito. Essa linha passa a se chamar, na literatura, de linha pivot, uma vez que vamos utilizá-la na operação do algoritmo para fazer a troca de variáveis, gerando um próximo modelo otimizado da maximização que buscamos. Dentre os outros resultados obtidos, cabe registrar que a resultante da segunda equação, cuja operação deu um resultado negativo, não poderá ser considerada, uma vez que os valores da variável de folga que entrará na função objetivo, por definição, são sempre não negativos. Ao final desse processo, portanto, conseguimos identificar, para a nossa permuta, tanto a variável de decisão, que, saindo da função objetivo, mais reduzia o valor do objetivo a ser maximizado, como a variável de folga a ser permutada, no caso xF1, cuja saída da equação escolhida mais reduz o valor da restrição imposta ao modelo; temos, então, uma seleção racional das variáveis que mais impactam o atingimento do nosso objetivo. Passemos, agora, a operação de permuta de variáveis que deverá gerar um modelo de solução mais otimizada em relação à solução básica inicial. Para tanto, utilizaremos uma tabela como forma de facilitar nosso cálculo. Inicialmente, tomemos o modelo inicial e passemos transcrevê-lo representando todas as variáveis que o compõem, inclusive aquelas com coeficiente nulo.

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Em seguida, passemos a transportar o modelo para a tabela proposta, onde cada linha descreve cada uma das equações e cada coluna identifica cada uma das variáveis do modelo. Na sua intersecção, colocaremos os valores dos coeficientes das variáveis identificados anteriormente. Tendo o sistema organizado numa tabela, faremos a identificação do elemento e da linha pivot como indicado.

O passo seguinte consiste em calcular a nova linha pivot (NLP), dividindo a linha pivot (LP) pelo coeficiente na linha da variável que sairá da função objetivo, neste caso, o coeficiente de x2.

Para finalizar o processo de cálculo de nova solução básica, devemos calcular todas as outras novas linhas (NL) através da soma da linha (L) com a linha pivot (LP), multiplicada pelo valor do coeficiente da variável que sai da função objetivo com sinal trocado.


Observe que o novo sistema gerado atendeu ao objetivo de trocar a variável de decisão x2, que mais deprimia o valor de R que queremos maximizar, pela variável não

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negativa xF1, correspondente a linha pivot que mais reduziu as restrições do modelo. Calculemos, agora, a nova solução básica, zerando as variáveis da função objetivo.

Se olharmos o modelo inicial, verificaremos que esta é uma solução melhor, R = 24, do que a anterior, R = 0. Neste caso, substituindo os valores nulos em todas as equações de restrição do novo modelo, temos que os valores das variáveis de decisão que maximizam o valor de R e obedecem a todas as restrições impostas pelo sistema são x1 = 0, x2 = 3, x3 = 0. O próximo passo, agora, será verificar se o valor assumido por R pode ser considerado o valor ótimo. Para tanto, conforme orientamos anteriormente, basta verificar se existe ainda algum valor de coeficiente de variável com valor negativo, que possa, portanto, deprimir o valor a ser maximizado. Em caso positivo, devemos proceder ao cálculo do novo modelo pelo algoritmo proposto, que indicará a permuta de variáveis que gerará uma nova solução básica capaz de otimizar mais o valor de R. No nosso caso, esse coeficiente existe, localizado na variável de decisão x1, que passa a ser novo elemento pivot. Passemos, então, a identificação da nova linha pivot.

Conforme o algoritmo, devemos operar, inicialmente, a nova linha pivot e, a seguir, calcular todas as outras linhas em função desta, para gerar o novo modelo otimizado.

Chegamos, mais uma vez, a produzir uma nova solução básica, qual seja:

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84 Como podemos observar, trata-se de uma nova solução que admite um valor para R maior do que o indicado no modelo anterior, portanto, mais otimizado. De forma a concluirmos o processo, podemos verificar que o algoritmo ainda admite uma última iteração, uma vez que a variável x3, possuindo coeficiente de valor negativo, pode deprimir o valor de R. Passemos, então, ao cálculo desta última otimização.

Calculando o novo modelo...

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Chegamos, mais uma vez, a produzir uma nova solução básica. Contudo, desta feita, o modelo não admite mais otimização, uma vez que os coeficientes de todas as variáveis que estão na função objetivo são positivos, portanto não podem deprimir o valor de R. Nosso resultado será então:

Como vimos, o método simplex é capaz de produzir a solução de um problema de programação linear, contudo, diferentemente do método gráfico, essa solução poderá ser construída para um número ilimitado de variáveis de decisão. Para terminarmos nossas considerações sobre esse método, vejamos alguns casos especiais que precisam ser levados em conta na sua análise.

Problema de minimização Para um problema de minimização de um modelo, podemos utilizar o mesmo algoritmo de maximização aplicado no método simplex, tomando, contudo, o cuidado de trabalhar com a função simétrica à função objetivo do modelo. No caso a seguir, deveremos proceder assim:


Ou seja, como dissemos, a minimização do modelo inicial poderá ser produzida com a maximização do modelo simétrico gerado.

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Problema de degenerescência Podemos encontrar também a situação especial de degenerescência do modelo. Isto ocorre quando, na identificação da linha pivot, temos mais de uma linha atendendo ao critério de maior minimização do resultado das restrições. Neste caso, deve-se proceder à escolha arbitrária de uma das linhas para prosseguir no processo de otimização. Eventualmente, no entanto, tal escolha pode não incorrer numa possibilidade de melhoria do modelo, o que caracteriza a situação de degenerescência do modelo, implicando a impossibilidade de sua otimização, independente da escolha que se faça.

Problema de Solução Ilimitada Finalmente, um último caso especial pode ocorrer quando a variável de decisão, que deverá sair da função objetivo, não encontra nas restrições nenhuma variável não negativa para permuta nas equações de restrição. Neste caso, temos uma solução ilimitada, já que a variável de decisão não poderá sair da função objetivo e, desta forma, o modelo também não poderá ser otimizado.

Vimos, nesta aula, o algoritmo necessário para solução de problemas multidimensionais, bem como considerações para situações particulares da sua aplicação. Nas próximas aulas, aprofundaremos este estudo para casos específicos de problemas em gestão.

SÍNTESE Através do método simplex, descobrimos como proceder a uma solução de um problema de programação linear com número de variáveis maior do que 2. Através de sua técnica de caminho crítico, o gestor é capaz de otimizar a solução inicial com menos iterações do que as múltiplas combinações possíveis disponibilizadas pelo modelo, reduzindo o tempo de resposta e necessidade de capacidade de processamento

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para sua operação. Desta forma, podemos complexificar indefinidamente o modelo em número de variáveis de decisão, utilizando a mesma metodologia para qualquer proporção de problema analisado. Ao final, alguns detalhes para casos especiais foram apresentados para dar conta do espectro de operações proporcionado pelo método.

QUESTÃO PARA REFLEXÃO Considerando o algoritmo de otimização do caminho crítico da metodologia, qual é o ganho percentual em termos de iterações conseguido para um problema com quatro variáveis de decisão?

LEITURA INDICADA BORENSTEIN, Denis. Ranking: um sistema de apoio a decisões multicriteriais. São Paulo, Revista de Administração da USP, v.32, n.4, p.67-76, 1997. Disponível em: <www.rausp.usp.br>. Acesso em: 11 jun.2012.

________________________ ________________________ SITE INDICADO ________________________ INFORMS - Institute for Operation Research and Manegement Sciences ________________________ http://www.informs.org ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ REFERÊNCIA ________________________ ________________________ ________________________ BRONSON, Richard. Pesquisa Operacional. São Paulo: McGraw-Hill, 1985. ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________


RENCIAIS

Autor: Max Cavazini Penna de Carvalho adaptado por Manoel Joaquim F. de Barros

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AULA 07 - SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GE-

Há uma enorme diversidade de aplicações para os sistemas de informação e, agora que entendemos melhor o conceito de sistema, vamos conhecer alguns tipos de sistemas e suas aplicações, além de fazer uma breve diferenciação entre sistema e software.

SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS As recentes alterações do cenário econômico mundial, aliadas ao processo de globalização, têm trazido às empresas uma forte necessidade de atualização e do uso das tecnologias existentes para fortalecer suas capacidades de adaptação, concorrência, agilidade e uma série de outras características e adjetivos inerentes às organizações que buscam solidez e crescimento. Tendo em vista esses objetivos, dentre as opções existentes para alcançá-los, as ________________________

ferramentas mais utilizadas pelas organizações e empresas de todos os portes são os ________________________ softwares e aplicativos. Trata-se, mais especificamente falando, de sistemas de infor- ________________________ mações que auxiliam o controle e, principalmente, a tomada de decisão de forma mais ________________________ contundente, ágil e precisa, nos diversos setores e níveis hierárquicos das empresas. São indiscutíveis as facilidades e vantagens proporcionadas pela utilização dos recursos oferecidos pelos sistemas e tecnologias de informação, que, através do correto uso, fomentam o crescimento das empresas, devido ao fornecimento de controle, agilidade, flexibilidade e capacidade de adaptação, entre outras habilidades. Antes de seguir adiante, vale fazer um pequeno exercício quanto à definição da palavra “software”. Pode-se definir o software, ou logiciário (apesar de pouco conhecida, esta é a tradução da palavra “software” para o português), como um conjunto de instruções lógicas, digitais, inerentes ao tratamento eletrônico, ou digital de informações (dados, bits, palavras, etc.) Uma boa descrição também pode ser encontrada no sítio da Internet http:// pt.wikipedia.org/wiki/Software, que define o software como:

[..] uma sequência de instruções a serem seguidas e/ou executadas, na manipulação, redirecionamento ou modificação de um dado, informação ou acontecimento. Software também é o nome dado ao comportamento exibido por essa sequência de instruções quando executada em um computador ou máquina semelhante.

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Vejamos, por exemplo, o Word da Microsoft®, que é um dos mais conhecidos processadores de texto. Ele é um conjunto de instruções de computador, ou programa, cujo resultado de sua execução traz, como comportamento, um meio que possibilita o processamento, tratamento e o arranjo otimizado de textos. Este comportamento define este software como um processador de texto.

A importância dos softwares Sem qualquer sombra de dúvida, os softwares, aplicativos ou sistemas são a parte mais patente de todos os elementos envolvidos nas tecnologias de informação. Apesar de eles serem dependentes de toda a infraestrutura, hardwares e mecanismos das tecnologias de informação, atuam de maneira específica, de acordo com os interesses e as necessidades de uma situação ou instituição e, normalmente, fazem a interface direta com os usuários. Dentro da tecnologia de informação, são eles que atendem, ao final, aos objetivos de organizações e empresas.

Evolução dos softwares Fazendo um breve histórico da evolução dos softwares e suas aplicações a partir

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da década de 50, temos, inicialmente, recursos computacionais limitados e distantes das realidades das pessoas comuns, pois se restringiam apenas aos centros de pesquisas, organizações militares e pouquíssimas empresas que tinham condições de possuir as poucas tecnologias disponíveis. Basicamente, houve duas grandes consequências geradas pelo avanço da microeletrônica: passou a haver uma oferta muito maior de capacidade de armazenamento de dados e de processamento para computadores e máquinas e ocorreu considerável redução do custo de produção de computadores e, consequentemente, dos preços finais de venda (Figura 1).

Todavia, o que nos interessa aqui é a enorme possibilidade de uso desses incrementados recursos de armazenamento de dados de capacidade de processamento proporcionados pelos avanços da microeletrônica, pois são os softwares e sistemas que determinam como esses recursos serão empregados, assim como eles serão aproveitados. Vale ressalvar que esses avanços da microeletrônica também trouxeram como consequência uma evolução dos softwares que foram obrigados a se adequarem às novas ofertas tecnológicas de processamento e de armazenamento de dados.


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Figura 1 – Evolução da microeletrônica e suas conseqüências

Fonte: o autor

Figura 2 – Evolução dos softwares

Fonte: o autor

Em linhas gerais, podemos agrupar os softwares em dois grandes grupos: software básico e software aplicativo

Vejamos alguns tipos de software aplicativo: Software de tempo real; Software comercial; Software para fins científicos ou de engenharia;

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Software embutido; Software de computador pessoal; Software de inteligência artificial.

Software básico O software básico é um conjunto de programas e rotinas necessários à operação do computador. Gravar um dado em um CD, por exemplo, requer uma rotina e procedimentos que hoje já não são de responsabilidade dos softwares aplicativos (cujo foco é a aplicação fim) graças aos softwares básicos, como compiladores e sistemas operacionais. Se os softwares básicos não existissem, todo software, aplicativo ou programa, deveria se encarregar de executar toda rotina e todo procedimento que são comuns aos softwares. Gravar um dado, acessar a memória e mostrar uma imagem em um monitor são exemplos de rotinas e procedimentos comuns a quase todos os programas e softwares. Assim, para se diminuir a complexidade do uso do computador e a carga de programação de softwares, surgiram os softwares básicos, já dotados de todas as rotinas e procedimentos para viabilizar a operação do computador e seus aplicativos.

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Software aplicativo Os softwares aplicativos são aqueles softwares fins, mais conhecidos e utilizados pelos usuários de computador e que são voltados para a solução de um problema específico através da utilização do computador como ferramenta. Para melhor ilustrar, vejamos alguns tipos de softwares aplicativos.

Software de tempo real Os softwares em tempo real respondem dentro de restrições de tempo estritas, como sistemas de controle de vôo, de sinalização de trânsito, videoconferência etc.

Software comercial Como exemplo de softwares comerciais, podemos citar: folhas de pagamento, contas a pagar e a receber, estoque, operações comerciais e sistemas de apoio à decisão.


Como exemplos, temos sistemas para cálculos de astronomia, sistemas de controle da dinâmica orbital de naves espaciais, sistemas de manufatura automatizada, CAD etc.

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Software para fins científicos ou de engenharia

Software embutido São softwares que possuem funções digitais (componentes eletrônicos) específicas em equipamentos (firmwares), automóveis (controle de combustível, sistema de freios), controle de teclado para fornos micro-ondas etc.

Software de computador pessoal São processadores de textos, planilhas eletrônicas, gerenciadores de dados, etc.

Software de inteligência artificial Software baseado em conhecimento de problemas e causas, que busca métodos e/ou dispositivos computacionais que possuam ou simulem a capacidade humana de resolver problemas, pensar ou, de forma ampla, ser inteligente.

Sistemas gerenciais A crescente e cada vez mais ferrenha competição entre as empresas as forçam à busca pela excelência em todas as instâncias de suas atividades, não apenas na produção de um produto de qualidade, mas também no controle das vendas, na produção, nas compras, nos estoques, nos custos, enfim, em todos os recursos e etapas de um negócio. Para se alcançar essa excelência, são necessárias ferramentas adequadas que possam fornecer as informações que direcionem corretamente, não somente as ações, como um planejamento mais preciso e coerente aos objetivos das empresas. Dentre essas ferramentas, estão os já citados sistemas gerenciais (Conceitos e Classificações de Sistema de Informação) que podem ser considerados como um software, ou um conjunto deles. Pode-se dizer que o início dos sistemas gerenciais ocorreu ao final da década de 50, quando a tecnologia vigente era baseada nos gigantescos mainframes que exe-

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cutaram os primeiros sistemas de controle de estoques, também conhecidos como BOM – Bill of Materials - ou bilhetagem de materiais. Esta foi uma das primeiras atividades que interseccionava gestão e tecnologia. Sua implantação era cara e a velocidade era muito lenta, comparada aos dias de hoje, mas demandava menos tempo que os processos manuais. Entretanto, devido ao elevado custo de implementação, essa tecnologia era extremante restrita. Já no início da década de 70, surgiram os MRP (Material Requirement Planning) ou, traduzindo-se para o português, planejamento de requisições de materiais. O MRP foi um dos antecessores dos atuais sistemas ERP (Enterprise Resource Planning) e surgiram já na forma de uma combinação de sistemas, também chamados de pacotes, que cruzavam as informações entre si e possibilitavam um melhor planejamento do uso dos insumos, recursos e, consequentemente, uma melhor administração das diversas etapas dos processos produtivos. A década de 80 foi marcada pelo início do uso das redes de computadores ligadas a servidores, então mais baratos e de interface mais amigável que os mainframes, representando uma revolução nas atividades de gerenciamento de produção e logística. O MRP se transformou em MRP II - Manufacturing Resource Planning (Planejamento dos Recursos de Manufatura) -, que passou a controlar outras atividades, como os recursos humanos e a gestão de maquinário.

________________________ Figura 3 – Abrangências do MRP e do MRP-II ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ Fonte: Corrêa, Gianesi e Caon (2001, p. 140) ________________________ ________________________ ________________________ O MRP II já era muito próximo do ERP pela similaridade de suas funções de ________________________ controles e gerenciamento e não se sabe, ao certo, quando houve a mudança de de________________________ nominação de MRP-II para ERP. ________________________ ________________________ ________________________ ________________________


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Figura 4 – Evolução histórica do ERP

Evolução dos computadores

ERP - Evolução histórica ´60

Bill of m aterials automatizada

´70

MRP - Material Requirements Planning

BOM

MRP BOM

MRPII - Manufacturing

´80 Resource Planning

Es co po

MRPII MRP BOM

ERP - Enterprise

´90 Resource Planning

ERP MRPII MRP BOM

Planejamento, Programação e Controle da Produção MRPII/ERP, 4a Edição © Editora Atlas, São Paulo

Fonte: Corrêa, Gianesi e Caon (2001)

Nos anos seguintes, foram agregados ao ERP novos sistemas, também chamados de módulos do pacote de gestão. Outras áreas passaram a ser contempladas como a área de finanças, de compras, de vendas, recursos humanos, entre outras. Assim, essas áreas, de conotação administrativa e de apoio à produção, passaram a fazer parte da Era da automação. O ERP (Enterprise Resources Planning), em tradução livre, significa Planejamento de Recursos Corporativos e, no Brasil, era conhecido como SIGE (Sistemas Integrados de Gestão Empresarial). Estes sistemas ganharam muita força na década de 90, entre outras razões, pela evolução das redes de comunicação entre computadores e da disseminação da arquitetura cliente/servidor – microcomputadores ligados a servidores (com preços mais competitivos) e não mais a mainframes. Outra razão deste impulso do ERP, ou SIGE, deve-se ao fato de ser uma ferramenta importante dentro da filosofia de controle e gestão dos setores corporativos. Foi tão grande a expectativa em relação a esta nova ferramenta, no que diz respeito ao seu poder e à sua abrangência, que a segunda metade da década de 90 foi caracterizada pela explosão nas vendas dos pacotes de gestão. Muitas revendas de software e sistemas brasileiras tiveram lucros consideráveis com a venda desses pacotes de gestão como um substituto dos sistemas que poderiam falhar com o bug do ano 2000. Bug é um jargão bastante usado na área de informática para apontar uma falha de programas computacionais que, neste caso (bug do ano 2000), se referia ao problema no processamento da data de dois dígitos nos sistemas dos computadores que estavam previstos para a contagem, apenas, até o ano 1999, ou 99 com dois dígitos. Mas, afinal, o que exatamente é o ERP? ERP, ou SIGE, nada mais é que um sistema que integra todos os sistemas de diferentes setores de uma organização em um único

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sistema. Na década de 90, foi um novo conceito em que os sistemas próprios de cada setor deixavam de existir para se utilizar apenas um único sistema que gerenciava, em processos, todos os dados de uma organização. Com isto, evitava-se a redundância de dados e proporcionava-se maior capacidade de gestão. Resumindo, o SIGE, ou o ERP, de acordo com Laudon (2005), são sistemas de informação que integram todos os dados e processos de uma organização em um único sistema.

Elementos de um sistema ERP Veja alguns elementos de um sistema SIGE, ou ERP: Lista de material (BOM); Controle de estoques; Plano mestre; Compras.

Uma boa descrição desses elementos pode ser obtida através do sítio http:// www.prodel.com.br/conceitoerpmrp.htm da Internet, conforme podemos ver a se-

________________________ guir. ________________________ Lista de material (BOM): ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ [...] é a parte mais difícil e trabalhosa do projeto. Todos os produ________________________ tos da linha de fabricação devem ser “explodidos” em todos os seus componentes, subcomponentes e peças. Um grande número de ________________________ empresas, mesmo já atuando no mercado há anos, não dispõe de ________________________ relação de materiais. Algumas outras dispõem de duas, um para o ________________________ pessoal de custos e outra para a fabricação e compras. Outra dificul________________________ dade é manter atualizada a lista de material, o que normalmente é ________________________ uma atribuição da engenharia. As constantes mudanças na tecnolo________________________ gia e nas exigências do mercado tornam constantes tais alterações. ________________________ Em muitos softwares hoje disponíveis no mercado, essas alterações podem ser facilmente programadas, ficando por conta do software ________________________ efetuar as alterações nas datas previstas. ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ Controle de estoques: ________________________ ________________________ ________________________ [...] a informação sobre os estoques disponíveis são essenciais para ________________________ a operação de um sistema MRP. Como o número de empresas que ________________________ dispõem de sistemas computadorizados de controle de estoques é ________________________ maior que o das que dispõem de um MRP, os softwares mais usuais tratam as duas coisas como módulos do sistema. Assim, tem-se um


ser integrados. Estoques de segurança devem ser contemplados nos sistemas MRP, a fim de absorver eventuais ocorrências não previstas, como greves, inundações, etc.

Plano mestre:

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módulo de estoques e um outro de MRP, que podem, evidentemente,

[...] o plano mestre retrata a demanda a ser atendida, já depurada dos fatores externos. Isto é, aquilo que deve ser efetivamente produzido. Por se tratar de uma previsão, contém as incertezas inerentes ao futuro. Isto posto, o sistema MRP deve contemplar as possibilidades de alteração nas demandas previstas. Aliás, existem sistemas que trabalham em tempo real, ou seja, em resposta a qualquer alteração, seja na demanda, seja no nível de estoques, decorrente, por exemplo, de um recebimento, o sistema atualiza imediatamente todos os dados. Os mais comuns, entretanto, fazem os cálculos periodicamente, em geral uma vez por dia.

Compras: [...] um dos produtos do MRP, como já mencionado, é uma relação dos itens que devem ser comprados. A partir dessa listagem o departamento de compras pode atuar. Com o advento das parcerias, é grande o número de empresas que têm seus sistemas interligados e os pedidos de reabastecimento são feitos diretamente pelo computador. Trata-se do EDI (Electronic Data Interchange) que atualmente está sendo substituído com vantagens pela Internet.

Quais as vantagens do ERP?

Algumas das vantagens da implementação de um ERP, ou SIGE, numa empresa são: elimina a redundância de atividades ou retrabalhos; elimina o uso de dispositivos ou interfaces manuais; funciona como instrumento de planejamento para compras, contratações ou demissões de pessoal, necessidades de capital de giro, necessidades de equipamentos e demais insumos produtivos; otimiza o fluxo e a qualidade da informação dentro de uma organização, trazendo maior eficiência para a mesma; permite fazer simulações, tornando as tomadas de decisões mais ágeis e assertivas;

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reduz a existência de sistemas informais onde informações, muitas vezes, são memorizadas por funcionários, ao invés de constar em registro; redução de incertezas, uma vez que haverá maior confiabilidade de dados; reduz os custos através da possibilidade de realização de cálculos detalhados e do planejamento e otimização do uso de recursos; tempos de resposta mais rápidos em relação ao mercado.

E as desvantagens do ERP?

Algumas das desvantagens dizem respeito à implementação de um sistema ERP numa empresa, como:

a utilização do ERP, por si só, não torna uma empresa verdadeiramente integrada; os altos custos, muitas vezes, não justificam os benefícios; ocorre a dependência do fornecedor do pacote/sistema ou, em alguns casos, do desenvolvedor; a adoção de “melhores práticas” aumenta o grau de imitação e padronização entre as

________________________ empresas de um segmento; ________________________ ocorrem cortes de pessoal e consequentes problemas sociais; ________________________ ________________________ existe a dependência mútua entre os módulos, pois cada departamento depende das ________________________ informações do módulo anterior, sendo, portanto, necessário atualizar, constantemente, ________________________ as informações, uma vez que são em tempo real (on-line), o que ocasiona maior trabalho; ________________________ ________________________ o excesso de controle sobre as pessoas aumenta a resistência a mudanças e pode ge________________________ rar a falta de motivação por parte dos funcionários. ________________________ ________________________ ________________________ De forma geral, assim como o ERP, ou SIGE, podemos dizer que os sistemas de ________________________ informação adequados às organizações e bem implementados trazem alguns benefí________________________ cios como, por exemplo: ________________________ ________________________ ________________________ suporte à tomada de decisões; ________________________ melhores serviços e vantagens competitivas; ________________________ produtos de melhor qualidade; ________________________ ________________________ aumento de rentabilidade; ________________________ menos erros nas informações; ________________________ ________________________ aumento da produtividade; ________________________ redução da carga de trabalho;


maior controle das operações.

Gerenciamento de Cadeia de Suprimentos

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redução de custos;

Outro sistema de apoio à gestão, planejamento e logística de empresas é o SCM (Supplay Chain Management), ou gerenciamento da cadeia de suprimentos, como é conhecido no Brasil. É um sistema desenvolvido para gerir a entrega e a distribuição de produtos e serviços aos seus clientes e consumidores numa rede de organizações. Em outras palavras, ele busca soluções para os problemas de planejamento e execução que dizem respeito ao gerenciamento de uma cadeia de suprimentos. O maior objetivo do SCM é a redução de estoques sem deixar que falte um produto, quando solicitado. Alguns desses sistemas chegam à sofisticação de considerarem os horários de pico de tráfego e vias normalmente congestionadas, para determinarem a rota de menor custo e maior eficiência. Com isto, a entrega realizada por um caminhão, por exemplo, pode ser programada para um horário mais adequado. Além disto, os sistemas SCM também podem tratar não somente dos horários de saída e entrega de produtos, como também das rotas a serem seguidas pelos caminhões, seguindo o exemplo, de forma a otimizá-las. Os sistemas SCM mais sofisticados realizam todos esses processos de definição de rota, horário de entrega, quantidade etc., de forma dinâmica, de maneira que um mesmo pedido de entrega para um mesmo cliente, consumidor ou mesmo fornecedor, pode ser atendido em horários e rotas diferentes no decorrer dos dias. Alguns dos componentes de SCM são:

planejamento, previsão de demanda; determinação de um consenso de previsão para atendimento de demanda; pedidos pendentes ou prometidos (levando em consideração o tempo de duração do atendimento e restrições); otimização da rede de distribuição de produtos em um determinado período (mensal, anual etc.); produção e planejamento de distribuição para cada dia; calendário de produção - para uma locação única, criar um calendário de produção viável - minuto a minuto; planejamento de redução de custos e gerência de desempenho – elaboração de relatórios de controle (contábeis, de qualidade etc.), diagnóstico de indicadores, estratégia e planificação da organização, resolução de problemas em tempo real.

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Assim como o MRP, o MRP-II, o ERP, o SCM é mais um sistema gerencial de grande auxílio à administração e gestão de grandes empresas. Naturalmente, existem diversos outros sistemas gerenciais, mas estes são os mais conhecidos e que podem dar uma boa visão de sua abrangência e importância.

SÍNTESE Como vimos nesta aula, o software, ou logiciário, é um conjunto de instruções lógicas, digitais, inerentes ao tratamento eletrônico (digital) de informações (dados, bits, palavras etc.) para a apresentação de um resultado. Você conheceu alguns tipos de softwares e suas formas de uso, bem como alguns exemplos de sistemas gerenciais. Aprendeu que um sistema gerencial é o elemento de TI que permite a integração e o cruzamento de dados, processos e informações, que apresenta os resultados desejados quando bem aplicado e é isto que o diferencia dos softwares. Todavia, a integração e o cruzamento de dados e informações requerem, via de regra, uma grande quantidade de volume de dados que devem ser armazenados de forma que possam ser corretamente acessados pelos sistemas e softwares com a maior agilidade possível. Para isso, é necessário um sistema específico, com características específicas, que seja responsável por essa tarefa de grande importância e volume

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operacional. Este será o principal enfoque que veremos sobre administração de sistemas de informação.

QUESTÃO PARA REFLEXÃO Quais são os maiores desafios que uma administração enfrenta para montar e utilizar um sistema de informação?

LEITURA INDICADA PADOVOZE, Clóvis Luís. Sistemas de informações contábeis: fundamentos e análise. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

SITES INDICADOS http://www.prodel.com.br/conceitoerpmrp.htm http://www.microsoft.com/portugal/pe/themes/build-your-business/what-can-crmdo-for-your-business.mspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/Database/datamodel/index.html http://news.cnet.com; http://glufke.net/oracle/


PARTE-1; http://pt.wikipedia.org/wiki/Erp; http://pt.wikipedia.org/wiki/Software

REFERÊNCIAS

99 sistemas de informações gerenciais

http://javafree.uol.com.br/artigo/1356/Acessando-banco-de-dados-em-Java-

CORRÊA, Henrique L; GIANESI, Irineu G. N; CAON, Mauro. Planejamento, programação e controle da produção MRPII/ERP. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

CHOPRA, S; MEINDL, P. Supply chain management: strategy, planning, and operation. New Jersey: Prentice Hall, 2001.

LAUDON, C. Kenneth; LAUDON, Jane P. Sistemas de informação gerenciais: administrando a empresa digital. São Paulo: Prentice Hall, 2005.

SIMCHI-LEVI, D; KAMINSKY, P; SIMCHI-LEVI, E. Designing and managing the supply chain: concepts, strategies, and case studies. Boston: McGraw-Hill, 2000.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Software

http://www.prodel.com.br/conceitoerpmrp.htm

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Autor: Manoel Joaquim Fernandes de Barros

“Se você acha a educação cara, experimente o custo da ignorância”

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AULA 08 - MÉTODO DE TRANSPORTE

Derek Curtis Bok, Educador.

Olá! O desenvolvimento da área de administração de sistemas de informação é epistemologicamente recente, apesar de vasto e representativo pelo impacto desta tecnologia no mundo moderno. Neste sentido, ela continua a se ampliar, produzindo soluções especializadas como a que veremos nesta aula.

Modelagem de Problemas de Transporte. Apesar de, como asseveramos, o método simplex ser aplicável a quase todas as naturezas de problemas de pesquisa operacional, alguns algoritmos foram desenvolvidos visando tornar mais eficiente a solução de problemas de programação linear ________________________ específicos. O primeiro problema, que apresentamos agora, está relacionado à decisão ________________________ de logística. O método de transporte é um caso especial de modelo linear que pode ________________________ ser resolvido por método simplex, contudo o algoritmo que demonstraremos utiliza ________________________ de técnicas que tornam esta solução mais rápida, por conter uma análise de caminho ________________________ crítico mais otimizada. Para podermos analisá-la, tomemos o problema de logística a ________________________ seguir:

Uma empresa dispõe de quatro fábricas de produtos, que denominaremos Origens, com disponibilidade, respectivamente de 11, 19, 13 e 14 unidades de produtos a serem transportados para os seus três pontos de distribuição. Em tais pontos, aqui denominados Destinos, identifica-se a necessidade de recebimento de, respectivamente, 9, 31 e 17 produtos. Os custos unitários de transporte destes produtos, a partir da origem 1 para cada um dos destino, tem o valor de $7, $4, $9; a partir da origem 2, tem o valor de $14, $11, $2; a partir da origem 3, tem o valor de $8, $10, $4; e, finalmente, a partir da origem 4, tem o valor de $9, $7, $3. Qual é a melhor de decisão de transporte que poderemos tomar neste caso?

Este problema pode ser representado de forma linear através de um sistema de equações. Para tanto, devemos considerar as questões de modelagem. Em primeiro lugar, o objetivo, neste caso, é a minimização do custo de transporte. Em seguida, as restrições do modelo, que, no problema em tela, são de duas naturezas, a representada pela obrigação de transportar as disponibilidades de produtos das origens e a

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representada pela obrigação de receber as necessidades de produtos no destino. Por fim, as variáveis de decisão que são outorgadas ao administrador são exatamente as decisões da quantidade de transporte a ser realizada de cada origem para cada destino. Matematicamente, o modelo pode ser representado como a seguir:

Restrição de Origem

Restrição de Destino

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Restrição de não negatividade

Como podemos observar, trata-se evidentemente de um problema fundamental de programação linear, passível de ser resolvido pelo método simplex. Contudo, o método de transporte apresenta um algoritmo capaz de otimizar a decisão com um número menor de cálculos e iterações. Para podermos analisá-lo dessa forma, o método prevê a representação gráfica do modelo através de uma tabela, onde passaremos a realizar os cálculos para sua decisão ótima. Nesta tabela, as quatro origens estão descritas nas linhas, com as respectivas disponibilidades de produtos a serem transportados. Nas colunas, encontramos as necessidades de recebimentos de produtos para os três destinos. Na intersecção entre linhas e colunas, estão descritas as tarifas unitárias de transporte, que correspondem à descrição da função objetivo e ao coeficiente de suas variáveis. Confira os dados na tabela a seguir.


algoritmo de transporte. Coincidente com o método simplex, iniciaremos o cálculo gerando uma solução básica inicial capaz de satisfazer as restrições de disponibilidade e necessidades de transporte. Para tanto, dois mecanismos se apresentam. Consideraremos, em primeiro lugar, o método do Canto Noroeste.

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De posse da tabela acima, podemos iniciar o procedimento para operação do

Método do Canto Noroeste Esta técnica de geração de uma solução básica inicial possui uma sequência de procedimentos simplificados, exatamente porque leva em conta para a solução apenas os critérios de alocação do sistema, dispensando considerações sobre o custo de transporte. Tal metodologia é bastante conveniente para os casos em que há coincidência entre as tarifas de transporte ou o critério de rapidez de decisão for imperativo, comparativamente aos benefícios de considerações de custo. Seu critério de seleção de decisão de transporte impõe o lançamento máximo de produtos a serem transportados a partir da célula localizada no canto superior esquerdo da tabela, no caso da origem 1 para o destino 1, decorrendo daí a denominação de método do Canto Noroeste. Tal alocação deve obedecer ao limite máximo entre a disponibilidade de produtos na origem considerada para transporte e a necessidade no destino da célula indicada. No exemplo abaixo, o valor seria o de 9 produtos trans- ________________________ portados. Depois de realizada a alocação, deveremos subtrair o valor transportado ________________________ tanto do valor das disponibilidades da origem 1 como do destino 1. Procedendo desta forma, verificamos que o destino 1 não admite mais transportes, uma vez que toda a sua cota de necessidade de produtos já foi atingida, contudo a origem 1 ainda dispõe de produtos a serem transportados. Devemos, portanto, reiniciar o processo de alocação, agora tomando a quantidade de produtos restantes na origem 1 para o destino 2, também buscando realizar o máximo transporte possível. O processo deverá ser continuado até que todas as disponibilidade e necessidades estejam zeradas, quando se considerará a decisão de transporte concluída.

Método de Voguel Outra forma de gerarmos uma solução básica inicial do modelo de transporte pode ser conseguida através do Método de Voguel. O método apresenta uma estratégia mais trabalhosa de tomada de decisão em transporte, uma vez que leva em consideração o cálculo da maior diferença entre as menores tarifas do modelo para optar pelo menor custo e descartar as tarifas mais altas. Tal estratégia, no que pese não ter a agilidade do método do Canto Noroeste, uma vez que orientado por custo de tarifas, tende necessariamente a produzir uma solução inicial básica mais barata e, portanto,

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mais próxima da decisão ótima. Para conhecê-lo melhor, consideremos novamente o caso em estudo. O algoritmo proposto impõe realizarmos o cálculo da diferença entre os menores custos de tarifas disponíveis em cada linha e coluna da tabela de transportes. Ao final, devemos escolher o transporte naquela linha ou coluna onde tivermos a maior diferença entre tarifas e realizar a maior alocação de transporte na menor tarifa disponível.

Realizando o máximo transporte possível para a decisão selecionada de O2 para D3, teremos:

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Com a decisão, o destino 3 teve as suas necessidades de produtos atendidas. Cabe, então, para o próximo passo do algoritmo, retirá-lo do cálculo das diferenças entre tarifas, para que a decisão de transporte para este destino não seja mais considerada. Feito isto, realizamos o novo cálculo para encontrar a próxima decisão de transporte.

Neste caso, obtivemos duas opções de alocação de transporte que atendem à maior diferença entre as tarifas, linha da origem 1 e coluna do destino 2. Deveremos, então, escolher a menor tarifa entre as duas opções apresentadas para fazermos o transporte, ou seja, a decisão de transporte da origem 1 para o destino 2. Realizando o máximo transporte, teremos:


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Com a decisão, o origem 1 teve as suas disponibilidades de produtos transportadas. Cabe, então, para o próximo passo do algoritmo, retirá-lo do cálculo das diferenças entre tarifas, para que a decisão de transporte para esta origem não seja mais considerada.

Realizando o máximo transporte possível para a decisão selecionada de O4 para ________________________ D2, teremos: ________________________

Com a decisão, o origem 4 teve as suas disponibilidades de produtos transportadas. Cabe, então, para o próximo passo do algoritmo, retirá-lo do cálculo das diferenças entre tarifas, para que a decisão de transporte para esta origem não seja mais considerada.

Realizando o máximo transporte possível para a decisão selecionada de O3 para D1, teremos

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Com a decisão, o destino 1 teve as suas necessidades de produtos atendidas. Cabe, então, para o próximo passo do algoritmo, retirá-lo do cálculo das diferenças entre tarifas, para que a decisão de transporte para este destino não seja mais considerado. Contudo, perceba que, ao procedermos desta forma, somente restam as disponibilidades do destino dois a serem atendidas. Nesta situação, o próximo cálculo da diferença entre as tarifas não é necessário, bastando apenas realizar o transporte das origens disponíveis para o destino restante.

Algoritmo de Otimização do Método de Transporte ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________

De posse das soluções básicas iniciais, passemos, agora, a desenvolver o algoritmo para otimização do modelo de transporte, que permitirá chegar ao custo mais barato desta decisão. Calculemos, inicialmente, para fins de acompanhamento da otimização do processo, o custo da decisão que tomamos pelo Método do Canto Noroeste, que, como não utiliza critério de custo, como no caso do Método de Voguel, deverá gerar uma decisão não otimizada neste critério. Para tanto, multipliquemos o valor da decisão de transporte tomada pela sua respectiva tarifa.

Vamos, agora, aplicar o algoritmo de otimalidade, inicialmente para avaliar se a decisão tomada pelo Canto Noroeste poderá ser melhorada. Para tanto, iniciaremos essa verificação colocando os valores da função objetivo em termos dos valores das restrições impostas pelo modelo. Realizaremos esse intento, primeiramente, construindo uma tabela onde faremos a transferência daqueles valores de tarifa equivalentes à decisão de transporte existente.


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Em seguida, o algoritmo zera o primeiro valor de restrição, neste caso, a disponibilidade de O1. Para calcular a próxima restrição, subtraímos o valor do custo da tarifa da linha da disponibilidade O1 pelo valor da restrição desta linha e chegamos ao valor da necessidade das colunas onde estas tarifas se encontram, no caso, D1 e D2. Acompanhe no exemplo a seguir:

Procedemos desta forma iterativa, até que todos os espaços de disponibilidades e necessidades estejam preenchidos completamente com os novos valores.

Finalmente, os espaços em branco das decisões não consideradas inicialmente, portanto variáveis que não estão na função objetivo, também deverão ser preenchidos. Utiliza-se o mesmo princípio, qual seja tomar o custo da tarifa da decisão e subtraí-lo dos valores calculados nas restrições de disponibilidade e necessidade.

Deveremos tomar este último cálculo para verificação da possibilidade de melhorar a decisão. Para tanto, basta verificarmos a presença de resultados negativos: no nosso caso, temos em O2 para D3, o valor -3; em O3 para D1, o valor -5; em O4 para D1, o valor -3 e em O4 para D2, o valor -2. A existência desses valores representa a existência de decisões com tarifas melhores do que as escolhidas, que poderão, portanto,

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diminuir o custo do transporte a ser realizado. Deveremos, então, escolhendo o valor mais negativo, no caso o de O3 para D1, chamada de variável pivot (VP) e coincidente com a nova menor tarifa, proceder ao máximo transporte neste ponto, para obter uma melhor decisão que a anterior. Para realização desse transporte, utilizaremos a técnica do circuito de transporte, que permitirá que, fazendo essa alocação, realizemos um circuito de compensações nas decisões adjacentes, de modo a manter o total delas compatibilizado com as restrições de disponibilidade e necessidade. Como podemos observar na tabela a seguir, o circuito poderá ser formado compensando o valor de VP nas células de decisão adjacentes.

Finalmente, devemos arbitrar o valor de VP neste circuito, como sendo o maior valor que não torne o circuito negativo. Para tanto, teremos VP = 9. Desta forma, substituindo VP pelo valor indicado e realizando todos os cálculos propostos acima, teremos uma nova decisão de transporte.

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Como podemos perceber, o circuito manteve a nova decisão de transporte balanceada em relação às restrições de disponibilidade e necessidade do sistema. Para sabermos, no entanto, se esta decisão representa uma decisão mais econômica que a anterior, passemos ao seu cálculo.

Temos, portanto, a geração de uma decisão 11,56% mais barata que o plano de transporte anterior. Observe que esta decisão foi conseguida matematicamente, ou seja, não decorreu do acaso, da observação da concorrência, do histórico do negócio, ou de outras referências que costumam ser utilizadas no cotidiano de algumas organizações. Contudo, para nos asseverarmos de que esta, apesar de uma melhor decisão que a anterior, se constitui, realmente, na melhor decisão, precisamos aplicar o algoritmo de transporte. Caso surjam novos valores negativos na função objetivo, o modelo deverá ser novamente otimizado. Façamos, então, a verificação.


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Como o cálculo resultou em coeficientes negativos para as variáveis de decisão, devemos tomar aquele de maior valor negativo, destacado em negrito, para realizar o máximo transporte através de um circuito de compensações.

Para o circuito apresentado, o máximo transporte é representado pelo maior

valor de VP que não gere, na operação do circuito, um coeficiente negativo - neste ________________________ caso, VP = 3. Operando o circuito, teremos a nova solução a seguir:

Para sabermos, no entanto, se esta decisão representa uma decisão mais econômica que a anterior, passemos ao seu cálculo.

Temos, portanto, a geração de uma decisão 2,36% mais barata que o plano de transporte anterior. Para nos asseverarmos de que esta, apesar de uma melhor decisão que a anterior, se constitui, realmente, na melhor decisão, apliquemos o algoritmo de transporte, para verificar se surgem novos valores negativos na função objetivo. Em caso positivo, poderemos otimizá-lo.

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Como o cálculo resultou em coeficientes negativos para as variáveis de decisão, devemos tomar aquele de maior valor negativo, destacado em negrito, para realizar o máximo transporte através de um circuito de compensações.

________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________

Para o circuito apresentado, o máximo transporte é representado pelo maior valor de VP que não gere, na operação do circuito, um coeficiente negativo - neste caso, VP = 14. Operando o circuito, teremos a nova solução abaixo:

Para sabermos, no entanto, se esta decisão representa uma decisão mais econômica que a anterior, passemos ao seu cálculo.

Temos, portanto, a geração de uma decisão 22,58% mais barata que o plano de transporte anterior. Para nos asseverarmos de que esta, apesar de uma melhor decisão que a anterior, se constitui, realmente, na melhor decisão, apliquemos o algoritmo de transporte, para verificar se surgem novos valores negativos na função objetivo. Em caso positivo, poderemos otimizá-lo.


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Como o cálculo não resultou em coeficientes negativos para as variáveis de decisão, fica demonstrado que encontramos a decisão ótima para o mínimo custo alcançado. Esta decisão representou, em relação ao custo inicial, uma economia de praticamente 40%. Esta diferença, como podemos notar, pode representar um grande diferencial competitivo em termos de um mercado em desenvolvimento ou uma vantagem comparativa necessária para se ter acesso a mercados consolidados.

Operação com Sistemas Balanceados Uma limitação importante do algoritmo do método de transporte está relacionada à sua imposição de só operar com sistemas balanceados. Neste sentido, deveremos sempre manter a quantidade de produtos a serem transportados da origem igual ao de unidades necessárias no destino. No caso de um sistema desbalanceado, veja como devemos proceder.

Na situação proposta, temos um sistema desbalanceado, uma vez que a disponibilidade de 52 produtos na origem é menor do que a necessidade de 67 produtos no destino. Para superarmos essa limitação, o balanceamento do sistema se dá pela introdução de uma origem ou destino auxiliar naquele item que está com déficit quantitativo; no nosso caso, precisamos inserir uma origem auxiliar. Nesta nova origem, o valor da disponibilidade passará a representar a diferença necessária para balancear o sistema. Nos campos reservados à tarifa, deveremos indicar o valor zero, de forma a executarmos a alocação prioritária a partir dessa origem, liberando o sistema em seguida para as alocações restantes.

De posse do novo sistema balanceado, realizamos a otimização do transporte

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conforme o algoritmo anterior. Ao final, devemos nos lembrar de descartar as decisões de transporte ligadas à origem auxiliar, uma vez que esta não representa uma possibilidade de transporte no mundo real.

Maximização de um modelo de transporte O algoritmo de transporte foi projetado para trabalhar especialmente com foco na minimização de decisões de logística. Eventualmente, contudo, os dados do problema nos oferecem informações de rentabilidade das rotas, quando, então, deveremos trabalhar para a maximização do resultado do modelo. Para tanto, precisamos transformar o modelo com uma matriz simétrica complementar, cuja minimização produzirá a decisão de maximização da matriz original. Neste caso, veja como proceder no modelo abaixo:

________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________

Tomando a matriz apresentada, para produzir a sua simétrica complementar, trabalhamos apenas com as tarifas, uma vez que são estes coeficientes que são os determinantes da decisão de transporte, para qualquer valor de restrições. Inicialmente, bastará que identifiquemos o maior valor entre as tarifas, destacado em negrito, para, em seguida, substituirmos todos os valores das outras tarifas pela diferença em relação ao valor escolhido. Acompanhe a seguir:

O modelo resultante representa a matriz simétrica complementar da matriz inicial. Isto pode ser facilmente verificado, através da constatação de que as menores tarifas no novo modelo representam os maiores coeficientes no modelo anterior e vice-versa. Confira a seguir:


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De posse deste novo modelo, aplica-se o algoritmo de transporte conforme orientado anteriormente. A solução de minimização deste modelo gerará necessariamente a maximização do modelo simétrico complementar original.

Impossibilidade de Transporte Uma última imposição que pode ser utilizado no algoritmo de logística referese à representação de uma impossibilidade de transporte. No mundo real, podemos ser compelidos a sustar determinadas opções de decisão, em função de imposições do tipo: acordos comerciais, rota bloqueada por condições meteorológicas severas, legislação regulatória de mercado etc. Em todos estes casos, precisamos impedir que tal decisão de transporte seja considerada para fins de otimização do modelo. Neste caso, considere o sistema abaixo, onde necessitamos impedir a decisão de transporte ________________________ de O3 para D2, impossibilitada por acordo comercial. ________________________

________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ A alternativa será a substituição do valor da tarifa por um valor maior que todos ________________________ os valores disponíveis na tabela. Veja como representar esta condição no coeficiente ________________________ destacado em negrito na tabela abaixo: ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ Neste caso, a algoritmo de transporte não fará a opção por esta decisão, uma ________________________ vez que haverá sempre alguma tarifa mais econômica para a decisão ótima.


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Vimos, assim, uma aplicação específica de programação linear aplicada a problemas de logística. Nos próximos estudos, discutiremos mais alguns casos especiais.

SÍNTESE Através do método de transporte, o gestor aprende a tomar decisões técnicas na área de logística. Sua representação, para qualquer número de variáveis, poderá ser otimizada através de um algoritmo que reduz as iterações necessárias à melhor solução. Adicionalmente, verificamos como proceder para normalizar os dados para o cálculo em caso de desbalanceamento do sistema, maximização ou impossibilidade de transporte. Seguiremos verificando outras opções de tratamento matemático para questões administrativas.

QUESTÃO PARA REFLEXÃO Em que natureza de empreendimentos a rentabilidade de rotas deverá ser considerada para o uso do método de transporte?

________________________ ________________________ ________________________ LEITURA INDICADA ________________________ ________________________ PEDROSO, Marcelo Caldeira; CORRÊA, Henrique Luiz. Sistemas de programação da produção com capaci________________________ dade finita: uma decisão estratégica? Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v.36, n.4, p.60________________________ 73, 1996. Disponível em: <http://era.fgv.br/>. Acesso em: 12 jun. 2012. ________________________ ________________________ ________________________ SITE INDICADO ________________________ ________________________ OR - Operational Research Society ________________________ http://www.orsoc.uk/home.html ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ REFERÊNCIAS ________________________ ________________________ TAHA, Hamdy. Pesquisa operacional: uma visão geral. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. Disponível ________________________ em: <http://unifacs.bv3.digitalpages.com.br/reader>. Acesso em: 12 jun. 2012. ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________


MENTO DE DADOS

Autor: Max Cavazini Penna de Carvalho, adaptada por Manoel Joaquim Fernandes de Barros

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AULA 09 - ARMAZENAMENTO E GERENCIA-

Como vimos, nas nossas aulas, os sistemas gerencias são importantes ferramentas no auxílio à administração e gestão de recursos. Contudo, essas tarefas demandam grandes quantidades de armazenamento de dados e uma maneira apropriada para o correto acesso. Esse acesso, por sua vez, requer certa complexidade, que veremos a seguir.

ARMAZENAMENTO E GERENCIAMENTO DE DADOS Em grande parte, a implantação das ferramentas e do ambiente de informática em organizações e empresas ocorre de forma evolutiva e gradual. De acordo com a implementação do uso e do estabelecimento da informática nas organizações, novas funções vão sendo incorporadas. Para ilustrar, vamos considerar o exemplo de uma suposta indústria que se divi- ________________________ de em três áreas primordiais: ________________________ Vendas Concentra as atividades relativas ao contato com clientes, fornecimento de cotações, vendas propriamente ditas e informações sobre a disponibilidade de produtos.

Produção Refere-se às atividades relativas à produção em si de um produto Y, assim como ao planejamento e controle da produção.

Compras Esta área possui as funções de concentrar as atividades relativas à aquisição dos insumos necessários à produção, cotações de preços junto a fornecedores, compras e acompanhamento de fornecimentos etc.

Neste exemplo ilustrativo, existem dados comuns que são utilizados por todas as áreas citadas (Vendas, Compras e Produção). Dados que são necessários ao planejamento da produção também são utilizados pelo setor de Compras, que necessita saber que componentes e insumos devem ser adquiridos para o que foi planejado pela área de produção. Já o setor de vendas também precisa conhecer dados da Produção, como, por exemplo, seu estoque atual, seu prazo de fabricação etc.

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Se cada uma das áreas acima for informatizada de forma separada, sem considerar a informatização das demais, pode ocorrer que, para cada uma delas, seja criado um arquivo separado de produtos (ver Figura 1). Figura 1 – Sistemas isolados

Fonte: Heuser (1998, p. 2)

Se a indústria em questão adotar este modelo representado pela Figura 1, um dos primeiros problemas a surgir é a redundância de dados. Há duas formas de redundância de dados:

A redundância controlada de dados e A redundância não controlada.

A redundância de dados que ocorre sem controle permite que uma determinada informação seja representada no ambiente de informática, várias vezes desnecessariamente ou sem um propósito. A redundância controlada de dados acontece quando um software ou sistema tem conhecimento e recursos para garantir a sincronia entre as diversas áreas. Do ponto de vista do usuário externo a um sistema de informação, nesta situação, tudo acontece como se existisse uma única fonte de dados. Essa forma de redundância pode ser utilizada para, por exemplo, melhorar o desempenho global de um sistema de informação e garantir a recuperação de informações em caso de problemas em uma das bases de dados. Sistemas Distribuídos são exemplos em que uma mesma informação é armazenada em vários computadores de forma a permitir o acesso rápido a partir de qualquer um deles. Em caso de falhas em um desses computadores, os demais garantirão o


A redundância não controlada de dados deve ser evitada, pois traz consigo vários tipos de problemas como:

Duplicação de esforços

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acesso e o resgate das informações buscadas.

É o caso, por exemplo, das redigitações. Além de um esforço desperdiçado, induz-se a erros.

Redundância e Desperdício de espaço Isto ocorre quando uma mesma informação é armazenada duas ou mais vezes de forma independente. No hipotético caso da indústria, citado anteriormente, haveria redundância de dados, se informações de um produto X, por exemplo, fossem digitados em todos os diferentes setores (Vendas, Produção e Compras) de forma independente, sem que houvesse a interação dos mesmos. Isto traria a exigência de trabalho desnecessário (no caso, a redigitação) e poderia resultar em erros de transcrição.

Inconsistências de dados Este tipo de efeito indesejado ocorre quando a responsabilidade por manter a sincronia entre as informações redundantes passa a ser do usuário. Com isso, pode ocorrer que uma representação de informação seja modificada, sem que as demais representações sejam. Assim, em outras palavras, as fontes de dados ou informações (base de dados) adquirem inconsistências.

A solução para evitar a redundância não controlada de informações é, sem dúvida, o compartilhamento de dados. Desta forma, cada dado é inserido uma única vez, sendo acessado pelos vários sistemas que dele necessitam (ver Figura 2). Esse dado pode ser armazenado em mais de um repositório, mas é inserido uma única vez e, de forma sincronizada, é replicado para todos os repositórios (base de dados) envolvidos. Assim, ao conjunto de arquivos integrados que atendem a um conjunto de sistemas dá-se o nome de Banco de Dados (BD). Figura 2 – Informação integrada de departamentos

Fonte: Heuser (1998, p. 4)

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Os benefícios proporcionados às empresas e organizações pelo uso dos sistemas de informação são patentes e quase obrigatórios às mesmas nos dias atuais. Contudo, a utilização e a implantação desses sistemas de informação requerem um armazenamento de dados ou informações, de forma geral, em grandes quantidades. Como dito, o armazenamento dos dados utilizados pelos sistemas de informação é feito em repositórios, mais conhecidos como BANCO DE DADOS ou BASE DE DADOS, que também pode ser definido, de acordo com o dicionário Aurélio, como: “um conjunto organizado de informações afins, armazenadas com o objetivo de consulta ou utilização posterior” (FERREIRA, 1999, p. 295). Assim, se, por exemplo, armazenarmos algumas informações como o nome, o RG, a idade e o telefone de todos os clientes de uma empresa qualquer, teremos montado, então, um banco de dados (BD) relativo aos clientes dessa empresa. Nesse caso, esse BD pode se chamar, por exemplo, “bd_cliente” (nomenclatura normalmente usada), que pode ser um arquivo ou uma tabela com todas essas informações mencionadas. Resumindo, um BD representa uma fonte de dados de onde informações são derivadas, possui um nível de interação com eventos que ocorrem no mundo real e com uma audiência que está interessada em seu conteúdo.

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Um pouco de história sobre os bancos de dados Muitos afirmam que a história do banco de dados começou em 1957, quando o Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América – DoD inaugurou a Conferência sobre as Linguagens de Sistemas de Dados (originalmente, em inglês, Conference on Data Systems Languages) ou simplesmente CODASYL. Seu propósito era o de desenvolver linguagens de programação de computador. A CODASYL ficou famosa, inclusive, pela criação da linguagem de programação COBOL, mas o que muitos não sabem é que a CODASYL também foi responsável pela criação do primeiro banco de dados de um ambiente computacional. Desta conferência, outras, também promovidas pelo DoD, advieram e, em junho de 1963, o termo DATABASE (do inglês, banco ou base de dados) foi concebido e definido como segue: “Um conjunto de arquivos (tabelas), onde um arquivo é uma coleção ordenada de registros (linhas), e um registro consiste em uma ou mais chaves e dados”.

Banco de Dados = Conjunto de Tabelas; Tabela ou Arquivo = Conjunto de Registros; Registro ou Tupla = Conjunto de Campos; Campo ou Atributo = Conjunto de Caracteres e Caracter = Alfa-Numéricos ou Símbolos.

No decorrer das décadas de 50 e 60, os mecanismos de armazenamento e de


senvolvedores ainda armazenava dados em arquivos de texto que possuíam estruturas próprias e variadas. Tais arquivos eram normalmente formados por campos de tamanho fixo e o acesso aos mesmos não requeriam mais do que as operações de leitura e escrita. Essa metodologia de armazenamento e acesso aos dados deixava muito a desejar, pois as aplicações eram obrigadas a “conhecer” e estar de acordo com a estrutura

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acesso a dados eram bastante rudimentares. Nessa época, a grande maioria dos de-

dos arquivos do BD e de diversas referências correlatas. Em outras palavras, qualquer mudança necessária, como a inserção de um novo campo de consulta, por exemplo, requereria uma série de trabalhosos ajustes nas aplicações ou programas que faziam a interface com os usuários. Além disso, essas aplicações ou esses programas só poderiam ser alterados por aqueles que a desenvolveram e que, por conseqüência, eram os únicos conhecedores da estrutura ou do leiaute dos arquivos. A realização de alterações por outros programadores ou desenvolvedores era possível, mas muito difícil, trabalhosa e praticamente inviável. Devido ao exposto e a muitas outras razões, tornou-se necessária a criação de um tipo de aplicação integrada que fosse capaz de sanar as mencionadas dificuldades. Assim, surgiu o Sistema de Gestão de Bases de Dados, mais conhecido como Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados ou simplesmente SGBD, que funciona como uma camada intermediária entre o BD e as aplicações e os programas. O SGBD é uma coleção de programas que permite ao usuário definir, construir e manipular Bancos de

________________________ ________________________ gar de tornar transparente algumas operações que seriam de grande esforço para os ________________________ programadores e desenvolvedores de aplicações e sistemas correlatos. ________________________ ________________________ Figura 3 – Sistema de Base de Dados. ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ Fonte: Adaptação de http://espacoinfo.net/o-que-e-sgbd-bd-ii/ ________________________ ________________________ Usualmente, é o Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD) que ________________________ gerencia, mantém e faz os acessos a um banco de dados e é isto que ocorre com a ________________________ Dados para as mais diversas aplicações. A partir de então, o SGBD passa a se encarre-

esmagadora maioria dos bancos de dados, hoje.


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Alguns dos SGBD mais conhecidos são:

sistemas de informações gerenciais

Microsoft SQL; Oracle; MySQL.

Ao conjunto do SGBD e do BD dá-se o nome de Sistema de Banco de Dados ou SBD (Figura 3) e, muitas vezes, o termo banco de dados é usado como sinônimo do SGDB ou do SBD. Para tentar deixar mais claro o papel de cada um desses elementos (SGBD e BD), pode-se dizer que: Definir um BD envolve a especificação e a descrição detalhada dos tipos de dados a serem armazenados como, por exemplo, dados de clientes, informações de produto etc.; Construir um BD é o processo de armazenamento dos dados em si em um determinado meio físico (hardware), que é controlado pelo SGBD; Manipular um BD inclui uma série de funções para se realizar operações de consulta, atualizações e remoções de dados do BD. Funções realizadas, normalmente, por um SGBD.

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Compreendido estes aspectos do desenvolvimento da tecnologia de banco de dados, passemos agora a suas aplicações.

A importância do Sistema de Banco de Dados

Fonte: http://www.sxc.hu

Para ilustrar a importância de um SBD em um ambiente de tecnologia ou sistemas de informação de uma organização, podemos dizer que a falta de um gerenciamento de dados em um ambiente assim, equivale, metaforicamente falando, à compra de um automóvel convencional com apenas três rodas. Até seria possível se deslocar com ele, mas certamente não seria possível se alcançar grandes distâncias. Afinal, um SBD permite:


Manipular e acessar os dados com eficiência; Fornecer acesso aos dados com facilidade para diversos usuários e sistemas, ou serviços de uma rede de computadores.

A partir destas considerações sobre aplicações, vejamos agora de que forma

121 sistemas de informações gerenciais

Centralizar dados;

está desenvolvida a taxonomia desta tecnologia.

Classificação dos Bancos de Dados Normalmente se classifica um banco de dados de acordo com a forma que seus dados são vistos pelo usuário, ou seja, o seu modelo de dados. Assim, atualmente, a classificação mais comum refere-se a quatro modelos básicos, que são subdivisões do modelo navegacional:

Modelo Hierárquico Modelo em Redes Modelo Relacional Modelo Orientado a Objetos

Ainda existem outros modelos menos usuais como:

Modelo de Entidades e Relacionamentos Modelo de lista invertida Modelo Relacional Estendido Modelo Semiestruturado

Sem dúvida, o modelo de dados mais adotado hoje em dia é o modelo relacional, em que as estruturas têm forma de tabelas, compostas por tuplas (linhas) e colunas.

Transação Uma transação, em um banco de dados, é uma operação na qual cabem alguns esclarecimentos e definições para melhor entendimento do assunto e de alguns aspectos correlatos. Uma transação pode ser entendida como um conjunto de procedimentos executados num banco de dados que, para o usuário (neste caso, o usuário pode ser uma pessoa ou um serviço, um processo), é visto como uma única ação.

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A integridade de uma transação depende de quatro propriedades conhecidas como ACID. Atomicidade Consistência Isolamento Durabilidade

Vejamos o que é cada uma destas propriedades:

Atomicidade Em ciência da computação, é uma operação ou um conjunto de operações em uma base de dados ou em qualquer outro sistema computacional, que deve ser executada de forma completa, em caso de sucesso. Caso haja qualquer ação que se constitua em uma falha, a transação deve ser desfeita (rollback). Quando todas as ações são efetuadas com sucesso, a transação pode ser efetivada (commit). Um exemplo clássico para a necessidade de uma “transação atômica” é a transferência entre duas contas bancárias. Se houver uma falha no computador responsável pela operação, que, por

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exemplo, é desligado por falta de energia no momento de uma transferência de valores de uma conta “A” para uma conta “B”, espera-se que o saldo de ambas as contas não seja alterado, pois, devido à falha ocorrida, a transação não foi completada com sucesso. Neste caso, devem ser utilizados sistemas que suportam transações atômicas.

Consistência Esta propriedade possui dois aspectos: a consistência do banco dados e a consistência da própria transação.

A consistência implica em dados e informações íntegras. Para esta propriedade, nenhuma operação de transação num banco de dados pode ser parcial. O status de uma transação deve ser implementado na íntegra. Por exemplo, um pagamento de conta bancária não pode ser efetivado se o processo que faz o débito do valor na conta corrente do usuário não for efetivado antes e vice-versa. As informações do pagamento e do débito da conta bancária devem estar consistentes.

Isolamento Cada uma das transações funciona completamente à parte de outras transações, de maneira isolada. Contudo, todas as operações são parte de uma transação única. Nenhuma outra transação, operando no mesmo sistema, poderá interferir no


lizar os resultados parciais das operações de uma transação em andamento (WIKIPEDIA, 2012).

Durabilidade Os resultados de uma transação são sempre permanentes e podem ser desfei-

123 sistemas de informações gerenciais

funcionamento da transação corrente. Outras transações, também, não podem visua-

tos unicamente por uma transação subseqüente. Todos os dados e status relativos a uma transação devem ser armazenados num repositório permanente, não devendo ser passíveis de falhas por problemas de hardware, por exemplo (WIKIPEDIA, 2012). Na prática, alguns SGBD relaxam na implementação desta propriedade buscando desempenho. Ainda existe outra questão, diretamente relacionadas a estas propriedades, no que tange ao Controle de Concorrência. Este é um método usado para garantir que as transações são executadas de uma forma segura, segundo as regras ACID. Os SGBD devem ser capazes de assegurar que nenhuma ação de transações completadas com sucesso seja perdida ao desfazer transações abortadas. Uma transação é uma unidade que deve preservar sua consistência. Isto requer que qualquer escalonamento produzido ao se processar um conjunto de transações concorrentemente seja computacionalmente equivalente a um escalonamento produzido executando essas transações

serialmente em alguma ordem. Um sistema que garante esta propriedade assegura a ________________________ seriabilidade. (WIKIPEDIA, 2012)

SÍNTESE Como vimos nesta aula, o armazenamento e a forma de armazenamento são pontos de grande importância para a implementação de sistemas devido a toda complexidade envolvida. Certamente, também houve uma grande evolução nesta área, que abriu o campo para novas aplicações, como veremos nas aulas seguintes.

QUESTÃO PARA REFLEXÃO Quais são os maiores desafios que uma administração enfrenta para montar e utilizar um sistema de informação?

LEITURAS INDICADAS LEARNING, Solid Quality: Microsoft SQL server 2005: técnicas aplicadas - passo a passo. Porto Alegre: Bookman Companhia Editora LTDA, 2007. RAMAKRISHNAN, R; GEHRKE, J. Database management systems. 2. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2000.

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SITES INDICADOS http://www.sirmacstronger.eti.br/introdbd.php http://www.ncbi.nlm.nih.gov/Database/datamodel/index.html; http://news.cnet. com; http://glufke.net/oracle/; http://javafree.uol.com.br/artigo/1356/Acessandobanco-de-dados-em-Java-PARTE-1; http://pt.wikipedia.org; http://it.toolbox.com/ blogs/confessions/kimball-vs-inmonor-how-to-build-a-data-warehouse-10987; http://espacoinfo.net/o-que-e-sgbd-bd-ii/ http://www.defenselink.mil

REFERÊNCIAS DATE, C. J. Introdução a sistemas de bancos de dados: Rio de Janeiro: Campus, 2004.

FERREIRA, A. B. DE H. Novo Aurélio século XXI: o dicionário da língua portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.

HEUSER, Carlos A. Projeto de banco de dados. 2. ed. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 1998.

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INMON, William H. Building the data warehouse. 4. ed. New York: John Wiley & Sons Inc., 2005.

LAUDON, C. Kenneth; LAUDON, Jane P. Sistemas de informação gerenciais: administrando a empresa digital. São Paulo: Prentice Hall, 2005.

SETZER, Valdemar W.; SILVA, Flávio Soares Corrêa da. Bancos de dados: aprenda o que são, melhore seu conhecimento, construa os seus. São Paulo: Edgard Blücher, 2005.


AULA 10 - MÉTODO DE DESIGNAÇÃO Autor: Manoel Joaquim Fernandes de Barros

“Estou convencido de que metade do caminho que separa os

sistemas de informações gerenciais

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empreendedores de sucesso daqueles sem sucesso é meramente a perseverança”

Steven Jobs, Interview, 1995.

Olá pessoal! Nesta aula, conheceremos uma especialidade do método de transporte. Sua aplicação para a gestão é a mais variada possível, atingindo um espectro que vai permitir ao administrador gerar desde uma decisão de aplicação de investimentos até a alocação eficaz de pessoal em oportunidades de liderança.

Modelagem de Problemas de Transporte com uma Alocação O método de designação é mais um algoritmo especializado de pesquisa operacional que permite otimizar decisões de alocação de recurso de todo tipo de natureza. Tecnicamente, trata-se de um caso especial do método de transporte onde existe apenas uma unidade de disponibilidade e necessidade a ser alocada por origem e destino. Da mesma forma, então, para sua operação, o sistema deverá estar equilibrado; quando não for o caso, deveremos proceder conforme o método de transporte, alocando uma origem ou destino auxiliar com custo zero para a aplicação do algoritmo. Sua solução básica inicial é conseguida através do processo de redução de tarifas, quando, então, poderemos passar a realizar a designação; em caso de a designação não se completar, uma nova redução será proposta pelo algoritmo para a nova designação. O processo segue nessa iteração até que o objetivo seja atendido.

Algoritmo de Designação Para aplicarmos o processo, considere o problema a seguir:

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O algoritmo de designação se inicia pela operação de redução. Nela, faremos a subtração de cada linha e cada coluna pelo seu menor valor, para a identificação das menores tarifas, gerando uma primeira possibilidade de designação para cada linha e coluna. Inicialmente, operando nas linhas, fazendo a diminuição de cada termo pelo menor número encontrado, indicado em negrito acima, teremos a seguinte tabela:

Operando, agora, com as colunas, fazemos a diminuição de cada termo pelo menor número encontrado, indicado em negrito acima, teremos a seguinte tabela:

________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________

Note que não precisamos operar a coluna M1 e M2, uma vez que o menor valor aí encontrado era zero, portanto a operação não criaria novas opções de designação. Passaremos, agora, a proceder à designação. Para tanto, designaremos, de origens para destinos, aquelas células onde temos valor nulo, uma vez que estas representam as mais baixas tarifas do modelo. O algoritmo tem o seu começo a partir das linhas e, a seguir, processa as colunas, buscando, inicialmente, operar aquela origem ou destino com apenas uma opção de designação. Quando todas essas opções forem consideradas, podemos passar para a designação de linhas ou colunas onde exista mais de uma opção de seleção, neste caso, operando arbitrariamente. Como a designação é unitária, a operação realizada cancela todas as outras opções de seleção na linha ou coluna escolhida. Ao final, caso todas as linhas e colunas tenham recebido uma opção de designação, o processo se encerra. Observe, inicialmente, a operação de designação de linhas a seguir:


designação de F1 para M1, identificado em negrito, porque a linha possuía uma única possibilidade de escolha; esta designação, contudo, gerou o cancelamento da opção de designação de F3 para M1, sublinhada acima, uma vez que a manufatura 1 já havia recebido uma máquina. A linha dois não pode ser selecionada inicialmente, porque temos duas opções de designações possíveis e teremos que verificar inicialmente se existem outras li-

127 sistemas de informações gerenciais

Neste primeiro movimento de verificação das linhas para operação, fizemos a

nhas ou colunas com uma única opção de designação, antes de utilizarmos esta linha, quando precisaremos fazer uma escolha arbitrária. A linha três passou a não ter opção de designação, uma vez que sua única possibilidade foi cancelada pelo envio de F1 para M1. Finalmente, a última linha, com três opções de designação, não poderá ser operada, pelo mesmo critério de precedência que adotamos na linha 2. Operemos, agora, as colunas:

Neste caso, a primeira linha já tinha recebido um processo de designação, não cabendo, portanto, nenhuma operação a considerar. As colunas dois e três tinham, respectivamente, duas opções de designação, que, pelo critério de precedência, devem ser consideradas somente posteriormente à primeira verificação. Na quarta coluna, conseguimos realizar uma designação de F4 para M4, acima em negrito; neste caso, ficam descartadas as outras duas opções de envio a partir de F4 para M2 e M3, sublinhadas. Como o processo de designação não se completou e ainda existem opções disponíveis de designação, deveremos retornar ao processo de verificação de linhas e colunas, até que não exista mais nenhuma disponibilidade alocação. Portanto, voltando a verificar as linhas, temos:

Desta feita, como a única linha disponível era a de F2 e continuávamos com duas opções de designação, não podemos realizar nenhuma operação. Verifiquemos, agora, as colunas.

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Neste caso, conseguimos realizar a designação de F2 para M2, em negrito, uma vez que esta coluna só apresentava uma única possibilidade de operação, anulando a opção de envio de F2 para M3, sublinhado. Com isto, todas as opções de designação se completaram, sem, no entanto, se conseguir realizar uma designação a partir de F3 e para o destino M3. Neste caso, dizemos que o processo não foi encerrado e aplicamos um algoritmo para gerar novas possibilidades de designação para recomeçar o processo.

Algoritmo para Geração de Novas Designações O algoritmo para gerar novas opções de designação compreende uma série de passos, visando, inicialmente, demarcar a área para novas designações a partir da identificação de todas as tarifas nulas com o menor número de linhas e colunas possíveis. Para tanto, o primeiro passo consiste em marcar as linhas sem designação, no nosso caso, a linha F3, como a seguir:

________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ Em seguida, no segundo passo, marcamos as colunas nulas na linha que foi ________________________ marcada. Temos, então, que, para a linha F3, apenas a coluna M1 contém um valor ________________________ nulo. ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ No terceiro passo, marcamos as linhas com designação na coluna que foi mar________________________ cada. Neste caso, temos apenas a linha F1. ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________


não existam mais linhas e colunas a serem marcadas. Contudo, retornando, então, ao segundo passo, percebemos que, na última linha marcada, não existe mais nenhuma coluna nula a ser identificada, implicando o encerramento da iteração. O quarto passo, então, poderá ser realizado. Ele consiste em identificar as linhas não marcadas e as colunas marcadas, no exemplo indicadas pelos números sublinhados. Neste caso, trata-se das linhas F2 e F4 e a coluna M1. Desta forma, conseguimos co-

129 sistemas de informações gerenciais

Neste ponto, passamos a repetir os passos dois e três de forma iterativa, até que

brir as tarifas nulas com o menor número de linhas e colunas possível, indicado pelos números sublinhados.

As células não identificadas com números sublinhados apresentam a área disponível para geração de novas designações. Para identificar estas novas possibilidades, devemos reduzir o conjunto de células com números não sublinhados pelo menor valor entre eles, no caso, o número 2.

Para balancear o sistema, os elementos nos cruzamentos das linhas e colunas com elementos sublinhados, células F2M1 e F4M1, deverão ser adicionadas deste mesmo valor.

Com a nova tabela gerada, retornamos ao processo de designação, inicialmente buscando as linhas com uma opção de designação. Como não podemos identificar nenhuma, passamos a verificação das colunas que, da mesma forma, não atendem ao critério. Sendo assim, retornamos às linhas e, arbitrariamente, operamos a opção de designação disponível na primeira linha de F1 para M1, em negrito. Isto cancela, automaticamente, as outras opções disponíveis nesta linha e coluna marcadas, sublinhadas.

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Considerando as outras linhas em seguida, verificamos que, com esta designação, a terceira linha atende ao critério de precedência de uma única opção de designação. Passamos, assim, a uma nova designação nesta linha de F3 para M4, em negrito, cancelando suas outras opções de linha e coluna disponíveis, sublinhadas.

Considerando as outras linhas e colunas em seguida, verificamos que, com esta designação, nenhuma atende ao critério de precedência de uma única opção de designação. Passamos, então, a uma nova designação arbitrária na segunda linha de F2 para M2, em negrito, cancelando suas outras opções de linha e coluna disponíveis, sublinhadas.

________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ Considerando as outras linhas em seguida, verificamos que, com esta designa________________________ ________________________ ção, a quarta linha atende ao critério de precedência de uma única opção de desig________________________ nação. Então, passamos a uma nova designação nesta linha de F4 para M3, em negrito. ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ O quadro final foi, então, capaz de completar a designação, cujo custo total ________________________ ________________________ pode ser calculado da seguinte forma: ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________


O algoritmo de designação, como um caso particular do método de transporte, é necessariamente uma técnica de minimização de recursos. Contudo, da mesma maneira que procedemos no caso de maximização do algoritmo de transportes, na eventual necessidade de realizarmos uma designação, objetivando maximizar a decisão a ser obtida, necessitamos proceder a uma transformação do quadro do modelo para o seu simétrico completar.

131 sistemas de informações gerenciais

Maximização

Para tanto, conforme procedemos no algoritmo de transporte, basta identificar o maior valor indicado na tabela de designação e, em seguida, proceder sua subtração de todos os coeficientes encontrados na tabela. Procedendo desta forma, o quadro resultante indicará, nas células de menor valor, os maiores coeficientes da tabela inicial. Com a aplicação do algoritmo de minimização na tabela simétrica completar, teremos, como resultante, os valores de maximização do quadro original de designação. Desta forma, podemos verificar como aplicar um algoritmo especializado para problemas de transporte com uma designação. A seguir, trataremos de outras aplicações especializadas de sistemas de informação. .

SÍNTESE Ao final desta aula, o gestor é capaz de compreender o algoritmo de designação, caso especial do método de transporte. Sua utilização permite, através de um processo de redução e otimização, gerar a melhor solução de atribuição de recursos para minimização de custos. O gestor também foi apresentado à adequação da técnica para o caso de maximização da designação.

QUESTÃO PARA REFLEXÃO Como o método de designação é um caso especial do método de transporte, podemos considerar, para o caso de impossibilidade de designação, a mesma estratégia do algoritmo de transporte?

LEITURA INDICADA REY, Alexandre del; ZWICKER, Ronaldo. Redes bayesianas no monitoramento antecipativo do ambiente de negócios: um estudo de caso em um ambiente simulado de gestão. In: XXXV Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação em Administração, 2011, Rio de Janeiro. Disponível em: <www.anpad.org.br>. Acesso em: 12 jun. 2012.

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SITE INDICADO APDIO - Associação Portuguesa de Investigação Operacional http://www.apdio.pt

REFERÊNCIA RABUSKE, Márcia Aguiar. Introdução à teoria dos grafos. Florianópolis: UFSC, 1992.

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CAÇÕES

Autor: Max Cavazini Penna de Carvalho, adaptada por Manoel Joaquim Fernandes de Barros

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AULA 11 – DATA WAREHOUSE E NOVAS APLI-

Com o rápido desenvolvimento das tecnologias e dos sistemas de bancos de dados (SBD), surgiu um novo e vasto horizonte de possibilidades de aplicações e sistemas que funcionam como poderosas ferramentas, não apenas para o mundo dos negócios, mas para as mais diversas áreas. Contudo, foi no setor empresarial que essas ferramentas puderam exibir sua força e foi onde houve uma maior expansão e popularidade, como veremos a seguir.

CRM Antes de adentrarmos na seara tecnológica das novas ferramentas e sistemas, vale explanar um pouco sobre um conceito que está muito em voga nos dias de hoje e que ganhou um grande impulso devido à evolução tecnológica dos últimos tempos. Trata-se do CRM (Customer Relationship Management), sigla oriunda da língua inglesa que se traduz como: Gerência de Relacionamento com os Clientes. Já foi comprovado que o custo envolvido na perda de um cliente é maior do que aquele que se aplica na conquista de um novo. Mas não é fácil a tarefa de manter os clientes fiéis em um mercado cada vez mais competitivo e feroz. É preciso conhecer a clientela e são necessários investimentos voltados a essa questão. Muitas companhias ainda procuram fórmulas mágicas para manter a fidelidade de seus consumidores, mas outras encaram o desafio investindo em novas estratégias e ferramentas que possam fornecer respostas para se alcançar uma forma de manter seus clientes satisfeitos. Sem dúvida, o CRM está entre os conceitos de maior evidência para o auxílio a essa árdua tarefa. Segundo pesquisas da Gartner (uma das mais conceituadas empresas de consultoria que realiza diversas pesquisas de mercado), apenas em 2007, os gastos globais em software de CRM alcançaram 8,1 bilhões de dólares, equivalente ao crescimento de 23,1% em relação aos 6,6 bilhões de dólares do ano de 2006. Atualmente, apesar do período de desaceleração econômica mundial vivenciado nos anos 2010, dados da Forrester Research Inc apontam para um gasto de até 11bilhões no setor (PlanMill, 2010). Isso revela a crescente preocupação das empresas quanto à fidelidade de seus clientes.

Para saber mais, consulte: http://www.b2bmagazine.com.br/web/interna.asp?id_canais=4&id_subcanais=10&id_ noticia=20865.

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Os conceitos de CRM, na verdade, não são novos, mas ganharam um novo e especial enfoque com toda a oferta de tecnologia surgida. No entanto, há certa confusão sobre o que é o CRM, por isso, aqui, vale um esclarecimento importante: o CRM é primordialmente um conceito e não um sistema gerencial ou uma ferramenta tecnológica. O que ocorre é que existem muitos sistemas e aplicações que se baseiam nesse conceito e, portanto, são chamados de sistemas ou softwares de CRM. Além disso, há uma integração tão forte entre o conceito e o uso de tecnologias para as suas práticas, que fica quase impossível fazer uma dissociação de CRM e tecnologia ou sistemas. Cada vez mais, as novas tecnologias são exploradas para permitir a plena implementação do CRM, mas é importante frisar que o correto emprego desse conceito não depende apenas da tecnologia e de seus processos, mas também das pessoas envolvidas, que exercem um importante papel na fluidez do processo como um todo. Uma forma de fazer essa representação pode ser vista na Figura 1.

Figura 1 - Diagrama Integrado CRM

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Fonte: O Autor

Uma das premissas do CRM está voltada à integração de todos os contatos com o cliente para auxiliar as companhias a se relacionarem melhor com seus consumidores ou clientes. Assim, dentro das empresas, são os departamentos de marketing que mais adotam essa metodologia. Junto a uma competente equipe de marketing, uma empresa deve utilizar seu potencial tecnológico para definir todo o processo de relacionamento com o cliente, abrangendo, de forma geral, três grandes áreas:

Marketing - através da automatização de sua gestão; Comercial - com a automatização dos canais e da força de vendas; Atendimento ao cliente - pela automatização do atendimento.

Neste caso, o call center é o melhor exemplo de automatização, uma vez que envolve todas essas áreas e, como toda ferramenta, deve ser corretamente usada para não serem obtidos resultados indesejados. Um bom exemplo de um CRM mal implantado são os call centers que obrigam o cliente a repetir as mesmas informações a vários


bastante irritante para um cliente, porém, diga-se de passagem, extremamente comum. Uma solução para esse tipo de problema é a integração dos bancos de dados. As soluções de integração de bancos de dados mais em voga chamam-se data marts e data warehouse, que serão mais detalhados posteriormente.

135 sistemas de informações gerenciais

atendentes, depois que sua ligação é transferida para outros setores. De fato, isto é

Antes de continuar este assunto, vale a pena familiarizar-se com alguns termos utilizados no âmbito dos administradores de empresas:

Back Office; Front Office e Mobile Office.

Agora, vamos conhecer cada um deles.

BACK OFFICE De uma forma simples, back office é a estrutura e/ou serviços necessários para que um escritório, uma empresa, ou mesmo um determinado setor possa prover seus produtos e serviços fins. Back office é a infraestrutura e/ou serviços que são providos “por trás” dos serviços principais ou, ainda, aqueles que provêm o suporte necessário a estes. O back office está muito ligado a setores e departamentos que têm nenhum ou muito pouco contato com os clientes como, por exemplo, os departamentos de informática, contabilidade e recursos humanos.

FRONT OFFICE O Front Office ou linha de frente são atividades de uma empresa que têm grande contato com o cliente. As empresas de prestação de serviço têm um nível de contato com o cliente bem alto, mas isso não quer dizer que não existam atividades ocorrendo longe dos olhos do cliente.

MODILE OFFICE A tradução literal de Mobile Office para o português é escritório móvel. Neste caso, o termo refere-se aos serviços móveis prestados para dar suporte a atividades realizadas fora das empresas. Um vendedor externo, por exemplo, executa suas vendas indo direto aos locais onde os clientes se encontram e realizando todos os procedimentos de suas vendas remotamente através de notebooks ligados à Internet, palms, smartphones, celular etc.

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Voltando ao assunto principal, pode-se dizer que o CRM não é apenas um único sistema. O conceito de CRM é um só, porém é muito comum a coexistência de vários softwares fazendo parte da realização dos objetivos que o conceito de CRM recomenda. Assim, para facilitar, os sistemas e softwares de gestão do relacionamento com clientes (CRM) foram divididos em três categorias:

CRM Operacional; CRM Colaborativo e CRM Analítico.

A seguir, trataremos de cada uma das categorias citadas.

CRM OPERACIONAL Geralmente as empresas iniciam a prática de projetos de CRM através do CRM Operacional. Os sistemas operacionais visam a atender aos requisitos operacionais do modelo de gestão e, usualmente, estão relacionados à automação de processos do back office e do front office. Como exemplo de aplicações e sistemas que fazem parte do CRM Operacional,

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podemos citar:

ERP; Controle de estoques; Automação de vendas; Controle de distribuição e transporte (SCM).

O CRM Operacional está voltado para, como o próprio nome sugere, a operacionalização do negócio e para o relacionamento com o cliente. Além disso, o CRM Operacional possui ferramentas que permitem a integração dos sistemas de back office e front office. É na estrutura do CRM Operacional, por exemplo, em que se realiza a captura de todas as informações de clientes geradas pelos call centers, pela equipe de vendas e por todos os canais que lidam com seus consumidores. É o local em que se realiza o gerenciamento do histórico de contatos com os clientes e, com base nesses dados, levanta seus hábitos e suas preferências para saber, por exemplo, quais são os bons clientes e para se estabelecerem prioridades. Resumidamente, os sistemas e softwares de CRM Operacional visam à automatização de todas as atividades rotineiras (operacionais) de forma a ampliar o conhecimento em relação aos clientes e melhorar a qualidade dos serviços prestados aos mesmos.


Os processos de CRM sempre estão associados a um canal de interação com clientes como, por exemplo:

Vendas por telefone;

137 sistemas de informações gerenciais

CRM COLABORATIVO

Venda pela Internet; E-mail; Chat; Fax.

Em um ambiente em que são utilizados múltiplos canais, existe a necessidade da administração integrada dos mesmos, bem como a gestão de conflito de canais. O CRM Colaborativo trata da automação, integração e colaboração entre canais de interação. A automação do call center e das lojas virtuais são exemplos de aplicativos do CRM Colaborativo. Além de o ambiente colaborativo propiciar a integração e gestão dos canais de interação com os clientes, deve também integrar departamentos e pessoas na exe-

________________________ ________________________ tecnológicas e serviços como, por exemplo, aqueles fornecidos por meio do ambiente ________________________ Internet, também chamados, em seu conjunto, de arquitetura e-business (eletronic________________________ business ou negócios eletrônicos). ________________________ ________________________ ________________________ Figura 2 - Sistema CRM ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ Fonte: O Autor ________________________ ________________________ cução de processos. Isto é feito através do suporte provido pelas novas arquiteturas


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CRM ANALÍTICO Os módulos inclusos no CRM Analítico visam a aferir métricas operacionais, geralmente ligadas ao custo e ao desempenho dos processos de negócio, através da análise de “cubos” ou combinações e cruzamentos de informações integradas em diferentes dimensões. Dentre as análises realizadas pelo ambiente do CRM Analítico, podemos citar informações e análises obtidas pelas ferramentas relacionadas a esse ambiente, como, por exemplo:

Número de acessos feitos à loja virtual (hits) para cada campanha promocional lançada; A proporção de vendas, por número de acessos realizados; Percentual de resolução de chamados abertos; Custo médio por atendimento realizado.

De forma resumida, pode-se dizer que:

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O CRM Operacional trata da automação dos processos de relacionamento - vendas, marketing, serviços etc. O CRM Colaborativo trata da automação, integração e colaboração entre canais de interação com clientes. O CRM Analítico relaciona-se à análise de performance estratégica e tática de uma empresa ou organização.

Desta forma, podemos compreender as possibilidades oportunizadas pela ferramenta de Administração de relacionamento com clientes. A seguir, vamos apresentar mais algumas alternativas de aplicações tecnológicas de sistemas de informação.

NOVAS APLICAÇÕES E DATA WAREHOUSE As definições das aplicações analíticas fazem parte de um escopo muito abrangente e bastante recente e isso dificulta o seu correto entendimento. Contudo, observa-se a tendência de uma integração cada vez maior dessas aplicações analíticas às operacionais correspondentes e isto traz o novo conceito de “análise integrada com a operação” (também chamada pelo seu termo original em inglês analytics embeded), resultando em novas aplicações.


Não há dúvida de que os sistemas transacionais, como os ERP (Enterprise Resource Planning - sistemas de gestão empresarial), os Supply Chain (gerenciamento da cadeia de valor), entre outros, são fontes preciosas de dados. Mas, para que todo o volume de dados gerados seja útil, é preciso transformá-lo em informação. Mais importante do que dispor de dados é saber analisá-los, armazená-los numa base única e informacional (data warehouse ou data marts) e torná-los acessíveis à organização

139 sistemas de informações gerenciais

BUSINESS INTELLIGNECE– BI

como um todo. É nesse contexto que cresce o interesse pelo chamado Business Intelligence (Inteligência de negócio) ou, simplesmente, BI (se pronuncia bi-ai). Como bem colocou Celedo Lopes, em seu sítio da Internet (http://www.businessintelligence.com.br/portal/modules.php?name=News&file=print&sid=2),

BI é um guarda-chuva que abarca conceitos e uma série de ferramentas que, como o nome já sugere, possibilitam organizar e trabalhar os dados, captados através de diferentes sistemas, tornando-os consistentes, não redundantes e capazes de adicionar inteligência aos negócios, resultando em maior agilidade para as decisões gerenciais.

As aplicações analíticas buscam a mensuração, não somente da eficácia operacional, mas, principalmente, da aferição dos objetivos táticos e estratégicos das empresas.

O BI é um processo de coleta, análise, organização e distribuição de dados para melhorar a decisão de negócios, levando as informações para um número bem maior de usuários dentro de uma organização e não se restringindo aos profissionais de marketing ou de tecnologia de informação. As ferramentas de BI precisam considerar e resolver problemas de escalabilidade, facilidade de uso e gerenciamento do próprio ambiente. O ambiente é apoiado intensamente por tecnologias que permitem o armazenamento e tratamento de informação, possibilitando que o gerenciamento do negócio se torne mais inteligente por meio da análise e da utilização das informações de clientes, fornecedores, parceiros e processos.

A implementação do CRM Analítico ou de BI só alcançou seu desenvolvimento atual graças à grande evolução tecnológica e ao consequente surgimento de novas ferramentas. Dentre as novas tecnologias que suportam as aplicações analíticas ou SAD, podemos citar:

Data warehouse (ou “armazém” de informação);

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Data webhouse - é um data warehouse voltado para o ambiente WEB;

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Datamarts - é um data warehouse menor e que possui um modelo de dados orientados às análises que serão feitas (Por exemplo, Market Database é um datamart orientado a análises demográficas, psicográficas e de comportamento de clientes); Data mining (ou mineração de dados) - são ferramentas estatísticas para inferência de tendências; Ferramentas de extração (OLAP – On-Line Analytical Processing - Análise de cubos).

As ferramentas de BI possuem esta característica poderosa de viabilizar a execução da estratégia competitiva da organização. Verifiquemos, a seguir, alguns outros recursos que potencializarão a ação organizacional via sistemas de informação.

DATA WAREHOUSE Os processos e sistemas de gestão de relacionamento com o cliente devem permitir o controle e o conhecimento das informações sobre os clientes de maneira integrada, através de acompanhamento e registro, de forma centralizada, de todas as

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interações realizadas com os clientes. Esses registros devem estar disponíveis a consultas para as diversas partes da empresa que necessitem dessas informações, a fim de servirem como guia para tomada de decisões. Em outras palavras, as novas aplicações analíticas, BI, CRM Analítico e outros conceitos requerem, quase que impreterivelmente, um data warehouse, que é um tipo especial de banco de dados (na verdade, um conjunto de BD) que permite o armazenamento de grande quantidade de informações. Um data warehouse (ou simplesmente DW) armazena dados analíticos destinados às necessidades de gerência dos processos de tomada de decisões. Isso pode envolver consultas complexas que requeiram o acesso a um grande número de registros. Por isso, é importante a existência de muitos índices para que se possam acessar as informações da forma mais rápida possível. Um DW deve armazenar informações históricas, normalmente de muitos anos e, por essa razão, deve ter uma grande capacidade de processamento e de armazenamento de dados. A tradução literal de data warehouse é “armazém de dados” e podemos dizer que um DW é um conjunto de técnicas e de bancos de dados integrados, projetados para suportar e atender a demandas e funções de Sistemas de Apoio à Decisão, em que cada unidade de dados está relacionada a um determinado assunto ou fato. Desses bancos de dados é que provêm as informações necessárias aos gerentes e executivos de empresas para a realização de análises baseadas em tendências de acordo com os históricos de seus clientes. Com isso, as empresas podem melhorar os processos pertinentes e aumentar a satisfação e fidelidade de seus clientes. Vale dizer, ainda, que o data warehouse espelha as informações históricas necessárias, enquanto o ambiente operacional focaliza as informações correntes.


uma organização e é projetado para apoiar a tomada de decisão, operando como uma fonte central de dados catalogados e prontos para serem utilizados. Com base no exposto, algumas das vantagens oferecidas pelo DW são:

Repositório único de dados – obtenção rápida dos dados;

141 sistemas de informações gerenciais

O data warehouse consolida os dados extraídos de diversos bancos de dados de

Possibilidade de fácil acesso, inclusive por usuários finais; Visão consolidada dos dados da empresa; Amplia o conhecimento do negócio; Melhor atendimento ao consumidor; Facilita a tomada de decisão.

Compreendido o potencial do uso de ferramentas de datawarehouse, passemos a compreender outros elementos ligados a esta estratégia de gestão de dados.

DATA MARTS Antes das empresas mergulharem na implantação de um projeto de data warehouse, elas fazem implementações menores, focando nas necessidades especiais de pequenos grupos ou setores da organização. Esses armazenamentos menores de dados são chamados de data mart. Em outras palavras, um data mart é um data warehouse reduzido para fornecer suporte à decisão a um pequeno grupo de pessoas ou determinado setor. As diferenças entre data marts e data warehouse são apenas com relação ao tamanho e ao escopo do problema a ser resolvido. Portanto, as definições dos problemas e os requisitos de dados são essencialmente os mesmos. Enquanto um data mart trata, por exemplo, de um problema departamental ou local, um data warehouse envolve toda a companhia e seu esforço, para que o suporte às decisões atuem em todos os níveis da organização. Assim, o desenvolvimento de um data warehouse envolve dados e investimentos gerenciais muito maiores do que um data mart e, por isso, normalmente, as implementações de data warehouse vêm depois de implementações menores de data marts em pré-determinados departamentos. A existência de um data mart não elimina o uso de um data warehouse; muito pelo contrário, é bastante comum a coexistência deles e, como dito no parágrafo anterior, usualmente, um data warehouse advém da implantação de data marts numa arquitetura que começa de baixo para cima (bottom-up), como é possível verificar na Figura 3.

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Figura 3 - Arquitetura DW

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Fonte: o autor

De acordo com a Figura 3, os dados são extraídos dos sistemas ou bancos de dados operacionais e, após a limpeza e a transformação, são carregados no data warehouse. Contudo, transformação, neste caso, não significa que os dados são alterados. Transformar é apenas alinhar os dados entre os vários sistemas existentes ou mesmo prepará-los para que sejam melhor utilizados no data warehouse. O data warehouse tem que refletir as informações geradas pelos sistemas operacionais, que devem ser as mesmas. Por isso, o DW não deve estar em conflito com qualquer outro sistema.

DATA MINING Esta é a parte mais interessante da implementação de um projeto de data warehouse ou data mining, pois é a que mais impulsiona um negócio e ajuda o empresário, inclusive, a descobrir filões de mercado. Estudos científicos concluem que o cérebro humano consegue fazer até 8 comparações ao mesmo tempo e a função do data mining é justamente ampliar essa capacidade de comparação exibindo o resultado. Pode-se dizer que é o processo de


associação ou sequências temporais, para detectar relacionamentos sistemáticos entre variáveis e, assim, detectar novos subconjuntos de dados. Este é um tópico recente da ciência da computação, mas utiliza várias técnicas da estatística, recuperação de informação, inteligência artificial e reconhecimento de padrões.

143 sistemas de informações gerenciais

explorar grandes quantidades de dados à procura de padrões consistentes, regras de

OLAP Uma coisa é possuir a informação, outra é como consultá-la. Outrora, toda vez que era necessário fazer uma análise, era preciso produzir novos relatórios. Esses relatórios tinham que ser produzidos pela área de informática e, normalmente, demandavam muito tempo para ficar prontos. Além disso, também apresentavam diversas inconveniências, como:

Os relatórios eram estáticos; O acúmulo de diferentes tipos de relatórios num sistema gerava um problema de manutenção.

Então, surgiu o conceito de OLAP (On-Line Analytic Processing, ou Processamen- ________________________

to Analítico on-line). O OLAP proporciona as condições de análise de dados on-line ne- ________________________ cessárias para responder às possíveis enxurradas de perguntas de analistas, gerentes ________________________ e executivos. O OLAP é implementado em um modo de cliente/servidor e oferece respostas rápidas às consultas, criando um microcubo na máquina cliente ou no servidor. As ferramentas OLAP são as aplicações que nossos usuários finais têm acesso para extraírem os dados de suas bases e construir os relatórios capazes de responder às suas questões gerenciais. Elas surgiram juntamente com os sistemas de apoio à decisão para fazerem a consulta e análise dos dados contidos nos data warehouses e data marts. Em suma, a funcionalidade de uma ferramenta OLAP é caracterizada pela análise multidimensional dinâmica dos dados (cubos).

METADADOS Metadados são dados que fazem referência a outros dados, ou seja, indicam onde e como estão os dados. Ao final destas apresentações, o gestor pode compreender o potencial de algumas ferramentas de gestão de informações e suas aplicações. Este é um segmento de contínuo avanço, com perspectivas bastante promissoras para ampliar o desempenho competitivo das organizações na nova economia da informação.

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SÍNTESE A evolução tecnológica e dos sistemas de bancos de dados (SBD) abriu um grande leque de opções para o surgimento de diversas e importantes novas aplicações. Todavia, ainda existem outras questões que devem ser levadas em consideração durante a implementação dessas poderosas ferramentas. Assuntos relativos à maneira de se desenvolver softwares e sistemas, integração, controle, são pontos, sem dúvida, relevantes. Principalmente com os adventos da virtualização organizacional e do comércio eletrônico, o fator “segurança”, por exemplo, tornou-se primordial e, assim, falaremos um pouco sobre esses adventos e tópicos relacionados nas próximas aulas.

QUESTÃO PARA REFLEXÃO Quais os tipos e tamanhos de empresas que devem implementar ferramentas como DW, DM e CRM?

LEITURAS INDICADAS ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________

GOLDSCHMIDT, Ronaldo; PASSOS, Emmanuel. Data mining: um guia prático. Rio de Janeiro: Campus, 2005. (Capítulos 1, 2 , 3 e 4) ZENONE, Luiz Cláudio. CRM: customer relationship management. São Paulo: Novatec, 2007.

SITES INDICADOS http://www.microsoft.com/portugal/pe/themes/build-your-business/what-can-crmdo-for-your-business.mspx; http://www.hpl.hp.com/techreports/2000/HPL-2000-107.html; http://www.datawarehouse.inf.br/; http://www.skiva.com.br/educ/Artigos/20.pdf

REFERÊNCIAS DATE, C. J. Introdução a sistemas de bancos de dados. 8. ed. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2004.

INMON, William H. Building the data warehouse. 4. ed. New York: John Wiley & Sons Inc., 2005.

INTERNATIONAL LABOUR OFFICE. Tasks to jobs: developing a modular system of training for hotel occupations. Geneva: International Labour Organization, 1979.

KIMBALL, R; ROSS, M. The data warehouse toolkit. 2. ed. New York: John Wiley Sons. 2002.


digital. São Paulo: Prentice Hall, 2005.

SETZER, Valdemar W. SILVA, Flávio Soares Corrêa da. Bancos de dados: aprenda o que são, melhore seu conhecimento, construa os seus. Rio de Janeiro: Editora Edgard Blücher, 2005.

SWIFT, Ronald. CRM customer relationship management: o revolucionário marketing de relacionamento com o cliente. Rio de Janeiro: Campus, 2001.

145 sistemas de informações gerenciais

LAUDON, C. Kenneth; LAUDON, Jane P. Sistemas de informação gerenciais: administrando a empresa

TOURNIAIRE, Francoise. Just enough CRM. São Paulo: Prentice Hall PTR, 2003. Disponível em:

<http://www.businessintelligence.com.br/portal/modules.php?name=News&file=print&sid=2>. Acesso em: 6 de agosto de 2012.

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AULA 12 - PERT/CPM Autor: Manoel Joaquim Fernandes de Barros “O único bem é o conhecimento e o único mal é a ignorância.” Sócrates.

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Olá! Nesta aula, vamos conhecer uma técnica para automatização de planejamento de projetos. Nascida na “guerra fria”, mais especificamente aplicada no projeto de mísseis Polaris, o Estado Americano utilizou-se desta técnica para reunir cerca de 250 empreiteiros e 9000 subempreiteiros, fornecedores diversos e várias agências governamentais num esforço tecnológico durante o período. Após esta fase, a tecnologia passou a ser utilizada por diversas organizações, agora no campo econômico, com fim de produzir maior controle e agilidade no planejamento de projetos para os mais variados fins. Atualmente a técnica é difundida mundialmente e conta com diversos softwares disponíveis no mercado. Para o nosso estudo, passaremos a conhecer as suas bases, que orientam todos os sistemas que utilizem esta abordagem.

Planejamento O planejamento é uma das competências fundamentais para a atuação da gestão na consecução de um empreendimento ou operação de uma empresa. Sua constituição abrangente e complexa é realizada através da operação das seguintes ações:

a atividade de previsão, que busca relacionar as tarefas que compõem o planejamento; a atividade de programação, que descreve a interdependência entre as tarefas relacionadas e seus prazos de execução; a atividade de execução, que acompanha a realização das atividades e verifica seus efetivos prazos de execução; a atividade de coordenação, que, através do recebimento das informações de execução, habilita o início das atividades subsequentes; e, finalmente, a atividade de controle, que se ocupa da atualização no planejamento de todos os ajustes necessários à sua execução.

A Técnica de Avaliação e Revisão de Programas, PERT na sigla inglesa, é uma metodologia de modelagem de projetos através de redes de atividades que visa promover o controle e a execução do planejamento de empreendimentos de qualquer natureza através da tecnologia da informação. Suas funcionalidades são capazes de modelar todas as ações previstas para operação do planejamento de projeto. Adicionalmente à sua aplicação, a metodologia PERT utiliza-se de um algoritmo de otimiza-

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ção da rede de planejamento denominada Método do Caminho Crítico, CPM na sigla inglesa. De posse dessas ferramentas, o gestor é capaz de calcular o tempo total de um projeto, otimizar o seu custo através do estudo de suas folgas e responder as questões fundamentais, normalmente propostas por um cliente: Quanto custaria para antecipar o prazo do projeto? Em quanto tempo o projeto poderia ser entregue em virtude de restrições orçamentárias à sua realização? O objeto de operação desta metodologia é o programa, que descreve o projeto com seu conjunto de tarefas e suas interdependências. Para identificar estes elementos, a metodologia consagrou as seguintes denominações:

atividade - descreve a execução efetiva de uma operação; evento - são todos os pontos de controle de um planejamento, onde não são consumidos recursos de qualquer natureza, sejam eles financeiros ou temporais.

Para o planejamento de uma rede, deve-se estabelecer a relação de suas atividades com suas durações. Em seguida, passa-se a descrição de suas sequências, de modo a descrever de forma clara as atividades consequentes e antecedentes de cada operação. Todo este processo, embora seja uma das partes críticas para operação da

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metodologia, não tem regras estritas de concepção. Dependendo da natureza do projeto, da experiência e competência do projetista e da natureza da sua filiação contratual, a modelagem pode se dar do início ao fim da obra ou de forma reversa, ou mesmo, a partir de um ponto arbitrário mais complexo ou mais simples do modelo.

Representação de uma rede A seguir apresentamos a forma de representação padrão dos elementos da rede PERT: as atividades são representadas através de setas, constando acima delas a identificação da atividade e abaixo a duração da atividade; os eventos são representados por círculos, contendo no seu interior a identificação do evento.

De posse desta diagramação, a metodologia apresenta vantagens bastante objetivas para descrição do projeto, pois sua representação dificulta a repetição de conceitos, aumentando o domínio sobre o programa planejado. O modelo PERT é o mais difundido entre os sistemas de controle de planejamento de projetos, contudo, para a construção da rede, é imperativo que todos os elementos na sua composição estejam devidamente discriminados, uma vez que a introdução posterior de uma nova atividade ou evento pode obrigar a reconstrução de toda a rede.


dade. Elas permitem a caracterização de seu sequenciamento, bem como fundamentam a lógica de sua operação. Vejamos cada uma das possibilidades de atividades para um projeto de redes.

Atividades Virtuais

149 sistemas de informações gerenciais

Os principais elementos constitutivos de uma rede são suas naturezas de ativi-

Uma funcionalidade importante do método reside na utilização de atividades virtuais para apresentação de dependências de eventos. Elas são auxiliares importantes à confecção de redes, pois embora não consumam nem tempo nem recursos permitem estabelecer controles de conveniência no modelo. No método, estas vêm sempre representadas através de uma seta tracejada, para diferenciação das atividades reais. Apesar desta funcionalidade, em termos da efetividade da rede, este recurso deverá ser evitado ao máximo, pois compromete sua estética e facilidade de compreensão.

Atividade dependente Qualquer atividade que parte de um evento depende, para o seu início, do encerramento de todas as atividades que chegam a este evento. Esta relação é a mais representada numa rede e pode assumir formas diferenciadas de dependência.

Atividades de dependência direta Esta modalidade de atividade dependente representa a principal referência desta natureza de atividade na modelagem de uma rede. Elas representam todas aquelas atividades cuja partida ocorre em um evento que depende diretamente das atividades que chegam a este ponto de controle.

Atividades de dependência Indireta Este tipo de atividade dependente tem sua relação condicionada indiretamente a partir de um evento, ligado a uma atividade virtual, cujo início está diretamente relacionado à execução das atividades que se destinam ao evento em que surge a atividade virtual.

Atividades Sequentes A atividade sequente, também é uma atividade dependente, que, contudo, nasce de um evento condicionado por uma atividade virtual, no entanto, como ele não depende das atividades que se destinam ao evento em que surge a atividade virtual, sua dependência é operada por mera arbitrariedade ou conveniência do projetista.

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Atividades independentes As atividades independentes são uma categoria de operação que não depende integralmente do final das atividades que chegam até o evento que a originou. Nesta situação, deve-se sempre apoiar o desenho da rede no uso de atividades virtuais para sua correta representação.

Atividades condicionantes Esta categoria de atividades representa aquelas operações que só podem ser realizadas em determinadas datas ou condições. Caso não consumam recursos ou tempo, poderão ser representadas como atividades virtuais. No caso em que uma atividade condicionante venha a impor a sua atividade sucessória duas datas de início, deveremos transformar a atividade condicionante, subtraindo-a da duração da atividade imediatamente anterior à sucessória, transformando-a em atividade real.

Atividades paralelas A metodologia PERT impõe, por padrão, que entre dois eventos sucessivos, so-

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mente pode existir uma atividade. A coincidência entre duas atividades circunscritas entre os mesmos eventos iniciais e finais suporia um início e final concomitante, o que é falso para atividades com durações distintas. Neste caso, para normalização desta demanda, devemos inserir uma atividade virtual com evento fictício no modelo.

Elaboração de redes de planejamento A representação gráfica de redes é utilizada para modelar a sequência lógica das atividades interdependentes do planejamento de um projeto, objetivando o atingimento da sua consecução. Na modelagem, as atividades podem ser representadas de forma seriada ou paralela. No modelo seriado, o tempo total de um projeto é representado pela soma dos tempos das atividades relacionadas no projeto. Na representação em paralelo, o tempo total é sempre menor que a soma dos tempos das atividades componentes, neste sentido, devemos buscar como forma de desonerar o projeto, o aumento máximo da paralelização de atividades para reduzir o tempo total do projeto.

PRINCÍPIOS DE ELABORAÇÃO DE REDE PERT-CPM A elaboração de programas de rede PERT/CPM deve utilizar-se de maiêutica para buscar relacionar todas as atividades do projeto, como aquelas que consomem tempo ou recursos financeiros, caracterizando suas ligações de dependência e sequ-


qualquer atividade pode obrigar o redesenho de toda a rede. De posse das atividades, devemos acrescentar ao seu cadastro as informações relativas à sua duração, prevendo inclusive seu desempenho provável pessimista e otimista. Devemos caracterizar os eventos de início e fim, como aqueles em que todas as atividades dependentes antecessoras deverão estar encerradas antes do início da atividade que está sendo modelada e garantindo que todas as sucessoras dependentes só poderão ser realizadas ao

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ência. Este é um passo importante, uma vez que a incompletude da informação de

final desta mesma atividade. Devemos ainda verificar que qualquer natureza de situação que possa causar qualquer consumo de tempo do planejamento deverá ser prevista como uma atividade, mesmo que sua execução não dependa diretamente de recursos do projeto. Para ilustrar, considere um projeto de obra civil, embora a secagem do concreto numa obra não dependa necessariamente, na maioria dos casos, de ação direta do gestor para sua realização, ela é um processo que consome tempo e, portanto, deverá ser previsto na rede do projeto. Eventualmente, o projeto de grandes redes pode gerar a constituição de circuitos de atividades. Nesta situação, a grande maioria dos sistemas automatizados já denuncia a situação ao projetista, impondo sua solução, qual seja a eliminação do circuito. O projetista deve estar atento para situações em que algumas atividades se iniciam no meio de outras atividades. Esta situação é mais comum do que parece, uma ________________________ vez que no cadastramento de atividades, as mesmas aparecem identificadas na sua ________________________ totalidade. Contudo, contribuí sobremaneira para o esforço de paralelização de ativi- ________________________ dades, a possibilidade de realizar atividades ao longo de etapas de uma atividade de ________________________ maior porte. O cálculo estrutural de uma obra, por exemplo, deverá ser sempre com- ________________________ pletado antes do seu início, contudo diversos ajustes são produzidos na medida em ________________________ que a obra vai sendo executada. Neste sentido, a conclusão total deste serviço deverá ________________________ ser considerada ao longo da obra, particionado pelas diversas atividades que são exe- ________________________ cutadas ao longo da sua elaboração. As atividades são, via de regra, identificadas por numerais arábicos, tendo suas subatividades representadas por numerais romanos, acrescidos da letra F para a subatividade final, com uso optativo de percentuais de execução para melhor acompanhamento. Uma medida importante de visualização precisa ser tomada no caso de representação de projetos com atividades repetitivas. Neste caso, basta indicar a primeira atividade de um circuito repetitivo, apresentando na sua duração a quantidade de vezes que a atividade se repete; em seguida, devemos indicar a atividade final do circuito, colocando na sua identificação a letra F. As redes de programas que estão sendo projetados pela primeira vez, normalmente utilizam o método de regressão como forma de estabelecimento da rede, uma vez que esta estratégia possibilita a verificação de forma mais precisa de todas as interrelações de interdependência entre as atividades, a partir do objetivo a ser atendido. O método progressivo é mais comumente operado para projetos conhecidos, em que se tem clareza da totalidade das atividades e suas relações. Na prática, depen-

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dendo do porte do projeto, ambas as estratégias de implementação de redes acabam sendo utilizadas eventualmente de forma concomitante. Toda elaboração de uma rede deverá considerar uma unidade comum de mensuração para suas atividades, apesar de muitos sistemas computadorizados preverem a conversão automática. Seu custo deverá sempre ser ponderado em relação aos benefícios propiciados pelo seu controle, uma vez que, tecnicamente, seu nível de detalhamento poderá ser complexificado indefinidamente. Normalmente, o grupo necessário para elaboração de uma rede conta com pessoas que construíram o projeto, que detêm o conhecimento das relações entre as atividades que serão executadas, e o conjunto de pessoas que estarão ocupadas com sua representação gráfica e acompanhamento. Para projetos de vulto, a metodologia conta com o artifício do uso de sub-redes possibilitadas pela capacidade de processamento e controle de um sistema de informações, e necessidade ou conveniência de sua visualização compartimentada. Normalmente organizadas por subdivisão de tarefas para equipes especializadas, são mais comuns em consórcio de empresas, principalmente em licitações com processo de quarteirização. A ligação das sub-redes se dá sobre a forma de enlaces.

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Cálculo de caminho Crítico Uma vez dominados os elementos para construção de uma rede PERT, passaremos agora ao algoritmo para cálculo do seu caminho crítico. A metodologia CPM, do inglês Critical Path Method, permite que possamos calcular o tempo total de realização de um projeto pela soma dos tempos das atividades, considerando o caminho mais desfavorável daquelas que congregam, normalmente, maiores valores de duração. Este caminho é denominado de caminho crítico. As atividades que constituem o caminho crítico, por convenção, devem ser representadas por setas com traço mais forte do que as outras atividades. O atraso na execução de qualquer atividade crítica implica no atraso do tempo total do projeto. Por outro lado, a tentativa de aceleração do projeto implica, necessariamente, na aceleração de uma ou mais atividades críticas. É importante, no entanto, perceber que um projeto pode ter mais de um caminho crítico, inclusive, a aceleração de atividades críticas pode implicar no aparecimento de novos caminhos críticos pela diminuição nas folgas totais das outras atividades do projeto. Como vimos, esta metodologia nos permite manipular questões importantes no gerenciamento de um projeto, a exemplo do tempo total, para oferecimento de uma proposta de realização de trabalho para um cliente e o controle deste tempo, para responder as principais questões de negociação de um projeto, quais sejam: a redução de orçamento com consequente desaceleração do projeto, ou a redução do seu tempo de realização com consequente aumento nos seus custos de operação. Temos ainda, a possibilidade de identificação das atividades e eventos não crí-


sem alterar o tempo total do programa. Este se constitui num elemento primordial do projeto, uma vez que tais atividades poderão ser desaceleradas, sempre que esta operação represente economia de recursos e, portanto, maximização do resultado econômico do projeto.

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ticos do projeto. Por definição, elas poderão sofrer atrasos nos limites das suas folgas

Cálculo do tempo de duração de um programa O algoritmo que nos permite identificar o caminho crítico de um projeto se inicia pela identificação dos seus componentes, os eventos e atividades críticos. Esta identificação será possibilitada pelo cálculo do tempo total do programa mapeado na rede. Para tanto, inicialmente atribui-se ao evento inicial a data zero, entre parênteses, conforme definição padrão do método. Esta data, denominada data cedo ou primeira data de início do evento (PDIE), representa o tempo necessário para que um evento seja atingido, considerando-se que não houve qualquer tipo de atraso nas atividades precedentes. A PDIE é sempre calculada como o maior valor entre a soma do tempo das atividades que chegam ao evento com a PDIE que as origina. Este procedimento garante que o tempo calculado para o evento seja sempre o necessário para que todas as atividades predecessoras tenham sido encerradas. Desta forma, devemos proceder ao cálculo dos eventos seguintes utilizando-se desta estratégia até atingirmos o evento final da rede, quando então teremos aí a identificação do tempo total do projeto. Neste ponto, para identificação do caminho crítico, precisamos operar a segunda parte do algoritmo, calculando o tarde de um evento, uma vez que a coincidência nos valores do cedo e tarde de um evento o identificará como crítico. O tarde de um evento ou última data de térmico do evento (UDTE) é a data limite para que um evento se realize, uma vez que ultrapassada esta data, o projeto terá o seu planejamento atrasado. Ele, por convenção, é representado entre colchetes acima da marcação do PDI do evento. Para realizarmos o cálculo da UDTE de um projeto, iniciamos igualando a PDI e a UDT do último evento da rede. A partir daí, operando de maneira inversa ao produzido para o cálculo das PDIE, todos os demais eventos serão calculados pela escolha do menor valor entre as subtrações do tarde do evento final das atividades que partem do evento que está sendo calculado, da duração desta atividade. Este procedimento garante que o tempo calculado para o evento seja sempre a última chance de início de todas as atividades sucessoras sem atraso para o projeto. Desta forma, devemos proceder ao cálculo dos eventos seguintes utilizando-se desta estratégia até atingirmos o evento inicial da rede, quando então teremos aí a condição de identificar o caminho crítico do projeto.

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Neste ponto, passamos à identificação do caminho crítico, começando pelo destaque de seus componentes. O primeiro deles são os eventos críticos, identificados como aqueles eventos em que a primeira data de início e a última de térmico são coincidentes, ou seja, estes eventos não possuem folgas para sua realização e qualquer atraso impacta o tempo total do projeto. O passo seguinte consiste em identificar as atividades críticas do projeto. Estas atividades deverão estar intercaladas entre dois eventos críticos e ainda possuir um tempo de duração equivalente à diferença dos tempos destes eventos inicial e final. Tais atividades, portanto, estando entre dois eventos críticos, sem folga, e tendo um tempo de duração equivalente a esta diferença, não poderá ser desacelerada, sob pena de prejudicar o tempo total do projeto. Numa representação gráfica, as atividades críticas encontram-se destacadas com linhas de setas mais grossas. O caminho pode, agora, ser identificado pelo conjunto de eventos e atividades críticas que vão do evento inicial ao final do projeto, cuja soma do tempo de duração é igual ao tempo total da rede.

Análise PERT/CPM CUSTO ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________

Conhecendo como montar a rede de um projeto e encontrar as atividades e eventos que compõem o seu caminho crítico, o projetista está agora preparado para manipular o projeto de forma a responder a duas questões cruciais do cliente: (a) em caso de necessidade de redução do orçamento do projeto para compatibilizado com as disponibilidades de recursos para investimentos, em quanto tempo o projeto seria atrasado?; (b) se, do contrário, a necessidade do cliente fosse a de cumprir um prazo de conclusão antecipado do projeto, quanto de custo isto acarretaria? Para responder tais questões, a análise PERT/CPM utiliza as ferramentas do caminho crítico para desenvolver estas respostas.

Caso de prazo antecipado De posse de um projeto modelado em rede PERT-CPM, por vezes o tempo de duração do programa apresentado ao cliente é incompatível com sua expectativa de prazo de execução. Nesta situação, o gestor é instado a verificar a possibilidade de acelerar o projeto com reflexos na diminuição do seu tempo total de realização e respectivo aumento de custo pelo uso mais intensivo de recursos materiais e humanos. Para realizarmos tal intento, analisemos o projeto. Apresentado o programa com determinado tempo total, o cliente solicita a antecipação em alguns meses do cronograma proposto, em virtude da necessidade de entregar a obra antes do encerramento do mandato de sua gestão. Para analisar a viabilidade de sua proposta, inicialmente realizamos o cálculo dos valores das PDI e UDT de cada evento neste novo prazo, para verificar se há a rea-


tiverem folga nula ou negativa. O próximo passo é analisar o quadro contendo um estudo do custo de aceleração de todas as atividades que compõem o caminho crítico, uma vez que estas são as que poderão diminuir o tempo total do projeto, tomando o cuidado de compreender que sua aceleração pode consumir a folga de eventos e atividades não-críticos, possibilitando o aparecimento de novos caminhos críticos.

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lização de um novo caminho crítico, neste caso composto por todas as atividades que

O quadro de análise deve conter a relação das atividades do caminho crítico, sua duração e custo normal. Em seguida, devemos inserir a identificação de sua duração acelerada com respectivo custo. Este dado é fomentado através de testes de campo ou normalmente produzido através de registros históricos das atividades realizadas pelo projetista em outros programas. De posse dessas informações, realizamos o cálculo da diferença entre o custo e o tempo das atividades, tanto acelerado quanto normal. Uma totalização da coluna de diferença de tempo maior do que o pedido de redução da duração total do projeto proposto pelo cliente nos possibilita perceber que podemos proceder ao atendimento solicitado. Contudo, uma vez que isto se verifique, para procedermos à aceleração de atividades, devemos tomar a precedência daquelas que possuem o menor custo proporcional para aceleração. Este dado nos é fornecido pela divisão da diferença de custos pela diferença de tempos. Com base nesta análise, podemos perceber que é possível produzir a redução de tempo proposta pelo cliente, pela aceleração das atividades cujo custo de aceleração for proporcionalmente mais abaixo. Finalmente, deverá constar do estudo final a ser proposto ao cliente, o cálculo do custo de aceleração das atividades (CAA). Neste caso, totalizando-se a multiplicação do custo de aceleração de cada uma das atividades escolhidas (CAAE) pelo seu respectivo tempo acelerado (TA).

Caso de limitação orçamentária De posse de um projeto modelado em rede PERT-CPM, por vezes o custo total do programa apresentado ao cliente está acima do investimento disponibilizado no seu orçamento. Nesta situação, o gestor é instado a verificar a possibilidade de diminuir o custo do programa para o patamar indicado pelo contratante, com a eventual ampliação do tempo total do projeto. Para realizarmos tal intento, analisemos o nosso projeto. Apresentado o programa com determinado tempo total e custo, o cliente solicita a redução do orçamento proposto, para que este fique compatível com os investimentos inicialmente previstos para o projeto. Para analisar a viabilidade de sua proposta, inicialmente realizamos o cálculo dos valores das PDI e UDT de cada evento, para identificar o caminho crítico, composto por todas as atividades que tiverem folga nula.

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O próximo passo é analisar o quadro contendo um estudo da economia pela desaceleração de todas as atividades do projeto. O quadro de análise deve conter a relação das atividades, sua duração e custo normal. Em seguida, devemos inserir a identificação de sua duração desacelerada com respectivo custo. Este dado é fomentado através de testes de campo ou normalmente produzido através de registros históricos das atividades realizadas pelo projetista em outros programas. De posse dessas informações, realizamos o cálculo da economia conseguida pela diferença entre o custo e o tempo, tanto desacelerado quanto normal, das atividades. Para procedermos à desaceleração de atividades, devemos tomar a precedência daquelas que possuem a maior economia proporcional para desaceleração, até o limite de redução de custo proposto pelo cliente. Este dado nos é fornecido pela divisão da economia de custos pela diferença de tempos. Na possibilidade de existirem duas atividades com a mesma economia marginal de desaceleração, deveremos, na medida do possível, privilegiar a seleção daquelas atividades que não compõem o caminho crítico, uma vez que estas não alteram o tempo total do projeto, no limite de sua folga. Em qualquer caso, na seleção devemos tomar o cuidado de compreender que esta desaceleração consome a folga de eventos e atividades não-críticos, possibilitando o aparecimento de novos caminhos críticos. Com base nesta análise, podemos perceber que é possível reduzir o custo proposto ao cliente, pela desaceleração das atividades cuja economia de desaceleração

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for proporcionalmente maior. Ao final, poderemos realizar o cálculo da economia de desaceleração das atividades (EDA). Neste caso, totalizando-se a multiplicação da economia de desaceleração de cada uma das atividades escolhidas (EDAE) pelo seu respectivo tempo desacelerado (TD). Uma totalização da coluna de diferença de tempo eventualmente maior do que a duração total do projeto implica indicar ao cliente que o projeto sofrerá atraso.

FOLGA Tendo obtido a aprovação para realização do projeto por parte do cliente, o administrador encontra na gestão das folgas do projeto as ferramentas necessárias para aumentar sua rentabilidade, considerando, inclusive, a relação contratual com outros executores do projeto. A folga de um evento é calculada pela diferença entre a sua PDI e sua UDT, e é sempre nula em eventos críticos. Para os demais eventos, podemos utilizar esta folga para administrar a desaceleração de atividades, através da economia de recursos, aumentando a rentabilidade do projeto contratado.


Para gerenciar as folgas de um projeto, deveremos inicialmente construir o quadro de datas de suas atividades. O registro inicial que devemos fazer no quadro de datas é o da primeira data de início de uma atividade (PDIA). Ela coincide com o PDI do evento inicial da atividade em análise.

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DATAS DE UMA ATIVIDADE

A última data de início de uma atividade (UDIA) é o registro seguinte do quadro de datas. Ela corresponde à subtração da UDT do evento final da atividade pelo tempo de duração da atividade. O terceiro registro do quadro de datas é a primeira data de término da atividade (PDTA). Ela corresponde à soma da PDIA com a duração da atividade. Finalmente, complementamos o quadro de datas com o registro da última data de término da atividade (UDTA), igualando-a à UDTE.

FOLGAS DE UMA ATIVIDADE O passo seguinte, para aumentar a rentabilidade do projeto pelo gerenciamento das suas folgas, consiste em conhecer aquelas relacionadas às atividades. Com este estudo, podemos estabelecer um controle sobre o uso da desaceleração de atividades para qualquer modelo de associação contratual em determinado empreendimento, garantindo uma maior geração de valor na sua execução. A exceção das atividades críticas, todas as outras apresentam folgas que poderão ser gerenciadas pelo administrador. Para tanto, inicialmente devemos nos apropriar do tempo disponível (TD) para realização de uma atividade. Ele é o maior intervalo que uma atividade dispõe para ser realizada, sem alterar o tempo total do programa. De posse deste dado, a primeira folga que uma atividade dispõe para gerenciamento é a Folga Total (FT). Ela se constitui no atraso máximo que uma atividade pode ter, sem comprometer o tempo total do projeto. A folga total, uma vez que se utiliza da PDIA e UDTA, normalmente é aplicada para gerenciamento de atividades em que o empreendedor é o dono de todo o projeto. Isto se verifica, porque ela supõe o controle estrito de todas as atividades sucessoras e antecessoras que não poderão sofrer nenhum tipo de atraso, uma vez que parte-se do princípio que sua folga poderá ser toda consumida. A folga livre (FL) corresponde à gestão da desaceleração de uma atividade, indicando o prazo máximo que esta pode ser atrasada sem comprometer a PDT do evento final. Este é um elemento adequado para quando não temos controle deste ponto do projeto até o seu final. Neste caso, devemos desconsiderar a folga do evento final da atividade em relação ao tempo disponível, trabalhando com esta diferença sem precisar, portanto, considerar os atrasos das atividades sucessoras.

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A folga dependente (FD) deve ser utilizada quando não temos controle das atividades antecessoras de um projeto até o ponto em análise. Ela corresponde ao prazo máximo que podemos desacelerar uma atividade, considerando que todo o projeto até este ponto poderá utilizar sua folga. Esta folga poderá ser calculada pela diferença entre as UDT dos eventos inicial e final da atividade, subtraindo-se sua duração. Finalmente, a folga independente (FI) representa a situação mais extrema na gestão de uma atividade, quando o administrador não tem controle nem das atividades sucessoras nem predecessoras do projeto. Neste caso, as folgas dos eventos deverão ser desprezadas, subtraindo-as da diferença entre o tempo disponível e duração da atividade. Excetuando-se um programa totalmente rígido, onde não há folga entre as atividades e, portanto, todos os seus caminhos são críticos, podemos utilizar o quadro para cálculo de folgas abaixo para gerenciarmos todas as possibilidades de aumento da rentabilidade de um projeto pela desaceleração de atividades. Os sistemas de PERT/CPM automatizados permitem que façamos a ampliação de seções da rede para representação de folgas de uma atividade.

CRONOGRAMAS ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________

Após a manipulação do projeto através de redes, utilizamos para sua execução uma representação gráfica que consiga apresentar o projeto numa perspectiva temporal. Tal abordagem é feita sobre a forma de cronogramas, do qual o mais conhecido é o Gráfico de Gantt.

Gráfico de Gantt Este modelo de apresentação permite um melhor acompanhamento do projeto por parte da equipe de execução, uma vez que se pode perceber claramente a realização das tarefas ao longo do tempo. Na prática profissional, ele costuma ficar lado a lado à rede PERT/CPM em exposição numa sala de controle do projeto, para que tanto a equipe de projetistas como de executores possa realizar os ajustes necessários de ambos ao longo do empreendimento. No que pese este instrumento estar largamente incorporado em sistemas automatizados de PERT/CPM, o principal cuidado a ser tomado na sua elaboração reside no fato de mantermos um calendário associado, em que possamos vincular ao cronograma as datas de finais de semana e feriados. Isto ocorre porque, em ambos os casos, uma vez que a equipe do empreendimento trabalhe somente em dias úteis, o prazo final de conclusão do projeto ficará ampliado por estas paradas; caso a equipe desenvolva o projeto em tempo integral, no mínimo, deverá considerar custos diferenciados, como os de natureza trabalhista, mais onerosos nos feriados e finais de semana. De toda forma, o cronograma deve, portanto, espelhar o tempo bruto do projeto, que considera estas determinantes de um calendário.


algumas limitações para representação de redes: (a) não apresenta a PDIA, UDTA e sua folga; (b) não apresenta atividades críticas. Para superá-las, um cronograma adaptado PERT/CPM poderá produzir estes resultados.

CRONOGRAMA PERT/CPM

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Finalmente, precisamos considerar que o Gráfico de Gantt padrão apresenta

Um dos primeiros aspectos relacionados ao cronograma PERT/CPM consiste em procurar fazer uma representação do tempo bruto de duração a partir da data inicial de um calendário, considerando, por convenção, um traço cheio para representar a duração da atividade, a primeira chance de realizar a atividade, a PDIA e a PDTA. Numa representação diagramada, um retângulo horizontal hachurado apresenta a duração da atividade, a última chance de realizar a atividade, a UDIA e a UDTA. Um retângulo vazio tracejado demonstra as folgas de interesse; neste caso, para uma atividade crítica, quando não há folga, esta representação inexiste. Durante a execução, a representação de um traço horizontal identifica a duração real da atividade para comparação com o planejado. Finalmente, devemos indicar a dependência de atividades através de sua numeração, utilizando ganchos com a identificação das atividades dependentes entre parênteses, colocados no início das atividades e após as folgas livres. Estas últimas indicações permitirão uma visualização facilitada também do caminho crítico. Podemos, assim, conhecer a tecnologia subjacente à administração de projetos com ferramentas de tecnologia da informação. Nela, verificamos as possibilidades de operação de ferramentas para o melhor aproveitamento de todas as oportunidades de rentabilização de um projeto.

SÍNTESE Nesta aula, desenvolvemos a habilidade de controlar tecnicamente os recursos e os custos de um planejamento. Com a técnica de PERT/CPM, o gestor é capaz de responder matematicamente às questões de aceleração de projetos e redução de custos propostos pelo cliente. O administrador ainda é capaz de dominar a disposição de informações de projeto que permitem adequar sua gestão aos contingenciamentos não previstos, bem como trabalhar com as folgas das atividades para otimizar o seu resultado financeiro.

QUESTÃO PARA REFLEXÃO Que tipos de projetos mais adequadamente se beneficiam de um controle através da metodologia PERT/CPM?

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LEITURAS INDICADAS ALMEIDA, Fernando C. Desvendando o uso de redes neurais em problemas de administração de empresas. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v.35, n.1, p.46-55, 1995. Disponível em: <http://rae.fgv.br>. Acesso em: 15 jun. 2012.

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BONINI, Edmundo Eboli. CPM/PERT e outros métodos: técnicas de caminho crítico. São Paulo: LPM, 1971. (658.4032 B517c)

CASAROTTO FILHO, Nelson; FAVERO, José Severino; CASTRO, João Ernesto Escosteguy. Gerência de projetos: organização, planejamento, programação, Pert/CPM, Pert/custo, controle e direção. São Paulo: Editora Atlas S/A, 1999. (658.404 C334g)

CUKIERMAN, Zigmundo Salomão. O modelo PERT/CPM aplicado a projetos. Rio de Janeiro: Rio, 1982. (658.4032 C961m)

EVARTS, Harry F. Introdução ao PERT. São Paulo: Atlas, 1972. (658.4032 E92i)

GENARI, Breno. Introdução ao PERT básico. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1967. (658.4032 G324i)

HESS, Geraldo. NeoPERT: custo, tempo, nivelamento de recursos. Rio de Janeiro: Forum, 1968. (658.4032 H586n)

HIRSCHFELD, Henrique. Planejamento com PERT-CPM e análise do desempenho: método manual e por computador eletrônico aplicados a todos os fins: construção civil, marketing, etc. São Paulo: Atlas, 1987. (658.4032 H669p)

HOARE, Henry Ronald. Administração de projetos aplicando análise de redes (PERT/CPM). São Paulo: McGraw-Hill, 1976. (658.4032 H679a)

MOTTA, João Eduardo Magalhães. PERT tempo e custo: características probabilísticas, aceleração pelo custo mínimo; maximização da rentabilidade; controle integrado; matemática financeira; alternativa. Rio


OLIVEIRA, Guilherme B. Microsoft Project 2010 e gestão de projetos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. Disponível em: <http://unifacs.bv3.digitalpages.com.br/reader>. Acesso em: 15 jun. 2012.

PRADO, Darci. Administração de projetos com PERT/CPM. Rio de Janeiro: LTC, 1984. (658.404 P896a)

STANGER, Luiz B. PERT-CPM: técnica de planejamento e controle. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científi-

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de Janeiro: Spencer, 1969. (658.4032 M921p)

cos, 1976. (658.4032 S784p)

WIEST, Jerome D.; LEVY, Ferdinand Katz. PERT-CPM: métodos de planejamento e programação. Lisboa, Clássica, 1972. (658.4032 W652p).

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SISTEMAS: INTEGRAÇÃO, SEGURANÇA, CONTROLE Autor: Max Cavazini Penna de Carvalho, adaptada por Manoel Joaquim Fernandes de Barros

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AULA 13 - TÓPICOS DE GERENCIAMENTO DE

“A Tecnologia da Informação não deve ser trabalhada e estudada de forma isolada. Sempre é necessário envolver e discutir as questões conceituais dos negócios e das atividades empresariais, que não podem ser organizadas e resolvidas simplesmente com os computadores e seus recursos de software, por mais tecnológico que detenham”.

Rezende e Abreu (2003, p.76)

Com base no raciocínio de Abreu e Rezende exposto na epígrafe, a TI não deve ser estudada de forma isolada e devemos envolver e discutir questões conceituais dos negócios e atividades empresariais. Vimos algumas das recentes aplicações surgidas e, agora, vamos explorar um pouco dos conceitos de virtualização organizacional, comércio eletrônico e alguns tópicos relacionados como segurança, controle e integração.

Virtualização organizacional Cada vez mais, as empresas buscam maior flexibilidade e agilidade em seus processos produtivos e operacionais para poderem se adaptar às rápidas e bruscas mudanças do cenário econômico mundial, moldado pelo processo de globalização. Aliando-se a essa perspectiva, a crescente competitividade do mercado e a disseminação cada vez maior das tecnologias computacionais e da comunicação, tem-se como resultado uma forte tendência à virtualização organizacional. E o que seria uma “organização virtual”? Uma das definições de organização ou empresa virtual diz respeito àquela que faz mais uso das tecnologias de informação e comunicação do que da presença física, para interagir e conduzir os negócios e alcançar seus objetivos. Contudo, vale dizer que as definições encontradas para o termo “virtual” não são muito persuasivas e deixam a desejar. Assim, é melhor partir do pressuposto de que “virtual” é tudo aquilo que se utiliza de meios tecnológicos e de comunicação disponíveis para simular ou permitir ações e interações de forma remota ou não presencial. Hoje existe uma forte tendência à virtualização das empresas, uma vez que é,

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também, uma forma de serem reduzidos os custos e de proporcionar incremento à agilidade e à qualidade de produtos e serviços.

COMÉRCIO ELETRÔNICO Comércio eletrônico, e-business e e-commerce são alguns dos termos utilizados para fazer referência às transações e aos negócios realizados através de uma infraestrutura digital. Os termos e-business e e-commerce são provenientes da língua inglesa, em que a letra “e” faz inferência à palavra eletronic (eletrônico); business e commerce significam negócio e comércio, respectivamente. Essas palavras também foram traduzidas do inglês. Para melhor definir o conceito de “comércio eletrônico”, pode-se dizer que é: a realização de todo um processo de negócio em ambiente eletrônico; uma ferramenta de negócio para as organizações, propiciando a ampliação dos seus mercados e tornando-as mais competitivas; a realização de trocas de informações com os clientes por meio eletrônico; a execução de transações de troca de dados financeiros por meio eletrônico;

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uma conexão direta entre compradores e vendedores, através dos sistemas de comércio eletrônico, Internet etc.; a eliminação dos limites de tempo e lugar, uma vez que as transações podem ser feitas a qualquer tempo e em qualquer lugar onde haja algum tipo de conectividade remota (Internet, celular etc.); um apoio à interatividade e, com isso, uma adaptação ao comportamento do cliente; dotado de grande capacidade de atualização.

As empresas que praticam o comércio eletrônico, muitas vezes, são ótimos exemplos de empresas virtuais. Muitas delas podem ser encontradas no sítio http:// www.mercadolivre.com.br/, em que os contatos e os negócios são, em sua maior parte, executados por meio da Internet em um ambiente eletrônico. Todavia, é importante observar que nem toda empresa que pratica o comércio eletrônico é uma empresa virtual, mas toda empresa virtual, via de regra, pratica o comércio eletrônico. O comércio eletrônico não é mais novidade e já é praticado por algumas empresas há bastante tempo, como, por exemplo, as operadoras de cartões de débito e crédito, bancos etc. Ao longo do tempo, algumas transações de comércio eletrônico foram sendo categorizadas, sendo mais referidas por uma convenção informal de siglas. Dentre as categorias, as principais são:

B 2 C: Business to Consumer – transações realizadas na direção empresa –consumi-


B 2 B: Business to Business – transações realizadas entre empresas, na maior parte das vezes realizadas por SI organizacionais, operacionais; C 2 C: Consumer to Consumer – transações realizadas entre clientes (por exemplo, as que ocorrem no sítio da Internet http://www.mercadolivre.com.br); B 2 G: Business to Government - transações realizadas na direção empresa-órgãos governamentais;

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dores;

Figura 1 - Proposta de Modelo de Comércio Eletrônico

Fonte: Laudon e Laudon (2005)

No diagrama acima, podemos observar um esquema genérico de modelo de comércio eletrônico, integrando todas as categorias indicadas de associação entre os atores do processo.

ENGENHARIA DE SOFTWARE As facilidades e vantagens das novas aplicações que permitem a virtualização organizacional e o comércio eletrônico, por exemplo, são patentes. Contudo, os softwares voltados a esses fins e às novas aplicações que vêm surgindo requerem o desenvolvimento de softwares e SI cada vez mais complexos. Isto torna o processo de desenvolvimento de softwares e aplicações também cada vez mais complexos e daí o surgimento da Engenharia de Software (ES), que visa a melhorar a qualidade dos produtos de software e aumentar a produtividade do processo de desenvolvimento. A Engenharia de Software trata aspectos relacionados ao estabelecimento de processos, métodos, técnicas, ferramentas e ambientes de suporte ao desenvolvimento

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de software. Assim como em outras áreas, em uma abordagem de engenharia de software, inicialmente, o problema a ser tratado deve ser analisado e decomposto em partes menores. Para cada uma dessas partes, uma solução deve ser elaborada. Solucionados os subproblemas de forma isolada, parte-se para a integração das soluções. Para tais ações, uma arquitetura deve ser estabelecida para apoiar a resolução de problemas, alinhamento de procedimentos (métodos, técnicas, roteiros etc.) que devem ser utilizados, bem como a utilização de ferramentas para automatizar parcialmente o trabalho. Inicialmente, é válido entender que os softwares são criados por meio de uma série de conversões (e/ou traduções) que mapeiam as exigências de um cliente, ou usuário, para um código executável em um computador ou máquina. De forma geral, existem três tipos de linguagens envolvidas nos processos de desenvolvimento de softwares e sistemas de informação, a saber:

linguagens de máquina ou de baixo nível; linguagens de nível intermediário; linguagens de alto nível (Fortran, Pascal, Object Pascal, C++, Visual Basic, Java etc.).

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A linguagem de máquina é o conjunto de instruções em formato binário (bits e bytes) e que é a linguagem compreensível ao processador de um computador, por exemplo. As linguagens de alto nível são aquelas que mais se aproximam da linguagem utilizada pelo ser humano, possuem maior capacidade de abstração e se apresentam de forma mais amigável aos programadores do que os formatos de intermináveis sequências de zeros e uns (0100011001110100...). Linguagens de nível intermediário são linguagens que, como o próprio nome diz, ficam entre a linguagem de alto nível e a linguagem de baixo nível. São códigos chamados de mnemônicos (palavras abreviadas) mais conhecidos como assembly. Eles fazem a intermediação ou tradução das linguagens de alto nível para a linguagem de baixo nível que cada processador entende. Exemplos típicos são o assembly do processador 8085, do Pentium, do AMD K6, do Motorola etc. No sítio da Internet http://pt.wikipedia.org/wiki/Análise_de_Sistemas, análise de sistemas de informação, é descrito como

[...] a atividade que tem a finalidade de realizar estudos de processos a fim de encontrar o melhor caminho racional para que a informação possa ser processada. Os analistas de sistemas estudam os diversos sistemas existentes entre hardwares (equipamentos), softwares (programas) e o usuário final. Os seus comportamentos e aplicações


transcritas da forma que o computador possa executar.

Em outras palavras, também, pode-se dizer que a análise de sistema de informação é o estudo de um problema de informação de uma organização para ser resolvido com o uso das Tecnologias da Informação. Com base nessa análise é que os sistemas devem ser desenvolvidos, mas, para isso, alguns desafios devem ser enfrentados, como:

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são desenvolvidos a partir de soluções que serão padronizadas e

projetar sistemas competitivos e eficazes; entender os requisitos de sistema do ambiente de negócios; criar uma arquitetura de informação que apóie os objetivos da organização; determinar o valor dos sistemas de informação para o negócio; projetar sistemas que as pessoas possam controlar, entender e usar de maneira social e eticamente responsável.

Outro grande obstáculo nesta empreitada é, como foi dito, a grande complexidade das aplicações atuais, que tornou necessária a automação de processos de desenvolvimento para garantir o controle e a gerência efetivos aos processos. A crescente busca da qualidade de software tem movido a área de Engenharia de Software nos últimos anos para evitar a reincidência de problemas comuns da fase de desenvolvimento de softwares. Assim, a engenharia de software é uma disciplina que integra métodos, ferramentas e procedimentos voltados para o desenvolvimento de softwares de computador. Os métodos envolvem um amplo conjunto de tarefas que incluem:

planejamento e estimativa de projeto; análise de requisitos de software e de sistemas; projeto de estrutura de dados; especificação e codificação de programas; teste e manutenção.

Todas as ferramentas utilizadas em engenharia de software se resumem à sigla CASE ou Computer-Aided Software Engineering. CASE traduz todas as ferramentas baseadas em computadores que auxiliam as atividades de engenharia de software, desde a análise de requisitos e modelagem até programação e testes. Os procedimentos constituem o elo que mantém os métodos e as ferramentas para o desenvolvimento de softwares ou SI alinhados.

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Figura 2 - Ciclo clássico da engenharia de software

Fonte: O autor

Partindo do projeto inicial desenvolvido pelas técnicas de engenharia de software, a etapa de análise de sistemas valida o projeto no “mundo real”. Em seguida, há a implementação do projeto, a codificação em linguagem compatível com a aplicação pretendida, testes de campo e manutenção permanente do processo, visando a adaptá-lo a novas demandas e ajustes ambientais. Existem alguns aspectos importantes durante o processo de engenharia de um

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software ou ES e estes aspectos devem ser considerados ainda em tempo de projeto. São eles: segurança; controle; integração.

ASPECTOS DE SI – SEGURANÇA Dos aspectos citados, o aspecto de segurança é o que mais se destaca, devido à complexidade envolvida e à crescente preocupação e atenção exigidas, inerentes às novas aplicações e conexões envolvidas. No campo da tecnologia de informação, segurança diz respeito, basicamente, a três aspectos:

integridade de informações; garantia de sua disponibilidade, ou acesso; confidencialidade.

De forma geral, uma informação é segura quando atende a estes critérios.


A integridade da informação significa que dados armazenados não sofrerão qualquer alteração de forma inadvertida. Isto pode ocorrer, basicamente, de quatro formas: falha humana;

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Integridade

falha de equipamento; falha de software; acesso não autorizado.

Confidencialidade A confidencialidade ou privacidade é requerida para que determinados dados ou informações sejam acessados apenas por pessoas autorizadas. Esta é uma característica muito preocupante para empresas que lidam com informações sigilosas ou que podem ser afetadas de alguma maneira no caso de haver a quebra da confidencialidade. Os hackers são os grandes inimigos dos administradores de redes e sistemas de

computadores quanto à privacidade de suas informações. Hacker é a pessoa que se ________________________ utiliza de artifícios para conseguir acesso não autorizado aos sistemas e dispositivos ________________________ de armazenamento de dados. Existem diversas formas para um hacker invadir um sis- ________________________ tema ou uma rede de computadores, mas, no geral, eles se aproveitam de falhas em ________________________ programas, aplicações e sistemas de computadores (essas falhas são muito conheci- ________________________ das como bugs). No sítio da Internet http://www.batori.com.br/boletim/edicoes/Nu- ________________________ mero0029.htm, existem listados diversos casos de invasão aproveitando-se de bugs ________________________ de programas. Vale conferir.

Disponibilidade

Esta característica deve assegurar que os dados e informações armazenados de uma empresa, por exemplo, sempre estejam disponíveis. A forma mais comum de se assegurar da disponibilidade de dados é através da redundância dos dados ou, em outras palavras, pela realização dos famosos backups (se pronuncia becapis), que nada mais são que uma cópia dos dados (redundância) em mais de um local ou mídia.

ASPECTOS DE SI – INTEGRAÇÃO Geralmente, um SI é projetado em módulos na tentativa de facilitar e simplificar o próprio projeto assim como o seu desenvolvimento. A integração desses módulos e também de um SI com outros SI é um aspecto muito importante para permitir a interoperabilidade entre eles, levando-se em consideração que os diversos processos

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que ocorrem entre sistemas de informação afins não devem gerar inconsistências de informações, como informações conflitantes ou consultas que apresentem respostas incorretas. Por estas e outras razões é que o aspecto de integração dos SI deve ser muito bem avaliado e averiguado.

ASPECTOS DE SI – CONTROLE As atividades de desenvolvimento são realizadas segundo uma ordem estabelecida no planejamento. As atividades de gerência e de controle da qualidade são, muitas vezes, ditas atividades de apoio, pois não estão ligadas diretamente à construção do produto final: o software a ser entregue para o cliente, incluindo toda a documentação necessária. Essas atividades, normalmente, são realizadas ao longo de todo o ciclo de vida, sempre que necessário ou em pontos preestabelecidos durante o planejamento, ditos marcos ou pontos de controle. Este foi o último conteúdo elaborado para a formação do gestor em sistemas de informação. Esperamos que, juntamente com as atividades desenvolvidas na disciplina, você esteja apto a desenvolver as competências necessárias a uma administração eficaz deste recurso nas organizações contemporâneas.

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SÍNTESE Nesta aula, foram vistos os conceitos de virtualização organizacional e de comércio eletrônico, além de tópicos importantes relacionados a TI, que compõem o campo da engenharia de software. Neste ponto, discutimos as questões relacionadas à segurança em seus aspectos de integridade, confidencialidade e disponibilidade de informações, bem como as demandas relacionadas à integração e ao controle de sistemas.

QUESTÃO PARA REFLEXÃO O que é melhor: desenvolver ou adquirir?

LEITURA INDICADA Engenharia de Software. Disponível em: <http://engenhariadesoftware.blogspot. com/2007/02/o-que-engenharia-de-software.html>. Acesso em: 28 mai.2009.


http://portal.acm.org/citation.cfm?id=1062466 http://nautilus.fis.uc.pt/softc/Read_c/RV/virtual_water/articles/art7/art7.html http:// dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhegrupo.jsp?grupo=28151033DC6N7B http://www.businessintelligence.com.br/portal/modules.

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SITES INDICADOS

php?name=News&file=print&sid=2 http://www.businessintelligence.com.br/portal/modules. php?name=News&file=print&sid=2

REFERÊNCIAS LAUDON, C. Kenneth; LAUDON, Jane P. Sistemas de informação gerenciais: administrando a empresa digital. São Paulo: Prentice Hall, 2005.

FRITZ, M. B; MANHEIM, M. L. Managing virtual work: a framework for managerial action. In: Organizational Virtualness, Proceedings of the first VoNet, Workshop, Bern, Switzerland, 1998.

LIMA, Flávio Azevedo de; PRICE, R. T. Towards an integrated design methodology for internet-based information systems. Porto Alegre: UFRGS, 1998.

REZENDE, Denis Alcides; ABREU, Aline França de. Tecnologia da informação aplicada a sistemas de informação empresariais: o papel estratégico da informação e dos sistemas de informação nas empresas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

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